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universidade federal de pernambuco centro de educação programa

1. As visitas s instala es do curso de Mec nica tiveram como objetivo apresentar os professores da Forma o Geral a realidade da Forma o Profissional para eles identificarem em que poderiam contribuir Para o professor de Mec nica a integra o concebida e planejada pelos docentes no in cio do processo n o perdurou ao longo do curso por ser apenas uma febrezinha que n o resistiu a mudan as de gest o A maioria dos professores entendeu que os cursos integrados deveriam ser trabalhados de forma interdisciplinar mediante projetos integradores e visitas t cnicas que proporcionassem a contextualiza o do ensino e o fortalecimento da rela o teoria pr tica Entretanto percebemos que a perspectiva de atendimento s necessidades da rea profissional tamb m prevaleceu como refer ncia de integra o Na sess o de grupo focal da Forma o Geral um professor de L ngua Portuguesa destacou a import ncia da contextualiza o do ensino Para ele tal abordagem contribu ria para prepara o dos estudantes para a vida ancorado na perspectiva da aprendizagem significativa teoria que uma professora de Geografia tamb m ressaltou Vejamos E eu aprendi que trabalhar por projeto uma das teorias da aprendizagem que leva em conta a interdisciplinaridade a multie a trans Trabalhar com os outros tipos de teorias de aprendizagem a aprendizagem significativa a aprendizagem por descoberta aprendizagem por solu o de
2. ao mesmo tempo em que indiv duos transformam a natureza externa tem tamb m alterada sua pr pria natureza humana num processo de transforma o rec proca que converte o trabalho social num elemento central do desenvolvimento da sociabilidade humana ANTUNES 2004 p 8 Nesse sentido percebemos o car ter fundante do trabalho e a sua centralidade na constitui o do humano o que nos remete necessidade de buscar compreender a rela o trabalho e educa o de forma hist rica e situada Segundo Saviani 2007 o trabalho e a educa o s o atividades especificamente humanas uma vez que apenas o ser humano trabalha e educa Em sua exist ncia o homem ajusta a natureza s suas necessidades tendo em vista garantir sua sobreviv ncia e produzir sua pr pria vida e assim se constitui como homem se educa Dessa forma a rela o trabalho educa o uma rela o hist rica e ontol gica e a origem da educa o coincide pois com a origem do pr prio homem Historicamente podemos situar que nas comunidades primitivas a produ o da exist ncia em comum e a educa o se davam em um mesmo processo lidando com a natureza os homens se relacionavam uns com os outros e assim se educavam e educavam as novas gera es Isto nos permite compreender que havia uma rela o de identidade entre o trabalho e a educa o Charlot 2008 destaca que no contexto do trabalho artesanal originalmente existia uma rela o indissoci v
3. LISTA DE ILUSTRA ES Escola de Aprendizes e Art fices da Para ba funcionando no Quartel da Pol cia Militar na Pra a Pedro Am rico 92 Fachada do IFPB Campus Jo o Pessoa em 2010 96 Distribui o dos docentes da Forma o Geral e da Forma o Profissional do IFPB Campus Jo o Pessoa dos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e de Mec nica por rea 1 e titula o em Tabela 1 Tabela 2 LISTA DE TABELAS Distribui o dos docentes da Forma o Geral do IFPB Campus Jo o Pessoa dos Cursos T cnicos Integrados de Mec nica e de Eletrot cnica por Area 1 e titula o em 2011 i i 109 Distribui o dos docentes da rea profissional do IFPB Campus Jo o Pessoa dos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e de Mec nica por titula o em 2011 psr a forame ar ea Ea EE A A LATAS Cato dada Upa Sendo nn dadas a 110 LISTA DE SIGLAS ABRH Associa o Brasileira de Recursos Humanos ANPEd Associa o Nacional de Pesquisa e P s Gradua o em Educa o ANPEI Associa o Nacional de Pesquisa Industrial BID Banco Interamericano de Desenvolvimento CAS Comiss o de Assuntos Sociais CBAI Comiss o Brasileiro Americana de Educa o Industrial CEB C mara de Educa o B sica CCJ Comiss o de Constitui o Justi a e Cidadania CEFET PB Centro Federal de Educa o Tecnol gica da Para ba CEFETSs Centros Federais de Educa o
4. Grande parte dos professores que passou pela forma o t cnica ou vivenciou experi ncia profissional na rea da engenharia antes de se iniciar na doc ncia julgou que tais situa es contribu ram para a sua atua o como docentes Em sess o de grupo focal de Eletrot cnica mereceu destaque uma discuss o que trazemos a seguir quando os professores expuseram como compreendiam o seu papel articulando a doc ncia ao dom nio te rico pr tico da rea de ensino e a atualiza o com as necessidades do mercado Na realidade o trabalho como professor da Educa o Profissional principalmente a preocupa o ensinar al m da teoria Matem tica F sica Qu mica envolvidas da nossa rea Tamb m a gente tem uma preocupa o em elaborar uma aula para o aluno aprender no laborat rio ou numa aula de campo Tipo visitar subesta es ou usinas hidrel tricas e preparar uma aula para laborat rio Eu acho que demanda um pouco mais de esfor o da nossa parte do que simplesmente dar uma aula assim como o professor de F sica e Matem tica voc tem que se preocupar com que o aluno aprenda aquela pr tica isso o meu ponto de vista Professor de Eletrot cnica n 06 Tanto como profissional como docente ele tem que se qualificar para atender melhor o mercado se mantendo sempre atualizado e passar isso para os seus alunos Eu acho que cada vez que a gente procura se atualizar atende melhor o mercado de trabalho Prof
5. O POLIT CNICA COMO HORIZONTE COMISS O EXAMINADORA Prof Dr Ramon de Oliveira 1 Examinador Presidente Prof Dr Dante Henrique Moura 2 Examinador Prof Dr Ana L cia Felix dos Santos 3 Examinadora Prof Dr Maria da Salete Barboza de Farias 4 Examinadora Prof Dr M rcia Maria de Oliveira Melo 5 Examinadora Recife 21 de mar o de 2012 AGRADECIMENTOS s minhas filhas Juliana e Ana Beatriz fontes de amor e aprendizados A Carlos Ant nio companheiro fundamental em minha vida As minhas irm s Carmen e Lene pelo carinho e est mulo constantes A Ramon Oliveira pela orienta o e apoio na constru o desse trabalho Meu reconhecimento e agradecimento especial A Dante Henrique Moura e M rcia Melo pelas contribui es valorosas ao meu projeto de qualifica o Dire o Geral aos professores e aos demais gestores do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia Campus Jo o Pessoa pela receptividade e colabora o nessa pesquisa s pedagogas do IFPB Campus Jo o Pessoa meu agradecimento especial pela participa o nos diversos momentos da pesquisa Aos professores e s professoras do Doutorado em Educa o da UFPE pela contribui o minha forma o profissional Secretaria da P s Gradua o em Educa o pelo apoio e disponibilidade em atender a todos com presteza e aten o RESUMO Este estudo teve como obj
6. Resolu o CNE CEB n 04 de 5 de outubro de 1999 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de N vel T cnico Dispon vel em lt http portal mec gov br setec arquivos pdf RCNE CEBO4 99 pdf gt Acesso em 8 maio 2008 Resolu o CNE CEB n 02 de 26 de fevereiro de 1997 Disp e sobre os programas especiais de forma o pedag gica de docentes para as disciplinas do curr culo do ensino fundamental do ensino m dio e da educa o profissional em n vel m dio Dispon vel em lt http portal mec gov br setec arquivos pdf RCNE CEBO4 99 pdf gt Acesso em 3 jun 2010 BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o M dia e Tecnol gica Par metros curriculares nacionais ensino m dio Bases Legais Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o M dia e Tecnol gica 1999 Educa o Profissional referenciais curriculares nacionais da educa o profissional de n vel t cnico Introdu o Minist rio da Educa o Bras lia MEC 2000 BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica Departamento de Pol ticas e Articula o Institucional Chamada P blica MEC SETEC n 002 de 12 de dezembro de 2007 B RIGO Elizabete Zardo Professores t cnicos ou engenheiros Identidades profissionais face reforma do ensino t cnico In 28 REUNI O ANUAL DA ASSOCIA O NACIONAL DE P S GRADUA O E PESQUISA EM EDUCA
7. a articula o teoria pr tica aliar a teoria com a pr tica da a necessidade de equipamentos laborat rios o professor ter a forma o espec fica na rea conhecer a realidade do mercado de trabalho conhecer as condi es as novas t cnicas que aquele profissional vai exercer como ele vai exercer Professor de Eletrot cnica n 01 O professor da rea t cnica se posicionou favor vel contextualiza o do ensino como forma de dinamizar a rela o teoria pr tica e atingir objetivos educacionais mais efetivos Para tal prop s situa es did ticas variadas tais como simula es de atividades em laborat rios na pr pria Institui o para a qual necessitava de infraestrutura adequada laborat rio equipamentos e demais insumos forma o atualiza o na rea t cnica e conhecimento do mercado de trabalho estrutura t cnicas utilizadas condi es de trabalho Pelo seu depoimento somos levados a considerar que o professor buscou articular a teoria pr tica segundo uma perspectiva instrumental que se assemelharia a uma rela o dicot mica em que a teoria orienta a pr tica uma vez que o mesmo afirmou que assim o estudante aprenderia como ele vai exercer o seu trabalho Entretanto de posse de materiais did ticos disponibilizados pelo referido professor dentre eles avalia es aplicadas com seus alunos e projetos desenvolvidos passamos a considerar outros elementos na discuss o at ent o
8. almo amos l Se eu me lembro bem a discuss o do perfil foi o primeiro ponto A outra ideia tamb m que a Pedagogia colocou e foi bem aceita foi fazer um projeto pedag gico nico O que vai variar de uma habilita o para outra vai ser a sua habilita o em si A sua especificidade a sua habilita o Toda a fundamenta o te rica o perfil tamb m variando de uma habilita o para outra a rela o de compet ncias e depois o desdobramento nas disciplinas E a ideia era ter um ensino integrado nico uma proposta unificada variando as habilita es Ent o n s trabalhamos inicialmente num perfil de forma o que foi constru do em grupo Foi l no sal o de reuni es professores do Ensino M dio de todas as reas Se eu n o me engano foi representa o cada coordena o levou um grupo de professores Foram colocados pontos chaves na hora ent o dali houve a discuss o e montamos a frase que resumia todas aquelas ideias do perfil e que esse perfil valeria para qualquer habilita o Professor de Eletrot cnica n 01 163 Ap s ser definido o perfil de forma o pretendido se iniciaram as discuss es com vistas configura o do desenho da matriz curricular do curso conforme relatado pelas pedagogas N s constru mos isso coletivo ent o o que foi colocado desses tr s cursos inicialmente foi colocado com a participa o de todos em v rias reuni es Houve um envolvimento maior Foi constru do
9. e recome ar noutro ramo sem ter a chance de ver seus estudos aproveitados nessa 14 nt a a E ARE so N o situamos a quest o da forma o de professores como uma forma o t cnico profissional no moldes das demais reas dada a sua complexidade Assim apenas registramos que sua institucionaliza o se deu por meio do Decreto lei n 8 530 de 2 de janeiro de 1946 42 transfer ncia De qualquer forma uma ou outra alternativa redundaria sempre em desperd cio de recursos aplicados educa o e em perda de tempo por parte do estudante A Pol tica de Educa o Profissional do Estado Novo legitimou a dualidade estrutural divis o social do trabalho e sistema escolar atrelando a forma o das elites condutoras ao curso secund rio e os ramos profissionais s classes menos favorecidas visando ao ingresso precoce no mercado de trabalho preciso que situemos que o Decreto Lei n 4 073 1942 comp s um conjunto de medidas estruturadoras do sistema educacional brasileiro e que buscou atender a um projeto de desenvolvimento assumido pelo Estado Novo em que o sistema funcionaria como forte mecanismo de difus o ideol gica luta contra o comunismo bem como o atendimento de tend ncias espont neas da economia como por ocasi o da cria o da Companhia Sider rgica Nacional 1941 e da F brica Nacional de Motores 1942 projetos que j vinham sendo negociados h alguns anos e que pressupunham a necessidade de t cnico
10. Como se deu a reforma curricular no IFPB Campus Jo o Pessoa no mbito da cria o do EMI Qual sua participa o nas discuss es e nesse processo Explique como se d a organiza o do trabalho pedag gico no EMI comparando o trabalho no EMI com a sua pr tica anterior no antigo curso integrado LDB n 5692 71 ou no atual Subsequente objetivos planejamento avalia o viv ncia articula o dos professores Que experi ncias voc tem participado de integra o curricular e de articula o entre professores Comente alguma s experi ncia s exitosa s Como e com que frequ ncia se d a articula o entre professores de uma mesma coordena o E a articula o entre professores das coordena es de cursos t cnicos com as da rea de forma o geral Comente Que dificuldades voc sente para vivenciar o EMI Como se deu a prepara o e apoio aos docentes da parte da equipe pedag gica e da Institui o em termos de estudos reuni es e acompanhamento da organiza o do trabalho pedag gico no mbito do EMI Como tem se dado a reforma do EMI em meio ao processo de ifetiza o e a expans o da Rede Coment rio livre D Question rio Pedagogas 254 Identifica o Cargo fun o Forma o Gradu o P s Gradua o Experi ncia profissional anterior ao IFPB Tempo no IFPB se vem de outro Campus identificar o tempo em cada um Como voc descreve seu trabalho no IFPB Como vo
11. ProJovem Programa Nacional de Inclus o de Jovens Pronatec Programa Nacional de Acesso ao Ensino T cnico e Emprego PUC MG Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais SEB Secretaria de Educa o B sica SEBRAE Servi o Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SECAD Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade SEED Secretaria de Educa o a Dist ncia SEESP Secretaria de Educa o Especial SEFOR Secretaria de Forma o e Desenvolvimento Profissional SEMTEC Secretaria de Educa o M dia e Tecnol gica SENAC Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAR Servi o Nacional de Aprendizagem Rural SENAT Servi o Nacional de Aprendizagem dos Transportes SMO S ries Met dicas Ocupacionais SESG Secretaria de Segundo Grau Sesu Secretaria de Educa o Superior SETEC Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica SINASEFE Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educa o B sica Profissional e Tecnol gica T 40 regime de contrata o de 40 horas T 20 regime de contrata o de 20 horas TWI Training Within Industry UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UNDIME Uni o Nacional de Dirigentes Municipais de Educa o UNED Unidade de Ensino Industrializada UNESCO Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNICAMP Universidade de Campina
12. es p blicas nacionais O PL n 1 603 1996 tomou corpo a partir das discuss es realizadas no Minist rio do Trabalho MTb no mbito da Secretaria de Forma o e Desenvolvimento Profissional SEFOR e do Minist rio de Educa o MEC atrav s da Secretaria de Educa o M dia e Tecnol gica SEMTEC Segundo Kuenzer 1997 a base que norteou as discuss es envolvendo tais minist rios foi a integra o da economia brasileira globaliza o traduzida no prop sito de forma o de um trabalhador de novo tipo As discuss es foram consolidadas no documento intitulado Quest es cr ticas da educa o brasileira que ressaltou a necessidade de se refletir sobre as exig ncias postas pela nova etapa de desenvolvimento das for as produtivas buscando se alternativas para fazer face s demandas do mercado internacional e interno com nfase na consolida o do processo democr tico de forma o do cidad o produtivo No contexto da reestrutura o produtiva advindo da revolu o tecnol gica e da globaliza o da economia a flexibiliza o dos processos produtivos e a introdu o de inova es organizacionais imp em novas exig ncias forma o do trabalhador Nesse sentido no referido documento assinado por representantes de v rias entidades a educa o b sica de qualidade foi enaltecida como requisito fundamental para a forma o profissional O documento foi sistematizado por Salm e Foga a e supervisionado
13. o Geral interdisciplinaridade Um aspecto que nos chamou a aten o foi ser considerado princ pio do curr culo integrado a prepara o para a disciplina e para a autoridade e o empreendedorismo solid rio Tais princ pios nos fazem compreender o destaque que se pretendeu dar ao mundo do trabalho como um referencial importante para a proposta A disciplina e a autoridade corresponderiam s atitudes que interessaram ao mercado de trabalho e o empreendedorismo a uma alternativa de sobreviv ncia em uma sociedade marcada pela exclus o e o desemprego estrutural A compreens o desse contexto foi destacada em um trecho dos referidos projetos desemprego estrutural provocado pelas pol ticas neoliberais e pelo desenvolvimento centrado na incorpora o de ci ncia e tecnologia desenhando um quadro de desestabiliza o dos trabalhadores est veis de instala o da precariedade do emprego e do aumento crescente dos sobrantes ex rcito de reserva disfuncional acumula o capitalista CEFET PB COELT 2006 p 12 CEFET PB COMEC 2006 p 12 13 Diante desse cen rio a nfase recaiu sobre a necessidade de instrumentalizar o cidad o para se inserir no cen rio competitivo e marcado pela exclus o n o se colocando como vi vel a mera prepara o de t cnicos para assumir postos de trabalhos uma vez que estes seriam cada vez mais raros O empreendedorismo de car ter solid rio aprese
14. o de sua 177 identidade como Instituto Federal essas institui es tendem a ficar vulner veis s iniciativas do MEC favorecendo a ades o de sua equipe gestora mas n o necessariamente de seus docentes Outro agravante destacado por um professor da rea de Forma o Geral foi o fato de o quadro docente ter passado a atender novas demandas para qual n o se sentiam preparados Foram assumidas pela Institui o sem o respaldo da comunidade educativa desconsiderando mecanismos democr ticos que garantissem sua participa o em tais decis es Primeiro tem uma dificuldade que uma certa falta de identidade do que s o os institutos Segundo acho que existe um problema de ordem democr tica que eu n o precisaria exclusivamente o IFPB eu acho que da din mica hoje dos institutos talvez salvo alguma exce o Digo isso porque n o se faz a mudan a de Escola T cnica para CEFET de CEFET para Instituto da forma como foi feita respeitando a din mica da democracia interna Tanto que para que isso viesse a acontecer certos graus de enrijecimento das rela es democr ticas tiveram que acontecer Algu m chegou e falou assim Oh agora a regra do jogo n o mais essa e vai ter que funcionar assim porque os prazos s o esses e a din mica essa Ent o constitu ram se as comiss es toca se o barco a revelia da expectativa da din mica da vida das pessoas que fizeram a institui o em seu cotidiano Profess
15. o pedag gica desnecess ria Tal refer ncia n o foi compartilhada explicitamente pelos docentes efetivos participantes da sess o que permaneceram em sil ncio n o se envolvendo com a quest o Seu depoimento foi questionado por outro professor substituto que defendeu a necessidade de uma forma o pedag gica para os professores Entretanto seu posicionamento n o foi acolhido pelos demais professores que n o se pronunciaram sobre o tema Instaurou se um clima um pouco tenso no ambiente sendo encerrado o ciclo da discuss o entre os dois professores seguido do sil ncio do grupo por alguns segundos Diante da situa o perguntamos se haveria mais alguma contribui o para o debate N o havendo nenhuma manifesta o dos presentes demos continuidade sess o seguindo a agenda e introduzindo outro t pico para discuss o Vejamos o trecho a que nos referimos Eu acho que todo mundo dando aula com bom senso consegue saber se os alunos est o aprendendo ou n o E consegue identificar os problemas Esse neg cio de pedagogia m todos de ensino essas coisas N o sei A gente vendo que o aluno est aprendendo eu acho que isso est valendo Professor de Eletrot cnica n 05 Olha mas eu acho que n o todo mundo que tem esse bom senso n o viu Eu acho que muitas vezes o problema est no professor n o saber identificar que a forma que ele est passando que o tipo de aluno n o est absorvendo diferente
16. o proposta deve ser perseguida pois no interior das velhas condi es que se geram as novas para a sua supera o A nova educa o pois deve iniciar mesmo no capitalismo uma proposta de escola nica que seja o embri o da educa o do futuro Marx compreende que h limites da democratiza o da educa o no contexto capitalista e reconhece a natureza de classe da escola por contribuir para a reprodu o do sistema de aliena o do homem Dessa forma contrap e se educa o burguesa e defende a cria o de uma escola espec fica para os trabalhadores e a conquista do poder pol tico pela classe trabalhadora Se as circunst ncias em que este indiv duo evoluiu s lhe permitem um desenvolvimento unilateral de uma qualidade em detrimento de outras se estas circunst ncias apenas lhes fornecem os elementos materiais e o tempo prop cios ao desenvolvimento desta nica qualidade este indiv duo s conseguir alcan ar um desenvolvimento unilateral e mutilado E n o h pr ticas morais que possam mudar este estado de coisas MARX 1992 p 28 Nesse contexto h que se destacar como afirmado em outro momento que a influ ncia das circunst ncias sobre o indiv duo sociedade n o ocorre de forma mec nica e linear um processo din mico e contradit rio que favorece a autotransforma o do ser humano e das circunst ncias poss vel apenas por meio da pr xis revolucion ria V ZQUEZ 2007 A educa o
17. reas e cursos em 21 uma mesma sess o de grupo focal devido inexist ncia de espa o e tempo institucionalizados destinados a reuni es envolvendo os diferentes grupos docentes bem como a incompatibilidade de hor rios dos mesmos tivemos que realizar a t cnica em tr s momentos distintos em suas respectivas reuni es de coordena o As sess es envolveram quinze professores da rea t cnica sendo sete na sess o de Mec nica e oito em Eletrot cnica todos eles engenheiros de forma o Na rea de Forma o Geral contamos com a participa o de oito professores graduados em licenciaturas diversas Para a realiza o de cada sess o do grupo focal fizemos contatos pr vios com os coordenadores de cursos t cnicos Mec nica e Eletrot cnica e com os coordenadores de cada rea da Forma o Geral Linguagens C digos e suas Tecnologias Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias e Ci ncias Humanas e suas Tecnologias A partir dos contatos com os coordenadores surgiram sugest es de apresentarmos nosso projeto de pesquisa nas reuni es de coordena o de rea Ensino M dio e de cursos t cnicos Mec nica e Eletrot cnica Com a concord ncia dos professores presentes houve o agendamento de um encontro posterior em cada coordena o para a realiza o das sess es de GF importante salientar que tal tarefa n o foi f cil porque tivemos que aguardar um retorno sobre a data da futura reuni o A pouca freq
18. 1 p 51 66 jan abr 2009 Forma o profissional e mercado de trabalho o ensino de segundo grau e a profissionaliza o em quest o na d cada de 1980 In FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria Orgs A forma o do cidad o produtivo a cultura do mercado no ensino m dio t cnico BRAS LIA INEP 2006 p 151 163 Empresariado industrial e a educa o brasileira qualificar para competir S o Paulo Cortez 2005 A des qualifica o da educa o profissional brasileira S o Paulo Cortez 2003a A reforma do ensino t cnico federal no Brasil Contexto e Educa o Editora UNIJUI Rio Grande do Sul ano 18 n 18 70 p 93 116 jul dez 2003b PACHECO Jos Augusto Escritos curriculares S o Paulo Cortez 2005 PARO Vitor Henrique Parem de preparar para o trabalho Reflex es acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a gest o e o papel da escola b sica In FERRETI Celso Jo o SILVA J NIOR Jo o dos Reis OLIVEIRA Maria Rita Orgs Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola S o Paulo Xam 1999 PATR O Carla Nogueira FERES Marcelo Machado Patr o Coods Pesquisa Nacional de Egressos dos Cursos T cnicos da Rede Federal de Educa o Profissional e Tecnol gica 2003 2007 Natal IFRN 2009 PETEROSSI Helena Gemignani Forma o de professores para o ensino t cnico S o Paulo Edi es Loyola 1994 PIMENTA Selma G O est gio na forma o de professores u
19. Entretanto mesmo passando a ter status de escola industrial a Institui o como a maioria das existentes na poca manteve os cursos da rea artesanal n o voltando sua aten o para o crescente cen rio urbano industrial conforme assinalam Melo e Kulezka 2006 p 5 a rela o da Escola com o mercado local de trabalho foi muito conservadora refor ando a produ o artesanal e dando as costas incipiente industrializa o que se firmava no Estado Inicialmente a cria o das escolas de aprendizes art fices pretendia satisfazer a dupla finalidade de fornecer m o de obra especializada num cen rio de crescente desenvolvimento urbano e industrial ao mesmo tempo em que contribu a para o reordenamento social pela inclus o dos desfavorecidos da fortuna e marginalizados nas atividades produtivas Por m apesar das diversas tentativas de reforma principalmente no sentido de adequar a escola da 92 Para ba ao regime de f brica pr prio da moderna ind stria tudo indica que as linhas mestras de sua concep o original como institui o disciplinar continuaram moldando seu funcionamento durante todo o per odo considerado Posteriormente a Institui o passou a se denominar Escola Industrial Coriolano de Medeiros e em 1961 com a Lei n 4 024 que instituiu os cursos t cnicos de 2 grau passou a oferecer o curso t cnico de Constru o de M quina e Motores mais adiante transformado no curs
20. MEC Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica Bras lia MEC 2008 v 1 n 1 p 8 22 jun 2008 Ensino m dio e ensino t cnico com curr culos integrados propostas de a o did tica para uma rela o n o fantasiosa In Secretaria de Educa o B sica MEC Ensino M dio integrado educa o profissional integrar para qu Secretaria de Educa o B sica Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2006 p 41 66 Politecnia escola unit ria e trabalho S o Paulo Cortez Autores Associados 1989 MACHADO Maria Margarida e LIMA FILHO Domingos Leite Manifesta o da ANPEd na Audi ncia P blica Nacional sobre Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional T cnica de N vel M dio Bras lia 2012 p 1 10 MAGELA NETO Oth lio Quinhentos anos de hist ria do ensino t cnico no Brasil de 15000 ao ano 2000 Belo Horizonte Centro Federal de Educa o Tecnol gica de Minas Gerais 2002 MANACORDA Mario Alighiero Caderno 4 XIII 1930 1932 as notas sistem ticas sobre a escola In O princ pio educativo em Gramsci americanismo e conformismo Campinas SP Editora Al nea 2008 p 159 199 MANFREDI S lvia Maria A educa o profissional no Brasil S o Paulo Cortez 2002 MARCONDES L a Maria Rocha Lima et al Educa o confessional no Brasil uma perspectiva tica In VII CONGRESSO NACIONAL DE EDUCA O EDUCERE Saberes Docentes e Encontro
21. Na rea t cnica identificamos algumas iniciativas de professores que avan aram para al m das pr ticas tradicionais buscando estimular em alguma medida a reflex o cr tica do estudante a contextualiza o do ensino e o trabalho interdisciplinar com projetos Entretanto como os projetos as atividades did ticas integradoras vivenciadas se voltavam para o contexto do trabalho t cnico descolados de uma perspectiva de forma o integral do estudante Com Torres Santom 1998 entendemos que as propostas de integra o t m se diversificado bastante superando as modalidades cl ssicas de integra o curricular os centros de interesse de Decroly e o m todo de projetos Em linhas gerais as formas de 225 integrar o curr culo s o correlacionamento de disciplinas de temas t picos ou ideias em torno de quest es pr ticas e cotidianas e de temas e pesquisas decididas pelos estudantes Entretanto algumas dessas formas de integra o foram apenas anunciadas no projeto ou no discurso dos professores do Instituto n o sendo identificadas efetivamente em seu cotidiano Para o professor de Eletrot cnica n 04 a aus ncia de mecanismos institucionais de integra o de est mulo e apoio aos professores contribuiu para que n o se desenvolvessem perspectivas integradoras na Institui o a saber Agora isso talvez n o ocorra porque a pr pria Institui o n o cria mecanismos para essa integra o porque existem casos
22. O professor da rea geral esteve nessa discuss o nada disso foi feito em separado Ou se em outro momento ele achar que o professor da rea geral d melhor a Eletricidade 1 tudo bem s que para o curso o engenheiro que j tinha o dom nio do laborat rio de eletricidade ia facilitar o trabalho Cada curso teve sua peculiaridade na organiza o da rea de Ci ncias Naturais Pedagoga n 02 215 Pelo depoimento compreendemos que a integra o pretendida com a interface tamb m se traduziu no atendimento das necessidades da rea t cnica em especial pelas disciplinas da rea de Ci ncias Naturais e suas Tecnologias Isto n o significou necessariamente que este componente tenha sido enriquecido a partir de um olhar interdisciplinar Na realidade a perspectiva de forma o da disciplina em seus fundamentos tendeu a ser reduzida face o direcionamento estreito de sua vis o aos aspectos valorizados pela rea profissional Da mesma forma que a pedagoga alguns professores entendiam que as disciplinas da rea de Ci ncias Exatas seriam mais f ceis de integrar pois seus conte dos se identificariam melhor com determinados cursos t cnicos Vejamos A integra o do Ensino M dio com o Ensino Profissionalizante at d certo em algumas disciplinas A minha disciplina F sica h uma s rie de diferen as porque a gente tem que ter um relacionamento principalmente de conte do com as disciplinas t cnicas
23. Os professores em todos os depoimentos destacaram que tais cursos foram integrados apenas no papel uma vez que a pr tica pedag gica docente em pouco ou nada havia se alterado em compara o ao trabalho que vinham realizando Para avan ar na discuss o trazemos o depoimento de uma professora ex coordenadora da rea de Ci ncias Humanas e suas Tecnologias sobre o descompasso entre a proposta de EMI e a pr tica cotidiana dos professores da Forma o Geral Na cultura geral eles n o t m muito essa preocupa o porque eles d o a mat ria normal N o tem muito essa integra o porque mais nos cursos t cnicos com os professores da rea t cnica que trabalham com essa rea de mercado mas a cultura geral normal Hist ria Hist ria Geografia Geografia n o muda Professora de Geografia n 14 Para a professora a integra o no mbito do EMI resumia se preocupa o com a articula o entre as reas de Forma o Geral e Forma o Profissional visando ao atendimento das necessidades da profissionaliza o estudante Tratava se de uma perspectiva que interessava apenas rea t cnica j que seriam seus maiores benefici rios Como ela alguns professores da rea de Forma o Geral n o se sentiram estimulados em trabalhar segundo tal orienta o e com isso continuaram seu trabalho nos moldes de um Ensino M dio proped utico Compreendemos que o equ voco na concep o da perspectiva de i
24. a diretora de ensino eu pedi que ela tivesse um pouco de paci ncia e as colegas tamb m tiveram porque realmente era um trabalho que eu n o tinha esse alcance E era um acompanhamento um treinamento ent o era todo um processo diferente que trabalhava diretamente com professores e alunos Eu n o tinha essa vis o de trabalho pedag gico diretamente voltado a docentes ent o todos os problemas que chegavam at a mim era tudo muito novo conselho pedag gico conselho disciplinar vai chegando as demandas e a gente vai ter que analisar curr culo projetos ent o foi sofrido para mim E sendo Educa o Profissional foi muito mais porque era uma legisla o espec fica Pedagoga e chefe da COPED n 03 Diante de tal depoimento podemos compreender que a dificuldade de aprender a ser pedagoga foi maior para a entrevistada pelo fato de a mesma n o possuir experi ncia profissional em Coordena o Pedag gica mesmo em rea de ensino diversa EPT A mesma atuava no segmento da assist ncia social sendo respons vel pela fiscaliza o de creches da extinta LBA Legi o Brasileira de Assist ncia Seu campo de atua o era restrito aplica o da legisla o espec fica e a contatos com gestores e respons veis por tais institui es At mesmo a nica pedagoga com experi ncia na rea de Coordena o Pedag gica destacou que estaria ainda aprendendo a ser pedagoga t cnica em assuntos educacionais mediante a oportu
25. cnica n 04 Em seu depoimento o professor tentou esclarecer que o enfoque na forma o humana extrapolaria o mero ajuste de comportamento em termos de responsabilidade pontualidade e aspectos do g nero Buscou enfatizar o papel do docente como refer ncia para os estudantes em termos ticos de forma a contribuir para a sua inser o cr tica n o apenas no mundo do trabalho mas no conjunto das rela es sociais mais amplas A sua posi o n o teve acolhida do grupo que seguiu com a defesa da perspectiva de adapta o conforma o do trabalhador ao contexto laboral Entretanto identificamos nos depoimentos do referido professor iniciativas que 220 sinalizavam para um compromisso com a forma o humana dos estudantes Ele os envolvia em projetos e ou a es relacionadas n o apenas rea de Eletrot cnica mas na rea de linguagem contemplando as dimens es da literatura produ o de texto e cinema em que buscava desenvolver no ser humano essa capacidade cr tica de transforma o da realidade Sobre a pr tica pedag gica dos docentes da rea profissional no mbito do EMI um aspecto ressaltado pelos docentes foi a nfase na rela o teoria pr tica favorecida por iniciativas diversas tais como visitas t cnicas projetos e atividades did ticas em laborat rios Para eles tal rela o seria fundamental para situar o estudante no contexto do mundo do trabalho aspecto assinalado no trecho a seguir
26. complementares A politecnia pressup e na vis o do autor a forma o no mbito da produ o capitalista j a omnilateralidade n o poss vel nesse contexto visto que contempla a forma o ampla do indiv duo em suas m ltiplas possibilidades s vi vel em uma sociedade pautada em rela es sociais livres Os dois conceitos guardam entre si uma distin o fundamental o primeiro referente forma o polit cnica traz consigo uma limita o pois comporta apenas uma s rie de habilidades manipuladoras e conhecimentos t cnicos teis para a produ o social o segundo referente forma o onilateral representa uma forma o ampla do homem em suas m ltiplas possibilidades enquanto ser livre que se constr i em rela es sociais livres enquanto a politecnia se mostra uma proposta de educa o forma o articulada s possibilidades dial ticas da contradi o do trabalho abstrato a onilateralidade precisa articular se a todo conjunto das atividades humanas portanto s dimens es do trabalho e da pr xis social livre e da sociabilidade n o alienada estranhada SOUSA J NIOR 2010 p 74 Embora n o pretendamos esgotar tal discuss o entendemos a relev ncia da discuss o do termo politecnia categoria central em nosso trabalho Compreendemos os limites impostos pelo sistema capitalista para o pleno desenvolvimento do ser humano e retomamos Marx ao afirmar que a nova educa o deve se iniciar mesmo no capitalism
27. cula nica BRASIL 2004 o que implicar na necessidade da amplia o de sua carga hor ria total de forma a assegurar o cumprimento das finalidades tanto do Ensino M dio quanto da Educa o Profissional A nfase do referido parecer sobre a oferta simult nea e ao longo do curso visa evitar que as institui es ofere am cursos com formatos concomitantes ou subsequentes travestidos de integrados ou seja cursos organizados a partir de distintas partes justapostas Ensino M dio e forma o t cnica ou seguidas uma ap s outra acrescentando um ano ou 56 mais para isto No que tange amplia o da carga hor ria total do curso alerta se para que n o se compreenda o curso integrado como resultante do somat rio das cargas hor rias do Ensino M dio e da Educa o Profissional de n vel m dio pois sendo um nico curso deve ser concebido e desenvolvido como tal Todos seus componentes devem receber um tratamento integrado possibilitando um novo arranjo curricular que resulte em economia de carga hor ria admite se como carga hor ria m nima para os cursos de Educa o Profissional T cnica de n vel m dio realizados na forma integrada com o Ensino M dio um total entre 3 000 a 3 200 horas integralizadas num per odo m nimo entre tr s e quatro anos de dura o nos termos dos projetos pedag gicos do estabelecimento de ensino considerando os respectivos perfis profissionais de conclus o do curso e a
28. discutiremos em que medida esta proposta se constituiu um projeto de travessia para uma educa o polit cnica de emancipa o pol tica social e econ mica preciso considerar inicialmente que n o temos a pretens o de termos conseguido efetivamente apreender a pr tica pedag gica docente desenvolvida no IFPB Campus Jo o Pessoa no mbito de tais cursos Haja vista como nos lembra Lahire 1998 os sujeitos ao serem abordados para relatarem sobre o que fazem e o que pensam sobre o que fazem encontram dificuldade em descrever suas pr ticas quando estas se inserem num conjunto complexo cont nuo e infinito de micropr ticas e saberes dif ceis de designar e discriminar como o caso da atividade de ensino Em geral os entrevistados n o entram em detalhes sobre suas atividades Centram se pois em descri es mais amplas sem contemplar as micropr ticas que se tornam invis veis aos seus olhos ficando fora do script das respostas ao pesquisador LAHIRE 1998 Dessa forma buscamos n o apenas compreender a atividade docente nesses cursos por meio da entrevista ou da sess o de grupo focal mas reunir relat rios planos e produ es disponibilizadas por alguns professores Para empreendermos nossa discuss o entendemos organiza o do trabalho pedag gico como o trabalho desenvolvido na Institui o sob a orienta o dos professores com os estudantes do EMI Consideramos pois as a es e concep es refletidas em sua pr
29. es de desenvolv los Os professores em meio a tantas dificuldades se perceberam assoberbados de demandas e desmotivados em participar das reuni es pedag gicas e de planejamento n o apenas pela falta de tempo para conciliar tantas atividades e atribui es mas tamb m por resistirem em desenvolver processos pedag gicos diferenciados e integradores sem a condi o necess ria de preparar aulas e se articular com seus pares Dessarte tal situa o resultou numa tend ncia uniformiza o de processos pedag gicos pelos professores que diante de tantas demandas n o se sentiram em condi es de desligar um bot o ligar outro e passaram a ministrar as aulas de forma muito semelhante nas turmas em que atuavam Com Ciavatta 2005 compreendemos que a integra o nos moldes do EMI n o se limita preocupa o estritamente pedag gica sem deixar de inclu la Contempla a dimens o pol tico ideol gica traduzida no prop sito de contribuir para a forma o completa do sujeito como cidad o integrado dignamente sua sociedade pol tica aspecto que n o se fez perceber no discurso dos professores nem na organiza o do seu trabalho pedag gico Mesmo a proposta do EMI compreendida em termos do desenvolvimento de diversos mecanismos de integra o n o se efetivou na pr tica A interface e a interdisciplinaridade foram concebidas e vivenciadas de forma limitada sem se verificar qualquer tratamento integrado dos component
30. logo da partilha e das trocas entre os mesmos aspectos que n o se efetivaram na Institui o prejudicando o desenvolvimento da proposta do EMI A aus ncia de mecanismos efetivos de integra o no cotidiano da Institui o foi uma constata o compartilhada por outros professores que chegaram a perceber a participa o de suas disciplinas ou reas nos cursos integrados como uma mera cess o de professores a saber O fato de n s n o estarmos integrados nos cursos o fato da din mica de funcionamento dos cursos por mais que voc chame de curso integrado ela n o funciona de maneira integrada Ent o os cursos de Eletr nica Eletrot cnica Mec nica t m a sua estrutura de funcionamento com a qual n s n o somos chamados a participar As decis es passam revelia n s somos uma rea que no limite cede professores para lecionar aquela mat ria aquele conte do mas que n o somos chamados a compor de fato o cotidiano da constru o daquele curso Ent o o funcionamento n o integrado porque ele responde a um curr culo e a uma din mica que n o integrada Professor de Sociologia n 09 Todos os cursos integrados t m Artes e o nosso N cleo respons vel por fornecer essa disciplina a todos os cursos Funciona de uma maneira assim como que eu diria N s estamos dentro do CEFET dentro da estrutura n s somos um bra o que trabalha com a arte e a cultura Professor de Artes n 12 Para algu
31. ncia de novas propostas de parecer e de resolu o sobre as DCNEPTNM As duas primeiras de dezembro de 2010 e de janeiro de 2011 respectivamente trataram apenas da resolu o A terceira a quarta a quinta a sexta e a s tima respectivamente de abril de 2011 junho de 2011 janeiro de 2012 fevereiro de 2012 e mar o de 2012 incorporaram novas propostas de parecer e de resolu o medida que os documentos vinham a p blico e se constatava que as mudan as eram apenas superficiais se renovavam as an lises cr ticas e o CNE respondia com uma nova vers o sempre com a mesma ess ncia do texto original MOURA 2012 p 12 At o fechamento desse texto identificamos que a vota o das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional T cnica de n vel m dio prevista para 7 de mar o de 2012 n o ocorreu Com a posse do novo Ministro Aloizio Mercadante e do novo Secret rio da SETEC Marco Antonio de Oliveira em meio aos embates em torno da incoer ncia da proposta do CNE com os fundamentos da forma o integral a que nos referimos anteriormente o Conselho Nacional de Educa o retirou da pauta a vota o as Diretrizes e submeteu sua proposta Consulta P blica por meio da p gina do CNE por 30 dias No dia 09 de abril em Bras lia DF ocorreu a Audi ncia P blica no Conselho Nacional de Educa o para discutir a vers o atual das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional T cnica de n
32. o Pessoa aspectos gerais de sua profissionaliza o e inser o na Educa o Profissional e Tecnol gica A expressiva maioria dos professores de cultura geral que atuou no EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa durante o desenvolvimento de nossa pesquisa em observ ncia exig ncia da LDB era licenciada na rea de sua atua o exce o de um que possu a apenas o Ensino M dio como titula o Grande parte desses professores optou pela doc ncia como primeira gradua o e j possu a experi ncia de ensino na Educa o B sica escolas p blicas e privadas inclusive atuando em institui es federais de EPT com contrato tempor rio Alguns poucos tamb m atuaram no Ensino Superior e apenas dois professores n o possu am qualquer experi ncia docente anterior Diferentemente dos demais professores da Forma o Geral um professor de F sica situou que sua inicia o na doc ncia foi antecedida por uma forma o na rea t cnica com a qual se identificou desde o curso de n vel m dio se envolvendo em atividades variadas Vejamos seu coment rio 131 Minha forma o t cnica fui aluno aqui na poca da Escola T cnica no curso de Eletrot cnica e por conta da atividade de monitoria durante minha estada aqui no curso t cnico profissionalizante fui me empolgando com a atividade de mostrar de explicar no curso aquela habilidade que eu j tinha naquela disciplina de pr tica profiss
33. o ministravam porque no pr ximo ano eles podem pegar turmas nesse curso A gente sentiu que foi mais produtivo e o motivo da integra o foi despertado N o atingiu 100 o objetivo mas pelo menos construiu a cultura do planejamento do professor da rea profissional com o professor da rea de Forma o Geral Pedagoga n 02 Entretanto depois desse trabalho de 2008 per odo marcado por reuni es pedag gicas os momentos de planejamento e o apoio pedag gico passaram a ser escassos O que foi amplamente criticado pelos docentes Eis um depoimento que destacamos Faz uns dois anos come ou bem mas depois parou era Eletrot cnica e cita no nome do professor era o coordenador As 188 outras reas n o tiveram essa experi ncia foi sugerido o que deveria ser feito mas n o articularam Ent o o que tem de articula o Por exemplo Mec nica uma vez por m s eles t m uma reuni o apenas com os profissionais da Mec nica Eles n o chamam a rea geral n o chamam o pessoal da rea da pedagogia Ent o s com eles para resolverem os problemas de laborat rio aquelas coisas e pronto muito fechado E outras reas sempre tiveram problemas ser ssimos de mudan a de coordena o era um coordenador que estava atuando outro os professores n o ajudavam e a gente estar l no meio meio complicado Professora de L ngua Inglesa n 15 Como percebemos entre 2008 e 2009 os professores passa
34. o polit cnica FRIGOTTO 17 CIAVATTA RAMOS 2005 Em 2004 o referido Decreto foi revogado pelo Decreto n 5 154 2004 mas refletindo os conflitos e embates da poca seu texto considerado t mido pois embora traga tona a possibilidade de oferta de cursos t cnicos integrados ao Ensino M dio mant m a oferta nas modalidades anteriores concomitante e sequencial ao Ensino M dio Nesse contexto se situa nossa problem tica As institui es da Rede Federal foram chamadas a desenvolver o Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio EMI Segundo o Decreto n 5 154 2004 a articula o entre os cursos pela via da integra o ser destinada a quem j tenha conclu do o ensino fundamental sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno habilita o profissional t cnica de n vel m dio na mesma institui o de ensino contando com a matr cula nica para cada aluno BRASIL 2004 Entretanto v rios estudiosos FRIGOTTO CIAVATTA RAMOS 2005 apontaram os equ vocos do novo Decreto e defendem uma concep o integral efetiva e n o apenas formal uma vez que como citado anteriormente o referido instrumento legal ainda possibilita a perman ncia de cursos apenas articulados Em conson ncia com as discuss es implementadas por pesquisadores do GT Trabalho e Educa o da ANPEd Associa o Nacional de Pesquisa e P s Gradua o em Educa o que ao longo da sua
35. os comuns e conviverem mais proximamente Como o professor n 01 de Eletrot cnica a que nos referimos anteriormente outro docente dessa rea n 04 tamb m desenvolveu um projeto que foi concebido como uma simula o de uma situa o problema voltado para a tem tica automa o predial em grupo Pelos materiais disponibilizados por ele e pelo seu depoimento em entrevista o mesmo procurava trabalhar os conte dos espec ficos a partir de 226 aula expositiva interativa com utiliza o de imagens e exemplos pr ticos atividades em laborat rio e realiza o de um projeto de pequeno porte de sinaliza o supervis o de m quinas e estruturas de aux lio manuten o preventiva Professor n 04 de Eletrot cnica Mediante depoimentos e an lise do material pedag gico que nos foi disponibilizado pelos dois professores de Eletrot cnica percebemos que os mesmos buscaram desenvolver com os estudantes do curso t cnico integrado situa es pedag gicas problematizadoras que avan assem para al m de uma perspectiva instrumental estreita de prepara o para postos de trabalho No material disponibilizado pelos referidos professores da rea de Eletrot cnica percebemos que os mesmos buscaram desenvolver uma pr tica pedag gica alinhada com alguns princ pios destacados no Projeto Pedag gico do curso como a aprendizagem significativa e a contextualiza o Entretanto esses projetos analisados tiveram como foco o cam
36. por exemplo do ensino superior para o aluno com o ensino t cnico na minha opini o Est entendendo Professor de Eletrot cnica n 07 o Mas a voc consegue saber disso Professor de Eletrot cnica n 05 ent o mas tem gente que n o consegue n muito diferente Professor de Eletrot cnica n 07 sil ncio Mais alguma contribui o Pesquisadora mediadora da sess o Grupo focal de Mec nica sil ncio 198 O professor de Eletrot cnica n 07 defendeu ser desnecess ria uma forma o pedag gica por acreditar que o bom senso seria suficiente para o desenvolvimento do seu trabalho Tratava se de um docente rec m ingresso na Rede n o possuindo forma o ou experi ncia pedag gica Assim de supor que em seu trabalho considerasse como refer ncia a pr tica de antigos professores ou mesmo das experi ncias acad micas vivenciadas ao longo do curso como monitoria ou est gio Tal situa o retratada em estudos com professores no in cio da carreira que est o impregnados de vis es sobre o que ser professor advindas do per odo em que eram estudantes Destarte a refer ncia dos ex professores pode servir de par metro para a constru o do seu modelo profissional perdurando para al m dos primeiros anos de doc ncia TARDIF 2002 Entretanto n o se trata de uma simples reprodu o de um modelo de doc ncia Quando o professor mencionou se utilizar do b
37. que diz que existe no papel muitas vezes at na execu o existe muita dificuldade Eu digo isso por experi ncia pr pria porque busquei com dois professores da Forma o Geral tentar orient los dentro de Matem tica e F sica para que aquilo ali pudesse de alguma forma auxiliar as espec ficas e eles n o aceitaram Eles relutaram porque eles seguiam aquele modelo de Ensino M dio l fora que eles n o aceitam muitas vezes mudar Eu vou dar um exemplo um curso de Eletrot cnica a gente come a com a disciplina de Circuitos no 2 ano ent o no Ensino M dio l fora a disciplina F sica de Eletricidade seria no 3 ano e muitos professores relutam em colocar no l ano de trocar Eles aceitam isso s vezes por imposi o mas para eles muito dif cil aceitar isso Professor de Eletrot cnica n 04 Observemos nesse depoimento que a preocupa o com a integra o recaiu essencialmente sobre o ajuste de sequ ncia de conte dos de forma a atender s demandas da rea t cnica segundo uma organiza o curricular pautada em pr requisitos e co requisitos de disciplinas A perspectiva integradora se reduziu reprodu o de uma disposi o linear de disciplinas conhecimentos segundo um fluxograma definido para cada curso Tal compreens o resultou no entendimento por parte dos professores de que tal disposi o de disciplinas nos curr culos dos cursos por si s garantiriam a integra o pretendida leva
38. rio que corrobore uma inclus o social emancipat ria IFPB 2010 p 7 No referido documento explicita se a ideia de que a expans o est pautada no comprometimento do governo federal com a oferta p blica e a melhoria do padr o de qualidade da educa o brasileira Educa o Profissional e Tecnol gica visando forma o integral dos estudantes A express o cidad os trabalhadores emancipados utilizada no documento para refor ar tal intento demonstra pelo menos no texto a nfase que se pretende dar a uma perspectiva de forma o alinhada com os ideais de emancipa o humana t o caros proposta de forma o polit cnica Como Instituto a finalidade do IFPB revista sendo definida nos seguintes termos formar e qualificar profissionais no mbito da Educa o Tecnol gica nos diferentes n veis e modalidades de ensino para os diversos setores da economia al m de realizar pesquisa aplicada e promover o desenvolvimento tecnol gico de novos processos produtos e servi os em estreita articula o com os setores produtivos e a sociedade BRASIL 2008 Fotografia 2 Fachada do IFPB Campus Jo o Pessoa em 2010 Dispon vel em www ifpb edu br Como miss o o IFPB se prop e a preparar profissionais cidad os com s lida forma o human stica e tecnol gica para atuarem no mundo do trabalho e na constru o de uma sociedade sustent vel justa e solid ria integrando o ensino a pesquisa e a
39. urgente Todos esses projetos dos novos campi voc s v o ter que fazer uma an lise e dar um parecer A a gente para tudo que est fazendo e vai fazer isso aqui Essa dificuldade pouca gente e essa quest o da sistematiza o e da continuidade Pedagoga e Chefe do DAE n 01 70 A aprova o da proposta de ifetiza o ocorreu em dezembro de 2008 mas os processos de organiza o da nova institucionalidade e sua expans o se deram a partir de 2009 189 A dificuldade de a COPED desenvolver seu trabalho de apoio t cnico pedag gico aos professores foi agravada com o processo de ifetiza o e expans o do IFPB que passou a demandar da equipe o envolvimento em in meros trabalhos voltados para os novos campi an lise de curr culos projetos e documentos legais e elabora o de pareceres sobre cursos diversos bem como pelo pr prio desfalque da equipe haja vista tr s de seus membros terem passado a assumir cargos comissionados n o s em Jo o Pessoa mas em outros campi A dificuldade que s o s quatrol pedagogas e sempre mudando de Coordena o vai chegando mais coisas novas A a expans o a vai levando mais a vem Guarabira a daqui a pouco algu m convidado para alguma coisa f cil expandir bom mas por outro lado Pedagoga e chefe da COPED n 03 Pessoal reduzido do Setor compromete a qualidade do trabalho pois n s n o conseguimos atender demanda educacional do Campus P
40. vel de complexidade e de 160 aspectos n o foram tratados nas discuss es encampadas na Institui o As rela es de poder se evidenciam em diversos momentos da elabora o da proposta dos cursos integrados bem como no seu desenvolvimento no cotidiano da Institui o Identificamos que a preval ncia da rea t cnica tamb m se fez presente na escolha do nome dos cursos para se enfatizar que estaria se referindo a um Curso T cnico e n o apenas a um Ensino M dio proped utico Vejamos depoimentos que trazem tal explica o Ent o o que a gente quis colocar com essa terminologia para chamar a aten o que o curso integrado n o Ensino M dio um curso t cnico um curso t cnico de n vel m dio ent o por isso que tem logo de cara Ensino T cnico Integrado ao M dio Alguns defenderam que era Ensino M dio Integrado ao T cnico a isso daria a entender que o curso t cnico seria algo maior e que o Ensino M dio foi integrado a ele Mas a argumenta o foi de colocar o contr rio para destacar que era o Ensino T cnico Tamb m pela nossa voca o de escola profissionalizante porque a gente vinha de v rios anos tendo o Ensino M dio puro e o t cnico subsequente separado Ent o a gente queria dar esse destaque mesmo que esse curso Ensino M dio t cnico mesmo profissionalizante Professor de Eletrot cnica n 01 aqui a gente inverte Ensino M dio Integrado Educa o Profissional que
41. visando flexibiliza o da produ o e a integra o de setores e de m quinas FRIGOTTO 2000 N o obstante a compreens o de que a reestrutura o produtiva n o se deu de forma homog nea em todos os pa ses ramos e setores a necessidade de adequa o da escola nova realidade anunciada ganhou destaque no discurso oficial Os documentos oficiais anunciaram a emerg ncia de mudan as no mundo do trabalho e com elas as novas demandas postas para a educa o escolar Nesse sentido a partir do final da d cada de 1990 com a edi o da Lei Federal n 9 394 1996 a Educa o Profissional e o Ensino M dio foram alvos de importantes mudan as Nesse contexto a nfase da reforma do Ensino M dio e da Educa o Profissional foi investir na melhoria da oferta educacional a partir do atendimento s novas demandas econ micas e sociais apontadas pela globaliza o e pelo avan o tecnol gico de forma a As transforma es no mundo do trabalho surgidas a partir da d cada de 1980 foram impulsionadas num cen rio marcado pelo acirramento da competitividade internacional e pela mundializa o dos capitais Segundo Frigotto 1998 v rios estudos apontam que a ruptura das fronteiras dos mercados nacionais pela ferrenha competi o na realiza o das mercadorias foi facilitada pelas redes de informa o e a tecnologia microeletr nica 12 favorecer condi es ao pa s de fazer frente ao cen rio de competitividade internacion
42. voltada para o desenvolvimento de projetos pedag gicos de cursos integrados E como destacamos anteriormente os professores n o assumiam turmas apenas de um curso ou modalidade Nesse contexto atribulado de mudan as impostas pela nova institucionalidade alguns professores apontaram que ainda n o haviam nem sedimentado as mudan as como CEFET e j foram envolvidos na ifetiza o Para eles esse processo resultou na descaracteriza o do IFPB e a Institui o n o tinha condi es de atender variedade de demandas que estava sendo chamada a assumir Vejamos trechos em que alguns docentes se posicionaram em rela o aos efeitos da expans o A estrutura cresceu N s somos v timas das pol ticas educacionais dos v rios modelos N s n o somos culpados agora que est perdendo a personalidade da escola assim como Escola T cnica de forma o t cnica mesmo lentamente est perdendo dif cil administrar todo esse universo quanto maior for mais dif cil de administrar E daqui a pouco ningu m sabe mais o que IFET CEFET Professor de Eletrot cnica n 09 A quantidade de curso cresceu surgiram os grupos de pesquisa surgem novas demandas por exemplo o ensino dist ncia J um leque j cobrado mais para participar desses cursos desses n cleos de produ o de material ministrar aulas a tecnologias de informa o e de comunica o Ent o interferiu no trabalho da gente Eu posso trabalh
43. 1978 Segundo Cunha 1977 p 65 as escolas federais de aprendizes e art fices que tinham sido criadas em 1909 foram transformadas em escolas industriais nos moldes previstos pela legisla o e quase todas passaram a dar cursos t cnicos todas tinham cursos industriais b sicos e algumas cursos de aprendizagem Do mesmo modo v rias escolas estaduais de forma o de oper rios passaram a fornecer cursos t cnicos bem como escolas particulares ligadas ou n o a empresas industriais O SENAI que tinha sido criado com o objetivo de desenvolver cursos de aprendizagem e de aperfei oamento de oper rios instalou tamb m escolas t cnicas Ocorreu entretanto uma equival ncia apenas parcial do Ensino Profissionalizante com o sistema regular de ensino permitindo aos concluintes dos cursos t cnicos o ingresso em cursos superiores relacionados com sua rea profissional magist rio ind stria com rcio ou agr cola Segundo Romanelli 1978 a despeito da import ncia da organiza o do Ensino T cnico pelos referidos Decretos Lei seu principal problema foi a falta de flexibilidade entre os ramos de ensino profissional e desses com o ensino secund rio Essa falta de flexibilidade tra ava o destino do aluno no ato mesmo do seu ingresso na 1 s rie do ciclo b sico A menos que ele abandonasse completamente os estudos a meio caminho se quisesse reorientar sua escolha deveria interromper o curso que estivesse fazendo
44. Cortez 2005 p 57 82 Sujeitos e conhecimento os sentidos do ensino m dio In FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria Orgs Ensino M dio ci ncia trabalho e cultura Bras lia MEC SEMTEC 2004 p 53 70 Trabalho conhecimento consci ncia e a educa o do trabalhador impasses te ricos e pr ticos In GOMES Carlos Minayo et al Orgs Trabalho e conhecimento dilemas na educa o do trabalhador S o Paulo Cortez 2002 Educa o e a crise do capitalismo real S o Paulo Cortez 2000 Educa o crise do trabalho assalariado e do desenvolvimento teorias em conflito In Org Educa o e Crise do Trabalho perspectivas de final de s culo Cole o estudos culturais em educa o V rios autores Petr polis RJ Vozes 1998 p 25 54 FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria Educar o trabalhador cidad o produtivo ou o ser humano emancipado In Orgs A forma o do cidad o produtivo a cultura de mercado no ensino m dio t cnico Bras lia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira 2006 p 55 70 busca de articula o entre trabalho ci ncia e cultura no ensino m dio In E Orgs Ensino M dio ci ncia trabalho e cultura Bras lia MEC SEMTEC 2004 p 11 34 FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria e RAMOS Marise A g nese do Decreto n 5 154 2004 um debate no contexto controverso de democracia restrita In _ Orgs Ensino M dio integrado
45. Geral comprometeria a forma o b sica do estudante Com isso alertou para os riscos do aligeiramento da Forma o Geral no mbito do EMI Um pressuposto da integra o ressaltada na viv ncia do EMI foi a interdisciplinaridade defendida por meio de projetos integradores Para alguns professores os projetos integradores foram bastante discutidos em reuni es iniciais de planejamento mas n o tiveram desdobramentos em planejamentos mais cotidianos Nesses termos n o lograram xito conforme assinalado a seguir o grande n dessa Escola a quest o da interdisciplinaridade interdisciplinarizar esses conte dos Esse o maior desafio Eu acho que tudo come a com um grande planejamento Eu acho que deveria ser um planejamento mais continuado e n o s no in cio do ano quando a gente se encontra discute algumas coisas ali e depois cada pessoa toma seu rumo cada um vai para um canto A Escola tem tentado fazer isso atrav s de projeto trabalhando com projetos Projetos que juntem professores de diversas reas de conhecimento para que cada um d a sua contribui o mas isso est meio que s no papel Professora de L ngua Portuguesa n 03 Percebemos no depoimento que a ideia de projeto integrador n o resultou em a es cotidianas A tend ncia foi de o professor se isolar no seu canto e tomar seu rumo em detrimento de envolvimento em a es e decis es coletivas sobre o processo educativo Tal
46. IFPB que n o abriu um bom debate sua tradi o t cnica tende a persistir e h o risco dela se tornar l cus prop cio manuten o de uma perspectiva de ensino tecnicista Seria uma Institui o nova de alma velha com dificuldade de avan ar no sentido de pensar o sujeito na sua totalidade como preceitua o EMI Assim aliado ao entendimento de que a aus ncia de mecanismos democr ticos de participa o da comunidade acad mica no processo decis rio pela oferta dos cursos integrados na Institui o agravada em meio a sua ifetiza o e expans o dificultaram o desenvolvimento da proposta do EMI no IFPB compreendemos que a problem tica concreta das condi es de trabalho docente e as demandas postas no contexto da nova institucionalidade tamb m foram fatores cr ticos aspectos que nos deteremos a seguir 7 1 2 As condi es de trabalho docente no IFPB Campus Jo o Pessoa Como afirmamos em outro lugar o esfor o acad mico docente no IFPB Campus Jo o Pessoa no per odo de desenvolvimento de nossa pesquisa era elevado considerando a quantidade de turmas e os diversos cursos e modalidades que os professores assumiam sem contar outras atribui es pr prias da doc ncia Essa situa o foi vista pelos professores como um fator que dificultou o bom andamento da proposta do EMI Como se v possivelmente desastroso porque voc recebe um monte de incumb ncias Num dia s eu dou uma aula para o superior para o t
47. Mec nica n 03 Para o professor no cen rio contempor neo as institui es deveriam formar t cnicos abertos a novas aprendizagens que investissem continuamente em sua pr pria forma o Assim o ensino n o poderia se limitar a aspectos t cnicos instrumentais defendendo uma forma o ampla conforme exemplifica o a seguir Eu costumo dizer a eles O que que a camada pr sal tem a ver com eles Tem tudo a ver N s temos uma perspectiva a de vinte ou trinta anos de nos tornarmos um dos maiores produtores de petr leo do mundo mas para isso eles t m que conhecer n o s de Mec nica Eles v o atuar numa plataforma em alguma coisa desse tipo Devem conhecer da realidade como um todo geograficamente onde que est o localizados saber como aquela regi o se situa como que ela est inclu da dentro do Brasil quais s o as perspectivas deles ali fisicamente como que aquilo ali vai interferir na vida dele Professor de Mec nica n 03 Em seu depoimento identificamos a defesa de uma perspectiva interdisciplinar que foi limitada em seu alcance pela aus ncia de mecanismos e condi es institucionais de articula o entre os professores de diferentes reas e disciplinas N o obstante se empenhasse em trazer diferentes enfoques sobre a problem tica discutida com seus alunos preciso considerar que se houvesse uma articula o mais efetiva com docentes de outras reas tal perspectiva seria ampliada
48. Nacional sobre Atendimento Escolar Hospitalar 2007 Curitiba Anais do VII Congresso Nacional de Educa o Curitiba EDUCERE 2007 p 1 14 246 MARX Karl Educa o forma o e trabalho In MARX Karl ENGELS Friedrich Marx e Engels textos sobre educa o S o Paulo Editora Moraes Ltda 1992 p 27 43 O capital cr tica da economia pol tica Livro primeiro v 1 Rio de Janeiro Editora Bertrand Brasil S A 1989 Manuscritos Econ micos y Filos ficos de 1844 p 1 9 Dispon vel em lt http www marxists org espanol m e 1840s manuscritos index htm gt Acesso em 2 abr 2011 MARX Karl ENGELS Friedrich Introdu o A Ideologia Alem S o Paulo Editora Express o Popular 2009 p 19 33 Sistema de ensino e divis o do trabalho In Marx e Engels textos sobre educa o S o Paulo Editora Moraes Ltda 1992 p 15 26 MELO Inayara Elida Aquino de e KULESZA Wojciech A Os aprendizes e os of cios reflexos do mundo do trabalho na educa o profissional IV CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O a educa o e seus sujeitos na hist ria 2006 Goi nia Anais do IV CONGRESSO BRASILEIRO DE HIST RIA DA EDUCA O Goi nia SBHE 2006 p 1 10 Dispon vel em lt http www sbhe org br novo congressos cbhe4 individuais e co autorais eixo02 htm gt Acesso em 12 ago 2010 MOLL Jaqueline Apresenta o In MOLL Jaqueline et al Educa o profissional e tecnol gica no Brasil contempor
49. O 2005 Caxambu Anais da 28 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG ANPEd 2005 p 1 15 CANDAU Vera Maria Org Rumo a uma nova did tica Petr polis 1990 CARNIELLI Beatrice Laura GOMES Candido Alberto CAPANEMA Cl lia O magist rio da educa o profissional vencendo o dualismo hist rico Educa o Profissional Ci ncia e Tecnologia Bras lia SENAC DF v 2 n 2 p 221 229 jan jun 2008 CARVALHO Olgamir Francisco Educa o e Forma o Profissional trabalho e tempo livre Bras lia Plano Editora 2003 CASTRO Alda Maria D A qualidade da educa o b sica e a gest o da escola In FRAN A Magna e BEZERRA Maura C Orgs Pol tica educacional gest o e qualidade do ensino Bras lia Liber Livro 2009 p 21 44 CASTRO Cl udio M O secund rio esquecido em um desv o do ensino Textos para discuss o N 2 Bras lia MEC INEP 1997 CATTANI Antonio David Forma o profissional Trabalho e tecnologia dicion rio cr tico Petr polis RJ Vozes 1997 p 94 99 CEFET PB COELT Coordena o de Eletrot cnica Curso T cnico em Eletrot cnica 2002 CEFET PB COMEC Coordena o de Mec nica Curso T cnico de Mec nica 2002 CEFET PB COELT Coordena o de Eletrot cnica Proposta do curso t cnico integrado de Eletrot cnica mar o 2006 COMEC Coordena o de Mec nica Proposta do curso t cnico integrado de 241 Mec
50. Os pesquisadores entendem que a problem tica do EMI tem que ser tratada em sua dimens o pol tica e filos fica n o curricular reestrutura o de programas e projetos de curso Defendemos aqui que este conjunto de pressupostos deve implicar a constru o de um novo projeto cultural que se revele na atitude docente integradora frente aos processos de constru o e de difus o ensino dos conhecimentos independente da forma de curso no qual se est trabalhando ARA JO e RODRIGUES 2011 A discuss o trazida pelos pesquisadores nos remete ao risco da pedagogiza o da proposta do EMI reduzindo a educa o polit cnica a uma quest o de integra o curricular em que a forma o integral buscada por meio de situa es pedag gicas problematizadoras dial gicas e interdisciplinares Assim concebida a proposta pode privilegiar a dimens o t cnica em detrimento da perspectiva pol tica de forma o para emancipa o humana e a transforma o social Nesses termos h o risco de transformar o EMI em um projeto pedag gico esvaziado de seu conte do pol tico transformador assimilando um modus operandi que apenas anuncia uma pretensa forma o integral do estudante No mbito das institui es as propostas de EMI devem ser questionadas em sua materialidade Qual a perspectiva de forma o defendida na proposta Quais os fundamentos dessa proposta Como ela foi constru da e como vivenciada pelos docentes Como os profess
51. Privado Entretanto ao longo da discuss o hist rica acerca da origem desse profissional faremos uso de diferentes express es para nos referirmos a aqueles profissionais que inicialmente lecionavam apenas as disciplinas ditas profissionalizantes o que modificou com a evolu o da EPT quando a profissionaliza o se voltou para o n vel m dio de ensino 116 mestres e oper rios mediante um ensino eminentemente pr tico em meio a algum conhecimento t cnico pertinente contavam com professores que eram normalistas ou em sua maioria oper rios competentes recrutados diretamente das f bricas e oficinas Faltavam lhes pois uma base te rica conhecimentos t cnicos e forma o pedag gica e devido aus ncia de regulamenta o do trabalho pedag gico que desenvolviam predominava nesses estabelecimentos o m todo imitativo de ensino PETEROSSL 1994 Em sua origem as institui es voltadas para a Educa o Profissional n o contavam com professores habilitados e sim mestres professores que eram recrutados diretamente das f bricas e oficinas Para Cunha 2000 apoiando se em refer ncias postas por Celso Suckow da Fonseca os professores vindos dos quadros do ensino prim rio n o traziam a m nima id ia do que necessitariam lecionar no ensino profissional Os mestres de of cio por sua vez vinham diretamente das f bricas e seriam homens sem a necess ria base te rica a seu favor apenas a capacidade presumida de
52. Refletindo o conflituoso contexto da poca e a multiplicidade de campos atuantes no processo LOPES 2008 o Decreto n 5 154 2004 revogou o Decreto anterior possibilitando a oferta de cursos t cnicos integrados ao Ensino M dio sem por m descartar as modalidades previstas anteriormente V rios estudiosos do campo da rela o trabalho e educa o FRIGOTTO CIAVATTA RAMOS 2005 chamam aten o para os equ vocos do novo Decreto saindo em defesa de uma concep o integral e n o apenas formal uma vez que o referido 54 instrumento legal ainda possibilita a exist ncia de cursos apenas articulados Entretanto mesmo diante das cr ticas aos limites do novo Decreto segundo Zibas 2005 tem se apostado na aproxima o de um projeto de escola unit ria De todo modo os hist ricos defensores de uma escola m dia unit ria inspirada em Gramsci tendo o trabalho como princ pio educativo embora continuem cr ticos quanto timidez e s contradi es das pol ticas parecem agora apostar na possibilidade de uma aproxima o a esse projeto ZIBAS 2005 p 1083 Tal defesa n o perde de vista os limites de uma proposta que se pretenda alinhada aos ideais da escola unit ria e portanto da forma o integral do sujeito no seio de uma sociedade capitalista mas se compreende que no seio das contradi es do pr prio sistema que poder ser gerada uma proposta de escola p blica unit ria A constru o de uma s
53. a defini o da organiza o do curr culo do Ensino M dio Integrado ocorra a partir dos quatro n cleos que interajam permanentemente em todas as quatro s ries anuais desde o in cio do curso a saber n cleo comum relativo s tr s reas do conhecimento definidas para o Ensino M dio parte diversificada que contempla conhecimentos que permitam uma maior compreens o das rela es do mundo do trabalho em articula o com demais conhecimentos acad micos forma o profissional relativa aos conhecimentos espec ficos das reas de cada curso pr tica profissional BARACHO et al 2006 Segundo Valentim 2006 ao se assumir tal perspectiva de forma o toma se por princ pio a integralidade o que imp e distanciamentos de abordagens padronizadas seriadas e fragmentadas do conhecimento O trabalho pedag gico deve se pautar em processos de 80 constru o dial tica do saber fazer como uma experi ncia s cio cultural em que s o valorizados os saberes dos estudantes com aten o ao seu contexto social e ao desenvolvimento local e assim comprometida com a indu o de novas demandas orientadas melhoria da qualidade de vida das popula es locais e regionais sem perder de vista o contexto global BARACHO et al 2006 p 19 Considerar o desenvolvimento local significa ampliar as fronteiras da escola tornando o curr culo significativo pois as tem ticas da realidade dos educandos passam a ser problematiza
54. a oferecer cursos variados inclusive licenciatura e bacharelado Entretanto foi percebido um resqu cio de discrimina o na fala que se segue A gente tem v rias coisas primeiro uma quest o cultural mesmo Ent o eu como professora da Forma o Geral desde quando eu cheguei quando era Escola T cnica eu sempre me senti At teve uma poca que me senti at discriminada por n o ser uma engenheira n o ser uma professora l da forma o t cnica Professora de Biologia n 18 134 Esse sentimento da entrevistada nos remete ao entendimento de que a Institui o historicamente voltada para a Educa o Profissional e Tecnol gica refor ou sua nfase em cursos dessa natureza e com isso os professores das reas profissionais foram tendo acesso a oportunidades e incentivos por estarem vinculados a setores que responderiam mais diretamente fun o prec pua dessas institui es ignorando se a contribui o de uma s lida Forma o Geral para a forma o do profissional A quest o cultural interferiu na din mica de trabalho e nas condi es que se oportunizam para os diferentes grupos de docentes tanto em termos de investimento em infraestrutura das coordena es quanto em termos de apoio para a realiza o de cursos de p s gradua o Minter e Dinter e a libera o de docentes para participa o em eventos acad micos Entretanto com a amplia o e a diversifica o da oferta de cursos no mbito
55. a principal a Educa o B sica mas aqui pela for a da voca o institucional a gente faz primeiro o T cnico Ensino T cnico Integrado ao M dio que a gente chama ETIM J se tornou comum Nos documentos do MEC a gente tem que inverter Ensino M dio Integrado Educa o Profissional mas aqui j entre os professores Voc est dando aula onde No ETIM no subsequente e no Superior As vezes a gente usa nas normatiza es internas por descuido mas n o para adotar mas em memos at em circulares convoca o para reuni o se usa muito Pedagoga n 02 Os depoimentos que trazemos nos permitem inferir que a preocupa o com a profissionaliza o inerente a uma Institui o de EPT ganhou destaque desde o processo de escolha do nome do curso Na vis o do professor ex coordenador da rea de Eletrot cnica o objetivo era de superar a ideia de um Ensino M dio apenas proped utico ofertado na Institui o a partir da edi o do Decreto n 2 208 1997 e dar destaque perspectiva profissionalizante assumida Entretanto a pedagoga que coordenou mais diretamente as discuss es poca destacou que o processo foi marcado pela for a da voca o institucional e o curso refletindo um vi s profissionalizante ao contr rio da denomina o original de Ensino M dio Integrado passou a ser conhecido internamente como Ensino T cnico Integrado ao M dio 161 indo de encontro aos princ p
56. a profissionalizante CURY 2002 com o risco de comprometer a integralidade da forma o humana Dito de outra forma ao se referir aos prop sitos do Ensino M dio em institui es de EPT como instrumentaliz los com rela o ao contexto das reas t cnicas a professora de L ngua Portuguesa n 03 demonstrou uma compreens o que compromete em alguma medida a identidade desse n vel de ensino pois a perspectiva instrumental passaria a ser a raz o de ser da cultura geral sinalizando no sentido da submiss o do Ensino M dio fun o profissionalizante sem resgatar sua identidade pr pria Destacamos que os docentes que participaram do grupo focal da rea de Forma o Geral expressaram as dificuldades que sentiram em desenvolver seu trabalho em uma Institui o que prioriza a profissionaliza o Para a maioria dos professores haveria uma press o exercida sobre eles no sentido de trabalhar seus componentes curriculares com foco na forma o profissional assumindo uma abordagem instrumental destacada como de dif cil operacionaliza o em meio a tantas demandas de cursos com modalidades e n veis diversos Outro aspecto destacado por dois professores foi o fato de sentirem o desprest gio da rea de Forma o Geral tendo as disciplinas profissionais galgado historicamente maiores prest gio e status em institui es de EPT aspecto que tende a ser alterado com sua transforma o em Institutos Federais uma vez que passaram
57. a realidade local dos alunos sendo uma simula o guardadas as devidas propor es de uma situa o real que o estudante iria se deparar no exerc cio futuro da profiss o S o situa es problematizadoras como essas que contribuem para o estudante analisar e buscar solu es luz dos conhecimentos trabalhados na rea A afirma o anterior do professor de Eletrot cnica n 01 que o estudante deveria aprender como ele vai exercer a sua atividade ao ser confrontada com a an lise dos materiais por ele disponibilizado nos permite relativizar a compreens o de que seu trabalho assumiria uma perspectiva dicot mica de mera aplica o da teoria no exerc cio do seu trabalho pedag gico Seria mais do que isto uma vez que o mesmo propunha situa es problemas desafiadoras baseadas na contextualiza o A partir de tais refer ncias aliadas a outras citadas por outros professores compreendemos que no Instituto havia alguns docentes que se emprenhavam em trabalhar suas disciplinas de forma a articular teoria pr tica numa perspectiva problematizadora e n o prescritiva favorecendo uma forma o t cnica mais s lida Embora o trabalho prevalecesse na pr tica desse docente e de outros colegas da rea tratado como contexto situamos que em Mec nica encontramos ind cios de pr ticas 223 pedag gicas que valorizaram o estudante como sujeito ativo da rela o RAYS 1996 Segundo um professor dessa rea em sua pr tica cot
58. alunos visando atender melhor o mercado de trabalho Professor de Eletrot cnica n 05 221 Em que pesem alguns professores da rea t cnica tamb m tenham desenvolvido projetos com seus estudantes entretanto restritos a objetivos de natureza t cnica prevaleceu o desenvolvimento de atividades te rico pr ticas em seus respectivos ambientes oficinas e laborat rios em termos de experimentos e simula es pertinentes ao objeto de estudo de cada disciplina profissionalizante Em laborat rios e oficinas os estudantes sob a orienta o de seus professores vivenciavam pr ticas laborais pr ximas a situa es reais de trabalho por meio de simula es dos processos produtivos de bens e servi os Tais atividades nos remetem Veiga 2003 que analisou a pr tica pedag gica dos professores da rea profissional em laborat rios e oficinas escolares de institui es de EPT A pesquisadora evidenciou que a demonstra o did tica do tipo operacional foi identificada como a estrat gia preferida pelos professores de disciplinas t cnicas envolvidos na pesquisa Trata se de uma t cnica que basicamente visa a mostrar como se faz uma tarefa uma opera o envolvendo a o com materiais diversos ferramentas equipamentos e m quinas demonstrar conceitos teoremas comprovar afirma es VEIGA 2003 p 137 Considerando a rela o teoria pr tica compreendemos que em sua maioria os professo
59. aos professores no mbito de sua compet ncia Coube s pedagogas exercer importante papel de lideran a no processo de mudan a institucional visando resgatar a participa o dos docentes e de demais servidores em discuss es estudos bem como nos processos de revis o da fun o social da Institui o e de avalia o da oferta redimensionamento ou extin o de cursos e ou a cria o de novos Para Queiroga 2011 p 69 com a transforma o da Escola T cnica Federal da Para ba em Centro Federal de Educa o Tecnol gica e o desejo de transformar se em Universidade Tecnol gica o CEFET PB precisou rever a sua miss o de ETF Nesse sentido foi necess rio definir qual era a sua identidade Qual era a sua capacidade instalada isto possibilidades e limites o que passou necessariamente por um planejamento geral da Institui o Tal movimento n o ocorreu sem dificuldades para o Setor Pedag gico Merecem destaque as informa es de algumas pedagogas sobre o fato de que a forma o obtida no 100 curso de Pedagogia contribuiu em certa medida para o trabalho que passaram a desenvolver uma vez que em seu curr culo vivenciaram disciplinas que tratavam de aspectos relativos a projetos curr culo teorias de aprendizagem avalia o e metodologia que foram teis ao trabalho na Institui o mediante as devidas adapta es ao contexto da EPT Entretanto de certa forma as mesmas se ressentiram do cunho g
60. ap s conflituoso processo que refletiu os interesses em disputa GRUPO DE TRABALHO 201 1a No que se refere s DCNEPTNM identificamos que ap s reuni o ocorrida em 23 de maio de 2011 alguns representantes do GT apresentaram ao Secret rio da SETEC Eliezer Pacheco um documento formalizando sua discord ncia s propostas de Resolu o e Diretrizes da EPT em tramita o no CNE saindo em defesa de um parecer substitutivo Mesmo entendendo o esfor o realizado e o pequeno avan o as altera es que o Prof Cord o est aceitando n o alteram os fundamentos do seu parecer e ainda ele se valer destas pequenas incorpora es para legitimar sua concep o e seu parecer GRABOWSKI et al 2011 p 1 Foram muitas as cr ticas ao documento apresentado pelo CNE CEB e sucessivas propostas de Parecer e Resolu o das DCNs da EPT foram sendo apresentadas mantendo 2 A t tulo de curiosidade mas que tamb m pode servir de elemento de an lise salienta se que a maioria dessas vers es foram batizadas com denomina es que fazem alus o a eventos religiosos ou festivos de mbito nacional Assim a terceira foi intitulada de Vers o Semana Santa a quarta de Vers o Corpus Christi a quinta de 61 se inalterados seus fundamentos conforme destaca Moura 2012 p 12 Ap s receber o documento alternativo no segundo semestre de 2010 o relator ora individualmente ora juntamente com outros conselheiros emitiu uma sequ
61. aprendizagem Eram ministrados os conhecimentos de car ter geral cient ficos e tecnol gicos considerados necess rios para a realiza o das tarefas e o aprendiz recebia material did tico espec fico folhas de tarefa o que fazer folhas de opera o como fazer e folha de informa o tecnol gica conhecimentos da matem tica f sica qu mica e outros pertinentes Metodologia Trainning Within Industry TWI centrava se exclusivamente no aprendizado pr tico nas oficinas diferentemente das SMO que contemplava o ensino da parte te rica e pr tica de disciplinas t cnicas e tamb m de forma o geral Entretanto para M ller 2009 ambos os m todos refletiam a intensa divis o de trabalho caracter stica do sistema produtivo capitalista 118 da Diretoria de Ensino Industrial DEI Para a concess o do registro em disciplinas t cnicas dos cursos industriais t cnicos era exigido que o candidato fosse portador de diploma de curso superior cujo curr culo inclu sse a disciplina t cnica pretendida para habilita o Para Magela Neto 2002 o principal m rito dessa Portaria foi antecipando se ao que viria definido pela Lei n 4 024 1961 prever um processo cont nuo de forma o de professores de disciplinas profissionalizantes do Ensino T cnico de 2 grau em substitui o aos exames de sufici ncia ou exames de habilita o existentes na poca O olhar sobre a trajet ria da Educa o Profissional brasileira nos p
62. buscar a compreens o do entorno de cada escola tamb m fornecer elementos que permitam detectar aspectos nessa mesma sociedade que precisam ser alterados A reside o maior desafio contribuir por meio da forma o humana para mudan as nos rumos da sociedade na perspectiva de torn la socialmente mais justa BARACHO et al 2006 p 22 De forma similar Machado 2006 compreende que a inova o educacional representada pela integra o curricular segundo a perspectiva da forma o polit cnica n o ocorre sem resist ncia e nos alerta que esta pode ser alvo de conflitos e de compromissos em dire o a negocia es entre os envolvidos n o devendo ser pois resultado de imposi es ou de implementa o autom tica Para a pesquisadora a decis o pela proposta depende de como os envolvidos compreendem e implementam o processo de como participam do mesmo trazendo a tona sua experi ncia escolar e extra escolar e de sua implica o subjetiva com seus prop sitos Sua sugest o de que as inova es no mbito do EMI sejam implementadas por meio de projetos em pequena escala de modo a servir de experi ncia para fins de avalia o continuada de sua complexidade condi es e capacidade de redimensionamento em dire o aos objetivos pretendidos pela institui o Para Sotero 2006 a necess ria ruptura epistemol gica condi o fundamental para que os docentes desenvolvam uma pr tica efetivamente inovadora e
63. cada Diretoria do Ensino T cnico organizava a prepara o de seus professores A dualidade presente no sistema educacional Forma o Geral e Forma o Profissional se refletiu tamb m na diferenciada prepara o de seus professores em termos da natureza dos cursos institui es em que eram ministrados com n veis e formatos pr prios contribuindo para que tais cursos fossem discriminados contrariando a l gica de equival ncia preceituada em lei Os cursos especiais s foram regulamentados pela Portaria Ministerial n 111 em 1968 sendo organizados em diferentes ramos industrial comercial e agr cola prevendo se o 119 curr culo com a respectiva carga hor ria em geral de 600 a 800 horas contemplando disciplinas pedag gicas e est gio obrigat rio Esses cursos receberam v rias cr ticas por seu car ter enciclop dico bem como pelo excessivo e diversificado n mero de disciplinas pedag gicas de seu curr culo mesmo se comparado com as licenciaturas PETEROSSI 1994 Sobre os professores da rea profissionalizante Vianna 1970 poca refor ou a import ncia de garantir uma forma o de n vel superior considerando seus poss veis efeitos na qualidade do ensino ministrado Um caminho que tamb m deve ser seguido com o desenvolvimento da Educa o T cnica o de promover a forma o do professor de disciplinas espec ficas partindo se do T cnico O m o que tenha esta forma o e que P4 aprese
64. chamados a atuar contribuiu para que os mesmos passassem a trabalhar determinada disciplina da mesma forma em quaisquer turmas em que fossem ministr la Os professores lan aram m o da padroniza o do ensino 209 ministrando aulas as mais similares poss veis para estudantes de cursos variados Como na rea de Mec nica em Eletrot cnica tamb m os docentes passaram a seguir com seu trabalho conhecido e validado pela experi ncia pr tica atuando de forma similar tanto no curso integrado quanto no subsequente sem se atentar aos objetivos e perfis diversificados pretendidos Segundo depoimentos de professores da rea t cnica de Mec nica e de Eletrot cnica a viv ncia de suas disciplinas quando oferecidas nos cursos t cnicos integrados e subsegiientes em pouco ou nada variavam Em geral as diferen as verificadas eram especialmente na forma de distribui o dos conte dos ao longo do per odo letivo uma vez que o curso integrado era oferecido em regime anual e o subsequente semestral havendo pequenas altera es nas atividades did ticas desenvolvidas Sobre tal distin o professores de Mec nica acrescentaram que faziam pequenas altera es no seu planejamento em termos de ajustes de natureza metodol gica e avaliativa a saber O conte do pode at ser o mesmo mas a forma de ministrar a aula diferente a forma de avaliar diferente a forma de abordar diferente Ent o voc n o pode simplesme
65. com o cuidado de dar visibilidade s rela es e intera es dos diversos participantes Para isto fizemos o registro escrito de trechos de suas falas tomadas de turnos identificando os nominalmente para efeito de reconhecimento posterior do registro da voz em udio As anota es que realizamos durante as sess es de GF com especial aten o sobre a identifica o sucessiva dos falantes algumas refer ncias de sua fala como palavras chave e em especial as primeiras palavras ditas nos permitiu identificar as tomadas de turnos Tais procedimentos nos deram condi es para a realiza o de uma transcri o mais fidedigna e gil das discuss es realizadas em cada sess o BARBOUR 2009 Para efeito de controle da contribui o de cada docente no grupo focal e nas entrevistas que se seguiram bem como para mantermos a confidencialidade das informa es prestadas os participantes da pesquisa tiveram seus nomes preservados e adotamos um sistema da transcri o em que os mesmos foram identificados com a express o professor a de seguido da coordena o em que estavam lotados Eletrot cnica ou Mec nica ou da disciplina que ministravam para os da Forma o Geral acrescidos de um n mero correspondente ordem em que participaram na pesquisa Tal codifica o est presente em nosso trabalho cada vez em que fazemos uso dos depoimentos dos participantes em sess es de grupos focais ou em entrevistas Um aspecto que merece r
66. come ou a se delinear o sentido 53 Eis RE a o Os cursos especiais de educa o t cnica industrial contemplavam os seguintes componentes curriculares Psicologia da Aprendizagem Did tica Geral Did tica Especial e Pr tica de Ensino Fundamentos Filos ficos e Sociol gicos do Ensino Industrial Orienta o Educacional e Profissional Introdu o ao Desenvolvimento Econ mico Administra o Escolar e Legisla o do Ensino Industrial Organiza o de Oficinas e Laborat rios Escolares Est gio Supervisionado Avalia o do Rendimento Escolar e Estat stica Educacional An lise Ocupacional PETEROSSI 1994 120 da constru o da especificidade da doc ncia da rea t cnica considerando a forma o o perfil e a natureza do trabalho pedag gico que realizam A partir das sugest es oriundas das diversas Diretorias de Ensino em especial a proposta de Plano de Forma o da Diretoria do Ensino Industrial o Minist rio da Educa o e Cultura com o Decreto n 665 1969 redefiniu a pol tica de Forma o de Professores para o Ensino T cnico e estabeleceu que seus rg os t cnicos encarregados da administra o e coordena o seriam respons veis por organizarem os Cursos de Forma o em seus respectivos ramos MAGELA NETO 2002 Em 1970 foi criado o Centro Nacional de Aperfei oamento de Pessoal para Forma o Profissional CENAFOR uma ag ncia executiva do Departamento de Ensino M dio do MEC encarregada de
67. como se fosse um pr requisito para o aluno come ar a ter uma compreens o da t cnica ele tem que ter uma base te rica que a F sica contribui nisso a Professor de F sica n 06 Observemos em seu depoimento que a nfase da integra o das disciplinas centrou se na interface de seus conte dos e no reconhecimento que a Forma o Geral forneceria os fundamentos cient ficos do processo produtivo Entretanto n o apenas a Forma o Profissional do estudante o foco do EMI Outras articula es entre as disciplinas pautadas em objetivos que n o apenas profissionalizantes s o poss veis e necess rias com vistas ao atendimento de ambas as finalidades do curso Ensino M dio e Ensino T cnico Dessarte identificamos que a interface verificada nos cursos integrados em an lise se restringiu a uma preocupa o em se alterar a sequ ncia dos conte dos de disciplinas em especial da rea de Ci ncias Naturais e suas Tecnologias como a F sica a Matem tica e a Biologia em observ ncia ao fluxograma das disciplinas da rea t cnica em cada ano letivo Em seu depoimento a pedagoga destacou que houve resist ncia de os professores trabalharem uma mesma disciplina de forma diferenciada a partir da necessidade de cada curso t cnico prejudicando a efetiva o da interface na Institui o Tal resist ncia decorreu da discord ncia de alguns acerca da perspectiva de interface pretendida aliada s condi es que os mesmos enco
68. concep es e contradi es S o Paulo Cortez 2005a p 21 56 A pol tica de educa o profissional do governo Lula um percurso hist rico controvertido Educa o e Sociedade Campinas UNICAMP CEDES v 26 n 92 p 1087 243 1113 2005b FUNDO para ensino profissionalizante est na pauta da CCJ Jornal do Senado Bras lia 3 de agosto de 2010 Ano XVI n 3 278 p 1 8 Dispon vel em lt www senado gov br jornal gt Acesso em 5 abr 2011 GATTI Bernadete Angelina Grupo focal na pesquisa em Ci ncias Sociais e Humanas Bras lia L ber Livro Editora 2005 GENTILI Pablo Tr s teses sobre a rela o trabalho e educa o em tempos neoliberais In LOBARDI Jos Claudinei SAVIANI Dermeval SANFELICE Jos Lu s Capitalismo trabalho e educa o Campinas SP Autores Associados HISTEDBR 2002 p 45 59 GIMENO SACRIST N Jos Consci ncia e ac o sobre a pr tica como liberta o profissional dos professores In NOVOA Ant nio Profiss o professor Lisboa Portugal Porto Editora Lda 1999 GOMES Heloisa Maria e MARINS Hiloko O A a o docente na educa o profissional S o Paulo Editora Senac S o Paulo 2004 GRACINDO Regina Vinhaes Palestra Forma o de Professores para Educa o Profissional e Tecnol gica Forma o de Professores para Educa o Profissional e Tecnol gica Bras lia 26 27 e 28 de setembro de 2006 Bras lia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Edu
69. concluiremos nosso cap tulo com a caracteriza o de seus professores no t pico a seguir 4 3 Caracteriza o dos professores do Ensino M dio Integrado ao Ensino T cnico de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa Em nossa an lise consideramos as especificidades do perfil dos professores que 103 atuaram nos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e de Mec nica do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba Campus Jo o Pessoa no per odo de nossa pesquisa Consideramos nessa caracteriza o nomeadamente sua forma o inicial e continuada a experi ncia profissional e algumas refer ncias sobre o regime de trabalho e o esfor o acad mico dos mesmos Nesse contexto a nossa aten o voltou se para os professores que atuaram tanto na Forma o Geral quanto na rea t cnica no Ensino M dio Integrado aos cursos t cnicos de Mec nica e de Eletrot cnica no IFPB identificados nos planos de curso da Institui o como Curso T cnico Integrado de Eletrot cnica e Curso T cnico Integrado de Mec nica Para a caracteriza o dos docentes que atuaram nesses cursos nos baseamos nas informa es constantes das Propostas dos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e de Mec nica nos formul rios fornecidos pela Diretoria de Gest o de Pessoas do IFPB e nas informa es obtidas a partir do contato com as coordena es de curso e com os pr prios docentes bem como a consulta
70. cr tica no contexto da vida social e produtiva Nesse sentido entendemos que o dom nio pedag gico did tico em si mesmo n o garante o desenvolvimento da proposta de EMI como projeto de travessia para uma educa o polit cnica mas a constru o da pr tica pedag gica docente ancorada dentre outros aspectos j discutidos em uma perspectiva cr tico emancipat ria Ainda que na viv ncia do EMI do Instituto a perspectiva de integra o traduzida no atendimento das necessidades da rea t cnica pela Forma o Geral tenha sido hegem nica ressaltamos o depoimento de um professor de Eletrot cnica que se mostrou favor vel rea de cultura geral dialogar com a rea t cnica sob outras bases Observemos o trecho a que nos referimos normalmente quando a gente fala de integra o a gente est muito ligado aqui nos cursos t cnicos a disciplinas na rea de Exatas Quando a gente fala de integra o nas disciplinas na rea de Humanas que seriam disciplinas de Ci ncias Sociais ocorre um distanciamento muito grande Ent o n o existe integra o eu diria entre professores de rea espec fica e professores da rea de 218 Humanas o que para mim um grande equ voco Professor de Eletrot cnica n 04 Com o professor compreendemos que na pr tica a perspectiva de forma o do EMI do Instituto estaria privilegiando a forma o profissional em detrimento da forma o humana ao seguir um vi s profiss
71. da boa vontade ele n o consegue dar conta do volume de trabalho muitos alunos muitos cursos Antes n s t nhamos um pedagogo para cada curso hoje n o temos mais isso temos poucos profissionais Ent o precisamos de acompanhamento pedag gico acompanhamento para os alunos Professor de Eletrot cnica n 01 Segundo o referido professor os problemas que o curso integrado estaria enfrentando para se efetivar com qualidade decorreria da sobrecarga de trabalho docente e da falta de uma estrutura ampla de apoio pedag gico aos docentes e aos estudantes bem como do reduzido quadro de professores para fazer face diversidade de demandas postas para os institutos Para enfrentar a problem tica do EMI no Campus Jo o Pessoa o professor prop s refundar o IFPB a partir do resgate de sua tradi o como Escola do Ensino T cnico que deu respaldo ao atual Instituto Aliado a isso defendeu o investimento nas condi es de trabalho e de apoio pedag gico aos docentes e de acompanhamento aos estudantes Para ele as dificuldades enfrentadas pelo IFPB seriam de ordem gerencial e pedag gica A solu o seria o retorno saudosista ao modelo de Institui o que deu respaldo a essa Escola Numa clara alus o ao status que as escolas t cnicas federais adquiriram ao longo de sua exist ncia sem questionar sua pertin ncia no cen rio contempor neo o professor entendia que estas institui es deveriam servir de refer ncia para a es
72. de trabalho de 40h 1 92 Os sete professores restantes 13 46 atuavam sob regime de contrata o tempor ria T 40 Quanto aos docentes da rea profissional identificamos dezenove docentes que atuavam no Curso T cnico Integrado de Eletrot cnica sendo dezoito do quadro ativo permanente e uma professora do quadro tempor rio T 40 O regime de trabalho que prevalecia tamb m era a Dedica o Exclusiva com dezesseis casos Entretanto identificamos um professor com regime de contrata o de 20h T 20 e um de 40h T 40 ambos acumulavam cargo de engenheiro na iniciativa privada J na rea de Mec nica identificamos onze professores que atuavam no Curso T cnico Integrado de Mec nica sendo todos do quadro permanente contratados em regime de Dedica o Exclusiva Em termos de titula o dos professores da Forma o Geral dos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e de Mec nica identificamos a seguinte situa o representada na tabela 1 que se segue Tabela 1 Distribui o dos docentes da Forma o Geral do IFPB Campus Jo o Pessoa dos Cursos T cnicos Integrados de Mec nica e de Eletrot cnica por Area 1 e titula o em 2011 reas Ensino Gradua o Aperfei oamento Especializa o Mestrado Doutorado M dio Total 01 12 01 16 16 03 I 01 05 01 08 04 01 I 03 07 07 02 M 04 05 05 108 Fonte IFPB Diretoria de Gest o de Pessoas Departamento de Cadastro Acompanhamento e Pagam
73. diz respeito n o apenas a uma concep o de forma o profissional e de n vel m dio a ser implementada mas fundamentalmente disponibilidade de recursos para que tal projeto possa tornar se realidade Ou seja a luta por uma escola que abrigue a forma o t cnica em articula o com o Ensino M dio imp e o repensar da infraestrutura do curr culo da valoriza o dos profissionais da Educa o etc O que torna obrigat rio o repensar do financiamento p blico desse n vel de ensino Na compreens o do pesquisador o EMI deve ser garantido maioria da popula o que necessita de tal forma o o que implica na garantia do investimento da Rede P blica de forma a favorecer o atendimento da popula o em escolas equipadas e estruturadas adequadamente para um trabalho pedag gico de qualidade superior Ao analisar os dados do Ensino M dio no Brasil no per odo de 1992 e 2007 Oliveira 2009 identificou que sua oferta se deu majoritariamente em escolas da rede estadual e a partir de tal constata o situou a problem tica da precariedade das escolas p blicas brasileiras em termos de sucateamento de suas instala es dos baixos sal rios pagos aos professores e da falta de infraestrutura adequada ao ensino de qualidade A oferta crescente do Ensino M dio pela rede estadual segundo o Censo Escolar 85 2010 vem se confirmando em observ ncia ao princ pio constitucional que determina como obriga o do Estado a oferta deste
74. e Estudo S cio Econ micos FINEP Financiadora de Estudos e Projetos MCT Minist rio da Ci ncia e Tecnologia PUC MG Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UNICAMP Universidade de Campinas USP Universidade de S o Paulo 15 requerida em um cen rio produtivo cambiante e inst vel Quanto aos impactos das novas tecnologias sobre os perfis ocupacionais destaca se a necessidade de uma s lida base de educa o geral a partir da qual o indiv duo adquirir os conhecimentos e habilidades espec ficas de uma ocupa o e estar capacitado para um processo de adequa o s constantes mudan as que se prev que ocorram SALM e FOGA A 1995 p 13 14 Ainda no referido documento foi destacada a necessidade de se rever a rela o da Educa o Geral e a Educa o Tecnol gica refor ando se a import ncia de serem ampliados os conte dos t cnico cient ficos nos curr culos da Forma o Geral ao tempo em que se defendeu que os conte dos dos cursos t cnicos fossem enriquecidos de forma a reduzir ou eliminar seu car ter predominantemente instrumental Para Oliveira 2003b p 98 os documentos produzidos por ambos os Mist rios poca foram contr rios proposta de ensino dual defendendo se a ideia de uma articula o maior entre o Ensino M dio e a Educa o Profissional e a valoriza o da Forma o Geral importante destacar que n o s em
75. e elabora o da proposta de Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica contava com seis componentes Entretanto nos ltimos tr s anos a equipe sofreu um desfalque com a sa da de um pedagogo contratado como professor que voltou a atuar apenas como docente e de tr s pedagogas que com a expans o da Rede foram convidadas a assumir o Departamento de Apoio ao Ensino DAE em diferentes campi do IFPB Mais recentemente h dois e quatro anos a equipe passou a contar com duas novas pedagogas A equipe conta atualmente com apenas quatro membros duas com onze e dezesseis anos na Institui o que participaram ativamente do processo de discuss o e elabora o da proposta do Ensino M dio Integrado e duas outras que v m acompanhando esse processo nos ltimos dois e quatro anos ocasi o em que passaram a compor a equipe Al m da entrevista realizada com essas tr s pedagogas que participaram do processo de discuss o e elabora o da proposta de EMI todas as quatro pedagogas que atualmente comp es a equipe da COPED preencheram um question rio de identifica o com quest es relacionadas titula o tempo de exerc cio na fun o experi ncia profissional anterior e dificuldades e avan os percebidos no trabalho desenvolvido no Setor 99 Todas as profissionais possuem forma o em Pedagogia tendo uma delas conclu do ainda o curso de Psicologia Quanto realiza o de cursos de P s Gradua o todas el
76. edi o do Decreto n 5 154 2004 possibilitou a oferta do Ensino M dio Integrado 30 2 1 Trabalho e educa o rela o ontol gica e hist rica No contexto contempor neo destacamos a dificuldade de conceituarmos trabalho partindo da compreens o de seu car ter hist rico e situado o que imprime ao mesmo uma miscel nea de sentidos por demais complexos e variados N o o compreendemos como um conceito objetivo e transcendente GRINT 1998 mas marcado em alguma medida por sentidos ambivalentes ou associado a pares de significados d spares n o necessariamente percebidos como inconcili veis quais sejam objetividade sobreviv ncia remunera o emprego recompensa material trabalho X lazer reino da liberdade X reino da necessidade nobreza X repugn ncia puni o X b n o a depender do contexto da poca e do lugar em que este esteja sendo considerado Numa perspectiva filos fica o conceito de trabalho em Marx e Engels 2009 est no cerne da a o dos homens sobre a natureza para retirar dela os meios para sua sobreviv ncia Para os autores os homens se diferenciam no mundo pela consci ncia pela religi o por tudo o que se quiser Mas eles come am a distinguir se dos animais assim que come am a produzir seus meios de subsist ncia MARX e ENGELS 2009 p 24 grifo do autor Apesar de todas as formas de vida utilizarem se do meio ambiente para garantirem sua sobreviv ncia tal a o n o
77. ensino utilizar a forma integrada o mesmo dever assegurar simultaneamente o cumprimento das finalidades estabelecidas para a forma o geral e as condi es de prepara o para o exerc cio de profiss es t cnicas 2 do Artigo 4 do Decreto n 5 154 2004 BRASIL 2004 A fim de se refor ar que o cumprimento das finalidades previstas para a Forma o Geral e a Profissional se daria em um curso integrado parece nos que os sistematizadores da proposta do EMI da Institui o absorveram o entendimento que o Parecer n 39 2004 suscita e compreenderam que a express o simult neo se mostrava insuficiente incorporando a ela o termo integrado buscando reiterar tal sentido Entretanto Frigotto Ciavatta e Ramos 2005b criticaram o Parecer CNE CEB n 39 2004 por utilizar a express o simultaneamente e ao longo do Ensino M dio para se referir forma como a Educa o Profissional T cnica de n vel m dio deveria ser oferecida Nesses termos definido o Parecer n o apresenta uma nova concep o pedag gica pois para os pesquisadores a proposta de integra o distingue se da simultaneidade Este ltimo est de acordo com o da independ ncia entre os cursos N o foi isto que se buscou instituir com o Decreto n 5 154 2004 FRIGOTTO CIAVATTA e RAMOS 2005b grifo do autor Como nos projetos do EMI do IFPB Campus Jo o Pessoa h expl cito que as finalidades do Ensino M dio e do Ensino
78. habilidades de valores de s mbolos e significados Respeitado a diversidade desse contexto os Projetos Pedag gicos dos cursos apresentados pretendem ser exeq veis pelo envolvimento de seus sujeitos desde a sua concep o e pela otimiza o da capacidade instalada desse Centro CEFET PB COELT 2006 p 5 CEFET PB COMEC 2006 p 5 159 Compreendemos com Ciavatta 2005 p 98 que a op o pelo desenvolvimento da proposta de integra o deva ser discutida na Institui o a partir de um um movimento permanente de auto reconhecimento social e institucional em um processo envolvendo toda a comunidade educativa sob o risco de se obstacularizar sua dimens o pol tico emancipat ria Tal processo implica em um repensar coletivo da pr pria Institui o em termos de seus objetivos e princ pios aspecto n o relatado nos registros dos documentos e nas falas dos professores entrevistados No caso do IFPB Campus Jo o Pessoa a discuss o sobre seus rumos teve um alcance limitado por n o ter sido ampla envolvido todos os segmentos da comunidade e ter sido posta em termos da oferta ou n o de cursos integrados como uma quest o de cunho eminentemente pedag gico curricular sem ressaltar sua dimens o pol tico ideol gica Ora uma proposta que se pretende radical como o Ensino M dio Integrado implica no comprometimento pol tico ideol gico dos que fazem a Institui o com a emancipa o do sujeito humano n o podendo ser red
79. interferir nas falas dos demais e critic las GATTI 2005 Como o universo da pesquisa envolveu professores de diferentes reas Forma o Geral e Profissional a nossa op o pelo grupo focal mostrou se pertinente pois al m de ajudar na obten o de perspectivas diferentes sobre uma mesma quest o permitiu tamb m a compreens o das id ias partilhadas por pessoas no dia a dia e dos modos pelos quais os indiv duos s o influenciados pelos outros GATTI 2005 p 11 No desenvolvimento das sess es de grupo focal GF seguimos as recomenda es de Gatti 2005 Iniciamos cada sess o apresentando as seguintes considera es sobre o trabalho com esta t cnica media o da sess o pela pesquisadora restringe se ao encaminhamento das tem ticas a serem discutidas pelo grupo com o m nimo de interven o poss vel estimulando o debate e controlando o tempo O interesse captar as trocas efetivas entre os participantes do grupo o que pensam e o que e como se expressam Programa o da sess o preenchimento de uma quest o introdut ria breve auto apresenta o interlocu o direta entres os participantes a partir das tem ticas propostas pela mediadora anota es e grava o da discuss o com anu ncia do grupo Respeito aos pontos de vista diferentes uma vez que n o h argumento ou opini o certa ou errada nem se busca o consenso Diante da impossibilidade de reunirmos professores das diversas
80. m todos categorizados pela Institui o educativa na forma de programas escolares TARDIF 2002 200 trabalho pelos docentes em compara o com o passado De forma controversa no contexto do desenvolvimento da proposta do EMI o trabalho da COPED foi questionado e ao mesmo tempo reclamado pelos docentes como necess rio por ser compreendido como o Setor respons vel pela lideran a pedag gica do processo de reformula o curricular no Instituto Da parte dos professores embora de forma controversa houve pouca toler ncia ao discurso pedag gico considerado por vezes in cuo ing nuo ou desconstitu do de um respaldo te rico pr tico ou de uma cientificidade Houve pois posicionamentos divergentes mas prevaleceu o entendimento de que o Setor deveria atuar de forma objetiva e pontual como afirmamos anteriormente Diferentemente dos professores que demandaram uma atua o mais objetiva do Setor Pedag gico alguns poucos professores criticaram o n vel de superficialidade das reuni es e estudos desenvolvidos Um deles especificamente se ressentiu da falta de aprofundamento das discuss es resultante do pouco dom nio dos fundamentos da proposta pela equipe pedag gica Eu acredito tamb m em dificuldades de clareza das pr prias meninas da COPED que n o tinham dom nio de conte do muito s lido uma sabedoria Deveria trazer gente de fora para fazer o neg cio Professor de L ngua Portuguesa n 02 No que
81. maioria das a es desenvolvidas se voltaram para fins de contextualiza o e problematiza o de situa es de trabalho descoladas de uma abordagem cr tica e reflexiva que avan asse para al m da perspectiva de integra o vida produtiva Tais iniciativas n o visavam contribuir para a inser o cr tica e criativa do estudante no contexto da vida social cultural art stica RAMOS 2004 como pretendido pela proposta 232 de EMI unit rio que sintetiza o humanismo e tecnologia em seu curr culo com o objetivo de n o apenas de profissionalizar os estudantes mas proporcionar o seu desenvolvimento em m ltiplas dimens es Diante do exposto mesmo compreendido nos termos estreitos de uma proposta de inova es de natureza pedag gico curricular o Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica n o se efetivou na pr tica No cotidiano institucional a pr tica pedag gica dos docentes dos cursos integrados analisados n o contemplou as inova es de natureza pedag gico curricular traduzidas em mecanismos integradores de car ter interdisciplinar previstos no projeto tais como interface unidade curricular projetos integradores visitas t cnicas integradas Entretanto o EMI do IFPB Campus Jo o Pessoa contemplou em seu projeto pol tico pedag gico fundamentos e princ pios alinhados com a educa o polit cnica mas desconhecidos ou n o suficientemente apropriados pela expressiva maioria de professores Em me
82. n 7 044 82 representou de fato o esvaziamento do ensino profissionalizante no 2 grau Numa surpreendente manobra pol tico ideol gica o que se fez foi acrescentar a possibilidade desejada pelas institui es privadas que atendiam aos setores de mais alta renda das camadas m dias aos administradores que constatavam a cada dia a impossibilidade de implantar os ditames da lei anterior A prepara o para o trabalho poderia ser entendida de modo t o lato que estaria plenamente atendida por uma escola de 2 grau especializada na prepara o para os exames vestibulares que oferecesse aos alunos informa es sobre cursos de n vel superior promovesse visitas s empresas palestras de professores e profissionais assim como propiciasse a realiza o de testes vocacionais CUNHA 2005 p 206 Sobre as reformas educacionais implementadas no contexto da ditadura militar Lima Filho 2003 assinala que tanto a Reforma Universit ria Lei n 5 540 1968 quanto a LDB n 5 692 1971 foram fortemente influenciadas pela teoria do capital humano Para o autor a orienta o tecnicista e funcionalista se deu especialmente no mbito das institui es de forma o profissional atingindo as escolas t cnicas industriais e os programas de treinamento conduzido pelo Sistema S e pelas empresas A exposi o de motivos da LDB de 1971 aponta tal influ ncia tamb m na educa o a palavra de ordem ter de ser a r
83. ncia a responsabiliza o unilateral dos professores da rea de Forma o Geral pelas iniciativas de integra o Vejamos um dos depoimentos que merece destaque refor ado no grupo focal de Mec nica E n o querendo sempre jogar o problema pro outro mas essa integra o para existir vai ter que ter o interesse maior do pessoal da rea geral Dele por qu Porque na vinda para dentro da rea t cnica vendo o que a profiss o exige que ele consegue dar uma aula de Matem tica de Portugu s focada Por qu Porque veja bem para que eu possa dar aula da parte t cnica a n o ser conhecimentos b sicos de Matem tica Portugu s aqueles conhecimentos eu n o preciso de nenhuma coisa mais focada Agora para eles darem l uma aula de Matem tica em Mec nica diferente do que de Eletrot cnica eles precisam da gente Que a gente repasse as necessidades que eles venham dentro do laborat rio que eles participem Professor de Mec nica n 04 Eu lembro das reuni es que um professor l perguntou coisas e ele disse que viria aqui mas ele s fez anotar Eu acho que tem de partir de l Professor de Mec nica n 06 Os professores da rea de Mec nica defenderam a aproxima o entre professores da Forma o Geral e da rea profissional Para eles tratava se de uma alternativa que n o apenas contribuiria para a profissionaliza o dos estudantes mas para dar um novo sentido s disciplinas de cultura g
84. nica mar o 2006 CHARLOT Bernard Educa o trabalho problem ticas contempor neas que convergem In NOZAKI Izumi Org Educa o e trabalho trabalhar aprender saber Campinas SP Mercado das Letras Cuiab MT Editora da UFMT 2008 p 77 92 CIAVATTA Maria A forma o integrada a escola e o trabalho como lugares de mem ria e de identidade In FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria e RAMOS Marise Orgs Ensino m dio integrado concep es e contradi es S o Paulo Cortez 2005 p 83 105 CONAE 2010 Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educa o O Plano Nacional de Educa o Diretrizes e Estrat gias de A o Documento Refer ncia 2010 COSTA Jorge Adelino Modelos organizacionais da escola e qualidade de ensino o futuro em incurs o especulativa In FRAN A Magna e BEZERRA Maura C Orgs Pol tica educacional gest o e qualidade do ensino Bras lia Liber Livro 2009 p 45 65 CUNHA Luiz Ant nio O ensino profissional na irradia o do industrialismo S o Paulo UNESP Bras lia DF FLACSO 2005 O ensino de of cios nos prim rdios da industrializa o S o Paulo UNESP Bras lia DF FLACSO 2000 Pol tica educacional no Brasil a profissionaliza o no ensino m dio Rio de Janeiro Eldorado Tijuca 1977 CUNHA Luiz Ant nio e G ES Moacyr de O golpe na educa o Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 CURY Carlos Roberto J Pol ticas atuais para o ensino m
85. no Instituto circunscrita ao momento de ingresso na Institui o e de car ter bastante superficial 190 s vezes aos concursados a Escola e sua organiza o d uma orienta o muito rasteira muito b sica muito elementar E olhe que pelo menos quando eu entrei ainda houve isso uma semana pedag gica onde apresentavam os rec m contratados organiza o da escola pedag gica como utilizar alguns recursos did ticos como fazer um plano de ensino Mas s no come o e depois pronto se vire Professor de Eletrot cnica n 01 Diante da dificuldade que sentem em desenvolver o trabalho pedag gico em meio a tantas reformas e inova es propostas um professor ressaltou que a COPED deveria favorecer um apoio pedag gico mais efetivo aos professores em especial aos da rea t cnica desde seu ingresso na Institui o conforme destacado a seguir Em que p est o projeto pedag gico de cada curso Quem que est acompanhando ele Obviamente a Diretoria de Apoio Pedag gico que deve saber disso o professor chega na Institui o o engenheiro Ele vai dar aula do jeito que ele sabe A Escola n o se envolveu com ele O Setor Pedag gico n o chamou ele Vem c vai passar uma semana aqui com a gente para a gente mostrar t cnicas pedag gicas did tica de ensino E est entrando a um monte de professores das reas t cnicas e tecnol gicas e est o dando aula a ao bel prazer Cabe
86. no apoio adequado e continuado aos professores envolvidos com a proposta mas por fazerem muitos deles se afastarem das iniciativas do Setor pela forma como atuavam na Institui o o que trataremos a seguir 7 1 4 A resist ncia dos professores do IFPB Campus Jo o Pessoa ao trabalho da COPED Aliada s cr ticas feitas em rela o descontinuidade do trabalho da COPED em termos de apoio e de acompanhamento aos cursos e ao trabalho docente surgiram outras relativas s a es cotidianas que o referido Setor desenvolvia consideradas de car ter regulat rio e fiscalizat rio Na sess o de grupo focal de Eletrot cnica identificamos problemas dessa natureza Os professores da rea t cnica deram nfase resist ncia ao trabalho da COPED com outras nuances percebidas nos seguintes trechos Hoje a gente fala que tem consci ncia da import ncia da forma o pedag gica dos professores da forma o profissionalizante que a gente tem a forma o de engenharia mas a gente sabe tamb m que aqui tem uma rejei o muito grande muito grande n o vou dizer toda mas grande parte das iniciativas do Setor Pedag gico A gente sabe que existe isso Quando se fala em curso que o pessoal da pedagogia organiza h um esvaziamento o pessoal torce o nariz n o d valor Professor de Eletrot cnica n 01 Eu gosto Professor de Eletrot cnica n 05 Enquanto tiver essa dicotomia professor da parte t cnica pro
87. no cen rio atual As normas sobre licenciatura inclusive sobre programas especiais de forma o pedag gica ainda que tenham sido concebidas de forma a atender s necessidades da Educa o B sica s o consideradas adapt veis realidade da Educa o Profissional Nesse sentido conclui destacando a dificuldade em se organizar a forma o desses professores considerada complexa dada diversidade de setores e reas com as quais os mesmos mant m rela o A licenciatura por assim dizer stricto sensu para a educa o profissional esbarra em dificuldade quase intranspon vel As reas produtivas dos setores da economia s o numerosas e cambiantes as ilustra es da variedade de classifica es da atividade econ mica e de profiss es segundo diferentes crit rios IBGE CNAE IRPF CBO A escolha de rea nesse vasto universo para cria o instala o e funcionamento regular e cont nuo de cursos espec ficos de gradua o e licenciatura para habilita o de docentes oferece uma dificuldade e incerteza essencial a demanda das institui es de ensino t cnico em geral n o comporta o esfor o e o investimento p blico e privado necess rios implanta o de um curso superior Assim as solu es caracterizadas nesta consulta e outras encontradas pelas institui es de ensino t cnico em estreita liga o com o setor produtivo devidamente examinadas pelos rg os competentes dos sistemas de ensino devem c
88. nos pautamos nos Projetos Pedag gicos do Curso T cnico Integrado em Eletrot cnica e do Curso T cnico Integrado em Mec nica junto a depoimentos dos entrevistados professores e equipe pedag gica e participantes das sess es de grupo focal al m de outros documentos e materiais disponibilizados por alguns professores planos de ensino planejamentos e relat rios referentes a reuni es coordenadas pelo Setor Pedag gico 7 1 O desenvolvimento da proposta do EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa dificuldades e implica es de natureza pol tico organizacional e pedag gica Nesse item discutiremos alguns aspectos destacados pelos professores como elementos que dificultaram o desenvolvimento da proposta pedag gica dos cursos t cnicos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa Ouvidos os professores envolvidos com o EMI de Eletrot cnica e de Mec nica ficou patente o insuficiente entendimento da concep o de integra o bem como a dificuldade de desenvolv la na pr tica cotidiana Entretanto outras dificuldades na viv ncia desses cursos foram evidenciadas podendo ser categorizadas como de natureza pol tico organizacional processo de ifetiza o e de expans o voca o institucional modelo de gest o do Instituto e 172 pedag gica apoio pedag gico aos docentes acompanhamento e avalia o do desenvolvimento da proposta condi es de trabalho docente importante destacar qu
89. o polit cnica Os projetos pedag gicos dos cursos t cnicos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica foram elaborados de forma aligeirada em curto prazo de tempo n o envolvendo discuss es conceituais mais profundas Tal processo n o contemplou mecanismos democr ticos de participa o da comunidade acad mica como um todo uma vez que envolveu apenas professores e alguns gestores diretamente relacionados a esses cursos A op o pela oferta do Ensino M dio na forma integrada na Institui o embora tenha se dado em momentos de oficinas e reuni es que perduraram um per odo extenso 2004 2005 a defini o da dire o geral em ofertar tais cursos reduziu a participa o da comunidade acad mica mera decis o de quais cursos integrar A aus ncia de um amplo debate acerca da pr pria raz o de ser da Institui o sua identidade seus objetivos e princ pios que assumiria comprometeu de sa da o desenvolvimento da proposta de EMI Faltou no IFPB Campus Jo o Pessoa a instaura o de um espa o democr tico e permanente de auto reconhecimento social e institucional fundamental para o comprometimento de todos como sujeitos sociais coletivos com as finalidades pol tico emancipat rias da proposta do EMI e consequentemente com sua efetiva o na materialidade da institui o 234 O foco inicial da elabora o dos projetos pedag gicos dos cursos foi a defini o de um perfil de forma o pretendido preocupa o que f
90. o sobre o seu andamento buscando se o engajamento coletivo no desenvolvimento do mesmo 7 1 3 O desconhecimento dos fundamentos da proposta do EMI Com afirmamos em outro momento o processo de elabora o dos projetos pedag gicos dos cursos integrados se deu em tempo insuficiente para garantir o aprofundamento das discuss es acerca dos fundamentos da proposta de EMI e novos professores foram assumindo turmas do integrado n o tendo participado do processo desde seu in cio Ademais os professores demonstraram n o possuir uma vis o abrangente dos projetos dos cursos em que atuavam Tais constata es nos chamam a aten o para a prem ncia da consolida o de momentos coletivos e continuados de estudos avalia o e planejamento com vistas ao desenvolvimento dos cursos em conson ncia com seus fundamentos e princ pios Ora entendemos que a op o pelo EMI deve ser discutida e alimentada no cotidiano da Institui o com olhar sobre seus fundamentos processos e finalidades Pelos depoimentos 186 dos docentes tais situa es n o se verificaram com a intensidade necess ria por ocasi o da decis o pela oferta do EMI Tampouco foi retomada durante o desenvolvimento da proposta comprometendo o engajamento dos professores com a mesma nos termos originalmente definidos Dito de outra forma compreendemos que o desenvolvimento de cursos t cnicos integrados que assumam a perspectiva de forma o polit cnica
91. ou a se delinear a partir do interesse da rea profissional para s depois envolver os docentes da O PROEP foi criado para financiar a Reforma da Educa o Profissional da poca e contou com or amento na ordem de US 500 milh es metade financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento BID e outros 50 divididos entre MEC e o Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT 158 rea de Forma o Geral Dessarte inferimos que a decis o pela oferta do integrado se iniciou sempre tendo como par metro o interesse dos professores da rea profissional refletindo a hegemonia deste grupo n o apenas na decis o pela oferta do EMI mas tamb m no processo de elabora o da proposta Outro aspecto preocupante foi o fato de os professores reduzirem sua compreens o do EMI a uma mera estrat gia de integra o curricular entre a Forma o Geral e a Forma o Profissional n o considerando seus fundamentos s cio filos ficos e pol ticos ancorados na perspectiva de educa o polit cnica Definida a oferta do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica as discuss es iniciais visando elabora o dos projetos se iniciaram Em sua apresenta o se destaca que a constru o coletiva do curr culo foi marcada por conflitos de poder e de interesses Reconhece se pois os conflitos em torno de que saberes vis es de mundo habilidades valores s mbolos e significados viriam a compor a proposta dos cursos em discuss o Na apre
92. por Nassim Gabriel Mehedff presidente da Comiss o de Supervis o do Documento Programa de Apoio Capacita o Tecnol gica da Ind stria Minist rio do Trabalho PBQP MTb com a participa o de representantes das seguintes entidades SENAI Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAC Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial SENAR Servi o Nacional de Aprendizagem Rural SENAT Servi o Nacional de Aprendizagem dos Transportes SEBRAE Servi o Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas MEC Minist rio da Educa o e do Desporto MTb Minist rio do Trabalho MICT Minist rio da Ind stria Com rcio e Turismo MCT CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico ABRH Associa o Brasileira de Recursos Humanos CRUB Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras CONSED Conselho Nacional dos Secret rios de Educa o UNDIME Uni o Nacional de Dirigentes Municipais de Educa o CUT Central nica dos Trabalhadores CGT Confedera o Geral dos Trabalhadores FOR A SINDICAL CONCEC Conselho Consultivo Empresarial para a Competitividade FIEP Federa o Interestadual das Escolas Particulares UNESCO Organiza o das Na es Unidas para a Educa o Ci ncia e Cultura FDC Funda o Dom Cabral ANPEI Associa o Nacional de Pesquisa Industrial CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico DIEESE Departamento Intersindical de Estat stica
93. postura refor ou pr ticas convencionalmente utilizadas pelos docentes e a inobserv ncia das especificidades dos cursos em que os mesmos estavam atuando como afirmamos em outro momento ou seja a padroniza o da pr tica pedag gica docente e seu isolamento profissional Sobre o depoimento da professora de L ngua Portuguesa n 03 ainda que tenha chamado a aten o do trabalho com projetos como estrat gia interdisciplinar a mesma compreendia a interdisciplinaridade apenas no campo do conte do esquecendo se que tal processo implica no compartilhamento tamb m de m todos de princ pios e de avalia o Ressaltamos que a interdisciplinaridade pressup e a concep o viv ncia e avalia o de aprendizagens articuladas luz da contribui o de diversas disciplinas e campos de saberes em situa es concebidas a partir de objetivos e princ pios integradores 213 Entendemos que os professores do EMI do Instituto defenderam a interdisciplinaridade mas n o a desenvolveram na pr tica por equ vocos na sua concep o ou por dificuldades diversas que encontraram para sua efetiva o como a aus ncia de investimento em momentos de estudo planejamento e acompanhamento dos cursos de forma continuada e assistida Com Fazenda 1993 compreendemos que para assumir uma perspectiva interdisciplinar os professores deveriam compartilhar a intencionalidade da a o educativa buscando a recomposi o do saber unificado a partir do di
94. preparar e aperfei oar docentes t cnicos e especialistas em forma o profissional bem como prestar assist ncia t cnica para a melhoria e a expans o dos rg os de forma o e aperfei oamento de pessoal No mbito de suas atribui es o CENAFOR supervisionou os planos de execu o de cursos dos Centros de Educa o T cnica que atuavam na rea de forma o de professores da Educa o Profissional Rio Grande do Sul Guanabara Bras lia Bahia Nordeste e Amaz nia Em 19 e julho de 1971 a Portaria n 432 de 1971 prop s um plano integrado de forma o de professores de disciplinas espec ficas do Ensino M dio T cnico globalmente considerado havendo a unifica o da pol tica de forma o para o magist rio t cnico PETEROSSI 1994 A partir dessa Portaria os cursos se consagraram com as seguintes denomina es Esquema I destinado a candidatos com gradua o em n vel superior que teria a complementa o pedag gica totalizando 720h e Esquema II destinado a candidatos habilitados em curso t cnico de n vel m dio que vivenciariam n o apenas disciplinas pedag gicas mas conte dos t cnicos espec ficos totalizando 1600h No m s seguinte a partir da edi o da LDB n 5 692 1971 foi modificada a exig ncia de forma o de professores de disciplinas profissionalizantes do 2 grau passando a ser exigida a forma o em n vel superior Nesse contexto as preocupa es se voltaram para a compatibili
95. que os conhecimentos seriam cada vez mais imbricados Cada rea contemplou conhecimentos que compartilhavam objetos de estudo visando interdisciplinaridade Foram tr s as reas Linguagens C digos e suas Tecnologias que contempla L ngua Portuguesa L ngua Estrangeira Moderna Educa o F sica Artes e Inform tica Ci ncias Humanas e suas Tecnologias envolvendo Hist ria Geografia Sociologia Antropologia Pol tica e Filosofia e Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias que envolve Biologia F sica Qu mica e Matem tica Entretanto a perspectiva de interdisciplinaridade defendida no discurso oficial n o encontrou respaldo na estrutura do documento de cunho marcadamente disciplinar Os saberes disciplinares foram submetidos s compet ncias que s o apresentadas como garantidoras da integra o resultando na submiss o dos saberes disciplinares ao mundo produtivo LOPES 2002 Em termos de influ ncia de diretrizes internacionais no campo da recontextualiza o do curr culo do Ensino M dio percebemos ainda a incorpora o de outras tend ncias apontadas para o s culo XXI pela Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNESCO no texto do PCNEM e da pr pria lei como o citado a seguir a educa o deve cumprir um triplo papel econ mico cient fico e cultural a educa o deve ser estruturada em quatro alicerces aprender a conhecer aprender a fazer aprender a viver
96. recherche et la formation Paris INRP n 27 p 15 28 1998 LIB NEO Jos Carlos Pedagogia e pedagogos para qu S o Paulo Cortez 2005 LIMA FILHO A feliz alian a entre educa o desenvolvimento e mobilidade social elementos para uma cr tica nova roupagem do capital humano Revista Trabalho e Educa o UFMG v 12 n 2 p 61 80 dez 2003 LODI Lucia Helena Apresenta o In Secretaria de Educa o B sica MEC Ensino M dio integrado educa o profissional integrar para qu Secretaria de Educa o B sica Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2006 p 9 16 LOPES Alice C A Pol ticas de integra o curricular Rio de Janeiro EdUERJ 2008 Par metros curriculares para o ensino m dio quando a integra o perde seu potencial cr tico In LOPES Alice e MACEDO Elizabeth Orgs Disciplinas e integra o curricular hist rias e pol ticas Rio de Janeiro DP amp A 2002 Conhecimento escolar ci ncia e cotidiano Rio de Janeiro EdUERJ 1999 MACEDO Elizabeth e LOPES Alice C A estabilidade do curr culo disciplinar o caso das ci ncias LOPES Alice e MACEDO Elizabeth Orgs Disciplinas e integra o curricular hist rias e pol ticas Rio de Janeiro DP amp A 2002 p 73 94 MACHADO Luc lia Regina Diferenciais inovadores na forma o de professores para a educa o profissional Revista Brasileira da Educa o Profissional e Tecnol gica
97. reprodu o de informa es por parte dos estudantes o professor avaliou se os mesmos conseguiram compreender e aplicar os conhecimentos de forma situada 5 Sabe se do elevado custo de um sistema fotovoltaico Qual seria a sua aplica o mais vi vel Voc percebe algum futuro na tecnologia fotovoltaica Argumente as suas respostas Nesses termos o docente avaliou se o estudante compreendia os fundamentos cient ficos e tecnol gicos de sua rea e solicitou deles um posicionamento diante de quest es que diziam respeito a decis es e escolhas por alternativas de solu o para os problemas da rea Quanto estrutura da avalia o identificamos que o instrumento utilizado equilibrou bem as quest es com nfase n o apenas em reprodu o de informa es teis na rea mas no dom nio de v rias habilidades relevantes para a forma o do estudante em geral an lise posicionamento argumenta o resolu o de problemas representa o escrita e por diagrama descri o e dom nio de conceitos Em seu plano de ensino o docente de Eletrot cnica n 01 descreveu sua metodologia nos seguintes termos A partir de elementos dos contextos ambiental energ tico nacional e internacional ser o levantados aspectos t cnicos econ micos ambientais e sociais que evidenciam a viabilidade da utiliza o de t cnicas de conserva o de energia el trica predial e industrial bem como de fontes alternativas de energia proporcion
98. sua profiss o e sua pr tica cotidiana em todas as suas dimens es TARDIF 2002 p 49 traduzidas num saber fazer e saber ser validados no cotidiano Por isso diante das situa es com as quais se depara no cotidiano do seu trabalho o 199 professor ressignifica estrat gias e processos relacionados s suas experi ncias como profissional e s refer ncias de doc ncia a que teve acesso poca como estudante bem como as oportunidades de trocas que se estabelecem com os pares no cotidiano escolar construindo seu estilo de ensino mergulhado na pr tica tendo que aprender a fazer fazendo TARDIF 2002 p 51 Entretanto importante destacar que os saberes experienciais se constituem como tais mediante sua rela o cr tica com os demais saberes disciplinares curriculares e de forma o profissional Considerando o perfil desse professor da EPT Professor de Eletrot cnica n 07 compreendemos que o mesmo a julgar por sua forma o inicial que privilegiou os saberes disciplinares apresentava uma grave lacuna em sua forma o aus ncia dos saberes curriculares e de forma o profissional dificultando o di logo cr tico entre os diversos saberes Dessa forma n o havendo uma rela o cr tica dos saberes experienciais e disciplinares com os curriculares e de forma o profissional poss vel supor que a dimens o pedag gica da pr tica desse professor da EPT se mostrasse v lida para seus prop
99. tica pedag gica como resultantes de um processo de recontextualiza o do projeto pol tico pedag gico dos cursos sobre as quais nos debru amos No in cio desse cap tulo discutimos elementos que nos ajudaram a compreender a organiza o do trabalho pedag gico dos cursos integrados em an lise A julgar pela discuss o at ent o empreendida n o sem risco poder amos afirmar que a educa o polit cnica como horizonte n o se verificou no EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa Entretanto pouco e superficial fazer tal afirma o sob pena de perdermos aspectos da viv ncia do trabalho pedag gico dos docentes que podem contribuir para a identifica o de elementos de an ncio de uma proposta de educa o comprometida com ideais de emancipa o pol tica econ mica e social Assim no pr ximo item estaremos discutindo a viv ncia da proposta de EMI na Institui o e a perspectiva de forma o que prevaleceu nos cursos analisados nos detendo sobre a sua aproxima o e distanciamento de um projeto que se pretende de travessia em dire o consolida o do ensino m dio unit rio e polit cnico FRIGOTTO CIAVATTA e 207 RAMOS 2005b 7 2 1 A viv ncia do EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa O desenvolvimento da proposta do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa no per odo de realiza o de nossa pesquisa se mostrou muito problem tico conforme discutimos anteriormente
100. ticos de aprofundamentos de conhecimentos tecnol gicos e das rela es sociais estabelecidas no mundo do trabalho Compet ncias s o definidas nos Referenciais Curriculares Nacionais da Educa o Profissional de N vel T cnico como a es e opera es mentais que articulam os conhecimentos o saber articulado operatoriamente habilidades psicomotoras saber fazer elaborado cognitivamente e socioafetivamente e os valores e atitudes saber ser respaldados em referencias est ticos pol ticos e ticos mobilizados em realiza es profissionais BRASIL 2000 Segundo o Parecer CNE CEB n 16 1999 que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educa o Profissional de N vel T cnico o conceito de compet ncia foi redefinido em termos mais claros de forma a subsidiar a pr tica pedag gica docente utilizando se para isto do conceito compet ncia profissional definida como a 51 capacidade de articular mobilizar e colocar em a o valores conhecimentos e habilidades necess rios para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho BRASIL 2000 p 96 Tal conceito nos remete ao estudo de Ramos 2001 sobre a pedagogia das compet ncias que tece uma profunda discuss o sobre o potencial restritivo e prescritivo dessa abordagem conforme comentamos anteriormente Para a pesquisadora o risco de se fazer um recorte restrito do que deve ser ensinado limitando s
101. transmitir a seus disc pulos os conhecimentos emp ricos CUNHA 2000 p 80 Em que pese a Educa o Profissional tenha sido marcada inicialmente pela aus ncia de preocupa o com a forma o de professores a necessidade de se instituir iniciativas de prepara o sistem tica desses profissionais come ou a ser sentida Algumas medidas isoladas se deram em 1917 com a funda o da Escola Normal de Artes e Of cios Wenceslau Br s e em 1931 por iniciativa do Governo Estadual de S o Paulo foram criados os cursos de aperfei oamento destinados a egressos das escolas profissionais masculina e feminina Tal forma o compreendia um per odo de dois anos acrescido de um est gio de seis meses o que impulsionou a implanta o da carreira do magist rio t cnico profissional nesse Estado PETEROSSI 1994 Em 1942 a Lei Org nica do Ensino Industrial em seu artigo 54 par grafo 5 consagrou a necessidade de investimento na forma o de seus professores cabendo pr pria jurisdi o do ensino industrial a responsabilidade por sua forma o tendo em vista contribuir para a eleva o de seu n vel de conhecimento e de compet ncia profissional Foram previstos para isso a oferta de cursos de aperfei oamento especializa o est gios na ind stria e a concess o de bolsas de estudo para viagem ao estrangeiro BRASIL 4 Daan ar k Segundo Machado 2008 essa Institui o funcionou por vinte anos e chegou a habi
102. vel m dio Dentre as entidades presentes o GT participou representando a ANPED e reiterou todas as cr ticas vers o em discuss o Em sua Manifesta o os representantes da ANPEd encerram o documento sintetizando sua cr tica proposta de Diretrizes nos seguintes termos Contrariamente ao proposto no parecer defendemos e propomos outra concep o da rela o trabalho e educa o e portanto outra perspectiva de educa o profissional em que esta entendida como processo de forma o humana integral que conduz autonomia realiza o liberta o do ser e frui o da produ o social Contrariamente adequa o reprodu o pr tica e imediata como prepara o empregabilidade incerta ou a determinado posto ou especialidade de trabalho defendemos e propomos a constru o de uma educa o profissional polit cnica e integral baseada no dom nio pelos educandos trabalhadores jovens e adultos dos princ pios gerais da produ o Vers o Reis Magos a sexta de Vers o Pr Carnaval e a s tima de Vers o guas de Mar o MOURA 2012 p 21 5 O pesquisador se refere ao documento produzido pelo GT intitulado Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional T cnica de n vel m dio em Debate texto para discuss o 62 e da organiza o e transforma o hist rica da sociedade MACHADO LIMA FILHO 2012 p 10 O processo encontra se em andamento A previs o que as DCNE
103. vi s instrumental de prepara o para o trabalho manual em oposi o prepara o para as fun es de comando intelectuais Tal dualidade se refletiu nas exig ncias postas para a forma o e perfil dos professores que ministravam cursos profissionalizantes havendo pois uma n voa que denotava a falta de perfis esperados para a Educa o Profissional Em princ pio na escola profissionalizante bastava ao professor saber fazer o of cio a ser ensinado Na pr tica as qualidades pedag gicas eram secund rias em face dos conte dos havendo muito maior improvisa o na escola profissional que na acad mica CARNIELLI GOMES e CAPANEMA 2008 p 221 Peterossi 1994 p 69 destaca que se voltarmos aten o sobre a trajet ria da forma o dos professores do Ensino T cnico muito mais do que uma hist ria de sua forma o encontra se uma trajet ria de n o forma o no sentido de que a rigor nunca houve uma proposta realmente consistente em rela o a esses professores As escolas de aprendizes e art fices que tinham como a finalidade formar contra 48 No mbito de nosso texto utilizamos a nomenclatura professores da Educa o Profissional e Tecnol gica para nos referirmos genericamente aos docentes que atuam nessa modalidade de ensino lecionando disciplinas de Forma o Geral ou Forma o Profissional independente do Sistema de Ensino em que atuem Federal Estadual Municipal ou
104. 002 que a matriz disciplinar n o implica necessariamente em um isolamento disciplinar uma vez que podem ser criados mecanismos de integra o pela cria o de disciplinas integradas ou mesmo a busca de articula o entre as pr existentes Para tal preciso que as institui es educativas invistam em processos sistem ticos de reuni es estudos e apoio t cnico pedag gico e forma o continuada dos professores visando o seu envolvimento com uma proposta que assuma uma perspectiva dessa natureza No que tange s intera es entre as disciplinas Torres Santom 1998 destaca a exist ncia de nove vari veis que influenciam as disciplinas nesse movimento quais sejam Espaciais motivados pelo compartilhamento do espa o f sico docentes de diferentes reas e forma es passam a partilhar interesses e objetivos similares Temporais em determinados momentos diante do surgimento de problemas concretos especialidades diversas confluem passando a buscar direta ou indiretamente as solu es Econ micas devido escassez de recursos reas diferentes passam partilhar projetos comuns visando otimiza o do uso dos recursos econ micos dispon veis Demogr ficas pela falta de especialistas institui es passam a exigir que os especialistas existentes passem a assumir novas e diferentes disciplinas Demandas sociais decorrente da inexist ncia de um marco disciplinar espec fico que abranja as novas e complexas deman
105. 10 2011 Ao analisarmos a titula o dos trinta docentes das reas profissionais que atuavam nos cursos objeto de nossa aten o identificamos que o IFPB Campus Jo o Pessoa possu a um corpo docente bem qualificado A maioria possu a doutorado na rea catorze professores seis conclu ram o mestrado e dez eram especialistas Considerando a titula o dos docentes da Forma o Geral e da Forma o Profissional stricto sensu que atuavam nos cursos em quest o obtemos o seguinte gr fico Gr fico Distribui o dos docentes da Forma o Geral e da Forma o Profissional do IFPB Campus Jo o Pessoa dos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e de Mec nica por rea 1 e titula o em 2011 110 N a e D Ensino M dio E Gradua o A O Aperfei oamento w D Especializa o E Mestrado D Doutorado N pa q DES Geral Eletrot Mec nica Fonte IFPB Diretoria de Gest o de Pessoas Departamento de Cadastro Acompanhamento e Pagamento de Pessoal Nota Dados atualizados em 10 10 2011 1 rea Forma o Geral Eletrot cnica e Mec nica Diante do gr fico apresentado percebemos que o corpo docente da rea profissional de Eletrot cnica e de Mec nica possu a uma titula o mais elevada que o da Forma o Geral que contava com apenas tr s doutores al m de doze professores apenas graduados e um com forma o de n v
106. 99 p 27 A proposta se coloca como uma oportunidade de se conceber e vivenciar curr culos de qualidade superior comprometidos com a forma o cr tica e criativa dos sujeitos em v rias dimens es que como tal compreendem e transformam a si e a realidade MACHADO 2006 Ademais se integrar em si j se constitu a uma dificuldade na esfera pedag gico curricular ao assumir uma perspectiva pol tica radical que pressup e tratar a educa o como uma totalidade social isto nas m ltiplas media es hist ricas que concretizam os 194 processos educativos CIAVATTA 2005 p 84 o desafio fica mais complexo posto no sentido de contribuir para a forma o integral do sujeito humano que amplie sua compreens o das rela es sociais subjacentes aos fen menos sociais sua leitura de mundo e sua atua o como cidad o integrado dignamente sociedade pol tica Dessa forma compreendido n o basta apenas se investir em a es integradoras mas que estas sejam concebidas em conson ncia com tais finalidades educativas Para isso o fundamental seria que os professores n o apenas conhecessem a proposta do EMI em seus fundamentos e princ pios mas que se comprometessem com a mesma encontrando na Institui o as condi es e o apoio necess rios ao seu desenvolvimento Iniciativas que n o se verificaram no Instituto comprometendo a sua viv ncia As cr ticas reca ram COPED n o apenas por n o investir
107. B sica MEC Ensino M dio integrado educa o profissional integrar para qu Secretaria de Educa o B sica Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2006 p 17 39 BARBOUR Rosaline Grupos focais Porto Alegre Artmed 2009 BRASIL Decreto n 5 154 de 23 de julho de 2004 Regulamenta o 2 do art 36 e os arts 39 a 41 da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional e d outras provid ncias Dispon vel em lt http www presidencia gov br ccivil 03 Ato2004 2006 2004 Decreto D5 154 htm gt Acesso em 8 maio 2008 Decreto n 2 208 de 17 de abril de 1997 Regulamenta o 2 do art 36 e os arts 39 a 42 da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 decreto D2208 htm gt Acesso em 8 maio 2008 Decreto n 7 566 de 23 de setembro de 1909 Cria nas capitais dos Estados da Rep blica Escolas de Aprendizes Art fices para o ensino profissional prim rio e gratuito Dispon vel em lt http portal mec gov br setec arquivos pdf3 decreto 7566 1909 pdf gt Acesso em 8 maio 2008 Decreto Lei n 4 073 de 30 de janeiro de 1942 Lei Org nica do Ensino Industrial 239 Dispon vel em http www81 dataprev gov br sislex paginas 24 1942 4073 htm Acesso em 8 maio 2008 Lei n 11 892 de 29 de dezemb
108. Carnielli Gomes e Capanema 2008 Machado 2008 e Moura 2008 122 Ensino Agr cola COAGRD sendo transferidas suas responsabilidades para a Secretaria de Segundo Grau SESG do MEC Assim a forma o dos professores passou a ser realizada pelos primeiros Centros Federais de Educa o Tecnol gica dando se destaque especial aos de Minas Gerais e Paran que tradicionalmente vinham desenvolvendo trabalhos na rea Antes da promulga o da LDB n 9 394 1996 a forma o de professores de disciplinas profissionalizantes foi objeto de discuss o por um grupo de trabalho institu do pela SESG resultando no encaminhamento de uma proposta para o CFE e mais tarde no Parecer n 31 1991 que sugeriu reexame da legisla o na rea visando tornar os textos legais mais flex veis MACHADO 2008 Com a nova LDB o Decreto Federal n 2 208 1997 previu que as disciplinas t cnicas poderiam ser ministradas por professores instrutores e monitores selecionados em fun o de sua experi ncia profissional Eles deveriam ser preparados para o magist rio previamente ou em servi o atrav s de cursos regulares de licenciatura ou de programas especiais de forma o pedag gica Para Maria Rita Oliveira 2005 p 25 essa pouca exig ncia de forma o estaria relacionada apenas aos n veis b sico e t cnico mas fica evidente o n o reconhecimento da doc ncia na rea como um campo de conhecimento com identidade pr pria Em 1997 a Por
109. Cient fica e Tecnol gica CONIF ao reconhecer a import ncia de aprofundar o debate por interm dio de seu F rum de Dirigentes de Ensino FDE e em parceria com a Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica SETEC promoveram em Bras lia nos dias 05 e 06 de maio de 2010 o Semin rio da Educa o Profissional e Tecnol gica O evento contou com a participa o de dirigentes de ensino das institui es federais pesquisadores Conselheiros e assessores do CNE Na ocasi o o relator apresentou a proposta seguida de debate Como resultado foi elaborada a Carta do Semin rio propondo a amplia o do debate com a participa o das demais redes p blicas de ensino e a cria o de grupo de trabalho com a colabora o de pesquisadores da rea GRUPO DE TRABALHO 2010 p 1 Na sequ ncia a SETEC MEC reuniu um Grupo de Trabalho GT para o qual foram convidadas quatro Secretarias do MEC o Minist rio do Trabalho e Emprego MTE o Minist rio da Sa de MS representado pela Escola Polit cnica de Sa de Joaquim Ven ncio 19 At a conclus o deste trabalho novas vers es foram produzidas e ainda n o se chegou ao texto definitivo para as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional T cnica de n vel m dio 2 Conselheiros da Comiss o Adeum Sauer Presidente Francisco Aparecido Cord o Relator Jos Fernandes Lima e Mozart Neves Ramos 2 Secretaria de Educa o B sica SEB Secreta
110. Com isto carrega em si o risco de uma perspectiva subordinada e n o emancipat ria como assinalam Frigotto e Ciavatta 2006 p 63 quando explicam a no o mercantil de cidad o produtivo consagrada no contexto da nova sociabilidade do capital Sujeito s exig ncias do mercado no qual o termo produtivo se refere ao trabalhador capaz de gerar mais valia o que significa submeter se s exig ncias do capital que v o no sentido da subordina o e n o da participa o para o desenvolvimento de todas as sua potencialidades Assim nos projetos pedag gicos dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa identificamos a hibridiza o da concep o original do EMI uma vez que em alguns excertos se defende alguns princ pios caros proposta polit cnica ao passo que busca concili los com conceitos e propostas que destoam de uma perspectiva cr tico emancipat ria ou mesmo s o ignorados em outros trechos dos referidos documentos A fim de aprofundar a discuss o nos ateremos no pr ximo item sobre o processo de elabora o dessas propostas pedag gicas 6 2 A constru o da proposta do EMI do IFPB Campus Jo o Pessoa Os projetos pedag gicos dos cursos t cnicos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa traduziram a proposta curricular aprovada pelo 154 Conselho Diretor da Institui o para ser desenvolvida por seus professores e demais atores em obser
111. E SEUS PROFESSORES E DA EQUIPE PEDAGOGICA saia ii incl Da pa aa O 7 1 O desenvolvimento da proposta do EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa dificuldades e implica es de natureza pol tico organizacional e pedag gica 173 7 1 1 A cria o do Instituto e sua EXPANS O passpassesstaamegasepsnistssanatal auras ads di qunsagtalgassaseg o 174 7 1 2 As condi es de trabalho docente no IFPB Campus Jo o Pessoa 183 7 1 3 O desconhecimento dos fundamentos da proposta do EML ssssssssessssessssssssseessse 187 7 1 4 A resist ncia dos professores do IFPB Campus Jo o Pessoa ao trabalho da 7 1 5 A hegemonia do saber t cnico cient fico re erereereean a 204 7 2 A organiza o e viv ncia do trabalho pedag gico do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa um projeto de travessia iiipin oa depara Digi dal Sa sG NAS ng a E EEEa E Da a AEE alga dada sept dan a 208 7 2 1 A viv ncia do EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa iseeeereeanos 209 S CONCRUS ES si an nanana pa EA Sa E 236 REFER NCIAS uai a Sa a a qa 241 A PENDICE Rae dra a E 253 A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido c ires 254 B Roteiro do grupo focal asisagasasaisaasesegeadoronsaata obesa raasa ando on fuedia nba saane voga coamn tado 255 C Formul rio de entrevista Docentes sssseseneeeessssssesroeesessssesereesesssssserereeess 256 D Question rio
112. Geral do EMI Eletrot cnica e Mec nica Na ocasi o buscamos compreender como se deu a tomada de decis es sobre o desenvolvimento do curr culo integrado no IFPB Campus Jo o Pessoa no mbito do Ensino M dio o processo de discuss o estudo avalia o dos cursos ent o existentes e a organiza o do trabalho pedag gico do EMI Resgatamos informa es sobre os materiais de apoio s discuss es estrat gias de envolvimento dos docentes e da comunidade interna e externa dificuldades e avan os percebidos Nesse per odo realizamos entrevistas com alguns professores que apresentaram o interesse de aprofundar as discuss es sobre o EMI e contribuir com a pesquisa dentre eles alguns que participaram das sess es de grupo focal Da rea t cnica optamos por envolver tr s docentes lotados na Coordena o de Mec nica e tr s na de Eletrot cnica adotando como crit rio de escolha o fato de serem 26 professores respons veis por disciplinas profissionalizantes distintas e estarem envolvidos com o processo de organiza o do trabalho pedag gico do EMI h pelo menos dois anos tendo alguns deles atuado como gestores na poca dos estudos da elabora o do projeto em an lise e ou em momentos diferentes de sua viv ncia Nas coordena es do Ensino M dio mantivemos o mesmo crit rio de escolha adotado nas coordena es da rea t cnica ou seja o envolvimento dos docentes no processo supracitado Inicialmente optamos por en
113. I de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa aspectos gerais de sua profissionaliza o e inser o na Educa o Profissional e Tecnol gica A maioria dos professores da rea t cnica eram como j mencionamos anteriormente engenheiros de forma o e posteriormente se iniciaram na doc ncia Todos os docentes da rea de Mec nica e a maioria da rea de Eletrot cnica exerciam a doc ncia como atividade nica exce o de dois professores desta ltima rea que acumulavam fun o de engenheiro junto a empresas do setor Em seus depoimentos identificamos passagens interessantes em que muitos professores apontaram o momento da inicia o na doc ncia como um acidente de percurso e de oportunidade de emprego O interesse inicial era desenvolver atividades como engenheiro conforme percebido nas passagens abaixo colhidas na sess o de grupo focal de Mec nica No meu caso eu me dediquei Engenharia Mec nica mas sempre com intuito de trabalhar como engenheiro Circunst ncias da vida acabaram que ao concluir a gradua o surgiu uma oportunidade de fazer o mestrado na sequ ncia Durante essa fase inicial do mestrado surgiram concursos um deles que me candidatei passei a trabalhar 137 como engenheiro na Universidade por dois anos e depois surgiu a oportunidade de um concurso aqui na Institui o resolvi me candidatar Passei e depois sa da situa o de trabalhar como engenheiro e passe
114. Integrado EMI na materialidade do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba IFPB Campus Jo o Pessoa a partir do olhar de seus professores e da equipe pedag gica Considerando o processo de desenvolvimento do EMI no referido Campus e o desafio que representa a constru o e a consolida o de uma proposta de integra o curricular segundo a perspectiva da politecnia questionamos Como os professores participaram na Institui o da defini o e da recontextualiza o da pol tica de forma o integral no mbito do EMI preceituada pelo MEC a partir da edi o do Decreto n 5 154 2004 Como os professores foram preparados e envolvidos no processo de elabora o dos planos de cursos do EMI de seu planejamento e de sua viv ncia Nesse processo em que medida os professores de diferentes reas e cursos partilharam espa os e tempos escolares Como a equipe pedag gica da Institui o encaminhou as a es voltadas para o desenvolvimento da proposta do EMI Como se deu a organiza o do trabalho pedag gico no EMI Quais as condi es institucionais dispon veis para a viv ncia do EMI Qual a perspectiva de forma o que os professores defenderam para seus alunos Algumas dessas quest es agu aram o nosso interesse Mais especificamente nossa pesquisa partiu da seguinte quest o problema A forma como docentes concebem e vivenciam o Ensino M dio Integrado EMI favorece a sua efetiva
115. O 2004 sem entretanto abrir m o de sua prepara o profissional fundada no dom nio dos fundamentos cient ficos e tecnol gicos sob os quais se assentam a produ o moderna Nessa perspectiva Lodi 2006 destaca que para superar a dicotomia entre Forma o Geral e Forma o Profissional a proposta do EMI deve ser concebida mediante a integra o de seus objetivos e m todos O mesmo deve ser concebido segundo a perspectiva da integra o o que nos remete contribui o de Ciavatta 2005 p 84 quando discute o conceito integrar entendendo o no sentido de completude de compreens o das partes no seu todo ou da unidade no diverso de tratar a educa o como uma totalidade social isto nas m ltiplas media es hist ricas que concretizam os processos educativos No caso da forma o integrada ou do Ensino M dio Integrado ao Ensino T cnico queremos que a educa o geral se torne parte insepar vel da Educa o Profissionalizante em todos os campos onde se d a prepara o para o trabalho 13 A pesquisadora apresenta a compreens o de integra o para al m da dimens o pedag gico curricular que o termo carrega destacando sua dimens o pol tica centrada na perspectiva de forma o pretendida a integralidade do sujeito humano a forma o completa que viabilize a compreens o das rela es sociais subjacentes aos fen menos sociais a amplia o de sua leitura de mundo e sua atua o como cidad o integ
116. PTNM sejam votadas na reuni o do CNE agendada para dia 09 05 2012 Diante de tais considera es compreendemos que no atual cen rio o Ensino M dio Integrado Educa o Profissional alvo de disputa e de novas discuss es com vistas a sua regulamenta o em dire o a uma proposta de educa o que se pretenda polit cnica Por ora traremos as contribui es de pesquisadores da rea voltadas para a concep o e viv ncia desse curso 3 O ENSINO M DIO INTEGRADO E SEUS FUNDAMENTOS Como vimos destacando ao longo de nossa pesquisa o Ensino M dio Integrado tem sido compreendido como uma proposta de travessia apresentada como alternativa poss vel no seio de uma sociedade capitalista Seus fundamentos e pressupostos nos remetem proposta socialista de educa o tendo como categorias essenciais a escola unit ria a politecnia e a forma o omnilateral aspectos sobre os quais nos deteremos na primeira parte deste cap tulo Em seguida discutiremos a proposta de EMI nos apoiando em contribui es de pesquisadores da rea de Trabalho e Educa o que se empenharam em aprofundar a problem tica na perspectiva polit cnica e em recomenda es e proposi es oriundas da publica o do MEC intitulada Ensino M dio Integrado Educa o Profissional Integrar para qu organizada pela Secretaria de Educa o B sica SEB com o objetivo de apoiar os sistemas estaduais de ensino no processo de implanta o do EMI 3 1 Educa
117. Pedagogdas sismo ssderiiacalocasieatan dias Cipa seda depettad vers redonda 257 E Formul rio de entrevista Pedagogas cecececrercereceserrossareesscecerareseranerennto 258 11 INTRODU O Essa pesquisa tem por objetivo analisar como o Ensino M dio Integrado tem se constitu do em seus aspectos institucionais organizacionais e pol tico pedag gicos e para qual perspectiva de forma o ele sinaliza As inquieta es que deram origem mesma surgiram por ocasi o do nosso envolvimento como pedagoga no movimento de reforma educacional no mbito do Ensino M dio e da Educa o Profissional vivenciado em uma Institui o da Rede Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia a partir da edi o da Lei Federal n 9 394 1996 A reforma se insere no contexto de reestrutura o produtiva traduzido em um novo regime de acumula o criado em contraposi o rigidez do modelo taylorista fordista baseado na flexibiliza o dos processos de trabalho dos mercados dos produtos e dos padr es de consumo HARVEY 2005 Denominado por Harvey 2005 como acumula o flex vel este modelo passou a ser defendido como alternativa ao enfrentamento de tal cen rio competitivo fazendo com que empresas dos setores modernos da economia investissem em inova es na gest o de processos novas formas de organiza o do trabalho e na ado o do sistema de automa o flex vel introdu o de m quinas flex veis na produ o
118. Plataforma Lattes Com base nas discuss es desenvolvidas ao longo desse cap tulo compreendemos a complexidade da composi o do quadro de professores do Ensino B sico T cnico e Tecnol gico do IFPB Campus Jo o Pessoa pois al m dos professores que lecionavam disciplinas da Forma o Geral oriundos de Licenciaturas diversas havia o corpo docente da rea profissionalizante formado por engenheiros arquitetos agr nomos ou veterin rios que como nos alerta B rigo 2005 n o se decidiram pela doc ncia como op o profissional primeira possuindo experi ncias profissionais estranhas doc ncia em sua maioria carentes de uma forma o pedag gica institucionalizada Esse complexo conjunto de professores com perfis t o diversos a partir da edi o Decreto n 5 154 2004 foi chamado a desenvolver o curr culo integrado no mbito do EMI com toda a complexidade que tal abordagem exige al m do fato de isso ocorrer em meio consolida o da nova institucionalidade representada pela cria o dos Institutos Federais de Educa o Ci ncia e Tecnologia bem como sua expans o se revertendo em elementos complicadores para o desenvolvimento da proposta do EMI Segundo documento produzido pela Pr Reitoria de Pesquisa Inova o e P s Gradua o o Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba IFPB 12 contabilizando o quadro lotado na Reitoria e em seus nove campi possu a em 201 um Documento pro
119. T cnico seriam atendidas pelo curso de forma simult nea e integrada compreendemos que a op o pelo uso dos dois termos reflete o entendimento de que um complementaria o sentido do outro Do contr rio apenas a ado o 147 da express o integrada se mostraria suficiente Entretanto tais termos n o podem ser utilizados como se fossem complementares pois possuem sentidos diferentes e mais do que isto um vai de encontro ao outro Mesmo se considerarmos seus significados em uso corrente segundo o qual simult neo definido como que se faz ou sucede ao mesmo tempo que outra coisa ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS 2008 p 1183 e integrado como inteiro completo total ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS 2008 p 730 percebemos que se algo se desenvolve simultaneamente a outra coisa estes n o comp em uma unidade Tratam se de dois processos que se desenvolvem de forma concomitante e a sim podem assumir uma perspectiva de complementaridade mas n o de integra o O argumento presente nos projetos do Instituto de que se trataria de um curso nico que cumpre ambas as finalidades se torna fr gil nos permitindo inferir que a integra o apresentaria de sa da equ vocos em sua concep o e isto em alguma medida se refletiria no desenvolvimento da proposta N o obstante a Institui o tenha se proposto a buscar atender s finalidades do Ensino M dio e do Ensino T cnico o uso do termo simult neo reme
120. Tecnol gica CENAFOR Centro Nacional de Aperfei oamento de Pessoal para Forma o Profissional CFE Conselho Federal de Educa o CGT Confedera o Geral dos Trabalhadores CNE Conselho Nacional de Educa o CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico COAGRI Coordena o Nacional do Ensino Agr cola CONCEC Conselho Consultivo Empresarial para a Competitividade CONIF Conselho Nacional das Institui es da Rede Federal de Educa o Profissional Cient fica e Tecnol gica CONSED Conselho Nacional dos Secret rios de Educa o COPED Coordena o Pedag gica CP Conselho Pleno CRUB Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras CUT Central nica dos Trabalhadores DAE Departamento de Apoio ao Ensino DCNSs Diretrizes Curriculares Nacionais DCNEPTNM Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional e Tecnol gica de n vel m dio DDE Departamento de Desenvolvimento Educacional DE Dedica o exclusiva DGEP Diretoria de Gest o de Pessoas DEI Diretoria do Ensino Industrial DIEESE Departamento Intersindical de Estat stica e Estudo S cio Econ micos Dinter Doutorado Interinstitucional EJA Educa o de Jovens e Adultos EMI Ensino M dio Integrado Enem Exame Nacional do Ensino M dio EPT Educa o Profissional e Tecnol gica FAT Fundo do Amparo ao Trabalhador FDC Funda o Dom Cabral FDE F rum de Dirigentes de En
121. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE EDUCA O PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O ANA PAULA FURTADO SOARES PONTES ENSINO M DIO INTEGRADO FORMA O POLIT CNICA COMO HORIZONTE Recife PE 2012 ANA PAULA FURTADO SOARES PONTES ENSINO M DIO INTEGRADO FORMA O POLIT CNICA COMO HORIZONTE Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal de Pernambuco como requisito parcial para obten o do grau de Doutor em Educa o na rea de concentra o Pol tica Educacional Planejamento e Gest o da Educa o Orientador Prof Dr Ramon de Oliveira Recife PE 2012 Cataloga o na fonte Bibliotec ria Andr ia Alc ntara CRB 4 1460 Pontes Ana Paula Furtado Soares Ensino m dio integrado forma o polit cnica como horizonte Ana Paula Furtado Soares Pontes Recife O autor 2012 259 f il 30 cm Orientador Ramon Oliveira Tese Doutorado Universidade Federal de Pernambuco CE Programa de P s gradua o em Educa o 2012 Inclui bibliografia e Ap ndices 1 Ensino t cnico Curr culos 2 Ensino m dio integrado 3 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba IFPB 4 UFPE P s gradua o I Oliveira Ramon II T tulo CDD 375 6 22 ed UFPE CE2012 39 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE EDUCA O P PROGRAMA DE POS GRADUA O EM EDUCA O ENSINO M DIO INTEGRADO FORMA
122. a defendida por Gramsci a escola nica do trabalho Comprometida com os interesses das classes dominadas esta vincula se a um projeto hegem nico de sociedade distinguindo se da proposta liberal basicamente por acrescentar s exig ncias de universalidade laicidade gratuidade e modifica es curriculares outros dois postulados socialistas a uni o entre a instru o e o trabalho bem como a perspectiva da forma o integral do homem MACHADO 1989 A escola unit ria de cultura geral ou de forma o humanista novo humanismo no sentido amplo do termo prop e a supera o do humanismo tradicional de forma a proporcionar aos jovens a inser o na atividade social mediante o desenvolvimento do grau de maturidade e de capacidade de cria o intelectual e pr tica de autonomia e iniciativa de seus alunos Para isto a organiza o da escola deveria ser revista prevendo uma estrutura ampliada com material cient fico e corpo docente adequados de forma a garantir uma melhor rela o entre professores e n mero de alunos atendidos GRAMSCI 1982 Com a preocupa o com a forma o do proletariado Gramsci 1982 defendeu uma educa o de novo tipo um ensino desinteressado que assumisse o car ter dial tico da proposta da escola nica do trabalho referenciada em situa es hist ricas concretas e em objetivos estrategicamente definidos em cada momento MACHADO 1989 Sua ltima fase a escola elementar m dia deveria fund
123. a es sociais contidas nas tecnologias e nas demais for as produtivas Dessa forma fundamental se discutir o custo social das tecnologias afastando se do mito da neutralidade cient fica e do determinismo tecnol gico alicer ados no entendimento de o caminho unilinear para o progresso cient fico e tecnol gico como algo dado e natural 76 NOVAES 2010 denunciando as tens es e conflitos de interesse e de poder que est o no cerne das decis es sobre seu uso e difus o Nesse sentido no EMI se prop e discutir a concep o de ci ncia e de tecnologia compreendendo as como resultantes da a o humana sobre a natureza e assim discutir o que a tecnologia e de que forma ela pode e deve ser constru da disseminada por quem deve ser apropriada e para que fins deve ser aplicada Isso para al m das quest es epistemol gicas metodol gicas e legais remete quelas de ordem tico pol ticas Afinal a produ o coletiva n o pode e n o deve continuar sendo apropriada privadamente para o benef cio de uma classe ou por parte de poucos QUARTIERO LUNARDI BIANCHETTI 2010 p 298 Assim a organiza o do trabalho pedag gico do EMI sob os eixos do trabalho ci ncia tecnologia e cultura deve centrar se na perspectiva dial tica de permanente constru o de novos conhecimentos Tal perspectiva se assenta no entendimento de que a realidade deve ser compreendida como uma constru o humana realidade humano soci
124. a o alinhada apenas com aspectos de natureza estritamente t cnica havendo alguns que registravam interesse pela forma o pedag gica Segundo as Diretrizes para a Gest o das Atividades de Ensino Pesquisa e Extens o do IFPB 2009 o exerc cio da doc ncia prev o desenvolvimento das atividades acad micas garantindo se obrigatoriamente atividades de ensino pesquisa e extens o al m de atividades de planejamento e gest o Considerando o esfor o acad mico dos professores no IFPB Campus Jo o Pessoa percebemos que os da rea de Forma o Geral estavam com uma elevada carga hor ria destinada a ensino em meio ao atendimento de cursos de modalidades e n veis diversos Os professores da rea t cnica se dedicavam a turmas dos cursos t cnicos subsequentes integrado e do Ensino Superior relacionado com sua respectiva rea Eletrot cnica ou Mec nica Em geral ministravam de uma a tr s disciplinas com carga hor ria destinada ao ensino variando de 8 a 16h Entretanto identificamos professores com duas a quatro aulas sendo gestores do IFPB que exerciam algum cargo comissionado na Institui o Os professores da rea de Forma o Geral se deparavam com uma situa o mais complexa no Instituto haja vista poderem ser chamados a atender a cursos t cnicos em formatos diferentes integrado e subsequente inclusive na modalidade de Educa o de Jovens e Adultos EJA bem como os de Ensino Superior tecnol gico bacharela
125. a RAMOS 2010 p 56 Para Moura 2010 a proposta de Ensino M dio Integrado compreendida como uma solu o transit ria e vi vel Configura se como uma condi o social e historicamente necess ria para a travessia em dire o consolida o do Ensino M dio unit rio e polit cnico entendendo que mesmo o EMI incorporando elementos da educa o polit cnica n o pode ser confundido com ela FRIGOTTO CIAV ATTA e RAMOS 2005b Ramos 2004 defende que o Ensino M dio Integrado se afirme como unit rio em seus princ pios e objetivos de forma a contribuir para o desenvolvimento dos estudantes em m ltiplas necessidades socioculturais e econ micas reconhecendo os como sujeitos de direitos A unitariedade do Ensino M dio deve ser buscada a partir de um curr culo que sintetize o humanismo e a tecnologia com vistas n o apenas profissionaliza o t cnica de n vel m dio dos estudantes mas ao dom nio de conhecimentos que favore am a sua inser o cr tica e criativa na vida social cultural art stica ou seja seu desenvolvimento em m ltiplas dimens es O EMI deve romper com a concep o dual e fragmentada de educa o e da mera preocupa o com a prepara o para o vestibular ou para o mercado de trabalho Deve ser concebido como um curso nico que resgata seu sentido desenvolver faculdades de compreens o e interven o no mundo natural humano social pol tico cultural est tico e art stico FRIGOTT
126. a articula o entre os mesmos que se viram em situa o de disputa mas a perspectiva emancipat ria da integra o curricular definida nos termos de uma educa o polit cnica Dito de outra forma os conflitos de poder se fizeram presentes em encontros pedag gicos e reuni es de planejamento tendo como refer ncia para a integra o curricular o 204 atendimento das necessidades das disciplinas t cnicas pelas disciplinas de cultura geral sem considerar a import ncia das mesmas para a forma o integral do estudante Ora a proposta de Ensino M dio Integrado prev o dom nio de conhecimentos que favore am seu desenvolvimento em m ltiplas dimens es deveria pois contemplar a inser o cr tica e criativa do sujeito n o s no trabalho mas na vida social cultural art stica RAMOS 2004 Entretanto identificamos que a voca o profissionalizante do IFPB serviu de par metro para a organiza o do trabalho pedag gico do EMI As discuss es e os encontros de planejamentos envolvendo professores das reas de Forma o Geral e Forma o Profissional conforme destacado anteriormente foram marcados por tens es e conflitos em que as necessidades da rea t cnica se destacavam como refer ncia para a organiza o da sequ ncia dos conte dos curriculares de cada ano letivo e das pr ticas integradoras como projetos visitas t cnicas e atividades interdisciplinares diversas Entendemos que na medida em que desde a co
127. a porque eu estou dando uma disciplina do 4 ano Ent o quais s o os conhecimentos pr vios que minha disciplina necessita para que tenha um bom desempenho Qual a parte da F sica qual a parte da Qu mica que poderia ser melhor trabalhada para poder quando chegar em Refrigera o o seu rendimento seja melhor Ent o houve at uma reuni o h uns seis meses atr s e o professor disse que viria s que n o veio Desculpe a aus ncia mas eu acho que para essa intera o existir n o s quando fizer o projeto no dia a dia realmente Professor de Mec nica n 04 Tal entendimento partiu do pressuposto que caberia aos professores da Forma o Gera l a responsabilidade pela integra o Eles deveriam buscar atender s necessidades da rea t cnica que se colocava numa situa o de prest gio e poder Dessa forma aliada a quest es de ordem estrutural alguns docentes da cultura geral resistiram em mudar a forma e o conte do de suas aulas permanecendo a seguir sua l gica pr pria a l gica do Ensino M dio proped utico Considerando as expectativas da maioria dos docentes da rea t cnica em rela o ao trabalho dos professores da cultura geral podemos inferir que eles desconsideravam a 211 identidade pr pria do Ensino M dio e outras dimens es da forma o do estudante ofuscadas pela preocupa o estrita com a profissionaliza o E essa integra o que ele Professor de Eletrot cnica n 01 fala
128. a Escola chegar junto Esses professores precisam de um apoio O professor chega na Escola Olha vai dar aula nessa turma nesse hor rio E pronto T ele at recebe o plano de aula mas e a Quem que ficou acompanhando o professor Esse professor realmente sabe dar aula Ele tem as discuss es a respeito da disciplina Tem a ver com o perfil do aluno Com a proposta do curso N o tem Professor de F sica n 10 Percebemos que a preocupa o da Institui o com o desenvolvimento da proposta do EMI n o se refletiu em uma pol tica articulada de acompanhamento e avalia o desses cursos tampouco de forma o de seus professores Temos que insistir em destacar que tal processo se revestia de uma import ncia maior por se tratar de uma proposta nova na Rede e no IFPB Campus Jo o Pessoa que carecia de acompanhamento estudos aprofundamentos e avalia es constantes uma vez que se encontrava em processo inicial de desenvolvimento A falta de assist ncia t cnico pedag gica aos cursos e aos professores era agravada pelo sentimento de despreparo dos professores para exercer a doc ncia ainda mais nos termos definidos por essa proposta com marcos te rico metodol gicos e legais pouco conhecidos ou aprofundados Tal situa o era mais cr tica para os professores que se iniciavam na doc ncia com uma lacuna significativa em sua forma o e experi ncia profissional em especial os que n o possu am forma o peda
129. a de Educa o v 12 n 34 p 137 181 jan abr 2007 A escola de Gramsci S o Paulo Cortez 2004 Trabalho e educa o In GOMEZ Carlos Minayo Org Trabalho e 247 conhecimento dilemas na educa o do trabalhador S o Paulo Cortez 2002 p 27 41 NOVAES Henrique As for as produtivas capitalistas em busca do seu uso ou radical reestrutura o numa sociedade socialista In O fetiche da tecnologia a experi ncia das f bricas recuperadas S o Paulo Express o popular 2010 p 59 116 OLIVEIRA Dalila Andrade A Reestrutura o do trabalho docente precariza o e flexibiliza o Educa o e Sociedade Campinas v 25 n 89 p 1127 1144 set dez 2004 OLIVEIRA Maria Rita N S A rede federal de educa o profissional e tecnol gica e a forma o de professores para a educa o profissional e tecnol gica Forma o de Professores para Educa o Profissional e Tecnol gica Bras lia 26 27 e 28 de setembro de 2006 Bras lia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira 2008 p 159 172 Forma o e profissionaliza o dos professores do ensino t cnico In ARANHA Ant nio V CUNHA Dayse M e LAUDARES Jo o Bosco Orgs Di logos sobre trabalho perspectivas multidisciplinares Campinas SP Papirus 2005 OLIVEIRA Ramon de Possibilidades do Ensino M dio Integrado diante do financiamento p blico da educa o Educa o e Pesquisa S o Paulo v 35 n
130. a de cada docente sem assumir uma perspectiva efetivamente integradora como previsto no projeto do EMI Compreendemos que no momento em que a COPED se envolveu em a es de cunho sist mico de apoio aos outros campi e deixou em alguma medida desassistidos os professores do IFPB Campus Jo o Pessoa o processo sofreu uma descontinuidade Dentre outros motivos conforme assinalados em outro momento isto se deu pelo fato dos mesmos n o se sentirem preparados em desenvolver um trabalho dessa envergadura Pelos depoimentos dos professores tanto da rea t cnica quanto da Forma o Geral o recurso ao isolamento e s sa das individuais foram iniciativas comuns numa Institui o que estava perdendo sua identidade diante de tantas reformas com as quais se envolviam e em 231 meio ao tumultuado processo de expans o Dessarte as condi es que os professores enfrentaram no IFPB ao mesmo tempo em que dificultaram sua dedica o aos estudantes no cotidiano em sala de aula tamb m resultaram da e na insuficiente articula o pol tica do coletivo em torno da efetiva o do Ensino M dio Integrado nos termos do seu projeto pedag gico Os cursos integrados em an lise foram prejudicados em sua concep o e viv ncia desde os momentos iniciais de debates estudos e planejamentos dada a aus ncia de mecanismos democr ticos de participa o por ocasi o da decis o por sua oferta e ao longo de seu desenvolvimento marcado pelo insuficiente ac
131. a dificuldade em estabelecer uma maior aproxima o da COPED e de quest es pedag gicas poss vel inferir que alguns desses docentes compreendem que o trabalho em uma Institui o educativa seguiria uma l gica que se assemelha divis o t cnica e hier rquica do trabalho fabril taylorista fordista Seria pois pautada na divis o t cnica do trabalho em que a concep o planejamento global fica a cargo do Setor Pedag gico e execu o ensino a cargo do professor Tal entendimento percebido na expectativa que os mesmos puseram diante do trabalho das pedagogas a gente gosta de objetividade Para eles caberia aos professores a execu o e COPED fornecer subs dios ao docente em termos preponderantemente pr ticos A despeito do reconhecimento da import ncia do trabalho da COPED um dos pontos de conflito entre os professores foi a perspectiva do apoio pedag gico esperado do Setor Entretanto a maioria dos docentes se colocou favor vel a um atendimento segundo uma abordagem eminentemente instrumental o que fazer e o que precisam exatamente saber para saber fazer As quest es mais profundas sobre porque fazer n o interessavam maioria Muito menos a participa o na constru o desse fazer Entretanto ainda que o trabalho da COPED tenha sido percebido pelos professores com restri o este foi identificado como v lido se desenvolvido de forma objetiva sem tantas reflex es e discuss es te ricas Tal entendi
132. a educacional brasileiro O crescimento da rede de escolas em todos os n veis a complexidade resultante desse crescimento da multiplica o dos quadros e das tarefas produziram o fen meno da burocratiza o das atividades e a ritualiza o dos servi os A esse cen rio tamb m pode ser acrescentada a insufici ncia dos investimentos financeiros em educa o gerando uma expans o desordenada com a improvisa o de pr dios de salas de aula e de professores al m da quebra de padr es de adequa o entre os conte dos transmitidos pela escola e as expectativas e necessidades da clientela CASTRO 2009 p 24 Tal posicionamento refor a a nossa preocupa o com os rumos da expans o da Rede Federal de EPT que n o sendo alvo de discuss o de nossa pesquisa por ora apenas destacamos a import ncia de se investir em estudos sobre tal problem tica visando compreender o lugar da qualidade Problem tica que se agrava com o lan amento do 179 Programa Nacional de Acesso ao Ensino T cnico e Emprego Pronatec que visa expandir interiorizar e democratizar a oferta de cursos t cnicos e profissionais de n vel m dio e de cursos de forma o inicial e continuada para trabalhadores criticado por seu forte contorno privatizante e pelo abandono do Ensino M dio Integrado como prioridade No que tange ao IFPB compreendemos que h posi es diferentes sobre a sua identidade e expans o o que revela a exist ncia
133. a foi dificultado tamb m pela indisponibilidade de tempo dos professores para se reunir avaliar os trabalhos e planejar coletivamente a es integradoras diversas anunciadas no projeto pedag gico de tais cursos 184 A gente tem reuni es mas as reuni es aqui s o mais para montar o hor rio para a estrutura funcionar Eu acho muito dif cil imposs vel a articula o numa estrutura dessa porque todo mundo tem uma carga hor ria torando Aqui tem professor como esse aqui que tem trinta aulas tem as reuni es Essa coisa da gente sentar seria humanamente imposs vel Professor de Artes n 12 com essa quest o da ifetiza o agora muitos trabalham em curso superior e o mesmo acontece com os professores de Forma o Geral A gente n o s encontra mais dificuldades para se encontrar como tamb m encontra dificuldade em fazer um planejamento para os pr prios cursos porque voc trabalha em v rios cursos voc tem que ter v rios perfis de estudantes Isso dificulta porque hoje tem integrado superior Do superior s vezes tem engenharia licenciatura puxa O professor exigido em tantas frentes o cara tem que ter um jogo de cintura danado E como que tamb m voc vai poder participar dos encontros para essas reas O professor vai para uma reuni o de Forma o Geral de forma o espec fica depois uma reuni o do Integrado depois uma reuni o do superior Haja tempo para estar em tantas r
134. a sess o alegando outros compromissos Al m de adotarmos os cuidados necess rios sensibiliza o inicial para o trabalho com grupos focais e o agendamento das datas para a realiza o das sess es tivemos uma especial aten o ao estabelecimento da ambienta o necess ria BARBOUR 2009 uma vez que a sele o do ambiente interfere na din mica e no resultado dos trabalhos Identificamos no pr prio Instituto tr s salas usualmente utilizadas para as reuni es dos respectivos grupos de professores Os ambientes eram acolhedores e os docentes tinham familiaridade com os mesmos Outro aspecto importante que pesou em nossa escolha foi o fato de tais locais terem sido o palco privilegiado de discuss es e estudos relacionados s reformas educacionais mais recentes em especial s quest es sobre a concep o a organiza o do trabalho pedag gico e a viv ncia dos cursos de EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa Optamos por selecionar ambientes em que os professores sentiam se vontade para se expressar livremente a fim de facilitar o rememorar experi ncias percep es e refer ncias importantes para nossa discuss o seguindo a recomenda o de Lahire 1998 A escolha do lugar para entrevista pode ser determinante para fazer surgir ou distanciar as pr ticas efetivas Por exemplo os professores entrevistados em sua sala de aula est o em uma situa o pertinente para falar de suas pr ticas pedag gicas Rodeados de todos os tra os
135. a transformar homens livres em oper rios implicaram no sistema de interna o em arsenais militares e de marinha onde eles eram submetidos aprendizagem de of cios manufatureiros o Estado envolvia o trabalho e a aprendizagem compuls ria ensinando of cios aos menores dos setores mais pobres e exclu dos da sociedade os rf os os abandonados os desvalidos O padr o foi come ar com o ensino de of cios nos cais em hospitais nos arsenais do Ex rcito ou da Marinha MANFREDI 2002 p 76 Posteriormente no per odo compreendido entre 1840 e 1856 foram criadas as casas de educandos art fices em dez governos provinciais mantendo se o modelo de aprendizagem do mbito militar com nfase na ordem e na disciplina CUNHA 2000 Na institui o os alunos tinham acesso instru o prim ria e aprendizagem de of cios como tipografia alfaiataria sapataria entre outros Nos ltimos anos do Imp rio e durante a Primeira Rep blica com a extin o da escravatura e a acelera o dos processos de industrializa o e urbaniza o surgiram novos empreendimentos industriais e a moderniza o tecnol gica trouxe novos rebatimentos nas exig ncias no campo da instru o b sica e profissional MANFREDI 2002 As poucas institui es voltadas para o ensino de of cios artesanais e manufatureiros foram organizadas na forma de redes de escolas motivadas por iniciativas de governos estaduais a Igreja Cat lica traba
136. abora o dos projetos Segundo o depoimento do professor ex coordenador da rea de Eletrot cnica ap s definido o perfil de forma o pretendido para os cursos integrados passou se a discutir a possibilidade de integra o curricular a partir da apresenta o do conte do pelos professores da Forma o Geral Na sequ ncia os docentes da rea t cnica identificaram quais daqueles 165 conte dos diziam respeito s suas disciplinas A integra o pois foi traduzida no atendimento das necessidades da rea profissional pelas disciplinas de cultura geral como podemos perceber nos coment rios que se seguem Depois de definido o perfil houve um segundo momento para a gente trabalhar a matriz curricular ainda em conjunto nesse grup o com todas as reas A foi uma briga no bom sentido que foi o momento para dividir a carga hor ria para atender Ensino M dio e atender a carga hor ria tamb m m nima do profissionalizante de cada rea que no nosso caso era 1200h Professor de Eletrot cnica n 01 Cada professor dava uma sugest o e aquele conte do por exemplo o professor do Ensino B sico falava do conte do dele e o professor do t cnico dizia se aquele conte do fazia parte daquela disciplina t cnica Professor de Eletrot cnica n 08 Dessarte a perspectiva de atendimento s necessidades da forma o t cnica prevaleceu como crit rio de integra o entre disciplinas Tal entendimento nos re
137. acionaliza o dos investimentos para que ela pr pria venha a constituir o instrumento nobre por excel ncia sobre o qual h de ser assentar se o processo de desenvolvimento BRASIL 1971 Ap s a discuss o de aspectos hist ricos e legais da profissionaliza o no n vel m dio at a vig ncia da Lei Federal n 7 044 1982 voltaremos a nossa aten o sobre o Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio Para tanto apresentaremos algumas discuss es acerca da edi o da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional de 1996 e normatiza es que trataram da rela o entre o Ensino M dio e a Educa o Profissional e Tecnol gica nesse contexto legal 47 2 3 A Reforma do Ensino M dio e da Educa o Profissional na vig ncia dos Decretos n 2 208 1997 e n 5 154 2004 regulamenta es e pressupostos Nesse item iremos tratar da Reforma da Educa o brasileira deflagrada a partir da LDB de 1996 com foco sobre a nova configura o do Ensino M dio e do Ensino T cnico luz das regulamenta es que se sucederam com destaque sobre a proposta de Ensino M dio Integrado Sob a influ ncia do contexto contempor neo em 1999 foram editados os Par metros Curriculares Nacionais do Ensino M dio PCNEM Na Carta ao professor em que o Ministro da Educa o Paulo Renato de Souza entrega simbolicamente o documento aos professores ressaltado o objetivo do MEC em expandir e melhorar a edu
138. ada professor atua considerando sua identifica o com o projeto de tais cursos bem como se garantir espa os de conviv ncia e hor rios comuns que viabilizem a organiza o de encontros e o contato cotidiano entre os professores 7 1 5 A hegemonia do saber t cnico cient fico Como assinalado anteriormente o saber t cnico cient fico prevaleceu como refer ncia no processo de elabora o do curr culo dos cursos de EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa A perspectiva profissionalizante se mostrou hegem nica em v rios momentos de elabora o e desenvolvimento da proposta do Ensino M dio Integrado servindo de par metro para a integra o curricular dos cursos Tal situa o nos remete outra dificuldade para se efetivar uma proposta que se pretenda integrada a for a de sua voca o profissionalizante Pelos depoimentos a que tivemos acesso pudemos compreender que durante o desenvolvimento da proposta pedag gica dos cursos integrados em an lise houve dificuldade de se estabelecer a articula o entre reas e disciplinas em torno de objetivos e princ pios comuns Os objetivos definidos para algumas disciplinas da Forma o Geral especialmente as mais diretamente relacionadas s necessidades da rea t cnica foram em certa medida submetidos a uma perspectiva profissionalizante assumindo uma dimens o instrumental Em que pese consideremos como princ pio pedag gico do EMI a
139. ade de todas as regi es brasileiras e o perfil institucional predominate PATR O e FERES 2009 87 quanto aos limites que a proposta de EMI encontra para sua efetiva o n o apenas no que tange quest o pol tica e filos fica formar o ser humano inteiro numa sociedade cindida mas no que tange problem tica do financiamento da Rede Estadual respons vel por este n vel de ensino em nosso pa s Mesmo sem pretendermos aprofundar esta problem tica por estarmos discutindo o Ensino M dio Integrado em uma Institui o Federal registramos que os limites para a consolida o dessa proposta para a maioria da popula o s o bem maiores em institui es estaduais onde os recursos t m se mostrado deficit rios e consequentemente as condi es de oferta educacional s o prec rias Os recursos previstos n o se mostram suficientes para oferecer a etapa final da Educa o B sica com qualidade tampouco para a sua oferta na forma integrada Educa o Profissional T cnica de n vel m dio Em rela o aos cursos t cnicos temos registro da iniciativa de se criar um fundo espec fico para ampliar a sua oferta o Fundep Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional e Qualifica o do Trabalhador 3 mas ressaltamos que a proposta em tramita o no Senado tem como refer ncia uma perspectiva de profissionaliza o que n o coaduna com a perspectiva de EMI em discuss o H que se analisar o documento em sua vers o final ma
140. adua o preferencialmente mestrado e doutorado e aos docentes da Educa o B sica habilitados em n vel m dio ou superior para a doc ncia na Educa o Infantil e nos ensinos Fundamental e M dio Dessa forma poss vel compreender que os professores da EPT da Rede Federal objeto de nossa aten o s o tratados em sua especificidade apenas mais tarde com a edi o da Lei n 11 784 2008 que cria a Carreira de Magist rio do Ensino B sico T cnico e Tecnol gico Na Se o XVI da referida Lei que trata do Plano de Carreira e Cargos de Magist rio desses docentes especifica se que este grupo composto pelos cargos de n vel superior do Quadro de Pessoal das Institui es Federais de Ensino subordinadas ou vinculadas ao Minist rio da Educa o Antes esses professores eram integrantes da Carreira de Magist rio de 1 e 2 Graus denomina o que se mostrou inadequada na conjuntura da cria o dos Institutos Federais uma vez que estas institui es passaram a oferecer cursos no mbito da Educa o Tecnol gica nos diferentes n veis e modalidades de ensino al m de licenciatura Nesse contexto a identifica o como professor de 1 e 2 graus j inapropriada 127 desde a edi o nova LDB que alterou a denomina o para Educa o B sica Ensino Fundamental e M dio se mostrou inadequada tamb m pelo fato dos docentes passarem a atuar em cursos de n vel superior tecnol gico ou licenciatura e
141. agem que foi assinado por 155 pa ses dentre eles o Brasil KOEPSEL 2009 50 t cnicos passou a pautar se nos seguintes princ pios al m dos enunciados no artigo 3 da LDB Independ ncia e articula o com o Ensino M dio Respeito aos valores est ticos pol ticos e ticos Desenvolvimento de compet ncias para a laborabilidade Flexibilidade interdisciplinaridade e contextualiza o Identidade dos perfis profissionais de conclus o de curso Atualiza o permanente dos cursos e curr culos Autonomia da escola em seu projeto pedag gico BRASIL 2000 Segundo o Parecer CNE CEB n 16 1999 o destaque dado Educa o Profissional ao ocupar um cap tulo espec fico na Lei demonstrou o entendimento de sua import ncia como fator estrat gico de competitividade e desenvolvimento humano na nova ordem mundial BRASIL 2000 p 85 A perspectiva buscada na EPT segundo os documentos oficiais seria o desenvolvimento de compet ncias visando proporcionar condi es de empregabilidade ou laboralidade de forma que o trabalhador pudesse manter se em atividade produtiva e geradora de renda em contextos s cio econ micos cambiantes e inst veis BRASIL 2000 p 96 Institu da num cen rio marcado pelas profundas transforma es a reforma da Educa o Profissional foi pautada na necessidade de estrutura o de um curr culo por compet ncias tendo em vista dar conta de conhecimentos te rico pr
142. ainda n o prescindiam da colabora o de docentes lotados em outras coordena es A defini o dos professores que assumiriam disciplinas profissionalizantes no Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica ocorria considerando a rea de dom nio dos docentes e sua disponibilidade de hor rio a partir da previs o dos componentes curriculares a serem oferecidos em cada ano letivo sendo a proposta discutida em geral em reuni o com os professores Sobre tal defini o um professor e ex coordenador de Eletrot cnica mencionou que nessa coordena o o curso t cnico teria prioridade Havia um acordo t cito no sentido de se escolher para assumir as disciplinas profissionais centrais na forma o t cnica aqueles professores considerados mais h beis no ensino e no trato com os alunos 44 5 4 Re 4 PRR Houve casos de professores substitutos que tiveram seus contratos tempor rios expirados sendo substitu dos igualmente por outros com igual regime de contrata o Como nosso foco de aten o foram os professores efetivos tais altera es n o comprometeram as nossas discuss es 106 Na nossa Coordena o a gente raciocina assim a prioridade o curso t cnico Ent o primeiro a Coordena o vai preparar os hor rios s o alocados os hor rios dos professores para o Ensino T cnico tanto integrado quanto o subsequente O nico crit rio informal que n s usamos isso n o tem nada registrado que a gente procu
143. al possibilitando ao homem compreend la e agir sobre ela transformando n o s a realidade mas a Si mesmo Com isso pretende se que o homem supere a pr xis utilit ria e o senso comum que limita sua a o no mundo e com o mundo como pseudoconcreticidade ou seja de forma fenom nica e fetichizada favorecendo a compreens o de sua ess ncia Dito de outra forma possibilitar ao homem avan ar na perspectiva da pr xis cr tica revolucion ria por compreender o mundo n o como objetos fixados apresentados como naturais mas como resultantes da atividade humana KOSIK 1995 Para Machado 2006 a proposta do EMI representa a oportunidade de se conceber e vivenciar curr culos de qualidade superior a partir do delineamento de projetos pedag gicos comprometidos com a forma o cr tica e criativa dos estudantes em v rias dimens es pensar sentir e agir contribuindo para a sua afirma o como sujeitos que compreendem e transformam a si e a realidade Diante da complexidade que representa o desenvolvimento de cursos integrados na perspectiva da forma o integral Ciavatta 2005 defende que a iniciativa de cria o de tais cursos n o deve ser imposta de cima para baixo mas que seja antecedida por um processo participativo e democr tico em que se resgate a hist ria da institui o se reafirme a sua identidade e sejam definidos os rumos pretendidos O desafio de uma forma o integrada deve ser assumido coletivamente e ent o s
144. al instalado MANFREDI 2002 Aproximou se assim dos interesses imediatos dos empres rios e seguiu as recomenda es dos organismos internacionais OLIVEIRA R 2005 Embora n o pretendamos discutir a complexa e tumultuada trajet ria iniciada em 1989 que culminou na edi o da nova LDB importante registrar que foram tensos os debates que antecederam sua promulga o As proposi es de emendas destaques e substitutivos que se sucederam acabaram por desconsiderar a proposta original de LDB legitimada pelos diversos representantes dos segmentos sociais resultando em um resultado hist rico poss vel que refletiu as for as e os interesses em conflito SEVERINO 2003 O processo envolveu uma s rie de audi ncias p blicas na Comiss o de Educa o da C mara de Deputados em que participaram deputados pesquisadores de universidades de centros de pesquisa representantes de mais de trinta entidades organiza es cient ficas pol ticas e sindicais congregadas no F rum Nacional em Defesa da Educa o P blica e outros movimentos sociais organizados O projeto apresentado pelo deputado Oct vio El sio acolhia a produ o cient fica e debates que vinham sendo travados pelos movimentos organizados da sociedade civil em torno da educa o polit cnica Seu fundamento era a concep o de escola b sica unit ria abrangendo o Ensino M dio KUENZER 1997 Representava pois as lutas da sociedade civil organizada em torno de uma
145. al e continuada de professores de diferentes perfis docentes que j atuam na Rede e para os que t m essa pretens o os que s o concluintes do Ensino M dio de cursos t cnicos de n vel m dio ou equivalentes e graduados em cursos de gradua o em Tecnologia H muitos conflitos diante das recentes propostas de forma o dos professores da EPT que podem ser assim sintetizadas cursos de licenciatura para graduados cursos de licenciatura com o curso de gradua o em tecnologia cursos de licenciatura para t cnicos e cursos de licenciatura para concluintes do ensino m dio com diferentes cargas hor rias MACHADO 2008 A discuss o pol mica e complexa mas compreendemos com Moura 2008 que tal forma o deve seguir pautando se nos seguintes eixos forma o did tico pedag gica uma rea de conhecimentos espec ficos e o di logo constante de ambas com a sociedade em geral e com o mundo do trabalho Machado 2008 defende que os cursos guardem rela o com a rea de habilita o pretendida contemplem metodologia de ensino espec fica e garantam aos concluintes a certifica o e registro profissional equivalentes s licenciaturas plenas Segundo a pesquisadora o perfil do docente da Educa o Profissional deve dar conta de tr s n veis de complexidade a desenvolver capacidades de usar n vel mais elementar relacionado aplica o dos conhecimentos e ao emprego de habilidades instrumentais b desenvolver capaci
146. alho compreendidas como comportamentos teis empresa DUGU 1998 como os assinalados anteriormente seriedade bom comportamento limpeza organiza o pontualidade assiduidade responsabilidade e saber se relacionar se vestir e trabalhar em equipe Por isso tais dimens es estariam descoladas de uma dimens o humano cr tica e assim distantes dos 142 prop sitos emancipat rios de uma educa o polit cnica A partir da discuss o sobre como os professores das diferentes reas Forma o Geral e Profissional do IFPB Campus Jo o Pessoa dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica se compreendem como docentes em uma Institui o de EPT e a sua experi ncia profissional anterior ao ingresso na Rede discutiremos no pr ximo cap tulo a proposta de EMI da Institui o seu processo de constru o e as concep es e princ pios norteadores do Ensino M dio Integrado na vis o de seus professores e da equipe pedag gica 6 A PROPOSTA DE ENSINO M DIO INTEGRADO DO IFPB CAMPUS JO O PESSOA Nesse cap tulo iremos discutir o projeto pedag gico do Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba Campus Jo o Pessoa e como se deu a sua elabora o Em nossas an lises nos pautamos nas propostas curriculares do Curso T cnico Integrado em Eletrot cnica e do Curso T cnico Integrado em Mec nica junto a depoimentos dos entr
147. amentar se no novo humanismo no desenvolvimento da autodisciplina intelectual e na autonomia moral fundamentais para a posterior especializa o cient fica realiza o de estudos universit rios ou pr tica produtiva ind stria burocracia organiza o das trocas etc 70 Em suas cr ticas escola tradicional italiana Gramsci 1982 a considerava uma organiza o disciplinar ultrapassada presa a uma tradi o cultural que n o fazia mais sentido Propunha a supera o dessa concep o escolar resgatando o sentido da escola atrav s do fortalecimento da sua rela o com a vida das pessoas de forma a estimular a participa o ativa do aluno n o a partir de um programa de ensino predeterminado mas da ado o da perspectiva de trabalho alicer ada na investiga o e na constru o de conhecimento Em sua concep o a escola unit ria desenvolve as condi es essenciais para o pleno desenvolvimento e manifesta o das inclina es e interesses pessoais Trata se de uma perspectiva criadora e criativa visando expans o da personalidade aut noma e respons vel dos seus alunos e de uma consci ncia moral e social s lida e homog nea Para Manacorda 2008 a escola unit ria proposta por Gramsci a escola do trabalho intelectual e manual t cnico industrial fundada nos valores fundamentais do humanismo autodisciplina intelectual e moral em que a educa o das futuras gera es se d a partir do dom nio de cont
148. ando a constru o da base de 222 conhecimentos nestes campos apontando a possibilidade da pr tica profissional em Eletrot cncica tamb m nesta rea emergente Para tal iremos utilizar artigos de jornais e revistas para a contextualiza o discuss o em grupo aula expositiva elabora o de projetos pr ticas em laborat rio e trabalhos de pesquisa Observemos que o mesmo se preocupou em situar a metodologia de forma contextualizada n o se limitando em apenas elencar procedimentos did ticos gen ricos O professor al m de aula expositiva desenvolvia pr ticas em laborat rios e situa es variadas para os estudantes como projetos pesquisa trabalho em grupo e discuss o a partir de artigos de fontes diversas Al m de instrumentos de avalia o convencionais como provas foram previstas listas de exerc cios estudos dirigidos al m da participa o em projetos e atividades pr ticas Outro material tamb m disponibilizado foi um projeto de um Pequeno Sistema Fotovoltaico visando ilumina o de uma pequena Pra a do IFPB Campus Jo o Pessoa realizado pelos estudantes sob a coordena o desse professor Nele foi especificado o objetivo do trabalho o quadro de cargas as coordenadas de localiza o do Instituto e a tabela de radia o solar do local da instala o Com tais informa es a situa o problema foi lan ada para a turma e os estudantes desenvolveram o projeto O projeto foi elaborado a partir
149. ante recuperar algumas discuss es em torno da atualiza o das DCNs para compreendermos os desafios que se colocam para a EPT na perspectiva da forma o integral 57 do sujeito humano Em 2010 a elabora o de Diretrizes para o Ensino M dio e para a Educa o Profissional de n vel m dio teve lugar no CNE dando in cio a dois movimentos que se avizinhavam e tomaram caminhos antag nicos a partir da produ o de documentos de contribui o contraponto aos textos produzidos no mbito da C mara de Educa o B sica GRUPO DE TRABALHO 2011b Para a Educa o Profissional a partir da proposta de Parecer elaborada por uma comiss o institu da pela C mara de Educa o B sica CEB Sob a relatoria do Conselheiro Francisco Aparecido Cord o a pol mica se instalou dando se origem a um processo conflituoso em que novas proposi es de textos visando a atualiza o das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de n vel m dio se sucederam sem entretanto se distanciar dos fundamentos vigentes nos anos 1990 fundamentando as diretrizes na no o de compet ncias para a laborabilidade e para a empregabilidade GRUPO DE TRABALHO 201la p 2 Tal processo teve in cio a partir da divulga o da proposta de Diretrizes da Educa o Profissional T cnica de n vel m dio produzida no CNE CEB momento em que o Conselho dos Dirigentes das Institui es Federais de Educa o Profissional
150. apenas facultativamente favorecer a habilita o profissional Esta forma o poderia ocorrer nos pr prios estabelecimentos de Ensino M dio ou em coopera o com institui es especializadas em Educa o Profissional nos termos do ent o Decreto vigente o n 2 208 1997 No que tange Educa o Profissional o destaque foi o Decreto supracitado que estruturou a Educa o Profissional nos seguintes n veis b sico voltado para a qualifica o requalifica o e reprofissionaliza o do trabalhador independentemente de escolaridade pr via t cnico visa habilita o profissional destinado a alunos egressos ou matriculados 2 A Emenda Constitucional n 59 2009 d nova reda o ao Inciso I do Art 208 da Constitui o Federal determinando que a educa o b sica obrigat ria e gratuita dos 4 quatro aos 17 dezessete anos de idade seja assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela n o tiveram acesso na idade pr pria 14 no Ensino M dio podendo ser desenvolvido sequencial ou concomitantemente a este e o tecnol gico direcionado forma o de n vel superior na rea tecnol gica Esse Decreto foi uma r plica do Projeto de Lei n 1 603 1996 que dispunha sobre a Educa o Profissional criando um sistema em separado estruturado em n veis distintos de atendimento Sua elabora o sofreu influ ncia de avalia es de consultores do Banco Mundial e de outras institui
151. ar a realidade em que vive CEFET PB COELT 2006 p 16 CEFET PB COMEC 2006 p 13 o que remete a uma abordagem epistemol gica que considera a unidade dos conhecimentos gerais e espec ficos compreendidos em sua historicidade Esse entendimento conflita com o trecho em que se defende a ideia de o processo produtivo estar associado pr tica e o dom nio dos fundamentos cient fico tecnol gicos teoria compreendidos pois como presentes em momentos espa os diferentes qui articulados Com isso entendemos que em diferentes excertos dos projetos s o refor ados princ pios e fundamentos da educa o polit cnica se reportando a autores que discutem tal proposta de educa o socialista como Ramos 2005 Ciavatta 2005 Frigotto 2005 e Saviani 1991 inclusive com cita es literais de suas obras Em outros h trechos que se conflitam com tais fundamentos refletindo as rela es de poder que se fizeram presentes na sua elabora o ou mesmo a pouca compreens o dos fundamentos da proposta de educa o polit cnica em sua inteireza Outro aspecto comum nos projetos de EMI analisados foi o perfil da forma o 150 integrada definido como refer ncia para todos os cursos integrados da Institui o O mesmo foi destacado em tr s diferentes trechos dos projetos pedag gicos em an lise tornando se at repetitivo Profissional habilitado com bases cient ficas tecnol gicas e human sticas para o exerc ci
152. ar as TICs mas eu n o vou ter um substituto para mim Ent o a minha carga hor ria vai aumentar ac mulo de trabalho ac mulo de reuni o e pouco proveito Professor de L ngua Portuguesa n 02 176 A Escola foi descaracterizada uma Escola que tinha sua voca o clara seu objetivo muito claro o que n s faz amos com uma certa excel ncia na poca em que faz amos s forma o t cnica Agora a nossa Institui o virou uma Institui o de faz tudo Faz tudo aqui toda ideia nova que o governo tem na rea de educa o coloca para o Instituto fazer tudo Ent o hoje n s fazemos de A a Z Professor de Eletrot cnica n 01 No primeiro depoimento o professor de Eletrot cnica fez refer ncia aos docentes como v timas das pol ticas educacionais dos v rios modelos Embora por um lado tal afirma o possa ser aceita pela forma como tais pol ticas se fazem chegar s Institui es entendemos que ao serem transpostas para contextos locais espec ficos as mesmas sofrem uma recontextualiza o Nesse processo entram em jogo as limita es e potencialidades pol ticas econ micas e culturais da regi o e da comunidade em que a Institui o se situa e de seus membros ZIBAS 2002 Entendemos que vitimizar o professor reduzi lo a mero executor material das pol ticas educacionais Ao contr rio compreendemos que o seu desenvolvimento no mbito das institui es marcado por negocia es
153. as possuem Especializa o sendo uma na rea de Gest o de Ensino e Aprendizagem duas em Educa o Tecnol gica e uma em Psicologia Escolar e da Aprendizagem Duas delas foram contratadas como pedagogas e as outras duas como t cnicas de assuntos educacionais Entretanto realizavam o mesmo tipo de trabalho sem qualquer distin o guardando correspond ncia com a especificidade do Setor acompanhamento pedag gico aos cursos e especialmente apoio pedag gico aos docentes Como pedagogas ao passarem a atuar em uma Institui o de EPT as mesmas sentiram dificuldades em se adaptar ao conte do do trabalho e s atividades que passaram a realizar As duas pedagogas que ingressaram na Institui o ainda como Escola T cnica se envolveram nos rumos de sua transforma o em CEFET e nas reformas constantes que tiveram lugar na Rede de EPT com o processo de cefetiza o e as que vieram tona a partir da edi o da LDB n 9 394 1996 A partir da transforma o da ETFPB em CEFET PB e da Reforma de EPT com a edi o do Decreto n 2 208 97 essas pedagogas junto aos demais membros do Setor Pedag gico da poca se envolveram de forma mais direta em um movimento intenso de mudan as na Institui o Nessa ocasi o surgiram novas regulamenta es e diretrizes oriundas do MEC Secretaria de Educa o M dia e Tecnol gica SEMTEC e a equipe pedag gica passou a encaminhar o processo de reforma na Institui o atuando especialmente junto
154. atua o como psic loga organizacional for ando uma aproxima o ou identifica o desses dois campos de atua o profissional Na empresa seu contrato foi como psic loga e esta fun o ocupou a maior parte de sua vida profissional influenciando de forma importante a constitui o de sua identidade agora como pedagoga N o pretendemos nos deter sobre este processo mas nos chama a aten o o risco de de alguma forma a l gica da empresa e do trabalho que l se realiza ser transposta para uma institui o educativa com prop sitos e fundamentos diametralmente opostos H que se analisar quais seriam as similaridades entre o trabalho de um pedagogo e o de um psic logo recrutamento sele o treinamento e o contexto em que se atua empresa e escola sob o risco de em certa medida transpor uma l gica de trabalho constru da no ambiente empresarial para o universo escolar pois como nos alerta Paro 1999 os objetivos da empresa n o s o apenas diferentes mas antag nicos aos buscados pela escola Sob a tica do capital a valoriza o do trabalhador est subordinada l gica do mercado do capital e portanto da diferencia o segmenta o e exclus o FRIGOTTO 2000 p 145 diferentemente do assumido por uma institui o que se pretende educativa Situados alguns aspectos do perfil e trabalho da COPED no IFPB Campus Jo o Pessoa que consideramos importante destacar para nossas futuras an lises
155. autonomia administrativa financeira e did tico cient fica na defesa do ensino de qualidade p blico e gratuito na indissociabilidade entre ensino pesquisa e extens o interligados com seu compromisso social no desenvolvimento sustent vel na igualdade de condi es de acesso e perman ncia do discente na Institui o e no fortalecimento dos conv nios acordos de m tua coopera o contratos e di logos com a sociedade urbana e rural IFPB 2010 p iv A gest o do Instituto Federal da Para ba pressup e em todos os seus campi a autonomia e gest o democr tica referendada nos seguintes princ pios tica desenvolvimento humano inova o qualidade e excel ncia autonomia transpar ncia respeito compromisso Social IFPB 2010 Nessa perspectiva a Institui o se prop e a atingir os seguintes objetivos I ministrar educa o profissional t cnica de n vel m dio prioritariamente na forma de cursos integrados para os concluintes do ensino fundamental e para o p blico da educa o de jovens e adultos II ministrar cursos de forma o inicial e continuada de trabalhadores objetivando a capacita o o aperfei oamento a especializa o e a 96 atualiza o de profissionais em todos os n veis de escolaridade nas reas da educa o profissional e tecnol gica II realizar pesquisas estimulando o desenvolvimento de solu es t cnicas e tecnol gicas estendendo seus benef cios comunidade IV d
156. bamos que os recursos dos estados para a Educa o B sica ser o aumentados OLIVEIRA 2009 p 63 Oliveira 2009 conclui que se deve lutar por uma pol tica de financiamento que viabilize um Ensino M dio de qualidade compreendendo os limites impostos consolida o do EMI pela materialidade das rela es sociais em que vivemos Estamos muito longe de concretizarmos um projeto educativo no qual a forma o integral dos educandos esteja posta como prioridade Nesse contexto o EMI mostra se incapaz de concretizar se universalmente como um momento de transi o para um projeto de educa o de car ter polit cnico OLIVEIRA 2009 p 64 As considera es levantadas por Oliveira 2009 reiteraram nossa compreens o 3 As institui es t m adotado o sistema de cotas contemplando como crit rio a quest o tnico racial s cio econ mica e ou alunos oriundos de escolas p blicas A pesquisa foi realizada em mbito nacional envolvendo egressos dos cursos t cnicos de n vel m dio do per odo de 2003 a 2007 abrangendo 31 CEFETs a Escola T cnica Federal de Palmas a Universidade Tecnol gica do Paran 41 Unidades de Ensino Descentralizadas 32 Escolas Agrot cnicas Federais e 19 Escolas T cnicas Vinculadas s Universidades Envolveu um universo de 72 657 egressos e considerou como amostra 2 649 egressos O seu desenho amostral foi elaborado de forma estratificada e desproporcional de forma a garantir a representativid
157. bandonando se a forma convencional enfileirada que dificultaria a sess o Em todas as sess es houve o preenchimento de um formul rio de identifica o e uma quest o inicial a ser discutida A escolha desse material de est mulo BARBOUR 2009 visou inicialmente a identifica o dos participantes que aceitassem participar do grupo focal e a assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido Em seguida situamos os participantes quanto ao foco de nossa sess o a partir da quest o introdut ria como uma forma de aquecimento seguindo a recomenda o de Gatti 2005 p 30 Para se entrar no tema um aquecimento interessante propor que cada um dos participantes fa a um coment rio geral sobre o assunto a partir da a troca entre os membros do grupo passa a se efetivar Essa forma de abertura ajuda a quebrar o gelo entre os participantes al m de propiciar a enuncia o de variados pontos de vista e a chamada ao di logo A quest o com que se inicia o trabalho deve ser de interesse de todos e apresentar facilidade de resposta para os participantes criando um bom clima para o grupo 8 Os participantes que desejaram permanecer na sess o por aceitarem as condi es apresentadas para a sua realiza o preencheram formul rios e assinaram o referido Termo cujo modelo est dispon vel nos anexos 24 Os di logos foram gravados em udio com autoriza o dos professores sendo posteriormente transcritos
158. c aprendeu a atuar como pedagoga no IFPB Quais as dificuldades que enfrenta em seu trabalho E quais as principais conquistas E Formul rio de entrevista Pedagogas e Comentar sobre seu perfil itiner rio de forma o e experi ncia 255 profissional Levantamento de atribui es plano de trabalho relat rio de atividades composi o da equipe e forma de atua o distribui o de atividades Experi ncia como pedagoga no IFPB dificuldades e conquistas O que representou a integra o curricular no EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa Que aspectos princ pios pol ticos e pedag gicos e ou recomenda es did ticas foram trabalhadas pela equipe pedag gica visando ao desenvolvimento do trabalho docente no EMI Como se deu a reforma curricular no IFPB Campus Jo o Pessoa com a cria o do EMI Qual a participa o do Setor Pedag gico nas discuss es e na defini o sobre a cria o do EMI Explique como se d a organiza o do trabalho pedag gico no EMI comparando o trabalho no EMI o anterior no antigo curso integrado LDB n 5692 71 ou o atual subsequente objetivos planejamento avalia o viv ncia articula o dos professores Que experi ncias voc tem acompanhado de integra o curricular e de articula o entre professores Comente alguma s experi ncia s exitosa s Como e com que frequ ncia se d a articula o entre professores de uma mesma coordena o E a articula o entre professor
159. ca o configurando os PCNEM como um passo em dire o reforma desse n vel de ensino e um est mulo reflex o e ao desenvolvimento do curr culo da escola chegou a vez de reformar o Ensino M dio O Ensino M dio agora parte da Educa o B sica Isso quer dizer que ele parte da forma o que todo brasileiro deve ter para enfrentar a vida com seguran a Por isso propomos um curr culo baseado no dom nio de compet ncias b sicas e n o no ac mulo de informa es BRASIL 1999 p 9 Nesse documento a integra o curricular foi defendida como estrat gia educacional para fazer face s novas exig ncias colocadas pelo desenvolvimento tecnol gico e social BRASIL 1999 p 25 e para tal enfrentamento recomenda se a abordagem por compet ncia e a contextualiza o do ensino Em que pese n o pretendamos aprofundar a perspectiva da integra o presente no referido documento entendemos que o complexo processo de recontextualiza o e hibridiza o dos textos curriculares com outros de diferentes campos resultaram numa proposta bem pr pria o que nos remete pesquisa realizada por Lopes 2002 sobre o potencial cr tico da integra o curricular nos PCNEM A pesquisadora ressalta que o discurso desse documento tem forte vi s legitimador na medida em que busca sintonia com significados aceitos pelos diferentes grupos sociais Para Lopes 2002 como a interdisciplinaridade vem na atualidade assumind
160. ca chega a nada fica sempre nisso Professor de Eletrot cnica n 04 O pessoal da Pedagogia falava muito de lreferindo se integra o mas a nossa parte a de execu o de constru o do curr culo na quest o de carga hor ria A gente recebe e tal textos agora a gente n o tem muita paci ncia de estar lendo e tal N s nos preocupamos mais com o que n s vamos fazer Professor de Eletrot cnica n 05 Essa quest o de curr culo ela fica mais para o pessoal da Pedagogia porque tem mais vis o dessa parte N o participei dos encontros mas houve encontros porque na poca estava fora de sala de aula e n o participei mas toda mudan a que h aqui h uma intera o de todo mundo h reuni es essa coisa todinha para poder fazer essa mudan a Professor de Biologia n 17 A partir desses depoimentos compreendemos que o processo de discuss o sobre os fundamentos e princ pios do Ensino M dio Integrado foi comprometido em seu alcance mesmo aqueles aspectos mais relacionados quest o curricular foram pouco discutidos dado o desinteresse dos professores por tem ticas que julgavam n o diretamente aplic veis a sua pr tica pedag gica concreta Dessa forma inferimos que o marco te rico da proposta de EMI ancorada nos fundamentos pol tico ideol gicos e filos ficos da educa o polit cnica teve menor espa o de discuss o e estudo nas oficinas e encontros pedag gicos que culminaram na el
161. cacionais An sio Teixeira 2008 p 109 123 GRAMSCI Antonio Os intelectuais e a organiza o da cultura Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1982 GRINT Keith O que o Trabalho Sociologia do Trabalho Colec o Sociedade e Organiza es Lisboa Portugal Instituto Piaget 1998 GRUPO DE TRABALHO Diretrizes curriculares nacionais para a educa o profissional t cnica de n vel m dio em debate texto para discuss o Bras lia 2010 p 1 94 Dispon vel em lt http forumeja org br sites forumeja org br files dire cur pto en tec debate PDF gt Acesso em 9 jan 2011 Carta 23 maio de 201la Bras lia para HADDAD Fernando Bras lia 5 fls Manifesta discord ncia da proposta de parecer e de resolu o que est em aprecia o pelo CNE Carta 29 de agosto de 2011b Bras lia para HADDAD Fernando Bras lia 6 fls Defesa constru o conjunta das Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino M dio e da Educa o Profissional HARVEY David Condi o p s moderna uma pesquisa sobre as origens da mudan a cultural S o Paulo Edi es Loyola 2005 HUBERMAN Micha l O ciclo de vida dos professores In N VOA Ant nio Org Vidas de professores Lisboa Portugal Porto Editora Lda 1995 IFPB Plano de Desenvolvimento Institucional 2005 2009 Jo o Pessoa 9 de dezembro de 2006 Diretrizes para a Gest o das Atividades de Ensino Pesquisa e Extens o do IFPB Jo o Pessoa outub
162. campos do dom nio da rea de Forma o Geral para a forma o multifacetada do sujeito humano Entretanto importante considerar que os mesmos n o podem se submeter a uma estrita l gica profissionalizante uma vez que os mesmos carregam em si outras dimens es da forma o do estudante n o atendidas pela profissionaliza o preciso pois consolidar a concep o e viv ncia do EMI como um curso nico que cumpre ambas as finalidades Ensino M dio e Ensino T cnico n o cabendo polariza es que comprometam a forma o integral do estudante Para tal o trabalho a ci ncia a tecnologia e a cultura como eixos desse projeto unit rio devem ser tratados como processos hist ricos e situados assentados no entendimento da realidade como uma constru o humana e por isso ao agir sobre ela o homem n o apena a transforma mas a si mesmo A proposta de EMI deve buscar a unidade existente entre conhecimentos gerais e conhecimentos tecnol gicos de forma a contribuir para que o homem supere a pr xis utilit ria e o senso comum que limita sua a o no mundo e com o mundo KOSIK 1995 Tal perspectiva encontrou dificuldade de se materializar no IFPB Os eixos trabalho ci ncia tecnologia e cultura foram apenas anunciados no projeto n o tendo sido retomados em estudos e em encontros de planejamento Nesses momentos a voca o institucional tornou tendenciosa as iniciativas de integra o dos professores comprometendo n o apenas
163. cativa e no setor produtivo respectivamente Dito de outra forma a teoria corresponderia aos fundamentos cient ficos e tecnol gicos apropriados na Institui o Educativa e a pr tica sua materializa o no processo produtivo Tal compreens o vai ao encontro de uma perspectiva dicot mica em que a rela o teoria pr tica se d de forma associativa Consideradas polos separados mas n o opostos entende se que h a preval ncia da teoria que atua como elemento norteador da pr tica CANDAU 1990 Para Pimenta 1997 a vis o de unidade se contrap e vis o dicot mica anteriormente citada tendo como pressuposto a teoria pr tica como n cleo articulador da forma o profissional sendo indissoci veis Nessa perspectiva o sujeito o lado ativo da rela o tornando a teoria e a pr tica din micas movendo se e transformando se continuamente a partir da a o humana RAYS 1996 Assim compreendida a pr tica incorpora a capacidade do fazer transformado sendo mobilizada por finalidades vinculadas ao movimento real Essa perspectiva considera a autonomia do sujeito nesse processo se aproximando do conceito de pr xis como atividade material transformadora e ajustada a finalidades V SQUEZ 1968 O curso que se pretenda integrado deve tratar a rela o teoria pr tica numa perspectiva unit ria favorecendo aos estudantes n o apenas o dom nio dos fundamentos 149 cient ficos e tecnol gicos caracter sticos do pro
164. centes e t cnicos na infraestrutura das escolas e na remunera o dos trabalhadores Um professor com mestrado e dedica o exclusiva em in cio da carreira tem sal rio de R 4 1 mil O ndice de professores com cursos de mestrado ou doutorado nas escolas federais de educa o profissional de 52 Um t cnico administrativo de n vel superior tem sal rio inicial de R 2 9 mil mais incentivo qualifica o profissional que pode chegar a 50 se ele tiver doutorado MEC 2011 Ainda discutindo os diferenciais Moura 2010 ressalta o rigor do processo seletivo nas institui es federais devido a sua elevada concorr ncia motivada pela expressiva procura por seus cursos diferentemente da rede estadual com ingresso universal H que se registrar 31 O Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e de Valoriza o dos Profissionais da Educa o FUNDEB atende toda a educa o b sica da creche ao Ensino M dio est em vigor desde janeiro de 2007 e se estender at 2020 No Programa Internacional de Avalia o de Alunos Pisa de 2009 a Rede obteve m dia superior aos pa ses da Organiza o para Coopera o e Desenvolvimento Econ mico OCDE e no Exame Nacional do Ensino M dio Enem os alunos dos institutos federais de Educa o Ci ncia e Tecnologia se destacaram MEC 2010 86 que a implanta o do sistema de cotas sociais tem contribu do para o ingresso de estudantes de origem socio
165. cesso de trabalho hodierno SAVIANI 2003 mas o seu tratamento para al m da mera aplica o da teoria ao contexto do trabalho Para tal necess rio propiciar condi es aos educandos de reconstruir os princ pios cient ficos gerais que fundamentam os processos e as t cnicas utilizados pelos diversos sistemas de produ o em cada momento hist rico em que se vive MOURA GARCIA e RAMOS 2007 Dessa forma mais que um contexto o trabalho como princ pio educativo considerado em sua dimens o hist rica e ontol gica Hist rico porque o trabalho pedag gico fecundo ocupa se em evidenciar juntamente com os conceitos as raz es os problemas as necessidades e as d vidas que constituem o contexto de produ o de um conhecimento A apreens o de conhecimentos na sua forma mais elaborada permite compreender os fundamentos pr vios que levaram ao est gio atual de compreens o do fen meno estudado Dial tico porque a raz o de estudar um processo de produ o n o est na sua estrutura formal e procedimental aparente mas na tentativa de captar os conceitos que os fundamentam e as rela es que os constituem Esses podem estar em conflito ou ser questionados por outros conceitos RAMOS 2005 p 120 Entretanto nos projetos dos cursos h alguns trechos em que se defende explicitamente a perspectiva unit ria Para exemplificar destacamos a concep o de educando como um ser hist rico social concreto capaz de transform
166. ci ncia e cultura Boletim T cnico do Senac Rio de Janeiro v 29 n 2 p 19 27 mai ago 2003 A pedagogia das compet ncias autonomia ou adapta o S o Paulo Cortez 2001 RAYS Oswaldo Afonso A rela o teoria pr tica na did tica escolar cr tica In VEIGA Ilma Passos Org Did tica o ensino e suas rela es Campinas SP Papirus 1996 p 33 52 RODRIGUES Jos Educa o polit cnica Dicion rio da Educa o Profissional em Sa de Rio de Janeiro Funda o Oswaldo Cruz Escola Polit cnica de Sa de Joaquim Ven ncio 2009 p 112 119 ROMANELLI Otaiza de Oliveira Hist ria da Educa o Brasileira Rio de Janeiro Vozes 1978 SALM Cl udio L e FOGA A Azuete Quest es cr ticas da educa o brasileira MICT MEC MCT MTB Bras lia 1995 p 1 48 Dispon vel em lt www cipedya com web FileDownload aspx IDFile 148900 gt Acesso em 15 jan 2012 SANTOS Aparecida de F tima Tiradentes dos Teoria do capital intelectual e teoria do capital humano estado capital e trabalho na pol tica educacional em dois momentos do processo de acumula o In 27 REUNI O ANUAL DA ASSOCIA O NACIONAL DE P S GRADUA O E PESQUISA EM EDUCA O 2004 Caxambu Anais da 27 Reuni o Anual da Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o Caxambu MG ANPEd 2004 p 1 18 SANTOS Eloisa Helena Palestra Forma o de Professores para Educa o Profissional e Tecnol gica Forma o de Pro
167. cio de energia no IFPB inspe o laudo t cnico levantamento de alternativas processo educativo e outras relacionadas cidade bem como a iniciativa de trabalhar com fontes de energia alternativa na pr pria Institui o contemplando subprojetos na rea de energia solar al m de constru o de projetos maquetes v deos palestras e a casa ecol gica integrando se ao projeto de Edifica es Conforme agendado na reuni o dia 01 de setembro de 2008 o anteprojeto retomado e sistematizado pela COPED com base nas perspectivas apontadas naquele primeiro momento foi apresentado Apesar de o mesmo n o ter sido disponibilizado para n s no registro da mem ria dessa reuni o identificamos que algumas propostas relativas ao uso e conserva o de energia no IFPB foram retomadas e se avan ou a partir da identifica o de disciplinas que seriam envolvidas em tal projeto O Projeto Integrador foi desmembrado em s ries segundo os seguintes eixos 1 s rie A eletricidade no nosso cotidiano 2 s rie As instala es el tricas prediais Impactos econ micos e sociais 3 s rie As instala es Industriais Impactos econ micos sociais e 4 s rie Conserva o efici ncia e fontes alternativas de energia Entretanto as informa es a que tivemos acesso d o conta de que tal iniciativa institucional n o prosperou n o tendo sido retomada no ano de 2009 Os poucos projetos desenvolvidos na Institui o foram de iniciativ
168. cionais a serem utilizados em sala de aula como livros computadores etc Para o pesquisador a influ ncia do Banco Mundial como ag ncia de assessoria t cnica na rea educacional de pa ses em desenvolvimento se d pelo condicionamento de seu apoio financeiro ao cumprimento de seus pacotes educacionais Algumas das principais medidas propostas centram se na aloca o de recursos p blicos essencialmente para o ensino fundamental transfer ncia para a iniciativa privada de subs dios educacionais incentivo concorr ncia entre as institui es aumento do tempo de dedica o dos professores no trabalho docente sem acr scimo salarial aprimoramento de livros did ticos e recursos tecnol gicos A reforma come ou a tomar corpo a partir da regulamenta o do cap tulo III da LDB que trata da Educa o Profissional por meio do Decreto n 2 208 1997 do Parecer CNE CEB n 16 1999 e da Resolu o CNE CEB n 04 1999 A organiza o dos cursos 1 A Comiss o Internacional sobre Educa o para o S culo XXI criada oficialmente no in cio de 1993 sob a presid ncia de Jacques Delors produziu o Relat rio para a Unesco intitulado Educa o um tesouro a descobrir DELORS 1999 Trata se de um desdobramento da Confer ncia Mundial sobre Educa o Para Todos realizada em Jomtien Tail ndia que gerou a Declara o Mundial sobre Educa o para Todos e o Marco de A o para a Satisfa o das Necessidades B sicas de Aprendiz
169. cional de Estudos e Pesquisas Campinas UNICAMP 2009 p 1 24 Dispon vel em lt http www histedbr fae unicamp br acer histedbr seminario seminario8 files Ax4N6VI16 p df gt Acesso 12 jan 2012 KOSIK Karel Dial tica do concreto S o Paulo Paz e Terra 1995 KUENZER Acacia Palestra Forma o de Professores para Educa o Profissional e Tecnol gica Forma o de Professores para Educa o Profissional e Tecnol gica Bras lia 26 27 e 28 de setembro de 2006 Bras lia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira 2008 p 19 40 Pol ticas de ensino m dio continuam os mesmos dilemas In COSTA Albertina MARTINS ngela FRANCO Maria Laura Org Uma hist ria para contar a pesquisa na Funda o Carlos Chagas S o Paulo Annablume 2004 p 89 116 Ensino m dio e profissional as pol ticas do Estado neoliberal S o Paulo Cortez 1997 KUENZER Acacia Educa o e trabalho no Brasil o estado da quest o Bras lia INEP Santiago SEDUC 1991 KUENZER Acacia e CALDAS Andrea Trabalho docente comprometimento e desist ncia In FIDALGO Fernando OLIVEIRA Maria Auxiliadora FIDALGO Nara Luciene Orgs A intensifica o do trabalho docente tecnologias e produtividade Campinas SP papirus 2009 p 19 48 245 LAHIRE Bernard Logiques pratiques le faire et le dire sur le faire Recherche et Formation Les savoirs de la pratique Un enjeu pour la
170. cnica Assim o MEC decidiu pela separa o da parte acad mica da parte profissional sob o ponto de vista conceitual e operacional KUENZER 1997 passando a defender a cria o de sistemas de ensino em separado como estrat gia para atingir os objetivos pretendidos a baixos custos A proposta de desvincular o Ensino T cnico do Ensino M dio prevaleceu no anteprojeto de Lei enviado para o Congresso que recebeu o n 1 603 1997 seguindo uma perspectiva de otimiza o dos recursos p blicos A despeito de todas as cr ticas e embates ao seu teor seu conte do ressurgiu no texto do Decreto n 2 208 1997 As cr ticas ao Decreto foram contundentes Em especial o fato de ele instituir as bases para a separa o entre o Ensino M dio e o Ensino T cnico prevendo que este deveria possuir organiza o curricular pr pria e independente do primeiro Assim foi reposta a l gica da dualidade estrutural dissociando a profissionaliza o da Forma o Geral O entendimento foi que a Forma o Profissional dos trabalhadores prescinde de uma s lida forma o b sica ideia contr ria tend ncia mundialmente aceita KUENZER 1997 Em meio aos embates e s cr ticas ao Decreto n 2 208 1997 novas expectativas foram geradas com a elei o de Lu s In cio Lula da Silva Foram retomados processos participativos e de press o popular em favor de mudan as na Educa o Profissional em observ ncia aos preceitos da escola unit ria e da forma
171. cnica de N vel M dio em todas as suas formas de oferta nos termos da Lei inclusive nas modalidades Educa o de Jovens e Adultos e Educa o a Distancia baseia se nos seguintes pressupostos I Forma o integral do educando II Trabalho como principio educativo IMI Indissociabilidade entre forma o geral e EP IV Indissociabilidade entre educa o e pr tica social considerando se a historicidade dos conhecimentos e dos sujeitos da aprendizagem V Integra o entre educa o trabalho ci ncia tecnologia e cultura como base da proposta e do desenvolvimento curricular VI Integra o de conhecimentos gerais e profissionais realizada na perspectiva da interdisciplinaridade tendo a pesquisa como princ pio pedag gico VII Indissociabilidade entre teoria e pratica no processo de ensino aprendizagem VII Articula o com o desenvolvimento s cio econ mico ambiental dos territ rios onde os cursos ocorrem IX Valoriza o da diversidade humana das formas de produ o dos processos de trabalho e das culturas a eles subjacentes X Inclus o educacional e acessibilidade como base para acesso ao curr culo Para discuss o da nova DCNEPTNM em 2011 foram realizadas duas audi ncias p blicas uma no Rio de Janeiro e outra em S o Paulo em 11 de mar o e 15 de abril 60 respectivamente Segundo Moura 2012 tais audi ncias contaram com escassa participa o sendo rea
172. cnico a saber ent o perdemos o foco e isso embaralhou a cabe a de muita gente e a gest o ainda n o se adaptou a essa nova Institui o N s temos falhas ainda na gest o A gest o ainda n o engatou esse novo sistema e o Ensino M dio Integrado fica de certa forma imprensado chegando ao ponto de ser at menosprezado N s precisamos refundar a Escola do Ensino T cnico na nossa Institui o porque ao 68 Lei n 12 513 de 26 de Outubro de 2011 que Institui o Programa Nacional de Acesso ao Ensino T cnico e Emprego Pronatec altera as Leis n 7 998 de 11 de janeiro de 1990 que regula o Programa do Seguro Desemprego o Abono Salarial e institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT n 8 212 de 24 de julho de 1991 que disp e sobre a organiza o da Seguridade Social e institui Plano de Custeio n 10 260 de 12 de julho de 2001 que disp e sobre o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior e n 11 129 de 30 de junho de 2005 que institui o Programa Nacional de Inclus o de Jovens ProJovem e d outras provid ncias 180 longo dessas mudan as de Escola T cnica para CEFET de CEFET para Instituto foram perdidas as bases para a Escola do Ensino T cnico que foi que deu respaldo a essa Escola Hoje n s precisamos refundar essa Escola porque o Ensino T cnico principalmente o Integrado ele est de certa forma solto A gente precisa de mais gente refor ar o quadro pedag gico Apesar
173. cnico integrado para PROEJA N o tem o espa o para o debate para a organiza o da avalia o da implementa o de pol ticas mais racionalizadas Ent o lhe foge o controle Ent o o processo de ifetiza o potencializa os problemas de uma certa forma e cria novos problemas para os quais a Institui o n o d as condi es de resolver Professor de Sociologia n 09 o governo lan a as propostas tudo muito bem tudo bonito v lido do ponto de vista te rico Mas sem as condi es de exerc cio a viabilidade operacional fica comprometida porque poucos professores com 18 aulas 17 aulas 16 aulas fora as reuni es tanta responsabilidade Professor de L ngua Portuguesa n 02 182 Eu dou aula no integrado eu dou aula em v rios cursos eu dou aula no t cnico subsequente aula no superior e no PROEJA Ent o muito complicado se voc n o tiver um jogo de cintura muito bom Professor de F sica n 10 Voc querer que o professor saia e d aula de 7 s 8h de F sica de uma forma de 9 s 10 ele vai dar a mesma aula de F sica de outra maneira complicado Ele preparar duas aulas com conte do semelhantes para trabalhar em turmas diferentes Ent o fica praticamente imposs vel Vou desligar esse professor que est dando aula dessa forma e vou ligar ele para Ele acaba dando a aula muito parecida em ambos os casos Um contamina o outro Professor de Mec nica n 04 ainda tenho e
174. com colegas de outras disciplinas Ela chamou uma atividade me convidou para fazer parte daquela atividade Professor de Sociologia n 09 a gente acaba atraindo professores de outras disciplinas Professora de L ngua Portuguesa n 03 Com isso as poucas iniciativas em torno de projetos que tiveram registro no IFPB Campus Jo o Pessoa resultaram de a es isoladas de professores que como assinala Imbern n 2000 se convertem apenas em uma mera experi ncia pessoal de pouco ou nenhum alcance se n o s o potencializadas mediante a es que visem o desenvolvimento do protagonismo coletivo e portanto institucional A partir das considera es postas pelos professores da rea de Forma o Geral e Profissional constatamos que a ideia de projetos integradores n o se instalou na Institui o As iniciativas de professores em torno de projetos foram isoladas e pontuais assumindo um car ter curricular de pouco alcance interdisciplinar N o refletiam pois a concep o de projetos integradores defendida na proposta no EMI do Instituto As primeiras iniciativas em torno de projetos integradores identificadas nos 229 momentos de planejamento e reuni es pedag gicas j sinalizavam nesse sentido No registro da Mem ria da reuni o de planejamento pedag gico que nos foi fornecido pela COPED identificamos cr ticas descontinuidade no planejamento desses projetos iniciados e n o mais retomados
175. compreens o da l gica que fundamenta o processo produtivo hodierno sendo as disciplinas cient ficas e tecnol gicas essenciais nesse processo n o podemos perder de vista que o trabalho como princ pio educativo n o pode se restringir sua dimens o apenas contextual Com Ramos 2004 entendemos que h o risco de o trabalho como princ pio educativo ser assumido na perspectiva do capital e assim ter seu car ter ontol gico reduzido dimens o produtiva pautada numa perspectiva utilitarista e reducionista 203 O trabalho como contexto que prevalece no projeto pedag gico do EMI do Instituto n o a nica perspectiva que se destaca numa proposta que se pretenda alinhada com fins emancipat rios Frigotto 2009 ressalta que fundamental que a dimens o hist rica e ontol gica do trabalho seja garantida no curr culo do EMI Esta pauta se na compreens o do homem como sujeito hist rico que atua em sua inteireza intelecto emo es energia f sica sobre o meio gerando conhecimentos t cnicas e tecnologias que modificam a si as formas de produ o e a sua exist ncia Kuenzer 2008 afirma ser necess rio investir em outros campos do conhecimento como a ci ncia pol tica a sociologia a hist ria a filosofia a epistemologia e outras disciplinas que contribuam para o dom nio te rico pr tico dos fundamentos do trabalho e das rela es entre trabalho e educa o no capitalismo Reiteramos a import ncia de outros
176. conflitos de interesses e reinterpreta es em disputa e o professor fundamental nesse processo dada a sua expertise e a centralidade da fun o que exerce no seio das institui es educativas Como afirma Zibas 2002 p 72 os filtros institucionais ressignificam as pol ticas originalmente concebidas pois no contexto escolar h estruturas culturais e pol ticas historicamente estabelecidas criando uma trama institucional que interpela filtra transforma ignora escamoteia ou absorve muitas vezes fragmentariamente as mudan as pretendidas Nesse sentido a forma como s o ressignificadas as pol ticas educacionais no mbito das institui es n o resulta unilateralmente da forma como o governo federal ou as inst ncias gestoras as fazem chegar aos contextos locais espec ficos sem deix los de inclu los Resulta pois de uma complexa rede de constru es de significados e sentidos em que o professor de forma direta ou indireta se envolve e em certa medida se torna tamb m conivente respons vel pelos prop sitos que passam a nortear o trabalho da Institui o Em outros depoimentos identificamos que os docentes compreenderam que o Minist rio da Educa o reiteradamente vem lan ando programas e projetos diversos na rea educacional e que os institutos federais t m se caracterizado como l cus privilegiado de suas experimenta es Consideramos que em um contexto de indefini o e de busca da consolida
177. curso Mas n o interferia no desenvolvimento da disciplina dentro de uma Institui o de forma o profissional nos seus objetivos que era fazer com que o aluno dentro daquela disciplina atender necessidade da Forma o Geral para ele concorrer l fora em concurso vestibulares e acompanhar um curso superior Professor de Matem tica n 13 Segundo o referido depoimento ser professor da Forma o Geral em institui es de EPT seria similar a atuar em qualquer outra institui o Variava apenas o car ter instrumental que algumas de suas disciplinas deveriam assumir visando atender s 6l PSS Processo Seletivo Seriado forma de sele o adotada pela Universidade Federal da Para ba UFPB entre1999 e 2010 para ingresso em seus cursos de gradua o 133 necessidades da rea profissional dos cursos em que estariam inseridas Dessa forma haveria uma tentativa de concilia o entre a fun o proped utica do Ensino M dio reduzida compreens o de mera prepara o para o vestibular e a profissionaliza o a partir do direcionamento de disciplinas de cultura geral para as necessidades da rea t cnica do curso Nesse caso poss vel inferir que tal abordagem refletiria a aus ncia de uma das fun es cl ssicas desse n vel de ensino a formativa fundamental para a proposta do EMI No discurso da professora a que nos referimos anteriormente estaria se buscando conciliar a fun o proped utica e
178. da atividade pedag gica efetiva cadernos de alunos fichas de prepara o de aula diferentes coisas afixadas etc eles est o mais dispostos que em qualquer outra situa o a falar de suas pr ticas cotidianas LAHIRE 1998 p 26 27 tradu o nossa Outro aspecto levado em conta foi a qualidade ac stica das salas considerada satisfat ria para a grava o em udio das sess es Por se localizarem distantes de ambientes de grande circula o de pessoas n o foi percebido barulho em salas adjacentes e de transeuntes que comprometessem a privacidade dos participantes e prejudicassem a qualidade da grava o Fizemos uso de dois aparelhos de grava o digital de voz M dia Player 3 MP3 7 Texto original Ensuite on peut veiller au choix du lieu d entretien qui peut tre determinant pour faire rena tre ou mettre distances les pratiques affectives Par exemple les enseignants inteview s dans leur sale de classe sont dans une situation pertinente pour parler de leurs pratiques pedagogiques Entour s de toutes les traces de Pactivit p dagogique effective cahiers d l ves fiches de preparation diff rentes choses affich es etc ils sont plus disposes que dans n importe quelle autre situation parler de leurs pratiques quotidiennes 23 dispostos em pontos opostos das salas de modo a registrar as interven es de todos os participantes Nossa op o pela grava o em udio foi por este recurso n o ser id
179. da pelo trabalho como ant doto pregui a vadiagem e s id ias revolucion rias a concep o anarco sindicalista de educa o integral e finalmente a vis o de forma o profissional para o mercado de trabalho para o exerc cio de fun es e atribui es do regime fabril e do trabalho assalariado capitalista Nesse contexto a concep o de Educa o Profissional para o trabalho assalariado e para o emprego que vai se tornando hegem nica dotando os processos de forma o profissional de uma racionalidade t cnica voltada para a crescente organiza o cient fica capitalista do trabalho MANFREDI 2002 p 94 A partir da d cada de 1930 o modelo de forma o profissional previu al m do sistema p blico redes p blicas estaduais e federais um outro gerido pelos organismos sindicais patronais o Sistema S Esse sistema era formado inicialmente pelo SENAI Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial 1942 e o SENAC Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial 1946 Seguiam a tica e as necessidades dos setores empresariais que tiveram ampla expans o nos governos militares Castelo Branco e Jo o Batista Figueiredo e voltados para os grandes projetos nacionais Sobre o SENAI e o SENAC Kuenzer 1991 destaca que sua cria o foi decorrente do est mulo do Governo Federal em institucionalizar um sistema nacional de aprendizagem custeado pelas pr prias empresas com cursos voltados para as sua
180. dade uma introdu o s teorias do curr culo Belo Horizonte Aut ntica 2007 SOTERO Selene Maria da C Significados e fazeres em torno do plano de implanta o do ensino m dio integrado In Secretaria de Educa o B sica MEC Ensino M dio integrado educa o profissional integrar para qu Secretaria de Educa o B sica Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2006 p 123 138 SOUSA J NIOR Justino Marx e a cr tica da educa o da expans o liberal democr tica crise regressivo destrutiva do capital S o Paulo Id ias amp Letras 2010 TARDIF Maurice Saberes docentes e forma o profissional Petr polis Vozes 2002 TEIXEIRA An sio Educa o para a democracia Rio de Janeiro Jos Olympio 1936 TORRES SANTOM Jurjo Globaliza o e interdisciplinaridade o curr culo integrado S o Paulo Artmed 1998 TARGINO Itapuan B 100 anos do ensino industrial brasileiro 1909 2009 Jo o Pessoa Ideia 2009 TRIVINOS Augusto N S Introdu o Pesquisa em Ci ncias Sociais a pesquisa qualitativa em educa o S o Paulo Atlas 1987 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARA BA Projeto de curso de P s Gradua o Lato Sensu em Educa o Tecnol gica Jo o Pessoa 1998 VALENTIM Silvani Ensino m dio integrado educa o profissional pr xis multiculturalista e desenvolvimento local como aportes organiza o escolar In Secretaria de Educa o B sica MEC E
181. dades de produzir que requer o uso de conhecimentos e habilidades necess rios concep o e execu o de objetivos para os quais as solu es tecnol gicas existem e devem ser adaptadas e c desenvolver capacidades de inovar n vel mais elevado de complexidade relacionado s exig ncias do processo de gera o de novos conhecimentos e novas solu es tecnol gicas MACHADO 2008 p 18 Kuenzer 2008 assinala que a forma o do professor da EPT dever dar conta da 130 dimens o ontol gica do trabalho compreendendo o no contexto da sociedade capitalista Para isto sua forma o dever contemplar o dom nio dos fundamentos do trabalho e das rela es entre educa o e trabalho no capitalismo e da necessidade de dom nio te rico pr tico das categorias da pedagogia do trabalho para o que s o necess rias incurs es por exemplo na ci ncia pol tica na sociologia na hist ria na filosofia na psicologia na administra o na epistemologia al m das disciplinas voltadas propriamente para a pedagogia do trabalho KUENZER 2008 p 37 Apresentadas tais considera es discutiremos a profissionaliza o e a inser o dos docentes da Forma o Geral na Educa o Profissional e Tecnol gica pois entendemos que tais aspectos influenciam a concep o e viv ncia da proposta do EMI no cotidiano da Institui o 5 2 Professores da Forma o Geral do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo
182. das a partir de abordagens multidisciplinares e integradas de forma a favorecer a leitura de conjunturas e de cen rios e o desenvolvimento de atitudes solid rias de participa o social e de corresponsabilidade na perspectiva da emancipa o humana MACHADO 2006 Para o delineamento de a es did ticas integradas Machado 2006 recomenda que os professores explorem pr ticas interdisciplinares superando perspectivas sequenciais e fragmentadas do curr culo mediante o delineamento de planos comuns de trabalho em que se compartilhem experi ncias diversas segundo diferentes pontos de vistas de forma a aproximar os educandos da realidade por meio de projetos temas geradores e eixos te ricos concretos e significativos Para a pesquisadora essencial que o professor adote uma postura investigativa como alternativa did tica de forma a favorecer o desenvolvimento multidimensional do ser humano uma vez que a experi ncia com pesquisa possibilita aos educandos a oportunidade de agregar conhecimentos do contexto estabelecer novas conex es entre conhecimentos e utiliz los em suas vidas mediante um processo compreendido como n o apenas t cnico mas pol tico uma vez que orientado por finalidades educativas Tamb m preocupados com a organiza o do trabalho pedag gico do EMI Baracho et al 2006 sugerem o desenvolvimento de projetos integradores e de outras metodologias que favore am o di logo entre disciplinas de diferentes n cleos
183. das postas pela sociedade Epistemol gicas devido crise de determinadas disciplinas que se veem diante da necessidade de compartilharem marcos te ricos m todos procedimentos e conceitos oriundos de sua especialidade tendo em vista munir se de condi es para o enfrentamento dos problemas em estudo Disputas e rivalidades entre disciplinas ao partilharem uma mesma parcela da realidade diferentes especialidades passam a servir de base para um novo reagrupamento disciplinar Necessidade de prest gio diante do enfraquecimento do campo te rico e ou metodol gico de determinada disciplina verifica se a tend ncia de se buscar apoio sustenta o e status de especialidades conceituadas mediante a apropria o de suas estruturas 193 conceituais metodol gicas dentre outras Desenvolvimento da ci ncia com o desenvolvimento de determinado campo do conhecimento este passa a entrar em contato com outras especialidades que mostrando se insuficientes acabam por se fundir na cria o de uma nova disciplina em geral com objeto tratado de forma mais aprofundada a partir de perspectivas ampliadas No que se refere realidade do IFPB Campus Jo o Pessoa a organiza o curricular disciplinar prevaleceu alimentada por uma cultura institucional baseada na l gica da separa o entre Forma o Profissional e Forma o Geral entre teoria e pr tica que se firmaram em um contexto em que os espa os e tempos esco
184. de 2 grau com habilita o em Eletricidade Dos onze professores que atuavam no Curso T cnico Integrado de Mec nica a maioria nove concluiu gradua o em Engenharia Mec nica Havia um docente com forma o em Administra o de Empresas que cursou Licenciatura Plena de Forma o de Professores de 2 grau com Habilita o em Desenho T cnico e um outro com Licenciatura Plena de Forma o de Professores de 2 grau com habilita o em Mec nica Considerando o investimento dos docentes na sua forma o continuada analisando os cursos de P s Gradua o a titula o dos professores da rea profissionalizante dos cursos t cnicos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica em 2011 representada na Tabela 2 que se segue Os professores efetivos apenas com gradua o do IFPB Campus Jo o Pessoa que estavam lotados na rea I eram respons veis pelas disciplinas Educa o F sica Espanhol e Ingl s e na rea III ministravam as disciplinas Filosofia Hist ria e Geografia 109 Tabela 2 Distribui o dos docentes da rea profissional do IFPB Campus Jo o Pessoa dos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e de Mec nica por titula o em 2011 reas Total Especializa o Mestrado Doutorado Total 30 10 06 14 Eletrot cnica 19 07 05 07 Mec nica 1 03 01 07 Fonte IFPB Diretoria de Gest o de Pessoas Departamento de Cadastro Acompanhamento e Pagamento de Pessoal Nota Dados atualizados em 10
185. de concep o e viv ncia do Ensino M dio Integrado no IFPB Campus Jo o Pessoa na vis o dos professores de diferentes reas Forma o Geral e Profissional que atuam em tais cursos e da equipe pedag gica considerando como recorte temporal de viv ncia do EMI o per odo de 2009 a 2011 A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas Inicialmente realizamos no ano de 2009 um estudo explorat rio a partir do uso da t cnica de grupo focal Entre o ano de 2010 e o primeiro semestre de 2011 realizamos entrevistas com professores da Forma o Geral e 20 Profissional dos cursos de EMI de Eletrot cnica e de Mec nica tendo alguns deles atuado como gestores das coordena es onde est o lotados al m da Coordena o Pedag gica COPED envolvida com o apoio aos docentes no processo de planejamento organiza o e viv ncia de tais cursos Optamos por desenvolver a pesquisa com professores do Ensino M dio Integrado com foco na profissionaliza o t cnica em Eletrot cnica e em Mec nica por serem reas tradicionais na Institui o e por seus professores terem optado em desenvolver a proposta curricular integrada o EMI em reuni o deliberativa coordenada pela equipe pedag gica COPED Para a aplica o da t cnica de grupo focal buscamos criar condi es favor veis para a discuss o coletiva sobre a problem tica em quest o a fim de que os participantes se sentissem vontade para se posicionar explicitar seus pontos de vista
186. de um campo de disputa A unanimidade que a Institui o vem crescendo sem a qualidade desejada O planejamento inadequado tem resultado na replica o do modelo CEFET PB para outros campi a saber Eu s acho que essa expans o tem que ser vista de forma diferente preciso que se d um modelo uma forma Se existem falhas essas falhas quando forem refletidas nesses novos campi precisam ser corrigidas N o apenas uma repeti o do que ocorre aqui e continuar no mesmo erro Professor de Educa o F sica n 11 interessante como o governo v a educa o no Brasil deseja expandir mas sem Pelo que eu percebo que deseja uma expans o mas essa expans o n o tem um planejamento ou pelo menos n o tem um planejamento adequado um planejamento que deveria ter Da a coisa cresce mas s em tamanho em qualidade eu acho que tem ainda muita coisa para ser feita Professora de L ngua Portuguesa n 03 Um professor de Eletrot cnica que atuou como gestor em v rios setores do IFPB Campus Jo o Pessoa e se engajou em momentos diversos de discuss o e estudos relacionados ao desenvolvimento da proposta de EMI ressaltou que a qualidade do trabalho pedag gico do Instituto foi abalada em meio perda de sua identidade e s condi es impostas aos professores para o desenvolvimento de seu trabalho Para ele a Institui o deveria ser refundada conferindo lugar de destaque a sua tradi o como Escola de Ensino T
187. deles poderem enxergar a realidade de uma forma diferente Professor de Eletrot cnica n 04 no trecho citado anteriormente a contribui o da rea de Ci ncias Humanas na forma o do sujeito n o assumiu contornos cr ticos compreender como funciona uma hierarquia numa empresa o senso tico senso de responsabilidade Na sess o de grupo focal o depoimento do referido professor sobre a contribui o da rea de Ci ncias Humanas para o curso integrado foi interpretado na perspectiva de uma prepara o para o trabalho com contornos de adapta o conforma o do trabalhador sendo acolhido por alguns docentes como percebido nos trechos que se seguem a ideia toda entregar ao mercado de trabalho o profissional s que o profissional n o tem s o lado t cnico n Ele referindo se ao 219 Professor de Eletrot cnica n 06 trabalha numa grande empresa sabe disso Sabe que principalmente se exige seriedade Esse o ponto de partida o bom comportamento o trabalho em equipe a responsabilidade a limpeza a organiza o tamb m uma coisa tamb m que tem que ter organiza o no ambiente de trabalho porque por melhor que o profissional seja se ele bagun ado ent o na verdade vai colocar em risco todo trabalho da equipe dele n o s dele n o Professor de Eletrot cnica n 08 ser pontual ass duo respons vel ser pontual ent o tudo isso Esse o pont
188. derna visa aprimorar a livre for a de trabalho humano tendo em vista adequ la s novas fun es nas f bricas e nos servi os modernos Nesses termos poss vel compreender que o desenvolvimento da produ o conduziu divis o do trabalho apropria o privada da terra rompendo se a unidade vigente nas comunidades primitivas a partir da divis o dos homens em duas classes sociais fundamentais a classe dos propriet rios e a dos n o propriet rios A divis o dos homens em classes repercutiu de maneira importante na educa o havendo a cis o na unidade da educa o antes identificada plenamente com o pr prio processo de trabalho Surgiram por tanto duas modalidades distintas de educa o a destinada classe propriet ria atividades intelectuais da arte da palavra e dos exerc cios f sicos de car ter l dico ou militar que assumiu a forma escolar e a destinada classe n o propriet ria assimilada ao pr prio processo de trabalho numa clara refer ncia dicot mica rela o trabalho intelectual X trabalho manual onde se prestigia o primeiro em detrimento do segundo o desenvolvimento da sociedade de classes especificamente nas suas formas escravista e feudal consumou a separa o entre educa o e trabalho No entanto n o se pode perder de vista que isso s foi poss vel a partir da pr pria determina o do processo de trabalho Com efeito o modo como se organiza a produ o po
189. destes serem oferecidos em diferentes regimes anual e semestral e atenderem a clientelas diferentes jovens e adultos n o guardando rela o com a natureza e finalidades previstas em seus respectivos projetos pedag gicos Em seu depoimento o professor de Mec nica n 04 ressaltou que para ensinar como se conserta uma geladeira ele poderia utilizar se de uma metodologia diferente a depender da carga hor ria do curso dando se mais nfase parte te rica ou pr tica Com isso entendemos que n o era o fato de o curso ser integrado ou subsequente mas a sua carga hor ria que determinava se seriam refor ados aspectos pr ticos ou o conte do te rico trabalhado comprometendo a rela o teoria pr tica em sua disciplina Entretanto o mesmo destacou que em geral suas aulas eram expositivas com demonstra es pr ticas em que fazia simula es de situa es nos laborat rios e nas oficinas da Institui o Conforme assinalado anteriormente na medida em que os professores compreenderam que a perspectiva da integra o do EMI privilegiava a profissionaliza o alguns professores da Forma o Geral se recusaram a se colocar a servi o do Ensino T cnico aspecto percebido pelos professores da rea t cnica nos seguintes termos E eu particularmente falo isso porque eu percebo na minha disciplina que n o chega nenhum professor da rea geral que antes estava programado que devia vir conversar o que que eu precisav
190. dia bem como os processos com os quais se relacionar mais sistematicamente na sua forma o profissional e b a rela o entre teoria e pr tica entendendo como a pr tica os processos produtivos e como teoria seus fundamentos cient fico tecnol gicos RAMOS 2003 p 7 Ao considerar a dimens o da cidadania e do mundo do trabalho Valentim 2006 defende que sejam engendrados processos que tenham em vista n o apenas a condi o de classe mas tamb m as dimens es de g nero e de etnia em suas diversas manifesta es A pesquisadora prop e um desenho do curr culo integrado que favore a oportunidades de problematizar fen menos situa es significativas e relevantes e compreender as m ltiplas perspectivas explicar teorias e conceitos fundamentais para compreens o do objeto localiz los nos respectivos campos da ci ncia disciplinar e interdisciplinar situar conceitos como conhecimentos gerais e espec ficos desdobramentos e aprofundamentos conceituais e t cnicas procedimentais necess rias a o em situa es 79 pr prias organizar componentes curriculares e as pr ticas pedag gicas rela es s ntese de m ltiplas determina es Dessa forma concebido Valentim 2006 compreende que o curr culo possibilitar o dom nio dos fundamentos cient ficos e tecnol gicos sob os quais se assentam a produ o moderna como condi o para o futuro exerc cio profissional e o posicionamento diante do seu t
191. didos e planejar coletivamente os trabalhos Para isto fundamental o apoio pedag gico que os auxilie no desenvolvimento de uma pr tica docente que contribua para o desenvolvimento dos conceitos b sicos das diferentes ci ncias mediante um modo ou m todo cr tico de pensar a realidade FRIGOTTO 2004 p 63 Nesse sentido trazemos uma contribui o de Ramos 2005 p 119 120 quando discute tal perspectiva exemplificando a necessidade de tratar o trabalho como princ pio educativo considerado em sua dimens o hist rica e ontol gica Por exemplo a eletricidade como for a natural abstrata existe mesmo antes de sua apropria o como for a produtiva mas n o operava na hist ria Enquanto era uma hip tese para a ci ncia natural era um nada hist rico at que passa a se constituir como conhecimento que impulsiona a produ o da exist ncia humana sobre bases materiais e sociais concretas Assim a partir do conhecimento na sua forma mais contempor nea que se pode compreender a realidade e a pr pria ci ncia na sua historicidade A partir da contribui o de Ramos 2005 compreendemos que n o o fato de um professor da rea de Eletricidade ministrar a disciplina como interface da F sica que esteja tratando o conte do de forma integrada H que se questionar se este conte do est sendo trabalhado numa perspectiva apenas linear e aditiva em que a ci ncia F sica est a servi o da rea profissi
192. dio e a educa o profissional de n vel t cnico problemas e perspectivas In ZIBAS Dagmar AGUIAR M rcia ngela BUENO Maria Sylvia Orgs O ensino m dio e a reforma da educa o b sica Bras lia Plano Editora 2002 p 15 32 DELORS Jacques et al Educa o um tesouro a descobrir S o Paulo Cortez Bras lia DF MEC UNESCO 1999 DELUIZ Neise O modelo das compet ncias profissionais no mundo do trabalho e na educa o implica es para o curr culo Boletim T cnico do Senac Rio de Janeiro v 27 n 3 p 12 25 set dez 2001 DEMO Pedro Metodologia cient fica em ci ncias sociais S o Paulo Atlas 1995 DUGU Elisabeth A gest o das compet ncias os saberes desvalorizados o poder ocultado Forma o amp Trabalho amp Compet ncia quest es atuais Porto Alegre EDIPUCRS 1998 p 101 132 ENGELS Friedrich Sobre o papel do trabalho na trasnforma o do macaco em homem In ANTUNES Ricardo Org A dial tica do trabalho S o Paulo Express o Popular 2004 p 13 34 FARIAS Isabel Maria S de Inova o mudan a e cultura docente Bras lia Liber Livro 2006 FAZENDA Ivani Integra o e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro S o Paulo Edi es Loyola 1993 FERREIRA Almiro de S A Escola de Aprendizes Art fices no Estado da Para ba Processos Disciplinares e de Reordenamento para o Trabalho Assalariado Bras lia 242 INEP MEC 1994 S rie Documental Relatos d
193. do IFPB tal prioridade tem sido revista e a julgar pela ascend ncia dos cursos superiores apontados como carro chefe da Institui o os embates v m se iniciando e novas configura es se delineando problem tica para estudos e pesquisas posteriores Em termos de tempo de doc ncia o corpo docente da Forma o Geral tem entre dois e trinta anos de atua o no Instituto prevalecendo o grupo com tempo de servi o entre dez e vinte anos Referindo se postura dos mesmos o professor de Hist ria ex coordenador do Departamento de Desenvolvimento Educacional DDE 2 fez refer ncia ao perfil diferenciado dos professores em termos de dedica o ao trabalho e investimento na sua forma o continuada Para esse professor como para um outro de L ngua Portuguesa os docentes com mais tempo de servi o seriam mais resistentes a inova es educativas e estariam trabalhando apenas na expectativa da aposentadoria Para que eles participassem de cursos seria necess rio haver press o e um investimento governamental nesse sentido diferentemente dos rec m ingressos com mais iniciativa e motiva o para o desenvolvimento profissional Vejamos os seguintes depoimentos S se prop e a fazer uma coisa de capacita o de qualifica o de aperfei oamento quando voc acuado por algum programa de governo As gera es mais recentes que entraram na Rede n o Elas O DDE respons vel pelas a es relacionadas ao ensino no Campus J
194. do Decreto oriundas de diversos segmentos sociais Com a elei o de Lu s In cio Lula da Silva diante da perspectiva de um governo democr tico popular a mobiliza o social se intensificou em torno da sua revoga o e surgiu uma expectativa de radicaliza o em dire o a um projeto de forma o unit ria No documento base do Semin rio Educa o Profissional concep es experi ncias problemas e propostas realizado em 2003 identificamos em sua apresenta o a defesa da escola unit ria 53 que contribua para a supera o da estrutura social desigual da sociedade brasileira mediante a re organiza o do sistema educacional E que aponta para a supera o definitiva da concep o que separa a educa o geral proped utica da espec fica e profissionalizante a primeira destinada aos ricos e a segunda aos pobres A perspectiva da escola unit ria n o admite subordinar a pol tica educacional ao economicismo e s determina es do mercado que a reduz aos treinamentos para preenchimento de postos de trabalho transit rios A Educa o Profissional garantida aos trabalhadores como um direito n o pode ser entendida como substitutiva da educa o b sica BRASIL 2003 p 18 Entretanto nas considera es finais do referido documento poss vel perceber os conflitos de interesses em torno da escola unit ria e quando da proposi o das medidas de car ter pol tico pedag gico e jur dico normat
195. do como princ pio educativo Nesses termos a educa o organizada a partir do entendimento do trabalho e sua realidade de como ele se organiza e se configura na sociedade moderna Nesse cen rio o Ensino M dio passou a se configurar como etapa final da educa o b sica tornando se constitucionalmente gratuito e progressivamente obrigat rio Segundo Cury 2002 sob um ponto de vista jur dico o Ensino M dio possui tr s fun es cl ssicas a proped utica a profissionalizante e a formativa Entretanto para o autor no contexto da nova LDB a fun o formativa que predomina sobre as demais Em seu art 35 s o previstas as finalidades do Ensino M dio a saber I a consolida o e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental possibilitando o prosseguimento de estudos II a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o ou aperfei oamento posteriores HI o aprimoramento do educando como pessoa humana incluindo a forma o tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr tico IV a compreens o dos fundamentos cient fico tecnol gicos dos processos produtivos relacionando a teoria com a pr tica no ensino de cada disciplina BRASIL 1996 Coerente com a perspectiva dual assumida o Ensino M dio passou a preparar para o trabalho e
196. do e licenciatura Considerando apenas os docentes da Forma o Geral que atuavam nos Cursos T cnicos Integrados de Eletrot cnica e d eMec nica percebemos que a maior parte deles tinha sob sua responsabilidade quatro a seis turmas ministrando a mesma disciplina por m sendo recomendado um enfoque diferenciado em observ ncia ao curso e ao perfil do 47 z PAE 2 a 2 ar O c lculo do esfor o acad mico feito a partir do somat rio das cargas hor rias dos professores em atividades de Ensino Pesquisa Extens o em observ ncia ao seu regime de trabalho 113 estudante de cada turma elemento complicador para o desenvolvimento de seu trabalho Embora objetivamente os professores da Forma o Geral n o tivessem uma carga hor ria superior ao previsto de 24 horas aula semanais para os com contrato de 40h temos que considerar a carga hor ria destinada a ensino elevada uma vez que o trabalho docente n o se resume reg ncia mas envolve tamb m pesquisa e extens o al m das atividades de apoio ao ensino planejamento prepara o de material corre o de avalia o dentre outros Diante de tais evid ncias sem desconsiderar outros fatores poss vel compreender porque ainda eram t midas as iniciativas dos docentes da rea de Forma o Geral no campo da pesquisa e da extens o Envolvidos com tantas aulas e em diversos cursos modalidades e com as atividades necess rias para o seu desenvolvimento de se supor qu
197. documentos emitidos pelo MTb havia uma vis o contr ria dualiza o entre o ensino profissionalizante e o ensino geral como o pr prio MEC assumiu haver a necessidade de valoriza o do ensino geral para a qualifica o dos trabalhadores Ao assinarem em conjunto o documento de reforma do ensino t cnico em 1996 estes dois minist rios defenderam uma concatena o maior entre uma forma o geral e uma forma o para o trabalho Entretanto as diferen as de concep es se refletiram nas a es e projetos desses minist rios No MTb a Secretaria de Forma o e Desenvolvimento Profissional SEFOR manteve o teor das discuss es e elaborou seu projeto para a Educa o Profissional sendo destacado por Kuenzer 1997 como uma proposta que em que pese tenha se vinculado s prioridades do governo neoliberal consolida o da estabilidade econ mica do pa s e o desenvolvimento sustentado por meio da equidade avan ou em rela o proposta do MEC Em seu projeto a SEFOR apresentou se como respons vel pela articula o da pol tica de emprego trabalho e Educa o Profissional brasileira a ser expressa em um programa integrado de qualifica o e requalifica o com objetivos bem definidos tendo como clientela privilegiada os desempregados e os exclu dos KUENZER 1997 p 57 Na proposta da SEFOR foram definidas as fontes de financiamento e as parcerias em suas a es dentre eles o MEC apontando e respeitando as es
198. dos professores e a efetiva o de a es integradoras Favorece pois o isolamento dos mesmos e dificulta iniciativas que avancem para al m da abordagem por disciplina Em contraposi o perspectiva disciplinar surgiu a integra o curricular e as diferentes modalidades de curr culo integrado que v m sendo defendidos como formas de enfretamento no campo educativo dos desafios impostos pelas mudan as tecnol gicas do mundo global LOPES 2008 Nesse cen rio Torres Santom 1999 p 27 defende o curr culo globalizado e interdisciplinar por consider lo uma categoria guarda chuva capaz de agrupar uma ampla variedade de pr ticas educacionais desenvolvidas nas salas de aula e um exemplo significativo do interesse em analisar a forma mais apropriada de contribuir para melhorar os processos de ensino aprendizagem Entretanto preciso considerar que diante da organiza o curricular para al m das disciplinas diferentes propostas pedag gicas assumem tal perspectiva S o concep es t o diversas como as de correla o de pocas culturais dos herbatianos de curr culo pelo m todo de projetos em Kilpatrick ou a defesa de uma compreens o de estruturas disciplinares correlacionadas capazes de permitir a resolu o de problemas segundo Bruner que 192 desenvolvem alguma forma de compreens o do curr culo integrado LOPES 2008 p 24 Entretanto lembramos com Lopes e Macedo 2
199. du o moderna e o entendimento do educando como ser hist rico social concreto capaz de transformar a realidade em que vive Entretanto mesmo os professores que participaram mais efetivamente dos processos de discuss o que deram origem ao projeto pedag gico desses cursos desconheciam tais fundamentos mais ainda os novos professores que passaram a assumir turmas no EMI o que comprometeu o desenvolvimento da proposta segundo os termos originalmente concebidos No projeto pedag gico o EMI teve sua l gica invertida uma vez que foram denominados cursos t cnicos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica dada voca o institucional N o obstante se destaque que se tratavam de cursos nicos que cumpriam ambas as finalidades Ensino M dio e Ensino T cnico ao longo do texto identificamos refer ncias sobre a sua estrutura o de forma simult nea e complementar que denota a dicotomia em que a nfase profissionalizante se destaca sobre a perspectiva de forma o humana cr tica e ontocriativa No processo de elabora o dos projetos integrados prevaleceu a preocupa o com a organiza o da matriz curricular por meio de um processo conflituoso de negocia o e ajustes de cargas hor rias levantamento de interfaces entre disciplinas de forma a evitar sombreamentos bem como a distribui o desses componentes curriculares ao longo do curso organizado em quatro anos Dificuldades para o desenvolvimento dos cursos foram mui
200. duca o de Jovens e Adultos 4 O DAE respons vel pela execu o das pol ticas educacionais do IFPB no mbito do Campus Jo o Pessoa 98 Co participar da elabora o de projetos pedag gicos Assessorar os professores nos procedimentos metodol gicos e avaliativos Fomentar o trabalho coletivo Interpretar e catalogar da legisla o educacional Participar em bancas de concurso p blico Subsidiar a elabora o das normas de Organiza o did tica Organizar espa os e mecanismos de participa o dos diferentes sujeitos nos projetos pedag gicos da institui o Organizar grupos de estudos minicursos oficinas pedag gicas na perspectiva da forma o continuada Aprofundar a reflex o sobre as pr ticas pedag gicas da institui o COPED 2011 De forma sint tica s o reas de atua o da equipe pedag gica da COPED Projeto Pol tico Pedag gico processo educativo acompanhamento psicopedag gico ao corpo discente e o assessoramento Diretoria de Ensino ao Departamento de Educa o Profissional s coordena es e aos docentes Para compreendermos o processo de discuss o e estudos encaminhados com vistas elabora o e viv ncia do EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa entrevistamos duas pedagogas com mais tempo na COPED e uma outra que saiu desse Setor e passou a assumir o Departamento de Apoio ao Ensino do Campus Jo o Pessoa A equipe pedag gica da COPED no in cio da discuss o
201. dupla identidade De um lado continuamos a ter no caso do trabalho manual uma educa o que se realizava concomitantemente ao pr prio processo de trabalho De outro lado passamos a ter a educa o de tipo escolar destinada educa o para o trabalho intelectual Detendo nos sobre a educa o na forma escolar compreendemos que o modo de produ o capitalista trouxe novas e decisivas mudan as na pr pria educa o confessional Segundo Saviani 2007 houve um maior protagonismo do Estado na esfera escolar a separa o entre escola e produ o e a divis o entre trabalho manual e trabalho intelectual No capitalismo contempor neo com o crescimento econ mico e o fortalecimento dos estados de Bem Estar a rela o trabalho educa o assume contornos econ micos passando a teoria do capital humano a ser o principal enquadramento te rico dessa rela o GENTILI 2002 Essa teoria teve origem entre o fim da d cada de 1950 e 1960 a partir de estudos coordenados por Theodor Schultz que visavam identificar para al m dos fatores usuais aquele que pudesse explicar a diferen a de desenvolvimento econ mico social entre na es grupos sociais e indiv duos Segundo a teoria do capital humano tal poder atribu do educa o FRIGOTTO 1998 Essa teoria passou a influenciar fortemente macropol ticas educacionais em muitos pa ses inclusive o Brasil Sob essa l gica a fun o econ mica passou a ser atribu da esco
202. duzido a partir dos dados atualizados em 07 07 2011 pela Diretoria de Gest o de Pessoas DGEP 104 total de 769 professores 537 t cnicos administrativos perfazendo um total de 1 306 servidores Desse total 464 estavam lotados no Campus Jo o Pessoa sendo 325 docentes Do total de docentes do Campus Jo o Pessoa 283 eram efetivos 87 08 e 42 12 92 possu am contrato tempor rio No que se refere titula o dos professores efetivos identificamos quatro professores com forma o de Ensino M dio 22 apenas graduados tr s com curso de Aperfei oamento 71 especialistas 131 mestres e 52 doutores importante registrar que os professores com baixo n vel de titula o Ensino M dio e gradua o eram remanescentes da antiga Escola T cnica Federal e que n o deram prosseguimento aos estudos contrariando as expectativas postas pela Institui o que vinha estimulando de forma mais efetiva seus professores a investirem em cursos de P s Gradua o Quanto ao regime de trabalho todos os professores substitutos do Campus Jo o Pessoa possu am regime de trabalho de 40horas semanais T 40 diferentemente do quadro efetivo que em sua maioria era contratada em regime de dedica o exclusiva DE Especificamente encontramos em 2011 a seguinte configura o 225 professores contratados com DE 49 em regime de 40 horas T 40 e apenas nove em regime de 20 horas T 20 Os professores que atuavam nos Cursos T cnicos Integrado
203. e dimens o instrumental e assim empobrecendo e desagregando a forma o por atrelar essa dimens o a tarefas e desempenhos espec ficos prescritos e observ veis RAMOS 2001 p 154 Segundo a pesquisadora nessa primeira fase da reforma educacional recente a Educa o Profissional defendida nos documentos oficiais acompanhou uma perspectiva em alta na poca centrada no deslocamento do conceito de qualifica o para o de compet ncia por se considerar que esta permitiria a flexibilidade t o necess ria ao enfrentamento de um cen rio de instabilidade s cio econ mica A compreens o era de que a qualifica o estruturada segundo t tulos e diplomas duradouros e r gidos se mostrava inadequada ao novo modelo de produ o flex vel Nesses termos Ramos 2001 conclui que a no o de compet ncia se mostra incompat vel com os ideais de forma o humana pois segue uma l gica ancorada em princ pios filos ficos e tico pol ticos voltados para a legitima o dos novos padr es de acumula o do capital n o para a constitui o cr tica do sujeito humano A abordagem por compet ncia ainda que possibilite a interdisciplinaridade e o di logo entre saberes favorece a distor o do sentido e da dire o das aprendizagens constru das obstacularizando uma perspectiva integradora e de forma o humana Nesse sentido a pesquisadora defende a supera o da no o de compet ncia por reduzir a atividade criat
204. e dos e exig ncias intelectuais e culturais bem como do entrela amento entre ci ncia e trabalho considerados necess rios para a vida moderna Na escola unit ria percebemos que a perspectiva de forma o assume a dimens o da omnilateralidade sendo poss vel apenas em uma sociedade pautada no princ pio unit rio O advento da escola unit ria significa o in cio de novas rela es entre trabalho intelectual e trabalho industrial n o apenas na escola mas em toda a vida social O princ pio unit rio por isso refletir se em todos os organismos de cultura transformando os e emprestando lhes um novo conte do GRAMSCI 1982 p 125 Assim compreendemos a escola unit ria e a omnilaterialidade como horizontes de forma o humana em uma sociedade de novo tipo onde prevalece o reino da liberdade em detrimento da necessidade A educa o polit cnica pois se coloca como uma proposta que se mostra poss vel no contexto da sociedade capitalista como travessia No pr ximo item passaremos a discutir sobre a proposta do Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio que vem sendo anunciada como uma proposta que resgata princ pios e fundamentos da educa o polit cnica 3 2 Ensino M dio Integrado proposi es e perspectivas te rico metodol gicas A partir da discuss o que fizemos sobre a educa o polit cnica compreendemos os limites de seu desenvolvimento no contexto da sociedade capita
205. e Pesquisa INEP FERREIRA J NIOR Amarilio e BITTAR Marisa A educa o na perspectiva marxista uma abordagem baseada em Marx e Gramsci Interface Comunica o Sa de Educa o v 12 n 26 p 635 646 jul set 2008 FIDALGO Fernando e MACHADO Luc lia Educa o profissional Dicion rio da educa o profissional Belo Horizonte N cleo de Estudos sobre Trabalho e Educa o Belo Horizonte MG 2000 p 133 FONSECA Celso Suckow da Hist ria do ensino industrial no Brasil Rio de Janeiro SENAI DN DPEA 1986 FRIGOTTO Gaud ncio Educa o crise do trabalho assalariado e do desenvolvimento teorias em conflito In Org Educa o e Crise do Trabalho perspectivas de final de s culo Cole o estudos culturais em educa o V rios autores Petr polis RJ Vozes 1998 p 25 54 FRIGOTTO Gaud ncio A rela o da educa o profissional e tecnol gica com a universaliza o da educa o b sica In MOLL Jagueline et al Educa o profissional e tecnol gica no Brasil contempor neo desafios tens es e possibilidades Porto Alegre Artmed 2010 p 25 41 Escola e trabalho numa perspectiva hist rica contradi es e controv rsias Revista de ci ncias da educa o n 9 p 129 136 maio ago 2009 Concep es e mudan as no mundo do trabalho e o ensino m dio In FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria e RAMOS Marise Orgs Ensino m dio integrado concep es e contradi es S o Paulo
206. e aprender a ser BRASIL 1999 p 31 49 Tais orienta es presentes nas diretrizes emanadas da Confer ncia Mundial sobre Educa o Para Todos realizada em Jomtien em 1990 financiada pela UNESCO t m como refer ncia o entendimento de que o mundo produtivo funciona mediante processos cada vez mais integrados resultando na compreens o de que a forma o das pessoas deveria seguir a mesma perspectiva da os PCNEM apresentarem a interdisciplinaridade e a contextualiza o como eixos norteadores do desenvolvimento dos curr culos De forma an loga vivenciada no mbito da reforma do Ensino M dio a Reforma da Educa o Profissional e Tecnol gica tamb m foi fortemente marcada pela influ ncia de organismos internacionais que j vinham sendo negociados pelos seus consultores Sobre a quest o Ramon de Oliveira 2003a p 49 discutindo as fun es e a influ ncia exercida pelo Banco Mundial nos rumos da educa o brasileira ressalta Ao pautar se pela Teoria do Capital Humano o Banco Mundial concebe a educa o exclusivamente como um instrumental possibilitador de mobilidade social para os educandos e como um investimento necess rio para as na es em desenvolvimento atingirem um novo patamar de competitividade A preocupa o com uma forma o mais integral dos educandos totalmente desprezada Por conta disso sua concep o de reforma na educa o est muito mais centralizada no aprimoramento dos recursos instru
207. e avan ar no sentido da constru o org nica de 11 seu projeto pol tico pedag gico preciso que as escolas reconstituam e preservem sua mem ria compreendam o que ocorreu consigo ao longo dos ltimos anos de reforma e ent o a partir disso possam decidir coletivamente para onde querem ir como um movimento permanente de auto reconhecimento social e institucional E ent o reconhecerem se como sujeitos sociais coletivos com uma hist ria e uma identidade pr pria a ser respeitada em qualquer processo de mudan a CIAVATTA 2005 p 98 Segundo Ciavatta 2005 para que o Ensino M dio Integrado assuma a perspectiva de forma o polit cnica fundamental que a integra o curricular seja planejada tendo como horizonte a emancipa o humana As institui es que assumem no coletivo tal desafio devem fortalecer os mecanismos participativos e dial gicos engendrados desde as primeiras discuss es e estudos que culminaram na op o por tais cursos A escolha por essa perspectiva de forma o traz como exig ncia a necessidade de se superar falsas polariza es conte dos profissionais X conte dos gerais ci ncia X tecnologia passando se a compreender a realidade como uma totalidade integrada Ao compartilhar finalidades e objetivos os conte dos profissionalizantes podem vir a assumir uma perspectiva humanizadora e vice versa MACHADO 2006 Machado 2006 acrescenta que preciso trabalhar a unidade existente entre c
208. e do Ensino M dio foi em certa medida prejudicada diante da preval ncia da perspectiva profissionalizante que se sobressaiu forma o proped utica Face o exposto conclu mos que os projetos pedag gicos do Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa careciam de marcos regulat rios e te ricos claros bem como de uma estrutura o did tico pedag gica consistente Em sua viv ncia a proposta do EMI se restringiu a mudan as na organiza o da matriz curricular concebida em termos estreitos de ajustes de cargas hor rias e direcionamentos das disciplinas de Forma o Geral para a profissionaliza o que n o lograram xito Outras perspectivas anunciadas de natureza metodol gica desenvolvimento de projeto integrador visitas t cnicas tamb m n o se efetivaram na pr tica Outrossim na medida em que na concep o do projeto pedag gico do Ensino M dio Integrado e em seu planejamento foi verificada n o sem conflitos a preval ncia da perspectiva profissionalizante sobre inten es educativas mais amplas houve o comprometimento do alcance de suas finalidades educativas traduzido na tend ncia do desenvolvimento unilateral e mutilado do sujeito Dessa forma o Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica n o foi assumido no IFPB Campus Jo o Pessoa como um projeto de travessia para uma educa o polit cnica compreendido como uma alternativa poss vel no seio de uma soc
209. e forma o Ali s essa falta de forma o justifica se pelo recorrente n o reconhecimento de um saber sistematizado pr prio da rea OLIVEIRA M R 2005 p 25 Nesses termos n o se superou os limites de uma proposta com nfase qualificante sendo criado ainda mais imbu da de uma l gica pragm tica o Plano de Cursos Emergenciais Parecer Sesu MEC n 47 1979 em parceria com a Funda o Get lio Vargas destinados a qualificar professores que j atuavam na rede oficial Tal iniciativa n o logrou xito o plano previa o cumprimento de uma carga hor ria de 2 595h entretanto s foi oferecida 660h levando os professores a complementar seus estudos nos cursos de Esquema com vistas a obter a sua diploma o Em 1982 a forma o desses professores sofreu outro rev s A Portaria n 299 1982 definiu como alternativa de forma o para docentes do ensino t cnico tanto as licenciaturas quanto os cursos de Esquema Sua oferta poderia ser regular por solicita o da Institui o Superior de Ensino atendendo s normas definidas pelo CFE ou na forma de cursos emergenciais atendendo s solicita es dos sistemas de ensino quanto s necessidades de forma o de seus professores Posteriormente em 1986 os dois rg os respons veis por a es de forma o de professores do ensino t cnico foram extintos o CENAFOR e a Coordena o Nacional do Para aprofundamento da discuss o ver Peterossi 1994 Oliveira 2005
210. e l disciplina que contava carga hor ria para o T cnico e a mesma contava para o M dio e era isso que 166 possibilitava o encaixe de dois cursos num tempo razo vel Se n o fosse isso ter amos que usar dois turnos Cada rea profissional procurou identificar a disciplina que tivesse o perfil de Forma o Geral e de Forma o Profissional Professor de Eletrot cnica n 01 Na poca tinha uma briga entre aspas porque quando se decidiu pela integra o voc tinha que cortar horas aula tanto de uma parte quanto de outra Se simplesmente voc juntasse a carga hor ria do Ensino M dio com a carga hor ria do Ensino T cnico voc ia ficar com um curso enorme que ia precisar talvez de dois per odos Como isso era invi vel tinha que ter uma aglutina o das for as Ent o as conversas foram no sentido de procurar ver os sombreamentos o que era visto no Ensino M dio que no Ensino T cnico estava sendo repetitivo para que isso n o ocorresse Professor de Mec nica n 04 Diante dos depoimentos dos professores compreendemos que no processo de elabora o da proposta do Integrado a quest o da defini o da carga hor ria das disciplinas ganhou destaque sendo um processo marcado por tens es e disputas Nesse contexto a interface foi uma estrat gia que favoreceu o encaixe de dois cursos num tempo razo vel Tal situa o nos remete a Ramos 2005 quando afirma que a interface n o significa nece
211. e n o tem experi ncia de ensino Professor de Mec nica n 01 A partir desse depoimento podemos compreender que as experi ncias as forma es e o apoio tidos pelo professor de Mec nica foram por ele considerados fundamentais para a identifica o com a rea de ensino e o fortalecimento de sua pr tica pedag gica influenciando seu desenvolvimento e a constitui o de sua identidade profissional Diferentemente da Mec nica na rea de Eletrot cnica ainda encontramos professores que atuavam como engenheiros n o sendo a doc ncia uma atividade exclusiva para dois deles Este n mero poderia ser um pouco maior se tiv ssemos considerado os professores da rea como um todo e n o apenas os que atuavam nos cursos integrados Considerando os trinta professores da rea t cnica Eletrot cnica e Mec nica identificamos doze docentes com forma o t cnica de n vel m dio tendo quatro deles se 139 iniciado na doc ncia com tal titula o na poca em que a ent o Escola T cnica Federal da Para ba admitia em seus quadros professores de n vel m dio Posteriormente estes professores cursaram Licenciatura Plena de Forma o de Professores de 2 grau com habilita o em reas espec ficas da Mec nica ou da Eletrot cnica e realizaram curso de Especializa o na rea de Educa o Tecnol gica Os demais conclu ram cursos de engenharia avan ando em cursos de P s Gradua o em especial em n vel de mestrado e doutorado
212. e o interrelacionamento de saberes Santos 2006 p 139 compreende a interdisciplinaridade como op o de integra o curricular pois favorece a supera o de estruturas curriculares fragmentadas estimulando a reorganiza o das reas do conhecimento a sele o e a organiza o de conte dos curriculares e a defini o de metodologias de ensino aprendizagem inovadoras Entretanto a pesquisadora ressalta a exig ncia que a interdisciplinaridade imp e o envolvimento qualificado dos educadores H que se envolver os professores em processos coletivos de forma o continuada e de revis o de suas pr ticas de forma a contribuir para a 81 mudan a de postura em termos epistemol gicos e pedag gicos Tal processo n o se d sem resist ncia e Santos 2006 p 148 nos adverte para o desafio que representa a consolida o de uma proposta interdisciplinar nas institui es a interdisciplinaridade encontra barreiras que se interp em ao intento da supress o do mon logo e instaura o de uma pr tica dial gica A proposi o de novos objetivos de novos m todos de uma nova pedagogia exige a elimina o de barreiras constitu das pela rigidez das estruturas institucionais e das rela es epistemol gicas pela acomoda o a uma situa o dada e pelo medo de perder o prest gio pessoal pelo necess rio questionamento das formas arraigadas de desenvolvimento do conte do das disciplinas pelas dificuldade
213. e o tempo e o interesse do professor por atividades de pesquisa e extens o ficassem em certa medida em segundo plano Outro aspecto a ser considerado nessa quest o a inexist ncia de tradi o em pesquisa e extens o nas institui es de EPT sendo mais recente as iniciativas nessas reas al m da titula o do corpo docente considerando os cursos em discuss o que contavam apenas com 30 37 de mestres e 5 77 doutores Assim ainda eram incipientes as iniciativas de docentes no campo da pesquisa e da extens o sendo restrita a poucos doutores ou mestres Tal situa o poss vel verificar se observarmos que dos vinte grupos de pesquisa desse Campus apenas quatro eram da rea de Ci ncias Exatas dois de Humanas e um de Linguagens sendo superada pelos grupos de pesquisa da rea de Engenharia que totalizavam treze Feita a caracteriza o dos professores do IFPB Campus Jo o Pessoa nos deteremos sobre alguns aspectos de sua profissionaliza o e forma o por compreendermos que tais refer ncias contribuir o no processo de an lise dos cursos de Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica 114 5 PROFESSORES DA EDUCA O PROFISSIONAL E TECNOL GICA DO IFPB CAMPUS JO O PESSOA ALGUNS ASPECTOS DE SUA PROFISSIONALIZA O E FORMA O Nesse cap tulo apresentaremos uma breve discuss o sobre a rela o entre a institucionaliza o da Educa o Profissional brasileira e a profissionaliza o de seus f
214. e tais aspectos se articulavam se interpenetravam e se influenciavam mutuamente na din mica de funcionamento da Institui o e portanto n o podem ser considerados como aspectos isolados e estanques Entretanto ser o apresentados separadamente com vistas a tornar a apresenta o mais did tica 7 1 1 A cria o do Instituto e sua expans o Desde as primeiras sess es de grupo focal foram feitas considera es quanto ao impacto da expans o do IFPB e da constru o dessa nova institucionalidade recentemente criada os institutos federais sobre o desenvolvimento dos cursos Esses processos foram indicados pelos participantes da pesquisa como aspectos que interferiram negativamente na viv ncia da proposta do EMI Na vis o de muitos professores a nova identidade institucional representada pela transforma o do CEFET PB em Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba e o plano de expans o impulsionado se destacaram como prioridades institucionais Diante de tal constata o retomamos em entrevista a quest o visando compreender como esses processos interferiram no desenvolvimento dos projetos pedag gicos dos cursos de EMI em an lise no IFPB Campus Jo o Pessoa Nas intera es dos professores em tr s diferentes sess es de grupos focais Ensino M dio Eletrot cnica e Mec nica e em entrevistas realizadas foi ressaltado o conturbado processo de constitui o da nova identidade institucional que i
215. echnical Education Management em Oklahoma State University Estados Unidos sendo beneficiado por um dos tantos programas de interc mbio entre o MEC e institui es estrangeiras voltados para a forma o de professores da rea t cnica Posteriormente o mesmo deu continuidade aos estudos em sua rea original de forma o concluindo o Doutorado em Engenharia El trica Em rela o rea profissional de Mec nica assinalamos que dois professores com Licenciatura Plena de Forma o de Professores de 2 grau de disciplinas espec ficas Desenho T cnico e Eletricidade deram continuidade aos estudos em n vel de P s Gradua o lato sensu entretanto mantiveram esta titula o desde ent o Outrossim um docente que tamb m realizou o curso de P s Gradua o lato sensu em Did tica Aplicada Educa o Tecnol gica deu continuidade aos estudos concluindo 112 mestrado e doutorado em Engenharia Mec nica Seu investimento em estudos posteriores teve como base a sua forma o em Engenharia Mec nica seguida de um curso de Especializa o na rea mas sua op o por um curso na rea de Ensino T cnico e Tecnol gico se deveu necessidade de forma o pedag gica reconhecida por ele essa forma o pedag gica me ajudou muito Professor de Mec nica n 03 Tal considera o aliada s demais citadas anteriormente nos permitem compreender que nem todos docentes da rea profissional possu am uma perspectiva de form
216. econ mica menos favorecida oriundos da rede p blica nas institui es federais aspecto n o verificado antes Para situar tal panorama a Pesquisa Nacional de Egressos dos Cursos T cnicos da Rede Federal de Educa o Profissional e Tecnol gica 2003 2007 registrou que 68 dos entrevistados eram oriundos da Rede P blica de Ensino A partir da an lise que empreende Oliveira 2009 afirma n o ser poss vel o crescimento do Ensino M dio com qualidade sem uma modifica o importante do papel do governo federal em rela o ao seu financiamento Para o pesquisador os recursos previstos com o FUNDEB e a amplia o dos destinados aos estados se mostram insuficientes para garantir a democratiza o da oferta do Ensino M dio com qualidade em especial na forma Integrada pois esta iniciativa implica na amplia o dos recursos uma vez que estes cursos n o apenas garantem a Forma o Geral mas a Forma o Profissional de forma integrada Entendemos que o FUNDEB n o consegue atender s necessidades do Ensino M dio principalmente quando integrado educa o profissional pelo fato de o valor por aluno ao articularmos forma o profissional e forma o geral ser muito mais elevado INEP 2006b Nesse sentido as quase oito milh es de matr culas das redes estaduais n o ser o atendidas com melhor qualidade em virtude apenas de um acr scimo pouco expressivo de investimentos do governo federal nos pr ximos anos ainda que sai
217. edagoga n 02 A pr pria chefe do DAE pedagoga da COPED no per odo da elabora o da proposta do EMI reconheceu que muitos trabalhos iniciados pelo Setor n o tiveram continuidade Para ela isto se deu pelo fato de a equipe pedag gica n o ter conseguido a amplia o de seu quadro de pessoal e de ter se envolvido no atendimento de novas demandas postas pelo processo de ifetiza o e expans o do IFPB Dada a import ncia do Setor Pedag gico na coordena o dos processos relativos ao ensino a Institui o deveria n o apenas ter ampliado o quadro de pessoal da COPED mas investir em uma pol tica de forma o continuada da equipe uma vez que diante de tantos e variados desafios que vinham sendo impostos ao IFPB cursos de diferentes n veis modalidades e programas a sua forma o inicial se mostrava insuficiente Outro aspecto que temos que considerar que os professores da Institui o envolvidos com a proposta do EMI n o eram apenas licenciados como discutimos anteriormente A maioria era engenheiro de forma o e poucos possu am alguma forma o pedag gica Dessa forma no contexto do desenvolvimento de uma proposta da dimens o do EMI alguns docentes se queixaram da aus ncia de um apoio e acompanhamento mais efetivo da parte da COPED em termos similares a de uma forma o continuada Houve o registro de iniciativas do Setor mas estas se assemelharam a uma mera recep o administrativo pedag gica de professores
218. educa o voltada para os trabalhadores sob a perspectiva da politecnia Em seu artigo 38 o texto original previa que a educa o escolar deveria propiciar a forma o polit cnica de forma a favorecer a compreens o te rico pr tica dos fundamentos cient ficos das m ltiplas t cnicas utilizadas no processo produtivo BRASIL 1991 Segundo Rodrigues 2009 o trecho do texto original da LDB que tratava da perspectiva de forma o polit cnica foi retirado da produ o de Saviani Contribui o elabora o da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o um in cio de conversa que discutia os conceitos de politecnia e de forma o omnilateral debate que vinha sendo aprofundado desde o in cio da d cada de 1980 a partir de um retorno s fontes Marx e Gramsci tendo em vista superar vis es simplificadoras da concep o marxista de forma o humana Nos anos que se sucederam o texto original se descaracterizou tomando a forma do substitutivo Jorge Hage que foi interceptado pelo substitutivo Darcy Ribeiro prevalecendo como texto legal a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional sob o n 13 9 394 1996 j no governo Fernando Henrique que assumia contornos neoliberais expl citos E a nova LDB afastou se dos preceitos da educa o polit cnica refor ando a dualidade no n vel m dio com o Decreto n 2 208 1997 O conceito de politecnia segundo Saviani 2003 deriva da problem tica do trabalho toma
219. egistro a preponder ncia da participa o de professores da rea de Linguagens C digos e suas Tecnologias na sess o de GF da Forma o Geral Foram quatro docentes de L ngua Portuguesa e um de L ngua Inglesa Participaram apenas dois de Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias sendo uma de Qu mica e um de F sica Participou apenas uma professora de Ci ncias Humanas e suas Tecnologias respons vel pela disciplina Geografia importante destacar que na sess o de GF da Forma o Geral registramos apenas a presen a da coordenadora da rea de Linguagens que coordenou a reuni o em que tratou de informes sobre cursos superiores do IFPB Campus Jo o Pessoa Entretanto ap s nos apresentar aos professores convidando os a participar da sess o de grupo focal a mesma se retirou justificando compromisso com outro trabalho na Coordena o Registramos a aus ncia dos coordenadores das demais reas que n o participaram da reuni o tampouco de nossa sess o de GF o que deve ter contribu do de forma determinante para a pouca frequ ncia dos professores de suas respectivas coordena es 25 Pelo contato que estabelecemos nas reas de Forma o Geral foi percept vel a lideran a da professora e coordenadora da rea de Linguagens C digos e suas Tecnologias junto aos demais coordenadores Apenas ela assinalou desenvolver trabalhos sistem ticos com os professores lotados nessa Coordena o sendo sua a iniciativa
220. el entre o trabalho e a educa o Entendia se que a aprendizagem se dava no e pelo pr prio trabalho MANFREDI 2002 Havia o reconhecimento de um saber inerente ao trabalho sendo este valorizado pela coletividade como espa o de aprendizagem profissional Na sociedade moderna a ci ncia passou a ser incorporada ao processo produtivo como pot ncia material tornando o mais complexo Ocorreu a expans o do desenvolvimento urbano industrial e o consequente deslocamento da popula o do meio rural e agr cola para o meio urbano e industrial Neste cen rio o dom nio do c digo da escrita passou a ser exigido tornando se uma necessidade generalizada SAVIANI 1994 A sociedade moderna e burguesa passou assim a defender a escolariza o universal gratuita obrigat ria e leiga Tal defesa explicada por Saviani 1994 p 157 nos seguintes termos A escola est ligada a este processo como ag ncia educativa ligada s necessidades do progresso s necessidades de h bitos civilizados que correspondem vida das cidades E a isto tamb m est ligado o papel pol tico da educa o escolar enquanto forma o para a cidadania forma o 33 do cidad o Significa formar para a vida na cidade para ser sujeito de direitos e deveres na vida da sociedade moderna centrada na cidade e na ind stria Sobre a quest o Nosella 2002 salienta que a educa o burguesa ao se voltar para as formas de trabalho que surgiram na sociedade mo
221. el m dio Comparativamente a rea profissional envolvendo os docentes de Eletrot cnica e de Mec nica contava com catorze doutores o que equivalia a 46 67 do total bem destoante do percentual de professores com esta titula o na rea de Forma o Geral tr s apenas correspondendo a 5 77 de seus docentes Na rea de Eletrot cnica identificamos que sete docentes possu am doutorado na rea 36 84 cinco conclu ram o mestrado 26 32 e sete eram especialistas 36 84 sendo dois na rea de Educa o Tecnol gica Especializa o em Did tica Aplicada Educa o Tecnol gica e Especializa o em Educa o Tecnol gica Na rea de Mec nica identificamos oito docentes que conclu ram P s Gradua o strictu sensu sendo sete doutores 63 64 e um mestre 9 09 Havia tr s especialistas 27 27 sendo dois na rea de Educa o Tecnol gica Comparando as duas reas profissionais proporcionalmente a rea de Mec nica possu a um maior n mero de docentes doutores sendo uma equipe mais bem qualificada 111 Com o olhar para o investimento na forma o em n vel de P s Gradua o identificamos que na rea de Eletrot cnica estava havendo um investimento institucional no sentido de apoiar e estimular a melhoria da titula o de seus docentes sendo montado o Minter em Engenharia El trica haja vista a exist ncia de curso de Engenharia El trica no Campus Entretanto dos seis professores efetivos com ti
222. em geral e da EPT em especial Desse processo resultaria uma proposta de diretrizes curriculares para a forma o inicial e continuada de docentes da EPT que seria encaminhada ao Conselho Nacional de Educa o o que n o veio a ocorrer Sem pretendermos nos deter sobre a produ o do grupo destacamos para o mbito de nossa pesquisa o desinteresse do MEC SETEC em dar continuidade a uma discuss o a partir de material t o rico que n o foi sequer tornado p blico Estruturado em tr s partes o documento apresentou inicialmente os problemas que afetavam a forma o docente em termos de sua concep o o profissionalismo desses profissionais e as dificuldades quanto legisla o Na sequ ncia apontou contribui es relacionadas ao tipo e conte do da forma o e legisla o e por fim um esbo o de uma proposta de licenciatura constru da a partir da experi ncia do CEFET RN e CEFET Campos Em 2006 o Conselho Pleno do CNE aprovou o Parecer n 05 2006 aguardando homologa o que aprecia a Indica o CNE CP n 02 2002 sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Forma o de Professores para a Educa o B sica Este Parecer prev a oferta de forma o dos professores da EPT em Programas Especiais mas seguindo Em 2006 no Simp sio Educa o Superior em Debate Forma o de Professores para a Educa o Profissional e Tecnol gica Heloisa Santos proferiu uma palestra com base no referido document
223. em realizar as reuni es com as demais reas mesmo que esporadicamente quando julga necess rio Isto nos permite compreender que a presen a maior de professores dessa rea na sess o de grupo focal tenha rela o com a frequ ncia com que a coordenadora se re ne com os mesmos envolvendo os em reuni es sistem ticas quinzenais ou mensais Nesse per odo inicial de contato com nosso campo emp rico realizamos ainda um levantamento documental no IFPB Campus Jo o Pessoa Foram disponibilizados para n s alguns materiais e planinhas diversas sobre os quais nos debru amos realizando a an lise documental quais sejam projetos dos cursos rela o nominal de docentes com respectiva titula o e regime de trabalho relat rios de reuni es pedag gicas relacionadas discuss o e elabora o dos projetos de Ensino M dio Integrado aos cursos t cnicos em quest o al m de outros documentos que nos foram apresentados e que est o dispon veis no s tio do Instituto tais como Projeto de Desenvolvimento Institucional PDI relat rios de gest o e dados diversos sobre projetos atividades cursos e docentes Na segunda etapa da nossa pesquisa de campo realizada no in cio de 2011 voltamos a aten o para a Coordena o Pedag gica COPED respons vel pelo apoio e acompanhamento da organiza o do trabalho pedag gico desenvolvido nos cursos da Institui o e os professores vinculados s coordena es da rea t cnica e da Forma o
224. empreendida visando aprofundar a reflex o sobre sua pr tica pedag gica Inicialmente destacamos a avalia o que o referido professor aplicou sua turma do Curso T cnico Integrado de Eletrot cnica 1 No que consiste a problem tica energ tica Qual a correla o entre a quest o energ tica mundial e as fontes alternativas de energia 221 2 Como a Eletrot cnica se enquadra ou colabora na solu o da problem tica energ tica 3 Quais os componentes b sicos de um sistema fotovoltaico Desenhe o seu diagrama de blocos e descreva a fun o de cada componente 4 Quais as prote es el tricas que existem em um sistema fotovoltaico Explique cada uma delas 5 Sabe se do elevado custo de um sistema fotovoltaico Qual seria a sua aplica o mais vi vel Voc percebe algum futuro na tecnologia fotovoltaica Argumente as suas respostas 6 Na sua an lise quais os aspectos mais relevantes a serem estudados na tecnologia fotovoltaica Nas quest es propostas identificamos que o docente avan ou no sentido de avaliar o dom nio dos conhecimentos te rico pr ticos trabalhados em situa es contextualizadas Sua primeira quest o foi al m da preocupa o com o conte do t cnico da disciplina e situou a tem tica no cen rio mais amplo que lhe deu origem No que consiste a problem tica energ tica Qual a correla o entre a quest o energ tica mundial e as fontes alternativas de energia Mais do que buscar
225. eneralista do curso por acreditarem que este n o possibilitou um contato pr vio com a realidade da EPT colocando as diante do desafio de buscar a atualiza o no dia a dia no pr prio espa o de trabalho Mais recentemente a situa o vem se complexificando para as pedagogas que se v m diante de demandas variadas e crescentes pela EPT motivadas pelo plano de expans o das Institui es de ensino profissionalizante Para o atendimento a variadas demandas h que se investir em sua forma o continuada uma vez que a forma o inicial em Pedagogia se mostra insuficiente Entendemos que a forma o inicial das pedagogas da COPED uma base sobre a qual se inicia a estrutura o de todo um percurso de desenvolvimento profissional cabendo Institui o propiciar oportunidades de forma o continuada bem como o pr prio grupo profissional se fortalecer com o investimento na autoforma o considerando as demandas concretas e os desafios postos para a EPT Nesse sentido identificamos que a Institui o por interm dio da sua Funda o de Educa o Tecnol gica FUNETEC articulou em 1998 a oferta do curso de P s Gradua o lato sensu em Educa o Tecnol gica pela Universidade Federal da Para ba Campus Jo o Pessoa visando contribuir para a qualifica o do corpo funcional da escola T cnica Federal da Para ba docentes e t cnicos educacionais considerada um imperativo no atual momento de transforma o da educa o b
226. entificado pelos participantes como algo que os constrangesse a interagir e a se posicionar diferentemente da filmagem considerada intimidadora Tal pol mica retratada por Barbour 2009 p 106 Tem havido algum debate a respeito de se a grava o em v deo superior s fitas de udio em termos de produzir o registro mais preciso de um grupo focal Com certeza os v deos podem capturar todas as comunica es n o verbais importantes e auxiliar na identifica o dos falantes individuais Enquanto a grava o em v deo pode aparecer obviamente a melhor op o essa n o a conclus o definitiva e pode haver desvantagens como o acr scimo potencial de desconforto dos participantes a dificuldade em anonimizar os indiv duos os desafios log sticos quanto ao posicionamento da c mara a capacidade de capturar todos os participantes no filme e as limita es no n mero de participantes que pode ser acomodado Outro cuidado que tivemos foi quanto organiza o do espa o uma vez que o mesmo deveria favorecer o di logo e a intera o entre os participantes As duas salas utilizadas para as sess es com os docentes da coordena o de Mec nica e de Eletrot cnica dispunham de mesas que foram agrupadas em forma retangular em torno das quais nos reunimos para os trabalhos J a sala onde realizamos a sess o do grupo de professores da rea de Forma o Geral era espa osa e as cadeiras foram organizadas em um grande c rculo a
227. entificamos que foram tomadas como refer ncia as compet ncias gerais da habilita o definidas para o curso subsequente 2002 Mais do que isto todas as compet ncias do projeto do subsequente foram consideradas como v lidas para o perfil profissional do integrado Das seis elencadas duas foram incorporadas literalmente e as demais foram aproveitadas apenas com a substitui o de alguns termos por outros considerados mais apropriados quais sejam sistemas el tricos por instala es el tricas t cnicas de planejamento por t cnicas de projeto consci ncia ecol gica por consci ncia ambiental e social este ltimo acrescentando a dimens o social Entretanto tais altera es n o implicaram em mudan as na perspectiva de forma o pretendida Vejamos as compet ncias b sicas do projeto do curso t cnico integrado de Eletrot cnica 151 Conhecer m todos e t cnicas de projeto execu o supervis o e manuten o de instala es el tricas prediais industriais e de redes de distribui o de energia el trica rural e urbana Ser capaz de assimilar novas tecnologias Conhecer os princ pios de organiza o do trabalho dentro dos sistemas de produ o Projetar e manter as instala es el tricas operando com efici ncia Ter vis o empreendedora sendo capaz de detectar oportunidades de neg cios e realizar projeto ou plano de neg cio Ter consci ncia ambiental e social no que
228. ento de Pessoal Nota Dados atualizados em 10 10 2011 1 Area I Linguagens C digos e suas Tecnologias rea II Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias rea III Ci ncias Humanas e suas Tecnologias A partir dos dados supracitados registramos que ainda havia em 2011 no IFPB Campus Jo o Pessoa um docente com apenas o Ensino M dio 1 92 respons vel pelo componente curricular Artes e doze professores com gradua o 23 07 Desses sete faziam parte do quadro efetivo da Institui o sendo tr s da rea de C digos e Linguagens e suas Tecnologias e quatro da rea de Ci ncias Humanas e suas Tecnologias A maioria dos professores da Forma o Geral possu a P s Gradua o Dezenove docentes 36 54 fizeram Especializa o na rea de sua atua o e dezenove cursos de P s Gradua o strictu sensu sendo dezesseis mestres 30 78 e tr s doutores 5 77 Identificamos ainda tr s professores em fase de conclus o de seus cursos um mestrando na rea de Matem tica e dois doutorandos L ngua Inglesa e Ci ncia Pol tica Dos dezenove professores que atuavam no Curso T cnico Integrado de Eletrot cnica a maioria concluiu o curso de Engenharia sendo dezesseis em Engenharia El trica e um em Engenharia Mec nica Os outros dois eram licenciados no extinto programa de forma o de professor para disciplinas espec ficas da rea profissional a Licenciatura Plena de Forma o de Professores
229. ento do grupo e se posicionou Tire o salto Na sequ ncia foi poss vel compreender que a maioria dos professores da sess o se sentia intimidada pela COPED Para eles haveria um problema na comunica o entre docentes e pedagogas quer pela forma de que se utilizam para abord los considerada pouco objetiva inadequada ou autorit ria quer pelo pr prio conte do e referencial te rico que tratavam com os quais eles n o teriam familiaridade como percebido na sequ ncia apresentada a seguir N o s isso n o E a dificuldade mesmo de se expressar porque n s que somos t cnicos a gente gosta de objetividade n o adianta vir falar Professor de Eletrot cnica n 05 Paulo Freire Professor de Eletrot cnica n 01 Porque daqui a pouco eu n o estou entendendo mais nada que voc est dizendo Professor de Eletrot cnica n 08 Fica viajando Professor de Eletrot cnica n 05 Ent o essa dificuldade existe mesmo Professor de Eletrot cnica n 05 196 Apesar de compreendermos que a forma o inicial a que os professores da rea profissional tenham tido acesso n o defina o tipo de docente que vir o a ser tal forma o aliada dentre outros fatores pr pria experi ncia no ambiente fabril em certa medida pode contribuir para que alguns deles permane am focados em problemas espec ficos de sua rea primeira de atua o a engenharia e com isso apresentem uma cert
230. era es magjorit rias ou consensuadas nas plen rias havia no Eixo IV Forma o e Valoriza o dos Profissionais da Educa o a proposta de fomentar a realiza o de projeto para forma o de docentes t cnicos administrativos e gestores visando qualidade da oferta de cursos de educa o profissional e tecnol gica CONFER NCIA NACIONAL DE EDUCA O 2009 p 70 grifo do autor Posteriormente alvo de discuss o na CONAE em abril de 2010 em Bras lia essa proposta foi suprimida N o h mais refer ncia expl cita forma o dos professores da EPT apenas a meta n 15 do PL n 8 035 2010 que em observ ncia Emenda Modificativa prev que em regime de colabora o entre Uni o os Estados o Distrito Federal e os Munic pios todos os professores da educa o b sica possuam forma o espec fica de n vel superior obtida em curso de licenciatura na rea de conhecimento em que atuam Em termos de estrat gias n o h nada relacionado explicitamente forma o dos docentes para atuar na EPT No que se refere Rede Federal os interessados em ingressar na carreira do Magist rio do Ensino B sico T cnico e Tecnol gico podem ser contemplados por v rias estrat gias relacionadas genericamente melhoria da qualidade da licenciatura mas os interessados pelo Magist rio na rea profissionalizante podem em alguma medida ser contemplados apenas por uma estrat gia prevista no Plano em es
231. eral Para o docente n 04 os professores da rea t cnica teriam conhecimento te rico pr tico suficiente para ministrar a disciplina em observ ncia aos fundamentos cient ficos relevantes para o curso que s o oriundos das diversas disciplinas da Forma o Geral Assim seria a rea de cultura geral a buscar essa aproxima o eles precisam da gente tendo em vista desenvolver um trabalho mais focado com os estudantes resgatando o sentido e a valoriza o de sua disciplina na proposta de curso integrado Tal compreens o nos permite inferir que a integra o mesmo percebida nos moldes 170 estreitos de uma mera articula o curricular tende a ser comprometida em seus resultados pois n o se partilham responsabilidades entre todos os professores A responsabilidade recai sobre um dos polos a Forma o Geral contrariando a perspectiva de uma proposta pedag gica que se pretenda integrada Diante das considera es postas compreendemos o qu o conflituoso foi o processo de elabora o do projeto pedag gico dos cursos em an lise se fazendo refletir em seu texto e nos depoimentos de v rios professores N o obstante o marco te rico dos projetos an lise contemple alguns princ pios da educa o polit cnica isto n o significa que tal perspectiva tenha sido assumida pelos docentes da Institui o Ademais em alguns trechos dos projetos encontramos refer ncias que se conflitam com os ideais da politecnia e nos d
232. eral de Educa o Ci ncia e Tecnologia No mbito da nova institucionalidade previsto que o trabalho docente n o apenas contemple o ensino mas a pesquisa e a extens o de forma articulada uma vez que tais dimens es n o devem ser consideradas como processos estanques Em que pese em geral a maioria dos professores da Forma o Geral tivesse atuado anteriormente na rea de ensino grande parte deles ressaltou haver uma especificidade do exerc cio da doc ncia em Institui es de EPT exigindo muito deles em termos de aprendizado constante Eu mesma fiz licenciatura em Ci ncias Biol gicas eu fui formada para trabalhar com o Ensino M dio Ensino M dio proped utico Ent o o curr culo da Educa o Profissional diferente embora a gente trabalhe com o Ensino M dio mas uma outra vis o N s n o temos ainda essa forma o para isto N s temos v rios cursos ent o a Biologia dada nesses diferentes cursos o curso de Edifica es o de Mec nica o de Eletrot cnica dif cil a gente fazer uma conex o 132 do conhecimento geral que Biologia do conhecimento do curso que a gente atua Professora de Biologia n 18 Em seu depoimento a professora ex chefe do Departamento de Educa o Profissional revelou que sua licenciatura n o a preparou para dar conta das especificidades do ensino no contexto da Educa o Profissional e Tecnol gica Para ela n o seriam apenas os professores de disciplinas pr
233. ermite constatar que s a partir do momento que o curso t cnico passou a compor o segundo ciclo de estudos n vel m dio a exig ncia de forma o espec fica para seus professores foi ressaltada na legisla o Entretanto para os docentes do ensino m dio foi prevista a forma o em faculdades de filosofia ci ncias e letras j para os professores de disciplinas espec ficas de ensino m dio t cnico cursos especiais de educa o t cnica Peterossi 1994 destaca que apesar de ter sido feita refer ncia expl cita necessidade de forma o para os professores de disciplinas de car ter profissionalizante stricto sensu do Ensino M dio T cnico a Lei os colocou em situa o diferenciada frente aos demais professores do Ensino M dio A pesquisadora ressalta que o texto legal revelou a exist ncia de duas categorias de docentes os da Forma o Geral licenciados em faculdades de filosofia ci ncias e letras e os docentes das disciplinas do curr culo do ensino m dio t cnico formados em cursos especiais Sobre a quest o Maria Rita Oliveira 2005 destaca que o Parecer n 12 1967 que regulamentou os Cursos Especiais de Educa o T cnica definiu que estes seriam organizados segundo estrutura pr pria compat vel com cada ramo t cnico industrial comercial e agr cola mas com forma o pedag gica similar Tratou se para Peterossi 1994 de uma reprodu o fragmentada do ensino t cnico em seus v rios ramos uma vez que
234. es curriculares dos cursos Da mesma forma os projetos integradores inicialmente previstos no plano curricular dos cursos de Eletrot cnica e de Mec nica n o tiveram continuidade tampouco foram assumidos numa perspectiva alinhada a ideais emancipat rios Restaram projetos gestados a partir de iniciativas isoladas e pontuais de alguns poucos professores em suas respectivas disciplinas ou reas de alcance interdisciplinar reduzido Os mecanismos integradores foram comprometidos n o apenas em sua perspectiva 237 interdisciplinar mas em seu conte do pol tico uma vez que n o se alinharam a perspectiva de forma o cr tica e emancipat ria Dessa forma compreendemos que no Instituto a preocupa o com a Reforma recaiu sobre aspectos metodol gicos dimens o t cnica em detrimento da sua perspectiva pol tica que aluno formar para que tipo de sociedade A intencionalidade do processo educativo n o foi questionada e a perspectiva de forma o assumida tradicionalmente se manteve n o sendo revista Outro aspecto a se considerar no desenvolvimento da proposta do EMI foi a resist ncia de professores em especial os da rea de Forma o Geral que foram chamados a assumir a responsabilidade pela integra o Alguns deles se ressentiram do fato da forma o t cnica ter prevalecido como crit rio de integra o entre disciplinas pois para eles apenas a forma o profissional seria beneficiada Com isso a pr pria identidad
235. es das coordena es de cursos t cnicos com as da rea de forma o geral Comente Que dificuldades voc sente para se vivenciar o EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa Como se deu a prepara o e apoio aos docentes por parte da equipe pedag gica e da Institui o como um todo em termos de estudos reuni es para a organiza o acompanhamento e avalia o do trabalho pedag gico no mbito do EMI O professorado est preparado para desenvolver o trabalho pedag gico no EMI Comente Como voc avalia o EMI atualmente nesse Campus avan os recuos e alternativas de supera o 256 Como tem se dado a reforma do EMI em meio ao processo de ifetiza o e a expans o da Rede Coment rio livre
236. es t m tamb m que ir atr s de trazer as respostas aquilo que a gente quer Ent o existem v rias formas de fazer isso literalmente desafiando os E eles t m capacidade E eu tenho dito isso cada vez que voc d um desafio ele vai l e responde Professor de Mec nica n 03 Nessa perspectiva ainda que n o tenhamos tido acesso a produ es e materiais did ticos desse professor pelo seu discurso nos momentos de entrevista e na sess o de grupo focal inferimos que ele se mostrou sens vel articula o da teoria pr tica mediante a valoriza o dos fundamentos cient ficos e tecnol gicos sob os quais se assentam a produ o moderna FRIGOTTO 2004 Segundo o docente a pr tica n o possui valor em si mesma por isso defendia que os estudantes olhassem a mec nica pelo lado cerebral a fim de poderem agir de forma refletida Tal compreens o foi ancorada ainda no perfil de t cnico que o mesmo afirmou pretender formar 224 N s estamos numa poca de transforma es muito r pidas e s quem consegue absorver isso s o pessoas que t m a cabe a nova mente aberta Ent o na medida em que voc efetivamente forma esse t cnico em massa v rios isso a essa forma vai poder dar respaldo ao pa s a ter um corpo t cnico novo com capacidade de atender muito rapidamente Aquele t cnico que tem capacidade de aprender e de continuar aprendendo o t cnico que aprende a trabalhar com a cabe a Professor de
237. es voltadas para a oferta do ensino t cnico melhorar a estrutura j existente e qualificar professores e corpo administrativo entre outras medidas Dentre outros recursos o FUNDEP deve contar com 5 das verbas do Fundo do Amparo ao Trabalhador FAT e 7 da arrecada o do Imposto de Renda IR e do Imposto sobre Produtos Industrializados IPT 88 democr tica da Educa o B sica situando o no mbito de um novo projeto de sociedade e de desenvolvimento Segundo o pesquisador isto implica em n o apenas democratizar o acesso mas em qualificar as condi es objetivas de vida das fam lias e das pessoas bem como munir o sistema educacional das condi es de infraestrutura e pessoal adequados qualifica o sal rios dignos trabalho numa nica escola dentre outros Dessa forma conclui ser insuficiente o FUNDEB por compreender que este Fundo se pauta na l gica da equidade m nima e n o na qualidade necess ria e defende que os recursos constitucionais sejam dilatados a m dio prazo para tr s ou quatro vezes os investimentos atuais em educa o De forma semelhante Ara jo e Rodrigues 2011 trazem importante contribui o para a discuss o quando refletem sobre a proposta do EMI como pr xis Segundo os pesquisadores o desafio a ser empreendido deve avan ar no sentido da garantia da qualidade do Ensino M dio para todos defendendo que a perspectiva da pr xis seja assumida por toda educa o escolar n o apenas o EMI
238. esenvolver atividades de extens o de acordo com os princ pios e finalidades da educa o profissional e tecnol gica em articula o com o mundo do trabalho e os segmentos sociais e com nfase na produ o desenvolvimento e difus o de conhecimentos cient ficos e tecnol gicos culturais e ambientais V estimular e apoiar processos educativos que levem gera o de trabalho e renda e emancipa o do cidad o na perspectiva do desenvolvimento socioecon mico local e regional e VI ministrar em n vel de educa o superior a cursos superiores de tecnologia visando forma o de profissionais para os diferentes setores da economia b cursos de licenciatura bem como programas especiais de forma o pedag gica com vistas na forma o de professores para a educa o b sica sobretudo nas reas de ci ncias e matem tica e para a educa o profissional c cursos de bacharelado e engenharia visando forma o de profissionais para os diferentes setores da economia e reas do conhecimento d cursos de p s gradua o lato sensu de aperfei oamento e especializa o visando forma o de especialistas nas diferentes reas do conhecimento e cursos de p s gradua o stricto sensu de mestrado e doutorado que contribuam para promover o estabelecimento de bases s lidas em educa o ci ncia e tecnologia com vistas no processo de gera o e inova o tecnol gica IFPB 2010 p 21 22 N
239. espa os e tempos escolares pressupondo a constru o coletiva de uma nova realidade que pretende superar a si mesma no sentido de abrir se para as necessidades e demandas da realidade educacional e social VALENTIM 2006 p 115 O processo de planejamento dos curr culos integrados considerado por Machado 2006 como uma constru o din mica participativa e respaldada num processo de auto avalia o das pr ticas pedag gicas concretas levadas a cabo na institui o A proposta de a o did tica dos cursos deve ser feita mediante um processo coletivo de investiga o e an lise de experi ncias pedag gicas permitindo aos docentes procederem escolhas e ou realizar combina es de situa es did ticas que potencializem aprendizagens efetivas tendo como eixo a abordagem relacional Seguindo essa linha de racioc nio Ramos 2005 argumenta que para a consolida o de um projeto de EMI de base unit ria necess rio que este sintetize humanismo e tecnologia de forma a enriquecer as finalidades desse n vel de ensino contemplando al m da habilita o profissional a inicia o cient fica amplia o cultural e aprofundamento de estudos dentre outras Para isto a proposta pedag gica deve tomar como contexto o mundo do trabalho e o exerc cio da cidadania organizada a partir de um curr culo que considere a os processos produtivos de bens servi os e conhecimentos com os quais o aluno se relaciona no seu dia a
240. essa teoria revisitada numa onda neoconservadora que se assemelha ao rejuvenescimento da teoria do capital humano FRIGOTTO 2000 O rejuvenescimento dessa teoria compreendido por Gentili 2002 como um processo mais complexo e sua l gica original relativizada pois o nexo entre o desenvolvimento do capital humano individual e o capital humano social rompido Segundo essa nova l gica identificada como a neoteoria do capital humano a atualidade marcada pela introdu o de um conceito que reflete o n vel de independ ncia do desenvolvimento econ mico do pa s e a necessidade de integra o de todos vida produtiva a empregabilidade que se refere capacidade individual do ser humano de pelo dom nio de compet ncias socioafetivas cognitivas e psicomotoras poder adaptar se a um mercado de trabalho em constante evolu o O pesquisador explica que as economias podem crescer em meio a um cen rio de desemprego e de exclus o social de significativas parcelas da popula o de seus benef cios Com isso entende que a promessa integradora decorrente do incremento no capital humano relativizada pois tal investimento resulta apenas na capacidade potencial de inser o no mercado de trabalho cada vez mais excludente n o garantindo a todos tal inser o GENTILI 2002 No contexto atual a forma o com foco na empregabilidade ganha espa o A utiliza o de tal conceito no cen rio das pol ticas educacionais contempo
241. esse processo de integra o tamb m importante resgatar que ao propor a compreens o dos fundamentos cient fico tecnol gicos do processo produtivo a LDB insere a experi ncia cotidiana e o trabalho no curr culo do ensino m dio como elementos que facilitar o a tarefa educativa de explicitar a rela o entre teoria e pr tica Desta forma importante compreender os processos produtivos enquanto todos os bens servi os e conhecimentos com os quais o aluno se relaciona no seu dia a dia bem como aqueles processos com os quais se relacionar mais sistematicamente na sua forma o profissional para fazer a integra o entre as duas propostas de forma o resultando no entendimento mais significativo para o estudante de como o processo produtivo pr tica est vinculado aos fundamentos cient fico tecnol gicos teoria CEFET PB COELT 2006 p 8 CEFET PB COMELC 2006 p 7 O dom nio dos fundamentos cient fico tecnol gicos dos processos produtivos apresentado nos documentos como elemento favorecedor da explicita o da rela o teoria e pr tica Entretanto ainda que destaque que n o cabem a dicotomia entre a teoria e pr tica CEFET PB COELT 2006 p 7 CEFET PB COMEC 2006 p 7 a refer ncia integra o entre as duas propostas de forma o Geral e Profissional nos termos anteriormente postos nos permite inferir que a teoria e a pr tica estariam presentes em espa os diferentes na institui o edu
242. essivos Acordos de Prorroga o da sua vig ncia Os cursos oferecidos por meio desse acordo ocorreram em geral em per odos de f rias e tratavam de metodologias de ensino e supervis o de tarefas como as s ries met dicas e Training Within Industry TWD bem como o estudo de livros e monografias voltados para o ensino industrial Em novembro de 1961 foi publicada a Portaria Ministerial n 141 1961 que baixou normas sobre o registro de professores dos diferentes cursos de Ensino Industrial b sico ou gin sio industrial cursos de aprendizagem industrial e cursos industriais t cnicos com padr es diferenciados de exig ncia A solicita o de registro deveria ser encaminhada pelo interessado Representa o Foram realizados cursos de f rias no Rio de Janeiro S o Paulo Recife e Porto Alegre e entre 1947 e 1948 houve est gios e cursos nos Estados Unidos em que professores e diretores brasileiros participaram l Segundo Cunha 2000 p 132 as S ries Met dicas Ocupacionais SMO resultaram da aplica o do m todo de ensino individual ao estudo dos of cios industriais As tarefas consideradas t picas de cada of cio eram decompostas em opera es simples compreendendo quatro fases a saber estudo da tarefa demonstra o das opera es novas execu o da tarefa pelo educando e avalia o As tarefas eram desenvolvidas com os aprendizes em graus crescentes de complexidade e em conformidade com o ritmo de sua
243. essor de Eletrot cnica n 05 A nossa especificidade est a em aliar teoria com a pr tica Da a necessidade de conhecer a realidade do mercado de trabalho conhecer as condi es as novas t cnicas que aquele profissional vai exercer Professor de Eletrot cnica n 01 Para eles haveria uma especificidade do trabalho do professor da EPT reconhecida no objetivo de preparar o estudante para o exerc cio da profiss o t cnica A pr tica pedag gica docente deveria articular a teoria com a pr tica a partir do desenvolvimento de situa es did ticas que remetessem ao contexto do trabalho do t cnico a ser formado sem prescindir do estudo dos fundamentos cient ficos e tecnol gicos da produ o teoria 140 Matem tica F sica Qu mica envolvidas da nossa rea Nessa perspectiva foi ressaltada a necessidade de atualiza o constante do professor devendo este desenvolver algum tipo de relacionamento com o mundo de trabalho de forma a favorecer uma forma o que os mantivesse antenados com suas demandas O foco desse processo passaria a ser o alinhamento do curso aos interesses do mercado conforme percebido no seguinte trecho da sess o de grupo focal de Eletrot cnica Eu acho que a gente tem que trazer mais a empresa aqui para dentro Tem que fazer mais Voc s que t m mais experi ncia do que eu que j trabalharam na ind stria quem trabalha ainda voc s t m que trazer esse pessoal mais para perto P
244. etivo analisar como o Ensino M dio Integrado EMI se constitui em seus aspectos institucionais organizacionais e pol tico pedag gicos na materialidade do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba Campus Jo o Pessoa e para qual perspectiva de forma o ele sinaliza A pesquisa foi realizada em duas etapas Inicialmente um estudo explorat rio a partir da t cnica de grupo focal com vinte e tr s professores e posteriormente a realiza o de entrevistas com professores dos cursos de EMI de Eletrot cnica e de Mec nica e com membros da equipe pedag gica al m da an lise de documentos Os nossos resultados d o conta de que os projetos pedag gicos dos cursos foram elaborados de forma aligeirada n o envolvendo discuss es conceituais mais profundas O processo de defini o do curr culo dos cursos foi permeado por conflitos de poder em que a for a da voca o institucional se traduziu na hegemonia da forma o voltada para o saber t cnico Os professores enfrentaram v rias dificuldades no desenvolvimento da proposta de EMI identificadas como de natureza conceitual pol tica organizacional e pedag gica especialmente no momento de expans o e da constru o de sua nova institucionalidade como Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia quando priorizou a es de cunho administrativo e organizacional A preocupa o com a Reforma recaiu sobre aspectos metodol gicos dimens o t cnico pedag gica e
245. euni es e haja tempo para fazer tantos planejamentos para tantos cursos Professor de Eletrot cnica n 04 O fato de os professores do IFPB Campus Jo o Pessoa assumirem v rias turmas e cursos em formatos e modalidades diferentes al m do EMI dificultou a articula o entre eles em prol de a es integradoras bem como a dedica o ao trabalho pedag gico e o consequente envolvimento em atividades de organiza o e apoio ao ensino Tais dificuldades contribu ram para o comprometimento da qualidade do Ensino M dio Integrado nos termos definidos em seu projeto Com isso compreendemos que n o houve como os professores se fazerem presentes em tantos espa os de atua o quanto foram chamados a atender e garantir seu envolvimento qualificado em a es t o diversas No projeto de EMI foram previstas iniciativas de integra o curricular que n o avan aram pela impossibilidade dos docentes se reunirem com a regularidade necess ria visando ao desdobramento da proposta pedag gica em projetos interdisciplinares e integradores espec ficos bem como seu acompanhamento avalia o e redirecionamento importante destacar que a problem tica da sobrecarga de trabalho dos professores em especial o volume de turmas e de cursos que atendem est relacionada tamb m ao investimento na contrata o de pessoal e por conseguinte quest o do financiamento do Ensino M dio Integrado 185 Com Oliveira 2009 compree
246. evistados e participantes das sess es de grupo focal Para efeito did tico iniciaremos discutindo os projetos pedag gicos dos cursos destacando seus fundamentos e alguns aspectos de seu desenho curricular e na sequ ncia o processo de constru o da proposta do EMI do Instituto 6 1 Os projetos pedag gicos do Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa fundamentos e desenho curricular A proposta curricular do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa est sistematizada nos documentos intitulados Projeto do Curso T cnico Integrado em Eletrot cnica e do Projeto do Curso T cnico Integrado em Mec nica aprovados pelo Conselho Diretor do Instituto em 31 de mar o de 2006 iniciando o funcionamento das turmas no mesmo ano letivo Ao compararmos os projetos pedag gicos dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica com os do subsegiiente em suas respectivas reas observamos alguns aspectos 143 que merecem destaque A estrutura dos projetos basicamente a mesma Constam os mesmos itens previstos na Resolu o n 04 1999 que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de N vel T cnico a saber justificativa e objetivos requisitos de acesso perfil de conclus o organiza o curricular crit rios de aproveitamento de conhecimentos e experi ncias anteriores crit rios de avalia o instala es e eq
247. extens o IFPB 2010 p 1 95 No Plano de Desenvolvimento Institucional 2005 2009 a miss o do ent o CEFET PB era formar profissionais competentes polivalentes e capacitados para o exerc cio pleno da cidadania em sintonia com o mundo do trabalho atuando como um Centro de Refer ncia em ensino pesquisa e extens o na rea tecnol gica CEFET PB 2006 p 13 Percebe se uma mudan a na perspectiva de forma o defendida pelo Instituto antes posta no Plano do ent o CEFET PB em termos de profissionais competentes e polivalentes passando a voltar se como IFPB para a prepara o n o apenas de profissionais mas de profissionais cidad os enfatizando se al m da forma o tecnol gica a forma o cidad No PDI os princ pios de justi a solidariedade e sustentabilidade s o defendidos como horizonte de desenvolvimento humano social e profissional do Instituto optando se por n o mais destacar o interesse em se tornar refer ncia na rea tecnol gica Apesar de assinalarmos um avan o no discurso presente no Plano em quest o isto n o implica que haja o acolhimento de tais ideais e princ pios na pr tica pedag gica desenvolvida no mbito dos cursos do IFPB aspecto a ser discutido oportunamente Na apresenta o do Plano de Desenvolvimento Institucional do IFPB vem expresso que o modelo de gest o do Instituto segue uma perspectiva democr tica e descentralizadora pautando se na
248. favorecer a escolha profissional a ocorrer em escolas especializadas ou no trabalho produtivo Em sua cr tica ao sistema escolar da poca entendia que a escola estaria passando por um processo de degenera o que ocultava sua marca social segregadora sob uma pretensa aura democr tica que na realidade perpetuava as diferen as sociais 69 gra as crise profunda da tradi o cultural e da concep o da vida e do homem verifica se um processo de progressiva degeneresc ncia as escolas P4 de tipo profissional isto preocupadas em satisfazer interesses pr ticos imediatos tomam a frente da escola formativa imediatamente desinteressada O aspecto mais paradoxal reside em que este tipo de escola aparece e louvada como democr tica quando na realidade n o s destinada a perpetuar as diferen as sociais como ainda a cristaliz las em formas chinesas GRAMSCI 1982 p 136 P Ainda que n o pretendamos aprofundar importante registrar que a proposta de unifica o escolar defendida por Gramsci n o era nica como assinalamos anteriormente Outras concep es vinham sendo gestadas com destaque para a proposta liberal de escola nica que tinha como objetivo assegurar a coes o e a unidade na organiza o da educa o nacional mediante a unifica o pedag gica e administrativa e garantir uma pol tica unit ria de forma o e de remunera o dos professores Tal proposta era diametralmente opost
249. fessor da Forma o Geral Professor de Eletrot cnica n 01 195 Vamos esclarecer um pouquinho Quem aqui que n o sentiu dificuldade na comunica o com o pessoal da pedagogia Professor de Eletrot cnica n 08 N o Todos n s sentimos Eu acho que esse um dos principais fatores para essa diferen a Professor de Eletrot cnica n 01 O problema esse Se voc quiser conversar comigo eu acho que se a iniciativa parte de voc voc tem que saber N o voc que est querendo falar comigo Ent o por favor saiba conversar Professor de Eletrot cnica n 08 Tire o salto Professor de Eletrot cnica n 05 Nessa sess o foi destacada a dificuldade em se estabelecer o di logo entre o Setor Pedag gico e os docentes da rea profissional Para os professores a postura da equipe diante deles foi considerada inadequada e at autorit ria para alguns Inicialmente o problema foi colocado na forma indeterminada e impessoal aqui tem uma rejei o muito grande Entretanto ao longo da discuss o os professores come aram a interagir buscando apoio nos pares Quem aqui que n o sentiu dificuldade na comunica o com o pessoal da pedagogia Posteriormente ficou patente no grupo tal resist ncia Todos n s sentimos Ao final at o professor que inicialmente se contrap s cr tica equipe pedag gica dizendo Eu gosto se aliou ao entendim
250. fessores para Educa o Profissional e Tecnol gica Bras lia 26 27 e 28 de setembro de 2006 Bras lia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira 2008 p 125 139 interdisciplinaridade como eixo articulador do ensino m dio e do ensino t cnico de n vel m dio integrados In Secretaria de Educa o B sica MEC Ensino M dio integrado educa o profissional integrar para qu Secretaria de Educa o B sica Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2006 p 139 153 SAVIANI Dermeval Trabalho e educa o fundamentos ontol gicos e hist ricos Revista Brasileira de Educa o v 12 n 34 p 152 180 jan abr 2007 O choque te rico da politecnia Trabalho educa o e sa de v 1 n 1 p 131 152 249 mar 2003 O trabalho como princ pio educativo frente s novas tecnologias In FERRETI Celso et al Org Novas tecnologias trabalho e educa o um debate interdisciplinar Petr polis RJ Vozes 1994 p 151 168 Sobre a concep o polit cnica Rio de Janeiro Polit cnico da Sa de Joaquim Ven ncio Fiocruz 1991 SENADO FEDERAL Projeto de Lei do Senado n 274 de 2003 SEVERINO Ant nio Joaquim Os embates da cidadania ensaio de uma abordagem filos fica da nova LDB In Brzezinski Iria Org LDB Interpretada diversos olhares que se entrecruzam S o Paulo Cortez 2003 p 57 68 SILVA Tom s Tadeu da Documentos de identi
251. g gica 191 Entretanto temos que considerar que independente das forma es iniciais a que os professores tiveram acesso as mesmas foram em maior ou menor grau marcadas pela l gica dual t o presente no sistema educacional brasileiro que se faz refletir em pr ticas educativas pautadas em falsas polariza es e dicotomias teoria X pr tica trabalho manual X trabalho intelectual Forma o Geral X Forma o Profissional Essa tend ncia a separar o que junto se faz refletir na organiza o curricular do conhecimento escolar com a disciplinariza o que apesar de n o ser nica tem sido hegem nica LOPES 1999 Para Torres Santom 1998 a disciplina uma forma de organiza o e de delimita o do territ rio de trabalho uma maneira de concentrar diferentes iniciativas de pesquisa e experi ncias educativas a partir de determinado ngulo de vis o de determinada imagem particular da realidade Tal forma de organiza o curricular influencia a pr tica pedag gica dos professores que sentem dificuldade de abordar de forma globalizante as tem ticas e discuss es que trata em sala de aula Assim prevalece nas escolas uma abordagem pedag gica centrada na estratifica o fragmenta o e compartimenta o do conhecimento Compreendemos que a proposta de organiza o curricular disciplinar em alguma medida se reflete na compartimenta o dos tempos e espa os escolares Tal contexto dificulta a articula o
252. hist ria vem abordando as perspectivas e os desafios da educa o do trabalhador e em observ ncia s discuss es que v m sendo travadas nas institui es de EPT e na atual SETEC Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica compreendemos a oferta do Ensino M dio Integrado como um desafio em dire o a uma perspectiva da forma o integral do ser humano e n o apenas da sua profissionaliza o Considerando o EMI como uma proposta que se pretende comprometida com a forma o do trabalhador em sua integralidade omnilateralidade perspectiva esta recuperada e reiterada nas discuss es e debates que resultaram na revoga o do Decreto n 2 208 1997 compreendemos que a mesma deve ser aprofundada em seus fundamentos e pressupostos Portanto deve ser discutida no contexto em que est sendo retomada na materialidade das institui es que se prop em a assumi la analisando se suas condi es e seus determinantes Os cursos subsequentes previstos pelo decreto atualmente em vigor correspondem aos anteriormente identificados como cursos sequenciais ou p s m dios Decreto n 2 208 1997 No corpo deste trabalho quando mencionamos Rede Federal nos referimos Rede Federal de Educa o Profissional Cient fica e Tecnol gica 18 de forma a se obter elementos que venham a contribuir para sua efetiva o na perspectiva polit cnica Em nossa pesquisa optamos por investigar a concep o e viv ncia do Ensino M dio
253. i para lecionar N o me arrependi me identifiquei com aquilo com a Institui o Bem Gostei de lecionar aqui principalmente por ser a parte pr tica que a gente est em contato com algo que realmente estaria exercendo se tivesse trabalhando l fora Professor de Mec nica n 04 Eu decidi fazer o mestrado h 18 anos Eu disse N o Eu quero fazer um mestrado fazer l no sul sudeste porque eu quero uma possibilidade de arranjar um emprego n o onde eu moro Eu queria ir para outro lugar A uma fatalidade na vida acabou Morreu pai e m e tem que arranjar um emprego A apareceu um concurso Eu antes cheguei a dar aula em cursinho at sair o concurso A acabei me adaptando e comecei at gostando at porque para mim dar aula lazer Eu tomo como um lazer Para mim eu acabei me encontrando mas n o foi o foco inicial O foco inicial era entrar numa empresa mas aonde a gente vai chegar o caminho onde a gente vai chegar depende muito da vida Professor de Mec nica n 02 Os professores da rea de Mec nica enfatizaram o processo de transi o de um percurso formativo como engenheiro passando para a doc ncia como uma situa o n o planejada levada a cabo por necessidade e oportunidade de se inserir no mercado de trabalho Entretanto ambos acabaram por se identificar com o trabalho docente n o sinalizando interesse em atuar como engenheiro em empresas importante considerar que dos trinta profes
254. ia e Geografia em Cabaceiras Esse tipo de constru o existe j participei mas estritamente ocasional espor dica e voluntariosa Professor de Sociologia n 09 Tem projetos mais pontuais e como eu diria Curriculares N o s o extracurriculares n o Ent o por exemplo nos 2 anos em que eu trabalho g neros textuais eu desenvolvo com eles a produ o de jornais e a a gente acaba atraindo professores de outras disciplinas por exemplo Ingl s porque eles escrevem uma resenha em Portugu s e traduzem para o Ingl s ou vice versa No 1 bimestre a gente trabalha mais com o desenvolvimento da capacidade oral do aluno no 2 a gente centra mais no desenvolvimento da escrita a que surge o jornal Eu lan o a ideia para alguns professores e a aqueles com que a gente tem mais afinidade ou que tem mais disponibilidade tamb m de ajudar no trabalho assim que a gente vai interdisciplinarizando Professora de L ngua Portuguesa n 03 Diante desses depoimentos compreendemos que alguns projetos foram desenvolvidos no mbito das disciplinas de Forma o Geral Entretanto eram de natureza curricular e guardavam correspond ncia direta com o conte do vivenciado em determinada s rie ou rea Tais projetos n o eram concebidos inicialmente de forma interdisciplinar assumiam de forma limitada tal perspectiva durante a sua viv ncia Entretanto em determinado momento as condi es favoreciam a parceria
255. icos dos cursos haja vista o corpo docente da Institui o n o ter permanecido o mesmo desde o in cio das discuss es Tivemos que nos debru ar sobre as informa es coletadas de forma a distinguir o processo inicial da elabora o da proposta dos cursos integrados e os encaminhamentos posteriores em termos de reuni es de planejamento avalia o e estudos iniciados com os cursos j em andamento Por ora nossa discuss o est voltada para a participa o dos professores na elabora o da proposta curricular do EMI do IFPB Campus Jo o Pessoa nas reas de Eletrot cnica e de Mec nica Para isto tomamos como refer ncia o curto per odo de tempo compreendido entre a defini o dos cursos que seriam oferecidos nesse formato e a conclus o dos referidos projetos conforme destacado no depoimento a seguir 156 Fechamos o documento num prazo muito curto porque praticamente os alunos j estavam selecionados o projeto ainda tinha que passar por todo ritual de aprova o Ele foi aprovado Ad referendum para depois o Conselho Diretor na poca hoje Conselho Superior aprovar porque o ano letivo j estava pr ximo a come ar e os alunos j haviam sido selecionados Professor de Eletrot cnica n 01 Sobre esse per odo um professor e ex coordenador de Eletrot cnica que participou mais diretamente da elabora o do projeto pedag gico do curso integrado ressaltou que o momento foi de ansiedade e expectativa de que a propos
256. iculares Nacionais da Educa o Profissional de N vel T cnico tamb m destacam que a nova Educa o Profissional desloca o foco do trabalho educacional do ensinar para o aprender do que vai ser ensinado para o que preciso aprender no mundo contempor neo e futuro BRASIL 2000 p 10 Um dos principais alvos de cr ticas em rela o Reforma institu da no governo FHC foi o fato do Decreto Federal n 2 208 1997 impor Educa o Profissional de n vel t cnico uma organiza o curricular pr pria e independente do Ensino M dio podendo ser oferecida de forma concomitante ou sequencial a este BRASIL 2000 p 68 O debate em torno da revoga o desse Decreto trouxe tona discuss o da supera o da dualidade entre cultura geral e cultura t cnica e a perspectiva de forma o integral do trabalhador tendo como refer ncia o conceito de politecnia Para Saviani 2003 a educa o polit cnica visa supera o da dicotomia entre trabalho manual e trabalho intelectual entre forma o geral e forma o profissional haja vista sob essa perspectiva se compreender que o trabalho se desenvolve numa unidade indissol vel de aspectos manuais e intelectuais Para tal pressup e o dom nio dos fundamentos cient ficos das diferentes t cnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo moderno SAVIANI 2003 p 140 Durante o governo de FHC foram s rios os embates e cr ticas ao referi
257. idiana ele buscava superar o enfoque tradicional de forma o profissional como dom nio de t cnicas a serem seguidas de forma prescrita e criticava o enfoque tradicional de ensino em sua rea de atua o A Mec nica muito estigmatizada jogada para o lado de coisas que n o t m determinado valor opera es muito manuais chaves leo mas tudo isso fal cia Eu costumo dizer a eles se voc s n o olharem a Mec nica pelo lado cerebral voc s v o se tornar um t cnico s de chave mas voc s t m que aprender a trabalhar com a cabe a Professor de Mec nica n 03 Nesse depoimento uma quest o que nos chamou a aten o foi a compreens o de o que seria a rea profissional para o professor Para ele na medida em que a Mec nica era entendida como algo eminentemente manual em detrimento de sua dimens o intelectual ela se tornava esvaziada de conte do sendo desvalorizada O referido professor se mostrou cr tico ao modelo de ensino pautado na rela o dicot mica entre trabalho intelectual e trabalho manual e defendeu o envolvimento dos estudantes em situa es desafiadoras com vistas a romper com essa l gica dual conforme retratado a seguir A proposta voc literalmente no tempo em que n s estamos vivendo hoje lan ar desafios para eles n o s voc vou usar um termo Instru los nas m quinas mas voc deixar com que eles descubram uma s rie de coisas A informa o hoje est muito aberta el
258. iedade capitalista Os fundamentos e pressupostos da proposta socialista de educa o que tem como 238 categorias essenciais a escola unit ria a politecnia e a forma o omnilateral foram aspectos que n o se colocaram no desenvolvimento do curso restando anunciados no n vel do discurso em seus projetos pedag gicos REFER NCIAS ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS Dicion rio escolar da l ngua portuguesa S o Paulo Companhia Editora Nacional 2008 ALVES MAZZOTTI Alda Judith O m todo nas Ci ncias Sociais In ALVES MAZZOTTI Alda Judith e GEWANDSZNAJDER Fernando O m todo nas ci ncias naturais e sociais pesquisa quantitativa e qualitativa S o Paulo Pioneira Thompson Learning 2002 ANTUNES Ricardo Apresenta o In Org A dial tica do trabalho S o Paulo Express o Popular 2004 ARANHA Ant nia Treinamento profissional In FIDALGO Fernando e MACHADO Luc lia Ed Dicion rio da educa o profissional Belo Horizonte NETE 2000 ARA JO Ronaldo M L e RODRIGUES Doriedson S Refer ncias sobre pr ticas formativas em educa o profissional o velho travestido de novo ante o efetivamente novo In Orgs Filosofia da pr xis e did tica da educa o profissional Campinas SP Autores Associados 2011 p 7 43 BARACHO Maria das Gra as et al Algumas reflex es e proposi es acerca do ensino integrado educa o profissional t cnica de n vel m dio In Secretaria de Educa o
259. il Classes de Alfabetiza o Ensino Fundamental Ensino M dio Educa o de Jovens e Adultos e Educa o Especial mas se omitiu quanto doc ncia na EPT Apenas no item que o PNE 2001 2010 tratou da Educa o Tecnol gica e forma o profissional encontramos refer ncias sobre a necessidade de regulamenta o da forma o de seus professores em termos de modificar no prazo de um ano a regulamenta o da forma o de professores para essa modalidade de ensino visando aproveitar e valorizar sua experi ncia profissional o que n o ocorreu Outro aspecto destacado no referido Plano foi a necessidade de se estabelecer parcerias com a colabora o do Minist rio da Educa o e Minist rio do Trabalho as Universidades os CEFETS as escolas t cnicas de n vel superior os servi os nacionais de aprendizagem e a iniciativa privada Lei n 10 172 2001 visando forma o de formadores 128 para Educa o Tecnol gica e Forma o Profissional reiterando a forma o de professores para a EPT por meio de programas especiais MACHADO 2008 O Plano Nacional de Educa o 2011 2020 em tramita o no Congresso N acional Projeto de Lei sob o n 8 035 2010 tamb m se omite quanto quest o Inicialmente no documento de Refer ncia da Confer ncia Nacional de Educa o CONAE 2010 que subsidiou as discuss es nos estados Distrito Federal e munic pios dando origem ao Documento Final resultante das delib
260. interesses e concep es presentes no campo de recontextualiza o e os textos e discursos originais s o modificados mediante processos de simplifica o condensa o e reelabora o LOPES 2008 O curr culo passa por um processo de reconceptualiza o de contribui es percep es e perspectivas de diferentes atores curriculares professores pol ticos gestores alunos pais empres rios em seus diversos contextos de realiza o Resulta em um documento formal que orienta o desenvolvimento do projeto de escolariza o dos estudantes em dada institui o e se reconstr i na pr tica di ria do professor No IFPB Campus Jo o Pessoa o processo de discuss o com vistas elabora o da proposta curricular dos cursos t cnicos na forma integrada se iniciou a partir de 2004 logo ap s a edi o do Decreto n 5 154 2004 Segundo os projetos pedag gicos do Curso T cnico Integrado em Eletrot cnica e do Curso T cnico Integrado em Mec nica este processo se instaurou com a realiza o de um F rum de debate sobre a Educa o Profissional e o Ensino M dio em 2004 sendo seguido por tr s col guios oficinas que ocorreram no per odo de 2004 a 2005 que abordaram a tem tica do curr culo integrado Ao serem ouvidos os docentes a que tivemos acesso no per odo de pesquisa identificamos informa es variadas quanto participa o dos mesmos em diferentes etapas do processo de elabora o dos projetos pedag g
261. io a processos descont nuos de reuni es pedag gicas de estudo e de planejamento os professores assoberbados de trabalhos e turmas se viram despreparados e sem o apoio pedag gico necess rio ao desenvolvimento do trabalho pedag gico em um curso novo ainda desconhecido em seus fundamentos te rico metodol gicos Assim a proposta do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa foi esvaziada de conte do pol tico emancipador e foi reduzida a uma dimens o estritamente curricular que mesmo assim n o prosperou Em sua viv ncia o Ensino M dio Integrado n o se firmou nem como inova o curricular tampouco como projeto de travessia para a educa o polit cnica Restou uma proposta com objetivos educacionais mais amplos que os previstos nos cursos tradicionalmente oferecidos pela Institui o mas tendo como princ pio apenas a melhoria da profissionaliza o de seus estudantes refletindo a hegemonia da voca o institucional vigente 233 8 CONCLUS ES Diante das discuss es que tecemos ao longo de nosso texto acerca da viv ncia do Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa identificamos que a maioria dos professores entrevistados entendia a proposta do EMI como uma integra o restrita a uma abordagem t cnica interdisciplinaridade projetos integradores situa es problemas temas transversais distanciando se da perspectiva pol tico emancipat ria da educa
262. io se integrar a profissionaliza o a esse n vel de ensino mas sob a base unit ria Ramos 2004 destaca que o trabalho como princ pio educativo pode ser assumido na perspectiva do capital ou do trabalhador Sob a perspectiva do capital a dimens o ontol gica do trabalho reduzida dimens o produtiva pautada numa perspectiva utilitarista e reducionista e portanto desumanizadora e deseducativa Sob a tica do trabalhador Frigotto 2002 entende que necess rio que seja repensada a rela o entre trabalho e educa o sendo discutidas as formas que as rela es de trabalho assumem historicamente de maneira a examinar a natureza das contradi es que emergem destas rela es Isto possibilitar se pensar a especificidade da escola n o a partir dela mas das rela es sociais de trabalho das rela es sociais de produ o Sobre a dimens o hist rica e ontol gica do trabalho Frigotto 2009 assinala que a atua o do homem sobre o meio se d em sua inteireza intelecto emo es energia f sica e isto resulta numa s rie de experi ncias que v o se acumulando sob a forma de conhecimentos t cnicas e tecnologias que v m a modificar as formas de produ o e a sua exist ncia Em meio aos fen menos naturais e sociais a a o humana como pr xis resulta n o apenas em produ o material mas tamb m em ideias valores ideologias que v o sendo legitimados socialmente e a partir da incorporados pr xis produ
263. ional e a fui me chamando aten o para a atividade docente Da quando terminei Eletrot cnica fiz est gio Na poca era bem mais complexa a entrada no curso superior na universidade oi quando eu optei pela F sica uma das disciplinas que chamava minha aten o e fui me empolgando l com o curso Vim embora em 1990 a foi quando eu fiz o concurso para a Escola T cnica Federal de Pernambuco e entrei como substituto e no meio do ano eu fiz concurso para efetivo me transferindo para c depois Professor de F sica n 10 Observamos que o docente foi professor substituto sendo posteriormente aprovado para o quadro efetivo e transferido para o IFPB situa o compartilhada por outros professores da Forma o Geral Para ele a experi ncia na rea t cnica despertou o interesse pela doc ncia por isso optou pelo investimento da profiss o docente e escolheu o curso de Licenciatura em F sica rea com a qual se identificou poca Para o referido professor o trabalho docente se caracterizaria pelo ato de demonstrar apresentar o conte do aos estudantes dimens o reduzida ideia de ministrar aulas ensinar e indicar que Veiga 2008 afirma ser o sentido etimol gico da palavra docere mas que na realidade inclui um conjunto de fun es que avan am para al m da tarefa de ministrar aula No contexto atual o exerc cio da doc ncia foi ampliado em especial em uma Institui o que passou condi o de Instituto Fed
264. ionalizante que se refletiu no tipo de colabora o esperado dos professores da rea de cultura geral Na sess o de grupo focal de Eletrot cnica a quest o foi apresentada nos seguintes termos Do mesmo jeito se eles os professores da rea t cnica percebem que o aluno tem alguma dificuldade em compreender como funciona uma hierarquia numa empresa o senso tico senso de responsabilidade poderia se conversar tranquilamente com professores na rea de Sociologia ou mesmo de Hist ria no intuito de que esses professores pudessem esclarecer para os alunos certos aspectos ligados s rela es profissionais dentro do ambiente de trabalho Ent o os professores de rea espec fica ao detectarem determinadas defici ncias ou lacunas no aluno eu acho que ele poderia tranquilamente procurar o professor de rea da forma o humana para ajud los mas isso n o ocorre Professor de Eletrot cnica n 04 O referido professor defendeu em entrevista a inclus o de aspectos culturais e art sticos na forma o do estudante dos cursos integrados mas ao assinalar na sess o de grupo focal algumas situa es de di logo entre professores das reas de Forma o Geral e Forma o Profissional o mesmo se mostrou influenciado pela nfase na forma o humana que interessa empresa Especificamente apesar de em entrevista tenha se posicionado favor vel forma o de uma capacidade cr tica de transforma o da realidade
265. ios e fundamentos da proposta de EMI motivo pelo qual a Institui o cuidou em adotar a terminologia original nos documentos oficiais Quanto elabora o dos projetos pedag gicos dos cursos integrados a maioria dos professores entrevistados destacou que este processo contou com a presen a de docentes de diversas reas Forma o Geral e cada rea t cnica espec fica por meio de comiss es grupos de trabalho e iniciativas individuais Entretanto a participa o das reas disciplinas variou nos diferentes momentos de discuss o Quando o Decreto n 5 154 2004 foi aprovado e de fato foi autorizado a Escola a elaborar seus projetos pedag gicos a comunidade inteira foi convidada a participar dessas discuss es Isso em audit rios para definir os alicerces desse curso Ent o antes de se pensar nos projetos pedag gicos come ou se a se pensar na estrutura desse curso Por exemplo a dura o dele a organiza o da estrutura dos cursos que iriam funcionar Professor de Eletrot cnica n 01 Houve a participa o alguns professores da disciplina a gente indicava s que como foram criados muitos cursos era aquela dificuldade de reuni es constantes porque o professor da minha rea nunca atende a um curso ele atende a v rios cursos Professor de Matem tica n 13 Comiss es foram formadas para cada curso havia um professor da rea de Ingl s ou de Portugu s e a em houve um momento espec fico num dete
266. ipa o a qualquer momento sem ser em nada prejudicado Meu nome n o ser utilizado nos documentos pertencentes a este estudo e a confidencialidade dos meus registros ser garantida Desse modo concordo em participar do estudo e cooperar com a pesquisadora Nome do pesquisado Nome RG Data 20 i Assinatura Testemunha Nome RG Data 20 Assinatura Pesquisador Nome RG Data 20 Assinatura 252 B Roteiro do grupo focal Tem ticas 1 Especificidade da doc ncia em uma Institui o de Educa o Profissional e Tecnol gica Tornar se professor da EPT processo e dificuldades O professor e sua rela o com o mundo do trabalho O perfil de aluno que se pretende formar Cursos integrados conceito dificuldades e avan os So Rm ca di Articula o entre professores da rea t cnica entre si e com os da forma o geral dificuldades e avan os 7 Coment rio livre C Formul rio de entrevista Docentes 253 Comentar sobre seu perfil itiner rio de forma o e experi ncia profissional op o pelo magist rio experi ncia no IFPB regime de trabalho disciplinas que ministra cursos cargo tempo de doc ncia O que representou a integra o curricular no EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa Que aspectos princ pios pol ticos e pedag gicos e ou recomenda es did ticas foram trabalhadas pela equipe pedag gica visando ao desenvolvimento do trabalho docente no EMI
267. is privilegiando professores da rea profissional ou professores do Ensino M dio J trabalhando com os professores da forma integrada A gente criou desde o primeiro per odo um cronograma de reuni es por cursos coordena es de curso onde eles estavam presentes A princ pio a filosofia ainda era de resist ncia de separa o porque come vamos a reuni o com os cursos gerais a se dividiam por s ries A gente seguiu para respeitar a ideia do grupo que n o estava t o flex vel ainda a ponto de trabalhar com o conjunto do curso como um todo com todos os professores Ent o a gente aceitou a ideia dos professores e fomos por s rie mas em alguns grupos Pedagoga n 02 Nesse per odo foi evidenciada a resist ncia e o conflito de posi es e perspectivas de forma o que foram reiterados Para fazer avan ar o processo de discuss o e planejamento foi aceita pela COPED a forma o de grupos por s rie para planejar projetos integradores envolvendo representa es de professores da rea t cnica e da cultura geral Diferentemente no curso de Eletrot cnica a referida pedagoga assinalou que o processo de discuss o e planejamento se deu de forma mais integrada e participativa Envolveu os docentes de v rias reas de forma mais efetiva a saber A gente avan ou nisso por exemplo n o se trabalhou por s rie Foi com o conjunto dos professores do curso os que ministravam disciplina dentro do integrado e os que n
268. iscursos de professores identificamos concep es que por vezes se conflitam com esta fundamenta o te rica apresentada como balizadora dos cursos integrados Ou mesmo eles demonstram desconhecer ou n o se interessar por tais discuss es de cunho filos fico e pol tico ideol gico mas apenas com quest es de natureza pedag gica eminentemente instrumental No pr ximo cap tulo discutiremos como a proposta de Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica se materializou no IFPB Campus Jo o Pessoa na vis o de seus professores e da equipe pedag gica 171 7 ENSINO M DIO INTEGRADO A VIV NCIA DA PROPOSTA NO IFPB CAMPUS JO O PESSOA NA VIS O DE SEUS PROFESSORES E DA EQUIPE PEDAG GICA Para discutirmos a viv ncia do EMI nos deteremos inicialmente sobre os aspectos de natureza pol tico organizacional e pedag gica destacados pelos professores como elementos que dificultaram o desenvolvimento da proposta dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa Ao final discutiremos o desenvolvimento da proposta do Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica no cotidiano da Institui o voltando a aten o sobre a organiza o do trabalho pedag gico dos cursos e analisaremos em que medida o EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa assumiu uma perspectiva de projeto de travessia para uma educa o polit cnica de emancipa o pol tica social e econ mica Em nossas an lises
269. isolados como o meu por exemplo em que voc de livre e espont nea vontade procura o outro para poder compartilhar experi ncias e tudo mais mas n o assim que funciona as coisas Professor de Eletrot cnica n 04 Em meio falta de apoio e de est mulo integra o curricular o professor destacou que a proximidade de professores da rea t cnica favoreceria uma maior articula o entre eles o que n o se mostrava f cil com a rea de Forma o Geral O professor de Forma o Geral como a gente pouco v a gente v esporadicamente em reuni es pedag gicas E nem todos vale salientar da rea espec fica v o Causa um estranhamento a gente chega l e encontra pessoas que a gente n o conhece verdadeiramente Ent o a gente s se encontra em reuni es espor dicas A gente n o frequenta o mesmo espa o J os professores da rea t cnica eles se encontram mais eles discutem mais eles falam mais sobre o curso porque eles acabam se conhecendo mais Professor de Eletrot cnica n 04 Conforme mencionado em outro momento o referido professor sentiu dificuldade de se integrar com colegas com os quais n o conviviam no dia a dia de seu trabalho Assim a articula o entre os professores da Forma o Geral com os da Forma o Profissional no mbito da viv ncia do EMI foi dificultada sendo registradas iniciativas pontuais entre alguns professores em suas respectivas reas por partilharem espa
270. istas retomamos refer ncias postas pelos participantes do grupo focal a fim de dirimir as d vidas ou aprofundar e ou complementar informa es que se mostraram necess rias e avan ar nas discuss es a que nos propusemos Na entrevista com os docentes envolvidos com a organiza o do trabalho pedag gico no mbito do EMI buscamos aprofundar as tem ticas que se seguem perfil docente da EPT EMI concep o fundamentos aspectos pedag gicos e pol ticos abordagens pedag gicas norteadoras de seu discurso a organiza o do trabalho pedag gico do EMI processo de elabora o dos cursos na forma integrada avan os e dificuldades curr culo integrado concep es iniciativas experi ncias exitosas avan os recuos e desafios Realizamos ainda a an lise de documentos relativos aos cursos e Institui o algumas produ es dos professores relat rios atas planos de aula material did tico avalia es e projetos voltados para os alunos dos cursos em quest o tendo em vista enriquecer a discuss o e questionamentos dos entrevistados Considerando o contexto da nova identidade institucional representada pela transforma o do CEFET PB em IFPB em que a constru o do novo ordenamento jur dico 28 Estatuto Regimento Geral Regimento Interno do Campus Jo o Pessoa e o plano de expans o se constitu ram prioridades institucionais como afirmado nas sess es de grupo focal nas entrevistas que realizamos com os docentes re
271. istiram ao referido modelo de integra o e outros concordaram mas diante de dificuldades de se articular com os pares permaneceram com suas pr ticas cotidianas sem altera o substancial de seu fazer pedag gico De forma similar na sess o de grupo focal da rea de Mec nica os professores entendendo a proposta de EMI nesses mesmos termos tamb m assinalaram que tal integra o n o se verificou na pr tica As discuss es sobre a perspectiva integradora do EMI que s foram objeto de aten o especial no momento de planejamento dos cursos n o foram retomadas no dia a dia pelos professores nem acompanhadas com o apoio sistem tico pelo Setor Pedag gico resultando no isolamento dos mesmos Vejamos o trecho a que nos referimos S o focos diferentes o t cnico modular uma coisa o t cnico integrado outra coisa e realmente isso complica bastante porque chega uma hora que o professor cansa Professor de Mec nica n 03 Professor de Mec nica n 02 interv m S o v rias modalidades Professor de Mec nica n 03 retomando o turno JCansa tem uma hora que voc n o sabe voc se t preparando aula para isso a mesma aula que eu dou o mesmo assunto mas a aula n o pode ser a mesma o conte do o mesmo Fica bem dif cil de voc administrar isso Diante das considera es apresentadas compreendemos que a diversidade de cursos modalidades e n veis em que os professores foram
272. iva e criadora do trabalho a um conjunto de tarefas RAMOS 2004 p 47 Corroborando com tal compreens o Deluiz 2001 ao refletir sobre o modelo de compet ncias adotado no mundo do trabalho e na educa o assinala que o mesmo tem como no es estruturantes a flexibilidade a transferibilidade a polival ncia e a empregabilidade Dessa forma mediante a constante atualiza o de compet ncias os trabalhadores estariam aptos a adaptar se s mudan as no processo produtivo garantindo sua pretensa 17 Estamos considerando a primeira fase da recente Reforma da Educa o Profissional o per odo em que vigorou o decreto n 2 208 1997 e fase atual a partir da edi o do decreto n 5 154 2004 52 empregabilidade No modelo de compet ncias os conhecimentos e habilidades adquiridos no processo educacional na escola ou na empresa devem ter uma utilidade pr tica e imediata tendo em vista os objetivos e miss o da empresa e a qualidade da qualifica o passa a ser avaliada pelo produto final ou seja o trabalhador instrumentalizado para atender s necessidades do processo de racionaliza o do sistema produtivo O capital humano das empresas precisa ser constantemente mobilizado e atualizado para garantir o diferencial ou a vantagem competitiva necess rios desenfreada concorr ncia na economia internacionalizada DELUIZ 2001 p 2 Em termos de abordagem pedag gica os Referenciais Curr
273. ivo a serem consideradas pelo Estado na formula o de sua pol tica em nome da autonomia das institui es em definir seus projetos pol ticos pedag gicos propostas divergentes surgiram No que tange especificamente Educa o Profissional T cnica de N vel M dio houve proposi es em favor da sua integra o ao Ensino M dio mas mantendo a possibilidade de oferta de cursos em regime de concomit ncia e subsequentes As medidas de car ter pol tico pedag gico e jur dico normativo devem conduzir elabora o de uma pol tica de Estado de modo a assegurar i a expans o do Ensino M dio e sua gratuidade de modo a oferecer Educa o B sica Fundamental e M dia a toda a popula o ii o respeito op o das institui es que queiram manter o ensino integrado o concomitante ou o p s m dio desde que devidamente justificada sem preju zo da qualidade social da educa o oferecida e ressalvando os estudos de avalia o da evas o no concomitante iii a recupera o da perspectiva de uma escola unit ria que articule conhecimento trabalho e cultura acompanhando a evolu o tecnol gica mas superando sua redu o s determina es do mercado ou a treinamentos para preenchimento de postos de trabalho transit rios BRASIL 2003 p 79 Tais refer ncias nos permitem compreender os conflitos de interesses e propostas bem como a necessidade de aprofundamento na discuss o dada a complexidade que a quest o exige
274. iza o de trabalhadores independente de escolaridade pr via Educa o Profissional T cnica de N vel M dio curso t cnico que habilita profissionalmente alunos matriculados ou egressos do Ensino M dio e a Educa o Profissional Tecnol gica de gradua o e de p s gradua o que corresponde a cursos de n vel superior na rea tecnol gica destinados a egressos do Ensino M dio e T cnico A altera o mais importante j destacada foi prever que a Educa o Profissional 8 Reda o dada pela Lei n 11 741 2008 55 possa ser oferecida de forma n o apenas concomitante e sequencial ao Ensino M dio mas integrada a ele defendendo o resgate da forma o integral do trabalhador Nesse sentido surgiram o Parecer n 39 2004 que orienta os sistemas e institui es sobre a aplica o do Decreto e a Resolu o n 01 2005 que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino M dio e para a Educa o Profissional de N vel M dio Em 2008 houve a altera o de dispositivos da LDB pela Lei n 11 741 2008 para redimensionar institucionalizar e integrar as a es da Educa o Profissional T cnica de N vel M dio da Educa o de Jovens e Adultos e da Educa o Profissional e Tecnol gica Na LDB alterada pela supracitada lei foi acrescida Se o IV que trata do Ensino M dio a Se o IV A incorporando a partir do Decreto n 5 154 2004 a defini o de que o Ensino M dio poder
275. ja vista a import ncia desses componentes curriculares para o desenvolvimento integral dos estudantes do EMI Assim em nossa pesquisa contamos com a contribui o dos professores participantes do grupo focal sendo enriquecida no segundo momento com a realiza o de entrevistas com as pedagogas e docentes tendo alguns destes j participado das sess es de GF segundo a seguinte distribui o Quadro Sujeitos entrevistados no IFPB Campus Jo o Pessoa rea Grupo focal Entrevista Linguagens C digos e L ng Portuguesa 04 L ng Portuguesa 02 suas Tecnologias L ngua Inglesa 01 L ngua Inglesa 01 Artes 01 Educa o F sica 01 Subtotal 05 05 Ci ncias da Natureza F sica 01 F sica 01 Matem tica e suas Qu mica 01 Matem tica 01 Tecnologias Biologia 01 Subtotal 02 03 Ci ncias Humanas e Geografia 01 Sociologia 01 suas Tecnologias Geografia 01 Hist ria 01 Subtotal 01 03 Eletrot cnica 08 docentes 03 docentes Mec nica 07 docentes 03 docentes Coordena o Pedag gica 03 pedagogas Total 23 20 27 Nesses termos nossa pesquisa contou com as contribui es advindas das tr s sess es do grupo focal que contaram com a participa o de vinte e tr s docentes al m das vinte entrevistas realizadas com professores das diversas reas do EMI e pedagogas acrescido de quatro question rios aplicados com as pedagogas Na ocasi o das entrev
276. junto com eles e uma quest o que foi muito importante que a gente partiu de um perfil e n o de uma matriz curricular Foi um novo caminhar um caminhar diferente da constru o curricular antes que come ava com uma grade com disciplina depois se discutia quem iria formar A a gente come ou com a discuss o do perfil Pedagoga n 02 Ent o a gente come ou a discutir com os professores Eu lembro que na poca que a gente construiu Foi muito bom houve uma capacita o de professores houve todo um trabalho em grupo uma constru o Que profissional a gente est querendo formar Qual o perfil Quais os conhecimentos necess rios Que disciplinas Como que a gente vai organizar isso O caminho inverso do que a gente fazia anteriormente porque geralmente era assim uma reforma ou ent o elabora o de um projeto ent o vamos para a grade vamos para a disciplina eu quero ver a carga hor ria Pedagoga e Chefe do DAE n 01 Percebemos nos coment rios das pedagogas uma mudan a significativa no processo de elabora o do curr culo comparando com o per odo da vig ncia do Decreto n 2 208 1997 Com o novo Decreto a elabora o se deu a partir da refer ncia do perfil de forma o pretendido Entretanto na pr tica prevaleceu para alguns docentes a aten o sobre a distribui o e negocia o de carga hor ria Nas oficinas e reuni es com vistas a elabora o dos projetos iden
277. l e comunit ria concomitante com a pr pria atividade de trabalho MANFREDI 2002 mediante a conviv ncia entre mestres oficiais e aprendizes em seus ambientes de trabalho como oficinas e estalagens Tratava se pois de um processo de aprendizagem informal marcado pelo dom nio de m todos t cnicas e rotinas das tarefas de cada of cio importante destacarmos que a despeito do posterior surgimento de sistemas educacionais voltados para a educa o do trabalhador a aprendizagem cultural nos espa os de trabalho permanece e se entrecruza com as formas escolares e outras n o escolares Ocorre segundo Manfredi 2002 p 54 um processo complexo de socializa o e acultura o do trabalhador mais amplo que a mera forma o t cnico profissional nos espa os escolares ou de trabalho pois este incorpora aprendizagens provenientes de outros espa os socioculturais bairro escola fam lia sindicato partido movimentos sociais e pol ticos al m de diferentes momentos da vida de cada sujeito trabalhador Trata se de processos de aprendizagem multifacetados mediados por rela es de historicidades entre sujeitos contextos e tempos A educa o no Brasil Col nia ficou sob a responsabilidade da Companhia de Jesus Os Jesu tas al m de preocuparem se com a catequese da popula o nativa empreenderam estabelecimentos de ensino secund rio no Reino e controlaram a admiss o para o ensino superior seguindo modelos institucionai
278. lares n o eram partilhados dificultando a parceria entre professores e a discuss o e o planejamento de uma proposta pautada na integra o curricular Nesse sentido retomamos Valentim 2006 que defende que uma Institui o que assume uma perspectiva de forma o alicer ada no princ pio a integralidade deveria superar abordagens padronizadas seriadas e fragmentadas do conhecimento Para isto seria necess rio que os professores explorassem pr ticas interdisciplinares trabalhos com projetos temas geradores e eixos te ricos concretos e significativos de forma a envolver os estudantes em planos comuns de trabalho e em experi ncias a partir de diferentes pontos de vistas MACHADO 2006 A proposta de integra o curricular na Institui o encontrou entraves de natureza organizacional uma vez que n o se favoreceu uma sistem tica de trabalho de apoio t cnico pedag gico aos professores aspecto agravado pelo fato de os mesmos estarem envolvidos em uma variedade de cursos programas e atividades que competiam entre si dificultando a sua dedica o ao EMI e o desenvolvimento de pr ticas pedag gicas integradoras Outro aspecto merece nossa aten o n o podemos esquecer que a perspectiva de integra o defendida para o EMI assume vieses emancipat rios N o se trata de integrar apenas por ser uma forma mais apropriada de contribuir para melhorar os processos de ensino aprendizagem como afirma Torres Santom 19
279. laridade Segundo Gentili 2002 o papel central desse arcabou o te rico foi certificar e legitimar a ideia de que a escola e as pol ticas educacionais serviriam como mecanismo de integra o vida produtiva Frigotto 1998 destaca que sob a tica da teoria do capital humano a educa o reduzida a fator econ mico apresentada e concebida ent o como uma for a potencializadora do desenvolvimento individual e social Defende se a exist ncia de uma ta Segundo Marcondes et al 2007 p 5 na escola confessional al m do assunto apresentado pela ci ncia o aluno ter contato com as perspectivas apresentadas pela sua vis o religiosa 35 rela o direta entre o grau de investimento na educa o e o desenvolvimento s cio econ mico do pa s ou seja uma rela o linear entre investimento no capital humano e a mobilidade social Da a educa o compreendida como promotora de trabalho e renda Essa abordagem isola e exclui fatores intervenientes e promotores de uma efetiva equaliza o social reduzindo o problema da desigualdade social a uma correspond ncia linear entre o n vel de investimento no processo educativo e a mobilidade social como se pudesse por seu interm dio alcan ar a equaliza o econ mica social e pol tica No contexto contempor neo marcado pelo Estado neoliberal e o modo de acumula o flex vel que sinaliza para novas exig ncias educativas e de forma o humana
280. lhadores organizados e membros da elite cafeeira voltando se n o apenas para os desvalidos da sorte mas para os setores populares urbanos que agora se situavam num processo de assalariamento Deu se a partir de ent o a institucionaliza o da qualifica o dos trabalhadores Nas escolas oficinas em diferentes pontos do Brasil eram ensinados diversos of cios carpintaria ferramentaria constru o de edif cios embarca es pintura produ o de tijolos fia o e tecelagem dentre outros O encaminhamento das crian as era determinado por suas inclina es manifestas Marcado pelo sistema escravocrata que sobreviveu por tr s s culos as atividades que implicavam num esfor o f sico e manual foram fortemente associadas ao trabalho desqualificado Tal situa o se refletiu na dicotomia trabalho manual X trabalho intelectual aspecto que repercutiu no sistema educativo que incorporou tal dualidade 39 Diante do exposto poss vel compreender que como Sistema a Educa o Profissional foi criada inicialmente com o objetivo de atender s classes menos favorecidas como uma oportunidade de profissionaliza o com nfase na aprendizagem de tarefas manuais De car ter assistencialista visava amparar os rf os e desvalidos da sorte e ainda disciplinar os trabalhadores livres dos setores urbanos MANFREDI 2002 A origem do Sistema pois nos remete a 1909 quando o presidente Nilo Pe anha com o Decreto n 7 566 tran
281. lica atrav s do Decreto n 7 566 Inaugurada em 1910 em um pr dio cedido pelo governo estadual a ent o Escola de Aprendizes e Art fices da Para ba funcionou inicialmente no quartel do Batalh o da Pol cia Militar do Estado Na poca oferecia o ensino profissionalizante prim rio gratuito nas reas de marcenaria serralharia alfaiataria artes do couro sapataria e encaderna o atendendo em seu primeiro ano de exist ncia a 134 alunos exclu dos socialmente Entretanto no per odo de 1911 a 1942 a m dia anual de matr cula era de 320 alunos Fotografia 1 Escola de Aprendizes e Art fices da Para ba funcionando no Quartel da Pol cia Militar na Pra a Pedro Am rico 3 As escolas foram criadas nas seguintes unidades federativas Alagoas Amazonas Bahia Cear Esp rito Santo Goi s Maranh o Mato Grosso Minas Gerais Par Para ba Paran Pernambuco Piau Rio de Janeiro Rio Grande do Norte Santa Catarina S o Paulo e Sergipe todas subordinadas Diretoria Geral de Ind stria e Com rcio do Minist rio dos Neg cios da Agricultura Ind stria e Com rcio 91 Fonte TARGINO 2009 Segundo Queiroga 2006 s em 1929 a Institui o passou a ter sede pr pria localizando se no bairro das Trincheiras onde atualmente funciona a Casa de Estudantes da Universidade Federal da Para ba O sistema educativo implantado poca era marcado pelo rigor excessivo em que a for a coercitiva d
282. lista ao mesmo tempo em que 71 se afirma a sua necessidade Com este entendimento discutimos a proposta do Ensino M dio Integrado EMI Educa o Profissional T cnica de n vel m dio alternativa que se mostra poss vel a partir da edi o do Decreto n 5 154 2004 No contexto de nossa discuss o procuramos recuperar os fundamentos da proposta de EMI que recontextualiza os fundamentos da educa o polit cnica e da proposta de escola unit ria de Gramsci desenvolvida a partir dos escritos de Marx e Engels Para tal nos detivemos em proposi es e perspectivas te rico metodol gicas que o Ensino M dio Integrado assume em produ es dos pesquisadores da rea Trabalho e Educa o do GT da ANPEd que t m dado especial aten o discuss o conceitual epistemol gica e organiza o do trabalho pedag gico desta proposta Como discutimos anteriormente a proposta da escola unit ria de Gramsci parte do princ pio de que a escola elementar m dia deve garantir a forma o geral da personalidade dos jovens e s a partir da conduzi lo at os umbrais da escolha profissional Isto s ocorreria por volta dos 18 anos Para Gramsci deveria se investir mais tempo na forma o human stica dos jovens para o consequente desenvolvimento de sua capacidade de pensar estudar de dirigir ou de controlar quem dirige GRAMSCI 1982 p 136 e ent o eles seguiriam para escolas de tipo profissional Diferentemente a propos
283. litar apenas 381 professores 309 mulheres Em geral a forma o foi na rea de trabalhos manuais em escolas prim rias sendo pouco expressivo o n mero de professores mestres e contramestres formados para escolas profissionais 117 1942 Na ocasi o foi institu da a presta o de concurso p blico para provimento de cargo efetivo de professores nas escolas t cnicas federais ou equiparadas Entretanto o preceito legal expresso no referido Decreto Lei do Ensino Industrial n o se traduziu na ordena o sistem tica e clara de normas a serem adotadas pelos diversos sistemas dando origem a solu es particulares que se traduziram na pr tica usual de oferta de cursos de did tica na pr pria escola t cnica que mesmo n o sendo obrigat rios conferiam a seus concluintes a prefer ncia em casos de provimento remo o e promo o na rede oficial de ensino PETEROSSI 1994 Em janeiro de 1946 mediante acordo firmado entre o Brasil Minist rio de Educa o e Cultura e Estados Unidos The Institute of Inter American Afairs foi criada a Comiss o Brasileiro Americana de Educa o Industrial CBAN Esta Comiss o constitu da como rg o integrante do Minist rio da Educa o passou a ser respons vel por um programa de interc mbio e treinamento de professores de of cios de cultura geral e diretores de escolas industriais Previsto para vigorar no per odo de 1946 a 1948 Fonseca 1986 assinala que o programa resultou em suc
284. lizadas em espa os vinculados s organiza es do Sistema S Em paralelo ao movimento em torno das DCNs da EPT a partir das discuss es e mobiliza es encampadas por ocasi o da realiza o da 33 Reuni o da ANPEd em Caxambu MG o GT juntamente com a Secret ria de Educa o B sica do MEC produziram um novo documento intitulado Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino M dio Proposta de Debate ao Parecer recuperando os fundamentos e contribui es do texto Diretrizes para a Educa o Profissional de n vel m dio em Debate aproximando as discuss es em torno dessas Diretrizes defendendo se que o CNE deveria produzir um nico parecer e duas resolu es espec ficas uma para o Ensino M dio e outra para a Educa o Profissional e Tecnol gica de n vel m dio GRUPO DE TRABALHO 2011a Diante da falta de entendimento pol tico por parte da C mara de Educa o B sica CNE em torno da discuss o conjunta dos documentos os debates em torno das Diretrizes tomaram caminhos diferentes No mbito do Ensino M dio coube ao Conselheiro Jos Fernandes de Lima a relatoria O referido Parecer CNE CEB sob o n 5 2011 incorporou os princ pios que fundamentam a organiza o do Ensino M dio segundo uma base unit ria estruturada a partir dos eixos do trabalho ci ncia tecnologia e cultura Sua aprova o no CNE se deu em maio de 2011 e a homologa o pelo Ministro de Educa o ocorreu em 24 de janeiro de 2012
285. m cada Unidade da Federa o Em 2010 contemplado pelo Plano de Expans o da Educacional Profissional Fase II do governo federal o IFPB implantou mais cinco unidades em cidades consideradas polos de desenvolvimento regional passando a ser constitu do por nove campi Jo o Pessoa Campina Grande Sousa Cabedelo Cajazeiras Princesa Isabel Picu Monteiro e Patos Para 2014 previsto que a Institui o seja contemplada com mais seis campi nos munic pios de Catol do Rocha Itaporanga Guarabira Esperan a Itabaiana e Santa Rita Para Jaqueline Moll ent o diretora do Departamento de Pol ticas e Articula o Institucional da Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica SETEC MEC em confer ncia de abertura do Simp sio Educa o Superior em Debate 2008 os crit rios de tal expans o foram tr s a implanta o de escolas em estados onde n o existiam a interioriza o de forma a atingir lugares desprovidos desse aparato de educa o p blica e a instala o das escolas em regi es perif ricas sobretudo das grandes cidades Voltando aten o sobre o IFPB no seu Plano de Desenvolvimento Institucional PDI do IFPB 2010 2014 verificamos que enaltecida a iniciativa expansionista do governo federal na rea da EPT 38 A Lei n 11 892 2008 a partir da aprova o das propostas da poca em seu Art 5 definiu a cria o dos seguintes Institutos Federais de Educa o Ci ncia e Tecnologia Institu
286. m detrimento da sua perspectiva pol tica que aluno formar para que tipo de sociedade Assim conclu mos que o desenvolvimento da proposta do EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa se restringiu a mudan as na organiza o da matriz curricular concebida em termos estreitos de ajustes de cargas hor rias e direcionamentos das disciplinas de Forma o Geral para as necessidades da rea t cnica Os cursos de EMI em an lise n o se efetivaram na pr tica e o Ensino M dio Integrado n o se constituiu um projeto de travessia para uma nova realidade e a perspectiva de forma o omnilateral n o se materializou no desenvolvimento dos cursos Palavras chave Ensino M dio Integrado Politecnia Curr culo Integrado ABSTRACT The objective of this study was to analyse how the Integrated High School IHS was structured in its institutional organizational political and educational aspects at the Federal Institute of Education Science and Technology of Para ba IFPB Campus Jo o Pessoa and also to analyse which training perspective it works with The survey was carried out in two phases Initially an exploratory study using a group technique with twenty three teachers was done later teachers and members ofthe pedagogical staffof the IHS of the Electrical and Mechanical courseswere interviewed and also documents were analysed The results indicate that the educational projects of the courses were designed in such a hurry that there was not enough time f
287. m dire o melhoria da 84 qualidade da educa o brasileira Para tal necess rio que sejam aproveitados os momentos coletivos de planejamento como espa os de forma o continuada dos professores e de todos os sujeitos envolvidos favorecendo a discuss o e estudos acerca dos fundamentos te ricos pol ticos legais metodol gicos e epistemol gicos da proposta de EMI Em sua discuss o Ciavatta 2005 enfatiza dentre aspectos j mencionados anteriormente alguns que guardam rela o com a problem tica da gest o e do financiamento do Ensino M dio Integrado Outros pesquisadores como Kuenzer 2004 Oliveira 2009 Moura 2010 e Frigotto 2010 trouxeram contribui es importantes para este debate Segundo Kuenzer 2004 para a proposta de EMI se desenvolver segundo seus fundamentos preciso no plano pol tico haver a defesa da escola unit ria com a garantia do investimento governamental na contrata o e forma o de professores bem como na infraestrutura necess ria pondo em destaque o financiamento como uma condi o de efetiva o de uma proposta integral Sobre essa quest o trazemos a contribui o de Oliveira 2009 p 53 que discute a proposta do EMI diante do financiamento p blico da educa o ressaltando a import ncia pol tica e pedag gica desse projeto de educa o unit ria e polit cnica definido na perspectiva da emancipa o da classe que vive do trabalho a quest o que ora se coloca
288. ma perspectiva cr tica contextualizada e sustent vel ancorada nos fundamentos cient ficos tecnol gicos human sticos e artisticoculturais Entretanto preciso compreender que o fato de tais fundamentos serem explicitados no documento n o significa necessariamente sua apropria o pelos professores envolvidos com a proposta muito menos a sua materializa o na pr tica pedag gica concreta nos termos originalmente definidos Entendemos com Lopes 2008 que a pretensa incorpora o de alguns fundamentos da perspectiva de educa o polit cnica nas propostas dos cursos integrados da 145 Institui o se d por um processo de recontextualiza o por hibridiza o marcado pela desterritorializa o de processos simb licos resultando na expans o de g neros impuros sendo formadas novas cole es muitas vezes associadas a conceitos e textos de matrizes te ricas distintas Nesse sentido os fundamentos defendidos para o EMI passam a assumir novas quest es e novas finalidades educacionais dado o deslizamento de sentidos e significados da teoria que o fundamentou Nos projetos dos cursos integrados especifica se o perfil de forma o pretendido H dois subtitens em que s o relacionadas as compet ncias b sicas da Forma o Geral e as da habilita o profissional Configurados no formato de compet ncias estes itens em observ ncia Resolu o n 01 2005 mant m a l gica das compet ncias amplamente c
289. mento percebido nas cita es de alguns entrevistados tanto da Forma o Profissional quanto da Forma o Geral transcritas a seguir Mas a nossa parte a de execu o de constru o do curr culo a quest o de carga hor ria A gente recebe e tal agora a gente n o tem muita facilidade de estar lendo e tal N s nos preocupamos mais com o que n s vamos fazer Professor de Eletrot cnica n 05 z A equipe pedag gica muito bem vinda muito bem vinda Agora que de fato assuma a responsabilidade delas Certo De fato n o colocando o professor como aquele elemento que tem que pensar sugerir construir a proposta e executar Professor de L ngua Portuguesa n 01 Pelas refer ncias apresentadas compreendemos que n o apenas os professores da 197 rea t cnica do IFPB Campus Jo o Pessoa apresentaram certa resist ncia ao trabalho da COPED mas tamb m alguns professores da Forma o Geral Principalmente os da rea de Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias segundo registro de alguns docentes Na sess o de grupo focal com os docentes de Mec nica n o surgiram considera es expl citas rea o desses professores ao trabalho desenvolvido pela COPED Entretanto na sess o de Eletrot cnica surgiu outra discuss o interessante de discutir a partir da fala de um professor substituto que entendia o trabalho docente como de natureza eminentemente intuitiva considerando se pois a forma
290. mete delimita o de reas de conhecimento de maior prest gio como reflexo de rela es de poder em uma Institui o historicamente voltada para a profissionaliza o Na elabora o das propostas de EMI a aten o recaiu sobre a identifica o de estrat gias de integra o curricular como a interface Segundo o projeto seriam consideradas disciplinas de interface aquelas de Forma o Geral ou de prepara o b sica para o trabalho necess rias para cursos profissionais com os quais mantivessem afinidade CEFET PB COELT 2006 CEFET PB COMEC 2006 Pelo depoimento dos professores a interface foi definida mediante a localiza o da chamada zona de sombreamento Alguns conte dos considerados de prepara o para o trabalho eram tamb m contabilizados na carga hor ria da Forma o Geral resultando na redu o da carga hor ria total do curso Observemos a explica o que se segue sobre como essa quest o foi tratada na Institui o t nhamos que respeitar a carga hor ria do M dio a carga hor ria m nima tamb m E at a gente entender aquela rea de sombreamento eu n o me recordo a express o era um termozinho que dizia a rea de interface o que poderia ter e o que n o poderia ter De in cio a Pedagogia tamb m tinha d vida mas isso foi aos poucos sendo esclarecido e com essa interface essa rea de sombreamento Era tanto que a gente brincava que era disciplina que contava l
291. mplicou na necessidade de um novo ordenamento jur dico estatuto regimento e normatiza es internas na redefini o de sua estrutura organizacional e de uma nova pol tica educacional para a Institui o No ano de 2008 a Institui o desenvolveu uma s rie de a es visando ifetiza o a saber consulta comunidade sobre o interesse pela ades o nova institucionalidade sondagem de interesse de outras Institui es Federais de EPT para composi o de uma proposta conjunta de ades o Chamada P blica MEC SETEC n 002 2007 elabora o do Projeto de Ifetiza o e de seu plano de expans o Em consequ ncia da aprova o do projeto de ifetiza o nos anos posteriores as aten es se voltaram para a defini o da nova identidade institucional e a expans o do Instituto em suas diversas fases Tais iniciativas receberam forte aten o de seus gestores em 173 especial no Campus Jo o Pessoa onde foi instaurada a Reitoria do IFPB Para os docentes das diversas reas do IFPB Campus Jo o Pessoa a ifetiza o e a expans o do IFPB interferiram no desenvolvimento da proposta do EMI resultando na pouca aten o dada ao acompanhamento e avalia o dos cursos bem como retomada de estudos E E 66 planejamentos e discuss es pedag gicas sobre a proposta e seus fundamentos Dito de outra forma devido cria o do Instituto e ao plano de expans o empreendido as a es de apoio pedag gic
292. n vel de ensino Em 2010 esta rede respondeu por 85 9 do total das matr culas seguida pela rede privada com 11 8 e as redes federal e municipal que chegaram a atender pouco mais de 1 cada Em sua an lise acerca dos gastos do governo federal com a educa o e o FUNDEB Oliveira 2009 apontou que o custo aluno da rede estadual chegou a ser oito vezes menor que o dos alunos da Rede Federal Para o pesquisador n o se trata de compreender o custo aluno das institui es federais como elevados mas defender que sejam aumentados os investimentos na rede estadual garantindo a democratiza o do ensino de qualidade para a maioria da popula o Sobre as discrep ncias entre as redes estaduais e a Federal Moura 2010 afirma que as institui es federais s o reconhecidas pelo trabalho de refer ncia que desenvolvem e apresentam condi es bem mais satisfat rias em termos de financiamento quadro docente forma o inicial e continuada remunera o direitos trabalhistas jornada de trabalho e incentivo forma o continuada bem como a infraestrutura instala es e equipamentos Tal compreens o confirmada em informa es contidas no portal do MEC que assinalam os bons resultados apresentados pelos estudantes da Rede Federal de Educa o Profissional Cient fica e Tecnol gica em todas as avalia es existentes nacionais ou internacionais Para o MEC Alguns diferenciais da rede federal est o na qualifica o dos do
293. namento geral dos campi O fato de no Campus Jo o Pessoa ser instaurada a Reitoria respons vel pelo projeto de ifetiza o e sua expans o contribuiu para que seus professores se envolvessem mais diretamente nesse processo Nesse cen rio a experi ncia consolidada dos docentes foi considerada fundamental para fazer caminhar o processo de expans o do Instituto em suas diversas fases haja vista se precisar de pessoal experiente e preparado para assumir os trabalhos de instaura o dos novos campi Muitos professores do IFPB Campus Jo o Pessoa participaram de reuni es em que o processo de ifetiza o e a expans o do Instituto foram tratados de forma direta ou indireta Sobre a sua participa o nesse processo destacamos o excerto que se segue Eu n o diria que tem prejudicado mas que tem deixado mais lento o Instituto porque de uma forma ou de outra a Institui o ficou mais pesada Ela tem que dar uma certa assist ncia a novas unidades que est o aparecendo e n s estamos com alguns professores saindo at mesmo professores substitutos que est o saindo e n o est o sendo repostos e fica meio complexo isso da Professor de Mec nica n 03 O aproveitamento da expertise de muitos professores do IFPB Campus Jo o Pessoa para atender necessidade do projeto de expans o ent o em andamento resultou na rotatividade de pessoal em fun es gratificadas nessa Institui o As constantes altera es em seu quadro de ges
294. ncep o do projeto pedag gico do Ensino M dio Integrado do IFPB Campus Jo o Pessoa e seu planejamento foi verificada n o sem conflitos a preval ncia da perspectiva profissionalizante sobre inten es educativas mais amplas houve o comprometimento do alcance das finalidades educativas da proposta do EMI na Institui o traduzido no que Marx 1992 chama de desenvolvimento unilateral e mutilado do sujeito Foram equ vocos como esses que precisariam ser objeto de avalia o e estudos durante a viv ncia do EMI no Instituto a fim de se investigar os fundamentos que deram sustenta o pr tica pedag gica desenvolvida nos cursos integrados e ent o possibilitar comunidade acad mica retomar os princ pios balizadores da proposta reafirmar seus prop sitos e reorientar suas a es em dire o consolida o de uma pr tica pedag gica integradora alinhada a objetivos cr tico emancipat rios Entretanto tais investimentos implicam no desprendimento de professores e gestores para construir uma nova rela o entre Forma o Geral e Profissional em partilhar espa os e abrir m o de conceitos e se abrir ao novo o que n o se verificou no IFPB Nos encontros de estudos e de planejamento a rea t cnica n o sem resist ncia da rea de cultura geral buscou se consolidar como um polo forte da rela o como dois cursos em disputa No mbito da concep o e do planejamento do EMI se instauraram conflitos interno
295. ndemos que a proposta do EMI deve contar com um financiamento p blico em face da import ncia pol tica e pedag gica desse projeto de educa o unit ria e polit cnica Segundo Kuenzer 2004 para a efetiva o de uma proposta de forma o integral em observ ncia aos seus fundamentos preciso que no plano pol tico haja a defesa da escola unit ria mediante a garantia do investimento governamental n o apenas na infraestrutura necess ria mas na contrata o e forma o de professores A proposta de EMI deve suscitar uma maior aten o por parte de seus professores uma vez que pressup e o compromisso do coletivo se reunir constantemente para se capacitar refletir conceber avaliar e redirecionar o desenvolvimento dos cursos Sua viv ncia n o pode ser assumida como uma parti o de objetivos e a es desarticuladas Os objetivos e princ pios que balizam a proposta implicam em uma atitude colaborativa e cr tica dos docentes gestores e demais funcion rios envolvidos com tais cursos Dessa discuss o decorre o entendimento de que o conhecimento e comprometimento coletivo com a proposta do Ensino M dio Integrado por si s n o suficiente para fazer valer a educa o nos moldes pretendidos preciso n o apenas a Institui o favorecer tempo espa o para a articula o entre os professores mas investir continuamente em mecanismos democr ticos de discuss o e estudos sobre os princ pios e fundamentos do EMI e avalia
296. ndo os a se descuidarem do compartilhamento de objetivos conte dos e de m todos Diante da perspectiva de integra o que prevaleceu no Instituto uma professora de Geografia na sess o de grupo focal da Forma o Geral saiu em defesa da garantia de uma s lida forma o do estudante que para ela conflitava com a proposta de EMI vivenciada Na Geografia eu n o consigo entender como que pode se diferenciar nos cursos t cnicos apesar de ser cursos t cnicos eu acredito que todos os alunos t m que receber o b sico que a ci ncia oferece Aqueles conceitos importantes para orientar o mundo de hoje como se vive na sociedade quanto natureza situa o ambiental Ent o forma es organiza es os grandes debates t m que ser vistos em qualquer curso eu n o consigo diferenciar Ent o eu fiz o plano e os colegas t m aceitado que a gente trabalhar com o mesmo plano independente do curso Professora de Geografia n 07 Em seu depoimento que encontrou acolhida de alguns docentes da sess o a professora defendeu uma s lida forma o b sica para o estudante por entender que haveria 212 conhecimentos v lidos a serem apropriados por todos independente do curso em que estivessem matriculados E cada disciplina deveria garantir tais fundamentos Para ela a op o de integra o curricular que no Instituto prevaleceu como pressuposto o atendimento das necessidades da rea t cnica pela Forma o
297. ndo sua distribui o nos diferentes ramos de ensino Em 1963 ap s realizar debates sobre a regulamenta o da profiss o do t cnico a 43 Diretoria do Ensino Industrial do MEC DEI gerou um documento com v rias conclus es e recomenda es dentre as quais a defesa da divis o funcional do trabalho em algumas regi es e setores entre t cnicos industriais que passaram a responsabilizar se pela condu o de atividades numa fase intermedi ria dire o e execu o bem como o reconhecimento da posi o hier rquica nas empresas fazendo jus remunera o e carreira compat veis com suas atribui es medidas que despertaria o interesse pelos cursos t cnicos industriais No documento foram definidas as compet ncias do t cnico industrial que envolveriam aspectos relacionados presta o de assist ncia t cnica condu o da execu o t cnica de trabalhos orienta o e coordena o da execu o de servi os e responsabiliza o por projetos tudo no mbito de sua especialidade numa perspectiva que se assemelhava a trabalhos auxiliares ou de responsabilidade restrita supervis o de profissionais de curso superior CUNHA 2005 A partir do Decreto Lei 4 073 de janeiro de 1942 o t cnico industrial come ou a se constituir como uma categoria ocupacional e com a Lei n 5 524 em 1968 veio a regulamenta o da profiss o delimitando como exig ncia para o exerc cio profissional a conclus o de um dos cursos do
298. neo desafios tens es e possibilidades Porto Alegre Artmed 2008 p 19 21 MOURA Dante Henrique Ensino m dio e educa o profissional nos anos 2000 movimentos contradit rios No prelo Ensino m dio e educa o profissional dualidade hist rica e possibilidades de integra o In MOLL Jaqueline et al Educa o profissional e tecnol gica no Brasil contempor neo desafios tens es e possibilidades Porto Alegre Artmed 2010 p 58 79 A forma o de docentes para a educa o profissional e tecnol gica Revista Brasileira da Educa o Profissional e Tecnol gica MEC Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica Bras lia MEC 2008 v 1 n 1 p 23 37 jun 2008 MOURA Dante Henrique GARCIA Sandra Regina de Oliveira RAMOS Marise Nogueira Educa o profissional t cnica de n vel m dio integrada ao ensino m dio documento base Bras lia dezembro de 2007 MOREIRA Ant nio Fl vio Barbosa e CANDAU Vera Maria Indaga es sobre curr culo curr culo conhecimento e cultura Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2007 M LLER Meire Terezinha M ller A educa o profissionalizante no Brasil das corpora es de of cios cria o do SENAI Revista da Rede de Estudos do Trabalho Estudos do Trabalho ano III n 5 p 1 31 2009 NOSELLA Paulo Trabalho e perspectivas de forma o dos trabalhadores para al m da forma o polit cnica Revista Brasileir
299. nidade de viv ncias junto equipe pedag gica da qual fa o parte e s demandas de estudantes gestores e docentes al m de muitas leituras na rea pedag gica Pedagoga n 02 Ao ingressar no IFPB poca ainda ETFPB a referida pedagoga passou a atuar na Coordena o Pedag gica em atividades que envolviam o apoio a docentes e estudantes o que se mostrou uma primeira dificuldade e mais ainda se tratando de uma rea estranha sua forma o e experi ncia profissional a EPT O tempo de adapta o o apoio e a aprendizagem com os pares foram fundamentais nesse processo aliados oportunidade de realiza o do 102 curso de Especializa o em Educa o Tecnol gica que deu uma base para a sua inser o nessa modalidade de ensino De forma diferente identificamos a pedagoga com forma o tamb m em Psicologia e experi ncia na rea organizacional que assinalou a minha viv ncia maior foi em pedagogia empresarial Acho que mudou apenas o tipo de organiza o e a cultura Hoje muito do que aprendi em empresas bastante til no meu dia a dia na Institui o Pedagoga n 04 Tal refer ncia nos permite inferir que a mesma acredita que haja semelhan as entre o trabalho que realizou em empresas por um per odo extenso de 22 anos e o que passou a realizar no IFPB h pouco mais de dois anos Ao mencionar ter atuado como pedagoga empresarial a mesma pedagoga psic loga pretendeu se referir
300. nidade teoria e pr tica S o Paulo Cortez 1997 QUARTIERO Elisa Maria LUNARDI Geovana BIANCHETTI Luc dio T cnica e tecnologia aspectos conceituais e implica es educacionais In MOLL Jaqueline et al Educa o profissional e tecnol gica no Brasil contempor neo desafios tens es e possibilidades Porto Alegre Artmed 2010 p 285 300 QUEIROGA Ana L cia F Pedagogia das compet ncias Jo o Pessoa Editora 248 Universit ria da UFPB 2011 A pedagogia das compet ncias nos cursos t cnicos do CEFET PB limites e contradi es Disserta o Mestrado em Educa o Centro de Educa o UFPB 2006 RAMOS Marise Ensino m dio integrado ci ncia trabalho e cultura na rela o entre educa o profissional e educa o b sica In MOLL Jaqueline et al Educa o profissional e tecnol gica no Brasil contempor neo desafios tens es e possibilidades Porto Alegre Artmed 2010 p 42 57 Possibilidades e desafios na organiza o do curr culo integrado In FRIGOTTO Gaud ncio CIAVATTA Maria e RAMOS Marise Orgs Ensino m dio integrado concep es e contradi es S o Paulo Cortez 2005 p 106 127 O projeto unit rio de ensino m dio sob os princ pios do trabalho da ci ncia e da cultura In FRIGOTTO Gaud ncio e CIAVATTA Maria Ensino m dio ci ncia cultura e trabalho Bras lia MEC SEMTEC 2004 p 37 52 O novo ensino m dio luz de antigos princ pios trabalho
301. nol gica SINASEFE e a Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o ANPEd Pol ticas p blicas para a EPT SETEC 2004 Documento Base da EP T cnica de N vel M dio Integrada ao EM 2007 e Documento Base do Programa Nacional de Integra o da EP com a Educa o B sica na Modalidade Educa o de Jovens e Adultos PROEJA EM 2006 revisado em 2007 59 compet ncias para a laborabilidade evidenciando se assim o conflito entre uma possibilidade de forma o emancipada e outra de forma o subordinada aos des gnios do mercado Ao contrapor se l gica das compet ncias o texto base apresentado para discuss o refor a a necessidade de se ampliar a perspectiva da forma o dos estudantes de forma a articular diversos campos do conhecimento ci ncia tecnologia trabalho e cultura superando a prepara o para o emprego a fim de avan ar para uma concep o de forma o para o trabalho afinada com a perspectiva omnilateral que favore a a compreens o do mundo do trabalho e inser o cr tica e atuante na sociedade inclusive nas atividades produtivas em um mundo em r pida transforma o cient fica e tecnol gica GRUPO DE TRABALHO 2010 p 5 Como proposta de Resolu o das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional e Tecnol gica de n vel m dio DCNEPTNM o documento apresenta os pressupostos defendidos sintetizados em seu Artigo 6 Art 6 A EP T
302. novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino M dio e da Educa o Profissional e Tecnol gica O entendimento de que os pareceres CNE CEB n 15 1998 e CNE CEB n 16 1999 foram apenas objeto de atualiza o pela Resolu o CNE CEB n 1 2005 mas basicamente reiteraram as formas de articula o do Ensino M dio Educa o Profissional de n vel m dio n o atacando a problem tica da compet ncia mantendo a como abordagem poss vel de organiza o do ensino logo baseado na adequa o restrita do comportamento dos estudantes produ o Dito de outra forma a compreens o foi a de que o Parecer e a Resolu o em quest o apenas atualizaram as DCNs da Educa o Profissional ao novo Decreto sem romper com os fundamentos do Decreto n 2 208 1994 quais sejam a l gica das compet ncias e a empregabilidade conforme destaca Moura 2012 p 8 mantendo toda a racionalidade das DCN anteriores Parecer CNE CEB n 16 1999 e Resolu o CNE CEB n 04 1999 calcadas na pedagogia das 22 Al m de gestores estaduais de educa o profissional vinculados ao Conselho Nacional dos Secret rios de Educa o CONSED e representantes do F rum dos Conselhos Estaduais de Educa o Conselho Nacional das Institui es da Rede Federal de Educa o Profissional Cient fica e Tecnol gica CONIF Central nica dos Trabalhadores CUT o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educa o B sica Profissional e Tec
303. ns professores a aus ncia de envolvimento efetivo na concep o planejamento e desenvolvimento dos cursos os faziam se sentir como prestadores de servi o em determinados cursos n o se percebendo fazer parte deles integrados a eles Percebiam seu trabalho como complementar forma o dos estudantes mas n o haviam se envolvido na discuss o com os demais professores sobre os termos de tal complementaridade Assim n o se identificavam com a proposta dos cursos integrados nos termos de seus objetivos e princ pios apenas com a disciplina ou quando muito com a rea 214 em que os mesmos atuavam seguindo no EMI com sua pr pria l gica de organiza o interna da rea ou disciplina Outra iniciativa de integra o de professores do IFPB Campus Jo o Pessoa refor ada na viv ncia do projeto pedag gico dos cursos integrados foi o trabalho com a o interface Entretanto esta se restringiu identifica o de reas de sombreamento e a preocupa o em se evitar a repeti o de conte dos Tal artif cio integrador resultou no enxugamento do curso por meio da compatibiliza o de disciplinas de Forma o Geral e Profissional mas a pr tica pedag gica permaneceu inalterada conforme destacado a seguir O que eu percebo que no dia a dia os professores est o trabalhando infelizmente suas disciplinas sem realmente ver essa quest o de curr culo de mudan a de tratamento pedag gico de p
304. nsino M dio integrado educa o profissional integrar para qu Secretaria de Educa o B sica Bras lia Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o B sica 2006 p 103 121 V SQUEZ Adolfo S nchez Filosofia da pr xis Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1968 VEIGA Ilma Passos A Nos laborat rios e oficinas escolares a demonstra o did tica In Org Doc ncia como atividade profissional In Veiga Ilma e D AVILA Cristina Profiss o docente novos sentidos novas perspectivas Campinas SP Papirus 2008 p 13 21 T cnicas de ensino por que n o Campinas SP Papirus 2003 p 131 146 VIANNA Agnelo Corr a Educa o T cnica Minist rio da Educa o e Cultura Diretoria do Ensino Industrial 1970 250 ZIBAS Dagmar Refundar o ensino m dio Alguns antecedentes e atuais desdobramentos das pol ticas dos anos de 1990 Educa o e Sociedade Campinas v 26 n 92 Especial p 1067 1086 out 2005 AP NDICE A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido B Roteiro do grupo focal C Formul rio de entrevista Docentes D Question rio Pedagogas E Formul rio de entrevista Pedagogas 251 A Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Tem tica do estudo ENSINO M DIO INTEGRADO Declaro que os objetivos e detalhes desse estudo foram me completamente explicados Entendo que n o sou obrigado a participar do estudo e que posso descontinuar minha partic
305. ntado como uma solu o alternativa ao problema sendo inclusive alvo de iniciativas do Minist rio da Educa o com a oferta de cursos especialmente dist ncia com esse enfoque divulgando a cultura empreendedora junto a docentes e administrativos das Institui es Federais 153 Compreendemos que tais princ pios fazem um forte apelo Forma o Profissional em detrimento de uma perspectiva forma o que se pretenda integral nos moldes definidos pela educa o polit cnica a emancipa o humana e a transforma o social Outrossim considerar na concep o e desenvolvimento dos cursos integrados o princ pio da autoridade e da disciplina em certa medida conflita com a concep o de homem como sujeito hist rico e os prop sitos emancipat rios do Ensino M dio Integrado podendo resultar em abordagens pedag gicas de cunho prescritivo autorit rio e cerceador da autonomia do estudante Ademais ao incluir a cidadania depois desses dois itens preparo para a disciplina e para a autoridade e ao final da listagem dos princ pios do curr culo integrado nos parece que se pretendeu apenas atenuar a preocupa o com a forma o para o mercado chamando a aten o para a forma o cidad Entretanto a ideia de cidadania numa perspectiva democr tica n o se articula bem com a prepara o para a disciplina e para a autoridade sendo mais pr xima concep o de cidad o produtivo que a empresa necessita
306. nte chegar e reproduzir a mesma aula que voc d no curso t cnico subsequente no integrado Muda o perfil do aluno e muda consideravelmente Enquanto no subsequente voc tem pessoas teoricamente com a forma o de Ensino M dio pronta pessoas j maduras No integrado voc tem jovens muito imaturos Professor de Mec nica n 03 Ent o isso que dificulta eu digo isso simplesmente numa disciplina t cnica que mais f cil trabalhar porque se ensinar como se conserta uma geladeira eu posso ter uma metodologia diferente Se eu tenho uma carga hor ria maior de trabalhar mais a parte te rica menos a parte pr tica e vice e versa se eu tiver tempo de visitar uma empresa de mostrar um equipamento que a noite eu n o vou ter isso Professor de Mec nica n 04 Segundo os depoimentos a distribui o de carga hor ria semestral ou anual se refletiu em adapta es na organiza o do seu trabalho pedag gico Os estudantes do curso integrado teriam maiores oportunidades de viv ncia de situa es pedag gicas diversificadas tanto pelo fato do ano letivo proporcionar melhores condi es de se distribuir tais atividades ao longo do ano como por suas aulas serem em turno diurno favorecendo a realiza o das visitas t cnicas As pequenas altera es nos cursos t cnicos integrados e subsequentes assinaladas 210 pelos professores da rea t cnica eram de natureza did tico pedag gica e foram motivadas pelo fato
307. nte pronunciada inclina o para o magist rio certamente o potencial mais ativo da renova o dos corpos docentes Muitos se fizeram bons professores por via do autoditatismo Mas no momento seja por imposi o legal seja pela pr pria exig ncia mesma da qualidade do ensino torna se necess rio que se lhe ofere a uma escolaridade de n vel superior VIANNA 1970 p 70 71 Com a Reforma Universit ria Lei 5 540 1968 foi previsto que a forma o de professores para o ensino secund rio disciplinas gerais ou t cnicas seria desenvolvida em cursos de n vel superior indicados pelo Conselho Federal de Educa o CFE Tal exig ncia foi relativizada pelo Decreto Lei n 464 1968 que instituiu o exame de sufici ncia a ser realizado em institui es oficiais indicadas pelo referido Conselho visando habilita o dos profissionais para o ensino t cnico enquanto n o houvesse n mero suficiente de professores PETEROSSI 1994 importante compreender que a mudan a da forma o t cnica para o n vel m dio gerou o entendimento de que se deveria exigir uma forma o mais s lida de seus professores Dito de outra forma como a profissionaliza o nesse ciclo de ensino passou a implicar uma forma o mais complexa dos estudantes que aquela anteriormente ministrada nos anos iniciais da forma o escolar era de supor que seus professores passassem a ser mais bem preparados mediante uma forma o espec fica Dessa forma
308. ntegra o do EMI fez com que alguns professores n o participassem ou investissem nas a es integradoras propostas no projeto dos cursos Tal compreens o foi alimentada pela insuficiente sistem tica de discuss o e de estudos sobre os fundamentos do projeto com os professores e da falta de acompanhamento e de avalia o dos cursos integrados em andamento Tal cr tica n o foi consenso V rios professores da Forma o Geral em seus depoimentos concordaram com a integra o nesses termos definidos e afirmaram buscar contribuir na sua rea para a profissionaliza o pretendida Entretanto ressaltaram que tal 208 processo n o alcan ou xito conforme ressaltado no relato a seguir Cada um fica na sua e cada um dividido por conte do tu precisa disso eu preciso daquilo Isso no in cio quando estava planejando o curr culo daqueles cursos mas depois disso eu tenho percebido que n o h pelo menos no meu caso n o houve mais essa integra o entre rea t cnica e a Forma o Geral Professor de F sica n 06 Pelos depoimentos a que tivemos acesso percebemos que para a maioria dos professores da rea de cultura geral o EMI significou a integra o curricular em termos de atendimento das necessidades da rea t cnica pela Forma o Geral Entretanto essa perspectiva integradora que estruturaria o ensino foi se perdendo ao longo do desenvolvimento do curso e assim n o se efetivou Alguns professores res
309. ntravam para desenvolver os cursos assoberbados de aulas em variados cursos al m de se envolverem em atividades de organiza o e apoio ao ensino Para alguns professores a integra o foi discutida nos primeiros momentos de 216 planejamento do EMI sendo proposta como atividades did ticas integradoras visitas t cnicas e projetos integradores Entretanto tais iniciativas n o tiveram continuidade conforme destacado por um professor de Mec nica na sess o de grupo focal que passamos a transcrever Eu acho uma dificuldade grande no nosso curso integrado Tem o pessoal da rea t cnica e o pessoal da Forma o Geral Durante o processo todo mundo fala de integra o Aconteceu at visita dos professores da Forma o Geral nos laborat rios da rea t cnica aqui n o foi Lembra que teve at visitas reuni es projetos A pronto acabou o projeto ent o acabou a nossa obriga o cada um vai para sua casa cuidar de sua vida Integrado no CEFET isso ou n o buscando apoio Tem a febrezinha acabou o prazo a coisa passou A o pessoal l de cima Forma o Geral n o vem daqui tamb m ningu m vai l para cima morreu continua cada um tocando a sua vida O pessoal de Qu mica a gente tentou interagir a eu tava voc ensina isso eu ensino isso a gente pode fazer isso No in cio tava tudo bonitinho a de repente mudou o pessoal da Dire o Esfriou e parou Professor de Mec nica n 02
310. o desde a educa o b sica ensino m dio ensino t cnico integrado e p s m dio a educa o superior cursos de gradua o na rea tecnol gica intensificando tamb m as atividades de pesquisa e extens o IFPB 2010 p 10 Recentemente com Lei n 11 892 2008 o CEFET PB assumiu uma nova institucionalidade com a cria o do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Coriolano de Medeiros foi educador paraibano ex diretor da Institui o que segundo Targino 2009 defendeu a reestrutura o do ensino industrial da poca voltando sua aten o para a moderniza o das instala es e equipamentos da ent o Escola de Aprendizes e Art fices 93 Para ba IFPB mediante a integra o do Centro Federal de Educa o Tecnol gica da Para ba e a Escola Agrot cnica Federal de Sousa Os Institutos Federais de Educa o Ci ncia e Tecnologia s o institui es de educa o superior b sica e profissional pluricurriculares e multicampi especializadas na oferta de Educa o Profissional e Tecnol gica em diferentes modalidades de ensino Sua cria o foi iniciada a partir do aproveitamento do potencial instalado nos Centros Federais de Educa o Tecnol gica CEFETSs Escolas T cnicas Federais Escolas Agrot cnicas Federais e Escolas vinculadas s Universidades Federais que aderiram ao modelo de Instituto Federal em resposta Chamada P blica MEC SETEC n 002 2007 enviando propostas conjuntas e
311. o como assinalado anteriormente Partilhamos a ideia de que a educa o polit cnica pode ser o embri o da educa o do futuro vi vel no atual est gio de desenvolvimento das for as produtivas e compreendemos a omnilateralidade como um est gio poss vel no contexto da sociedade socialista a omnilateralidade somente pode se realizar no mbito de uma sociedade auto regulada do ponto de vista da produ o organiza o e distribui o dos objetos necess rios para garantir a base material e espiritual do homem Portanto a realiza o do homem omnilateral depende da exist ncia em iguais condi es do tempo livre necess rio para o pleno desenvolvimento das suas potencialidades f sicas e mentais FERREIRA J NIOR e BITTAR 2008 p 645 Nesse sentido a educa o no contexto capitalista junto a outras esferas da 67 sociabilidade humana reitera em alguma medida a aliena o a forma o unilateral Entretanto sendo a pr xis humana dial tica onde reside a contradi o os conflitos e a compreens o do homem como um ser hist rico compreendemos que a determina o n o obstaculariza por completo o desenvolvimento do homem pois este n o apenas sofre determina es das condi es mas interfere em sua mudan a Nesses termos aliada a outras esferas da sociabilidade humana a escola pode contribuir no sentido da forma o integral do ser humano Compreendemos que a distin o feita por Sousa J nior 2010
312. o Para aprofundamento ver Santos 2008 125 novos padr es em observ ncia s Diretrizes Curriculares Nacionais para a forma o de professores e para os campos de conhecimento pertinentes N o obstante defenda que a forma o dos professores da EPT deva ocorrer em cursos de licenciatura Kuenzer 2008 discutindo o referido Parecer tamb m compreende ser inapropriada a cria o de uma licenciatura gen rica em Educa o Profissional dada multiplicidade de reas em que o professor atua ou atuar al m de seus diferentes n veis e modalidades Para a pesquisadora devem ser oferecidas habilita es especializadas por componente curricular para o caso do ensino m dio integrado ou por campo de conhecimento ou campo de atua o profissional no caso da educa o profissional KUENZER 2008 p 35 citando como exemplo a licenciatura de Educa o Profissional na rea de Mec nica Em 2006 a Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica do Minist rio de Educa o instituiu um Grupo de Trabalho Forma o de Professores para a Educa o Profissional e Tecnol gica com o objetivo de diagnosticar e propor alternativas para o enfrentamento da problem tica da forma o dos professores de disciplinas profissionalizantes Em setembro do mesmo ano a SETEC e o INEP organizaram o Simp sio Educa o Superior em Debate Forma o de Professores para a Educa o Profissional e Tecnol gica tendo como ho
313. o o Pessoa sendo composto pelo Departamento de Educa o Profissional o Departamento de Apoio ao Ensino e o Departamento de Ensino Superior al m de quatro Unidades Acad micas que guardam rela o com as reas de abrang ncia dos cursos que desenvolvem I Design Infraestrutura e Ambiente II Informa o e Comunica o III Controle e Processos Industriais IV Licenciaturas e Forma o Geral e V Gest o e Neg cios 135 chegam e dizem Olha tem um congresso em dezembro do ano que vem e eu vou me preparar para esse congresso eu vou escrever eu vou apresentar trabalho Mas se voc for observar voc vai notar drasticamente que h uma diferen a entre a vontade do pessoal de at sete anos e aqueles de at quinze anos O pessoal aqui at quinze anos vinte anos trinta anos Est tranquilo eu j estou para me aposentar O governo todo dia muda as regras do jogo mas ele diz que vai se aposentar N o se mexe muito Professor de Hist ria n 16 Eles t m uma forma o muito limitada tamb m vieram de uma Escola T cnica antiga mas a gera o mais nova que est chegando com g s Mas o cara j est assim com 50 e poucos anos que est tentando se defender com um mestrado para arrastar para a aposentadoria um doutorado ent o n o est querendo saber muito n o Professor de L ngua Portuguesa n 2 Diante dos depoimentos anteriores observamos uma tend ncia em se enquadrar os profes
314. o Institui o de excel ncia Sobre a problem tica da sobrecarga de trabalho dos professores n o podemos compreend la considerando apenas o n mero de horas destinadas ao ensino Temos que considerar com Gimeno Sacrist n 1999 que as fun es docentes incluem o planejamento das aulas o acompanhamento individual dos estudantes o preparo de material did tico pedag gico e a avalia o da aprendizagem Segundo as Diretrizes para a Gest o das Atividades de Ensino Pesquisa e Extens o do IFPB 2009 os docentes t m como atribui es ensino pesquisa e extens o al m de outras relativas organiza o do ensino planejamento participa o em reuni es pedag gicas e de departamento de apoio ao ensino orienta o de estudantes em seus trabalhos de conclus o de curso ou de est gio atividades complementares participa o em comiss es representa o institucional e fun o administrativa ocupa o de cargos na Institui o Nesse sentido o elevando n mero de aulas interfere negativamente n o apenas no desempenho do professor em sala de aula mas compromete a realiza o das atividades de organiza o e de apoio ao ensino al m de dificultar seu envolvimento em outras a es desenvolvidas no mbito da Institui o e em projetos de extens o e de pesquisa Especificamente no que tange viv ncia do Ensino M dio Integrado a quest o ganhou contornos mais cr ticos O desenvolvimento dessa proposta pedag gic
315. o Polit cnica e a forma o unit ria e multilaterial do indiv duo Em outro momento de nosso trabalho em que discutimos sobre a rela o entre trabalho e educa o compreendemos como o desenvolvimento do processo urbano industrial repercutiu socialmente colocando a escolariza o b sica como uma necessidade a ser estendida a todos SAVIANI 1994 A escola at ent o lugar privilegiado onde apenas as classes ociosas tinham acesso aos bens culturais passou a reproduzir a cis o entre o trabalho manual e intelectual sendo marcada pela dualidade estrutural KUENZER 1991 Assim surgiram duas modalidades distintas de educa o uma para a classe propriet ria e outra para a n o propriet ria 63 No final do s culo XIX surgiu o movimento de unifica o escolar na Europa Nesse cen rio diferentes propostas de unifica o escolar entraram em embate Dentre elas a proposta da escola nica liberal pautada na defesa do ensino democr tico e da sele o por m rito e a proposta socialista de escola nica do trabalho que em termos gerais n o apenas defendeu a universalidade a laicidade a gratuidade e as modifica es curriculares postas pelos liberais mas pautou se em dois postulados socialistas a uni o da instru o e o trabalho aliada perspectiva de forma o do homem completo MACHADO 1989 Esbo ada inicialmente em meados do s culo XIX a escola nica do trabalho teve seus princ pios formulados a parti
316. o aos professores envolvidos com a proposta do EMI foram em certa medida postergadas Dentre as a es priorizadas ganhou destaque as relacionadas expans o f sica do Instituto como assinala um professor N s estamos agora num momento bastante feliz ou infeliz de avalia o do trabalho Num momento de mudan a dentro da estrutura mudan a tamb m identit ria para mudar dentro do que a gente quer E toda prioridade a preocupa o com a expans o da estrutura f sica da burocracia e o fazer pedag gico est esquecido para l na frente se retomar Nesse complexo de identidade que com certeza na situa o que menciona o nome de outra professora da sess o falou j era dif cil agora bem mais grave e a parece que a estamos de stand bye porque o fazer pedag gico fica por mais quatro ou cinco anos nessa faixa Quando a expans o j estiver bem resolvida Parece que nossa situa o exatamente essa Professor de L ngua Portuguesa n 01 Para situar a amplitude de a es que tiveram lugar no IFPB com o processo de constitui o da sua nova institucionalidade e sua expans o identificamos no s tio do IFPB em alguns boletins de servi o referentes ao per odo de 2008 a 2011 portarias constituindo comiss es envolvidas nas seguintes a es conduzir os trabalhos de elabora o do Estatuto e do Projeto de Desenvolvimento Institucional do IFPB presidir audi ncias p blicas nos munic pios previstos pa
317. o as relacionadas organiza o do ensino momentos de estudo planejamento e reuni es pedag gicas Sobre a quest o trazemos Castro 2009 que critica a expans o centrada apenas em aspectos quantitativos ressaltando a necessidade de n o se descuidar da qualidade da educa o por ser esta um direito de todos evidente que se deve buscar melhoria para a qualidade da educa o b sica n o pelo fato de j termos atingido a dimens o quantitativa mas porque devemos garantir que todos tenham direito a uma educa o comprometida com a forma o do homem hist rico com o direito de usufruir de sua heran a cultural e de produ o de bens e servi os bem como capaz de construir sua pr pria realidade social CASTRO 2009 p 40 41 Assim n o se pode priorizar aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos perspectiva defendida por Castro 2009 quando discutiu a expans o das oportunidades educacionais para as massas em nosso pa s 1930 1970 A pesquisadora ressaltou que tal iniciativa resultou em uma importante conquista social em termos de escolariza o das classes populares mas que n o houve a preocupa o com a dimens o da qualidade pedag gica da escolariza o A expans o se limitou preocupa o com a constru o de pr dios escolares Para contribuir com a discuss o se respaldando em Beisiegel 2006 Castro 2009 ressaltou que o processo de democratiza o do ensino trouxe a reboque a crise no sistem
318. o da profiss o numa perspectiva cr tica pr ativa tica e global considerando o mundo do trabalho a contextualiza o s cio pol tico econ mica e o desenvolvimento sustent vel agregando valores art stico culturais CEFET PB 2006 p 12 24 e 25 No perfil da forma o integrada para os concluintes do EMI do IFPB Campus Jo o Pessoa h inicialmente refer ncia habilita o profissional colocando em destaque a dimens o da profissionaliza o Entretanto a mesma foi destacada em termos mais amplos que os estritamente definidos no perfil de forma o previsto para os cursos t cnicos subsequentes de Eletrot cnica e de Mec nica que preveem a forma o de um profissional polivalente capaz de atender s exig ncias do mercado de trabalho CEFET PB COELT 2002 p 33 CEFET PB COMEC 2002 p 23 Tal distin o nos remete compreens o de que o perfil de forma o do curso t cnico integrado seria diferente do t cnico subsequente por m para discutirmos melhor esta quest o conv m nos atermos ao processo de elabora o do perfil de compet ncias previsto nos referidos projetos a ser tratado a seguir Al m do aspecto anteriormente assinalado da inadequa o da perman ncia da no o de compet ncias nos projetos dos cursos integrados h quest es que merecem ser discutidas no mbito dos projetos Para a defini o das compet ncias b sicas do curso t cnico integrado de Eletrot cnica 2006 id
319. o de Mec nica Industrial e o curso t cnico de Constru o de Pontes e Estradas posteriormente reformulado para curso t cnico em Estradas e mais recentemente curso t cnico de Edifica es QUEIROGA 2006 Em 1962 a Institui o passou a funcionar Rua Primeiro de Maio no bairro de Jaguaribe Neste mesmo ano foi criado o curso t cnico de Eletrot cnica sendo extintos os cursos das reas de Alfaiataria e Artes do Couro ganhando espa o as artes industriais e eletricidade Em 1965 a Institui o passou a se denominar Escola Industrial Federal da Para ba e em 1968 Escola T cnica Federal da Para ba consolidando a nfase na oferta de cursos da rea industrial Sua expans o foi iniciada em 1995 com a cria o da Unidade de Ensino Industrializada UNED de Cajazeiras Em 1999 transformada em Centro Federal de Educa o Tecnol gica da Para ba o CEFET PB passou condi o de institui o de ensino pluricurricular especializada na oferta de educa o tecnol gica nos diferentes n veis e modalidades de ensino BRASIL 2004 Nesse per odo foi criada a UNED de Campina Grande e a Institui o passou a n o apenas oferecer cursos t cnicos mas tamb m cursos de n vel superior Segundo consta no Plano de Desenvolvimento Institucional do IFPB 2010 2014 foi nessa ocasi o que come ou o processo de diversifica o de suas atividades oferecendo a sociedade paraibana e brasileira todos os n veis de educa
320. o de partida Professor de Eletrot cnica n 05 Diante do rumo que sua participa o na sess o tomou o professor de Eletrot cnica n 04 percebeu que seu coment rio assumiu uma perspectiva que destoou de sua inten o original e retomou o turno buscando naquele momento defender o enfoque cr tico e reflexivo que a forma o humana deveria receber no curso Vejamos Eu acho que como professor de ensino profissionalizante normalmente o que se espera de n s a escola espera os alunos os pr prios professores que todos esperam de n s um conhecimento muito amplo e abrangente na rea t cnica Esse o principal aspecto O que ele Professor n 08 coloca o que ele chama de seriedade eu iria um pouquinho mais al m Eu acho que a escola e todos professores de uma forma geral deveriam ter uma preocupa o em levar os alunos a ter uma consci ncia mais cr tica das pr prias a es ou seja serem mais reflexivos serem mais conscientes de suas a es trabalhar para isso N o s o aspecto profissional que eu acho que ele tem que dar para o aluno mas mais do que isso eu acho que o professor tem que ser uma refer ncia enquanto um ser humano E nesse aspecto ele tem que ser uma refer ncia um modelo no aspecto tico no aspecto comportamental mesmo E at porque isso vai contribuir de forma extremamente positiva nas rela es humanas mesmo que n o s as rela es de trabalho Professor de Eletrot
321. o ensino obrigat rio de m os dadas coa o da pol cia e vigil ncia dos ju zes tinham lugar FERREIRA 1994 p 6 fazendo se o uso do C digo de Menor como estrat gia disciplinadora e normativa Segundo Cunha 2000 apesar dos dados sobre a disciplina imposta nessas institui es serem escassos h registros de que esta tenha sido por demais severa O poder de puni o dos diretores sobre os aprendizes ia desde a admoesta o ou repreens o at a exclus o da escola se assim o exigisse a disciplina Para isto determinava a Consolida o que o diretor permanecesse no estabelecimento durante as horas de trabalho diurno e noturno Tamb m era dever dos professores e mestres de of cio auxiliarem o diretor na manuten o da ordem e da disciplina na escola CUNHA 2000 p 79 80 grifo do autor Em 1940 a escola passou a se chamar Liceu Industrial de Jo o Pessoa e j em 1942 foi transformada em Escola Industrial de Jo o Pessoa ocasi o em que com a edi o da Lei Org nica do Ensino Industrial passou a poder desenvolver cursos em dois ciclos No primeiro o ensino industrial b sico ensino de maestria ensino artesanal e aprendizagem e no segundo o Ensino T cnico Entretanto inicialmente a Escola ofereceu apenas os cursos b sicos que vinha ministrando incorporando apenas como nova rea de forma o a Tipografia Todos com dura o de quatro anos prevendo a forma o de art fices alternativos
322. o na perspectiva polit cnica E assim definimos como nosso objetivo geral Analisar como o Ensino M dio Integrado tem se constitu do em seus aspectos institucionais organizacionais e pol tico pedag gicos e para qual perspectiva de forma o ele A despeito da Resolu o n 01 2005 que atualiza as Diretrizes Nacionais para o Ensino M dio e a Educa o Profissional T cnica de N vel M dio s disposi es do Decreto n 5 154 2004 utilizar a nomenclatura curso de Educa o Profissional T cnica de n vel m dio oferecido na forma integrada com o Ensino M dio optamos por adotar o termo Ensino M dio Integrado EMI por compreendermos este mais adequado ideia de concep o de um nico curso que cumpre os objetivos desta ltima etapa da educa o b sica ao mesmo tempo que profissionaliza Entretanto por vezes utilizaremos um ou outro termo a depender dos autores ou textos legais com os quais dialogamos mas quando isto ocorrer tais termos estar o sendo empregados como sin nimos terminologias que se referem a um nico curso o Ensino M dio Integrado e n o um curso t cnico que de forma justaposta se integra a outro curso o Ensino M dio 19 sinaliza no IFPB Campus Jo o Pessoa Especificamente pretendemos Compreender as condi es institucionais e o apoio pedag gico oferecido aos docentes para a organiza o e a viv ncia do Ensino M dio Integrado Discutir a perspectiva de forma o presente nos
323. o que se refere atua o do IFPB Campus Jo o Pessoa alinhado s diretrizes definidas no Plano de Desenvolvimento Institucional o mesmo desenvolve a es de ensino pesquisa e extens o Em 2011 ofereceu doze cursos superiores e sete cursos t cnicos a saber Cursos Superiores Engenharia El trica Tecnologia em Automa o Industrial Tecnologia em Constru o de Edif cios Tecnologia em Design de Interiores Tecnologia em Geoprocessamento Tecnologia em Gest o Ambiental Tecnologia em Neg cios Imobili rios Tecnologia em Redes de Computadores Tecnologia em Sistemas de Telecomunica es Tecnologia em Sistemas para Internet Licenciatura em Qu mica e Bacharelado em Administra o Cursos T cnicos Integrado T cnico em Edifica es T cnico em Eletrot cnica T cnico em Mec nica T cnico em Tecnologia Ambiental T cnico em Eletr nica e T cnico em Instrumento Musical Cursos Subsequentes T cnico Subsequente em Instrumento Musical T cnico 97 Subsequente em Eletr nica T cnico Subsequente em Manuten o de Equipamentos Biom dicos T cnico Subsequente em Edifica es T cnico Subsequente em Eletrot cnica e T cnico Subsequente em Mec nica e PROEJA Curso T cnico de Eventos Modalidade Educa o de Jovens e Adultos e P s Gradua o Cursos de especializa o em Seguran a da Informa o Educa o Profissional e Gest o P blica A partir da caracteriza o da Institui o campo de pesqui
324. o uma conota o positiva e at democr tica sua incorpora o pelos documentos oficiais favorece a sua aceita o social Em sua an lise discute como os discursos sobre curr culo integrado e disciplinaridade s o recontextualizados a partir da hibridiza o de discursos oriundos de 48 matrizes te ricas diversas e conclui que o potencial cr tico da integra o curricular nos PCNEM significativamente minimizado tendo em vista o predom nio de perspectivas ideol gicas conservadoras percebidas na ado o dos princ pios relacionados ao curr culo por compet ncia Segundo Lopes 2002 o curr culo por compet ncia possui tradi o eficientista pois defendia que a escola atendesse s demandas postas pelos processos de produ o taylorista fordista da poca Recontextualizado o conceito passou a buscar atender as demandas da sociedade p s fordista como percebemos na cita o que se segue retirada dos PCNEM A nova sociedade decorrente da revolu o tecnol gica e seus desdobramentos na produ o e na rea da informa o apresenta caracter sticas poss veis de assegurar educa o uma autonomia ainda n o alcan ada Isto ocorre na medida em que o desenvolvimento das compet ncias cognitivas e culturais exigidas para o pleno desenvolvimento humano passa a coincidir com o que se espera na esfera da produ o BRASIL 1999 p 25 Nesse cen rio o Ensino M dio foi estruturado em reas com a justificativa de
325. oa analisamos os projetos pedag gicos dos cursos de EMI de Eletrot cnica e de Mec nica bem como seu processo de elabora o No cap tulo VII Ensino M dio Integrado a viv ncia da proposta no IFPB Campus Jo o Pessoa na vis o de seus professores e da equipe pedag gica nos detemos sobre o desenvolvimento do EMI na Institui o destacando as dificuldades e implica es de natureza pol tico organizacional e pedag gica e discutimos se nesse contexto o mesmo se constituiu um projeto de travessia para uma educa o polit cnica Finalizamos com algumas conclus es nas quais procuramos sintetizar nossas an lises e algumas reflex es e quest es com vistas a aprofundamentos em novas pesquisas 29 2 O ENSINO M DIO INTEGRADO EDUCA O PROFISSIONAL T CNICA DE N VEL M DIO ELEMENTOS HIST RICOS E PANORAMA LEGAL Antes de apresentarmos um estudo sobre o Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio teceremos algumas considera es sobre a rela o ontol gica e hist rica entre trabalho e educa o e posteriormente sobre a escolariza o de n vel m dio Discutiremos a origem da Educa o Profissional brasileira e faremos uma breve incurs o sobre sua hist ria para nos determos sobre a Reforma educacional mais recente desenvolvida a partir da LDB de 1996 que retomou a dualidade estrutural a separa o entre Ensino M dio e Educa o Profissional T cnica e posteriormente com a
326. ociedade com um projeto nacional popular de desenvolvimento e de uma efetiva democracia de massa espa o que oferece uma materialidade de condi es objetivas e subjetivas para a escola p blica unit ria s pode ser conseguida mediante um processo hist rico de luta no espa o das contradi es concretas da sociedade O novo n o surgir do nada de forma instant nea ou da c pia de outras sociedades O elemento objetivo desse processo a luta concreta que se efetiva entre os diferentes grupos sociais portadores de interesses inconcili veis mesmo que poucos tenham consci ncia disso Em termos concretos no terreno das contradi es do sistema capitalista e da forma espec fica em que elas se produzem na sociedade brasileira que podemos vislumbrar as possibilidades e os bices de uma pol tica de constru o e amplia o do n vel m dio de ensino como educa o b sica e na perspectiva da escola unit ria e polit cnica FRIGOTTO e CIAVATTA 2004 p 14 Em termos de estrutura o em n veis o novo Decreto n o trouxe muitas novidades Educa o Profissional mas procedeu a altera o de nomenclaturas e passou a prever expressamente n o apenas a gradua o tecnol gica mas a p s gradua o Esta modalidade de ensino passou a ser desenvolvida por meio de cursos e programas de forma o inicial e continuada ou qualifica o profissional contemplando a qualifica o requalifica o e reprofissional
327. ofessor possu a uma vis o mais ampliada de doc ncia incluindo elementos n o apenas do ensino mas da pesquisa Outro professor de Mec nica com experi ncia anterior de ensino que seguiu toda a sua forma o e atua o profissional na rea de engenharia comentou ter se interessado pela doc ncia a partir de um consistente apoio recebido pela equipe pedag gica da Institui o da Rede Federal de onde veio Eu terminei meu curso e j atuei na rea de ind stria um bom tempo e como eu sou l do Rio Grande do Norte trabalhei na rea da Petrobr s e ap s isso eu entrei no CEFET antes de fazer o mestrado Passei no CEFET e passei a fazer o mestrado e o doutorado Mas logo que entrei eu j tinha experi ncia de ensino do 2 grau na poca em escola particular faculdade particular Isso ajudou E particularmente eu estou aqui no CEFET da Para ba h dois anos e meio mas eu vim do de Natal E o CEFET de Natal na poca ele sempre deu um apoio para os professores que estavam entrando L a parte pedag gica muito bem trabalhada cada curso tem sua pedagoga espec fica tem reuni es semanais para a parte pedag gica s independente da reuni o normal aqui do curso a reuni o oficial As pedagogas acompanham a quest o da estrutura o da aula como usar recursos como preparar uma aula L essa parte muito bem feita L tinha uma Coordena o Pedag gica muito forte Isso ajuda muito a quem vem da ind stria qu
328. ofissionalizantes em geral n o licenciados que se sentiriam despreparados para o exerc cio da fun o docente Os professores de cultura geral licenciados em suas respectivas reas tamb m enfrentariam dificuldades dada necessidade de se adaptarem realidade das institui es onde o foco a EPT Tal conflito nos remete quest o da fun o do Ensino M dio Para a maioria dos professores das disciplinas de Forma o Geral haveria uma expectativa de que o ensino das disciplinas dessa rea variasse em observ ncia ao curso profissional como se o Ensino M dio n o tivesse identidade pr pria Estaria neste contexto a servi o da Educa o Profissional e Tecnol gica considerada raz o de ser da Institui o Entretanto identificamos professores que assinalaram haver no exerc cio da doc ncia da Forma o Geral em institui es de EPT a concilia o de dois objetivos prepara o para estudos posteriores e apoio s disciplinas profissionalizantes como destacamos a seguir Desde que eu cheguei aqui na Escola T cnica sempre a gente n o teve dificuldade porque a gente preparava o aluno no geral mesmo at ele se identificar l fora no PSS vestibulares e concursos e atendendo tamb m s necessidades de cada curso na sua especifica o Seria s vezes na minha disciplina que Matem tica at mudan as de conte dos na segu ncia normal do PSS do vestibular Fazer algumas modifica es para acompanhar o
329. oi se perdendo nos momentos seguintes de estudos e de elabora o do planejamento dos cursos n o se refletindo no planos de ensino dos professores nem nos poucos projetos a que tivemos acesso O processo de defini o do curr culo do EMI foi permeado por conflitos de poder em que a for a da voca o institucional falou mais alto uma vez que no pr prio projeto pedag gico dos cursos se reconheceu a hegemonia do saber t cnico cient fico traduzida na pr tica na nfase ao atendimento das necessidades da rea t cnico profissional pelas disciplinas de Forma o Geral Tal nfase se refletiu na responsabiliza o dos professores da rea de cultura geral pelas iniciativas de articula o junto aos demais docentes al m do Setor Pedag gico como coordenador do processo que deveria garantir as condi es e o apoio necess rios ao desenvolvimento do curr culo dos cursos nos moldes definidos em seu projeto pedag gico As reuni es pedag gicas e de planejamento foram retomadas apenas dois anos ap s o in cio dos cursos entre outubro de 2007 e 2008 Nesse per odo a COPED teve condi es de desenvolver o apoio pedag gico e acompanhamento dos cursos integrados mesmo que de maneira pouco sistem tica Entretanto a partir de 2009 no momento em que a Institui o passou condi o de Instituto Federal e iniciou seu processo de expans o as a es de cunho administrativo e organizacional tiveram destaque e o Setor Pedag gico pas
330. oio pedag gico aos docentes das diversas reas Forma o Geral e Forma o Profissional redefinido em outros moldes Especificamente no que tange ao desenvolvimento da proposta de EMI as a es de forma o devem ser pautadas em programa es sistem ticas de discuss es coletivas estudos dos fundamentos da proposta do curso sua avalia o e a consequente reflex o sobre a pr tica pedag gica concreta dos professores As institui es devem estimular e apoiar as iniciativas dos pr prios professores de forma a instaurar um clima organizacional rico em socializa o de experi ncias reflex o sobre a pr tica pedag gica concreta estudos na perspectiva do desenvolvimento da autonomia docente da coopera o da reflex o conjunta com o apoio da COPED legitimado pelo corpo docente Entretanto isso s ser poss vel se a Institui o proporcionar as condi es organizacionais para que tal processo se efetive Para isto preciso valorizar o pedag gico 202 investindo na contrata o de novos professores de forma a favorecer a redu o da carga hor ria docente em sala de aula considerando o seu envolvimento nas demais atividades de organiza o e apoio ao ensino bem como pesquisa e extens o Outro aspecto a considerar a necessidade de se discutir os crit rios de distribui o das turmas dos cursos em seus n veis e modalidades com os docentes de forma a reduzir a variedade de cursos e modalidades em que c
331. ologia esta ltima compreendida como aplica o da ci ncia produ o bem como cultura considerada em seu sentido ampliando como uma constru o humana que articula significados s mbolos representa es e comportamentos RAMOS 2010 A cultura se afirma como tal mediante um processo din mico de socializa o e de luta pol tica em uma dada sociedade sendo pois constituinte e constitu da do pelo tecido social A proposta do EMI prev mais que a mera expectativa de assimila o da ci ncia e da tecnologia pelos estudantes superando o entendimento que estes deveriam se adaptar a ela e n o o contr rio QUARTIERO LUNARDI BIANCHETTI 2010 Prop e pois ir de encontro tend ncia de supervalorizar a era tecnol gica que estimula a escola a preparar os estudantes para as mudan as tecnol gicas atuais meios processos ideias m quinas e ferramentas Baseada na concep o de ci ncia e de tecnologia como uma constru o de natureza social e pol tica a organiza o da proposta pedag gica do EMI prev a discuss o do elemento humano e do car ter social dessa produ o denunciando o presentismo e a l gica pragmatista e utilitarista da ci ncia e da tecnologia QUARTIERO LUNARDI BIANCHETTI 2010 Com olhar sobre a natureza s cio pol tica da constru o tecnol gica a abordagem pedag gica do EMI pressup e o investimento em discuss es sobre a organiza o do processo de trabalho compreendendo as rel
332. om cursos superiores haveria oportunidades mais efetivas de emprego Para o pesquisador a justificativa manifesta da reforma se assentava na necessidade de se organizar o ensino de 2 grau de modo que ele tivesse terminalidade isto que proporcionasse aos seus concluintes uma habilita o profissional Essa necessidade derivada do imperativo de se combater a frustra o dos alunos resultante de seu despreparo profissional ao fim do Ensino M dio o que os for aria a procurar as escolas superiores como nico meio de obter uma habilita o profissional CUNHA 2005 p 186 Com a substitui o do termo qualifica o por prepara o para o trabalho no objetivo geral do ensino de 1 e 2 graus a Lei n 7 044 1982 resultou em um texto t mido e 15 ke r F Bar tm Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira 46 eufem stico Segundo Cunha 2005 a prepara o para o trabalho como elemento de forma o integral do aluno seria obrigat ria nesses n veis de ensino e prevista nos planos curriculares dos estabelecimentos escolares No momento em que a prepara o para o trabalho no 2 grau deixou de ser universal e compuls ria ficando a crit rio do estabelecimento de ensino decidir pela habilita o profissional houve um esvaziamento da profissionaliza o atendendo aos interesses das institui es privadas que tinham como foco a prepara o para os exames vestibulares Assim a Lei
333. om senso compreendemos que ele estaria retrabalhando suas refer ncias e as validando na pr tica A gente vendo que o aluno est aprendendo eu acho que isso est valendo e assim seguindo adiante Com Tardif 2002 compreendemos que os saberes docentes s o plurais e reconhecendo a import ncia dos saberes da experi ncia a cultura docente em a o como o n cleo vital do saber docente trazemos sua explica o sobre como esses saberes se constroem o que nos parece contribuir para a discuss o No exerc cio cotidiano de sua fun o os condicionantes aparecem relacionados a situa es concretas que n o s o pass veis de defini es acabadas e que exigem improvisa o e habilidade pessoal bem como a capacidade de enfrentar situa es mais ou menos transit rias e vari veis Ora lidar com condicionantes e situa es formador somente isso permite ao docente desenvolver os habitus isto certas disposi es adquiridas na e ela pr tica real que lhe permitir o justamente enfrentar os condicionantes e imponder veis da profiss o TARDIF 2002 p 49 Com Tardif 2002 entendemos a import ncia dos saberes da experi ncia que n o prov m das institui es de forma o nem dos curr culos S o os saberes pr ticos que brotam da experi ncia individual e coletiva e s o por ela validados formando um conjunto de representa es a partir das quais os professores interpretam compreendem e orientam
334. omo s espec ficas da habilita o em mec nica necess rias s empresas industriais locais assim como empresas prestadoras de servi os essas ltimas classificadas no setor servi os Cabendo observar que as atividades dessas correspondem principalmente ao fen meno mundial denominado Terceiriza o caracterizado pelo repasse de atividades indiretamente associadas ao processo produtivo principalmente de empresas industriais a outras empresas especializadas nestes servi os CEFET PB COMEC 2006 p 17 Com isso compreendemos que nos projetos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica houve a preocupa o em ressaltar a pertin ncia da forma o do t cnico em suas respectivas reas em detrimento da justificativa da op o pelo curso oferecido na forma integrada ao Ensino M dio Compreendemos que no item Justificativa o coletivo da Institui o deveria explicitar baseando se nas discuss es e conclus es dos f runs e reuni es o que motivou a escolha pela perspectiva de forma o integral em seus cursos e a sim na rea em quest o seja Eletrot cnica Mec nica ou qualquer outra que tenha aderido a tal perspectiva de forma o Os fundamentos da proposta do EMI deveriam se fazer presentes nesse item n o apenas a preocupa o com a pertin ncia da profissionaliza o pretendida Diferentemente da proposta dos cursos t cnicos subsequentes nos projetos dos cursos integrados fez se refer ncia ao alinhamento a u
335. ompanhamento e apoio t cnico pedag gico aos professores Com Farias 2006 p 48 entendemos que uma mudan a na Institui o n o se efetiva apenas a partir do esfor o individualizado e abnegado de alguns Imp e se ser assumida como uma a o solid ria constru da na intera o nas trocas cotidianas e coletivas que acontecem no interior da escola a partir das condi es concretas encontradas por seus profissionais A escola se constitui assim como o lugar no qual se trava o jogo da mudan a Essa compreens o aponta a centralidade dos contextos de trabalho na constru o do sentido das pr ticas profissionais e de sua poss vel mudan a Como proposta o entendimento que prevaleceu para os professores foi que o EMI representou uma inova o de natureza curricular pautada em a es integradoras que deveriam ser desenvolvidas sem atinar para objetivos de forma o do estudante mais amplos que apenas a sua profissionaliza o Em que pese tenhamos identificado alguns professores que desenvolviam atividades did ticas integradoras aparentemente pr ximas de uma perspectiva de integra o curricular dado seu car ter isolado e pontual o alcance interdisciplinar era limitado A perspectiva da integra o de tais iniciativas question vel pois o fato de elas se desenvolverem com algum n vel de interdisciplinaridade n o implica que tivessem como horizonte a forma o integral do sujeito humano Como discutimos a
336. onal numa rela o prescritiva de submetimento l gica da produ o perdendo de vista a dimens o hist rica e dial tica dos conhecimentos trabalhados Entretanto tal perspectiva epistemol gica se fez presente no marco te rico dos projetos pedag gicos dos cursos sendo destacada pelo menos no plano do discurso a necessidade de um tratamento que favorecesse o dom nio dos fundamentos das diversas ci ncias facultando aos jovens a capacidade anal tica tanto dos processos t cnicos que engendram o sistema produtivo quanto das rela es sociais que regulam a quem e quantos se destina a riqueza produzida CEFET PB COELT 2006 p 13 CEFET PB COMEC 2006 p 13 Diante o exposto compreendemos que a for a da voca o institucional tamb m se refletiu na elabora o do curr culo do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica em que a 169 perspectiva de integra o que prevaleceu foi a preocupa o com o atendimento s necessidades da forma o t cnica pelas disciplinas de Forma o Geral A compreens o de integra o que se refletiu na proposta curricular dos cursos em an lise se assemelha ideia de disciplinaridade cruzada JANTSCH apud TORRES SANTOM 1998 em que a comunica o entre as disciplinas est desequilibrada pois a rea t cnica se imp e perante as demais disciplinas de Forma o Geral aspecto sobre o qual nos deteremos oportunamente Tal perspectiva de integra o tem como consequ
337. onhecimentos gerais e conhecimentos tecnol gicos sendo estes compreendidos como a ci ncia da atividade humana f sica e simb lica que resulta em processos e produtos que cumprem determinadas necessidades humanas em determinado contexto hist rico Para tal necess rio que se compreenda as rela es destes conhecimentos com os gerais que lhes d o suporte e os sentidos e significados que a tecnologia assume historicamente luz das necessidades humanas e sociais Para a pesquisadora essa postura integradora requer que os docentes estejam abertos a novas oportunidades de intera o e trocas superando vieses tendenciosos de determinadas reas e ou campos do saber Busquem uma maior intera o entre eles e suas experi ncias diversas e o estabelecimento de um trabalho colaborativo em dire o a novos modos de organizar e delimitar conhecimentos e de estabelecer novas rela es entre teoria e pr tica imprescind vel que haja a defini o de consensos balizadores do processo did tico determinadas perspectivas de forma o para seus educandos que ser humano e que profissional se quer formar que dar o organicidade ao projeto do curso articulando sentidos estrat gias e valores priorizados pela institui o em seu projeto pol tico pedag gico 78 MACHADO 2006 O projeto pol tico pedag gico compreendido como elemento organizador e integrador do trabalho pedag gico institucional que dialeticamente reorganiza os
338. ontinuar a atender de forma diversificada e flex vel as necessidades de forma o de docentes para a educa o profissional BRASIL 2002 p 2 124 Segundo Santos 2008 entre 2003 e 2005 o MEC teve v rias iniciativas visando retomar a discuss o sobre a forma o de profissionais da Educa o Profissional e Tecnol gica Em 2003 foi realizado o Semin rio Nacional de Educa o Profissional e Tecnol gica concep es propostas problemas onde foi debatida essa quest o sendo retomada em 2004 nos semin rios regionais em que se discutiu a proposta de Lei Org nica da Educa o Profissional e Tecnol gica Houve ainda um semin rio com representantes dos setores envolvidos com a EPT e com a educa o em geral sendo discutida e referendada uma Metodologia de Constru o de uma Pol tica de Forma o Inicial e Continuada de Profissionais da Educa o Profissional e Tecnol gica Posteriormente em julho de 2005 a convite da SETEC parte do grupo participante do semin rio produziu um documento preliminar Pol tica de Forma o de Docentes para a Educa o Profissional e Tecnol gica que seria consolidado pelo Grupo de Trabalho visando subsidiar a constru o da pol tica de forma o de professores da EPT em semin rios nacionais agendados para o segundo semestre daquele ano O processo envolveria docentes pesquisadores n cleos e grupos de estudos e pesquisa com interesse no debate sobre a forma o de docentes
339. or de Sociologia n 09 O panorama retratado pelo professor deixou transparecer a aus ncia de mecanismos democr ticos de decis o na Institui o agravados no contexto da sua ifetiza o e expans o No mbito dessa nova institucionalidade o Instituto se envolveu em novos programas e a es que resultaram no comprometimento da qualidade do conjunto de suas a es dentre elas o desenvolvimento da proposta do EMI visto que os professores foram levados a atuar em v rias frentes muitas vezes sem o engajamento a forma o e as condi es necess rias sua realiza o Diante da complexidade de situa es impostas pelo processo de ifetiza o alguns professores entenderam que a expans o seria positiva mas deveria ser antecedida pela consolida o da nova institucionalidade Para eles deveria ser garantido um processo democr tico de discuss o sobre os rumos da Institui o e o planejamento das a es em que se envolveria com vistas a n o apenas investir no aumento do n mero de campi do IFPB mas no compromisso com a sua amplia o com qualidade Com isso voltamos a refletir com o professor de L ngua Portuguesa que mencionou 178 que o fazer pedag gico fica por mais quatro ou cinco anos Quando a expans o j estiver bem resolvida Em seu entendimento a preocupa o com a estrutura f sica e a burocracia do IFPB e sua expans o foram priorizadas em detrimento de a es cotidianas de cunho pedag gico com
340. or deeper conceptual discussions The process of defining the course syllabus was permeated by power strugglesin which the strength of the institutional role was shown by the hegemony of the scientific and technical knowledge The teachers faced various conceptual political organizational and pedagogical problems in the development of the proposal for the IHS especially during the Institutes expansion and also the development ofits new institutionality as a Federal Institute of Science and Technology when it prioritized administrative and organizational actions The preoccupation with the Reform focused on the methodological aspects technical and pedagogical dimension at the expense of its political perspective which student to educate and to which kind of society Thus the conclusion is that the development of the proposal to implement the IHS in the IFPB Campus Jo o Pessoa was restricted to changes in the organization of the syllabus by making adjustments in the workloads and guidance of the subjects of General Knowledge to the needs of the technical field The Integrated High School project of the courses under analysis was not put into practice and the IHS was not set up as a project of passage to a new reality and because of that the perspective of abroader formation did not become a reality in the development of the courses Keywords Integrated High School Polytechnic Integrated Syllabus Fotografia 1 Fotografia 2 Gr fico
341. or s rie IFPB COPED 2008 p 01 Pelo breve relato da reuni o identificamos que com a apresenta o do v deo seguida de sua discuss o se pretendeu despertar o interesse pelo desenvolvimento de um projeto na rea de Educa o Ambiental Entretanto os professores se pronunciaram desfavor veis a trabalhar um novo projeto haja vista terem iniciado a elabora o de um outro sobre Aquecimento Global Diante da situa o a justificativa apresentada pela COPED para tal descontinuidade foi a sa da do chefe da Coordena o de Ensino T cnico Entretanto n o aceitando a nova proposta foi acatada a sugest o de ser retomado o projeto inicial que seria sistematizado pelo Setor Pedag gico a partir das contribui es dos professores e apresentado na forma de anteprojeto em reuni o posterior Na data agendada os trabalhos foram retomados O anteprojeto sobre Aquecimento Global foi apresentado e discutido pelos professores coordenador de curso e parte da equipe 230 pedag gica Identificamos que alguns professores presentes na reuni o anterior n o compareceram nova reuni o e outros novos se juntaram ao grupo al m da aus ncia do nico coordenador de rea presente na reuni o anterior Na reuni o para aprofundamento das discuss es houve a divis o dos professores em dois grupos que ao acatarem o anteprojeto levantaram propostas para seu desenvolvimento Damos destaque s propostas voltadas para o combate ao desperd
342. ores v m sendo preparados e envolvidos no processo de organiza o do trabalho pedag gico desses cursos 89 Quest es como essas impulsionaram nossa pesquisa nos fazendo avan ar na discuss o sobre a concep o e viv ncia do Ensino M dio Integrado EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa Antes de nos determos sobre o desenvolvimento dessa proposta apresentaremos o contexto onde a mesma se materializou com o olhar sobre a Coordena o Pedag gica importante lideran a do processo de reformula o e desenvolvimento curricular da Institui o e os professores o que trataremos no cap tulo que se segue 4 CARACTERIZA O DO IFPB CAMPUS JO O PESSOA DA COPED E DE SEUS PROFESSORES 90 Nesse cap tulo faremos a caracteriza o do IFPB a partir de um breve hist rico sobre sua origem e evolu o at o seu atual est gio de expans o e de constru o de sua nova identidade institucional Na sequ ncia traremos a caracteriza o da Coordena o Pedag gica COPED do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba Campus Jo o Pessoa e dos professores envolvidos com os cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica 4 1 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba Campus Jo o Pessoa origem e caracteriza o O Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba IFPB uma das dezenove escolas criadas em 1909 por Nilo Pe anha nas capitais dos estados da Rep b
343. ormadores para na sequ ncia discutirmos alguns aspectos relacionados profissionaliza o e forma o dos professores dos cursos de Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa com vistas a subsidiar as discuss es sobre a viv ncia do EMI na Institui o Partimos do pressuposto de que os docentes de perfis diversos com variados percursos de desenvolvimento profissional se relacionam diferentemente com a proposta de 115 EMI ressignificando a luz de suas refer ncias aspecto a ser considerado em nossa discuss o 5 1 Professores da Educa o Profissional e Tecnol gica um pouco de sua hist ria No contexto das reformas educacionais recentes o professor vem sendo reconhecido como seu principal agente Segundo Oliveira 2004 a responsabiliza o dos docentes pelas mudan as curriculares est sendo amplamente discutida uma vez que os mesmos s o levados a se verem como respons veis pelo xito ou insucesso dos programas educacionais passando a buscar respostas a uma variedade de exig ncias que est o al m de sua forma o Historicamente o sistema escolar brasileiro foi pautado na dualidade estrutural escola acad mica para as classes mais privilegiadas e a profissionalizante para as classes populares TEIXEIRA 1936 A distin o entre o exerc cio do trabalho manual e o trabalho intelectual resultou no desprest gio da Educa o Profissional por ser associada a um forte
344. ortalecem sua identidade e impulsionam o delineamento de projetos mais org nicos e criativos de forma o g garantia de investimentos na educa o p blica e gratuita Corroborando com tal entendimento Baracho et al 2006 p 28 ressaltam a necessidade das institui es considerarem no mbito do planejamento de seus cursos integrados os seguintes aspectos Garantia de financiamento p blico para apoiar as a es a serem desenvolvidas Plano de capacita o permanente de docentes t cnico administrativos e gestores 82 Infra estrutura adequada de salas de aula laborat rios biblioteca e espa o para atividades art stico culturais Organiza o curricular diferenciada para os alunos do turno da noite Busca de um di logo com interlocutores externos ao pr prio sistema acad mico Colabora o com empresas e institui es para a realiza o de est gios curriculares Plano de implementa o acompanhamento e avalia o dos cursos Preocupa es similares fizeram Sotero 2006 voltar a aten o sobre a elabora o do projeto do Ensino M dio Integrado dando nfase n o apenas a aspectos de natureza organizacional defini o do n mero de vagas por curso planos de aula ou distribui o de n mero de aulas pelos professores mas necessidade de adotar como crit rio de defini o do curso a ser ofertado a exist ncia de demanda de mercado e das condi es estruturais da institui o Ao afirmar que a
345. os como esta situa o avaliada por um professor de Biologia ex chefe da Unidade Acad mica de Forma o Geral Ficou at mais interessante do que ele era antigamente Vou falar na quest o de Eletrot cnica que tem F sica Ent o a F sica B sica ficou sendo dada pelos pr prios professores da Eletrot cnica dos profissionais de Eletrot cnica que antigamente era dada pelo pessoa da cultura geral j a F sica 2 e 3 s o dadas pelo pessoal da cultura geral Eu acho que bom melhorou contribui no seguinte sentido de voc direcionar mais determinadas disciplinas para o curso Professor de Biologia n 17 Tal situa o nos permite inferir que o foco da interface foi a abordagem dos fundamentos cient ficos F sica segundo uma perspectiva aplicada Eletricidade prevalecendo o princ pio educativo do trabalho apenas como contexto A op o pela escolha de apenas um professor para ministrar a disciplina n o implica a priori que a integra o se efetive na pr tica O entendimento de ser mais vi vel um professor a dois ministrar a disciplina nos remete dificuldade na Institui o de articula o 168 entre os mesmos e problem tica do n mero excessivo de aulas e turmas a cargo dos professores Para assumir uma perspectiva integrada necess rio que os professores de disciplinas de interface Forma o Geral e Profissional contem com a oportunidade de discutir entre si a perspectiva e objetivos preten
346. ou desde laborat rio j 167 com a experi ncia A Eletricidade B sica incorpora a F sica I do Ensino M dio uma s a integra o foi na matriz N o necessitou de dois professores se integrarem para isso acontecer a pr pria matriz garantiu muito isso Pedagoga n 02 Para a pedagoga a interface significou na pr tica a garantia da integra o na matriz julgando que a pr pria carga hor ria j seria integrada se de eu trabalhar 180 h com as duas eu trabalho 90 porque eu trabalho integrando as duas Observemos que o que se sobressaiu em sua fala foi a interface como sin nimo de fus o de cargas hor rias sendo a disciplina no caso Eletricidade B sica assumida por uma professora da rea t cnica considerada capaz de trabalhar os conhecimentos da F sica em observ ncia necessidade da Forma o Profissional Assim a F sica do 1 ano no Curso T cnico Integrado de Eletrot cnica apresentada no projeto como disciplina de interface com Eletricidade B sica I passou a contemplar n o apenas os fundamentos cient ficos de sua rea de conhecimento mas a priorizar aqueles necess rios apropria o dos princ pios b sicos da Eletricidade A partir dessa compreens o se optou pela escolha de um professor da rea profissionalizante para lecionar essa disciplina por se entender que este teria os conhecimentos te rico pr ticos necess rios para trabalh la numa perspectiva instrumental Vejam
347. para Marx deve assumir tons bem espec ficos Aliar se perspectiva de transforma o social de forma a contribuir para o resgate da integralidade da forma o humana a sua inteireza e completude afirmando se como educa o que tem como interesse ltimo a emancipa o social SOUSA J NIOR 2010 pois possui exist ncia independente e exterior e se volta contra ele Em rela o ao pr prio processo de trabalho uma vez que a atividade que realiza n o lhe pertence n o o afirma representa um autossacrif cio que tolhe sua energia f sica espiritual e sua vida pessoal Por fim a aliena o se verifica na medida em que o trabalho se reduz a meio de exist ncia reduz se objetiva o da vida gen rica do homem Assim o homem se torna alienado de sua ess ncia humana do seu ser gen rico nas rela es que mant m consigo e com o outro MARX 1844 Nesses termos a aliena o se d n o apenas na esfera da consci ncia Trata se de uma aliena o real visto que se efetiva na produ o material V ZQUEZ 2007 65 Nas Instru es aos Delegados do Conselho Central Provis rio da Associa o Internacional dos trabalhadores em 1866 Marx tratou do tipo de educa o voltado para os interesses da classe oper ria considerando sua condi o de classe e seus objetivos imediatos e a longo prazo Em sua proposta s o destacados tr s aspectos a educa o intelectual a educa o corporal exerc cios de gin stica e milita
348. pecial se j atuar na rea redigida nos seguintes termos Implementar cursos e programas especiais para assegurar forma o espec fica em sua rea de atua o aos docentes com forma o de n vel m dio na modalidade normal n o licenciados ou licenciados em rea diversa da de atua o docente em efetivo exerc cio BRASIL 2008 grifo nosso Em sendo aprovado o texto supracitado a licenciatura que habilitar o docente a 2 Foi criada uma Comiss o Especial da C mara dos Deputados destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei n 8 035 de 2010 do Poder Executivo que aprova o Plano Nacional de Educa o para o dec nio 2011 2020 CONAE 2010 Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educa o O Plano Nacional de Educa o Diretrizes e Estrat gias de A o Documento Refer ncia 129 lecionar disciplinas profissionalizantes da EPT poder ser adquirida em cursos e programas especiais Isto demonstra a necessidade de discuss o e regulamenta o da proposta de forma o desses professores para avan ar na perspectiva anunciada pelos estudos recentes que v o de encontro a seu car ter fragment rio e emergencial assumido ao longo da hist ria da educa o brasileira Em meio aos debates recentes importante resgatar as propostas em torno da forma o dos professores da EPT que v m surgindo e sendo sistematizadas MACHADO 2008 MOURA 2008 H propostas discutidas com nfase na forma o inici
349. pecificidades da Educa o Profissional articulando a educa o nacional Diferentemente o MEC atrav s da SEMTEC visando ao financiamento do Banco 16 Mundial se alinhou a seus princ pios se distanciando da perspectiva assumida em discuss es iniciais junto ao MTb Assumiu pois como foco de sua aten o a rela o custo benef cio das institui es federais de Educa o Profissional e Tecnol gica EPT motivado pelas press es sociais pela democratiza o do acesso ao Ensino M dio e a necessidade de racionaliza o dos custos devido redu o dos fundos p blicos nacionais e internacionais KUENZER 1997 Destarte as escolas t cnicas e agrot cnicas federais passaram a ser o alvo da aten o Consideradas de alto custo e de estarem atendendo aos estudantes com interesse no prosseguimento de estudos em cursos superiores estas institui es receberam cr ticas por se considerar um desperd cio oferecer a profissionaliza o a altos custos para quem n o pretendia seguir a carreira t cnica Sobre a quest o Castro 1997 p 8 consultor do Banco Mundial se pronunciou Ora faz pouco sentido ensinar m quinas e motores a custos elevad ssimos a quem nada mais quer do que passar no vestibular de direito Mesmo para os que v o cursar engenharia n o parece ser um bom uso dos dinheiros p blicos que ocupem uma vaga que poderia ser melhor aproveitada por algu m que vai diretamente para uma ocupa o t
350. pital SANTOS 2004 Percebe se dessa maneira que a rela o trabalho educa o marcada pela media o e conflitos de interesses e concep es Tais refer ncias nos levam a entender a complexidade da rela o e a necessidade de avan armos em sua discuss o a fim de compreendermos sua materialidade no contexto contempor neo Considerando as especificidades de nosso objeto o Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio inicialmente faremos uma discuss o sobre a profissionaliza o no n vel m dio em nosso pa s para em seguida avan armos na discuss o do EMI no contexto da Reforma educacional impulsionada a partir do Decreto n 5 154 2004 2 2 Profissionaliza o no Ensino M dio no Brasil origem e regulamenta o Por Educa o Profissional compreendemos a prepara o de especialistas e profissionais de diferentes campos e n veis de atua o FIDALGO e MACHADO 2000 Refere se a uma perspectiva de profissionaliza o que vem se modificando ao longo da sua hist ria avan ando para al m da prepara o para postos de trabalho mediante a mera preocupa o com o dom nio do saber fazer passando a contemplar conte dos te ricos e operacionais relacionados produ o de bens e servi os visando assumir uma perspectiva de educa o integral CATTANI 1997 Historicamente a educa o para o trabalhador durante alguns s culos se deu na 37 pr pria din mica da vida socia
351. po de atua o do t cnico tendo como refer ncia o trabalho como contexto A interdisciplinaridade anunciada nos mesmos foi limitada em seu alcance sendo na maioria das vezes circunscrita iniciativa do pr prio professor em buscar articular conhecimentos de outras reas no mbito de suas atividades Foram pois pontuais e eventuais as parcerias entre os docentes em torno de projetos t cnicos analisados Na viv ncia dos projetos a que tivemos acesso identificamos que os mesmos se restringiram ao di logo com alguns docentes de sua respectiva rea profissional que mantinham uma rela o mais pr xima de trabalho com seus pares por conviverem em ambientes cont guos de trabalho e partilharem objetivos profissionais que favoreciam a articula o Entretanto isso n o foi uma pr tica comum Mereceu destaque a preocupa o dos professores da rea t cnica em garantir a articula o teoria pr tica e em se atualizar na rea de atua o de forma a conhecer melhor sua realidade de trabalho e isto se refletir na forma o dos estudantes Conforme destacado pelo professor de Eletrot cnica n 04 em outro momento e refor ado pelos seus pares em sess o de grupo focal seria necess rio se desenvolver aulas no laborat rio aula de campo e visitas t cnicas para o aluno aprender aquela pr tica Professor de Eletrot cnica n 06 al m de oportunizar ao professor se atualizar com as novas tecnologias para passar isso para seus
352. preparar para o exerc cio de profiss es t cnicas destacando as formas de articula o poss veis integrada concomitante e acrescentando no par grafo nico do Art 36 A que a prepara o geral e facultativamente a habilita o profissional poder o ser desenvolvidas nos pr prios estabelecimentos de Ensino M dio ou em coopera o com institui es especializadas em Educa o Profissional BRASIL 1996 Mantendo o cap tulo III que passou a denominar se Da Educa o Profissional e Tecnol gica o Art 39 a define como comprometida com os objetivos da Educa o Nacional integrando se aos diferentes n veis e modalidades de educa o e s dimens es do trabalho da ci ncia e da tecnologia Assim a reda o anterior que ressaltava sua nfase sobre o permanente desenvolvimento de aptid es para a vida produtiva foi retirada da lei ampliando a perspectiva de forma o para al m da dimens o produtiva BRASIL 1996 Segundo o Parecer n 39 2004 o Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio deve assegurar as finalidades estabelecidas na LDB para o Ensino M dio simultaneamente s condi es de prepara o para o exerc cio de profiss es t cnicas sendo pois as finalidades do Ensino M dio e da Educa o Profissional consideradas complementares Trata se pois de um nico curso com projeto pedag gico nico proposta curricular nica e com matr
353. pressup e que a integra o curricular seja concebida avaliada e planejada coletivamente na perspectiva da emancipa o humana Supera uma mera perspectiva de inova o pedag gica e curricular por se pautar no desenvolvimento da integralidade do sujeito humano visando amplia o do horizonte de sua forma o e imagina o em dire o ruptura e emancipa o social MACHADO 1989 Para o EMI se efetivar segundo a perspectiva emancipat ria as institui es que pretendem assumir tal desafio devem fortalecer os mecanismos participativos e dial gicos de discuss o engendrados desde as primeiras discuss es e estudos que culminem na op o por tais cursos e assim consolidar o compromisso coletivo com a proposta Desse processo dever resultar a defini o de consensos balizadores do processo did tico que dar o organicidade ao projeto do curso articulando sentidos estrat gias e valores priorizados no projeto pol tico pedag gico dos cursos integrados MACHADO 2006 Entretanto situa es como essas n o se verificaram no IFPB Campus Jo o Pessoa Nesse contexto parte da responsabilidade pelo desenvolvimento da proposta do EMI em desacordo com o defendido em projeto foi atribu da por alguns professores atua o da Coordena o Pedag gica do Instituto Segundo eles o Ensino M dio Integrado implicaria em um maior apoio t cnico pedag gico por parte da COPED e a forma como as pedagogas atuaram contribuiu para o afa
354. problemas E n s encontramos 217 dificuldade porque n o estamos preparados para aplicar Professora de Qu mica n 08 Diante do coment rio da referida professora e de outros a que tivemos acesso podemos compreender que houve algumas discuss es e estudos para o desenvolvimento da proposta de EMI centradas na dimens o pedag gico did tica aprendizagem por descoberta trabalho com projetos contextualiza o do ensino mas n o necessariamente articuladas dimens o pol tico emancipat ria do projeto N o se pode afirmar que os professores tenham se apropriado e orientado sua pr tica pedag gica segundo os referenciais te rico metodol gicos trabalhados pois em seus depoimentos identificamos que tais discuss es se deram sem a densidade necess ria os deixando inseguros n o estamos preparados n o sei se a transposi o did tica que foi feita pelas pedagogas Professor de Portugu s n 02 Entretanto importante destacar que n o apenas o dom nio da dimens o pedag gico did tica que respalda uma proposta que se pretenda alinhada aos prop sitos emancipat rios mas o compromisso com determinadas finalidades educativas Tais abordagens ou t cnicas deveriam ser avaliadas e concebidas sobre outras bases at porque podem se adequar aos mais diversos objetivos quer seja para preparar o estudante para o mercado de trabalho na perspectiva da empregabilidade quer para contribuir para a sua inser o
355. projetos pedag gicos dos cursos de Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica Analisar em que medida as concep es pedag gicas dos professores de diferentes reas Forma o Geral e Profissional se refletem na elabora o e viv ncia do EMI Analisar a organiza o do trabalho pedag gico no mbito do EMI a partir do discurso de seus professores da equipe pedag gica e do material pedag gico disponibilizado 1 Percurso metodol gico Nossa pesquisa foi desenvolvida segundo uma abordagem qualitativa pois trabalhamos com cren as percep es sentimentos e valores ALVES MAZZOTTI 2002 que norteiam o posicionamento e a a o dos professores de uma Institui o Federal de EPT no contexto da concep o e viv ncia do Ensino M dio Integrado o que implicou na necessidade de avan armos para al m do imediato desvelando e inferindo significados mais profundos e por vezes ocultos A utiliza o dessa abordagem nos permitiu avan ar na dire o da compreens o da complexidade do fen meno estudado superando vis es isoladas e estanques TRIVINOS 1987 sendo favorecida por uma abordagem relacional em que procura se investigar o que ocorre nos grupos e institui es relacionando as a es humanas com a cultura e as estruturas sociais e pol ticas tentando compreender como as redes de poder s o produzidas mediadas transformadas ALVES MAZZOTTI 2002 p 139 Nessa pesquisa analisamos o processo
356. que dificultaram o desenvolvimento dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa Na sequ ncia analisaremos como se deu o desenvolvimento da proposta no cotidiano da Institui o a partir da vis o de seus professores e da equipe pedag gica e discutiremos se o EMI se constituiu um projeto de travessia para uma educa o polit cnica 7 2 A organiza o e viv ncia do trabalho pedag gico do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa um projeto de travessia As nossas discuss es at ent o empreendidas partem do entendimento de que a proposta curricular do EMI assume determinado contorno institucional e profissional sendo marcada por conflitos e tens es entre atores que se embatem para a defini o do quadro normativo do trabalho docente fun es internas e das rela es da escola com a sociedade fun es externas Entretanto no contexto de sala de aula que o plano de forma o ganha materialidade a partir da constru o quotidiana do curr culo pelo professor o curr culo real A partir desse entendimento nesse ltimo item avan aremos na an lise da viv ncia da proposta curricular do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica com olhar sobre a organiza o do trabalho pedag gico no IFPB Campus Jo o Pessoa na vis o de seus professores e equipe 206 pedag gica bem como pelo material pedag gico que nos foi disponibilizado A partir de tais refer ncias
357. r neas explicada por Ramon de Oliveira 2003a mecanismo que retira do capital e do Estado a responsabilidade pela implementa o de medidas capazes de garantir um m nimo de condi es de sobreviv ncia para a popula o Responsabilizando os indiv duos pelo 13 Segundo Harvey 2005 esse modelo marcado essencialmente pela flexibilidade dos processos de trabalho dos produtos dos mercados de trabalho e dos padr es de consumo 36 estabelecimento de estrat gias capazes de inseri los no mercado de trabalho justifica se o desemprego pela falta de prepara o dos mesmos para acompanhar as mudan as no mundo do trabalho OLIVEIRA R 20034 p 36 Sobre a reconfigura o dessa teoria Santos 2004 compreende que ocorreu uma continuidade ruptura com seus fundamentos que resultou em uma nova formula o a teoria do capital intelectual Para a pesquisadora esta guarda em si o mesmo princ pio fundante a base meritocr tica e o papel da escola na legitima o dos mecanismos de exclus o social reduzindo o homem sua disponibilidade laboral A diferen a entre a teoria do capital humano e a teoria do capital intelectual consiste na nfase dada ao papel do capital e seus representantes organismos internacionais na formula o e implementa o das pol ticas educacionais o que antes cabia ao Estado bem como pela busca da intensifica o da expropria o do saber do trabalhador em fun o dos interesses do ca
358. r rio dos docentes considerando sua forma o e as demandas postas Diferentemente do que ocorria na rea profissional eram bastante variados os cursos n veis e modalidades que estes professores eram chamados a atender Especificamente no que se refere caracteriza o dos professores da Forma o Geral e Profissional Eletrot cnica e Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa considerando o ano letivo de 2011 identificamos que 52 professores das diferentes reas do Ensino M dio atuavam no Curso T cnico Integrado de Eletrot cnica e no Curso T cnico Integrado de Mec nica sendo vinte da rea I Linguagens C digos e suas Tecnologias vinte da rea II Devido a pequenas oscila es no quadro docente do IFPB Campus Jo o Pessoa motivado por transfer ncias encerramento de contratos tempor rios e ingresso de novos professores na Institui o consideramos aqui seu quadro docente na etapa final da pesquisa Para tal nos apoiamos nos hor rios de aulas das diferentes turmas de Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica no ano letivo de 2011 107 Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias e doze da rea III Ci ncias Humanas e suas Tecnologias Quanto ao regime de trabalho a maioria expressiva dos professores da forma o geral 44 docentes era contratada em regime de dedica o exclusiva DE o que equivalia a 84 62 do total havendo apenas um docente do quadro permanente com regime
359. r cne arquivos pdf pcp005 06 pdf gt Acesso em 3 jun 2010 Parecer CNE CEB n 39 de 8 de dezembro de 2004 Aplica o do Decreto n 5 154 2004 na Educa o Profissional T cnica de n vel m dio e no Ensino M dio Dispon vel em lt http portal mec gov br setec arquivos pdf legislacao tecnico legisla tecnico parecer39200 4 pdf gt Acesso em 8 maio 2008 Parecer CNE CEB n 37 de 4 de setembro de 2002 Consulta sobre forma o de professores para a Educa o Profissional de N vel T cnico Dispon vel em lt http portal mec gov br cne arquivos pdf CEB0037 2002 pdf gt Acesso em 12 abr 2009 Parecer CNE CEB n 16 de 5 de outubro de 1999 Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de N vel T cnico Dispon vel em lt http portal mec gov br cne arquivos pdf 1999 pceb016 99 pdf gt Acesso em 8 maio 2008 Projeto de Lei n 8 035 2010 Aprova o Plano Nacional de Educa o para o dec nio 2011 2020 e d outras providencias Dispon vel em lt http www camara gov br sileg integras 831421 pdf gt Acesso em 6 ago 2011 Resolu o CNE CEB n 01 de 3 de fevereiro de 2005 Aprecia Indica o CNE CP n 2 2002 sobre Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Forma o de Professores para a Educa o B sica Dispon vel em 240 lt http portal mec gov br setec arquivos pdf legislacao tecnico legisla tecnico resoll 3fev 2005 pdf gt Acesso em 3 jun 2010
360. r das contribui es de Marx e Engels A constru o te rica da proposta marxista foi sintetizada na educa o polit cnica que propunha a integra o entre educa o e trabalho em um mesmo processo de forma a favorecer a compreens o dos princ pios gerais e cient ficos do processo produtivo superando a dicotomia teoria e pr tica MACHADO 1989 A proposta marxista foi constru da a partir de uma ferrenha cr tica ao processo deformador da divis o do trabalho imposto pelas mudan as introduzidas na ind stria moderna que reduzia o trabalhador a um mero fragmento humano Nesse contexto importante considera o feita sobre a divis o do trabalho A divis o do trabalho s surge efetivamente a partir do momento em que se opera uma divis o entre o trabalho material e intelectual A partir deste momento a consci ncia pode supor se algo mais do que a consci ncia da pr tica existente que representa de fato qualquer coisa sem representar algo de real atrav s da divis o do trabalho torna se poss vel aquilo que se verifica efetivamente que a atividade intelectual e material o gozo e o trabalho a produ o e o consumo caibam a indiv duos distintos ent o a possibilidade de que esses elementos n o entrem em conflito reside unicamente na hip tese de acabar de novo com a divis o do trabalho MARX e ENGELS 1992 p 16 Dito de outra forma no contexto capitalista de produ o a amplia o do horizonte de desen
361. r e coordenador da rea de Mec nica poca se pronunciou sobre o processo de discuss o que culminou na elabora o do projeto integrado nesta rea A ideia original foi da Dire o de Ensino de implantar o curso integrado de Mec nica Na poca j discutiam dois integrados Edifica es e Eletrot cnica e o de Mec nica foi o terceiro As reuni es de in cio foram no audit rio com os coordenadores e professores dos cursos Cada professor falava como gostaria que fosse feito este sistema de integra o das disciplinas do Ensino M dio com o Ensino T cnico Professor de Eletrot cnica n 08 Observemos em seu depoimento que a decis o pela oferta do curso integrado partiu da Dire o de Ensino sendo aceita pelos docentes da rea t cnica A discuss o se pautou no EMI como um sistema de integra o das disciplinas do Ensino M dio com o Ensino T cnico e s a partir da aceita o dos docentes da rea profissional os da Forma o Geral foram chamados a se envolver do processo Outra nuance do processo de elabora o das propostas do EMI no Instituto foi a discuss o e consequentemente a decis o pela oferta dos cursos integrados Esta n o se fez a partir de uma discuss o coletiva desde o in cio em que professores da rea t cnica e de cultura geral se posicionaram e discutiram concep es e perspectivas que defendiam N o s na rea de Mec nica mas em outras reas tamb m a oferta dos cursos integrados come
362. ra colocar nas disciplinas chaves como por exemplo Eletricidade B sica que a alfabetiza o da Eletrot cnica alocar aquele professor que tem mais habilidade com mais jeito eu diria assim para lidar com essa turma de menor idade que precisa que essa disciplina seja bem dada Professor de Eletrot cnica n 01 Dessa forma identificamos nessa Coordena o uma preocupa o maior com a forma o t cnica de n vel m dio percebida no fato de se priorizar o atendimento das demandas desse curso e s depois as necessidades de professores postas pelo curso superior da rea O professor relatou haver um crit rio de escolha do docente que iria assumir as disciplinas carro chefe do curso Mereceu destaque a preocupa o quanto ao fato de os estudantes estarem iniciando o curso cada vez mais novos necessitando de professores com uma abordagem pedag gica mais adequada ao ensino na rea e a esse perfil de alunos Entretanto percebemos em seu depoimento que o dom nio do professor reduzido ao campo da habilidade ao jeito de ensinar Nas coordena es de cada rea do Ensino M dio de forma similar havia reuni es com os professores destinadas apresenta o e discuss o do quadro de demandas do per odo letivo que iria iniciar A defini o dos professores que iriam assumir aulas no Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica se dava em meio a um processo em que se conjugavam a disponibilidade de ho
363. ra implanta o de novas unidades operacionalizar os processos seletivos dos novos campi encaminhar os processos eleitorais para escolha de dirigentes de alguns campi elaborar as Diretrizes para a Gest o das Atividades de Ensino Pesquisa e Extens o do IFPB proposta para discuss o dentre outros relativos a processos licitat rios diversos obras servi os terceirizados bens de consumo e permanente No que se refere s demandas de natureza eminentemente pedag gica provocadas A partir desse trecho faremos uso de um quadro para destacar algumas de nossas conclus es 6T Boletins de servi o emitidos pela Diretoria de Gest o de Pessoas do IFPB Lei n 4 965 1966 que disp e sobre a publica o dos atos relativos aos servidores p blicos civis do Poder Executivo dispon veis no s tio da Institui o http www ifpb edu br institucional atos administrativos boletins 174 pelo processo de ifetiza o e expans o as a es giraram em torno da revis o de regulamentos did ticos para cursos t cnicos e superiores de elabora o de projetos pedag gicos de cursos emiss o de pareceres em projetos e planos de curso operacionaliza o de processos seletivos e elabora o instrumentos normativos diversos que passaram a regulamentar o funcionamento pedag gico da Institui o As a es priorizadas foram de cunho organizacional estrutural e pedag gico de alcance sist mico ou seja balizadoras da organiza o e funcio
364. rabalho e do que produzem de forma reflexiva aut noma cr tica Em suas reflex es e proposi es para o desenvolvimento do Ensino M dio Integrado Baracho et al 2006 ressaltam alguns eixos norteadores a serem considerados na estrutura o desses cursos s o eles a homens e mulheres como seres hist rico sociais por tanto capazes de transformar a sociedade b trabalho como princ pio educativo c a pesquisa como princ pio educativo d a realidade concreta como uma totalidade s ntese das m ltiplas rela es e e interdisciplinaridade contextualiza o e flexibilidade Os eixos destacados por Baracho et al 2006 na formula o dos curr culos sinalizam para o desenvolvimento de uma pr tica pedag gica que valoriza a dimens o hist rico social do sujeito em forma o em situa es contextualizadas interdisciplinares e flex veis ancoradas na compreens o do trabalho como princ pio educativo Prop em se pois a unidade entre ensino e pesquisa entre teoria e pr tica por meio de uma abordagem pedag gica dial gica e situada de forma a possibilitar aos alunos condi es de compreens o cr tica e aut noma da realidade concreta em que se situam em meio a suas m ltiplas determina es a fim de entend la como hist rica e por isso pass vel de transforma o em prol dos interesses coletivos Pautando se no conhecimento aprofundado da realidade em que a institui o escolar se situa Baracho et al 2006 prop em que
365. rado dignamente sociedade pol tica A forma o integral do trabalhador compreendida por Aranha 2000 como uma perspectiva que prev o amplo desenvolvimento humano e sua emancipa o Tal prepara o possibilita ao trabalhador ter condi es de atuar de forma refletida e criativa e n o apenas de forma reiterativa e prescrita uma vez que ele capaz de articular a teoria e a pr tica numa perspectiva dial tica n o s no mundo do trabalho mas na vida social como um todo Nessa perspectiva a proposta do Ensino M dio Integrado assume o trabalho como princ pio educativo em sua dupla dimens o ontol gica e hist rica Segundo Ramos 2010 p 49 a ontol gico como pr xis humana e ent o como a forma pela qual o homem produz sua pr pria exist ncia na rela o coma natureza e com os outros homens e assim produz conhecimentos b hist rico que no sistema capitalista se transforma em trabalho assalariado ou fator econ mico forma espec fica da produ o da exist ncia humana sob o capitalismo portanto como categoria econ mica e pr xis produtiva que baseados em conhecimentos existentes produzem novos conhecimentos A dimens o ontol gica do trabalho assumida no Ensino M dio na medida em que se investe na compreens o de como as condi es naturais de exist ncia foram e s o transformadas pelo homem tendo em vista suprir as suas necessidades de sobreviv ncia e em consequ ncia se d a amplia o dos
366. ram a se reunir de forma sistem tica apenas em reuni es de Coordena o de rea em que eram tratadas quest es relativas ao funcionamento dos cursos em termos mais administrativos que pedag gicos Um dos elementos que mais comprometeram o desenvolvimento do EMI no Instituto foi o desconhecimento da proposta em seus aspectos pol tico ideol gicos filos ficos e pedag gico curricular aliado falta de investimento na forma o e no apoio t cnico pedag gico aos professores Tais situa es contribu ram para o desenvolvimento de uma pr tica docente em desacordo com os princ pios defendidos no projeto A falta de investimento na forma o docente e o insuficiente apoio t cnico pedag gico pelo Setor Pedag gico foram agravados a partir de 2009 momento em que a Institui o passou condi o de IFPB e priorizou o desenvolvimento de a es relativas s novas exig ncias postas pela necessidade de consolida o da nova institucionalidade e sua expans o Nesse contexto a Coordena o Pedag gica com seu quadro reduzido passou a n o apenas a responder a demandas do IFPB Campus Jo o Pessoa mas a desenvolver a es de alcance sist mico de apoio aos demais campi conforme relato que se segue Na verdade a dificuldade maior aqui no Instituto isso essa quest o da continuidade muita coisa e atropelada De repente a gente est aqui faz um planejamento vai fazer isso e isso A tem isso aqui que
367. rasileira UFPB 1998 p 5 Esse curso aliado aos estudos que a equipe pedag gica desenvolveu por conta pr pria e s oportunidades de participa o em eventos diversos congressos e semin rios contribu ram para que a equipe assumisse um papel como lideran a pedag gica na Institui o com destaque para sua participa o no processo de constru o e desenvolvimento da proposta do EMI objeto de nossa aten o que merecer uma an lise apropriada posteriormente No que se refere experi ncia profissional da equipe duas pedagogas atuaram como docentes do Ensino Fundamental I da Rede Municipal de Ensino de Jo o Pessoa uma delas tamb m atuou como supervisora pedag gica em dois munic pios da Grande Jo o Pessoa durante tr s anos Outra pedagoga atuou na rea empresarial como psic loga organizacional e 101 uma outra em creches da LBA desenvolvendo a es na rea de assist ncia social O universo da Educa o Profissional era desconhecido para todas as pedagogas requerendo um investimento maior da parte delas em termos de estudos e de aprendizagem compartilhada com a pr pria equipe Tal situa o especialmente refletida na fala da chefe da COPED que qualificou esse processo como doloroso e dif cil pois sua experi ncia era na rea da assist ncia social Foi muito dif cil porque eu estava chegando num rg o como era o CEFET e a experi ncia das colegas era totalmente diferente da minha inclusive
368. rdinada tirania da divis o do trabalho MACHADO 1989 O ensino polit cnico assume a perspectiva de transforma o social mediante a prepara o multifacetada do homem o desenvolvimento de suas energias f sicas e mentais visando amplia o do horizonte de sua forma o e imagina o em dire o luta pela ruptura e emancipa o social Z a partir do ensino polit cnico poss vel denunciar os freios ao desenvolvimento hist rico como processo de trabalho capitalista e as correspondentes condi es dos trabalhadores e ao mesmo tempo apontar a perspectiva futura de recomposi o do trabalho intelectual e manual de unifica o entre intelectualidade e produtividade de desaparecimento da oposi o entre ensino geral e profissional e de unifica o da ci ncia Essa mesma luta permite al m disso definir objetivos intermedi rios imediatos concretos correspondentes a cada situa o espec fica MACHADO 1989 p 127 66 Ao discutir a educa o marxista Sousa J nior 2010 traz tona um debate sobre a distin o necess ria entre a educa o polit cnica e a forma o omnilateral ou onilateral como prefere Reportando se discuss o de Saviani e Nosella comentada anteriormente o autor entende que tais conceitos n o podem ser utilizados como sin nimos como faz crer Saviani Para Sousa J nior 2010 a educa o polit cnica e a omnilateralidade n o s o perspectivas id nticas e sim
369. reens o do processo de ensino aprendizagem referido pr tica da escola considerando tanto as rela es que se passam no seu interior com seus participantes quanto as suas rela es como institui o com o contexto imediato e o contexto geral onde est inserida b N cleo Estrutural abordando conte dos curriculares sua organiza o sequencial avalia o e integra o com outras disciplinas os m todos adequados ao desenvolvimento do conhecimento em pauta bem como sua adequa o ao processo de ensino aprendizagem c N cleo Integrador centrado nos problemas concretos enfrentados pelos alunos na pr tica de ensino com vistas ao planejamento e reorganiza o do trabalho escolar discutidos a partir de diferentes perspectivas te ricas por meio de projetos multidisciplinares com a participa o articulada dos professores das v rias disciplinas do curso BRASIL 1997 Em 2002 o Conselho Nacional de Educa o C mara de Educa o B sica emitiu o Parecer n 37 2002 acerca do exerc cio das atividades de docentes para a Educa o Profissional de n vel t cnico Em suas Considera es Preliminares o Conselho destacou a necessidade de complementa o da regulamenta o da doc ncia nessa rea considerada fr gil Segundo o supracitado Parecer poss vel uma adequa o relativamente flex vel dos dispositivos legais e normativos em vigor variedade de situa es que a Educa o Profissional enfrenta
370. representante do mundo do trabalho Em sua an lise o fil sofo italiano criticou a tend ncia de difus o das escolas profissionais especializadas voltadas para a prepara o de atividades predeterminadas em detrimento de uma forma o geral nica que favorecesse a apropria o de uma cultura geral humanista e formativa que equilibrasse equanimente a capacidade de trabalho manual e intelectual Na compreens o de Gramsci 1982 a escola tradicional que preparava os grupos dirigentes era olig rquica n o pela forma de ensinar ou pela aquisi o de capacidades diretivas em si A marca social de um determinado tipo de escola estaria relacionada ao fato da mesma pertencer a determinado grupo social assumindo a fun o tradicional diretiva ou instrumental Para a supress o dessa trama propunha Deve se evitar a multiplica o e gradua o dos tipos de escola profissional criando se ao contr rio um nico tipo de escola preparat ria elementar m dia que conduza o homem at os umbrais da escolha profissional formando o entrementes como pessoa capaz de pensar de estudar de dirigir ou de controlar quem dirige GRAMSCI 1982 p 136 Gramsci 1982 retoma e aprofunda os princ pios da educa o marxista propondo a escola elementar m dia unit ria que deveria ministrar uma forma o desinteressada sem finalidades pr ticas imediatas Inicialmente proporcionaria uma forma o geral da personalidade do homem para s depois
371. res e a educa o tecnol gica Assim estruturada a educa o visa promo o do pleno desenvolvimento do homem multilateral mediante o ensino tecnol gico ou polit cnico de car ter te rico e pr tico MARX 1989 Sobre a terminologia adotada por Marx para referir se proposta de educa o socialista Nosella 2007 e Saviani 2007 empreenderam uma discuss o acerca da pertin ncia do uso da express o educa o polit cnica ou tecnol gica Sem pretendermos recuperar tal discuss o nos interessa nesse momento ressaltar que essas terminologias foram utilizadas nos escritos originais de Marx e em suas edi es brasileiras em v rios momentos como sin nimos Nosella 2007 a partir de uma an lise filol gica concorda com Manacorda e opta pelo uso da terminologia tecnol gica ao passo que Saviani 2007 sem se mostrar interessado em reduzir a discuss o a essa dimens o do termo defende a clareza da op o socialista que a terminologia escolhida deve carregar Diante do debate optamos pela ado o do termo educa o polit cnica por considerarmos que o termo educa o tecnol gica vem sendo amplamente utilizado no cen rio contempor neo marcado pelo desenvolvimento tecnol gico sendo em certa medida banalizado dificultando ressignific lo segundo a perspectiva marxista A educa o polit cnica proposta por Marx se contrap e educa o profissionalizante de sua poca considerada estreita e subo
372. res da rea t cnica desenvolveram uma pr tica pedag gica pautada em simula es de situa es do ambiente de trabalho do t cnico a ser formado em observ ncia aos recursos tecnol gicos e s condi es disponibilizadas na institui o educativa Foram poucos os docentes que desenvolvem projetos mas quando existiram eram de natureza t cnica e desarticulados de uma perspectiva integradora com seus pares mesmo os de sua respectiva rea profissional Na rea de Forma o Geral identificamos alguns registros de iniciativas pontuais de professores em torno de projetos mas de pouco alcance interdisciplinar conforme descrito a seguir De uma certa forma dentro da rea Ci ncias Humanas e suas Tecnologias a gente tem tentado acumular algumas iniciativas de constru o coletiva de projetos constru es comuns Mas a integra o propriamente ela vai acontecer de maneira ocasional numa iniciativa por exemplo da disciplina de Sociologia com a professora de Literatura ou da disciplina de Filosofia com a Sociologia mas n o parte de um processo pensado institucionalmente que seria implementado como forma de uma pol tica geral O professor tem uma iniciativa chama outro Eu tive uma iniciativa nesse sentido com a professora de Literatura e Portugu s Ela chamou uma atividade me convidou para fazer parte daquela atividade promoveu uma visita t cnica Eu participei de uma 228 outra visita t cnica sobre Biolog
373. resentando como contribui o para a supera o dos desafios da sua implanta o o investimento em trabalhos organizativos do planejamento situacional e gerencial desse curso 83 Identificamos em sua discuss o uma perspectiva que privilegia a dimens o gerencial e de preocupa o com o mercado em detrimento da dimens o cr tica e cidad da proposta Dito de outra forma a dimens o polit cnica do EMI tende a ser esvaziada pela l gica de mercado o que favorece a compreens o de que seus desafios s o de natureza eminentemente t cnica e como tal super veis a partir da ado o das ferramentas adequadas de gest o Conscientes do papel dos gestores no processo de defini o dos rumos da institui o e do planejamento do Ensino M dio Integrado Baracho et al 2006 p 26 reiteram os eixos norteadores dessa proposta luz dos fundamentos da politecnia e situam a necessidade de se garantir a lideran a democr tica no processo de elabora o do curr culo do curso Prop em que este se d de forma dial gica e participativa por meio de estrat gias e mecanismos integradores junto aos envolvidos no processo gestores docentes alunos e comunidade externa situando a complexidade do desafio que se tem em vista contribuir para a transforma o social E assim destacam a preocupa o com a organiza o do trabalho pedag gico do EMI tendo a perspectiva de forma o humana como horizonte Esse di logo na medida em que
374. ria de Educa o Especial SEESP Secretaria de Educa o a Dist ncia SEED Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade SECAD 58 EPSJV Fiocruz sociedades cient ficas profissionais sindicais e institui es e redes p blicas de ensino pesquisadores contando ainda com a colabora o de renomados pesquisadores da Educa o Profissional e Tecnol gica Nos meses de junho a agosto de 2010 o GT se reuniu em quatro encontros presenciais em Bras lia e recebeu ainda diversas contribui es enviadas espontaneamente por outros rg os institui es de ensino e pesquisadores Dos debates resultou o texto Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional T cnica de n vel m dio em Debate texto para discuss o que segundo Moura 2012 p 19 resgata a historicidade da quest o incluindo os avan os e os percal os na disputa te rico pr tica pelo conceito de EMI e de forma o humana integral Revisita os tr s documentos produzidos no mbito do MEC anteriormente mencionados ratificando e aprofundando a discuss o sobre a necessidade de uma articula o org nica entre a EP t cnica de n vel m dio e o EM Al m disso o documento n o se restringe ao EMI mas aborda o EM como um todo Aprofundando a id ia de que essa etapa deve ter uma base unit ria comum seja o EM integrado ou n o a um curso t cnico de n vel No referido texto se defende que sejam editadas
375. rincipalmente para quem nunca trabalhou A minha nica experi ncia no setor privado foi o meu est gio da Universidade e pronto ponto final e parcerias Professor de Eletrot cnica n 06 Muitos desses aspectos que o professor n 06 est falando tem sentido porque o professor que n o tem essa experi ncia fora ele sofre porque o que a Institui o exige os alunos exigem essa experi ncia pr tica Muitas vezes ele tem uma forma o acad mica que j come ou depois entra no mestrado entra no doutorado e quando entra aqui n o tem essa experi ncia pr tica Ent o talvez se surgissem essas parcerias n o sei como mas se pudesse o professor at fizesse uma forma o continuada dentro de uma empresa para poder trazer essas experi ncias para eles Professor de Eletrot cnica n 04 A maioria dos professores de Eletrot cnica j teve ou tem atividades no mercado de trabalho no nosso curso a maioria exceto voc que est chegando agora Esse curso tem essa particularidade mas eu falo do professor que s tem a forma o acad mica n o teve outra experi ncia a n o ser na Escola Ent o como que eu particularmente tento buscar essa complementa o diminuir essa dist ncia da minha forma o com a experi ncia necess ria que a gente deve ter no mercado de trabalho Eu acho que uma grande coisa a visita t cnica um grande instrumento n o s para o aluno mas para o professor Professor de Ele
376. riticada por assumir uma dimens o eminentemente instrumental atrelada a desempenhos espec ficos prescritos e observ veis RAMOS 2001 As compet ncias sendo apresentadas separadamente refletem uma dicotomia entre tais forma es Assim organizadas tende se a compreender que caberia de forma complementar a cada rea Forma o Geral e Forma o Profissional com suas respectivas disciplinas e compet ncias o desenvolvimento integral do educando Nos projetos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica as compet ncias b sicas da Forma o Geral foram apresentadas como subitem separado das compet ncias profissionais de cada habilita o Tal distin o nos permite inferir que na proposta do EMI h uma tend ncia polariza o conte dos profissionais X conte dos gerais distin o que contraria a ideia de um projeto integrado em que tais polariza es s o superadas Outro aspecto a considerar que para avan ar no sentido da integra o necess rio superar a compreens o do perfil de forma o como um elenco de compet ncias a serem desenvolvidas Sem isto h o risco de a pr tica pedag gica docente incorporar o potencial restritivo e prescritivo dessa abordagem e comprometer a complexidade que a perspectiva integradora carrega tornando se estritamente atrelada realiza o de tarefas e aos desempenhos prescritos e observ veis RAMOS 2001 Dessa forma h que se compreender o perfil definido para o
377. rizonte de discuss o a amplia o das matr culas de educa o t cnica no n vel m dio em especial o Ensino M dio Integrado e de consolida o dos itiner rios formativos para os diferentes n veis de Educa o Profissional e Tecnol gica MOLL 2008 Sem pretendemos aprofundar as discuss es em rela o contribui o do Simp sio para a problem tica anunciada ressaltamos alguns elementos presentes na publica o organizada a partir do Simp sio Kuenzer 2008 ao participar da Mesa Redonda intitulada Forma o de professores para a educa o profissional e tecnol gica perspectivas hist ricas e desafios contempor neos destacou a urg ncia da cria o de uma licenciatura para professores de disciplinas profissionalizantes da EPT dada insufici ncia de profissionais com essa qualifica o para fazer face necessidade de expans o de institui es respons veis pela profissionaliza o no pa s como a pretendida na Rede Federal de Educa o Profissional Cient fica e Tecnol gica Outro aspecto que refor a a necessidade de uma maior qualifica o desse corpo 8 O Simp sio previu o di logo entre o Conselho Nacional de Educa o CNE a Associa o Nacional pela Forma o dos Profissionais da Educa o ANFOPE a Associa o Nacional de P s Gradua o e Pesquisa em Educa o ANPEd e outros organismos PACHECO 2008 126 docente decorre das exig ncias cada vez maiores dos sistemas educacionai
378. rminado local e as pessoas fizeram as discuss es com a representa o da rea Professora de L ngua Inglesa n 15 As reuni es em diferentes momentos e envolvendo grupos diversos foram desenvolvidas com o apoio do Setor Pedag gico da Institui o com destaque para a lideran a de uma de suas pedagogas na poca frente da Ger ncia Educacional do Ensino B sico e T cnico em articula o com os demais gestores da rea de ensino Com a colabora o dos coordenadores de reas Forma o Geral e Forma o Profissional as reuni es se desdobraram em encontros espec ficos considerados importantes para favorecer o entendimento e a posi o de cada grupo em rela o aos aspectos discutidos nessa fase inicial de elabora o da proposta Nas coordena es das reas de Eletrot cnica e de Mec nica novas reuni es foram articuladas com menor n mero de participantes para discutir quest es postas nas reuni es gerais Dessas reuni es espec ficas sa ram posi es e propostas que foram alvo de novas discuss es em reuni es mais amplas Vejamos as observa es trazidas por professores da rea t cnica 162 Nessas reuni es teve a participa o tanto da parte t cnica quanto da Forma o Geral Eu n o me lembro hoje se saiu portaria mas tinha um grupo de tr s ou quatro da parte t cnica e da parte geral era mais dif cil de juntar porque bem diverso Professor de Mec nica n 04 Foi formada uma comis
379. ro de 2008 Institui a Rede Federal de Educa o Profissional Cient fica e Tecnol gica cria os Institutos Federais de Educa o Ci ncia e Tecnologia e d outras provid ncias Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2008 Lei L11892 htm gt Acesso em 12 abr 2009 Lei n 11 784 de 22 de setembro de 2008 Disp e sobre a reestrutura o do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo PGPE Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2008 Lei L11784 htm gt Acesso em 12 abr 2009 Lei n 11 741 de 16 de julho de 2008 Altera dispositivos da Lei no 9 394 de 20 de dezembro de 1996 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2008 Lei L1 17741 htm gt Acesso em 12 abr 2009 Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis L9394 htm gt Acesso em 8 maio 2008 Lei n 5 524 de 5 de Novembro de 1968 Disp e sobre o exerc cio da profiss o de T cnico Industrial de n vel m dio Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis L5524 htm gt Acesso em 8 maio 2008 Parecer CNE CP n 05 de 04 de abril de 2006 Aprecia Indica o CNE CP n 2 2002 sobre Diretrizes Curriculares Nacionais para Cursos de Forma o de Professores para a Educa o B sica Dispon vel em lt http portal mec gov b
380. ro de 2009 Plano de Desenvolvimento Institucional 2010 2014 Jo o Pessoa 23 de janeiro 244 de 2010 Regimento Geral Jo o Pessoa 8 de fevereiro de 2011 Relat rio de gest o do exerc cio de 2010 Jo o Pessoa 30 de mar o de 2011 Diretoria de Gest o de Pessoas Estudo sobre quantitativo titula o e regime de trabalho dos servidores do IFPB Dados atualizados em 07 07 2011 Coordena o de Eletrot cnica Avalia o I Bimestre III FAE e Eficientiza o Energ tica 2011 Plano de Disciplina Automa o Industrial 2011 Plano de Disciplina Conserva o de Energia El trica Efici ncia Energ tica e Fontes Alternativas de Energia 2011 Projeto de um Pequeno Sistema Fotovoltaico IFPB COPED Mem ria da reuni o de planejamento pedag gico de 6 de agosto de 2008 Mem ria da reuni o de planejamento pedag gico de 1 de setembro de 2008 Atribui es da Coordena o Pedag gica Dispon vel em lt http www ifpb edu br campi joao pessoa diretoria de desenvolvimento ensino departamento de apoio ao ensino 1 coordenacao pedagogica coped perfil gt Acesso em 4 jan 2011 IMBERN N Francisco Forma o docente e profissional formar se para a mudan a e a incerteza S o Paulo Cortez 2000 KOEPSEL Eliana Claudia Navarro Educa o e Trabalho perspectiva da Unesco para o desenvolvimento VIII SEMIN RIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS 2009 Campinas Anais do VIII Semin rio Na
381. rocurar ver o que sua disciplina est relacionando com a disciplina adjacente fazer essa integra o E isso o que era previsto nas programa es iniciais de ver os conte dos e de realmente ver se est havendo o sombreamento que eu estar tratando de um assunto que os professores de Qu mica de F sica de Biologia j trataram E com isso voc est perdendo tempo porque poderia estar usando esse tempo para outro conte do Professor de Mec nica n 04 Pelo exposto compreendemos que a interface por si s n o garantiu uma perspectiva interdisciplinar por n o contemplar nenhum tratamento pedag gico integrador entre as disciplinas em quest o O caso de F sica e Eletricidade I ilustram essa situa o que no limite se restringiu a uma economia de carga hor ria sendo esta ltima trabalhada por uma professor ada rea t cnica que direcionou a F sica para as necessidades dessa rea A perspectiva de interface que norteou o projeto de EMI foi a organiza o diferenciada de algumas disciplinas em especial da rea de Ci ncias Naturais e suas Tecnologias em determinados cursos conforme destacado pela pedagoga que coordenou as reuni es de discuss o sobre o assunto As tr s grandes reas da F sica est o sempre em 1 2 ou 3 s ries Tem curso que n o come a com Eletricidade come a com Mec nica a outra come a com Din mica porque a gente vai atender perspectiva de forma o daquela habilita o
382. rofissional n o se tratando pois de justificar a oferta do curso na forma integrada ao Ensino M dio No projeto do curso integrado de Mec nica de forma similar encontramos o mesmo artif cio utilizado na rea de Eletrot cnica a altera o do item para Justificativa demanda de mercado da habilita o Mec nica O mesmo texto se manteve no projeto do EMI sendo alterado apenas o nome do curso fazendo se a identifica o de que se tratava do Curso de T cnico Integrado em Mec nica Entretanto sem tecer qualquer considera o sobre a pertin ncia da oferta do curso na forma integrada sua natureza ou especificidade Merece destaque o fato de que a justificativa do curso integrado de Eletrot cnica 144 ter sido bem mais detalhada e minuciosa trazendo itens e refer ncias relativas necessidade de uma forma o mais voltada para o atendimento das compet ncias demandadas pelo setor produtivo com informa es sobre empresas em que tais t cnicos poderiam atuar Al m de dados sobre emprego e est gio no Estado por regi o e os ramos da Mec nica que mais absorveriam estagi rios e t cnicos no projeto transparece a preocupa o com o atendimento ao mercado em constante mudan a como destacamos a seguir Assim o curso de T cnico Integrado em Mec nica visa atender clientela potencial e s necessidades do mercado de trabalho em disciplinas centradas nas compet ncias inerentes a rea da ind stria bem c
383. rtanto a maneira como os homens produzem os seus meios de vida que permitiu a organiza o da escola como um espa o separado da produ o Logo a separa o tamb m uma forma de rela o ou seja nas sociedades de classes a rela o entre trabalho e educa o tende a manifestar se na forma da separa o entre escola e produ o Essa separa o entre escola e produ o reflete por sua vez a divis o que foi se processando ao longo da hist ria entre trabalho manual e trabalho intelectual SAVIANL 2007 p 157 A origem de modalidades de educa o distintas compreendida por Kuenzer 1991 como uma condi o indispens vel ao capital no est gio de desenvolvimento das for as produtivas vigentes poca marcado pela divis o t cnica do trabalho com reflexo na educa o Para a pesquisadora diante da divis o social e t cnica do trabalho no sistema produtivo que rompe com a unidade teoria pr tica passa se a admitir a estrutura o do 34 sistema educativo de forma dual preparando homens para ocuparem posi es diferenciadas na esfera da produ o Nesse cen rio Saviani 2007 p 157 tece algumas considera es sobre a especificidade que a rela o trabalho e educa o assume no contexto da preval ncia da forma escolar destacando uma perspectiva de dupla identidade Seria portanto mais preciso considerar que ap s o surgimento da escola a rela o entre trabalho e educa o tamb m assume uma
384. rticipantes desse processo Diferentemente na rea de Mec nica a reprodu o dos itens constantes da proposta do curso t cnico subsequente acolhidos na ntegra da Resolu o n 04 1999 pelo projeto do integrado nos leva a questionar o processo de defini o de tal perfil bem como se o mesmo foi representativo das expectativas de forma o assumidas pelos professores envolvidos com o EMI Em termos de aspectos balizadores dos projetos pedag gicos dos cursos analisados 152 identificamos os princ pios do curr culo integrado a constru o do sujeito de a o hist rico o trabalho como princ pio educativo aprendizagem significativa integrar forma o geral e educa o profissional a conex o teoria e pr tica a interdisciplinaridade o empreendedorismo solid rio a valoriza o das quest es do g nero o preparo para a disciplina e para a autoridade a cidadania CEFET PB COELT 2006 p 12 CEFET PB COMEC 2006 p 12 Identificamos nesse trecho dos projetos a enumera o de alguns princ pios defendidos pela educa o polit cnica trabalho como princ pio educativo e a concep o do sujeito em sua historicidade Compreendemos que foram retomados recontextualizados alguns fundamentos da politecnia incorporando s propostas de EMI da Institui o outros aspectos que remetem a perspectivas e abordagens pedag gicas diversas aprendizagem significativa integra o da Forma o Profissional com a Forma
385. s CUNHA 2005 Segundo o autor a tecnologia utilizada nas duas empresas era muito avan ada constituindo uma inova o de import ncia no setor industrial do pa s CUNHA 2005 p 123 contemplando tecnologias de produto e de processo organiza o do quadro de pessoal que inclu a um n mero apreci vel de t cnicos que n o estavam dispon veis outros necess rios opera o das instala es e outros para o detalhamento dos planos e supervis o das obras civis de constru o das instala es Em 1961 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB sob o n 4 024 1961 que estruturou dois sistemas educacionais um proped utico representado pelo curso cient fico e o profissionalizante formado pelos cursos da rea agr cola industrial comercial e o normal Magist rio Segundo Vianna 1970 p 89 esta Lei consagrou definitivamente o lugar o Ensino T cnico Industrial dando lhe posi o devida entre os ramos cong neres do Ensino M dio Institui se pois a coexist ncia de dois ramos diferenciados proped utico e profissionalizante mas plenamente equivalentes para efeito de continuidade de estudos em quaisquer cursos superiores independente da rea pretendida Entretanto Kuenzer 1991 assinala que tal flexibilidade n o implicou no fim da dualidade estrutural mantendo se o car ter seletivo e classista da escola pois a origem de classe do aluno permanecia determina
386. s USP Universidade de S o Paulo SUM RIO INTRODU O usasse ss aa E E N 11 Perc rso metodolo giCones iranan a E E E RENDER TER 19 2 Estrutura e organiza o do trabalho ssessseesssseesseeesseessersseseseetssseessresseesseresseeessresseesseessees 28 2 O ENSINO M DIO INTEGRADO EDUCA O PROFISSIONAL T CNICA DE N VEL M DIO ELEMENTOS HIST RICOS E PANORAMA LEGAL 30 2 1 Trabalho e educa o rela o ontol gica e hist rica era 30 2 2 Profissionaliza o no Ensino M dio no Brasil origem e regulamenta o 37 2 3 A Reforma do Ensino M dio e da Educa o Profissional na vig ncia dos Decretos n 2 208 1997 e n 5 154 2004 regulamenta es e pressupostos ssessssssesssesesssesssresseresseess 47 3 O ENSINO M DIO INTEGRADO E SEUS FUNDAMENTOS 63 3 1 Educa o Polit cnica e a forma o unit ria e multilaterial do indiv duo 63 3 2 Ensino M dio Integrado proposi es e perspectivas te rico metodol gicas 71 4 CARACTERIZA O DO IFPB CAMPUS JO O PESSOA DA COPED E DE SEUS PROFESSORES i n a e E A E e a EN EERE RTE 91 4 1 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba Campus Jo o Pessoa OTIZ M E CaraCicriza O uu asusegassinagess idpasdda Fesp dinioas AEE EEA Coina env aa TE a perita aaa 91 4 2 Caracteriza o da Coordena o Pedag gica COPED do IFPB Camp
387. s a julgar pelas metas divulgadas no Jornal do Senado as mesmas s o alinhadas aos ideais de competitividade e produtividade demandados pelo setor produtivo e de gera o de emprego e renda com foco na redu o dos crescentes n veis de desemprego Nesse sentido o enfoque de tal Fundo preponderantemente mercadol gico e pragm tico criar oportunidades de emprego e de gera o de renda promover a descentraliza o e a regionaliza o de a es da educa o profissional e tamb m articular a educa o profissional com as pol ticas p blicas do setor S o ainda objetivos do fundo combater a pobreza e as desigualdades sociais e regionais e elevar a produtividade e a competitividade do setor produtivo SENADO FEDERAL 2010 p 8 No que tange problem tica do financiamento do EMI Frigotto 2010 traz importante contribui o para o debate ao ampliar a discuss o acerca da universaliza o 35 Encontra se tramitando no Senado Federal o projeto de lei n 274 2003 de autoria do senador Paulo Paim PT RS que prop e a cria o do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional e Qualifica o do Trabalhador Fundep A mat ria aprovada pela Comiss o de Constitui o Justi a e Cidadania CCJ em setembro de 2010 e em outubro de 2011 na Comiss o de Assuntos Sociais CAS ser analisada pela Comiss o de Assuntos Econ micos CAE onde receber decis o terminativa O Fundo pretende ampliar a rede de institui
388. s o na Escola e essa comiss o trabalhou internamente cada curso tinha sua comiss o Eu n o fazia parte da comiss o do Curso T cnico Integrado de Mec nica essa comiss o tinha professores das diversas reas N s colocamos algumas sugest es relacionadas nossa parte aqui de Mec nica mas na comiss o geral tinha professores de todas as coordena es e os nossos representantes de Mec nica estavam l Ent o esses representantes participavam tanto da nossa rea quanto participavam l Eu participei s dessa primeira da nossa rea n o da que construiu o todo constru mos s a nossa parte aqui Professor de Mec nica n 03 Centrando a aten o sobre a necessidade de organiza o curricular dos cursos prestes a iniciar os professores foram envolvidos em discuss es e planejamentos visando estruturar o formato dos cursos sem uma compreens o mais aprofundada dos fundamentos da proposta de Inicialmente a partir da proposi o de um f rum de coordenadores de curso foi organizado um encontro fora do espa o institucional visando concentra o de esfor os em torno da discuss o e delineamento do perfil de forma o que norteou a elabora o dos projetos de curso integrados conforme relatado a seguir A Dire o de Ensino da Escola na poca aceitou a ideia e a reuni o foi marcada para um hotel E a Escola fez todo esfor o para promover esse ambiente de reuni o foram dois ou tr s dias ficamos l
389. s cursos integrados como objetivos norteadores da perspectiva de forma o pretendida pelo conjunto das reas disciplinas e iniciativas curriculares diversas percebendo os situados em um campo de amp Conforme comentado em outro momento desse texto a Resolu o n 01 de 2005 atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino M dio e para a Educa o Profissional T cnica de n vel m dio 146 conhecimento interdisciplinar n o pertencente ao dom nio exclusivo de determinada rea de forma o Geral ou Profissional ou mesmo disciplina Em ambas as propostas de cursos integrados analisadas identificamos como item comum o marco legal em que apresentada a legisla o que os fundamenta O texto se det m sobre os aspectos normativos da organiza o curricular recuperando os mediante a transcri o de trechos literais e ou por meio do discurso indireto sendo na maioria das vezes citada a fonte que serviu de refer ncia De in cio o texto se apoia no Parecer n 39 2004 afirmando que a proposta curricular foi concebida como um nico curso sendo assegurado o cumprimento simult neo e integrado das finalidades tanto do Ensino M dio quanto da Educa o Profissional T cnica de n vel m dio CEFET PB COELT 2006 p 6 CEFET PB COMEC 2006 p 6 Este recorte do texto se assemelha em muito recomenda o constante do Parecer mencionado apresentada nos seguintes termos Na hip tese do estabelecimento de
390. s de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa ocupavam diferentes espa os institucionais Os docentes da Forma o Geral eram distribu dos nas diferentes reas do Ensino M dio rea I Linguagens C digos e suas Tecnologias rea II Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias e da rea II Ci ncias Humanas e suas Tecnologias e os das reas profissionais eram lotados em suas respectivas coordena es Coordena o de Mec nica e Coordena o de Eletrot cnica importante considerar que nem todos os professores das coordena es supracitadas atuavam nos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica uma vez que havia professores que ministravam aulas em diferentes cursos subsequentes cursos superiores PROEJA e em outros cursos integrados do IFPB Em geral noite o Campus Jo o Pessoa oferecia cursos t cnicos subsequentes e PROEJA sendo este turno o preferido pelos poucos professores efetivos com regime de trabalho T 20 e T 40 que possu am outro v nculo empregat cio Nos cursos integrados 43 Art2190 regime de trabalho de acordo com a Lei poder ser I Dedica o Exclusiva observando o disposto em legisla o espec fica II Tempo parcial de 20 horas semanais de trabalho e HI Tempo Integral de 40 horas semanais de trabalho IFPB 2011 p 105 105 identificamos que a maior parte de professores era contratada em regime de dedica o exclusiva Considerando o no
391. s docentes do Instituto atuavam estrutura institucional acontecimentos hist ricos socializa o profissional entendendo que h tend ncias centrais de desenvolvimento dos ciclos de vida dos professores mas que n o se 136 verificam em todos os casos nem todas as etapas muito menos na mesma ordem Huberman 1995 nos alerta para a necessidade de se analisar os grupos de indiv duos considerando seus antecedentes e meios sociais os contextos e as facetas de cada fase buscando superar o hermetismo total procurando identificar as fam lias de pessoas ou subgrupos com trajet rias particulares que passam por etapas semelhantes Assim se buscaria um n vel m dio de generaliza es uma vez que n o h sequ ncias universais Dessa forma n o se pode generalizar o entendimento de que haveria uma rela o direta entre o tempo de doc ncia e o grau de resist ncia dos docentes e indireta considerando se o investimento na profiss o como defenderam os professores entrevistados Tal compreens o ignora processos e trajet rias particulares que configuram um desenvolvimento pr prio do indiv duo e de um grupo Tecidas tais considera es sobre os professores da Forma o Geral na EPT traremos as experi ncias anteriores profissionaliza o e concep es de doc ncia dos professores da rea t cnica dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa 5 3 Professores da rea t cnica do EM
392. s e curr culos pr prios o Ratio Studiorum MANFREDI 2002 A base da economia brasileira durante os dois primeiros s culos de coloniza o portuguesa foi a agroind stria a ucareira que tinha como sustent culo o sistema escravocrata de produ o Eram poucos os trabalhadores livres A maioria deles eram negros africanos ou ndios introduzidos nas unidades de planta o e produ o de a car Nesse cen rio a aprendizagem dos of cios se dava de maneira informal no pr prio ambiente de trabalho Com o crescimento da popula o urbana surgiu a necessidade de produtos artesanais e de utens lios dom sticos e com isso o trabalho de diversos artes os passou a ser valorizado Assim os jesu tas criaram as primeiras iniciativas em termos de n cleos de forma o profissional identificados como escolas oficinas em alguns centros urbanos onde se procurava reproduzir as pr ticas de aprendizagem de of cios vigentes na Europa CUNHA 2000 No Imp rio com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808 houve transforma es econ micas e pol ticas significativas e a atividade econ mica propiciou a 38 implanta o de empreendimentos industriais estatais e privados no pa s Gestou se um Estado Nacional e constituiu se um aparelho educacional em substitui o ao aparato dos Jesu tas que foram expulsos em 1759 de Portugal e de seus dom nios Sob a vig ncia das rela es escravistas as primeiras iniciativas par
393. s em transitar de uma rela o pedag gica baseada na transmiss o do conhecimento a uma outra sustentada pela constru o do conhecimento e ainda pelas necessidades decorrentes do planejamento de tempos e espa os bem como or ament rias A fim de contribuir para a concep o e viv ncia do EMI Ciavatta 2005 apresenta alguns pressupostos para a organiza o do EMI segundo a perspectiva integrada e humanizadora enfatizando aspectos de natureza pol tica pedag gica administrativa e financeira S o eles a exist ncia de um projeto de sociedade rompendo com a l gica de forma o reduzida mera prepara o para o mercado de trabalho b manuten o na lei da articula o entre o Ensino M dio e a Educa o Profissional de n vel m dio em todas suas modalidades c ades o de gestores e docentes da Forma o Geral e espec fica mediante o desenvolvimento de estrat gias acad mico cient ficas de integra o d estabelecimento de processos dial gicos em que se favore a a aproxima o da institui o com as necessidades e expectativas de seus alunos e familiares em rela o a ela e sua poss vel realiza o e investimento em processos de integra o pela via democr tica garantindo a participa o e defini o dos rumos da institui o de forma coletiva e dialogada f resgate da institui o como lugar de mem ria valorizando a preserva o de documentos registros e fotos sobre os momentos significativos que f
394. s entre professores de cada rea entre as reas de Forma o Geral e dessas com as da Forma o Profissional 205 Nesse processo a concep o da proposta do EMI e seu planejamento foram comprometidos em sua integralidade uma vez que seus fundamentos e princ pios ficaram margem das disputas entre as disciplinas e reas Tal situa o foi de encontro recomenda o de Machado 2006 de que as institui es que pretendam assumir no coletivo a integra o curricular segundo a perspectiva de forma o polit cnica devem superar falsas polariza es entre conte dos profissionais e conte dos gerais Devem pois compreender a realidade como uma totalidade integrada Para tal os professores deveriam compartilhar finalidades e objetivos e conte dos o que implicaria na necessidade de se abrir a novas oportunidades de intera o e trocas entre reas e ou campos do saber visando ao trabalho colaborativo pautado em novos modos de organizar conhecimentos e pr ticas Tais situa es n o se verificaram no Instituto dentre outros fatores pela preval ncia da l gica profissionalizante que a despeito de todas as resist ncias buscava se afirmar como par metro balizador da integra o se configurando como uma das principais dificuldades impostas ao desenvolvimento do EMI nos termos de uma forma o multilateral do sujeito Diante do complexo cen rio que apresentamos at ent o foi poss vel compreender v rios aspectos
395. s frente s mudan as no mundo do trabalho influenciadas pela dinamicidade e pelo car ter interdisciplinar das inova es cient ficas e tecnol gicas KUENZER 2008 implicando na valoriza o crescente dos conte dos cient ficos e a expertise pedag gica CARNIELLI GOMES e CAPANEMA 2008 No Simp sio Bertha de Borja Reis do Valle representante da Anfope destacou em sua apresenta o a defesa da entidade no sentido de a organiza o curricular dos cursos de forma o de professores ter uma base comum nacional visando conferir a identidade profissional docente independente se o mesmo atuasse na Educa o B sica no ensino T cnico ou no Ensino Superior A pesquisadora chamou a aten o para o fato de a forma o de professores para a Educa o Profissional n o ser contemplada em nenhum artigo da LDB sendo feita apenas refer ncia aos docentes da Educa o B sica e Superior carecendo de regulamenta o dessa forma o no dispositivo legal poca Oliveira 2008 assinalou que o artigo n 61 da LDB definia que a forma o dos professores deveria atender aos objetivos dos diferentes n veis e modalidades de ensino incluindo se a os da Educa o Profissional e Tecnol gica Entretanto com a reda o dada pela Lei n 12 014 de 2009 desapareceu a express o aos diferentes n veis e modalidades de ensino deste artigo havendo apenas a refer ncia a professores do Ensino Superior formados em cursos de P s Gr
396. s mudan as no contexto da escola devem ser desencadeadas a partir de um planejamento que deve ser monitorado para que ajustes sejam feitos dentro dos prazos e condi es demandados SOTERO 2006 p 125 grifo nosso a pesquisadora destaca a necessidade de se ajustar o planejamento pedag gico e gerencial a tal monitoramento Sotero 2006 defende que seja revista a estrutura organizacional da institui o de forma a potencializar o trabalho de inst ncias gestoras pr existentes a partir do apoio de comiss es comit s ou grupos a serem criados tendo em vista responsabilizarem se diretamente pela lideran a do processo de planejamento segundo abordagens colegiadas e integradoras defendidas A pesquisadora compreende as condi es em termos de gest o e de lideran a fundamentais para que o planejamento do Ensino M dio Integrado seja constru do coletivamente envolvendo os diversos sujeitos sociais gestores docentes estudantes pais representantes de inst ncias regionais e municipais de educa o empresas e institui es p blicas com foco na rea de forma a garantir a organicidade da proposta Em que pese concordemos com a autora sobre a necessidade de planejar de forma dial gica o processo de discuss o e de planejamento do EMI e a import ncia da lideran a democr tica do gestor nesse processo compreendemos que em seu texto a complexidade do EMI em certa medida reduz se dimens o do planejamento e da gest o ap
397. s necessidades de propiciar forma o integral ao cidad o trabalhador BRASIL 2008 p 154 Sendo um nico curso organicamente concebido nos termos de seu projeto pedag gico a conclus o do Ensino M dio Integrado Educa o Profissional de n vel m dio pressup e a aprova o do aluno em todos componentes curriculares e sua diploma o como t cnico v lida para fins de habilita o profissional e certifica o de Ensino M dio dessa forma impossibilitada a conclus o de Ensino M dio de forma independente da conclus o do curso t cnico e vice e versa Entretanto para Frigotto Ciavatta e Ramos 2005b p 1095 Apesar de reconhecer a forma integrada como um curso nico com matr cula e conclus o nicas o parecer n 39 2004 considera que os conte dos do ensino m dio e os da educa o profissional de n vel t cnico s o de naturezas diversas Re estabelece se assim internamente ao curr culo uma dicotomia entre as concep es educacionais de uma forma o para a cidadania e outra para o mundo do trabalho ou de um tipo de forma o para o trabalho intelectual e de outro tipo para o trabalho t cnico e profissional Nesse contexto preciso destacar que a Resolu o n 1 2005 e o Parecer n 39 2004 ao atualizarem as Diretrizes Curriculares Nacionais DCNs da Educa o Profissional s disposi es do Decreto n 5 154 2004 n o romperam com as concep es do Decreto n 2 208 1997 import
398. s necessidades e investidos de uma preocupa o eminentemente pr tica Segundo Cunha 2005 s com o Decreto Lei n 4 073 de 1942 foi organizada a Rede Federal de Estabelecimentos de Ensino Industrial pois at ent o o ensino industrial brasileiro era diferenciado e confuso Havia escolas de aprendizes art fices mantidas pelo Governo Federal escolas industriais mantidas pelos estados e pelo Governo Federal com 41 diretrizes espec ficas institui es privadas religiosas e laicas que tamb m mantinham escolas de aprendizes e art fices com forte vi s assistencial al m das For as Armadas com institui es pr prias voltadas para o ensino de of cios de sua rea Com o referido Decreto Lei conhecido como a Lei Org nica do Ensino Industrial houve o deslocamento do ensino profissional para o grau m dio CUNHA 2005 sendo criados os cursos t cnicos organizados como um sistema e reconhecidos pelo Minist rio da Educa o estruturado com tr s anos de dura o e podendo ter um quarto destinado a est gio supervisionado na ind stria Em 1943 foi editado o Decreto Lei n 6 141 Lei Org nica do Ensino Comercial e em 1946 o Decreto Lei n 9 613 Lei Org nica do Ensino Agr cola constituindo a organiza o do Ensino T cnico Profissional brasileiro nas tr s reas da economia A partir de ent o foram redefinidos os curr culos e as articula es entre os cursos ramos ciclos e graus de ensino ROMANELLI
399. s sociais e que contribuem para a constru o das identidades de nossos as estudantes Curr culo associa se assim ao conjunto de esfor os pedag gicos desenvolvidos com inten es educativas Diante desse conceito compreendemos que as propostas curriculares s o definidas a partir de um processo complexo em que diferentes mbitos de refer ncia influenciam sua elabora o conhecimentos cient ficos produzidos em universidades e centros de pesquisa mundo do trabalho desenvolvimento tecnol gico atividades desportivas e corporais produ o art stica campo da sa de formas diversas de exerc cio da cidadania e movimentos sociais TERIGI 1999 apud MOREIRA e CANDAU 2007 Moreira e Candau 2007 destacam que a produ o dos conhecimentos escolares e a sua valida o como tal implica num processo complexo em que os conhecimentos de refer ncia sofrem uma descontextualiza o e a seguir um processo de 64 Para aprofundamento ver SILVA 2007 155 recontextualiza o A atividade escolar portanto sup e uma certa ruptura com as atividades pr prias dos campos de refer ncia MOREIRA e CANDAU 2007 p 23 Considerando se em termos mais amplos a defini o das pol ticas curriculares nacionais se d mediante um processo de recontextualiza o em que alguns discursos e textos s o selecionados sendo deslocados para quest es pr ticas e rela es sociais distintas O cen rio marcado por conflitos de
400. sa nos deteremos sobre a Coordena o Pedag gica COPED do IFPB Campus Jo o Pessoa por ser o Setor respons vel pelo apoio pedag gico aos professores no processo de desenvolvimento das propostas dos cursos 4 2 Caracteriza o da Coordena o Pedag gica COPED do IFPB Campus Jo o Pessoa Dada a import ncia da Coordena o Pedag gica COPED no apoio e acompanhamento dos cursos integrados da Institui o e de seus professores apresentaremos uma breve caracteriza o da equipe pedag gica e sua atua o no processo de elabora o da proposta de Ensino M dio Integrado ao Curso T cnico de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa A COPED um rg o do Departamento de Apoio ao Ensino DAE envolvido mais diretamente com o processo de elabora o e viv ncia dos cursos de EMI Em seu plano de trabalho previsto que sua atua o se dar de forma integrada ao diversos rg os deste Departamento no desenvolvimento das pol ticas educacionais da Institui o no planejamento e na avalia o dos Projetos Pedag gicos S o definidas como suas as seguintes atribui es Oferecer suporte t cnico pedag gico aos professores para o melhor desenvolvimento do processo educativo Identificar e trabalhar com os professores as dificuldades relacionadas ao desenvolvimento dos programas e da aprendizagem 3 Programa Nacional de Integra o da educa o profissional com a Educa o B sica na modalidade de E
401. se configura necessariamente trabalho pois considera se trabalho quando h a altera o do estado natural dos materiais que s o transformados para melhor atender s necessidades de exist ncia S a atividade humana pode ser considerada trabalho uma vez que esta consciente e intencional ao passo que a a o dos outros animais sobre a natureza eminentemente instintiva pois ao utilizar a natureza os animais a modificam pela mera presen a nela ao contr rio da a o humana que a transforma intencionalmente ENGELS 2004 Assim o homem se destaca das demais formas de vida ao lidar diferentemente com a natureza n o apenas se adaptando a ela como fazem os animais mas ajustando a as suas necessidades tendo em vista garantir sua exist ncia e produzir sua pr pria vida Dito de outra forma o trabalho atividade propriamente humana por implicar na interven o da consci ncia e ser orientada para determinados fins Como o homem antecipa idealmente o fim desejado a atividade cognoscitiva e teleol gica O seu resultado n o dado a priori modelo ideal imut vel ou determinado de forma unilateral pelas circunst ncias Esse processo implica em dinamismo e imprevisibilidade pois as 31 circunst ncias influenciam o desenvolvimento do indiv duo de forma n o mec nica mas din mica e contradit ria as circunst ncias que modificam o homem s o ao mesmo tempo modificadas por ele o homem definitivamen
402. se precisando e de uma forma mais r pida poss vel E a quest o da forma o geral do ser humano ficou em segundo plano e isso foi o que se tentou alertar na poca mas a comunidade no geral n o percebeu essas nuances Professor de Eletrot cnica n 01 Para o referido professor apesar da cr tica do Sindicato Reforma da EPT com o Decreto n 2 208 1997 a estrat gia persuasiva do MEC de libera o de recursos do Programa 157 de Expans o da Educa o Profissional PROEP resultou na ades o da Institui o ao modelo proposto A partir de ent o mas n o sem resist ncia foram criados cursos t cnicos aligeirados com forte vi s mercadol gico comprometendo a perspectiva de forma o humana Posteriormente com a edi o do Decreto n 5 154 2004 n o houve muita clareza do que este marco legal representava em rela o ao Decreto que o antecedeu Na ocasi o prevaleceu o entendimento de que seria interessante para a Institui o voltar a oferecer os cursos t cnicos integrados de outrora o que se refletiu nos debates seguintes resultando na aceita o da proposta do curr culo integrado por tr s coordena es inicialmente Edifica es Eletrot cnica e Mec nica A aceita o da proposta na Institui o se deu em meio ao desconhecimento dos fundamentos do que viria a ser denominado Ensino M dio Integrado Sobre a decis o pela oferta do EMI alguns aspectos merecem ser discutidos Vejamos como o professo
403. se refere a vis es e perspectivas de professores em rela o ao trabalho da COPED identificamos um controverso panorama dividido em termos de exig ncias que se conflitavam A despeito de considerarmos as limita es na composi o da equipe pedag gica foi fato que as oportunidades de forma o encontros pedag gicos realizados no per odo inicial de elabora o do projeto pedag gico do EMI no IFPB Campus Jo o Pessoa bem como durante o desenvolvimento da proposta entre 2009 e 2011 que coincidiu com a ifetiza o expans o da Institui o o trabalho das pedagogas junto aos professores passou a ser pontual e assistem tico Nas reuni es pedag gicas retomadas em 2008 o foco das a es de planejamento e de integra o foram as discuss es acerca das pr ticas integradoras Com isto os debates sobre os fundamentos e princ pios que balizaram a proposta do EMI foram escassos e superficiais e se restringiram aos encontros iniciais para a sua elabora o n o sendo posteriormente recuperados revistos ou rediscutidos Tal constata o se mostra ainda mais preocupante se considerarmos que o grupo de professores que estavam desenvolvendo a proposta de EMI sofreu altera es n o tendo todos 201 participado das discuss es iniciais O perfil de forma o os princ pios ticos filos ficos e pol ticos que n o tiveram espa o nas discuss es encaminhadas pelo Setor Pedag gico posteriormente permaneceram desconhecidos dos profe
404. segundo ciclo do Ensino T cnico industrial em institui o autorizada ou reconhecida de n vel m dio regularmente constitu da nos termos da Lei n 4 024 de 20 de dezembro de 1961 Para Cunha 1977 p 34 a regulamenta o da profiss o do t cnico industrial visou D garantir o privil gio preexistente de outra categoria ocupacional que n o a do t cnico e II a tentativa do governo federal de elevar os requisitos educacionais para o desempenho da fun o de t cnico industrial Segundo a Lei n 5 524 1968 este deveria ser capaz de I conduzir a execu o t cnica dos trabalhos de sua especialidade II prestar assist ncia t cnica ao estudo e desenvolvimento de projetos e pesquisas tecnol gicas III orientar e coordenar a execu o dos servi os de manuten o de equipamentos e instala es IV dar assist ncia t cnica na compra venda de equipamentos especializados V responsabilizar se pela elabora o e execu o de projetos compat veis com a respectiva forma o profissional BRASIL 1968 Segundo Cunha 2005 v rios fatores concorreram para a organiza o do ensino industrial em um sistema o aumento da procura por t cnicos industriais motivadas pela 44 expans o da produ o em certos setores da economia o crescimento da necessidade de racionaliza o do uso de recursos energ ticos e de mat rias primas a substitui o de pessoal estrangeiro de alta qualifica o a neces
405. senta o dos projetos dos cursos integrados se deixa transparecer o curr culo como um campo de disputa em torno das inten es educativas e dos esfor os pedag gicos pertinentes Ao destacar nesse item do documento a hegemonia do saber t cnico cient fico compreendemos uma nuance do desenvolvimento do curr culo integrado no IFPB Campus Jo o Pessoa um processo conflituoso em que a rea t cnica buscou e algumas vezes conseguiu se sobrepor s proposi es da rea de Forma o Geral Segundo os projetos pedag gicos dos cursos integrados as oficinas curriculares que se desenvolveram no Instituto primaram pela reflex o coletiva pelo embate e pelo pensar e repensar a educa o CEFET PB COELT 2006 p 11 CEFET PB COMEC 2006 p 11 e sobre os rumos da Institui o Nesse processo se verificou a exist ncia de rela es de poder tens es e conflitos de interesses conforme explicitado no trecho da apresenta o dos referidos projetos S o not rias as dificuldades enfrentadas na constru o coletiva de curr culo no que se refere aos aspectos relacionados s rela es sociais e de poder no interior da Institui o escolar delineadas por interesses pol ticos ideol gicos inclusive pela hegemonia do saber t cnico cient fico bem como o desafio existente na defini o de uma pol tica curricular na qual est impl cito todo um processo de sele o e de produ o de saberes de vis es de mundo de
406. sentidos das capacidades e das potencialidades humanas Trata se de uma abordagem que tem como fundamento a compreens o de que a pr xis humana sobre a realidade resulta na constru o de conhecimentos que permitem ao homem ser compreender e agir sobre o meio em que vive e de forma teleol gica e consciente ele n o apenas transforma a natureza mas a si mesmo No sentido hist rico o trabalho como categoria econ mica e pr xis produtiva converte se em princ pio educativo por colocar exig ncias espec ficas a serem assumidas no VA atividade pr tica fundamental do homem essencialmente criadora mas a pr xis se caracteriza por esse ritmo alternado do criador e do imitativo da inova o e da reitera o sendo a pr xis criadora possuidora das seguintes caracter sticas unidade indissol vel no processo pr tico do interior e o exterior do subjetivo e o objetivo indetermina o e imprevisibilidade do processo e do resultado e unicidade e irrepetibilidade do produto V SQUEZ 1968 p 245 251 74 processo de forma o do trabalhador configurando se ainda contexto a partir do qual se organizam as pr ticas educativas Entretanto tal processo n o deve seguir uma perspectiva prescritiva e linear de atendimento s demandas postas pelo mundo do trabalho Dito de outra forma o desenvolvimento hist rico do trabalho imp e condi es participa o da sociedade no trabalho socialmente produtivo sendo necess r
407. sformou as escolas de aprendizes num sistema criando uma Escola de Aprendizes e Art fices em cada uma das capitais da Federa o a exce o do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul Algumas dessas escolas atualmente comp em a Rede Federal de Educa o Profissional Cient fica e Tecnol gica No Decreto Nilo Pe anha justificou a cria o das escolas voltadas para o ensino profissional prim rio e gratuito que o aumento constante da popula o das cidades exige que se facilite s classes prolet rias os meios de vencer as dificuldades sempre crescentes da luta pela exist ncia que para isto se torna necess rio n o s habilitar os filhos dos desfavorecidos da fortuna com o indispens vel preparo t cnico e intelectual como faz los adquirir h bitos de trabalho prof cuo que os afastar da ociosidade escola do v cio e do crime que um dos primeiros deveres do Governo da Rep blica formar cidad os teis Na o BRASIL 1909 Para Kuenzer 1991 a cria o dessas escolas n o pode ser relacionada diretamente com a necessidade de m o de obra qualificada haja vista o car ter incipiente do desenvolvimento industrial da poca marcado pela extrema desigualdade e circunscrito especialmente a S o Paulo Na vis o da autora a cria o dessas escolas teve como objetivo a qualifica o de artes os n o de profissionais da ind stria sendo pois destinadas aos desvalidos da sorte representando mais
408. sidade de forma o de docentes para os cursos de aprendizagem e a press o de alunos e ex alunos de cursos t cnicos existentes pelo reconhecimento da forma o visando assegurar privil gios ocupacionais O ensino industrial dividido em dois ciclos teve o 1 Ciclo descaracterizado como profissionalizante Nessa etapa os estudantes cursavam o gin sio nico tendo acesso educa o geral iniciando se em reas vocacionais apenas no ciclo seguinte A especializa o ocorria em ramos diversos do 2 Ciclo da escola m dia passando a profissionaliza o a ser identificada com o ensino secund rio CUNHA 2005 Em meio s iniciativas da rea de profissionaliza o Carvalho 2003 refor a que a l gica a partir de 1964 no contexto da moderniza o do pa s foi investir na prepara o de recursos humanos para serem absorvidos pelo mercado de trabalho a fim de trazer benef cios econ micos para a sociedade Com isso justificou se o investimento de recursos financeiros na educa o e se adotou os pressupostos da tecnologia educacional e da teoria de sistema tendo em vista o alcance da produtividade educacional Com a edi o da LDB n 5 692 1971 promulgada num momento em que o Brasil buscava participar da economia internacional o foco do sistema educacional passou a ser preparar recursos humanos para o mercado de trabalho desencadeando a generaliza o da profissionaliza o no Ensino de 2 Grau Assim a profissionaliza o uni
409. sino FIEP Federa o Interestadual das Escolas Particulares FUNDESB Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica e de Valoriza o dos Profissionais da Educa o Fundep Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional e Qualifica o do Trabalhador FINEP Financiadora de Estudos e Projetos FUNETEC Funda o de Educa o Tecnol gica GF Grupo focal IFPB Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Para ba INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira IPI Imposto sobre Produtos Industrializados IR Imposto de Renda LBA Legi o Brasileira de Assist ncia LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional MCT Minist rio da Ci ncia e Tecnologia MEC Minist rio de Educa o MICT Minist rio da Ind stria Com rcio e Turismo Minter Mestrado interinstitucional MCT CNPq Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico MP3 M dia Player 3 MTb Minist rio do Trabalho OCDE Organiza o para Coopera o e Desenvolvimento Econ mico PBQP Programa de Apoio Capacita o Tecnol gica da Ind stria PCNEM Par metros Curriculares Nacionais do Ensino M dio PDI Projeto de Desenvolvimento Institucional Pisa Programa Internacional de Avalia o de Alunos PL Projeto de Lei PNE Plano Nacional de Educa o PROEP Programa de Expans o da Educa o Profissional
410. sitos imediatos perspectiva pragm tica mas comprometida em sua intencionalidade Dito de outra forma compreendemos que os saberes docentes s o plurais Se isolados ou em di logo apenas com os saberes disciplinares os saberes da experi ncia s o fr geis e sem consist ncia pol tico pedag gica te rico pr tica epistemol gica dentre outras Resulta pois em uma pr tica pedag gica que tende a ser descolada de uma intencionalidade educativa cr tica escolhas valores compromissos ticos LIB NEO 2005 aspecto fundamental de todo processo educativo que o bom senso do professor por si s n o capaz de alcan ar Diante das considera es sobre a resist ncia dos professores ao trabalho das pedagogas podemos compreender que v rias quest es dificultaram a rela o docente equipe pedag gica resultando no distanciamento de professores das iniciativas do Setor nomeadamente as voltadas para a proposta do EMI Entretanto as pedagogas com diferentes tempos de exerc cio na fun o afirmaram ter percebido um maior reconhecimento de seu Forma o Profissional incluindo os das Ci ncias da educa o articulado aos saberes pedag gicos doutrinas pedag gicas conjunto de saberes transmitidos pelas institui es de forma o de professores destinados forma o cient fica ou erudita dos professores Disciplinares contempla os diversos campos do conhecimento Curriculares discursos objetivos conte dos e
411. sores da rea t cnica cinco vieram transferidos de outros Institutos ex CEFET s e cinco destacaram possuir experi ncia anterior na doc ncia em institui es de ensino privadas ou cursinhos lecionando disciplinas como F sica e Matem tica Ainda que a maioria dos docentes da rea profissional de Eletrot cnica e de Mec nica n o tivesse experi ncia anterior na doc ncia ou cursos de licenciatura identificamos casos de professores que passaram a se identificar com o ensino n o apresentando interesse em atuar como engenheiros como destacado a seguir Antes de terminar meu curso de Engenharia Mec nica em 1990 eu j tinha meio que predestinado que seguiria para uma carreira acad mica porque eu participava de grupos de pesquisa tinha envolvimento com alguns professores j em n vel de pesquisa Terminei meu curso passei seis meses atuando como engenheiro e realmente n o me identifiquei Retornei para fazer o Mestrado ingressei no Mestrado e dois anos depois eu entrei aqui na antiga Escola T cnica Federal Os seis meses de trabalho que eu tive na 138 ind stria me mostraram claramente que eu preferia lecionar Eu gosto de dar aula eu gosto de estar em sala de aula Antes eu n o tinha experi ncia diretamente dando aula para turma mas sempre auxiliando ajudando estudando junto com colegas eu sempre me sobressai nesse ponto Professor de Mec nica n 03 A julgar por seu depoimento poss vel compreender que o pr
412. sores em modelos tipo de docentes iniciantes e de final de carreira o que nos remete aos estudos sobre os ciclos de vida dos professores realizados por Huberman 1995 apoiado em estudos cl ssicos sobre a carreira docente importante considerar com Huberman 1995 que a literatura emp rica nessa rea ainda fragment ria e embrion ria sendo percebida a exist ncia de transi es entre fases de desenvolvimento da carreira docente segundo uma refer ncia n o linear ou monol tica ou mesmo sequenciada de etapas porque todos os professores passariam As etapas em que seus estudos se basearam foram sete entrada na carreira sobreviv ncia e descoberta fase de estabiliza o comprometimento definitivo fase de diversifica o das experi ncias pessoais p r se em quest o balan o da vida profissional serenidade e distanciamento afetivo menos vulnerabilidade avalia o dos outros conservantismo e lamenta es resist ncia a inova es e nostalgia do passado desinvestimento recuo e interioriza o do final de carreira Quando os professores entrevistados defenderam que haveria uma diferen a nas atitudes dos docentes em fun o do tempo de exerc cio na profiss o sua compreens o foi constru da a partir da sobredetermina o de um tipo de fator explica es maturacionais psicol gicas culturais sociais ou f sicas sobre os demais Para uma an lise cuidadosa seria necess rio considerar os contextos em que o
413. sou a atuar mais efetivamente no apoio aos processos pedag gicos desenvolvidos em outros campi reduzindo as iniciativas de apoio t cnico pedag gico aos docentes As a es desenvolvidas pela COPED em termos de reuni es e encontros passaram a ser espor dicas e contavam com uma participa o variada e descont nua de professores O apoio t cnico pedag gico aos professores e o acompanhamento do desenvolvimento da proposta do EMI eram fr geis Uma das principais dificuldades resultantes do processo de ifetiza o e expans o do IFPB foi o comprometimento do apoio pedag gico aos cursos e aos seus professores que se sentiram a deriva em especial num processo inicial de desenvolvimento de uma proposta t o complexa como o EMI O agravante foram as constantes altera es na composi o do corpo docente envolvido com tais cursos dadas as transfer ncias t rmino de contratos tempor rios e da inexist ncia de uma equipe de professores especialmente dedicada aos cursos integrados em an lise 235 No que se refere ao texto dos projetos dos cursos identificamos alguns fundamentos da educa o polit cnica bem situados e referendados em autores da rea a saber trabalho como principio educativo reconhecimento da dimens o hist rica e ontol gica do trabalho e educa o a organiza o segundo os eixos trabalho ci ncia tecnologia e cultura dom nio dos fundamentos cient ficos e tecnol gicos sob os quais se assentam a pro
414. specialmente Transpostos para a nova carreira criada os docentes dos Institutos Federais passaram a denominar se Professor do Ensino B sico T cnico e Tecnol gico sendo previsto no Art n 111 da Lei n 11 784 2008 como suas atribui es espec ficas em observ ncia aos requisitos de qualifica o e compet ncias I as relacionadas ao ensino pesquisa e extens o no mbito predominantemente das Institui es Federais de Ensino e II as inerentes ao exerc cio de dire o assessoramento chefia coordena o e assist ncia na pr pria institui o al m de outras previstas na legisla o vigente BRASIL 2008 Segundo a referida Lei a exig ncia em termos de titula o para o ingresso no cargo de Professor do Ensino B sico T cnico e Tecnol gico possuir habilita o espec fica obtida em licenciatura plena ou habilita o legal equivalente Para o cargo de Professor Titular do Ensino B sico T cnico e Tecnol gico exigido o t tulo de doutor ou de Livre Docente Tais exig ncias representam um avan o carecendo de um investimento em termos de pol ticas de forma o docente que contemplem tal requisito Considerando o Plano Nacional de Educa o PNE 2001 2010 Lei n 10 172 2001 Gracindo 2008 destacou que o item sobre a Forma o dos Professores e Valoriza o do Magist rio trouxe refer ncias forma o de pessoal para diferentes modalidades da Educa o B sica Educa o Infant
415. ssa dificuldade de entendimento mesmo porque a mesma Institui o Sou a mesma pessoa porque eu dou aula para o Ensino M dio daqui a pouco eu vou para o superior dif cil eu desligar um bot o ligar outro Professora de Geografia n 07 Pelos depoimentos destacados poss vel compreender que as condi es de trabalho dos professores assoberbados de aulas e envolvidos com turmas com perfis profissionais t o diversos se constitu ram um obst culo ao bom desenvolvimento dos cursos t cnicos integrados Segundo eles tal situa o prejudicou o planejamento e o desenvolvimento de um trabalho voltado para as especificidades dos perfis de forma o de cada curso turma em quest o De forma similar os professores da Forma o Profissional de Eletrot cnica se sentiram sobrecarregados diante de tantas demandas impostas ao ent o Instituto Federal e travaram uma discuss o interessante sobre a quest o Na sess o de grupo focal essa dificuldade foi destacada Veja que aqui n s professores temos diversos n veis de ensino ensino t cnico integrado subsequente superior Professor de Eletrot cnica n 07 Tomando o turno PROEJA diversos times ent o a gente tem que fazer gin stica Voc tem que saber sair de uma sala de aula do PROEJA ent o vai pro ensino superior Professor de Eletrot cnica n 01 Esses v rios n veis de ensino dentro do Instituto eu acho que tem que ter
416. ssariamente que o trabalho pedag gico se desenvolva de forma integrada uma vez que n o implica que esteja havendo a articula o dos conhecimentos da Forma o Geral com os da Forma o Profissional a partir dos eixos do trabalho da ci ncia e da cultura A julgar pelo depoimento anteriormente citado com a interface a inten o que prevaleceu foi a do ajuste de cargas hor rias evitando se cursos muito longos e acomodando os conte dos da Forma o Geral e Profissional em disputa em um mesmo turno Entretanto trazemos a contribui o da pedagoga ex chefe da Ger ncia Educacional do Ensino B sico e T cnico que acompanhou de forma mais efetiva este processo com outro destaque sobre a quest o A matriz curricular mesmo a de Eletrot cnica na constru o a gente j tentou garantir uma integra o que tivesse interface por exemplo F sica e Eletricidade B sica Essas duas reas de conhecimento est o sobrepostas uma n o anula a outra e tamb m n o h a necessidade de um trabalho aqui com F sica e aqui com Eletricidade Ent o essa carga hor ria aqui j foi integrada Se de eu trabalhar 180 h com as duas eu trabalho 90 porque eu trabalho integrando as duas Nesse processo a professora de Eletricidade B sica tem mais condi es de trabalhar o conhecimento integrado ent o n o h a necessidade de trabalhar dois professores Nesse caso a a engenheira no caso trabalhou bem a F sica porque ela trabalh
417. sso retorno ao campo emp rico no primeiro semestre de 2011 ocasi o em que realizamos as entrevistas com os professores que atuaram no EMI de Eletrot cnica e de Mec nica no IFPB Campus Jo o Pessoa entre 2009 e 20114 contabilizamos 52 professores da Forma o Geral e 30 professores da rea t cnica envolvidos com a proposta importante que se destaque que estes docentes n o se dedicavam exclusivamente a um curso podendo assumir aulas em disciplinas diferentes e na maioria das vezes em cursos e modalidades diversas Havia pouca varia o no quadro de professores da rea de Eletrot cnica e de Mec nica que atuavam nos cursos integrados Em geral s havia altera es quando da contrata o de novos professores efetivos ou substitutos especialmente ou no caso de afastamento de docentes para realiza o de cursos de mestrado ou doutorado A maioria dos professores da rea profissional atuava apenas no curso t cnico de n vel m dio da coordena o em que eram lotados variando o seu formato integrado ou subsequente Entretanto de forma cumulativa identificamos que alguns professores com titula o mais elevada tamb m eram chamados a atuar nos cursos superiores da Institui o Engenharia El trica e Automa o Industrial que guardavam correspond ncia com as reas de Eletrot cnica e de Mec nica respectivamente Apesar de contarem com uma coordena o pr pria esses cursos superiores por terem sido criados recentemente
418. ssores que chegaram Institui o depois de 2006 Depois desse momento as reuni es se voltaram especialmente para uma dimens o da proposta do EMI a pedag gico curricular com nfase nas pr ticas integradoras Consideramos que al m do pouco investimento por parte da COPED em atividades de estudos discuss es e acompanhamento do desenvolvimento dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica o tipo de rela o constru da junto aos docentes se constitu ram em elementos que dificultaram a sua viv ncia nos termos originalmente definidos na proposta Entendemos que tal rela o deve ser objeto de discuss o no Instituto redefinida no mbito da defini o de uma pol tica de apoio t cnico pedag gico aos docentes e aos cursos integrados considerando sua natureza objetivos e princ pios norteadores H pois que se desconstruir e redefinir a articula o da COPED com os docentes e nesse contexto discutir a especificidade do seu trabalho em uma Institui o de EPT Com isto contribuir no sentido de se rever posturas e concep es de ambas as partes Tal processo implica numa discuss o envolvendo pedagogos e professores a fim de serem definidos princ pios balizadores do trabalho do Setor visando constru o e consolida o de uma rela o de coopera o e aprendizagem m tua Nesses termos h que tamb m se investir e consolidar uma pol tica institucional voltada para a forma o continuada e o ap
419. stamento de muitos professores de iniciativas desse Setor Outrossim a organiza o de encontros de estudo planejamento acompanhamento e avalia o dos cursos integrados e de seus professores foram pouco fregiientes n o contribuindo para a melhoria da qualidade do trabalho pedag gico por eles realizado Dito de outra forma o processo de elabora o e sistematiza o da proposta do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica se deu em curto espa o de tempo tendo os cursos se iniciado em 2006 em meio inexist ncia de um trabalho efetivo de planejamento junto aos professores poca Careciam pois de marcos te ricos e regulat rios claros e de uma estrutura did tico pedag gica mais consistente Tais situa es comprometeram sobremaneira o desenvolvimento da proposta do EMI no cotidiano da Institui o sobretudo se considerarmos que o acompanhamento e o apoio pedag gico da COPED aos professores n o foi dinamizado 187 ao longo da viv ncia dos cursos Os primeiros encontros envolvendo os professores das diversas reas Geral e Profissional voltados para discuss es e planejamentos relativos ao EMI ocorreram dois anos ap s a implanta o dos cursos no IFPB Campus Jo o Pessoa Apenas em 2008 se iniciaram os momentos de planejamento integrando professores das diversas reas envolvidos com a proposta de EMI em andamento nos seguintes termos Em 2008 n s j iniciamos com o planejamento integrado n o ma
420. ta de integra o em discuss o representasse a volta do curso t cnico integrado existente na Institui o anteriormente edi o do Decreto n 2 208 1997 Segundo seu entendimento a ideia inicial que prevaleceu na Institui o foi a de que a proposta de integra o defendida pelo novo Decreto n 5 154 2004 possibilitaria a supera o do trauma da separa o entre a Forma o Geral e a Forma o Profissional trazida pelo Decreto anterior como assinalado a seguir A volta do integrado era um desejo quase que un nime da comunidade docente e tamb m dos t cnicos em educa o por uma quest o principalmente pol tica e educacional forma o dos estudantes O Decreto 2 208 que havia mudado a estrutura da Escola foi muito traum tico A forma como ele veio de repente e o nosso gestor maior da poca aderiu quase que de primeira a esse modelo Porque foi prometido a quest o de recursos a quem primeiro aderisse E a coisa foi feita muito s pressas E n s n o entend amos bem o modelo as quest es pol ticas Nem todos perceberam no primeiro momento O Sindicato eu lembro tentou abrir os olhos da comunidade alertando do perigo desse desligamento do ensino profissional do ensino proped utico a quest o de formar para o mercado com mais rapidez Nossa fun o essa mas n o assim de forma t o acintosa A Escola n o foi preparada para isso assim de formar m o de obra para o que o mercado especificamente estives
421. ta do Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio em an lise antecipa a forma o profissional com o objetivo de de forma integrada garantir uma s lida forma o geral ao estudante e sua profissionaliza o Nesse sentido a Forma o Geral se d em meio ao processo de profissionaliza o sob novas bases O EMI tem se mostrado uma necessidade imposta pela realidade conjunturalmente adversa em que os jovens se veem premidos pela necessidade de concluir seus estudos Educa o B sica e se iniciar precocemente no mundo do trabalho dada a sua condi o social Entretanto Ramos 2010 compreende que tal proposta n o deve ser tratada apenas como uma mera integra o dos curr culos do Ensino M dio e do Curso T cnico Para a pesquisadora se constitui uma obriga o tica e pol tica a garantia de que esta forma o se d sob novas condi es uma base unit ria de forma o geral Nesse sentido acrescenta que os jovens e adultos trabalhadores devem ser reconhecidos como sujeitos Isso implica uma forma o cient fica e tico pol tica s lida e que proporcione a apropria o t cnica e tecnol gica dos processos produtivos modernos nas suas configura es e tend ncias gerais mas tamb m nas suas especificidades setoriais a partir das quais se conformam as diversas 12 profiss es as quais poder o ser inseridas nos projetos de vida desses sujeitos como meio de produ o de sua exist nci
422. taria n 646 que regulamentou o Decreto 2 208 1997 definiu que caberia s Institui es Federais de Educa o Tecnol gica quando autorizadas desenvolverem esses programas especiais Nesse mesmo ano com a edi o do Decreto n 2 406 que regulamentou a Lei n 8 948 1994 os Centros de Educa o Tecnol gica concebidos como institui es especializadas de Educa o Profissional passaram a poder ministrar n o apenas programas especiais de forma o pedag gica para as disciplinas de educa o cient fica e tecnol gica mas tamb m cursos de forma o de professores e especialistas Em 1997 a Resolu o n 02 do Conselho Pleno CP do Conselho Nacional de Educa o CNE disp s sobre os programas especiais de forma o pedag gica de docentes Com 540 horas de carga hor ria total sendo 300h no m nimo de parte pr tica tais programas visaram o suprimento de professores habilitados para lecionar as disciplinas profissionalizantes do Ensino M dio O Programa pautou se numa perspectiva ampla de forma o dos docentes a partir da integra o de conhecimentos e habilidades mediante a articula o dos n cleos contextual estrutural e integrador a saber 5 A COAGRI tratou especificamente da forma o do professor do Ensino Agr cola a partir da oferta de cursos de atualiza o e na elabora o de material instrucional para professores das disciplinas t cnicas desses cursos 123 a N cleo Contextual visando comp
423. tas como o desconhecimento da proposta a falta de apoio pedag gico cont nuo e sistem tico e o sentimento de despreparo dos docentes Mereceu destaque a falta de condi es para a realiza o do trabalho docente nos moldes definidos na proposta de EMI em meio sobrecarga de trabalho com um n mero elevado de turmas de cursos em suas modalidades e n veis comprometendo iniciativas na rea de pesquisa e extens o a es relacionadas ao apoio e organiza o do ensino e demais atividades complementares previstas no Instituto As nossas conclus es remetem s dificuldades de natureza pol tica organizacional pedag gica e conceitual que enfrentaram os professores para desenvolver a proposta do EMI especialmente no momento em que a Institui o se mostrou bastante fragilizada diante das 236 constantes reformas educativas implementadas na Rede Federal desde os anos de 1990 e acentuada recentemente com o programa de expans o e da constru o de sua nova institucionalidade A indefini o de sua identidade como Instituto Federal tem deixado o IFPB vulner vel aos chamados do MEC e com isso se tornado alvo frequente de suas variadas experi ncias e iniciativas Ao assumir programas e projetos diversos que lhes foram encaminhados nos ltimos anos a Institui o imp s a seus professores e equipe pedag gica uma diversidade de demandas e desafios para os quais n o se sentiam necessariamente comprometidos e em condi
424. te ideia de que caberia Forma o Geral e Forma o Profissional cumprirem ao mesmo tempo as finalidades educativas previstas em suas respectivas reas Tal abordagem se mostra similar a utilizada nos cursos oferecidos no formato concomitante diferindo apenas pelo fato do curso integrado prever matr cula nica No que se refere ao panorama legal dos projetos dos cursos integrados em discuss o ambos est o ancorados na LDB e no Decreto n 5 154 2004 e preveem o tratamento integrado de todos os componentes curriculares e com isso a supera o do enfoque tradicional de Forma o Profissional como prepara o para execu o de um determinado conjunto de tarefas CEFET PB COELT 2006 p 6 CEFET PB COMEC 2006 p 6 A organiza o do curr culo prevista nos projetos de curso integrados trata quest es relativas dura o dos cursos trazendo a Resolu o n 01 2005 que em seu Art 5 orienta as institui es sobre os m nimos exigidos para os cursos de Educa o Profissional T cnica de n vel m dio integrado ao Ensino M dio variando de acordo com a habilita o pretendida Respaldando se na Constitui o Federal de 1988 e na LDB os projetos partem do entendimento da educa o como direito ressaltando se a import ncia necessidade da prepara o para o trabalho e para a cidadania aspectos considerados fundamentais para a proposta de integra o Eis alguns de seus fundamentos 148 Na composi o d
425. te quem muda as circunst ncias e muda a si mesmo Atrav s desse fundamento humano comum coincidem a mudan a das circunst ncias e a mudan a do pr prio homem Mas essa coincid ncia s pode ser entendida diz Marx como pr tica revolucion ria Na transforma o pr tico revolucion ria das rela es sociais o homem modifica as circunst ncias e afirma seu dom nio sobre elas isto sua capacidade de responder a seu condicionamento ao abolir as circunst ncias que o condicionavam Mas essa unidade entre circunst ncias e atividade humana ou entre transforma o das primeiras e autotransforma o do homem semente se realiza em e pela pr tica revolucion ria V ZQUEZ 2007 p 149 Segundo V zquez 2007 o trabalho est inserido no contexto da categoria pr xis considerada mais ampla compreendida como a a o real consciente e objetiva sobre a realidade Como tal existe de forma independente do sujeito Nesse contexto como pr xis produtiva o trabalho uma das formas da pr xis sendo identificada pelo autor como fundamental pois na medida em que o homem age sobre a natureza ele se transforma a si mesmo No processo de trabalho o homem valendo se dos instrumentos ou meios adequados transforma um objeto com rela o a um fim Na medida em que materializa certo fim ou projeto ele se objetiva de certo modo em seu produto V ZQUEZ 2007 Identificada como a atividade subjetiva do homem sobre a nature
426. tem o m rito de trazer baila a compreens o de que a educa o no contexto capitalista apresenta seus limites em termos de alcance do pleno desenvolvimento humano e resgata como etapa de transi o para a educa o socialista a defesa dos prop sitos da educa o polit cnica reiterando seu compromisso com os reais interesses da classe trabalhadora e por isso engajada com os ideais de emancipa o humana e a transforma o social No mbito de nosso trabalho que visa discutir se o Ensino M dio Integrado favorece a forma o polit cnica consideramos a politecnia uma etapa fundamental no desenvolvimento de uma proposta de educa o que tem como horizonte a forma o omnilateral do sujeito humano s poss vel em um outro tipo de sociedade pautada no conjunto da pr xis humana livre Como etapa de transi o a educa o polit cnica se afirma em seus prop sitos emancipat rios para al m de uma mera perspectiva de inova o pedag gica e curricular Coloca se pois como uma op o pol tica comprometida com a emancipa o social que tem como horizonte o desenvolvimento omnilaterial do homem Tecidas essas considera es iremos nos deter em outras contribui es para o enriquecimento da proposta de educa o comprometida com a classe oper ria com destaque proposta da escola unit ria de Gramsci desenvolvida a partir da discuss o sobre a organiza o do sistema escolar italiano e sua crise Gramsci na discuss o q
427. tificamos que as quest es de ordem pr tica e objetiva prevaleceram como alvo de interesse de boa parte dos professores A pedagoga chefe do DAE situou que os mesmos preferiam que o Setor Pedag gico se utilizasse de abordagem mais instrumental como percebido a seguir a gente tem professores que se disp em a fazer t m interesse mas tamb m tem aquela coisa Na pedagogia voc s deviam dizer como que a gente faz A quest o da receita Diga a primeiro eu fa o isso depois N o professor na verdade a gente vai construir isso junto ningu m vai chegar e dizendo Fa a assim que d certo A gente vai estar aqui discutindo E a pedagogia tem essa perspectiva de estar assessorando mas essa constru o coletiva Pedagoga e Chefe do DAE n 01 164 Identificamos que boa parte dos professores reagia s iniciativas da Pedagogia que giravam em torno de discuss es de fundo te rico conforme percebido nos coment rios a seguir como toda reuni o que feita nem sempre todos v o mas s vezes vai um n mero consider vel Normalmente v o mais professores de Forma o Geral Acho que aquela vis o extremamente utilit ria ou utilitarista dos professores de forma o espec fica de Engenharia e tudo o mais que acham que s o discuss es que n o levam a nada Ent o muitos n o querem participar ou s vezes quando aparecem l Ah a gente sempre discute isso mas nun
428. tiva e pr xis humano social como um todo A produ o n o material do homem envolve dom nios de conhecimentos que permitem a ele agir consciente e teleologicamente sobre o mundo o caso da cultura da ci ncia e da tecnologia que com o trabalho s o fundamentais para sua exist ncia e desenvolvimento A partir dessa compreens o a proposta de Ensino M dio Integrado considera o trabalho a ci ncia a tecnologia e a cultura os eixos desse projeto unit rio que devem ser tratados pedagogicamente como processos hist ricos e situados A ci ncia como um dos eixos b sicos da proposta de EMI deve ser trabalhada em sua historicidade pois segundo Ramos 2010 p 50 a ci ncia conforma conceitos e m todos cuja objetividade permite a transmiss o para diferentes gera es ao mesmo tempo em que podem ser questionados e superados historicamente no movimento permanente de 75 novos conhecimentos Dessa forma compreendida a ci ncia deve ser incorporada no curr culo segundo uma abordagem n o dogm tica entendendo a como uma constru o social e por isto hist rica e situada que responde a necessidades humanas em um processo dial tico de afirma o e nega o O EMI deve ser concebido em sua rela o com a vida e tamb m com o mundo do trabalho visto que este parte integrante da vida e da exist ncia dos homens FRIGOTTO 2004 O trabalho como pr xis produtiva est fortemente vinculado ci ncia e tecn
429. to Federal do Acre Instituto Federal de Alagoas Instituto Federal do Amap Instituto Federal do Amazonas Instituto Federal da Bahia Instituto Federal Baiano Instituto Federal de Bras lia Instituto Federal do Cear Instituto Federal do Esp rito Santo Instituto Federal de Goi s Instituto Federal Goiano Instituto Federal do Maranh o Instituto Federal de Minas Gerais do Norte de Minas Gerais do Sudeste de Minas Gerais do Sul de Minas Gerais do Tri ngulo Mineiro de Mato Grosso Instituto Federal de Mato Grosso do Sul Instituto Federal do Par Instituto Federal da Para ba Instituto Federal de Pernambuco Instituto Federal do Sert o Pernambucano Instituto Federal do Piau Instituto Federal do Paran Instituto Federal do Rio de Janeiro Instituto Federal Fluminense Instituto Federal do Rio Grande do Norte Instituto Federal do Rio Grande do Sul Instituto Federal Farroupilha Instituto Federal Sul rio grandenses de Rond nia Instituto Federal de Roraima Instituto Federal de Santa Catarina Instituto Federal Catarinense Instituto Federal de S o Paulo Instituto Federal de Sergipe e Instituto Federal do Tocantins 94 expans o da educa o profissional e tecnol gica integra se agenda p blica que prev a presen a do Estado na consolida o de pol ticas educacionais no campo da escolariza o e da profissionaliza o Assume portanto o ide rio da educa o como direito e da afirma o de um projeto societ
430. toca aos procedimentos e t cnicas da sua rea de atua o CEFET PB COELT 2006 p 25 De forma semelhante na rea de Mec nica se partiu do perfil definido no projeto do curso t cnico subsequente e foram aproveitados todos os itens elencados incorporando os como v lidos para o projeto de EMI O fato de todos esses itens serem retirados das compet ncias gerais da rea de Ind stria definidas pela Resolu o CNE CEB n 04 1999 nos chamou aten o Das treze compet ncias da rea previstas na Resolu o onze delas foram acolhidas na ntegra como pertinentes para compor o perfil de compet ncias gerais do curso t cnico integral na rea de Mec nica Tal procedimento nos leva a questionar se as compet ncias elencadas na referida Resolu o seriam t o apropriadas para a nova realidade dos cursos t cnicos uma vez que a aus ncia de qualquer adapta o dos mesmos forma integrada ao Ensino M dio pode representar a mera transcri o de itens para o novo projeto sem o devido comprometimento dos docentes e gestores envolvidos no processo com o desenvolvimento de um perfil de forma o integral dos estudantes Dito de outra forma o fato de a rea de Eletrot cnica ter elaborado um perfil de compet ncias gerais para o curso subsequente e incorpor las com pequenas altera es na proposta do integrado nos permite inferir que houve o debru ar se sobre o tema e algum n vel de discuss o e delibera o pelos professores pa
431. tomamos questionamentos sobre as prioridades e os impactos do processo de ifetiza o e expans o sobre a implanta o e consolida o do EMI no Instituto 2 Estrutura e organiza o do trabalho A nossa tese foi estruturada em sete cap tulos Na introdu o contextualizamos algumas discuss es iniciais para situar o nosso problema de pesquisa e apresentamos o percurso metodol gico trilhado No cap tulo II intitulado O Ensino M dio Integrado Educa o Profissional T cnica de n vel m dio elementos hist ricos e panorama legal discutimos os fundamentos da rela o trabalho e educa o e tra amos um percurso hist rico da profissionaliza o do Ensino M dio no Brasil at a Reforma da EPT com o Decreto n 5 154 2004 No cap tulo III denominado O Ensino M dio Integrado e seus fundamentos nos detemos sobre os princ pios da forma o unit ria e multilaterial do indiv duo e sua rela o com o Ensino M dio Integrado No cap tulo IV temos a caracteriza o da Institui o campo de pesquisa da Coordena o Pedag gica e de seus professores que desdobrado no cap tulo V intitulado Professores da Educa o Profissional e Tecnol gica do IFPB Campus Jo o Pessoa alguns aspectos de sua profissionaliza o e forma o em que aprofundamos tais aspectos por Julgarmos importante consider los em nossas an lises No cap tulo VI A Proposta de Ensino M dio Integrado do IFPB Campus Jo o Pess
432. tores foram motivadas tanto pela sa da de docentes para assumir fun es gratificadas em outros campi quanto pela mudan a no organograma da Institui o com a extin o de cargos e cria o de outros A partir da an lise de alguns boletins de servi o do per odo de 2008 a 2011 identificamos uma rotatividade significativa no preenchimento de cargos comissionados Para situar em 2008 dos oito professores que assumiam algum cargo de gest o at a conclus o da nossa pesquisa apenas um deles permaneceu no cargo al m de uma pedagoga que continuou 175 frente do DAE A maioria passou a assumir novos cargos alguns inclusive em outras unidades do IFPB No Campus Jo o Pessoa alguns professores assumiram cargos comissionados em outras unidades resultando em altera es no corpo docente inicialmente envolvido com os cursos integrados Outra coisa a din mica da folha dos professores muito grande o cara est aqui a vai sair para assumir um outro IF ou uma UNED a j quebra A outro professor sai tamb m porque de dois portugu s que se aposentaram dois sa ram para cargos executivos no campus de Campina Grande ent o isto vai quebrando o quadro e a gente nunca chega a amadurecer projetos desenvolver ideias Professor de L ngua Portuguesa n 02 A oscila o do quadro de professores envolvidos com a proposta do Integrado tamb m foi um elemento complicador haja vista n o haver uma equipe docente pr pria
433. trot cnica n 01 Na vis o dos docentes a credibilidade do seu trabalho estaria pautada na sua capacidade de articular os conhecimentos de sua rea com a realidade do mundo do trabalho em constante evolu o da ser necess rio passarem por uma atualiza o constante Por isso defendiam que a Institui o proporcionasse situa es como visitas t cnicas parcerias e forma o continuada para os professores em empresas O reconhecimento e a valoriza o do docente da EPT nos termos anunciados pelos professores do grupo focal de Eletrot cnica se fazem perceber tamb m em uma pesquisa 141 realizada por Gomes e Marins 2004 p 273 com estudantes de um curso t cnico de pr tese dent ria do SENAC Eis o trecho que nos interessa Convidados a opinar sobre a influ ncia do docente com experi ncia atual no mercado na sua forma o profissional os alunos com viv ncia nesse mercado ressaltam a import ncia do conhecimento t cnico atualizado dom nio da pr tica di ria e capacidade de exemplificar a experi ncia profissional reconhecido o valor da experi ncia de mercado para o professor da EPT mas n o numa perspectiva linear de reprodu o na realidade escolar de situa es e pr ticas vivenciadas na empresa Deve pois ser considerada como refer ncia que pode contribuir no processo de reflex o te rico cr tica da realidade do mundo do trabalho e o desenvolvimento de uma pr tica pedag gica contextualizada O
434. trutura o do ent o Instituto Para ampliar essa discuss o trazemos a contribui o de um docente da rea de Ci ncias Humanas Ele discutiu o EMI situando o no contexto da gest o dessa proposta na Institui o marcada pela aus ncia de processos democr ticos de decis o Vejamos Ent o al m do marco institucional problem tico h uma din mica democr tica que atrapalha Isso eu acho que dificulta o processo de integra o porque nesse processo preserva se o tradicional e conta a tradi o Se voc n o consegue abrir um bom debate ela persevera e n o h integra o H continuidade de um certo projeto que em ess ncia vai primar pelo tecnicismo pela dificuldade de pensar o sujeito na sua totalidade Ou seja as nossas institui es experimentam em grande medida certos desvios tecnicistas seguindo exatamente nessa tradi o que a rea de forma o das escolas t cnicas Eu diria que os institutos s o hoje ainda institui es novas 181 com alma velha Se voc me perguntasse o que precisa fazer eu diria que n s n o dever amos mais celebrar os cem anos da Rede n s dever amos refundar a Rede uma outra coisa completamente diferente porque hoje o que n s temos isso continuidade de outras formas velhas Pode ser integrado pode ser concomitante pode ser subsequente mas isso s o varia es do que sempre houve Professor de Sociologia n 09 Para esse professor numa Institui o como o
435. tula o de especialistas da rea profissional do Curso T cnico Integrado de Eletrot cnica apenas dois iniciaram o Minter em Engenharia El trica mas desistiram em seguida sendo professores mais antigos na Institui o estando pois h muito tempo sem estudar Diferentemente os dois professores especialistas na rea de Educa o Tecnol gica um licenciado em cursos de forma o de professor para disciplinas espec ficas da rea profissional Eletricidade e outro em Matem tica com mais tempo de doc ncia na Institui o e sem uma forma o inicial em Engenharia El trica nem se interessaram pelo Minter permanecendo com a mesma titula o Em termos de mudan a de enfoque na sua forma o identificamos um professor da rea profissional de Eletrot cnica que estava realizando Mestrado em Ci ncias da Educa o sendo licenciado na rea de Eletricidade mas j possu a anteriormente a gradua o em Economia e Pedagogia demonstrando valorizar a forma o pedag gica Outro destaque na rea de Eletrot cnica foi o fato de dois professores estarem realizando doutorado sendo um na rea de Engenharia de Sistemas e um em Lingu stica sendo este ltimo um profissional identificado com a rea de Ci ncias Humanas j desenvolvendo projetos e atividades de leitura com seus alunos Nessa mesma rea havia outro professor com gradua o e mestrado em Engenharia El trica que em 1995 realizou um curso de Especializa o em T
436. u ncia e o espa amento com que as reuni es de coordena o ocorrem bem como a dificuldade de se garantir quorum nas mesmas foram fatores complicadores A partir das confirma es dos coordenadores que foram bastante receptivos e colaborativos com a pesquisa realizamos as sess es de GF contando com a participa o ativa de quase todos os professores presentes que demonstraram interesse pela tem tica e respeito pela pesquisa A primeira sess o ocorreu em 31 de mar o de 2009 com sete professores da Coordena o de Mec nica a segunda s foi poss vel em 19 de maio de 2009 com oito professores da Forma o Geral e por fim a terceira sess o se deu no dia 08 de junho de 2009 com oito professores da Coordena o de Eletrot cnica Todas as sess es foram antecedidas por uma breve explana o sobre o objetivo da pesquisa a forma de participa o na sess o e o fato da ades o ao trabalho proposto ser volunt ria conforme mencionado anteriormente GATTI 2005 A despeito de alguns professores n o estarem presentes quando se deliberou sobre a realiza o do grupo focal em reuni o da coordena o de cursos Mec nica e Eletrot cnica e 22 reas Forma o Geral houve aceita o de praticamente todos os presentes em participar do trabalho de pesquisa havendo apenas o caso de dois professores um da Forma o Geral e um da rea profissional de Mec nica que n o aderiram ao trabalho proposto por n s se retirando d
437. ue traz critica a incorpora o da l gica dual pelo sistema italiano traduzida na polariza o entre uma escola de tipo profissionalizante destinada s classes instrumentais voltada para interesses pr ticos imediatos da ind stria em crescente desenvolvimento e a escola cl ssica voltada para as classes dominantes e aos intelectuais identificada como escola desinteressada Segundo Nosella 2004 a problem tica trazida por Gramsci acerca da escola desinteressada interessada est relacionada discuss o se a mesma deve informar ou 68 formar Gramsci avan a no sentido da unitariedade evitando a l gica de pares opostos e superando a pretensa pol mica entre instru o conte do e forma o m todo ou forma com a defesa da organicidade entre escola e sociedade Entretanto por Gramsci compreender que isto n o poss vel enquanto o Estado representar os segmentos sociais mais retr grados ele defende como alternativa nesse contexto que o professor consciente da dicotomia entre o curr culo escolar e a realidade objetiva de seus alunos dito de outra forma da contraposi o cultural entre o universo escolar e o universo social de seus alunos fa a a didaticamente a ruptura necess ria n o se submetendo a esquemas cartoriais de uma escola ret rica e sem seriedade Para isto entende que o mesmo seja pedagogicamente orientado por um outro Estado em sua vis o o Partido mais avan ado compreendido como
438. uipamentos pessoal docente e t cnicos certifica o e diplomas Em termos de estrutura o diferencial foi o fato de o projeto pedag gico dos cursos integrados acrescentarem como novos itens o marco legal processo de constru o do projeto e marco te rico trazendo refer ncias importantes para o entendimento e desenvolvimento das propostas Primeiramente nos voltando para o projeto do Curso T cnico Subsequente de Eletrot cnica identificamos que a justificativa elaborada com foco na explica o da op o da Institui o pela oferta de um curso nessa rea foi baseada em dados relativos aos est gios realizados pelos estudantes do CEFET PB no per odo de 1999 a 2001 Tal justificativa foi transferida para o projeto do Integrado sem qualquer altera o em seu teor nem mesmo a atualiza o dos dados apresentados importante ressaltar que a mera transfer ncia da justificativa anunciada no projeto do curso t cnico subsequente para a proposta do integrado se torna especialmente inapropriada por compreendermos que se tratam de cursos n o apenas de formatos diferentes mas ancorados em perfis e perspectivas de forma o que se contrap em A fim de for ar a coer ncia da justificativa transposta do projeto do curso t cnico subsequente para o integrado este item foi alterado para justificativa demanda de mercado da habilita o Eletrot cnica uma vez que nesse item o foco foi apenas a forma o p
439. um objetivo de qualidade Acho que descaracteriza porque eu vou ter que Eu n o sei at que ponto isso torna eficiente a Institui o Eu acho que deveria focar vamos ter um ensino t cnico de qualidade Consideramos condi es de trabalho o conjunto de recursos que possibilita uma melhor realiza o do trabalho educativo e que envolve tanto a infraestrutura das escolas os materiais did ticos dispon veis quanto os servi os de apoio aos educadores e escola KUENZER e CALDAS 2009 p 32 183 como sempre foi Ora ent o se proponha vamos dar um curso superior vamos dar um t cnico de qualidade um superior de qualidade uma p s gradua o de qualidade e se restrinja a 2 ou 3 no m ximo Professor de Eletrot cnica n 06 Nessa discuss o percebemos que os professores se sentiam pressionados em atuar em diferentes cursos e modalidades sem contar com a contrapartida da Institui o em termos apoio pedag gico e demais condi es de trabalho Um dos professores se ressentiu do n mero de cursos em diferentes n veis e modalidades que a Institui o passou a assumir com a ifetiza o por considerar como o professor de Eletrot cnica a que nos referimos em outro momento que tal processo a descaracterizou Em sua fala o docente defendeu ser necess rio reduzir a variedade de cursos que o IFPB oferece sob pena de comprometer a qualidade da forma o que desenvolve e o reconhecimento social alcan ado com
440. uma iniciativa pol tica que de desenvolvimento urbano e s cio econ mico O objetivo de tais escolas era a forma o de oper rios e contramestres mediante cursos pr ticos e de conhecimentos t cnicos destinados a menores em oficinas de trabalhos manuais ou mec nicos onde funcionassem essas escolas Segundo Manfredi 2002 no in cio do s culo XX o pa s era marcado por uma incipiente organiza o fabril dotada de uma tecnologia menos sofisticada de produ o que prescindia de trabalhadores com grande dom nio t cnico Nesse est gio era suficiente a corriqueira aprendizagem no ch o de f brica mediada por companheiros de trabalho 40 S mais tarde quando as demandas t cnicas se tornaram prementes houve a preocupa o com a sistematiza o da forma o dos trabalhadores Entretanto importante salientar que ocorreram diferentes iniciativas no mbito da forma o profissional N o s o Estado implementou uma pol tica de educa o para o trabalhador mas os trabalhadores come aram a se organizar e tamb m a iniciativa privada e confessional representada pelos padres salesianos Percebe se pois que diferentes pr ticas e concep es de Educa o Profissional conviveram na Primeira Rep blica per odo marcado por grandes transforma es e ebuli o social como destaca Manfredi 2002 p 94 ao lado da concep o assistencialista e compensat ria surgiram a concep o cat lico humanista orienta
441. us Jo o Pessoa 99 4 3 Caracteriza o dos professores do Ensino M dio Integrado ao Ensino T cnico de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa irerserenee 104 5 PROFESSORES DA EDUCA O PROFISSIONAL E TECNOL GICA DO IFPB CAMPUS JO O PESSOA ALGUNS ASPECTOS DE SUA PROFISSIONALIZA O E FORMA O eee 116 5 1 Professores da Educa o Profissional e Tecnol gica um pouco de sua Hist ria uan PAREDE RO RES RSRS RR RARO ER A E A A E RE A 116 5 2 Professores da Forma o Geral do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa aspectos gerais de sua profissionaliza o e inser o na Educa o Profissional e DOCNDIGEICA masane dade a a ED CE Ad a E e E 132 5 3 Professores da rea t cnica do EMI de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa aspectos gerais de sua profissionaliza o e inser o na Educa o Profissional e DECnBIGO CA ac a a ando RG E E o o AR a a 138 6 A PROPOSTA DE ENSINO M DIO INTEGRADO DO IFPB CAMPUS JO O PESSOA susapas oiee ta sos ataaa ipa Ta DE A A A A a A R dad aa a AU 144 6 1 Os projetos pedag gicos do Ensino M dio Integrado de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa fundamentos e desenho curricular ei 144 6 2 A constru o da proposta do EMI do IFPB Campus Jo o Pessoa 155 7 ENSINO M DIO INTEGRADO A VIV NCIA DA PROPOSTA NO IFPB CAMPUS JO O PESSOA NA VIS O D
442. usto elevado sem qualquer preocupa o com a realidade do mundo do trabalho e os interesses dos estudantes a demanda e a motiva o dos estudantes pelo ensino superior se mantiveram n o se percebendo na maioria dos alunos o interesse pela profissionaliza o a maioria dos concluintes desses cursos acabava por n o exercer atividades compat veis com sua habilita o profissional Para Oliveira 2006 o insucesso da Lei n 5 692 1971 decorreu do fato de n o se considerar as aspira es da clientela por cursos profissionalizantes tampouco as necessidades do mercado de trabalho Outros fatores destacados pelo pesquisador foram a impossibilidade de as escolas desenvolverem um ensino de qualidade com os parcos recursos humanos e materiais dispon veis e a aus ncia de mecanismos de financiamento voltados para a adequa o dos sistemas estaduais aos termos da Lei Em 1982 com o desastre que representou a obrigatoriedade legal de todas as escolas de 2 grau profissionalizar sem muitas vezes ter estrutura f sica e de pessoal para faz lo com qualidade a Lei Federal n 7 044 1982 facultou a profissionaliza o no Ensino de 2 Grau Cunha 2005 ressalta que na realidade a iniciativa de profissionaliza o compuls ria teve como um dos seus principais prop sitos a conten o do acesso aos cursos superiores dado o n vel de insatisfa o da popula o jovem em especial das camadas m dias com o ensino de 2 grau Acreditava se que c
443. utro professor destacou a necessidade de amplia o da perspectiva de forma o dos docentes da rea t cnica n o se atendo apenas dimens o t cnica mas atitudinal Observemos a discuss o que se iniciou a partir da sua colabora o no grupo focal de Eletrot cnica comentando sobre o que ser professor da EPT ser um orientador para a vida profissional dele al m de educar A educa o dom stica que ele n o tem que ainda falta complementar que chega aqui principalmente o pessoal do Integrado muito verdinho A gente tem que complementar essa educa o quase como um pai e orient lo para o mercado de trabalho O comportamento para uma empresa como se relacionar se vestir Professor de Eletrot cnica n 05 Isso muito importante tomando o turno Porque afinal de contas o seguinte n s preparamos o profissional que vai trabalhar A ideia toda entregar ao mercado de trabalho o profissional s que o profissional n o tem s o lado t cnico Ele se referindo ao professor n 02 trabalha numa grande empresa e sabe que l exige principalmente seriedade trabalho em equipe bom comportamento limpeza organiza o Professor de Eletrot cnica n 08 Nessa perspectiva os professores destacaram que o trabalho do docente da EPT deveria avan ar para al m da atividade de natureza eminentemente t cnica alcan ando aspectos atitudinais Entretanto estes foram atrelados postura requerida no trab
444. uzida a uma preocupa o estritamente curricular Nos projetos identificamos refer ncias expl citas acerca do pensar a Institui o como um espa o de mem ria e de identidade indo ao encontro do que Ciavatta 2005 defende Entretanto a julgar pelas observa es de docentes n o houve uma participa o ampla e democr tica da comunidade escolar na defini o dos rumos do IFPB Campus Jo o Pessoa dada a decis o da Dire o em atender ao proposto pelo Decreto n 5 154 2004 antes mesmo de a comunidade ser ouvida A quest o passou a ser tratada em termos de identificar que cursos iriam aderir proposta de integra o e as medidas de articula o entre as reas para compor e desenvolver a proposta curricular De outra forma a problem tica em discuss o n o poderia ser compreendida pelos docentes nos termos estreitos de se decidir por voltar a um modelo de integrado do passado ou apenas de se definir que cursos t cnicos seriam oferecidos na forma integrada ao Ensino M dio Representava muito mais do que isto Haveria que se de discutir de forma fundamentada as implica es pol tico ideol gicas epistemol gicas filos ficas e sociais de uma proposta de integra o que nos moldes defendidos pelos estudiosos da rea Trabalho e Educa o avan aram no sentido da defesa de um Ensino M dio Integrado assumido como projeto de travessia para uma educa o polit cnica e de emancipa o pol tica social e econ mica Tal n
445. v ncia s condi es institucionais que se verificavam poca Nesse item discutimos o processo de elabora o da proposta n o nos detendo ainda sobre o seu desenvolvimento no cotidiano escolar Quando tratamos de curr culo compreendemos que n o existe uma verdadeira e nica concep o Trata se de um conceito amb guo e complexo que guarda correspond ncia com a perspectiva te rica que lhe d sustenta o Com Torres Santom 1998 compreendemos que o curr culo resultante de um processo de sele o cultural e de experi ncias julgadas necess rias a serem compartilhadas pelas novas gera es e com isso percebe se que sua concep o e desenvolvimento um verdadeiro campo de disputa Trata se pois de um c digo cultural social e ideol gico que permanentemente se reconstr i e ganha corpo em diferentes contextos de realiza o Dessa forma compreendemos o curr culo como um projeto cultural social e pol tico e por isso est ancorado em um sistema de ideias valores e atitudes que nas disputas obtiveram consenso dos grupos dominados tornando se hegem nicas PACHECO 2005 Para avan ar em nossas discuss es sobre o projeto pedag gico dos cursos integrados de Eletrot cnica e de Mec nica do IFPB Campus Jo o Pessoa nos apoiamos ainda na concep o de Moreira e Candau 2007 p 17 que entendem curr culo como as experi ncias escolares que se desdobram em torno do conhecimento em meio a rela e
446. vejamos as refer ncias postas em reuni o ocorrida em 06 de agosto de 2008 A discuss o n o referendou a elabora o do Projeto Integrador para o Curso de Eletrot cnica na rea de Educa o Ambiental o grupo enfatizou j ter iniciado a constru o de um Projeto envolvendo outros cursos com a tem tica aquecimento global reclamando da interrup o desse processo A equipe pedag gica esclareceu que o mesmo continuou a ser considerado somente no mbito da COPED uma vez que o Ensino T cnico passou um longo per odo sem Chefe de Departamento Gerente Mas sugeriram apresentar a proposta de um Anteprojeto j elaborada pela COPED com base nas perspectivas apontadas naquele primeiro momento A reuni o foi conclu da com a aceita o da sugest o de ser apresentada no dia 21 de agosto de 2008 s 8h00 na Sala de Viv ncias o Anteprojeto Aquecimento Global IFPB COPED 2008 p 01 A reuni o de Planejamento Pedag gico sob coordena o da COPED contou com a participa o de docentes da rea de Forma o Geral e Profissional de Eletrot cnica coordenador de curso e da rea de Ci ncias da Natureza Matem tica e suas Tecnologias al m do chefe da Unidade Acad mica de Ind stria Em sua pauta constava Continuidade do Planejamento Pedag gico a proposta de forma o integrada Instrumentos metodol gicos debate a partir da apresenta o do v deo Lixo gerando energia e das contribui es das reuni es anteriores p
447. versal e compuls ria para o ensino secund rio foi formalmente institu da tornando o modelo human stico cient fico em cient fico tecnol gico MANFREDI 2002 Para Cunha e G es 2002 as escolas t cnicas industriais eram reconhecidas como modelo de ensino de 2 grau profissionalizante At os anos de 1960 eram poucas mas gozavam de alto conceito pelos resultados favor veis que seus alunos obtinham nos exames vestibulares destinados a cursos superiores prestigiados Entretanto tal refer ncia de qualidade de ensino n o poderia ser atingida em grande escala como se pretendia com a profissionaliza o compuls ria Ademais tal processo implicava na diversifica o dos setores da economia n o mais ficando restrito forma o para o setor industrial Passaram a partir de ent o a envolver mais que apenas alguns milhares de alunos estendendo se a todas as escolas absorvendo mais de dois milh es de alunos Como consequ ncia deu se a precariza o da profissionaliza o no ensino de 2 45 grau Em trabalho encomendado pelo INEP MEC Cury Bedran Salgado e Azzi 1982 apud CUNHA 2005 destacam as causas desse fen meno a efetiva profissionaliza o se limitou praticamente s institui es que j atuavam nesta modalidade de ensino antes da lei as redes estaduais mantiveram escolas com ensino exclusivamente proped utico as institui es optaram por implantarem habilita es profissionais que n o implicassem em um c
448. volver tr s professores por rea da Base Nacional Comum e de diferentes disciplinas o que totalizaria nove professores Entretanto houve a necessidade de ampliarmos tal quantitativo dada as configura es pr prias que a viv ncia do Ensino M dio assume nesse Campus e pela necessidade de abrangermos aspectos n o plenamente conhecidos pelos entrevistados inicialmente contatados A amplia o no quantitativo de docentes entrevistados se deu em parte por termos identificado que n o obstante Educa o F sica e Artes fa am parte da rea de Linguagens C digos e suas Tecnologias no IFPB Campus Jo o Pessoa as atividades pedag gicas desenvolvidas no mbito dessas disciplinas s o realizadas em setores independentes N cleo de Educa o F sica e Coordena o de Artes onde os respectivos professores atuam Na maioria das vezes os professores desses setores ficam isolados do movimento da Institui o em espa o f sico pr prio e afastado das demais atividades pedag gicas dos cursos em que atuam Nesses ambientes os docentes ficam em certa medida margem de v rios processos e a es de outros setores inclusive da Coordena o de rea da qual fazem parte Tal constata o nos levou a entrevistar um docente de Educa o F sica e um de Artes visando apreender em que medida houve envolvimento desses setores com o processo de cria o e viv ncia do EMI na Institui o bem como a compreens o que possuem sobre tal curso ha
449. volvimento da ess ncia humana como dimens o hist rica e situada foi reduzida ao imediato da vida individual vida alienada a mero meio de vida afastando se da 2 Para aprofundar as propostas de unifica o escolar consultar Machado 1989 Segundo Machado 1989 historicamente a denomina o escola do trabalho passou a designar diferentes propostas educacionais distanciando se do seu sentido original Passou a ser defendida por representantes dos mais variados movimentos pedag gicos e politicos que divergiam readicalmente quanto s concep es de trabalho e s finalidades da escola Em que pese Marx n o tenha se dedicado diretamente educa o a tem tica foi discutida em algumas de suas obras integradas problem tica das rela es capitalistas de produ o e a proposta de sua supera o 2 A aliena o compreendida em sua tripla dimens o O trabalhador alienado do resultado do seu trabalho pelo fato deste ser um objeto que lhe estranho em que ele n o mais se identifica ou se reconhece O produto 64 perspectiva ontol gica do trabalho como processo de humaniza o pr prio homem Em contraposi o a essa l gica surgiu a proposta da pedagogia prolet ria de cunho socialista que teve seus princ pios b sicos estruturados por Marx e Engels a partir de uma vis o coerente de sociedade e da transforma o social MACHADO 1989 Para Marx mesmo diante das condi es adversas a nova educa
450. za o dos cursos de esquema rec m criados s normas que regulamentavam o Ensino Superior PETEROSSI 1994 Novas regulamenta es surgiram e avan aram no sentido da cria o do curso de 54 x a 2 Nesse contexto as diretorias de Ensino Agr cola Industrial e Comercial formaram um s departamento o Departamento de Ensino M dio 121 gradua o plena para forma o de professores das disciplinas espec ficas do ent o 2 grau sendo editada a Resolu o n 03 de 25 02 1977 que possibilitou a oferta de cursos de licenciatura na rea de T cnicas Agropecu rias T cnicas Industriais T cnicas Comerciais e de Servi os e T cnicas de Nutri o e Diet tica Os cursos de Esquema foram convertidos em Licenciatura admitindo se entretanto a continuidade dos primeiros em car ter emergencial em regi es com insufici ncia de recursos humanos Como n o nos propomos a resgatar em profundidade a hist ria de iniciativas de forma o de professores de disciplinas espec ficas do Ensino M dio T cnico importante por ora destacarmos que embora novas leis e regulamenta es tenham sido criadas a forma o de professores do Ensino T cnico permaneceu tratada como algo especial emergencial sem integralidade pr pria que carece de marco regulat rio e por meio de programas desenvolve se paradoxalmente sem a supera o das situa es vigentes e ditas emergenciais e sinalizando uma pol tica de falta d
451. za visando satisfazer necessidades espec ficas a pr xis produtiva se d em determinadas condi es objetivas as rela es sociais de produ o que existe independente de sua vontade Nesse processo ele produz sua exist ncia e se constitui como homem Com isso compreende se o car ter hist rico da constitui o do humano A ess ncia do homem pois n o algo dado ou natural produzida pelos homens nas suas rela es entre si e com a natureza Trata se de um feito humano que se desenvolve e se complexifica ao longo do tempo sendo por isso hist rico A infraestrutura determina a superestrutura em ltima inst ncia Infraestrutura produ o econ mica material Superestrutura contempla as seguintes dimens es jur dico e pol tico social pol tico e intelectual jur dico pol tico religioso art stico filos fico resumidos no ideol gico DEMO 1995 p 110 A realidade pode ser natural entes naturais ou produtos de uma pr xis anterior ou humana os indiv duos concretos V ZQUEZ 2007 Al m da pr xis produtiva existe a art stica express o e comunica o humana atrav s da arte a pr xis experimental atividade cient fica de investiga o pr xis pol tica em que o homem sujeito e objeto visando mudan as das rela es sociais econ micas pol ticas que atinge sua forma mais alta na pr xis revolucion ria etapa superior de transforma o social V ZQUEZ 2007 32

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