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Marcelo Coelho Almeida - início

1. um resumo Trad Gordon Chown S o Paulo PES 1966 ANEXO A PERSONALIDADES Decano da Capela Evang lica da Vila Militar Nascido em 29 de junho de 1926 e criado em lar um evang lico foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Infantaria em 28 de dezembro de 1946 Casou se em 01 de dezembro outubro de 1949 com Maria Dulce com que teve tr s filhos Suzana Maria Arthur Afonso e Paulo C sar Sua viv ncia militar em mais de 48 anos de efetivo servi o levou o a cinco Estados da Federa o Santa Catarina Rio de Janeiro Distrito Federal Rio Grande do Sul e S o Paulo Em alguns deles serviu por mais de uma vez Cursou os seguintes Estabelecimentos de Ensino Escola de Material B lico onde tamb m foi instrutor Escola de Aperfei oamento de Oficiais Escola de Comando e Estado Maior do Ex rcito e Escola Superior de Guerra colocando se sempre entre os melhores alunos Ocupou as mais diversas fun es militares onde destacamos os cargos de Comandante da 162 Brigada de Infantaria Motorizada Diretor de Administra o Financeira do Ex rcito Comandante Militar do Planalto e 11a Regi o Militar Secret rio de Economia e Finan as e Comandante Militar do Sudeste E Mestre em Aplica es Militares e Doutor em Aplica es Planejamento e Estudos Militares No exterior integrou o 3 contingente do Batalh o Suez compondo a For a de Emerg ncia das Na es Unidas como Oficial de Informa es e de Opera es Foi selecionado
2. Fez se necess rio a separa o desta se o devido ao fato de confluir nela de forma cristalina e convincente as duas naturezas de tarefas do capel o a militar e a religiosa Desde seu ingresso no Quartel General onde fica a sede da capelania este capel o assumiu por escala de servi o a presid ncia da Comiss o de Funeral Esta comiss o tem a fun o de facilitar o acesso dos familiares de militares enlutados ao apoio previsto em legisla o espec fica que confere fam lia os direitos e privil gios quando do enfrentamento da morte na fam lia J h tr s anos nesta fun o o capel o vivenciou experi ncias que v o da surpresa decep o da emo o com o belo revolta pela trag dia do amparo presenciado ao cruel abandono O fator de relev ncia mais pertinente ao objetivo desta pesquisa que a presen a do capel o liderando a equipe de uma for a tarefa para amenizar a dor da morte traduz de forma inequ voca n o apenas a necessidade do trabalho mas sobretudo a grande influ ncia do capel o na espiritualidade dos militares e de seus familiares Este ltimo aspecto o foco central da pesquisa Aqui a hip tese inicial significativamente comprovada Pois a tarefa do capel o de consolar os aflitos e de promover meios atrav s dos quais as necessidades espirituais de que trata Jung 2 sejam supridas encontra nas atividades de funerais a hora o modo e o momento mais adequados para serem vivencia
3. frente de combate para assistir aos soldados do 11 RI O Decreto n 20 680 de 28 de janeiro de 1946 concedeu a frei Orlando o t tulo de Patrono do Servi o de Assist ncia Religiosa do Ex rcito em virtude de sua morte em plena guerra FREI ORLANDO O PATRONO DO SERVI O DE ASSIST NCIA RELIGIOSA DO EX RCITO Figura 1 Capel o cat lico patrono do SAREx Fonte Dispon vel em http www aman ensino eb br Acesso em 02 Ago 2006 SAR FEB foi extinto em fins de 1945 quando do regresso da For a Expedicion ria Brasileira do campo de batalha Esta extin o j estava prevista nas normas existentes Todavia a continuidade desse servi o e a sua extens o s demais For as Armadas se faziam cada vez mais necess rias o que veio a ocorrer atrav s do Decreto Lei n 8 921 de 26 de janeiro de 1946 regulamentado pelo tamb m 26 Decreto Lei n 21 495 de 23 de julho de 1946 conforme relata Macedo 1994 em seu apanhado hist rico O servi o de assist ncia religiosa s For as Armadas no Brasil encontrou sua consist ncia legal e definitiva na Constitui o de 18 de setembro de 1946 que veio consolidar definitivamente sua atua o em termos mais expl citos do que os da Constitui o de 1934 Atrav s do par grafo 9 do Art 141 desta nova lei a assist ncia religiosa deveria ser prestada s For as Armadas quando devidamente solicitada pelas for as singulares Marinha Ex rcito Aeron utica e executa
4. Portanto na sua vis o de ci ncia a religi o ocupa lugar de fundamental import ncia 1988 Para Jung a religi o algo inerente ao ser humano N o apenas a este mas a toda a hist ria da humanidade A religi o uma representa o arquet pica tanto no homem inconsciente pessoal quanto em toda a humanidade inconsciente coletivo Sendo assim como ele postula na obra Psicologia da religi o oriental e ocidental 1988 a religi o uma atitude do esp rito humano pois designa a a o particular de uma consci ncia transformada pela experi ncia do numinoso Ora se a religi o no homem uma atitude segue se que ela uma entidade com a o pr pria Isso mesmo Para Jung o homem mais v tima da religi o do que sujeito N o poss vel a nenhum homem falar sobre qualquer experi ncia religiosa sem ter sido ele mesmo tomado ou possu do por esta experi ncia Sem que fale de sua pr pria experi ncia do numinoso n o poss vel falar sobre religi o Enquanto Agostinho ressalta o dom nio da raz o sobre as paix es Jung defende o dom nio da alma sobre a raz o Segundo ele em mat ria de assuntos espirituais tais como cren as religiosas ritos sagrados leitura da B blia etc a alma tem total dom nio sobre a raz o e sobre o homem A alma aut noma JUNG 1988 p 5 Toma suas pr prias raz es e tem os seus pr prios motivos hierarquicamente superior raz o A raz o somente questiona
5. cia e confortar sozinho uma fam lia que viajara para S o Paulo para participar da formatura do filho no aspirantado a oficial da Aeron utica s 23h00 de uma noite de Quarta feira o telefone da resid ncia do capel o toca vindo da Academia da For a A rea informando que houvera o falecimento de um cadete cujos pais se encontravam de viajem na cidade de S o Paulo Conforme j relatado em p ginas anteriores o cadete fora v tima de acidente automobil stico na tarde daquele mesmo dia que antecedia sua formatura no curso em tr s dias O curso tem a dura o de quatro anos Seus pais e sua irm haviam viajado da regi o Nordeste do Pa s com vistas a participar de sua formatura Para fazer bom uso da viagem viajaram a S o Paulo dias antes para visitar uma tia do cadete Haviam AFA nica escola brasileira formadora de oficiais aviadores intendentes e infantes da For a A rea no territ rio nacional E considerada a segunda melhor academia do g nero em todo o mundo Localiza se na cidade de Pirassununga a 230 km da capital S o Paulo 87 chegado do Nordeste naquele mesmo dia Este capel o dirigiu se ao apartamento onde estavam e levou os a fat dica not cia do acidente e consequente falecimento do filho do casal A not cia fora dada e o capel o permaneceu na casa at cerca de 4 horas da madrugada Neste caso o capel o da Academia assumiu a segunda parte do acompanhamento fam lia enlutada A miss o de
6. lo bem preciso gastar o maior tempo poss vel nele 1974 p 21 z Como isso interfere no trabalho religioso Quando oferecido algum tipo de assist ncia atrav s do servi o de capelania a tend ncia do militar a de n o dar o cr dito necess rio para receber aquela assist ncia ou interagir naquele evento ou programa o comum em alguns trabalhos oficiais da capelania duas realidades ou n o h presen a significativa ou h a presen a obrigat ria e a conseq ente situa o do corpo presente e nada mais N o se trata de generaliza es H tamb m os casos em que h apoio e envolvimento com muitos frutos a serem contados Todavia o aspecto da motiva o de suma import ncia enquanto desafio para o trabalho do capel o A insatisfa o que gera a falta de motiva o pode chegar ao extremo da revolta Algumas pessoas assimilam tanto o aspecto negativo da vida militar que chegam a perceberem se como pessoas dominadas e derrotadas Neste ponto h uma tend ncia de o militar recha ar tudo o que pode vir da caserna e ficar apenas e t o somente com a sua obriga o A hierarquia militar quando vivenciada de forma desumana ou com algum requinte de crueldade psicol gica influencia por demais a revolta no militar Outro aspecto diz respeito aos relacionamentos Quando algum militar se envolve em brigas ou quebra de amizades e mesmo assim t m de se submeter ou conviver todos os dias com seu desafeto
7. o meu empenho em dissolver as formas de pensar historicamente petrificadas e transform las em concep es da experi ncia imediata JUNG 1988 p 56 Como capel o militar o autor deste trabalho tem a oportunidade de observar peculiaridades da carreira militar em diversos aspectos sobretudo no tocante s cren as religiosas Dos estudos da psicologia parte a convic o de que a religi o tamb m constituinte da forma o da personalidade humana E observa se que a religiosidade provavelmente contribui e influencia fortemente na forma o do car ter e da cosmovis o da pessoa que vive no quartel Caserna palavra de origem francesa caserne do Franc s proven al e significa habita o de soldados dentro de um quartel ou pra a fortificada Tamb m em Franc s a palavra quartel deriva de quartier significando o edif cio onde se alojam tropas aquartelamento habita o moradia abrigo AUR LIO verbetes E a vida no interior da caserna adquire sentido pr prio Ou seja h aspectos culturais linguagem gestos e atitudes que s o dotados de sentido apenas dentro do contexto do quartel No dizer de Goffmann 1974 trata se da cultura adquirida em uma institui o total H uma express o corriqueira nos quart is segundo a qual a vida na bolha diferente Entenda se por bolha o interior de uma organiza o militar O soldado vive grande parte do seu tempo dentro de um quartel Em tempos de guerra ou de imin n
8. o militar no quartel Ao mesmo tempo a pesquisa poder ajudar a compreender o papel e a relev ncia deste profissional militar e religioso Crendo na sua real import ncia a pesquisa visa analisar hist rica teol gica e praticamente a sua realidade para de alguma forma ajudar a compreender o seu papel a partir do que oferecido tropa especificamente na For a A rea Brasileira O interesse pessoal do pesquisador como j explicitado adv m do fato de ser um militar na rea da capelania e devido sua postura em prol de se envolver mais efetivamente com o objeto de sua investiga o e de sua atua o profissional A despeito do pioneirismo pela quase inexist ncia de estudos na rea especialmente no Brasil o tema se mostra de execu o vi vel primeiro pela exist ncia de fontes a serem consultadas segundo pelo apoio recebido tanto na institui o militar quanto do programa de p s gradua o que forneceu subs dios para os estudos te ricos desenvolvidos nesta rea N o apenas s o aqui apontados os textos existentes at o momento mas s o analisados os progressos resultados conclus es e limita es que ora se apresentam Segue portanto uma rela o acerca do referencial te rico do que se tem pesquisado com vistas elabora o da presente disserta o tanto no aspecto da apresenta o do estado atual da quest o como propriamente o referencial te rico empregado na pesquisa 17 Foi de gran
9. simplesmente porque esta a regra os militares podem amargar anos de descontentamento Foi por tudo isso que Goffman admitiu esta incompatibilidade entre uma institui o total e o mundo externo Os problemas vivenciados dentro da caserna podem prejudicar essencialmente a vida familiar e social do militar As institui es totais s o incompat veis com a fam lia Aqueles que comem e dormem no trabalho com um grupo de 54 companheiros de servi o dificilmente podem manter uma exist ncia dom stica significativa Por outro lado a dist ncia da fam lia numa institui o total permite que os membros dirigentes tenham uma vida integrada na comunidade extema e escapem da tend ncia dominadora da institui o total 1974 p 22 J se tratou da quest o familiar Eis talvez o maior desafio do trabalho de assist ncia religiosa na caserna N o poucas vezes percebem se graves problemas na esfera familiar seja na educa o e disciplina dos filhos seja no relacionamento conjugal quanto infidelidade e at mesmo ao abandono do lar A quest o que se levanta como o capel o poder intervir em problemas t o graves cujos motivos partem justamente na interpreta o de quem o enfrenta da pr pria institui o que ele representa Uma pessoa desiludida com a vida na caserna dificilmente aceitar qualquer tipo de ajuda que dela advenha Que dizer ent o do pesado e duro processo de admiss o do militar Toda pe
10. sociedade mais ampla por consider vel per odo de tempo levam uma vida fechada e formalmente administrada 1974 p 11 Esta vida fechada pode ser compreendida no caso da caserna tanto quanto se referindo ao mundo f sico ou social quanto ao mundo individual ou ps quico certo que os quart is se encaixam neste conceito de Goffman todavia faz se necess rio notar as conting ncias espec ficas que permeiam o entendimento da caserna como uma institui o total O pr prio Goffman orienta quanto a este entendimento quando afirma que os quart is se encaixam na caracteriza o de uma institui o total no grupo daquelas 49 institui es estabelecidas com a inten o de realizar de modo mais adequado alguma tarefa de trabalho e que se justificam apenas atrav s de tais fundamentos instrumentais p 17 N o se deve esquecer que o militar treinado para a guerra Sendo assim este treinamento contempla uma realidade na qual o militar ter que se entregar por completo inclusive ao pre o da pr pria vida para o cumprimento de sua miss o Uma das consequ ncias desta entrega justamente preparar se para viver por longos dias at mesmo anos e anos dentro de um quartel A vida na caserna uma vida controlada em todos os sentidos que esta palavra encerra Tudo regulado por normas e ou san es As pr prias necessidades b sicas do militar est o todas previstas para serem supridas cabalmente Segundo Gof
11. AGRADECIMENTOS Recebam deste autor a imensur vel gratid o porque por raz es sobre humanas Antes do apoio a esta pesquisa a gratid o pelo simples fato de estas pessoas existirem o que tornou poss vel que elas participarem desta conquista e que haja esperan a no mundo o A Deus que habita em n s e nos concede o dom maior a vida o minha esposa Paula Renata e minha filha Victoria Ao meu orientador e apoiador Ant nio M spoli Aos membros da banca examinadora e amigos encorajadores Calvino Camargo e Jo o Baptista o Ao amigo de mais de oito anos Armando Silvestre Aos colegas da turma Mestrado em Ci ncias da Religi o agosto 2004 RESUMO Esta pesquisa procura avaliar o trabalho de um capel o militar O foco central analisar sua influ ncia e a validade de seu trabalho dentro de uma Organiza o Militar A partir de constata es hist ricas teol gicas t cnicas e pr ticas no transcurso do trabalho procura se comprovar a hip tese de que a capelania sempre foi nos dias atuais e sempre ser de extrema relev ncia para as For as Armadas O servi o de capelania em n vel de influ ncia validade e import ncia est para uma Organiza o Militar tal qual a espiritualidade e a religi o est o para o ser humano O caminho percorrido nas constata es obtidas passa primeiramente por uma via hist rica desde os prim rdios at sua regulariza o e pr tica expansiva nos dias a
12. Ex rcito para ingresso de capel es em 2006 Requisitos biogr ficos exigidos para a inscri o Ser brasileiro nato Il Completar at 31 de dezembro do ano da matr cula no m nimo 30 trinta anos e no m ximo 40 Il Ter conclu do com aproveitamento curso de forma o teol gica regular de n vel superior conforme documento expedido por institui o de ensino e reconhecido pela autoridade eclesi stica de sua religi o IV Ter sido ordenado sacerdote cat lico romano ou consagrado como pastor evang lico V Possuir pelo menos 3 tr s anos de atividades pastorais como padre ou pastor ap s a ordena o ou consagra o comprovadas por documento expedido pela autoridade eclesi stica do candidato VI Ter o consentimento expresso da autoridade eclesi stica da respectiva religi o para exercer atividade pastoral no Ex rcito Brasileiro VII Ter sua conduta abonada pela autoridade eclesi stica da respectiva religi o VIII Se militar na ativa de For a Armada de Pol cia Militar ou de Corpo de Bombeiros Militar na condi o de aspirante a oficial da reserva ou oficial da reserva convocado aluno de rg o de forma o da reserva ou pra a possuir parecer favor vel inscri o assinado por seu comandante chefe ou diretor de OM Al m disso no caso de pra a estar classificado no m nimo no comportamento bom IX Se reservista ter sido licenciado e exclu do da ltima organiza o militar
13. OM em que serviu estando classificado no m nimo no comportamento bom X N o ter sido considerado isento do Servi o Militar seja por licenciamento e exclus o de organiza o militar a bem da disciplina seja por incapacidade f sica ou mental definitiva Incapaz C condi o esta a ser comprovada pelo certificado militar que recebeu se atender a este requisito deve possuir o Certificado de Reservista ou Certificado de Dispensa de Incorpora o se ao contr rio for isento deve possuir o Certificado de Isen o XI N o ter sido julgado em inspe o de sa de incapaz definitivamente para o servi o do Ex rcito da Marinha da Aeron utica de Pol cia Militar ou Corpo de Bombeiros Militar 2 Dispon vel em http www aman ensino eb br Acesso em 03 Out 2006 20h30 63 XII Se ex aluno de estabelecimento de ensino Estb Ens de forma o de oficiais ou de pra as do Ex rcito da Marinha da Aeron utica de Pol cia Militar ou de Corpo de Bombeiros Militar n o ter sido desligado por motivo disciplinar tendo sido classificado no m nimo no comportamento bom por ocasi o do seu desligamento XII N o ter sido reprovado em EIA QCM anteriores por insufici ncia de grau de conceito ou por haver incorrido em falta disciplinar incompat vel com o oficialato XIV Estar em dia com suas obriga es perante o Servi o Militar e a Justi a Eleitoral XV Ter pago a taxa de inscri o XVI N o ter
14. aux lio ao trabalho do Capel o Soren se destacou o soldado Jo o Lemos que tamb m era pastor batista O capel o Soren redigiu o seu Di rio da Guerra e o livro de arrolamento de todo o pessoal evang lico e dos demais que voluntariamente preferiram ter assist ncia religiosa evang lica Soren foi um dos oficiais mais galardoados com medalhas e condecora es pelos atos de bravura e bons servi os prestados na guerra Foi alvo de elogios do Comando Aliado quando recebeu a medalha Solver Star do Ex rcito dos Estados Unidos da Am rica O soldado de Cristo conquistou muitas amizades em todo o mundo pelo seu exemplo e abnega o ao servi o da p tria Ele foi o idealizador da ins gnia do Servi o de Assist ncia Religiosa Evang lica do Ex rcito Brasileiro SAREx a qual oficialmente utilizada no uniforme militar daquela corpora o Individualmente foi o precursor de todos os capel es militares 30 evang licos sendo um marco para este servi o Segue se um apontamento dos principais trechos da entrevista concedida pelo capel o Soren ao capit o Josu Campos Macedo Sobre o ingresso no Ex rcito Brasileiro No ano de 1944 apresentei me como volunt rio para exercer o cargo capel o de capel o junto as Tropas da For a Expedicion ria Brasileira Neste mesmo ano o Ministro da Guerra Marechal Eurico Gaspar Dutra nomeou me para servir no 1 Regimento de Infantaria do Ex rcito Brasileiro Regimento Sampaio Fiq
15. com ele nesta mesma perspectiva que aqui se disserta sobre a quest o religiosa na caserna Ou seja uma proposta que considera a religi o como cren as religiosas e n o como uma confiss o de determinado credo Portanto para elaborar tratativas sobre a quest o religiosa na caserna h neste cap tulo pesquisas bibliogr ficas tanto no campo das Ci ncias da Religi o quanto da Psicologia Espera se construir uma ponte entre as duas ci ncias N o como um 37 uso instrumental de uma por outra Mas na intersec o que h nos dois conhecimentos humanos conforme a abordagem de Josias Pereira em sua disserta o F como um fen meno psicol gico 1998 Em outro texto Psicoterapia e dire o espiritual 1995 Jung afirma que o homem tem necessidades espirituais E a quest o que se deseja responder se estas necessidades est o ou n o est o sendo tangenciadas ou supridas no trabalho de capelania militar Esta quest o deve permear todo o trabalho portanto o problema norteador da disserta o Mas n o aderindo ao pragmatismo que tudo mede por seus resultados aqui se procura todavia estabelecer uma rela o bastante honesta do que o trabalho de assist ncia religiosa militar contribui efetivamente para atender o homem em suas reais necessidades 2 1 A QUEST O RELIGIOSA O HOMEM Desejo conhecer a Deus e a alma humana Nada mais Absolutamente nada SANTO AGOSTINHO 1998 p 21 Mas o que o home
16. criador o numinoso constitui uma condi o do indiv duo e independente da sua vontade uma causa externa ao indiv duo JUNG 1998 62 A partir da contribui o junguiana pode se reafirmar a import ncia do trabalho de assist ncia religiosa em um ambiente institucional Como Jung diz que as pr ticas e rituais religiosos s o realizados com a finalidade de provocar o efeito do numinoso ao promover os encontros religiosos o capel o promove o espa o e cria o ambiente no qual esta necessidade humana encontra a possibilidade de expressar se e de ser suprida O encontro humano com o divino visto na perspectiva de uma necessidade extrema do homem e tamb m da impossibilidade humana de controlar ou dirigi lo tamb m defendido por Otto 1985 Ele fala deste encontro comparando o a um prod gio uma quimera Segundo ele o totalmente outro algo que n o entra na nossa esfera de realidade mas pertence a uma ordem de realidade absolutamente oposta que provoca na alma um interesse que n o se pode dominar 1985 p 41 46 Tratou se anteriormente da import ncia das cren as religiosas e de seu papel de aperfei oamento no homem Pois o encontro aqui tratado se torna um precioso instrumento para este aperfei oamento Otto defende que a influ ncia do numinoso manifesta se como tend ncia genuinamente una estranha e poderosa visando a um bem t o especial e caro ao homem que sem o aux lio da pr pria religi o o
17. de enfermagem que M rio Rosa acabara de perder um f lho em sua cidade que falecera naquele dia tamb m v tima de c ncer O trabalho agora era o de perceber a melhor hora e oportunidade para dar se a fat dica not cia Sigla para Hospital de Aeron utica de S o Paulo Hospital de refer ncia para a Aeron utica no estado de S o Paulo com v rias clinicas de atendimento Sito rua Olavo Fontoura 1400 Santana S o Paulo SP 15 16 17 18 19 20 21 28 29 78 Procure colocar se numa posi o confort vel para o paciente ao seu n vel visual para que ele possa conversar com voc sem se esfor ar Se a pessoa n o o conhece apresente se com clareza N o pergunte sobre a gravidade da doen a N o leve qualquer tipo de alimento N o d gua ao paciente sem a permiss o da enfermagem N o apresente fisionomia emotiva ou de comisera o piedade N o manifeste nojo de suas feridas nem medo de cont gio N o lhe estenda a m o s se o paciente tomar a iniciativa N o aceite pedido do paciente para obter resultados de exame m dico ou dar lhe not cia de diagn sticos Fale num tom de voz normal N o cochiche com outras pessoas no quarto Ore em tom normal D prioridade ao atendimento dos m dicos e enfermeiras assim como ao hor rio de refei es Ceda sua vez Concentre se em atender as necessidades daquela pessoa diante de voc N o adianta falar de outros enfer
18. do Condado Portucalense ber o da nacionalidade lusa fazem refer ncia aos monges soldados das Ordens Militares como a de Cristo Estes lutavam juntamente com os cruzados durante a Idade M dia para a expuls o dos mouros infi is invasores da pen nsula ib rica Para substituir a Ordem dos Templ rios extinta pelo Papa Clemente V foi institu da em 1319 pelo Rei D Diniz de Portugal a Cavalaria de Cristo oficialmente denominada de Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo a qual exerceu consider vel influ ncia na forma o hist rico cultural das na es posteriormente colonizadas por aquela Coroa O Infante Dom Henrique conhecido como o Navegador foi o Gr o mestre da Ordem de Cristo e ao fundar a Escola de Sagres convocou os melhores cavaleiros da Ordem que senhores dos conhecimentos n uticos se transformaram nos valorosos navegadores das grandes descobertas mar timas de ent o Segundo relato de um Major capel o do Rio de Janeiro esta a raz o porque as caravelas de Portugal que zarpavam para mares nunca dantes navegados conduziam em suas brancas velas de direito e de fato a cruz da Ordem de Cristo pintada de vermelho vivo cor original da Entidade cujas finalidades maiores eram a expans o do Imp rio e a propaga o da f teol gica entre infi is apud MACEDO 1994 p 55 Quando Pedro lvares Cabral aportou na Ilha logo batizada de Ilha de Vera Cruz ordenou a celebra o em 2
19. falar com ele de tr s jeitos sim senhor n o senhor ou quero ir embora Como 10 Carta elaborada pelo pesquisador em Belo Horizonte aos 6 de novembro de 2003 eu n o quero ir embora antes da minha formatura eu sempre chamo a ele de senhor Os nomes das pessoas tamb m s o diferentes aqui Tem um monte de gente com o mesmo nome O mais comum tenente Tem gente que s chama o papai por este nome Todo mundo aqui usa crach igual na sua escola As pessoas aqui tamb m mudam de nome Um colega do papai que sempre se chamou M rio agora tem outro nome Quando a gente o chama pelo nome novo s vezes ele nem lembra que ele Alguns tamb m o chamam de bizonho Mas ele n o liga muito Ele muito legal S que ele n o lembra que o seu nome mudou Eles falam que nome de guerra mas n o tem nenhuma guerra aqui O bom que depois a gente pode mudar o nosso nome quando a gente se mudar daqui se a gente quiser Igual nas suas brincadeiras com suas amiguinhas Ali s aqui tem um monte de brincadeiras legais Lembra daquela do morto ou vivo Aqui diferente chama se de p 1 2 e sentado 1 2 Segunda feira n s brincamos disso umas vinte vezes e ainda corremos Quase ningu m errou S umas meninas que n o queriam mais brincar Acho que teve uma que at chorou mas eu n o vi A diferen a que a gente n o senta em uma cadeira ou banquinho e sim no ch o Mas bem legal Se a gente tiver num
20. fatos que a alma autoriza a questionar Da o fato de que em algumas cren as os indiv duos cr em independente de sua Arqu tipo Jung define como imagens ps quicas do inconsciente coletivo que s o elementos primordiais ou arcaicos patrim nio comum a toda humanidade em todos os tempos e eras Os arqu tipos s o determinantes dos fatos ps quicos Para melhor compreens o destes termos pr prios da teoria junguiana observe se o que diz J J Clarke O inconsciente coletivo dotado de prop sito ou intencionalidade cuja for a energ tica repousa em elementos primordiais ou arcaicos denominados arqu tipos determinante dos fatos ps quicos Jung considera que a psique coletiva no seu embate com o ambiente externo e suas exig ncias que gera o que ele denominou de inconsciente pessoal e n o as vicissitudes da puls o como postula a teoria freudiana 1993 p 45 43 intelig ncia e capacidade de questionar a realidade Neste ponto Jung evoca o parecer de Tertuliano quando fala do testemunho da alma A mestra a natureza a disc pula a alma O mestre supremo Deus Tudo quanto a mestra ensinou e a alma aprendeu foi concedido por Deus preceptor da mestra Est em ti a partir da alma que h dentro de ti julgar o quanto a alma pode receber do supremo mestre JUNG 1988 p 9 N o pode haver d vida quando se fala de um testemunho pessoal de uma experi ncia religiosa Isto porque foi a experi ncia de algu m
21. fatos recentes e espec ficos este escopo historiogr fico das capelanias militares registra o marco hist rico do ingresso dos primeiros capel es da For a A rea Brasileira ocorrido no ano de 2008 O segundo cap tulo procura comprovar cientificamente a necessidade do trabalho religioso na caserna Neste intento procura responder a algumas quest es Existe de fato uma quest o religiosa na caserna Parte se do pressuposto de que militares s o pessoas humanas em todos os sentidos Segue se que uma investiga o teol gica psicol gica e sociol gica do homem faz se extremamente necess ria Diante dos resultados desta an lise do homem que o aponta para um ser dotado de espiritualidade propenso ao mal dependente do sagrado conceitos os quais o torna no dizer deste autor um ser irremediavelmente religioso segue se que do ponto de vista das ci ncias humanas justifica se a assist ncia religiosa em um quartel Na quest o institucional a caserna apresenta se como uma corpora o sujeita s mesmas conting ncias de uma institui o total Fatores de propens o crise existem e s o gerados pela simples manuten o de valores institucionais Para cada uma destas circunst ncias geradoras de crises tanto no mbito pessoal quanto coletivo esta pesquisa comprovou a necessidade do trabalho de assist ncia religiosa na caserna e tamb m prop s nestes momentos interven es do capel o para as quest es especificamente
22. gritando bastante divertido Nessa hora a gente pode rir Mas s um pouquinho A gente canta umas m sicas muito legais 58 Algumas voc j conhece como aquela ol mul rendeira ol mul rend s que a letra um pouquinho diferente O papai est com muitas saudades Mas eu estou me divertindo muito com todas estas coisas diferentes Dizem que ainda v o acontecer outras coisas mais incr veis ainda num tal de acampamento Mas eu acho que n o igual ao acampamento que voc foi com as crian as da igreja A gente vai ficar l dois dias Acho que vai ser bem legal Depois eu te conto como foi D um beijo na mam e e diga que eu estou com muitas saudades Um beijo Te amo Papai Quadro 1 Carta enviada filha pelo pesquisador durante treinamento em escola militar 59 Cap tulo 3 AUTO REPRESENTA O DA CAPELANIA MILITAR O TRABALHO DE UM CAPELA O Este cap tulo apresenta os principais acontecimentos da rotina di ria do trabalho de um capel o militar Os primeiros cap tulos abordaram a historiografia e a fundamenta o te rica desta atividade religiosa Faz se portanto necess rio um relato do que esta fundamenta o tem de consist ncia pr tica quando comparada com a realidade de um trabalho de capelania militar Este pesquisador al m de narrador tamb m sujeito das a es que aqui ser o exaradas Vale salientar todavia o car ter impessoal do trabalho de um capel
23. que contam com nove capel es cat licos que atendem mesma regi o Um destes capel es cat licos atende exclusivamente ao hospital Portanto este relato leva em conta a pouca viabilidade de tempo dispon vel para que seja feito um trabalho mais aprofundado de capelania hospitalar evang lica no hospital localizado em S o Paulo Nos relat rios apresentados chefia do Servi o Regional de Assist ncia Religiosa da Aeron utica consta informa o de uma visita semanal deste capel o ao hospital em per odo igual metade do expediente di rio das 8h00 s 11h00 s sextas feiras S o realizadas sete a dez visitas semanais aos leitos de pacientes internados Em outros anos esta rotina chegou a ser de tr s per odos semanais inclusive em per odo noturno As visitas ganhavam motiva o especial pois eram beneficiadas pelo sil ncio e o ambiente mais calmo da rotina hospitalar Portanto esta pequena reflex o sobre a capelania hospitalar militar embora fruto de trabalho pr tico insuficiente e deficit rio quanto ao tempo ganha com a experi ncia de anos anteriores Teoricamente faz se necess rio uma liga o com o que j foi apresentado no cap tulo dois Ou seja a vis o de homem como ser psico bio social e espiritual que foi amplamente defendida pelos autores cujas opini es foram debatidas naquele cap tulo A abordagem a mesma apresentada por Eleny Vass o em seu Manual t cnico de capelania hospitalar 1997 quand
24. sar ainda titular da cadeira 28 da Academia Evang lica de Letras do Brasil membro do C rculo Liter rio do Clube Naval do Rio de Janeiro Foi membro do Comit Executivo Nacional da Adhonep de 1987 a 1998 Em setembro de 1998 foi agraciado com a Medalha Tiradentes honraria concedida pela Assembl ia Legislativa do Rio de Janeiro Em mar o de 2001 recebeu a Medalha Pedro Ernesto concedida pelos servi os prestados ao Munic pio do Rio de Janeiro Embora tenha exercido tantas fun es e ainda batalhe frente de sua empresa antes de tudo um homem de f inabal vel E um homem que sentiu o poder da f em sua pr pria vida Seu testemunho tem sido atrav s dos anos fonte de convers es e est mulo para muita gente Ele prova com sua viv ncia no evangelho e todas as experi ncias pelas quais j passou que o homem de f nunca est s Todas as batalhas podem ser travadas e todas as prova es podem ser suportadas desde que se esteja unido quele que o Senhor de todas as coisas S o muitas as experi ncias que teve com Deus relatadas nos seus livros dentre elas destacamos uma quando ap s ter um problema grave nos olhos ser desenganado pelos m dicos o Senhor o restituiu a vis o trazendo a cura almejada Tem sido um importante colaborador da 104 Capela Evang lica da Vila Militar desde a sua funda o Um servo de Deus que entregou para sempre toda a sua vida nas m os do Senhor e continua recebendo como recomp
25. seus funcion rios n o se utiliza dos modelos de capelanias das For as Armadas Se a figura do capel o importante e justificada em um quartel porque n o seria tamb m em demais empresas Tal quest o cont m a expectativa de que o presente trabalho possa ser aproveitado para apoiar pesquisas futuras que investiguem os benef cios da implanta o de capelanias em ambientes corporativos contribuindo n o somente para o aprimoramento das pessoas assistidas mas da pr pria sociedade REFER NCIAS AGNIVESH F T tulo do artigo In VVAA Globaliza o e F Trad Carlos Valero Bauru SP EDUSC 2000 p x y AGOSTINHO Santo Solil guios e a vida feliz Trad Adaury Fiorotti S o Paulo Paulus 1998 Patr stica 11 O livre arb trio Trad Nair de Assis Oliveira S o Paulo Paulus 1995 Patr stica 11 Confiss es 4 ed S o Paulo Nova Cultural 1987 BERGER Peter O dossel sagrado elementos para uma teoria sociol gica da religi o S o Paulo Paulus 2004 CALVINO Jo o Institutas tratado da religi o crist Trad Waldir C Luz S Paulo CEP 1985 4 volumes Cor ntios Trad Walter Graciano Martins S o Bernardo do Campo Paracletos 1997 Salmos Trad Walter Graciano Martins S o Bernardo do Campo Paracletos 1997 Romanos Trad Walter Graciano Martins S o Bernardo do Campo Paracletos 1997 LUTERO M Sobre a autoridade secular Trad H lio de Mar
26. ssico do alem o mile Durkheim Suic dio 2000 Em sua obra Durkheim analisa o fator sociol gico do suic dio e prop e uma reflex o pertinente a esta pesquisa 88 Certo militar instrutor disse em um encontro de alunos evang licos das tr s escolas militares da Aeron utica no Brasil a nossa profiss o militar implica em pegar em armas usar da viol ncia ainda que seja com o objetivo da defesa e avizinhar se da morte E voc s aqui est o em um encontro religioso A viol ncia inerente profiss o militar O uso de armas tamb m Portanto de se supor que mortes ir o ocorrer como consequ ncia natural do exerc cio da profiss o militar Todavia Durkheim fala que este n o a principal prova do fato que suic dios s o frequentes entre os militares Portanto isto quer dizer que a causa do coeficiente de agravamento que espec fico desta profiss o n o est na repugn ncia que inspira mas pelo contr rio no conjunto de estados ps quicos de h bitos adquiridos ou de predisposi es naturais que constituem o esp rito militar DURKHEIM 2000 p 248 Quais seriam ent o estes h bitos e predisposi o ao suic dio de que fala o autor Muito do que o autor desenvolve para responder a esta quest o foi visto no segundo cap tulo desta pesquisa quando analisamos a quest o institucional A cultura da caserna por si s gera estes fatores que predisp es o militar diante de qualquer contra
27. tamb m para o cargo de Assessor Militar Brasileiro junto Escola de Comando e Estado Maior do Ex rcito dos EUA cumulativamente com o cargo de Redator Editor da Edi o Brasileira da Military Review Como Chefe da Se o Brasileira era um dos apenas seis estrangeiros considerados membros do Estado Maior daquela Escola e instrutores no Departamento de Estrat gia Ao t rmino de sua miss o recebeu em reconhecimento ao seu trabalho e em cerim nia oficial o diploma e o distintivo de conclus o do Curso de Comando e Estado Maior do Ex rcito dos EUA S o muitas tamb m as fun es que ocupa na Seara do Senhor e Presb tero da Igreja Presbiteriana de Copacabana onde dirige o Departamento de Educa o Crist e professor de uma grande classe de e Dispon vel em http www CEVM Capela Evang lica da Vila Militar htm Acesso em 10 Jan 2006 101 adultos da Escola B blica Dominical Membro titular da Academia Evang lica de Letras do Brasil Conselheiro do SASE Servi o de Assist ncia Social Evang lico e da FBS Funda o B n os do Senhor Presidente de Honra da UMCEB Uni o de Militares Crist os Evang licos do Brasil Decano da Capela Evang lica da Vila Militar Considerado Personalidade Evang lica do Brasil Possui um acervo de 24 condecora es dentre as quais se destacam as da Ordem do M rito Militar no mais alto grau Gr Cruz e as das Ordens do M rito Naval do M rito Aer
28. vem de Deus tudo quanto de mal de ti mesmo Nada nosso sen o o pecado 1995 p 234 Parece ser este um retrato por demais pessimista do homem Mas este o resultado segundo Calvino de uma an lise honesta e s ria das Escrituras Sagradas Todavia indo adiante a vis o crist sobre o homem carece ainda de outras contribui es Percorrido este caminho chega se teoria do aniquilamento desenvolvida por Rudolf Otto 1869 1927 Segundo este autor 1985 o contato com o numinoso o sagrado leva o homem a perceber o seu estado de criatura Isto a sua abismal dist ncia qualitativa do sagrado mediante a descoberta e o encontro com o ser totalmente outro poderoso terr vel e inef vel O homem se v como mera criatura diante do Criador Quanto maior a busca pelo numinoso maior o convencimento de seu estado de aniquilamento e de depend ncia do sagrado Neste sentido Otto explora o conceito de Schleiermacher de sentimento do estado de criatura Diz ele Depend ncia no sentido do que disse Schleiermacher sentimento do estado de criatura O sentimento da criatura que se abisma no seu pr prio nada e desaparece perante o que est acima de toda a criatura OTTO 1985 p 19 3 sia PE des r m Pe R Ros Sa Segundo o dicion rio Aur lio Numinoso nume a divindade o sentimento nico vivido na experi ncia religiosa a experi ncia do sagrado em que se confundem a fascina o o t
29. 6 de abril de 1500 de uma missa como ato de posse da 21 nova terra Esta missa foi oficiada por Frei Henrique Soares de Coimbra superior dos Franciscanos mission rios que compunham a frota Cabralina Vale notar que esses religiosos eram Capel es da Armada de Pedro lvares Cabral Sendo assim o ato religioso da Primeira Missa pode ser considerado como o primeiro servi o de assist ncia religiosa prestada a militares da Ordem de Cristo em nosso pa s O servi o religioso a militares no Brasil tem seu in cio fundamentalmente no Ex rcito Brasileiro Todavia o Ex rcito n o a primeira das armas brasileiras A Marinha do Brasil a For a Armada mais antiga sendo procedida pelo Ex rcito e h pouco mais de cinquenta anos pela For a A rea Brasileira tamb m chamada de Aeron utica que a mais moderna das For as Armadas do Brasil FFAA Ainda existem as chamadas For as Auxiliares que s o compostas pelas Pol cias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos diversos Estados da Federa o Muito embora todas as FFAA e grande parte das For as Auxiliares contem hoje com o servi o de assist ncia Religiosa nos seus quadros o precursor no trabalho de capelania foi o Ex rcito Brasileiro Sua historiografia remonta ao per odo do Brasil col nia continuou a se expandir no Brasil independente at proclama o da Rep blica ap s o que encontra respaldo na legisla o brasileira e chega a seu est gio mais estruturado co
30. Capel es Militares juntamente com os capel es de confiss o Cat lica Apost lica Romana j existentes Treze anos depois em 1984 foi a vez da Marinha do Brasil contratar capel es evang licos Os primeiros capel es foram contratados como oficiais tempor rios e depois foram efetivados e inclu dos no quadro de capel es militares A peculiaridade da Marinha est em que em algumas contrata es ela abriu vaga para um pastor batista e um da Assembl ia de Deus Tudo isso justificado pelo n mero de militares em seu efetivo que pertenciam a estas denomina es Em 2003 o Ex rcito contava com oito capel es evang licos de carreira um capel o tempor rio contratado e a Marinha contava com sete capel es evang licos em seu quadro de capel es 33 Naquele mesmo ano a For a A rea Brasileira abriu tr s vagas no QCOA Quadro Complementar de Oficiais da Aeron utica para a especialidade pastor As exig ncias para o ingresso neste quadro foram as mesmas que constam na lei 6 923 e da legisla o espec fica do edital do concurso em n vel nacional O ingresso seria naquele ano e por ser tempor rio seria renovado a cada ano at o limite de oito anos Os tr s pastores que ingressaram na For a A rea Brasileira s o das seguintes denomina es Conven o Batista Brasileira CBB Igreja Evang lica Luterana do Brasil IELB e Igreja Presbiteriana do Brasil IPB Foram alocados em regi es sob a jurisdi o e subordina o dos Com
31. Conforme j dito antes o trabalho do capel o dever ser aquele que contribua para a recupera o de aspectos essenciais da identidade ou do eu Neste ponto Jung em Psicoterapia e dire o espiritual 1995 fala que o trabalho religioso dever ter na pessoa do pastor ou do cl rigo antes de qualquer coisa o modelo o exemplo de uma pessoa ajustada com o seu eu Al m de passar os conte dos teol gicos ou cerimoniais tropa a presen a do capel o no quartel deve ser a priori a presen a de algu m que n o perdeu o seu eu por ter ingressado na vida militar Ele o capel o deve ser o modelo e exemplo de ajustamento individual Uma pessoa centrada em si mesmo e na sua rela o com o sagrado Jung fala que o l der espiritual n o fala do que sabe mas do que vive Ao inv s de apenas ensinar sobre a paz o amor e o perd o deve ser ele mesmo exemplo de paz amor e perd o em seu pr prio cora o Tais quest es ultrapassam os limites dos port es da escola militar ou do quartel A influ ncia do capel o deve gerar no militar a seguran a 56 necess ria que o leve a compreender que n o deixou de ser quem era pelo menos em parte comum notar se que mesmo em outras institui es onde a vida passada na maioria do tempo em conjunto com um novo grupo sobre muita vigil ncia e press o a cultura assimilada a mesma de uma institui o total como a de uma escola militar Isto porque mesmo durante o tempo que o intern
32. Religi o tem a finalidade de contribuir para a produ o cient fica e atingir o grau de aprofundamento acad mico que se espera para um curso de tal n vel de excel ncia Dadas a experi ncia como capel o militar do autor e a pesquisa pr via que se fez para a sua elabora o a disserta o inspira se numa tentativa de avaliar e propor um olhar acad mico sobre a rea em que atua o pesquisador Para analisar o papel do capel o militar e a religiosidade na caserna mais especificamente na For a A rea Brasileira circunscrevendo se rea de Ci ncias da Religi o a presente pesquisa se organizou em torno de tr s enfoques O primeiro cap tulo apresenta a caracteriza o da capelania militar fazendo um levantamento historiogr fico de sua exist ncia Em segundo lugar feita uma an lise da quest o religiosa no meio militar apresentando um arcabou o te rico primeiramente acerca do homem como um ser religioso e depois da caserna como uma institui o total Num terceiro momento apresentada a quest o pr tica da capelania e sua auto representa o Os dados foram levantados a partir de pesquisas desde o in cio do curso at o per odo atual Al m do interesse pessoal do pesquisador justifica se a presente pesquisa porque o tema se mostra relevante para a rea em que se insere O assunto instigante para os c rculos religioso e militar nesta primeira d cada do s culo XXI boa a contribui o que uma pesquis
33. UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE P S GRADUA O EM CI NCIAS DA RELIGI O MARCELO COELHO ALMEIDA A RELIGI O NA CASERNA O PAPEL DO CAPEL O MILITAR S o Paulo 2006 MARCELO COELHO ALMEIDA A RELIGI O NA CASERNA O PAPEL DO CAPEL O MILITAR Disserta o de Mestrado stricto sensu apresentada Universidade Presbiteriana Mackenzie como um dos requisitos para obten o do grau de mestre no curso de p s gradua o em Ci ncias da Religi o Orientador Prof Dr Antonio M spoli Gomes S o Paulo 2006 MARCELO COELHO ALMEIDA A RELIGI O NA CASERNA O PAPEL DO CAPEL O MILITAR Disserta o de Mestrado stricto sensu apresentada Universidade Presbiteriana Mackenzie como um dos requisitos para obten o do grau de mestre no curso de p s gradua o em Ci ncias da Religi o Aprovada em de 200 BANCA EXAMINADORA Prof Dr Ant nio M spoli de Ara jo Gomes Orientador Prof Dr Calvino Camargo Centro Universit rio de Maring CESUMAR Prof Dr Jo o Baptista Borges Universidade Presbiteriana Mackenzie Dedico este trabalho ao Quarto Comando A reo Regional pela acolhida ao trabalho de capelania evang lica o apoio o companheirismo e o respeito com o quais possibilitam o trabalho da prega o da Palavra de Deus para o militar em toda a rea de sua atua o Assim como o IV COMAR esta pesquisa deseja contribuir com mundo e com as pessoas atrav s de uma nobre miss o
34. Uma pessoa pode n o ver determinado fato religioso Mas ela n o pode provar a n o exist ncia deste fato Jung ressalta que as afirma es das Sagradas Escrituras s o afirma es da alma E as afirma es da alma s o transcendentes aos homens Diz ele procura sentir dentro de ti a presen a daquela de onde prov m as tuas sensa es 1988 p 37 Reconhecer uma verdade espiritual submeter se ao dom nio da Alma sobre a raz o A alma soberana p 38 Agostinho diz que o dom nio da raz o torna o homem justo afasto o do mal Em Jung a proximidade com a pr pria alma atrav s da religi o que trar o bem para este homem Todo problema ou doen a humana tem uma s causa a falta de sentido Uma neurose por exemplo segundo ele um mal ou uma doen a religiosa pois o homem n o supre suas necessidades b sicas de sobreviv ncia e ent o adoece O homem para Jung tem necessidades espirituais a psiconeurose em ltima inst ncia o sofrimento de uma alma que n o encontrou o seu sentido JUNG 1998 p 52 do sofrimento da alma que brota toda cria o espiritual e nasce todo homem enquanto esp rito Ora o motivo do sofrimento a estagna o da vida espiritual a esterilidade da alma Tais pessoas deveriam procurar te logos ou fil sofos ao inv s de m dicos Pois suas doen as s o invariavelmente da seguinte ordem car ncia de amor falta de f receio da pr pria cegueira vida s
35. a Brasileira Assim notava se a surpresa e a grande expectativa do ingresso do primeiro capel o evang lico naquela organiza o militar Pessoas o recebiam com muita efus o e at com choro em alguns casos Outros e n o poucos diziam da grande espera e do enorme esfor o que haviam feito para que este momento chegasse a realizar se Lembravam com emo o e certo al vio o tempo passado em que por haver apenas capelania cat lica os militares evang licos eram escalados a participarem de missas e outros eventos de natureza religiosa dentro do quartel Esta mesma sensa o de pioneirismo foi percebida por este capel o em suas viagens a outras organiza es militares da Aeron utica necess rio informar que o trabalho deste capel o n o est restrito a um nico quartel Isto porque seu trabalho regional Ou seja por haver apenas um capel o evang lico em toda a rea de jurisdi o do Quarto Comando A reo Regional IV COMAR que compreende todas as unidades do Estado de S o Paulo incluindo ainda a Base A rea de Campo Grande MS o trabalho de assist ncia religiosa para os evang licos destas localidades de responsabilidade deste nico capel o Em certa ocasi o na cidade Guaratinguet o capel o encontrou um militar de bastante tempo de profiss o em um dos corredores da Escola Militar onde ele prestara servi o Ao passar o capel o foi cumprimentado pelo militar que lhe chamara de padre Gentilmente parando para c
36. a desta natureza pode emprestar compreens o do real papel do capel o numa comunidade militar marcadamente composta de pessoas em busca de aperfei oamento pessoal de forma o acad mica e profissional al m de uma crescente busca por valores profundos e existenciais H total relev ncia cient fica nessa pesquisa uma vez que os cursos militares no Brasil t m ainda uma procura muito grande num pa s onde n o existe a 16 correspondente oferta de empregos a tantos que buscam uma s lida forma o Tanto n o suprida a demanda como n o oferecida de forma suficiente uma competente forma o para a ocupa o de cargos e empregos oferecidos no mercado Embora isso atinja grande parte da popula o brasileira o desemprego continua margem das preocupa es daqueles que poderiam lutar em prol de melhorias A pesquisa pode ent o contribuir entre outras coisas para a devida avalia o da necessidade e da qualidade do profissional militar na rea de capelania Contribui tamb m para uma compreens o da realidade deste pa s em desenvolvimento no qual a qualifica o profissional o grande instrumento de cidadania e fornece elementos para um entendimento do que uma institui o militar brasileira oferece aos seus integrantes Por outro lado a relev ncia social da pesquisa se mostra pelo fato de que o estudo permitir ajudar na resposta a uma pergunta b sica justifica se a exist ncia da figura do capel
37. a escravo dos prazeres lascivos Agostinho ora a Deus e o agradece da seguinte forma mesmo l Tu estavas jogando fel nos meus prazeres oh Fonte de todo bem 1987 p 57 Jesus foi o homem Deus que restituiu humanidade os dons sobrenaturais e a possibilidade do bem moral Para Agostinho o mal est no homem e o bem supremo est em Deus O homem jamais encontrar o bem a n o ser naquele que a fonte do bem Rudolf Otto defende que houve uma moraliza o no mundo a partir da interven o divina Ele apela para o uso racional do contato com o numinoso Segundo ele o sagrado no sentido mais completo da palavra s expresso e 47 vivenciado quando o homem se d conta deste processo de moraliza o que come ou com Mois s Desde ent o se afirmou com uma for a sempre frequente e recorrente tanto na prega o prof tica como na mensagem do Evangelho Nota se portanto que os autores cl ssicos apresentam um ser humano iremediavelmente associado religi o E que esta n o v outra possibilidade de vida plena de sentido a qualquer ser humano a n o ser que ele volte se para sua necessidade extrema e primitiva de religar se com o numinoso Sendo o homem incompleto e mal e sendo Deus a pr pria express o do bem ao constatar se este encontro a consequ ncia deve ser a de um homem que se apropria do bem moral que h em Deus A religi o ou os ritos das cren as religiosas proporciona o ambiente neces
38. a pode apresentar se para o militar como uma alternativa ao controle institucional e impessoal do quartel Atrav s do aconselhamento o militar encontra na pessoa do capel o um espelho de si mesmo Ent o pode se descobrir novamente uma pessoa e atentar para suas emo es pensamentos e vida pr pria O capel o deve n o apenas suprir as demandas religiosas ele deve antes contribuir para um ambiente onde primeiramente estas demandas brotem e surjam No trabalho alternativo do capel o Soren de distribui o das correspond ncias durante a Il Guerra conforme visto no cap tulo anterior na opini o deste pesquisador um elemento gerador da demanda religiosa Pois naquele momento em meio s batalhas e ao controle grupal o militar recebe das m os de algu m que est ali para ajud lo a cumprir sua miss o uma carta de algu m a quem ama Pode se inferir que momentos como estes para muitos se tornaram inesquec veis Como o militar se sente neste ambiente impessoal por m cheio de gente Segundo Goffman em uma institui o total s vezes acontece de a pessoa ser substitu da totalmente por sua fun o Este o caso majoritariamente dos superiores hier rquicos Ao falar sobre hospitais ele diz os supervisores do grupo sentem se superiores e corretos enquanto que a tend ncia dos internados sentirem se inferiores fracos censur veis e culpados um grupo existe em fun o do outro 1974 p 19 Neste
39. ainda para segurar a bacia de v mito o que faz o paciente perceber se aceito e suportado mesmo num momento cr tico O trabalho de capelania hospitalar alcan a os familiares dos doentes de forma muito intensa e regular Isto porque na experi ncia do HASP todos os leitos de interna o s o em apartamentos que permitem a perman ncia de acompanhantes Todavia especial apoio d o capel o quando se trata de pacientes internados na UTI com o hor rio de visitas limitado Por vezes o capel o ao entrar pela sala de espera da UTI visualiza familiares angustiados com a presen a de um ente querido em estado delicado de tratamento de sa de Ao passar por eles na entrada o capel o aborda sobre o paciente que ir visitar Na sa da traz not cias do estado geral do paciente para os familiares o que j se concretiza como grande fonte de consolo A seguir s o apresentadas as regras b sicas da visita o hospitalar retiradas do Manual pr tico de capelania normas para visita o hospitalar VASS O 1999 p 97 N o entre em qualquer quarto sem antes bater na porta Verifique se h qualquer sinal expresso proibindo visitas Tome cuidado com qualquer aparelhagem ao redor da cama Evite esbarrar na cama ou sentar se nela Avalie a situa o logo ao entrar a fim de poder agir objetivamente quanto ao tipo e dura o da visita gie ONE capel o falou objetivamente do amor de Deus em Cristo M rio voltava ao hospital sempr
40. alidade na vida da caserna Quanto aos procedimentos metodol gicos a pesquisa segue etapas pr prias a partir da sua hip tese norteadora e adota o procedimento de observa o participativa bem como a leitura de textos de orienta o te rico metodol gica e a an lise geral dos resultados CAP TULO 1 HISTORIOGRAFIA E CARACTERIZA O DA CAPELANIA MILITAR Capelania significa o cargo a dignidade ou o of cio de capel o O capel o o sacerdote respons vel por atender em uma capela ou prestar assist ncia religiosa a todos os que a esta capela perten am sejam seus adeptos ou familiares A palavra capel o cuja etimologia data de 1153 MACHADO 1977 tem conota o diversificada Al m do uso t cnico exarado acima pode significar segundo alguns regionalismos o padre mestre aquele que puxa ora es ou ainda o macaco velho e esperto que serve de guia para os outros do bando KOOGAN HOUAISS 1998 verbete Para tra ar este breve hist rico da capelania militar no Brasil importante ressaltar o grande apoio que proporcionou a este autor o uso das informa es contidas na monografia de autoria do Capit o Bombeiro Militar Josu Campos Macedo apresentada no Rio de Janeiro em 1994 O objetivo de Macedo 1994 era propor recomenda es ao Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro as quais giravam em torno da cria o de uma capelania militar evang lica naquela Corpora o O documento riqu ssimo em info
41. andos A reos Regionais COMAR no Rio de Janeiro COMAR 3 em Bras lia COMAR 6 e em S o Paulo COMAR 4 respectivamente A regi o onde o capel o pastor autor deste projeto atua e em que esta pesquisa foi realizada a do COMAR 4 que abrange as organiza es militares da For a A rea Brasileira nas cidades de S o Paulo Guarulhos Santos S o Jos do Campos Guaratinguet e Pirassununga todas no Estado de S o Paulo incluindo se a cidade de Campo Grande no Estado de Mato Grosso do Sul Figura 4 Fotos de culto promovido pela capelania militar evang lica Fotos do autor 2006 07 o Ji AD o 74 A QUEST O RELIGIOSA NA CASERNA A partir da an lise da psicologia da religi o de Gustav Carl Jung este cap tulo apresenta dados sobre a influencia da religiosidade na moral e tica dos militares Por consegu ncia esta influ ncia deve atingir os valores sociais e familiares a hierarquia militar e a vis o de mundo adquirida por uma pessoa ao integrar as fileiras de uma carreira militar Jung considera a religi o uma estrutura psicol gica da personalidade humana Portanto a religi o ocupa lugar importante na experi ncia humana e por conseguinte esta import ncia n o menor no ambiente militar Tal olhar sobre as cren as religiosas pode consolidar se como fact vel contribui o ao trabalho dos capel es militares Sobretudo porque o papel do capel o militar traduz se no papel do guia espiritua
42. asileira FEB durante a Segunda Guerra Mundial Este elogio foi escrito em 5 de mar o de 1945 107 Copyright O 2006 Marcelo Coelho Almeida Elabora o Marcelo Coelho Almeida Dados para cataloga o MACKENZIE Universidade Presbiteriana Mackenzie A religi o na caserna o papel do capel o militar S o Paulo Mackenzie 2006 93 p il Disserta o de mestrado Atualizada de acordo com as Normas da ABNT NBR 6023 2003 NBR 6024 2003 NBR 6028 2003 NBR 10520 2002 NBR 14724 2002 1 Trabalhos acad micos normaliza o T tulo 2 Trabalho de Conclus o de Curso 3 Monografia para p s gradua o stricto sensu CD
43. cado em seus elevados sentimentos de humanidade e caridade crist procur los e localiza los de moto pr prio tendo por isto recebido do Comandante do Regimento Sampaio a miss o de os recolher tamb m para o que lhe foi dado o aux lio de alguns pra as da Companhia de Comando que se apresentaram voluntariamente Durante tr s dias e meio o Capel o Soren sempre incans vel e extraordinariamente dedicado nessa nobilidade miss o vasculhou os terrenos de Viteline e Abetaia Monte Castelo ainda semeados de minas e sujeitos ao bombardeio inimigo tendo recolhidos os corpos de 33 companheiros tombados bravamente nos ataques de 29 de novembro e 12 de dezembro e talvez em algumas a es de patrulha 105 106 Trinta e tr s fam lias brasileiras dever o a esse sacerdote pela n tida compreens o dos seus deveres e exemplar cumprimento dos mesmos o saberem onde jazem os corpos desses entes queridos E pois com grande satisfa o que elogio o Capel o Soren e lhe dou o meu muito obrigado JO O BATISTA MASCARENHAS DE MORAIS Comandante da For a Expedicion ria Brasileira FEB durante a Segunda Guerra Mundial O elogio transcrito foi publicado no Boletim da Divis o de 28 de fevereiro de 1945 Ap s o ataque vitorioso ao Monte Castelo no dia 21 de fevereiro findo o Capel o Soren por iniciativa pr pria auxiliado por oficiais e por abnegados soldados volunt rios percorreu toda a regi o do Castelo onde foram f
44. capel es tempor rios do Ex rcito s o admitidos por an lise de curr culo e s o contratados por per odo determinado Na Marinha onde h o menor n mero de capel es militares das For as Armadas a peculiaridade est na chamada em edital de capel es evang licos por denomina o Se no quadro de militares h um n mero consider vel de evang licos da Igreja Assembl ia de Deus esta For a abre concurso apenas para pastores desta denomina o Na For a A rea onde h o maior n mero de capel es encontra se a maior despropor o quanto ao n mero de capel es cat licos 45 e evang licos 3 Nesta For a os capel es evang licos s o concursados por m ingressam em um quadro de oficiais tempor rios Todavia n o h nenhum capel o cat lico que perten a e este mesmo quadro Os capel es cat licos na FAB comp em o quadro de capel es e s o todos oficiais de carreira que ascendem at ao maior posto previsto Nas Pol cias Militares h in meras observa es que podem ser salientadas H casos de oficiais de alguma arma cavalaria infantaria choque etc que s o aproveitados como capel es por j serem pastores na vida fora do quartel Este o caso da Pol cia Militar de Mato Grosso do Sul onde h apenas um capel o que evang lico e que atualmente exerce esta fun o como capel o interino No ano de 1999 o governo do Rio de Janeiro promoveu um curso na sua Pol cia Militar ministrado por v r
45. capelanias hospitalares em todo o pa s e tamb m em alguns pa ses do exterior Esta refer ncia ao trabalho da hoje organizada em pessoa jur dica ACEH Associa o de Capelanias Hospitalar Evang lica Quanto produ o te rica h uma obra que em sua terceira edi o ganhou o acr scimo de um ap ndice t cnico e consolidou se assim como um manual te rico e pr tico para forma o e organiza o de uma capelania hospitalar evang lica O pesquisador teve a oportunidade de participar de todos os cursos e est gios oferecidos por esta associa o inclusive quando ela ainda era apenas um embri o Quando por m do ingresso na capelania militar o capel o p de perceber as peculiaridades e os desafios inerentes adapta o do aprendizado adquirido em ambiente civil e sua aplica o a uma institui o militar 9 A obra de Eleny Vass o No leito da enfermidade 1997 retrata o in cio do seu trabalho de capelania A primeira edi o de 1988 Nove anos depois da primeira edi o acrescentou se o Manual t cnico de capelania fornecendo inclusive modelo de estatuto para a cria o de uma capelania hospitalar 73 Primeiramente deve se informar que na rotina de trabalho do capel o militar a atividade de visita o hospitalar insere se em meio a todas as demais atividades inerentes ao seu cargo Em n vel regional abrange as atividades de nico capel o evang lico para tender s organiza es militares
46. cas das Escolas de Forma o da Aeron utica Figura 10 C pia da p gina de Internet culto da semana da asa 2006 QUADROS 25 28 33 62 65 75 81 87 Quadro 1 Carta enviada filha pelo pesquisador durante treinamento em escola militar Quadro 2 Requisitos inerentes sele o de um capel o militar Quadro 3 Texto do autor encaminhado para publica o no HASP 52 57 77 INTRODU O 1 HISTORIOGRAFIA E CARACTERIZA O SUM RIO DA CAPELANIA MILITAR 1 1 1 2 1 3 2 A QUEST O RELIGIOSA NA CASERNA A QUEST O RELIGIOSA O HOMEM A QUEST O INSTITUCIONAL A CASERNA 2 2 1 Conhecendo uma institui o total 2 1 2 2 3 AUTO REPRESENTA O DA CAPELANIA MILITAR O TRABALHO DE UM CAPEL O A ADMISS O DE UM CAPEL O O TRABALHO MILITAR DO CAPEL O 3 1 3 2 3 3 3 4 PRIM RDIOS DO SERVI O MILITAR RELIGIOSO A CAPELANIA EVANG LICA OS PRIMEIROS CAPEL ES EVANG LICOS DA FAB 3 2 1 Tarefas educacionais O TRABALHO RELIGIOSO 3 3 1 O aconselhamento 3 3 2 Os pequenos grupos 3 3 3 Capelania hospitalar militar FUNERAIS 3 4 1 Cerim nias f nebres 34 37 47 48 60 60 65 66 68 70 71 72 83 84 3 4 2 O aviso da morte antes da imprensa 3 4 3 O suic dio 3 5 TRABALHOS ESPECIAIS 3 5 1 B blia comemorativa ao centen rio do 14 Bis CONCLUS O REFER NCIA 84 87 91 91 INTRODU O A presente disserta o de Mestrado em Ci ncias da
47. cia de guerra este tempo passa a ser integral Portanto a caserna o local onde a pessoa militar trabalha pratica esportes alimenta se relaciona se socialmente diverte se dorme acorda e come a tudo novamente N o sem raz o que dentro de uma organiza o militar trabalhem militares tamb m voltados para as ci ncias m dicas sociais e humanas neste contexto que encontramos militares da rea da sa de do campo religioso e outros Mas qual lugar ocupa a religi o no imagin rio do militar Ele uma pessoa que ao adentrar na carreira militar ir adquirir uma nova forma de ver o mundo principalmente o mundo dentro da caserna Seria ent o a espiritualidade no quartel apenas algo rotineiro dentro da sua nova vida ou algo realmente significativo para constru o desta cosmovis o militar Ou ainda o militar pautaria a sua vida e seus valores levando em conta os valores religiosos recebidos e previstos no trabalho de 36 assist ncia religiosa no quartel Ou esta assist ncia religiosa em nada influencia sua vida Jung 1988 observou que a religi o est presente no tempo mais primitivo da vida humana e da constitui o do mundo Considera a religi o uma estrutura psicol gica da personalidade humana Mesmo aqueles que n o professam uma confiss o religiosa t m por influ ncia dos arqu tipos alguma conex o com o simbolismo religioso no seu inconsciente Os conte dos simb licos da religi o s o parte d
48. cilmente identific veis na pr tica di ria Muito do que se produz em termos de trabalho religioso est substancialmente associado a todo o modus vivendi da caserna f cil notar por exemplo o predom nio da raz o sobre a emo o em quase todas as cerim nias religiosas no meio militar Todavia mesmo o uso da raz o nas pr ticas religiosas sempre utilizado para o bem estar do militar e de seus familiares Este 40 o sentido do que diz Jo o Calvino sobre o conhecimento de Deus Segundo ele todo conhecimento concedido por Deus ao homem tem o objetivo maior de que o homem O conhe a para o seu pr prio bem apud WILES 1966 p 49 Este tamb m um objetivo programado do trabalho de assist ncia religiosa na caserna Observe se o que diz uma portaria do Ex rcito Brasileiro quanto finalidade do trabalho de capelania A assist ncia religiosa tem por objetivo a eleva o do moral individual dos integrantes do Ex rcito e um conv vio fraternal e harmonioso do homem tanto em sua organiza o militar como em seu ambiente familiar e comunit rio PORTARIA n 115 1 DGP 10 de junho de 2008 A necessidade de meios ou situa es que promovam melhoria no homem sendo a religi o um destes aponta para o fato de que este ser humano um ser em aperfei oamento precisa do bem pois ele mesmo mal O mal est no homem e este no mal Ou nas palavras de Agostinho Confessa que tudo quanto tens de bom em ti mesmo
49. co L Barros e Carlos Eduardo S Matos Int Harro H pfl S Paulo Martins Fontes 1995 CAMPOS Leonildo Silveira Teatro templo e mercado organiza o e marketing de um empreendimento neopentecostal Petr polis S o Bernardo do Campo Vozes Umesp 1997 98 CAVALCANTI Eleny V P Consolo S o Paulo CEP 1990 CLARKE J J Em busca de Jung Rio de Janeiro Ediouro 1998 COLLINS Gary R Aconselhamento crist o S o Paulo Vida Nova 1992 DURKHEIM mile O suic dio S o Paulo Martins Fontes 2000 GOFFMAN Irving Manic mios pris es e conventos Trad Dante Moreira Leite S o Paulo Perspectiva 1974 HAUGK Kenneth C Christian Caregiving A Way of life Mine polis Augsburg publish house 1960 HIPPS Richard Quando morre uma crian a testemunhos de ang stia saudade e esperan a S o Paulo Vida Nova 1996 JUNG Carl Gustav Psicologia da religi o ocidental e oriental 3 ed Trad Mateus Ramalho de Rocha Petr polis Vozes 1988 Psicoterapia e dire o espiritual Petr polis Vozes 1995 Rela o entre psicoterapia e dire o espiritual Petr polis Vozes 1998 Respuesta a Job Cidade Editora ano KELSEY Morton T Caring How can we love one another New York Paulist Press 1981 KOOGAN Andr HOUAISS Ant nio Ed Enciclop dia e dicion rio digital 98 Dire o geral de Andr Koogan Breikmam S o Paulo Delta Estad o 1998 5 CD ROM LEWIS C S O problema do so
50. com muita dificuldade A bem da verdade dos fatos muitos pensam que todos estes aspectos de uma boa visita hospitalar j promovem melhoras no paciente e por isso acham que tudo o que o visitador pode fazer e o paciente pode receber humaniza o e solidariedade Dentre eles destacamos a equipe de profissionais do hospital os acompanhantes dos pacientes e at mesmo o pr prio visitador que pode sair daquele quarto de hospital pensando quem sabe fiz a minha boa a o de hoje Entretanto quero levar voc a pensar no que realmente traz a cura e o consolo real e descanso na alma do paciente N o a presen a do visitador mas a presen a de Cristo As vezes em um leito doente o paciente n o considera a real possibilidade de que Cristo esteja ali com ele Assim como os disc pulos no barco enquanto Jesus dormia N o o toque do visitador na m o do paciente mas o toque salvador de Cristo em sua alma Este toque acontece quando cada pessoa ouve a Palavra de Deus E esta raz o da visita de capelania crist levar a Palavra de Deus ao paciente N o a m o do visitador que leva gua boca do paciente mas a M o de Deus que oferece a ele a gua da vida que Jesus Agua que matar a sua sede de viver uma vida com sentido Jesus disse Aquele que beber da gua que eu lhe der jamais ter sede para sempre Jo o 4 14 Quadro 3 Texto do autor encaminhado para publica o no HASP 82 83 3 4 FUNERAIS
51. da por sacerdotes ou ministros religiosos de qualquer religi o ou culto n o atentat rio disciplina moral ou lei existente O Regulamento de 1946 bastante amplo e detalhado previa a chefia nica para os capel es tanto da Marinha quanto do Ex rcito ou da Aeron utica Esta chefia centralizada seria subordinada inicialmente ao Conselho de Seguran a Editou se uma norma atrav s da qual a maior autoridade eclesi stica da capital federal Cardeal do Rio de Janeiro era constitu da como Prelado dos Militares Cat licos Outro importante passo na evolu o hist rica do servi o de assist ncia religiosa encontrou consist ncia na Lei n 5 711 de 8 de outubro de 1971 e respectivo regulamento de 1972 A principal mudan a que esses dispositivos legais provocaram no servi o de assist ncia religiosa foi a descentraliza o da chefia cabendo uma chefia pr pria para cada for a singular Assim surgiu o SAREx que ficou subordinado ao Departamento Geral do Pessoal do Minist rio de Ex rcito A seguir entrou em vigor a Lei n 6 923 de 29 de junho de 1981 que criou o atual Quadro de Capel es Militares para o Servi o de Assist ncia Religiosa das For as Armadas SARFA Ela assegurava direitos aos capel es dentre outros o direito inatividade al m de especificar para cada for a singular o n mero de vaga para capel es e seus postos Esta lei em grande parte vigora nos dias atuais respeitando as portarias espec fica
52. dados no cumprimento de sua miss o Eles envolveram se com tanto desprendimento e afinco que parecia que a alma de cada um estava totalmente presente ali Neste caso o aconselhamento gerou primeiro a constata o de uma necessidade da tropa e depois no contato com o comandante a possibilidade do suprimento desta necessidade espiritual dos enlutados por quererem se despedir de um colega de farda de forma honrosa e laboriosa 3 3 2 Os pequenos grupos Verifica se que grande parte da assist ncia religiosa acontece em grupos pequenos de pessoas que buscam o apoio do capel o S o reuni es que acontecem entre duas ou tr s pessoas que s o por vezes realizadas at no corredor no hor rio de servi o Devido ao grande n mero de atividades realizadas por muitos em suas tarefas espec ficas pouco resta de tempo para o militar se dedicar a quest es de ordem religiosa Todavia a presen a do capel o no meio destas atividades via de regra mobilizam no militar alguma lembran a boa ou ruim que vem tona naquele impetuoso e fugaz momento em que se p ra num simples comprimento um pouco mais atencioso poss vel que outro militar tamb m se achegue ali e juntos os tr s falam de assuntos de ordem espiritual o que gera a possibilidade de um novo encontro desta feita mais aprofundado Vale ressaltar que muito tempo antes deste pesquisador tornar se capel o h relatos de que estes pequenos grupos de crist os evang licos se re nem
53. de ser chamado de mal uma vez que n o tenha sido motivado pela paix o Para conhecer o homem sob o ponto de vista da religi o necess rio que se examine o conceito de pecado Segundo Jo o Calvino 1509 1564 pecado a transgress o da lei de Deus Toda e qualquer repugn ncia contra a lei de Deus pecado ou ainda a pr pria oposi o justi a tamb m pecado Os homens s o ordenados a amar a Deus de todo o cora o com todas as for as e com todo o entendimento Um dos pilares da doutrina calvinista a total deprava o do homem Nela o homem compreendido como algu m absolutamente incapaz de escolher o bem e pratic lo por si s pois todo o seu ser est deteriorado pela heran a maldita de Ad o que ao desobedecer a Deus condenou toda a ra a humana a viver sob o dom nio do pecado O homem portanto impossibilitado de cumprir a lei de Deus certo que esta lei n o mesmo cumprida Isso se nota por exemplo com a m nima inclina o da mente humana de abandonar o amor de Deus em troca da vaidade Portanto aquele que nega que qualquer concupisc ncia da carne pecado deve por conseguinte negar que o pecado transgress o da lei N o se trata segundo Calvino de qualquer desejo prim rio da natureza humana trata se todavia daquelas paix es desenfreadas que s o opostas aos mandamentos e institui es de Deus apud WILES 1966 p 203 Ao refutar uma doutrina anabatista de seu tempo segund
54. de utilidade para a pesquisa o principal texto utilizado na elabora o do primeiro cap tulo Fruto tamb m de uma busca visando o aprimoramento profissional da capelania militar e sua implanta o no Corpo de Bombeiro Militar do Rio de Janeiro a monografia do Capit o de Bombeiro Militar Josu Campos Macedo ocupa lugar de destaque neste trabalho Os dois referenciais te ricos principais para uso no segundo cap tulo foram Gustav Carl Jung e Jo o Calvino Este fornecendo a perspectiva teol gica do homem e aquele abordando sua espiritualidade a partir da psicologia Outros autores cl ssicos da teologia psicologia sociologia e ci ncias da religi o forneceram tamb m a sua relevante contribui o Deve se especial destaque parte da obra de Santo Agostinho Os demais est o demonstrados nas refer ncias ao final do trabalho Por fim foi empregada a observa o participativa do pesquisador e capel o militar evang lico O interesse do autor foi ressaltar o conceito de trabalho religioso e trabalho militar de um capel o A partir desta perspectiva pr tica surgiram temas que demandaram a busca por referencial te rico dispon vel Sendo assim para os temas de aconselhamento e capelania hospitalar este autor utilizou se do material existente e de contribui es bibliogr ficas utilizadas durante as aulas presenciais no Mestrado bem como na gradua o em teologia e psicologia Por fim para fazer justi a sua import ncia para a
55. dos Este trabalho militar como se designa na cultura da caserna de prioridade zero consolida se como ponte de oportunidade para o servi o de capelania tornar se mais e mais necess rio e eficiente O sentido desta prioriza o m xima da atividade de funeral tem roubado do pesquisador nestes tr s anos em m dia pelo menos uma noite de sono semanal Isto porque como coordenador da equipe composta por mais oito subordinados o capel o permanece com o telefone m vel cujo n mero amplamente divulgado para todas as equipes de servi os ininterruptas de alguns quart is E de cada dez ocorr ncias de falecimento ele acionado em pelo menos 8 delas em m dia Conforme arcabou o te rico desenvolvido no cap tulo 2 2 termo utilizado para prioridade m xima que pretere qualquer outra tarefa para o seu cumprimento imediato 84 Vale ressaltar que a demanda para este servi o abrange tr s grupos de militares que ao todo chegam perto de 15 000 quinze mil pessoas O grupo de militares da ativa que trabalham no quartel General este o grupo abrange todos os militares inativos e seus pensionistas que gozam da reserva remunerada e residem na rea que abrange o IV COMAR Tamb m o grupo de militares que fale am em qualquer lugar do Brasil e do exterior que venham a ser sepultados na rea do estado de S o Paulo H de se registrar que o maior grupo tamb m aquele no qual mais pessoas falecem o de inativos devido ao a
56. e em per odos de tr s em tr s messes de intervalo permanecendo internado por cada vez mais tempo nunca por m em per odo inferior a um m s de interna o Numas destes reencontros M rio j n o conseguia mais falar pois o c ncer j havia demandado traqueotomia e infeccionado toda sua regi o facial Em uma destas visitas ocorreu o inusitado Mario Rosa sempre atendia o capel o de forma monossil bica e reticente isto enquanto ainda podia falar Desta vez ele olhou para o capel o com muita emo o e em l grimas apanhou um papel e escrevia inusitadamente sua experi ncia de conforto com o Senhor durante a experi ncia vivida no intervalo entre a ltima interna o e esta A emo o de Mario passou para o papel e penetrou aos sentimentos mais profundos do capel o Quando M rio n o mais falava e jamais poderia falar como antes que ele expressou as palavras de maior import ncia para sua vida O trabalho do capel o certa vez foi o de recuperar dist ncia um documento important ssimo para a interven o cir rgica que aproximava se documento este que havia se perdido no traslado do paciente do Rio para S o Paulo Naquela manh esta foi a nica e n o menos dif cil tarefa executada pelo capel o Que ao inv s de visitar outros pacientes dedicou se a telefonemas e contatos desgastantes burocr ticos e demorados Noutra ocasi o j bem pr ximo do fim do sofrimento de Mario o capel o soube por interm dio da equipe
57. e ou de perder o controle emocional Num hospital estes temores t m muito mais probabilidade de sobrevir do que fora dele H grande liga o entre doen a emocional f sica e espiritual Consideremos por exemplo a depress o E uma doen a emocional comum A pessoa deprimida pode ter v rias queixas quanto a males f sicos que podem envolver qualquer rg o do corpo Estas pessoas n o t m apetite sofrem de pris o de ventre ou de diarr ia podem sentir dor no peito ou palpita o n o t m sono perdem o interesse em tudo e retraem se do mundo muitas vezes sentindo se desprezadas por todos Muitas vezes lhes sobrev m uma m rbida sensa o de ter agido mal ou cometido o pecado imperdo vel e que Deus as abandonou e que a doen a seja castigo por seus pecados passados Penso que n s os que trabalhamos em hospitais de cl nicas temos nos desviado muito do alvo de Rahere que era prover hospitalidade aos doentes O hospital de cl nicas moderno n o lugar muito hospitaleiro Nossos empenhos dirigem se mais no sentido da doen a da pessoa do que da pessoa do doente Interessando nos mais pelos rins do que pelos donos dos rins mais no cora o como uma bomba do que no cora o como sede das emo es mais pelo c rebro como um computador do que rg o que aloja a consci ncia Temos levado longe demais a especializa o Agora temos que restaurar o toque pessoal a hospitalidade aos nossos hospitais Temos de tratar a p
58. e todo bem CONFISS ES 1987 p 46 Este encontro al m de uma necessidade como salienta Agostinho algo inerente ao homem Ou seja ao ser humano n o cabe em certo sentido aceitar ou rejeitar tal encontro No dizer de Jung a experi ncia religiosa antes de tudo uma afeta o da qual o homem torna se v tima Ele diz que no contato em que alma humana recebe a Deus o homem tem poucas escolhas Pois ocorre o impacto ou a afeta o do encontro ao escrever a obra Resposta a J 1989 Jung fala n o apenas de conceitos mas de sua pr pria experi ncia No in cio da obra ele fala deste enorme desafio que falar por um lado de seu entendimento e por outro dos seus pr prios sentimentos em rela o mat ria tratada O homem deve ser afetado para que a paix o da a o de Deus chegue a ele 1989 p 14 Ao relatar o drama humano de J e sua experi ncia tanto de presen a quanto de aus ncia de Deus Jung faz uma escolha fenomenol gica Sua abordagem a de quem procura analisar quais as circunst ncias em que ocorre a experi ncia do homem com Deus Analisa o pr prio encontro Em outra obra ele apresenta esta mesma realidade em outras palavras Religi o vem do latim Religare uma acurada e conscienciosa observa o do numinoso isto uma exist ncia ou um efeito din mico n o causado por um ato arbitr rio Pelo contr rio o efeito se apodera e domina o sujeito humano mais sua v tima do que seu
59. e um capel o Talvez o paciente ou a equipe m dica possa pensar o que este capel o faz aqui ele n o deveria estar enterrando algum morto ou consolando uma fam lia enlutada Assim a presen a do capel o muito bem vinda diferentemente em certo sentido da realidade de um trabalho de capelania hospitalar fora do quartel e Conquiste o ambiente X tome posse do que seu Em um trabalho regular de capelania hospitalar at que ele chegue ao ponto em chegou por exemplo o trabalho da ACEH um incont vel esfor o foi feito por muitos para que o espa o fosse conquistado Isto n o diferente ainda hoje se algu m almejar criar e instituir um trabalho de capelania em qualquer hospital Muito trabalho ter de ser realizado e com muita paci ncia at que a pessoa do capel o conquiste seu espa o e respeito da equipe de trabalho e da dire o do hospital Entretanto para qualquer capel o militar que chegue a um hospital militar ele j encontrar um ambiente e um cus que simplesmente j est preparado para que ele atue Ou tome posse do que seu 80 e Jaleco ou guarda p X fardamento regular di rio A vestimenta do capel o com exce o das vestes cerimoniais toga estola ou batina sempre a mesma de qualquer outro oficial Portanto o capel o militar no hospital estar vestido como a maioria dos militares ali que utilizam o uniforme administrativo J no trabalho de capelania fora dos quart is
60. ealizaram sua cerim nia de casamento e agora poder o encontr lo em um leito v tima de um acidente a reo Concluindo esta se o de capelania hospitalar militar observa se a seguir um texto de cunho pastoral que foi enviado para publica o no peri dico do Hospital A publica o de mat rias textos ou pesquisa como esta trazem grande significa o ao trabalho do capel o seja no hospital seja em qualquer outro lugar da sua atua o Abaixo um desses textos Localizado na regi o dos jardins rea nobre da capital paulista o HCFMUSP o maior complexo hospitalar da Am rica latina A Visita o Hospitalar O trabalho de visita o leito a leito a pacientes internados em um hospital pode trazer para a pessoa do visitador boas e generosas surpresas N o h d vida sobre quem o maior beneficiado neste trabalho E o paciente Todavia se notarmos a raz o maior pela qual um paciente encontra conforto real e verdadeiro enfrentaremos uma constata o alarmante Perceberemos que o consolo recebido pelo paciente n o surgiu apenas como fruto de sua presen a como visitador e tamb m n o foi apenas porque voc pegou o pela m o o fez sentir a sua presen a atrav s de um carinho do qual ele estava muito necessitado e tamb m n o fruto de sua ajuda ao ajeitar o seu travesseiro ou servir lhe o caf da manh pouco a pouco conversando com ele enquanto ele l engole as pequenas por es de alimento
61. eceber o alento que vem dos louvores Ap s estes louvores o capel o faz uma ora o pelos pacientes que ali se encontram Verifica se neste trabalho o contentamento de ambos os lados Tanto por parte dos m sicos que se sentem honrados em poderem alegrar e servir aos pacientes como por parte destes que recebem segundo seus relatos grandes b n os quando este trabalho executado Al m dos cultos regulares cuja assist ncia em m dia baixa os trabalhos de capelania t m grande aceita o nos eventos festivos S o eles cultos em a o de gra as alusivos formatura de turma escolar anivers rio de organiza es militares promo o de militares p scoa do militares ou ainda datas comemorativas tais como dia do soldado dia da Aeron utica etc Os cultos em a o de gra as acontecem em datas geralmente marcadas pelo pr prio capel o J houve em uma organiza o 14 Este culto dominical que acontece desde maio de 2004 realizado dominicalmente s 11h00 no audit rio do HASP Hospital de Aeron utica de S o Paulo conforme agendamento 70 da p scoa dos militares cultos cujos participantes somavam n mero superior a mil militares presentes Figura 6 Culto da p scoa dos militares 2006 Realizado na Assembl ia de Deus do Bom Retiro em S o Paulo Foto do pesquisador 3 3 1 O aconselhamento A forma de assist ncia religiosa atrav s do aconselhamento pastoral tem se revelado como oport
62. ecer uma categoria de m sica ao ouvi la como se j a conhecesse dada a facilidade e a flu ncia no aprendizado Tal qual existe a alma musical que d conta de que povos de outras culturas conhe am gostem e toquem com avidez nossas m sicas isto porque existe dentro deles uma tend ncia para a m sica Dessa mesma forma o homem se identifica com o numinoso apresentado a ele Mesmo que leia o relato da ira e do terror de Jav em Ex 4 26 Ibid p 86 Pode se a partir destas afirma es definir o homem como um ser religioso Se h uma identifica o t o clara uma conflu ncia t o expl cita segue se que n o poss vel definir o ser humano sem que o fa amos a partir da contribui o da religi o V se nesta cita o que a religi o algo impl cito na alma humana torna se clara uma tend ncia genuinamente una estranha e poderosa para um bem que s a religi o conhece e que n o de 42 modo algum racional A alma est nele Procura o pela intui o e reconhece o por detr s das express es simb licas obscuras e insuficientes Ibid p 56 O homem como um ser religioso Esta tese defendida e apresentada comunidade cient fica com excepcional maestria por Jung Ele desenvolveu sua psicologia anal tica concedendo especial aten o ao estudo das religi es Para Jung o homem um ser religioso em ess ncia Ele considera a religi o uma estrutura psicol gica da personalidade humana
63. eciador da mat ria a possibilidade de refletir e criticar as regras comuns ao trabalho de capelania Os conceitos ser o portanto apresentados em forma de oposi o 79 e Ceda a sua vez X que bom que o senhor veio O trabalho de capelania militar tem enquanto representa o social dentro do hospital militar a imagem de um trabalho muito necess rio e respeitado Seja por parte dos pacientes de seus acompanhantes ou da equipe de trabalho Na maioria das vezes quando um capel o entra em um quarto percebe se certa mobiliza o de todos para receb lo de forma agrad vel N o obstante a regra da boa visita o ensina ao visitador hospitalar a sempre dar prioridade ao trabalho m dico de enfermagem ou para m dico H casos em que um desses profissionais ou cede sua vez ao capel o ou adia o in cio da sua tarefa at que o capel o termine sua visita A frase mais comum seja na chegada ou na sa da da visita esta que bom que o senhor est aqui Volte mais vezes H uma raz o hist rico institucional para isso Devido ao fato de a presen a do capel o no campo de batalha significar na maioria das vezes aquele que veio aben oar a morte dos her is de guerra esta representa o perpetuou se na cultura militar A cruz que o capel o carrega como ins gnia representa para muitos a cruz da morte ou uma presen a necess ria quando este o motivo Desta forma pouco esperada a visita regular ou desinteressada d
64. eitos os ataques anteriores de 29 de novembro e 12 de dezembro visando o recolhimento e identifica o de cad veres de nossos bravos soldados que tombaram no cumprimento do dever e que n o puderam ser recolhidos em tempo pelo hostilidade do inimigo Desse nobre altru stico gesto de solidariedade humana do Capel o Soren resultou o piedoso recolhimento de 46 cad veres sendo identificados por ele pr prio 22 Os demais corpos foram recolhidos ao Pelot o de Sepultamento para identifica o posterior Fazendo p blico t o nobre procedimento elogio o Capel o Soren j t o estimado pelos oficiais e pra as do Regimento pela sua bondade e prestimosidade e por sua coopera o constante a este Comando mesmo fora a assist ncia religiosa sempre que se fez mister n o olhando sacrif cios de qualquer natureza Em todas as a es que o Regimento tem se empenhado o Capel o Soren n o se descuidou da assist ncia religiosa aos seus camaradas indo constantemente s companhias empenhado em levar o conforto moral e religioso indistintamente a todos os soldados D agora mais uma prova de suas qualidades morais e alta compreens o de seus deveres e belo exemplo digno de um sacerdote crist o Elogio pois o Capel o Soren pelo seu louv vel procedimento o que permitiu dar digno e respeitoso destino aos restos mortais dos her icos soldados do Brasil CAIDADO DE CASTRO Comandante do Regimento Sampaio da For a Expedicion ria Br
65. em esperan a Pessoas assim e elas s o em grande n mero atravessam a exist ncia mergulhado na ignor ncia porque n o souberam perceber sua pr pria significa o seu sentido Do que elas precisam ent o Jung relembra neste ponto a indissocia o que h entre o cientista e seu objeto de estudo neste caso Segundo ele o te logo n o apenas algu m que sabe algo sobre Deus mas que vive esta experi ncia N o apenas conhece algo 44 sobre amor esperan a e f mas que as possui todas Por esta raz o que deveriam ser procurados O paciente precisa ent o buscar em quem conhece e tem o que Jung 1998 chamou de os quatro grandes carismas amor esperan a cren a e conhecimento O capel o deve ser este guia espiritual a quem Jung atribui o papel de sujeito facilitador do encontro do homem com sua dimens o espiritual Al m do uso da raz o as necessidades espirituais da pessoa militar ser o supridas medida que no pr prio ambiente da caserna ela tenha espa o para acessar o sagrado O trabalho religioso no quartel deve proporcionar este espa o E nesta busca o homem parte ao encontro do seu pr prio sentido de exist ncia Victor Franklin idealizador da logoterapia fundamenta sua teoria pautada nesta mesma vis o apud LUCAS 2003 Todo ser humano est em busca de sentido A cura de suas neuroses e seus sofrimentos s poss vel se o homem atentar para um objetivo maior a raz o de sua pr pria exist nc
66. em grande parte das organiza es militares espalhadas pelo Brasil Nestes relatos verifica se consider vel influ ncia e bons resultados oriundos das reuni es de pequenos grupos de crist os buscando a espiritualidade no meio do ambiente do quartel Dentre os crist os s o os evang licos que historicamente se destacam nestas atividades aut nomas de reuni es religiosas 12 Isto porque no caso da For a A rea Brasileira o n mero de capel es cat licos em quantidade suficiente para contemplar grande parte dos quart is de maior import ncia na Federa o Sendo assim o trabalho religioso cat lico que ocorre invariavelmente em maior quantidade do que o evang lico sempre conta com a iniciativa do clero no caso o capel o da Unidade 3 3 3 Capelania hospitalar militar Dentre a ampla gama de atua o do capel o militar talvez aquela que mais se assemelhe ao trabalho de capel es n o militares seja o de visita o hospitalar H identifica o mas encontram se tamb m peculiaridades de um quando comparado ao outro e pode se citar at mesmo algumas diferen as substanciais no trabalho de capelania hospitalar dentro e fora de uma organiza o militar H no Brasil um trabalho de capelania evang lica de muito fruto e realiza es em seus mais de vinte anos de atua o Deste trabalho al m da refer ncia te rica h o aspecto emp rico de j ter motivado e assessorado a cria o de mais de cinquenta
67. en falecido na noite de 2 de janeiro de 2002 aos 93 anos de idade comprova a exequibilidade deste trabalho Mas al m de ser uma quest o de fato ela o tamb m de direito H uma vasta legisla o brasileira que instiui regulamenta e acompanha o trabalho de capelania no Brasil Acompanhadas de suas ementas ou principais artigos s o elas e Constitui o Federal Artigo 5 Item VI inviol vel a liberdade de consci ncia e de cren a sendo assegurado o livre exerc cio dos cultos religiosos e garantida em forma da lei a prote o aos locais de culto e suas liturgias e Lei n 6 923 de 29 de junho de 1981 rege o Servi o de Assist ncia Religiosa das For as Armadas atualizada pela lei n 7 672 de 23 de setembro de 1988 Di rio Oficial da Uni o DOU de 26 de setembro de 1988 e Portaria do Minist rio do Estado do Ex rcito Brasileiro n 1348 de 21 de dezembro de 1981 instru es Gerais para o funcionamento do Servi o de Assist ncia Religiosa no Ex rcito IG 10 50 DOU de 23 de dezembro de 1981 Boletim do Ex rcito Bol EX n 1 importante ressaltar que para o ingresso no Quadro de Capel es Militares nas For as Armadas os itens Vl e V do Art 18 da Lei n 6 923 de 29 de junho de 1981 t m como uma das considera es e V Ter curso de forma o teol gica regular de n vel universit rio reconhecido pela autoridade eclesi stica de sua religi o e V Possuir pelo menos 3 tr
68. ensa as b n os do Senhor Pastor Jo o Filson Soren O Combatente de Cristo Capel o Militar Evang lico na 22 Guerra Mundial Nascido em 21 de junho de 1908 no Rio de Janeiro e filho do Pastor Francisco Fulg ncio Soren e Jane Filson Soren come ou sua forma o no Col gio Batista Shepard Ali ele concluiu o bacharelado em Ci ncias e Letras enquanto estudava mat rias teol gicas no Semin rio Batista do Sul do Brasil Em 1928 embarcou para os Estados Unidos onde fez mestrado em Teologia e Artes voltando ao Brasil em 1933 Com a morte de seu pai naquele mesmo ano a Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro depois de um ano de ora o e busca chamou o para ser seu pastor Foi consagrado em 1935 e durante cinquenta anos 1935 1985 a pastoreou com rara efici ncia onde batizou 3 345 pessoas Era um pregador not vel aliava erudi o simplicidade Ocupou por onze vezes o cargo de presidente da Conven o Batista Brasileira e presidente da Ordem dos Pastores do Distrito Federal hoje Rio de Janeiro foi reitor do Semin rio Teol gico Batista do Sul do Brasil orador e presidente da Alian a Batista Mundial fundador da Sociedade B blica do Brasil pertenceu a Academia Brasileira Evang lica de Letras e foi membro do Conselho de Administra o do Hospital Evang lico do Rio de Janeiro A Faculdade Georgetown em Kentucky USA lhe conferiu o Doutorado em Divindade em 1955 e a Faculdade Batista William Jewell em Missour
69. error e o aniquilamento 41 Tamb m Otto fala da pequenez do homem ressaltada na grandeza de Deus O resultado o reconhecimento de sua nulidade Este sentimento sentimento de criatura numinoso poder majestas zelo e ira de Deus forma por assim dizer a mat ria da humildade religiosa Ibid p 30 Ou ainda Mas que sou eu Que uma coisa Sou realmente e toda a coisa realmente Que este eu Que este tudo N s s somos porque tu s e queres que sejamos Pobres pequenas ess ncias que comparadas contigo e perante a tua ess ncia devem se chamar figuras esquemas sombras e n o ess ncias Ibid p 33 O homem a partir desta perspectiva niilista no sentido filos fico que significa redu o de si mesmo a nada v brotar deste auto aniquilamento outro conceito fundamental a sua depend ncia e necessidade de contato e do encontro com o sagrado Caminha se assim na compreens o religiosa do homem que qualquer ser humano um ser que precisa relacionar se com o numinoso Esta necessidade de um deus faz do homem um ser irremediavelmente religioso O religare significado latino da palavra religi o encontra neste ponto sua total aplica o Pois o homem um ser que precisa se religar ao de que se desligou em algum momento neste ponto que Otto enxerga a liga o humana com o numinoso como uma liga o impl cita pr existente Ele compara este encontro com o fasc nio da alma musical que sem conh
70. essoa toda corpo esp rito e alma e n o apenas alguns rg os que funcionam mal Ministros e psiquiatras enfim todos os que assistem os doentes t m singular oportunidade de servir ao homem todo E o homem hospitalizado a est porque chegou a uma encruzilhada na vida Pode ele estar enfrentando a morte ou uma mutila o cir rgica ou pode ter perdido temporariamente o contato com a realidade ou perdido o controle de suas emo es O doente est extremamente necessitado de ajuda n o somente de rem dios cirurgias curativos mas ele precisa de algu m que seja usado por Deus para curar a sua alma o capel o o visitador evang lico Oliver Wendell Holmes disse privil gio do m dico curar s vezes aliviar muitas vezes confortar sempre N s m dicos nos empolgamos tanto com a primeira parte que muitas vezes passamos por alto a ltima O capel o eficiente pode ajudar nos a tratar do indiv duo todo corpo esp rito e alma Ele pode ajudar nos a tornar o hospital mais uma vez um lugar onde se encontra a hospitalidade Souza Lima apud VASS O 1997 p 51 Quando o autor citado por Vass o afirma que o paciente considera o hospital um local infeliz e solit rio ele retrata o que visto em muitos casos no trabalho da 75 capelania militar Isto porque esta solid o e abandono n o est o no hospital e sim dentro do indiv duo que a sofre Na cultura militar observa se muit ssimo a atitude de rec
71. ferecidas para os internos Caso se pudesse falar de um curr culo oculto se diria que os internos ou os militares apreendem tudo o que h de escuro e negativo sobre 8 Por c rculo militar entende se as restri es de espa os e relacionamentos aos grupos a que fazem parte as patentes militares Sendo assim em uma festa ou em uma refei o oficiais n o se misturam com os graduados que por sua vez tamb m n o se misturam com os pra as tamb m o caso dos alojamentos e at mesmo dos banheiros que em muitos casos s o tamb m restritos ao posto que ocupa o militar Este termo foi trazido das aulas de Educa o Crist do curso de Bacharel em Teologia e denota todos os aprendizados informais ou subliminares que ocorrem em alguma institui o o que n o est escrito no curr culo formal mas transmitido e apreendido muito mais do que atrav s daquele 53 a sua nova vida na caserna Isto se aplica forma como eles v em as atitudes do comando a pouca infra estrutura do local de trabalho como descaso a insatisfa o quase generalizada quanto ao atendimento m dico hospitalar sal rios ascens o na carreira e outros Isto sem d vida gera certo descompromisso com a sua tarefa no quartel Goffman cita um exemplo ao falar sobre as tarefas mal cumpridas Eles s o pagos para trabalhar pagos para comer pagos para dormir esses meio pences est o sempre somando Por isso imposs vel dignificar um trabalho ao faz
72. fmann este um fator b sico de todas as institui es totais n o apenas suprir tais necessidades mas antes de tudo control las As necessidades perdem o aspecto pessoal e passam a ser encaradas pela institui o como necessidades coletivas Ou seja os grupos devem ser alimentados vestidos treinados e assim por diante Perde se o sentido de individuo e assume se a no o literal de coletividade Dizem na caserna se n o tem para um n o tem para cem Nas grandes corpora es militares este controle das necessidades grupais fica anda mais generalizado e dificilmente h a possibilidade de se tratar de alguma necessidade pessoal seja de ordem de sa de f sica mental emocional ou at mesmo espiritual Certo militar ex aluno rec m sa do da academia relata que diante da morte acidental de algum cadete eles alunos ficavam muito tempo sem saber o que estava acontecendo e quando os oficiais lhes davam a not cia falavam de forma fria e extremamente abreviada Em um caso de acidente que resultou na morte de dois cadetes o instrutor ap s dar a not cia em seguida no mesmo audit rio come ou imediatamente a sua aula Portanto nota se que em um ambiente de oitocentos alunos n o h espa o para se ater ao que cada um sente ou como cada um reage morte de um companheiro O que tem que ser feito assimilado e tratado ser feito apenas no mbito coletivo 50 Devido a isso a quest o religiosa na casern
73. frimento humano S o Paulo Mundo Crist o 1986 LUCAS Elisabeth Psicologia espiritual S o Paulo Paulus 2008 99 MACEDO Josu Campos Capelania evang lica militar no Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro s n 1994 MACHADO Jos Pedro Dicion rio etimol gico da l ngua portuguesa Lisboa s n 1952 1959 2 v 2 ed 1967 1973 3 v 3 ed 1977 5 v OLINTO Rubem Luto uma dor perdida no tempo princ pios b sicos para se enfrentar o inevit vel Niter i RJ Vinde 1993 OTTO Rudolf O sagrado S o Bernardo do Campo SP Metodista Ci ncias da Religi o 1985 PEREIRA Josias F como um fen meno psicol gico 1998 Disserta o Mestrado em Teologia Pastoral Faculdade de Filosofia e Ci ncias da Religi o Universidade Metodista de S o Paulo S o Bernardo do Campo 1998 TAWNEY R H A religi o e o surgimento do capitalismo S o Paulo Perspectiva 1971 TROELTSCH Ernest The social teachings of the Christian churches Nova York s n 1960 TZU Sun A arte da guerra Floresta L amp PM 2000 VASS O Eleny No leito da enfermidade 3 ed S o Paulo Cultura Crist 1997 inclui Manual t cnico de capelania hospitalar WEBER Max tica protestante e o esp rito do capitalismo 10 ed S o Paulo Pioneira 1996 Ensaios de sociologia Rio de Janeiro LTC 1982 WILES J P Ensino sobre o Cristianismo as Institutas da Religi o Crist
74. hist rica acad mica da sociologia e da religi o utilizou se a reflex o sobre um cl ssico de Emilie Duhkheim quando o assunto foi suic dio no meio militar Tais contribui es prop em assim um instrumento concreto para elabora o do presente trabalho A an lise dos dados foi obtida mediante o apoio te rico medida que foram consultados os textos citados na lista final de refer ncias posto que foram livros indispens veis compreens o pr via do problema de pesquisa A pesquisa se organiza a partir do seguinte problema central h de fato uma real influ ncia do trabalho de capelania militar na constru o de uma espiritualidade no quartel Com base em argumentos hist ricos teol gicos t cnicos e pr ticos a hip tese sugerida o trabalho do capel o militar exerce influ ncia no militar seja na 18 perspectiva da pessoa seja no mbito da institui o O trabalho de um capel o profundamente ligado sua convic o pessoal de f Sendo assim a simples presen a da capelania militar em um quartel j sup e a vis o institucional de que a espiritualidade necess ria e que portanto deve ser exercida de forma a gerar resultados pr ticos O objetivo do trabalho analisar o trabalho do capel o militar e apontar a sua influ ncia no meio militar uma vez que seu trabalho fruto de sua convic o pessoal de f Tamb m visa a apontar a vis o institucional acerca da necessidade de espiritu
75. homem sequer capaz de compreender sua import ncia Isto porque n o se trata de uma compreens o racional mas experiencial fenomenol gica A alma est nele Procura o pela intui o e reconhece o por detr s das express es simb licas obscuras e insuficientes p 56 Portanto cabe perguntar qu o bom ou que bem faz ao homem este encontro Este encontro humano com o sagrado no qual a exist ncia humana encontra o seu sentido traz alguma influ ncia na conduta moral e tica deste homem afetado em sua alma pelo totalmente outro Em Agostinho constata se que Deus a representa o do pr prio bem em todas as fases da vida humana Ele diz que os homens s o vidos e perversos em se esquecer disso O que o homem possui apenas o mal conforme j visto Portanto a consequ ncia da volta do homem para Deus voltar se de igual forma para o bem Ou ainda abandonar o mal ou suas m s a es ou pensamentos O mal moral realizado contra si mesmo contra o pr ximo e contra Deus incoerente pensar em uma vida humana que se rende ao seu encontro com o sagrado e n o passe a vivenciar mudan as significativas em sua conduta moral e tica A vis o de Agostinho extrapola at mesmo o aspecto do encontro em si Em suas Confiss es ele relata que o bem de Deus sobre ele bem como a repuls o ao mal que Deus gerava nele j se manifestava em sua vida mesmo antes de sua convers o Relembrando uma fase de sua vida quando viver
76. i USA o Doutorado em Letras em 1960 Por sua incomum capacidade de tradu o simult nea serviu como interprete no Est dio do Maracan do grande pregador norte americano Billy Graham em 1960 Foi casado durante 55 anos com a profa Nic a Miranda Soren com quem teve tr s filhos quatro netos e tr s bisnetos Ficou vi vo em 14 de maio de 1990 Em 1944 emocionou o Brasil ao apresentar se como volunt rio para servir como Capel o na II Guerra Mundial sendo convidado ent o para estruturar o Servi o de Capelania Evang lica que ainda n o existia nas For as Armadas brasileiras Foi nomeado Capel o Militar em 13 de julho de 1944 e classificado no 1 Regimento de Infantaria Regimento Sampaio No dia 20 de setembro do mesmo ano embarcou com destino ao teatro de opera es da Europa onde permaneceu por 341 dias A contribui o c vica com que ele honrou sua p tria na condi o de Capel o Evang lico das For as Expedicion rias Brasileiras lhe rendeu as seguintes condecora es militares Medalha do Esfor o de Guerra Medalha da Campanha da FEB Cruz de Combate Primeira Classe e a Silver Star do Ex rcito Norte Americano Posteriormente receberia ainda as seguintes medalhas pelos mesmos motivos Mascarenhas de Moraes Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial Amigos da Marinha e Monte Castelo entre outras O trabalho do Capel o Soren no front de batalha foi t o imp
77. ia a busca pelo sentido da vida Muito embora a abordagem de Franklin esteja estritamente aplicada ao uso cl nico suas descobertas lan am muitas contribui es para compreens o pr tica do que Jung chamou de guia espiritual Pode se inferir que o homem na caserna apesar das conting ncias a que est sujeito por viver em uma cultura com sentido pr prio este conceito ser explorado mais detalhadamente na pr xima se o tamb m um ser nesta mesma busca por sentido Cabe ao servi o de assist ncia religiosa proporcionar meios de acessar o sagrado para facilitar tal encontro H portanto o encontro deste homem com o numinoso Para Agostinho o homem apenas encontra satisfa o em Deus Nas suas Confiss es 1987 ele defende peremptoriamente que jamais o homem encontrar sentido se n o voltar para Deus Feciste nos ad Te et inquietum est cor nostrum donec requiescat in Te Tu nos criaste para ti mesmo e nosso cora o jamais encontrar repouso at que voltemos para Ti Tudo aquilo que o homem necessita de fato deste encontro ou re encontro com o sagrado A satisfa o plena do homem est em Deus Em uma de suas ora es Agostinho diz d me a Ti mesmo pois ainda que me desses tudo o a busca por sentido na vida Elizabeth Lucas faz um estudo das implica es da logoterapia de Franklin e sua aplica o pr tica na obra Psicologia espiritual 2003 45 que criaste ainda me faltaria algo fonte d
78. ida Certamente uma consequ ncia imediata deste encontro a restaura o ou a reconstru o do seu eu Outro papel importante do capel o o de servir como uma ponte de comunica o entre o oficialato e a tropa Tanto no sentido da tropa para os oficiais quanto no outro dos comandantes para a tropa Em alguns momentos seu papel o de assessorar os comandantes sobre o que de fato os soldados e demais militares est o vivenciando no seu dia a dia ou est o querendo comunicar Certa vez o pesquisador enfrentou uma situa o real que ilustra esta quest o da comunica o Mediante a morte por suic dio de um soldado o capel o percebeu que havia uma mal estar na tropa N o apenas pela perda do colega como tamb m porque ouvira que a ltima ordem do comandante era a de que a tropa n o poderia realizar as honras f nebres para aquele soldado Isto porque n o est previsto em regulamento que morte por suic dio tenha este tipo de homenagem Havia entretanto entre os soldados que presenciaram o ato da morte a not cia de que aquele soldado morreu devido a um acidente com a pr pria arma Foi suic dio mas resultante de acidente ou descuido portanto n o premeditado O capel o percebeu um lamento por toda a tropa O sentimento de tristeza generalizada por um colega que havia sido v tima de um acidente ainda que causado por ele pr prio e que agora seria sepultado como indigno de receber uma honraria a qual reservada a
79. ilitar Antes por m seja ele um encorajador de uma vis o espiritual desta ou outra tarefa Assim se pode perceber na pessoa do capel o a presen a de um guia espiritual conforme analisou Jung A pr pria presen a do capel o em tarefas pertinentes uma presen a motivadora e transformadora da cosmovis o atual para uma cosmovis o espiritual Al m da miss o de secretariar o projeto soldado cidad o este pesquisador atua como instrutor do curso de forma o de soldados em tr s dos quart is aos quais ele atende di ria semanal e mensalmente O capel o ministra duas mat rias 68 espec ficas para uma turma em m dia de 40 soldados sendo duas turmas por ano Uma das instru es ministrada a toda a turma de recrutas Trata se a instru o de conduta social Para tais instru es existe material apostilado e oferecido a todos os recrutas para acompanhamento das aulas Todavia na experi ncia deste capel o suas instru es al m de apresentarem o material obrigat rio ainda encontram espa o para um bloco de instru es de conduta social e moral extra das de vers culos b blicos do livro de Prov rbios e projetadas em tela para a visualiza o de todos Nestas instru es al m de apresentar a B blia como um livro que pode dirigir a conduta humana seja no mbito social familiar ou moral o capel o faz a intersec o das suas tarefas militar e religiosa Neste caso s o projetados vers culos cujos c
80. ios capel es do Estado da Fl rida nos Estados Unidos da Am rica Estes capel es em seu curso passaram uma vis o diferenciada do trabalho de um capel o policial Em sua rotina os capel es eram policiais de rua que atendiam especialmente aos chamados relacionados s demandas familiares tais como viol ncia no lar brigas e embriagues Depois deste curso o governo da poca abriu vaga para v rios capel es ingressarem na Pol cia do Rio H Estados brasileiros tamb m que possuem apenas dois capel es em todo o Estado um cat lico e um evang lico Entretanto talvez o caso mais inusitado de certa forma seja o do Estado de S o Paulo O efetivo da PMESP duas vezes maior que o Sigla para Pol cia Militar do Estado de S o Paulo 62 efetivo nacional da Marinha e da Aeron utica consta de mais de cem mil policiais e possui apenas um capel o cat lico para atender a todo o Estado A Portanto nota se a disparidade entre as For as no que tange contrata o de capel es militares Estima se hoje cerca de cento e vinte capel es em todo o pa s Algo em torno de noventa e cinco cat licos e vinte e cinco evang licos Embora se saiba da exist ncia de capel es judaicos Rabinos nos EUA no Brasil h apenas capel es cat licos padres e evang licos pastores A voca o profissional e religiosa de um capel o fortemente provada deste o in cio do processo de admiss o Eis as exig ncias de um edital do
81. istrados no SENAI ou SENAC de cada Estado da Federa o No ano de 2006 este capel o foi o executor do projeto em sua rea de atua o Nesta fun o foram encaminhados 173 soldados para cinco cursos distintos em diversas reas da cidade de S o Paulo Al m do encaminhamento a equipe gestora escalada para o projeto responsabilizou se tamb m pelo acompanhamento e 67 disciplina dos soldados durante o curso No discurso de abertura dos cursos o capel o pautou sua fala na liga o que h entre o desenvolvimento educacional e o preparo para a vida em diversas reas dentre elas a moral a intelectual a profissional e a espiritual Desta forma o discurso religioso estava aplicado a uma situa o real de trabalho militar no qual os maiores interessados eram os pr prios soldados Fala se aqui do que Agnivesh tratou em seu artigo Materialismo e espiritualidade dois paradigmas opostos AGNIVESH 2000 p 101 e chama de vis o espiritual de mundo Qual seja a recusa de uma tentativa de reduzir o pensamento capitalista a apenas lucro e dinheiro acrescentando assim uma vis o completa do mundo e do ser humano Figura 5 Projeto Soldado Cidad o com aulas no SENAC Consola o S o Paulo Fotos de propriedade do pesquisador Dentro deste mesmo paradigma necess rio que o capel o militar envolva se e comprometa se com projetos ligados educa o e ao crescimento do jovem n o apenas motivado pela obriga o m
82. ix es apud WILES 1966 p 219 Todavia a raz o e n o a paix o que faz do homem um ser diferenciado A raz o o atributo humano que o diferencia qualitativamente dos demais seres viventes ela que o sobrep e por exemplo aos animais Segundo Agostinho o homem se distingue dos demais seres vivos sendo o nico que tem consci ncia que est vivo Para ele melhor do que viver poder se dar conta de que se vive Isso comprova a exist ncia da raz o humana Ela por sua vez o instrumento com o qual o homem exerce o dom nio sobre todos os outros seres vivos e sobre si mesmo Agostinho defende que o homem s bio que se afasta do mal aquele que vive submisso raz o Quando a mente domina a paix o o homem consegue controlar se da vulnerabilidade ao mal SANTO AGOSTINHO 1995 p 48 Nota se aqui o crit rio do homem racional portanto que controla suas paix es e por isso torna se um homem melhor ou justo no dizer de Agostinho p 48 Esta qualifica o humana a raz o tem especial import ncia quando se tenta descrever o sujeito religioso imerso na realidade da caserna A disciplina e a hierarquia bases do fundamento da vida militar est o fincadas puramente na raz o H de se ter for a de mente e muito condicionamento mental para se reproduzir os ganhos da doutrina militar Nota se de igual forma que o exerc cio da religi o na caserna possui estas facetas da raz o e da reflex o que s o fa
83. ja bem atendida no que tange s suas necessidades espirituais Sendo assim a simples presen a da capelania militar em um quartel denunciar a positiva vis o institucional de que a espiritualidade na pessoa humana necess ria e que portanto existir o atua es que possibilitem o seu aprimoramento revendo assim resultados pr ticos Urge todavia apresentar aqui a auto cr tica deste autor no que se refere aos preju zos causados pelas falhas desta pesquisa Ressalta se o preju zo da superficialidade Embora utilizando se de argumentos s lidos e cientificamente comprovados cada um dos tr s meios de comprova o da hip tese poderiam ter sido aprofundados em maiores pesquisas Por exemplo a de trabalhos de capelanias militares em outras partes do mundo Ou ainda o uso de trabalhos de te logos de grande import ncia hist rica e acad mica que foram tamb m capel es O presente trabalho toca em quest es profundamente importantes para a pesquisa cient fica no campo das Ci ncias da Religi o mas as deixa de lado por ter um foco inicialmente definido Quest es como a profissionaliza o do te logo em capelania militar a compara o dos trabalhos de capelanias cat licas e evang licas bem como a compara o aprofundada do trabalho de capelania dentro e fora do quartel Desta forma desponta do presente trabalho uma quest o de crucial interesse deste autor porque o mundo corporativo notadamente interessado no bem estar de
84. l Este adjetivo apresentado na obra Psicoterapia e dire o espiritual 1995 na qual Jung entende o homem pass vel de necessidades espirituais que s podem ser supridas por sua experi ncia de encontro com o numinoso O facilitador deste encontro o guia espiritual que segundo Jung deveria ser procurado pelas pessoas que sofrem assim como quando est o doentes fisicamente elas procuram por um m dico A escolha de uma compreens o psicol gica das cren as religiosas parte do compartilhamento do autor deste trabalho com outros autores que defendem a espiritualidade como parte constituinte do ser hnumano O homem um ser iremediavelmente religioso e sendo a espiritualidade parte da constitui o humana o autor deste trabalho aponta um caminho para compreender o fen meno religioso dentro ou fora da caserna o caminho da psicologia Ou no dizer do pr prio Jung Carl Gustav Jung nasceu em Kesswil cant o da Turg via regi o s margens do lago Constan a Su a no dia 26 de julho de 1875 Filho de Johann Paul Jung pastor protestante da igreja reformada e de Emile Preiswerk Sua m e era uma dona de casa instru da e culta que o incentivou leitura do Fausto de Goethe na adolesc ncia Idealizador da psicologia anal tica considerado um dos mais importantes pensadores do s culo XX 35 para compreender as coisas religiosas acho que n o h no presente outro caminho a n o ser o da psicologia Da
85. l caminharam juntos A an lise do papel do capel o militar e da religiosidade na caserna inicialmente tencionado ser especifico na For a A rea Brasileira mas que com o decorrer da pesquisa abrangeu todo o trabalho religioso nas For as Armadas e nas For as Auxiliares manteve se fiel rea das Ci ncias da Religi o No in cio deste trabalho foi apresentada a hip tese inicial de que o trabalho do capel o militar exerce influ ncia relevante no comportamento dos militares o que foi plenamente comprovado No primeiro cap tulo a partir de uma investiga o linear da hist ria do trabalho religioso militar fica clara a validade do trabalho do capel o Isto porque constatou se que a assist ncia religiosa esteve presente em per odos de grande import ncia da hist ria militar e das incurs es pioneiras em nosso Pa s Neste levantamento historiogr fico da exist ncia da capelania militar percebe se surpreendentemente o quanto o trabalho religioso no meio militar ou pr militar confunde se com a hist ria do Brasil e os principais eventos hist ricos mundiais Destaca se por um lado a 94 primeira missa em solo p trio como um trabalho de capelania e por outro o nascedouro da capelania evang lica brasileira em plena Il Guerra Mundial com os primeiros capel es militando voluntariamente na gloriosa FEB For a Expedicion ria Brasileira no Teatro de Opera es na It lia Sem deixar a hist ria geral minimizada por
86. l development of military chaplaincy from its beginnings to its regular establishment and pervasive presence nowadays Next it covers the religious aspect analyzing on one hand the human being as imbued with spirituality and therefore needing contact with the sacred and on the other hand the military environment as that of an encompassing institution whose very conception points inexorably to the need of a helping intervention in terms of the resources offered by religious beliefs Finally the research is complemented by drawing on the professional experience of its author as an evangelical chaplain in the Air Force The military profession of the chaplain is seen in distinction from general militarism and from regular religious work mindful of the intersection between both roles and thus establishing a concept of military chaplaincy Key words Religion Chaplaincy Military Chaplaincy Brazilian Air Force LISTA DE ILUSTRA ES FIGURAS Figura 1 Capel o cat lico patrono do SAREx Figura 2 Pastor Jo o Filson Soren pioneiro da capelania militar evang lica Figura 4 Fotos de culto promovido pela capelania militar evang lica Figura 5 Projeto Soldado Cidad o Figura 6 Culto da p scoa dos militares 2006 Realizado na Assembl ia de Deus do Bom Retiro em S o Paulo Figura 7 Culto evang lico Militares fardados Figura 8 Alunos das tr s escolas de forma o da Aeron utica em encontro das Uni es Evang li
87. lama o contra a institui o Basta alguns dias dentro da bolha para ouvir as palavras mais desanimadoras e pessimistas sobre o trato da organiza o militar Tanto quanto no cumprimento da sua miss o quanto no trato com os seus principais instrumentos de trabalho o militar Desta forma reclama se das instala es da inefici ncia do servi o da falta de pessoal do atendimento previdenci rio m dico hospitalar dos baixos sal rios etc Todavia observa se que nem todas as reclama es s o pertinentes e de conformidade com o estilo de vida de cada militar Trata se mais de uma cultura de insatisfa o do que propriamente uma insatisfa o real A pessoa que passa por crises internas ou externas de mbito particular tende a extravasar estas crises projetando as nestes momentos de insatisfa o generalizada que acontecem nos corredores e na pausa para o caf A pergunta como isso influencia o sentimento de solid o e infelicidade de um paciente no hospital Totalmente a experi ncia da capelania tem mostrado Porque no hospital militar na hora dos temores mais profundos do paciente tamb m em conformidade com o autor citado o paciente aquele que durante a sua carreira encheu o seu cora o de palavras mal ditas as quais trouxeram para ele um enfrentamento muit ssimo inadequado da enfermidade e da imin ncia da morte N o se trata de generaliza o H casos igualmente constatados por este pesqui
88. lizar todas aquelas quest es simb licas que lembram a experi ncia da presen a de um capel o sejam boas ou ruins e Efemeridade x estabilidade Em um trabalho de capelania no Hospital das Cl nicas da Faculdade de Medicina de S o Paulo em boa parte dos casos o visitador jamais encontrar a pessoa a quem ele prestou uma assist ncia religiosa significativa H exce es de certo Todavia o mais comum tratar se de visitar uma multid o desconhecida sem nome e sem refer ncias comuns com o visitador Acontece exatamente o oposto em um hospital militar Um fato que o capel o poder surpreender se ao entrar em um quarto e vir ali no leito doente um grande amigo e colega de trabalho Na experi ncia deste capel o este um fato recorrente Outra constata o que bastam uns poucos minutos de conversa com o paciente para que o capel o j conhe a boa parte da sua rotina de vida sabe onde mora j esteve alguma vez em seu pr dio ou condom nio conhece algu m da fam lia j serviu em outra localidade igual ao paciente e assim por diante Por m de todos os fatos a estabilidade comum em militares de carreira o fato de maior relev ncia no que tange ao v nculo que o capel o poder criar ou j tenha com o paciente Esta refer ncia encontra conson ncia na pouca experi ncia deste capel o quando constata que capel es mais antigos visitaram beb s ao nascerem naquele hospital batizaram no na capela militar r
89. lugar que tem lama no ch o a gente tem que sentar assim mesmo Mas s n o pode rir A gente tem que segurar o riso Alguns colegas se machucaram inclusive o papai Depois eu te monstro o machucado Mas assim mesmo voc tamb m de vez em quando n o se machuca brincando Tem outras brincadeiras Todo dia a gente brinca de mestre mandou Cada dia um chefe diferente A gente o chama de xerife Alguns colegas quando t m que ser o xerife ficam nervosos e gritam bastante Eles falam umas palavras que a gente tem que obedecer na mesma hora Eles fazem a gente marchar be a o dia inteiro s vezes Depois de marchar a gente brinca de est tua N o pode mexer Nem um pouquinho Tem uns meninos que se mexem e umas meninas que arrumam o cabelo Mas n o pode Os xerifes ficam muito tristes com essas pessoas que se mexem O Papai tem muitos colegas aqui Os meninos uns sessenta moram todos no mesmo quarto As meninas umas oitenta tamb m moram todas juntas no outro quarto Aqui n o pode namorar Nem andar de m os dadas Tem uns colegas que est o namorando Mas eles s d o as m os l fora na rua Os colegas s o muitos legais N s somos muito unidos Quando um tem que vestir a cal a azul e a can cula azul todo mundo veste a roupa igualzinho s vezes at dif cil achar a gente que a gente est procurando porque fica todo mundo igual Quando a gente vai brincar de corrida a gente vai todo mundo juntinho A gente corre
90. m Os diferentes ramos da ci ncia se prestam a ocupar boa parte de seus intentos nesta quest o Defini lo e conhec lo do ponto de vista da religi o o que prop e esta se o Isto porque este ser humano o alvo do trabalho de assist ncia religiosa na caserna Santo Agostinho 354 430 d C ao tratar sobre o problema do mal defende que Deus a fonte de tudo o que bom n o podendo ser ele o autor do mal Todavia sendo um dos atributos de Deus a justi a ele deve retribuir com recompensas aos bons e com castigos aos maus 1995 p 25 Ora o homem recebe recompensas e castigos vivencia tanto o bem quanto o mal Desta forma ele ao mesmo tempo sujeito executor do mal e tamb m est sujeito ao mal uma vez que o prova na sua experi ncia Isso traz excelente contribui o na tarefa de conhecer o homem medida que se examina a teologia agostiniana da fonte do mal O homem um ser sujeito s suas paix es e segundo Agostinho pelo dom nio das paix es que o homem levado pr tica do mal 1995 p 29 O pecado fruto da paix o Embora existam males cuja motiva o n o seja a paix o o que leva ao questionamento se de fato pode aquele ato ser chamado de mal Agostinho utiliza 38 se do exemplo do soldado quando mata um inimigo que ao puxar o gatilho o faz como ele mesmo ministro da lei e portanto n o est sujeito a nenhuma paix o neste aspecto que h o questionamento se esse homic dio po
91. meiros nem de si mesmo N o tente movimentar o doente sem a autoriza o da enfermagem Saiba que a dor e a medica o podem alterar o humor do paciente N o queira for ar o doente a sentir se alegre nem o desanime Aja com naturalidade pois se voc se sentir vontade ele ter maior probabilidade de sentir se tamb m N o d a impress o de estar com pressa nem demore at cansar o enfermo Com bom senso encontre a dura o ideal para cada situa o Se voc estiver doente n o fa a visitas N o use perfume Sapatos de tecido e sand lias n o devem ser usados no hospital Se gostar de usar j ias ou bijuterias que elas sejam discretas Use sempre um jaleco ou roupas brancas para fazer as visitas Se estiver visitando reas infectadas lave o jaleco separado das outras roupas Nunca se esque a do seu crach Use uma B blia pequena de bolso O trabalho de capelania hospitalar militar peculiar em muitos aspectos O objetivo central desta pesquisa foi o de mostrar ao p blico acad mico tais particularidades e de igual forma demonstrar que o trabalho de capelania influencia na vida militar como um todo Diante das normas de visita o hospitalar expostas acima faz se necess rio uma compara o e at mesmo uma confronta o da teoria com o que tem sido percebido na experi ncia pr tica de capelania Faze isso em termos de confronta o ser did tico e proporcionar ao apr
92. militares que morrem em servi o O Capel o foi ao Comandante explicou a situa o e solicitou para o bem da tropa que o comandante voltasse atr s em sua decis o e autorizasse as honras De pronto o Comandante assentiu com a sugest o do 7 Segundo Goffmann 1974 p 20 a cultura pr pria de uma institui o total aponta para uma mortifica o da cultura familiar e social externa adquirida at o ingresso na institui o Isso causa a mutila o do eu O novato chega na institui o com uma concep o de si mesmo adquirida ao longo de sua vida e constru da por alguma disposi es do seu mundo dom stico e social A barreira que as institui es totais colocam entre essa cultura externa e a sua pr pria assinala o primeiro aspecto dessa mutila o 52 capel o e autorizou as honras Eis um exemplo pr tico do papel da comunica o que o capel o executa para o bem da tropa Segundo Goffman a quest o da comunica o extremamente restrita em institui es como a caserna Assim como h restri o para conversa entre as fronteiras h tamb m restri es transmiss o de informa es sobretudo informa o quanto aos planos dos dirigentes para os internados Geralmente eles n o t m conhecimento das decis es quanto ao seu destino Tanto no caso em que os fundamentos oficiais s o militares por exemplo ocultar o destino da viagem dos soldados ou m dicos ocultando o diagn stico plano de tratamento e demo
93. mo atualmente Em todos os epis dios em que se envolveram militares e paramilitares durante o per odo colonial brasileiro encontram se sacerdotes com participa o ativa nos per odos de batalha Eles tomaram parte das Entradas e Bandeiras e formaram junto a portugueses e ndios as tropas para combater os invasores franceses e holandeses no Rio de Janeiro e no Nordeste Igualmente adentraram o territ rio na catequese dos abor gines prestando tamb m ajuda aos lusitanos na fixa o de nossas fronteiras Seu papel dentre outros era o de ajudar na constru o de escolas fortes e fortalezas os quais recebiam o nome de Jesus de Maria Sant ssima de Santa Cruz ou de santos cat licos cujas imagens eram logo entronizadas de forma muito solene Esses nomes ditos sagrados e suas entroniza es deram origem a nomes de in meros lugarejos que se transformaram em Vilas e depois em grandiosas cidades S o Paulo de Piratininga oriunda do Col gio dos Jesu tas bem o exemplo dessas afirma es 22 O Aviso R gio de 24 de maio de 1741 considerava os capel es que prestavam servi o s tropas p rocos dos soldados Esses p rocos segundo o citado Aviso R gio estavam sujeitos inspe o episcopal e seu minist rio se dedicava primordialmente aos militares Esta norma surgiu do envolvimento dos padres nos epis dios de que tomava parte o Ex rcito Colonial Depois deste per odo do Brasil col nia a assis
94. montam a Segunda Grande Guerra Os dois primeiros bravos guerreiros de Cristo se apresentaram mediante uma convoca o do Ex rcito Brasileiro feita para padres e pastores volunt rios que desejassem servir s tropas e que seguiriam para o conflito na It lia Faz se necess rio repetir seus nomes Jo o Filson Soren pastor batista do Rio de Janeiro e Juvenal Ernesto da Silva pastor metodista de S Paulo Ambos se apresentaram no ano de 1944 como volunt rios ao Ex rcito Brasileiro Esses capel es estavam se entregando sua p tria para a realiza o dos of cios religiosos em plena Guerra Mundial Junto do oficio do Minist rio da Guerra foram apresentados os seus curr culos e todos os demais documentos previstos e necess rios Figura 2 Pastor Jo o Filson Soren pioneiro da capelania militar evang lica Fonte Capela Evang lica da Vila Militar 2004 Dispon vel em http www CEVM Capela Evang lica da Vila Militar htm Acesso em 10 Jan 2006 Com muita coragem e convic o o pastor Jo o Filson Soren mestre em teologia por uma faculdade teol gica nos EUA apresentou se para servir como capel o Foi designado para o 1 RI Regimento Sampaio ficando adido ao seu Estado Maior O pastor Juvenal Ernesto da Silva incorporou no 6 RI Regimento Ipiranga O capel o 29 Soren destacou se por sua camaradagem junto aos oficias e pra as Prestou assist ncia aos militares evang licos e a todos os que voluntariamen
95. move educa o teol gica preparando candidatos ao minist rio pastoral e formando evangelistas mission rios e educadores crist os de v rias denomina es e OMEB Ordem dos Ministros Evang licos do Brasil trabalha na difus o do evangelho e na presta o de servi os de assist ncia social aos ministros e suas fam lias Casou se com Jacyra Gomes Maciel em 18 de junho de 1948 Toda a vida do casal foi dedicada ao nosso Deus ao seu servi o e ao seu louvor Formado em Bacharel em Teologia e Psican lise Cl nica E Mestre em Teologia e Doutor em Divindade Exerceu o pastorado da Igreja Presbiteriana do Parque Santo Elias Nova Igua u RJ por vinte e nove anos onde ocupa o cargo de Pastor Em rito Possui muitos t tulos e condecora es dentre eles destacamos Medalha do Pacificador M rito de Duque de Caxias Medalha Tiradentes cidad o de todos os munic pios do Grande Rio E membro da Academia Evang lica de Letras do Brasil e foi considerado Personalidade Evang lica do Brasil Possui os seguintes livros editados Jesus o Bom Pastor Maravilhas do Amor de Deus Na Terra de Deus e A Religi o Pura e Verdadeira Finalmente colaborou de maneira decisiva com a reforma e manuten o da Capela Evang lica da Vila Militar desde a sua inaugura o at o momento E um servo de Deus como ele mesmo define Sou um servo salvo para servir 103 Dr Erlie Lenz C sar Benem rito da Capela E
96. mundo ou um mundo parte daquele que os outros seres humanos vivem Como j abordado anteriormente pejorativamente h uma express o utilizada pelo militar para se referir a este mundo pr prio ele compara o ambiente intramuros com uma bolha O aluno quando de seu ingresso na vida militar para assimilar o peso dos conceitos novos e a urg ncia da assimila o ouve v rias vezes frases como estas a vida civil acabou a vida na bolha assim aqui na bolha voc tem que ser assim E como se pode conceber uma cultura religiosa dentro da bolha A quest o religiosa na caserna assume especial significado quando se atenta para as peculiaridades t o extremadas que se encontram neste tipo de institui o denominadas institui o total 2 2 1 Conhecendo uma institui o total Tecnicamente aqui se est muito pr ximo do conceito que Irwin Goffmann defendeu em seu estudo sobre Manic mios conventos e pris es 1974 Goffman define estas e outras institui es como institui es totais Muitos conceitos exarados por Goffman aplicam se indubitavelmente cultura da caserna Al m do que o pr prio autor vale se de exemplos tirados de escolas militares e de quart is da Marinha ou do Ex rcito dos Estados Unidos Uma institui o total pode ser definida como um local de resid ncia e trabalho onde um grande n mero de indiv duos com situa o semelhante separados da
97. no mesmo paciente a possibilidade de um trabalho complementar N o poucas vezes a psic loga hospitalar encontra o capel o e apresenta lhe os pacientes com demanda para a sua interven o Quando Souza Lima afirma que ministros e psiquiatras assistem os pacientes percebe se claramente o que foi apresentado no segundo cap tulo desta disserta o sobre a vis o da teoria junguiana a respeito do terapeuta como guia espiritual Tanto para Jung quanto para a pr tica do trabalho de capelania hospitalar ambos m dicos e pastores enfermeiras e visitadoras de capelania t m uma miss o em comum suprir as necessidades dos pacientes ajudando os a trilhar o caminho da cura O princ pio norteado da miss o mesmo servir ao paciente Neste aspecto do servi o a experi ncia de Eleny transmitidas em suas aulas dos cursos de capelania tem sido na mais pura express o da pr tica di ria vivenciada por este pesquisador Em muitos casos o trabalho do capel o implica em entrar em contato com a fam lia do paciente e solicitar o envio de roupas para o hospital Experi ncias como as que ocorreram com o senhor M rio s o comuns no trabalho de capelania Noutros casos a visita hospitalar demanda a pergunta por parte do 18 Carlos Machado um nome fict cio para um militar de cerca de 47 anos de idade 29 anos de carreira militar pai de um filho pequeno que vive com ele sem a companhia da m e Carlos foi acometido por uma doen a hemat
98. o nome uma grande mutila o do eu p 27 relata Goffman 55 Al m da perda do nome ocorre ainda j no processo de sele o a perda da apar ncia visual do aluno ou do recruta Abandonam se as apar ncias individuais caracterizadas pelo corte do cabelo uso de roupas do seu gosto ou de cal ados de marca tudo em prol da apar ncia grupal Toda vestimenta comum Quando o uniforme do dia designado todos estar o em minutos apresentados com a mesma uniformidade As armas acopladas vestimenta tamb m designam mudan a na apar ncia s vezes muda se tamb m at o aspecto da autoridade O olhar de supremacia do militar agora confirmado pela arma sua cintura ou pelo rifle em seus bra os A nova forma de vestir tamb m um aspecto que compromete a identidade do militar A auto representa o de si mesmo passa necessariamente por estas mudan as que foram impostas a ele A rapidez do processo de admiss o de um militar algo assustador Em uma semana toda a tropa de 20 ou de 200 homens j estar devidamente cadastrada ou numerada vestida alimentada e alojada Quando a pessoa olha pra si mesma ela pensa h um m s atr s eu era outra pessoa freq ente por parte dos comandos das For as Armadas a preocupa o em alocar capel es nas escolas de admiss o de militares Isto porque patente a necessidade de apoio religioso nestes lugares onde tantas mudan as s o experimentadas
99. o tropa porta bandeira o oficial que leva o Pavilh o Nacional comandante de fra o de tropa tais como Estado Maior bandeiras hist ricas tropa armada ou algum outro grupamento Quando est no comando em ordem unida o capel o deve utilizar de sua autoridade de oficial e comandar de forma irrepreens vel os militares a ele subordinados naquela hora Enquanto oficial o capel o militar segundo a experi ncia deste pesquisador tamb m atende a escalas de representa es do comandante quando for para isto designado Em geral eventos de natureza religiosa s o os principais onde a presen a dos capel es requerida No mbito interno da organiza o militar o oficial capel o deve tamb m reservar algum tempo para atender escala de sindic ncia ou dilig ncia dividindo esta escala com os demais oficiais de sua patente Neste caso o militar deve apurar no prazo de quinze dias corridos algum fato delituoso ou faltoso ou ainda alguma ocorr ncia praticada por um ou mais militares abaixo de sua cadeia hier rquica Nestas circunst ncias o capel o tem a 66 mesma autonomia de outro oficial para utilizar se de todos os meios necess rios para apurar os fatos devendo apresentar relat rio detalhado de no m nimo dez p ginas ao comandante Al m destas fun es o capel o tamb m responde pela fiscaliza o de provas de ingresso na Aeron utica quando para isso designado Trata se em geral de estar frente de
100. o a qual o homem podia tornar se inteiramente puro ap s sua convers o Calvino reafirmou que o homem continua sujeito ao pecado Todavia obedecendo lei de Deus ele n o est mais sujeito ao dom nio e culpa do pecado O poder do Esp rito lei de Deus liberta o homem do dom nio do pecado H exemplos do que Calvino chama de pecado e de qual a fun o do Esp rito na regenera o do homem O Esp rito de Deus n o c mplice de homic dio fornica o bebedeira orgulho contenda avareza e engano autor de amor castidade sobriedade mod stia paz modera o e verdade Aprendemos das Escrituras que o Esp rito nos dado a fim de que Ele nos santifique e nos leve a obedecer justi a de Deus apud WILES 1966 p 224 39 A teologia crist entende o pecado como uma hereditariedade desde Ad o a todo e qualquer ser humano que viesse a existir todo homem e a todas as partes deste homem homem todo Este o pecado original Para os pais da igreja o pecado original a deprava o da natureza humana que era originalmente boa e pura Calvino desenvolveu seu pr prio conceito de pecado original deprava o heredit ria e corrup o da nossa natureza o qual se estende a todas as partes da alma tornando nos em primeiro lugar merecedores da ira de Deus e em segundo lugar produtores daquelas obras que as Escrituras chamam de obras da carne O pecado portanto faz do homem escravo de suas pa
101. o atrav s do acordo diplom tico tr s Arcebispos j se sucederam no posto de maior autoridade eclesi stica militar do nosso Pa s O atual Ordin rio Militar dom Osvino Jos Both que assumiu suas atribui es em agosto de 2006 Al m do Ordin rio Militar a arquidiocese militar conta ainda com a presen a de um bispo auxiliar para exercer suas fun es episcopais em apoio ao arcebispo nas suas obriga es pastorais pelo Brasil afora Considerando se os atuais efetivos das For as Armadas e For as Auxiliares constata se um grande percentual de cat licos e evang licos censo de 1990 Se tamb m forem considerados os familiares desses militares e os funcion rios civis dos Minist rios Policiais Militares Estaduais e Corpo de Bombeiros chega se ao universo de cerca de tr s milh es de pessoas tabula o ainda do censo de 1990 Estes fi is s o atendidos por 172 cento e setenta e duas capelanias militares segundo dados de Macedo 1994 Em s ntese este o relato do Capit o BM Josu Macedo sobre a historia da assist ncia religiosa aos militares no Brasil desde a celebra o da primeira missa por um sacerdote integrante de uma tropa militar at o que se conhece do SARFA Servi o de Assist ncia Religiosa das For as Armadas na atualidade Traduz se por C ria da espiritualidade capelania militar 28 1 2 ACAPELANIA EVANG LICA Os prim rdios do trabalho de capelania evang lica nas FFAA brasileiras re
102. o capel o hospitalar dever utilizar roupa branca em respeito ao ambiente e para auxiliar na identifica o s ria e respeitosa do trabalho Vale ressaltar que o fardamento obrigat rio utilizado pelo capel o ou por qualquer outro militar implica e zelo profundo asseio e eleg ncia elementos ressaltados na obrigatoriedade em que a roupa esteja primorosamente passada sapatos engraxados barba feita e cabelos curtos bem tratados Enfim espera se que o militar capel o apresente se de forma adequada em todos os ambientes onde trabalha Figura 7 Culto evang lico Militares fardados Fotos do pesquisador e Apresentar se X o simbolismo do capel o militar Nas normas de capelania hospitalar encontramos a orienta o de que o visitador apresente se de forma clara e respeitosa ao paciente Todavia a capelania militar diferente Qualquer militar reconhece um capel o antes mesmo de dirigir lhe a palavra A identifica o de um capel o pelo seu uniforme facilmente percebida por muitos dos que conhecem a rotina militar Na cultura militar o simbolismo fortemente valorizado Haja vista a import ncia e a rever ncia que prestada aos 81 s mbolos nacionais e a valoriza o extrema de datas que marcaram a vida da institui o anivers rio do Hospital dia do m dico dia do enfermeiro dia do aviador dia da intend ncia para citar apenas alguns Al m disso um dos pap is dos simbolismos do capel o militar o de mobi
103. o militar Qual sejam as atividades de qualquer capel o militar s o todas previstas em regulamento pr prio da For a a que este militar perten a Portanto qualquer capel o em qualquer tempo distinto dever cumprir pelo menos aquelas mesmas tarefas Assim embora sujeito este capel o pode fazer o seu relato sem a preocupa o com o car ter pessoal das atividades executadas Pois se trata de um trabalho em linhas gerais igual ao trabalho da maioria dos capel es militares 3 1 A ADMISS O DE UM CAPEL O Em tr s anos de atividades como oficial subalterno da Aeron utica no posto de segundo tenente este capel o vivenciou boa parte de toda a complexidade que envolve o trabalho religioso na caserna As conting ncias inerentes atividade v o desde o inc modo de uma noite de sono interrompida mediante um acionamento de urg ncia at ao fato de passar o dia inteiro na companhia de uma fam lia que acabara de receber a not cia do falecimento do filho v tima de acidente a reo O processo de admiss o de um capel o militar d se por interm dio de concurso p blico regulado por edital pr prio para cada processo seletivo Marinha Ex rcito 61 Aeron utica e as Pol cias Militares de cada Estado t m seu modo pr prio de selecionar e admitir seus capel es No Ex rcito todos os capel es concursados s o de carreira e ascendem ao posto m ximo do quadro independente de sua confiss o ser cat lica ou evang lica Os
104. o passa na sociedade externa ele estar influenciado pelos valores e costumes adquiridos nesta dentro do quartel o caso que o pesquisador j presenciou de um aluno de forma o militar em uma esta o rodovi ria que procurava n o infligir nenhum regulamento da caserna com receio de que houvesse ali por perto algu m o observando Por fim a situa o em que o militar extravasa suas emo es e comportamentos para aliviar as tens es da caserna Quase sempre festas ou comemora es de militares fora da caserna referem casos de extrapola o dos limites Seja devido bebida em demasia seja na libertinagem quanto a situa es com o apelo ao sexo f cil O exagero invariavelmente acontece A exemplo um aluno ap s quatro anos de curso em uma rotina totalmente r gida e dif cil cnegou s v speras de sua formatura para se tornar um aspirante a oficial Seus pais viajaram do sul da Bahia at S o Paulo de onde partiriam para as comemora es da formatura do filho no interior do Estado Na semana da formatura a turma realizou diversos eventos para comemorar a t o esperada conquista Dois dias antes do evento quando seus pais j haviam chegado capital aconteceu a trag dia familiar Neste dia pela manh o aluno saiu para comemorar com os amigos em um churrasco onde permaneceu at por volta das 16h00 Bebeu bastante conforme o relato de amigos Pegou seu carro e dirigiu se para outra comemora o No caminho cap
105. o que ele chamou de inconsciente coletivo O inconsciente coletivo dotado de prop sito ou intencionalidade cuja for a energ tica repousa em elementos primordiais ou arcaicos denominados arqu tipos determinante dos fatos ps quicos Para Jung toda religi o constitui a manifesta o espont nea de certo estado ps quico H alguns exemplos destes estados ps quicos que podem ser confirmados pela experi ncia religiosa Eles s o simb licos e aparecem ou se expressam atrav s de sonhos da sincronicidade de eventos do pressentimento de que algo dever acontecer e mormente da independ ncia da alma humana que segundo Jung busca por si mesma uma rela o com o sagrado e com o desconhecido religioso Descobre se ent o que da alma humana que parte a necessidade da rela o com um deus Por isso para Jung como se pode constatar na obra Psicologia da religi o oriental e ocidental 1988 o ser humano um ser religioso em ess ncia J4 O trabalho de capelania numa organiza o militar um trabalho de assist ncia religiosa Portanto n o pode estar relacionado apenas a uma confiss o de f ou op o religiosa que se privilegie em detrimento de outras Jung 1988 afirma que o psic logo n o pode considerar a pretens o que tem todo credo religioso a de ser nico dono da verdade O estudioso da religi o concentra sua aten o no aspecto humano do problema religioso abstraindo o que as confiss es religiosas fizeram
106. o reflete a opini o de v rios profissionais de medicina os quais defendem a exist ncia de um papel curador no tratamento de pacientes que atentam e cuidam da sua espiritualidade Embora a obra de Vass o seja eminentemente confessional e voltada exclusivamente a implanta o de uma capelania evang lica pode se utilizar sua contribui o para o estabelecimento de uma fundamenta o te rica de uma capelania hospitalar militar A obra do capel o de hospital tem muito em comum com a obra do psiquiatra do hospital Foi Plat o quem disse Nenhuma tentativa se deve fazer para curar o corpo sem a alma e se a cabe a e o corpo devem ser sadios tereis que come ar curando a mente O hospital moderno um estabelecimento impressivo e dispendioso H uma m dia de nove pessoas e meia cuidando de cada paciente mas a 14 maioria n o tem contato com ele Entretanto malgrado todas as pessoas que correm para c e para l a fazer o bem o paciente que quem recebe o benef cio de todos estes esfor os pode julgar que o grande hospital moderno deve ser para ele um dos locais mais solit rios e infelizes do mundo Em primeiro lugar porque se acha separado do lar da fam lia e dos amigos Em segundo lugar porque sofre dores ou vir a sofr las Em terceiro lugar todos os temores b sicos que ele pode controlar quando sadio despertam se ao internar se no hospital Estes s o os temores da morte ou de tornar se mutilado fisicament
107. o tanto ser vivenciado em tempos de paz como o caso deste trabalho pr tico do capel o quanto e muito mais em tempos de guerra Constatou se isso nas entrevistas e hist ricos mostrados no primeiro cap tulo 91 3 5 TRABALHOS ESPECIAIS Al m das comemora es especiais apresentadas anteriormente tais como cultos de formatura em escolas militares anivers rios de organiza es militares enfim h trabalhos que uma vez realizados tornam se refer ncia hist rica para a institui o Conforme apresentado no cap tulo primeiro a situa o profissional em capelania da Aeron utica dos tr s capel es da FAB tempor ria Ap s o per odo de contrato at O limite de nove anos eles deixar o as fileiras da For a Urge desta forma que trabalhos sejam feitos tamb m com o objetivo de fincar estacas no caminho hist rico do tempo BLA Sagrada Dal Figura 9 B blia comemorativa dos 100 anos do 14 Bis Foto do autor 3 5 1 B blia comemorativa ao centen rio do 14 Bis No ano de 2006 comemorou se o centen rio do primeiro v o de um mais pesado que o ar a t o conhecida e reverenciada inven o de um brasileiro de Cabangu MG Alberto Santos Dumont Em comemora o deste grande feito a capelania evang lica com o apoio de sua equipe tencionou realizar um projeto que fizesse jus a altura do feito hist rico comemorado O projeto concretizou se Em parceria com uma universidade confessional reformada fo
108. ocorrer em alguns minutos naquele quartel Um soldado havia disparado a arma contra a pr pria nuca De s bito o capel o dirigiu se ao quartel citado e come ou ali a sua interven o de assist ncia aos militares da equipe de servi o Reuniu se com os militares que presenciaram os fatos e passou um tempo conversando e fazendo ora es pelos mesmos O acompanhamento da situa o estendeu se por toda aquela noite at ao momento do sepultamento no dia seguinte Foi do capel o a tarefa de acompanhar os militares da equipe de funeral no retorno resid ncia do militar para darem not cia do ocorrido Vale lembrar que esta mesma equipe j havia estado no local e por n o terem conseguido falar sobre o ocorrido trouxeram ao quartel o pai e o irm o mais velho do militar que se suicidara 90 Nesta segunda visita ao lar a constata o foi de total desespero A preocupa o de todos na casa era com a m e do soldado que ao suspeitar da trag dia foi acometida de um surto de hipertens o que chegou a n meros desesperadores O papel do capel o agora era o de acompanhar a m e do soldado at um hospital municipal de urg ncia e acompanh la por mais duas horas sem atendimento m dico ou sequer ter a press o arterial aferida pela equipe de enfermagem No dia seguinte havia uma sensa o de decep o quase generalizada no quartel para aqueles que de alguma forma participaram da situa o Isto porque n o havia sido autorizado que f
109. ol gica de dif cil e longo diagn stico Sob a suspeita de leucemia Carlos ficou por tr s semanas internado no HASP Ao visit lo quase que diariamente o capel o percebeu a intensidade a profundidade dos temores e ang stias expressadas no paciente frutos de uma inquestion vel crise existencial resultado da an lise hist rica de sua vida Notou se em Carlos Machado que toda a sua exist ncia tinha uma s raz o de ser seu filho Carlos diz que o menino era o sentido de sua vida Nada mais importava para ele Seu claro medo da morte era relatado no medo de seu filho ficar sozinho de n o poder ser ajudado por ningu m tal como ele cuidava Sua inseguran a quanto ao futuro e as dores advindas da enfermidade eram relatadas pela insatisfa o com os servi os prestados pelo hospital 19 Mario Rosa foi um paciente falecido v tima de c ncer que este capel o encontrou em suas primeiras visitas ao hospital Seu bito veio a ocorrer quase tr s anos depois destes primeiros encontros Nas primeiras visitas O TT capel o se o paciente j tomou sua refei o ou o seu caf da manh oferecido na bandeja ao lado de sua cama Em alguns casos o pr prio capel o quem facilita a alimenta o enquanto conversa com o paciente Ap s as visitas o paciente est agradecido mais pela a o de ajuda do que pelas palavras trazidas o caso de situa es onde o capel o percebe que o paciente precisa de aux lio para ser levado ao banheiro ou
110. on utico do M rito das For as Armadas do M rito Judici rio e do Rio Branco todas no grau de Grande Oficial Ao longo de sua vida a par de muitas vit rias sofreu tamb m duros golpes Suzana Maria sua primeira filha foi chamada ao reino dos c us em 27 de outubro de 1957 quando completara sete anos de idade Maria Dulce a primeira esposa encontra se na mans o celestial deste 25 de agosto de 1993 depois de um casamento aben oado e perfeito de quase 44 anos O filho mais mo o do casal deu lhes duas netas Vanessa e Ana Paula O Gen Ex Pedro Luis de Ara jo Braga casado em segundas n pcias com a Sra Iza Silva de Ara jo Braga que era tamb m vi va Ela tem sido sua companheira id nea e a ajudadora dedicada e espiritual que desde 1996 enche de luzes sua caminhada e de alegria o seu cora o Reverendo Isa as de Souza Maciel Benem rito da Capela Evang lica da Vila Militar Nascido em 25 de dezembro de 1924 no munic pio de Campos dos Goytacazes no Estado do Rio de Janeiro Em 1942 o Brasil declarou guerra s na es do Eixo ent o formado pela Alemanha It lia e Jap o Os valorosos pracinhas brasileiros seguiram para a Europa como integrantes da For a Expedicion ria Brasileira Entre eles encontrava se o jovem Isaias de Souza Maciel Nos campos da It lia combateu consciente na certeza de que a vit ria significaria a liberdade Foi durante a II Guerra Mundial que Deus falou ao cora o e lhe deu
111. onte dos s o ligados a por exemplo boas amizades valoriza o da sabedoria conduta exemplar na vida familiar vida afetiva movida pelo amor respeito aos pais trabalho honroso condena o de roubo trai o e mentira e similitudes Ap s falar das tarefas militares de um capel o premente salientar doravante as tarefas exclusivas de um capel o militar ou seja as atividades religiosas que est o sob sua responsabilidade 3 3 O TRABALHO RELIGIOSO O trabalho religioso na caserna j existe desde os prim rdios do servi o militar Em linhas gerais este trabalho igual ao trabalho religioso de um sacerdote ou pastor fora da caserna Ou seja oficiar as cerim nias religiosas batizar os rec m nascidos receber os interessados em aderir ao Evangelho aconselhar e oficiar os funerais Em muitos quart is acontecem cultos regulares semanais ou di rios No caso espec fico da Aeron utica estes cultos j aconteciam h muitos anos antes da chegada do capel o evang lico A comunidade evang lica tem a caracter stica de tomar a iniciativa para a realiza o dos cultos e reuni es Este fator ainda hoje o respons vel por haver muitos trabalhos religiosos regulares na rotina de muitos quart is pelo Brasil afora Termo utilizado para designar o aluno do curso de forma o de soldado 69 Na rotina deste capel o acontecem cultos aos quais ele assiste quatro vezes por semana em quart is diferentes Estes cultos semp
112. onversar com aquele militar o capel o o corrigiu dizendo que era pastor evang lico e capel o da FAB O militar sua frente esbo ou forte emo o e notadamente desinformado demonstrou sua grande surpresa pelo ingresso daquele capel o Abra ando o comovidamente disse em l grimas eu estava agora mesmo orando e pedindo a Deus que abrisse as portas de nossa For a A rea para o ingresso de 65 capel es evang licos e encontrei o senhor aqui Deus respondeu as minhas ora es louvado seja o Senhor 3 2 O TRABALHO MILITAR DO CAPEL O A vida na caserna reserva algumas peculiaridades oriundas das obriga es militares O capel o n o est fora destas obriga es pois tratado como qualquer outro oficial sujeito aos mesmos deveres e direitos Portanto pode parecer inusitado o fato de um capel o ter de se apresentar todos os dias fardado para a chamada parada di ria no in cio e no fim de cada expediente Nesta parada os militares fazem a ordem unida e apresentam se ao comandante para o in cio e para o t rmino de suas atividades di rias al m de hastear a Bandeira Nacional diariamente Ainda neste aspecto o capel o concorre tamb m s escalas de formaturas militares que s o de grande import ncia no trabalho dentro de um quartel Dias de comemora o c vica ou em datas significativas para a corpora o o capel o ou qualquer outro oficial escalado dever atender a alguma destas fun es junt
113. ortante que o General Mascarenhas de Moraes comandante da For a Expedicion ria Brasileira FEB durante a Segunda Guerra Mundial lhe prestou um elogio publicado no Boletim da Divis o de 28 de fevereiro de 1945 vide verso De volta ao Brasil participou ativamente das atividades dos ex combatentes vindo a presidir a partir de 1978 a Confraterniza o dos Ex Combatentes e Veteranos Evang licos da FEB CONFRATEX FEB de que foi o idealizador Jo o Filson Soren O Combatente de Cristo faleceu s 21 horas do dia 2 de janeiro de 2002 aos 93 anos de idade Sua vida nos deixa um legado de dedica o e amor ao Senhor da seara Combati o bom combate acabei a carreira guardei a f II Tm 4 7 Deus seja louvado ELOGIOS AO CAPEL O MILITAR PASTOR JO O FILSON SOREN Em investiga o procedida pelo Inspetor Geral da Divis o foram confirmadas as informa es chegadas a este comando sobre o Capel o Militar Evang lico Jo o Filson Soren Esse admir vel esp rito de sacerdote que pela incans vel dedica o e assist ncia que vem prestando aos pra as j havia conquistado o respeito a admira o e a amizade dos oficiais e pra as do Regimento Sampaio assim como de outras pessoas n o pertencentes aquele Regimento por m sabedoras do seu proceder t o logo soube da exist ncia de corpos insepultos de pra as nossos que o estado adiantado de decomposi o indicava haverem tombado em combates anteriores foi to
114. os antes e ap s as batalhas no pr prio campo de batalha ou ainda nos locais de acampamento apud MACEDO 1994 Daquela sangrenta guerra nasceram grandes e bel ssimos fatos hist ricos para o servi o religioso militar brasileiro Destacam se os nomes de alguns daqueles abnegados sacerdotes Padre Carmo capel o das for as em opera o durante a Retirada da Laguna o qual lutou at cair ferido nas m os dos paraguaios vindo a falecer como prisioneiro de guerra em Concepci n Paraguai Tamb m frei Salvador de N poles o c nego Serafim Gon alves dos Passos Miranda o padre Fortunato Jos de Souza o padre Antonio Eust quilo Alves da Silva Al m destes deve ser lembrado o nome do frei Fid lis d vola integrante do primeiro Corpo de Ex rcito que ap s a campanha e sua promo o a coronel foi nomeado Capel o Mor Ele foi o chefe da Reparti o Eclesi stica do Ex rcito a qual durante quatro d cadas veio a prestar os mais relevantes servi os aos militares brasileiros particularmente nas cruentas guerras das quais o Brasil participou Ao final da Guerra do Paraguai valendo se da experi ncia que a Reparti o Eclesi stica adquiriu durante o conflito o governo imperial reformulou o servi o religioso Em 27 de junho de 1874 foi criado o Corpo Eclesi stico do Ex rcito Assim a assist ncia religiosa foi ampliada e estabeleceu se uma nova regulamenta o em aperfei oamento quela que anteriormente oferecera s
115. ossem dadas honras militares devido ao motivo do suic dio Conforme tamb m j abordado anteriormente a tarefa do capel o foi a de ouvir acerca da decep o dos soldados e a raz o de sua insatisfa o Foi observado por colegas que haviam tomado as duas refei es com o referido soldado Eles afirmavam nada observarem que os levasse a suspeitar de tal atitude Outro relato deu conta de que o soldado estava brincando com a arma na hora do seu descanso e ent o a arma disparou Sem entrar em rea de atua o alheia que no momento oportuno apuraria todas as circunst ncias do ato atrav s de sindic ncia o capel o tomou a iniciativa de levar ao conhecimento do comandante tudo o que ouvira a respeito na tropa Ap s longa conversa o comandante autorizou as honras f nebres por entender que havia d vida sobre suic dio premeditado ou acidente no manejo do armamento Por fim a constata o seguinte mostra a import ncia do assunto e motiva a continuidade da pesquisa em momento oportuno Em comum a maioria dos suic dios ocorre entre aqueles militares que possuem mais tempo de servi o o que sugere a reflex o a seguir Porque natural que estas caracter sticas se encontrem em graus diferentes na maior parte daqueles que est o ou estiveram no servi o militar medida que o tempo passa DURKHEIM 2000 p 244 O assunto da morte seja por causa natural ou n o est intimamente ligado rotina da capelania militar Ist
116. otou o carro em uma curva e ap s quase duas horas do acidente foi encontrado morto Nesta mesma noite este pesquisador recebeu o telefonema da escola para dirigir se com urg ncia casa da tia do aluno onde se encontravam seus pais para dar lhes a fat dica not cia No dia seguinte no vel rio do militar o relato foi de que o pai beira do caix o pediu encarecidamente aos colegas de seu filho para eles empregarem todas as suas for as para se afastarem da bebida exagerada e da morte prematura 57 Este caso retrata o que Goffman fala acerca dos internos de uma institui o total Segundo ele a tend ncia de um interno a de extravasar os impulsos em um breve momento de liberdade Esta a raz o pela qual vem o exagero e a extrapola o dos limites Esta sem d vida uma realidade qual o capel o deve dar extrema import ncia Seu trabalho deve promover a es preventivas e sobretudo norteadoras de uma conduta pautada na sobriedade e na serenidade e consci ncia dos atos dos militares O capel o deve ser aquele que orienta a tropa quanto s consequ ncias de atitudes desmedidas e impensadas Todos estes aspectos concernentes ao ingresso na vida militar constituem se como um grande desafio Dificilmente algu m passa por um processo de admiss o sem levar consigo pelo resto de sua vida algumas importantes marcas Se n o f sicas pelo menos ps quicas O autor deste trabalho ao ingressar na carreira militar viu
117. piritual aos demais companheiros de farda enfrentei o frio o cansa o e a fome E interessante que no batalh o havia um soldado que tamb m era pastor batista seu nome Jo o Lemos Ele ajudou me bastante na assist ncia s pra as e na ministra o dos servi os religiosos e atendimento s v timas da guerra Os cultos no campo de batalha s o realizados na retaguarda do batalh o Com boa assist ncia por parte dos oficiais e pra as sempre realizados em momentos favor veis e com permiss o do comandante Cooperamos com o Comando no combate s doen as ven reas indisciplina e visita aos feridos quer na linha de frente quer nos hospitais de guerra Sobre a efetiva o no posto de Oficial Capel o 31 O Ministro da Guerra ordenou ao Comando Geral do 5 Ex rcito a atribui o de postos dos capel es Estes j estavam no c rculo dos oficiais mas ainda n o tinham patentes apesar de ter honras de capit o O capel o mais antigo foi promovido ao posto de tenente coronel Para cada Regimento de Infantaria foram promovidos um capit o e dois 1 tenentes Sinto me honrado em poder servir o meu pa s e abrir espa o aos pastores evang licos vocacionados para a Capelania Militar nas For as Militares Sou grato ao eterno Deus por este grande privil gio A import ncia do trabalho de assist ncia religiosa nas For as Armadas se d n o apenas do ponto de vista hist rico e pr tico O que se viu na entrevista do capel o Sor
118. ponto faz se necess rio falar sobre a imposi o e a viol ncia que a rela o hier rquica pode causar Institui es totais no dizer de Goffman s o estufas para mudar pessoas p 222 impressionante notar no dia a dia da caserna o quanto determinados militares de patentes equivalentes s o parecidos Parecidos na forma de falar de pensar de expressar suas emo es de tratar de seus problemas e assim por diante S o pessoas que diferente dos que vivem fora do quartel tornam se muit ssimo parecidas com seus pares Foram mudadas transformadas em iguais Passaram como que por uma formata o rob tica cujos resultados s o previs veis e esperadamente eficazes Outra forte necessidade de interven o do capel o e da inser o da religiosidade na caserna quanto quest o da identidade do militar Pessoas institucionalizadas 51 tendem a experimentar neste processo de forma o imagem e semelhan a dos demais da mesma institui o o que Goffman chamou de mutila o do eu Neste aspecto o capel o dever ser instrumento ou o guia espiritual que promova o encontro restaurador do ser humano com o seu Criador e consequentemente consigo mesmo de forma que recupere a sua identidade e a sua individualidade Como visto na se o anterior este encontro do homem com o sagrado torna o homem mais homem a pessoa mais pessoa Isto se d porque ela encontra no numinoso o sentido de sua pr pria v
119. ra aproximada de internamento para tuberculosos essa exclus o d equipe dirigente uma base espec fica de dist ncia e controle com rela o aos internados 1974 p 20 fato que na cultura militar o chamado c rculo militar contribui para esta falta de comunica o entre o grupo 8 Muitas vezes esta discri o para o bem do pr prio servi o pois est previsto no regulamento o car ter ostensivo ou reservado de determinadas informa es Neste ponto diante de tantos segredos e falta de informa es claras a pergunta que um soldado ou um recruta poder fazer s o confi veis as palavras dos dirigentes religiosos Cabe portanto ao capel o criar um ambiente de seguran a e confian a na sua rela o com os seus assistidos H de se dar um passo al m do que est previsto e orientado para o seu trabalho Esta atitude tornar a presen a e a atua o do capel o mais eficazes e eficientes Um recruta deve saber que n o estar procurando apenas um oficial como os demais mas um pastor ou um padre Neste ponto deve haver a distin o necess ria para que haja uma rela o de confian a na qual a comunica o seja eficiente e produtiva para o servi o religioso Outro aspecto que pode ser uma barreira para o servi o religioso confrontando a cultura militar com o que mostra Goffman que na caserna h um s rio problema de motiva o Tanto para o trabalho quanto para receber as assist ncias que s o o
120. ram impressas B blias por afinidade 92 A alusivas ao 14 BIS e personalidade Santos Dumont A seguir observa se a repercuss o do evento quando foi oferecida as mil B blias ao excelent ssimo senhor comandante do IV COMAR Repercuss o na m dia da Aeron utica FOR A AEREA BRASILEIRA Segunda 4 de dezembro Acervo Virtual de Santos Dumont Protegendo o espa o a reo brasileiro Datas comemorativas Notas Imprensa Aeronaves Efetivo BEM VINDOS SALA DE IMPRENSA Sexta Feira 06 de outubro de 2006 15 45 FAB promove Culto Evang lico em A o de Gra as a Semana da Asa Cerca de 500 pessoas participaram no dia 4 de outubro do Culto Evang lico em A o de Gra as a Semana da Asa 2006 em S o Paulo no Templo da Igreja Batista da Liberdade O evento que tamb m faz parte das celebra es pelo Centen rio do 14 Bis foi coordenado pelo Hospital de Aeron utica de S o Paulo HASP com o apoio do Quarto Comando A reo regional IV COMAR A B blia Sagrada a Palavra de Deus foi o tema da prega o do Reverendo Doutor Davi Charles Gomes que representou a Universidade Mackenzie uma das institui es que apoiou o Culto Um dos pontos altos da programa o foi a entrega oficial da Edi o Comemorativa da B blia Sagrada editada pela Sociedade B blica do Brasil e especialmente estilizada para o Centen rio do 14 Bis O presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie Re
121. rcito assim distribu dos quatro capel es seis primeiros tenentes e quatorze alferes designa o esta que no Brasil posteriormente foi substitu da por segundo tenente Deve Reparti o Eclesi stica do Ex rcito o cr dito da sedimenta o de todo o trabalho de assist ncia religiosa nos moldes em que ele se encontra hoje em dia Al m disso ela existiu no per odo mais brilhante da hist ria militar do Brasil De fato os capel es da Reparti o Eclesi stica vieram a tomar parte de tr s importantes campanhas externas daquele per odo contra Rosas da Argentina 1852 contra 23 Aguirre do Uruguai 1864 e contra o ditador Solano L pez do Paraguai 1865 1870 Em especial durante a Guerra do Paraguai houve a participa o efetiva dos abnegados e bravos capel es em todas as a es de guerra Esta informa o confirmada nos registros hist ricos de Tasso Fragoso Bar o do Rio Branco Visconde de Taunay e Dion sio Cerqueira dentre outros apud MACEDO 1994 A a o desses religiosos era incentivada pelo comandante e chefe das For as Brasileiras e posteriormente de toda a tr plice alian a o ent o Marqu s de Caxias atual dign ssimo Patrono do Ex rcito Crist o de f robusta no dizer de um de seus bi grafos o Padre Joaquim Pinto de Campos Duque de Caxias imitando o Imperador Constantino nas legi es da Roma imperial fazia conduzir o seu altar de campanha para a celebra o de cultos lit rgic
122. re ocorrem no hor rio de intervalo do almo o s ter as quartas e quintas feiras ele o dirigente e pregador nestes cultos Em um deles o de maior assist ncia o capel o celebra uma vez por m s a ceia do Senhor Aos domingos tamb m acontecem cultos voltados para assist ncia religiosa aos militares Em uma das unidades o capel o convida aos evang licos e seus familiares para que participem deste culto comunit rio O culto dominical o nico que ocorre fora da rotina de trabalho apesar de acontecer em um audit rio cedido pela organiza o Este grupo de crist os j realizou diversos trabalhos de assist ncia social Por ocasi o do natal fazem arrecada o de recursos para serem doados a crian as de alguma comunidade carente Estes cultos dominicais oferecem tamb m ao capel o a oportunidade de ampliar a atua o religiosa aos militares e seus familiares mesmo que estes n o perten am f crist A exemplo da ocasi o de falecimento de um familiar de um determinado major quando o capel o ofereceu fam lia a realiza o de um culto memorial em alus o ao falecimento citado O culto aconteceu e houve grande participa o dos amigos e dos demais familiares da pessoa falecida Outro exemplo ocorre em todo final de culto quando o grupo musical que atuou durante a liturgia desce at aos corredores de interna o do hospital para entoarem as can es religiosas de forma que os pacientes baixados possam ouvir e r
123. riedade e fazendo uso da facilidade de meios de que disp e em dar cabo da pr pria vida Sobre a cultura militar e fatores que geram os estados ps quicos que podem resultar em suic dio o autor fala da impessoalidade a que o militar est impelido como uma das principais causas A primeira qualidade de um soldado uma esp cie de impersonalidade que n o tem equivalente em nenhum aspecto da vida civil Ibid p 248 Ou ainda Aptid o para a ren ncia e gosto pela impersonalidade aumentam e aperfei oam se Ibid p 249 Um racioc nio absurdo mas muitas vezes percebido pelo pesquisador algo que expressa o seguinte aqui n s n o somos ningu m j que n o passamos de um n mero tanto faz estar vivo ou morto A irresponsabilidade no uso de armamentos advinda da desaten o e da falta de seriedade no aprendizado oferecido pode ser 2 As tr s escolas s o a AFA Academia da For a A rea a EEAR Escola de Especialistas de Aeron utica e a EPCAR Escola Preparat ria de Cadetes do AR Em cada uma destas escolas existem ativamente as Uni es de Alunos Evang licos que se articulam para uma vez ao ano promoverem um encontro entre as uni es evang licas destas escolas 89 fator de risco que aumenta os ndices de suic dio dentro da caserna Quanto aos motivos para o suic dio pode se perceber que a conclus o de Durkheim substancialmente convincente Ele trata desta quest o quando apresenta em
124. rma es hist ricas fruto de pesquisas junto ao Servi o de Assist ncia Religiosa do Ex rcito Brasileiro SAREx mas carece todavia de especifica o acad mica 1 1 PRIM RDIOS DO SERVI O RELIGIOSO MILITAR Na Antiguidade cl ssica j havia registros hist ricos da presta o da assist ncia religiosa a militares O historiador Sozomeno em Hist ria Eclesi stico escrito 20 aproximadamente entre os anos 439 e 450 d C informa acerca das provid ncias de Constantino quando das incurs es em guerras cada vez que devia afrontar a guerra costumava levar consigo uma tenda disposta a modo de capela para quando viessem a encontrar se em lugares solit rios nem ele nem o seu Ex rcito fossem privados de um lugar sagrado onde pudessem louvar ao Senhor rezar em comum e celebrar os ritos sagrados Seguiam no o sacerdote e os di conos com encargo de atender ao local sagrado e de nele celebrar as fun es sagradas Desde aquela poca cada uma das Legi es Romanas tinha a sua tenda capela assim como os seus sacerdotes e di conos adstritos ao servi o sagrado Sozomeno apud MACEDO 1944 p 54 Vale referir que o Imperador Constantino converteu se ao cristianismo e oficializou o Com isso devido ao assentimento de sua maior autoridade esta religi o veio a se tornar o credo religioso oficial do Imp rio Romano Segundo informa es obtidas por Macedo 1994 junto ao chefe do SAREx as primeiras tradi es militares
125. s Capel es para dar a assist ncia ao soldado no campo de batalha apud MACEDO 1994 p 57 Get lio Vargas se comprometeu ali mesmo a suprir tal defici ncia e o decreto lei n 5 573 anteriormente citado foi editado dias depois Seguiram com a FEB para a lt lia trinta padres cat licos e dois pastores evang licos Dentre os quais cumpre destaque ao monsenhor Jo o Pheeny capel o chefe do SAR das For as Armadas tendo tamb m participado do ltimo contingente do Batalh o Suez na Faixa de Gaza Os dois primeiros capel es militares evang licos da hist ria do pa s estiveram presentes nesta campanha Primeiro o pastor Jo o Filson Soren que tamb m foi pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro por cinquenta anos 1935 1985 tendo sido o capel o militar do 1 RI Regimento de Infantaria denominado Regimento Sampaio e que foi o precursor da capelania evang lica Tamb m o pastor Juvenal Ernesto da Silva pastor metodista em S o Paulo que foi o capel o do 6 RI Regimento de Infantaria denominado Regimento Ipiranga 25 Digno de primoroso registro hist rico foi a figura do capit o capel o frei Orlando nascido Antonio lvares da Silva Mineiro de Abaet v tima fatal de um tiro de fuzil disparado acidentalmente por um civil italiano que tentava retirar uma pedra engastada na roda de um Jeep Tal fato se deu em 20 de fevereiro de 1945 v spera da batalha de Monte Castelo quando o capel o se dirigia
126. s a saber teste de aptid o do condicionamento f sico exame de sa de exame psicol gico e entrevista pessoal Estando aprovado em todas estas etapas o candidato ingressa no Ex rcito Brasileiro mas ainda n o um capel o Vem ent o a fase mais dif cil Ele ingressar em uma escola militar onde dar in cio ao Est gio de Adapta o Vida Militar Normalmente s o tr s meses em regime de internato onde se apreende a cultura militar e todas as conting ncias inerentes a um oficial do Ex rcito Sendo aprovado nesta fase inicial o candidato formado ao posto de aspirante a oficial e inicia seu est gio pr tico de mais tr s meses em algum quartel do Ex rcito no territ rio brasileiro e somente ent o promovido ao posto de segundo tenente 64 capel o Portanto nem as exig ncias nem o preparo para se tornar um capel o militar podem ser considerados simpl rios Uma vez aprovado e declarado pelo comandante da For a segundo tenente capel o ele alocado em algum quartel onde dar in cio sua atividade de capel o Ao chegar sua nova unidade o capel o levado ao comandante da Organiza o Militar por quem recebido com bastante entusiasmo e imediatamente apresentado s diversas se es de trabalho da institui o No caso deste pesquisador houve durante este in cio de trabalho algo diferenciado Ele pertencia primeira e nica at hoje turma de capel es evang licos da For a A re
127. s anos de atividades pastorais Segundo a Constitui o do Estado do Rio de Janeiro 32 e Art 22 1 inviol vel a liberdade de consci ncia e de cren a sendo assegurado o livre exerc cio dos cultos religiosos e garantida em forma da lei a prote o aos locais de culto e suas liturgias e Art 22 12 Ser designado para as corpora es da Pol cia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar um pastor evang lico que desempenhar a fun o de orientador religioso em quart is hospitais e pres dios com direito a ingressar no Oficialato Capel o Al m destas leis ou decretos gerais h ainda as legisla es espec ficas para cada for a singular quando da publica o de um edital de concurso p blico para a contrata o de capel es 1 3 OS PRIMEIROS CAPEL ES EVANG LICOS NA FAB A citada Lei n 6 923 de 29 de junho de 1981 prev a contrata o de pastores evang licos cuja forma o de n vel superior em semin rios reconhecidos por sua institui o eclesi stica e sua inclus o no quadro de capel es da Marinha Ex rcito e Aeron utica conforme a necessidade e a possibilidade de cada For a O n mero de militares evang licos no efetivo da for a singular o que determina a necessidade de contrata o e a aloca o do capel o evang lico Desde a cria o da Lei o Ex rcito ap s efetivar os dois capel es volunt rios contratou novos capel es e os incluiu no seu QCM Quadro de
128. s rio para que este encontro aconte a Na quest o religiosa na caserna n o pode ser diferente A miss o do religioso dentro do ambiente militar deve ser dia a dia levado de volta em termos de reflex o a esta fun o primordial de seu trabalho A pessoa do capel o o princ pio norteador de sua miss o Ele pr prio deve ser o primeiro a vivenciar o encontro Deve ser afetado em sua alma para que a a o de Deus se manifeste nele e atrav s dele A pessoa do capel o deve ser como prev em todas diretrizes de normatiza o do trabalho de Assist ncia Religiosa padr o de conduta e exemplo de moralidade e tica para todos os que convivem ao seu redor Isto por si s j mostra a estreita rela o que h entre a religi o na caserna e a conduta moral do militar No pr ximo t pico analisado o ambiente em que o trabalho religioso militar acontece 2 2 A QUEST O INSTITUCIONAL A CASERNA A caserna um local ao mesmo tempo de trabalho e de moradia em muitos casos Al m disso nota se que em quart is maiores muitas provid ncias podem ser tomadas sem que o militar ou seus familiares tenha que transpor os port es do quartel para fora o caso de institui es que possuem em um mesmo espa o f sico al m de seu local de trabalho sua moradia familiar hospital supermercados bancos farm cia restaurantes local para a pr tica de lazer esporte e outros A 48 impress o que se tem de que se vive em um outro
129. s veis Recomenda se tamb m que a not cia seja dada 85 pessoalmente no menor espa o de tempo poss vel entre o falecimento e o aviso aos interessados Isto para evitar o conhecimento dos familiares por parte da imprensa Este capel o j vivenciou duas destas experi ncias ambas alusivas morte de jovens cadetes cujos pais residiam ou estavam em S o Paulo s 14h00 de uma tarde de Ter a feira o capel o acabara de trocar se para uma tarefa de desfile militar onde seria o porta bandeira nacional Para tal havia vestido paramento especial para a ocasi o Ao dirigir se para o local da solenidade um colega oficial vem ao seu encontro dizendo que o chefe do Estado Maior estava sua procura urgentemente com a seguinte ordem deixe a formatura pra l e siga para a casa de um cadete que acabou de falecer na Academia v tima de acidente a reo Tamb m que ele deveria estar na casa dos pais do cadete antes que eles soubessem da not cia por interm dio da imprensa Partiram em uma viatura O capel o cat lico o capel o evang lico e a m dica de plant o em dire o casa dos pais do cadete L chegando a m e quando soube que uma equipe da Aeron utica estava em sua casa apresentou se j em total desespero Ap s confirmarem para ela a not cia deixaram sua casa levando a ao encontro do marido em seu trabalho L chegando levaram a not cia para o pai do militar Este ao inv s de desesperar se se deprimiu a tal pon
130. s de cada for a singular sobre a mat ria A citada Lei posteriormente regulamentada fixava os efetivos do SAREx destinado ao Ex rcito um n mero de 50 Capel es Militares distribu dos desde o posto de coronel a segundo tenente este efetivo foi ampliado atrav s da Lei n 7672 de 23 de setembro de 1988 para 67 capel es O Minist rio do Ex rcito em face da lei acima mencionada baixou a Portaria n 1 348 de 21 de dezembro de 1981 2 Instru es gerais do servi o de assist ncia religiosa do ex rcito IG 10 50 dispositivo legal atualmente em vigor que determina dentre outras especificidades a instaura o de uma c ria militar a partir de uma Constitui o Apost lica denominada Spirituali Militum Curae Em 1989 foi celebrado um acordo entre o Brasil e a Santa S sendo constitu do um Ordinariado Militar para a promo o de maneira est vel e conveniente da assist ncia religiosa aos fi is cat licos membros das For as Armadas Brasileiras O Ordin rio Militar nomeado por Roma e sustentado pela Uni o A sede da Arquidiocese e sua C ria localizam se em Bras lia DF numa reparti o do Estado Maior das For as Armadas O cargo ocupado por um arcebispo nomeado pelo Papa e tem jurisdi o sobre todo trabalho das capelanias militares em territ rio nacional sejam das FFAA For as Armadas ou da For as Auxiliares sejam de capelanias cat licas ou evang licas Desde a sua implanta
131. sador de pessoas que j enfrentam a doen a de forma bem mais resiliente e espiritualmente mais sadia No caso de pacientes geri tricos muitos j expressam exatamente o contr rio desta insatisfa o institucional Observam se casos de pessoas que poderiam ser tratadas em hospitais de fora da rede de assist ncia militar mas que fazem quest o de terminar os seus dias em um hospital militar Outros h que n o poupam elogios ao hospital aos funcion rios e ao atendimento Quando fala dos temores a autor defende que num hospital estes temores t m muito mais probabilidade de sobrevir do que fora dele Souza Lima apud VASS O 17 Conceito desenvolvido em projeto de doutorado por uma major psic loga da FAB que defende a espiritualidade como fator de resist ncia e enfrentamento do sofrimento humano 76 1997 p 52 Constatou se em um dos atendimentos da capelania o acompanhamento hospitalar espiritual de Carlos N o restou duvidas de que aqueles dias passados no leito ou na cadeira de rodas foram segundo o pr prio relato do paciente os piores de sua vida Sobre a liga o entre doen a espiritual e emocional defendida por Souza Lima apud VASS O 1997 a constata o deste capel o no seu trabalho pr tico est no atendimento espiritual em conson ncia e at mesmo em n vel de apoio ao trabalho da equipe de psicologia hospitalar No grupo multidisciplinar do hospital estes dois profissionais encontram
132. se extremamente desconcertado e confuso diante da mudan a radical da cosmovis o da vida dentro de uma caserna e a total oposi o com o que vivera no mundo externo at aquele momento Seu ingresso se deu aos 33 anos de idade O estresse e as situa es que levavam ao limite f sico psicol gico e ao questionamento moral fizeram com que ele produzisse uma carta endere ada sua filha de 6 anos de idade tentando apresentar numa linguagem infantil por m ir nica como era a vida dentro da caserna na vis o de quem acabara de chegar Portanto tal carta se prestar para encerrar este segundo cap tulo da disserta o Ol filhinha tudo bem com voc Aqui est tudo muito legal As pessoas daqui d o outros nomes para as coisas que todo mundo j conhece Dizem que a gente mora em uma bolha A camisa que o papai usa eles chamam de can cula e o chap u que a gente usa chama se b bico Engra ado n Ali s n o chap u e cobertura Tem tamb m o bizu mas isso eu ainda n o sei bem o que meio estranho mas as pessoas aqui tamb m s o estranhas Lembra que o papai te ensinou que a gente deve tratar os mais velhos com respeito e cham los de senhor Pois aqui diferente Um dia um mo o que bem mais velho que o papai deve ter uns quarenta anos ficou muito triste comigo porque eu chamei ele de senhor Outro dia outro mo o bem mais novo que o papai uns dez anos mais novo disse que eu s poderia
133. sido condenado nem estar respondendo a processo sub judice perante a justi a criminal comum ou militar seja na esfera federal ou estadual XVII Ter no m nimo 1 60m um metro e sessenta cent metros de altura XVIII Possuir aptid o f sica e idoneidade moral que o recomendem ao ingresso na carreira de oficial do Ex rcito Brasileiro e ainda n o exercer ou n o ter exercido atividades prejudiciais ou perigosas Seguran a Nacional conforme o art 11 da Lei no 6 880 de 9 de dezembro de 1980 Estatuto dos Militares XIX N o ser ex integrante do Quadro de Capel es Militares Quadro 2 Requisitos inerentes sele o militar Todas estas exig ncias s o apenas para que o padre ou pastor sejam candidatos a uma vaga de capel o militar Uma vez tendo sua inscri o no concurso deferida pela escola respons vel pelo certame ent o ele seguir a uma dura sequ ncia de provas e exames at que esteja apto a preencher a vaga proposta Estas provas s o no caso do Ex rcito exame intelectual composto de tr s etapas exame de portugu s e conhecimentos gerais exame de conhecimentos espec ficos teologia e uma reda o de at vinte linhas sobre assunto proposto Neste mesmo concurso para admiss o de dois padres e um pastor o n mero de candidatos em todo o Pa s foi de 14 padres concorrendo s duas vagas e de 94 pastores para uma vaga Se aprovado no n mero de vagas neste exame o candidato passar por outros exame
134. ssoa ao ingressar na carreira militar deve ap s a sele o pr via passar por um per odo de provas para somente ap s este per odo ser admitida com o posto ou coloca o a que fizer jus Sem exce es estes processos de admiss es s o extremamente severos al m de requererem do pretendente um envolvimento muitas vezes quase al m de suas for as Sobre estes processos Goffman fala que eles s o outro aspecto de mutila o do eu s processos de admiss o obter uma hist ria de vida tirar fotografia pesar tirar impress es digitais atribuir n meros procurar e enumerar bens pessoais para que sejam guardados despir dar banho desinfetar cortar os cabelos distribuir roupas da institui o dar instru o quanto a regras designar um local para o internado GOFFMANN 1974 p 25 H v rios fatos que contribuem para esta agress o ao eu Um deles a perda ou troca do nome Ouve se muito dos soldados na caserna aqui voc n o uma pessoa apenas um n mero Nos exerc cios de campanha que normalmente ocorre na selva em dias de muitas priva es e extrapola o da resist ncia f sica e ps quica do aluno a pr tica n o se falar nome algum dos alunos Atribui se a cada um o n mero estampado no seu capacete em sua mochila e em sua roupa Naqueles dias o militar passa a ser chamado tanto pelos instrutores quanto por parte dos pr prios colegas apenas pelo n mero correspondente A perda de noss
135. ste capel o terminou naquela mesma noite Percebe se a necessidade de consider vel distanciamento emocional e afetivo do capel o sobretudo quando se encontra em miss es desta natureza Gary Collins em seu Manual de aconselhamento 1986 orienta ao conselheiro a permanecer firme diante dos aconselhandos porque estes destro ados ps quica e emocionalmente precisam observar uma refer ncia de for a e firmeza nestes aspectos naqueles que foram at eles oferecendo ajuda A pergunta necess ria que se faz aqui existe alguma possibilidade de se manter firme e inabal vel diante de um pai que viaja milhares de quil metros para uma festa de formatura do filho querido e este pai recebe a not cia de que ter que enterr lo no outro dia voltando para casa em um avi o militar acompanhando o caix o do filho A resposta nenhuma possibilidade Portanto esta pesquisa reconhece a t tulo de orienta o que qualquer pastor ou padre que queira ingressar na capelania militar dever guardar em seu cora o recursos para poder distanciar se emocionalmente de seus atendidos todavia sem deixar de envolver se com as pessoas e as situa es 3 4 3 O suic dio A ltima parte deste bloco sobre os funerais como trabalho religioso e militar do capel o tratar de demonstrar a experi ncia do pesquisador em casos onde h suic dios no ambiente da vida militar Para o mundo acad mico a palavra suic dio j mobiliza o grande cl
136. sua obra o que ele chama de esp rito militar Sob a influ ncia desta predisposi o o soldado mata se mais pequena contrariedade pelas raz es mais f teis por lhe terem recusado uma licen a militar por uma repreens o por um castigo injusto por uma quest o de promo o por uma quest o de honra por uma crise passageira de ci me ou porque assistiu ou tomou conhecimento de outros suic dios Ibid p 254 Em certa ocasi o em um aconselhamento o capel o percebeu o perigo que corria um soldado o qual relatou sofrer de ang stias e afli es que o levavam a um estado de depress o e que por vezes quase o levou ao desespero Dizia o soldado que na alta madrugada em seu posto de servi o os pensamentos de nulidade dor na alma e insignific ncia para o mundo diante dos problemas que ele enfrentava na vida cotidiana os fazia olhar para a sua arma ficar alisando a e pensando seriamente em acabar com aquele sofrimento Ap s a conversa com o soldado a primeira provid ncia do capel o foi comunicar ao comandante do grupamento de seguran a que afastasse o soldado dos servi os armados e o encaminhasse ao servi o m dico de urg ncia Noutra ocasi o ao chegar de uma viagem de tr s dias Academia Militar o capel o foi buscar a correspond ncia na entrada da vila militar onde mora e ali perguntou para os soldados da guarda que tudo esta tranquilo Imediatamente um dos soldados assustado relatou o que acabara de
137. surgidas No terceiro e ltimo cap tulo a relev ncia do trabalho de capelania militar encontra respaldo nas experi ncias vividas pelo pesquisador em meio sua atua o profissional Muito embora o trabalho pr tico do autor em capelania militar seja de apenas tr s anos todas as quest es anteriormente citadas para comprovar a hip tese inicial foram exemplificadas nos relatos atinentes capelania na qual o autor desta pesquisa atua 95 A contribui o desta pesquisa encerra vitalidade tanto no ambiente acad mico quanto no mbito social No primeiro como j citado anteriormente um trabalho cujo tema in dito ou sen o pouco explorado fica estabelecida a contribui o para pesquisas posteriores Isto porque quanto aos dados estat sticos do IBGE e de recentes contrata es de capel es militares fica comprovada a expans o ainda que modesta do trabalho de capelania Al m do que esta pesquisa sugere um novo problema de pesquisa para uma instigante investiga o num futuro pr ximo a capelania ocupar lugar de destaque sen o de hegemonia no trabalho profissional do te logo No mbito social a contribui o deste trabalho se apresenta na reflex o do papel das cren as religiosas na constru o de uma sociedade mais sadia e menos propensa ao mal Sendo a sociedade assim como a caserna composta de pessoas humanas e sendo tais pessoas totalmente dotadas de necessidades espirituais qualquer trabalho que le
138. t ncia religiosa aos militares no Brasil fez se presente tamb m ap s a independ ncia da Coroa Portuguesa Neste per odo devem se destacar Tr s grandes momentos hist ricos documentados desta assist ncia religiosa aos militares Desde 1741 j existia legalmente um servi o de assist ncia religiosa no Brasil por for a do Aviso R gio como citado acima Poucos anos ap s a independ ncia foi exarado o Decreto Imperial de 7 de julho de 1825 que criou o cargo de Capel o Mor prescrevendo lhe as miss es inerentes ao seu of cio apost lico e prevendo lhe o uso de uniforme assim como para os demais capel es Estava pois estruturado o servi o religioso para militares Vale lembrar que nesta poca ainda faltava uma organiza o oficial que regularizasse esse servi o atrav s de alguma legisla o espec fica O segundo marco desta cronologia foi o Decreto Imperial n 743 de 24 de dezembro de 1850 atrav s do qual Dom Pedro Il criou a Reparti o Eclesi stica do Ex rcito aprovando lhe o regulamento Neste ponto eram especificados os direitos as atribui es e at mesmo a fisionomia dos capel es A Reparti o Eclesi stica era composta de quatro classes de capel es os da ativa os agregados os avulsos e os reformados Tamb m era prevista a contrata o de mais sacerdotes para o preenchimento de vagas em aberto na terminologia militar denominadas de claros A previs o era de 24 vinte e quatro padres para o Ex
139. te se apresentavam pedindo sua ajuda e apoio Eram dias de crise de muita ang stia e saudades da fam lia O capel o Soren realizou v rias palestras para levantar o moral da tropa Muitas vezes enfrentou o frio e neve das montanhas geladas da It lia Fez trabalho conjunto com o pessoal da Cruz Vermelha ajudou na preven o e combate a doen as ven reas Realizou diversas instru es de educa o moral e c vica para a tropa O pastor Soren realizou diversos cultos reuni es de ora o na retaguarda do seu regimento o 1 RI Regimento Sampaio O servi o de correspond ncia deste regimento ficou tamb m entregue sua responsabilidade Quanto ao resgate das v timas da guerra e o reconhecimento de seus corpos o capel o cumpriu tal tarefa com ousada determina o Atravessou lugares de dif cil acesso a fim de levar a mensagem da f crist aos combatentes Organizou o primeiro coral evang lico dos combatentes da Il Guerra Mundial Ao final do mesmo ano de 1944 o pastor Soren foi promovido ao posto de 1 Tenente Capel o do 1 RI Regimento Sampaio por respaldo legal vindo do Minist rio da Guerra Digno de nota a estima e respeito que pastor Soren tinha junto a seu comandante e dos oficiais e pra as do seu Regimento Nos anexos a este trabalho est o as publica es originais dos elogios ao capel o militar exarados pelo comandante geral da For a Expedicion ria Brasileira FEB e pelo comandante do Regimento Sampaio No
140. to que a indica o da m dica foi a de encaminh lo ao hospital mais pr ximo Naquele dia o trabalho dos capel es estendeu se at cerca de 1h00 da madrugada com eles ainda na casa da fam lia No dia seguinte houve uma celebra o luterana de of cio f nebre que tamb m contou com a presen a dos dois capel es A seguir processaram se as honras f nebres que s o homenagens solenes reservadas a militares que falecem no pleno exerc cio do servi o Estas honras foram efetuadas pelos pr prios cadetes da turma do falecido Houve grande como o de todos os presentes Ap s todo o ocorrido este capel o dirigiu se para o nibus da Academia que trouxera os cadetes para a cerim nia e dirigiu a eles uma palavra de consolo conforto e motiva o para a continuidade de sua forma o 86 Figura 8 Alunos das tr s escolas de forma o da Aeron utica em encontro das Uni es Evang licas das Escolas de Forma o da Aeron utica IV EUNESFA realizado em Barbacena MG em novembro de 2006 Foto do pesquisador Ap s este fato o pesquisador foi levado reflex o de que na pr tica seu trabalho tem tanto o aspecto ordin rio quanto o inusitadamente extraordin rio Desta feita seu papel foi quase que de um coadjuvante uma vez que acompanhou a equipe com pessoas bem mais experimentadas na tarefa que ele Entretanto na segunda ocorr ncia cerca de um ano e meio depois da relatada acima sua tarefa foi a de dar a not
141. tuais Depois passa pela quest o religiosa Analisa por um lado a pessoa humana sendo esta dotada de espiritualidade e portanto necessitada do encontro com o sagrado e por outro lado analisando o ambiente militar como uma institui o total cujo conceito aponta inexoravelmente para uma interven o de ajuda no que tange aos recursos oferecidos pelas cren as religiosas Por fim este caminho trilhado em meio pr tica profissional do autor como capel o evang lico da Aeron utica A profiss o militar de um capel o abordada separadamente quanto ao militarismo e ao trabalho religioso n o deixando de lado a intersec o dos dois formando assim um conceito de capelania militar Palavras chave Religi o Capelania Capelania militar For a A rea Brasileira ABSTRACT The present research seeks to evaluate the work of the military chaplain The focus is on analyzing his influence and the validity of his task within a military institution Taking as a starting point historical theological technical and practical observation the research seeks to confirm the hypothesis that the role of chaplaincy has been is today and will always be of great relevancy to the armed forces chaplaincy services in terms of influence validity and import within a military organization parallels the role played by spirituality and religion in all of human life The path covered for the development of these observations begins with the historica
142. ua contribui o 24 A Constitui o de 16 de julho de 1934 que foi a segunda carta magna desde a proclama o da Rep blica permitiu a presta o do servi o religioso durante as expedi es militares sem nus para os cofres p blicos nem constrangimentos ou coa o dos assistidos Este servi o estava restrito aos sacerdotes brasileiros natos Neste tempo apesar de j se encontrar consideravelmente evolu do e gozando dos avan os proporcionados pela constitui o de 1934 o servi o ainda n o contava com qualquer respaldo jur dico Tal legisla o tornou se prop cia na ocasi o da constitui o da gloriosa FEB a For a Expedicion ria Brasileira que atuou orgulhosamente defendendo os interesses de nossa na o no teatro de opera es europeu na Segunda Guerra Mundial Com a finalidade de atender Primeira Divis o de Infantaria Expedicion ria foi criado um Servi o de Assist ncia Religiosa SAR FEB atrav s do Decreto Lei n 5 573 de 26 de maio de 1944 Observe se o epis dio inusitado a partir do qual isso ocorreu Em 1944 relatos orais d o conta que ap s o desfile dos expedicion rios que partiriam para It lia o presidente Get lio Vargas perguntou ao cardeal do Rio de Janeiro dom Jaime de Barros C mara qual era a sua opini o sobre o desfile O cardeal respondeu que muito o apreciara mas que faltava alguma coisa O Presidente indagou sobre o que estaria faltando ao que o cardeal respondeu O
143. uei adido ao Estado Maior do Regimento sob o comando do coronel Agnaldo Caiado de Castro Meu ingresso deu se atrav s do of cio com curr culo enviado do Minist rio da Guerra com sua devida aprova o Nesta poca por ordem do presidente da Rep blica o Ex rcito Brasileiro convocou pastores e padres volunt rios para servirem junto s For as Expedicion rias no front de batalhas S ntese da Atua o na Il Guerra Realizei diversas miss es junto s For as Expedicion rias dando assist ncia aos oficiais e pra as Em s ntese posso descrever os seguintes trabalhos celebra o de cultos aconselhamentos pastorais principalmente nos momentos mais cr ticos reuni o de ora o em pequenos grupos entrega de correspond ncia dos militares identifica o das v timas e reconhecimento dos corpos dos militares para o pelot o de sepultamento entrega de literatura para alento e conforto espiritual realiza o de palestras para o pessoal do batalh o celebra o da cerim nia f nebre Atuei juntamente com a Cruz Vermelha internacional no resgate dos feridos levando lhes uma palavra de apoio espiritual para elevar lhes o grau do moral Tamb m escrevi um di rio da guerra e arrolamento dos militares evang licos bem como a confec o do registro dos bitos Muitas vezes atravessei montanhas com neve para dar assist ncia s v timas Cruzei lugares de dif cil acesso penhascos e abismos a fim de levar socorro material e es
144. uma equipe de militares com a miss o de fiscalizar os candidatos a ingressar na For a enquanto eles fazem seus diversos exames Estas tarefas na maioria das vezes acontecem durante os fins de semanas 3 2 1 Tarefas educacionais No que tange a tarefas militares portanto obrigat rias o pesquisador entende que h fun es cuja natureza deve merecer especial aten o por parte de um capel o como se diz no ad gio popular quando se une o til ao agrad vel No caso mais concretamente dizendo trata se de unir o obrigat rio ao prazeroso e necess rio A refer ncia a dois trabalhos espec ficos para os quais o capel o deve empreender especial zelo no cumprimento da sua miss o enquanto militar que cumpre uma escala de servi o S o as tarefas ligadas educa o e aos funerais Este ltimo assunto recebe especial aten o ao final deste cap tulo Quanto ao primeiro todavia deve se notar um fato que tem ocorrido nos ltimos tr s anos O Governo Federal instituiu no ano de 2004 o Projeto Soldado Cidad o Neste programa as tr s For as Armadas enviam seus soldados em fim de carreira para cursos profissionalizantes totalmente custeados pela Uni o O objetivo capacitar profissionalmente o jovem que deixa o servi o militar obrigat rio para que ele ao chegar ao mercado de trabalho leve consigo al m da experi ncia do servi o militar a profissionaliza o acad mico t cnica Estes cursos s o min
145. uma profunda experi ncia de vida que o despertou para envolver se no socorro ao necessitado miss o esta que resolveu abra ar para o resto de sua vida Fez um voto ao Senhor que se retornasse ao Brasil se dedicaria a realizar uma obra que expressasse o amor ao pr ximo e o sentido da verdadeira religi o que agrada a Deus ou seja atender a causa do rf o da vi va e do necessitado Sl 146 9a Tg 1 27 T o logo a guerra terminou retornou ao Brasil com a certeza de ter cumprido bem a sua miss o Voltou para sua fam lia e para sua igreja a Igreja Presbiteriana de Realengo sub rbio do Rio de Janeiro e imediatamente iniciou as atividades decorrentes do voto que fez a Deus Com o apoio da igreja e do pastor abriu um pequeno ambulat rio m dico numa das depend ncias da igreja Foi o come o Foi uma pequena semente que haveria de germinar e produzir a rvore frondosa e frut fera que hoje o conglomerado das 102 seguintes institui es que preside e SASE Servi o de Assist ncia Social Evang lico fundado em 15 de novembro de 1955 E uma grande rede de servi os sociais de atendimento a popula o carente em v rios pontos do Rio de Janeiro e Bras lia e CONBRASE Confedera o Brasileira de Servi os Sociais Evang licos que oferece s institui es filiadas apoio e orienta o para planejamento e administra o por meio de cursos diversos e CREDEQ Centro de Recupera o de Dependentes Qu micos locali
146. unidade de influ ncia do capel o tanto na contribui o para a sa de espiritual do militar quanto para o aux lio s institui es militares onde serve Esta ltima constata o se d na medida em que o capel o fonte de aux lio quando seus comandantes t m de tomar decis es importantes Verifica se por exemplo casos em que o capel o acompanhou de perto atrav s do aconselhamento situa es de acidentes ou infort nios quaisquer que demandaram tomadas de decis es que vieram a contribuir com o bom andamento da rotina na caserna Verificou se a guisa de exemplo que quando houve interven o deste pesquisador informando ao seu comandante o ambiente e os sentimentos que se 1 2 E 2 kj P scoa crist realizada em data fora do calend rio lit rgico e de acordo com agenda de interesse e conveni ncia dos comandos militares da regi o 71 passavam na tropa quando da morte de um soldado v tima de acidente motocicl stico as decis es emanadas daquele encontro com o comandante favoreceram o enfrentamento e o moral da tropa no momento dif cil Em tal ocasi o estavam em discuss o as honras militares que o soldado falecido receberia Ap s a confirma o e no momento da cerim nia os militares envolvidos e presentes ao cortejo realizaram com tamanho orgulho e garbo militar suas fun es que os relatos davam conta de que em nenhuma cerim nia anterior verificou se tanto empenho e tanta dedica o dos sol
147. van ado da idade Outra informa o necess ria a que d conta de que nem todos os falecimentos s o comunicados ao quartel embora boa parte deles o seja No relat rio de atividades deste capel o durante o ano de 2005 foram anotados 52 acionamentos da comiss o de funeral 3 4 1 Cerim nias f nebres Atrav s do contato com os familiares enlutados abre se caminho para a presen a do capel o nas cerim nias religiosas sempre respeitando o credo e a preced ncia pela op o religiosa da fam lia Mesmo assim devido a v nculo criado na hora do acompanhamento em alguns casos a fam lia convidou este capel o mesmo confessando outra religi o que n o a crist evang lica Desta forma o capel o j teve a oportunidade de acompanhar e em algumas vezes lhe foi concedida a palavra em cerim nias f nebres de religi es tais como budistas esp ritas kardecistas seicho no ie congrega o crist no Brasil cat lica romana cat lica ortodoxa evang licos de muitas denomina es metodista batista luterano presbiteriano assembleianos universal do reino de Deus renascer e outras igrejas neopentecositais 3 4 2 O aviso da morte antes da imprensa Outra peculiaridade inerente ao trabalho relacionado morte que de exclusividade do capel o o aviso da morte para a fam lia Neste caso as normas de conduta recomendam que o capel o v acompanhado de um m dico ou enfermeiro para o caso de intercorr ncias pos
148. vang lica da Vila Militar Nascido no dia 10 abril de 1924 no Rio de Janeiro Formou se em Farm cia na Universidade do Rio de Janeiro mas em pouco tempo tornou se industrial do ramo metal rgico empres rio que contribuiu para a realiza o de grandes obras no Brasil e no exterior Dentre essas realiza es destacam se as pilastras da Ponte Rio Niter i e das torres da Embratel Desde 5 de julho de 1952 casado com S nia Silva Lenz C sar com quem tem quatro filhos M rcia Erlie Filho Luiz e Alinges e seis netos criou a Funda o B n os do Senhor em janeiro de 1985 sociedade filantr pica sem fins lucrativos que pauta sua atua o pelo amor a Deus Declarada de utilidade p blica pelo governo federal hoje respons vel por obras assistenciais como creches e um centro hospitalar al m de manter programas de televis o para o bem comum e patrocinar projetos culturais em outras reas Pregador evang lico bastante conhecido e autor dos livros Os Setenta Anos de uma Igreja Aben oada Clama a Mim e Eu te Responderei O Bom Pastor A Virgem Maria A Saga de uma Fam lia Um Deus Maioria e O que Deus fez por Mim Pode Fazer por Voc este ltimo com a fant stica tiragem de 90 000 exemplares todos vendidos Tendo sido traduzido para o ingl s e espanhol este livro teve semelhante sucesso nos Estados Unidos na Am rica vendendo 45 000 exemplares em pouco tempo O Dr Erlie Lenz C
149. ve a s rio este tema propondo solu es para que estas necessidades sejam supridas merece todo o respeito e aten o da sociedade Al m de tudo isso este trabalho mostrou a justificativa clara do trabalho de um capel o no quartel Os comandos militares poder o apropriar se dos conceitos e reflex es aqui exarados para subsidiar suas futuras decis es no que tange assist ncia aos seus militares e fam lias sejam da ativa ou da inatividade Portanto esta pesquisa organizada a partir do problema central encontrou nos argumentos acima expostos nesta conclus o uma real influ ncia do trabalho de capelania militar na constru o de uma espiritualidade no quartel A hip tese sugerida e demonstrada ao longo do texto foi a de que o trabalho do capel o militar exerce de fato influ ncia no militar seja na perspectiva da pessoa seja no mbito da institui o Tal influ ncia e import ncia passam acima de tudo pela simples presen a do capel o em meio tropa Pois o seu trabalho profundamente ligado sua convic o pessoal de f Portanto antes de exercer qualquer atividade o capel o exemplo pessoal de f estabilidade emocional amor perd o enfim ele pr prio o modelo de pessoa que encontra no sagrado o suprimento de suas necessidades espirituais 96 Aderindo instala o de uma capelania militar o comando da Organiza o Militar estar desta forma proporcionando meios para que sua tropa se
150. verendo Marcos Lins entregou o primeiro exemplar ao Comandante do IV COMAR Major Brigadeiro do Ar Apr gio Eduardo de Moura Azevedo A tiragem patrocinada pelo Mackenzie foi de 1000 exemplares que ser o gratuitamente distribu dos entre os militares da FAB em todo o Brasil Al m da homenagem ao Centen rio esta iniciativa visa evangeliza o atrav s da divulga o da Palavra de Deus Figura 10 C pia da p gina de internet na qual se publicou a not cia do culto da semana da asa 2006 quando foi entregue a B blia comemorativa Dispon vel em www fab mil br CULTO ASA SALA DE IMPRENSA FAB htm Acesso em 15 Out 2006 CONCLUS O A presente disserta o estabelece crit rios substanciais para a efetiva contribui o coma a produ o cient fica atual No campo das Ci ncias da Religi o pouco ou quase nenhum material acad mico encontrado na rea de capelania militar Procurou se com esta pesquisa reparar esta necessidade Assim Oo aprofundamento acad mico do autor e da teoria do campo religioso brasileiro mostra se inicialmente consolidado A conflu ncia da teoria com a pr tica estabeleceu se como a maior contribui o para a atua o profissional do autor O uso dos conceitos apreendidos no dia a dia e a experi ncia cotidiana trazida para esta pesquisa medida que aconteciam revelam a total legitimidade e cumprimento dos prop sitos iniciais da pesquisa O olhar acad mico e a experi ncia profissiona
151. zado na Estrada do Campinho 4 700 Campo Grande RJ Tem estrutura para manuten o de 60 pacientes em tratamento intensivo e interno e ABRIGO AMAI VOS UNS AOS OUTROS Para anci os na Av Brasil 30 000 Realengo RJ Mant m cerca de 100 idosos em feliz comunh o com Deus e uns com os outros e presta lhes assist ncia social m dica psicol gica terapia ocupacional e assist ncia espiritual e ABRIGO PARA ANCIAOS CARENTES Localizado na cidade fluminense de Paty do Alferes Mant m cerca de 50 idosos dando lhes as mesmas assist ncias mencionadas no item anterior e PROJETO AMOR E VIDA Para crian as e adolescentes desamparados na Estrada de Sepetiba 935 Santa Cruz RJ Mant m cerca de 100 crian as e adolescentes acolhidos dando lhes lares m es sociais toda sorte de assist ncia escola e ensino de profiss es e LAR DA CRIAN A EM BRASILIA E LAR DA CRIAN A EM SOBRADINHO S o institui es destinadas ao acolhimento assist ncia e educa o de crian as abandonadas e carentes no Distrito Federal e RADIO BOAS NOVAS Transmite a palavra de Deus para todo o Estado do Rio de Janeiro algumas regi es de Minas Gerais Esp rito Santo e S o Paulo ajudando efetivamente a edificar e unir o povo de Deus das v rias denomina es evangelizando e ajudando as igrejas e seus lideres a promoverem seus programas de extens o do reino de Deus e SEMINARIO TEOL GICO UNIDO Sem cor denominacional situado em Mesquita RJ pro

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