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(TCC 2012) CORRECOES FINAIS

1. ESTRADA DE FERRO SANTOS A SUNDIAL Figura 2 Mapa da E F Santos Jundia Fonte IBGE 1954 Para Siqueira 2001 as metas da Companhia Industrial e de Estradas de Ferro Perus Pirapora superavam o transporte de passageiros e explora o do cal sendo estudada desde 1915 por Sylvio de Campos e Walter Charnley a possibilidade de instala o de uma usina de cimento nas depend ncias da companhia Em Agosto de 1924 a CIEFPP e a Drysdale amp Pease empresa canadense com sede em Montreal firmam sociedade com o objetivo de fabrica o e venda de cimento e produtos derivados obrigando se a empresa brasileira a arrendar pelo prazo de 30 anos a pr pria estrada de ferro material fixo e rodante oficinas e edif cios na depend ncias da linha f rrea Entre as clausulas deste contrato nos chama a aten o a obriga o atribu da a CIEFPP em obter o consentimento da S o Paulo Railway Co empresa a qual em acordo com esta clausula haveria conferido op o de prefer ncia para qualquer 42 neg cio relativo sua estrada de ferro para o cumprimento das obriga es assumidas por este contrato CAJAMAR 1924 Inaugurada oficialmente em 24 de Junho de 1926 a The Brasilian Portland Cement Company foi a nica f brica de cimento no pa s at 1933 Para este empreendimento t cnicos
2. destrui o parcial do acervo e exist ncia de outros exemplares semelhantes integrando o acervo de patrim nio cultural tombado IPHAN 1983 p 303 Anterior a abertura efetiva do processo o senhor Antonio L D de Andrade presidente da Regional de S o Paulo encaminha informa o em 18 de fevereiro de 1981 ao senhor Antonio Magalh es Diretor Geral da SPHAN sobre a solicita o de tombamento da estrada de ferro por parte da ABPF Ainda neste documento relata conversas de esclarecimento com membros da associa o e visita as instala es da 20 As informa es utilizadas em refer ncia s o baseadas em ordem crescente e seguem contagem do pesquisador 70 antiga companhia Entre suas considera es Andrade aponta o uso tur stico como uma possibilidade para o local na regi o cont guo ao percurso da ferrovia achando se localizado o Parque Anhanguera extensa rea florestada pertencente Prefeitura Municipal de S o Paulo possui amplas possibilidades de aproveitamento e enorme potencial tur stico voltado ao lazer da popula o metropolitana IPHAN 1983 p 82 Ainda sobre o turismo Importa entretanto encontrar solu o que permita a continuidade e funcionamento da ferrovia sua manuten o recupera o e valoriza o do acervo e se poss vel garantir o acesso visita o e transporte p blico Nesse sentido a proposta de associar a estrada de ferro ao uso tur stico n
3. Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM respectivamente Dentro dos servi os tur sticos ferrovi rios inserimos as categorias Trem Hist rico Cultural Trem de Luxo e Trem Tur stico Definimos como trens hist ricos culturais pequenos deslocamentos ferrovi rios motivados principalmente pela import ncia hist rica da ferrovia podendo ainda contem apelos ambientais em segundo plano Retomando a bibliografia tratam se do tipo 2 definido por Thomson 2004 trens onde a atra o principal esta na composi o que realiza o percurso Em geral s o trajetos curtos inferiores a 5 quil metros tendo monitoria cultural e grande apelo nost lgico As viagens s o praticamente uma exibi o do material rodante estando a experi ncia do passageiro relacionada a import ncia hist rica da ferrovia e possibilidade 38 de viajar em trens antigos na maioria das vezes tracionados por locomotivas a vapor Seu curto deslocamento e finalidade de viagem separam este grupo de um Trem Tur stico Pensando no cen rio paulista s o exemplos os trens operados pela Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF na Vila de Paranapiacaba e Memorial do Imigrante a Estrada de Ferro Perus Pirapora com passeios relacionados ao acervo tombado e meio ambiente operado pelo Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural entre outros Sobre os Trens de Luxo s o deslocamentos onde o servi o o principal dif
4. FNPM o processo passa a seu est gio final o parecer Com o t tulo Encaminha parecer de arquivamento n 38 2000 desta data referente ao processo 1 104 T 83 Acervo Ferrovi rio da Estrada de Ferro Perus Pirapora Perus S o Paulo IPHAN 1983 p 294 em nota datada de 14 de maio de 2000 encaminhada a arq Cl udia Barroso o senhor Adler de Castro informa parecer contr rio ao tombamento da E F Perus Pirapora apontando o arquivamento deste processo Anterior as folhas do parecer oficial o t cnico apresenta algumas informa es relativas a abertura e ao hist rico de andamento O processo em tela teve um andamento um tanto quanto irregular O pedido de tombamento foi encaminhado por um of cio da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria datado d 29 de dezembro de 1980 e dirigido ao ent o Diretor do 12 Distrito da SPHAN Antonio Luiz Dias de Andrade Talvez devido ao fato do pedido formal n o mencionar o tombamento se restringindo a uma solicita o de prote o de um acervo que se encontrava amea ado de destrui o ele n o resultou na abertura de processo de tombamento no IPHAN JAberto o processo em 1983 h um hiato de quatro anos em seu andamento com um nico documento anexado aos autos do processo em 1987 IPHAN 1983 p 294 Quanto a suas solicita es anteriores Como os citados pedidos ficaram sem resposta e j se passaram seis meses da ltima reitera o decidimos ignorar
5. atividade industrial Neste sentido a diversidade e n mero de m quinas e equipamentos seria um valor relevante para considera o Contudo necess rio apontar que esta cole o apesar de ser razoavelmente volumosa dentro de sua categoria n o nica j que h outros acervos deste tipo preservados em museus que existe um acervo ferrovi rio de bitola estreita preservado o do trecho ferrovi rio de S o Jo o del Rei Tiradentes processo 1185 T 85 com m quinas e vag es de bitola 0 76 cm IPHAN 1983 p 298 que n o h um conhecimento especifico sobre o acervo como um todo apenas indica es parciais que demonstram a exist ncia de um pequeno n mero de m quinas a vapor 21 sendo que diversas delas est o em situa o irrecuper vel IPHAN 1983 p 298 que a ferrovia se encontra sem uso tal como se observa se no processo de tombamento do CONDEPHAAT em contatos com o pessoal do CONDEPHAAT foi nos informado que esta situa o de paralisa o j vem desde o inicio da d cada de 80 o que portanto resultou em perdas substanciais ao acervo por abandono e falta de manuten o Isto inviabiliza a preserva o que foi solicitada a de uma ferrovia em funcionamento IPHAN 1983 p 298 Por fim apresenta o seguinte parecer Propomos que o processo seja encaminhado ao Conselho Consultivo com a recomenda o de que o mesmo seja arquivado por n o haver motivos que
6. ccesereeees 99 3 1 Processo de Tombamento 21 273 80 CONDEPHAAT 99 3 1 1 CONDEPHAAT Solicitante e Propriet rio identifica o dos personagens 99 3 1 2 Analise do Processo de Tombamento ciiieeereeeeereeeee 106 3 2 Gest o e Usos do Bem Tombado rear 112 3 2 1 Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC 112 3 2 2 Gest o do bem tombado ta a a RD ESTE 113 IIA CETVOS EU SOS AI asiaticas ag ci a a aa cd a ao Pa 114 CONSIDERA ES FINAIS seeesoesesssesooesossossoossosssesoossoessessossocssessossocesessossocssossssse 116 REFERENCIAS BIBLIOGR FICAS jusicsiassenisinsenisineeensiasieceirioarmeneeraenmsebuseni itsia 119 APENDICES OA au defenda caio nen E da assalta diana co baia quis caga gd 124 APENDICE A Roteiro de Entrevista Ana Luiza Martins is 125 OPERA CONDEBHAA E eis an a a a a a 125 APENDICE B Roteiro de Entrevista H lio GAZETTA Filho 126 ABRE nnee sofia ida ni Da iai SA a ud ca a E DA 126 APENDICE C Roteiro de Entrevista J lio Eduardo C D de Moraes 127 IRPD Cesar ua for RSA a a ap E t 127 APENDICE D Roteiro de Entrevista Nelson A B de Camargo 128 EPPC iiaeaa di O A O Rr e E 128 APENDICE E Roteiro de Entrevista Silvia Wolf seres 129 UPPH CONDEBELAA O santas aaa GS Davi 129 APENDICE F R
7. o do bem sendo o turismo entendido pela entrevistada como ideal uma vez que a apropria o do objeto extrapola o conhecimento a partir do avan o da ferrovia paisagens lugares e da pr pria informa o repassada pelos t cnicos em 82 turismo nos passeios realizados trazendo exemplos do sucesso do trem da Esta o da Luz o Expresso Tur stico e Paranapiacaba Por fim a entrevistada registra nominalmente a equipe come ando por ela Ana Luiza Martins os arquitetos Jos Antonio Zagatto e Alberto Candido e as estagiarias Marcele Andrade e Jordana Cardoso 2 5 2 Jos Antonio Chinelato Zagato UPPH CONDEPHAAT Jos Antonio Zagato arquiteto e Diretor substituto do CET Centro de Estudos de Tombamento de Bens Culturais Isolados Bens M veis e Patrim nio Imaterial uma subdivis o do Grupo de Estudos de Invent rios da UPPH Atualmente o entrevistado responde pelo Projeto Ferrovias Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Unidade Presbiteriana Mackenzie Atualmente aluno de p s gradua o da Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo no curso de Economia Urbana e Gest o Publica Possui experi ncias internacionais no campo de urbanismo e patrim nio hist rico Conforme Zagato 2012 ainda que do ponto de vista objetivo o trabalho de instru o do processo se concentre em um ou dois t cnicos existe um trabalho em grupo no sentido de reflex o Este processo visa o refinamento das diretrizes crit
8. patrimonial a objetos que n s mesmos utilizamos para o autor este fator impede que parte da popula o o reconhe a Tendo em vista esta dificuldade aponta que a politica relacionada deve passar pela sensibiliza o da sociedade sobre seu valor b Valor de testemunho Os bens da industrializa o tem valor etnol gico ou antropol gico porque s o testemunhos de grandes revolu es econ micas e sociais que alteraram a sociedade como um todo O conhecimento destes vest gios se faz necess rio para compreens o da sociedade atual c Valor de documento Por meio de t cnicas arqueol gicas os bens industriais podem fornecer dados qualitativos capazes de complementar o conte do obtido atrav s de outras fontes d Car ter Os bens industriais s o constru dos sob l gicas de produ o e funcionalidade al m de se utilizarem de t cnicas que j n o s o do nosso tempo Os valores do patrim nio industrial tamb m s o abordados por Pardo Abad 2008 Diferente do primeiro autor que trabalha a proposta em quatro grupos ele descreve individualmente os valores hist rico arquitet nico de conjunto territorial iconogr fico de conserva o de uso e did tico Pardo Abad 2008 afirma ainda que Alois Riegl Der moderne Denkmalkultus 1903 23 os crit rios de valora o dos elementos industriais s o comuns ao patrim nio arquitet nico em geral e destacam tanto os bens puramente art sticos como os hist
9. CONDEPHAAT 1980 p 190 Com rela o aos usos para o bem tombado Pensamos que somente ap s esgotadas todas as possibilidades de manter a ferrovia em funcionamento com finalidade cultural e como atra o tur stica dever se considerar a alternativa consistente em conservar o acervo est tico no Museu de Tecnologia de S o Paulo ou no Museu Ferrovi rio Bar o de Mau CONDEPHAAT 1980 p 191 Aprovada a recomenda o do conselheiro Mario Savelli o Egr gio Colegiado aprova em 30 de julho de 1984 o tombamento do acervo da E F Perus Pirapora contando com linhas f rreas oficinas e equipamentos de apoio bem como outras instala es CONDEPHAAT 1980 p 193 Cumprindo as determina es legais as p ginas seguintes comprovam o encaminhamento desta decis o aos interessados neste processo entre eles o senhor Dr Antonio Jo o Abdalla Filho presidente da empresa propriet ria do bem Por uma quest o de esclarecimento neste momento a EFPP n o est sob responsabilidade do Governo Federal uma vez que ap s leil o voltou a caracter stica de bem particular Contr rios a decis o de tombamento dentro dos termos da lei os propriet rios contestam tal decis o e apresentam argumenta o relacionada Em papel timbrado da empresa 62 raz o n o assiste a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria pois demonstrado totalmente sem fundamento o temor de desaparecimento da estrada de ferro e seus pertences
10. Tamb m relacionado s propostas de uso e gest o do bem em documento denominado Perus Pirapora Um sonho a ser vivido j a regional de Cajamar da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria solicitante do tombamento aponta que a opera o da ferrovia ter que estar associada a um trabalho de recupera o e valoriza o da mem ria ferrovi ria regional cujo principal sustent culo s o os antigos oper rios da EFPP e da F brica de Cimento IPHAN 1983 p 193 Em memorando encaminhado a Arq Claudia M G Barroso Chefe de Divis o de Prote o Legal o historiador Adler Homero Fonseca de Castro Assistente T cnico 71 de Pesquisa trata a solicita o via oficio do CONDEPHAAT para averigua o da situa o legal do bem conforme mencionado no documento de desapropria o sem nus com fins de preserva o IPHAN 1983 p 107 Quanto justificativa e situa o atual do bem aponta Apesar disso confisco devolu o parcial ao Grupo Abdalla e desativa o da ferrovia manteve se na propriedade o relevante conjunto de locomotivas de bitola estreita motivador do pedido de tombamento IPHAN 1983 p 107 Transcorridos aproximadamente dezessete anos da solicita o do processo e ap s uma s rie de altera es na estrutura administrativa da antiga SPHAN atual Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional IPHAN passando pela Funda o Nacional Pr Mem ria
11. as cidades de Caieiras Cajamar Santana de Parna ba e Osasco ERA Caj mal Pirapora do Bom Jesus riguama Santana de Parna ba j E Itapevi X Figura 8 Localiza o Em destaque o bairro de Perus Fonte Adaptado de GOOGLE MAPS 2012 46 2 3 RELAT RIOS DE OBSERVA ES EM CAMPO 2 3 1 Esta o Perus S o Paulo Railway EFPP Km 0 Em 1910 foi concedida a licen a para constru o e uso de uma estrada de ferro que partindo da esta o Perus da S o Paulo Railway v terminar em Pirapora Em 1914 foi inaugurado o tr fego entre o Km 0 e Km 16 al m do p tio para transfer ncia com a companhia inglesa SPR E a Ska 4 r 14 SS A S Figura 9 Esta o Perus SPR D cada de 1930 Fonte Acervo particular Leandro O Guidini Localizada na cidade de S o Paulo no bairro de Perus atualmente a Esta o Perus parte da linha 7 Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM liga o entre Luz Francisco Morato e Jundia j no interior do estado Constru o remanescente da primeira estrada de ferro do estado a Esta o Perus foi reconhecida em 2010 pelo CONDEPHAAT como patrim nio hist rico estadual O acesso tarifado pois se trata de uma esta o do sistema de transportes metropolitanos N o h no local nenhum tipo de visita o relacionada ao turismo Ao lado da plataforma sentido Jundia existem vestigios do antigo p tio da E F Perus Pirapora
12. es para preserva o ferrovi ria ainda que os objetivos sejam da defesa de um patrim nio como um todo um patrim nio de todos nota se uma forte rela o emocional entre os membros e a defesa da causa Por vezes aparente no discurso esta liga o pode estar relacionada a uma hist ria pessoal ou mesmo a de um grupo ao qual se identificam Seguindo a l gica do exemplo de forma isolada a afetividade n o seria capaz de justificar o reconhecimento de um bem contudo este elemento esteve presente nas motiva es que levaram a ABPF a solicitar o processo de tombamento da E F Perus Pirapora Desta forma entende se o valor afetivo como elemento impl cito e poss vel motivador para preserva o Sobre o patrim nio ferrovi rio e trabalho da ABPF nesta poca Moraes J 2011 afirma com nfase era o come o do come o do come o do come o Nem n s associa o sab amos o que era aquilo Gazetta Filho 2011 destaca a boa rela o da ABPF com as antigas administradoras ferrovi rias RFFSA e FEPASA o que segundo ele facilitava mesmo em meio as batalhas acirradas quando se tratava de impedir leil es ou sucateamento de bens que consideravam de valor hist rico a obten o de exemplares de material rodante para preserva o No CONDEPHAAT ainda durante os estudos da esta o ferrovi ria de Santa Rita do Passa Quatro aquela que viria a ser o terceiro bem ferrovi ria reconhecido no estado o arquiteto Carlos Lemos
13. o do pedido estava ligada ao alto valor hist rico apresentado pelo material rodante pondera ainda que o entendimento sobre os remanescentes ferrovi rios hoje maior onde compreende se a ferrovia como um universo um articulador de ocupa o territorial e cultura Quanto solicita o de tombamento e os objetivos da ABPF em um tom bem humorado o entrevistado relata Gost vamos de maria fuma a velha e morr amos de medo que elas fossem cortadas MORAES J 2011 ainda nesta quest o lembra dos biscoitinhos de nata degustados durante as reuni es na casa do Juarez Spaletta apontando estas com um importante espa o de discuss o sobre a ferrovia e sua import ncia A EFPP levou a associa o a pensar a ferrovia como algo al m do comum trazendo a possibilidade de preserva o de modos de vida e opera o MORAES J 2011 A solicita o de tombamento integral para uma ferrovia era algo novo na poca de maneira simples o senhor Moraes relata o cen rio da preserva o uma igreja compreens vel mas um ferrovia Era um assunto novo MORAES J 2011 tendo como preocupa o o entendimento por parte do rg o de defesa Al m dos problemas relacionados a compreens o do valor apresentado ao conselho de defesa dificuldades como a concep o do pedido valora o e justificativa dos elementos a serem tombados s o elencados pelo entrevistado Quanto ao turismo elemento constante no processo de
14. rea de lazer de que n o faltam exemplos em v rios pa ses O uso mais evidente seria sua utiliza o como forma de penetra o no parque al m do extraordin rio atrativo apresentado em si por um velho trem que o percorresse aproveitando o pr prio Parque e a grande aflu ncia de pessoas a ele poder se ia montar ali um Museu Ferrovi rio que daria guarida e uso did tico ao material hoje abandonado por m de alto valor documental CONDEPHAAT 1980 p 14 Consta no processo c pia da obra A Estrada de Ferro Perus Pirapora Um monumento hist rico de responsabilidade da ABPF datada de 1980 contendo informa es sobre o bem material rodante fotos e mapas compreende o intervalo entre as folhas de n mero 20 e 62 do processo Em 18 de abril de 1980 encaminhada em car ter de urg ncia a solicita o de parecer t cnico tendo retornado em 14 de maio do mesmo ano com parecer favor vel a abertura tendo sido assinado pela histori grafa Julita Scarano onde sugere a abertura imediata e aponta a pesquisa realizada pela solicitante com suficiente para instruir o processo adiando assim as necessidades de estudos hist ricos Sobre o valor do bem ela relata que o equipamento t cnico da Estrada de Ferro Perus Pirapora pode oferecer subs dios para o conhecimento de nossa hist ria t cnica ainda n o suficientemente estudada e conhecida Em 30 de maio de 1980 aberto com o endosso do senhor Ruy Ohtake o processo de n me
15. ALLIS T Turismo patrim nio cultural e transporte ferrovi rio um estudo sobre as ferrovias tur sticas no Brasil e na Argentina 2006 232f Disserta o Mestrado Programa de P s gradua ao em Integra ao da Am rica Latina Universidade de S o Paulo 2006 LVAREZ ARECES M Protecci n del patrimonio industrial y pol tica territorial In CUELLAR I L H org La protecci n del patrimonio hist rico en la Espa a democr tica Universidad de Granada Granada 2010 p 31 54 LVAREZ ARECES M A Patrimonio industrial un futuro para el pasado desde la visi n europea Apuntes Revista de estudios sobre patrimonio cultural Bogot Colombia v 21 n 1 p 6 25 2008 BARRETO M Cultura e turismo discuss es contempor neas Campinas SP Papirus 2007 Turismo e Legado Cultural as possibilidades do planejamento 4 ed S o Paulo Papirus 2003 BENI M C An lise Estrutural do Turismo 12 ed S o Paulo Editora Senac S o Paulo 2007 BRASIL Constitui o 1988 Constitui o Rep blica Federativa do Brasil Bras lia DF Senado Federal BRASIL Minist rio do Turismo Segmenta o do turismo marcos conceituais Bras lia Minist rio do Turismo 2006 BRASIL Decreto Federal N 76 085 de 06 de agosto de 1975 Dispon vel em http www6 senado gov br legislacao ListaNormas action numero 76085 amp tipo norma DEC amp data 19750806 amp link s Consultado em 15 abr 2012
16. Companhia Paulista etc integrando ao seu patrim nio materiais com fabrica o que antecede a inaugura o de sua ferrovia COMPANHIA BRASILERA DE gt CIMENTO PORTLAND PERS C n se RSS A Figura 4 Locomotiva a vapor n 10 Fonte Acervo particular de Leandro O Guidini e Figura 5 Imagem X F brica de cimento S d Fonte Acervo particular de Nelson A B Camargo Al m do escoamento da produ o da fabrica de cimento a Estrada de Ferro Perus Pirapora era respons vel pelo transporte de passageiros entre S o Paulo e Cajamar atendendo principalmente os trabalhadores da companhia de cimento e suas fam lias O vag o era popularmente conhecido como M em refer ncia a misto j que transportava em seu interior pessoas sacos de p o e cimento CAJAMAR 2010 44 Figura 6 Trem M em Perus S d Fonte COPEDOC IPHAN RJ Em 1972 a companhia suspende o transporte de passageiros dois anos mais tarde decretada a fal ncia de Jo o Jos Abdalla e os bens s o incorporados ao Patrim nio Nacional passando a administra o do Minist rio da Fazenda atrav s da Companhia de Empresas Incorporadas ao Patrim nio Nacional Na figura 4 poss vel identificar a sigla da CEIPN estampada no material rodante Atrav s de leil o em 1981 o complexo fabril adquirido novamente pela fam lia Abdalla contudo j em 1983 ap s acontecimentos como greve oper ria e press e
17. Fonte E H M O P tio do Corredor dista da PN ponto de partida em aproximadamente 3 quil metros Como outras da E F Perus Pirapora n o era uma esta o oficial tratava se apenas de uma parada GIESBRECHT 2011 segundo apontamentos de Nilson Rodrigues Corredor era um p tio com 4 vias e mais um tri ngulo de revers o com um posto telef nico e um ponto de abastecimento de gua Ali as composi es eram divididas em duas e metade ficava estacionada aguardando pelo retorno da locomotiva da f brica s vezes em vez de se dividir a composi o uma locomotiva auxiliar vinha da f brica e auxiliava a tracionar a carga toda Isso porque o trecho at a f brica 49 um aclive acentuado Nilson Rodrigues 11 2002 dispon vel em GIESBRECHT 2011 Figura 13 P tio do Corredor sem data Fonte COPEDOC IPHAN RJ Em 2011 o p tio passou a abrigar a maior parte do acervo rodante desta ferrovia ap s opera o de transfer ncia dos vag es e locomotivas antes localizados na cidade de Cajamar Esta opera o foi realizada via transporte rodovi rio visto que uma parcela consider vel de vias f rreas j n o conta com capacidade de opera o Retomando os apontamentos sobre o Corredor a rea n o conta com saneamento b sico e energia el trica a gua proveniente de nascentes sendo captada por uma caixa d gua remanescente da constru o da ferrovia Das estruturas para visita o destacamos a exist ncia d
18. IPHAN 1983 p 305 Manifesta se favor vel ao arquivamento alegando em face a deteriora o que n o h mais condi es de intervir de modo a preservar a ferrovia IPHAN 1983 p 305 2 4 3 CONPRESP 1989 0 0002 597 0 Municipal O processo aberto sob o n mero 16 002 693 89 04 em 29 de junho de 1989 teve como objeto de estudo a Quadra 007 Setor 187 da cidade de S o Paulo Ap s o inicio dos estudos para tombamento passa a fazer men es a Vila Triangulo e em 1992 ao complexo da antiga fabrica de cimento Cimento Perus Aberto por solicita o do pr prio Conselho Municipal de Preserva o do Patrim nio Hist rico Cultural e Ambiental da Cidade de S o Paulo foi conclu do em 11 de setembro de 1992 com decis o de salvaguarda Conta com 332 p ginas sendo a ltima datada de agosto de 2006 assinada por Jos Eduardo de Assis Lef vre autorizando o atendimento de solicita o para vista de processo Este material encontra se dispon vel para consulta no Departamento do Patrim nio Hist rico do CONPRESP com sede na cidade de S o Paulo 2 Consta como n mero anterior do processo 74 Entre a documenta o presente nas p ginas iniciais destacamos a presen a de um recorte de peri dico datado de 26 de fevereiro de 1989 com o t tulo de Destrui o do Patrim nio Hist rico est o depenando a Estrada de Ferro Perus Pirapora tombada pelo CONDEPHAAT a reportagem apresenta informa es so
19. est o aqu m do necess rio As atividades de visita o s o oferecidas supervis o da diretoria da associa o contudo n o h uma m o de obra especializada para o turismo Os diversos servi os desde recep o at manuten o s o prestados por volunt rios pessoas que exercem fun es variadas no dia a dia e se re nem em dias determinados para colaborar gratuitamente nesta causa Por outro lado a aus ncia de infraestrutura especifica para o turismo deve ser ponderada visto que se trata de uma associa o que tem por objetivo a preserva o sendo o turismo entendido por eles como uma ferramenta uma atividade meio A visita o ainda uma realidade recente para este bem contudo tem apresentado considerando as tr s visitas desenvolvimento 52 Su A u nri ETA es D Figura 20 Grupo de Ingleses em Vista 2012 Autor E H M Figura 21 Usos tur sticos 2012 Autor E H M 53 2 4 PROCESSOS DE TOMBAMENTO DA E F PERUS PIRAPORA 2 4 1 Contextualiza o A relev ncia do acervo e interesse do solicitante faz com que sejam abertos processos para tombamento nas demais esferas municipal e federal Aberto em 1989 o processo municipal teve como objeto principal a Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus e a Vila Tri ngulo conjunto de moradia destinado aos oper rios da f brica A ferrovia mencionada e seu reconhecimento ocorre na forma ex officio a partir da decis o do CONDEPHAAT Em n vel
20. o atual Parque Anhanguera Ap s sete anos de interven o na empresa o governo leva a leil o como forma de ressarcir suas dividas O cons rcio formado pelos Abdalla e S rgio St fano Chohfi venceu por proposta nica tendo como nome principal desta administra o o Antonio Jo o Abdalla Filho Toninho Abdalla sobrinho do j falecido J J Abdalla SIQUEIRA 2001 CONPRESP 1989 Conforme pode se constatar no processo municipal ap s este fato as empresas passam a operar sobre os nomes de Companhia Nacional de Cimento Portland Perus e Estrada de Ferro Perus Pirapora Ltda CONPRESP 1989 Segundo Siqueira 2001 em 1983 a ferrovia e as minas de calc rio foram desativadas a f brica operaria at 1987 tendo suas atividades reduzidas a moenda de clinquer mat ria prima para o cimento produzido pela Cimento Santa Rita O fim das atividades obviamente n o interferem no direito de propriedade assim o grupo segue como dono das estruturas da antiga f brica de cimento e estrada de ferro esta atualmente cedida atrav s de comodato ao IFPPC Em rela o ao seu posicionamento referente ao tombamento visivelmente contr rio a tal decis o tendo questionado os estudos ou decis o de tombamento em todos os n veis federal estadual e munic pio onde houveram esfor os para o 105 tombamento Durante o processo 21 273 80 do CONDEPHAAT alega que a prote o pode ocorrer sem o tombamento sendo esta a primeira carta enviada p
21. o semelhante no p tio de Cajamar e na F brica de cimento encontramos vag es a c u aberto e locomotivas sob galp o em p ssimo estado de conserva o O mato cresce em meio ao maquin rio e trepadeiras se desenvolvem sobre os telhados danificando os e consequentemente expondo o bem chuva e sol observamos pelo menos dois locais onde h ocupa o de baixa renda sobre os trilhos e em faixa de dom nio da ferrovia Em rela o a situa o de deteriora o do bem tombado temos a destacar que em diversas ocasi es do processo de tombamento da EFPP pareceres t cnicos relatam cont nua degrada o do bem ponderam sobre a rela o entre a preserva o do acervo e seu necess rio funcionamento e alertam para a relev ncia de um esfor o conjunto dos v rios setores envolvidos no intuito de resolver o problema CONDEPHAAT 1980 p 464 Em resposta a t cnica Silvia Wolf afirma que concorda com as informa es e propostas feitas pela equipe de reas naturais contudo relata duvidas sobre a efetiva o considerando os interesses do propriet rio Minha duvida se baseia no fato expresso 69 em todas minhas informa es t cnicas a partir de 1983 de que o propriet rio n o tem o menor interesse em investir na preserva o do im vel levando em conta sua finalidade cultural CONDEPHAAT 1980 p 470 Concluindo o documento tendo em conta as dificuldades de preserva o afirma A responsabilidade pela
22. os conjuntos urbanos e s tios de valor hist rico paisag stico art stico arqueol gico paleontol gico ecol gico e cient fico BRASIL 1988 Em um breve comparativo entre as legisla es de 1937 e 1988 al m da maior abrang ncia e interesse pelos diferentes grupos sociais destacamos o aumento dos valores a serem considerados Enquanto no primeiro momento os valores foram o arqueol gico art stico e bibliogr fico a nova Constitui o Federal traz uma s rie de novos valores tais como o valor hist rico e paisag stico A nosso ver a maior abrang ncia reflete os avan os conceituais do patrim nio neste intervalo Segundo Pardo Abad 2008 o patrim nio antes concebido e valorizado por crit rios puramente est ticos passa a englobar um testemunho de poca servindo para compreens o do passado e reafirma o da mem ria coletiva Os pr dios estruturas e espa os constru dos em momentos diversos pelas sociedades v o ao longo do tempo passando por valora es contempor neas mut veis e relacionadas s formas de vida e apropria es pelas pessoas sendo carregados de significados que extrapolam suas concep es iniciais Segundo Rodrigues 2003 os remanescentes materiais s o testemunhos de experi ncias vividas e permitem ao homem lembrar e ampliar o sentimento de pertencer a um espa os de partilhar uma mesma cultura e desenvolver a percep o de um conjunto de elementos capazes de compor a identidade coletiva
23. rios e metodologias Sobre a equipe empenhada nas pesquisas sobre o patrim nio ferrovi rio o arquiteto cita os nomes de Ana Martins e com atua o durante os primeiros momentos do projeto Alberto Fernando Candido Nossa primeira pergunta teve rela o com os bens ferrovi rios em estudo de tombamento pedimos ao arquiteto para que listasse os processos em andamento Antonio Zagato nos encaminhou posteriormente uma tabela atualizada presente nos anexos deste trabalho contendo quarenta e tr s itens em an lise Por quest es de sigilo os nomes dos solicitantes n o nos foram informados Segundo Zagato 2012 em sua maioria os pedidos partem de pessoas f sicas e associa es Dentre os processos em andamento apenas cinco teriam sido solicitados pelo Poder P blico Sobre o cen rio atual da preserva o ferrovi ria segundo Zagato 2012 S o Paulo apresenta um quadro bastante heterog neo desde a extin o da RFFSA a partir dos anos 1990 Entre elas destaca a determina o onde o IPHAN torna se respons vel pelos bens que julgar de interesse nacional O estado de conserva o apresenta um quadro diverso por todo o estado 83 De uma maneira geral o estado de conserva o melhor naqueles locais onde o poder p blico investiu no mbito municipal Ent o esta es ferrovi rias que as prefeituras j vinham num processo de apropria o e destina o para o uso p blico principalmente para museus e outros equipamentos cul
24. AMA Paranapiacaba IFPPC e equipe do Expresso Tur stico da CPTM Expresso ainda agradecimento e respeito a todo o corpo docente e funcion rios do Campus de Rosana UNESP FAMILIA Os quatro anos em que estive fora de minha casa foram um importante per odo de crescimento e reflex o Descobri que o contato com o mundo me traria crescimento As reflex es e sentimentos destas viagens inclusive a principal delas sair de casa para estudar me fariam compreender que sempre terei para onde voltar minha casa minha fam lia Agrade o aos meus pais Celso e Tania pelo apoio e lutas di rias em favor dos meus sonhos Aos pequenos Marcelo e Marcus por junto com meus pais apoiarem e sempre de bom grado liberarem o computador para que eu pudesse estudar Aos meus av s e padrinhos Jos e Milka por participarem ativamente da minha educa o e por agu arem desde pequeno o meu interesse pelas viagens e turismo Com o mesmo carinho agrade o as minha tias Elaine Patricia e Simone t o respons vel por mim quanto meus pais Minha considera o e respeito ao meu tio Daniel por vezes quase um irm o mais velho e personagem de longas discuss es Nesta lista quase intermin vel cito meus demais tios e primos de sangue ou considera o que n o ser o nomeados por beirarem aproximadamente uns 450 sujeitos AMIGOS N o h como come ar este texto sem antes mencionar a import ncia da Republica Begege da Mata Virgem minha casa
25. Ferrovi ria CONDEPHAAT Conselho de Defesa do Patrim nio Arqueol gico Art stico e Tur stico CONPRESP Conselho Municipal de Preserva o do Patrim nio Hist rico Cultural e Ambiental da Cidade de S o Paulo CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos EFPP Estrada de Ferro Perus Pirapora FEPASA Ferrovia Paulista S A IPHAN Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional MNATEC Museu da Ci ncia e Tecnologia da Catalunha RFFSA Rede Ferrovi ria Federal S A SPR S o Paulo Railway STCR Servi o T cnico de Conserva o e Restauro TICCIH Comit Internacional para a Preserva o do Patrim nio Industrial UPPH Unidade de Preserva o do Patrim nio Hist rico CONDEPHAAT SUM RIO INTRODU O ias pastas cantadas aa aan raca 13 OBJETIVO GERAL e ESPECIFICOS rir 15 M TODOS E T CNICAS DE PESQUISA 16 CAP TULO I PATRIMONIO INDUSTRIAL E TURISMO REFLEXOES TE RICAS tanto sia Sean E ATE EEA anA EA EE TE A ETS Rai 18 1 1 Patrim nio Edificado Mem ria e Tombamento 00ooceeeeeeeeeeeeeeeeeeeessee 18 1 2 Patrim nio e os Remanescentes Industriais c ststiiiis 20 1 3 Patrim nio Industrial e Ferrovias t sisters 25 1 4 Turismo e Usos do Patrim nio Industrial s ttiiiis 27 1 5 Trens Tur sticos propostas de defini o i 32 CAPITULO II ESTRADA DE FERRO P
26. Mem Perus S d es a RS DD ni 44 Figura 7 Mapa da E F Perus Pirapora css assneiareismasesaho astrais da tuddrcaicas ia inda dura o 45 Figura 8 Localiza o Em destaque o bairro de Perus 45 Figura 9 Esta o Perus SPR D cada de 1930 cassa dans uanendera ve eneSao iene Aa 46 Figura 10 Dormentes e trilhos EFPP Direita Plataforma da esta o 47 Figura 11 Passagem de n vel 2012 Km 2 760 n 48 Figura 12 Plataforma provis ria e carro de passageiros em PN 2012 48 Figura 13 P tio do Corredor sem data cs spuerccissisecesionserasaro teia aniaa asa dalbiseiacesig atende 49 Figura 14 Trem da EFPP Locomotiva n 8 2011 50 Figura 15 P tio do Corredor 2012 ac ussuiieisaessairenisanr dna riam Ada dadencela dada israsiirea dobro 50 Figura 16 Trem da EFPP Locomotiva n 2 2011 50 Figura 17 Espa o coberto para visitantes 2011 50 Figura 18 P tio do Corredor 2012 asas igual nd aaTarestgo AGUNEN de Ena ea qa IR 51 Figura 19 Opera o de remo o do material rodante 2011 51 Figura 20 Grupo de Ingleses em Vista 2012 eee 52 Figura 21 Usos tur sticos 2012 ssssssssseesessesesssssersessesessestestsseseessssersesseseesesseseestssesees 52 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Crit rios de valora o do patrim nio industrial LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABPF Associa o Brasileira de Preserva o
27. Portland Perus Conselho de Defesa do Patrim nio Hist rico Arqueol gico Art stico e Tur stico do Estado de S o Paulo CONDEPHAAT Conforme a Constitui o Federal nos artigos 23 HI e IV 30 IX e 216 1 os Munic pios os Estados o Distrito Federal e a Uni o podem segundo seus interesses efetivar o tombamento de bens em raz o da conserva o MIRANDA 2006 Em n vel federal a compet ncia para tombar est a cargo do Instituto de Patrim nio Hist rico e 2 Nome conforme o documento original 100 Art stico Nacional IPHAN n vel municipal pensando na cidade de S o Paulo temos o Conselho Municipal de Preserva o do Patrim nio Hist rico Cultural e Ambiental da Cidade de S o Paulo CONPRESP Nossas an lises est o voltadas ao n vel estadual sendo o CONDEPHAAT o rg o respons vel Criado em 1968 com a finalidade de proteger valorizar e divulgar o patrim nio cultural no Estado de S o Paulo confirmado posteriormente pelo artigo 216 da Constitui o Estadual de 1989 o CONDEPHAAT objetiva o reconhecimento e prote o dos remanescentes da hist ria paulista bens relacionados a identidade estadual S O PAULO 2012 Segundo Rodrigues 1996 a palavra tur stico presente no nome da institui o possui est atrelada ao reconhecimento da import ncia das rela es entre turismo e patrim nio pensado por seus idealizadores Membros do Instituto Hist rico e Geogr fico Guaruj Bertioga tinha p
28. Tra ando uma rela o com a mem ria o patrim nio edificado n o faz sentido por si mas sim em fun o das identidades e recorda es ligadas a ele Segundo Le Goff 1990 apud BARRETO 2007 a mem ria um elemento essencial da identidade tornando claros elementos relacionados que levam ao reconhecimento ou n o de uma determinada estrutura Retomando os aspectos legais desta discuss o em n vel nacional o tombamento o principal instrumento jur dico para o reconhecimento e prote o no sentido de 20 impedir a destrui o de bens culturais RODRIGUES 2003 A utiliza o do termo tombo como invent rio ou registro remete a 1375 quando a palavra estava relacionada ao Arquivo Nacional de Portugal localizado na posteriormente chamada de Torre do Tombo Os registros portugueses eram feitos nos Livros de Tombo onde tombar significava inscrever nos arquivos do Reino Em sua concep o atual o ato do tombamento objetiva a conserva o da integridade dos bens de interesse p blico motivadas por caracter sticas especiais A partir da inscri o em um dos livros do tombo o bem estar submetido a um regime especial que visa assegurar a prote o efetiva contra abandono a descaracteriza o a destrui o a evas o a aliena o e o deslocamento descontrolado Vale considerar que o propriet rio n o est obrigado a manter ad aeternum a mesma destina o cultural contudo os usos n o podem causar danos ou descara
29. arqueologia e patrim nio industrial s o apresentados em alguns exemplos na bibliografia especializada como sin nimos contudo considerando as duas 21 vertentes apresentadas no par grafo anterior fica claro que os elementos guardam suas particularidades conceituais Entendemos que a arqueologia industrial est ligada aos remanescentes em sua materialidade j o patrim nio se apresenta como um conceito mais amplo Abrangendo tamb m os vest gios arqueol gicos e demais testemunhos materiais o patrim nio industrial visa perpetuar os registros do homem no territ rio conta ainda com o apoio de fontes n o arqueol gicas tais como documentos escritos e fontes orais ALVARES ARECES 2008 O patrim nio industrial testemunho de uma das pocas mais importantes da hist ria da humanidade desde o per odo neol tico a industrializa o Mesmo assim historicamente os par metros de valora o de bens materiais como patrim nio cultural foram a import ncia art stica e a antiguidade aspectos dificilmente contemplados pelo patrim nio industrial Em um primeiro momento como visto o entendimento de patrim nio cultural esteve relacionado exclusivamente aos bens monumentais destacamos as catedrais e castelos constru es reconhecidas por seus valores art sticos e rela es com o poder Posteriormente a introdu o de novos valores e a incorpora o da arqueologia com o interesse pela interpreta o dos restos mater
30. aus ncia de uma politica clara sobre o assunto o que entende como uma dificuldade ao trabalho da associa o Quanto s dificuldades enfrentadas pela associa o para a efetiva preserva o dos remanescentes ferrovi rios o entrevistado elenca nesta ordem o seguinte a a falta de coopera o do poder p blico b a enorme burocracia que tem que ser enfrentada para tentar obter a posse de um material rodante para a preserva o c a sensa o de impot ncia quando se constata que o material solicitado foi vendido como sucata e o total descaso das concession rias ferrovi rias com rela o preserva o 90 Por fim quanto ao turismo GAZETTA Filho 2011 afirma que n o s o citado por n s Trem do Imigrante sen o todos os trens operados pela ABPF s o voltados para o turismo cultural ferrovi rio sendo a renda e fretamento possivelmente relacionado ao aluguel das composi es para comerciais e cenas de filmes destes a principal fonte de recursos da associa o Ainda nesta quest o o entrevistado evidencia a import ncia da colabora o dos associados volunt rios que se dedicam a preserva o em suas horas de lazer 2 5 6 J lio Eduardo Correa Dias de Moraes IPFFC J lio Eduardo Corr a Dias de Moraes empres rio no ramo de conserva o e restauro Membro do IFPPC desde 2000 aponta que sua rela o com a E F Perus Pirapora come ou ainda na ABPF quando um amigo lhe falara sobre uma pequena estrada de
31. br luxo historico Consultado em 10 mar 2012 SIQUEIRA E Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus contribui o para uma hist ria da ind stria pioneira do ramo no Brasil 1926 1987 237 f Disserta o mestrado Departamento de Economia Faculdade de Ci ncias e Letras Unesp Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho Araraquara 2001 SOLHA K T Evolu o do turismo no Brasil In REJOWSKI Mirian org Turismo no percurso do tempo 2 Edi o S o Paulo Aleph 2005 STEFANI Celia Regina Baider O Sistema Ferrovi rio Paulista um estudo sobre a evolu ao do transporte de passageiros sobre trilhos 2007 302f Disserta o Mestrado Faculdade de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas Universidade de S o Paulo S o Paulo 2007 THE INTENATIONAL COMMITTE FOR THE CONSERVATION OF INDUSTRIAL HERITAGE TICCIH Carta de Nizhny Tagil sobre o patrimonio industrial Dispon vel www patrimonioindustrial org br modules php name Content amp pa showpage amp pid 8 Acesso em 01 Mar 2012 THOMSON I Los servicios regulares de trenes tur sticos en America Latina un mercado creciente Boletin FAL CEPAL Jan 2004 Ed 209 ISSN 0256 9779 Dispon vel em http Awww cepal org usi noticias bolfall 1 13991 FAL208 htm Consultado em 10 mar 2012 VEGA M J POLO MURIEL F In POLO MURIEL F Jornadas de Hist ria Ferrovi ria 150 a os del ferrocarril en Albacete 1855 2005
32. canadenses vinham a algum tempo realizando an lises e exames em dep sitos de cal localizados em v rios estados brasileiros entre eles S o Paulo Rio de Janeiro e Minas Gerais concluindo que a mat ria prima encontrada em Perus era inquestionavelmente a mais aproveit vel do ponto de vista da qualidade quantidade e localiza o Considerada a primeira deste ramo uma vez que as demais tentativas foram prec rias e com per odos de opera o e capacidade irregulares modificou o cen rio da constru o civil em S o Paulo atendendo j na d cada de 30 praticamente toda a demanda pelo cimento CONPRESP 1989 Na imagem abaixo poss vel ver as estruturas industriais para retirada de mat ria prima e uma locomotiva da EFPP Figura 3 Extra o de mat ria prima Gato Preto S d Fonte Acervo Particular Leandro O Guidini Em 1951 a companhia absorvida pelo capital nacional passando a chamar Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus quanto ferrovia tamb m 43 propriedade do senhor de Jo o Jos Abdalla j n o era parte do capital da companhia de cimento mas sim prestava servi os a ela tendo como atividade principal o transporte de mat ria prima e o escoamento da produ o J sob a administra o da fam lia Abdalla em meio ao fechamento de v rias ferrovias pelo pa s e o desuso da bitola de 60 cm a EFPP passa a adquirir o material rodante de companhias como a Tranway da Cantareira Fazenda Dumont
33. cultural e roteiros tur sticos receptivos nas cidades destino sendo deslocamento ferrovi rio pe a principal do produto Partindo do conceito de transportes como turismo seguimos nossa busca bibliogr fica por defini es para Trem Tur stico Integraram nossa pesquisa as obras de autores como Ron 2002 La Torre 2002 Paolillo e Rejowski 2006 Palhares 2006 e Page 2008 Com exce o do ltimo os demais contam com um capitulo dedicado ao transporte ferrovi rio De maneira geral e em ordens distintas apresentam defini es sobre o transporte ferrovi rio gloss rio t cnico vantagens e desvantagens rela es entre ferrovia e turismo e apontamentos sobre trens de pa ses como Estados Unidos ou integrados a Uni o Europeia La Torre 2002 apresenta exemplos mexicanos falando n o s do turismo sen o tamb m das generalidades do servi o no pa s Nas obras de autores brasileiros a retra o do sistema ferrovi rio nacional abordada direta ou indiretamente Ron 2002 e Paolillo e Rejowski 2006 apresentam tabelas e exemplos atuais e extintos de uso especifico da ferrovia no turismo J Palhares 2006 apresenta an lise detalhada dos motivos que possivelmente levaram a extin o dos servi os de passageiros no pa s o principal fator a privatiza o do setor que n o obrigou os novos concession rios a explorar o transporte ferrovi rio de passageiros PALHARES 2006 p 344 o autor inclui nos motivos outr
34. defini o de tombamento ainda em 1984 A opini o contr ria a salvaguarda est justificada pelas restri es de uso que seriam impostas por tal reconhecimento sendo entendida como limita o ao direito de propriedade conforme podemos perceber nas an lises referente a este personagem Ao abordar os tramites do processo da EFPP Martins 2011 nos diz que est tombada a duras penas mas n s conseguimos embora ela esteja com muitos problemas nesse tempo todo se perderam v rios equipamentos a deteriora o de algumas quase pe as irrevers vel mas enfim j se chamou aten o e j h um trabalho em cima grifos do autor As diversas visitas realizadas pelo corpo t cnico na E F Perus Pirapora constatavam os avan os no grau de degrada o dos acervos estando refletido nos relat rios as dificuldades para a efetiva o do tombamento O abandono da ferrovia ap s o fechamento da f brica noticia em diferentes peri dicos alguns recortes presentes nos autos do processo al m de algumas denuncias de dilapida o do acervo n o sendo poss vel afirmar a veracidade de todas A situa o do bem e a falta de defini es geravam movimenta es p blicas como cartas enviadas por diferentes associa es por m nos parece que incomodava a t cnicos e outras pessoas ligadas a este estudo conforme pode ser percebido nos relatos destes estudos de campo Em relat rio do ano de 1985 a t cnica respons vel S
35. do material rodante para ser preservada nos EUA CONDEPHAAT 1980 p 18 O trecho anterior parte de um apelo da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria encaminhada ao Secret rio de Cultura falando sobre a necessidade de uma decis o r pida sobre a abertura do processo Pede ainda a intermedia o do senhor Ruy Ohtake presidente em exerc cio do CONDEPHAAT e relatam ao fim do documento a inten o de campanha na imprensa para conscientiza o da necessidade do tombamento do bem em quest o mas apontam que aguardar o o contato do presidente do conselho de defesa do patrim nio antes de tal a o Ainda durante o processo de tombamento surgem propostas de uso para o bem tombado criando op es para a utiliza o e inser o do bem em diferentes contextos e usos sem deixar de considerar em contrapartida suas caracter sticas particulares e sua unidade A ABPF v como uma oportunidade um projeto de poca para a cria o do 57 Parque Anhanguera na regi o localizado em rea cortada pela linha principal da E F P P prev ainda a adapta o da ferrovia para o transporte de passageiros concomitante com o escoamento de produ o sugere tamb m que em caso de paralisa o de atividades rg os como a EMBRATUR poderiam assumir as responsabilidades desta ferrovia Desta gleba cerca de 18 km s o cortados pela linha tronco da E F P P o que de imediato sugere o seu uso como complemento ou equipamento daquela
36. e trabalhos de preserva o da E F Perus Pirapora Carliteinz Hahmann primeiro a documentar a EFPP em 1950 fotografava por interesse hist rico S rgio Jos Romano especialista em locomotivas a vapor do mundo 91 Francisco Palma de Ara jo membro da ABPF falava sobre a preserva o do patrim nio tecnol gico j em 1980 Segundo Moraes J 2011 Francisco Palma ainda como membro da ABPF foi quem prop s a visita ao acervo da EFPP a ele Com rela o ao momento atual o senhor Moraes destaca o retorno de antigos ferrovi rios da Perus Pirapora falando nos das figuras do Seu Israel e Seu Domingos al m de uma nova perspectiva de uso do espa o do Corredor recebendo um show musical A recupera o da locomotiva a vapor n 8 servi o realizado pelo restaurador Lincoln Palaia sob financiamento da empresa Natura nos parece em acordo com as falas do entrevistado ser um momento chave para os trabalhos desta associa o Al m desta empresa Moraes J 2011 cita tamb m as parcerias com VOITH SKF MTU e EMBU Sustentabilidade relatando ainda a exist ncia de outros parceiros com colabora es distintas como a Revista Ferrovi ria e doa es de pessoas f sicas Posicionando o grupo como ferrovi rios amadores nos fala sobre as dificuldades t cnicas para elabora o e a necessidade de projetos Em rela o ao tombamento considerando a especificidade do acervo em quest o o Moraes J 2011 nos aponta que a motiva
37. es como esta voltariam a figurar os autos do processo A cada ano as dificuldades na preserva o deste acervo se tornam mais n tidas Em mar o de 1987 a arquiteta Silva Wolf encaminha considera es a Diretoria T cnica J manifestamos ao longo deste processo in meras vezes sobre as dificuldades que envolvem a preserva o de um acervo t o grande e de natureza t o peculiar tentamos atrav s destas opini es expressar que o tombamento apenas n o daria conta do universo de 65 medidas necess rias preserva o efetiva do acervo CONDEPHAAT 1980 p 423 Concluindo este documento a arquiteta afirma que acredita que o rg o j esgotou suas possibilidades de atendimento principalmente no que diz respeito a constatar a situa o referente Adiantando alguns fatos o mesmo se repetiria em 1989 quando em resposta a manifesto de insatisfa o relativo a manuten o deste patrim nio documento apresentado pela Associa o de Preserva o de Material de Transporte Coletivo e assinado pelo senhor Ayrton Camargo e Silva no mesmo ano a senhora Silvia Wolf demonstraria preocupa o com a situa o do acervo da E F Perus Pirapora Com rela o s manifesta es da A P M T C temos a dizer que esta entidade mais uma voz a juntar se ao desconsolo dos que assistem a degrada o do patrim nio ferrovi rio da Perus Pirapora dentre as quais incluo a minha Tecnicamente o processo foi respondido da maneira
38. esfera relatando a impossibilidade de avalia o deste quesito em fun o da aus ncia de profissional habilitado para tal segundo a senhora Priscila atualmente a equipe t cnica 87 conta com vinte arquitetos e quatro historiadores Sobre o potencial tur stico a nos fala que as an lises s o realizadas em acordo com os conhecimentos e entendimento de cada t cnico no momento do estudo para o tombamento tendo por base as restri es e usos atuais do espa o a ser preservado 2 5 4 Dalmo Jos Rosalem UPPH CONDEPHAAT Atendendo a convite da arquiteta Silvia Wolf o t cnico Dalmo Rosalem aceitou conversar sobre a E F Perus Pirapora A entrevista seguiu os mesmos padr es das anteriores contudo tendo em vista que esta n o estava prevista n o utilizamos um roteiro estruturado Segundo Wolf e Miura 2010 juntamente com Simone Scifoni atualmente professora da Universidade de S o Paulo USP Rosalem foi um importante nome envolvido com o processo Para Rosalem 2010 a Estrada de Ferro Perus Pirapora um bem de valor intang vel relatando em momento posterior que no caso da estrada de ferro o que vale mesmo a hist ria valor de mem ria n o relacionado a caracter sticas arquitet nicas Ainda sobre seu valor ele aponta o bem como um tesouro um diamante estando sua preserva o relacionada ao papel da ferrovia na constru o de S o Paulo Sobre o trabalho j realizado na recupera o do
39. esquecido quando morrer escreva coisas que valham a pena serem lidas ou fa a coisas que valham a pena escrever a respeito Benjamin Franklin RESUMO Este trabalho tem como objetivo estudar o processo de tombamento 21 273 80 CONDEPHAAT referente a E F Perus Pirapora visando gerar subs dios para reflex es relacionadas aos usos tur sticos do patrim nio ferrovi rio tombado no estado de S o Paulo O desenvolvimento do estado de S o Paulo possui estreita rela o com o surgimento e expans o do transporte ferrovi rio em seu territ rio ao final do s culo XIX e primeira metade do s culo XX J em meio ao cen rio de retra o do modal ferrovi rio aumenta o interesse em preservar seus remanescentes Na d cada de 1980 foram reconhecidos atrav s de tombamento em n vel estadual um total de treze remanescentes do sistema ferrovi rio entre eles a E F P P Em rela o a metodologia temos por base pesquisa documental destaque ao processo de tombamento 21273 80 do CONDEPHAAT SP al m de entrevistas com personagens deste processo e visitas de campo ao acervo tombado Esta pesquisa apontou o turismo como uma atividade ben fica ao patrim nio ferrovi rio contudo constatou se ainda a necessidade de aten o e cuidados com os impactos negativos da atividade e a invers o de valores dos bens consumidos Palavras chave Patrim nio Industrial Ferrovias Tombamento e Turismo RESUMEN Este trabajo tiene como objetivo estudiar el
40. federal o pedido realizado pela ABPF mesmo solicitante do processo estadual em 1983 Diferente dos outros a decis o foi contr ria ao tombamento do bem 2 4 2 CONDEPHAAT 21273 80 Estadual Aberto atrav s de solicita o da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF datada de maio de 1980 o processo 21273 80 tramitou at meados de 198517 data na qual recebeu parecer favor vel ao registro no Livro do Tombo Dotado de tr s volumes o processo conta atualmente com 946 p ginas sendo grande parte destas posteriores a decis o de tombamento e referentes a contesta es complementos denuncias entre outros Sua organiza o est pautada em numera o crescente e obedece as datas de jun o dos documentos aos volumes do processo Em rela o a conserva o dos documentos originais podemos afirmar que as p ginas e estruturas encontram se em bom estado havendo apenas marcas de manuseio Destaque negativo para o inicio de oxida o papel quebradi o contudo esta realidade atinge um n mero restrito de folhas em sua maioria recortes de jornais al m da impossibilidade de leitura de trechos contidos em um pequeno intervalo p ginas 260 263 problema relacionado n o ao suporte mas sim as informa es em si j n o aparecem em maneira n tida Devemos apontar a exist ncia de uma vasta pesquisa realizada pela ABPF m rito reconhecido pelos t cnicos em diferentes p ginas sobre o acervo da Est
41. ferro que passava abaixo de um dos viadutos da Rodovia Anhanguera Al m destas duas associa es o senhor Moraes foi durante determinado per odo parecerista t cnico para estudos de patrim nio funcion rio do Departamento do Patrim nio Hist rico da Prefeitura de S o Paulo al m de uma breve participa o no Club Amigos del Ferrocarril de M xico entre 1979 e 1980 o entrevistado conta nos tamb m que se corresponde com pessoas de outros pa ses destaca Alemanha Inglaterra e Nova Zel ndia sobre as quest es do patrim nio ferrovi rio Na Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria J lio Moraes foi durante v rios anos Diretor de Patrim nio tendo executado as fun es de Diretor Presidente pelo per odo aproximado de um ano intervalo no qual realiza estudos e questionamentos presentes no processo 21 273 80 do Condephaat SP Afastou se da associa o por motivos pessoais ap s o falecimento de Patrick Dollinger tendo atualmente uma rela o de admira o e acompanhamento dos trabalhos Perguntado sobre o trabalho do Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC destaca os nomes de Nelson Camargo e Nilson Rodrigues sendo este um dos mais empenhados pela E F Perus Pirapora na ABPF Afirma tamb m que o Instituto ainda n o est satisfeito com o resultado do pr prio trabalho expressando a necessidade de continuidade J lio Moraes J 2011 elenca alguns nomes relacionados aos estudos
42. import ncia do patrim nio para a mem ria A leitura da import ncia do sistema ferrovi rio se concentrava nas esta es estrutura de maior visibilidade uma vez que corresponde ao embarque e desembarque de passageiros pr dio ligado hist ria das cidades e consequentemente de seus moradores Assim Ana Martins 2010 afirma que os primeiros pedidos de tombamento tinham valor afetivo geralmente representados por personagens pol ticos ligados aos munic pios Ao conselho as esta es eram parte de uma manifesta o esp ria de um patrim nio que tinha tradi o de certa forma relacionado a arquitetura portuguesa cl ssica no per odo colonial O n mero de pedidos cresceria consideravelmente tendo sido tombadas aproximadamente doze esta es ap s um balan o realizado h um intervalo entre dez e quinze anos ficou constatado que haviam cerca de cinquenta 79 estudos de tombamento Contudo com o decr scimo do n mero de t cnicos no rg o foram elencadas prioridades ficando as esta es em fun o da pouca probabilidade de demoli o afirma o que leva em conta o interesse dos cidad os deixadas para um segundo momento A situa o das ferrovias se torna bastante dram tica ainda no momento em que toda a malha ferrovi ria do pa s passou a responsabilidade da Uni o surgindo em meio a decad ncia do sistema ferrovi rio diversos pr dios que n o se sabia alguns ainda n o se sabe a quem pertencem P
43. importante considerando o trabalho s rio de seu respons vel Ralph Giesbretch Ana Martins revela uma opini o onde mencionando o aprofundamento pessoal nos estudos relativos ao patrim nio ferrovi rio considerando um quadro denso da hist ria econ mica social e politica todas as esta es deveriam ser tombadas uma vez que estas s o um marco para a hist ria da pr pria cidade Justificando tal afirma o a entrevistada retoma a constitui o das cidades no tempo da col nia eram basicamente 81 centros administrativos onde a vida estava concentrada no campo Com o caf rumo ao oeste e centro oeste do estado e o surgimento da ferrovia temos um novo momento no urbanismo um novo sistema de urbaniza o A ferrovia levava novos materiais novas ideias estando diretamente relacionado ao desenvolvimento Com o trem os jornais podiam chegar no mesmo dia de S o Paulo at as cidades do interior sendo poss vel ao passageiro ir e voltar no mesmo dia evidenciando uma importante altera o nas logicas de deslocamento Ao falar sobre os crit rios e princ pios que norteiam as an lises para tombamento a entrevista deixa claro que cada caso possui suas particularidades sendo a compreens o do processo hist rico do bem um principio b sico e fundamental Ap s as an lises do processo hist rico se iniciam as investiga es voltadas para a relev ncia do bem em n vel estadual Explica nos tamb m os estudos tem ticos comuns atualme
44. mat rias primas e produtos c Servi os lugares onde se gera transmite e se utiliza energia e lugares que abastecem ou tratam a gua d Comunica es meios de transportes para pessoas ou mercadorias e toda sua infraestrutura e Lugares sociais onde ocorrem atividade relacionadas a atividade industrial tais como a moradia ou educa o Las generaciones posteriores comienzan a mitificar los lugares del trabajo de sus mayores Lugares de Memoria Tradu o nossa 25 1 3 PATRIM NIO INDUSTRIAL E FERROVIAS Como visto no t pico anterior a no o de patrim nio industrial abrangente e seus interesses n o est o restritos as estruturas produtivas englobando tamb m edif cios espa os e sistemas a ele relacionados Retomando as divis es de Casanelles i Rah la 2007 as ferrovias est o posicionadas no item comunica es uma vez que este compreende os meios de transporte de pessoas ou mercadorias e sua infraestrutura Ainda segundo o autor s o parte das comunica es as rotas fluviais portos linhas e esta es ferrovi rias rodovias e aeroportos Desta forma o patrim nio ferrovi rio entre outros tipos existentes um item tem tico dentro do pr prio patrim nio industrial Cuellar Villar 2009 afirma que sem duvidas existe um antes e um depois da apari o das ferrovias Na mesma l gica para Cruz 2007 sua aplica o carv o e m quina a vapor aos m todos de extra o de mat rias primas e
45. n o se efetuasse a abertura do processo de tombamento ficaria a crit rio de seus compradores Como meio de demonstrar o valor existente na estrada de ferro a ABPF apresenta um documento complementar contendo a hist ria materiais e instala es do complexo da EFPP apontando ainda a necessidade de manter a unidade deste conjunto Este documento compreende o intervalo entre as p ginas 3 e 17 do processo Quanto valora o do bem o motivo hist rico cultural apresentado com grande nfase o fato de ser ela um conjunto completo em funcionamento normal e integral o que lhe atribui um valor cultural mais amplo que o de uma amostragem hist rica composta por objetos ainda que muito completa visto que no presente caso sobrevive com ela uma tradi o de uso e manuten o artesanal j quase morta pelo progresso e tecnologia CONDEPHAAT 1980 p 4 Durante o processo a f brica seguia em funcionamento assim a ferrovia seguia suas atividades de transporte de mat ria prima e escoamento de produ o Quanto tradi o de uso descrita estava relacionada ao tipo de material utilizado e pr ticas existentes n o sendo o mais atual este dependia de uma manuten o praticamente artesanal e j em desuso Segundo a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF CONDEPHAAT 1980 a Estrada de Ferro Perus Pirapora uma ferrovia econ mica de pequena extens o constru da em bitola reduzida 60 cm implanta
46. neste processo assim n o poss vel afirmar se tal pedido foi ou n o atendido Em documento assinado pelo senhor Elcio Siqueira datado de agosto de 1989 convida as autoridades do CONDEPHAAT a participar de um evento organizado para tratar sobre os usos do patrim nio desta ferrovia e da f brica de cimento Relatando as inten es do evento o senhor Siqueira aponta que h uma movimenta o para tornar a EFPP e a Cimento Perus em um grande centro de lazer e cultura aberto a toda a popula o CONDEPHAAT 1980 p 445 Tendo confirmado presen a a equipe do CONDEPHAAT n o pode comparecer conforme apontado por um problema na libera o dos ve culos fato entendido pela senhora Eliane de Campos Del Vecchio ge grafa da equipe de reas naturais como prejudicial aos trabalhos e a imagem do rg o O intervalo compreendido entre as p ginas 449 e 453 corresponde ao relat rio de visita realizada pela equipe de reas naturais tendo por objetivo estabelecer a regulamenta o de tombamento Assinado pela senhora Simone Scifoni participam desta discuss o Walter Pires Arquiteto Maria Cristina E Scaloppe Ge loga Eliane de C Del Vecchio Ge grafa Entre seus diversos apontamentos destacamos a situa o do bem Dando inicio ao estudo proposto realizamos uma vistoria na qual percorremos alguns trechos da linha ferrovi ria chegando at os 67 terminais da estrada de ferro em Gato Preto e Cajamar pudemos notar assim os
47. nicas ROSALEM 2010 estando sua preserva o relacionada ao papel da ferrovia na constru o de S o Paulo Assim evidenciando a distancia entre o acervo tombado e os valores arquitet nicos Durante a argumenta o inicial a associa o apresenta valores atrelados principalmente a hist ria sendo a unidade do bem relacionada a integridade do acervo e suas formas de funcionamento o fato de ser ela um conjunto completo em funcionamento normal e integral o que lhe atribui um valor cultural mais amplo que o de uma amostragem hist rica composta por objetos ainda que muito completa visto que no presente caso sobrevive com ela uma tradi o de uso e manuten o artesanal j quase morta pelo progresso e tecnologia CONDEPHAAT 1980 p 4 Em rela o aos valores apresentados s o destaque na argumenta o da solicitante o fato de ser uma das ltimas remanescentes em bitola de 60 cm e principalmente seu acervo de locomotivas a vapor que frente ao desuso deste tipo de bitola passou a contar com mat rias de ferrovias e ramais extintos como por exemplo a Tranway da Cantareira e o Ramal de Santa Rita da Companhia Paulista de Estradas de Ferro Suas caracter sticas t cnicas atribu am lhe particularidade sendo um sistema em funcionamento pleno e sem altera es realizando opera es ferrovi rias a muito esquecidas nas demais ferrovias Conforme pode ser percebido na documenta o e entrevista Julio Moraes 2011 a
48. o turismo uma complexa combina o de inter relacionamentos entre produ o e servi os tendo presente em sua composi o uma pr tica social com base cultural capaz de considerar ainda a heran a hist rica um meio ambiente diverso rela es sociais de hospitalidade troca de informa es interculturais Na mesma l gica das defini es anteriores para La Torre 1992 apud IGNARRA 2003 o turismo um fen meno social que consiste no deslocamento volunt rio e tempor rio de indiv duos ou grupos de pessoas que fundamentalmente por motivos de recrea o descanso cultura ou sa de saem de seu local de resid ncia habitual para outro no qual n o q exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada gerando 29 m ltiplas inter rela es de import ncia social e econ mica e cultural LA TORRE 1992 apud IGNARRA 2003 p 13 O conceito apresentado pela OMT e a defini o proposta por La Torre apresentam algumas semelhan as entre elas a aus ncia do espa o habitual e as motiva es para o deslocamento sendo respectivamente uma defini o t cnica e outra hol stica Ainda que conscientes da import ncia n o o proposito principal discutir as particularidades e diferentes defini es para turismo assim tendo em vista o conte do apresentado adotaremos a defini o de turismo proposta por La Torre 1992 apud IGNARRA 2003 Encaminhando a discuss o para as rela es entre turismo e patrim nio segundo Ro
49. primeiro cap tulo deste trabalho Rodrigues 2010 aponta a tend ncia pelo reconhecimento das esta es Espa o de chegadas e partidas e sem d vidas elemento relevante na composi o de mem rias contudo pouco esclarecedor da import ncia tecnol gica e econ mica das ferrovias Segundo Martins 2011 nas d cadas de 1980 e 1990 os entendimentos das ferrovias passaram por importantes altera es em termos conceituais em s ntese deixando a caracter stica de bem isolado e caminhando para a import ncia como parte de um sistema Na mesma l gica Zagato 2012 afirma que a principal mudan a presente nos crit rios atuais reconhecer que o patrim nio ferrovi rio n o deve ser estudado apenas em fun o dos aspectos construtivos e arquitet nicos A valora o deve considerar que as ferrovias s o um sistema que deu sustenta o a processos sociais a transforma es significativas no panorama paulista movimentos oper rios organiza es cooperativas clubes recreativos times de futebol ZAGATO 2012 Concluindo este t pico o reconhecimento de estruturas ferrovi rias teve inicio em uma fase avan ada da retra o do sistema Grande parte das solicita es de tombamento citam os riscos de demoli o ou altera es significativas nas estruturas e men es diretas a perda destes espa os Neste primeiro momento a no o de patrim nio 98 industrial n o apresentava maturidade suficiente no Brasil assim
50. primeiro e um dos principais epis dios nesta rela o Conforme Palhares 2006 em junho de 1841 Cook sugeriu que um trem especial pudesse levar pessoas para um congresso antialco lico na cidade Loughboroug Em 5 de julho do mesmo ano uma composi o partiu levando n mero superior a 500 pessoas retornando a Leicester no mesmo dia Ainda conforme o autor surgia n o s a primeira viagem charter de trem mas o inicio de uma grande ideia que associaria o transporte ao turismo e posteriormente dar forma quela que seria uma das maiores empresas do segmento tur stico Quanto aos conceitos o transporte caracteriza se pelo deslocamento entre dois pontos origem e destino sendo composto por uma trajet ria e situado em um determinado tempo Relacionado ao turismo Lumsdon e Page 2004b apud PAGE 2008 apontam uma importante diferen a entre transporte para o turismo e transporte como turismo Enquanto no primeiro o transporte visto como um meio para o fim e tem a satisfa o relacionada ao custo e velocidade da viagem no transporte como turismo o meio de transporte o contexto para o deslocamento tal como o cruzeiro e a base para a experi ncia tur stica Aqui o principio do custo do deslocamento no caso de transporte para o turismo n o se aplica pois o transporte o maior beneficio ou pelo menos muitos dos atributos associados ao meio de transporte s o beneficios LUMSDON E PAGE 2004b apud PAGE 2008
51. proceso 21 273 80 CONDEPHAAT de declaraci n como bien de inter s cultural del acervo ferrocarrilero de la E F Perus Pirapora Buscamos as generar bases para reflexionar sobre los usos del patrimonio ferroviario reconocido El desarrollo de Sao Paulo tiene relaciones con el surgimiento y expansi n del ferrocarril en su territorio a finales del siglo XIX y la primera mitad del siglo XX En medio del escenario de retracci n de los ferrocarriles ha crecido el inter s por la preservaci n de sus vestigios Tras la d cada de 1980 fueron reconocidos a nivel estatal trece estructuras del antiguo sistema de ferrocarriles incluso la E F P P En la metodologia trabajaremos las investigaciones documentales entrevistas y observaciones Esta investigaci n concluye que el turismo es una actividad ben fica para el patrimonio pero apunta tambi n la necesidad de atenci n a los impactos negativos de los usos tur sticos e inversi n de valores de los bienes consumidos Palabras claves Patrimonio Industrial Ferrocarril y Turismo LISTA DE ILUSTRA ES Figura 1 Divis o do transporte ferrovi rio spas end as and 36 Figura 2 Mapa da E F Santos Jundia e rcreereeerreeaeeaas 41 Figura 3 Extra o de mat ria prima Gato Preto S d c ie 42 Figura 4 Locomotiva a vapor n 10 re ereereeereeerreraneeads 43 Figura 5 Imagem X F brica de cimento S d ssusaranda qumaigo esses Ta a Ria aaa 43 Eigura 6 Trem
52. referente aos encaminhamentos apresentados pela equipe de reas naturais referentes as a es para preserva o do bem a arquiteta Silvia Wolf manifesta d vidas quanto as reais possibilidades sob a seguinte afirma o Minha duvida se baseia no fato expresso em todas minhas informa es t cnicas a partir de 1983 de que o propriet rio n o tem o menor interesse em investir na preserva o do im vel levando em conta sua finalidade cultural CONDEPHAAT 1980 p 470 Grifos do autor Tal posicionamento parece n o ser incomum quando se trata da preserva o do patrim nio industrial segundo Dietrich Soyez uma das dificuldades encontra se no Durante o encontro referente a conversa do dia 23 de outubro com o Dr Antonio Abdalla Filho procurei conhecer o pensamento e inten es da empresa relativamente ferrovia e equipamentos principalmente no que diz respeito ao uso e aproveitamento IPHAN 1989 p 88 Parte do relato de uma conversa entre um dos propriet rios Dr Antonio Abdalla Filho e o senhor Antonio L D de Andrade Diretor Regional do SPHAN 106 campo econ mico os donos das ind strias obsoletas podem pensar que mais rent vel vender os equipamentos como sucata modificar as fontes de energia ou dedicar o edif cio a outras ocupa es H tamb m dificuldades para a mudan a de fun es e um elevado custo para restaura o CAPEL 1996 apud ABAD 2008 p 63 Por fim val
53. s paraliza o o processo 21 273 80 tramitava no conselho Documento datado de janeiro de 1984 aponta tamb m a inexist ncia de esbo os para destina o do complexo devendo este assunto ser estudado juntamente com outras institui es como a Prefeitura de Cajamar secretarias municipal e estadual de turismo al m dos propriet rios Quanto as propostas de uso documento anterior ao of cio de Augusto Titarelli a PAULISTUR se coloca a disposi o para tratar das propostas de uso futuro apontando que o mesmo deveria ser desenvolvido paralelo ao andamento do processo Mario Carlos Beni diretor de planejamento e pesquisador da rea de turismo aponta a necessidade de preserva o como retrato de uma fun o econ mica especifica conforme documento dispon vel na folha 75 completa ainda apontando a natural desativa o da ferrovia em um per odo de at dois anos justificando assim os in cios breves de um planejamento para revitaliza o do conjunto Durante a paralisa o ocorrida entre 1980 e 1984 a documenta o pode ser resumida em manifesta es a respeito do andamento do processo por parte do solicitante e vistoria ao bem em estudo Em abril de 1982 as t cnicas Cristina Wolff e Silvia Wolff na companhia de J lio Moraes arquiteto e membro da ABPF realizam visita ao local O relat rio desta vistoria apresenta diversas considera es sobre o bem e suas condi es na poca Em rela o ao local e suas perspect
54. ser transferido para o Corredor antigo p tio da EFPP e que atualmente concentra as atividades da associa o Devemos pontuar que os materiais seguem em local descoberto por m o acesso n o por pessoas n o autorizadas n o t o simples quanto no espa o anterior visto a distancia dos n cleos habitacionais e a vigil ncia responsabilidade do Pq Anhanguera empenhada na portaria da rea restrita local que possui estrada de terra que leva at o p tio do Corredor A restaura o do acervo acontece de forma lenta em fun o da escassez de recursos ainda em um intervalo de dois anos foram colocadas em opera o uma pequena locomotiva a diesel alem de 1938 DIEMA e a locomotiva a vapor n 2 fabrica pela ALCO em 1929 Outra parte do material segue est tica e aguarda restauro fator positivo est nos cuidados de limpeza nos remanescentes localizados no Corredor a o executada pelos associados 115 Em rela o a import ncia do acervo ressaltamos a exist ncia de mat rias de diferentes ferrovias em bitola de 60 cm grande parte extintas com a queda do caf no estado incorporados a Estrada de Ferro Perus Pirapora a partir de 1951 j sob administra o da fam lia Abdalla Seu acervo conta com locomotivas que prestaram servi os em ferrovias como o Ramal Dumont Companhia Paulista de Estradas de Ferro e Tranway da Cantareira pequena ferrovia paulista extinta e que motivou a musica Trem das Onze do compo
55. t cnicos na rela o de estudo aparentemente dependiam unicamente de informa es enviadas pela Regional de S o Paulo Assim acreditamos que a morosidade neste tramite possa de alguma forma ter prejudicada a decis o pelo reconhecimento do bem problema possivelmente relacionado as mudan as na estrutura administrativa do rg o ocorridas no intervalo em estudo 2 5 ENTREVISTAS 2 5 1 Ana Luiza Martins UPPH CONDEPHAAT Formada pela Universidade S o Paulo USP doutora em Hist ria Social Ana Luiza Martins funcion ria do CONDEPHAAT SP desde 1982 e atualmente parte da diretoria da Unidade de Preserva o do Patrim nio Hist rico UPPH sendo respons vel pelo Grupo de Estudos de Invent rios e Tombamentos GEI e subdivis o Centro de Estudos de Bens Isolados e Patrim nio Imaterial CETI O GEI formado por uma diretora geral e duas diretoras subordinadas Ana Martins respons vel pelos bens isolados e patrim nio imaterial e Elisabeth Mitiko incumbida dos assuntos relativos a conjuntos e reas naturais Atualmente cada diretora 78 orienta e coordena um grupo formado por cinco ou seis t cnicos e estagi rios A forma o destes est concentrada em arquitetura segundo a entrevistada em raz o das demandas legais relacionadas s reas envolt rias licen as para reformas em bens tombados entre outros uma vez que o atendimento ao p blico tem se tornado muito intenso e esta uma atribui o exclus
56. tais como o corte trilhos e dormentes Quanto aos passageiros do sistema metropolitano ainda que possam ver o local atrav s das grades da plataforma dificilmente se atentariam a tal De maneira geral n o h sinaliza o ou qualquer 47 elemento que evidencie o patrim nio assim o espa o e os trilhos poderiam ser facilmente confundidos com estruturas desativadas da pr pria CPTM 2010 07 07 10 45 NIAN NI Figura 10 Dormentes e trilhos EFPP Direita Plataforma da esta o Fonte E H M autor O trecho compreendido entre a esta o Perus e a cerca que a separa do complexo industrial menor que um quil metro n o possui capacidade de opera o grande parte dos trilhos est soterrada e os dormentes deteriorados com aus ncia de via em alguns pontos 2 3 2 E F Perus Pirapora PN Km 2 760 e P tio do Corredor Km 5 Situado no bairro de Perus extremo oeste da capital Paulista e a poucos metros da divisa com o munic pio de Caieiras SP o P tio do Corredor concentra as atividades de visita o recupera o e conserva o do acervo tarefas desempenhadas pelos volunt rios do Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC Em 2011 o local passou a abrigar a maior parte do acervo rodante da E F Perus Pirapora A PN km 2 760 atualmente ponto de partida dos passeios ferrovi rios realizados semanalmente pelo Instituto de Ferrovias e nico acesso de visitante
57. tal o trabalho contou com tr s objetivos espec ficos 1 Detalhar o processo de tombamento CONDEPHAAT 21273 80 pareceres questionamentos e repercuss es 2 Identificar personagens rg o de defesa do patrim nio solicitante e propriet rio no processo de tombamento e posi es assumidas 3 Investigar as condi es de uso e gest o atuais do bem e suas rela es com as inten es de uso manifestadas ao longo do processo Visando atingir os objetivos propostos optamos por trabalhar esta pesquisa de forma explorat ria Conforme Gil 2002 este tipo de pesquisa busca uma familiariza o com o problema investigado buscando torna lo mais explicito ou construir hip teses O autor aponta ainda que pesquisas explorat rias podem ter por objetivo o aprimoramento de ideias Aplicado a esta pesquisa nosso foco podendo ser interpretado como o aprimoramento de ideias apontado pelo autor est centrado nas reflex es relativas aos usos tur sticos dos bens ferrovi rios tombados 16 M TODOS E T CNICAS DE PESQUISA Adotamos como meios principais as t cnicas de pesquisa bibliogr fica e documental tendo como objeto principal o processo de tombamento estadual da E F Perus Pirapora Al m de um registro oficial de interesses e algumas a es dos personagens entendemos os processos de tombamento como fonte de informa es hist ricas uma vez que podem conter fotos manifesta es e an lises t cnicas de diferentes per odos Superan
58. um pouco sobre a trajet ria dos trabalhos ligados a preserva o e estudos para solicita o de tombamento destacando a associa o era relativamente nova mas estava alerta quanto s amea as de sucateamento do patrim nio ferrovi rio GAZETTA FILHO 2011 Com os exemplos da E F Madeira Mamor em Rondonia E F Oeste de Minas em Minas Gerais e a atual Via o F rrea Campinas Jaguari na primeiro trecho operado pela ABPF e localizado em Campinas SP todas nesta poca propriedades da Rede Ferrovi ria Federal S A o entrevistado traz a tona as a es da entidade na luta da preserva o Nos chama aten o o relato sobre a E F Madeira Mamor e o protesto juntamente com o escritor Manuel Rodrigues Filho contra o sucateamento epis dio posteriormente registrado em um capitulo do livro A Ferrovia do Diabo Estabelecendo um comparativo nos cen rios da preserva o na d cada de 1980 e o atual GAZETTA Filho 2011 destaca a boa rela o da ABPF com as antigas administradoras ferrovi rias RFFSA e FEPASA o que segundo ele facilitava mesmo em meio as batalhas acirradas quando se tratava de impedir leil es ou sucateamento de bens que consideravam de valor hist rico a obten o de exemplares de material rodante para preserva o Atualmente com a privatiza o das ferrovias o cen rio se torna diferente onde as concession rias visam apenas o lucro e n o valorizam a preserva o dos remanescentes Aponta ainda a
59. uso e finalidade estritamente industrial e da qual depende basicamente a f brica de cimento CONDEPHAAT 1980 p 71 I Patrim nio da Uni o confiscado pelo governo atrav s do decreto 74 728 de 18 10 1974 IM Bens em processo de aliena o em fase final IV Bem pertencente ao Governo Federal e assim fora das compet ncias do CONDEPHAAT essa estrada de ferro bem da Uni o Federal achando se exclu da da rea estadual sendo portanto a medida desse pedido de tombamento compet ncia da SPHAN nos termos da legisla o federal pertinente o que mais evidencia a improbidade desse Tombamento compuls rio por esse Conselho sem observ ncia inclusive a pr pria hierarquia constitucional CONDEPHAAT 1980 p 72 V A abertura do processo acarretar problemas administra o Federal para a conclus o do processo de aliena o Por fim se posicional mais uma vez contrario ao apontamento se for mantida a decis o desse impr prio Tombamento se tornar invi vel e impossibilitada efetiva o da aliena o ordenada em Decreto Federal desses acervos confiscados CONDEPHAAT 1980 p 72 Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus CBCPP Grupo Abdalla Conforme Siqueira 2001 em 1924 formou se a Brazilian Portland Cement Company empresa composta por cidad os brasileiros com interesses ligados a 23 Atual IPHAN Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Na
60. 2 5 3 Silvia Wolf e Priscila Miura UPPH CONDEPHAAT Com cerca de trinta anos de atua o no CONDEPHAAT Silvia Wolf foi parecerista t cnica nas avalia es iniciais que integram o processo de tombamento 21 273 80 referente Estrada de Ferro Perus Pirapora Cajamar Atendendo a convite da entrevistada a t cnica Priscila Miura participou desta atividade Sobre as entrevistadas ambas s o arquitetas e pareceristas deste conselho tendo como principal atribui o realizar estudos para o tombamento e manifesta es a respeito do valor para o reconhecimento de bens paulistas Perguntadas sobre os andamentos do processo de tombamento Priscila Miura WOLF MIURA 2010 nos relata que este tem inicio com a solicita o que pode ser feita por qualquer cidad o sendo esta fase denominada internamente como guich A solicita o encaminhada a um corpo t cnico que far os estudos sobre a import ncia da salvaguarda do bem em quest o sendo visto nas palavras da senhora Priscila como instru o ao guich Este oferece informa es para a abertura e subs dios para o decorrer do processo apontando tamb m que ainda que n o haja a decis o oficial do conselho j h por parte dos t cnicos o aprofundamento nos estudos que dar o base ao processo de tombamento Conclu da esta etapa a solicita o encaminhada a um Conselho que se posicionar favor vel ou n o a abertura do processo de tombamento Em caso de parec
61. 3 S O PAULO Cidade Dados demogr ficos dos distritos pertencentes as subprefeituras Dispon vel em http www prefeitura sp gov br cidade secretarias subprefeituras subprefeituras dados demograficos index php p 12758 Consultado em 13 abr 2012 REVISTA FERROVI RIA Noticias da imprensa Cresce a demanda por trens tur sticos S o Paulo 01 mar 2012 Dispon vel em lt http www revistaferroviaria com br gt Acesso em 01 mar 2012 REJOWSKI M SOLHA K T Turismo em um cen rio de mudan as JIn REJOWSKI M org Turismo no percurso do tempo 2 Edi o S o Paulo Aleph 2005 RIEGL A O culto moderno dos monumentos Trad de Elane Ribeiro Peixoto e Albertina Vicentini Goi nia UCG 2006 122 RODRIGUES M Patrim nio Industrial entre o fetiche e a mem ria Revista Eletr nica de Arquitetura e Urbanismo Universidade S o Judas Tadeu n 3 2010 Preservar e consumir o patrim nio hist rico e o turismo In FUNARI P P PINSKY J Turismo e patrim nio cultural 3 ed S o Paulo Contexto 2003 pp 15 24 De quem o patrim nio Um olhar sobre a pr tica preservacionista em S o Paulo Revista do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional N 24 p 196 203 1996 RON R D Transportes no Turismo Barueri Manole 2002 SERRA VERDE EXPRESS Trem de Luxo PR Great Brazil Express primeiro e nico trem de luxo do Brasil Dispon vel em http serraverdeexpress com
62. 3 80 parte da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria sendo esta respons vel tamb m pelas pesquisas necess rios para a argumenta o Grande parte da documenta o desta associa o est em nome de Patrick F Dollinger fundador e presidente naquela poca Conforme Helio Gazetta Filho 2011 a ABPF foi fundada em 1977 pelo franc s Dollinger seguindo o molde de entidades de preserva o da Europa Atendendo a um anuncio de jornal do mesmo os senhores Sergio Jos Romano e Juarez Spaletta unem se ao franc s para formar a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF Em s ntese a associa o foi fundada com o objetivo de resgate preserva o valoriza o da mem ria e hist ria ferrovi ria valoriza o da pessoa do ferrovi rio e de seu trabalho como pe as fundamentais para o desenvolvimento do pa s al m da pesquisa e opera o de ferrovias de cunho cultural museus bibliotecas especializadas e arquivos ligados a estrada de ferro GAZETTA FILHO 2011 Sobre esta fase J lio Moraes 2011 antigo membro da ABPF e um dos respons veis pelos estudos para a solicita o de tombamento ressalta que o movimento de preserva o era in dito no Brasil o que demandou reflex es e aprofundamentos de seus membros Quanto a motiva o para a defesa do patrim nio ferrovi rio e o pr prio pedido de tombamento de maneira bem humorada Moraes ressalta durante a entrevista que ramos loucos po
63. 9 h uma cren a comum de que o turismo seja atividade ideal para 31 preserva o dos bens do patrim nio cultural uma vez que em tese seria capaz de gerar receitas para conserva o e educar os visitantes para respeitar O turismo aparece em perspectivas positivas tamb m em documentos legais O artigo 180 da Constitui o de 1988 BRASIL 1988 aponta que o Poder P blico promover e incentivar o turismo como fator de desenvolvimento econ mico e social Conforme Solha 2005 na d cada de 1980 o turismo como atividade econ mica promissora estando ligado no o de atividade do futuro e respons vel pelo desenvolvimento do pa s Beni 2007 aponta que o turismo um meio eficiente para promover a difus o de informa es e valores regionais ampliar as perspectivas sociais como resultado do desenvolvimento econ mico integrar socialmente desenvolver a criatividade promover o sentimento de liberdade ao passo que estabelece ou estende os contatos culturais Por outro lado ainda conforme o autor o turismo pode provocar impactos indesejados ao meio visitado A nosso ver os impactos negativos por vezes efeitos colaterais da atividade tur stica nem sempre s o considerados nas fases de planejamento e promo o sendo por vezes ofuscados pelas possibilidades e esperan a de resultados positivos Segundo Prats e Santana 2011 um dos problemas que em grande parte dos projetos de uso tur stico do patrim nio os benef cios d
64. 990 a liga o entre Santos e S o Paulo foi o primeiro passo para o desenvolvimento ferrovi rio do Estado O autor destaca ainda a tecnologia do Sistema Funicular implantado para vencer o desn vel existente entre o litoral e o planalto contava com maquinas estacionarias e tra o por cabos de a o Em fun o da barreira natural Serra do Mar e as leis de concess o vigentes na poca a SPR foi a nica ferrovia a alcan ar o Porto de Santos at 1937 representando um gargalo na din mica de escoamento da produ o O desenvolvimento estadual possui estreita rela o com a cultura cafeeira e a expans o do transporte ferrovi rio em seu territ rio no final do s culo XIX e primeira metade do s culo XX A prosperidade do caf trazia consigo a cria o de novos ramais e pequenas ferrovias para o escoamento da produ o Surgiram neste per odo outras companhias como a Companhia Paulista E F Sorocabana E F do Norte posterior Ramal S o Paulo da EFCB Noroeste do Brasil E F Araraquara entre outras al m de estradas de ferro menores ligadas ao escoamento da produ o em fazendas as cata caf e puxa cana Na d cada de 1950 conforme dados do IBGE 1954 as estradas de ferro de S o Paulo somadas possu am um total de 7734 quil metros representando aproximadamente 21 da malha ferrovi ria nacional na poca No passado as ferrovias foram as principais vias de comunica o entre as cidades possibilitando o deslocame
65. Albacete Espafia 2007 DOCUMENTOS CONSULTADOS CONSELHO DE DEFESA DO PATRIM NIO HIST RICO ARQUEOL GICO ART STICO E TURIST STICO CONDEPHAAT Processo de tombamento 123 21273 80 Acervo da Estrada de Ferro Perus Pirapora Cajamar CONDEPHAAT 1980 CONSELHO DE DEFESA DO PATRIM NIO HIST RICO ARQUEOL GICO ART STICO E TURIST STICO CONDEPHAAT Processo de tombamento 00467 1974 Edif cio da Esta o de Ferro Santa Rita do Passa Quatro CONDEPHAAT 1974 CONSELHO MUNICIPAL DE PRESERVA O DO PATRIM NIO HIST RICO CULTURAL E AMBIENTAL DA CIDADE DE S O PAULO CONPRESP Processo de tombamento 1989 0 0002 597 0 Quadra 007 Setor 187 da cidade de S o Paulo CONPRESP 1989 CONSELHO MUNICIPAL DE PRESERVA O DO PATRIM NIO HIST RICO CULTURAL E AMBIENTAL DA CIDADE DE S O PAULO CONPRESP Processo 2004 0 0094 059 7 Revis o de Tombamento da Antiga F brica de Cimento no bairro de Perus S o Paulo 2004 INSTITUTO DO PATRIM NIO HIST RICO E ART STICO NACIONAL IPHAN Acervo Ferrovi rio da Estrada de Ferro Per s Pirapora Processo de tombamento 1104 T 83 Rio de Janeiro 1983 INSTITUTO DO PATRIM NIO HIST RICO E ART STICO NACIONAL IPHAN Processo de tombamento 1185 T 85 Pr dios m quinas e equipamentos ferrovi rios S o Jo o del Rei Minas Gerais e a Esta o Ferrovi ria de Tiradentes Rio de Janeiro 1985 ENTREVISTAS MARTINS A L Entrevista Depoimento oral feito a Ewerton Henriq
66. BRASIL Decreto Lei n 25 de 30 de Novembro de 1937 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 decreto lei del0025 htm Consultado em 01 Abr 2012 CAJAMAR Museu Casa da Mem ria A Estrada de Ferro Perus Pirapora Dispon vel em http Awww casadamemoriacajamar com br estrada de ferro perus pirapora Consultado em 03 08 2010 CASANELLES I RAH LA E Nuevo Concepto de Patrimonio Industrial Evoluci n de su Valoraci n Significado Y Rentabilidad en el Contexto Internacional Bienes Culturales Revista del Instituto del Patrimonio Hist rico Espa ol El Plan de Patrimonio Industrial n 7 2007 COSTA F R Turismo e patrim nio cultural interpreta o e qualifica o S o Paulo Editora Senac S o Paulo Edi es SESC SP 2009 120 CUELLAR VILLAR D El Ferrocarril en Espa a Siglos XIX y XX una visi n en el largo plazo In POLO MURIEL F Jornadas de Hist ria Ferrovi ria 150 a os del ferrocarril en Albacete 1855 2005 Albacete Espafia 2007 CRUZ L Plan Nacional de Patrimonio Industrial Apuntes Hist ricos y Conceptuales Bienes Culturales Revista del Instituto del Patrimonio Hist rico Espa ol El Plan de Patrimonio Industrial n 7 2007 DE LA TORRE F Sistemas de Transportes Tur sticos Tradu o GALVAN Cl udia Bruno S o Paulo Roca 2002 FERNANDEZ BACA CASARES R Reflexiones sobre el Patrimonio Industrial Bienes Culturales Revista del Instituto del Patrimonio Hist rico Esp
67. ERUS PIRAPORA ccescecceseeress 40 2 1 hist rico do Bem Tombado e reeeerrereereeaceena 40 2 2 EOCalIZA O A A EEE Sr ai A Mo SE AS RSS NEE TEA DS Tr 45 2 3 Relat rios de observa es em Campo irreee 46 2 3 1 Esta o Perus S o Paulo Railway EFPP Km 0 46 2 3 2 E F Perus Pirapora PN Km 2 760 e P tio do Corredor Km 5 47 2 4 PROCESSOS DE TOMBAMENTO DA E F PERUS PIRAPORA 53 ZA T Contextialzagi o near e e a a a a E 53 2 4 2 CONDEPHAAT 21273 80 Estadual suas prados Debe aa aaa ba 53 2 4 2 IPHAN 11041 583 Nacional susana aaa Bases cansio 69 2 4 3 CONPRESP 1989 0 0002 597 0 Municipal 73 DESEN REVISTAS ore ani aca and do da Ca a ET 11 2 5 1 Ana Luiza Martins UPPH CONDEPHAAT 71 2 5 2 Jos Antonio Chinelato Zagato UPPH CONDEPHAAT 82 2 5 3 Silvia Wolf e Priscila Miura UPPH CONDEPHAAT 85 2 5 4 Dalmo Jos Rosalem UPPH CONDEPHAAT i 87 2 5 5 H lio GAZETTA Filho ABRE ul o as OA A da 87 2 5 6 J lio Eduardo Correa Dias de Moraes IPFFC cciti ii 90 2 5 7 Nelson Aparecido Bueno de Camargo IPFFC i iii 93 2 6 Retra o do Sistema e Patrimonializa o dos Elementos Ferrovi rios Cen rios da D cada de 1980 e re ereeeererereerreacanaa 94 CAP TULO III AN LISE DOS DADOS COLETADOS
68. Eduardo Correa Dias de Moraes CEDENTE cede e transfere gratuitamente em car ter universal e definitivo Unesp Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho e ao pesquisador Ewerton Henrique de Moraes a totalidade dos seus direitos patrimoniais de autor sobre o depoimento oral prestado no dia 12 de Janeiro de 2011 na cidade de S o Paulo perante o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes ENTREVISTADOR Ficam portanto a Universidade Estadual Paulista e o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes consequentemente autorizados a utilizar divulgar e publicar para fins acad micos e culturais o mencionado depoimento completo ou parcial editado ou n o bem como permitir o acesso a terceiros ao mesmo desde que para fins acad micos no Brasil e ou no exterior O pesquisador por sua vez se compromete a zelar pela integridade e utilizar indica es de fonte de autor S o Paulo 02 de Julho 2012 Nome J lio Eduardo Correa Dias de Moraes Documento Je Zas Cedente
69. Figura 17 Espa o coberto para visitantes Autor E H M 2011 Autor E H M Relacionando as impress es colhidas nas diferentes visitas apontamos o aumento no n mero de material rodante alocado nas depend ncias tendo crescido tamb m o n mero de materiais restaurados e em condi es de opera o Em 2010 estavam restaurados apenas uma locomotiva a vapor um carro de passageiros e um vag o Foram acrescidos a este conjunto uma locomotiva a vapor e uma locomotiva diesel Apesar da demoli o do espa o coberto que abrigava os ve culos restaurados aparentemente a degrada o j presente na visita e pesquisas anteriores parece n o ter evolu do A via permanente apresentou melhoras e apesar da presen a de vegeta o rasteira em pequena quantidade j dista da antiga apar ncia de abandono Destacamos 51 que o processo de remo o do material rodante de Cajamar para o P tio do Corredor exigiu transporte rodovi rio e uma opera o delicada Notamos tamb m uma evolu o significativa na oferta e fluxo de visitantes As visitas antes espor dicas e realizadas atrav s de agendamento passaram em 2011 a ocorrer todos os domingos com viagens programadas e abertas ao p blico E gt de i i i Figura 19 Opera o de remo o do material Figura 18 P tio do Corredor 2012 rodante 2011 Autor Rodrigo Cabredo Fonte E H M Em uma an lise simples apontamos que as infraestruturas b sicas e de visita o
70. PR gt Vo Unesp V4 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA J LIO DE MESQUITA FILHO Campus de Rosana SP Ewerton Henrique de Moraes PATRIM NIO FERROVI RIO TOMBAMENTO E TURISMO REFLEX ES ACERCA DA E F PERUS PIRAPORA S O PAULO SP ROSANA S O PAULO 2012 Ewerton Henrique de Moraes PATRIM NIO FERROVI RIO TOMBAMENTO E TURISMO REFLEX ES ACERCA DA E F PERUS PIRAPORA S O PAULO SP Trabalho de Conclus o de Curso apresentado a Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho Unesp Rosana no Curso de Turismo como requisito parcial para obten o do t tulo de Bacharel em Turismo Orientador Dr EDUARDO ROMERO DE OLIVEIRA ROSANA S O PAULO 2012 MORAES Ewerton Henrique de Patrim nio Ferrovi rio Tombamento e Turismo reflex es a cerca da E F Perus Pirapora S o Paulo SP Ewerton Henrique de Moraes S o Paulo Rosana 138 f Trabalho de Conclus o de Curso TCC Gradua o Universidade Estadual Paulista S o Paulo Rosana 2012 1 Descritor 2 Descritor 3 Descritor I Autor II T tulo EWERTON HENRIQUE DE MORAES PATRIM NIO FERROVI RIO TOMBAMENTO E TURISMO REFLEX ES ACERCA DA E F PERUS PIRAPORA S O PAULO SP Trabalho de Conclus o de Curso apresentado a Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho Unesp Rosana no Curso de Turismo como requisito parcial para obten o do t tulo de Bacharel em Tur
71. S o Paulo SP CONPRESP 1991 Paulo Railway Esta o da Luz S o Paulo SP CONPRESP 1991 ANEXOS 133 134 ANEXO A PATRIM NIO FERROVI RIO EM ESTUDO NO ESTADO DE S O PAULO UPPH CONDEPHAAT Abertura Nome do Bem Companhia Ferrovi ria do Situa o Estudo CORDEIR POLIS Em estudo 1 Horto Florestal de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 1978 AURORA f Em estudo 2 Horto Florestal de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 1978 EEA Tombado Complexo da Esta o PER SANTOS de 3 S o Paulo Railway E F Santos Jundia 1982 homologado Conjunto da Esta o Ferrovi ria PIQUETE Estrada de Ferro Central do Brasil 1985 Em estudo 4 de ramal de Piquete Lorena Conjunto da Esta o Ferrovi ria prRAJU Em estudo 5 de Estrada de Ferro Sorocabana 1986 Tombado Conjunto da Esta o Ferrovi ria ANDRADINA n o 6 de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil 1992 homologado Estrada de Ferro Noroeste do Brasil a x LAN p Em estudo Complexo da Esta o Ferrovi ria BAURU Companhia Paulista de Estradas de Ferro tda de homologado 7 Estrada de Ferro Sorocabana 1992 Conjunto da Esta o Ferrovi ria JAGUARI NA Companhia Mogiana de Estradas de Em estudo 8 de Ferro 1994 fi FEPASA 9 Material Rodante Ferrovi rio da Diversas 2000 Tombado Conjunto da Esta o Ferrovi ria ARA ATUBA n o 10 de Estrada de Ferro Noroeste do Brasil 2001
72. T 1980 p 5 Com a queda do caf grande parte das pequenas ferrovias perdeu sua raz o de ser constru da sob a tica de objetivos imediatistas e sem perspectivas al m da explora o da fonte de renda estes equipamentos tornavam se onerosos sendo muitos destes abandonados por seus propriet rios Tal crise n o atingiria a Estrada de Ferro Perus Pirapora uma vez que esta n o perdeu sua fonte de renda tornando se assim uma exce o entre suas cong neres Com as altera es dos planos econ micos nacionais as ferrovias perdem espa o em meio ao avan o da ind stria automobil stica e as rodovias em 27 de dezembro de 1955 a lei n 2698 autorizava a supress o de trilhos segundo Matos 1974 apud CONDEPHAAT 1980 s no estado de S o Paulo quase mil quil metros de estradas f rreas foram suprimidos Segundo a ABPF CONDEPHAAT 1980 p 7 a EFPP formou casualmente a mais variada cole o de locomotivas que se possa imaginar apontando o complexo como um excelente museu em potencial nica remanescente das estradas de ferro econ micas a Perus Pirapora conta com equipamentos fabricados antes de sua inaugura o 1891 1945 provenientes de diferentes pa ses como Estados Unidos Alemanha Fran a Inglaterra Canad e Brasil O desuso da bitola de 60 cm comum 56 nas estradas de ferro econ micas cessou a fabrica o de material rodante do tipo obrigando a empresa a abastecer se de material proveniente
73. a ol El Plan de Patrimonio Industrial n 7 2007 FUNARI P P A PELEGRINI S C A Patrim nio hist rico e cultural Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 2006 GIESBRECHT R M Esta es Ferrovi rias do Brasil corredor Dispon vel em http www estacoesferroviarias com br c corredor htm Acesso em 29 ago 2010 GIL A C Como elaborar projetos de pesquisa 4 ed S o Paulo Atlas 2002 HALBWACHS M Mem ria coletiva S o Paulo V rtice 1990 HUMANES A La Necesidad de un Plan de Patrimonio Industrial Bienes Culturales Revista del Instituto del Patrimonio Hist rico Espa ol El Plan de Patrimonio Industrial n 7 2007 IGNARRA L R Fundamentos do turismo 2 ed S o Paulo Pioneira Thomson Learning 2003 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGR FIA E ESTATISTICA org I Centen rio das Ferrovias Brasileiras Rio de Janeiro Servi o gr fico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica 1954 K HL B M Arquitetura de ferro e arquitetura ferrovi ria em S o Paulo reflex es sobre a sua preserva o S o Paulo Ateli editorial FAPESP 1998 LOHMANN G PANOSSO NETTO A Teoria do turismo conceitos modelos e sistemas S o Paulo Aleph 2008 MARTINS G A THE PHILO C R Metodologia da investiga o cient fica para ci ncias sociais aplicadas S o Paulo Atlas 2007 MATOS O N de Caf e ferrovias a evolu o ferrovi ria de S o Paulo e o desenvolvimento da cultura cafeeira 4 Ed Cam
74. a associa o por exemplo o Trem do Imigrante de que maneira o turismo est relacionado a preserva o do patrim nio 127 APENDICE C ROTEIRO DE ENTREVISTA J LIO EDUARDO C D DE MORAES IFPPC DADOS RELEVANTES Sobre o entrevistado Nome Profiss o Rela o com a Estrada de Ferro Perus Pirapora EFPP Data de ingresso no IFPPC RELA O PESSOAL COM MOVIMENTOS DE PRESERVA O DO PATRIM NIO Consta no processo 21 273 80 documento em papel timbrado da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria com a assinatura do senhor Qual era sua rela o com a associa o Qual a rela o atual Sabe se que o senhor membro atual do Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC assim nos fale sobre as tentativas e sua participa o em movimentos de preserva o ferrovi ria SOBRE O TOMBAMENTO Relativo a especificidade do acervo da EFPP naquele contexto o que motivou a solicita o de tombamento e de que maneira esta motiva o estava ligada aos objetivos da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF Houve dificuldades no processo de pesquisa e valora o do bem em rela o a especificidade do patrim nio ferrovi rio Quais as principais dificuldades encontradas durante a solicita o e curso do processo de tombamento Durante o processo surgem propostas de uso ao bem sobre o turismo de que forma esta atividade era vista em rela o a pre
75. a atividade sempre aparecem como objetivo final Segundo a Organiza o Mundial de Turismo OMT 2003 os impactos costumam ser classificados como f sicos econ micos e socioculturais n o sendo incomum que um mesmo elemento aparece em mais de uma categoria Entre os poss veis impactos negativos e efeitos provenientes da atividade destacamos degrada o e destrui o dos recursos naturais perda da autenticidade cultural descri es estereotipadas banaliza o da cultura local depend ncia do capital estrangeiro especula o imobili ria desenvolvimento de regi es em detrimento de outras desigualdade econ mica explora o da m o de obra LOHMANN PANOSSO NETTO 2008 BENI 2007 OMT 2003 Quanto aos impactos positivos e negativos espec ficos da rela o entre turismo e patrim nio os usos tur sticos concordando com o proposto pelo Minist rio do Turismo BRASIL 2006 s o meios para a promo o e valora o contudo algumas ressalvas devem ser feitas Conforme Prats 2003 32 O turismo pode representar para o patrim nio entradas financeiras vitalidade e relev ncia politica por m n o as custas de um mercantilismo abusivo e mal entendido que no lugar ou al m de se concentrar no merchandising que sua localiza o natural produza uma trivializa o as vezes grotesca dos discursos PRATS 2003 p 135 Infelizmente em alguns exemplos a s rie de valores que cercam o bem resumida e mold
76. a unidade do bem e suas rela es com a estrada de ferro j tombada O parecer t cnico p ginas 87 201 elaborado por Walter Pires e Helenice Diamante aponta v rias interrup es dos trabalhos e paralisa es nas pesquisas ainda na apresenta o os pareceristas falam sobre a amplia o dos estudos inicialmente propostos A partir dessa vistoria junho 1990 e do conte do das entrevistas j gravadas foi apontada a import ncia da amplia o dos estudos para al m do que foi inicialmente proposto na medida em que tanto a ferrovia como a f brica as vilas e as demais edifica es comp em um todo articulado na origem mesma de suas exist ncias CONPRESP 1989 p 89 75 Os t cnicos destacam que as visitas eram constantemente acompanhadas por ex trabalhadores ou ex moradores das vilas para esclarecimento sobre o processo de fabrica o o ambiente de trabalho e a vivencia naqueles espa os preciso ressaltar a relev ncia dessa participa o constante dos interessados na preserva o da rea imprimindo no parecer t cnico o registro de sua mem ria e possibilitando reconstruir historicamente atrav s de suas lembran as a utilidade especifica de cada equipamento ou edifica o inclusive muitas que j n o existem mais no espa o da f brica e a vida no interior das vilas oper rias CONPRESP 1989 p 89 Sobre as entrevistas realizadas para instru o do processo o intervalo entre as p gina
77. a valora o esteve unicamente ligada a aspectos como a arquitetura t cnicas construtivas ou mesmo mem ria e afetividade de determinados grupos com os espa os ferrovi rios O pedido de tombamento da E F Perus Pirapora se enquadra neste contexto onde motivados pelos riscos de sucateamento do acervo a ABPF solicita o reconhecimento A instru o encaminhada pelo solicitante traz uma vasta pesquisa sobre aspectos t cnicos e import ncia do acervo contudo pouco fala de seu contexto fabril Com as esta es n o era diferente reconhecia se aquilo que saltava aos olhos WOLF e MIURA 2010 MARTINS 2011 Diferente do primeiro momento a no o de patrim nio ampliada e os vest gios industriais passam a ser valorados por aspectos que superam as analises unicamente arquitet nica As ferrovias passam a ser entendidas como um sistema complexo e dotado de diversos elementos Ainda que numericamente as esta es sobreponham os demais elementos o entendimento e as diretrizes de estudos passam a abranger o todo Retomando as palavras de Martins 2011 a esta o n o s a esta o a marca ferrovi ria ela vem do complexo industrial que a esta o representou 99 CAP TULO III AN LISE DOS DADOS COLETADOS 3 1 PROCESSO DE TOMBAMENTO 21 273 80 CONDEPHAAT Processo longo quando comparado aos similares seu conte do est dividido em 3 volumes e supera o n mero de 900 p ginas Aberto em 1980 com base no pedido da Ass
78. ada de ferro e seu material rodante qual a import ncia deste patrim nio para a empresa Inclui se nesta pergunta valores hist ricos sem exclus o da import ncia se for o caso monet ria Existia na poca da proposta de tombamento projetos de uso revitaliza o ou similares previstos para a ferrovia ou complexo cimenteiro em geral Qual a situa o administrativa atual da estrada de ferro e da f brica de Cimento Perus Existem especificidades na gest o do bem tombado Existem a curto e m dio prazo propostas de uso para a ferrovia e ou complexo cimenteiro Casos hajam projetos quais as preocupa es e retornos esperado GERAIS Sabe se que a ferrovia deixou de operar antes mesmo do fim das atividades da f brica de cimento Quais as motiva es levaram a empresa o optar pela desativa o da estrada de ferro APENDICE H PATRIM NIO FERROVI RIO NO ESTADO DE S O PAULO s 132 Bem Tombado Localiza o Org o e E Ano Respons vel officio Horto e Museu Municipal Edmundo gt Navarro de Andrade Rio Claro SP CONDEPHAAT 1971 Esta o Ferrovi ria Bananal SP CONDEPHAAT 1974 pi Ta Santa Rita do Esta o Ferrovi ria Passa Quatro SP CONDEPHAAT 1981 E is Cachoeira Esta o Ferrovi ria Paulista SP CONDEPHAAT 1982 Esta o Ferrovi ria Campinas SP CONDEPHAAT 1982 Esta o do Br s S o Paulo SP CONDEPHAAT 1982 Esta
79. ada segundo interesses tornando assim a hist ria um produto agrad vel e com potencial de mercado O sucesso ou fracasso da rela o entre uso e preserva o est em grande parte nas formas de consumo e planejamento da atividade tur stica Pardo Abad 2008 apresenta ao longo de suas reflex es casos positivo de usos tur sticos do patrim nio industrial na Espanha Entre os exemplos do patrim nio ferrovi rio s o destaque os museus da Fundaci n de los Ferrocarriles Espa oles FFE N o h no Brasil um exemplo nestas propor es visto que a FFE parte de um projeto integrado contudo devem ser citadas as associa es de preserva o nacionais tais como a ABPF e o IFPPC que tem entre seus objetivos a preserva o e uso do material rodante Ainda sobre os usos dos remanescentes alguns espa os mesmo ap s o reconhecimento seguem com sua finalidade original outros como as esta es Luz e J lio Prestes acumulam fun es ferrovi rias esta o e culturais em alguns casos integrados aos roteiros tur sticos urbanos Outro exemplo s o os denominados trens tur sticos servi os ferrovi rios ligados em alguns aspectos s estruturas e hist ria ferrovi ria 1 5 TRENS TUR STICOS PROPOSTAS DE DEFINI O Dentre as diferentes possibilidades de uso para o patrim nio ferrovi rio poucas podem ser consideradas t o abrangentes quanto a promo o de passeios hist ricos ferrovi rios Mesmo podendo ser considerado u
80. ado conforme consta na p gina 431 1 Conjunto de pe as formado normalmente por quatro rodeiros Parte constituinte do material rodante cada carro formado por dois trucks 66 CONDEPHAAT 1980 Fazendo novas considera es tais como as clausulas de inalienabilidade e proibi o de altera o solicita nova manifesta o do setor t cnico Ainda neste documento o Presidente reafirma os objetivos da associa o de multiplicar as copias desta pe a e a preocupa o dos mesmo quanto ao estado da ferrovia onde com a cess o salvar se ia de poss vel destrui o pelo menos um par de trucks CONDEPHAAT 1980 p 432 Na p gina seguinte a manifesta o t cnica assinada pela senhora Cristina Wolf aponta que n o h mais argumentos a acrescentar a sua exposi o anterior alegando por fim que entendo que a decis o de apoiar ou n o a cess o de equipamentos t o somente politica e consequ ncia de uma diretriz que esta Presid ncia pretende imprimir em rela o ao futuro de bem em quest o CONDEPHAAT 1980 p 433 Considerando tais afirma es a senhora Tereza Pielsz encaminha a decis o ao Egr gio Colegiado contudo pondera no seguinte Jesta Diretoria pensa que a cess o dos dois trucks APMPF n o invalida de conseguir a revitaliza o da rea para fins tur sticos especialmente nos termos de proposta CONDEPHAAT 1980 p 434 N o h outras manifesta es sobre tal fato
81. aponta a necessidade de um plano de tombamentos 97 com diretrizes para estes bens CONDEPHAAT 1974 Analisados em estudos individuais at o final da d cada de 1980 o Conselho j havia reconhecido um total de quinze espa os ferrovi rios Em rela o aos valores e argumenta o apresentados para abertura dos processos notamos um grande apelo nesta primeira fase as t cnicas construtivas e caracter sticas arquitet nicas dos bens Nesta etapa a valora o relacionada hist ria ferrovi ria e sua import ncia apareciam por vezes como argumentos secund rios Segundo Martins 2011 em fun o do decr scimo do n mero de t cnicos a unidade estabeleceu prioridades as esta es em fun o da pouca probabilidade de demoli o imediata foram deixadas para um segundo momento Do total de quinze bens reconhecidos nas d cadas de 1970 e 1980 apenas quatro n o s o estacoes ferrovi rias Horto Florestal de Rio Claro 1971 acervo da E F Perus Pirapora 1987 complexo de Paranapiacaba 1988 e rotunda de Cruzeiro 1989 Retomados os trabalhos nas d cadas seguintes as esta es seguiriam com o papel principal na l gica de tombamentos dos remanescentes ferrovi rios Entre os quarenta e tr s estudos em andamento atualmente apenas quatro fogem desta l gicas dois hortos florestais trabalhos da d cada de 1978 al m do P tio do Pari e Sistema Funicular ambos remanescentes da S o Paulo Railway Conforme discuss o presente no
82. aprofundamento na tem tica A esse momento da associa o Julio Moraes d o nome de fase heroica da ABPF A decad ncia da ferrovia era n tida e em muito motivava a preserva o Nesta poca a ferrovia ainda estava presente na vida das pessoas estando o valor dos remanescentes por vezes ligados a saudade do trem que viajaram na inf ncia Em comparativo com os dias atuais afirma que os trens de hoje em nada se assemelham aos antigos trens de longa distancia tendo a import ncia da preserva o ou motiva o de visita a um espa o ferrovi rio passado a conhecer o trem em que n o viajaram onde estas pessoas carregam na fala os aspectos de um passado distante ou n o mais tang vel Quanto a preserva o no cen rio atual destaca a expans o das ferrovias tur sticas culturais sejam estas dotadas de composi es tracionadas por maria fuma a ou locomotivas modernas Ainda nesta quest o aponta a necessidade de se repensar esse tipo de uso vejo uma necessidade de tornar mais inteligente Parar com o saudosismo barato e curiosidade precisamos tirar a preserva o da poca do gabinete de curiosidades e passar a poca do museu moderno MORAES J 2011 No ltimo t pico pedimos ao entrevistado para que relacione o IFPPC a E F Perus Pirapora O Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural nasceu a 93 partir da Regional Perus da ABPF uma vez que os propriet rios do bem em quest o
83. ara contesta o raz o n o assiste a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria pois demonstrado totalmente sem fundamento o temor de desaparecimento da estrada de ferro e seus pertences posto que os atuais propriet rios conservam e preservam este patrim nio hist rico nos exatos termos do pretendido com tal tombamento CONDEPHAAT 1980 p 202 Em documento da Funda o Nacional Pr Mem ria de 1981 parte dos autos que comp e o processo de tombamento em n vel federal em uma conversa de finalidade espec fica com os propriet rios o senhor Antonio Luis Dias de Andrade relata que Quanto ao tombamento manifestou se contr rio por entender que haveria sempre a possibilidade de inger ncias externas nos neg cios da empresa principalmente no que tange a conserva o e utiliza o do equipamento por natureza sujeito a reparos adapta es etc Receia que tombado o acervo exig ncias venham a ser feitas que tornem imposs vel a opera o do equipamento no atendimento das necessidades da ind stria IPHAN 1983 p 89 Conforme relat rio de campo apresentado em dezembro de 1984 pelas arquitetas Cristina Wolf e Silvia Wolf urgem providencias com vistas preserva o do acervo j que se evidencia que os propriet rios n o far o investimentos para a recupera o do sistema ferrovi rio sem a possibilidade de funcionamento da f brica CONDEPHAAT 1980 p 215 Em resposta posterior
84. as Na d cada de 1980 motivados pela possibilidade de perda do acervo a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF solicita o tombamento da E F Perus Pirapora Ferrovia constru da no inicio do s culo XX em bitola estreita 60 cm ligava o bairro de Perus S o Paulo a cidade de Cajamar tendo atendido durante grande seu funcionamento a fabrica de cimento local Exemplo de remanescente industrial a EFPP det m um acervo de locomotivas singular constitu do em grande parte pelo material rodante de ferrovias cong neres tais como a Tranway da Cantareira Ramal Dummont al m de um ramal da Companhia Paulista A E F Perus Pirapora encerrou suas atividades no inicio dos anos 1980 passando ao conjunto de bens tombados pelo CONDEPHAAT em 1987 Entre as justificativas para o reconhecimento est o o contexto hist rico e o material rodante Durante o processo s o apresentadas tamb m discuss es relacionadas destina o e usos para o bem tombado O turismo destaque entre as atividades n o necessariamente vinculado a um projeto citado de forma otimista em diversas passagens pelos solicitantes e rg o de defesa Na pr tica nem mesmo os valores que motivaram seu reconhecimento ou o dito potencial tur stico do acervo foram capazes de evitar a degrada o e abandono parcial do material rodante at o inicio dos anos 2000 As dificuldades na valora o do bem e a presen a do turismo nas argumenta es nos levaram a
85. as leis ele nos relata que o instituto responde a um processo judicial pela retirada n o autorizada de um eucalipto ca do sobre o leito da via 2 6 RETRA O DO SISTEMA E PATRIMONIALIZA O DOS ELEMENTOS FERROVI RIOS CEN RIOS DA D CADA DE 1980 Segundo Martins 2011 com o caf e as estradas de ferro rumo ao oeste do Estado de S o Paulo surgiram um novo momento no urbanismo e importantes altera es 95 nas l gicas de deslocamento Os trens transportavam materiais novas ideias tendo rela o direta com o desenvolvimento Na d cada de 1950 a malha ferrovi ria nacional superava os 37 000 quil metros o estado representava aproximadamente 21 deste total somando 7 737 quil metros de vias f rreas IBGE 1954 As ferrovias pe as chave para o desenvolvimento econ mico e social de S o Paulo j n o gozavam de tanto prestigio desde o fortalecimento do transporte rodovi rio como op o nacional Diferente dos primeiros momentos do modal em nosso pa s a administra o em S o Paulo era responsabilidade do capital p blico tendo destaque os nomes da Rede Ferrovi ria Federal S A RFFSA Ferrovia Paulista S A FEPASA e posterior a 1984 Companhia Brasileira de Trens Urbanos CBTU empresa subsidiaria da RFFSA e respons vel pelos trens urbanos O cen rio evidenciava o processo de retra o do sistema ferrovi rio tendo destaque desativa o de trechos ramais e esta es al m do fim de uma parte co
86. ato Preto CONDEPHAAT 1980 p 449 No que tange os usos do bem tombado a t cnica afirma Deve ser destacada informa o constante no processo folha 75 referente ao interesse da Paulistur num trabalho conjunto com o CONDEPHAAT no sentido de definir proposta de uso e revitaliza o da E F Apesar do rg o ter sido extinto acreditamos poder existir ainda interesse por parte da Prefeitura de S o Paulo dado o fato de que a ferrovia corta em 18km o Parque Anhanguera constituindo assim uma passagem para as reas do parque inacess veis ao p blico CONDEPHAAT 1980 p 451 Finalizando este documento a senhora Simone Scifoni afirma que h diversas esferas interessadas na preserva o do acervo contudo para que esta fato seja concretizado necess rio que se fomente a discuss o reunindo diversas entidades popula o e poder p blica onde o CONDEPHAAT deve propor e coordenar este processo Posterior ao relat rio h um documento sem indica o de autoria ou respons vel p ginas 456 e 457 uma s ntese cronol gica contendo datas e fatos marcantes a hist ria da E F Perus Pirapora e os andamentos do processo 21 273 80 Documento datilografado e com data de julho de 1990 acreditamos que tenha sido elaborado por membro t cnico do CONDEPHAAT como documento consultivo Crendo em sua 68 capacidade de retratar os acontecidos este documento encontra se compilado nos anexos deste trabalho Novamente sobre as prop
87. aulo Railway linha que ligava Santos Jundia foram estabelecidos crit rios para a sele o Em s ntese estariam elencados nesta ordem os conjuntos esta es armaz ns os entroncamentos importantes a integridade dos edif cios import ncia hist rica tendo aten o especial as esta es localizadas em estancias tur sticas uma vez que o bem poderia ser utilizado como equipamento para a atividade Em rela o a import ncia da preserva o ferrovi ria Martins 2010 afirma que a ferrovia um importante elemento na hist ria de S o Paulo relacionada a mem ria das cidades praticamente todas as cidades tem suas linhas e esta es e 80 como ferramenta para o desenvolvimento econ mico avan o para o interior e conquista de territ rio A compreens o do patrim nio paulista passava por altera es ainda antes da d cada de 1980 superando a vis o da hist ria dos not veis e bandeirantismo O tombamento tamb m em n vel pol tico ainda enfrentava dificuldades de entendimento a ferramenta dificilmente era vista como uma a o de reconhecimento mas sim como uma san o administrativa Neste contexto atrav s da vis o de especialista a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria solicita o tombamento da E F Perus Pirapora justificado pela originalidade e import ncia do acervo Ela acrescenta que esta a nica ferrovia em bitola de 60 cm do mundo estando ainda ligada a con
88. bem exalta a import ncia dos esfor os realizados pelo Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC afirmando tamb m que dez quil metros de trilhos foram recuperados gra as a esse trabalho Dalmo ROSALEM 2010 relata sem detalhes a exist ncia de um estudo para o tombamento do Parque Anhanguera compreendendo parte do leito da estrada de ferro A quest o da utiliza o tur stica esta relacionada ao que ele denomina como turismo cultural ferrovi rio contando com quinze esta es tem ticas ao longo do trecho sendo parte de um projeto maior que pretende entre seus objetivos a despolui o do rio Juquery 2 5 5 H lio GAZETTA Filho ABPF Membro da ABPF desde 1985 Helio GAZETTA Filho t cnico de laborat rio e atualmente exerce a fun o de Diretor Presidente na associa o Fundada em 1977 por Patrick Henry Ferdinand Dollinger Sergio Jos Romano e Juarez Spaletta a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF nasce voltada mem ria e a hist ria 88 ferrovi ria interesses conservados at os dias atuais Entre seus objetivos destacamos o resgate preserva o valoriza o e divulga o dos testemunhos ligados a tem tica a administra o e opera o de ferrovias de cunho hist rico cultural museus e bibliotecas a pesquisa elabora o e divulga o de m todos e crit rios adequados as peculiaridades da preserva o do patrim nio ferrovi rio As metas d
89. bem capazes de agregar reconhecimento a dita identidade Conforme vimos a sele o atrav s do processo de tombamento n o est pautada em teorias ou valores est ticos sendo alterada em acordo com os entendimentos da poca tendo obviamente o cuidado de investigar e pautar tais decis es em argumenta es concretas No caso da E F Perus Pirapora o valor hist rico de seu material rodante pesou para o reconhecimento deixando a margem o valor global como meio de transporte de um complexo fabril A resolu o do tombamento sacramenta o valor como uma ferrovia isolada de seu contexto fabril contudo a forma de explora o das visitas realizadas pelos respons veis aparenta de uma forma ainda discreta vincular a pequena ferrovia ao complexo cimenteiro Neste caso a forma de explora o do turismo esta colaborando para evidenciar um valor em algum momento esquecido Por fim compreendemos a atividade como uma ferramenta de fato ben fica a preserva o do patrim nio Para que tal afirma o seja verdadeira necess rio que o turismo seja adotado como estrat gia complementar e inserido dentro das politicas de gest o do patrim nio devendo estar em sintonia com as demais atividades A mesma considera o pode ser estendida a ferramenta do tombamento uma vez que sem a es complementares que evidenciem a import ncia e garantam o uso e preserva o vai ser reduzida a mero limitador de propriedade 119 REFERENCIAS BIBLIOGR FICAS
90. bre a situa o da ferrovia A ferrugem lentamente vai corroendo e apodrecendo o que resta das rom nticas locomotivas Mas pior que a ferrugem e o abandono a a o de ladr es que est o depenando a Estrada de Ferro Perus Pirapora um verdadeiro museu ferrovi rio do qual j resta pouco Sorte deles Azar da Hist ria ali est o restos das locomotivas que pertenceram Cia Mogiana e Paulista Estrada de Ferro do Dourado Usina Monte Alegre Fazenda Dumont e Tranway da Cantareira usado por Adoniran Barbosa nos anos 20 e que acabou inspirando seu Trem das Onze CONPRESP 1989 p 11 Conforme descrito pela equipe t cnica as casas da Vila Triangulo foram constru das em 1925 pelo grupo canadense respons vel pela f brica de cimento sendo suas constru es dispostas em forma de um triangulo No mesmo documento a E F Perus Pirapora citada durante os argumentos de valora o do bem em estudo a vila oper ria mant m estreita rela o com a linha da Estrada de Ferro Perus Pirapora que lhe adjacente inclusive tendo sido utilizada como meio de locomo o desta popula o at 1972 a nosso ver a vila oper ria faz parte do universo de interesse da Estrada j tombada CONPRESP 1989 p 40 verso Em 15 de junho de 1989 o documento assinado por Helecine Diamante e Estela T F Dutra apresenta parecer favor vel para a abertura do processo de tombamento da Vila Triangulo a justificativa est pautada n
91. cional 104 Companhia Industrial Estrada de Ferro Perus Pirapora e acionistas estrangeiros detentores da parcela maior de capital tornando esta uma subsidi ria da Lone Star Cement Company um dos maiores grupos do setor nos Estados Unidos Primeira f brica de cimento do pa s contribuiu imagem frequentemente utilizada em seus an ncios para a constru o civil na cidade de S o Paulo e no pa s como um todo O nome Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus seria adotado em 1951 ap s a aquisi o juntamente com a ferrovia pedreiras de calc rio e o Sitio Santa F por parte do Grupo Abdalla Empresa distinta e de mesmo propriet rio a E F Perus Pirapora prestava servi os para a companhia de cimento Conhecido como mau patr o alcunha atribu da pelo jornal O Estado de S o Paulo o senhor Jo o Jos Abdalla J J Abdalla era o nome a frente da companhia A hist ria da C B C P P ficaria marcada por greves e lutas oper rias como a luta do pelegos e queixadas fato importante a hist ria local sendo mencionado inclusive no hino da cidade de Cajamar No inicio da d cada de 1970 a f brica e todo o patrim nio do senhor J J Abdalla foram confiscados pela Uni o Federal em raz o de dividas e impostos n o pagos aos rg os p blicos passando a administra o da CEIPN O antigo Sitio Santa F parte das propriedades seria negociado com a Prefeitura de S o Paulo e parte destas terras formariam j em 1979
92. cteriza o do bem sujeitos a puni es legais e impedimento do uso considerado inadequado Em s ntese o tombamento o ato final resultante de um procedimento administrativo processo de tombamento onde o Poder P blico declara o valor cultural de coisas m veis ou im veis impondo limita es ao exerc cio da propriedade para realiza o de interesses coletivos de preserva o do patrim nio MIRANDA 2006 1 2 PATRIM NIO E OS REMANESCENTES INDUSTRIAIS Na Inglaterra os interesses e movimentos para preserva o dos remanescentes industriais estavam ligados desde o principio ao que se denominou arqueologia industrial referindo se ao levantamento estudo e preserva o destes bens RODRIGUES 2010 O termo industrial archaelogy foi provavelmente criado por Donald Dudley aparecendo em uma publica o de Michael Rix em 1955 K HL 1998 Para Hudson 1976 apud K HL 1998 p 223 arqueologia industrial a descoberta registro e estudo dos res duos f sicos de ind strias e meios de comunica o do passado Na Fran a o interesse pelo patrim nio industrial posterior Inglaterra Maurice Damas 1980 apud K HL 1998 considerava a preserva o do patrim nio industrial como o objetivo principal da arqueologia industrial sendo objeto principal a pesquisa e o estudo dos s tios onde se desenrolavam esses tipos de atividade juntamente com os testemunhos artificiais e os artefatos que ali permanecem Os termos
93. da f brica de cimento em alguns momentos tamb m respons vel pelo transporte de 109 passageiros em sua maioria funcion rios da f brica e seus familiares entre Perus e Cajamar contudo a f brica citada poucas vezes e nenhuma est relacionada a import ncia do bem a ser tombado Conforme documenta o do CONPRESP presente no relat rio da primeira etapa a atualmente abandona Cimento Portland Perus foi a primeira f brica de cimento do Brasil fato que revolucionaria a constru o civil em S o Paulo Obviamente todos os valores apresentados s o de extrema import ncia prova disso o pr prio parecer favor vel ao tombamento por m as an lises seguem pelo campo da materialidade do acervo a riqueza do conjunto de locomotivas se sobressa a a import ncia da ferrovia em um contexto geral As pondera es em rela o a este suposto distanciamento se justificam n o em fun o do resultado final que seria o tombamento mas sim a que mem ria se deseja guardar Preservam se os testemunhos da tecnologia por m poucas rela es foram vistas com a f brica de cimento ou mesmo a cidade de Cajamar onde a identifica o com a ferrovia seria evidenciada pelo pr prio Hino Municipal em 2007 Devemos deixar claro que tais questionamentos s o referentes apenas ao andamento do processo e de maneira nenhuma ao trabalho ou credibilidade dos t cnicos e demais envolvidos Durante as entrevistas com os t cnicos do CONDEPHAAT notamos q
94. da no in cio do s culo XX tribut ria de uma ferrovia maior Sendo considerada a ltima ferrovia de 55 bitola 60 cm bitola estreita a operar na Am rica e uma das nicas do mundo Al m desta existe apenas um trecho da Rede Mineira de Via o com sede em S o Jos Del Rey MG parte da Rede Ferrovi ria Federal S A contudo como ressaltam os solicitantes possui caracter sticas muito diferentes da EFPP Para Odilon Nogueira de Matos 1974 apud CONDEPHAAT 1980 a hist ria ferrovi ria do estado de S o Paulo dividida em quatro fases distintas sendo a terceira caracterizada pelas concess es feitas com aus ncia das garantias de juros presentes nas anteriores e cria o de zonas privilegiadas ocorrendo nesta fase multiplica o de ramais e pequenas ferrovias as cata caf ou puxa cana Normalmente constru das em bitola estreita para a redu o dos custos das constru o estas ligavam as fazendas long nquas a ferrovias maiores por onde era poss vel escoar o caf Tendo por base os apontamentos de Odilon Matos o autor do documento fala sobre a constru o da ferrovia em quest o Neste panorama integra se a constru o da E F P P ainda que o motivo de sua implanta o n o fosse o mais caracter stico dependente da agricultura atravessando fazendas distantes mas sim significativamente ligadas a primeira f brica de cimento do pa s em um sub rbio da capital que se industrializava CONDEPHAA
95. dade da comunidade local Did tico Preserva o de m quinas e instala es para explica o de um processo produtivo uma paisagem industrial um territ rio Tabela 1 Crit rios de valora o do patrim nio industrial Fonte Pardo Abad 2008 p 45 Para Humanes 2007 as edifica es as m quinas e os demais elementos testemunhos reais de um modo de trabalho perdido ap s um primeiro momento de recusa pela sociedade se convertem a um testemunho afetivo Para ele o car ter emotivo do pr prio fen meno industrial relacionado a uma mem ria acomodada em um passado visto como heroico explica em partes a crescente valora o do patrim nio industrial por nossa sociedade Os espa os industriais inicialmente marcados pela 5 Texto original em l ngua espanhola Tradu o nossa 24 opress o ganham uma nova conota o As gera es posteriores come am a mitificar os lugares de trabalho de seus maiores dos mais velhos HUMANES 2007 p 44 Como visto nos par grafos anteriores a afetividade n o est presente nos valores apresentados por Pardo Abad 2008 e Casanelles i Rah la 2007 contudo a nosso ver um elemento a ser considerado O reconhecimento afetivo est em grande parte ligado mem ria individual HALBWACHS 1990 podendo em alguns casos representar a mem ria de determinados grupo Desta forma entende se o valor afetivo como elemento impl cito e poss vel motivador para preserva
96. de carga como afirma o entrevistado parte nem interessa pois s o absolutamente id nticos a ideia preservar um trem t pico vinte unidades MORAES J 2011 Relata ainda a exist ncia de acervo documental em poder de particulares quanto a estes at este momento nada foi feito 2 5 7 Nelson Aparecido Bueno de Camargo IPFFC Nelson Camargo empres rio dono de uma gr fica localizada no bairro de Perus Sobre o Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural Camargo 2010 afirma que a associa o foi fundada em 2000 pelos seguintes membros Nelson A Bueno de Camargo Flcio Siqueira Jos Roberto H Maluf Nilson Rodriguez Edson da Cunha Almeida Valquiria A F Mesquita da Silva Milton Thomaz Fernando A di Sandro S Cruz Maria Aparecida Piatelli Jos C C Marques Paulo Rodrigues 94 dos Santos Ayrton Camargo e Silva Aldo del Bello Rodrigues Moises Lavander Junior e Mario Eug nio Sim es Onofre Perguntado sobre os objetivos do IFPPC Camargo 2010 nos relata que visam a recupera o da ferrovia como patrim nio e sua preserva o al m da utiliza o para o turismo com caracter sticas ecol gicas At o momento foram recuperadas duas locomotivas um carro de passageiros um trole de linha e oito quil metros de via f rrea O trabalho depende de tr s funcion rios remunerados servi os de manuten o de via e grande parte de volunt rios quanto aos recursos fina
97. de outras ferrovias pr tica facilitada em fun o do fechamento de suas cong neres como a Tranway da Cantareira Companhia do Dourado Ramal Ferro Campineiro Companhia Paulista Ramal de Santa Rita fechadas em grande parte pela queda do caf Suas caracter sticas t cnicas atribu am lhe particularidade sendo um sistema em funcionamento pleno e sem altera es realizando opera es ferrovi rias a muito esquecidas nas demais ferrovias Ainda na valora o hist rica a ABPF cita as dimens es dos ve culos operacionais desta ferrovia que em fun o do tipo de trilho utilizado n o passavam de um quarto do tamanho em rela o a similares atuais Para os relatores a justificativa do tombamento est pautada no risco de destrui o do bem uma vez que consideram que o fechamento da f brica de cimento tiraria desta ferrovia a raz o de ser e levando a paralisa o das atividades esta por sua vez culminaria em prov vel destrui o e venda dos materiais por comerciantes de sucata O apetite por sucata ferrosa das empresas de ferro velho sem d vida o maior perigo que correr em breve a E F P P a exemplo de ofertas encaminhadas por conhecida empresa de S o Bernardo para a compra do material rodante o perigo pode vir at do estrangeiro dos Estados Unidos onde a Edaville Railroadl8 uma associa o similar a nossa conhecedora da situa o da E F P P est disposta a comprar por pre o de ouro a parte mais rara
98. de partes ainda preponderante sobre o tratamento dos sistemas industriais RODRIGUES 2010 p 39 grifos do autor Na mesma l gica sobre o patrim nio ferrovi rio espanhol para Jimenez Vega e Polo Muriel 2007 ainda que a esta o talvez seja um s mbolo em qualquer recinto ferrovi rio n o se pode deixar de considerar o enorme conjunto de edif cios associados tais como armaz ns de mercadorias rotundas casas e vilas ferrovi rias Em suas conclus es posiciona os pr prios tra ados ferrovi rios como parte deste patrim nio contudo um elemento muitas vezes ignorado Quanto a conserva o destes remanescentes a fragilidade apresentada pelo patrim nio ferrovi rio vista nos elementos industriais como um todo Segundo Humanes 2007 o patrim nio industrial apresenta deteriora o r pida e est exposto a desaparecer Entre os fatores apontados pelo autor como respons veis pela fragilidade destacamos se trata de elementos sujeitos a continua transforma o na maioria dos casos est o localizados em reas urbanas e de situa o privilegiada dificuldades para conserva o integral Para K hl 1998 os remanescentes industriais s o sens veis uma vez que ocupam geralmente vastas reas em centros urbanos assim a obsolesc ncia e a falta de rentabilidade tornam as quest es de preserva o um tanto delicadas Inevitavelmente a preserva o dos bens passa pela gest o de conflitos e interesses Segundo Cruz 2007
99. desde que cheguei universidade Cada um de seus moradores somou em meu desenvolvimento Meu interesse pela pesquisa resultado de diferentes debates com meus veteranos Bigao Cad ver e Smeagol amigos pacientes que no meio de seus estudos encontravam tempo para responder as milhares de perguntas do bixo A idade pr xima e as atitudes adolescentes do Mis ria nos tornaram grandes amigos e parceiros em diversas guerras tendo como vitimas principais o Japa e o Cad ver Vitima do golpe do bolo e personagem c mico das melhores hist rias da republica Japa Piapara acredito que tenha ensinado a todos sobre o tempo de cada um mas acima disso um grande amigo e irm o em todos os momentos Agrade o ainda todos os moradores atuais Sombra 007 Xarope Ran o Filh o t nem ligado Rodrigo 01h50 Thomaz Bola Neto Shimba Chicken Z Galinha Chicao e Bact ria irm os que me acompanharam em cada passo nem todos podem ser contados aqui Agrade o tamb m ao trio ternura lida Galega Isabela Bolachinha e Tabatinha amigas que tanto amo e que aprenderam comigo a ter paci ncia sim posso garantir que testei a paci ncia delas em diversas oportunidades falando sobre o meu tempo Meu respeito e agradecimento tamb m a Thais Monteiro Marba pelo apoio durante toda a fase de elabora o deste trabalho N o poderia deixar de agradecer a 7 Turma do Curso de Turismo a famosa 7 A Se voc n o quer ser
100. desejavam a cria o de uma associa o dedicada exclusivamente a esta ferrovia tendo este processo o acompanhamento do Condephaat Com rela o ao uso e preserva o do acervo partindo do trabalho do Instituto de Ferrovias o senhor J lio Moraes destaca os seguintes momentos se o da propriedade em car ter de comodato acordo com a Natura e inicio das opera es decad ncia e paralisa o dos trabalhos ressurgimento indicado como o ano de 2010 sendo a proposta de opera o para todos os domingos nesse momento j vigente um dos principais avan os deste marco Por fim sintetizando a situa o atual do acervo estabelecendo em alguns momentos um comparativo o senhor J lio Moraes aponta que uma parte significativa melhorou de condi es destacando o transporte de parte do acervo aproximadamente 56 dos 180 ve culos ferrovi rios que comp em o material rodante para local protegido Parte deste acervo permanece exposto na f brica de cimento e em outros pontos localizados em Cajamar SP Apenas quatro ve culos foram minimamente recuperados e tem capacidade de opera o os demais aguardam restauro Das vinte e uma locomotivas Moraes J 2011 acredita que dez tenham capacidade de serem recuperadas para opera o Fazem parte deste acervo alguns carros de passageiro de origem belga possivelmente do s culo XIX contudo n o h muitas informa es possivelmente pertenceram ao Ramal Dummont Dos vag es
101. devido ao tratamento dado aos bens industriais protegidos deve ser baseado no respeito do significado e autenticidade permitindo aplicar usos compat veis com a integra o na vida cotidiana e que proporcionem a rentabilidade social e econ mica necess rias 1 4 TURISMO E Usos DO PATRIM NIO INDUSTRIAL A proposta deste t pico discutir o turismo e suas rela es com o patrim nio buscando bases para as futuras an lises sobre a influ ncia e import ncia da atividade para o contexto da preserva o Antes da discuss o principal se faz necess ria uma abordagem sobre o conceito e as diferentes defini es para o turismo Considerado um campo interdisciplinar o turismo conta com uma s rie de defini es grande parte delas provindas e carregas dos conceitos de reas consolidadas tais como a economia hist ria geografia sociologia entre outras Beni 2007 28 identifica tr s tend ncias para a defini o de turismo econ mica t cnica e hol stica Diferente das duas primeiras as defini es hol sticas visam compreender o fen meno em sua ess ncia apresentando al m dos aspectos t cnicos e econ micos uma abordagem abrangente e cr tica da atividade Ainda segundo o autor elementos como a temporalidade perman ncia fora do domicilio e viagem ou deslocamentos s o comuns aos tr s tipos A Organiza o Mundial de Turismo OMT 2003 aponta o turismo como o conjunto de atividades realizadas pelas pessoas durante
102. do os objetivos propostos foram consultados tamb m os processos em n vel municipal e federal As consultas aos processos foram realizadas nas sedes do CONPRESP e CONDEPHAAT em S o Paulo e na unidade do Rio de Janeiro do IPHAN Para Martins e Theophilo 2007 um dos grandes desafios da pesquisa documental o grau de confiabilidade atentos a esta limita o nosso trabalho contou com pesquisa bibliogr fica e e outras t cnicas complementares entrevistas e observa o em campo para coleta de dados As entrevistas tiveram tempo de dura o m dio superior a uma hora e trinta minutos Destacamos ainda a receptividade de todos os entrevistados Como ressalva os contatos com a ABPF foram iniciados em julho de 2010 atrav s de e mail institucional direcionado a pesquisa e contatos telef nicos N o obtivemos sucesso na primeira tentativa e por indica o de membros da associa o em Janeiro de 2011 falamos via e mail com o presidente da associa o H lio GAZETTA Filho que nos atendeu prontamente Infelizmente mesmo ap s v rias tentativas n o houve a efetiva o da entrevista com os representantes do propriet rio do bem tombado valido esclarecer que a ordem de apresenta o n o obedece a cronologia de realiza o assim entrevistas como as de Silvia Wolf e Nelson Camargo apresentam apontamentos considerados introdut rios uma vez que foram realizadas no primeiro momento de nossas pesquisas Por outro lado ambos foram um imp
103. dos havendo interesse sobretudo pelas antigas esta es O turismo pode colaborar para que estruturas sejam reinseridas no contexto social ganhando ou agregando novos usos Atrav s de projetos de restauro e revitaliza o antigos pr dios ferrovi rios s o convertidos por exemplo em museus como o caso das antigas oficinas da Companhia Paulista em Jundia ou da Esta o 117 Luz em S o Paulo que diferente do primeiro segue como uma esta o ativa Tamb m no centro de S o Paulo a antiga sede administrativa da E F Sorocabana al m de esta o terminal de uma das linhas da CPTM passaria a abrigar a Sala S o Paulo importante espa o de apresenta o musical da cidade Os benef cios podem ser estendidos ao acervo rodante como o caso do IFPPC com a E F Perus Pirapora e a ABPF com distintos trechos onde antigas composi es ferrovi rias fazem passeios curtos com perspectiva hist rica cultural atribuindo uso possivelmente import ncia hist rica em acordo com a interpreta o realizada durante o trajeto a estas locomotivas e carros ultrapassados do ponto de vista tecnol gico Devemos apontar que em raz o da falta de uso e manuten o alguns espa os n o oferecem seguran a para uma visita ao interior podendo haver tamb m restri es em raz o da propriedade Outros remanescentes s o inclu dos em trajetos de determinados roteiros como city tours por suas rela es com o desenvolvimento das cidades Um e
104. dos membros com a EFPP Podem ser quest es de hist ria familiar ou pessoal objetivos comerciais etc DO USO E GEST O DO PATRIM NIO Que tipo de propriedade o IFPPC exerce sobre o bem e de que forma se d a gest o do complexo ferrovi rio Qual a situa o e usos atuais deste patrim nio Existe algum tipo de visita o organizada ou n o ao complexo De que forma se d a utiliza o dos espa os e quais as principais dificuldades encontradas para manuten o e preserva o Dos projetos apresentados entre o tombo hist rico 1987 e hoje relativo a este bem e que este instituto tem conhecimento existe algum que merece destaque em fun o da viabilidade De maneira geral quais as principais dificuldades encontradas Existe algum projeto em execu o Quais as vis es longo prazo O que o IFPPC planeja e espera para a EFPP SOBRE TURISMO Tra ando um paralelo entre o atual e os objetivos futuros de que forma o turismo contribui ou contribuir para a EFPP na quest o da preserva o 129 APENDICE E ROTEIRO DE ENTREVISTA SILVIA WOLF UPPH CONDEPHAAT Informa es B sicas Qual sua forma o H quanto tempo atua na rea de patrim nio Qual fun o exerce atualmente no CONDEPHAAT Quais suas atribui es Sobre o processo de tombamento De maneira geral quais s o as fases do processo de tombamento Quem s o as pessoas envolvidas no processo e quais suas atribui es em cada um destas fas
105. drigues 1996 a expans o da cultura de massas a partir da d cada de 1960 tornaria o passado uma mercadoria pass vel de consumo para o turismo O reconhecimento do patrim nio em n vel internacional tem rela o com os usos tur sticos em 1972 a UNESCO estabeleceu a categoria patrim nio cultural da humanidade para classificar os monumentos de valor excepcional para todos os povos Da valoriza o tur stica resultaria a amplia o do p blico voltado para o patrim nio n o enquanto possiblidade de apropria o de um passado espec fico mas como fonte de frui o de beleza e informa o muitas vezes mescladas com doses de nostalgia RODRIGUES 1996 p 198 Na mesma poca o cen rio do turismo apresentava crescimento em grande parte promovido pelos avan os dos transportes e comunica es A atividade envolvia milh es de pessoas e aos poucos se transformava em fen meno econ mico com relev ncia internacional PANOSSO NETTO e TRIGO 2009 MOESCH 2002 PIRES 2002 Em meio s evolu es e novos contextos da atividade destacamos a massifica o da atividade Segundo Pires 2002 Em especial as d cadas de 1950 e 1960 representaram um per odo de grande expans o desenvolvimentista e de enorme incremento mundial nas viagens com o consequente crescimento exponencial do turismo Foi nesse contexto que a atua o do Estado provedor de bem estar social nas sociedades mais desenvolvidas do ent o chamado Primeiro Mundo co
106. e Ferro Sorocabana 2011 x Conjunto da Esta o E SANTA CRUZ DAS PALMEIRAS Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2011 Em estudo P tio Ferrovi rio do PARI f Em estudo 38 S o Paulo Railway E F Santos Jundia 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria BENTO QUIRINO Companhia Mogiana de Estradas de Em estudo 39 de Ferro 2011 Complexo da Esta o Ferrovi ria SOROCABA Em estudo 40 Estrada de Ferro Sorocabana 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria TAUBAT Em estudo 41 de Estrada de Ferro Central do Brasil 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria GUAS DA PRATA Companhia Mogiana de Estradas de Em estudo 42 de Ferro 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria VARGEM Em estudo 43 de Estrada de Ferro Bragantina 2011 136 Fonte UPPH CONDEPHAAT 137 ANEXO B TERMO DE CESS O DE DEPOIMENTO ORAL 1 CESS O DE DIREITOS SOBRE DEPOIMENTO ORAL ENTREVISTA Pelo presente documento ANA LUIZA MARTINS CAMARGO DE OLIVEIRA CEDENTE cede e transfere gratuitamente em car ter universal e definitivo Unesp Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho e ao pesquisador Ewerton Henrique de Moraes a totalidade dos seus direitos patrimoniais de autor sobre o depoimento oral prestado no dia 10 de dezembro de 2010 na cidade de S o Paulo perante o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes ENTREVISTADOR Ficam portanto a Universidade Estadual Paulista e o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes conseque
107. e acrescentar que em 2001 atrav s de a o intermediada pela Secretaria de Estado da Cultura atrav s de acordo entre propriet rios e entendida de preserva o parte do acervo da Ferrovia Perus Pirapora Ltda cedido com finalidade de preserva o e uso cultural Atualmente esta parcela est a titulo de comodato sob responsabilidade do Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC 3 1 2 Analise do Processo de Tombamento Em oficio assinado pelo ent o presidente da associa o Juarez Spaletta relata a preocupa o frente aos riscos de que a ferrovia seja sucatada considerando que se trata de um bem tecnologicamente obsoleto e que as decis es de uso caberiam aos seus futuros propriet rios Como justificativa a tal solicita o a ABPF encaminha um documento com pesquisas relativas ao bem e o cen rio hist rico ao qual esteve inserido A qualidade da pesquisa seria elogiada em diferentes momentos pelos t cnicos do CONDEPHAAT sendo posteriormente considerada suficiente para abertura imediata do processo Com base nas diferentes leituras e entrevistas podemos afirmar que n o h uma f rmula est tica para definir o m rito de salvaguarda Em rela o aos princ pios que norteiam os crit rios e as decis es a Silvia Wolf WOLF e MIURA 2011 nos explica que buscam elementos que agregam ao reconhecimento da identidade paulista sendo o entendimento do processo hist rico um dos princ pios b s
108. e dois sanit rios estacionamento e tamb m em car ter provis rio um pequeno espa o coberto constru do em vigas de madeira e telhas simples Este espa o utilizado para recep o dos visitantes e comercializa o de alimentos doces e salgados industrializados e bebidas Est o expostas no p tio parte das locomotivas e outros rodantes sendo alvo da curiosidade e motiva o principal de parte dos visitantes Quanto configura o do 15 Integra o processo 1 104 T 83 do IPHAN foto anterior a 1980 Consta no documento original Cruzamento em Corredor 16 Com base nas restri es legais em fun o do Parque Anhanguera o acesso com ve culos a este ponto restrito a membros do IFPPC e prestadores de servi os Estrada n o pavimentada e com alguns obst culos 50 Corredor ele representa o principal espa o de visita o concentrando os materiais como atrativo e a possibilidade de sociabiliza o entre os membros e visitantes Al m do valor hist rico entendemos os materiais ali expostos como um importante cen rio para a viagem visto que o grande n mero de locomotivas e outros carros d o ao ambiente a caracter stica de p tio ferrovi rio sendo uma paisagem diferenciada e que aproxima o passeio de um ambiente ferrovi rio Figura 14 Trem da EFPP Locomotiva n 8 Figura 16 Trem da EFPP Locomotiva n 2 2011 Autor Rodrigo Cabredo 2011 Autor E H M E Figura 15 P tio do Corredor 2012
109. e trabalho est o em torno da valoriza o da figura do ferrovi rio e deste modal de transporte como um todo apontando o como elemento indissoci vel do desenvolvimento nacional Atualmente a ABPF detentora do maior acervo de material ferrovi rio hist rico do pa s Com sede nacional em Campinas SP a associa o possui unidades regionais que se dedicam a preserva o dos remanescentes ferrovi rios preserva o do patrim nio ferrovi rio em movimento ou museus din micos GAZETTA FILHO 2011 Com pouco mais de 115 quil metros de vias em opera o as atividades concentram se nas regi es sul e sudeste do pa s entre eles a Via o F rrea Campinas Jaguari na primeiro trabalho desta associa o al m dos conhecidos Trem do Imigrante e Trem dos Ingleses localizados na Mooca e em Paranapiacaba respectivamente Quanto aos membros GAZETTA Filho 2011 relata que s o amantes da preserva o e do transporte ferrovi rio em sua maioria pessoas de classe m dia de ambos o sexos tendo uma parcela consider vel de ex ferrovi ios Partindo de breves apontamentos hist ricos sobre a E F Perus Pirapora grande parte relacionado ao valor atribu do o entrevistado faz uma s ntese das motiva es ao pedido de tombamento e parte da import ncia do acervo compreendida na poca indicando como estopim para o pedido o risco de perda do acervo em raz o de uma negocia o de venda do material rodante Ent
110. efeitos do abandono a que est sujeita a ferrovia Por falta de uso e consequentemente de manuten o os trilhos em grande parte do percurso foram cobertos pela vegeta o e num caso extremo a a o erosiva de um c rrego destruiu um trecho da linha ferrovi ria cujos trilhos se encontram suspensos no ar Em alguns trechos a ocupa o urbana expandiu se como no caso do bairro Polvilho por exemplo onde h casas muito pr ximas a linha f rrea ou no caso da estrada Cajamar Polvilho cujo asfalto recobriu em 2 trechos os trilhos da estrada de ferro Notamos tamb m interven es recentes em rea sem pr via consulta a este Condephaat como um loteamento aberto ao longo da estrada Cajamar Polvilho onde houve um grande corte de terreno e movimento de terra praticamente sobre os trilhos Esta grave situa o demonstrada claramente no painel fotogr fico preparado para subsidiar a exposi o do problema na reuni o do Colegiado Desta forma foi constatado pelos t cnicos o p ssimo estado de conserva o de um patrim nio de tamanho valor e que se destaca tamb m por um relevante valor paisag stico e tur stico por cortar ao longo de todo seu trajeto reas de enorme beleza c nica como o corte em rocha na altura da Rod Anhanguera as extensas v rzeas que a linha f rrea acompanha limitadas pelo relevo movimentado de morros e morrotes cobertos por vegeta o arb rea assim como os terminais de carga em Cajamar e G
111. elativo a pesquisa quais as principais dificuldades encontradas pelo corpo t cnico CONCEITOS VALORES E CRIT RIOS Com base nas instru es para tombamento realizadas por esta se o fale nos sobre a evolu o da compreens o do patrim nio ferrovi rio e as poss veis altera es em rela o a import ncia e consequente valora o deste tipo especifico de bens culturais De maneira geral como realizado o trabalho de investiga o e valora o O que deve ser observado pela equipe t cnica Que princ pios e crit rios norteiam estas an lises Quais as dificuldades Quanto ao material rodante ferramentas e demais objetos relacionados a acervos ferrovi rios em um tombamento integral de que forma pensada a preserva o destes objetos ATUALIDADES Considerando os bens tombados ou em estudo Qual o cen rio atual da preserva o ferrovi ria Quais os estudos atuais TURISMO O potencial para o turismo exerce influencia na decis o de salvaguarda do bem Qual o posicionamento desta atividade seria um elemento de valora o ou uma sugest o de uso Quais as poss veis rela es entre turismo e preserva o 126 APENDICE B ROTEIRO DE ENTREVISTA H LIO GAZETTA FILHO ABPF DADOS RELEVANTES Sobre o entrevistado Nome Profiss o Cargo Exercido rela o com a associa o Data de ingresso Sobre a associa o Ano de funda o Fundadores Objetivos Trabalho atual Q
112. em geral cart es postais em pequena escala para venda no bairro e a cria o de calend rios com fotos das locomotivas estampadas Mesmo realizado em pequena escala colabora para divulga o do acervo e de maneira simpl ria como apontado no t pico sobre gest o para angariar recursos Por fim h ainda um distanciamento do complexo fabril ocorrendo por vezes de maneira n o intencional uma valoriza o da imagem buc lica e nost lgica da locomotiva a vapor sobrepondo a import ncia hist rica da ferrovia Mesmo sendo o passeio um importante atrativo a falta de acompanhamento poderia ocasionar uma invers o de valores onde a motiva o n o estaria ligada ao acervo e sua import ncia mas apenas ao dito passeio de maria fuma a CONSIDERA ES FINAIS Em rela o ao turismo atividade atualmente popularizada entre diferentes camadas sociais apresenta se como um uso comum e importante para a preserva o conforme apontam alguns textos de Margarita Barreto e Marly Rodrigues ou ainda as entrevistas com Ana Martins diretora de patrim nio Julio Moraes membro do IFPPC e Helio Gazetta presidente da ABPF Al m das atividades propostas pelo cronograma as visitas a diferentes espa os remanescentes ferrovi rios quase sempre contando com conversas com interessados na preserva o ou simplesmente antigos passageiros colaboraram positivamente evidenciando que a visita o organizada n o atinge somente espa os reconheci
113. er favor vel tem se a abertura do processo de tombamento estando o bem protegido sobre as mesmas regras de um bem tombado a partir deste momento Sobre os princ pios que norteiam a analise dos t cnicos para a salvaguarda de um bem e reconhecimento em n vel estadual Silvia Wolf WOLF MIURA 2010 relata seguir a seguinte indaga o sobre o bem estudado o que agrega ao 86 reconhecimento da identidade paulista Nesta etapa abordam tamb m a tem tica da rea envolt ria do bem e as atuais modifica es uma vez que j existem exce es na metragem determinada por lei sendo a EFPP um destes casos com rea envolt ria que varia em acordo com o territ rio e as constru es ao entorno apontando ainda baseadas no cen rio atual a antiga propor o como arbitr ria em alguns casos Sobre a valora o dos bens a t cnica Miura afirma que nunca houve uma pol tica de preserva o mas uma pol tica de balc o baseada no desejo da sociedade e sem o dogmatismo t cnico Para Wolf se tombava o que saltava aos olhos relatando o pioneirismo do CONDEPHAAT no que diz respeito ao tombamento de bairros a Serra do Mar e um terreiro de candombl Sobre os m todos relatam o grande apoio bibliogr fico e posteriormente visitas a campo Priscila Miura relata tamb m a inexist ncia pr tica da utiliza o da hist ria oral para valora o sendo a pesquisa bibliogr fica a principal fonte utilizada para a realiza o dos trabalhos t c
114. er uma estancia tur stica tamb m agrega com uma qualidade pelo fato de que a municipalidade tamb m j detem recursos ou pode vir a buscar recursos de uma forma mais facilitada para recupera o dos conjuntos ferrovi rios ZAGATO 2012 Abordando a amplia o dos valores o entrevistado cita como exemplo a esta o de Piquete Processo anteriormente arquivado em fun o da aus ncia de valores arquitet nicos seu estudo foi retomado visto sua import ncia hist rica na Revolu o Constitucionalista Segundo Antonio Zagato 2012 em outros per odos a arquitetura foi o principal elemento na valora o dos bens patrimoniais Na nova concep o visto como um importante elemento contudo dentro de um hall de valores a serem identificados Comparando os crit rios da d cada de 1980 e os atuais apresenta uma s ntese a mudan a que se deu de forma preponderante reconhecer que o patrim nio ferrovi rio n o deve ser apenas estudado por seu crit rio construtivo e arquitet nico Ele um sistema que deu sustenta o a processos sociais a transforma es significativas no panorama paulista movimentos oper rios organiza es cooperativas clubes recreativos times de futebol ZAGATO 2012 Para o entrevistado estes valores n o vinham a tona no reconhecimento do patrim nio ferrovi rio Em geral recebiam aten o os bens com arquitetura rebuscada ou grandes conjuntos indicando segundo Zagato 2012 que a valora o e
115. erencial do produto de maneira simples poder amos pensa los em cruzeiros sobre trilhos Podem conter valores c nicos e ou nost lgicos como plano de fundo para a viagem Normalmente s o viagens longas e o deslocamento entre origem e destino conta com auxilio de outros meios de transporte em geral nibus fretados Como exemplo internacional citamos o Transcant brico servi o espanhol oferecido pela FEVE No Brasil conforme Serra Verde Express 2012 o Great Brazil Express o primeiro e nico trem de luxo do pa s O servi o oferecido desde 2008 e oferece passeio em circuito tur stico de 9 ou 10 dias pelo Brasil J os Trens Tur sticos podem ser c nicos ou nost lgicos havendo grande rela o entre estes elementos A caracter stica principal ser definida pelos gestores do produto tur stico nost lgico ou c nico depender na maioria das vezes da forma como o produto apresentado ao consumidor servi os oferecidos etc Entendemos como trens tur sticos os servi os ferrovi rios de m dio e longo percurso com finalidade unicamente tur stica Em geral oferecem integra o com roteiros tur sticos receptivos nas cidades destino A viagem de retorno a cidade origem e monitoria variam em acordo com cada produto Diferencia se de um Trem Hist rico Cultural principalmente por possuir deslocamento com quilometragens maiores e estar inserido em produtos tur sticos enquanto o primeiro se trata de um atrativo Como exemplo
116. errovi ria favor vel ao tombamento sob a justificativa de preserva o do seu rico material rodante formado por locomotivas provindas de diversas ferrovias e de diferentes pocas algumas mais antigas que a pr pria ferrovia sendo testemunho tecnol gico em funcionamento ltima remanescente de bitola 60 cm no Brasil Refor ando a unidade do bem apontam que a E F Perus Pirapora um conjunto completo e em funcionamento normal e integral sendo testemunho de uma tradi o de uso e tecnologia j quase morta pelo progresso este mesmo argumento seria tamb m base ao pedido de tombamento em n vel federal Coordenadoria das Empresas Incorporadas ao Patrim nio Nacional CEIPN rg o federal extinto era subordinado ao Minist rio da Fazenda em sua estrutura b sica sendo considerado rg o central de dire o superior de atividades espec ficas conforme o Decreto Federal N 76 085 de 06 de agosto de 1975 BRASIL 1975 Compete a CEIPN segundo o artigo 17 supervisionar coordenar orientar e fiscalizar as empresas incorporadas ao Patrim nio Nacional e outros bens que lhe venha a ser jurisdicionados visando o seguimento unifica o ou aliena o destes bens Tamb m de responsabilidade deste rg o autorizar empr stimos e suprimentos de recursos de uma empresa para outro e a administra o do Fundo Especial das Empresas Incorporadas FUNDEIPN Para contextualiza o em 1974 decretada a fal ncia de Jo o Jos Abda
117. errovi rio a receber tal men o a EFPP se tornaria destaque por outros dois motivos Conforme o levantamento de bens tombados realizado no decorrer desta etapa um dos primeiros estudos de remanescentes ferrovi rios a ser valorado por perspectivas al m das caracter sticas arquitet nicas a E F Perus Pirapora foi o primeiro tombamento integral de uma ferrovia primeiro tombamento de acervo ferrovi rio em n vel estadual Outro motivo de destaque a rea envolt ria do bem a EFPP foi uma das primeiras exce es se n o a primeira mas n o poss vel afirmar neste momento a lei que define metragem m nima tendo sido 112 estabelecidas metragens diferentes em cada uma das reas delimitadas do bem esta defini o obedece um crit rio de zoneamento 3 2 GEST O E Usos DO BEM TOMBADO Atualmente o acervo administrado pelo Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC Semanalmente esta associa o oferta curtos deslocamentos ferrovi rios em composi o da EFPP e visita ao material rodadnte localizado no P tio do Corredor Al m dos usos para visita o o espa o ainda que raramente utilizado para eventos do membros deste grupo tais como confraterniza es e festa junina aberta ao p blico geral ou eventos da subprefeitura local Este item atende ao terceiro objetivo especifico investigar as condi es de uso e gest o do bem 3 2 1 Instituto de Ferrovias e Preserva o do Pat
118. es Sobre os estudos para valora o do bem O que deve ser observado pelos t cnicos durante os estudos para o tombamento Que princ pios norteiam esta analise De maneira geral como realizado o trabalho de identifica o e atribui o de valor ao bem durante o processo de tombamento Qual o papel dos estudos t cnicos nesta din mica Ainda na atribui o de valor existem m todos para avaliar a identifica o e import ncia do bem para a comunidade local Qual o tratamento dado s informa es de hist ria oral e de que maneira s o trabalhadas as diferentes mem rias existentes em torno de um mesmo bem Sobre o turismo Que elementos s o considerados para as an lises relativas ao potencial tur stico do bem tombado O turismo exerce influencia na decis o de salvaguarda do bem Qual o posicionamento desta atividade seria um elemento de valora o ou uma sugest o de uso Sobre a Estrada de Ferro Perus Pirapora Quais as principais dificuldades encontradas na valora o deste bem A publica o no DOE referente ao tombamento deste bem relata n vel de preserva o P2 Sobre esta avalia o quais s o os n veis existentes e suas respectivas atribui es Durante o processo clara a necessidade de guarda do conjunto como um todo Considerando as propor es e quantidade de materiais existentes seria poss vel garantir a integridade deste conjunto Observa es Ainda que as perguntas sejam refere
119. escolher a o processo de tombamento da E F Perus Pirapora como objeto de estudo A relev ncia dos estudos relacionados ao patrim nio ferrovi rio em S o Paulo tem base entre outros fatores na hist ria econ mica do estado As discuss es sobre os usos deste patrim nio s o atuais e em sua maioria est o relacionadas a 15 destina o dos bens da extinta Rede Ferrovi ria Federal RFFSA a reutiliza o de antigos pr dios grande parte usos culturais al m do aumento de produtos relacionados tais como trens tur sticos Dentro deste contexto a partir da pesquisa documental acreditamos que o trabalho seja relevante ao passo que seu foco transpassa a necessidade de preserva o e est concentrado nas discuss es sobre valores e usos do patrim nio ferrovi rio OBJETIVO GERAL E ESPECIFICOS Este trabalho foi desenvolvido a partir das pesquisas e resultados do projeto de inicia o cient fica E F Perus Pirapora an lise do processo de tombamento e das propostas de uso tur stico do bem tombado realizado entre os anos de 2010 e 2011 com o apoio da Funda o de Amparo a Pesquisa do Estado de S o Paulo FAPESP e orienta o do professor Dr Eduardo Romero de Oliveira Seguindo a mesma linha da pesquisa anterior temos como objetivo geral estudar o processo de tombamento estadual 21 273 80 E F Perus Pirapora visando gerar subs dios para reflex es relacionadas aos usos tur sticos dos bens ferrovi rios tombados Para
120. eterminado momento contudo conforme Alois Riegl RIEGL 2006 ao falarmos de culto e prote o dos monumentos nos referimos s constru es n o intencionais denominadas no s culo XX na ustria como monumentos art sticos e hist ricos A palavra patrim nio patrimonium de origem latina Para os antigos romanos fazia men o aos pertences do pai pater patrim nio era quilo que poderia ser legado por testamento tais como bens escravos animais englobando tamb m mulher e filhos Tudo que estava sob o dom nio do senhor FUNARI e PELEGRINI 2006 Segundo Rodrigues 2003 o uso da palavra foi estendido aos bens protegidos ainda no s culo XVIII na Fran a quando o poder p blico come a a tomar as primeiras medidas de prote o aos monumentos de interesse para hist ria das na es Durante o s culo XIX intensificou se a cria o de patrim nios nacionais sendo uma referencia comum aos habitantes de um mesmo territ rio unificando os em torno de pretensos interesses e tradi es comuns Desta forma o patrim nio passou a constituir uma cole o simb lica unificadora sendo uma constru o social de extrema import ncia politica Indiferente de suas finalidades iniciais estas constru es passam a materializa es de uma identidade RODRIGUES 2003 No Brasil em 1937 com base em um anteprojeto de M rio de Andrade Get lio Vargas assinou o Decreto lei n 25 criando assim o Servi o de Patrim nio Hist rico e A
121. evolu o industrial entre n s T1 Em s ntese a reconhecimento deste bem est baseado na raridade de seu material rodante em bitola estreita de 76 cm remanescente da Rede Ferrovi ria Federal S A RFFSA e em mesmo n vel de import ncia a liga o da ferrovia com a cidade de S o Jo o Del Rey N o poss vel estabelecer uma rela o n tida contudo considerando a similaridade entre os acervos sem ju zos de valores e a impossibilidade de se preservar todos os bens acreditamos que a op o pela ferrovia mineira tenha sido motivada principalmente pelo estado de degrada o da E F Perus Pirapora Soma se a este fato a distancia dos relatores aos objetos em estudo dependendo de suas regionais conforme podemos notar nos relatos dos t cnicos respons veis o que pode ter dificultado o entendimento e atribui o de valor para o bem Sabe se conforme apontamento em IPHAN 1985 p 185 referente a ata da reuni o do conselho que o conselheiro e relator Max Justo Guedes natural da cidade de S o Jo o Del Rey o que n o invalida tira o m rito ou sequer abre preceito para questionamento quanto a decis o ou integridade desta pessoa contudo sugere que este tem um conhecimento maior relativo ao bem em estudo favorecendo assim a compreens o das din micas nas quais este bem estava envolvido e que seriam capazes de justificar como foi o seu tombamento J para a E F Perus Pirapora pouco se sabe quanto o envolvimento dos
122. existem dois tipos de trens tur sticos Os de tipo 1 tem como atra o principal a oportunidade de conhecer as paisagens por onde o trem passa tipo 2 cuja atra o reside mais na pr pria composi o por suas caracter sticas f sicas que na beleza paisag stica da rota que segue O equipamento utilizado por este tipo de trens geralmente antigo compreendido frequentemente por locomotivas a vapor THOMSON 2004 p 2 Em sua disserta o de mestrado Allis 2006 apresenta os conceitos de Thomson e Palhares contudo como ele mesmo descreve opta por utilizar o termo ferrovias Los de tipo 1 tienen como atracci n principal la oportunidad de conocer los paisajes por donde pasa el tren tipo 2 cuya atracci n reside m s en el propio convoy por sus caracteristicas f sicas que en la belleza paisaj stica de la ruta que toma El equipo ocupado por este tipo de trenes es generalmente antiguo comprendiendo frecuentemente locomotoras a vapor Tradu o nossa 37 tur sticas O autor justifica o emprego n o pela quest o sem ntica mas sim por compreender que os trens tur sticos est o inseridos em trechos ferrovi rios que demandam uma opera o diferenciada tamb m de modo que todo o processo de organiza o do turismo em torno desses trechos merece aten o especial ao chamarmos ferrovia turistica damos destaque tamb m ao entorno e as condi es paisag sticas intervenientes em sua constru o inte
123. gral ALLIS 2006 p 123 A obra de Allis traz apontamentos sobre as ferrovias no Brasil e Argentina fazendo importantes reflex es sobre quest es relacionadas ao patrim nio ferrovi rio e uso tur stico Quanto ao conceito por ele apresentado satisfaz apenas em parte nossa busca A E F Perus Pirapora pode ser enquadrada neste conceito uma vez que atualmente os trilhos e composi es s o utilizados unicamente com finalidades de visita ao acervo Por outro lado se adotarmos o Expresso Tur stico como exemplo n o se trata de uma ferrovia tur stica uma vez que os trilhos em grande parte s o os mesmos percorridos pelos trens metropolitanos trata se de um servi o diferenciado O mesmo pode ser dito dos trens operados pela Serra Verde Express como veremos adiante Ainda que a paisagem exer a influencia no produto final as vias percorridas e a opera o s o conjuntas com outros servi os ferrovi rios Partindo das defini es de Palhares 2006 trataremos as ferrovias de uso exclusivamente tur stico como servi os ferrovi rios com finalidade tur stica Propomos esta primeira adapta o pensando em servi o como os trens operados pela Serra Verde Express nos estados do Paran e Mato Grosso do Sul al m do pr prio Expresso Tur stico Todos s o servi os tur sticos ferrovi rios que trafegam em vias utilizadas normalmente para o transportes de cargas America Latina Log stica ALL e passageiros do sistema metropolitano
124. homologado Tombado Conjunto da Esta o Ferrovi ria SUMAR n o 11 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2003 homologado Sistema Funicular de PARANAPIACABA f Em estudo 12 S o Paulo Railway E F Santos Jundia 2005 Conjunto da Estac o Ferrovi ria Companhia Paulista de Estradas de Ferro J s de ARARAQUARA Em estudo 13 Estrada de Ferro Araraquarense 2009 q ho Tombado Complexo da Esta o F RO BOTUCATU n o 14 Estrada de Ferro Sorocabana 2009 homologado Tombado Conjunto da Esta o Ferrovi ria PIRATININGA n o 15 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2009 homologado Conjunto da Esta o Ferrovi ria AMERICANA Em estudo 16 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2010 Complexo da Esta o Ferrovi ria CRUZEIRO Estrada de Ferro Central do Brasil 2010 Em estudo 17 de Rede Mineira de Via o X gui Tombado Complexo da Esta o F pa TOUVEIRA n o 18 Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2010 homologado Conjunto da Esta o Ferrovi ria PINDAMONHANGABA Em estudo 19 de Estrada de Ferro Central do Brasil 2010 135 Conjunto da Esta o Ferrovi ria PIRACICABA Em estudo 20 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2010 Conjunto da Esta o Ferrovi ria QUELUZ Em estudo 21 de Estrada de Ferro Central do Brasil 2010 Conjunto da Esta o Ferrovi ria SANTA B RBARA DO OESTE Em estudo 22 de Companhia Pa
125. ia da tecnologia na cidade de S o Paulo e o papel da Estrada de Ferro Perus Pirapora na articula o e defini o da rea dessa ind stria resolvem pelo tombamento do bem CONPRESP 1989 Em 15 de setembro de 1992 foi publicada a Resolu o 27 CONPRESP 92 que define o reconhecimento e prote o legal Quanto a E F Perus Pirapora o artigo 9 prev o tombamento ex officio incluindo a edifica o 76 conhecida como Casar o da Ferrovia ou do M e a Casa de Tr fego CONPRESP 1989 p 272 2 4 4 IPHAN 1185 T 85 Nacional E F Oeste de Minas Processo referente ao tombamento da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas EFOM posteriormente integrada a Rede Ferrovi ria Federal S A nos chama a aten o por sua n tida rela o com a Estrada de Ferro Perus Pirapora Apresentado em sintese este t pico se faz importante ao passo que traz informa es em car ter comparativo deste com o bem em estudo Retomando a alega o para o tombamento quanto a exist ncia de outros exemplares semelhantes integrando o acervo de patrim nio cultural tombado IPHAN 1983 p 303 conforme havia sido apontado tamb m no processo 21 273 80 do CONDEPHAAT CONDEPHAAT 1980 trata se da antiga EFOM especificamente o trecho entre as cidades de S o Jo o Del Rey e Tiradentes reconhecido como patrim nio atrav s do processo n 1 185 T 85 em n vel federal Motivados pelas semelhan as optamos por uma breve le
126. iais proporciona uma abrang ncia maior aos tipos de bens a serem valorados HUMANES 2007 CASANELLES I RAHOLA 2007 CRUZ 2007 Segundo Alvarez Areces 2010 a preserva o dos remanescentes industriais supera o est tico e representa uma barreira frente ao esquecimento e a perda de mem ria do lugar A revolu o industrial modificou profundamente as estruturas econ micas e sociais em n vel mundial a partir do s culo XVIII o ambiente urbano tradicional foi alterado passando a contar com ambientes de industrializa o e dinamismo nas cidades Nas palavras de Rom n Fernandez Baca Casares os novos edif cios industriais foram os novos legados urbanos a import ncia dos vest gios industriais leva o autor a denomina los como as catedrais e igrejas do s culo XX FERNANDEZ BACA CASARES 2007 p 53 Num curto per odo de tempo o mundo produtivo e os utens lios da vida cotidiana ficaram obsoletos as f bricas e as m quinas j n o eram as mesmas as novas tecnologias e pensamentos haviam alterado o cen rio O anterior mundo material da industrializa o passou a ser parte da hist ria passada e os bens da industrializa o adquiriram um valor de nova antiguidade CASANELLES I RAH LA 2007 p 62 Catedrales e iglesias del siglo XX Tradu o nossa El anterior mundo material de la industrializaci n pas a ser parte de la hist ria pasada y los bienes de la industrializaci n adquirieron un valor de nueva ant
127. icos nos estudos atuais Segundo Martins 2011 anteriormente desde a cria o dos servi os de preserva o no Brasil havia uma tend ncia pela hist ria dos not veis e centraliza o nos valores arquitet nicos realidade alterada gradativamente ao longo do tempo reflexo do empenho dos t cnicos e avan os te ricos Assim podemos compreender que as an lises s o frutos de cen rios e entendimentos ligados a determinado momento podendo variar em acordo com as pocas Inicialmente as esta es eram reconhecidas por seu valor 107 arquitet nico posteriormente d cadas de 1980 e 1990 houveram importantes altera es nestes entendimentos como nos indica Martins 2011 o entendimento da esta o e da ferrovia tinha mudado em termos conceituais A esta o n o era s a esta o voc tombar s a esta o de embarque e desembarque n o significa nada a marca ferrovi ria ela vem do complexo industrial que a esta o representou Ent o voc precisa mostrar realmente o que era esse complexo os seus armaz ns de exporta o as caixas d gua cada uma com sua caracter stica MARTINS 2011 Relacionando o conte do com o bem em an lise citamos a entrevista do t cnico Dalmo Jos Rosalem que ao ser questionado sobre os valores da E F Perus Pirapora nos explica que no caso da estrada de ferro o que vale mesmo a hist ria valor de mem ria n o relacionado a caracter sticas arquitet
128. iguidad Tradu o nossa 22 Segundo Rodrigues 2010 na Europa os remanescentes industriais ganhariam maior aten o na d cada de 1960 quando foram destruidas importantes edifica es industriais sendo uma preocupa o recente no Brasil Para Casanelles i Rah la 2007 a aten o e reconhecimento do patrim nio industrial em n vel internacional ocorreram ap s a inclus o de lugares industriais na lista de patrim nios da humanidade por parte da UNESCO Para ele superando a l gica de patrim nio anterior o s culo XX forneceu importantes elementos para a compreens o do patrim nio industrial o valor do objeto como testemunho de uma poca e o valor do bem como documento Vale ressaltar que a discuss o de valores anterior e remete a Alois Riegl Na obra O Culto Moderno dos di Riegl RIEGL 2006 abordando o conceito na ustria apresenta Monumentos reflex es sobre os monumentos e seus valores valor hist rico valor de arte valor de antiguidade valor de rememora o intencional valor de uso e valor de novidade Em texto que precede a apresenta o do Plano Nacional de Patrim nio Industrial Espanhol Casanelles i Rah la 2007 ent o presidente do TICCIH e diretor do mNACTEC aponta a necessidade de se repensar o conceito de patrim nio vigente Para o autor a valora o deve estar embasada em quatro grandes conceitos a um novo conceito de antiguidade Somos a primeira gera o a atribuir reconhecimento
129. ilvia Wolf afirma Acreditamos que como arquitetas do servi o t cnico j esgotamos nossas possibilidades de atendimento a este processo que trata de um tipo de bem cultural cujas caracter sticas e dimens es s o de tal complexidade que passou a requerer outras providencias e an lises JComo dissemos sem uma alternativa concreta no atual quadro nossas espor dicas vistorias ao local s poder o constatar a gradual deteriora o do conjunto da Perus Pirapora CONDEPHAAT 1980 p 416 Este relato al m de sugerir certo desgaste proporcionado pela indefini o do processo nos remete a caracter sticas particulares do bem elementos que colaboram para a compreens o das dificuldades de preserva o neste caso bem cultural cujas caracter sticas e dimens es s o de tal complexidade que passou a requerer outras providencias e an lises CONDEPHAAT 1980 p 416 Neste mesma linha podemos 111 citar relato da t cnica de reas naturais Simone Scifoni presente na p gina 464 CONDEPHAAT 1980 que destaca a presen a em outros relat rios do processo da EFPP onde os t cnicos ponderam sobre a rela o entre preserva o e necessidade de funcionamento Ainda durante o tramite do processo algumas possibilidades de uso s o apresentadas para o bem em an lise A primeira proposta ou sugest o de uso parte da ABPF em sua argumenta o inicial onde a cria o do Parque Anhanguera era vista como uma oportunidade pode
130. io dos trabalhos do IFPPC Neste caso a atividade tur stica esbarrava em interesses do propriet rio ou em uma maneira mais abrangente era impossibilitada pelos problemas de gest o patrimonial Resolvidos os impasses principais atrav s do interm dio do 118 rg o de preserva o o propriet rio cede o bem a titulo de comodato a um grupo interessado na preserva o assim tem in cio os trabalhos de preserva o e posteriormente a visita o Pensando em uma escala maior a gest o do turismo em patrim nios deve considerar a fragilidade dos espa os e sua import ncia para determinado grupo devendo ser estes valores respeitados e valorizados pela atividade Sobre o patrim nio ferrovi rio deve se levar em conta os cuidados necess rios com a nostalgia proporcionada por este tipo de remanescente Elemento capaz de motivar visitas pode como efeito colateral quando n o observado ocultar os reais valores do bem resumindo o interesse e import ncia a um maria fuma a ou passeio de trenzinho Valor para quem Questionamento que nos acompanhou durante toda a execu o deste trabalho se torna pertinente ao passo que um mesmo bem pode representar diferentes mem rias ou classes A proposta da ferramenta tombamento tomar sobre guarda determinado bem visando para que reconhecido como testemunho sirva as gera es como marco identit rios elemento de unidade Ao conselho de defesa cabe a tarefa de selecionar estes
131. ismo Orientador Dr EDUARDO ROMERO DE OLIVEIRA Data de aprova o 27 Julho 2012 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA Presidente e Orientador Dr Eduardo Romero de Oliveira Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho Unesp Membro Titular Dra Ana Luiza Martins Camargo de Oliveira Conselho de Defesa do Patrim nio Hist rico Arqueol gico Art stico e Tur stico CONDEPHAAT Membro Titular Me Fernando Protti Bueno Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho Unesp Local Universidade Estadual Paulista UNESP Campus Experimental de Rosana Dedico este trabalho a Deus e minha fam lia bases de minha exist ncia AGRADECIMENTOS De certa forma toda minha fam lia e amigos foram vitimas das minhas intermin veis conversas sobre o patrim nio ferrovi rio a voc s meus sinceros agradecimentos PROFISSIONAIS Agrade o principalmente a Eduardo Romero de Oliveira desde a inicia o cientifica FAPESP e pessoa fundamental em minha forma o acad mica por sua dedica o e paci ncia literalmente at o ultimo minuto A equipe do CONDEPHAAT em especial Ana Martins Jos Zagato Silvia Wolff e Norma Souza funcion ria que me acompanha desde a primeira visita a se o Outros nomes como Eduardo Pin e Ayrton Camargo devem ser citados pelo apoio a pesquisa e atividades profissionais Nesta mesma l gica agrade o os membros das associa es
132. itura deste processo Dotado de dois volumes em um total de 231 p ginas o processo de tombamento 1 185 T 85 compreende pr dios m quinas e equipamentos ferrovi rios e a esta o ferrovi ria de S o Jo o Del Rei MG solicitado pela extinta Rede Ferrovi ria Federal Por informa o anterior a este datado de 1983 tramitou concomitante o processo 1 096 T 83 solicitado pela Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria referente a EFOM diferente apenas em seu tamanho compreendendo um trecho maior sendo este um dos motivos que o levou a arquivamento nesta oportunidade o relator cita a exist ncia do processo solicitado pela RFFSA IPHAN 1985 N o diferente das leituras do processo referente a E F Perus Pirapora as dificuldades para valora o dos bens ferrovi rios s o frequentemente explicitadas pelos respons veis pelo estudo C lia Perdig o Gelio arquiteta do SPHAN em documento do ano de 1986 aponta que estudos de temas relativos a arquitetura ferrovi ria no Brasil s o ainda muito escassos IPHAN 1985 p 104 ressaltando ainda a inexist ncia de outros tombamentos similares no pa s Ainda que n o esteja claro possivelmente se refere a inexist ncia de tombamentos de acervos uma vez que o primeiro tombamento em n vel nacional relativo ao patrim nio ferrovi rio data de 1954 Quanto ao valor apresentado e interesse para tombamento a arquiteta aponta ser um importante documento relativo a introdu o da r
133. iva do arquiteto H tamb m tal como a entrevistada historiadores Arquitetura e hist ria s o basicamente as forma es principais do corpo t cnico Ainda relacionado a quest es estruturais e orienta o acad mica em meio s explica es sobre a organiza o atual Martins 2010 nos traz algumas informa es sobre o corpo t cnico no final da d cada de 1970 e inicio dos anos 1980 Presididos por Aziz Ab Saber ge grafo interessado tamb m na preserva o ambiental a equipe contava com ge grafos ge logos entre outros refletindo a demanda dos estudos da Serra do Mar e reas naturais Sobre o concurso que lhe dera a vaga no CONDEPHAAT relata que eram ao todo onze historiadores destes apenas dois permanecem Expressando orgulho a entrevistada cita os nomes de Maria Luiza Tucci Carneiro Maria Auxiliadora Guzzo de Decca e Sonia de Deus Rodrigues ex t cnicas que segundo ela deixaram um legado na institui o Refletindo sobre o trabalho dos historiadores Martins 2010 aborda a tradi o dos estudos de patrim nio no Brasil onde desde 1935 com a cria o do IPHAN as an lises seguiam por um olhar da materialidade arquitet nico com pouca nfase em seu ambiente social e quadro hist rico Inicialmente vistos como subsidi rios para datas fatos e fatos not veis os historiadores conseguem reverter a situa o e inserir os estudos dentro de uma percep o do processo hist rico e do significado social sobretudo da
134. ivas O local uma grande rea plana circundada por eleva es com muitas vegeta es e de bom potencial para interven o paisag stica que vise o turismo No plano localizam se as oficinas e um triangulo para manobra das composi es CONDEPHAAT 1980 p 116 Locomotivas e situa o do acervo Em Gato Preto localizamos em estado razo vel as locomotivas de n 6 n 11 e n 18 a de n 3 l se encontra desmontada Em Cajamar encontramos em razo vel estado de conserva o as locomotivas de n 2 n 5 n 8 n 10 n 14 e n 17 As de n 9 n 13 e n 25 j se encontravam na fila da morte na ocasi o do pedido de tombamento e s o provavelmente os destro os que n o conseguimos identificar segundo a ABPF ainda s o recuper veis CONDEPHAAT 1980 p 119 60 Notamos ainda que uma consider vel quantidade de trilhos estava sendo transportada por caminh o n o sabemos se para ser vendido CONDEPHAAT 1980 p 119 A visita contou ainda com uma viagem a bordo de uma composi o da E F Perus Pirapora Em Cajamar nos esperava apitando a locomotiva n 17 com um carro de passageiros que nos levou a inspecionar a linha at o km 12 a partir deste ponto o tr fego estava interrompido CONDEPHAAT 1980 p 119 As p ginas seguintes apresentam resposta visita do Prefeito da cidade de Dummont senhor Ernesto Bettol referente a duvidas quanto a doa o de bens tombados Em documento oficial o
135. labora o de produtos e ao transporte constitui a ess ncia da industrializa o cujos agentes b sicos s o a mina a f brica e a ferrovia CRUZ 2007 p 31 grifos do autor A import ncia hist rica deste modal em grande parte se explica por suas profundas rela es com a revolu o industrial e o desenvolvimento das cidades em diversas partes do mundo Segundo Jimenez Vega e Polo Muriel 2007 a ferrovia entendida como um sistema complexo dotado de esta es obras anexas moradias entre outros uma pe a chave do patrim nio industrial Mais do que isso o trem foi elemento importante para que a revolu o industrial fosse poss vel j que facilitou o movimento de bens e pessoas a chegada de mat rias primas e a sa da dos produtos em prazos de tempo e custos incrivelmente inferiores aos existentes at ent o JIMENEZ VEGA POLO MURIEL 2007 p 152 As estradas de ferro pe as chave para o desenvolvimento econ mico e social do estado de S o Paulo inicialmente atreladas imagem de progresso j n o gozavam de tanto prestigio desde o fortalecimento do transporte rodovi rio como op o nacional em meados do s culo XX Segundo Kiihl 1998 ap s a Segunda Guerra Mundial as ferrovias entraram em decl nio em v rios pa ses do mundo A perda do posto de transporte mais r pido e eficiente somada a concorr ncia com o transporte a reo e rodovi rio leva a desativa o de parte consider vel das linhas ferr
136. levem inscri o do acervo ferrovi rio da Estrada de Ferro Perus Pirapora nas suas condi es atuais nos livros do tombo do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional IPHAN 1983 p 297 73 Em documento timbrado do IPHAN assinado por Marcos Carrilho arquiteto da 9 SRIPHAN datado de 18 09 2000 e encaminhado ao Superintendente traz as seguintes contribui es relativas a preserva o do patrim nio ferrovi rio e suas peculiaridades Conhe o o bem em quest o desde h muito pois fui diretor do Servi o T cnico de Conserva o e Restauro do CONDEPHAAT de 1983 a 1986 e nesse per odo acompanhei as tentativas visando encontrar solu es para a preserva o da Estrada de Ferro Perus Pirapora Todas contudo fracassaram n o tendo sido poss vel encontrar meios para que a ferrovia e seu acervo fossem preservados Preservar uma ferrovia assim como o chamado material rodante pressup e que ela continue em uso O uso asseguraria a manuten o n o apenas da linha f rrea atividade permanente e onerosa mas do acervo ferrovi rio constitu do de locomotivas carros vag es e v rios outros equipamentos inclusive a oficina e pe as de reposi o Mais do que isso tratando se de uma ferrovia j velha e obsoleta a pr pria manuten o depende do pessoal que ainda detinha conhecimento sobre a conserva o das m quinas e a capacidade de produzir pe as e equipamentos danificados ou desgastados
137. lla e os bens s o incorporados ao Patrim nio Nacional passando a administra o do Minist rio da Fazenda atrav s da CEIPN Companhia de Empresas Incorporadas ao Patrim nio Nacional Vale ressaltar que abertura do processo de tombamento motivada principalmente pela preocupa o da solicitante com a licita o publica para venda do complexo fabril e a possibilidade de sucateamento do bem Quanto ao posicionamento demonstra se contra o tombamento pelo rg o estadual ocasionando a paralisa o dos tramites do processo de tombamento Em of cio enviado ao COONDEPHAAT CONDEPHAAT 1980 a CEIPN informa a situa o jur dica do bem alegando que este motivo para inviabiliza o do registro de tombo hist rico Aponta ainda que a E F Perus Pirapora era naquele momento uma 103 propriedade do Governo Federal assim segundo eles estando fora da al ada deste conselho e sendo compet ncia do SPHAN Servi o de Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional sugerindo ainda o arquivamento do processo A CEIPN elenca cinco argumentos como justificativa para demonstrar a inviabilidade do tombamento a saber I Ferrovia ligada apenas ao transporte industrial A Estrada de Ferro Perus Pirapora S A com a extens o total de 32 5 km utilizada unicamente para o transporte de calc rio para a fabrica o de cimento e faz a liga o entre a jazida desse minero em Cajamar e a f brica da Cia Brasileira de Cimento Portland Perus de
138. lmente com pedidos de reconhecimento com men es ao risco de desaparecimento Segundo Martins 2011 os primeiros pedidos de estudo de tombamento estavam relacionados ao valor afetivo geralmente solicitado por personagens pol ticos 96 ligados ao munic pio A novidade do tema expressa de uma forma bem humorada por J lio Moraes 2011 uma igreja compreens vel mas um ferrovia Era um assunto novo Em meio a este cen rio onde o risco de perda aparece de forma evidente se tornam mais comuns pessoas f sicas e entidades mobilizadas para a preserva o destes remanescentes ferrovi rios Como ressalva vale apontar que as motiva es para tal a o variavam podendo estar ligadas em alguns casos a mem ria ferrovi ria como o caso da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF fundada em 1977 ou mesmo motivos pessoais ligados a diferentes mem rias relacionadas principalmente com as esta es Fazendo men o reflex o do senhor J lio Moraes MORAES J 2011 restaurador e membro da ABPF na d cada de 1980 a ferrovia ainda era parte do cotidiano das pessoas onde o valor dos remanescentes algumas vezes estava ligado saudade do trem que viajaram na inf ncia O reconhecimento afetivo est em grande parte ligado mem ria individual HALBWACHS 1990 podendo em alguns casos representar a mem ria de determinados grupos Se pensarmos em n vel nacional nas associa
139. m dezembro de 1984 pelas arquitetas Cristina Wolf e Silva Wolf tendo como resultado al m dos relatos um vasto arquivo de imagens documento presente no intervalo entre a p gina 213 e 222 No bairro de Perus ficou constatado que a fabrica encontrava se paralisada e que seus funcion rios n o se ocupavam em nenhuma de nenhuma atividade produtiva Em Gato Preto a oficina era guardada por apenas um funcion rio e o mato e a poeira invadem as instala es e materiais abrigados No trajeto entre Gato Preto e Cajamar uma obra de recapeamento passou uma camada de asfalto sobre os trilhos Em Cajamar a situa o n o se alterou substancialmente destaca a paralisa o das atividades da antiga pedreira CONDEPHAAT 1980 Concluindo o relat rio as arquitetas afirmam Basicamente se pode constatar que a f brica encontra se totalmente paralisada e que o tempo s vem contribuindo para a degenera o do material rodante e da linha f rrea bastante invadida e prejudicada pela 63 falta de manuten o Urgem providencias com vistas preserva o do acervo j que se evidencia que os propriet rios n o far o investimentos para a recupera o do sistema ferrovi rio sem a possibilidade de funcionamento da f brica que na melhor das hip teses entraria em funcionamento apenas em 1986 CONDEPHAAT 1980 p 215 Cientes das contesta es por parte dos propriet rios a ABPF apresenta atrav s de documento assinado pelo seu ent o pre
140. m uso indireto uma vez que as atividades normalmente est o concentradas em uma ou duas estruturas pontos de embarque e desembarque a interpreta o dos vest gios industriais e demais estruturas localizadas a beira da linha permite aos passageiros uma reconstru o e compreens o das rela es entre a ferrovia e o entorno Em outros casos citamos a pr pria E F Perus El turismo puede representar par a el patrimonio ingresos vitalidad y relevancia pol tica pero no a costa de un mercantilismo abusivo y mal entendido que en lugar o adem s de centrarse en el merchandising que es su ubicaci n natural produzca una trivializaci n a veces esperp ntica de los discursos contraproducente a lo largo plazo incluso para el propio inter s tur stico Tradu o nossa 33 Pirapora o entorno n o apresenta edifica es contudo o trajeto sempre margeando o rio permite abordar informa es t cnicas caracter sticas de constru o e ambientais Neste exemplo o pr prio deslocamento ocorre em composi o formada pelo material rodante tombado sendo um atrativo ao visitante e forma de uso e preserva o n o est tica Segundo dados da Associa o dos Operadores de Trens Tur sticos Culturais ABBOTC REVISTA FERROVI RIA 2012 esta atividade registrou crescimento de 21 entre os anos de 2010 e 2011 no Brasil As liga es entre ferrovia e o turismo s o antigas tendo sido a excurs o organizada por Thomas Cook o
141. mais adequada de acordo com as especificidades da quest o e os profissionais envolvidos devemos lembrar que n o h entendidos em mem ria ferrovi ria neste servi o CONDEPHAAT 1980 p 439 Retomando a ordem cronol gica em 05 de janeiro de 1987 publicada no Di rio Oficial do Estado a Resolu o n 5 que determina em seu artigo 1 Fica tombado como bem cultural de interesse hist rico o acervo da Estrada de Ferro Perus Pirapora incluindo material rodante e instala es linhas f rreas oficinas e equipamentos de apoio bem como outras instala es ltimo remanescente em funcionamento em nosso Pa s de um conjunto completo de ferrovia de bitola estreita testemunho din mico nos dias de hoje da hist ria do desenvolvimento industrial e suas consequ ncias em nosso estado CONDEPHAAT 1980 p 418 Em documento datado de dezembro de 1987 assinado pelo senhor S rgio Feij o Filho a APMF solicita ao ent o presidente Paulo Mello Barros a cess o de dois trucks 19da E F Perus Pirapora segundo o interessado com objetivos de utiliza los na constru o de um carro de passageiros tendo por finalidade restaurar e preservar CONDEPHAAT 1980 p 426 Com justificativas acolhidas pelo Egr gio Colegiado o pedido encaminhado a STCR em janeiro de 1988 tendo sido recebido com ressalvas pela t cnica Cristina Wolf que com base na resolu o de tombamento alega que tal cess o deve ser analisada com muito cuid
142. mo e patrim nio d o suporte ao ltimo item do capitulo II Patrim nio Ferrovi rio Paulista e usos tur sticos 40 CAPITULO II ESTRADA DE FERRO PERUS PIRAPORA 2 1 HIST RICO DO BEM TOMBADO Em 26 de abril de 1910 o decreto n 1866 assinado por Fernando Prestes Albuquerque concede licen a de constru o uso e gozo de uma estrada de ferro que partindo da esta o Perus da S o Paulo Railway v terminar em Pirapora Ainda conforme o artigo primeiro a concess o feita aos senhores Clemente Neidhart o engenheiro M rio W Tibiri e o advogado Sylvio de Campos ou a empresa que os mesmos organizarem Estes posteriormente constitu ram a Companhia Industrial e de Estradas de Ferro Perus Pirapora CIEFPP O projeto previa a constru o de uma ferrovia em bitola de 60 cm que partiria da esta o Perus e seguiria por cerca de 15 quil metros margeando o Rio Juquer at o encontro entre o rio e o C rrego Itaim atingindo o ponto denominado entroncamento Seu ramal acompanharia c rrego junto nascente alcan ando as caieiras de Gato Preto J a linha tronco ou principal acompanharia o rio at sua desembocadura no rio Tiet a ser vencido por meio de ponte met lica Atingida a cidade de Santana de Parna ba seguiria por cerca de 10 km at seu ponto Pirapora CONDEPHAAT 1980 Ao longo do tempo a CIEFPP solicita ao governo aditamentos para a conclus o das obras a primeira solicita o de expans o de prazo
143. nceiros provem de doa es empresariais e principalmente contribui es doa es e mensalidade dos membros associados n o sendo suficiente para sanar os custos de manuten o Sobre sua rela o com o bem o entrevistado neto de Alexandre Garcia um ex maquinista da EFPP Quanto participa o no processo de tombamento o IFPPC n o existia nesta poca sendo o entrevistado um membro da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria colaborando assim durante todo o tramite para o reconhecimento do bem A gest o deste patrim nio est baseada em um Termo de Comodato com validade de 50 anos e renov vel por outros 50 que prev a recupera o e explora o do bem A utiliza o atual est voltada exclusivamente a atividades de lazer especificamente os passeios feitos pela antiga locomotiva no trecho de via recuperado As atividades est o concentradas nas proximidades do Parque Anhanguera recebendo visitas espor dicas e motivadas pelo passeio ferrovi rio ou eventos relacionados O projeto de uso atual tem por base um passeio com paradas em esta es tem ticas denominada por ele como eco cultural Aponta o turismo como uma atividade ben fica a EFPP Sobre as dificuldades Camargo 2010 nos fala sobre a falta de verba e m o de obra especializada al m das quedas de rvore no leito da via e os problemas com a retirada destas em fun o das leis de prote o ambiental vigentes no espa o do parque Sobre
144. ndo a ferrovia ser utilizada como equipamento ou meio de transporte sugere se ainda a cria o de um Museu Ferrovi rio no local O dito uso tur stico figurou em diversos documentos apresentados De maneira geral podemos afirmar que as propostas de uso foram em todos os casos relacionadas direta ou indiretamente ao uso para visita o sendo em casas como relatados nas manifesta es de apoio da Prefeitura de Cajamar entendido como elemento capaz de potencializar o turismo regional A discrep ncia entre o n mero de entidades que manifestaram interesse em utilizar o bem tombado e os usos colocados em pr ticas nesta poca sugerem a falta de interesse dos propriet rios ou falta de articula o entre as partes o fato que o bem sucumbia as intemperes do tempo Em 1985 o Egr gio Colegiado ap s manifesta o contr ria dos propriet rios e retomada das an lises manifesta parecer favor vel ao tombamento do acervo da Estrada de Ferro Perus Pirapora Em 1987 publicada em Di rio Oficial a Resolu o n 5 que define o tombamento integral da E F Perus Pirapora tendo como justificativa o que entendemos como valor sacramentado ser ltimo remanescente em funcionamento em nosso Pa s de um conjunto completo de ferrovia de bitola estreita testemunho din mico nos dias de hoje da hist ria do desenvolvimento industrial e suas consequ ncias em nosso estado CONDEPHAAT 1980 p 418 Mesmo n o sendo o primeiro remanescente f
145. nicos Sobre o grau de preserva o P2 conceito presente nas resolu es de tombamento a senhora Silvia nos diz que se trata de metodologia para a avalia o do bem mas que particularmente prefere adotar um m todo descritivo onde em seus pareceres ela utiliza o descri o do que deve ser preservado Quanto s dificuldades encontradas para a valora o do bem a senhora Silvia nos diz que em determinado momento houve dificuldades em acessar os locais para estudos t cnicos por proibi o de funcion rios da f brica de cimento Perguntada sobre a possibilidade de garantir a integridade do conjunto da EFPP naquela poca ela nos relata que alguns mat rias poderiam ser selecionados pois existiam em grande quantidade nas depend ncias do bem tais como determinados tipos de vag es medida prevista na resolu o do tombamento e que n o nega a import ncia das pe as a serem desintegradas ainda sobre este ponto tal atitude se mostra necess ria tamb m como apontada pela arquiteta em fun o dos custos para a conta publica Sobre o turismo a Silvia Wolf WOLF MIURA 2010 nos relata que a atividade se destaca entre as demais Deixa claro que tamb m que o turismo n o exerce for a para a decis o de salvaguarda do bem mas sim ligado aos usos relacionando se com a visualiza o e necessidade de frui o p blica do bem a ser tombado contribuindo positivamente para a preserva o As arquitetas entendem o turismo como al m da
146. nselheiro Mario Savelli relata que m ltiplas ocorr ncias contribuiram para a lenta tramita o deste processo elenca entre elas o confisco da CEIPN Crendo que os esfor os e informativos anteriores eram suficientes reitera a recomenda o de imediato tombamento decis o posteriormente endossada pelo Egr gio Colegiado Indicando a falta de colabora o dos propriet rios Enfim remetendo a exaustiva argumenta o anterior um quadro de abandono e imobilismo sem ind cios vis veis de reativa o pr xima o que deve ter contribu do para que a Estrada de Ferro Perus Pirapora n o tenha dado at hoje resposta ao oficio 731 84 de 03 de outubro de 1984 JEssa situa o de in rcia obriga ao nosso ver a prontas providencias para a preserva o do raro acervo cultural CONDEPHAAT 1980 p 233 64 Em rela o aos usos possivelmente uma aten o aos apontamentos realizados pela Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria Somente ap s esgotadas todas as possibilidade de atrav s da inteligente colabora o manter a ferrovia em funcionamento na tr plice fun o cultural industrial e de lazer tur stico que se pode cogitar do simples Tombamento do material rodante e conexos para exibi o est tica num dos museus especializados no Estado de S o Paulo ou de outro que para esse fim seja criado p 234 Manifestando apoio ao tombamento da EFPP a Associa o de Preserva o da Mem ria Ferro
147. nsider vel dos servi os de longo percurso MORAES E 2011 Segundo Stefani 2007 entre os anos de 1970 e 1980 foram desativados ao todo quinze ramais de passageiros das antigas companhias ferrovi rias como a Sorocabana EFS Paulista CPEF e Mogiana CMEF extinguindo os servi os entre cidades como Mairinque e Campinas Jundia e Francisco Quirino entre outras Com fechamento de diversos trechos por todo o estado algumas estruturas e pr dios ferrovi rios perdem sua raz o de ser A falta de demanda pelos servi os e a tecnologia por vezes ultrapassada fez com que vag es locomotivas e carros de passageiros fossem encostados em p tios por todo o pa s No mesmo per odo a compreens o do patrim nio paulista passava por altera es superando a vis o da hist ria dos not veis e bandeirantismo MARTINS 2011 Os bens ferrovi rios passariam a integrar os estudos para tombamento do CONDEPHAAT ap s 1970 sendo o primeiro reconhecimento datado de 1974 Horto Florestal de Rio Claro Conforme ressalta Ana Martins o entendimento do patrim nio ferrovi rio na d cada de 1980 estava restrito a esta o e voltado principalmente as quest es arquitet nicas n o se entendia n o se percebia n o se sabia que na verdade era um patrim nio industrial e que aquilo era parte de um complexo MARTINS 2010 Elementos do cotidiano da sociedade da poca as ferrovias recebem aten o justamente em seu per odo de retra o norma
148. nte em fun o das demandas e entendimentos atuais Ainda sobre as tem ticas afirma as tem ticas s o todas imbricadas porque nos fizemos por exemplo quest o de um ano uma divis o assim vamos verificar o universo cafeeiro que muito importante aqui O momento dessa economia que se desenvolve e faz com que S o Paulo ocupe outro patamar mas nisso nos vimos que essa economia cafeeira era absolutamente dependente da ferrovia que j era outra tem tica Ai n s vamos ver que as ind strias que est o sendo estudadas aqui elas s o absolutamente consequ ncia desta jun o de ferrovia caf e outras culturas MARTINS 2010 Em rela o aos tombamentos de material rodante relata que n o h no corpo t cnico um especialista para a an lise havendo processos que aguardam parecer especifico Aponta tamb m em referencia ao cen rio atual da preserva o ferrovi ria os estudos para tombamento est o em evidencia destacando a situa o ca tica deste tipo de remanescente uma vez que n o h um propriet rio definitivo sendo este um tema tamb m priorit rio ao IPHAN Sobre o tema turismo Ana Martins 2010 afirma que mesmo n o se tratando de um crit rio para o tombamento salvo as esta es localizadas em estancias tur sticas o potencial para o turismo uma dimens o contemplada nos estudos de tombamento Quanto ao uso tur stico para o patrim nio afirma que o uso em si fundamental para a n o deteriora
149. ntemente autorizados a utilizar divulgar e publicar para fins acad micos e culturais o mencionado depoimento completo ou parcial editado ou n o bem como permitir o acesso a terceiros ao mesmo desde que para fins acad micos no Brasil e ou no exterior O pesquisador por sua vez se compromete a zelar pela integridade e utilizar indica es de fonte de autor 02 de Julho de 2012 Nome Ana Luiza Martins Camargo de Oliveira Documento RG 3 581 046 4 Cedente 138 ANEXO C TERMO DE CESS O DE DEPOIMENTO ORAL 2 CESS O DE DIREITOS SOBRE DEPOIMENTO ORAL ENTREVISTA Pelo presente documento Antonio Jos Chinelato Zagato CEDENTE cede e transfere gratuitamente em car ter universal e definitivo Unesp Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho e ao pesquisador Ewerton Henrique de Moraes a totalidade dos seus direitos patrimoniais de autor sobre o depoimento oral prestado no dia 07 de Maio de 2012 na cidade de S o Paulo perante o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes ENTREVISTADOR Ficam portanto a Universidade Estadual Paulista e o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes consequentemente autorizados a utilizar divulgar e publicar para fins acad micos e culturais o mencionado depoimento completo ou parcial editado ou n o bem como permitir o acesso a terceiros ao mesmo desde que para fins acad micos no Brasil e ou no exterior O pesquisador por sua vez se compromete a zelar pela in
150. ntes aos dias de hoje pe o que se poss vel fa a men o a forma de organiza o princ pios norteadores e imagin rios do per odo do processo de tombamento 1980 1987 ressaltando as diferen as com os atuais 130 APENDICE F ROTEIRO DE ENTREVISTA JOS ANTONIO CHINELATO ZAGATO UPPH CONDEPHAAT SOBRE O ENTREVISTADO Nome Completo S ntese da Forma o Acad mica Fun o Exercida Responsabilidades e Atribui es Data de Admiss o DEPARTAMENTO Responsabilidades e Atribui es Organiza o n mero de colaboradores subordina o BENS EM ESTUDO Estudos de tombamento em andamento patrim nio ferrovi rio Data de Abertura Nome do Bem Solicitante Andamento PATRIM NIO FERROVI RIO De maneira geral qual o cen rio atual da preserva o dos remanescentes ferrovi rios no Estado de S o Paulo Estado de conserva o politicas espec ficas usos Atualmente quais t cnicos est o envolvidos diretamente com os estudos do patrim nio ferrovi rio Fale nos sobre o trabalho da equipe t cnica e as principais dificuldades encontradas para a realiza o dos estudos t cnicos Sabemos que a sele o dos bens pautada em crit rios e estudos t cnicos Assim sendo de forma geral quais valores norteiam esta sele o Em um comparativo com os estudos para o patrim nio ferrovi rio nas d cadas anteriores houve mudan as em rela o a estes valores Em caso afirmativo quais Conforme a legi
151. ntidades amistosa e de respeito m tuo impress es colhidas com base nas conversas com membros das duas entidades O uso 113 do patrim nio por parte do IFPPC est baseado no termo de comodato que garante a explora o para fins de preserva o do bem tombado contando esta parceria com o interm dio da Secretaria de Cultura do Estado de S o Paulo Quanto ao valor desta ferrovia entendem como um rico acervo ferrovi rio contudo acreditamos que diferente do passado o reconhecimento da ferrovia tenha caminhado para uma compreens o do todo valorizando tamb m os demais componentes do acervo ferrovi rio e sua rela o com a extinta f brica de cimento sendo utilizada como equipamento de lazer com finalidade cultural CAMARGO 2010 MORAES J 2011 3 2 2 Gest o do bem tombado Desde 2000 o Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC det m a titulo de comodato o direito de explora o com fins de preserva o da E F Perus Pirapora compreendida por parte da rea total da ferrovia instala es e material rodante A parceria firmada com o propriet rio prev a utiliza o por 50 anos com possibilidade de renova o por per odo igual tendo este acordo sido intermediado pela Secretaria de Cultura do Estado de S o Paulo Sobre os terrenos por onde passa a estrada de ferro devemos ressaltar que diferente de outras companhias no pa s a EFPP n o se valia do direito de passagem proporcionado
152. nto de mercadorias e o com rcio entre regi es Desta forma as estradas de ferro tinham sua imagem atrelada ao desenvolvimento e progresso No estado de S o Paulo a expans o das linhas possibilitou e potencializou o surgimento de novos n cleos habitacionais a beira dos trilhos O desenvolvimento ferrovi rio modificou espa os economias e rela es sociais tendo por muitas vezes este modal acompanhado o cotidiano dos moradores destas cidades Termos utilizados por MATOS 1990 14 Diferente do primeiro momento j em meados do s culo XX a retra o do sistema ferrovi rio e falta de investimentos motivadas principalmente pela op o pol tica pelo sistema rodovi rio culminou na redu o dos servi os para passageiros fechamentos de companhias e supress o de consider vel parcela da malha ferrovi ria Neste contexto somado consequente queda na demanda pelos servi os parte das estruturas tornam se desnecess rias para o sistema Armaz ns oficinas esta es e outros espa os perdiam assim sua raz o de ser As estruturas ferrovi rias passam a um cen rio de abandono Ap s 1970 j em meio a retra o do sistema ferrovi rio os remanescentes passam a integrar os estudos para tombamento do CONDEPHAAT Fatores como a monumentalidade das constru es rela es com a hist ria da arquitetura e posteriormente a hist ria econ mica e mem rias fundamentariam os pedidos de estudos para tombamento nas ltimas d cad
153. ntribuiu para a massifica o do turismo o que de certa forma tamb m se reproduziu nos pa ses perif ricos em rela o s camadas sociais economicamente dominantes PIRES 2002 p 33 Segundo Solha 2005 a partir dos anos 1970 auge do Turismo de Massas no mundo come am a se desencadear diversos problemas gerados pelas formas de 30 produ o e consumo caracter sticos dos produtos massificados afetando estruturas sociais ambientais e econ micas das popula es anfitri s Em meados da mesma d cada em contraposi o aos evidentes impactos negativos da atividade as quest es relacionadas aos danos socioecon micos culturais e ambientais do turismo ganham destaque tanto na academia quanto na sociedade como um todo Cria se uma postura critica com a experi ncia do turismo e os interesses dos agentes do processo fortalecendo o discurso nesta poca ainda no in cio de desenvolvimento sustent vel PIRES 2002 SOLHA 2005 Nos anos seguintes cresce a tend ncia por um turismo alternativo termo utilizado em oposi o ao turismo de massas REJOWSKI e SOLHA 2005 Neste contexto em meio a press es e novos pressupostos para a atividade surge o segmento de turismo cultural Segundo Costa 2009 com premissas de menor fluxo e visitantes atentos necessidade de respeito ao meio ambienta e cultural se apresentava como uma possibilidade de menores impactos negativos nos n cleos receptores Para Pra
154. o Conceitualmente o patrim nio industrial compreende as estruturas geradas pelo desenvolvimento hist rico das atividades produtivas e extrativas do homem interpretado em um contexto territorial torna se testemunho dos cotidianos da mem ria do trabalho e do lugar ALVAREZ ARECES 2008 K HL 1998 Conforme definido pela Carta de Nizhny Tagil sobre Patrim nio Industrial aprovada pelos delegados do The International Commite for the Conservation of the Industrial Heritage TICCIH em 2003 O patrim nio industrial compreende os vest gios da cultura industrial que possuem valor hist rico tecnol gico social arquitet nico ou cientifico Estes vest gios englobam edif cios e maquinaria oficinas f bricas minas e locais de processamento e de refina o entrepostos e armaz ns centros de produ o transmiss o e utiliza o de energia meios de transporte e todas as estruturas e infraestruturas assim como os locais onde se desenvolvem atividades sociais relacionadas com a ind stria tais como habita es locais de culto ou de educa o TICCIH 2003 Como visto o conceito engloba n o apenas os locais de produ o mas tamb m os edif cios e constru es a ele relacionados Segundo Casanelles i Rah la 2007 s o interesses do patrim nio industrial a Lugares Produtivos lugares onde ocorre qualquer tipo de processo produtivo ou de transforma o b Armaz ns e dep sitos espa os utilizados para armazenagem de
155. o Barrac o Ribeir o Preto SP CONDEPHAAT 1982 Esta o da Luz S o Paulo SP CONDEPHAAT 1982 Esta o Ferrovi ria Guaratinguet SP CONDEPHAAT 1982 Esta o Ferrovi ria de Rio Claro Rio Claro SP CONDEPHAAT 1987 Acervo da Estrada de Ferro Perus S o Paulo SP e CONDEPHAAT 1987 Pirapora Cajamar SP Esta o Ferrovi ria Mairinque SP CONDEPHAAT 1987 Esta o Ferrovi ria Descalvado SP CONDEPHAAT 1987 Rompe re ads Santo Andr SP CONDEPHAAT 1988 Paranapiacaba Rotunda Cruzeiro SP CONDEPHAAT 1989 Estrada de Ferro Perus Pirapora S o Paulo SP CONPRESP 1992 Esta o da Luz S o Paulo SP IPHAN 1996 Pr dio do Antigo DOPS S o Paulo SP CONDEPHAAT 2000 Esta o Julio Prestes S o Paulo SP CONDEPHAAT 2000 Conjunto do Armazens ga AnUOS S o PauloiSE CONPRESP 2007 s o Paulo Railway Esta o Ci ncia S o Paulo SP CONPRESP 2009 Esta o Ferrovi ria de Caieiras Caieiras SP CONDEPHAAT 2010 Esta o Ferrovi ria de Jundia Jundia SP CONDEPHAAT 2010 Esta o Ferrovi ria de Franco da Franco da Rocha Rocha SP CONDEPHAAT 2010 Esta o Ferrovi ria de Perus S o Paulo SP CONDEPHAAT 2010 Esta o Ferrovi ria de Jaragu S o Paulo SP CONDEPHAAT 2010 Esta o a de V rzea V rzea Paulista SP CONDEPHAAT 2010 Esta o Ferrovi ria de Rio Grande da Rio Grande da Serra Serra SP CONDERNASI 20 Rota o aee de Ribeir o Ribeir o Pires SP CONDEPHAAT 2010 Esta o Ferrovi ria de Santos Santos SP CONDEPHAAT 2010 Valongo Egas cando ai qu dao
156. o Parque Anhanguera apresenta se como forma vi vel de aproveitamento IPHAN 1983 p 83 Mesmo reconhecendo a necessidade de aprofundamento das informa es o diretor da Regional de S o Paulo aponta parecer favor vel desta diretoria para abertura do processo de tombamento afirmando ainda que n o h d vidas de que se trata de um raro remanescente e um importante testemunho tecnol gico das primitiva estradas de ferro IPHAN 1983 p 82 conforme destaque no fragmento a seguir No que tange ao m rito e valores associados a antiga estrada de ferro capazes de justificar o tombamento pela SPHAN esta Diretoria carece de referencias para melhor ajuizar a quest o contudo n o h d vidas de que se trata de raro remanescente e importante testemunho tecnl gico das primitivas estradas de ferro quer associadas a ocupa o e expans o da lavoura cafeeira quer como novo e eficiente meio de transporte entre os n cleos urbanos O caso da Per s Pirapora reveste se ainda de peculiar condi o De fato na medida da desativa o ou moderniza o de in meras outras ferrovias equipamentos principalmente locomotivas foram sendo adquiridos e passaram a integrar seu patrim nio conferem a Companhia o car ter de um museu criado espontaneamente e em opera o o conjunto de bens representados pelo acervo da Perus Pirapora merece ser preservado IPHAN 1983 p 82 grifos do autor
157. o a instru o inicial como suficiente considerando o alto valor cultural do acervo segundo ele suficientes para conduzir a recomenda o de pronto tombamento CONDEPHAAT 1980 p 188 o t cnico faz considera es a cerca dos valores apresentados 61 tornou se coletora natural do restante das antigas ferrovias desativadas verdadeiro mostru rio do remanescente do per odo em que as linhas de gabarito m nimo constitu am elementos b sicos no transporte da produ o agr cola ent o alicer ador da economia nacional N o se deve a nosso ver desprezar essa oportunidade de preservar um acervo concentrado permitir apresentar espectro amplo de uma atividade que teve marcante express o em nossa hist ria econ mica CONDEPHAAT 1980 p 188 O conjunto muito caracter stico por ser dos ltimos remanescentes da bitola 60 cm do mundo e pela composi o do material rodante que foi formado principalmente a partir da aquisi o de componentes de v rias linhas que se extinguiriam CONDEPHAAT 1980 p 190 devem somar se o pitoresco da regi o onde se desenvolve o tra ado a facilidade de acesso a partir de S o Paulo por rodovia ou ferrovia e a vizinhan a com o Parque Anhanguera gerando condi es mui propicias a um amplo projeto de natureza cultural de lazer que transcende ao j fascinante de reminisc ncia dos prim rdios da industria e da tecnologia paulista que a ferrovia apresenta
158. o citado material j que o mesmo foi dispens vel para elabora o de um parecer conclusivo sobre o bem IPHAN 1983 p 296 O parecer 38 2000 emitido pelo Historiador T cnico Adler Homero Fonseca de Castro prop e encaminhamento ao Conselho Consultivo com a recomenda o de arquivamento contendo as seguintes considera es 2 o conte do dos autos especialmente o pedido original que definia o objeto de tombamento como a cole o de acervo ferrovi rio e no qual se enfatiza o fato de ser ele um conjunto completo em funcionamento normal e integral na data do pedido retirado do documento complementar ao pedido de tombamento ABPF IPHAN 1983 p 297 examinando os autos n o encontramos no bem valores paisag sticos etnogr ficos ou arqueol gicos excepcionais as c pias de fotos do acervo constantes dos autos do processo que demonstram que o mesmo n o apresenta elementos art sticos ou arquitet nicas marcantes ou excepcionais que possam justificar a inscri o no livro do tombo de Belas Artes n o h associado ao pr dio fatos ou eventos hist ricos que o individualizem como tendo valor excepcional a n vel nacional para inscri o no livro do tombo hist rico IPHAN 1983 p 298 Jo fato de que a inser o hist rica poss vel de ser analisada no bem seria a de seu rela o com um processo hist rico de certa relev ncia o da constru o de ferrovias subsidi rias
159. o dos bens indicando rela es entre a aus ncia de uso dos espa os car ncias or ament rias do munic pio e demandas das popula es locais Para o entrevistado este tipo de uso do patrim nio uma forma de voc atrelar uma estrutura pr existente muitas vezes at em estado regular com baixa necessidade de recupera o em alguns casos e simplesmente instalar esses equipamentos culturais que as vezes as popula es locais tem uma demanda ZAGATO 2012 Quanto o reconhecimento legal destas estruturas atualmente os crit rios de estudos t cnicos foram pensados em considera o a abrang ncia destes elementos O t cnico aponta que o entendimento de patrim nio ferrovi rio foi ampliado englobando elementos al m da esta o de passageiros Segundo Zagato 2012 os crit rios seguidos durante os estudos s o basicamente contextos econ mico social e geogr fico esta oes de linhas tronco conjuntos ferrovi rios marcos O e pontos terminais ramais de 84 contexto econ mico expressivo contexto hist rico expressivo esta es de arquitetura especial solu es t cnicas construtivas ou tipologias arquitet nicas caracter sticas da ferrovia rela es t cnicas e estrat gicas estado de conserva o cidades estancia e processos sociais e de mem ria ferrovi ria Mesmo n o sendo um valor especifico ou crit rio de exclus o a presen a das cidades estancias vista da seguinte forma o fato de s
160. o sistema Ap s 1970 j em meio a retra o do sistema ferrovi rio os remanescentes passam a integrar os estudos para tombamento do CONDEPHAAT Fatores como a monumentalidade das constru es rela es com a hist ria da arquitetura e posteriormente a hist ria econ mica e mem rias fundamentariam os pedidos de estudos para tombamento nas ltimas d cadas Em um posicionamento cr tico sobre o reconhecimento dos bens ferrovi rios do estado de S o Paulo Rodrigues 2010 aponta a tend ncia pelo tombamento de esta es ferrovi rias espa o de chegadas e partidas e sem d vidas elemento relevante na composi o de mem rias contudo pouco esclarecedor da import ncia tecnol gica e econ mica das ferrovias Aponta tamb m a rela o entre o reconhecimento e a nostalgia No caso espec fico das ferrovias o tombamento de esta es cujo papel s pode ser compreendido no contexto amplo que sustenta funcional e tecnologicamente o sistema ferrovi rio composto de itens 7 E A A a E A ASAS La penuria que atraves el sistema ferroviario a partir de la d cada de 1950 coart las posibilidades de renovaci n de buena parte de sus instalaciones lo cual las fosilizo en un determinado momento hist rico afiadiendo un valor patrimonial adicional 27 como armaz ns oficinas resid ncias instala es mec nicas revela nitidamente a tend ncia de consolida o da imagem nost lgica do passado e do tratamento unit rio
161. ocia o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF o processo referente ao acervo peculiar da Estrada de Ferro Perus Pirapora Cajamar foi motivado por uma preocupa o desta associa o frente a licita o p blica para venda dos bens do Grupo Abdalla destaque para a Companhia de Cimento Portland Perus e a EFPP O pedido cont m embasamento extenso tendo sido apresentados diversos documentos sobre a hist ria do bem cat logo com localiza o do acervo entre outros O detalhamento e rigor de pesquisa s o percebidos tamb m nos estudos realizados pela equipe t cnica Em 1984 o conselho decide pelo tombamento a o efetivada apenas em 1987 morosidade causada principalmente pelos embates com os propriet rios Ao longo do processo s o feitas diversas denuncias sobre dilapida o do acervo e estado de conserva o ruim Este item contempla dois objetivos espec ficos propostos a identifica o dos personagens e an lise do processo 3 1 1 CONDEPHAAT Solicitante e Propriet rio identifica o dos personagens S o personagens do processo de tombamento CONDEPHAAT rg o de defesa ABPF solicitante quando ao propriet rio em um primeiro momento a E F Perus Pirapora por determina o legal era responsabilidade do poder p blico atrav s da CEIPN Posteriormente ap s leil o a ferrovia e a f brica de cimento retornam ao capital da Fam lia Abdala Nesta an lise faremos men o a Companhia Brasileira de Cimento
162. or objetivo a salvaguarda e valoriza o dos remanescentes da coloniza o do litoral paulista regi o que nesta poca j possu a um plano de aproveitamento tur stico A Unidade de Preserva o do Patrim nio Hist rico UPPH um rg o t cnico e executivo do CONDEPHAAT subordinado a Secretaria de Estado da Cultura Atualmente conta com profissionais das reas de arquitetura hist ria e sociologia SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA 2012 Quanto ao posicionamento os tr s pareceres t cnico conselheiro e Conselho s o favor veis ao tombamento do bem Com parecer extenso e detalhado o conselheiro Mario Savelli segue os valores apresentados pelo solicitante e t cnicos destacando principalmente o fato do bem ser um dos ltimos remanescentes em bitola de 60 cm e a aquisi o de componentes de v rias linhas que se extinguiram O parecer t cnico assinado por Cristina Wolf e Silvia Wolf Definido o reconhecimento da E F Perus Pirapora a Resolu o 5 de 19 1 1987 justificaria o reconhecimento da seguinte forma ultimo remanescente em funcionamento em nosso Pa s de um conjunto completo de ferrovia em bitola estreita testemunho din mico nos dias de hoje da hist ria do desenvolvimento industrial e suas consequ ncias em nosso Estado CONDEPHAAT p 419 Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF 101 A solicita o para o estudo de tombamento da E F Perus Pirapora processo 21 27
163. orme beleza c nica CONDEPHAAT 1980 p 449 Grifos do autor Durante as leituras informa o confirmada tamb m nas entrevistas com Ana Martins e Silvia Wolf notamos dificuldade por parte do corpo t cnico em valorar o acervo da E F Perus Pirapora tombamento um tanto incomum naquela poca Em meio a tais dificuldades o bem em an lise no conselho receberia em diferentes momentos adjetivos como peculiar e distinto evidenciando que este era um estudo incomum A an lise em n vel federal tamb m sofreria com os mesmos problemas para valora o sendo as frequentes reformula es do rg o respons vel na poca do processo outro agravante Nota se uma grande influencia da ABPF nas quest es relacionadas aos estudos e valora o do bem em ambos os processos Aparentemente a solicitante atuava como parceira do conselho de defesa estadual para as quest es referentes aos entendimentos dos elementos referentes ao bem em estudo O esfor o dos t cnicos e avan os conceituais pode ser evidenciado nos relat rios de visita documentos em sua maioria detalhistas e atentos tamb m a quest es pontuais Sem desconsiderar os cen rios e os valores apresentados para o bem em an lise acreditamos que as an lises e consequente valora o apontam para a ferrovia em uma perspectiva isolada de sua eminente liga o com o complexo fabril A E F Perus Pirapora era respons vel pelo transporte de mat rias primas e escoamento da produ o
164. ortante norte para a elabora o deste trabalho como um todo Silvia Wolf nos apresentou a t cnica Ana Martins para futura entrevista J Nelson Camargo al m de nos acompanhar nas visitas ao acervo da E F Perus Pirapora indicou J lio Moraes Apresentaremos nos pr ximos par grafos breves informa es sobre cada uma das entrevistas Nelson Camargo foi nosso primeiro contato com o Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural O question rio foi elaborado com foco na institui o visando informa es a respeito da funda o objetivos entre outros A 17 entrevista foi realizada em Julho na Gr fica Clanel localizada no bairro de Perus O local antiga sede da regional Perus da ABPF As entrevistas com os membros da UPPH CONDEPHAAT foram realizadas na sede da institui o pr dio da Esta o J lio Prestes nas seguintes datas Silvia Wolf dezembro de 2010 Ana Martins janeiro de 2011 e Antonio Zagato maio de 2012 Os question rios foram elaborados segundo participa o no processo de tombamento Silvia Wolf e experi ncia com o patrim nio ferrovi rio Ana Martins e Antonio Zagato J a conversa com J lio Moraes atendeu a dois prop sitos informa es sobre os usos atuais do bem tombado e priorit rio discuss es sobre sua participa o na ABPF e processo de tombamento da E F Perus Pirapora O nome est presente em grande dos estudos sobre o bem enviados ao CONDEPHAAT na d cada de 1980 A en
165. os elementos como a baixa demanda e densidade demogr fica em certas regi es tecnologia ferrovi ria atrasada e Paolillo e Rejowski 2006 Palhares 2006 e Ron 2002 35 p 10 r PPE e fatores topogr ficos O Trem de Prata servi o ferrovi rio oferecido em parceria pela Rede Ferrovi rio Federal extinto em 1998 figura como exemplo nos tr s t tulos Ainda que contenham em meio aos exemplos apresentados servi os de trens tur sticos nenhuma destas obras traz uma defini o clara estando o conceito relacionado a Turismo Ferrovi rio como veremos Para Paolillo e Rejowski Quando se trata de turismo ferrovi rio deve se citar alguns dos trens famosos do mundo seja pela velocidade o TGV e o Trem Bala shinkansen Hikari seja pelo romantismo e saudosismo de pocas passadas o Orient Express O Transiberiano e o Transmongoliano seja pela paisagem e abrang ncia de destinos os trens da Amtrak o Trem Azul o Trem das Nuvens seja pela integra o com outros modais Lufthansa Airport Express ou seja ainda pela tecnologia o TGV Euro Star PAOLILLO E REJOWSKI 2006 p 44 Dentro dos exemplos elencados juntamente com trens diretamente relacionados ao turismo notamos a presen a de trens regulares de longo percurso como o TGV e deslocamento complementar como o caso do Lufthansa Airport Express Da forma como est apresentado entendemos o conceito de Turismo Ferrovi rio como insuficiente para abarcar tanto
166. ostas de uso do bem tombado h um recorte de uma mat ria da Folha de S o Paulo datado de 15 de julho de 1990 com subt tulo Grupo quer reativar ferrovia feita em 1914 Mesmo n o se tratando de uma proposta efetiva demonstra as inten es de uso Fazendo men o ao uso para visita o o rep rter sugere um cen rio Apitando na plataforma Esta o Perus uma singela maria fuma a estaria a sua espera pronta para leva lo a um passeio pelas matas da serra da Cantareira cortando os bosques do Parque Anhanguera e beirando o rio Juqueri num percurso de 25 quil metros que termina em Cajamar noroeste da Grande S o Paulo Isso poderia acontecer As marias fuma as existem e est o encostadas em Cajamar Os trilhos estreitos e datados de 1914 est o encobertos de mato e interrompidos em alguns trechos Mas os integrantes do Movimento Pr Reativa o da Ferrovia Perus Pirapora acreditam que tudo o conjunto pode voltar a funcionar desta vez para virar programa de domingo para paulistanos e turistas CONDEPHAAT 1980 p 458 Em dezembro de 1993 acompanhado o Assistente T cnica do Minist rio P blico Estadual em visita as depend ncias da E F Perus Pirapora a senhora Simone Scifoni relata novos avan os na degrada o deste acervo Na ocasi o pudemos constatar evid ncias de deteriora o do bem tombado e interven es em rea envolt ria sem autoriza o deste rg o nas oficinas de Cajamar aponta situa
167. osteriormente j ap s uma grande retra o no sistema com o inicio da extin o da antiga Rede Ferrovi ria Federal a Uni o conforme a entrevistada meio perdida na situa o determinou que o IPHAN fosse respons vel por avaliar esse patrim nio em todo o Brasil e definir os conjuntos representativos da hist ria ferrovi ria do Brasil A prem ncia disso se perder por falta de uso considerando a impossibilidade do IPHAN em assumir essa tarefa herc lea em fun o do tamanho do acervo e o n mero de t cnicos de selecionar o que era importante resolvem formar no CONDEPHAAT um pequeno grupo tendo como ponto positivo os conhecimentos relativos ao interior e as divis es culturais do estado A entrevistada nos fala tamb m em meio aos acontecimentos relatados neste paragrafo sobre os avan os conceituais relativos a ferrovia e ao patrim nio ferrovi rio o entendimento da esta o e da ferrovia tinha mudado em termos conceituais A esta o n o era s a esta o voc tombar s a esta o de embarque e desembarque n o significa nada a marca ferrovi ria ela vem do complexo industrial que a esta o representou Ent o voc precisa mostrar realmente o que era esse complexo os seus armaz ns de exporta o as caixas d gua cada uma com sua caracter stica MARTINS 2010 Retomados os estudos do patrim nio ferrovi rio tendo j como resultado o tombamento de parte das esta es da antiga S o P
168. oteiro de Entrevista Jos Antonio Chinelato Zagato 130 UPPA CONDEPRERA se eds ara n e DSR Ela ap 130 APENDICE G Roteiro de Entrevista Jos Octaviano Cury 131 EF Pers Pirapora LEDA Jirre ua ad DE TO N ORSA 131 APENDICE H patrim nio ferrovi rio no estado de S o Paulo 132 ANEXOS Si sanatoiimasses asaa astra n ga fnaiD tais aiii aa a Del EAE AO EEEE iia Rena 133 ANEXO A Patrim nio Ferrovi rio em estudo no Estado de S o Paulo 134 UPPH CONDEPHAA T a a a DIA a A Rd Sa 134 ANEXO B Termo de Cess o de Depoimento Oral 1 i 137 ANEXO C Termo de Cess o de Depoimento Oral 2 c 138 ANEXO D Termo de Cess o de Depoimento Oral 3 i 139 ANEXO e Termo de Cess o de Depoimento Oral 4 140 13 INTRODU O Em 1867 mais de uma d cada ap s a implanta o da primeira estrada de ferro do pa s o Estado de S o Paulo veria o in cio da circula o dos trens da S o Paulo Railway SPR companhia de capital ingl s respons vel pela constru o e administra o da linha entre o Porto de Santos e a cidade de Jundia A liga o entre o litoral e o planalto paulista inicialmente realizada por caminhos tortuosos e precip cios na Serra do Mar ganharia uma nova din mica com a implanta o dos trilhos contando com menor tempo de viagem e menores riscos Segundo Matos 1
169. ovi rias principalmente trechos secund rios e locais Para Vega e Polo Muriel 2007 a 26 decad ncia das ferrovias paradoxalmente em parte trouxe benef cios ao conjunto patrimonial a dificuldade pela qual passou o sistema ferrovi rio a partir da d cada de 1950 reduziu as possibilidades de renova o de boa parte de suas instala es o qual as fossilizou em um determinado momento hist rico adicionando um valor patrimonial VEGA E POLO MURIEL 2007 p 152 Para os autores os remanescentes que chegaram at nossos dias tem um estado f sico constru es muito pr ximo ao momento de seu surgimento Em exemplos pr ticos citamos as esta es ferrovi rias metropolitanas de S o Paul Operadas pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM em sua maioria s o estruturas de antigas companhias tais como a S o Paulo Railway e a E F Soracabana Segundo Jimenez Vega e Polo Muriel 2007 muitos elementos seguem ativos originais ou reconvertidos outros por m obsoletos foram abandonados a sorte desaparecendo pela press o de novos usos para o territ rio ou simplesmente se perdendo como ruina ao passar do tempo Novamente trazendo a discuss o ao contexto paulista em um momento de retra o esta es armaz ns oficinas e outras estruturas perderam sua raz o de ser As estruturas ferrovi rias passam a um cen rio de abandono restando em alguns casos apenas esqueletos do antig
170. p 47 Retomando o caso descrito no primeiro par grafo al m de importante marco pode ilustrar nossa discuss o conceitual Na viagem organizada por Cook o trem atua apenas como um meio de transporte deslocamento entre ponto A e B Caso o meio de transporte fosse substitu do por outro n o causaria grandes altera es nos prop sitos da viagem Ainda que em fun o da poca do fato e da forma como foi realizado n o seria 34 poss vel entender como turismo o exemplo demonstra a utiliza o do transporte com finalidade nica de deslocamento o trem n o agregaria experi ncia viagem Pensemos um trem metropolitano Ainda que este possivelmente atenda diariamente a pessoas em deslocamentos relacionados ao turismo por exemplo visitantes em transito entre um atrativo tur stico e outro o servi o projetado para atender unicamente a mobilidade urbana tendo como clientes principais pessoas em trajeto cotidianos O turismo utiliza se com frequ ncia dos transportes metropolitanos contudo n o se trata de um deslocamento propriamente tur stico tampouco dotado de experi ncia tur stica salvo raros exemplos mundiais Em casos pr ticos as diferen as entre os trens metropolitanos e tur sticos oferecidos pela CPTM trens que por vezes compartem destinos e trajetos esta baseado no servi o oferecido Enquanto o primeiro est integrado ao sistema de transportes metropolitanos o segundo conta com equipe de bordo monitoria
171. parece como uma dificuldade MORAES J 2011 CAMARGO 2010 situa o semelhante a relatada na entrevista com o presidente da ABPF GAZETTA FILHO 2011 o que nos leva a compreender que esta seja uma dificuldade compartilhada por grande parte sen o todas as associa es para preserva o Mesmo em meio ao amadorismo devemos ressaltar a import ncia o empenho e dedica o dos volunt rios uma vez que sem este trabalho nada seria feito Sobre os recursos financeiros para opera o e recupera o do material rodante o IFPPC conta principalmente com as mensalidades pagas em car ter espont neo por seus associados Em menor n mero ocorrem doa es de pessoas f sicas e jur dicas al m de pequenas entradas provindas de tarifas de ingressos e venda de alimentos doces e bebidas e suvenires A falta de recursos um dos problemas apontados nas entrevistas e conversas com os membros Devemos considerar ainda no campo da recupera o do acervo as parcerias estabelecidas com empresas entre elas a recupera o da locomotiva a vapor n 8 e um carro de passageiros pela empresa Natura al m da doa o de dormentes e pintura da cabine da locomotiva a diesel alem de 1938 Diema pela Companhia Paulista de Trens Metopolitanos CPTM 3 2 3 Acervos e Usos Atuais A partir de 2011 o acervo anteriormente concentrado em Cajamar SP e sem prote o efetiva n o s do tempo mas tamb m em rela o a vandalismo e dilapida o passa a
172. pelas leis da poca mas sim era dona das terras por onde passava fato este que gera uma te rica independ ncia as a es A proximidade com as depend ncias e reas restritas visando prote o ambiental do Parque Anhanguera entendida por n s como fator limitador A cria o do Parque Anhanguera fato de data posterior a inaugura o da estrada de ferro tornou os espa os da ferrovia rea de amortecimento uma vez que no per metro os limites do terreno tanto ao lado direito como o lado esquerdo s o as reas do parque o que imp e legisla o pr pria a este prop sito As atividades acontecem de maneira normal contudo algumas opera es comuns a toda ferrovia tais como a manuten o de via com limpeza da vegeta o que a invadem o leito ferrovi rio podem causar s rios problemas e multas aos respons veis Entidade sem fins lucrativos o IFPPC conta com o apoio de membros associados para a realiza o das atividades de manuten o preserva o e at opera o da ferrovia contando com apenas tr s funcion rios remunerados contratados para atividades de manuten o de via O restante colabora de maneira volunt ria em seus hor rios livres n o sendo a ferrovia uma dedica o exclusiva tendo este grupo um perfil variado compartilhando o interesse pela ferrovia e sua preserva o Em rela o a gest o de 114 pessoal a luta pela preserva o motiva os trabalhos contudo a falta de especialistas a
173. pinas SP Pontes 1990 MIRANDA M P S Tutela do Patrim nio Cultural Brasileiro Belo Horizonte Del Rey 2006 121 MOESCH M M A produ o do saber tur stico 2 Edi o S o Paulo Contexto 2002 MORAES Ewerton Henrique de A Estrada de Ferro Perus Pirapora An lise do processo de tombamento e das propostas de uso tur stico do bem tombado 2011 Relat rio Final de Pesquisa Funda ao de Amparo a Pesquisa do Estado de S o Paulo FAPESP Rosana 2011 documento nao publicado ORGANIZA AO MUNDIAL DO TURISMO org Turismo internacional uma perspectiva global 2 ed Bookman 2003 PAGE S J Transportes e Turismo perspectivas globais Tradu o DARTORA Juliana de Souza 2 ed Porto Alegre Bookman 2008 PALHARES G L Transportes Tur sticos 2 ed S o Paulo Aleph 2006 PANOSSO NETTO A TRIGO L G Cen rios do turismo brasileiro S o Paulo Aleph 2009 PAOLILLO A M REJOWSKI M Transportes 3 ed Sao Paulo Aleph 2006 PARDO ABAD C J Turismo y patrimonio industrial Madri Editorial Sintesis 2008 PIRES P S Dimens es do ecoturismo S o Paulo Editora Senac 2002 PRATS L SANTANA A Turismo Identidad y Patrimonio las reglas del juego Pasos Revista de Turismo Y Patrimonio Cultural Tenerife espa a n 5 p 1 12 2011 PRATS L Patrimonio Turismo Desarrollo Pasos Revista de Turismo Y Patrimonio Cultural Tenerife Espa a v 1 n 2 p 127 136 200
174. posto que os atuais propriet rios conservam e preservam este patrim nio hist rico nos exatos termos do pretendido com tal tombamento CONDEPHAAT 1980 p 202 Desenvolvendo sua argumenta o o relator deste documento aponta que caso se verifique o tombamento fato que afirma n o acreditar seria invi vel tornar esta uma ferrovia unicamente tur stica uma vez que ela respons vel pelo transporte da mat ria prima e produ o da f brica de cimento CONDEPHAAT 1980 p 203 Finalizando o documento exp e Assim espera a requerente uma vez contestada a proposta do Colegiado pelas raz es expostas e ap s a manifesta o desse rg o n o seja aprovado pelo Sr Secret rio o tombamento ora proposto por ser da mais l dima salutar e costumeira JUSTI A CONDEPHAAT 1980 p 204 Reafirmando o tombamento o conselheiro Mario Savelli aponta n o encontramos qualquer motivo para modificar a recomenda o que no Parecer datado de 01 de julho de 1984 externamos de Tombamento da Ferrovia em causa CONDEPHAAT 1980 p 208 Ainda neste documento informa que os bens substitu dos devem ser recolhidos para preserva o para fins de mem ria al m de solicitar relat rios referentes ao n mero de viagens realizadas pela f brica e sua produ o mensal no mesmo per odo Apontamentos endossados tamb m pelo Egr gio Colegiado Considerando a contesta o foi solicitada nova visita ao local a o realizada e
175. presidente do CONDEPHAAT senhor Ruy Othake aponta que esta a o conta com ressalvas em s ntese as principais seriam que o bem n o saia do pa s n o seja descaracterizado e que a utiliza o esteja em acordo com o motivo do estudo de tombamento N o h outras indica es neste processo contudo conforme relato da ABPF presentes na documenta o para tombamento em n vel federal IPHAN 1983 o senhor Patrick Dollinger afirma que foram informados da doa o de uma locomotiva fabricada em 1896 a Prefeitura de Dummont para exposi o em pra a p blica fato que considera abrir precedente grave para o desmantelamento do acervo Em novembro de 1983 o Prefeito de Cajamar encaminha um apelo ao Secret rio de Cultura para que tenha parecer favor vel ao tombamento o mais breve poss vel considerando os riscos de perda do que considera um dos mais bonitos recantos para futuras promo es tur sticas Sobre o uso tur stico Tratando se de uma regi o com grande potencial de turismo a ferrovia representa um fator importante no desenvolvimento de um programa capaz de atender justamente aos objetivos do Conselho de Prote o do Patrim nio Hist rico CONDEPHAAT 1980 p 185 Em julho de 1984 um fato n o necessariamente relacionado ao apelo realizado anteriormente o conselheiro Mario Savelli recomenda ao Egr gio Colegiado que se manifeste favor vel ao imediato tombamento com preserva o integral da E F Perus Pirapora Apontand
176. r locomotivas e morriamos de medo que elas fossem cortadas refletindo tamb m o cen rio de decad ncia das ferrovias por todo o pa s Com sede na cidade de Campinas SP segundo GAZETTA Filho 2011 a ABPF detentora do maior acervo de material ferrovi rio hist rico do pa s contando com unidades regionais que se dedicam a preserva o dos remanescentes ferrovi rios a partir dos chamados museus din micos Com opera es concentradas na regi o sul e sudeste principalmente no estado de S o Paulo a associa o respons vel pela opera o de pouco mais de 115 quil metros de vias f rreas em diferentes cidades com destaque para a Via o F rrea Campinas Jaguari na liga o com 23 quil metros de extens o a primeira a o desta associa o tendo inicio a partir da doa o de materiais da extinta Ferrovia Paulista S A FEPASA Destaque tamb m para o Trem do Imigrante e o Trem dos Ingleses juntamente com o Museu do Sistema Funicular no estado de S o Paulo Movida pelo trabalho de associados em sua maioria pessoas de classe m dia de ambos os sexos que se dedicam a causa em suas horas de lazer a ABPF 102 considerada pelo rg o de preserva o conforme percebido no relato de Martins 2011 como uma importante parceira na preserva o Em rela o ao posicionamento conforme a argumenta o presente no processo de tombamento a Associa o Brasileira de Preserva o F
177. rada de Ferro Perus Pirapora e sua import ncia frente aos remanescentes que constituiriam posteriormente o patrim nio ferrovi rio paulista As v rias fotos retratam diferentes momentos da ferrovia sendo produto de argumenta o realizada pelo solicitante 17 Publicado em 05 de janeiro de 1987 no Di rio Oficial do Estado Resolu o 54 instru es para o tombamento e visitas realizadas pela equipe t cnica sendo um rico material hist rico import ncia multiplicada pelos relatos t cnicos realizados Pensando neste documento como um todo pode ser entendido como basicamente um relato hist rico formatado em linha acontecimentos sucedidos e que levam a novas a es e acontecimentos A solicita o da abertura do processo de tombamento parte da Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria ABPF em oficio encaminhado ao CONDEPHAAT em 17 04 1980 pelo ent o presidente desta associa o Juarez Spaletta Neste documento ele relata a preocupa o decorrente da licita o p blica para a venda dos bens da Companhia de Cimento Porthland Perus prevista para 20 de maio do mesmo ano onde completa dizendo cresce nossa preocupa o para o fato desse acerto de t o grande valor hist rico pode ser de um dia para o outro irremediavelmente perdido para ser sucateado CONDEPHAAT 1980 p 2 Parte do complexo da f brica de cimento a EFPP seria vendida juntamente com as demais estruturas e seu destino desde que
178. re a jazida desse min rio em Cajamar e a f brica da Cia Brasileira de Cimento Portland Perus de uso e finalidade estritamente industrial e da qual depende basicamente a f brica de cimento CONDEPHAAT 1980 p 71 II Patrim nio da Uni o confiscado pelo governo atrav s do decreto 74 728 de 18 10 1974 HI Bens em processo de aliena o em fase final IV Bem pertencente ao Governo Federal e assim fora das compet ncias do CONDEPHAAT essa estrada de ferro bem da Uni o Federal achando se exclu da da rea estadual sendo portanto a medida desse pedido de tombamento compet ncia da SPHAN nos termos da legisla o federal pertinente o que mais evidencia a improbidade desse Tombamento compuls rio por esse Conselho sem observ ncia inclusive a pr pria hierarquia constitucional CONDEPHAAT 1980 p 72 V A abertura do processo acarretar problemas administra o Federal para a conclus o do processo de aliena o O respons vel ainda acrescenta que se for mantida a decis o desse impr prio Tombamento se tornar invi vel e impossibilitada efetiva o da aliena o ordenada em Decreto Federal desses acervos confiscados CONDEPHAAT 1980 p 72 O processo s voltaria a tramitar efetivamente em 1984 conforme oficio em 59 resposta ao ent o Prefeito de Cajamar senhor Aristides O R de Andrade onde o Presidente do CONDEPHAAT senhor Augusto Titarelli afirma que ap
179. re os apontamentos destacamos a composi o do atual acervo Ap s 1951 ano de aquisi o do complexo pelo Grupo Abdalla em meio a desativa o de v rios ramais ferrovi rios de bitola em 0 60 metros no Estado de S o Paulo as cata caf e puxa cana remetendo a express o de Odilon Matos foram adquiridas diversas locomotivas de ramais extintos ou em extin o como Ramal F rreo Campineiro Companhia Paulista de Estradas de Ferro Ramal de Santa Rita do Passa Quatro E F do Dourado Fazenda Dumont Usina Monte Alegre e Tranway da Cantareira Em meio aos fatos apontados conclui o acervo de locomotivas da E F P P era significativo e tinha grande valor hist rico GAZETTA FILHO 2011 estando o pedido em conson ncia com os objetivos estatut rios da ABPF Atualmente n o h nenhuma rela o entre a ABPF e a gest o do acervo da E F Perus Pirapora conforme afirma o senhor GAZETTA decis o esta 89 tomada pelo propriet rio mesmo diante das in meras tentativas de dialogo sendo possivelmente ainda conforme o entrevistado uma retalia o relacionada ao pedido de tombamento Sabe se que o pedido de tombamento da E F Perus Pirapora n o foi o nico encaminhado aos rg os de tombamento pela ABPF naquela poca partindo desta afirma o pedimos para que o entrevistado abordasse detalhes destes pedidos Atualmente n o h nenhum pedido em andamento Nesta pergunta H lio GAZETTA Filho 2011 nos fala
180. rea de quem optou por sua preserva o o Condephaat o Governo do Estado o povo paulista CONDEPHAAT 1980 p 471 As demais p ginas se alternam entre diferentes solicita es sendo a ltima datada de 30 de setembro de 2008 2 4 2 IPHAN 1104 T 83 Nacional Documento organizado em volume nico conta com 315 p ginas Grande parte destes inclusive a orienta o inicial para tombamento igual ou proveniente do Conselho de Defesa do Patrim nio Arqueol gico Art stico e Tur stico do Estado de S o Paulo CONDEPHAAT A organiza o20 do processo n o est clara n o h referencias com rela o a n mero de p ginas Alguns blocos de documentos recebem o nome Anexo e numera o crescente contudo nem todas as p ginas est o vinculadas a estes Em algumas folhas constam numera es aleat rias referentes a organiza es de outros documentos como por exemplo as c pias do processo do CONDEPHAAT que integram este volume Aberto em 1983 pela ainda Subsecretaria do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional SPHAN atual Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional IPHAN tramitou em n vel nacional sem defini o at os primeiros anos da d cada de 2000 sendo sua ltima p gina datada de 17 03 2004 Contrariando as diferentes alega es feitas durante os estudos para o tombamento a decis o final do Conselho pelo arquivamento do processo justificada conforme a p gina 303 pela
181. ricos territoriais etc Se comparados os valores apresentados por Casanelles 2007 podem ser encontrados implicitamente nas descri es como por exemplo o valor de testemunho que pode ser facilmente interpretado como equivalente ao conceito de valor hist rico apresentado por Pardo Abad 2008 Considerado o conte do anterior os conte dos apresentados por Pardo Abad 2008 e Casanelles i Rah la 2007 para o patrim nio industrial possui fortes rela es com as an lises de Alois Riegl no inicio do s culo XX CRIT RIOS DE VALORA AO DO PATRIMONIO INDUSTRIAL Valor Indicadores Principais Hist rico Antiguidade da instala o poss vel marco hist rico de um lugar papel desempenhado em um desenvolvimento industrial geral ou de um setor produtivo Arquitet nico Originalidade e representatividade tipol gica t cnicas e materiais empregados est tica formal considera o de marco arquitet nico autoria De Conjunto Presen a das diferentes instala es fabris povoado industrial servi os assistenciais para os trabalhadores Territorial Associa o de elementos produtivos paisag sticos territoriais Iconogr fico Simbolismo dos elementos industriais capacidade de evoca o do passado De Conserva o Estado de conserva o capacidade de atribuir uso De Uso Utiliza o das estruturas grau de adapta o das formas e tamanhos dos edif cios possibilidade de potencializar a identi
182. ridas e a autoriza o de partida atrav s dos 4 apitos elementos que remetem a tecnologia e formas de opera o do passado O senhor Nelson Bueno em trajes simples e com faixa refletiva para seguran a o respons vel pela opera o das bandeiras e autoriza o de partida atrav s do apito fazendo men o discreta aos antigos chefes de trem Avan ando em nossa reflex o o local acaba reunindo na condi o de visitante em meio a outras motiva es ex ferrovi rios e familiares sendo um espa o aparentemente propicio para conversas o que acreditamos colaborar para a manuten o da mem ria coletiva termo utilizado por Halbwachs 1990 atrav s dos depoimentos orais As visitas ocorrem at este momento de maneira improvisada ainda sem um padr o de opera o ou produto definido sendo reconhecida pelos membros como 116 distante da atua o ideal Segundo Moraes J 2011 os visitantes s o em sua maioria moradores locais ou interessados pelo patrim nio ferrovi rio havendo incid ncia em pequena escala de estrangeiros Al m da visita o convencional em 2010 o Corredor foi palco para apresenta o de uma banda de rock a o segundo Moraes 2011 utilizada para divulga o do bem Aponta este uso como diferenciado e complementar em fun o da publicidade Outra utiliza o a ser comtemplada est na comercializa o da imagem do bem onde elencamos a cria o de camisetas com fotos e suvenires
183. rim nio Cultural IFPPC Fundado em setembro de 2000 com car ter de entidade civil de cunho acad mico e natureza cultural tendo sido organizado pelos seguintes membros Nelson A Bueno de Camargo Flcio Siqueira Jos Roberto H Maluf Nilson Rodriguez Edson da Cunha Almeida Valquiria A F Mesquita da Silva Milton Thomaz Fernando A di Sandro S Cruz Maria Aparecida Piatelli Jos C C Marques Paulo Rodrigues dos Santos Ayrton Camargo e Silva Aldo del Bello Rodrigues Moises Lavander Junior e Mario Eug nio Sim es Onofre Deste grupo destacamos a presen a de estudiosos voltados aos remanescentes ferrovi rios como Nilson Rodriguez Moises Lavander Junior e Ayrton Camargo e Silva al m de Elcio Siqueira atualmente doutor em hist ria por seu trabalho relacionado a Fabrica de Cimento Perus Atual respons vel pelo acervo da EFPP a figura do instituto surge a partir do ressentimento se que se assim podemos chamar do propriet rio com a Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria negando se a estabelecer parcerias identificado nas leituras do processo 1104 T 83 e confirmado em entrevista com o atual presidente desta entidade Nascido a partir da regional de Perus da ABPF o IFPPC foi criado com o como objeto principal promover a es em prol da preserva o recupera o e defesa do patrim nio hist rico nacional com destaque para a revitaliza o da E F Perus Pirapora aparentemente a rela o entre as e
184. riqueza do acervo de locomotivas motivava o pedido de maneira superior aos demais elementos Os valores apresentados seguiriam basicamente os mesmos at a conclus o do processo passando a ser destaque o acervo de locomotivas Em alguns momentos tem se a impress o que os valores capazes de 108 justificar a salvaguarda do bem diferem quando apresentados por solicitante ou rg o de defesa variando pela import ncia do material rodante e hist ria da tecnologia respectivamente A import ncia hist rica do bem nem sempre atrelada diretamente aos mesmos valores passaria a ser unanimidade mesmo antes da decis o de tombamento considerando tamb m o corpo t cnico do rg o de defesa do patrim nio Em resposta a um of cio enviado pela prefeitura de Cajamar o ent o presidente do CONDEPHAAT Augusto Titarelli j em 1984 demonstra parte desta situa o colocamo nos a disposi o para quaisquer entendimentos que tenham por fim preocupar se ou propor alternativas quanto a destina o daquele bem de inquestion vel valor hist rico CONDEPHAAT 1980 p 176 Grifos do autor Adjetivos como este n o s o incomuns nos documentos consultados em outra passagem referente a um relat rio de visita elaborado por Simone Scifoni menciona a E F Perus Pirapora como patrim nio de tamanho valor e que se destaca tamb m por um relevante valor paisag stico e tur stico por cortar ao longo de todo seu trajeto reas de en
185. ro 21273 80 tendo sido a resenha hist rica encaminhada pelo solicitante considerada pelo Conselho como suficiente para instruir o processo conforme presente na p gina 69 Posteriormente enviado ao arquiteto Ruy Gama a solicita o de parecer t cnico e of cios informando abertura de processo de tombamento aos respons veis pelo conjunto neste caso como patrim nio incorporado pela Uni o 18 Parque tem tico americano http www edaville com edaville history html 58 em poder da Coordenadoria das Empresas Incorporadas ao Patrim nio Nacional CEIPN Em oficio enviado ao CONDEPHAAT ainda em 1980 conforme o intervalo de folhas entre 70 e 73 a CEIPN informa a situa o jur dico administrativa do bem sob a alega o de tal ser motivo para inviabiliza o do registro de tombo hist rico apontando que a Estrada de Ferro Perus Pirapora no momento em quest o propriedade do Governo Federal assim segundo eles estando fora da al ada deste conselho e sendo compet ncia do SPHAN Servi o de Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional sugerindo ainda o arquivamento do processo A CEIPN elenca cinco argumentos como justificativa para demonstrar a inviabilidade do tombamento a saber I Ferrovia ligada apenas ao transporte industrial A Estrada de Ferro Perus Pirapora S A com a extens o total de 32 5 km utilizada unicamente para o transporte de calc rio para a fabrica o de cimento e faz a liga o ent
186. rt stico Nacional sendo este o primeiro rg o federal dedicado preserva o Al m do registro como fato interessa nos a defini o de patrim nio adotada por esta lei conjunto de bens m veis e im veis cuja preserva o seja de interesse p blico quer por sua vincula o a fatos memor veis da hist ria do Brasil quer por seu excepcional valor arqueol gico ou etnogr fico bibliogr fico ou art stico BRASIL 1937 Considerando a legisla o da poca a forma o da identidade citada por Rodrigues 2003 estaria atrelada apenas bens excepcionais sendo tend ncia o reconhecimento e valora o das mem rias e vest gios das culturas mais abastadas Diferente do primeiro 19 momento para Barreto 2003 a atual no o de patrim nio mais ampla incluindo tamb m representa es das culturas menos favorecidas Esta afirma o pode ser percebida no artigo 216 da Constitui o Federal de 1988 constituem o patrim nio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial tomados individualmente ou em conjunto portadores de referencia identidade a o mem ria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira nos quais se incluem las formas de express o II os modos de criar fazer e viver II as cria es cientificas art sticas e tecnol gicas IV as obras objetos documentos edifica es e demais espa os destinados s manifesta es art stico culturais V
187. s datada de maio de 1913 e previa um acr scimo de 18 meses para a liga o entre o Km 16 e Parna ba e outros 30 meses para a conclus o do trecho at Pirapora os pedidos seguem at 1934 Martire e Rodrigues CAJAMAR s d apontam a constru o n o prevista e sem autoriza o do governo de um ramal de aproximadamente tr s quil metros para o bairro gua Fria e um sub ramal ainda menor para o bairro do Pires O tr fego entre Perus e o Km 16 foi inaugurado em cinco de agosto de 1914 contudo os trilhos jamais alcan aram a cidade de Pirapora tendo esta ferrovia seu ponto final em Gato Preto at os dias de hoje O nome Estrada de Ferro Perus Pirapora adotado em 1924 para designar a respons vel exclusivamente pela opera o da ferrovia tendo sido separada da empresa de explora o de cal Retirado de documento impresso dispon vel no Museu Municipal Casa da Mem ria de Cajamar SP sem refer ncias a datas possivelmente retirado de MARTIRE S rgio RODRIGUES Nilson Estrada de Ferro Perus Pirapora Hist ria Abril Maio de 2000 Dispon vel em www geocities com estrada de ferro perus pirapora htm S tio indispon vel atualmente 41 STA RITA DALKTREMA Na PROJETO PRILIITIV O PIRAPORA No mm Cao e NU Ad nO 3 geo LARASA CO AR x o Rs LEROS AGUA BRANCA NY BARRA FONDA Ros aa vz S PAHO ar 79 gh VIPELE l ITIHG e ideia o Cid Setemanoo MEL
188. s 105 e 124 tem como base principal os relatos visando aparentemente uma reconstitui o hist rica S o diversos relatos sobre o ambiente de trabalho as fun es rela es entre empregados e outros O trabalho funde se com a pr pria vida dessas pessoas As recorda es do oper rio distinguem os ambientes os ru dos e cheiros do seu local de trabalho vivas e presentes ainda hoje ap s anos de aposentadoria e afastamento da f brica CONPRESP 1989 p 117 Buscando posicionar a f brica de cimento no cen rio da poca os pareceristas apontam que at 1925 todo o cimento utilizado no pa s provinha de importa o pouco depois j na d cada de 1930 a maior parte da demanda era suprida pela produ o nacional esta por sua vez resumia se a basicamente a f brica de Perus Um detalhe curioso quanto sua publicidade segundo Pires e Diamante CONPRESP 1989 p 101 centrada no papel auto atribu do ao cimento nacional o verdadeiro construtor do crescimento da maior cidade brasileira S o Paulo O parecer conta com algumas imagens publicadas ao longo do tempo pela companhia de cimento entre elas algumas fotos da constru o do Ramal Mairinque Santos da Estrada de Ferro Sorocabana Considerando o valor hist rico social e urban stico do conjunto de instala es da Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus CBCPP a mem ria dos trabalhadores a import ncia dos equipamentos remanescentes para hist r
189. s ao P tio do Corredor Trata se de um cruzamento da ferrovia com a Rua Santa Gertrudes via n o pavimentada localizada pr xima a Estrada de Perus e ao Parque Anhanguera 14 r Passagem de n vel 48 Acesso de visitantes ao acervo aos domingos o caminho utilizado durante a semana principalmente para o escoamento de produ o de uma pedreira local A passagem de ve culos particulares n o restrita contudo necess ria a identifica o em uma guarita O trecho n o atendido por linhas regulares de transporte coletivo o que limita o acesso a ve culos particulares e deslocamentos p quase nulos Como ponto positivo destacamos a largura da via em fun o da necessidade de tr fego industrial que permite o acesso de ve culos de m dio e grande porte tais como vans ou nibus Conta com sinaliza o de seguran a para cruzamento de via e limite de velocidade N o h qualquer tipo de sinaliza o tur stica O local carece de infraestrutura e conta apenas com uma plataforma adaptada para o embarque de passageiros e espa o n o estruturado para o estacionamento de ve culos Conforme informa o posterior data da visita no m s de maio os volunt rios iniciaram a constru o em car ter provis rio de uma cobertura em madeira e telhas para a plataforma Ea o Ee Figura 12 Plataforma provis ria e carro de passageiros em PN 2012 Fonte E H M Figura 11 Passagem de n vel 2012 Km 2 760
190. s brasileiros o Expresso Tur stico da CPTM os trens operados pela Serra Verde Express Trem da Serra do Mar PR e Trem do Pantanal MS Via o F rrea Campinas Jaguari na VFCJ da ABPF e Ferrovia Centro Atl ntica com os trajetos Ouro Preto Mariana e Tiradentes S o Joao Del Rey Os trens tur sticos operados pela ABPF e FCA s o tracionados por locomotivas a vapor trazendo ao passeio uma caracter stica nost lgica 2 Ferrocarriles Espa oles de Via Estrecha 39 Considerando o referencial te rico como um todo esta pesquisa tem como base os trabalhos de autores como Marly Rodrigues 2003 estudos sobre o patrim nio cultural Carlos Pardo Abad 2008 referencia internacional na tem tica e Beatriz K hl 1998 autora de uma profunda pesquisa sobre a arquitetura do ferro no Estado de S o Paulo ambos para a tem tica dos remanescentes industriais al m de Margarita Barreto 2003 2007 para a investiga o das rela es entre patrim nio e turismo N o menos importante citamos Odilon Matos 1990 autor que aparecer nos pr ximos cap tulos como referencia para a hist ria ferrovi ria brasileira De maneira geral as discuss es nos nortearam na elabora o dos roteiros de observa o para visita de campo e an lises posteriores As diversas men es aos valores do patrim nio durante a fase te rica colaboram diretamente na an lise do processo de tombamento Quanto a investiga o sobre as rela es entre turis
191. s elementos Avan ando na discuss o ainda sob o mesmo conceito Ron 2002 aponta que os usos da ferrovia em duas reas de interesse tur sticos com finalidade de transporte entre duas reas de interesse origem e destino e as ferrovias como atra o tur stica Sem se referir ao turismo ferrovi rio Palhares 2006 prop e o seguinte esquema 10 Este servi o que durante as d cadas de 1950 e 1980 foi efetuado com o nome de Santa Cruz ressurgiu em 1994 PALHARES 2006 p 341 36 Transporte Ferrovi rio Carga Passageiros Urbano M dio e Longo Percurso Transporte Ferrovi rio exclusivamente para Uso Tur stico C nicos Nost lgicos Figura 1 Divis o do transporte ferrovi rio Fonte Palhares 2006 p 284 Diferente dos primeiros autores Palhares coloca o transporte de passageiros e transporte ferrovi rio exclusivamente para uso tur stico em categorias distintas Entendemos esta categoria isolada tal como apresentado por Ron 2002 sob o conceito de ferrovia como atrativo A experi ncia como ilustrado na figura pode estar relacionada a paisagem c nicos ou nost lgicos Palhares 2006 traz exemplos para abordar as caracter sticas de cada um contudo n o apresenta defini o concreta Buscamos em Thomson 2004 tais defini es Seguindo exatamente a mesma divis o utilizada por Palhares o autor apresenta estudos sobre trens tur sticos na Am rica Latina Para ele
192. s em raz o da polui o gerada a f brica e a ferrovia encerram suas atividades Solicitado pela Associa o Brasileira de Preserva o Ferrovi ria em 1980 o pedido de tombamento da E F Perus Pirapora foi aprovado em 1987 com justificativa relacionada ao contexto hist rico e singularidade de seu material rodante O intervalo entre o tombamento e o inicio dos anos 2000 marcado por denuncias e reportagens relacionadas a situa o de abandono da ferrovia ap s o fechamento da f brica de cimento Em 2001 o Instituto de Ferrovias e Preserva o do Patrim nio Cultural IFPPC assume parte do acervo a titulo de comodato e passa a ser respons vel pelo uso e gest o do bem tombado Mesmo em meio a dificuldades entre elas a deteriora o do 45 acervo atualmente o grupo opera passeios ferrovi rios semanais com finalidade tur stica 2 2 LOCALIZA O A E F Perus Pirapora tem seu Km O localizado na regi o noroeste de S o Paulo bairro de Perus Como visto anteriormente a estrada de ferro jamais alcan ou a cidade de Pirapora tendo seu fim em Cajamar PROLETO PME PRIMITIVO aee Figura 7 Mapa da E F Perus Pirapora Fonte Adaptado de IBGE 1954 Segundo dados do IBGE do ano de 2010 S O PAULO cidade 2012 a regi o de Perus compreendida pelos distritos administrativos de Perus e Anhanguera abriga um total de 146 046 habitantes Regi o localizada no extremo da capital faz divisa com
193. serva o A ESTRADA DE FERRO PERUS PIRAPORA Qual a import ncia atual deste acervo para a sociedade Quais usos lhe foram atribu dos PATRIM NIO FERROVI RIO Na poca do tombamento 1980 qual era o cen rio relativo preserva o do patrim nio ferrovi rio Qual o cen rio do patrim nio ferrovi rio atualmente Se poss vel relacione a resposta aos objetivos do IFPPC O IFPPC E A ESTRADA DE FERRO PERUS PIRAPORA Existiram antes do IFPPC outros movimentos voltados a preserva o da EFPP Considerando apenas o IFPPC destaque de maneira pormenorizada momentos relevantes para preserva o e utiliza o da EFPP Relacione a situa o do acervo quando do inicio da gest o do instituto ao momento atual abordando as dificuldades de preserva o formas de uso e gest o e as a es desta institui o para a preserva o do bem 128 APENDICE D ROTEIRO DE ENTREVISTA NELSON A B DE CAMARGO IFPPC DADOS RELEVANTES Ano de funda o do IFPPC Fundadores Objetivos da funda o e trabalho atual da entidade de maneira geral Quem s o os membros Associados possuem outra ocupa o al m da entidade Qual tipo de contribui o Recebem algum tipo de remunera o SOBRE O TOMBAMENTO De alguma forma o IFPPC esteve presente nas discuss es para a efetiva o do tombamento pelo CONDEPHAAT na d cada de 1980 RELA O COM O OBJETO Al m dos ideais de preserva o existe algum outro tipo de liga o
194. sidente Julio Eduardo Corr a Dias de Moraes argumentos contr rios aos fatos expostos na contesta o da empresa Reafirmando seus interesses em colaborar com CONDEPHAAT e propriet rios no interesse em compatibilizar interesses culturais e econ micos faz uma longa exposi o Neste documento nos importa destacar as informa es a cerca da situa o da ferrovia naquele momento e suas considera es a cerca dos usos Divergindo do apresentado pela empresa afirmam que sabido que a ferrovia est fora de funcionamento h quase dois anos j n o havendo funcion rios suficientes para sua opera o Apontam como prova a capa de ferrugem existente nos trilhos e a impossibilidade de trafego em alguns trechos impedimentos provenientes de vegeta o al m da quantidade de trilhos suspensos no ar Em rela o a preserva o em museus permitimo nos ABPF opinar que o Museu de Tecnologia de S o Paulo que embora existe h dois anos nunca abriu suas portas e seria completamente inadequado para abrigar o acervo pois o removeria do seu ambiente rural para um espa o ensano que por maior que seja sempre ser ex guo e estranho a ele O Museu Ferrovi rio Bar o de Mau de propriedade da FEPASA j se ressente da falta de condi es verba e espa o para bem conservar a sua pr pria cole o que dever ser muito aumentada com outras pe as do enorme acervo daquela empresa CONDEPHAAT 1980 p 226 Em abril de 1985 o co
195. sitor Adoniran Barbosa Esta variedade de locomotivas ainda que grande parte estativas aumenta a import ncia do acervo e pode ser usada como diferencial na elabora o de um produto relacionado a visita o Quanto aos usos atuais as opera es manuten o restauro e visita o est o concentradas no p tio do Corredor sendo realizada semanalmente aos domingos visitas abertas ao p blico contando com viagem em composi o remanescente da EFPP em hor rios programados Funcionando ainda de maneira parcial o projeto em andamento prev uma curta viagem em composi o remanescente da EFPP com esta es tem ticas sendo o meio ambiente um tema em destaque nos principios de forma o do produto para visita o Os rodantes est ticos expostos no p tio trazem a ideia de ecomuseu como fala Adab 2008 ou museu din mico conforme entrevista do senhor Helio Gazetta da ABPF Partindo da finalidade de preserva o A utiliza o atual est voltada a visita o p blica chamado durante o processo e por algumas pessoas de turismo uso que vai de encontro com o objetivo do conselho de defesa do patrim nio relacionado frui o dos bens tombados sendo apropriado por parte da sociedade conforme nos fala a senhora Silvia Wolf ainda na primeira etapa Quanto a mem ria ferrovi ria e do trabalho as opera es das locomotivas a vapor seguem sem grandes modifica es destaque para a sinaliza o de via bandeiras colo
196. sla o os Conselhos de Defesa n o tem autonomia para definir o uso dos bens tombados sendo contudo respons vel pelas diretrizes e rg o consultivo Em uma an lise particular fale nos sobre as poss veis rela es entre patrim nio e usos tur sticos atentando principalmente aos impactos positivos e negativos da atividade sobre os bens ferrovi rios tombados O turismo um aspecto considerado pelas equipes t cnicas durante os estudos para tombamento Em caso afirmativo de que forma e quais as influ ncias exercidas por ele 131 APENDICE G ROTEIRO DE ENTREVISTA JOS OCTAVIANO CURY E F PERUS PIRAPORA LTDA DADOS RELEVANTES Sobre o Entrevistado Nome Completo Cargo atual e fun o desempenhada Rela o com o Propriet rio E F Perus Pirapora Relativo Empresa Sociedade Raz o social e ou nome fantasia Objeto social Propriet rio S cios TOMBAMENTO E PROPRIEDADE Quanto s restri es legais previstas na legisla o referente ao tombamento de maneira geral de que forma estas impactaram nas a es e no dia a dia da empresa Se poss vel tome como base o intervalo entre a abertura do processo e defini o do tombamento 1980 1987 POSICIONAMENTO E UTILIZA O DO BEM TOMBADO Qual o posicionamento da empresa referente inicialmente a possibilidade e posteriormente ao tombamento da estrada de ferro O que era esperado para o bem tombado Considerando apenas a estr
197. steve muito atrelada a materialidade dos remanescentes Nossa ltima pergunta foi sobre os usos tur sticos para o patrim nio ferrovi rio Ap s falar sobre o cen rio atual das ferrovias em S o Paulo sucateamento privatiza o entre outros o entrevistado afirma que as ferrovias possuem um potencial tur stico muito grande Para Zagato 2012 o car ter sazonal ou pendular dos deslocamentos tur sticos ferrovi rios os tornam compat veis com o tr fego de cargas atual prioridade das ferrovias Ainda segundo o arquiteto em geral tendem a ser impactos positivos n o apenas do ponto de vista econ mico mas tamb m da preserva o da mem ria ferrovi ria Cita a exist ncia de um grande grupo ex 85 ferrovi rios familiares de funcion rios e entusiastas que atrav s de seu interesse podem contribuir para a preserva o do bem Em rela o aos aspectos negativos fala sobre o respeito aos limites de visitantes e os usos excessivos Sem uma rela o com o turismo Zagato 2012 aponta que um risco eminente aos remanescentes ferrovi rios o aumento no tr fego e peso das composi es voltadas ao transporte de cargas uma vez que estes superam os n veis aos quais as estruturas foram planejadas para suportar Desta forma o entrevistado aponta a necessidade de maior aten o a manuten o principalmente voltada a estabiliza o das vias uma vez que a vibra o a longo prazo pode trazer consequ ncias aos bens
198. stru o da cidade moderna uma vez que esta ferrovia era respons vel pelo escoamento do cimento produzido pela em Perus Conta nos tamb m que houve inicialmente um grande embate com os propriet rios que se posicionavam contra o tombamento situa o posteriormente alterada possivelmente ap s ofertas de compra vindas de pa ses como It lia e Estados Unidos Conforme ressalta Ana Martins o entendimento do patrim nio ferrovi rio na d cada de 1980 estava restrito a esta o e voltado principalmente as quest es arquitet nicas n o se entendia n o se percebia n o se sabia que na verdade era um patrim nio industrial e que aquilo era parte de um complexo MARTINS 2010 Tombava se o que era bonito agrad vel aos olhos com perspectiva de um patrim nio excepcional de uma fase desde a d cada de 1960 em substitui o Sobre as pesquisas para instru o do processo relata a dificuldade ocasionada pela dispers o da documenta o hist rica n o havendo nesta poca vasta bibliografia sobre o tema A partir da d cada de 1990 surgem v rios livros que trabalham essa linha contendo uma leitura da forma o das ferrovias e documenta o iconogr fica riqu ssima Confirmando a import ncia destes trabalhos que chama de cl ssicos pioneiros entrevistada fala tamb m do auxilio atual da internet Faz men o ao blog Esta es Ferrovi rias do Brasil apontando esta como uma fonte de pesquisa
199. suas viagens e estadas em lugares diferentes do seu habitual por neg cios lazer ou outros ressaltando que o per odo de tempo ser superior a dois dias e menor que um ano Defini o presente em grande parte da bibliografia resultado da Internacional Conference of Travel and Tourism Statistics Evento organizado pela OMT e governo do Canad em 1991 adotou solu es e recomenda es relacionadas a conceitos e classifica es para o turismo OMT 2003 Sem desconsiderar a import ncia Ignarra 2003 afirma que esta defini o valida no sentido de padroniza o de conceitos entre os pa ses membros da organiza o contudo n o capaz de definir a real magnitude do fen meno tur stico Partindo desta afirma o o autor apresenta no primeiro cap tulo de sua obra uma s rie de conceitos e tentativas de defini es postuladas por outros autores ao longo do tempo Para Barreto 2007 a enorme quantidade de defini es para turismo est relacionada a complexidade e diversidade do tema Em uma vis o e ligada s ci ncias sociais ela afirma basta dizer simplesmente que o turismo um fen meno social que atualmente abrange o mundo inteiro do ponto de vista geogr fico e todos os grupos e camadas sociais BARRETO 2007 p 9 Sobre os grupos sociais a autora argumenta que o fen meno tur stico atinge de alguma forma at mesmo aqueles que n o o praticam O aspecto social tamb m considerado por Moesch 2002 para ela
200. tegridade e utilizar indica es de fonte de autor 02 de Julho de 2012 Nome Antonio Jos Chinelato Zagato Documento Cedente 139 ANEXO D TERMO DE CESS O DE DEPOIMENTO ORAL 3 CESS O DE DIREITOS SOBRE DEPOIMENTO ORAL ENTREVISTA Pelo presente documento Nelson Aparecido Bueno de Camargo CEDENTE cede e transfere gratuitamente em car ter universal e definitivo Unesp Universidade Estadual Paulista J lio de Mesquita Filho e ao pesquisador Ewerton Henrique de Moraes a totalidade dos seus direitos patrimoniais de autor sobre o depoimento oral prestado no dia 09 de Julho de 2010 na cidade de S o Paulo perante o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes ENTREVISTADOR Ficam portanto a Universidade Estadual Paulista e o pesquisador Ewerton Henrique de Moraes consequentemente autorizados a utilizar divulgar e publicar para fins acad micos e culturais o mencionado depoimento completo ou parcial editado ou n o bem como permitir o acesso a terceiros ao mesmo desde que para fins acad micos no Brasil e ou no exterior O pesquisador por sua vez se compromete a zelar pela integridade e utilizar indica es de fonte de autor S o Paulo 02 de Julho 2012 Nome Nelson Aparecido Bueno de Camargo Documento RG 4 767 504 4 a Ca E lappy Cedente 140 ANEXO E TERMO DE CESS O DE DEPOIMENTO ORAL 4 CESS O DE DIREITOS SOBRE DEPOIMENTO ORAL ENTREVISTA Pelo presente documento J lio
201. tombamento mesmo reconhecendo o pouco entendimento do 92 grupo na poca sobre o assunto aponta que esta atividade era entendida como nica maneira de viabilizar a preserva o dando nfase afirma salva o da lavoura era nossa nica esperan a MORAES J 2011 Atualmente com opera es semanais ap s a recupera o de pequena parte do material rodante e tr s quil metros de vias feitos no peito e na ra a express o utilizada pelo entrevistado para demonstrar as dificuldades do trabalho Moraes J 2011 refletindo sobre os usos e a import ncia social aponta que a absor o ainda est presa no vi s nost lgico e de curiosidade com compreens o ainda limitada sendo este fato preocupante a ele em raz o da pouca import ncia dada aos aspectos hist ricos A divulga o feita em n vel local bairro e motiva o est ligada em grande parte a mem ria sentimental local Retomando o cen rio da preserva o ferrovi ria na d cada de 1980 conforme o roteiro de entrevista o senhor J lio Moraes d nfase ao afirmar era o come o do come o do come o Nem n s ABPF sab amos o que era aquilo MORAES J 2011 Em momento anterior havia ficado subentendido que o grupo neste caso a ABPF passava ainda por um momento de constru o dos conceitos relativos a preserva o dos remanescentes ferrovi rios aparentemente estavam em um per odo de plenas discuss es para
202. trevista aconteceu em janeiro de 2011 na sede de sua empresa J lio Moraes Conserva o e Restauro Quanto s pesquisas de campo foram realizadas com base em um protocolo de observa o MARTINS THEOPHILO 2007 contemplando os seguintes aspectos estado de conserva o material rodante infraestrutura b sica e infraestrutura tur stica O tombamento estadual da E F Perus Pirapora compreende seu material rodante locomotivas carros e vag es e parte do leito de via f rrea ambos localizados nos munic pios de S o Paulo e Cajamar Considerando a aus ncia de edifica es estacoes oficinas etc ao longo da via e os riscos para acesso a parte do material rodante em Cajamar optamos por focar nossas observa es no P tio do Corredor A escolha se justifica pelo fato do local concentrar as atividades manuten o e usos tur sticos dos equipamentos Al m do p tio estivemos em julho de 2010 na Esta o Perus atualmente operada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos CPTM antigo km O da E F Perus Pirapora e transfer ncia para a E F Santos Jundia 18 CAP TULO I PATRIMONIO INDUSTRIAL E TURISMO REFLEXOES TE RICAS 1 1 PATRIM NIO EDIFICADO MEM RIA E TOMBAMENTO O conceito de patrim nio tem suas ra zes firmadas em discuss es anteriores e que remetem ao entendimento de monumento monere lembrar Em sua ess ncia a palavra est ligada as obras feitas pelo homem com a inten o de perpetuar d
203. ts e Santana 2011 as liga es com o patrim nio podem ser explicadas pelo interesse de um crescente n mero de turistas em busca de diversifica o e experi ncia Nesta nova l gica j n o basta reconhecer um monumento ou visitar um museu as novas necessidades apontam para a busca de um valor agregado que transforme este momento em uma experi ncia nica e inesquec vel Segundo defini o adotada pelo Minist rio do Turismo Brasileiro BRASIL 2006 o segmento turismo cultural compreende as atividades tur sticas relacionadas viv ncia do conjunto de elementos significativos do patrim nio hist rico e cultural e dos eventos culturais valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura BRASIL 2006 p 13 Destacamos a presen a do patrim nio hist rico e cultural juntamente com os eventos como objetos do turismo cultural Mais que a defini o em si nos chamam aten o alguns entendimentos presentes nas entrelinhas As novas formas de consumo tur stico evidenciadas pela palavra viv ncia Diferente dos grandes fluxos o termo utilizado remete a uma apropria o mais branda dos locais e experi ncia para o turista conforme colocado por Prats e Santana 2011 Por ltimo a defini o traz ainda uma afirma o garantia de resultados positivos para os usos tur sticos dos bens patrimoniais desta forma valorizando e promovendo BRASIL 2006 p 13 Segundo Costa 200
204. turais No caso da regi o metropolitana os edif cios que foram transferidos ainda no inicio da d cada de 90 para a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos a CPTM De uma forma geral s o os edif cios da antiga S o Paulo Railway j tombados e homologados pela Secretaria de Cultura que est o em melhor estado ZAGATO 2012 Sobre pol ticas de recupera o e usos espec ficas para o patrim nio ferrovi rio o entrevistado aponta que est o fortemente ligadas a diretrizes municipais N o h al m do trabalho de identifica o da UPPH politicas ou instrumentos voltados a estes remanescentes Em grande parte as prefeituras interessadas utilizam se de leis de renuncia fiscal tal como a Lei Rouanet ou ainda editais de fomento como o PROAC em S o Paulo Quanto aos usos em geral as esta es s o convertidas a equipamentos culturais contudo Zagato 2012 aponta que tem encontrado iniciativas criativas do ponto de vista de seu uso p blico Destaca um exemplo onde antigos armaz ns de carga estavam servindo como ponto de distribui o de cestas b sicas ou programas sociais As estruturas foram adequadas a uma necessidade especifica da cidade Para ele isso est al m de transformar o que patrim nio apenas em equipamentos culturais d uma viabilidade social e at mesmo econ mica em alguns casos ZAGATO 2012 Sobre os usos culturais n o aponta a exist ncia de um motivo especifico para este tipo de apropria
205. ual o perfil dos membros SOBRE O TOMBAMENTO Em 1980 a ABPF solicita ao Conselho de Defesa do Patrim nio Hist rico Arqueol gico Art stico e Tur stico CONDEPHAAT rg o de preserva o estadual o tombamento da Estrada de Ferro Perus Pirapora EFPP Em rela o ao patrim nio ferrovi rio qual a import ncia da preserva o deste bem e suas poss veis rela es com os objetivos da associa o O tombamento da EFPP n o foi o nico solicitado pela ABPF De que forma a associa o escolhia os acervos ou trechos a serem encaminhados a an lise dos rg os competentes Como era realizada organizada e distribu da a pesquisa Existe alguma solicita o em estudo pela associa o ou em tramite nos rg os patrimoniais atualmente ESTRADA DE FERRO PERUS PIRAPORA Qual a rela o atual da associa o com o bem tombado PATRIM NIO FERROVI RIO Estabele a um comparativo entre o quadro da preserva o ferrovi ria em 1980 d cada relacionada ao tombamento da EFPP e a situa o atual Qual o posicionamento atual e contribui o da ABPF para a preserva o do patrim nio ferrovi rio no estado de S o Paulo PRESERVA O USO E GEST O DO PATRIM NIO Relacione as principais dificuldades encontradas para a preserva o e o restauro de estruturas e material rodante em posse da associa o De que maneira a ABPF se utiliza do turismo ou visita o p blica Com base nos diferentes servi os prestados pel
206. ue de Moraes 2011 MORAES J E C D Entrevista Depoimento oral feito a Ewerton Henrique de Moraes 2011 GAZETTA FILHO H Entrevista mensagem pessoal Mensagem recebida por ewertonhenrique adm Myahoo com br em 24 jan 2011 WOLF S MIURA P Entrevista Depoimento oral feito a Ewerton Henrique de Moraes 2010 ROSALEM D Entrevista Depoimento oral feito a Ewerton Henrique de Moraes 2010 ZAGATO J A C Entrevista Depoimento oral feito a Ewerton Henrique de Moraes 2012 CAMARGO N A B Entrevista Depoimento oral feito a Ewerton Henrique de Moraes 2010 APENDICES 124 125 APENDICE A ROTEIRO DE ENTREVISTA ANA LUIZA MARTINS UPPH CONDEPHAAT DADOS RELEVANTES Entrevistado Nome completo Forma o Fun o exercida atualmente Data de admiss o CONDEPHAAT Departamento Responsabilidades e atribui es PATRIMONIO E FERROVIAS O INICIO De que forma e em que momento surge o interesse pelos remanescentes do sistema ferrovi rio O que motivava este interesse este difere dos valores atuais Na d cada de 1980 a ABPF solicita o tombamento da EFPP Qual era o cen rio da preserva o ferrovi ria nesta poca Qual era a no o existe na rela o entre patrim nio e ferrovias Ainda sobre a d cada de 1980 qual o entendimento de Patrim nio Ferrovi rio Considerando este um tema ainda recente nesta poca de que forma era realizado o embasamento dos estudos para tombamento R
207. ue estas quest es s o referentes a entendimentos atuais e que grande parte dos conceitos e entendimentos que nos d o base s o posteriores ao estudo do tombamento Em sua entrevista Ana Martins nos fala das altera es nos conceitos e entendimentos relacionados ao patrim nio ferrovi rio e tamb m nos traz mais um indicio referente ao valor arquitet nico da particularidade dos estudos da EFPP N o se entendia n o se percebia n o se sabia que na verdade era um patrim nio industrial e que aquilo era parte de um complexo Tombar s a esta o de embarque e desembarque nem tinha muito sentido caso ela n o tivesse algum valor arquitet nico ou algum outro significado porque n o explica que que esse patrim nio ferrovi rio MARTINS 2011 Grifos do autor Retomando os andamentos do processo devemos destacar a morosidade na defini o do tombamento situa o imposta por fatos como a paralisa o do processo por ordens da CEIPN Conforme apontamentos do conselheiro Mario Savelli em 1985 CONDEPHAAT 1980 m ltiplas ocorr ncias contribu ram para a lenta tramita o deste processo elenca entre elas o confisco por ordem da CEIPN reiterando seu parecer favor vel indica a falta de colabora o dos propriet rios empresa n o mais sob 110 responsabilidade do Governo Federal mas sim do capital privado O posicionamento do Grupo Abdalla claramente contr rio ao tombamento tendo questionado de forma legal a primeira
208. ulista de Estradas de Ferro 2010 Tombado Conjunto da Esta o Ferrovi ria VALINHOS n o 23 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2010 homologado Tombado Conjunto da Esta o Ferrovi ria VINHEDO n o 24 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2010 homologado Conjunto da Esta o Ferrovi ria AGUDOS Em estudo 25 de Estrada de Ferro Sorocabana 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria ATIBAIA Em estudo 26 de Estrada de Ferro Bragantina 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria AVAR Em estudo 27 de Estrada de Ferro Sorocabana 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria BARRETOS Em estudo 28 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria RUBI O JR Em estudo 29 de Estrada de Ferro Sorocabana 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria BROD SQUI Companhia Mogiana de Estradas de Em estudo 30 de Ferro 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria GUANABARA Companhia Mogiana de Estradas de Em estudo 31 de Ferro 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria CHAVANTES Em estudo 32 de Estrada de Ferro Sorocabana 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria DOIS C RREGOS Em estudo 33 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria OURINHOS Em estudo 34 de Estrada de Ferro Sorocabana 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria PIRASSUNUNGA Em estudo 35 de Companhia Paulista de Estradas de Ferro 2011 Conjunto da Esta o Ferrovi ria PORTO FELIZ Enrestudo 36 de Estrada d
209. vi ria APMF com assinatura do senhor S rgio Feij o encaminha em julho de 1985 copias de documentos hist ricos total de 172 p ginas relacionados a esta ferrovia entre eles o decreto de concess o datado de 1910 Ap s denuncias da ABPF sobre a es predat rias a ferrovia por parte da Prefeitura de Cajamar em uma obra em novembro de 1985 a t cnica Cristina Wolf realiza visita no local Tendo sido contatado que sobre as obras da Prefeitura de Cajamar embora n o tenham sido retirados metros de trilhos n o se efetivam cuidados por sua prote o No dia da vistoria um trator enorme trabalhava no local estacional sobre os trilhos CONDEPHAAT 1980 p 415 Neste documento a senhora Wolf relata tamb m o avan o da situa o de degrada o dos acervos desta ferrovia a partir da considera o sobre outros espa os Demonstrando uma situa o desfavor vel afirma Acreditamos que como arquitetas do servi o t cnico j esgotamos nossas possibilidades de atendimento a este processo que trata de um tipo de bem cultural cujas caracter sticas e dimens es s o de tal complexidade que passou a requerer outras providencias e an lises JComo dissemos sem uma alternativa concreta no atual quadro nossas espor dicas vistorias ao local s poder o constatar a gradual deteriora o do conjunto da Perus Pirapora CONDEPHAAT 1980 p 416 Demonstrando n o ser uma posi o pessoal anos mais tarde outras manifesta
210. xemplo destes usos externos ou uso da paisagem ferrovi ria pode ser percebido por exemplo nas visitas guiadas a Jundia SP e Paranapiacaba SP ou ainda no Expresso Tur stico da CPTM passeio ferrovi rio que utiliza as estruturas dispostas ao longo da via como atrativos do produto Ainda que concordemos com a ideia de turismo como uma ferramenta positiva para o auxilio a preserva o do patrim nio algumas ressalvas devem ser feitas quanto aos objetivos e formas de gest o da atividade O turismo est intimamente relacionado ao fluxo de pessoas podendo na medida certa colaborar para frui o de um bem ou quando mal planejado acelerar os processos de degrada o do remanescente visitado Nos anos 1980 conforme os apontamentos de Karina Solha entendido como uma atividade promissora o turismo entra em um contexto de t bua de salva o criando expectativas de retorno nem sempre poss vel ou na mesma simplicidade como s o apresentadas Nota se durante toda a leitura do processo 21273 80 o turismo como uma ferramenta capaz de salvar a E F Perus Pirapora vis o que parte da solicitante e segue durante todo o tramite havendo manifesta es de interesse de diferentes entidades em colaborar com este uso Contudo o que se via no campo pr tico era um cen rio de abandono e degrada o em fun o da falta de uso ap s o fechamento da f brica ainda na d cada de 1980 situa o que pouco se altera at o ano 2001 com o inic

(TCC 2012) CORRECOES FINAIS

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