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CT_PPGTE_M_Vieira, Karime Massignan Grassi_2011

1. ii 46 Figura 12 Detalhe de porta de moradia atualmente sede do IPHAN em Curitiba 53 Figura 13 Detalhe de porta de moradia de habita o Kaigang iiiiie 54 Fig ra 14 Porta como espaco e Tlugar ai Dia ELI a Ana 69 Figura 15 Porta de moradia com artefato natalino sssseeeeseeeeeeeeesssssssssssssseeeeererrresssssssss 12 Fiz ra lo P ra na Rua das Flores em Curtiba serrer n E E E 78 Figura 17 Portas do Palacete dos Le es em Curitiba com detalhes de front o 79 Figura 18 Portas de moradias em via urbana do bairro Jardim das Am ricas em CURA siso sa bs 81 Figura 19 Portas em madeira maci a do s culoXIX e do s culo XXL 83 Figura 20 Portas com entalhes figurativos em moradia e venda em com rcio de POR Spa e a RR A a 84 Figura 21 Portas de moradias eslavo paranaenses no sul do Paran 87 Figura 22 Porta refor ada com grades de ferro e porta com grande rea envidra ada 88 Figura 23 Diversidades socioculturais vistas a partir de portas de moradias na cidade de ig pio pe Poe IR Ra RD A RPA SOR PD RR RR DO S 90 Figura 24 Homen Nitruviano amp Modulorssre E D rea A ii e a 94 Figura 25 Modelo de porta de apartamento mostrado em novela da Rede Globo 105 Figura 26 Tecnologia de produ o de portas no s culo XXI ssssssssoeeessssssseerrsssssssseeeees 112 Figura 27 Porta de entrada p
2. 177 Figura 67 Planta alterada do piso superior conjunto habitacional Isla Victoria 178 Figura 68 V o de passagem onde antes existia uma porta entre cozinha e lavanderia na moradia P5 do conjunto habitacional Panamericano eeeessssseoeeressssssseeerees 179 Figura 69 Modelos de portas externas para rea de servi o do conjunto habitacional Paname e aN O pen CRRR RE REP PERNRDO Do RR CRER DECR CE Do PR SR o REDDIT 180 Figura 70 Detalhe de puxadores para portas de moradias sessssssseeesssssssseeessssssssseeeees 185 Figura 71 Modelos de portas pivotantes de moradias do bairro Jardim das Am ricas 195 Figura 72 Imagens de portas em com rcios da cidade de Curitiba eeeeesssssesseeeeeeeereees 197 Figura 73 Porta da entrada da frente da moradia da entrevistada 16 218 Peia A Pontas demne sessao pi T T T 219 Pourr Pona entes ras O a ADA O o a Ag Fig r 76 Portas de madeira ops isaissessiraga sina adia a OET E TEE E EEEE 220 Pisara 77 Portas coloridas iaasniiio csiaio nan aa das Nan aA 221 Figura 78 Portas do com rcio e da moradia do entrevistado CB 221 Figura 79 Detalhe de porta na an lise de sonho por Jung eessseeeessssssssssssssssseeeeereesees 225 LISTA DE GR FICOS GR FICO 1 ORGANOGRAMA DE ENTREVISTAS 32 GR FICO 2 CARACTER STICAS QUE SE CONFIGURAM COMO MAIS IMPORTANTES EM PORTAS DE MORADIAS SEGUNDO OS ENTREVISPADOS asse
3. Figura 74 Portas de metal Fonte Fotos de autoria pr pria 221 Figura 75 Portais Fonte Fotos de autoria pr pria ee Figura 76 Portas de madeira Fonte Fotos de autoria pr pria 222 Figura 77 Portas coloridas Fonte Fotos de autoria pr pria AP NDICE M IMAGENS DE PORTAS DO COM RCIO E DA MORADIA DO ENTREVISTADO C3 Figura 78 Portas do com rcio e da moradia do entrevistado C3 Fonte Fotos de autoria pr pria 223 AP NDICE N INFORMA ES T CNICAS A RESPEITO DE MAT RIAS PRIMAS MAIS COMUMENTE UTILIZADAS NA FABRICA O DE PORTAS MADEIRA MACI A a primeira mat ria prima utilizada na fabrica o de m veis Tem como caracter sticas a beleza de suas diferentes fibras e colora es alta resist ncia f sica e mec nica durabilidade e usinabilidade pode ser emoldurada torneada ou entalhada A evolu o dos m veis de madeira de Lei Jacarand Mogno Imbuia Cerejeira Freij Marfim e etc intensifica se a partir da segunda metade do s culo XIX especificamente a partir de 1930 Hoje com o avan o da tecnologia e dos materiais as madeiras de Lei maci as s o mais utilizadas na forma de l minas aplicadas sobre pain is aglomerado compensado MDF e etc o que otimiza a utiliza o desta mat ria prima hoje mais escassa uma vez que o maior volume fica por conta dos pain is basicamente produzidos com madeiras de reflorestamento como pinus e eucalipto Na fo
4. as madeiras utilizadas na fabrica o do aglomerado s o o pinus e o eucalipto obtidas atrav s de reflorestamento o que contribui para a preserva o do meio ambiente MDF Do ingl s Medium Density Fiberboard chapa de fibra de m dia densidade um painel constitu do apenas de part culas finas de madeira fibras de densidade m dia homog neo em toda a sua superf cie o que lhe confere a possibilidade de ser trabalhado nos processos de usinagem de topo e superf cie cortes e entalhes com boa resist ncia f sica e mec nica O MDF a mat ria prima ideal em projetos de m veis que apresentam detalhes de usinagem como pe as com bordas usinadas molduradas pe as com detalhes usinados na face frontal e pe as entalhadas Possui superf cies suaves praticamente sem imperfei es dando uma apar ncia de madeira maci a Aceita todos os tipos de revestimento como l minas de madeira f rmica pintura filme de PVC BP Baixa press o melamina e etc as madeiras utilizadas na fabrica o do MDF s o o pinus e o eucalipto obtidas atrav s de reflorestamento o que contribui para a preserva o do meio ambiente Compensado Painel constitu do de l minas de madeira coladas umas sobre as outras alternando o sentido das fibras formando uma malha de compensa o das for as e fraquezas das l minas para garantir maior estabilidade ao produto e diminuir a tend ncia ao empenamento Existem muitas varia es do
5. 41 PERMITE VOC FAZER INCLUSIVE ALGUNS TRA OS N O S CL SSICOS MAS MODERNOS UMA PORTA BEM TRATADA COM ESTE MATERIAL DE SUPERF CIE QUE UTILIZAM VALORIZANDO A PORTA GOSTO DE PORTAS TRABALHADAS MAS QUE N O TENHAM AQUELE TOM PESADO DE PORTA DE CASTELO N O QUE SEJA ALGO TRABALHADO MAS ALGO QUE SEJA REFINADO E QUE N O PASSE NADA PESADO A PORTA TEM QUE SER RESISTENTE MAS ELA TEM QUE DAR A SENSA O QUE LEVE TEM QUE DAR LEVEZA O CARA VAI L AH EU QUERO 190 UMA PORTA RESISTENTE ENT O VAI L E METE UMA PORTA ENTALHADA DAQUELAS DE MADEIRA DE TRILHO NUMA LARGURA ENORME N O PERA Quadro 17 Respostas masculinas que denotam interesse e ou detalhes quanto porta dos sonhos Fonte Quadro de autoria pr pria As pessoas do sexo feminino s o maioria na pesquisa com moradores sendo ao todo dezenove mulheres Entre elas tr s responderam pergunta sobre a porta dos sonhos utilizando poucas express es demonstrando pouco interesse e conhecimento sobre portas As tr s s o mulheres das seguintes idades sessenta sessenta e sete e setenta anos e respectivamente das classes socioecon micas B2 C1 e C2 cuja ocupa o atual de dona de casa com menor escolaridade ensino fundamental As respostas da maioria das mulheres entrevistadas foram mais detalhadas relatando tanto sobre as portas que possuem quando aquelas que gostariam de possuir locais onde viram portas interessante
6. Dispon vel em lt http www scielo br pdf prc v20n1 a09v20nl pdf gt Acesso em 11 maio 2010 203 Sobre a maneira de proceder nas entrevistas e as dificuldades encontradas vale lembrar o pensamento de Certeau 2009 p 224 de que prefer vel proceder entrevistas com pessoas habituadas ao manejo da linguagem capazes de falar de si mesmas sem muito constrangimento ou timidez O fato de algumas entrevistas terem apresentado mais dificuldades do que outras possivelmente se justifique pela barreira apresentada pelas pessoas diante de uma pesquisadora que desconheciam bem como por quest es de baixo grau de Instru o independentemente de idade classifica o econ mica ou g nero Cabe observar que parte da amostra de entrevistas foi pouco representativa nos resultados da pesquisa pela dificuldade de comunica o oral das pessoas e pelo constrangimento em falar para outros sobre coisas que diretamente lhes dizem respeito Percebe se tamb m que o protocolo de entrevistas utilizado atribuiu certa formalidade indesejada situa o por m foi til na organiza o das informa es em categorias de an lise auxiliando no m ximo aproveitamento de informa es prestadas A maior dificuldade encontrada na elabora o deste trabalho de pesquisa foi com rela o utiliza o de ferramentas de inform tica cuja evolu o tecnol gica progride muito rapidamente de um modo que conforme mudam as vers es dos programas necess
7. contr rio dos americanos Sempre que um alem o se interessa pelo tema do espa o fechado dos americanos pode se ter certeza de que ele far coment rios sobre o barulho transmitidos atrav s de paredes e portas Para muitos alem es nossas portas resumem a vida americana Elas s o finas e baratas raramente t m um encaixe perfeito e carecem da qualidade substancial das portas alem s Quando se fecham n o parecem s lidas nem ao tato nem audi o HALL 2005 p 167 A linguagem sensorial mostra certas rea es que revelam limites de proximidade no relacionamento interpessoal e na Intera o das pessoas com os espa os Ao ultrapassar o limite f sico de privacidade entre duas ou mais pessoas a sensa o de inc modo se mostra percept vel como quando duas pessoas se encontram debaixo do v o estreito de fixa o de uma porta n o demora que uma das duas ou as duas procurem se deslocar para dentro ou para fora do c modo onde se localiza a porta mencionada Isto porque a proximidade entre elas ultrapassa o limite do conforto provocando uma r pida atitude de afastamento neste espa o de confinamento A perman ncia em pequenas dist ncias requer um grande envolvimento pessoal por 1sso estar porta significa geralmente permanecer durante um breve per odo de tempo j que n o serve adequadamente como um lugar de perman ncia e sim de passagem Vale ressaltar entretanto que esta percep o n o tem peso de lei precis
8. direita correspondente planta e constru o com alvar originais e o desenho esquerda representativo das altera es executadas posteriormente na moradia B4 tendo sido esta a que sofreu menos interven es em termos de configura es de portas e outras altera es Na lateral e nos fundos da casa existia inicialmente terreno gramado descoberto sem ocupa o sem grade e port o entre o terreno da moradia e a cal ada da rua interna do condom nio J a imagem direita mostra o que ocorreu na configura o da moradia ap s a interven o do propriet rio com a pavimenta o e cobertura da rea lateral e dos fundos e inser o de um port o na divisa frontal do lote com a cal ada da rua interna comum aos sobrados padr o B internos ao condom nio Embora o motivo da inclus o de portas de ferro na parte frontal das moradias do conjunto Gurupi tenha sido basicamente o mesmo para aumentar a seguran a na moradia as configura es das novas portas s o diferentes com uso de diferentes materiais e acabamentos o que rompeu a homogeneidade de conjunto da arquitetura dessas moradias originalmente padronizadas A interven o de cada morador sua maneira desconsiderando as demais moradias do conjunto criou uma nova configura o que prejudicou em certa medida a harmonia do conjunto FUNDOS DO TERRENO w PORTA DE MADEIRA EE PORT O DE FERRO JANTAR ENTRADA HE PISO Dis e En B GRAMAD
9. na est tica das portas eram mulheres Com a finalidade de organizar as informa es obtidas sobre quest es ligadas s altera es em portas de moradias dos entrevistados elaboraram se os Gr ficos 4 e 5 O Gr fico 4 indica a quantidade de pessoas que gostariam ou n o de fazer altera es e o Gr fico 5 indica a quantidade de homens e mulheres que gostariam de fazer altera es em portas de suas moradias O Gr fico 4 mostra que das trinta e uma pessoas entrevistadas dezesseis gostariam de fazer altera es nas portas de suas moradias enquanto que quinze n o gostariam portanto sem uma diferen a expressiva ndice de inten o de altera o Gr fico 4 ndice de inten o de altera o em portas de moradias pelos entrevistados dos conjuntos habitacionais Isla Victoria Panamericano e Gurupi Fonte Gr fico de autoria pr pria O Gr fico 5 mostra que dessas dezesseis pessoas que gostariam de fazer algum tipo de altera o em portas de suas moradias doze s o mulheres e quatro homens 167 ndice de altera es nas portas Gr fico 5 Indice de inten o de altera o em portas de moradias por homens e mulheres entrevistados dos conjuntos habitacionais Isla Victoria Panamericano e Gurupi Fonte Gr fico de autoria pr pria Embora a quest o de g nero n o seja foco desta pesquisa n o pode ser ignorada uma vez que as entrevistas apontam para diferen as e semelhan as entre o g
10. o em portas de moradia Fonte Foto de autoria pr pria A configura o deste conjunto mostrado na Figura 50 da maneira como se apresenta faz parte de um sistema cultural que envolve diversas quest es considerando o contexto cultural que estimulou sua configura o e que se torna fundamental para sua Interpreta o Imersa em um sistema regido pelo capitalismo este morador apesar das dificuldades financeiras evidentes pelas caracter sticas da moradia n o precisou dispor de muitos recursos financeiros para conseguir um resultado que pode ser identificado como esteticamente harmonioso 3 3 1 2 Motiva es de troca em configura es de portas de moradias dos conjuntos habitacionais pesquisados em rela o ao projeto original Este subcap tulo abrange poss veis motiva es para trocas de portas de moradias que abrangem fatores est ticos e de uso N o raro as motiva es est ticas suplantam as de uso podendo inclusive levar obsolesc ncia psicol gica de um artefato como afirma Lobach 2001 Um novo produto dependendo de seu grau de novidade pode fazer parecer velhos todos os outros produtos do seu tipo O possuidor de um modelo mais antigo ao olhar para o modelo atual percebe que seu produto est ficando velho Logo o contraste entre o velho e o novo faz parecer o produto antigo como uma coisa desgastada apesar de ele preencher de forma plena sua fun o pr tica Em um n vel emocional passa a existir u
11. 2008 p 50 Segundo o autor ao exercer controle sobre a moda os especialistas e autoridades estabelecidas que habitam o topo da sociedade utilizam meios eficazes para demarcar posi es sociais e discrimina es colocando os consumidores em um jogo com regras constantemente alteradas Para Appadurai o impulso de imitar um dos Instrumentos que influenciam na demanda pelo consumo de mercadorias Do ponto de vista arquitet nico observa se que alguns modelos de portas s o mais aceitos e mais utilizados do que outros o que possibilita a identifica o de modelos que marcam tend ncias em determinadas pocas Percorrendo ruas da cidade de Curitiba poss vel perceber mais intensamente a presen a de modelos que marcaram certos per odos Atualmente observa se certas tend ncias em portas externas de moradias de classes mais abastadas de portas em madeira com frisos horizontais e de portais que mesclam materiais como a madeira e o vidro ou madeira vidro e metal por exemplo e tamb m de portas com abertura pivotante dentre outras H cerca de dez anos atr s predominavam portas emolduradas almofadadas Ainda antes disso houve um per odo at meados dos anos 1950 em que as portas eram divididas em duas folhas com bandeiras envidra adas na parte superior atingindo medidas de altura e largura maiores do que as atuais isto porque a altura do p direito das moradias era maior Jociel Baggio
12. Ainda em site de not cias sobre programa es de televis o aparecem em uma lista as solicita es de informa es mais buscadas porta do apartamento do Toto da novela Passione portas novela Passione porta Toto novela Passione porta de entrada igual do Toto da novela Passione porta do apartamento de Tot na novela Passione porta do apartamento do Tot porta igual a do apartamento do Toto da novela Passione portas apartamentos novela portas de novela portas nos apartamentos de novelas Estas observa es fornecem informa es sobre refer ncias culturais de parte da sociedade brasileira como por exemplo que h muitas pessoas que assistem programas de televis o h pessoas que acompanham novelas que utilizam a tecnologia da internet para se comunicarem que h pessoas que se interessam em decorar sua moradia seguindo padr es de moda que as portas de suas moradias t m v rias fun es que uma das maneiras de se 38 Acess vel em http www gambira com br resumo 21 08 2010 novela passione Acesso em 17 maio 2011 106 acompanhar as inova es tecnol gicas inclusive do que se produz industrialmente por meio da m dia televisiva entre outras fontes Com rela o moda e consumo de mercadorias Appadurai 2008 afirma que a demanda por mercadorias regulada por uma variedade de mecanismos de controles sociais que ditam o gosto vendo os consumidores modernos como v timas da velocidade da moda
13. o e Infra Estrutura Urbana CEDIPLAC institui o fundada em 1994 de car ter privado sem fins lucrativos cuja miss o e atua o est o voltadas para o habitat Desenvolve parceria com a Universidade de S o Paulo USP para o desenvolvimento de tecnologias e novos produtos H tamb m o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat PBQP H que abrange programas de qualidade atuantes no setor produtivo da constru o civil sendo que um dos que se encontra em andamento o Programa Setorial da Qualidade de Janelas e Portas de PVC 123 rtdoor i ss 2 Seat toiros er e Efe CS EE Painel Gr fica Fulsadoares Ar Condicenado Sisar thydro Figura 34 Sistema de abertura de portas com leitura biom trica Fonte Dispon vel em lt http www ihouse com br gt Acesso em 05 jul 2010 Existem normas e regulamentos para aberturas como a Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT com a Norma Brasileira NBR 6486 caixilho para edifica o janela fachada cortina e porta externa verifica o da estanqueidade gua ABNT NBR 8051 porta de madeira de edifica o verifica o da resist ncia a impactos da folha ABNT NBR 8054 porta de madeira de edifica o verifica o do comportamento da folha submetida a manobras anormais Existem ainda programas e regulamentos do Instituto Nacional de Metrologia Normaliza o e Qualidade Ind stria INMETRO e do Com
14. os visitantes passavam por cada um dos c modos para chegar ao seguinte RYBCZYNSKI 1999 p 53 Os rabes por exemplo comumente almejam ter um espa o amplo em casa evitando divis rias porque bastante comum a este povo proporcionar por meio da arquitetura Inclusive situa es de conv vio A forma da casa tem a finalidade de manter a fam lia unida dentro de uma concha de prote o buscando se que as pessoas se envolvam profundamente umas com as outras Hall relata que a privacidade f sica na fam lia rabe diferente daquela que comumente conhecemos para eles ter privacidade consiste basicamente em parar de falar HALL 2005 Para n s da cultura ocidental contempor nea ter privacidade significa em geral dispor de alguns momentos a s s utilizando se de certas barreiras f sicas para tal n o raro confinadoras L bach 2001 p 36 afirma que os os objetos de uso considerando se a porta como tal uma vez que o usu rio desfruta de suas fun es no processo de uso s o o retrato das condi es de uma sociedade Do mesmo modo as transforma es ocorridas nas maneiras de produ o de portas e os modelos resultantes bem como de outros artefatos tamb m retratam as condi es sociais culturais econ micas de uma sociedade Assim se refere L bach aos processos de fabrica o de artefatos Nossos produtos de uso s o produzidos maci amente por meio de processos industriais para o consumo
15. 133 demogr fica menor seguido pelo Cap o da Imbuia e por ltimo o Cajuru Nesta mesma ordem por m comparando se o rendimento m dio da pessoa respons vel pelo domic lio ainda o Cajuru ocupa a pior posi o destacando se negativamente tamb m por apresentar uma evolu o maior de constru es entre 2001 e 2008 do que os outros dois bairros Embora o medo interfira na configura o das portas das moradias observadas s o m ltiplos os fatores que agem na determina o da diversidade de configura es encontrada na pesquisa inclusive os subjetivos Entrevistados dos tr s conjuntos habitacionais pesquisados relatam tipos preferenciais de portas alguns enfatizando o acabamento Na cor de madeira mesmo Eu gosto do brilho Eu n o faria branca n o jamais Jamais Porque eu n o gosto Entrevistada G6 Madeira maci a com desenho que n o cansasse com cor clara Entrevistada 2 A cor seria toda clarmha toda branca E com como que fala com trabalhado assim moldurinhas daquelas moldurimhas leves tem umas bem bonitinhas Entrevistada P2 outros enfatizando o material De prefer ncia uma madeira boa de les pesada para deixar normal N o precisa ter detalhe pode ser lisa Entrevistado G7 De imbuia com umas laterais bem largas e dentro com um detalhe mais largo e um vazado assim no meio mas da pr pria madeira um pouco mais baixo Entrevistada 16 uma
16. Denys A no o de cultura nas ci ncias sociais Bauru Edusc 2002 CUNHA Ant nio Geraldo Dicion rio Etimol gico Nova Fronteira da L ngua portuguesa RJ Nova Fronteira 2 ed 1997 CURTTIBA site oficial da Prefeitura Municipal de Curitiba Dispon vel em lt http www curitiba pr gov br gt Acesso em 15 mar 2010 DA FONSECA L Sim es Nouveau Dictionaire Fran ais Portugais Paris H Garnier 1909 DA MATTA Roberto A casa e a rua Rio de janeiro Guanabara Koogan 1991 D OLIM MAROTE Minidicion rio franc s portugu s portugu s franc s 6 ed S o Paulo Editora Atica 2001 DUDEQUE Ir Jos Taborda Espirais de madeira uma hist ria da arquitetura de Curitiba S o Paulo Studio Nobel FAPESP 2001 FERREIRA Aur lio B de H Novo dicion rio Aur lio da l ngua portuguesa 3 ed Curitiba Positivo 2004 FRASER M rcia Tourinho Dantas GONDIM S nia Maria Guedes Discuss es sobre a entrevista da fala do outro ao texto negociado pesquisa qualitativa Bahia UFBA 2004 FORTY Adrian Objetos de desejo design e sociedade desde 1750 1 ed S o Paulo Cosac Naify 2007 GEERTZ Clifford O saber local novos ensaios em teoria interpretativa Tradu o de Vera Mello Joscelyne 10 ed Petr polis RJ Vozes 2008 Clifford The interpretation of cultures New York Basic Books 2000 GIDDENS Anthony A constitui o da sociedade S o Paulo Martins Fontes 2003 GIDDENS Anthony Moder
17. Segundo o conceito de Lynn White Jr n GAMA 1986 p 10 sobre tecnologia de que esta a maneira pela qual as pessoas fazem coisas Ruth Cowan 1987 parte da mesma linha ontol gica de pensamento de que a hist ria da tecnologia um esfor o para recontar a hist ria de todas as coisas produzidas pela humanidade ou absorvidas por algumas sociedades ao longo dos anos Buchanan 1992 observa que tecnologia o estudo das t cnicas humanas para se fazer coisas considerando se o conceito de surgimento o local o momento suas raz es e consequ ncias poss veis hist ria Mar lia Gomes de Carvalho 1997 tem uma postura cr tica reifica o da tecnologia questionando a primazia da tecnologia e relativizando o determinismo tecnol gico propondo interpretar o avan o tecnol gico de maneira racional e abrangente considerando a sociedade como agente de transforma es que tanto provocam o desenvolvimento tecnol gico quanto sofrem suas transforma es A tecnologia depende pois da sociedade para a sua exist ncia e o seu desenvolvimento CARVALHO 1997 p 71 A autora critica a vis o parcial sobre tecnologia propondo considerar que para o desenvolvimento social necess ria a educa o tecnol gica Sobre este assunto ela comenta O desenvolvimento tecnol gico visto pelos que dele participam como um fen meno que por si s positivo pois significa o progresso e este sempre intrinsecamente
18. afirmando que ao olh los eles o faziam sentir se como se fosse parte do mundo remetendo o a lembran as de momentos vividos ou trazendo consigo uma rede de significados Com rela o s quest es simb licas relativas s pessoas e suas moradias para as quais determinadas caracter sticas das moradias podem expressar valores relativos a si mesmos como o status que um s mbolo de estratifica o social refletindo os significados atribu dos pela pr pria sociedade em que se apresenta Slater 2002 considera que o significado das coisas somente um ponto de partida sendo mais uma quest o de an lise social que de an lise textual Deste modo a atribui o de status aos artefatos depende dos crit rios de an lise da interpreta o e aceita o das caracter sticas que representam o status para aquele artefato em determinado contexto Os ju zos que balizam esta an lise variam 93 conforme os valores da sociedade atribuindo se maior ou menor import ncia a determinados conceitos e artefatos Percebe se que s o muitos os crit rios que influem na defini o de caracter sticas das moradias inclusive no que diz respeito s portas de moradias e suas configura es sendo influenciados por diversos fatores que influenciam nos sistemas de classifica o BOURDIEU 2008 p 162 de pr ticas de representa o daquilo que seja importante que o artefato representar por exemplo poder e riqueza A maneira de morar
19. conjunto habitacional Isla Victoria Fonte Fotos de autoria pr pria Internamente tanto as plantas do pavimento t rreo quanto as do pavimento superior seguem o projeto original por m com algumas altera es feitas a partir de crit rios particulares dos moradores Em outro tipo de interven o na configura o das portas destas moradias os moradores de duas das seis moradias pintaram todas as portas da casa de branco fato que se justifica por uma parte pela maior luminosidade propiciada nos ambientes visto que o branco reflete mais os raios solares do que as portas de madeira escura e por outra parte por quest es est ticas 165 Varia es quanto s configura es usos tipos de acabamentos e significados seguem ao mesmo tempo tend ncias de moda influenciando na atribui o de status aos moradores e tamb m variando conforme prefer ncias particulares dos moradores Conforme a descri o dos moradores dos tr s conjuntos habitacionais onde houve entrevistas em suas moradias os modelos e tipos de portas j estavam determinados e instalados quando da aquisi o do im vel pelos mesmos de modo que os fatores considerados na aquisi o ficaram a crit rio do construtor havendo apenas um caso de substitui o do modelo pr determinado pelo construtor do conjunto habitacional Panamericano ocorrido ainda durante a obra Na parte da frente das moradias do Panamericano Figura 58 manteve se o padr o de
20. constrangimentos produzidos pela quebra de regras bem como a reprodu o de condutas pessoais aceit veis em determinados contextos Portanto portas tamb m constituem se em elementos funcionais em termos de regula o normativa de certas regras produzidas socialmente Destacando ainda a dimens o simb lica da porta vale lembrar alguns ditados e express es cujo tema central a porta Ela lembrada at mesmo em cita es b blicas Jesus respondeu Fa am todo o poss vel para entrar pela porta estreita porque eu lhes digo muitos tentar o entrar e n o conseguir o Na m sica do grupo musical brasileiro Biquini Cavad o Vento ventania me leve para as portas do c u pois vou puxar as barbas de Deus A porta protagonista em express es populares como Fulano entrou pela porta da frente foi l e deu com a cara na porta surdo como uma porta Deus fecha uma porta e abre outra casa roubada trancas porta a porta de entrada para o mercado estamos de portas abertas para voc fulano t o feio que mais parece a porta do inferno dentre outras A funcionalidade do artefato se desdobra de forma plural a partir da inspira o criativa das pessoas possibilitando inclusive propostas n o convencionais a exemplo da porta servindo como meio de express o art stica ou assumindo pap is sociais ao funcionar como suporte de mensagens tal qual a mensagem vista na Fig
21. cus Moradias de conjuntos habitacionais com projetos arquitet nicos e execu o padronizados Gurupi Panamericano e Isla Victoria localizados na rea urbana de Curitiba em bairros distintos Cajuru Cap o da Imbuia e Jardim das Am ricas permitindo compara o entre diversidades e Perfil dos conjuntos habitacionais Amostragem com diversidade representativa de unidades de moradias com modelo padr o de projeto e execu o concentradas na mesma localiza o excluindo se conjuntos habitacionais de classes socioecon micas extremas e Objetivo da escolha de conjuntos habitacionais padronizados Possibilitar a investiga o de altera es realizadas por moradores verificando com base nas altera es e por compara o manifesta es da diversidade de necessidades e anseios e Popula o da amostragem Do total de 43 moradias tendo sido entrevistados 31 moradores de 24 moradias 3 2 ENTREVISTAS COM MORADORES DIVERSIDADE DE CONFIGURA ES USOS E SIGNIFICADOS DE PORTAS DE MORADIAS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA PANAMERICANO E GURUPI 3 2 1 An lise de crit rios e perfil dos entrevistados 128 Quanto classifica o do Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil CCEB que auxiliou na an lise dos resultados obtidos percebe se que este tipo de classifica o econ mica que evidencia tamb m a estratifica o social considera bastante relevante o comportamento das pessoas com rela o ao consu
22. desenvolvido com o objetivo de organizar e tornar mais segura a entrega e o recebimento de correspond ncias olho m gico diferenciado com visor unidirecional 126 E Figura 37 Portas com inova es tecnol gicas Fonte Dispon vel em lt http www objetosdedesejo com as portas maxdoor gt Acesso em 05 jan 2011 As mudan as ocorridas em termos de tecnologia e desenvolvimento de portas de moradias s o bastante percept veis em Curitiba principalmente pelo fato de que a cidade mant m diferentes tipos de configura es de moradias com diferentes caracter sticas Da mesma forma como pode variar o gosto est tico das pessoas com o passar dos anos conforme surgem novos produtos no com rcio destas mudan as poss veis tamb m podem resultar novas configura es arquitet nicas surgindo propostas diversificadas acompanhando os novos desenhos materiais e recursos tecnol gicos Buscando responder quest o de Como a tecnologia e a diversidade cultural t m se manifestado na configura o uso e significado de portas de moradias embora n o tenha sido poss vel encontrar nas moradias pesquisadas as inova es tecnol gicas apresentadas ao final deste subcap tulo cabe apontar o que existe dispon vel no mercado em termos de recursos tecnol gicos em sistemas de fechamento e seguran a Os locais pesquisados proporcionaram a oportunidade de perceber diversas propostas das pessoas com rela o s port
23. espa os reduzidos e dificuldades impostas pela instala o de portas com algum tipo de incompatibilidade como a prefer ncia do morador por espa o livre de circula o ao inv s de ambientes compartimentados fechados com portas de pouca utilidade As portas mais citadas neste caso foram as instaladas entre a sala e a cozinha e entre a cozinha e a lavanderia como as que podem ser vistas na Figura 44 apontadas por setas brancas pertencentes moradia do conjunto habitacional Panamericano Figura 44 Problemas na configura o de portas em espa os reduzidos entre a sala e a cozinha e entre a cozinha e a lavanderia Fonte Foto de autoria pr pria Ainda uma moradora do Conjunto Habitacional Panamericano relata a inser o de uma porta de correr de ferro na lavanderia n o existente no projeto original com o objetivo de aumentar a seguran a da moradia Menciona tamb m a deteriora o da porta pela ferrugem Coloquei uma porta sim na lavanderia uma porta de ferro porta de correr de ferro com vidro que eu tamb m detesto Ela est ali h dez anos toda estragada Era assim essa casa minha m e tinha comprado e a gente morou aqui um tempo acho 142 que uns dois anos e depois ela alugou Ent o tudo ficou aqui e ficou com o inquilino ent o estava tudo meio estragado e a porta ficou S que a gente quer reformar l atr s fazer uma rea mais legal tal s que estamos esperando Ent o a porta continua
24. ficava com a circula o comprometida devido localiza o inadequada desta porta Ela aproveitou para escolher outra porta que fosse branca e com vidro basculante conferindo maior claridade ao ambiente possibilitando a ventila o e melhoria do conforto t rmico considerando que neste ambiente n o h janelas A porta de acesso da rua ao Interior da moradia atualmente em madeira aglomerada ela gostaria que fosse substitu da por outra em madeira maci a A crian a de seis anos 14 moradora da casa 7 gostaria de ter uma porta de acesso da rua ao Interior da moradia que fosse de metal pois segundo ela esta conferiria maior seguran a entrada da moradia evitando roubos Tamb m para esta crian a a porta da cozinha de sua sala deveria ser substitu da pois tem problemas em seu fechamento 162 Outro entrevistado da casa 7 gostaria de substituir a porta de acesso da rua ao interior da moradia que atualmente de madeira mista com partes em madeira aglomerada por outra em madeira maci a preocupado com a seguran a de sua fam lia e de seu patrim nio Externamente as modifica es ocorridas nos sobrados deste condom nio aconteceram em sua maioria no acabamento das paredes com aplica o de revestimentos diferenciados como textura ou revestimento cer mico visando personalizar a moradia sem interferir radicalmente na fachada talvez refor ando o sujeito no sentido da emancipa o dentro de u
25. frequ ncia de portas frisadas e pivotantes na paisagem urbana de Curitiba podendo ser encontradas em moradias de variadas classes econ micas tamb m ocorreu em outros per odos com as portas emolduradas almofadadas de ferro trabalhado e assim por diante O Quadro 10 mostra que as portas em seu valor de uso e simb lico possuem dimens o cultural uma vez que a partir da an lise de sua trajet ria considerando se as diferencia es sofridas em termos de modelos das t cnicas de fabrica o da transi o entre os tipos de ind strias que passaram de familiares a grandes complexos industriais na maior parte dos casos entre outros fatores propicia a percep o das rela es entre as pessoas e esse artefato bem como sua evolu o tecnol gica ao longo da hist ria Os resultados de an lises a partir de resgates hist ricos de artefatos podem apontar particularidades sobre os sistemas socioculturais predominantes mostrando determinados padr es culturais No entanto preciso notar que embora seja poss vel apontar padr es culturais predominantes para portas de moradias seja na cidade de Curitiba ou no contexto dos conjuntos habitacionais pesquisados ou em outro contexto importante verificar que 112 existem diferen as em vista da din mica social e diversidade cultural entre contextos locais de estado e de cidades Nas sociedades as pessoas t m diferentes anseios e necessidades cujas prioridades n veis p
26. madeira escura envernizada e apenas uma moradia fez a op o de trocar a porta por outro modelo embora mantendo o padr o em termos de cor Esta uma quest o que se difere dos outros dois conjuntos residenciais pesquisados em que existe uma grande variedade em termos de modelos e acabamentos para as portas externas principalmente sendo que no Isla Victoria o padr o predominante atualmente o de portas pintadas na cor branca sendo as originais em madeira escura envernizada A Figura 58 ilustra tr s exemplos de portas de entrada da frente das moradias do conjunto habitacional Panamericano sendo que as duas primeiras imagens da Figura 58 mostram as portas no padr o usual escolhido pela construtora e a terceira a que est fora do padr o com modelo escolhido a crit rio do propriet rio determinado ainda durante a obra E Figura 58 Modelos de portas externas da parte frontal de moradias do conjunto habitacional Panamericano Fonte Fotos de autoria pr pria Cada pessoa tem suas prefer ncias em termos de configura o assim como variam os usos e significados de portas de moradias E cada qual decide sobre o que ou n o 166 necess rio ser feito seguindo sua subjetividade est tica e em virtude da pr pria l gica confirmando a perspectiva de Adorno em rela o percep o est tica 1993 p 179 Vale observar que todas as pessoas entrevistadas que gostariam de fazer altera es
27. muitas vezes necess rias em vista das condi es de deteriora o dos materiais das quais s o feitas as portas das moradias O Gurupi apresenta ainda a maior m dia de idade Este fator se reflete na pesquisa quando nas respostas s perguntas 9 a 12 Ap ndice C as pessoas demonstram maior n vel de satisfa o com as portas existentes em suas moradias nas quais n o gostariam de fazer qualquer altera o dado que foi interpretado da seguinte maneira as pessoas com a maior m dia de idade viveram em pocas em que os bens materiais apresentavam maior durabilidade e a sociedade n o era t o consumista quanto a atual As novas gera es descartam objetos com maior frequ ncia do que as anteriores por motivos variados podendo ser em decorr ncia de uma est tica que n o agrada nem sempre por problemas funcionais Ainda este o conjunto dentre os tr s analisados que se localiza no bairro com maiores ndices de viol ncia segundo o mapa de estat sticas de viol ncia em Curitiba e Regi o Metropolitana o que tamb m justifica em parte a coloca o de port es de ferro na divisa de cada moradia com a rua Interna do conjunto Segundo informa es adquiridas em site que revelam pesquisas e relat rios sobre a criminalidade no Estado do Paran existe grande disparidade entre os bairros de Curitiba e o bairro do Cajuru est entre os cinco mais violentos no ano de 2010 Estes ndices se refletem na configura o das porta
28. o enriquecendo por consequ ncia o desenvolvimento desta pesquisa Esta disserta o contribui com m ltiplos olhares em rela o ao desenvolvimento de tecnologia e cultura a partir da discuss o de fun es de portas de moradias no cotidiano da sociedade quanto diversidade de suas configura es usos e significados A explora o de diferentes enfoques percebidos com rela o tem tica aponta para varia es de percep o dentro de grupos que vivem em realidades relativamente pr ximas nos contextos de tempo e espa o mas com particularidades culturais sociais e econ micas que merecem aten o Na pesquisa de campo estabeleceu se um canal que possibilitou a realiza o de uma aproxima o e aprofundamento de descobertas de contextos e refer ncias culturais contribuindo para do conhecimento sobre as viv ncias das pessoas no cotidiano das moradias pesquisa visou investiga o da diversidade de enfoques perceptivos sobre as fun es configura es usos e significados de portas de moradias As informa es prestadas pelas pessoas entrevistadas e as pesquisas complementares representam uma rela o direta com os resultados encontrados nas composi es da arquitetura local uma vez que esta se forma a partir de percep es e decis es de pessoas de seus desejos necessidades e refer ncias incluindo elementos construtivos como as portas de moradias mediante a tecnologia dispon vel de produ o
29. o do 173 posicionamento da porta da frente da moradia posicionada originalmente de frente para a rua como o padr o de constru o para a lateral de frente para a garagem minimizando o problema de falta de privacidade dos moradores com rela o s pessoas que passam na rua em frente conforme relato da entrevistada SALA DE ESTAR JANTAR CAL ADA RUA GARAGEM SALA DE ESTAR ACESSO LATERAL CAL ADA RUA Figura 61 Detalhes em planta de entrada do projeto original e com inser o de hall em moradia do conjunto habitacional Panamericano Fonte Desenho da autora Figura 62 Hall constru do para abrigar porta de acesso principal em moradia do conjunto habitacional Panamericano Fonte Foto de autoria pr pria 174 Os moradores deste sobrado gostariam de manter maior privacidade na rea de sua sala e por este motivo efetuaram tal modifica o aproveitando a porta existente anteriormente na mesma fun o a nica porta de sa da da casa para a rua e vice e versa A gente j fez esta mudan a aqui na sala para a porta n o ficar t o para frente para a gente n o ficar assim t o escancarado Ent o agora existe um hall e a porta est direcionada para o lado isto porque a gente ainda tem aquela vontade de deixar a porta aberta em casa eu ainda sinto muita vontade Eu que morei no interior vim do interior ent o eu tenho uma paix o ainda mais em um dia qu
30. para portas de acesso secund rio como portas de lavanderias por exemplo ou em algumas situa es como portas de acesso principal 2 portas de correr ou de abrir em uma ou duas folhas para portas externas geralmente em sacadas ou portas de acessos secund rios A primeira imagem da 147 esquerda de porta venda em loja especializada de Curitiba em que houve entrevista com comerciante e as do lado direito de portas de moradias de entrevistados do conjunto habitacional Isla Victoria Portas de metal s o preteridas em rela o s de madeira sobretudo por causa da a o de agentes agressivos a elas como chuva e produtos qu micos de limpeza por exemplo que oxidam o metal principalmente no caso do ferro produzindo em geral um desgaste maior quando comparado madeira quando devidamente conservada Contudo verifica se que tanto a partir das entrevistas com moradores dos conjuntos habitacionais Isla Victoria Gurupi e Panamericano quanto pela observa o em bairros da cidade de Curitiba as portas de metal s o preteridas em rela o s de madeira quando localizadas no acesso principal da moradia geralmente feito pela sala de visitas todavia s o bastante procuradas para serem colocadas em acessos secund rios como entre o interior da moradia e o jardim em sacadas ou em grandes v os utilizando o metal na estrutura da porta e o vidro na folha da porta na almofada Figura 47 Portas de metal em a o
31. rcio de demoli o em Curitiba Fonte Fotos de autoria pr pria As portas depois de restauradas costumam ser bastante valorizadas comparativamente ao estado e valor em que chegam ao estabelecimento Na Figura 49 est o imagens de portas de demoli o que foram adquiridas e restauradas para servir novamente s suas fun es tendo sido instaladas em uma moradia do bairro Jardim das Am ricas Em decorr ncia da vis o do atual propriet rio que estas portas uma em ferro e outra em madeira nobre depois de restauradas recebendo o tratamento adequado puderam ser teis novamente evitando o descarte de artefatos ainda em plenas condi es de uso Ap s este restauro foram ressaltadas as caracter sticas originais destas portas feitas em modelos exclusivos diferenciados possivelmente de maneira artesanal n o existindo prontas para serem compradas novas no com rcio local ainda feitas de materiais resistentes e com excelentes aspectos est ticos 152 Figura 49 Portas de demoli o restauradas e instaladas em moradia do bairro Jardim das Am ricas Fonte Fotos de autoria pr pria A experi ncia de remanejar portas ou outros artefatos descartados envolve mais do que boa vontade e vis o de neg cio envolve apreender o significado cultural de manter vivas rela es com o passado mantendo la os da hist ria em conex o com o presente As ra zes hist ricas das sociedades podem ser mais longevas quando elementos re
32. rios mudam as maneiras de encontrar e utilizar adequadamente as fun es desejadas A busca por este aprendizado tomou muito do tempo dispon vel para a elabora o da pesquisa Mas certamente os processos vivenciados na elabora o desta pesquisa foram de grande valia servindo para o crescimento pessoal oportunizando aprendizados mpares e o desenvolvimento do gosto pela pesquisa Com rela o pesquisa propriamente dita percebe se que a presen a da tecnologia est muito mais fortemente ligada s portas que se poderia imaginar tanto por sua Import ncia no desenvolvimento hist rico quanto nas m ltiplas aplica es da tecnologia no cotidiano da sociedade presente praticamente em todo tempo e lugar nos afazeres di rios Por outro lado n o raro h barreiras para a inser o de recursos tecnol gicos como sistemas de automa o em portas por exemplo neste caso principalmente em vista do alto custo que ainda apresentam para grande parte da popula o Vale lembrar que o conhecimento tecnol gico n o est apenas no produto final resultante mas tamb m nas t cnicas nos m todos nas ferramentas e processos de produ o na educa o da sociedade na aprendizagem de conhecimentos e saberes no modo de resolu o de problemas influenciando a maneira de viver da sociedade e suas rela es As explora es necess rias para a elabora o desta pesquisa foram rduas e constantes entretanto com muita certeza diant
33. tend ncias de moda ao status dentre outras tratadas a seguir 3 3 3 Diversidade de significados de portas de moradias Respeitando se as perspectivas que as portas possam ter atingido nesta pesquisa uma vez que a versatilidade simb lica deste artefato alcan a diversas designa es e refer ncias a an lise dos significados percebidos pelas pessoas entrevistadas nos tr s conjuntos habitacionais pesquisados com rela o s portas de moradias est sintetizada no Quadro 15 sistematizando um apanhado de ideias dominantes para esta quest o 182 Este quadro traz representa es e significados tendo como base perguntas dos roteiros de entrevistas No entanto h que se considerar que existem mais perspectivas de an lise nas palavras utilizadas para responder s quest es do que simplesmente o que possa estar evidente em um sim ou um n o Analisando se os dados encontrados na pesquisa compreende se o significado e a import ncia que as portas ocupam na vida destas pessoas que muitas vezes depositam nelas a expectativa de prote o de toda a fam lia tendo como responsabilidade fechar a casa segundo uma das entrevistadas a P3 Neste caso a porta deve ser satisfatoriamente eficiente para que as pessoas sintam que o espa o do lar age como uma esp cie de ilha de seguran a particular A inseguran a com rela o a poss veis invas es faz com que as pessoas se preocupem mais com a funcionalidade das po
34. trancar outro ainda cuidado prote o cuidar para n o entrar ladr o proteger seguran a garantir seguran a Este gr fico mostra a preocupa o das pessoas com rela o ao risco de invas es em suas moradias apontando que at mesmo para as crian as esta uma quest o preocupante Aponta tamb m que a beleza da porta algo importante mas n o mais importante do que a fun o de fechamento isolamento veda o seguran a de salvaguarda da integridade f sica e emocional das pessoas Segundo entrevistados ter uma porta apropriada uma maneira de receber bem amigos e visitas apontando que a porta tem tamb m uma fun o social na vida das pessoas ndice das fun es de portas mais citadas ventila o 3 privacidade conforto 9 Gr fico 6 ndice das fun es de portas mais citadas Fonte Gr fico de autoria pr pria A grande nfase na preocupa o com a seguran a oferecida pelas portas de moradias na atualidade foi constatada quando os moradores entrevistados foram questionados sobre a 170 Instala o de dispositivos de seguran a nas portas de liga o entre o interior e o exterior de suas moradias Constatou se que todas as moradias pesquisadas t m ao menos na porta de entrada da frente a instala o de tetras chaves Algumas t m olho m gico Em uma das moradias os moradores colocaram cal os de madeira nas portas de correr com o intuito de dificultar a abertura das mesmas
35. www artenossa pr gov br arquivos file livro _provopar_kit_indigena pdf gt Acesso em 19 abr 2011 A arquitetura trata da rela o da porta com o todo constru do de in meras formas destinando a a v rios usos conforme sua conveni ncia Esta varia o responde n o s est tica e ao contexto arquitet nico mas tamb m a uma manifesta o sociocultural com significados e usos que variam particularmente entre as pessoas que interagem com os elementos e espa os arquitet nicos A arquitetura pode acompanhar mudan as socioculturais sofrendo adapta es conforme valores locais contextos ambientais e temporais dentre outros fatores inter relacionados A raz o construtiva da coloca o de portas em moradias sejam estas dos mais variados tipos e utiliza es baseiam se em fatores culturais deste modo portas e fechaduras quando instaladas podem atuar na limita o do transitar entre espa os atuando como mediadoras Sua instala o pode se dar em casos diversos como por uma necessidade formal de grupos que desejam maior particularidade no uso de determinados ambientes como no caso por exemplo do uso de portas em banheiros e quartos de dormir que geralmente requerem maior privacidade em seu uso Cabe notar por m que o conceito que geralmente se t m de privacidade dentro do contexto da arquitetura n o universal A quest o do uso de portas pode estar ligada diretamente ao conceito de privacidade que pode ser cult
36. 099 reais nove pertencem classe Bl renda m dia familiar de 4 558 reais uma classe B2 renda m dia familiar de 2 327 reais e uma classe C1 renda m dia familiar de 1 391 reais de acordo com o Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil ABEP 2008 Das pessoas entrevistadas no Conjunto Habitacional Gurupi Quadro 5 totalizando 9 pessoas um entrevistado pertence classe A2 renda m dia familiar de 8 099 reais tr s pertencem classe B2 renda m dia familiar de 2 327 reais dois C1 renda m dia familiar de 1 391 reais dois C2 renda m dia familiar de 933 reais e um E renda m dia familiar de 403 reais de acordo com o Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil ABEP 2008 Este conjunto habitacional entre os tr s o que apresenta a maior m dia de idade entre os entrevistados bem como o menor grau de Instru o 129 Maior grau de Classe Tempo na Entrevistado G nero Ocupa o instru o Ee RA obtido econ mica resid ncia I casa 6 15 F Estudante 1 ano E M A 6 anos D casa 5 37 F Veterin ria Mestrado Bl 13 anos Engenheiro z I3 casa 7 38 M Mec nico P s gradua o A2 5 anos E 49 I4 casa 7 6 M Estudante 1 ano BJ A 5 anos T cnico da E I5 casa 8 41 M Gradua o B1 4 anos Petrobr s I6 casa 1 54 F Comerciante EM A ano I7 casa 1 32 M Comerciante EM A ano Quadro 11 Perfil dos entrevistados do grupo 1 de moradores do conjun
37. Inclusive no Brasil A maior amplitude de sistemas de veda o de aberturas um dos reflexos do movimento modernista iniciado na Europa e difundido no Brasil a partir do s culo XX em que se propunha uma ruptura com os padr es arquitet nicos tradicionais difundidos at ent o Arquitetos brasileiros como Oscar Niemeyer e L cio Costa aderiram ao que este ltimo chamou de esp rito da poca adotando elementos t picos deste per odo como os grandes v os as formas geom tricas definidas e sem ornamentos panos de vidro pain is de veda o em vidro servindo tanto como parede quanto como veda o transparente de abertura e a predomin ncia da cor branca Baseado neste estilo arquitet nico e com o desenvolvimento da tecnologia que vem propiciando este aumento dimensional com a produ o por exemplo de trilhos e roldanas que d o suporte s grandes portas de correr assim como as prensas em que s o trabalhadas as chapas de madeira preparadas de modo a evitar envergamentos portas ao estilo cl ssico e colonial cederam espa o para portas pivotantes e de correr Elegante a porta pivotante tem marcado cada vez mais presen a nas entradas de casas e apartamentos Geralmente encomendadas podem ser feitas de diferentes materiais e com puxadores variados com essa personaliza o a pe a fica praticamente nica Para acompanhar o p direito duplo de 6 20 m a porta pivotante de ferro tem 2 90 m de altura
38. Internamente esta rea compreende a sala de visitas com suas cinco portas abrindo se para o terra o fazendo parte do conjunto cerimonioso do Palacete juntamente com o escrit rio e sala de m sica com portas internas em cedro portugu s trabalhadas artesanalmente segundo o estilo cl ssico Figura 28 Detalhe de portas do Palacete Le o J nior Fonte Fotos de autoria pr pria 116 Na lateral do Palacete encontram se outras duas escadarias uma correspondente entrada secund ria comportando reas cotidianas destinadas fam lia com um corredor de distribui o com tr s portas e outra escadaria que d acesso rea de servi o dispensa cozinha salas de banho e acesso ao por o A porta mais esquerda mostrada na Figura 29 corresponde a esta terceira entrada tendo sido restaurada da mesma forma que o restante do Palacete entre os anos de 1986 e 1987 ap s sua aquisi o pela IBM do Brasil e mais recentemente no ano 2000 Estas duas constru es Casa Rom rio Martins e Palacete Le o J nior fazem parte de um conjunto de bens arquitet nicos tombados pelo Instituto do Patrim nio Hist rico e Arquitet nico Nacional IPHAN Figura 29 Imagens de portas do Palacete Le o J nior na cidade de Curitiba PR Fonte Fotos de autoria pr pria O terceiro exemplo este do s culo XX encontra se ilustrado nas Figuras 30 e 31 apresentando aquela que foi considerada a primeira resi
39. O trabalho est organizado em cinco cap tulos nos quais s o discutidas inter rela es entre tecnologia cultura e fun es de portas de moradias no cotidiano da sociedade com base em fundamenta o te rica e pesquisa de campo destacando se manifesta es da diversidade cultural em prefer ncias e requisitos manifestos em varia es de configura o diversidade de usos e significados de portas Pretende se com esta pesquisa contribuir para promover e ampliar o conhecimento sobre as inter rela es entre tecnologia cultura modos de vida e artefatos do cotidiano da sociedade Palavras chave Cultura Artefatos do cotidiano Portas de moradias Configura es Usos Significados Curitiba PR ABSTRACT VIEIRA Karime Massignan G Technology culture and functions of housing doors in the daily life configurations uses and meanings 2011 226 f Dissertation Masters in Technology Post graduation Program in Technology Federal University of Technology Paran Curitiba 2011 This dissertation aims at investigating the interrelationships between technology culture and functions of housing doors in everyday life of society and its manifestations in configurations uses and meanings of doors This work starts from the understanding of the door as an artifact representative of culture and technology subject to take on various configurations and mediate variations 1n uses and meanings The investigation begins with the ana
40. Por que motivo 11 Voc a senhora o senhor gostaria de alterar alguma porta da sua casa Se sim Qual is porta s Como gostaria de alter la s Por que motivo Se sim Poderia me explicar qual seria 12 H alguma porta de sua casa que poderia ser eliminada em sua opini o Se sim Qual is 13 Voc a senhora o senhor costuma colocar algum enfeite nas portas Se sim De que tipo Em qual is porta s 14 Se fosse comprar uma porta hoje qual seria o principal fator que voc a senhora o senhor levaria em conta 15 Se pudesse escolher hoje como seria a porta dos seus sonhos 216 AP NDICE D MODELO DE AUTORIZA O DE USO DE IMAGEM SOM E VOZ TERMO DE AUTORIZA O Pelo presente instrumento eu abaixo firmado e identificado autorizo voluntariamente e graciosamente a Karime Massignan Grassi Vieira CPF 874 325 799 20 residente na Rua Coronel Alfredo Ferreira da Costa n 373 Jardim das Am ricas Curitiba Paran a utilizar a minha voz e imagem bem como as Informa es por mim fornecidas em m dias impressas e digitais de cunho cient fico e cultural Esta autoriza o Inclui o uso de todo o material criado que contenha a minha voz Imagem e informa es por mim fornecidas Karime Massignan Grassi Vieira da forma que melhor lhe aprouver em m dias impressas e digitais independentemente do processo de transporte de sinal suporte material tratamento gr fico e audiovisual reprodu o e d
41. SOFISTICADA N O QUE FOSSE FUNCIONAL EM PRIMEIRO LUGAR AH BEM BONITA BEM MODERNA UMA MADEIRA BOA MODELO NOVO N SERIA A COR DA MADEIRA MESMO N S ENVERNIZADA EU GOSTO DO BRILHO N O PRECISA SER COM MUITO DESENHO N O QUE SEJA SIMPLES MAS QUE SEJA BEM MODERNA OLHA DESDE QUE ELA FOSSE UMA PORTA BOA N O PRECISA TER DETALHES QUE NEM EU VI UMA L QUE ERA CHEIA DE COQUEIROS N O FAZ A MINHA CABE A PORQUE PARA LIMPAR HORR VEL ENT O PODE SER UMA PORTA LISA MAS QUE SEJA DE MADEIRA UMA PORTA BEM BOA DA EU COLOCARIA NA COR DE MADEIRA MESMO EU GOSTO DO BRILHO EU N O FARIA BRANCA N O JAMAIS JAMAIS PORQUE EU N O GOSTO DENTRO DE CASA EU QUERO A HORA QUE EU PUDER PINTAR AS PAREDES VAI PERMANECER O BRANCO MAS PORTAS EU QUERIA DE VERNIZ TODAS ELAS TODAS TODAS ENVERNIZADAS PORQUE EU GOSTO MUITO DO BEGE E MARROM MARROM A MINHA COR PREDILETA EU ACHO MUITO LINDA A PORTA DOS MEUS SONHOS BOM EU GOSTARIA DE TER UMA CASA TOTALMENTE DIFERENTE EU ACHO QUE TODO MUNDO QUERIA UMA CASA QUE TIVESSE UMA PORTA BEM MAIS LARGA PORQUE DEPENDENDO DA MOB LIA QUE VOC TEM VOC TEM QUE DESMONTAR PARA ELA PODER ENTRAR PORQUE S O TAMANHOS DE PORTAS ASSIM PEQUENAS MAIS ANTIGAS HOJE EM DIA AS PORTAS S O BEM MAIS LARGAS S O PORTAS QUE VOC N O PRECISA ABRIR E FECHAR PORQUE ELA ABRE SOZINHA QUEM N O GOSTARIA DE TER UMA PORTA DESSAS MAS PARA ISSO VOC PRECISA TER UMA VERBA MUITO BOA PARA PODER COLOCA
42. alum nio e ferro Fonte Fotos de autoria pr pria Observou se a falta de lembran a das portas em material diferente da madeira o que pode estar associada a diversos fatores tais como a refer ncias culturais e hist ricas que refor aria na mem ria das pessoas entrevistadas prioritariamente o acabamento superficial da madeira em detrimento do alum nio e ferro ou em outro sentido poderia ser pelo fato de a porta de entrada para a moradia ser refer ncia de porta enquanto as demais s o passagem Outra justificativa para a prefer ncia pela madeira poderia ser a maior frieza associada ao metal diferente da maior sensa o de calor e aconchego proporcionada pela madeira A ind stria de portas de um modo geral vem oferecendo maior variedade de modelos e tem investido na divulga o de seus produtos Foi citado por entrevistados que o 148 primeiro contato com modelos de portas diferentes geralmente a partir da m dia como novelas por exemplo A varia o quanto a materiais de portas de moradias deve se em grande parte ao fato de que a ind stria de portas tem apresentado design com caracter sticas que na maioria dos casos procura se adaptar s tend ncias do mercado consumidor e vice versa Diante da exist ncia de falhas em portas industrializadas dispon veis no mercado como por exemplo daquelas com material misto com vidro simples para acesso externo de moradia unifamiliar h que se considerar pro
43. apenas a colagem de bordas ACABAMENTOS O acabamento tem a fun o de embelezar e principalmente proteger o m vel um revestimento que deve formar uma pel cula ser ao mesmo tempo duro e el stico estar perfeitamente aderido suficientemente inerte a o do ambiente e resistente aos fatores qu micos e f sicos etc Os produtos mais comuns utilizados no acabamento de m veis s o os vernizes seladores tintas e fundos Vernizes e seladores tem transpar ncia Tintas e fundos n o tem transpar ncia mas tem colora es diversas Processos de pintura Os processos de pintura mais utilizados s o Tingimentos para dar a tonalidade requerida s l minas e madeiras embelezando o m vel Aplica o de seladores forma a base necess ria aplica o do verniz Envernizamento al m da beleza est tica como brilho e sedosidade protege o m vel por sua resist ncia a riscos e umidade Aplica o de fundos forma a base necess ria aplica o de tintas ou laca 226 Laquea o efeito decorativo que apresenta um aspecto esmaltado nas mais variadas cores de acordo com o pedido do cliente Goffrato laca com textura muito conhecido tamb m como f rmica l quida um esmalte poliuret nico texturizado de aspecto final f sco especialmente indicado para acabamento de m veis de escrit rio cozinha inform tica dormit rios estantes e racks Cria o de efeitos especiais de pintura Os efeitos d
44. arquitetura apresentados s o parte da hist ria da cidade de Curitiba que se formou com uma mescla de tradi es e transforma es culturais entre a conserva o do antigo e a busca pelo novo As tend ncias em todos os per odos arquitet nicos acontecem influenciadas por uma s rie de fatores como os sociais e culturais a tecnologia dispon vel na poca e local em que se apresenta conforme a condi o socioecon mica de acordo com o acesso a informa es vindas de outras localidades nacionais e ou Internacionais dentre outros Ricas pobres conservadoras inovadoras independente da rela o que a sociedade tenha com as interfer ncias e tend ncias do mercado o fato que s o criadas expectativas com rela o s possibilidades oferecidas pelos bens de uso e consumo entre os quais est o compreendidas as portas salientando a diversidade de culturas e suas manifesta es Diferen as em termos de qualidade de materiais utilizados na fabrica o de portas explicitam distin es sociais Por este motivo mesmo em portas fabricadas em madeiras de menor qualidade t cnica percebe se a preocupa o em tingir aplicar molduras ou complementos que remetam a referenciais de qualidade Com base na pesquisa de campo a pintura branca como acabamento final de portas por exemplo configura se como um modelo de refer ncia de um a propriet rio a com situa o econ mica mais abastada nos dias atuais 120 A expectativa das p
45. as que transp em o fosso cuja gua verde alimenta quatro canais que atravessam a cidade CALVINO 1990 p 13 Em outro momento Na porta dos templos v em se as est tuas dos deuses cada qual representado com seus atributos a cornuc pia a ampulheta a medusa pelos quais os fi is podem reconhec los e dirigir lhes a ora o adequada CALVINO 1990 p 17 74 A partir da descri o de pr ticas cotidianas da vida urbana e de rela es complexas vividas nos espa os sociais Certeau estuda os pap is sociais e conven es explicitadas na manifesta o dos sinais e no sentido dado aos artefatos Ao tratar da complexidade das rela es entre as pessoas nos espa os p blicos Certeau fala da linguagem fragmentada em meias palavras de gestos de conveni ncia e di logos autom ticos das comadres que se encontram na soleira da porta 2009 p 53 O tipo de comunica o estabelecido s portas das moradias exerce um papel social no cotidiano das pessoas Pierre Bourdieu 1979 apresenta enfoque distinto de Certeau mas tamb m atribui pap is sociais aos artefatos colocando os em um patamar de distin o social oferecida por aquilo que o artefato representa Durante o desenvolvimento desta pesquisa foram encontrados in meros exemplares de portas distintas entre si variando entre modestas e imponentes algumas enfeitadas outras mais discretas em materiais diversos como ferro madeira de variadas q
46. as tr s grandes portas em madeira e vidro na fachada do piso t rreo quest o solucionada com a inser o de janelas na parte superior de duas delas Vale lembrar que o Brasil do s culo XIX foi marcado por intensa imigra o europ ia que trouxe consigo refer ncias da arquitetura da terra natal dos imigrantes deixando no Paran uma marca forte da arquitetura de madeira Figura 21 p 87 que comp e o per odo conhecido como ecl tico Figura 32 Edif cio na Rua Portugal projeto de Frederico Kirchg ssner 1958 Fonte Fotos de autoria pr pria O s culo XX acolheu a arquitetura art nouveau e art d co Figura 32 contudo o estilo de maior destaque foi o modernista que marcou este per odo em que tiveram destaque grandes nomes da arquitetura mundial como Le Corbusier os brasileiros Oscar Niemeyer e Jo o Batista Villanova Artigas dentre outros Suas caracter sticas mais marcantes foram a utiliza o de escala monumental racionalidade impessoalidade geometria em ngulos retos e grandes pain is de vidro nos quais poderiam inserir se as portas No s culo XX emerge a arquitetura conhecida como p s moderna com suas inspira es e tend ncias criticando a austeridade da composi o arquitet nica modernista Na d cada de 1970 alguns dos princ pios da arquitetura e do urbanismo modernos s o colocados em discuss o e surge uma nova tend ncia conhecida como p s modernismo GNOATO 1999 p 2 Algumas
47. autom tica com senha de modo que n o entre ladr o na casa Outra entrevistada 11 n o gosta de usar chaves porque dificultam a es de entrar e sair de casa preferindo sistema automatizado A entrevistada I6 por sua vez cita o sistema de abertura de porta por meio de identifica o das impress es digitais A maioria dos entrevistados atribui s portas a principal fun o de prote o lembrando a express o utilizada por uma entrevistada adolescente 11 quando perguntada sobre a principal fun o das portas Para ela esta seria a de trancar Outras fun es importantes das portas para os entrevistados seria as de abrir e fechar na maior parte dos casos as pessoas demonstram interesse pelo sistema de fechamento e trancamento das portas e sua efic cia associando a fun o da fechadura fun o da porta e a privacidade proporcionada As caracter sticas de robustez e a fun o de seguran a s o consideradas priorit rias com base na pesquisa no caso das portas externas da moradia 1 1 No entanto as portas externas de correr dos dois quartos presentes em todas as seis moradias pesquisadas e a porta externa de correr da sala de estar presente em quatro das seis moradias que s o mistas de metal e vidro n o t m apar ncia robusta nem segura e n o conferem privacidade visual por causa do vidro transparente e incolor que possuem para passagem de sol e luz As portas dos banheiros p
48. bastante importante por ter sido intensamente explorado em outras pocas e amplamente adotado no Paran principalmente depois da chegada dos imigrantes a utiliza o da cor em detalhes de acabamento de portas Marcaram grande presen a na hist ria da arquitetura de Curitiba as portas pintadas em tons de vermelho verde multicoloridas especialmente em moradias de poloneses alem es e ucranianos e que ainda podem ser encontradas na paisagem da cidade A Figura 21 nos fornece uma amostra do que j foi bastante comum no Estado do Paran Representa uma parte da arquitetura de madeira dos colonos poloneses e ucranianos do sul do Paran em fotos recentes efetuadas por ocasi o da montagem de um livro lan ado em 2008 sobre este tipo de arquitetura A nfase dada cor n o permanece da mesma maneira nas portas da arquitetura de moradias de Curitiba nos dias atuais de outro modo a madeira como principal material na fabrica o das portas ainda permanece atual por quest es culturais e por diferentes raz es A diminui o da gama de cores aplicada s portas das moradias pode estar associada entre outros fatores s diretrizes que guiaram a forma o da arquitetura moderna no Brasil anos 1920 1940 no qual o branco foi uma cor bastante enfatizada evitando a valoriza o de outros elementos mais do que a pr pria volumetria da constru o enfatizando mais a estrutura do que a decora o 32 PVC Policloreto de Vini
49. beleza e praticidade Um pai de fam lia 13 destaca a import ncia da qualidade da madeira de uma porta externa A adolescente I1 n o se preocupa tanto com seguran a porque aparentemente para ela a necessidade mais imediata que a porta tem a de conseguir manter a privacidade Ela n o trocaria a porta de entrada da moradia mas sim a de seu quarto por um modelo claro e com vidro Conforme as entrevistas com moradores do conjunto habitacional Isla Victoria as portas de liga o entre a cozinha e a lavanderia e entre a lavanderia e o jardim interno das moradias foram as que sofreram mais substitui es principalmente por limitarem a circula o de pessoas e animais e pelo fato de escurecerem a lavanderia Das seis moradias quatro possuem c es de estima o necessitando facilitar o tr nsito destes entre a lavanderia e o 161 jardim interno Mantiveram se os modelos de portas originais externas de acesso da rua ao Interior das moradias fornecidas pelo construtor em todas as seis moradias pesquisadas Existem ainda aqueles entrevistados representando treze por cento deles quatro entre trinta e um que est o descontentes com o funcionamento de portas e com sua apar ncia est tica O entrevistado I3 por exemplo afirma As portas externas gostaria que fossem mais robustas Penso em um dia trocar a porta de acesso frontal da moradia por uma porta mais robusta e tamb m que combine melhor com a
50. bom Na sociedade ocidental moderna progresso quer dizer a utiliza o de tecnologias cada vez mais avan adas que supostamente melhoram a qualidade de vida de todos Assim atrav s das inova es tecnol gicas a vida do homem sobre a face da terra torna se cada vez mais f cil mais confort vel e mais agrad vel Tecnologia significa assim o elemento que propicia n o s o avan o da sociedade mas tamb m detemina suas condi es de desenvolvimento e progresso CARVALHO 1999 p 71 Sob o ponto de vista de Carvalho o desenvolvimento tecnol gico tem implica es sociais nem sempre positivas H lio Gomes de Carvalho 1997 discute os paradigmas da tecnologia e da inova o enfatizando a dimens o humana considerando tamb m a import ncia da reflex o sobre a educa o tecnol gica colocando a como indispens vel para indicar caminhos e horizontes 97 entre o mundo t cnico social e cultural GOMES DE CARVALHO 1997 p 21 Ele afirma ainda que a necessidade motiva a produ o do instrumento conduzindo satisfa o do homem e que os instrumentos por sua vez geram novas necessidades Outros instrumentos ser o fabricados para superar dificuldades estabelecendo novas ordens sociais novas rotinas Bastos 1997 aborda a quest o do capitalismo e sua interfer ncia nos processos produtivos tecnol gicos que ao dividirem os processos de trabalho em linhas de montagem fez com que os trabalhadores deixassem de te
51. com bastante intensidade entre estas reas Figura 68 Figura 68 V o de passagem onde antes existia uma porta entre cozinha e lavanderia na moradia P5 do conjunto habitacional Panamericano Fonte Foto de autoria pr pria No conjunto habitacional Gurupi foi onde ocorreu a maior incid ncia de casos de novas aquisi es em sua maioria justificadas pelos moradores por problemas de funcionamento como a oxida o das portas de ferro da entrada da sala das moradias Para os tr s conjuntos habitacionais no caso de portas da rea de servi o Figura 69 cada morador escolheu a sua conforme crit rios pessoais de escolha fato que resultou na escolha de diferentes tipos e materiais de correr de bater algumas em ferro outras em madeira e vidro outras apenas em madeira envernizada Figura 69 Modelos de portas externas para rea de servi o do conjunto habitacional Panamericano Fonte Fotos de autoria pr pria 181 De modo diverso as modifica es verificadas em portas de garagens acontecem possivelmente para proteger os bens m veis dos olhares dos transeuntes buscando aumentar a seguran a da moradia uma vez que a frente desta encontra se localizada de frente para a rua Por m pelo que se percebe esta fun o pr tica segue acompanhada de preocupa o est tica Com rela o s altera es ocorridas dos trinta e um moradores entrevistados nos tr s conjuntos habitacionais vinte e oito fizeram a
52. cumeeira geralmente perpendicular via p blica de modo a resultar em uma fachada estreita mas bastante elaborada Avenida Jo o Gualberto n 518 Rua Bispo Dom Jos n 2753 Arquitetura vernacular pr pria da regi o Envolve os exemplares de moradia e eventualmente moradia e com rcio adotados por seguimentos da popula o no final do s culo dezenove Casa Romastak Rua Justo Manfron n 455 Avenida Anita Garibaldi n 4168 Rua Maximiliano Boscardin n 646 Rua Eduardo Sprada n 3876 48 49 Arquitetura ecl tica Engloba as edifica es constru das no final do s culo dezenove e in cio do vinte caracterizadas pelas fachadas cobertas por ornamentos feitos com modelagem de massa segundo modelos de estilos de arquitetura pregressa Rua Bispo Dom Jos n 2349 Pal cio do Bispo Rua Mateus Leme n 575 Rua Mateus Leme n 745 Arquitetura moderna Edifica o Art Deco e edifica es modernistas Av Marechal Floriano Peixoto n 2426 Quadro 5 Exemplos representativos de parte da arquitetura hist rica da cidade de Curitiba 50 Fonte Quadro de autoria pr pria com dados e fotos do IPPUC 2005 A partir da an lise dos elementos que comp em a arquitetura dessas moradias pode se vislumbrar nos materiais e em sua forma de uso o reflexo do modo de vida e referenciais culturais dos moradores que a edificaram nela viveram e de outros que ainda a utilizam como moradia Embora a edifica
53. das m tuas influ ncias no processo de intera o na entrevista FRASER GONDIM p 02 2004 As entrevistas foram iniciadas com uma breve explica o do que se tratava o trabalho e uma apresenta o do tema da investiga o Ao entrevistado foi solicitada a participa o volunt ria e gratuita seguida de pedido de autoriza o para a grava o da entrevista As entrevistas foram gravadas em udio sempre que autorizadas pelo entrevistado por meio de assinatura em termo de autoriza o de uso de imagem som e voz conforme o modelo constante no Ap ndice D Aos moradores dos conjuntos habitacionais entrevistados foi solicitado que respondessem verbalmente ao question rio para tra ar o perfil econ mico dos entrevistados constante no ap ndice B seguindo o Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil estimando o poder de compra das pessoas e fam lias urbanas e dividindo o mercado em classes econ micas As moradias marcadas em amarelo nas plantas de situa o dos conjuntos residenciais representadas nas Figuras 6 7 e 8 s o aquelas cujos moradores se dispuseram a responder entrevista A Figura 6 mostra que no conjunto habitacional Isla Victoria existem seis moradias das quais cinco participaram das entrevistas A Figura 7 mostra que no conjunto 31 habitacional Gurupi existem vinte moradias das quais nove participaram da entrevistas A Figura 8 mostra que no conjunto habitacional Panamericano existem qui
54. de autoria pr pria Outros tantos fatores podem motivar a pessoa a intervir nas portas de sua moradia como a quest o da limita o f sica imposta pelo espa o dispon vel que pode gerar desconforto e transtornos aos moradores E o caso relatado por uma das entrevistadas Il 156 minha m e queria mudar esta porta aqui da cozinha para a sala por uma porta de correr por causa do problema de espa o Outra quest o pr tica apontada pela entrevistada Il foi o problema de ru dos produzidos por algumas portas de sua moradia Ela gostaria de ter uma porta que n o fizesse tanto barulho para fechar uma que n o desse tanto trabalho para abrir cabendo observar que a produ o dos sons que a incomodam proveniente do funcionamento de dobradi as e fechaduras com o manuseio das chaves Para a resolu o deste problema dos ru dos a entrevistada sugeriu a substitui o das chaves fechaduras e ma anetas das portas de sua moradia comumente utilizadas em portas de moradias dos conjuntos habitacionais pesquisados inserindo se sistemas de automatiza o de abertura e fechamento de portas com acesso por meio de cart es senhas e impress o digital A partir dos relatos dos entrevistados dos tr s conjuntos habitacionais pesquisados efetuou se o Gr fico 3 que sintetiza a proporcionalidade entre as motiva es que geram altera es em portas se suas moradias por parte dos entrevistados bem como demonstra a proporcionalid
55. de lei assim classificada por ato do Poder P blico para fins industriais energ ticos ou para qualquer outra explora o econ mica ou n o em desacordo com as determina es legais Pena reclus o de um a dois anos e multa Art 46 Receber ou adquirir para fins comerciais ou industriais madeira lenha carv o e outros produtos de origem vegetal sem exigir a exibi o de licen a do vendedor outorgada pela autoridade competente e sem munir se da via que dever acompanhar o produto at final beneficiamento Pena deten o de seis meses a um ano e multa Par grafo nico Incorre nas mesmas penas quem vende exp e venda tem em dep sito transporta ou guarda madeira lenha carv o e outros produtos de origem vegetal sem licen a v lida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento outorgada pela autoridade competente 122 com entradas e sa das protegidas por automatiza o podem ser diferenciais na hora de fechar um neg cio de compra e venda por exemplo Para portas de moradias existem v rios recursos tecnol gicos que aumentam sua seguran a As portas com acionamento autom tico deslizantes contando com dispositivos de seguran a como sensores de presen a fotoc lulas laterais bot es controle de acionamento remoto s o exemplos de sistemas proporcionados pelo desenvolvimento da tecnologia Contudo importante ressaltar que a tecnologia se desenvolve e se manifesta tamb m a partir de progressos
56. desejo dos brasileiros gt Acesso em 23 abr 2011 60 influenciando nos e pressionando nos consciente e inconscientemente em tomadas de decis es Para que possamos iniciar uma discuss o sobre as culturas no cotidiano importante esclarecermos dois pontos primeiramente que o fundamento desta pesquisa o sujeito com suas refer ncias culturais e sua rela o com o ambiente constru do no cotidiano Conforme Certeau 2008 p 60 o que se descreve aqui a cria o do dia a dia de Cada um aquele sujeito dono de particularidades no seu modo de viver e de Ningu m um an nimo na coletividade ambos sujeitos constituintes do que se poderia chamar de grupo de homens ordin rios A forma como este sujeito comum e vinculado aos costumes culturais locais configura utiliza e atribui significados s portas de sua moradia em seu cotidiano o foco desta Investiga o Mais relevante a rela o desse sujeito em termos de intera o com o artefato do que propriamente o artefato em si entendendo se que esta disserta o n o pretende resultar na idealiza o de um artefato mais apropriado do ponto de vista funcional e simb lico As portas das moradias consistem no ponto de partida para a Investiga o sobre como tal sujeito em sua singularidade embora possa estar an nimo na coletividade configura e ou opta por determinada configura o utiliza e significa o artefato em seu cotidiano levando em c
57. diferencia es de valora o social L bach 2001 p 95 afirma que a necessidade de prest gio parece ser uma caracter stica essencial da personalidade humana ao que ele acrescenta tamb m que tentamos aparentar mais do que somos na nsia de ocupar o n vel m ximo poss vel na vis o dos demais membros da sociedade citando o exemplo dos produtos industriais como simbolizadores de status O status de uma pessoa n o apenas o resultado de seu trabalho como o grau de escolaridade ou de uma posi o herdada na sociedade O status resulta tamb m da capacidade de competir da disposi o de afirmar se atrav s de s mbolos socialmente aceitos Os produtos industriais s o especialmente indicados para isto para simbolizar uma categoria para dar testemunho do que algu m L BACH 2001 p 95 Segundo Bourdieu 2008 p 18 a natureza dos bens consumidos e a maneira de consumi los s o apreendidas e variam conforme as pr ticas culturais o capital escolar e a origem social A Incorpora o dos sinais distintivos BOURDIEU 2008 p 263 que os objetos vistos como s mbolos podem conter mant m certa analogia com a distin o sociocultural sendo capazes de oferecer por exemplo uma associa o entre o propriet rio e seu objeto entre o morador e as portas de sua moradia 1 5 7 Perfil dos entrevistados O objetivo inicial foi entrevistar apenas mulheres supondo se que no contexto 35 pesquisado elas e
58. dist ncias f sicas entre as pessoas que se encontram neste local Esta rela o entre as pessoas estabelece um tipo de comportamento chamado de prox mica que s o conhecimentos baseados em estudos comportamentais relacionados territorialidade e organiza o social decorrentes do produto da rela o de proximidade entre os indiv duos os espa amentos mantidos entre eles e a motiva o para este contato seja a uma dist ncia ntima pessoal social ou p blica HALL 2005 p 145 Edward T Hall em seu livro A dimens o oculta 2005 discute os limites humanos de toler ncia com rela o aos limites f sicos entre si que variam conforme as culturas Ele afirma que existem dist ncias regulares aceit veis entre os seres humanos sendo que nesta rela o espacial revela se um tipo de comunica o percept vel aos pares Estas l Prox mica espa o social e pessoal e a percep o que o homem tem dele HALL 2005 p 1 l Dist ncia ntima a dist ncia do amor e da luta corpo a corpo fase de contato m ximo Dist ncia pessoal A partir de 45cm A dist ncia que separa constantemente os membros de esp cies avessas ao contato Ela poderia ser concebida como uma pequena esfera ou bolha de prote o que um organismo mant m entre si mesmo e os outros Dist ncia social A partir de 1 20m N o se percebem detalhes visuais ntimos no rosto e ningu m toca ou espera tocar outra p
59. do verniz para prote o da madeira com destaque da cor original da madeira preferindo neste caso o verniz fosco Segundo a opini o de comerciantes do ramo de portas que se dispuseram a comentar sobre caracter sticas e prefer ncias de clientes nos dias de hoje para os clientes das classes A e B o acabamento de prefer ncia a pintura em esmalte sint tico de cor branca com op o acetinado fosco semi brilho ou brilhante em ltimo caso preferencialmente a porta deve ser no modelo pivotante e com frisos tamb m com molduras aplicadas ou detalhes mas quase sempre em madeira Os clientes de classe C geralmente adquirem as portas sem acabamento Por m comparando se a opini o destes comerciantes com rela o s prefer ncias de moradores dos tr s conjuntos habitacionais pesquisados percebem se controv rsias uma vez que boa parte dos moradores ainda prefere a madeira em sua apar ncia natural com aplica o de verniz acetinado semi brilho brilhante ou fosco No entanto verifica se ainda que existe uma quantidade crescente de moradias da cidade de Curitiba optando pelo acabamento em esmalte sint tico na cor branca principalmente em moradias em reformas ou moradias novas Verifica se tamb m tanto no com rcio da cidade quanto nas moradias a crescente procura por portas de metal tais como ferro alum nio e a o Figura 47 que geralmente se apresentam sob duas configura es 1 portas de abrir com uma folha
60. e compartilhar ambientes no cotidiano segue h bitos e refer ncias culturais particulares alguns facilmente mut veis enquanto outros em rela es muito mais arraigadas n o se modificam com tanta facilidade Os h bitos ou habitus BOURDIEU 2008 p 162 que para Bourdieu um sistema de pr ticas incorporadas s o importantes na medida em que podem influenciar as atividades e condutas das pessoas As atividades desempenhadas pelas pessoas em suas moradias influenciam na defini o de elementos e suas caracter sticas tais como medidas e propor es da arquitetura mediando a intera o entre as pessoas os artefatos e espa os mediando Inclusive a intera o das pessoas entre si Vale mencionar que a maneira de morar e compartilhar ambientes est o relacionadas de maneira direta com as medidas da arquitetura e est o de modo geral numa rela o direta com a propor o do corpo humano sendo que a medida proporcional ao corpo humano fruto da percep o dos movimentos do sujeito WARNIER 1999 E a no o do corpo em rela o cultura material a percep o din mica que um sujeito tem de si mesmo de suas condutas motoras WARNIER 1999 dilatada pela exist ncia de outros sujeitos e suas particularidades mobilizando os sentidos numa rela o de aprendizagem ao relacionar corpo espa o e tempo Adaptar a moradia e seus elementos construtivos s medidas do corpo humano e circunst ncias de vida condi o f
61. e estabilidade dimensional permitem que ele seja trabalhado com fresas possibilitando o ser um substituto natural da madeira maci a Al m do MDF o aglomerado tamb m uma chapa feita a partir de um processo similar com part culas de madeira como p e serragem resina sint tica e cola que submetidos a um processo de prensagem transforma se em painel esta por m cont m part culas mais agregadas de maior espessura mas tamb m possui bastante representatividade no mercado consumidor Outro exemplo de pain is feitos de madeira reconstitu da fabricados com base no processamento qu mico da madeira que passa por diferentes processos de desagrega o Mattos Gon alves Chagas 2008 p 123 o compensado cujo processo de composi o pode ser laminado ou sarrafeado Todos esses pain is s o utilizados na fabrica o de m veis mas guardam algumas particularidades Tendo em vista que nos m veis podem ser empregados os diferentes tipos de pain is o custo e o pre o do produto final variam de acordo com a quantidade de cada tipo de painel no mix A madeira aglomerada utilizada principalmente na fabrica o de m veis retil neos tampos de mesas laterais de arm rios e estantes e divis rias e de forma secund ria na constru o civil O MDF tamb m mais utilizado na fabrica o de m veis mas por permitir usinagem presta se a usos que o aglomerado n o admite como a confec o de portas usinadas p
62. e sistemas de distribui o comercializa o e acesso ao mercado de consumo A diversidade de percep o est tica das portas pesquisadas expressa manifesta es da diversidade cultural na constru o da composi o arquitet nica local E a an lise sobre o artefato porta mostra que as escolhas e interfer ncias sobre este elemento n o se d o apenas por fatores objetivos fun es pr ticas e t cnicas mas tamb m por fatores subjetivos simb licos tamb m presentes nas intera es das pessoas com este artefato A pesquisa confirma que as no es sobre adequa o est tica s o constru das com base nas rela es sociais e culturais podendo se afirmar que o artefato confere referenciais de identidade e cultura com base em diferentes relatos das pessoas entrevistadas e observa es sobre as configura es usos e significados das portas no cotidiano A pesquisa mostra tamb m a import ncia atribu da quest o da beleza das portas s moradias manifestando se como fator de particular interesse dos entrevistados sendo esta qualidade considerada tanto por mulheres quanto por homens e sobretudo pelas primeiras 200 Esta percep o com rela o beleza permite observar como as pessoas relacionam o car ter est tico s portas valor importante na percep o de quase a totalidade dos entrevistados Importam sim os crit rios de funcionalidade pr tica mas os aspectos est ticos das portas s o uma deman
63. e uma entrevistadas ou seja quarenta e cinco por cento do total de entrevistados percebem se tr s justificativas principais por gerarem custos porque est o satisfeitas com as portas de sua moradia por considerarem nas desnecess rias Os entrevistados que est o descontentes com o funcionamento de portas nove entre trinta e um ou seja vinte e nove por cento queixam se por exemplo dos seguintes problemas de qualidade insatisfat ria da mat ria prima Gostaria de alter las trocando material conforme a fun o Madeira por alum nio PVC PVC com vidro A da frente se eu pudesse mudaria de aglomerado para madeira maci a 12 de funcionamento inadequado que a porta da cozinha n o fecha 14 Dentre os tipos de interven es verificadas nas portas das moradias pesquisadas existem aquelas motivadas por problemas relacionados a usos no cotidiano Estes podem ser provenientes de diversos fatores vinculados ao sistema cultural ao qual pertencem as pessoas e suas moradias como por exemplo o h bito de constru o de churrasqueiras de lavanderias cobertas e por motiva es decorrentes de interfer ncias externas como desconforto ac stico t rmico inseguran a entre outros fatores O estilo de vida das pessoas um fator de forte influ ncia em interven es na configura o de ambientes e portas buscando se que estas contribuam na integra o de espa os facilitem a movimenta o das pessoas pelos
64. elementos que se relacionam entre si formando uma linguagem arquitet nica Nos modelos apresentados na Figura 10 pode se observar que a arquitetura se expressa em diversas linguagens e realidades em portas cujas configura es acompanham a linguagem da constru o como um todo Tanto a porta da casa modernista acompanha o partido arquitet nico da moradia como a da casa de imigrantes e de outras moradias mais modestas exibindo est ticas cujas identidades podem ser reconhecidas Observando se as imagens apresentadas na Figura 10 percebe se que embora as fun es esperadas para as portas das moradias exemplificadas sejam basicamente as mesmas e os materiais empregados tenham sido basicamente a madeira e o metal as solu es encontradas para resolver o fechamento do v o correspondente porta na fachada s o distintos bem como tamb m o s o a qualidade das madeiras e metais empregados e os acabamentos em vista dos diferentes modos de vida realidade socioecon mica data de constru o bem como prefer ncias dos respectivos moradores As diferentes possibilidades percebidas a pluralidade de estilos arquitet nicos e de portas das moradias destes exemplos apontam tra os de diversidades produto da cultura de um pa s repleto de diferen as e semelhan as Essas diferentes solu es em portas e na arquitetura de Curitiba representam boa parte da paisagem urbana da cidade na qual podem ser vistas lado a lado casas de madeira constru
65. em comum como poderia dizer Appadurai 1988 capa as coisas t m vida social vida real Elas t m sua import ncia no ordenamento das cidades Suas qualidades se relacionam de forma ativa no cotidiano das pessoas fornecendo intimidade limites confian a suporte estilo refer ncias f sica e cultural demonstrando sua Import ncia na configura o de ambientes constru dos 102 Explorando a potencialidade das portas como referencial cultural por mais que se busque manter vivas certas refer ncias culturais arquitet nicas mais tradicionais no Brasil tem sido inevit vel a ado o de estilos arquitet nicos promovidos pela industrializa o Com o advento dos sistemas de produ o industrial criaram se novos materiais desenvolvidos a partir do aperfei oamento de maquin rios e t cnicas de produ o muitos dos quais t m sido adotados no pa s Exemplo destes novos produtos possibilitados pelas inova es tecnol gicas s o os pain is feitos de madeira reconstitu da ou os constitu dos com base em madeira processada mecanicamente bastante utilizados em portas Entre os materiais constitu dos de madeira processada mecanicamente destaca se o Medium Density Fiberboard MDF material origin rio dos EUA e amplamente adotado no Brasil a partir da d cada de 1990 o MDF utilizado inclusive na fabrica o de portas Consiste em um painel de fibras de madeira com composi o homog nea e est vel Sua resist ncia mec nica
66. entre espa os internos A porta um recurso arquitet nico de extens o do espa o interno at a rua e vice versa permitindo juntamente com aberturas de janelas a comunica o visual e f sica entre ambientes p blicos e privados lembrando que as fronteiras entre estes nem sempre s o claramente e rigidamente definidas um dos elementos que propiciam ampliar o espa o habitado prolongando o acesso para al m do volume constru do transcendendo o espa o herm tico para facilitar o alcance de uma dimens o mais ampla Adequar as condi es de habita o s necessidades pessoais sociais culturais que se apresentam um desafio contornado pela nossa habilidade em suplantar barreiras sendo a adaptabilidade e a criatividade condi es fundamentais a esta adequa o Por m al m das 43 fun es pr ticas desenvolvidas pelas pessoas com artefatos h outras inter relacionadas como a fun o est tica e a simb lica Entre as fun es dos artefatos T nia Andrade Lima destaca que eles podem ser compreendidos como textos utilizados pelas pessoas para falar sobre suas rela es sociais Ao selecionarem e se apropriarem desses artefatos desses textos os indiv duos os decodificam ao mesmo tempo em que ajudam a produzi los no ato de sua apropria o Assim sendo esses objetos n o apenas refletem aspectos da cultura mas s o ativamente manipulados no sentido da sua constru o muitas vezes condici
67. eram reduzidas a menos da metade t o simples implicava em um significativo aumento de precis o os erros de medida que com o emprego das t cnicas tradicionais podiam ser avaliados quase sempre em dec metros reduziam se agora a cent metros As paredes com largura uniforme permitiam a produ o mecanizada de portas e janelas REIS FILHO 1987 p 159 Ele conta ainda sobre a padroniza o das edifica es no per odo colonial brasileiro cujos terrenos e estilos arquitet nicos eram uniformes e que em certos casos tal padroniza o era fixada nas Cartas R gias ou em posturas municipais Tanto o n mero de aberturas quanto suas dimens es a altura dos pavimentos e o alinhamento com as edifica es circundantes eram exig ncias comuns no s culo XVIII Existia uma preocupa o em garantir que as vilas e cidades brasileiras mantivessem uma apar ncia portuguesa REIS FILHO 1987 p 24 Atualmente existe uma maior liberdade de partidos arquitet nicos disposi o de aberturas e padr o de fachadas valendo lembrar que foi considerada uma evolu o entre os s culos XVIII e XIX a modifica o da fachada das casas com porta de entrada abrindo de frente para a rua transferindo a para a fachada lateral com o intuito de proteger a intimidade dos moradores com rela o rua Esta entrada passou a ser protegida por uma varanda de frente para um jardim e lateral ao alinhamento da rua Tradu o pela autora do origina
68. informa es por meios tecnol gicos tem permitido um acesso mais r pido do que se verificava antes das moderniza es ocorridas nas duas ltimas d cadas possibilitando di logos consequentemente levando informa es importantes de maneira a facilitar o compartilhamento de dados artefatos tecnologias criando novos ordenamentos Moraes 2006 p 204 afirma que n o se pode subestimar o poder persuasivo dos meios inform ticos que segundo ele s o controlados pelos pa ses mais poderosos do planeta controlando o mecanismo de informa o promovendo a difus o de suas culturas Esta facilidade de troca de informa es alarga o campo mercadol gico por meio da oferta de produtos em escala global funcionando como um mecanismo de forma o de opini o disseminando novos modelos comportamentais Se por um lado o mercado mundial tem se mostrado receptivo ao aceitar de artefatos estrangeiros alguns possivelmente alheios s tradi es culturais dos pa ses que os recebem importante pensar sobre o que afirma Slater 2002 que os significados das coisas n o s o arbitr rios os tipos de bens e seus respectivos consumidores refletem as divis es de uma sociedade s o meios de comunica o que indicam classifica es sociais Nestes termos a interculturalidade e a globaliza o exercem influ ncia com seus deslocamentos sem anular por m as constru es socioculturais pr existentes Os modos de fazer os resultados as diversas
69. maneiras de se utilizar os artefatos reordenam a percep o sobre o que nacional significando aprendizados envolvendo posicionamentos pol ticos de aceite ou recusa criando oportunidades de neg cios Foi o que aconteceu aqui No Brasil por exemplo com a Revolu o Industrial ocorrida a partir do s culo XVIII na Europa com forte reflexo na Am rica verificou se em v rios setores a substitui o gradativa dos modos de produ o artesanal pelo modo de fazer industrial Por exemplo no modo de praticar a extra o da madeira no Brasil dos anos de 100 1900 per odo em que a extra o desta mat ria prima significava a possibilidade da constru o de moradias pontes entre outros itens fundamentais para a vida da sociedade poca Neste per odo as ferramentas utilizadas para no corte da madeira eram rudimentares e a lida era feita por pequenos e m dios sitiantes gradativamente foram substitu dos por empres rios madeireiros como os irm os Frey que na d cada de 1930 iniciaram esta atividade em Santa Catarina medida que suas atividades se desenvolviam os Frey adquiriam novos implementos t cnicos visando uma maior efici ncia e rapidez na derrubada de rvores Estas novas tecnologias tornaram vi veis as derrubadas de rvores localizadas a maiores dist ncias da serraria A derrubada das rvores antes realizada com serras manuais passa tamb m a ser realizada com motoserras Seu transporte antes
70. materialidade Influenciam nas determina es do habitus fatores como o capital possu do pelo agente sua profiss o origem social qualifica o profissional origem geogr fica o sexo entre outros fatores que podem interferir nas escolhas destes sujeitos sociais em sua rela o com os objetos e suas propriedades simb licas As propriedades pertinentes aos objetos e escolhas s o deslocadas para o sujeito em uma rela o de representa o 75 Deste modo destaca se a import ncia simb lica da porta na representa o da hierarquia social dos indiv duos dentre as diferentes maneiras de apropria o de bens De gera o em gera o as pessoas aprendem e ensinam sobre significados e valores sociais dos artefatos e sob a perspectiva de fun es de portas de moradias podemos pensar que estas tamb m acompanham aprendizados Seja como elemento arquitet nico ou decorativo seja como instrumento de representa o de aspectos socioculturais os esfor os em termos de inova es e interven es nas portas das moradias denotam aprendizados em rela o a tipos de materiais modelos acabamentos estilos dimens es comuns dentre outras caracter sticas no meio cultural em que se inserem A porta um artefato que acompanha a tica e as pr ticas apreendidas de sociabilidade e conviv ncia atuando como apoio produ o do eu como um objeto do mundo SILVA 2007 p 125 visto que porta podem ser experimentados
71. ncia atual da resid ncia 5 do conjunto habitacional Isla Victoria em primeiro plano e resid ncias 6 7 8 em 2010 c eee 163 Figura 56 Desenho e foto da vista frontal original de sobrado do conjunto habitacional Sa VA CLORIA ar asi a ade SU DES SS a 163 Figura 57 Tr s modelos diferentes de portas externas conjunto habitacional Isla ICO As aa aa a Assad a RD E 164 Figura 58 Modelos de portas externas da parte frontal de moradias do conjunto habitacional Panier aN sa amusa isia tens DADA dna ie nda DD OUEA iai a Sa ade Cepsa a da 165 Fiour oD Varia es deso de PORtas aaa dragao qu db Aa a N 171 Figura 60 Porta original da entrada social das moradias do conjunto habitacional CS EU Di e E ai Nan a pd 172 Figura 61 Detalhes em planta de entrada do projeto original e com inser o de hall em moradia do conjunto habitacional Panamericano ssseeeeeesessssoeerssssssseeeeeees 173 Figura 62 Hall constru do para abrigar porta de acesso principal em moradia do conjunto habitacional Pana merie Osee TN 173 Figura 63 Portas de seguran a instaladas em moradias do conjunto Gurupl 175 Figura 64 Planta original do piso t rreo conjunto habitacional Isla Victoria 176 Figura 65 Planta original do piso superior conjunto habitacional Isla Victoria 177 Figura 66 Planta alterada do piso t rreo conjunto habitacional Iisla Victoria
72. o A partir desta proposi o as pessoas se manifestaram e salientaram a preocupa o com rela o sua pr pria seguran a e a de familiares bem como de seus bens materiais que esperam estejam resguardados em suas moradias Buscando se analisar e interpretar os resultados obtidos na pesquisa com rela o s caracter sticas que se configuram como mais importantes em portas de moradias elaborou se o Gr fico 2 tendo como base os depoimentos colhidos junto s pessoas entrevistadas nos tr s conjuntos habitacionais totalizando trinta e uma pessoas As categorias de caracter sticas mencionadas na composi o do gr fico foram estabelecidas a partir de relatos das pessoas entrevistadas nesta amostra Conforme os resultados obtidos para essas pessoas as caracter sticas mais evidentes que as portas apresentam est o relacionadas com o corpo principal de veda o com suas superf cies planas e verticais e tamb m com outros elementos que normalmente fazem parte do conjunto como ma anetas fechaduras trancas chaves dobradi as S o exemplos de coment rios das pessoas entrevistadas sobre a import ncia dos componentes de controle de acesso e dispositivos de seguran a como fechaduras ma anetas e travas da porta Bom uma ma aneta adequada uma fechadura adequada tamb m que n o abra facilmente devido a alguma tentativa de roubo P14 ou Na hora de fechar a porta que a tranca dela a trava dela seja fort
73. o entre o dimensionamento das aberturas de portas e janelas da moradia e do mobili rio eu gosto de porta ampla a gente comprou um estofado que n o entrou nem pela porta nem pela janela entrevistada P15 A caracter stica de ter bom tamanho est relacionada ao conforto ao atravessar o v o da porta trazendo objetos consigo ou deslocando artefatos Alguns v os s o estreitos demais para permitir a entrada ou sa da de mobili rio como sof s por exemplo Neste caso quando se afirma que a porta deve ter bom tamanho significa que ela tenha tamanho adequado s fun es de transposi o de artefatos pessoas ou coisas do exterior para o interior a moradia e vice e versa Uma moradora G9 do conjunto Gurupi contou sobre dificuldades e problemas enfrentados por ela e por seu esposo na utiliza o da moradia sem adapta es para portadores de defici ncia f sica que o caso de seu esposo O padr o de medidas de portas externas das moradias desse conjunto habitacional de noventa cent metros de largura sendo que o v o de passagem de oitenta e oito cent metros por dois metros e dez cent metros de altura As portas dos quartos t m largura de oitenta cent metros sendo que o v o de passagem de setenta e oito cent metros E nos banheiros as portas s o ainda mais estreitas chegando a menos de sessenta cent metros de largura Essas medidas podem gerar transtornos e inacessibilidade a cadeirantes
74. os pensadores e suas abordagens de pesquisa Assim por exemplo L vi Strauss 1970 considera que a cultura surge no momento em que se convenciona a primeira regra ou norma em um grupo de pessoas Para Laraia 2009 p 45 o homem resultado do meio cultural em que foi socializado E ainda ele um herdeiro de um longo processo acumulativo que reflete o conhecimento e a experi ncia adquiridos pelas numerosas gera es que o antecederam p 45 Para Geertz 2000 p 40 cultura definida como um conjunto de mecanismos de controle regras c digos padr es planos costumes receitas modelos que regulam e orientam o comportamento dos seres humanos em sociedade o que pode ser visualizado sob o aspecto de portas de moradias no caso do Brasil por exemplo ao analisarem se seus processos produtivos recursos tecnol gicos aplicados sua distribui o comercializa o usos e p s usos 52 Mesmo que as representa es almejadas possam estar relacionadas a fins distintos variando as configura es os usos os materiais utilizados na fabrica o das portas variando suas dimens es l cus de implanta o quantidade dentre outros fatores as portas podem expressar valores socioculturais As pessoas podem associar determinadas representa es em portas de moradias como s ntese para interpreta es socioculturais tais como poderio econ mico import ncia social ideologias posicionamentos religiosos pr
75. pela ang stia do real pelo choque da n usea pela avers o pela for a da negatividade quanto pela est tica sensual do prazer do deleite ADORNO 1970 p 23 25 Para ele a experi ncia est tica n o precisa necessariamente basear se na perspectiva do belo podendo apresentar se sob outras perspectivas convertidas em experimenta es e sensa es quando de sua contempla o O car ter pl stico da arquitetura e seus elementos construtivos considerados em suas linhas formas cores composi es cont m tra os percept veis pelos sentidos pass veis de causar emo es seja pelo excesso ou contraste de cores pela excentricidade da mistura de materiais pela surpresa da inser o de elementos de forma inovadora pela nostalgia que provoca no observador constituindo se em identidades est ticas 44 Para L bach est tica a ci ncia das apar ncias percept veis pelos sentidos de percep o humana considerando sua import ncia como parte de um sistema sociocultural 2001 p 156 no sentido amplo de percep o sensorial Esta experi ncia de percep o das apar ncias na arquitetura nos contextos que incluem seus elementos construtivos tamb m importante para as pessoas e sendo a porta um dos elementos constitutivos da arquitetura participa de sua est tica Por exemplo a configura o da porta em seu desenho e modelo comp e com o todo da fachada ela faz parte de um conjunto de
76. permite a execu o em outros moldes ou por representar um custo menor ao cliente Nessas condi es as portas t m seguido sua trajet ria acompanhando o desenvolvimento das inova es tecnol gicas a incorpora o de novos materiais e acabamentos aplicados em sua produ o bem como a varia o de modelos resultantes destas e que contribuem para a diversifica o de caracter sticas das portas de moradias da cidade de Curitiba Vale lembrar que tais transforma es tamb m seguem certas tend ncias de configura es da arquitetura e do mobili rio assim como sofrem influ ncias dos meios de comunica o como novelas de televis o dentre outros No Brasil as novelas principalmente as da Rede Globo de Televis o servem como canal de comunica o e divulga o bem como de promo o de status a determinados artefatos como no caso citado por um comerciante do ramo de portas entrevistado que atribuiu novela Passione o sucesso de venda de portas pivotantes Figura 25 na atualidade Nesta novela aparece um personagem vivido pelo ator Tony Ramos que um rico campon s Italiano e cujo escrit rio e outros ambientes de sua moradia possuem portas do tipo pivotante que fazem parte do conjunto de artefatos que comp em sua moradia dando ind cios de sua confort vel condi o financeira O fato de determinada porta ser mostrada na televis o dentro de determinado contexto faz aumentar o valor de comercializa o do artefato
77. por mudan as causadas por preocupa es sociais apontando novas condi es de vida de pessoas que habitam principalmente grandes centros urbanos em que os cen rios se modificam com maior velocidade Stuart Hall ponderando sobre pr ticas sociais afirma que as sociedades modernas s o portanto por defini o sociedades de mudan a constante r pida e permanente HALL 2006 p 14 Estas mudan as socioculturais se refletem em portas de moradias da cidade de Curitiba Percebe se por exemplo a nfase atribu da ao fator seguran a nas considera es que as pessoas fazem quando interpeladas sobre suas prefer ncias no momento de decis o por modelos de portas de moradias nestes casos a seguran a uma preocupa o recorrente Por m h que se considerar a exist ncia de uma grande diversidade social e cultural das pessoas que habitam a cidade variando suas experi ncias de vida seus valores e preocupa es A ideia de diversidade cultural parte do conceito de cultura como um fen meno social caracterizado pela din mica de sistemas de valores modos de vida e condutas que s o manifestadas e representam pessoas ou grupos de pessoas que diferem entre si Roger Bastide 1971 p 121 faz a seguinte observa o sobre cultura e sociedade sintetizando o ponto de vista adotado nesta pesquisa Devemos partir de duas observa es Primeiramente que a sociedade de fato composta de grupos em inter rela o Tais grupos por
78. porta de madeira maci a trabalhada Entrevistado 15 outros enfatizando a beleza o status Eu acho lindas aquelas portas grandes que a gente v em novela televis o revista Entrevistada P1 Independentemente das prefer ncias em configura es que s o bem variadas a funcionalidade das portas convergem para uma necessidade comum visto que a grande maioria dos entrevistados v nas portas principalmente a oportunidade de aumentar a seguran a das moradias e das pessoas que nela vivem Considerando se todos os casos analisados entre portas de conjuntos residenciais de outras moradias observadas e os dispon veis para comercializa o encontrou se tamb m uma grande variedade de configura es de portas com medalh es molduras frisos portas com superf cies lisas bem como diferentes tipos em duas folhas de correr de abrir em arco tipo portal port o de garagem com porta lateral para pedestres porta com port ozinho anexo para limitar a passagem de animais de estima o dentre outros Em termos de modelos uma das prefer ncias atuais o modelo da porta pivotante comumente pintada na cor branca ou em madeira natural Por m no caso dos entrevistados este modelo de porta foi apenas citado como perspectiva de interesse e n o encontrado nos conjuntos habitacionais pesquisados Foram encontradas por outro lado portas deste tipo em diversas moradias externas a esses conjuntos e em com rcios de port
79. preocupa o de que as portas das moradias oferecessem seguran a contra invasores mas a situa o de viol ncia urbana se agravou e com isso aumentou a preocupa o com a seguran a oferecida pelas portas de moradias Hoje comum a exist ncia de sistemas como chaves especiais abertura a partir de identifica o de impress es digitais composi o de materiais como madeira e a o que refor am ainda mais a seguran a das portas dificultando a es de invas o e 9 Certificado de proced ncia DOF Documento de Origem Florestal institu do pela Portaria n 253 de 18 de agosto de 2006 do Minist rio do Meio Ambiente MMA representa a licen a obrigat ria para o controle do transporte de produto e subproduto florestal de origem nativa Serve para minimizar o impacto ambiental causado pelo desmatamento ilegal e desordenado Dispon vel em lt http servicos ibama gov br cogeq index php id_menu 99 gt Acesso em 5 abr 2011 83 arrombamento contando com o apoio de recursos tecnol gicos desenvolvidos para tal finalidade Figura 19 Portas em madeira maci a do s culo XIX e do s culo XXI Fonte 1 Foto de autoria pr pria 2 Dispon vel em lt http www portamaggiore com br portas php gt Acesso em 4 abr 2011 A partir da constata o de que existem novos sistemas tecnol gicos em desenvolvimento para serem aplicados s portas de moradias poss vel perceber que este fator emerge da demanda
80. produto as mais comuns s o Compensado laminado v rias camadas de l minas Compensado sarrafeado painel formado por sarrafos de pinus com camadas de l minas nas duas faces OSB oriented strand board ou aglomerado de part culas de madeira longas e orientadas Painel estrutural de tiras de madeira ou strands orientadas em tr s camadas perpendiculares unidas com resinas e prensadas sob alta temperatura tornando o um painel com alta resist ncia 225 mec nica e grande rigidez Ideal para constru es embalagens m veis e decora es Mat ria prima utilizada Madeira reflorestada e principalmente esp cies florestais de r pido crescimento Emuls o de parafina Resina de MUPF resina fen lica ur ia formol e melamina gua Painel com revestimento melam nico Melamina uma placa de aglomerado ou de MDF revestida igual ao revestimento da f rmica em uma ou duas faces com pel culas decorativas impregnadas com resinas melam nicas o que lhe permite uma superf cie totalmente fechada livre de poros dura e resistente ao desgaste superficial Devido a sua alta qualidade a melamina impede o desenvolvimento de micro organismos sendo qualificada como material ideal para ser utilizado em ambientes altamente esterilizados j que resiste de maneira eficiente ao calor e ao uso de l quidos abrasivos utilizados para limpeza um produto que n o requer trabalho adicional de acabamento
81. pronta o kit pronto para ser instalado na casa do cliente Quadro 9 Como os avan os tecnol gicos podem ser notados em portas Fonte Jociel Baggio ago 2010 Sob o ponto de vista da pesquisadora arquiteta com a observa o de diferencia es b sicas de portas de moradias da cidade de Curitiba na atualidade bem como de outros arquitetos coletados em trabalhos e publica es e tamb m observa es vindas da pr tica de vendas de comerciantes como as de Jociel Baggio e de outros que prestaram informa es em visitas feitas a com rcios da cidade de Curitiba de marceneiros e outros fabricantes de portas tanto a partir de informa es verbais como de consultas a folders e sites das empresas Pormade Camilotti Sincol dentre outras elaborou se um quadro ilustrativo Quadro 10 com exemplos do desenvolvimento tecnol gico de portas em Curitiba mostrando parte da trajet ria de tend ncias em portas de moradias de Curitiba S o modelos de portas externas de acesso principal dos per odos de 1940 at 2000 fornecendo tamb m uma no o dos 39 materiais predominantes na fabrica o As imagens s o de portas de moradias de Curitiba selecionadas em diferentes bairros tais como Alto da XV Cristo Rei Cajuru Batel Guabirotuba Cap o da Imbuia Campina do Siqueira Jardim Social dentre outros Procuraram se modelos que se repetissem mais do que outros As datas de constru o das moradias para identifica
82. que est o inseridos inclusive dos materiais dispon veis e das t cnicas construtivas empregadas Slater observa que os artefatos que fazem parte da cultura humana devido s influ ncias lan adas sobre eles e que possibilitam sua cria o tomam formas particulares refletindo o entendimento sobre necessidades prioridades habilidades prefer ncias tecnologia da sociedade que o desenvolveu Eles s o parte de nossa heran a cultural e a cultura permite que em determinado contexto o artefato e suas fun es sejam interpretados pelas pessoas O mundo das coisas realmente a cultura em sua forma objetiva a forma que os seres humanos deram ao mundo atrav s de suas pr ticas mentais e materiais ao mesmo tempo as pr prias necessidades humanas evoluem e tomam forma atrav s dos tipos de coisas de que disp em SLATER 2002 P 104 O artefato pode exercer mais plenamente suas fun es de uso quando inserido dentro de um contexto sociocultural em que se fa a necess rio no cotidiano permitindo deste modo 51 sua interpreta o Assim por exemplo uma porta pode ser entendida como um item de seguran a quando inserida em um local em que possa mostrar sua funcionalidade como em locais de maior inseguran a controlando o acesso de pessoas evitando a entrada indesejada de pessoas qui potencialmente amea adoras Esta fun o para uma porta pode n o ser compreendida em outros contextos como em uma tribo ind gena por
83. que estas possam atuar de maneira mais favor vel em prol de quem as utiliza Da a import ncia do conhecimento de t cnicas materiais valores e necessidades atuando de forma mais precisa no desenvolvimento de portas e outros artefatos do cotidiano da sociedade se n o tornando a vida mais f cil ao menos transformando o ambiente em algo favor vel aos diversos modos de vida As alternativas para a melhoria das condi es de habita o acontecem nas situa es de intera o das pessoas com o seu meio oportunizando situa es de experimenta o de percep o de compara o explorando situa es mais ou menos confort veis Possivelmente o resultado das pesquisas de Da Vinci Le Corbusier e Neuffert foram alcan ados considerando se tamb m m todos emp ricos de experi ncia Neste sentido os eventos reais vivenciados no cotidiano das pessoas considerando se as dificuldades as vulnerabilidades os acontecimentos rotineiros oportunizam descobertas importantes com rela o aos artefatos e que podem implicar em maior bem estar das pessoas em seus espa os de habita o trabalho e lazer 2 4 TECNOLOGIA CULTURA E DESENVOLVIMENTO DE PORTAS DE MORADIAS Iniciando este subcap tulo sobre tecnologia e desenvolvimento de portas de moradias far se uma breve reflex o sobre o que se entende por tecnologia no contexto abordado nesta pesquisa De origem grega tekchnologia formada por tekchno arte ind stria ci nci
84. que um morador pode indicar outro poss vel de ser entrevistado sendo que em todos os conjuntos existe morador conhecido previamente pela autora deste trabalho facilitando deste modo a aplica o da t cnica A segunda frente de pesquisa buscou fontes mistas de informa es Buscaram se considera es de outras pessoas moradoras da cidade somando experi ncias vividas contando com a colabora o de marceneiros fabricantes de t SM sal rio m nimo gt Segundo este relat rio 29 66 dos crimes foi consumado contra o patrim nio e 17 69 contra a pessoa sendo as principais naturezas dos crimes homic dios dolosos furtos roubos amea a e les o corporal Acess vel em lt http www seguranca pr gov br gt lt HTTP www crimescuritiba com gt Acesso em 30 jun 2011 22 portas arquitetos professores comerciantes de portas dentre outros pesquisadores que com suas viv ncias e estudos contribu ram para a elabora o desta segunda frente de pesquisa Investigaram se moradias de outros bairros da rea urbana da cidade de Curitiba al m dos tr s bairros da amostragem em que se deram as entrevistas buscando se identificar tecnologia e diversidade cultural a partir de modelos de portas comumente encontrados fazendo parte desta pesquisa iconogr fica que se soma s imagens coletadas na primeira frente de pesquisa e Procuraram se por modelos de portas de moradias que se destacassem visualmente na cena
85. que uma porta deve apresentar para cumprir sua fun o 3 As portas de sua casa s o diferentes entre si Se sim Poderia por favor me explicar como s o modelos materiais acabamentos etc Se n o Qual o tipo de porta de sua casa modelo material acabamento etc 4 Voc a senhora o senhor considera que as portas de sua casa t m fun es diferentes dependendo da sua localiza o Se sim Poderia me explicar quais seriam essas fun es por favor 5 Voc a senhora o senhor considera a s alguma porta mais importante s em sua casa Se sim Qual seria Por qu 6 Quando voc a senhora o senhor a fam lia recebe visitas estas s o recebidas geralmente por qual porta Por algum motivo especial 7 E voc a senhora o senhor os moradores da casa por qual porta costuma m entrar Por algum motivo especial 8 As portas de sua casa foram escolhidas por voc a senhora o senhor e seu marido e sua esposa outros ou vieram na constru o original Se tiverem sido escolhidas pelo s morador es Onde foram adquiridas Eram novas ou usadas S o de tipo padr o ou feitas sob medida 9 As portas da sua casa est o atendendo bem s fun es que voc a senhora o senhor a fam lia espera delas Se n o Poderia me explicar por favor por que n o 10 Voc a senhora o senhor j alterou alguma porta da sua casa Se sim Qual is porta s Qual is foi foram a s altera o es
86. realizado com o aux lio de bois arrastando as toras at o local onde eram beneficiadas seria a partir de ent o realizado cada vez mais com o aux lio de caminh es BRANDT 2007 p 62 O desenvolvimento tecnol gico e industrial ocorrido na cidade de Curitiba teve grande impulso a partir do s culo XIX quando vieram para esta cidade milhares de Imigrantes participando do processo de ocupa o do territ rio do segundo planalto em que ela se localiza Devido ao car ter agr cola da regi o at a d cada de 1970 foi bastante procurada por europeus em busca de oportunidades de vida em cuja bagagem encontrava se algo al m de seus pertences sua heran a cultural Portugueses italianos poloneses alem es ucranianos e tamb m japoneses s rios e libaneses Esta bagagem cultural em conjunto com influ ncias do colonialismo moldou os costumes da cidade tanto nos estilos das constru es quanto nos modos de viver e se comportar desta sociedade valendo lembrar que a cultura encontra se em constante transforma o A partir da d cada de 1980 quando o parque industrial tornou se mais din mico e as migra es passaram a ter car ter rural urbano com mudan as ocorrendo no car ter industrial da cidade havendo um aumento substancial da popula o que foi ocupando e transformando os espa os urbanos trazendo nova identidade para a arquitetura local Atualmente a identidade arquitet nica da cidade ainda permeada por mes
87. se conseguir alguma coisa a porta para o sucesso Segundo o dicion rio D Olim Marote 2001 p 258 o significado de porta porte em franc s exemplificado com as express es em sentido figurado a portas fechadas dar com a porta na cara dar com o nariz na porta E tamb m como abertura de entrada e sa da abrir ou fechar a porta da casa Ainda no dicion rio Nouveau Dictionaire Fran ais Portugais 1909 p 803 porte significa porta entrada introdu o Impedir o acesso imediato esta para a maioria das sociedades a fun o principal destinada porta No entanto sua atividade n o se restringe unicamente a definir o que est dentro e fora o p blico e o privado pois sobre ela recaem tamb m encargos que n o est o diretamente ligados sua funcionalidade pr tica Este recurso arquitet nico de indubit vel prest gio est presente sob variadas formas no espa o e no tempo desde as mais remotas civiliza es e ao que parece desenvolve rela es cada vez mais indispens veis inclusive em termos de seguran a contra roubos assaltos sequestros dentre outros Especificidades como configura es fun es e usos de portas de moradias ser o estudadas detalhadamente nos subcap tulos seguintes especificando se os elementos b sicos que a comp em suas fun es dentro da arquitetura de moradias a diversidade cultural e tecnologias observadas a partir de portas de moradias 38 2 1 ELEMENTOS B SIC
88. ser humano vive em um mundo material de acordo com um esquema significativo criado por ele pr prio LARAIA 2009 p 116 e que este sistema simb lico criado pela cultura e ela que constitui a utilidade dos artefatos Segundo o autor a cultura define raz es pr ticas para os artefatos que nunca s o as nicas poss veis Assim tamb m as fun es dos artefatos poder o ser compreendidas e interpretadas entremeadas por hiatos lingu sticos sensoriais e valorativos conforme a hist ria pessoal e a diversidade cultural de cada um Sob este ponto de vista as significa es poss veis sobre algo s o relativas e n o absolutas em conson ncia com o entendimento de Arjun Appadurai de que coisas n o t m significados afora os que lhes conferem as transa es atribui es e motiva es humanas 2008 p 16 sendo poss vel que alguns conceitos pr vios possam seguir influenciando certos entendimentos com rela o aos artefatos conduzindo a condutas e resultados socialmente esperados A partir do momento em que um sistema simb lico assimilado h uma maior facilidade de adequa o a valores pr concebidos por determinada sociedade E escolhas podem ser feitas com base em determinados valores coletivos Tamb m na arquitetura h admiss o de certos padr es funcionais e est ticos seja em fun o de fatores culturais seja pela gama de ofertas dispon vel no mercado seja por influ ncia de modismos e padr es do sis
89. tecnol gico social e dos h bitos das sociedades que os desenvolveram As imagens das portas de moradias mostradas na Figura 23 apontam desigualdades socioculturais quando analisadas a partir de um mesmo contexto a cidade de Curitiba na atualidade Podem apresentar similaridades quando separadas por grupos como ao agruparmos portas conforme os materiais dos quais s o feitas madeira metal mistas ou seus acabamentos ou pelo seu tipo se de uma ou duas folhas com o topo em arco ou plano mas ainda assim elas apontam para a identidade de uma sociedade com diferen as socioculturais em fun o do desequil brio na distribui o de renda 90 A forma de governo do pa s estado cidade tem reflexos diretos e indiretos na arquitetura assim como em toda a infraestrutura urbana em fun o da din mica na demanda de recursos em fun o do n vel educacional da popula o das diretrizes que norteiam o desenvolvimento das cidades dentre outros fatores A cultura de uma sociedade influenciada por vari veis aplicadas pelo governo e por todo o conjunto de vari veis que fazem parte do sistema de desenvolvimento e organiza o desta sociedade e Figura 23 Diversidades socioculturais vistas a partir de portas de moradias na cidade de Curitiba Fonte Fotos de autoria pr pria Segundo Laraia 1986 a cultura din mica alterando se com a passagem do tempo e com a pr pria din mica do sistema social Deste m
90. 11 Dois fatores pesam mais h bitos de consumo no sentido de que as pessoas s o convencidas a adquirir objetos segundo indu o do marketing e a evolu o do design que d segundo padr es de modernidade e funcionalidade a conota o de moda que muito forte A cultura que rege os h bitos de consumo para aquisi o de bens para moradias tamb m se reflete na escolha das portas do mesmo modo que de outros artefatos inclusive seguindo entre outros fatores a indu o do marketing da moda predominante em cada poca e lugar Ainda neste sentido a jornalista Ana Carolina Nery escreveu a mat ria intitulada Casas atuais s o feitas pela vida comandada pela tev em que Key Imaguire entrevistado observando que O primeiro pensamento que ocorre ao entrar em antigos interiores residenciais como eles s o enormes bem maiores que nossos apartamentos e casas A sensa o refor ada n o somente pela rea em metros quadrados mas pela disposi o e dimens o de portas assim como a presen a mais t mida de objetos e m veis Significa dizer que os referenciais nos modos de habitar s o em sua maioria mut veis A liberdade de escolha das pessoas com rela o aos artefatos mediada pelo tipo de organiza o social predominante pelas manifesta es das culturas das pessoas pela forma como cada sociedade organiza seus espa os e o tipo de rela es e representa es que caracterizam as hiera
91. 1960 manuais vidro ferro e vidro Grandes sas de abrir a predom nio de vidro v os largura empresas maior que familiares 0 90m Produ o aos Pain is de artesanal DE Madeira de lei vidro com melhoria do RE maci a madeirae Em uma duas estrutura de D cada de EE a vidro ferro ou tr s folhas metal ou 1970 E trabalhado ferro de abrir ou de madeira produ o de i T A em linhas retas e correr Grandes v os P vidro largura maior contexto industrial que 0 90m 111 Aumento da produ o onde industrial Madeira de lei dlinodadadar D cada de e Rae ia Em uma folha em madeira 1980 P S a T de abrir natural artesanal com ferro e vidro i Largura 0 90 a melhoria do 1 0m ferramental A utiliza o de madeira Portas Madeira maci a compensada ms almofadadas D cada de ganha espa o e Em uma folha com molduras He reconstitu dos 1990 predom nio da de abrir decorativas PVC e vidro i produ o AR AR em madeira industrial Largura 0 90m seriada Ear Madeira maci a Portas frisadas Predom nio da asa o pain is Em uma folha de madeira Anos 2000 H i reconstitu dos de abrir ou pivotantes industrial T PVC e vidro pivotante Largura de i alum nio e vidro 0 90 a 1 50m Quadro 10 Quadro ilustrativo de exemplos do desenvolvimento tecnol gico de portas em Curitiba Fonte Quadro de autoria pr pria Do modo similar ao que se observa atualmente com rela o
92. 23b 123 c do conjunto habitacional Panamericano no bairro Cap o da Imbuia ceeeeerrreerreeeaanms 140 FiouradS Pora santonada em PVC escassa na E 140 Figura 44 Problemas na configura o de portas em espa os reduzidos entre a sala e a cozinha e entre a cozinha e a lavanderia e eeeeeeeeeereererrrreena 141 Figura 45 Modelos de portas externas da parte frontal de moradias do conjunto habitacional Panamericano no padr o original seeeeeeeeeeeeeessssssssssssssseeetererrreesssssssssssesseees 142 Figura 46 Variedades de portas de moradias do conjunto habitacional Isla Victoria 144 Figura 47 Portas de metal em a o alum nio e ferro eeeeeeeeeeeerrrrrreeea 147 Figura 48 Portas dispon veis em com rcio de demoli o em Curitiba 151 Figura 49 Portas de demoli o restauradas e instaladas em moradia do bairro Jardim das GNL INCAS Ee a a a E 152 Figura 50 Composi o em portas de moradia eeeeeesssesssssssseeeeetteereresssssssssssssseeeeerereeees 153 Figura 51 Nova configura o entre sala e cozinha de moradia do conjunto Gurupi 155 Figura 52 Nova configura o entre garagem e lavanderia de moradia do conjunto GUTUN haie a 155 Figura 53 Vista a rea do conjunto habitacional Gurupi no bairro Cajuru 159 Figura 54 Sobrados do conjunto habitacional Isla Victoria no bairro Jardim das AE INC AS e E A 162 Figura 55 Apar
93. 9 1 3 OBM OS o DD SADO A a 20 1 4 EIXOS TE RICOS E ESTRUTURA GERAL DA DISSERTA O 22 1 5 ME FODOLOC TA murrine a dc 24 LSL Locus de Pesquisa atuais star ias a a a 26 DDD AMOS a a a a a E E a a a 29 lis Rotrode ENTeVi S aS E aa iai aa a 30 Lod EnEV SaS a a 30 lisos Resisttroetansonciode dados cererea n EE AE 33 LG Esak ondean Se eiT a 33 Lo PernLdOSCAMeVISTADOS iza coisas etnia dia la RA a E i dad AE a aa hai 34 Los Formas de AQUISI O pecas supesai radii sofa sina dao E ga ST dA E 35 2 A PORTA NA CULTURA DO COTIDIANO eeccccccccsssssssscccecccecccccocoosssssesccscececeesssssso 37 2 1 ELEMENTOS B SICOS DE COMPOSI O DE UMA PORTA 38 22 APORTA NA ARQUITE TUR Anecie LD a 42 29 DIVERSIDADE CULTURAL E FUN ES DE PORTAS DE MORADIAS NO COTIDIANO DA SOCIEDADE ernicoronodi eieaa a E 59 2 4 TECNOLOGIA CULTURA E DESENVOLVIMENTO DE PORTAS DE MORADIA Saia ir a DD a a aa 95 3 CONFIGURA ES USOS E SIGNIFICADOS DE PORTAS DE MORADIAS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA GURUPI E PANAMERICANO CURITIBA PR PROCEDIMENTOS AN LISE E INTERPRETA O DOS RESULTADOS scsesstacagaeiicaga cstasapas tada geniais ade da ara ca aaa dadas ando Gua penas ade ca coma eae da aasi aori ie 127 3 1 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS RPE Sae E A esmero 127 J2 ENTREVISTAS COM MORADORES VARIA OES DE CONFIGURA OES USOS E SIGNIFICADOS DE PORTAS DE MORADIAS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA
94. AS ADORNO Theodor W Teoria est tica Tradu o de Artur Mor o Lisboa Edi es 70 LTD 1993 APPADURAL Arjun A vida social das coisas as mercadorias sob uma perspectiva cultural Niter i Editora da Universidade Federal Fluminense 2008 205 ASSOCIA O BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA ABFP Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil 2010 Dispon vel em lt http Aestrategy com main wp content uploads 2010 02 CCEB pdf gt Acesso em 11 maio 2010 BABEL A porta A casa Dispon vel em lt http www luso poemas net gt Acesso em 28 jul 2011 BAKHTIN Mikhail Est tica da cria o verbal 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003 BASTIDE Roger Antropologia aplicada S o Paulo Perspectiva 1971 BASTOS Jo o Augusto de Souza Le o Educa o e tecnologia Educa o amp Tecnologia Curitiba CEFET PR Volume 1 N 1 1997 p 45 56 BAUDRILLARD Jean O sistema dos objetos 8 ed S o Paulo Perspectiva 2008 BOURDIEU Pierre A distin o cr tica social do julgamento S o Paulo Edusp 2008 Pierre A economia das trocas simb licas S o Paulo Perspectiva 2009 BRANDT Marlon Campo da D vida uma paisagem em transforma o do uso comum da terra explora o madeireira 1930 a 1960 PerCursos Florian polis v 8 n 2 p 55 71 2007 Acess vel em lt http www periodicos udesc br index php percursos article view 1509 1274 gt Acesso em 12 abr 2011 BRDE Palacete dos
95. C1 SOBRE COMO SERIA A PORTA DOS SEUS SONHOS A porta dos meus sonhos Bom eu gostaria de ter uma casa totalmente diferente eu acho que todo mundo queria Uma casa que tivesse uma porta bem mais larga porque dependendo da mob lia que voc tem voc tem que desmontar para ela poder entrar porque s o tamanhos de portas assim pequenas mais antigas Hoje em dia as portas s o bem mais largas s o portas que voc n o precisa abrir e fechar porque ela abre sozinha quem n o gostaria de ter uma porta dessas Mas para isso voc precisa ter uma verba muito boa para poder colocar L no Jap o dependendo da casa tinha este tipo de porta autom tica os moradores t m cart ozinho para passar pela porta tudo programado T m na casa de pessoas de renda bem alta L a tecnologia demais AP NDICE I COMENT RIO DO ENTREVISTADO P8 CLASSE A2 SOBRE COMO SERIA A PORTA DOS SEUS SONHOS Humm que bonito isso hein A porta dos meus sonhos seria uma porta de madeira porque eu adoro madeira Madeira bem trabalhada e bem resistente mas super funcional com uma abertura r pida com capacidade de abertura r pida e larga grande com passagem para qualquer coisa de qualquer tamanho que fosse necess rio A madeira permite a voc fazer trabalhos cl ssicos bonitos permite voc fazer inclusive alguns tra os n o s cl ssicos mas modernos Uma porta bem tratada com este material de superf cie que u
96. DA FRENTE TEM DO OUTRO LADO DA RUA PODE SER DE MADEIRA MESMO NUM TOM M DIO EU ACHO MUITO BONITA PORTA DOS MEUS SONHOS BEM DIF CIL ESSA COM UMA JANELINHA QUE VOC OLHA DE UM LADO MAS QUE A PESSOA QUE ESTEJA DO OUTRO LADO N O VEJA QUE VOC EST VENDO ELA ESTAS PORTAS DE MADEIRA BRANCA EU ACHO LINDAS BRANCA COM PEGADORES GRANDES DO TIPO QUE T M POR A T M UNS LINDOS A PORTA DOS MEUS SONHOS SERIA MODERNA PARA UMA CASA MODERNA EU ACHO QUE A PORTA EM MEUS SONHOS ACOMPANHA TAMB M O SONHO DE TER UMA CASA MAIOR P15 G2 G3 G4 G6 G9 52 66 60 53 6l 56 192 UMA CASA MODERNA ENT O EU J VI MODELO DE PORTA PARA AMBIENTE EXTERNO BEM MAIOR DO QUE O TRADICIONAL E ELA ABRE COMO SE FOSSE COM UM EIXO COM UMA MA ANETA MARAVILHOSA GRANDE E ESTE ESTILO DE PORTA QUE EU J VI BEM GRANDE ENT O QUERO DIZER QUE TERIA ACESSO LIVRE PARA ENTRAR QUALQUER TAMANHO DE OBJETO EU GOSTO DE PORTA AMPLA A GENTE COMPROU UM ESTOFADO QUE NAO ENTROU NEM PELA PORTA NEM PELA JANELA MARRONZINHAS CLARA N O MAIS TRABALHADINHA COM UMAS MOLDURAS ASSIM ENVERNIZADAS COM UNS DESENHOS BONITINHOS SEMPRE TEM L UNS TEM TAMB M AQUELAS COM PALMEIRA S O BONITAS N EU ACHO QUE SERIA DE MADEIRA OU SE FOSSE DE VIDRO TERIA QUE SER FEITA ASSIM COM MAIS EFICI NCIA COM MAIS SEGURAN A QUE N O HOUVESSE PROBLEMA DE QUEDA DE VIDRO PODERIA AT SER MAIS BONITA MAS N O COM MUITO DETALHE MUITO
97. DE LOCALIZA O ATIR PORTA INTERNA SANFONADA PORTA EXTERNA DE ABRIR ENTRADA IM MT PRINCIPAL E ROLA SECUND RIA PORTA EXTERNA DE ABRIR ENTRADA EM UMA PRINCIPAL FOLHA PORTA EXTERNA DE ABRIR ENTRADA EM UMA PRINCIPAL FOLHA DE ABRIR EM UMA FOLHA OU DE ABRIR COM DUAS PORTA EXTERNA FOLHAS ENTRADA PARALELAS SECUND RIA SENDO UMA DELAS ABERTURA PARA VENTILA O 100x215cm 120x210cm 140x210cm 150x210cm 350x230cm MADEIRA NATURAL MACI A OU COMPENSADA COM FRISOS ENVERNIZADA OU PINTADA DE BRANCO F SCO METAL PINTADO EM CORES PRINCIPALMENTE BRANCO MADEIRA NATURAL ENVERNIZADA OU PINTADA DE BRANCO COM VIDROS ALMOFADAS OU MOLDURAS METAL PINTADO DE BRANCO OU CINZA OU MADEIRA NATURAL OU MADEIRA PINTADA DE BRANCO COM VIDRO METAL PINTADO EM CORES VARIADAS MAS PRINCIPALMENTE BRANCO PORTA EXTERNA ENTRADA PRINCIPAL PORTA EXTERNA ENTRADA PRINCIPAL PORTA EXTERNA ENTRADA PRINCIPAL PORTA EXTERNA ENTRADA SECUND RIA PRINCIPALMENTE E TAMB M NA PRINCIPAL PORTA EXTERNA ENTRADA PRINCIPAL LOCALIZADA NA ENTRADA DA GARAGEM 150 DE ABRIR EM UMA OU DUAS FOLHAS OU PIVOTANTE EM UMA FOLHA DE ABRIR EM UMA OU DUAS FOLHAS DE ABRIR EM UMA OU DUAS FOLHAS DE CORRER EM SUAS FOLHAS OU DE ABRIR EM DUAS FOLHAS PORTA DE PEDESTRE EM PORT O BASCULANTE PARA FECHAMENTO DE GARAGEM Quadro 14 Exemplos de modelos de portas extern
98. Das cinco moradias pesquisadas quatro t m campainhas para aviso de visita porta As outras duas t m dispositivos para a instala o de campainha por m est o danificados Uma das moradias instalou uma segunda chave nas portas de correr localizadas em dois dos tr s quartos existentes e que d o acesso sacada Dentre os moradores entrevistados aquele de maior poder aquisitivo da amostra demonstra conhecimento e interesse pelo sistema de seguran a Smartdoor mostrado na Figura 34 que autoriza a abertura e fechamento da porta conforme o reconhecimento de impress o digital das pessoas cadastradas A crian a entrevistada 14 embora n o tenha ainda conhecimento sobre a exist ncia deste produto Figura 41 gostaria de um dispositivo de seguran a que contasse com um recurso tecnol gico de seguran a imaginando que poderia ser composto por sistema de senha instalado na porta de entrada da moradia dificultando assim o acesso de pessoas indesejadas ao Interior da moradia O entrevistado 14 menino de seis anos mostrou se bastante preocupado com a efetiva fun o de prote o das portas salientando a necessidade de oferecerem bastante seguran a Ao ser indagado sobre qual seria a principal fun o das portas ele respondeu Ah pr cuidar da sua casa para voc ficar bem para os ladr es n o roubarem seu dinheiro 22 oras E acrescentou as chaves s o boas n O mesmo gostaria de uma porta com abertura
99. ENDA FAMILIAR POR CLASSES eaas 213 LISTA DE ABRAVIATURAS E SIGLAS ABEP Associa o Brasileira de Assuntos Populacionais ABNT Associa o Brasileira de Normas T cnicas BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social BRDE Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul S A CCEB Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil CEDIPLAC Centro de Desenvolvimento e Documenta o da Ind stria de Pl sticos para Constru o Civil CNC Controle Num rico Computadorizado COHAB Companhia de Habita o Popular de Curitiba EUA Estados unidos da Am rica IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBM International Business Machines INMETRO Instituto Nacional de Metrologia Normatiza o e Qualidade Industrial IPHAN Instituto do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba MDF Medium Density Fiberboard MEDS M todo de Explicita o do Discurso Subjacente NBR Norma Brasileira PBQP H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat PMC Prefeitura Municipal de Curitiba PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios PVC Policloreto de Vinila SEBRAE Servi o Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SENAI Servi o Nacional de Aprendizagem Social SM Sal rio M nimo SMU Secretaria Municipal de Urbanismo USP Universidade de S o Paulo RESUMO VIEIRA Karime Massi
100. ICE B QUESTION RIO CCEB DOS MORADORES ENTREVISTADOS depPGTE Nome Sexo M JF Idade Curso Per odo ano Institui o Sua atividade profissional atual L 2 3 4 5 6 7 8 Relacione os itens que possui em sua resid ncia Televis o em cores 0 l 2 3 4 R dio Mycrosistem mp3 O 1 2 3 4 Banheiro 0 4 5 6 7 Autom vel 0 4 7 9 9 Empregada mensalista 0 3 4 4 4 M quina de lavar 0 2 2 2 2 Videocassete e ou DVD 0 2 2 2 2 Geladeira 0 4 4 4 4 Freezer 0 2 2 2 2 Aparelho independente ou parte da geladeira duplex 9 Qual o grau de instru o do a chefe de fam lia Analfabeto ou at a 3 S rie Fundamental Prim rio completo ou at a 4 S rie Fundamental Fundamental Completo M dio Completo Superior Completo Obrigada pela colabora o O ERYS Al A2 Bl B2 Cl C2 D E Quadro 20 Renda familiar por classes Pontos 42 a 46 35 a 41 29 a 34 23 a 28 18 a 22 14a 17 8 a 13 0a7 214 Renda m dia familiar valor bruto em R 2008 14 366 8 099 4 558 2921 1 391 955 618 403 Fonte Dispon vel em lt http www abep org novo cms utils filegenerate ashx2id 46 gt 215 AP NDICE C ROTEIRO DE ENTREVISTA COM MORADORES DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS deprgre O EM TECNOLOGIA FEDERAL DO PARAN 1 Em sua opini o qual a principal fun o das portas 2 Em sua opini o quais s o as caracter sticas mais importantes
101. INDAS AQUELAS PORTAS GRANDES QUE A GENTE V EM NOVELA TELEVIS O REVISTA COISA ASSIM N QUE T O USANDO HOJE EM DIA AQUELAS PORTAS BEM LARGAS GRANDES EU ACHO LINDAS MAS ASSIM INDEPENDENTE DE SER MADEIRA ESCURA OU N O EU ACHO LINDO O MODELO AH EU SE EU TIVESSE QUE TROCAR DE PORTA DIGAMOS ASSIM TROCAR A PORTA DA MINHA CASA SERIA COM MAIS SEGURAN A A COR SERIA TUDO CLARINHO TUDO BRANCO ASSIM E COM COMO QUE FALA COM TRABALHADO ASSIM MOLDURINHAS DAQUELAS MOLDURINHAS LEVES TEM UMAS BEM BONITINHAS N O SERIA ASSIM O MELHOR QUE FICA NA MADEIRA A GENTE FEZ UMA PORTA PARA O APARTAMENTO DA MINHA IRM QUE ERA UM APARTAMENTO PEQUENO EU ADORO AQUELA PORTA ERA ASSIM ERA A SALA E O BANHEIRO ERA TIPO UM LAVABO ASSIM ENT O FICAVA SANIT RIO E CHUVEIRO MAS A PIA FICAVA FORA E DA DAVA PARA O QUARTO A A GENTE FEZ UMA PORTA PARA ISOLAR ESSA PARTE AL QUE UMA PORTINHA DE DESSAS ASSIM DE VIDRINHO S QUE COMO SE FOSSE AQUELAS PORTINHAS ANTIGAS SABE COM DUAS FOLHAS S O QUATRO FOLHAS DA DUAS DOBRAM ASSIM A TODA BRANQUINHA E ABRE E O VIDRO JATEADO BRANQUINHO QUE VOC N O ENXERGA POR ELE ENT O DA A HORA QUE ELA FICA ABERTA FICA BEM SIMP TICO ASSIM O AMBIENTE QUANDO QUER ISOLAR ALGUMA COISA QUE PASSA NA SALA ELA FECHA AQUELA PORTA H H MEU DEUS EU ACHO MUITO BONITA N EU VOU DIZER ASSIM AQUELA PORTA QUE TEM APARECIDO MUITO MAIORES MAIS LARGAS A VIZINHA
102. L 2005 p 193 A ideia de espa o se desenvolve sob influ ncias culturais assim como a percep o do espa o e sua significa o Segundo Edward Hall 2005 o uso que o ser humano faz do espa o pode afetar suas rela es pessoais O que alguns consideram aglomera o e desconforto para outros pode significar receptividade conforto isto porque os diferentes usos dos espa os e artefatos do cotidiano oferecem possibilidades variadas conforme quem e como os utiliza Os padr es de espa os adotados para portas de moradias por exemplo podem variar conforme fatores socioculturais econ micos e a fun o arquitet nica a que se destinam dentre outros fatores que possam interferir modificando os Observando se no contexto urbano da cidade de Curitiba por exemplo em que s o comuns v os de portas externas de moradias com noventa cent metros de largura por dois metros e dez cent metros de altura estas medidas aparentemente se ad quam maior parte destas edifica es por m nem sempre o mais conveniente visto os diferentes modelos de organiza o do espa o constru do e as fun es a que se destinam A rela o das pessoas com as portas e seus componentes na maneira de utiliz los tem grande import ncia na organiza o dos espa os bem como na manuten o de determinadas regras sociais Assim por exemplo a estrutura de fixa o da porta tem um v o com dimens es limitantes perman ncia de pessoas no entanto a
103. Le es espa o cultural hist ria e cultura Material de divulga o BRDE 2010 BUCHANAN R A The power of the machine The impact of the technology from 1700 to the Present day Londres Penguin Books 1992 CALVINO Italo As cidades invis veis Tradu o Diogo Mainardi S o Paulo Companhia das Letras 1990 CANCLINI N stor Garc a A globaliza o imaginada S o Paulo Iluminuras 2003 N stor Garc a Culturas h bridas estrat gias para entrar y salir de la modernidad Buenos Aires Sudamericana 1995 CARNEIRO Fernando Persist ncia das formas em arquitetura Curitiba Eskala ano n d CARVALHO H lio Gomes de Tecnologia inova o e educa o chaves para a competitividade Educa o amp Tecnologia Curitiba CEFET PR Volume 1 N 1 1997 p 27 44 CARVALHO Mar lia Gomes de Tecnologia desenvolvimento social e educa o tecnol gica Educa o amp Tecnologia Curitiba CEFET PR Volume 1 N 1 1997 p 70 87 Dispon vel na World Wide Web em lt http www ppgte cefetpr br revista voll art4 htm gt 206 CERTEAU Michel de GIARD Luce MAYOL Pierre A inven o do cotidiano 2 Morar cozinhar 9 ed Petropolis RJ Vozes 2009 Michel de A inven o do cotidiano 1 Artes de fazer 15 ed Petropolis RJ Vozes 2008 CSIKSZENTMIHALYI Mihaly HALTON Eugene R The meaning of things domestic symbols and the self Cambridge UK Cambridge University Press 1999 CUCHE
104. NBR 8037 da Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT ELEMENTO FUN O EXEMPLO normalmente uma chapa lisa de madeira metal vidro pl stico ou FOLHA outros materiais respons vel pela veda o do v o o perfil de madeira metal ou outro material preso abertura na BATENTE j SPL parede e que permite a fixa o da folha elemento respons vel por esconder T imperfei es que possam existir entre GUARNI O a parede de alvenaria e o batente uma das pe as respons veis junto com as dobradi as e o trinco com ou E MA ANETA sem fechadura pelo movimento da porta e seu trancamento B respons veis pela fixa o da folha da DOBRADI AS porta no batente Quadro 1 Principais elementos de composi o de uma porta Fonte Tabela de autoria pr pria com base em teoria da NBR 8037 da ABNT 40 a porta de comunica o entre o interior de uma edifica o e o ambiente EXTERNA exterior INTERNA porta de comunica o entre c modos de uma edifica o Da msmo EUA de comunica o entre uma unidade aut noma e a rea comum de circula o de uma edifica o Quadro 2 Classifica o da porta segundo sua localiza o na edifica o Fonte Tabela de autoria pr pria com base em teoria da NBR 8037 da ABNT BASCULANTE DE SANFONA DE BATER DE CONTRAPESO ARTICULADA DE CORRER DE VAIV M PIVOTANTE Quadro 3 Classifica o da porta segundo
105. O Figura 38 Projeto inicial e resultado ap s interven o b sica em moradia do conjunto Gurupi Fonte Desenho de autoria pr pria As moradias pesquisadas do conjunto residencial Gurupi Figura 40 contam com duas portas de entrada sendo que em termos de hierarquia uma delas a da sala original Figura 39 direita mostra se como principal na opini o da maioria dos entrevistados Fonte Foto de autoria pr pria Ao transpor esta primeira porta de ferro avista se a parte lateral da casa cuja rea abriga as duas portas de acesso ao seu interior com a porta de entrada principal originalmente em ferro e vidro mas que atualmente apresenta se com variados modelos e materiais principalmente substitu da pela de madeira e a porta de entrada secund ria 136 originalmente em madeira mas atualmente em materiais diversos Houve casos de invers es de materiais entre resid ncias do conjunto habitacional como os relatados a seguir na moradia B17 a porta principal era de ferro e vidro e foi substitu da por outra de madeira e a porta de entrada secund ria que originalmente era de madeira e foi substitu da por outra de ferro e vidro A configura o das portas no conjunto Gurupi Figuras 39 e 40 possivelmente pelas caracter sticas do projeto original que n o atende a certos requisitos particulares dando margem para interven es e trocas por parte dos moradores apresenta diversificadas solu es Pro
106. OS DE COMPOSI O DE UMA PORTA Segundo a Norma Brasileira NBR 8037 da Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT porta um conjunto funcional composto de marco alizar ferragens e uma ou mais folhas cuja fun o regular a abertura ou fechamento de um v o transit vel sendo um artefato com amplas perspectivas de usos As portas podem ser constru das de materiais diversos embora a madeira especialmente a compensada seja atualmente o material mais popular dentro do contexto pesquisado de classe m dia Outros materiais incluem o alum nio o a o o ferro o pl stico pvc o vidro dentre outros A porta comumente lembrada apenas por um de seus elementos que a folha a parte que faz a veda o do v o de passagem e que pode ser movimentada contudo ela composta de v rios elementos tais como o batente a guarni o que esconde imperfei es na jun o da parede com a porta a ma aneta as dobradi as dentre outros elementos A ma aneta e o trinco s o as pe as respons veis junto com as dobradi as pelo movimento da porta e seu trancamento lembrando ainda que podem ser inseridas chaves trancas olho m gico sistemas especias de trancamento e abertura como os que utilizam a biometria ou cart es eletr nicos sistemas para veda o de sons como as borrachas de veda o aplicadas aos batentes das portas ou para evitar a entrada de gua da chuva aplicadas por baixo da folha da por
107. PANAMERICANO E GURUPI 127 3 2 1 An lise de crit rios e perfil dos entrevistados snsnessesssssseerrssssssseeeeresssssssseeeees 127 3 3 AN LISE E INTERPRETA O DOS RESULTADOS 131 3 3 1 Diversidade de configura es de portas de moradias eeessssssoeeresssssssserrrssss 131 3 3 1 1 Varia es quanto a materiais e tipos de acabamento de portas 146 3 3 1 2 Motiva es de troca em configura es de portas de moradias dos conjuntos habitacionais pesquisados em rela o ao projeto original cic seeen 153 3 3 2 Diversidade de usos de portas de moradi Ssssrenosiei iniae 168 3 3 2 1 Modifica es na localiza o de portas em rela o ao projeto original das moradias dos conjuntos habitacionais pesquisados em fun o de USOS ccccc 172 3 3 3 Diversidade de significados de portas de moradias ssoeeessssseoeeessssssssseeersssss 181 3l Valorde siatus de portas de Moradias parana sagas Gb AT 192 4 PRINCIPAIS CONTRIBUI ES DA PESQUISA ccerereeeesesesesesesesesesasesasaseses 198 5 LIMITA ES E RECOMENDA ES PARA FUTURAS PESQUISAS 201 REFERENCIAS sstconoscossfditada aged garoa Tabela DDD SUAS ER 204 ENIREVIS TA Vo PNR SR RE EEE a RERSER ES RSS EDER ERES ERROR ERR 209 APENDICES Aa Ds cas iisssanasdindasoasde iara N nda sand doadas 211 16 1 INTRODU O Nas ltimas d ca
108. PODE SER LISA MAS DE UMA MADEIRA BONITA N O PINHO ESTAS COISAS AGLOMERADO N O Quadro 16 Nega o pouco interesse respostas mais comuns dos homens quest o relativa porta dos sonhos Fonte Quadro de autoria pr pria importante observar que h respostas que se diferenciam A diversidade de prefer ncias que emergem dos relatos ap s a nega o inicial e aparente indiferen a dos homens aponta a riqueza de detalhes que podem surgir ap s um primeiro momento de surpresa em que algumas pessoas sup em n o saberem opinar sobre o assunto 14 P P8 UMA PORTA QUE VOC N O PRECISAVA ABRIR NEM FECHAR DE METAL ASSIM NA VERDADE EU QUERIA TER UMA PORTA ASSIM QUE TRANCAVA BEM ABRE E FECHA SEM VOC 6 ABRIR ASSIM DE METAL METALIZADA ASSIM SABE PARA PROTEGER DE ROUBOS N CINZA QUER DIZER PRATEADO PRATEADO DA VOC DIGITA UMA SENHA E VOC ENTRA QUER DIZER UMA SENHA SECRETA N UMA PORTA RESISTENTE E COM UMA BOA FECHADURA E DE 15 PREFER NCIA TRANSPARENTE COLOCARIA MAIS PARA O QUARTO HUMM QUE BONITO ISSO HEIN A PORTA DOS MEUS SONHOS SERIA UMA PORTA DE MADEIRA PORQUE EU ADORO MADEIRA MADEIRA BEM TRABALHADA E BEM RESISTENTE MAS SUPER FUNCIONAL COM UMA ABERTURA R PIDA RISOS COM CAPACIDADE DE ABERTURA R PIDA E LARGA GRANDE COM PASSAGEM PARA QUALQUER COISA DE QUALQUER TAMANHO QUE FOSSE NECESS RIO A MADEIRA PERMITE A VOC FAZER TRABALHOS CL SSICOS BONITOS
109. PORTA DE SUA CASA Uma coisa em que eu n o mexi depois que comprei a casa e me mudei foi nas portas Inclusive eu quero trocar todas Eu acho a porta da frente horr vel esta que est na casa aqui horr vel Neste coment rio a entrevistada se refere porta que consta na Figura 73 Por qu Ah Eu n o sei ela t o uma porta comum Eu acho que a porta da frente devia dar diferenciamento na casa a entrada A visita chega uma beleza aquela porta bonita toda trabalhada Eu vou trocar essa a n o deu para trocar ainda Eu gostaria que ela fosse de madeira escura de imbuia com detalhes at eu botaria um visorzinho do lado de vidro o que eu j tive em uma casa minha e eu acho muito bonito Eu gosto mas de madeira escura n o gosto de porta branca para frente da casa por qu N o sei Acho que ela fica toda igual casa Madeira nova inclusive alguma porta com uns detalhes trabalhados simples n o muito fantasiado porque tem umas que tem desenho de flor outras coisas N o gosto Acho que se ela fosse mais larga tamb m um pouco mais larga eu acho ela um pouco pequena E de madeira mas com uns detalhes bem bacanas Quero trocar todas Pela quest o funcional mas mais pela est tica Figura 73 Porta da entrada da frente da moradia da entrevistada I6 Fonte Foto de autoria pr pria 220 AP NDICE L IMAGENS DE PORTAS FOTOGRAFADAS NOS BAIRROS PESQUISADOS ANG H Il es lt lt
110. R L NO JAP O DEPENDENDO DA CASA TINHA ESTE TIPO DE PORTA AUTOM TICA OS MORADORES T M CART OZINHO PARA PASSAR PELA PORTA TUDO PROGRAMADO TEM NA CASA 193 DE PESSOAS DE RENDA BEM ALTA L A TECNOLOGIA DEMAIS Quadro 19 Interesse detalhes respostas mais comuns das mulheres quest o relativa porta dos sonhos Fonte Quadro de autoria pr pria Em s ntese os Quadros 16 a 19 apresentam respostas dos entrevistados moradores dos conjuntos habitacionais pesquisados que possibilitam a compara o de opini es femininas e masculinas sendo que de forma geral mostram se bem distintas ao se referirem s portas de suas moradias Percebeu se que existem diferencia es quanto ao n vel de import ncia atribu do s diversas portas com rela o a configura es sendo que as pessoas comumente se preocupam mais com a apresenta o da porta da frente da moradia inclusive lembrando se mais desta que de outras Outras portas imprescind veis para os entrevistados s o as dos banheiros geralmente mais simples sendo que alguns colocam enfeites e mais estreitas diferentemente das portas externas da frente das moradias 3 3 3 1 Valor de status de portas de moradias As caracter sticas est ticas da configura o das portas produzem sinais vis veis percept veis de distin o social conforme a cultura daqueles que as veem corroborando a perspectiva tratada por Bourdieu 2008 Para ele os artefatos pos
111. Revista eletr nica casa com br 4 Atualmente os principais recursos tecnol gicos dispon veis na ind stria de m veis incluem equipamentos com CNC sensores de luminesc ncia para leitura e otimiza o das pe as utiliza o de CLP placas eletr nicas dedicadas a cada m quina sensores e dispositivos a laser para visualiza o e detec o precisa de posi o sistemas de alimenta o autom tica de m quinas desenvolvimento de tintas de alta durabilidade e rendimento entre outros Dispon vel em HTTP www casa com br gt Acesso em 19 maio 2010 114 A tecnologia fornece bases para a configura o dos produtos industriais L BACH 2001 capa inter relacionando se com refer ncias de linguagens arquitet nicas e tamb m a certas tend ncias inclusive na configura o de modelos de portas tais como as linhas e ngulos retos da arquitetura modernista a otimiza o da produtividade da ind stria madeireira predominante na confec o de portas residenciais na atualidade ao utilizar se de linhas de corte planas demandando menor tempo de execu o com rela o a formas irregulares caracter stica que se observa em grande parte das portas de moradias de Curitiba nos dois ltimos s culos tend ncia presente tamb m na arquitetura com predom nio de retas Conforme j mencionado anteriormente a vida social das coisas APPADURAL 2008 acompanha a vida da sociedade herdando refer ncias cultura
112. TE SIGNIFICA SER ALGO QUE EU QUERO TROCAR SIGNIFICA ALGO QUE PARA RECEBER BEM Quadro 15 S ntese de varia es de significados de portas de moradias para entrevistados dos conjuntos habitacionais Isla Victoria Panamericano e Gurupi Fonte Quadro de autoria pr pria Grande parte das preocupa es e interfer ncias das pessoas entrevistadas principalmente do conjunto habitacional Gurupi teve como principal motiva o quest es de seguran a Portas grades e port es destas e de outras moradias s o a materializa o da desconfian a Maristela Mitsuko Ono apontando que a din mica da vida destas pessoas se relaciona basicamente com a constru o de abrigos seguros para habita o Responder perguntas sobre as portas da moradia pode parecer tarefa simples em um primeiro momento mas acaba significando uma exposi o de aspectos muitas vezes delicados da vida pessoal dos entrevistados uma vez que as portas das moradias revelam por exemplo realidades de dificuldades financeiras vivenciadas perdas pessoais frustra es gerando certos constrangimentos que podem ser percebidos pela postura da pessoa entrevistada pela mudan a no tom de sua voz na tentativa de encontrar palavras que justifiquem o estado em que se encontram as portas ou motivos para ter protelado algo que pensa ser importante resolver sobre as portas de sua moradia A entrevistada G3 por exemplo afirma A casa apresenta muitos problemas n
113. UME 1995 JUNG Carl G O homem e seus s mbolos RJ Nova Fronteira 7 ed 1964 LARAIA Roque de Barros Cultura um conceito antropol gico Rio de janeiro Jorge Zahar Ed 2009 LAROCCA JR Joel LAROCCA Pier Luigi LIMA Clarissa de Almeida Arquitetura de madeira dos colonos poloneses e ucranianos do sul do Paran Ponta Grossa PR Larocca Associados 2008 p 216 LAROUSSE CULTURAL Dicion rio da L ngua Portuguesa SP Universo 1992 L VI STRAUSS Claude ET AL Ra a e hist ria In Ra a e ci ncia S o Paulo Perspectiva 1970 p 231 271 LIMA T nia Andrade Pratos e mais pratos lou as dom sticas divis es culturais e limites sociais no Rio de Janeiro s culo XIX Em Anais do Museu Paulista Nova s rie V3 jan dez S o Paulo 1995 p 129 191 LOBACH Bernd Design industrial bases para a configura o dos produtos S o Paulo Edgard Bl cher 2001 208 LYRA Cyro Corr a Reavalia o das Unidades de Interesse de Preserva o Curitiba IPPUC 2005 MANZINI Ezio A mat ria da inven o Lisboa Centro Portugu s de Design 1993 MATTOS GON ALVES CHAGAS Pain is de madeira no Brasil panorama e perspectivas RJ BNDES 2008 MILLER Daniel Consumo como cultura material University College London Reino Unido Traduzido do ingl s por Nicole Reis Dispon vel em http www scielo br pdf ha v 13n28 a03v 1328 pdf gt Acesso em 28 jul 2011 MORAES Dijon de An lise do design br
114. UNIVERSIDADE TECNOL GICA FEDERAL DO PARAN PROGRAMA DE P S GRADUA O EM TECNOLOGIA KARIME MASSIGNAN GRASSI VIEIRA TECNOLOGIA CULTURA E FUN ES DE PORTAS DE MORADIAS NO COTIDIANO DA SOCIEDADE CONFIGURA ES USOS E SIGNIFICADOS DISSERTA O DE MESTRADO CURITIBA 2011 KARIME MASSIGNAN GRASSI VIEIRA TECNOLOGIA CULTURA E FUN ES DE PORTAS DE MORADIAS NO COTIDIANO DA SOCIEDADE CONFIGURA ES USOS E SIGNIFICADOS Disserta o apresentada ao Programa de p s gradua o em Tecnologia da Universidade Tecnol gica Federal do Paran como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre em Tecnologia rea de concentra o Tecnologia e Intera o Orientadora Prof Dra Maristela Mitsuko Ono CURITIBA 2011 Dedico este trabalho minha fam lia AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar e acima de tudo agrade o a Deus pela vida e oportunidades Sempre minha gratid o aos meus pais Rosania e S rgio meu norte Reconhe o o apoio incondicional e agrade o imensamente minha fam lia principalmente ao meu esposo Job meu filho Arthur e minha filha Natasha nascida durante este programa de mestrado Agrade o minha av Nagibe Yared Meister Iracy Pontes Lima minha av do cora o bem como os conselhos e orienta es do Prof Dr Luimar Perli meu sogro s minhas queridas irm s e melhores amigas Mar lia e Cyntia sempre comigo Minha gratid o Professora Dra Maristela Mitsuko Ono
115. a a mesma mas a diferen a est a na espessura da madeira Quem pode mais compra a de 4 5cm quem tem uma condi o legal que tamb m quer uma porta com seguran a usa a padr o normal No quesito ferragens eu diria que geralmente a cada 10 portas que saem da loja para 8 a gente j vende algum tipo de ferragem nesse sentido como trava de seguran a olho m gico travas codificadas Essas fechaduras biom tricas n o s o nosso mercado Hoje est na febre do pivotante da porta pivotante e a porta pivotante n o aceita fechadura biom trica por causa do dispositivo dela de abrir Ent o se usa pino de a o Mas essas portas maci as j v m com uma trava de a o 108 Interna uma barra de a o embaixo quer dizer al m da sustenta o do conjunto que dificulte de repente algu m estourar ou arrebentar ou algo parecido Quadro 6 Caracter sticas de portas preferidas por consumidores de classe A Fonte Jociel Baggio ago 2010 2 Categoria de an lise CARACTER STICAS DAS PORTAS PREFERIDAS POR CONSUMIDORES CLASSE B Eu diria que a classe B que a classe m dia que a gente atinge tamb m procura aliar um pouco da beleza com o custo benef cio Ent o assim mesmo ele coloca uma porta frisada com uma vista normal uma vista padr o de 7cm um caixilho normal que tamb m fica bonito e n o encarece tanto o conjunto Na escolha do cliente geralmente a novela dita tend ncias O cliente v um mod
116. a logia logos linguagem estudo Deste modo tecnologia a linguagem ou estudo da ci ncia HOUAISS 2001 p 2683 A palavra tem sido empregada para fins variados no caso das portas a tecnologia atributo para destacar a qualidade caracter sticas desenvolvidas com recursos avan ados de laborat rios como de testes para a absor o de impactos ru dos resist ncia a agentes naturais e especificidades dos equipamentos de seguran a anexados s portas como sistemas de seguran a especiais chaves alarmes dobradi as trancas utilizando a palavra tamb m como ferramenta de marketing A porta pode ser entendida tamb m como um ndice do processo de fabrica o que a produziu e do seu sistema tecnol gico que inclui as t cnicas as ferramentas e o saber fazer fornecendo informa es 96 sobre uma determinada sociedade seus recursos tecnol gicos e conhecimentos em um contexto hist rico particular Frente quest o da utiliza o da tecnologia no cotidiano das pessoas destaca se a no o apresentada no pref cio do livro Design e Cultura sintonia essencial Se pensarmos que tecnologia uma produ o humana torna se imposs vel perceb la isoladamente das rela es sociais que s o constitutivas dos seres humanos Assim os objetos s o concebidos produzidos e consumidos sempre norteados por rela es entre as pessoas que est o envolvidas nestes processos CARVALHO in ONO 2006 p x1 Pref cio
117. a Fonte Foto de autoria pr pria Comparando se as portas ilustradas nas Figuras 21 e 22 percebem se ent o outras diferen as al m das cores aplicadas s superf cies Nas portas da Figura 22 s o empregados outros recursos com o intuito de aumentar a seguran a oferecida como a instala o de grades de persiana vertical de pel cula espelhada Ainda s o diferentes suas formas de fabrica o sendo as primeiras Figura 21 provavelmente fabricadas manualmente e as ltimas Figura 22 industrialmente Cada peculiaridade oferecida por elementos de distin o ou semelhan a entre as portas das moradias contribui para a identifica o de prefer ncias e necessidades em determinados contextos culturais que fundamentam a manifesta o de m ltiplas identidades 89 h bitos de vida e consumo possibilitando caracterizar certos grupos de aspectos semelhantes embora estes n o sejam fixos Edward Hall 2005 ao discutir incongru ncias refletidas nas moradias conforme as diferen as de nacionalidades como as dos rabes que v o aos Estados Unidos e descobrem que as moradias americanas n o possuem as mesmas caracter sticas que as deles sentindo se oprimidos por um p direito muito baixo e aposentos pequenos edifica es com menos privacidade em rela o s constru es do entorno afirma que mesmo dentro de nossa pr pria cultura podemos precisar nos sujeitar a habitar espa os n o condizentes com os padr es
118. a fev 2010 Em termos de portas residenciais um modelo n o convencional o das portas oscilobatentes Figura 35 cujo tombamento permite que o ambiente seja ventilado atrav s de uma fresta de 10 cent metros sendo que suas folhas uma ou duas folhas tamb m podem ser abertas com giro de at 90 graus em rela o ao eixo vertical S o mais comuns as oscilobatentes feitas em PVC alum nio ou madeira Figura 35 Porta oscilobatente Fonte Dispon vel em lt http www revestir com br dica do mes Dica de Dez 01 dica de dez 01 html gt Acesso em 19 abr 2011 Ainda em termos de inova es tecnol gicas existem entre outras as portas de seguran a em que poss vel a Instala o de dispositivos Inteligentes sistemas de controle de acesso sensores c meras biometria controle remoto alarme etc Uma das empresas que oferece este tipo de produto a Mirai Blindagens localizada em Curitiba que segundo E AT Di informa es retiradas de seu site oferece por exemplo portas residenciais com sistemas de blindagem projetadas com chapas de liga especial bal stico em seu interior oferecendo Dispon vel em lt HTTP Awww miraiblindagens com br gt Acesso em 13 dez 2010 125 prote o desde tentativas de arrombamento e disparos de fuzil sistema anti arrombamento contando com dispositivo de travamento m ltiplo em que s o acionados ao mesmo tempo at dezoito pontos de travamento laterai
119. a deve se ao mesmo tempo influ ncia de minha forma o acad mica em arquitetura cuja trajet ria permeada por assuntos que dizem respeito a pessoas e seu espa o de habita o bem como riqueza de possibilidades a serem exploradas nas varia es de configura es usos e significados das portas constituindo se em um tema privilegiado para discuss es A porta um elemento arquitet nico que medeia rela es sociais p blicas e privadas o transitar entre espa os assumindo diversas fun es e valores de uso e simb licos tais como de prote o seguran a privacidade est tica e status dentre outros Esta pesquisa adota o termo est tica como mecanismo de distin o sociocultural enquanto relacionado id ia de equil brio e harmonia Portas servem para diversos fins como abrir fechar trancar entre outros e podem receber diversas classifica es como por exemplo quanto a sua localiza o na edifica o externa interna de vest bulo quanto ao modo de abrir basculante de bater de correr de sanfona de vaiv m girat ria pivotante dentre outras classifica es Conforme os usos considerando se distintas exig ncias cada uma delas poder apresentar particularidades em sua configura o como no caso das portas de escola de pres dios de lojas de bancos de Igrejas de moradias etc enfim de acordo com a conveni ncia ela dever apresentar certas propriedades e funcionalidades mai
120. a existem diferen as na configura o das portas externas das moradias sendo ilustradas na Figura 46 cinco modelos diferentes de portas externas de moradias n o se esgotando com estas por m a variedade de portas nele encontradas As tr s primeiras imagens s o de portas frontais referentes ao acesso principal das moradias e as duas ltimas s o respectivamente da porta frontal do piso superior de acesso sacada e da porta externa do piso t rreo por m de liga o com os fundos do terreno A porta externa frontal do piso t rreo comumente a mais vis vel da moradia a observadores externos Disto resulta provavelmente a maior preocupa o dos moradores com sua ornamenta o em seguir tend ncias de moda com o valor de status tipos e modelos de portas al m de outros fatores que interferem na diferencia o dos modelos de portas externas com rela o s Internas como a necessidade de proporcionar maior seguran a aos moradores a necessidade de que seja refor ada por causa das altera es na durabilidade resist ncia pela a o de intemp ries seguran a entre outros 144 Figura 46 Variedades de portas de moradias do conjunto habitacional Isla Victoria Fonte Fotos de autoria pr pria Observando se a diversidade de configura es de portas de moradias os entrevistados foram questionados sobre quais as caracter sticas mais importantes que uma porta deve apresentar para cumprir sua fun
121. a mudan a de posi o da porta alterada modificando a configura o dos espa os foi possivelmente influenciada por prefer ncias culturais mudan as nos costumes das fam lias muitas das quais passaram a receber menor n mero de visitas com refei es conjuntas bem como pela redu o no n mero de integrantes das fam lias contempor neas diferentemente do quadro familiar de duas tr s d cadas atr s que requeriam maior espa o na rea de jantar O tamanho das fam lias brasileiras que na d cada de 80 foi de 4 5 pessoas em m dia chega ao fim dos anos 90 com apenas 3 4 pessoas A fam lia tradicional composta pelo casal com filhos caiu de quase 60 em 1992 para 55 em 1999 ao mesmo tempo em que aumentou a propor o de outros tipos de composi o familiar de mulheres sem c njuge e com filhos de 15 1 para 17 1 e de casal sem filhos de 12 9 para 13 6 Cresce tamb m o n mero de pessoas vivendo s representando 8 6 em todo o Pa s IBGE PORTA INTERNA EM MADEIRA PADR O IMBUIA E PORTA JANELA EM METAL BRANCO PORTA EXTERNA EM MADEIRA PADR O IMBUIA PRUO e na TA ar ARS E Us E 1 1 Acess vel em http www ibge gov br home presidencia noticias 0404sintese shtm sub economia Acesso em 22 abr 2011 177 Figura 64 Planta original do piso t rreo conjunto habitacional Isla Victoria Fonte Projeto arquitet nico do piso t rreo original da resid ncia do entrevistado I3 no
122. a outra pessoa entrevistada G6 conforme a utiliza o da porta pode significar um meio de receber bem os amigos Apresentam se a seguir outros exemplos de manifesta es de diversidade de significados percebida a partir das entrevistas realizadas com moradores dos conjuntos habitacionais Isla Victoria Gurupi e Panamericano cabendo ressaltar que n o est o esgotadas as possibilidades de an lise por tratar se de um tema fundamentalmente complexo No contexto dos conjuntos habitacionais pesquisados observam se diferentes atribui es de significados s portas pelos moradores entrevistados baseados principalmente no valor simb lico e de uso Estes baseiam se em refer ncias e significa es particulares de cada cultura vinculados s diversas manifesta es No caso de significados conferidos s portas de moradias percebe se que estas por s1 s n o t m a capacidade de significar algo porque isto se d mediante a intera o das pessoas com elas nos contextos em que se inserem E existem certos c digos associados aos artefatos na esfera da produ o e circula o que podem ser decodificados no consumo dependendo dos repert rios de decodifica o Como visto anteriormente a porta formada por um conjunto de elementos como a folha os batentes a guarni o as dobradi as a ma aneta dentre outros sendo que estes elementos podem acarretar mais de uma fun o al m da pr estabelecida Estes e
123. a sanfonada porque segundo ele demanda menor espa o enquanto aberta minimizando problemas de circula o de pessoas pelo seu v o O material PVC foi escolhido porque geralmente as portas sanfonadas dispon veis no mercado s o neste material S o tamb m f ceis de instalar e de baixo custo quando comparadas a outros modelos de portas fatores considerados por esse morador Figura 43 Porta sanfonada em PVC Fonte Foto de autoria pr pria Ao compararem se os dois conjuntos habitacionais Gurupi e Panamericano mais uma diferen a verificada Mesmo n o tendo sofrido tantas interfer ncias quanto no Gurupi no Panamericano existe uma certa concord ncia entre as interfer ncias sucedidas que est o localizadas basicamente em dois pontos das moradias rea de servi o e garagem 141 A rea de servi o no projeto original das moradias do conjunto habitacional Panamericano era aberta bem como a garagem que na maior parte das moradias ainda permanece aberta Em moradias de ambientes com dimens es reduzidas como no caso dos conjuntos residenciais pesquisados a coloca o de portas em todos os c modos pode ocasionar problemas na abertura simult nea como batidas entre si e outras dificuldades em sua utiliza o Por este motivo ao serem indagados sobre a possibilidade de elimina o de alguma porta da moradia as pessoas entrevistadas geralmente referiam se a portas de ambientes com maior circula o de pessoas
124. adas cujos moradores deram prefer ncia para o uso do branco cinza bege ou madeira natural envernizada As duas imagens da Figura 60 s o de portas da mesma moradia sendo que a da direita da porta de entrada da sala que se harmoniza com a cor da porta na imagem esquerda com divis ria de mi angas Dentro das discuss es de varia es de uso em portas de moradias e neste caso em especial de uma moradia do conjunto habitacional Gurupi ilustrada na Figura 59 aparece a utiliza o da cor como diferencial na representa o do gosto dos moradores A cor original das portas das moradias do conjunto habitacional Gurupi a cinza ainda mantida em algumas moradias como pode ser visto na Figura 60 Figura 60 Porta original da entrada social das moradias do conjunto habitacional Gurupi Fonte Foto de autoria pr pria 3 3 2 1 Modifica es na localiza o de portas em rela o ao projeto original das moradias dos conjuntos habitacionais pesquisados em fun o de usos Os motivos que levam as pessoas a substitu rem ou colocarem novas portas em suas moradias variam bem como os principais fatores que levam em conta na decis o de aquisi o de determinado tipo de porta Em termos construtivos na parte frontal de moradias do conjunto Panamericano foi verificada apenas uma altera o a do sobrado 159 2 Figuras 6le 62 cujos moradores optaram pela constru o de um hall em alvenaria de modo que permitisse a modifica
125. ade de pessoas que n o gostariam de alterar qualquer porta da moradia Utilizaram se as informa es fornecidas pelos entrevistados dos tr s conjuntos habitacionais ao todo trinta e uma pessoas em resposta pergunta Voc a senhora o senhor gostaria de alterar alguma porta da sua casa No caso de resposta afirmativa solicitou se a explica o de como a pessoa gostaria de alter la s e por que motivo Com base nas explica es dadas pelos entrevistados as respostas foram separadas em grupos o grupo das altera es motivadas por problemas funcionais que correspondeu a 29 das respostas o grupo das altera es motivadas por quest es est ticas que correspondeu a 13 entre aqueles que n o gostariam de fazer altera es quatorze pessoas 45 de um total de trinta e um moradores entrevistados percebem se basicamente tr s raz es n o gostariam de fazer altera es por gerarem custos ou porque est o satisfeitas com as portas de sua moradia ou por pensarem ser desnecess rias A partir das entrevistas realizadas nos conjuntos habitacionais pesquisados observou se que de um modo geral nas portas Internas realizaram se poucas interven es consistindo basicamente na manuten o da pintura Em dois casos houve reaproveitamento de portas retiradas de um ambiente e aproveitadas em outro e tamb m a retirada de algumas portas em cozinhas Por outro lado em portas de liga o com a parte externa das moradias principal
126. ais alta como a Al As amostras utilizadas para efetivar as entrevistas compreendem tr s grupos de entrevistados o primeiro grupo compreende moradores de resid ncias localizadas em conjunto habitacional unifamiliar em s rie sem restri o de faixa et ria ou sexo por m com limita o por faixa de renda cuja classifica o se localize entre as classes A2 e B2 totalizando sete entrevistados o segundo grupo de entrevistados compreende moradores de resid ncias localizadas em conjunto habitacional unifamiliar em s rie localizado no bairro Cap o da Imbuia sem restri o de faixa et ria ou sexo por m com limita o por faixa de renda cuja classifica o se localize entre as classes A2 e C totalizando quinze entrevistados e o terceiro grupo de entrevistados compreende moradores de resid ncias localizadas em conjunto habitacional unifamiliar em s rie localizadas no bairro Cajuru sem restri o de faixa et ria ou sexo por m com limita o por faixa de renda cuja classifica o se localize entre as classes A2 e E totalizando nove entrevistados H diferen as no n mero de entrevistados entre os conjuntos habitacionais pesquisados decorrentes de particularidades e configura es pr prias Para a segunda frente de pesquisa em que n o foram realizadas entrevistas optou se pela sele o de uma amostra com certa heterogeneidade de estilos idades e modelos chegando a englobar moradias com configura es visuais bastante
127. ais e recursos tecnol gicos aplicados se transformaram at chegar ao que se utiliza atualmente com materiais que em grande monta s o provenientes da industrializa o diferente do que se fazia em 1921 em que as pessoas utilizavam se principalmente de t cnicas manuais de fabrica o Fator importante considerado em muitos per odos da hist ria das portas al m da ornamenta o e identifica o de valores culturais a durabilidade e resist ncia das mesmas considerando se sua fun o de proteger a integridade de pessoas e bens dentro das edifica es Ainda que a vida das edifica es possa ser breve como em culturas n mades por exemplo comumente requer se que uma porta vede a habita o contra intemp ries e contra a entrada indesejada de animais e ou pessoas tamb m o caso da maior parte das habita es ind genas cujas portas assim como a moradia s o constru das a partir de materiais naturais locais que n o se mant m em boas condi es funcionais por muito tempo por serem pouco dur veis a exemplo da taquara o cip folhas de rvores nativas madeiras finas dentre outras Na Figura 13 em imagem do Museu Paranaense poss vel observar a porta de uma habita o de ndios Kaigang em Jata no Norte Pioneiro Paranaense a 207 quil metros da Capital em fotografia do ano de 1920 54 s gt Du d Figura 13 Detalhe de porta de moradia de habita o Kaigang Fonte Dispon vel em lt http
128. al que n o v pintar ela de branco ou de qualquer outra cor que seja pr quem quer passar um verniz ou selador para que tenha a beleza da rvore l na porta com suas diferen as de tonalidades Isso sempre sofre uma varia o Vou te dar um exemplo n s come amos o ano com duas madeiras disposi o que seria o tauari e o corupix E da metade do ano agora em diante do tauari foi suspensa a venda e s estamos com o corupix em madeira natural para porta interna Para porta externa a gente tem duas madeiras diferentes o cedro arana e o Jequitib O corupix uma madeira nativa mas s o de florestas permitidas pelo IBAMA para que seja feito o corte porque a madeira tamb m tem seu est gio a rvore tem sua vida e chega determinado ponto em que o IBAMA libera para o corte Isto para porta interna Cedro arana Jequitib porta externa Hoje 80 do que se vende porta para pintura branca ent o essas sim s o portas 100 reflorestamento Um exemplo uma porta branca que a gente representa ela tem o miolo interno totalmente de pinus tratado cozido com uma contracapa de MDF e ainda recebe um fundo prime que 50 do processo para pintura T m produtos que atingem as duas classes nessas mesmas madeiras Por m um exemplo que eu vou te dar uma porta de entrada pode ter 4 5cm de espessura que tem o valor 35 mais caro do que o padr o nacional que de 3 5cm de espessura O modelo da porta o mesmo a madeir
129. alor simb lico al m do valor de uso como acontece na arquitetura de um modo geral como conjunto de elementos que a comp em tais como as portas as janelas dentre outros Tais elementos comumente conjugam se s refer ncias culturais e modos de vida das pessoas que det m o poder de decis o em sua escolha baseada na Interpreta o dos artefatos levando se em conta tanto fatores objetivos por exemplo dimens es pre o dentre outros quanto subjetivos por exemplo valor de status dentre outros De acordo com Moreira e Caleffe 2006 ha uma discrep ncia entre o ideal e o real express o esta que auxilia na tarefa de investiga o de valores simb licos atribu dos s portas no cotidiano das pessoas visto que os artefatos escolhidos podem ser intencionalmente portadores de caracter sticas Interessantes ao propriet rio por m n o necessariamente condizentes com as necessidades e anseios de quem os utiliza no caso por exemplo de familiares do propriet rio do im vel ou locat rios As portas s o recursos materiais conjugados com o todo arquitet nico Elas podem fornecer informa es subjetivas gerando conex es interpreta es no tempo espa o contribuindo com a reprodu o e identifica o de refer ncias sociais e culturais distintivas 72 Estes artefatos s o recursos empregados tanto na satisfa o de necessidades funcionais b sicas como de controle de tr nsito entre espa os por exemplo bem c
130. am as vendas de materiais O pessoal vem louco para comprar s porque apareceu na televis o Hoje a febre a porta pivotante a mais procurada em in meros casos cada vez que aparece nos programas no dia seguinte triplicam as vendas uma coisa assim impressionante Quadro 8 Principais fatores que orientam as escolhas dos modelos de portas pelos clientes Fonte Jociel Baggio ago 2010 109 4 Categoria de an lise COMO OS AVAN OS TECNOL GICOS PODEM SER NOTADOS EM PORTAS Veja s antigamente se faziam portas somente de madeira maci a ent o imagina o quanto isso representou em rvores cortadas Hoje se faz uma casa um exemplo com duas portas de madeira maci a e o restante todas as outras s o portas internas n o maci as As internas sempre provenientes por total de madeira de reflorestamento ent o n o se derruba uma rvore nativa para faz las A externa s vezes at se derruba mas de madeira proveniente de matas legalizadas com documento Al m disso o processo fabril hoje em algumas das ind strias que a gente representa quase ningu m mais p e a m o na porta s equipamento s m quina Uma vez o processo era totalmente artesanal Vou te citar um exemplo a Pormade entra numa linha de produ o a porta tem condi o do in cio ao fim de ser feita produzida com alguns funcion rios cuidando de alguns equipamentos e ela pode chegar no final da linha j com duas dem os de verniz
131. ambientes aumentem a seguran a melhorem o conforto termo ac stico dentre outros como se pode observar nos conjuntos habitacionais pesquisados A Figura 53 apresenta uma vista a rea do conjunto Gurupi A pr pria localiza o do bairro e da vizinhan a j motivam os moradores a fazerem Interven es nas portas para viver em melhores condi es seja em termos de seguran a ou em busca de conforto Na vista a rea do Gurupi da Figura 53 observa se que ao lado esquerdo h uma escola cujo terreno cujo contorno est marcado com uma linha amarela acompanha toda a extens o no sentido do maior comprimento do conjunto habitacional cujo terreno tem seu contorno marcado em linhas vermelhas na mesma figura Segundo moradores entrevistados 159 algumas moradias t m o conforto ac stico prejudicado por causa de barulho proveniente desta escola Este um problema que tem motivado moradores a modificarem suas moradias buscando minimizar tal desconforto ac stico por m nem sempre alcan ando a solu o mais adequada E h casos em que reformas de certos ambientes acabam acentuando esse problema ac stico O morador do sobrado B17 por exemplo alterou a configura o de um dos quartos de modo a transform lo em closet por m o barulho vindo da escola aumentou depois desta modifica o justamente por causa da coloca o de uma porta neste v o visto que a porta oferece menor isolamento ac stico do que a alvenaria Fi
132. amente comuns nesta paisagem havendo certa predomin ncia destes modelos bem como tamb m s o encontrados com certa facilidade em lojas de portas do com rcio local Neste Quadro 14 est o especificadas as seguintes caracter sticas medidas m dias encontradas para cada tipo de porta acabamento o qual segundo a Norma Brasileira NBR 8037 da Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT pode ser qualquer tratamento dado s superf cies da porta com finalidades est ticas e ou conserva o material do qual feito a porta e seu tipo de abertura Os dados inseridos no Quadro 14 foram obtidos baseando se em observa es feitas na cidade de Curitiba pela autora desta pesquisa incluindo dados obtidos nos tr s conjuntos habitacionais pesquisados Os dados representam uma amostra de 149 portas cujos modelos tenham sido constatados em regi es distintas da cidade de maneira repetitiva DIMENS ES M DIAS MATERIAL E ACABAMENTO PVC CORES 90x210cm PRINCIPAIS BEGE MADEIRA OU COMPOSI O DE MACI A E COMPENSADA ENVERNIZADA OU PINTADA DE BRANCO F SCO 90x210cm MADEIRA COM ALMOFADAS ENVERNIZADA OU PINTADA DE BRANCO F SCO 90x210cm MADEIRA NATURAL MACI A COM ALMOFADAS ENVERNIZADA OU PINTADA EM CORES VARIADAS 90x210cm FERRO E VIDRO OU ALUM NIO E VIDRO NATURAL OU PINTADA DE BRANCO OU CINZA 90x210cm BRANCO CINZA E NATURAL MACI A NATURAL MACI A MODO
133. amente nos bairros Jardim das Am ricas Cajuru e Cap o da Imbuia Figuras 2 a 4 e na Figura 5 apresenta se a partir de vistas parciais fornecidas por imagens fotogr ficas os tr s conjuntos habitacionais pesquisados A E Figura 2 Planta de localiza o do residencial Isla Victoria no bairro Jardim das Am ricas Fonte Arquivo da SMU Curitiba PR 28 Figura 3 Planta de localiza o do residencial Gurupi no bairro Cajuru Fonte Arquivo da SMU Curitiba PR gm r j ne j Figura 4 Planta de localiza o do residencial Panamericano no bairro Cap o da Imbuia Fonte Arquivo da SMU Curitiba PR tn ME al Figura 5 Conjuntos habitacionais pesquisados Panamericano Gurupi e Isla Victoria Fonte Fotos de autoria pr pria 29 O l cus para a segunda frente de pesquisa compreende a identifica o de edifica es que atualmente servem ou j tenham servido como habita o em algum momento da hist ria utilizando se como l cus de pesquisa a rea urbana da cidade de Curitiba 1 5 2 Amostra Para a primeira frente de pesquisa em que foram realizadas entrevistas optou se pela sele o de uma amostra relativamente heterog nea em termos de idade escolaridade e g nero a partir de crit rios previamente definidos conforme sugere o MEDS NICOLACI DA COSTA 2007 As classes sociais das pessoas entrevistadas variaram entre A2 e E n o chegando a englobar pessoas de classe social m
134. an 2011 ENTREVISTADO G7 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 ENTREVISTADA G8 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 ENTREVISTADA G9 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan MORADORES DO CONJUNTO HABITACIONAL PANAMERICANO ENTREVISTADA P1 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira Curitiba 13 out 2010 ENTREVISTADA P2 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira Curitiba 13 out 2010 ENTREVISTADA P3 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira Curitiba 13 out 2010 ENTREVISTADA P4 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira Curitiba 13 out 2010 ENTREVISTADA P5 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira em 07 jan 2011 ENTREVISTADA P6 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira Curitiba 13 out 2010 ENTREVISTADO P7 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karim
135. anto adolescentes e adultos homens e mulheres Nas entrevistas os resultados apontam que quando a condi o financeira da pessoa permite lhe maior liberdade de escolha a quest o est tica tem um peso bastante grande Ainda com rela o quest o est tica por observa o o que se percebe tamb m que as pessoas mais cuidadosas com a pr pria apar ncia levando se em considera o itens aparentes como corte de cabelo tipo de vestu rio tipo de cal ados de bolsas e aquelas mais interessadas na obten o de informa es sobre moda e tend ncias geralmente s o mais preocupadas com a apar ncia da porta principalmente com a porta da entrada principal da moradia 197 Os modelos de ma anetas tamb m s o lembrados pelos clientes e aparecem nas respostas de seis moradores entrevistados como tendo valor funcional importante sendo tamb m associadas beleza e ao status Confirmando o entendimento de Sudjic 2010 p 21 que afirma serem os objetos capazes de sinalizar quem somos e o que n o somos podemos observar com rela o s portas por exemplo que n o s o apenas artefatos de uso pr tico do cotidiano pois s o portadoras de mensagens subjetivas e simbolizam os valores da sociedade dependendo da forma como forem associadas na vida das pessoas desta sociedade As inova es e recursos tecnol gicos na produ o industrial permitem a confec o em grande escala de elementos padronizados possibilitan
136. ara todos os entrevistados s o imprescind veis por conferirem privacidade s pessoas Por sua vez as portas dos quartos receberam menor nfase Mesmo que se tome como exemplo a forma usual de utiliza o das portas ainda assim v o existir in meras experi ncias de intera o variadas formas de uso das portas Por exemplo a porta pode servir como um detalhe de ornamenta o da moradia agindo como algo que define ou aponta limites que avisa as pessoas sobre a mudan a de ambiente de social para outras reas mais restritas sem significar por m uma barreira que impossibilite a passagem de pessoas ou coisas como acontece na Figura 59 esquerda em que a moradora instalou uma esp cie de divis ria talvez uma esp cie de porta ou cortina de mi angas combinando com o mesmo tom de azul das portas externas de sua moradia possibilitando alertar ao visitante que ali come a uma parte mais restrita da moradia de uso preferencial dos moradores ou pessoas mais ntimas ou somente e porque n o servindo simplesmente como ornamenta o fo vigi Maj et aeaee l TTT TTT TTT i Haji ii Hii Tr piada d piji i Re TRT bi dous Lidas ot Figura 59 Varia es de uso de portas Fotos de autoria pr pria 172 Em portas desta moradia do conjunto habitacional Gurupi percebe se o uso da cor de forma mais intensa em um tom de azul vibrante diferenciando se do modo de usar a cor na maioria das moradias pesquis
137. as 134 O resultado encontrado na pesquisa junto aos entrevistados aponta para uma continuidade hist rica ao gosto pelas portas cuja configura o seja a tradicionalmente conhecida preferencialmente portas em madeira Independentemente das diferen as entre as classes econ micas sociais e n vel de escolaridade variam geralmente a configura o em termos de acabamentos bem como o tipo de abertura Principalmente conforme a classe social seja mais baixa destaca se a prefer ncia pelos acabamentos amadeirados com brilho e quando mais alta destaca se a prefer ncia por menos brilho Todos os c modos dos tr s conjuntos habitacionais possuem portas possibilitando o tr nsito entre ambientes vizinhos sala e cozinha cozinha e lavanderia lavanderia e churrasqueira banheiro e quarto quartos e hall de distribui o banheiros e hall de distribui o Nestes casos a porta tem fun o de organizadora de espa os servindo como agente de divis o de ambientes dentre outras fun es desej veis como para ventila o ou evitando a passagem de odores provenientes de cozinhas e de ru dos mantendo em maior sil ncio os quartos quando se deseja e desempenhando uma fun o indispens vel na opini o dos entrevistados que a de propiciar privacidade mediante o controle de acesso a ambientes como banheiros e quartos Na Figura 38 apresentam se duas plantas de uma mesma moradia do conjunto habitacional Gurupi sendo o desenho
138. as de suas moradias O resultado encontrado apresenta uma grande diversidade em termos de solu es materiais tipos de acabamentos modelos detalhes prefer ncias mostrando que as portas de moradias podem ser um indicativo emp rico de influ ncias tecnol gicas Sudjic 2010 p 21 afirma que os objetos s o nossa maneira de medir a passagem de nossas vidas S o o que usamos para nos definir para sinalizar quem somos e o que n o somos os artefatos que escolhemos usar em nosso dia a dia s o reflexos de nosso sistema cultural de nossas cren as e valores bem como de nossos recursos tecnol gicos 127 3 CONFIGURA ES USOS E SIGNIFICADOS DE PORTAS DE MORADIAS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA GURUPI E PANAMERICANO CURITIBA PR PROCEDIMENTOS AN LISE E INTERPRETA O DOS RESULTADOS 3 1 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS Este subcap tulo retoma conte dos apresentados no subcap tulo 1 5 relativo aos procedimentos metodol gicos dando in cio segunda parte deste trabalho correspondente pesquisa de campo seguido da interpreta o dos resultados e Base de pesquisa Investiga o acerca das rela es entre as pessoas e os artefatos produzidos por sua cultura tendo como principal motiva o compreender de modo mais aprofundado as inter rela es entre a tecnologia cultura e artefatos do cotidiano a partir da an lise de varia es de configura es usos e significados de portas de moradias e L
139. as encontradas com maior facilidade na cidade de Curitiba Fonte Fotos de autoria pr pria As semelhan as entre os modelos apresentados no Quadro 14 podem ser notadas no formato comumente retangular das portas feitas a partir de linhas retas no fato de que a maioria delas foi feita industrialmente na repeti o do padr o de acabamento em geral a 151 madeira se apresenta envernizada ou pintada de cores claras os vidros quando presentes ou s o transparentes e incolores ou s o jateados esbranqui ados As portas de ferro s o bastante comuns para a porta externa secund ria que d acesso da lavanderia para o exterior da moradia e vice versa Geralmente as portas externas seguem o padr o de cor de outras aberturas da moradia como janelas portas janelas port es basculantes de garagens Com rela o s configura es dentro de uma proposta de diferencia o existe na cidade de Curitiba a procura por portas antigas provenientes da demoli o de constru es seja pela sua diferencia o em termos hist ricos ou de medidas e materiais seja pela exclusividade dos modelos e entre outros pelo pre o geralmente baixo Na Figura 48 poss vel observar exemplos de portas provenientes principalmente de casarios e escolas antigas com varia es em termos de qualidade da madeira e padr o est tico venda em um com rcio do ramo de demoli o na cidade NA Figura 48 Portas dispon veis em com
140. as portas J tivemos que trocar principalmente o vidro que quebra f cil porque cai f cil A umidade da casa d problema nas portas porque elas emperram Em outro caso a entrevistada G3 relata Se eu tivesse condi o as externas eu gostaria de deixar mais bonitas com uma apar ncia melhor mas enquanto estiver funcionando eu acho que t o j n o vou modific las As portas podem ser motivo de insatisfa o ao revelarem aspectos que a relacionem com a precariedade da condi o de vida dos moradores com poucas possibilidades de disfarces al m da aplica o de camadas de tinta verniz ou outros revestimentos quando poss vel 184 Para outras pessoas a porta tem um significado social sendo o zelo e a maneira de utilizar se dela demonstra es de apre o e prest gio pela pessoa da visita como por exemplo preferindo destinar uma porta em especial para a atividade de receber visitas mesmo que este n o seja um ato corriqueiro em sua vida cotidiana como o caso de uma moradora do Gurupi Eu acho que toda casa tem uma porta importante a da sala onde voc recebe suas visitas mas como no meu caso eu n o recebo visita ent o eu s uso a porta que 22 eu entro da garagem para a lavanderia Desculpe voc entrou pela lavanderia Entrevistada G9 O entrevistado I7 atribui porta um significado social quando afirma que a porta uma passagem para os amigos irem sua casa e par
141. asculinas com menor n vel de detalhamento e demonstra o de menor conhecimento de novas tecnologias para portas embora estas caracter sticas n o sejam absolutas pesquisa mostra que independentemente da classe econ mica as pessoas dedicam aten o especial s portas de acesso da rua ao interior da moradia principalmente s que valorizam a fachada da casa pela qual geralmente s o recebidas as visitas existindo preocupa o com sua apresenta o e bom funcionamento 146 3 3 1 1 Varia es quanto a materiais e tipos de acabamento de portas Definir se a moradia ter portas quantas ser o onde se localizar o quais os tipos e materiais uma experi ncia estruturada em inten es ditadas basicamente pelo sistema sociocultural da pessoa que decide estas quest es como a moda os modelos ofertados pelo com rcio a necessidade dentre outros N o s o decis es constitu das apenas pelo gosto est tico por exemplo porque dependem de uma s rie de fatores inter relacionados para estarem bem adaptadas Os materiais mais comumente encontrados nas portas de moradias pesquisadas foram destacadamente a madeira e preferencialmente a imbuia seguida das portas de madeiras mistas e as de metal O tipo de acabamento mais comum a aplica o de verniz em portas de madeira deixando a madeira aparente Nestes casos o que varia a Intensidade do brilho do verniz Algumas pessoas gostam de verniz com brilho outras apenas
142. asileiro entre mimese e mesti agem SP Edgard Bl cher 2006 MOREIRA H CALEFFE L G Metodologia da pesquisa para professor pesquisador Rio de Janeiro DP amp A 2006 MULLER Werner VOGEL Gunther Architettura storia dell a architettura dalle origini all et contempor nea Tavole e testi Milano It lia Ulrico Hoepli Editore S p A 1992 NAVOLAR Jeferson D Diagn stico Palacete Ecl tico Le o J nior IAP INEPAR Curitiba PR 2000 NEUFFERT Ernst Arte de projetar em arquitetura principios normas e prescri es sobre constru o Instala es distribui o e programa de necessidades dimens es de edif cios locais e utens lios S o Paulo Gustavo Gili do Brasil 8 ed 1987 NICOLACI DA COSTA A M O campo da pesquisa qualitativa e o M todo de Explicita o do Discurso Subjacente MEDS Dispon vel em lt http www scielo br pdf prc v20n1 a09v20nl pdf gt Acesso em 11 maio 2010 ONO Maristela M Conclus es In ONO Maristela M Design e cultura sintonia essencial Curitiba Edi o da Autora 2006 p 981 1054 Maristela M Design e cultura sintonia essencial Curitiba Edi o da Autora 2006 ORTIZ Renato Reflex es sobre a p s modernidade o exemplo da arquitetura SP Revista Brasileira de Ci ncias Sociais 20 ed 2010 Dispon vel em lt http www anpocs org br portal publicacoes rbcs 00 20 rbcs20 10 htm gt Acesso em 24 mar 2011 PASSWORD K dictionaries Engli
143. ba Estado do Paran Brasil e sua rela o com as tecnologias e as diversidades culturais Com base no objetivo geral h a proposi o de objetivos espec ficos da pesquisa S o estes os seguintes e Investigar varia es de configura o usos e significados de portas de moradias e suas rela es com tecnologias e diversidade cultural nos contextos de moradias dos conjuntos habitacionais pesquisados em rela o ao projeto original das casas seja por substitui o e ou Interven o pelos moradores o Investigar como a tecnologia e a diversidade cultural t m se manifestado nas configura es usos e significados de portas de moradias pesquisando varia es de configura o usos e significados de portas de moradias em outros bairros da rea urbana da cidade de Curitiba al m dos tr s bairros da amostragem em que se deram as entrevistas Investigar a opini o e experi ncias de outras pessoas moradoras da cidade contando com a colabora o de arquitetos professores comerciantes de portas marceneiros fabricantes de portas dentre outros contribuindo com suas viv ncias e estudos acerca de configura es usos e significados de portas de moradias e O objetivo maior deste trabalho contribuir no processo de nos conhecermos para nos entendermos e nos entendermos para melhor projetar MORAES 2006 Nesta perspectiva organizam se os principais eixos te ricos e estrutura da disserta o apres
144. blemas de seguran a decorrentes da viol ncia e incid ncia de Invas es a domic lios no contexto de mercado que se pretende abranger que podem ser facilitadas pela quebra do vidro e posse das chaves que muitas vezes se encontram na fechadura da porta Uma entrevistada se queixa do modelo de porta externa que foi definida para sua moradia em fun o justamente de um ponto fraco do modelo escolhido quanto seguran a Olha a fun o das minhas portas hoje em dia a gente ficar trancada e os bandidos ficarem soltos E esta aqui da minha casa eu chaveio esta porta da sala e como ela tem vidro eu tiro a chave porque f cil o cara quebrar o cadeado do port o quebrar o vidro e tirar a chave Entrevistada G9 Conforme tenha sido observada expressiva varia o quanto a configura es materiais e tipos de acabamento de portas elaborou se o Quadro 14 a seguir ilustrando alguns tipos de portas externas identificadas nos conjuntos habitacionais pesquisados e nas ruas da cidade de Curitiba O objetivo de mesclar modelos de portas identificados nos conjuntos habitacionais pesquisados com outros modelos encontrados na cidade o de mostrar diversidade dentro do crit rio predomin ncia Assim sendo o crit rio de sele o dos modelos apresentados neste quadro foi o seguinte em meio multiplicidade de modelos e tipos de acabamentos encontrados os modelos selecionados foram localizados com certa facilidade sendo tipos relativ
145. btido ec ca esidenci Gl casa Bl 60 F Do lar E F B2 18 anos G2 casa B4 66 F Aposentada E F E 22 anos G3 casa B6 60 F Prof de Ingl s Gradua o C2 24 anos G4 casa B7 53 F no a E Ee Cl 12 anos confeiteira incompleto G5 casa B10 71 M Aposentado Gradua o A2 20 anos G6 casa B12 61 F RS EF C1 24 anos escola Aposentado e G7 casa B17 54 M pintor de E M B2 26 anos paredes G8 casa B14 70 F Aposentada E F Qr 25 anos Do lar G9 casa B20 56 F Gradua o B2 23 anos pensionista 131 Quadro 13 Perfil dos entrevistados grupo 3 conjunto habitacional Gurupi bairro Cajuru Fonte Quadro de autoria pr pria 3 3 AN LISE E INTERPRETA O DOS RESULTADOS 3 3 1 Diversidade de configura es de portas de moradias Importante esclarecer que o termo configura o utilizado nesta pesquisa adota o tratamento de Jean Baudrillard 2008 em O sistema dos objetos considerado como arranjo Neste livro o autor analisa culturas por meio da significa o de objetos do cotidiano observando que estes n o possuem apenas um valor de uso e um valor de troca mas tamb m um valor de signo determinante nas pr ticas de consumo O objeto faz sentido dependendo do meio cultural no qual se insere considerando se que funcional n o qualifica de modo algum aquilo que se adapta a um fim mas aquilo que se adapta a uma ordem ou a um sistema BAUDRILLARD 2008 p 69 Deste modo a an lise das configura es usos e significados
146. cano Figuras 41 e 42 se conservam mais fi is configura o das portas no projeto original comparativamente s moradias do conjunto Gurupi cujas altera es em termos de portas das moradias s o bastante expressivas Esta quest o pode ser justificada por v rios motivos um dos quais possivelmente o principal pelo fato de o conjunto Gurupi ser mais antigo com expedi o de alvar para o in cio de sua constru o em 1983 diferentemente do Panamericano que data de 1994 segundo informa es colhidas junto Secretaria Municipal de Urbanismo da cidade de Curitiba Al m disso a constru o do conjunto Panamericano foi feita de forma tal que n o deixou espa o excedente entre as moradias limitando poss veis interfer ncias nos projetos gt Do a Figura 41 Configura o de sobrados 159 1 159 2 159 3 159 4 do conjunto habitacional Panamericano no bairro Cap o da Imbuia Fonte Arquivo da SMU Curitiba PR 140 p il di PICA j E a Figura 42 Configura o de sobrados 123 a 123b 123 c do conjunto habitacional Panamericano no bairro Cap o da Imbuia Fonte Arquivo da SMU Curitiba PR Com rela o s diferen as de configura o no conjunto Panamericano houve um caso de morador que instalou uma porta sanfonada Figura 43 de PVC em um dos banheiros em um lugar em que antes n o havia porta Fez isto para evitar que seu gato entre no banheiro Escolheu a port
147. caracter sticas do p s modernismo s o a maior aten o 119 dada escala humana ao contexto de inser o do projeto aplica o de cores combatendo a uniformiza o do branco e escalas de cinza Ortiz confirma uma das caracter sticas do movimento p s modernista na arquitetura a recusa do primado da universaliza o das formas em detrimento de seus contextos ORTIZ 2010 p 2 As diferentes caracter sticas observadas em cada um desses movimentos arquitet nicos remetem s refer ncias socioculturais dominantes na poca e aos sistemas construtivos dispon veis em cada momento hist rico com suas limita es e particularidades At o s culo XVII a tecnologia dispon vel para fabrica o de portas utilizava basicamente o sistema artesanal de produ o No s culo XVIII quando teve In cio a Revolu o Industrial na Inglaterra promoveu se intensa mecaniza o e acelera o dos sistemas de produ o O aumento populacional trouxe maior demanda de produtos fato conjugado com o per odo que iniciou a produ o de mercadorias em s rie Predominou neste per odo no Brasil o estilo colonial como se verifica em portas da Casa Rom rio Martins na Figura 27 bastante robustas constru das em madeira sem entalhes arquitetura representa uma grande for a de express o transcendendo os objetivos puramente construtivos e pr ticos como os de oferecer abrigo e prote o Edificados em pocas distintas os exemplos de
148. clas culturais O fluxo migrat rio intercontinental n o o nico grande respons vel por impulsionar este processo de acultura o o processo de globaliza o e o desenvolvimento de recursos tecnol gicos tamb m agem de maneira muito intensa neste sentido sobretudo mediante os sistemas de comunica o com recursos da Inform tica Fonte http www curitiba parana net historia htm Acesso em 15 ago 2010 101 A caracter stica de heterogeneidade na arquitetura de Curitiba tem sido uma marca presente desde as primeiras manifesta es arquitet nicas qui devido ao tipo de coloniza o gerando um resultado arquitet nico multifacetado Diante deste conjunto de fatores propiciado em grande medida pelo desenvolvimento tecnol gico a substitui o do trabalho manual e a evolu o t cnica passaram a ser palavras de ordem nas f bricas Os sistemas adotados por pa ses capitalistas incentivaram a procura por mais conhecimentos t cnicos de modo a resultar em novos instrumentos e t cnicas para otimizar o processo produtivo e a lucratividade Contudo a fabrica o de artefatos por meio de maquin rio trouxe tamb m consigo a padroniza o produtiva levando desvaloriza o de modos tradicionais de produ o artesanal A padroniza o de modelos produzidos tamb m influenciou na gradativa descaracteriza o de sistemas tradicionais de produ o arraigados a culturas locais Nota se que na poca em que os imigrantes e
149. comercial escola dentre outras edifica es Sua utiliza o caiu em desuso na maior parte das constru es sobretudo devido ao rebaixamento da altura do p direito que anteriormente permitia este tipo de complemento para aumento da Ilumina o dos ambientes Os elementos apresentados s o os habitualmente utilizados quando se tratam de portas de moradias entendendo se que assim como a arquitetura as portas t m se apresentado sob variadas formas e modelos compondo um grande conjunto de padr es em grande diversidade de configura es usos e significados 2 2 A PORTA NA ARQUITETURA A vida um processo din mico que d espa o para que os processos de inventividade humana possam transformar os objetos de uso em grandes aliados propiciando mais praticidade conforto e organiza o din mica da vida em sociedade As pessoas s o dotadas de racioc nio fator que possibilita sua interfer ncia no meio ambiente em que vivem adequando o aos seus objetivos necessidades e anseios como o caso da arquitetura edificada por meio da transforma o do meio ambiente geralmente em prol do bem estar das pessoas A inventividade humana da qual somos dotados possibilita a cria o de diversos utilit rios como a porta para a arquitetura Ela o elemento que medeia por exemplo a Inser o e o tr nsito do homem em seu ambiente de habita o partindo do espa o p blico externo para o privado interno bem como
150. comerciante de portas de Curitiba relata sobre tend ncias evolu o tecnol gica e prefer ncias de consumidores com base em sua viv ncia e estudos Os dados fornecidos por Baggio est o organizados nos quadros mostrados a seguir organizados em quatro categorias de an lise sendo estas 1 caracter sticas das portas preferidas por consumidores classe A Quadro 6 2 caracter sticas das portas preferidas por consumidores classe B Quadro 7 3 principais fatores que orientam as escolhas dos modelos de portas pelos clientes Quadro 8 4 como os avan os tecnol gicos podem ser notados em portas Quadro 9 107 1 Categoria de an lise CARACTER STICAS DAS PORTAS PREFERIDAS POR CONSUMIDORES CLASSE A Ent o para a classe A as portas s o geralmente bem trabalhadas frisadas com detalhes diferentes Um exemplo o batente da porta ou o caixilho como costuma se dizer com borracha de veda o as guarni es ou vistas mais largas com detalhes com s culos que s o aqueles pezinhos que v o embaixo ent o a cabeceira de vista geralmente mais largas do que o normal tamb m para que se tenha um diferencial E geralmente a classe A vem com projeto arquitet nico Para que a porta dele seja frisada ou com detalhes exclusivos n o um produto que a gente tem em s rie em linha S o feitos exclusivamente para aquele cliente Para quem quer madeira natural quem quer uma porta com padr o natur
151. conjunto habitacional Isla Victoria PORTA INTERNA EM MADEIRA PADR O IMBUIA PORTA JANELA EM METAL BRANCO Figura 65 Planta original do piso superior conjunto habitacional Isla Victoria Fonte Projeto arquitet nico do piso superior original da resid ncia do entrevistado I3 no conjunto habitacional Isla Victoria PORTA INTERNA EM MADEIRA PADR O IMBUIA PORTA JANELA EM METAL BRANCO 178 PORTA EXTERNA EM MADEIRA PADR O IMBUIA A TIITISITA e eo a a a M IMI Figura 66 Planta alterada do piso t rreo conjunto habitacional Iisla Victoria Fonte Representa o pela autora da modifica o realizada no piso t rreo pelo entrevistado I3 a partir do projeto arquitet nico original do conjunto habitacional IslaVictoria PORTA INTERNA EM MADEIRA PADR O IMBUIA PORTA JANELA EM METAL BRANCO Figura 67 Planta alterada do piso superior conjunto habitacional Isla Victoria Fonte Representa o pela autora da modifica o realizada no piso superior pelo entrevistado I3 a partir do projeto arquitet nico original do conjunto habitacional Isla Victoria Em uma das moradias do conjunto Isla Victoria houve altera o da planta original e consequentemente na configura o de portas no piso superior deslocando o banheiro em frente escada para uma posi o junto ao banheiro da su te onde ficava o closet de um dos 179 quartos com a inten o de formar uma rea de estar aumentando a rea de passa
152. cuja dedica o compet ncia e orienta o foram fundamentais para a efetiva o deste trabalho Reporto me comunidade da Universidade Tecnol gica Federal do Paran UTFPR pelo apoio em especial aos professores e colaboradores do Programa de P s Gradua o em Tecnologia PPGTE ao professor Dr Domingos Leite Lima Filho s Professoras Dra Luciana Martha Silveira e Dra Marilda Pinheiro Lopes Queluz Agrade o a professora La ze M rcia Porto Alegre e aos professores M rio Lopes Amorim e Eduardo Leite Kriiger que compuseram a comiss o para obten o da bolsa de estudos e Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES pelo apoio neste trabalho A todos os colegas do programa gostaria de externar minha satisfa o de podermos conviver durante a realiza o dos estudos e pesquisa de mestrado Gostaria de agradecer a gentil participa o das pessoas entrevistadas cujas contribui es geraram resultados importantes na elabora o desta pesquisa Agrade o s pesquisadoras professoras da banca examinadora Dra Josilena Gon alves Dra Mariuze Dunajski Mendes e Dra Mar lia Gomes de Carvalho pela aten o e contribui o dedicadas a este trabalho Eu sou feita de madeira Madeira mat ria morta Mas n o h coisa no mundo Mais viva do que uma porta Eu abro devagarinho Pra passar o menininho Eu abro bem com cuidado Pra passar o namorado Eu abro bem prazenteira Pra passar a cozinh
153. d ncia modernista da cidade a Casa Frederico Kirchgissner de 1930 Arquiteto nascido na Alemanha mas registrado no Brasil em 1899 Kirchg ssner construiu esta casa que causou forte impacto e rejei o por parte de moradores locais devido tradi o construtiva no per odo que privilegiava a arquitetura pitoresca de telhados inclinados e pequenas torres GNOATO 1997 p 7 Logo depois de terminada Kirchg ssner foi obrigado a modificar a quina de sua resid ncia onde a porta e as janelas laterais formavam uma cruz Figuras 34 e 35 pois muitas pessoas pensavam que era uma igreja e iam entrando DUDEQUE 2001 p 79 42 rs A casa Frederico Kirchgassner localiza se na Rua Jaime Reis esquina com a Rua 13 de Maio em Curitiba 117 Figura 30 Casa Frederico Kirchg ssner porta em cruz mais tarde substitu da Fonte Dudeque 2001 p 79 A Casa Frederico Kirchgassner uma Unidade de Interesse de Preserva o UIP e est tombada pelo Patrim nio Hist rico Estadual como uma das primeiras manifesta es da arquitetura moderna em Curitiba segundo o arquiteto Lu s Salvador Gnoato Figura 31 Casa Frederico Kirchgissner porta em arquitetura modernista do s culo XX Fonte Dudeque 2001 p 95 A porta de entrada principal da Casa Frederico Kirchg ssner na fachada de frente para a Rua Jaime Reis recebeu aplica es de molduras em madeira seguindo as linhas retas do projeto arq
154. da reconhecidamente importante para o grupo entrevistado valendo ressaltar que cada pessoa desenvolva suas prefer ncias est ticas com base em suas viv ncias e experi ncias pessoais As portas podem sofrer frequentes mudan as de apar ncia est tica mostrando se tamb m um produto que segue certas tend ncias muitas das quais influenciadas pelas m dias a exemplo das veiculadas por novelas assim como outros que s o substitu dos por novos mesmo que ainda desempenhem suas fun es pr ticas satisfatoriamente As portas confirmando o entendimento de L bach 2001 p 183 revelam tamb m valores est ticos aceitos por uma maioria preponderante de uma sociedade Seu resultado est tico baseia se em m ltiplos fatores como na din mica das pessoas na busca pelo novo nas press es econ micas sofridas na oferta de novos recursos tecnol gicos no desejo de identifica o com determinados estratos sociais e econ micos dentre outros A pesquisa indica existirem no es de diferencia o entre classes sociais manifestadas em portas residenciais imprimindo certa distin o entre sujeitos de distintas classes Estes n o raro associam sua decis o de escolha a variantes como o n vel econ mico e social a viv ncia pessoal referenciais culturais sendo relevantes tamb m vari veis como o g nero e a idade das pessoas entrevistadas na Interpreta o dos resultados As discuss es aqui apresentadas contribuem para a identi
155. dade de casas dos referidos conjuntos habitacionais propicia uma amostragem com diversidade representativa para a pesquisa de campo Influenciou a defini o do l cus de pesquisa o fato de que a constru o das casas destes conjuntos habitacionais segue um modelo padr o de projeto e execu o inclusive no que se refere especifica o de tipos e localiza o de portas o que possibilita a investiga o de altera es realizadas por moradores em vista da diversidade de necessidades e anseios Respaldando a defini o do l cus de pesquisa entre os conjuntos habitacionais analisados localizados em bairros vizinhos os tr s conjuntos habitacionais da amostra mesmo pr ximos possuem varia es com rela o demografia ndices de criminalidade e renda familiar Foram observadas varia es com rela o densidade demogr fica dos bairros da cidade de Curitiba considerando a popula o total de 1 890 272 habitantes 21 baseadas em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE conforme resultados do censo do ano 2000 a popula o do bairro Jardim das Am ricas estabelece se entre 25 e 75 habitantes por hectare do Cap o da Imbuia entre 25 e 150 habitantes por hectare e do Cajuru entre 25 e 300 habitantes por hectare o Foram observadas varia es com rela o renda m dia do chefe do domic lio no bairro Jardim das Am ricas predominantemente de 10 a 15 SM Cap o da Imb
156. das os estudos e discuss es sobre quest es do cotidiano envolvendo tecnologia cultura e artefatos t m sido crescentes Tais estudos e discuss es contribuem na Investiga o de refer ncias culturais e na compreens o de valores e h bitos de pessoas nas mais variadas pocas O car ter din mico da vida e de culturas gera diferentes e constantemente renovadas perspectivas de an lise No entanto por mais que a din mica da vida nos conduza por diferentes caminhos criando uma ampla diversidade de referenciais culturais o cotidiano de cada um de n s est intimamente marcado ao menos por um ponto em comum a utiliza o de artefatos nas atividades do dia a dia O desenvolvimento de tecnologias e de culturas tem acompanhado o da humanidade desde os prim rdios de sua exist ncia e os nossos mais long nquos antepassados pr hist ricos compreenderam a utilidade da transforma o e adapta o de elementos da natureza em artefatos de uso em seu cotidiano como ossos e pedras adaptados para servirem como instrumentos para ca a ataque e defesa dentre outros Visando ao interesse na aproxima o das rela es entre as pessoas e os artefatos produzidos por seus sistemas culturais transcorrem os estudos desenvolvidos nesta pesquisa tendo como principal motiva o o interesse em compreender de modo mais aprofundado as inter rela es entre tecnologia com suas m ltiplas manifesta es culturas e artefatos do cotidiano mais esp
157. das ao estilo de imigrantes italianos poloneses alem es entre outras descend ncias casas com propostas arquitet nicas ao estilo modernista moradias populares constru das de maneira improvisada e intuitiva algumas edificadas mesclando materiais de reaproveitamento sem projeto formal O resultado desta mescla de elementos e estilos arquitet nicos uma express o constru da sobre alicerces culturalmente edificados embora legitimador de desigualdades As desigualdades socioecon micas e culturais podem gerar est ticas discrepantes por m uma vez que todas as refer ncias t m sua import ncia na consolida o da cultura de uma sociedade pois a arquitetura frequentemente associada identidade cultural de um povo 45 n o se deve excluir nenhuma refer ncia A ideia de povo est relacionada n o somente ao ne o pa s como unidade pol tica mas com algo que produz sentidos um sistema de representa o cultural HALL 2006 p 49 com as quais as pessoas e seus s mbolos se inter relacionam dentro de seus sistemas de vida equilibrados ou com desigualdades sociais MM iii T AP de dE SIDI 3p Je dt dr gp de drar o dd O E O ay INICIA E X o an aa E a meo am Figura 10 Diferentes solu es est ticas em portas na arquitetura de Curitiba Fonte Fotos de autoria pr pria No Brasil como em outras culturas algumas constru es recebem maior destaque do que a maioria se
158. de forma o das sociedades humanas numa rela o de simbiose interdependente e din mica que acompanha o desenvolvimento dos indiv duos e grupos sociais expressando sua linguagem seus valores gestos e comportamentos enfim sua Identidade ONO 2006 p 3 Revela se ent o a cultura como um fator determinante na produ o de bens mediante recursos tecnol gicos uma vez que as necessidades e os anseios que dela emergem geram sistemas de artefatos E com o advento da padroniza o de processos produtivos auxiliada por uma s rie de inova es em utiliza o de recursos tecnol gicos substituiu se em grande parte e progressivamente o modo artesanal de produ o Inicialmente a produ o industrial tinha uma log stica de distribui o diferente da 98 que ocorreu na modernidade p s revolu o industrial quando se alterou a din mica de capta o de mat rias primas de fabrica o e distribui o de mercadoria para o mercado consumidor modificando inclusive o comportamento das pessoas visto o aumento da velocidade de troca de informa es ocorrido com o advento da comunica o em redes de informa es que t m contribu do na promo o do chamado processo de globaliza o O resultado percebido na acelera o da produ o de artefatos na redu o do tempo de produ o nos produtos com modelos padronizados e que podem ser transportados rapidamente por diferentes continentes possibilitando por
159. de origem francesa abrevia o de arts d coratifs Refere se a um estilo decorativo que se afirma nas artes pl sticas artes aplicadas design mobili rio decora o etc e arquitetura no entreguerras europeu RODRIGUES 1990 p 46 8 art nouveau do franc s arte nova Movimento art stico surgido na Europa no final do s culo XIX e in cio do XX essencialmene decorativo voltado arquitetura design e artes pl sticas RODRIGUES 1990 p 46 80 permanecendo ainda que com algumas modifica es mas lembrando a linguagem arquitet nica de outras pocas Almofadas bandeiras e front es entre outros s o elementos que t m sido repetidamente usados na arquitetura permanecendo inseridos em novos estilos mudando se os materiais por vezes sendo transportados por longas dist ncias quando originariamente oriundos de regi es distantes e adotados em outras culturas alcan ando resultados diferentes mesclando diversidades culturais As portas t m sido habitualmente utilizadas sob variadas formas e segundo o antrop logo Roque de Barros Laraia a coer ncia de um h bito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence LARAIA 2009 p 87 sendo que cada cultura tem uma l gica pr pria Assim existindo sistemas culturais com din micas pr prias s o alcan ados resultados diferentes em termos culturais Sob esta perspectiva a heran a cultural em arquitetura pode ser entendida como
160. de portas de moradias apresentas est o relacionadas ao contexto em que se apresentam nesta pesquisa Os dados relacionados a varia es da forma exterior das portas incluem acabamentos e acess rios como artefatos de decora o sinaliza o e seguran a que eventualmente tenham sido incorporados passando a fazer parte de sua configura o A configura o das portas de moradias analisadas segue um discurso programado e ajustado pelo tipo de projetos executados normalmente para sobrados mais atuais de dez doze anos de constru o no caso dos conjuntos de moradias do residencial Panamericano Gurupi e Isla Victoria Interpreta o dos fatores mais valorizados na configura o das portas das moradias pelos moradores entrevistados partiu principalmente da an lise das respostas a duas perguntas Em sua opini o qual a principal fun o das portas e Se pudesse escolher hoje como seria a porta dos seus sonhos Conforme foi poss vel observar na pesquisa de campo existem diferen as entre os tr s conjuntos habitacionais pesquisados Figura 5 p 28 que refletem a quest o das diferen as de poder aquisitivo dos moradores No conjunto Gurupi em rela o aos outros onde est o os moradores de renda mais baixa segundo o Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil aplicado na pesquisa e de menor grau de Instru o o que explica em parte a decis o 132 de protelar interfer ncias desejadas e
161. disserta o trata de inter rela es entre tecnologia cultura e fun es de portas de moradias levando em conta os contextos sociais em que se inserem e a diversidade cultural Destaca se assim sua relev ncia e representatividade no mbito da cultura e das rela es sociais e a necessidade da ado o de abordagens interdisciplinares em sua Investiga o possibilitada pelo Programa de P s gradua o em Tecnologia da Universidade Tecnol gica Federal do Paran Com a conclus o desta pesquisa almeja se contribuir para o aprofundamento no entendimento das a es e modos de vida da sociedade mediados pela intera o das pessoas com artefatos no cotidiano estabelecendo diversos usos significados e configura es 19 1 1 PROBLEMA DE PESQUISA O prop sito desta pesquisa buscar responder o seguinte problema Como as tecnologias e a diversidade cultural t m se manifestado nas configura es usos e significados de portas de moradias na cidade de Curitiba A partir do problema de pesquisa configura se o recorte tem tico a delimita o e os objetivos desta investiga o 1 2 OBJETIVOS O objetivo geral da pesquisa investigar varia es de configura o usos e significados de portas de moradias nos conjuntos habitacionais Isla Victoria situado no Bairro Jardim das Am ricas Gurupi situado no Bairro Cajuru e Panamericano no Bairro Cap o da Imbuia localizados em reas urbanas do munic pio de Curiti
162. distintas compreendendo desde as compostas de elementos construtivos mais sofisticados at as mais carentes al m dos modelos que formam o corpo principal da pesquisa primeira frente de pesquisa 1 Habita o unifamiliar em s rie caracteriza o de uso mais de 3 edifica es habitacionais isoladas agrupadas horizontalmente paralelas ou transversais ao alinhamento predial em n mero m ximo de 20 unidades PMC DECRETO N 183 2000 30 1 5 3 Roteiro de entrevistas O roteiro de entrevistas constante no Ap ndice D elaborado para a investiga o junto a moradores foi inicialmente composto de quinze perguntas das quais duas a sexta e a s tima foram consideradas apenas em moradias do conjunto habitacional Gurupi que apresentaram uma segunda porta de acesso entre a rua e a moradia sendo que no projeto original dos outros dois conjuntos habitacionais pesquisados n o ocorre esta situa o existindo apenas uma porta de liga o entre a rua e o Interior das moradias As perguntas que seguiram o roteiro de entrevistas com moradores dos conjuntos habitacionais t m car ter subjetivo buscando considera es sobre viv ncias particulares relacionadas s portas de suas moradias 1 5 4 Entrevistas Vale salientar que A rela o intersubjetiva entrevistador e entrevistado de fundamental import ncia para permitir o acesso aos significados atribu dos pelas pessoas aos eventos do mundo cujo produto fruto
163. do que muitas pessoas possuam artefatos com as mesmas especifica es e caracter sticas como no exemplo da Figura 72 em que observam se modelos de portas comumente encontradas no mercado de vendas Sobre o tipo de produ o em larga escala e a divulga o massiva dos produtos derivados Certeau observa que A cultura de massa tende para a homogeneiza o lei da produ o e difus o em grande escala apesar de ocultar esta tend ncia fundamental sob varia es superficiais destinadas a assentar a fic o de novos produtos CERTEAU 2009 p 341 Certeau faz uma cr tica com rela o homogeneiza o da produ o tend ncia esta que se consagra embora a presente pesquisa mostre a riqueza que se pode encontrar em termos de variedades de portas de moradias inclusive resultantes de interfer ncias de moradores em projetos originalmente padronizados que p e em quest o estrat gias industriais de produzir e vender o maior n mero de artefatos padronizados visando aumentar a produtividade e os lucros 198 Figura 72 Imagens de portas em com rcios da cidade de Curitiba Fonte Fotos de autoria pr pria Embora grande parte das ind strias caminhe na perspectiva da homogeneiza o h ainda um expressivo mercado consumidor interessado na aquisi o de produtos oriundos da fabrica o artesanal O resultado observado com rela o variedade de portas que independentemente das op es e dos in mero
164. e Massignan 211 Grassi Vieira em 13 out 2010 ENTREVISTADO P8 Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi 212 AP NDICES AP NDICE A LISTAGEM DAS EDIFICA ES ANALISADAS CONDOM NIO RESIDENCIAL ISLA VICTORIA Endere o Rua Coronel Alfredo Ferreira da Costa 373 Bairro Jardim das Am ricas cidade de Curitiba PR ENTREVISTADA IJ CASA 6 ENTREVISTADA D CASA 5 ENTREVISTADO JB CASA 7 ENTREVISTADO I4 CASA 7 ENTREVISTADO 15 CASA 8 ENTREVISTADA I6 CASA 1 ENTREVISTADO I7 CASA 1 CONDOM NIO RESIDENCIAL PANAMERICANO Endere o Rua Clotilde Gaspar Riquelme 123e 159 Bairro Cap o da Imbuia cidade de Curitiba PR ENTREVISTADA P1 CASA 123 ENTREVISTADA P2 CASA 123 A ENTREVISTADA P3 CASA 123 B ENTREVISTADA P4 CASA 159 3 ENTREVISTADA P5 CASA 159 10 ENTREVISTADO P6 CASA 159 6 ENTREVISTADO P7 CASA 123 A ENTREVISTADO P8 CASA 123 ENTREVISTADA P9 CASA 159 2 ENTREVISTADO P10 CASA 159 4 ENTREVISTADA P11 CASA 159 8 ENTREVISTADO P12 CASA 159 8 ENTREVISTADO P13 CASA 159 11 ENTREVISTADO P14 CASA 159 11 CONDOMINIO RESIDENCIAL GURUPI Endere o Rua Engenheiro Benedito M rio da Silva 125 Bairro Cajuru cidade de Curitiba PR ENTREVISTADA G1 CASA B1 ENTREVISTADA G2 CASA B4 ENTREVISTADA G3 CASA B6 ENTREVISTADA G4 CASA B7 ENTREVISTADO G5 CASA B10 ENTREVISTADA G6 CASA B12 ENTREVISTADA G7 CASA B17 ENTREVISTADO G8 CASA B14 ENTREVISTADA G9 CASA B20 213 AP ND
165. e da variedade das necessidades e cria es 204 humanas agu ou se o interesse pelo aprofundamento nos estudos socioculturais Deste modo recomenda se para futuras investiga es pesquisas mais aprofundadas sobre a arquitetura no cotidiano da cidade de Curitiba com entrevistas question rios e registros fotogr ficos incluindo pesquisa de artefatos como o mobili rio por exemplo A partir de pesquisas sobre a arquitetura e o mobili rio reconstroem se vis es sobre antigos h bitos que nos influenciam na atualidade sendo importantes para o resgate hist rico da cidade e de seus habitantes importante ainda destacar a potencialidade do estudo sobre os seguintes temas que versam sobre portas e sua rela o com as pessoas Portas do patrim nio arquitet nico do setor hist rico da cidade de Curitiba configura es usos e significados Linha hist rica do desenvolvimento tecnol gico e usos de portas no Brasil e Manifesta es de culturas imigrantes em portas residenciais na cidade de Curitiba Representa es de g nero em pictogramas de portas de banheiros p blicos Decis es do lar fatores na escolha de portas por homens e mulheres Longe de esgotar todas as possibilidades este trabalho permanece aberto para novos desdobramentos mesmo porque os valores culturais a meu ver tendem a caminhar junto com as modifica es dos valores humanos sendo portanto fonte inesgot vel de estudos REFER NCI
166. e lhes conferem o status de ecologicamente corretos S o produzidos geralmente a partir de p nus e eucalipto mat rias primas provenientes de reflorestamento sendo que a tecnologia aplicada na produ o destes pain is come a na sele o das mudas Inclusive no desenvolvimento de clones adequados ao ambiente e destina o da madeira Figura 26 Tecnologia de produ o de portas no s culo XXI Fonte Dispon vel em lt http www pormade com br gt Acesso em 26 jul 2010 113 A substitui o de antigas t cnicas artesanais de produ o inclusive no ramo de produ o de portas e os avan os alcan ados pelo desenvolvimento tecnol gico refletem se por exemplo na velocidade de produ o de portas industrializadas na possibilidade de produ o seriada na qualidade de acabamento permitida pelo uso de maquin rio preciso refletindo se inclusive na oferta de diferentes modelos de portas Ao integrar o uso de ferramentas e a aplica o de conhecimentos t cnicos a tecnologia tem se constitu do como um agente facilitador de variedades de portas interferindo na linguagem arquitet nica Exemplos disto s o a possibilidade de aumento expressivo no tamanho das portas os sistemas de trilhos e roldanas que suportam grandes portas de correr pinos de a o que suportam e fazem girar grandes portas pivotantes sendo esta maior amplitude um dos reflexos do movimento modernista ocorrido em v rias partes do mundo
167. e o suficiente e que tenha esta funcionalidade cumprida mesmo entende Ela est assegurando est entre aspas guardando a minha casa P11 145 Rela o das caracter sticas mais importantes apresentar apar ncia segura robusta ter bom tamanho ser bem feita qualidade da madeira ter boa funcionalidade ser bonita dar seguran a ter fechadura segura ter dispositivos de seguran a ser forte resistente TT T 0 10 20 30 Gr fico 2 Caracter sticas que se configuram como mais importantes em portas de moradias segundo os entrevistados Fonte Gr fico de autoria pr pria Independentemente de idade ou sexo entrevistados de todos os grupos fizeram considera es cada um sua maneira sobre a maneira de configurar a porta de forma eficiente quanto seguran a principalmente das portas que d o acesso parte externa da moradia que em suas opini es deveriam desempenhar de modo satisfat rio Assim quando questionados sobre quais as caracter sticas que consideram mais importantes em uma porta citaram dentre outras ser forte resistente apresentar uma apar ncia segura robustez e funcionalidade pr cuidar da sua casa durabilidade resist ncia Mesmo que quest es de g nero n o fossem inicialmente objetos deste estudo algumas respostas apontaram particularidades entre pessoas do sexo feminino e masculino basicamente na forma de express o das prefer ncias m
168. e pintura mais utilizados s o Decap marca os poros da madeira normalmente em tonalidade clara P tina confere ao m vel um aspecto envelhecido estriado numa nica cor ou mesclado Alvejado muito usado sobre o Pau Marfim confere ao m vel uma tonalidade clara esbranqui ada e homog nea Pergaminho confere ao m vel um aspecto de pergaminho Ebanizado uma simula o da cor da rvore bano nativa da frica confere ao m vel a tonalidade preta Marmorizado simula o m rmore Fonte Virmond M veis Dispon vel em lt http www virmond com sitenovo materiaprima asp gt Acesso em 11 maio 2011 AP NDICE O O HOMEM E SEUS S MBOLOS CARL JUNG 1964 Figura 79 Detalhe de porta na an lise de sonho por Jung 227 Fonte Dispon vel em lt http www scribd com doc 13158735 carl g jung o homem e seus simbolos gt Acesso em 29 mar 2011 Carl Jung ao escrever o livro O homem e seus s mbolos em 1964 analisou rela es entre o ser humano e seus s mbolos a partir dos sonhos das pessoas fazendo liga es e interpreta es entre o inconsciente e o consciente a partir dos s mbolos revelados nos sonhos Em um dos casos analisados por Jung trabalhada a imagem de um sonho em que aparece uma porta chave e fechadura entre outros s mbolos Na Figura 22 h a imagem desta porta retratada pelo artista quatrocentista flamenco Campin Sua avalia o a de que uma chave na fechadura pode
169. e suas caracter sticas Esta quest o revela um car ter bastante complexo sobre os significados dos artefatos cujas fun es n o est o hermeticamente determinadas podendo corresponder de maneiras diferentes s expectativas da sociedade que os utiliza Figura 70 Detalhe de puxadores para portas de moradias Fonte Foto de autoria pr pria Adotando se a estrat gia de an lise de que as portas seus elementos de composi o e outros artefatos do cotidiano podem ser emissores de significados portadores de mensagens subjetivas parte se para a an lise detalhada desta diversidade de significados percebida a partir das entrevistas realizadas com moradores dos conjuntos habitacionais Isla Victoria Gurupi e Panamericano cabendo ressaltar que n o est o esgotadas as possibilidades de an lise por tratar se de tema fundamentalmente complexo 186 Quanto resposta para a quest o de como seria a porta dos sonhos para os entrevistados um requisito bastante citado foi o material de fabrica o com vidro madeira maci a de metal O design tamb m importante com desenho que n o cansasse porta simples normal Outro quesito citado como importante foi a cor do material de acabamento das portas cinza prateado claro cor clara que n o can asse Quanto mais jovens os entrevistados mais aparece a tecnologia como um importante sistema na funcionalidade das portas As mulheres jov
170. ecificamente no que tange a varia es de configura es usos e significados de portas de moradias Optou se por estudar tais rela es a partir da an lise de portas compreendendo estudar sua rela o direta com a cultura sob uma perspectiva interpretativa entendendo se que este artefato um elemento de composi o arquitet nica representativo de culturas e de rela es sociais possibilitando amplas op es de pesquisa Conforme os tipos de portas dedicados s moradias apresentem forte liga o com o cotidiano da maior parte das pessoas optou se por estud las de forma particular mediante a Segundo o dicion rio Michaelis dispon vel em lt http www michaelis uol com br gt Acesso em 05 jan 2011 artefato a designa o dada a qualquer objeto produzido pelas artes mec nicas Significado de artefato do latim arte factus feito de arte CUNHA 1997 p 72 Produto ou obra do trabalho mec nico LAROUSSE 1992 p 88 Esta pesquisa adota o termo artefato preterindo o termo objeto por entender que artefato pode ter uma conota o mais abrangente Significado de objeto bem material fabricado para atender a determinado uso LAROUSSE 1992 p 797 17 percep o de grande leque de possibilidades de estudo inclusive no que tange aos significados que as portas de moradias possam representar para a sociedade dentro de seu sistema cultural A escolha das portas como foco desta pesquis
171. ecnologia foram conduzidas as reuni es com grupos de estudos possibilitarem formar boa base para edificar esta pesquisa Outro problema a ser vencido foi a timidez para entrevistar as pessoas Muito tempo foi desperdi ado ensaiando como abordar as pessoas e quando seria o momento e maneira adequados para a efetiva o das entrevistas Por motivos pessoais bater porta da moradia de um estranho com o objetivo de extrair dele informa es particulares foi um processo dif cil Outra barreira enfrentada durante a pesquisa foi que com a surpresa da solicita o de entrevista algumas pessoas se sentiram intimidadas e retra das assim as informa es prestadas muitas vezes constitu ram conte do escasso dificultando a obten o dos resultados desejados Por m a maioria das pessoas se mostrou bastante sol cita com rela o s entrevistas abrindo as portas de suas moradias para uma estranha que lhes fez perguntas sobre as quais possivelmente nunca tenham refletido antes inclusive fornecendo dados particulares como o fornecimento de informa o sobre o maior grau de instru o obtido Obs muitos entrevistados mostraram se desconfort veis ao responderem esta pergunta principalmente os que tinham um baixo grau de instru o As pessoas fizeram quest o de colaborar oferecendo a moradia para registros fotogr ficos indicando a escada para explora o das reas dos pisos superiores em demonstra o de acolhida pesquisadora
172. ectiva publicado pelo departamento de papel e celulose do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social BNDES apresenta se uma an lise da situa o do mercado brasileiro de pain is de madeira em 2008 afirmando que os pain is surgiram principalmente para atender a uma necessidade gerada pela escassez e pelo encarecimento da madeira maci a Mattos Gon alves Chagas 2008 p 122 Por quest es ecol gicas e ambientais o corte de rvores precisou ser repensado Foi necess rio o desenvolvimento de novos materiais uma vez que muitas madeiras de matas nativas utilizadas na fabrica o de portas tornaram se escassas sendo que alguns tipos de madeira foram extintos Em vista dessa problem tica passou a haver maior controle para a retirada de madeira nobre proveniente destas matas As madeiras industrializadas s o fabricadas a partir de madeira certificada ou reflorestada como o caso do p nus e do eucalipto que permitem a produ o de madeiras chapeadas aglomeradas compensadas que funcionam de maneira eficiente quando utilizadas na fabrica o de portas No entanto conforme a tecnologia empregada permite a produ o seriada em grande escala de produ o e com a utiliza o de cortes retos para melhor aproveitamento das chapas e do tempo destinado produ o a partir da produ o em escala industrial as portas ficaram com seus moldes mais parecidos embora ainda exista uma gama variada de modelos O cu
173. efer ncias est ticas uma vez que estas representa es sugerem certa intencionalidade por parte do propriet rio do im vel Uma vez disponibilizados pelo desenvolvimento tecnol gico os materiais podem passar por experimenta es primeiro para usos espec ficos para os quais foram desenvolvidos como as diversas ligas de metal por exemplo utilizadas na constru o civil sendo que desta experimenta o que se segue os materiais tecnol gicos acabam sendo empregados de forma mais ampla como neste caso das ligas met licas utilizadas tamb m nos acabamentos como em puxadores de portas dentre outros usos A tecnologia de materiais desenvolvidos ao longo da hist ria suas formas de aplica o e possibilidades de uso permitem arquitetura e seus elementos adotarem linguagens tecnol gicas ligadas ao seu tempo e que podem ser reconhecidas como fazendo parte de um contexto hist rico cultural Tomaz Tadeu da Silva 2007 p 47 adverte que o papel dos sistemas simb licos n o deve ser sobrepujado pela valoriza o excessiva das dificuldades materiais Neste sentido de que dificuldades econ micas n o s o empecilhos para a identifica o dentro de um sistema cultural ele afirma que Embora essas restri es econ micas e materiais possam ser muito importantes elas n o enfraquecem necessariamente o argumento sobre a centralidade dos sistemas simb licos ou classificat rios O gosto n o simplesmente determinado pela dispon
174. eira Eu abro de supet o Pra passar o capit o S n o abro pra essa gente Que diz a mim bem me importa Que se uma pessoa burra E burra como uma porta Eu sou muito inteligente Eu fecho a frente da casa Fecho a frente do quartel Fecho tudo nesse mundo S vivo aberta no c u A Porta Vinicius de Moraes 1975 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Mapa de localiza o dos bairros da amostragem sesseessssssssseeererresssssssssssssesee 21 Figura 2 Planta de localiza o do residencial Isla Victoria no bairro Jardim das AMECA a a E T E a 27 Figura 3 Planta de localiza o do residencial Gurupi no bairro Cajuru eeesessssseeeeesses 28 Figura 4 Planta de localiza o do residencial Panamericano no bairro Cap o da Imbuia 28 Figura 5 Conjuntos habitacionais Panamericano Gurupi e Isla Victoria 28 Figura 6 Estrutura do conjunto habitacional Isla Victoria em planta de situa o 3 Figura 7 Estrutura do conjunto habitacional Gurupi em planta de situa o 31 Figura 8 Estrutura do conjunto habitacional Panamericano em planta de situa o 32 Figura 9 Porta almofadada e porta com bandeira eeeeee ecc eee r eee 41 Figura 10 Diferentes solu es est ticas em portas na arquitetura de Curitiba 45 Figura 11 Arquitetura hist rica de Curitiba Palacete Wolf
175. eita Tais caracter sticas reportam se sobretudo porta externa principal da moradia Praticidade outro item bastante requisitado pelas pessoas entrevistadas em termos de funcionalidade de facilidade de abertura e fechamento A falta destas exig ncias e o inc modo que possa causar pode ser um fator de motiva o na substitui o de portas das moradias A pesquisa demonstra que mesmo n o os possuindo em suas portas entrevistados demonstram conhecimento de materiais tecnol gicos cuja utilidade poderia motivar a troca de portas de suas moradias como por exemplo os citados mediante a constata o dos seguintes problemas funcionais dificuldade de abertura da porta por meio de mecanismos tradicionais de fechamento para o qual foi sugerida a instala o de outra porta com mecanismos de f cil manuseio uma porta que abre e fecha sem voc abrir voc digita uma senha ao que se entende haver interesse em um meio de conseguir se a abertura e fechamento da porta com a utiliza o de equipamentos tecnol gicos que d em conta de minimizar dificuldades de abertura das portas outro fator que incomoda as pessoas a produ o de ru dos em momentos de abertura e fechamento As opini es variam consideravelmente com rela o s portas Para uma das entrevistadas 16 por exemplo a praticidade figura em terceiro lugar Para uma m e de fam lia vi va I2 importante que a porta apresente seguran a
176. elo diferente na novela n o demora uma semana para estar ligando para a loja para ver se j tem disposi o Um exemplo disso foram as portas frisadas que bombaram na novela Bel ssima Depois que apareceram l na novela essas portas frisadas tiraram o mercado de algumas outras como no caso das portas almofadadas molduradas mais tradicionais Na novela de agora a Passione se voc observar todas as portas do escrit rio da metal rgica do escrit rio do flat onde o personagem vivido por Toni Ramos reside atualmente s o pivotantes mesmo para uso Interno Sempre lembrando isso requer um espa o maior no v o da entrada porque um exemplo uma porta de 90cm se voc puser ela pivotante no m nimo voc vai perder 10cm Ela j vai ficar com 80cm a j vai ter dificuldade na passagem dos m veis porque o pino toma 10cm de espa o no minimo Quadro 7 Caracter sticas de portas preferidas por consumidores de classe B Fonte Jociel Baggio ago 2010 3 Categoria de an lise PRINCIPAIS FATORES QUE ORIENTAM AS ESCOLHAS DOS MODELOS DE PORTAS PELOS CLIENTES O primeiro ponto seriam os vendedores mesmo a indica o pr pria dos vendedores da loja Sabemos como funciona cada uma ent o fazemos perguntas b sicas para o cliente conseguimos identificar a necessidade e indicamos o melhor produto Tamb m cada vez que aparece uma novidade em realities shows assim como por exemplo o Big Brother triplic
177. elos para portas de moradias O artefato tanto pode reproduzir culturalmente a ordem sociocultural predominante como pode assumir caracter sticas mais particulares o caso por exemplo das portas de madeira com entalhes figurativos como as mostradas na Figura 20 na qual aparece do lado esquerdo um modelo dispon vel em com rcios de portas da cidade de Curitiba com representa o de palmeira e do lado direito porta de moradia do bairro Jardim das Am ricas tamb m com detalhe entalhado nos mesmos motivos N o se verificam muitos exemplares deste modelo de porta em moradias da cidade sendo ent o pouco comum mas presente Figura 20 Portas com entalhes figurativos em moradia e venda em com rcio de portas 85 Fonte Fotos de autoria pr pria Quando pensamos em um artefato nossa mente automaticamente ordena o pensamento de forma racional buscando na mem ria bases de refer ncia para entend lo Interpretando o com base em um sistema simb lico conhecido A percep o deste artefato depende da interpreta o de quem o percebe e esta percep o depende da bagagem cultural pessoal entendendo cultura de acordo com o pensamento de Laraia 1986 no qual a cultura como um sistema de s mbolos e significados extremamente diversificado Da a amplitude de significados que um artefato pode suscitar considerando a diversidade de conota es que o Imagin rio pode construir Laraia considera necess rio enfatizar que o
178. em algumas das moradias ampliando a rea constru da tamb m no piso superior posteriormente expedi o do alvar Observa se que o principal fator na defini o da porta de acesso da rua para o Interior da casa na amostra pesquisada baseia se na preocupa o com a resist ncia normalmente associada seguran a patrimonial seguido da import ncia atribu da apar ncia aparecendo tamb m nos resultados da pesquisa o interesse pela exclusividade sendo a marca do fabricante e o valor de mercado menos relevantes no quesito de refer ncia de qualidade para as classes econ micas Bl e B2 preponderantes na amostra 138 Alguns itens possuem significados distintos para as pessoas para algumas dar seguran a significa que a porta deve oferecer seguran a emocional enquanto que para outras seguran a f sica Embora n o tenha sido referenciada pela maioria das pessoas entrevistadas outra quest o est diretamente relacionada com a configura o das portas em termos de padr es de medida adotados por fabricantes e revendedores A preocupa o de algumas pessoas est justamente na rela o do tamanho das portas e de sua mob lia de coisas que precisam passar pelos v os das portas Mencionou se por exemplo a necessidade de que as portas tenham um tamanho adequado que tenham bom tamanho adequado s caracter sticas da arquitetura da casa entrevistada P11 E ainda um problema vivenciado na rela
179. em massa Da resulta o comportamento do usu rio ante o produto Antes os objetos de uso eram fabricados por processos manuais A atitude do usu rio frente os produtos era diferente At a metade do s culo XIX os objetos de uso eram fabricados principalmente m o LOBACH 2001 p 36 Si deve comprendere che ogni architettura legata al proprio tempo cui deve le proprie ragioni che essa si pu manifestare soltanto in compiti vivi e con 1 mezzi della propria 56 epoca In nessuna epoca mai stato diversamente Mies van der Rohe 1924 apud M LLER VOGEL 1974 p 59 Como afirma Mies van der Rohe idem existe liga o entre a arquitetura e o seu tempo bem como existe liga o de cada poca com as raz es construtivas Assim tamb m podemos pensar na exist ncia das portas como sendo elementos cujas necessidades s o promovidas pela cultura sendo fundamento das significa es na arquitetura A hist ria das portas na arquitetura pode ser contada tanto por suas fun es distintas tipos de materiais e modos de fabrica o sua apar ncia varia o de medidas quanto pelas diferen as e semelhan as de sua localiza o na constru o Reis Filho 1987 p 159 relata a evolu o do quadro arquitet nico brasileiro durante o s culo XIX As paredes eram normalmente constru das de alvenaria de tijolo e cal Essa modifica o antes as paredes eram constru das com cerca de 60 cm sendo que as internas
180. em material bibliogr fico ou em meio eletr nico a partir de sites de pesquisa As figuras constantes na disserta o fazem parte da pesquisa iconogr fica sendo que parte delas foi extra da de bibliografia e parte foi fotografada in loco registrando moradias da amostra de entrevistados bem como outras moradias da cidade de Curitiba que s o citadas na pesquisa 1 5 6 Estrat gia de an lise Os dados coletados a partir de observa es in loco e entrevistas com moradores dos conjuntos habitacionais estudados visam proporcionar uma base para discuss o sobre configura es usos e significados de portas de moradias procurando identificar diferen as e semelhan as de modo a nos aproximarmos das percep es que regem as escolhas e eventuais Interven es destas pessoas resultando num importante recurso investigativo tendo como base a cultura no contexto de sua diversidade Dando in cio aos procedimentos de pesquisa de campo foram identificados os perfis dos entrevistados organizados nos Quadros 11 a 13 localizados na segunda parte desta pesquisa referente a pesquisa de campo Tendo sido efetivadas as entrevistas adotou se a estrat gia de an lise das informa es prestadas por moradores a partir da sele o dos dados considerados individualmente da seguinte forma 1 configura o organiza o dos dados relacionados s varia es f sicas da amostra fatores mais valorizados n vel de import ncia fatores cons
181. enda da regi o investigada no bairro Jardim das Am ricas soube se que existe a demanda por m segundo o propriet rio sempre que houve negocia o foi sob influ ncia de arquitetos contratados pelo cliente para o projeto de decora o da resid ncia Ainda segundo o mesmo as portas de demoli o s o vistas como artigo exc ntrico e representam um gosto est tico de categorias mais intelectualizadas que buscam maior diferencia o n o importando o custo mais elevado em rela o ao mais comumente praticado no mercado Em geral s o portas fora do padr o de medidas usualmente adotado para v o de porta de entrada principal que de 80 ou 90 cm de largura por 2 10m de altura sendo geralmente mais largas Sobre a procura por modelos de portas diferenciadas daquelas existentes em linhas de fabrica o como as portas feitas em madeira maci a com modelos espec ficos medidas fora de padr o um comerciante entrevistado comenta que o forte a maior parte das vendas de portas feitas fora da linha de fabrica o para condom nios com casas de alto padr o ou seja o custo mais alto geralmente uma restri o para o cliente que estabelece o pre o como um crit rio de sele o das portas da moradia A percep o do status atribu do ao artefato pode relacionar se vis o de Bourdieu ao analisar a linha sempre incerta e historicamente mut vel que separa o mundo dos objetos t cnicos e o mundo dos objetos e
182. ens das classes Bl e B2 entrevistadas valorizam bastante a praticidade e a beleza das portas Os homens entrevistados demonstraram ser bastante convencionais na defini o das portas para suas moradias observando se como exemplo o coment rio do entrevistado G7 Da cor de madeira mesmo e de prefer ncia uma madeira boa de lei pesada para deixar normal N o precisa ter detalhe pode ser lisa A madeira ainda o material de presen a mais forte na mem ria das pessoas entrevistadas no que diz respeito s portas de moradias embora haja novos produtos no mercado feitos base de ligas de metal materiais termopl sticos vidros de alta resist ncia dentre outros Observa se que as pessoas adultas entrevistadas t m forte na mem ria a refer ncia cultural de portas de madeira fato que acreditamos ser resultante da cultura dos imigrantes europeus que chegaram no Paran de maneira mais intensa no final do s culo XIX e que deixaram um expressivo legado em termos de arquitetura de madeira As an lises dos resultados encontrados apontam o aumento gradativo da aplica o de materiais resultantes do desenvolvimento tecnol gico das ind strias madeireiras em conjunto com as ind strias qu micas mec nicas entre outras que t m sido amplamente adotados pelo mercado produtor e consumidor nacional como no caso dos materiais pr compostos Os materiais resultantes deste desenvolvimento t m sido aceitos pelos consumidores de manei
183. entados a seguir 20 1 3 DELIMITA O DA PESQUISA Investiga o acerca das configura es caracter sticas presentes nas portas tais como materiais utilizados em sua composi o desenhos formas dimens es tipos de acabamentos elementos aplicados fechaduras dobradi as molduras dentre outros e dos modos de uso e significados das portas de moradias exigiu um recorte que delimitasse a abrang ncia e extens o do conte do da pesquisa considerando se como principais determinantes a amplitude do tema a grande quantidade de moradias na cidade de Curitiba bem como o fator tempo A delimita o do l cus de pesquisa e defini o da popula o da an lise sobre as portas definiu se em torno da investiga o em duas frentes de pesquisa a primeira teve a colabora o de informa es prestadas por tr s grupos de entrevistados tendo participado moradores do conjunto habitacional Isla Victoria no bairro Jardim das Am ricas em Curitiba PR sendo a pesquisadora moradora deste conjunto e moradores dos conjuntos habitacionais Gurupi e Panamericano localizados respectivamente nos bairros Cajuru e Cap o da Imbuia tamb m em Curitiba PR Esta delimita o foi decidida especialmente com base nos seguintes motivos As moradias analisadas na amostra de pesquisa fazem parte de conjuntos habitacionais oferecendo um n mero expressivo de moradias concentradas na mesma localiza o em condom nios sendo que a quanti
184. ente como hoje deitar aqui no sof e deixar a porta aberta Mas infelizmente isso a gente n o pode muito n o A gente j teve bastante surpresa aqui no bairro Entrevistada P15 Em geral os entrevistados do Isla Victoria destacam como principal motivo para a substitui o de portas de suas moradias os problemas de falta de seguran a com rela o a eventuais invas es moradia fator de preocupa o de todos os entrevistados em maior ou menor grau Para a maior parte das pessoas entrevistadas o principal objetivo da substitui o de portas a busca de maior seguran a sobretudo na rea de acesso principal externo interno Embora existam outras portas al m daquela da frente da moradia que possibilitam tamb m o acesso entre exterior e interior podendo tamb m oferecer risco aos moradores no caso de invas es nota se que as portas que ficam em outros locais que n o na rea social n o foram mencionadas por nenhum dos entrevistados Inclusive no que diz respeito exist ncia de tipos diferentes de portas nas moradias surpreendentemente a maioria respondeu que n o havia embora se constatassem portas distintas como as amplas portas de correr presentes tanto no piso t rreo quanto no piso dos quartos As pessoas lembraram se mais facilmente das portas localizadas nas paredes externas e da parte da frente da moradia sendo geralmente mais lembradas as de abrir com uma folha simples S o menos mencionadas as por
185. entrevista gravada com base no protocolo do Ap ndice D Fizeram parte do grupo de entrevistados os moradores dos conjuntos habitacionais pesquisados que se dispuseram a participar da entrevista buscando se em dias de semana e em hor rios em que um n mero maior de moradores estivesse em casa Ao serem avisadas da grava o as pessoas tenderam a se sentir inicialmente relativamente constrangidas por m a maioria n o se negou a participar Sempre que poss vel procurou se realizar cada entrevista individualmente de modo que as respostas de uns n o Interferissem ou influenciassem nas respostas de outros 37 2 A PORTA NA CULTURA DO COTIDIANO Na etimologia da palavra porta deriva do latim janua ou ianua que designa passagem entrada acesso JORGE 1995 p 21 O Dicion rio Aur lio FERREIRA 2004 p 400 a define como Abertura em parede ao n vel do ch o para dar entrada ou sa da Pe a de madeira ou de metal que gira sobre gonzos e fecha essa abertura Pe a com que se fecham certos m veis ve culos objetos etc maneira de porta E ainda em sentido figurado Ponto por onde se entra ou sai de algum lugar Meio de acesso dentre outros significados De acordo com o dicion rio Password 2007 p 143 porta em ingl s door definida como barreira geralmente articulada geralmente de madeira que fecha a entrada de um quarto uma casa etc E ainda em sentido figurado meios de
186. eocupa o com a efici ncia da seguran a oferecida pelas portas e a Instala o de dispositivos de seguran a Segundo informa es retiradas do site do IBGE que elabora oficialmente as estimativas municipais desde 1975 a estimativa populacional da capital paranaense cresceu 9 13 entre os anos 2000 e 2010 contando com os dados do ltimo censo realizado tendo passado de 1 587 315 habitantes no ano 2000 para 1 746 896 habitantes em 2010 medida que a popula o cresce muda a din mica da cidade e novos ritmos s o empregados em todos os setores como por exemplo no setor de transportes exigindo nova log stica das vias p blicas mudan a no transporte coletivo na constru o civil demandando a constru o de novas moradias sendo que estas mudan as s o refletidas tamb m em 2 Acess vel em lt http www ibge gob br gt Acesso em 23 mar 2011 82 aspectos socioculturais considerando os interc mbios ocorridos entre pessoas oriundas de outros estados ou pa ses Considerando se o aspecto do crescimento populacional os interc mbios de informa es ocorridos em decorr ncia das imigra es a facilidade da troca de informa es possibilitada pelas mudan as tecnol gicas ocorridas principalmente com o acesso comunica o facilitado pela internet a aproxima o de pessoas e produtos vindos de diferentes localidades possibilitada pela melhora nas condi es do transporte nacional s o grandes as transf
187. erceptivos condi es socioecon micas variam assim como o conhecimento acerca de tecnologia por exemplo A tecnologia tem se mostrado presente ao longo da trajet ria das portas embora nem sempre o artefato com tecnologia mais avan ada seja o melhor considerando se por exemplo o tipo de mat ria prima utilizada em pocas anteriores como a madeira maci a que costumava oferecer grande durabilidade e resist ncia s portas As mudan as ocorridas na tecnologia de produ o de portas refletiram se tamb m na din mica e organiza o dentro das f bricas desde o tipo de maquin rio utilizado e distribui o dos espa os e ilumina o a forma de estocagem do material pr e p s produ o at a modifica o dos ambientes de trabalho em fun o da redu o do n mero de empregados substitu dos em grande parte pelo trabalho mec nico Maci os investimentos em sistemas tecnol gicos t m reduzido nas ind strias a participa o humana na produ o embora sua capacidade de produzir portas com requinte e precis o substituindo a gradativamente pela mecaniza o Como exemplos de inova es tecnol gicas mostram se na Figura 26 pain is de madeira processados mecanicamente e estocados em f brica Estes pain is s o uma alternativa ao uso da madeira ma ica nativa podendo substitu la em diferentes usos como a fabrica o de m veis e pisos apresentando a vantagem de serem produzidos com madeiras de reflorestamento o qu
188. eses e outros europeus Como tradi o inventada entende se um conjunto de pr ticas normalmente reguladas por regras t cita ou abertamente aceitas tais pr ticas de natureza ritual ou simb lica visam inculcar certos valores e normas de comportamento atrav s da repeti o o que implica automaticamente uma continuidade em rela o ao passado HOBSBAWM e RANGER 2008 p 09 Este passado que os europeus trouxeram ao Brasil era pr prio destes colonizadores em cujas terras davam continuidade a certas pr ticas criando tradi es mas que n o era uma heran a autom tica para o Brasil visto que aqui os valores eram diferentes dos europeus Esse tipo de influ ncia trazida de terras estrangeiras acontece de forma bastante disseminada entre v rias culturas e n o s aqui no Brasil promovendo processos de hibrida o cultural CANCLINI 1995 Al m de fun es pr ticas que justificam a exist ncia do artefato materializado este assume tamb m fun es simb licas imateriais cuja import ncia reconhecida nas mais diversas culturas servindo como meio de diferencia o hier rquica social pol tica e econ mica de estilos de vida de identidades mediando narrativas biogr ficas de quem interage e ou utiliza o artefato diretamente assim como trazendo refer ncias culturais e 11 hist ricas das pocas de sua presen a no mundo em um contexto maior de representatividade social A escolha de portas pa
189. essoa a menos que seja feito algum esfor o Dist ncia p blica A partir de 3 60m Uma pessoa alerta pode adotar medidas evasivas ou defensivas se for amea ada HALL 2005 p 145 153 65 rela es referentes aos espa os pessoais Inclusive no que diz respeito ao uso compartilhado de espa os quando da utiliza o de portas de moradias s o moldadas pela cultura sendo que cada uma tem um padr o distinto de aceita o e valores que regem seu comportamento podendo mudar a forma dos indiv duos perceberem os espa os que os envolvem e entre si Hall 2005 p 201 afirma que cada cultura estabelece seu pr prio mecanismo de estabelecimento de dist ncia que este mecanismo faz parte de um complexo sistema de comportamento afirmando ainda que os padr es prox micos diferem de maneira que as rela es interpessoais sejam diferentes entre rabes americanos brasileiros europeus Percebendo o mundo de forma diferente cada cultura estrutura maneiras pr prias de se relacionar aceitando ou n o determinados aspectos do envolvimento interpessoal Assim por exemplo segundo Hall 2005 os alem es preferem preservar sua esfera particular pr dios p blicos e particulares na Alemanha costumam ter portas duplas para isolamento ac stico do mesmo modo que muitos quartos de hotel Os alem es rejeitam portas fr geis e leves no trabalho preferem portas fechadas evitando envolvimento entre as pessoas ao
190. essoas em alcan ar os benef cios de certas caracter sticas mais espec ficas das portas pode gerar um custo maior do que o de uma porta para a entrada principal de resid ncias que seja padronizada Em geral as portas vendidas a pre os mais altos justificam se por fatores como emprego de madeira nobre caracter sticas de dureza e resist ncia dimens o e tipo de vidro e outros materiais dentre outros Portas fabricadas em madeira de categoria dura classifica o dada pela pr tica madeireira e da carpintaria tamb m chamada de madeiras maci as mais resistentes tra o e compress o como o corupix e o tauari ou madeira nobre como o angelim rosa e o cedro arana por suas caracter sticas s o vendidas a pre os mais altos comparativamente s outras fabricadas em madeiras de categoria macia ou mole menos nobres como a caixeta o pinus e o cedrinho ou feitas sob a composi o de madeiras no caso das portas mistas Para baratear o pre o do produto final algumas portas s o fabricadas com enxertos de madeiras diferentes feitas a partir de uma mistura de madeiras como as que podem ser vistas na Figura 33 em madeira mesclada com diferentes tonalidades Depois de instaladas estas portas podem ter a diferen a de cor de madeiras disfar ada por uma pintura cobrindo a madeira se o disfarce da qualidade do produto for desejado Figura 33 Portas em madeiras mistas Fonte Fotos de autoria pr pria Vale
191. eu acredito que isto avan o tecnol gico E a madeira a coisa mais importante porque aquilo que a gente estava falando hoje voc encontra portas de PVC de pl stico papel o ent o agente entende que acabaram as madeiras boas e o que sobrou proibido tirar o que eu acho que est certo proibir A gente acaba ganhando dinheiro com isso com a Imbuia que retirada de casar es antigos demolidos Ent o eu acho que o avan o tecnol gico 1sso a quest o da automatiza o e o material que passou de madeira boa para madeira ruim madeira de reflorestamento e os materiais sint ticos entrevistado C3 AP NDICE G COMENT RIO DA ENTREVISTADA G6 CLASSE C1 SOBRE COMO SERIA A PORTA DOS SEUS SONHOS Olha desde que ela fosse uma porta boa n o precisa ter detalhes Que nem eu vi uma l que era cheia de coqueiros n o faz a minha cabe a porque para limpar horr vel Ent o pode ser 218 uma porta lisa mas que seja de madeira uma porta bem boa da eu colocaria Na cor de madeira mesmo porque eu gosto muito do bege e marrom marrom a minha cor predileta eu acho muito lindo Eu n o faria branca n o jamais Jamais Porque eu n o gosto Dentro de casa eu quero a hora que eu puder pintar as paredes vai permanecer o branco mas portas eu queria de verniz todas elas todas todas envernizadas Eu gosto do brilho AP NDICE H COMENT RIO DA ENTREVISTADA G9 CLASSE
192. exemplo a uma pessoa da China utilizar o mesmo modelo de produto de outra pessoa do Brasil simultaneamente Dentro deste contexto a globaliza o apresenta se como um conjunto de processos de homogeneiza o e ao mesmo tempo de fragmenta o articulada do mundo que reordenam as diferen as e desigualdades sem suprimi las GARCIA CANCLINL 2003 p 44 e 45 A homogeneiza o como um aspecto da globaliza o pode ser verificada por exemplo quando moradores dos EUA Brasil e Europa podem consumir certos modelos de portas exportadas por meio do com rcio exterior e por outro lado manifesta se a diversidade uma vez que possivelmente aparecer o inser es que as diferenciar o umas das outras quando se reordenam suas configura es mediante altera es de acabamentos coloca o de acess rios por exemplo usos e significados em vista de diversidade cultural O entendimento sobre a ado o de sistemas de desenvolvimento globalizados compreende uma grande diversidade de interpreta es Maristela Ono observa que por um lado O processo de globaliza o tem promovido a homogeneiza o no design de produtos por meio da expans o de corpora es multinacionais da internacionaliza o da produ o e de recursos tecnol gicos das parcerias entre empresas e fornecedores e das commodities globais dentre outros fatores ONO 2006 p 994 E por outro lado promove se a diversifica o em vista das par
193. exemplo cuja preocupa o maior dos habitantes possa ser com rela o entrada indesejada de animais ou para o controle de intemp ries e tamb m considerando a quest o da inexist ncia de bens dentro deste tipo de moradia que possam ser furtados por seu valor econ mico Em Curitiba existe uma caracter stica local qual seja a necessidade do enfrentamento de baixas temperaturas no Inverno e conforme as configura es as portas das moradias podem ser utilizadas pelas pessoas como uma prote o contra o frio Para Laraia 2009 p 68 o modo de ver o mundo as aprecia es de ordem moral e valorativa os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais s o assim produtos de uma heran a cultural ou seja o resultado da opera o de uma determinada cultura E os artefatos como as portas fazem parte dessa heran a cultural e est o intimamente relacionados com os valores e condutas das pessoas que os utilizam A cultura est intrinsecamente relacionada ao modo de vida das sociedades em uma rela o din mica com seu meio e outras sociedades com as quais possa interagir criando sistemas de rela es fundamentando a constru o de identidades Segundo Cuche a identidade cultural de um grupo s pode ser compreendida ao se estudar suas rela es com os grupos vizinhos 2002 p 14 afirmando que a identidade tamb m se d na diferen a Os entendimentos sobre cultura s o diversos variando bastante entre
194. fachada da casa Outros treze por cento sentem se motivados a realizar interven es nas portas motivados por quest es est ticas a entrevistada I6 por exemplo gostaria de troc las Uma coisa que eu n o mexi depois que eu mudei foi nas portas Quero trocar todas Eu acho a porta da frente horr vel esta que est na casa aqui horr vel por qu Ah Eu n o sei ela t o uma porta comum Eu acho que a porta da frente devia dar diferenciamento na casa E a entrada a visita chega uma beleza aquela porta bonita toda trabalhada Os moradores da casa 1 iniciaram transforma es na moradia assim que adquiriam o im vel retirando a parede e a porta que ficavam entre a cozinha e as salas de estar e jantar substituindo a estrutura antiga por uma mureta divis ria motivados pela perspectiva de amplia o e integra o dos espa os considerando o relativamente grande n mero de familiares que frequentam a moradia Tamb m lixaram e pintaram de tinta branca fosca todas as portas da moradia Substitu ram a porta de liga o entre a cozinha e outros dois ambientes copa e churrasqueira Al m disso constru ram uma lavanderia em espa o separado do corpo da moradia anexando uma porta em alum nio pintado de branco No muro entre o jardim Interno e o jardim coletivo do conjunto habitacional inseriram uma porta de servi o A moradora da casa 5 substituiu a porta da lavanderia por causa do espa o que
195. fica o de pontos de vista de pessoas comuns que como tantas outras comp em o cen rio sociocultural da cidade de Curitiba Mesmo longe de representar um todo salienta se a import ncia de conhecer a diversidade cultural das pessoas e como esta se entrela a com narrativas biogr ficas de artefatos com os quais interagem em um modo de rela o que ao mesmo tempo adapta se atualiza se e se mant m em certa medida estruturando se e influenciando a cultura desde os primeiros momentos da vida das pessoas em seu habitat e as rela es sociais Esta pesquisa alcan a os objetivos pretendidos apresentando se a cultura como fator determinante na perspectiva de consumo de bens materiais para moradia enfatizando se o quanto a an lise de portas de moradias pode ser til para observar os modos de vida das pessoas em seu cotidiano que se expressam nas configura es usos e significa o dos artefatos por elas sendo influenciadas tamb m pelo contexto econ mico e sociocultural em que est o inseridas dentre outros fatores inter relacionados e interdependentes 201 As possibilidades de pesquisa sobre o tema n o est o aqui esgotadas podendo se contribuir e apontar para o desenvolvimento de outras pesquisas futuras 5 LIMITA ES E RECOMENDA ES PARA FUTURAS PESQUISAS Quanto ao desenvolvimento deste trabalho cabem algumas considera es De forma geral considera se que a metodologia utilizada foi adequada permitindo que os
196. fistica o rebuscamento simplicidade dentre outras As escolhas que fazemos para defini o dos artefatos que queremos e ou que podemos adquirir resultam da inter rela o de m ltiplas perspectivas tais como diferentes viv ncias e valores pessoais e possivelmente a fun o deste artefato n o se resuma utiliza o de suas potencialidades mais bvias A fun o pr tica do artefato algo que n o se pode definir com exclusividade e certeza uma vez que cada pessoa interpreta sua finalidade conforme suas pr prias conjecturas embora possa entender a fun o do objeto como nica Nosso objeto de pesquisa a porta um exemplo de complexidade funcional diante de todas as fun es b sicas ainda podemos encontrar outras por exemplo apesar de ela ser fundamentalmente um elemento que d passagem estabelece quando aberta um v o em que poss vel a perman ncia de algu m mesmo que breve Neste sentido em condi es normais a utiliza o das portas residenciais poder envolver algum tipo de rela o social entre indiv duos imposta pelas dimens es de seu v o e por suas fun es Por ser o ponto da fachada por onde s o recebidos aqueles que desejam se comunicar de alguma maneira com as pessoas que est o no interior ou exterior da moradia ou que nela desejam entrar ou sair tanto sua fun o quanto a delimita o do espa o de seu v o promove experimenta es de conviv ncia conforme provocam a diminui o das
197. fun o de perman ncia bastante utilizada a exemplo de situa es de conversas promovidas por encontros informais soleira da porta A porta e seu conjunto de elementos em conson ncia com diversos usos e costumes fomentam diferentes arranjos em diversas composi es Considerando se a porta como um artefato com o qual interagem pessoas em rela es sociais pode se esperar que tanto o 67 artefato quanto as intera es e rela es derivadas de cada cultura apresentem distin es e semelhan as A Figura 18 apresenta diferentes exemplos de rela es funcionais entre pessoas e portas apoiando a id ia de que a porta desempenha outras fun es al m das elementares podendo ser vista como um artefato que nos limites dos espa os desempenha importante papel em rela es sociais Ilustrando algumas possibilidades funcionais de perman ncia no espa o ou na proximidade da porta Este grupo de imagens foi intitulado pela autora como Porta como espa o e lugar A frase que d t tulo ao grupo de imagens tem como objetivo provocar o leitor do presente trabalho a refletir sobre a percep o desta outra condi o e ou fun o das portas e ou ainda sobre os elementos que as comp em Com base neste conjunto e seus arranjos socioespaciais foram selecionadas as imagens da Figura 14 Nestas imagens captadas na cidade de Curitiba refletem se cenas envolvendo portas em situa es espa os e ambientes familiares de diverso
198. gem entre a escada e os quartos Com base na pesquisa feita no conjunto Isla Victoria verifica se que as portas menos citadas com marca o na cor lil s nas Figuras 64 a 67 n o s o necessariamente menos funcionais do que outras Em um dos quartos por exemplo a porta janela possibilita o acesso sacada bem como assume a fun o de janela pela inexist ncia desta neste c modo espec fico no caso uma porta que tamb m precisa ser resistente Na sala do piso t rreo lugar em que se verifica a exist ncia de outra porta janela a import ncia maior est em proporcionar acesso ao jardim interno bem como em aumentar a luminosidade da sala por conter vidro Por m mesmo que as portas das figuras citadas tenham sua import ncia na distribui o dos ambientes verificou se existirem n veis diferentes de import ncia atribu da aos tipos de portas existentes nestas moradias Tamb m as portas de liga o entre a cozinha e a sala de estar sofreram interven es funcionais tendo sido eliminadas em duas das seis moradias do condom nio e conferindo maior amplitude aos ambientes de cozinha e estar No tico de uma das moradias retirou se a parede que o dividia em dois ambientes permanecendo apenas as paredes externas e as paredes do banheiro mantendo se tamb m a porta deste Uma pr tica bastante comum em projetos de conjuntos habitacionais de moradias unifamiliares a expedi o do alvar de constru o de projetos de sobrad
199. gnan G Tecnologia cultura e fun es de portas de moradias no cotidiano da sociedade configura es usos e significados 2011 226 f Disserta o Mestrado em Tecnologia Programa de P s Gradua o em Tecnologia Universidade Tecnol gica Federal do Paran Curitiba 2011 Esta disserta o de Mestrado tem como objetivo investigar inter rela es entre tecnologia cultura e fun es de portas de moradias no cotidiano da sociedade e suas manifesta es em configura es usos e significados Este trabalho parte do entendimento da porta como um artefato representativo da cultura e da tecnologia sujeito a assumir variadas configura es e mediar diversos usos e significa es A Investiga o parte da an lise de portas de casas padronizadas em seu projeto e constru o iniciais e substitui es e ou Interven es posteriores pelos moradores em vista de necessidades e anseios particulares A pesquisa de campo foi desenvolvida nos conjuntos habitacionais Gurupi localizado no bairro Cajuru conjunto habitacional Panamericano localizado no bairro Cap o da Imbuia e conjunto habitacional Isla Victoria localizado no bairro Jardim das Am ricas todos em Curitiba PR A pesquisa segue abordagem metodol gica de cunho qualitativo e natureza interpretativa idiogr fica n o experimental Os procedimentos metodol gicos incluem entrevistas semi estruturadas com moradores pesquisa bibliogr fica pesquisa iconogr fica e observa o
200. gradativos com grau de complexidade variado coexistindo sistemas distintos A iHouse empresa do brasileiro Leonardo Senna desenvolveu tecnologia especial projetada para portas residenciais servindo tamb m para reas comerciais que permite abrir as portas por leitura biom trica ou seja pela identifica o da impress o digital Figura 34 Basta colocar o dedo no leitor para se cadastrada a digital para acesso permitido liberar a abertura da fechadura A mesma tecnologia possibilita programar o cadastramento de digitais para acionar outras fun es como acender ou apagar luzes e ligar o ar condicionado Assim o cadastro de determinada digital pode ser programado por exemplo apenas para abrir a porta e de outra para abrir a porta e imediatamente ligar o ar condicionado subir a persiana e acender a ilumina o na intensidade previamente programada A campanha publicit ria desta tecnologia anuncia Antigamente uma das maiores alegrias de algu m era receber as chaves do apartamento Hoje descobrir que n o precisa de chaves Dispon vel em lt http w ww 1house com br gt Acesso em 05 jul 2010 H interesse crescente tanto da ind stria quanto do governo nacional em desenvolver tecnologia para a constru o civil Por este motivo s o desenvolvidos estudos e pesquisas feitas parcerias e elaborados crit rios e normas de seguran a como os estudos elaborados pelo Centro de Desenvolvimento e Documenta o da Habita
201. guns de seus atributos tais como a capacidade de conferir certa distin o social e status um produto cuja disponibilidade para comercializa o em maior escala relativamente recente com caracter sticas que indicam modernidade como as grandes dimens es a aus ncia ou pouca quantidade de detalhes decorativos geralmente sem almofadas nem entalhes Seu custo relativamente mais alto comparativamente maioria dos tipos de portas dispon veis no com rcio local portanto s o geralmente adquiridas por pessoas de poder aquisitivo suficientemente alto para possibilitar lhes a compra de um produto como este Comparando se o pre o de uma porta de abertura pivotante que pode custar a partir de R 500 00 na loja Balaroti de Curitiba com outra de bater com outra de caracter sticas semelhantes como tipo de acabamento e dimens es que pode ser encontrada a partir de R 200 00 na mesma loja nota se diferen a de pre o para mais da pivotante para a de abrir Portanto a porta pivotante poderia servir como s mbolo que comunicaria ao observador a mensagem de que o propriet rio de um im vel com este tipo de porta estaria em situa o socioecon mica superior m dia da popula o No momento da decis o de compra ou substitui o de portas de sua moradia a pessoa pode considerar dentre outros fatores que suas op es se adequem s suas expectativas de representa o considerando a implica o que as portas de
202. gura 53 Vista a rea do conjunto habitacional Gurupi no bairro Cajuru Fonte Dispon vel em lt http maps google com br gt Acesso em 15 dez 2010 Constatou se serem incomuns as substitui es de portas nos conjuntos habitacionais pesquisados Uma vez instaladas as portas nas moradias os entrevistados procuraram fazer poucas substitui es sendo que as moradias mais antigas do Gurupi com cerca de vinte e tr s anos de constru o na ocasi o da pesquisa t m apresentado problemas de durabilidade e avarias e a maior parte das portas que t m sido trocadas Em moradias do Isla Victoria a maior parte das interven es ocorridas deu se na rea de servi o seja na coloca o de mais portas seja na redistribui o de reas dispon veis no terreno da moradia como a rea externa anteriormente n o edificada e atualmente com constru es E ainda na substitui o de modelos existentes anteriormente motivada pela necessidade de maior prote o contra agentes externos pela necessidade de melhorar a 160 Ilumina o e ventila o na lavanderia bem como para melhor aproveitamento de espa os e constru o de outros espa os inexistentes no projeto original entre outras motiva es Sobre as caracter sticas mais importantes que uma porta deve apresentar verificam se opini es variadas como trancar ter robustez praticidade ser forte resistente apresentar uma apar ncia de robustez e seguran a ser bem f
203. gura 56 Desenho e foto da vista frontal original de sobrado do conjunto habitacional Isla Victoria 164 Fonte 1 Arquivo pessoal 2 Foto de autoria pr pria Um detalhe com rela o s portas chama a aten o nas fachadas as portas de entrada das moradias no piso t rreo n o seguem um padr o nico tanto em termos de modelo quanto de cor como pode ser verificado na Figura 57 Segundo os moradores a defini o das portas das moradias ficou a crit rio do pr prio construtor por m as cores foram definidas pelos moradores O construtor mesmo tendo seguido um projeto padr o para todas as moradias construlu as em pocas diferentes duas a duas especificando portas diferentes embora com as mesmas dimens es tendo escolhido a primeira na foto da esquerda em modelo mais sofisticado em madeira maci a com almofadas em relevo As portas escolhidas posteriormente s o de modelos encontrados no mercado por uma faixa de pre o menor feitas em madeiras mistas com almofadas em madeira aglomerada Este construtor concluiu a edifica o do primeiro par de moradias em 1994 e finalizou a constru o do terceiro par em 2005 Com esta diferen a de onze anos entre as obras o crit rio de compra das portas bem como de outros elementos das moradias pode ter se modificado qui influenciado por mudan as financeiras de mercado de interesses pessoais dentre outros motivos Figura 57 Tr s modelos diferentes de portas externas
204. ibilidade ou n o de recursos materiais Os fatores econ micos sozinhos sem a cultura n o s o determinantes 2007 p 48 A composi o de arquiteturas desenvolvidas em pocas distintas expressa os diferentes modos de fazer e de viver a arquitetura a exemplo dos detalhes que ornamentam as portas que comp em a fachada da antiga moradia de imigrantes poloneses Figura 12 cuja constru o anterior a 1921 originalmente localizada no bairro Port o De car ter rural quando de sua constru o em 1985 por m a casa foi transladada para a Rua Jos de Alencar no Alto da Rua XV e restaurada Atualmente sede do Instituto do Patrim nio hist rico e art stico Nacional IPHAN Estruturada em madeira a porta conta com a aplica o de duas cores distintas o verde para a estrutura mais robusta contando com almofadas em sua parte Inferior e o branco para a estrutura menos refor ada na qual se incluem detalhes em linhas 53 circulares conferindo delicadeza e mostrando esmero em sua elabora o Estas Interven es manifestam simbolismos observ veis atrav s da arquitetura contando parte da biografia do lugar conduzindo a uma visualiza o sobre as pessoas como viveram seus valores suas culturas seus Interesses que identificam sistemas culturais tod Arti A g a 1 Wi Figura 12 Detalhe de porta de moradia atualmente sede do IPHAN em Curitiba Fonte Fotos de autoria pr pria Os materi
205. idade de Curitiba al m dos tr s bairros da amostragem em que se deram as entrevistas buscando se identificar in loco ou por documenta o tanto modelos de portas mais comumente encontrados procurando se identific los por per odos hist ricos identificando a data de sua constru o a partir do endere o da moradia em dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Urbanismo SMU quanto modelos de portas de moradias de extremos socioecon micos como casas populares e moradias de alto padr o construtivo uma vez que estes extremos foram exclu dos do l cus de pesquisa da amostragem visto que o interesse maior da pesquisa est na identifica o de portas de moradias da m dia populacional 1 5 1 L cus de pesquisa O l cus para a primeira frente de pesquisa compreende habita es unifamiliares em s rie dos condom nios residenciais Isla Victoria localizado no Bairro Jardim das Am ricas Panamericano situado no Bairro Cap o da Imbuia e Gurupi localizado no Bairro Cajuru todos na rea urbana da cidade de Curitiba A Figura 1 a seguir representa um detalhe do mapa da cidade de Curitiba com destaque localiza o dos bairros da amostragem 27 Figura 1 Mapa de localiza o dos bairros da amostragem Fonte Dispon vel em lt http maps google com br gt Acesso em 15 dez 2010 A seguir apresentam se as plantas de localiza o dos condom nios residenciais Isla Victoria Gurupi e Panamericano respectiv
206. iderados na aquisi o percep o de durabilidade motiva o de troca 2 usos dados relacionados s fun es pr ticas 3 significados dados relacionados varia o em 34 significados das portas para as pessoas por exemplo moda status liga o simb lica Imagem pessoal personaliza o ornamenta o Essas categorias foram adotadas visando a um maior aprofundamento da discuss o dos resultados com compara es entre as respostas das pessoas evidenciando poss veis diferen as e semelhan as entre as configura es usos e significados de portas de moradias Cabe esclarecer inicialmente quanto ao conceito de status sua rela o com a Imagem social condi o social prest gio Faz parte dos c digos sociais culturalmente adquiridos sendo relativos a cada cultura n o permanecendo est ticos mas mudando no curso do tempo conforme s o alterados os valores reconhecidos socialmente como importantes O sistema simb lico presente no imagin rio da coletividade promove a cria o o de objetos desej veis posi es sociais desej veis ocupa es desej veis obedecendo l gica do lugar DE CERTEAU 2008 p 285 Quando a situa o de status da pessoa positiva isto significa que ela estabelece um bom estado de rela es segundo a l gica da sociedade em que est inserida Karl Martin Bolte apud L BACH 2001 p 95 define status como a posi o do homem em estruturas hierarquizadas com
207. ioriza fotos e desenhos de autoria pr pria por m incluem se tamb m imagens de autoria de terceiros A pesquisa CCEB Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil Desenvolvido pela ABEP Associa o Brasileira de Empresas de Pesquisa Renda familiar por classes Fonte Dispon vel em lt http www abep org novo cms utils filegenerate ashx 1d 46 gt Acesso em ago 2010 26 inclui ainda a an lise de materiais publicit rios sobre portas Im veis metais e dispositivos para portas As observa es de casas e suas portas foram feitas em vias urbanas da cidade de Curitiba por diversos bairros durante dois anos mar o 2009 a julho 2011 considerando se crit rios como antiguidade padroniza o repeti o e diferen as em termos de configura o e usos pela est tica hist ria ou contexto de inser o Quando em atendimento aos crit rios estabelecidos foram feitos registros por meio de fotografias tendo seus endere os imobili rios anotados de modo a permitir a identifica o da data de constru o do im vel junto Secretaria Municipal de Urbanismo de Curitiba SMU quando n o houvesse informa o dispon vel em outros meios Os procedimentos metodol gicos da pesquisa de campo incluem ainda identifica o de manifesta es de tecnologias e diversidades culturais a partir da pesquisa de varia es de configura o usos e significados de portas de moradias em outros bairros da rea urbana da c
208. is mescladas ado o de estilos pr prios e n o raro seguindo tamb m modelos trazidos de outras realidades de contextos diversos e com qualidade nem sempre a mais adequada A cidade de Curitiba apresenta uma mescla de estilos visualizada na arquitetura e seus elementos construtivos a exemplo das portas As Figuras 27 a 32 apresentam quatro exemplos de portas de moradias elaboradas em momentos diferentes da hist ria com o emprego de diferentes recursos tecnol gicos Casa Rom rio Martins Palacete Le o J nior Casa Frederico Kirchg ssner Edif cio na Rua Portugal de Frederico Kirchgassner refer ncias da arquitetura da cidade de Curitiba Constru da no s culo XVIII a Casa Rom rio Martins ilustrada na Figura 27 localiza se no Setor Hist rico da cidade de Curitiba lt lt a Re Figura 27 Porta de entrada principal Casa Rom rio Martins e porta interna Fonte Fotos de autoria pr pria Exemplar da arquitetura colonial portuguesa a edifica o foi utilizada como moradia at o in cio do s culo passado sendo considerada a casa mais antiga de Curitiba Al m de 115 servir como resid ncia foi ocupada tamb m para a ougue e armaz m de secos amp molhados sendo atualmente arquitetura p blica e n o mais residencial As portas bastante robustas feitas em madeira maci a com o topo em arco atualmente pintadas na cor verde t m poucos detalhes As ferragens s o refor adas de mod
209. isa identificar e interpretar dentro do contexto da amostra fatores determinantes no processo de escolha interfer ncias configura es usos e significa es particulares das portas de moradias com base em caracter sticas f sicas e culturais predominantes quando da observa o de portas nos contextos de uso e relatos das pessoas entrevistadas Essas entrevistas foram realizadas com base no M todo de Explicita o do Discurso Subjacente MEDS tratando se de um m todo entre outros qualitativos que usam entrevistas A coleta de dados do m todo MEDS realizada em encontros presenciais que tem como modelo as conversas cotidianas em contextos informais NICOLACI DA COSTA 2007 25 O MEDS apresenta sequ ncia de cinco fases que abrangem a sele o da amostra a constru o do roteiro de entrevista as entrevistas em si a transcri o de dados e a an lise dos dados coletados Foram seguidas as principais diretrizes do m todo em rela o s cinco fases como relatado nas sess es subsequentes O ap ndice B traz um question rio que foi aplicado aos moradores entrevistados com o objetivo de tra ar o perfil econ mico destas pessoas tendo como base de refer ncia o Crit rio de classifica o Econ mica Brasil CCEB Desenvolvido pela Associa o Brasileira de Empresas de Pesquisa ABEP o CCEB Quadro 1 estima o poder de compra das pessoas e fam lias urbanas n o pretendendo classificar a popula o em classes s
210. istribui o que venha a ser utilizado para tais fins sem limita o de tempo ou do n mero de utiliza es exibi es no Brasil ou no exterior por meio de qualquer meio de transporte de sinal ou suporte material existente ainda que n o dispon vel em territ rio nacional sendo certo que o material cujo uso ora autorizado destina se produ o de obra intelectual organizada e de titularidade de Karime Massignan Grassi Vieira conforme expresso na Lei 9 610 98 Lei de Direitos Autorais Na condi o de titular dos direitos patrimoniais de autor sobre as m dias impressas e digitais de que trata o presente Karime Massignan Grassi Vieira poder fazer uso de minha voz Imagem e informa es por mim a ela fornecidas em m dias impressas e digitais de cunho cient fico e cultural Para tanto poder a seu nico e exclusivo crit rio licenciar e ou ceder a terceiros no todo ou em parte seus direitos sobre os materiais n o cabendo a mim direito e ou remunera o a qualquer tempo e t tulo Curitiba de de 2011 Assinatura Nome Endere o CPF 217 AP NDICE E SOBRE A IMPORT NCIA DE REFOR AR A NECESSIDADE DE PESQUISAS VOLTADAS PARA A PRODU O BRASILEIRA EM TERMOS DE DESIGN Discutir o design brasileiro em sua contribui o hist rico cultural pode evidenciar como a quest o do que bem brasileiro num produto ou na comunica o visual num cartaz ou num m vel est emaranhado na compree
211. it Brasileiro da Constru o Civil CB 02 Empresas como por exemplo a BRASKEM que desenvolve resinas termopl sticas em pe as para a constru o civil e a WEIKU que produz esquadrias de PVC para portas e janelas relacionam se com os rg os acima citados buscando a qualidade dos produtos com base em pesquisas sobre os gostos e h bitos do brasileiro Dispon vel em lt http www braskem com br site portal braskem pt produtos e servicos boletins boletins tecnicos aspx gt Acesso em 05 jul 2010 Dispon vel em lt http www weiku com br site port weiku2006 tecnico vantagens php gt Acesso em 05 jul 2010 124 Segundo informa es prestadas pela arquiteta curitibana Fl via Rocha empresas como a BRASKEM do Grupo Odebrecht 1HOUSE de Leonardo Senna e a WEIKU Esquadrias procuram pesquisar o mercado consumidor brasileiro utilizando como uma de suas fontes de informa o os estudos efetuados dentro da USP pela CEDIPLAC S o ensaios e pesquisas elaboradas para melhorar produtos residenciais e n o apenas estes adequando os ao gosto e necessidades do consumidor brasileiro Segundo informa es da arquiteta a introdu o de esquadrias brancas em PVC para portas e janelas no mercado consumidor brasileiro precisou de muita pesquisa para aumentar sua aceita o O brasileiro e n o apenas do sul como tamb m do nordeste e sudeste do pa s mostrava prefer ncia pela madeira escura Fl via Roch
212. itet nicas Na Alemanha em 1936 o arquiteto Ernst Neuffert publicou a primeira de trinta e cinco edi es de uma esp cie de manual intitulado A arte de projetar em arquitetura elaborado para apoiar profissionais em obras t cnicas Dedicou um cap tulo especial para medidas e normas de utiliza o de portas e janelas tipos normas de instala o e medidas conveni ncias das disposi es sugeridas Figura 24 omeni Vira e Modulor Fonte Dispon vel em lt http coisasdaarquitetura wordpress com 2010 06 30 gt Acesso em jun 2010 Embora os italianos su os e alem es assim como outros tenham padr es de medidas corporais distintos entre si e de outros povos poss vel a utiliza o de refer ncias e medidas constantes nesses estudos visto que de modo geral a arquitetura segue comumente padr es de medidas mais universais do que particulares e espec ficas Vale observar que mesmo considerando as diferen as entre os povos foram necess rias sucessivas revis es e publica es de novas edi es da mencionada obra de Neuffert por causa da introdu o de novos e diferentes sistemas construtivos exigindo estudos detalhados das novas tecnologias e materiais 95 Diferentes medidas e propor es do corpo humano juntamente com as necessidades pr prias de cada sociedade como as clim ticas ou quest es ligadas seguran a por exemplo requerem provid ncias adequadas para as portas das moradias de modo
213. ja por seu car ter pol tico religioso ou na defesa de outros ideais nestes casos aufere se arquitetura ou a seus elementos certos detalhes como em portas de edifica es s quais se objetiva evidenciar ou atribuir grande import ncia como no caso de pal cios e casar es por exemplo Essas portas costumam ser constru das em materiais resistentes que possam dar longevidade ao artefato de modo que possam demonstrar valores como distin o identifica o de poder reconhecimento hier rquico e busca pela manuten o 46 de determinados valores dentro de um contexto econ mico pol tico e sociocultural que aceite este modelo como refer ncia importante O Palacete Wolf Figura 11 constru do pelo imigrante austr aco Fredolin Wolf em 1877 em Curitiba por exemplo representa uma manifesta o de poder por meio de artefatos constituindo se este um recurso para a identifica o de valores Figura 11 Arquitetura hist rica de Curitiba Palacete Wolf Fonte Fotos de autoria pr pria A est tica arquitet nica pode ser ricamente variada sendo os estilos comumente estabelecidos conforme tend ncias estas influenciadas pela cultura e pela sociedade em que se inserem E a porta Importante elemento arquitet nico tamb m segue tend ncias e segue influenciada pelos referenciais socioculturais e modos de vida Alguns estilos s o mais persistentes no tempo outros mais passageiros assim como a vida de uma edifica
214. l s que ela enferrujou Mas aquela fun o seguran a mesmo que a gente at coloca l um monte de trava porque eu tenho um medo danado de ladr o Entrevistada P3 Dentre os fatores mais valorizados na configura o das portas do conjunto Panamericano segundo a opini o dos entrevistados est o a prote o e a privacidade Os moradores de um modo geral sup em que as portas externas da entrada frontal de suas moradias s o de madeira maci a e para eles elas est o atendendo bem s fun es esperadas Na moradia ilustrada na Figura 45 embora a apar ncia da porta de correr da sacada do piso superior se harmonize esteticamente com o restante da arquitetura da moradia que explora a madeira natural como elemento de repeti o em sua composi o de portas janelas forros e sacadas ela est em situa o diferente da porta do t rreo Figura 45 ao lado direito por causa da transpar ncia e da relativa fragilidade oferecida pelo vidro Figura 45 ao lado esquerdo sendo este um ponto de preocupa o para os moradores Figura 45 Modelos de portas externas da parte frontal de moradias do conjunto habitacional Panamericano no padr o original Fonte Fotos de autoria pr pria Na Figura 45 ao lado esquerdo mostrada a porta janela existente em um dos quartos padr o em todas as moradias do conjunto habitacional Panamericano Pelo fato de que ela al m de porta tamb m cumpre a fun o de janela do quart
215. l em italiano Si deve comprendere che ogni architettura legata al proprio tempo cui deve le proprie ragioni che essa si pu manifestare soltanto in compiti vivi e con 1 mezzi della propria epoca In nessuna epoca mai stato diversamente Mies van der Rohe 1924 apud M LLER VOGEL 1974 p 59 Deve se compreender que cada arquitetura est ligada ao seu pr prio tempo e se deve a raz es pr prias que podem se manifestar somente em tarefas e meios de sua poca Em nenhum momento tem sido de outra forma Mies van der Rohe 1924 apud MULLER VOGEL 1974 p 59 57 Em meio diversidade arquitet nica da atualidade poss vel perceber que grande parte das casas brasileiras tem predominantemente dois tipos de portas de acesso entre o espa o p blico e o privado Uma delas a porta principal comumente a que d acesso rea dita social preferencial na recep o de visitas sendo frequentemente a porta de maior destaque na casa a mais rebuscada em termos de apar ncia visual e a porta de maior import ncia dentro de uma hierarquia de classifica o tanto por sua localiza o privilegiada quanto pela seguran a oferecida moradia Interessante notar por m que esta porta nem sempre aquela utilizada com maior frequ ncia pelos moradores para entrar e sair da moradia cabendo observar ainda que esta classifica o hier rquica sobre qual a principal porta da moradia n o absoluta
216. la 33 Casa eslavo paranaense arquitetura de madeira dos colonos poloneses e ucranianos do Sul do Paran LAROCCA JR LAROCCA LIMA 2008 p 216 87 Figura 21 Portas de moradias eslavo paranaenses no sul do Paran Fonte Fotos de Clarissa de Almeida Lima Conforme os resultados verificados na pesquisa atualmente a cor de acabamento mais utilizada em portas de moradias a branca bem diferente da mescla colorida de vermelhos azuis verdes anteriormente aplicados Depois do branco a prefer ncia pelo acabamento da porta de madeira em sua cor natural As pessoas podem encomendar a porta para ser entregue j com o acabamento final pintada na cor de prefer ncia ou como bastante comum de acontecer levam para suas casas as portas ainda em madeira natural sem acabamento de verniz selador ou tinta ficando ao seu crit rio a manuten o ou n o da porta com o aspecto percebido originalmente na aquisi o Um dos poss veis motivos da porta ser vendida sem acabamento o custo menor e ainda a falta de um sistema que viabilize o fornecimento de portas com acabamentos de acordo com a especifica o de cada consumidor A Figura 22 ilustra portas contempor neas possivelmente dos anos 2000 por suas caracter sticas arquitet nicas de madeira em sua cor natural em modelos de correr e de bater sendo esta do tipo portal bastante procurada por conferir certa sofistica o fachada da moradia Nesta figura a p
217. lecimento de outros crit rios a serem definidos para o uso compartilhado dos espa os como em banheiros quartos escrit rios por exemplo em que os moradores desejem maior ou menor privacidade mantendo abertas ou fechadas as portas que possam existir Os tipos de portas e suas fun es variam dependendo dos contextos ambientais sociais e culturais dentre outros em que se inserem No Alasca por exemplo um dos cinquenta estados dos Estados Unidos da Am rica as portas das moradias e abrigos devem ser feitas de material mais resistente em vista do perigo que os ursos representam vida das pessoas quando v o busca de alimentos n o raro for ando portas com suas patas e seu corpo ao tentarem entrar Do mesmo modo por m em outro contexto as portas das cidades medievais tamb m precisavam ser refor adas de modo a evitar a entrada indesejada de pessoas de grupos rivais A porta protege a casa de intemp ries como a chuva a neve e o vento por exemplo auxiliando tamb m na organiza o de espa os Traz ind cios de per odos hist ricos conforme o material do qual feita dimens es configura es t cnicas dentre outras caracter sticas Em sua dimens o simb lica quando fechada pode indicar que algu m espera ter privacidade Pode al m disso assumir a fun o de distin o social e econ mica conforme 64 suas caracter sticas configura es materiais acabamentos etc podendo denotar maior ou menor so
218. lembrar que anteriormente quando se falava em madeira nobre entendia se que era a refer ncia atribu da s madeiras de lei Madeira de lei um termo que surgiu na poca do Brasil Col nia A origem do termo madeira de lei est relacionada ao Interesse de Portugal em preservar madeiras brasileiras principalmente das matas situadas nas regi es de Pernambuco Alagoas e sul da Bahia Algumas esp cies ali encontradas eram importantes para a constru o de navios de guerra e mercantes portugueses Por isso em 1698 a Corte baixou uma lei protegendo as esp cies mais fortes e resistentes que s podiam ser extra das 121 com autoriza o do governador A explora o e corte indiscriminado destas madeiras como a imbuia o pau brasil a cerejeira o mogno entre tantas outras levou escassez e extin o de muitas destas esp cies nativas Assim atualmente quando se fala em madeiras nobres faz se refer ncia a outras rvores menos tradicionais como o cedro arana o corupix o angelim rosa Mas a maioria das madeiras utilizadas atualmente na constru o civil e na decora o s o as de corte controlado ou reflorestadas Ainda poss vel encontrar portas em madeira de lei em dep sitos de material de demoli o retiradas de outras obras e reaproveitadas E sabe se que infelizmente ainda existe o corte ilegal de esp cies raras da flora brasileira embora o corte de madeiras nobres configure infra o conforme a Lei de C
219. lementos de composi o da porta manifestam aspectos socioculturais comunicando algo sobre os moradores e a cultura na qual est o inseridos denotando o car ter din mico da arquitetura e da est tica de seus elementos assim como dos recursos tecnol gicos A utiliza o de batedores em portas por exemplo pode sugerir requinte distin o sugerindo tamb m certa formalidade na maneira de avisar a presen a de algu m porta sendo um artefato pouco usual na atualidade embora j tenha sido algo bastante comum em 185 pocas anteriores ao uso da eletricidade que propiciou substitu los por campainhas em edifica es Em outra an lise sobre significados de artefatos a partir de acess rios de portas observa se o modelo de puxador mostrado na Figura 70 de uma moradia do bairro Jardim das Am ricas em Curitiba utilizando medidas maiores do que as comuns Observando o contexto em que se inserem tanto os puxadores quanto a porta podem significar sofistica o modernidade em vista dos materiais acabamentos e modelos utilizados porta larga com duas folhas frisadas com pintura branca e puxadores do tipo haste com acabamento cromado na cor prata No entanto preciso considerar se a exist ncia de uma grande diversidade de significados balizados pelo gosto est tico pelo elenco de prioridades e necessidades entre outras perspectivas que possam agir como motivadores de escolhas sobre determinados artefatos
220. lgum tipo de altera o nas portas da moradia sendo que destes a totalidade efetivou as motivadas por problemas ligados qualidade e funcionalidade das portas como oxida o empenamento inadequa o s condi es e organiza o do ambiente localiza o e formas de utiliza o Dentre os entrevistados independentemente da classifica o socioecon mica e idade dezesseis mostraram algum tipo de descontentamento com rela o a portas de sua moradia sendo mais comuns as queixas com rela o durabilidade estado de conserva o e ou funcionamento das portas Embora haja diferen as entre os conjuntos habitacionais pesquisados os requisitos de uso atribu dos s portas de moradias s o basicamente os mesmos trancar fechar abrir proteger embelezar entre outros Ainda com rela o s quest es de usabilidade a entrevistada Il uma adolescente aponta quest es relativas ergonomia preferindo que a porta seja mais clara e com vidro que n o fa a tanto barulho para fechar e que n o d tanto trabalho para abrir O valor de uso atribu do s portas das moradias varia pois conforme as necessidades e modos de vida de cada um embora de modo geral sejam similares os requisitos principais de uso A substitui o de portas pode ter outras justificativas al m de problemas funcionais por exemplo ao sofrerem avarias As raz es para as trocas podem tamb m estar relacionadas a quest es simb licas
221. lmofada sali ncia quase sempre retangular moldurada no contorno na superf cie de um muro porta etc RODRIGUES 1990 p 24 Porta de correr em que os batentes deslizam ao longo das paredes em vez de rodarem sobre gonzos RODRIGUES 1990 p 217 Porta de enrolar constitu da por elementos de madeira ou metal que deslizando no sentido vertical enrola quando aberta RODRIGUES 1990 p 217 Porta de bater tipo de porta que se encaixa em um v o com aro NEUFFERT 1987 p 116 77 Interven es em portas de moradias ainda que pequenas como coloca es de adornos mudan a na cor da pintura dentre outras podem estar associadas a sistemas de significa o e representa o Segundo Tomaz Tadeu da Silva a representa o expressa um sistema de significa o uma forma de atribui o de sentido Para ele a representa o um sistema lingu stico e cultural pelo qual as pessoas buscam formas mais apropriadas de representa o externa vis vel estando ligada s rela es de poder SILV A 2007 p 91 Essas interven es juntamente com outros elementos arquitet nicos paisag sticos art sticos entre outros d o identidade s moradias entendendo se identidade como um significado cultural e socialmente atribu do SILVA 2007 p 89 Muito embora tenha sido poss vel perceber certa mimese criativa em termos de diversidade de portas de moradias em cat logos de fabricantes percebe se cer
222. lysis of standardized doors of houses considering their original design and construction and further substitutions and interventions by the residents due to particular needs and desires Held research was carried out at the Gurupi housing condominium located in the Cajuru neighborhood at the Panamericano housing condominium located in the Cap o da Imbuia neighborhood and at the Isla Victoria housing condominium all in Curitiba PR The research follows a qualitative methodological approach of an interpretive nature idiographic and not experimental The methodological procedures include semi structured interviews with residents bibliographic research iconographic research and observation The research is organized into five chapters in which interrelationships between technology culture and housing doors in everyday life of society are discussed based on the theoretical and field research with emphasis on manifestations of the cultural diversity in preferences and requirements manifested in the variety of configurations uses and meanings of the doors It is intended with this research to promote and expand knowledge about the interrelationships between technology culture and artifacts of everyday life of society Keywords Culture Daily artifacts Housing doors Configurations Uses Meanings Curitiba PR SUM RIO INTRODU O as aan a anna ais 16 1 1 PROBLEMA DE PESQUISA ceruen E a a 19 1 2 DELIMITA O DA PESQUISA eee 1
223. m manter a maior parte das caracter sticas originais em linhas gerais por m ao mesmo tempo apresentarem se com tantas particularidades As diferen as concentram se basicamente nos diferentes padr es de portas e janelas de uma e outra moradia e nos materiais utilizados para acabamento e revestimento da alvenaria havendo tamb m interfer ncias mais importantes quando da amplia o da rea constru da na lateral e fundos de cada terreno Basicamente as Interven es ocorridas em todas as moradias deste conjunto foram a pavimenta o e cobertura dos terrenos de cada morador na rea onde n o havia constru es ou seja na rea lateral e dos fundos da moradia e o fechamento da parte frontal do terreno na divisa com a rua interna do conjunto habitacional com grandes portas de ferro ou ferro e vidro em padr es diferentes entre si como os vistos na Figura 40 Em alguns casos houve maiores Interven es como a constru o de rea de servi o junto ao corpo da casa amplia o da rea constru da tamb m no piso superior aumentando a moradia em n mero de dormit rios e banheiros Estas altera es efetuadas pelos moradores posteriormente aquisi o do im vel incluem a inser o de portas em locais anteriormente inexistentes como a j citada porta de ferro na entrada do lote a porta na rea de servi o com algumas varia es no piso t rreo e em padr es diferentes entre si bem como nos c modos constru dos
224. m processo est tico ADORNO 1993 p 167 Esta compara o entre as fachadas originais e as atuais com altera es apenas nos revestimentos externos pode ser feita observando se as Figuras 54 55 e 56 Na Figura 54 poss vel verificar que as moradias estavam inicialmente pintadas na cor branca na poca da entrega das mesmas pelo construtor J a Figura 55 com fotografia recente do Conjunto Habitacional Isla Victoria mostra quatro moradias cada uma pintada em cor diferente das outras Esta oportunidade de alterar as cores das fachadas pode ter motivado os moradores a alterar tamb m o acabamento de portas externas geralmente da cor madeira natural envernizada para a pintura branca A Figura 56 mostra que houve ainda a inser o de uma porta externa secund ria indicada com uma seta na fotografia no piso t rreo da moradia 1 tendo ocorrido a mesma situa o em outra de tr s moradia A localiza o destas tr s moradias propicia este tipo de Interven o uma vez que est o localizadas nas extremidades do conjunto habitacional 163 Figura 54 Sobrados do conjunto habitacional Isla Victoria no bairro Jardim das Am ricas Fonte Arquivo da SMU Curitiba PR Figura 55 Apar ncia atual da resid ncia 5 do conjunto habitacional Isla Victoria em primeiro plano e resid ncias 6 7 8 em 2010 Fonte Dispon vel em lt http www minhaprimeiracasa com br imoveis gt Acesso em 15 dez 2010 Fi
225. ma prematura desvaloriza o do produto que se denomina obsolesc ncia psicol gica L BACH 2001 p 119 E a desvaloriza o psicol gica dos artefatos pode despertar na pessoa mecanismos sociais de car ter coercitivo L BACH 2001 p 119 Este tipo de dem rito de um artefato 154 para seu dono pode instigar a necessidade de substitu lo ainda que sem uma justificativa plaus vel em termos de uso como por exemplo quando uma pessoa troca portas de sua moradia por outras com modelo mais alinhado com novas tend ncias da arquitetura privilegiando o valor est tico muitas vezes motivado por novas demandas por exemplo ao longo da trajet ria social particular ou de sua fam lia adotando se novos estilos de vida A durabilidade das portas um requisito relatado por diversos entrevistados por m n o houve coment rios com rela o ao tempo de vida que julgassem desej vel e ou esperado em que a percep o de durabilidade pudesse influenciar objetivamente altera es instigando a necessidade de substitu las Considerando se o n vel socioecon mico da maior parte dos moradores entrevistados bem como os coment rios de interfer ncias que gostariam de realizar a expectativa da maioria deles com rela o durabilidade das portas que seja a mais longa poss vel justificando que o gasto na compra de artefatos em substitui o aos danificados pelo uso ou pelo tempo comprometem os or amentos familiares p
226. mente no piso t rreo e na porta da frente das moradias houve Interven es mais expressivas chegando se a alterar fachadas originais como no caso do conjunto habitacional Gurupi em que todas as moradias receberam portas port es frontais de ferro cada um com 157 padr o diferente dos outros bem como ocorreram interven es em portas de liga o da sala e rea de servi o com a rea externa Altera es em portas das moradias Alteraria portas da moradia motivado tanto por problemas funcionais quanto quest es est ticas 13 N o gostaria de alterar nenhuma porta da moradia 45 unicamente por problemas funcionais Alteraria portas da moradia motivado Alteraria portas da moradia motivado 29 unicamente por quest es est ticas 13 Gr fico 3 Propor o de entrevistados que n o gostariam de alterar portas da moradia e motiva es das altera es realizadas em portas de moradias dos conjuntos habitacionais Isla Victoria Panamericano e Gurupi Fonte Gr fico de autoria pr pria Al m de problemas t cnicos com as portas externas originais feitas em arma o de ferro pintado entremeado com vidro canelado cujo problema de oxida o fonte de constantes reclama es fato agravado pela passagem do tempo de vinte e sete anos desde o in cio de sua constru o tamb m sua est tica n o agrada aos moradores do conjunto habitacional Gurupi de um modo geral Por estes motivos as portas das moradias de
227. mo de bens Cabe no entanto observar conforme L bach que A classifica o exata de uma pessoa determinada em uma certa categoria n o poss vel porque isto implica na considera o de diversos fatores que constituem o status 2001 p 94 Os dados sobre o perfil dos entrevistados do Grupo 1 dos moradores do conjunto habitacional Isla Victoria localizado no Bairro Jardim das Am ricas est o organizados no Quadro 11 Os entrevistados deste conjunto est o identificados com a letra I seguida de n meros conforme a sequ ncia em que foram entrevistados assim o primeiro I1 e assim por diante No Quadro 12 apresentam se dados sobre o perfil dos entrevistados do Grupo 2 moradores do conjunto Panamericano localizado no Bairro Cap o da Imbuia E no Quadro 13 apresenta se o perfil dos entrevistados do Grupo 3 de moradores do conjunto Gurupi situado no Bairro Cajuru Das pessoas entrevistadas no Conjunto Habitacional Isla Victoria Quadro 3 ao todo sete pessoas duas pertencem classe A2 renda m dia familiar de 8 099 reais tr s pessoas pertencem classe Bl renda m dia familiar de 4 558 reais e duas pertencem classe econ mica B2 renda m dia familiar de 2 327 reais de acordo com o Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil ABEP 2008 Das pessoas entrevistadas no Conjunto Habitacional Panamericano Quadro 4 totalizando 15 pessoas quatro pertencem classe A2 renda m dia familiar de 8
228. ncontrar se 1am com mais frequ ncia que homens em suas moradias durante o dia Por m houve a oportunidade de entrevistar tanto mulheres quanto homens adultos crian as e adolescentes o que enriqueceu a investiga o em vista da diversidade de opini es a respeito de portas de moradias com perspectivas de diferentes g neros e idades Os grupos s o heterog neos constitu dos de pessoas com idade variando entre seis e setenta anos de sexo feminino e masculino e condi es econ micas e socioculturais diversas Ao todo trinta e um entrevistados Tal amostragem contempla a diversidade enriquecendo assim os resultados da pesquisa Quanto classifica o do Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil CCEB que auxiliou na an lise dos resultados obtidos percebe se que este tipo de classifica o econ mica que evidencia tamb m a estratifica o social considera bastante relevante o comportamento das pessoas com rela o ao consumo de bens Cabe no entanto observar conforme L bach que A classifica o exata de uma pessoa determinada em uma certa categoria n o poss vel porque isto implica na considera o de diversos fatores que constituem o status 2001 p 94 Por exemplo se a pessoa possui um ve culo ela tem mais pontos no CCEB do que se ela utilizar outro tipo de meio de locomo o Andar de carro confere maior status do que andar de nibus por exemplo Se ela optar por ouvir m sica ou assistir filmes no c
229. nero masculino e feminino salientando a import ncia de uma pesquisa mais aprofundada quanto a g nero e percep o est tica As escolhas de modelos de portas n o apontaram em um primeiro momento junto amostra da pesquisa diferen as percept veis entre os g neros No entanto com o maior aprofundamento da pesquisa perceberam se diferen as sobretudo com rela o s motiva es para altera es na configura o das portas com rela o ao conhecimento tecnol gico sobre portas de moradias e o detalhamento de informa es oferecidas nas entrevistas A intensidade com que as mulheres apontam caracter sticas na maior parte das vezes demonstrando maior aten o aos detalhes contidos nas portas das moradias ou em portas que gostariam de possuir apontou ser relativamente maior nas respostas ao question rio comparativamente aos homens entrevistados Embora os homens tamb m tenham demonstrado interesse pelo assunto da pesquisa foram superados pelas mulheres no que diz respeito ao conhecimento tecnol gico Por exemplo mulheres citaram portas com acionamento de abertura autom tica por meio de leitura biom trica cart es de identifica o utilizados para abertura de portas modelos de portas mais recentes como as pivotantes por exemplo sugerindo maior conhecimento sobre 168 produtos tecnol gicos mais recente dispon veis no mercado nacional por m ainda pouco comuns em moradias de Curitiba O interesse da mulher
230. nidade e identidade Rio de Janeiro Jorge Zahar 2002 Anthony The consequences of modernity Cambridge Polity Press 1990 GNOATO L Salvador Introdu o do ide rio modernista na arquitetura de Curitiba 1930 1965 S o Paulo 1997 Disserta o Mestrado Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Universidade de S o Paulo 207 L Salvador Preserva o da Arquitetura dos Primeiros Modernos em Curitiba Artigo apresentado na 4 Bienal Internacional de arquitetura SP 1999 Dispon vel em lt http www docomomo org br seminario 203 20pdfs subtema AZ2F Luis salvador pdf gt Acesso em 24 mar 2011 HOUAISS Ant nio Dicion rio Houaiss da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Objetiva 2001 HALL Edward T A dimens o oculta S o Paulo Martins Fontes 2005 HALL Stuart A identidade cultural na p s modernidade Rio de Janeiro DP amp A 2006 HOBSBAWM Eric RANGER Terence orgs A inven o das tradi es Trad por Celina C Cavalcanti Rio de Janeiro Paz e Terra 6 ed 2008 p 09 23 T tulo original The invention of tradition IBOPE Acess vel em lt http www ibope com br gt Acesso em 21 jan 2010 IMAGUIRE JR Key lt http www gazetadopovo com br imobiliario conteudo phtml 1id 1109383 gt Acesso em 23 abr 2011 IPPUC Reavalia o triagem das Unidades de Interesse para a preserva o cadastradas pelo IPPUC IPPUC 2005 JORGE Lu s Ant nio O desenho da janela S o Paulo ANNABL
231. ns o do contexto no qual foi projetado dos usos das negocia es de sentido de m xima import ncia o incentivo hist ria do design num quadro mais abrangente da cultura material das pesquisas locais e regionais fundamental refor ar a necessidade de arquivos museus pesquisas voltadas para a produ o brasileira os h bitos costumes sem perder de vista as intera es culturais rearticulando a diversidade n o como uma caracter stica estanque mas como exerc cio de autonomia e cidadania QUELUZ IN QUELUZ 2008 AP NDICE F COMENT RIO DO ENTREVISTADO C3 SOBRE A FORMA COMO OS AVAN OS TECNOLOGICOS PODEM SER NOTADOS EM PORTAS Seria na quest o de uns duzentos anos para c Veja bem antigamente se usava madeira muito boa e dizimaram toda a nossa floresta vamos dizer assim nossa floresta de madeira boa e a coisa era feita artesanalmente ou seja normalmente era o carpinteiro que fazia com ferramenta rudimentar Hoje n o Vamos imaginar h uns duzentos anos porque eu tamb m nem sei se faziam muitas portas antes disso porque talvez se fazia porta tipo tapera ou outro tipo feita manualmente Ent o o que acontece eu acredito que este avan o tecnol gico desde o In cio para c hoje se faz muita coisa em s rie automatizada e a ind stria evoluiu Vamos Imaginar o que voc levaria para fazer uma porta boa o que h uns cem anos atr s voc levaria trinta dias hoje voc faz em minutos ent o
232. ntada Gusto presa 145 GR FICO 3 PROPOR O DE ENTREVISTADOS QUE N O GOSTARIAM DE ALTERAR PORTAS DA MORADIA E MOTIVA ES DAS ALTERA ES REALIZADAS EM PORTAS DE MORADIAS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA PANAMERICANO E CURUDI ea reinar ERR cd 157 GR FICO 4 NDICE DE INTEN O DE ALTERA O EM PORTAS DE MORADIAS PELOS ENTREVISTADOS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA PANAMERICANO E GURUPI 166 GR FICO 5 NDICE DE INTEN O DE ALTERA O EM PORTAS DE MORADIAS POR HOMENS E MULHERES ENTREVISTADOS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA PANAMERICANO E GURUPL 167 GR FICO 6 NDICE DAS FUN ES DE PORTAS MAIS CITADAS 169 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE COMPOSI O DE UMA PORTA 39 QUADRO 2 CLASSIFICA O DA PORTA SEGUNDO SUA LOCALIZA O NA EDIRICAC O e ui E ae 40 QUADRO 3 CLASSIFICA O DA PORTA SEGUNDO O MODO DE ABRIR 40 QUADRO 4 CLASSIFICA O DA PORTA SEGUNDO A NATUREZA DAS PONHA S css cresc AAAA AEA 41 QUADRO 5 EXEMPLOS REPRESENTATIVOS DE PARTE DA ARQUITETURA HIST RICA DA CIDADE DE CURITIBA rererere 49 QUADRO 6 CARACTER STICAS DE PORTAS PREFERIDAS POR CONSUMIDORES DECR ASSE A a A Dana a Da ar ar cubo a a AA E ba 108 QUADRO 7 CARACTER STICAS DE PORTAS PREFERIDAS POR CONSUMIDORES DE CLASSE Bis eai iii dai A E ca A ar 108 QUADRO 8 PRINCIPAIS FATORES QUE ORIENTAM AS ESCOLHAS DOS MODELOS DE PORTAS PELOS CLIENTES ese
233. nze moradias das quais dez participaram das entrevistas R CEL ALFREDO F DACOSTA CONJUNTO RESIDENCIAL ISLAMACT ORIA Figura 6 Estrutura do conjunto habitacional Isla Victoria em planta de situa o Fonte Planta de situa o de autoria pr pria Figura 7 Estrutura do conjunto habitacional Gurupi em planta de situa o Fonte Planta de situa o de autoria pr pria 32 R CLOTILDE G RIQUELME CONJUNTO RESIDENCIAL PANAMERICANO Figura 8 Estrutura do conjunto habitacional Panamericano em planta de situa o Fonte Planta de situa o de autoria pr pria No Gr fico 1 consta um organograma da organiza o geral as entrevistas realizadas Gr fico 1 Organograma de entrevistas Fonte Gr fico de autoria pr pria 33 As siglas utilizadas no Gr fico 1 correspondentes aos conjuntos habitacionais em que foram realizadas entrevistas s o constitu das da primeira letra do nome do conjunto ao qual pertencem Assim por exemplo a sigla I1 refere se moradia n mero de 1 do Conjunto Habitacional Isla Victoria G1 moradia de n mero 1 do Conjunto Gurupi e Pl moradia de n mero 1 do Panamericano e deste modo sucessivamente 1 5 5 Registro e transcri o de dados Os dados coletados por meio das entrevistas gravadas em udio foram transcritos e revisados Os dados registrados em imagens foram captados por c mera fotogr fica comum pela autora desta pesquisa bem como selecionados
234. o Ainda com rela o a significados relacionados a requisitos de uso de portas h preocupa o manifesta com a privacidade oferecida pelas portas localizadas nos banheiros consideradas indispens veis sendo que a privacidade proporcionada pelas portas localizadas em quartos de dormir fica em evidente segundo plano Possivelmente pela maior responsabilidade dos adultos no cuidado da seguran a da moradia e da fam lia quando falam sobre as portas de suas moradias se referem mais 188 frequentemente s portas externas que d o acesso ao interior da moradia Diferente destes as crian as e adolescentes fazem refer ncia porta de seus respectivos quartos atribuindo lhe maior Import ncia do que os adultos provavelmente tamb m pelo fato de que o quarto constitui um territ rio um ambiente em que crian as e adolescentes t m mais liberdade para agir e interferir mais do que em outros ambientes da moradia Para dois adolescentes um do conjunto Isla Victoria e outro do Panamericano e para uma jovem de 21 anos tamb m do Panamericano o local escolhido para colocarem a porta dos seus sonhos em suas moradias foi o pr prio quarto enquanto que para os adultos homens e mulheres a porta de maior import ncia a externa da moradia por considerarem a principal e respons vel pela seguran a da mesma A resposta do adolescente P8 quando questionado sobre a sua porta dos sonhos foi a seguinte uma porta resistente e c
235. o Juvev Batel Cristo Rei Boa Vista Campo Comprido Santa Felicidade entre outros buscando uma vis o mais abrangente Parte da pesquisa dedicada ainda investiga o de portas em outros contextos culturais tais como o convento das Irm s Carmelitas bem como portas em outros momentos da hist ria observando casar es antigos como por exemplo a Mans o dos Le es em Curitiba e moradias de outras localidades al m da cidade de Curitiba entendendo se o estudo de portas de moradias como bem material e simb lico na cultura do cotidiano das pessoas buscando se a diversidade cultural a fim de alcan ar amplo entendimento sobre as quest es supracitadas Al m disso contempla a colabora o de pessoas ligadas ao com rcio de portas moradores da cidade marceneiros e fabricantes de portas arquitetos e outros pesquisadores bem como visitas a lojas da cidade de Curitiba que comercializam portas investigando mais tra os da cultura local possivelmente manifestados em configura es das portas comercializadas A presente disserta o segue uma das tr s linhas de pesquisa do Mestrado em Tecnologia da Universidade Tecnol gica Federal do Paran a linha de Media es e Culturas cujo Interesse est focado nas media es entre tecnologia e sociedade Esta linha pesquisa a Intera o entre os usos de recursos tecnol gicos e suas implica es nas atividades e valores em que o sujeito o objeto central E nesta perspectiva a
236. o acaba sendo necess ria a utiliza o de vidro para que a luminosidade possa entrar neste c modo durante o dia Esta solu o apresenta pontos positivos tais como harmonia est tica com a arquitetura da moradia ilumina o e ventila o do c modo sua altura e largura permitem que atrav s dela ocorra a passagem de m veis da sacada para o interior da moradia e vice versa Por m considerando se a quest o de problemas com a seguran a que se faz presente na cidade este tipo de porta um ponto cr tico pelo fato de apresentar vidros de pouca espessura de quatro mil metros pouco eficazes contra eventuais Invas es 143 A entrevistada P3 reduziu o problema da falta de seguran a oferecida pela porta da sacada Na verdade a porta da sacada eu tinha esquecido ela parecida com as janelas madeira com vidro a gente acha que elas t m pouca seguran a ent o a gente acabou colocando grade nela para ter um pouco mais de seguran a Esta moradora incorporou porta existente outra porta chamada porta pantogr fica cuja efici ncia comumente se reconhece mas cujo efeito est tico question vel Esta solu o apresenta outro problema al m do est tico o da sensa o de clausura que provoca e que resulta do fato de que a paisagem poss vel de ser visualizada atrav s das duas portas prejudicada reduzindo se sensivelmente o campo de vis o de quem est dentro da moradia No conjunto residencial Isla Victori
237. o mediante a conviv ncia de pessoas que nela habitam A rua por sua vez lugar de anonimato individualidade lugar em que se subcidad o 1991 p 100 no sentido de massa Se no universo da casa sou um supercidad o pois ali s tenho direitos e nenhum dever no mundo da rua sou um subcidad o j que as regras universais da cidadania sempre me definem por minhas determina es negativas pelos meus deveres e obriga es pela l gica do n o pode e n o deve DA MATTA 1991 P 100 Cada um assume ent o marcadamente um indiv duo de identidades m ltiplas um indiv duo dual dependendo do espa o social onde se encontra se na rua segundo Da Matta um ambiente hostil mant m rela es de impessoalidade e em casa ele um sujeito regido pela afetividade embora seja preciso relativizar a quest o da afetividade para quem a casa funciona como suporte social Csikszentmihalyi e Halton 1999 p 139 estudaram a moradia como um ambiente simb lico para as pessoas expressando de forma concreta valores que s o mantidos dentro dela Afirmam que a moradia n o apenas um abrigo material mas tamb m um abrigo para as coisas que tornam a vida significativa CSIKSZENTMIHALYI HALTON 1999 p 139 Com base em entrevistas que conduziram com o objetivo de investigar o que os artefatos da moradia como um todo significavam para as pessoas Um dos entrevistados foi um menino de oito anos
238. o a suportar o peso da madeira das quais s o feitas as portas Algumas portas da casa possuem trancas internas de madeira apoiadas em ganchos de metal para conferir maior prote o moradia O segundo exemplo de portas de moradias de Curitiba do s culo XIX o Palacete Le o J nior ilustrado nas Figuras 28 e 29 foi constru do em 1866 pela fam lia Le o tendo servido como moradia da fam lia de Agostinho Ermelino de Le o J nior por oito d cadas O pr dio tem estilo ecl tico E fruto de uma liberdade estil stica por m harmoniosa derivada da apropria o de v rias correntes art sticas BRDE 2010 Neste Palacete tombado pelo Patrim nio Hist rico utilizou se pau brasil na constru o de portas janelas pain is e entalhes Vidros e porcelanas foram trazidos da Fran a e da B lgica Contrastando com a decora o de tetos e pap is de parede as portadas internas entalhadas em cedro retratam uma concep o mais austera produto das excelentes marcenarias de imigrantes alem es da cidade NAVOLAR 2000 p 5 A Figura 28 mostra em detalhe duas das portas da fachada do Palacete Le o J nior sendo a da esquerda localizada na fachada da escadaria frontal e a da direita em uma das fachadas laterais Esta constru o ricamente adornada torna se ainda mais imponente por suas portas em arco pleno entalhadas sendo as externas em madeira pau brasil com vidros lapidados trazidos da Fran a e B lgica
239. o ainda esteja resistindo ao uso e a o do tempo percept vel nos desgastes sofridos pela edifica o ela reflete a beleza caracter stica de uma poca cujo legado pode ser contemplado ainda nos dias atuais As imagens do Quadro 5 com exemplos de moradias da cidade de Curitiba cuja arquitetura provenha de variadas influ ncias culturais edificadas entre os s culos XIX e XXI apontam que a arquitetura passou por diversas mudan as em termos de estilo Parte da arquitetura baseada nos crit rios construtivos dos Imigrantes que vieram para o Brasil a partir do s culo XIX permanece viva nas ruas de Curitiba e atualmente mesclada a outros estilos como o Modernista comp e um cen rio caracterizando per odos hist ricos Entretanto sobre as portas o que se pode observar neste breve passeio pela hist ria da cidade que as fun es e os usos se mant m de modo geral tendo variado mais expressivamente suas configura es como nas dimens es cores na quantidade de folhas nos detalhes como bandeiras e molduras trabalhadas tendo sido adotado a partir do aumento da industrializa o no s culo XX um padr o para portas menos rebuscado com poucos detalhes A arquitetura um ve culo transmissor de paradigmas suas caracter sticas est o interpoladas dentro de um contexto mais amplo em vez de estarem separadas dele Deste modo a arquitetura e seus elementos identificam parte da cultura da sociedade e dos sistemas simb licos em
240. o cap tulo s o apresentadas considera es onde est o sintetizados os resultados mais expressivos da pesquisa bem como as limita es encontradas e sugest es para Investiga es futuras 1 5 METODOLOGIA Esta pesquisa segue abordagem metodol gica qualitativa de natureza interpretativa visando analisar algo que din mico a cultura e sua rela o com as pessoas os artefatos do cotidiano e as tecnologias O car ter interpretativo da pesquisa pode ser verificado quando ao identificar e analisar fatores que influenciem no processo de conhecimento da cultura material de moradores da cidade de Curitiba objetiva se fazer uma interpreta o deste fen meno buscando significados Este trabalho n o objetiva resultar em um tratado hermeticamente estabelecido em verdades absolutas mas perceber a realidade social por meio de um entendimento subjetivo que segundo Moreira e Caleffe 2006 proporcionado pela Interpreta o Para que os objetivos da pesquisa sejam alcan ados optou se pela t cnica de coleta de dados mediante entrevistas presenciais individuais semi estruturadas por meio de amostragem n o probabil stica MOREIRA CALEFFE 2006 com amostra intencional composta de um n mero pr estabelecido de participantes atendendo ao crit rio de tempo dispon vel para trabalhar com as entrevistas visando alcan ar resultados qualitativos idiogr ficos Este procedimento metodol gico demandado porquanto a pesquisa v
241. o considerar que esta rela o com as dist ncias variam assim como a recep o e uso das portas Edward Hall observa por exemplo que a fronteira invis vel do espa o entre pessoas confere prote o e privacidade sendo importante considerar a diversidade cultural na rela o entre as pessoas mediada pelo artefato 66 A maioria dos americanos n o considera que conversar atrav s de uma porta de tela enquanto se est do lado de fora da casa seja o mesmo que estar no interior da casa ou do c modo em nenhum sentido da palavra Se a pessoa estiver parada na soleira segurando a porta aberta e falando com algu m dentro da casa a defini o informal e a impress o ainda a de que ela est do lado de fora HALL 2005 p 163 A prox mica no contexto cultural japon s tolera bem espa os menores de aproxima o entre pessoas e artefatos diferente se comparados por exemplo aos padr es prox micos dos americanos acostumados a espa os maiores divididos por paredes e portas preferem viver com menos aglomera o mantendo dist ncias maiores entre as pessoas Para o ocidental que perten a a um a grupo avesso ao contato aglomera o uma palavra com conota es desagrad veis Os Japoneses que conheci preferem a aglomera o pelo menos em certas situa es Eles consideram simp tico todo o mundo dormir junto no ch o costume a que se referem como estilo japon s em oposi o ao estilo americano HAL
242. o desenvolvimento desses tipos de artefatos muitas vezes aparentemente diferentes entre si por m desempenhando fun es pr ticas e simb licas similares 78 A habita o e seus elementos e detalhes por exemplo podem ser representativos do estilo de vida do morador de suas prefer ncias costumes tecnologia e poca de edifica o da constru o dentre outras caracter sticas A Figura 16 por exemplo ilustra uma porta de entrada no estilo neocl ssico As curvas suaves e entalhes s o t picos de uma poca em que detalhes e ornamentos eram bastante valorizados A imagem revela distin o social riqueza Ao seu lado foi afixada uma placa por ocasi o da comemora o dos trezentos anos de funda o da cidade de Curitiba nesta placa existe um texto escrito por Nireu Teixeira que poetiza sobre poss veis hist rias e acontecimentos relacionados a esta porta f z RA i itd Kra aa gt i doa O has Ran Figura 16 Porta na Rua das Flores em Curitiba Fonte Foto de Washington Cesar Takeushi Houve um per odo na hist ria da arquitetura s culo XIX na Europa e XX no Brasil em que o estilo construtivo predominante foi o ecl tico Adotado em diversos pa ses o estilo ecl tico admitia a combina o de diferentes estilos e formas adotadas em variadas pocas e lugares da hist ria adicionando elementos do passado arquitetura contempor nea Este retorno ao passado fez ressurgir s mbolos que sintetiza
243. o dos per odos aos Este quadro n o tem como objetivo ser um postulado da trajet ria hist rica das portas de moradias de Curitiba entre 1940 e 2000 mas sim ilustrar algumas tend ncias de portas de moradias desse per odo 110 quais pertencem foram fornecidas pela Secretaria Municipal de Urbanismo de Curitiba SMU a partir dos endere os das moradias fotografadas pela autora As informa es sobre portas dos anos 1980 a 2000 foram fornecidas principalmente por comerciantes fabricantes de portas e arquitetos que indicaram os modelos que a partir de suas experi ncias fossem os de presen a mais expressiva nesses per odos 7 De ferro Produ o l forjado e vidro aeset ou madeira e emprego de P 8 Madeira de lei Geralmente vidro com 7 t cnicas i D cada de E maci a madeira e em duas molduras e 1940 E PANA de vidro ferro e folhas de almofadas P rS vidro abrir Altura maior Pr que 1 90m e familiares largura maior que 0 90m Produ o De ferro artesanal forjado ou emprego de Madeira de lei madeira com Des t cnicas maci a madeira e Em uma ou janelinhas e 1950 manuais vidro ferro duas folhas almofadas predom nio de trabalhado e de abrir Altura maior empresas vidro que 1 90m e familiares largura maior que 0 90m Predom nio da produ o Com artesanal almofadas de emprego de Madeira de lei ERA de qa madeira ou D cada de t cnicas maci a madeira e Tei madeira e z ou tr s folhas
244. o e de seus elementos pode ser breve ou atravessar s culos dependendo dos materiais utilizados na constru o dos valores atribu dos a eles dos usos que se fa am deles bem como de fatores ambientais econ micos de recursos tecnol gicos dentre outros Em geral a edifica o acompanha a biografia das pessoas que interagem com ela refletindo e refratando sua condi o social e econ mica seu modo de vida e de intera o com a edifica o Com base em pesquisa elaborada pelo Servi o de Patrim nio Hist tico do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba IPPUC 2005 cujo consultor seja o arquiteto Cyro Corr a Lyra sobre unidades de interesse para a preserva o do Patrim nio edificado de Curitiba elaborou se o Quadro 5 com exemplos representativos de parte da arquitetura hist rica da cidade podendo se notar diferentes configura es nos projetos dessas e tamb m em suas portas Categorizam se em arquitetura com influ ncia italiana com influ ncia germ nica com Influ ncia portuguesa ecl tica vernacular e moderna 47 Arquitetura com influ ncia italiana Abrange as casas de moradia eventualmente moradia e com rcio geralmente com s t o e com a cumeeira paralela via publica Casa Manfron Rua Firenze n 90 Casa Bozza Avenida Manoel Ribas n 7642 Arquitetura com influ ncia germ nica Abrange as casas de moradia eventualmente moradia e com rcio com cobertura original de telhas com s t o A
245. o modo de abrir Fonte Tabela de autoria pr pria com base em teoria da NBR 8037 da ABNT 41 ALMOFADADA LISA DE CALHAS FRISADA MACI A VENEZIANA DECORADA Quadro 4 Classifica o da porta segundo a natureza das folhas Fonte Tabela de autoria pr pria com base em teoria da NBR 8037 da ABNT Diz se porta almofadada quando sua s folha s cont m sali ncia quase sempre retangular moldurada no contorno RODRIGUES 1990 p 24 sendo que estas sali ncias s o pe as independentes e encaixadas podendo ou n o ser do mesmo material que o restante da estrutura da porta Nas portas da Figura 9 cujos modelos de abertura s o o de bater em duas folhas existem dois tipos de almofadas uma em vidro e outra em madeira ambas ornamentadas com moldura de madeira Figura 9 Porta almofadada e porta com bandeira Fonte Fotos de autoria pr pria Dentre estes e outros elementos est a bandeira da porta cuja presen a em Curitiba foi bastante comum principalmente at meados da d cada de 1940 foi a bandeira e cuja estrutura em madeira e superf cie envidra ada eram instaladas na parte superior das portas especialmente das fachadas A chamada bandeira Figura 9 direita parte superior de 42 portas ou janelas geralmente fixa em painel ou caixilho envidra ado RODRIGUES 1990 p 54 serve para dar maior luminosidade aos ambientes internos da constru o que pode ser uma moradia um estabelecimento
246. o problema resolvido retirando se a porta do local ou substituindo a por outra de correr ou de abrir em duas folhas tipo vai e vem H casos em que a substitui o ocorre por motivos est ticos 155 Em outros como o caso mostrado pela Figura 51 que mostra uma interfer ncia realizada na configura o de uma das portas internas de uma moradia do conjunto Gurupi foi motivada pela falta de espa o a parede de alvenaria que originalmente separava a rea entre a sala e a cozinha era alinhada com a porta do lavabo que na Figura 51 est pintada na cor ocre foi eliminada juntamente com a porta de madeira original da cozinha O morador recuou essa parede da cozinha de modo a ampliar a rea da sala Para fazer a separa o entre a cozinha e a sala utilizou uma porta de correr de vidro fum Al m disso no fundo da garagem criou uma rea de lavanderia anteriormente inexistente Figura 52 ligada cozinha Nesta passagem entre lavanderia e garagem utilizou uma porta mista de metal e vidro na qual a parte do meio pode ser aberta de forma independente da folha fixa de modo a proporcionar maior ventila o lavanderia sem precisar abrir esta porta diminuindo assim os riscos de poss veis Invas es Figura 51 Nova configura o entre sala e cozinha de moradia do conjunto Gurupi Fonte Foto de autoria pr pria Figura 52 Nova configura o entre garagem e lavanderia de moradia do conjunto Gurupi Fonte Foto
247. o se de elementos origin rios da arquitetura cl ssica na qual era bastante comum o coroamento da fachada principal de um edif cio de uma porta janela ou nicho na parte superior com um ornamento chamado front o constitu do essencialmente por um tri ngulo RODRIGUES 1990 p 137 forma que ainda atualmente se reproduz quando se deseja dar uma apar ncia tradicional e elegante fachada Quando o front o aberto serve para iluminar o Interior do ambiente bem como para ornamenta o No caso dos dois front es que aparecem na folha na imagem esquerda e na bandeira na imagem direita das portas da Figura 17 estes s o apenas detalhes de moldura e entalhe que lembram front es mas est o sendo utilizado para ornamenta o das portas Figura 17 Portas do Palacete dos Le es em Curitiba com detalhes de front o Fonte Fotos de autoria pr pria O arquiteto e historiador Fernando Carneiro em sua tese intitulada Persist ncia das formas em arquitetura justificando as origens hist ricas de alguns elementos da arquitetura cita o seguinte pensamento de Augusto Choisy As formas persistem mesmo depois que as raz es que as fizeram surgir desaparecem cit in CARNEIRO n d p 19 A partir desta concep o poss vel compreender melhor os motivos pelos quais embora as necessidades e t cnicas construtivas se modifiquem com o passar do tempo alguns elementos acabam art d co termo
248. objetivos gerais e espec ficos da pesquisa fossem atingidos de maneira satisfat ria Em rela o fase da pesquisa em que se utilizou o m todo qualitativo MEDS cujas informa es foram retiradas 202 de estudos de Nicolaci da Costa este mostrou se bastante til para a estrutura o aplica o e an lise de entrevistas considerando se o contexto relativamente informal das conversas estabelecidas para coleta de dados Certamente houve dificuldades primeiramente por acreditar que escolhendo o tema em quest o para o trabalho seria relativamente simplificada sua execu o considerando se que as portas est o amplamente presentes e sendo a arquitetura um tema familiar tendo em vista minha forma o na rea de arquitetura Por m este pensamento se mostrou um tanto quanto equivocado principalmente devido amplitude de assuntos que poderiam ser abordados O fato de o tema ser bastante amplo me inquietou sobretudo pela dificuldade em delimit lo Outro problema enfrentado foi minha inexperi ncia em escrever textos longos sendo que tive bastante dificuldade em faz lo Contudo as orienta es recebidas da professora Maristela Mitsuko Ono as recomenda es das professoras da banca examinadora Dra Mar lia Gomes de Carvalho Dra Mariuze Mendes e Dra Josilena Gon alves as informa es e ideias que surgiram por interm dio das aulas em contato com professores e colegas a maneira como as disciplinas do Mestrado em T
249. ocaliza o de uma porta na planta original do piso t rreo Figura 64 que vem a ser a porta de passagem entre a cozinha e a rea social Com esta modifica o houve uma invers o na localiza o da sala de jantar e da sala de estar TV aumentando expressivamente a rea destinada a esta ltima Com esta op o de localiza o de porta o sof pode ser maior sem atrapalhar a circula o das pessoas nesta rea importante da moradia visto que o sof da sala de estar requer comumente mais espa o que a mesa de refei es da sala de jantar Esta solu o em termos de disposi o do mobili rio pode indicar a inten o do morador em priorizar a maior rea da sala para a de estar TV em detrimento da rea para refei es sem preju zo das duas atividades Est o marcadas nas Figuras 64e 65 em cores todas as portas da moradia no padr o original sendo a cor verde representativa das portas internas no padr o imbuia lisas de abrir a cor vermelha representa as portas externas no padr o imbuia estas mais trabalhadas do que as outras tendo almofadas mas tamb m de abrir a cor lil s representa as portas janelas met licas de correr As setas na cor cinza da Figura 66 apontam para as portas que sofreram mais altera es no piso t rreo do mesmo modo na Figura 67 esta relativa ao piso superior 176 As Figuras 66 e 67 mostram as plantas do t rreo e piso superior j com altera es de configura o Funcionalmente
250. ociais e sim em classes econ micas A classifica o adotada a seguinte conforme a quantidade de Itens que o entrevistado indique possuir em sua moradia listados no quadro em que aparece uma rela o com itens de consumo como televis o em cores por exemplo e conforme o grau de instru o do a chefe da fam lia em quest o haver uma somat ria de pontos constante no Quadro 1 equivalente classe econ mica do entrevistado Assim para o caso do entrevistado somar por exemplo 29 pontos conforme o CCEB estar classificado como algu m cujo perfil econ mico pertence Classe B1 A metodologia utilizada na coleta de dados desta pesquisa inclui al m das entrevistas a observa o como m todo de pesquisa explorat ria pesquisa bibliogr fica pesquisa em p ginas da internet buscando registros de im veis em p ginas de imobili rias bem como da Funda o Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba de fabricantes de portas de blogs especializados em paisagens e cultura relativos a cidade de Curitiba p ginas de rg os com informa es relativas cidade de Curitiba e sua popula o tais como do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba IPPUC Secretaria de seguran a P blica site da Associa o Brasileira de Normas T cnicas ABNT dentre outras Tamb m faz parte dos procedimentos metodol gicos a pesquisa iconogr fica cuja fonte de imagens pr
251. odo conforme a dinamicidade com que ocorrem fen menos como por exemplo o aumento populacional as mudan as econ micas as evolu es tecnol gicas as mudan as nos h bitos de vida com implica es no modo de habitar das pessoas e em tal contexto a arquitetura vai assume um papel muito Importante O comportamento das pessoas vai sendo condicionado e condiciona os espa os conforme a rela o que se t m com o espa o constru do as caracter sticas da constru o como o tamanho dos espa os os materiais utilizados o conforto termo ac stico oferecido a disposi o dos ambientes entre outras uma vez que as pessoas criam artif cios pr prios para adaptar se e sobreviver em espa os de abrigo O modo de compartilhar espa os tamb m varia entre os diferentes grupos sociais sendo que comumente a organiza o nos espa os habitados facilita o conv vio das pessoas As necessidades e anseios n o s o os mesmos por m de um modo ou de outro as diversas 91 sociedades chegaram ao resultado da cria o de portas como recurso facilitador de seus abrigos habit veis por sua reconhecida utilidade Na pesquisa de campo realizada em Curitiba independentemente da faixa de renda da popula o urbana da cidade as portas est o comumente presentes em suas moradias variando suas fun es de uso e simb licas conforme os espa os a que est o destinados Ambientes como quartos e banheiros que em determinadas culturas e em ci
252. om uma boa fechadura e de prefer ncia transparente Em que lugar voc colocaria esta porta Colocaria mais para o quarto As respostas sobre a porta dos sonhos dos moradores dos conjuntos habitacionais pesquisados constam nos Quadros 16 e 17 a seguir BEM N O SEI NUNCA IMAGINEI UMA PORTA DO MEU SONHO ACHO QUE N O TENHO NEM ID IA DE UMA PORTA DO MEU IB 39 SONHO N O TENHO NEM ID IA ACHO QUE UMA PORTA SIMPLES NORMAL N O SERIA NADA DIFERENTE DE UMA PORTA COMUM NUNCA PENSEI NISSO PORTA DOS SONHOS N O TENHO NENHUMA AINDA BOM EU GOSTO MUITO DE MADEIRA 5 4l ENT O SE FOSSE PENSAR ASSIM UMA PORTA DE MADEIRA MACI A TRABALHADA 7 32 N O ENTENDO MUITO ASSIM DE MATERIAL UMA PORTA NORMAL MESMO PORTA DE MADEIRA ps 14 DO MEU SONHO AH N O TENHO NEM IDEIA NUNCA PENSEI NISSO N O TENHO NEM ID IA DE MADEIRA NUNCA SONHEI COM UMA PORTA S ASSIM p12 1 DE MADEIRA MEU DEUS NUNCA FALEI SOBRE PORTA A PRIMEIRA VEZ P13 58 AH RAPAZ PUXA VIDA BRANCA BRANCA PINTADA DE BRANCO P14 G5 G7 189 BRANCA LARGA E S N O ENTENDO MUITO DE MATERIAL 22 ACHO QUE MADEIRA S QUE BEM PLANA EU ACHO BONITA EU N O ENTENDO MUITO DA PORTA N O SABE QUANDO N S 7 FOMOS COMPRAR AS NOSSAS N S FOMOS NA LOJA E VIMOS QUAL ERA A QUE ATENDIA MAIS NOSSAS NECESSIDADES DA COR DE MADEIRA MESMO E DE PREFER NCIA UMA MADEIRA BOA DE LEI PESADA PARA DEIXAR NORMAL N O 54 PRECISA TER DETALHE
253. omo podem estar implicados na reprodu o de sistemas sociais GIDDENS 2003 p 442 As rela es sociais s o estruturadas pelas sociedades ao longo do tempo e do espa o fazendo parte destas rela es as media es com recursos materiais As rela es sociais acontecem como resultado de um sistema de significa es Como exemplo resultante deste sistema de significa es relacionado ao uso de artefatos est a pr tica popular observada em meio aos bairros pesquisados na cidade de Curitiba de na poca de Natal como em outras pocas tais como na P scoa as pessoas utilizarem portas de suas moradias como suporte para artefatos simb licos referentes a esta data comemorativa como no exemplo de uma das moradias do conjunto habitacional Isla Victoria no bairro Jardim das Am ricas em Curitiba ilustrada na Figura 15 Figura 15 Porta de moradia com artefato natalino Fonte Foto de autoria pr pria As tradi es normalmente t m suas fun es e justificativas mas existem casos em que s o repetidos rituais e s mbolos ex genos como no caso da utiliza o de artefatos Natalinos como adornos em portas ou outras partes das moradias Embora o Brasil tenha pr ticas pr prias para esta celebra o segue padr es ex genos para boa parte dos artefatos natalinos assimilando v rias pr ticas estrangeiras inclusive no que diz respeito s fei es do s mbolo mais conhecido do Natal brasileiro o Papai Noel de pele b
254. omputador ela ter uma classifica o econ mica pior do que assistir filmes em aparelhos de v deo cassete ou DVD e ouvir m sica em aparelhos de som r dio ou microssistem Se considerarmos o fator de consumo uma pessoa pode ser classificada em um estrato mais elevado devido a seus h bitos de consumo do que se a mesma pessoa fosse analisada sob o ponto de vista de sua escolaridade Existem entretanto procedimentos anal ticos que consideram simultaneamente todos os fatores impl citos no status social de uma pessoa L BACH 2001 p 94 O procedimento anal tico adotado possibilita a investiga o de configura es significados e diferentes usos com rela o s portas de moradias com suas particularidades ainda que a amostragem de pesquisa seja composta por grupos de pessoas pertencentes a um mesmo conjunto habitacional 1 5 8 Formas de aquisi o das entrevistas As entrevistas seguiram um protocolo tendo se adotado os seguintes procedimentos estrat gia de abordagem da pessoa a ser entrevistada utiliza o do question rio Crit rio de Classifica o Econ mica Brasil CCEB ao qual o entrevistado deve responder oralmente 36 tendo suas respostas assinaladas imediatamente no question rio constante nos Ap ndices B e C aviso sobre o procedimento de grava o da entrevista por meio de um gravador de voz solicita o da assinatura do termo de autoriza o de uso de imagem som e voz seguida do In cio da
255. onando e controlando a a o social LIMA 1995 p 130 Daniel Miller 2007 p 37 ao tratar da representatividade dos bens materiais e da categoriza o humana por meio dos significados das coisas afirma que as pessoas usam os bens materiais como modo de distinguirem se umas das outras Segundo Miller os consumidores se encaixam em categorias mediante a compra de s mbolos apropriados ao seu estilo de vida sendo que as intera es poss veis no uso do artefato s o capazes de dar lhes novos significados alterando os significados e fun es preferenciais de artefatos Diante desse olhar de reflex o voltado para o artefato e sabendo se que ele propicia diversas experi ncias assumindo diferentes fun es dentro de cada sistema simb lico e cultural considera se importante tratar do conceito de est tica proveniente do termo grego aesthesis utilizado em 1750 por Baumgarten no t tulo da sua obra sobre a an lise da forma o do ju zo do gosto Ela pode ser entendida como uma disciplina filos fica que exercita a reflex o sobre a experi ncia o sentido e a dial tica do belo o universo da est tica o ju zo est tico o valor e as categorias de beleza RODRIGUES 1990 p 124 Adorno considera a concep o de que os bens culturais sejam agrad veis como um hedonismo est tico da felicidade expulsando a negatividade silenciando os resultados desagrad veis As manifesta es e a consci ncia est tica passam tanto
256. onta a diversidade e din mica social e cultural bem como o contexto de uso em que se insere O segundo ponto a esclarecer o significado de cotidiano tomado como base nesta disserta o Para tanto articulamos o relato de Michel de Certeau O cotidiano aquilo que nos dado cada dia ou que nos cabe em partilha nos pressiona dia ap s dia nos oprime pois existe uma opress o do presente Todo dia pela manh aquilo que assumimos ao despertar o peso da vida a dificuldade de viver ou de viver nesta ou noutra condi o com esta fadiga com este desejo O cotidiano aquilo que nos prende intimamente a partir do interior uma hist ria a meio caminho de n s mesmos quase em retirada s vezes velada N o se deve esquecer este mundo mem ria segundo a express o de P guy um mundo que amamos profundamente mem ria olfativa mem ria dos lugares da inf ncia mem ria do corpo dos gestos da inf ncia dos prazeres Talvez n o seja in til sublinhar a import ncia do dom nio desta hist ria irracional ou desta n o hist ria como diz ainda A Dupront O que interessa ao historiador do cotidiano o Invis vel CERTEAU 2009 p 31 A organiza o da vida cotidiana pode surgir a partir de necessidades criadas em fun o da cultura em que esteja inserida Cada sociedade considera de maneira particular o que lhe imposto e tamb m aquilo que lhe conveniente nela se desenvolvendo c
257. or do Senai RJ Bernardo Senna Nem sempre representa fielmente o desejo do consumidor porque s vezes o produto adquirido apenas o melhor produto dispon vel n o necessariamente o mais adequado para sua realidade e procura E Estes estudos e discuss es apontam para a preocupa o das pessoas em pensar a arquitetura e seus elementos tais como as portas de modo a buscar solu es adequadas s necessidades aos valores e sistemas culturais da sociedade entendendo estas reflex es como Importantes aliados na constru o de uma arquitetura consciente e apropriada 2 3 DIVERSIDADE CULTURAL E FUN ES DE PORTAS DE MORADIAS NO COTIDIANO DA SOCIEDADE Optar por determinado tipo de porta para a moradia pode parecer uma a o desvinculada de qualquer influ ncia externa ou conflito basicamente apoiada na decis o pessoal Entretanto as influ ncias e press es que norteiam esta escolha envolvem tamb m outros fatores al m do gosto pessoal e dos diferentes pre os entre os produtos As escolhas que fazemos em nosso cotidiano v o al m das diferencia es de valores financeiros e caracter sticas f sicas mais evidentes assim como da percep o est tica particular sendo que nelas confluem tamb m refer ncias culturais incorporadas ao longo de nossa hist ria de vida 15 A i Refer ncias encontradas no site de pesquisa lt http www gazetadopovo com br imobiliario conteudo phtml tl 1 amp id 1109389 amp tit Guia sobre o
258. orma es socioculturais vivenciadas pelos moradores da rea urbana da cidade de Curitiba ao longo de sua exist ncia no espa o constru do poss vel fazer um paralelo dessas mudan as com base nas transforma es pelas quais as portas t m passado ao longo do ltimo s culo Uma das caracter sticas que se mant m a prefer ncia pelas portas de madeira contudo a tecnologia de fabrica o mudou assim como os tipos de madeiras utilizadas e os modelos adotados Hoje rareia cada vez mais a porta feita de madeira nobre maci a sendo que praticamente extinguiram se ou reduziram se radicalmente muitas das reservas de mata nativa de onde eram retiradas como o caso da imbuia e do mogno Madeiras maci as ainda s o bastante utilizadas na ind stria de portas no entanto em sua maioria s o madeiras de reflorestamento ou madeiras com certificado de proced ncia como a porta em ita ba mostrada na Figura 19 na imagem direita Os dois modelos de portas mostrados na figura embora sejam feitas em pocas tecnologias e madeiras diferentes possuem caracter sticas semelhantes como a altura como a abertura de ambas que se d por meio de duas folhas bem como a presen a de almofadas na parte inferior al m do fato de ambas possu rem estrutura de madeira e vidro no topo Por mais que tenham ocorrido transforma es algumas caracter sticas persistem por exemplo a preocupa o com seguran a Antigamente tamb m existia a
259. orta da esquerda ilustra uma porta de um tipo refor ado com recursos tecnol gicos como a mescla de materiais ferro madeira vidro sendo poss vel 88 ainda verificar a presen a de persiana vertical servindo para aumentar a privacidade dos moradores A imagem direita pertence a uma moradia em projeto de padr o econ mico similar ao da primeira Nela utilizado outro recurso para aumentar a privacidade dos moradores a pel cula como as da marca Insulfim colada ao vidro que dificulta a visualiza o do interior da moradia evitando olhares curiosos A escolha dessa porta ao menos aparentemente demonstra menor preocupa o com rela o seguran a da moradia levando se em considera o a grande rea envidra ada presente no centro da porta Os dois modelos de portas vistos nesta figura utilizam vidros relativamente fr geis a impactos que fragilizam uma porta cuja fun o seja proteger a moradia contra invas es Os materiais metal torneado madeira com almofadas vidro em formato diferenciado como o oval pel cula aplicada ao vidro tipo de ma aneta dos quais s o feitas os modelos e o contexto do bairro em que se inserem demonstram as influ ncias das condi es s cio econ micas das respectivas moradias cada uma com suas particularidades e recursos tecnol gicos por m expressando diferentes preocupa es e necessidades Figura 22 Porta refor ada com grades de ferro e porta com grande rea envidra ad
260. os cuja rea de servi o fica na parte externa n o pertencendo ao corpo da casa de modo a n o extrapolar a rea constru da permitida por lei Posteriormente expedi o do alvar e mesmo n o tendo sido aprovada dada continuidade obra finalizando se a constru o conforme a prefer ncia do morador o que faz com que comumente a rea de servi o termine por localizar se em rea interna Nesta etapa da constru o cada morador coloca a porta conforme seus requisitos seja est tico seja pr tico como por exemplo para refor ar esse outro acesso pela parte externa moradia Em meio ao grupo de entrevistados do Panamericano as varia es de configura es feitas s o menores do que em rela o ao Gurupi No entanto tamb m ocorrem e geralmente v m acompanhadas de altera es na planta original da moradia o caso da amplia o da rea coberta que engloba churrasqueira e rea de servi o situa o que normalmente exige a aquisi o de portas extras 52 A P 5 K Embora apenas cinco delas tenham respondido ao question rio esta informa o p de ser obtida porque a pesquisadora moradora do local e conheceu previamente as moradias 180 Entre as poucas modifica es na configura o das portas das moradias do Panamericano est a da moradia da entrevistada P5 que retirou a porta de transi o entre a cozinha e a lavanderia por entender que esta porta atrapalhava a circula o que ocorre
261. os de personaliza o da moradia Esta talvez a verdadeira tradi o brasileira e tamb m a sua originalidade trabalhar sobre o j existente sobre o predefinido sobre o j constru do modificando lhe os signos a est tica a expressividade at modificar o seu sentido e a sua Interpreta o BRANZI apud MORAES 2006 p 12 Esta interfer ncia na est tica da arquitetura padronizada de moradias feita a partir da escolha de modelos com certa personaliza o abre espa o para discuss es sobre design e diversidade cultural Segundo Moraes 2006 p 261 a realidade brasileira em termos de design m ltipla fluida e plural podendo se esperar uma sucess o de modelos com base na mimese gerada historicamente O design dentro da heterogeneidade de uma cultura m ltipla poss vel quando se promove a uni o de diferentes elementos buscando harmonia e equil brio entre eles Assim pode se dar espa o ao design no mbito de uma cultura plural promovendo a associa o entre elementos afins apesar de suas origens diversas MORAES 2006 p 260 Design termo ingl s que significa projetar desenho DICION RIO INGL S PORTUGU S PASSWORD 2007 p 128 Significa planejar escolher ou seja receber e processar est mulos selecionar modelos de pensamento e sistemas de valores MANZINI 1993 p 51 uma ideia um projeto ou um plano para a solu o de um problema determinado L BACH p 16 1 A
262. ossibilidade de duas coisas ocuparem o mesmo lugar no espa o J espa o n o tem a estabilidade de um pr prio porque se modifica conforme vari veis como o tempo a velocidade e a dire o de coisas em 18 Arranjos socioespaciais Uso que o homem faz do espa o HALL 2005 p 1 68 movimento O espa o seria um efeito produzido pelas opera es que o orientam e se modifica pelas transforma es sucessivas de aproxima o e afastamento Segundo o autor nas pr ticas do dia a dia lugar define se por objetos reduz veis ao estar a O movimento condiciona a produ o de um espa o O espa o geom trico e neste espa o as pessoas fazem suas pr ticas considerando vari veis como velocidade e tempo Seria ent o a porta espa o ou lugar A porta tem possibilidade de ser ambos por que tem a estabilidade de uma posi o pr pria na qual apenas ela pode estar naquele momento e na medida em que medeia movimentos tr nsitos de pessoas animais ou coisas atrav s dela assim como perman ncias desses em seus v os ou nela apoiados pode produzir um espa o de cruzamento de aproxima o e afastamento Cenas do cotidiano como as que podem ser vistas na Figura 14 mostram que as pessoas t m um envolvimento cont nuo de viv ncias em torno da porta da moradia podendo se considerar nesta din mica a porta na condi o de coadjuvante das experi ncias vividas no ambiente dom stico Na Figura 14 existem di
263. pela casa n o um lugar comum assim como as rela es sociais no cotidiano em cada sociedade as pessoas que nelas vivem lidam com este assunto de formas variadas em contextos diversos Segundo Adrian Forty 2007 o cio for ado das mulheres europ ias casadas de classe m dia do s culo XIX era um reflexo da riqueza e sucesso dos maridos s mulheres cabia o ordenamento a administra o e as decis es do lar sendo incentivadas a expressarem suas qualidades femininas 2007 p 145 sendo que a escolha da decora o dom stica e da mob lia era uma tarefa at mesmo esperada das mulheres burguesas Contudo para o autor 2007 p 145 antes da d cada de 1860 a escolha da mob lia dom stica parece ter sido principalmente uma tarefa masculina isto tamb m porque era comum os decoradores respons veis pelas escolhas na maioria dos casos serem homens O lar centro de interesse de muitas sociedades provavelmente porque diz respeito vida familiar ao conv vio familiar e social e os esfor os para melhor lo s o percept veis independentemente de quem seja a iniciativa se de homens ou de mulheres Esta quest o merece estudos e pesquisas mais aprofundadas no futuro 3 3 2 Diversidade de usos de portas de moradias As varia es em termos de usos de portas citadas pelos entrevistados est o em processo din mico com a forma destas pessoas viverem seus h bitos cotidianos justificadas pelo entendimen
264. pensando se em tempo como algo hist rico e espa o como social podendo assumir rela es de coexist ncia de entrela amento em diversas esferas de atividade humana 69 E A SEE q f D Parte de cen rio de foto Artefato utilizado em brincadeira y B VUE AA Tas q ut Ce i 4 gt Divisora Je espaco ceuladora Alguns de E cedo Suporte de express o art stica e de tr nsito entre espa os sinaliza o visual a Figura 14 Porta como espa o e lugar Fonte Fotos de autoria pr pria A percep o dos limites de espa o pode ser minimamente ou extraordinariamente diferente para cada pessoa entre cada grupo cultural deste modo os espa os constru dos pelas pessoas podem ser vivenciados como experi ncias diversas A partir das diferentes percep es das caracter sticas visuais dimensionais e funcionais das portas e da arquitetura como um todo pode se ter no es da cultura em que se inserem Vale lembrar segundo Hall que Grande parte do sucesso de Frank Lloyd Wright como arquiteto deveu se a seu reconhecimento dos muitos modos diferentes pelos quais as pessoas vivenciam o espa o 2005 p 63 Cada cultura tem suas particularidades seja no modo de habitar vestir alimentar se conviver conduzindo a m ltiplos valores anseios e necessidades Estas particularidades culturais levam as pessoas a reproduzir transformar e criar seus artefa
265. pessoas com os ambientes constru dos como uma rela o social que exige tratamento especial Ed Sair de casa andar pela rua efetuar de tudo um ato cultural n o arbitr rio inscreve o habitante em uma rede de sinais sociais que lhe s o preexistentes os vizinhos a configura o dos lugares etc A rela o entrada sa da dentro fora penetra outras rela es casa trabalho conhecido desconhecido calor frio tempo mido tempo seco atividade passividade masculino feminino CERTEAU 2009 p 43 O usu rio inserido em ambientes sociais que exigem rela es com semelhantes reconhece e se organiza a partir dos recursos dispon veis intimado por sinais que lhe intimam a ordem secreta de comportar se conforme as exig ncias da conveni ncia CERTEU 2009 p 56 Roberto Da Matta autor de estudos sobre antropologia urbana escreveu em seu livro A casa e a rua sobre a intimidade dos lares brasileiros analisando as rela es da sociedade 92 brasileira dentro de casa considerada em sentido amplo espa o privado por excel ncia comparativamente ao seu comportamento em ambientes coletivos como na rua Ele descobre pr ticas comuns nestas rela es observando caracter sticas de ordem moral e social A casa vista no sentido de lar onde se compartilham objetos valores um lugar onde somos gente no sentido de se exercer mais plenamente a cidadania Est ligada id ia de um destino em conjunt
266. podendo cada pessoa considerar distintamente a que teria a fun o principal em sua moradia O outro tipo de porta de acesso ao interior da moradia aquele que d acesso pelas laterais e ou fundos do terreno Essa porta tem geralmente uma apar ncia visual mais simples diferenciando se da primeira a principal pode ser por onde se prefira receber as compras de mercado ou o entregador de g s por exemplo um dentre os diversos modos de construir a arquitetura de moradias sendo que cada um destes pode se mostrar consonante com certos valores necessidades e refer ncias culturais locais Considerando se toda a diversidade existente nos diversos modos de habitar percebe se tamb m que os materiais utilizados na fabrica o de portas variam ao longo da hist ria da humanidade a exemplo do uso do ferro da madeira e mais recentemente do a o do vidro e do pol mero Com todas as inova es t cnicas e construtivas estes materiais passaram a conjugar se e incorporar m ltiplas aplica es na tarefa de vedar v os de acesso incrementando as possibilidades da pr tica construtiva As novas t cnicas desenvolvidas e adotadas pela ind stria de vidros por exemplo d o maiores condi es para o experimentalismo Como diz Lu s Ant nio Jorge 1995 p 88 as Inova es tecnol gicas na arquitetura significavam a conquista de maiores v os que por sua vez tamb m representam um valor est tico fundamentado na ideia da leveza O fer
267. por exemplo J a caracter stica ter boa funcionalidade segundo os entrevistados est relacionada ao funcionamento propriamente dito da porta de abrir e fechar sem emperrar sem emitir ru dos desagrad veis como poderia acontecer a partir de dobradi as com falta de lubrifica o pelo mau dimensionamento ou empenamento ocasionando seu atrito com o piso ou batente dentre outros motivos 139 O entrevistado 14 menino de seis anos demonstrou se interessado pela qualidade do acabamento das portas Das portas bem feitas eu gosto mais A express o portas bem feitas pode reportar se qualidade das portas de um modo abrangente incluindo por exemplo a qualidade do material do acabamento a durabilidade deixando claro que para ele a quest o est tica importante Ele lembrou que algumas portas de sua casa n o t m um bom acabamento eles os fabricantes de portas raspam um pouquinho referindo se s falhas no verniz aplicado s portas Ainda quanto ao quesito da est tica afirmou que uma porta dos sonhos para ele seria metalizada de cor cinza prateada diferenciando se assim de prefer ncias mais comumente observadas no contexto da pesquisa Outra entrevistada 11 uma adolescente prefere que a porta seja mais clara e com vidro que n o fa a tanto barulho para fechar e que n o d tanto trabalho para abrir As moradias do conjunto residencial Panameri
268. presentativos de sua cultura s o mantidos seja em integra o real na vida cotidiana ou ainda embora menos acess vel maioria das pessoas em museus ou locais destinados preserva o de sua mem ria Ed A porta importante para a arquitetura e para as pessoas por diversos motivos sendo que os cuidados observados em sua fabrica o apresenta o e detalhamento n o s o exclusividade das classes econ micas mais abastadas edifica es mais humildes como a que se pode observar na Figura 50 localizada no bairro Cajuru em Curitiba tamb m recebem detalhes de ornamenta o Tanto a porta de divisa entre o lote e a via p blica quanto a porta de entrada da moradia s o feitas em ferro pintadas com tinta esmalte sint tica azul fosca A primeira composta de um quadriculado em cujo Interior apoiam se flores de quatro p talas Compondo com o modelo da divisa a porta de entrada da moradia tamb m formada por um quadriculado embora este possua dois tamanhos diferentes aplicados a uma chapa met lica lisa que se v na parte inferior da mesma Houve a preocupa o em pintar da mesma cor azul a constru o de madeira que faz parte do conjunto arquitet nico do mesmo modo que o muro Este arranjo denota uma preocupa o em harmonizar elementos para a composi o de um conjunto apresentando est tica cuidadosa relacionando se est tica id ia de harmonia de equil brio 153 Figura 50 Composi
269. r uma vis o global dos processos produtivos afastando os do conhecimento global Segundo o autor essas novas pr ticas contribu ram para a desqualifica o e a expropria o de conhecimentos produtivos No caso dos processos produtivos empregados na fabrica o de portas tal processo de desqualifica o e expropria o do conhecimento possivelmente tenha gerado um desconhecimento com rela o s experi ncias prejudicando a aprendizagem de saberes t cnicos e usos de instrumentos necess rios sua elabora o manual como no caso de entalhes por exemplo Diante da abordagem de tecnologia sob o prisma social como mediadora de rela es sociais entendemos que a fun o principal muito mais do que focar no que se produz em termos de arquitetura e design seria atuar em prol da humanidade minimizando as dificuldades e facilitando a vida cotidiana considerando se e respeitando prefer ncias necessidades e anseios que se manifestam em diversas culturas E neste contexto que esta pesquisa procura observar a tecnologia manifesta em portas de habita es de pessoas comuns procurando perceber as rela es de valor resultantes de suas viv ncias entendendo que as escolhas em rela o s portas de moradias n o s o aleat rias e s o portadoras de informa es sobre refer ncias e valores socioculturais Vale lembrar que a cultura interfere nas escolhas materiais e sistemas produtivos visto que se conjuga com o processo
270. ra eficiente e esta aceita o se d pelo aumento da oferta de produtos industrializados no mercado da constru o civil oferecendo pre os mais competitivos Por m em muitos casos percept vel a baixa qualidade dos produtos oferecidos em troca de pre o baixo fator que desagrada consumidores pela m apar ncia e pela inseguran a oferecida s moradias Em alguns casos a percep o da madeira como material que oferece robustez e consequente seguran a principal preocupa o dos entrevistados pode ser enganosa Apontam tamb m que os entrevistados de faixa et ria at 16 anos ousam mais em termos de materiais para portas demonstrando interesse e prefer ncias por portas em vidro 187 com cores claras em metais inclusive assumindo a caracter stica de acabamento de alguns metais sem tentar camufl los debaixo de pinturas opacas Foi o caso do menino entrevistado que preferiu portas metalizadas mostrando desprendimento quanto tradicional madeira preferida pelas pessoas nascidas entre as d cadas de 1960 e 1970 Estes resultados assinalam tamb m que a separa o das motiva es para substitui es das portas das moradias destes entrevistados em categorias de an lise fixas tais como configura es usos e significados neste caso n o se justifica uma vez que as inten es para substitui es podem estar inter relacionadas em alguns casos As portas fazem parte de um grupo b sico de elemento
271. ra a moradia pode oferecer dificuldades por causa dos m ltiplos valores relativos aos anseios que podem se manifestar sendo que escolher a porta dos sonhos n o depende apenas de que ela possa cumprir a fun o de uso b sica de controle de abertura ou fechamento de um v o transit vel Considerando se que pode depender da interfer ncia de muitos fatores como o econ mico social cultural de moda de representatividade portas podem ser bem mais do que um elemento construtivo corriqueiramente utilizado estritamente pela fun o pr tica atuando tamb m como suportes na comunica o de mensagens assumindo assim fun es tamb m simb licas O gosto as necessidades e os anseios humanos n o seguem par metros absolutos e permanentes totalmente previs veis Os crit rios de busca e escolha mesclam tanto fatores objetivos buscando se solu es que cumpram fun es pr ticas quanto fatores subjetivos quais sejam por exemplo aqueles relacionados a mem rias familiares anseio pela demonstra o de status refer ncias culturais e influ ncias hist ricas o que n o raro leva conserva o de certos patrim nios mesmo que n o sejam os mais adequados para determinados usos As pessoas materializam assim suas expectativas de maneira pr tica ao mesmo tempo em que imprimem outros valores tais como os est ticos e simb licos O artefato tem relev ncia social na medida em que sua representa o justificada tamb m pelo v
272. ram per odos cl ssicos da arquitetura mundial seguindo influ ncias de diversos estilos em uma nica constru o utilizando 23 A porta Esta porta Na Rua das Flores Em Curitiba J viu e ouviu muitas coisas A alegria ing nua das crian as Brincando O enlevo de namorados Namorando O passo apressado dos homens Trabalhando O riso claro das mo as Desfilando O murm rio dos pol ticos Tramando Se n o arco de triunfos N o tamb m arco de derrotas Pelo que sabe Poderia ser a pr pria Scherazade Com suas mil hist rias a contar Reverenci la o mesmo que pedir a ben o A mem ria da cidade Ela nos faz mudo convite Procurar no outro lado Dos seus espelhos As alegrias dentro de n s escondidas Que como as melhores m sicas Sempre merecem Ser novamente ouvidas Nireu Teixeira placa na Rua XV de Novembro em Curitiba Entre as ruas Presidente Farias e Bar o do Rio Branco 79 influ ncias do barroco arte oriental cl ssico art d co art nouveau por exemplo Deste modo voltaram a fazer parte das fachadas e mobili rios os front es e colunas da arquitetura da antiguidade cl ssica bem como os relevos e molduras entre outros elementos cuja combina o de diversos elementos fez surgir um estilo de arquitetura bastante rebuscado considerando se a arquitetura e os sistemas construtivos predominantes nesta poca As portas e detalhes da Figura 17 ilustram parte desse estilo que ficou conhecido como ecl tico utilizand
273. ranca e tra os europeus que pode ser observado na Figura 15 bem diferente da fei o do mulato maioria da popula o deste pa s Al m disso a data em que se comemora o Natal coincide com o ver o brasileiro mesmo assim v rios adere os utilizados para a comemora o seguem o modelo de na es do hemisf rio norte como dos Estados Unidos da Am rica e Europa lugares em que o Natal coincide com o inverno e por este motivo os adere os cont m itens como o boneco de neve vestimentas de veludo e pele de animais para o Papai Noel tren s puxados por renas sobre 73 superf cies cobertas de gelo Tamb m a rvore utilizada para receber a decora o no hemisf rio norte o cedro uma planta proveniente de climas frios do mesmo tipo que a adotada no Brasil pa s de clima predominantemente tropical Na Figura 15 poss vel notar que a guirlanda fixada porta da moradia cont m galhos de uma planta similar ao cedro europeu e que o Papai Noel utiliza vestimentas apropriadas para um clima frio Parte desta tradi o pode ser explicada pelo fato de que o Brasil foi colonizado tamb m por europeus que trouxeram consigo refer ncias culturais relativas ao seu modo de vida mesclando os aos j existentes Esta uma quest o cultural tratada por Canclini 1995 que nomeia tais inser es e assimila es de refer ncias estrangeiras como hibrida o A no o de h brido emerge da problematiza o ocorrida com a abrup
274. rcunst ncias normais de uso promovem certo estado de privacidade ao se apresentarem sem as costumeiras portas podem deixar de oferecer as condi es de intimidade necess rias trazendo como consequ ncia sensa es como invas o de privacidade inconveni ncia e desconforto Muito embora primeira vista a arquitetura possa se mostrar rica e diversificada a sensa o de desconforto que a falta da porta pode ocasionar enfatiza o modo com que se organizam os interiores das moradias com base em refer ncias culturais e pr ticas valorizadas em determinadas sociedades Assim por exemplo pode n o ser vista com naturalidade a atitude de uma pessoa ao despir se em um ambiente coletivo quando padr es culturais exigem discri o ou ainda em fazer uso do banheiro sem se preocupar em manter a porta fechada Contudo em boa parte das tribos ind genas brasileiras apresentar se nu uma pr tica bastante comum Dentro desta rela o envolvendo pessoas na utiliza o ou n o de portas em determinadas situa es e ambientes e as rela es de in conveni ncia h que se considerar diversos fatores dentre eles o maior ou menor grau de intimidade entre as pessoas como esta sociedade trata por exemplo as quest es de g nero a sexualidade o pudor bem como qual o contexto em que se insere se este ambiente faz parte de um espa o p blico como o local de trabalho ou se trata de um lugar como o lar Certeau considera esta rela o das
275. rejudicando outros Investimentos em artefatos que ainda n o possuem e gostariam de adquirir A durabilidade das portas pode ser comprometida se for intensa sua exposi o a o de agentes naturais como sol e chuva que podem danific las Assim por exemplo pode acarretar na diminui o da durabilidade das portas a combina o do tempo de vida pr prio do material do qual feita a porta com o tipo de manuten o que tenha sido aplicada em sua superf cie e seu uso e manuten o se forem inadequados Madeiras moles e porosas n o s o indicadas para portas externas de moradias porta de ferro sem tratamento anti ferrugem sofre a o de oxida o mais intensivamente portas sem tratamento contra a o de insetos como cupins e fungos podem ser atacados por estes e ter sua durabilidade diminu da As iniciativas das pessoas de interferrem em portas originais de suas moradias baseiam se n o raro em crit rios bastante distintos segundo necessidades anseios e valores particulares Percebe se a inten o de substitui o das portas mais comumente por motivos de falha no cumprimento de fun es como no caso de portas que atrapalham na circula o de pessoas entre ambientes em virtude de dimens es ou tipos inadequados por exemplo Geralmente este tipo de problema de falta de um espa o adequado para a abertura confort vel de portas acontece em espa os pequenos como cozinhas ou banheiros sendo que na maior parte destes casos
276. rimes Ambientais no cap tulo do Meio Ambiente da Constitui o Federal Podem existir outras justificativas menos palp veis que justifiquem pagar um pre o mais alto dependendo de requisitos mais subjetivos como os que envolvem o status por exemplo Os materiais utilizados para a fabrica o da porta podem ter entre outras fun es a denota o da est tica ligada ao status lembrando que na defini o de est tica por L bach 2001 salienta se a import ncia sociocultural naquilo que os sentidos humanos podem perceber Determinadas caracter sticas apresentadas pelo artefato passam a ser sin nimo de conhecimento tecnol gico de sofistica o de maior instru o do propriet rio de modernidade por exemplo quando as pessoas que a observam percebem tais valores nas caracter sticas apresentadas pelo mesmo Para haver sucesso na comunica o da mensagem do que a posse deste artefato representa ao seu propriet rio preciso que as pessoas que o observem percebam esta representa o da mesma forma uma vez que o significado n o inerente ao artefato O desenvolvimento de recursos tecnol gicos para portas de moradias t m origem muitas vezes em necessidades funcionais como facilita o no controle de acesso maiores garantias de seguran a mas podem tamb m estar relacionados a outras quest es Resid ncias a Segundo os artigos 45 e 46 da Constitui o Federal crime Art 45 Cortar ou transformar em carv o madeira
277. rincipal Casa Rom rio Martins e porta iInterna 114 Figura 28 Detalhe de portas do Palacete Le o J nior oeeeneeeeeessssssssssssseseererreressssssssss 115 Figura 29 Imagens de portas do Palacete Le o J nior na cidade de Curitiba PR 116 Figura 30 Casa Frederico K irchg ssner porta em cruz mais tarde substitu da 117 Figura 31 Casa Frederico irchg ssner porta em arquitetura modernista do s culo XX 117 Figura 32 Edif cio na Rua Portugal projeto de Frederico Kirchgassner 1958 118 Figura Ss 5 Portas em madeiras MISS saia ar aaa a Dad a 120 Figura 34 Sistema de abertura de portas com leitura biom trica eeeeeessssssssssseeeeerreesees 123 Eisura S5 Porny oscilo bate nte ai E E o sc 124 Figura 36 Portas com inova es tecnol gicas no detalhe direita trava de seguran a TEFORCAd deana e E OTEA E 125 Figura 37 Portas com inova es tecnol gicas ciice re iania 126 Figura 38 Projeto Inicial e resultado ap s interven o b sica em moradia do conjunto COPO DI soar A e A Rd 135 Figura 39 Porta externa e porta de entrada original de moradias do conjunto Gurupi 135 Figura 41 Configura o de sobrados 159 1 159 2 159 3 159 4 do conjunto habitacional Panamericano no bairro Cap o da Imbuia c ii eeeeeeerrrrererereenams 139 Figura 42 Configura o de sobrados 123 a 1
278. rma de t buas mais utilizada em molduras entalhes e torneados que onde n o se pode utilizar os pain is laminados L minas de madeira As l minas de madeira s o produzidas partir da faquea o das toras em diferentes processos Para as madeiras de Lei s o utilizados os processos que n o desfiguram a apar ncia natural das fibras veios e n s da madeira O que se consegue uma l mina ou folha de madeira com aproximadamente 1 mm de espessura pelo comprimento e largura da tora Existem no mercado uma infinidade de tipos de madeira na forma de l minas que podem ser escolhidos e utilizados na fabrica o de m veis Existem tamb m as l minas recompostas ou pr compostas importadas da It lia que nada mais s o do que madeira clara de reflorestamento reprocessada para dar a apar ncia desejada S o l minas fabricadas industrialmente onde algumas imitam o visual de l minas naturais conhecidas e outras s o cria es dos designers dessas ind strias PAIN IS Aglomerado Painel constitu do de part culas finas m dias e grossas de madeira aglutinadas entre si por adesivo a base de resina sint tica press o e calor E composto por tr s camadas as quais lhe 224 d o resist ncia f sica e mec nica estabilidade dimensional e resist ncia a empenamentos e deforma es Aceita todos os tipos de revestimento como l minas de madeira f rmica pintura filme de PVC BP Baixa press o melamina e etc
279. ro e a madeira principalmente t m passado por variados experimentalismos formais na arquitetura baseados em diferentes problem ticas que surgem conforme ocorrem varia es culturais valorizando mais ou menos a seguran a a privacidade a demonstra o de for a e poder bem como na medida em que s o desenvolvidos novos materiais e modos de produ o e utiliza o A fabrica o de portas e as maneiras de faz la encontram se atualmente entre estas duas categorias a da produ o artesanal e a da produ o industrial sendo que em regi es 58 urbanas incluindo se no estado do Paran a cidade de Curitiba l cus da pesquisa de campo da presente disserta o h predomin ncia do segundo tipo As prefer ncias e as rela es que se originam entre os artefatos e os usu rios como no modo de fabrica o dimens es usos por exemplo tanto revelam caracter sticas particulares quanto de grupos sociais sendo que a observa o de tais caracter sticas tem sua import ncia no desenvolvimento da consci ncia hist rica da sociedade sobre usos e costumes populares contribuindo na forma o do seu patrim nio cultural Nestes termos observando os Interiores atuais de casas paranaenses de classe m dia o arquiteto Key Imaguire constatou caracter sticas comuns justificando determinadas escolhas das pessoas em artefatos para suas moradias como as relatadas a seguir em entrevista para o Jornal Gazeta do Povo de mar o de 20
280. role de entrada e sa da inclusive em casos de priva o de liberdade como nos pres dios Contribui para a privacidade tanto com rela o a olhares vindos do exterior da habita o ou outro tipo de edifica o como para preservar a privacidade das pessoas em situa es mais ntimas Al m disso a porta til quando h necessidade de isolamento em momentos que requerem sil ncio e ou concentra o ou para evitar a aproxima o ou o contato f sico com outrem Serve tamb m como elemento de Integra o entre espa os constru dos como quartos e salas ligando o Interior ao exterior separa espa os em setores limita o acesso auxiliando na tentativa de evitar riscos seguran a e mesmo vida das pessoas servindo para prote o diante de perigos oferecidos como por exemplo pela entrada de animais e pessoas estranhas dentro da edifica o Se por um lado as portas podem desempenhar a fun o de separar ambientes de forma a regular quando assim se deseje o ordenamento no uso de espa os por outro pode Integr los propiciando o compartilhamento de espa os Deste modo as portas podem contribuir na demonstra o do que possa ser de dom nio p blico ou privado tanto em ambientes residenciais quanto em outros tipos de ambientes de natureza notoriamente compartilh vel como os comerciais escolares reparti es p blicas por exemplo A indica o da separa o de ambientes p blicos de privados fica geralmente bastan
281. rquias sociais n o sendo assim absolutamente arbitr rias as escolhas As portas aliadas a outros elementos indicativos est o encarregadas de comunicar estes Refer ncias encontradas no site de pesquisa lt http www gazetadopovo com br imobiliario conteudo phtml id 1109383 gt Acesso em 23 abr 2011 Refer ncias encontradas no site de pesquisa lt http www gazetadopovo com br imobiliario conteudo phtml id 1109383 gt Acesso em 23 abr 2011 59 princ pios de organiza o BOURDIEU 2009 p 215 social n o se limitando a cumprir apenas as fun es estritamente programadas Observando a rela o dos fatores de influ ncia no consumo de artefatos para moradias t cnicos do Servi o Nacional de Aprendizagem Social SENAD ao analisar os Interiores residenciais e seus objetos realizaram um estudo fotoetnogr fico em sessenta e oito resid ncias brasileiras em dez estados do pa s mostrando o que a popula o realmente quer em sua casa Deste estudo resultou o livro Desejos amp Rupturas Referenciais do Mobili rio que aponta incongru ncias entre os anseios das pessoas e os artefatos oferecidos pela ind stria de produ o busca incentivar o processo de cria o e pesquisa sobre seu p blico alvo possibilitando designs que tenham mais compatibilidade com a identidade do consumidor O design das ind strias tem o costume de basear as cria es no que est vendendo mais avalia o designer e consult
282. rtas restando apar ncia uma rela o de menor Import ncia O que se percebe a partir das entrevistas que as pessoas deixam de efetuar trocas ou substitui es de portas de suas moradias por motivos de economia ou seja embora alguns n o tenham feito altera es em portas de suas moradias alguns ainda gostariam de faz lo mas acaba custando a redu o do or amento familiar SIGNIFICA UMA COISA MUITO IMPORTANTE NA CASA DA GENTE SIGNIFICA PROTE O SIGNIFICA PRIVACIDADE PODE SIGNIFICAR ALGO QUE D PROBLEMA SIGNIFICA CONFORTO POR CAUSA DO FRIO OU DO CALOR ALGO QUE PRECISA TER RESIST NCIA PORTA DE BANHEIRO ESSENCIAL SIGNIFICA ESCONDER A BAGUN A QUANDO VEM VISITA EM CASA UM INVESTIMENTO PORQUE HOJE EU ACHO QUE A GENTE TEM QUE PREZAR PELA SEGURAN A SIGNIFICA ALGO QUE TEM TECNOLOGIA QUE ABRE SOZINHA OS MORADORES T M BA C nenon S paos anae O 1 armitan a T ooo Range mim OOOO Eos CART OZINHO PARA PASSAR PELA PORTA TEM DISPOSITIVO DE SEGURAN A AQUELES DE IMPRESS O DIGITAL SIGNIFICA ALGO QUE PARA ABRIR RECEBER VISITA PORTA ALGO QUE FAZ BARULHO 183 ALGO QUE FAZ VISTA LUGAR PARA SE COLOCAR ENFEITES PORQUE NA POCA DO NATAL FICA LINDO N EMBELEZAM A CASA SIGNIFICA SER ALGO SOBRE O QUAL EU NUNCA FALEI SIGNIFICA UMA COISA MUTTO IMPORTANTE NA CASA DA GEN
283. s Figura 36 sendo o tambor da fechadura blindado chave com segredo personalizado e dobradi a de seguran a especial Figura 36 Portas com inova es tecnol gicas no detalhe direita trava de seguran a refor ada Fonte Dispon vel em lt http www miraiblindagens com br gt Acesso 13 dez 2010 Alguns modelos de portas de seguran a desta empresa s o projetados para resistirem tamb m a o de ferramentas manuais ou el tricas seja na fechadura dobradi a ou em qualquer outro ponto da porta possibilitando tamb m o recebimento de tratamento de superf cie anti oxida o Ainda segundo a empresa todas as portas e modelos est o preparados para receberem pain is de madeira ou MDF personalizados conferindo eleg ncia aos ambientes Outro exemplo de porta n o convencional no visual e com diferentes fun es eletr nicas a porta MaxDoor apresentada na Figura 37 desenvolvida pelo est dio N Design de S o Paulo cujo projeto recebeu o Pr mio Idea Brasil tendo sido escolhido como o melhor objeto do design brasileiro na categoria casa na edi o do ano 2008 Sua abertura feita por controle remoto que substitui a chave a ma aneta foi substitu da por um sensor que abre a porta ao ser tocado tem isolamento ac stico com estrutura de a o e acabamento em material emborrachado a campainha digital com som personaliz vel em formato MP3 compartimento para correspond ncias embutido
284. s situa es envolvendo portas entre outros detalhes Quadros 18e 19 ACHO QUE N O PORQUE PORTA QUASE TUDO IGUAL N P4 67 ACHO QUE A DE IMBUIA QUE A PORTA MELHOR N TAMB M N O TENHO ASSIM COMO TE FALAR SEI L EU G1 60 RISOS EU CREIO QUE A GENTE FICA ASSIM T O ENVOLVIDA COM AS TAREFAS DA CASA E DA N O N O REPARA ASSIM AH N O N O TENHO SONHO ASSIM EST TIMA N O IA G8 70 ESCOLHER OUTRA N O Quadro 18 Respostas femininas com conte do negativo ou d vida para a quest o relativa porta dos sonhos Fonte Quadro de autoria pr pria DEPENDE SE FOR PARA A ENTRADA OU DO QUARTO MAIS CLARO E COM VIDRO DAQUELE QUE TEM TIPO PINTINHA I 15 ASSIM MEIO BRANQUINHO COLOCARIA NA PORTA DO QUARTO MADEIRA MACI A DESENHO QUE N O CANSASSE COR 2 38 CLARA QUE N O CAN ASSE DE F CIL MANUSEIO I6 Pl P2 PS P6 P9 P10 Pri 54 34 44 30 38 21 38 39 191 NO MEU SONHO DE IMBUIA COM UMAS LATERAIS BEM LARGAS E DENTRO UM DETALHE MAIS LARGO E UM VAZADO ASSIM NO MEIO MAS DA PR PRIA MADEIRA UM POUCO MAIS BAIXO AH TEM TANTAS PORTAS BOAS HOJE BALAROTI SEMPRE TENHO IDO ALI AO LEROY MERLIN TEM OUTRA O BIGOLIN TEM TANTAS PORTAS BONITAS N E EU N O GOSTO MUITO DE TRABALHO DE MARCENEIRO DE ACABAMENTO A N O D CERTO A FICA TORTA A PR ELES VIREM PR REVISIONAR PARA A GENTE UMA DOR DE CABE A ENORME AH EU ACHO L
285. s das moradias pesquisadas uma vez que elas s o elementos importantes de prote o das moradias e de seus moradores quanto maior a renda do morador maiores os recursos para investimento em seguran a quanto maior a viol ncia maiores as necessidades de preven o e prote o Com diferentes poderes de investimento modificam se as possibilidades de escolha entre materiais tecnologias e acabamentos poss veis Pela necessidade de conter poss veis invas es s moradias as pessoas foram anexando grades trancas sinais de alerta como no caso de uma moradora que instalou sinos do vento nas portas externas de sua moradia Trata se do conjunto com maior quantidade de interfer ncias em portas Mesmo sendo bairros vizinhos e eq idistantes do Centro da cidade o Cap o da Imbuia e o Jardim das Am ricas n o aparecem nestas estat sticas o que pode ser justificado pelas diferen as demogr ficas e de padr o de renda de seus habitantes Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica IBGE no ano 2000 comparativamente o bairro Jardim das Am ricas apresentou densidade O lt http www crimescuritiba com search label Estatisticas gt Pesquisa realizada pelo jornalista Marcelo Vellinho dos jornais Tribuna do Paran e O Estado do Paran e do Programa 190 Informa es obtidas a partir de relat rios do Instituto M dico Legal e levantamento nas delegacias respons veis pelos inqu ritos Acesso em 02 fev 2011
286. s diferentes variando conforme as desigualdades socioecon micas e culturais As fotos da Figuras 18 mostram portas externas de moradias localizadas em vias urbanas do bairro Jardim das Am ricas em Curitiba que ilustram a diversidade em termos de 81 modelos e materiais em casas que aparentemente seguem um padr o econ mico similar tamb m apontam a preocupa o em fazer adapta es arquitet nicas para a realidade brasileira a partir da escolha das portas externas de moradias Elas atendem em maior ou menor grau fun o de proporcionar seguran a seja contra a entrada indesejada de animais pessoas ou coisas Por m considerando se os altos ndices de viol ncia nas cidades obviamente contra a entrada indesejada de pessoas que se justifica o crescente interesse na aquisi o de portas refor adas Figura 18 Portas de moradias em via urbana do bairro Jardim das Am ricas em Curitiba Fonte Fotos de autoria pr pria A popula o da cidade de Curitiba vem aumentando de forma expressiva principalmente devido ao xodo rural e migra es e as diferen as socioculturais e viol ncia tamb m t m se mostrado crescentes Estes entre outros fatores t m contribu do para modificar a paisagem urbana sobretudo dos grandes centros em que se v a constru o de muros cada vez mais altos instala o de cercas eletrificadas alarmes sistemas de vigil ncia instala o de portas pantogr ficas port es de ferro a pr
287. s modelos de portas disposi o para venda com alternativas para diversos gostos e necessidades existe certa conson ncia com refer ncias que fundamentam estas escolhas derivadas tanto da mem ria individual quanto de influ ncias do grupo social a que se pertence em termos do que seria aceit vel Deste modo a an lise de Lewin sobre como se constroem os valores de maneira a se tornarem socialmente aceitos aponta para a relatividade de conceitos tais como o status bS bS As experi ncias referentes mem ria e press o do grupo sobre o indiv duo mostram que o que existe como realidade para o indiv duo encontra se determinado em grande medida pelo que socialmente aceito como real Logo a realidade n o absoluta Ela difere de acordo com o grupo a que o indiv duo pertence LEWIN cit in BOURDIEU 2009 p 212 4 PRINCIPAIS CONTRIBUI ES DA PESQUISA O Programa de P s gradua o em Tecnologia da Universidade Tecnol gica Federal do Paran oferece a possibilidade da interdisciplinaridade possibilitando a troca de informa es entre reas distintas como engenharia mec nica administra o letras pedagogia arquitetura desenho industrial entre outras reas de forma o das quais procedem seus participantes Este aspecto particular do programa permite um interc mbio entre diferentes reas de conhecimentos entre docentes e discentes ampliando a gama de 199 possibilidades de investiga
288. s ou menos particulares A riqueza da diversidade cultural produzida pela humanidade capaz de dar contornos e significados bastante distintos aos elementos do cotidiano E com base neste entendimento esta pesquisa busca identificar e analisar a es pessoais na configura o usos e significa es de portas de moradias afirmando a capacidade humana de transforma o do seu habitat e demonstrando a constru o de rela es subjetivas das pessoas com os artefatos A percep o destas distin es em torno de um mesmo artefato de uso cotidiano organizada em torno das prefer ncias e diferen as com rela o ao mesmo justifica a relev ncia sociocultural da pesquisa A elabora o desta investiga o sobre configura es usos e significados de portas de moradias fundamenta se em estudos de autores vinculados ao tema de pesquisa referenciados no subcap tulo 1 4 com pesquisa de campo em amostragem dentro de um Status condi o posi o social Dicion rio ingl s portugu s Password 2007 p 526 18 contexto local e contempor neo realizada em conjuntos habitacionais da cidade de Curitiba PR localizados nos bairros Cajuru Cap o da Imbuia e Jardim das Am ricas As Investiga es sobre configura es e usos de portas de moradias estendem se para al m da pesquisa de campo com dos tr s bairros investigados na amostragem procurando identificar portas de moradias de outros bairros da cidade de Curitiba como Centr
289. s que comp em os ambientes dom sticos tais como s o mais comumente conhecidos pelas sociedades ocidentais contempor neas A significa o destes elementos n o se esgota em si mesmos e suas fun es n o s o est ticas uma vez que com eles interagem as pessoas que planejam e realizam seu uso de formas variadas Os objetos do ambiente dom stico s o parte de um sistema de processos de comunica o em que s o ingredientes ativos do processo CSIKSZENTMIHALYI HALTON 1999 p 173 A percep o da import ncia est tica das portas de moradias bastante forte principalmente para as mulheres entrevistadas que as citam com veem ncia Para os entrevistados do sexo masculino a est tica aparece com maior intensidade em alguns casos como o do entrevistado 15 que cita beleza como caracter stica importante No caso do entrevistado 14 a import ncia est tica aparece quando ele menciona a cor prateada em sua porta dos sonhos A nfase na beleza ou outras caracter sticas ligadas parte est tica tratada com intensidades diferentes entre os homens e mulheres entrevistadas sendo mais intensa quando avaliadas pelas mulheres que tamb m fornecem maiores detalhes A materializa o de referenciais est ticos aliada a diferentes necessidades de uso resulta em configura es diversas das moradias manifestando culturas e identidades singulares dentro de um conjunto de habita es que n o pode ser dissociad
290. s relativos cultura e ao consumo de objetos espec ficos da habita o Com o objetivo de escapar do 62 determinismo tecnol gico Miller sugere aumentar a consci ncia dos profissionais da rea sobre as implica es pelos efeitos das mercadorias nos consumidores e no caso espec fico da casa aponta a import ncia de arquitetos e designers ampliarem a no o das consegii ncias dos objetos e ambientes constru dos para aqueles que os utilizam Entender o que a porta e outros elementos da arquitetura representam para cada cultura uma extens o do conhecimento sobre a personalidade e modos de vida dos sujeitos Por perceber o mundo de formas diferentes cada cultura estabelece suas pr prias rela es para o uso das portas Na perspectiva das pr ticas sociais a porta se manifesta como um artefato de utilidade sendo que sua fun o principal mais comumente a de abrir permitindo passagem e fechar impedindo a permitindo ou impedindo o tr nsito de pessoas animais e artefatos como pe as de mobili rio entre espa os separados por algum tipo de veda o por ex parede painel fixa ou m vel mediando o controle de tr nsito e acesso a determinados ambientes Por m existem diferentes percep es quanto a esta materialidade funcional bem como existem diferentes percep es est ticas Artefato amb guo que tanto possibilita quanto impede o acesso o tr nsito entre espa os delimitados a porta propicia certo cont
291. s tipos inclusive no convento das Irm s Carmelitas e em banheiro para a fam lia em pra a de alimenta o de shopping percebendo se a presen a das portas em situa es diversas em ambiente de sociabiliza o como artefato utilizado em brincadeira como divisora de espa os reguladora de tr nsito entre espa os como parte de cen rio de foto dispositivo de seguran a suporte de express o art stica e sinaliza o visual Representam modos diferentes de vivenciar os espa os em torno de um mesmo elemento podendo oferecer se como um lugar de perman ncia mais ou menos breve constituindo se em refer ncia em ambientes e situa es variadas As rela es entre as pessoas os artefatos e os usos compartilhados dos espa os pronunciam se fundamentalmente para servir na satisfa o de necessidades conforme o caso de maior ou menor aproxima o entre as pessoas por vezes rompendo o ciclo de envolvimento entre elas atuando na organiza o dos diversos arranjos As pessoas est o sempre no centro destas experi ncias organizacionais para as quais e pelas quais s o criados os espa os e as rela es de usos De Certeau 2008 p 201 diferencia espa os de lugares colocando lugar como uma configura o instant nea de posi es cujos elementos estejam em rela o de coexist ncia Os elementos considerados encontram se uns ao lado dos outros cada qual situado em algum lugar pr prio e distinto Esta abordagem exclui a p
292. s torneados de mesas caixas de som fundos de gaveta e de arm rios Tamb m usado na constru o civil como piso fino rodap almofadas de portas divis rias batentes e pe as torneadas em geral O MDF e seus correlatos de pequena espessura e alta densidade t m pre os mais altos e maior versatilidade do que o aglomerado Mattos Gon alves Chagas 2008 p 126 35 pa ga k T Tratam se de pain is aplicados no segmento de m veis retil neos com desenhos simples de produ o seriada e sem grande destaque no acabamento uma vez que estes pain is n o permitem facilidades de usinagem e nem de acabamentos com pintura SEBRAE 2010 103 Inicialmente a produ o de portas era feita por meio de equipamentos e t cnicas manuais de forma artesanal o que n o significa dizer que as portas produzidas tivessem pouca qualidade uma vez que existiam excelentes artes os e mat ria prima abundante Por m conforme foram sendo desenvolvidos novos maquin rios com calibragens de cortes precisos e tamb m s o desenvolvidos novos materiais como o alum nio o PVC e madeiras compensadas passaram a serem produzidos modelos de portas diferentes dos existentes como por exemplo portas mais leves de dimens es maiores com sistemas de aberturas inovadores como trilhos roldanas pinos de rota o como o sistema utilizado para abertura e fechamento de portas pivotantes Em Pain is de madeira no Brasil panorama e persp
293. sa decorada de oca ou castelo toda casa tem a sua E no fim da vida quando os olhos se fecham e o cora o p ra abrem se as portas do c u
294. seess 108 QUADRO 9 COMO OS AVAN OS TECNOL GICOS PODEM SER NOTADOS EM PORTAS sn ADS Gi T 109 QUADRO 10 EXEMPLOS DE MODELOS DE PORTAS EXTERNAS ENCONTRADAS COM MAIOR FACILIDADE NA CIDADE DE CURITIBA 111 QUADRO 11 PERFIL DOS ENTREVISTADOS DO GRUPO 1 DE MORADORES DO CONJUNTO HABITACIONAL ISLA VICTORIA LOCALIZADO NO BAIRRO JARDIM DAS AM RICAS 139 QUADRO 12 PERFIL DOS ENTREVISTADOS GRUPO 2 MORADORES DO CONJUNTO HABITACIONAL PANAMERICANO LOCALIZADO NO BAIRRO CAPAO DA IMBUIA terreiros 130 QUADRO 13 PERFIL DOS ENTREVISTADOS GRUPO 3 CONJUNTO HABITACIONAL GURUPI BAIRRO CAJURU s 130 QUADRO 14 EXEMPLOS DE MODELOS DE PORTAS EXTERNAS ENCONTRADAS COM MAIOR FACILIDADE NA CIDADE DE CURITIBA 150 QUADRO 15 S NTESE DE VARIA ES DE SIGNIFICADOS DE PORTAS DE MORADIAS PARA ENTREVISTADOS DOS CONJUNTOS HABITACIONAIS ISLA VICTORIA PANAMERICANO E GURUPI 182 QUADRO 16 NEGA O POUCO INTERESSE RESPOSTAS MAIS COMUNS DOS HOMENS QUEST O RELATIVA PORTA DOS SONHOS 188 QUADRO 17 RESPOSTAS MASCULINAS QUE DENOTAM INTERESSE E OU DETALHES QUANTO PORTA DOS SONHOS 189 QUADRO 18 RESPOSTAS FEMININAS COM CONTE DO NEGATIVO OU D VIDA PARA A QUEST O RELATIVA PORTA DOS SONHOS 190 QUADRO 19 INTERESSE DETALHES RESPOSTAS MAIS COMUNS DAS MULHERES QUEST O RELATIVA PORTA DOS SONHOS 192 QUADRO 20 R
295. ser um s mbolo sexual mas n o invariavelmente JUNG 1964 p 30 A porta simbolizaria a esperan a a fechadura simbolizaria a caridade e a chave o desejo de encontrar Deus AP NDICE P PARA QUE SERVEM AS PORTAS KARIME MASSIGNAN GRASSI VIEIRA 2011 As portas servem para entrar sair passar acessar abrir fechar trancar receber privar proteger valorizar esconder enfeitar trocar assegurar resistir confortar ventilar enclausurar libertar A porta aberta convida fechada d privacidade livra do medo e do frio Humilde e poderosa na fachada da casa mostra riqueza e pobreza A porta que se abre para a entrada da noiva mudando a vida das pessoas Com elas as m es protegem os filhos s portas d se o adeus e a b n o A da escola quando se fecha indica o In cio Nas despedidas seu fechamento aumenta a dor da saudade escondendo atr s de si as l grimas de quem fica Servem para receber os amigos esconder a bagun a guardar heran as e mem rias A porta da rua serventia da casa No sil ncio da noite o soar da campainha faz o cora o disparar Feitas pelas m os calejadas do marceneiro d emprego e sustento fam lia Portas servem para o perigo isolar o justo proteger o amigo acolher o preso libertar o amante esconder Com as portas fecham se ciclos come am neg cios e terminam amores Moderna colonial colorida pivotante de abrir vai e v m entalhada envidra ada almofadada li
296. sh dictionary for speakers of portuguese 3 ed S o Paulo Martins Fontes 2007 QUELUZ Marilda Lopes Pinheiro org Design e cultura Vol 1 Curitiba Editora Sol 2005 209 Marilda Lopes Pinheiro org Design e cultura Vol 3 Curitiba Editora Peregrina 2010 REIS FILHO Nestor Goulart Quadro da arquitetura no Brasil SP ed Perspectiva 1987 RYBCZYNSKI Witold Casa pequena hist ria de uma id ia Tradu o de Betina Von Staa 1 ed Rio de Janeiro Record 1999 RODRIGUES Maria Jo o M DE SOUZA Pedro F BONIF CIO Hor cio M P Vocabul rio t cnico e cr tico de arquitetura Coimbra Ed Quimera 1990 SILVA Tomaz Tadeu da org Identidade e diferen a a perspectiva dos estudos culturais 7 ed Petr polis Vozes 2007 SLATER Don Cultura do consumo e modernidade SP Nobel 2002 SUDJIC Deyan A linguagem das coisas Rio de Janeiro Intr nseca 2010 TAKAHASHI Tadao org Sociedade da informa o no Brasil livro verde Organizado por Tadao Takahashi Bras lia Minist rio da Ci ncia e Tecnologia 2000 WARNIER Jean Pierre Construire la culture mat rielle Paris Presses Universitaires de France 1999 pp 21 35 cap 01 ENTREVISTAS BAGGIO Jociel Sobre portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira Curitiba 06 ago 2010 ROCHA Fl via Sobre materiais tecnol gicos para portas de moradias Entrevista concedida a Karime Massignan Grassi Vieira Curi
297. st ticos 2008 p 33 Segundo ele a aprecia o de um artefato dependente tamb m das normas e das conven es sociais com os quais o sujeito tenha contato oferecendo repert rio para que ele reconhe a ou n o a t cnica e est tica dos mesmos Assim o status associado a determinado artefato depende de experi ncia pr via necess ria para tal reconhecimento Sem este conhecimento pr vio em que poderia basear sua impress o o observador poderia por exemplo chamar Ralph Lauren de alfaiate exemplifica Rybczynski 1999 p 16 o que poderia ser considerado por muitos um erro considerando se que este estilista tem longa carreira de sucesso Internacional garantindo posi o relativamente est vel no mundo da moda ao lado de Yves Saint Laurent e Christian Dior dentre outros Estes nomes evocam reminisc ncias de riqueza estabilidade e tradi o p 25 que fazem parte do mundo de fama e status promovido em grande medida pela propaganda 195 Na medida em que os ambientes dom sticos servem para atender ao bem estar dos moradores incluindo se seus desejos relacionados apar ncia est tica al m de requisitos de uso a arquitetura e o mobili rio da moradia representam o sonho de consumo de muitos e as portas fazem parte de sua composi o Por exemplo o tipo de porta pivotante Figura 71 citado por moradores entrevistados como porta dos sonhos representando algo se almeja ter devido a al
298. ste conjunto habitacional sofreram mais interven es por parte daqueles que quiseram e puderam realizar a substitui o das portas de ferro antigas cabendo considerar que quanto ao poder aquisitivo dos moradores entrevistados de um total de nove pessoas quatro est o na classe econ mica C e uma na E com menos recursos para intervir de maneira mais definitiva Houve ainda reclama es sobre estas portas de ferro e vidro com rela o dificuldade de se colocar nelas enfeites tr s entrevistadas gostariam de efetuar esta tarefa por m tiveram esta a o dificultada pelo tipo da porta Se por um lado a a o de interven o depende de fatores tamb m econ micos nota se que as pessoas percebem a necessidade da inclus o de mais portas ou de novos recursos tecnol gicos s portas que possam promover melhorias em sua qualidade e 158 sobretudo no que diz respeito quest o de seguran a oferecida por materiais e mecanismos de controle de acesso Com rela o inser o de recursos tecnol gicos percebe se tamb m que h uma defasagem com rela o aos mecanismos mais comumente ofertados no mercado e aqueles que as pessoas realmente podem adquirir ou desejam ter adaptados em suas portas como mecanismos para abertura autom tica de portas por exemplo citados nas entrevistas Entre aquelas pessoas que n o gostariam de fazer altera es em portas de suas moradias quatorze pessoas entre as trinta
299. sto no atendimento de altera o de padr es atendendo a encomendas de portas com medidas e detalhes especiais acaba sendo elevado para uma ind stria especializada na produ o de portas que funciona a partir do corte de chapas em medidas e acabamentos pr w Acess vel em http www funcex com br material REDEMERCOSUL_BIBLIOGRAFIA biblioteca ESTUDOS_BRASIL BR A_181 pdf Acesso em 28 mar 2011 37 es z A 7 A Mais informa es t cnicas e refer ncias sobre mat ria prima no Ap ndice S 104 definidos pois necess rio alterar o ritmo da produ o normal e os padr es de aproveitamento de materiais Quando s o feitos pedidos de clientes que gostariam de portas especiais em que s o necess rias altera es na ordem normal da f brica tais como altera o das medidas nas m quinas para produzir uma porta em dimens es n o usuais considera o de perdas de materiais quando as portas s o produzidas em medidas especiais em que n o se pode contar com a maximiza o no aproveitamento das chapas entre outras altera es geralmente acontece um acr scimo no pre o devido ao encarecimento da mercadoria fabricada fora do padr o Por este motivo geralmente quando precisam de portas com modelos diferenciados seja com medidas especiais ou acabamentos personalizados as pessoas procuram marcenarias que possam realizar trabalhos com caracter sticas espec ficas ou porque a automatiza o da ind stria n o
300. sua moradia possam causar no observador acerca de seu propriet rio tais como impress es de riqueza desprendimento intelectualidade modernidade gosto e conhecimento sobre tecnologia posi o social cuidado com a moradia 196 7 Figura 71 Modelos de portas pivotantes de moradias do bairro Jardim das Am ricas Fonte Fotos de autoria pr pria Segundo L bach uma necessidade essencial do homem o seu reconhecimento dentro de um grupo social 2001 p 94 e alguns par metros podem ser indicativos disto da inclus o da pessoa dentro de determinado grupo social o que pode promover sua integra o social e proporcionar lhe sentimentos de aceita o pertencimento e bem estar Ainda segundo L bach padr es sociais estabelecidos como refer ncias dentro de determinada cultura e adotados por grupos com o qual a pessoa deseje assemelhar se funcionam como s mbolos sociais Entendendo se a beleza como um crit rio subjetivo e inter relacionado com a condi o de status observou se que no grupo de pessoas entrevistadas as justificativas para a substitui o das portas variam bastante sendo que a quest o de seguran a foi citada por todos os entrevistados por m a beleza vem em segundo lugar entre os interesses dos moradores e a funcionalidade aparece principalmente relacionada a dar privacidade Vale salientar que a import ncia da est tica nos modelos de portas aparece nas pesquisas tanto para as crian as qu
301. sua vez s o compostos de 84 indiv duos e estes indiv duos t m desejos ou motivos para agir impulsos e sonhos para o futuro que realmente podem ser em grande parte determinados pela sociedade onde vivem mas que tamb m podem variar de uma pessoa para outra a similaridade das condutas n o vai at a absoluta homogeneidade das pessoas Bastide salienta que a cultura n o herdada mas apreendida e influenciada pela educa o de modo din mico resultando na diversidade cultural A cultura n o se herda como se herda o instinto na esp cie animal mas que ela aprendida fruto da educa o que esta educa o geralmente consiste na verdade em transmitir crian a as normas de comportamento e o conjunto de valores da sociedade global na qual ela ser levada a viver mas tamb m se a personalidade de um indiv duo bem modelada por sua educa o a conclus o que da se pode extrair que bastaria uma outra aprendizagem para modific la BASTIDE 1971 p 121 Como afirma L vi Strauss 1970 p 168 a humanidade est constantemente s voltas com dois processos contradit rios um dos quais tende a instaurar a unifica o enquanto o outro visa manter ou estabelecer a diversifica o A diversidade cultural impulsionada pela liberdade criadora e pelas diferen as sociais econ micas tnicas religiosas entre outras contribui para a constru o de uma grande variedade de estilos e mod
302. suem pap is sociais uma vez que participam na constru o de identidades por suas rela es de representa o o que pode interferir nos processos de escolhas das pessoas Isto explica a raz o de que para algumas pessoas determinado artefato tem um significado especial e por outro lado para outras pode n o ser significativo nem mesmo compreens vel Dentre as preocupa es manifestadas pelos entrevistados com as portas de suas moradias salienta se a de mant las em bom estado de conserva o bem como a preocupa o com a apar ncia geral das portas bem percept vel nas respostas da maioria dos entrevistados principalmente no que se refere s portas externas da moradia Observou se que com rela o ao valor de status a porta de moradia que mostrou se a de maior distin o considerando se como crit rio de an lise o fato de ter sido a mais lembrada pelos entrevistados foi a porta posicionada no principal ponto de acesso entre a parte externa e interna da moradia que neste caso geralmente localiza se na sala de estar Em seguida est o as portas da cozinha e lavanderia depois delas as portas dos banheiros e 194 quartos Determinadas caracter sticas de algumas portas podem conferir certo prest gio ao seu propriet rio Nas resid ncias dos moradores entrevistados n o foram encontrados registros de portas do tipo de demoli o por m em entrevista a um comerciante de artigos de demoli o em um ponto de v
303. ta ainda a utiliza o de campainhas sonoras entre outros itens Deste modo as portas podem se destacar tanto quanto por suas folhas como por elementos de sua composi o tais quais os citados acima e ainda por outros cujas presen as atualmente sejam menos comuns nas moradias como as bandeiras esp cie de janelas colocadas acima da s folha s da porta ou os batedores bastante utilizados para avisar a presen a de algu m porta quando ainda n o se tinha a eletricidade dentre outros que podem compor de forma funcional ou ornamental o conjunto da porta Alizar r gua ou sarrafo que se usa para cobrir a junta presente entre a parede e o marco emoldurando o v o NBR 8037 Ferragens conjunto de pe as destinadas sustenta o manobrabilidade e travamento da folha da porta NBR 8037 1 Folha painel m vel de uma porta NBR 8037 ll PVC Policloreto de Vinila Material pl stico produzido a partir de resinas sint ticas produzidas atrav s de mat rias primas de origem natural tais como O petr leo Dispon vel em lt http www Institutodopvc org reciclagem base htm gt Acesso em 20 jul 2011 39 seguir apresentam se nos Quadros 1 a 4 os principais elementos que comp em a estrutura de uma porta em sua forma mais tradicional e suas classifica es segundo sua localiza o na edifica o o modo de abrir e a natureza das folhas com exemplos figurativos baseados em teoria de acordo com a Norma Brasileira
304. ta assimila o de culturas estrangeiras ocorrida mais intensamente a partir do aumento da for a do capitalismo no ocidente que movimentando se em fluxos globais basicamente em trocas comerciais tem como consequ ncia as mesclas interculturais Este processo pode ser tratado tamb m de globaliza o Nesta perspectiva Canclini discute os impactos sofridos pelas culturas mediante o encontro e a recep o de bens ex genos combinando se em novas estruturas Refer ncias e assimila es fazem parte dos procedimentos de composi o da arquitetura e seus elementos Detalhes das portas de moradias como ornamenta o a cor da porta modelo fechadura ma aneta e tipo de acabamento expressam refer ncias culturais relativas ao modo de vida do morador ao modo de utilizar a porta da moradia no cotidiano tendo mesmo que de maneira n o proposital a fun o de referenciar valores socioecon micos As portas podem ser importantes pontos de refer ncia urbana Em p ginas de As cidades invis veis CALVINO 1990 encontram se descri es de portas como importante elemento de refer ncia na vis o do viajante veneziano Marco Polo descrevendo percep es sobre cidades visitadas a partir da descri o de elementos como portas ruas janelas entalhes p rticos Da cidade de Dorot ia pode se falar de duas maneiras dizer que quatro torres de alum nio erguem se de suas muralhas flanqueando sete portas com pontes elevadi
305. ta const ncia na padroniza o possivelmente mantida pela boa aceita o dos produtos oferecidos pelos fornecedores Tanto o mercado produtivo quanto o consumidor podem reagir de acordo com certas refer ncias culturais e sociais cabendo observar que cada cultura tem seu pr prio sistema de valores podendo trazendo implica es nas cren as na l ngua na arquitetura na educa o nas atividades e rela es cotidianas Ono 2006 afirma que aos objetos atribuem se comumente fun es espec ficas ao serem criados inclusive fun es simb licas na medida em que as pessoas interagem com eles Nestes termos vale mencionar a diversidade de significados atribu dos s portas expressando tamb m estilos de vida As pessoas se identificam por meio do consumo de bens como carros pe as de vestu rio e tamb m com artefatos que expressam seu modo de habitar e esta caracteriza o das pessoas mediante signos que escolhem bem percept vel principalmente no sistema capitalista Com diferentes estilos as portas continuam tendo um papel importante na configura o arquitet nica e na express o de modos de vida Exemplos inseridos em diferentes estilos arquitet nicos testemunhando mudan as socioculturais refletidas em portas de moradias da cidade de Curitiba podem ser observados na fachada de diversas constru es Portas de momentos diferentes da hist ria em cujos contextos culturais de vida e tecnol gicos possibilitaram
306. tas em paredes externas de pisos superiores Dentre as principais diferen as observadas entre as portas evidenciam se o material as n o citadas s o de alum nio ou ferro enquanto que as citadas s o de madeira e de cor branca A arquiteta Fl via Rocha 2010 especializada em esquadrias para portas e janelas observa que a prefer ncia pela madeira ocorre tamb m em estados brasileiros mais quentes como no Nordeste prefer ncia que tamb m pode ser justificada pela maior durabilidade da madeira uma vez que o metal ferro oxida nestes contextos Quanto varia o de significados de uso das portas para pessoas entrevistadas no conjunto habitacional Gurupi e mais fortemente neste grupo do que nos outros dois conjuntos habitacionais pesquisados percebe se que a porta pode significar a diferen a entre ter se ou n o seguran a dentro da moradia uma vez que o Gurupi dos tr s conjuntos o localizado 175 em bairro mais violento Esta preocupa o se evidencia ao observar se que todas as moradias localizadas na parte interna do conjunto receberam a instala o pelos moradores de portas de metal que fecham toda a divisa do lote Figura 63 Figura 63 Portas de seguran a instaladas em moradias do conjunto Gurupi Fonte Fotos de autoria pr pria Com rela o diversidade de usos e considerando se a totalidade de sobrados existentes no condom nio residencial Isla Victoria destes sessenta por cento modificou a l
307. te evidente em se tratando de portas de moradias uma vez que estas exer am na maior parte das 63 culturas fun es sociais apontando limites para o compartilhamento no uso de espa os disciplinando o particular interno e o p blico externo Bernd L bach 2000 p 55 aponta tr s fun es para os objetos 1 a fun o est tica que s o as rela es entre produtos e seus usu rios que se situam no mbito sensorial 2 a fun o pr tica que representa a rela o entre usu rio e objeto na esfera org nico comportamental 3 e finalmente a fun o simb lica que trata desta mesma rela o no mbito ps quico social Boa parte das pessoas vive em um mundo cujas refer ncias sensoriais guiam se principalmente pelos est mulos visuais Em tal contexto a apar ncia das portas que fazem parte do mundo da cultura material pode assumir um papel relevante assim como o som que emitem ao serem abertas ou fechadas o odor que possa ser percebido pelo olfato em vista de diferentes tipos de madeiras e acabamentos que sejam aplicados nestas Daniel Miller 2008 utiliza a express o inglesa The comfort of things ou o conforto das coisas como t tulo de um de seus livros express o esta que podemos aplicar no contexto dos artefatos visto que o desconforto pode influenciar no processo de aceita o dos artefatos pelas pessoas Ainda dentro do contexto familiar em reas internas da moradia haver a necessidade do estabe
308. tema produtivo o que n o exclui a possibilidade de Interven es e experimentalismos pessoais Um morador de classe m dia de conjunto habitacional de rea urbana de Curitiba 31 Ea por exemplo ao procurar um modelo de porta externa para sua resid ncia possivelmente 1 F ei PERAE ga io Segundo a NBR 8037 porta externa a porta de comunica o entre o interior de uma edifica o e o ambiente exterior 86 n o escolheria porta em palha ou taipa Isto porque provavelmente sua escolha seria feita com base em referenciais culturais urbanos e em padr es de portas dispon veis no com rcio local A gama de op es oferece a possibilidade de alguma diferencia o ainda que apenas interfer ncias em detalhes de configura o do modelo existente substituindo se por exemplo a ma aneta a fechadura a pintura adicionando se brilho superf cie ou deixando se acetinada ou fosca e colocando lhe enfeites Os tipos podem ser amplamente variados de bater de correr pivotante de dimens es amplas ou reduzidas al m de varia es em termos de acabamento materiais tais como madeira ligas de metal como o alum nio a o galvanizado ferro vidro inclusive os duplos que oferecem melhor desempenho no isolamento ac stico e t rmico termopl sticos como o PVC dentre outros Outros recursos podem ser explorados na diferencia o das configura es de portas como a Inser o de frisos molduras entalhes Um recurso
309. tes As pessoas t m necessidade de socializa o e comumente vivem em ambientes prop cios conviv ncia E os ambientes projetados e constru dos pelas pessoas s o compostos de espa os que servem para abrig las e organizar sua viv ncia cada qual cumprindo fun es mais ou menos determinadas E considerando se a caracter stica organizacional dos ambientes constru dos a porta se mostra como um elemento de grande utilidade interligando e separando ambientes de modo que cada um possa desempenhar sua fun o com maior efici ncia De acordo com Daniel Miller 2008 esta objetividade funcional existe em fun o da constru o de pr ticas sociais tendo a materialidade do artefato como s mbolo Assim as portas s o bens de consumo utilizadas no dia a dia sendo artefatos teis por sua natureza protetora e tamb m organizadoras do mundo social Sua utilidade pr tica basicamente a veda o de v os destinados passagem entre ambientes prote o contra intemp ries prote o contra viola o do bem patrimonial dentre outras fun es Por m existem diferentes percep es quanto a esta materialidade funcional bem como existem diferentes percep es est ticas Miller 2007 amplia esta discuss o ao estudar sobre a rela o entre a antropologia e a cultura material buscando uma aproxima o destas reas com a arquitetura e o design de objetos para casas para entender sistemas espec ficos da cultura das pessoa
310. tiba fev 2010 MORADORES DO CONJUNTO HABITACIONAL ISLA VICTORIA ENTREVISTADA Il Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 05 ago 2010 ENTREVISTADA LD Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 05 ago 2010 ENTREVISTADO I3 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 05 ago 2010 ENTREVISTADO 14 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 05 ago 2010 ENTREVISTADO 55 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 05 ago 2010 ENTREVISTADA I6 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 11 ago 2010 ENTREVISTADO T7 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 11 ago 2010 210 Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan Entrevista concedida a Karime Massignan MORADORES DO CONJUNTO HABITACIONAL GURUPI ENTREVISTADA G1 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 ENTREVISTADA G2 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 ENTREVISTADA G3 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 ENTREVISTADO G4 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 ENTREVISTADA G5 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 jan 2011 ENTREVISTADA G6 Sobre portas de moradias Grassi Vieira Curitiba 10 j
311. ticularidades das culturas e desigualdades socioecon micas coexistindo assim essas duas for as ONO 2006 Esta perspectiva refor ada por Takahashi ao afirmar que O processo de globaliza o n o tem provocado a homogeneiza o completa das culturas e das identidades Pelo contr rio n o apenas antigas quest es de identidade se mant m vivas como multiplicam se diferentes bols es de identidades locais de inspira o religiosa tnica ou comportamental reanimadas e fomentadas como maneira de resistir introdu o de novos modos culturais uniformizantes TAKAHASHI 2000 p 59 99 Apesar da globaliza o os aspectos culturais permitem que o compartilhamento de produtos aconte a mas por permitir a flexibiliza o dos artefatos a partir de seus diferentes usos configura es e significados acabam motivando resultados diferentes evitando deste modo a completa dissolu o de particularidades Afinal o desenvolvimento da tecnologia na produ o de elementos de composi o da arquitetura depende tamb m dos paradigmas e sistemas admitidos e incorporados pela sociedade que a emprega sendo o resultado arquitet nico observado em cada sociedade reflexo da constru o das rela es sociais e da ordem social asssm como mediadora e influenciadora nestas Assim a atribui o de significados aos bens materiais e tecnologia nestes aplicada depende de m ltiplos fatores interconectados e din micos A troca de
312. tilizam valorizando a porta Gosto de portas trabalhadas mas que n o tenham aquele tom pesado de porta de castelo n o que seja algo trabalhado mas algo que seja refinado e que n o passe nada pesado a porta tem que ser resistente mas ela tem que dar a sensa o que leve tem que dar leveza O cara vai l Ah Eu quero uma porta resistente Ent o vai l e mete uma porta entalhada daquelas de madeira de trilho dormentes numa largura enorme N o Espera a AP NDICE J COMENT RIO DA ENTREVISTADA P3 CLASSE Bl SOBRE COMO SERIA A PORTA DOS SEUS SONHOS A gente fez uma porta para apartamento da minha irm ele era um apartamento pequeno Eu adoro aquela porta Era assim era a sala e o banheiro tipo um lavabo assim ent o ficava sanit rio e chuveiro mas a pia ficava fora e da dava para o quarto A a gente fez uma porta 219 para isolar essa parte ali uma portinha de dessas assim de vidrinho s que como se fosse aquelas portinhas antigas sabe Com duas folhas s o quatro folhas da duas dobram assim A toda branquinha e abre e o vidro jateado assim branquinho que voc n o enxerga por ele Ent o da a hora que ela fica aberta fica bem simp tico o ambiente Quando quer isolar alguma coisa que passa na sala s fechar aquela porta AP NDICE K COMENT RIO DA ENTREVISTADA 16 CLASSE A1 SOBRE SE GOSTARIA DE ALTERAR ALGUMA
313. to habitacional Isla Victoria localizado no bairro Jardim das Am ricas Fonte Quadro de autoria pr pria Tron AO Classe Tempo na econ mica resid ncia Entrevistado Idade G nero Ocupa o instru o obtido Pl casa 123 C 34 F Artista pl stica Gradua o A2 7 anos P2 casa 123 A 43 F Do lar E M B1 13 anos P3 casa 123 B 30 F Ge loga Doutorado B1 l ano P4 casa 159 3 67 F Do lar E F Cl 10 anos a 14 M Estudante 7 E F B1 9 anos 159 10 PN P6 casa 159 6 38 F Artista pl stica raa a B1 11 anos incompleta P7 casa 123 A 15 M Estudante 2 E M Bl 13 anos 48 EM Ensino M dio 2 E F Ensino Fundamental 130 Representante P s P8 casa 123 41 M j E A2 7 anos comercial gradua o P9 casa 159 2 21 F Estudante Gradua o Bl 2 anos fot grafa incompleta Auxiliar de servi os P10 casa 159 4 38 F gerais CRE F B2 10 anos vendedora de cosm ticos P1l casa 159 8 39 F Ci ncia E da Mestrado A 8 anos computa o P12 casa 159 8 7 M Estudante 1 E F A2 8 anos P13 casa Representante 159 11 A a EA Bl dll amos Pl4 casa Representante Gradua o 159 11 2 L comercial incompleta Ll LL emos P15 casa 159 2 52 F a S Gradua o B1 2 anos hotelaria Quadro 12 Perfil dos entrevistados grupo 2 moradores do conjunto habitacional Panamericano localizado no bairro Cap o da Imbuia Fonte Quadro de autoria pr pria Maior grau de Entrevistado Idade G nero Ocupa o instru o pe na O
314. to sobre ju zos de certo e errado mantendo as ideias herdadas sobre o que normal e natural GEER TZ 2008 p 123 sobre os usos que fazem dos espa os mostrando se em Integra o e adapta o constantes Os espa os f sicos podem ser disciplinadores de atitudes e facilitadores da conviv ncia entre as pessoas e a porta um dos instrumentos que permite este tr nsito Para aqueles que vivem em sistemas de isolamento as portas v o auxiliar nesta tarefa definindo limites entre reas conforme a varia o de usos dos espa os Este n o o caso mais comum o mais usual que os espa os constru dos de viv ncia e conviv ncia sejam de intera o contando com a facilita o do uso das portas para a promo o de momentos de reclus o de privacidade de separa o das atividades por ambientes por exemplo Com rela o diferencia o em fun es de uso demonstrando as varia es nas opini es das pessoas entrevistadas com rela o s fun es atribu das s portas de moradias 169 elaborou se o Gr fico 6 com base nas respostas dos entrevistados para a seguinte quest o Em sua opini o qual a principal fun o das portas Algumas pessoas escolheram mais de uma fun o como resposta Palavras com significados semelhantes foram agrupadas no gr fico como por exemplo ida e volta entrar e sair entrada e sa da ou em outro caso abertura abrir abrir e fechar isolar fechar a casa tampar buraco
315. tornando se muitas vezes sonho de consumo de muitos Observe se o que diz a entrevistada P1 referindo se sua porta dos sonhos Eu acho lindas aquelas portas grandes que a gente v em novela televis o revista Mas assim independente de ser de madeira escura ou n o eu acho lindo o modelo 105 Figura 25 Modelo de porta de apartamento mostrado em novela da Rede Globo Fonte Dispon vel em lt http www modernidademoveis com blog 2010 07 15 novelas da globo 2 gt e lt HTTP www estilomadeiras com br gt Acesso em 17 maio 2011 A procura de artefatos divulgados a partir de m dias desperta o interesse de consumidores e no caso das portas atrai inclusive a curiosidade de profissionais da rea de arquitetura e decora o como se pode observar pelos coment rios enviados via internet para a emissora Globo de televis o Gostaria de ver o apartamento moderno do Fred da novela Passione Principalmente a porta de entrada Ol gostaria que me enviasse a foto da porta de entrada da nova casa da Cl e Olavo a porta branca com detalhes em espelho Preciso de uma foto da porta de entrada do apartamento do Tot ex Fred pois estou reformando minha casa e esta porta tem tudo a ver com o estilo da casa Obrigada Ol gostaria de ver detalhes da porta de entrada do apartamento do Tot na novela Passione Vc tem algumas fotos mais pr ximas ou um esquema da fixa o dessa porta Grata
316. tos pelas situa es que 70 emergem Assim a humanidade tem multiplicado o desenvolvimento de artefatos com tentativas acertos e erros Os acertos contribuem para tornar a vida mais c moda s o agentes facilitadores de a es que possibilitam a transposi o de barreiras a supera o de limites conforme a utilidade e funcionalidade do artefato O surgimento das portas por exemplo trouxe s pessoas a possibilidade de maior seguran a e prote o contra ataque de animais pessoas estranhas e intemp ries E ao longo do tempo novos modelos foram surgindo com diferentes caracter sticas t cnicas tipos e aplica es A maneira como cada cultura em pocas distintas configura suas constru es cria muitas vezes refer ncias que s o incorporadas por outras culturas em contextos diversos Os elementos adotados na arquitetura estruturam se de maneira mais organizada e padronizada na medida em que se repetem no espa o e no tempo possibilitando a forma o de linguagens arquitet nicas Os elementos arquitet nicos se transformam assim em signos formadores de linguagens com refer ncias est ticas identific veis Marcaram a poca do Brasil colonial por exemplo estilos arquitet nicos provenientes da Europa contribuindo para a constru o de uma tradi o inventada HOBSBAWM RANGER 2008 muito diferente da arquitetura ind gena encontrada no Brasil por volta dos mil e quinhentos anos quando chegaram os portugu
317. tradicionalmente oferecidos nas constru es A diversidade de h bitos existentes entre os diferentes povos chamava a aten o de Conf cio quatro s culos antes de Cristo A natureza dos homens a mesma s o os seus h bitos que os mant m separados cit in LARAIA 2009 p 10 Os diferentes h bitos de vida das pessoas como por exemplo de habita o alimenta o vestu rio linguagem s o alguns dos fatores que manifestam a diversidade cultural de cada pessoa e grupo social Os artefatos e a maneira de utiliz los podem ser reveladores das culturas e dos sistemas sociais Um mesmo artefato propicia diversos significados ao que Appadurai denomina de valor relativo dos materiais 2008 p 190 De acordo com a vis o de Appadurai determinados artefatos servem como meio de diferencia o de classe social de estilo de vida distin o hier rquica identificando o que representa o indiv duo dentro de uma estrutura social Sua presen a pode estar afirmando a personalidade de algu m representando uma identidade fazendo parte de narrativas biogr ficas Salienta ainda esse autor que podemos vivenciar esta experi ncia anal tica observando em nosso cotidiano elementos que falam por seus propriet rios na medida em que um s mbolo representa algo constituindo um signo que representa uma ilus o sobre aquilo que se deseja Artefatos podem funcionar ainda como subs dio para o conhecimento do desenvolvimento
318. ualidades e estados de conserva o apontando a partir desses artefatos diferentes gostos e fun es Bourdieu salienta a influ ncia do que denomina capital cultural na forma o dos gostos das pessoas Contra a ideologia carism tica segundo a qual os gostos em mat ria de cultura leg tima s o considerados um dom da natureza a observa o cient fica mostra que as necessidades culturais s o o produto da educa o a pesquisa estabelece que todas as pr ticas culturais freq ncia dos museus concertos exposi es leituras etc e as prefer ncias em mat ria de literatura pintura ou m sica est o estreitamente associadas ao n vel de instru o avaliado pelo diploma escolar ou pelo n mero de anos de estudo e secundariamente origem social BOURDIEU 2008 p 9 Bourdieu 2008 atribui educa o e origem social a hierarquia social dos consumidores Segundo ele os gostos funcionam como marcadores de classe sendo que conforme ocorrem varia es na hierarquia social dos consumidores variam as maneiras de decidir por e utilizar as aquisi es Neste campo Bourdieu 2008 explica que a subordina o exercida pelas necessidades culturais tem como fato gerador o habitus que define as rela es e pr ticas no mundo social O princ pio gerador do habitus o conjunto dos efeitos impostos pelas condi es materiais que se forma com base na exist ncia humana modelado pelas rela es das pessoas com a
319. uia predominantemente de 06 a 10 SM Cajuru predominantemente de 03 a 06 SM Foram observadas varia es com rela o aos ndices de criminalidade conforme relat rio estat stico criminal da Secretaria de Estado da Seguran a P blica do Estado do Paran no primeiro trimestre do ano de 2011 o bairro Cajuru figura entre os tr s bairros mais violentos da cidade de Curitiba Jardim das Am ricas e Cap o da Imbuia n o aparecem neste relat rio por apresentarem ndices menos expressivos de viol ncia e Os conjuntos habitacionais investigados possuem alvar de constru o com algumas informa es particulares na Secretaria Municipal de Urbanismo como plantas e fotografias o aprova o do projeto arquitet nico e expedi o de alvar de constru o para o conjunto habitacional Gurupi datam de 1983 com tempo de exist ncia que possibilita a ocorr ncia de substitui es e ou interfer ncias de moradores sobre as casas em vista de necessidades e anseios particulares n o atendidos pelas constru es originais padronizadas Assim tamb m o conjunto Panamericano que teve alvar de constru o autorizado no ano de 1994 mesmo ano em que foi conclu da a edifica o do primeiro par de moradias do conjunto Isla Victoria o Para o procedimento de delimita o do l cus de pesquisa considerou se ainda o fato de ser regido pela utiliza o da t cnica de bola de neve na defini o da amostragem da pesquisa em
320. uitet nico conforme tend ncias modernistas vanguarda na poca da constru o em 1930 Segundo Dudeque 2001 p 93 a ascend ncia de suas id ias arquitet nicas era a Alemanha por m a pureza formal aplicada neste projeto como as linhas retas vistas no detalhe da porta e a cobertura plana da constru o remetiam a ideias da esquerda nazista rejeitadas por muitos na poca da Segunda Guerra Mundial inclusive para os alem es de direita Dudeque aponta poss veis influ ncias para o projeto a volumetria da resid ncia Kirchgassner lembrava Moscou lembrava o construtivismo sovi tico 2001 p 80 Dispon vel em lt http www docomomo org br seminario 203 20pdfs subtema A2F Luis salvador pdf gt Acesso em 24 mar 2011 118 Em outro per odo da hist ria pol tica mundial cujos reflexos foram sentidos tamb m no Brasil outra edifica o Figura 32 projetada pelo arquiteto Frederico Kirchgassner localizada na Rua Portugal em Curitiba traz o quarto exemplo de portas da cidade Constru do em 1958 o edif cio de apartamentos com quatro pavimentos tem arquitetura bem detalhada com reminisc ncias art d co O planejamento cuidadoso da fachada estabelece uma unidade entre os elementos geom tricos aplicados na alvenaria repetindo os nas portas externas em mescla de madeira e vidro auxiliando entre outros elementos na percep o do projeto como um todo A rua em declive exigiu desenhos diferenciados para
321. ulturas e identidades diversas O cotidiano fundamental na constru o de culturas e de identidades seja na forma o individual seja de sujeitos enquanto parte de grupos sociais 61 No cotidiano constr i se o rol de a es e valores que v o formando o mundo mem ria P GUY apud CERTEAU 2009 p 31 seja de forma pac fica ou de forma violenta como afirma Hall A maioria das na es consiste de culturas separadas que s foram unificadas por um longo processo de conquista violenta isto pela supress o for ada da diferen a cultural Cada conquista subjugou povos conquistados e suas culturas costumes l nguas e tradi es e tentou impor uma hegemonia cultural mais unificada HALL 2006 p 59 Este mundo mem ria do sujeito sugerido por P guy apud CERTEAU 2009 p 31 ajuda a compor a identidade no cotidiano da sociedade que tem sua trajet ria constru da de forma n o homog nea podendo se formar pela composi o de diferentes elementos tais como a influ ncia da hegemonia cultural dos colonizadores sobre as culturas dos colonizados as diferentes classes sociais e diferentes grupos tnicos e de g nero HALL 2006 p 61 sendo todos esses elementos entremeados de particularidades Sob o prisma desta heterogeneidade compositiva n o estamos totalmente isentos para decidir por este ou aquele artefato nas pr ticas cotidianas Nossa mem ria est repleta de informa es pr existen
322. um conjunto complexo de valores cren as e padr es de comportamento ensinados ou assimilados por uma sociedade e que a identificam como uma coletividade estruturada e com suas especificidades Uma maneira de entender a cultura ver que tipo de biografia ela considera representativa de uma carreira social bem sucedida evidente que o que considerado uma vida bem vivida numa sociedade africana tem um perfil diferente do que seria aceito como uma vida bem vivida ao longo do rio Ganges ou na Bretanha ou entre os esquim s APPADURAI 2008 p 91 Na arquitetura comum a exist ncia de repeti es de formas em outros contextos assumindo fun es diferentes das quais justificam sua origem Apesar disso as portas t m sido adaptadas realidade brasileira Passando por v rias transforma es motivadas por diversas influ ncias como econ micas mudan as ocasionadas pela industrializa o fatos geradores do aumento da criminalidade e viol ncia entre outros que interferem no resultado arquitet nico de forma significativa Conforme aumenta a necessidade de provid ncias em termos de prote o s moradias e moradores por exemplo haver a necessidade de adapta o a esta demanda e na nova configura o das casas estar o possivelmente grades em portas e janelas muros mais altos paredes portas e janelas mais refor adas portas com trancamentos de refor o sistemas de alarmes e cercas eletrificadas com defini e
323. undamental propiciando conforto A adapta o de medidas e propor es investimento que se faz nas habita es mas que se transforma em benef cio em prol do bem estar dos moradores Giddens 2002 explica que o corpo sofre os reflexos do modo como as coisas est o organizadas o corpo est integrado organiza o da vida cotidiana O corpo um objeto em que todos temos o privil gio de viver ou somos condenados a viver fonte das sensa es de bem estar e prazer mas tamb m das doen as e das tens es GIDDENS 2002 p 95 Neste sentido as portas devem fazer jus ao ordenamento da vida e condi es do corpo de quem as utiliza de modo a evitar que o corpo seja submetido a tens es e desconfortos 94 A rela o de propor o entre o corpo humano e o espa o foi estudada com muita precis o em determinado contexto por Leonardo Da Vinci Em 1490 na It lia apresentou como resultado de seus estudos um instrumento regulador de medidas da escala humana o Homem Vitruviano na Figura 24 lado esquerdo Estudou medidas e propor es do corpo humano buscando o perfeito equil brio que servissem de forma gen rica para qualquer tipo de projeto Tamb m o arquiteto su o Le Corbusier desenvolveu em 1950 um sistema de medi o que ficou conhecido por Modulor Figura 24 imagem direita uma sequ ncia de medidas m dias do corpo humano que Le Corbusier usou buscando harmonia em suas composi es arqu
324. ura 15 em que se l 19 welcome 2 Welcome termo ingl s que significa bem vindo DICION RIO INGL S PORTUGU S PASSWORD 2007 p 616 76 O emprego da porta como meio de comunica o ao funcionar como suporte de sinaliza o e mensagens escritas ou desenhadas ou como suporte de express o art stica uma utilidade mais comumente encontrada em locais p blicos como banheiros de institui es de ensino e bares por exemplo e mais raros de serem encontrados em espa os residenciais Partindo da considera o de que artefatos podem assumir m ltiplas facetas desempenhando v rias fun es vale lembrar que estas inclusive no caso do artefato pesquisado a porta tamb m s o mediadas pelo design que tanto influencia quanto influenciado pelas din micas do mercado e das transforma es socioculturais Ao longo desta pesquisa de disserta o notou se grande variedade de modelos de portas residenciais como por exemplo portas com ou sem almofada de correr de enrolar de bater envidra ada portas recomendadas para ambientes internos ou externos em madeira maci a madeira aglomerada com ou sem frisos vidro temperado metal em diferentes medidas acabamentos e estado de conserva o Na arquitetura de sobrados padronizados vista com bastante frequ ncia nos bairros pesquisados Jardim das Am ricas Cajuru e Cap o da Imbuia as portas expressam diversidade constituindo se em artefat
325. ura da disserta o est organizada em cinco cap tulos introdu o a porta na cultura do cotidiano configura es usos e significados de portas de moradias dos Conjuntos Habitacionais Gurupi Isla Victoria e Panamericano localizados na cidade de Curitiba PR interpreta o dos resultados e as considera es finais Cap tulo 1 este traz a introdu o delimitando se a abrang ncia do trabalho o problema de pesquisa seguido da delimita o da pesquisa e dos objetivos justificativas para a escolha do tema e l cus da pesquisa S o tamb m apresentados os principais eixos te ricos na orienta o do trabalho de pesquisa a estrutura da disserta o e na sequ ncia apresenta se os procedimentos metodol gicos adotados Cap tulo 2 o segundo cap tulo marca a parte conceitual apresentando o embasamento te rico da pesquisa acerca de varia es usos e significados das portas bem como conceitos sobre cultura identidade sistemas simb licos cotidiano e tecnologia e Cap tulo 3 o terceiro cap tulo relaciona os dados da pesquisa de campo apresentando as transcri es de relatos considerados mais relevantes das entrevistas realizadas com a amostragem em di logo com imagens captadas 24 e Cap tulo 4 o quarto cap tulo apresenta a interpreta o dos resultados alcan ados pela pesquisa quanto s configura es usos e significados das portas para os entrevistados e Cap tulo 5 no quinto e ltim
326. uralmente muito diferente Segundo Rybczynski o conceito de privacidade n o era conhecido na casa de cidade t pica do burgu s europeu do s culo XTV Estas casas n o eram necessariamente grandes a n o ser em compara o com os casebres dos pobres mas eram apinhadas de gente Al m da fam lia direta inclu am empregados criados aprendizes amigos e afilhados fam lias de at 25 pessoas n o eram pouco freq entes Como todas estas pessoas viviam em um ou no m ximo dois compartimentos n o se conhecia a privacidade RYBCZYNSKI 1999 p 41 55 O termo privacidade tamb m n o existe em v rias culturas n o ocidentais notoriamente no Jap o Rybczynski 1999 p 41 conta que como n o tem uma palavra em sua l ngua para descrever esta qualidade os japoneses adotaram uma palavra inglesa pribashii privacy Notadamente a partir do fim da Idade M dia at o s culo XVII as condi es da vida dom stica come aram a mudar As casas ficaram maiores passando a ser projetadas de tal modo que n o houvesse corredores Assim cada quarto era diretamente ligado ao pr ximo fato apreciado pelos arquitetos da poca que utilizavam um sistema de alinhamento de todas as portas de maneira que estando abertas fosse poss vel ter uma vis o ininterrupta de um lado a outro da casa portas enfilade E evidente que se priorizavam as apar ncias ao inv s da privacidade todos desde os empregados at
327. urbana considerando se crit rios como antiguidade modernidade alto padr o construtivo rusticidade riqueza de detalhes valor hist rico extremos socioecon micos uma vez que estes crit rios n o est o inclu dos na amostra e l cus da primeira e principal frente de pesquisa visto que o interesse maior desta est na identifica o de portas de moradias da m dia populacional e em conjuntos padronizados de moradias 1 4 EIXOS TE RICOS E ESTRUTURA GERAL DA DISSERTA O Esta disserta o tem como principais eixos te ricos cultura identidade sistemas simb licos cotidiano e tecnologias Dentro destes eixos te ricos destacam se as contribui es dos seguintes autores o Eixo te rico sobre cultura Roque de Barros Laraia acerca de conceitos de cultura Roger Bastide com a discuss o sobre o relativismo cultural Clifford Geertz com a Interpreta o das culturas Denys Cuche no que se refere ao etnocentrismo e relativismo cultural o Eixo te rico sobre identidade Eric Hobsbawm discutindo a inven o de tradi es culturais dentro de identidade e diferen a Stuart Hall sobre processos sociais de mudan as em referenciais de identidade Tomaz Tadeu da Silva discutindo identidades e diferen as sob a perspectiva de estudos culturais Denys Cuche fornecendo no es de cultura e identidade sob o enfoque das ci ncias sociais Pierre Bourdieu acerca da constru o da identidade a partir da distin o social Anthon
328. uropeus se instalaram no sul do Brasil e n o apenas no sul era comum encontrar por aqui portas entalhadas em casas com detalhes particulares em muitos casos utilizando cores fortes como o azul o vermelho e o amarelo com ornamenta o diferenciada trazida na bagagem cultural da terra natal Ainda nos dias de hoje poss vel encontrar modelos de arquitetura caracter stica desse per odo por m na maioria dos casos com pouco valor imobili rio ou exercendo fun es que n o mais para moradia como nos casos em que s o transformados em museus bares restaurantes e lojas O tema deste subcap tulo tecnologia e desenvolvimento de portas de moradias investiga n o s portas fabricadas com processos tecnologicamente mais modernos mas tamb m com a tecnologia dispon vel em outros momentos da hist ria como a do entalhe manual que possibilitou a produ o de portas ricamente adornadas Entende se que as portas de qualquer poca e estilo podem ter hist rias sobre a tecnologia aplicada inclusive as portas contempor neas as portas desde as mais sofisticadas s mais simples as portas vistas no dia a dia Isto porque a identidade de cada uma delas est diretamente ligada s pessoas que as escolheram s pessoas que as observam utilizam e significam e s pessoas que as constru ram Os artefatos do cotidiano independente do tempo em que se encontram na hist ria da humanidade ou dos diferentes estilos que possuem t m algo
329. veniente de uma constru o cujo in cio das obras data de 1983 este conjunto de moradias apresenta diferentes proposi es de interfer ncias na parte lateral que no princ pio era rea descoberta e gramada assim como a parte dos fundos do lote A Bia arzi ms um reei mm Bum GESSSBRSSHASS TRETT TLETT OEA TEE Figura 40 Diferentes configura es de fachadas de moradias do conjunto habitacional Gurupi Fonte 1 Fotos de autoria pr pria 2 Dispon veis em lt http www minhaprimeiracasa com br imoveis gt Acesso em 15 dez 2010 E Com rela o s diferentes configura es algo que se pode perceber que em fun o da falta de seguran a nas moradias as pessoas sentem se motivadas a interferir em alguns 137 pontos colocando por exemplo portas onde n o existiam travas em portas e janelas instalando uma segunda porta paralela porta de madeira e vidro da sacada como a de ferro tipo pantogr fica instalando alarmes entre outros recursos que aumentem a seguran a dos moradores Esta situa o pode ser verificada na Figura 40 que apresenta fachadas de moradias do conjunto Gurupi nas quais poss vel a identifica o de diferentes modelos de portas de ferro bem como diferen as evidentes em termos de configura o n o seguindo um padr o de conjunto As interfer ncias realizadas Figuras 40 mostram o quanto moradias derivadas de um projeto id ntico pode
330. versas situa es em que a porta pode ser espa o e lugar como por exemplo na situa o em que se considera a porta um ambiente de sociabiliza o neste caso est se considerando sua caracter stica de mediadora no tr nsito de pessoas atrav s dela passando pelo espa o de seu v o de modo que consigam entrar ou sair da moradia Quando a porta considerada como parte do panorama da foto ela pode ser tanto um espa o quanto um lugar em que h a aproxima o de pessoas uma vez que suas dimens es limitam as possibilidades em que as pessoas possam permanecer para sair na foto tendo a ainda como pano de fundo A porta espa o de brincadeira quando a pessoa possa apoiar se nela utilizando a como artefato til no cen rio da brincadeira Ela espa o de cruzamento enquanto divisora de espa os reguladora de tr nsito entre pessoas nos espa os Quando a porta tida como um dispositivo de seguran a ela tanto um espa o de cruzamento quanto um lugar de apoio e perman ncia de afastamento e aproxima o de pessoas Ainda na Figura 14 ela suporte de express o art stica e sinaliza o visual mediadora do tr nsito de pessoas espa o de cruzamento e lugar em que ocorrem situa es de coexist ncia Bakhtin 2003 trata a rela o entre espa o e tempo segundo uma dimens o de coexist ncia entre ambos apontando que o espa o vivido no tempo havendo uma indissolubilidade entre ambos o que nomeia de cronotopo
331. y Giddens sobre as perspectivas do pensamento social e a identidade na modernidade enfatizando as pr ticas sociais 23 Eixo te rico sobre sistemas simb licos Arjun Appadurai que aborda a linguagem dos s mbolos sob a perspectiva do consumo Pierre Bourdieu que analisa a percep o dos sistemas de bens simb licos e sua rela o com a economia Eixo te rico sobre cotidiano Anthony Giddens com reflex es sobre implica es das transforma es na vida social cotidiana Michel de Certeau com base nos livros A inven o do cotidiano 1 artes de fazer e A inven o do cotidiano 2 morar cozinhar que tratam do homem ordin rio que inventa o cotidiano gra as s artes de fazer Edward T Hall que enfoca a percep o e constru o de espa os organizados Eixo te rico sobre tecnologia Mar lia Gomes de Carvalho e Jo o Augusto de Souza Le o A Bastos apresentando considera es sobre a tecnologia e a sociedade Na fundamenta o te rica contribu ram mais extensamente os estudos dos autores citados nos eixos tem ticos supracitados por m trabalhos de outros pesquisadores tamb m contribu ram de maneira efetiva em sua constru o Comp e a base da fundamenta o e referencial os estudos de Maristela Mitsuko Ono Lu s Ant nio Jorge Key Imaguire Jr Cyro Corr a Lyra Lu s Salvador Gnoato dentre outros A condu o das entrevistas foi baseada em trabalhos de Ono e Coutinho A estrut

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