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gestão comunitária para abastecimento de água em áreas

1. GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Respetable se or a Por este medio se le invita a participar del estudio que tiene por objetivo conocer como funcionan los comit s de abastecimiento de agua potable y saneamiento CAPS en Nicaragua Su participaci n es importante pues contribuir en la generaci n de conocimientos que podr n ser utilizados para la formulaci n y ejecuci n de proyectos de abastecimiento de agua En caso que usted tenga voluntad de participar sepa que su nombre no ser revelado bajo ninguna circunstancia Usted no ser identificado cuando el material de su registro sea utilizado para la publicaci n cient fica o educativa El m todo a ser utilizado es una entrevista en la cual usted responder a algunas preguntas sobre su trabajo con los comit s de agua potable y saneamiento Su participaci n en el estudio es voluntaria Usted tiene derecho de negarse participar o de salir del estudio en cualquier momento que lo desee sin penalidades o p rdida de los cuidados antes citados Participar de esta investigaci n no le generar gastos ni remuneraciones DECLARACI N DE CONSENTIMENTO Le o alguien ley para m la informaci n contenida en este documento de consentimiento antes de firmarlo Declaro que entend todo lo que fue explicado en el texto y que recib
2. No tiene estudios Primaria Secundaria T cnico gt T tulo Universidad A T tulo Pos graduaci n Especializaci n T tulo Maestr a T tulo Otros estudios 3 Hace cuanto tiempo usted trabaja con los CAPS 4 Capacitaciones recibidas que le ayuden a desarrollar mejor sus funciones en los CAPS Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos MEN GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA ROTEIRO GESTOR LOCAL miembro de directiva de comit de agua potable Instituci n Organizaci n Fecha Entrevista Inicio Fin Nombre Sexo Edad Cargo Tema 1 Organizaci n coordinaci n administraci n 1 2 3 4 5 C mo se form el CAPS de su comunidad Podr a explicarme el trabajo que usted hace dentro del Comit de Abastecimiento de Agua Potable y Saneamiento de su comunidad De qu forma el FISE ENACAL INAA o la Alcald a apoyan al Comit De qu otras organizaciones ustedes reciben apoyo y de qu tipo Despu s de la aprobaci n de la ley de los CAPS en el 2010 hubieron algunos cambios De qu tipo Tema
3. obriga o do Estado promover facilitar e regular a presta o dos servi os p blicos b sicos de energia comunica o gua declarando os direitos inalien veis e A disponibilidade h drica e a qualidade da gua Para os CAPS manter o sistema em funcionamento sem interrup o um desafio especialmente durante o ver o quando os n veis dos aqu feros s o mais baixos e as fontes superficiais t m seu fluxo reduzido Foi constatado que durante a esta o seca todos os CAPS realizam racionamento Tal fato geralmente n o representa um problema para os usu rios j que a programa o das suspens es do servi o informada antecipadamente permitindo o armazenamento de gua para consumo nesse per odo e as suspens es n o t m dura es muito prolongadas Em uma pesquisa realizada em 1 342 casas atendidas pelos CAPS a CODA 2010 apontou que 67 delas recebiam gua todos os dias 16 5 quatro vezes por semana e 8 duas ou tr s vezes por semana Esses resultados s o muito positivos quando comparados com o servi o fornecido em alguns centros urbanos do pa s Em Matagalpa a terceira maior cidade do pa s abastece se a popula o com gua somente tr s vezes por semana e por per odos de 8 horas Ainda quando o servi o fornecido pelos CAPS encontra se acima do padr o de algumas cidades a maioria deles sente que o principal desafio para a futura sustentabilidade dos sistemas est na disponibili
4. FIGURA 4 1 Participantes do semin rio FIGURA 4 2 Aplicac o da metodologia DAFO Fonte Gomes 2011 Fonte Gomes 2011 Participar do semin rio foi uma atividade enriquecedora para a pesquisadora j que permitiu conhecer as experi ncias dos gestores locais e presenciar esse momento de reflex o sobre o PIMC no qual se reconheceram tanto seus aspectos positivos quanto negativos que desde a tica dos atores que trabalham no dia a dia com o programa e seus benefici rios precisam ser superados Aproveitou se a viagem a Berilo para conhecer lideran as locais e algumas fam lias beneficiarias de PIMC Foi um momento gratificante e at comovente ao ouvir os relatos dos benefici rios a respeito das mudan as que as cisternas ocasionaram nas suas vidas entre ter que se dedicar horas para garantir a gua nas suas casas e agora t la mais pr xima 4 3 2 Coleta de dados na Nicar gua Antecipando diferentes n veis de conhecimento dentro da mesma tem tica desenharam se tr s tipos de roteiros para usu rios dos sistemas de abastecimento de gua para gestores locais pessoas que formavam parte da dire o de algum CAPS e para outros gestores 48 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG direcionado a membros de alguma institui o prefeitura ou ONGs que apoiam mais de um CAPS A viagem para a coleta de dados foi realizada no per odo de dezembro de 20
5. respuesta a todas mis dudas Confirmo tambi n que recib una copia de este documento de consentimiento y s que soy libre de retirarme del estudio cuando as lo desee Fecha Lil Nombre del participante Firma del participante Nombre del entrevistador Firma del entrevistador Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Tel fonos para contacto Investigadores Germana Yalkiria Fajardo Pineda 505 2772 4279 Nicaragua 31 9416 5734 Brasil L o Heller 31 3409 1958 Brasil Direcci n Av Ant nio Carlos 6627 Escola de Engenharia da UFMG Bloco 1 40 Andar Campus Pampulha CEP 31270 901 Belo Horizonte MG Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos MEN GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA Ficha de informaci n b sica para gestores locales miembro de directiva de comit de agua potable Nombre Instituci n Cargo Edad Sexo Nombre del CAPS N mero de usuarios beneficiarios del Sistema Municipio Comunidad 1 Tiempo que tiene desarrollando su cargo actual 2 Formaci n acad mica
6. ASA Declara o do Semi rido Brasileiro 1999 Dispon vel em lt http www asabrasil org br Portal Informacoes asp COD_MENU 104 gt Acesso em 10 out 2011 P gina Inicial Dispon vel em lt http www asabrasil org br portal Default asp gt Acesso em 02 jun 2013 Uma aula diferente Aprendendo sobre gua de cisterna 12 ed Recife Edig o do Autor 2007 30 p ARTICULA O SEMI RIDO BRASILEIRO ASA FEDERA O BRASILEIRA DE BANCOS FEBRABAN ANEXO II do Acordo de Coopera o T cnica e Financeira celebrado entre FEBRABAN e APIMC em 31 05 2003 FB 101 2003 Dispon vel em lt http www febraban org br arquivo servicos respsocial acordo pdf gt Acesso em 11 nov 2011 ASAMBLEA GENERAL Debates de leyes Ley general de aguas nacionales 2005 Dispon vel em lt http legislacion asamblea gob ni Diariodebate nsf 1 e91f0054ac77a85062572e50067fde4 b06 e55aa578c5050062572ed004edabc OpenDocument gt Acesso em 7 out 2012 ASSIS T R P Sociedade Civil Estado e Pol ticas P blicas reflex es a partir do Programa Um Milh o de Cisternas Rurais PIMC no Estado de Minas Gerais 2009 146 f Tese Doutorado em Desenvolvimento Agricultura e Sociedade Instituto de Ci ncias Humanas e Sociais Universidade Rural do Rio de Janeiro UFRRJ Rio de Janeiro 2009 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG ASSOCIA O BRASILEIRA DE CAPTA O E MAN
7. do servi o f Pa mk a Apropria o Se tm 4 E a Assist ncia s reuni es 1 da comunidade Se t Coes o da 1 comunidade s N in OE 1 1 I I 41 Gest o comunit ria exitosa Fonte Adaptado de Doe e Khan 2004 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Em coincid ncia com as observa es de Kleemier 2000 Doe e Khan 2004 apontam o tamanho da popula o como uma das vari veis mais importantes na sustentabilidade dos sistemas gerenciados comunitariamente De acordo com o estudo desses autores comunidades com popula es entre 1000 e 3000 pessoas eram melhor sucedidas do que aquelas com dezenas de milhares de moradores No entanto segundo Mantilla 2011 alguns dos sistemas neste patamar poderiam ter dificuldades de sustentabilidade financeira tal como observou se no caso do Paraguai onde aproximadamente 88 destes t m menos de 1400 eos 6 ato F E x usu rios e sua sustentabilidade considerada incerta No estudo de Doe e Khan 2004 observou se tamb m que as comunidades de menor tamanho demostraram ter maior apropria o dos sistemas de abastecimento de gua ao ponto de sentir o que os autores qualificam como amor por ele Para a popula o local a infraestrutura entregada era considerada como um bem valioso que lhes pertencia e que merecia estima e cuidado Este fen meno n o encontrado
8. fomentando a cria o de UNOM municipais Parte da justificativa para realizar esta descentraliza o era a maior proximidade das prefeituras com os problemas da popula o As figuras do poder local estariam capacitadas a dar uma resposta mais gil s necessidades das comunidades em mat ria de abastecimento de gua Esta medida foi concordante com as pol ticas do governo central o qual optou pela descentraliza o dos servi os de abastecimento de gua educa o e sa de como mecanismo para a racionaliza o da gest o p blica OPS et al 2004 p 25 146 ENACAL e SNV 2003 Em 2003 o ENACAL e o SNV realizaram um estudo avaliativo sobre o desempenho das UNOM em quatro Departamentos do pa s A pesquisa comparou o funcionamento das UNOM regionais dirigidas pela ENACAL sob o modelo centralizado com aquele das UNOM municipais Como principais resultados observou se que uma descentraliza o sem recursos descentraliza o dos problemas Ainda com as vantagens fornecidas pela descentraliza o a falta de pessoal e recursos limitava a resposta provida pelas UNOM regionais s demandas dos CAPS No caso das UNOM municipais o problema era ainda maior j que as prefeituras n o contavam com os recursos t cnicos humanos ou financeiros para assumir as fun es conferidas ENACAL e SNV 2003 Al m de n o contar com as condi es m nimas para desenvolver suas fun es meios de transporte combust vel mat
9. 112 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG A seca mais forte do s culo XIX ocorreu entre 1877 e 1879 e teve resultados catastr ficos para a popula o A falta de gua trouxe a morte em larga escala 5 da popula o nordestina e grandes migra es nas quais muitas pessoas morreram por inani o nas estradas Nas cidades que recebiam os imigrantes come aram a proliferar as epidemias No Cear por exemplo os milhares de deslocados foram enviados a campos de refugiados onde foram abarracados em p ssimas condi es higi nicas Isto propiciou epidemias de c lera febre amarela e var ola Tamb m apareceram doen as relacionadas com a exposi o ao sol e desnutri o como a cegueira e a hemeralopia e at a praga de cobras cascavel apresentou se na poca BUCKLEY 2010 COSTA 2004 VILLA 2001 p 70 78 Para dar uma perspectiva maior da gravidade desta seca pode se citar que em 1880 existiam em Fortaleza 90 mil indigentes e o desespero pela fome chegou ao ponto da antropofagia VILLA 2001 p 70 81 Mesmo que os estragos dessa seca tenham sido devastadores e que haviam pessoas fugindo pelas estradas o presidente da prov ncia de Para ba adiou as medidas de ajuda aos flagelados pensando que ainda poderia chover Quando finalmente foi enviada ajuda era comum observar os v veres que chegavam do governo central sendo vendidos no mercado Em 1880 suspendeu se parte da aju
10. 2010 Este enfoque unidirecional no qual se centraram os engenheiros da IFOCS deve se segundo Buckley 2010 marcada influ ncia das elites nordestinas cujos interesses eram priorizados Em concord ncia com esta aprecia o Villa 2001 afirma que a atua o da IFOCS estava direcionada pelas pol ticas da oligarquia e n o por seus objetivos originais Como resultado da Revolu o de 1930 ascende presid ncia do Brasil Get lio Vargas que exerceu o cargo de 1930 at 1945 Durante o per odo Vargas ocorreram duas secas separadas temporalmente por quase uma d cada Na seca ocorrida entre 1931 e 1933 mesmo que a interven o governamental fosse realizada de maneira ordenada e centralizada NEVES 2001 as a es n o foram diferentes das relatadas para os per odos anteriores algumas a es emergenciais constru o de grandes obras sem o devido planejamento com a finalidade de Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 5 E A empregar os retirantes A que ocupavam as cidades do litoral e como sempre o incentivo de migra o para a Amaz nia VILLA 2001 Segundo a avalia o realizada pela pr pria IFOCS em 1934 o seu desempenho at esse momento foi deficiente e as obras eram executadas lentamente especialmente a constru o dos a udes cuja finaliza o levava d cadas Por exemplo o a ude de Santo Ant nio das Russas precisou de quase 20 anos p
11. DEElGURAS 0040 A a a o aa SSD XI LISTA DE TABELAS oie t uee doloroso isa nada a Sosa da ias XII DISTA DE ABREVIATURAS snoot iia XIV To ARO UCA O a La o 1 2 OBJETIVOS ota a eo de e Da O doa Ml A e da 3 DN OBTETIVO GERAL Suit e a A Lala esa Do lo Gps aa ESA E Lo cano Ca 3 2 2 OBJETIVOS ESPEC FICOS E eee aeee E O E E 3 3 REVIS O DA LITERATURA as 4 3 1 POL TICAS P BLICAS ESTADO E NOVOS ATORES ccooccononcconnnononoconcnonnnoconcnnnnncconcnnonnnconnnonnnocannnrnnnccnnnnronnncne 4 3 2 POL TICAS P BLICAS PARA O SANEAMENTO B SICO ocococonccononcconnnonnnoconcconnnoconcnnonnnconnnnnnnocannnr on nr conanrnnnerones 8 3 3 POL TICAS P BLICAS PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS ocoocccooccconccnoncconnocinnncnnnaconnnnos 11 3 3 1 Sobre o concerto deFural estas A A A Aa 11 3 3 2 Abastecimento de gua em reas rurais paradigma e dilemas n os 13 3 3 3 A sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua em comunidades rurais 22 3 4 CARACTERIZA O DA NICAR GUA A R IRG ET 37 FAL Caracteristicas demogr ficas rn e i ie E E E dani cao EERE E ST 38 3 4 2 Caracteristicas econ micas 0 a a N A A a a O E E 38 3 4 3 Vulnerabilidade aos desastres NaturalS ocnccnnconininnnnnnnnnnnnnnnnannnnnnnnononnanrnnrnononennnnrocrcononnnniniccnnnnon 39 3 4 4 Disponibilidade h drica rita tia dt iia 39 3 4 5 Componentes do saneamento b sico na Nicar gua ocococonononnnonncononnnonnnonanonnnonnnnan cane carac naco ncc
12. a capacidade das comunidades para utilizar a infraestrutura melhorada de maneira que ao longo do tempo ir resultar em benef cios de sa de e econ micos De modo geral tem a ver com 22 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG a continuidade no funcionamento dos sistemas tal como foi planejado por um per odo de tempo substancial ap s a ajuda externa isto dos doadores terminado YACOOB 1990 p 359 Entretanto quais caracter sticas teriam os modelos de gest o comunit ria para serem sustent veis ao longo do tempo Quais s o os limites que poderiam existir para esses modelos O que pode definir o sucesso da gest o comunit ria A esse respeito a literatura aponta que a sustentabilidade depende de muitos fatores alguns deles sociais outros tecnol gicos e ou econ micos Por esta raz o se faz necess rio explorar estas experi ncias visando encontrar os pontos convergentes ou divergentes que facilitam ou dificultam a implementac o de uma pol tica deste tipo principalmente aqueles relacionados com a sustentabilidade Com o objetivo de avaliar a abordagem da gest o comunit ria em Malau Kleemeier 2000 estudou 16 sistemas de abastecimento de gua os quais foram constru dos sob esta modalidade entre 3 e 26 anos antes da pesquisa A autora descobriu que quase a metade dos sistemas de abastecimento em reas rurais funcionava de forma deficiente e aqueles que
13. es comunit rias para o abastecimento de gua por meio da concess o da legalidade que os acredite como prestadores dos servi o 3 e a assist ncia t cnica que os grupos comunit rios precisam para seu correto funcionamento Por m esta mesma Lei pressup e um afastamento do Estado de qualquer responsabilidade como provedor dos servi os de abastecimento de gua rural deixando as responsabilidades de administra o manuten o repara o ou amplia o dos sistemas por conta das comunidades O artigo 2 da Lei n 722 2010 d aos CAPS o reconhecimento como colaboradores do desenvolvimento econ mico e social do pa s da democracia participativa e da justi a social da na o declarando a obriga o do Estado de garantir e promover seu desenvolvimento Entretanto se o poder p blico seja este local ou nacional n o disponibiliza recursos financeiros e t cnicos para cumprir as tarefas encomendadas pela Lei esta ser apenas uma declara o de inten o sem efeito 86 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 3 Limites e potencialidades da gest o comunit ria na Nicar gua Nas se es anteriores discutiram se a evolu o das pol ticas para abastecimento de gua e sua intera o com os fatores externos do tipo pol tico econ mico e social Explorou se tamb m utilizando documentos oficiais do governo os mecanismos utilizados para a implementa o de pol ticas
14. gua gerenciados ser o identificados por meio dos gestores das organiza es locais como ONGs e as Prefeituras de Matagalpa sendo selecionados alguns casos para aprofundamento Segundo a premissa da disposi o e disponibilidade do potencial participante para o agendamento das entrevistas Ser o realizadas um total de 10 dez entrevistas a gestores e 3 tr s a benefici rios usu rios dos sistemas de abastecimento de gua No caso de n o se chegar satura o de informa o com este n mero pr estabelecido de entrevistas se utilizar a t cnica de bola de neve 4 Planejamento Preparativos e Elaborar uma agenda cronograma de coleta de dados de campo contendo o Visitas s institui es envolvidas na gest o dos CAPS INAA FISE ENACAL ONGs e s comunidades rurais do departamento de Matagalpa e o munic pio de Telica departamento de Le n e Planejamento log stico incluindo disponibilidade de ve culo listagem de aparelhagem equipamentos materiais e suporte para os trabalhos de observa o n o participante e de entrevistas como c mara digital gravadores mini laptop caderno de campo entre outros e Reprodu o das fichas de informa o b sica dos dados relativos aos atores chave estrat gicos e Na v spera fazer contato confirmando a hora e o local da entrevista e Realizar pr teste das entrevistas para corroborar o bom desenho dos roteiros na comunidade de Nuestra Tierra munic pio de Matag
15. o da abordagem qualitativa no curso de administra o a quebra dos paradigmas cient ficos REGE Revista de Gest o S o Paulo v 12 n 1 mar 2005 RICO M N G nero y agua In ESCH S DELGADO M HELFRICH S SALAZAR H TORREGROSA M L ZUNIGA I ed La gota de la vida Hacia una gesti n sustentable y democr tica del agua M xico D F Fundaci n Heinrich B ll 2006 p 255 264 ROBERTS B STICKLEY A GASPARISHVILI A HAERPFER C McKEE M Changes in household access to water in countries of the former Soviet Union Journal of Public Health UK v 34 n 3 p 352 359 2012 SANTOS M J SILVA B B An lise do modelo conceitual e tecnol gico do programa cisternas rurais em Sergipe Engenharia Ambiental Esp rito Santo do Pinhal v 6 n 2 p 464 483 mai ago 2009 172 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG SILVA C V Qualidade da gua de chuva para consumo humano armazenada em cisternas de placa Estudo de caso Aracua MG 136 f Dissertac o Mestrado em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos Escola de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2006 Efeitos da implanta o de sistemas de capta o de gua de chuva em cisternas em resid ncias rurais do semi rido na sa de infantil Avaliac o epidemiol gica em dois munic pios do M dio Vale do Jequitinhonha MG 207f Tese Doutorado em Saneamento
16. preciso uma boa utiliza o do sistema por parte dos benefici rios incluindo a correta realiza o das atividades de limpeza da desinfec o e do manuseio da gua coletada Contudo o programa apenas contempla uma capacita o de 12 horas da qual se espera que seja o suficiente para que as pessoas absorvam e exer am este conhecimento de forma correta durante toda a vida til da cisterna Pode se afirmar ent o que existe um vazio no conte do da pol tica que n o prev um acompanhamento m nimo necess rio para corroborar a correta ado o dos conhecimentos requeridos pelos usu rios onde a sustentabilidade dos benef cios esperados incerta 135 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 6 Limites e potencialidades da gest o comunit ria no semi rido brasileiro Como discutido na revis o de literatura a qualifica o da gest o de um programa ou projeto como comunit rio relaciona se s motiva es e participa o dos diferentes atores da comunidade na consecu o de um objetivo comum Considerando essas premissas o PIMC pode ser considerado uma experi ncia comunit ria j que envolve os diferentes atores de cada comunidade prefeituras igrejas sindicatos etc com a finalidade de solucionar a problem tica do acesso gua Por conseguinte o PIMC ser analisado da mesma forma que a pol tica implementada na Nicar gua conforme o ciclo de projetos de abas
17. Considerando que Mantilla 2011 aponta o contr rio recomenda se a realiza o de estudos que explorem em profundidade a rela o entre o porte das comunidades e a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua e Considerando que o PIMC tem mais de 10 anos de execu o recomenda se a realiza o de estudos que avaliem a sustentabilidade das cisternas determinando quantas delas ainda est o em funcionamento quantas requerem reparos menores e quantas simplesmente n o funcionam Os estudos tamb m poderiam incluir uma an lise sobre os danos estruturais mais frequentes e as raz es destes e Recomenda se tamb m a realiza o de avalia es sobre os m todos de ensino aplicados pelo PIMC durante as capacita es o conte do dos cursos e sobretudo a periodicidade necess ria para refor ar os conhecimentos dos benefici rios sobre o uso correto de suas cisternas Sugere se considerar uma adequa o da metodologia empregada de tal forma que esteja direcionada para um p blico alvo mais amplo e que inclua toda a fam lia benefici ria cujos membros podem ser pessoas adultas de baixa escolaridade e inclusive analfabetos Considera se que estas a es poderiam incentivar melhorias nas pr ticas relacionadas com uso e manuten o das cisternas assim como do manuseio e tratamento da gua antes de seu consumo visando maior impacto na sa de das fam lias benefici rias e Na Nicar gua existe um desconhecimento d
18. Germana Yalkiria Fajardo Pineda 505 2772 4279 Nicaragua 31 9416 5734 Brasil L o Heller 31 3409 1958 Brasil Direcci n Av Ant nio Carlos 6627 Escola de Engenharia da UFMG Bloco 1 40 Andar Campus Pampulha CEP 31270 901 Belo Horizonte MG Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos MEN GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA Ficha b sica de informaci n para beneficiarios usuarios Nombre Edad Sexo Nombre del CAPS Municipio Comunidad 1 N mero de personas que habitan en su casa No de mujeres No de hombres No de ni os 2 Ingreso mensual promedio 3 Nivel acad mico No tiene estudios Primaria Secundaria Universidad T cnicos Otros 4 Tiempo de residencia en la comunidad 5 Hace cu nto tiempo empez a funcionar el CAPS de su comunidad 6 Almacenan el agua Si No si responde afirmativamente pasar a la 6 sino seguir a la 7 7 En que almacena el agua 8 Da alg n tipo de tratamiento al agua que usa para beber Si No 9 Le voy a leer cuatro opciones que hablan sobre lo que mejor en su vida y la de su familia despu s que emp
19. Meio Ambiente e Recursos H dricos Escola de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 SILVA R M A Entre dois paradigmas combate seca e conviv ncia com o semi rido Sociedade e Estado Bras lia v 18 n 1 2 p 361 385 jan dez 2003 SOLER W DURANGO H SOLER J P Control microbiano de agua de mar mediante microfiltraci n Facultad Nacional de Salud P blica Medell n v 28 n 2 p 141 148 maio ago 2010 SOUZA C Pol ticas p blicas uma revis o da literatura Sociologias Porto Alegre v 8 n 16 p 20 45 jul dez 2006 SOUZA C CARVALHO I M M Reforma do Estado descentraliza o e desigualdades Lua Nova S o Paulo n 48 p 187 212 dez 1999 SUPERINTEND NCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE SUDENE Semi rido 20057 Dispon vel em lt http www sudene gov br acesso a informacao institucional area de atuacao da sudene semiarido gt Acesso em 03 nov 2012 TAVARES A C Aspectos f sicos qu micos e microbiol gicos da gua armazenada e cisternas de comunidade rurais no semi rido paraibano 2009 169 f Disserta o Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Universidade Estadual da Para ba UEPB Campina Grande 2009 TEIXEIRA J B Saneamento rural no Brasil In BRASIL Panorama do saneamento b sico no Brasil cadernos tem ticos para o panorama do saneamento b sico no Brasil Bras lia Minist rio das cidades 2011 v VI
20. Nepal Dom nech et al 2012 afirmaram que cerca de 30 das cisternas constru das apresentavam defeitos como rachaduras umidade nas paredes ou vazamentos Os referidos autores apontam que as principais causas destas defici ncias estavam relacionadas com a falta de manuten o e falhas no processo construtivo como a falta de cura adequada do concreto ou a redu o por parte dos implementadores da quantidade de cimento no intuito de reduzir os custos de constru o 52 A dist ncia m nima entre a cisterna e as rvores os dep sitos de lixo as fossas s pticas os currais ou galinheiros deve ser de 10 a 15 metros segundo recomenda es oficiais BRASIL 2011 A pesquisa de Silva 2006 teve como plano amostral 17 comunidades do munic pio de Ara ua compreendendo gua Nova Barriguda Calhauzinho C rrego da Velha de Baixo C rrego da Velha do Meio C rrego Fundo Coruto Cruzinha Lagoa dos Patos Lapinha Malhada Preta Palmital Quati Solidade Tesoura de Cima Vargem de Jo o Alves e Varginha 141 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Nesta fase em particular a ASA tem enfrentado algumas dificuldades para executar o PIMC e dentre elas ressaltam se os problemas de relacionamento com o poder p blico local de alguns munic pios Ainda existe uma resist ncia por parte de algumas prefeituras relacionada ao fato de serem as organiza es da sociedade civil as e
21. Tamb m foram feitas outras propostas adicionais para garantir a cobertura total dos custos do sistema como estabelecer estruturas tarif rias para um sistema de torneiras p blicas a utiliza o de micromedi o para conex es particulares ou inclusive se for necess rio privatizar os pontos de abastecimento de gua THE WORLD BANK WATER DEMAND RESEARCH TEAM 1993 Retornando quest o sobre se as comunidades deveriam aportar recursos financeiros para a constru o al m dos aportes em m o de obra e materiais e manuten o dos sistemas ainda n o existe uma posi o un nime entre os Estados nem entre os organismos internacionais Enquanto em pa ses como Col mbia o poder p blico assume o custo total da constru o dos projetos de abastecimento de gua sem exigir contrapartida alguma das comunidades Em outros como o Paraguai o Estado implementa subs dios para a execu o de projetos desse tipo assumindo 40 dos custos das obras quando s o mais de 150 conex es e deixando 19 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG que a comunidade aporte m o de obra materiais de construg o e dinheiro para complementar o restante MANTILLA 2011 Mas seja qual for a fonte de financiamento a realidade que algu m tem que arcar com os custos tanto da implanta o quanto da opera o e manuten o dos sistemas Surge portanto o dilema as pessoas que n o t m recur
22. cisterna preferivelmente com cadeado e se poss vel cerc la BRASIL 2011 138 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Embora a participa o nas capacita es seja um requisito do Programa tr s dos 15 entrevistados afirmaram que n o assistiram ao curso e daquelas pessoas que assistiram nem todas recordavam todo o conte do ensinado Esse caso semelhante ao narrado por Ferreira 2009 para o munic pio de Serrinha no estado da Bahia onde v rios dos benefici rios do Programa confirmaram presen a nos cursos mas n o recordavam o conte do destes Em alguns casos como evidenciado durante as entrevistas utilizadas no presente estudo os respons veis pelas cisternas enviaram algum familiar uma filha uma irm para receber a capacita o e cumprir dessa forma o requisito para obten o da cisterna Segundo a auditoria realizada no PIMC em 2011 entre 74 e 88 dos benefici rios das cisternas participaram efetivamente das capacita es BRASIL 2011 N o obstante geralmente s solicitada a presen a de um membro da fam lia beneficiada sendo a cisterna de uso comum a todos estes Isto pode ser contraproducente j que segundo foi observado nas entrevistas nem sempre acontece a transfer ncia de conhecimentos dentro da mesma fam lia A absor o dos conhecimentos pode ser afetada tamb m pela falta de aulas pr ticas demonstrativas antes da entrega da cisterna GOM
23. dricos que j utilizavam Esta omiss o evidenciava a falta de valora o do governo pelo trabalho comunit rio demonstrada na formula o de uma lei excludente da popula o rural e Dificuldades na implementa o da pol tica p blica baseada no modelo de gest o comunit ria De forma semelhante ao ocorrido na d cada de 1980 surgiram neste per odo dificuldades que incidiram no desenvolvimento das pol ticas utilizadas na gest o comunit ria Neste caso os obst culos tinham sua origem em n vel institucional nas mudan as estruturais da ENACAL e na falta de interesse da empresa por continuar ampliando os servi os de abastecimento da gua em comunidades rurais Pode se sugerir que esta falta de interesse estava acompanhada de condicionantes econ micos Assim como a Empresa dependia economicamente de recursos externos do BID para realizar o processo de moderniza o ela tamb m dependia de outros organismos para realizar investimentos nas reas rurais De forma tal que os investimentos feitos pelo Estado provenientes do or amento nacional e dos fundos pr prios da ENACAL eram baixos em compara o com o proveniente de doa o Dos US 25 3 milh es de d lares americanos 72 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG investidos durante o per odo de 1998 a 20032 75 15 correspondiam a doa es como se pode observar na FIG 5 9 OPS et al 2004 p 238 Esta alta d
24. em 1980 a 10 bilh es em 1990 cifra cinco vezes maior que o valor do PIB do pa s GRUPO OC ANO 2002 p 168 VARGAS e BUITRAGO 1994 p 451 Esta crise econ mica provocou uma alta depend ncia do pa s com os organismos financeiros 7 2 Eua A internacionais que condicionaram o acesso ao recurso externo a mudan as no sistema econ mico Nesse contexto a Nicar gua adotou dirigido pelo Banco Interamericano de 2 De 1990 a 2006 o Estado foi dirigido por governos que se caracterizaram pela ado o de pol ticas neoliberais e a elimina o das pol ticas sociais implementadas durante a d cada de 1980 26 A depend ncia do pa s dos recursos externos tem sido uma constante nos ltimos 20 anos Isso provocou a imposi o e apego s pol ticas econ micas do tipo neoliberal exigidas pelos organismos internacionais No per odo compreendido entre 1990 e 1996 a m dia de recursos externos alcan ou US 538 4 milh es de d lares cifra equivalente a 30 2 do PIB anual GRUPO OC ANO 2002 p 14 177 Contudo a maior parte dos fundos at 60 era destinada para amortizar a d vida externa Entre 1998 e 2003 a coopera o era quantificada em US 86 45 d lares anuais por pessoa UNICEF et al 2006 p 14 15 O pa s colocou se entre os maiores recebedores de coopera o do mundo mas sacrificou sua independ ncia para tomar as decis es sobre a dire o do Estado e das pol ticas p blicas implementadas 2 Nessa poca
25. formuladas com a participa o da sociedade civil foi realizada uma an lise tem tica por meio da categoriza o e da an lise de frequ ncia Tomando como refer ncia a revis o da literatura e os pontos de an lises de v rios autores anteriormente citados selecionaram se entre as categorias algumas relacionadas ao paradigma dos sistemas de abastecimento exposto por Miller 1979 1 Identifica o do projeto e planejamento pr vio 2 Concep o do projeto 3 Implanta o 4 Administra o opera o e manuten o e 5 Avalia o do projeto Inicialmente pensou se em estabelecer como subcategorias de an lises a participa o social o financiamento e a participa o dos atores externos No entanto ao iniciar se as an lises percebeu se a exist ncia de muitos outros aspectos importantes que se encaixavam dentro das etapas do ciclo do projeto mas n o nas subcategorias Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 RESULTADOS E DISCUSS O 5 1 Evolu o hist rica das pol ticas p blicas para abastecimento de gua nas reas rurais da Nicar gua Compreender o processo hist rico das pol ticas p blicas para abastecimento de gua na Nicar gua um elemento importante para explicar o surgimento e evolu o dos CAPS como iniciativas de gest o participativa para solucionar os problemas de abastecimento de gua em reas rurais Buscar a reconstru o hist rica um desafi
26. gua La Isla e El Yamal e comunidades nas que os sistemas de abastecimento funcionam h mais de cinco anos Nuestra Tierra gua Fria El Ojochal e Molino Sur Tamb m visitaram se as primeiras cisternas constru das na Nicar gua com a tecnologia utilizada pelo Programa Um Milh o de Cisternas PIMC localizadas no Munic pio de Santa Rosa del Pe on as quais se mostram nas FIG 4 4 e 4 5 Estas cisternas foram constru das com o apoio da Asociaci n Coordinadora Ind gena y Campesina de Agroforester a Centroamericana ACICAFOC Centro Alexander Von Humboldt e os CAPS que as utilizam para garantir gua de qualidade as escolas e centro de sa de considerando que as guas superficiais do Munic pio est o polu das pela atividade mineradora FIGURA 4 4 Cisterna constru da no FIGURA 4 5 Bomba manual da cisterna munic pio de Santa Rosa del Pe n elaborada com tubulac o de ferro galvanizado Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 Considera se importante fazer alguns esclarecimentos sobre o processo de coleta de dados j que algumas a es realizadas n o estavam no planejamento inicial Diante da ocorr ncia de alguns epis dios violentos produzidos pelo descontento de parte da popula o com os resultados das elei es presidenciais acontecidas em novembro do ano anterior considerou se 53 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recurso
27. o da Su a por meio de sua ag ncia COSUDE elaborou modelos padronizados da documenta o necess ria para a inscri o e legaliza o dos CAPS ata de constitui o regulamento interno e estatutos Esta documenta o foi entregue s prefeituras para que apoiassem e acompanhassem o processo de forma o dos CAPS ou de reorganiza o das dire es dos CAPS j existentes No entanto muitas das prefeituras n o possuem as unidades para dar atendimento aos CAPS ou ainda n o conhecem a Lei Outras prefeituras t m burocratizado ainda mais o procedimento que recepciona os documentos e os submetem emiss o do certificado de inscri o no conselho municipal como no caso do Munic pio de S baco Em outros casos as prefeituras simplesmente n o realizam o processo necess rio Isto imp e muitas dificuldades aos CAPS que no caso de precisar reorganizar suas dire es ou iniciar o processo de inscri o n o podem nem acessar a documenta o necess ria para tal fim Uma vez superados os problemas da inscri o os CAPS enfrentam a nega o de benef cios por parte de institui es estatais que desconhecem a Lei No momento em que se fez a visita 8 Esta rede constitu da hoje em ONG o principal impulsor da lei exigindo seu cumprimento diante das autoridades nacionais promovendo o interc mbio de experi ncia entre os CAPS e agindo na gest o de recursos Atualmente iniciou se a execu o de atividades com
28. o e manuten o do sistema conan neon nono nono aeee nena cra non anne cane cn nera neon nens 95 5 3 5 Avalia o do projeto de abastecimento de gua nono nn nora nonnncnnn nan cnn cnnncnneo 105 5 4 EVOLU O HIST RICA DAS POL TICAS P BLICAS PARA ABASTECIMENTO DE GUA NAS REAS RURAIS DO SEMI RIDO BRASILEIRO ooooococconcononononocnnonncnnonnonnonn antera eae on aeee aeee aaa nana aeee aeee aaa na renan a anna een aaa anne nn cana ar renan 109 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 54 Pertodo pr vio a 2003 aiii ci 109 5 4 2 Periodo de OO O tao COS OEIRAS AO SU Dea AD q ROTA Cc Cas ER VA a 122 5 5 A PROPOSTA DA ASA E A SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS cccocononconcononcnncnnononncnnoncnncn nono nncnnoncnncnconeno 134 5 6 LIMITES E POTENCIALIDADES DA GEST O COMUNIT RIA NO SEMI RIDO BRASILEIRO 136 3 6 1 Identifica o do projel Osennii Eee E sn eii arena E 136 3 6 2 Concep o do projeto io is 138 2 69 SCoristrutdo d CistemA il tio oia lied 140 5 6 4 Opera o e manuten o do sistema ooooninnnononononancnannnnnnanonnnonnn cono cn neon ne on neon nena nena cenar rn nn nannncn neo 142 5 6 5 Avalia o do projeto de abastecimento de gua eee nonnn nan cnn cnnncneo 152 5 7 RESUMO COMPARATIVO DE EXPERI NCIAS DE GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS NO BRASIL E NA NICAR GUA cooooccononnconocononccnnonnonnonnnonenononeonno
29. o no in cio de 1990 A infraestrutura f sica e os equipamentos estavam deteriorados por falta de manuten o Dependia se dos recursos do or amento nacional devido principalmente falta de pagamentos por parte dos usu rios o que levou bancarrota financeira da institui o O anterior deu origem a um processo de mudan as organizacionais com a finalidade de reestruturar o INAA e convert lo em uma organiza o com autossufici ncia financeira uma melhor gest o operativa baseada em uma vis o empresarial e uma maior cobertura e qualidade dos servi os INAA 1996 Com rela o DAR descentralizaram se suas fun es operativas atrav s do fortalecimento das unidades regionais as quais se responsabilizavam pela execu o dos programas e projetos incluindo a continua o das parcerias com COSUDE e UNICEF Em n vel central na capital realizavam se fun es de planejamento Iniciou se a formula o de normas t cnicas para a execu o de projetos adequados s condi es rurais as mesmas que t m sido modificadas com os anos e na atualidade constituem o material b sico para a formula o de projetos Mudou se a rela o com as prefeituras as quais tiveram maior participa o na execu o dos projetos principalmente na assist ncia s comunidades em tarefas de opera o e manuten o Adicionalmente foi introduzida a pr tica de obrigatoriedade da participa o comunit ria em todos os projetos de gua e s
30. principalmente diabetes doen as hipertensivas e c ncer Dados sobre morbidade indicam uma taxa de doen as diarreicas agudas de 374 2 para cada 10 000 habitantes causando 0 8 de mortes anuais e infec es respirat rias agudas de 2 698 para 10 000 habitantes MINSA 2008 A mortalidade infantil de 18 1 por 1000 nascidos vivos com taxa de mortalidade de 4 64 por mil pessoas INIDE 2007 Ressalta se que embora seja poss vel acessar estes dados referentes sa de o INIDE 2007 e a OPS et al 2004 esclarecem que existem sub registros dos nascimentos e dos bitos no pa s 3 4 2 Caracter sticas econ micas Nos ltimos tr s anos houve uma varia o no crescimento econ mico passando de 1 5 em 2009 a 4 7 em 2011 Contudo este crescimento n o suficiente para resolver o problema do d ficit fiscal j que as d vidas interna e externa do pa s somavam em 2011 aproximadamente US 7 297 5 milh es de d lares americanos BRL 14 783 57 milh es de 14 Segundo o Instituto Nacional de Estad sticas y Censos INEC atualmente Instituto de Informaci n de Desarrollo INIDE na Nicar gua s o considerados como rural aqueles povoados de menos de mil moradores que n o s o atendidos pelas condi es urbanas tragado de ruas servi o de energia el trica estabelecimento comercial ou industrial etc ou quando a popula o se encontra dispersa INEC 2006 38 Programa de P s Gradua o em Saneamento
31. que exp e que o processo de aprova o e institucionaliza o do PIMC aconteceu gra as aos esfor os realizados pela pr pria ASA e ao contato desta com atores pol ticos influentes na agenda governamental Portanto pode se dizer que o apoio governamental ao PIMC n o dependeu especificamente do partido de governo sen o do reconhecimento e prest gio conquistado pela ASA com a execu o de projetos pilotos e as a es pol ticas realizadas por esta Este reconhecimento levou o Minist rio Especial de Seguran a Alimentar MESA hoje Minist rio de Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS a firmar em 2003 o termo de parceria n 001 2003 com a ASA para financiar o PIMC Desta maneira consolidava se o programa como uma pol tica p blica para abastecimento de gua de consumo humano no semi rido Esta foi praticamente a primeira pol tica direcionada especificamente para este objetivo j que as implementadas anteriormente na regi o objetivavam o desenvolvimento econ mico baseado na agricultura e na agroind stria onde a gua era considerada como um insumo e sua import ncia era derivada da sua utiliza o como um elemento a mais do processo produtivo Portanto partindo da reconstru o hist rica realizada pode se concluir que o estancamento das pol ticas p blicas do acesso gua observado no primeiro per odo de estudo deve se a fatores ex genos da pol tica como falta de interesse da Uni o para
32. quer num espa o geogr fico delimitado rea urbana vila rua etc quer num espa o social formalizado sindicatos cooperativas clubes associa es etc Falar de interesses comuns falar de decis es compartilhadas Considerando a descri o anterior um projeto que utiliza tecnologias individuais para abastecimento de gua pode ser considerado comunit rio sendo dentre as mais frequentes dessas tecnologias aquelas destinadas ao aproveitamento da gua de chuva Este tipo de solu o empregado em lugares onde o acesso a outras fontes de gua restrito seja pelas longas dist ncias entre fontes e as moradias pelas condi es clim ticas locais ou pela qualidade da gua dispon vel As tecnologias individuais tamb m s o uma alternativa para lugares onde a dispers o das casas dificulta a instala o de um sistema coletivo Esses m todos coadjuvam com a mitiga o da escassez de gua destinando o recurso coletado para fins variados sendo os mais comuns o consumo humano a irriga o de cultivos em pequena escala e para regar jardins KAHINDA et al 2007 BAGUMA e LOISKANDL 2010 A utiliza o de cisternas para armazenamento de gua da chuva tem sido validada como uma op o vi vel para responder aos problemas de acesso gua sendo utilizada em pa ses como Austr lia Brasil Nepal frica do Sul Tanz nia Nam bia Uganda entre outros HEYWORTH et al 2006 GOMES 2012 DOMENECH et al 2012 KAHINDA e
33. resgata se o uso da cisterna avaliado como exitoso nas experi ncias pr vias da ASA como uma solu o simples e efetiva para mitigar a escassez de gua Esta solu o tecnol gica al m dos aspectos operativos do programa foi utilizada como padr o para todo o semi rido raz o pela qual o p blico alvo n o teve a oportunidade de realizar sugest es ou aportes quando o Programa chegou s comunidades e Capacita o e conscientiza o Os benefici rios do Programa recebem um total de 12 horas de capacita o divididas em dois dias O conte do do curso abrange instru es diversas para a manuten o e limpeza da cisterna assim como informa es sobre o gerenciamento dos recursos h dricos especificamente da gua de chuva contida na cisterna com nfase aos usos predefinidos pelo Programa beber cozinhar e escovar os dentes Segundo Brasil 2011 essas capacita es precisam ser realizadas com linguagem simples e material did tico que permita a f cil aprendizagem Entre as principais instru es transmitidas nas capacita es encontram se a utiliza o do dispositivo para desvio da primeira gua da chuva que funciona como uma barreira sanit ria coloca o de um dispositivo tipo coador na entrada da cisterna para evitar a entrada de sujeira limpeza do interior da cisterna e pintura da parte externa com cal pelo menos uma vez ao ano Para garantir a qualidade da gua recomenda se manter fechada a tampa da
34. respons veis pelo monitoramento e ou assessoria t cnica s comunidades cujo funcionamento na pr tica muito reduzido A escassa aloca o de recursos para o funcionamento das estruturas encarregadas do monitoramento poderia se relacionar com a baixa prioridade dada pelos governos s fun es que estas desenvolvem Hantke Domas e Jouravlev 2011 apontam que este problema parte do conjunto de fatores externos mais frequentes que podem influenciar negativamente os resultados das pol ticas de saneamento e limitar o desenvolvimento do setor Ao final do ciclo os parceiros locais e os agentes externos podem avaliar em conjunto as poss veis modifica es que o sistema de abastecimento de gua precise segundo a experi ncia j tida com o projeto e assim voltar ao in cio do ciclo em um processo de retroalimenta o MILLER 1979 tal como se ilustra na FIG 3 1 16 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 3 1 Ciclo de projeto de um sistema de abastecimento de gua para reas rurais Identificac o do projeto e planejamento pr vio Avalia o do projeto Concep o do Categorias isto de an lise Administra o opera o e manuten o Implanta o constru o Fonte Baseado em Miller 1979 Em estudos posteriores ao realizado por Miller em 1979 MANTILLA 2011 KLEEMEIER 2000 YACOOB 1990 QUIN et al 2011 pode se cons
35. rio 3 Benefici rio 4 Benefici rio 5 Benefici rio 6 Benefici rio 7 Benefici rio 8 Benefici rio 9 Benefici rio 10 Benefici rio 11 Benefici rio 12 Benefici rio 13 Benefici rio 14 Benefici rio 15 Gestor 1 Gestor 2 Gestor 3 Gestor 4 Gestor 5 Gestor 6 Gestor 7 Gestor 8 Gestor 9 Gestor 10 Gestor 11 Gestor 12 Gestor 13 Gestor 14 Gestor 15 Gestor 16 Gestor 17 Gestor 18 Gestor 19 Gestor 20 Gestor 21 Gestor 22 Benefici rio 1 Benefici rio 2 Benefici rio 3 Gestor local Gestor local Gestor local Gestor local Gestor local Gestor Gestor Gestor Gestor Pais Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Brasil Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua C digo BB1 BB2 BB3 BB4 BB5 BB6 BB7 BB8 BB9 BB10 BB11 BB12 BB13 BB14 BB15 GB1 GB2 GB3 GB4 GB5 GB6 GB7 GB8 GB9 GB10 GB11 GB12 GB13 GB14 GB15 GB16 GB17 GB18 GB19 GB20 GB21 GB22 BN1 BN2 BN3 GL1 GL2 GL3 GL4 GL5 Gl G2 G3 G4 Munic pio Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Berilo Berilo Berilo Berilo C
36. ticas para abastecimento de gua nas reas rurais e executa alguns investimentos relacionados a estas a Comiss o de Regulamenta o de gua Pot vel e Saneamento B sico CRA que define as metodologias tarif rias e regula os monop lios a Termo utilizado pelo autor ao se referir aos fornecedores de servi os isto porque algumas vezes estes n o s o necessariamente associa es comunit rias 27 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Superintend ncia de Servi os P blicos Domiciliareis SSPD que inspeciona e fiscaliza o funcionamento dos prestadores de servi o e os Institutos Departamentais de Sa de que exercem o controle da qualidade da gua Para a execu o de obras de infraestrutura utiliza se uma pol tica descentralizada em que os principais respons veis s o as prefeituras que recebem para este fim recursos financeiros provenientes do or amento nacional Esta pol tica inclui tamb m a concess o de subs dios para os prestadores de servi os de modo que possam garantir a sustentabilidade financeira dos seus sistemas Para o acesso a esse subs dio os prestadores de servi os devem funcionar sob algum tipo de figura reconhecida juridicamente sendo a mais utilizada a de associa o de usu rios e assinar conv nios com os munic pios A participa o da popula o limita se etapa de opera o dos sistemas Geralmente as comunidades n o
37. vel de reflorestamento Os membros da dire o podem ser reeleitos ap s o cumprimento do seu mandato 24 O mecanismo da assembleia comunit ria utilizado tamb m para o estabelecimento do regulamento do CAPS o qual se elabora com o apoio dos agentes externos sejam as ONGs Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG ou representantes do poder p blico local ou nacional Este regulamento cont m as normas gerais de funcionamento do comit entre elas os deveres direitos e proibi es tanto dos E ns soa 49 2 membros de dire o como dos usu rios dos sistemas Estabelecem se tamb m as normas e procedimentos para a aplica o de tarifas e para a realiza o de reclama es e outro tipo de normas destinadas a manter a sustentabilidade econ mica do sistema Detalham se os usos soy 50 x 2 que pode se dar gua as regras para a prote o ambiental e das fontes de gua normas para a cria o de um ambiente saud vel e pr ticas a ser evitadas sendo o regulamento objeto de fiscaliza o pela dire o As pessoas da comunidade participam das atividades de limpeza e pintura dos reservat rios de armazenamento de gua do reflorestamento e da limpeza dos rios nos casos de t los nas proximidades Normalmente estas atividades s o realizadas pelas mulheres e crian as enquanto os homens apoiam nas repara es e nas inspe es para detec o de vazamentos Com
38. 2 Planificaci n 6 7 8 Cu les son los planes a futuro con respecto al tema de abastecimiento de agua Existen en su comunidad planes para enfrentar situaciones de emergencia que pueden afectar seriamente el abastecimiento de agua como desastres naturales o sequ as prolongadas Podr a explicarme c mo funciona el sistema de agua y como lo escogieron Tema 3 Financiamiento Mantenimiento de la infraestructura 9 Cu nto cost el sistema de abastecimiento de agua y Qui n lo pag 10 En caso que se cobre alguna cuota en el CAPS De cu nto es y c mo se decidi el monto 11 Existen problemas con el pago de las cuotas recaudaci n 12 Qu tipo de mantenimiento requieren los sistemas de abastecimiento de agua 13 Cu ndo requieren expandir los sistemas como pagan por esas ampliaciones 14 En caso de aver as mayores a qui n recurren Tema 4 Participaci n social 15 De qu forma los pobladores participan en el trabajo del comit 16 C mo participan las mujeres dentro del CAPS Y dentro de las directivas Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Tema 5 Calidad Cantidad de agua 17 Qu tipo de controles hacen para verificar la calidad del agua 18 Me podr a hablar sobre el tratamiento que le dan al agua 19 Hay alguna norma que especifique los usos que se le puede dar a esta agua y cu nto debe de ser lo
39. 2009 e Assis 2009 a depend ncia econ mica da ASA com respeito ao Estado gera uma grande vulnerabilidade do programa diante de mudan as nas prioridades da Uni o ou outro tipo de fatores que fa am cessar o apoio governamental Gomes 2012 realizou uma an lise dos efeitos sobre o programa e ASA no caso hipot tico de que o apoio econ mico por parte do poder p blico cessasse Esta perspectiva traz interessantes reflex es sobre como o programa poderia mudar e as poss veis estrat gias a serem seguidas pela ASA para suprir a aus ncia dos recursos da Uni o Segundo a autora entre os poss veis efeitos mais not rios estariam a desacelera o na constru o de cisternas a necessidade da ASA de diversificar as fontes de financiamento do programa e o poss vel surgimento de novos atores dentro do PIMC Na procura de recursos econ micos para a execu o do programa a ASA poderia retomar a din mica dos fundos rotativos e ao mesmo tempo realizar a es para atrair a contribui o econ mica tanto de pessoas f sicas como do setor privado Por outro lado Gomes 2012 exp e que esse novo cen rio poderia trazer efeitos positivos entre eles a amplia o das op es tecnol gicas permitindo s comunidades selecionar a mais apropriada Isso por sua vez poderia gerar maior apropria o sobre o sistema escolhido e incidir na valoriza o dada gua Na atualidade a ASA j efetua algumas a es para captar rec
40. 35 00 no m nimo e US 68 00 no m ximo mas determinou se que em geral o custo por habitante estaria no patamar entre US 52 00 e US 68 00 em fun o da tecnologia utilizada e das facilidades de acesso comunidade 73 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Para 2004 estimava se que 18 dos sistemas de abastecimento de gua nas reas rurais n o funcionavam As raz es segundo OPS et al 2004 estavam relacionadas com o preceito de que a harmoniza o entre os aspectos tecnol gicos econ micos e sociais n o foi cumprida Soma se a isto o fato de que as comunidades eram deixadas praticamente sozinhas com a opera o do sistema pois embora a ENACAL tivesse t cnicos para prestar assist ncia t cnica cada promotor dava atendimento a 145 comunidades o que permitia apenas uma visita anual por comunidade Um ponto importante que n o se localizou na documenta o consultada foi a discuss o sobre a congru ncia entre os objetivos dos projetos e programas executados e os resultados obtidos Toda a documenta o centra se em especificar o n mero de obras constru das os problemas institucionais e as cifras executadas relegando o objetivo inicial da constru o de toda obra f sica que no final melhorar o acesso e a qualidade da gua consumida pela popula o rural e diminuir a ocorr ncia de doen as de veicula o h drica Considerando que muitas das comunidades t m ab
41. Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 201 Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia a SMARH Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos A PERCEP O DOS BENEFICI RIOS QUANTO S T CNICAS UTILIZADAS NAS CISTERNAS DE GUA DE CHUVA NO SEMI RIDO MINEIRO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Prezado a Senhor a Esta pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais pretende avaliar o envolvimento dos benefici rios do programa de constru o de caixas coletoras de gua de chuva PIMC no munic pio onde o a Senhor a mora Ser o feitas perguntas sobre a caixa de gua de chuva e sobre a gua usada pela fam lia A sua participa o importante porque voc vai nos ajudar a entender como o PIMC est atuando no seu munic pio Caso voc aceite participar da pesquisa saiba que as suas respostas s o segredo e o seu nome e da sua fam lia n o ser o divulgados Voc e nenhuma pessoa da fam lia ter o gasto com a participa o na pesquisa e tamb m n o receber o nenhum pagamento para isso Voc tem toda liberdade para n o querer participar da pesquisa e poder sair dela quando quiser e DECLARA O DE CONSENTIMENTO Li ou algu m leu para mim as informa es contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento Declaro que entendi tudo que foi explicado no texto e que recebi respostas para todas as minhas d vidas Conf
42. CODA a Funda o AVINA e o Club de J venes Ambientalistas Como resultado formou se uma alian a na qual se discutiu a forma de visualizar estas estruturas comunit rias surgindo a ideia de formular um projeto de lei especial para regular o funcionamento dos CAPS conceder lhes reconhecimento jur dico e garantir sua prote o Esta iniciativa foi apoiada pelos deputados sandinistas da Assembleia Nacional mas na vis o de algumas pessoas da sociedade civil este apoio tinha mais motiva es pol ticas do que Justi a social GN8 Claro Porque tamb m Porque se revisamos um pouco j neste momento existem quase seis mil sistemas comunit rios de gua em n vel nacional e isso significa se o multiplicas por uma media de 7 ou 8 fam lias da zona rural um importante grupo de pessoas que em n vel pol tico atrativo capturar ou captar Ent o tamb m ali para mim uma medida da Asociaci n de Educaci n y Comunicaci n La Cuculmeca Asociaci n para el Desarrollo de Nueva Guinea ADENG Asociaci n para el Desarrollo Comunitario ADIC Centro Alexander Von Humboldt Centro de Informaci n y Servicios de Asesor a en salud CISAS Centro Nicaragiiense de Derechos Humanos CENIDH Centro Intereclesial de Estudios Teol gicos y Sociales CIEETS Colectivo de Mujeres de Matagalpa Comit de Acci n Global Grupo de Promoci n de la Agricultura Ecol gica GPAE Liga de Defensa del Consumidor de Nicaragua L
43. FIG 5 25 de concreto e constru das por pedreiros das comunidades os quais s o capacitados pelo programa As fam lias beneficiadas tamb m participam da constru o realizando atividades de escava o e garantindo a alimenta o e a hospedagem dos pedreiros FIGURA 5 24 Cisterna em constru o FIGURA 5 25 Placas de concreto pr moldadas Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 As cisternas funcionam como reservat rios de gua da chuva captada atrav s das calhas instaladas nos telhados das casas selecionadas tal como mostrado na FIG 5 26 A capacidade de armazenamento dessas cisternas de 16 mil litros de gua quantidade que deve ser 130 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG suficiente para que uma fam lia de cinco pessoas possa beber e cozinhar por um per odo de seis a oito meses poca da estiagem na regi o FIGURA 5 26 Componentes do sistema de capta o de gua de chuva 1 Telhado da casa que funciona como a rea de capta o de gua de chuva 2 Calhas para coleta e direcionamento da gua de chuva 3 Dispositivo para desvio da primeira gua da chuva que utilizado como barreira sanit ria 4 Cisterna de armazenamento de gua de chuva Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 Isto significa que cada pessoa teria dispon vel aproximada
44. P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG s o altos depois da privatiza o desse servi o a Lei orientou o estabelecimento de uma tarifa de energia el trica diferenciada para os CAPS com o intuito de reduzir esse gasto operativo Os benef cios da Lei n o se limitam aos anteriormente citados Os CAPS est o isentos do pagamento de todo tipo de obriga es fiscais como impostos por compra de materiais e equipamentos sempre que estes sejam para a extra o tratamento ou distribui o de gua pot vel e a coleta tratamento e disposi o de esgoto Tamb m est o isentos de apresentar todas as boletas de car ter fiscal exigidas pelo Estado s pessoas f sicas e jur dicas Com a implementa o deste marco jur dico os comit s assumem algumas responsabilidades como 1 Cumprir os regulamentos e normas ditadas pelo INAA no referente administra o opera o e manuten o dos sistemas 2 Cumprir as normas de qualidade de gua estabelecidas pelo INAA 3 Colaborar com o INAA as prefeituras e o Minist rio de Sa de MINSA na divulga o de informa o sanit ria referente ao uso da gua 4 Proteger as fontes de gua utilizadas para o abastecimento dos seus sistemas e as bacias hidrogr ficas pr ximas s comunidades para evitar sua polui o e deteriora o na pr tica os CAPS desde sua forma o e capacita o j est o assumindo esta fun o Outro a
45. Produ o Departamento de Engenharia de Produ o Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis 1995 LANGFORD M KHALFAN A Introducci n al agua como derecho humano In ESCH S DELGADO M HELFRICH S SALAZAR H TORREGROSA M L ZU IGA I ed La gota de la vida Hacia una gesti n sustentable y democr tica del agua M xico D F Fundaci n Heinrich B ll 2006 p 30 62 LLOSA M V Contra viento y marea 1964 1988 III Barcelona Editorial Seix Barral 1990 apud COSTA A V Nicar gua na encruzilhada Cort zar Vargas Llosa e a experi ncia sandinista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro v 22 n 44 p 479 503 jul dez 2009 LOWY M Marxismo e cristianismo na Am rica Latina Lua Nova S o Paulo n 19 Nov 1989 LUNA C F BRITO A M COSTA A M LAPA T M FLINT J A MARCYNUK P Impacto do uso da gua de cisternas na ocorr ncia de epis dios diarreicos na popula o rural do agreste central de Pernambuco Brasil Revista Brasileira de Sa de Materna e Infantil v 11 n 3 p 283 292 jul set 2011 MANTILLA W C Pol ticas p blicas para la prestaci n de los servicios de agua potable y saneamiento en las reas rurales In CEPAL Documento de proyecto Santiago de Chile CEPAL mar 2011 n 388 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG MART NEZ F H Captaci n de agua de lluvia como alternativa para afrontar la esca
46. Semi rido Programa Conviver 2003 e Sert o Cidad o Conv vio com o Semi rido e Inclus o Social 2001 visando melhorar os indicadores de sa de educa o e renda do semi rido SILVA 2003 Esses programas incorporam aos seus componentes a promo o da articula o entre a sociedade civil e os rg os p blicos valendo se da experi ncia positiva tida com a ASA e o PIMC Outra forma de mostrar como o PIMC e a ASA abriram novos olhares no semi rido o fato do MDS ter impulsionado a constru o de cisternas atrav s de parcerias com governos municipais e estaduais D ALVA e FARIAS 2008 sendo um reconhecimento de que a utiliza o de cisternas para a capta o de gua da chuva est sendo validada como uma proposta vi vel para satisfazer s fam lias que n o t m acesso a gua no marco da conviv ncia com a seca Percebe se que ao apoiar o PIMC o Estado est modificando seu papel e sua rela o com a sociedade civil Isso seria congruente com as recomenda es de Rebou as 1997 que destaca o papel preponderante da sociedade civil como um elemento de equil brio nas pol ticas de acesso gua Mantilla 2011 tamb m defende a participa o ativa da sociedade em projetos comunit rios para acesso a gua em reas rurais especialmente o envolvimento dos usu rios dos sistemas Contudo aponta se a necessidade de que o Estado continue assumindo as responsabilidades de assist ncia t cnica e supervi
47. Telica Jinotega Matagalpa Matagalpa Matagalpa Managua Le n Masaya Man gua Data 02 02 2012 17 02 2012 22 02 2012 10 01 2012 18 01 2012 19 01 2012 17 02 2012 31 01 2012 05 02 2012 23 02 2012 07 02 2012 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG ANEXO A Parecer COEP N ETIC 0484 0 203 000 09 196 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG UNIVERSIDADE F EDERAL DE MINAS GERAIS COMIT DE TICA EM PESQUISA COEP Parecer n ETIC 0484 0 203 000 09 Interessado a Prof L o Heller Departamento de Engenharia Sanit ria e Ambiental Escola de Engenharia UFMG DECIS O O Comit de tica em Pesquisa da UFMG COEP aprovou no dia 21 de janeiro de 2010 ap s atendidas as solicita es de dilig ncia o projeto de pesquisa intitulado Programa de Forma o e Mobiliza o Social para Conviv ncia com o Semi rido Um Milh o de Cisternas Rurais P1MC uma avalia o pol tica institucional no Semi rido Mineiro bem como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido O relat rio final ou parcial dever ser encaminhado ao COEP um ano ap s o in cio do projeto DD Coordenadora do COEP UFMG Av Pres Antonio Carlos 6627 Unidade Administrativa II 2 andar Sala 2005 Cep 31270 901 BH MG Telefax 031 3409 4592 e mail coep 2prpg ufmg br Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambi
48. ainda funcionavam bem eram os sistemas de menor tamanho e os mais novos Nos programas implementados em Malau considerou se que devido ao aporte monet rio inicial para constru o dos sistemas os benefici rios n o eram obrigados a pagar pelo servi o Os custos de opera o e manuten o dos sistemas eram arcados pelo poder p blico e principalmente pelos organismos doadores Quando o apoio monet rio das institui es e dos doadores foi suspenso iniciaram se os problemas de sustentabilidade KLEEMEIER 2000 As primeiras avalia es dos sistemas em Malau realizadas poucos anos depois da sua constru o foram positivas N o obstante durante a pesquisa de Kleemeier 2000 os resultados n o foram t o satisfat rios Constatou se que nos tr s meses anteriores pesquisa 66 das torneiras forneciam gua em metade dos dias e segundo comprova o no campo 463 de 888 destas n o estavam funcionando Dos 47 tanques de armazenamento visitados 31 apresentavam algum problema que limitava o seu funcionamento As principais causas da inoper ncia dos sistemas estavam relacionadas a danos nas tubula es provocados pelo vandalismo roubo das tubula es conex es ilegais e vulnerabilidade das instala es associadas localiza o porque cruzam rios e barrancos e quebra e entupimento das mesmas Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Kleemeier 2000 identificou c
49. algunas preguntas sobre su casa su familia sobre como ustedes se abastecen de agua y los usos que le dan a la misma En caso que lo permita tomaremos fotograf as de su casa de la fuente donde usted obtiene el agua y del sitio donde la almacena El registro de la entrevista y las fotos ser n custodiados por la investigadora por un periodo de 5 a os despu s estos podr n ser destruidos Su participaci n en el estudio es voluntaria Usted tiene derecho de negarse a participar o de salir del estudio en cualquier momento que lo desee sin penalidades o p rdida de los cuidados antes citados En caso usted acepte participar en la investigaci n sepa que sus respuestas su nombre y el de su familia no ser n divulgados Participar de esta investigaci n no le generar gastos ni remuneraciones DECLARACI N DE CONSENTIMENTO Le o alguien ley para m la informaci n contenida en este documento de consentimiento antes de firmarlo Declaro que entend todo lo que fue explicado en el texto y que recib respuesta a todas mis dudas Confirmo tambi n que recib una copia de este documento de consentimiento y s que soy libre de retirarme del estudio cuando as lo desee Fecha EE A Nombre del participante Firma del participante 180 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Nombre del entrevistador Firma del entrevistador Tel fonos para contacto Investigadores
50. ap s a aprova o da Lei Isso se deve ao fato de que todas as inst ncias definidas para operacionaliz la n o t m assumido essa responsabilidade com o devido compromisso O ENACAL por exemplo fechou a Ger ncia Nacional de Aquedutos Rurais no ano de 2004 tal como se discutiu na se o 5 1 3 e at hoje n o tem disponibilizado funcion rios nem recursos para as gest es envolvidas com os CAPS O caso do MINSA muito similar Esta institui o tem como responsabilidade a vigil ncia e o controle da qualidade da gua para consumo humano al m da realiza o de campanhas de educa o sanit ria especificamente em rela o ao uso da gua A atribui o destas fun es j estava contida na Lei Geral de Sa de n 423 2002 NICARAGUA 2002b mas segundo a OPS et al 2004 n o eram cumpridas sendo isso uma defici ncia a ser superada Durante as visitas de campo os membros da dire o dos CAPS corroboraram esta situa o j que nenhum deles tem conhecimento da realiza o de a es deste tipo por parte do MINSA nem antes nem depois da aprova o da Lei dos CAPS No relativo redu o da tarifa de energia a qual beneficiaria os sistemas que utilizam bombeamento el trico para seu funcionamento esta ainda n o foi efetiva De acordo com o estipulado pela Lei o INAA realizaria as coordena es com as institui es vinculadas presta o de servi os de energia el trica para conseguir a aplica o de
51. baseadas na gest o comunit ria principalmente no mbito organizativo dos rg os do poder p blico Contudo pouco foi discutido sobre a operacionaliza o desses programas desde a perspectiva dos que vivenciaram a implementa o da pol tica dos usu rios e dos respons veis pelos sistemas Portanto nesta se o pretendem se identificar os limites e potencialidades da gest o comunit ria na Nicar gua baseado na realidade encontrada in loco e nos testemunhos das pessoas que de alguma forma est o envolvidas na gest o dos sistemas de abastecimento de gua Com este objetivo foram realizadas visitas de campo a diferentes comunidades algumas delas com CAPS que funcionam h muitos anos e outras onde os comit s estavam apenas se formando Isso permitiu conhecer em profundidade as dificuldades enfrentadas em cada fase do processo de implementa o desses sistemas Segundo os registros da ENACAL para o ano de 2007 existiam 5 258 sistemas de abastecimento de gua em reas rurais gerenciados pelos CAPS A maioria desses sistemas localiza se nas regi es pac fica e central do pa s tal como se mostra na FIG 5 10 Todos esses CAPS apresentam n veis organizativos diferentes os quais dependem das caracter sticas da comunidade do tipo de tecnologia utilizada e do tempo de opera o sendo este ltimo o ponto determinante para a compila o de experi ncias que serviriam na formula o da Lei n 722 2010 87 Programa
52. cada dos anos de 1980 e sua abrang ncia limitava se essencialmente s reas urbanas A primeira a o direcionada para dar atendimento s reas rurais que se tem conhecimento foi executada pelo governo em 1977 com a cria o do Plano Nacional de Saneamento B sico Rural PLANSAR com o apoio da Organiza o Pan americana da Sa de OPAS OMS USAID e posteriormente do Banco Mundial BM OPS et al 2004 p 28 No final da d cada dos anos setenta os problemas pol ticos e econ micos do pa s acentuaram se pela situa o de guerra entre a guarda nacional e as guerrilhas da Frente Sandinista de Libera o Nacional FSLN afetando principalmente as reas rurais O programa PLANSAR foi suspenso e abandonado no in cio da d cada seguinte devido a raz es pol ticas e ideol gicas dos novos governantes RASNIC et al 1998 5 1 2 Per odo de 1979 1990 Depois da ca da da ditadura da fam lia Somoza em 1979 criou se a Junta Governativa de Reconstru o Nacional a qual tinha por objetivo a instaura o de um governo democr tico e a reconstru o social pol tica e econ mica do pa s A partir desse momento houve um rompimento com a ordem estabelecida a Constitui o e as leis constitucionais foram revogadas declararam se dissolvidas as c maras de deputados e senadores a corte suprema 12 Na Nicar gua considera se como setor de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio as institui es envolvidas n
53. casos para as pessoas mais pobres e idosas A dire o faz reuni es peri dicas com a comunidade onde s o apresentadas as quantias coletadas pela tarifa do servi o ou para organizar atividades de reflorestamento e limpeza das reas de capta o as quais s o geralmente programadas comum que em comunidades pequenas os membros da dire o realizem um trabalho volunt rio e somente o respons vel pela opera o e manuten o receba alguma ajuda financeira j que a tarefa que demanda mais trabalho Em sistemas de maior complexidade como o do Munic pio de Masaya Asociaci n de Acueductos la Reforma o qual conformou se em uma associa o que abastece a 16 comunidades contrata se pessoal permanente para realizar as tarefas administrativas e de opera o Segundo os membros das comunidades a fase mais complexa do projeto a opera o e manuten o do sistema cujo grau de complexidade depende de v rios fatores entre eles as caracter sticas da comunidade e a tecnologia utilizada Entre aqueles de maior complexidade est o as adutoras por recalque e por gravidade Entre os de menor complexidade est o aqueles que administram po os que podem contar com bombas el tricas ou manuais Os problemas identificados pelos entrevistados s o de diferentes ndoles sendo os mais comuns aqueles relacionados com a sustentabilidade financeira a falta de assist ncia t cnica e a vulnerabilidade dos sistemas Esses prob
54. cio do projeto por parte de suas lideran as incentiva toda a comunidade consciente ou inconscientemente a perceb lo como positivo ou pelo menos a analisar a possibilidade de apoi lo 5 3 2 Concep o do projeto A concep o do projeto tamb m tem sido aperfei oada com o tempo Utilizando como base as experi ncias tidas com os primeiros projetos deste campo e incorporando crit rios t cnicos de engenharia foram formulados manuais e normas t cnicas espec ficas para projetos de sistemas de abastecimento de gua pot vel em reas rurais os quais est o compilados nas normas t cnicas NTOM 09001 99 INAA 2001 Estas normas guiam os projetistas atrav s do processo de formula o de projetos no qual se avaliam o crescimento populacional crit rios socioecon micos referidos popula o alvo renda mensal atividades econ micas da regi o experi ncia pr via em projetos comunit rios etc e crit rios t cnicos disponibilidade h drica estudos topogr ficos dispers o da popula o estudos das poss veis fontes de gua profundidade do len ol fre tico etc Ap s essas an lises definem se as Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG op es poss veis de serem utilizadas considerando o consumo de gua m nimo por pessoa por dia A instaura o dos procedimentos antes mencionados foi um grande avan o com respeito metodologia utilizada anteriorment
55. cios estipulados pela Lei n 722 2010 e que sejam criadas condi es para o fortalecimento das rela es entre os comit s Depois de funcionar 20 anos sem assist ncia nem apoio do poder p blico alguns comit s simplesmente n o t m interesse de estabelecer contato com este tal como se verifica na fala de um dos entrevistados ao ser questionado pelo apoio recebido do poder p blico GLN2 Nenhum ningu m eu acho que Eu diria que passou o tempo em que poder amos ter necessitado de ajuda deles hoje gra as a Deus na mesma comunidade temos o conhecimento que precisamos para que nosso sistema de gua ande bem mas da prefeitura ou de outra institui o n o temos recebido nada Por m independentemente do posicionamento atual dos diferentes atores a pol tica do Estado est em constante mudan a a fim de que os CAPS assumam a gest o de seus pr prios sistemas Atualmente dentro do marco da descentraliza o da gest o p blica o FISE tem formado unidades t cnicas nas prefeituras para dar a assist ncia t cnica e assessoramento aos CAPS e fiscalizar que estejam sendo bem administrados No entanto como foi comprovado nas visitas de campo estas unidades n o desempenham estas fun es No Paraguai Col mbia e Malau onde tamb m existem organiza es comunit rias que realizam as mesmas fun es que os CAPS igualmente apresentou se como limitante a falta de capacita o e assist ncia t cnica por pa
56. com a sociedade civil sendo esta ltima executora dos recursos econ micos Isto permitiu a elimina o das pr ticas clientelistas atrav s da delega o de fun es a organiza es locais o que evita a capitaliza o pol tica dos benef cios outorgados pelo Estado Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG d Potencialidades da gest o comunit ria e Em ambos os pa ses a participa o da sociedade civil na formula o e execu o de pol ticas p blicas tem contribu do com a implementa o de solu es apropriadas realidade local e ao incremento na efetividade do investimento de recursos p blicos Isso atribu vel intera o constante com a popula o dos territ rios afetados e com as problem ticas locais de abastecimento de gua Como demonstra a an lise dos dois casos em estudo a gest o comunit ria pode ser considerada como uma estrat gia adequada para preencher o vazio existente no servi o de abastecimento de gua nas reas rurais as quais n o abrigam um p blico alvo atrativo para as empresas fornecedoras desses servi os A gest o comunit ria tem o potencial de incentivar o desenvolvimento das comunidades n o s pelos benef cios pr prios de acesso gua de boa qualidade como tamb m pelo fortalecimento da coes o entre seus habitantes fato que lhes encoraja a iniciar outros tipos de projetos sociais em benef cio pr prio Este comp
57. constante de modo que os benef cios esperados na melhoria da qualidade de vida dos usu rios sejam sustent veis no tempo As reuni es comunit rias tamb m representam uma oportunidade para discutir outras necessidades da popula o sendo normal o in cio de outros projetos a partir de iniciativas apresentadas nesses espa os por exemplo reabilita o de escolas constru o de centro de sa de organiza o de eventos Decide se a coleta de recursos financeiros sempre baseado no mesmo sistema de trabalho comunit rio Este foi o caso encontrado no CAPS da Asociaci n de Acueductos la Reforma onde o regulamento interno estipula uma devolu o de 10 do lucro em obras sociais Este CAPS entre outras obras financiou a constru o de um audit rio para uso da comunidade FIG 5 21 Um caso semelhante foi encontrado na pesquisa realizada por Zambrana e Jir n 2006 no CAPS El Eden onde foram realizados m ltiplos projetos a partir das atividades do CAPS Como se pode observar o processo de avalia o tem um efeito multiplicador do beneficio sobre outros aspectos na vida da comunidade colocando aos CAPS como foco de desenvolvimento Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 21 Auditorio do CAPS Asociaci n de Acueductos la Reforma Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 Em adi o pode se afirmar que o maior exerc cio de avalia o realizado pelos C
58. consumo humano Tamb m Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG chama a aten o sobre os conflitos pelos usos da gua j que as elites locais competiam por ela para sua utiliza o com fins lucrativos Roberts et al 2012 ao analisarem o acesso gua em sete pa ses que formavam parte da extinta Uni o Sovi tica Arm nia Bielorr ssia Ge rgia Cazaquist o Mold via R ssia e Ucr nia afirmam que as raz es para a exist ncia das diferen as na cobertura dos servi os de abastecimento de gua entre o Leste e Oeste da Europa est o relacionadas ao fim da Uni o Sovi tica Nesse momento o aparelho estatal de muitos pa ses foi desintegrado afetando a continuidade dos servi os A crise econ mica reduziu os recursos financeiros dispon veis para o investimento em infraestrutura b sica para gua e esgotamento sanit rio Al m do anterior os autores expuseram que alguns desses pa ses sofreram instabilidade pol tica e conflitos armados sendo um agravante adicional para os servi os de saneamento As reas rurais s o mais suscept veis aos fatores externos antes mencionados especialmente falta de prioridade dentro da agenda p blica Mantilla 2011 atribui isto baixa atratividade pol tica dessas reas Sua reduzida concentra o de popula o ocasiona que os projetos para abastecimento de gua tenham uma menor visibilidade e portanto um menor impacto no eleit
59. da sociedade Consequentemente pol ticas p blicas significam a execu o de um programa de governo atrav s do Estado por meio de a es concretas a fim de beneficiar a sociedade Com a finalidade de aprimorar ou mesmo de formular pol ticas p blicas mais adequadas realidade e que atendam aos objetivos desejados t m sido realizadas an lises das pol ticas vigentes a partir de diferentes perspectivas Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Ham e Hill 1993 definem a an lise de pol ticas como um exerc cio acad mico destinado compreens o das a es governamentais adotadas para solucionar os problemas da popula o Apontam que esta an lise pode ser tanto descritiva quanto prescritiva constituindo se em uma atividade que visa amplia o do conhecimento sobre a formula o implementa o e resultados das pol ticas p blicas Hogwood e Gunn 1981 e 1984 apud Ham e Hill 1999 consideram que os pontos de an lises das pol ticas p blicas podem se classificar em 1 Estudo do conte do da pol tica studies of policy content orientadas an lise do surgimento e desenvolvimento de pol ticas por meio de estudo de caso 2 Estudo do processo de elabora o de pol ticas studies of policy process que enfoca o estudo das fases pelas quais passa o processo de elabora o da pol tica e as diferentes influ ncias sobre o seu conte do Est o geralmente dirigid
60. das organiza es locais a cisterna torna se necess ria para suprir as necessidades de gua dessa popula o embora que segundo os crit rios do programa a conex o rede p blica de abastecimento de gua signifique um impedimento para ser benefici rio do PIMC Segundo esses entrevistados o fato de se contar com gua canalizada n o deveria converter se em um crit rio para a desqualifica o autom tica de uma fam lia como benefici ria do Programa A frequ ncia de funcionamento dos sistemas antes citados at uma vez por 137 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG semana e por per odos curtos gera a necessidade de reservat rios adequados que permitam o armazenamento de gua em quantidades consider veis e por per odos prolongados Os entrevistados exp em que na vis o dos financiadores os sistemas ou po os j existentes deveriam ser reativados Os funcion rios das organiza es locais n o concordam com essa solu o pois segundo eles mais complexa e requer uma s rie de coordena es com as Prefeituras tornando se um processo burocr tico 5 6 2 Concep o do projeto Pela forma como foi concebido o PIMC pode ser considerado um programa participativo j que surgiu no marco da parceria entre a ASA e o Minist rio do Meio Ambiente tendo a sociedade civil a oportunidade de dialogar com o poder p blico para definir o conte do do programa Neste
61. das pol ticas por n o poderem pagar pelo servi o subs dio ou tarifa livre Gin e P rez Foguet 2008 recomendam levar sempre em considera o alguns elementos importantes resgatados da pol tica governamental para abastecimento de gua em reas rurais da Tanz nia os quais influenciam o sucesso da gest o comunit ria e a sustentabilidade dos sistemas 1 Gest o ao mais baixo n vel apropriado 2 apropria o e gerenciamento dos sistemas pelas comunidades 3 disponibilidade de pe as de reposi o e capacidade para realizar os reparos 4 recupera o total dos custos de opera o e manuten o dos sistemas 5 prote o das fontes de gua 6 equil brio entre a tecnologia o n vel de servi o e a capacidade de pagamento dos benefici rios e 7 o reconhecimento das mulheres como protagonistas e a inclus o dos pobres Esses fatores englobam uma variedade de tem ticas entre elas a ambiental a t cnica a financeira a social a institucional e a gerencial interconectando se umas s outras Em sua an lise Gin e P rez Foguet 2008 d o certa nfase problem tica ambiental assinalando a como um fator que condiciona a qualidade e a quantidade de gua dispon vel nas fontes e portanto a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua Diante disso prop em que o poder p blico atue em prol da conserva o do meio ambiente mediante a ado o da gest o integrada dos recursos h dricos com a fin
62. de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 10 Localizac o dos aquedutos rurais por Departamento da Nicar gua HONDURAS NUEVA SEGOVIA 370 e MADRIZ MAR DO CARIBE PAC FICO 5 258 AQUEDUTOS RURAIS COSTA RICA Fonte Adaptado de ENACAL 2007 importante ressaltar a evolu o experimentada por este modelo de gest o desde seu in cio na d cada de 1980 Os CAPS que de alguma forma t m repetido o ciclo do projeto descrito por Miller 1979 hoje s o gerenciados com uma vis o de saneamento ambiental procurando mudan as nos h bitos da popula o no n vel pessoal e comunit rio Muitos desses CAPS aplicam esta abordagem ambiental no seu funcionamento realizando atividades para o uso racional e cuidado do recurso h drico Algumas comunidades t m um alto n vel de conhecimento das Leis n 620 2007 e n 722 2010 Esta evolu o paulatina do modelo ainda sem ser homog nea entre todos os CAPS deve se aos esfor os combinados das institui es nacionais e dos organismos internacionais que cooperaram e continuam cooperando nesta rea especialmente COSUDE UNICEF e ONGs locais Portanto considerando a evolu o alcan ada pelo modelo utilizado na Nicar gua o presente estudo explora suas caracter sticas enquadrando as nas diferentes etapas do ciclo do projeto descrito por Miller 1979 visando identifica o das suas vantagem xitos e desafios 88 Prog
63. de barreiras sanit rias para protec o da gua das cisternas AN Respostas positivas Barreiras Sanit rias P P N mero Limpeza das calhas do telhado antes das primeiras chuvas 278 83 7 Desvio das primeiras guas de chuva 306 92 2 Tela de prote o nas tubula es de entrada e sa da das cisternas 276 83 1 Tampa da caixa bem conservada fechando totalmente a entrada 265 79 8 A rea pr xima cisterna mantida limpa 305 91 9 A cobertura da cisterna utilizada para algum fim como secar gr os 62 18 7 Animais dom sticos t m acesso cobertura da cisterna 144 43 4 Total de entrevistados 332 100 Fonte Fonseca 2012 Pode se afirmar que algumas pr ticas no uso da cisterna e a inadequada ou at ausente desinfec o da gua podem reduzir os benef cios na sa de esperados para a popula o alvo Os estudos epidemiol gicos realizados por Silva 2006 Tavares 2009 Luna et al 2011 Silva 2012 apontam no geral dois pontos importantes 1 as guas das cisternas podem muitas vezes estar contaminadas por pat genos ou conter indicadores bacterianos como a Escherichia coli coliformes totais e Giardia e 2 mesmo que a gua da cisterna esteja contaminada esta ainda poderia ter melhor qualidade do que a proveniente de outras fontes normalmente utilizadas pelas pessoas Os pontos anteriores evidenciam que as cisternas trazem impactos positivos na vida das pessoas mas estes poderiam ser ainda maiores
64. em comunidade de maior tamanho daria lugar a um melhor gerenciamento dos sistemas de abastecimento Dentro dos outros grupos de vari veis Doe e Khan 2004 discutem aquelas que possibilitam a participa o da popula o entre elas as relacionadas com a composi o familiar O estudo em Gana identificou que nas comunidades onde os chefes de fam lia eram mais velhos e tinham filhos adultos n o dependentes deles existia um maior envolvimento destas pessoas nas atividades comunit rias O mesmo acontecia com aqueles chefes de fam lia que se dedicavam s atividades agr colas Em ambos os casos a maior disponibilidade de tempo permitia lhes um maior envolvimento nas atividades comunit rias Segundo os referidos autores esse envolvimento na gest o do sistema pode induzir sentimentos de pertencimento entre seus usu rios Doe e Khan apontam a participa o dos benefici rios como um fator importante para uma gest o bem sucedida Essa uma vis o compartilhada com outros autores como Miller 1979 Yacoob 1990 Mantilla 2011 e Kleemeier 2000 os quais ressaltam C lculo realizado com dados do censo 2002 do Paraguai assumindo 4 7 pessoas por moradia para 300 conex es DGEEC 2002 MANTILLA 2011 7 O apre o pelo sistema pode estar mais relacionado s caracter sticas sociais das comunidades rurais Aponta se que a ruralidade uma forma de vida onde seus habitantes t m uma conduta diferente do que aqueles das
65. es pipa utilizados desde a d cada de 1980 s abasteciam aos partid rios dos prefeitos VILLA 2001 p 177 185 236 Entre 1941 e 1950 aproximadamente 600 mil pessoas migraram com destino a S o Paulo 440 mil para o Rio de Janeiro 190 mil para Bahia 50 mil para Pernambuco e Alagoas e 33 mil para o Cear VILLA 2001 p 172 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Em 1959 foi criada a Superintend ncia do Desenvolvimento do Nordeste SUDENE com uma rea de atua o de 1 641 000 km Esta tinha por objetivo impulsionar o desenvolvimento do Nordeste com programas diversos voltados para o turismo a ind stria e a irriga o REBOU AS 1997 ARA JO e RIBEIRO 2008 Segundo Pedroza et al 2011 o modelo de atua o proposto era inovador e incentivava mudan as a favor da solu o definitiva do problema da seca A SUDENE era relativamente livre do clientelismo que caracterizou o DNOCS raz o pela qual foi objeto de oposi o dos grupos dominantes locais Esta situa o mudou quando foi demonstrado que a SUDENE n o faria mudan as que afetassem o regime de propriedade e a estrutura social existente RIBEIRO 1995 p 349 PEDROZA et al 2011 No entanto a din mica institucional mudou depois do golpe militar de 1964 Com o governo militar a SUDENE perdeu autonomia e tornou se da mesma forma que o DNOCS um instrumento para a concess o de benef cios aos grup
66. faz com que a instala o de um sistema de abastecimento de gua represente um grande impacto sobre a qualidade de vida dos moradores Da literatura consultada percebeu se que os benef cios mais destacados abrangem 1 Diminui o da morbidade de doen as de veicula o h drica e das taxas de mortalidade especialmente em crian as 2 Libera o de recursos econ micos j que as fam lias s o obrigadas a comprar gua muitas vezes de qualidade duvidosa por pre os pouco acess veis ou superiores queles que pagariam por um servi o de abastecimento de gua A diminui o na ocorr ncia de doen as tamb m implica um menor gasto com a sa de para a fam lia dinheiro que pode ser redirecionado para outras necessidades b sicas e 3 Libera o de tempo principalmente para as mulheres e crian as que geralmente s o as respons veis pela busca de gua Este tempo pode ser dedicado a outras atividades como lazer ou outros trabalhos para gerar renda e no caso das crian as mais tempo para frequentar a escola e realizar suas atividades educativas HANTKE DOMAS e JOURAVLEV 2011 DeWILDE et al 2008 LANGFORD e KHALFAN 2006 RICO 2006 Segundo McGranahan e Mulenga 2009 p 173 existe um consenso sobre a necessidade de reduzir a taxa da popula o mundial sem acesso gua pot vel e ao esgotamento sanit rio adequado mas n o sobre como realiz lo Com o intuito de melhorar os servi os fornecidos Programa de P s Gra
67. fen meno muito pouco se tem avan ado nos ltimos quatro s culos As respostas dos governos s o pontuais tipicamente de assist ncia emergencial aos flagelados constru o de a udes e de estradas N o existem a es preventivas para a mitiga o dos efeitos das estiagens fato que denota uma falta de planejamento por parte do Estado cujo interesse no Nordeste aparece somente durante os per odos de seca A situa o antes mencionada descrita por Silva 2003 Villa 2001 Ribeiro 1995 Garcia 1984 Castro e Magdaleno 1996 Passador et al 2010 e Ferreira 2009 como o comportamento t pico dos governos para com o semi rido Percebe se que independentemente do regime pol tico do pa s seja col nia imp rio ditadura militar e at a nova democracia mantiveram a mesma pol tica com respeito ao semi rido e aos per odos de estiagem na regi o Alguns autores como Garcia 1984 Castro e Magdaleno 1996 e Rebou as 1997 compartilham a ideia de que os problemas do semi rido n o se devem exclusivamente ao fator clim tico e apontam como sua principal causa a exist ncia de uma atitude geral de indiferen a com a regi o devida ao pouco interesse econ mico desta para o resto do pa s Isto se faz evidente ao observar que n o s existe a falta de abastecimento de gua na regi o se n o de outros servi os elementares como sa de educa o e habita o REBOU AS 1997 Segundo Rebou as 1997 a
68. na l ngua dos entrevistados e contivesse uma declara o de seus direitos al m das responsabilidades da pesquisadora este criou constrangimento em duas pessoas que ap s l lo se recusaram a participar da pesquisa e As entrevistas foram gravadas por meio de um gravador digital est reo e Foi utilizada uma ficha de informa o b sica dos entrevistados Para maior detalhe anexam se os instrumentos de coleta Guia de campo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Roteiros Semiestruturados e Ficha de Informa o B sica para Usu rios e Gestores nos Ap ndices A Be C Foi realizado um total de 23 entrevistas em oito munic pios do pa s como se pode apreciar na FIG 4 3 50 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 4 3 Distribui o das entrevistas realizadas na Nicar gua HONDURAS LD EM LA DALIA JINOTEGA 7 i MATAGALPA 1 SEBACO MAR DO CARIBE 2 1 AS LE N MANAGUA MASAYA EE OCEANO m A TOTAL za ENTREVISTAS COSTA RICA Fonte Adaptado de INETER 2010 Como se pode observar na TAB 4 2 cumpriu se a expectativa de entrevistar pessoas envolvidas de formas diversas no abastecimento de gua em reas rurais permitindo conhecer diferentes perspectivas da problem tica estudada 51 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG TABELA 4 2 Distribuic o dos participantes da
69. na regi o do Pac fico OPS et al 2004 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG e Abastecimento de gua O abastecimento de gua pot vel pode ser considerado prec rio j que somente 39 6 da popula o nacional tem conex es intradomiciliares de gua Aproximadamente 20 da popula o nacional consome gua diretamente de cursos d gua como rios ou outras fontes pouco seguras INEC 2006 importante salientar que n o existe controle sobre a qualidade das guas consumidas nas reas rurais j que estas n o s o monitoradas regularmente OPS et al 2004 Na realiza o do censo n o foram coletadas informa es referentes qualidade dos servi os tais como frequ ncia e qualidade da gua Um panorama delineado pelo ENACAL et al 2007 empresa que responde pelos servi os urbanos em n vel nacional demonstra a exist ncia de racionamentos constantes com fornecimento limitado a algumas horas do dia em 77 dos domic lios urbanos conectados rede de abastecimento de gua Nas estat sticas oficiais considera se que 60 2 da popula o atendida pelos servi os de abastecimento de gua pot vel cifra que corresponde s pessoas com conex es dentro das casas ou dentro da propriedade As informa es sobre as fontes de abastecimento de gua utilizadas pela popula o est o apresentadas na TAB 3 2 TABELA 3 2 Fontes de abastecimento de gua da po
70. no mutir o Outro ponto que merece registro a participa o das mulheres benefici rias muitas das quais n o contavam com a presen a de homens em casa para a realiza o das tarefas que envolvem esfor os f sicos algumas s o idosas raz o pela qual precisaram arcar com despesas para pagar a uma terceira pessoa para que auxiliasse o pedreiro na constru o da cisterna Dos 15 entrevistados seis afirmaram ter pago um servente para realizar as tarefas de apoio ao pedreiro Na literatura observou se que em algumas comunidades os benefici rios puderam participar mais ativamente da etapa de constru o Na pesquisa realizada por Passador et al 2010 na regi o Baixo Salitre Munic pio de Juazeiro registrou se maior participa o sendo que 95 dos entrevistados declararam ter participado das atividades de constru o da cisterna 140 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Dada a simplicidade da tecnologia empregada a maioria dos fatores que podem comprometer a integridade da cisterna est associada ao processo construtivo raz o pela qual deve se considerar algumas precau es durante essa etapa necess ria aten o especial a alguns aspectos como a localiza o da cisterna em terreno nivelado e arenoso distante de rvores 0 059 para evitar danos pelas ra zes a qualidade dos materiais de constru o que devem estar livres de mat ria org nica ou m
71. o pelo fortalecimento na coes o das comunidades e na eleva o de seu capital social fornecendo lhes a seguran a para empreender outros projetos em seu benef cio 160 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Na an lise dos casos em quest o identificou se como um desafio do modelo de gest o comunit ria evitar que as estruturas respons veis pelo abastecimento de gua sejam objeto de pr ticas clientelistas ou que executem a es para benef cio pol tico dos governos locais ou nacionais No caso do Brasil esse risco foi reduzido com a proposta da ASA de ser ela a executora do programa mesmo que isto possa provocar algum receio por parte de algumas prefeituras e no caso da Nicar gua existe o risco de transferir as disputas partid rias entre a popula o local para a gest o dos CAPS 161 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 7 RECOMENDA ES e Na an lise dos sistemas de abastecimento de gua coletivos na Nicar gua observou se que o n mero de pessoas atendidas pelos CAPS visitados era de 618 a 11 000 pessoas aproximadamente Nesta pesquisa n o se constatou que o tamanho das comunidades interferisse na sustentabilidade dos sistemas ao passo que os estudos realizados por Kleemeier 2000 e Doe e Khan 2004 sugerem essa rela o indicando que comunidades de menor porte tinham maiores possibilidades de ser sustent veis
72. para amplia o de servi os executadas na Col mbia onde a concep o e execu o dos projetos n o contaram com a participa o da comunidade Em muitos desses casos os sistemas foram abandonados devido aos altos custos de opera o custos de energia e combust vel e no caso das popula es ind genas devido falta de considera o de elementos culturais na escolha das tecnologias utilizadas A participa o da comunidade na fase de implanta o do sistema pode se orientar por diversas a es como prepara o da terra fornecimento de materiais locais organiza o treinamento das equipes de trabalho m o de obra e supervis o Ap s a finaliza o da etapa construtiva a responsabilidade do sistema ser geralmente dos moradores locais e a participa o da comunidade deveria continuar com a realiza o de atividades de vigil ncia ou controle Nessa etapa recomend vel que as autoridades locais realizem visitas de monitoramento com o objetivo de verificar se a manuten o do projeto est sendo realizada MILLER 1979 N o obstante mesmo que estas atividades estejam dentro das compet ncias das autoridades locais s o geralmente omitidas devido falta de pessoal t cnico ou recursos financeiros Isso foi constatado nos estudos realizados por Mantilla 2011 na Col mbia e Paraguai por Kleemeier 2000 no Malau e por Zambrana e Jir n 2006 na Nicar gua Nesses pa ses existem estruturas do poder p blico
73. pesquisa na Nicar gua por grupo aos quais pertenciam Nivel de participac o Campo de atuac o Quantidade ES Instituto Nacional de Agua y Alcantarillado 2 Institui es do Estado R Fondo de Inversi n Social de Emergencia 3 o Munic pio de S baco 1 Prefeituras dos Munic pios vant Munic pio de Telica 1 Usu rios do servi o de Usu rio da comunidade de Molino Sur Munic pio de 3 abastecimento de gua S baco Departamento de Matagalpa Membros da dire o de CAPS da comunidade de Molino Sur coordenador tesoureira e o respons vel de opera o e 3 nr manuten o Membros da dire o de CAPS Membros da dire o do CAPS da comunidade de El 1 Ojochal Coordenadora do CAPS da comunidade La Isla 1 Rede Nacional de CAPS 2 ONGs 4 Outros atores Ag ncia Su a para o Desenvolvimento e a Coopera o 1 COSUDE Ex funcion rio de ENACAL DAR 1 Total de entrevistas 23 Entrevistaram se 13 gestores de ONGs institui es do Estado e prefeituras dez s o do sexo masculino e tr s do sexo feminino cujas idades se encontravam na faixa et ria de 25 a 56 anos m dia de 44 anos Em relag o a seu n vel de escolaridade observou se que todos os entrevistados t m algum curso superior finalizado dois deles t m dupla titula o tr s contam com mestrado e seis com alguma especializa o quatro delas em gua e Saneamento Rural Como m dia os entrevistados t m 11 5 anos de trabalho com os CAPS No entanto not rio
74. pobreza do Nordeste provocada principalmente por problemas de gerenciamento dos recursos h dricos e pelas pol ticas gerais implementadas O autor sustenta suas afirma es na exist ncia de outros lugares do mundo com menor potencial h drico que o semi rido brasileiro os quais t m alcan ado um maior n vel de desenvolvimento Por exemplo os Estados Unidos da Am rica com 2615 mil km de terras ridas semi ridas e 900 mil km de desertos e Israel onde a pluviometria m dia varia entre 30 mm ano e 800 mm ano 110 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Al m do clima e das condi es adversas antes descritas adiciona se o monop lio exercido pelas elites dominantes locais sobre os recursos destinados a resistir aos efeitos da seca SILVA 2003 CASTRO e MAGDALENO 1996 RIBEIRO 1995 BUCKLEY 2010 VILLA 2001 PASSADOR et al 2010 ARA JO e RIBEIRO 2008 A chamada ind stria da seca converteu o fen meno clim tico numa oportunidade para enriquecimento das elites locais Ribeiro 1995 p 348 relata que s a simples amea a de uma estiagem tem sido suficiente para iniciar uma opera o pol tica em nome dos necessitados O governo federal disponibilizava verbas que no final eram utilizadas para a constru o de a udes e estradas para a sobreviv ncia e mobiliza o do gado na regi o A maioria dos a udes p blicos destinados a mitigar os efeitos da secas foram apr
75. pode se afirmar que muitas delas n o s o realizadas com a periodicidade necess ria Nem todos os usu rios lavam e pintam a cisterna anualmente e alguns afirmam n o realizar a limpeza das calhas e do telhado Essas pr ticas s o fatores que podem aumentar a possibilidade de contamina o da gua a ser consumida Segundo Brasil 2011 entre 73 4 e 89 8 das fam lias seguem corretamente as instru es de cuidado e uso da cisterna ensinadas no curso de capacita o Na presente pesquisa a pr tica mais utilizada foi o desvio das primeiras guas da chuva 100 dos entrevistados resultados semelhantes aos encontrados por Silva 2006 e Gomes 2012 para quem 100 e 93 dos entrevistados respectivamente declararam realizar o desvio Em um menor grau de cumprimento Silva 2006 observou que 71 das pessoas asseguraram limpar anualmente a cisterna Na pesquisa de Fonseca 2012 realizada com o intuito de investigar o impacto na sa de do consumo da gua proveniente de cisternas de capta o de gua de chuva foram coletadas informa es sobre as barreiras sanit rias do sistema obtendo como resultado que 92 2 das pessoas realizavam o desvio da gua das primeiras chuvas e 83 7 a limpeza das calhas do telhado antes das primeiras chuvas sendo estas as pr ticas mais frequentes tal como se detalha na TAB 5 2 149 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG TABELA 5 2 Emprego
76. que a n o utiliza o da bomba comum Na pesquisa de Tavares 2009 verificou se que 67 dos entrevistados declararam utilizar um balde para retirar gua da cisterna no lugar da bomba Na pesquisa de Silva 2006 e Santos e Silva 2009 94 e 100 dos entrevistados respectivamente tamb m declararam que retiravam a gua da cisterna com vasilhames ou baldes A utiliza o de vasilhames tipo baldes para retirar a gua da cisterna foi constatada pela pesquisadora durante as visitas de campo tal como se v na FIG 5 28 A explica o obtida no momento foi que utilizar o balde era mais f cil c modo e r pido em rela o bomba que em alguns casos n o estava funcionando FIGURA 5 28 Balde utilizado para retirar gua da cisterna munic pio de Berilo Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 147 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Nas entrevistas observou se que os benefici rios cujas cisternas contavam com bomba sapo 2 ou tinham uma torneira instalada 3 n o experimentavam os mesmos problemas que os apresentados por aqueles que possu am cisternas com bombas manuais Negaram ainda a utiliza o de baldes ou outros tipos de recipientes para retirada da gua diretamente da cisterna Segundo eles quando o n vel da gua est apropriado n o se faz necess rio o uso de baldes e a exist ncia de torneira ou bomba facilita a tarefa de limpeza da
77. reas urbanas ABRAMOVAY 2000 DIRVEN et al 2011 BARTOLOM 1996 Na Am rica Latina e no Caribe mais da metade da renda mensal das popula es rurais proveniente de atividades n o agr colas DIRVEN et al 2011 e nos Estados Unidos 93 dos domic lios rurais n o est o relacionados a alguma atividade de produ o agropecu ria ABRAMOVAY 2000 Na atualidade existem tentativas para construir novas conceitualiza es de ruralidade que permitam padronizar as estat sticas e fazer compara es mais adequadas entre pa ses Portanto em 2011 a Comiss o Econ mica para a Am rica Latina e o Caribe CEPAL prop s a cria o de defini es mais homog neas utilizando uma abordagem territorial Para isso sugeriu a ado o dos crit rios da Organiza o para a Coopera o e Desenvolvimento Econ mico OCDE um patamar de 150 habitantes por quil metro quadrado e as dist ncias at um centro povoado Com esta proposta incentivaram se os pa ses membros a incluir nas suas agendas um debate sobre a viabilidade da mudan a da defini o DIRVEN et al 2011 A sugest o de mudar o conceito tamb m foi colocada por Mantilla 2011 no momento de realizar um estudo comparativo das pol ticas p blicas para a presta o dos servi os de gua pot vel e esgotamento sanit rio em reas rurais de Col mbia e Paraguai j que isso traria ganhos n o s para fazer compara es entre pa ses se n o como elemento important
78. registra informa o referente a cada cisterna constru da as quais s o numeradas fotografadas e georreferenciadas por meio do Sistema de Posicionamento Global GPS Global Positioning System pelas siglas em ingl s Tamb m se inclui o nome e o Cadastro de Pessoa F sica CPF do adulto respons vel pela cisterna BRASIL 2011 O registro desta informa o funciona como um mecanismo para garantir a transpar ncia na execu o dos fundos do programa O financiamento de PIMC procede de diferentes fontes sendo a principal o Governo Federal atrav s do MDS N o obstante outras institui es t m apoiado o programa entre elas a FEBRABAN a Confer ncia dos Bispos do Brasil CNBB as Cooperativas italianas o Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Sindicato dos Metal rgicos do ABC o UNICEF o Banco Mundial a C ritas e a Pastoral da Crian a Tamb m conta com o apoio da Comunidade Solid ria e de pessoas f sicas ASA e FEBREBAM 2003 PASSADOR et al 2010 SANTOS e SILVA 2009 Dado que o PIMC n o financiado com recursos pr prios da ASA o programa experimentou modifica es com respeito sua concep o inicial a maioria delas demandadas pelos financiadores em especial pela Uni o Por exemplo eliminou se a din mica dos Fundos Rotativos e declarou se a completa gratuidade das cisternas FERREIRA 2009 De acordo com as an lises realizadas por Ferreira
79. resultado da an lise realizada com intervalo de confian a de 95 foi que n o menos que 50 5 e n o mais que 90 3 das cisternas constru das est o em bom estado f sico Com o mesmo intervalo de confian a determinou se que no m nimo 66 1 e no m ximo 92 das cisternas n o necessitam de reparos imediatos por n o apresentarem problemas de vazamentos BRASIL 2011 Dos relatos dos entrevistados da presente pesquisa se cataloga de comum a ocorr ncia de vazamentos nas cisternas rec m constru das as quais tiveram seus reparos Foi narrado apenas um caso onde as ra zes de uma rvore deixaram uma das cisternas inutilizada Na pesquisa realizada por Ferreira 2009 tamb m foi citado um caso onde uma fam lia teve sua cisterna rachada ficando inutilizada No entanto na revis o bibliogr fica efetuada n o foi poss vel identificar estudos que avaliem especificamente quantas das cisternas constru das n o est o em funcionamento e quais s o as causas mais comuns dos problemas encontrados Como exposto anteriormente a simplicidade da cisterna permite uma manuten o f cil e econ mica da mesma e portanto uma alta sustentabilidade do sistema N o obstante como aponta Yacoob 1990 a sustentabilidade de um sistema de abastecimento de gua reside na sua capacidade de fornecer gua segura por um longo per odo de tempo Para conservar o benef cio da disponibilidade de gua de boa qualidade para o consumo humano
80. reuni es peri dicas para a presta o de contas dos gastos e atividades efetuadas Esses momentos tamb m s o para avaliar a gest o da dire o e o funcionamento do sistema focando se nas melhorias requeridas e na forma de superar as dificuldades que se apresentem a partir deste processo de avalia o e reflex o que muitos dos CAPS t m reiniciado o ciclo de projeto adotando normativas e a es adicionais para garantir a sustentabilidade dos sistemas Neste momento os atores externos exercem um papel crucial j que proporcionam o apoio t cnico e econ mico requerido para a realiza o das melhorias ou para transfer ncia de conhecimentos No entanto conforme 105 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG observado em campo este papel tem sido assumido pelas ONGs locais tendo um afastamento por parte do poder p blico A interven o das ONGs tem sido positiva para os CAPS considerando a introdu o de novas pr ticas de controle administrativo para gerar sustentabilidade financeira O uso de hidr metros por exemplo tem sido catalogado como uma boa pr tica pelas pr prias comunidades j que permite um maior controle do consumo Isto demonstra que ainda quando o investimento inicial seja feito por parte do poder p blico ou outros atores externos importante um acompanhamento cont nuo dos sistemas junto s comunidades al m de assist ncia t cnica e capacitac o
81. sobre o tema da demanda em v rios pa ses com a finalidade de melhorar o abastecimento de gua das reas rurais Para analisar em profundidade o que o Banco Mundial denominou como estudo da demanda foram realizadas pesquisas no per odo de 1987 a 1990 em diferentes pa ses de Am rica Latina Brasil e Haiti frica Nig ria Tanz nia e Zimb bue e do sul da sia Paquist o e ndia As pesquisas visavam identificar os fatores determinantes da demanda para a ades o de uma fam lia rural a um sistema de gua pot vel seja esta uma conex o domiciliar ou um ponto de abastecimento p blico como um pogo p blico ou uma torneira p blica no lugar da forma de abastecimento atual Entre os principais achados dos estudos est o fato de que a ades o a um sistema n o depende somente da renda mas de tr s conjuntos de caracter sticas 1 as caracter sticas socioecon micas e demogr ficas da fam lia 2 as caracter sticas da fonte existente Ou tradicional de gua versus as do servico de abastecimento de gua proposto e 3 a atitude das fam lias em rela o pol tica do governo no setor de abastecimento de gua e seu senso de direito aos servi os p blicos A t tulo de conclus o os pesquisadores do Banco Mundial propuseram a cria o de pol ticas de abastecimento de gua mais adequadas s demandas dos usu rios o que contribuiria para a garantia da sustentabilidade financeira dos sistemas de abastecimento de gua rural
82. suministrado para cada familia Tema 6 Desaf os de los CAPS 20 Seg n su opini n qu necesita ser mejorado o superado para fortalecer la gesti n de los Comit s 21 Cu les son los problemas m s frecuentes que enfrenta el CAPS para garantizar el acceso al agua Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos MEN GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA Ficha b sica de informaci n para gestores CAPS INAA FISE ENACAL ONGs y Alcald as Nombre Instituci n Cargo Edad Sexo 1 Tiempo que tiene desarrollando su cargo actual 2 Formaci n acad mica No tiene estudios Primaria Secundaria T cnico T tulo Universidad T tulo Pos graduaci n Especializaci n T tulo Maestr a T tulo Otros estudios 3 Hace cuanto tiempo usted trabaja con los CAPS 4 Capacitaciones recibidas que le ayuden a desarrollar mejor sus funciones con los CAPS 190 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA Programa de P s Graduac o em
83. tratamento 203 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 27 O que voc acha desse programa que construiu essa caixa coletora de gua de chuva para voc 204 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG
84. uma ONG local e dois integrantes da comunidade Nuestra Tierra instalada h sete anos e localizada a 8 km da cidade de Matagalpa Durante os pr testes foram percebidos al m dos problemas no desenho dos roteiros o alto n vel de capacita o das pessoas que falavam de forma fluida sobre a import ncia do acesso gua utiliza o de gua de chuva com fins agr colas reutiliza o de guas cinzas utiliza o de res duos org nicos consci ncia ambiental e no es sobre as leis de guas nacionais e dos CAPS Depois de efetuados os ajustes aos roteiros procedeu se realiza o das entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado partindo de um n mero inicial de dez gestores e tr s usu rios J que n o foi verificada a satura o das informa es requeridas a partir do 49 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG n mero de entrevistas pr estabelecidas utilizou se a t cnica da bola de neve Foram adotados os seguintes procedimentos para a realizac o desta etapa e Antes de se iniciar a entrevista foram apresentados o objetivo e a motiva o da pesquisa bem como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE explicitando ao participante que seu anonimato seria mantido Foi solicitada autoriza o para gravar a entrevista explicando que esta pr tica tem por objetivo garantir a fidelidade da transcri o Mesmo que o TCLE estivesse redigido
85. uma tarifa diferenciada No entanto qualquer a o neste campo s poder ser feita quando o INAA 83 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG realizar as certifica es e entregar oficialmente ao Instituto Nicaragiiense de Electricidad INE a listagem de um n mero representativo de CAPS Este procedimento ainda est em andamento e apresenta um progresso lento considerando que at janeiro de 2012 apenas 266 comit s de um total estimado de 5500 existentes estavam inscritos no INAA Devido demanda direta da Rede Nacional de CAPS o INE efetuou sem consultar ao INAA uma redu o de 0 3 na tarifa energ tica Esta redu o n o representa um beneficio considerando que para 2012 foi anunciado um aumento do custo da energia em 9 Segundo o INAA existe um processo de negocia es com o INE para melhorar a tarifa mas consideram esta meta muito dif cil de atingir j que uma redu o na tarifa aplicada aos CAPS implicaria na aprovag o de um subs dio via orgamento nacional Isso demandaria outro tipo de negocia o no n vel parlamentar considerando o d ficit or ament rio do pa s O processo de legaliza o dos CAPS tamb m tem se atrasado por raz es institucionais j que ainda sendo um procedimento simples torna se dif cil quando entra na din mica burocr tica do Estado Com a finalidade de agilizar este processo o INAA com o apoio financeiro da Coopera
86. water arts 11 and 12 of the International Covenant on Economic Social and Cultural Rights Dispon vel em lt http www unhchr ch tbs doc nsf 0 a5458d1d1bbd713fc1256cc400389e94 FILE G03402209 pdf gt Acesso em 30 abr 2012 General Assembly A 64 PV 108 2010 Dispon vel em lt http daccess dds ny un org doc UNDOC GEN N10 466 29 PDF N1046629 pdf OpenElement gt Acesso em 30 abr 2012 The Millennium Development Goals Report 2011 Dispon vel em http www un org millenniumgoals reports shtml Acesso em 24 out 2011 UPHOFF N ESMAN M Local organizations for rural development analysis of Asian experience Cornell University Rural Development Committee Ithaca NY 1974 apud KLEEMEIER E The impact of participation on sustainability An analysis of the Malawi rural piped scheme program World Development v 28 n 5 p 929 944 2000 VARGAS G R BUITRAGO E B En busca de la democracia Managua Programa de Educaci n para la Democracia MED AFT 1994 482 p VEIGA L GONDIM S M G A Utiliza o de m todos qualitativos na Ci ncia Pol tica e no Marketing Pol tico Opini o P blica Campinas v 7 n 1 p 1 15 2001 VILLA M A Vida e morte no sert o Hist ria das secas no Nordeste nos s culos XIX e XX S o Paulo Editora tica 2001 269 p WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO Guidelines for drinking water quality Third edition incorporating the first and second addenda Volum
87. xvi 204 f enc il Orientador L o Heller Dissertac o mestrado Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Inclui ap ndices e anexos Bibliografia f 163 175 1 Engenharia sanit ria Teses 2 Saneamento Teses 3 Pol ticas p blicas Saneamento Teses 4 Abastecimento de gua Teses Heller L o Il Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia III T tulo CDU 628 043 P gina com as assinaturas dos membros da banca examinadora fornecida pelo Colegiado do Programa Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Compartilho estes versos que t m tanto significado para mim e que me acompanharam todas as noites para me lembrar quem eu sou e por que estou aqui YO SOY DE UN PUEBLO SENCILLO Luis Enrique Mej a Godoy 1983 Yo soy de un pueblo peque o peque o como un gorri n con medio siglo de sue os de vergiienza y de valor Yo soy de un pueblo sencillo como la palabra Juan como el amor que yo entrego como el amor que me dan Yo soy de un pueblo nacido de entre fusil y cantar que de tanto haber sufrido tiene mucho que ense ar Hermano de tantos pueblos que han querido separar porque saben que a n peque os juntos somos un volc n Yo soy de un pueblo que es poeta y sus versos escribi en los muros y en las puertas con sangre rabia y amor Yo soy de un pueblo orgulloso con mil batal
88. 024 FIGURA 3 3 Divis o pol tica da Nicar gua HONDURAS REGI N AUT NOMA DEL ATL NTICO NORTE RAAN MAR DO CARIBE MATAGALPA BOACO REGI N AUT NOMA DEL ATL NTICO SUR RAAS COSTA RICA Fonte Adaptado de INETER 2010 37 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 3 4 1 Caracter sticas demogr ficas Segundo o ltimo censo realizado no ano 2005 Nicar gua tinha aproximadamente 5 142 098 habitantes distribu dos em 55 9 nas reas urbanas e 44 1 nas rurais A taxa de crescimento populacional para o per odo compreendido entre 1995 e 2005 foi de 1 7 anual e a densidade demogr fica de 42 7 hab km Em geral a populag o tem um perfil jovem sendo 37 5 desta menor de 15 anos e somente 4 3 com mais de 65 anos Atualmente a esperanca de vida de 74 anos INEC 2006 O Relat rio de Desenvolvimento Humano do ano de 2011 atribui um IDH de 0 59 Nicar gua colocando a na posig o 129 entre os 185 pa ses membros Quanto aos n veis de escolaridade 78 da popula o que possui 15 anos ou mais alfabetizada e a m dia de anos de escolaridade de 5 8 Ainda nesse pa s 46 2 da popula o est abaixo da linha de pobreza 11 2 na extrema pobreza e 15 8 tem uma renda inferior a US 1 25 d lares americanos por dia PNUD 2011 Os dados de sa de apontam que as principais causas de mortalidade entre adultos s o doen as cr nicas
89. 1 FIGURA 5 8 Protesto contra a privatiza o da gua resete 71 FIGURA 5 9 Investimento em projetos para abastecimento de gua pot vel em reas rurais periodo 1908 a dadas 73 FIGURA 5 10 Localiza o dos aquedutos rurais por Departamento da Nicar gua 88 FIGURAS 5 11 Cartazes encontrados nas casas dos futuros usu rios dos sistemas de abastecimento de gua da comunidade Yamal munic pio La Dalla ooonnnconinococnonaccnoncninnnos 93 FIGURA 5 12 Crian a trabalhando na constru o do sistema de abastecimento de gua para a comunidade La Tsla mi pese Sade eas to 95 FIGURA 5 13 Crian a apoiando no traslado dos materiais comunidade El Yamal 95 FIGURA 5 14 Pessoas da comunidade El Yamal trabalhando voluntariamente na constru o do reservat rio de armazenamento de gua nn reeeerereeererecereracereracareaa 95 FIGURA 5 15 Pessoas da comunidade La Isla trabalhando no preenchimento de areia para os filtros do sistema de abastecimento de gua cierta id riada ies 95 Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 oooocccnniccnoninoconnccnonenncnnncconncenonrcanornacc encon 95 FIGURA 5 16 Cartaz de identificag o do sistema de gua pot vel da comunidade de Molino A a UR A 99 FIGURA 5 17 Tesoureira do CAPS de Molino Sur mostrando toda a documenta o para presta o de contas o Sistemasi isenta n E aa A AER A EESTE asas 99 FIGURA 5 18 Arquivos das finan as do CAPS d
90. 11 apontam que entre os fatores ex genos mais fortes est o os relacionadas com 1 a estabilidade macroecon mica j que quando um pa s goza de estabilidade criam se condi es para garantir o investimento no setor na amplia o e na manuten o dos servi os 2 o n vel de prioridade do setor nas pol ticas e no or amento do Estado 3 os conflitos armados internos que al m de incidir na destrui o da infraestrutura dos sistemas de abastecimento de gua j existentes t m impacto na economia e por sua vez mudam o n vel de prioridade dos governos os quais priorizam os investimentos em defesa em detrimento dos outros setores incluindo o saneamento O Brasil um exemplo claro de como o n vel de prioridade segundo o momento hist rico incide no desenvolvimento das pol ticas p blicas As primeiras a es sanit rias foram realizadas somente ap s a chegada da Corte portuguesa quando se rompeu o monop lio comercial com Portugal e se iniciaram as rela es comerciais com outros pa ses o que demandou melhorias sanit rias nos portos REZENDE e HELLER 2008 Outro exemplo apresentado por Garcia 2009 ao discutir a evolu o hist rica das pol ticas p blicas para abastecimento de gua em Morelia M xico Neste caso a autora identificou como fatores que influenciaram a pol tica alguns elementos ex genos ao setor de saneamento entre eles a segrega o socioespacial a qual incidiu no acesso gua para
91. 11 exp e que a causa fundamental para essa diferen a a dificuldade na formula o e execu o de pol ticas para as reas rurais em compara o com as urbanas O autor baseia sua afirma o nas particularidades das reas rurais como a dispers o da Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG popula o o baixo n vel socioecon mico dos habitantes a necessidade de utilizar tecnologias n o convencionais e a dificuldade de se garantirem assist ncia t cnica e capacita o aos prestadores dos servicos locais cuja capacidade geralmente muito reduzida Al m das dificuldades inerentes condi o de ruralidade e aos fatores end genos autores como Hantke Domas e Jouravlev 2011 indicam a exist ncia de fatores ex genos t o poderosos e determinantes como os end genos e cuja influ ncia na implementa o e nos resultados das pol ticas mais dif cil de neutralizar Entre esses fatores ex genos podem se citar 1 n vel de prioridade que o setor tenha nas pol ticas e or amento do governo 2 estabilidade pol tica 3 estabilidade macroecon mica 4 qualidade institucional 5 conflitos armados internos 6 desastres naturais 7 escassez de gua 8 ideologia pol tica e 9 processos de urbaniza o Os fatores ex genos s o m ltiplos e variam segundo as caracter sticas do pa s encontrando se alguns com maior influ ncia que outros Hantke Domas e Jouravlev 20
92. 11 a fevereiro de 2012 Considerou se para localizar os atores chave na gest o de gua em reas rurais da Nicar gua as institui es explicitadas na Lei n 722 2010 Lei Especial de Comit s de gua Pot vel e Saneamento tais como membros de dire o dos CAPS usu rios dos servi os t cnicos do Instituto Nicaragiiense de Acueductos y Alcantarillados INAA Fondo de Inversi n Social de Emergencia FISE e Prefeituras Municipais assim como trabalhadores de organiza es n o governamentais que conformam a Coaliz o de Organiza es pelo Direito gua CODA que n o est o contempladas na Lei mas s o facilitadores dos CAPS Como primeira a o localizaram se os departamentos ou pessoas dentro das institui es e ONGs respons veis por algum tipo de assist ncia aos CAPS a fim de convid los a participar do estudo Durante o primeiro contato solicitou se al m da realiza o das entrevistas colabora o na obten o de documentos institucionais normativos ou relat rios sobre os CAPS Os usu rios dos sistemas de abastecimento de gua gerenciados foram identificados por meio dos gestores pertencentes s ONGs locais sendo selecionados alguns casos para aprofundamento Isto segundo a premissa da disposi o e disponibilidade do potencial participante para o agendamento das entrevistas Para corroborar o bom planejamento dos roteiros realizou se um pr teste das entrevistas com um funcion rio de
93. 2010 316 p NICARAGUA Decreto n 16 de 25 de janeiro de 1955 Creaci n del Departamento Nacional de Servicios Municipales La Gaceta Diario Oficial Poder Ejecutivo Managua DF fev 1955 No 26 p 241 242 Decreto n 1 349 de 22 de julho de 1967 Anexase a Salubridad P blica el Departamento Nacional de Acueductos y Alcantarillados La Gaceta Diario Oficial Poder Ejecutivo Managua DF 27 jul 1967 No 168 p 1793 1795 Gobierno de reconstrucci n nacional de la Rep blica de Nicaragua Estatuto Fundamental La Gaceta Diario Oficial Managua DF ago 1979a No 1 p 1 4 Gobierno de reconstrucci n nacional de la Rep blica de Nicaragua Decreto n 20 de 25 de julho de 1979 Creaci n del Instituto Nicaragiiense de Acueductos y Alcantarillados INAA La Gaceta Diario Oficial Managua DF ago 1979b No 3 p 17 18 Gobierno de Reconstrucci n Nacional de la Rep blica de Nicaragua Decreto n 123 de 23 de outubro de 1979 Ley org nica del Instituto Nicaragiiense de Acueductos y Alcantarillados La Gaceta Diario Oficial Managua DF out 1979c No 44 p 313 317 170 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Decreto n 59 90 de 21 de novembro de 1990 Creaci n del Fondo de Inversi n Social de Emergencia La Gaceta Diario Oficial Managua DF dez 1990 No 240 p 2457 2461 Lei n 276 de 12 de janeiro de 1998 Ley de creaci n de la Empres
94. 2012 apontaram que as cisternas proporcionam um fator protetor para a sa de dos seus usu rios Contudo tal fator pode ser reduzido devido s pr ticas erradas no uso da cisterna e por inadequado tratamento e manuseio da gua antes de seu consumo Ambos os estudos conclu ram que existe a necessidade de realizar investimentos em educa o sanit ria a fim de instruir as pessoas no uso adequado das cisternas e em pr ticas de higiene pessoal e alimentar que permitam diminuir os riscos sa de No aspecto tecnol gico devido simplicidade das cisternas e ao seu gerenciamento individual evitam se muitos dos problemas citados para as tecnologias coletivas especialmente aqueles relacionados com a opera o e os procedimentos de manuten o e reparos Na pesquisa realizada com 120 fam lias do Nepal usu rias de cisternas Dom nech et al 2012 identificaram que somente 2 5 dos sistemas n o funcionavam sendo esta uma quantidade relativamente baixa No estudo tamb m foram detectados inconvenientes como a baixa disponibilidade no mercado local de algumas pe as necess rias ao correto funcionamento do sistema A falta de pe as ou de substitutos adequados dificultava a Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG repara o dos sistemas estragados Segundo os pesquisadores este um fator que poderia influenciar negativamente o desempenho dos sistemas a longo prazo Tanto no estu
95. 3 n 6 p 452 464 2008 DIRECCI N GENERAL DE ESTAD STICAS ENCUESTAS Y CENSOS DGEEC Censo nacional de poblaci n y vivienda 2002 Dispon vel em lt http www dgeec gov py nogo gt Acesso em 05 ago 2012 DIRVEN M PERICO R E SABALAIN C RODR GUEZ A BAEZA D C PE A C FAIGUENBAUM S Hacia una nueva definici n de rural con fines estad sticos en Am rica Latina In CEPAL Documento de proyecto Santiago de Chile CEPAL maio 2011 n 397 DOE S KHAN M The boundaries and limits of community management Lessons from the water sector in Ghana Community Development Journal Inglaterra v 39 n 4 p 360 371 2004 DOMENECH L HEIJNEN H SAUR D Rainwater harvesting for human consumption and livelihood improvement in rural Nepal benefits and risks Water and Environment Journal v 26 n 4 p 465 472 2012 DUQUE G Conviver com a seca contribui o da Articula o do Semi rido ASA para o desenvolvimento sustent vel Desenvolvimento e Meio Ambiente Paran n 17 p 133 140 jan jun 2008 EMPRESA NICARAGUENSE DE AGUA Y ALCANTARILLADO ENACAL ABC sobre el recurso agua y su situaci n en Nicaragua 2 ed Managua Edi o do Autor 2007 200 p EMPRESA NICARAGUENSE DE AGUA Y ALCANTARILLADO ENACAL SERVICIO HOLAND S DE COOPERACI N AL DESARROLLO SNV La Descentralizaci n de la Unidad Nacional de Operaci n y Mantenimiento Hacia un modelo de apoyo post const
96. 31 2001 ORGANIZACI N PANAMERICANA DE LA SALUD OPS EMPRESA NICARAGUENSE DE AGUA Y ALCANTARILLADO ENACAL RED NACIONAL DE AGUA Y SANEAMENTO DE NICARAGUA RASNIC INSTITUTO NICARAGUENSE DE AGUA Y ALCANTARILLARDO INAA An lisis sectorial de agua potable y saneamiento de Nicaragua Managua 2004 479 p Relat rio ORMOND D L FFLER E Nueva gerencia p blica qu tomar y qu dejar Revista del CLAD Reforma y Democracia Caracas n 13 fev 1999 PASSADOR C S PASSADOR L J HUAYTA V R Pol ticas contra la sequ a y la t cnica de cisternas en Brasil Revista Agroalimentaria M rida v 16 n 31 p 101 113 jul dez 2010 PEDROZA D ANDRADE T A N BONFIM C V Institui es e pol ticas regionais uma proposta para a nova Sudene Revista de Economia Pol tica S o Paulo v 31 n 5 125 p 813 831 Edig o especial 2011 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG POLLITT C BIRCHALL J PUTNAM K Decentralization in an Inter governmental Context The UK Experience of Managing Local Service Delivery in Inter and Intra Government Arrangements for Productivity An Agency Approach Arie Halachmi and Peter B Boorsma eds Kluwer Academic Publishers Boston Dordrecht and London p 15 29 1998 apud ORMOND D L FFLER E Nueva gerencia p blica qu tomar y qu dejar Revista del CLAD Reforma y Democracia Caracas n 13 fev 1999 PROGRAMA D
97. 6 GOMES 2012 incluindo aqueles da presente afirmaram que suas vidas mudaram ap s a constru o da cisterna Segundo eles experimentaram uma redu o consider vel do esfor o f sico realizado e do tempo empregado na procura de gua liberando parte do seu tempo para se dedicar a outras atividades Na pesquisa realizada por Passador et al 2010 a metade das fam lias declarou que dedicava aproximadamente 2 horas cada vez que procuravam gua durante o dia O estudo de Gomes 2012 contabilizou as horas dedicadas a esta atividade pelas 369 fam lias do semi rido mineiro entrevistadas determinando que como m dia cada fam lia dedicava 2 horas e 20 minutos na busca de gua e em conjunto ocupavam aproximadamente 882 06 horas por dia Esta ltima cifra foi reduzida em 90 ap s a constru o da cisterna e para 142 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 61 das fam lias os tempos dedicados a esta atividade foram reduzidos de 29 para 13 dias por ano Mas o benef cio n o influencia somente a redu o do tempo investido nessas atividades No semi rido rural brasileiro como em outras reas rurais de pa ses em desenvolvimento as mulheres e crian as s o as respons veis por garantir a gua para o consumo da fam lia sendo estes os maiores beneficiados pelo Programa Segundo as 11 mulheres entrevistadas elas t m mais tempo para trabalhar na horta dedicar se ao cuida
98. APS e de forma coletiva foi o processo de formula o da Lei n 722 2010 onde foram expostas todas as dificuldades identificadas na gest o dos sistemas de abastecimento de gua e de alguma forma foram realizadas propostas para a supera o dos mesmos Isto demonstra que os processos de avalia o s o importantes j que podem auxiliar na cria o de modelos de gest o comunit ria mais efetivos Desta se o pode se concluir que a gest o comunit ria na Nicar gua tem evolu do desde seus in cios na d cada de 1980 A metodologia e os projetos implementados sob esta abordagem sempre estiveram de acordo com o ciclo do projeto descrito por Miller 1979 O processo participativo desenvolve se da forma descrita por Kleemeier 2000 com frequentes reuni es nas quais se estabelecem as regras a serem implantadas durante o projeto e ressaltando desde o in cio as responsabilidades que a comunidade assumir em forma de trabalho apoio recursos financeiros ou materiais tanto na constru o como na opera o e manuten o do sistema Este processo contribui para a cria o de consci ncia e compromisso da comunidade com o papel que desenvolver no processo A implementa o de projetos incorpora a forma o da comunidade com capacita es conforme proposto por Mantilla 2011 como recomend veis para garantir a sustentabilidade dos sistemas Os projetos mais recentes j est o sendo executados considerando estudos da dem
99. AS NA ES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO PNUD Informe nacional sobre desarrollo humano 2011 Las juventudes construyendo Nicaragua Managua Editora de Arte 2011 306 p QUIN A BALFORS B KJELL N M How to walk the talk The perspectives of sector staff on implementation of the rural water supply programme in Uganda Natural Resources Forum v 35 p 269 282 2011 REBOU AS A C gua na regi o Nordeste desperd cio e escassez Revista do Instituto de Estudos Avan ados S o Paulo v 11 n 29 p 127 154 jan abr 1997 RED NACIONAL DE AGUA Y SANEAMENTO DE NICARAGUA RASNIC RED REGIONAL DE AGUA Y SANEAMIENTO PARA CENTROAMERICA RRAS CA DIRECCI N DE ACUEDUCTOS RURALES DAR AGENCIA SU A PARA O DESENVOLVIMENTO E A COOPERA O COSUDE FONDO DE LAS NACIONES UNIDAS PARA LA INFANCIA UNICEF Agua y saneamiento rural en Nicaragua Managua ANISA 1998 59 p REZENDE S C HELLER L O saneamento no Brasil pol ticas e interfaces 2 ed Belo Horizonte Ed UFMG 2008 387 p RIBEIRO D O povo brasileiro a forma o e o sentido do Brasil 2 ed S o Paulo Companhia das Letras 1995 477 p RIBEIRO R W Seca e determinismo a g nese do discurso do semi rido nordestino Anu rio do Instituto de Geoci ncias Rio de Janeiro v 22 1999 RICHARDSON R J Pesquisa Social m todos e t cnicas S o Paulo Atlas 1985 336 p apud TEIXEIRA R F PACHECO M E C Pesquisa social e a valoriza
100. C est o sendo cumpridos BRASIL 2011 D ALVA e FARIAS 2008 D Alva e Farias 2008 qualificam como um sucesso o cumprimento das metas estabelecidas pela pareceria entre o MDS e a ASA a qual se destaca pela r pida execu o dos recursos alocados No entanto as parcerias feitas com os governos municipais e estaduais para a constru o das cisternas n o t m sido t o exitosas em termos de execu o mostrando que a ASA apresenta maior efici ncia que as demais FERREIRA 2009 ASSIS 2009 A agilidade transpar ncia efici ncia e neutralidade pol tica demonstradas pela ASA na execu o do programa mostra que os benef cios da delega o de fun es administrativas p blicas defendida pelo novo gerencialismo podem ser alcan ados 132 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG A proposta da ASA marcou o surgimento de um novo estilo de ger ncia dos recursos p blicos no Brasil O PIMC mudou o padr o hist rico das pol ticas p blicas adotadas no semi rido rompendo com o monop lio das elites locais sobre os recursos federais O PIMC tamb m foi um ponto de uni o entre as organiza es atuantes no semi rido e praticamente o ponto de partida para novos olhares A vis o da ASA serviu como precedente para outros programas governamentais os quais tamb m est o focados na conviv ncia com o semi rido entre eles o Programa de A es Integradas de Conviv ncia com o
101. CAPS colocar o dinheiro da coleta da tarifa cobrada aos usu rios numa conta pr pria recorrendo a contas pessoais dos coordenadores ou dos tesoureiros Isso propiciou em v rias ocasi es o roubo do dinheiro a apropria o dos bens comunit rios por parte de particulares ou outros tipos de abusos Nesse sentido a Lei incorpora alguns benef cios como o reconhecimento legal da figura dos CAPS e a declara o dos im veis e todos seus ativos como propriedade comunit ria O reconhecimento legal aporta independ ncia aos comit s j que lhes permite realizar gest es em seu pr prio nome Um exemplo disso seria a abertura de contas em nome do comit com v rias assinaturas para autorizar a retirada do dinheiro Uma figura legal tamb m possibilita a realiza o de conv nios de parceria com institui es e organismos nacionais ou internacionais a fim de executar obras f sicas ou melhorar a gest o dos sistemas de abastecimento de gua j existentes Umas das maiores amea as sustentabilidade financeira dos sistemas gerenciados pelos CAPS prov m dos altos custos de opera o relacionados com a energia el trica j que muitos destes utilizam bombeamento el trico Sendo que na Nicar gua os pre os de energia A abertura de contas em nome do comit tamb m gera outros benef cios indiretos A transpar ncia lograda com esta simples a o um incentivo importante para que as pessoas paguem a tarifa Programa de
102. EJO DE GUA DE CHUVA ABCMAC Hist rico 2012 Dispon vel em lt http www abcmac org br index php modulo historico gt Acesso em 04 nov 2012 AWORTWL N The riddle of community development factors influencing participation and management in twenty nine African and Latin American communities Community Development Journal v 48 n 1 p 89 104 2013 BAGUMA D LOISKANDL W Rainwater harvesting technologies and practises in rural Uganda a case study Mitig Adapt Strateg Glob Change v 15 p 355 369 2010 BANCO CENTRAL DE NICARAGUA BCN Nicar gua em cifras 2010 Managua s n 2011 36 p BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO BID N 0041 Programa Reforma Servicios P blicos 1994 Dispon vel em lt http www iadb org es proyectos project information page 1303 html id N1004 1 doc gt Acesso em 25 out 2012 BARDIN L An lise de Conte do Tradug o Luis Antero Reto e Augusto Pinheiro Lisboa Edic es 70 1977 226 p T tulo original L Analyse de Contenu BARTOLOM J M G Los procesos rurales en el mbito de la Uni n Europea In TERESA A P RUIZ C C Coord La sociedad rural mexicana frente al nuevo milenio M xico D F Plaza y Vald s Editores 1996 p 35 68 BAUER M W GASKELL G ALLUM N C Qualidade quantidade e interesses do conhecimento Evitando confus es In BAUER M W GASKELL G ed Pesquisa qualitativa com texto imagem e som Um manual pr tico Tra
103. ES 2012 Portanto considera se mais proveitoso para o Programa focar as capacita es na instru o de toda a fam lia assim como incluir aulas pr ticas que permitam aos usu rios colocar em exerc cio os conhecimentos rec m adquiridos Estas a es poderiam incidir na ado o de pr ticas corretas para o uso da cisterna e por sua vez gerar maior impacto na melhoria da sa de das fam lias Conforme relatado pelos entrevistados pode se inferir que dentre os conhecimentos melhor assimilados pelos participantes das capacita es est o aqueles relacionados aos aspectos pr ticos da opera o especificamente o desvio da primeira gua da chuva e a import ncia deste procedimento como um mecanismo para evitar a contamina o com a sujeira do telhado Em menor grau est o conhecimentos como retirar o cano que integra o dispositivo de desvio da primeira gua da chuva que tamb m possui a fun o de transportar a gua do telhado para a cisterna e lav lo antes de us lo novamente manter a cisterna sempre tampada e seguir as instru es sobre a limpeza do reservat rio Em todas as capacita es foi utilizado material did tico impresso contendo conforme descrito pelos benefici rios toda a informa o sobre o uso das cisternas N o obstante nenhum entrevistado mencionou a utiliza o desse informativo o qual asseguravam estar 139 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UF
104. Essa alian a conformada por trinta organiza es da sociedade civil tinha como objetivo evitar que a gua estivesse sujeita s pol ticas de mercado e que seu acesso fosse condicionado ao poder aquisitivo da popula o JACKMAN e D AZ 2005 30 Segundo Jackman e Diaz 2005 a Revolu o Popular Sandinista foi o acontecimento de maior influ ncia no desenvolvimento dos movimentos sociais e das organiza es da sociedade civil Antes de 1979 logrou se uma unifica o e mobiliza o dos diferentes setores da sociedade sem precedentes sob a causa compartilhada de derrubar a ditadura Somocista Durante a d cada de 1980 as organiza es da sociedade civil mudaram seu car ter opositor para favorecer as pol ticas estatais especialmente as sociais trabalhando em estreita liga o com o governo do qual at recebiam fundos Al m do anterior instava se forma o de movimentos populares como sindicatos e associa es de camponeses as quais atuavam como instrumentos de transforma o social Com o novo governo que assumiu o poder em 1990 essa rela o n o foi mantida e o apoio para os movimentos populares declinou Foi nesta poca que surgiram novas organiza es principalmente ONGs as quais trabalhavam com fundos pr prios e de coopera o Muitas delas foram fundadas por ex militantes sandinistas e se tornaram supridoras das necessidades e demandas da popula o que o governo n o conseguia satisfazer As tend ncias ideo
105. Existem duas esta es clim ticas a chuvosa entre maio e outubro e a seca entre novembro e abril A temperatura m dia do pa s de 25 4 C INETER 2005 Nicar gua dividida em tr s grandes regi es Pac fica Central e Atl ntica cada uma com caracter sticas hidrogeol gicas diferentes Como apresentado na TAB 3 1 a regi o do Atl ntico possui a maior quantidade de gua superficial e no Pac fico e Centro predominam as fontes subterr neas A disponibilidade de guas superficiais depende das esta es do ano No caso da regi o do Pac fico os rios secam entre dezembro e abril ENACAL et al 2007 15 Os c lculos foram realizados segundo o cambio oficial do dia 08 de agosto de 2012 BRL USD 2 02584 39 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG TABELA 3 1 Disponibilidade anual de recursos h dricos da Nicar gua por regi o e tipo de fonte Regi o guas guas guas guas Total Total superficiais superficiais subterr neas subterr neas 10 m 10 m 10 m Pacifico 4 023 0 4 2 2 862 0 93 4 6 885 0 7 0 Central 18 798 0 19 8 172 3 5 6 18 970 3 19 0 Atl ntico 72 192 0 76 0 30 0 1 0 72 222 0 74 0 Total 95 013 0 100 3 064 3 100 98 077 3 100 Fonte OPS et al 2004 A disponibilidade h drica do pa s inversamente proporcional a distribuig o populacional No Pac fico reside 54 da popula o entretanto conta somente com 7 das fontes d
106. FEBRABAN 2003 e Aspectos administrativos do PIMC Para a execu o do programa e a canaliza o dos recursos a ASA estabeleceu uma estrutura administrativa formada por uma Unidade Gestora Central UGC e 64 Unidades Gestoras Microrregionais UGMs as quais se apoiam nas Comiss es Executoras Municipais CEM e nas Unidades Executoras UE s FEBRABAN 2008 ou 2009 Estas ltimas assumem todas as tarefas locais do programa como a capacitac o dos pedreiros e das 7 As UGMS s o institui es membros da ASA j existentes antes do surgimento do PIMC que assumiram a fun o de gerenci lo Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG fam lias A organiza o das unidades para gest o e execu o tem uma estrutura piramidal como a mostrada na FIG 5 23 FIGURA 5 23 Estrutura de gest o e execu o de P1MC UGC Unidade Gestora Central Unidades Gestoras Microrregionais Comiss es Executivas Municipais Comunidades e Y H Familias Y pS I T a Fonte Adaptado de FEBRABAN 2008 ou 2009 Como um meio de controle f sico financeiro do PIMC a ASA desenvolveu o Sistema de Informa o Gest o e Auditoria SIGA Este registra todo o referente execu o do programa de forma tal que tanto as Unidades Gestoras quanto os financiadores tenham acesso informa o atualizada e confi vel O sistema tamb m
107. Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG a governan a Salienta se tamb m a poss vel exist ncia de outros fatores dependendo do pa s como em caso da Guatemala onde de forma similar Nicar gua encontraram se conflitos armados e desastres naturais Infelizmente esses fatores ex genos est o fora da capacidade das institui es de resolv los e portanto colocam grandes desafios para os gestores p blicos que precisariam tentar contornar estas dificuldades 5 1 3 Per odo de 1990 2006 Em 1990 ap s quase 10 anos de guerra civil que ceifou a vida de 61 826 nicaraguenses afetou a economia destruiu infraestrutura e dividiu muitas fam lias abriu se um novo cap tulo na historia da Nicar gua GRUPO OC ANO 2002 p 163 O governo dirigido naquele momento pela Frente Sandinista de Libera o Nacional convocou elei es presidenciais vencendo a Uni o Nacional Opositora UNO Com este novo governo iniciaram se mudan as quase t o radicais como as acontecidas ap s 1979 Os primeiros esfor os do governo focaram se em pacificar o pa s com a desmobiliza o das tropas contrarrevolucion rias e a redu o do Ex rcito Nacional Outras a es foram direcionadas para realizar mudan as estruturais no mbito econ mico visando elimina o da hiperinfla o que alcan ou valores de at 1 347 2 em 1987 e a reorganiza o da d vida externa que passou de 1 5 bilh es de d lares
108. I p 220 280 Vers o preliminar TEIXEIRA R F PACHECO M E C Pesquisa social e a valoriza o da abordagem qualitativa no curso de administra o a quebra dos paradigmas cient ficos REGE Revista de Gest o S o Paulo v 12 n 1 mar 2005 THE WORLD BANK WATER DEMAND RESEARCH TEAM The demand for water in rural areas Determinants and policy implications The World Bank Research Observer UK v 8 n 1 p 47 70 1993 TIJERINO F K Historia de Nicaragua Managua Instituto de Historia de Nicaragua y Centroam rica de la Universidad Centroamericana 2006 409 p TROPP H Water governance trends and needs for new capacity development Water Policy London v 9 n 2 p 19 30 2007 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG UNITED NATIONS UN Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women 1979 Dispon vel em lt http www un org womenwatch daw cedaw text econvention htm gt Acesso em 30 abr 2012 Convention on the Rights of the Child 1989 Dispon vel em lt http www unicef org uk Documents Publication pdfs UNCRC PRESS200910web pdf gt Acesso em 24 abr 2012 The Dublin Statement on Water and Sustainable Development 1992 Dispon vel em lt http www un documents net h2o dub htm gt Acesso em 24 abr 2012 Committee on economic social and cultural rights General Comment No 15 2002 The right to
109. IDECONIC Mesa de Productoras y Productores del Norte MEPRONORTE Organizaci n para el Desarrollo Econ mico Social ODESAR Servicio de Informaci n Mesoamericano sobre Agricultura Sostenible SIMAS Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG bancada sandinista super inteligente apoiamos estas pessoas um grupo importante n E capitalizamos algo porque tudo se capitaliza em pol tica Para a rede de CAPS do Ocidente o apoio do executivo foi primordial para a formula o da Lei j que segundo eles o presidente designou uma equipe de deputados e assessores para este fim Com o precedente do trabalho realizado com a Lei n 620 2007 a sociedade civil e os CAPS foram mais geis procurando apoio para a aprova o da Lei dos CAPS Fizeram interven es na Assembleia Nacional e conscientizaram os deputados dos diferentes partidos pol ticos Al m disso houve um di logo aberto entre os assessores da comiss o de meio ambiente da Assembleia os comit s e a sociedade civil sendo este ltimo um importante acompanhante no processo Para justificar sua demanda de reconhecimento legal os comit s apropriam se do discurso da gua como um direito humano e expuseram o fato da imparcialidade da lei formulada para todos os nicaraguenses sem distin o pol tica ou religiosa Com este discurso e o apoio pol tico e econ mico de organismos internacionais como OPAS e Ayuda Popular
110. MG devidamente guardado no domic lio Esse talvez seja um indicativo de que o material entregue n o esteja sendo consultado 5 6 3 Constru o da cisterna Estima se que as cisternas t m um custo aproximado de R 1 600 00 montante que varia dependendo das condi es de acesso s comunidades e do valor da mat ria prima na localidade O Programa arca com os custos da construg o m o de obra e material e da capacitac o do pedreiro e das fam lias BRASIL 2011 Nesse caso todas as pessoas entrevistadas relataram que n o foram cobradas por nenhum tipo de despesa A constru o da cisterna realizada em m dia em cinco dias PASSADOR et al 2010 No geral o aporte das fam lias beneficiadas durante esse per odo consistiu em carregar os materiais de constru o cavar o buraco para a funda o da cisterna e fornecer comida e hospedagem ao pedreiro O Programa concebe o momento da constru o da cisterna como um espa o de compartilhamento entre os moradores do sert o por meio do mutir o Por m a participa o das fam lias depende muito mais da composi o destas e da disponibilidade de tempo fatores que podem variar de comunidade para comunidade Das experi ncias compiladas durante as entrevistas realizadas nos munic pios de Berilo e Chapada do Norte observam se pessoas que n o tiveram a oportunidade de participar desse compartilhamento j que o isolamento de suas casas impossibilitou a participa o
111. Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Normas t cnicas 1 Dise o de sistemas de abastecimiento de agua potable en el medio rural NTOM 09001 99 II Saneamiento b sico rural NTOM 09002 99 Managua s n 2001 130 p INSTITUTO NICARAGUENSE DE ESTUDIOS TERRITORIALES INETER Caracter sticas del clima de Nicaragua 2005 Dispon vel em lt http webserver2 ineter gob ni Direcciones meteorologia clima 20nic caracteristicasdelclim a html gt Acesso em 20 jul 2012 Mapa de la Divisi n Pol tica Administrativa de Nicaragua Managua INETER 2010 Escala 1 750 000 Dispon vel em lt http www ineter gob ni gt Acesso em 05 maio 2011 JACKMAN M D AZ S I Movilizaci n social y gesti n del agua en Nicaragua Managua Nitlap n Universidad Centroamericana 2005 65 p KAHINDA J M TAIGBENU A E BOROTO J R Domestic rainwater harvesting to improve water supply in rural South Africa Physics and Chemistry of the Earth v 32 p 1050 1057 Aug 2007 KLEEMEIER E The impact of participation on sustainability An analysis of the Malawi rural piped scheme program World Development v 28 n 5 p 929 944 2000 KREIMANN R La gesti n social de un bien com n los Comit s de Agua Potable en Nicaragua Encuentro Managua n 89 p 8 26 2011 LACERDA A L P Bases gerenciais de um projeto de saneamento rural Estudo de Caso O Projeto KfW 113 f Disserta o Mestrado em Engenharia de
112. Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG reais o equivalente a 72 do PIB anual BCN 2011 Com estas cifras o pa s ainda ter que realizar muitos esfor os para poder perceber mudan as substanciais na economia Do PIB de 2011 5 foi destinado educa o e 3 9 sa de Esses valores mostram uma tend ncia decrescente nos ltimos tr s anos segundo os dados apresentados pelo Banco Central da Nicar gua BCN no seu relat rio de 2011 As principais atividades econ micas s o relativas ind stria e agricultura Outra fonte de renda proveniente de remessas de recursos financeiros que s o enviadas por pessoas que trabalham no exterior 3 4 3 Vulnerabilidade aos desastres naturais Por sua localiza o geogr fica Nicar gua vulner vel a diferentes desastres naturais que j ocasionaram perdas em infraestrutura b sica do pa s Na hist ria recente registram se maremotos terremotos erup es vulc nicas inunda es e deslizamentos de terra Os fen menos de maior frequ ncia s o os ciclones geralmente provenientes do mar do Caribe os quais se apresentam como tormentas tropicais com ventos entre 85 e 120 km por hora ou em forma de furac es podendo alcan ar a categoria cinco na escala Saffir Simpson maior que 250 km h GRUPO OC ANO 2002 p 12 3 4 4 Disponibilidade h drica No territ rio nacional a precipita o varia entre 650 mm nas zonas mais secas a 5000 mm nas mais midas
113. Noruega os CAPS fizeram lobby com os deputados at obter o apoio un nime e a aprova o da Lei As condi es que possibilitaram o apoio governamental para a formula o de uma Lei especial que legitimasse aos CAPS devem se converg ncia no tempo de dois fatores essenciais os quais s o a cultura pol tica dos nicaraguenses e o estilo pol tico do FSLN Sem algum desses fatores provavelmente a Lei n o teria sido aprovada A vontade pol tica do poder executivo e da bancada sandinista materializou se no apoio a uma lei para benef cio da popula o rural Desde a d cada de 1980 o FSLN autoidentificou se como uma for a pol tica em favor da igualdade social atitude relacionada aos in cios deste partido de esquerda a favor do comunismo No seu primeiro per odo de governo focou se em A x E 3 DaT 6 garantir sa de educa o e terras popula o mais vulner vel principalmente a rural 35 Tradu o realizada pela pesquisadora Fala original Claro porque tambi n Porque si revisamos un poquito ya a estas alturas ya casi hay 6 mil sistemas comunitarios de agua a nivel nacional y eso significa si lo multiplicas por un promedio de 7 u 8 familias de la zona rural un importante grupo de personas que a nivel pol tico es atractivo capturar o captar entonces tambi n ah para mi es una medida de la bancada sandinista s per chispa apoyemos esta gente es un grupo importante verdad Y capitalicemos algo porque to
114. Programa em 2011 BRASIL 2011 e pelo estudo realizado por d Alva e Farias 2008 sobre o cumprimento na ado o dos par metros para definir os benefici rios do PIMC Contudo mesmo que os crit rios estabelecidos para qualificar os benefici rios do PIMC estejam direcionados ao atendimento da popula o mais vulner vel do semi rido ainda existem algumas d vidas a esse respeito Por exemplo persiste a quest o sobre se as fam lias que t m gua canalizada do abastecimento p blico deveriam ser beneficiadas pelo PIMC Na pesquisa realizada por d Alva e Farias 2008 verificou se que 11 das 98 937 fam lias beneficiadas com cisternas e identificadas no Cadastramento nico de Programas Sociais do Governo Federal Cad nico estavam tamb m conectadas rede p blica Contudo para os pesquisadores n o foi poss vel determinar se as pessoas foram conectadas rede antes ou depois da constru o da cisterna Durante a presente pesquisa identificou se que no Munic pio de Berilo dos sete entrevistados beneficiados pelo PIMC seis relataram ter acesso ao sistema de abastecimento de gua constru do pela Prefeitura No entanto esse sistema apresentava defici ncias no seu funcionamento distribuindo gua com frequentes intermit ncias e sem tratamento Nessa regi o existem tamb m muitos po os na mesma situa o ou totalmente fora de servico devido falta de pe as ou equipamentos Por esta raz o segundo os funcion rios
115. Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos MEN GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA ROTEIRO GESTORES CAPS INAA FISE ENACAL ONGs y Alcald as Nombre Sexo Edad Instituci n Organizaci n Cargo Departamento Municipio Fecha Entrevista Inicio Fin Tema 1 Organizaci n coordinaci n administraci n 1 Describa el trabajo que usted realiza con los Comit s de Abastecimiento de Agua Potable y Saneamiento 2 Podr a por favor contarme lo que usted sabe sobre los inicios de los CAPS 3 Podr a explicarme c mo funcionan los CAPS 4 C mo funciona la red nacional de CAPS 5 De qu forma el FISE ENACAL INAA o las Alcald as apoyan a los Comit s 6 De qu otras organizaciones reciben apoyo y de qu tipo 7 Podr a hablarme del proceso de formulaci n de la ley de los CAPS y los cambios que se presentaron despu s de su aprobaci n en 2010 Tema 2 Planificaci n 8 En caso de existir un plan que rija el actuar de los CAPS Podr a explicar su contenido 9 Existe un estimado del d ficit de sistemas de abastecimiento de agua en las zonas rurales C mo planean atender esta demanda 10 C mo se definen la capacidad de cada sistema de abastecimiento de agua 11 C mo se define la tecnolog a que se usar en cada comunidad Tema 3 Fin
116. Solu es utilizadas Urbana Vaso sanit rio 43 1 e Com conex o rede de esgotamento sanit rio 32 3 e Com conex o a sumidouro ou fossa s ptica 10 5 e Com descarga em rios ou cursos de gua 0 3 Latrina 53 3 Evacua o ao ar livre 3 6 Total 100 Fonte INEC 2006 e Disposi o e elimina o dos res duos s lidos Rural 2 1 0 0 2 0 0 1 67 6 30 3 100 Total 25 0 18 1 6 7 0 2 59 6 15 4 100 Dos res duos s lidos dom sticos 37 s o coletados pelas prefeituras 35 2 s o queimados e o restante disposto pela popula o de outras maneiras como enterrando os ou dispondo em rios ruas e canais Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 42 TABELA 3 4 Formas em que as fam lias retiram os res duos dos domic lios por rea de resid ncia na Nicar gua As y A goi Urbana Rural Total Formas em que as fam lias retiram os res duos dos domic lios Coletados pelas prefeituras 65 5 1 1 37 0 Deposita os em lix0es autorizados containers 1 1 0 4 0 8 Queimados 21 6 52 4 35 2 Enterrados 2 7 7 3 4 7 Depositados jogados em ruas c rregos de gua e terrenos vagos 5 5 33 6 17 9 Depositados em corpos de gua 0 7 1 6 1 1 Paga que uma terceira pessoa os retire da casa 2 5 0 2 1 5 Compostagem 0 2 3 0 1 5 Outra forma n o especificada 0 2 0 4 0 3 Total 100 100 100 Fonte INEC 2006 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente
117. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM SANEAMENTO MEIO AMBIENTE E RECURSOS H DRICOS GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA Germana Yalkiria Fajardo Pineda Belo Horizonte 2013 GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA Germana Yalkiria Fajardo Pineda Germana Yalkiria Fajardo Pineda GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial obten o do t tulo de Mestre em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos Area de concentra o Saneamento Linha de pesquisa Pol ticas P blicas e Gest o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos Orientador L o Heller Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG 2013 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Fajardo Pineda Germana Yalkiria F1759 Gest o comunit ria para abastecimento de gua em reas rurais manuscrito uma an lise comparativa de experi ncias no Brasil e na Nicar gua Germana Yalkiria Fajardo Pineda 2013
118. a 9 Qual o p blico alvo do Programa 10 Quais os crit rios utilizados para distribui o das cisternas entre munic pios 11 Quais crit rios utilizados para sele o de comunidades 12 Quais crit rios utilizados para sele o de fam lias 13 Existe algum conv nio com o estado 14 Em rela o as metas existem metas estabelecidas Elas t m sido alcan adas 15 Como est o planejamento Qual a demanda 16 Como sua organiza o no momento de execu o do PIMC tem atuado a fim de consolidar a perpetua o do programa por meio da forma o de agentes locais para dar continuidade a o 17 Qual sua opini o a respeito da constru o de parcerias com o poder p blico local 18 E os equipamentos utilizados 19 Como os materiais para constru o de cisternas s o adquiridos 20 Como s o realizadas as entregas e o transporte desses materiais 21 Em sua opini o os 16 mil litros de gua armazenados na cisterna s o suficientes para suprir a necessidade de gua da fam lia 22 Quanto custa uma cisterna 23 Como est organizada a coordena o monitoriza o e execu o do Programa 24 Como a popula o pode fazer sugest es qual o canal de comunica o 200 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG ANEXO B Entrevistas com beneficiados de PIMC Termo de Consentimento Livre Esclarecido Roteiro Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio
119. a o de informa es sobre projetos exitosos promovendo o interc mbio de experi ncias com outras comunidades e 3 Coopera o t cnica mediante desenhos simples pacotes de sistemas de gua aplic veis ao tipo de situa o em estudo ou assist ncia t cnica de engenheiros e funcion rios de sa de MILLER 1979 Constatou se que esta ltima atividade a mais comum sendo uma caracter stica encontrada em todos os estudos consultados Com respeito participa o da comunidade aponta se que seus delegados ou seus representantes deveriam estar envolvidos desde a concep o do projeto Miller 1979 faz o esclarecimento de que a participa o necess ria por raz es de democracia representativa como tamb m para garantir que os benefici rios dos programas compreendam as obriga es a serem assumidas no futuro materiais trabalho e financiamento A esse respeito Mantilla 2011 chama a aten o sobre a import ncia do envolvimento dos benefici rios por outras causas Segundo ele a participa o dos benefici rios primordial j que al m de permitir a apropria o do projeto pelos futuros usu rios do sistema existem maiores possibilidades de que a tecnologia escolhida se adapte s condi es culturais e Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG socioecon micas da comunidade Este autor baseia seu argumento nos resultados de sua avalia o sobre as pol ticas
120. a o de camelos importados da frica com a finalidade de solucionar os problemas de transporte comercial e coadjuvar desta maneira no desenvolvimento da regi o Em 1833 o ministro do Imp rio aprovou as primeiras obras de perfura o de po os artesianos e a udes nos estados do Cear Para ba e Pernambuco sendo estas as primeiras obras para mitiga o dos efeitos das secas ARA J O e RIBEIRO 2008 VILLA 2001 p 23 Uma das solu es sugeridas para enfrentar o problema da seca e gerar desenvolvimento na regi o foi comunicar as guas do rio S o Francisco com as do rio Salgado e do rio Jaguaribe no Cear Na sess o do parlamento de 27 de junho de 1877 o deputado Trist o de Alencar Araripe defendeu esta proposta mesma que j fosse considerada desde 1857 Em teoria com esta a o os problemas das secas seriam resolvidos permanentemente No final a proposta foi descartada igual a 1886 quando o deputado cearense Domingo Jaguaribe introduziu novamente o tema no parlamento Ambas negativas foram causadas pela falta de prioridade do problema frente aos interesses do parlamento cujas discuss es estavam mais centradas em manter o funcionamento das fazendas cafeeiras j que a partir da Lei Rio Branco de 1871 os filhos dos escravos n o nasceriam sob esta mesma condi o social VILLA 2001 p 37 39 Para os deputados era mais urgente discutir esses temas da ordem econ mica que os estragos das secas no Nordeste
121. a foram construidos 230 agudes e perfurou se mais de cem po os Os benef cios econ micos das obras foram t o grandes que ap s os investimentos feitos especialmente na rea de irriga o as exporta es dos estados do Rio Grande do Norte Cear e Para ba foram dobradas VILLA 2001 p 133 136 No entanto o desenvolvimento desencadeado pelo plano de Pessoa n o foi raz o suficiente para que o seguinte presidente Arthur Bernardes continuasse com as obras no Nordeste Para os pol ticos da poca era prioridade melhorar as exporta es de caf j que isto os beneficiaria Por este motivo durante o mandato de Bernardes reduziram se paulatinamente os investimentos para as obras no Nordeste at que em 1926 orientou se a interrup o total das obras em execu o BUCKLEY 2010 VILLA 2001 p 138 Al m da falta de interesse demonstrada pelos governantes seguintes Buckley 2010 afirma que os grandes investimentos efetuados durante o governo de Pessoa n o conseguiram um impacto na maioria da popula o do semi rido devido principalmente abordagem que a IFOCS sucessora da IOCS desde 1919 deu ao problema A grande problem tica da regi o derivava das rela es de desigualdade social produzidas pela concentra o de terra e recursos por parte das elites locais N o obstante a inspetoria optou pela execu o de obras hidr ulicas como solu o nica no lugar das requeridas reformas sociopol ticas BUCKLEY
122. a localiza o dos projetos executados pela ENACAL e os dados referente popula o beneficiada foram abandonados Na visita de campo realizada em 2012 os funcion rios do FISE entrevistados expressaram que a institui o tinha interesse em reativar o SINAS o que indica uma aprendizagem tardia de m todos j utilizados h oito anos A desapari o da DAR foi interpretada pelos entrevistados da sociedade civil como uma das a es desencadeadas para o processo de privatiza o da ENACAL Considerando as privatiza es das hidrel tricas estatais Hidrogesa e a Planta Centroam rica durante o governo do Presidente Enrique Bola os JACKMAN e D AZ 2005 o processo de descentralizac o dos servicos de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio urbano foi percebido como uma t tica para dar participa o empresas privadas Temia se que a transfer ncia de responsabilidade para as prefeituras sem os recursos t cnicos e financeiros provocasse a aprova o de concess es para a administra o dos sistemas e o eventual desatendimento dos interesses locais A sociedade civil tem sido cr tica das pol ticas de descentraliza o dos servi os de abastecimento de gua e da gest o dos recursos h dricos apontando que estas constituem estrat gias legais para facilitar a privatiza o Por conseguinte motivada pelas a es privatizadoras do Estado formou se em 2003 a Alian a pela n o privatiza o e acesso gua
123. a semelhante forma o de grupos populares para organiza o de massas ocorrida na d cada de 1980 orientou se recentemente a cria o dos Conselhos do Poder Cidad o CPC e Conselhos de Lideran a Sandinista CLS Os denominados CPC t m como fun o ser um instrumento para canalizar as demandas da popula o e facilitar a execu o dos programas de governo Estes t m gerado cr ticas devido sua origem partid ria e sua conforma o estrita por militantes do FSLN Segundo seus detratores os CPC favorecem unicamente s pessoas da comunidade que s o sandinistas especialmente aquelas que fazem parte da sua estrutura sendo exclu das as demandas sociais dos n o simpatizantes do partido de governo Segundo os entrevistados da presente pesquisa em alguns casos apresentaram se conflitos entre os CPC e os CAPS a maioria deles relacionados a atitudes pessoais dos l deres do CPC ou interpreta es erradas do papel que o governo confiou a estas estruturas Os problemas n o se limitam ao mbito comunit rio Alguns prefeitos recusam se a trabalhar com pessoas que se identifiquem como sandinistas ou com CAPS dirigidos por sandinistas Ainda quando tamb m se registram experi ncias exitosas de coordena o entre CPC e os CAPS existe o Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG risco de levar as diferen as pol ticas para o campo de a o dos CAPS tal como descrito por u
124. a Nicaragiiense de Acueductos y Alcantarillados Sanitarios ENACAL La Gaceta Diario Oficial Managua DF 20 jan 1998 No 12 p 485 488 Decreto n 109 2004 de 28 de setembro de 2004 Reformas al Decreto No 59 90 Creaci n del Fondo de Inversi n Social de Emergencia FISE La Gaceta Diario Oficial Managua DF out 2004 No 191 Constituci n 1987 Constituci n pol tica de Nicaragua con sus reformas 8 ed Managua Editorial Jur dica 2002a 112 p Lei n 423 de 14 de mar o de 2002 Ley General de Salud La Gaceta Diario Oficial Managua DF 17 maio 2002b No 91 Lei n 620 de 15 de maio de 2007 Ley general de aguas nacionales La Gaceta Diario Oficial Managua DF 4 set 2007 No 169 Dispon vel em lt http legislacion asamblea gob ni Normaweb nsf A11 C0C1931F74480A55062573760075 BD4B OpenDocument gt Acesso em 06 out 2011 Lei n 722 de 19 de maio de 2010 Ley especial de Comit s de Agua Potable y Saneamiento La Gaceta Diario Oficial Managua DF 14 jun 2010 No 111 p 3197 3201 Dispon vel em lt http legislacion asamblea gob ni SILEG Gacetas nsf 0 132b7185bd44c353062577440050fab O SFILE Ley 20N0 20722 20Ley 20especial 20de 20Comit C3 A9s 20de 20A gua 20Potable 20y 20Saneamiento pdf gt Acesso em 06 out 2011 NEVES F C Get lio e a seca pol ticas emergenciais na era Vargas Revista Brasileira de Hist ria S o Paulo v 21 n 40 p 107 1
125. a a reestrutura o dos servi os de gua pot vel e esgotamento sanit rio Entre as mudan as sugeridas estavam reduzir ainda mais o tamanho da institui o promover a descentraliza o e permitir a participa o do setor privado nos servi os de gua pot vel e esgotamento sanit rio principalmente naqueles projetos financi veis pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento BID OPS et al 2004 Portanto em 1998 o INAA dividiu se em duas inst ncias com fun es espec ficas uma delas conservou o nome de INAA e exercia fun es de regula o e supervis o dos servi os de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio das reas urbanas A outra entidade denominada Empresa Nicaraguense de Acueductos e Alcantarillados ENACAL tinha um car ter comercial e estava encarregada da administra o dos sistemas urbanos NICARAGUA 1998 assim como da coordena o das a es para o desenvolvimento nas reas rurais OPS et al 2004 A DAR continuaria funcionando dentro da estrutura do ENACAL com o nome de Ger ncia Nacional de Aquedutos Rurais GAR 2 O BID concedeu Nicar gua um empr stimo no valor de US 114 milh es de d lares americanos destinados realiza o das reformas do Estado O Programa Reforma aos Servi os P blicos NI0041 foi aprovado em 1994 e tinha por objetivo a reestrutura o dos setores de energia abastecimento de gua e esgotamento sanit rio e telecomunica es a fim de defin
126. a de dinheiro s permite arcar com o custo da energia el trica sacrificando a compra dos insumos necess rios para a desinfec o da gua e os gastos administrativos Devido a esta situa o existem per odos em que o sistema n o funciona em virtude de o CAPS n o contar com os recursos necess rios para a reposi o de pe as Das entrevistas efetuadas tanto com o pessoal das prefeituras quanto com os usu rios dos sistemas pode se constatar que ainda contando com fundos provenientes da cobran a de tarifa nas comunidades sempre requerida a interven o das entidades p blicas Esta situa o se evidencia nas solicita es de apoio que chegam s prefeituras no momento de ocorr ncia de falhas maiores nos sistemas comunit rios As prefeituras apoiam as comunidades segundo a disponibilidade financeira devido aus ncia de recursos suficientes 51 para estas tarefas Observou se que a transpar ncia e a boa administra o s o fatores que garantem a sustentabilidade dos sistemas A aplica o de uma administra o eficiente permite a l O Or amento Geral da Rep blica da Nicar gua estipula a aloca o de 10 do or amento anual ao funcionamento das 153 prefeituras existentes no pa s Esta quantidade deve ser utilizada para cobrir parte dos gastos das prefeituras incluindo a opera o destas e os investimentos em projetos sociais Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dri
127. a de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 5 Primeiros protestos contra a FIGURA 5 6 Protesto contra a privatiza o da privatiza o da ENACAL gua Fonte Arquivos de LA PRENSA 2002 Fonte Arquivos da Asociaci n de Educaci n y Comunicaci n La Cuculmeca 2005 FIGURA 5 7 Cartaz utilizado no protesto FIGURA 5 8 Protesto contra a privatiza o da contra a privatiza o da gua gua BL INU a VA AME a pa AE EA MAD DIOS PEDIDO NO HAY VICTORIAS LA PRM DEL AGUA 07 POL NA Fonte Arquivos da Asociaci n de Educaci n y Fonte Arquivos de El Nuevo Diario 2004 Comunicaci n La Cuculmeca 2005 O resultado de maior import ncia nesse per odo foi a realiza o de um processo de difus o e consulta em 65 munic pios dos 143 do pa s da proposta da Lei Geral de guas Nacionais apresentada pelo executivo Este processo culminou com a introdu o em 2004 de duas contrapropostas de lei elaboradas pela Alian a e pela Rede Nacional de Defesa dos Consumidores JACKMAN e D AZ 2005 Os aspectos gerais da Lei de guas Nacionais foram aprovadas em 2005 ASAMBLEA NACIONAL 2005 Segundo a sociedade civil o texto final conservou principalmente a proposta do governo com enfoque privatizador e rejeitou a maioria das propostas das organiza es civis JACKMAN e D AZ 2005 No entanto a introdu o de
128. a gest o e execu o de pol ticas p blicas com esta finalidade As entidades que d o atendimento s reas rurais s o denominadas subsetor rural OPS et al 2004 p 344 Para esta se o ser o utilizados os termos setor e subsetor como uma refer ncia direta das defini es antes descritas 2 O Frente Sandinista de Libera o Nacional FSLN uma organiza o pol tico militar baseada no marxismo e visando ao comunismo fundada por Carlos Fonseca Amador em 1963 com o objetivo de lutar contra a ditadura da fam lia Somoza 58 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG de justi a a corte de apela es o tribunal superior do trabalho as for as armadas e demais estruturas de poder NICARAGUA 1979a Desde esse momento a pol tica interna no pa s mudou drasticamente voltada para os problemas sociais Muitas das empresas privadas foram nacionalizadas deu se a reforma agr ria e a jornada nacional de alfabetiza o As institui es governamentais foram criadas novamente incluindo aquelas respons veis pelo abastecimento de gua Desta forma o setor teve mudan as radicais com o surgimento de novas estruturas com novos objetivos e especialmente com novas pol ticas e prioridades Em 1979 constituiu se a Junta Governativa de Reconstru o Nacional a qual funcionou at 1985 Essa estrutura cuja fun o era equivalente do poder executivo estava conformada por cinc
129. a na Nicar gua 42 TABELA 3 4 Formas em que as fam lias retiram os res duos dos domic lios por rea de residencia n Nicar oU re 43 TABELA 4 1 Distribui o dos participantes da pesquisa no Brasil por grupo aos quais peftenciaM aiii ESE ES Aa E aS T Ea VA N Ea ia ESS ESES 47 TABELA 4 2 Distribui o dos participantes da pesquisa na Nicar gua por grupo aos quais perteni sssini iseseisva Ai 52 TABELA 4 3 Nomenclatura de codifica o utilizada para a an lise de conte do das entrevistas iii atea 55 xiii Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG LISTA DE ABREVIATURAS ACDI Ag ncia Canadense para o Desenvolvimento ACICAFOC Asociaci n Coordinadora Ind gena y Campesina de Agroforester a Comunitaria Centroamericana ANA Ag ncia Nacional de guas AOS Ajuda Obreira Su a AP1MC Associa o Programa Um Milh o de Cisternas ASA Articula o Semi rido Brasileiro ASA PB Articula o no Semi rido Paraibano BID Banco Interamericano de Desenvolvimento BM Banco Mundial BNB Banco do Nordeste do Brasil CAPS Comit s de gua Pot vel e Saneamento CARE Cooperative for American Relief Everywhere CEM Comiss es Executoras Municipais CEPAL Comiss o Econ mica para a Am rica Latina e o Caribe CGU Controladoria Geral da Uni o CNBB Confer ncia dos Bispos do Brasil CNPq Conselh
130. a ocorr ncia de diarreia durante um per odo de 60 dias em 21 domic lios os pesquisadores determinaram que as pessoas que contavam com cisternas nos seus domic lios diminu am em 73 o risco de ocorr ncia de epis dios diarreicos em rela o quelas que n o contavam com uma Al m da diminui o percentual na sua ocorr ncia a dura o m dia de epis dios de diarreia foi 1 5 vezes menor nos domic lios com cisterna Ao igual que Luna et al 2011 Silva 2012 e Fonseca 2012 realizaram estudos epidemiol gicos para avaliar o impacto na sa de de pessoas que consomem gua de chuva armazenada nas cisternas constru das dentro do marco do Programa um milh o de Cisternas PIMC Ambos os estudos foram realizados em dois munic pios do Vale do Jequitinhonha MG Chapada Norte e Berilo com 664 crian as menores de cinco anos divididas em dois grupos 1 um grupo de 332 crian as que possu a cisternas em suas resid ncias e 2 um grupo de 332 crian as que utilizava gua de outras fontes A pesquisa de Silva 2012 foi desenvolvida como um estudo transversal que avaliou a qualidade da gua e indicadores de sa de como presen a de Gi rdia de parasitas de transmiss o feco oral TFO e a ocorr ncia de epis dios diarreicos O estudo verificou que as amostras da gua consumida tanto pelas crian as que ingeriam gua de cisterna quanto pelas que n o o faziam estavam contaminadas com Escherichia coli em 77 e 57 5 dos cas
131. a qualidade da gua que est sendo consumida pelos usu rios dos sistemas gerenciados pelos CAPS Por este motivo recomenda se a realiza o de um diagn stico nacional dos sistemas comunit rios a fim de coletar informa es sobre a qualidade da gua fontes de contamina o e poss veis solu es 162 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG REFER NCIAS ABRAMOVAY R Fun es e medidas da ruralidade no desenvolvimento contempor neo In INSTITUTO DE PESQUISA ECON MICA APLICADA IPEA Texto para Discuss o Rio de Janeiro IPEA jan 2000 n 702 AB S BER A Os dom nios de natureza no Brasil potencialidades paisag sticas 7 ed S o Paulo Ateli Editorial 2012 158 p ALVES Joaquim Hist ria das Secas s culos XVII a XIX ed fac simile 1953 Cole o Biblioteca B sica Cearense Fortaleza Funda o Waldemar Alc ntara 2003 Dispon vel em lt www colecaomossoroense org br gt Acesso em 10 mar 2012 ARA JO Vanessa Marzano RIBEIRO Eduardo Magalh es As guas no rural do semi rido mineiro uma an lise das iniciativas para regularizar o abastecimento em Janu ria In SEMIN RIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA 13 2008 Diamantina Anais eletr nicos Diamantina CEDEPLAR UFMG 2008 Dispon vel em lt http www cedeplar ufmg br seminarios economia mineira diamantina 2008 2 php gt Acesso em 10 out 2011 ARTICULA O SEMI RIDO BRASILEIRO
132. acter sticas socioculturais da popula o na formula o dos projetos A participa o da popula o garante n o s a sele o da tecnologia mais adequada como tamb m permite a coleta de informa es importantes para o processo de formula o convertendo a comunidade em parceira do projeto Por exemplo os moradores da comunidade apoiam o censo da popula o colaboram com a localiza o das poss veis fontes de abastecimento s o intermedi rios entre os financiadores e propriet rios dos terrenos para a instala o de reservat rios caso sejam necess rios e garantem as permiss es para a implanta o das tubula es atrav s das propriedades privadas 4 Dota es m nimas pontos p blicos para abastecimento de gua 30 40 litros pessoa dia Ippd sistemas com conex es domiciliares 50 60 Ippd po os 20 30 Ippd ANAA 2001 p 4 90 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Atualmente os projetos de abastecimento de gua est o se tornando intervenc es integrais procurando a incorpora o dos diferentes elementos do saneamento ambiental A experi ncia mostrou que o abastecimento de gua sem as tecnologias necess rias para o esgotamento sanit rio nem a educa o sanit ria adequada podem produzir resultados adversos Sem esses elementos incrementa se o risco de contamina o tanto das fontes de gua como do ambiente em geral Isto pode incidir na prolif
133. akers In this context there is the idea that models of community management could help achieve the universalization of these services and the solutions is commonly used in rural areas of developing countries in Africa Asia and Latin America Nevertheless in countries such as Brazil and Nicaragua there are that innovations in the application of these models Looking for inclusion of their needs on the public agenda coincident in time with the interest of the States to delegate some of their functions civil society became an active participant in the formulation and management of public policies generating the need to implement programs or legislative frameworks covering their cooperation Considering that this participation of civil society has caused changes still little understood both in Brazil and in Nicaragua the present study aims to analyze these experiences through the study of cases in both countries To meet the goals set by this research were used qualitative methods performing an intersection of information between documentary research bibliographic research and interviews This study used official documents of different actors in the sanitation sector that act in the rural areas in the respective countries including agreements laws regulations and reports as well as studies by other researchers Interviews were conducted in depth semi structured with the key stakeholders in government civil society organizations and the users
134. alidade de gest o racional das guas sem comprometer sua futura disponibilidade 31 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Ap s discutir o tema da sustentabilidade dos sistemas coletivos apresentam se d vidas relacionadas ao uso alternativo das tecnologias individuais Por exemplo ser o os problemas de sustentabilidade da gest o comunit ria de sistemas coletivos iguais queles onde se aplicam tecnologias individuais Ou s o simplesmente a pulveriza o dos problemas j identificados com os coletivos Poderiam as pol ticas p blicas direcionadas popula o dispersa nas reas rurais serem consideradas experi ncias de gest o comunit ria Na literatura consultada a gest o comunit ria para abastecimento de gua refere se geralmente aos sistemas coletivos Portanto faz se importante destacar dois pontos 1 que a aplica o de solu es tecnol gicas individuais se insere no ciclo de projeto antes descrito com a exce o de que em alguns casos a opera o e a manuten o s o feitas de forma individual no lugar de coletiva e 2 um projeto ou programa considera se comunit rio pelas motiva es e pela participa o da comunidade e n o por uma etapa espec fica tal como descreve o Centro de A o Comunit ria 2001 p 13 Um projeto comunit rio caracteriza se pela intera o de interesses comuns na solu o de problemas percebidos por um conjunto de pessoas
135. almente para a popula o mais pobre do semi rido Os problemas de disponibilidade h drica no semi rido n o s o novidade Desde os tempos da Col nia t m se registros de secas e dos seus catastr ficos efeitos na popula o que mora no semi rido raz o pela qual tem se identificado como regi o problema A primeira men o de uma seca data do ano de 1552 quando o padre Antonio Pires relatou sobre quatro a cinco anos sem chuva em Pernambuco VILLA 2001 p 17 Em 1583 o padre Fern o Cardim escreveu uma cr nica sobre sua viv ncia no semi rido Ele descreve como entre quatro e cinco mil ndios sa ram do Sert o de Pernambuco desesperados diante da falta de gua e comida procurando ajuda nas casas dos brancos CARDIM 1939 p 292 Ao longo da hist ria o drama vivenciado pelos nordestinos tem se repetido constantemente Somente durante o s culo XX registraram se oito secas algumas delas com dura es Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG superiores a um ano 1915 1931 1951 1953 1958 1970 1979 1984 1992 1993 e 1998 1999 ASA 1999 VILLA 2001 No ano de 2012 enfrentou se a pior seca dos ltimos 30 anos BRASIL 2012 pelo que o problema de acesso aos recursos h dricos e as consequ ncias de sua aus ncia continuam sendo um tema de atualidade Referindo se seca do per odo de 1979 a 1984 Garcia 1984 salienta que ainda com o car ter c clico do
136. alpa Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG AP NDICE B Entrevistas com benefici rios usu rios dos Sistemas de Abastecimento de gua gerenciado pelos CAPS na Nicar gua Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Ficha de Informac o B sica Roteiro vers o em espanhol Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos MENS GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Respetable se or a Por este medio se le invita a participar del estudio que tiene por objetivo conocer como funcionan los comit s de abastecimiento de agua potable y saneamiento en la localidad donde usted vive Su participaci n es importante pues contribuir en la generaci n de conocimientos que podr n ser utilizados para la formulaci n y ejecuci n de proyectos de abastecimiento de agua En caso que tenga voluntad de participar sepa que su nombre no ser revelado bajo ninguna circunstancia Usted no ser identificado cuando el material de su registro sea utilizado para la publicaci n cient fica o educativa El m todo a ser utilizado es una entrevista en la cual responder
137. amento que agem nas reas rurais dos respectivos pa ses Entre as fontes selecionadas encontram se conv nios leis regulamentos e relat rios os quais atendem aos par metros aceitos pela pesquisa documental que se caracteriza pela utiliza o de materiais que n o receberam ainda um tratamento anal tico ou que podem ser novamente tratados segundo os objetivos da pesquisa GIL 1989 p 73 No caso do Brasil consultou se estudos publicados sob forma de trabalhos acad micos livros e artigos sobre a situa o local a o n o efetuada na Nicar gua devido aus ncia de pesquisas e publica es sobre o tema 4 2 Entrevistas Na realiza o das entrevistas optou se pela amostragem por tipicidade que um tipo de amostragem n o probabil stica e consiste em selecionar um subgrupo da popula o que com base nas informa es dispon veis possa ser considerado representativo de toda a popula o GIL 1989 p 97 Na sele o do subgrupo da popula o considerou se como crit rio de amostragem que os atores chave estivessem envolvidos de forma direta na gest o dos sistemas de abastecimento de gua em reas rurais Procurou se a varia o m xima na amostra de modo que se explorassem os discursos poss veis sobre o tema Selecionaram se atores chave das diferentes esferas principalmente do poder p blico da sociedade civil organizada e dos usu rios dos sistemas de abastecimento de gua Para localiza
138. an as e adolescentes em situa o de risco e mortalidade infantil e o n vel de renda tomando como fontes o Data SUS o IDH e o IBGE BRASIL 2011 ASA e FEBRABAN 2003 Uma vez selecionadas as comunidades os atores locais convocam uma reuni o para apresentar o programa e explicar os crit rios de sele o das fam lias o calend rio de atividades e a din mica do programa ASA e FEBRABAN 2003 Para serem eleg veis como benefici rias as fam lias devem cumprir com os requisitos de estarem inclu das no Cadastro nico do Governo Federal residir permanentemente na rea rural contar como uma renda de at meio sal rio m nimo por membro e carecer de acesso ao sistema p blico de abastecimento de gua Considera se como priorit rias aquelas fam lias cujo papel de chefe desempenhado por uma mulher com crian as entre as idades de O a 6 anos com crian as e adolescentes frequentando a escola adultos com idade igual ou superior a 65 anos e os portadores de necessidades especiais BRASIL 2011 ASA e FEBRABAN 2003 Segundo a disponibilidade de cisternas por comunidade estas s o designadas s fam lias que cumpram com o maior n mero dos crit rios anteriormente citados O programa prev que em caso de empate entre poss veis benefici rios deve se avaliar o caso segundo a ordem dos crit rios Caso persista o empate deve se realizar um sorteio ou considerar outro crit rio acordado pela comunidade BRASIL 2011 ASA e
139. anciamiento Mantenimiento de la infraestructura 12 Normalmente c mo se financian los sistemas 13 El financiamiento que reciben es solo para infraestructura o existe para otros tipos de gastos como mantenimiento o capacitaci n Tema 4 Participaci n social 14 De qu forma los pobladores se involucran en las actividades del comit y C mo se fomenta esta participaci n Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 15 Qu tipo de participaci n tienen las mujeres dentro de los comit s Y dentro de las directivas Tema 5 Calidad Cantidad de agua 16 Qu tipo de procedimiento se sigue para constatar la calidad de las fuentes de agua utilizadas 17 Qu tipo de tratamiento recibe el agua antes de llegar a los usuarios 18 Hay alguna norma que especifique los usos que se le puede dar a esta agua y cu nto debe de ser lo suministrado para cada familia Tema 6 Desaf os de los CAPS 19 Seg n su opini n cu les son las limitantes que deben ser superadas para fortalecer la gesti n de los Comit s 192 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG AP NDICE D Detalhe de codificac o das entrevistas Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Detalhe de informac o sobre os entrevistados do Estudo Tipo de entrevistado Benefici rio 1 Benefici rio 2 Benefici
140. anda de forma semelhante aos propostos pelos pesquisadores do Banco Mundial 1993 e a abordagem orientada pela demanda Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Contudo ainda existem problemas que atentam contra a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua em especial a vulnerabilidade da sua localiza o e algumas defici ncias administrativas Este ltimo problema o mais comum e est relacionado diretamente frequ ncia das capacita es e ou assessoria sobre temas administrativos recebidos pelas dire es desde o in cio dos projetos e principalmente durante a etapa de opera o destes Em compensa o existem outros fatores positivos que podem incidir na sustentabilidade dos sistemas como a apropria o dos sistemas mesmos por parte dos usu rios a coes o das comunidades e principalmente a assist ncia t cnica e capacita o frequente por parte das ONGs locais para a transfer ncia de conhecimentos os quais podem reduzir o impacto dos problemas detectados 108 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 4 Evolu o hist rica das pol ticas p blicas para abastecimento de gua nas reas rurais do Semi rido Brasileiro Com esta se o n o se pretende descrever em profundidade as pol ticas p blicas ou as a es efetuadas pelo Estado desde os tempos da Col nia mas se esbo ar a evolu o des
141. andonado os sistemas e a grande maioria n o realiza a desinfec o da gua pode se inferir que os objetivos dos projetos para abastecimento de gua n o foram cumpridos em sua totalidade 5 1 4 Per odo 2007 2012 Como resultado das elei es presidenciais de 2006 o FSLN voltou ao governo 16 anos ap s t lo deixado Este partido prop s novamente as pol ticas sociais como eixos do seu programa de governo ainda que estas fossem mais moderadas e menos pol micas do que as utilizadas na d cada de 1980 Declarou se novamente gratuita a educa o e a sa de fizeram se projetos de constru o de casas para a popula o pobre e concederam se microcr ditos para pessoas de baixa renda com a finalidade de desenvolver alguma atividade econ mica que lhes possibilitasse receita adicionais No aspecto legislativo o novo governo aprovou a Lei Geral de guas Nacionais em maio de 2007 Com ela tentou se dar alguma resposta s demandas da sociedade civil proibindo a privatiza o dos servi os de abastecimento de gua e assegurando que estes seriam sempre responsabilidade do Estado Este resultado foi congruente com a linha pol tica do novo governo j que o FSLN declarou se sempre contra as privatiza es dos bens do Estado Esta posi o foi expressada pelo Presidente Daniel Ortega no seu primeiro discurso em janeiro de 3 Reforma agr ria confisca o de propriedades controle da economia e reduzida participa o do s
142. aneamento rural j que estes deviam ser uma 2 Em n vel central foi reduzido o n mero de trabalhadores de 1900 no in cio de 1990 a 400 em 1996 Em geral o n mero de empregador por conex o variou de 15 10 em 1990 a 6 42 em 1996 INAA 1996 65 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG solu o integral e abranger tr s componentes b sicos a gua pot vel as latrinas e a educa o sanit ria RASNIC et al 1998 A coopera o j fornecida desde a d cada de 1980 por COSUDE CARE e UNICEF continuou e se incrementou com o apoio da Organiza o Pan americana da Sa de OPAS e em diferentes momentos Ajuda Obreira Su a AOS a Ag ncia Canadense para o Desenvolvimento ACDI Servi o Holand s de Coopera o T cnica e Social para o Desenvolvimento SNV a Ag ncia Su a para o Desenvolvimento Internacional SWISSAD IBIS da Dinamarca a Uni o Europeia e o Banco Kreditasnstalt Fur Wiederaufbau KFW INAA 1996 RASNIC et al 1998 Esses investimentos tiveram seu impacto elevando o abastecimento de gua de 18 em 1990 a 30 1 em 1996 INAA 1996 Em 1994 o governo criou o Programa de Reforma e Moderniza o do Setor P blico PRMSP com o objetivo de modernizar a administra o p blica tornando a mais compacta forte eficiente e gil Como parte do PRMSP realizaram se diagn sticos institucionais dos quais resultaram propostas par
143. apacidade de armazenamento maior do que as t picas caixas de gua feitas em PVC ou outros recipientes tradicionais para armazenamento a cisterna permite o acesso imediato a uma quantidade consider vel de gua de boa qualidade e pr xima da moradia Al m de a cisterna ser uma fonte de abastecimento confi vel Tavares 2009 exp s a exist ncia de alguns fatores que provocam uma dura o reduzida da gua contida nela que muitas vezes n o supera o tempo de estiagem Este problema ocorre quando 1 as fam lias t m mais de cinco integrantes situa o verificada em 24 das fam lias entrevistadas por 143 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Gomes 2012 e 2 h utilizag o do recurso para outras atividades n o previstas no Programa Ainda quando se instrui os usu rios sobre os usos da gua da cisterna identificou se na pesquisa que na maioria dos casos esta utilizada para todas as necessidades da fam lia incluindo beber cozinhar lavar a lou a e a roupa tomar banho e at na irriga o de hortas ou para cria o de animais Dos 15 entrevistados que utilizavam a cisterna somente dois declararam que utilizavam sua gua exclusivamente para beber e cozinhar dois falaram que a utilizavam para outras necessidades da casa excluindo beber e cozinhar j que os telhados das casas estavam em mau estado Nesses dois casos os entrevistados utilizavam a gua da chuva pa
144. ara sua constru o o a ude Acarape 15 anos o a ude Soledade 21 e o a ude de Gaegalheira no Rio Grande do Norte cuja constru o durou mais de 42 anos A IFOC argumentava que a mesma car ncia de gua para uso nos projetos e a falta de pessoal t cnico ocasionavam os atrasos nas obras Mesmo que os argumentos de IFOC fossem corretos at o pr prio presidente Vargas foi cr tico desta institui o qualificando a como inoperante e carente de planejamento raz o pela qual n o apresentava uma solu o definitiva ao problema da seca VILLA 2001 p 156 161 176 O contexto hist rico em que ocorreu a seca de 1942 foi totalmente distinto Em adi o s medidas j utilizadas o governo capitalizou a amea a da segunda guerra mundial para justificar o seu autoritarismo e executar desta forma um maior controle sobre o mercado de alimentos e trabalho A reduzida capacidade das obras p blicas em absorver a m o de obra fomentou o redirecionamento dos retirantes para os seringais da Amaz nia desta vez considerando o incremento da demanda internacional de borracha ocasionada pelo conflito b lico NEVES 2001 A produ o de borracha para satisfazer as necessidades dos Estados Unidos da Am rica tornou se um labor patri tico raz o pela qual os imigrantes que trabalharam nos seringais ficaram conhecidos como soldados da borracha VILLA 2001 161 165 Com a finalidade de determinar as reas a serem atendidas pelo govern
145. ariar o dimensionamento das cisternas segundo o n mero de membros das fam lias isto para os casos em que as fam lias s o compostas por mais de 5 pessoas Mesmo que exista um padr o para facilitar os c lculos do 66 E cao eb z os Essas condi es seriam mau estado do telhado que este n o apresente a rea m nima requerida para encher a cisterna domic lios com n mero de moradores maior do que a m dia estimada conforme idealizado pelo Programa 153 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG custo da cisterna poderia ser considerado algum n vel de flexibilidade tendo em vista que como foi constatado nas entrevistas existem fam lias com dois membros mas tamb m existem outras com at 10 membros A esse respeito Bonif cio 2011 sugere que para suprir a demanda de gua das fam lias o programa poderia considerar o fornecimento de um reservat rio adicional Gomes 2012 tamb m fez recomenda es a esse respeito entre elas considerar a amplia o da capacidade de armazenamento das cisternas e a possibilidade de concess o de financiamentos para melhorar os telhados que n o apresentam condi es para tornar se rea de capta o Considerando o hist rico de pol ticas implementadas no semi rido pode se afirmar que o PIMC a primeira pol tica que promove melhorias nas condi es de vida das pessoas que moram na regi o ao proporcionar meios de captar e ar
146. as an lise de casos espec ficos de interesse como o surgimento de uma pol tica em uma sociedade ou uma organiza o particular 3 Estudos de resultados de pol ticas studies of policy outputs pretende quantificar e comparar as diferen as de resultados obtidos desde o ponto de vista econ mico social ou tecnol gico 4 Estudos de avalia o evaluation studies voltados medi o do impacto das pol ticas sobre a popula o Esse tipo de estudo pode ser descritivo ou prescritivo 5 Informa o para a elabora o de pol ticas information for policy making consiste na an lise classifica o e fornecimento de dados para o processo decis rio visando sempre a elei o da melhor alternativa 6 A defesa de processos process advocacy pretende melhorar ou acionar estruturas governamentais atrav s da complementaridade dos seus componentes e a execu o de tarefas pontuais 7 A defesa de pol ticas policy advocacy consiste na incorpora o de elementos espec ficos na elabora o de uma pol tica geralmente incentivados por um grupo de press o Por outro lado Frey 2000 afirma que dentro do campo de policy analysis existem tr s dimens es de an lise 1 An lise de polity que estuda as institui es pol ticas sua estrutura sua ordem pol tica administrativa e jur dica 2 An lise de politics que aprofunda a abordagem dos processos pol ticos explorando as conjunturas cr ticas e as posi es dos a
147. as as quais eram responsabilidade de diferentes institui es No in cio dos anos de 1960 a capital era abastecida de gua por meio da Empresa Aguadora de Managua EAM vinculada ao Minist rio de Fomento e Obras P blicas e o servi o de esgotamento sanit rio era prestado pela Junta Nacional de Assist ncia Social As municipalidades eram respons veis pelos sistemas nas cabeceiras departamentais como Granada Chinandega Le n Jinotega Matagalpa Masaya Masatepe e Chichigalpa No caso dos demais sistemas das cabeceiras municipais o atendimento era garantido pelo SERMUNIC OPS et al 2004 p 27 57 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Em 1967 conforme decreto n 1 349 foi instaurado no Minist rio de Sa de P blica o Departamento Nacional de Acueductos y Alcantarillado DENACAL que substituiu o SERMUNIC e concentrou a administra o dos sistemas de abastecimentos de gua e esgotamento sanit rio de Man gua NICARAGUA 1967 No ano de 1979 estimava se que a popula o total do pa s era de 2 644 161 habitantes distribu da em partes iguais nas reas urbanas e rurais as quais tinham uma cobertura do servico de abastecimento de gua de 63 e 6 respectivamente para uma m dia nacional de 35 INAA 1989 INAA 1988 Como se pode observar as iniciativas do setor dedicado ao abastecimento de gua e esgotamento sanit rio eram muito incipientes antes da d
148. as de constru o das mesmas A experi ncia obtida com esses pequenos projetos indicou a necessidade de programas educativos que incentivassem a conviv ncia com o semi rido e o uso apropriado das guas Posteriormente a EMBRAPA e o IRPAA combinaram esfor os e organizaram v rios Simp sios Brasileiros de Capta o de gua de Chuva promovendo a este tipo de tecnologia PASSADOR et al 2010 ABCMAC 2012 A abertura pol tica experimentada no final da d cada de 1980 propiciou o fortalecimento dos movimentos sociais os quais exteriorizaram suas demandas ante o poder p blico de forma mais en rgica Como exemplo das a es realizadas nesse sentido pode se citar a ocupa o em Recife da SUDENE em 1993 demandando respostas mais efetivas aos efeitos da seca Ap s esta a o realizou se o Semin rio de A es Permanentes para o Desenvolvimento do Semi rido Brasileiro com a participa o da SUDENE Em 1993 formou se a Articula o no Semi rido Paraibano ASA PB e o F rum Seca em 1991 a es que de alguma forma contribu ram com o surgimento da ASA A exist ncia da ASA PB impulsionou a coes o das diferentes organiza es atuantes no semi rido j que disponibilizou um importante espa o de discuss o onde as organiza es que a conformavam podiam compartilhar suas experi ncias e organizar futuras a es conjuntas Esta organiza o tornou se um sujeito pol tico que criticou as pr ticas de assistencialismo e
149. aterial salobro e o processo de cura do concreto para evitar perdas na resist ncia deste C RITAS 2002 ASA e FEBRABAN 2003 BRASIL 2011 Deve se utilizar gua pot vel na constru o sendo este o principal problema vivenciado devido dificuldade de encontr la nesse estado no semi rido rural C RITAS 2002 Este fato foi confirmado nas entrevistas dos funcion rios das organiza es locais os quais atribu ram a esse problema os maiores atrasos durante o per odo de constru o No caso de n o serem seguidas todas as recomenda es durante a constru o da cisterna podem ocorrer vazamentos A este respeito dois dos 15 entrevistados deste estudo registraram que suas cisternas vazaram imediatamente ap s a constru o mas foram consertadas e o problema foi solucionado em um dos casos No outro a entrevistada assegurou que sua cisterna continuava vazando ainda ap s o reparo Problemas como esses j foram registrados em outras pesquisas Das 117 cisternas cadastradas durante a pesquisa de Silva 2006 no Munic pio de Ara ua 37 apresentaram problemas de vazamentos e 15 tinham trincas ou rachaduras sem vazamentos De forma semelhante o estudo de Santos e Silva 2009 no munic pio de Tobias Barreto estado de Sergipe registrou que 32 26 dos 31 entrevistados indicavam que suas cisternas tinham rachaduras e ou vazamentos Este tipo de problema n o se limita ao mbito do PIMC Numa experi ncia semelhante no
150. bjetivos tra ados pela presente pesquisa foram utilizados m todos qualitativos realizando um cruzamento de informa es entre pesquisa documental pesquisa bibliogr fica e entrevistas Neste estudo foram utilizados documentos oficiais de diferentes atores do setor de saneamento que atuam nas reas rurais dos respectivos pa ses entre eles conv nios leis regulamentos e relat rios assim como estudos realizados por outros pesquisadores Realizaram se entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado com atores chave do poder p blico da sociedade civil organizada e dos usu rios dos sistemas de abastecimento de gua Para o caso do Brasil foi realizado um total de 47 entrevistas com pessoas envolvidas na execu o do PIMC no per odo compreendido entre fevereiro 2009 e novembro de 2010 Na Nicar gua efetuou se um total de 23 entrevistas entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2012 Como resultado pode se afirmar que em ambos os casos as rela es Estado sociedade est o mudando a sociedade civil passando a ser propositora e participante ativa na execu o das pol ticas p blicas de abastecimento de gua A evolu o dessas rela es mostra n o s o amadurecimento da sociedade como tamb m que as tend ncias e prioridades dos governantes podem fazer a principal diferen a mostrando que o abastecimento de gua depende principalmente da vontade pol tica desses agentes Na pesquisa evidenciou se tamb m que a parti
151. c pio de aprender fazendo Ao analisar a metodologia de capacita o utilizada explica se a fluidez e o dom nio que os entrevistados dos CAPS sejam usu rios ou membros da dire o mostraram sobre temas relacionados import ncia da recarga h drica das bacias ao marco legislativo nacional das guas import ncia da cobran a de tarifas para a sustentabilidade do sistema e preserva o do meio ambiente Mas percebeu se que este dom nio maior nas comunidades que ap s a forma o dos CAPS t m sido capacitadas sistematicamente pelas ONGs locais 4 M todo de desinfec o solar da gua conhecido como M todo SODIS pelas siglas em ingl s Solar Water Disinfection O m todo utilizado em pa ses em desenvolvimento para desinfec o da gua para consumo humano uma t cnica utilizada no n vel domiciliar que consiste em colocar a gua em garrafas pl sticas transparentes e expor ao sol durante um per odo de aproximado de 6 horas O efeito do calor e dos raios ultravioleta inativam alguns tipos de pat genos v rus bact rias e helmintos causadores de diarreia SOLER et al 2010 93 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 3 3 Implantac o constru o do sistema Para a constru o do sistema formado um comit de seguimento cuja fun o apoiar a execu o do projeto realizando atividades como o armazenamento do material de constru
152. ca que este tipo de atividade ou avalia es n o tenham sido realizados em outras comunidades No entanto n o foram identificados na literatura consultada ind cios de que este processo tivesse sido realizado A an lise das entrevistas evidencia a necessidade de um processo de avalia o que aborde a operacionaliza o do Programa desde o n vel local permitindo conhecer e discutir pr ticas que possam aumentar os riscos de contamina o da gua e formas de minimiz las Poderiam portanto ser alvo das discuss es a efetividade dos m todos de capacita o e suas poss veis modifica es e as altera es necess rias para continuar melhorando a tecnologia empregada considerando que as pesquisas registram que entre 32 e 37 das cisternas apresentam vazamento Outros elementos a serem ponderados s o educa o sanit ria para melhoria de h bitos de higiene desenvolvimento de a es ou elabora o de protocolos de a o que apontem meios para que as fam lias que residem em moradias que n o possuem condi es consideradas adequadas para a constru o das cisternas tamb m possam ter acesso gua de chuva Pelo anteriormente descrito percebem se v rios pontos de import ncia dentro do Programa que ainda precisam ser revisados discutidos acrescentados e talvez modificados J outros pesquisadores realizaram algumas sugest es relativas aos pontos antes expostos Passador et al 2010 sugeriram a possibilidade de v
153. cas equivocadas para o semi rido Para sustentar este argumento utilizado na Declara o do Semi rido Brasileiro a ASA exp s que com um quarto dos dois bilh es de reais utilizados pelo Governo Federal entre junho de 1998 a dezembro de 1999 para a distribui o de cestas de alimentos e frentes produtivas poderiam ser constru das cisternas de placas para armazenamento de gua da chuva que beneficiariam muitas fam lias do semi rido Com isto instava se a acabar com as pr ticas assistencialistas e emergenciais assim como investir em solu es que mudassem permanentemente as condi es de vida dos moradores do semi rido Em 2000 a ASA realizou uma parceria com o Minist rio do Meio Ambiente MMA para a execu o de um projeto piloto para a constru o de 500 cisternas Outra parceria semelhante Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG foi instaurada com a Ag ncia Nacional de guas ANA para construir 12 400 cisternas que no final foram 12 750 ASA e FEBRABAN 2003 D ALVA e FARIAS 2008 PASSADOR et al 2010 Com estas a es a ASA foi ganhando espa o de atua o entre as institui es p blicas assim como prest gio e credibilidade destacando se o seu desempenho compromisso e transpar ncia na execu o dos recursos p blicos Isto levou possibilidade da participa o da ASA em um programa de maior envergadura Assim com o apoio do Minist rio do Meio A
154. caso dos entrevistados que moram pr ximo aos cursos d gua estes ressaltaram a import ncia da cisterna para os mesmos especialmente no per odo de chuvas j que as guas dos cursos d gua t m alta turbidez o que impossibilita o seu uso e consumo Do total de entrevistados somente tr s afirmaram n o mesclar as guas dentro da cisterna Os demais mencionaram que armazenavam na cisterna al m das guas de chuva guas dos carros pipa de rios ou de po os Este comportamento semelhante ao identificado na pesquisa de Fonseca 2012 na qual 40 dos entrevistados afirmaram utilizar a cisterna para o armazenamento de gua dessas fontes Da mesma maneira Passador et al 2010 constataram que 75 dos seus entrevistados armazenavam gua dos carros pipa na cisterna no momento da realiza o do estudo No que se refere opera o da cisterna o principal problema mencionado foi a pouca praticidade no uso da bomba manual Segundo os entrevistados a utiliza o desse dispositivo dificulta a extra o da gua j que a falta de precis o provoca derramamento do l quido para fora dos recipientes de coleta prolongando assim o tempo necess rio para ench los Os mesmos entrevistados afirmam que a extra o direta por meio da inser o de vasilhames dentro da cisterna mais r pida e pr tica Dos 10 domic lios que possu am a bomba sete n o a utilizavam pois estava avariada sem possibilidade de conserto Em outr
155. cesso 10 nov 2012 Criado comit de combate seca no Semi rido 2012 Dispon vel em lt http www brasil gov br noticias arquivos 2012 05 09 criado comite de combate a seca no semiarido gt Acesso 22 nov 2012 BRISCOE J DE FERRANTI D Water for rural communities helping people help themselves Washington D C The World Bank 1988 apud KLEEMEIER E The impact of participation on sustainability An analysis of the Malawi rural piped scheme program World Development v 28 n 5 p 929 944 2000 BRUM M La evaluaci n de las pol ticas p blicas problemas metodolog as aportes y limitaciones Revista de Administraci n P blica Mexico D F n 84 p 167 197 jan jun 1993 BUCKLEY E E Drought in the sert o as a natural or social phenomenon establishing the Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas 1909 1923 Boletim do Museu Paraense Em lio Goeldi Ci ncias Humanas Bel m v 5 n 2 p 379 398 maio ago 2010 CAPDEVILA J P bito y resurrecci n del an lisis DAFO Avanzada Cient fica Matanza v 14 n 2 p 1 11 2011 CARDIM F Tratado da Terra e Gente do Brasil 2 ed S o Paulo Companhia Editora Nacional 1939 379 p C RITAS BRASILEIRA Construindo a solidariedade no semi rido cisterna de placas Bras lia s n 2002 66 p CASTRO I E MAGDALENO F S O imagin rio da pobreza e a implanta o industrial no semi rido nordestino Anu rio do Instituto de Geoci
156. chuva e seus impactos na sa de infantil uma coorte em Berilo e Chapada do Norte Minas Gerais 210 f Dissertac o Mestrado em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 FREY K Pol ticas p blicas um debate conceitual e reflex es referentes pr tica da an lise de pol ticas p blicas no Brasil Planejamento e Pol ticas P blicas v 21 p 211 59 2000 GALSTON W A BAEHLER K J Rural Development in the United States Connecting Theory Practice and Possibilities Washington D C Island Press 1995 366 p GARCIA M F Nordeste o reverso da medalha Lua Nova Revista de Cultura e Pol tica S o Paulo v 1 n 1 p 67 71 Jun 1984 GARCIA P A Water society and environment in the history of one Mexican city Environment amp Urbanization v 18 n 1 p 129 140 2006 GIL A C M todos e t cnicas de pesquisa social 2 ed S o Paulo Atlas 1989 206 p GIN R P REZ FOGUET A Blackwell Publishing Ltd Sustainability assessment of national rural water supply program in Tanzania Natural Resources Forum v 32 p 327 342 2008 GLOBAL WATER PARTNERSHIP CENTRAL AMERICA GWPCA Foro sobre los CAPS y la Ley 722 Proceso Legal para el desarrollo social Managua EDISA 2011 43p GOMES U A F gua em situa o de escassez gua de chuva para quem 369f Tese Doutorado em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dri
157. cialmente s amigas maravilhosas que a vida me deu a oportunidade de conhecer Josiane Uende Livia Ventura Laia Danielle Jacqueline Izabel Danusa Cristina Fernanda de Freitas Denisse Alyne L via Lana e Raissa Agrade o a elas o seu apoio conselhos carinho alegrias e sua amizade Aos professores do DESA pelos conhecimentos transmitidos durante estes dois anos Aos funcion rios do Programa de P s Gradua o SMARH pelo apoio e pela boa disposi o para resolver tudo o que a gente precisa Aos meus amados professores do Centro de Estudos Brasileiros na Nicar gua Juliana Patr cia Ruth Perfeito Silvia Mar a de Lourdes e o C nsul Hugo pelo rduo trabalho de me ensinar a l ngua portuguesa Ao CNPq pela bolsa de estudos E quero agradecer a todas aquelas pessoas que decidiram compartilhar comigo suas experi ncias suas viv ncias sobre a realidade rural A todas as pessoas que de uma forma ou outra contribu ram para a realiza o do presente estudo Muito obrigada sem voc s nunca o teria logrado Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG RESUMO Desde in cios da d cada de 1980 quando a Organiza o das Na es Unidas ONU declarou o Dec nio Internacional de gua Pot vel e Saneamento 1981 1990 os Estados e as ag ncias internacionais t m realizado m ltiplos esfor os para ampliar os servi os de abastecimento de gua e esgotament
158. cio para a obten o do apoio governamental Isso considerando que o Estado atravessava naquele momento um processo de Reforma dentro do contexto do novo gerencialismo p blico e das pol ticas neoliberais dominantes O interesse pela compacta o estatal tornava atrativa para o governo a ideia de compartilhar com a sociedade civil algumas a es tipicamente pr prias da fun o p blica Do anterior pode se inferir que as raz es para a inclus o da sociedade civil na formula o e execu o de uma pol tica para abastecimento de gua foi o resultado da converg ncia no tempo de v rios elementos 1 a gradual abertura pol tica e a democratiza o do Brasil experimentadas a partir do final da d cada de 1970 2 as mudan as no sistema administrativo do Estado que na busca de maior efici ncia no gasto p blico voltou sua aten o para a redu o do aparato estatal e a delega o de fun es em organiza es civis sendo esta uma tend ncia pr pria das pol ticas neoliberais e 3 a maturidade pol tica e a profissionaliza o alcan ada pela sociedade civil que apoiada pelo prest gio alcan ado produto de sua agilidade e transpar ncia na execu o de projetos pilotos apresentou uma proposta inovadora dentro das pol ticas do Estado Essa proposta trouxe consigo um novo estilo de administra o fora dos jogos pol ticos t picos na regi o situa o n o vivenciada com todas as institui es do Estado operante
159. cipa o da sociedade civil na formula o e execu o de pol ticas p blicas direcionadas para melhorar o acesso gua teve um resultado positivo tanto para a Nicar gua quanto para o Brasil verificando se ent o que a colabora o entre Estado e sociedade civil pode gerar maior efetividade das pol ticas p blicas desse setor No entanto para que os sistemas de abastecimento de gua individuais ou coletivos gerem o impacto esperado na qualidade de vida da popula o alvo e alcancem a sustentabilidade no tempo os encarregados pelo seu gerenciamento requerem assessoria e capacita o t cnica de forma frequente por parte do poder p blico vii Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG ABSTRACT Since the beginning of the 1980s when the organization of the United Nations UN declared International Decade of Water Supply and Sanitation 1981 1990 Member States and the international agencies have made multiple efforts to expand the services of water supply and sanitation Even with these efforts there are still about 130 6 million residents of urban areas and 637 4 million rural dwellers without access to safe drinking water WHO e UNICEF 2013 This demonstrates that there is much to be done in this field especially in rural areas where the implementation of policies implies greater degree of complexity and the sustainability of the projects still represents a challenge for policym
160. cisterna pois agiliza seu esvaziamento Afirmaram tamb m que a instala o da torneira era opcional durante a constru o da cisterna por m esta deveria ser paga pelos benefici rios Do que foi descrito anteriormente pode se inferir que a simples substitui o das bombas manuais por uma torneira ou pela bomba sapo ainda que o custo seja maior poderia diminuir o risco de contamina o da gua No tocante desinfec o existe um desconhecimento geral sobre a forma correta para realizar este procedimento Dos entrevistados 80 declarou colocar na cisterna uma garrafa de 1 litro seja de hipoclorito de gua sanit ria ou de cloro quando esta estiver cheia Todos esses desinfetantes t m uma composi o qu mica diferente assim como formas distintas de aplica o e tempo de atua o O uso inadequado desta variedade de produtos constitui uma fragilidade no processo de desinfec o que se apresenta como uma constante em outros estudos Gomes 2012 identificou 91 tipos diferentes de combina es de produtos desinfetantes e que somente 56 das fam lias entrevistadas aplicavam algum deles Este ltimo dado semelhante aos obtidos por Silva 2006 onde 58 dos benefici rios de PIMC entrevistados cumprem este procedimento atrav s da utiliza o de cloro ou gua sanit ria Mas segundo o material did tico Uma aula diferente Aprendendo sobre gua de cisterna apresentado durante as capacita es a dosagem c
161. clientelismo assim como a concentra o dos recursos existentes na regi o Paulatinamente outros estados seguiram o exemplo da Para ba realizando encontros e processos de intercambio semelhantes DUQUE 2008 A primeira grande iniciativa da ASA PB foi a promo o em 1993 da cisterna de placas Esta a o executada em parceria por diversas organiza es utilizava uma tecnologia simples e econ mica para o armazenamento de gua de chuva DUQUE 2008 O financiamento para a constru o das cisternas veio dos denominados Fundos Rotativos Solid rios formados com o aporte que os pr prios benefici rios faziam como reembolso de parte dos custos de constru o Este dinheiro era posteriormente reutilizado em outras comunidades Segundo os entrevistados da ASA a realiza o desse pagamento mesmo que fosse simb lico tinha um impacto importante na apropria o da cisterna 120 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG No ano de 1999 cerca de 750 organiza es da sociedade civil entre elas associa es e cooperativas organiza es n o governamentais sindicatos de trabalhadores rurais movimentos de mulheres entidades ambientalistas universidades e igrejas crist s formaram a denominada Articula o Semi rido Brasileiro ASA O objetivo desta organiza o era fortalecer a sociedade civil por meio da constru o de processos participativos com a finalidade de proporc
162. cos Escola de Engenharia Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2012 s t 2011 Arquivo fotogr fico do semin rio para discuss o dos aspectos pol ticos institucionais e epidemiol gicos do PIMC no munic pio de Berilo Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG GRUPO OC ANO Enciclopedia de Nicaragua Barcelona Editorial Oc ano 2002 208 p HAM C HILL M The policy process in the modern capitalist state Londres Harvester Wheatsheaf 1993 210 p HANTKE DOMAS M JOURAVLEV A Lineamentos de pol tica p blica para el sector de agua potable y saneamiento In CEPAL Documento de proyecto Santiago de Chile CEPAL jun 2011 n 400 HEYWORTH J S GLONEK G MAYNARD E J BAGHURST P A FINLAY JONES J Consumption of untreated tank rainwater and gastroenteritis among young children in South Australia International Journal of Epidemiology v 35 n 4 p 1051 1058 May 2006 H FLING E M Estado e pol ticas p blicas sociais Cadernos Cedes Campinas v 21 n 55 p 30 41 Nov 2001 HOGWOOD B GUNN L Policy analysis for the real world Oxford Oxford University Press 1984 289 p Apub HAM C HILL M The policy process in the modern capitalist state Londres Harvester Wheatsheaf 1993 210 p HOWARD G BARTRAM J Domestic Water Quantity Service Level and Health World Health Organization 2003 Dispon vel em lt http w
163. cos da UFMG disponibilidade de recursos para a compra dos materiais e insumos A transpar ncia na gest o gera confian a nas pessoas da comunidade e como resultado estas s o mais respons veis com o pagamento pelo servi o Por este motivo importante que administradores dos bens comunit rios realizem reuni es ou utilizem outros m todos para a apresenta o das contas e resultados Neste sentido o CAPS Molino Sur ap s a segunda interven o no sistema de abastecimento de gua come ou a utilizar estas pr ticas para mostrar a transpar ncia na administra o do sistema tal como mostrado nas FIG 5 16 a 5 19 Os gastos de administra o s o expostos em cartazes e os arquivos cont beis s o p blicos Segundo os entrevistados a aplica o destas novas medidas t m gerado resultados positivos FIGURA 5 16 Cartaz de identifica o do FIGURA 5 17 Tesoureira do CAPS de sistema de gua pot vel da comunidade de Molino Sur mostrando presta o de Molino Sur contas do sistema CINA OFIC MINI ACUEDUCTO MOLINO SUR Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 99 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 18 Arquivos das finan as do FIGURA 5 19 Cartaz contendo o relat rio CAPS de Molino Sur administrativo financeiro do m s de dezembro de 2011 do CAPS de Molino Sur Fonte Arquivo pes
164. da enviada pelo governo devido aos casos de corrup o e orienta o da Corte ao presidente da prov ncia de Cear de dar em 15 dias destino aos indigentes VILLA 2001 No per odo compreendido entre 1889 e 1930 conhecido como Rep blica Velha o dom nio pol tico e econ mico estava nas m os das elites agr rias de S o Paulo e Minas Gerais raz o pela qual a maioria das pol ticas desta poca favoreceria o setor agr cola desses estados especificamente o caf e o leite deixando em segundo plano as outras regi es do pa s A resposta do presidente Manuel Ferraz Campos Sales ante a primeira seca deste per odo ocorrida entre 1898 e 1900 foi a constru o de dois a udes no Cear a conclus o das muralhas do a ude de Quixad e o transporte gratuito para aquelas pessoas que decidissem migrar a lugares onde era necess ria for a de trabalho especialmente para a Amaz nia devido ao auge da borracha No geral enviava se o m nimo de recursos poss veis ao Sert o e se instava a seu despovoamento VILLA 2001 p 90 91 Pouco a pouco as pessoas ficavam sem op es e terminavam aventurando se na Amaz nia em condi es de trabalho quase de explora o Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Em 1909 foi criada a Inspetoria de Obras Contra as Secas IOCS primeira inst ncia governamental encarregada de solucionar o problema das secas atrav s da execug o prio
165. da qualidade da gua consumida em coordena o com as autoridades municipais A mesma Portaria orienta as autoridades locais a realizar periodicamente avalia es sobre o risco sa de de cada sistema de abastecimento de gua ou solu o alternativa Sabe se tamb m que o Estado conta com o Programa de Sa de da Fam lia para fornecer acompanhamento s fam lias no que se refere preven o de doen as como ao tratamento de algumas delas realizando visitas nas resid ncias Considerando o antes mencionado o desconhecimento da popula o sobre a dosagem correta de desinfetante a ser colocado na gua e outras informa es gerais sobre o cuidado da qualidade da mesma indicam uma defici ncia no fluxo desta informa o desde o poder p blico at a popula o Isto j tinha sido sugerido por Gomes 2012 que afirmou que o trabalho do Programa de Sa de da Fam lia n o tem sido efetivo no sentido da transmiss o de conhecimentos sobre o uso e tratamento da gua Esta debilidade como sugerido anteriormente nesse estudo e por Tavares 2009 poderia ser eventualmente superada mediante a forma o de parcerias entre a ASA e o poder p blico local de forma que as fam lias beneficiadas com PIMC pudessem adotar corretamente as instru es sobre o manuseio e tratamento da gua N o obstante como determinou a an lise DAFO de Gomes 2012 estas parcerias s o inexistentes No entanto a reflex o sobre a necessidade d
166. dade e na qualidade do recurso h drico O incremento na demanda do recurso gerado pelo crescimento populacional das comunidades e a contamina o geral das fontes de gua principalmente por agrot xicos constituem as maiores preocupa es tanto dos membros dos CAPS quanto das diferentes institui es do subsetor e ONGs A identifica o de fontes de gua adequadas para consumo humano cada vez mais dif cil E mesmo que a fonte permita sua explora o nos volumes requeridos a contamina o pode inabilit la por completo Geralmente algum tipo de desinfec o pode ser aplicado mas em alguns casos o custo desse tratamento n o est ao alcance dos CAPS ou simplesmente n o vi vel sob quaisquer circunst ncias Por exemplo na comunidade de Santa Rosa del Pe n a atividade de minera o provocou a contamina o das guas superficiais e subterr neas com ars nico tornando invi vel sua explora o 104 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Assim e corroborando as propostas apontadas por Gin e P rez Foguet 2008 a situac o descrita ressalta a import ncia da conserva o ambiental como fator condicionante da sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua e incentiva a incorporac o da gest o integrada de recursos h dricos nas pol ticas do Estado Nesse contexto reconhece se que o trabalho efetuado pelos CAPS para a conserva o das bacias hidr
167. das pela sociedade civil em ambos os pa ses cont m elementos inovadores dentro do hist rico das pol ticas p blicas implementadas os quais aumentam a possibilidade de as pessoas obterem acesso gua de forma sustent vel No caso da Nicar gua a Lei dos CAPS inclui o reconhecimento jur dico da figura dos CAPS que lhes faculta a explora o dos recursos h dricos a padroniza o de suas formas de funcionamento que permite uma melhor gest o administrativa e facilita a conforma o de novos comit s a garantia de apoio por parte do Estado especialmente com assist ncia t cnica e benef cios fiscais al m da redu o de tarifas de energia el trica No caso do Brasil o aporte da ASA constru o de pol ticas p blicas para abastecimento de gua de consumo humano em reas rurais foi a introdu o de dois elementos ambos de igual import ncia que permitem o f cil acesso a gua de boa qualidade e com maior sustentabilidade do que as solu es tradicionalmente utilizadas pelo Estado O primeiro desses elementos a introdu o da cisterna para capta o de gua da chuva a qual por ser uma tecnologia simples econ mica apropriada para as condi es ambientais do semi rido e de f cil opera o e manuten o contribui com a sustentabilidade do acesso a gua O outro elemento com impacto direto na sustentabilidade desses benef cios a implementa o de um novo modelo de execu o da pol tica em parceria
168. de abastecimento de gua individuais ou coletivos gerem o impacto esperado na qualidade de vida da popula o alvo e alcancem a sustentabilidade no tempo os encarregados pelo seu gerenciamento requerem assessoria e capacita o t cnica de forma frequente No caso da Nicar gua o acompanhamento a estas organiza es uma responsabilidade do governo estipulada pela Lei n 722 2010 N o obstante s o as ONGs que t m assumido este papel na aus ncia do Estado obtendo grandes diferen as entre o desempenho das organiza es assistidas e aquelas n o assistidas No caso particular do Brasil identificou se a necessidade de implementar programas de acompanhamento s fam lias beneficiadas pelo PIMC j que as pr ticas incorretas no uso das cisternas poderiam incidir negativamente na sa de da popula o conforme trabalhos avaliativos de cunho epidemiol gico evidenciaram Esses aspectos relativos operacionaliza o dos programas e projetos t m se configurado dessa forma em um dos gargalos dessas pol ticas fator comum em ambos os pa ses indicando a necessidade de um maior envolvimento por parte dos Estados ap s a entrega das infraestruturas Evidencia se que a gest o comunit ria tem o potencial de contribuir para a universaliza o dos servi os de abastecimento de gua pot vel e de incidir no desenvolvimento das comunidades n o s pelos benef cios pr prios do acesso a uma fonte melhorada de gua sen
169. de algumas doen as em seus usu rios Existem discuss es sobre a limitada capacidade de armazenamento desses sistemas os quais permitem uma disponibilidade de gua que pode ser inferior a 20 litros por pessoa por dia MANTILLA 2011 Por m segundo Howard e Bartram 2003 uma disponibilidade de 20 litros ou menos j pode comprometer as atividades de higiene pessoal necess rias para a sa de O outro ponto de alerta est relacionado com o perigo potencial resultante do uso incorreto do sistema No estudo sobre a utiliza o de gua da chuva realizado por Kahinda et al 2007 no contexto da frica do Sul os autores enfatizam que o uso inadequado dos tanques de armazenamento pode incidir negativamente sobre a sa de da popula o especialmente nas pessoas com HIV positivo cuja condi o mais vulner vel diante das doen as de veicula o h drica Tamb m assinalam que devido s condi es clim ticas desse pa s o armazenamento inadequado da gua pode incidir na prolifera o de mosquitos o que representa um grande problema em um pa s onde a mal ria uma doen a comum Por estas raz es os autores 15 A quantidade de gua captada pelo sistema depende de v rios fatores entre eles a rea de capta o neste caso o telhado da casa a precipita o e a capacidade de armazenamento do tanque coletor Aos fatores antes mencionados soma se o n mero de pessoas que habitam a casa e os usos que elas dar o para
170. de na presta o dos servi os p blicos e a descentraliza o do poder estatal entre outros pontos O resultado direto da aplica o do novo gerencialismo foi a delega o da administra o de alguns servi os p blicos ou fun es do Estado para institui es independentes as quais teriam a capacidade t cnica para alcan ar com efici ncia os resultados requeridos al m de estar fora da influ ncia dos interesses pol ticos ou eleitorais Sob este enfoque esta a o garantiria a estabilidade continuidade e coer ncia na implementa o de algumas pol ticas SOUZA 2006 Em consequ ncia iniciou se um processo de descentraliza o do Estado assim como de privatiza o de servi os de elimina o de fun es governamentais de redu o do aparato estatal e do tratamento do cidad o como cliente BEZERRA et al 2009 Para Ormond e L ffler 1999 a introdu o de mecanismos de mercado no setor p blico trouxe algumas consequ ncias adicionais esperada transpar ncia e ao aumento da efici ncia As mudan as requeridas para a ado o de um sistema corporativo ou a inclus o de participantes privados na presta o de servi os p blicos distorce as rela es de responsabilidade entre o Estado as autoridades pol ticas os setores p blico e privado e a popula o Esta distor o consiste no fortalecimento da responsabilidade gerencial em Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dr
171. do de Dom nech et al 2012 como no de Heyworth et al 2006 evidencia se que nem todos os benefici rios cumprem as recomenda es de limpeza da cisterna ou de desinfec o da gua antes da sua ingest o Por esta raz o necess rio como ocorre nos sistemas coletivos o desenvolvimento de mecanismos de capacita o e apoio para melhorar a qualidade da gua para consumo humano Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 3 4 Caracterizac o da Nicar gua A Rep blica da Nicar gua est localizada no istmo centro americano entre os 11 e 15 de latitude norte e entre os 83 e 88 de longitude oeste Sua extens o territorial de 130 682 km dos quais 120 349 km correspondem a terra firme e 10 333 km 8 s o corpos de gua incluindo dois grandes lagos de gua doce INETER 2005 A unidade base da divis o pol tico administrativa do pa s o munic pio com um total de 153 distribu dos em 15 departamentos e duas regi es aut nomas na Costa Atl ntica tal como se mostra na FIG 3 3 Cada departamento tem um munic pio que recebe o nome de cabeceira departamental onde se localizam as representa es das institui es do Estado Conforme a Constitui o os munic pios possuem autonomia pol tica administrativa e financeira entretanto esta autonomia n o exime o poder executivo nem a outros poderes do Estado de suas obriga es com os munic pios NICARAGUA 20
172. do de suas crian as diminuindo consequentemente a exposi o destas ao perigo de afogamento em cursos d gua como j ocorrido em outras ocasi es enquanto as crian as tomavam banho ou brincavam nas margens dos mesmos Tamb m existem elementos de supera o pessoal inclusos como descrito por uma das mulheres entrevistadas que utilizou esse tempo para atividades educativas Os entrevistados indicaram que a gua da cisterna pode ser suficiente para beber e cozinhar como tamb m afirmaram 85 dos entrevistados de Gomes 2012 No entanto existem outras necessidades que tamb m t m import ncia para as fam lias Segundo Howard e Bartram 2003 a quantidade de gua para que uma pessoa possa suprir todas as suas necessidades de consumo e higiene pessoal e domiciliar de aproximadamente 100 litros por pessoa por dia A cisterna permite dispor de apenas 13 3 a 17 8 litros por pessoa por dia sendo que estas pessoas teriam ainda que procurar por mais de 80 litros atrav s de outras fontes Por este motivo preciso compreender que a cisterna n o uma solu o total do problema de acesso gua no semi rido e sim uma fonte complementar da demanda familiar raz o pela qual as pessoas devem continuar utilizando outras fontes tradicionais como po os c rregos ou carros pipa Segundo 100 dos entrevistados 34 de Passador et al 2010 o principal benef cio das cisternas a acessibilidade ao recurso h drico Ao ter uma c
173. do os relat rios da poca tinha se que enfrentar fatores ex genos muitos deles relacionados guerra civil que afetaram a efetividade dos projetos executados Uma das dificuldades ressaltadas pelos pr prios t cnicos foi sua mobiliza o para o denominado Servi o Militar Patri tico SMP o qual obrigou a todos os homens entre 17 e 25 anos a dois anos de servi o militar e a aqueles com idade entre 25 e 40 anos a tr s meses por ano Isto afetava a continuidade do trabalho desenvolvido nas comunidades INAA 1989 Por outro lado a mesma guerra impediu diretamente o trabalho O acesso a muitas comunidades rurais n o era poss vel devido aos combates Al m disso a maioria das pessoas estavam mais preocupadas com a sobreviv ncia e a defesa de suas fam lias casas e propriedades que com sua participa o nos projetos de abastecimento de gua INAA 1989 Na viv ncia de um dos entrevistados as pessoas das reas rurais que decidiram trabalhar com o governo colocavam sua vida em perigo e os investimentos eram destru dos durante o per odo de guerra GNI n s t nhamos no Departamento de Jinotega mais ou menos 600 cooperativas na poca de meados dos anos 80 e no final de 1984 j t nhamos enterrado 900 presidentes de cooperativas t nhamos 600 cooperativas O que significa Que eles tinham matado entre um e dois presidentes Nomear algu m como presidente de cooperativas era dizer aos contras que essa pessoa sand
174. do se capitaliza en pol tica 36 Entre os primeiros decretos emitidos ap s a Revolu o de 1979 encontra se a cria o do Instituto Nicaraguense de Reforma Agraria INRA o qual tinha por objetivo acabar com a concentra o de terras e sua redistribui o entre cooperativas tornando as em bens coletivos para uso comum Um dos maiores logros do que Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG VARGAS e BUITRAGO 1994 p 434 O precedente do tipo de pol ticas e as prioridades assumidas por este partido durante seus per odos no governo poderiam ser explicados como parte de seu pr prio estilo pol tico pautado segundo COSTA 2009 pela luta de Sandino contra a interven o militar norte americana na primeira metade do s culo XX pela forma o ideol gica e militar dos seus dirigentes em Cuba antes de 1979 focada no marxismo e na Teologia da Liberta o O anterior est de acordo com o expresso por Frey 2000 sobre que os padr es de comportamento e a atitude de alguns atores pol ticos podem influir seja na formula o ou na implementa o das pol ticas p blicas Esta afirma o tamb m aplica se s a es do governo anterior o qual a fim de obter acesso aos recursos externos deu prioridade ao cumprimento das demandas dos organismos internacionais ao apresentar uma proposta de lei privatizadora da gua Lei n 620 2007 e excludente da sociedade civil e dos CAPS mesm
175. du o de Pedrinho A Guareschi 6 ed portugu s Petr polis RJ Vozez 2007 T tulo original Qualitative Researching with Text Image and Sound Practical Handbook p 17 36 BEZERRA D M CUNHA A A C MARTINS IL DE SOUZA R K S FERREIRA A V O Descentraliza o do poder p blico gerencialismo x participa o popular Revista Interci ncias Teresina v 1 n 2 jul dez 2009 BONIF CIO S N A percep o dos benefici rios quanto s t cnicas de opera o e manuten o utilizadas nas cisternas de gua de chuva do PIMC no Semi rido Mineiro 129 f Disserta o Mestrado em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2011 BRASIL Minist rio de A o Social Minist rio da Sa de Programa Nacional de Saneamento Rural PRORURAL Bras lia 1990 32 p Minist rio da Integra o Nacional Nova Delimita o do Semi rido Brasileiro 20057 Dispon vel em lt http www mi gov br desenvolvimentoregional publicacoes delimitacao asp gt Acesso em 03 jun 2012 164 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Controladoria Geral da Uni o CGU Secretaria Federal de Controle Interno Relat rio de avalia o da execu o de programas de governo n 3 Constru o de cisternas para armazenamento de gua 2011 Dispon vel em lt http www cgu gov br Publicacoes gt A
176. dua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG ampliar o atendimento popula o mais pobre e liberar recursos para o investimento no setor recorre se a diferentes solu es entre elas a inclus o da iniciativa privada TROPP 2007 N o obstante os modelos utilizados para fornecimento dos servi os de abastecimento de gua pot vel sejam estes p blicos privados ou parcerias p blico privadas ainda n o apresentam uma solu o que permita a universaliza o do servi o nas reas rurais ou para as popula es consideradas de baixa renda residentes nas periferias das cidades Nesse contexto surge a ideia de que os modelos de gest o comunit ria poderiam ajudar a incrementar o acesso aos servi os de abastecimento de gua pot vel e de esgotamento sanit rio Esta modalidade tem sido utilizada e promovida pelas ag ncias internacionais na implementa o de outras pol ticas para a redu o de pobreza como sa de e educa o com a finalidade de garantir de maneira sustent vel os benef cios popula o pobre KLEEMEIER 2000 AWORTWI 2013 N o obstante segundo McGranahan e Mulenga 2009 p 176 este tipo de abordagem ignorado por diferentes raz es entre elas a falta de impacto sejam positivos ou negativos nos interesses particulares existentes dentro do setor de saneamento e a pouca aten o que atrai fora deste Contudo na literatura consultada percebe se que a solu o comumente ut
177. e o 4 3 2 o desejo dos CAPS gerenciar os seus pr prios sistemas devido em parte desconfian a que eles j t m em rela o ao Estado pelo processo de privatiza o do servi o de abastecimento de gua iniciado nos governos anteriores Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG demandaria muitos esforgos e recursos para alcangar o n vel administrativo requerido Considerando as diferen as nos graus de organiza o dos CAPS entre os quais podem se encontrar alguns com uma estrutura b sica e outros que evolu ram at formar cooperativas ou empresas comunit rias optou se por uma alternativa diferente Os comit s n o seriam nem cooperativas nem ONG mas estariam acreditados pela Lei para o seu funcionamento como uma entidade independente e caso eles o considerassem oportuno no futuro poderiam solicitar a personalidade jur dica amparados na Lei n 147 1992 Lei geral sobre pessoas jur dicas sem fins de lucro Para os entrevistados o fato de ter uma lei que d reconhecimento jur dico aos CAPS j um ganho mas para eles a Lei tamb m trouxe outros benef cios Um dos maiores problemas enfrentados pelos CAPS era a propriedade dos bens comunit rios J que os CAPS n o eram figuras legalmente aceitas o registro da infraestrutura ou dos sistemas de abastecimento de gua era feito em nome de um particular ou das prefeituras Esta mesma situa o impossibilitava aos
178. e gua A regi o Atl ntica tem 74 dos recursos h dricos e concentra 14 da popula o nacional INEC 2006 OPS et al 2004 As fontes superficiais est o amea adas pela polui o principalmente proveniente do uso de agroqu micos das atividades de minera o e especialmente do esgotamento de guas residu rias tanto dom sticas como industriais sem tratamento adequado O caso mais dram tico o do Lago Xolotl n cuja capacidade volum trica estima se em 7 970 milh es de m de gua doce e est polu do com esgoto da capital Em 2009 foi inaugurada uma Esta o de tratamento de guas residu rias constru da com fundos doados pela Coopera o Japonesa com o fim de reduzir os ndices de contamina o Tamb m existe uma grande preocupa o pelo avan o da contamina o do Lago Cocibolca corpo de gua doce com uma capacidade volum trica estimada em 108 000 milh es de m de gua sendo este o maior reservat rio de gua doce da Am rica Central 3 4 5 Componentes do saneamento b sico na Nicar gua As informa es dispon veis sobre o abastecimento de gua o esgotamento sanit rio e o manejo de res duos s lidos foram coletadas nos domic lios pelo VIII Censo da Popula o e IV de Moradia em 2005 e constituem a linha de base utilizada pelas institui es respons veis pelos servi os de saneamento l Estima se que anualmente s o descarregados 60 milh es de m de esgoto sem tratamento
179. e gua em reas rurais observado em todo territ rio brasileiro No entanto na regi o semi rida essa situa o ainda mais dram tica uma vez que as debilidades identificadas no mbito das pol ticas p blicas somam se s dificuldades inerentes ao clima como a defici ncia h drica a seca a aridez e o baixo volume pluviom trico fazendo com que a implementa o de alguma iniciativa para abastecimento de gua seja um desafio Nesse contexto formou se no ano de 1999 semelhan a do processo que ocorreu na Nicar gua uma rede de aproximadamente 750 organiza es da sociedade civil a qual se denominou Articula o Semi rido Brasileiro ASA Esta rede deu origem ao Programa de Forma o e Mobiliza o Social para Conviv ncia com o Semi rido Um milh o de cisternas rurais PIMC adotado em 2003 pelo governo brasileiro como uma pol tica p blica para garantir o abastecimento de gua para consumo humano no semi rido Nesta perspectiva observa se que nos dois pa ses as iniciativas para melhorar o acesso gua em reas rurais t m como principais atores e idealizadores as organiza es civis que com o passar do tempo constroem uma for a local que gera a necessidade para os Estados dos respectivos pa ses de criar legisla es ou apoiar programas para seu fortalecimento e regulamenta o Considerando que a participa o da sociedade civil na formula o e gest o de pol ticas para abastecim
180. e gua pot vel em reas 18 Parentes da pesquisadora 55 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG rurais tanto do Brasil quanto da Nicar gua realizou se uma an lise documental cujo resultado foi ordenado por per odos hist ricos Optou se por esta metodologia de trabalho considerando suas vantagens e os resultados obtidos por outros autores Garc a 2006 ao analisar a evolug o dos servigos de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio na cidade de Morelia M xico ressalta que a abordagem hist rica tem o potencial para desvelar a influ ncia dos diferentes atores sociais na gest o dos servi os e para aprofundar nos processos pol ticos e decis rios que muitas vezes s o conflituosos Rezende e Heller 2008 tamb m utilizaram a abordagem hist rica ao estudar no Brasil as rela es entre saneamento sa de e o car ter das a es assim como tamb m para identificar a influ ncia dos fatores pol ticos econ micos e demogr ficos nas pol ticas de saneamento A utiliza o deste tipo de abordagem permitiu identificar os fatores ex genos e end genos que influenciaram o desenvolvimento das pol ticas p blicas vigentes assim como as raz es da inclus o da sociedade civil na formula o e implementa o das mesmas No caso do ltimo objetivo no qual se pretendem identificar os limites e potencialidades das pol ticas p blicas para abastecimento de gua pot vel
181. e Na constru o dos primeiros sistemas ainda quando se consideravam estudos t cnicos eram os engenheiros os respons veis pela defini o da tecnologia Atualmente realizam se tr s propostas tecnol gicas com seus respectivos c lculos de custos para opera o e manuten o mensal os quais s o apresentados popula o em uma reuni o comunit ria Desta forma os usu rios do sistema escolhem a op o que eles consideram adequada para sua comunidade e sua capacidade de pagamento Esta mudan a nos procedimentos para a determina o do projeto foi realizada para incorporar elementos do estudo da demanda em coincid ncia com as propostas dos pesquisadores do Banco Mundial THE WORLD BANK WATER DEMAND RESEARCH TEAM 1993 e pr prios da abordagem orientada pela demanda Segundo os entrevistados esta metodologia permite a constru o de sistemas com maiores possibilidades de serem economicamente vi veis Todos os entrevistados sejam estes integrantes de ONGs ou de institui es p blicas consideram positivo o envolvimento da comunidade na sele o da tecnologia j que desta forma o sistema pode adaptar se s condi es socioecon micas da comunidade sem afetar nem comprometer o or amento familiar Os usu rios selecionam o sistema preferido de forma que possam pagar por ele eliminando tamb m a sensa o de imposi o externa Isto coincide como o exposto por Mantilla 2011 que advoga pela considera o das car
182. e 1 Recommendations ed 3 Geneva Switzerland 2008 Dispon vel em lt http www who int water sanitation health dwq fulltext pdf gt Acesso em 1 jun 2012 Global Water Supply and Sanitation Assessment 2000 Report Dispon vel em lt http www who int water_sanitation_health monitoring mp2000 pdf gt Acesso 30 maio 2012 174 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG WORLD HEALTH ORGANIZATION WHO UNITED NATIONS CHILDREN S FUND UNICEF Progress on Sanitation and Drinking Water 2013 Update Dispon vel em lt http www wssinfo org gt Acesso em 03 jun 2013 YACOOB M Community self financing of water supply and sanitation what are the promises and pitfalls Health Policy and Planning London v 5 n 4 p 358 366 1990 ZAMBRANA M R K JIR N F C A Auto gesti n comunitaria del agua de las cascadas naturales El Brujo y Chocoyero ubicadas en la Reserva Natural El Chocoyero 205f Monografia Licenciatura em Sociologia Facultad de Humanidades Universidad Centroamericana Managua 2006 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG AP NDICE A Guia de Campo Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG GUIA DE CAMPO 1 Observac o n o participante Ser o feitas visitas das reas rurais para conhecer as tecnologias utilizadas pelos CAPS para garantir o abastec
183. e Molino Suf 100 FIGURA 5 19 Cartaz contendo o relat rio administrativo financeiro do m s de dezembro de 2011 do CAPS d Molino SUFs na a SS 100 FIGURA 5 20 Caixa de capta o de gua do sistema Comunidade Molino Sur 101 FIGURA 5 21 Auditorio do CAPS Asociaci n de Acueductos la Reforma oo om 107 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 22 Nova delimita o do semi rido brasilelrO oonnonnncninnnncnnncnnccnococnnnnnnnncnncnnnos 126 FIGURA 5 23 Estrutura de gest o e execu o de PIMC 128 FIGURA 5 24 Cisterna em CONSITU O 0 iniciada ici did idas 130 FIGURA 5 25 Placas de concreto pr MmoldadaS ooonccnnncnincoconcconcnonncconncnonocnnccnnnccnnnccononnnos 130 FIGURA 5 26 Componentes do sistema de capta o de gua de chuva 131 FIGURA 5 28 Balde utilizado para retirar gua da cisterna munic pio de Berilo 147 FIGURA 5 29 Cisterna constru da com P1 2 munic pio de Berilo 152 xii Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG LISTA DE TABELAS TABELA 3 1 Disponibilidade anual de recursos h dricos da Nicar gua por regi o e tipo de TABELA 3 2 Fontes de abastecimento de gua da popula o urbana e rural na Nicar gua 41 TABELA 3 3 Tipo de esgotamento sanit rio por rea de resid nci
184. e Recursos H dricos da UFMG 4 M TODOS O presente estudo insere se no Subprojeto 3 de um projeto de pesquisa maior denominado Programa Um Milh o de Cisternas PIMC Uma avalia o de suas dimens es epidemiol gica tecnol gica e pol tico institucional financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico CNPq no mbito do Edital MCT CT HIDRO CT SA DE CNPQ n 45 2008 O projeto est conformado por tr s subprojetos Subprojeto 1 Avalia o epidemiol gica para verifica o do impacto do consumo de gua de chuva armazenada em cisternas na sa de das fam lias residentes em comunidades rurais Subprojeto 2 Avalia o tecnol gica enfatizando a implementa o de prote o sanit ria para a manuten o da qualidade das cisternas de capta o de gua de chuva e Subprojeto 3 Avalia o pol tico institucional Para a realiza o das pesquisas foi definida como rea de estudo 68 munic pios do Semi rido Mineiro onde o PIMC tem abrang ncia Em conformidade com a Resolu o n 196 96 do Minist rio da Sa de referente a normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos o projeto foi apresentado ao Comit de tica e Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais COEP UFMG sendo aprovado em 21 de janeiro de 2010 como consta no Anexo A Para cumprir os objetivos tra ados pela presente pesquisa foi necess ria a utiliza o de m todos que permitissem e
185. e estabelecer parcerias deveria surgir das partes envolvidas radicando neste ponto a import ncia do processo de avalia o do programa Os entrevistados da ASA acreditam que as cisternas trazem uma mudan a social reduzindo a depend ncia da popula o para com o poder p blico Esta afirmativa tamb m sustentada por Duque 2008 que afirma que a constru o de cisternas reduz a depend ncia da popula o aos carros pipa e por Ferreira 2009 segundo quem a cisterna diminui a possibilidade de que as pessoas sejam v timas de pr ticas clientelistas pelo acesso gua Mas como j mencionado as cisternas permitem armazenar uma quantidade de gua inferior requerida para suprir as necessidades b sicas dos usu rios motivo pelo qual ainda precisam do envio dos carros pipa para abastec las mesmo que esta n o seja a finalidade da cisterna Demonstra se assim que a depend ncia das fam lias para como o poder p blico foi reduzida Neste caso a defini o de b sico est baseada na declara o da ONU 2002 na qual se afirma que toda pessoa tem direito independentemente das circunst ncias a gua suficiente para uso pessoal e dom stico o que inclui consumo prepara o de alimentos higiene pessoal e da moradia al m de lavagem de roupas 151 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG mas ainda persiste tal como afirmado por Passador et al 2010 Neste pon
186. e os Objetivos de Desenvolvimento do Mil nio ODM estabelecidos em 2000 est a redu o pela metade at o ano 2015 da propor o de pessoas sem acesso sustent vel gua pot vel e ao esgotamento sanit rio tomando como refer ncia o ano de 1990 Segundo o relat rio sobre os progressos em acesso a esgotamento sanit rio e fontes melhoradas de gua pot vel apresentado pela Organiza o Mundial da Sa de e o Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF no ano de 2013 o acesso gua pot vel no n vel mundial tem melhorado e estima se que no per odo 1990 2011 1 3 bilh es de pessoas em reas urbanas e 0 8 bilh es em reas rurais tiveram acesso a fontes melhoradas de gua pot vel Entretanto conforme discutido no mesmo relat rio as disparidades do acesso gua entre as reas urbanas e rurais ainda s o consider veis j que dos 768 milh es de pessoas sem acesso a fontes melhoradas de gua pot vel aproximadamente 83 s o residentes das reas rurais WHO e UNICEF 2013 A disparidade entre as reas urbanas e rurais tamb m se v refletida nas percentagens de acesso aos servi os de esgotamento sanit rio Dos 4 46 bilh es de pessoas no mundo com acesso a esse tipo de instala es 65 moram em reas urbanas e 35 em reas rurais Al m do anterior dos 1 04 bilh es de pessoas ainda praticantes da defeca o ao ar livre 90 s o pertencentes s reas rurais A respeito Mantilla 20
187. e para a formula o de pol ticas e a aloca o de recursos p blicos Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 3 3 2 Abastecimento de gua em reas rurais paradigma e dilemas Diferentes resolu es da ONU expressam a import ncia do acesso gua e a obriga o dos Estados membros de fornec la Por exemplo o Coment rio n 15 do Pacto Internacional de Direitos Econ micos Sociais e Culturais reconhece o acesso gua como um direito humano ONU 2002 A conven o sobre a elimina o de todas as formas de discrimina o contra a mulher estabelece em seu artigo n 14 o dever dos Estados de realizar a es para garantir s mulheres das reas rurais condi es adequadas de vida em igualdade aos homens o qual inclui acesso gua pot vel e ao esgotamento sanit rio ONU 1979 Podem se citar outros exemplos de resolu es que abordam o acesso a gua como a Conven o dos Direitos das Crian as de 1989 ONU 1989 a Confer ncia Internacional sobre gua e Desenvolvimento Sustent vel de Dublin em 1992 ONU 1992 e a Declara o do Direito Humano gua e ao Saneamento ONU 2010 Considerando o anterior evidente o papel preponderante da gua dentro das pol ticas p blicas especialmente daquelas direcionadas s reas rurais onde geralmente reside a popula o mais pobre e vulner vel Nestas reas o consumo de gua em grande parte sem tratamento
188. e transcritas Utiliza o de uma ficha de informa o b sica dos entrevistados com as seguintes informa es o Para usu rios nome endere o residencial idade sexo n vel de escolaridade renda mensal o Para os gestores nome institui o cargo idade sexo n vel de escolaridade renda mensal tempo de trabalho na fun o capacita es recebidas nos ltimos seis meses 177 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 3 Atores chave e Para a realiza o das entrevistas ser o considerados os atores na gest o da gua explicitados na Lei 722 2010 Lei especial de Comit s de gua Pot vel e Saneamento tais como pessoas que conformam os CAPS t cnicos ou gestores do Instituto Nicaragiiense de Acueductos y Alcantarillados INAA Fondo de Inversi n Social de Emergencia FISE Empresa Nacional Acueductos y Alcantarillado ENACAL Prefeituras Municipais assim como trabalhadores de Organiza es n o governamentais que conforma a Coaliz o de Organiza es pelo Direito gua CODA que n o est o contempladas na Lei mas s o facilitadores dos CAPS e Ser o visitadas institui es e ONGs a fim de localizar os departamentos ou pessoas respons veis por algum tipo de assist ncia aos CAPS e convid los a participar do estudo em caso de ser poss vel agendar as entrevistas desde o primeiro contato e Os benefici rios usu rios dos sistemas de abastecimento de
189. e uma nova abordagem sobre as pol ticas de abastecimento de gua em reas rurais conhecida como abordagem orientada pela demanda a qual est baseada em dois princ pios fundamentais O primeiro visa ao abastecimento de gua como um bem econ mico e argumenta congruentemente com o exposto pelo Banco Mundial que as pessoas deveriam ter um servi o de acordo com o que estejam dispostas e sejam capazes de pagar O segundo a gest o ao mais baixo n vel apropriado que um esquema de desenvolvimento do tipo bottom up em que se delega a responsabilidade do gerenciamento dos sistemas de abastecimento de gua aos usu rios e governos locais uma abordagem do tipo participativa que visa integra o das necessidades existentes dentro da pol tica e da distribui o equitativa tanto dos recursos como das responsabilidades GIN e P REZ FOGUET 2008 KLEEMEIER 2000 Essa nova abordagem tem sido amplamente difundida e utilizada por muitos Estados e doadores internacionais transferindo essa responsabilidade p blica a outros atores Segundo Briscoe e Ferranti 1988 apud Kleemeier 2000 estes atores incluem al m dos anteriormente citados o setor privado No entanto na revis o de literatura n o foram identificados casos da participa o desse setor fato provavelmente relacionado com baixa atratividade das comunidades como clientes potenciais Isto fez com que a gest o comunit ria tomasse maior impulso e fosse
190. elega o de responsabilidades aos usu rios dos servi os incluindo as relacionadas ao abastecimento de gua pot vel em reas rurais No entanto para Souza 2006 mesmo que exista uma delega o de responsabilidades em grupos e institui es n o governamentais semelhante defendida pelo novo gerencialismo os governos continuam tomando as decis es e desenhando pol ticas para dar solu o aos problemas da popula o Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 3 2 Pol ticas p blicas para o saneamento b sico As pol ticas p blicas relacionadas com o abastecimento de gua pot vel e o esgotamento sanit rio ganharam maior import ncia para os Estados e as ag ncias internacionais desde o in cio da d cada de 1980 quando a Organiza o das Na es Unidas ONU declarou o Dec nio Internacional de gua Pot vel e Saneamento 1981 1990 Os pa ses membros estabeleceram metas a serem cumpridas e mesmo que muitos esfor os tenham sido realizados estimava se que para o ano 2000 aproximadamente 1 1 bilh es de pessoas continuavam sem acesso a fontes melhoradas de gua 2 4 bilh es n o tinham acesso a qualquer forma de esgotamento sanit rio e 2 2 milh es de pessoas morriam anualmente nos pa ses em desenvolvimento por doen as associadas falta de gua pot vel aus ncia de sistemas de esgotamento sanit rio e falta de higiene WHO 2000 Diante desta situa o entr
191. elhor sempre que tivermos a convic o de mud lo e principalmente por despertar em mim o desejo de querer ser uma pessoa melhor a cada dia A Sonaly Rezende pelo carinho amizade apoio e por suas valiosas contribui es pelas longas horas de dedica o para discutir minhas ideias e textos tempo sumamente valioso para concluir meu trabalho de disserta o Muito obrigada por cada momento compartilhado pelos conselhos abra os e principalmente por me deixar conhecer o maravilhoso ser humano que voc Por pessoas como voc que acredito que ainda existe bondade no mundo Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG A todas essas maravilhosas pessoas que desde minha Nicar gua me mandavam seus melhores desejos e forga para enfrentar as dificuldades e que mesmo na dist ncia nunca me deixaram sozinha que celebraram meus acertos e lamentavam meus problemas Que sempre se mostraram orgulhosas de mim Obrigada muito obrigada Marlen Claudia Tamara Gloria Dona Vilma Carolina Ch vez Tania Martinez Amily P rez Tania Roa Karen Gadea Thelma Mendieta Cira Xochilt Castillo e Enrique Osorio A La s e Gabriel por serem amigos incondicionais por terem me acolhido com tanto carinho e que fizeram de sua casa a minha A meus queridos colegas e amigos Andres Mancilla Erick Thiago Leonardo Hygor Fernanda Fabio Ney S bio Jo o Jo o Gilberto Felisberto e espe
192. ente e Recursos H dricos da UFMG ANEXO B Entrevistas com gestores do PIMC Termo de Consentimento Livre Esclarecido Roteiro Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Z Universidade Federal de Minas Gerais Es Escola de Engenharia nn Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos ASA H dricos PROGRAMA DE FORMA O E MOBILIZA O SOCIAL PARA CONVIV NCIA COM O SEMI RIDO UM MILH O DE CISTERNAS RURAIS PIMC UMA AVALIA O POL TICA INSTITUCIONAL NO SEMI RIDO MINEIRO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Prezado a Senhor a Esta pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais quer saber sobre os resultados e a forma como vem sendo desenvolvido o Programa de Forma o e Mobiliza o Social para Conviv ncia com o Semi rido Um Milh o de Cisternas Rurais PIMC e a atua o da organiza o onde o a Senhor a atua Ser o feitas perguntas sobre a fun o cargo que o a Senhor a ocupa na organiza o sobre sua forma o sobre sua participa o na execu o do PIMC e sobre a atua o de organiza o na execu o do Programa A sua participa o importante porque voc vai nos ajudar a entender como o PIMC est sendo executado no semi rido mineiro Caso voc aceite participar da pesquisa saiba que o seu nome n o ser revelado em hip tese alguma Voc n o ter nenhum gasto com a participa o na pesqu
193. ento de gua j existentes Ao contr rio do ocorrido com os comit s formados em Malau KLEEMEIER 2000 os CAPS entendiam o seu papel como administradores do sistema Tanto as institui es do poder p blico quanto os doadores deixavam claro desde as capacita es inicias que ap s a constru o dos sistemas a comunidade devia zelar pela sua manuten o Isso gerou paulatinamente a introdu o da pr tica de coletar uma tarifa a fim de obter recursos para garantir a sustentabilidade do sistema Este conhecimento das suas responsabilidades e a apropria o dos seus sistemas fizeram com que a demanda dos CAPS fosse dirigida obten o de apoio e n o precisamente delega o do gerenciamento no poder p blico local ou nacional Durante a formula o da Lei especial de comit s de gua pot vel e saneamento surgiram algumas discuss es sobre qual seria a figura mais apropriada para lhes outorgar legalidade Entre as propostas estava a concess o de personalidade jur dica como uma ONG mas isto 38 A ades o a esta rede volunt ria e como se constatou nas visitas de campo muitos dos comit s n o est o inseridos nela Alguns dos CAPS que participaram do processo tinham 10 e at mais de 20 anos funcionando Os funcion rios envolvidos pertencentes s ONGs estavam altamente capacitados e contavam com experi ncia na rea de saneamento ambiental que variava entre 11 a 30 anos tal como foi mencionado na s
194. ento de gua em reas rurais tem provocado altera es ainda pouco compreendidas tanto no Brasil quanto na Nicar gua o presente estudo visa explorar as raz es que provocaram a coopera o Estado sociedade civil e quais dos novos elementos resultantes dessa parceria poderiam contribuir para formula o de pol ticas exitosas A hip tese que norteia o estudo a de que a colabora o entre governo e sociedade civil pode gerar maior efetividade nas pol ticas p blicas para abastecimento de gua em reas rurais A Lei n 7 827 de 1989 delimitou o semi rido como a regi o de atua o da Superintend ncia de Desenvolvimento do Nordeste SUDENE que apresentasse uma precipita o pluviom trica m dia anual igual ou inferior a 800 mm Esta delimita o foi modificada em 2005 baseada em tr s crit rios t cnicos precipita o pluviom trica m dia anual inferior a 800 mil metros ndice de aridez de at 0 5 calculado pelo balan o h drico que relaciona as precipita es e a evapotranspira o potencial no per odo entre 1961 e 1990 e risco de seca maior que 60 tomando se por base o per odo entre 1970 e 1990 BRASIL 2005 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 2 OBJETIVOS 2 1 Objetivo geral Analisar as experi ncias de formula o e implementa o de pol ticas p blicas de gest o comunit ria para o abastecimento de gua pot vel em reas rura
195. epend ncia econ mica dos recursos externos colocava em d vida a sustentabilidade das pol ticas de longo prazo para amplia o da cobertura dos servi os considerando que segundo o hist rico as doa es tendiam a diminuir FIGURA 5 9 Investimento em projetos para abastecimento de gua pot vel em reas rurais per odo 1998 2003 Miles de US 19 004 07 20 000 00 18 000 00 E Or amento nacional 16 000 00 E Recursos pr prios do ENACAL 14 000 00 12 000 00 E Doa o 10 000 00 E Credito internacional 8 000 00 6 000 00 4 000 00 2 000 00 0 00 Fonte Adapta o de OPS et al 2004 Tanto na documenta o consultada sobre este per odo assim como naquela do per odo anterior existe pouca informa o sobre a efetividade do processo de aprendizado das comunidades assim como das suas dificuldades para garantir o acesso gua Em tra os gerais menciona se que os CAPS n o garantiam a desinfec o da gua e que nenhuma institui o do Estado disponibilizava o cloro para este fim ENACAL e SNV 2003 Mesmo assim nenhuma institui o realizava o controle da qualidade das guas de consumo humano nas comunidades rurais OPS et al 2004 p 162 239 2 Segundo as an lises estat sticas do per odo de 1990 a 2002 OPS et al 2004 os custos de investimento para a constru o de sistemas em reas rurais variavam entre US
196. equerendo 198 horas e 50 minutos de transcri o resultando uma m dia de 6 horas de transcri o por cada hora de grava o Como parte da coleta de informa o documental foram visitados os seguintes centros de documenta o Biblioteca Dr Roberto Incer Barquero biblioteca do Banco Central da Nicar gua localizada em Man gua Biblioteca do Servicio de Informaci n Mesoamericano sobre Agricultura Sostenible SIMAS e Biblioteca da Empresa Nicaragiiense de Acueductos y Alcantarillados ENACAL As informa es obtidas nesses centros est o relacionadas com o marco legal da gest o de gua pot vel nas reas rurais do pa s a organiza o dos CAPS e os programas implementados pelo Estado para amplia o dos servi os de abastecimento de gua Ressalta se que ap s a viagem de coleta de dados foi requerida informa o adicional a qual foi localizada e enviada pesquisadora pela senhora Yalkiria Pineda Rivera e os senhores 54 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG L pez e Guill n que foram de uma ajuda incalcul vel durante esta pesquisa Com a colaborag o destas pessoas a pesquisadora conseguiu coletar um total de 101 documentos relacionados com o tema os quais foram analisados posteriormente 4 4 An lises dos dados Para o processamento dos dados tanto dos documentos quanto das entrevistas foram utilizados procedimentos sist micos para an lise das comun
197. era o de vetores transmissores de doen as e aumentar o risco da popula o de contrair doen as de veicula o h drica Esta foi uma das principais raz es para que os atores externos inclu ssem no projeto a constru o de latrinas aspecto que tornou se um inconveniente nas comunidades onde predominava o h bito de defeca o ao ar livre Segundo os entrevistados pertencentes dire o do CAPS Molino Sur na primeira interven o realizada na comunidade no in cio da d cada de 1990 o organismo doador condicionou o in cio do projeto instala o de latrinas e ao estabelecimento de um per odo razo vel para corroborar o uso das mesmas Para a dire o do CAPS este foi um momento muito dif cil j que as pessoas se recusavam a utilizar as latrinas alegando que a utiliza o de caixas como chamavam as latrinas para defecar era algo an malo e Capacita o e conscientiza o Segundo a literatura consultada a capacita o das organiza es comunit rias dirigida cria o das capacidades que estas precisam para exercer suas fun es de grande import ncia para o xito do projeto Como ilustra Mantilla 2011 no Paraguai a SENASA capacitava as dire es das organiza es comunit rias em temas de administra o contabilidade e legisla o al m de temas t cnicos como eletricidade e hidr ulica No caso da Col mbia houve um programa de capacita o com uma vis o mais empresarial dirigid
198. eria a medida tima para que as comunidades possam gerenciar seus sistemas de uma forma eficiente Com o intuito de determinar se a gest o comunit ria aplicada com sucesso em algumas comunidades rurais poderia ter o mesmo xito em outras comunidades de maior tamanho Doe e Khan 2004 estudaram quatro comunidades duas urbanas e duas rurais em Gana Por meio de uma pesquisa qualitativa os autores conclu ram que a gest o comunit ria n o aplic vel em todos os casos e identificaram a exist ncia de tr s grupos de fatores determinantes para o sucesso deste modelo de gest o 1 as caracter sticas da comunidade tamanho ocupa o idade 2 a participa o da popula o e 3 o sentimento de pertencimento ou apropria o do sistema Os autores assinalam o primeiro grupo de fatores como aquele de maior peso j que cont m vari veis independentes que influenciam tanto a participa o da popula o como a apropria o ou o sentimento de pertencimento do sistema A inter rela o entre estas vari veis ilustrada na FIG 3 2 FIGURA 3 2 Componentes para uma gest o comunit ria exitosa am N Idade dos chefes de fam lia f Tamanho da H li I I 1 fam lia 1 nn e N e N Ocupa o I d Y Tamanho de y dos chefes K popula o 1 de fam lia Caracter sticas da comunidade pa e 4 Participa o no estabelecimento
199. eriais e at um escrit rio as UNOM municipais enfrentavam o 67 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG problema da falta de recursos humanos capacitados Geralmente o pessoal tinha menos prepara o t cnica e menos experi ncia que o das UNOM regionais A alta rotatividade provocada pela falta de estabilidade laboral constitu a outro agravante Com as mudan as dos governos municipais eram contratados novos t cnicos muitos deles por crit rios de amizade confian a ou simpatia dos prefeitos e n o por crit rios profissionais ENACAL e SNV 2003 OPS et al 2004 p 150 151 No entanto a ENACAL tinha visualizado retirar se tanto da execu o dos projetos quanto da presta o de assist ncia t cnica j que estas atividades discordavam da pol tica comercial da empresa ENACAL e SNV 2003 OPS et al 2004 p 225 Assim na an lise setorial de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio do ano de 2004 j se avaliava a possibilidade de ceder a execu o dos projetos a outra institui o Para receber a responsabilidade da execu o de projetos o governo considerou ao Fondo de Inversi n Social de Emergencia FISE uma institui o constitu da desde 1990 para incidir na melhoria das condi es sociais de p s guerra Inicialmente o FISE tinha como finalidade canalizar e executar recursos financeiros para a execu o de projetos que beneficiaram popula o ma
200. es como se mostra na FIG 5 11 O FISE contrata empresas para realizar esta fun o as quais acompanham as comunidades por um m s antes do in cio das atividades de constru o e at 6 meses ap s finalizadas as obras O objetivo desta figura a implementa o da metodologia FECSA e o desenvolvimento das capacidades t cnicas administrativas e funcionais requeridas 92 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURAS 5 11 Cartazes encontrados nas casas dos usu rios dos sistemas de abastecimento de gua da comunidade Yamal munic pio La Dalia higiene H FIr z Fonte Arquivo da pesquisadora 2012 Segundo os funcion rios das institui es p blicas este modelo responde s necessidades did ticas dos projetos que procuram m todos simples de capacita o e material adequado considerando que muitas das pessoas s o analfabetas ou t m um baixo grau de escolaridade As pessoas que assumem a dire o dos CAPS recebem uma capacita o diferente do restante da comunidade Al m dos temas anteriormente citados elas s o capacitadas em mat ria administrativa e aspectos t cnicos de acordo com a tecnologia utilizada por exemplo repara o e leitura de medidores m todos de desinfec o em especial a clora o e em alguns casos o m todo de desinfec o solar SODIS Muitas destas capacita es incluem aulas pr ticas aplicando o prin
201. es p blicas est o 1 O INAA em coordena o com a ENACAL monitorar o cumprimento das obriga es dos CAPS registrados a i 42 x A x P 2 A Ger ncia de Aquedutos Rurais do INAA assessorar e supervisar por meio de inspe es peri dicas o cumprimento das normas t cnicas para a opera o manuten o e administra o do sistema de abastecimento de gua 3 Ser o desenvolvidos programas de capacita o para os CAPS nas tem ticas de administra o sustentabilidade opera o do servi o controle da qualidade de gua cuidado do meio ambiente e em especial prote o e conserva o das fontes de gua Estes programas ser o executados pelo INAA o MINSA o Minist rio do Ambiente e dos Recursos Naturais MARENA o Instituto Nicarag ense de Fomento INIFOM e o FISE em coordena o com as respectivas prefeituras 4 Com o objetivo de garantir o adequado funcionamento e sustentabilidade dos sistemas comunit rios de abastecimento de gua cada CAPS dever ser assessorado e capacitado pelo INAA e a ENACAL 5 O INAA e as prefeituras criar o o Registro Central de Prestadores de Servi os de gua Pot vel e Esgotamento Sanit rio e as Unidades T cnicas Municipais respectivamente com o objetivo de garantir o registro legaliza o e funcionamento dos CAPS No momento de aprova o da Lei n 722 2010 n o existia uma estrutura p blica que desse atendimento aos CAPS Por este motivo
202. esse ano criar dentro de sua estrutura a Dire o de Aquedutos Rurais DAR RASNIC et al 1998 O INAA fez parcerias com diferentes doadores raz o pela qual puderam existir os programas INAA COSUDE INAA UNICEF e INAA CARE que trabalharam com diferentes intensidades em tr s eixos garantir acesso gua pot vel ao meios apropriados para esgotamento sanit rio e a educa o sanit ria para melhorar as pr ticas de higiene O Programa INAA COSUDE foi financiado desde 1981 pela Coopera o Su a para o Desenvolvimento COSUDE e pelo governo da Nicar gua Suas metas de a o envolviam os Departamentos de Esteli Madriz Nueva Segovia e alguns munic pios de Matagalpa e Le n O programa INAA CARE foi financiado desde 1983 por uma organiza o n o governamental canadense inicialmente estadunidense chamada Cooperative for American Relief Everywhere CARE para atuar nos departamentos de Jinotega Matagalpa e Boaco Segundo o INAA 1989 o governo cobria 50 dos custos do programa INAA COSUDE e 40 do INAA CARE Esses valores eram justificados como despesas para pagamento dos funcion rios do INAA treinamento e capacita o alf ndega para equipamentos importados e outros gastos administrativos Os cooperantes colocavam disposi o uma equipe t cnica 2 Neste caso refere se especificamente ao esgotamento sanit rio 2 Na pesquisa documental n o se encontraram detal
203. estar relacionado s exig ncias dos rg os financiadores nessa rea j que Na Col mbia existem aproximadamente 12 mil associa es de usu rios Atualmente existem aproximadamente 2 300 conselhos de saneamento constitu dos como organiza es comunit rias legalmente constitu dos e reconhecidos com personalidade jur dica e sem fins lucrativos MANTILLA 2011 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG z 75 dos recursos prov m de cr dito internacional e o principal financiador o Banco Mundial 54 o qual segundo Yacoob 1990 se caracteriza por ser o principal promotor da recupera o de custos de investimento nos projetos comunit rios para abastecimento de gua Recentemente as atividades de assist ncia t cnica e capacita o da SENASA diminu ram devido s limita es financeiras da pr pria institui o que n o disp e de recursos nem para mobilizar seu pessoal s comunidades Este caso semelhante ao do Malau KLEEMEIER 2000 onde uma vez conclu do o financiamento externo as institui es p blicas n o podem continuar dando apoio s comunidades Por esta raz o seria importante considerar nas pol ticas n o s a sustentabilidade dos sistemas mas tamb m a capacidade t cnica e econ mica das institui es que lhes prov m atendimento Para Uphoff e Esman 1974 apud Kleemeir 2000 as organiza es comunit rias n o t m capac
204. etor privado 74 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 2007 deixando claro que os servigos de abastecimento de gua n o seriam privatizados e desde ent o as a es de privatiza o da ENACAL t m sido revertidas ENACAL 2007 No entanto deixa se impl cito que isto se aplica s reas urbanas e n o se explicita sobre os sistemas de abastecimento de gua em reas rurais nem sobre as organiza es comunit rias que os administram A Lei n 620 2007 faz refer ncia n o privatiza o dos servi os de abastecimento de gua aludindo especificamente s reas urbanas Isto implica em uma omiss o sobre a exist ncia de mais de 5200 comit s nas reas rurais e do uso que estes fazem das diferentes fontes de gua Segundo os integrantes dos CAPS o artigo 4 da lei permite s Institui es do Estado a concess o de direitos de explora o dos recursos h dricos para pessoas f sicas ou empresas privadas existindo a possibilidade de que as fontes que eles j utilizam sejam cedidas legalmente a outros Diante da omiss o consumada aos CAPS na Lei n 620 2007 estes que j tinham se mobilizado contra sua aprova o uniram se novamente para encontrar solu es conjuntas problem tica Inicialmente um grupo de CAPS de diferentes munic pios da Nicar gua procurou s organiza es da sociedade civil especificamente a Coaliz o de Organiza es pelo Direito gua
205. ezaron a funcionar los CAPS en su comunidad y me gustar a que usted las ordenara del 1 al 4 siendo el primero lo que mas mejoro y el cuarto lo que menos Mas tiempo Menos cansancio Mas dinero gt Mas salud Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA UMAS Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos GEST O COMUNIT RIA PARA ABASTECIMENTO DE GUA EM REAS RURAIS UMA AN LISE COMPARATIVA DE EXPERI NCIAS NO BRASIL E NA NICAR GUA ROTEIRO beneficiarios usuarios Nombre Sexo Edad Municipio Comunidad Fecha Nombre del CAPS Entrevista Inicio Fin Tema 1 Participaci n social procurar identificar en todos los subtemas la participaci n social Tema 1 1 La conquista 1 Me puede contar como era que ustedes se abastec an de agua antes de la formaci n de los comit s 2 C mo decidieron organizarse en estos comit s 3 A partir del momento que usted se enter que pod an tener agua con mayor facilidad que hizo A qui n usted busc qu sucedi despu s Tema 1 2 Organizaci n coordinaci n administraci n 4 Cu l es la estructura organizativa de un CAPS Y C mo se administra 5 De qu forma los pobladores participan en el trabajo del comit 6 C mo participan las muje
206. fornecimento de gua nas reas rurais porque as fam lias est o em uma condi o de pobreza que n o lhes permite pagar pelos servi os No entanto j que os recursos p blicos s o limitados os fundos governamentais precisam ser racionalizados e 2 as pessoas podem e ir o pagar entre 3 e 5 de sua renda pelos servi os de gua para garantir a sustentabilidade dos sistemas THE WORLD BANK WATER DEMAND RESEARCH TEAM 1993 com esta ltima perspectiva que em 1993 o Banco Mundial discutiu o tema do financiamento e da sustentabilidade dos sistemas rurais de abastecimento de gua e alegou que o problema das estrat gias dos governos e das organiza es internacionais doadoras era que haviam ignorado a import ncia da demanda como fator determinante de pol ticas adequadas para o fornecimento deste servi o nas reas rurais Isso quer dizer que a efic cia UVW um sistema individual de filtra o e desinfec o da gua A tecnologia consiste na utiliza o de uma s rie de filtros e a aplica o de luz ultravioleta para a desinfec o da gua DEWILDE et al 2008 18 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG de uma pol tica e seu planejamento requer considerar o que os clientes rurais querem e quanto est o dispostos a pagar pelo abastecimento de gua THE WORLD BANK WATER DEMAND RESEARCH TEAM 1993 Isto impulsionou o Banco Mundial a desenvolver estudos
207. fundos da coopera o espanhola a o da qual se esperam grandes benef cios 84 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG de campo poucos CAPS estavam legalizados entre eles o da comunidade de Molino Sur no Munic pio de Sebaco Os dirigentes deste comit relataram que ainda n o podiam receber o benef cio da exonera o de obriga es fiscais devido ao desconhecimento da lei de CAPS por parte dos funcion rios da Dire o Geral de Ingressos DGI Estas contradi es entre o estipulado pela Lei e o que realmente acontece podem estar relacionadas falta de participa o no processo de formula o da Lei de alguns atores chave para a implementa o da mesma Ainda quando se contou com a participa o de representantes do Estado institui es como a DGI o INE o MARENA e o INIFOM cujo aporte teria sido de alto valor n o foram participantes do processo No caso das prefeituras as quais t m maior responsabilidade nos territ rios s foram chamadas para o processo de valida o quando fizeram algumas sugest es Outra a o que segundo a lei deveria ser executada pelo poder p blico o fornecimento de assist ncia t cnica aos comit s Como se mencionou anteriormente o ENACAL n o exerce essa fun o e sua atua o se limita s reas urbanas O FISE interv m na amplia o dos servi os de abastecimento de gua em reas rurais conforma e capacita os CAPS
208. ganismos que trabalham no pa s em projetos com esta tem tica Este foi um esfor o realizado em 2008 pelo MARENA UNICEF e COSUDE com a participa o do MINSA e do Minist rio de Educa o sendo desde ent o uma metodologia utilizada tanto por organismos internacionais e ONGs como pelas institui es do governo Como resultado de sua aplica o logrou se a padroniza o da atua o daquelas entidades que trabalham no subsetor e foi validada como uma pol tica para interven es em gua e saneamento ambiental em comunidades rurais MARENA et al 2010 A metodologia FECSA promove mudan as nos h bitos de higiene pessoal sa de e a rela o com o meio ambiente Para isto realizada a transmiss o de conhecimentos dos promotores institucionais aos promotores locais e estes por sua vez s comunidades professores dire es dos CAPS lideran as e fam lias As tem ticas abordadas s o 1 Prote o de bacias hidrogr ficas 2 Controle de vetores de doen as 3 Disposi o adequada de excretas dejetos s lidos e l quidos constru o e uso de solu es individuais de esgotamento sanit rio e compostagem de res duos s lidos 4 Higiene da moradia e dos alimentos 5 Uso e manuseio da gua para beber e cozinhar 6 Abordagem da tem tica de g nero Como parte da metodologia as casas s o visitadas semanalmente para constatar os avan os nas mudan as de h bitos os quais s o registrados em cartaz
209. gia a amplia o de estradas e portos constru o de a udes e perfura o de po os para a irriga o A proposta tamb m inclu a a cobran a de uma taxa por irriga o e pela utiliza o das obras constru das assim como a expropria o das terras ociosas Segundo Villa 2001 a proposta foi ousada para a poca e teve a oposi o da oligarquia brasileira e da C mara dos Deputados os quais argumentavam que o pa s n o tinha recursos para fazer esses investimentos O inovador da proposta de Pessoa que de forma diferente de seus antecessores ele acreditava que a solu o n o era despovoar o semi rido sen o criar condi es de acesso gua para que as pessoas pudessem morar no Sert o em per odos de secas e at gerar produ o agr cola para desenvolvimento da regi o Durante seu mandato aconteceu a seca de 1920 s que desta vez o presidente enviou imediatamente recursos para atendimento da emerg ncia VILLA 2001 Reestruturada como a Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas IFOCS e posteriormente como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas DNOCS 114 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Pessoa conseguiu a aprovac o das obras contidas na sua proposta e iniciou uma s rie de investimentos nunca antes vistos na regi o Entre 1920 e 1922 foram constru das estradas e reformados os portos foi instalada uma ampla rede telegr fic
210. gua solu es para o esgotamento sanit rio e realizar programas educacionais a fim de melhorar os h bitos de higiene manejo das guas cinzas e dos excretas Segundo o mesmo autor importante para o sucesso das pol ticas neste campo contar com a participa o ativa da comunidade durante todo o ciclo do projeto Em adi o exp e a necessidade da inser o por parte do Estado de outras a es dentro da pol tica tais como 1 desenvolver instrumentos e metodologias de assist ncia t cnica e capacita o espec fica para as reas rurais 2 estabelecer mecanismos de financiamento e esquemas de subs dios para a popula o mais pobre e vulner vel que n o possa arcar com os custos de opera o e manuten o dos sistemas 3 estabelecer uma estrutura institucional de a o nacional que defina e planeje as pol ticas p blicas estabele a metas setoriais e garanta a aloca o dos recursos necess rios para a amplia o da cobertura de maneira sustent vel no tempo e 4 utilizar solu es tecnol gicas apropriadas realidade clim tica cultural e econ mica das comunidades para que estas n o sejam abandonadas ou caiam em desuso como ocorreu na Col mbia O mesmo estudo chama muito a aten o sobre a import ncia da constitui o legal das organiza es comunit rias como provedoras de servi os de abastecimento de gua Da mesma forma salienta se a necessidade do apoio governamental na constante organiza o e ca
211. gua raz o pela qual esta poderia n o ser suficiente para todo o per odo de estiagem MANTILLA 2011 33 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG salientam a necessidade de garantir que o tanque ou cisterna seja um dispositivo herm tico que n o permita o acesso de mosquitos e ressaltam a import ncia de realizar a es que evitem a contamina o da gua como a limpeza dos telhados e da cisterna o desvio da gua das primeiras chuvas e a clora o Por m os estudos demonstram resultados diferentes em rela o utiliza o dessa tecnologia e os efeitos na sa de Heyworth et al 2006 realizaram uma pesquisa na Austr lia com o objetivo de determinar se existia maior risco de contrair gastroenterites em crian as de 4 a 6 anos que consumiam gua de chuva em compara o com aquelas que consumiam gua proveniente da rede de distribui o O resultado indicou que n o existia um aumento do risco de contrair a doen a entre as crian as que consumiam e aquelas que n o consumiam gua de chuva Outros estudos como o efetuado por Luna et al 2011 em Pernambuco apresentam resultados mais positivos com rela o utiliza o desse sistema Esses autores avaliaram a ocorr ncia de epis dios diarreicos entre pessoas que tinham e n o tinham cisternas aplicando um estudo epidemiol gico longitudinal prospectivo e um estudo de corte transversal Ap s coletar informa es sobre
212. hapada do Norte Chapada do Norte Berilo Berilo Berilo Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Chapada do Norte Berilo Berilo Turmalina Itinga Aracua Itaobim Coronel Murta Itaobim Ara ua Comercinho Turmalina Turmalina Turmalina VII EnconASA Juazeiro BA VII EnconASA Juazeiro BA VII EnconASA Juazeiro BA S baco S baco S baco S baco S baco S baco Telica La Dalia Man gua Man gua Man gua Man gua Data 01 11 10 01 11 10 01 11 10 01 11 10 01 11 10 01 11 10 02 11 10 02 11 10 02 11 10 03 11 10 03 11 10 03 11 10 04 11 10 04 11 10 04 11 10 26 10 2009 26 10 2009 26 10 2009 30 10 2009 05 11 2009 06 11 2009 10 11 2009 11 11 2009 01 02 2010 05 02 2010 10 02 2010 05 02 2010 02 03 2010 02 03 2010 02 03 2010 03 02 2010 05 03 2010 05 03 2010 05 03 2010 21 26 de mar o 2010 21 26 de mar o 2010 21 26 de mar o 2010 15 02 2012 15 02 2012 15 02 2012 13 02 2012 15 02 2012 13 02 2012 18 02 2012 23 01 2012 31 01 2012 01 02 2012 03 02 2012 21 01 2012 194 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Tipo de entrevistado Gestor Gestor Gestor Gestor Gestor Gestor Gestor Gestor Gestor Gestor Gestor Pais Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Nicar gua Munic pio Man gua S baco
213. hes sobre a quantidade espec fica de investimento de cada programa nem alguma avalia o No caso do programa INAA UNICEF n o se encontraram detalhes do conte do do programa 60 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG assessores e financiamento O financiamento era disposto para diversas atividades desde a compra de materiais e equipamentos importados at gastos locais como manuten o de ve culos e a compra opera o e manuten o de equipamento de escrit rio Estas organiza es foram um pilar fundamental no fortalecimento institucional A CARE realizou investimentos para melhorar a metodologia de trabalho nas comunidades assim como a capacita o dos funcion rios do INAA e dos benefici rios dos projetos Al m de atividades com a popula o o programa INAA COSUDE impulsou a cria o das Unidades de Opera o e Manuten o UNOM em 1983 As UNOM tinham a tarefa de dar acompanhamento s comunidades na fase de opera o e manuten o Conforme expresso pelos entrevistados e UNICEF et al 20067 os organismos internacionais foram os que introduziram a utiliza o da gest o comunit ria para a execu o dos programas e O modelo de gest o comunit ria introduzido na d cada de 1980 Mesmo que a coopera o internacional tenha sido um pilar importante na implementa o das pol ticas p blicas estas n o conseguiram cumprir todos os seus objetivos Segun
214. i realizada na l ngua nativa VARGAS e BUITRAGO 1994 p 443 Segundo Llosa 1990 p 274 apud COSTA 2009 a Teologia da Liberta o identificava o pecado com as estruturas sociais injustas do capitalismo e em sua vers o mais extremista proclamava que o marxismo era a nica solu o para o mundo Segundo L wy 1989 a Teologia da Liberta o considerava a liberta o dos pobres dos oprimidos dos escravos e de qualquer v tima da injusti a como um princ pio moral valorizava a atividade coletiva e comunit ria antes do que a individual e instava a acabar com as discrimina es de qualquer ndole principalmente social e racial colocando o g nero humano acima das ra as etnias e na es 17 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG da poca a maioria dos nicaraguenses sentiu se inclu da num projeto pol tico situa o que n o se tinha vivenciado antes Considerando a participa o ativa da popula o o FSLN baseou a execu o dos grandes projetos nacionais tamb m os pol ticos no trabalho volunt rio Esta cultura participativa tamb m foi promovida pelos governos posteriores com a inclus o da popula o em projetos para a constru o de estradas As ONGs adotaram o trabalho comunit rio como parte da sua metodologia habitual para a execu o de projetos mas sem o matiz partid rio Por sua vez converteram se em supridoras daquelas necessidades da po
215. ica es com a finalidade de inferir ou deduzir de maneira controlada as mensagens dos emissores ou informa es sobre seu meio Essas t cnicas conhecidas como an lise de conte do permitem desvelar mensagens ocultas que podem mostrar as causas antecedentes ou consequ ncia de uma mensagem ou refletir opini es julgamentos e tomadas de posi o BARDIN 1977 p 38 Considerando a quantidade de roteiros diferentes que foram utilizados na coleta de dados dois para o Brasil e tr s para a Nicar gua criou se uma codifica o que permite identificar facilmente o pa s em que foi realizada a entrevista e o n mero do entrevistado segundo a rea de atua o deste Assim as primeiras letras do c digo designam o roteiro e a ltima o pa s como mostrado na TAB 4 3 para ver detalhe de codifica o ver Ap ndice D TABELA 4 3 Nomenclatura de codifica o utilizada para a an lise de conte do das entrevistas Tipo de Roteiro utilizado Tipo de Pa s No C digo entrevistado Brasil Benefici rio B B n 1 15 BBn Gestores G B n 1 32 GBn Gestores prefeituras ONGs e G N n 1 15 GNn Institui es do governo central Nicar gua 8 Gestores locais membros de Rs GL N n 1 5 GLNn dire es de CAPS Benefici rio B N n 1 3 BNn Para cumprir o objetivo de identificar os fatores econ micos pol ticos ou sociais que influenciaram a evolu o das pol ticas p blicas para abastecimento d
216. icos da UFMG detrimento da responsabilidade pol tica POLLIT et al 1998 p 26 apud ORMOND e LOFFLER 1999 Al m do anterior a maior liberdade de gerenciamento aumenta as possibilidades de corrup o comprometendo a transpar ncia da administra o p blica Mesmo que em alguns casos tenha se conseguido incrementar a efetividade dos servi os p blicos diante da integra o de pr ticas gerenciais existem outros elementos adversos como a prioriza o e promo o de valores econ micos em lugar daqueles orientados ao bem comum ORMOND e L FFLER 1999 Exemplo disso a cobran a pelos servi os governamentais aos usu rios a o que poderia ser interpretada como comercializa o dos servi os p blicos Com o Novo Gerencialismo come ou se a utilizar pol ticas de car ter participativo fomentando a inclus o da sociedade na execu o ou no seguimento das pol ticas p blicas Este tipo de abordagem implementado com xito em pa ses como Gr Bretanha Estados Unidos e Nova Zel ndia ganhou for a durante a d cada de 1980 e teve um papel central nos programas de ajuste econ mico dos pa ses em desenvolvimento SOUZA e CARVALHO 1999 Segundo Yacoob 1990 e Souza e Carvalho 1999 no caso dos pa ses em desenvolvimento altamente endividados as crises econ micas e as demandas dos organismos multilaterais em especial do Banco Mundial promoveram a ado o deste tipo de reforma estrutural gerando uma paulatina d
217. idade para o gerenciamento de sistemas complexos sem a participa o das institui es do poder p blico portanto uma boa vincula o com estas entidades de vital import ncia Parte das a es preventivas derivam se de uma adequada assist ncia t cnica que geralmente fica sob a responsabilidade de institui es estatais ou governamentais A aus ncia desta coopera o por parte do poder p blico acarreta a deteriora o acelerada dos sistemas Depois de analisar as duas pol ticas Mantilla 2011 exp e quais s o os fatores que dificultam a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua em ambos os pa ses No Paraguai estes s o 1 a falta de capacita o e assist ncia t cnica aos Conselhos de Saneamento 2 o reduzido n mero de usu rios por sistema 3 as baixas tarifas pelos servi os al m de sua desatualiza o 4 a alta taxa de inadimpl ncia e 5 a alta rotatividade dos membros da dire o dos Conselhos Na Col mbia os fatores identificados s o 1 o reduzido apoio assist ncia t cnica e capacita o por parte do poder p blico local departamental e nacional aos prestadores de servi o 2 a aplica o de solu es tecnol gicas sem considerar as caracter sticas socioculturais dos usu rios o qual torna os sistemas insustent veis 3 os muitos sistemas com poucos usu rios e 4 a aus ncia de prestadores de servi os formais e legalmente constitu dos que assumam a fun o do fornecimento de
218. ilizada para realizar a amplia o dos servi os de abastecimento de gua nas reas rurais dos pa ses em desenvolvimento da frica da sia e da Am rica latina tem sido a gest o comunit ria Dentre os casos estudados observam se alguns mais exitosos que outros nos quais quase sempre deixou se a responsabilidade da administra o opera o e manuten o dos sistemas sejam estes coletivos ou individuais para os pr prios usu rios Langford e Khalfan 2006 p 32 defendem a gest o comunit ria como a forma mais sustent vel equitativa e eficiente de gerenciamento da gua McGranahan e Mulenga 2009 concordam com esta afirma o e s o muito positivos em rela o aos modelos comunit rios apontando que este tipo de abordagem al m de melhorar as condi es de acesso gua para as pessoas necessitadas poderia contribuir para a corre o das falhas do Estado e do mercado Todo o anterior leva suposi o da participa o comunit ria como chave do xito das pol ticas implementadas fato coincidente com os paradigmas dos sistemas de abastecimento de gua em reas rurais discutidos por Miller 1979 O paradigma dos sistemas de abastecimento de gua pot vel em reas rurais com participa o da popula o est baseado na din mica do t pico ciclo de projeto para Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG abastecimento de gua onde a participa o da
219. imento de gua nas comunidades rurais Ser realizado o registro fotogr fico das tecnologias utilizadas para o fornecimento e o armazenamento de gua e tamb m das moradias dos usu rios e benefici rios As impress es durante as visitas ser o registradas em caderno de campo com o intuito de auxiliar na caracteriza o dos h bitos e costumes dos usu rios dos servi os Mesmo sendo o objeto da pesquisa o abastecimento de gua ser o coletadas informa es sobre a disposi o dos dejetos humanos e dos res duos s lidos 2 Entrevistas em profundidade Ser o realizadas Entrevistas em Profundidade com roteiro semiestruturado prevendo se o uso da t cnica de Bola de Neve no caso de n o ser verificada a satura o das informa es requeridas a partir do n mero de entrevistas pr estabelecidas ou ainda no caso de haver necessidade de aprofundamento de alguma quest o em particular Ser o adotados os seguintes procedimentos para a realiza o desta etapa Antes de se iniciar a entrevista ser o apresentados o objetivo e a motiva o da pesquisa bem como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE explicitando que se manter o anonimato das pessoas pesquisadas Ser solicitada autoriza o para gravar a entrevista explicando se pessoa entrevistada que isso se deve ao objetivo de garantir a fidelidade da transcri o As entrevistas ser o gravadas por meio de um gravador digital est reo e posteriorment
220. ina o de excretas das comunidades NICARAGUA 19790 Para o INAA 1989 um acontecimento determinante que desencadeou o recebimento de apoio por parte de organismos internacionais foi a declara o do dec nio internacional de 59 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG abastecimento de gua pot vel e saneamento 1981 1990 Este apoio materializou se como assist ncia t cnica e econ mica para a execu o de projetos destinados amplia o da cobertura de servi os atrav s da participa o comunit ria especialmente nas reas rurais O pa s estabeleceu como meta garantir o abastecimento de gua pot vel a 50 da popula o rural para o final da d cada de1980 No entanto no in cio de 1981 a opera o dos grupos armados contrarrevolucion rios nas reas rurais tornou a meta inalcan vel logrando uma cobertura de apenas 13 para 1987 Em 1981 o governo iniciou gest es com a Confedera o Su a com o fim de desenvolver um programa piloto para abastecimento de gua e implementa o de solu es individuais de esgotamento sanit rio nas reas rurais Em 1982 o INAA recebeu a oferta de coopera o t cnica e econ mica do Fundo das Na es Unidas para o Desenvolvimento e Capitaliza o FNUDC e do Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF para a aten o s reas rurais Com estas iniciativas de coopera o o INAA decidiu em setembro d
221. iniciaram processos de mudan as mundiais no campo da economia e da administra o p blica visando aplica o de sistemas gerenciais na gest o p blica gerenciamento p blico e a ado o para pa ses da Am rica Latina das premissas do Consenso de Washington cujo cumprimento condicionava segundo Davidson 2003 o acesso aos recursos externos do FMI e do Banco Mundial 64 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Desenvolvimento BID e o Fundo Monet rio Internacional FMI um programa de ajuste estrutural destinado a alcangar o desenvolvimento econ mico sustent vel Esta medida fomentou a redu o do setor p blico e os custos sociais a privatiza o das empresas estatais e a redu o da interven o do Estado nas decis es econ micas do mercado A economia que durante a d cada de 1980 foi planejada e controlada pelo Estado passou a ser de livre mercado abrindo espa os para a participa o do setor privado Al m das mudan as j mencionadas eliminaram se os subs dios aos produtos de consumo b sico restringiram se os cr ditos aumentaram se as tarifas dos servi os p blicos e os impostos diretos privatizaram se muitas das empresas p blicas e implementaram se reformas fiscais GRUPO OC ANO 2002 p 169 O INAA tamb m teve suas reformas originadas tanto pelas novas pol ticas do governo como pela situa o cr tica experimentada por esta institui
222. inista corte lhe a cabe a Jamais na hist ria no tempo Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG que eu estive eu estive em Jinotega como 4 anos 4 ou 5 anos jamais jamais mudamos um promotor Como se chamavam Um promotor de PROAGRO programa de aten o ao campo Jamais mudamos porque ele estivesse chateado Todos que mudamos nesses quatro anos os mudamos porque t nhamos que substituir os mortos essas eram as condi es A Nicar gua passou por momentos duros e nesta situa o deteriorou nos a educa o Mesmo que tiv ssemos feito a campanha nacional de alfabetiza o todo o esfor o investido na infraestrutura foi destru do O pa s passou por uma dif cil situa o econ mica agravada pelos efeitos da guerra e pelo bloqueio econ mico imposto pelos Estados Unidos raz es que obrigaram o governo ado o de uma pol tica de sobreviv ncia Durante o per odo da guerra 1981 1989 os servi os de abastecimento de gua n o foram uma prioridade pelo que as contrapartidas do Estado nos programas de coopera o sal rios materiais locais e combust vel eram garantidas com muita dificuldade Panorama que piorou ap s 22 de outubro de 1988 j que a maioria dos recursos foi destinada reconstru o da regi o Atl ntica devastada pela passagem do furac o Juana INAA 1989 O INAA 1988 aponta que os principais fatores que incidiram negativamente
223. ionar o desenvolvimento sustent vel e a conviv ncia com o Semi rido Nesse mesmo ano a ASA promoveu a realiza o do F rum Paralelo da Sociedade Civil de forma que coincidisse com a terceira sess o da Confer ncia das Partes das Na es Unidas da Conven o de Combate Desertifica o COP3 realizada em Recife Realizar o F rum no mesmo momento que a COP3 foi uma estrat gia da ASA para obter a visibilidade e o apoio a suas propostas e demandas No F rum a ASA emitiu a Declara o do Semi rido Brasileiro como a formaliza o do desejo das m ltiplas organiza es que atuam no semi rido de criar uma nova vis o da regi o onde a conviv ncia com as condi es clim ticas poss vel e instando cria o de um semi rido mais justo sem monop lios da gua nem das terras A ASA baseou o conte do da Declara o do Semi rido nos compromissos adquiridos pelo Brasil como signat rio da COP3 Entre os compromissos retomados como demanda da ASA est o a obrigatoriedade da participa o da sociedade civil na implementa o da referida Conven o e a prioridade que o pa s deveria dar mitiga o dos efeitos da seca alocando recursos para tal finalidade e facilitando a participa o das popula es locais especialmente das mulheres e dos jovens ASA 1999 Para a ASA 1999 as medidas utilizadas durante a seca do final da d cada de 1990 eram exemplos claros da aplica o por parte do governo de pol ti
224. ir e implantar pol ticas de descentraliza o melhorar a efici ncia dos setores mediante o estabelecimento de marcos legais e regulat rios e estruturas institucionais apropriadas que permitissem a participa o do setor privado melhorar a efici ncia operativa dos setores BID 1994 66 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Estas mudancas institucionais n o foram ben ficas para os Comit s de gua Pot vel e Saneamento UNICEF et al 2006 p 9 10 especialmente aquelas direcionadas a alcan ar efici ncia financeira De forma diferente que nas reas urbanas os sistemas rurais n o geravam receitas tarif rias tornando se onerosos para a ENACAL Entre 50 e 75 do or amento estatal destinado s UNOM correspondiam ao pagamento dos funcion rios e seus custos operativos eram similares queles dos sistemas de abastecimento em reas urbanas OPS et al 2004 p 102 Para a ENACAL n o era sustent vel manter o funcionamento das UNOM regionais O crescente n mero de sistemas de abastecimento de gua pot vel exigia um incremento proporcional da quantidade de promotores das UNOM cuja assist ncia t cnica era requerida pelos CAPS para assegurar a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua J que o ENACAL GAR n o contava com os recursos humanos e financeiros para garantir esse apoio optou se pela transfer ncia de responsabilidades para os governos municipais
225. irmo tamb m que recebi uma c pia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Sei que sou livre para me retirar do estudo quando quiser Data Assinatura do participante Assinatura do entrevistador Telefones para contato S vio Nunes Bonif cio 31 3241 4769 Sonaly Rezende 31 3409 1882 Comit de tica em Pesquisa da UFMG 31 3409 4592 Endere o Av Ant nio Carlos 6627 Unidade Administrativa II 20 andar sala 2005 Campus Pampulha CEP 31270 901 Belo Horizonte MG Estrutura do roteiro de entrevistas com benefici rios 202 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Tema 1 A conquista 1 O que voc s e as pessoas que moram aqui nesta casa pensam do uso da gua de chuva Voc sempre pensou assim 2 Aqui na sua casa voc tem outra fonte de gua al m da caixa coletora de gua de chuva Que uso voc faz da gua 3 Que tipo de uso voc faz da gua 4 Como voc ficou sabendo do Programa de constru o de caixas coletoras de gua de chuva 5 A partir do momento que voc teve conhecimento do programa de constru o de caixas coletores de gua de chuva o que voc fez Quem voc procurou E o que aconteceu depois 6 Foi dif cil conseguir a cisterna Tema 2 A constru o 7 Como foi o processo de constru o da cisterna explorar a presen a do pedreiro a aquisi o dos materiais responsabilidade da fam
226. is por meio do estudo de casos do Brasil e da Nicar gua 2 2 Objetivos espec ficos e Identificar os fatores econ micos pol ticos ou sociais que influenciaram a evolu o das pol ticas p blicas para abastecimento de gua pot vel em reas rurais do Brasil e da Nicar gua e Determinar as raz es da inclus o da sociedade civil no processo de formula o de pol ticas p blicas para abastecimento de gua em reas rurais do Brasil e da Nicar gua e Definir quais s o os elementos novos das pol ticas que podem ser relacionados com a futura sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua rural no Brasil e na Nicar gua e Identificar os limites e potencialidades dos modelos de gest o comunit ria implementados no Brasil e na Nicar gua Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 3 REVIS O DA LITERATURA A revis o de literatura centra se nas pol ticas p blicas para abastecimento de gua em reas rurais explorando os fatores externos e internos que as afetam assim como os paradigmas relacionados utiliza o da gest o comunit ria como estrat gia das pol ticas p blicas Discutem se tamb m os elementos que segundo a literatura poderiam garantir a sustentabilidade de sistemas de abastecimento de gua em comunidades rurais Por ltimo elaborou se uma se o sobre as caracter sticas gerais da Nicar gua com o intuito de fornecer ao leitor infor
227. is pobre NICARAGUA 1990 Nessa perspectiva come ou a realizar projetos principalmente nas reas rurais do pa s com a constru o de escolas centro de sa de latrinas e sistemas de abastecimento de gua Mas dentro do governo esta ideia n o era completamente aceita O FISE contratava a constru o da obra e as entregava s comunidades sem um processo de sensibiliza o e capacita o raz o pela qual existiam d vidas sobre sua atua o como receptor da responsabilidade e sobre a efici ncia da metodologia para garantir a aceita o da obra pela comunidade e a sustentabilidade no tempo para cumprir sua vida til OPS et al 2004 p 232 Em 2004 por meio do Decreto n 109 2004 oficializou se o FISE como a institui o que executaria e daria acompanhamento aos programas e projetos para abastecimento de gua e esgotamento sanit rio em reas rurais NICARAGUA 2004 Por m a transfer ncia desta responsabilidade n o foi acompanhada da transfer ncia de experi ncia e recursos humanos Funcion rios com uma m dia de 12 anos de experi ncia e com forma o especializada ENACAL e SNV 2003 foram demitidos resultando numa perda da mem ria institucional 68 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Portanto essa transfer ncia de fun es foi um retrocesso M todos de controle como o Sistema Nacional de Informa o de gua e Saneamento SINAS que registrava
228. isa e tamb m n o receber nenhum pagamento para isso Voc tem toda a liberdade para n o querer participar da pesquisa e poder sair dela quando quiser DECLARA O DE CONSENTIMENTO Li ou algu m leu para mim as informa es contidas neste documento antes de assinar este termo de consentimento Declaro que entendi tudo que foi explicado no texto e que recebi respostas para todas as minhas d vidas Confirmo tamb m que recebi uma c pia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Sei que sou livre para me retirar do estudo quando quiser Data RR Assinatura do participante Assinatura do entrevistador Telefones para contato Pesquisadores Uende Aparecida Figueiredo Gomes 31 3409 1018 L o Heller 31 3409 1958 Comit de tica em Pesquisa da UFMG 31 3409 4592 Endere o Av Ant nio Carlos 6627 Unidade Administrativa II 20 andar sala 2005 Campus Pampulha CEP 31270 901 Belo Horizonte MG Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG ROTEIRO Gestor Organiza o Data Entrevista In cio Fim INFORMA ES GERAIS Nome Sexo Idade Cargo Fun o Tempo de trabalho na organiza o Grau de escolaridade Forma o 5 H quanto tempo o a Sr a participa dessa organiza o 6 Conte um pouco de sua hist ria na organiza o 7 Qual sua rela o com o PIMC 8 Qual sua opini o sobre o Program
229. l gicas dos seus fundadores provocaram posteriormente diferen as com outras organiza es da sociedade civil Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Nesse mesmo ano o poder executivo apresentou por meio do Minist rio de Ind stria e Fomento MIFIC um projeto para Lei Geral de guas Nacionais Segundo a Alian a e outras organiza es como a Rede Nacional de Defesa dos Consumidores a proposta de lei continha elementos privatizadores e relegava a um segundo plano o papel de outros atores e inst ncias de participa o social como as prefeituras os CAPS e os comit s de desenvolvimento municipal e distrital JACKMAN e D AZ 2005 O desacordo com o conte do do projeto de lei foi o detonante para uma s rie de a es destinadas a evitar o processo de privatiza o da gua Houve manifesta es frente s instala es do ENACAL o BID e a Assembleia Nacional como apresentado nas FIG 5 1 a 5 7 FIGURA 5 1 Protesto contra a venda da FIGURAS 5 2 Protesto contra a privatiza o ENACAL da gua Fonte Arquivos de LA PRENSA 2006 Fonte Arquivos da Asociaci n de Educaci n y Comunicaci n La Cuculmeca 2005 FIGURA 5 3 Protesto da comunidade FIGURA 5 4 Protesto da Rede Nacional dos universit ria contra a privatiza o da gua Consumidores frente a ENACAL Fonte Arquivos de LA PRENSA 2003 Fonte Arquivos de El Nuevo Diario 2004 70 Program
230. las perdidas soy de un pueblo victorioso que a n le duelen las heridas Yo soy de un pueblo nacido de entre fusil y cantar que de tanto haber sufrido tiene mucho que ense ar Hermano de tantos pueblos que han querido separar porque saben que a n peque os juntos somos un volc n Yo soy de un pueblo reciente pero antiguo su dolor analfabeta mi gente medio siglo en rebeli n Yo soy del pueblo de un ni o que en Niquinohomo naci soy del pueblo de Sandino y Benjam n Zeled n yo soy de un pueblo sencillo fraterno y amigo Nota Agrade o ao autor que teve a gentileza de me enviar pessoalmente a letra da can o para minha dissertac o Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG A Marcos a luz da minha vida porque personificas cada dia as palavras de Deus Pai O amor sofredor benigno o amor n o invejoso o amor n o se vangloria n o se ensoberbece n o se porta inconvenientemente n o busca os seus pr prios interesses n o se irrita n o suspeita mal n o se regozija com a injusti a mas se regozija com a verdade tudo sofre tudo cr tudo espera tudo suporta 1 Cor ntios 13 4 7 iv Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG AGRADECIMENTOS A Deus por dar me a fortaleza a dedicag o e a paci ncia para alcangar todas e cada uma das minhas metas na vida Ao professor L o Heller p
231. lemas s o semelhantes queles detectados pelos estudos realizados em Malau Paraguai Col mbia e Uganda KLEEMEIER 2000 MANTILLA 2011 QUIN et al 2011 97 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG e Problemas de sustentabilidade financeira Seja por administra o ineficiente ou em alguns casos pelo desvio do dinheiro por membros da dire o uma boa parte dos comit s n o conta com fundos para enfrentar qualquer tipo de eventualidade Em outros casos as tarifas pelo servi o n o s o atualizadas e n o obedecem a uma an lise dos custos reais necess rios para sustentar o sistema Os recursos econ micos gerados pela cobran a da tarifa est o destinados a cobrir os custos de opera o e manuten o dos sistemas os investimentos para melhorar a qualidade do servi o amplia es moderniza es e a forma o de um fundo para emerg ncias que permita arcar com danos nos equipamentos ocasionados por eventualidades como furac es ou tormentas tropicais comuns pela posi o geogr fica do pa s N o obstante o dinheiro coletado por muitos dos CAPS apenas cobre os gastos de opera o e em alguns casos nem esses custos Existem v rios fatores que prejudicam a sustentabilidade dos CAPS Um deles est relacionado aos altos custos de energia no pa s os quais afetam diretamente aqueles que utilizam sistemas de bombeamento el trico No caso do CAPS El Ojochal a colet
232. lia e Pr ximo a cisterna Tema 3 A manuten o 8 Voc acha que a sua cisterna est como estava quando voc recebeu T igual T melhor T pior 9 Tem alguma trinca na cisterna E os reparos 10 Como voc s aqui t m feito a limpeza da cisterna 11 Voc s pintam com cal 1x por ano 12 A tampa est vedando 13 Como est o as telas 14 E a bomba manual 15 Voc participou de algum curso reuni o que falava sobre manuten o dessa cisterna 16 O que mais falava neste curso 17 Em sua opini o porque importante fazer a limpeza da cisterna E de quanto em quanto tempo seria necess ria essa limpeza Tema 4 Barreiras Sanit rias 18 Vamos imaginar que vai chover Como voc vai fazer com as primeiras guas de chuva e Por quanto tempo faz o desvio da primeira gua de chuva e Quala prepara o antes da primeira chuva 19 Me mostre como voc retira a gua da caixa coletora de gua de chuva 20 Existe diferen a na forma como voc retira gua de acordo com o tanto de gua que tem na caixa Quando tem muita gua como voc faz E quando tem pouca gua Usa sempre a mesma vasilha balde Onde guarda o balde 21 E as calhas como voc faz Tema 5 Desinfec o da gua 22 A gua que est dentro dessa caixa voc acha que ela boa para beber Porque 23 Voc bebe a gua direto da cisterna 24 Voc coloca gua sanit ria 25 Voc tem filtro caseiro 26 Porque voc faz este tipo de
233. lidade dos projetos Assim 30 dos po os constru dos at o final de 1985 estavam secos em 1987 INAA 1989 Com base no exposto pode se inferir que esta primeira incurs o do Estado Nicaraguense em projetos de abastecimento de gua em reas rurais apresentou muitas falhas as quais poderiam ser consideradas parte do processo normal de aprendizagem de um Estado inexperiente com um sistema pol tico e uma estrutura de poder novos em um contexto de pobreza e instabilidade ocasionado pelos efeitos de uma guerra civil Durante este per odo hist rico os resultados das pol ticas foram afetados por fatores ex genos que como apontaram Hantke Domas e Jouravlev 2011 podem ser determinantes para o xito ou fracasso na implementa o de pol ticas para abastecimento de gua Entre esses fatores os autores destacam as pol ticas macroecon micas do pa s a prioridade alcan ada pelo abastecimento de gua nas pol ticas o or amento do governo a qualidade institucional e Durante esses 10 anos as normas t cnicas utilizadas para a constru o de sistemas de abastecimento em reas rurais durante a d cada de 1980 eram as mesmas que para os sistemas urbanos Somente depois de 1989 tentou se reverter essa situa o com a realiza o de um estudo avaliativo das experi ncias dos programas executados o que permitiu coletar informa o para a formula o de normas t cnicas apropriadas s condi es rurais Programa de P s
234. los que cambiamos en esos 4 a os los cambiamos porque era para reponer al muerto esas eran las condiciones a Nicaragua le ha tocado duro y en esa situaci n se nos deterior la educaci n a pesar de que hicimos la campa a nacional de alfabetizaci n todo el esfuerzo de la infraestructura se nos se nos destruyo Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 1 A concentra o excessiva de fun es e responsabilidades em n vel central do INAA provocou a exist ncia de uma estrutura org nica d bil em n vel territorial 2 Os esfor os eram dirigidos na constru o de novas obras e em muito menor grau opera o e manuten o das mesmas 3 A participa o das comunidades reduzia se m o de obra na constru o dos projetos e era quase nula no planejamento dos sistemas 4 N o se dispunha de suficiente informa o hidrogeol gica que possibilitasse a sele o da tecnologia mais apropriada R P S 24 5 N o se formularam nem se divulgaram normas e pol ticas adaptadas s reas rurais No mbito t cnico as institui es estatais apontaram dificuldades vinculadas sustentabilidade dos projetos ocasionados pela aus ncia de atividades de opera o e manuten o por parte das comunidades Isto devido principalmente omiss o da coleta dos recursos para garantir essas atividades A falta de previs o com respeito s secas foi outro fator que afetou a sustentabi
235. lsionar o DAR e o processo de legaliza o At o momento tem recebido o apoio da Coopera o Su a COSUDE da OPAS e do programa PINCHAS MARENA Projeto integral de gest o de bacias hidrogr ficas Destaca se tamb m o apoio das diferentes organiza es que atuam nos munic pios e o grupo dos Jovens Ambientalistas GWPCA 2011 Nas entrevistas percebe se a boa vontade do INAA e o compromisso de seus funcion rios em executar as fun es que lhes foram dadas Assim o demonstram os esfor os efetuados para elabora o de um programa nacional de assist ncia t cnica aos CAPS Contudo o INAA enfrenta hoje algumas das mesmas dificuldades para dar atendimento s reas rurais que enfrentou no seu in cio h quase 30 anos principalmente aquelas de ordem econ mica sendo altamente dependente do recurso externo para seu funcionamento Fazendo uma revis o cr tica da Lei pode se afirmar que esta cont m os elementos necess rios para melhorar o funcionamento e incidir positivamente na sustentabilidade dos CAPS O marco legal abrange v rios dos elementos identificados por Mantilla 2011 como importantes para a sustentabilidade dos sistemas e recomendados para aplica o na implementa o de pol ticas p blicas para abastecimento de gua em reas rurais como 1 a cria o de uma estrutura institucional que realize as fun es m nimas de atendimento a este p blico alvo 2 o apoio governamental na conforma o de organiza
236. m todos de coleta de dados com as entrevistas realizadas na Nicar gua A quantidade e a distribui o dessas entrevistas s o mostradas na TAB 4 1 46 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG TABELA 4 1 Distribui o dos participantes da pesquisa no Brasil por grupo aos quais pertenciam Nivel de participac o Campo de atuac o Quantidade Institui es do Estado Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome 1 Prefeituras Municipais 4 Unidades Gestoras Microrregionais 12 Funcion rios da ASA Unidades Gestoras Locais 12 Coordena o Estadual ASA Para ba 1 ia Benefici rios de PIMC dos munic pios de Berilo e Chapada Rennes ido EMO do Norte Estado de Minas Gerais 5 Comiss o Pastoral da Terra 1 Outros atores Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra 1 Total de entrevistas 47 Foram entrevistados 32 t cnicos 24 do sexo masculino e 8 do feminino cujas idades se encontravam na faixa et ria de 25 e 75 anos m dia de 43 anos Em rela o a seu n vel de escolaridade observou se que 11 dos entrevistados j finalizaram algum curso superior e outros sete n o completaram o ensino fundamental O tempo m dio de trabalho dos entrevistados em institui es relacionadas diretamente com o PIMC de 9 anos mas 4 dos 32 entrevistados trabalham na institui o de origem por um per odo superior a 18 anos As 15 entrevistas feitas com a popula o beneficiada foram catego
237. m dos entrevistados do FISE GNI Quando o secret rio pol tico ou o coordenador do poder cidad o insiste em que ele ser o coordenador do CAPS ali cria se um problema porque introduz o elemento pol tico Qualquer contradi o pol tica que possa existir introduzida no CAPS e j nem se fala quando esse CAPS tem que trabalhar com uma prefeitura liberal Waslala disse Waslala n o temos problema de trabalhar com os CAPS eu n o tenho nenhum problema de trabalhar com os comit s mas n o ponham um sandinista porque vou brigar Nas entrevistas alguns membros de comit s que t m muitos anos trabalhando nestes deixaram claro que no caso do acesso a gua eles deixam de fora suas prefer ncias pol ticas No entanto em algumas comunidades os CPC t m tentado intervir na administra o dos CAPS Por exemplo na comunidade El Eden no munic pio de Ticuantepe o l der do CPC demandava ser o coordenador do CAPS e tamb m o administrador dos recursos econ micos do comit KREIMANN 2011 Este tipo de a o pode ser interpretada por muitos como uma forma de centralizar a gest o da gua em pessoas de uma s afinidade pol tica e cria se o risco de mudar a estrutura apartid ria que s o os CAPS em estruturas partid rias como os CPC Isto por sua vez poderia ser o in cio de pr ticas clientelistas que no caso da Nicar gua nunca foram comuns para o abastecimento de gua e Falta de apoio t cnico e econ mico por
238. ma es gerais sobre esse pa s 3 1 Pol ticas p blicas Estado e novos atores As pol ticas p blicas constituem o reflexo da posi o do Estado a respeito de determinadas problem ticas Estas se manifestam atrav s de decis es atos ou omiss es das institui es do poder p blico provocando impactos na sociedade A implementa o de uma pol tica pode resolver reduzir aumentar ou mesmo n o afetar o problema que a originou BRUM 1990 Na vis o de Souza 2006 p 26 a pol tica p blica o campo do conhecimento que busca ao mesmo tempo colocar o governo em a o e ou analisar essa a o vari vel independente e quando for necess rio propor mudan as no rumo ou curso dessas a es vari vel dependente Para esta autora as pol ticas p blicas s o tamb m a materializa o das plataformas eleitorais em propostas concretas dos governos No entanto se as pol ticas s o o reflexo da posi o do Estado e estas por sua vez s o a materializa o das plataformas eleitorais dos governos que de fato s o tempor rios poderia se dizer que a posi o do Estado temporal e mudaria segundo os interesses do governo Para responder a esta pergunta valido citar a H fling 2001 que salienta a import ncia de diferenciar entre Estado e governo uma vez que o Estado formado pelas institui es permanentes que possibilitam a a o do governo e o governo trata de um grupo de programas propostos por uma parte
239. mazenar gua para consumo humano No entanto como toda pol tica alguns aspectos do PIMC demandam reavalia es com a finalidade de identificar as dificuldades e defici ncias do Programa e propor alternativas para super las Ainda que existam lacunas s o not rios os avan os da ASA Um retorno avaliativo contribuiria para um aperfei oamento da pol tica e um fortalecimento da organiza o 5 7 Resumo comparativo de experi ncias de gest o comunit ria para abastecimento de gua em reas rurais no Brasil e na Nicar gua No mbito das pol ticas p blicas analisadas pode se observar que tanto sua gest o quanto os resultados obtidos com sua implementa o foram marcados pelo contexto pol tico social e econ mico pr prio de cada pa s possibilitando desta forma interven es com caracter sticas muito particulares em cada caso N o obstante apesar das grandes diferen as esses pa ses compartilham pontos em comum em especial a utiliza o de um modelo comunit rio cuja execu o tem sido assumida pela sociedade civil e conta com o apoio econ mico do Estado para realizar os investimentos iniciais Essas diferen as no tipo de interven o aplicando modelos parecidos deu lugar a resultados semelhantes e outros nitidamente diferentes tal como se evidencia no resumo comparativo mostrado a seguir o qual toma como eixos de compara o os objetivos espec ficos da presente pesquisa 154 Programa de P s Gradua
240. mbiente a ASA formulou o Programa Um Milh o de Cisternas Rurais P1MC no per odo de 2000 a 2001 ASA e FEBRABAN 2003 Com o objetivo de legitimar a sua atua o a ASA constituiu se no ano 2002 em uma Organiza o da Sociedade Civil de Interesse P blico OSCIP e levou o nome de Associa o Programa Um Milh o de Cisternas APIMC figura jur dica que firma parceria para a execu o do PIMC Al m da legalidade obtida com a ado o desta figura a organiza o assumiu a responsabilidade de gerar bem estar p blico ganhou o reconhecimento governamental que lhe faculta estabelecer parcerias com este e por sua vez garante a inclus o de seus aportes nas pol ticas p blicas aplicadas ao semi rido Este fato congruente com a sugest o de Mantilla 2011 no que diz respeito import ncia da formaliza o das organiza es que realizam algum tipo de gest o em prol do abastecimento de gua por meio de alguma figura jur dica 5 4 2 Per odo de 2003 a 2012 No ano de 2002 foram realizadas elei es presidenciais com resultado favor vel ao Partido dos Trabalhadores PT Devido tend ncia pol tica deste partido e a suas bases sindicais esperavam se mudan as nas pol ticas p blicas tornando as mais sociais e direcionadas para a popula o mais vulner vel A pergunta neste caso seria o estilo pol tico ou a origem do PT teve influ ncia na inclus o do PIMC na agenda p blica tal como ocorreu com o apoio a
241. mente de 13 3 a 17 8 litros de gua por dia A capacidade da cisterna foi determinada assumindo que cada domic lio tem uma rea m nima de 40 m de telhado e que esta rea receber uma altura pluviom trica de 500 mm anuais ASA e FEBRABAN 2003 Uma das finalidades das cisternas garantir o acesso gua de boa qualidade que permita diminuir a ocorr ncia de doen as de veicula o h drica nos habitantes das regi es semi ridas Todavia para garantir a boa qualidade da gua da chuva necess rio seguir as recomenda es dadas durante o processo de capacita o das fam lias entre elas o desvio da gua da primeira chuva a limpeza e manuten o da cisterna e a desinfec o da gua dentro da cisterna e antes do seu consumo Este ponto discutido na sess o 5 6 onde se explora a apropria o da cisterna por parte dos usu rios Tamb m se avalia desde a tica dos usu rios se o programa est cumprindo com os objetivos propostos e o que precisa ser melhorado Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 4 2 2 Considera es sobre as avalia es do PIMC Sejam realizadas por institui es estatais ou pesquisadores externos as avalia es do PIMC s o geralmente positivas tanto nos aspectos operativos quanto no relativo ao cumprimento das metas estabelecidas com os parceiros Da mesma forma existe uma valora o positiva relacionada ao papel do PIMC dentro do pr
242. miss es municipais ASSIS 2009 Segundo os entrevistados das ONG locais dos sindicatos e das prefeituras participantes os pontos da agenda est o dirigidos realiza o de coordena es para executar da melhor maneira poss vel o Programa entre eles a defini o das atividades de apoio o calend rio de atividades a distribui o das cisternas por comunidade e em outras 152 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG palavras O planejamento necess rio para garantir a execug o eficiente dos recursos Mas pelas falas desses entrevistados pode se inferir que n o existe um momento de discuss o e reflex o sobre como o Programa pode ser melhorado a partir da tica dos atores locais como dos benefici rios Segundo Brasil 2011 o PIMC contempla entre suas diretrizes o controle social visando que os destinat rios da pol tica assumam um papel de protagonistas e que os atores sociais sejam correspons veis do programa e possam fazer contribui es a este Mas considera se prudente a realiza o de avalia es dos mecanismos existentes para que este controle social seja efetivo em especial aqueles orientados participa o dos benefici rios Durante as entrevistas n o foi constatado que os usu rios dos sistemas tenham participado de reuni es convocadas pela ASA ou os atores locais para a retroalimenta o e discuss o de melhorias no Programa Isto n o signifi
243. mplo Gomes 2012 observou que 51 312 dos telhados das casas visitadas em seu estudo estavam em boas condi es sugerindo o contr rio para quase a metade das moradias observadas 144 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG higiene pessoal e limpeza das resid ncias era proveniente da cisterna Tamb m na pesquisa de Gomes 2012 com um plano amostral de 623 fam lias beneficiadas com cisternas verificou se que 89 destas utilizavam a gua para beber e cozinhar Como j mencionado as a es anteriormente descritas podem provocar o esgotamento da reserva e portanto resultar na procura de outros meios de abastecimento de gua como os carros pipa Tavares 2009 alerta sobre os perigos dessa solu o j que os carros pipa podem muitas vezes transportar gua de fontes com qualidade duvidosa Esta afirma o sustentada com dados do seu estudo que comprovou que a gua contida naquelas cisternas utilizadas exclusivamente para armazenamento de gua de chuva era de melhor qualidade do que aquelas misturadas com gua proveniente dos carros pipa Durante a visita de campo realizada pela pesquisadora ao munic pio de Berilo em julho de 2011 observou se tamb m a utiliza o de gua proveniente de carro pipa que era armazenada em cisterna e ou em caixas pl sticas como mostrado na FIG 5 27 Notou se que as cisternas das casas onde s moravam uma ou duas pessoas ainda co
244. n nono 40 A NE LODOS o arado te 44 4 1 PESQUISA DOCUMENTAL E PESQUISA BIBLIOGR FICA eternas 45 AD ENTREVISTAS ste cu o gem a DO do ara DE RO al tada do Ra A dos ANA Rd td dd Ale 45 43 COLETADE DADOS usas SDS OS O BOI ARS OI GE EAE AD ADO DD EA 46 4 3 1 Coleta de dados no Brasil rrerrea rear rece rea aaa er cena a nana cr ee nana aaa cr cent anna er ereeana 46 4 3 2 Coleta de dados naNicar gua ci A ad E e E danse 48 4 47 AN LISESDOS DADOS i 5 005 auge lo e ed e cab Um o IA re nao 55 5 RESULTADOS E DISCUSS O usada adsl a o a ud 57 5 1 EVOLU O HIST RICA DAS POL TICAS P BLICAS PARA ABASTECIMENTO DE GUA NAS REAS RURAIS DA NICARAGUA E EEE A eim A lis 57 5 1 1 Periodo anterior QL9ZO EEEE ATE a E ERA e a 57 AZ Pertodo de 1979 1990 000 A dd 58 5 1 3 Per odo de 1990 2006 c coconococicocononononanananonananananananananonononononononono as SSIS SESDE none nana na na nano ne nene nenonanonons 64 5 1 4 Periodo 2 ini E asia a DUAS US A a SUOR Sd 5 Gu E ARE Sd SC DAS Gra a 74 5 2 A PROPOSTA DE LEI N 722 2010 E A SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE GUA 78 5 3 LIMITES E POTENCIALIDADES DA GEST O COMUNIT RIA NA NICAR GUA cococccoconocccononecinonanicnnaneninananess 87 3 3 1 Identifica o do projeto vicio dla du cereal Ride ia di de 89 5 3 2 Concep o d projeto iii airada 89 5 3 3 Implanta o constru o do sistema iene cono on nono nono nono nono cra cnn aan n cameron nera nccn neon 94 5 3 4 Opera
245. na execu o dos projetos foram 1 as restri es na aloca o de recursos para garantir os insumos b sicos para opera o e manuten o dos sistemas 2 a falta de liquidez financeira do INAA no per odo de 1984 1988 que impedia os pagamentos aos fornecedores de materiais e a contrata o de pessoal e 3 as dificuldades devido ao bloqueio econ mico na consecu o de materiais e pe as para manuten o preventiva e corretiva dos sistemas de abastecimento de gua assim como dos meios de transporte A Red Nacional de Agua y Saneamento de Nicaragua RASNIC 1998 p 14 foi mais cr tica sobre o funcionamento do INAA e da DAR ao apontar as diversas debilidades estruturais e funcionais que por sua vez s o associadas falta de experi ncia como 2 Tradu o realizada pela pesquisadora Fala original ten amos en el departamento de Jinotega eh como 600 cooperativas ya en la poca a mediados de los 80s y al terminar 1984 ya hab amos enterrado 900 presidentes de cooperativas y ten amos 600 cooperativas qu significa que hab an matado entre uno y dos presidente nombrar presidentes de cooperativas era para decirle a la contra ese es sandinista cortale la gallina Jam s en la historia cuando yo estuve yo estuve en Jinotega como 4 a os 4 o 5 a os jam s jam s cambiamos un promotor c mo se llamaban un promotor de PROAGRO programa de atenci n al campo jam s cambiamos porque se hab a aburrido a toditos
246. nas etapas iniciais mas se retira ap s a execu o das obras Na vis o do FISE e do INAA as prefeituras est o mais pr ximas dos CAPS e portanto estas deveriam assumir as fun es de assist ncia Por este motivo o FISE tem priorizado o fortalecimento da capacidade das prefeituras fomentando a cria o das Unidades Municipais de gua e Saneamento UMAS O aporte do FISE consiste na compra de equipamentos e na capacita o do pessoal que em alguns casos alcan a o n vel de especializa o na tem tica de gua e saneamento ambiental Como parte do sistema de atendimento aos CAPS a lei orienta a cria o no organograma do INAA de uma estrutura encarregada especificamente deste tema N o obstante a designa o destas obriga es n o foi acompanhada pela aloca o de recursos necess rios para este fim raz o pela qual o Departamento de Aquedutos Rurais DAR n o exerce suas fun es plenamente Atualmente o DAR tem somente dois t cnicos pessoal insuficiente para o atendimento constante aos CAPS e s prefeituras do pa s Mesmo assim esta institui o tem realizado com muito esfor o oficinas com os funcion rios das UMAS e alguns comit s sobre o processo de legaliza o Como sucessoras das Unidades de Opera o e Manuten o UNOM 85 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG O INAA tem procurado ajuda dos organismos internacionais para impu
247. ncias Rio de Janeiro v 19 1996 CENTRO DE A O COMUNIT RIA CEDAC Avalia o de projetos comunit rios uma abordagem pr tica 3 ed S o Paulo Edi es Loyola 2001 87p COALICI N DE ORGANIZACIONES POR EL DERECHO AL AGUA CODA Informe sobre el derecho humano de acceso al agua potable y saneamiento en Nicaragua 2010 207 p COSTA A V Nicar gua na encruzilhada Cort zar Vargas Llosa e a experi ncia sandinista Estudos Hist ricos Rio de Janeiro v 22 n 44 p 479 503 jul dez 2009 COSTA M C L Teorias m dicas e gest o urbana a seca de 1877 79 em Fortaleza Hist ria Ci ncias Sa de Manguinhos Rio de Janeiro v 11 n 1 p 57 74 jan abr 2004 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG D ALVA O A FARIAS L O P Programa Cisternas Um estudo sobre a demanda cobertura e focaliza o In MINIST RIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE FOME MDS Cadernos de Estudos Desenvolvimento social em debate Bras lia Secretaria de Avalia o e Gest o da Informa o 2008 n 7 DAVIDSON P Qu es err neo en el Consenso de Washington y qu debemos hacer Cuadernos de Econom a Bogota v 22 n 39 p 169 194 jul dez 2003 DEWILDE C K MILMAN A FLORES Y SALMER N J RAY I An integrated method for evaluating community based safe water programmes and an application in rural Mexico Health Policy and Planning v 2
248. nicipais XV Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG SIGA Sistema de Informa o Gest o e Auditoria SINAS Sistema Nacional de Informa o de gua e Saneamento SMP Servi o Militar Patri tico SNV Servi o Holand s de Coopera o T cnica e Social para o Desenvolvimento SUDENE Superintend ncia do Desenvolvimento do Nordeste SWISSAD Ag ncia Su a para o Desenvolvimento Internacional TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UE s Unidades Executoras UGC Unidade Gestora Central UGMs Unidades Gestoras Microrregionais UMAS Unidades Municipais de gua e Saneamento UNICEF Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNO Uni o Nacional Opositora UNOM Unidades de Opera o e Manuten o Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 1 INTRODU O As pol ticas p blicas do setor de saneamento b sico t m priorizado historicamente as reas urbanas em detrimento das rurais No Brasil e na Nicar gua esse quadro se repete e mesmo que sejam pa ses com grandes diferen as econ micas clim ticas sociais e culturais estes compartilham o fato de que os Estados n o t m garantido o acesso ao abastecimento de gua pot vel com qualidade e em quantidade suficiente para toda a popula o especialmente aquela residente em reas rurais Segundo as estat sticas oficiais 26 4 da po
249. nificativas na incid ncia semanal de casos de diarreia em crian as menores de 5 anos Mas corroborou se uma melhora neste indicador nos ltimos dois anos antes da implanta o do sistema Em ambos os casos esse resultado foi relacionado s a es do governo como parte de sua pol tica de redu o da pobreza na qual foram inclu das oficinas educativas muitas delas referentes sa de Segundo os pesquisadores todos os entrevistados mostraram ter clareza sobre a import ncia dos tratamentos de gua antes de consumi la filtrar desinfetar ou ferver O trabalho evidenciou a import ncia do fator educacional na melhoria da sa de das pessoas e n o como um resultado que depende unicamente da exist ncia de um sistema Quanto ao financiamento dos sistemas o paradigma descrito por Miller 1979 para os projetos comunit rios de abastecimento de gua em reas rurais n o apresenta uma proposta em rela o forma como este financiamento deveria ser feito sendo que o autor compartilha alguns questionamentos Os benefici rios deveriam contribuir financeiramente para o sistema de abastecimento gua Como e quanto eles deveriam contribuir Segundo o autor naquele momento n o existia na literatura consenso sobre as respostas a estas perguntas Segundo os pesquisadores do Banco Mundial existem duas abordagens que tratam da tem tica do financiamento para o abastecimento de gua nas reas rurais 1 o governo subsidia o
250. nnon none nn neon none raca a anne ne aaa r arena renan 154 6 VEONCRUSOE Squad aa lalo 159 T RECOMENDACOES Sar tds 162 REFERENCIA Sa oa de tea e O a e a O 163 APENDICE Sestao e de e e E e cl 176 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG LISTA DE FIGURAS FIGURA 4 1 Participantes do semin rio ooonoccnocccoccconccnonccconaconononncconccoono cnn c conc conn nc cn no cncnnnnno 48 FIGURA 4 2 Pessoal participando da metodologia DAFO 48 FIGURA 4 3 Distribui o das entrevistas realizadas na Nicar gua 51 FIGURA 4 4 Uma das primeiras cisternas constru das na Nicar gua no munic pio de Santa Rosa del Pe n nenene a a pena Dora Sad a Ga a E E e 53 FIGURA 4 5 Bomba manual da cisterna elaborada com tubula o de ferro galvanizado munic pio de Santa Rosa del Pe on sz ques senado Saes id A A E 2 53 FIGURA 5 1 Protesto contra a venda da ENACAL cccccnnnnononononicinnnanananononcnccnonannananenanicccnnns 70 FIGURAS 5 2 Protestos contra a privatiza o da gua eretas 70 FIGURA 5 3 Protesto da comunidade universit ria contra a privatiza o da gua 70 FIGURA 5 5 Primeiros protestos contra a privatiza o da ENACAL t 71 FIGURA 5 6 Protesto contra a privatiza o da gua ceia 71 FIGURA 5 7 Exemplo dos cartazes utilizados no protesto contra a privatiza o da gua 7
251. nt o que a colabora o entre Estado e a sociedade civil pode gerar maior efetividade das pol ticas p blicas para abastecimento de gua em reas rurais tal como se afirmou na hip tese da presente pesquisa No tocante ao terceiro objetivo da presente pesquisa pode se afirmar que as propostas apresentadas pela ASA no Brasil e pelos CAPS na Nicar gua s o produto da reflex o sobre 159 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG a realidade vivenciada nas reas rurais de ambos os pa ses e visam solu o das necessidades identificadas pela pr pria popula o local No caso do semi rido realizou se uma proposta inovadora para a gest o dos recursos p blicos que al m de ser mais efetiva em garantir condi es para acesso gua do que as pol ticas tipicamente utilizadas na regi o rompe com o monop lio das elites locais sobre os recursos p blicos e com os esquemas de solu o por meio de grandes obras hidr ulicas No caso da Nicar gua a proposta baseia se na reflex o e compila o das experi ncias dos CAPS na gest o de sistemas de abastecimento de gua O resultado foi um complemento legisla o existente na qual a popula o demanda do poder p blico o apoio para melhorar o funcionamento das organiza es comunit rias para o abastecimento de gua e as ferramentas para garantir sua efetividade e sustentabilidade No entanto para que os sistemas
252. ntinham gua da chuva Nos casos em que o n mero de moradores da casa era superior as pessoas afirmaram que a gua nas cisternas era de carros pipa Segundo eles recorriam a esta solu o porque n o conseguiram encher completamente a cisterna durante as ltimas chuvas ou porque a gua acabou antes do previsto FIGURA 5 27 Reservat rios pl sticos munic pio de Berilo Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 A visita de campo da pesquisadora foi realizada em julho de 2011 quatro messes antes do in cio do per odo chuvoso do semi rido mineiro que est compreendido entre os meses de novembro e janeiro 145 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Considera se importante salientar que conforme ao percebido durante as conversas com os entrevistados a maioria deles era guiada pelos sentidos especialmente a vis o para determinar a qualidade da gua Isto explica o motivo de todos realizarem o desvio das primeiras guas de chuva assinalando o como uma ag o muito importante para evitar a contaminac o da gua da cisterna pela sujeira do telhado No entanto eles n o questionaram as desvantagens de misturar as guas da chuva com as procedentes de outras fontes nem se estas poderiam contaminar as guas da chuva j contida na cisterna Para eles a cisterna vista como um reservat rio tanto para as guas da chuva como para as guas de outras fontes No
253. o nas quais rural corresponde a residual ou definida simplesmente como o que n o urbano sem fazer refer ncia s suas caracter sticas pr prias DIRVE et al 2011 Segundo Abramovay 2000 existem tr s formas dominantes para delimitar as reas rurais pela delimita o administrativa pelo peso econ mico na ocupa o de m o de obra da agricultura e por meio de um limite populacional Estas delimita es tamb m se misturam com a concep o de que a car ncia de servi os b sicos uma caracter stica rural demonstrando assim que n o existe uma defini o nica Na Am rica Latina Brasil Equador Paraguai Guatemala El Salvador Haiti Col mbia Costa Rica Peru e Rep blica Dominicana adotaram a defini o administrativa Argentina M xico Bol via Guatemala e Venezuela adotaram a defini o do limite populacional variando nesses pa ses entre 2000 a 2500 habitantes Cuba Honduras Nicar gua e Panam utilizaram o limite populacional e a car ncia de servi os b sicos luz el trica gua pot vel esgotamento sanit rio escolas de ensino m dio entre outros No Chile adotou se o limite populacional 1500 habitantes e que menos de 50 da popula o economicamente ativa trabalhe em atividades secund rias ABRAMOVAY 2000 DIRVEN et al 2011 No caso da Europa It lia Espanha e Portugal consideram rural os aglomerados de habitantes inferiores aos 10 mil habitantes Na Fran a isso aplica se pa
254. o e a organiza o da comunidade para o desenvolvimento desta etapa As comunidades assumem geralmente entre 10 e 20 dos custos da constru o do sistema em materiais m o de obra e recursos financeiros Isso segundo os entrevistados das institui es e ONGs tem um efeito psicol gico sobre os benefici rios gerando o sentimento de pertencimento As pessoas consideram se contribuintes de seu pr prio sistema Sentem que o projeto o produto do seu esfor o f sico e seu aporte econ mico Este sentido de pertencimento e de apropria o foi realmente constatado nas falas dos entrevistados nas comunidades que se consideram donos de seus sistemas e como tal cuidam protegem e o vigiam para que ele esteja funcionando Por conseguinte considera se que o sentimento de pertencimento um fator que influ ncia positivamente na sustentabilidade dos sistemas sendo esta afirma o congruente com os resultados da citada pesquisa realizada por Doe e Khan 2004 sobre a gest o comunit ria na Gana Durante as visitas realizadas a duas comunidades onde os sistemas estavam em processo de constru o observou se que a popula o se mobilizava a partir das sete horas da manh para cumprir as atividades do projeto O trabalho era realizado como mutir o e participavam homens mulheres e crian as tal como se observa nas FIG 5 12 5 15 mesmo que o chamado para participar fosse dirigido para adultos maiores de 16 anos 48 Se uma
255. o em caso de seca deu se em 1936 a primeira delimita o do Pol gono das Secas extens o territorial conformada pelas regi es semi ridas dos estados de Pernambuco Cear Bahia Para ba Sergipe Alagoas e Rio Grande do Norte excluindo o Piau Mais tarde a Lei n 1348 de 10 de fevereiro de 1951 redefiniria este pol gono como a rea 936 993 km de atua o do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas DNOCS institui o criada em 1945 com base na antiga IFOCS REBOU AS 1997 55 Eai E a a Termo utilizado para os migrantes do sert o que fugiam das secas Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG A transi o efetuada da IFOCS ao DNOCS n o implicou uma amplia o dos fundos equivalentes a 3 da receita tribut ria designados na constitui o de 1946 nem em maior efetividade na sua atua o Em adi o ao anterior o DNOCS foi conhecido como uma institui o que s atendia aos interesses da oligarquia cearense Para Villa 2001 p 160 191 este foi o claro exemplo do uso privado de recursos p blicos j que as obras e os investimentos foram politizados para perpetuar o poder das elites De acordo com Villa 2001 quando ocorreu a seca de 1951 1953 o DNOCS n o contava com um plano de emerg ncia demonstrando assim que sua inoper ncia n o tinha sido superada ap s 40 anos de funcionamento Com esta seca deu se uma migra o espont nea em di
256. o j que existem lacunas de informa es que dificultam conhecer em profundidade a pol tica do Estado no que tange ao fornecimento do servi o de abastecimento de gua durante os anos anteriores d cada de 1980 assim como dados estat sticos que reflitam sua realidade A UNICEF et al 20067 p 17 e INAA 1988 atribuem esta aus ncia de documenta o e registros destrui o parcial ou total dos pr dios onde se localizavam as institui es respons veis pelos servi os de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio tanto pelo terremoto de 1972 em Man gua quanto pela insurrei o armada pr via Revolu o Popular Sandinista de 1979 5 1 1 Per odo anterior a 1979 Antes de 1955 o abastecimento de gua e o esgotamento sanit rio eram garantidos pelos governos municipais mas este s eram providos pelos munic pios com maior capacidade t cnica e financeira como as cabeceiras departamentais Em 1955 o governo criou por meio do Decreto n 16 o Departamento Nacional de Servi os Municipais SERMUNIC subordinado ao Minist rio de Fomento e Obras P blicas cujo fim era formular e executar obras civis para abastecimento de gua nas reas urbanas assim como administrar os servi os de abastecimento de gua que por alguma raz o n o podiam ser atendidos pelos governos municipais NICARAGUA 1955 Com esses primeiros passos organiza o do setor surgiram empresas departamentais que tomavam o nome de Aguador
257. o meio ambiente No Brasil as mudan as no paradigma vigente materializaram se nas Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG iniciativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu ria EMBRAPA da Empresa Brasileira de Assist ncia T cnica e Extens o Rural EMBRATER e das ONGs que atuavam no semi rido desenvolvendo diversos projetos adaptados s condi es clim ticas entre eles a constru o de cisternas para armazenamento de gua de chuva SILVA 2003 Cumpre mencionar que no final da d cada de 1980 foi impulsionado o Projeto Nacional de Saneamento Rural PNSR 1986 1990 o qual visava estabelecer as bases para uma pol tica de abrang ncia nacional que receberia o nome de Programa Nacional de Saneamento Rural Segundo Teixeira 2011 o projeto consistia em apoiar os estados na realiza o de diagn sticos sobre saneamento rural e posteriormente na elabora o de Programas Estaduais de Saneamento Rural Para definir uma metodologia de interven o que pudesse ser replic vel a n vel nacional o PNSR realizou um projeto piloto no Estado de Minas Gerais Da sistematiza o dessa experi ncia resultou uma s rie de instrutivos orientados elabora o de diagn sticos sobre as condi es de saneamento em comunidades de at cinco mil habitantes O PNSR previa a utiliza o de tecnologias apropriadas tanto para abastecimento de gua quanto para o esgotamento sanit
258. o Nacional de Desenvolvimento Cient fico e Tecnol gico CODA Coaliz o de Organiza es pelo Direito gua CODENO Conselho de Desenvolvimento Econ mico do Nordeste COEP UFMG Comit de tica e Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais COSUDE Ag ncia Su a para o Desenvolvimento e a Coopera o COP3 Conven o de Combate Desertifica o CPF Cadastro de Pessoa F sica DAR Dire o de Aquedutos Rurais DAR Departamento de Aquedutos Rurais DENACAL Departamento Nacional de Acueductos y Alcantarillado DGI Dire o Geral de Ingressos DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNOCS Departamento Nacional de Obras Contra as Secas EAM Empresa Aguadora de Managua EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu ria EMBRATER Empresa Brasileira de Assist ncia T cnica e Extens o Rural ENACAL Empresa Nicarag ense de Agua y Alcantarillado Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FEBRABAN Federa o Brasileira de Bancos FISE Fondo de Inversi n Social de Emergencia FMI Fundo Monet rio Internacional FNUDC Fundo das Na es Unidas para o Desenvolvimento e Capitaliza o FSLN Frente Sandinista de Libera o Nacional GAR Ger ncia Nacional de Aquedutos Rurais GPS Sistema de Posicionamento Global GTDN Grupo de Trabalhadores para o Desenvolvimento do Nordeste IBGE Instituto B
259. o ao funcionamento de microempresas comunit rias cultura empresarial gua n o registrada e gua e saneamento para popula es ind genas Mas para Mantilla 2011 a forma o deveria incluir al m dos j mencionados uma variedade de temas relacionados com a opera o e manuten o dos sistemas prote o dos recursos h dricos saneamento ambiental sa de e pol tica tarif ria visando cobran a justa para manter o sistema em funcionamento Nesse sentido na Nicar gua existe um esquema de capacita o de acordo com o recomendado por Mantilla 2011 o qual engloba uma variedade de temas que permitem 91 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG incidir positivamente na sustentabilidade dos projetos e na melhoria das condi es de vida da comunidade Para a implementac o deste esquema foi inserida a figura do promotor institucional que mora na comunidade durante certo per odo de tempo com o intuito de realizar capacita es sobre pr ticas sanit rias e fiscalizar para que as pessoas pratiquem estas mudan as em suas casas Esta metodologia tem sido aperfei oada e atualmente recebe o nome de Estrat gia metodol gica de educa o ambiental para o saneamento integral Fam lias Escolas e Comunidade Saud vel FECSA Esta metodologia o resultado da concilia o do conte do de 12 metodologias educativas utilizadas por diferentes institui es e or
260. o as atividades dos CAPS incluem aquelas destinadas ao saneamento ambiental as pessoas da comunidade utilizam os m todos adequados para a disposi o dos res duos s lidos e das guas cinzas O regulamento tamb m cont m os procedimentos a seguir pelos novos usu rios do sistema Uma pessoa que deseje se conectar ao sistema sem ter aportado durante a execu o do sistema m o de obra materiais e dinheiro deve pagar por esses custos Os montantes deste investimento variam de acordo com o projeto No caso do CAPS El Naranjo o investimento de US 250 00 mas em outros CAPS como o de Molino Sur o custo mais baixo chegando a US 76 00 2 Com respeito tarifa esta aprovada pela comunidade desde o in cio da opera o do sistema e sua modifica o aprovada em assembleia comunit ria Mas na maioria dos sistemas que funcionam h muito tempo utilizava se uma cota fixa que geralmente n o atualizada com o passar do tempo podendo atentar contra a sustentabilidade do sistema Entre as normativas mais comuns est o manter as casas e o quintal limpo tratando corretamente os res duos s lidos de forma que n o contaminem o meio ambiente evitar empo amentos de gua que possam se converter em criadouros de mosquitos e moscas n o utilizar pesticidas fungicidas ou outros produtos agroqu micos ao redor das reas de recarga h drica rios ou len is de aqu feros superficiais ou subterr neos os usu ri
261. o com os protestos p blicos passeatas e propostas apresentadas por estes ltimos atores Quanto atual cultura pol tica dos nicaraguenses pode se afirmar que foi marcada pela revolu o popular sandinista que segundo Jackman e D az 2005 foi o acontecimento de maior influ ncia no desenvolvimento dos movimentos sociais na Nicar gua A forma o pol tica dos per odos pr e p s revolucion rio fomentou a cria o de uma cultura de mobiliza o e participa o ativa seja a favor ou contra das atividades ou projetos que afetam popula o Segundo Tijerino 2006 p 319 durante a d cada de 1980 o governo incentivou uma cultura pol tica participativa por meio das organiza es de massas sindicatos comit s etc com o intuito de estabelecer uma democracia participativa Essa cultura participativa adquiriu for a com a forma o de lideran as locais nos aspectos pol tico e organizacional e com a conscientiza o sobre a import ncia da mobiliza o social A autora aponta tamb m que ainda que este modelo de participa o social tivesse falhas em sua implementa o e as iniciativas da popula o ficassem estancadas pela verticalidade do pr prio sistema de governo o FSLN chamou o projeto revolucion rio foi a Cruzada Nacional de Alfabetiza o que em 1980 reduziu o analfabetismo de 50 3 a 12 9 No caso da Costa Atl ntica onde mora principalmente a popula o ind gena a alfabetiza o fo
262. o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Categorias de an lise a b Fatores que influenciaram a evolu o das pol ticas p blicas Em ambos os pa ses a evolu o hist rica das pol ticas p blicas para abastecimento de gua pot vel em reas rurais foi influenciada principalmente por fatores ex genos em especial pela baixa prioridade dada a estas pol ticas dentro da agenda p blica e or amento dos respectivos pa ses No caso particular da Nicar gua esse baixo n vel de prioridade est relacionado com o contexto hist rico de pobreza guerra e alta depend ncia dos recursos econ micos externos que ocasionaram a ado o de pol ticas macroecon micas e prioridades nacionais dirigidas defesa nacional durante a d cada de 1980 e redu o do d ficit fiscal nas d cadas posteriores No semi rido brasileiro a falta de prioridade dessas pol ticas dentro da agenda p blica durante os per odos estudados esteve relacionada indiferen a por parte do governo central ante a problem tica de acesso a gua no semi rido Outro fator ex geno identificado para este pa s foi a exist ncia de padr es socioculturais vigentes desde a col nia caracterizados pelas pr ticas clientelistas e a captura das institui es p blicas por parte das elites locais o que impossibilitava melhorias no acesso gua para a popula o sertaneja A situa o descrita para ambos os pa ses demon
263. o modelo mais utilizado para garantir o acesso gua pot vel em reas rurais Apesar da sua aceita o e difus o existem alguns inconvenientes com respeito proposta de financiamento contida nessa abordagem especificamente na recupera o de custos Yacoob 1990 fez uma an lise sobre as propostas de autofinanciamento dos servi os comunit rios de Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG abastecimento de gua e alertou sobre como a procura pela recupera o de custos pode ofuscar os objetivos de melhoria das condi es de sa de e vida das popula es sem acesso gua O autor argumenta que em muitos casos os atores externos podem se focar na recupera o dos custos e n o no fortalecimento das capacidades das comunidades Isto considerando que esses atores trabalham geralmente com metas e prazos para a amplia o de cobertura dos servi os raz o pela qual se corre o risco de priorizar o cumprimento destes no lugar do desenvolvimento das habilidades t cnicas e administrativas que as comunidades precisam para que seus sistemas sejam sustent veis ao longo do tempo A falta de aten o a este tema pode limitar a apropria o do sistema por parte da popula o provocando a eventual paralisa o do funcionamento das instala es Yacoob 1990 tamb m sustenta que as estat sticas sobre amplia o de servi os n o s o relevantes se os investimentos realizados n o p
264. o na sa de do p blico alvo Ap s a an lise dos casos em estudo identificou se que a gest o dos sistemas de abastecimento de gua dirigidos por meio da gest o comunit ria pode ser realizada de forma independente do poder p blico Contudo a experi ncia tem demonstrado que tanto para realizar a constru o dos sistemas como para garantir sua sustentabilidade e correto funcionamento necess rio apoio financeiro assist ncia t cnica frequente capacita o e fiscaliza o de atores externos s comunidades sejam estes do poder p blico ou de ONGs 158 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 6 CONCLUSOES Durante os per odos hist ricos estudados a evolug o das pol ticas p blicas para abastecimento de gua em reas rurais tanto no Brasil como na Nicar gua foi influenciada por fatores ex genos No caso da Nicar gua os fatores foram principalmente aqueles relacionados s mudan as pol ticas e econ micas do pa s as quais originaram por sua vez transforma es institucionais que nem sempre foram positivas para a popula o rural Esse panorama evidencia a vulnerabilidade das institui es e das pol ticas no contexto pol tico e econ mico No Brasil al m do fator clim tico h ainda falta de interesse em fornecer respostas permanentes popula o do semi rido fato refletido no baixo n vel de prioridade das pol ticas dirigidas regi o Na maioria d
265. o pessoas de diferentes setores pol ticos e socioecon micos do pa s os quais realizaram fun es executivas e administrativas por meio de decretos NICARAGUA 1979a Uma das primeiras a es da Junta Governativa de Reconstru o Nacional foi orientar a cria o do Instituto Nicaragiiense de Acueductos y Alcantarillados INAA por meio do Decreto n 20 de 25 de julho de 1979 Este instituto agregou o DENACAL e a EAM NICARAGUA 1979b e posteriormente unificou todos os servi os de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio do pa s NICARAGUA 1979c O INAA centralizou todas as opera es e atividades necess rias para o funcionamento do setor O governo lhe atribuiu atrav s da Lei Org nica do INAA institu da por meio do Decreto n 123 de outubro de 1979 a responsabilidade de ditar executar e fiscalizar as normas e especifica es para a constru o a opera o a manuten o e a administra o dos sistemas de abastecimento de gua e esgotamento sanit rio tanto para as reas urbanas quanto para as rurais Tinha a responsabilidade de determinar as normas nacionais de tarifa o dos servi os os c digos sanit rios e participar em conjunto com o Minist rio de Sa de MINSA do controle da qualidade da gua para consumo humano Al m disso somavam se as fun es de prestar assist ncia t cnica e econ mica s comunidades e popula o dispersa solucionar o d ficit de abastecimento de gua e a elim
266. o sanit rio Mesmo com esses esfor os ainda existem aproximadamente 130 6 milh es de residentes das reas urbanas e 637 4 milh es de moradores das rurais sem acesso gua pot vel WHO e UNICEF 2013 Isto demonstra que falta muito a ser realizado neste campo especialmente nas reas rurais onde a implementa o de pol ticas implica um maior grau de complexidade e a sustentabilidade dos projetos representa ainda um desafio para os formuladores de pol ticas Nesse contexto surge a id ia de que os modelos de gest o comunit ria poderiam ajudar a conquistar a universaliza o desses servi os sendo solu es comumente utilizadas nas reas rurais dos pa ses em desenvolvimento da frica da sia e da Am rica Latina N o obstante em pa ses como o Brasil e a Nicar gua observam se inova es na aplica o desses modelos A busca pela inclus o das suas necessidades na agenda p blica coincidente no tempo com o interesse dos Estados em delegar algumas das suas fun es converteu a sociedade civil em um participante ativo na formula o e gest o de pol ticas p blicas gerando a necessidade de criar marcos legislativos ou programas que englobem a sua coopera o Considerando que essa participa o da sociedade civil tem provocado altera es ainda pouco compreendidas tanto no Brasil quanto na Nicar gua o presente estudo visa a an lise dessas experi ncias por meio do estudo de casos em ambos os pa ses Para cumprir os o
267. ocesso de mudan a de paradigmas de combate seca e consolida o das pol ticas p blicas participativas as quais podem incidir na melhoria da qualidade de vida de popula o e da cultura pol tica na regi o Ap s avaliar os investimentos feitos pelo MDS no per odo 2003 2007 d Alva e Farias 2008 p 38 qualificam positivamente tanto a tecnologia utilizada quanto a pol tica a qual consideram efetiva eficaz e equ nime para a mitiga o do problema de acesso gua para consumo humano no semi rido Isso considerando o impacto na popula o alvo a qual est sendo realmente coberta ao contr rio das pol ticas anteriores Essa avalia o corrobora de igual forma que a efetuada pela Controladoria Geral da Uni o CGU em 2011 BRASIL 2011 que a sele o dos munic pios e dos benefici rios se realiza em apego aos crit rios t cnicos definidos e n o com base em crit rios pol ticos Como resultado da correta aplica o dos crit rios de sele o os munic pios priorizados s o aqueles com menores ndices de desenvolvimento humano e maior grau de aridez Igualmente o perfil das fam lias beneficiadas coincide com o definido pelo Programa Bolsa Fam lia pessoas pobres ou em extrema pobreza Portanto j que as fam lias mais vulner veis do semi rido est o tendo acesso gua de boa qualidade para consumo humano durante o per odo de estiagem poss vel afirmar que os objetivos principais do PIM
268. odem cumprir os seus objetivos por um per odo de tempo prolongado Por este motivo considera que no caso da gest o comunit ria a porcentagem de cobertura dos servi os n o pode ser considerada como medida para o sucesso de uma pol tica de abastecimento de gua YACOOB 1990 Este argumento se complementa com as afirma es de Briscoe e de Ferranti 1988 p 5 apud Kleemeier 2000 as quais indicam que nos fins dos anos de 1980 um de cada quatro sistemas constru dos em pa ses em desenvolvimento n o funcionava Os investimentos econ micos efetuados durante essa d cada n o deram os resultados esperados j que muitos dos sistemas deixaram de funcionar ou trabalhavam de forma deficiente O antes descrito indica a necessidade de estudar em profundidade o tema da sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua gerenciados pelos pr prios usu rios 3 3 3 A sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua em comunidades rurais Quando se formula ou analisa uma pol tica p blica para abastecimento de gua n o se pode perder de vista que o seu objetivo ou finalidade incidir na melhoria das condi es de vida da popula o sa de economia familiar desenvolvimento das comunidades Por este motivo estas deveriam ser permanentes no tempo e n o tempor rias No final a sustentabilidade o elemento que garante o cumprimento dos objetivos tal como descreve Yacoob 1990 Sustentabilidade neste contexto
269. of the water supply systems For the case of Brazil there were a total of 47 interviews with people involved in the execution of PIMC in the period between February 2009 and November 2010 In Nicaragua were performed a total of 23 interviews between December 2011 and February 2012 As a conclusion it can be affirmed that in both cases the relations state society are changing and civil society becoming an active proponent and participant in the implementation of public policies The evolution of these relations shows not only the maturing of society as well as trends and priorities of governments can make a major difference showing that the water supply mainly depends on the political will of the rulers According this investigation it was also showed that the participation of civil society in the formulation and implementation of public policies aimed at improving access to water had a positive result for both Nicaragua and for Brazil verifying that the collaboration between State and civil society can generate greater effectiveness of public policies in this sector However for water supply systems individual or collective generate the expected impact on quality of life of the target population and achieve sustainability in time those responsible for managing them require advice and technical training so often by the government viii Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG SUM RIO TISTA
270. ogr ficas por meio de atividades de limpeza e reflorestamento uma contribui o importante N o obstante para a obten o de uma solu o duradoura faz se necess ria a interven o governamental de modo que sejam aprovadas pol ticas dirigidas ao aproveitamento racional dos recursos h dricos e a es de apoio s organiza es comunit rias No referente ao tratamento de gua todos os CAPS s o instru dos sobre a import ncia da desinfec o e o procedimento para faz la N o obstante esta n o se realiza em muitos dos sistemas atualmente em funcionamento como confirmado na visita comunidade El Ojochal e nas falas dos entrevistados do poder p blico e das ONGs Igualmente ao caso da sustentabilidade financeira o tratamento da gua depende da boa administra o do sistema Na maioria dos casos as atividades de desinfec o deixam de ser realizadas n o por falta de interesse mas pela falta dos insumos necess rios para o tratamento O isolamento de alguns sistemas tamb m contribui com a dificuldade de obter esses insumos Observou se que nas comunidades visitadas regularmente por ONGs os CAPS realizam a desinfec o da gua assim como a correta administra o do sistema Isto se deve assessoria dada por esses organismos e tamb m pelo apoio econ mico e log stico que estes possam lhes oferecer 5 3 5 Avalia o do projeto de abastecimento de gua Como se mencionou anteriormente os CAPS realizam
271. omo principais causas do fracasso das experi ncias comunit rias no Malau a falta de atividades de manutenc o tanto corretiva como preventiva e omiss o da assist ncia t cnica requerida pelas comunidades por parte das institui es do poder p blico respons veis pelo seu provimento A maioria das eventualidades descritas anteriormente poderiam ser minimizadas se fossem realizadas inspe es regulares e se a popula o participasse de forma mais ativa seja nas atividades de manuten o repara o e limpeza ou mesmo informando dire o dos comit s os casos de vazamentos ou roubo das tubula es Depois de analisar os problemas experimentados a autora concluiu que a participa o da popula o influi na sustentabilidade dos sistemas mas n o garante que estes funcionem de forma correta A maioria das experi ncias em Malau foi composta de projetos participativos mas n o se considerou a cria o de um mecanismo para que os comit s locais pudessem garantir sua manuten o Al m disso se as comunidades tivessem realizado coletas de dinheiro para a manuten o dos sistemas estes n o correriam o risco de cair em desuso Outro resultado importante do estudo foi a identifica o de dois fatores relevantes que influenciam a sustentabilidade dos sistemas O primeiro o estabelecimento de uma contribui o monet ria dos usu rios para as atividades de opera o e manuten o dos sistemas Isto como mencionado an
272. opriados pelos donos das grandes extens es de terra PASSADOR et al 2010 SILVA 2003 Nos planos governamentais esses a udes tinham como finalidade irrigar os cultivos de pequenas propriedades familiares mas esses objetivos nunca se materializaram RIBEIRO 1995 p 348 Esta situa o tem sua g nese nas rela es socioculturais existentes no semi rido constru das com a chegada dos primeiros brancos regi o e a expuls o dos ndios de suas terras ALVES 2003 Desde os tempos da Col nia a consolida o do poder dos bar es e dos coron is baseada na concentra o de terras do poder pol tico e das guas perpetuou as rela es de poder que marcaram a hist ria do semi rido Este sistema de inter rela o social fundamenta se no clientelismo e na depend ncia dos moradores dos grandes latifundi rios locais figuras que decidem que protegem ou que podem dificultar a vida dos moradores do Sert o for ando as pessoas a demonstrar sua lealdade pessoal e pol tica ARA JO e RIBEIRO 2008 BUCKLEY 2010 RIBEIRO 1995 p 343 350 Os coron is tinham o poder de decidir as oportunidades de trabalho governamental Eles eram praticamente os eleitores dos governadores senadores e deputados Isso permitiu lhes monopolizar as ajudas governamentais destinadas aos flagelados Assim foi como se constituiu a ind stria da seca como uma pr tica lucrativa RIBEIRO 1995 p 347 Anteriormente falou se da indiferen a gene
273. or dar me a oportunidade de supera o profissional acad mica e pessoal ao aceitar me como sua orientada e contribuir com minha forma o Por todas suas valiosas contribui es para poder finalizar com xito o presente trabalho Por ser o pioneiro que abriu as portas de uma rea t o importante e muitas vezes esquecida como a da pol ticas p blicas de saneamento Agora s me resta agradecer lhe utilizando os conhecimentos adquiridos para contribuir com o desenvolvimento do meu pa s com a premissa de que todo conhecimento implica em responsabilidades Muito obrigada papai L o Eu quero agradecer de forma muito especial a Marcos por seu apoio incondicional nos momentos de inseguran a por ser o protagonista de meus momentos de alegria no final de cada dia com uma simples liga o pelo apoio econ mico durante o mestrado e especialmente na coleta de dados na Nicar gua pelo apoio nas transcri es das entrevistas ou na procura dos documentos que precisei Nunca acabarei de lhe agradecer n o s pelo dito anteriormente se n o porque sei que a saudade foi um esfor o compartilhado A minha m e Yalkiria por ser minha principal fonte de amor carinho e apoio desde meus primeiros passos por ser uma mulher admir vel e o melhor exemplo de fortaleza de coragem de solidariedade de m e de companheira e de amiga Por ser a inspira o de meus desejos de supera o por me lembrar com suas a es que o mundo pode ser m
274. orado Soma se a esta situa o os crit rios de custo benef cio Os projetos executados nessas reas implicam uma maior complexidade organizacional incluindo formula o participativa e tecnologias n o convencionais fato que incrementa o investimento por pessoa em compara o com os conglomerados urbanos MANTILLA 2011 Mesmo assim n o se pode negar a exist ncia de outros fatores ex genos os quais tiveram influ ncia positiva no incremento dos investimentos em abastecimento de gua e esgotamento sanit rio entre eles as declara es da ONU do Dec nio Internacional de gua Pot vel e Saneamento 1981 1990 KLEEMEIER 2000 e os Objetivos de Desenvolvimento do Mil nio em 2000 10 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 3 3 Pol ticas p blicas para abastecimento de gua em reas rurais 3 3 1 Sobre o conceito de rural A defini o de rural de grande import ncia n o s por seu car ter normativo mas porque as estat sticas oficiais dos pa ses servem de base para a formula o e posterior monitoramento das pol ticas p blicas delimitando as reas de a o de muitas delas DIRVE et al 2011 Por conseguinte faz se necess rio esbo ar um conceito sobre o significado de rural Atualmente n o existe uma defini o universal consagrada para o termo rural Na maioria dos casos prevalecem classifica es de natureza dicot mica com o termo urban
275. orientou se a cria o de uma Ger ncia de Aquedutos Rurais no organograma do INAA Segundo os funcion rios do INAA entrevistados n o existe dentro da institui o a capacidade t cnica e financeira para criar uma estrutura de primeiro n vel como a solicitada pela lei Por esta raz o a inst ncia atualmente ativa o Departamento de Aquedutos Rurais DAR 82 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Para assegurar a legaliza o e gozo dos direitos e benef cios outorgados pela Lei os CAPS precisam realizar os seguintes procedimentos 1 Submeter Unidade T cnica Municipal a ata constitutiva do CAPS os estatutos e o seu regulamento de funcionamento Em resposta a prefeitura emite o Certificado de Registro Municipal dentro dos 30 dias ap s o recebimento da solicita o 2 Depois do cumprimento dos requisitos da prefeitura o CAPS inscrito no Registro Central de Prestadores de Servi o de gua Pot vel e Esgotamento Sanit rio do INAA em Man gua Para este registro utilizada a mesma documenta o do procedimento anterior e o Certificado de Registro Municipal Nas entrevistas realizadas entre janeiro e fevereiro de 2012 comprovou se que embora a Lei n 722 2010 contemple uma grande quantidade de benef cios e a obriga o por parte das institui es estatais e municipais de garanti los nenhum dos comit s recebeu esses benef cios por quase dois anos
276. orreta para a desinfec o da gua 1 6 litros de hipoclorito quando a cisterna estiver cheia ASA 2007 Esse material tamb m cont m informa o sobre como realizar a desinfec o segundo a propor o de gua hipoclorito assim como o tempo de espera antes de sua utiliza o Dado o desconhecimento da dosagem pode se inferir que as pessoas n o absorveram esta informa o durante as capacita es que n o consultaram o material fornecido ou que n o t m recebido a informa o correta por parte dos agentes de sa de comunit rios que os visitam no marco do Programa da Sa de da Fam lia PSF Tamb m existe pouca consci ncia sobre os benef cios de realizar a A gua sanit ria feita a base de hipoclorito de s dio ou c lcio contendo entre 2 0p p 2 5 p p de cloro ativo BRASIL 1994 e o hipoclorito contem entre 10 15 p p de cloro ativo 148 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG desinfecg o Em algumas falas contradit rias os entrevistados confirmaram a import ncia da clorag o mas depois afirmaram que n o fazem este procedimento Outros at duvidam sobre se realmente a clora o boa como a do entrevistado BB8 ia pra matar mic bio verme da gua assim que fala n a gente num sabe nem se eu num sei se assim se verdade se mata mesmo se precisa disso n Ser que precisa Sobre as atividades de limpeza e manutenc o da cisterna
277. ortamento foi observado tanto na Nicar gua quanto no Brasil onde algumas das organiza es estudadas j iniciaram novas iniciativas para solucionar outras problem ticas locais Limita es das experi ncias estudadas na Nicar gua e no semi rido brasileiro Tanto na Nicar gua quanto no Brasil o estudo revelou limita es semelhantes entre as quais podem se numerar e N o necessariamente as atuais solu es para abastecimento de gua mostram se capazes de satisfazer a demanda da popula o com qualidade e quantidade suficientes para cobrir o total das suas necessidades b sicas ponto mais importante no caso das solu es com cisternas e As pol ticas para acesso a gua continuam com o risco de se tornarem objeto de pr ticas clientelistas considerando que segundo o observado nas reas rurais a gua pode ser vista n o s como bem econ mico sen o tamb m como um recurso utiliz vel com fins pol tico partid rios 157 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG e Ainda n o se observa um esfor o sistem tico dirigido ao desenvolvimento das capacidades que as comunidades requerem para o correto gerenciamento dos seus sistemas e Identificam se claras defici ncias no processo de tratamento da gua sobretudo quando realizado no n vel domiciliar limitante que precisa ser superada para n o comprometer a qualidade da gua e se obtenha o impacto positivo esperad
278. os Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG respectivamente No entanto a diferen a encontrada n o foi estatisticamente significativa Tamb m foi determinado por meio de an lise multivariada que as crian as do grupo com cisterna apresentavam 55 menos ocorr ncia de Giardia nas fezes em compara o ao grupo dois e que os valores de preval ncia de parasitas de transmiss o feco oral e diarreia foram maiores no grupo que n o tinha cisterna Fonseca 2012 realizou um estudo de coorte concorrente acompanhando as crian as selecionadas durante um ano Foram realizadas em tr s etapas an lises microbiol gicas da gua consumida em 50 domic lios de cada grupo de crian as com cisterna e sem cisterna assim como o monitoramento de parasitas intestinais nas fezes Para conhecer a ocorr ncia de diarreia foi fornecido s fam lias um calend rio no qual eram registrados os epis dios desta Os resultados dessas an lises indicaram que n o existia diferen a significativa na qualidade da gua consumida pelos dois grupos de crian as estudados N o obstante mesmo que as diferen as encontradas n o foram estatisticamente significativas para a presen a de coliformes totais e de Escherichia coli as an lises multivariadas verificaram que a cisterna tem um efeito protetor para a ocorr ncia de protozo rios patog nicos especificamente para Giardia Tanto Silva 2012 quanto Fonseca
279. os CAPS por parte do FSLN na Nicar gua Para responder a esta pergunta devem se analisar alguns fatores diretamente relacionados com o surgimento deste programa Segundo Assis 2009 a ascens o do PIMC agenda p blica foi um processo paulatino onde as negocia es ocorreram tanto no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso quanto no do presidente Lula da Silva Os entrevistados da pesquisa desenvolvida por Ferreira 2009 focada em conhecer o processo de formula o e negocia o do PIMC com o Minist rio de Desenvolvimento Social e Combate Fome 122 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG MDS e a Federa o Brasileira de Bancos FEBRABAN afirmam que o programa foi apresentado ao presidente Lula da Silva pelo seu Assessor Especial Oded Grajew Tamb m relatam que o presidente deu instru es a Jos Graziano da Silva Ministro Especial de Seguran a Alimentar para que iniciasse negocia es com a ASA e apoiasse o programa com recursos da Uni o Na percep o dos entrevistados da referida pesquisa o presidente Lula foi um dos atores mais importante na consolidac o e agilizac o das negociac es para a instaura o do programa Tanto os entrevistados de Ferreira 2009 como aqueles da presente pesquisa concordam que a inclus o do PIMC na agenda p blica foi produto do esfor o e determina o da ASA Isso congruente com as conclus es de Assis 2009
280. os dois domic lios os moradores optaram por retir la da cisterna uma vez que as crian as tinham o h bito de brincar com o dispositivo ocasionando desperd cio de gua Mencionaram tamb m temer que com as brincadeiras as crian as pudessem danific la Pelas raz es anteriormente enumeradas as pessoas utilizavam baldes para retirar a gua da cisterna fato que pode ter aumentado o risco de contamina o da gua consumida Muitas SA bomba manual utilizada no PIMC do tipo pist o manual constru da com tubos de PVC BONIF CIO 2011 146 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG vezes esses baldes podem n o ser utilizados exclusivamente com este prop sito nem se tem a precau o de lav los antes do seu uso A percep o visual de limpeza contudo suficiente para que os usu rios n o se preocupem com a contaminac o Assim foi poss vel constatar nas declara es dos entrevistados BB3 vamos supor se eu for tirar a gua com a bomba ela eu acabo balan ando com a gua mais e com o balde n o o balde t asseado eu tiro a gua com o balde e uso a gua e quando eu for tirar a gua l de novo eu acabo lavando o balde de novo BB8 na verdade esse pensamento eu nunca tive que pode contaminar a gua com o baldo O baldo muito bem cuidado lavadinho n se pode contaminar Ser se contamina Eu que te pergunto Outros estudos mostram
281. os casos as solu es aos problemas de abastecimento de gua para consumo humano estavam sendo inseridas como medidas paliativas e emergenciais de programas focados no desenvolvimento econ mico assim como tamb m estavam sendo objeto de pr ticas clientelistas j que as institui es atendiam a interesses das elites da regi o No entanto pode se afirmar que em ambos os casos a rela o Estado sociedade civil est mudando Al m da proposi o de pol ticas a sociedade civil tem participado ativamente da execu o das mesmas em parceria com o Estado A evolu o dessas rela es mostra n o s o amadurecimento da sociedade como tamb m que as tend ncias e prioridades dos governantes podem fazer a principal diferen a mostrando que o abastecimento de gua depende principalmente da vontade pol tica Em geral a participa o da sociedade civil na formula o e execu o de pol ticas p blicas direcionadas para melhorar o acesso gua teve um resultado positivo tanto para a Nicar gua quanto para o Brasil j que permitiu a visualiza o e incorpora o de elementos que normalmente n o s o contemplados pelo aparato estatal Esta a o inovadora no hist rico das pol ticas de ambos os pa ses permitiu apontar criticamente os elementos que precisam ser incorporados para alcan ar os objetivos das pol ticas e garantir acesso gua de melhor qualidade de uma forma sustent vel no tempo Verificou se e
282. os devem pagar em dia pelo servi o informar diretiva do CAPS sobre atos de vandalismo vazamentos nas tubula es ou qualquer eventualidade que possa afetar o sistema As guas provenientes do sistema devem ser usadas para suprir as necessidades b sicas dos usu rios beber cozinhar tomar banho lavar roupas e limpar a moradia N o est permitido o uso com fins produtivos tais como irriga o de cultivos ou dar de beber ao gado N o podem ser utilizadas mangueiras para regar e de forma geral deve ser evitado o desperd cio Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Alguns CAPS t m optado pela instala o de medidores de consumo de gua nas casas e o estabelecimento de um consumo m nimo No caso de El Naranjo o consumo b sico mensal de 6 m 6 mil litros por US 3 26 e o custo por cada metro c bico adicional consumido de US 0 40 No Molino Sur o consumo b sico de 8 m por US 1 00 e US 0 10 por cada metro adicional Na aus ncia de medidores outros CAPS optaram pela cobran a de tarifas fixas Na comunidade El Ojochal no munic pio de Telica cobra se US 0 53 mensalmente por pessoa que mora na casa No CAPS Nuestra Tierra a tarifa por fam lia de US 0 61 mensalmente Existem exce es na realiza o dos pagamentos Alguns CAPS decidem em assembleia comunit ria n o cobrar algumas liga es de gua como as localizadas em escolas igrejas e em alguns
283. os dominantes locais ARA JO e RIBEIRO 2008 Isto foi um retrocesso aos poucos avan os logrados pela institui o o qual aprofundou a desigualdade social j existente Os planos emergenciais em caso de seca cujo desenvolvimento era sua responsabilidade nunca foram executados Assim quando chegou a seca de 1970 nada tinha sido feito para atenuar os efeitos dessa eventualidade VILLA 2001 Durante essa seca o governo militar optou pela desinforma o para ocultar os efeitos da falta de planejamento As declara es do superintendente da SUDENE minimizaram os efeitos da seca afirmando que s se apresentava uma situa o irregular no Piau quando nos estados do Pol gono das Secas vivenciava se novamente uma trag dia pela falta de gua e alimentos Em geral guardou se sil ncio quanto ao que estava acontecendo no Nordeste e pior ainda minimizava se o problema com declara es como as feitas pelo Presidente do Banco do Nordeste Rubens Vaz da Costa afirmando o que se falava n o eram mais que exageros e que se tratava de uma seca artificial VILLA 2001 p 202 J na d cada de 1970 iniciou se uma mudan a na concep o do combate seca e surgiu o enfoque de conviv ncia com o semi rido e suas condi es clim ticas Eventos internacionais como a Confer ncia de Estocolmo em 1972 e o Simp sio de Cocoyok em 1974 deram diretrizes para a ado o dos conceitos de desenvolvimento sustent vel em harmonia com
284. pacita o destas organiza es de modo que possam adquirir as capacidades t cnica e administrativa requeridas para gerenciar os sistemas de maneira sustent vel a longo prazo Desta maneira Mantilla 2011 sugere a forma o de parcerias entre as organiza es comunit rias e os Estados atribuindo a responsabilidade do gerenciamento dos sistemas s Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG organiza es comunit rias e aos Estados a de criar condi es para que estas experi ncias sejam bem sucedidas por meio de apoio e acompanhamento cont nuos Tendo como base as an lises da pol tica de abastecimento de gua para comunidades rurais na Tanz nia Gin e P rez Foguet 2008 advogam tamb m por uma abordagem ampla sobre o tema da sustentabilidade e emitem algumas recomenda es a esse respeito Do mesmo modo que Mantilla 2011 os autores referidos ressaltam a import ncia do fortalecimento dos rg os do Estado inseridos na gest o comunit ria de modo que sejam capazes de assumir as tarefas de acompanhamento tanto na etapa de implanta o como na opera o dos sistemas Argumentam em congru ncia com Yacoob 1990 que a capacita o das organiza es comunit rias vital para o desenvolvimento das capacidades que estas precisam para gerenciar os seus sistemas E por ltimo recomendam a cria o de mecanismos para que as comunidades mais pobres n o sejam exclu das
285. parte do poder p blico Nas entrevistas com os diferentes atores do subsetor que d atendimento aos CAPS pode se observar que existe muita semelhan a nas falas de todos os entrevistados no referente s limita es e aos aspectos positivos desta abordagem sendo o ponto de diverg ncia quem e que tipo de apoio deveria ser dado aos CAPS para que melhorassem o seu funcionamento Segundo o FISE e o INAA a assist ncia t cnica deveria ser oferecida pelas prefeituras Segundo as prefeituras os CAPS deveriam ser autossuficientes Segundos as ONGs as prefeituras deveriam assumir esta fun o mas estas n o t m a capacidade de faz lo Tradu o realizada pela pesquisadora Fala original Cuando el secretario pol tico o el coordinador del poder ciudadano insiste en que el va ser el coordinador de CAPS ah te crea un problema porque introduce o elemento pol tico cualquier contradicci n pol tica que pueda haber te la introduce adentro del CAPS y ya no digamos si se elige ese CAPS dentro de una alcald a liberal Waslala dice Waslala a mi dejame yo no tengo ning n problema de trabajar con los CAPS yo no tengo ning n problema de trabajar con los comit s pero no me pongas un sandinista porque si no me voy a pelear 102 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Para muitos dos CAPS que apresentam um bom gerenciamento a nica coopera o que eles precisam o cumprimento dos benef
286. participam da identifica o e concep o do projeto nem realizam aportes financeiros durante a constru o j que o poder p blico nacional e municipal arca com todos os custos No que diz respeito opera o do sistema e ao funcionamento no n vel interno as associa es de usu rios t m uma dire o administrativa presidente vice presidente e secret rio formada por membros da comunidade que realizam trabalho volunt rio sem remunera o e s o eleitos anualmente pela comunidade Ocasionalmente contrata se um bombeiro hidr ulico para realizar atividades de opera o ou repara o dos sistemas Em sistemas com n mero de conex es superior a 200 os quais demandam maior tempo de seus oper rios existe uma equipe permanente formada por um administrador e pessoal para a opera o do sistema No Paraguai o Servi o Nacional de Saneamento Ambiental SENASA a institui o respons vel pela amplia o do servi o de abastecimento de gua em reas rurais e pelo atendimento s organiza es comunit rias que administram os sistemas denominadas Conselhos de Saneamento Diferente da Col mbia a din mica metodol gica utilizada no Paraguai insere se exatamente no ciclo de projetos comunit rios para abastecimento de gua descrito anteriormente com a variante de que as comunidades pagam aproximadamente entre 30 e 60 das obras constru das Neste caso o condicionante de uma contrapartida dos usu rios poderia
287. pessoa n o pode arcar como os custos relativos ao investimento inicial constru o este n o um impedimento para que n o obtenha acesso ao servi o Nestes casos realizam se exce es destas cobran as Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 12 Crianca trabalhando na FIGURA 5 13 Crian a apoiando no construc o do sistema de abastecimento de traslado dos materiais comunidade E gua para a comunidade La Isla Yamal Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 FIGURA 5 14 Pessoas da comunidade El FIGURA 5 15 Pessoas da comunidade La Yamal trabalhando voluntariamente na Isla trabalhando no preenchimento de areia constru o do reservat rio de para os filtros do sistema de abastecimento armazenamento de gua de gua Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 5 3 4 Opera o e manuten o do sistema Ap s a constru o dos sistemas realiza se a forma o da dire o dos CAPS a qual ser respons vel pelo gerenciamento do sistema durante um per odo de dois anos A dire o eleita em uma assembleia comunit ria atrav s do voto sendo este um exerc cio democr tico Geralmente constitu da por um coordenador vice coordenador respons vel pelas finan as respons vel pela sa de respons vel de opera o e manuten o e respons
288. pois de constru da para evitar que ocorram rachaduras durante o processo de cura do concreto MART NEZ 20109 Na fase de opera o de responsabilidade da fam lia benefici ria garantir que a cisterna nunca fique totalmente seca j que as paredes ou o reboco podem ser quebrados ou rachar provocando vazamentos Caso aconte am vazamentos na cisterna estes poder o ser reparados desde que n o ocorram na jun o das paredes com o fundo Se o vazamento for nas paredes quanto mais baixa a fissura menor a possibilidade de realizar reparos BRASIL 2011 Segundo o relat rio da auditoria praticada pela Controladoria Geral da Uni o CGU em 2011 apresenta se como uma constante em todas as auditorias realizadas no PIMC o registro de cisternas com defeitos ou fissuras Com base nesses registros a CGU recomendou a realiza o dos reparos nas cisternas por parte das unidades executoras do programa e sugeriu o estabelecimento de um per odo de responsabilidade para que estas reparem qualquer dano Como produto dessa recomenda o o MDS estabelecera um per odo de 2 anos ou de 2 per odos de chuvas para os reparos das obras que apresentarem defeitos BRASIL 2011 134 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Nessa auditoria cujo plano amostral compreendeu 19 UGMs em 44 Munic pios e um total de 421 fam lias confirmou se a continuidade da ocorr ncia de vazamentos O
289. popula o se insere nas diversas etapas como elemento determinante da futura sustentabilidade do sistema O ciclo divide se em cinco etapas Identifica o do projeto e planejamento pr vio concep o do projeto implanta o administra o opera o e manuten o e avalia o do projeto MILLER 1979 O paradigma apresentado considera que existe um per odo estimado para cada etapa do ciclo de projeto A identifica o por exemplo tem uma dura o de um ano a concep o do projeto dois anos a constru o quatro anos e aproximadamente a cada dez anos o projeto requerer ajustes ou modifica es decorrentes do processo de avalia o e do crescimento populacional da comunidade MILLER 1979 No entanto o paradigma vai al m disso e realiza propostas do que poderia acontecer em cada uma das etapas assim como o poss vel papel a ser desenvolvido pelos benefici rios do projeto e pelos atores externos Os agentes externos t m um papel importante sejam estes autoridades locais regionais nacionais ou organiza es internacionais j que podem incidir ou apoiar os moradores de diferentes formas As a es dos agentes externos podem estar voltadas 1 Conscientiza o da popula o com respeito aos impactos positivos gerados pelo acesso a uma fonte melhorada de gua 2 Capacita o sobre temas de utilidade para o gerenciamento dos sistemas relacionados com aspectos t cnicos legais e inclusive a disponibiliz
290. porte positivo da Lei foi a padroniza o da estrutura e das normas para o funcionamento de todos os CAPS No intuito de converter os comit s em estruturas comunit rias respons veis pelo fornecimento de gua pot vel e pela fiscaliza o do saneamento ambiental tanto no n vel domiciliar como no comunal o INAA elaborou documentos contendo estatutos e regulamentos b sicos adapt veis s necessidades particulares de cada comunidade Esta documenta o facilita a cria o dos novos CAPS e permite melhorar a gest o dos j existentes nos aspectos referentes organiza o opera o e administra o No aspecto administrativo tornou se obrigat rio o registro em livros cont beis das receitas despesas materiais e o capital financeiro do comit a fim de resguardar a transpar ncia da 81 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG gest o Esses livros cont beis s o autorizados pelo Registro Central de Prestadores de Servicos de gua Pot vel e Esgotamento Sanit rio do INAA inst ncia tamb m facultada para a realizag o de auditorias aos comit s A Lei tamb m especifica responsabilidades para institui es do poder p blico especialmente o INAA e a ENACAL entidades definidas como as autoridades nacionais respons veis por assegurar o cumprimento da Lei e a realiza o das coordena es interinstitucionais requeridas para tal fim Entre as responsabilidades das entidad
291. propostas na 31 Aprovou se o objetivo da lei mbito de aplica o defini es as fun es das institui es respons veis da administra o dos recursos h dricos ASAMBLEA NACIONAL 2005 71 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG legisla o por parte da sociedade civil foi um avan o importante e marcou um precedente de participa o cidad na formula o de pol ticas p blicas que refletem a posi o dos governados e n o s dos governantes As mobiliza es e protestos serviram tamb m para outros prop sitos At aquele momento as organiza es comunit rias como os CAPS n o contavam com espa os de discuss o para compartilhar suas experi ncias Ainda quando este n o era seu objetivo o processo de consulta possibilitou que os CAPS se relacionassem encontrassem problemas comuns e apreciassem a necessidade de se unirem para defender seus interesses com respeito ao acesso a fontes de gua necess rias para o funcionamento dos seus sistemas de abastecimento Houve tamb m uma maior compreens o de como a forma de aprovar as concess es ou direitos para explora o dos recursos h dricos explicitadas na nova lei podia afetar os CAPS Ainda quando estes eram respons veis pelo provimento de gua pot vel para um milh o de pessoas a lei n o previa a exist ncia de organiza es como os CAPS deixando lhes sem respaldo legal para fazer uso dos recursos h
292. pula o que o governo n o podia garantir aportando recursos t cnicos e financeiros para o desenvolvimento das comunidades JACKMAN e D AZ 2005 Esta situa o foi corroborada por Zambrana e Jir n 2006 no estudo realizado nas comunidades de Los R os e El Ed n na reserva natural El Chocoyero Nessas localidades as ONGs aportaram recursos econ micos e conhecimentos t cnicos na cria o de habilidades para incidir na melhoria das condi es de vida da popula o Isto tamb m se observou nas visitas de campo efetuadas s comunidades de Molino Sur Agua Fria e Nuestra Tierra como parte desta pesquisa Este apoio constante permitiu s ONGs ganhar uma credibilidade ainda maior do que a obtida por qualquer institui o do Estado e concedeu lhes uma grande influ ncia na popula o rural sendo identificadas como o principal apoio aos CAPS Essa influ ncia foi corroborada nas entrevistas com integrantes dos comit s e pode se apreciar na resposta ante as convocat rias de mobiliza o efetuadas contra as a es governamentais que implicavam um poss vel preju zo para essa popula o O exemplo mais recente e not rio foi a organiza o das mobiliza es contra a privatiza o da gua convocada pelas ONGs a o desencadeante da demanda de um marco legal pr prio para os CAPS 5 2 A proposta de Lei n 722 2010 e a sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua A formula o da Lei dos CAPS foi um processo al
293. pula o rural da Nicar gua atendida pelos servi os de abastecimento de gua pot vel INEC 2006 No Brasil esta percentagem sobe para 32 8 IBGE 2011 No caso da Nicar gua as institui es respons veis pelo provimento do servi o de abastecimento de gua n o t m capacidade organizativa nem econ mica para disponibiliz lo a toda a popula o residente nas zonas rurais especialmente aquelas comunidades mais afastadas Nesse contexto naquele pa s surgiram organiza es civis destinadas exclusivamente a solucionar as necessidades identificadas in loco Diante de uma a o deficit ria do Estado este e a sociedade civil v m estimulando os habitantes das zonas rurais com problemas de acesso gua a se organizarem para encontrar solu es coletivamente Estas organiza es comunit rias iniciadas h quase trinta anos est o agora disseminadas por todo o pa s sobretudo na rea rural e recebem o nome de Comit s de gua Pot vel e Saneamento CAPS Em 2010 a Assembleia Nacional aprovou por unanimidade a Lei n 722 2010 Lei Especial de Comit s de gua Pot vel e Saneamento NICARAGUA 2010 A partir deste marco normativo os CAPS passaram a adquirir um reconhecimento legal A normatiza o possibilita o fortalecimento das gest es dos CAPS uma vez que estabelece as responsabilidades de assist ncia t cnica por parte do poder p blico diretrizes para regular seu funcionamento benef cios fiscai
294. pula o urbana e rural na Nicar gua Popula o urbana Popula o rural Fonte de abastecimento de gua Total To Canaliza o intradomiciliar 62 7 10 4 39 6 Canaliza o no terreno ou propriedade 24 1 16 0 20 6 Torneiras p blicas 1 5 5 4 3 2 Po os 5 6 30 8 16 7 e Privados 4 2 19 7 11 0 e P blicos 1 4 11 1 5 7 Rios mananciais cursos de gua 0 5 29 3 13 2 Outra forma 5 0 7 8 6 2 Ignorado 0 6 0 3 0 5 Total 100 100 100 Fonte INEC 2006 41 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG e Esgotamento sanit rio Os dados sobre a instala o de vasos sanit rios latrinas e as respectivas formas de disposi o dos dejetos contidos no Censo Demogr fico de 2005 refletem que 18 1 do esgoto gerado coletado por um sistema convencional e segundo a OPS et al 2004 somente 36 deste tratado Este um fator importante porque embora exista disponibilidade h drica no pa s existe risco de polui o devido aus ncia de tratamento dos dejetos Na TAB 3 3 s o apresentados dados sobre a disposi o dos esgotos gerados Note se que 30 3 da popula o rural ainda pratica evacua o ao ar livre e 59 6 da popula o nacional utiliza latrinas Na pesquisa n o se coletou informa o sobre a classifica o das latrinas nem sobre os m todos de constru o TABELA 3 3 Tipo de esgotamento sanit rio por rea de resid ncia na Nicar gua
295. que o pessoal das ONGs e do INAA tem mais experi ncia 11 30 anos que os das prefeituras e do FISE 3 8 anos as quais s o institui es que deveriam estar mais pr ximas aos CAPS segundo o explicitado na Lei n 722 2010 No caso dos entrevistados dos CAPS sejam eles membros de dire o ou usu rios t m sido capacitados em diversas tem ticas como g nero instala es hidr ulicas meio ambiente 17 K a x A 5 Esta foi uma entrevista n o planejada raz o pela qual apresenta algumas particularidades Foi realizada de maneira grupal e contou com a presen a dos cinco membros do comit coordenador tesoureira fiscal e respons vel de sa de 32 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG legisla o e em alguns casos conhecimentos b sicos de administra o Elementos cognitivos dessas capacita es puderam ser percebidos pelas falas dos entrevistados Algumas comunidades das reas rurais foram visitadas a fim de conhecer o trabalho desenvolvido pelos CAPS Durante as visitas foram registradas as percep es da pesquisadora na forma escrita em um di rio de campo com o intuito de auxiliar na caracteriza o dos h bitos e costumes dos usu rios dos servi os Realizou se um registro fotogr fico dos sistemas de abastecimento de gua assim como das moradias dos usu rios Foram visitadas comunidades nas quais se iniciavam projetos para abastecimento de
296. r e entrevistar os atores chave utilizou se a t cnica da bola de neve que atendeu satisfatoriamente s necessidades da pesquisa j que conforme discutido por Veiga e Gondim 2001 ajuda a estudar grupos com acesso restrito Nessa t cnica os participantes sugerem outros participantes at alcan ar a satura o te rica que acontece quando o pesquisador n o identifica novas informa es nas falas dos entrevistados FLICK 2004 p 80 45 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Como parte dos procedimentos de rotina na realizag o das entrevistas tanto no Brasil quanto na Nicar gua foram feitos testes preliminares para detectar poss veis falhas nos desenhos dos roteiros tais como perguntas mal formuladas ordem das quest es ou utiliza o de termos que n o est o presentes no cotidiano dos entrevistados Ap s este teste inicial os roteiros foram revisados e formulou se a vers o final apresentada nos ap ndices Be C e anexos Be C 4 3 Coleta de dados 4 3 1 Coleta de dados no Brasil No Brasil os atores relacionados diretamente com a constru o e gest o dos sistemas de abastecimento de gua individuais implantados nas reas rurais atrav s do PIMC formam um grupo heterog neo que ocupa espa os institucionais diversos do poder p blico e da sociedade civil O papel desses atores foi analisado por Uende Aparecida Figueiredo Gomes em uma pesquisa de doutorado que
297. ra diversas tarefas da casa e para consumo humano utilizavam a gua de uma mina Na pesquisa realizada por Fonseca 2012 nos munic pios de Berilo e Chapada do Norte determinou se por meio da aplica o de question rio a 332 pessoas que utilizavam cisternas que mais de 52 dos entrevistados utilizam a gua para usos diferentes dos predeterminados pelo Programa Por exemplo 60 5 declararam utilizar a gua para lavar a roupa e 61 7 para tomar banho ou lavar utens lios dom sticos tal como se mostra na TAB 5 1 Tabela 5 1 Finalidade da gua armazenada nas cisternas Respostas positivas Finalidade da gua N mero Beber 243 73 2 Cozinhar 252 75 9 Tomar banho 205 61 7 Escovar os dentes 213 64 2 Lavar vasilhas 205 61 7 Lavar roupas 201 60 5 Limpar a casa 174 52 4 Regar plantas e dessedentar 47 14 2 animais Total de entrevistados 332 100 Fonte Fonseca 2012 Em outras comunidades a utilizac o da gua para todas as necessidades da fam lia n o t o comum Por exemplo na pesquisa de Tavares 2009 realizada em tr s comunidades do semi rido Paraibano Paus Brancos S o Jo o de Cariri e S o Jos do Sabugi com a finalidade de conhecer as condi es f sicas das cisternas e o manejo dado pelos usu rios foram aplicados question rios a 175 fam lias onde 27 delas afirmavam que a gua para l Esta situa o pode afetar uma maior quantidade dos benefici rios de PIMC Por exe
298. ra localidades com menos de 2 mil habitantes e na Holanda a munic pios com menos de 2 mil habitantes que tenham acima de 20 da popula o ativa masculina dedicada a atividades agr colas BARTOLOM 1996 As defini es de meio rural utilizadas na maioria dos pa ses s o objeto de debates por diversos autores DIRVEN et al 2011 ABRAMOVAY 2000 BARTOLOM 1996 que apontam como inadequadas algumas delas por diferentes raz es A car ncia de servi os 11 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG b sicos n o deveria ser considerada um crit rio adequado para classificar uma localidade como rural nem a presen a destes para denomin la como urbana pois alguns lugares com poucos domic lios seriam classificados como urbanos s por contarem com servi os ABRAMOVAY 2000 Portanto nos pa ses onde se aplica esta defini o a implementa o de pol ticas p blicas que visem melhoria do saneamento poderia contribuir para que as localidades beneficiadas sejam vistas como urbanas Outro ponto a ser questionado a associa o feita entre atividade agr cola e o meio rural Anteriormente tinha se a vis o de que a economia rural e a economia agr cola eram uma s e que o mundo rural aquele que serve para o habitat agr cola No entanto as economias rurais atuais tendem a ter uma maior diversidade de atividades al m da agricultura e existem iniciativas agr colas nas
299. ralizada com a problem tica vivenciada na regi o e a omiss o habitual do poder p blico cuja resposta nunca esteve altura da gravidade do problema nem se apresentou no momento oportuno Na reconstru o hist rica feita por Villa 2001 das secas ocorridas desde 1824 at 1983 pode se constatar que este per odo esteve marcado pela neglig ncia governamental e a corrup o As ajudas foram enviadas quase Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG sempre diante de um estado de calamidade as estradas cheias de pessoas fugindo da seca in meras mortes e epidemias nos campos de deslocados nas capitais das prov ncias que os recebiam Como primeiro exemplo das afirma es de Villa 2001 podem se citar as a es da classe governante durante a primeira seca ocorrida ap s da independ ncia a qual se apresentou entre 1824 e 1825 Neste caso a resposta do Imperador D Pedro foi o envio de ajuda alimentar que n o somente era pouca quatro mil sacos de feij o farinha de mandioca milho e arroz sen o que chegou tarde at finais de 1827 quando os danos j eram incalcul veis VILLA 2001 p 22 Frente frequ ncia das secas surgiram m ltiplos planos para mitigar os seus efeitos os quais inclu am solu es tanto variadas quanto criativas Dentre estes podem se enumerar a perfura o de po os artesianos a constru o de a udes o desvio de rios e at a compra e cri
300. rama de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 3 1 Identifica o do projeto A 1dentifica o do projeto inicia se com o reconhecimento da exist ncia de um problema com a forma atual de abastecimento de gua seja este relacionado com a disponibilidade ou a qualidade da gua obtida Ap s sua identifica o a qual pode ser feita pela comunidade ou por atores externos o problema torna se uma necessidade a ser resolvida MILLER 1979 Na Nicar gua a identifica o acontece das duas formas antes mencionadas Em alguns casos uma demanda da popula o remetida a organismos atuantes nesse campo para o seu devido tr mite Outras vezes as necessidades s o apresentadas s prefeituras para que caso institui es como o FISE tenham projetos previstos a comunidade possa entrar na listagem de prioridades Em outros casos as prefeituras ou organismos visitam as comunidades para identificar as principais necessidades ou demandas existindo sempre um di logo entre as partes O primeiro contato torna se ent o uma express o de interesse em dar solu o ao problema que de alguma forma converte se em um compromisso tanto dos atores externos em apoiar s comunidades quanto das comunidades em assumir compromisso e responsabilidades na execu o do projeto Durante esta etapa as lideran as locais desenvolvem um papel de grande import ncia como apoio aos atores externos A valida o do in
301. rasileiro de Geografia e Estat stica INAA Instituto Nicarag ense de Acueductos y Alcantarillados INE Instituto Nicarag ense de Electricidad INEC Instituto Nacional de Estad sticas y Censos INIDE Instituto Nacional de Informaci n de Desarrollo INIFOM Instituto Nicarag ense de Fomento IOCS Inspetoria de Obras Contra as Secas IPEA Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada IRPAA Instituto Regional da Pequena Propriedade Agropecu ria KFW Banco Kreditasnstalt Fur Wiederaufbau MARENA Minist rio do Ambiente e dos Recursos Naturais MESA Minist rio Especial de Seguran a Alimentar MDS Minist rio de Desenvolvimento Social e Combate Fome MINSA Minist rio de Sa de MMA Minist rio do Meio Ambiente OCDE Organiza o de Coopera o e Desenvolvimento Econ mico ODM Objetivos de Desenvolvimento do Mil nio ONU Organiza o das Na es Unidas OPAS OMS Organiza o Pan americana da Sa de Organiza o Mundial da Sa de OSCIP Organiza o da Sociedade Civil de Interesse P blico PLANSAB Plano Nacional de Saneamento PLANSAR Plano Nacional de Saneamento B sico Rural PRMSP Programa de Reforma e Moderniza o do Setor P blico PIMC Programa de Forma o e Mobiliza o Social para Conviv ncia com o Semi rido Um milh o de cisternas rurais RASNIC Red Nacional de Agua y Saneamento de Nicaragua SERMUNIC Departamento Nacional de Servi os Mu
302. re o a S o Paulo Rio de Janeiro e oeste de Paran sendo a maior migra o da hist ria do Brasil Considerando a pouca efetividade do DNOCS na busca de solu es reais e coerentes para o problema enfrentado no semi rido foi criada uma s rie de rg os destinados a combater a seca e impulsionar o desenvolvimento da regi o por meio de a es melhor planejadas PASSADOR et al 2010 Entre estas institui es se encontravam o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem DNER o Grupo de Trabalhadores para o Desenvolvimento do Nordeste GTDN em 1956 al m do Conselho de Desenvolvimento Econ mico do Nordeste CODENO Banco do Nordeste do Brasil BNB em 1952 e o Polonordeste em 1974 PASSADOR et al 2010 VILLA 2001 p 189 219 Sem importar o prop sito das institui es antes mencionadas muitas destas ca ram na din mica da corrup o e as den ncias contra elas foram frequentes especialmente nos per odos de secas Na emerg ncia ocorrida em 1958 o dinheiro enviado para atendimento dos flagelados era utilizado com fins pol ticos sendo desviado para campanhas eleitorais O DNOCS e o DNER foram sinalados pela popula o por serem institui es que serviam a fins eleitorais oferecendo trabalho nas obras em troca de votos Na seca ocorrida na d cada de 1980 a corrup o continuou em outras formas Os prefeitos cobravam dos sertanejos pela concess o de vagas de trabalho e segundo den ncias os caminh
303. reas urbanas Nas reas rurais existe uma rela o especial entre indiv duos os quais se assistem mutuamente em tempos de necessidade confiam uns nos outros e cooperam na busca de objetivos para o benef cio comum GALSTON e BAEHLER 1995 Esta forma de se relacionar faz com que as pessoas sintam se parte de uma comunidade e de uma cultura criando muitas vezes uma identidade comunit ria 26 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG adicionalmente a relev ncia da participa o das comunidades tanto no processo de tomada de decis es quanto no desenvolvimento de a es relacionadas ao gerenciamento dos sistemas A esse respeito McCommon et al 1990 apud Gin e P rez Foguet 2008 exp em a necessidade de diferenciar entre participa o e gest o comunit ria Enquanto a primeira limita se geralmente simples consulta da popula o para o processo decis rio sele o da tecnologia e relega sua participa o s atividades construtivas ou ao aporte financeiro a ltima refere se a uma abordagem ampla para o desenvolvimento do tipo bottom up na qual os usu rios assumem a completa responsabilidade pelo sistema de abastecimento de gua desde sua concep o at os aspectos administrativos da etapa de opera o Mantilla 2011 e Gin e P rez Foguet 2008 apontam que a sustentabilidade de um sistema de abastecimento de gua em comunidades rurais tem maior complexidade q
304. res dentro del CAPS 7 Usted ha recibido alg n tipo de capacitaciones Sobre qu temas se ha capacitado Qui nes dieron esas capacitaciones Tema 1 3 La construcci n 8 C mo fue el proceso de construcci n del sistema y como participo su familia explorar sobre la adquisici n de materiales trabajo aportado y las responsabilidades de la familia Tema 2 Calidad Cantidad de agua 9 Hay algunos periodos que no tienen agua en la casa Por qu 10 Para qu usa esa agua Usted cree que el agua que recibe es suficiente para su familia Por qu 11 Usted qu piensa de la calidad del agua que recibe La considera buena para beber y cocinar Por qu POr q Tema 3 Percepci n del usuario beneficiario sobre los CAPS 12 Qu opina del trabajo que hacen con el comit en su comunidad 13 Qu le gustar a que mejorara del trabajo de los comit s Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG AP NDICE C Entrevistas com gestores dos Sistemas de Abastecimento de gua gerenciado na Nicar gua Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Ficha de Informac o B sica Roteiro vers o em espanhol Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 184 Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia DESA Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos MEN
305. resolver de maneira definitiva os problemas de acesso aos recursos h dricos O segundo fator e talvez o mais importante foi a influ ncia das elites locais sobre as pol ticas e as institui es regionais produzida pelas rela es socioculturais existentes no semi rido desde os tempos da col nia A classe economicamente dominante representada pelos grandes latifundi rios utilizava as Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG institui es do poder p blico para tornar a seu favor os poucos investimentos econ micos realizados pela Uni o perpetuando desta forma seu poder econ mico e pol tico A influ ncia das oligarquias nordestinas sobre as institui es do Estado trouxe como resultado uma corrup o generalizada que pode se qualificar nos termos de Hantke Domas e Jouravlev 2011 como a captura das institui es As falhas antes mencionadas provocaram uma perda de credibilidade nas institui es do poder p blico tanto locais como nacionais Isso instou sociedade civil fortalecida com a progressiva abertura pol tica experimentada nos governos dos generais Ernesto Geisel 1974 79 e Jo o Figueiredo 1979 85 e ap s o fim da ditadura militar a apresentar iniciativas para agir no campo do abastecimento de gua assumindo de alguma forma a solu o das necessidades da popula o na aus ncia do Estado Segundo Assis 2009 o PIMC surgiu no momento prop
306. rio a inclus o de fundamentos conceituais e metodol gicos de educa o e participa o de atores em v rios n veis incluindo o comunit rio municipal e estadual Em 1990 com o novo governo do presidente Fernando Collor de Mello o PNSR foi desativado Nesse mesmo ano os Minist rios da A o Social e da Sa de instituem o Programa Nacional de Saneamento Rural PRORURAL de conte do semelhante ao PNSR PRORURAL n o visava uma abrang ncia nacional como o PNSR e sua meta de atendimento era de 6 000 comunidades rurais com uma m dia de 500 habitantes comunidade entre 1991 e 1994 BRASIL 1990 Com a transforma o do Minist rio da A o Social ao Minist rio do Bem Estar Social em 1992 o PRORURAL foi desativado LACERDA 1995 Segundo Teixeira 2011 e Lacerda 1995 as experi ncias com o PNSR e PRORURAL mesmo que n o chegaram a suas plenas execu es constituem um precedente importante dentro das pol ticas p blicas direcionadas para reas rurais devido a sua proposta metodol gica do tipo participativa o fortalecimento dado s iniciativas estaduais e municipais existentes e inspira o para o surgimento de outras novas Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Ainda em 1990 foi criado o Instituto Regional da Pequena Propriedade Agropecu ria IRPAA que iniciou a construg o de cisternas para armazenamento de gua de chuva e estudos para melhorar as tecnologi
307. rit ria de grandes obras hidr ulicas ARA JO e RIBEIRO 2008 Contudo a criag o deste rg o nada adiantou em mat ria de preven o e quando a seca chegou novamente nada tinha sido feito para diminuir os seus efeitos Isto estava relacionado diminui o de recursos alocados j que em 1909 a institui o recebeu 1 3 da receita federal mas para 1914 recebeu unicamente 0 9 e uma redu o do n mero de funcion rios VILLA 2001 p 94 102 Com isso mostrava se mais uma vez que a popula o sertaneja n o era prioridade Al m do anterior a IOCS e as institui es que a sucederam caracterizaram se pela realiza o de obras que na maioria dos casos atendiam a crit rios pol ticos antes daqueles relacionados com a viabilidade t cnica econ mica beneficiando aos grandes propriet rios de terra Um exemplo disso que dos 42 po os perfurados em 1914 9 foram p blicos e 33 foram privados Embora a IOCS tenha experimentado algumas mudan as institucionais o seu comportamento respeitou o mesmo padr o no tempo Assim pode se exemplificar que dos 8 000 a udes existentes no estado de Cear contabilizados em 1998 s 95 eram p blicos mesmo que todas as obras fossem financiadas pelo Estado VILLA 2001 p 103 104 252 O presidente que tentou fazer a diferen a em rela o ao semi rido foi Epit cio Pessoa que para surpresa de muitos fez a proposta de um amplo programa de obras para o Nordeste o qual abran
308. rizadas tomando como refer ncia o tipo de envolvimento do entrevistado com o PIMC No processo de interpreta o considerou se que tr s dos entrevistados eram lideran as comunit rias e um entrevistado participou como pedreiro al m de receber o benef cio do programa Com o intuito de familiarizar se com o PIMC a pesquisadora participou desde seus preparativos pr vios do semin rio para discuss o dos aspectos pol ticos institucionais e epidemiol gicos do Programa organizado pelo grupo de pesquisa da UFMG e realizado no munic pio de Berilo Vale do Jequitinhonha nos dias 7 e 8 de julho de 2011 Neste semin rio participaram 24 pessoas dentre elas membros da ASA e agentes de sa de O m todo utilizado na atividade foi a An lise DAFO Debilidades Amea as Fortalezas e Oportunidades ferramenta utilizada para formula o de estrat gias dada sua efetividade na 47 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG recopila o de informa o veraz e r pida para a tomada de decis es CAPDEVILA 2011 Consiste na cria o de um espa o de discuss o e reflex o entre os participantes que leva identifica o dos fatores internos e externos que podem influenciar no desempenho de uma organiza o programa ou situa o espec fica Posteriormente esses fatores s o classificados em uma matriz segundo as quatro categorias da An lise DAFO como se aprecia nas FIG 4 1 e 4 2
309. rte do poder municipal ou nacional MANTILLA 2011 KLEEMEIER 2000 N o obstante devido s limita es das prefeituras este papel muitas vezes assumido pelas ONGs locais sendo estas identificadas pelos pr prios comit s como os seus principais colaboradores Os casos de experi ncias bem sucedidas com apoio das ONGs demonstram que a assist ncia t cnica constante a chave para a boa administra o dos sistemas e sua sustentabilidade A grande diferen a no desenvolvimento entre as comunidades que s o e aquelas que n o s o acompanhadas pelas ONGs permite corroborar esse argumento importante ressaltar que em todo caso o Estado deveria assumir a responsabilidade de realizar o assessoramento ou pelo menos disponibilizar mecanismos para dar apoio aos CAPS Isso considerando que a Lei n 722 2010 orienta ao poder p blico a realiza o dessas atividades e principalmente porque Tradu o realizada pela pesquisadora Fala original Ninguno nadie yo creo que yo dir a que pas el tiempo que nosotros pod amos ver necesitado de ellos hoy en d a gracias a Dios en la misma comunidad tenemos el conocimiento que necesitamos para que nuestro sistema de agua marche bien pero de alcald a de o de otra instituci n no hemos recibido nada 103 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG a Constitui o Pol tica NICARAGUA 2002a estipula no seu art n 105 que
310. rucci n de sistemas de agua en el sector rural de Nicaragua Managua 2003 65 p Relat rio FEDERA O BRASILEIRA DE BANCOS FEBRABAN Participa o da Febraban no Projeto Cisternas Programa de Forma o e Mobiliza o para a Conviv ncia com o Semi Arido 2008 ou 2009 Dispon vel em lt http www febraban org br Febraban asp id pagina 141 amp id paginaDe 89 gt Acesso em 2 Jan 2013 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FERREIRA I A R gua e pol tica no sert o desafios ao Programa Um Milh o de Cisternas 2009 141 f Dissertac o Mestrado em Desenvolvimento Sustent vel Pol tica e Gest o Ambiental Centro de Desenvolvimento Sustent vel Universidade de Bras lia Bras lia 2009 FIGUEIREDO M F FIGUEIREDO A M C Avalia o pol tica e avalia o de pol ticas um quadro de refer ncia te rica An lise e Conjuntura Belo Horizonte v 1 n 3 p 107 127 sep dez 1986 FLICK U Uma introdu o pesquisa qualitativa Tradu o de Sandra Netz 2 ed portugu s Porto Alegre Bookman 2004 312 p T tulo original Qualitative Sozialforschung FONDO DE LAS NACIONES UNIDAS PARA LA INFANCIA UNICEF EMPRESA NICARAGUENSE DE ACUEDUCTOS Y ALCANTARILLADOS ENACAL SNV 22 a os de experiencia recopilada sobre el trabajo de acueductos rurales Managua 20067 195 p FONSECA J E Implantac o de cisternas para armazenamento de gua de
311. s o uma vez que os sistemas s o constru dos independentemente de estes serem individuais ou coletivos 133 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG 5 5 A proposta da ASA e a sustentabilidade dos sistemas Neste caso a solug o tecnol gica selecionada pela ASA o elemento principal para garantir a sustentabilidade do sistema A simplicidade da cisterna de placa reduz a demanda de conhecimentos t cnicos especializados tanto no processo construtivo como na operag o da mesma sem contar com a diminui o dos recursos materiais necess rios para sua manuten o Segundo Passador et al 2010 este tipo de dispositivo tem uma vida til m dia de 40 anos sempre que sejam cumpridas todas as recomenda es relativas sua constru o opera o e manuten o Por este motivo responsabilidade da ASA realizar a forma o dos pedreiros para que estes construam corretamente as cisternas al m de capacitar tamb m os usu rios quanto aos requisitos de manuten o das mesmas Para garantir um funcionamento normal da cisterna preciso seguir apenas algumas simples instru es Um ou dois dias ap s finalizada a constru o a cisterna precisa ser impermeabilizada e seca Depois necess rio deixar um pouco de gua na cisterna para manter a umidade do concreto at que esta possa ser abastecida com a gua da chuva Recomenda se encher a cisterna pelo menos quatro dias de
312. s H dricos da UFMG prudente ter alguns cuidados Procurou se n o portar no ve culo e nas vestimentas cores caracter sticas dos partidos pol ticos locais ou distintivos que pudessem ser relacionados com o governo Ap s a realiza o das entrevistas comprovou se que esses cuidados foram corretos j que alguns dos entrevistados perguntaram sobre as prefer ncias pol ticas da pesquisadora e durante algumas falas perceberam se matizes pol ticas criticando ou defendendo as pol ticas do governo atual A pesquisadora n o se posicionou a respeito de op es pol tico partid rias tendo respondido aos entrevistados n o possuir prefer ncias pol ticas e n o ser funcion ria do governo J que alguns funcion rios das ONGs e um oficial da pol cia local alertaram sobre o perigo nas estradas a pesquisadora decidiu solicitar o acompanhamento de uma pessoa da sua confian a e criar um itiner rio de visita que lhe permitiu sair das comunidades antes das 16 00 horas Ap s a realiza o das entrevistas procedeu se sua transcri o manual trabalho realizado pela pesquisadora com o apoio volunt rio de duas pessoas na Nicar gua que aceitaram colaborar com a pesquisa Vilma Andrea L pez e Marcos Guill n Torres Com o fim de evitar poss veis erros nas transcri es estas foram revisadas no m nimo duas vezes por outro membro do mesma equipe No total realizaram se 32 horas e 16 minutos de entrevista excluindo os pr testes r
313. s e talvez o mais importante para eles a propriedade dos sistemas de abastecimento de gua que administram Para o c lculo destes dados o INEC considera que a popula o atendida pelo servi o quando existem conex es nas casas ou nos lotes INEC 2006 No Brasil esta porcentagem inclui unicamente aqueles domic lios abastecidos pela rede geral j que a qualidade da gua procedente de outras fontes de abastecimento po o nascente cacimba carro pipa gua da chuva etc nem sempre cumpre os padr es de potabilidade estabelecidos Na Nicar gua o termo saneamento utilizado para reas rurais entendido de modo amplo mas distinto do significado empregado no Brasil Abrange o saneamento ambiental da habita o e da comunidade incluindo a elimina o de excretas e o manejo das guas cinzas e dos res duos s lidos UNICEF et al 20067 p 11 No entanto para as reas urbanas o termo refere se especificamente ao esgotamento sanit rio Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Com respeito s pol ticas p blicas de saneamento rural no Brasil conforme observa Teixeira 2011 no marco do Plano Nacional de Saneamento B sico PLANSAB as propostas e os projetos desenvolvidos t m sido fragmentados pontuais e descont nuos e at os dias atuais n o existe um modelo de organiza o nem um programa nacional de saneamento rural O quadro prec rio de abastecimento d
314. s no semi rido 5 4 2 1 Conte do da pol tica e execu o de PIMC Desde a perspectiva da ASA o PIMC insere se como uma a o dentro do Programa de Forma o e Mobiliza o Social para a Conviv ncia com o Semi rido Dentro das pol ticas do 124 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Estado este se insere no Programa 1049 Acesso Alimenta o que tem como objetivo geral erradicar a fome e promover a seguran a alimentar e nutricional Executa se como a A o 11V1 Constru o de Cisternas para Armazenamento de gua e tem como objetivo espec fico possibilitar popula o do semi rido o acesso a uma estrutura simples e eficiente de capta o de gua da chuva e de aproveitamento sustent vel dos recursos pluviais ampliando as condi es de acesso gua pot vel das popula es rurais de baixa renda da regi o a partir do armazenamento de gua em cisternas BRASIL 2011 Al m de criar condi es para melhorar o acesso gua o PIMC foi tamb m formulado com a vis o de realizar mudan as nas rela es Estado sociedade no semi rido Pretendia se a inclus o e participa o de todos os atores pol ticos e da popula o do semi rido para a execu o dos temas da agenda p blica especificamente aqueles relacionados ao desenvolvimento da regi o Em resumo a ideia da ASA era fazer do PIMC um projeto que inspirasse o envolvimento e a mobiliza o
315. sas pol ticas tentando identificar os fatores que determinaram o surgimento do PIMC como uma solu o proposta pela sociedade civil para garantir o acesso gua para a popula o rural do semi rido brasileiro Com essa finalidade e de forma semelhante an lise realizada para a Nicar gua desejava se estudar por per odos hist ricos as pol ticas implementadas No entanto ap s iniciar a revis o da literatura sobre o tema percebeu se que a posi o do poder p blico em rela o problem tica das secas no semi rido tem sido uniforme desde os tempos da Col nia raz o pela qual se considerou a divis o do estudo unicamente em dois per odos o primeiro anterior ao ano de 2003 e o segundo compreendido entre os anos de 2003 e 2012 per odo em que se esperavam mudan as significativas nas pol ticas p blicas pela ascens o ao governo de um partido com bases sindicais com orienta o de esquerda 5 4 1 Per odo pr vio a 2003 O semi rido brasileiro caracteriza se por ter solos majoritariamente areno argilosos e pobres em mat ria org nica precipita es irregulares com m dias pluviom tricas inferiores a 800 mm temperaturas m dias anuais oscilantes entre 25 e 29 C altos ndices de aridez e per odos de estiagem de at nove meses SUDENE 20057 REBOU AS 1997 AB S BER 2012 As condi es adversas antes mencionadas agravadas nos per odos de seca geram grandes dificuldades de acesso gua especi
316. se constituiu no Subprojeto 3 citado anteriormente com o objetivo de realizar uma avalia o pol tico institucional do Programa Para tanto a pesquisadora realizou uma triangula o de m todos realizando entrevistas semiestruturadas com 15 benefici rios e 32 t cnicos e gestores do PIMC no per odo de fevereiro 2009 a novembro de 2010 A metodologia utilizada pela pesquisadora incluiu tamb m um survey de 623 question rios aplicados a fam lias atingidas pelo Programa residentes em 68 munic pios do semi rido mineiro observa o n o participante an lises de fotografia das cisternas e pesquisa documental GOMES 2012 Quanto s entrevistas realizadas com os benefici rios do PIMC foram feitas nos munic pios de Berilo e Chapada do Norte em conjunto com S vio Nunes Bonif cio que tamb m as analisou em sua pesquisa de mestrado por meio do Discurso do Sujeito Coletivo O pesquisador objetivou por sua vez conhecer a percep o dos benefici rios no que diz respeito conquista e ao uso da cisterna os m todos utilizados para o tratamento da gua antes de seu consumo e as a es adotadas para a manuten o sistema de capta o de gua de chuva BONIF CIO 2011 Com o intuito de obter dados que permitissem atingir o quarto objetivo desta disserta o as entrevistas realizadas por Gomes 2012 e por Bonif cio 2011 foram revisitadas na presente pesquisa devido s semelhan as em termos de abordagem tem tica e de
317. se se fortalecessem alguns componentes do programa mudan as necess rias que podem surgir de um processo auto avaliativo e de reflex o da pr pria ASA Percebe se que os benefici rios que mant m v nculos com a ONGs locais neste caso com a Associa o Rural de Assist ncia Inf ncia ARAI em Berilo e a Associa o Chapadense de Assist ncia s Necessidades do Trabalhador e da Inf ncia ACHANTI em Chapada do Norte t m recebido capacita es frequentes sobre o uso das cisternas e em geral s o as pessoas que mostram maior conhecimento sobre o adequado uso e manuten o da mesma Isto semelhante ao caso da Nicar gua onde as ONGs realizam capacita es sistem ticas para o refor o dos conhecimentos das pessoas o que incide positivamente na gest o dos sistemas Entretanto do mesmo modo que na Nicar gua surge a inc gnita sobre quem deveria realizar o acompanhamento da popula o rural a ASA ou o poder p blico E se a ASA se responsabilizasse oficialmente pelas atividades de apoio ap s a entrega das cisternas at que ponto deveria continuar assumindo essa tarefa Por outro lado quem teria que arcar com 150 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG os custos do acompanhamento ap s a entrega das cisternas pessoal material combust vel etc Segundo a Portaria no 2914 2011 MS uma das responsabilidades do Minist rio da Sa de exercer a vigil ncia
318. sez del recurso Manual de capacitaci n para la participaci n comunitaria In GLOBAL ENVIRONMENTAL MANAGEMENT GEM Cuencas Sanas y Modos de Vida Sustentable Series de Manuales de Capacitaci n 20107 McCOMMON C WARNER D YOHALEM D 1990 Community Management of Rural Water Supply and Sanitation Services Washington D C UNDP and The World Bank Water and Sanitation Program 1990 apud GIN R P REZ FOGUET A Blackwell Publishing Ltd Sustainability assessment of national rural water supply program in Tanzania Natural Resources Forum v 32 p 327 342 2008 McGRANAHAN G MULENGA M Comunity organization and alternative paradigms for improving water and sanitation in deprived settlements In CASTRO J E HELLER L ed Water and sanitation services Public policy and management Londres Earthscan 2009 p 173 187 MILLER D Self help and popular participacion in rural water systems Paris OECD 1979 149 p MINISTERIO DE SALUD MINSA Indicadores b sicos de salud 2008 Dispon vel em lt http www minsa gob ni index php option com_ content amp view article amp id 1003 amp Itemid 1 74 gt Acesso em 01 ago 2012 MINISTERIO DEL AMBIENTE Y LOS RECURSOS NATURALES MARENA FONDO DE LAS NACIONES UNIDAS PARA LA INFANCIA UNICEF AGENCIA SUIZA PARA EL DESARROLLO Y LA COOPERACION COSUDE Estrategia metodol gica de educaci n ambiental para el saneamiento integral Managua Edig o dos Autores
319. soal da pesquisadora 2012 Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 e Vulnerabilidade e vandalismo Da mesma forma que na pesquisa realizada por Kleemeier 2000 em Malau identifica se a vulnerabilidade e o vandalismo como fatores que pode atentar contra a sustentabilidade dos sistemas A vulnerabilidade dos sistemas localizados atrav s de cursos de gua ou barrancos implica um problema grave e frequente Um exemplo deste fato pode ser visto na FIG 5 20 Ap s uma tormenta tropical o curso de um rio pr ximo comunidade mudou de tal forma que a caixa de capta o da gua do sistema ficou dentro do novo curso do rio O vandalismo somado a este tipo de dano o que gera a necessidade de alto investimento financeiro 100 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 20 Caixa de captac o de gua do sistema Comunidade Molino Sur Fonte Arquivo pessoal da pesquisadora 2012 e O risco de politizar as estruturas que garantem o acesso gua A gua para consumo humano um recurso imprescind vel para a vida mas tamb m um recurso limitado Por este motivo suscept vel de ser tratada como um bem econ mico para o com rcio regular ou de ser utilizada com fins pol ticos Na Nicar gua a exist ncia de outras estruturas comunit rias impulsionadas pelo governo sandinista tem gerado conflitos de interesse com atores da comunidade e os CAPS De form
320. social dos benefici rios das organiza es da sociedade civil e dos atores pol ticos existentes no semi rido e se poss vel do Brasil inteiro ASA e FEBRABAN 2003 PASSADOR et al 2010 BRASIL 2011 e Popula o alvo do PIMC O PIMC est dirigido popula o residente nas reas rurais do semi rido o qual segundo sua delimita o mais recente 2005 define se como a rea de atua o da SUDENE que cumpre com os seguintes par metros Precipita o pluviom trica m dia anual inferior a 800 mil metros ndice de aridez de at 0 5 calculado pelo balan o h drico que relaciona as precipita es e a evapotranspira o potencial no per odo entre 1961 e 1990 e risco de seca maior que 60 tomando se por base o per odo entre 1970 e 1990 BRASIL 20057 A popula o rural residente no semi rido de aproximadamente 8 595 200 habitantes segundo o censo do IBGE realizado em 2010 INSA 2012 Estes est o distribu dos de acordo com a definig o do semi rido validada em 2005 em uma rea de 969 589 4 km que abrange parcialmente os estados do Piau Cear Rio Grande do Norte Para ba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia e Minas Gerais sendo um total de 1 133 munic pios como pode ser visualizado na FIG 5 22 BRASIL 2005 SUDENE 20057 Programa de P s Graduac o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG FIGURA 5 22 Nova delimitac o do semi rido brasileiro a De Gr
321. sos para realizar tais investimentos n o deveriam ter acesso gua em melhores condi es Deveriam se realizar investimentos em lugares onde as comunidades n o podem assumir os custos de constru o opera o e manuten o dos sistemas Segundo Mantilla 2011 os custos da implanta o e funcionamento de um sistema s o geralmente superiores capacidade de pagamento das comunidades rurais onde reside a popula o mais pobre e vulner vel Por este motivo o autor recomenda que os Estados avaliem a possibilidade de implementar subs dios a estas popula es e tamb m s minorias tnicas tanto na constru o dos sistemas como em alguma parcela dos custos de opera o No entanto os pesquisadores do Banco Mundial 1993 argumentam que somente recomend vel executar projetos em comunidades onde as pessoas estejam dispostas a pagar por eles Sob esta abordagem os autores prop em uma classifica o dos usu rios segundo a demanda do servi o a qual se divide em quatro tipologias a Alta disposi o das fam lias para pagar por conex es domiciliares e baixa para um servi o com torneiras p blicas b Alta disposi o das fam lias para pagar os custos da instala o de sistemas com torneiras p blicas e baixa para conex es domiciliares c Alta disposi o das fam lias para pagar por um sistema de abastecimento de gua entretanto os custos s o superiores a sua capacidade de pagamento d Baixa di
322. sposi o das fam lias para pagar por um sistema de abastecimento de gua A recomenda o para os casos 1 2 e 3 a realiza o de investimentos com base na an lise da porcentagem de recupera o dos custos Tamb m recomenda se que ainda com a disponibilidade de subs dios todo projeto precisa ser guiado pelo estudo da demanda e uma Nos casos em que as comunidades n o possam arcar com os custos e estejam formadas por mais de 150 fam lias o Estado por meio do Servi o Nacional de Saneamento Ambiental SENASA empresta s comunidades at 30 do custo em longo prazo MANTILLA 2011 20 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG parte importante dos recursos econ micos utilizados deve ser garantida pelas comunidades THE WORLD BANK WATER DEMAND RESEARCH TEAM 1993 No caso da situa o 4 os pesquisadores exp em que n o um projeto financeiramente vi vel sendo imposs vel recuperar os custos nem para sistemas com conex es privadas nem para torneiras p blicas Baseados nas pesquisas de campo esses autores afirmam que muitos dos sistemas encontrados em desuso se inserem dentro desta categoria e que n o existe interesse das comunidades em reativ los Nesses casos recomendam n o intervir e evitar a imposi o de um sistema de abastecimento de gua j que este n o seria uma prioridade para os moradores da comunidade Segundo Kleemeier 2000 j exist
323. sses servi os nas reas rurais E BM BID Fondo Financiero para el Desarrollo de la Cuenca del Plata FONPLATA e o Banco de Coopera o Internacional do Jap o JBIC 12 88 dos conselhos de saneamento t m menos de 300 conex es MANTILLA 2011 29 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Ap s a an lise desse estudo de caso Mantilla 2011 apontou alguns elementos cuja inclus o dentro das pol ticas p blicas pode incidir positivamente na sustentabilidade dos sistemas comunit rios As sugest es do autor abrangem diferentes aspectos entre eles o institucional o conte do das pol ticas e o referente gest o dos sistemas Dessas sugest es ressaltam se duas pela sua import ncia 1 a cria o de regulamentos para o funcionamento das organiza es que gerenciam os sistemas e 2 a implementa o de programas para apoio financeiro e assist ncia t cnica nas tem ticas de opera o manuten o e sustentabilidade Mantilla 2011 advoga por interven es nas reas rurais de forma integrada Para isto os formuladores de pol ticas precisam compreender o relacionamento das pessoas com seu entorno o qual se estende al m do espa o restrito ao interno das moradias Esta sugest o est baseada em que para alcan ar os benef cios esperados e a melhoria na qualidade de vida e na sa de da popula o necess rio implementar al m dos sistemas de abastecimento de
324. stra a vulnerabilidade da popula o rural de ficar fora das prioridades governamentais e de ser ignorada dentro da agenda p blica Raz es para a inclus o da sociedade civil no processo de formula o de pol ticas p blicas Em ambos os casos a sociedade civil alcan ou um n vel de maturidade pol tica e de profissionaliza o que lhe permitiu respaldar e at mesmo formular propostas inovadoras dentro do hist rico das pol ticas utilizadas pelos Estados Essas propostas e as frequentes a es direcionadas sua inclus o na agenda p blica dos respectivos governos possibilitaram a conquista de espa os de participa o pol tica A exig ncia de espa os de participa o por parte da sociedade civil coincidiu no tempo com mudan as nos modelos administrativos utilizados pelos governos que na busca de 155 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG c maior efici ncia no gasto p blico voltaram sua aten o para a redu o do aparato Estatal e a delega o de fun es a organiza es civis Considera se importante mencionar o apoio fornecido pelos governos fator determinante para a inclus o das propostas da sociedade civil dentro da agenda p blica e a agiliza o do processo de aplica o das novas pol ticas Novos elementos das pol ticas que podem se relacionar com a futura sustentabilidade dos sistemas de abastecimento de gua As propostas apresenta
325. t al 2007 BAGUMA e LOISKANDL 2010 Entre as vantagens atribu das a esses sistemas 32 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG est o 1 a qualidade da gua que tem menor possibilidade de estar contaminada que outras fontes como rios ou po os e 2 um sistema sustent vel que do ponto de vista financeiro n o apresenta custos elevados de opera o e manuten o energia combust vel ou contrata o de pessoal A tecnologia de coleta e armazenamento de gua de chuva simples O sistema constitu do pelo telhado da casa que funciona como rea de capta o da gua de chuva as calhas que coletam e transportam a gua do telhado algum dispositivo que sirva para desvio da primeira chuva e o tanque de armazenamento que deve ser fechado para que fique livre de impurezas Recomenda se a utiliza o de algum m todo de tratamento antes de usar a gua para consumo humano O sistema pode incluir algumas variantes como a constru o de um filtro ajustes para que a gua da cisterna abaste a diretamente a tubula o da casa ou outros acess rios como a coloca o de malhas de ferro nas calhas para evitar sujar a gua com folhas das arvores MART NEZ 20107 Somente dois itens s o geralmente apontados como question veis com respeito ao uso destas tecnologias o dimensionamento do dispositivo de armazenamento e a possibilidade de aumentar o risco da incid ncia
326. tamente participativo que demorou mais de tr s anos e demandou muita reflex o e discuss o no n vel nacional Sua constru o contou com a participa o do Poder Legislativo o INAA os CAPS e organiza es da sociedade civil Mas o processo de formula o da lei gerou um valor agregado para os CAPS al m do 78 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG seu marco legal Na medida em que as diferentes propostas eram discutidas os comit s melhoravam seus n veis de organizac o formando uma rede municipal departamental e posteriormente nacional que resultou na entidade conhecida como Rede Nacional de CAPS A proposta de Lei foi realizada conjuntamente por CAPS com muitos anos de funcionamento e por ONGs locais as quais contam com vasta experi ncia na tem tica da gua em reas rurais Devido participa o desses atores a lei foi concebida como um instrumento para melhorar o funcionamento dos CAPS e dar lhes prote o Tamb m para comprometer o Estado com a responsabilidade de lhes garantir o apoio requerido para o seu cont nuo funcionamento Desta maneira a Lei est focada nas etapas de funcionamento opera o e manuten o dos sistemas de abastecimento de gua mas n o cont m elementos que incidam nas iniciativas do Estado no referente aos investimentos no subsetor para amplia o de servi os nem em disponibilizar recursos para melhorar os sistemas de abastecim
327. tatar que o paradigma continua vigente em sua ess ncia e que a vis o da participa o comunit ria como garantia da sustentabilidade dos sistemas consolidou se no tempo As etapas do ciclo de projeto foram aperfei oadas especialmente as de concep o e implanta o Nestas etapas fortaleceu se o processo de capacita o o qual inclui temas diversos de tipo t cnico ambiental e especialmente sobre educa o sanit ria procurando incidir na melhoria da qualidade de vida atrav s de mudan as nas pr ticas sanit rias e na higiene pessoal A evolu o observada no ciclo do projeto o resultado da an lise das experi ncias pr ticas nas quais se identificou que para melhorar os ndices de sa de especialmente os relativos ocorr ncia de doen as de veicula o h drica n o bastava com a implanta o de um sistema de abastecimento de gua Era requerida uma solu o integral que abrangesse al m do fornecimento de gua pot vel a educa o sanit ria e os sistemas individuais de esgotamento sanit rio YACOOB 1990 Na pesquisa realizada por deWilde et al 2008 em Monterrey 17 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG no M xico ao analisar 31 comunidades que contavam com sistema UV Waterworks UVW para filtrar e desinfetar a gua e 44 comunidades sem um sistema de tratamento determinou se por meio de an lises multivariadas que n o existiam diferen as sig
328. tecimento de gua com participa o das comunidades mencionado por Miller 1979 5 6 1 Identifica o do projeto De acordo com o descrito no Cap tulo 3 o projeto de abastecimento de gua um processo c clico que abrange a identifica o de uma necessidade ou de um problema da popula o a cria o de consci ncia sobre este e posteriormente a an lise das alternativas para solucion lo Esta resposta pode surgir da mesma popula o ou de agentes externos No caso do PIMC a execu o das primeiras etapas do ciclo identifica o busca de solu es e sele o de tecnologia n o foi resultado da conscientiza o dos potenciais benefici rios sen o da proposta elaborada por organiza es da sociedade civil pertencentes ASA Assim constatou se atrav s de entrevistas realizadas s fam lias benefici rias que na maioria dos RL E 58 casos os indiv duos desconheciam o programa antes deste chegar s suas comunidades importante mencionar que o PIMC coloca a mobiliza o social como eixo central das suas interven es ASA e FEBREBAN 2003 Nesse sentido percebe se que nas comunidades estudadas essa mobiliza o vem das organiza es locais as quais assumem a responsabilidade de executar o programa segundo o acordado com o Governo Federal No caso dos benefici rios a mobiliza o foi espor dica e a maioria dos entrevistados afirmou que a obten o da cisterna foi bastante f cil sendo q
329. teriormente garante a exist ncia de um fundo monet rio para enfrentar poss veis falhas O segundo fator est relacionado com a defini o do tamanho adequado para os sistemas de abastecimento de gua Em Malau existem sistemas relativamente grandes como o de Liwonde 110 km de tubula o que atende a 30 comunidades com 23 000 pessoas e outros menores 6 8 km que atendem popula es entre 1000 e 2000 pessoas Observou se que os sistemas com menor tamanho apresentavam melhor funcionamento e menos anomalias Kleemeier 2000 atribui esta diferen a exist ncia de uma proporcionalidade direta entre o tamanho e os esfor os a serem realizados nas atividades de opera o manuten o e repara o Sistemas de maior tamanho requerer o maiores recursos financeiros e maior participa o por parte dos comit s nas comunidades A regularidade e os tempos de execu o de qualquer atividade seja preventiva ou corretiva incrementam se e aquelas pessoas que administram os sistemas ou realizam algum tipo de trabalho volunt rio ter o que 24 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG caminhar maiores dist ncias para apoiar as atividades de repara o de limpeza dos tanques ou simplesmente para assistir a uma reuni o do comit No entanto quando Kleemeier 2000 fala de sistemas pequenos n o especifica o tamanho recomend vel ou um patamar que possa ajudar a direcionar qual s
330. to importante ressaltar que a constru o das cisternas e a relativa independ ncia obtida pelas fam lias beneficiadas n o deveria eximir o poder p blico da realiza o de outras a es a fim de que as pessoas tenham gua suficiente para suprir suas necessidades 5 6 5 Avalia o do projeto de abastecimento de gua A ASA realiza f runs microrregionais encontros nacionais e estaduais com os seus membros nos quais s o discutidos os avan os do programa PIMC a distribui o dos recursos para a constru o de cisternas e as futuras interven es da ASA no marco da conviv ncia com o semi rido e com o desenvolvimento sustent vel ASSIS 2009 Produto desses encontros a ASA impulsionou uma segunda proposta denominada P1 2 Uma terra e duas guas Esse Programa consiste na constru o de sistemas coletores de gua de chuva compostos por uma rea de capta o de 200 m e cisternas com capacidade para armazenar 52 mil litros de gua como mostrado na FIG 5 29 Com essa iniciativa pretendeu se contribuir para a autonomia alimentar dos camponeses da regi o provendo uma fonte de gua para as tarefas de cria o e cultivo FIGURA 5 29 Cisterna constru da com P1 2 munic pio de Berilo Fonte arquivo pessoal da pesquisadora 2011 Assis 2009 assinala que os espa os de discuss o promovidos no n vel local n vel mais baixo dentro da estrutura de execu o do PIMC constam de reuni es das co
331. tores que incidem na defini o dos objetivos e no conte do das pol ticas e 3 a dimens o de policy Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG que abarca os conte dos concretos das pol ticas assim como a configura o dos programas pol ticos Para este autor mesmo que policy polity e politics sejam em muitos casos dimens es analisadas separadamente existe a possibilidade de que estas se interrelacionem o influenciem mutuamente Apesar dos distintos pontos de an lise ou as diferentes metodologias existentes os analistas pol ticos t m enfrentado novos desafios diante das mudan as da sociedade e dos modelos pol tico econ micos nas ltimas d cadas A consolida o da democracia nos pa ses em desenvolvimento propiciou a apari o de outros atores da sociedade que reclamam espa o pol tico e incid ncia no conte do das pol ticas A participa o desses novos atores pol ticos como apontado por Frey 2000 tem a capacidade de modificar e reorganizar todo o processo pol tico Uma forma de inclus o social na pol tica governamental nasceu da busca de efici ncia no setor p blico influenciada pelas fortes pol ticas de ajuste fiscal Este modelo conhecido como Gerencialismo ou Novo Gerencialismo P blico enfatiza o incremento na produtividade e segundo Bezerra et al 2009 p 4 tem como base o foco nos resultados a percep o do cidad o como cliente a qualida
332. ue a exposta anteriormente Para os autores a sustentabilidade depende de m ltiplos aspectos que v o al m das caracter sticas particulares das comunidades e englobam a pol tica geral do Estado com respeito gest o comunit ria a estabilidade econ mica e a qualidade institucional dos rg os envolvidos na gest o comunit ria e a capacita o fornecida s comunidades em prol do fortalecimento destas Considera se que a participa o do Estado t o importante para uma gest o comunit ria bem sucedida como a contrapartida das pr prias comunidades Por este motivo os autores estudaram as pol ticas p blicas suas debilidades e limitantes assim como o funcionamento interno das organiza es comunit rias O estudo realizado por Mantilla 2011 avaliou as pol ticas para abastecimento de gua em reas rurais na Col mbia e no Paraguai as quais diferem uma da outra tanto nas metodologias para a execu o de projetos quanto nas fontes de financiamento Na Col mbia existe uma rede interinstitucional respons vel pela amplia o da cobertura do servi o de fornecimento de gua em reas rurais assim como pela fiscaliza o do funcionamento e cumprimento de obriga es por parte dos prestadores de servi o geralmente associa es de usu rios com estruturas comunit rias sem fins lucrativos Esta rede formada pelo Minist rio de Ambiente Vivenda e Desenvolvimento Territorial MAVDT o qual dita e planeja as pol
333. ue as simples a es de informar o nome o CPF e assistir reuni o eram suficientes para tal fim Dos entrevistados 73 expressaram tamb m que foram os funcion rios do sindicato ou das ONGs que fizeram o convite para Dados da pesquisa realizada por Gomes 2012 em 63 munic pios do semi rido mineiro corroboram que ainda existe desconhecimento dos benefici rios sobre o programa mesmo depois da entrega da cisterna Segundo esse estudo 27 dos benefici rios n o conheciam PIMC mesmo contando com placas de identifica o instaladas em 98 das cisternas Segundo a autora isto evidencia debilidades nas a es de divulga o do programa Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG frequentar as reuni es e participar do PIMC Poderia se inferir ent o que a popula o estudada n o conquistou o benef cio cisterna mas recebeu esse direito ao enquadrar suas fam lias nos par metros estipulados pelo Programa para serem benefici rios As institui es que constituem a ASA realizaram a sele o dos benefici rios baseando se na informa o dispon vel sobre o territ rio no qual atuam e nos crit rios definidos pelo Programa Segundo os entrevistados o processo de sele o foi imparcial levando em considera o as necessidades e vulnerabilidades das fam lias Esta afirma o consistente com os resultados obtidos pela Controladoria Geral da Uni o na auditoria realizada no
334. upo de Trabalho Interministerial rido para Delimita o do Semi Nova Delimita o do Semi rido MARANH O Fonte BRASIL 2005 Baseando se nos registros do Cadastramento nico dos Programas Sociais do Governo Federal d Alva e Farias 2008 estimaram que a demanda bruta de cisternas ascende a 1 186 601 unidades as quais beneficiariam aproximadamente a 4 978 876 pessoas Esta cifra semelhante adotada pelo PIMC que pretendia alcan ar em um per odo de cinco anos cerca de cinco milh es de benefici rios em toda a regi o semi rida At o dia 06 de maio de 2013 458 467 cisternas foram constru das e aproximadamente 2 292 335 pessoas foram beneficiadas com gua limpa e de boa qualidade ASA 2013 Desde o seu in cio em 2003 o programa j alcan ou aproximadamente 46 da sua meta inicial o que equivale a uma m dia de 45 847 cisternas por ano O anterior indica que s com o PIMC t m sido cobertas 38 6 da demanda total de cisternas no semi rido 126 Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG Para incidir na melhoria das condi es de vida da popula o mais vulner vel foram estabelecidos alguns crit rios de prioriza o tanto para as comunidades como para as fam lias A sele o das comunidades realizada pelas Unidades Gestoras Municipais considerando fatores como a dificuldade de acesso gua as condi es socioecon micas cri
335. ursos de outras fontes fazendo uso de uma grande agilidade para a negocia o Isso deve se ao fato de que embora a maior parte do apoio financeiro do programa seja proveniente da Uni o existem limitantes no referente ao uso desses recursos Por exemplo a aquisi o de alguns insumos importantes para a execu o do programa em especial os equipamentos meios de transporte e Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG computadores n o est o inclu dos na parceria Nesse sentido a FEBRABAN tem sido um apoio importante para cobrir esse tipo de despesa Outro ponto importante sobre o financiamento do PIMC que segundo os entrevistados da presente pesquisa muitas organiza es locais disp em dos seus pr prios meios para mobilizar as pessoas ou realizar as reuni es Este um apoio importante para a execu o do programa que n o quantificado em termos monet rios nem visibilizado como uma forma de aporte das organiza es locais e A proposta tecnol gica No intuito de proporcionar uma solu o tecnol gica simples e de baixo custo que permitisse a obten o de gua de boa qualidade adotou se a constru o de cisternas para armazenamento de gua de chuva como eixo do programa Portanto se fornece ao benefici rio uma cisterna de placas de forma cil ndrica a qual coberta e semienterrada como se mostra na FIG 5 24 As placas das cisternas s o pr moldadas
336. ww who int water_sanitation_health diseases wsh0302 en gt Acesso em 20 jan 2012 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA IBGB S rie 1U22 Acesso ao sistema de abastecimento de gua rea rural 2011 Dispon vel em lt http seriesestatisticas ibge gov br series aspx vcodigo IU22 amp t acesso a sistema de abastecimento de agua area rural gt Acesso em 05 de maio 2012 INSTITUTO NACIONAL DE ESTAD STICAS Y CENSOS INEC VIII Censo de Poblaci n y IV de Vivienda 2005 Managua 2006 Dispon vel em lt http www inide gob ni gt Acesso em 28 abr 2011 INSTITUTO NACIONAL DE INFORMACI N DE DESARROLLO INIDE Nicaragua Estimaciones y proyecciones de poblaci n nacional 1950 2050 Managua s n 2007 39 p INSTITUTO NACIONAL DO SEMI RIDO INSA Sinopse do censo demogr fico para o semi rido brasileiro 2012 Dispon vel em lt http www insa gov br censosab index php option com_content zview frontpage zltemid 7 7 gt Acesso em 02 jan 2013 INSTITUTO NICARAGUENSE DE AGUA Y ALCANTARILLARDO INAA 10 A os de gesti n julio 1979 diciembre 1988 Managua 1988 38 p Relat rio Evaluaci n preliminar de sistemas de agua potable por gravedad en el medio rural Managua 1989 91 p Relat rio La transformaci n modernizaci n y reformas del sector de agua potable y saneamiento Una realidad o una ilusi n Managua 1996 20 p Programa de P s Graduac o em Saneamento
337. xecutoras diretas dos recursos federais ASSIS 2009 FERREIRA 2009 GOMES 2012 Isso devido ao tipo de execu o utilizada que evita a capitaliza o pol tica dos benef cios gerados pelo Programa por parte das prefeituras Esta situa o n o generalizada mas acontece com relativa frequ ncia Na an lise DAFO realizada por Gomes 2012 com o objetivo de avaliar os aspectos pol ticos institucionais e epidemiol gicos do PIMC durante um semin rio com 15 gestores locais encontrou se como a principal debilidade do Programa a aus ncia de parceria entre as institui es membros da ASA e o poder p blico local Assis 2009 e Ferreira 2009 detectaram do mesmo modo que no presente estudo a exist ncia de alguns problemas de relacionamento entre funcion rios da ASA e as prefeituras fato que gerou problemas de coordena o e atraso na execu o das obras 5 6 4 Opera o e manuten o do sistema A opera o e manuten o adequadas do sistema podem demonstrar em parte a valoriza o que os usu rios d o as suas cisternas e a apropria o que estes fazem sobre elas Tamb m fornecem ind cios sobre a efetividade do processo de capacita o e aportam dados para a retroalimenta o do programa indicando os pontos a serem melhorados na tecnologia ou na capacita o dos usu rios Geralmente os benefici rios entrevistados nas diferentes pesquisas sobre o PIMC PASSADOR et al 2010 FERREIRA 2009 SILVA 200
338. xplorar em profundidade a natureza dos modelos de gest o comunit ria os quais envolvem diferentes institui es e pessoas com interrela es e realidades complexas pr prias do campo de estudo das ci ncias sociais Portanto selecionaram se os m todos qualitativos como alternativa mais adequada para atingir os objetivos da pesquisa Os m todos qualitativos visam conhecer as realidades sociais permitem descrever a complexidade de determinado problema e classificam processos din micos vividos por grupos sociais RICHARDSON 1985 apud TEXEIRA e PACHECO 2005 Os m todos qualitativos baseiam se na percep o e nas viv ncias das pessoas representadas atrav s de processos de comunica o formal ou informal podendo ser objeto de an lises textuais imagens ou materiais sonoros BAUER et al 2007 p 20 No presente estudo foi realizado um cruzamento de informa es entre a pesquisa documental e entrevistas em profundidade com os diferentes atores dos modelos Tamb m foram utilizadas outras t cnicas Programa de P s Gradua o em Saneamento Meio Ambiente e Recursos H dricos da UFMG de coleta de dados como a observa o n o participante e os registros fotogr ficos A forma na que foram utilizados os m todos qualitativos detalhada nos itens a seguir 4 1 Pesquisa documental e pesquisa bibliogr fica Este estudo utilizou como material para a an lise documentos oficiais das diferentes institui es do setor de sane

gestão comunitária para abastecimento de água em áreas

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