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Kelly Daiane Savariz Bôlla

1. errar 102 Figura 3 Casa de moradia em Crystal Waters ana 102 Figura 4 Projeto de Auroville rr ere are eeracena cana nereacaranenaa 103 Figura 5 Casa residencial em Auroville rrenan 105 Figura 6 Localiza o da cidade de Liberdade MG 106 Figura 7 Vista panor mica de Terra Una errar 107 Figuras 8 Vistas de Terra Una erre ce eracana cena nenracenaneanaa 112 Figura 9 Alojamento parte inferior do pr dio e parte da rea superior 114 Figura 10 Sal o de viv ncias aa aieo aee eie aoei ceraacerananaa 115 Figura 11 Borboleta rea coletiva rear rereeercenda 115 Figura 12 Tartaruga casa que j havia no local quando a terra foi comprada 115 Figura 13 a Cachosira aen e neer eee e eE Re eA E Papa aero Don oca gan pare 116 Figura 14 Cozinha comunit ria tieien neon neei ene SERA a E E EE 117 Figura 15 Casa de morador primeira casa constru da 123 Figura 16 Produ o de tijolos de adobe em Terra Una 124 Figura 17 Casa de morador segunda casa constru da eseeeeeeeeeeeereereerereessssersreereses 125 Figura 18 Casa de morador terceira casa constru da em constru o 126 Figura 19 Pr dio do sal o e alojamento pa sz ses map
2. a depend ncia m tua de todos os processos vitais dos organismos a natureza de todas as rela es ecol gicas O comportamento de cada membro vivo do ecossistema depende do comportamento de muitos outros O sucesso da comunidade toda depende do sucesso de cada um de seus membros enquanto que o sucesso de cada membro depende do sucesso da comunidade como um todo A natureza c clica dos processos ecol gicos um importante princ pio da ecologia Os la os de realimenta o dos ecossistemas s o as vias ao longo das quais os nutrientes s o continuamente reciclados Sendo sistemas abertos todos os organismos de um ecossistema produzem res duos mas o que res duo para uma esp cie alimento para outra de modo que o ecossistema como um todo permanece livre de res duos CAPRA 1997 p 232 As li es desses princ pios ecol gicos para comunidades humanas se referem respectivamente cria o de novas formas de relacionamento humano consigo com outros humanos e com a natureza por completo e considera o dos padr es c clicos no planejamento das atividades comerciais e econ micas que implica implanta o de tecnologias renov veis economicamente eficientes e ambientalmente benignas CAPRA 1997 Al m desses o autor elenca os princ pios da coopera o parceria e da flexibilidade Nos ecossistemas a coopera o generalizada que sustenta o seu funcionamento 80 atrav s de interc mbios c
3. es o respeito pelos outros seres humanos e pelo restante da natureza e assim alienando mentes e cora es Acredito que todas as pessoas tenham em seu mago o profundo desejo de serem felizes e terem uma vida plena em um mundo de paz e sentimentos positivos onde possam confiar uns nos outros No entanto nossa sociedade est funcionando de um modo contr rio sa de e sustentabilidade Para perceber isto basta notar a grande quantidade de profiss es que tem se ocupado principalmente de corrigir problemas sejam eles sociais ambientais ou individuais Consideramos indispens veis nos tempos atuais termos seguran a p blica atrav s de policiais e pres dios eficazes Precisamos de ju zes para julgar os crimes cometidos De m dicos para curarem doen as do corpo De psic logos para os problemas psicoemocionais De psicopedagogos para os problemas de aprendizagem De engenheiros ambientais e qu micos para restaura o de ambientes impactados polu dos alterados E in meros outros profissionais que se ocupam na maioria de suas fun es de tratar problemas j estabelecidos ao inv s de trabalharem na promo o daquilo que pretendido Ser que assim que precisa ser Ser em vez de tapar buracos apagar inc ndios ou seja eliminar sintomas indesejados n o se pode promover aquilo que se quer Eu acredito que ao inv s de focar quase que exclusivamente na conten o da criminalidade na elim
4. estar em contato com a verdade de quem voc a verdade da vida Ent o cultivar essa conex o com o que voc j e nunca deixou de ser Eu acho que espiritualidade pra mim tem mais a ver com abertura de descobrir como cultivar a consci ncia Consci ncia n o pode ser definida ela algo que voc tamb m j tem j mas que voc precisa ta atento pra n o perder E a forma de perder esquecer quem voc esquecer o contexto maior em que a gente se insere n e ficar muito focado nas ideias no mundo conceitual das cren as Ent o se voc t muito voltado pras cren as voc na verdade ta criando um ambiente no seu interior que n o favorece a consci ncia e ai Por isso a cren a complicada Mas no mesmo tempo voc pode fazer descobertas que pr ticas que voc se identifica e sente apoiando a sua conex o a sua conex o com a vida n e com a consci ncia que voc tem acesso Ent o as pr ticas assim que eu vejo como tendo me trazendo benef cios n com bastante valor na minha vida atualmente tem a ver com essa escolha de estilo de vida de ta trabalhando as rela es a comunica o o contato com a natureza Ativo com a natureza Contemplativo tamb m eu fico horas s vezes s contemplando a natureza mas tamb m ativo de interagir aprender o que acontece se eu come o a mexer aos e poucos eu vou vendo nossa que maravilha planto uma semente ela cresce Posso observar s
5. As cidades brasileiras produzem diariamente em torno de 150 mil toneladas de lixo Deste total estima se que 59 s o depositados nos lix es e 13 s o destinados aos aterros sanit rios BRASIL 2010 Em 2010 o Brasil sancionou depois de mais de vinte anos em tramita o no Congresso Nacional a Pol tica Nacional de Res duos S lidos que visa instituir uma gest o eficiente dos res duos Em Terra Una os res duos s o separados e cada tipo recebe uma destina o Os res duos org nicos sobras de alimentos casca de frutas verduras e legumes etc s o compostados Como s o utilizados banheiros secos as fezes humanas tamb m s o compostadas em uma composteira separada daquela de org nicos Os banheiros secos em Terra Una s o de um modelo muito simples Possuem um assento um balde embaixo um balde de serragem e uma lixeira para o dep sito do papel higi nico usado ver figura 23 Figura 23 Interior do banheiro seco Fonte Kelly B lla O banheiro seco funciona da seguinte maneira 1 ergue se a tampa do assento e tira se a tampa do balde que h embaixo 2 evacua se 3 coloca se a serragem que h no balde at tapar as fezes por completo 3 fecha se as tampas dos baldes A compostagem dos res duos feita em composteiras simples constru das na pr pria ecovila A figura 24 mostra a composteira dos res duos org nicos e a figura 25 das fezes humanas Figura 24 Composteira de res duos or
6. Localizado em uma rea rural pobre de Tamil Nadu Sul da ndia Auroville cercada por 13 aldeias com uma popula o de aproximadamente 40 000 pessoas das quais 4 000 s o empregados em Auroville A comunidade foi concebida ainda em 1930 por Mirra Alfassa chamada pelos aurovillenses de A M e Mais tarde na d cada de 1960 ela conheceu o mestre espiritual Sri Aurobindo de quem foi colaboradora Com a inspira o de ambos Sri Aurobindo deu in cio constru o de Auroville com o apoio do governo da ndia e da UNESCO AUROVILLE s d Em 28 de fevereiro de 1968 cerca de 5 000 pessoas se reuniram perto da figueira no centro do munic pio futuro para uma cerim nia de inaugura o com a participa o de representantes de 124 na es incluindo todos os Estados da ndia Os representantes trouxeram com eles um pouco de terra de sua terra natal para ser misturado em uma urna de m rmore em forma de flor de l tus agora situada no ponto focal do Anfiteatro AUROVILLE s d Atualmente l vivem cerca de 1800 pessoas de mais de 36 diferentes pa ses Auroville foi iniciada em terras degradadas desprovida de sua cobertura vegetal original As ltimas tr s d cadas t m testemunhado um grande reflorestamento na tentativa de restaurar a qualidade do solo e da sa de geral da terra Apesar do grande sucesso proveniente dessa medida alguns problemas surgiram devido ao fato de que aproximadamente 72 da regenera o em muitas r
7. Tem se o acordo de que quando usados os bens comunit rios devem ser limpos e devolvidos ao local original No momento em que a pesquisa foi realizada os membros mantinham o acordo de n o ter animais de estima o na ecovila como c es e gatos a fim de preservar os animais silvestres no ambiente Mas essa uma quest o que ainda vem sendo debatida O dia a dia na ecovila Terra Una bastante variado n o existe uma rotina r gida estabelecida O desenho cotidiano se molda conforme o momento Quando est havendo algum curso viv ncia ou resid ncia na ecovila o ritmo b sico dos moradores acelerado e h demanda de prepara o do espa o recep o e acolhimento das pessoas explica o e acompanhamento sobre o funcionamento da ecovila e trabalho na quest o educacional se o evento tem esse prop sito A ecovila tem sido permeada por um fluxo constante de pessoas devido programa o intensa de eventos que est o ocorrendo Nem todos os moradores da ecovila se envolvem de igual maneira em cada evento pois a organiza o ocorre em grupos de trabalho 118 GT relativamente rea abordada Al m disso o cotidiano se adapta s demandas de atividades comunit rias e de atividades particulares dentre estas as demandas profissionais que s o em alguns casos desempenhadas individualmente Atividades comunit rias que precisam ser realizadas diariamente chamadas de harmonia da ecovila como cozinhar regar a h
8. o que ainda persiste na sociedade Natureza vida A vida manifesta em suas diferentes formas A natureza tudo Ela a base ela ela n Na verdade nada deixa de ser natureza A gente s brincou de manipular o que ela pr pria produziu e deixou pra gente e trouxe novos elementos que infelizmente ela n o aprendeu a decompor Mas tudo vem dela ent o ela a origem e de alguma forma tudo vai voltar pra ela tamb m Lua Natureza Natureza tudo n Jo o de barro Acho que tudo Eu n o consigo dissociar nada da natureza uma vez que a imagem que me vem quando eu penso em natureza Gaia o planeta Ent o eu sou a natureza tanto quanto essa parede a natureza e essa garrafa t rmica a natureza porque nada que existe aqui nesse planeta e que feito mesmo que por humanos deixa de ser de se utilizar da natureza S o reorganiza es de elementos naturais Nosso corpo uma organiza o de elementos naturais Ent o pra mim a exist ncia S que ao mesmo tempo que a exist ncia n o se resume ao planeta Terra eu acho que quando eu penso em natureza eu penso mais na exist ncia relacionada ao planeta Terra A palavra pra mim traz muito mais a vida no planeta biosfera como um todo com tudo o que ta ai dentro tanto os elementos minerais v o ser a natureza quanto a cidade de S o Paulo a natureza eu n o consigo dissociar Agora o que n o natureza que ela n o est fora de mim
9. 189 Caseira de Lixo Org nico Dom stico Circular T cnica 76 EMBRAPA Dez 2005 Dispon vel em lt http www cnpmf embrapa br publicacoes circulares circular 76 pdf gt Acesso em 09 nov 2011 OMS Organiza o Mundial da Sa de In Preven o de doen as cr nicas um investimento vital 31p 2005 Dispon vel em lt http www opas org br sistema fotos portugues pdf gt Acesso em 26 mar 2009 ONG GUA E CIDADE Dossi do saneamento 2072 68p Dispon vel em http www esgotoevida org br download dossie saneamento pdf gt Acesso em 27 out 2011 ONU Organiza o das Na es Unidas Projeto Mil nio das Na es Unidas 2005 Dispon vel em lt http www pnud org br milenio gt Acesso em 20 mar 2009 Centro de not cias da ONU 25 jan 2008a http www un org spanish News fullstorynews asp newsID 1 1469 amp criterial amp criteria Acesso em 26 mar 2009 Centro de not cias da ONU 10set 2008b lt http www un org spanish News fullstorynews asp newsID 13411 amp criterial suicidio amp crit eria gt Acesso em 26 mar 2009 OPAS Organiza o Pan Americana da Sa de Doen as cr nico degenerativas e obesidade estrat gia mundial sobre alimenta o saud vel atividade f sica e sa de Bras lia 2003 Dispon vel em lt http www opas org br sistema arquivos d cronic pdf gt Acesso em 26 mar 2009 PACKER M L G Vegetarianismo sustentando a vida Joinville Letrad gua 2007 151
10. As ecovilas s o compreendidas como um desses movimentos que surgem na contram o do crescimento econ mico como objetivo principal de qualquer atividade humana Ecovilas s o assentamentos humanos intencionais que se baseiam na sustentabilidade na espiritualidade senso de comunidade economia vi vel para todos educa o transdisciplinar harmonia com a natureza com os outros e com si pr prio e sa de integral entre outros GEN 17 s d Sendo que os princ pios do paradigma cient fico cartesiano newtoniano deram origem a um modo de vida dominante que se baseia num modelo de desenvolvimento que essencialmente crescimento econ mico j que preza pelo ter e n o pelo ser qual a contribui o das ecovilas enquanto assentamentos humanos sustent veis que v o ao encontro dos princ pios do paradigma transdisciplinar hol stico na constru o de um novo estilo de vida para a sociedade que preze pelo bem estar integral do ser humano e do ambiente como um todo O cotidiano em uma ecovila realmente est de acordo com os princ pios de uma ecovila conforme as quatro dimens es propostas pela GEN Rede Global de Ecovilas Podem alguns aspectos do modo de vida em uma ecovila ser replicados em outros locais Quais os benef cios ao ser humano e ao ambiente surgem por se morar em uma ecovila Nessa perspectiva encontrou se em um universo de 14 ecovilas cadastradas na Rede de Ecovilas das Am ricas ENA a Ecovila Terra Una situada
11. Assim o emergente paradigma transdisciplinar hol stico atrav s de sua nova vis o de mundo e de ser humano e de seus conceitos de sa de integral e desenvolvimento integral fornece importantes e vision rias contribui es para que se possa esbo ar uma sociedade ecol gica na qual o ser humano inaugure formas mais saud veis de ser e de viver no planeta onde o ser seja mais importante do que o ter As ecovilas demonstram como pode ser uma sociedade nessa perspectiva e fornecem grande subs dio para a constru o de mundo mais tico justo sustent vel saud vel e feliz 180 5 2 RECOMENDA ES Este trabalho chega ao fim trazendo a constata o de que o debate acerca das complexas quest es abordadas ainda longo e merece maior destaque Para melhor compreens o da complexidade da vida em ecovilas se fazem importantes outros estudos vindos de diversas disciplinas cient ficas com um olhar inter e transdisciplinar Parece n o haver ainda um mapeamento complexo das ecovilas em cada pa s de modo de indique quantas pessoas vivem em cada uma qual o tamanho do local como o modo de organiza o etc Em Terra Una isso fundamental para que as rela es sejam saud veis o que portanto indispens vel para a vida comunit ria Ent o merece maior aprofundamento o estudo psicol gico sobre o relacionamento humano em que se objetiva o aprofundamento das rela es interpessoais atrav s do acordo comum da soberania do u
12. Nessa poca segundo Weil 1993 n o existia privil gio entre a arte conhecimento filos fico religioso ou cient fico No entanto no per odo entre 1500 e 1700 uma grande mudan a ocorreu no mbito da percep o do mundo revelando uma nova cosmovis o pautada na met fora dominante da era moderna de que o mundo uma m quina CAPRA 2006 Oriunda das transforma es que estavam ocorrendo na f sica e na astronomia com descobertas do ingl s Isaac Newton 1642 1727 do italiano Galileu Galilei 1564 1642 e do polon s Nicolau Cop rnico 1473 1543 essa nova cosmovis o deixou para tr s as caracter sticas antigas de mundo org nico vivo e espiritual que interessavam ci ncia Os cientistas modernos passaram ent o a utilizar se da abordagem emp rica e de um m todo de investiga o do universo baseado na descri o matem tica da natureza e no m todo anal tico de racioc nio proposto por Descartes o que caracteriza a Idade da Revolu o Cient fica CAPRA 2006 Para que essa abordagem fosse bem sucedida Galileu considerado o pai da ci ncia moderna prop s que os cientistas deveriam se ocupar somente das propriedades que ele considerava essenciais dos corpos materiais e que podiam ser mensuradas como a forma 23 a quantidade e o movimento Enquanto que as outras qualidades como cor sabor cheiro ou som eram ignoradas pela ci ncia por serem consideradas meras proje es mentais subjetivas CA
13. O PIB portanto n o passa de uma estrat gia capitalista e globalizadora assegura Furtado apud CAVALCANTI 2003 que d a falsa impress o que o pa s est se desenvolvendo de um modo geral Sachs 2007 p 36 ressalta ainda que aqueles que defendem o crescimento econ mico para o bem estar das pessoas podem estar conduzindo a humanidade para uma situa o oposta por estarem hipotecando seu futuro ao for arem a utiliza o intensiva dos recursos naturais a fim de maximizar as vantagens de curto prazo Dessa forma prov vel que a popula o fique com o pior dos dois mundos sacrif cios de momento a fim de manter o ritmo do investimento e sacrif cios de longo prazo em consequ ncia da gest o predat ria dos recursos e da cria o acelerada daquilo que Max Nicholson denomina com muita propriedade deserto de a o e cimento Em contrapartida o conceito de desenvolvimento sustent vel popularizado pelo Relat rio Brundtland como aquele que atende s necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gera es futuras atenderem as suas pr prias necessidades CMMAD 1988 p 46 busca conciliar a economia e a qualidade de vida dos humanos de modo que os impactos decorrentes dos sistemas produtivos n o ultrapassem as possibilidades dos sistemas ecol gicos de absorv los Para a Comiss o Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CMMAD 1988 p 9 10 para haver um desenvolvimen
14. O autor defende que havendo tamb m o respeito pelo diferente e a colabora o para a preserva o do patrim nio comum o ser humano evidenciar a ideia de unidade com o todo e com ele mesmo Nesse sentido Carvalho 2008 p 22 defende que a tica deve ser assumida como valor universal Conforme o autor a tica envolve o preceito kantiano de n o se fazer aos outros aquilo que n o se quer para si e admite como seus valores a felicidade e a solidariedade Ao discutir a raz o de ser da transdisciplinaridade Freitas 2000 p 146 alega ser preciso pensar mais cedo ou mais tarde que n o se trata apenas de despeda ar ainda mais a imagem criando disciplinas suplementares sem d vida indispens veis de maneira que n o conseguiremos chegar a outro plano do pensamento a outro n vel do ser Em outras palavras devemos almejar um conjunto unificado do ser e do saber que possa juntar o que est separado e possa simultaneamente conjugar e casar o esp rito o conhecimento a intui o a emo o inclusive o inconsciente profundo que o espa o de nosso imagin rio de nossos sonhos reais e de nossa ess ncia supra humana Enfatiza Morin 2005 p 10 que uma abordagem transdisciplinar n o significa que as distin es as especialidades as compet ncias devam dissolver se Isso significa que um princ pio federador e organizador do saber deve impor se O pensamento deve tornar se complexo N o negar as e
15. Org Meio ambiente desenvolvimento sustent vel e pol ticas p blicas 2 ed S o Paulo Cortez Recife Funda o Joaquim Nabuco 1999 p 271 298 GORDON James S Manifesto da nova medicina a cura atrav s de terapias alternativas Rio de Janeiro Campus 1998 335p GRAZIANO Lilian D A felicidade revisitada um estudo sobre bem estar subjetivo na vis o da psicologia positiva Tese Doutorado em Psicologia 2005 126f Universidade de S o Paulo S o Paulo GR N Mauro tica e educa o ambiental a conex o necess ria Campinas SP Papirus 1996 120p HEIDEGGER Martin Ser e tempo 12 ed Petr polis RJ Vozes 2002 323p IPCC Painel Intergovernamental Sobre Mudan as do Clima Mudan a do Clima 2007 A Base das Ci ncias F sicas 4 Relat rio de Avalia o do Painel Intergovernamental Sobre Mudan a do Clima Paris fev 2007 187 IPEC Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado A pr xis da sustentabilidade s d Dispon vel em lt http www ecocentro org menu do acao tecnologias gt Acesso em 16 fev 2011 IPEMA Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atl ntica A permacultura s d Dispon vel em lt http www ipemabrasil org br permacultura htm gt Acesso em 15 fev 2011 JACKSON Hildur JACKSON Ross Global Ecovillage Network History 1990 2004 2004 Dispon vel em lt http www gaia org mediafiles gaia resources HJackson GEN History pdf gt Acesso em 23 fev 2011 JA
16. Tenho mais autonomia e mais condi es de satisfazer essas necessidades de uma forma mais saud vel ent o com certeza P r do sol Isso eu acho que n o tenho n o tenho dados n o tenho dados pra te falar dados estat sticos Eu conhe o poucas ecovilas n e quantitativamente Mas acho que se cada um tomasse a responsabilidade que as pessoas das ecovilas tomam sobre si mesmo sobre sua mat ria sobre as coisas que consome sobre as coisas que produz sobre sua felicidade sobre sua sa de que meio essa a ideia da ecovila tu pegar a responsabilidade pra ti de tudo o que ta acontecendo N o ser s mais um uma pessoa no meio de um sistema macro de destrui o do planeta mas voc se responsabilizar por tudo e isso n o depende de onde tu estejas E por tudo inclui a tipo por voc mesmo n por sua energia por sua Essa pessoa vai acabar sendo feliz Se ela pegar 171 esses princ pios n o necessariamente ela precisa viver numa ecovila E n o necessariamente a pessoa vai viver numa ecovila vai ficar feliz n Teve uma amiga nossa que veio morar aqui e ficou infeliz e foi embora porque aqui ela n o conseguia realizar os dela de trabalhar o que ela queria trabalhar Ent o ela ficava infeliz aqui mesmo ela idealizando que ecovila ia ser uma coisa maravilhosa e felize a gente concordando realidade dela espec fica ela precisava de coisas que n o tinham aqui ela era infeliz pra que que ela ia viv
17. afirma que a ocorr ncia de c ncer no Pa s na d cada de 1960 matava menos de 5 da popula o subindo para 10 na d cada de 1970 Fornece ainda a informa o de que no ano de 2003 48 3 dos brasileiros morreram de c ncer diabetes ou doen as cardiovasculares Segundo a OMS 2005 press o sangu nea elevada causa de morte para 7 1 milh es de pessoas por ano no mundo e a Organiza o Pan Americana da Sa de OPAS 2003 aponta que cerca de 12 milh es de pessoas morrem todos os anos devido a infarto ou derrames no planeta E tanto o c ncer quanto as doen as cardiovasculares e a hipertens o arterial s o consideradas doen as modernas conforme o Minist rio da Sa de BRASIL 2005 e t m rela o direta com h bitos alimentares e padr es de vida inadequados Al m da alimenta o industrializada rica em sal gordura e a cares e a falta de exerc cios f sicos s o fatores de risco para essas doen as tamb m o ritmo cotidiano muito acelerado e o isolamento do homem nas cidades Outra faceta assustadora dessa crise revela se nas disfun es psicol gicas Fernandes 2007 afirma que nunca foram receitados tantos benzodiazep nicos e antidepressivos como atualmente Segundo o informativo sobre o uso racional de psicof rmacos publicado pela Prefeitura do Rio de Janeiro 2006 estima se que cerca de 50 milh es de pessoas no mundo utilizem psicof rmacos do tipo benzodiazep nicos utilizados para tratamento de ansi
18. depois deduzido matematicamente o que exclui da credibilidade cient fica ent o diversos aspectos da vida Descartes desenvolveu um sistema de pensamento racionalista calcado no princ pio de que somente a raz o possibilita o conhecimento da verdade clara e distinta sobre as coisas atrav s do m todo anal tico A an lise consiste em decompor pensamentos e problemas em suas partes componentes e em disp las em sua ordem l gica ARA JO 1999 Para o fil sofo o funcionamento da natureza ocorria conforme leis mec nicas e tudo no mundo material poderia ser explicado em fun o da organiza o e do movimento de suas partes Essa ideia mec nica da natureza tornou se o paradigma dominante da ci ncia no per odo que se seguiu a Descartes e foi atrav s desse m todo cient fico que tantos avan os te ricos e tecnol gicos ocorreram CAPRA 2006 Ara jo 1999 p 161 162 discorre que para Descartes o corpo n o era nada mais 4 do que uma m quina que veicula de forma mec nica o pensamento racional portador da verdade Assim ele estabeleceu uma cis o entre corpo e mente entre sentir e agir Descartes propagou que o universo material era uma m quina nada al m de uma m quina N o havia prop sito vida ou espiritualidade na mat ria apud CAPRA 2006 p 56 Assim propunha que o corpo humano assim como os animais e as plantas eram m quinas e a nica coisa que distinguia o homem do resto na naturez
19. e a cren a do progresso material ilimitado a ser alcan ado atrav s do crescimento econ mico e tecnol gico Assim grande parte da humanidade segue esses princ pios em sua vida di ria originando uma sociedade que pode ser chamada se Sociedade de Crescimento Industrial MACY BROWN 2004 para assim ser diferenciada de outros modelos de vida que coexistem no planeta A cosmovis o decorrente do paradigma cartesiano newtoniano conduziu a humanidade que integra a Sociedade de Crescimento Industrial a um modo de vida que n o respeita os ritmos naturais causando diversos efeitos que v o de encontro ao bem estar do ser humano e de toda vida no planeta 28 2 1 2 Os sintomas da complexa e multifacetada crise A crise planet ria perpassa todas as esferas da vida Oriundo de um paradigma cient fico reducionista materialista determinista o estilo de vida dominante implica em diversas contrariedades ao bem estar da vida seja ela humana ou n o A pr pria ci ncia na qual se depositou a f para um progresso futuro perdeu a consci ncia ao longo de um trajeto associado a valores do capitalismo Naess apud BRAUN 2005 aponta a falta de comprometimento da ci ncia cartesiana com a vida quando pautada numa vis o de mundo distorcida at a pr pria ecologia deixou de indagar que tipo de sociedade seria realmente adequada para melhor manter os diferentes tipos de ecossistemas existentes no planeta Nessa dire o Morin e Kem 199
20. es e servi os de sa de Coordena o de programas de sa de mental 2006 Ano da promo o do uso racional de benzodiazep nicos Boletim Uso Racional de Psicof rmacos Ano 1 vol 1 p 1 6 abr jun 2006 Dispon vel em lt http www saude rio rj gov br servidor media info psifar v001 a01 pdf gt Acesso em 04 abr 2009 ROCHA FILHO Jo o Bernardes da F sica e psicologia as fronteiras do conhecimento cient fico aproximando a f sica e a psicologia Junguiana 3 ed Porto Alegre EDIPUCRS 2004 139p SACHS Ignacy Rumo ecossocioeconomia teoria e pr tica do desenvolvimento S o Paulo Cortez 2007 SANCH Z Celso A ecologia do corpo Rio de Janeiro Wak Editora 2011 92p SANTOS Boaventura de Souza Introdu o a uma ci ncia p s moderna 4 ed Rio de Janeiro Graal 2003 176 p SANTOS Milton A natureza do espa o T cnica e Tempo Raz o e Emo o 2 ED S o Paulo Huciter 1997 307p SANTOS JR Severiano Jos dos Ecovilas e Comunidades Intencionais tica e Sustentabilidade no Viver Contempor neo In Encontro da ANPPAS III 2006 Bras lia DF Anais Bras lia Associa o Nacional P s gradua o e Pesquisa em Ambiente e Sociedade 2006 p 1 16 SAWAIA Bader B Dimens o tico afetiva do adoecer da classe trabalhadora In LANE S lvia T M SAWAIA Bader B orgs Novas Veredas da Psicologia Social S o Paulo Brasiliense EDUC 1995 168p p 157 168 SCHULTZ Duane P SCHULTZ
21. humano Urge a necessidade de que a humanidade compartilhe a ideia de que a busca do essencial para todos ou seja o direito vida digna deve antevir busca do sup rfluo para alguns 181 REFER NCIAS ALMEIDA FILHO Naomar de Transdisciplinaridade e o paradigma p s disciplinar na sa de Sa de soc online vol 14 n 3 p 30 50 set dez 2005 Dispon vel em lt http www scielo br pdf sausoc v 14n3 04 pdf gt Acesso em 31 mar 2009 ARA J O Miguel Almir J Abordagem hol stica na educa o Sitientibus Feira de Santana n 21 p 159 176 jul dez 1999 Dispon vel em lt http www uefs br sitientibus pdf 21 abordagem holistica na educacao pdf gt Acesso em 30 mar 2009 AUROVILLE ndia s d Dispon vel em lt http www auroville org gt Acesso em 23 fev 2011 AVELINE Carlos Cardoso A vida secreta da natureza uma inicia o ecologia profunda Blumenau Ed Da FURB 1999 133p AYRES Jos Ricardo de Carvalho Mesquita Hermen utica e humaniza o das pr ticas de sa de Ci nc sa de coletiva online v 10 n 3 p 549 560 2005 Dispon vel em lt http www scielosp org pdf csc v10n3 a13v10n3 pdf gt Acesso em 27 abr 2009 BAUER Martin AARTS Bas A constru o do corpus um princ pio para a coleta de dados qualitativos In BAUER Martin GASKELL George Ed Pesquisa qualitativa com texto imagem e som um manual pr tico Petr polis RJ Vozes 2002 p 39 63 BAUMAN Z
22. o as mais variadas envolvendo a alimenta o natural e integral a busca por consumir a maior quantidade de alimentos org nicos e menos processados poss vel a atitude de agradecimento pelo alimento antes das refei es Eventualmente s o realizadas pr ticas corporais 159 comunit rias geralmente quando h grupos de pessoas de fora para viv ncias ou cada morador faz as suas pr prias Quanto a medidas curativas h uma vis o compartilhada de buscar inicialmente tratamentos menos invasivos em compara o com a medicina alop tica Um dos entrevistados faz uma cr tica expl cita ao sistema de sa de convencional Eu tenho uma vis o muito negativa do sistema de sa de dos m dicos e de toda a filosofia m dica tudo uma ind stria n e essa ind stria de doen a Principalmente esses m dicos de plano de sa de que tu vai e ele diz qual rem dio tu tem que tomar mas eu n o perguntei que rem dio eu tenho que tomar Eu perguntei o que isso como que eu fa o pra n o ter isso s que ele n o quer te responder n ai Bom mas enfim s vezes voc precisa de ajuda e ent o cabe ver quem que vai te ajudar e s vezes algum m dico n Jo o de barro A narrativa denota descontentamento com os profissionais da sa de que formados atrav s da vis o biom dica enxergam apenas a doen a e indicam tratamentos alop ticos para eliminar sintomas sem no entanto ter uma compreens o do organis
23. p 45 a f sica moderna pode mostrar s outras ci ncias que o pensamento cient fico n o tem que ser necessariamente reducionista e mecanicista que as concep es hol sticas e ecol gicas tamb m s o cientificamente v lidas Segundo o autor em uma cultura em que a ci ncia tem tamanha respeitabilidade e confiabilidade argumentos cient ficos s o muito importantes para que uma nova cosmovis o instale se na Rocha Filho 2004 p 23 explica que localidade a qualidade de um evento cujas causas s o identific veis e a ele relacionadas pelas leis de a o da F sica Cl ssica Atrav s do Teorema de Bell a localidade que a lei da causa e efeito deixou de ser entendida como a nica lei que rege a natureza e admitiu se tamb m a n o localidade Conex es n o locais s o aquelas que transcendem as leis da f sica cl ssica descobertas por Einstein e confirmadas pelo chamado Efeito Einstein Podolsky Rosen Este experimento demonstrou que ap s a emiss o de duas part culas de spin opostos no espa o tempo mesmo que as duas estejam separadas por uma grande dist ncia se uma delas sofrer altera o a outra tamb m se modificar instantaneamente revelando uma conex o informacional n o local DI BIASE ROCHA 2005 48 sociedade promovendo mudan as fundamentais nos valores e nas atitudes humanas Assim a f sica qu ntica demonstrou a profunda interconex o de tudo com tudo e a liga o indestrut ve
24. primordialmente com as ra zes das a es que conduzir o ao verdadeiro caminho rumo ao Desenvolvimento Sustent vel 2 4 2 10 Governan a circular empoderamento e decis es por consenso Governan a circular empoderamento e decis es por consenso s o processos que fazem parte de um sistema social em que as pessoas s o capazes de participar na tomada de decis es que afetam suas pr prias vidas e a comunidade de forma transparente Todos participam do processo de decis o todos t m poder de decidir sobre as quest es que 97 envolvem a ecovila Diana 2010 exp e que o processo decis rio por consenso tamb m pode encontrar problemas Bressen apud Diana 2010 alerta para o fato de que as pessoas enraizadas em culturas individualistas como a ocidental pensam equivocadamente que podem ter o que querem o tempo todo mas o processo de tomada de decis o por consenso n o permite a todos a realiza o de suas vontades em todos os momentos Com esse modelo decis rio visa se o melhor para a comunidade e n o para cada indiv duo O bloqueio de uma proposta cab vel quando esta pode afetar a comunidade financeiramente legalmente fisicamente em termos de seguran a ou ser contr ria aos valores da comunidade Diana 2010 De acordo com Briggs apud Diana 2010 treinadora em consenso internacionalmente conhecida que vive na Ecovila Huehuecoyotl no M xico e fundadora da IFAC Instituto Internacional de Facilita o e Mu
25. qualidade para todos em que haja a busca por satisfa o e felicidade genu nas aquelas que ocorrem no verdadeiro encontro de um ser humano integral consigo mesmo com o outro e com o mundo percebidos em sua complexidade e inter rela o A ecopsicologia atrelada ecologia profunda defende que o desenvolvimento integral dos seres humanos depende de mudan as de valores e de comportamentos que permitam que se aproximem de sua natureza interna ou seja de seus sentimentos e afetos e consequentemente da natureza externa VOLPI FLORIANI LESZCZYNSKI 2008 A ideia de uma sociedade ecol gica vai ao encontro da proposta de buscar o resgate da integra o do ser humano a uni o dos complementares cora o e esp rito paix o e raz o sabedoria e loucura CARVALHO 1999 Remete ao conjunto de condi es que podem propiciar ao ser humano melhor relacionamento consigo mesmo com os outros e com o planeta visando a felicidade aut ntica e a sustentabilidade A cidadania local e mundial bem como a fraternidade universal ideais e sonhos que perpassam muitos s culos necessitam que a humanidade se organize em uma ordem mundial ecologicamente sustent vel o mais r pido poss vel AVELINE 1999 Resgatando os princ pios b sicos da ecologia interdepend ncia reciclagem parceria flexibilidade diversidade e consequentemente sustentabilidade Capra 1997 p 235 assegura que nesse novo mil nio a sobreviv ncia da humanida
26. racionalidade aberta mediante um novo olhar sobre a relatividade das no es de defini o e de objetividade O formalismo excessivo a rigidez das defini es e o exagero da objetividade incluindo a exclus o do sujeito levam ao empobrecimento Artigo 5 A vis o transdisciplinar resolutamente aberta na medida que ultrapassa o campo das ci ncias exatas ao seu di logo e sua reconcilia o n o apenas com as ci ncias humanas mas tamb m com a arte a literatura a poesia e a experi ncia interior Artigo 6 Com rela o interdisciplinaridade e multidisciplinaridade a transdisciplinaridade multireferencial e multidimensional Embora levando em conta os conceitos de tempo e de Hist ria a transdisciplinaridade n o exclui a exist ncia de um horizonte trans hist rico Artigo 7 A transdisciplinaridade n o constitui nem uma nova religi o nem uma nova filosofia nem uma nova metaf sica nem uma ci ncia das ci ncias Artigo 8 A dignidade do ser humano tamb m de ordem c smica e planet ria O aparecimento do ser humano sobre a Terra uma das etapas da hist ria do universo O reconhecimento da Terra como p tria um dos imperativos da transdisciplinaridade Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade mas a t tulo de habitante da Terra ele ao mesmo tempo um ser transnacional O reconhecimento pelo direito internacional da dupla cidadania referente a uma na o e a Terra constitui um dos o
27. rvores al m de um solo que oferecia pouca produtividade Embora houvesse adversidades os projetistas da ecovila elencaram seis objetivos b sicos que guiaram o desenvolvimento do projeto s o eles ter ar gua e solo limpos e assim tamb m 102 alimentos saud veis liberdade de cren a espiritual trabalhar no sentido de garantir uma atividade significativa para todos criar um lugar para recrea o saud vel e segura intera o social e constru o de abrigo saud vel CRYSTAL WATERS 2010 Mais do que recuperada atualmente a terra um santu rio para animais selvagens A figura 2 exp e a entrada da ecovila Crystal Waters e a exuber ncia natural que l se pode encontrar Figura 2 Entrada da Ecovila Crystal Waters FONTE Crystal Waters 2010 Atualmente vivem na comunidade cerca de 200 pessoas provenientes de diversas origens culturais A ecovila oferece uma ampla variedade de atividades sociais culturais ambientais e espirituais A maioria das casas apresenta banheiros de compostagem design solar e dispositivos de poupan a de energia A figura 3 mostra uma das casas da ecovila CRYSTAL WATERS 2010 Figura 3 Casa de moradia em Crystal Waters FONTE Crystal Waters 2010 Crystal Waters baseia se fortemente na permacultultura sendo refer ncia mundial no assunto E influenciada e estimula as tr s ticas permaculturais 1 cuidar da terra dos 103 seres vivos e n o vivos 2 cuidar das pe
28. sa de contentamento risos Flor de liz Sa de pra mim voc conseguir se conectar consigo mesmo e sentir se realmente voc t fazendo o que voc tem que fazer nessa encarna o aqui A partir do momento que voc tem clareza disso voc trabalha com as energias que est o ao seu redor de uma forma equilibrada ou mais equilibrada poss vel n Claro que sempre existe a imperman ncia constante n Acho que tem muito a ver com a miss o Acho que quando a pessoa descobre a miss o dela quando ela descobre eu acho que ela fica saud vel ela se conecta com a energia Sabi Bom sa de pra mim tem a ver com bem estar assim com estar se sentindo bem n Ent o ela meio global nesse sentido Hol stica Tanto corpo mente quanto esp rito estar se sentindo bem nesses tr s n veis E ai isso vai estar se relacionando tanto minha pessoal quanto a mim em rela o s outras pessoas e como ao ambiente que eu estou enfim o que ele t me passando e o que eu estou passando pra ele essa troca entre esses tr s lugares tamb m Lua A palavra em si pra mim remete a um estado de funcionamento que t harm nico que t pleno em suas fun es Ent o se eu to com o funcionamento pleno aquilo est saud vel Agora eu posso pensar na sa de da comunidade Posso pensar at na sa de do planeta n se seus ecossistemas t o saud veis se suas rela es de diversidade e interdepend ncia
29. vel em todos os sentidos e que tentando integrar e conseguindo n integrar todos os aspectos da exist ncia humana dentro da perspectiva da sa de mesmo que o natural A gente se afastou entrou num outro sonho e agora estamos despertando E assim conviver diariamente com a natureza acordar com a 157 natureza dormir com a natureza passar o dia no meio da natureza isso em si traz muita sa de E fazer isso viver assim de uma forma compartilhada com irm os uma fam lia espiritual n isso n o tem pre o n o tem sabe risos o que me faz sentido e que me Bem te vi Pra mim na minha opini o sem d vida Posso falar desses fatores todos que eu citei n internos relacionais da comunidade das pessoas de contato com o meio ambiente com o ambiente em que voc est exposto Pra mim a minha percep o que hoje praticamente insalubre o modo de vida urbano metropolitano As condi es que voc se submete de estado de polui o do ambiente a gua que voc toma o alimento que voc tem acesso tudo n o nada favor vel sem entrar em quest es de polui o sonora e a noite como que uma noite dormindo na cidade Enfim e tamb m as quest es relacionais que influem muito Ent o tudo isso pra mim cria bloqueios energ ticos na pessoa que v o acabar numa fonte de escape que vai se manifestar como uma doen a E aqui eu n o to isento disso eu tenho menos condi es desfavor veis que poderiam ge
30. 1999 p 107 117 Saberes complexos e educa o transdisciplinar Educar online Curitiba n 32 p 17 27 2008 Dispon vel em lt http w ww scielo br pdf er n32 n32a03 pdf gt Acesso em 31 mar 2009 CAVALCANTI C Meio ambiente Celso Furtado e o Desenvolvimento como Fal cia Ambiente amp Sociedade v 5 n 2 p 73 84 jan jul 2003 Dispon vel em http www scielo br pdf asoc v5n2 a05v5n2 pdf Acesso em abr 2010 Uma tentativa de caracteriza o da economia ecol gica Ambiente amp Sociedade v 7 n 1 p 149 156 jan jun 2004 Dispon vel em http www scielo br pdf asoc v7n1 23541 pdf Acesso em mai 2010 CHARDIN Teilhard de Mundo homem e deus S o Paulo Cultrix 1980 251p CHIBENI Silvio Seno MOREIRA ALMEIDA Alexander Investigando o desconhecido filosofia da ci ncia e investiga o de fen menos an malos na psiquiatria Rev psiquiatr cl n online vol 34 suppl 1 p 8 16 2007 Dispon vel em lt http w ww scielo br pdf rpc v34s 1 a03v34s1 pdf gt Acesso em 20 mai 2008 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ci ncias humanas e sociais S o Paulo Cortez 1991 164p CMMAD Comiss o Mundial Sobre Meio Ambiente E Desenvolvimento Nosso Futuro Comum Rio de Janeiro Editora da Funda o Get lio Vargas 1998 430p CORREA Celina B Telhados verdes a cobertura ecol gica Conselho em Revista Ano III n 34 jun 2007 p 28 Dispon vel em lt http www crea rs org br cr
31. 87691 13 2 Dispon vel em www centroreichiano com br Acesso em 4 mar 2011 ZOHAR Danah O ser qu ntico uma vis o revolucion ria da natureza humana e da consci ncia baseada na nova f sica 2 ed S o Paulo Best Seller 1990 305p WANNMACHER Lenita Depress o maior da descoberta solu o Uso racional de medicamentos temas selecionados Organiza o Pan Americana da Sa de Organiza o Mundial da Sa de Bras lia vol 1 n 5 p 1 5 abr 2004 Dispon vel em lt http w ww opas org br medicamentos site UploadArg HSE URM DEP 0404 pdf gt Acesso em 26 mar 2009 192 WEBB Peter J O que a permacultura Instituto de Permacultura da Mata Atl ntica Dispon vel em lt http www ipemabrasil org br instartigopete htm gt Acesso em 15 fev 2011 WEINZIERL Greici SASIETA H ctor Andr s M Vis o sist mica da humaniza o na sa de In FACHIN Gleisy Regina B et al Orgs Teoria geral de sistemas uma abordagem multidisciplinar do conhecimento Florian polis UFSC Programa de P s gradua o em Engenharia e Gest o do conhecimento 2007 184p p 165 172 WEIL Pierre Hol stica uma nova vis o e abordagem do real S o Paulo Palas Athena 1990 122p O novo paradigma hol stico In BRAND O D nis M S CREMA Roberto Orgs O novo paradigma hol stico ci ncia filosofia arte e m stica 2 ed S o Paulo Summus 1991 160p p 14 38 Axiom tica transdisciplinar para um novo paradigma ho
32. A sa de no mbito das respostas vista como o estado natural do ser e por isso a es de sa de s o aquelas que a promovam atrav s da constru o e manuten o das condi es ideais ao organismo saud vel e n o as medidas curativas de doen as Tratar doen as n o visto pelos entrevistados como a o de sa de e sim a o de doen a Sendo o ser humano uma parte do todo do grande organismo Terra a sa de individual depende essencialmente da sa de do planeta como corrobora a vis o hol stica e sist mica de sa de exposta nesse trabalho E o contr rio tamb m apareceu nas narrativas a sa de do planeta depende da sa de dos indiv duos pois a pr pria doen a da humanidade na qual o ser humano se percebe desconectado de si mesmo e do todo que causa a destrui o de Gaia Na opini o dos entrevistados como poss vel perceber nas falas a seguir morar em ecovila est ligado a maior sa de integral lembrando sempre que falam de Terra Una pela maneira como ela configurada Assim a proposta justamente criar uma vida saud vel Quando eu morava na cidade eu imaginava quando eu comecei a me dar conta que eu n o tava bem l n o tava me fazendo bem primeiro fiquei meio revoltado um pouco angustiado assim bastante angustiado na verdade o que que eu vou fazer E foi um al vio quando eu descobri que tem gente criando contextos mais saud veis n cultivando um estilo de vida mais saud
33. Considero significante ent o algumas considera es a respeito das motiva es que me levaram a desenvolver essa pesquisa Primeiramente uma considera o relevante diz respeito s rea es de alguns colegas amigos e demais pessoas que ao saberem de meu ingresso no Programa de P s Gradua o em Ci ncias Ambientais Mestrado ficaram intrigados por n o entenderem onde estaria a rela o entre a Psicologia minha forma o acad mica e as Ci ncias Ambientais Essa dificuldade de compreens o muito significativa pois revela a cosmovis o compartilhada pela sociedade Meu ingresso no mestrado em Ci ncias Ambientais est relacionado com o desenvolvimento do meu Trabalho de Conclus o de Curso TCC na gradua o em Psicologia finalizada em 2010 no qual abordei o tema sa de integral sob o enfoque do emergente paradigma transdisciplinar hol stico Este trabalho onde pude discutir minha inquieta o frente irrefletida medicaliza o de quase todo problema humano levou me a encontrar horizontes para discutir ent o estilos de vida que se prop e a promover a sa de integral qual imprescind vel a preserva o do meio ambiente Antes mesmo de come ar minha forma o universit ria j me inquietava a reflex o a cerca do modo de vida predominante em nossa sociedade em que os valores da competi o do lucro da gan ncia da ostenta o v m sobrepujando a solidariedade a paz o amor a verdade nas rela
34. De acordo com o autor as armas nucleares produzidas e armazenadas pelos homens t m poder de destruir a Terra v rias vezes pela primeira vez na hist ria o ser humano capaz de modificar a estrutura gen tica da pr pria esp cie e hoje a consci ncia humana est sendo pass vel de manipula o como nunca Assim para Nicolescu 2001 p 14 na era triunfante da raz o o irracional mais atuante que nunca Conforme o Projeto Mil nio das Na es Unidas ONU 2005 cujos representantes s o especialistas de todo o mundo incluindo parlamentares pesquisadores e cientistas formuladores de pol ticas p blicas representantes da sociedade civil ag ncias da ONU Organiza o das Na es Unidas o Banco Mundial o Fundo Monet rio Internacional e o setor privado s o necess rias a es urgentes sobre a crise que afeta o mundo A crise ecol gica de acordo com Morin e Kern 1995 teve suas caracter sticas metanacional e planet ria apontadas em 1969 quando iniciaram as preocupa es com os efeitos que n o param de se intensificar degrada es de campos bosques lagos rios efeito estufa destrui o da camada de oz nio estratosf rica buraco de oz nio na Ant rtida excesso de oz nio na troposfera desmatamento envenenamento dos solos por pesticidas e fertilizantes chuvas cidas desertifica o eros o inunda es urbaniza o selvagem e em regi es ecologicamente fr geis como as zonas costeiras etc At
35. Desse 42 modo Capra 1998 p 75 salienta precisamos de um equil brio din mico entre eles e isso essencial para a sa de f sica e mental Para levar uma vida saud vel voc precisa se auto afirmar e voc precisa se integrar Morin 2003 menciona que a auto organiza o intr nseca aos sistemas vivos assegura autonomia ao sistema ao mesmo tempo em que mant m depend ncia para com o meio pois para ele o sistema aberto n o pode ser entendido isoladamente Capra 2006 p 40 mostra que a teoria sist mica considera o mundo em fun o da inter rela o e interdepend ncia de todos os fen menos nessa estrutura chama se sistema a um todo integrado cujas propriedades n o podem ser reduzidas s de suas partes Organismos vivos sociedade e ecossistemas s o sistemas Para o autor um sistema vivo tem v rios n veis que se organizam formando subsistemas em que cada subsistema um todo perante suas partes ao mesmo tempo em que uma parte diante do sistema maior De acordo com Bertalanffy 1975 a teoria dos sistemas visa superar a hiperespecializa o cient fica buscando a unidade da ci ncia na qual possa existir integra o entre as v rias ci ncias e portanto entre os v rios saberes Morin 2003 ressalta que a teoria sist mica n o trata da unidade como algo elementar e discreto mas sim como algo complexo em que a soma das partes n o constitui o todo e mostra que ela sinaliza para
36. Estat stico de Transtornos Mentais de 2002 pesquisas indicam que aproximadamente 30 a 45 dos adultos queixam se de ins nia e destes de 50 a 75 continuam com seus sintomas por mais de um ano A vida para muitos tamb m n o est mais valendo a pena o que mostram as estat sticas mundiais de suic dio De acordo com a ONU 2008b a taxa de suic dio aumentou 34 60 nos ltimos 45 anos e atualmente cerca de 3000 pessoas cometem o ato por dia sendo esta uma das tr s principais causas de morte na faixa et ria de 25 a 44 anos Os n meros confirmam que outra fonte de autodestrui o o lcool A ONU 2008a declara que o lcool respons vel por 2 3 milh es de mortes prematuras por ano em todo o mundo Entre os vinte fatores de risco para a sa de determinados pela ONU em escala mundial o lcool fica em primeiro lugar por morte e incapacidade Segundo a ONU 2008a o lcool tem como consequ ncias o suic dio acidentes de tr nsito casos de viol ncia al m de cirrose hep tica doen as cardiovasculares transtornos neuropsiqui tricos e v rios tipos de c ncer Para o Instituto Nacional de C ncer BRASIL 2007 p 4 varia es not veis foram identificadas nos padr es de c ncer no mundo Segundo o instituto estudos mostraram de modo consistente que a incid ncia de c ncer aumenta ao passo que os pa ses se tornam progressivamente urbanizados e industrializados O Minist rio da Sa de BRASIL 2005
37. Findhorn foi premiada como Melhor Pr tica pelo Centro das Na es Unidas para os Assentamentos Humanos FINDHORN s d a Ecovila Findhorn possui a menor pegada ecol gica registrada no mundo desenvolvido e est buscando diminuir ainda mais sua depend ncia de combust veis f sseis atrav s do uso da biomassa que est em implanta o com apoio financeiro do governo escoc s FINDHORN s d A Funda o Fidhorn associada ao Departamento de Informa o P blica das Na es Unidas e tornou se uma comunidade ecol gica modelo em termos sustent veis FINDHORN s d Usando energia solar e lica e madeira combinada com caracter sticas de alta efici ncia energ tica em seus novos edif cios produz 28 de sua energia a partir de fontes renov veis Est o instaladas quatro turbinas e licas e v rios sistemas de aquecimento solar da gua FINDHORN s d Possui 61 pr dios ecologicamente corretos sendo muitas de suas constru es feitas a partir de madeira reutilizada de barris de u sque das grandes destilarias escocesas A primeira moradia constru da com barril de u sque em Findhorn data de 1986 e pode ser visualizada na figura 1 FINDHORN s d Findhorn realiza tratamento de esgoto cultiva cerca de 60 dos alimentos consumidos na ecovila tem gest o administrativa democr tica atrav s da lideran a circular e conta com escolas e muitos pequenos neg cios sustent veis que mant m a comunidade FINDHORN s d 101 F
38. Permacultura De acordo com Braun 2005 p 121 permacultura quer dizer cultura permanente que aproveita as facilidades e os produtos da natureza sem causa lhe dano Foi criada na Austr lia ao final dos anos 70 por Bill Mollison como um sistema de agricultura ecologicamente sustent vel que pode ser desenvolvida nos mais diferentes ecossistemas tendo par metros e t cnicas espec ficas para o cultivo agr cola tanto nos ambientes tropicais e subtropicais quanto nos midos semi ridos ou ridos BRAUN 2005 Nas palavras do seu criador Bill Mollison com Reny Slay 1994 p 5 Permacultura o planejamento e a manuten o conscientes de ecossistemas agriculturalmente produtivos que tenham a diversidade estabilidade e resist ncia dos ecossistemas naturais a integra o harmoniosa das pessoas e da paisagem provendo alimento energia abrigo e outras necessidades materiais ou n o de forma sustent vel O design na permacultura um sistema para unir 94 componentes conceituais materiais e estrat gicos em um padr o que opera para beneficiar a vida em todas as suas formas Segundo Webb s d a permacultura se desenvolve utilizando um design inteligente podendo ser organizada em s tios fazendas e at mesmo de cidades levando em considera o as caracter sticas de cada regi o A permacultura visa criar ambientes humanos sustent veis atrav s do desenvolvimento integrado do espa o tendo princ pios t
39. aproveitados produtos e servi os do ecossistema n o se esgota os recursos do solo al m de atrair esp cies silvestres e manter a qualidade do ambiente para as plantas BRAUN 2005 A permacultura pratica e incentiva o cooperativismo n o s entre as pessoas mas tamb m entre todos os elos da paisagem formando redes de apoio m tuo ou seja ecossistemas WEBB s d Por isso a palavra permacultura de acordo com Mollison e Slay 1994 significa cultura permanente pois visa o desenvolvimento de um sistema de vida sustent vel a longo m39 prazo tendo como filosofia de trabalho com e n o contra a natureza abolindo a ideia de superioridade humana em rela o ao restante da natureza Assim os sistemas permaculturais s o desenvolvidos para durar tanto quanto seja poss vel com o m nimo de interven o poss vel 2 4 2 7 Integra o social A integra o social um dos requisitos de uma vida em ecovilas BISSOLOTTI 2004 A integra o social depende das atividades realizadas na e pela ecovila e do ritmo comunit rio de cada uma Quanto mais integra o entre os integrantes de uma ecovila mais funcional se torna a comunidade Al m disso inclui se o relacionamento da ecovila com o p blico em geral atrav s de eventos ou do comum dia aberto visita o no qual os moradores podem explicar o funcionamento da comunidade BRAUN 2005 96 2 4 2 8 Espiritualidade A espiritualidade um dos
40. com o meio De acordo com ele esse estado de aparente desequil brio entropia que mant m o sistema equilibrado e est vel pois ele est constantemente se reorganizando fen meno chamado neguentropia Essa auto organiza o de acordo com Di Biase Schweitzer e Rocha 2004 possibilitada pelas suas trocas de informa es com o meio e revela a intelig ncia e a din mica do sistema Os autores percebem que quanto maior a complexidade do sistema mais informa o ele necessita para manter suas interconex es o que gera maior instalibilidade interna e isto por sua vez proporciona maior potencial de reorganiza o ou seja mais auto organiza o Nesse sentido Di Biase Schweitzer e Rocha 2004 p 251 descrevem informa o conceito fundamental da vis o sist mica como uma propriedade n o local intr nseca e irredut vel do universo capaz de gerar ordem auto organiza o e complexidade e deve ser considerada mais b sica do que o princ pio da conserva o da mat ria e energia Capra 1998 pontua que o maior sistema considerado vivo pelos cientistas a Terra ou a Hip tese Gaia Sendo assim afirma que cada sistema vivo um todo integrado possuindo sua pr pria individualidade e enquanto encaixados em um sistema vivo maior precisam integrar se nesse todo maior Assim o ser humano precisa de um equil brio entre tend ncias tidas como opostas auto afirmar sua individualidade e integrar se ao todo
41. com ra o de m qualidade com ra o transg nica inclusive com outras quest es de maus tratos de animais um absurdo como a humanidade trata esses seres vivos como a gente ainda tem a gente superou o racismo mas n o o especismo n a gente ainda se considera superior s outras esp cies e com direitos de aprisionar escravizar e colocar sob tortura pra satisfazer o paladar de alguns E esse modo de produ o da carne seja aves porcos bovinos e tudo mais tem um impacto severo nas condi es do planeta tem consequ ncias que n o s o diretamente atreladas mas que por uma cegueira volunt ria o ser humano n o quer ver Ent o quando a gente fala do desmatamento da Amaz nia a gente tem que trabalhar o consumo de carne A Amaz nia desmatada basicamente pra se colocar gado e plantar soja que a soja pra alimentar os rebanhos fora do Brasil principalmente tamb m dentro do Brasil mas pa ses que j n o t m condi es de terem pastagens e precisam de ra o E ai quando voc desmata a Amaz nia voc tamb m tem o problema de aquecimento de emiss o de CO de aquecimento global Mas de novo voc vai trabalhar o problema de aquecimento global voc vai trabalhar as quest es de polui o h drica tudo isso t relacionado ao consumo da carne Mas a humanidade prefere ignorar isso n o ver e culpar aqueles que fazem isso sem entender que t o fazendo pra satisfazer a sua demanda de comer carne tr s v
42. compreender valores cren as sentimentos etc que somente pode acontecer dentro de um contexto de significado Um dos m todos da pesquisa qualitativa o estudo de caso que conforme Goldenberg 2009 p 33 uma an lise hol stica a mais completa poss vel que considera a unidade social estudada como um todo seja um indiv duo uma fam lia uma institui o ou uma comunidade com o objetivo de compreend los em seus pr prios termos Busca compreender um fen meno atrav s da an lise de um caso em particular e consegue conhecer uma realidade social de maneira mais ampla do que seria poss vel a partir de uma an lise estat stica Um estudo de caso de uma ecovila se mostra um m todo importante para trazer para o meio cient fico e para a sociedade o estudo do funcionamento de um modelo de assentamento humano alternativo revelando seus princ pios percep es t cnicas e atividades cotidianas Segundo Trivifios 1987 estudos explorat rios possibilitam ao pesquisador o aprofundamento do conhecimento sobre uma realidade espec fica Gil 1994 coloca que a pesquisa explorat ria traz uma vis o geral acerca de determinado fato De acordo com ele pesquisas explorat rias podem se aproximar de pesquisas descritivas quando descrevem caracter sticas de terminada popula o ou fen meno 109 3 3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Tendo em vista que para estudar o funcionamento de uma ecovila necess rio estudar os co
43. cosmos a tudo isso Isso natureza a gente se perceber dentro desse universo como uma obra dele Sabi Eu tenho a sensa o n o sei se t correto mas que tudo o que n o tem interven o humana natureza pra come ar E na verdade n o tem nada que n o seja essencialmente natureza Tudo o que eu olho aqui ao redor a madeira veio da rvore o cimento veio de uma os azulejos s o de vidro que de areia N o sei Fio de pl stico petr leo que veio dos dinossauros Tudo o que existe a natureza n Mas quando eu penso mais num sentido rom ntico a natureza a fonte de vida e da alegria da luz da sa de Eu repito v rias vezes eu acho porque pra mim muito forte assim a for a do sol da gua da terra Eu sinto os elementos Que s vezes parece bobinho n Ah viva o sol amamos o Mas poxa caramba n tudo existe gra as a esse astro enorme dourado e se a gente consegue abrir nossa sensibilidade pra receber toda for a que ele traz a gente consegue viver muito feliz assim Eu acho que a riqueza de se abrir pra receber um banho de sol bem grande bem maior do que o prazer de comprar uma coisa nova ou de ver at um objeto de arte A natureza pra mim sublime o que mais alegria me traz primeiro a natureza depois a arte n e a uni o s o os tr s pilares isso muito verdadeiro pra mim uni o natureza e arte Terra Una Flor de liz A discuss o do que a
44. da biodiversidade promo o de princ pios empresariais ecol gicos avalia o do ciclo de vida de 90 todos os produtos utilizados na ecovila do ponto de vista espiritual social e ecol gico preserva o da pureza do solo da gua e do ar realiza o de gest o de res duos prote o da natureza e salvaguarda de reas naturais 2 4 1 3 Cultural e espiritual A dimens o cultural e espiritual se baseia no respeito diversidade de express o e de cren as N o h imposi o de determinadas pr ticas espirituais mas a compreens o da interconectividade e interdepend ncia de todos os elementos da vida na Terra e da comunidade em rela o ao todo Refere se a compartilhamento de criatividade express o art stica atividades culturais rituais e celebra es respeito e apoio para a espiritualidade manifesta de muitas maneiras vis o compartilhada de acordos que expressem compromissos patrim nio cultural e da singularidade de cada comunidade flexibilidade e capacidade de resposta bem sucedida para as dificuldades que surgem entre outras 2 4 1 4 Econ mica A dimens o econ mica de uma ecovila diz respeito ao sistema escolhido que pode ser moedas locais sistema de trocas ou outro mas que deve englobar todos os membros da comunidade Muitas ecovilas incrementam sua renda com consultorias em constru o de ecovilas ou em habilidades sociais comunit rias artesanatos educa o como cursos treinamentos entre
45. da natureza da pesquisa e dos instrumentos escolhidos a an lise dos dados se deu de maneira descritiva e reflexiva sistematizada atrav s da estrutura o das narrativas dos sujeitos pesquisados luz do referencial te rico organizadas em categorias tem ticas com o prop sito de demonstrar o alcance dos objetivos da pesquisa 111 4 O CASO DA ECOVILA TERRA UNA APRESENTA O E DISCUSS O DOS RESULTADOS Devido metodologia da pesquisa ter sido entrevistas semi estruturadas observa o participante registros fotogr ficos di rio de campo e disponibilidade e abertura dos entrevistados foi poss vel obter um vasto conjunto de informa es que n o tiveram todo o espa o que mereciam nesse trabalho devido s limita es do mesmo Apenas de transcri es das entrevistas foram obtidas 213 p ginas digitadas em fonte Arial tamanho 12 Foi necess rio ent o selecionar muito os materiais obtidos a fim de cumprir os objetivos propostos e para n o tornar o trabalho muito extenso muitas narrativas importantes tiveram de ser deixadas de fora A sistematiza o dos dados se deu da seguinte maneira 1 descri o do funcionamento de Terra Una em suas dimens es social ecol gica econ mica e espiritual ou vis o de mundo 2 avalia o dos desafios decorrentes desse estilo de vida 3 apresenta o das percep es e valores dos entrevistados a respeito de temas como felicidade sa de educa o sentido da vida sustentabi
46. de totalidades parciais e pode ser compreendido ele mesmo como um sistema tamb m incorporando totalidades parciais de n vel hier rquico inferior Sabemos tamb m que metodologicamente o objeto complexo aquele que pode ser apreendido em m ltiplos estados de exist ncia dado que opera em distintos n veis da realidade O objeto complexo multifacetado alvo de diversas miradas fonte de m ltiplos discursos extravasando os recortes disciplinares da ci ncia Ainda que a complexidade aspire ao conhecimento multidimensional ela reconhece a impossibilidade do conhecimento completo ou seja parte de um princ pio de incompletude e de incerteza Nesse sentido o pensamento complexo animado por uma tens o permanente entre a aspira o a um saber n o parcelar n o fechado n o redutor e o conhecimento do inacabamento da incompletude de todo conhecimento MORIN 2003 p 9 10 Isso porque esclarece Morin 2004 p 195 a complexidade n o explica as coisas mas sim aquilo que deve ser explicado Almeida Filho 2005 p 42 defende que para se por a complexidade em pr tica a fim de se alcan ar a desejada s ntese da complexidade o que demanda a uni o dos conhecimentos disciplinares para se ver o objeto como multifacetado indispens vel a produ o de discursos entre as disciplinas capazes de atravessar suas fronteiras O autor assegura que para isso acontecer necess rio um compartilhamento de linguag
47. de cada um s que pra espelhar e lembrar assim de ser um espelho pra voc ter consci ncia a partir dessa consci ncia que voc cria sua vida junto com tudo o que existe Ai isso traz uma din mica de que n o tem como ter uma vis o predefinida de como isso vai se dar como vai se organizar Porque se voc tiver consci ncia consci ncia no sentido de sabendo quem voc sabendo do que voc faz parte e lembrando disso se lembrando e lembrando o outro a partir da sua a o a partir da sua emana o Futuramente vai quem sabe ta numa outra manifesta o externa tamb m que n o tem como pr conceber o que vai acontecer Bem te vi Acho que integrada teia da vida Que a gente consiga perceber aquilo que eu falei n que somos mais um fio e que fazemos parte de um grande organismo entender esses processos e participar deles entrar no fluxo que vem sustentando a vida h quatro bilh es de anos e tanto entre todos os seres que eu digo integrar o fluxo relacional da vida no planeta quanto uma sociedade ideal em termos da sua popula o a nossa esp cie com a nossa esp cie onde as rela es humanas s o pautadas pelo respeito pela compaix o inclui uma justi a social onde todos tenham acesso a todas as suas necessidades n o existe priva es determinadas uma pessoa 174 determinar que a outra possa ou n o possa ter aquilo tem direito ou n o tem direito quilo e que cada indiv duo esteja num processo evolut
48. de p blica entre outros No cap tulo 3 com o t tulo A emerg ncia do paradigma transdisciplinar hol stico a uni o das vis es hol stica sist mica e ecol gica da f sica qu ntica e da transdisciplinaridade discorre se sobre a import ncia de transpor o paradigma cartesiano newtoniado mantendo suas qualidades mas superando o em suas falhas O paradigma emergente aqui chamado transdisciplinar hol stico por entender que a transdisciplinaridade e a vis o hol stica conseguem envolver a vis o sist mica e a ecologia profunda e sustenta se em pesquisas da f sica qu ntica Embora essas correntes apresentem particularidades existem entre elas converg ncias em diversas inst ncias principalmente no que se refere cr tica do paradigma antigo e ao compromisso biopsicosocioambiental que apresentam ao apontarem in meras qualidades confluentes que devem integrar o emergente paradigma cient fico e cosmovis o O cap tulo 4 nomeado A constru o de uma sociedade ecol gica trata da necessidade de uma sociedade condizente com o emergente paradigma transdisciplinar hol stico Uma sociedade ecol gica baseada nos valores do ser e n o do ter visa a sa de integral e o desenvolvimento integral dos seres humanos fundamentada na sustentabilidade no respeito a toda forma de vida na solidariedade na paz e no amor Esse cap tulo traz ainda 20 algumas atitudes que j est o sendo tomadas nessa dire o em diversos lu
49. dentro do grupo e que portanto possa represent lo contempl lo A execu o das propostas discutidas e aceitas pode ser direcionada aos GT s Grupos de Trabalho e eventualmente algo que surge durante o processo precisa retornar ao c rculo para ser debatido novamente a fim de consultar o grupo pois os GTs n o t m autonomia total Em Terra Una existem v rios grupos de trabalho GT Administra o GT Plantio GT Infraestrutura GT Acolhida GT Crian as GT Comunica o e os GT de projetos espec ficos como o GT Gaia respons vel pelo programa Educa o Gaia O GT Administra o formado por presidente e vice presidente que representam legalmente a ONG Terra Una Esse grupo de trabalho tem fun es rotacionadas a cada dois anos mudam se os integrantes O GT Infraestrutura responsabiliza se pelas quest es das constru es dos espa os o GT Plantio pelo cuidado com as sementes os plantios na horta na ro a a agrofloresta e demais formas e com a irriga o O GT Acolhida costuma trabalhar com a chegada de novos membros com a recep o de pessoas que visitam a ecovila mas um GT que est perdendo a fun o porque muitas pessoas que n o fazem parte do GT acabam praticando tamb m essas fun es O GT Crian as respons vel por propor atividades ou din micas al m do cuidado com as crian as que s o eventualmente levadas ecovila pelos pais que participam de eventos e viv ncias Ent o nesses momentos algumas
50. desses processos CAPRA 1997 p 25 75 A ideia de sociedade ecol gica se assemelha com o conceito de sociedade sustent vel mas uma caracter stica importante as difere Sociedade sustent vel tamb m tratada por autores que versam sobre a urg ncia de um novo modo de viver perante os problemas ambientais como Gadotti 2001 Jacobi 2008 entre outros No entanto o que se percebe dentre os discursos sobre a import ncia de uma sociedade pautada na sustentabilidade que muitas vezes o objetivo do cuidado do ambiente fundamentalmente em raz o da defesa da qualidade de vida dos seres humanos mostrando que o antropocentrismo valor do paradigma cartesiano newtoniano que gerou tantos problemas continua a vigorar Assim construir uma sociedade sustent vel pode n o implicar necessariamente uma mudan a profunda na cosmovis o da humanidade Alguns autores como Jacobi 2008 deixam claro seu entendimento de que uma sociedade sustent vel prop e algo transformador Para ele tal sociedade se construir na medida em que se desenvolva uma nova consci ncia ecol gica pautada no paradigma da complexidade na co responsabilidade pelo ambiente nas novas epistemologias socioambientais ou seja a partir de uma reforma de pensamento que permita um novo paradigma preciso pois conceber uma sociedade que v al m da sustentabilidade ecol gica que ainda pautada nos paradigmas antropoc ntricos da ecologia rasa e
51. dia a dia impl cita na maneira de cada pessoa se relacionar com as outras e com os outros seres Observando Terra Una como um todo nota se que a beleza e a felicidade v m da simplicidade e a divers o ocorre na espontaneidade de cantorias e dan as sem ser necess rio o uso de lcool ou de outras drogas O respeito por todas as formas de vida notado em cada atitude A busca pela verdade nas rela es sentida em cada aproxima o A paz que l se encontra conspira a favor de um mundo mais espiritualizado Isso n o quer dizer que tudo perfeito nem eles concordam com isso Quer dizer que s o seres humanos empenhados para construir suas vidas baseados no ser ao inv s do ter em serem verdadeiros pac ficos amorosos e harmoniosos com toda a natureza Essa ousadia em contrariar o fluxo em virar na dire o contr ria quela que segue a maioria est embasada por uma profunda compreens o de que tudo est conectado inter relacionado a ess ncia da espiritualidade e que portanto tudo aquilo que se faz de nocivo ao outro seja humano animal planta gua solo atmosfera estar se indo contra a vida contra a pr pria exist ncia Ao analisar Terra Una em suas dimens es de uma ecovila de acordo com a GEN poss vel perceber que h prevalecimento da dimens o social mais forte e sobre a qual 146 parece haver um maior empenho para seu fortalecimento Nota se a import ncia dada sustentabilidade social
52. dia mais em evid ncia a transdisciplinaridade e seus objetivos nem sempre s o percebidos de maneira correta Frente aos problemas atuais que configuram uma crise planet ria ela um apelo de v rias abordagens como a sist mica a hol stica e a ecol gica e se coloca como uma alternativa crise da fragmenta o do conhecimento que est trazendo consequ ncias nas mais diversas esferas da vida humana Transdisciplinaridade de acordo com Crema 1993 significa literalmente transcender a disciplinaridade indo al m da pluri e da interdisciplinaridade Segundo Nicolescu 2001 o termo transdisciplinaridade surgiu nos anos 1970 de forma quase concomitante nas obras de Jean Piaget Edgar Morin Eric Jantsch entre outros para 51 manifestar a necessidade de se transpor as fronteiras das disciplinas indo al m da pluri e da interdisciplinaridade D Ambr sio 1993 ressalta que o agrupamento do conhecimento em disciplinas apesar de ter acarretado um grande ac mulo de informa es ocasiona restri o entrada de determinados conhecimentos pois delimita de antem o aquilo que concernente a ela fazendo com que somente alguns aspectos da realidade sejam abrangidos Almeida Filho 2005 menciona ainda que a disciplinaridade enquanto estrat gia de organiza o da ci ncia marcada pela fragmenta o de seu objeto de estudo esta que cresce conforme a especializa o do sujeito cient fico afastando se cada vez mais d
53. em Liberdade no estado de Minas Gerais como refer ncia de inflex o necessidade de se pensar uma sociedade ecol gica apoiada na vis o transdisciplinar hol stica A Ecovila Terra Una a sede da ONG Terra Una que atua em projetos que visam a sustentabilidade ecol gica o redesenho social e o desenvolvimento humano integral numa perspectiva transdisciplinar Assim a Ecovila Terra Una um espa o de moradia trabalho educa o e lazer onde se pratica t cnicas e valores voltados constru o de um modo de vida mais sustent vel TERRA UNA 2011 1 1 OBJETIVOS Frente problem tica apontada este trabalho teve como objetivos 1 1 1 Objetivo Geral Analisar o modo de vida na ecovila Terra Una sob a perspectiva do paradigma transdisciplinar hol stico identificando contribui es para a constru o de uma sociedade sustent vel justa pautada na tica nos valores e no desenvolvimento integral dos seres humanos 18 1 1 2 Objetivos Espec ficos amp Descrever o funcionamento da ecovila Terra Una em suas dimens es ecol gica social espiritual e econ mica amp Verificar poss veis dificuldades ou problemas surgidos no processo de implanta o da ecovila bem como no seu cotidiano amp Investigar a percep o dos entrevistados com rela o natureza sa de qualidade de vida felicidade e sociedade ideal amp Identificar alternativas para mudan as da predominante sociedade de consumo
54. es interpessoais e com a exist ncia estar pleno no aqui e agora ou seja estar consciente da vida que s acontece no presente Apareceu tamb m a felicidade como um sentimento n o ego sta que prov m do uso da energia em favor do coletivo pela considera o de que cada um faz parte do todo e portanto estar se gerando felicidade para si tamb m A felicidade nessa perspectiva est relacionada espiritualidade na medida em que ser feliz depende do sentimento de conex o com o todo ou com o sagrado Nesse sentido percebe se que a felicidade em Terra Una n o deriva do consumismo do ter mas sim do ser de uma vida condizente com a ess ncia humana com os valores primordiais que permeiam cada ser indo ao encontro da vis o proposta pelo referencial te rico abordado 170 P4 A vis o transdisciplinar hol stica que ecol gica defende a revaloriza o do amor da solidariedade da diversidade da coopera o para que se possa ter uma sociedade de paz em que exista o respeito por todos os seres e onde todos possam ser felizes e evoluir em sua exist ncia Quando indagados na quest o A vida em ecovila leva felicidade os entrevistados denotaram suas considera es nas narrativas sistematizadas abaixo Eu acho que sim Eu acho que a vida em comunidade facilita muito a vida das pessoas e as pessoas acho que buscam uma verdade maior no conv vio e eu acho que essa verdade traz a felicidade A gente tem v r
55. esp cie humana Considerando o que precede os participantes do Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade Convento da Arr bida Portugal 2 a 7 de novembro de 1994 adotaram a presente Carta que cont m um conjunto de princ pios fundamentais da comunidade dos esp ritos transdisciplinares constituindo um contrato moral que todo signat rio dessa Carta faz consigo mesmo sem qualquer press o jur dica ou institucional Artigo 1 Qualquer tentativa de reduzir o ser humano a uma defini o e de dissolv lo no meio de estruturas formais quaisquer que sejam incompat vel com a vis o transdisciplinar Artigo 2 O reconhecimento da exist ncia de diferentes n veis de realidade regidos por l gicas diferentes inerente atitude transdisciplinar Toda tentativa de reduzir a realidade a um s n vel regido por uma l gica nica n o se situa no campo da transdisciplinaridade Artigo 3 A transdisciplinaridade complementar abordagem disciplinar ela faz emergir do confronto das disciplinas novos dados que as articulam entre si e ela nos oferece uma nova vis o da Natureza da Realidade A transdisciplinaridade n o procura o 199 dom nio de v rias disciplinas mas a abertura de todas as disciplinas quilo que as atravessa e as ultrapassa Artigo 4 O ponto de sustenta o da transdisciplinaridade reside na unifica o sem ntica e operativa das acep es atrav s e al m das disciplinas Ela pressup e uma
56. feitas de madeira e com uma divis ria Os res duos s o despejados ali onde existem minhocas que trabalham tamb m na decomposi o e depois s o cobertos com palha Diariamente esse material aerado e umidificado Ap s o tempo necess rio passado para a outra reparti o onde aguardar at que o composto esteja pronto que pode levar de um m s a um ano quando ent o tiver a apar ncia do solo sem nenhum odor Existe o controle da temperatura dentro da composteira para verificar se est apropriada em torno de 55 C importante n o colocar na composteira carnes e alimentos gordurosos vidro pl stico madeiras tratadas com pesticidas ou envernizadas leo tinta entre outros OLIVEIRA AQUINO NETO 2005 De acordo com um dos moradores o procedimento ideal ter uma capta o do chorume na base da composteira para evitar contamina o do solo o que n o feito em Terra Una Atrav s da gest o dos res duos por meio da compostagem Terra Una reintegra os ao ciclo natural transformando aquilo que poderia ser visto como lixo em nutrientes que voltam para a terra e adubam o solo para que tenha condi es favor veis vida subterr nea o que gera alimentos saud veis sem o uso de qu micos sint ticos Os res duos que n o s o compost veis mas podem ser recicl veis s o levados Resende RJ uma cidade pr xima que tem cooperativas de reciclagem O lixo que n o pode ser reciclado jogado nas lixeiras
57. fora Ent o tenho possibilidades de escolher Qualidade de vida tamb m tem a ver at com a possibilidade de escolha Tem qualidade de vida aquele que pode escolher o que t comendo o que t fazendo E quem n o t escolhendo que t sem qualidade de vida Lua A mesma coisa que a sa de n tu usar tua vida de uma maneira porque a vida um fluxo de energia e voc conseguir usar esse fluxo de energia no m ximo no do seu potencial de felicidade de produtividade de amor de luz Ent o s o todos os n veis n das rela es da alimenta o do que voc d pra sociedade Jo o de barro Muito pr ximo de sa de Agora envolve bastante quest es Que n o sei se ta claro pra mim qual a diferen a de sa de nessa vis o de sa de mais abrangente assim que eu dei Mas eu acredito que a qualidade de vida talvez possa incluir alguns aspectos a mais que s o sei l econ micos talvez que s o de satisfa o de prazeres e necessidades Ai que t n o s o necessidades Talvez a qualidade de vida possa tamb m abranger aquilo que pro indiv duo importante A qualidade de vida t muito mais pr xima talvez de um come a quase que me remeter direitos humanos n a ter acesso a tudo aquilo que saud vel e gera um bem estar S que direitos humanos j tratam de 164 quest es t o b sicas t o essenciais que claro satisfazer os direitos humanos nunca vai ser ter qualidade de vida mas qualidade de
58. foram por ele sintetizadas em sua completa formula o matem tica da concep o mecanicista da natureza Di Biase e Rocha 2005 alegam que devido l gica harmonia e por ser matematicamente t o bem estruturada a f sica de Newton considerada ainda hoje como o maior feito cient fico criado pela mente de um nico sujeito De acordo com Capra 2006 ao descobrir a for a gravitacional e ao empregar seu m todo matem tico em estudos Newton desenvolveu leis exatas do movimento para todos os corpos Conforme o autor as leis formuladas por Newton s o utilizadas em todo o planeta e dessa maneira se pode comprovar que sua validade se estende a todo o sistema solar Capra 2006 p 59 narra que assim pareciam confirmar a vis o cartesiana da natureza O universo newtoniano era de fato um gigantesco sistema mec nico que funcionava de acordo com leis matematicamente exatas Newton exp s detalhadamente sua teoria do mundo nos Princ pios matem ticos 26 de filosofia natural ou Os Principia como chamado nos quais existe uma gama de conceitua es proposi es e provas da sua descri o da natureza e tamb m a apresenta o de seu m todo experimental CAPRA 2006 Dentro dos seus Principia Newton apud CAPRA 2006 p 59 trata de seu m todo experimental salientando que tudo o que n o deduzido dos fen menos ser chamado de hip tese e as hip teses sejam elas metaf sicas ou f sicas sej
59. gerar 225g de carne e em um hectare de terra que produz em torno de 280kg de carne poss vel produzir 11 200kg de feij o Al m disso a produ o de carne 162 chama aten o pelo alto consumo de gua Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira SVB 2008 a pecu ria utiliza e contamina em sua cadeia produtiva mais gua do que as cidades Enquanto s o necess rios menos de 500 litros de gua para se obter 1kg de soja para produzir 1kg de carne bovina gastam se at 15 mil litros de gua Nesse c lculo entram a gua que os animais bebem durante a vida toda a utilizada na irriga o dos pastos e a que gasta no processamento das carca as nos abatedouros No Brasil 45 da gua doce gasta na pecu ria no entanto 45 milh es de pessoas n o t m acesso gua pot vel ULLRICH FLORIT DREHER 2008 p 8 Tendo em vista os n meros de animais mundialmente utilizados como alimento ULLRICH FLORIT DREHER 2008 1 bilh o de porcos 1 3 bilh o de cabe as de gado 1 8 bilh o de ovelhas e cabras e 15 4 bilh es de frangos pode se afirmar que a pecu ria altamente insustent vel Essa compreens o leva a perceber que n o se pode mais olhar para os fatos sem uma perspectiva sist mica que englobe todos os fatores inter relacionados O consumo de carne que um ato comum em todo o mundo tem suas consequ ncias despercebidas por milhares de pessoas todos os dias apesar do n mero crescente de vegetarianos p
60. grande barato n que nos enriquece incrivelmente e por outro lado emocionalmente s vezes desgastante tamb m porque tamb m as pessoas v m passar uns dias aqui ent o elas v m com energia mais de festa super empolgadas ee e o teu dia a dia n Flor de liz Modificar um estilo de vida n o algo simples ainda mais quando passa se de uma vida urbana e permeada pelo individualismo para uma vida em comunidade com as pessoas e com toda a natureza Diversos desafios se colocam queles que buscam um modo de vida alternativo Em Terra Una v rias quest es foram apontadas a maioria delas no sentido de desafios a serem transpostos com o intuito de maior desenvolvimento humano que s o inerentes escolha feita de viver em comunidade junto natureza 4 2 1 Desvantagens e vantagens de se viver em uma ecovila Quando questionados sobre poss veis desvantagens de se morar em uma ecovila os discursos dos moradores direcionaram se para Terra Una em si pois cada ecovila se configura de uma maneira diferente Alguns disseram n o haver desvantagens pois estar ali uma escolha e se n o est o contentes sentem se livres para mudarem Tem que ter paci ncia com as pessoas conversar se entender se trabalhar Mas 149 como a gente pensa essas coisas em quest o de desafios e oportunidades tamb m n o tem desvantagem nenhuma Tem desafios maiores mas n o tem nenhuma desvantagem Jo o de barro Quest es
61. material Ainda que utilize cimento e ferro que n o s o materiais ecol gicos leva uma quantidade bem menor de material que as cisternas convencionais BRASIL 2008 Abaixo as figura 17 e 18 mostram respectivamente a segunda casa constru da e a terceira ainda em constru o em Terra Una Figura 17 Casa de morador segunda casa constru da Fonte Kelly B lla 126 Figura 18 Casa de morador terceira casa constru da em constru o Fonte Kelly B lla A figura 19 mostra o pr dio do sal o e alojamento Na parte inferior existem quartos de alojamento e banheiros secos e na parte superior est o sal o e alguns quartos Essa constru o um misto de v rias t cnicas de bioconstru o tendo paredes constru das de diferentes formas Figura 19 Pr dio do sal o e alojamento Fonte Kelly B lla A figura 20 exibe um dos telhados verdes de Terra Una constru do em um dos banheiros secos da ecovila Os telhados verdes ou tetos verdes s o normalmente montados sobre uma laje impermeabilizada e s o constitu dos por uma camada de substrato de poucos cent metros de espessura normalmente em torno dos 10 cm que abriga plantas de pequeno porte que s o abastecidas de gua e subst ncias nutritivas por processos naturais O telhado verde mostrado na figura n o foi feito sobre laje mas sobre uma estrutura que o comporta pelo baixo peso e pequena rea J em uma das casas de moradores figura 1
62. n o recebem instru o sequer em n vel b sico e 584 milh es de mulheres s o analfabetas No entanto somente os gastos militares anuais dos Estados Unidos giram em torno de 400 bilh es de d lares o que ao inv s de serem aplicados na ind stria da guerra e da morte poderiam erradicar a mis ria a fome e as doen as no mundo em poucos anos conforme Di Biase e Rocha 2005 Diante disso destaca se a afirma o de Boff 2009 p 9 esse cataclisma social n o inocente nem natural resultado direto de um tipo de desenvolvimento sem medir as consequ ncias sobre a natureza e sobre as rela es sociais Ele altamente predat rio e in quo No entanto os ndices mundiais revelam que a humanidade paga um pre o alto por isso Al m dos males f sicos ocorridos por polui o e problemas socioecon micos disfun es psicol gicas em seus altos e crescentes ndices mostram que o modo de vida baseado nos princ pios cartesiano newtonianos contr rio sa de e ao bem estar dos seres humanos Rattner 2009 alerta sobre os efeitos negativos s vias respirat rias causados pela polui o do ar e tamb m danos pele devido destrui o da camada de oz nio Al m disso tem se a amea a de intoxica o por merc rio enxofre e outros produtos qu micos lan ados no meio ambiente por ind strias Outra grave amea a sa de humana decorre dos produtos aliment cios providos por uma agricultura praticada em larga es
63. natureza para a sa de o fato de ter a possibilidade de fazer escolhas positivas em rela o ao equil brio do ambiente tamb m foi apontado pelos entrevistados Isso se refere por exemplo a poder interferir no solo para ajud lo a se tornar f rtil poder escolher usar banheiro seco e n o poluir as guas Outro aspecto importante surgido a busca pelo equil brio entre o trabalho o lazer e o prazer que esse modo de vida facilita que leva maior sa de integral al m dos relacionamentos saud veis buscados constantemente que geram um espa o de confian a de acolhimento Segundo um dos entrevistados mais f cil se sentir pertencente ao universo pertencendo a uma ecovila No entanto os entrevistados salientam que apesar de condi es ambientais e de relacionamento saud veis a atitude individual frente a isso fundamental para que o sujeito se sinta bem A maneira como cada indiv duo avalia suas condi es de vida a partir da compara o entre aquilo que e aquilo que ele considera positivo crucial para sua sa de 4 3 2 1 Como a quest o da sa de tratada na ecovila A sa de em Terra Una buscada atrav s de um estilo de vida saud vel que envolve o cuidado com as rela es e a manuten o de um ambiente saud vel N o existe um conjunto de pr ticas de sa de comum tanto de promo o quanto de restitui o da sa de em caso de adoecimento Cada pessoa tem as suas pr ticas e as medidas visando sa de s
64. ncias de ideologias que se anunciam cient ficas objeto de estudos cient ficos para ser dissecado formalizado e manipulado NICOLESCU 2001 p 21 Dessa maneira ci ncia e sabedoria precisavam ser separadas e assim os saberes que possibilitariam uma sociedade ecologicamente sustentada foram expulsos do dom nio cient fico pois o que era n o mecanicista era n o cient fico e o que n o era cient fico n o era v lido GRUN 1996 Ara jo 1999 p 163 assegura que aliados ao paradigma cartesiano newtoniano est o os valores do progresso que proporcionado pela ci ncia e pela t cnica como estandartes que conduzir o a humanidade verdadeira felicidade atrav s da luminosidade fulgurante da supremacia da raz o anal tica Nesse sentido e de acordo com este autor a arte a religi o e o mito passaram a ser entendidos como fontes de ilus o e portanto a serem vistos como desnecess rios Concorda com isso Capra 2006 p 28 ao apontar que se originou assim uma vis o de mundo pautada em valores que estiveram associados a v rias correntes da cultura ocidental entre elas a revolu o cient fica o Iluminismo e a Revolu o Industrial Incluem a cren a de que o m todo cient fico a nica abordagem v lida do conhecimento a concep o do universo como um sistema mec nico composto de unidades materiais elementares a concep o da vida em sociedade como uma luta competitiva pela exist ncia
65. ne oa ea 126 Figura 20 Telhado verde rr a E cen aerra E EAK REE EOS 127 Figura 21 Sistema de tratamento de guas cinza em Terra Una 129 Figura 22 Sistema de filtros rec eine iaa araara i eea 129 Figura 23 Interior do banheiro seco rrenan neeracenda 131 Figura 24 Composteira de res duos org nicos reed 132 Figura 25 Composteira de fezes humanas ee cerecerraernaneaaaa 132 Figuras 26 Aproveitamento passivo da energia solar in 134 Figuras 27 Hortas niei arn n a deb oabpoagano A a ER R E 137 Figura 28 Est dio musical de um dos moradores eeseeseseessseesessesressssssssrerresesssessrssrerresres 141 SUM RIO VV INTRODU O O ii adia AD diana 14 11 OBJETIVOS a AP ri E AS E EA E EA R a A 17 111 Objetivo Geral niner riia ei aa sor E E AEAT E E EE EE A ou edadando 17 1 1 2 Obj tivos Espec ficOS secnscras o siasenara ro ia ss eane S E ERKENE EEE r ERESSE EOE TEREE 18 12 Justificativa shesnin rey o aeeai ee oe ae e EEEE EAEE E e E E A E EREA 18 1 3 Estrutura o da disserta o eseeeeeeeeeeeeeeeseeresssreesssrttsserresssressseressstreesssrerresesresssrees 19 2 REVIS O TE RICO CONCEITUAL sseesessssseeeeessssssceeesssssceressssscceessssseeceesssseeceesssssee 21 2 1 CRISE PLANET RIA nesenie ieni iente trite itas en 21 2 1 1 O paradigma cartesiano newtoniano e suas i
66. o refer ncias complementares mesma realidade s o interconectadas e independem do espa o e do tempo CREMA 1989 Capra 2006 correlaciona a complementaridade de Bohr ao antigo pensamento chin s dos opostos complementares yin yang e menciona que Bohr considerava que as propriedades das part culas s podem ser defin veis e observ veis quando elas est o em intera o com outros sistemas Portanto as part culas subat micas n o s o coisas mas interconex es entre coisas e essas coisas por sua vez s o interconex es entre outras coisas e assim por diante assim que a f sica moderna revela a unicidade do universo Mostra nos que n o podemos decompor o mundo em unidades nfimas com exist ncia independente Quando penetramos na mat ria a natureza n o nos mostra quaisquer elementos b sicos isolados mas apresenta se como uma teia complicada de rela es entre as v rias partes do todo unificado CAPRA 2006 p 75 47 Segundo Crema 1989 essa nova f sica admite que as conex es no universo que o tornam um todo unificado podem ser locais ou n o locais instant neas e imprevis veis A n o localidade a qualidade que permite a pontos distantes do espa o tempo conectarem se por interm dio de uma liga o instant nea que independe da dist ncia ou da quantidade de mat ria ROCHA FILHO 2004 A f sica qu ntica tamb m p de confirmar a antiga ideia de que as part
67. ou seja do pr prio grupo atrav s do trabalho das rela es como base para que as outras dimens es possam florescer e a ecovila possa de desenvolver como um espa o feliz e sustent vel Isso porque de acordo com as narrativas obtidas na pesquisa imprescind vel que o grupo esteja coeso cuidando das rela es inter pessoais para que todo o resto em uma ecovila funcione Muitos casos de ecovilas e demais tipos de comunidade n o funcionaram devido a quest es de relacionamento interpessoal E a vis o de mundo e a espiritualidade est o intr nsecas na dimens o social 4 2 OS DESAFIOS DO PROCESSO DE IMPLANTA O DA ECOVILA E DO SEU COTIDIANO Idealizar materializar e gerir um projeto como uma ecovila n o s o tarefas simples Quando indagados sobre poss veis problemas ou obst culos encontrados nesse percurso os integrantes de Terra Una preferiram tratar essas quest es como desafios num sentido mais positivo e que instiga a sa da de cada um de sua zona de conforto Os desafios presentes durante toda a trajet ria da ecovila at hoje ent o apontados pelo grupo foram de ordem de relacionamento humano financeiros e de efici ncia dos meios de comunica o com o meio externo As narrativas abaixo fazem uma s ntese daquilo que surgiu enquanto desafios desse modelo de vida O primeiro desafio o grupo como que voc forma o grupo e trabalhar os valores desse grupo afinar uma vis o comum ent o esse o primeiro desaf
68. outras e se sintam capazes de influenciar as decis es da comunidade Tendo caracter sticas hol sticas uma ecovila precisa suprir as necessidades equilibradamente dos aspectos de uma vida normal trabalho lazer ind stria alimenta o habita o vida social e com rcio entre outros Nas ecovilas precisam estar presentes princ pios como equidade justi a e n o explora o da natureza e dos seres humanos A ENA s d salienta que as ecovilas s o comunidades humanas e sendo apoiadas no princ pio do desenvolvimento humano saud vel buscam um desenvolvimento harmonioso e integrado de todos os aspectos da vida humana f sico mental emocional e espiritual pois sem sa de humana as pr prias comunidades n o podem suceder A proposta das ecovilas entusiasma porque representam uma alternativa positiva de mudan a no estilo de vida revelando possibilidade de se viver com mais sa de e qualidade respeitando a natureza acompanhado de um processo de busca do aperfei oamento 89 e harmonia das rela es interpessoais por meio do autoconhecimento e do crescimento espiritual BRAUN 2005 As ecovilas t m sido implementadas por grupos de pessoas em todo o planeta at mesmo em lugares in spitos e muitas vezes contam com recursos limitados e m nimo apoio institucional ou governamental BISSOLOTTI 2004 Cada ecovila difere uma das outras tanto em suas influ ncias e filosofias quanto em suas caracter sticas f sicas e orga
69. outros turismo nas ecovilas produ o de alimentos servi os de sa de produtos de sa de como leos e ess ncias ervas e outros produtos medicinais arte que pode ser apresentada no local ou exportada m dia impress o e publica es como CDs de m sica e tamb m filmes livros e mostras de fotografias lojas locais que comercializam produtos produzidos na ecovila neg cios pelo correio em que s o vendidos produtos locais EDUCA O GAIA BRASIL 2006 importante salientar conforme Santos Jr 2006 p 14 que a ecovila ideal n o existe Como tamb m por viverem em fundamentos t nues de sonhos nelas h lugar para a diversidade para erros e conflitos Constroem construindo se responsabilizando se Cada uma poder ter determinada dimens o mais desenvolvida mas precisa que todas existam para que se configure uma ecovila 91 2 4 2 Os princ pios comuns das ecovilas Conforme Braun 2005 s o princ pios comuns das ecovilas ecologia agricultura e alimenta o org nica tecnologias alternativas dinheiro alternativo arquitetura ecol gica permacultura integra o social espiritualidade desenvolvimento sustent vel Acrescenta se a estes tamb m a governan a circular empoderamento e decis es por consenso 2 4 2 1 Ecologia A ecologia um dos pontos principais das ecovilas revelando se no respeito pela natureza e no sentimento de estar se integrado a ela Envolve cuidados com a pres
70. para transformar o planeta em um local mais sustent vel BRAUN 2005 A ecovila Findhorn como resultado pr tico da Funda o surge em 1982 quando a mesma adquiriu o original Findhorn Bay Caravan Park De acordo com Braun 2005 a comunidade Findhorn busca desenvolver a sustentabilidade em todos os n veis atuando basicamente em quatro pilares 1 Sustentabilidade ecol gica utiliza o de energia solar e e lica reciclagem de lixo reciclagem da gua agricultura biol gica permacultural reflorestamento aplica o da biotecnologia para reaproveitamento da gua 2 Sustentabilidade cultural desenvolvimento de atividades sociais performances art sticas treinamentos e atividades de desenvolvimento individual atividades de 100 m sica teatro artes criativas defende a diversidade cultural a sa de e a plenitude f sica 3 Sustentabilidade econ mica baseada no cooperativismo neg cios de pequena escala produ o e venda de artesanatos presta o de servi os e consultoria em tecnologias alternativas lojas publica es workshops uso do sistema local de trocas Lets 4 Sustentabilidade espiritual aplica o dos princ pios da paz amor verdade expans o e transforma o Findhorn conta com 400 membros dos mais variados pa ses inclusive do Brasil e recebe cerca de mais de 14 mil visitantes por ano Est associada UNESCO atrav s da Rede Sociedade Planet ria BRAUN 2005 Em 1998 a Ecovila
71. perspectiva o emergente paradigma transdisciplinar hol stico introduz um novo olhar sobre o mundo e sobre o ser humano Coliga a vis o hol stica da sabedoria de tradi es milenares a vis o sist mica origin ria da teoria geral dos sistemas a transdisciplinaridade a f sica qu ntica e a ecologia profunda Capra 1998 p 11 comenta que o novo paradigma pode ser chamado de hol stico de ecol gico ou de sist mico mas nenhum destes adjetivos o caracteriza completamente Considerando que a vis o hol stica aqui abordada engloba a vis o sist mica e a f sica qu ntica base tamb m da transdisciplinaridade bem como apontam para a ecologia profunda pode se cham lo de emergente paradigma transdisciplinar hol stico CREMA 1989 D AMBR SIO 1991 WEIL 1991 DI BIASE ROCHA 2005 Essa denomina o agrega diferentes perspectivas te rico conceituais que se unem porque embora tendo suas particularidades partilham de uma mesma cr tica ao paradigma cartesiano newtoniano bem como apontam a necessidade de transp lo propondo pensamentos e valores acerca da realidade que s o confluentes Z Muitas considera es podem ser feitas em rela o sem ntica E importante 37 salientar que a vis o hol stica aqui citada difere do holismo criticado por v rios autores entre eles Edgar Morin 1977 Fritjof Capra 1997 e Mauro Griin 1996 O holismo visto por esses autores como tamb m um reducionismo ao enfatizar o
72. plenamente esclarecido de que participando deste projeto estar participando de um estudo de cunho acad mico que tem como objetivo geral analisar o modo de vida na Ecovila Terra Una sob a perspectiva do paradigma transdisciplinar hol stico identificando contribui es para a constru o de uma sociedade sustent vel justa pautada na tica nos valores e no desenvolvimento integral dos seres humanos Embora o a Sr a venha a aceitar a participar neste projeto estar garantido que o a Sr a poder desistir a qualquer momento bastando para isso informar sua decis o Foi esclarecido ainda que por ser uma participa o volunt ria e sem interesse financeiro o a Sr a n o ter direito a nenhuma remunera o Desconhecemos qualquer risco ou preju zos por participar dela O a Sr a poder solicitar informa es durante todas as fases do projeto inclusive ap s a publica o dos dados obtidos a partir desta A coleta de dados ser realizada por Kelly Daiane Savariz B lla mestranda do Programa de P s Gradua o em Ci ncias Ambientais da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC e orientado pelo Professor Geraldo Milioli telefone 48 3431 2580 O telefone do comit de tica 48 3431 2723 Autoriza a grava o da voz na oportunidade da entrevista Os dados referente ao Sr a devem ser sigilosos e privados preceitos estes assegurados pela Resolu o n 196 96 do Conselho Nacional de Sa de L
73. por dia pra ir trabalhar e voltar e engarrafamento Claro que menos eu vou uma vez por semana cidade aqui a gente usa s vezes noite pra transportar alguma coisa Eu acho que se fosse comparar com uma vida t pica na cidade acho que ta usando menos Ou mesmo g s a gente ta cozinhando juntos Em compara o a cinco fam lias cozinhando na cidade a gente cozinhando aqui a gente gasta menos S essa coisa de ser comunit rio j ta racionalizando usando mais racionalmente os recursos Jo o de barro Est o como projeto de implementar uma micro usina hidroel trica utilizando o potencial h drico e de relevo do terreno De acordo com os estudos realizados por eles uma micro usina tem capacidade de gerar mais energia do que atualmente consomem sendo ent o suficiente para abastecer toda a ecovila e para poderem se desligar da rede el trica padr o Economicamente isso n o compensa porque t o barato aqui a luz mas ecologicamente vai ser bom porque a gente vai parar de apoiar uma a o pol tica tamb m a gente vai parar de apoiar as empresas de energia que t o fazendo projetos que nem Belo Monte e sabe A gente pagando cada vez que paga uma conta de luz a gente ta apoiando aquelas empresas n Ent o isso uma forma de parar de apoiar Bem te vi Segundo um dos moradores a forma mais limpa de produ o de energia sendo que eles aproveitam as condi es naturais do local Al m disso j existem
74. que acho que a concep o padr o que a gente busca dissolver um pouco nas pessoas Eu sou a natureza n o sou parte dela s sou a pr pria e ela meu corpo P r do sol A natureza uma manifesta o da consci ncia c smica e que mostra alguns princ pios fundamentais do princ pio da vida Porque a natureza se voc deixar a natureza tem v rias manifesta es de criatividade e de vida que a gente pode aprender muito Ent o a vida vai a partir da diversifica o a partir da coopera o de certa forma a coopera o que engloba tamb m a competi o vai criando um sistema mais complexo Mais complexidade mais resili ncia mais diversidade e diria mais intelig ncia E isso uma manifesta o assim do princ pio c smico de criatividade de vida Que n o tem 152 como explicar mas que t presente em tudo o que se manifesta n E de certa forma essa intelig ncia que se cria possibilita uma variedade grande de perspectivas de estados de consci ncia de autoconhecimento Enfim a natureza uma manifesta o da fertilidade do universo e da intelig ncia da cria o uma grande professora que a gente pode ser devota que a gente pode servir pra usar intelig ncia as faculdades que a nossa pr pria natureza que faz parte Bem te vi Eu acho que natureza somos n s isso Acho que tudo o que flui assim N s o todo e essas conex es que existem A gente t aqui suscet vel a tudo ao
75. quest o o poder do dinheiro no meu bolso est longe de ser somente o litro de leite e o conforto que ele compra Ele tamb m a falta relativa de dinheiro no bolso dos demais Nessa perspectiva a gan ncia prov m da competi o entre as pessoas Complementa o autor que o prazer de dirigir una BMW n o seria o mesmo se todos tivessem uma BMW bvio que o dinheiro pode possibilitar a realiza o de experi ncias felizes mas um equ voco pensar que ter dinheiro sin nimo de felicidade duradoura ou que a ostenta o felicidade verdadeira Felicidade um sentimento positivo associado ao bem estar subjetivo e a emo es que fazem bem para o ser em sua integralidade e portanto n o pode ser oriunda de sentimentos negativos pelo semelhante pois a competi o nessa perspectiva objetiva que um ganhe e outro perca Na natureza quando dois animais por exemplo disputam por alimento na verdade n o existe o desejo de que o outro fique sem comer apenas querem satisfazer a sua necessidade de comida Entre os seres humanos a competi o objetiva que um consiga o objetivo e o outro n o Existe uma nega o do outro e desse sentimento n o pode ter origem a felicidade genu na Terra Una como um exemplo de comunidade alternativa demonstra como era de se esperar uma vis o de felicidade que contraria a vis o predominante compartilhada socialmente e sistematizada abaixo atrav s das narrativas dos entrevistados Felic
76. sica Qu ntica estudou a realidade de uma ecovila por meio de uma perspectiva inovadora que prop e uma rela o tica entre ser humano e toda a natureza entendendo inclusa no conceito tamb m toda a humanidade Os 19 conceitos de sa de integral e de desenvolvimento integral intr nsecos s abordagens te ricas abordadas prop em a constru o de uma nova sociedade uma sociedade ecol gica com novas formas de ser e viver no planeta pautadas no bem estar de todos os seres na felicidade Justi a paz e sustentabilidade ecol gica social cultural econ mica espacial etc Dessa maneira o estudo de caso de uma ecovila tem sua import ncia em demonstrar que poss vel um novo mundo com um estilo de vida que antes de tudo vise preservar a vida em sua complexidade compreendendo a inter rela o entre tudo o que existe e que todos os seres que dividem a exist ncia com os seres humanos na Terra t m seu valor intr nseco e seu papel no processo evolutivo da vida 1 3 Estrutura o da disserta o A estrutura deste trabalho est organizada em sete cap tulos O cap tulo 2 intitulado Crise Planet ria versa sobre as caracter sticas do paradigma cartesiano newtoniano e sobre suas consequ ncias que aglutinadas formam uma crise complexa e multifacetada impl cita e expl cita em diversos setores da vida humana trazendo in meros indicadores quantitativos e qualitativos de disfun es sociais ambientais e de sa
77. sob grande press o criada por essa acelera o que desregula ritmos naturais tanto do ser humano como dos ciclos naturais que produzem os recursos de que os humanos e todas as outras formas de vida necessitam A percep o do tempo relativo s a es desenvolvidas segundo Santos 1997 Para ele tempo r pido e tempo lento na verdade deveriam ser tratados como temporalidade ou seja a palavra mais correta para designar a interpreta o particular do tempo social por um grupo ou por um indiv duo Assim a percep o da acelera o do tempo se deve ao ritmo veloz da sociedade globalizada onde as atividades acontecem paralelamente e sem cessar estressando e levando exaust o corpos mentes e ecossistemas inteiros Desse modo a eleva o dos n veis de vida pode estar ligada degrada o da qualidade de vida O indiv duo pode ser simultaneamente aut nomo e atomizado rei e objeto soberano de suas m quinas e manipulado dominado por aquilo que domina MORIN KERN 1995 p 89 Assim os autores falam do mal estar subjetivo cada vez mais difundido na civiliza o alimentado pela degrada o das rela es sociais pela solid o que se esconde atr s da multiplica o de meios de comunica o que empobrecem verdadeiras comunica es pessoais pela perda de certezas E apontam para o que muitos ignoram Como esse mal das almas se oculta em nossas cavernas interiores como ele se fixa de forma psicossom tic
78. solidariedade Bauman 1998 coloca que o consumismo por ser individual desestimula a es coletivas Devido sedu o veemente do mercado prossegue o autor acaba se incutindo sonhos e desejos nas pessoas que far o com que busquem alcan los independente dos preju zos que essa tend ncia possa causar Acontece que conforme Bauman ainda que se insista em relacionar consumo com felicidade e bem estar nunca cessam os desejos pois quando se alcan a determinada meta outras surgem em seu lugar tra ando desejos sempre distantes de serem alcan ados Impera assim uma constante insatisfa o com aquilo que se tem e instiga se inveja de quem possui Enquanto que aqueles que nada t m ficam esquecidos marginalizados 66 j que para uma sociedade de consumo eles n o t m valor Para conseguir manter o consumo exacerbado e muitas vezes desnecess rio trabalha se cada vez mais ou sen o busca se um trabalho sempre melhor remunerado independente se o of cio desejado ou se vai ao encontro dos princ pios do trabalhador E a cidade palco onde tudo isso acontece torna se coercitiva a casa o transporte o trabalho sufocam a exist ncia com o estresse provocado MORIN KERN 1995 Tudo passou a ser r pido demais A acelera o do tempo est na rapidez de como as coisas devem funcionar A locomo o de um espa o a outro por exemplo que h d cadas atr s requeria muitas horas hoje pode ser feita em minutos Vive se
79. surgiram no sentido de que por ser um local afastado dos grandes centros urbanos uma desvantagem falta de oferta de aulas e cursos diversos e a menor diversidade cultural e art stica mas que vem sendo menos relevante com a realiza o de cada vez mais eventos na ecovila e a presen a de novas pessoas Apareceu como desvantajosa a menor facilidade de agir em rede e de fazer contatos de trabalho do que haveria na cidade Outra quest o apontada foi gastron mica pela aus ncia nos locais pr ximos de alguns tipos de alimentos mas que n o chega a ser desvantagem pela crescente passagem de pessoas de diversos lugares pela ecovila que cozinham seus pratos t picos e tornam diversa a gastronomia local Outra quest o trazida a seguinte Acho que s em situa o de emerg ncia que tem desvantagem pela nossa escolha de ter sido num lugar mais recluso que tamb m foi escolha nossa A gente queria um lugar que n o tivesse asfalto nos pr ximos 20 anos n Tipo essa estradinha secund ria ai tende a n o ter asfalto ent o Lua Como vantagens muitas foram apontadas por todos sugerindo satisfa o de estarem onde est o A vantagem pra mim passa muito pela autonomia Autonomia e responsabilidade Por voc assumir a responsabilidade pelos seus atos e ter um espa o pra refletir e transformar eles isso uma vantagem P r do sol Vantagem eu desenhar minha vida meu cotidiano eu poder escolher o que eu vou fazer di
80. t o acontecendo se os fluxos est o funcionando se os processos de ciclagem acontecem Ent o sa de quase que apropriado pelo seres humanos talvez n o sei qual a origem do termo mas uma apropria o talvez que a gente tenha dado pra falar do nosso corpo sa de do indiv duo Essa pra mim al m disso que eu j falei de estar pleno de fun es e tudo mais ela n o a sa de s do corpo Um sempre vai influenciar no outro n se voc considerar corpo mente e esp rito s o processos f sicos psicol gicos e processos que est o numa esfera al m da sua mente ai cada um vai ter sua vis o energ tica ou espiritual mas que mais sutil do que o que t diretamente ligado mat ria ou ao organismo Essas tr s reas se influenciam e na minha vis o o equil brio das tr s que promove uma sa de completa que promove uma efetiva sa de humana E eu acredito que claro que o problema f sico pode afetar meu psicol gico Agora muitas das quest es f sicas eu 155 creio que v m de uma somatiza o de uma coloca o no corpo daquilo que n o era um problema em seu corpo E eu busco n o me ater demais ao que o corpo ta dando como resposta de um desafio de um problema que talvez n o seja ali Ent o eu acho que pra mim sa de n o t no tratar doen as N o a aus ncia de doen as que determina sa de nem o tratamento delas s o processos de sa de Os processos de sa de s o processos de manut
81. toda a hist ria da humanidade Pela primeira vez temos que nos defrontar com a real amea a de extin o da ra a humana e de toda a vida no planeta Capra 2006 entre outros autores alerta para o fato de que por tr s dessa crise multifacetada est a concep o paradigm tica compartilhada por grande parte da humanidade h quase 500 anos Ainda que com significado desconhecido por grande parte da sociedade o paradigma est diretamente relacionado ao modo de vida das pessoas enquanto estiver em vigor no meio cient fico Paradigma na sua acep o grega original seria o mesmo que modelo ou padr o a ser seguido Chibeni e Moreira Almeida 2007 p 9 atestam que um paradigma fornece os fundamentos sobre os quais a comunidade cient fica desenvolve suas atividades Representa como um mapa a ser usado pelos cientistas na explora o da Natureza Para os autores um paradigma consiste em uma combina o de princ pios te ricos regras e valores que guiam a pesquisa cient fica Capra 2006 n o se restringe apenas faceta correspondente ci ncia e amplia a compreens o de paradigma e o designa como uma cosmovis o um modo de se ver o mundo compartilhado por um grupo de pessoas que abrange um conjunto de pensamentos e valores a respeito da realidade Nesse sentido Crema 1989 p 17 complementa Cosmovis o al m de significar uma vis o ou concep o de mundo expressa tamb m uma atitude frente ao mesmo Porta
82. todo e desconsiderar a import ncia e as inter rela es entre as partes e entre as partes e o todo No entanto a vis o hol stica aqui colocada transp e o holismo assegura Ara jo 1999 como poder se perceber nas pr ximas p ginas Boaventura de Souza Santos 2003 ao discorrer sobre a transi o de paradigmas pela qual est passando a ci ncia prefere chamar essa nova poca de ci ncia p s moderna por compreender que ainda n o existe uma designa o para os diversos sinais que est o surgindo Pensando ser importante uma s ntese das ideias confluentes das principais propostas Vis o Hol stica Abordagem Sist mica Transdisciplinaridade a F sica Qu ntica e Ecologia Profunda parece neste momento que a designa o transdisciplinar hol stica escolhida por alguns pensadores carrega a amplitude dos aspectos eleitos primordiais ao emergente paradigma e cosmovis o A quest o da necessidade de mudan as na vis o de mundo e de ser humano e por consequ ncia nas institui es sociais na pol tica na ci ncia e no estilo de vida da sociedade aparece em discursos te ricos e em conjuntos de teoriza es diferentes que no entanto convergem no que se refere a busca da constru o de um mundo justo tico em que o ser humano tenha uma rela o de coopera o solidariedade e respeito por si mesmo pelo outro e pelo planeta ou seja uma sociedade ecol gica 2 2 1 A ecologia profunda Ecologia Profunda
83. urbanas sem uma nica mancha verde ou flores necessitamos de um relacionamento com a natureza projetarmo nos nas coisas que nos cercam o meu eu n o est confinado no meu corpo estende se a todas as coisas que fiz e minha volta sem estas coisas n o serei eu mesmo n o seria um ser humano tudo isso que me rodeia parte de mim Nesse mesmo enfoque Aveline 1999 p 9 defende em qualquer tempo o conv vio direto com a natureza foi e ser um fator decisivo para o bem estar f sico e psicol gico do ser humano Assegura o autor que o sentimento comunh o com a natureza um dos mais elevados que o ser humano pode sentir sendo fonte de grande felicidade Em frente tend ncia mundial de se pensar felicidade e qualidade de vida como aquisi o material cabe a coloca o de Walter Weisskopf citado por Capra 2006 de que a escassez humana n o econ mica mas diz respeito s necessidades de lazer contempla o paz de esp rito amor auto realiza o entre outros Essas quest es s o contempladas pelo novo sistema de valores proposto pelo paradigma transdisciplinar hol stico que aponta novas formas de relacionamento do ser humano com ele mesmo com os outros e com o planeta Braun 2005 afirma que somente a es externas n o s o suficientes para melhorar as quest es ambientais pois o processo de mudan a precisa ocorrer inicialmente dentro de cada pessoa Comportamentos favor veis ao meio ambiente que r
84. 00 desconhecido do inesperado e do imprevis vel A toler ncia o reconhecimento do direito s ideias e verdades contr rias s nossas Artigo final A presente Carta da Transdisciplinaridade foi adotada pelos participantes do Primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade e n o reivindica nenhuma outra autoridade al m de sua obra e da sua atividade Segundo os procedimentos que ser o definidos de acordo com as mentes transdisciplinares de todos os pa ses a Carta est aberta assinatura de qualquer ser humano interessado em promover nacional internacional e transnacionalmente as medidas progressivas para a aplica o destes artigos na vida cotidiana Convento da Arr bida 6 de novembro de 1994 Comit de Reda o Lima de Freitas Edgar Morin e Basarab Nicolescu
85. 002 garante que a implanta o do conceito dos ciclos t cnicos pode provocar uma reestrutura o fundamental das rela es econ micas Constata que o que se quer dos produtos t cnicos n o a sensa o de possu los mas os servi os que eles proporcionam apontando uma nova economia Do ponto de vista do projeto ecol gico n o h sentido algum em adquirir esses produtos para jog los fora ao t rmino de sua vida til muito mais coerente adquirir os servi os desses produtos ou seja alug los ou arrend los O produto continuaria sendo propriedade da f brica quando n o quis ssemos mais um produto ou quis ssemos uma vers o mais nova o fabricante tomaria de volta o produto velho reduzi lo ia a seus componentes b sicos os nutrientes t cnicos e us los ia para a fabrica o de produtos novos ou para vender a outras empresas A economia resultante n o seria mais baseada na propriedade dos bens mas seria uma economia de servi o e fluxo As mat rias primas e componentes t cnicos industriais circulariam continuamente entre os fabricantes e os usu rios bem como entre as diversas ind strias CAPRA 2002 p 249 Empresas que atuam com esse tipo de economia j existem pelo mundo como a fabricante de carpetes Interface a ind stria automobil stica Fiat italiana e a Canon japonesa do ramo de fotoc pias Os produtos s o planejados para que possam ser desmontados separados e recondicionados facilmen
86. 05 Desse modo muitos valores advindos do pensamento mecanicista est o prejudicando a qualidade de vida das pessoas e consequentemente a sa de em toda sua amplitude Entre eles destacam se a supervaloriza o do ter do consumismo que destr i a natureza e faz com que o ser humano busque cada vez mais bens materiais n o se preocupando com o outro afastando a import ncia do ser da subjetividade do sentimento e da solidariedade ou seja afastando se da sua pr pria humanidade BOFF 2007 29 Conforme Weil 1991 a fantasia da separatividade advinda do paradigma newtoniano cartesiano que concebe todas as coisas como fragmentadas separadas que est por tr s da grande crise Asseguram Morin e Kern 1995 que desregulada a economia mundial cresce custa de destrui es e de preju zos naturais humanos sociais culturais e morais Al m da degrada o da biosfera segundo eles o crescimento econ mico mundial desregrado tem causado degrada o da psicosfera em outros termos das dimens es mental afetiva e moral do ser humano o que reflete em consequ ncias m ltiplas De acordo com Boff 2009 p 8 o capitalismo como modo de produ o e como cultura que procura transformar tudo em mercadoria inviabiliza a ecologia tanto ambiental quanto social Nicolescu 2001 14 considera que esta destrui o em potencial de nossa esp cie tem uma tripla dimens o material biol gica e espiritual
87. 11 Borboleta rea coletiva Fonte Kelly B lla Al m da casa chamada Borboleta existia no local outra casa chamada Tartaruga conforme a figura 12 que est sendo usada como moradia por uma fam lia de membros at que sua resid ncia que est em processo de constru o esteja pronta Figura 12 Tartaruga casa que j havia no local quando a terra foi comprada Fonte Kelly B lla 116 Terra Una cercada por belezas naturais e abundante em gua Existem no espa o algumas nascentes e cachoeiras como aquela que se pode ver na figura 13 Figura 13 Cachoeira Fonte Terra Una Caso os membros da ecovila decidam extinguir a organiza o sua liquida o se dar de acordo com a legisla o em vigor e seu patrim nio l quido poca existente ser destinado a favor de institui o similar com a mesma qualifica o e preferencialmente com o mesmo objeto social de Terra Una ou seja o patrim nio n o poder ser vendido e dividido entre os membros pois o terreno da Ong Terra Una 4 1 1 Dimens o Social Terra Una tem duas categorias distintas de membros efetivos e colaboradores Os membros efetivos s o aqueles que contribu ram com uma determinada quantia de dinheiro chamada joia referente ao pagamento da terra e das constru es coletivas j realizadas e que realizaram determinadas capacita es como curso de comunica o n o violenta CNV Os membros efetivos t m direito espec
88. 1962 por Peter e Eileen Caddy e Dorothy Maclean na Ba a de Findhorn Caravan Park Mesmo sem a inten o de iniciar uma comunidade o jardim que cultivavam no local para alimenta o atraiu muitas pessoas para visita o que depois de viverem e trabalharem com eles originaram uma comunidade com base em princ pios espirituais FINDHORN s d Peter Eileen e Dorothy chegaram no local com apenas um trailer e deram in cio comunidade mesmo enfrentando dificuldades como a arenosidade do solo falta de fertilidade para o plantio de alimentos aus ncia de recursos dificuldade de integra o com os moradores vizinhos No entanto Eileen canalizava seu processo intuitivo para captar as mensagens da natureza e essas informa es guiavam Peter no plantio dos alimentos O substrato do solo foi sendo progressivamente recuperado e em seguida Dhoroty passou a trabalhar no arranjo e produ o de jardins e hortas em sintonia com a natureza BRAUN 2005 Eileen come ou a escrever e vender livros com enfoque na espiritualidade das coisas revertendo o dinheiro para a pr pria comunidade em forma o e Dorothy al m de continuar o desenvolvimento de jardins e hortas passou a organizar workshops para difundir as experi ncias ali vivenciadas Assim ficando a comunidade cada vez mais conhecida surge a Funda o Findhorn que um centro de educa o hol stica para adultos reconhecido mundialmente que visa promover a es que possam contribuir
89. 5 p 80 81 afirmam Ao longo da mesma poca o pr prio n cleo da f no progresso ci ncia t cnica ind stria se v cada vez mais profundamente corro do A ci ncia revela uma ambival ncia cada vez mais radical o dom nio da energia nuclear pelas ci ncias f sicas resulta n o apenas no progresso humano mas tamb m no aniquilamento humano as bombas de Hiroshima e Nagasaki seguidas pela corrida s armas nucleares das grandes e depois das m dias pot ncias fazem pesar sua amea a sobre o devir do planeta A ambival ncia chega biologia nos anos 1980 o reconhecimento dos genes e dos processos biomoleculares leva s primeiras manipula es gen ticas e promete manipula es cerebrais que controlariam e submeteriam esp ritos Com os processos naturais sendo criados alterados e controlados em laborat rios pode se dizer nas palavras de Poulain Colombier apud TREVISOL 2003 p 72 que a natureza perdeu o monop lio do vivo Se a ci ncia n o tomar consci ncia de seu devir e agir de modo tico pode ser que em poucos anos n o mais seja poss vel saber o que natural daquilo que foi manipulado em laborat rios O crescimento econ mico ilimitado relacionado com as no es newtonianas de tempo e espa o absolutos e infinitos aliado ao crescimento tecnol gico ao serem pautados numa vis o unilateral e reducionista da realidade dilaceram o tecido social e arru nam o meio ambiente natural CAPRA 2006 p 2
90. 7 afirma que a teoria dos sistemas uma reorienta o que se tornou necess ria na ci ncia em geral e na gama de disciplinas que v o da f sica e da biologia s ci ncias sociais e do comportamento e filosofia Para o autor a teoria dos sistemas supera a cibern tica pois esta uma teoria dos sistemas de controle baseada na comunica o transfer ncia de informa o entre o sistema e o meio e dentro do sistema e do controle retroa o da fun o dos sistemas com respeito ao ambiente enquanto que considera a teoria geral dos sistemas muito mais abrangente Capra 1998 situa que a partir da cibern tica surgiram duas escolas de pensamento sist mico uma delas associada a John Von Neumann e a outra a Norbert Wiener A primeira escola de pensamento lida com sistemas de entrada sa da e traz uma teoria sist mica mecanicista criando o modelo de organismos vivos como m quinas de processamento de informa es J a escola de Norbert Wiener partia do conceito de auto organiza o compreendendo que os sistemas vivos s o auto organizadores A escola de Neumann teve predomin ncia entre as d cadas de 1940 e 1960 devido ao grande sucesso da cibern tica no desenvolvimento de computadores e outros sistemas de entrada sa da A partir do in cio da d cada de 1960 as teorias propostas por Wiener passaram a ressurgir e o conceito de auto organiza o foi empregado em n vel celular 41 familiar criando a ter
91. 7 existe laje para uma futura constru o de telhado verde 127 Fonte Kelly B lla Conforme Correa 2007 as vantagens no uso dessa cobertura natural s o muitas principalmente em meio urbano 1 consegue se melhorar as condi es do microclima urbano atrav s do aumento da umidade do ar da reten o das part culas de p e de polui o em suspens o na atmosfera e da diminui o da velocidade do vento 2 amortecimento dos ru dos de baixa frequ ncia 3 aumento de reas perme veis que s o normalmente perdidas quando da constru o das edifica es 4 a vegeta o produz uma not vel e conhecida melhoria na qualidade do meio ambiente 5 exerce influ ncia sobre o ambiente interior especialmente pelo incremento do isolamento t rmico proporcionado pelo substrato e pela camada de ar que existe entre as folhas da vegeta o e tamb m pela prote o diante da radia o solar entre outros Al m disso os telhados verdes proporcionam habitat para p ssaros e insetos Com isso o telhado verde se mostra uma alternativa para as habita es urbanas onde se tem pouco verde ilhas de calor e ru dos contribuindo para melhorar as condi es do ambiente de vida 4 1 2 2 Tratamento de efluentes O saneamento b sico fundamental para a sa de das pessoas e do ambiente Saneamento b sico n o apenas coleta e tratamento de esgoto sanit rio mas engloba o abastecimento de gua pot vel o manejo de gua pluvial a l
92. 8 3 3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS e 109 3 4 PESQUISA DE CAMPO e neesii re dna na sro to nega Naa doa Saad OR ada e a doada vb 110 3 5 SISTEMATIZA O E AN LISE DOS DADOS 110 4 O CASO DA ECOVILA TERRA UNA APRESENTA O E DISCUSS O DOS RESULTADOS niinn a ada aa a ad Og a da aa 111 4 1 ENTENDENDO A ECOVILA TERRA UNA EM SUA DIMENS O SOCIAL ECOL GICA ECON MICA E ESPIRITUAL OU VIS O DE MUNDO 111 4 1 1 Dimens o Social speien a cos E A E T d AE E Re 116 4 1 2 Dimens o Ecol gica isores orreen etenean bin eseni eea oaeaeei dede Easok 122 4 V2 NBIOCOnstiUCIO eeens ei papae Da sO ro nar RaNaaaNa o eE a ed Fa a ERES ea iea 122 4 1 2 2 Tratamento de efluentes eneneeeeeeeeeseessereessseesssreesssrtessrresesrresssressssrressreeess 127 4 1 2 3 Gest o de res duos s sassaia a Ee ER E E E EEA EEEE ES 130 ABE a IEA E ETA E A E E A A E EE 133 e UPA A aED I KONT e N EE E N E A EET 135 4 1 3 Dimens o Econ mica erre cera nace E radaas Nip 138 4 1 3 1 Forma o e atua o dos moradores de Terra Una ci 138 4 1 4 Dimens o Espiritual ou vis o de mundo ieereeereerererereeaaana 142 4 2 OS DESAFIOS DO PROCESSO DE IMPLANTA O DA ECOVILA E DO SEU COTIDIANO rriro e an cinta a E E E co GN a E a 146 4 2 1 Desvantagens e vantagens de se viver em uma ecovila inni 148 4 3 A CONCEP O DE NATUREZA SA DE QUALIDADE DE VIDA FELICIDADE E SOCIEDA
93. 9 s 19 15 horas h o momento de sil ncio na ecovila em que os barulhos humanos se calam para a natureza ser ouvida para meditar dedicar espiritualidade ou simplesmente calar se Fazem parte do ritmo de Terra Una reuni es semanais reuni es mensais deliberativas com no m nimo todos os membros efetivos para decis es estruturais reuni es semestrais para revisar decidir e projetar os pr ximos passos e uma reuni o anual dedicada exclusivamente harmonia das rela es geralmente facilitada por uma pessoa convidada O modelo de tomada de decis o o consenso menos um e salientam A gente n o trabalha com unanimidades mas com consenso que um processo de tomada de decis o aonde nunca se vota n o existem propostas a seres escolhidas Existem desejos situa es caracter sticas informa es que s o todas colocadas numa mesma proposta e o grupo vai trabalhando essa proposta e moldando incluindo mais coisas retirando coisas Ent o essa proposta vai sendo alterada at que ela esteja trabalhada o suficiente pra todos do c rculo reconhe am ali as suas necessidades ao mesmo tempo em que os pontos que n o s o perfeitos pra voc voc consiga ter a percep o de que s o assim porque atendem s necessidades dos outros E nesse momento ainda tem algumas op es que o consenso traz de voc querer se apartar ou ainda bloquear a proposta e tudo mais mas nunca aconteceu do grupo bloquear Embora sendo um direito do
94. BTC bloco de terra comprimida superadobe al m de constru es com madeira e os tetos verdes Figura 16 Produ o de tijolos de adobe em Terra Una Fonte Terra Una 2011 Adobe um tipo de tijolo feito de areia argila e palha mesclados moldados e secos naturalmente uma t cnica muito antiga e ecologicamente sustent vel por n o utilizar cimento nem ser queimada Confere conforto t rmico pelo uso da palha e pode ser muito dur vel COB em ingl s significa ma aroca A constru o em COB muito antiga e realizada em diferentes lugares do mundo Consiste em moldar superf cies ou paredes com bolas feitas da mistura homog nea e pl stica de argila areia e palha o que permite o livre uso da criatividade para a est tica da obra Taipa de m o ou pau a pique uma t cnica ainda muito utilizada no meio rural do pa s Consiste na constru o de um quadro de galhos os verticais s o cravados no ch o e os horizontais s o encaixados ou amarrados nos verticais Este quadro preenchido por uma trama de galhos ou de bambus Depois de montada a trama s o abertos os locais das portas e janelas A pr xima etapa a constru o da cobertura para que se possa fazer o barreamento protegido do sol e da chuva Logo vem a etapa do barreamento que consiste em preencher os buracos da trama com argila O barreamento feito em tr s etapas para que n o sobrem buracos e trincas Por constituir paredes leves podem ser feitas cas
95. COBI Pedro Desafios para pr ticas de consumo sustent vel In GALEANO Eduardo et al Reflex es sobre o consumo respons vel S o Paulo Instituto Paulo Freire 2008 p 95 127 JUNG Carl Gustav Entrevistas e encontros S o Paulo Cultrix 1989 407 p KUHN Thomas S A estrutura das revolu es cient ficas 5 ed S o Paulo Perspectiva 1997 257p LARDELLIER Pascal As metamorfoses da carne In GALEANO Eduardo et al Reflex es sobre o consumo respons vel 2 ed S o Paulo Instituto Paulo Freire 2008 p 35 44 LEFF Enrique Saber Ambiental sustentabilidade racionalidade complexidade poder 3 ed Vozes 2001 495p Racionalidade ambiental a reapropria o social da natureza Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2006 555p LEGAN Lucia Solu es sustent veis uso da gua na permacultura Piren polis GO Mais Calango Editora Piren polis GO Ecocentro IPEC Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado 2007 Dispon vel em lt http issuu com ecocentro docs solucoes sustentaveis gt Acesso em 03 nov 2011 LEVIGARD Y E ROZEMBERG B A interpreta o dos profissionais de sa de acerca das queixas de nervos no meio rural uma aproxima o ao problema das intoxica es por agrot xico Cad Sa de P blica Rio de Janeiro n 20 v 6 nov dez 2004 pp 1515 1524 LOIZOS Peter V deo filme e fotografias como documentos de pesquisa In BAUER Martin GASKELL George E
96. DE IDEAL QUE PERMEIA A ECOVILA TERRA UNA osasse 150 4 3 NAE A ss ERE EE adas A marid o AE ERA ss aaa 150 ANE m r E E E E E E E 153 4 33 Qualidade de Vidais monena a UTAD es N 163 4 3 4 Felicidade inaa E E TAO a 166 AS pociedade dea ea AA AN EE a 171 4 4 CONTRIBUI ES DAS ECOVILAS PARA A CONSTRU O DE UMA SOCIEDADE ECOL GICA mtoo srta td e NER 175 5 CONSIDERA ES FINAIS E RECOMENDA ES ecceeeeereeseesereerersereeneeees 177 5 1 CONSIDERA ES FINAIS aoisators sussgan er bes abas assado Na S LH tag aG E Hirata 177 52 RECOMENDA ES raso DR ED E T 180 REFERENCIA Sianna E E o RO AAN nN ii 181 APENDICE innne a E E RN ra 193 AP NDICE A Entrevista fo son ode Rai O 194 NI D OKEE AEE pa o Cu 196 ANEXO A Termo de consentimento livre e esclarecido do participante 197 ANEXO B Carta da Transdisciplinaridade eeeeeeeeeeeeeeeeeeesserersssreesserresesrerssrreessee 198 14 1 INTRODU O O desejo de viver melhor sempre foi a mola propulsora que conduziu a humanidade durante todo seu desenvolvimento No entanto alguma coisa parece ter falhado nos rumos da evolu o Hoje em dia a ra a humana tem a possibilidade de conhecer os nfimos detalhes de organismos complexos de fazer modifica es gen ticas nos mais variados seres vivos do planeta de visitar territ rios extraterrestres mas n o conseguiu atingir um grau de respeito pelas alteridades capaz de extinguir a fome a mi
97. Nas d cadas seguintes a sobreviv ncia da humanidade vai depender da nossa alfabetiza o ecol gica da nossa capacidade de compreender os princ pios b sicos da ecologia e viver de acordo com eles Assim a alfabetiza o ecol gica ou eco alfabetiza o precisa tornar se uma qualifica o sine qua non dos pol ticos l deres empresariais e profissionais de todas as esferas e deve ser em todos os n veis a parte mais importante da educa o desde as escolas de primeiro e segundo grau at as faculdades universidades e centros de extens o educacional de profissionais CAPRA 2002 p 240 A eco alfabetiza o o primeiro passo na trajet ria rumo sustentabilidade assegura o autor e o projeto ecol gico o segundo em que se aplicam os conhecimentos ecol gicos na reformula o da tecnologia e das institui es aproximando as cria es humanas aos sistemas naturais ecologicamente sustent veis O projeto ecol gico um processo no qual nossos objetivos humanos s o cuidadosamente inseridos na grande rede de padr es e fluxos do mundo natural CAPRA 2002 p 241 Nessa perspectiva precisa se suplantar as tecnologias convencionais que utilizam intensivamente recursos naturais colocando em risco a sa de das pessoas e o futuro do planeta por tecnologias pautadas em princ pios ecol gicos e em valores do novo paradigma Essas tecnologias alternativas j est o sendo desenvolvidas e t m sido chamada
98. O ALMEIDA 2002 A transdisciplinaridade se faz importante segundo Morin 2005 porque na interdisciplinaridade ainda existe a tend ncia de cada disciplina se julgar mais importante que as outras o que refor a suas fronteiras O autor ressalta que o objetivo de derrubar as fronteiras disciplinares n o significa que as disciplinas devam perder sua identidade mas que passem a ser abertas umas s outras Randon 2000 p 10 explica que o primeiro princ pio transdisciplinar a troca a abertura a comunica o a generosidade da intelig ncia e do cora o que favorece o compartilhamento dos saberes entre as pessoas Nesse sentido Nicolescu 2001 p 51 afirma A transdisciplinaridade como o prefixo trans indica diz respeito quilo que est ao mesmo tempo entre as disciplinas atrav s das diferentes disciplinas e al m de qualquer disciplina Seu objetivo a compreens o do mundo presente para o qual um dos imperativos a unidade do conhecimento Embora pare a absurdo para o pensamento cl ssico esse querer ocupar se do que est entre as disciplinas atrav s e al m delas por considerar que n o h nada que n o esteja envolvido pelas in meras disciplinas a transdisciplinaridade partindo da ideia da exist ncia de v rios n veis de realidade concebe que estes espa os est o repletos de objeto de estudo A pesquisa transdisciplinar abrange n o somente um n vel de realidade ou fragmentos de um nico n ve
99. OUX Suzanne D OUX Pierre Ecologia a sa de Lisboa Instituto Piaget 19967 565p DIANA Christian Leafe Lively Upbeat Productive Meetings When Consensus is Used Correctly 2010 Dispon vel em lt http gen ecovillage org index php option com content amp view article amp id 99 amp Itemid 229 amp lang en gt Acesso em 25 fev 2011 185 DI BIASE Francisco O homem hol stico a unidade mente natureza 3 ed Petr polis RJ Vozes 2002 240p DI BIASE Francisco ROCHA Mario S rgio F Ci ncia espiritualidade e cura psicologia transpessoal e ci ncias hol sticas Rio de Janeiro Qualitymark 2005 132p DI BIASE Francisco SCHWEITZER Albert ROCHA M rio S Informa o auto organiza o e consci ncia rumo a uma teoria holoinformacional da consci ncia In DI BIASE Francisco AMOROSO Richard Orgs A revolu o da consci ncia novas descobertas sobre a mente no s culo XXI Petropolis RJ Vozes 2004 302 p p 247 268 DREYER Lilian Apresenta o In LUTZENBERGER Jos Do jardim ao poder 11 ed Porto Alegre L amp PM 1992 192p DSM IV TR7M Manual diagn stico e estat stico de transtornos mentais 4 ed Porto Alegre Artmed 2002 880p DULLEY Richard D No o de natureza ambiente meio ambiente recursos ambientais e recursos naturais Agric S o Paulo S o Paulo v 51 n 2 p 15 26 jul dez 2004 Dispon vel em lt http www iea sp gov br out publicacoes pdf asp 2 04 2 pd
100. PRA 2006 Por causa desta postura obcecada por medir e quantificar a ci ncia deixou de lado a sensibilidade a est tica a tica os sentimentos os valores a alma a consci ncia e o esp rito LAING apud CAPRA 2006 Gr n 1996 p 27 afirma que a 2 natureza de cores tamanhos sons cheiros e toques substitu da por um mundo sem 2999 qualidades um mundo no qual a sensibilidade esquivada Para Capra 2006 outro grande precursor desse novo modelo de ci ncia foi o fil sofo ingl s Francis Bacon 1561 1626 o primeiro a formular uma teoria clara do procedimento indutivo realizar experimentos e extrair deles conclus es gerais a serem testadas por novos experimentos Bacon defendia que a natureza deveria ser obrigada a servir reduzida obedi ncia e que os cientistas deveriam extrair dela sob tortura todos os seus segredos transferindo a ela muitos aspectos ligados ao feminino sobre os quais na vis o de Bacon os homens tamb m deveriam ter dom nio Sendo assim O esp rito baconiano mudou profundamente a natureza e o objetivo da investiga o cient fica Desde a antiguidade os objetivos da ci ncia tinham sido a sabedoria a compreens o da ordem natural e a vida em harmonia com ela a atitude b sica dos cientistas era ecol gica A partir de Bacon o objetivo da ci ncia passou a ser aquele conhecimento que pode ser usado para dominar e controlar a natureza e hoje ci ncia
101. S 2007 Braun 2005 lembra no entanto que as mudan as precisam ocorrer primeiramente na consci ncia das pessoas para que s assim possam ter comportamentos que levem ao desenvolvimento sustent vel Nessa quest o se insere a educa o para a sustentabilidade defendida por Gadotti 2001 2008 Gadotti 2001 coloca no entanto que embora considerado uma utopia o conceito de desenvolvimento sustent vel de grande import ncia para guiar as pessoas rumo a uma sociedade solid ria e justa O desenvolvimento sustent vel desenvolveu se a partir da percep o de que o desenvolvimento n o pode ser tratado apenas em suas quest es econ micas Quando usado na Assembl ia Geral das Na es Unidas pela primeira vez em 1979 o conceito de desenvolvimento sustent vel indicou que o desenvolvimento pode ser um processo integral que engloba as dimens es ambientais ticas culturais sociais pol ticas Nessa perspectiva surgiram outras denomina es como desenvolvimento humano e desenvolvimento humano sustent vel GADOTTI 2001 Atualmente esfor os est o feitos para se integrar ao conceito de desenvolvimento sustent vel al m da quest o da qualidade de vida tamb m a felicidade e o bem estar O But o um pequeno pa s do Himalaia um exemplo concreto disso L o PIB Produto Interno Bruto foi substitu do h mais de vinte anos pelo FIB um indicador sist mico chamado Felicidade Interna Bruta que ao inv s de associar
102. Sydney Ellen Hist ria da Psicologia Moderna 11 ed S o Paulo Cultrix 1999 438p SILVA Ana T R Educa o Ambiental Permanente uma reflex o a luz da Teoria da Complexidade In IV ENAMPPAS Mudan as ambientais globais a contribui o da ANPPAS ao debate 2008 Bras lia DF Anais Bras lia DF 2008 Dispon vel em lt http www anppas org br encontro4 cd ARQUIVOS GT9 253 80 20080418103918 pdf gt Acesso em 27 mar 2011 SILVA Mariane P da Psicologia positiva uma revis o Trabalho de Conclus o de Curso Bacharel em Psicologia 2009 54f Universidade do Extremo Sul Catarinense Crici ma SC SPAGNUOLO Regina Stella GUERRINI Ivan Amaral A constru o de um modelo de sa de complexo e transdisciplinar Interface Comunic Sa de Educ v 9 n 16 p 191 194 set 2004 fev 2005 Dispon vel em lt http www scielo br pdf icse v9n16 v9n16a20 pdf gt 191 Acesso em 06 abr 2009 SUNNET NOT CIAS Auroville a cidade universal Dispon vel em lt http www sunnet com br home Noticias Auroville Conhecam uma das maiores ecovilas do mundo html gt Acesso em 20 mar 2011 TABONE M rcia A psicologia transpessoal introdu o nova vis o da consci ncia em psicologia e educa o 13 ed S o Paulo Cultrix 2008 170p TERRA UNA 2011 Dispon vel em lt http www terrauna org br gt Acesso em 14 mar 2011 TREVISOL Joviles Vit rio A crise ecol gica e a sociedade global In
103. TREVISOL Joviles Vit rio A educa o ambiental em uma sociedade de risco tarefas e desafios na constru o da sustentabilidade Joa aba UNOESC 2003 p 63 89 TRIVINOS Augusto N S Introdu o pesquisa em ci ncias sociais a pesquisa qualitativa em educa o S o Paulo Atlas 1987 175p ULLRICH Danielle R FLORIT Luciano DREHER Marialva T tica no uso de animais para alimenta o uma leitura dos impactos ambientais IV Encontro Nacional da Anppas Bras lia DF 2008 Dispon vel em lt http www anppas org br encontro4 cd ARQUIVOS GT11 353 210 20080430152654 pdf gt Acesso em 24 nov 2011 UNICEF Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia 2008 Dispon vel em lt http www unicef org brazil pt media 12597 htm gt Acesso em 17 mar 2009 USP Instituto de Bioci ncias da Universidade de S o Paulo Projeto Coleta Seletiva do Lixo Processo de compostagem 2005 Dispon vel em lt http www ib usp br coletaseletiva saudecoletiva compostagem htm gt Acesso em 09 nov 2011 VIS O FUTURO Instituto O que FIB s d Dispon vel em lt http www felicidadeinternabruta org br gt Acesso em 24 mar 2011 VOLPI J H FLORIANI D LESZCZYNSKI S A C Ecopsicologia Fundamentos epistemol gicos de uma ci ncia interdisciplinar In ENCONTRO PARANAENSE CONGRESSO BRASILEIRO CONVEN O BRASIL LATINO AM RICA XIII VIII II 2008 Anais Curitiba Centro Reichiano 2008 CD ROM ISBN 978 85
104. Trevisol 2003 menciona a crise ecol gica como a mais transnacional visto que cat strofes e agress es natureza cometidas em qualquer localidade do globo tendem a gerar efeitos diretos ou indiretos sobre larga parcela de seres humanos e ecossistemas Para ele a crise ambiental n o pode ser tematizada apenas 31 enquanto fen meno f sico natural externo evolu o das sociedades A bem da verdade n o a natureza que se encontra em desarmonia a pr pria sociedade TREVISOL 2003 p 64 Na base da crise ecol gica segundo o autor est o modelo de desenvolvimento tecnoindustrial o que revela sua insustentabilidade De acordo com Robert Goodland apud BRAUN 2005 os habitantes de pa ses ricos requerem cerca de seis hectares de terra para suprir sua demanda de consumo Se esse estilo de vida fosse expandido para todos os habitantes da Terra em torno de seis bilh es de pessoas seriam necess rios 36 bilh es de hectares ou seja quase tr s vezes o tamanho do planeta que de 13 bilh es Tudo isso para mostrar que o modelo consumista insustent vel e a ideia de que toda a popula o mundial poder algum dia alcan ar os n veis de consumo dos ricos uma grande fal cia como assegura o renomado economista Celso Furtado 1974 Cruz Campos Junior e Pessini 2008 apontam a impossibilidade de conceber o ser humano como isolado da natureza pois dela faz parte Para eles foi a n o percep o dessa i
105. Universidade do Extremo Sul Catarinense Programa de P s Gradua o em Ci ncias Ambientais PERSPECTIVAS DA VIS O TRANSDISCIPLINAR HOL STICA E SUAS CONTRIBUI ES PARA A CONSTRU O DE UMA SOCIEDADE ECOL GICA O CASO DA ECOVILA TERRA UNA LIBERDADE MG Kelly Daiane Savariz B lla Crici ma SC 2012 Kelly Daiane Savariz B lla PERSPECTIVAS DA VIS O TRANSDISCIPLINAR HOL STICA E SUAS CONTRIBUI ES PARA A CONSTRU O DE UMA SOCIEDADE ECOL GICA O CASO DA ECOVILA TERRA UNA LIBERDADE MG Disserta o de mestrado apresentada ao Programa de P s Gradua o em Ci ncias Ambientais da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC para a obten o do t tulo de Mestre em Ci ncias Ambientais rea de concentra o Ecologia e Gest o de Ambientes Alterados Orientador Prof Dr Geraldo Milioli Crici ma SC 2012 L UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE UNESC Pr Reitoria de P s Gradua o Pesquisa e Extens o Unidade Acad mica de Humanidades Ci ncias e Educa o Programa de P s Gradua o em Ci ncias Ambientais Mestrado PARECER Os membros da Banca Examinadora homologada pelo Colegiado de Coordena o do Programa de P s Gradua o em Ci ncias Ambientais Mestrado reuniram se para realizar a argui o da Disserta o de MESTRADO apresentada pela candidata KELLY DAIANE SAVARIZ B LLA sob o t tulo Perspectivas da vis o transdisciplinar hol stica e suas contribui es par
106. a o da vida e da natureza Todos os dias Terra Una silencia s 19 horas para os 15 minutos de sil ncio di rio que simboliza a import ncia de um momento para dedicar espiritualidade seja atrav s de medita o ou simplesmente parar para ouvir o restante da natureza O intuito esse mas cada um pode fazer outras atividades desde que em sil ncio nada obrigat rio A vis o de espiritualidade de cada entrevistado de Terra Una encontra se sistematizada na segu ncia abaixo Espiritualidade conex o com essa for a de vida assim e a compreens o do sagrado que tem nisso tudo Eu n o tenho v nculo com nenhuma religi o O meu deus sempre foi a natureza Ent o o que me conecta a natureza o lugar onde eu me sinto recebo essa for a de vida e essa magia esse sagrado Porque o prop sito nico viver n n o tem Tipo n o tem muito por qu Se voc vai olhar n o tem muito porqu simplesmente ser n Ent o sendo assim isso que tem que ser honrado e sagrado e cuidado na vida mesmo Lua Espiritualidade seria o contato com o invis vel a parte n o expressa da realidade Eu dan o eu fico em sil ncio e eu fa o arte pra mim s o nesses tr s momentos que eu me conecto com esse invis vel E vejo que cada um tem sua maneira eu busco respeitar todas as maneiras Jo o de barro espiritualidade se voc pensar em esp rito n eu penso naquilo que ta al m desse co
107. a o paralela de nosso meio ambiente social Existem numerosos sinais de desintegra o social incluindo o recrudescimento de crimes violentos acidentes e suic dios aumento do alcoolismo e do consumo de drogas e um n mero crescente de crian as com defici ncia de aprendizagem e dist rbios de comportamento Di Biase e Rocha 2005 p 35 acrescentam ainda como problemas oriundos dessa mesma crise o fanatismo religioso a dedica o excessiva ao trabalho al m da falta de compromisso respeito e valoriza o do ser humano e o aumento da solid o decorrente da falta de intera o social Ins nia suic dio alcoolismo abuso de drogas il citas e o n mero crescente de incid ncia de c ncer e doen as cardiovasculares s o outras quest es que se sobressaem na esfera atual revelando a exist ncia de algo de incoerente no estilo de vida dominante Wannmacher 2004 estima que em determinados momentos cerca de 13 20 da popula o apresenta algum sintoma depressivo Moreira e Callou 2006 atentam para o fato de que a contemporaneidade apesar de presenciar os grandes avan os tecnocient ficos e a vasta difus o dos meios de comunica o tem cada vez mais acarretado solid o na vida das pessoas por conta do modelo individualista e consumista causador de crescente afastamento interpessoal Dados expressivos encontram se tamb m quanto ao sono altamente influenciado pela subjetividade Conforme o DSM IV Manual Diagn stico e
108. a a constru o de uma sociedade ecol gica o caso da Ecovila Terra Una Liberdade MG para obten o do grau de MESTRE EM CI NCIAS AMBIENTAIS no Programa de P s Gradua o em Ci ncias Ambientais da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC Ap s haver analisado o referido trabalho e arguido a candidata os membros s o de parecer pela APROVA O da Disserta o Crici ma SC 23 de mar o de 2012 qn od lt Prof Dra Teresinha Maria Gon alves Primeiro Examinador o ei EC AES ae Prof Dr Ricardo Braun Segundo Examinador of Dr Geraldo Milioli idente da Banca e Oime eem N s sabemos que a terra n o pertence ao homem O homem pertence a terra Todas as coisas est o interconectadas como o sangue que une uma fam lia Qualquer coisa que ele fizer a ela ele acabar afetando a si pr prio Chefe Seattle Aquilo que a humanidade capaz de amar em virtude de mero dever ou exorta o moral infelizmente muito limitado A grande moraliza o presente no movimento ecol gico deu ao p blico a falsa impress o de que cada um est sendo basicamente solicitado a se sacrificar a mostrar mais responsabilidade mais preocupa o e uma moral mais adequada Mas o cuidado necess rio flui naturalmente quando o Eu se amplia e se aprofunda a ponto de sentir a prote o da natureza livre concebida como a prote o de n s mesmos John Seed Porque tu
109. a como dos agricultores da regi o 6 Morador do sexo masculino 38 anos brasileiro tem uma companheira tem uma filha mas esta n o mora na ecovila agr nomo com p s gradua o em Agricultura Biodin mica e em Desenvolvimento Regional e Agroecologia Participou de cursos como Gaia Education Germinar e Pedagogia Social ligados Antroposofia Trabalhou em ONGs prefeituras conjuntamente com sua empresa A partir de 2007 passou a trabalhar exclusivamente em sua empresa Desde 1997 tem uma empresa de consultoria na rea de agricultura ecol gica e meio ambiente Na ecovila desempenha atividades de plantio e orienta o funcionamento da horta quando est presente pois ainda tem um ritmo constante de viagens Em Terra Una existe a inten o de ampliar a capacidade de a ONG gerar os recursos para os pr prios membros ou seja trabalhar em nome da ONG Terra Una e n o por outras institui es Isso envolve ter mais produ o local de alimentos e maior oferta de servi os e produtos que possam ser trocados ou vendidos No entanto n o h a pretens o de cultivar tudo na ecovila e se isolar do resto do mundo sem interagir 142 Terra Una tamb m funciona com preceitos da economia solid ria O pr prio grupo inicial se formou como uma rede de economia solid ria no Rio de Janeiro RJ Algumas das propostas de economia solid ria que acontecem s o relacionadas a modos de financiamentos e investimentos tico Um exemp
110. a comunit ria conforme a figuras 27 um pomar algumas ro as de produ o sazonal de cereais e h plantio em floresta sempre consorciado ou seja n o h monocultura al m de haver plantas frut feras espalhadas pelo espa o do terreno 137 Figuras 27 Hortas Nesse modelo de agricultura existe o cuidado sobretudo com o solo n o apenas com as plantas a fim de gerar sustentabilidade nutrindo o ambiente e favorecendo o desenvolvimento do ecossistema sem retirar da terra mais nutrientes do que se est repondo A agricultura biodin mica trabalha al m desses fatores com o manejo das for as c smicas pois entende que a agricultura ocorre atrav s das for as terrestres e c smicas Dessa maneira s o usados preparados biodin micos que incorporam energias de outros planetas por exemplo Criada por Rudolf Steiner na d cada de 1920 a agricultura biodin mica considera um est gio mais avan ado de agricultura org nica por considerar a unidade de produ o de forma hol stica como um organismo De acordo com Darolt 2010 a agricultura biodin mica difere das demais correntes ecol gicas basicamente em dois pontos O primeiro o uso de preparados biodin micos que s o subst ncias de origem mineral vegetal e animal altamente dilu das aplicadas em pequenas quantidades no solo nas plantas e nos compostos Esses preparados t m o objetivo de vitalizar as plantas e estimular o seu crescimento O segundo o fa
111. a em ins nias dificuldades respirat rias lceras de est mago desassossegos n o se percebe sua dimens o civilizacional coletiva e vai se consultar o m dico o psicoterapeuta o guru MORIN KERN 1995 p 89 Essa loucura cultural precisa ser curada a partir de novos sistemas de valores ticos para que possa dar lugar a um sistema social e econ mico equilibrado que vise a Justi a social o crescimento interior e a preserva o do planeta Capra 2006 p 226 sustenta que a experi ncia de nos sentirmos saud veis 67 healthy envolve a sensa o de integridade f sica psicol gica e espiritual um sentimento de equil brio entre os v rios componentes do organismo e entre o organismo e seu meio ambiente Quanto s quest es ambientais que afetam a sa de Gasperi Raduns e Ghiorzi 2008 p 505 confirmam que cada pessoa parte integrante dessa natureza Aquilo que ela faz com essa natureza repercute nela pr pria e no outro Perante a necessidade urgente de estabelecimento de uma nova rela o entre ser humano e natureza n o s pela quest o da sobreviv ncia mas tamb m pelo fato de que os seres humanos s o seres naturais primordialmente e por isso a qualidade de sua vida sua sa de integral depende de uma rela o harm nica entre eles Carl Gustav Jung 1984 p 189 expoente da Psicologia assegura Todos n s precisamos de alimento para a psique imposs vel encontr lo nas habita es
112. a era sua alma a qual ele julgava estar ligada ao corpo atrav s da gl ndula pineal no c rebro Nessa perspectiva segundo Schultz e Schultz 1999 p 42 para Descartes os animais n o tinham sentimentos e ent o pelo fato de entend los como n o possuidores de alma dissecava os vivos sem anestesia e ainda denotava satisfa o ao v los gritar de dor o que para ele conforme Jaynes apud SCHULTZ SCHULTZ 1999 p 42 n o eram sen o assobios hidr ulicos e vibra es de m quinas Al m da dualidade mente corpo em que a mente era considerada suprema Wilber 2004 afirma que o paradigma cartesiano tamb m dual stico na esfera sujeito objeto no sentido de que aquele que estuda o mundo n o se percebe integrado ao mundo mas sim como algu m que est do lado de fora observando de longe como se n o tivesse qualquer rela o De acordo com Boff 2007 esse pensamento dual no qual se percebe a realidade como um emaranhado de objetos e sujeitos independentes uns dos outros adv m do realismo 25 materialista do paradigma vigente O realismo para Boff 2007 p 24 exclui do que considera realidade aquilo que remete subjetividade consci ncia vida e espiritualidade o que encurtou a realidade ao tamanho dos cinco sentidos organizados pela raz o anal tica E o materialismo segundo ele considera que a mat ria constitui a nica realidade consistente sendo os demais fen menos apenas suas
113. a importante no surgimento do paradigma hol stico foi a f sica qu ntica que fornece sustenta o cient fica para seus fundamentos De acordo com Zohar 1990 a f sica qu ntica tem seu nome origin rio do latim O yin associa se ao feminino terra lua ao interior atividade receptiva consolidadora cooperativa ao conhecimento intuitivo que baseia se na experi ncia direta e n o intelectual da realidade devido a um estado ampliado de percep o consciente e portanto est relacionado s ntese n o linearidade ao hol stico CAPRA 2006 a Yang est associado ao masculino e corresponde ao c u ao sol superf cie atividade agressiva expansiva e competitiva ao pensamento racional que linear anal tico aos dom nios intelectuais de discriminar medir e classificar CAPRA 2006 45 quanta que no n vel da f sica se refere a pacotes individuais de energia Segundo Rocha Filho 2004 p 26 f sica qu ntica uma disciplina cient fica que estuda as propriedades das mol culas dos tomos e das part culas subat micas e tamb m as intera es entre esses corpos e ondas eletromagn ticas Conforme o autor essa disciplina originou se a partir dos estudos de Max Planck apresentados em 1900 Sociedade Alem de F sica que lhe conferiu pr mio Nobel no ano de 1918 Esta nova f sica foi al m da f sica cl ssica e sustentou que o universo din mico e n o linear regido pelo m
114. a no o integral daquilo que se estuda Nicolescu 2001 p 50 pontua que a pluridisciplinaridade diz respeito ao estudo de um objeto de uma mesma e nica disciplina por v rias disciplinas ao mesmo tempo Numa intera o pluridisciplinar a compreens o de um objeto restrito somente uma disciplina sai enriquecida ap s as contribui es de v rias outras disciplinas Deste modo conforme o autor a abordagem pluridisciplinar ultrapassa a disciplinaridade mas seu objetivo continua sendo uma pesquisa disciplinar A multidisciplinaridade esclarece Almeida Filho 2005 p 38 um sistema que funciona atrav s da justaposi o de disciplinas em um nico n vel ausente uma coopera o sistem tica entre os diversos campos disciplinares A multidisciplinaridade opera na pr tica como uma atua o de um grupo de profissionais de diferentes disciplinas tratando de um mesmo objeto por m sem que esses profissionais estabele am rela es entre si Nesse caso a multidisciplinaridade seria uma tentativa de superar a fragmenta o atrav s da somat ria de v rios campos do saber A interdisciplinaridade de acordo com Nicolescu 2001 a intera o de diferentes profissionais com objetivo de deslocar conhecimentos de uma disciplina para outra Esse deslocamento conforme o autor pode possibilitar que m todos de uma disciplina sejam aplicados noutra com intuito de aperfei oar sua pr xis al m de poder gerar novas discipli
115. a onda e part cula sejam faces diferentes de um mesmo todo s se pode descrever uma delas por vez Em um experimento s se pode medir a velocidade da onda ou a exata posi o da part cula n o existindo a possibilidade de saber a respeito das duas ao mesmo tempo O Princ pio da Incerteza de Heisenberg prova que h apenas probabilidades no conhecimento das part culas n o precis o real e determinismo ROCHA FILHO 2004 Zohar 1990 exp e que o observador ter aquilo que est com o intuito de ter poder ter a posi o da part cula ou a velocidade da onda sabendo que enquanto obt m um dado perder o outro Capra apud Di Biase 2002 diz que este princ pio comprova que observador e observado sujeito e objeto mente e mat ria n o podem ser separados pois a consci ncia do observador interfere no fen meno observado Conforme Ara jo 1999 Bohm grande pesquisador da f sica qu ntica postulou que o mundo um complexo de rela es em que cada parte cont m o todo existindo uma ordem que liga todas as coisas e seres Weil 1991 p 33 afirma que Bohm observou que mat ria e mente s o insepar veis e apenas aspectos diferentes do mesmo conjunto nada pode ser inteiramente separado ou fragmentado Isso comprova a inter rela o entre todas as coisas do universo Outro importante conceito da f sica qu ntica o de complementaridade formulado por Niels Bohr De acordo com esse princ pio onda e part cula s
116. ades com o planeta incluindo para consigo mesmo visto por eles como prop cio felicidade 4 3 5 Sociedade ideal Ainda que encarada por muitos como utopia a busca pela constru o de um mundo melhor guiada pelo desejo de viver em um lugar de paz respeito solidariedade Justi a amor e felicidade permeia a humanidade h muitos e muitos anos Vistos como idealistas incont veis indiv duos se destacaram na hist ria pelos seus discursos e suas lutas em favor dessa literalmente grande causa e outros tantos sem holofotes tiveram esse ideal como prop sito de vida Frente aos complexos problemas das sociedades atuais onde parece se sobressair a viol ncia paz e ao respeito o dio ao amor a competi o coopera o e solidariedade a injusti a justi a a nsia por um mundo melhor ganha adeptos de diferentes ideologias que 172 come am a se unir em uma mesma corrente Os movimentos nessa perspectiva surgem por feministas defensores da justi a social ambientalistas e de diversas dire es alegando que muito precisa ser modificado nas sociedades atuais rumo a um novo est gio do desenvolvimento da humanidade O movimento das ecovilas denota esse desejo colocado em pr tica As ecovilas surgem como modelos alternativos de vida em sociedade guiada por valores e princ pios ticos visando o bem estar de todos os seres Em Terra Una al m daquilo que se pode ver na pr tica os discursos dos moradores inci
117. afirma que existe uma dimens o sutil de conex o energ tica sinerg tica que interpenetra e move os seres humanos com os outros seres Capra 2008 p 81 explica que a espiritualidade ou a vida espiritual geralmente compreendida como um modo de ser decorrente de uma profunda experi ncia da realidade chamada de experi ncia m stica religiosa ou espiritual Durante esses momentos espirituais Capra 2008 p 81 afirma que ocorre um reconhecimento profundo da nossa unidade com todas as coisas uma percep o de que pertencemos ao universo como um todo A espiritualidade possibilita o sentimento de unidade entre corpo e mente sujeito e universo Weil 1993 traz tamb m como princ pios do novo paradigma hol stico a n o dualidade entre sujeito e objeto a n o separatividade entre mat ria vida e informa o ao considerar que estas s o manifesta es da mesma energia universal a holopropragm tica que considera que assim como as partes est o no todo o todo tamb m est nas partes Di Biase e Rocha 2005 p 104 ressaltam que a informa o pode ser definida ent o como a propriedade 49 intr nseca e irredut vel do universo capaz de gerar ordem auto organiza o e complexidade Weil 1993 p 47 aponta ainda como princ pios a integra o do sujeito na qual o conhecimento produto de uma rela o indissoci vel da mente do sujeito observador do objeto observado e do processo de
118. alyi 1999 apud GRAZIANO 2005 revelam que sustentadas as condi es b sicas de sobreviv ncia o dinheiro n o se relaciona com a felicidade Eventos importantes positivos ou negativos perdem em aproximadamente tr s meses seus efeitos sobre o bem estar subjetivo e o sujeito volta a apresentar seu n vel m dio de felicidade afirma o precursor desse campo de estudo Seligmam apud GRAZIANO 2005 e continua A felicidade que o objetivo da Psicologia Positiva n o se resume a alcan ar estados subjetivos moment neos Felicidade tamb m inclui a ideia de uma vida aut ntica e autenticidade descreve o ato de obter gratifica o e emo o positiva atrav s do exerc cio das pr prias for as pessoais que s o caminhos naturais e permanentes para a gratifica o SELIGMAM apud GRAZIANO 2005 45 No entanto principalmente atrav s do consumo do prazer instant neo por consumir que grande parte da humanidade est buscando a felicidade atualmente Atualmente existe um pensamento compartilhado socialmente de que possuir um valor fundamental 168 exist ncia humana sem o qual a felicidade n o pode existir Ainda que n o seja un nime essa vis o encarcera indiv duos em uma vida que ao inv s de o aproximar da procurada felicidade os afasta cada vez mais pois se n o conquista as metas financeiras que gostaria frustra se e se conquista nunca se d por satisfeito Giannetti 2009 p 80 enf tico nessa
119. am elas dotadas de qualidades ocultas ou mec nicas n o t m lugar na filosofia experimental Assim refutando as hip teses a ci ncia aboliu de sua investiga o muitos problemas relevantes compreens o do mundo Vale dizer que Os s culos XVIII e XIX serviram se da mec nica newtoniana com enorme sucesso A teoria newtoniana foi capaz de explicar o movimento dos planetas luas e cometas nos m nimos detalhes assim como o fluxo das mar s e v rios outros fen menos relacionados com a gravidade O sistema matem tico do mundo elaborado por Newton estabeleceu se rapidamente como a teoria correta da realidade e gerou enorme entusiasmo entre cientistas e o p blico leigo A imagem do mundo como uma m quina perfeita que tinha sido introduzida por Descartes era ent o considerada um fato comprovado e Newton tornou se o seu s mbolo CAPRA 2006 p 62 Na f sica de Newton o tomo era a menor part cula encontrada na mat ria sendo b sica indivis vel s lida e cada qual ocupando um lugar pr prio e definido no espa o e no tempo Tanto ondas como part culas tinham seu papel dentro da f sica newtoniana mas as part culas eram consideradas mais b sicas por serem formadoras da mat ria sendo as ondas avaliadas como meras vibra es Tudo isso passou a ser conhecimento ultrapassado a partir do s culo XX pelas descobertas da f sica qu ntica LOHAR 1990 De um modo geral os principais aspectos do paradigma cartesiano new
120. apia familiar sist mica e em n vel de sociedade entendendo que os sistemas est o por toda a parte CAPRA 1998 Para Morin 2003 p 28 sistema uma associa o combinat ria de elementos diferentes Capra 2006 p 40 exemplifica a no o de sistema as mol culas combinam se para formar as organelas as quais por seu turno se combinam para formar as c lulas As c lulas formam tecidos e rg os os quais formam sistemas maiores como o aparelho digestivo ou o sistema nervoso Estes finalmente combinam se para formar a mulher ou o homem vivos e a ordem estratificada n o termina a As pessoas formam fam lias tribos sociedades na es Todas essas entidades das mol culas aos seres humanos e destes aos sistemas sociais podem ser considerados todos no sentido de serem estruturas integradas e tamb m partes de todos maiores em n veis superiores de complexidade Segundo Bertalanffy 1975 os sistemas podem ser descritos como abertos ou fechados Sistemas fechados s o aqueles conforme Morin 2003 que n o mant m trocas de energia e mat ria com o meio e portanto est o em constante estado de equil brio como uma pedra por exemplo O autor observa como sistemas abertos todos os organismos vivos e caracteriza os como sistemas em permanentes flutua es de equil brio e desequil brio porque atrav s de seu mecanismo de entrada e sa da est o em constante troca energ tica
121. ar assim eu tenho a maior f E tamb m ver onde que a gente t com essa venda n N o que a gente j esteja acordado e os outros Eu tamb m tenho muito o que aprender Flor de liz A sociedade ideal as pessoas fazem s o que querem e as pessoas querem fazer coisas boas Jo o de barro Ent o ta atento a esses ciclos que mant m todos os n veis de sustentabilidade sustent veis n nesse sentido Ent o uma sociedade que aprenda a valorizar esses ciclos e entender o ciclo da terra e ta produzindo tanto quanto se pode consumir consumindo tanto quanto se pode produzir e tendo expectativa nisso equilibrada Ent o eu fico visualizando manchas de florestas com manchas de comunidades e permeadas por mato onde a tecnologia t totalmente presente eu n o sinto necessidade de acabar com a tecnologia mas de a gente tornar a terra mais perme vel 173 de novo a gente foi impermeabilizando ela toda com cimento e a gente tem que permear ela de novo pra que ela possa respirar E ent o esse o processo seres humanos atentos em manter a vida viva assim Ai eu vou t falando de tudo porque vai ser tamb m a rela o como a pessoa os seres humanos s o como que as rela es interpa ses se d o nas diferen as culturais como que tudo isso se d O respeito pela Entender que a vida diversa que a natureza m ltipla e que as culturas s o diversas tamb m e a gente conseguir respeitar es
122. ar um banho de cachoeira n o tem um pouco hora pra isso voc que determina uma vez que voc tenha suas fun es claras e sabe quando elas tem que estar prontas Eventualmente at quando eu saio viagens trabalho fora s vezes eu vou e fico dez dias no Rio por causa que tem o programa l n que somos coordenadores ent o vou ter o meu lazer l tamb m vou ter meu momento de prazer minha busca por outras quest es fora da ecovila Ent o tem esse lazer que acontece fora O lazer aqui na regi o pra quando voc ta morando aqui tem muito mais uma satisfa o pela vida que a gente leva e com o que que isso ta inclu do Pra mim um lazer por exemplo poder assistir um p r do sol parar na hora do p r do sol n o fa o nada fa o um chimarr o vou pra rede pego um viol o isso pra mim um lazer Eventualmente a gente se re ne pra fazer uma reuni o celebrativa ent o vai pra fogueira todo mundo fica tocando viol o at tarde ou faz uma celebra o gastron mica cozinha junto Mas os momentos contemplativos de alguma forma suprem bastante as necessidades de v rios membros de lazer n momentos de introspec o ou de celebra o com os amigos Acho que ela ta bastante pautada nisso assim de contato com a natureza e contato com outros seres humanos e contato com sua interioridade com a sua introspec o Fora isso acho que eventualmente a gente faz alguns passeios tamb m na regi o que n o s o muito frequent
123. arem juntos criando um espa o melhor para se viver Os conflitos inter pessoais s o trabalhados ao m ximo a fim de que os v nculos entre os membros da comunidade sejam verdadeiros e sinceros o que torna a conviv ncia mais harm nica agrad vel e saud vel 4 1 2 Dimens o Ecol gica A dimens o ecol gica de uma ecovila abrange as t cnicas ambientais de baixo impacto que substituem t cnicas convencionais insustent veis Qualquer atividade humana impacta o meio ambiente no entanto enquanto seres tamb m naturais precisa se viver de maneira a n o desequilibrar a natureza As t cnicas ambientais mais conhecidas s o aquelas que dizem respeitos aos aspectos elementares da vida humana como moradia alimenta o energia tratamento da gua e res duos 4 1 2 1 Bioconstru o A constru o civil respons vel por severo impacto ambiental desde a fase de produ o dos materiais de constru o passando pelo alto consumo de gua e energia e pelo desperd cio gerado durante as obras como os impactos oriundos da presen a da obra impermeabiliza o do solo cria o de zonas de calor etc De acordo com o CIB CSIR 2002 apud DEEK J NIOR 2008 o setor da constru o civil respons vel mundialmente por 12 a 16 do consumo de gua 30 a 40 do consumo energ tico 25 da madeira florestal 40 da produ o de mat ria prima extrativa 20 a 30 da produ o de gases do efeito estufa 40 do total dos res duos d
124. as palavras de Morin e Kern 1995 tanto na biosfera quanto na psicosfera Por toda parte se faz notar a crise multidimensional e complexa que envolve a sa de o ambiente as rela es sociais a tecnologia a economia a pol tica tendo repercuss o portanto em todas as esferas da vida Os sintomas dessa crise no modo de vida abrangem a incid ncia maior de doen as f sicas desencadeadas pela acelera o do ritmo cotidiano como as doen as cardiovasculares e o c ncer doen as psicol gicas como a depress o e a 16 ansiedade doen as sociais como a criminalidade a viol ncia e o isolamento Inclui se ainda nesse rol de disfun es o aumento do ndice de suic dio mostrando a perda do sentido da vida o abuso de drogas a corrup o a fartura de poucos em detrimento da mis ria de muitos e a alarmante degrada o do meio ambiente natural CAPRA 2006 Braun 2005 lembra que medida que o homem moderno evoluiu tecnicamente foi se afastando da natureza e perdendo sua ess ncia natural o que afeta seu pr prio equil brio Atesta que a crise na qual a humanidade se encontra representa o desequil brio dos pr prios seres humanos devido a sua percep o err nea do que o mundo e de como ele deve funcionar compartilhada atrav s da educa o e da cultura Ao entender o ambiente em suas dimens es f sica qu mica biol gica social e psicol gica como prop em D oux e D oux 19967 enfim o meio no qual o ser hu
125. as de dois andares com o uso de uma boa estrutura de madeira BRASIL 2008 Tijolo de palha uma t cnica que usa um molde onde comprimida uma mistura 125 de palha com barro Depois necess rio deixar os tijolos secarem antes do uso De acordo com Brasil 2008 paredes grossas desse material possuem v rias vantagens como prote o t rmica frio e calor e baixo custo Tijolo de solocimento um tijolo prensado feito de areia argila e cimento e n o queimado como os tijolos comuns portanto economizam energia que seria usada na queima Al m disso a queima emite gazes que aumentam o efeito estufa Com o solocimento poupa se tamb m o custo ambiental e econ mico do transporte pelo fato de que se pode fabric lo no canteiro de obras principalmente com mat ria prima local Outro benef cio que n o h desperd cio j que tijolos quebrados podem ser mo dos e reaproveitados BRASIL 2008 A constru o com superadobe consiste basicamente em empilhar sacos preenchidos com terra e posicionar arame entre eles para refor ar a estrutura Os sacos podem ser de polipropileno que precisam ser socados para que a terra fique compactada O ferrocimento uma t cnica que utiliza argamassa de cimento e areia armada em uma trama de vergalh es finos coberta por tela de galinheiro de fios galvanizados utilizada principalmente na constru o de reservat rios de gua pode ser poss vel construir grandes estruturas com pouco
126. as dos seus integrantes os humanos Admitem se as in meras diferen as entre comunidades humanas e ecossistemas nesses n o h linguagem autopercep o cultura n o h justi a e democracia mas tamb m n o existe cobi a e desonestidade O que se pode aprender com os ecossistemas contudo como viver de maneira sustent vel CAPRA 1997 Al m disso ao agregar a ecologia profunda nessa discuss o qualificar a sociedade como ecol gica envolve al m da sustentabilidade ecol gica tamb m uma nova percep o do mundo e do homem nas quais estejam presentes os princ pios de complementaridade inter rela o e interdepend ncia para a compreens o da vida como um todo sist mico hol stico integrado e transdisciplinar Essa mudan a implica mudan as profundas de percep o quando ent o se poder superar a obsess o humana por consumo material livrando se da ilus o de que ele pode realmente conduzir felicidade Entendendo que a conex o entre percep o e comportamento psicol gica a l gica n o pode persuadir algu m a viver se sentido integrado teia da vida como um dever j a percep o ecol gica profunda faz com que o sujeito esteja inclinado a cuidar de toda a 79 natureza viva diz Capra 1997 Arne Naess criador da ecologia profunda afirma apud CAPRA 1997 p 29 O cuidado flui naturalmente se o eu ampliado e aprofundado de modo que a prote o da natureza livre seja sentida e c
127. ato nosso de cada dia 163 4 3 3 Qualidade de vida Qualidade de vida uma condi o desej vel e visada em diversas inst ncias no entanto n o existe uma defini o comum compartilhada Impl citos nesse conceito est o fatores econ micos sociais ambientais espirituais f sicos e psicol gicos tendo ent o uma vida com qualidade aquele que tem satisfeitas as suas necessidades b sicas para uma vida saud vel tenha liberdade e autonomia relacionamentos harmoniosos e que sobretudo e sinta bem em rela o sua vida Nessa dire o est a vis o aristol tica de qualidade de vida que relaciona se com o bem estar e a felicidade de acordo com Diniz e Schor apud COSTA 2008 Apesar de ser um conceito complexo grande parte da sociedade associa a sua qualidade de vida principalmente a condi es financeiras abastadas que possam proporcionar prazeres advindos do consumo Para fazer a interface entre a sociedade de consumo ou Sociedade de Crescimento Industrial e uma ecovila a investiga o da vis o de qualidade de vida dos moradores de Terra Una est sistematizada abaixo a partir das narrativas de todos os entrevistados Qualidade de vida pra mim ter o que importante Ent o significa ter possibilidade tamb m Ent o eu tenho aqui comida boa gua boa banho de cachoeira amigos acesso internet Tipo eu tenho essa possibilidade m ltipla tanto das coisas que est o aqui quanto das coisas que est o
128. bjetivos da pesquisa transdisciplinar Artigo 9 A transdisciplinaridade conduz a uma atitude aberta em rela o aos mitos e religi es e queles que os respeitam num esp rito transdisciplinar Artigo 10 N o existe um lugar cultural privilegiado de onde se possa julgar as outras culturas A abordagem transdisciplinar ela pr pria transcultural Artigo 11 Uma educa o aut ntica n o pode privilegiar a abstra o no conhecimento Ela deve ensinar a contextualizar concretizar e globalizar A educa o transdisciplinar reavalia o papel da intui o do imagin rio da sensibilidade e do corpo na transmiss o dos conhecimentos Artigo 12 A elabora o de uma economia transdisciplinar est baseada no postulado segundo o qual a economia deve estar a servi o do ser humano e n o o inverso Artigo 13 A tica transdisciplinar recusa toda e qualquer atitude que se negue ao di logo e discuss o qualquer que seja a sua origem de ordem ideol gica cientificista religiosa econ mica pol tica filos fica O saber compartilhado deveria levar a uma compreens o compartilhada baseada no respeito absoluto das alteridades unidas pela vida comum numa nica e mesma Terra Artigo 14 Rigor abertura e toler ncia s o as caracter sticas fundamentais da atitude transdisciplinar O rigor da argumenta o que leva em conta todos os dados a melhor barreira em rela o aos poss veis desvios A abertura comporta a aceita o do 2
129. bom lugar e a sa de das pessoas da sua comunidade da sua fam lia um bom lugar n Come a cada um com si e vai expandindo e que tem a ver com essa proposta de ta pr algo que a gente acredita em vez de ta contra aquilo que a gente j sabe que n o funciona o 156 mesmo pensamento E isso n o significa se isolar e s se importar com si pelo contr rio assim Quanto mais voc realmente entra em contato com o seu potencial sua sa de verdadeira e vai se curando voc naturalmente vai querer compartilhar aquilo E uma comunidade assim nesse momento e um projeto um trabalho cultural como eu me proponho a fazer tem um papel assim que se estende muito al m da satisfa o pessoal ou do reconhecimento qualquer coisa assim E uma proposta mesmo compartilhar e ampliar tend ncias que a gente acredita que possam ser trazer benef cios para o planeta pra humanidade Bem te vi A an lise dos depoimentos revela que a vis o de sa de dos entrevistados vai ao encontro de uma concep o de sa de integral confluindo com a vis o transdisciplinar hol stica Considerada uma condi o de equil brio entre corpo mente e esp rito ou energia vital e diretamente relacionados esfera social das rela es sociais e ambiental essa vis o de sa de enquanto inter rela o complexa de v rias dimens es transp e a condi o aus ncia de doen as e incorpora o contentamento a felicidade o bem estar como vari veis fundamentais
130. bra em in meros outros hoje difundidos e importantes conceitos como sustentabilidade e desenvolvimento sustent vel A palavra sustent vel assegura o autor atenta a seu oposto o insustent vel at pouco tempo atr s muito mais falada do que a primeira para designar aquilo que n o pode mais ser mantido continuado suportado Sustent vel passou a ser um conceito fundamental no direcionamento de atitudes referentes condu o da pr pria vida humana do mundo e da gest o do ambiente Derivada desse conceito surge a sustentabilidade que se posiciona contr ria ao desequil brio competi o gan ncia destrui o ao dom nio ao individualismo ao conflito entre outros valores e atitudes da sociedade capitalista BRAND O 2007 Nesse sentido Gadotti 2008 p 14 entende que a sustentabilidade para n s o sonho de bem viver sustentabilidade o equil brio din mico com o outro e com o meio ambiente a harmonia entre os diferentes Na perspectiva da sustentabilidade est o desenvolvimento sustent vel O conceito de desenvolvimento sustent vel foi utilizado pela primeira vez em 1987 no Relat rio Brundland mas tem suas ra zes em alguns anos anteriores no Clube de Roma fundado em 1968 por um grupo de economistas e cientistas preocupados com os riscos do ritmo de crescimento econ mico ilimitado GADOTTI 2008 A busca por crescimento econ mico sem limites envolve duas quest es 69 fundamenta
131. buscar uma sociedade com um entendimento mais profundo da vida do mundo e do ser humano para que assim possa por em pr tica o desenvolvimento integral visando o bem estar de todas as formas de vida e a felicidade do ser humano Trata se portanto de ter uma outra concep o entender o homem comum vivente cosmo psico bio antropossocial implica em devolv lo ao imp rio da natureza sem retir lo da rep blica da cultura descentr lo de sua superioridade para reinseri lo na di spora global c smica CARVALHO 1999 p 107 Ainda que a difus o dos mais diversos tipos de tecnologias propagou a ilus o de que a esp cie humana libertou se definitivamente da natureza isso n o ocorreu e nunca ocorrer pois sua vida depende do bom funcionamento do ecossistema global no qual todas as esp cies de animais vegetais bact rias enfim todos cooperam para manter as condi es adequadas vida em geral BOCCHI CERUTI 1999 p 147 Esse homem moderno antropoc ntrico e individualista que cercou se de seguran as materializadas vive no entanto cindido em crise como coloca Carvalho 1999 pois afastou se da natureza e por consequ ncia de sua natureza vital pois o resgate da ecologia principalmente na perspectiva profunda para que o ser humano retome sua integralidade 76 Morin 1980 p 23 lembra que a no o de ecologia como um campo de estudo das rela es entre os seres vivos e os meios onde vivem surgida
132. c cia Lebensgarten Steyerberg Stamm F ssen Eins e Sieben Linden na Alemanha Wilhelmina Terrein na Holanda Torri Superiori Damanhur e Elfi Casa Sarti La Comune di Bagnaia e Upacchi todas essas na It lia Kathumba na frica do Sul Associaci n Gaia na Argentina La Eco Village na Calif rnia Eco village of Keuruu na Finl ndia Dabr wka na Pol nia Tamera em Portugal Ekoboforeningen na Su cia Ces na Su a Green Kibutz em Israel Hjorsh j Christianiana Folkecenter e L S na Dinamarca Hocamk y na Turquia Auroville na ndia Gy rif Alapitavany na Hungria Terre d Enneille na B lgica Ecotopia na Rom nia The Sarvodaya Shramadana Movement no Sri Lanka Burdautien na Irlanda Phokies na Gr cia Nevo Ecoville na R ssia e a Ecovila de Piren polis no Brasil De acordo com Educa o Gaia Brasil 2006 programa de educa o para a sustentabilidade existente pelo mundo todo e parceira da GEN importantes ecovilas e suas nfases no que se refere a neg cios sustent veis s o Crystal Waters Lebensgarten Findhorn Torri Superiore e o Centro de Treinamento de Ecovilas em The Farm que ensinam e d o consultoria em projetos de ecovilas Auroville The Farm Crystal Waters Findhorn Dyssekilde Torup Snabegaard e Hertha s o especializadas em constru es ecol gicas Auroville CAT e o Folkecenter trabalham intensivamente com energia renov vel No Brasil existem quatorze ecovilas cadastradas na Rede de Fcovila
133. cala baseada em uma poderosa ind stria de agrot xicos pesticidas fertilizantes qu micos e horm nios que causam a devasta o do meio ambiente a contamina o dos len is fre ticos e a deteriora o da sa de dos consumidores RATTNER 2009 O capitalismo global n o afeta somente a biosfera mas tamb m a psicosfera MORIN KERN 1995 O modo de vida capitalista n o causou apenas a degrada o do meio 33 ambiente natural socioecon mico mas tamb m agride a dimens o subjetiva do ser humano ao impor um ritmo acelerado e valores que afastam os homens da sua humanidade O nico princ pio fundamental dessa l gica capitalista global o de que ganhar dinheiro deve ter preced ncia sobre os direitos humanos a democracia a prote o ambiental e qualquer outro valor criando se a ilus o de que o que leva felicidade principal objetivo de todas as pessoas s o somente coisas que o dinheiro pode comprar ou proporcionar CAPRA 2002 p 268 Capra 2006 p 22 exp e que Enquanto as doen as nutricionais e infecciosas s o as maiores respons veis pela morte no Terceiro Mundo os pa ses industrializados s o flagelados pelas doen as cr nicas e degenerativas apropriadamente chamadas doen as da civiliza o sobretudo as enfermidades card acas o c ncer e o derrame Quanto ao aspecto psicol gico a depress o grave a esquizofrenia e outros dist rbios de comportamento parecem brotar de uma deterioriz
134. civilizacional 4 DIMENS O ECON MICA 44 Como o sistema econ mico na ecovila 45 Existe disparidades econ micas entre os moradores permanentes da ecovila 46 A ecovila interage economicamente com a comunidade externa de que forma 47 Como funciona o processo de aquisi o de moradia na ecovila 48 Quais s o os produtos produzidos na ecovila 49 H funcion rios que trabalham na ecovila 50 Se houver como o sistema de remunera o desses funcion rios 5 OUTRAS QUEST ES 51 Existiriam dificuldades para a implanta o da ecovila Quais 52 Voc sente que existem alguns problemas ou obst culos espec ficos desse modo de vida que n o haveriam se voc levasse outro estilo de vida 53 Voc acha que o interesse pelas ecovilas est crescendo Por que 54 Voc acha que a sociedade pode modificar sua maneira de ser no sentido do relacionamento do ser humano consigo mesmo com o outro e com a natureza por inteiro 55 Qual sua ideia de sociedade ideal 56 Quais as vantagens e desvantagens em se morar em ecovila 196 ANEXOS 197 ANEXO A Termo de consentimento livre e esclarecido do participante Y TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE unesc Estamos realizando uma pesquisa intitulada Perspectivas da vis o transdisciplinar hol stica e suas contribui es para a constru o de uma sociedade ecol gica o caso da Ecovila Terra Una Liberdade MG O a Sr a foi
135. clicos de energia e recursos A parceria confere qualidade de vida pois a tend ncia para formar associa es estabelecer liga es para viver dentro de outro organismo e cooperar E mais numa parceria verdadeira confiante ambos os parceiros aprendem e mudam eles evoluem CAPRA 1997 p 234 Incorporando esses princ pios compreens o de como poderia ser uma sociedade para que fosse sustent vel e mais ecol gica percebe se que a economia atual segue princ pios opostos como competi o expans o domina o e por isso insustent vel em tais moldes E por ltimo Capra 1997 cita o princ pio da flexibilidade Perturba es nos ecossistemas sempre acontecem pois as coisas est o mudando no ambiente o tempo todo mas a flexibilidade faz com que ele se adapte s diferentes condi es que se apresentam buscando sempre o equil brio Esse princ pio remete quando aplicado a comunidades humanas a uma estrat gia correspondente de resolu o de conflitos Como h diversidade haver contradi es tens es entre estabilidade e mudan a ordem e liberdade tradi o e inova o por exemplo mas que se a comunidade perceber a interdepend ncia entre seus membros essas tens es podem ser vitais para o sistema e enriquec lo com ideias interpreta es estilos de aprendizagem e at com os erros que surgirem O pensamento ecol gico envolve perceber as coisas e os fen menos de modo hol stico e as inter re
136. co simples l gico em que natureza e ser humano eram desconectados este ltimo desprovido de qualquer subjetividade e espiritualidade deram base para que valores como a competi o entre indiv duos gan ncia por recursos materiais e domina o da natureza permeassem a sociedade Essas caracter sticas configuraram o paradigma cartesiano newtoniano que guiou a ci ncia e se tornou uma vis o de mundo compartilhada pela Sociedade de Crescimento Industrial hoje criticado por fil sofos 1 ade A Termo utilizado por Joanna Macy e Molly Young Brown 2004 para designar a sociedade contempor nea baseada na busca desenfreada por crescimento econ mico com altos custos ambientais sociais psicol gicos que se entrela am e p em em risco a vida na Terra 15 cientistas ecologistas feministas devido s consequ ncias oriundas do estilo de vida dele decorrente Derivada dessa cosmovis o materialista e reducionista da realidade a fantasia da separatividade condi o em que os seres humanos se percebem sem rela o de interdepend ncia e complementaridade com os outros membros de sua esp cie e com tudo o que existe tem sido uma de suas deriva es mais propiciadoras da autodestrui o da humanidade WEIL 1991 Regulando seus modos de viver a partir desse paradigma o homem moderno abandonou seu modelo org nico de perceber o mundo existente na Idade M dia em que a natureza era por ele respeitada e iniciou u
137. coes revista if rev19 1Ipdf E lreas 20verdes pdf gt Acessado em set 2010 MORIN Edgar O m todo I A natureza da natureza A vida da vida Portugal Biblioteca Universit ria 1977 _ O m todo II A vida da vida Portugal Biblioteca Universit ria 1980 ntrodu o ao pensamento complexo 4 ed Lisboa Instituto Piaget 2003 177p A religa o dos saberes o desafio do s culo XXI 4 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2004 588p Ci ncia com consci ncia 9 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2005 344p MORIN Edgar KERN Anne Brigitte A agonia planet ria In MORIN Edgar KERN Anne Brigitte Terra P tria Porto Alegre Sulina 1995 p 69 103 NICOLESCU Basarab O manifesto da transdisciplinaridade 2 ed S o Paulo Triom 2001 165p NOAL Fernando O Complexidade e responsabilidade ci ncia tica ecologia e futuro na perspectiva de Hans Jonas In BAGGIO Andr BARCELOS Valdo Educa o ambiental e complexidade entre pensamentos e a es Santa Cruz do Sul EDUNISC 2008 p 44 71 NOVAES Antonio P et al Utiliza o de uma fossa s ptica biodigestora para melhoria do Saneamento Rural e desenvolvimento da Agricultura Org nica s d 14p Dispon vel em lt http www cnpdia embrapa br produtos img fossa pdf gt Acesso em 26 out 2011 ODUM Eugene P Ecologia Rio de Janeiro Ed Guanabara 1988 434p OLIVEIRA Arlene M G AQUINO Adriana M NETO Manoel T C Compostagem
138. colescu 2001 p 39 a l gica do terceiro inclu do vai ao encontro da sabedoria popular que fala que um bast o sempre tem duas extremidades Esse 7 A n o separabilidade assegura que mesmo ap s uma intera o entre duas entidades qu nticas continua existindo uma liga o entre elas o que assegura a exist ncia de uma lei unificadora NICOLESCU 2001 8 Ver p gina 45 54 princ pio da transdisciplinaridade aponta para o fato que nem tudo o que parece a priori Portanto n o descarta preconceituosamente nenhum tipo de conhecimento O outro pilar da transdisciplinaridade a complexidade postula que as coisas os fen menos e o mundo n o podem ser entendidos por uma vis o simplista que nega sua multidimensionalidade A complexidade n o se trata de um modo de entender as coisas como uma mistura desordenada de elementos mas atesta a exist ncia de uma coer ncia entre tudo o que existe NICOLESCU 2001 Morin 2003 defende que a complexidade n o pode ser conceituada pois isso seria uma forma de simplific la Para o autor ela n o pretende dominar e controlar o real mas propor um pensamento capaz de dialogar com ele n o negando o pensamento simplificador mas atuando onde este apresenta suas falhas Nesse sentido Almeida Filho 2005 p 38 discorre Conceitualmente o objeto complexo sint tico n o linear m ltiplo plural e emergente Como um objeto modelo sist mico faz parte de um sistema
139. como o marco simb lico do in cio da ecologiza o das sociedades ocidentais ou seja quando a preocupa o com o meio ambiente deixou de ser apenas dos amantes da natureza e passou a ganhar amplitude Esse ano 1945 marcou a primeira explos o de bomba at mica experimentalmente e o lan amento verdadeiro dois meses depois sobre Hiroshima e Nagasaki Isso evidenciou portanto que o ser humano conquistou o poder de destrui o de si mesmo e de tudo o que existe no planeta A partir dessa data onde o ambientalismo contempor neo come ou a emergir o autor define que o mundo entrou na idade ecol gica Ap s esse fato muitos marcos ocorreram Na d cada de 1960 o ambientalismo ganhou for a e repercuss o em seus questionamentos sobre os valores da sociedade capitalista Em 1962 houve a publica o do livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson um cl ssico do ambientalismo contempor neo Uma d cada depois em 1972 ocorreu a Primeira Confer ncia das Na es Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo colocando em pauta a sobreviv ncia da humanidade e defendendo a educa o ambiental como uma atividade de import ncia estrat gica na promo o da qualidade de vida Nesse mesmo ano foi lan ado o relat rio Meadows encomendado pelo Clube de Roma denotando a inser o dos empres rios nessa discuss o Em 1983 foi criada a Comiss o Mundial para o Meio Ambiente e em 1989 essa comiss o publicou o Relat rio Brundtland
140. conhece se que a toxidade de algumas subst ncias encontradas em pesticidas tenha efeitos cancer genos imunodepressivos induzidores de doen a de Parkinson pneumopatias e muta es gen ticas entre outros Encontrou se correla o entre uso de pesticidas por agricultores com maior incid ncia de c ncer de bexiga c rebro p ncreas rins e leucemia D OUX D OUX 19967 Al m disso os efeitos do uso de agrot xicos por agricultores sobre sua pr pria sa de englobam tristeza des nimo irritabilidade depress o dist rbios de mem ria e cogni o altera es de personalidade mortes por intoxica es e est atrelado ainda ao suic dio LEVIGARD ROZEMBERG 2004 Outro fator importante quando se trata da agricultura moderna convencional o uso crescente de sementes transg nicas debatido exaustivamente por todo o mundo mas que vem sendo imposto s mesas nos mais diversos locais sem a precau o de que necessita Frente a isso de extrema import ncia quando se fala em sustentabilidade atentar para a agricultura e buscar desenvolver t cnicas de cultivo ecol gicas sustent veis saud veis e de prefer ncia locais que eximem o impacto de longo transporte de mercadorias A produ o agr cola em Terra Una tem como base algumas vertentes da agroecologia como a agricultura biodin mica O cultivo org nico sem uso de qualquer adubo qu mico pesticida ou defensivo A planta o realizada em hortas pr ximas a cas
141. consenso nunca teve uma proposta que algu m bloqueou no c rculo ela sempre continuou a ser trabalhada at ser aceita pela maioria P r do sol A proposta aceita quando todos exceto no m ximo uma pessoa concordam Apartar se significa dizer que n o sente que pode apoiar sinceramente a proposta mas n o contra sua implementa o ficando ent o n o respons vel pela execu o Se muitos est o se apartando preciso repensar o processo e n o seguir em frente com a proposta da forma como ela est Quem n o aceita realmente a proposta pode bloque la somente se for membro efetivo Se mais do que uma pessoa bloquear o que denota que n o apenas um inc modo individual de uma pessoa a decis o n o tomada e esses membros ter o que assumir a responsabilidade de trazer uma nova solu o para a necessidade para a qual estava sendo discutida uma resolu o na proposta Dessa maneira a proposta em quest o n o mais discutida e sim o processo ser retomado do zero Caso a decis o seja apenas sim ou n o ent o bloquear significa n o Segundo P r do sol importante salientar que em grupos que optam pelo consenso e que est o capacitados para tal raro o bloqueio e afirma que em Terra 121 Una nunca ocorreu at o momento O aspecto fundamental desse m todo de tomada de decis o a escuta e o respeito pelo outro ao propor que a escolha ideal aquela que mais consegue englobar as necessidades de todos
142. conversas debates profundos parcerias de trabalho festas e risadas durante o tempo em que tivemos juntos Aos professores do PPGCA principalmente Teresinha M Gon alves ao Gilberto Montibeller Filho ao Carlyle B T de Menezes e Vanilde C Zanette pelas contribui es aux lios e parcerias durante o mestrado Gl ucia que mais do que colega de mestrado foi colega no Laborat rio de Sociedade Desenvolvimento e Meio Ambiente LABSDMA e amiga pelas conversas dicas parcerias pelo apoio recebido e pela doce companhia CAPES pela bolsa de estudo recebida durante todo o mestrado que possibilitou a realiza o dessa pesquisa E a todos aqueles que de forma direta ou indireta contribu ram com uma palavra um gesto uma sugest o uma companhia uma inspira o CONSIDERA ES INICIAIS D uma olhada profunda bem profunda para a natureza e voc entender tudo muito melhor Albert Einstein Cada pessoa um mundo Cada vida uma trajet ria particular e nica cujo significado s pode ser verdadeiramente compreendido por quem trilhou tal caminho A vida compreendida sentida pensada por cada pessoa de maneira diferente atrav s das lentes que carrega consigo constru das e modificadas a cada experi ncia vivida Tudo o que uma pessoa realiza portanto deve se peculiaridade daquilo que ela percebe sente e pensa Por isso para se compreender uma obra importante saber um pouco sobre o autor
143. cultura e uma casa agrad vel roupa suficiente eu acho que beleza n e as necessidades b sicas atendidas isso poxa linda qualidade de vida Eu sinto que a minha qualidade de vida alt ssima eu acho tenho pensado ultimamente eu fico abismada com a minha sorte assim Eu fico caramba de boca aberta e p e agradecida vida e sempre tentando lembrar da humanidade inteira e eu acredito bastante em emanar assim Eu sei que eu n o posso ajudar muito concretamente mas claro tentar ser o mais boa pessoa poss vel e emanar essa alegria assim pro bem estar do planeta n uma frequ ncia assim de luz poss vel porque eu acho que a minha qualidade de vida eu n o posso pedir muito mais n o Flor de liz Pra mim qualidade de vida tem muito a ver com liberdade e mobilidade Mas eu tenho uma rela o muito forte com a natureza com cachoeira e tal e pra mim assim ficar nessa liga o com a terra sabe realmente poder focar do desenvolvimento espiritual poder focar no autoconhecimento isso pra mim qualidade de vida E quando a gente t na cidade a gente se estressa muito n com muita coisa Eu gosto muito de ir cidade de ir ao cinema ir num show entendeu Eu gosto N o quero perder isso n o essa possibilidade Sabi A percep o do que qualidade de vida dos entrevistados de Terra Una revela a proximidade com o conceito de sa de na perspectiva integral que denotaram anteriormente qua
144. cunst ncias grupal havendo caixa nico apenas para alimenta o No entanto a economia da ecovila est permeada por princ pios da economia solid ria como financiamentos e investimentos ticos e h o intuito de torn la cada vez mais coletiva Ao longo da an lise descritiva e reflexiva das informa es obtidas durante a pesquisa de campo p de se ver in meras possibilidades para a transi o de uma sociedade insustent vel para uma sociedade ecol gica Diversas t cnicas podem ser implantadas diversos valores podem ser acolhidos e muita inspira o pode advir do estilo de vida das ecovilas que se prop em a por em pr tica um modo de relacionar se consigo mesmo com os outros seres humanos e com toda a natureza de uma maneira verdadeira justa tica e saud vel Ao viverem baseados na vis o transdisciplinar hol stica os membros de Terra Una visam promover sa de integral para si para a comunidade e o bem estar para todos os seres do planeta e de fato demonstram bem estar Al m disso asseguram satisfa o em poder contribuir para a sustentabilidade local e consequentemente global As abordagens da Vis o Hol stica Vis o Sist mica da Ecologia Profunda da F sica Qu ntica e da Transdisciplinaridade suscitam profundas reflex es acerca da realidade atual e prop em o redirecionamento da humanidade para o desenvolvimento integral dos seres humanos aliado ao cuidado com Terra compreendo todos os seres que nela habitam
145. d Pesquisa qualitativa com texto imagem e som um manual pr tico Petr polis RJ Vozes 2002 p 137 155 MACY Joanna BROWN Molly Young Nossa vida como Gaia S o Paulo Gaia 2004 254p MANTOVI V reas verdes uma percepc o paisag stica do ref gio biol gico Bela Vista no meio urbano de Foz do Igua u 2006 107 f Monografia P s Gradua o em An lise Ambiental e Regional em Geografia Universidade Estadual do Oeste do Paran 188 MATOS Margarida Gaspar de Psicologia da Sa de sa de p blica e sa de internacional An Psicol gica vol 22 n 3 p 449 462 set 2004 Dispon vel em lt http www scielo oces mctes pt pdf aps v22n3 v22n3a03 pdf gt Acesso em 13 abr 2009 MATTEI Jean Fran ois Terceiro pref cio D OUX Suzanne D OUX Pierre Ecologia a sa de Lisboa Instituto Piaget 19967 p 11 12 MOLLISON Bill SLAY Reny Mia Introdu o permacultura 2 ed Austr lia Tagari Publications 1994 MOREIRA Virginia CALLOU Virginia Fenomenologia da solid o na depress o In Mental Barbacena ano IV n 7 p 67 83 nov 2006 Dispon vel em lt http pepsic bvs psi org br pdf mental v4n7 v4n7a05 pdf gt Acesso em 26 mar 2009 MORERO A M SANTOS R F dos FIDALGO E C C Planejamento ambiental de reas verdes estudo de caso em Campinas SP Rev Inst Flor S o Paulo v 19 n 1 p 19 30 jun 2007 Dispon vel em lt http www iflorestal sp gov br publica
146. da a humanidade Qualquer pessoa pode candidatar se a morar em Auroville AUROVILLE s d Al m da UNESCO Auroville recebe apoio de outras organiza es n o governamentais e governamentais recebe doa es de funda es da Europa e dos Estados Unidos e de simpatizantes de todo o mundo AUROVILLE s d Atualmente Auroville auto suficiente apenas em leite e algumas frutas sazonais Ela produz apenas 2 do seu total de arroz e de gr os e menos de 50 do seu total de frutos e de vegetais sendo dependente de dinheiro externo para manter as necessidades b sicas da popula o AUROVILLE s d poss vel encontrar em Auroville disparidade de riquezas casas relativamente maiores que a m dia mas isso n o conden vel l A figura 5 mostra Afsanah Guesthouse considerada uma das mais elegantes casas de Auroville O que importa para eles a maneira como o dinheiro usado e l os ricos s o considerados excepcionalmente generosos apoiam projetos e ajudam seus companheiros em momentos de crise financeira AUROVILLE s d Figura 5 Casa residencial em Auroville FONTE Auroville s d Embora seja uma comunidade baseada na espiritualidade l n o h nenhuma religi o espec fica e sim a uni o de todas as religi es sem vida espiritual formal ou organizada AUROVILLE s d 106 3 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS 3 1 UNIDADE DE AN LISE O foco de estudo da pesquisa de campo a ecovila Terra Una que ab
147. dan a o bloqueio de uma quest o proposta nunca deve ser feito por raz es unicamente pessoais 2 4 3 Incid ncia de ecovilas no Brasil e no mundo Atualmente segundo Brogna apud D VILA 2008 a GEN divulgou que cerca de 1 milh o de pessoas vivem nas mais de 15 000 ecovilas espalhadas por todos os continentes do planeta De acordo com Jackson e Jackson 2004 dif cil saber quais foram as primeiras ecovilas pois muitos dos atuais membros da Rede Mundial de Ecovilas GEN j existiam antes mesmo da exist ncia do pr prio conceito de ecovila Na d cada de 1960 j existiam v rios projetos em todas as partes do planeta como Findhorn na Esc cia The Farm em Tennessee EUA Sarvodaya no Sri Lanka Auroville na ndia e o movimento NAAM em Bukino Faso na frica Solheimer na Isl ndia tem ra zes por volta da d cada de 1930 No entanto sabe se que ideia de comunidade como ecovilas remonta muito mais longe JACKSON JACKSON 2004 As primeiras ecovilas a fazerem parte da GEN foram Funda o Findhorn na Esc cia The Farm em Tennessee EUA Lebensgarten na Alemanha Crystal Waters na Austr lia Ecoville em S o Petersburgo R ssia Gy r f na Hungria O Projeto Ladakh na ndia O Instituto Manitou Colorado EUA e a Rede de Ecovilas Dinamarquesa JACKSON JACKSON 2004 Atualmente algumas das mais conhecidas que fazem parte do GEN segundo 98 Braun 2005 s o Funda o Findhorn na Es
148. de cada contexto s cio ecol gico O ecodesenvolvimento sugere como suas propostas mais marcantes conforme Sachs 2007 p 61 e Em cada ecorregi o busca se a valoriza o dos recursos locais para a satisfa o das necessidades fundamentais da popula o quanto alimenta o habita o sa de educa o visando n o imitar o estilo de vida de outros locais e Por considerar o ser humano seu recurso mais importante o ecodesenvolvimento dever contribuir primeiramente para quest es fundamentais como emprego seguran a qualidade das rela es humanas respeito diversidade cultural implanta o de um ecossistema social satisfat rio integrando antropologia social e ecologia e A explora o e a gest o dos recursos naturais devem ocorrer numa perspectiva de solidariedade diacr nica com as gera es futuras ou seja os planejadores e aqueles que tomam decis es devem ampliar seu horizonte temporal evitar o desperd cio e usar tanto quanto poss vel recursos renov veis minimizando danos irrevers veis e Implementar procedimentos e formas de organiza o da produ o que diminuam o impacto negativo das atividades humanas ao ambiente aproveitar complementaridades e utilizar dejetos para fins produtivos e Valorizar potencialidades de fontes locais de energia e preferir outros meios de transportes alternativos ao autom vel individual e O aperfei oamento das ecot cnicas o que se subentende tamb m novas formas
149. de de cientistas para gerar solu es sustent veis para diversas quest es Emiss o zero significa zero de res duos zero de desperd cio CAPRA 2002 p 242 uma estrat gia radical frente ao grande volume de recursos extra dos da natureza que v o parar no lixo pelas empresas atuais Por exemplo as ind strias de papel e celulose aproveitam apenas de 20 a 25 das rvores cortadas as cervejarias em torno de 8 dos nutrientes da cevada o leo de baba u corresponde a 4 da biomassa total da palmeira de baba u os gr os de caf n o chegam a 4 do p de caf No agrupamento ecol gico de sistemas produtivos utiliza se tecnologias locais e em pequena escala em geral os produtos s o consumidos localmente eliminando os custos com transporte busca se a otimiza o e n o a maximiza o dos processos de produ o o que aumenta extraordinariamente a produtividade melhora a qualidade dos produtos gera empregos e sustentabilidade ecol gica CAPRA 2002 A maioria dos agrupamentos da ZERI trabalha com recursos e res duos org nicos Mas uma sociedade sustent vel depende da reinser o tamb m dos nutrientes t cnicos ou seja dos materiais n o biodegrad veis descartados em ciclos industriais A cria o de embalagens biodegrad veis outra quest o importante pois n o tem sentido sua dura o ser de dezenas ou centenas de anos superior ao tempo de dura o do 83 produto que havia dentro delas Capra 2
150. de depender de nossa alfabetiza o ecol gica da nossa capacidade para entender esses princ pios da ecologia e viver em conformidade com eles O movimento rumo mudan a de vis o de mundo no entanto gradual assim como os processos da natureza Observa se por exemplo que o percentual de pessoas que buscava o crescimento interior em contraposi o ao prest gio social e econ mico era de 1 em 1980 mas que esse ndice cresceu para 29 em 2000 BRAUN 2005 E essas mudan as n o s o aleat rias sem sentido haja vista os fatores j discorridos nesse trabalho O modo de vida dominante marcado pela acelera o mostrada na m xima tempo dinheiro afastamento da natureza e dos ritmos naturais busca incessante por prest gio fama bens materiais ao mesmo tempo em que causa uma certa sensa o de felicidade na verdade traz divertimentos vazios alegrias moment neas e ilus rias rela es superficiais baseadas no interesse frustra o depress o Se esse modelo de vida estivesse fazendo a humanidade feliz ela n o estaria t o doente com tantos ndices alarmantes de consumo de psicof rmacos para depress o e ansiedade de morte por c ncer e doen as cardiovasculares de doen as sociais como consumo de drogas e viol ncia que s fazem gerar medo e inseguran a 86 Al m disso pesquisas mostram que nos Estados Unidos o crescimento da sensa o de felicidade acompanha o crescimento da renda do indiv d
151. de organiza o social e um novo sistema educacional e Tornar eficaz a luta contra a pobreza nas zonas rurais e aproveitar o potencial da popula o empobrecida colocando ao alcance dos pequenos camponeses equipamentos e t cnicas de produ o adaptadas s suas condi es ecol gicas e econ micas e Uma educa o voltada sustentabilidade capaz de sensibilizar as pessoas quanto s quest es ambientais e aos aspectos ecol gicos do desenvolvimento e de modificar o 73 sistema de valores em rela o natureza incitando atitudes de respeito para com ela As vari veis fundamentais para a concretiza o do ecodesenvolvimento segundo Sachs 2007 s o diminui o m xima dos n veis de consumo da minoria rica e a satisfa o universal das necessidades b sicas da maioria pobre e socialmente exclu da da humanidade o que envolve conscientiza o e mobiliza o pol tica Essas medidas no entanto precisam ser globais e n o isoladas alcan ando se uma pol tica de consenso em que os interesses e vis es dos diversos pa ses povos e classes se dissolvam em prol de uma estrat gia pol tica de sustentabilidade global Nesse vi s o Simp sio das Na es Unidas sobre Inter rela es de Recursos Meio Ambiente Popula o e Desenvolvimento enfatizou a necessidade urgente de explorar padr es alternativos de consumo e de desenvolvimento que economizem recursos sejam ambientalmente saud veis e socialmente respons veis SACH
152. de pontes consciente da din mica todo e as partes que seja capaz tamb m al m de fracionar de vincular e restaurar CREMA 1993 p 140 De acordo com Carvalho 2008 a abordagem transdisciplinar requer que o pesquisador tenha uma forte base te rica e metodol gica da sua rea mas exige que este v al m delas para que possa conhecer melhor o seu problema que reconhecidamente complexo Paul 2005 esclarece que o objetivo de rearticula o e de re encantamento com o mundo propostos pela transdisciplinaridade n o s o novos como se parece mas podem ser vistos de forma similar nas ideias de pensadores antigos como Emp docles e Plat o Al m disso Randon 2000 ressalta que a no o da exist ncia de uma total unidade c smica entre as partes e o todo demonstrada pela f sica qu ntica atrav s do princ pio da n o separabilidade integrada a um dos pilares da transdisciplinaridade j era conhecida h mil nios por grandes tradi es do planeta Na Carta da Transdisciplinaridade em anexo encontra se que esta aberta aos diversos saberes n o se atrelando somente s ci ncias exatas mas mant m di logo com a arte a literatura a poesia e a experi ncia interior Segundo a Carta a transdisciplinaridade aberta tamb m aos mitos e religi es assim como s v rias culturas A trandisciplinaridade conforme Nicolescu 2001 concebe a transcend ncia 57 como um dos direitos do homem sendo ela um autoconhec
153. de por ter descoberto o mundo microf sico qu ntico cujas leis divergem das leis do mundo macrof sico Embora diferentes ambos coexistem pois por exemplo ao mesmo tempo em que o corpo humano uma estrutura macrof sica ele tamb m uma estrutura qu ntica NICOLESCU 2001 Camus 2000 p 19 argumenta que o real apresenta se em sua unidade e sua globalidade em sua total unidade entre as partes e o Todo como uma din mica do pr prio Todo determinando constantemente a ordem das partes O n vel de realidade qu ntico conforme o autor regido por leis como a n o separabilidade a causalidade n o local e o indeterminismo conforme o princ pio da incerteza de Heisenberg antag nicas s leis do modelo cl ssico de f sica consideradas aceitas para a realidade macrof sica propostos pela f sica cl ssica NICOLESCU 2001 A l gica do Terceiro Inclu do tamb m relacionada f sica qu ntica mostra que pares tidos como contradit rios A e n o A dentro de um mesmo n vel de realidade como por exemplo onda e corp sculo num n vel de realidade X podem ser vistos unidos num terceiro T que ao mesmo tempo A e n o A dentro de outro n vel de realidade Y NICOLESCU 2001 Sendo assim onda A e part cula n o A opostas em n vel at mico um n vel de realidade s o duas facetas de uma mesma unidade subat mica T no n vel qu ntico outro n vel de realidade CREMA 1989 De acordo com Ni
154. deriva es secund rias Na descri o matem tica da natureza as qualidades dos objetos s o exclu das a fim de que se tenha uma vis o clara uma purifica o onde somente as qualidades prim rias como forma e tamanho apare am j que conforme a fundamenta o de Galileu sobre as qualidades prim rias secund rias e terci rias refuta a associa o da ci ncia com a sensibilidade GR N 1996 Atrav s do telesc pio Galileu confirmou a hip tese copernicana O que ele perdeu foi o campo de movimento da astronomia vista a olho nu a rela o da via l ctea com o c u estrelado e o movimento das jornadas de estrelas atrav s do plano el ptico E talvez em sua intensa concentra o ele tenha perdido tamb m os sons perfumes e cheiros da noite e a consci ncia de si mesmo como um homem que observa um espl ndido e misterioso espet culo estelar Galileu j n o estava dentro da natureza mas do lado de fora dela Ele havia se tornado um observador cient fico A natureza era agora um simples objeto de indaga o cient fica OELSCHLAEGER apud GR N 1996 p 30 Capra 2006 coloca que Descartes criou a estrutura conceitual do modelo de ci ncia que se seguiu a ele e que permanece em funcionamento at hoje por m foi Newton quem a colocou em pr tica Segundo o autor Newton nasceu no mesmo ano da morte de Galileu um dos grandes pensadores cujas obras junto com as de Descartes Kepler Bacon e Cop rnico
155. desenvolvimento apenas renda da popula o integra em suas an lises a conserva o do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas O FIB retrata nove dimens es bem estar psicol gico sa de uso equilibrado do tempo vitalidade comunit ria educa o cultura resili ncia ecol gica governan a e padr o 74 de vida VIS O FUTURO s d Sachs 2007 prop e que o conceito de desenvolvimento sustent vel seja substitu do pelo termo desenvolvimento integral j que novas dimens es v m sendo inclu das na abrang ncia do conceito pluridimensional que o de desenvolvimento Quando surgiu depois de 1945 a ideia de desenvolvimento referia se somente esfera econ mica por duas quest es fundamentais reconstruir os pa ses abalados pela Segunda Guerra Mundial e promover a emancipa o das antigas col nias No entanto com o passar do tempo foi evidente a necessidade de o desenvolvimento integrar al m do econ mico tamb m o social o pol tico o cultural a sustentabilidade ecol gica e o humano Esse conceito remete ao desenvolvimento integral do ser humano numa perspectiva hol stica SACHS 2007 Desse modo desenvolvimento pode ser compreendido como um processo intencional e autodirigido de transforma o e gest o de estruturas socioecon micas direcionado no sentido de assegurar a todas as pessoas uma oportunidade de levarem uma vida plena e gratificante provendo as de meios de subsist ncia dece
156. dessa mesma cidade pois possui aterro sanit rio controlado diferente de Boca na ou Liberdade em Minas Gerais que s o as cidades mais pr ximas antes de Resende 4 1 2 4 Energia Toda forma de vida necessita de algum tipo de energia para se manter seja alimento sol calor Mas a quest o energ tica com a qual a sociedade tanto se preocupa n o diz respeito quela energia respons vel pela sobreviv ncia e sim quantidade de energia que 134 possa satisfazer o alto consumo atual que mant m o estilo de vida predominante no planeta Consumismo ruas repletas de autom veis f bricas a todo vapor agricultura de larga escala longo transporte de mercadorias ilumina o 24 horas por dia constru o civil s o algumas facetas do mundo moderno que demandam alta produ o de energia Ainda que existam tecnologias limpas e renov veis para produ o de energia com maior ou menor viabilidade econ mica muitos pa ses v m seguindo um ritmo de explora o e impacto ambiental severo sem investir hoje para garantir a sustentabilidade ecol gica da Terra Quando o grupo que fundou a ecovila Terra Una procurava ainda o terreno para comprar objetivava encontrar um local com determinadas caracter sticas entre elas a aus ncia de instala es el tricas por n o querer usar a energia el trica ligada rede convencional No entanto quando encontraram um local com todas as outras caracter sticas mas que n o atendia a esse quesito res
157. din 1980 p 36 fez assim uma cr tica consequente separatividade do sujeito e objeto intr nseca ao modo de pensar fragmentado dizendo foi ingenuidade provavelmente necess ria da Ci ncia nascente imaginar que podia observar os fen menos em si como se eles se desenrolassem independente de n s As grandes tradi es espirituais como o Budismo o Hindu smo e o Tao smo segundo Ara jo 1999 p 166 compreendem h milhares de anos que tudo o que existe est inter relacionado dentro de um ritmo din mico dos ciclos c smicos sendo que para elas Todas as coisas est o essencialmente interligadas e inclu das nesse movimento permanente que se desdobra em mudan as qualitativas na interdepend ncia primordial criadora entre luz e sombra yin e yang entre nosso dentro e nosso fora nosso corpo e nossa mente A filosofia chinesa do 1 Ching que forma a base do pensamento chin s e portanto do Tao smo concebe yin e yang como dois p los opostos e fundamentais que atrav s de um ritmo c clico de intera o din mica formam o tao a realidade o universo CAPRA 2006 Capra 2006 p 33 afirma que o que bom n o yin ou yang mas o equil brio din mico entre ambos o que mau ou nocivo o desequil brio entre os dois O autor salienta que na concep o chinesa todos os fen menos naturais s o manifesta es da intera o din mica entre esses dois opostos complementares Outra influ nci
158. disp em de habilidade e tempo suficientes para realiza o total das obras Para a constru o de casas de moradores existem acordos quanto ao tamanho altura e prefer ncia por t cnicas e materiais ecol gicos que uma inten o compartilhada A altura m xima de 7 5 metros no ponto mais alto e a rea m xima 44m de rea coberta A proposta que as casas n o excedam dois pavimentos As constru es reaproveitam materiais j utilizados como vidros encontrados em ferro velho que faziam parte de geladeiras de bar dormentes de trilhos de trem e pneus descartados Os vidros e pneus descartados podem ser vistos na figura 15 que mostra a primeira casa de morador constru da na ecovila Figura 15 Casa de morador primeira casa constru da Fonte Kelly B lla Quando a constru o envolve tijolos eles s o em sua maioria de adobe feitos com terra local ver figura 16 que n o precisou ser transportada queimada Al m de serem 124 ben ficos para o ambiente natural os tijolos de adobe s o saud veis para as pessoas por permitirem por exemplo maior passagem de oxig nio e absor o da umidade devido s suas caracter sticas de permeabilidade V rias t cnicas de bioconstru o foram implantadas nas constru es feitas na ecovila dentre elas adobe COB pau a pique ou taipa de m o taipa leve tijolo de palha block in lock tela palha ferro cimento tijolo prensado de solocimento ou solo cal ou
159. dist ncia em cursos da rea socioambiental de duas universidades permacultor e bioconstrutor implementando na ecovila e realizando consultoria e projetos Trabalha na esfera da tem tica social com facilita o de grupos media o de conflitos processos que envolvem forma o e estrutura o de grupos Atua eventualmente sob demanda com design gr fico publica es e webdesign Na ecovila envolve se com obras de infra estrutura design permacultural horta e apicultura Coordena e executa o Ponto de Cultura e alguns outros projetos voltados para a sustentabilidade tanto educa o para a sustentabilidade quanto implementa o de tecnologias socioambientais e econ micas conselheiro por Terra Una do Conselho da APA da Mantiqueira e tamb m do Comit de Bacias Participa de reuni es mensais do Comit e trimestrais da APA 2 Morador do sexo masculino 34 anos brasileiro oficialmente solteiro mora com companheira 1 filho Bacharel em Teatro artista e produtor Produz esculturas e v deos Trabalha como educador e coordenador do projeto Ponto de Cultura em Liberdade MG Na ecovila ocupa a fun o de tesoureiro e est envolvido nos projetos que envolvem arte como o programa Resid ncia Art stica premiado em 2009 no primeiro pr mio Intera es Est ticas al m das atividades rotineiras Eventualmente faz performances e exposi es fora da ecovila 3 Moradora do sexo feminino 36 anos argenti
160. do o que acontece neste mundo come a antes no cora o das pessoas Dadi Janki AGRADECIMENTOS Sou muito grata Jah Deus Energia Universal ou seja qual for a denomina o da for a de vida que pulsa em cada ser existente nesse mundo que possibilitou que eu trilhasse todos os caminhos que me conduziram at aqui Caminhos estes que me fizeram encontrar pessoas maravilhosas ideias transformadoras e grandes inspira es Agrade o de modo especial minha m e minha sempre mestra e amiga com a qual aprendi o mais importante a ser gente minha irm e ao meu pai que sua maneira contribu ram para a realiza o de mais essa etapa Ao Prof Msc Jeverson Reichow meu mestre que muito me incentivou e me auxiliou em minha jornada e em especial pelas orienta es quanto organiza o do meu projeto de pesquisa querida Prof Elenice Sais pelas palavras de incentivo para que eu ingressasse no mestrado Ao meu ilustre orientador Prof Dr Geraldo Milioli pelos ensinamentos e pela liberdade concedida para que esse trabalho trilhasse um rumo aut nomo A todos de Terra Una que abriram as portas da ecovila e de seus cora es para me receber concedendo a oportunidade de discutir tamb m na esfera acad mica o estilo de vida e os valores das ecovilas Aos queridos colegas de mestrado Gl ucia Rudnei Mainara Gabriela Daniel Edevar Erilson Priscila Thaiane Jo o Pedro Carol Aline e Camila pelas
161. e ricos e pr ticos advindos tanto de conhecimentos tradicionais pr ticas agr colas como das descobertas da ci ncia moderna Embora tenha surgido como agricultura ecol gica a permacultura atualmente engloba quest es como o desenho e a composi o paisag stica o projeto de casas ecol gicas e estruturas arquitet nicas uso de banheiros com tecnologia de compostagem a reciclagem de nutrientes em solos filtrantes o uso eficiente de gua atrav s da reciclagem e da coleta e armazenamento de gua da chuva al m do design de produtos funcionais e ecologicamente sustent veis BRAUN 2005 Quanto satisfa o das necessidades como moradia gua acesso jardim animais lazer rea de produ o reserva florestal etc planeja se tudo de forma integrada ecologicamente correta com harmonia e efici ncia WEBB s d A permacultura tem como princ pios observar a natureza pensar sobre o que foi observado desenhar os esquemas permaculturais atrav s de t cnicas adequadas e por ltimo fazer o que foi pensado Din mica esta que segue o preceito descrito nas palavras de Braun 2005 p 121 tome conta da terra e observe a natureza olhe como ela funciona e isto trar as informa es necess rias Nosso grande livro a natureza e dela sair o os desenhos e formas de obter seus produtos naturalmente Conforme o Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atl ntica IPEMA s d a permacultura trata plantas animais co
162. e Hildur Jackson com a inten o de apoiar a transi o para uma sociedade sustent vel e mais espiritual do futuro GAIA TRUST s d JACKSON JACKSON 2004 A GEN divide se em secretarias espalhadas pelo mundo Rede de Ecovilas das Am ricas ENA EFcovillage Network of the Am ricas com sede nos Estados Unidos GEN Europa e frica com sede na Alemanha e GEN Oceania com sede na Austr lia Conforme Santos Jr 2006 em 1996 membros da GEN participaram do encontro Habitat II promovido pela ONU em Istambul o que possibilitou que o conceito de ecovilas e a pr pria Rede passassem a ser melhores conhecidas pelo p blico e por institui es p blicas em geral No ano de 1998 as ecovilas Cristal Waters da Austr lia Lebensgarten da Alemanha e Findhorn da Esc cia foram consideradas oficialmente pela ONU como modelos de excel ncia de vida sustent vel e entraram na Lista das 100 melhores pr ticas Em 2000 a GEN Global conseguiu obter o reconhecimento de organiza o oficial da ONU com status consultivo no Conselho Econ mico e Social do Comit das Organiza es N o Governamentais ECOSOC A Rede de Ecovilas das Am ricas ENA s d conceitua ecovila como um assentamento humano onde as atividades humanas estejam integradas inofensivamente ao mundo natural que apoia o desenvolvimento humano saud vel numa perspectiva hol stica e sustent vel O tamanho de uma ecovila precisa permitir que as pessoas conhe am umas as
163. e cen rio brasileiro ignora dados importantes na rela o custo benef cio da implanta o de saneamento b sico para cada R 1 00 um real investido no setor de saneamento economiza se R 4 00 quatro reais na rea de medicina curativa FUNDA O NACIONAL DE SA DE apud ONG GUA E CIDADE 2077 Essa uma quest o importante no Brasil e no mundo e por isso solu es simples e eficientes est o surgindo ou sendo resgatadas atrav s de tecnologias brandas mais naturais e ecol gicas Usualmente o esgoto sanit rio caracterizado por guas cinza e guas negras guas cinza s o aquelas como menor potencial de polui o e menor ndice de contamina o sendo geralmente os efluentes de pias de cozinhas lavanderias chuveiros e pias de banheiro As guas negras s o aquelas com grande potencial de contamina o como os efluentes de vasos sanit rios e aquelas polu das com componentes qu micos Em Terra Una o tratamento dos efluentes n o est 100 implementado est em processo de constru o assim como a pr pria ecovila L existem apenas dois banheiros com vaso sanit rio convencional que utilizam gua para descarga Os demais s o sanit rios compost veis ou banheiros secos que funcionam como o pr prio nome j diz sem uso de gua A gua negra proveniente dos banheiros convencionais vai para fossas s pticas biodigestoras que s o lacradas n o contaminam o meio ambiente e ainda geram adubo l quido sem po
164. e fizer de tal jeito vai crescer de outra forma ou vai dar mais Tem isso Ai tem a m sica que pra mim tamb m um canal n me traz um bem estar um centramento me d energia me d tudo E tem um trabalho corporal tamb m de ta em contato com meu corpo f sico e energ tico e conhecer estudar mapear como eu posso deixar ele bem saud vel bem forte bem equilibrado E tem uma pr tica que engloba tudo que interage com todas essas pr ticas que uma pr tica devocional que utiliza tamb m a consagra o do Santo Daime faz parte tamb m tamb m importante pra mim Bem te vi Eu sinto que espiritualidade abertura permeabilidade pra ouvir o outro pra sentir a natureza pra mudar Porque eu sinto que o esp rito a vida e a vida movimento Ent o espiritualidade movimento consciente estar presente e em transforma o evoluindo meu foco tem sido uma mestre que chama Amma que uma hindu que como se fosse uma encarna o divina como ser humano que alcan ou o m ximo de potencial de amor incondicional Eu tamb m gosto muito do budismo ent o eu leio bastante quando eu to no Rio eu frequento um templo que chama Nygma que um templo do budismo tibetano Eu s vezes tomo Daime Ent o eu acho lindo que existam tantas espiritualidades e todas falam a mesma coisa todos t o apontando 145 pra esse mesmo lugar sublime que eu busco de toda forma alcan ar risos E o
165. e n o apenas filos fica ou cientificamente mas tamb m civilizacional e politicamente Ela guia a a o dos seres humanos no mundo Logo temos que conceber de modo recorrente o duplo englobamento da sociologia pela ecologia e da ecologia pela sociologia assim a sociedade deve regressar natureza enquanto que a natureza deve regressar sociedade MORIN 1980 p 75 A integra o da ecologia sociedade leva ideia complexa do autor de que necess rio abandonar a busca por conquista e subjuga o da natureza e passar a segui la e gui la fundando outro tipo de rela o homem natureza Segui la no que se reporta aos avan ados princ pios de organiza o natural gui la com a consci ncia reflexiva humana seu pensamento retrospectivo e antecipador consciente de seu devir no mundo Assim o homem deve parar de conceber se como senhor da natureza e mesmo como pastor da natureza N o pode ser o nico piloto Deve ser o co piloto da natureza que por sua vez deve tornar se o seu co piloto MORIN 1980 p 94 Isso remete ess ncia da eco forma o de Gaston Pineau um processo educativo que n o visa educar o ser humano para a apropria o e dom nio da natureza mas educ lo para ser capaz de aprender com a natureza SILVA 2008 T A ecologiza o da sociedade parece estar ocorrendo gradualmente e ganhando for a cada vez maior Donald Woster apud GR N 1996 identifica o ano de 1945
166. e se proliferam col nias de bact rias que fazem o trabalho de purifica o da gua Figura 22 Sistema de filtros Fonte Kelly B lla 130 3 Zona de ra zes depois de passar pelos ton is em Terra Una existem dois um seguido do outro a gua j filtrada vai para uma zona de ra zes uma zona alagada com plantas que atrav s de suas ra zes fazem o ltimo processo de filtragem antes dessa gua seguir ao rio As ra zes das plantas s o cobertas por col nias de bact rias importantes para o processo de purifica o da gua O tratamento de guas cinza por filtros naturais e biorremedia o quando h a utiliza o de plantas para a purifica o no ltimo est gio uma das tecnologias brandas propostas pela permacultura Seu uso se faz a fim de que as guas possam ser reutilizadas e depois voltarem para o ambiente sem polu lo LEGAN 2007 Essas pr ticas permaculturais s o referidas por Mollison e Slay 1994 em seu livro Introdu o Permacultura como solu es sustent veis para as guas servidas Com rela o ao aproveitamento de guas cinza tratadas para irriga o ou infiltra o Rapoport 2004 assegura que poss veis protozo rios e helmintos introduzidos na gua durante a lavagem de m os ap s uso de sanit rio lavagem de beb s e pequenas crian as n o s o considerados problem ticos em rela o contamina o do len ol fre tico Uma ecovila ideal segundo as diretrize
167. e tecnologia buscam sobretudo fins profundamente antiecol gicos CAPRA 2006 p 51 Juntando se s novas ideias e m todos cient ficos de Galileu Bacon e tantos outros que fizeram emergir um novo modo de pensar as coisas do mundo Capra 2006 garante que ningu m teve maior import ncia para a cria o do paradigma moderno do que Ren Descartes e Isaac Newton Para Capra 2006 Descartes 1596 1650 foi quem deu ao pensamento cient fico sua estrutura geral ao conceber a natureza como uma m quina perfeita governada por leis matem ticas exatas Al m de ser considerado o fundador da filosofia moderna Descartes era um brilhante matem tico o que influenciou sua filosofia tanto quanto as novas f sica e astronomia Descartes acreditava que sua voca o na vida era de distinguir a verdade do erro em todas as esferas do saber Para tal Descartes apud CAPRA 2006 p 53 afirmou que toda a ci ncia conhecimento certo e evidente e que rejeitamos todo o conhecimento que meramente prov vel e consideramos que s se deve acreditar naquelas coisas que s o perfeitamente conhecidas e sobre as quais n o pode haver d vidas Nesse sentido Descartes mostrou atrav s de sua m xima Cogito ergo sum ou 24 seja Penso logo existo sua supervaloriza o da mente em detrimento do corpo ou da mat ria e passou a acreditar somente naquilo que pudesse ser intu do por meio de pensamento claro e distinto e
168. e voc j o que voc j tem Bem te vi Eu acho que tem a ver com acesso a um equil brio interno relacional e com a exist ncia Ent o eu me sinto feliz quando eu sinto que meu interior minha evolu o como ser humano t acontecendo quando eu sinto que minhas condi es de rela es com outros seres humanos t o saud veis t o em harmonia eu tenho as minhas amizades ou rela es amorosas plenamente atendidas ou satisfeitas e que o meu contato com a exist ncia com o todo tamb m acontece com a natureza ou com aquilo que eu posso considerar de sagrado de divino n o importa mas que essa minha rela o com as outras tamb m ta presente ta equilibrado ta saud vel Ent o pra mim muito simples assim n o t de forma alguma atrelada a bens a coisas materiais s um estado de vida simples com os meus prazeres com aquilo que eu considero importante ser atendido P r do sol Eu acho que tudo a mesma coisa n o sentido da vida a felicidade e a realidade s o tudo a mesma coisa A felicidade poder usar a energia que tu recebe para o bem o coletivo no geral pro todo e fazer parte desse das pessoas do mundo Jo o de barro A vis o de felicidade dos entrevistados est atrelada menos condi o de estar feliz e mais de ser feliz enquanto que um estado emocional de tranquilidade e satisfa o que prov m do interior do ser de estar equilibrado internamente em suas emo es nas rela
169. ea pags revista 34 CR34 area tecnica artigos pdf gt Acesso em 10 nov 2011 COSTA Iandra Maria Pinheiro de Fran a A qualidade de vida de pacientes sobreviventes de acidente vascular encef lico AVE 2008 67 f Disserta o Mestrado em sa de e ambiente Universidade de Tiradentes Aracaju CREMA Roberto Introdu o vis o hol stica breve relato de viagem do velho ao novo paradigma 5 ed S o Paulo Summus 1989 133p 184 Al m das disciplinas reflex es sobre a transdisciplinaridade geral In WEIL Pierre D AMBROSIO Ubiratan CREMA Roberto Rumo nova transdisciplinaridade sistemas abertos de conhecimento S o Paulo Summus 1993 175p p 125 173 CRUZ Fernanda Maria F C da CAMPOS JUNIOR Oswaldo PESSINI Leo tica planet ria compromisso maior da esp cie humana tecnologia futuro sa de e ambiente O mundo da sa de S o Paulo v 32 n 3 p 376 382 jul set 2008 Dispon vel em lt http www saocamilo sp br pdf mundo saude 63 376 382 pdf gt Acesso em 18 mar 2009 CRYSTAL WATERS Ecovillage What is Crystal Waters Austr lia 2010 Dispon vel em lt http crystalwaters org au page id 4 gt Acesso em 22 fev 2011 DALY H E Crescimento sustent vel N o obrigado Ambiente amp Sociedade on line v 7 n 2 p 197 202 2004 Dispon vel em lt http www scielo br pdf asoc v7n2 24695 pdf gt Acesso em nov 2009 D AMBR SIO Ubiratan A ci ncia moderna em tran
170. eas foi constitu da por esp cies vegetais ex ticas importadas o que prejudicou a fauna Percebendo o impasse um novo processo de reflorestamento agora com esp cies nativas est sendo promovido Hoje o ambiente da comunidade abriga diversos tipos de p ssaros borboletas e uma infinidade de outros tipos de vida AUROVILLE s d A maior fonte de energia renov vel utilizada em Auroville a tecnologia solar Alguns edif cios s o abastecidos exclusivamente pela energia oriunda de pain is solares O tratamento de guas residuais ocorre atrav s de tecnologias desenvolvidas pelo Centro de Integra o Cient fica como por exemplo a tecnologia de Microorganismos Fficazes Para diminuir sua emiss o de carbono Auroville est buscando expandir o uso de ve culos el tricos na comunidade Auroville desenvolve atividades a partir dos seguintes eixos arte cultura e artesanato meio ambiente educa o possuindo centros educacionais e a Universidade da Unidade Humana sa de e cura como centros de yoga de cura e de bem estar ind strias como a de diferentes tipos de queijos inova es em constru o tecnologia planejamento urbano integrado agricultura biol gica energias renov veis e desenvolvimento rural 105 AUROVILLE s d Os moradores do emergente munic pio n o t m propriedade individual dos terrenos e constru es direitos ou heran a apenas cuidam daquele espa o enquanto estiverem ali pois Auroville de to
171. eatem a harmonia entre ser humano e natureza dependem imprescindivelmente e antes de tudo de que as pessoas mudem sua forma de ver o mundo e de se ver no mundo D Ambr sio 1997 aponta que para ocorrer mudan as verdadeiras no relacionamento com a sociedade e com a natureza necessita se que o ser humano se perceba integrado enquanto ser Por isso a import ncia da concep o de sa de integral que afirma a 68 multidimensionalidade do humano e sua rela o fundamental com o meio ambiente sendo mais do que aus ncia de sintomas mas englobando a realiza o pessoal e a felicidade Segundo D Ambr sio 1997 somente quando o ser humano se integrar enquanto sujeito que ele poder se sentir integrado a todo o universo e assim estabelecer rela es ticas baseadas no respeito na coopera o e na solidariedade com o outro com a sociedade com a natureza e com o cosmos 2 3 2 Do desenvolvimento econ mico para al m do desenvolvimento sustent vel rumo ao desenvolvimento integral Com a crescente preocupa o com o equil brio ambiental difundida pelo movimento ambientalista pelas organiza es n o governamentais e por cientistas em todo o mundo juntamente com o resgate do desejo de um modo de vida humana na Terra mais harm nico pac fico solid rio e feliz surgiram alguns conceitos chave que guiam o movimento rumo a uma nova sociedade Dentre esses conceitos Brand o 2007 destaca a palavra sustent vel que se desdo
172. ecnologia chamada infiltrador s ptico ou pelo tratamento biol tico ambas podem ser utilizadas em locais que utilizam o sistema convencional e n o usam a adi o de qu micos O infiltrador s ptico trata o esgoto cloacal de sanit rios convencionais com descarga sendo de n vel residencial ou industrial O tratamento biol tico utiliza minhocas no processo tendo com res duos h mus e gua uma tecnologia barata segura e individualizada 2 4 2 4 Dinheiro alternativo Dinheiro alternativo ou dinheiro verde como tamb m chamado um recurso local que substitui em determinadas transa es comerciais o atual sistema monet rio Antes mesmo de ser um processo econ mico o uso de moedas verdes configura se um processo social j que depende do processo de comunica o e integra o cultural BRAUN 2005 2 4 2 5 Arquitetura ecol gica A arquitetura ecol gica orienta se pelo princ pio de buscar a efici ncia no uso de materiais conserva o de energia e circula o de ar causando o menor impacto poss vel ao 93 ambiente Quanto s formas e ao design de casas e demais constru es busca se a adapta o ao meio ambiente local o aproveitamento das formas de relevo dos aspectos clim ticos da paisagem dos benef cios da terra e da vegeta o A arquitetura ecol gica visa integra o harm nica do ambiente constru do ao ambiente natural BRAUN 2005 Utiliza materiais locais como madeira argila solo ciment
173. edade Evidencia se assim que o modo de vida propagado aos quatro cantos do mundo pela racionalidade capitalista n o cumpriu suas promessas de progresso e felicidade para 35 todos Doen as f sicas psicol gicas sociais e ambientais assolam a humanidade submersa numa l gica irracional em que o dinheiro colocado acima dos valores humanos do bem estar do ser humano e de toda e qualquer esp cie viva Al m disso a l gica de mercado n o permite que seja embutida nos pre os toda a explora o da natureza e do ser humano Enfim com ang stias desesperos e viol ncias a morte ganhou terreno no pr prio interior de nossa psique As for as de autodestrui o latentes em cada indiv duo e cada sociedade se reativaram em nossos meios urbanos an nimos multiplicando se e fazendo crescer as solid es e as ang stias individuais desinibindo uma viol ncia que se torna a express o banal do protesto da recusa da revolta O atrativo mort fero das drogas pesadas especialmente a hero na se difunde irresistivelmente elas acalmam exaltam mas sua salva o mortal MORIN KERN 1995 p 101 Morin e Kem 1995 chamam a situa o atual n o de crise mas de policrise em que todos os problemas se entrela am n o permitindo vislumbrar um problema vital mas um conglomerado de problemas complexos Leff 2001 afirma que os padr es dominantes de produ o e consumo que v m destruindo e degradando o ambiente precisam ser modi
174. egue Eu acho que o que proporciona qualidade de vida voc t no que voc acredita que responde s suas 166 necessidades E isso reverbera bem no seu corpo Porque s vezes voc vai pelo fato do estilo consumista as necessidades sup rfluas preenchidas n o alimentam o que precisa ser alimentado As necessidades b sicas alimentadas elas nutrem de verdade n Ent o a proposta das ecovilas o paradigma delas pra quem escolhe estar naquele lugar t abrindo essa porta de nutri o onde acredita que pode ter essa nutri o Lua Essa narrativa refor a a vis o de que qualidade de vida relativa s cren as pessoais tamb m sobre as coisas que cada indiv duo julga serem importantes e ben ficas para seu bem estar Pensando na perspectiva da Psicologia essa quest o delicada pois nem sempre aquilo que o indiv duo acredita ser bom para ele realmente Algumas cren as podem ser nocivas para seu bem estar e felicidade embora isso possa n o ser consciente Nessa dire o outra considera o importante que faz Lua a diferen a entre satisfa o de necessidades reais e de necessidades sup rfluas defendendo que muito do que se acredita ser necessidade na verdade s o ilus es que n o satisfazem a verdadeira ess ncia humana Morin e Kern 1995 dissertam a esse respeito e apontam a alegria vazia ef mera e ilus ria que permeia a sociedade do consumo que credita sua felicidade a divertimentos vazio
175. eimer e Born entre outros e seus desenvolvimentos posteriores mudamos de uma concep o dualista reducionista e mecanicista da natureza para um retorno de uma nova cosmovis o hol stica em que mente e corpo homem e Universo enfim a Vida e o Cosmo s o concebidos como uma vasta unidade psicof sica inter relacionando se por meio de conex es qu nticas n o locais que permitem comunica o e influ ncia instant nea entre os v rios processos do universo De acordo com Capra 2006 Einstein inaugurou um novo pensamento na f sica ao criar a Teoria da Relatividade que introduziu radicais mudan as nos conceitos de espa o e tempo A partir da Teoria da Relatividade o espa o e o tempo deixaram de ser duas entidades independentes ambos apresentam se intimamente conectados sob a forma de um Continuum espa o tempo quadrimensional e que n o s o grandezas absolutas mas relativas dependendo de um sistema referencial TABONE 2008 p 35 Tamb m foi comprovado que as unidades subat micas s o sutilmente abstratas e 46 t m um aspecto dual de acordo com a observa o apresentam se ora como part culas ora como ondas CREMA 1989 p 41 O que faz cair por terra o princ pio da n o contradi o da L gica formal onde A A e A n o A Heisenberg engendrou uma transforma o no pensamento cartesiano newtoniano ao postular o Princ pio da Incerteza Este princ pio explica Zohar 1990 demostrou que embor
176. elo globo Lardellier 2008 discute a viol ncia simb lica atrelada s mudan as de formas cores e nomes dos alimentos a base de carne como o hamb rgueres nuggets e tantos outros que ao descaracterizar e desencarnar a carne atrav s dos diversos processos que a tritura desnatura desestrutura colore e disfar a esconde principalmente das crian as a verdadeira natureza daquele produto e o massacre dos animais Noal 2008 ao propor a compreens o da alimenta o como um fen meno de aspectos m ltiplos de natureza agron mica biol gica geogr fica hist rica nutricional m dica filos fica antropol gica entre outras afirma A reflex o vinculada aos h bitos alimentares e suas consequ ncias futuras bem como s rela es simb licas e objetivas com diferentes tipos de alimentos e culturas gastron micas pode ser considerada um desdobramento importante do Princ pio da Responsabilidade aplicado a um dos elementos que envolvem a ecologia humana a sa de a sustentabilidade do planeta a tica com os n o iguais e consequentemente a vida em sociedade NOAL 2008 p 63 Z E preciso questionar fatos cotidianos vistos como indefesos por serem culturalmente aceitos e buscar um modo de vida condizente com a tica e a sa de planet ria de modo integral Atitudes em dire o a uma sociedade ecol gica envolvem sobretudo escolhas cotidianas corriqueiras como aquela que diz respeito ao que vai estar no pr
177. em 1866 por Haeckel funda se no conceito de ecossistema que traz uma vis o hol stica e sist mica Efectivamente no seu fundamento a ecologia n o somente a ci ncia das determina es e influ ncias f sicas provenientes do bi topo n o somente a ci ncia das intera es entre os diversos e in meros seres vivos que constituem a biocenose a ci ncia das intera es combinat rias organizadoras entre cada um e todos os constituintes f sicos e vivos dos ecossistemas A dimens o ecol gica remete logo organiza o da vida ou eco organiza o conforme o autor que implica uma concep o de ecossistema n o somente como algo determinado mas que comporta uma organiza o complexa que sofre suporta e produz ordem e desordem MORIN 1980 p 25 Morin 1980 prop e portanto a ecologiza o do pensamento em que tudo deve ser ecologizado isto visto com um olhar que complexifica as percep es formula es concep es A compreens o de consci ncia ecol gica que n o se limita s rela es homem natureza mas envolve as rela es do ser humano com seu pr prio universo interior A consci ncia ecol gica tende a suscitar um exame de si adquirindo um car ter existencial ao promover mudan as na forma de comer beber habitar deslocar se trabalhar enfim mudan as no viver visando qualidade de vida e prote o de todas as suas express es Toda ideia de natureza afirma Morin 1980 important
178. em e de estruturas l gicas e simb licas entre as disciplinas Conforme Brito s d p 2 preciso se conscientizar de que algo vai mal no processo da compreens o do mundo que nos rodeia e do nosso mundo interior Somente assim se buscar o novas percep es da realidade que contemplem a complexidade do 55 universo e dos fen menos Paul 2005 p 79 afirma que a abordagem transdisciplinar aparece quando o reducionismo necess rio para colocar os limites de cada disciplina depois dos numerosos sucessos que se conhece manifesta seus limites A transdisciplinaridade surge ent o a fim de que uma consci ncia de unidade seja implantada no mundo unidade de conhecimentos frente fragmenta o das disciplinas que est levando a humanidade a uma crise em diversos aspectos e unidade entre os seres na qual possa ocorrer uma tica da diversidade em que as diferen as n o sejam vistas como excludentes mas como complementares D AMBR SIO 1997 De acordo com o autor a transdisciplinaridade transcultural em ess ncia pois suas reflex es perpassam por conhecimentos oriundos de diversas culturas diferentes de diferentes localiza es mundiais bem como por conhecimentos de profissionais das mais variadas reas do saber Para D Ambr sio 1997 p 12 eliminar a arrog ncia a inveja e a prepot ncia adotando em seu lugar o respeito a solidariedade a coopera o o objetivo maior da transdisciplinaridade
179. em que ir l em cima falar n o um telefone que toca e voc atende entendeu Voc vai l e liga mas se algu m te procurar Internet ela pega e tal mas ela n o t muito legal e um ponto s pra todo mundo s d pra ir um de cada vez Eu acho que a maior dificuldade essa porque de resto E a dificuldade assim que a maior parte das pessoas da rea urbana n ent o n o tem essa viv ncia de morar no s tio Sabi Al m disso a vida em grupo e a metodologia de tomar as decis es por consenso menos um uma maneira incomum e que demanda abertura das pessoas para a opini o alheia que nem sempre agrada a todos na mesma propor o s o outras quest es desafiadoras no ponto de vista dos entrevistados Ah sem d vida voc vai ter mais conflitos humanos nessa proposta do que em outras se voc se esconde num apartamento sozinho n o tem que decidir nada com ningu m n Lua voc um pouquinho mais aut nomo na cidade Voc faz o que voc quiser pinta sua casa da cor que voc quiser come o que voc quiser Aqui a gente tem que chegar em acordo sobre quase todos os temas do dia a dia humano assim risos E ai a gente n o tava acostumado a consenso n e algu m falava uma coisa e algu m tava com o ponto de vista oposto e ai batia aquele desespero e ai era tipo ou a gente consegue evoluir e se abrir pro ponto de vista do outro ou o nosso sonho n o vai acontecer a gente vai c
180. en o das suas condi es ideais das condi es desses tr s corpos digamos assim E o alcan ar isso pressup e uma disposi o de trabalhar os tr s de trabalhar tanto atividades f sicas que mantenham a sa de do seu corpo processos psicol gicos em rela es porque muitas vezes as quest es psicol gicas t o no encontro entre seres humanos que acontece n na minha rela o com companheiro ou companheira na minha rela o com a minha fam lia na minha rela o no trabalho Ent o s o seres humanos com seres humanos muitas vezes o psicol gico E quest es mais internas que n o t o necessariamente ligadas ao conv vio social talvez que eu considere quest es mais sutis energ ticas algumas correntes de pensamento consideram at c rmicas consideram arqu tipos que voc incorpora consideram vidas passadas talvez Eu n o me aprofundo no estudo mas algum tipo de energia sutil eu acredito influi tamb m S que essa energia sutil muitas vezes ta relacionada ao meio at que voc vive as condi es em que voc colocado n Se voc tiver um trabalho insalubre numa mina voc vai ter quest es psicol gicas e f sicas e isso tem a ver com o ambiente em que voc vive ent o n o um problema que veio do f sico nem um problema na rela o com as pessoas E ai num ambiente como esse que a gente t de contato direto com a natureza com os ciclos naturais com os processos de desenvolvimento do pr prio organ
181. epois vem as dificuldades de n vel emocional de um achar que melhor que o outro pra fazer as coisas de outro achar que deve fazer e n o faz o outro o outro achar que s uma coisa ideal que seria e assim n o poss vel e o outro ficar frustrado Primeiro as dificuldades s o psicol gicas segundo s o dificuldades emocionais mas se a gente consegue pular essas duas ai tem as dificuldades boas n que dificuldade ah como que eu vou construir isso aqui ah como que a gente faz pra pagar o trator que vem Ai a gente vai inventando coisas Ai isso divertido Ah p preciso inventar um projeto pra fazer uma coisa legal pra fazer dificuldades que realmente interessam S o as dificuldades pr ticas Que s o muitas ai essas s o e n ah n o tem dinheiro pra terminar o sal o e agora e pedimos emprestado fazemos uma rifa vamos vender mais uma cota vamos pedir doa o internacional S o dificuldades pr ticas que s o estimulantes de a o e isso pode gerar felicidade nas pessoas que se engajam Jo o de barro a dificuldade como a pessoa se sustentar economicamente aqui fazer essa transi o pra c pra realmente se dedicar ao projeto ah existe problema de comunica o aqui ainda A internet n o muito boa a gente n o tem telefone na verdade tem um celular que tem que ligar na antena Ent o t
182. er aqui N o uma forma pra todo mundo acho que o que realmente vai ser maravilhoso e feliz viver em ecovila Mas na mais importante s o os princ pios eu acho Os princ pios de ser respons vel por si mesmo de ser respons vel por sua pr pria felicidade de ser consciente de seus res duos de suas a es isso o mais importante E que isso naturalmente possa gerar que a pessoa viva numa maneira mais saud vel talvez mais em contato com a natureza acho que consequ ncia n n o acho que seja que vem antes Jo o de barro Pra mim sem d vida mas isso n o uma verdade pra todos assim do pr prio grupo s vezes eu me questiono se algumas pessoas v o dar esse passo de vir morar n o quanto que o ideal fantasioso da vida comunit ria no mato o que se quer o que se n Mas pra mim sem d vida Atende s minhas necessidades de felicidade assim Lua Nota se que para cada entrevistado a ecovila em que vivem proporciona felicidade mas deixam bastante claro o quanto isso relativo a cada pessoa e especificamente ecovila Terra Una pois n o se pode generalizar as ecovilas De acordo com as narrativas morar em ecovila n o significa garantia de felicidade assim como fora dela de infelicidade No entanto o ambiente em Terra Una com seus princ pios e valores compartilhados cercado por natureza e afetividade confian a e honestidade onde quem ali vive consciente de suas responsabilid
183. erno Bruto PIB a melhor forma de atenuar os problemas econ micos dos grupos sociais enquanto que os problemas ambientais s o observados quando muito em segunda ou terceira inst ncia Cavalcanti 2004 e Furtado apud CAVALCANTI 2003 denunciam que os custos associados aos processos destruidores da natureza normalmente n o s o computados negativamente nos c lculos econ micos tanto de compra e venda de produtos quanto no c lculo do PIB Se esses valores aparecessem nesses c lculos como negativos j que retratam preju zos ambientais e muitas vezes sociais garantem os autores que se estaria contribuindo para uma nova vis o acerca do crescimento econ mico podendo at torn lo negativo significando que para crescer preciso destruir O impacto sobre as pol ticas p blicas seria expressivo pois a vaca sagrada dos economistas assim chamado o PIB por Furtado 1974 estaria revelando seu lado profano e possivelmente essa constata o levaria redu o do desperd cio de recursos a fim de diminuir a parcela negativa inserida no PIB e assim poder se ia chegar ao desenvolvimento Dessa forma os dados utilizados para apresentar o comportamento da economia nacional acabam por distorcer a realidade uma vez que n o incorporam em seu c lculo os custos sociais e ambientais provenientes do mimetismo cultural que leva ao consumismo e 70 da degrada o ambiental decorrentes da busca pelo progresso econ mico
184. erva o ecol gica atrav s do reflorestamento da eco restaura o da recupera o da paisagem e de uma vida com baixo impacto BRAUN 2005 2 4 2 2 Agricultura e alimenta o org nica Existe o entendimento de que os alimentos cultivados sem elementos qu micos artificiais de modo natural com adubos org nicos e dedica o e cuidado possuem elevados valores nutritivos al m de uma qualidade intr nseca maior do que nos alimentos cultivados convencionalmente de forma mec nica BRAUN 2005 Por m para evitar pragas e garantir a produ o ideal s o necess rias t cnicas e m todos de cultivo como a agricultura biodin mica e a permacultura Braun 2005 coloca que a alimenta o saud vel n o apenas contribui para o bem estar f sico mas tamb m reflete em melhorias do humor e da qualidade dos pensamentos e a es Salienta ainda o valor da alimenta o vegetariana em sua n o contribui o para a matan a de animais 2 4 2 3 Tecnologias alternativas Tecnologias alternativas s o tecnologias de utiliza o dos recursos naturais de forma sustent vel utilizando t cnicas antigas e modernas a fim de consumir menos energia gua insumos qu micos e elementos artificiais Utiliza se normalmente em ecovilas equipamentos para aproveitar as fontes naturais como cata ventos aquecedores e placas solares e a biotecnologia para filtragem e tratamento da gua Na constru o de casas as ecovilas usam frequentemente mate
185. es ambientais para o desenvolvimento de uma cosmovis o complexa da realidade capaz de propiciar a constru o de uma sociedade ecol gica que almeje a felicidade das pessoas e seja pautada na sustentabilidade da vida no planeta Acredito que a humanidade tem condi es de construir uma sociedade ecol gica ou seja justa de paz solidariedade respeito por todas as formas de vida saud vel e feliz E com a esperan a de contribuir para essa constru o que desenvolvi este trabalho e com ela que construo minha vida Termino essa abertura com a retomada das palavras da ioguina indiana Dadi Janki de 95 anos que recebeu da ONU o t tulo de Guardi do Planeta por seu trabalho em prol de mentes mais livres e pac ficas Porque tudo o que acontece neste mundo come a antes no cora o dos homens Come aremos ent o por n s mesmos esbo ando aquilo que queremos ver no mundo RESUMO A imin ncia de um novo paradigma cient fico e cosmovis o se faz percept vel nas ltimas d cadas diante da complexa crise planet ria Engendrada por um estilo de vida oriundo da vis o proposta pelo paradigma cartesiano newtoniano a referida crise com dimens es ambiental social e espiritual prescinde de modo urgente de uma nova orienta o cient fica e vis o de mundo e de ser humano Nesse cen rio de cr ticas ao paradigma ainda vigente surgiram novas vis es como a F sica Qu ntica a Vis o Hol stica a Vis o Sist mica a Ecolog
186. es assim como se fosse uma viagem de descanso digamos assim mas n o chega a ser muito frequente acho que isso n o acontece tamb m como grupo acontece com indiv duos que eventualmente v o fazer alguma viagem v o descansar Agora s pra amarrar n eu acho que justamente pra mim quase que ter um lazer quando eu to fazendo algo que eu realmente tenho prazer P r do sol De acordo com Jo o de barro momentos de lazer comunit rios acontecem com mais frequ ncia quando h um n mero maior de pessoas na ecovila Isso porque assim recebem ajuda para realizar as atividades b sicas da ecovila e ent o sobra mais tempo livre para os membros de Terra Una poderem focalizar momentos de lazer em grupo como festas passeios e caminhadas pela floresta A vida em comunidade busca dissolver a ideia de fam lia como apenas o modelo nuclear padr o na sociedade pai m e e filho s Em Terra Una todos se prop em a serem como pais das crian as e assim percebe se todos as cuidando dando lhes aten o e carinho Entendendo a import ncia da educa o Terra Una procura se envolver com as escolas regionais a fim de contribuir para a melhoria da qualidade do sistema educacional 120 formal da regi o Quando as crian as da ecovila crescerem poder o ir para a escola e receber complementos na ecovila ou pensa se na possibilidade de Terra Una futuramente assumir o processo educativo em um col gio local Todos os dias das 1
187. es tamb m cont m o todo atrav s do holograma que uma chapa fotogr fica que por meio de um sistema de laser reproduz um objeto ou pessoa em tr s dimens es no espa o Se cortado em duas ou quatro partes obt m se duas ou quatro reprodu es do holograma mostrando que a informa o do todo se encontra em todas as partes WEIL 1993 p 59 Crema 1989 p 44 evidencia que cada part cula representa um padr o interligado de energia num din mico e cont nuo processo consistindo num certo sentido em todas as outras part culas Nessa perspectiva as descobertas da nova f sica v o ao encontro das ideias que h muito tempo v rias Tradi es espirituais milenares defendem As s bias intui es dos velhos rishis da ndia os Hierofantes dos Mist rios do Antigo Egito e de El usis na Gr cia antiga a profunda e paradoxal sabedoria Tao sta da velha China e tamb m os mestres Zen do Budismo os Sufis do Islamismo os Profetas do Juda smo os Hesicastes do Cristianismo os Yogues do Hindu smo enfim todos os aut nticos m sticos de todos os tempos anteviram e apontaram para esse mesmo Universo hol stico agora penetrado pela F sica dos confins do tomo CREMA 1989 p 53 Dessa maneira esse novo paradigma hol stico concebe a integra o entre Ocidente anal tico e marcado pela ci ncia e tecnologia com o Oriente sint tico no qual sobressaem a m stica e a sabedoria tradicional Conforme Capra 2006
188. eza com acesso a alimentos mais naturais com o ar e a gua mais puros com menos interfer ncia de qu micos s o fatores recorrentes nas falas dos entrevistados diretamente relacionados melhor condi o de sa de que a vida na ecovila propicia Nessa perspectiva Sanch z 2011 p 77 78 afirma Do ponto de vista da ecologia do corpo somos o ambiente no momento em que inspiramos e respiramos o ar no instante em que ingerimos gua e alimentos 158 metabolizando os por meio de processos qu micos Quando morremos tamb m nos dissolvemos como corpo no ambiente O ambiente interno do corpo humano est sempre se relacionando com o ambiente externo por meio do sistema circulat rio sangu neo respirat rio O autor faz uma analogia entre a polui o que o ser humano vem causando ao corpo atrav s do estilo de vida atual com a polui o dos rios e do ambiente externo Al m disso o contato com a natureza indispens vel por ter a capacidade de propiciar uma sensa o de paz e tranquilidade em que o ser humano resgata sua comunh o original com ela sendo assim fundamental a exist ncia de reas verdes FEIBER 2004 Numa vis o mais ampla de sa de do que simplesmente aus ncia de doen as em que o bem estar f sico social e mental seja fundamental como diz a concep o da OMS as reas verdes s o imprescind veis para a sa de MORERO SANTOS FIDALGO 2007 MANTOVI 2006 FEIBER 2004 Al m da import ncia da
189. ezes ao dia de todas as esp cies poss veis em qualquer esta o do ano Pra mim isso n o faz mais sentido Se eu quero se eu n o concordo com algo mais do que querer ficar l num ativismo dizendo que sou contra eu tenho o 161 poder de tirar o poder deles quando digo eu n o consumo mais isso de voc E esse poder de consumo globalizado n o se percebe que individual porque a popula o n o compra nada A multid o n o faz escolhas O indiv duo faz escolhas O indiv duo que compra ele que decide o que comer Eu n o preciso fazer um consenso com voc pra decidir se a gente vai parar de comprar dessa empresa ou esse produto N o uma escolha s minha Tanto que o caixa do supermercado estreitinho n s passa um por vez s voc decide ali P r do sol Com rela o sa de individual defendem que h v rios mitos envolvendo a vis o de que a falta de consumo de carne deixar o organismo carente de nutrientes Para eles esses mitos s o facilmente desmistificados atrav s de pesquisas sobre o assunto O pr prio caso de um ganhador da competi o Ironman por mais de uma vez ser vegano utilizado para desmistificar a ideia de que o n o consumo de carne deixa o organismo mais fraco e sem capacidade de construir massa muscular O caso mencionado de Dave Scott triatleta reconhecido como o melhor do mundo Ele venceu o Triatlon Ironman no Hawaii por quatro vezes inclusive durante
190. f sicas os pensamentos e os sentimentos a dimens o mais profunda do ser humano que tem rela o com a procura de sentido e significado para a vida Segundo o autor a dimens o espiritual um componente do ser humano que transcende as outras dimens es em busca de sentido da vida do trabalho e de tudo o que realiza de modo que tenha uma motiva o interna que lhe garanta paix o por aquilo que faz vivendo em harmonia com Energias Superiores Nicolescu 2001 menciona que o reconhecimento do sagrado n o implica cren a em religi o institucionalizada mas de que existe algo que liga todos os seres e coisas um sentimento religioso no sentido etimol gico do termo que significa religar Esse sentimento assegura Nicolescu 2001 p 135 induz nas profundezas do ser humano o absoluto respeito pelas diferentes alteridades unidas pela vida comum numa nica e mesma Terra A Transdisciplinaridade se revela como uma condi o fundamental uma ci ncia consciente de seu devir e de seu poder na sociedade que sirva ent o para bem da vida em sua plenitude e diversidade pautada nos princ pios da vis o hol stica sist mica e ecol gica Um novo paradigma cient fico imprescind vel para o surgimento de uma cosmovis o que conduza a humanidade a uma nova sociedade sociedade ecol gica 59 2 3 A CONSTRU O DE UMA SOCIEDADE ECOL GICA O modelo de desenvolvimento origin rio da tr ade ci ncia tecnologia ind s
191. f gt Acesso em 14 nov 2011 ENA Rede de Ecovilas das Am ricas Qu es uma ecoaldeia s d Dispon vel em lt http ena ecovillage org Espanol index html gt Acesso em 25 out 2010 FEIBER S D rea verdes urbanas imagem e uso o caso do Passeio P blico de Curitiba PR R RAE GA Editora UFPR Curitiba n 8 p 93 105 2004 Dispon vel em lt http ojs c3sl ufpr br ojs2 index php raega article viewArticle 3385 gt Acesso em 12 ago 2010 FERNANDES Waldemar Jos Reflex es sobre meu trabalho com psiquiatria din mica V nculo on line dez 2007 vol 4 no 4 p 58 69 Dispon vel em lt http scielo bvs psi org br scielo php pid S 1806 24902007000100007 amp script sci arttext amp tIng pt gt Acesso em 04 abr 2009 FINDHORN Foundation Esc cia s d Dispon vel em lt http www findhorn org aboutus faq Hhowdid gt Acesso em 18 fev 2011 FINDHORN Ecovillage Esc cia s d Dispon vel em lt http www ecovillagefindhorn com gt Acesso em 23 fev 2011 FREITAS Lima A ess ncia vision ria dos sonhos e da cria o In RANDON Michel O pensamento transdisciplinar e o real S o Paulo Trion 2000 244p p 143 154 FURTADO C O mito do desenvolvimento econ mico RJ Paz e Terra 1974 89p GADOTTI Moacir Pedagogia da terra 2 ed S o Paulo Peir polis 2001 217p 186 Educar para a sustentabilidade uma contribui o d cada da educa o para o desenvolvimento suste
192. ficados rumo constru o de um mundo sustent vel democr tico igualit rio e diverso Para Morin e Kern 1995 imprescind vel que se freie o avan o t cnico sobre as culturas a natureza e a civiliza o para se evitar uma explos o ou implos o preparando se para uma muta o um revolucion rio devir do ser humano que requer uma tomada de consci ncia globalizada Diante disso Trevisol 2003 lembra que ningu m tem o direito de se eximir de responsabilidade lavar as m os para os riscos criados pela sociedade de risco global e continuar a agir no mesmo ritmo sem tomar consci ncia da crise planet ria pois os riscos nos unem Morin apud TREVISOL 2003 defende que a humanidade torna se assim uma no o tica sendo aquilo que deve ser realizado por todos e em cada um Nas s bias palavras de Boff 2009 p 8 ou nos salvamos todos ou perecemos todos E essa uma quest o que envolve profundas transforma es em valores percep o e paradigmas 2 2 A EMERG NCIA DO PARADIGMA TRANSDISCIPLINAR HOL STICO A UNI O DAS VIS ES HOL STICA SIST MICA E ECOL GICA PROFUNDA DA F SICA QU NTICA E DA TRANSDISCIPLINARIDADE Um paradigma indica que precisa ser ajustado de acordo com Kuhn 1997 quando surgem acontecimentos que a ci ncia n o pode com seus atuais instrumentos compreender Para Crema 1989 p 20 um paradigma somente invalidado quando outro 36 alternativo e mais satisfat rio tor
193. fios de cobre para enviar a energia produzida na turbina 4 1 2 5 Agricultura A produ o de alimentos uma das bases da sobreviv ncia humana est cada vez mais desvinculada do cotidiano dos indiv duos frente crescente urbaniza o Ficando a cargo de agricultores e empresas do agroneg cio grande parte da agricultura tem ocorrido em larga escala caracterizando se pelo cultivo intensivo do solo pela pr tica da monocultura uso de fertilizantes sint ticos e agrot xicos Assim a agricultura convencional vem gerando severo impacto ambiental pela exaust o do solo perda da diversidade gen tica desmatamento polui o do solo do ar e das guas e conferindo perigo sa de p blica revelando seu car ter insustent vel 136 De acordo com o document rio brasileiro intitulado O veneno est na mesa lan ado em 2011 pelo jornalista brasileiro Silvio Tender que traz diversos pesquisadores tratando do tema desde 2008 o Brasil o maior consumidor de agrot xicos do mundo e assim o brasileiro consome em m dia 5 2kg de agrot xico por ano O que nem todos sabem a gravidade da situa o O uso inadvertido de agrot xicos prejudica a sa de do planeta como um todo alterando a sa de e a qualidade de vida dos seres vivos Estudos apontam diversas patologias f sicas e psicol gicas humanas relacionadas ingest o de produtos contaminados com agrot xicos e ao contato direto de agricultores com tais venenos Re
194. foram iniciadas as primeiras obras de constru o e reforma em 2006 Os membros utilizam recursos pr prios para a constru o da ecovila desde o in cio do projeto Segundo os integrantes de Terra Una h tantas hist rias sobre a constru o da ecovila desde o encontro das pessoas at a concretiza o do projeto quanto o n mero pessoas envolvidas Na sala da casa comunit ria da ecovila est pregada num mural uma breve hist ria de Terra Una compartilhada pelos integrantes que segue abaixo na ntegra Breve Hist ria de Terra Una Existem tantas formas de contar uma historia quanto o numero de pessoas que a viveram aqui est uma No Rio de Janeiro em sua maioria no bairro de Santa Teresa moravam algumas pessoas que gostavam muito de estar juntas de passear andar na mata ir praia tomar banho de cachoeira ouvir e fazer m sica dan ar partilhar alimentos abra os e momentos de gratid o pela vida No ano de 2003 um amigo Catal o apareceu por l com um livrinho sobre redes de trocas e economia solidaria O assunto interessou tanto que nos juntamos para estudar e criar a Flor amp Ser uma rede de trocas em Santa Teresa com um boletim anunciando produtos e servi os locais e a Flor uma moeda de papel solid ria Nas reuni es de organiza o das feiras foram surgindo outros assuntos que interessavam a todos sempre relacionados com o novo paradigma na dire o de uma maior harmonia entre todos os seres e a sustentab
195. funda conforme as autoras s o o ecofeminismo a ecojusti a e a ecopsicologia Todos partem da cr tica Sociedade de Crescimento Industrial e de alguns princ pios filos ficos comuns mas d o nfase a aspectos diferentes da realidade 40 A ecopsicologia corrige a falha da psicologia ocidental em ter ignorado a rela o do ser humano com o mundo natural a import ncia da conex o com a fonte de vida para a sa de mental e em ter negligenciado a condi o de patologia para designar a destrui o praticada pelos humanos ao sistema de suporte da vida A ecopsicologia convida a pr tica terap utica a expandir seu foco para al m da paisagem interior a explorar e gerar o desenvolvimento da comunidade a entrar em contato com a Terra e com o espa o e com a identidade ecol gica MACY BROWN 2004 p 71 2 2 2 A abordagem sist mica A abordagem sist mica do mundo origina se da teoria sist mica que tem suas ra zes principais conforme Capra 1998 na cibern tica e na filosofia sist mica De acordo com Morin 2003 a teoria dos sistemas surgiu atrav s de Ludwig Von Bertalanffy quando este fazia reflex es sobre a biologia e espalhou se para diversas reas a partir de 1950 Segundo Vicente e Perez Filho 2003 foi Bertalanffy quem apresentou para discuss o uma primeira tentativa de sistematiza o filos fica do conceito de sistemas em um semin rio de filosofia na cidade de Chicago em 1937 Bertalanffy 1975 p
196. g nicos 10 UP 1ER F Fonte Kelly B lla 132 A compostagem um processo biol gico de transforma o por meio de microorganismos de res duos org nicos como restos de comida folhas secas estrume em um material semelhante ao solo que se chama composto rico em nutrientes para aduba o da terra Atrav s de uma composteira de simples e barata constru o d se destina o adequada a mais de 50 do lixo dom stico ao mesmo tempo em que melhora a estrutura e aduba o solo al m de propiciar a presen a de fungicidas naturais e microorganismos e aumentar a reten o de gua pelo solo USP 2005 Oliveira Aquino e Neto 2005 p 5 afirmam que a compostagem reduz a contamina o e polui o ambiental contribui na diminui o do lixo destinado aos aterros sanit rios o que economiza espa os f sicos em aterros sanit rios recicla os nutrientes e 133 elimina agentes patog nicos dos res duos dom sticos Al m de ser uma fonte de nutrientes N P K etc a adi o de mat ria org nica do composto melhora a estrutura f sica do solo proporcionando aos solos arenosos maior reten o de gua e de nutrientes enquanto nos solos argilosos aumenta a porosidade melhorando a sua aera o Aumenta tamb m a popula o de microrganismos ben ficos como bact rias e fungos que disponibilizam os nutrientes minerais do solo para as plantas As composteiras que existem em Terra Una s o
197. gares do planeta O Cap tulo 5 intitulado Ecovilas nova forma de ser e viver no planeta aponta as ecovilas como exemplos de comunidades baseadas no conceito de sociedade ecol gica Nesse cap tulo s o caracterizadas as dimens es social ecol gica econ mica e espiritual ou vis o de mundo de uma ecovila e seus princ pios bem como a incid ncia de ecovilas no mundo trazendo como exemplos de ecovilas bem sucedidas a Ecovila Findhorn na Esc cia a Ecovila Crystal Waters na Austr lia e Auroville na ndia O cap tulo 6 chamado Procedimentos metodol gicos exp e a unidade de an lise as caracter sticas da pesquisa os instrumentos de coleta de dados e a sistematiza o dos dados O cap tulo 7 cujo t tulo Sistematiza o e an lise dos dados como o pr prio nome j diz a sistematiza o e an lise descritiva e reflexiva dos dados coletados durante a pesquisa de campo na Ecovila Terra Una atrav s das entrevistas como os seis moradores da observa o participante e dos registros fotogr ficos realizados durante a pesquisa Esse cap tulo descreve a Fcovila Terra Una em suas dimens es social ecol gica econ mica e vis o de mundo traz as percep es e valores dos moradores da ecovila sobre temas como natureza sa de qualidade de vida felicidade e sociedade ideal e aponta aspectos do modo de vida em uma ecovila que podem ser replicados para a constru o de uma sociedade ecol gica Com o cap t
198. gias t m sua origem na energia solar entram no rol de energias solares todas aquelas que prov m de fontes inesgot veis ou renov veis como a luz do sol para aquecimento solar e a eletricidade fotovoltaica o vento a energia hidroel trica e a biomassa A transi o para a energia solar n o necess ria apenas porque os combust veis f sseis s o finitos mas principalmente devido aos danos que causam ao meio ambiente e a todos que respiram sua polui o Englobando e ultrapassando as condi es para construir um mundo sustent vel para se chegar numa sociedade ecol gica outras quest es chave se apresentam Quanto alimenta o precisa se atentar para a maneira como se produz alimentos que tipo de alimentos se consome e como s o transportados A produ o deve buscar o m nimo de impacto poss vel ao meio ambiente reduzindo a contamina o do solo da gua e do ar atrav s do uso m nimo ou zero de fertilizantes qu micos e agrot xicos reduzindo o esgotamento do solo por meio de formas de plantio sustent veis e que atendam s condi es suficientes de seguran a sa de dos agricultores e consumidores Na escolha do que utilizar para a alimenta o uma quest o importante a carne Regenstein apud GOODLAND 1999 assegura que a cria o de gado a atividade humana mais destrutiva da natureza maior do que a soma de todas as a es antr picas juntas por que leva exaust o o solo da gua subterr nea e dos rec
199. gnificativo pois as ecovilas brasileiras est o em forma o contando com poucos membros Depois disso chegou se a tr s ecovilas que se adequavam aos crit rios tendo sido ent o duas delas contatadas para verificar sua disponibilidade de aceita o para participar de uma pesquisa Estando a Ecovila Terra Una dentro dos crit rios de aparente boa estrutura o quanto s quatro dimens es social comunit ria ecol gica econ mica espiritual social princ pios condizentes com a GEN n mero significativo de membros e positiva receptividade 108 pesquisa esta ent o foi escolhida como unidade de an lise 3 2 CARACTER STICAS DA PESQUISA Este trabalho o conjunto de uma pesquisa bibliogr fica feita atrav s da revis o liter ria pertinente ao tema e de uma pesquisa de campo A pesquisa de campo enquadra se como emp rica qualitativa sendo um estudo de caso explorat rio aproximando se do tipo descritivo para o qual houve imers o da pesquisadora no local a ser estudado A pesquisa qualitativa de acordo com Chizzotti 1991 compreende que o conhecimento n o se reduz dados isolados mas considera que h uma rela o din mica entre sujeito e objeto e um v nculo indissoci vel entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito Dessa forma como coloca Goldenberg 2009 a pesquisa qualitativa ao se opor ideia positivista de que determinadas pesquisas como as sociais devem ser neutras e objetivas prop e se a
200. ia o de armamentos que amea am a vida pela F sica a contamina o qu mica do meio ambiente global decorrente da Qu mica o desenvolvimento de novos e desconhecidos microorganismos pela Biologia ou a tortura de animais por diferentes especialidades cient ficas CAPRA 1997 A caracter stica definidora central da ecologia profunda est atrelada quest o dos valores alicer ada em pensamentos ecoc ntricos Quando essa percep o ecol gica profunda torna se parte de nossa consci ncia cotidiana surge um sistema de tica radicalmente novo Assim a percep o ecol gica profunda parece fornecer a base espiritual ideal para um estilo de vida ecol gico e para o ativismo ambientalista CAPRA 1997 p 26 De acordo com Macy e Brown 2004 Arne Naess desenvolveu o conceito de Eu ecol gico para designar o ser humano fruto de um processo natural de amadurecimento em que seus c rculos de identifica o se ampliam e ele n o mais se identifica apenas com seu ego mas expande em muito seus interesses pessoais real ando a alegria e o sentido da vida a ecologia profunda n o nem uma ideologia nem um dogma De car ter essencialmente explorat rio procura motivar as pessoas a fazer com diz Naess perguntas mais profundas sobre suas verdadeiras necessidades e desejos sobre sua rela o com a vida na Terra e sua vis o para o futuro MACY BROWN 2004 p 69 Alguns movimentos correlatos ecologia pro
201. ia Profunda e a Transdisciplinaridade que embora estruturadas em princ pios pr prios se assemelham em ess ncia e apontam para a necessidade de um mundo justo tico solid rio pac fico em que o ser seja mais importante do que o ter ou seja d o subs dios para a constru o de uma sociedade ecol gica em que o ser humano estabele a rela es mais harm nicas consigo mesmo com o outro e com o planeta como um todo buscando a felicidade verdadeira Essas vis es formam o que chamado por alguns autores de paradigma transdisciplinar hol stico por compreenderem que esse termo consegue abranger todas as abordagens que o integram O paradigma transdisciplinar hol stico prop e que a organiza o da sociedade seja baseada na sa de integral e no desenvolvimento integral que transp e a vis o de desenvolvimento sustent vel Baseadas nos princ pios do paradigma transdisciplinar hol stico est o diversas pr ticas alternativas Sociedade de Crescimento Industrial como a ecovilas As ecovilas s o assentamentos humanos sustent veis onde pessoas moram trabalham t m lazer e cultura baseados na preserva o do meio ambiente no cultivo de rela es humanas saud veis na espiritualidade na economia justa entre outros aspectos Esse trabalho traz como pesquisa de campo o estudo de caso da Ecovila Terra Una localizada na cidade de Liberdade Minas Gerais Brasil A pesquisa de natureza qualitativa e explorat ria englobou entrevista
202. ial de bloquear uma decis o no consenso de construir uma casa na ecovila e de receber visitantes J os membros colaboradores n o t m tais direitos no entanto podem morar nas depend ncias da rea coletiva sendo lhes reservado um leito Ambas as categorias pagam um valor mensal para manuten o da ecovila Para uma pessoa se tornar membro de Terra Una existe um processo com v rias etapas pelas quais precisa passar para que ela pr pria tenha mais clareza de seu desejo de participar do projeto e para que o grupo avalie e decida por conferir ou n o essa distin o A transi o da categoria de membro colaborador para membro efetivo requer no m nimo dois anos de perman ncia na primeira 117 No ano de 2011 durante a pesquisa o n mero de moradores era nove sendo sete adultos e duas crian as Em per odos de cursos ou demais eventos na ecovila todas as refei es s o oferecidas no refeit rio Quando est o apenas os membros mant m se o almo o coletivo e as demais refei es geralmente ocorrem conforme o ritmo de cada um que podem ser realizadas ali ou em casa Nos espa os coletivos proibido o uso de drogas incluindo lcool e cigarro uso de arma de fogo e de ca a e nudez Quanto alimenta o proibida a presen a prepara o e consumo de carne na cozinha comunit ria Evita se a compra de transg nicos e de produtos de empresas multinacionais Figura 14 Cozinha comunit ria Fonte Kelly B lla
203. iberdade MG de de 2011 Assinatura do Participante 198 ANEXO B Carta da Transdisciplinaridade CARTA DA TRANSDISCIPLINARIDADE Pre mbulo Considerando que a prolifera o atual das disciplinas acad micas e n o acad micas conduz a um crescimento exponencial do saber o que torna imposs vel uma vis o global do ser humano Considerando que somente uma intelig ncia capaz de abarcar a dimens o planet ria dos conflitos atuais poder enfrentar a complexidade do nosso mundo e o desafio contempor neo da autodestrui o material e espiritual de nossa esp cie Considerando que a vida est fortemente amea ada por uma tecnoci ncia triunfante que s obedece l gica assustadora da efic cia pela efic cia Considerando que a ruptura contempor nea entre um saber cada vez mais cumulativo e um ser interior cada vez mais empobrecido leva a uma ascens o de um novo obscurantismo cujas consequ ncias no plano individual e social s o incalcul veis Considerando que o crescimento dos saberes sem precedente na hist ria aumenta a desigualdade entre os que os possuem e os que deles est o desprovidos gerando assim uma desigualdade crescente no seio dos povos e entre as na es do nosso planeta Considerando ao mesmo tempo que todos os desafios enunciados t m sua contrapartida de esperan a e que o crescimento extraordin rio dos saberes pode conduzir a longo prazo a uma muta o compar vel passagem dos homin deos
204. ibui o de Sigerist 1946 apud BUSS 2000 um dos primeiros a usar o termo promo o de sa de e a falar da sua import ncia a sa de se promove proporcionando condi es de vida decentes boas condi es de trabalho educa o cultura f sica e formas de lazer e descanso Portanto a promo o da sa de atrav s de uma perspectiva mais ampla crucial principalmente em pa ses como o Brasil aonde as condi es socioecon micas s o as maiores respons veis pela baixa qualidade de vida e consequentemente de sa de da popula o Quando questionados se consideram que as ecovilas proporcionam maior qualidade de vida os entrevistados disseram que sem d vida para eles morar em Terra Una lhes trouxe maior qualidade de vida tanto que os membros de Terra Una ainda n o moradores anseiam se tornarem moradores pelo fato de saberem que isso elevar sua qualidade de vida Entretanto deixaram bem claro que essa uma verdade para eles Pode ser que para outras pessoas morar em uma ecovila n o seja satisfat rio por quest es pessoais gostos cren as etc Assim como defenderam a ideia de que cada ecovila se configura de uma maneira com diferentes princ pios e rela es sociais algumas com um sistema hier rquico outras baseadas em uma nica religi o ou linha espiritual ent o n o poss vel afirmar que morar em uma ecovila ir gerar melhor qualidade de vida Ent o depende de quem t em que ecovila e que proposta s
205. icos e de outros nomes como Giordano Bruno Baruch Spinoza H L Bergson Heidegger W Heisenberg Teilhard de Chardin entre outros tendo recebido respaldo cient fico atrav s das recentes descobertas da f sica qu ntica e de pesquisas na rea da biologia e da consci ncia ARA JO 1999 Tabone 2008 salienta que al m dessa vis o de mundo estar impregnada no Oriente h mil nios ela somente nova no Ocidente em termos de conhecimento oficial pois j era conhecida e desenvolvida atrav s da alquimia da cabala da astrologia entre outras escolas de tradi o ocultistas al m de ser comum tamb m ao Sufismo e a integrantes do Cristianismo como Santo Agostinho e S o Tom s de Aquino Nesse sentido Tabone 2008 p 149 exp e que todas essas tradi es t m em comum a vis o integradora do homem do universo e da pr pria rela o homem universo A vis o hol stica compreende que tudo no universo est inter relacionado havendo uma din mica universal de rela es que torna tudo interdependente Nessa perspectiva os seres humanos e a natureza mant m uma rela o de complementaridade e considera se que a perda do v nculo produz desequil brio e destrutividade a todos ARA JO 1999 Os pensadores pr socr ticos do in cio da civiliza o ocidental concebiam uma rela o entre homem e natureza baseada no respeito na admira o e complementaridade Acreditavam que a natureza era portadora de uma energia criadora e v
206. idade para eles aproveitar A felicidade um estado e estar feliz ser feliz tem a ver com isso com estar pleno no que voc est fazendo aqui e agora Lua Felicidade dormir tranquilo e acordar entusiasmado Basicamente isso Acho que tem muito a ver com tranquilidade com tranquilidade emocional mesmo e entusiasmo vontade de fazer as coisas Quando voc t nesse ponto quer dizer que as coisas t o E um grande indicador de felicidade Sabi Ver o outro feliz poxa sublime assim Ajudar a gerar felicidade nos outros realmente esses s o os momentos que eu me sinto muito muito muito mais feliz mesmo Ao mesmo tempo tem um lugar sutil de n o depender disso assim n porque eu acho que bonita a felicidade no sil ncio tamb m Esse um lugar dif cil mas que eu acho 169 interessante de buscar tamb m O contentamento aquela felicidade mais serena Tem a felicidade meio entusiasta n uulll que vem muito do social da troca da alegria dos seres humanos trocando e tem a felicidade serena que vem da contempla o e do contentamento Esse um lugar que eu acho bem bonito mas to buscando acessar mais seguido E quando eu acessar adoraria partilhar com as pessoas Eu acho que essa proposta do sil ncio di rio uma busca de que isso possa ta presente na Terra Una assim Felicidade do sil ncio do nada n sem desejo sem apego sem Flor de liz A felicidade lembrar o qu
207. ientais est o sendo a base filos fica para v rias pr ticas alternativas como ecovilas comunidades sustent veis pr ticas alternativas em sa de corporal e cura permacultura dinheiro alternativo uso de energia alternativa alimenta o natural maior disponibilidade para o relacionamento coletivo e o surgimento de uma vis o espiritual mais ampla condizente com as antigas tradi es espirituais e com as novas abordagens cient ficas como a vis o hol stica a sist mica a ecologia profunda a transdisciplinaridade e a f sica qu ntica 2 4 ECOVILAS NOVA FORMA DE SER E VIVER NO PLANETA As ecovilas s o comunidades humanas intencionais sustent veis que de acordo com Santos Jr 2006 tomaram como legado muitos dos ideais e das pr ticas comunit rias de diversos grupos ao longo da hist ria em especial dos grupos alternativos dos anos 1960 1970 Esses grupos tais como pacifismo feminismo ecologismo movimento negro Hippies novo espiritualismo nova esquerda direitos dos cidad os novas linhas da psicologia revolu o 87 corporal sexual etc buscavam transforma es radicais na sociedade hegem nica Todos eles se opunham e questionavam a raiz das crises vigentes Santos Jr 2006 p 4 lembra que Muitas das express es de rebeldia da poca se davam como oposi es silenciosas ao estilo de vida proposto pelo consumismo Nestes casos a oposi o se dava como forma de desapego de experimenta o e de bu
208. igura 1 Primeira moradia constru da com barril de u sque em Findhorn FONTE Findhorn s d A Ecovila Findhorn se autodenomina uma demonstra o tang vel da rela o entre o espiritual social ecol gico e econ mico da vida e uma s ntese do melhor do pensamento atual sobre o habitat humano FINDHORN s d A comunidade n o tem nenhuma doutrina formal ou credo sendo suas pr ticas e valores comuns a todas as religi es mais importantes do mundo Objetiva um futuro positivo buscando promover crescimento interior auto conhecimento rela es pac ficas coopera o com a natureza e sustentabilidade em todos os sentidos Com seus servi os busca inspirar educar incentivar e partilhar sua experi ncia Acredita que a consci ncia a motiva o a aten o plena energia a criatividade e a alegria que podem levar a uma mudan a positiva e duradoura para o mundo FINDHORN s d 2 4 3 2 Ecovila Crystal Waters Social e ambientalmente respons vel e economicamente vi vel a ecovila Crystal Waters situa se na zona rural da cidade de Brisbane na Austr lia Foi concebida por Max Lindegger Robert Tap Goodman Barry and Young Geoff e criada em 1987 Em 1996 recebeu o Pr mio Mundial Habitat pelo seu trabalho pioneiro em demonstrar novas formas de baixo impacto para uma vida sustent vel CRYSTAL WATERS 2010 Antes de sua implanta o a propriedade de 640 hectares havia sido muito explorada tinha reas quase sem
209. ilidade planet ria Foi criado o grupo de estudos Arco ris com reuni es semanais Alguns nessa poca estavam fazendo um curso chamado Forma o em Ecovilas e repassaram os materiais aprendidos para o resto tamb m chamamos educadores de fora do grupo e estudamos e praticamos temas como Lideran a Circular Consenso Permacultura Jogos Cooperativos Antroposofia O conceito de Ecovila foi encantando a todos e chegou um dia que nos perguntamos O que estamos fazendo na cidade Quem quer ir morar em comunidade na natureza EU responderam v rios E aprofundamos ent o no estudo da Forma o de Ecovilas aprendendo dos passos dos que fizeram antes de n s o xodo cidade campo Fomos aprofundando nossos encontros como grupo aprendendo a tomar as decis es em c rculo a dialogar com as diferen as a ouvir e dar feedback a nos comunicar de formas saud veis e produtivas e sa mos a procura de terras onde concretizar nosso sonho Desde um primeiro momento a Serra da Mantiqueira foi um p lo agregador mas tamb m vimos terras perto de Parati Ubatuba Lumiar Rio Bonito Na regi o de Mirant o quase compramos uma terra ap s uma primeira reuni o do grupo l em um chal bem pequenino ao lado do rio onde conversamos durante dois dias sobre nossos sonhos e desejos para este novo lar Perto do mar longe do mar Com mata com pasto Alta plana Perto da cidade longe da cidade Com eletricidade sem luz e pensando os nos
210. imento de seu destino espiritual uma abertura ao seu pr prio caminho e autotransforma o o que permite o surgimento de uma evolu o individual e coletiva ligada cultura ci ncia consci ncia e s rela es D Ambr sio 1997 p 171 menciona seu entendimento de transcend ncia como ir al m da materialidade da realidade presente indo ao encontro da espiritualidade concluindo que assim o homem atinge a plenitude alcan a a humanidade apodera se de seu self No entanto vale dizer nas palavras de D Ambr sio 1997 p 9 que A transdisciplinaridade n o constitui uma nova filosofia Nem uma nova metaf sica Nem uma ci ncia das ci ncias e muito menos como alguns dizem uma postura religiosa Nem como insistem em mostr la um modismo O essencial na transdisciplinaridade reside numa postura de reconhecimento onde n o h espa o e tempo culturais privilegiados que permitam julgar e hierarquizar como mais corretos ou mais verdadeiros complexos de explica o e conviv ncia com a realidade que nos cerca Na vis o de Randon 2000 p 141 a transdisciplinaridade uma consci ncia da realidade Sendo assim o pensamento trandisciplinar pode existir independente do contexto em que est inserido pois ocorre anteriormente pr tica transdisciplinar Para o pensamento transdisciplinar necess rio abertura para enxergar as coisas de um modo diferente olh las por outro ngulo que fa
211. imento tecnol gico e a mudan a institucional est o de acordo com as necessidades reais e futuras Sabemos que este n o um processo f cil sem trope os Escolhas dif ceis ter o de ser feitas Assim em ltima an lise o desenvolvimento sustent vel depende do empenho pol tico CMMAD 1988 p 10 Daly 2004 elenca algumas diretrizes do desenvolvimento sustent vel deter os n veis de consumo ora praticados atrav s de taxa es da explora o dos recursos naturais fazer compensa es financeiras reduzindo o imposto de renda dos mais desprovidos em face da eleva o do rendimento p blico explorar os recursos n o renov veis proporcionalmente cria o de substitutos renov veis dentre outras O desenvolvimento sustent vel n o envolve apenas preserva o de espa os de conserva o de recursos uso de tecnologias limpas recupera o ecol gica segundo Leff 2006 mas tamb m produ o sustent vel baseada na capacidade ecol gica de cada regi o e na racionalidade cultural da popula o local De acordo com o autor a viabilidade do desenvolvimento sustent vel requer o avan o dos direitos de apropria o das comunidades rurais e do incremento de suas capacidades de autogest o o que implica na recupera o do saber tradicional e seu incremento atrav s do uso cr tico dos avan os da tecnologia e da ci ncia no desenvolvimento de tecnologias pela comunidade na preserva o das identidades e dos estilos cultura
212. impeza urbana o manejo de res duos s lidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patog nico De acordo com o Dossi do Saneamento levantado pelo projeto Esgoto Vida da ONG gua e Cidade a falta de saneamento b sico a principal respons vel por morte de crian as menores de cinco anos por diarr ia Al m disso as doen as decorrentes da falta de saneamento mataram mais pessoas do que a AIDS em 1998 no Brasil FOLHA DE S O PAULO apud ONG GUA E CIDADE 2077 128 Entre as doen as oriundas de falta de tratamento de esgoto e de gua contaminada est o poliomielite hepatite tipo A giard ase disenteria amebiana diarr ia por v rus febre tif ide febre paratif ide ten ase cisticercose esquistossomose filariose elefant ase infec es na pele e nos olhos como o tracoma e o tifo relacionado com piolhos a escabiose mal ria febre amarela dengue diarr ias e disenterias como a c lera e a giard ase leptospirose ameb ase hepatite infecciosa entre outras ONG GUA E CIDADE 2077 No Brasil cerca de 90 5 milh es de pessoas vivem em domic lios desprovidos de sistemas de coleta do esgoto sanit rio Al m disso nem todo o esgoto coletado tratado Segundo dados do Governo Federal apenas 28 2 do esgoto sanit rio coletado nos domic lios brasileiros recebe tratamento e s uma pequena parcela tem destina o final sanitariamente adequada ao meio ambiente ONG GUA E CIDADE 207 Ess
213. ina o de doen as e problemas de aprendizagem e na recupera o do ambiente por exemplo poder amos promover a seguran a a sa de integral rever os modelos educativos e estabelecer a manuten o do meio ambiente atrav s de um outro estilo de vida Resgatando a quest o do espanto de algumas pessoas quanto ao interesse de uma psic loga s quest es ambientais proponho algumas reflex es a mente algo independente que existe isolada de um corpo f sico de um campo energ tico ou espiritual de uma esfera social econ mica cultural e ambiental Os problemas ditos ambientais s o problemas criados pela pr pria natureza ou s o provocados por seres humanos que impactam seu ambiente de vida por acreditarem serem completamente separados e independentes da natureza Uma vis o a respeito de determinado ser ou fen meno determina nossa rea o perante ele Se for a nossa vis o de mundo e de ser humano que est sendo causadora de destrui o no planeta do qual dependemos n o seria a maneira de pensar e sentir o mundo que precisamos transformar para termos uma outra rela o com o meio ambiente N o estaria ent o nossa dimens o psicol gica intrinsecamente envolvida no processo de destrui o ou cuidado com a natureza Sendo a Psicologia uma rea de conhecimento comprometida com o bem estar a sa de e a felicidade das pessoas cabe a ela tamb m contribuir para a discuss o e reflex o transdisciplinar a respeito das quest
214. io que acontece em qualquer grupo que se forma n o que queremos Quando a gente fala o que queremos queremos morar numa ecovila ah t todos queremos ai daqui a 6 pouco um na Bahia o outro nas montanhas N o calma ai ainda n o queremos a mesma coisa Ent o existe um processo de afinamento da vis o que o primeiro desafio Depois teve um processo de estabelecimento de acordos que mais ou menos a mesma coisa n os valores conversar valores e vis o come a se delinear acordos Ai depois tem o desafio financeiro ter recursos para comprar a terra pra investir pra cuidar da estrutura E esse vem sendo um dos desafios constantes que n o acaba A gente ainda ta longe de chegar numa estrutura que a gente considera ideal E ai uma vez que as coisas j t o acontecendo que o grupo ta trabalhando junto e no caso da ecovila ainda ta morando junto aparecem os desafios relacionais que tamb m s o constantes A cada novo dia cada novo projeto cada nova interven o a gente se depara com diferen as que t m que ser trabalhadas tem que ser aprofundadas rela es que t m que ser habilidades de comunica o que tem que ser desenvolvidas isso tamb m outro desafio constante P r do sol 147 eu acho que a principal dificuldade em todos os processos de ordem mental as pessoas acharem que poss vel e terem realmente clareza do que poss vel fazer E ai d
215. ionalidade Segundo Capra 2006 al m da vis o hol stica de sa de estar muito pr xima de modelos m dicos de diferentes culturas nas quais a espiritualidade est envolvida nos processos de cura ela vai ao encontro da nova f sica e da concep o sist mica dos organismos vivos e inclui a vis o da ecologia profunda ao defender a import ncia de um ambiente equilibrado ecologicamente e socialmente para a sa de Nessa perspectiva a sa de integral compreendida como a harmonia din mica entre todas as dimens es humanas f sica psicol gica emocional social espiritual e ambiental que s o inter relacionadas e interdependentes SPAGNUOLO GUERRINI 2004 Muito mais do que aus ncia de sintomas a sa de nesse mbito est intimamente ligada subjetividade tendo a felicidade e o bem estar como quesitos fundamentais 65 AYRES 2005 MATOS 2004 WEINZIERL SASIETA 2007 Em um enfoque transdisciplinar segundo Spagnuolo e Guerrini 2004 saberes produzidos nos mais diferentes campos do conhecimento s o relevantes para o entendimento da sa de Os autores defendem desse modo que a responsabilidade pela promo o da sa de vai al m dos profissionais da rea abrangendo o n vel pol tico compreendendo que a sa de influenciada por m ltiplos fatores externos s cio econ micos ambientais e valores sociais Desse modo a vis o de sa de proposta pelo paradigma transdisciplinar hol stico vai ao encontro da per
216. ios bloqueios emocionais que a gente estabelece na educa o culturalmente cren as n a gente tem muitas cren as que n o nos ajudam na vida e a gente precisa desenvolver a capacidade de abandonar essas cren as negativas e criar as nossas cren as positivas E eu acho que num ambiente desse numa rela o de confian a e de honestidade n que a gente busca aqui a gente consegue trilhar esse caminho Sabi Pra mim sim mas pra mim Eu acho que muito individual sem d vida assim Eu tenho v rios amigos muito queridos que t o felizes fazendo outras coisas assim N o acho que seja resposta pra todo mundo n o Acho que tem a ver com cada um mesmo Flor de liz N o necessariamente mas elas proporcionam ah n o sei falar n o conhe o tantas ecovilas assim Eu acho que a pr tica de ta em contato com a natureza e ta vivendo junto com pessoas que compartilham os mesmos valores que voc compartilham afetividade e um contato sincero verdadeiro assim isso proporciona um ambiente bem f rtil pra voc cultivar essa conex o que leva felicidade Bem te vi Pra mim sim porque possibilita que essas coisas que eu acabei de citar aconte am n o que elas n o pudessem acontecer em outras condi es fora de uma ecovila mas eu acho que numa ecovila como a nossa onde temos alguns preceitos onde tem se claro alguns valores comuns e que isso importante ser conservados valores humanos isso fica mais f cil de acontecer
217. is Para Leff 2001 a mudan a de paradigma n o s poss vel mas imposterg vel Diante da crise ambiental em que a humanidade se encontra ele entende que o saber ambiental se coloca como um processo de produ o te rica e pr tica orientada pela utopia de construir um mundo sustent vel democr tico igualit rio e que comporte a diversidade Sachs 2007 argumenta que a procura por novos referencias ideol gicos que vem aparecendo na sociedade n o est ocorrendo apenas devido aos problemas ambientais que se destacam mas tamb m porque a pr pria ideia de desenvolvimento como crescimento se mostrou ineficaz quando se tem apesar dos progressos espetaculares do crescimento material crescente mal estar generalizado persist ncia da mis ria e da frustra o dos mais pobres Assim como coloca Santos Jr 2006 no seio dessa atual sociedade em crise n o somente existem uniformidades de pensamentos e a es mas tamb m revolu es inconformismos e contesta es vindos da pr pria ci ncia por meio de pensadores que 60 transpuseram seus olhares para al m do reducionismo e da fragmenta o e de diversas outras dire es que apontam a necessidade de formas alternativas de viver N o se pode progredir com um modo de vida contr rio pr pria vida H a necessidade urgente de se construir uma nova sociedade uma sociedade ecol gica Antes de introduzir esse conceito utilizado pelas correntes de pensamento contempo
218. is o transponham a vis o cartesiana newtoniana que forneceu as diretrizes ci ncia e sociedade que engendraram a complexa crise planet ria O emergente paradigma que se apresenta como alternativa que engloba e vai al m do antigo re ne princ pios confluentes da Ecologia Profunda da Vis o Sist mica da Vis o Hol stica da F sica Qu ntica Transdisciplinaridade e segundo alguns renomados pensadores da rea pode ser chamado de paradigma transdisciplinar hol stico Esse emergente paradigma traz uma cosmovis o comprometida com a constru o de um mundo melhor a partir do reconhecimento da interdepend ncia entre todos os seres e do funcionamento sist mico e hol stico do mundo Reconhece as benfeitorias do antigo paradigma mas aponta suas falhas exp e os efeitos de sua influ ncia na sociedade e na ci ncia e sugere novas perspectivas Nesse sentido fornece diretrizes para se construir uma sociedade ecol gica baseada na promo o da sustentabilidade ecol gica da justi a socioecon mica da sa de integral da felicidade do respeito e bem estar de todos os seres 178 Diversas iniciativas com essa perspectiva ocorreram durante a hist ria da humanidade Os movimentos alternativos que ganharam for a na d cada de 1960 como o feminismo o ambientalismo e os hippies foram conhecidos pelo seu desejo de transforma o do mundo em um lugar melhor para se viver com novos valores e atitudes relativos ao relacionando d
219. is a seres discutidas al m de exaurir os recursos naturais torna o desenvolvimento um mito uma fal cia afirma Furtado apud CAVALCANTI 2003 Ao se reportar aos padr es de consumo dos ricos o autor alerta sobre a tentativa invi vel de reprodu o destes h bitos pelos pa ses perif ricos pois imposs vel fornecer a toda a humanidade os mesmos recursos pela simples quest o de que o planeta Terra n o ilimitado seus recursos s o limitados ou pela sua quantidade ou pela quest o do tempo necess rio para que o seu ciclo se renove Daly 2004 esclarece as diferen as entre os termos crescimento e desenvolvimento e afirma que imposs vel sair da pobreza e da degrada o ambiental atrav s do crescimento econ mico mundial Enquanto crescer equivale a aumentar de tamanho por meio de assimila o ou acr scimo desenvolver se significa expandir os potenciais de algo evoluir para um estado melhor Dessa forma observa se que tais termos s o empregados de maneira equivocada tomando o crescimento como se desenvolvimento fosse DALY 2004 Assim o desenvolvimento tal como praticado trata de uma concep o extremamente reducionista que ignora os problemas humanos e ambientais revelando logo que a no o de desenvolvimento se apresenta gravemente deturpada Uma ilus o que sustenta o crescimento econ mico como referencial de desenvolvimento a cren a das sociedades modernas de que o crescimento do Produto Int
220. is de etnoecodesenvolvimento O desenvolvimento sustent vel ou ecodesenvolvimento termo cunhado por Sachs 2007 para design lo atenta principalmente para cinco dimens es 1 Sustentabilidade social a meta construir uma sociedade com maior equidade na distribui o de rende e de bens a fim de reduzir a disparidade entre padr es de vida de ricos e pobres 2 Sustentabilidade econ mica deve ser viabilizada por meio de eficiente aloca o e gerenciamento de recursos Para isso s o necess rias medidas para superar as trocas desiguais entre pa ses pobres e ricos as barreiras protecionistas e o acesso limitado ci ncia e tecnologia 3 Sustentabilidade ecol gica atrav s de medidas como limitar o uso de combust veis f sseis e de outros recursos esgot veis facilmente ou danosos ao ambiente reduzir o volume de res duos e polui o promover a reciclagem e a autolimita o do 72 consumo material intensificar pesquisas voltadas ao desenvolvimento de tecnologias eficientes no uso de recursos e com baixo teor de res duos definir normas para adequada prote o ambiental 4 Sustentabilidade espacial melhor distribui o territorial dos assentamentos humanos e das atividades econ micas bem como uma configura o rural urbana mais harm nica 5 Sustentabilidade cultural resguardar a continuidade cultural e defender o ecodesenvolvimento em sua busca pela pluralidade de solu es adequadas s especificidades
221. ismo Terra n n s ser amos na minha vis o um elemento desse organismo como uma vis o hol stica n uma parte desse todo Ent o minha sa de hoje pessoalmente se relaciona muito sa de do ambiente onde eu estou e s pessoas com quem eu convivo P r do sol q Sa de pra mim na verdade nosso estado natural Ser saud vel ser que nem a natureza assim que somos n n o ter nada impedindo a nossa energia vital a nossa clareza mental a nossa conex o com deus com a natureza com o outro um estado assim bem al m da aus ncia de doen as um estado ativado despertado assim Ta desperto ta com energia sobrando ta bem sabe Tem pensamento tem luz e criatividade e voc tem energia pra criar algo que vai al m daquilo que j foi feito j foi testado assim A gente precisa ter bastante vitalidade pra fazer o que ta precisando ser feito Ent o sa de assim ter sa de em todas as dimens es do nosso ser n integral do organismo inteiro Isso fundamental assim uma base assim que cria o equil brio e que a partir do equil brio a gente possa interagir com o resto do universo n criar coisas equilibradas participar no restabelecimento de um equil brio tamb m no planeta Terra Ent o t tudo interligado assim um planeta saud vel precisa que os seres humanos se curem porque quem ta gerando doen a no planeta hoje em dia o ser humano Ent o eu acho que come ando com sua pr pria sa de um
222. ivaz como um princ pio primordial donde tudo se origina o que favorecia uma rela o harm nica entre ela e o ser humano ARA JO 1999 O fil sofo astr nomo e matem tico italiano Giordano Bruno 1548 1600 defendia a ideia de que o universo um todo din mico onde a mat ria e o esp rito s o interligados coexistindo de forma entrela ada sendo a mat ria animada e portadora de energia Spinoza afirmava que tudo um tudo est relacionado na ordem do universo ARA JO 1999 O fil sofo alem o Martin Heidegger 1889 1976 contrariando a l gica cient fica do racionalismo anal tico proclamava que a totalidade do todo estrutural n o pode ser alcan ada fenomenalmente mediante uma montagem de elementos HEIDEGGER 2002 44 p 244 Defendia que assim como o mundo o homem tamb m n o pode ser entendido como a soma de suas partes pois para sua compreens o verdadeira necessita se perceber totalidade do ser Heidegger 2002 concebia ainda o conceito de ser no mundo revelando a unidade entre o ser humano e o mundo n o se podendo entend los de modo fragmentado Ao encontro dessa vis o o cientista e te logo franc s Teilhard de Chardin 1881 1955 entendia o universo como uma unidade din mica e complexa em evolu o dotado de uma consci ncia unificadora Chardin 1980 p 39 postulou que o homem deve se ver integrado ao Universo pois ele n o um elemento perdido nas solitudes c smicas Char
223. ivo de desenvolvimento integral que a gente possa chamar do ser humano Ent o pra mim n o sei se tem uma sociedade ideal que vai ser alcan ada assim porque a cada momento acredito que os desafios v o se transformar pra outros e quando a gente superar todos esses desafios materiais de alguma forma n trabalhar com as quest es de desigualdades sociais trabalhar as quest es ambientais e disponibilidade de recursos e uma economia mais justa e tudo mais a sociedade vai ter novas quest es a serem resolvidas talvez esteja e num n vel que a gente nem imagina Mas ideal ah pronto Assim ficou amarradinho isso eu n o acho que vai existir Agora o que hoje s o os nossos desafios em breve eu acredito que v o ta superados P r do sol Os discursos revelam que as caracter sticas de uma sociedade ideal s o condizentes com as qualidades daquilo que foi chamado nesse trabalho de sociedade ecol gica Justi a social cuidado com a vida felicidade liberdade sensibilidade irmandade sustentabilidade respeito pela diferen a espiritualidade desenvolvimento humano integral compaix o economia social e ecologicamente justa guiados por uma consci ncia hol stica que reconhece a conex o e inter rela o entre todos e que portanto o bem estar do outro importante para a coletividade s o preceitos de uma idea o dos moradores de Terra Una a respeito de como poderia se configurar uma sociedade ideal Uma sociedade c
224. l revelando a import ncia da uni o dos saberes para a pr tica integrada em sa de Nesse sentido Matos 2004 p 459 afirma A promo o da sa de um processo que visa dar s pessoas informa es e conhecimentos das suas capacidades pessoais gen ticas f sicas e ps quicas que lhes permitam rentabilizar o seu capital pr prio numa perspectiva de aumentar o seu controle sobre os determinantes da sua sa de e assim melhorar a sua sa de e a sua qualidade de vida A qualidade de vida neste contexto a percep o por parte dos indiv duos de que 1 participam na gest o das suas vidas e da sua sa de 2 as suas necessidades est o a ser satisfeitas e 3 n o lhes est o a ser negadas oportunidades de alcan ar felicidade e satisfa o n o obstante o estado f sico de sa de ou condi es sociais e econ micas A no o de sa de integral entende que preciso suplantar o modelo de sa de convencional que atribui poder exclusivo ao m dico bem como a grandes grupos econ micos como por exemplo as ind strias farmac uticas salientando a import ncia de uma vis o que busque a promo o da sa de em n vel coletivo A vis o hol stica em sa de vai ao encontro da vis o sist mica e ao reconhecer que mente e corpo se influenciam mutuamente compreende que tanto as disfun es corporais t m rela o com a mente como as ps quicas t m rela o com o corpo existe uma liga o de interdepend ncia entre corpo e men
225. l stico In WEIL Pierre D AMBROSIO Ubiratan CREMA Roberto Rumo nova transdisciplinaridade sistemas abertos de conhecimento S o Paulo Summus 1993 175p p 11 73 WILBER Ken Uma breve hist ria do universo de Buda a Freud religi o e psicologia unidas pela primeira vez 2 ed Rio de Janeiro Record Nova Era 2004 389p 193 AP NDICE 194 AP NDICE A Entrevista Y ENTREVISTA unesc 1 Nome 2 Idade 3 Escolaridade 4 Estado civil 5 Fun o responsabilidade 6 H quanto tempo vive na ecovila 7 Onde morava anteriormente 8 Por que est morando em uma ecovila 1 DIMENS O SOCIAL COMUNIT RIA 9 Gostaria que voc me contasse como o dia a dia na ecovila 10 Como a intera o entre os integrantes da ecovila 11 Como a comunidade lida com problemas entre os membros do grupo 12 Como o processo administrativo e de tomada de decis o na ecovila 13 Como a distribui o do tempo entre as atividades do dia a dia 14 Como e quando s o as atividades de lazer 15 Como a rela o entre os membros da ecovila e a comunidade externa 1 1 SA DE 16 O que sa de para voc 17 Como tratada a quest o da sa de na ecovila 18 Como s o tratados os problemas de sa de 19 Em sua opini o o modo de vida em ecovilas leva melhor sa de integral em compara o com o estilo de vida urbano convencional 20 Que tipo de alimenta o predomina na ecovila 21 O que
226. l como faz a pesquisa disciplinar mas diversos n veis interessando se sobretudo pela din mica gerada pela a o de v rios n veis de Realidade ao mesmo tempo NICOLESCU 2001 p 52 A exist ncia de mais de um n vel de realidade que tamb m s o complexos como toda a Realidade segundo o autor traz conte dos que v o al m do saber produzido pelas disciplinas e faz com que o Todo se abra para a n o resist ncia ao sagrado Isso porque para Nicolescu 2001 p 80 a Realidade engloba o Sujeito o Objeto e o sagrado que s o as tr s 53 facetas de uma nica e mesma Realidade A transdisciplinaridade sustenta se sobre tr s pilares que determinam a metodologia da sua pesquisa os n veis de realidade a l gica do terceiro inclu do e a complexidade NICOLESCU 2001 Realidade aquilo que resiste s nossas experi ncias representa es descri es imagens ou formaliza es matem ticas diz Nicolescu 2001 p 28 O axioma n veis de realidade entrela ado f sica qu ntica de acordo com o autor assegura que a realidade multidimensional e multireferencial sendo formada por mais de um n vel ao mesmo tempo N vel de realidade pode ser entendido como um conjunto de sistemas invariantes regidos por certas leis gerais Dois n veis de realidade s o diferentes ent o quando divergem quanto a leis e conceitos fundamentais A f sica qu ntica assegura a exist ncia de mais de um n vel de realida
227. l entre realidade e observador n o h realidade em si desconectada da mente que a pensa ambas s o dimens es de uma mesma realidade complexa O universo consciente BOFF 2007 p 24 Ara jo 1999 aponta que os princ pios fundamentais da abordagem hol stica s o a busca de inteireza a no o de diversidade de interdepend ncia complementaridade de movimento e de espiritualidade Segundo ele intr nseca busca da inteireza est a liga o fundamental interativa e simbi tica entre todo e parte e vice versa A no o de diversidade compreende o mundo em sua unidiversidade como sendo constitu do conforme Ara jo 1999 p 169 de uma multiplicidade de seres em que cada um com seus tra os singulares e a magnitude de suas qualidades tem sua nobre tarefa de colaborar na composi o da sinfonia c smica O pressuposto de interdepend ncia complementaridade segundo o autor discorre que de maneira mais ou menos direta mais ou menos vis vel todos os seres existentes no universo s o interdependentes e se complementam atrav s de rela es interativas de trocas m tuas O princ pio do movimento para Ara jo 1999 p 169 entende que tudo est em permanente movimento na ordem desordem do universo atrav s de seus constantes ciclos no entendimento de que tudo muda e o que permanece o pr prio movimento Por ltimo Ara jo 1999 p 169 mostra a espiritualidade como conceito de base dessa abordagem e
228. la es que mant m com o meio Quando se trata de coisas conforme Capra 1997 inclui tamb m perceber de onde vem suas mat rias primas como foi fabricada como seu uso afeta o meio ambiente natural e as pessoas que a utilizam e assim por diante Capra em sua obra As conex es ocultas de 2002 al m de toda discuss o sobre mudan as paradigm ticas aponta alternativas para concretizar um novo estilo de vida Dentre elas est a remodela o das institui es e das regras da globaliza o a oposi o aos alimentos transg nicos e a promo o da agricultura sustent vel o ecodesign para redefinir as estruturas f sicas das constru es as cidades as tecnologias e ind strias e torn las ecologicamente sustent veis A remodela o da globaliza o baseia se na premissa de que os governos deixem de servir s grandes empresas e grupos econ micos e passem a servir s pessoas e s comunidades criando regras e subs dios que favore am as localidades respeitando a integridade e a diversidade cultural estimulando a auto sufici ncia local de alimentos e garantindo a seguran a alimentar o direito a alimentos saud veis e seguros a partir do respeito aos direitos trabalhistas sociais e humanos b sicos Envolve a cria o de regras que 81 garantam que determinados bens e servi os n o sejam transformados em mercadorias comercializados patenteados sujeitados a acordos de com rcio como a gua doce plantas se
229. lhada por um dos membros Tamb m s o utilizados o mel o pr polis a gel ia real e a picada de abelha A picada de abelha est sendo pesquisada por um amigo dos membros de Terra Una que 160 trabalha na Fiocruz e aplica pra v rias quest es principalmente dores musculares e dores em articula o Pensam em ter estrat gias comuns relacionadas sa de na ecovila mas por enquanto cada um tem os seus m todos que est o mais baseados na preven o N o h a desconsidera o no entanto da medicina convencional sendo que j houve a recorr ncia ao posto de sa de da cidade bem como h morador que faz check up uma vez por ano 4 3 2 2 Alimenta o ovo lacto vegetariana na ecovila A alimenta o na ecovila do tipo ovo lacto vegetariana sendo proibido nas depend ncias comunit rias o preparo e o consumo de carne de qualquer esp cie Os acordos em Terra Una relativos a essa quest o tratam apenas das reas coletivas ficando a crit rio de cada um o ato de comer ou servir carne a visitas em suas resid ncias pr prias Entre os aproximadamente vinte membros da ONG Terra Una entre moradores e n o moradores estima se que apenas dois possam comer carne As raz es pela escolha de serem ovo lacto vegetarianos s o sist micas e est o relacionadas tica e sa de planet ria como explica a fala a seguir existe tamb m uma n o concord ncia com o sistema de produ o de carne de como ele confinado
230. lidade natureza e sociedade ideal e 4 an lise de poss veis alternativas para mudan as da predominante sociedade de consumo para uma sociedade ecol gica como novas formas de ser e de viver no planeta que podem ser espelhadas na vida em uma ecovila A an lise das narrativas e dos materiais coletados se fez reportando se ao referencial te rico pertinente conforme a categoria tem tica buscando se ter uma vis o hol stica do objeto de estudo sem no entanto ser poss vel um grande aprofundamento em cada tema pela complexidade inerente Os entrevistados s o reportados por codinomes quando se trata de suas narrativas na ntegra a fim de preservar sua identidade 4 1 ENTENDENDO A ECOVILA TERRA UNA EM SUA DIMENS O SOCIAL ECOL GICA ECON MICA E ESPIRITUAL OU VIS O DE MUNDO A Ecovila Terra Una situada em Liberdade pequeno munic pio no sul de Minas Gerais a sede da ONG Terra Una fundada em 2006 de direito privado sem fins lucrativos com dura o por tempo indeterminado apartid ria e que em suas depend ncias quadro social ou atividades n o faz qualquer distin o de nacionalidade ra a credo ou g nero Z A Ecovila Terra Una vista nas figuras 8 um espa o de moradia trabalho 112 educa o e lazer proposto a praticar t cnicas e valores voltados constru o de um modo de vida sustent vel Atua em projetos que visam sustentabilidade o redesenho social e o desenvolvimento humano integral nu
231. lo disso foi uma planta o de alimentos financiada com dinheiro de membros da ONG e de fora dela que emprestaram o dinheiro antes do plantio e receberam como pagamento os alimentos colhidos Ao inv s de deixar o dinheiro no banco essas pessoas viabilizaram a realiza o do projeto e depois receberam alimentos saud veis Outro exemplo est na compra da terra quando algumas pessoas emprestaram dinheiro para receberem em sete anos sem juros Para a constru o do alojamento experimentaram o financiamento solid rio algumas pessoas da ONG emprestaram o dinheiro e recebem uma porcentagem do valor pago pelos h spedes at que Terra Una quite as d vidas com essas pessoas e fique com todo o valor das hospedagens Al m disso afirmam E nossa ideia ta a longo prazo fazendo de novo quando tiver uma massa de moradores ou de pessoas envolvidas uma rede de trocas talvez de novo como a gente fez no passado uma moeda especial uma forma de troca que n o esteja pautada necessariamente na moeda oficial no real n dinheiro que mas sem deixar de usar ele de forma alguma s trabalhar com esses dois tipos de moeda e ai quem sabe conseguir envolver a nossa bioregi o nisso tamb m fazer sistema de trocas sistema de satisfa o econ mica do que preciso entre os moradores da vizinhan a quem sabe at num movimento pol tico maior no futuro que a gente consiga fazer isso junto s prefeituras Agora um projeto pra quando tiver mai
232. longo de seu desenvolvimento ateram se principalmente ao estudo de estados patol gicos emo es negativas e cura de doen as sem no entanto empenhar se em descobrir o que pode fazer do ser humano algu m feliz para que se possa promover a sa de em vez de sempre buscar restitu la No entanto despontou nesse cen rio da vis o biom dica uma contrapartida a Psicologia Positiva que se ocupa em estudar as emo es positivas como a felicidade o amor a gratid o a esperan a a alegria e seus efeitos sobre a sa de das pessoas bem como em descobrir as ra zes da felicidade GRAZIANO 2005 A felicidade faz parte do rol de sentimentos positivos juntamente com a alegria o amor o perd o a esperan a e otimismo e que portanto conferem sa de integral ao indiv duo n o apenas na dimens o mental e psicossocial como na f sica NUNES apud SILVA 2009 De acordo com Diener apud GRAZIANO 2005 e Diener et al apud GRAZIANO 2005 renomados estudiosos da Psicologia Positiva a felicidade depende de quatro quesitos b sicos 1 satisfa o com a vida 2 satisfa o em reas importantes como trabalho por exemplo 3 muitas experi ncias de emo es positivas e humores agrad veis 4 poucos n veis de emo es negativas e humores desprazeirosos A felicidade de longo prazo conforme as pesquisas realizadas distingue se da felicidade moment nea mais relacionada ao prazer ef mero Pesquisas de Graziano 2005 e de Csikszentmih
233. m Tem a vantagem da presen a da natureza que eu falei quinhentas vezes A vantagem do aprendizado m tuo com os irm os A vantagem de ter mais tempo de sil ncio eu acho ter mais tempo de acalmar ta em sintonia assim Flor de liz Olha conv vio verdadeiro com as pessoas contato com a natureza com cachoeira com a ro a com a horta intera o n com o ambiente e ai isso consequentemente traz uma vida mais saud vel isso Isso j tudo risos E tempo A gente tem mais tempo pra fazer as coisas n Apesar de que a gente tem tanta coisa pra fazer atualmente que dif cil ter tempo mas a gente tem um espa o de tranquilidade onde a gente poder parar respirar um pouco sabe Sabi As vantagens do estilo de vida em ecovilas apontadas pelos moradores s o muitas Contato ntimo com a natureza acompanhando seus ritmos e rela es verdadeiras com as pessoas s o destacadas v rias vezes A possibilidade de organizar o tempo de uma maneira mais harm nica entre as necessidades e os desejos e ter um espa o de tranquilidade s o outros fatores muito importantes apontados pelo grupo O estilo de vida moderno propicia ao ser humano in meros benef cios e comodidades mas consome com velocidade algo muito precioso o tempo A sensa o de que o tempo passa r pido demais decorre da acelera o do cotidiano principalmente nas grandes cidades onde a grande quantidade de atividades desempenhadas somada ao tempo gasto em locom
234. m muito a aten o nesse momento hist rico em que os problemas ambientais est o em evid ncia V rias delas podem ser replicadas no contexto urbano podendo muito contribuir para a sustentabilidade planet ria Na esfera da constru o diversas t cnicas de bioconstru o podem ser realizadas nas cidades com muitos benef cios Tijolos de adobe e outros tipos de constru o de paredes telhados verdes reaproveitamento de materiais pinturas alternativas etc podem ser realizados em diversos contextos S o alternativas de baixo custo que podem envolver os pr prios propriet rios na constru o e pessoas pr ximas gerando tamb m integra o social e solidariedade A quest o do baixo custo uma vantagem importante para popula o de baixa 176 renda e pode ser uma alternativa importante a ser adotada pelos programas de habita o popular Al m de ser ben fica ao meio ambiente a bioconstru o n o descuida da est tica e podem ser constru das lindas obras de modo ecol gico como pode ser visto em Terra Una Diversos arquitetos no mundo todo desenvolvem projetos incr veis utilizando bioconstru o como Antoni Gaudi Friedensreich Hundertwasser e Gernot Minke Os m todos de tratamento de gua cinza por filtros naturais s o uma excelente alternativa para reciclagem da gua podendo ser facilmente desenvolvidos Por ser de baixo custo esse modelo de tratamento da gua pode ser importante purificador em regi es onde o ace
235. m processo de domina o da outrora chamada M e Natureza a fim de ter mais controle sobre a mesma e consequentemente sobre sua vida Por m a nsia humana n o se limitou na predi o do comportamento natural para fins de sobreviv ncia mas passou a desempenhar um comportamento de superioridade perante qualquer outra esp cie viva julgando a natureza como subordinada aos seus desejos obrigada a servir da qual deveriam ser extra dos todos os segredos CAPRA 2006 TREVISOL 2003 A natureza passou a ser compreendida como algo externo ao homem j que o referido paradigma prop e a ideia de separa o entre sujeito e objeto homem e mundo Assim os desenvolvimentos cient fico tecnol gico e econ mico se deram sem lev la em conta esquecendo se de que o ser humano uma esp cie interdependente da teia da vida Cerca de quinhentos anos ap s a emerg ncia dessa vis o de mundo e de homem sente se os efeitos devastadores dela oriundos que colocam a humanidade numa situa o de sociedade de risco global TREVISOL 2003 Os riscos adjacentes s o em sua grande maioria de autoria da pr pria esp cie humana em sua luta desenfreada por ter sempre mais riqueza material poder dom nio Englobados numa l gica de vida pautada na acelera o do tempo para cumprir a busca por sempre mais recursos financeiros os seres humanos ocidentalizados v m experimentando uma situa o ca tica tanto em seu ambiente externo quanto interno n
236. m que ele est inserido CAPRA 2006 p 315 A no o de sa de como equil brio din mico compat vel com muitos modelos tradicionais de cura tanto com a medicina hipocr tica quanto com modelos orientais Essa vis o de sa de confere poder de cura ao pr prio sujeito como uma compet ncia inata do organismo ao reequil brio renova o e at autotransforma o ou autotranscend ncia a partir de uma doen a CAPRA 2006 A perspectiva sist mica compreende a doen a a partir do pressuposto da uni o entre corpo e mente e a considera um ind cio de que o organismo como um todo est 62 desequilibrado seja por raz es internas ou por ordem social coletiva ambiental O modo de vida acelerado por ser causador de alto grau de estresse est relacionado s in meras doen as que acometem as pessoas tanto doen as f sicas e mentais quanto doen as sociais viol ncia criminalidade suic dio abuso de drogas CAPRA 2006 De acordo com Weinzierl e Sasieta 2007 a vis o sist mica em sa de defende a import ncia da humaniza o nas pr ticas de sa de envolvendo sobretudo o comprometimento das tecnoci ncias com a vida com a individualidade de cada pessoa com a dignidade e com valores humanos em que a felicidade e o bem comum sejam respeitados e promovidos Essa vis o enfatiza que a sa de multidimensional e sendo assim muitos fatores devem ser analisados para que se possa compreend la e promov la como ta
237. ma perspectiva transdisciplinar As setas em vermelho na figura apontam para as constru es existentes na ecovila Figuras 8 Vistas de Terra Una P Fonte Kelly B lla Participa de redes do terceiro setor bem como tem parceria com institui es p blicas e privadas para realiza o de seus projetos Terra Una conta com uma equipe de aproximadamente 20 profissionais das mais diversas reas como bi logos agr nomos economistas gestores socioambientais arquitetos permacultores bioconstrutores educadores terapeutas comunicadores designers artistas produtores culturais e outros TERRA UNA 2011 A ecovila se descreve como um centro educacional transdisciplinar de integra o rural urbana que busca difundir um modelo de vida mais sustent vel sendo um laborat rio de experimenta o de v rias pr ticas voltadas sustentabilidade Assim atuando na pesquisa demonstra o e treinamento de tecnologias ambientais que priorizem a restaura o e conserva o da natureza Terra Una utiliza se da permacultura da bioconstru o e das diversas t cnicas de agroecologia para o design e manuten o deste espa o TERRA UNA 2011 Terra Una visa torna se um centro educacional atuando como um laborat rio de experimenta o de v rias pr ticas voltadas sustentabilidade E uma ecovila em constru o assim como todas as outras no Brasil e como 113 muitas em todo o mundo O terreno foi comprado em 2005 e
238. mano est inserido sobre o qual age e do qual depende insere se a necessidade de se transpor o paradigma que propagou uma vis o reducionista de ser humano de mundo e da realidade Surge nesse contexto o emergente paradigma transdisciplinar hol stico que defende a constru o de novos horizontes para o ser humano em que se perceba integrado enquanto ser complexo de m ltiplas dimens es f sica psicol gica social espiritual pol tica cultural e integrado ao cosmos entre os quais existe uma rela o de interdepend ncia e complementaridade comprovada cientificamente pelas pesquisas da f sica qu ntica e da consci ncia ap s s culos de conhecimento por tradi es milenares Nessa perspectiva ser humano e ambiente s o entidades complexas transdisciplinares cuja compreens o n o pode ocorrer apenas dentro dos limites disciplinares bem como as interven es em prol de uma harmonia entre ambos implica em articula o entre ci ncia e pol tica Na contram o da tend ncia ca tica mundial alternativas est o sendo desenvolvidas para a constru o de uma sociedade mais justa onde o desenvolvimento n o deprede o meio ambiente e seja ampliado para al m das quest es econ micas valorizando a vida os valores humanit rios a tica a espiritualidade e a sa de integral do ser humano o que ultrapassa a estreita vis o de aus ncia de doen as f sicas e coloca como condi o indispens vel o bem estar e a felicidade
239. mentes DNA Al m disso a remodela o da globaliza o trata principalmente da remodelagem das institui es visando descentraliza o do poder das institui es globais em favor de um sistema pluralista e organiza es regionais e internacionais CAPRA 2002 A revolu o dos alimentos pautada principalmente na contrariedade aos transg nicos e defesa de modos sustent veis de agricultura visa o bem estar humano e do ambiente em primeira inst ncia ao inv s de dar prefer ncia aos lucros empresariais CAPRA 2002 A alfabetiza o ecol gica e o projeto ecol gico ou ecodesign s o esfor os para constru o de comunidades nas quais seu modo de vida neg cios economia tecnologia e estruturas f sicas n o prejudiquem a capacidade da natureza de sustentar a vida Portanto a alfabetiza o ecol gica consiste em uma compreens o sist mica da vida em que s o considerados os princ pios da ecologia desenvolvidos pelos ecossistemas para sustentar a vida rede ciclos energia solar alian as parcerias diversidade equil brio din mico flexibilidade CAPRA 2002 Esses princ pios t m uma rela o direta com a nossa sa de e bem estar Em virtude das necessidades essenciais de respirar comer e beber estamos sempre inseridos nos processos c clicos da natureza Nossa sa de depende da pureza do ar que respiramos e da gua que bebemos e depende da sa de do solo a partir do qual s o produzidos os nossos alimentos
240. mo como um todo e trat lo como tal Essa cr tica um ponto crucial da discuss o a cerca da import ncia da vis o transdisciplinar hol stica sa de para que de fato os profissionais da rea deixem de ser da doen a j que dela se ocupam apenas para serem realmente profissionais da sa de atuando na preven o e promo o da mesma Al m da promo o da sa de atrav s da alimenta o e do cuidado com as rela es e com o ambiente s o t cnicas utilizadas tamb m em Terra Una medita o dan a alongamento reick Tethahealing t cnica que trabalha com as cren as pessoais para que cren as disfuncionais sejam enviadas pra luz e substitu das por cren as saud veis acupress o usado bastante para dor de garganta pra dor de est mago pra digest o homeopatia massoterapia massagem yoga dan a terap utica fitoterapia Apesar do cuidado com a sa de ser de responsabilidade individual na ecovila h o apoio dos outros para realizar determinada t cnica que tem conhecimento como indicar um fitoter pico fazer uma massagem por exemplo Um amigo que visita frequentemente Terra Una trabalha com medicina tradicional chinesa e quando h demanda na ecovila realiza algum tratamento H uma vizinha que entende bastante de ervas e faz garrafadas terap uticas Pesquisas s o compartilhadas entre os moradores tamb m referentes a elementos que propiciam melhor sa de como a alimenta o viva praticada e parti
241. modo que os princ pios da ecologia se manifestem nelas como princ pios de educa o de administra o e de pol tica CAPRA 1997 p 231 Partindo das contribui es de Capra 1997 2002 quando caracteriza uma comunidade humana sustent vel com orienta o ecol gica infere se que uma sociedade ecol gica envolve sustentabilidade em seus m ltiplos aspectos ecol gico econ mico social etc sendo pautada na justi a na tica nos valores e no desenvolvimento integral dos seres humanos Ao defender a no o de que a ecologia profunda n o separa os seres humanos da natureza e reconhece o valor intr nseco de todos os seres vivos CAPRA 2002 p 15 pode se entender que uma sociedade ecol gica buscar a sustentabilidade ecol gica n o apenas por saber do risco de extin o da esp cie humana do planeta caso n o se mude os rumos do desenvolvimento Esse tipo de sociedade defender a sustentabilidade pelo reconhecimento de que tudo o que existe na natureza tem valor intr nseco e por isso preza pela tica da vida Essa a diferen a entre sociedade sustent vel e sociedade ecol gica enquanto que na primeira a busca pela sustentabilidade arraigada no antropocentrismo a segunda visa sustentabilidade por quest es ticas pautadas num novo paradigma transdisciplinar hol stico que traz a vis o da ecologia profunda O adjetivo ecol gico atribu do sociedade n o aparece para reduzi la s dimens es biol gic
242. mplica es eeseeereeeereereerreerereee 22 2 1 2 Os sintomas da complexa e multifacetada crise eseeeeeeeeeeeeereesereresrreesserresesresss 28 2 2 A EMERG NCIA DO PARADIGMA TRANSDISCIPLINAR HOL STICO A UNI O DAS VIS ES HOL STICA SIST MICA E ECOL GICA PROFUNDA DA F SICA QU NTICA E DA TRANSDISCIPLINARIDADE eee 35 2 2 1 A ecologia profunda crer A E aeee E ceara EEEE 37 2 2 2 A abordagem sist mica zsinor kE EE EE EAR E Era aE E 40 2 2 3 A vis o hol stica e a f sica qu ntica eseeeeeeseeersrrsssresssrrressrrrrsssrerssrreesssrrressrres 42 2 2 4 A tra nsdisciplinatidade nnise ee eeeirsr oin iesta irakier kesi aaea r ailein r Siya 50 2 3 A CONSTRU O DE UMA SOCIEDADE ECOL GICA seirer 59 2 3 Sade infe eral aee earnen ae r e aa Aar EEEE E a E E e a E aE 60 2 3 2 Do desenvolvimento econ mico para al m do desenvolvimento sustent vel rumo ao desenvolvimento integral i i aie eA E E 68 2 3 3 Delineando uma sociedade ecol gica essseeesesseessesresssressssretsserresssresssseeesserreseses 14 2 4 ECOVILAS NOVA FORMA DE SER E VIVER NO PLANETA 86 2 4 1 As dimens es de uma ecovila a a e a 89 241 1 Social comunit ria t aa pos age naun ain Ida can LISO Di a add 89 2 4 1 2 Ecol gica nin a n ara a ad tanor setas andei A PERA atuo abda das AAR 89 24 13 Cultural e espiritual ese sara estais no Arias Randon GU a e ASR R ANA VETO T
243. mportamentos valores atitudes dos seus moradores um dos instrumentos de coleta de dados definido para responder aos objetivos entrevista individual semi estruturada Bauer e Aaets 2002 afirmam que a entrevista qualitativa possibilita mapear e compreender o mundo da vida dos respondentes sendo fundamental para entender as narrativas dos sujeitos pesquisados de modo mais conceituais e abstratos sendo capaz de propiciar uma compreens o detalhada de cren as atitudes valores motiva es e comportamentos das pessoas em contextos sociais espec ficos As entrevistas semi estruturas s o para Trivifios 1987 um dos principais meios de coletas de dados em pesquisas qualitativas Segundo ele a entrevista semi estruturada parte de certos questionamentos b sicos pautados em teorias e hip teses que possibilitam um desdobramento em outras interrogativas que possam surgir medida que o entrevistado responde As entrevistas podem ser gravadas ou n o mas o autor defende a grava o se consentida pelo entrevistado porque a transcri o da mesma permite ao pesquisador dispor de todo o conte do oral da entrevista Foram utilizadas tamb m as t cnicas observa o participante di rio de campo e registros fotogr ficos De acordo com Chizzotti 1991 a observa o participante obtida atrav s do contato direto do pesquisador com o fen meno observado permitindo assim compreender a din mica dos atos e eventos descrever a es em
244. mundo e de ser humano complexa que vai ao encontro da cosmovis o transdisciplinar hol stica a concep o de sa de dos moradores de Terra Una foi uma das quest es pesquisadas e est sistematizada abaixo atrav s de fragmentos das narrativas dos entrevistados Sa de o bem estar n Tem a sa de f sica que n o ta doente tem a sa de mental espiritual social que ta usando bem seus recursos de ta fluindo essa energia vital de alguma maneira n feliz e prazerosa Jo o de barro 154 Me veio a palavra satisfa o contentamento assim voc ta se sentindo Bem estar f sico emocional mental e nas rela es Veio uma sensa o de expans o quando eu penso em sa de me vem algo aberto assim Sa de pra mim ta conectado com as for as por exemplo da natureza Se voc t podendo sentir a for a do sol as guas o verde isso traz um estado de sa de porque tu expande pra qualidades que t o vibrando t o bem n assim n o sei explicar direito O corpo humano e o corpo da natureza s o um s Ent o pra mim sa de tem a ver com voc ta conectado com a natureza ta respirando profundamente ta com o corpo h bil pra fazer as coisas que voc quer ta com as emo es o mais serenas poss veis ta evoluindo Acho que sa de mudan a tamb m a gente poder ta crescendo ta mudando crescendo evoluindo para lugares mais interessantes ainda Eu acho que movimento e sa de t m muito a ver E
245. n o prejudicial Compreendendo os seres humanos como parte integrante da natureza preciso olhar tamb m para a ecologia social como defende Boff 2009 p 9 de onde se origina uma reflex o quanto de injusti a e viol ncia aguenta o esp rito humano Segundo o autor 20 das pessoas do mundo possuem 83 dos meios de vida sendo que na d cada de 1970 eram 70 e que a parcela dos 20 mais pobres usa apenas 1 4 dos recursos do planeta De acordo com ele quase metade da humanidade tem comida insuficiente e 14 milh es de crian as morrem anualmente antes dos cinco dias de vida 32 Segundo a ONU 2005 mais de 800 milh es de pessoas v o se deitar todas as noites com fome dentre elas 300 milh es s o crian as e a cada 3 6 segundos uma pessoa morre por falta de alimenta o O Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF 2008 divulgou em seu site segundo o relat rio de Monitoramento do Abastecimento de gua e Saneamento apresentado em 2008 pelo Programa Conjunto entre OMS Organiza o Mundial da Sa de e UNICFF que diariamente mais de 2 5 bilh es de pessoas sofrem com a falta de acesso ao saneamento melhorado ou seja qualquer instala o sanit ria que de maneira higi nica separe os dejetos humanos do meio ambiente e quase 1 2 bilh o de pessoas defeca ao ar livre Segundo o Projeto Mil nio da Organiza o das Na es Unidas ONU 2005 no mundo inteiro aproximadamente 114 milh es de crian as
246. na oficialmente solteira mora com companheiro 1 filho Forma o em Terapia atrav s do Movimento na Calif rnia Tem inicia o em Reik Trabalha com massagens e realiza atendimentos de cura sob demanda de visitantes na ecovila ou quando viaja Recebe um aux lio financeiro familiar N o possui responsabilidades espec ficas na ecovila tem mais flexibilidade no 140 que tange a responsabilidades pela execu o de tarefas comunit rias por ser m e de uma crian a pequena 4 Moradora do sexo feminino 32 anos brasileira oficialmente solteira mora com companheiro Possui curso superior em Design Desenho Industrial e Projeto de Produto e curso t cnico em Dan a Foi dan arina em companhia de dan a antes de morar em Terra Una Trabalha no projeto chamado Ponto de Cultura como um dos coordenadores e como educadora trabalha nos Cursos Educa o Gaia no Rio de Janeiro RJ e no imersivo em Terra Una Liberdade MG como um dos coordenadores e como educadora Atuou no desenvolvimento de outros projetos relacionados ao Educa o Gaia e est organizando a implanta o do mesmo curso em Belo Horizonte MG Trabalha com produ o e venda de bioabsorventes e com moda na cria o de algumas pe as de roupas por m com menor intensidade Na ecovila desempenha as fun es de gest o do espa o contrata o das funcion rias de limpeza organiza o dos cursos prepara o do espa o para recep o de visi
247. na se dispon vel absorvendo e convertendo o an malo no esperado A necessidade de um novo paradigma e cosmovis o um assunto tratado j h algum tempo por grandes pensadores dentre eles Fritjof Capra que a enfatiza devido entre outros fatores s v rias quest es que est o surgindo no mundo para as quais os cientistas moldados pela vis o cartesiana newtoniana n o est o conseguindo encontrar respostas configurando a situa o de crise planet ria atual J dizia Albert Einstein n o podemos resolver os problemas utilizando a mesma forma de pensar que usamos quando os criamos apud ENA s d Braun 2005 p 30 31 enfatiza que transformar a atual vis o do Mundo requer uma prepara o psicol gica baseada em valores ticos fortes e uma vontade profunda de realmente mudar O autor lembra no entanto que o confronto com essa atual percep o da realidade precisa ser gradual flex vel deixando de lado velhos pontos de vista e h bitos e acreditando em novas solu es A vis o transdisciplinar hol stica faz uma cr tica ao modo de vida propagado pela vis o cient fica e cosmovis o cartesiana newtoniana Aponta para o fato de que apesar de a ci ncia ter conseguido concentrar uma gama de conhecimentos acerca de quase tudo o que existe contendo tamb m n meros sobre tudo o que p de medir e quantificar tamb m foram ocasionados muitos efeitos que v o de encontro ao bem estar do ser humano e do planeta Nessa
248. nas como por exemplo o surgimento da f sica matem tica depois que m todos da f sica foram agregados matem tica Weil 1993 p 29 enfoca que a interdisciplinaridade manifesta se por um esfor o de correlacionar disciplinas Nesse sentido Nicolescu 2001 p 51 observa que a interdisciplinaridade assim como a pluridisciplinaridade vai al m da disciplinaridade mas sua finalidade tamb m permanece inscrita na pesquisa disciplinar A transdisciplinaridade conforme Piaget apud Weil 1993 p 30 seria um est gio superior interdisciplinaridade sendo um est gio que n o se contentaria em atingir 52 as intera es ou reciprocidades entre pesquisas especializadas mas situaria essas liga es no interior de um sistema total sem fronteiras est veis entre as disciplinas Conforme Porto e Almeida 2002 a transdisciplinaridade uma radicaliza o da interdisciplinaridade pois ela exige uma axiom tica comum entre as disciplinas Axiomas s o proposi es bvias por si mesmas Sendo assim a abordagem transdisciplinar de acordo com Almeida Filho 2005 implica uma s ntese paradigm tica entre todas as disciplinas envolvidas no estudo de determinado fen meno ou seja as disciplinas precisam ter uma concord ncia comum acerca daquilo que est o tratando Desse modo as teorias e conceitos desenvolvidos por uma equipe transdisciplinar servem de base te rica e pr tica para todas as disciplinas envolvidas PORT
249. natureza complexa e leva reflex o Talvez por isso que justamente uma concep o de natureza tenha tido implica es t o severas no modo de se pensar e viver a vida desde o s culo XVI quando o paradigma cartesiano newtoniano come ou a surgir As narrativas denotam a compreens o de que tudo natureza tanto as florestas como as metr poles onde tudo tem interfer ncia humana Isso porque os pr prios seres humanos s o a natureza s o seres naturais constitu dos de elementos naturais No entanto em algumas falas pode se notar a exist ncia de uma rever ncia pelos elementos naturais n o modificados ou seja aqueles onde pulsa a vida natural que permitem a vida existir Um dos entrevistados faz uma distin o mais n tida entre a natureza modificada e a natureza natural o que n o se pode deixar de considerar pois n tida e pertinente Dulley 2004 discute atrav s da vis o de v rios autores os conceitos de 153 natureza ambiente e meio ambiente diferenciando os em certa medida O autor sinaliza que apesar de o ser humano ser primeiramente um ser natural quando a natureza passa a ser por ele modificada atrav s da cultura ela passa a se tornar ambiente ou seja natureza modificada n o mais natural Desse ambiente segundo ele se destacam elementos naturais que servem para a vida humana especificamente e formam meio ambientes prop cios para a esp cie humana Ent o o autor destaca a diferen a e
250. ndo falaram a respeito do assunto Para eles a qualidade de vida abrange condi es de sa de f sica psicol gica 165 espiritual como ar e gua puros alimentos de qualidade bem estar nas rela es com as outras pessoas felicidade amor paz arte cultura produtividade trabalhar naquilo que se gosta dar retorno sociedade etc Al m disso surgiu a quest o da mobilidade da possibilidade de escolha como aspectos fundamentais qualidade de vida do ser humano Nessa vis o qualidade de vida compreende satisfazer as necessidades b sicas e aquilo que importante para cada pessoa possibilitando tamb m op es e escolhas Reportando se ao referencial te rico percebe se que a vis o de qualidade de vida que permeia Terra Una vai ao encontro da vis o hol stica de ser humano que compreende a qualidade de vida como complemento da sa de integral Sa de est al m do que aus ncia de sintomas Sa de engloba bem estar qualidade de vida e felicidade ou seja inclui tamb m a liberdade para cada ser tornar se respons vel por sua vida pela busca daquilo que o faz bem De acordo com Buss 2000 p 165 n o se pode negar que aspectos b sicos de vida n o satisfeitos numa sociedade como a p ssima distribui o de renda o analfabetismo e o baixo grau de escolaridade assim como as condi es prec rias de habita o e ambiente t m um papel muito importante nas condi es de vida e sa de O autor traz a contr
251. nizacionais no entanto todas partilham dos ideais de comunitarismo e sustentabilidade SANTOS JR 2006 Bissolotti 2004 afirma que as ecovilas englobam um modo de vida baseado numa profunda compreens o hol stica da realidade em que todos os seres e coisas s o vistos como interconectados Dessa maneira v o ao encontro do paradigma transdisciplinar hol stico e s o exemplos concretos daquilo que prop e uma sociedade ecol gica 2 4 1 As dimens es de uma ecovila De acordo com a GEN s d uma ecovila precisa ter necessariamente quatro dimens es social comunit ria ecol gica cultural espiritual e econ mica que se subdividem em diversos outros aspectos 2 4 1 1 Social comunit ria A dimens o social comunit ria engloba sentimento de perten a ao grupo comunidade relacionamento com as pessoas compartilhamento de recursos comuns ajuda m tua trabalho que proporcione sustento a todos preven o e promo o da sa de e pr ticas hol sticas em sa de educa o cont nua a todos viver em unidade com respeito s diferen as e promo o da express o cultural 2 4 1 2 Ecol gica A dimens o ecol gica se refere ao respeito aos ciclos naturais que todas as atividades humanas precisam ter Envolve o cultivo de alimentos tanto quanto poss vel dentro da comunidade apoio produ o de alimentos org nicos constru o de casas com materiais adaptados localmente uso de sistemas de energias renov veis prote o
252. nstru es infra estruturas gua energia comunica es n o como elementos isolados mas como partes de um grande sistema intrinsecamente relacionado Entende se que tanto o ser humano sua morada e tamb m o meio ambiente em que est o inseridos fazem parte de um mesmo e nico organismo vivo por isso as t cnicas utilizadas para o provimento das necessidades b sicas acontece sem explorar ou poluir a natureza A permacultura na agricultura um modo alternativo de cultivo agricultura tradicional Esta na qual a monocultura extensiva predominante tem contribu do para o esgotamento de nutrientes do solo e a degrada o da microbiologia e comprometido a biodiversidade devido mecaniza o intensa e ao uso maci o de elementos qu micos 95 artificiais BRAUN 2005 Al m disso soma se s consequ ncias do uso de fertilizantes agrot xicos e demais produtos qu micos na agricultura tamb m a polui o dos solos do ar e da gua que se atrela a diversos problemas na sa de humana tanto dos agricultores quantos dos consumidores de produtos cultivados nesse sistema Na permacultura o cultivo de esp cies busca se aproximar do modo natural simulando a pr pria natureza ou seja consorcia se o plantio de flores com legumes tub rculos folhas e outros vegetais para que os insetos que poderiam ser nocivos aos alimentos serem atra dos pelas flores deixando os intocados A vantagem desse modelo de cultivo que ao serem
253. nt vel S o Paulo Editora e Livraria Instituto Paulo Freire 2008 127p EDUCA O GAIA Brasil Atividades de neg cios nas ecovilas Not cias 04 jul 2006 Dispon vel em lt http www gaiabrasil net site modules news article php storyid 33 gt Acesso em 23 fev 2011 GAIA TRUST Introdu o s d Dispon vel em lt http www gaia org gaia gaiatrust gt Acesso em 23 fev 2011 GASPERI Patr cia De RADUNS Vera e GHIORZI ngela Rosa A dieta ayurv dica e a consulta de enfermagem uma proposta de cuidado Ci nc sa de coletiva online 2008 vol 13 n 2 p 495 506 GEN Global Ecovillage Network The dimensions of an ecovillage s d Dispon vel em lt http gen ecovillage org index php option com_content amp viewzarticle amp id 119 amp Itemid 21 6 gt Acesso em 25 out 2010 What is na Ecovillage s d Dispon vel em lt http gen ecovillage org index php option com_content amp view article amp id 92 amp Itemid 215 gt Acesso em 17 fev 2011 GIANNETTI Eduardo Felicidade di logos sobre o bem estar na civiliza o S o Paulo Companhia das letras 2009 226p GIL Antonio Carlos M todos e t cnicas de pesquisa social 4 ed S o Paulo Atlas 1994 207p GOLDENBERG Miriam A arte de pesquisar como fazer pesquisa qualitativa em Ci ncias Sociais 1led Rio de Janeiro Record 2009 107p GOODLAND Robert Sustentabilidade ambiental comer melhor e matar menos In CAVALCANTI Cl vis
254. nte a fim de que a ecovila possa atender sua demanda com produtos locais ou regionais 4 1 3 Dimens o Econ mica A economia na ecovila mista havendo economia individual e em alguns projetos grupal GT mas que n o chega a englobar todos os membros Os projetos remunerados individuais ou de pequenos grupos de membros que envolvam o nome de Terra Una destinam uma porcentagem dos resultados financeiros ecovila que se destina para a gest o do espa o nunca dividido entre as pessoas mas sim direcionado para projetos da ONG Terra Una Alguns trabalhos s o realizados em grupo como o Ponto de Cultura no qual tr s moradores s o coordenadores o curso Educa o Gaia no Rio de Janeiro RJ e o curso Educa o Gaia imersivo na ecovila em que moradores membros de Terra Una n o moradores e profissionais de fora participam 4 1 3 1 Forma o e atua o dos moradores de Terra Una Com o intuito de proteger a identidade dos entrevistados n o ser o usados os codinomes na exposi o da forma o e atua o de cada um 1 Morador do sexo masculino 34 anos brasileiro oficialmente solteiro mora com 139 companheira Possui gradua o em An lise de Sistemas e p s gradua o em Gest o Ambiental Trabalha na rea da educa o como educador e coordenador de projetos de car ter educacional como cursos em Terra Una e fora da ecovila s vezes em parceria com algumas universidades tutor em ensino
255. nter rela o entre homem e natureza advinda da ideia cartesiano newtoniana de que a natureza mec nica separada do homem e que deve servir aos seus interesses que fez com que a humanidade passasse a explor la sem medir as consequ ncias sem pensar que tamb m sua sa de seria influenciada pelos danos a ela causados Capra 2006 p 21 afirma que as amea as nossa sa de atrav s da polui o do ar da gua e dos alimentos constituem meros efeitos diretos e bvios da tecnologia humana sobre o meio ambiente natural Nesse sentido Odum 1988 p 1 discute que O grande paradoxo que as na es industrializadas conseguiram o sucesso desvinculando temporariamente a humanidade da natureza atrav s da explora o de combust veis f sseis produzidos pela natureza e finitos que est o sendo esgotados com rapidez Contudo a civiliza o ainda depende do ambiente natural n o apenas para energia e materiais mas tamb m para os processos vitais para a manuten o da vida tais como os ciclos do ar e da gua As leis b sicas da natureza n o foram revogadas apenas suas fei es e rela es quantitativas mudaram medida que a popula o humana mundial e seu prodigioso consumo de energia aumentaram nossa capacidade de alterar o ambiente Em consequ ncia disso a nossa sobreviv ncia depende do conhecimento e da a o inteligente para preservar e melhorar a qualidade ambiental por meio de uma tecnologia harmoniosa e
256. ntes e aprimorando continuamente seu bem estar SACHS 2007 p 293 Lutzenberger apud DREYER 1992 p 8 aponta para o desenvolvimento integral quando afirma eu n o posso considerar progresso aquilo que n o prev a manuten o da integridade da Vida e o aumento da felicidade humana Assim a no o de desenvolvimento integral ao ser incompat vel com o capitalismo e a forma de organiza o social e valores da sociedade globalizada incita a constru o de uma nova sociedade que seja al m de sustent vel mas ecol gica na perspectiva da ecologia profunda 2 3 3 Delineando uma sociedade ecol gica A nova sociedade proposta pelo paradigma transdisciplinar hol stico pode ser chamada de ecol gica no sentido da ecologia profunda sustentada pelas ideias de Fritjof Capra que ao longo do desenvolvimento de suas obras discute a quest o paradigm tica e estabelece o conceito de ecologia como direcionamento para um novo modo de viver no planeta Capra 2002 defende que a escola filos fica da ecologia profunda fornece uma base filos fica e espiritual para o novo paradigma Trazendo o termo ecol gica num sentido mais amplo e profundo do que o usual o autor defende A percep o ecol gica profunda reconhece a interdepend ncia fundamental de todos os fen menos e o fato de que enquanto indiv duos e sociedades estamos todos encaixados nos processos c clicos da natureza e em ltima an lise somos dependentes
257. nto n o uma mera abstra o j que a imagem que o homem forma do mundo possuiu um fator de orienta o e uma qualidade modeladora e transformadora da pr pria conduta humana Impl cito em 22 toda cosmovis o h um caminho de a o e realiza o Wilber 2004 aponta que diferentes cosmovis es n o s o apenas o mesmo mundo visto de forma diferente mas de fato cada cosmovis o cria um mundo diferente 2 1 1 O paradigma cartesiano newtoniano e suas implica es A vis o de mundo e o sistema de valores que est o na base da cultura ocidental e que est o demandando reavalia o t m nos s culos XVI e XVII as ra zes de sua constru o sendo um paradigma formado principalmente atrav s das ideias de Newton Galileu Cop rnico Descartes e Bacon CAPRA 2006 Segundo o autor antes do ano de 1500 a vis o de mundo prevalecente na grande parte das civiliza es medievais era org nica vivia se em pequenas comunidades onde as necessidades coletivas suplantavam o valor das individuais entendia se a natureza de modo natural org nico e se acreditava na interdepend ncia dos fen menos espirituais e materiais A ci ncia medieval de acordo com Capra 2006 se distinguia muito da ci ncia contempor nea pois baseava se na raz o e na f e tinha o objetivo de compreender o significado das coisas e n o de control las tendo os cientistas alta considera o s quest es referentes Deus alma humana e tica
258. ntre a natureza onde nenhuma esp cie privilegiada na din mica da vida e meio ambiente que pode ser um ambiente espec fico de cada esp cie A compreens o de natureza num sentido mais natural remete aos elementos n o descaracterizados pela a o do ser humano a esp cie que tem maior poder de alterar a natureza dando lhe um sentido de superficialidade Devido maior harmonia dos elementos naturais em compara o com os artificiais a natureza natural sentida por muitos como sublime cheia de vida e propiciadora de sa de e bem estar A desarmonia que existe em muito daquilo que foi alterado pelo ser humano vista pelos impactos ambientais respons veis por tantos problemas de sa de integral dos seres humanos Carl G Jung 1984 expoente na psicologia afirmou a import ncia da natureza natural do colorido das plantas para o bem estar humano que n o pode ser obtido apenas entre o concreto dos ambientes urbanizados 4 3 2 Sa de A concep o de sa de de um indiv duo e de uma sociedade um fator importante que influencia suas atitudes e escolhas A vis o de sa de biom dica que deixou em segundo plano a dimens o subjetiva e espiritual e que desconsiderou muitos efeitos socioambientais sa de humana teve grande influ ncia nos rumos da sociedade e da vida individual acarretando diversas implica es na sa de integral das pessoas Pensando na perspectiva de que as ecovilas compartilham uma vis o de
259. nvolver plenamente para alcan ar sua pr pria forma individual e realiza o dentro do processo evolutivo BRAUN 2005 A ecologia profunda vai ao encontro de antigas sabedorias Um exemplo disso est na semelhan a de ideias entre ela e o pensamento defendido pelo Chefe Seattle da Tribo Squamish de que qualquer impacto ao meio ambiente reflete em impacto nos pr prios seres humanos Quando questionado sobre a venda de suas terras ind genas ao governo dos Estados Unidos o Chefe expressou n s sabemos que a terra n o pertence ao homem O homem 39 pertence a terra Todas as coisas est o interconectadas como o sangue que une uma fam lia Qualquer coisa que ele fizer a ela ele acabar afetando a si pr prio CHEFE SEATTLE apud BRAUN 2005 p 34 A vis o de mundo da ecologia profunda desse modo prop e um modo de vida pautado na harmonia com a natureza equidade das esp cies simplicidade reconhecimento da limita o dos recursos oferecidos pela Terra uso de tecnologias apropriadas ci ncia n o como conhecimento dominante reciclagem reutiliza o descentraliza o da produ o A tica que emerge da ecologia profunda no que diz respeito ao reconhecimento do valor inerente da vida seja de qualquer esp cie implica imprescindivelmente mudan a de paradigma introduzindo padr es eco ticos especialmente na ci ncia quando muitos cientistas ao inv s de promover e preservar a vida est o a destruindo Seja a cr
260. o o parece ocupar a maior parte das horas do dia Nesse ritmo fren tico em que grande contingente populacional do mundo vive sobra pouco tempo para dedicar a si mesmo ao cuidado com o seu ser e muitas vezes ao lazer e s pessoas queridas Viver sob estresse constante altamente nocivo para a sa de e Terra Una assim como se prop em as demais ecovilas resgata a import ncia do uso equilibrado do tempo t o indispens vel para a qualidade da vida humana como assegura Morin e Kern 1995 4 3 A CONCEP O DE NATUREZA SA DE QUALIDADE DE VIDA FELICIDADE E SOCIEDADE IDEAL QUE PERMEIA A ECOVILA TERRA UNA 4 3 1 Natureza 151 P4 A vis o humana sobre o que a natureza essencial para o entendimento da hist ria da humanidade Consciente ou inconscientemente disso foi a partir desse conceito que o ser humano agiu no mundo desde a sua exist ncia enquanto esp cie Dentro do j exposto sobre o paradigma cartesiano newtoniano que regeu e ainda exerce influ ncia sobre a organiza o da sociedade a ideia de natureza inerente a ele foi substancial para a legitima o de tantos impactos ambientais sociais e descasos com a natureza do ser ocorridos desde o in cio de sua vig ncia h mais de quatro s culos A concep o de natureza dos moradores de Terra Una sistematizada abaixo a partir de fragmentos das narrativas mostra a percep o de que os seres humanos s o parte da e s o a natureza n o existe a separa
261. o a contribuir para a constru o de um mundo ecologicamente sustent vel socialmente justo saud vel e feliz 177 5 CONSIDERA ES FINAIS E RECOMENDA ES 5 1 CONSIDERA ES FINAIS Nenhuma causa pode ser mais urgente atualmente do que a conserva o das condi es de vida com qualidade na Terra Nada faz mais sentido e demanda maior empenho do que salvaguardar o direito de que todos os seres que hoje habitam o planeta e que habitar o no futuro possam viver saud veis e em harmonia nesse ambiente que existe h milh es de anos muito antes da presen a do ser humano importante lembrar que apesar de cada pessoa desempenhar diariamente in meros pap is pai m e filho profissional etc todos t m em comum com sua esp cie o fato de serem antes de tudo seres naturais que dependem de ar gua alimento e que necessitam de carinho e afeto E cada ser humano compartilha sua exist ncia com milh es de outros seres de diferentes esp cies que de alguma forma contribuem para o equil brio din mico da teia da vida Considerando que o estilo de vida humano que predomina atualmente insustent vel na esfera social econ mica e ecol gica abrangendo a ecologia do pr prio ser humano no sentido de sua sa de integral imprescind vel que novos caminhos sejam trilhados pela humanidade que possam conduzi la a uma sociedade ecol gica Para que sejam efetivadas a es nesse sentido preciso que um novo paradigma e cosmov
262. o ou material reciclado como pl stico material de constru o de demoli o e emprega o uso de energias renov veis como a solar t rmica para o aquecimento da gua a el trica fotovoltaica para a gera o de energia S o utilizadas tamb m t cnicas de tratamento biol gico de efluentes do esgoto reuso de gua para fins n o pot veis capta o de gua da chuva reciclagem do lixo entre outros RAINHO 2009 Braun 2005 p 134 coloca ainda A adapta o das constru es paisagem circundante uma arte em si s pois implica descobrir os movimentos favor veis da natureza a fim de seguir sempre o caminho da menor resist ncia como por exemplo fazer um jardim onde os solos s o mais ricos assentar as casas onde o sol ir iluminar mais a casa e onde os ventos e chuvas predominantes n o ir o interferir na estrutura da casa onde a terra n o seja t o f rtil onde n o haver obstru o da drenagem das guas e ainda a quest o de plantar rvores de forma que a vis o seja conduzida para a amplitude do c u e da paisagem permitindo maior intera o do ambiente externo com os detalhes ntimos da vida cotidiana Valoriza se em ltima inst ncia os elementos que comp em o ambiente da constru o Al m do cuidado com o meio ambiente natural a arquitetura segundo o princ pio do menor impacto busca n o eliminar tra os sociais do passado como casas e estradas antigas marcos hist ricos etc BRAUN 2 4 2 6
263. o ser humano consigo mesmo com o outro e com o restante da natureza Relacionadas a esses movimentos est o as ecovilas Embora n o exista um conceito definitivo de ecovila e todas tenham caracter sticas singulares pode se dizer basicamente que s o assentamentos humanos sustent veis que alicer am seu modo de vida na sustentabilidade justi a espiritualidade solidariedade sa de integral respeito por todas as formas de vida As ecovilas existem por todos os continentes do planeta de pequeno ou grande porte Tendo muito a contribuir para maneiras de ser e de viver ticas esses assentamentos humanos sustent veis est o recebendo cada vez mais adeptos O interesse nesse estilo de vida e a busca por alternativas sociedade convencional industrial urbana consumista e individualista fez com que a pesquisa de campo fosse realizada na Fcovila Terra Una em Liberdade MG uma das ecovilas cadastradas na Rede de Ecovilas das Am ricas no Brasil ENA Brasil importante levar em conta que as ecovilas est o sempre em desenvolvimento procurando evoluir e ainda que empenhadas em construir um modo de vida saud vel para as pessoas e para todo o ambiente de vida n o se pode afirmar que representam um modelo perfeito de vida Simplesmente porque n o se pode julgar nenhum estilo de vida de tal maneira O estudo de caso da Ecovila Terra Una possibilitou o conhecimento do seu funcionamento dos valores que guiaram os membros a desenv
264. oa na Aa a 90 2A 14 ECON MICA ea rms reae o eE EE EE so bo AEE bmega sad do te broa ahia ca Jah O Eiana 90 2 4 2 Os princ pios comuns das ecovilas e reeeereerereraceraaannoa 91 2 42 ECOl BIA sacia iossines gue regan samira ines asbeneriabano asi stando crbnan Doado Slade e sonabo ova indo sil anantan a ds 91 2 4 2 2 Agricultura e alimenta o org nica seeseseeesseeeseresserrresserresssreresrreessrrresesrese 91 242 3 Tecnologias alternativas iss assesrimsironcangass segure E a EAE Tee l sado E on aaa 91 24 2 5 Arquitetura ecol gicas rers aoin eee aa aee AE AE E EEE EEEE seo iOa 92 24 26 Permac lt td esiti iaee aei ai aa iaeiei a as 93 24 2 T Integra o socialer ariaa aa iE EEES De E e ENNE EENS 95 242 9 Espiritualidade niiksi iee e i egi e e e ra a 96 2 4 2 9 Desenvolvimento sustent vel eeessseeeesereesesrssssrestsrrressrrresssresssrreessereesssresese 96 2 4 2 10 Governan a circular empoderamento e decis es por consenso 96 2 4 3 INCID NCIA DE ECOVILAS NO BRASIL E NO MUNDO es 97 2 43 10FindhOR 5 serasa EEEE AA E Saolnadenso A E hein asaa a espa aa ata he 99 2 4 3 2 Ecovila Crystal Waters crer aaa a iaa 101 2 4 3 3 Auroville Efe PRO QD SRD DER 103 3 PROCEDIMENTOS METODOL GICOS cccereereerermeereereereereersererserseerernsense 106 3I UNIDADE DE ANALISE qual sarada a aa ce 106 3 2 CARACTER STICAS DA PESQUISA upar iria 10
265. observa o o relativismo consciencial que diz que a viv ncia da realidade fun o do estado de consci ncia em que o indiv duo se encontra e o princ pio n o fragmentado de energia ou holorradia o que compreende a ideia de que tudo no universo constitu do ou a express o da mesma for a ou energia Essa energia era conhecida por diferentes nomes segundo as tradi es espirituais prana em s nscrito rlung em tibetano ruach em hebraico pneuma em grego espiritus em latim Autores contempor neos tamb m a designam com nomes diversos libido de Freud e Jung lan vital de Bergson orgone de Wilhelm Reich WEIL 1993 p 54 Segundo Weil 1993 a f sica qu ntica por meio de sua descoberta de que uma part cula subat mica tamb m energia forneceu embasamento cient fico para o princ pio da holorradia o que afirma que mat ria vida e consci ncia s o indissoci veis e formadas da mesma energia Para ele a teoria geral dos sistemas e a teoria da complexidade de Edgar Morin v o ao encontro deste mesmo pensamento Di Biase 2002 exp e que a partir das descobertas do neurocientista Karl Pribam e do f sico David Bohn demonstrou se que c rebro e universo est o inter relacionados dentro de um mesmo sistema informacional Portanto nessa vis o hol stica para o autor consci ncia informa o e intelig ncia se confundem e pode se afirmar que a consci ncia sempre esteve presente nos diverso
266. oderem interferir neles Assim a busca da sa de global como objetivo das ci ncias da sa de d lugar pura elimina o dos sintomas causados pela doen a e No entanto Di Biase 2002 p 12 afirma que pessoas s o um todo biopsiocossocial din mico integrado com a natureza e o cosmo e n o somente c lulas e rg os trabalhando juntos Percebendo as consequ ncias da fragmenta o do saber oriundo da hiperespecializa o tamb m na rea da sa de Capra 2006 p 117 afirma que o amplo conceito de sa de necess rio nossa transforma o cultural um conceito que inclui dimens es individuais sociais e ecol gicas exige uma vis o sist mica dos organismos vivos e correspondentemente uma vis o sist mica de sa de Uma vis o sist mica de sa de compreende o indiv duo como um todo e acredita que a sa de um processo cont nuo n o est tico que depende da inter rela o e interdepend ncia das dimens es f sica psicol gica emocional social ambiental e espiritual CAPRA 2006 Nesse sentido Essas m ltiplas dimens es da sa de afetam se mutuamente de um modo geral a sensa o de estar saud vel ocorre quando tais dimens es est o bem equilibradas e integradas A experi ncia de doen a do ponto de vista sist mico resulta de modelos de desordem que podem se manifestar em v rios n veis do organismo assim como nas v rias intera es entre o organismo e os sistemas mais vastos e
267. olv la e ter um estilo de vida diferenciado do comum e dos desafios que enfrentam Por seguir princ pios e utilizar t cnicas diferenciadas do usual uma ecovila tem alguns desafios At o encerramento da pesquisa o maior o desafio de Terra Una era financeiro atrelado aos custos com sua implementa o e capacidade de gera o de renda a partir dela pr pria com a quantidade de membros moradores Analisando a na esfera da sustentabilidade ecol gica s o necess rias amplia es na capacidade de tratamento de guas cinza que durante a pesquisa n o davam conta de toda a demanda No que tange import ncia da produ o de alimentos por uma ecovila Terra Una que ainda precisa comprar uma quantidade significativa de alimentos ainda que muitos sejam produzidos localmente pode investir mais em cultivos no pr prio terreno Essas quest es s o percebidas tamb m pelos membros da comunidade que 179 planejam atend las E realmente em cada um dos quatro retornos ecovila para pesquisa pela pesquisadora sua estrutura f sica encontrava se modificada tornando se cada vez mais um local saud vel e agrad vel para se viver De todos os princ pios de uma ecovila propostos pela Rede Global de Ecovilas GEN a quest o da economia alternativa com uso tamb m de uma moeda alternativa parece ser a nica n o contemplada em Terra Una j que sua economia mista baseada principalmente na economia individual e em algumas cir
268. olveram comprar o terreno mesmo assim e hoje ainda fazem uso da energia el trica ligada rede convencional Al m da energia el trica utilizam g s de cozinha para aquecimento de chuveiros e para o fog o biomassa em forma de lenha pois usam serpentina para esquentar gua Outra energia utilizada a solar de forma passiva para secar alimentos e para aquecimento das casas Como o clima na regi o muito frio durante o inverno devido sua localiza o ser no alto da Serra da Mantiqueira as casas s o projetadas para aproveitarem a energia do sol a fim de mant las aquecidas noite sendo dispensado o uso de ar condicionado ou aquecedores Nas figuras 26 poss vel observar o design da casa de um dos moradores utilizando grandes janelas de vidro e aberturas em vidro no telhado que permitem a luz do sol entrar durante o dia Figuras 26 Aproveitamento passivo da energia solar Fonte Terra Una Em uma das casas est sendo constru do um sistema de aquecimento solar da gua A estrutura de cobre visto os estudos de libera o de toxinas pelo pl stico material comumente empregado na constru o nesses sistemas 135 H a utiliza o de gasolina tamb m pelos moradores que possuem carro Sobre a quest o da energia um dos moradores atesta que a economia maior nesse estilo de vida Claro que eu gasto menos energia do que se eu de petr leo e tal do que se eu tivesse no Rio de Janeiro usando uma hora
269. om tais caracter sticas instaura uma outra forma de ser e de estar no planeta em que a consci ncia hol stica seja a orienta o para a o humana Abandonar a raz o fechada que se tornou irracional como defende Morin 2005 e integrar raz o complexa e construtiva o campo das emo es da intui o da espiritualidade fundamental para ter uma vis o complexa da realidade Por meio da mudan a de vis o de mundo e de paradigma cient fico se pode alcan ar mudan as significativas rumo a uma sociedade ecol gica S o as cren as e os valores cultivados por cada ser humano a respeito da realidade que direcionam a sua a o no mundo Portanto transform los um passo primordial nesse sentido Os entrevistados consideram no entanto que esses s o apenas alguns princ pios que podem guiar essa constru o mas que n o se pode imagin la completamente At porque acreditam que a humanidade nunca chegar a viver numa sociedade ideal porque essa ideia um guia n o um est gio final completo Sempre surgir o novos desafios a serem transpostos evolu o da vida 175 4 4 CONTRIBUI ES DAS ECOVILAS PARA A CONSTRU O DE UMA SOCIEDADE ECOL GICA As ecovilas como novas formas de ser e de viver no planeta t m muito a contribuir para mudan as da predominante sociedade de consumo para uma sociedade ecol gica Terra Una ainda que em processo de constru o compreendida pelos seus membros como um labora
270. omo a base da vida enquanto que os eventos mentais s o considerados fen menos secund rios CAPRA 2006 Na perspectiva biom dica sa de significa bom funcionamento mec nico do organismo biol gico De acordo com Capra 2006 p 132 a sa de nesses termos vista como aus ncia de doen a e pautados na ideia do corpo como m quina a ci ncia m dica limitou se tentativa de compreender os mecanismos biol gicos envolvidos numa les o em alguma parte do corpo concebendo assim a no o de que a doen a se restringe a fen menos puramente f sicos Assim cada especialista nas palavras de Crema 1993 p 134 aperta ad infinitum o parafuso que lhe cabe da m quina corp rea Seguindo a tend ncia de uma 61 ci ncia cartesiano newtoniana o especialista passou a ser navegante do min sculo vidente do m nimo o que sabe tudo de quase nada CREMA 1993 p 132 Partindo dessa ideia Cruz Campos Junior e Pessini 2008 p 379 argumentam que tanto a pr tica quanto a investiga o do conhecimento acerca da sa de t m em geral como foco a doen a em que o agente o principal personagem enquanto desencadeador do processo Capra 2006 p 143 coloca que esse modelo biom dico faz com que em vez de perguntarem por que ocorre uma doen a e tentarem eliminar as condi es que levaram a ela os pesquisadores m dicos tentam entender os mecanismos biol gicos atrav s dos quais a doen a age para p
271. oncebida como prote o de n s mesmos Assim como n o precisamos de nenhuma moralidade para nos fazer respirar da mesma forma se o seu eu no sentido amplo dessa palavra abra o o outro ser voc n o precisa de advert ncias morais para demonstrar cuidado e afei o voc o faz por si mesmo sem sentir nenhuma press o moral para faz lo Se a realidade como experimentada pelo eu ecol gico nosso comportamento de maneira natural e bela segue normas de estrita tica ambientalista A sociedade ecol gica assim implica valores e comportamentos ticos e confluentes com a ecologia profunda em todas as suas dimens es na cultura na tecnologia na gest o ambiental na pol tica na economia em suas atividades e ritmos na educa o na sa de na alimenta o entre outras Como lembra Capra 2006 viver de modo mais tico com os semelhantes e com o planeta n o significa voltar ao passado mas sim desenvolver novas e criativas tecnologias e formas de organiza o social Capra 1997 aponta princ pios da ecologia que podem guiar a a o humana rumo constru o de um novo estilo de vida O primeiro desses princ pios a interdepend ncia Todos os membros de uma comunidade ecol gica est o interligados numa vasta e intrincada rede de rela es a teia da vida Eles derivam suas propriedades essenciais e na verdade sua pr pria exist ncia de suas rela es com outras coisas A interdepend ncia
272. ontinuar morando na cidade cada um na sua casinha Ent o 148 essa dificuldade dos pontos de vistas que foi bem intensa e ainda era o maior desafio do desapego e a sensa o de que ou eu consigo me transformar e me abrir pro outro ou o sonho vai afundar Flor de liz Ent o tudo isso tem sim a ver com quest es que quando a vida individual ta mais presente nas cidades isso n o aparece E aqui isso te convida pra trabalhar isso em 2 2 grupo mas eu n o acho que um problema ou obst culo um elemento novo enriquecedor e que promove justamente o que a gente quer aprofundar rela es fazer descobertas pessoais que t o trabalhando educa o e desenvolvimento humano de alguma forma Acho importante isso n o acho que um problema P r do sol Tamb m foram mencionados desafios que a natureza imp e como geadas que matam as plantas queda de barreiras de terras por exemplo relacionadas s pr prias condi es naturais do local onde a ecovila se localiza Outro desafio surgido refere se ao fato do espa o da ecovila estar sempre recebendo v rias pessoas para cursos e demais eventos que Terra Una oferece que seja t o partilhado porque na minha casa e a ecovila inteira a minha casa e s vezes tem trinta quarenta pessoas assim e eu posso ta querendo ta mais solit ria Acho que com as casas privadas isso vai se diluir um pouco mas tem o desafio do ir e vir das pessoas que por um lado o
273. oradia e centro de visita o e viv ncias partilhando a nossa vida e as d divas desta terra com os que chegam O nome Terra Una surgiu entre n s e veio permeado de significados Descobrimos que existia na regi o uma tribo chamada Una o que significa no idioma deles preto Ent o Terra Una Terra preta terra f rtil e nas letras de UNA temos os tr s pilares que permeiam nossa vis o como grupo Uni o Natureza e Arte Trabalhar Espiritualmente Realizando e Reverenciando o Amor a Uni o a Natureza e a Arte BEM VINDO A TERRA UNA A ecovila possui rea coletiva casas particulares e rea de preserva o ambiental Sua estrutura engloba casas dos moradores alojamento figura 9 um sal o de viv ncias figura 10 um galp o para atividades pr ticas camping cozinha e refeit rio comunit rios hortas viveiro de mudas plantios de m dia escala e sistemas agroflorestais al m das belezas naturais das montanhas florestas rios e cachoeiras TERRA UNA 2011 Figura 9 Alojamento parte inferior do pr dio e parte da rea superior Fonte Kelly B lla 115 Figura 10 Sal o de viv ncias Fonte Kelly B lla A rea coletiva chamada Borboleta abrange uma casa que j havia no local quando a terra foi comprada dividida em cozinha e sala comunit rias quartos geralmente utilizados para hospedagem dos membros da ONG Terra Una n o moradores na ecovila e refeit rio conforme a figura 11 Figura
274. orta recolher os res duos e levar para a compostagem entre outras s o organizadas em forma de rod zio assim todos participam do processo em algum momento de modo que a responsabilidade pelas tarefas rotineiras seja compartilhada Outras atividades corriqueiras dos moradores requerem a sa da da ecovila tanto para quest es da ecovila como comprar mantimentos como para fins profissionais coletivos ou particulares Est incluso no cotidiano tamb m atender s demandas estruturais como coordenar os trabalhadores que est o construindo plantando ajudando a cozinhar e a limpar E nessa constru o do dia a dia n o ficam de fora os momentos de lazer Essa configura o mais flu da do cotidiano em que apesar de cada um saber de suas responsabilidades existe uma flexibilidade na escolha do momento em que ser executada determinada atividade permite uma liberdade de escolha muito importante Como na ecovila muitos trabalham com projetos ao ter consci ncia daquilo que precisa ser feito e do prazo que se tem poss vel desenhar seu cotidiano de forma mais condizente com suas condi es f sicas e psicol gicas de cada dia pois n o h press o de estar em determinado local durante determinado espa o de tempo para desempenhar tal tarefa Assim nem todo dia se tem que trabalhar em Terra Una poss vel ter momentos de lazer em dias de semana mas tamb m em finais de semana haver trabalho porque na ecovila n o h dis
275. os haja vista a totalidade e complexidade do universo Assim Ara jo 1999 p 165 atesta somos fios entrela ados da mesma teia c smica Tabone 2008 p 12 evidencia que o emergente paradigma hol stico trata se de uma concep o sist mica da vida e do mundo baseada na consci ncia do estado de inter rela o e interdepend ncia essencial de todos os fen menos f sicos biol gicos sociais culturais e espirituais A vis o hol stica portanto v o homem como um todo unificado visto que ele um microcosmo pertencente ao macrocosmo Tendo o sujeito m ltiplas dimens es f sica ps quica social ambiental e espiritual que se inter relacionam e influenciando se mutuamente a sa de e o bem estar s o fen menos multilaterais que envolvem o ser humano em todos os seus aspectos CAPRA 2006 O paradigma hol stico representa uma revolu o cient fica e epistemol gica que emerge como resposta perigosa e alienante tend ncia fragment ria e reducionista do antigo paradigma respons vel por muitos dos grandes fen menos destrutivos que est o afetando o mundo afirma Crema 1989 p 59 Conforme o autor ele surge para construir pontes entre as fronteiras que fragmentam o conhecimento e o cora o humano Weil 1993 esclarece no entanto que a Hol stica n o um dogma cient fico ou religioso mas uma nova vis o e abordagem do real 2 2 4 A transdisciplinaridade Embora um assunto que est cada
276. os quais de 15 a 30 s o depositados em aterros sanit rios Al m disso 15 dos materiais s o transformados em res duos durante a execu o da obra Para os autores elobalmente a atividade de constru o e demoli o da ind stria de constru o civil est entre os modelos de produ o e consumo dos mais ineficientes DEEK J NIOR 2008 p 4 A an lise da sustentabilidade da constru o envolve todo o processo 1 extra o 123 de mat rias primas 2 fabrica o dos materiais de constru o 3 comercializa o 4 canteiro de obra constru o 5 uso e manuten o e 6 demoli o Pode se pensar tamb m no conforto e qualidade de vida conferidos queles que habitar o o espa o atrav s dos materiais e t cnicas utilizados Dessa forma construir de modo sustent vel imprescind vel quando se fala em sustentabilidade e portanto um princ pio fundamental em Terra Una A bioconstru o utilizada na ecovila envolve a escolha dos materiais e t cnicas utilizados na constru o dos espa os f sicos compreendendo uma avalia o hol stica do local envolvendo ciclo de vida dos materiais est tica e conforto como isolamento ac stico e permeabilidade consumo de energia envolvido nos processos etc O trabalho de constru o feito por pedreiros locais treinados por pessoas da ecovila conhecedores de bioconstru o O processo ocorre desta maneira porque de acordo com os entrevistados eles n o
277. ou O nosso futuro comum Esses s o alguns epis dios importantes de mobiliza o em torno das quest es ambientais que come aram a ganhar visibilidade durante as ltimas d cadas Outros tamb m podem ser citados como Confer ncia das Na es Unidas sobre Desenvolvimento e Desenvolvimento Sustent vel ocorrida no Rio de Janeiro em 1992 ou Rio 92 que contou com a presen a de todos os pa ses do mundo e de 180 chefes de Estados GR N 1996 Esses e outros acontecimentos em torno das causas ambientais levaram tona a necessidade urgente de reorientar a sociedade torn la ecol gica no mais amplo sentido que esse termo possui Capra 2002 aponta para as grandes transforma es que os modos de vida da humanidade e consequentemente seu bem estar passar o durante o s culo XXI com a emerg ncia da cria o de comunidades sustent veis baseadas na alfabetiza o ecol gica e na pr tica do projeto ecol gico Urge a necessidade de se incorporar princ pios b sicos da ecologia aos mais diversos aspectos da sociedade Precisamos nos tornar por assim dizer ecologicamente alfabetizados Ser ecologicamente alfabetizado ou eco alfabetizado significa entender os princ pios 78 de organiza o das comunidades ecol gicas ecossistemas e usar esses princ pios para criar comunidades humanas sustent veis Precisamos revitalizar nossas comunidades inclusive nossas comunidades educativas comerciais e pol ticas de
278. ovimento ondulante de part culas e ondas A f sica qu ntica postula a n o separa o homem e objeto afirmando que sua rela o interativa interdependente e portanto o universo um todo indivis vel ARA J O 1999 Desse modo Em contraste com a concep o mecanicista cartesiana a vis o de mundo que est surgindo a partir da f sica moderna pode caracterizar se por palavras como org nica hol stica e ecol gica Pode ser tamb m denominada vis o sistem tica no sentido da teoria geral dos sistemas O universo deixa de ser visto como uma m quina composta de uma infinidade de objetos para ser descrito como um todo din mico indivis vel cujas partes est o essencialmente inter relacionadas e s podem ser entendidas como modelos de um processo c smico CAPRA 2006 p 72 Assim a mesma disciplina cient fica que teve peso descomunal na vis o de mundo moderna a f sica transp s o seu feito desmaterializando e subjetivando o mundo ao mesmo tempo em que demonstra a correla o entre mente e mat ria A nova f sica mostra que penetrando a mat ria ela se revela energia e penetrando a energia ela se traduz por consci ncia CREMA 1989 p 52 Di Biase e Rocha 2005 p 37 38 argumentam que Com o advento da teoria qu ntica criada por Max Planck em 1900 e comprovada pela mec nica qu ntica na d cada de 30 com os trabalhos de Bohr Schrodinger Heinsenberg Einstein Pauli Dirac De Broglie Oppenh
279. p PNUMA Programa das Na es Unidas para o Meio Ambiente Fique por dentro Saiba mais 2006 Dispon vel em lt http w ww brasilpnuma org br pordentro saibamais florestas htm gt Acesso em 23 mar 2009 Fique por dentro Saiba mais s d Dispon vel em lt http www brasilpnuma org br pordentro Degelo Completo pdf gt Acesso em 23 mar 2009 PORTO Marcelo Firpo de S ALMEIDA Gl ucia E S de Significados e limites das estrat gias de integra o disciplinar uma reflex o sobre as contribui es da sa de do trabalhador Ci ncia amp Sa de Coletiva v 7 n 2 p 335 347 2002 RAINHO L cia As tecnologias ambientais nas ecovilas sustentabilidade na arquitetura Caderno de boas pr ticas em arquitetura a efici ncia energ tica nas edifica es Ecovilas Rio de Janeiro ELETROBRAS IAB Departamento do Rio de Janeiro 2009 p 19 22 RANDON Michel O pensamento transdisciplinar e o real S o Paulo Trion 2000 244p RAPOPORT Beatriz guas cinzas caracteriza o avalia o financeira e tratamento para reuso domiciliar e condominial 2004 72f Tese Doutorado Escola Nacional de Sa de P blica Funda o Oswaldo Cruz 190 RATTNER Henrique Meio ambiente sa de e desenvolvimento sustent vel Ci ncia e Sa de Coletiva online vol 14 n 6 p 1965 1971 2009 Dispon vel em lt http www scielosp org pdf csc v 14n6 02 pdf gt Acesso em 02 abr 2010 RIO DE JANEIRO Subsecretaria de a
280. para uma sociedade ecol gica com novas formas de ser e de viver no planeta 1 2 Justificativa Estudar novas formas de ser e de viver fundamental para a descoberta de medidas que podem contribuir para a constru o de um mundo que proteja a natureza e todos os seres que a comp e que seja tico justo equitativo onde os seres humanos deixem de ser moldados como seres econ micos que buscam no consumismo sua satisfa o e felicidade mas que resgatem sua ess ncia humana onde a subjetividade e a espiritualidade s o fundamentais A partir da busca pela harmonia entre suas dimens es o que envolve se sentir integrado natureza o ser humano poder encontrar a felicidade genu na objetivo comum a todos os homens mulheres e crian as e que deveria ser a finalidade de toda a a o pol tica e cient fica em qualquer profiss o Buscar novos modos de vida que levem ao bem estar do ser humano e do planeta imprescind vel diante de uma sociedade que est impactando severamente a biosfera e a psicosfera como coloca Morin e Kern 1995 de tal modo que tem o poder de levar o mundo ao colapso se n o mudar sua cosmovis o ou seja sua vis o de mundo e sua atua o no mesmo Tendo as experi ncias das ecovilas sido pouco difundidas no meio acad mico percebe se a relev ncia de estudos acerca do tema A pesquisa atrav s da revis o de literatura baseada na Transdisciplinaridade Vis o Hol stica Sist mica Ecologia Profunda e F
281. pessoas do grupo que trabalham com educa o infantil principalmente voltado pedagogia Waldorf fazem esse trabalho com as crian as al m das m es existem na ecovila que s o as participantes compuls rias do GT Crian as O GT Comunica o tem a fun o de trabalhar com os e mails com o site com as respostas pra eventuais pedidos de reportagens ou coisas similares que a ecovila recebe eventualmente Al m disso existem os GTs de projetos espec ficos ent o n o s o da ONG como um todo Terra Una n o pretende ser um reduto fechado e sim interagir com a comunidade local e global Os membros t m uma rela o boa com os vizinhos e com os empregados que s o vizinhos tamb m com os quais mant m n o s rela es de trabalho como de amizade O pagamento pelos servi os por eles prestados um pouco superior m dia paga pela di ria de trabalho regional para maior valoriza o do trabalho Os acordos quanto resolu o de conflitos interpessoais na ecovila s o de que primeiramente os envolvidos possam buscar o entendimento entre eles Caso esse primeiro 122 passo n o seja satisfat rio para as partes envolvidas elas podem convidar uma pessoa do grupo para ajudar como um mediador Se mesmo assim ainda n o tiver sido resolvido o problema abre se o caso para toda a comunidade que busca ajudar A cola do grupo como chamado o fator que une as pessoas em uma ecovila a amizade entre as pessoas e o desejo de est
282. pilares que fundamentam e sustentam o movimento das ecovilas sendo indispens vel em quase todas elas Difere se de religiosidade e significa uma forma superior de consci ncia a conex o do ser humano com sua verdadeira ess ncia BRAUN 2005 A espiritualidade pode levar transforma o luz e ao autoconhecimento e al m disso Demonstrou se claramente que a quest o espiritual fundamental para o caminho da conviv ncia harm nica entre as pessoas para a celebra o da vida e da paz interior seja pelas simples pr ticas meditativas seja atrav s de maneiras espec ficas de relacionar se intuitivamente com a natureza e a energia Universal BRAUN 2005 p 20 Em suma a espiritualidade inerente a todos os seres humanos e essa dimens o humana que propicia a sensa o de integra o com tudo o que existe a conex o com todas as coisas e com a energia Universal levando a atitudes mais positivas para com si mesmo com os outros e com o cosmos Nas ecovilas existe apoio e respeito para que a espiritualidade possa se manifestar de diversas formas caminhos e pr ticas para todos os seus membros GEN s d 2 4 2 9 Desenvolvimento sustent vel Ecovilas desenvolvem suas atividades visando o desenvolvimento sustent vel Agem atrav s de suas t cnicas alternativas para constru o produ o de alimento sa de educa o entre outros aspectos pautados na sustentabilidade Conforme Braun 2005 p 47 trabalham
283. r neo que v o ao encontro do paradigma transdisciplinar hol stico se faz importante a exposi o de conceitos chave que tratam da import ncia de uma transforma o cient fica social pol tica perceptiva comportamental sa de integral e desenvolvimento integral Esses conceitos tratam do bem estar do ser humano e do planeta como um todo e orientam a iniciativa para a constru o de novas formas de ser e viver no mundo 2 3 1 Sa de integral O conceito de sa de integral emerge de um conjunto de abordagens que contestam a vis o biom dica de sa de concebida no seio do paradigma cartesiano newtoniano Essas abordagens s o chamadas hol stica sist mica ecol gica e embora diferenciadas unem se no que chamado paradigma transdisciplinar hol stico e sugerem uma nova vis o de sa de a sa de integral na qual o ser visto como um todo e sua sa de como dependente de v rias quest es requerendo para sua compreens o e pr tica um saber transdisciplinar Na vis o biom dica o ser humano visto de uma maneira fragmentada em que mente e corpo est o dissociados sendo este ltimo considerado apenas em seus aspectos mec nicos ou seja acreditou se que o corpo uma m quina que pode ser completamente entendido em termos da organiza o e do funcionamento de suas pe as Nesse sentido mecanicista reducionista e materialista a partir do qual o homem passou a ser entendido os mecanismos biol gicos s o vistos c
284. ra o pessoal como indiv duos Mente e corpo consciente e inconsciente material e espiritual nosso saber e fazer constituem um repert rio de dicotomias com as quais nos habituamos e aceitamos como normalidade A transdisciplinaridade de acordo com Nicolescu 2001 visa uma revolu o da intelig ncia para que esta perceba a necessidade de reintegrar a afetividade efetividade mostrando que a nega o do afeto ao fazer do homem uma m quina acarretou a valoriza o apenas da efic cia sem que fosse dado valor quilo que realmente humano Esse problema est por tr s de toda essa crise j comentada anteriormente Segundo ele a transdisciplinaridade valoriza o ser e n o o ter a uni o entre o masculino e o feminino e entre outros diversos opostos Em uma perspectiva transdisciplinar conforme Spagnuolo e Guerrini 2004 o ser humano visto como um todo em que a soma das suas partes n o pode traduzir seu eu total Sendo assim a sa de de um ser complexo compreendida como um processo din mico oriundo da inter rela o e interdepend ncia entre as diversas dimens es do ser Paul 2005 p 77 defende que a nova complexidade pede para tecer os la os entre a gen tica o biol gico o psicol gico a sociedade com a parte espiritual ou o sagrado devendo tamb m ser reconhecidos De acordo com Bonilla s d p 2 Dimens o espiritual implica aquele n vel energ tico que transcende as necessidades e a es
285. range 48 hectares de terra situada na APA da Serra da Mantiqueira bioma Mata Atl ntica na cidade de Liberdade Minas Gerais ver mapa na figura 6 onde residem 9 moradores Figura 6 Localiza o da cidade de Liberdade MG FONTE Wikip dia 2010 A ecovila Terra Una sede da ONG Terra Una criada em 2003 que trabalha para promover e apoiar a es transdisciplinares que visam a sustentabilidade ecol gica o redesenho social e o desenvolvimento integral do ser humano TERRA UNA 2011 um lugar de moradia educa o trabalho e lazer que busca o desenvolvimento integral de seus membros dos visitantes e das comunidades do entorno Terra Una participa de redes do terceiro setor bem como tem parceria com institui es p blicas e privadas para realiza o de seus projetos Conta com uma equipe de aproximadamente 20 profissionais das mais diversas reas como bi logos agr nomos economistas gestores socioambientais arquitetos permacultores bioconstrutores educadores terapeutas comunicadores designers artistas produtores culturais e outros TERRA UNA 2011 A ecovila se descreve como um centro educacional transdisciplinar de integra o rural urbana que busca difundir um modelo de vida mais sustent vel Assim atuando na pesquisa demonstra o e treinamento de tecnologias ambientais que priorizem a restaura o e conserva o da natureza Terra Una utiliza se da permacultura da bioconstru o e da
286. ransdisciplinarity paradigm because they understand that this term can involve all approaches that integrate it The holistic trasdisciplinarity paradigm proposes that the organization of the society is based on full health and development that goes beyond the vision of sustainable development Based on the principles of holistic transdisciplinarity paradigm are several alternative practices to the Industrial Growth Society as the ecovillages Ecovillages are sustainable human settlements where people live work have access to leisure and culture based on environment preservation on the cultivation of healthy human relationships on spirituality just economy among other things This paper brings as a field research the case study of the Ecovila Terra Una located in the city of Liberdade Minas Gerais Brazil The qualitative and exploratory research comprises interviews with the inhabitants of the ecovillage in addition to present observation and photographic records in order to understand it in its social ecological economical and world view dimensions essential dimensions of a ecovillage according to the Global Ecovillage Network GEN Keywords planetary crisis holistic transdisciplinarity paradigm full health ecological society ecovillages Ecovila Terra Una LISTA DE FIGURAS Figura 1 Primeira moradia constru da com barril de u sque em Findhorn 101 Figura 2 Entrada da Ecovila Crystal Waters
287. rar isso tanto naquilo que eu consumo que ta no meu corpo quanto rela es humanas A minha opini o particular que gritante assim a sa de que um estilo de vida assim promove sem falar que aqui por sermos vegetarianos tamb m outro P r do sol Principalmente pelo o que eu j comentei da rela o com a natureza Eu acho que t aberto andar descal o por exemplo de manh voc acorda e pode andar na grama descal o pegar esse orvalho respirar esse ar puro beber essa gua limpa viver rodeado de sons harmoniosos e viver rodeado de natureza em vez de pessoas estressadas e carros buzinando Depois a profundidade das rela es assim a verdade que a gente busca nas rela es Mas tamb m eu acho essencial a atitude interna da pessoa n Algu m dentro da cidade mas conseguindo manter seu foco interno principalmente eu acredito muito na conex o espiritual de cada um na forma que for Mas se a pessoa t l vivendo uma vida criativa fazendo algo que gosta sabendo se sintonizar diariamente com o que for pra ela a fonte de vida assim eu acho que pode levar uma vida t o ou mais saud vel do que Eu vejo aqui vizinhos por exemplo que s vezes moram numa situa o rural mas t o super estressados e de repente sentem falta de muitas coisas e isso tamb m gera um estresse Ent o o todo promove sim a sa de mas a atitude eu acho que muito importante tamb m faz diferen a Flor de liz Estar na natur
288. reito de escolha Mesmo que eu assuma compromissos bvio que naquela semana eu vou ter um ritmo assim mas eu tenho uma flexibilidade de escolher qual a semana que vai ser assim e a outra semana que n o vai ser Tem uma dan a mais flu da ai Ent o uma grande vantagem vantagem de beber gua pura maravilhosa incr vel todos os dias respirar ar puro tomar banho de cachoeira enfim assistir o p r do sol deitada na minha cama e estar com pessoas queridas por perto sempre e s o muitas vantagens ter c u vista sempre conseguir acompanhar o ritmo do dia enfim muitas vantagens poder colher um fruto do p e comer direto enfim Lua Ah tem vantagens espec ficas daqui n mas ecovilas em geral o autoconhecimento da pessoa se trabalhar de trabalhar e de viver numa estrutura familiar mais saud vel n que n o o marido a mulher e as crian as uma estrutura familiar mais tribal isso pra mim acho que muito saud vel N o que voc n o possa fazer isso na cidade tamb m n em fraternidade mas as ecovilas propiciam isso de maneira mais ampla Outras 150 vantagens voc poder realmente repensar e reexperimentar cada etapa da sua vida n Jo o de barro todo dia tem pessoas diferentes cozinhando ent o todos os dias t m sabores diferentes e tem pessoas do mundo a fora passando por aqui que fazem seus pratos t picos Ent o o gastron mico uma vantagem tamb
289. riais naturais como fibras vegetais argila rochas madeiras e materiais reciclados de diferentes origens desenvolvendo tecnologias pr prias 92 BRAUN 2005 O Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado IPEC s d cita como exemplos de tecnologias sustent veis de moradia o superadobe o fardo de palha e a taipa De acordo com Rainho 2009 s o utilizados comumente em ecovilas sanit rios secos compost veis que al m de n o requerem gua para a limpeza do sanit rio ainda fornece adubo org nico atrav s do aproveitamento dos dejetos Tecnologias alternativas tamb m s o utilizadas no aproveitamento da gua da chuva para fins n o pot veis ela pode ser recolhida e direcionada a um tanque com ra zes que passar por camadas de carv o vegetal pedra brita e areia que far o sua purifica o biol gica Depois de limpa armazenada em uma cisterna ou caixa d gua de onde sair para servir sanit rios chuveiros lavat rios entre outros RAINHO 2009 O tratamento do efluente do esgoto pode ser feito atrav s do uso de zona de ra zes O IPEC s d defende as vantagens do tratamento biol gico de esgoto considera o a solu o para o problema do esgoto urbano pode ser aplicado em casa ou apartamento tem baixo custo de implanta o e manuten o n o exala odores n o usa poluentes e uma tecnologia de dom nio p blico De acordo com o Instituto o tratamento de efluente de esgoto pode se dar ainda pela t
290. rpo assim independente da cren a que eu tenho e de como que eu to cuidando disso Ent o uma forma de talvez cuidar dessa energia ou desse sutil desse extra corp reo e mental assim Acho que ta al m do corpo e da psiqu de certa forma E trabalhar a espiritualidade um processo pra mim de reconex o ao todo de compreender o que que sagrado o que que eu considero como sagrado como divino sacro e de que forma eu quero ter contato a isso E cada pessoa escolhe uma pr tica que lhe reconecta uma pr tica que atende a o seu desejo de se conectar exist ncia mesmo que ela chame a exist ncia de deus ou divino Agora pra mim isso embora seja extracorp reo n o extra existencial Ent o a espiritualidade que eu busco trabalhar em mim t sim ligada natureza t sim ligada exist ncia que eu habito s que eu 144 consigo nutrir essa alma esse esp rito esse al m mat ria com o contato com a mat ria tamb m n o preciso me abster dele N o acho que espiritualidade algo quando voc renega a mat ria solta a mat ria e vai s meditar vai s entrar em outras dimens es A espiritualidade pra mim ta na pr tica cotidiana no modo como me relaciono com tudo n o o momento Eu n o vejo espiritualidade como o momento que eu paro e vou fazer uma pr tica espiritual mas o meu meio de vida meu estilo de vida e minhas a es cotidianas est o ou n o trabalhando a minha espiritualidade tamb m P r do sol
291. s 107 diversas t cnicas de agroecologia para o design e manuten o deste espa o TERRA UNA 2011 A estrutura da ecovila engloba casas dos moradores um sal o de viv ncias um galp o para atividades pr ticas dormit rios camping cozinha e refeit rio comunit rios hortas viveiro de mudas plantios de m dia escala e sistemas agroflorestais al m das belezas naturais das montanhas florestas rios e cachoeiras TERRA UNA 2011 Figura 7 Vista panor mica de Terra Una Fonte Terra Una 2011 O processo de escolha de uma ecovila para a pesquisa come ou com a busca de ecovilas brasileiras cadastradas na Rede Global de Ecovilas GEN atrav s do site de busca Google Assim das 14 ecovilas cadastradas encontrou se os sites de algumas Lendo os sites buscou se perceber a organiza o da ecovila nas quatro dimens es da GEN ou seja as dimens es ecol gica social comunit ria cultural espiritual e econ mica Utilizando o crit rio de que todas essas dimens es precisam existir embora n o necessariamente na mesma propor o para que se configure uma ecovila foram exclu das algumas ecovilas que aparentemente atrav s do conte do exposto no site n o davam conta de alguma s dimens o des A partir daquelas aparentemente bem estruturadas e com princ pios condizentes com o ideal proposto pela GEN buscou se avaliar a quantidade de moradores de cada ecovila para verificar se o coletivo de pesquisa seria si
292. s O v o da arara azul escritos sobre a vida a cultura e a educa o ambiental Campinas SP Armaz m do Ip 2007 BRASIL Secretaria de Aten o Sa de Coordena o Geral da Pol tica de Alimenta o e Nutri o Guia alimentar para a popula o brasileira promovendo a alimenta o saud vel Bras lia Minist rio da Sa de 2005 Dispon vel em lt http www opas org br familia UploadArq 05 0768 Miolo pdf gt Acesso em 26 mar 2009 _ Minist rio da Sa de Secretaria de Aten o Sa de Instituto Nacional de C ncer Coordena o de Preven o e Vigil ncia de C ncer Resumo Alimentos nutri o atividade f sica e preven o de c ncer uma perspectiva global Rio de Janeiro INCA 2007 12p Dispon vel em lt http www inca gov br inca Arquivos 21ICCC publicacao AlimentosNutricaoAtividadeFisic a pdf gt Acesso em 26 mar 2009 Minist rio do Meio Ambiente Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustent vel Departamento de Desenvolvimento Rural Sustent vel Curso de Bioconstru o Texto elaborado por Cec lia Prompt Bras lia MMA 2008 64 p Blog do Planalto Pol tica Nacional de Res duos S lidos une prote o ambiental inclus o social 2 de agosto de 2010 Dispon vel em lt http blog planalto gov br politica nacional de residuos solidos une protecao ambiental e inclusao social gt Acesso em 08 nov 2011 BRAUN Ricardo Novos paradigmas ambientais desen
293. s amigos grupos na escola ou emprego capital social igreja clubes servi os de sa de estado de sa de vacina o compet ncias pessoais e sociais Nessa perspectiva diferente do que defende a vis o organicista de sa de doen a sabe se que a sa de e o bem estar s o diretamente afetados negativamente por diversas quest es que n o meramente mecanismos biol gicos disfuncionais e germes S o elas realidade social de pobreza educa o de m qualidade que n o favorece o pensamento cr tico e a busca da efetiva cidadania ritmo do dia a dia agitado estressante valores da sociedade que nem sempre prezam pelo ser pela felicidade genu na mas sim pelo ter pelo ac mulo de bens materiais enquanto deixam de lado os sentimentos entre outros in meros fatores que agridem a dimens o psicol gica e emocional do sujeito e consequentemente o seu eu total Isso remete Sawaia 1995 que trata a sa de como uma condi o muito mais 64 ampla do que simplesmente n o ter doen a entendendo que as dimens es tica psicol gica emocional afetiva s cio hist rica est o todas envolvidas nesse processo Sawaia 1995 p 162 163 parte das contribui es de Agnes Heller para afirmar que As necessidades fundamentais ao desenvolvimento do homem no sentido de alcan ar a plenitude da condi o humana s o o pensar o agir o imaginar e o amar Desta forma o direito sa de o direito satisfa o de todas essa
294. s necessidades sem sobreposi o de uma sobre a outra e ao bem estar Bem estar psicossocial a liberdade que deixada ao desejo de cada um na organiza o de sua vida individual Tendo em vista a complexidade da sa de e a diversidade de fatores que a influenciam uma mudan a nas pr ticas de sa de a fim de buscar a sa de integral hol stica precisa ser acompanhada tamb m de profundas altera es na tecnologia e nas estruturas socioecon micas primordial que promo o da sa de ocorra principalmente atrav s da preven o e esta est totalmente ligada ao poder pol tico das na es que devem possibilit la por meio de pol ticas p blicas para a sa de H a necessidade de uma educa o voltada sa de que v al m do esclarecimento das doen as e que ensine as pessoas a manterem h bitos de vida saud veis incluindo a felicidade como condi o a uma boa sa de MATOS 2004 Segundo Ayres 2005 a felicidade condi o fundamental dentro de uma compreens o de sa de humanizada que compreende a dimens o subjetiva da sa de e da doen a Ainda que ela seja algo de dif cil conceitua o e n o quantific vel por m todos cient ficos cita que a felicidade nunca deixa de fazer notar sua falta e pela sua aus ncia algo que nos est faltando AYRES 2005 p 551 A felicidade pode ser vista como um ndice que mostra se a forma como o sujeito est vivendo est satisfazendo o em toda sua multidimens
295. s ria a falta de acesso gua pot vel aos servi os de sa de e educa o de qualidade Enquanto alguns vivem uma vida cheia de sup rfluos e desperd cios milhares est o abaixo da linha da pobreza e isso tudo se d no mesmo ambiente no qual todos partilham essa exist ncia a Terra Esse rico em vida planeta que abriga milhares de esp cies de animais plantas bact rias e demais seres tem a capacidade de prover recursos para que a vida exista em plenitude para todos desde que respeitados os seus limites Entretanto o modo de vista consumista al m de gerador de abismos sociais baseado na depreda o da natureza ao passo que depende do uso fren tico dos recursos naturais para tornar se poss vel amea ando assim o equil brio de todo o planeta FURTADO apud CAVALCANTI 2003 E assim sente se os efeitos como degrada o de ecossistemas extin o de esp cies efeito estufa buraco na camada de oz nio desmatamento envenenamento dos solos por pesticidas e fertilizantes polui o da gua e do ar chuvas cidas desertifica o eros o inunda es urbaniza o selvagem e em regi es ecologicamente fr geis entre outros MORIN KERN 1995 Injusti as sociais e ambientais s o criadas e mantidas por atitudes daqueles que compartilham a vis o de mundo dominante h cinco s culos que n o compreende a complexidade do mundo Teorias cient ficas difundidas a partir do s culo XVI ditavam um mundo previs vel mec ni
296. s da GEN precisa fazer um tratamento adequado de toda a gua utilizada de modo que a qualidade desta gua seja igual ou superior qualidade daquela captada para o uso Nesse sentido Terra Una reconhece que precisa melhorar suas condi es de tratamento de gua j que o sistema de tratamento de guas cinza n o est sendo suficiente para a demanda de efluentes Nesse sentido existem projetos para serem implementados Um dos projetos construir um sistema biodigestor para tratamento de efluentes que al m de conferir qualidade de balneabilidade e irriga o s guas servidas produz biog s ao final do processo que pode ser mais uma fonte de energia para o uso local 4 1 2 3 Gest o de res duos A gest o de res duos uma das quest es fundamentais no que concerne sustentabilidade A sociedade atualmente baseada no consumo e desperd cio al m da obsolesc ncia planejada descarta diariamente toneladas de res duos Vistos como lixo muitos res duos que poderiam ter outro tratamento acabam sendo despejados em lix es sem controle ou aterros sanit rios que t m curta vida til menos de 20 anos j que a conscientiza o pela menor gera o de res duos a reciclagem ou a log stica reversa ainda s o incipientes 131 Entre grande parcela da popula o ainda persiste a ideia ilus ria de jogar o lixo fora como se no planeta existisse um espa o isolado que n o fizesse parte do grande organismo Terra
297. s das Am ricas ENA S o elas Abral44 em Presidente Figueiredo AM Aldeia Arawikay em Antonio Carlos SC Arca Verde em S o Francisco de Paula RS Comunidade Solaris em Ilh us BA Eco Village Piracanga em Itacar Marau BA Ecovila Arco ris em Cavalcante GO Ecovila Corcovado em Ubatuba SP Ecovila Felicidade em Jo o Pessoa PB Ecovillage Viver Simples em Itamonte MG Funda o Terra Mirim em Sim es Filho BA Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado IPEC em Piren polis GO Parque Vis o Futuro em Porangaba SP Santa Branca Ecovillage em Teres polis GO e Terra UNA em Liberdade MG Al m dessas cadastradas existem outras comunidades intencionais que se denominam ecovilas no Brasil al m de institutos que oferecem cursos e outras atividades na rea de ecovila e permacultura como o Instituto De Permacultura e Ecovilas Da Mata Atl ntica IPEMA Esse movimento ainda pontual e recente no pa s existindo apenas ecovilas com n mero pequeno de residentes e muitas ainda em processo de forma o Nota se no entanto que o interesse por esse modo de vida sustent vel est em constante crescimento tanto no pa s quanto no mundo inteiro 99 No cen rio mundial dentre as ecovilas que mais se destacam est o Findhorn Crystal Waters e Auroville 2 4 3 1 Findhorn A ecovila Findhorn localizada na Esc cia umas das pioneiras tendo como origem uma pequena comunidade criada em
298. s de 82 tecnologias brandas por refletirem a consci ncia ecol gica dentro de uma vis o sist mica Tendem a serem descentralizadas e a operarem em pequena escala s o sens veis s condi es locais e planejadas para aumentar a auto sufici ncia Algumas alternativas baseadas na alfabetiza o ecol gica s o apontados por Capra 2002 como agrupamento ecol gico de ind strias economia de servi o e fluxo uso da energia solar hipercarros e economia do hidrog nio Conforme Capra 2002 o agrupamento ecol gico de ind strias baseia se no princ pio de que os res duos s o alimentos Espelha se nos ecossistemas onde a mat ria circula continuamente o saldo de res duos zero diferente do sistema econ mico humano que opera linearmente extraindo muito recurso da natureza e produzindo muito res duo na produ o e no descarte final Nesse sistema de agrupamento os res duos de uma empresa s o os recursos de outra ciclicamente trabalhando com o princ pio de menor extra o de recursos zero emiss o de poluentes e de res duos De acordo com o autor esse novo modelo industrial j foi implantado em diversas partes do mundo pela organiza o Zero Emissions Research and Initiatives ZERD em portugu s Pesquisas e Iniciativas de Emiss o Zero fundada em 1990 pelo empres rio Gunter Pauli que originalmente criou um projeto de pesquisa na Universidade das Na es Unidas em T quio e depois constituiu uma re
299. s dos moradores da ecovila al m de observa o participante e registros fotogr ficos com intuito de compreend la em suas dimens es social ecol gica econ mica e vis o de mundo dimens es imprescind veis de uma ecovila segundo a Rede Global de Ecovilas GEN Palavras chave crise planet ria paradigma transdisciplinar hol stico sa de integral sociedade ecol gica ecovilas Ecovila Terra Una ABSTRACT The imminence of a new scientific paradigm and world view becomes noticeable in recent decades in face of the complex planetary crisis Developed by a life style that proposed by the Cartesian Newtonian paradigm the referred crisis with environmental social and spiritual dimensions is so urgently in need of a new scientific direction and vision of the world and of the human being In this scenario of paradigm criticism still in term new visions came up as the Quantum Physics the Holistic Vision the Systemic Vision the Deep Ecology and the Transdisciplinarity that although structured in their own principles are similar in essence and point to the need of a fair ethical solidary and peaceful world where being it s more important than having that means they contribute to the construction of an ecological society where the human beings establish more harmonious relationship with themselves with others and with the planet as a whole seeking the true happiness These views form what is called by some authors the holistic t
300. s e bugigangas desnecess rias ao passo que se isolam do seu eu aut ntico e das rela es interpessoais verdadeiras e profundas Outra quest o apontada que embora se acredite que morar em Terra Una proporciona maior qualidade de vida do que a m dia nas cidades n o significa que imposs vel nas cidades ter uma qualidade de vida t o boa quanto a que se tem na ecovila A no o de qualidade de vida para todos fundamental para constru o de uma realidade mais justa equilibrada tica em que sejam estimuladas as potencialidades humanas para a felicidade num ambiente ecologicamente preservado Portanto deveria ser um ponto indispens vel na pr xis cient fica pol tica e individual de cada ser humano 4 3 4 Felicidade Objetivo ltimo de toda a o humana a felicidade algo complexo possuindo dimens es objetivas e subjetivas Giannetti 2009 entende a felicidade como um sentimento relacionado satisfa o em viver ao grau de realiza o que se espera e que se alcan a na vida Para o autor importante diferenciar a condi o de ser feliz e de estar feliz Ser feliz prov m de uma avalia o global de toda a vida enquanto que estar feliz ocorre por algum motivo espec fico 167 ou momentaneamente sem motivos expl citos O que faz uma pessoa feliz uma quest o que intriga fil sofos h centenas de anos e recentemente vem causando maior interesse entre os cientistas A Psicologia e a Psiquiatria ao
301. s esfor adas em desenvolver um ambiente social favor vel causando o menor impacto poss vel vida natureza Por isso integram aspectos do design ecol gico da permacultura da produ o verde constru o ecol gica energia alternativa pr ticas comunit rias entre outros Segundo a organiza o as ecovilas s o modelos de sustentabilidade e exemplos de como se pode agir imediatamente e com efic cia frente degrada o ambiental social e espiritual do planeta O conceito de ecovila como movimento ecol gico pol tico espiritual e social foi sistematizado em 1995 na ocasi o da Confer ncia sobre as Ecovilas e Comunidades Sustent veis Modelos para o S culo XXI em Findhorn Esc cia como uma resposta consciente perante a necessidade de mobilizar o planeta em dire o a uma sociedade sustent vel conforme se discutiu na Eco 92 ocorrida no Rio de Janeiro em 1992 BISSOLOTTI 2004 A partir desse importante encontro em Findhorn foi estabelecida a Global Ecovillage Network GEN Rede Global de Ecovilas que uma confedera o global de pessoas e comunidades com secretariados espalhados pelo planeta que tem como objetivo 88 estabelecer e manter a comunica o entre as ecovilas e expandir o n mero de assentamentos nos diversos pa ses BRAUN 2005 A cria o GEN em outubro de 1995 contou com a iniciativa e apoio financeiro da Gaia Trust uma associa o de caridade dinamarquesa fundada em 1987 por Ross
302. s n veis de organiza o da natureza Nesse sentido Weil 2008 p 16 aponta que a mente uma esp cie de campo que ultrapassa de longe o c rebro e se encontra t o integrada na mente universal quanto o s o as ondas e o mar Crema 1989 p 71 menciona como outros importantes princ pios do paradigma hol stico os quatro preceitos propostos por Stanley Krippner 1 a consci ncia ordin ria compreende apenas uma parte pequena da atividade total do esp rito humano 2 a mente humana estende se no tempo e espa o existindo em unidade com o mundo que ela observa 3 o potencial da criatividade e intui o s o mais vastos do que ordinariamente se assume 4 a transcend ncia valiosa e importante na experi ncia humana e precisa ser abrangida na comunidade orientada pelo conhecimento Transcend ncia pode ser entendida de acordo com Tabone 2008 como um processo de ir al m do que se no momento ultrapassar os limites do ego da consci ncia de vig lia usual do tempo e do espa o Para Ara jo 1999 a vis o hol stica resgata o encantamento para com o mundo 50 valoriza o ser em fun o do ter defende a ecologia a flexibilidade a religa o entre as partes a humildade e a harmonia entre o que a ci ncia cl ssica tem como opostos feminino e masculino ordem e desordem raz o e emo o interior e exterior J que conforme o autor cada ser que existe no mundo depende dos outros seres em graus variad
303. s pessoas n mais moradores N o d pra ser feito agora P r do sol Em Terra Una existe caixa nico para a alimenta o Todos os alimentos comprados s o pagos com dinheiro comum coletivo Os moradores pagam uma taxa por refei o um pouco inferior ao valor pago pelos outros membros da ecovila n o moradores e por visitantes H o interesse em expandir essa proposta e desenvolver esse sistema de caixa nico para outras reas da ecovila tamb m Todos os membros de Terra Una moradores ou n o pagam uma mensalidade que custeia os gastos com a manuten o da ecovila plantio pagamento de empregados compra de materiais para obras etc 4 1 4 Dimens o Espiritual ou vis o de mundo Em Terra Una as pessoas compartilham uma vis o de mundo e de ser humano 143 confluente o que n o significa que todos pensem de igual maneira e tenham as mesmas opini es Visam evoluir enquanto seres e contribuir para que a humanidade siga o mesmo caminho o que implica proteger a Terra atrav s de novas maneiras de ser e de viver no planeta N o existe qualquer imposi o de cren as ou discrimina o de alguma bem como n o h linha religiosa comum entre os membros Tudo respeitado e pode ser seguido sem restri es desde que em conson ncia com os acordos comuns Algumas pessoas t m v nculo com algum guru algumas t m alguma pr tica religiosa ou espiritual O que h de comum entre eles a abertura diversidade e a valoriz
304. sas diferen as e que todas elas de alguma forma estejam atentas aos ciclos da terra e respeitando pra produzir e devolver numa eterna conversa equilibrada Lua Ent o mas basicamente isso n a gente pega dentro desse modelo de ecovila uma sociedade onde o dinheiro seja de todos n o tem essa quest o individual que se considere uma fam lia s que as pessoas tenham espa o pra se trabalhar individualmente espiritualmente Mas basicamente isso Acho que essa coisa isso t muito forte comigo agora assim essa quest o mas uma sociedade sem posse Essa coisa do sem posse que o Romeu Vila Yamaguishi deu exemplo muito importante Se a gente chegar numa sociedade sem posse certamente essa sociedade vai prosperar Sabi Acho que daria pra se come ar pelo equil brio com o planeta Acho que n o tem como criar nenhuma utopia sem ser no contexto que a gente t a gente t vivendo num planeta Enquanto a gente t aqui no corpo f sico a gente t no planeta que nosso corpo f sico tamb m Ent o sem honrar e cuidar disso n o tem como criar uma sociedade que seja saud vel vai ser tudo ilus rio E isso engloba as rela es humanas n N o tem como voc ta em guerra com o seu irm o ele tamb m o planeta ele o mesmo organismo que voc voc vai estar em guerra consigo mesmo N o existe uma receita de uma sociedade ideal ela parte das a es da consci ncia de cada um E essa consci ncia ela
305. sca de novos horizontes muitas vezes por meio de uma sa da radical dos contextos em que viviam Muitos come aram a experimentar uma maior aproxima o Natureza como volta a um lar perdido a uma casa origin ria de onde haviam se exilado pela dist ncia imposta pelo artificialismo tecnol gico urbano industrial Neste sentido a busca por formas mais simples e org nicas de se alimentar de vestir de se curar de morar fizeram surgir diversas experi ncias e pr ticas onde a inova o estava na busca por uma forma de viver comunit ria mais integrada ao ambiente e s pessoas a sua volta Miravam tamb m para as experi ncias dos antigos e para as diversas tradi es culturais espalhadas pelo mundo como fonte de inspira o Assim foram surgindo comunidades alternativas intencionais para que se pudesse viver de acordo com os novos ideais e valores ticos de harmonia com a natureza e com os outros seres humanos Para Braun 2005 p 39 as ecovilas s o comunidades intencionais baseadas num modelo ecol gico que focaliza a integra o das quest es culturais e socioecon micas como parte de um processo de crescimento espiritual compartilhado De acordo com o autor o movimento das ecovilas um processo recente e em expans o configura a procura por um estilo de vida baseado na harmonia entre as ecologias externa e interna A Rede Global de Fcovilas GEN s d designa ecovilas como comunidades urbanas ou rurais de pessoa
306. sci ncia ecol gica plena est o portanto em contraposi o vis o da sociedade tecnocrata industrial onde o ser humano se coloca como ser superior s outras esp cies e respons vel pelo processo criativo das coisas DEVALL SESSIONS apud BRAUN 2005 Enxergar o mundo de maneira ecol gica significa perceber a integra o de todas as coisas diz Aveline 1999 Nesse sentido John Munir o criador do movimento ecol gico afirma cada vez que tentamos encarar uma nica coisa de forma isolada descobrimos que ela est intimamente ligada a todo o resto do universo MUNIR apud AVELINE 1999 p 59 Conforme Braun 2005 p 33 a Ecologia Profunda considera os indiv duos como parte org nica do todo cuja vis o al m da puramente materialista englobando a quest o vibracional da espiritualidade esta que d outro sentido a fen menos f sicos e qu nticos do dia a dia Nessa perspectiva a Terra n o somente um ecossistema f sico e biol gico mas tamb m mental e emocional da humanidade KOOT HOOMI apud AVELINE 1999 Por assim ser as guerras e a destrui o ambiental s o o resultado sobretudo de conflitos psicol gicos humanos como a cobi a e a ignor ncia espiritual KARL VON CLAUSEWITZ apud AVELINE 1999 Um dos princ pios da ecologia profunda a equidade bioc ntrica que afirma a igualdade de import ncia de todos os elementos da biosfera e que deste modo possuem o direito de viver e se dese
307. seu contexto natural acompanhamento de a es cotidianas e a interroga o sobre significados dos atos dos sujeitos pesquisados O di rio de campo traz os registros de todo o processo de coleta e an lise de informa es incluindo observa es e reflex es do pesquisador sobre express es verbais e a es dos sujeitos pesquisados assim como sobre o ambiente pesquisado A observa o livre do pesquisador muito importante na pesquisa qualitativa TRIVINOS 1987 Loizos 2002 entende as fotografias podem ser um importante m todo de pesquisa qualitativa pois oferece um registro poderoso de acontecimentos reais concretos e materiais e dispensam palavras escritas e n meros 110 3 4 PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo realizou se na ecovila Terra Una em Liberdade Minas Gerais com 6 seis moradores com idade superior a 18 anos que se encontravam no local dentre o total de 9 nove moradores durante o ano de 2011 O coletivo de pesquisa por acessibilidade segundo Gil 1994 a maneira que seleciona os elementos a que tem acesso Uma das moradoras n o foi entrevistada por dificuldade de disponibilidade de tempo para entrevista A pesquisadora esteve na Ecovila Terra Una por quatro vezes alternadas nos meses de abril junho julho e setembro de 2011 permanecendo por 35 dias no total A viv ncia no local por esses dias foi fundamental para a qualidade da pesquisa 3 5 SISTEMATIZA O E AN LISE DOS DADOS Em raz o
308. si o conceitual In BRAND O D nis M S CREMA Roberto Orgs O novo paradigma hol stico ci ncia filosofia arte e m stica 2 ed S o Paulo Summus 1991 160p p 48 55 In WEIL Pierre D AMBR SIO Ubiratan CREMA Roberto Rumo nova transdisciplinaridade sistemas abertos de conhecimento S o Paulo Summus 1993 175p Transdisciplinaridade S o Paulo Palas Athena 1997 174p D VILA Fl via Blaia Conceitos e t cnicas para assentamentos humanos na perspectiva da sustentabilidade 2008 223f Disserta o Mestrado em Urbanismo Pontif cia Universidade Cat lica de Campinas Campinas DAROLT M R As principais correntes do movimento org nico e suas particularidades In Darolt M R Agricultura Org nica inventando o futuro Londrina PR IAPAR 2002 p 18 26 Atualiza o realizada em 2010 Dispon vel em lt http mona cea com br site201 1 admin upload artigos arquivos artigocolunista I pdf gt Acesso em 08 nov 2011 DEEK Vania J NIOR Eloy F Casagrande A arquitetura e o design como agentes de transforma o para o desenvolvimento sustent vel nas institui es de ensino superior TES In I Encontro Latino Americano de Universidades Sustent veis Universidades Sustent veis Possibilidades e Desafios ELAUS 2008 Passo Fundo RS Dispon vel em lt http www pessoal utfpr edu br macloviasilva arquivos arquitetura design desenvol susten tavel pdf gt Acesso em 21 nov 2011 D
309. so da verdade Assim o estudo sobre como se sentem as pessoas nessa din mica o quanto essa atitude de comprometimento com a verdade enriquece as rela es e as t cnicas usadas para resolu o de conflito importante Seria muito v lido o estudo a respeito da adapta o de tecnologias ambientais como o banheiro seco para o contexto urbano bem como maneiras de implantar tecnologias brandas de purifica o de gua nas cidades Estudos sobre bioconstru o e sua implanta o no contexto urbano s o muito relevantes tamb m Pesquisas sobre a percep o das pessoas que vivem no contexto da sociedade de consumo ou Sociedade de Crescimento Industrial a respeito de seu modo de vida sua felicidade bem estar sa de e o quanto atrelam isso natureza sustentabilidade seriam de grande valia No rol de assuntos abordados tamb m fundamental a pesquisa sobre outras refer ncias para a constru o de uma sociedade ecol gica que envolvam a rela o natureza e sociedade considerando a transdisciplinaridade e as outras abordagens que integram o emergente paradigma transdisciplinar hol stico imprescind vel a abertura de mentes e de cora es para a percep o das condi es ecol gicas sociais econ micas e de felicidade e sa de daqueles que habitam o planeta para que a constru o de um mundo melhor n o seja apenas a busca de alguns idealistas mas que de fato seja o objetivo fundamental da ci ncia da pol tica e de cada ser
310. sos acordos de conviv ncia o que pode o que n o imaginem a intensidade do momento Depois de que foram visitadas quase 40 terras tr s membros do grupo chegaram ao bairro do Soberbo no munic pio de Liberdade Serra da Mantiqueira Minas Gerais Vieram com um amigo de 114 Santa Teresa que tinha uma terra ao lado desta e mostrou este vale Os tr s se entreolharam com o cora o sorridente e os olhos brilhantes Bom tr mites financeiros e legais aparte em dezembro de 2005 a terra foi comprada a princ pio em nome de dois membros e transferida para a associa o quando esta passou a existir como ONG No primeiro ano seguimos nos reunindo intensa e quase diariamente no Rio de Janeiro onde v rios j mor vamos juntos em casas coletivas dialogando e criando nossa vis o em comum nosso estatuto e regimento interno a forma do sonho Existiam no primeiro momento duas casas coletivas Foram e continuam sendo constru dos nos princ pios da bioconstru o alojamentos coletivos sal o e casas de moradores Vamos fazendo melhorias nas estruturas e aprendendo a arte do plantio com nossa horta org nica e planta es de milho feij o amaranto rvores frut feras Os primeiros moradores chegaram em 2007 e aos poucos outros vem chegando Seguimos modelando nosso sonho e vis o coletivos evoluindo juntos sempre em movimento aprendendo da terra e nos inspirando nela Estamos estudando este modo de ser ao mesmo tempo m
311. specializa es se justifica de acordo com Nicolescu 2001 porque a pr pria pesquisa transdisciplinar se sustenta da pesquisa disciplinar 56 O que Edgar Morin prop em com a defesa do pensamento complexo que aquilo que o pensamento simplificador separou distinguiu a fim de conhecer e que acabou sendo isolado possa ser relacionado Al m da an lise o conhecimento precisa de s ntese para que n o se perca a no o da complexidade da realidade ou seja das intera es e inter rela es existentes entre os elementos Crema 1989 observa que a abordagem transdisciplinar n o pretende que cada ser humano seja conhecedor de tudo o que existe o que seria infinitamente improv vel Conforme o artigo 3 da Carta da Transdisciplinaridade em anexo ela n o busca o dom nio de v rias disciplinas mas a abertura de todas elas quilo que as atravessa e as ultrapassa Crema 1993 enfatiza que a transdisciplinaridade altamente necess ria para que a vida na Terra possa continuar a existir O autor observa que ela n o deseja que as disciplinas se acabem porque reconhece sua import ncia mas que se abram aos outros conhecimentos que complementar o seu o trabalho e far o com que ele seja mais integrado Para a transdisciplinaridade passar do mbito do pensamento para a a o s o necess rias equipes transdisciplinares que conjuguem profissionais especializados por m pontifex ou seja que sejam do tipo aberto construtor
312. spectiva da OMS expressa na Carta Europ ia do Ambiente e da Sa de publicada por ela em 1989 citada por Mattei s d p 11 Boa sa de e bem estar exigem um ambiente limpo e harmonioso no qual todos os fatores f sicos psicol gicos sociais e est ticos recebem o seu justo lugar Um tal ambiente dever ser tratado como um recurso para o melhoramento das condi es de vida e bem estar Atesta se desse modo uma vis o mais ampla de sa de em que o ambiente reconhecido como um dos determinantes da sa de integral Nessa perspectiva Capra 2006 chama a aten o para a loucura cultural em que a Sociedade de Crescimento Industrial est imersa que enxergando o mundo apenas pelas lentes da estrutura cartesiana newtoniana percebe como saud vel a vida egoc ntrica competitiva gananciosa por bens materiais destruidora da natureza e cada vez mais alienada do mundo interior da subjetividade daquilo que lhe pode trazer felicidade genu na Essa sociedade nos moldes de um desenvolvimento totalmente reducionista j n o apenas cria o produto para o consumidor mas tamb m o consumidor para o produto A obsess o pelo consumo torna o insaci vel n o s por bugigangas mas pelo prest gio beleza vitaminas e pela divers o moderna que mant m o vazio que ela tenta evitar MORIN KERN 1995 Aliado busca por mais dinheiro para financiar os caprichos consumistas est o esp rito de competi o o ego smo que dissolvem a
313. sso gua pot vel prec rio poss vel e sustent vel tamb m o reaproveitamento de guas cinza nas resid ncias atrav s de sistemas planejados para reutilizar a gua do banho e da pia do banheiro para a descarga do vaso sanit rio e para lavagem de pisos por exemplo fundamental atentar para o consumo e os modelos de tratamento de gua e buscar formas sustent veis de lidar com esse recurso natural indispens vel para a vida A compostagem realizada em Terra Una pode ser facilmente desenvolvida no meio urbano at mesmo em apartamentos As composteiras dom sticas podem ser feitas de caixas pl sticas um modelo simples e facilmente desenvolvido a partir de instru es encontradas em sites sobre ecologia na internet sendo de f cil manuten o e ocupando pequenos espa os Com a compostagem a mat ria org nica rejeitada como restos de comida cascas de frutas e verduras folhas secas etc transforma se em um adubo de qualidade para fertilizar a terra de hortas vasos jardins e demais planta es ao inv s de lotar lix es ou aterros sanit rios A constru o de banheiros secos como aqueles existentes em Terra Una ou de outros modelos talvez seja uma quest o mais delicada e que recebe menos adeptos Mas uma boa op o para lugares sem saneamento b sico ou zonas rurais Podem tamb m estimular a pesquisa de novos modelos que possam ajustar se melhor ao contexto urbano As ecovilas em sua complexidade t m muit
314. ssoas 3 dispensar o que sup rfluo para o alcance das necessidades CRYSTAL WATERS 2010 O centro da ecovila uma zona de com rcio ind strias do turismo e de atividades educativas Oferece servi os educativos atrav s de uma associa o sem fins lucrativos de ensino EcoEducate para promover os aspectos positivos da sustentabilidade a vida em comunidade intencional e permacultura para todas as idades Na comunidade existem diversos servi os naturais de sa de integral tanto para restabelecimento quanto para promo o de sa de Na ecovila tamb m h espa o para as artes e artesanatos CRYSTAL WATERS 2010 2 4 3 3 Auroville ndia primeira mensagem que Auroville remeteu ao mundo em 1965 foi a seguinte Auroville quer ser uma cidade universal onde homens e mulheres de todos os pa ses s o capazes de viver em paz e harmonia progressiva acima de todos os credos toda a pol tica e todas as nacionalidades O prop sito de Auroville realizar a unidade humana Sua cria o se destina compreens o internacional paz e transforma o planet ria Autodenomina se um lugar de pesquisas materiais e espirituais para uma encarna o viva de um verdadeiro Homem da Unidade AUROVILLE s d Auroville planeja se tornar uma cidade universal para uma popula o de at 50 000 pessoas de todo o mundo cujo projeto mostra a figura 4 Figura 4 Projeto de Auroville Fonte SunNet Not cias s d 104
315. surge no cen rio de crise planet ria como uma base de sustenta o filos fica para fundamentar a necessidade de um novo sentido para a rela o entre ser humano e natureza resgatando uma liga o profunda e espiritual entre ambos A ecologia profunda foi fundada no in cio da d cada de 1970 pelo fil sofo noruegu s Arne Naess Diferentemente da ecologia rasa a ecologia profunda n o antropoc ntrica e sim concebe os seres vivos como parte de uma grande teia a teia da vida onde o ser humano apenas um fio particular Essa abordagem questiona cada aspecto do velho paradigma o crescimento materialista o modo de vida moderno suas perspectivas cient ficas e industriais e sobretudo prop e uma reflex o para que sejam revistos os relacionamentos dos seres humanos uns com os outros com as pr ximas gera es e com a 38 teia da vida da qual todos s o integrantes CAPRA 1997 Essencialmente a percep o da ecologia profunda uma percep o espiritual correlata filosofia das tradi es espirituais tanto de m sticos crist os quanto budistas ou das tradi es nativas norte americanas Nesse caso quando a concep o de esp rito humano entendida como o modo de consci ncia no qual o indiv duo tem uma sensa o de pertin ncia de conexidade como o cosmos como um todo torna se claro que a percep o ecol gica espiritual na sua ess ncia mais profunda CAPRA 2002 p 26 A Ecologia Profunda e a con
316. t rio onde al m de aplicar aquilo que j est consolidado pela ci ncia pelas tradi es e por m todos hol sticos de planejamento como a Permacultura pesquisa na pr tica novas formas de ser e de viver A vis o de mundo apresentada pelos entrevistados e sua consci ncia hol stica e transdisciplinar s o o ponto chave para que essa mudan a aconte a Depois disso com um conjunto de valores humanos e princ pios ticos um leque enorme de possibilidades aparece com as diversas t cnicas sociais econ micas e ambientais abordadas nesse trabalho que podem ser usadas em diversos locais M todo de decis o por consenso comunica o n o violenta relacionamentos baseados em respeito honestidade verdade afetividade s o algumas quest es apresentadas que podem ser integradas na vida social e no trato intra e interpessoal A metodologia do consenso talvez seja a mais complexa mas pode ser alcan ada primeiramente em grupos sociais como a fam lia o grupo de trabalho de amigos ap s um estudo e trabalho individual de abertura da escuta e de respeito pelas necessidades e desejos dos outros A economia solid ria atrav s de financiamentos e investimentos ticos por exemplo est ganhando representatividade n o apenas nas ecovilas Cooperativas em diversos lugares do Brasil e do mundo est o aderindo a essa proposta e tornando a economia mais justa ecol gica e socialmente As tecnologias ambientais desenvolvidas nas ecovilas chama
317. tam a mudan a quando defendem que o indiv duo precisa colocar sua energia em favor daquilo que considera melhor ao inv s de lutar contra aquilo que n o deseja Nessa perspectiva as narrativas expostas abaixo tratam daquilo que consideram uma sociedade ideal Eu acho que a gente t vivendo num lugar muito louco assim t fora de si a humanidade t meio fora de si que nem s vezes uma crian a que come a a berrar enlouquecida tu tem que dar um rr ela para n como que a humanidade tivesse precisando desse grito E eu acho que ele vai chegar e que j ta chegando n Depois o Osho fala muito outro mestre que n o existe a sociedade existem indiv duos As pessoas mudam O grupo p o grupo inteiro sei l o qu n o existe n o Tipo tem as pessoas Ai as pessoas t o mudando todo mundo ta querendo ser mais sens vel Tipo voc v best seller livro de auto ajuda O poder do agora Dalai Lama tipo tem uma sede de algo diferente Eu acho que o pr ximo passo esse lugar da nova consci ncia hol stica da irmandade da unidade entre todos e que ent o o teu bem estar o meu bem estar e que n o existe eu ficar explorando a Amaz nia pra eu ter uma mans o Tipo isso n o felicidade entendeu As pessoas perceberem que n o por bonzinho que voc vai parar de cortar rvore porque pro teu bem n Tipo Al oou acorda risos Acho que vai rol
318. tantes recep o de pessoas na ecovila participa de GTs Grupos de Trabalho de Terra Una como o de plantio de infraestrutura e administra o executa fun es rotativas na ecovila como regar a horta trabalhar na cozinha mutir o na horta uma manh por semana 5 Morador do sexo masculino 34 anos sueco solteiro Tem forma o em Musicologia Su cia m sico e produtor musical Mant m se financeiramente atrav s de recursos de uma heran a familiar Est montando em sua casa um est dio musical que ser uma esp cie de centro musical para processo integral de cria o envolvendo grava o Esse centro musical funcionar para m sicos que queiram desenvolver seu trabalho ali O objetivo trabalhar com m sicos com os quais tenha afinidade musical e agir em rede trocas parcerias e projetos ao inv s de ter uma agenda cheia e cobrar dinheiro A figura 28 mostra o est dio no interior da sua casa 141 Figura 28 Est dio musical de um dos moradores Fonte Kelly B lla Sua fun o dentro da ecovila engloba tarefas e projetos comunit rios desenvolve algumas pesquisas e compartilha com a comunidade sobre alimentos plantas processos criativos Est desenvolvendo pesquisas sobre plantio reflorestamento e cultivo de superfoods tanto para consumo interno da ecovila quanto para poss vel comercializa o futura e incentivo para os produtores locais a fim de sustentabilidade financeira tanto da ecovil
319. te Sendo assim nenhuma patologia pode ser tratada unilateralmente como postula o modelo de sa de cartesiano newtoniano por meio do modelo biom dico A perspectiva hol stica de sa de compreende o ser humano de modo integral global n o se manifestando contr ria s especializa es em sa de mas a favor de uma pr tica que supere as limita es do modelo biom dico agregando a ele a medicina natural a medicina antiga e o conhecimento universal Defende assim que a sa de resultado de equil brio ou harmonia do organismo em todas as suas dimens es BONTEMPO 1995 At mesmo as doen as cujas causas est o remetidas a um pat geno externo como 63 v rus e bact rias s o vistas por essa abordagem como um desequil brio do organismo pois acredita se que metaforicamente e literalmente o terreno mais importante que o germe Nesse sentido seu paradoxo a doen a precisa ser evitado prevenido e n o somente combatido depois de instalado como faz o modelo biom dico vigente principalmente no Ocidente porque desse modo suprimem se as consequ ncias mas ignora se a s causa s BONTEMPO 1995 Nesta dire o Gordon 1998 p 63 afirma isso quer dizer que a cura vem atrav s da inteireza da recupera o e da reintegra o de todas aquelas partes de n s mesmos que t m sido negadas ignoradas ou reprimidas Capra 2006 p 311 evidencia que uma medicina hol stica entende o ser humano como
320. te e assim os nutrientes t cnicos podem ser utilizados novamente na produ o de seus pr prios novos produtos ou redistribu dos para outras empresas Nesse sistema diminui se o uso de mat rias primas naturais e apoia se no uso de recursos humanos para a desmontagem separa o e reciclagem Dessa forma previne se o esgotamento dos recursos naturais diminui se a polui o e aumenta se o n mero de empregos CAPRA 2002 Reduzir o consumo de energias nos mais diversas esferas do dia a dia fundamental num projeto de sociedade ecol gica poss vel planejar e construir edifica es que levam em conta o melhor aproveitamento do sol e do vento com isolamento t rmico e que diminuem o consumo energ tico com ilumina o ventila o e aquecimento ambiente e ainda gerem energia fotovoltaica CAPRA 2002 Do mesmo modo indispens vel que o setor de transportes opere na diminui o do consumo de energia Para tal o planejamento urbano tem grande import ncia para possibilitar e estimular o transporte p blico o uso de bicicletas e caminhadas ao inv s do uso intensivo de autom veis CAPRA 2002 No entanto economizar energia n o o bastante para um mundo sustent vel afirma Capra 2002 De acordo com ele preciso mudar a matriz energ tica fazer a transi o dos combust veis f sseis para a energia solar nico tipo de energia totalmente 84 renov vel e benigna para o meio ambiente J que todas as ener
321. tencial de contamina o para as plantas A fossa s ptica biodigestora um sistema sustent vel simples e de baixo custo desenvolvido e propagado pela Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu ria No site da empresa constam informa es a respeito bem como um artigo de Novaes et al s d 129 que ensina como fazer uma fossa s ptica biodigestora As guas cinza n o est o sendo tratadas em sua totalidade na ecovila Parte daquelas provenientes da cozinha e banheiro da rea comunit ria tratada atrav s de filtros naturais mas que no momento n o est atendendo toda a demanda porque foi subdimensionado na poca da sua constru o O sistema de tratamento de guas cinza em Terra Una conforme a figura 21 grosso modo consiste em tr s est gios Figura 21 Sistema de tratamento de guas cinza em Terra Una Fonte Kelly B lla 1 Caixa de gordura onde a gordura existente na gua b ia e fica retida sendo retirada periodicamente 2 Sistema de filtros existem v rias maneiras de fazer e materiais a utilizar Cada material ajuda a retirar alguma impureza Na ecovila s o usados ton is conforme a figura 22 com camadas sobrepostas e eventualmente alguma tela de passagem entre elas Os materiais porosos mais comuns para uso s o brita areia terra carv o vegetal palha casca de arroz ou similar bambu picado etc Al m do poder de filtra o eles colaboram pra criar superf cies de contato aond
322. tin o entre os dias Para os entrevistados o lazer concebido na simplicidade integrado vida cotidiana e satisfeito principalmente pelo contato com a natureza com as pessoas e com sua interioridade Banhos de cachoeiras para alguns diariamente conversa com os amigos brincadeira com as crian as caminhada na mata contempla o da natureza cantar e dan ar ver filme e ler comp e a din mica de lazer em Terra Una A fala de P r do sol ilustra bem a maneira como os entrevistados compreendem o lazer e o satisfazem E eu acredito que como a gente concebe lazer hoje em dia como se ele tivesse dissociado do trabalho e quando voc t trabalhando voc n o t tendo lazer e quando voc est fazendo lazer voc n o pode ser produtivo Acho que aqui isso se desmistifica 119 um pouco porque as pessoas fazem por prazer os seus trabalhos n o existe muito quest es de chefe mandando e ter que cumprir carga hor ria e como n o tem na pergunta anterior ritmo di rio n o existe n s temos uma certa consci ncia do que precisa ser feito em que prazo e o ritmo di rio vai ser determinado Ent o o lazer a mesma coisa O lazer n o aqui n o existe final de semana Eventualmente o final de semana quando a gente mais trabalha quando v m as pessoas quando tem cursos Ao mesmo tempo qualquer dia de semana pode ser um fim de semana e a qualquer momento a pessoa pode parar descansar e fazer um passeio no floresta tom
323. to de efetuar as opera es agr colas plantio poda raleio demais tratos culturais e colheita de acordo com um calend rio astron mico baseado no calend rio agr cola de Maria Thun e nas indica es astron micas dadas por Steiner durante o Curso Agr cola Em ambos os casos concede se aten o especial disposi o da lua e dos planetas importante ressaltar que as pr ticas agr colas biodin micas possuem seu pr prio sistema de 138 certifica o fiscaliza o e credenciamento de agricultores Atualmente a quantidade de alimentos produzidos na ecovila n o suficiente para satisfazer a demanda Devido aos v rios eventos ocorridos frequentemente o que faz com que exista geralmente um n mero m dio de 20 a 30 pessoas em Terra Una e ao envolvimento dos moradores com v rios trabalhos o que dificulta maior dedica o s atividades de plantio o consumo sobrep e a oferta O nico alimento produzido na ecovila que suficiente para atender demanda o fub feito do milho que plantado no pr prio espa o Muitos dos alimentos comprados s o locais alguns de vizinhos pr ximos Essa a situa o atual garantem Tempos atr s se perdeu muito alimento por falta de consumo quando havia poucas pessoas na ecovila Existe um planejamento de aumentar a produ o e acreditam que quando existirem mais moradores isso ir ocorrer Pensam tamb m em capacitar os produtores locais para o plantio org nico exclusivame
324. to sustent vel preciso atender s necessidades b sicas de todos e dar a todos a oportunidade de realizar suas aspira es de uma vida melhor Al m disso para que possa haver um desenvolvimento global sustent vel imprescind vel que os mais ricos adotem estilos de vida compat veis com os recursos ecol gicos do planeta Desenvolvimento sustent vel porp e que a economia e o bem estar humanos devem ser promovidos causando apenas estresses que o sistema ecol gico possa absorver j que toda e qualquer atividade humana causadora de danos ambientais seja na extra o de recursos naturais beneficiamento ou posterior descarte CAVALCANTI 2004 Portanto o desenvolvimento sustent vel incompat vel com o atual modelo de desenvolvimento econ mico baseado na economia neocl ssica j que o nico objetivo deste ltimo crescimento econ mico independente dos meios utilizados para alcan lo CAVALCANTI 2004 DALY 2004 Dessa forma em uma perspectiva hol stica e sist mica o desenvolvimento sustent vel prev a necessidade de que as condutas econ micas e sociais sejam revistas tendo 71 em vista que os padr es de produ o e consumo vigentes n o podem ser mantidos ou expandidos Vale destacar no entanto que o desenvolvimento sustent vel n o um estado permanente de harmonia mas um processo de mudan a no qual a explora o dos recursos a orienta o dos investimentos os rumos do desenvolv
325. toniano podem ser descritos como dualista no sentido de que prop s a divis o entre corpo e mente e afastou homem e universo mecanicista por entender o ser humano e o universo como m quinas materialista devido ao fato de eliminar a ideia de espiritualidade e de subjetividade e enfim reducionista por reduzir o funcionamento dos organismos vivos assim como do universo em intera es at mico moleculares DI BIASE ROCHA 2005 A partir desse paradigma surgiu a vis o biom dica de sa de que concebe mente e corpo como entidades separadas este ltimo como uma m quina fragmentada em m ltiplas partes e pass vel de ser completamente entendida em termos de organiza o e funcionamento de suas pe as Essa concep o de ser humano e de sa de permitiu que n o se discutisse a influ ncia da mente sobre o corpo tampouco do ambiente social econ mico pol tico natural e subjetivo ao bem estar do indiv duo deixando de lado toda a subjetividade e espiritualidade 27 inerentes ao ser humano Afirma Nicolescu 2001 p 21 que todo conhecimento que fugia objetividade e aos pressupostos dessa vis o de mundo foram abolidos da ci ncia sendo que a pr pria palavra espiritualidade tornou se suspeita e seu uso foi praticamente abandonado Assim o pre o que o homem pagou ao uso da objetividade como crit rio imprescind vel na busca da verdade foi fazer se objeto da explora o do homem pelo homem objeto de experi
326. tr s anos seguidos e ningu m mais conseguiu vencer mais que uma vez Cientes de que o n o consumo de carne requer a inser o de diferentes alimentos para repor alguns nutrientes encontraram na linha a o mega 3 na semente de ab bora o zinco e nas castanhas e nozes a prote na de que precisam para uma dieta saud vel Alem disso consomem ovos e leite produzidos localmente Na ecovila faz parte do card pio alguns superfoods germinados suco verde e diversas frutas secas e castanhas Buscam diminuir sempre mais o consumo de produtos industrializados e n o consomem congelados A vis o compartilhada pelos membros sobre o consumo da carne ampla e parte da compreens o hol stica de todos os fatores envolvidos desde o desmatamento para preparar o espa o para a cria o do animal a forma como esses animais s o tratados com maus tratos muitas vezes o tipo de alimenta o que recebem o abate atentando para a falta de tica e o comprometimento ambiental proveniente do processo A alimenta o carn vora sustenta grandes desmatamentos de reas para a produ o de gr os que s o transformados em ra es para animais sendo que essas reas em menor tamanho seriam suficientes para gerar alimento para uma quantidade de pessoas muito superior em compara o com aquela que chega a ser alimentada com o abate desses animais De acordo com Packer 2007 quarenta pessoas poderiam ser alimentadas com a quantidade de cereais usados para
327. tria em todos os cantos do mundo onde conseguiu adentrar destruiu rapidamente as solidariedades locais os tra os particulares adaptados s condi es ecol gicas singulares e amea a a biosfera e a psicosfera MORIN KERN 1995 A Comiss o Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CMMAD 1998 p 1 atestou em seu relat rio intitulado Nosso Futuro Comum que com a tecnologia e a ci ncia que atualmente permite examinar com maior profundidade e compreender melhor os sistemas naturais podemos ver e estudar a Terra como um organismo cuja sa de depende da sa de de todas as suas partes Com essa mesma tecnologia tem se o poder de reconciliar as atividades humanas com as leis naturais garante A nova epistemologia socioambiental emergente nas ltimas d cadas por meio de pensadores com Fritjof Capra Enrique Leff Edgar Morin e Leonardo Boff vem debatido essas quest es por meio de categorias interpretativas e conceitos diferenciados mas trazem em sua ess ncia diversas converg ncias Assim diante dos grandes problemas evidenciados no mundo a transdisciplinaridade sugere a busca de axiom tica comum entre as especializa es ao entender que a integra o do conhecimento muito mais eficaz constru o de uma sociedade ecol gica j que se evidencia a fraqueza das abordagens disciplinares visto seu reducionismo que as impossibilita de olhar al m das suas fronteiras e portanto dar conta de temas multidimensiona
328. ualmente a gua pot vel j um dos recursos naturais mais escassos e a cada dia 10 esp cies de seres vivos s o extintas BOFF 2009 Psicosfera tratado tamb m por Milton Santos 1997 como o reino das ideias cren as paix es o lugar da produ o de sentido Em suma a subjetividade produzida coletivamente que permeia o meio ambiente 30 O Comit Brasileiro do Programa das Na es Unidas para o Meio Ambiente PNUMA 2006 divulgou que metade das florestas do mundo j desapareceu Aproximadamente 20 dos manguezais do mundo considerados ber rios naturais pela sua diversidade e fundamentais na natureza por protegerem a vida marinha impedirem a eros o da costa e protegerem a terra do vento e das ondas inclusive de tsunami desapareceram desde 1980 Isso ocorre devido ao cultivo de camar o que respons vel por 38 da sua destrui o e por serem usados como dep sitos de lixo PNUMA 2006 Os ndices do PNUMA s d mostram que al m do desmatamento as altas emiss es de g s carb nico em torno de 7 bilh es de toneladas de carbono emitidos todo ano na atmosfera t m aumentado em aproximadamente 0 6 C a temperatura do planeta E ainda que mais de 75 das geleiras do Monte Qu nia localizadas numa regi o considerada patrim nio mundial no Qu nia j derreteu De acordo com relat rios do Painel Intergovernamental sobre Mudan as Clim ticas IPCC 2007 constatou se aumento nas temperat
329. ulo 8 Considera es Finais encerra se o trabalho fazendo se uma ltima discuss o acerca do tema proposto pela pesquisa embora sem esgot lo e aponta poss veis caminhos para novas pesquisas e discuss es Ap s as Refer ncias encontra se como ap ndice o roteiro da entrevista realizada com os moradores da Ecovila Terra Una e como anexos o Termo de consentimento livre e esclarecido do participante e a Carta da Transdisciplinaridade respectivamente 21 2 REVIS O TE RICO CONCEITUAL 2 1 CRISE PLANET RIA A humanidade vive uma crise planet ria ainda que muitos n o estejam conscientes disso In meros ind cios surgem de diferentes dire es sinalizando que a vida no planeta Terra corre perigo Muitos autores v m apontando em suas pesquisas a import ncia de perceber que o modo como a humanidade est vivendo pode lev la ru na Trevisol 2003 afirma que se est diante de problemas simultaneamente locais regionais nacionais e globais que produzem e ampliam a crise global por estarem em uma rede de fatores interdependentes e mundiais Nessa perspectiva Capra 2006 p 19 enfatiza que uma crise complexa multidimensional cujas facetas afetam todos os aspectos de nossa vida a sa de e o modo de vida a qualidade do meio ambiente e das rela es sociais da economia tecnologia e pol tica uma crise de dimens es intelectuais morais e espirituais uma crise de escala e prem ncia sem precedentes em
330. um sistema cujos componentes est o todos interligados e interdependentes e que esse sistema vivo e din mico est dentro de outros sistemas maiores o que subentende que o organismo individual est em intera o cont nua com seu meio ambiente f sico e social sendo constantemente afetado por ele mas podendo tamb m agir sobre ele e modific lo Dessa maneira segundo Matos 2004 p 454 numa perspectiva hol stica de sa de preciso compreender que novos desafios multifacetados se colocam para a sa de bem estar incluindo entre outros 1 aspectos de press o social relacionados com o estilo de vida somos pressionados a ter a parecer a esconder sentimentos o p s modernismo sem d vida um tempo de excesso de abund ncia e de desperd cio em simult neo com a priva o noutras zonas do planeta 2 as condi es de vida pobreza ignor ncia desigualdade de acesso aos servi os de educa o sa de e justi a habita o trabalho stresse laboral familiar e ambiental migra o isolamento exclus o social qualidade do ar oferta em n vel de lazer agentes infecciosos 3 os estilos de vida relacionados com a sa de alimenta o ou bebida em excesso consumo de drogas alimenta o pouco cuidada excessiva ou fome sedentarismo lazer stresse no dia a dia viol ncia dom stica social sobre menores ou nacional internacional 4 as redes sociais de apoio socio cultural fam lia vizinho
331. uma vis o transdisciplinar 2 2 3 A vis o hol stica e a f sica qu ntica As palavras hol stico e holismo s o origin rias do termo grego holos que significa todo inteiro O termo holismo foi utilizado pela primeira vez pelo fil sofo sul africano Ian Christian Smuts em seu livro Holism and evolution editado em Londres no ano de 1926 WEIL 1990 Conforme Ara jo 1999 a palavra holismo foi utilizada por Smuts para designar uma vis o de universo onde seres e coisas s o partes integrantes e interligadas desse todo em um processo evolutivo De acordo com Weil 1991 p 21 Smuts definiu holismo como uma for a tend ncia ou princ pio nico respons vel por todas as coisas e por seus movimentos unindo as ao todo e afirma que toda a obra de Smuts tende a restabelecer a unidade fundamental subjacente mat ria vida e mente Atualmente os autores que discorrem sobre o tema preferem o emprego do termo hol stico ou hol stica em lugar de holismo devido ao fato desse ltimo conter o sufixo ismo 43 que pode dar a conota o de nfase no todo sem que as partes recebam o devido valor e import ncia e sem que se perceba a intera o din mica entre elas e o todo primordial a este pensamento ARA JO 1999 O pensamento hol stico pode ser encontrado em algumas culturas ind genas antigas em tradi es espirituais milenares como o Budismo o Tao smo e o Hindu smo e em reflex es de pensadores pr socr t
332. uo at certo ponto depois a felicidade diminui GIANNETTI 2002 Isso mostra que se engana quem pensa que possuir muito dinheiro a maneira ideal de alcan ar a felicidade Al m de contr rio ao bem estar humano essa busca por crescimento econ mico a qualquer custo visto como desenvolvimento e progresso contr rio tamb m ao bem estar do planeta como um todo Embora haja muitas ideias j sendo implantadas por todo o planeta n o existe receita pronta para a constru o de uma sociedade ecol gica Independente desse ser o melhor adjetivo para designar o que se pretende o que esse conceito quer trazer de elementos novos a imprescindibilidade de por em pr tica aquilo que a humanidade h muito deseja felicidade verdadeira paz justi a social respeito diversidade solidariedade atrelados um ambiente saud vel tanto o natural quanto o constru do Para isso necess rio que cada vez mais pessoas tomem conhecimento dos equ vocos que a vis o de mundo reducionista trouxe e percebam que se pode viver de modo mais integrado como a natureza e com a sua pr pria natureza sua ess ncia enquanto um ser complexo Nesse sentido a educa o ambiental tem papel fundamental na constru o de uma sociedade ecol gica desde que tenha uma perspectiva hol stica e cr tica da realidade e trabalhe para o desenvolvimento da consci ncia Segundo Braun 2005 s o esses ideais que perpassam a Ecologia Profunda e os novos paradigmas amb
333. uras rticas m dias em quase o dobro da taxa global m dia dos ltimos 100 anos aumento da atividade intensa dos ciclones tropicais no Atl ntico Norte desde cerca de 1970 correlacionado com os aumentos das temperaturas da superf cie do mar nos tr picos aumento da frequ ncia dos eventos de precipita o extrema sobre a maior parte das reas terrestres al m de mudan as generalizadas nas temperaturas extremas ao longo dos ltimos 50 anos Esses fen menos est o ligados diretamente a o antr pica sobre o ambiente atrav s do lan amento de produtos t xicos na atmosfera pelas ind strias carros e caminh es e atividades ligadas agricultura que t m elevado a concentra o de gases de efeito estufa no planeta Frente a isso Crema 1989 p 25 faz uma contundente cr tica ao modelo de desenvolvimento predominante a busca desenfreada do crescimento e a compuls o cega do progresso t m envenenado nossos rios empestado nossa atmosfera destru do nossas reservas florestais exterminado brutalmente dezenas de esp cies e pervertido nossas mentes Se nos beneficia com o ambicionado conforto tal progresso unilateral obtido atrav s de uma agress o sistem tica Natureza manipula o descontrolada de elementos qu micos e irracional explora o ambiental tem nos cobrado um catastr fico pre o simbolizado pela devasta o irrevers vel e suicida do ecossistema planet rio Dentre todas as facetas da crise
334. ursos energ ticos derruba florestas destr i h bitat de esp cies selvagens e polui rios e lagos Al m disso cerca de 40 de toda produ o de gr os do mundo utilizada para alimenta o do gado de corte GOODLAND 1999 Alimentar se nos n veis mais baixos da cadeia alimentar reduz os danos ao meio ambiente bem como o sofrimento causado pelo super consumo e pelo excesso populacional Esta uma mudan a de estilo de vida que a maioria dos indiv duos pode adotar se quiser consumir menos da capacidade de suporte da terra ou reduzir sua pegada ecol gica Tanto a sa de de todos n s como a do planeta melhorariam A fome a inani o e a desnutri o poderiam ser aliviadas GOODLAND 1999 p 278 Sachs 2007 embora n o discorra explicitamente sobre sociedade ecol gica defende mudan as de consumo e estilo de vida como estrat gias para uma nova sociedade que comporte o desenvolvimento integral numa perspectiva sist mica e transdisciplinar o que vai ao encontro da proposta ecol gica Deixa claro a import ncia de modificar o consumo optando pela simplicidade volunt ria al m de alterar os padr es de uso do tempo passando a dar import ncia n o apenas s atividades profissionais mas tamb m s culturais de lazer enfim de sociabilidade Essas estrat gias perpassam e transp e o objetivo de sustentabilidade visando 85 mais do que fazer com vida que se sustente a longo prazo e sim que seja uma vida de
335. utra pr tica que eu considero espiritual e dif cil tipo nas horas de conflito com as pessoas eu realmente conseguir ser humilde suficiente pra entender que se o outro t me espelhando alguma coisa eu posso realmente tentar entender e me transformar trabalhando os meus julgamentos sobre o outro ego tudo isso acho que tamb m faz parte da pr tica espiritual e que eu acho que o que a gente mais pratica na Terra Uma espiritualidade nas rela es A gente tenta ter rela es verdadeiras Flor de liz Espiritualidade a gente chegar num ponto em que a gente esteja liberado e iluminado em algum momento n E n o ter mais emo es perturbadoras se sentir pleno e uno em qualquer momento E pra isso a gente precisa fazer um trabalho muito forte em rela o a essas emo es perturbadoras essas hist rias todas impress es todas que a gente acumula durante as encarna es n carma N o tenho assim uma religi o espec fica Eu fa o um pouco de cada coisa eu tomo Ayuasca de vez em quando fa o medita o fiz um temp o de medita o budista depois fiz retiro do Vipassana mas atualmente n o tenho uma pr tica regular Sabi A espiritualidade em Terra Una entendida como a liga o a conex o entre o ser humano com sua ess ncia e a abertura para conectar se com o restante da vida no universo sendo diversas as maneiras de acess la Destaca se a nfase na quest o de que a espiritualidade vivenciada no
336. vida t em outro patamar Agora representa um bem estar generalizado que o indiv duo pode buscar conforme suas cren as Pra mim pra eu como P r do sol sentir que eu estou tendo qualidade de vida eu preciso de muito pouco assim de um relacionamento saud vel meu corpo estar em paz meu psicol gico estar em paz ta trabalhando naquilo que eu gosto ter contato com o ambiente com o meio ambiente ter o meu tempo de cio n um tempo livre satisfeito uns trabalhos que eu fa o ter quest es de comunica o de poder bem resolvidas tamb m na minha rela o com a minha companheira ter uma rela o saud vel tudo isso pra mim qualidade de vida Eu n o preciso do dinheiro necessariamente pra alcan ar isso assim P r do sol E s olhar em volta aqui risos Tem algumas coisas que s o importantes s o fundamentais que s o rela es saud veis integra o com a natureza e diria um caminho espiritual assim E ter sa de no corpo amor no cora o e paz no esp rito Bem te vi Ah eu acho que tem a ver com todas as dimens es do ser n Qualidade de vida o ar que voc respira simplicidade n a gua que voc bebe e a comida que voc come pra come ar eu diria assim Ent o se isso ter um ar limpo fresco cheio de oxig nio das plantas uma comida integral uma gua pura e ai depois voc tem tempo de trabalho tempo de lazer rela es gostosas com pessoas que se amam arte e
337. voc entende por qualidade de vida 22 Voc acha que as ecovilas proporcionam qualidade de vida 1 2 EDUCA O 23 O que voc entende por educa o 24 Em sua opini o qual a import ncia da educa o 25 H processos educacionais na ecovila Como funcionam quem se destinam 2 DIMENS O ECOL GICA 195 26 O que sustentabilidade para voc 27 Quais medidas s o tomadas na ecovila visando sustentabilidade 28 Como realizado o processo de cultivo dos alimentos 29 A ecovila auto suficiente em alimenta o 30 Que tipo de produtos utilizado para higiene pessoal e de limpeza em geral 31 Que tipo de energia utilizado na ecovila Fale sobre essa quest o 32 De onde vem a gua utilizada na ecovila Ela tratada ap s o uso 33 Como o processo de constru o residencial na ecovila 34 Como feita a gest o de res duos 35 Voc acha que as ecovilas contribuem para a sustentabilidade local e global 3 DIMENS O CULTURAL ESPIRITUAL 36 Qual sua vis o de mundo e de ser humano 37 Para voc qual o sentido da vida 38 O que felicidade para voc 39 Em sua opini o o modo de vida em ecovilas leva maior felicidade 40 O que espiritualidade para voc 41 Como a comunidade lida com a quest o da espiritualidade 42 Existe uma imposi o de cren as ritos e celebra es ou h diversidade 43 Voc acha que viver em ecovilas remete a uma nova cultura
338. volvimento ao ponto sustent vel 2 ed Petr polis RJ Vozes 2005 182p BRITO Jorge Sousa Cultivar a atitude transdisciplinar e saber pensar desta forma Rede Brasileira de Transdisciplinaridade on line s d Dispon vel em lt http www redebrasileiradetransdisciplinaridade net file php 1 Artigos dos membro s da Rede Cultivar a atitude transdisciplinar e saber pensar desta forma Jorge Souza Britto pdf gt Acesso em 15 mar 2009 BUSS Paulo M Promo o da sa de e qualidade de vida Ci ncia amp Sa de Coletiva v 5 n 1 p 163 177 2000 CAMUS Michel A quem falar da urg ncia Pergunta o poeta In RANDON Michel O pensamento transdisciplinar e o real S o Paulo Trion 2000 244p p 17 23 CAPRA Fritjof A Teia da Vida S o Paulo Cultrix 1997 256p As conex es ocultas ci ncia para uma vida sustent vel S o Paulo Cultrix 2002 296p 183 O ponto de muta o 26 ed S o Paulo Cultrix 2006 447p As conex es ocultas ci ncia para uma vida sustent vel 10 ed S o Paulo Cultrix Amana Key 2008 295p CAPRA Fritjof STEINDL RAST David MATUS Thomas Pertencendo ao universo explora es nas fronteiras da ci ncia e da espiritualidade 10 ed S o Paulo Cultrix Amana 1998 193p CARVALHO Edgard de Assis Complexidade e tica planet ria In PENA VEGA Alfredo ALMEIDA Elimar Pinheiro de Orgs O pensar complexo Edgar Morin e a crise da modernidade Rio de Janeiro Garamond
339. ygmunt O mal estar da p s modernidade Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 1998 272p BERTALANFFY Ludwig von Teoria geral dos sistemas 2 ed Petr polis Vozes 1975 351p BISSOLOTTI Paula Miyuki Aoki Ecovilas um m todo de avalia o de desempenho da sustentabilidade 2004 148f Disserta o Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Universidade Federal de Santa Catarina Florian polis BOCCHI Giancula CERUTI Mauro A complexidade do devir humano Edgar Morin e o car ter do processo de hominiza o In PENA VEGA Alfredo NASCIMENTO Elimar P do O pensar complexo Edgar Morin e a crise da modernidade Rio de Janeiro Garamond 1999 p 141 163 BOFF Leonardo Saber cuidar a tica do humano compaix o pela terra 13 ed Petr polis RJ Vozes 2007 199p Ecologia amp capitalismo simplesmente incompat veis Revista Beija flor Curitiba PR ano 4 p 8 9 out 2009 BONILLA Jos A Transdisciplinaridade a dimens o espiritual na educa o superior II estudo de caso Rede Brasileira de Transdisciplinaridade on line p 1 14 s d Dispon vel em lt 182 http www redebrasileiradetransdisciplinaridade net file php 1 Artigos dos membros da Rede Transdisciplinaridade a dimensao espiritual na educacao superior texto 2 Jose A Bonilla Castilo doc gt Acesso em 02 mai 2009 BONTEMPO M rcio Inicia o medicina hol stica Rio de Janeiro Record 1995 152p BRAND O Carlos Rodrigue
340. z necess ria a revis o cr tica das verdades absolutas e das ideias pr concebidas Assim n o se pode recha ar a senso comum como se ele n o tivesse nenhum valor e considerar v lido somente o conhecimento cient fico BRITO s d O pensamento transdisciplinar a primeira abertura introdu o de um novo agir que leve em conta todos os aspectos da realidade Ele religa sujeito e objeto homem e natureza e prima pelo ser e pelos valores humanos CAMUS 2000 Nessa perspectiva Morin 2005 enfatiza que a ci ncia precisa estar atrelada consci ncia enquanto sentido de consci ncia moral pol tica tica e intelectual pois a ci ncia sem consci ncia leva a humanidade destrui o Nicolescu 2001 p 82 afirma que a ci ncia sem consci ncia a ru na do ser Basta ver segundo Morin 2005 o controle que a atividade cient fica adquiriu atrav s das tecnoci ncias de manipular e destruir por meio de um modo fragmentado de se conceber a realidade De acordo com o autor a ci ncia precisa reatar com a reflex o filos fica para que assim seja auto reflexiva quanto ao seu papel e seu poder no mundo O primeiro passo perceber o mundo e os seres que nele habitam como complexos o que os torna irredut veis ao conhecimento fragmentado Nesse sentido D Ambr sio 1997 p 11 afirma A nica alternativa que nos resta nos integrarmos nessa totalidade c smica por 58 etapas a come ar pela nossa integ

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