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Da flânerie às novas práticas de deslocamento pelo espaço

1. a E Figura 46 Passarela Esta o Lagoinha Belo Horizonte MG Brasil 2006 Fonte SALLES 2006 Figura 47 Vista de Belo Horizonte pr ximo ao clube Liban s 2006 Fonte SALLES 2006 78 79 Fernando Jockey Club Cidade Administrativa Belo Horizonte MG Brasil 2006 Fonte SALLES 2006 A ideia era assim a gente queria atravessar Belo Horizonte a a gente viu que era mais bacana de Norte a Sul dos extremos assim do que de Leste a Oeste A a gente come ou a ver que o Norte a gente conhecia melhor e o Sul era uma regi o completamente desconhecida pra gente SALLES 2010 Dias antes de iniciar a expedi o o grupo buscou informa es no arquivo p blico pesquisaram em mapas antigos e livros os pontos importantes e de maior riqueza da cidade de Belo Horizonte para que pudessem registr los em imagens e fatos durante a caminhada Assim cada um foi acrescentando e sugerindo bairros e locais com valor hist rico mas deixando que a proposta inicial fosse guiada principalmente pela casualidade E a a gente tamb m tinha essa hist ria de tentar fazer umas perguntas Andr ia fotografando os caminhos e eu com o Fernando a gente ia mais ou menos meio que parando algumas pessoas fazendo umas anota es uma esp cie de di rio de bordo mesmo do que a gente via sentia e em alguns momentos a gente foi perguntar pra algumas pessoas TEIXEIRA 2010 No dia 22 de junho de 2006 curiosamente na
2. 22 2 3 A cidade contempor nea e as novas pr ticas de deslocamento 26 3 CARTOGRAFIAS cocoa 34 3 1 Espa o tempo e representa es 34 3 2 Media o imers o e intera o experi ncias no tempo e no espa o 37 3 3 Google Street View uma experi ncia de mobilidade e ubiquidade 39 3 4 Google Street View inova es e implica es na sociedade contempor nea EE IN A RPA RE RN EIN 52 4 NOVAS EXPERI NCIAS COM E NA CIDADE 73 4 1 Experi ncia presencial e experi ncia 73 4 2 BH d cabo Tabo ias anadan anaana 74 4 3 Fl nerie virtual BH de cabo a rabo pelo Google Street View 87 4 4 Cidade intera o imers o e experi ncia de subjetiva o a partir de uma realidade presencial e uma realidade 92 D CONCLUSA O aa a ini a 107 REFERENCIA Sid 112 APENDICE Le 120 ANEXO Sinn ee 137 12 1 INTRODU O As cidades contempor neas s o marcadas por mudan as n o apenas em suas estruturas f sicas as ruas os pr dios as casas mas tamb m e especialmente em ambiente espa o temporal e na experi ncia cultural de seus fluxos e trocas A prolifera o de novas
3. 60 Figura 33 Avenida Juscelino Kubitschek S o Paulo SP Brasil 60 Figura 34 Michael Weiss Malik pediu a namorada em casamento com uma mensagem no momento em que o carro do Google Street View passava 61 Figura 35 Homem flagrado no interior da Esc cia com uma cabe a de cavalo 61 Figura 36 Equipe da Google na frente do escrit rio acena para a c mera em Belo Horizonte ME Brasi aaa 62 Figura 37 Equipe Google Avenida Bias Fortes Belo Horizonte MG Brasil 62 Figura 38 Derbyshire Homem foi flagrado pelo Google Street View o que E E E E A T 64 Figura 39 Iphone aplicando a ferramenta Google Street 69 Figura 40 Usu rio explorando o Street View via Iphone 69 Figura 41 Usu rio utilizando o Google Maps via 70 Figura 42 Usu rio explorando o mapa com o recurso Street 70 Figura 43 Rua M rcia de Windsor Belo Horizonte MG Brasil onde o grupo iniciou a expedi o BH de cabo a 76 Figura 44 Rua Jockey Club Serra Verde Belo Horizonte MG Brasil onde o grupo finalizou a expedi o BH de cabo a 77 Figura 45 Belo Horizonte M
4. Pala DESTA gr a Z UPT GGE 2 6 EE 5 isa trade raras Y Figura 10 Servi o Gmail a ferramenta de e mail da Google onde poss vel enviar mensagens instant neas al m de compartilhar imagens v deo textos e sons Fonte GMAIL 2010 Web videos Quit Gaal mas e anta all com ista tera gato Masta coea l Tas Google livros Perquesar pros o eramu bron veame popeca Ma a Los de Google Comprados El contenta de O Lenda sgan 57 Vias der O Grego veias qm COM mara 6 6 4 pes amenos y ality SUS meets e sarit A brrat caa lit 3 e Ts Casg Earzha 4 aK Figura 11 E book Google Acervo de livros digitalizados dispon veis gratuitamente no site Fonte EBOOK 2010 43 o sogne Videos Cria Grat prii 1 A web Minha 1 Auta 1 Sar Google maps no Maga O que h por aqu ama chegar Nois migas gene Joga Dada mundo La 06 Magt em pubs FA A Figura 12 Google Maps Sistema de busca de cartografias digitalizadas informatiz
5. essa aqui Fernando isso Andr quando aparecer essa bolinha verde voc solta Fernando a Andr isso quase um joguinho Apesar da cidade representada no Google Street View ser a mesma cidade s que em um plano imag tico e espacial distinto algumas situa es deixam clara a imers o que a ferramenta possibilita mas em um plano totalmente diferente da imers o vivida no contato presencial Um exemplo dessa quest o se deu quando os integrantes pesquisavam a Rua Flor de Pitangueira que fica pr xima de outras ruas com nomes de flores Logo Andr comenta Ah passamos por uma flor dessas E N sio totalmente imerso cartografia e interatividade das imagens do Street View pergunta Flor Andr responde S ent o N sio percebe do que se tratava Ah t da rua que voc est falando Essa situa o cheia de significados mostra os extremos da experi ncia virtual com a experi ncia presencial e principalmente diferentes formas de estar imersos a uma experi ncia espa o temporal Revisitar os locais da expedi o BH de cabo a rabo a partir da ferramenta Google Street View inaugura uma nova forma de utilizar a ferramenta assim como caminhar por locais nunca vistos proporciona um novo olhar para passante ou fl neur Ambas as experi ncias possuem uma caracter stica de polaridade em que uma complementa a outra No entanto reconhecer os locais pelo Street View n o ser
6. mudan as ocorridas entre 2006 e 2009 quando o registro fotogr fico da Google foi realizado A expedic o virtual manteve a mesma perspectiva despretensiosa e solta que marcou a expedic o presencial De comum acordo entre os tr s Andr Salles sugeria algumas fotos da expedic o presencial enquanto N sio manipulava a ferramenta Street View e Fernando confirmava as localiza es O processo inteiro aconteceu de maneira bastante espont nea de forma que todos puderam participar integralmente A dificuldade na manipula o da ferramenta que ocorreu por um bom tempo n o impediu que os locais escolhidos fossem revisitados as rela es estabelecidas e a experi ncia de imers o possibilitada Andr sugeriu come ar exatamente onde iniciaram a expedi o presencial Ao abrir a fotografia e explorar tamb m o Google Street View com muita empolga o eles come aram a reconhecer os locais Atra dos pela intera o da ferramenta apontavam na tela dos dois computadores comparando as imagens tentando utilizar o Street View de maneira que conseguisse ficar no mesmo ngulo que as fotografias registradas por eles em 2006 Muitas mudan as eram n tidas como quando eles pelo Google Street View chegaram at a passarela da Lagoinha e se depararam com a passarela totalmente diferente Fernando comentou j mudou muito e N sio complementa N o era essa passarela E o detalhe que tinha uns ambulantes que hoje est o em
7. o do que o que a gente teve Andr por exemplo o F bio queria fazer o trajeto de um outro jeito N sio ele j tinha essa onda Andr o F bio muito calad o ent o durante o processo de prepara o ele n o falou nada mas acho que se ele fosse falar talvez ele quisesse tentar atravessar Belo Horizonte num dia N sio no menor tempo poss vel Andr ele queria fazer uma maratona dormir uma vez s Eu acho que ele queria ele chegou inclusive a perguntar pra gente isso mas a gente disse que achava que ter amos mais uma outra noite Na primeira noite a gente disse que ter amos mais uma noite pra dormir na cidade E ele ficou dizendo n o mas n o a gente vai chegar a gente tem que chegar Ent o assim o neg cio dele era bem diferente Acho que a gente n s tr s aqui a gente tava bem ligado bem junto em sintonia O F bio j tinha uma outra ideia 130 Fernando ent o de certa forma a gente teve esses objetivos e ao mesmo tempo cada um de n s fez uma certa cartografia de pensamento da cidade tamb m Andr at isso a gente falou l no Cristo do Barreiro por exemplo eu tava l fotografando e n o fiquei preocupado com nada N o vi nenhuma situac o preocupante j o N sio e Fernando acharam que tava meio perigoso at me chamaram Eu nem achei falei o que isso gente Vou continuar fotografando aqui risos Ent o bacana porque at entre a gente tem vis e
8. Assim ao considerar todas as funcionalidades do Google Street View realmente poss vel praticar a fl nerie por cidades desconhecidas por meio da ferramenta Projetada com a principal fun o de georeferenciamento a qualidade e funcionalidade da ferramenta acabaram por desencadear novas formas de passear por uma cidade O mundo mapeado fotografado e publicado gratuitamente na web implica diretamente em atender satisfazer o desejo e curiosidade do homem contempor neo Aquele lugar que antes parecia t o distante o Street View apresenta com linearidade e perspectiva dando a impress o de uma cidade extremamente acess vel num campo espacial No Google Street View como dito anteriormente as fotografias da cidade n o s o em tempo real Elas junto s orienta es s o pragm ticas guiam o usu rio permitindo o explorar sempre mais A ferramenta sugere diversas formas de 52 caminhar pela cidade virtual implicando em a es que n o seriam t o simples na cidade contempor nea Permite saltar ou voar de uma rua para outra andar por qualquer sentido al m de possibilitar a explorac o de diversos lugares em um tempo m nimo No Street View a fl nerie s consolida se na interac o na ac o e na utiliza o das fun es oferecidas pela ferramenta al m de ser uma experi ncia de ubiquidade em que poss vel estar em diversos ambientes sem sair do lugar Tais caracter sticas implicam em uma experi
9. Cibercultura tecnologia e vida social na cultura contempor nea 4 ed Porto Alegre Sulina 2008 LEMOS Andr Comunica o na Cibercultura Ciber Fl nerie S o Leopoldo Editora Usinos 2001 LEMOS Andr McLuhan Mapas ambiente e lugares 2010b Dispon vel em lt http andrelemos info 2010 07 mcluhan mapas ambiente e lugares gt Acesso em 12 jan 2009 LEMOS Andr M dias locativas e vigil ncia Sujeito inseguro bolhas digitais paredes virtuais e territ rios informacionais In BRUNO Fernanda KANASHIRO M FIRMINO R Vigil ncia e visibilidade espa o tecnologia e identidade Porto Alegre Sulina 2010a LIMA Maur cio de Ara jo A remedia o do jogo mancala do tabuleiro cavado no ch o ao ambiente virtual da rede mundial de computadores 2010 110f Disserta o Mestrado em Comunica o Social Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Belo Horizonte LYON David 11 de setembro sin ptico e escopofilia observando e sendo observado In BRUNO Fernanda KANASHIRO M FIRMINO R Vigil ncia e visibilidade espa o tecnologia e identidade Porto Alegre Sulina 2010a MAPS Google Maps 2010 Dispon vel em lt http maps google com br gt Acesso em 17 mar 2011 MARQUES Meg Belo Horizonte antiga Mesa de Bar 03 abr 2007 Dispon vel em lt http namesadeumbar blogspot com 2007 04 belo horizonte antiga html gt Acesso em 11 abril 2011 MONTEIRO Ticiane Pedido de ca
10. Figura 19 Demonstra o dos pa ses onde o Google Street View acede seu servi o Figura 20 Legenda e a iii 48 Figura 21 In cio da explorac o do Google Street View a partir do Google Maps A primeira imagem na ferramenta aparece conforme a 49 Figura 22 Demarca o das reas que possuem Street 49 Figura 23 Avenue de Suffren Paris Fran a Imagem ao n vel dos olhos 50 Figura 24 Shibuya TOKYO soa assa n 51 Figura 25 Homem flagrado passando mal na Rua Tom de Souza Belo Horizonte MG Brasil O rapaz colocou a empresa na justi a e luta por indeniza o 53 Figura 26 Carro do Google Street View flagrou menina ca da na cal ada 55 Figura 27 Rua Uni o Morro do Papagaio Belo Horizonte MG Brasil H especula es de que o garoto de blusa branca estaria segurando uma arma 55 Figura 28 Corpo flagrado e coberto com pl stico em uma Rua do Rio de Janeiro 56 Figura 29 Homem flagrado armado em Jaragu S o Paulo Brasil 57 Figura 30 Campo de preenchimento para notificar uma falha do Google Street View A E o a EA E 57 Figura 31 S o Paulo SP Brasil dali 59 Figura 32 Bairro Moema S o Paulo SP
11. cibercidades e das ferramentas que as envolvem alterando o sentido social da cidade e as formas cotidianas de vivenci las o que possibilita e destaca outras e novas relev ncias para o homem a cidade a temporalidade e espacialidade Assim se a fl nerie parece desaparecer dos espacos urbanos vivemos cada vez mais sem tempo para o devaneio da err ncia a ciber fl nerie surge como uma pr tica no ciberespaco resgatando de alguma forma o esp rito do fl neur urbano LEMOS 2001 p 2 O uso da ferramenta Google Street View atualiza a possibilidade de uma experi ncia virtual que emerge para uma experi ncia real com a cidade aniquila a possibilidade de distanciamento a partir de imagens georeferenciadas servicos ligados informac o e cartografias que permitem explorar e resgatar a arte de flanar com apenas um clique no mouse Tais imagens emergem para um plano interativo que reordena o tempo e o espa o que transforma e potencializa a rela o do homem com cidade proporcionando novas territorializa es O que interessa aqui saber como essa ferramenta apropriada por sujeitos de grandes centros urbanos e de que maneira inauguram uma nova experi ncia cultural com e na cidade E que tipo de intera o e imers o no tempo e no espa o oportunizado a apropria o entre a fl nerie e a ciber fl nerie da navega o hipertextual nos permite em primeiro lugar considerar o ciberespa o como um espa o r
12. e entrevista de campo al m de fazer uso das opini es de cr ticos e da popula o dispon veis na web via revistas jornais virtuais e blogs muito embora seria necess rio uma outra pesquisa cujo objeto emp rico seja a an lise de pessoas que voam ou flanam por cidades desconhecidas Assim o que se p de concluir foi que o Google Street View facilita a vida do homem contempor neo em diversos aspectos e implica negativamente em outros Ajuda no aspecto de georeferenciamento orientando e guiando com informa es imagens e tr fego da cidade ajudando o usu rio a buscar caminhos mais curtos e pr ticos Isso resulta em uma experi ncia espa o temporal que expande o tempo e diminui o espa o O Google Street View tamb m possibilita ao usu rio a andar voar pela cidade conhecer lugares que nunca foram antes e revisitar outros que h tempos n o reviam A utilidade da ferramenta provocou quest es sobre privacidade e vigil ncia em que a empresa coleciona diversos processos de pessoas comuns que foram flagradas pelo carro do Street View na rua em situa es constrangedoras e se sentiram ofendidas de terem suas imagens expostas na web As fotografias registradas pelo carro ajudaram em outros aspectos Elas conseguiram registrar um suposto assalto contribuindo assim para a busca da pol cia a partir das imagens registradas H tamb m a observa o do tr fico em que algumas delegacias utilizam as imagens do Google Street V
13. ningu m pra seguir a n o ser esse nosso mapa riscado Andr ah a gente tinha um mapa lembra A gente comprou um mapa de papel esses mapas que o pessoal vende no sinal E viemos pra c uns dias antes marcamos mais ou menos Nisio mas acho que a gente consultou ele muito pouco durante o trajeto Andr nem sei cad ele Onde que ele anda Fernando n o sei Nisio que a gente foi meio andando assim na verdade a gente ia perguntando pras pessoas nas ruas la pra um lugar e perguntava como que faz pra chegar l A eles diziam pega essa aqui e tal E foi bom assim da gente ter essa dimens o de qu o a cidade E voc ter essa percep o que acho que uma coisa que at t voltando agora por conta dessas obras da cidade de como que essa cidade detonada do ponto de vista arquitet nico est tico 10 um outro olhar Andr O engra ado que assim pelo menos a gente aqui que frequenta mais a regi o central da cidade a zona sul a gente costuma ver uma cidade muito arborizada com algumas pra as apesar de Belo Horizonte ter poucas pra as mas tem algumas as avenidas mais ou menos bem cuidadas os pr dios mais ou menos com uma caracter stica arquitet nica bem cuidadinha e a quando a gente atravessa essa cidade que a gente v que essa parte que a gente v todo dia 10 da cidade a cidade na verdade tem uma outra cara que a gente n o v na verdade Quando a gente consegue atraves
14. por D rara Enviar Dedo ra mundo Figura 13 Mapa com imagens de sat lite da Praca da Savassi Belo Horizonte MG Brasil Fonte MAPS 2010 Web Vidot Mapas Maica Oiu mas e leasa errok enti ago oil com Me 0 Pron Hbst wpd Mirha corta Apada Dar Google maps Av Vargas Savassi Belo Horizonte MG O Pesgusarro Mapa que h por aqui amp gt 24 PS E vi a A E Figura 14 Praca da Savassi Belo Horizonte MG Brasil Fonte MAPS 2010 45 agen Mapas Noties Orhit Onai man isane cvok arta qua com Mes perti Mist rio web Minha corta Apata Bar Go gle Maps Av Getulo Vargas Savassi Belo Horizonte MG E Peiquis ro Mapa que h par aqu rora Ermu Jogo Orada ag manis 7 o Figura 15 com imagens de sat lite da da Savassi Belo Horizonte MG Brasil As linhas em verde demonstram o tr nsito no local Fonte MAPS 2010 Mapas Oha God huma valora ga ell Meu parto 1 4 ta web Medos conta Aguda 5 e gle maps Vargas Savassi Belo Horizonte MG D Mapa O que n por au deprive Eme Lh dape ras mr tada de S O guaje ums Figura 16 Mapa com imagens de sat lite da Praca da Savassi Belo Horizonte MG
15. presente onde tudo se transforma O tempo pode mudar os carros em velocidade provocam sons os transeuntes passando os cheiros J na expedic o virtual as imagens fotografadas em 2009 est o na web hoje e amanh estar o l do mesmo jeito E daqui a um m s ao abrir o Street View poss vel ver a mesma imagem Em termos de informac o visual quase tudo que a gente passou t no Street View ent o assim a informac o visual voc recebe mas voc n o t dentro dela SALLES 2010 Mas o que se percebe que depois de tr s anos revisitar os locais a partir de fotografias lineares possibilitou um grande processo n o s de intera o mas tamb m de imers o que se destacou em algumas ocasi es como no caso do vendedor de abacaxi da Avenida Waldir Soeiro Emrich Andr reconheceu o local onde um vendedor ambulante estava quando fizeram a expedi o presencial Ao reconhecer o local ele foi logo procurando pelo vendedor de abacaxi no Street View Como demonstra o di logo abaixo Andr A j a Waldir Soeiro Emrich N sio E Andr Ent o vai andando pra frente a vamos ver se tem o abacaxi N sio Seria aqui ser Andr Uai e o abacaxi N sio Ah era ambulante n Esses caras n o v o ficar l todo dia vendendo abacaxi Algumas dessas diferen as entre a expedi o presencial e a expedi o virtual foram se destacando conforme exploravam Belo Horizonte pela ferramenta clicando no
16. ser turista em sua pr pria cidade Tudo se transforma pela experi ncia da fl nerie em atrativo e a possibilidade de apreciar a cidade torna se uma possibilidade de reconhec la Isso envolve tamb m a percep o que cada um possui a disponibilidade de cada um se envolver com a cidade da sua forma de enxergar do seu jeito e memorizar da sua maneira a cidade que preferir O di logo abaixo revela como a Pra a do Cristo Redentor localizado no bairro Barreiro regi o Norte da cidade levou que cada um se apropriasse de forma diferente do local N sio eu achei mais barra pesada no Cristo Redentor l do Barreiro eu achei a hora mais pesada Fernando eu n o senti tanto assim Andr engra ado eu acho que eu tava viajando naquele Cristo l que eu n o achei barra pesada N sio come ou a subir umas pessoas Andr sabe qual o lugar que eu achei mais barra pesada L no Serra Verde Fernando ali sim Passando no meio daqueles condom nios ali N sio eu nem quis tirar foto Fernando antes da gente subir a gente perguntou l embaixo qual que era o caminho pro Serra Verde A algu m falou rapaz c sic num vai praqueles sic lado ali n o Pensar a cidade na perspectiva da fl nerie virtual perceber que ela feita 94 de acontecimentos e mudancas constantes E vai adquirindo forma conforme o movimento ou at mesmo a estagnac o das m quinas dos transeuntes e do te
17. tudo chega sem que seja preciso parti VIRILIO 1993 p 11 As caracter sticas s o marcadas pelo ritmo das m quinas e uso de tecnologias digitais que propiciam deslocamento informa o e comunica o instant nea a partir da inser o de ferramentas virtuais Tais ferramentas possibilitam um deslocamento individual e tamb m coletivo em que o sujeito pode ir a qualquer lugar sozinho ou ao encontro de outros em busca de mais informa o e interatividade Assim a cidade vive um processo de constante transforma o em que as rela es de espacialidade e temporalidade se transformam em sistemas e a es que refletem na emerg ncia de novas experi ncias alterando as pr ticas sociais as rela es a sensibilidade percep o e cultura preexistente Na investiga o sobre os novos modos de estar junto aparecem em primeiro plano as transforma es da sensibilidade produzidas pelos acelerados processos de moderniza o urbana e os cen rios da comunica o que em suas fragmenta es e fluxos conex es e redes apresentam a cidade virtual BARBERO 1996 p 27 tradu o nossa Mart n Barbero fala de uma sensibilidade que na cidade digital parte do uso 5 Segundo Andr Lemos 2010 p 61 Wi Fi a sigla para redes sem fio de acesso a internet Bluetooth um chip que permite a conex o de curto alcance entre dispositivos GPS significa Global Positioning System sistema de posicionamento global por sa
18. 63 p blicos em situa es constrangedoras o que pode causar um impacto enorme na vida do sujeito e na sociedade como foi visto e citado anteriormente na figura 25 Isso implica em alguns questionamentos se as pessoas tivessem sido avisadas sobre o dia e a hora em que o carro do Google Street View passaria elas teriam se sentido menos invadidas Isso prejudicaria a a o da ferramenta na cidade Implicaria para a Google um trabalho menos perfeito Para Leonardi em teoria ningu m precisa de uma autoriza o para sair rua fotografando a diferen a que o Google publica isso na internet junto com uma consulta de mapas Mas se voc foi avisado que a empresa estaria l justo reclamar depois se sua imagem for capturada Haver cr ticos dizendo tenho o direito de passar por onde quiser e n o ser fotografado Tudo isso ser analisado pelo juiz caso a caso N o defendo a empresa mas acredito que boa parte das cr ticas n o procede tanto porque esquecem que a ferramenta de utilidade p blica LEONARDI 2009 O que se percebe que o sujeito que interv m com gestos obscenos como visto nas figuras 31 32 e 33 o sujeito que tem conhecimento da proposta da ferramenta que sabe que t o logo sua imagem estar dispon vel na web para o mundo todo ver Mas h tamb m aquele sujeito que desconhece a ferramenta pessoas mais velhas ou novas demais pessoas que n o t m acesso a Internet e no entanto acab
19. 75 set nov 1990 SALLES Andr Expedic o BH de Cabo a Rabo Acervo pessoal jun 2006 SALLES Andr Informa es verbais registradas na expedi o virtual e entrevista Realizada em Belo Horizonte 30 de dezembro de 2010 118 SANTOS Milton A natureza do espaco t cnica e tempo Raz o e emoc o S o Paulo Edusp 2002 SILVERSTONE Roger Por que estudar a m dia S o Paulo Loyola 2002 TARINGA Intelig ncia coletiva Google street view flagra homem armado 2011 Dispon vel em lt http br taringa net posts info 39974 Google street view flagra homem armado html gt Acesso em 05 01 2011 TEIA do aranha Ciber Fl nerie A vagabundagem inici tica do Ciber fl nerie 2006 Dispon vel em lt http wagnerpyter multiply com journal item 50 50 gt Acesso em 13 01 2010 TEIXEIRA PRIMO Alex Fernando et al Org Comunica o e Intera o livro da COMPOS 2008 Porto Alegre Sulina 2008 TEIXEIRA PRIMO Alex Fernando Intera o mediada por computador Comunica o Cibercultura cogni o Porto Alegre Sulina 2007 TEIXEIRA N sio Informa es verbais registradas na expedi o virtual e entrevista Realizada em Belo Horizonte 30 de dezembro de 2010 TERRA tecnologia It lia ordena que Google identifique carros do Street View 2010 Dispon vel em lt http tecnologia terra com br noticias 0 014754069 El12884 00ltalia ordena que Google identifique carros do Street View html gt Acesso em
20. Alguns encontros e comunica o s o mediados a partir de ferramentas e redes sociais que permitem di logos sem que sejam interrompidos por barreiras f sicas o que implica na transforma o de uma nova realidade Segundo Andr Lemos 2006 a cibercidade transforma se ent o em um ambiente generalizado de conex o envolvendo o usu rio em plena mobilidade interligando m quinas pessoas e objetos urbanos Nas cidades contempor neas os tradicionais espa os de lugar rua pra as avenidas monumentos est o pouco a pouco se transformando em ambiente generalizado de acesso e controle da informa o A cibercidade contempor nea caminha para se transformar em um lugar de conex o permanente ub quo permitindo mobilidade e troca de informa o em qualquer lugar e em qualquer tempo LEMOS 2006 p 1 Essas trocas citadas pelo autor podem ser estabelecidas por redes sociais que possibilitam criar conversas por meio de scraps e discuss es a partir de f runs levantados em comunidades que tratam de diversos assuntos Conversa via MSN gtalk skype ferramentas de comunica o on line e outros permitem comprimir a dist ncia em um di logo instant neo e em tempo real Uma ferramenta como o 5 s A P A Hipertexto s o as camadas que envolvem o ambiente virtual a partir delas que poss vel saltar pelas diversas informa es imagens sons e comunica o h brida inserida nesse ambiente possibilita
21. Ent o assim o Google Street View n o te permite muitos v os a v o quase no sentido do verbo assim tamb m n V o V o bor l ver Porque a voc tem isso n Essa coisa do risco das inseguran as das simpatias de tudo isso assim Fernando as percep es m nimas passam batidas 134 Andr dos cansacos das temperaturas Eu lembro no primeiro dia quando a gente chegou no ponto mais Sul tava bem frio at tem numas fotos d pra ver a neblina porque era bem de manh zinha Fernando todo mundo agasalhado Andr depois a gente nunca mais usou o agasalho Apesar de ser junho j inverno 17 Voc s acreditam que o Google Street View capaz de modificar a rela o do homem com o espa o o tempo e a cidade Como Fernando bem poss vel que sim n Ainda mais se a gente for pensar que hoje voc pode acessar isso pelo celular e fazer o trajeto mesmo a p N sio a gente pode por exemplo se quiser refazer o nosso percurso a gente pode se guiar pelo Google Street View Pode jogar tudo isso l esse percurso todo e tentar refazer na sua potencialidade com todos os pontos que a gente viu as ruas que a gente passou tendo essa ferramenta Andr mas eu acho que ainda falta uma certa sofistica o Eu fico imaginando essa sofistica o que hoje em dia t chegando nos jogos eletr nicos que voc ter um capacete que a nesse capacete voc tem uma vis o 360 graus eu acho que es
22. RNP RE PGE RP RR GMR PIONEER TE PRE DRA IRON RR Eiaa 96 Figura 59 Pra a da Av Senador Levindo Coelho 98 Figura 60 Pra a da Av Senador Levindo Coelho Imagem registrada pelo Google Street Viw 2009 sintra A 99 Figura 61 Rua de Windsor Belo Horizonte MG Brasil 2006 100 Figura 62 Rua M rcia de Windsor Imagem registrada pelo Google Street View 2009 O O 101 Figura 63 Antiga borracharia do Cear Av Waldir Soeiro Emrich 102 Figura 64 Atual borracharia do Cear Imagem registrada pelo Google Street View ainda na avenida Av Waldir Soeiro a 103 Figura 65 Campo de futebol localizado na Av Waldir Soeiro Emrich 103 Figura 66 Atual campo de futebol localizado na Av Waldir Soeiro Emrich Imagem registrada pelo Google Street VieW oooococnnnoccccnccnnnnnncnonancnnnnncnnnnnnnnnnnnnncnnnnnnnnn 104 Figura 67 Avenida Edgar Torres Belo Horizonte MG Imagem registrada pelo Google Street VIEW Ena 105 SUM RIO 1 INTRODU O spas 12 0 64 SEER RAR ASR RR e edo 14 2 1 Cidade metamorfose progressiva e outros sentidos 14 2 2 O fl neur como cone da cidade moderna
23. a cidade passando por todas as setinhas sem voar N sio risos se fosse traduzir a proposta n Andr risos N sio n o poderia usar o voo Da mesma maneira como a gente n o podia ficar dando esses saltos como a gente deu a gente teria que ficar aqui talvez n o dois dias e meio mas um dia com certeza para trabalhar mesmo essa reconstitui o 16 Voc s acham que a ferramenta consegue desencadear uma experi ncia de imers o e intera o ao local visitado Fernando Acho que n o totalmente At por causa dessa defasagem Andr mais distante n Fernando de como que eles absorvem as imagens dos lugares porque n o tem essa coisa igual a gente fez de passar a p Mas interessante o processo 133 de rememorac o que a gente tem de determinados lugares de determinados locais que a gente realmente passou Andr engracado uma quest o interessante porque assim em termos de informac o visual quase tudo que a gente passou t no Street View ent o assim a informac o visual voc recebe mas voc n o t dentro dela N sio Voc n o tomou o caf do cara E no meu caso particularmente tem um neg cio que me deixou pr ximo um pouco da coisa do Street View como eu tive pela nica vez na vida renite al rgica ent o assim eu perdi muitos dos cheiros dessa viagem que uma coisa que eu senti falta meu nariz ficou constantemente entupido o tempo todo ent o nesse sentido essa
24. cidade Isso ficou mais preciso com a prolifera o das m quinas e aparatos tecnol gicos que reordenaram essa rela o e modificaram consideravelmente os desejos e as experi ncias do homem como afirmado no segundo cap tulo A cidade passou a reinventar a experi ncia cultural e as a es do homem contempor neo a partir de transforma es recorrentes ao avan o tecnol gico Com isso fez se necess rio perguntar A cidade transformou se por completo anulando toda a sua hist ria e passado Ao buscar responder tal quest o compreendeu se que algumas mudan as n o rompem como um todo com o passado hist rico da cidade mas a reestruturam na em um ambiente extremamente simb lico comunicacional e interativo al m de fortalecer no homem o desejo de mudan as e movimentos Isso que reconfigura a cidade para um ambiente de rapidez e circula o propondo novos costumes um novo cen rio e outra rela o com o tempo o espa o Esse processo de transforma o foi moldando se conforme as necessidades e desejos do homem que buscava por mais informa o velocidade e dinamismo O que se percebeu que tais necessidades precisaram de mecanismos para supri las e potencializ las Isso resultou em uma nova espacialidade relacional para a cidade em que a rela o do sujeito parte de quest es internas que se constroem como fatores externos proporcionando mudan as que implicam em experi ncias singulares e de car ter subjetivo Os ap
25. como uma realidade essencialmente comunicacional e interativa Todavia este processo n o isola totalmente o passado mas o reconstr i a partir de tens es entre movimentos de perman ncia e mudan a A cidade contempor nea a cidade onde os limites e as fronteiras s o reconfigurados pelas necessidades de mobilidade rapidez e circula o que anunciam outro tempo e um novo espa o Esses novos desejos modificam n o somente o estilo de vida os costumes e h bitos do homem como tamb m as formas de exterioriza o que d o vida cidade dando espa o a bulevares vias logradouros e s grandes caixas de concreto mais conhecidas como edifica es capazes de gerar iconografias cen rio t pico das grandes cidades que desenham sentidos orientados por placas memor veis onde prevalece o fluxo de gentes e m quinas para locomo o Para C ssio Hissa 2006 p 86 a cidade feita de v rias cidades de diversos lugares que v o se inserindo nos interst cios do urbano onde a vida repleta de rela es se desenvolve Com isso conveniente insistir que pensar a cidade significa refletir n o somente sobre quest es urbanas e estruturais como tamb m sobre exterioriza o circula o e a diversifica o que a circunscreve assim como a prolifera o de significados a forma o de identidade valores e os fluxos no tempo e espa o Essa acelera o de mudan as na cidade desenvolveu se conforme as necessidades de alargam
26. coverage Future coverage No coverage Figura 20 Legenda Fonte WIKIP DIA 2010 O Street View uma ferramenta que funciona junto ao Google Maps Para acess lo o usu rio digita o nome do local que deseja pesquisar aqueles que podem ser amplamente explorados pelo Street View ter o ao lado esquerdo da tela do computador ou smartphones o guia Pegman vis vel um cone de um boneco amarelo convidando o a desencadear se de casa com apenas um clique no mouse Ao arrastar o guia ruas em azul aparecer o no mapa confirmando que aquele local j possui imagens em Street View O usu rio pode manipular utilizando tamb m os bot es do teclado Os tra ados azuis acedem s ruas e avenidas que podem ser iniciadas como pontos de viagem Automatica e subitamente as imagens aparecem para serem exploradas indicando sentidos e localiza es geogr ficas A ferramenta Google Street View precursora de grandes inova es Dispon vel na Europa Am rica do Norte e regi o sia Pac fico o Google Street View transmite imagens que n o s o em tempo real mas que surtem efeito aparentemente presencial devido jun o das imagens e o efeito de imers o que prop e Essas imagens s o capturadas por equipamentos acoplados em um carro comum em movimento uma c mera no teto do carro direcionada para vistas de 360 um aparelho GPS para orientar o itiner rio localiza o e mapeamento das ruas e cidades fotografadas Ap s cap
27. da cidade rua bairro e outros informa es sobre dist ncia aplicativos para serem explorados em smartphones iphones computadores e tablets al m de outras informa es como tr fego e dist ncia por km e tempo comp em o conjunto de funcionalidades destes novos dispositivos Todas essas possibilidades facilitam a mobilidade do homem contempor neo na cidade e s o mediadas por meios tecnol gicos que sugerem imers o e intera o do sujeito com o mundo 3 2 Media o imers o e intera o experi ncias no tempo e no espa o Pode se afirmar que na contemporaneidade a rela o do homem com a cidade foi reconfigurada a partir de intera es imersivas mediadas por m quinas tecnologias digitais e informatizadas O uso de ferramentas tecnol gicas expandiu se conforme as transforma es da cidade junto aos desejos e necessidades de comunica o mudan a e tamb m imediatismo do homem Com isso novas experi ncias foram instauradas no decorrer do tempo As cartografias os mapas e suas funcionalidades desde sempre resultaram da interse o entre o sujeito e o espa o Na contemporaneidade as novas tecnologias permitem maior acessibilidade novas estrat gias e modos de intera o controle transitoriedade e circula o Tais mudan as renovaram e diversificaram as formas de media o inaugurando uma nova rela o espa o temporal do sujeito com o mundo Novas formas de representa o que inauguram novas experi ncias
28. dif cil voc mexer com o mouse acho que se tivesse um joystick e a imagem fosse instant nea seria super bacana assim Seria quase que um joguinho Voc poder passear na cidade assim acho que isso fisicamente seria um conforto bem maior E uma outra coisa esse neg cio eu acho que o tempo no mundo virtual diferente Voc t ali andando numa rua voc n o pode de repente virar e falar ah essa rua n o tem nada de interessante saltei vou pra outro lugar N Voc tem que viver aquele momento ali voc tem que passar por aquelas coisas e o que s vezes at te faz descobrir uma coisa interessante s vezes voc t andando numa rua que voc n o acha interessante mas por causa dessa impossibilidade f sica de voc voar de um outro espa o voc tem que atravessar aquela rua e as vezes voc acha uma coisa interessante E no mundo virtual n o No mundo virtual voc viu ali e ah ent o a partir de agora eu posso pegar o bonequinho e fazer ele voar prum outro lugar e a vou come ar de um outro espa o N sio De repente voc pode at ficar mais interessado em ficar brincando de fazer o bonequinho voar do que propriamente de percorrer ali as ruas Andr Talvez no Street View se a gente fosse fazer mesmo todo o percurso talvez seriam outros objetivos por exemplo igual a gente que teve o objetivo de andar a cidade toda a p sem usar nenhum ve culo no Street View talvez o objetivo fosse atravessar
29. e nuances Este novo sujeito foi chamado por Walter Benjamin de fl neur Segundo S rgio Rouanet 1990 p 50 a cidade tudo para o fl neur sua casa sua paisagem O fl neur o passante que contempla a cidade com muito anseio um olhar direcionado s vitrines arquitetura alta das edifica es que caracterizam o urbano ao fluxo e velocidade dos carros que transitam pelas ruas e provocam movimento aos viadutos que costuram a cidade Observa a multid o fervilhante pausa os passos para a casualidade e para escutar os balbucios dos comerciantes no centro da cidade assim como os ru dos e rumores que o circundam sem d vida o sujeito que observa e contempla as mudan as realizadas no per odo da modernidade e que caracterizaram a cidade moderna Benjamin 2009 descreve o fl neur como o sujeito que vagueia pela cidade em busca da frui o n o somente daquilo que vis vel e sens vel aos olhos mas tamb m do deleite da experi ncia de viver e contemplar a cidade 23 A pr tica da fl nerie uma pr tica da vida social na cidade moderna do cotidiano e de fluxos experienciais Esse flanar que possibilita uma verdadeira e intensa rela o de impress es e sensa es do homem com a cidade O fl neur esse sujeito vagante que caminha em busca de decifrar e desvendar as frui es e os segredos soltos na cidade surgiu no s culo XIX e passou a ser o exemplo t pico do contemplador capaz de revelar
30. estreia do Brasil na Copa do mundo contra o Jap o a expedi o teve in cio E com a mochila nas costas m quina fotogr fica pendurada no pesco o bloco de notas e caneta nas m os Fernando N sio e Andr caminharam durante tr s dias pela cidade de Belo Horizonte de Sul ao Norte percurso que rendeu muitas fotografias est rias curiosidades e bastante esfor o f sico A expedi o configurou se como uma experi ncia de caminhar pela cidade uma esp cie de atualiza o do fl neur benjaminiano e a pr tica da deriva de Debord 80 Pode se derivar sozinho mas tudo indica que a distribuic o mais proveitosa ser a que consiste em v rios grupinhos de duas ou tr s pessoas com id ntico n vel de consci ncia cujas observa es ser o confrontadas e levar o a conclus es objetivas DEBORD 2008 p 88 A despeito de todo o planejamento realizado o grupo foi a campo guiado apenas por um mapa adquirido em banca de revista e um roteiro rabiscado com o intuito de conhecer e observar locais quase nunca explorados por eles A ideia era mesmo sair ao acaso TEIXEIRA 2010 O acaso aqui pensado como aquela ordem de fen menos marcados pela impossibilidade de se localizar as suas determina es tudo aquilo que se d exposto sorte ao azar s coincid ncias aos acidentes s conting ncias indetermina es destino e aleatoriedade Aqui verifica se a proximidade com a pr tica da fl nerie e tamb m com a expe
31. fl neur t o conhecido e descrito por Baudelaire e Walter Benjamin no per odo da modernidade N sio o fil sofo vai responder referindo se ao Fernando Andr risos Fernando ah n o sei te dizer direito porque eu tamb m n o sou especialista em Benjamin mas eu acho que a perspectiva tamb m outra n Por causa do modernismo n o sei se exatamente a mesma coisa n o A gente pode pensar esse tipo de rela o talvez o pensamento como o caminhar isso uma pr tica que j vem desde de Arist teles Andr eu acho que foi um pouco diferente porque a gente tinha um pouco mais de objetivo A gente tinha um ponto de partida e um ponto de chegada e at alguns pontos no caminho Ent o n o foi assim uma caminhada de sair completamente sem destino Fernando a gente tinha umas fun es do Andr tirar foto o N sio e eu pegar relatos Ent o a gente tinha uma perspectiva ao mesmo tempo tamb m a gente se deixava perpassar por aquele movimento ali que teve como inten o mas como o Andr falou os objetivos eram claros 13 Mas voc s n o acham que totalmente diferente do que fazemos no dia a dia E assim acabam praticando essa fl nerie N sio ah sim dessa perspectiva sim Porque a eu teria que saber um pouco mais desse conceito pra saber exatamente pra ver onde que a gente acertou onde que a gente desviou Mas foi um exerc cio n o s f sico que a gente acabou se 129 dando conta dis
32. m de andarilho e a um cara que ele n o conhecia parou e deu guarita pra ele e agora ele tamb m faz isso TEIXEIRA 2010 Ver figura 49 Figura 49 o ex andarilho oferecendo cat no bule Fonte SALLES 2006 Experi ncias desse g nero os deixavam cada vez mais imersos possibilitando um conhecimento mais afetivo da cidade A cada rua e bairro novo que encontravam a caminhada ia adquirindo for a viabilizando a consci ncia da pluralidade dos locais sujeitos e rela es Outro exemplo refere se ao dia em que estavam caminhando no bairro Milion rios na regi o Norte da cidade Eles se depararam com duas ruas que se cruzavam e que se referiam a dois grupos sociais opostos e rivais Tratava se da Rua dos Cruzeirenses e a Rua dos Atleticanos refer ncias aos torcedores de dois grandes times de futebol de Minas Gerais De repente o grupo se deparou com a situa o mais improv vel Um torcedor vestido com a camisa do Atl tico andando pela Rua dos Cruzeirenses e um cruzeirense paramentado andando pela Rua dos Atleticanos Se n o bastasse essa coincid ncia repleta de simbologia o grupo conseguiu que ambos posassem para uma foto bem na esquina das duas ruas Ver figura 50 83 Figura 50 Torcedor atleticano e torcedor cruzeirense Fonte SALLES 2006 A expedic o BH de cabo a rabo tinha um determinado objetivo atravessar e explorar dois extremos Fotografar e registrar fazia parte da experi ncia mas n o como
33. menor n mero A vers o virtual da expedi o fluiu para uma experi ncia de confronto e compara o entre o vivido presencialmente e o vivido virtualmente O grupo comparava as imagens mostrava as diferen as quase como um jogo dos 7 erros apontando na tela do computador as mudan as que ocorreram no intervalo de tr s anos Eles explicavam como era antes e como a cidade se mostra por meio do Street View Assim na fl nerie virtual no momento em que decidiam o local a visitar digitavam no Google Maps o nome da rua ou avenida e clicando no mouse atravessaram Belo Horizonte de Sul a Norte mais uma vez revivendo hist rias e se entusiasmando com as mudan as E logo avistavam uma casa que mudou de cor a biblioteca que foi derrubada as rvores da pra a que cresceram o bar que mudou de patrocinador ou a borracharia que j n o est mais no mesmo local O que difere da expedi o presencial que eles podiam pausar para fazer outra coisa Na expedi o virtual 89 delimitar os locais que iriam explorar no Street View tamb m era permitido diferente da expedic o presencial que o intuito era sair ao acaso Os integrantes tamb m paravam o passeio para tomar uma gua fumar um cigarro ver not cias do jogo que estava passando e de repente voltar para o mesmo lugar onde pausaram A imagem estava ali intacta da mesma forma que deixaram anteriormente Na expedic o presencial a paisagem local se definiu pelo momento pelo
34. neo denominados no cap tulo anterior de fl nerie virtual Ferramentas de georeferenciamento e representa o do espa o como o Google Street View possibilitam aos usu rios uma experi ncia paradigm tica de deslocamento midiatizado Esse tipo de ferramenta modifica e acrescenta novas possibilidades aos tradicionais modelos de representa o cartogr fica novos aplicativos e recursos que possibilitam maior interatividade e imers o O tempo se constitui de a es que mudam os sentidos e consequentemente a espacialidade e a mobilidade As transforma es dessas a es sempre estiveram presentes na sociedade e com elas a necessidade de serem representadas Os antigos mapas expressam de maneira proeminente a representa o dessa espacialidade Os mais conhecidos e antigos foram os babil nicos feitos em placas de argila cerca de 2 300 a C exemplificado adiante na figura 5 As normas cartogr ficas os fundamentos de Geografia a concep o esf rica da Terra a linha do Equador os polos e o sistema de proje o em latitude e longitude foram herdados basicamente dos antigos gregos Depois disso surgiu o primeiro mapa m ndi gravado em pedra e com o passar do tempo vieram as primeiras representa es do planeta feitas sobre um disco met lico S depois que surgiram os paralelos meridianos Na Idade M dia os mapas passam a ter desenhos ilustrativos e com alegorias conforme exemplificado na figura 6 At que apareceram outras
35. o distanciamento de localidades e espa os geogr ficos portanto a ideia de mobilidade central para conhecer as novas caracter sticas das cidades contempor neas LE O 2004 p 21 Com isso surgem novas formas de rela o com o urbano a partir de dispositivos que permitem imers o e geolocaliza o a partir das ferramentas e cartografias informatizadas Giddens explica que essas mudan as adquirem rapidez e abrang ncia extremas atingindo v rias esferas da vida social de forma nunca antes experimentada Tais mudan as v o se reproduzindo de forma capilar por boa parte do globo atrav s de processos de interconex o apud BARROS 2005 p 42 Com isso a cidade contempor nea tornou se lugar de transi o de constru o de significados comunica o produ es simb licas e circula o de sentidos Cidade de grandes arquiteturas e in meros viadutos de informa o propagada acelera o e tempo mediados pelo fluxo das coisas m quinas e pessoas Na contemporaneidade todas essas caracter sticas tornaram se centrais para a configura o da cidade Ela se tornou o maior cen rio de comunica o informa o representa o proje o exacerba o e movimento cont nuo dando espa o para as cibercidades o ciber fl neur e novas pr ticas A pluralidade das tecnologias de informa o e comunica o reconfigura e redefine o espa o urbano n o suprime e nem torna as pr ticas anteriores obsoletas mas pro
36. o local al m da simbologia presente nas cidades e que envolve os cinco sentidos humanos vis o audic o olfato paladar e tato como confirma N sio ao referir se fl nerie virtual voc n o tomou o caf com broa do cara Na fl nerie presencial a presen a fundamental para os outros sentidos o que torna memor vel no passeio o transpirar recorrente do sol presente naquele momento o tremor do frio vindo do bairro mais alto o sabor doce do abacaxi do vendedor ambulante o som do fluxo dos carros o grito de oferta dos vendedores ambulantes debaixo da passarela da Lagoinha a sede o cansa o f sico etc Na experi ncia virtual a presen a expandida pelos aparatos tecnol gicos e a comunica o voltada para a intera o e imers o do sujeito com as m quinas Figura 61 Rua M rcia de Windsor Belo Horizonte MG Brasil 2006 Fonte SALLES 2006 101 Google maps Rua Marcia De Windsor em frente ao numero 52 EB Pesquisarno Mapa O que h por aqui Imprimir Enviar es Link Jogo Onde no mundo 4 Ex Figura 62 Rua M rcia de Windsor l registrada pelo Google Street View 2009 Fonte MAPS 2010 Assim h v rias formas para se pensar o que h de comum e singular em cada uma das experi ncias Em ambas poss vel explorar a cidade Na fl nerie presencial o sujeito sai de casa com a inten o de emergir nos segredos e mist rios que a cidade pode revelar a cada pa
37. o pessoal ficava fazendo exerc cio t toda arborizada agora com uns jardins t bonito Andr deixa eu ver roda a N sio n o t aqui os ferros Fernando ah t Mas num era bem cuidado assim n o N sio exatamente aqui Quando o Google passou tinha acabado de ser feito Andr s eu tirei essa foto aqui onde t esse cara de laranja virando pra c t vendo Onde tem os muros no fundo N sio ent o a o qu que eu fa o Andr a talvez n o tenha jeito Porque se o carro do Google passou aqui n o vai ter uma foto do lado de l N sio a gente pode dar um 380 graus e ter a vis o do carro Andr Vai ter a vis o desse muro Afasta a olhando pra esse muro Ah n o tem Anda um pra frente Luana joga ele de novo bem aqui Andr engra ado n o fundo refer ncia Fernando humrum As imagens e as conversas destacam as mudan as mas principalmente a diferen a dessas duas experi ncias Na experi ncia virtual o tempo percebido a partir das transforma es do local nas mudan as que ocorreram no per odo de uma r imagem para a outra e o espa o compreendido pelos limites e recursos da ferramenta e da imagem Como nas imagens abaixo ver figura 61 e 62 os ngulos 100 s o diferentes as proximidades outras mas as imagens revelam suas mudancas Na experi ncia presencial o que move essa relac o a presenca e a relac o afetiva com
38. pegman na posi o certa gui lo e arrast lo para qualquer outro lugar praticamente a mesma rela o que acontece do homem versus jogos de videogame ou jogos eletr nicos O jogo sugere uma intera o l dica mas antes de tudo quase sempre preciso explorar o tutorial ter uma no o de como utilizar o controle do que possivelmente acontece ou acontecer na tela qual e como chegar ao objetivo do jogo Para Lima 2010 p 12 os jogos s o partes importantes da cultura de todos os povos do mundo existindo como um dispositivo estrat gico de afirma o e recria o dos valores e normas culturais No entanto as cartografias digitais e informatizadas n o se diferem muito dos jogos eletr nicos e de alguma forma proporcionam um diferencial na cultura contempor nea Durante a fl nerie virtual essa intera o quase l dica p de ser percebida n o somente na manipula o do Google Street View enquanto procuravam determinadas ruas ou bairros mas tamb m nas conversas que tinham durante a pesquisa O di logo abaixo reproduzido exemplifica bem essa quest o 92 N sio virou outra Fernando u engra ado Ent o ser que n o pelo outro lado mesmo n o E a gente t seguindo o lado errado Andr pode ser pro outro lado N sio n s estamos voltando pra serra Fernando ah pra frente Pega o bonequinho e p e l na frente que mais f cil N sio aqui que eu caio Andr
39. pela ferramenta informar um problema afirma o site SAPO6996 2010 16 Informa o publicada no site Taringa Endere o nas refer ncias bibliogr ficas 57 Figura 29 Homem flagrado armado em Jaragu S o Paulo Brasil Fonte TARINGA 2010 Para amenizar as falhas e pol micas a Google al m de borrar o rosto das pessoas e placas de carro como foi citado anteriormente disponibiliza o servico de informar um problema um link que fica localizado ao lado esquerdo e inferior da imagem vista pelo recurso Street View Ao clicar no link o usu rio preenche um campo para detalhar o motivo pelo qual ele est informando determinada vista Nesse campo o usu rio informa se seus motivos s o por quest es de privacidade conte do impr prio ou outros ver figura 30 Google Mega Dr Informar uma Sweet view inadequada Sweat View Rus S o Jorgo Por que voc est informando esta vista de Preocvpas e com privacidade hito sefere te uma rage de Umass tinha ima gt May s cora Cometio impr prio Werilicacho de palomas Digas vs que voc v ns Soos aro CAROS n o PAY DO IA Figura 30 Campo de preenchimento para notificar uma falha do Google Street View Fonte MAPS 2010 58 Assim o lancamento da ferramenta passou a ser visto por muitas pessoas ativistas de movimentos sociais e governos como mecanismo de vi
40. possuem a fun o Street View ativada ver figura 22 Go gle maps Paris Fran a ro Map Mr ayi Figura 22 Demarcac o das reas que possuem Street View Fonte MAPS 2010 Os pontos em azul destacam no Google Maps os locais que podem ser visualizados com o recurso Street View Conforme arrastado o pegman vai disponibilizando um bal o com pequenas imagens e endere os da cidade 50 facilitando a escolha do local que prefere ter acesso Basta solt lo como em um voo virtual Logo aparece a imagem do local desejado em uma sequ ncia linear ver figura 23 Google Maps Parts perto de Rue de Buenos Akes Fran a Pesquasa no Maga a de Figura 23 Avenue de Suffren Paris Fran a Imagem ao n vel dos olhos Fonte MAPS 2010 A pesquisa ou passeio pelo Google Street View se inicia a partir de imagens capturadas em um ngulo de 360 na horizontal e 290 na vertical O usu rio pode caminhar pela cidade e ruas clicando nas setas inseridas nas imagens A cada clique a imagem vai esticando se e modificando o cen rio como quem anda nas ruas e a cada passo h uma casa diferente uma cena diferente a sua frente Esse processo desencadeia no usu rio a sensac o de imers o ao local transcendendo para uma nova experi ncia Ao lado esquerdo da tela o endereco vai alterando seja da rua ou numera o oferecendo orienta es sobre o local permitindo que o usu rio
41. que at a virada do s culo de 1800 para 1900 essa fazenda existia e ningu m sabe dela A a gente pensou em passar a gente foi chegando assim mais ou menos numa regi o que ela existia a pensamos em passar mais ou menos por l era um dos nossos objetivos tamb m de descobrir onde era essa fazenda Fernando que era ali no Bet nia na rsula Paulino N sio a a gente come ou a perguntar e a gente n o conseguia achar al m de uma vaga suposi o de onde era Andr na verdade foi o seguinte que esse bairro ele muito montanhoso a quando a gente chegou num senhor que era serralheiro l em cima a ele foi quem deu a informa o mais preciso Ele disse eu sei dessa casa existia eu ouvi falar que era ali E apontou mostrando pra gente L embaixo de onde j t nhamos sa do A a gente pensou em n o voltar N sio Foi naquele serralheiro n Na avenida do cercadinho onde voc tem aquela vista panor mica a ele apontou assim mostrando pro lado de l A o Andr deu pit e disse n o vou voltar risos Fernando e realmente era uma parte muito ngreme assim e acho que a refer ncia mais pr xima que a gente tem assim s o as rvores que a gente viu que tem rvores muito antigas naquela regi o D ind cios disso N sio mas a aquela hist ria tinha que ser uma coisa mais espec fica voltada para isso S que a proposta da caminhada n o era s isso ent o a gente t
42. rela es sociais Para Giddens 1991 se a rela o espa o e tempo era mediada 18 simplesmente pela presenca com o advento da modernidade houve uma radical transforma o A rela o social junto s mudan as e expans o da cidade tomou outra forma onde o espa o amplia o tempo e sugere uma nova concep o de presen a aus ncia circula o e intera o Por esse motivo percebe se que as cidades modernas intensificaram suas mudan as e transforma es Essas por sua vez transfiguraram e alteraram a rela o do homem com a cidade e consequentemente suas necessidades desejos e experi ncias Assim as quest es de espacialidade e temporalidade passaram a implicar diretamente na experi ncia do homem com o mundo e na transforma o de uma nova realidade Pensar privilegiadamente o tempo ou pensar privilegiadamente o espa o indicam pois modos maiores da consci ncia que temos da nossa experi ncia Pensar privilegiadamente aquilo que se expressa no tempo implica que cada momento conta e pertence natureza mesma daquilo que a realidade ou daquilo em que se torna CRUZ 2008 p 123 Segundo Cruz 2008 o espa o e tempo se alteram em seus sentidos e significados S o constru es de formas de experi ncias que se consolidam no instante de uma a o e percep o O tempo e espa o passam a se revelar de maneira indissoci vel por meio da sucess o de a es sejam elas presenciais ou virtuais Com o advento
43. resultaram na expans o da cidade com uma nova est tica de dimens es extremadas que passaram a ser marcadas por caracter sticas recorrentes da circula o de informa o da intera o e constru o de sentidos da altera o no comportamento social difundida pelo uso de tecnologias que configuram uma din mica na cidade e proporciona novas experi ncias espa o temporais Heitor Fr goli 1995 afirma que a cidade sofreu transforma es consider veis dispersando sua centralidade para ambientes fragmentados Com isso a espacialidade da cidade sofre mudan as e consequentemente a popula o busca novas maneiras de ser estar na cidade alterando seu cotidiano e assumindo novas configura es Para Leopoldo Waizbort 2000 p 323 as condi es de vida na cidade grande e moderna criam condi es e necessidades espec ficas de sensibilidade de comportamento Ocorre assim um crescimento recorrente ao advento da globaliza o e capitalismo inaugurando novas formas estruturais que implicaram diretamente no cotidiano na necessidade do homem moderno e principalmente na moderniza o e informatiza o da cultura O que antes era tido como tradicional de pequenas cidades deu espa o Revolu o Industrial que reconfigurou a cidade em um cen rio de zonas superpovoadas de fluxo intenso capaz de recriar e revelar o tempo e o espa o comprimindo a dist ncia pelo uso de tecnologias de comunica o que estabelecem m ltiplas
44. se de uma experi ncia subjetiva de mobilidade e ubiquidade em que poss vel se impor cidade a partir de uma l gica n o urban stica mas afetiva e subjetiva O que torna esta experi ncia diferente na rela o homem cidade s o a interatividade e a imers o Na modernidade o fl neur benjaminiano o sujeito que contempla a cidade a partir de uma rela o simultaneamente de interesse e exterioridade O fl neur observa sem se inserir na paisagem se desloca fisicamente pela cidade mas n o se integra como sujeito ativo da cena que contempla e que busca humanizar por meio de sua admira o e aten o J o ciber fl neur segundo Andr Lemos 2001 p 2 torna se observador que olha sem julgar que busca a imers o e n o necessariamente a compreens o que clica desesperadamente sendo levado a novos espa os digitais Em ambos existe a mesma experi ncia de estar e 67 n o estar entretanto por motivos opostos Enquanto o primeiro se desloca fisicamente pela paisagem urbana como um figurante de uma cena onde n o se insere como sujeito ativo o segundo se insere numa din mica urbana sem que esteja fisicamente presente No primeiro uma participac o marcada pela aus ncia pela contemplac o No segundo uma aus ncia suplantada pela possibilidade de imers o e interac o Desta forma objetiva se aqui destacar que essas diferencas criam outro sentido para as experi ncias contempor neas Elas se originam a partir das
45. suspei o um pouco nesse sentido a fotografia tamb m T dentro dos limites que a fotografia pode propor e ao mesmo tempo mais do que isso dentro dos limites que a fotografia pode propor e das potencialidades pra essas coisas que a pr pria fotografia pode sugerir A gente sabe por exemplo que uma propaganda da Coca Cola um an ncio da Coca Cola uma fotografia mas a lata t gelada na sua m o Aquelas gotas iluminadas o gelo ent o assim essas sugest es elas s o poss veis E isso deu pra perceber nessa hist ria n Quando a gente disse aqui esse lugar parecia estar mais violento Olha rolou um neg cio da pol cia aqui Tem polui o aqui referindo se aos coment rios de algumas imagens exploradas no Google Street View 19 Quando visitamos um local que n o conhecemos tudo novo voc s acham que ao fazer uso da ferramenta para mapear um passeio pode desencadear algum desencantamento em rela o ao local que ser visitado N sio bem as poucas vezes que eu utilizei o Street View foi para ver lugares que eu j fui ent o por exemplo em Paris quando estive em Paris risos eu quis mostrar pra Mariana esposa exatamente assim eu subi por essa rua aqui nesse mercado tinha uma cereja olha essas bancas de frutas tinha ali umas cerejas num pre o muito baixo eu pegava e saia comendo passava por essa avenida aqui tem isso aqui tem aquilo Ent o acho que ela pode te orientar Andr Mas e
46. tava vendendo CDs o outro vendendo num sei o qu TEIXEIRA 2010 Para o fl neur baudelairiano poss vel passar por um mesmo lugar diversas vezes e a cada vez descobrir diferentes paisagens simbologias e sensa es Na expedi o BH de cabo a rabo mesmo que cada integrante tenha ficado com determinadas fun es cada um vivenciou os momentos observou e memorizou a No Cristo Redentor do Barreiro conforme N sio descreveu houve uma situa o tensa em rela o seguran a que ser mais bem detalhado no t pico 3 3 87 cidade a sua maneira Cada um de n s fez uma certa cartografia de pensamento da cidade tamb m Pacheco 2010 E como confirma Andr bacana porque at entre a gente tem vis es diferentes Salles 2010 S o impress es desse g nero que descortinam a cidade ou revelam sobretudo a cidade escondida no meio de outros cen rios onde o espa o mediado pela disposi o ou cansa o e o tempo desvendado a cada passo e a cada nascer ou p r do sol Assim depois da fl nerie presencial a equipe do projeto BH de cabo a rabo aceitou revisitar os locais a partir de uma experi ncia com o uso de aparatos eletr nicos e estabelecer compara es sobre a pr tica da fl nerie utilizando a ferramenta Google Street View 4 3 Fl nerie virtual BH de cabo a rabo pelo Google Street View No dia 30 de setembro de 2010 a empresa Google inaugurou no Brasil a ferramenta Street View em
47. tecnologias digitais de representa o e intera o amplificou ainda mais as transforma es da cidade e tornaram se essenciais para a compreens o das novas formas de apropria o e uso de seus espa os Tais mudan as reconfiguraram a cidade especialmente no que se refere aos tr nsitos e fluxos A circula o passa a ser fundamental na rela o homem cidade e isso implica em mudan as nos padr es de intera o especificamente aquelas relacionadas ao movimento e deslocamento pela cidade Este trabalho parte da investiga o sobre a cidade moderna e a cidade contempor nea e se concentra na busca de compreens o do conceito de fl nerie e fl nerie virtual procurando compreender a experi ncia que tais pr ticas oportunizam Com o avan o da cidade e da tecnologia novos dispositivos e ferramentas foram processados para facilitar a vida do homem contempor neo na cidade Assim esta pesquisa tamb m vai analisar as fun es de algumas dessas ferramentas como o Google Street View O intuito destacar a sua funcionalidade e entender os processos interativos e imersivos que a ferramenta oportuniza Se ela inaugura uma fl nerie virtual se afeta e altera formas de intera o e imers o na cidade Para perceber um maior impacto dessas transforma es na sociedade contempor nea optou se por investigar um caso concreto de deslocamento e intera o pela cidade intitulado Expedi o BH de cabo a rabo com a inten o de se investigar d
48. tr s das mais importantes capitais do pa s e consequentemente que possuem maior acesso Internet Rio de Janeiro S o Paulo Belo Horizonte e em algumas cidades hist ricas de Minas Gerais Como visto no cap tulo anterior a inaugura o da ferramenta gerou al m de informa es inseridas nas cartografias digitais muitas pol micas e tamb m alguns benef cios Para dar continuidade pesquisa convidamos N sio Andr e Fernando a utilizarem a ferramenta Eles teriam al m do simples pragmatismo e da funcionalidade de mapas informatizados a condi o de revisitar os locais explorados na expedi o BH de cabo a rabo O objetivo era problematizar as quest es de espacialidade temporalidade media o intera o imers o e cidade oportunizadas a partir da experi ncia virtual e para atestar e atualizar o que haviam feito presencialmente s que agora mediados pelo Street View A proposta foi realizada numa tarde de domingo no dia 5 de dezembro de 2010 Sem a necessidade de muitos apetrechos bastaram dois computadores um ligado Internet para acessar o Google Street View e outro para explorar o acervo de fotografias feitas por Andr Salles no per odo da expedi o presencial Feitas as explica es b sicas j que nenhum dos tr s tinha muita familiaridade com a ferramenta logo os integrantes se mostraram imersos na espacialidade da cidade mediados pelas lembran as e instigados pela curiosidade de identificarem as 88
49. um sistema autom tico de registro conforme o carro caminha pelo local Na fotografia de Andr poss vel perceber maior proximidade O ngulo e o homem sentado aos p s do Cristo manifestam a dimens o da est tua J a imagem registrada pelo Google Street View sugere mesmo com o recurso zoom um plano padronizado certo distanciamento S pode ser visualizada de um determinado ngulo cedido pela pr pria ferramenta o que acaba por n o permitir uma imagem que revele a sua totalidade O zoom modifica a resolu o da imagem Todavia revisitar o Cristo Redentor do Barreiro pelo Street View permitiu que eles pudessem tamb m caminhar virtualmente pelo local sem qualquer temor possibilitando observar o ambiente sem pressa a partir dos recursos oferecidos pela ferramenta A intera o presente no Street View que favorece uma experi ncia personalizada e significante de fl nerie virtual e a rela o que envolve tudo isso que torna v lida essa experi ncia de subjetiva o na contemporaneidade Para Andr Salles o tempo no mundo virtual diferente Voc t ali andando numa rua voc n o pode de repente virar e falar ah essa rua n o tem nada de interessante saltei vou pra outro lugar N Voc tem que viver aquele 97 momento ali voc tem que passar por aquelas coisas que s vezes at te faz descobrir uma coisa interessante As vezes voc t andando numa rua que voc n o acha interessante mas
50. uma regra principal pois a primeira e maior regra era que os tr s fossem de Sul a Norte como uma experi ncia idiossincr tica com a cidade marcada pela abertura e pelo acaso A gente foi meio andando assim na verdade a gente ia perguntando pras pessoas nas ruas la pra um lugar e perguntava como que faz pra chegar l A eles diziam pega essa rua aqui e tal E foi bom assim da gente ter essa dimens o de qu o a cidade E voc ter essa percep o que acho que uma coisa que at t voltando agora por conta dessas obras da cidade de como que essa cidade detonada do ponto de vista arquitet nico est tico TEIXEIRA 2010 A disponibilidade para o novo e o acaso lhes rendeu tamb m o prazer de conhecer lugares memor veis como a antiga mercearia do Tot que remonta o final do s culo XIX quando Belo Horizonte ainda era o Arraial do Curral Del Rey Naquele lugar da regi o de Venda Nova as pessoas traziam produtos e mercadorias de outras cidades para abastecer o com rcio Mesmo com o passar do tempo e com o crescimento da cidade Tot manteve a mercearia com os velhos costumes vendendo de tudo no local Ver figura 51 84 Ele tem de tudo que voc possa imaginar Mangueira de passar fio corda de bacalhau bacia de pl stico pandeiro chuveiro vela branca vela vermelha cerveja Nova Skin Kaiser Brahma guaran arroz feij o acetona DVD tinta colorida l pis etc SALLES 2010
51. 2010 Com a singularidade que s h na fl nerie benjaminiana ainda poss vel chamar essa experi ncia virtual de fl nerie virtual Na figura 67 v se claramente o momento do esticar da imagem depois que o usu rio clica para dar passos frente A imagem turva emerge para outro lugar outra imagem da cidade como um deslocamento um mover se sem sair do lugar Assim pode se dizer que na fl nerie virtual mobilidade e ubiquidade caminham juntas 105 Google maps Avenida Edgar Torres Belo Horizonte Minas Gerais Pesquisar nte pa O que h por aqui EImprimir EJEnviar ssLink Jogo Onde no mundo Avenida Edgar Torres Belo Horizonte MG Imagem registrada pelo Google Street View Fonte MAPS 2010 Figura O que se percebe que assim como o fl neur que sai de casa sem muitas expectativas apenas com a vontade e desejo de entregar se ao acaso de alguma forma essa postura revela um objetivo mesmo que esse seja o de transviar se na cidade Da mesma forma o ciber fl neur ao revisitar conhecer ou localizar se em uma cidade fica sujeito a surpreender se tamb m com algumas imagens sejam elas de flagrantes estranhos arquiteturas bonitas ou pobreza em excesso ou at mesmo deslumbramento diante daquela cidade que anteriormente era para ele desconhecida ou parcialmente conhecida por sua experi ncia presencial Na fl nerie presencial a localizac o e o referenciamento se d o a partir de p
52. 24 jan 2011 TRUTS Question Your Av Afonso Pena Belo Horizonte Fam lia Lacerda 04 nov 2010 Dispon vel em lt http familialacerda blogspot com 2010 11 av afonso pena belo horizonte html gt Acesso em 03 mar 2011 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Mapa Cartogr fico Museu de topografia Dispon vel em lt http www ufrgs br museudetopografia museu museu mapas todos completos htm gt Acesso em 16 set 2010 VER N E 1987 Esquema para la an lisis de la mediatizaci n Revista Di logos N 37 Lima VERONI Wander Document rio Sete Segredos da Pra a 7 Caf com not cias 06 ago 2009 Dispon vel em lt http cafecomnoticias blogspot com 2009 08 documentario sete segredos da praca 7 html gt Acesso em 03 mar 2011 VIRILIO Paul O espa o cr tico Rio de Janeiro Editora 34 1993 WAIZBORT Leopoldo As aventuras de Georg Simmel S o Paulo Ed 34 2000 WEISSBERG Jean Louis Paradoxos da teleinform tica In PARENTE Andr Org Tramas da rede Porto Alegre Sulina 2004 WHITE Edmund Fl neur um passeio pelos paradoxos de Paris S o Paulo Cia das Letras 2001 WIKIP DIA Ficheiro Google Street View coverage svg 2010 Dispon vel em lt http pt wikipedia org wiki Ficheiro Google Street View coverage svgffile gt Acesso em 18 mar 2011 119 1 120 AP NDICE A Transcric o da entrevista realizada no dia 5 de dezembro de 2010 Como surgiu a ideia do projeto
53. 53314 43 942188 amp spn 0 0 001714 amp z 19 amp layer c amp cbll 19 953391 43 942164 amp panoid NCc3PqYF8 PNKYEfpixow A amp cbp 12 336 9 1 4 11 gt Acesso em 20 mar 2011 PARENTE Andr Enredando o pensamento redes de transforma o e subjetividade In PARENTE Andr Org Tramas da rede Porto Alegre Sulina 2004 PAULA Jo o As cidades In BRAND O Carlos Ant nio Leite Org As cidades da Cidade Belo Horizonte Editora UFMG 2006 p 21 49 PETR Gustavo Street View estreia na Am rica do Sul com 51 cidades brasileiras G1 tecnologia e games 30 set 2010 Dispon vel em lt http g1 globo com tecnologia noticia 2010 09 street view chega ao brasil mostrando ruas de 15 municipios html gt Acesso em 18 mar 2011 PONTUAL Virg nia LEITE Julieta Da cidade real cidade digital a fl nerie como uma experi ncia espacial na metr pole do s culo XIX e no ciberespa o do s culo XXI Revista Famencos n 30 ago 2006 QUEIROZ Filho Alfedro Pereira de RODRIGUES Marcos A arte de voar em mundos virtuais S o Paulo Annablume 2007 RODRIGUES Adriano Comunica o e experi ncia 2011 Dispon vel em lt http www bocc ubi pt pag rodrigues adriano comunicacao experiencia html gt Acesso em jan 2011 ROUANET S rgio BRISSAC Nelson a cidade que habita os homens ou s o eles que moram nela hist ria e material em Walter Benjamin trabalho das passagens Revista USP v 1 n 15 p 49
54. BH de cabo a rabo Andr n o fa o a m nima ideia risos N sio ah foi meio que conversa de bar Andr foi meio que ideia de bebum risos Mas foi em 2006 Fernando n o acho que foi antes Andr acho que foi em 2005 Fernando final de 2005 Andr n o acho que foi at antes sabia porque a gente deu uma enrolada boa pra come ar Porque a gente ficou com medo tipo assim rolou a ideia mas eu lembro que a gente ficou naquela ser que a gente vai mesmo O que ser que a gente precisa Ser que d certo A passou a poca de chuva a a gente deixou passar a chuva porque a gente pensou n o vamos numa poca em que tiver com o tempo melhor no inverno Mesmo assim a gente deu uma enrolada boa pra ir N sio Mas n s fizemos em junho de 2006 Fernando Na Copa do mundo de 2006 N sio s pegar o dia do jogo da copa do Brasil x Jap o de 2006 esse dia foi o primeiro dia Andr ali no computador tinha referindo se data espec fica O lance de ser na copa foi uma ideia proposital N sio N o Na verdade n o Acabou que coincidiu com as f rias tamb m Porque eu dou aula o Fernando tava formando n o isso Fernando eu tava formando N sio O F bio tamb m A coincidiu A gente at achou bom porque a tinha essa coisa do registro da copa esse movimento da copa 4 121 E qual o objetivo principal da expedi o Andr sei l risos Na verd
55. Brasil H especula es de que o garoto de blusa branca estaria segurando uma arma Fonte MAPS 2010 Com a ajuda de usu rios da ferramenta alguns flagras extremamente desapropriados foram descobertos e enviados ao servico Google pelo recurso informar um problema dispon vel nas imagens exploradas pelo Street View Por 56 exemplo o caso de um corpo enrolado em um saco pl stico e exposto em uma rua da cidade do Rio de Janeiro ver figura 28 O registro foi enviado ao servico Google e a empresa notificou que iria distorcer a imagem ou tir la da web para evitar qualquer constrangimento para a cidade bairros e at mesmo usu rios A imagem foi retirada do servico para n o comprometer a cidade No entanto permanece registrada em informativos soltos na internet Corpo flagrado por c meras do Street View Foto Reprodu o Figura 28 Corpo flagrado e coberto com pl stico em uma Rua do Rio de Janeiro Fonte G1 2010a Enquanto mapeava a Zona Norte da capital paulista no bairro Jaragu o carro do Street View flagrou um homem caminhando na Rua Cl udio Santoro em plena luz do dia com uma pistola na m o ver figura 29 Conforme a mat ria do site Taringa em nota oficial o Google afirma que todas as imagens usadas servi o s o cenas urbanas captadas em vias p blicas Caso algu m sinta que as imagens exibidas sejam impr prias h a possibilidade de solicitar a retirada das fotos
56. Brasil com o m ximo da func o zoom ativado Fonte MAPS 2010 Para melhorar a estrutura de informac o e visualizac o das cartografias informatizadas da empresa Google foi lancada em 25 de maio de 2007 e vinculada ao Google Maps a ferramenta Google Street View criada para que seus usu rios explorassem o mundo a partir de imagens capturadas de uma c mera acoplada em um carro ver figura 17 Essa nova ferramenta integra uma vista panor mica de 360 na horizontal e de 290 na vertical simulando a vis o humana Oferece tamb m dados e informa es de localiza o de ruas parques ciclovias e outros 46 com um conjunto grande de detalhes integrados em um sistema de navegac o virtual Algumas ruelas becos morros e favelas deixaram de ser fotografadas porque o ve culo n o conseguia acesso No entanto a empresa criou a Trike ver figura 18 triciclo que ajuda e permite o mapeamento desses locais mais dif ceis Tudo isso propicia uma experi ncia de visualizar conhecer e reconhecer v rios pa ses e cidades a partir de imagens configurando uma nova experi ncia de inclus o imers o intera o proximidade e pr tica de deslocamento Sugere tamb m ao usu rio explorar o espa o urbano que habita e aqueles distantes anulando a dist ncia e comprimindo o tempo Figura 17 Carro do Google Street View com c mera acoplada no teto do carro Fonte FERNANDES 2010 Figura 18 Trike bicicleta que a empresa usa para m
57. Em recorr ncia dessas transforma es o espa o passa a ser mediado pelo uso de m quinas que comprimem a dist ncia e o tempo mediado pela velocidade e tr nsitos constituindo as malhas urbanas que delineiam e comp em as metr poles expansivas das cidades contempor neas Esse cen rio que passa ent o a movimentar o homem dentro das cidades 2 3 A cidade contempor nea e as novas pr ticas de deslocamento O que se torna acess vel nas cidades contempor neas aquilo que est de alguma forma vinculado ao tempo e espaco e que difunde uma relac o mediada por aparatos tecnol gicos e fugacidade das m quinas Eles acabam por originar tamb m uma rotina de lentid o caracter stica da contemporaneidade recorrente dos excessos O advento da tecnologia aguca caracter sticas amb guas e para ameniz las surgem no s culo XX ferramentas tecnol gicas capazes de modificar a vida do homem contempor neo a fim de revelar novas possibilidades de estar e usufruir da cidade Essas ferramentas de mobilidade e circulac o n o anulam as experi ncias na cidade mas intensificam nas e modificam a percepc o do sujeito permitindo maior acessibilidade explorac o e relac o com a cidade e os outros Como afirma Andr Lemos 2004 p 19 a cidade est se transformando na velocidade das trocas informacionais planet rias modificando o pr prio imagin rio das cidades Com isso as cidades contempor neas se caracterizam pelo excesso de
58. G Brasil 2006 77 Figura 46 Passarela Esta o Lagoinha Belo Horizonte MG Brasil 2006 78 Figura 47 Vista de Belo Horizonte pr ximo ao clube Liban s 2006 78 Figura 48 Imagem registrada ao final da expedi o BH de cabo a rabo Na foto Andr N sio e Fernando Jockey Club Cidade Administrativa Belo Horizonte MG AAA e 79 Figura 49 o ex andarilho oferecendo caf no bule 82 Figura 50 Torcedor atleticano e torcedor 83 Figura 51 Mercearia do Tot localizada na Rua Madureira com Apor Na foto a dona danna 84 Figura 52 vendedora de pimenta 85 Figura 53 Rua Edgar Torres Na foto neto do fazendeiro Edgar Torres 85 Figura 54 Fotografia da fazenda do Sr Edgar Torres cedida pelo neto dele 86 Figura 55 In cio da expedic o BH de cabo a rabo Rua M rcia de Windsor Rola mo a Belo Horizonte MG Brasil Na foto F bio N sio e Fernando 90 Figura 56 Figura 56 Rua M rcia Windsor no recurso Google Street View 90 Figura 57 Cristo Redentor do Barreiro Imagem registrada em 2006 95 Figura 58 Cristo Redentor do Barreiro Imagem registrada pelo Google Street View
59. Mercearia do Tot localizada na Rua Madureira com Apor Na foto a dona da mercearia Fonte SALLES 2006 Figura 51 Para os tr s integrantes BH de cabo a rabo n o rendeu somente uma experi ncia de conhecer Belo Horizonte mas tamb m uma experi ncia subjetiva de interac o e imers o que dificilmente ir o esquecer Ao mesmo tempo voc encontra pessoas muito bacanas hist rias muito bacanas que de outra forma a gente nunca teria essa chance de conhecer TEIXEIRA 2010 Isso comprovado pelo caso da moca da loja de pimenta na subida da Avenida Edgar Torres no bairro Milion rios regi o Norte Ali o grupo se deparou com uma loja de pimenta onde tudo era vermelho a loja o balc o as paredes o batom e inclusive a roupa da vendedora ver figura 52 Tamanha surpresa desencadeou a curiosidade de conversar com ela N sio perguntou lhe se ela sabia por que a rua chamava Edgar Torres e com uma resposta sucinta e inesperada ela disse que sim Ela afirmou que a rua tem aquele nome em homenagem ao av do vizinho e consequentemente foi cham lo para explicar o motivo da homenagem Logo o grupo estava diante do neto de Edgar Torres e com um acervo fotogr fico enorme O av do rapaz teve uma grande fazenda naquele local que hoje uma rua com o nome dele ver figura 53 e 54 85 my 2 824 ii 1554 1 lt Figura 52 A ven
60. PONTIF CIA UNIVERSIDADE CAT LICA DE MINAS GERAIS Programa de P s Graduac o em Comunicac o DA FL NERIE AS NOVAS PR TICAS DE DESLOCAMENTO PELO ESPACO o andar pela cidade na expedic o BH de cabo a rabo Luana Cavalcanti da Silva Belo Horizonte 2011 Luana Cavalcanti da Silva DA FL NERIE AS NOVAS PR TICAS DE DESLOCAMENTO PELO ESPACO o andar pela cidade na expedic o BH de cabo a rabo Dissertac o apresentada ao Programa de P s Graduac o em Comunicac o Social da Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais como requisito parcial para a obten o do t tulo de Mestre em Comunica o Social Orientador Prof Dr Jos M rcio de Barros Belo Horizonte 2011 FICHA CATALOGR FICA Elaborada pela Biblioteca da Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais S586f Silva Luana Cavalcanti da Da fl nerie s novas pr ticas de deslocamento pelo espaco o andar pela cidade na expedi o BH de cabo a rabo Luana Cavalcanti da Silva Belo Horizonte 2011 139f il Orientador Jos M rcio de Barros Disserta o Mestrado Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Programa de P s Gradua o em Comunica o Social 1 Cidades e vilas 2 Belo Horizonte Vis o panor mica 3 Ambientes virtuais 4 Intera o social 5 Media o 6 Google Street View 7 Projeto BH de cabo a rabo I Barros Jos M rcio Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais Prog
61. a cidade e dela extra a cheiros sons e significados na cidade contempor nea esse exerc cio realizado tamb m pelo ciber fl neur Ele passeia por imagens que expressam caracter sticas peculiares da contemporaneidade capturadas por dispositivos m veis e cada vez mais eficientes Elas s o moldadas e trabalhadas a partir de ferramentas capazes de transform las e aplic las em tecnologias digitais que reordenam o tipo e o fluxo de imagens transformando e modificando a caracter stica e a dire o do olhar e do contemplar Com isso aquilo que anteriormente era tido como desconhecido e novo hoje exposto em tecnologias de f cil acesso sugerindo outra forma de visualizar observar e perceber o mundo sugerindo outras perspectivas de contempla o intera o e conhecimento e partindo de uma visualiza o imag tica que transfigura diretamente na rela o homem espaco urbano 34 3 CARTOGRAFIAS 3 1 Espa o tempo e representa es cartogr ficas Segundo Milton Santos 2002 o espa o se constitui por um conjunto de sistemas de a es e sistemas de objetos que interagem entre si propiciando transforma es na experi ncia humana Na contemporaneidade o espa o e tempo alteram seus sentidos e significados e passam a oportunizar outra experi ncia cultural em que tudo ao estar ao alcance torna se poss vel No contexto de transforma es emergem novas experi ncias de intera o no espa o p blico contempor
62. a experi ncia com e na cidade Mas que tipo de mudan a a ferramenta Google Street View foi capaz de provocar na rela o com a cidade Na fl nerie virtual e fl nerie presencial como dito anteriormente h um car ter de experi ncia subjetiva em ambas Mas como isso se d O que se percebe com o uso da ferramenta Google Street View que as imagens as informa es e coordenadas de localiza o facilitam de maneira georeferencial a vida do sujeito na cidade sugerindo trajetos mais pr ticos para uma determinada localiza o o que consequentemente amplia o tempo no cotidiano do homem contempor neo e diminui o espa o possibilitando o usufruir do seu dia a dia e atividades com mais precis o Nesse sentido tal experi ncia desencadeia tamb m a perda de conhecer a cidade a partir do caminhar e perder se nela O uso da ferramenta determina o trajeto e o usu rio infiltra se nas coordenadas estabelecidas pelo mapa virtual impedindo o de experimentar explorar outros extremos das cidades de entrar em uma rua sem sa da ou descobrir um morro que esconde o p r do sol dentre outras paisagens que a cidade revela Mas a pr tica da experi ncia presencial e experi ncia virtual possuem algumas semelhan as que revelam outro tipo de experi ncia Na fl nerie virtual h limita es para explorar imagens lugares e alguns recursos para manuseio que n o s o t o pr ticos para facilitar utiliza o do mapa digital Na fl nerie presen
63. a 43 mostra o ponto onde iniciaram a expedi o na Rua M rcia de Windsor com uma vis o panor mica de uma imagem registrada por sat lite Na figura 44 h tamb m uma vis o panor mica de uma imagem registrada via sat lite de onde foi finalizada a expedi o Jockey Club Serra Verde Cidade Administrativa Google maps ruamarcia de windsor Belo Horizonte Minas Gerais Pesquisar nt Epa que h por aqu E us expedi o BH de cabo a rabo Fonte MAPS 2010 2 Trajeto feito durante a expedi o BH de cabo a rabo Cedido por N sio Teixeira 77 Google Maps cidade administrativa Belo Horizonte Minas Gerais TD O que hb por sgu gt lt E r h ai Figura 44 Rua Jockey Club Serra Verde Belo Horizonte MG Brasil onde o grupo finalizou a expedi o BH de cabo a rabo Fonte MAPS 2010 O grupo conta que separou poucas roupas o suficiente para que coubessem em suas mochilas Levaram uma m quina fotogr fica para fazer registro do que fosse poss vel caneta e bloco de notas e apesar do componente l dico estar presente desde o in cio o objetivo da expedi o era atravessar a cidade e realizar um reconhecimento entre a parte mais urbanizada Sul e a regi o Norte As figuras abaixo mostram algumas imagens registradas durante a expedi o BH de cabo a rabo Figura 45 Belo Horizonte MG Brasil 2006 Fonte SALLES 2006
64. a Fani Carlos 2007 p 18 essa ideia de tempo que permeia a vida das pessoas ritmando o corre corre da metr pole atinge cora es e mentes inebria e amortece A rela o das pessoas com o tempo mediada pela m quina Com o advento desse modelo de experi ncia de conforma o da cidade marcado pela comunica o e pelo avan o da tecnologia as formas de intera o nas cidades modernas passam a ser vivenciadas e controladas pela prolifera o do consumo e informa o causando transforma es provocando mudan a na cidade e na vida social do homem moderno As cidades passam a ser lugar de fluxo das m quinas proje es interatividades repletas de mobilidade e dinamismo Tais transforma es desenvolveram se a partir do desejo inquietante de mudan a do homem crescimento e forma o das cidades modernas 2 2 O fl neur como cone da cidade moderna Para Erick Felinto 2006 nos fins do s culo XIX a deflagra o da tecnologia das m quinas e o processo de industrializa o nas cidades al m de produzir novos fluxos e ritmos geraram uma vis o de que tais caracter sticas trariam mudan as ca ticas in spitas destrutivas e perigosas A despeito desta vis o e a partir delas consolidou se um novo modo de agir com a espacialidade e temporalidade estabelecendo rela es com o lugar e revelando o homem como um sujeito capaz de se apropriar da cidade como um verdadeiro lugar de experi ncia pungente apropria es
65. a barra de busca o assunto que deseja pesquisar na 40 Figura 8 Ap s a busca uma lista de sites sugerida com informa es sobre o 40 Figura 9 Na ferramenta de imagens o site disponibiliza o acervo de imagens sobre MANDE O REDE OMR DR RODE CARE AU A ER RR CG RR RA 41 Figura 10 Servi o Gmail a ferramenta de e mail da Google onde poss vel enviar A E OND 42 Figura 11 E book Google Acervo de livros digitalizados dispon veis gratuitamente A Ud DADE RD rn DD 42 Figura 12 Google Maps Sistema de busca de cartografias digitalizadas e ada 43 Figura 13 Mapa com imagens de sat lite da Praca da Savassi Belo Horizonte MG e E 44 Figura 14 da Pra a da Savassi Belo Horizonte MG Brasil 44 Figura 15 Mapa com imagens de sat lite da Praca da Savassi Belo Horizonte MG Brasil As linhas em verde demonstram o tr nsito local 45 Figura 16 Mapa com imagens de sat lite da Praca da Savassi Belo Horizonte MG Brasil Com O m ximo da fun o zoom ativado assacsasssasicasacanicasanarisasacasicasaoanicasis so 45 Figura 17 Carro do Google Street View com c mera acoplada no teto do carro 46 Figura 18 Trike bicicleta que a empresa usa para mapear e explorar locais restritos E de aclar 46
66. a rela o do homem com a cidade Uma nova forma de conhecer transitar e movimentar se dentro dela sem sair do lugar A prolifera o da tecnologia alterou os sistemas cartogr ficos para sistemas cartogr ficos informatizados unificando o espa o e o tempo e modificando as formas de transitar e perder se pela cidade A cartografia ci ncia e arte de elaborar mapas cartas e planos uma das mais antigas manifesta es de cultura LE O 2002 p 15 Esses sistemas cartogr ficos sofreram mudan as desde sempre e hoje se personalizam conforme as necessidades tecnol gicas e informativas que o homem contempor neo busca Portanto como citado anteriormente o Google Street View uma nova cartografia informatizada A partir de uma explora o imag tica da cidade permite novas percep es do espa o e tempo novas pr ticas de deslocamento e experi ncias ao alcance de um clique no mouse proporcionando outro tipo de transitar pelo mundo pr tica nomeada anteriormente de fl nerie virtual Ela desencadeia uma experi ncia de subjetiva o do homem com a cidade contempor nea permitindo nos fazer diversos usos da ferramenta e interpretando de diferentes formas sua funcionalidade para a rela o do sujeito com a cidade 73 4 NOVAS EXPERI NCIAS COM E NA CIDADE 4 1 Experi ncia presencial e experi ncia virtual Na atualidade s o v rias as formas de interac o e imers o na cidade especialmente em func o da prolifer
67. a tava boa 125 Andr Foi uma ducha inesquec vel risos N sio a gente n o tomou banho juntos risos Andr cada hora um risos N sio mas Fernando lembrou bem teve uma hora que bateu uma inseguran a quando a gente tava ali na Lagoa do Nado sem saber mesmo A gente tinha passado por um motel no in cio da avenida Portugal perto do Via Brasil a gente at pensou nisso a acho que foi o Andr que lembrou desse que era timo porque n o precisava voltar E a gente foi ent o l no caminho a gente viu esse restaurante e pensou que se rolar ia ser timo Andr e foi uma hora tamb m que a gente correu o risco de ter que largar no meio Porque a gente n o tinha a menor possibilidade de dormir a n o ser que a gente come asse a bater nas casas das pessoas que n o era uma possibilidade que tava passando muito pela cabe a da gente E era um bairro j numa zona residencial n o tinha hotel nenhum por perto N sio e depois na verdade que eu lembrei do Z de vaca que tem a casa dele l Andr ah voc lembrou N sio n o depois Andr hoje n risos Nisio mas era um lugar que a gente podia Porque isso a gente saiu sem planejar onde dormir Tipo hoje vamos dormir no hotel do Centro e tal n o teve reserva A ideia era mesmo de sair ao acaso Andr at bacana porque quando voc vai pro meio do mato andar voc pensa em riscos um risco de cair num barranco e machuca
68. ac o das tecnologias de comunicac o na contemporaneidade Os novos dispositivos atuam diretamente na relac o homem com a cidade o que acabou por originar certo mimetismo e uma nova experi ncia de imers o e intera o desencadeando diversas quest es sobre valores sociais espacialidade e temporalidade A ferramenta Google Street View um desses recursos que proporciona ao usu rio uma nova experi ncia que vai al m das quest es de georeferenciamento mas tamb m de conhecimento desejo e curiosidade Todas essas caracter sticas estabelecem fun es espaco temporais que redefinem a rela o do sujeito com a cidade Como visto nos cap tulos anteriores h portanto diferentes e in meros atributos que a ferramenta Google Street View possibilita e tamb m diferentes formas de se apropriar dela Uma delas o uso do recurso para a pr tica da fl nerie virtual A ferramenta apresenta a cidade mapeada e dispon vel na web a partir de um plano espacial e imag tico que permite ao usu rio al m da interatividade a experi ncia da imers o por v rios lugares cidades e pa ses O projeto de cabo a rabo escolhido aqui como estudo de caso desta pesquisa foi realizado em 2006 por N sio Teixeira Andr Salles e Fernando Pacheco O objetivo principal foi o de realizar uma expedi o a p de Sul a Norte em Belo Horizonte explorando os lugares e paisagens conhecidos e desconhecidos pelo grupo Dada a experi ncia anterior foi p
69. adas Fonte MAPS 2010 A ferramenta Google Maps foi lancada no Brasil em 2007 para oferecer um servico de pesquisa e visualizac o de mapas com cartografias que exibem imagens fotogr ficas e imagens de sat lite da Terra A ferramenta surgiu com a necessidade de facilitar a locomoc o do homem contempor neo no ambiente urbano a fim de orientar e localizar a partir de cartografias e imagens que emergem para orientac o informatizada de cidades e pa ses Tais imagens possuem servicos de zoom e disponibilizam rotas detalhadas coordenadas e orienta es de posicionamento O sistema gratuito na web e o seu servi o dispon vel para diversos pontos nos Estados Unidos Canad na Europa Austr lia Brasil e outros A proposta da empresa de conseguir mapear o mundo e disponibiliz lo na Internet com diversas fun es que destacam seu diferencial quanto aos mapas impressos A ferramenta Google Maps oferece a visualiza o do mapa com imagens via sat lite com marcadores de pontos importantes da cidade marcadores de tr nsito destacando o tr fego nas ruas orienta o de rotas via metr nibus carro ou a p As figuras 13 14 15 e 16 destacam algumas dessas fun es do Google Maps 44 Web imagens Videos Mapas Goal pus Y aviat Meu perti 1 tomire ataco web Corto 1 Agd Das Google Maps Av Get lio Vargas Savassi Belo Horizonte MG E Pesquisar no Mapa que h
70. ade o objetivo era assim a gente pegar o ponto mais Sul da parte urbanizada do munic pio de Belo Horizonte at o ponto mais norte A a gente entrou no mapa inclusive a gente usou muito na poca o Google Earth pra achar o ponto mais Sul N sio ah isso legal a gente usou o Google Earth pra fazer isso Ent o a ideia era pegar esses dois extremos Andr a ideia era assim a gente queria atravessar Belo Horizonte a a gente viu que era mais bacana de Norte a Sul dos extremos assim do que de Leste a Oeste A a gente come ou a ver que o Norte a gente conhecia melhor e o Sul era uma regi o completamente desconhecida pra gente Ent o a gente pensou em come ar do Sul porque a gente tem certeza que vai estar l de manh J no Norte a gente n o sabe que horas vamos chegar A gente n o tinha ideia de quantos dias ia demorar se ia demorar um dia dois dias tr s dias a gente n o fazia ideia A gente s imaginava que fosse em tr s dias mas mesmo assim n o faz amos a m nima ideia N sio A gente queria conhecer a cidade E t nhamos uma vaga no o de que a gente podia de fato pernoitar no Centro no primeiro dia Mas n o exatamente no Centro como acabou sendo mas talvez ali no Floresta por ali em algum lugar E como foi o processo de execu o do projeto Foi feito algum roteiro O que foi utilizado para tra ar e mapear os locais visitados Andr O interessante que utilizamos muito o Google Ear
71. ade digital com interfaces gr ficas e informa es bin rias a exemplo de textos sons imagens fixas e animadas O Ciber fl nerie deixa suas impress es nos portais e variados sites O uso intenso dessas ferramentas tecnol gicas inaugura outras pr ticas sociais Elas acabaram por inaugurar novos la os de intensidade o que refor a e redefine a espacialidade e temporalidade possibilitando novas significa es de aproxima o no e com o espa o urbano Assim o uso do que vis vel r pido e m vel transforma a cidade contempor nea como em uma grande difus o de novos valores e experi ncias Walter Benjamin 1994 em sua cr tica acelera o t cnico cient fica t pica da modernidade convida a refletir sobre todo o processo que precede a virtualidade no mbito da experi ncia contrapondo com as pr ticas de inclus o vigentes hoje Contudo n o se pode pensar essas pr ticas como algo que despersonaliza a Twitter um microblog e rede social que permite que os usu rios recebam e enviem mensagens para seus contatos 7 Informa o dispon vel no blog Teia do Aranha Endere o eletr nico nas refer ncias bibliogr ficas 31 relac o homem cidade que estabelece v nculos ef meros que vazio fugidio prec rio ou excludente E nem cabe fazer somente uma an lise comparativa da fl nerie da modernidade com a fl nerie virtual Mas sim extrair mediante a an lise de alguns dispositivos e ferramentas como se
72. ades m ltiplas mut veis e ampliadas DUARTE FIRMINO 2010a p 111 Assim verifica se que a situa o de deslocamento oferecida pelo Google Street View irrompe com o deslocamento comum e nos prop e uma pr tica aut noma e ilimitada com a dist ncia o tempo as fronteiras os percursos e inclusive os obst culos O que significa que o Google Street View permite explorar cidades de forma que poss vel estar em v rios locais sem sair do lugar Isso nos remete a uma experi ncia de ubiquidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo como sujeito onipresente Portanto no Street View as formas de explorar os mapas e as cidades se d o a partir da linearidade das imagens A interatividade do sujeito com a ferramenta que produz o movimento preciso clicar nas imagens para explorar as ruas passo a passo como quem caminha no local Esse paradoxo do m vel e ub quo que proporciona uma nova dimens o uma experi ncia subjetiva onde poss vel mover se sem sair do lugar Tais possibilidades de integra o do m vel e o est tico configuram a singularidade da experi ncia de subjetiva o que o Google Street View inaugura A fl nerie virtual ou ciber fl nerie demanda sempre a media o de um computador ou smartphones celulares ligados rede Na explora o dos links imagens e registros o tempo livre e o modo de navega o comporta intera o e 69 imers o as mais diversas e particulares Cada um pode estabele
73. al a sensac o de inseguranca os fez em alguns momentos apressar os passos impedindo os de tirar fotos O que de alguma forma provoca outra relac o com a experi ncia sen o outro tipo de experi ncia Na cidade apesar desse fator estar presente n o em todo lugar que isso se manifesta E quando ocorre capaz de modificar roteiro ritmo e perspectivas Nas figuras 57 e 58 veem se as imagens do Cristo Redentor do Barreiro cada uma a seu modo Figura 57 Cristo Redentor do Barreiro Imagem registrada em 2006 Fonte SALLES 2006 2 E k A gt gt Cabe aqui deixar claro a necessidade de outra pesquisa cujo corpus emp rico seja o estudo de pessoas que navegam por cidades desconhecida para ent o saber qual seriam suas diferen as 96 Google maps cristo redentor barreiro Em Pesquisar nf O que h por aqui E Imprimir EJEnviar esLink Jogo Onde no mundo D A Pra a Renontori Rua Dona Lala Fernandes Belo Horizonte Minas Gerais Brasil E a Fotos Figura Cristo Redentor do Barreiro Imagem registrada pelo Google Street View em 2009 Fonte MAPS 2010 Ambas possuem media es distintas exibem a mesma figura no mesmo local mas destacam diferentes caracter sticas que revelam o diferencial entre elas Em uma ver figura 57 o sujeito o fot grafo que registra a imagem com uma m quina mas de modo manual A outra ver figura 58 pela ferramenta Google Street View com
74. am por n o se importarem se sua imagem estar ou n o l Talvez um aviso pr vio diminu sse as reclama es sobre invas es de privacidade ou repercutiria em um alvoro o maior em um n mero maior de interven es obscenas ou n o o que acabaria por descontextualizar a realidade da cidade Nas figuras 34 36 e 37 percebe se que os rostos de todas as pessoas presentes na imagem n o foram borrados e todas as tr s imagens foram realizadas com funcion rios da empresa Google que sem d vida tinham o consentimento da a o O que s afirma que o aviso da a o da ferramenta s ocasionaria um grande n mero de interven es informa es e propagandas feitas pelas pessoas que utilizariam a ferramenta como mediadora Por m n o foram evidenciadas apenas as quest es pol micas da ferramenta O Google Street View consolidou se tamb m como um mecanismo que n o s facilita o posicionamento como oferece possibilidades de monitoramento e vigil ncia na resolu o de casos policiais O Google Street View facilita a busca da pol cia em assaltos a casas tr fico e outros roubos Por exemplo o caso do departamento de pol cia inglesa de Derbyshire Os policiais foram comunicados que 2 Informa o publicada no site intonses Endere o eletr nico dispon vel nas refer ncias bibliogr ficas 64 o Google Street View registrou a imagem de um homem suspeito na frente de uma resid ncia assaltada h um tempo A pol cia divulgou a ima
75. apear e explorar locais restritos e de dif cil acesso Fonte PETR 2010 47 A princ pio apenas cinco cidades americanas estavam dispon veis no servico Street View Nova lorque S o Francisco Las Vegas Denver e Miami N o h nenhuma fonte segura que explique exatamente porque somente nesses lugares houve acesso no come o mas tudo indica que por quest es de libera es pol ticas e tamb m porque leva bastante tempo para que a empresa consiga mapear toda uma cidade ou pa s No entanto o progresso de mapeamento das cidades e pa ses foi acontecendo gradativamente e hoje o Street View j mapeou aproximadamente 27 pa ses dentre eles o Brasil Jap o Fran a Estados Unidos It lia Austr lia etc Nos pa ses como Argentina Chile Pol nia Eslov quia e outros algumas imagens j est o sendo capturadas e logo estar o dispon veis na ferramenta A proposta da empresa que o Google Street View venha a ser a maior cartografia digital e informatizada do mundo Alguns lugares como a Alemanha fam lias chegaram a pedir empresa para que n o fotografassem suas casas por quest es de seguran a Figura 19 Demonstra o dos pa ses onde o Google Street View acede seu servi o Fonte WIKIP DIA 2010 A figura 20 a legenda da imagem na figura 19 A cobertura onde o Google Street View atua e pretende atuar 1 Informa o dispon vel na refer ncia bibliogr fica G1 2010c 48 Explanation Current
76. ar no Street View mas a ferramenta restrita s ruas largas e grandes avenidas O triciclo que entra em ruelas passarelas e becos n o estava sendo utilizando quando o Google Street View decidiu fotografar Belo Horizonte o que de alguma forma restringiu a fl nerie virtual dos tr s integrantes Na Av Waldir Soeiro Emrich onde foram convidados a tomar um caf pelo borracheiro Cear ao explorarem o local com o recurso Street View perceberam que ap s tr s anos a borracharia j n o estava mais no mesmo local Continuaram procurando e logo notaram que ela continua na mesma avenida mais no in cio O borracheiro mudou o ponto e mesmo assim foi poss vel encontr lo a partir do Google Street View ver figura 63 e 64 J o campo de futebol que ficava na frente da antiga borracharia do Cear onde havia garotos soltando pipas no Street View s foi poss vel encontrar vest gios do campo com uma s trave e coberto pelo mato ver figura 65 e 66 Figura 63 Antiga borracharia do Cear Av Waldir Soeiro Emrich Fonte SALLES 2006 103 Google maps Waldir Soeiro Emrich Belo Horizonte MG Pesquisar no O que h por Brasil e E Env ar es Link Jogo Onde no mundo siro Emrich Belo Horizonte Minas Gerais Bras gt mi 2 E HEI dm E HATE LH 64 Atual borracharia do Cear Imagem registrada pelo Google Street View ainda na avenida Av Waldir Soei
77. aratos tecnol gicos que suprem as necessidades do homem quanto 108 mobilidade circulac o de comunicac o e informac o e portanto s o facilitadores para a relac o espaco temporal Mas que tipo de percepc o e alterac o no tempo e no espaco esses aparatos tecnol gicos proporcionam Para responder a esta quest o utilizou se das teorias de Cruz 2008 para compreender que as experi ncias se revelam no momento de uma ac o e percepc o sejam acdes presenciais ou virtuais Elas que manifestam as rela es espaco temporais e projetam novas experi ncias que giram em torno das novas tecnologias sugerindo outra realidade Essa realidade mediada por m quinas reordenam o espa o e tempo do homem permitindo comprimi los ou ampli los Como afirmado no segundo cap tulo tudo isso alterou o formato das cidades e a redefiniu como um ambiente com mais espa o para fluxos e tr nsitos Implicou diretamente na rela o do sujeito com e na cidade modificando sua forma de contempl la e de interagir nela Com base nisso o que se observou foi que tais mudan as implicaram tamb m em uma nova forma de praticar a fl nerie baudelairiana e benjaminiana do s culo XIX e o conceito de deriva de Debord do s culo XX Se na modernidade fl neur o sujeito que passeia destemido pela cidade a fim de contempl la e permitir se ao acaso no s culo XXI com a exacerba o de aparatos tecnol gicos e digitais a pr tica da fl nerie oportuni
78. as caracter sticas peculiares existentes na cidade moderna Como Walter Benjamin afirma a rua conduz o fl neur em dire o a um tempo que desapareceu Para ele qualquer rua ngreme BENJAMIN 2007 p 461 Mike Featherstone 2000 p 192 afirma que o fl neur desenvolve portanto sua sensibilidade est tica nas oscila es entre envolvimento e distanciamento entre imers o emocional e descontrole e momentos de registros e an lise cuidadosos da colheita aleat ria de impress es das ruas Ou seja para o fl neur a cidade sua paisagem por excel ncia Ela quem move a experi ncia assim como a experi ncia de resson ncias cheiros e tatos que o move O sujeito fl neur representa a sociabilidade A rela o entre ele e a cidade moderna constitui se a partir do olhar sobre as afinidades que ela sugere sejam elas obscuras ou singelas labir nticas ou discretas O fl neur mergulha destemido nos murm rios da cidade A modernidade surge com o desejo de transfigurar e reinventar o modelo de cidade junto sociedade que resulta n o somente de uma mudan a est tica mas tamb m de uma mudan a social cultural e espa o temporal S o nessas caracter sticas que a cidade moderna se desenvolve e o fl neur se apodera dela com deslumbre Para ele a cidade divide se claramente em dois polos dial ticos ora abre se como paisagem ora o circunda como uma sala BENJAMIN 2009 p 959 Eles t m prefer ncia p
79. as condi es espaciais a velocidade e os sentidos construindo um cotidiano configurado por equipamentos eletr nicos que integram a tecnologia para intermediar novas experi ncias al m de revelar e potencializar uma nova rela o e composi o nas grandes cidades Nesse sentido pode se dizer que esse desenvolvimento provoca intera es e rea es mudando consideravelmente a rela o e os interesses das pessoas permitindo novas formas de conceber e usufruir do tempo e espa o alterando e 21 reinventando o cen rio representativo da cidade dando uma relev ncia maior s grandes metr poles e metamorfose progressiva dos espa os urbanos A cidade passa a se expressar por sua exterioridade mediada crescentemente pelos aparatos tecnol gicos as necessidades e realiza es do homem moderno representada por imagens tecidos urbanos fluxo e polifonia Essa conjuntura possibilitou a constru o de grandes vias malhas urbanas e novas reas para fluxo cont nuo e tr nsitos provocando interse es redefinindo o uso das ruas e pra as reinventando o modo de viver e contemplar a cidade e revelando uma ordena o tipicamente espacial e temporal Essas caracter sticas s o vis veis nas figuras 3 e 4 Figura 3 Pra a Sete Belo Horizonte MG Fonte VERONI 2009 Ak gt D NoticiasAutomotivas com Bra de Figura 4 Tr fego da cidade de S o Paulo Fonte AUTOMOTIVAS 2011 22 Para An
80. as imagens s o vinculadas a mapas permitindo ao usu rio visualizar em detalhes e com nitidez trajetos pr dios placas pessoas transitando nas ruas etc Para al m do uso funcional de localiza o e orienta o nas cidades tais sistemas v m suscitando discuss es sobre viola o de privacidade uma vez que algumas dessas imagens apresentam uma nitidez que permitem identificar pessoas nas ruas carros janelas etc BRUNO 2010b p 13 53 Reconhecidos como flagras alguns casos geraram pol micas em torno da funcionalidade da ferramenta Pessoas flagradas em situac es constrangedoras ou inusitadas passaram a colocar o Google Street View como alvo de cr tica implicando diretamente em quest es sobre pol tica de vigil ncia e privacidade Como em um caso por exemplo em Belo Horizonte O carro do Google Street View flagrou um homem passando mal em uma esquina da cidade Tal situa o virou motivo constrangedor para ele em seu trabalho amigos fizeram piadas al m do chefe pedir que ele solicitasse a retirada da imagem na ferramenta j que ele estava com o uniforme do trabalho ver figura 25 Figura 25 Homem flagrado passando mal na Rua Tom de Souza Belo Horizonte MG Brasil O rapaz colocou a empresa na justi a e luta por indeniza o Fonte ESTADO 2010 Todos esses fatores implicam na quest o de que essas imagens possuem significados representa es e consequentemente acabam gerando mais informa
81. c lo Uma entrevista de emprego num lugar longe e onde vc sic nunca foi Com essa ferramenta vc sic evita surpresas pode olhar como o lugar que vc sic esta sic indo se tem estacionamentos perto pra deixar o carro se tem ponto de nibus sic perto como a faxada sic do lugar que vc sicjest indo fora a propagando sic j sic achei varias sic lojas interessantes que n o fazia ideia que existia RICHEULY 2010 Al m de tudo isso a ferramenta desencadeou tamb m questionamento sobre o efeito da realidade que ela permitia e ou induzia o caso de uma garota no Reino Unido que aparece jogada ao ch o ver figura 26 O que gerou muita pol mica a respeito da imagem foi a d vida se a menina estava morta ou n o Depois de muitas especula es foi anunciado que a menina estava apenas brincando com um amigo 55 OORE Figura 26 Carro do Google Street View flagrou menina ca da na cal ada Fonte G1 2010b Em Belo Horizonte o carro registrou a imagem de um menino e mais dois rapazes na Rua Uni o localizada no Morro do Papagaio Especula se que o garoto estaria segurando uma arma no momento em que foi fotografado O sistema de montagem e zoom s permite ver o garoto em uma dist ncia que n o poss vel ter certeza se era ou n o uma arma Portanto a imagem continua dispon vel na web e sem esclarecimentos ver figura 27 Figura 27 Rua Uni o Morro do Papagaio Belo Horizonte MG
82. cer a relac o de aproximac o e deslocamento que quiser com a cidade dentro das possibilidades da ferramenta conforme as figuras abaixo Figura 39 Iphone aplicando a ferramenta Google Street View Fonte HUGHES 2008 Figura 40 Usu rio explorando o Street View via Iphone Fonte NOMOBILENOLIFE 2008 70 Figura 41 Usu rio utilizando o Google Maps via Ipad Fonte KINGKABOOKA 2010 Figura 42 Usu rio explorando o mapa com o recurso Street View Fonte BESTMANOFMOVIES 2010 Por isso o ciber fl neur sujeito que pratica a fl nerie virtual por meio da ferramenta citada anteriormente o sujeito que se apropria das cartografias contempor neas Assim consegue mapear destinos orientar se localizar se e saciar sua curiosidade buscando conhecer outros lugares que possivelmente n o ir conhecer de outra maneira sen o pela experi ncia virtual ou voo virtual motivados pela curiosidade ineditismo necessidade de informa es e talvez pelo deleite de enxergar se na Terra QUEIROZ 2007 p 25 Essa pr tica fugaz e de alguma forma anula os extremos urbanos mas dissipa se numa nova experi ncia de 71 inclus o na cidade e com a cidade Com ela n o se estabelece em primeiro plano uma rela o comum com o lugar pois passa do plano do imagin rio para estabelecer se no plano imag tico Entretanto sabido que hoje a tecnologia m vel propicia maior amplitude nos mecanismos e restringe
83. cial os cinco sentidos do homem s o fundamentais para a pr tica o que na fl nerie virtual n o um fator t o importante tanto quanto precisar de um computador ou smartphone para mediar a expedi o Assim o que se percebe que na fl nerie virtual feita pelo grupo a ideia inicial era a de revisitar os locais explorados na experi ncia presencial em 2006 Na expedi o BH de cabo a rabo o objetivo era tamb m sair ao acaso mas ambas experi ncias partiram da proposta de apreciar a cidade revelar seus segredos observar e explor la Contudo elas partem da rela o sujeito cidade sujeito cibercidades revelando uma experi ncia de car ter subjetivo a partir da intera o e imers o que ambas proporcionam Elas destacam assim as suas semelhan as 107 5 CONCLUS O Esta pesquisa buscou compreender algumas mudancas n tidas ocorridas na cidade do s culo XVIII ao s culo XXI Com isso surgiu a necessidade de analisar que tipos de experi ncias essas mudan as proporcionaram para a sociedade contempor nea Para tanto buscou se explicar o que cidade o desenvolvimento hist rico e as caracter sticas que v o do dinamismo exacerbado ou estagna o s paisagens e sons que ela produz Al m disso estudos sobre cidade que remetem a uma an lise tamb m de quest es espaciais e temporais Assim percebeu se que na cidade da modernidade a espacialidade e temporalidade passaram a condicionar a rela o do homem com e na
84. com o espa o Para Adriano Rodrigues 2011 p 1 a experi ncia deste ponto de vista a 38 aquisic o e a manifestac o da capacidade para inventar a prop sito novas maneiras de intervir sempre que novas circunst ncias ainda n o experimentadas o exijam Isso sugere compreender essas mudan as e transforma es contemporaneidade dentre elas as das cartografias impressas para as cartografias digitais Elas oferecem maior possibilidade de explorar o mundo por meio de imagens que emergem para uma imers o interativa e que dilatam a experi ncia possibilitando nova forma de deslocamento virtual por cidades e pa ses A media o um processo que sempre esteve presente no cotidiano da vida do homem passagem transitoriedade e movimento de uma coisa para outra por meio do tempo e espa os Para Silverstone 2002 p 37 a media o infinita produto do desenredamento textual nas palavras nos atos e nas experi ncias da vida cotidiana Tais caracter sticas relacionais se evidenciam na contemporaneidade o que faz com que a media o assuma um lugar estrat gico na experi ncia cultural do homem contempor neo Integrada de forma muito expressiva as novas tecnologias a media o oferece diferentes formas de participa o e simula o por meio de aparatos tecnol gicos Pensar as media es tecnol gicas implica em reconhecer a import ncia da intera o nessas novas tecnologias e a dimens o de
85. culturais econ micos e pol ticos configurados pelos vetores do tempo e do espa o dimens es que em ltima inst ncia configuram a cidade Portanto a cidade o lugar de fronteiras limites e extremos mas tamb m de fluxos e movimentos que mobilizam ao longo dos tempos mudan as constru es e desconstru es de modelos capazes de modificar as refer ncias e o cotidiano do homem Para Robert Park 1967 a cidade algo mais do que um amontoado de homens individuais e de conveni ncias sociais ruas edif cios luz el trica linhas de bonde telefones etc algo mais tamb m do que uma mera constela o de institui es e dispositivos administrativos Antes a cidade um estado de esp rito um corpo de costumes e tradi es e dos sentimentos e atitudes organizados Est envolvida nos processos vitais das pessoas que comp em um produto da natureza e particularmente da natureza humana PARK 1967 p 29 A cidade em diversos modelos hist ricos o espaco por excel ncia onde cen rios diversificados s mbolos em profus o transforma es visuais e 15 experienciais revelam o processo cont nuo de reinvenc o da cultura da pol tica do espaco e do tempo e da pr pria ac o humana Em sua din mica e para realizar o seu presente a cidade ignora e rompe com o seu passado Tudo novo WAIZBORT 2000 p 313 Reconfigura se constantemente como um ambiente simb lico e reestrutura se
86. d o processo de inclus o imers o interatividade e novas experi ncias que a pr tica da fl nerie virtual possibilita Essas pr ticas virtuais aparecem ent o como mudancas qualitativas e de car ter inovador que reordenam a espacialidade e temporalidade na cidade contempor nea devido ao uso de algumas ferramentas que n o anulam as experi ncias tidas anteriormente Elas permitem e possibilitam uma nova forma de flanar pela cidade a partir de aparatos eletr nicos assim como oferece a ferramenta virtual Google Street View que permite ao usu rio um passeio virtual mediado pelo computador a partir de um plano imag tico Assim as cidades contempor neas se caracterizam tamb m pela portabilidade de informac o profus o de imagens compartilhamento e acelerac o dos processos de interac o Com as intensas transforma es as cidades passam a ser conduzidas n o somente pelo espa o e tempo mas tamb m pela implementa o e uso cont nuo da tecnologia e imagens que alteram a composi o da cidade e originam outra realidade tipicamente maqu nica s gnica e visual Essas imagens s o geradas por dispositivos tecnol gicos e inseridas em ferramentas que refor am a rela o homem cidade agregando valores e sugerindo uma cultura de conex es compartilhamento e nova forma de desenvolvimento e sociabilidade Nessa cultura as tecnologias digitais de comunica o e informa o proporcionam fluxos ambientes imag ticos e inte
87. das metr poles De certa forma as novas tecnologias digitais acoplam diversas fun es que rompem com a necessidade de uma rela o presencial permitindo uma experi ncia de maior fluidez deslocamento e ubiquidade sem que seja necess rio sair do lugar Tal experi ncia isola o sujeito dos perigos e interrup es soltas na cidade contempor nea possibilitando deslocamentos ininterruptos com a utiliza o de ferramentas tecnol gicas As cibercidades ou cidades digitais surgem com a esfera midi tica e permitem novas experimenta es de deslocamento e mobilidade Elas acabam por reconfigurar e ressignificar a rela o social com o mundo que passa a ser caracterizada pelo uso intenso da comunica o imagens eletr nicas e tecnologia digital Isso oportuniza grandes mudan as no ambiente contempor neo tornando os mais interativos incorporando novos valores e reprodu es pixeladas capazes de potencializar a ruptura com a dist ncia e o fim do tempo de espera facilitando a vida e os fluxos na cidade contempor nea Entende se que a partir desses aparatos eletr nicos as cibercidades inauguram e geram outras e diferentes formas de troca e rela o social com o urbanismo contempor neo com o tempo e espa o Assim algumas ferramentas de servi os tecnol gicos e informativos tornaram se dominantes e extremamente necess rias no cotidiano do homem disseminando a comunica o e informa o com o uso de tecnologias interativas que modi
88. das novas tecnologias a espacialidade e temporalidade ganham uma dimens o vol til que vai al m da necessidade de estar presente O tempo e o espa o passam a ser destacados no ritmo e acelera o das a es e experi ncias do homem O tempo irradiado pela t cnica vira velocidade e o espa o dist ncia a ser suprimida CARLOS 2001 p 349 A no o de tudo isso significa reconhecer o tempo de realiza o e acontecimentos que remetem experi ncia e coexist ncia de um novo modelo de realidade espa o temporal Com o desenvolvimento da cidade o tempo e espa o s o recombinados e ganham novas formas de media es capazes de expandir as atividades sociais promovendo modelos de inser o do sujeito na cidade e na sociedade Assim com as transforma es promovidas pela moderniza o algumas caracter sticas tornaram se progressivas e as cidades passam a se caracterizar como espa os de grandes transi es e intenso movimento lugar de mudan as f sicas e estruturais que difundiram in meras particularidades e com o passar do tempo ultrapassaram fronteiras e implicaram em uma nova racionalidade A emerg ncia dessas mudan as caracteriza a cidade moderna como lugar de extens o de informa o 19 comunicac o funcionalidade experi ncia e visibilidade Barros 2005 p 45 esclarece que falar de modernidade significa reconhecer o predom nio da mobilidade entendida aqui como condic o e necessidade de
89. dedora de pimenta Fonte SALLES 2006 LO p i y Figura 53 Rua Edgar Torres Na foto neto do fazendeiro Edgar Torres Fonte SALLES 2006 86 Figura 54 Fotografia da fazenda do Sr Edgar Torres cedida pelo neto dele Fonte SALLES 2006 Uma das formas de perceber caracter sticas da fl nerie na expedic o BH de cabo a rabo a partir do objetivo central da expedic o de sair ao acaso sem delimitar um roteiro espec fico Apesar de terem determinado um ponto de partida e chegada a apreciac o do novo a descoberta e contemplac o de locais inusitados de alguma forma esteve presente na percepc o de cada integrante do grupo Quando Andr n o percebeu os perigos ao redor do Cristo Redentor do Barreiro fica claro o n vel de aprecia o de estar imerso cidade ao local ao monumento permitindo que a cidade mostrasse sua qualidade de iman ncia e diferen as Flanar pela cidade ponderar se a ela estar sujeito a ela e desdobrar se aos seus mist rios Para N sio a experi ncia foi v lida O mental acho que cumpriu um pouco daquilo que a gente queria da gente conhecer algumas cidades invis veis como Calvino dentro da cidade mesmo Tem o Chico nas vitrines n Que ele fala te avisei que a cidade era um v o Ent o legal porque a gente vai exatamente pegando esses v os e s vezes s o v os mesmo n Aqueles v os debaixo do viaduto l que a gente viu a doninha que
90. e pessoas dispostas a explorar diferentes situa es em diferentes ambientes que uma cidade capaz de ocultar Uma ou v rias pessoas que se dediquem deriva est o rejeitando por um per odo mais ou menos longo os motivos de se deslocar e agir que costumam ter com os amigos no trabalho e no lazer para entregar se s solicita es do terreno e das pessoas que neles venham a encontrar DEBORD 2008 p 87 O caminho o tempo os sons que h de um lugar a outro revelam uma certa distra o Essa distra o que revela com precis o o verdadeiro car ter da cidade As mudan as que ocorreram despertaram o crescimento de uma cidade edificada com o aumento de ruas e viadutos bulevares e fluxos E com isso difundiram se aparatos tecnol gicos com o intuito de facilitar a media o do sujeito nesses espa os extremados e de constante movimento Walter Benjamin 1994 no texto Experi ncia e Pobreza fala da aus ncia de alguns sentidos que se deram por perdidos desde a modernidade quando as pessoas ficaram mais carentes de sensa es e tatilidade O mundo permitiu um empobrecimento da comunica o verbal das experi ncias de proximidades e das rela es mais simpl rias e genu nas Disseminou se ent o a experi ncia do vazio Emergiu se a pobreza da experi ncia destoada e dela certa aceita o acomodada das rela es comunicativas e sociais Para o autor na modernidade as experi ncias de excessos vinculadas a
91. e forma comparativa a fl nerie presencial e a fl nerie virtual realizadas pela cidade de Belo Horizonte O objetivo foi o de compreender como se d a intera o e imers o numa e noutra experi ncia Para realizar esta pesquisa procurou se definir os conceitos sobre cidade fl nerie tempo espa o mobilidade ubiquidade imers o intera o cibercidades deriva e fl nerie virtual O que se buscou foi compreender a apropria o e o uso de ferramentas que reconfiguram a rela o espa o temporal com a cidade Considerando os objetivos da pesquisa outras elucida es sobre localiza o tempo e espa o foram feitas com a ajuda de Milton Santos Leonor Arfuch Jean Louis 13 Weissberg dentre outros fazendo uso de conceitos de Andr Lemos e suas quest es sobre novas tecnologias cibercidades ciber fl neur e mobilidade O uso de ferramentas de localizac o orientac o e deslocamento conduz pretens o de se cunhar uma an lise minuciosa sobre as cidades da modernidade e as cidades contempor neas e tamb m o uso de cartografias imersivas digitais e informatizadas mediado pela ferramenta Google Street View e a pr tica da fl nerie virtual Tudo isso foi analisado a partir da experi ncia presencial e virtual desenvolvida pelo grupo da expedic o BH de cabo a rabo Ciente de que diversos autores dos mais distintos campos de saber contribu ram ao longo dos s culos com suas teorias acerca do tema a primeira fase do projet
92. e jeito nenhum E isso acaba criando uma apreens o maior voc n o conhece nada muito provavelmente a gente corresse mais risco no centro do que nesses lugares mas como eram lugares que a gente n o conhecia nunca tinha ido talvez tenha criado isso Fernando gera essa inseguran a n Talvez o dia l no planalto criou um pouco de expectativa depois porque a gente n o sabia onde ia dormir A gente j tava extremamente cansado ficar rodando por ali n o gerava inseguran a mas n o saber onde a gente ia dormir N sio no segundo dia teve essa inseguran a de saber onde ia dormir Andr no terceiro dia n N sio n o No segundo No terceiro dia a gente acabou Andr sim mas nesse lugar que a gente passou e tava com medo ali na Edgar Torres era no terceiro dia Fernando sim Andr e a gente j tava assim a tr s dias a segunda noite a gente n o dormiu nada porque assim al m de ser o hor rio reduzido l no motel ainda teve esse cara que foi fazer a farra l que deixou a gente acordado A a gente j tava muito cansado N sio o que ajudou assim deu esse al vio foi a gente ter encontrado esse motel ter conseguido um bom pre o que na verdade ele juntou v rias horas e deu um desconto no final Mas a vantagem que era em frente desse restaurante e a gente tava morrendo de fome E depois assim eu n o sei mas pelo menos tomar um banho naquela noite isso a gente pode falar porque aquela duch
93. ece garante uma experi ncia marcada por efetivas possibilidades de uma imers o singular Assim o que consegue desenraizar o usu rio de seu ambiente e transport lo para outra dimens o al m da media o o n vel de intera o que a ferramenta disp e Esse n vel submete o usu rio a um processo de imers o e consequentemente a uma experi ncia espa o temporal mpar e idiossincr tica Para Lima 2010 p 27 essa intera o difere de indiv duo para indiv duo porque cada um faz sua pr pria explora o do ambiente e o interpreta segundo par metros diferentes 3 3 Google Street View uma experi ncia de mobilidade e ubiquidade Como visto anteriormente com a profus o de tecnologias m veis e informatizadas as formas de cartografia se diversificaram Al m disso as mudan as o desenvolvimento e amplia es das cidades demandaram cartografias que al m da fun o principal de representar criar visualiza es e informar sobre o espa o passaram a possibilitar georeferenciamento posicionamento mobilidade e interatividade e a experi ncia do deslocamento imersivo configurando o que se convencionou chamar de cibercidades A circula o de informa es e o uso de imagens associadas ao movimento s o caracter sticas que podem ser observadas em ferramentas contempor neas como por exemplo a Google Maps A empresa Google iniciou suas opera es em 4 de agosto de 2004 oferecendo um servi o de busca on li
94. elacional e em segundo lugar evitar o que alguns erroneamente chamam de irrealidade da experi ncia virtual A ciber fl nerie pode assim ser compreendida como uma forma de amplia o metaf rica do flanar urbano reconhecendo na virtualiza o um aumento dos poderes da imagina o e intui o que complexifica a experi ncia do antigo fl neur LEMOS 2001 p 10 68 Portanto preciso delinear como a ferramenta Google Street View afeta direta ou indiretamente a rela o homem cidade e compreender como as altera es que as chamadas redes telem ticas criam na interliga o dos espa os e reinventam a experi ncia espa o temporal urbana Observa se que mesmo na experi ncia presencial o homem contempor neo tem consci ncia de que o espa o nunca apreendido por completo Diante disso as novas cartografias possibilitadas pelas tecnologias digitais ampliaram a capacidade de uma pr tica mais vol til capaz de ir sempre mais longe a partir de uma intera o mediada pela tecnologia oportunizando ao homem habitar v rios lugares simultaneamente Para F bio Duarte e Rodrigo Firmino 2010a p 111 o desafio ao pensarmos o espa o pautado por visibilidades e tecnologias assumir que pensar e viver o espa o contempor neo lidar com um h brido entre os universos f sico e tecnol gico como campo de reflex o assumir que ambos s o cada vez mais indissoci veis infiltram se um no outro e constituem espacialid
95. elas grandes metr poles por serem cen rios genu nos para experienciar o deleite de vagar pela cidade na imin ncia do acaso O fl neur por defini o um ser dotado de imensa ociosidade e que pode dispor de uma manh ou tarde para zanzar sem dire o visto que um objetivo espec fico ou um estrito racionamento do tempo constituem a ant tese mesma do fl neur Um excesso de tica produtiva ou um desejo de tudo ver e de encontrar todo mundo que conta inibe o esp rito farejador e a ambi o de ambulante de esposar a multid o WHITE 2001 p 48 Com o passar do tempo na modernidade a concep o de cidade foi modificando se privilegiando transforma es de ordem temporal e espacial 24 inaugurando um novo cen rio e uma nova forma de viver A cidade passa do car ter imagin rio para se estabelecer em um espa o idealizado de car ter funcional e de constante transforma o No entanto para compreender esse espa o preciso romper com o cotidiano e descortinar os mist rios do acaso Tal pr tica revela uma caracter stica extremamente contempor nea a qual Debord 2003 denominou de deriva e que de alguma forma se assemelha fl nerie Na pr tica da deriva o espa o o ponto de partida para uma experi ncia de conhecimento global Trata se de explorar diferentes ambientes sem dire o sem definir um trajeto ou um sentido A pr tica n o precisa ser individualista e pode partir de um grupo pequeno d
96. emo sul e a situando l no Parque do Rola Mo a no comecinho E a cada um foi dando as dicas de onde mais ou menos passar por onde talvez teria uma maior riqueza de informa es PACHECO 2010 No entanto a possibilidade de explorar pontos com maior riqueza hist rica que foi ordenando e mapeando o trajeto Por exemplo iniciar na rua M rcia de Windsor no Parque do Rola Mo a o ponto mais Sul da parte urbanizada do munic pio de Belo Horizonte Andr Pensaram em passar pelo Cristo Redentor do Barreiro que uma est tua que poucos em Belo Horizonte saem de casa para visitar A Avenida do Min rio tamb m que achamos importante Fernando Depois pensaram que seria interessante passar pela fazenda do Bandeirante que fundou o Curral Del Rei Avenida Ant nio Carlos UFMG e Jockey Club Cidade Administrativa Delimitar alguns lugares facilitou S que a proposta da caminhada n o era s isso ent o a gente tinha que seguir em frente e se fosse poss vel encontrar com esses lugares seria bom N sio Para chegar a alguns desses lugares espec ficos era preciso passar por in meras ruas e diferentes bairros o que no final acabou por originar um roteiro e repercutir em diversas anota es curiosidades e registros Assim o trajeto come ou e terminou da seguinte forma No primeiro dia a expedi o come ou na M rcia de Windsor e seguiu para a Avenida Sim es Filho dando continuidade na Gabriela Leite A
97. enidas mais ou menos bem cuidadas os pr dios mais ou menos com uma caracter stica arquitet nica bem cuidadinha e a quando a gente atravessa essa cidade que a gente v que essa parte que a gente v todo dia 10 da cidade a cidade na verdade tem uma outra cara que a gente n o v na verdade Quando a gente consegue atravessar a cidade a p a a gente v essa cara da cidade que muito complicada Falta pra a falta verde falta rvore falta uma arquitetura falta acabamento nas casas falta passeio SALLES 2010 E apesar de toda a prepara o que tiveram o grupo foi a campo sem um conhecimento detalhado das ruas consolidando uma experi ncia de deslocamento aleat rio Apesar do mapa rascunhado caminhavam sem medo de errar Subiam desciam voltavam A gente queria conhecer a cidade TEIXEIRA 2010 N o havia na expedi o o erro pois tudo era feito sob o sentido do acaso a oportunizar algum ganho alguma experi ncia Conheceram pessoas que com muita simpatia e disponibilidade contribu ram n o s para os momentos l dicos mas especialmente para o registro da mem ria social da cidade Um dos casos retirado do bloco de notas o do Cear dono da Borracharia Cear Ao v los caminhando do outro lado da rua acenou chamando os at ele e com gentileza lhes ofereceu uma broa 82 fofa e quentinha com um caf no bule passado naquele instante Ele explicou que uma vez ele estava tamb
98. ento amplifica es e expectativas do homem Com o passar do tempo os costumes e desejos humanos modificaram e continuam modificando o paradigma da cidade dando novas formas de comp la e interpret la submetendo a a reifica es mudan as e constru es no decorrer dos anos O processo de moderniza o das cidades transformou e foi transformada pelo estilo de vida do homem a velocidade o dinamismo a informa o e a comunica o Segundo Waizbort 2000 isso resultou para o homem novas quest es internas e externas propiciando a emerg ncia de novos interesses que surgem de uma temporalidade e espacialidade que como um palimpsesto produzem sobreposi es entre o sujeito e a cidade Para o autor essas transforma es assentam as caracter sticas externas da 16 cidade e implicam em novas formas que condicionam a vida cotidiana do homem contempor neo A cidade aparece como exterioridade ela est fora do indiv duo CARLOS 2001 p 33 A relac o do homem com a cidade passa ent o a metamorfosear se Os desejos os h bitos e as rela es sociais configuram se em um cotidiano que se apropria da mobilidade do fluxo e da habilidade Tais caracter sticas tornam se atributos da contemporaneidade e exigem mecanismos que ajudam a potencializar e suprir as necessidades internas do homem Desse modo vemos surgir um conjunto de novas propostas e solu es para o espa o urbano sob as quais a teleinforma o o ele
99. es do que necess rio expondo a popula o no espa o urbano que elas frequentam gerando tens es de controle e vigil ncia reconfigurando a rela o do sujeito com a espacialidade N o h n meros espec ficos ou pelo menos a empresa n o informa esses dados Mas o que se percebe que h grande quantidade de pessoas insatisfeitas com a ferramenta Street View por conta da sua caracter stica expositiva O que se sabe que uma boa parte concorda que a ferramenta exp e demais o sujeito e algumas resid ncias pois o sistema de zoom possibilita observar detalhes da frente de uma casa lojas ou escrit rios implicando na exig ncia ao Google de retirar determinadas imagens da web 54 Para Fernanda Bruno 2010b tudo isso implica em um desequil brio entre a inst ncia de observa o e os indiv duos observados envolvendo quest es de n vel z espacial j que para o observador a imagem vista n o no local onde foi capturada Quest o de n vel temporal j que poss vel ver e rever quantas vezes for necess rio implicando em uma imagem estocada E um desequil brio social sobre a rela o de poder entre o observador e o observado j que negociar com o observador o sujeito que olha a imagem torna o observado impotente situa o pois sua imagem j foi confiscada pela c mera BRUNO 2010b p 1 O lan amento da ferramenta Google Street View gerou e continua gerando muitas pol m
100. esconfian a se tinha uma liga o do Barreiro pra esse bairro Pilar ou se esse bairro Pilar era o ponto mais Sul de Belo Horizonte Eu sei que a gente achou importante ir nesse bairro em alguma hora e n s fomos Mas n o tem liga o tem a Mannesmann no meio tudo bem voc pode passar pelo meio da Mannesmann mas n o tem via nenhuma por ele n o 131 15 Voc s podem destacar quais as principais diferencas entre a fl nerie que voc s praticaram no projeto BH de cabo a rabo e a fl nerie virtual feita a partir do Google Street View N sio eu acho que essa coisa da ferramenta o primeiro impacto s o as mudancas e as perman ncias daquilo que a gente tinha visto no nosso primeiro fl neur e ao mesmo tempo do ponto de vista do espaco f sico do pr dio que continua l da oficina do cara que permanece l Andr que mudou A oficina mudou e a gente achou risos N sio isso que mudou de lugar a que as rvores cresceram Mas ao mesmo tempo como a gente percebeu l algumas surpresas que esse mesmo percurso aquilo que o Andr falou uma pessoa iria estar fazendo diferente cinquenta iriam estar fazendo diferente o Google Street View um desses percursos mas a diferen a que o Google um percurso que todo mundo pode ver Andr Como por exemplo no Google a gente n o pode subir a passarela N sio a gente n o pode passar na passarela e no meio do caminho que a gente viu a gente foi surpreendido p
101. ferramenta Outro tipo de reac o caracterizou se pela apropriac o l dica mas com o mesmo sentido de cr tica Nos cen rios mapeados pessoas se posicionavam para as c meras acenando gente fantasiada e at publicando mensagens como exemplo pedido de casamento dentre outras As figuras abaixo mostram algumas 61 dessas interven es Figura 34 Michael Weiss Malik pediu a namorada em casamento com uma mensagem no momento em que o carro do Google Street View passava Fonte MONTEIRO 2010 Figura 35 Homem flagrado n no interior da Esc cia e com uma cabe a de cavalo Fonte G1 2010d 62 Google maos 19 229900 43019900 em Belo Horizonte MG Brasil Fonte GALILEU 2010 Figura 37 Equipe Google Avenida Bias Fortes Belo Horizonte MG Brasil Fonte IRADO 2010 O movimento de cr ticas obrigou a empresa a adotar alguns procedimentos Logo de in cio as fotografias eram feitas montadas e inseridas na ferramenta disponibilizadas na Internet o que rendeu seus primeiros problemas com quest es jur dicas devido ao uso de imagem de pessoas e invas o de privacidade No entanto a empresa passou a borrar a face das pessoas as placas de carros e algumas publicidades para que n o criasse qualquer possibilidade de questionamento quanto ao direito de uso de imagem Mas as cr ticas a respeito da privacidade permanecem j que algumas pessoas s o fotografadas nos ambientes
102. ficam o imagin rio da cidade e sua din mica Para Andr Lemos 2004 as cibercidades n o mudam completamente as caracter sticas das cidades mas utilizam implementos que potencializam novos experimentos facilitam e auxiliam uma nova forma de estar na cidade e usufruir delas sugerindo uma nova civiliza o 28 N o se trata da emerg ncia de uma nova cidade ou da destruic o das velhas formas urbanas mas de reconhecer a instaurac o de uma nova din mica de reconfigurac o que faz com que o espaco e as pr ticas sociais das cidades sejam reconfiguradas com a emerg ncia das novas tecnologias de comunica es e das redes telem ticas LEMOS 2004 p 21 Ou seja a cibercidade amplia e molda se no tempo e no espaco com o dom nio de tecnologias m veis sugeridas pelo uso de redes Wi Fi Bluetooth GPS al m de aparelhos laptops telefones celulares smartphones e outros que surgiram para otimizar o desenvolvimento e a rela o espa o temporal com e nas cidades contempor neas Com esses dispositivos a mobilidade e transitoriedade transparecem uma extens o atemporal que permite uma rela o ub qua e de troca com a cidade Essas tecnologias digitais s o apropriadas para o uso cotidiano permitindo ao homem contempor neo uma emancipa o capaz de oportunizar um espa o s para ele dilatando a dist ncia e ampliando as fronteiras do tempo Nas cibercidades a urg ncia sempre do agora e com o uso dessas ferramentas
103. fo Andr Salles Coelho aos amigos N sio Teixeira jornalista e professor Fernando Pacheco fil sofo e F bio Danza luthier consiste na arte de flanar pela capital mineira ou ainda perambular pela cidade em busca de curiosidades e uma forma diferente de divers o Os quatro come aram nesta quinta feira a percorrer o trajeto numa dist ncia de 40km entre os dois extremos O trajeto come ou no ponto extremo ao Sul da cidade na Rua M rcia de Windsor bairro Mineir o logo cedo por volta das 7h O grupo ter um descanso quando chegar no Centro da capital onde v o parar para repor as energias Na manh desta sexta feira os quatro retomam a caminhada e calculam alcan ar a Avenida Nosso Senhor do Bonfim no outro lado de Belo Horizonte no Norte bairro Cana em Venda Nova no in cio da noite O projeto foi idealizado a partir da vontade dos quatro amigos em andar pela capital conhecendo um pouco mais a cidade onde moram Com a ajuda de um mapa comprado de um camel nas ruas al m de cat logos telef nicos o grupo pesquisou o Google Earth que traz uma imagem ampliada na internet de pontos do munic pio at definir um poss vel trajeto Eles n o se preocuparam em alcan ar pontos tur sticos famosos mas sim em descobrir novos lugares como o Cristo Redentor do Barreiro e a Rua dos Americanos que est o previstos no percurso Essa uma caracter stica marcante do fl neur palavra que segundo o Houaiss teve or
104. gem pela cidade e desde ent o utiliza a ferramenta para buscas e suspeitas de casos similares ver figura 38 Em Massachusetts a pol cia utilizou a ferramenta Street View para solucionar um caso de sequestro Uma garota de nove anos de idade havia sido sequestrada pela av e ao rastrear o celular da menina os policiais descobriram que ela havia passado por um cruzamento em Virg nia Eles pesquisaram as redondezas do local e identificaram um hotel onde supostamente a garota poderia estar Ent o acionaram o departamento de pol cia da Virg nia que confirmou que a garota estava l com a av A pol cia de Nova lorque usa a ferramenta para descobrir pontos para venda de drogas nos lugares que anteriormente eram tidos como suspeitos Policiais pesquisam na ferramenta para tentar localizar traficantes e depois agir com a pris o deles Policiais pesquisam nas imagens que foram capturadas no dia e hora de algum furto registrado nas delegacias para que possam detectar algumas pistas Logo abaixo na figura 38 o carro capturou a imagem do suspeito de roubar um trailer A pol cia acredita que a cena foi registrada minutos antes de ele cometer o crime Para David Lyon 2010 p 116 poss vel que de uma forma geral cidad os aceitem que a perda da privacidade seja o pre o a ser pago pela seguran a Google Street View Figura 38 Derbyshire Homem foi flagrado pelo Google Street View o que supostamente ocorreu minuto
105. gil ncia e exposic o Em alguns lugares isso implicou na exig ncia de que o Google Street View n o atuasse em determinados locais como foi o caso da Gr cia O Organismo de Protec o de Dados do pa s exigiu que a empresa n o registrasse o pa s para que n o o tornasse t o expositivo exigindo tamb m que caso a ferramenta atue no local necess rio emitir todas as informac es sobre as etapas e dados adquiridos Entretanto a empresa ainda espera resolver tais questionamentos com a autoridade de prote o de dados da Gr cia Na It lia a ag ncia de defesa da privacidade local exigiu que os carros da Google Street View fossem claramente identificados al m de avisar todo o itiner rio que seria registrado A nega o da atua o da Google Street View em determinado pa s ou cidade de alguma forma evita constrangimentos e processos sobre quest es de privacidade al m de n o tornar p blica qualquer imagem que poderia ser vista como ofensiva para a cidade como no caso citado anteriormente nas figuras 27 28 e 29 j que nas ruas qualquer situa o posta ao acaso Em uma entrevista ao site Intonses F lix Ximenes diretor de comunica o da Google Brasil ao ser perguntado sobre as exig ncias da Gr cia quanto aos dados e registros respondeu importante que o governo esteja atento prote o da popula o Historicamente a informa o sempre foi controlada Os governos controlam um volume mu
106. i ncias sentimentos e sentidos Todavia ao contr rio da cr tica do pensamento benjaminiano as novas tecnologias n o s alteraram a cidade moderna como tamb m a cidade contempor nea Assim a opul ncia da informa o da comunica o e a intensifica o de sua presen a no cotidiano do homem sucederam a forma o de uma cidade onde as media es s o cada vez mais midiatizadas O fluxo de imagens a mobilidade e interatividade informatizada afetaram diretamente e modificaram a experi ncia social nas cidades Contudo os dispositivos n o s alteraram como tamb m mobilizaram a possibilidade de certo alargamento da experi ncia com e no tempo e espa o possibilitando trocas simb licas e ressignificando as cidades contempor neas Alguns desses dispositivos orientam os sujeitos na cidade e de alguma forma os impedem de vivenciar a experi ncia genu na de perder se nela orientando os e desorientando os deixando os imersos a diferentes sentidos desencadeando uma outra rela o do sujeito com e na cidade oportunizando uma experi ncia de situa es do porvir da deriva e da pr pria fl nerie Na passagem do s culo XIX para o s culo XX o uso das novas tecnologias de informa o foi capaz de modificar a paisagem da cidade provocando uma x 2 Trata se de um conceito que estabelece media es que oportunizam rela es e sentidos sociedade contempor nea 26 grande e nova ordenac o no cotidiano do homem
107. ia presencial e experi ncia virtual a partir do estudo de caso com os integrantes a fim de destacar as diferen as e semelhan as E por ltimo a conclus o 14 2 CIDADE 2 1 Cidade metamorfose progressiva e outros sentidos O que cidade Pergunta aparentemente simples mas que nos remete a uma complexa realidade seja por sua densidade hist rica seja por sua caracter stica din mica e polif nica Por consequ ncia s o in meras as respostas bem como in meros e diferentes os pontos de vista que nos remetem a uma pluralidade de outras quest es Pensar a cidade pensar o espa o e o tempo como condi es paralelas que embaralham o distante e o pr ximo o passado o presente e o futuro A densa dimens o emp rica demanda perspectivas conceituais diversas que oferecem in meras respostas para nossa pergunta preciso buscar os diferentes significados da cidade compreender suas perman ncias e suas transforma es especialmente aquelas que revelam outros modos de articula o e exterioriza o da rela o dos sujeitos com o espa o e o tempo que a configuram Segundo Jo o de Paula 2006 p 21 as cidades s o tantos os dados imediatos de suas materialidades quanto o impalp vel dos sonhos dos desejos Sob essa tica investigar a cidade buscar a profus o de sentidos e de significados que se d o por meio de seus in meros mecanismos de exterioriza o Tais processos colocam em intera o fatores sociais
108. ia poss vel sem a experi ncia presencial 4 4 Cidade intera o imers o e experi ncia de subjetiva o a partir de uma realidade presencial e uma realidade virtual Tr s dias de caminhada tr s dias arrancados de uma realidade trivial para emergirem nas entranhas de uma cidade praticamente desconhecida Caminhar de Sul a Norte em Belo Horizonte a p sem d vida renderia muitos registros est rias e 93 curiosidades Mas na contemporaneidade no espaco onde o fluxo segue apressado ou lento conforme o tempo das m quinas e multid o aglomerada ainda assim poss vel contemplar a cidade Quando N sio Andr e Fernando sa ram de casa no dia 22 de junho de 2006 eles deixaram de lado a imagem idealizada da cidade aquela onde se evidenciam a viol ncia os perigos e desconfortos Ambas as imagens foram secundarizadas e em seu lugar a experi ncia de conhec la no prazer e na aventura de flanarem pelo espaco urbano Todos os lugares que a gente teve uma apreens o maior foram lugares que a gente n o conhecia de jeito nenhum E isso acaba criando uma apreens o maior voc n o conhece nada Muito provavelmente a gente corresse mais risco no centro do que nesses lugares mas como eram lugares que a gente n o conhecia nunca tinha ido talvez tenha criado isso SALLES 2010 O que se percebe que em locais desconhecidos surge tamb m um desconhecimento dos riscos e das possibilidades que aquele lugar oferece como
109. icas em jornais redes sociais blogs etc Algumas mat rias sobre os flagras registrados pela ferramenta foram publicadas na nternet e jornais virtuais permitindo que o leitor d a sua opini o sobre o assunto deixando claro in meras diverg ncias sobre as quest es de privacidade Acho engra ado alguns coment rios O povo falando de falta de privacidade Eu hein privacidade pruma sic pessoa vomitando no meio da rua Se um canal de tv estivesse gravando por ali no momento e filmasse o pobre infeliz ia ter algu m brigando por privacidade N o tem ningu m invadindo a casa de voc s n o tem ningu m tirando sua privacidade s o simplesmente fotos tiradas de vias p blicas Tem gente que gosta de fazer esc ndalo por pouca coisa t louco DANIEL 2010 Mais uma ferramenta para auxiliar bandidos nos assaltos de casas apartamentos e com rcio V o ter os endere os e imagens das casas e com rcios que querem assaltar V o sic poder planejar melhor por qual janela ou porta entrar Parab ns Brasil por autorizar o Google a fazer isso KARLA 2010 vi gente falando que seremos monitorados que invas o de privacidade in meros absurdos O site n o online o rosto das pessoas borrado TODAS as placas dos carros Tb sic est o borradas O Google tomou todos os cuidados para que isso fosse um sucesso aqui no Brasil assim como nos EUA e na Europa In til Qm sic nunca precisou ir a um lugar sem conhe
110. iew para tentar identificar os traficantes Na pergunta sobre a fl nerie presencial e fl nerie virtual ficou esclarecido que ambas possuem algumas caracter sticas similares e outras bem distintas No entanto segundo N sio Teixeira o Google Street View n o te permite muitos v os Possuem algumas limita es de explora o de imagens e lugares e alguns recursos 111 para manuseio n o s o t o pr ticos quanto aparentam Na fl nerie presencial a pr tica tamb m da experi ncia de deriva que possibilita uma diferente e melhor percep o e concep o do espa o e os cinco sentidos s o fundamentais para a experi ncia presencial e relac o do homem com e na cidade J na fl nerie virtual isso n o um fator importante tanto quanto precisar de uma m quina para mediar a expedic o Dentre outras coisas o que se percebeu foi que ambas as experi ncias desta pesquisa desencadeiam um objetivo espec fico uma de sair ao acaso outra de revisitar os locais Ambas de apreciar a cidade conhecer seus segredos observar Contudo elas partem da relac o sujeito cidade sujeito cibercidades Na experi ncia presencial como visto anteriormente a interac o e imers o na cidade envolvem outros sujeitos fluxos e mobilidade o que permite ao homem utilizar seus sentidos para emergir aos cheiros sons e paisagens urbanas que acabam por fazer parte tamb m da experi ncia de deriva J na experi ncia virtual a interac o
111. igem na Normandia em 1645 e re ne amantes da caminhada em busca de aventuras Entre os locais a serem alcan ados pelo grupo est a Fazenda do Cercado de Jo o Leite da Silva Ortiz fundador do Curral Del Rey que deu origem a Belo Horizonte A caminhada dos quatro amigos pode durar at este domingo dependendo das descobertas e do nimo dos andarilhos Depois de encerrar o fl neur pela capital mineira a inten o apresentar um relato da experi ncia com fotos e curiosidades
112. implica no desejo do nomem em ser enquanto cidade Para o autor esse desejo e necessidade partem do car ter de exterioridade da cidade que movimenta a popula o mobiliza transforma es provocando diferentes mecanismos novas ordena es e uma constante reinven o em busca da cidade ideal Essa reinven o e mobilidade guiada tamb m pela temporalidade que incorporam a verdadeira exist ncia e a forma o da cidade produzindo e reproduzindo novas formas renovando suas perspectivas emergindo em uma nova 17 condi o coletiva e mudan as que oportunizam diferentes experi ncias de car ter nico e subjetivo introduzidas na vida do sujeito moderno Segundo F lix Guattari 1992 p 169 a subjetividade entrou no reino do nomadismo generalizado Para o autor isso desencadeia o in cio de uma era da racionalidade em que a cidade a partir de desejos de mudan a passa a configurar se em caracter sticas mut veis e h bridas criando novas formas e espa os Com isso foi processada uma radical transforma o nos modelos mec nicos e tecnol gicos que alteraram e homogeneizaram de maneira suplementar as cidades do s culo XVIII e XIX Estabeleceram se in meras mudan as nas cidades de grandes monumentos e pra as A transforma o social as estruturas f sicas e t cnicas alteraram a trajet ria a informa o redefinindo o uso do espa o e a rela o do homem com a cidade e sua composi o Essas mudan as
113. informa o produ o e reprodu o de imagens e acelera o dos processos de intera o al m do aumento das ferramentas de posicionamento localiza o e deslocamento que se tornaram a maior refer ncia de orienta o e cartografias informatizadas do s culo XXI Para Paul Virilio 1993 p 10 a cidade contempor nea destitu da do passado Nela a pr tica social se esvai e surge ent o uma cidade cuja rela o predomina do espa o tempo tecnol gico Em contrapartida ao autor a partir do passado que a cidade contempor nea cria domin ncias e modelos que se alteram Isso sugere investigar os efeitos da tecnologia sobre a cidade contempor nea pensar suas heterogeneidades al m das suas configura es pessoais e visuais compreender as categorias espaciais e temporais e como esses efeitos interferem 27 na l gica construtiva das tamb m conhecidas por cibercidades Andr Lemos 2004 utiliza o termo cibecidades para explicar que cibercidade a cidade contempor nea e todas as cidades contempor neas est o se transformando em cibercidades Podemos entender por cibercidades as cidades nas quais a infraestrutura de telecomunica es e tecnologias digitais j uma realidade LEMOS 2004 p 19 Segundo Erick Felinto 2006 o surgimento do espa o virtual propagou se com grande intensidade com a expectativa de ter ou estar em um espa o capaz de isolar o homem dos poss veis perigos
114. inha que seguir em frente e se fosse poss vel encontrar com esses lugares seria bom Andr a resolvemos seguir Tanto que o jogo tava chegando tamb m a gente queria ver o jogo a fome risos 123 N sio possibilidade de filar um rango l e assistir o jogo de futebol Andr a a gente sabia que depois dali a gente ia pro Centro Que a gente meio que combinou de assistir o jogo na casa de uma amiga nossa que era ali no Gutierrez que era caminho pela avenida Amazonas a gente passou na casa dessa amiga nossa assistiu o jogo e fomos pro Centro tamb m n o sabia onde a gente ia dormir n o Fernando o que foi legal esse neg cio do jogo tamb m porque o povo foi pra rua Ent o a gente viu um outro tipo de movimenta o na rua Andr ah tinha um movimento maior N sio principalmente a partir do hor rio da tarde o jogo acho que foi quatro ou cinco horas da tarde e a nessa hora a gente tava j l no Bet nia exatamente na rsula Paulino a come ou a aparecer mais E a a gente tamb m tinha essa hist ria de tentar fazer umas perguntas o Andr ia fotografando os caminhos e eu com o Fernando a gente ia mais ou menos meio que parando algumas pessoas fazendo umas anota es uma esp cie de di rio de bordo mesmo do que a gente via sentia e em alguns momentos a gente foi perguntar pra algumas pessoas perguntar Houve alguma interrup o ou acontecimento que interferiu nessa fl nerie de voc
115. irar imagem de corpo flagrado por Street View no RJ G1 Tecnologia e Games 30 set 2010a Dispon vel em lt http g1 globo com tecnologia noticia 2010 09 google diz que vai retirar imagem de corpo flagrada por street view no rj html gt Acesso em 20 mar 2011 G1 Homem com cabe a de cavalo surge em nova imagem do Street View G1 Tecnologia e Games 02 jul 2010d Dispon vel em lt http g1 globo com tecnologia noticia 2010 07 homem com cabeca de cavalo surge em nova imagem do street view html gt Acesso em 06 mar 2011 G1 Tecnologias e games 250 mil fam lias alem s pediram para n o aparecer no Street View S o Paulo 2010c Dispon vel em lt http g1 globo com tecnologia noticia 2010 10 na alemanha 250 mil casas pediram para ser bloqueadas no street view html gt Acesso em 21 dez 2010 GALILEU Redac o Internautas flagram cenas inusitadas no Google Street View Revista Galileu 2010 Dispon vel em lt http revistagalileu globo com Revista Common 0 EMI175918 17770 00 INTERNAUTAS FLAGRAM CENAS INUSITADAS NO GOOGLE STREET VIEW html gt Acesso em 21 mar 2011 GIDDENS Anthony As consequ ncias da modernidade S o Paulo Editora Unesp 1991 GIZMODO CHOW Elaine Pol cia usa o Google Street View para resolver sequestro 2009 Dispon vel em lt http www gizmodo com br conteudo policia usa o google street view para resolver sequestro gt Acesso em 21 mar de 2011 GMAIL Gmail pessoal 2010 Dispo
116. isso essas tecnologias digitais facilitaram a vida do homem contempor neo e tornaram se necess rias em seu cotidiano ampliando as fronteiras do tempo e espa o e da emerg ncia de novas experi ncias tornando as necess rias para a rela o de deslocamento do sujeito na cidade Isso implicou em outra realidade que disseminou um novo modelo do espa o e tempo e que permitiu a pr tica do que foi chamado no terceiro cap tulo de fl nerie virtual A fl nerie virtual se d por meio de aparelhos e ferramentas virtuais que possibilitam interatividade imers o e novas apropria es do tempo e espa o urbano difundindo novas experi ncias No entanto como se d o processo de inclus o imers o interatividade e novas experi ncias que a pr tica da fl nerie virtual possibilita Como visto no terceiro cap tulo o Google Street View tornou se fundamental nesta pesquisa por ser uma ferramenta que permite que o usu rio mediado por um computador ou tecnologias digitais m veis fa a um passeio virtual a partir de um plano imag tico e outras perspectivas sugerindo uma experi ncia subjetiva Essa experi ncia subjetiva que as cartografias digitais proporcionam que revela sua capacidade de inclus o Na fl nerie virtual compreendeu se ent o que a media o que interliga a participa o do usu rio com a ferramenta J a intera o se d por meio das a es desse mesmo usu rio junto aos recursos que a ferramenta oferece emergindo pa
117. ito grande de dados sobre os indiv duos quererem saber o que fazemos com a informa o do cidad o do seu pa s Estamos dispostos a esclarecer como o nosso processo e mostrar que estamos protegendo a privacidade das pessoas XIMENES 2009 As quest es de privacidade s o as principais causadoras dos processos empresa Ainda no site Intonses o especialista em Direito e Internet Marcel Leonardi afirma N o tem nada de ilegal em capturar imagens a partir da via p blica desde que o emprego delas n o viole nada que privado Por isso eles borram placas de carro e o rosto das pessoas H ressalvas como o caso do Jap o em que o quintalzinho das casas beira da rua tido culturalmente como uma parte ntima da morada e se publicado pode ofender muito O 17 Informa o publicada no site Guardian Endere o eletr nico dispon vel nas refer ncias bibliogr ficas 18 Informa o publicada no site Terra Endere o eletr nico dispon vel nas refer ncias bibliogr ficas 12 Informa o publicada no site Intonses Endere o eletr nico dispon vel nas refer ncias bibliogr ficas 59 Google mostrou boa vontade ao refazer as fotos l com a c mera mais baixa Sempre existe possibilidade de dano a algu m Deve haver um equil brio entre as novidades da tecnologia e o que chamamos de risco de desenvolvimento Para que tenhamos progresso a sociedade em geral tem de estar disposta a aceitar o risco e quem inves
118. jeta outros paradigmas que distinguem a fl nerie virtual Trata se nesse come o de s culo XXI da consci ncia de viver em uma nova cidade em um novo espa o urbano espa os globais regidos pelo tempo real imediato do mundo globalizado LEMOS 2004 p 20 A fl nerie virtual uma experi ncia mediada que admite sensa es surgidas de um passeio e uma contempla o pixelada que parte da visualiza o de imagens mediadas por um computador Mas isso n o antagoniza com a experi ncia do fl neur entendida anteriormente resultante de sentidos e presen a uma experi ncia que possibilita uma nova forma de apreciar e deslocar se na cidade A fl nerie virtual prop e uma experi ncia do limiar na qual o longe n o existe O tempo se expande e a dist ncia se desfalece na frui o de imagens do que antes se 72 categorizavam como desconhecidas uma experi ncia de heterogeneidade vol vel da curiosidade circundante e consequentemente dos sentidos em que o tempo e o deslocamento espacial se d o por conquistados Neste sentido pode se definir a ferramenta Google Street View e a pr tica que possibilita a fl nerie virtual como uma fun o mediadora que conduz a uma proximidade e uma nova forma do estar Essa amplia o da cidade se d por meio de uma ferramenta de navega o e conhecimento que desencadeia tamb m outra forma de experi ncia contempor nea Uma experi ncia de subjetiva o fundamental para
119. lacas com nome de ruas fixadas nas esquinas J na fl nerie virtual os nomes das ruas e numerac o v o modificando conforme o usu rio clica nas setas para emergir em outro lugar Assim a experi ncia virtual sugere um passeio ilimitado e sem interrup es No entanto limitado pela ferramenta e sua media o 2 Na Expedi o BH de cabo a rabo a experi ncia presencial se deu no processo de intera o do sujeito com o outro desconhecido por meio da imers o em seus espa os e ambiente J na fl nerie virtual a intera o mediada por um dispositivo sociot cnico que submete o sujeito a uma aparente aus ncia de sentidos e de movimento f sico em tempo real Em uma o sujeito contempla o nascer do sol na rela o direta com a paisagem Na outra ele se contenta com a perman ncia da imagem conforme foi registrada A possibilidade de mover se por v rios lugares e em diversos sentidos inclusive a de poder caminhar na contram o altera de forma Google Street View permite ir apenas aos locais que j foram mapeados pela ferramenta as pequenas ruas e passarelas ainda est o em processo de mapeamento via Trike 106 substantiva as informa es e a rela o intersubjetiva Tais caracter sticas entretanto mostram que em ambas o tempo e o espa o se destacam de diferentes maneiras Assim poss vel perceber que nas duas experi ncias o grupo buscou explorar a cidade a partir de um novo olhar uma nova rela o uma nov
120. lente voc tem uma vis o daquilo ali e a gente tava em outra percep o ent o acabou criando das partes um todo Que de n s tr s foi um resultado feliz Pacheco 2010 Com isso o que se percebe que quando migramos para a fl nerie virtual a cidade se reconfigura Mant m seu significado objetivo espa o temporal referencial mas adquire outros sentidos dados pela possibilidade de um estar mediado pelo dispositivo t cnico Tal experi ncia incide diretamente na experi ncia a come ar pela suspens o dos riscos e interrup es corriqueiras que ocorrem na cidade O deslocar se pelo espa o dispensa a rela o f sica de se chegar a um determinado lugar Outra especificidade diz respeito temporalidade enquanto na intera o presencial o presente o configurador central da experi ncia ele que convoca o 95 passado e o atualiza na rela o direta com o sujeito A intera o com imagens da cidade registrada pela ferramenta Street View constitui outro tempo que simula a atualidade mas que na verdade um tempo passado Se na experi ncia presencial o sujeito se apropria da cidade na rela o direta e a atualiza a partir deste corpo a corpo do presente na rela o mediada pelo dispositivo midi tico a experi ncia temporal simulada como no presente apesar de terem sido produzidas no passado Aqui a atualiza o parece se dar pela refer ncia outra cidade aquela vivida Mas na experi ncia presenci
121. lha sem julgar que busca a imers o e n o a compreens o que clica desesperadamente sendo levado a novos espa os digitais Ele passeia por percursos que n o t m as interrup es soltas no cotidiano do homem contempor neo Vai volta salta por informa es e imagens que tornam mais flex veis a vida na cidade contempor nea A implementa o de meios que permitem essa pr tica sugere a pensar quest es sobre cidade imers o media o interatividade localiza o mobilidade sistemas cartogr ficos informatizados espa o e tempo dentre outras que emergem a partir das novas ambi ncias e m quinas h bridas inseridas no cotidiano do homem 33 contempor neo Trata se efetivamente de uma fus o do surgimento de pr ticas h bridas entre o espa o f sico e o espa o eletr nico Essa nova configura o vai disseminar pr ticas de nomadismo tecnol gico onde as tecnologias tornam se cada vez mais pervasivas transparentes e ub quas A era da conex o configura a cultura da mobilidade contempor nea LEAO 2004 p 22 O imbricamento de dispositivos e as ferramentas que reconfiguram e potencializam as rela es e os sentidos que se constroem com e no tempo e no espa o permitiram a emerg ncia de novos sistemas cartogr ficos baseados na explora o e apropria o de imagens e que possibilitam a experi ncia subjetiva da fl nerie virtual O que antes partia de uma pr tica presencial onde o fl neur contemplava
122. lterando n o somente a maneira de v la como tamb m a maneira de estar nela refor ando e acelerando a comunica o instant nea e a informa o modificando a ordena o da cidade f sica a partir da cibercidade ou cidade digital dando espa o a outro fl neur Essa revolu o tecnol gica incorporou na vida das pessoas o uso de ferramentas e tecnologias digitais m veis ou m dias locativas Ou essa difus o simbi tica redefiniu e criou outra significa o para a experi ncia no mundo e no cotidiano dando espa o ao urbano heter clito s cidades midiatizadas e extremadas s ferramentas de georeferenciamento que originaram a ciber fl nerie e o ciber fl neur sujeito que passeia pelos espa os virtuais a partir de outras perspectivas Segundo Featherstone 2000 p 202 essa gera o est habituada liberdade de clicar sobre um cone ou uma imagem selecionada e perseguir uma linha de investiga o ou navega o Para o autor a facilidade de acesso instant neo a diversos lugares e informa es que permite a pr tica da fl nerie virtual O ciber fl neur vagueia pela malha virtual de imagens e informa es sem locomover o corpo A mobilidade e interatividade parte apenas de mecanismos eletr nicos interligados ao mundo que d o outro tipo de relev ncia para as quest es f sicas espaciais e temporais Para Andr Lemos 2001 p 2 o ciber fl neur o sujeito que torna se observador que o
123. mediada pelo computador ou telefones m veis a partir de ferramentas e recursos que disponibilizam imagens lineares da cidade possibilitando a imers o do sujeito s cibercidades sem a necessidade da mobilidade f sica o que origina a pr tica da ubiquidade E ambas desencadeiam uma experi ncia de subjetivac o 112 REFER NCIAS AGUIARI Vinicius Pol cia inglesa usa Google Street View para procurar ladr o Exame com 09 nov 2010 Dispon vel em lt http exame abril com br tecnologia noticias policia inglesa usa google street view para procurar ladrao gt Acesso em 06 mar 2011 ANDERS Peters Sinergias tecnologias em espacos f sicos e ciberespacos In PARENTE Andr Org Redes sensoriais arte ci ncia tecnologia Rio de Janeiro Contra Capa 2003 ARAUJO Yara Rondon Guasque Telepresenca interac o e interfaces S o Paulo Educ 2005 BARBERO y Mart n La ciudad virtual transformaciones de la sensibilidad y nuevos escenarios de comunicaci n Revista de la Universidad Del Valle Cali n 14 p 26 38 ago 1996 BARROS Jos M rcio Cultura e comunicac o nas avenidas do contorno em Belo Horizonte e La Plata Belo Horizonte Editora PUC Minas 2005 BAUDELAIRE Charles Le Spleen de Paris Paris Flammario 1987 BENJAMIN Walter A Paris do Segundo Imp rio em Baudelaire In FERNANDES F Org Walter Benjamin S o Paulo 1985 BENJAMIN Walter Magia e t cnica arte e pol tica en
124. mento novo FURTADO 2002 p 15 Ademais com o advento das tecnologias junto ao capitalismo as pequenas cidades arborizadas com ruelas e casebres foram moldando se de forma simbi tica as novas necessidades e transforma es enraizando se nos longos pr dios nas largas avenidas na abund ncia de carros e informa o o que re configurou e instaurou uma nova apar ncia capaz de enriquecer e criar novas culturas Esse processo d espa o a experi ncias n o somente emocionais mas que precedem da polifonia da cidade moderna da comunica o e exacerba o de imagens da velocidade dos fluxos Tais fatores implicam em uma cidade cuja realidade acaba por resultar em quest es internas emocionais que se constroem e transformam se em fatores externos e simb licos como citado anteriormente Assim a cidade capaz de oferecer diversos sentidos e rela es H algo nela que externo ao sujeito podendo desmembrar suas pr prias perspectivas e direcionar o olhar do homem conforme suas mudan as e heterogeneidade O desenvolvimento ocorre conforme a exacerba o de informa o e comunica o que a envolve As representa es simb licas e elementos intr nsecos a configura produzindo ru dos fluxos e circula o al m de sugerir uma reorganiza o social e um crescimento exacerbado capazes de implicar diretamente no cotidiano do homem Por meio dessa vicissitude que surgem elementos que segundo Eduardo Duarte 2006 p 101
125. mouse observando as imagens a cidade e os detalhes E por mais que as fotografias da expedi o mostrassem um determinado local logo Andr percebeu que ambas as fotografias t m uma diferen a de ngulo que segundo ele o seguinte a c mera do Street View fica uns dois metros de altura ela em cima do carro mas ela num pedestal em cima do carro Salles 2010 Assim ficou 90 claro que mesmo que girassem a imagem para um lado e para outro algumas n o teriam a direc o e o ngulo exato dos registros feitos por eles na experi ncia presencial O que o olhar capta a m quina n o capaz de reproduzir mesmo que a luz seja a mesma o ambiente o mesmo O Google Street View tem algumas limita es de distanciamento e qualidade da imagem dentre outras Nas figuras abaixo poss vel perceber as diferen as das imagens Na figura 56 mesmo com o recurso de zoom que o Google Street View oferece a imagem contextualiza seus diferenciais diferentes ngulos diferentes climas e resolu es Figura 55 In cio da expedi o BH de cabo a rabo Rua M rcia de Windsor Rola mo a Belo Horizonte MG Brasil Na foto F bio N sio e Fernando Fonte SALLES 2006 Goc gle maps M rcia de Windsor Pesquisar niga O que h por aqui Brasil Pesquisar no mapa F mis Do LD M bo 5 n R y E E Figura 56 Rua M rcia Windsor no recurso Google Street View Fo
126. movimento e transforma o tanto no campo das t cnicas quanto nas rela es e estruturas sociais Para o autor o tr nsito e as transforma es marcam de maneira acentuada as caracter sticas dominantes das cidades modernas Essas mudancas projetam outra e nova relac o comunicacional Nesse sentido poss vel olhar e perceber a cidade como o lugar de trocas r pidas afluxos intera es e proje es que permitem atividades intensas e uma nova est tica para a cnamada cidade da modernidade As figuras abaixo ilustram algumas dessas mudan as d Figura 1 Avenida Afonso Pena Belo Horizonte MG d cada de 1940 Figura 2 Avenida Afonso Pena Belo Horizonte MG 2010 Fonte TRUTHS 2010 Logo a cidade passou a ser ambiente de atra o e repuls o mediada pelo 20 tempo da m quina e o tempo do outro Ela adquiriu uma configurac o diferente e especificamente urbana atingindo diversos fatores que implicaram no seu crescimento e tamb m no seu descontrole Assim a cidade passou a ser dominada pela prolifera o de m quinas fluxos e informa o Essas transforma es vivem em constante varia o e parecem nunca chegar a sua totalidade Tal processo sugere ao homem a inebriante vontade de querer sempre mais ocasionando grandes mudan as e apropria es que implicaram na emerg ncia e predomin ncia do movimento incessante e de formas fluidas A cidade moderna se expande com g
127. mpo Acabam engendrando o espaco n o s geogr fico mas o espaco subjetivo dessa cidade O movimento ou estagnac o da cidade que desencadeia no fl neur o desejo simb lico e sensitivo de estar imerso no prazer in dito do ambiente urbano no mist rio do desconhecido e na fugacidade da beleza dessa cidade que se esvai num piscar de olhos e que como formas caleidosc picas transformam novos cen rios Com a pr tica da fl nerie presencial poss vel se perguntar que cheiro e cor a cidade tem Que som a cidade faz Responder a tais perguntas explicar a rela o do sujeito e a cidade na sua totalidade E se para cada sujeito a percep o das coisas e do mundo se d de forma individual assim h in meras cidades em uma H uma vastid o de cores ru dos e cen rios Explorar a cidade como fazer uso de um recept culo individual como afirma Andr Salles A gente resolveu fazer esse caminho do ponto mais Sul ao ponto mais Norte mas eu acho que se trinta pessoas resolvessem fazer esse caminho cinquenta cem pessoas quantas pessoas fossem fazer esse caminho o caminho seria diferente porque passariam por ruas diferentes encontrariam situa es diferentes SALLES 2010 Na expedi o BH de cabo a rabo cada um do grupo memorizou da sua forma os cen rios os cheiros e sons vividos durante tr s dias Para Fernando isso se explica da seguinte forma S o outras ideias e movimentos quando voc t com o olho ali na
128. muito mais mem ria e sentimento do que eu imaginava RESUMO Esta dissertac o investiga as possibilidades de se falar de fl nerie virtual via cartografias digitais e informatizadas a partir da reflex o sobre a cidade e a cibercidade e os processos de intera o e media o O objetivo foi o de compreender as diferen as e similitudes da experi ncia de vagar pela cidade presencialmente e no espa o virtual Para tanto foi realizada uma revis o conceitual sobre a cidade a emerg ncia das cidades virtuais e os processos de intera o imers o e media o Tamb m foi realizado um estudo sobre a ferramenta Google Street View e um estudo de caso sobre a expedi o BH de cabo a rabo evidenciando as rela es entre a vers o presencial e o desdobramento no ambiente virtual A relev ncia deste estudo est em apontar para as rela es sociais na contemporaneidade al m de permitir uma nova percep o e concep o do tempo e espa o na experi ncia presencial e pelo espa o virtual Palavras chave Cidade Cibercidade Intera o Media o Fl nerie Virtual Google Street View BH de cabo a rabo ABSTRACT This master s thesis investigates the possibilities that emerge when dealing with the subject of virtual fl nerie using digital and computerized cartography using as starting point the reflection between the city and the cibercity and their interaction and mediation processes lts main purpose is to comprehend the differe
129. n vel em lt http www gmail com gt Acesso em 17 mar 2011 GOMES Renato Cordeiro org MARGATO Izabel Esp cie de espaco territorialidades literatura m dia Belo Horizonte editora UFMG 2008 GOOGLE Ferramenta de busca 2010a Dispon vel em lt http www google com br gt Acesso em 17 mar 2011 115 GOOGLE Guia do usu rio do google earth Google Earth Conte do dispon vel em lt http earth google com userguide v4 Hadding contet gt Acesso em 24 set 2008 GOOGLE Imagens 2010b Dispon vel em lt http www google com br gt Acesso em 17 mar 2011 GOOGLE Pegman Street View Google Street View Cente do dispon vel em lt http maps google pt intl pt PT help maps streetview behind the scenes html gt Acesso em 13 dez 2009 GUARDIAN Google Street View banned from Greece 2009 Dispon vel em lt http www guardian co uk technology 2009 may 12 google street view banned greece gt Acesso em 23 jan 2011 GUATTARI F lix Caosmose um novo paradigma est tico S o Paulo Editora 34 1992 HISSA C ssio Eduardo Viana Ambiente e vida na cidade In BRAND O Carlos Ant nio Leite Org As cidades da cidade Belo Horizonte Editora UFMG 2006 p 81 92 HUGHES Joe Google Maps for iPhone adds Street View public transit and walking directions Google Mobile Blog 21 nov 2008 Dispon vel em lt http googlemobile blogspot com 2008 1 1 google maps for iphone adds street vie
130. nces and similarities between the experience of navigating through the urban space on first hand and doing the same in its virtual space For that objective we conducted a conceptual review on the city and the emergence of virtual cities their interaction and mediation processes but we also performed an thorough study on the Google Street View tool and on the BH de cabo a rabo Belo Horizonte from head to toes paraphrased expedition highlighting the relationship between its live first hand version and its unfolding in the virtual space The relevance of this study points out to social relations in contemporary society allowing a new perception and conception of time and space in the classroom and experience the virtual space Keywords City Cibercity Interaction Intermediation Virtual Fl nerie Google Street View BH de cabo a rabo LISTA DE FIGURAS Figura 1 Avenida Afonso Pena Belo Horizonte MG d cada de 1940 19 Figura 2 Avenida Afonso Pena Belo Horizonte MG 2010 19 Figura 3 Pra a Sete Belo Horizonte MG 21 Figura 4 Tr fego da cidade de S o 21 Figura 5 Mapa mesopot mico feito em argila 35 FIGURAS erecta 35 Figura 7 Primeiro passo uma pesquisa no google com Basta digitar n
131. ncia nova que n o envolve cheiro polifonia ou deslocamento f sico mas envolve uma experi ncia sem muitos limites Isso difere da pr tica baudelairiana e benjaminiana em que para a fl nerie a presen a fundamental preciso estar l para parar no meio da cidade e contempl la durante horas movendo se caminhando ou n o mas sem precisar de qualquer instrumento ou ferramenta para mediar a pr tica Ambas t m suas particularidades Na fl neire benjaminiana o sujeito pode parar e apreciar a cidade Na fl nerie virtual al m de facilitar o deslocamento do sujeito no ambiente urbano a intera o os movimentos inseridos nos recursos da ferramenta s o fundamentais para a imers o Tal caracter stica implica em um paradoxo do mover se sem sair do lugar 3 4 Google Street View inova es e implica es na sociedade contempor nea Toda a inova o e interatividade fazem surgir tamb m conflitos e desconfian as O Google Street View como ferramenta inovadora e contempor nea desencadeou debates e cr ticas sobre quest es relacionadas vigil ncia e privacidade Ou seja emerge um conflito entre as caracter sticas positivas de suas funcionalidades e quest es relacionadas tica autonomia aos direitos civis Ao longo dos quatro anos de sua implanta o a empresa coleciona processos e mais processos de pessoas que se sentiram invadidas ao verem sua imagem publicada na Internet Segundo Fernanda Bruno 2010b
132. ndo interatividade 30 twitter rompe o tempo e faz propagar as not cias de maneira mais r pida seja ela pessoal ou informacional Os GPS e mapas com cartografias de imagens capturadas por sat lites vigiam controlam mas tamb m facilitam a vida do homem contempor neo sugerindo a interatividade como extens o do real Essas ferramentas provocaram transforma es e a dissemina o de um modelo de configura o do espa o e do tempo chamado de cibercidades e a experi ncia do que ser chamado aqui de fl nerie virtual O termo fl nerie virtual utilizado como um operador conceitual para se compreender a cultura contempor nea as altera es das rela es do homem com a cidade determinados pelo uso crescente dos dispositivos midi ticos contempor neos e redes telem ticas que emergem na chamada cultura de conex es e mobilidade Para Andr Lemos 2001 fl nerie virtual ou ciber fl nerie significa passeio virtual ou seja a pr tica da fl nerie a partir de ferramentas e aparelhos virtuais permite imers o a novos espa os digitais Assim como o errante urbano ele mergulha no cibermundo perdendo se na rede clicando e deixando se levar a v rios espa os extraindo materiais para escrever tendo como base as impress es de sua viagem O Ciber fl nerie fl nerie por espa os relacionais criados por estruturas de informa o eletr nica como sites homepages portais e documentos sob forma de interativid
133. ne gratuito e avan ado que possibilitava aos usu rios a maior quantidade de informa o poss vel dispon vel na Internet As solicita es de pesquisa no sistema de busca foram para mais de um bilh o de acesso O sucesso da ferramenta cresceu consideravelmente instaurando novas parcerias e servi os vinculados empresa Ainda que a ferramenta seja vasta e seu sistema de busca bastante segmentado a Google sugere in meras possibilidades de pesquisa Assim rapidamente ela estava lan ando novos produtos e parcerias sendo pioneira nos servi os on line e gratuitos 19 A Google Maps uma ferramenta gratuita na internet que possibilita servi o de imagens de sat lites mapas rotas 40 As figuras 7 8 e 9 exemplificam alguns passos para buscas por conte dos e imagens de um determinado assunto Web inean Mobis bace Aid mane hana cavalo qa com Googe 1 Sm Google mapas antigos Pamen a ma os antigos apos arts do brast mapas antigos brasil pupas atuais mapas artbgos de europa mapas IGJ de mundo mapas s gs de israel mapas artigos das mapas 57009 historias curiosas mapas 270009 de janeiro 3 Pesquea Goog a Estou com some Figura 7 Primeiro passo para uma pesquisa no google com Basta digitar na barra de busca o assunto que deseja pesquisar na web Fonte GOOGLE 2010a Web Mapas Cut Gerald mas ani gn all
134. nindo a pr tica socioespacial CARLOS 200 p 14 Com a revolu o tecnol gica os mapas contempor neos difundem seus paradigmas oferecendo fun es de localiza o mobilidade posicionamento e interatividade Para Andr Lemos 2010b os mapas tradicionalmente buscavam um mimetismo com o espa o abstrato Os mapas digitais podem revelar rela es conex es movimentos entre as coisas no mundo constru do lugares funcionalidade se destaca em permitir conhecer e explorar novos espa os misturando e sobrepondo temporalidade e espacialidade em uma rela o de constante intera o uma esp cie de voo virtual pelas cartografias digitais Para Queiroz Filho o voo virtual passa a ser considerado como uma atividade 37 explorat ria visual de dados da superf cie terrestre que possui um mecanismo interativo de deslocamento proporcionado por um programa de computador 2007 p 22 Esses mapas indubitavelmente reordenaram e agregam novas formas de explorar o tempo e o espaco A descoberta de conhecer ou reconhecer os espacos geogr ficos de anotar posi es e trajetos implicando em um tempo que pode ser encurtado e um espaco que pode ser mais bem explorado e percebido com a ajuda dessas cartografias digitais que carregam n o somente imagens panor micas de lugares como tamb m endere os Fotografias lineares que d o a ideia de caminhar pelo local sistema de zoom que proporciona uma melhor visualiza o
135. novos projetos abrangentes que pudessem atender a demandas e necessidades do sujeito contempor neo que vive na era da conectividade m vel e em cidades que crescem excessivamente Passou ent o a fornecer servi os on line como e mail comunica o instant nea armazenamento de dados compartilhamento de v deos fotos e outros arquivos tradutor mapas informatizados agenda banco de imagens udio cartografias via sat lite banco de livros redes sociais etc Alguns desses servi os substitu ram e v m substituindo alguns sistemas de comunica o As cartas deram espa o aos e mails que com sua efici ncia chegam com mais rapidez ao destinat rio As bibliotecas virtuais trazem um grande acervo do mundo inteiro na web assim como e books que oferecem livros digitalizados sem que seja necess rio comprar para adquiri los As cartografias digitais informatizadas trazem al m das imagens uma grande quantidade de informa o sobre rota tr fego e destinos vinculada a um acervo de imagens de diversas cidades e pa ses A prolifera o desses novos produtos causou bastante impacto na sociedade e o desafio de estabilizar se e tornar se til no cotidiano do homem contempor neo acabou reconfigurando os meios de comunica o informa o e a cultura tornando os ferramentas essenciais para a sociedade contempor nea Alguns desses servi os podem ser vistos nas figuras 10 11 e 12 a seguir 42 rar Dater agora A
136. nte MAPS 2010 91 A dificuldade na manipula o da ferramenta a princ pio tornou a experi ncia virtual bastante lenta A necessidade de clicar nas setas para emergir em outro lugar dificultava no reconhecimento de alguns locais Al m disso o mapa virtual traz a dimens o dos lugares o que consequentemente deu uma no o maior e visual da espacialidade e do tempo Na experi ncia presencial eles eram mediados pela dist ncia e esfor o f sico Engra ado eu nem lembrava que a gente andou tanto na M rcia de Windsor Salles 2010 Assim como afirmou N sio logo em seguida muito engra ado porque voc n o t acostumado n Uma das ideias do projeto era exatamente conhecer a cidade que a gente mora porque a gente conhece talvez umas quinze ruas que a gente anda frequentemente e a quase como se a gente tivesse mesmo andando a xodo TEIXEIRA 2010 Caminhar pela cidade envolve diversos aspectos que na experi ncia virtual s o dispens veis como o calor do sol o cheiro das flores da Pra a da Avenida Senador Levindo Coelho o sabor do abacaxi do vendedor ambulante etc J na expedi o virtual poder salta ou voar de um lugar a outro em quest es de segundos algo que seria imposs vel na expedi o presencial al m de poder rever revisitar ou conhecer ambientes sem sair de casa Assim o uso da ferramenta desencadeou diferentes percep es e sensa es mas o que se percebe que manter o
137. o Valdir Soeiro Emerich rsula Paulino Alexandre Siqueira Frei Andreoni Orlando Pitanga Campo Florido Cec lia de Almeida Estrada do Cercadinho Corcovado G vea Bar o Homem de Melo Campos El seos Bernardino de Lima Amazonas Centro da cidade Praca 7 Hotel na Amazonas com Caet s 137 Dia 2 Hotel Centro Amazonas Caet s Estac o Lagoinha Varginha Av Ant nio Carlos Rio Novo Diamantina Formiga Pitangui Itapetinga Apor Pinheiros Passarela Casa de Tequinha Estoril Alentejo UFMG Abra o Caran Mineir o Mineirinho Otac lio Negr o de Lima Ant nio Carlos Pedro Lagoa do Nado Jo o Samaha Matagal Pedro Motel Dia 3 Pedro Motel Buritis Padre Pedro Pinto Vilarinho Avenida Baleares Nosso Senhor do Bonfim Jockey Club Cidade Administrativa Texto publicado em 23 de junho de 2006 no blog Mudikin Link http mundikim blogspot com 2006 06 achei idia interessante html Autor Marco Vinicius Pereira 138 139 Achei a ideia interessante Percorrer a p a capital mineira do seu ponto mais extremo ao Sul na divisa com Ibirit chegando ao Norte na divisa com Pedro Leopoldo Esse o objetivo de quatro aventureiros que em dia de jogo da Sele o Brasileira pela Copa do Mundo sa ram de casa para conhecer o lado pitoresco de Belo Horizonte e registrar curiosidades encontradas pelo caminho O projeto BH aos extremos proposto pelo m sico e fot gra
138. o uso da t cnica possibilitaram a quebra da tradi o que segundo ele romperam valores destru ram sentimentos sentidos e consequentemente abriram espa o para a necessidade de reconstru los A reconstru o desses sentidos e dessas experi ncias logo estaria enraizada s novas tecnologias e novas sociabilidades 25 possibilitando diferentes e in meros desafios sociedade moderna relacionados a aprendizado aceita o e mudan a constante Como na modernidade as rela es deixaram de ser mais coletivas para se estabelecerem em uma rela o mais individualista as novas tecnologias sofreram mudan as para partilhar a comunica o e a informa o mesmo que essas prevalecessem de uma rela o de maior interioridade mpar Assim para Benjamin 1994 S o solid rios dos homens que fizeram do novo uma coisa essencialmente sua com lucidez e capacidade de ren ncia Em seus edif cios quadros e narrativas a humanidade se prepara se necess rio para sobreviver cultura E o que mais importante ela o faz rindo Talvez esse riso tenha aqui e ali um som b rbaro Perfeito No meio tempo possa o indiv duo dar um pouco de humanidade quela massa que um dia talvez retribua com juros e com os juros dos juros BENJAMIN 1994 p 119 O autor sugere que o sujeito seria obrigado a limitar a pr tica da fl nerie diante da exacerba o de tecnologia e informa o que a cidade moderna o imp e diminuindo a troca de exper
139. o comportamento humano no meio urbano In VELHO Ot vio Guilherme Org O fen meno urbano Rio de Janeiro Zahar 1967 FEATHERSTONE Mike O fl neur a cidade e a vida p blica virtual In ARANTES Ant nio Augusto Org O espa o da diferen a Campinas Papirus 2000 FELINTO Erick O ciberespa o como cidade ideal sobre os estranhos destinos de uma met fora urbana In PRYSTHON Angela Imagens da cidade espa os urbanos na comunica o e cultura contempor nea Porto Alegre Sulina 2006 114 FERNANDES Rafael Carros do Google Street View j circulam em S o Paulo e Rio de Janeiro Blog da Us Star 05 jan 2010 Dispon vel em lt http usstar com br blog p 11155 gt Acesso em 06 mar 2011 FERRARA Lucr cia O turismo dos deslocamentos virtuais In Y ZIGI Eduardo CARLOS Ana Fani Alessandri CRUZ Rita de C ssia Ariza da Org Turismo espaco paisagem e cultura 2 ed S o Paulo Hucitec 1999 p 15 24 FURTADO Beatriz Imagens eletr nicas e paisagem urbana interven es espa o temporais no mundo da vida cotidiana comunica o e cidade Rio de Janeiro Relume Dumar 2002 G1 Google Street View flagra corpo em cal ada mas era s menina brincando G1 Planeta Bizarro 12 ago 2010b Dispon vel em lt http g1 globo com planeta bizarro noticia 2010 08 google street view flagra corpo em calcada mas era so menina brincando html gt Acesso em 06 mar 2011 G1 Google diz que vai ret
140. o realizou uma pesquisa te rica para o desenvolvimento de conceitos utilizando se de alguns autores espec ficos como Ana Fani Carlos Walter Benjamin Andr Parente Jos M rcio Barros Beatriz Furtado e outros que permitiram caracterizar que tipo de experi ncia no tempo e no espa o da cidade a ferramenta Google Street View oportuniza Assim a estrutura desta pesquisa foi distribu da da seguinte forma Inicia se com uma pequena introdu o Na segunda fase foi feito um estudo sobre a cidade no per odo da modernidade em que foi inserido o conceito de fl nerie e uma an lise sobre a cidade contempor nea e as novas tecnologias inseridas nelas Na terceira fase da pesquisa foi feita uma an lise e descri o sobre tempo e espa o e tamb m sobre cartografias impressas e suas transforma es H um t pico sobre os conceitos de imers o media o e intera o sobre o surgimento das cibercidades e suas descri es junto ao conceito de ubiquidade e mobilidade e uma descri o minuciosa sobre a ferramenta Google Street View A quarta fase do projeto composta de uma an lise e descri o sobre o que experi ncia presencial e experi ncia virtual Depois feita uma descri o sobre o que foi a expedi o BH de cabo a rabo precedido de um convite ao grupo da expedi o para revisitar os locais explorados em 2006 o que deu in cio expedi o virtual e uma entrevista com os participantes Um t pico aborda a experi nc
141. o virtual pela cidade Isso faz emergir a possibilidade de uma nova experi ncia espa o temporal que convida a um plano imag tico Instaura tamb m novas solu es sentidos atribu dos e propostas vol teis que possibilitam averiguar as experi ncias experimenta es e a rela o do homem com as cibercidades Vivemos hoje uma rela o cada vez mais simbi tica entre o espa o da cidade e o novo espa o cibern tico Nesta analogia podemos ver a navega o hipertextual pela internet como o exerc cio de um ciber fl neur e seu passeio pelo mar de dados N o mais apenas sobre espa os f sicos mas sobre malhas virtuais do ciberespa o LEMOS 2001 p 01 Portanto poss vel conceber o Google Street View e suas funcionalidades como uma express o das novas cartografias informatizadas e din micos artefatos para direcionamento posicionamento e interatividade a partir de banco de imagens que permitem imers o e revelam o espa o por meio de uma experi ncia de subjetiva o uma ferramenta de tecnologias digitais que reconfiguram as experi ncias com a cidade e produzem realidade aumentada novas e outras espacializa es Expandem cada vez mais as rela es de imers o intera o e ubiquidade com a 66 cidade al m de beneficiar o cotidiano do homem contempor neo agregando fun es onde o tempo parece menor e o espa o mais acess vel multiplicando a circula o de informa o e fortalecendo uma rela o tipicamen
142. odificou a linguagem descritiva as imagens as coordenadas e as t cnicas de mapeamento LE O 2002 Hoje os sistemas cartogr ficos integraram se tecnologia ao uso da imagem e aos bancos de dados e de informa o transformando se em sistemas cartogr ficos digitais informatizados Esta transforma o instituiu as t cnicas de georeferenciamento permitindo explorar e decifrar as cidades de forma h brida a partir de uma experi ncia imag tica que possibilita comunica o m vel e localiza o espacial A incorpora o do computador s atividades cartogr ficas a partir da d cada de 1980 desencadeou a abordagem da visualiza o cartogr fica Essa assimila o da inform tica produziu uma reinterpreta o dos paradigmas anteriores face aos novos meios Ap s um per odo de adapta o novas abordagens e terminologias foram criadas para contemplar as diferentes vis es sobre os impactos do desenvolvimento tecnol gico na Cartografia QUEIROZ RODRIGUES 2007 p 34 Tais mudan as nas formas de representa es do espa o em sua evolu o literal e representativa est o ligadas experi ncia com o tempo com as novas linguagens representacionais com as conquistas transforma es e conhecimento do mundo Como diz Ana Fani o tempo se acelera em fun o do desenvolvimento de t cnica que requer a constru o de novos espa os que vai redefinindo as rela es dos habitantes com o lugar e no lugar redefi
143. or algumas coisas por exemplo aquela a o da pol cia ali naquela esquina que a gente passou por ali As mudan as em torno da Ant nio Carlos da Cidade Administrativa como que afetaram E o Google Street View essa coisa de voc dar esses saltos essas distor es espaciais s o muito malucas De repente voc estica voc v a coisa sendo esticada meio maluco E essa coisa da gente tentar reconstituir s vezes a nossa perspectiva Pelo menos a perspectiva do Andr da foto l o hotel n o vira aqui vai pra l vai num sei o qu agora desce Agora clica Ent o assim ao mesmo tempo a gente tava querendo refazer em alguns lugares exatamente o ponto do lugar que tava l e ver o qu que mudou mas n o s isso refazer tamb m a maneira como a gente olhou do ponto de vista do enquadramento E ao mesmo tempo nessa brincadeira a gente surpreendido pelas possibilidades do pr prio equipamento n Essa coisa de esticar o tempo de voc trombar mesmo com pessoas e situa es que voc n o tava prevendo Fernando algumas dificuldades N sio a contram o a gente pode andar na contram o Andr A tecnologia eu acho que ela num sei pra mim eu acho que tem duas coisas que s o b sicas a primeira um pouco a dificuldade da tecnologia essa coisa de demorar pra carregar a foto ainda demora um pouco n o uma coisa 132 instant nea ent o por exemplo pra voc mexer na tela um pouco
144. or e professor decidiram colocar em pr tica a ideia de atravessar a cidade de Belo Horizonte de Sul a Norte A realiza o entretanto teve que aguardar a passagem da esta o das chuvas e a disponibilidade dos tr s integrantes Nisso foram cerca de seis meses de espera Na fase de planejamento especialmente para a constru o do conceito do projeto estabeleceram se algumas regras relativamente r gidas de forma a garantir o car ter de uma verdadeira expedi o aleat ria A proposta era a de atravessar do marco inicial ao final em tantos dias quantos fossem necess rios sem fazer uso de qualquer ve culo para locomo o Nem patinete podia pegar afirma Andr Salles Outra seria a de n o definir locais para pausas e pernoites deixando que o acaso guiasse o local a ser escolhido e as circunst ncias delineassem o tempo de parar Assim para classificar os locais a serem visitados os integrantes da expedi o consultaram a ferramenta Google Earth na tentativa de descobrir o ponto mais ao Norte e o ponto mais ao Sul da cidade Com isso elaboraram um extenso roteiro que partiu do princ pio de que queriam sair de Sul a Norte sem especificar pontos a serem explorados mas sabendo que de Sul a Norte se encontrariam com locais historicamente interessantes 75 A gente partiu desse princ pio de que o Sul de Belo Horizonte come a nessa limita o da zona Sul de Belo Horizonte pegando a regi o metropolitana Barreiro extr
145. por causa dessa impossibilidade f sica de voc voar de um outro espa o voc tem que atravessar aquela rua e as vezes voc acha uma coisa interessante SALLES 2010 Isso acaba destacando que n o s o sujeito v a cidade de um modo como tamb m o Google Street View a revela da sua maneira Tanto a experi ncia presencial como a experi ncia virtual proporcionariam diferentes olhares e diferentes formas de intera o Assim o que se percebe que o sujeito que pratica a fl nerie virtual tem uma rela o de car ter subjetivo com a cidade virtual ou cibercidade pois a ferramenta produz uma nova esp cie de dimens o do tempo e espa o No entanto a experi ncia outra a rela o outra A fl nerie virtual jamais vai atingir em sua totalidade a experi ncia de fl nerie presencial muito bem descrita por Walter Benjamin e Baudelaire Mas desencadeia outra rela o do sujeito com a cidade do sujeito com a ferramenta provocando sentimentos similares ou extremamente novos para o homem contempor neo originando novas pr ticas de experienciar a cidade A fl nerie virtual a partir do Google Street View uma pr tica nova sob cartografias digitais e informatizadas diferentes das cartografias tradicionais A interatividade e imers o que essas cartografias proporcionam que envolve um grau de subjetividade que difere da fl nerie presencial Do ponto de vista subjetivo por meio dessas cartografias poss vel ir a qualquer l
146. r o risco de uma cobra um escorpi o o risco de perder j na cidade eu acho que tem outros riscos Acho que um risco na cidade esse voc chegar num bairro completamente longe sem dinheiro tudo bem a gente tinha dinheiro pra pegar um nibus ou um taxi pra ir pra casa se acontecesse uma emerg ncia mas um risco na cidade voc estar num bairro que voc n o conhece e a Onde que voc vai comer Onde que voc vai dormir Al m do risco da viol ncia que a gente j falou s o riscos urbanos Nisio e o mais louco assim que n o era pra mim t o desconhecido o lugar porque eu morei no Santa M nica muito tempo que um pouco distante ali da Lagoa do Nado D uns dez quarteir es Mas assim se eu tivesse ainda l 126 porque assim eu mudei h muito tempo e n o tinha mais o contato de pessoas conhecidas de amigos S da Lagoa do Nado n risos Andr voc achou que tivesse risos Quais resultados voc s obtiveram dessa expedi o N sio ah eu achei muito bom Ter essa satisfa o mesmo de voc conhecer uma cidade num percurso diferente daquele que voc conhece Voc se propor a fazer por conta pr pria acho que aquilo que o personagem que tem num conto do Paul n Que o Paul sai andando atr s de um cara O Paul n o O narrador da hist ria S por andar que acho que um conto meio recorrente nesses estudos do Baudelaire do Walter Benjamin e a diferen a isso que a gente n o tinha
147. ra jo Flor de Pitangueira Senador Levindo Coelho Avenida Valdir Soeiro Emerich Rua dos Atleticanos Rua dos Cruzeirenses Rua dos Americanos Rua Dona Lal Avenida Ponta Grossa Maria Let cia Valdemiro Rocha Rua Daniel Jos de Carvalho Rua Pastor Samuel Machado Rua Joel Jos Carvalho Avenida Waldir Soeiro Emerich Rua rsula Paulino Rua Alexandre Siqueira Avenida Frei Andreoni Rua Orlando Pitanga Rua Campo Florido Cec lia de Almeida Estrada do Cercadinho Rua Corcovado Rua G vea Avenida Bar o Homem de Melo Rua Campos El seos Rua Bernardino de Lima Avenida Amazonas Centro da cidade Pra a 7 Hotel na Amazonas com Caet s No segundo dia sa ram do hotel e pegaram a Ruas dos Caet s seguindo pela Esta o Lagoinha Varginha Avenida Ant nio Carlos Rua Rio Novo Rua Diamantina Rua Formiga Rua Pitangui Rua Itapetinga Rua Apor Pinheiros Casa de Tequinha Estoril Rua Alentejo UFMG Avenida Ant nio Abra o Caran 76 Mineir o Mineirinho Aveninda Otac lio Negr o de Lima Avenida Ant nio Carlos Avenida Dom Pedro Lagoa do Nado Rua Jo o Samaha Matagal finalizando o segundo dia na Avenida Dom Pedro Motel No terceiro e ltimo dia sa ram da Avenida Dom Pedro 1 seguiram at a Rua Buritis depois pegaram a Rua Padre Pedro Pinto Avenida Vilarinho Avenida Baleares Avenida Nosso Senhor do Bonfim finalizando a expedi o na Rua Jockey Club Serra Verde Cidade Administrativa O mapa na figur
148. ra uma experi ncia subjetiva e singular Contudo a ferramenta Google Street View possibilita ao usu rio um passeio por imagens lineares da cidade sem precisar sair do lugar possibilitando uma esp cie de imers o ao local visitado onde os recursos de intera o o emergem para a pr tica da fl nerie virtual como uma nova experi ncia outra realidade Assim o que se percebeu foi que o Google Street View inaugura uma pr tica que vai al m do pragmatismo sugerindo uma experi ncia de ubiquidade m vel e que consequentemente desencadeia subjetiva es m veis mas tamb m est ticas em sua ess ncia Todos esses aspectos foram fundamentais para o estudo de caso do projeto 110 BH de cabo a rabo o que proporcionou inquietantes quest es sobre a cidade a partir de um paralelo entre a fl nerie presencial e fl nerie virtual contribuindo para o objetivo principal desta pesquisa Assim o convite ao grupo para revisitar os locais explorados na expedic o via Google Street View fez emergir diversas perguntas Uma delas que tipo de mudanca a ferramenta Google Street View capaz de provocar na rela o do homem com a cidade Na fl nerie virtual e fl nerie presencial como visto nos cap tulos anteriores h um car ter de experi ncia subjetiva em ambas Mas como isso se d Para responder a essas perguntas foi necess rio adentrar nas constata es e observa es que o grupo da expedi o BH de cabo a rabo descreveu na pesquisa
149. rama de P s Gradua o em Comunica o Social III T tulo CDU 308 815 1 Luana Cavalcanti da Silva DA FL NERIE S NOVAS PR TICAS DE DESLOCAMENTO PELO ESPACO o andar pela cidade na expedic o BH de cabo a rabo Dissertac o apresentada ao Programa de P s Graduac o em Comunicac o Social da Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais como requisito parcial para a obten o do t tulo de Mestre em Comunica o Social Dr Jos M rcio de Barros Orientador PUC Minas Maria ngela de Mattos PUC Minas Dr J lio C sar Machado Pinto PUC Minas Belo Horizonte 16 de maio de 2011 A todos aqueles que t m um fl neur dentro de si E ao meu sobrinho Vitor que vai crescer nesse mundo de possibilidades AGRADECIMENTOS A todos os meus familiares em especial aos meus av s Nires e Trist o mir m e meus irm os e tio Carlito pelo apoio A todos os amigos de Fortaleza Belo Horizonte e Rio Branco Tina pela paci ncia di ria e pelo sil ncio cedido A todos os amigos do mestrado tamb m em especial para Isa Luiza N dia Marcus Rodrigo Patr cia Lacerda Anita e L gia Ao N sio Teixeira Andr Salles e Fernando Pacheco pelo dia de entrevista divertid ssimo pela colabora o e por tornar esta pesquisa poss vel Aos professores do mestrado e Isana pela eterna simpatia Ao Jos M rcio pelas orienta es paci ncia e por me fazer perceber que a cidade concentra
150. randes expectativas apropriando se dos meios de comunica o transformando as fun es culturais e sociais assumindo um ritmo de constante mobilidade capaz de criar outros referenciais e uma nova condi o de vida novos sentidos e representa es novos contornos e formas O homem recria o seu cotidiano a partir da forma o de uma realidade que gira em torno de aparatos tecnol gicos do uso de imagens comunica o mobilidade e circula o caracter sticas provenientes das grandes metr poles A cidade passa ent o a ser caracterizada por malhas urbanas em que a experi ncia com e no espa o e no tempo s o mediados pelo uso de tecnologias de comunica o que disseminam informa o e possibilitam interatividade A intensidade e o fluxo nas grandes metr poles rompem a dist ncia e comprimem o tempo com a apropria o de tecnologias que alteram os valores do homem moderno Para Eduardo Duarte 2006 p 106 quanto maior a extens o das metr poles maior o deslocamento do desejo por v rios lugares ocorrendo mesmo uma multiplica o dos centros das regi es de povoamento de circula o de emo es e fluxos de capital Ou seja a cidade redefinida com uma caracter stica caleidosc pica de car ter metropolitano capaz de possibilitar outra experi ncia marcada tamb m por rupturas transitoriedade tend ncias e mudan as vertiginosas O tempo passa a transformar o ambiente urbano conduzindo o homem na cidade mudando
151. rativos que se integram no cotidiano do homem difundindo em uma realidade imersiva e ub qua al m de permitir uma explora o e rela o mais intensa com a cidade e o espa o De acordo com Andr Lemos 2008 isso se deu porque as novas tecnologias foram introduzidas no cotidiano do homem de maneira veloz acarretando certa onipresen a no ambiente cultural e emergindo uma complexidade social capaz de conduzir a uma cultura totalmente tecnol gica Isso prop e analisar o percurso das mudan as como um processo de metamorfose da cidade relevando o predom nio de novos fen menos novas ferramentas e rela es que s o capazes de produzir O Google Street View est inserido no Google Maps ferramenta que disponibiliza vistas panor micas de 360 na horizontal e 290 na vertical permitindo que seus usu rios vejam algumas regi es do mundo ao n vel do ch o solo Endere o eletr nico dispon vel nas refer ncias bibliogr ficas no site do Maps 32 um novo olhar e uma nova fl nerie mediada por conex es fluidas por imagens tecnol gicas transitoriedade mobilidade e inova es Segundo Mike Featherstone 2000 as cidades contempor neas impuseram limites com suas transforma es possibilitando o decl nio do fl neur diante do fluxo exacerbado da profus o de m quinas pessoas e movimento permitindo outra forma de contemplar o mundo Assim a cidade a partir de suportes tecnol gicos passa a ser o lugar de f cil acesso a
152. retamente ao ponto Voc anda a p s s vezes em volta do seu bairro Nisio tanto que eu agora propus um pouco inspirado nessa hist ria que eu contei rapidamente para meus alunos pedi um texto pros alunos que chamei de relat rio de estranhamento que era exatamente para eles fazerem um tipo de percurso que eles n o est o acostumados a fazer E alguns entenderam na hora outros pediram umas sugest es eu contei rapidamente a historia do nosso projeto E falei pra sei l pegar um nibus Quando eu fui aluno no Z M rcio n s fizemos tamb m esse tipo de ideia a gente pegou nibus que a gente n o tava acostumado a pegar e fomos descrevendo Andr exatamente do ponto inicial ao ponto final Talvez acho que a coisa come ou meio por a referindo se a ideia do projeto 128 11 Voc s acham que a pr tica da fl nerie ainda poss vel em uma cidade tipicamente contempor nea Andr ah cada vez mais poss vel porque como a cidade grande ela abre outros caminhos cada vez mais caminhos Por exemplo a gente resolveu fazer esse caminho do ponto mais Sul ao ponto mais Norte mas eu acho que se trinta pessoa resolvessem fazer esse caminho cinquenta cem pessoas quantas pessoas fossem fazer esse caminho o caminho seria diferente porque passariam por ruas diferentes encontrariam situa es diferentes N sio pocas diferentes n 12 Na expedi o voc s acreditam que conseguiram resgatar o antigo
153. ri ncia de deriva Andr fotografava paisagens e locais nunca vistos anteriormente pelo grupo As abordagens s pessoas e personagens dos cen rios encontrados ficavam por conta de N sio e Fernando Eles interrogavam os sujeitos colecionando relatos e depoimentos que at hoje lhes motivam boas conversas e gargalhadas Tal proeza rendeu aos tr s um grande registro de imagens informa o e uma nova forma de olhar e caminhar pela cidade Assim conseguiram arquivar um enorme e incont vel registro de fotografias de Belo Horizonte de personagens que contaram diferentes est rias pessoas humildes posando para a m quina e imagens espont neas Al m das curiosidades encontradas no meio do caminho ou numa esquina qualquer e relatos do grupo tudo isso se mant m guardado em anota es soltas e pastas salvas no computador de cada um dos integrantes esperando uma boa oportunidade e disponibilidade dos tr s para juntar todo o material e transformar no planejado livro BH de cabo a rabo A expedi o lhes rendeu diferentes sentimentos e outra forma de conhecer a cidade em que moram Ah eu achei muito bom Ter essa satisfa o mesmo de voc conhecer uma cidade num percurso diferente daquele que voc conhece Voc se propor a fazer por conta pr pria TEIXEIRA 2010 Tal experi ncia proporcionou compara es um novo olhar sobre os trajetos corriqueiros e sobre queles que vivem em um ambiente urbano Como o fato de 81 es
154. ro Emrich Fonte MAPS 2010 Figura 65 Campo de futebol localizado na Av Waldir Soeiro Emrich Fonte SALLES 2006 104 Google maps Waldir Soeiro Emrich Belo Horizonte MG Pesquisar no Mapa O que h por aqu pu 34 o Ze Di RI lt A Figura 66 Atual campo de futebol localizado na Av Waldir Soeiro Emrich Imagem registrada pelo Google Street View Fonte MAPS 2010 Apesar de algumas restricdes o Google Street View permite a experi ncia de ir sempre mais onde o usu rio pode voar com o pegman do Barreiro para o Jockey Club do Jockey Club para Ouro Preto de Ouro Preto para Londres Para os integrantes do projeto BH de cabo a rabo utilizar a ferramenta e revisitar os locais trouxe n o somente um passeio e os impasses provocados pela manipulac o da ferramenta mas tamb m uma forma de perceber como a cidade capaz de se reconfigurar com o passar do tempo Para N sio Teixeira essa coisa da ferramenta o primeiro impacto s o as mudan as e as perman ncias daquilo que a gente tinha visto na nossa primeira fl nerie e ao mesmo tempo do ponto de vista do espa o f sico do pr dio que continua l da oficina do cara que permanece l aquilo que o Andr falou uma pessoa iria estar fazendo diferente cinquenta iria estar fazendo diferente o Google Street View um desses percursos mas a diferen a que o Google um percurso que todo mundo pode ver TEIXEIRA
155. roposto ao grupo a experi ncia de refazer a expedi o por meio do uso da ferramenta Google Street View permitindo assim um estudo comparativo da fl nerie presencial e a fl nerie virtual Tal escolha se prende experi ncia com a cidade tempo espa o presen a e realidade que se revelam n o somente em um percurso objetivado mas tamb m em uma experi ncia de fl nerie virtual 22 No t pico 4 2 o projeto BH de cabo a rabo ser descrito com mais detalhes 74 As caracter sticas foram revividas quando o projeto BH de cabo a rabo foi experienciado a partir da ferramenta Google Street View permitindo um estudo emp rico sobre as diferencas entre ambas as experi ncias entre a fl nerie presencial e a fl nerie virtual explicada no cap tulo anterior No t pico 4 2 algumas informa es verbais dos integrantes do grupo foram registradas durante a experi ncia virtual e entrevista na casa de N sio Teixeira no dia 5 de dezembro de 2010 4 2 BH de cabo a rabo A expedi o BH de cabo a rabo foi planejada informalmente num dos v rios encontros que os quatro amigos Andr Fernando N sio e F bio que abandonou a expedi o no meio do caminho realizam sistematicamente Assim numa mesa de bar e no embalo de conversas despretensiosas em fins de 2005 N sio Teixeira jornalista professor e pesquisador da UFMG Fernando T rres Pacheco mestre e professor de Filosofia Andr Salles flautista compositor fot grafo escrit
156. s Andr teve a quest o da assadura no final do dia que quase fez a gente desistir N sio porque a gente caiu na real que a gente tava caminhando a p uma caminhada longa e n o fizemos nenhum alongamento Fernando a gente foi amador nessa parte de planejamento f sico risos Andr porque no final das contas s o quase 40km de caminhada que se voc dividir por tr s dias tudo bem n o muito mas na cidade atravessando rua errando Fernando contando com o acaso o tempo todo E quest es de medo de assalto riscos N o interferiu em nada Andr interferir n o Mas deixou a gente apreensivo Fez a gente andar mais r pido em alguns lugares N o tirar fotos em alguns outros lugares 124 N sio mas n o foi uma quest o que interrompeu Fernando n o foi uma quest o predominante N sio Por exemplo o Andr n o sentiu medo l no Cristo mas ele tava fotografando como eu parei ali tem uns banquinhos eu sentei e comecei a observar de uma outra forma e vi isso que subiu um cara olhou depois ele voltou com outro cara olhou ficaram ali um tempo depois eles sa ram Teve alguns momentos da gente estar meio inseguro de tirar fotos e tal Mas assim a rigor n o teve nenhuma amea a direta nem nada Andr eu acho at que foi mais uma quest o que assim engra ado t pensando nisso agora todos os lugares que a gente teve uma apreens o maior foram lugares que a gente n o conhecia d
157. s antes de ele cometer o crime Fonte AGUIARI 2010 2 Informa o publicada no site Gizmodo Endere o eletr nico dispon vel nas refer ncias bibliogr ficas 65 Estamos diante de um problema complexo Emerge aqui o lugar de onde a privacidade e o anonimato podem ser violados mas tamb m protegidos LEMOS 2010a p 64 Essa ambiguidade a marca da experi ncia contempor nea nas cibercidades O Google Street View inaugura e amplia a experi ncia das cartografias informatizadas e refer ncias imag ticas com a possibilidade de facilitar a mobilidade transitoriedade localizac o e temporalidade Essa ferramenta pode ser utilizada a partir de um computador ou um telefone celular conectado rede oferecendo ao usu rio ciber fl neur refer ncias visuais de localiza o e orienta o a partir de imagens panor micas e digitalizadas das cidades Para Weissberg 2004 o desenvolvimento da comunica o m vel tornou o lugar dos simuladores de presen a ou de aus ncia que s o as secret rias eletr nicas os gravadores telef nicos que j lutam contra a interrup o temporal do fluxo comunicacional Numa poca de constela es de sat lites circundando o planeta poder alcan ar algu m em todo lugar e a qualquer momento aumenta paradoxalmente sob um outro ngulo a liga o com o territ rio WEISSBERG 2004 p 120 Trata se de uma nova cartografia que simula mas tamb m transcende um simples passei
158. s diferentes Fernando s o outras ideias e movimentos quando voc t com o olho ali na lente voc tem uma vis o daquilo ali e a gente tava em outra percep o ent o acabou criando das partes um todo Que de n s tr s foi um resultado feliz 14 No projeto BH de cabo a rabo voc s fizeram uso da ferramenta Google Earth para mapear alguns pontos a ferramenta foi til para a execu o Andr foi fundamental porque tudo bem que a gente usou mapa impresso mas no Google deu pra ver melhor onde era os limites da cidade Na verdade a gente usou muito o Google nos limites da cidade a gente n o fez um caminho passando igual a gente no Google Street View agora A gente poderia ter feito o caminho atravessando as ruas mesmo que s no Google Earth com uma vista por cima Tamb m o Google Earth naquela poca a defini o era muito ruim e s por cima n o dava pra ver uma casinha N sio a gente usou pra ter uma no o do trajeto mas n o para definir as ruas Andr a gente foi antes voc lembra disso Fernando Uma vez a gente foi atr s da Mannesmann Fernando a gente chegou a ir tamb m l no Bet nia pra ver aquela fazenda a gente foi de carro Andr porque a gente tinha uma desconfian a de que o ponto mais Sul de Belo Horizonte fosse ali atr s da Mannesmann ou se tinha uma liga o Porque tem um bairro ali que chama Pilar atr s do Olhos d gua atr s da Mannesmann Eu n o lembro se a gente tinha uma d
159. sa sofistica o que j existe tecnologia pra isso que seria fundamental Que voc sentar numa cadeira colocar um capacete e a ao inv s de voc ir l no mouse no cone de olhar pra direita e olhar pra esquerda voc simplesmente colocar o capacete olhar pra direita olhar pra esquerda e ver as imagens em volta eu acho que essa pouquinha tecnologia t faltando pra voc ter uma intera o maior N sio imers o maior Andr se tivesse uma coisa dessa eu acho que seria bem bacana Voc poder sentar na cadeira botar um capacete Fernando de qualquer forma a coisa j interfere mesmo Se a gente for pensar hoje voc entra dentro de um taxi e o cara tem um computadorzinho de bordo l e voc fala eu quero ir num endere o tal e se o cara n o sabe ele joga o endere o ali e j acha 135 18 N s sabemos que flanar pela cidade envolve cheiros sons texturas etc Voc s acham que a pr tica da Fl nerie Virtual pelo Google Street View proporciona alguma experi ncia de subjetiva o N sio Eu acho que ela prop e suspeitas dessa experi ncia igual a gente viu l agora nossa essa dia tava muito polu do referindo se quando compararam uma rua no Google Street View com a foto que tiraram Ou ent o voc passa por uma rua que tem l um esgoto aberto ou ent o aquela loja l dos passarinhos ent o assim voc suspeita que tipo de som de aroma de paisagem sonora pode sair dali Mas voc fica nessa
160. saiba exatamente em que rua est visitando pelo Street View A ferramenta tamb m oferece um sistema de zoom que possibilita ao usu rio a capacidade de aproximar as imagens permitindo maior detalhe do local Esse recurso se transforma em um timo meio para consultar pontos tur sticos e mapear trajetos para uma poss vel viagem enumerando bares interessantes caf s hot is e outros e descobrindo as singularidades da cidade 15 Para Queiroz Filho 2007 p 21 numa perspectiva ampla o v o deve ser entendido primordialmente como uma privilegiada capacidade de visualiza o do terreno nem tanto como capacidade de movimenta o pois muito mais importante o que se observa voando do que como se voa 51 Got gle maps Shibuya crossing tokyo Pesast Maga Figura 24 Shibuya Tokyo Fonte MAPS 2010 O Google Street View possibilita que o usu rio possa manipul lo utilizando as setas que surgem nas imagens ou as setas do teclado do computador al m de fazer com que ele se oriente por uma imagem transmitida ao n vel da rua ou por uma vis o sat lite utilizando o pegman arrastando o ou direcionando o com as setas ou mouse conforme mostra a figura 24 A ferramenta permite visitar revisitar e conhecer diversos lugares do mundo a partir de uma realidade imag tica sem precisar sair de casa Isso desencadeia uma experi ncia imersiva para uma realidade acess vel daquilo que antes parecia estar extremamente distante
161. saios sobre literatura e hist ria da cultura Traduc o S rgio Paulo Rouanet 7 ed S o Paulo Brasiliense 1994 Obras escolhidas v BENJAMIN Walter Paris Capital do S culo XIX In FERNANDES F Org Walter Benjamin S o Paulo Atica 1985 BENJAMIN Walter Passagens Belo Horizonte Editora UFMG 2009 BENJAMIN Walter Rua de m o nica Tradu o Rubens Rodrigues Jos Carlos 4 ed S o Paulo Brasiliense 1994 Obras escolhidas v II BESTMANOFMOVIES Trying out Google Maps on Apple iPad Youtube com 06 abr 2010 Dispon vel em lt http www youtube com watch v 4K0f652QTV08 feature related gt Acesso em 21 mar 2011 BRUNO Fernanda Est tica do flagrante controle e prazer nos dispositivos de vigil ncia contempor neos 2010b Dispon vel em lt http www revistacinetica com br cep fernanda bruno htm gt Acesso em 17 out 2010 BRUNO Fernanda KANASHIRO M FIRMINO R Vigil ncia e visibilidade espa o tecnologia e identidade Porto Alegre Sulina 2010a 113 CARLOS Ana Fani Re produc o do espaco urbano S o Paulo FFLCH USP 1987 CARLOS Ana Fani A cidade 8 ed S o Paulo Contexto 2007 CARLOS Ana Fani Espaco tempo na metr pole a fragmentac o da vida cotidiana S o Paulo Contexto 2001 CARLOS Ana Fani O lugar no do mundo S o Paulo Hucitec 1996 CARLOS Ana Fani Reflex es sobre o espa o geogr fico S o Paulo FFLCH USP 1989 CRUZ Maria Teresa E
162. samento pelo Google Street View Home da Noiva 08 out 2010 Dispon vel em lt http nomedanoiva com curiosidades pedido de casamento pelo google street view html gt Acesso em 06 mar 2011 MORLEY David Pertenencias Lugar espacio e identidad en un mundo mediatizado In ARFUCH Leonor Pensar este tiempo espacios afectos pertenencias Buenos Aires Paid s 2005 MURRAY Janet H Hamlet no holodeck o futuro da narrativa no ciberespaco S o Paulo Ita Cultural 2003 117 NOMOBILENOLIFE Google Street View for iPhone Youtube com Dispon vel em lt http www youtube com watch v MScNxJFRb4l8feature player_embedded gt Acesso em 21 mar 2011 NOT CIAS AUTOMOTIVAS S o Paulo uma cidade com sete milh es de ve culos Not cias automotivas 03 mar 2011 Dispon vel em lt http www noticiasautomotivas com br sao paulo uma cidade com sete milhoes de veiculos gt Acesso em 14 abril 2011 PACHECO Fernando Informa es verbais registradas na expedi o virtual e entrevista Realizada em Belo Horizonte 30 de dezembro de 2010 PAPAGAIO Morro Morro do Papagaio Belo Horizonte Google Maps 07 nov 2010 Dispon vel em lt http maps google co uk maps f q amp source s q amp hi en amp geocode amp q Morro do Papagaio Belo Horizonte Minas Gerais Brasil amp sll 22 7165065 43 398593 amp sspn 0 000816 0 001714 amp ie UTF8 amp hq amp hnear Morro do Papagaio Belo Horizonte Minas Gerais Brazil amp ll 19 9
163. sar a cidade a p a a gente v essa 127 cara da cidade que muito complicada Falta praca falta verde falta rvore falta uma arquitetura falta acabamento nas casas falta passeio N sio e ao mesmo tempo voc encontra pessoas muito bacanas hist rias muito bacanas que de outra forma a gente nunca teria essa chance de conhecer Fernando o interessante tamb m que quase nunca que a gente ia abordar algu m a pessoa era arredio na abordagem N sio era Tirando o primeiro talvez n L do Rola Mo a ele n o quis falar Fernando teve na Lagoinha que o cara ficou falando para de falar com esse pessoal eles s o da prefeitura N sio n o propriamente o entrevistado mas o amigo vendedor Tudo bem que como jornalista a gente at possa estar mais suscet vel a essas possibilidades de dialogar com mundos inesperados e tal Mas o que eu at venho sentindo como professor de jornalismo que cada vez mais esse tipo de reda o que sai a rua que tromba nas pessoas que pergunta ele t sendo trocado por um modelo assim da pessoa ficar resolvendo por telefone por e mail mais pr tico Ent o acho que isso perde n essa coisa da hist ria da mulher da lojinha de pimenta que muito boa Andr que uma coisa que tamb m foi um certo objetivo nosso Que assim a gente at anda na cidade mas anda de carro de nibus anda de taxi anda sempre com ve culos ningu m atravessa a cidade a p Vai di
164. sensac o ficou mais na coisa t rmica do sabor Andr e a engracado vou puxando isso meio pro meu lado tamb m como eu tava com o objetivo de fotografar eu tamb m tive uma coisa porque assim o que eu andava o tempo todo na rua pensando era assim onde tem alguma coisa visualmente interessante pra eu fotografar A eu senti um pouco disso no Street View porque como o Street View ele s trabalha a visualidade s o s informa es visuais eu acho que atravessar Belo Horizonte pelo Street View tem os mesmos problemas chega uma hora que voc fala assim noh mas n o tem nada de interessante aqui e visual nessa cidade risos E que um problema que a gente notou durante a caminhada Eu j passei no Street View em Paris algumas vezes e outra est ria n Como ele depende muito da imagem voc estar em Paris assim voc vai l vai ver a Torre Eiffel voc v o Louvre mesmo numa rua normal de Paris voc passear por cada constru o por cada endere o muito diferente de voc passear em Belo Horizonte Em Belo Horizonte voc chega no terceiro quarteir o voc j quer voar N sio dependendo do lugar sim Mas a que t eu acho que isso a experi ncia que o Google Street View n o traz obviamente que voc de repente l debaixo do viaduto a voc encontra aquela doninha que vende discos a voc tem uma imagem que s o os v os n Que aquela coisa do v o que eu to falando
165. so depois risos a duras penas Mas foi um exerc cio meio mental mesmo a ideia era essa Pensando essa coisa da caminhada tanto que a gente teve esse descompasso a quando chegou a primeira noite porque realmente era uma caminhada pela qual a gente precisava se preparar e nesse ponto a gente n o se preparou no sentido da caminhada f sica do esforco f sico referindo se a assadura que tiveram Mas o mental acho que cumpriu um pouco daquilo que a gente queria da gente conhecer algumas cidades invis veis como Calvino dentro da cidade mesmo Tem o Chico nas as vitrines n Que ele fala te avisei que a cidade era um v o Ent o legal porque a gente vai exatamente pegando esses v os e s vezes s o v os mesmo n Aqueles v os debaixo do viaduto l que a gente viu a doninha que tava vendendo CDs o outro vendendo num sei o qu Fernando esse um sentido bem Benjaminiano esse brasileirismo a N sio pois ent o acho que nesse sentido a gente cumpriu Saiu da rotina Fernando por outro lado o fato da gente n o ter se preparado fisicamente bem acho que contribuiu para um certo freio motivador tamb m Luana mais naturalidade n o Fernando isso e trabalhar com o cansa o tamb m Trabalhar com o esfor o f sico de outra forma Como o Andr disse cada um tem a sua entrada se outro pessoal fizer o mesmo trajeto com preparo f sico com num sei o qu vai ter um outro tipo de rela
166. spa o media e experi ncia espa o e tempo In MARGATO Izabel GOMES Renato Org Esp cies de espa o territorialidades literatura m dia Belo Horizonte Editora UFMG 2008 DAISY Mapa do Mundi Pa ses Sabe Tudo 01 fev 2011 Dispon vel em lt http www sabetudo net mapa do mundi paises html gt Acesso em 05 mar 2011 DEBORD Guy Ernest Teoria da deriva In JACQUES Paola Berenstein Org Apologia da deriva escritos situacionistas sobre a cidade Rio de Janeiro Casa da Palavra 2003 DUARTE Eduardo Desejo de cidade m ltiplos tempos das m ltiplas cidades de uma mesma cidade In PRYSTHON Angela Imagens da cidade espa os urbanos na comunica o e cultura contempor nea Porto Alegre Sulina 2006 DUARTE F bio FIRMINO Rodrigo Espa o visibilidade e tecnologias Re caracterizando a experi ncia urbana In BRUNO Fernanda KANASHIRO M FIRMINO R Vigil ncia e visibilidade espa o tecnologia e identidade Porto Alegre Sulina 2010a EBOOK Google Books 2010 Dispon vel em lt http books google com br gt Acesso em 17 mar 2010 ESTADO Ag ncia Engenheiro de MG processa Google por imagem de v mito no Street View R7 Not cias 05 nov 2010 Dispon vel em lt http noticias r7 com tecnologia e ciencia noticias engenheiro de mg processa google por imagem de vomito no street view 20101105 html gt Acesso em 10 ago 2011 EZRA Park A cidade sugest es para a investiga o d
167. sso dado Na fl nerie virtual essa imers o na cidade se d a partir de recursos inseridos na imagem e passear ou voar por elas pode revelar tamb m alguns mist rios O que as difere que elas ficaram registradas na web por um longo tempo J na situa o presencial a mem ria do sujeito que o seu maior arquivo Na experi ncia presencial deslocar se de um lugar a outro requer andar de fato de um lugar a outro J na experi ncia virtual a ferramenta permite ao ciber fl neur deslocar se por v rios lugares em quest es de segundos permitindo o conhecer e revisitar cidades e pa ses Mas ambas exercem uma experi ncia de subjetiva o na rela o sujeito cidade Para N sio Teixeira ao mesmo tempo a gente tava querendo refazer em alguns lugares exatamente o ponto do lugar que tava l e ver o qu que mudou mas n o s isso refazer tamb m a maneira como a gente olhou do ponto de vista do enquadramento E ao mesmo tempo nessa brincadeira a gente surpreendido pelas possibilidades do pr prio equipamento n Essa coisa de esticar o tempo de voc trombar mesmo com pessoas e situa es que voc n o tava prevendo TEIXEIRA 2010 Da mesma forma que na expedi o BH de cabo a rabo a ideia era deixar que acaso os surpreendesse Na fl nerie virtual algumas situa es ocorreram de maneiras inusitadas tamb m Como por exemplo foi o caso da passarela da 102 r Lagoinha Eles quiseram explor
168. suas funcionalidades Com a prolifera o de dispositivos tecnol gicos m veis que possuem ferramentas de grande velocidade qualidade de pixel avan ada e uma amplitude de informa o e compartilhamento a intera o se concretiza na pr tica de todas essas a es em que o usu rio emerge para uma experi ncia reveladora de pluralidades por exemplo a experi ncia de imers o Segundo Janet Murray 2003 p 102 a imers o um termo metaf rico derivado da experi ncia f sica de estar submerso na gua Logo submeter se imers o submeter se a um mergulho que transcende a outra realidade que consequentemente implica ao sujeito aprender as conven es desta pr tica Estar imerso estar inserido em outro plano em outra realidade como nos jogos eletr nicos que possuem interatividade e prendem a aten o do usu rio Com a dissemina o de tecnologias que oferecem servi os digitais e informatizados avan ados os computadores e telefones m veis conectados rede de internet tamb m funcionam como instrumento imersivo Por exemplo a ferramenta Google Street View A partir de mapas digitais sistema de zoom ampliado e intera o representam a cidade a partir de imagens ao n vel da rua 39 fun es m veis e atraentes que produzem a sensa o de estar no local explorado O Google Street View armazena informa es e imagens e suas fun es de movimento associadas ao processo de intera o que a ferramenta ofer
169. t cnicas possibilitando o aparecimento dos mapas impressos em xilogravura e gravura em cobre que depois eram coloridos m o No s c XVII s o utilizados os c rculos para determinar os aglomerados urbanos LE O 2002 As figuras 5 e 6 demonstram algumas das transforma es que os mapas Ferramenta de localiza o cartografia digital e informatizada 35 sofreram ao longo do tempo Figura 5 Mapa mesopot mico feito em argila Fonte UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 2010 MAP Ar MUNDI Mee WE An oro 314908 Figura 6 Mapa M ndi Fonte DAISY 2011 Com o passar dos anos os mapas foram se modificando expressando as novas formas de observac o e medic o espaco temporal como tamb m os novos modelos de representac o Um campo maior de visualizac o maior interatividade e dinamismo compuseram a evolu o da cartografia O aprimoramento das fun es de guiar coordenar e localizar o ser humano em seu espa o a partir de mapeamentos que faciltam e orientam no com defini es e descri es de distanciamento e localiza o permitem uma nova experi ncia de compress o do 36 tempo e revela o espaco em representac es que servem como extens o para compreender melhor o mundo Todas essas mudancas cartogr ficas buscavam melhorias na projec o da Terra e das informacdes geogr ficas o que alterou no decorrer do tempo n o somente a ferramenta em que eram inscritos os mapas como tamb m m
170. t lite En La investigaci n sobre los nuevos modos de estar juntos aparecen em primer plano las transformaciones de la sensibilidad que producen los acelerados processos de modernizaci n urbana y los escenarios de comunicaci n que en sus fragmentaciones y flujos conexiones y redes presenta la ciudad virtual 29 de ferramentas que manipulam orientam e facilitam o cotidiano do homem com e na cidade e consequentemente sugere uma nova forma de estar nela e olhar para ela Assim a tecnologia e o espa o virtual reconfiguram a cidade e tamb m o homem atribuindo novos valores novos desejos sentimentos e sensibilidade A cidade passa a ser configurada e marcada pelas media es midiatizadas que criam e disponibilizam modelos culturais de mobilidade oportunizando uma maior acessibilidade ao mundo a partir de imagens eletr nicas e de dispositivos Com apenas um clique no mouse permitem um maior imbricamento da cidade com o homem o tempo e espaco A relac o e deslocamento passam a ser mediados pelo uso desses dispositivos eletr nicos e digitais que possibilitam a circulac o de comunicac o informac o e produc o de imagem permitindo ao homem uma experi ncia ub qua por um espa o eletr nico a partir de imagens hipertextos e paisagem pixelada Nas cibercidades o uso dos dispositivos atrelados Internet reconfiguram a rela o espa o temporal n o s do homem com a cidade mas tamb m do homem com o outro
171. tar em um lugar totalmente desconhecido lhes rendeu menos temor do que estar no Centro da cidade por exemplo O que lhes fez perceber que o medo os riscos s o maiores quando se tem no o da exist ncia deles Porque quando voc vai pro meio do mato andar voc pensa em riscos um risco de cair num barranco e machucar o risco de uma cobra um escorpi o o risco de perder j na cidade eu acho que tem outros riscos Acho que um risco na cidade esse voc chegar num bairro completamente longe sem dinheiro tudo bem a gente tinha dinheiro pra pegar um nibus ou um taxi pra ir pra casa se acontecesse uma emerg ncia mas um risco na cidade voc estar num bairro que voc n o conhece e a Onde que voc vai comer Onde que voc vai dormir s o riscos urbanos SALLES 2010 Al m disso conhecer o outro lado de Belo Horizonte dificilmente explorado no cotidiano do grupo fez com que eles percebessem outra realidade da cidade em que vivem A experi ncia deixou n tida para eles a certeza de que s vezes a cidade cresce para lados opostos H lugares muito mais carentes do que se imagina ou ricos em outros aspectos e que a cidade revela diferentes modos de vida e particularidades que assim pelo menos a gente aqui que frequenta mais a regi o central da cidade a zona sul a gente costuma ver uma cidade muito arborizada com algumas pra as apesar de Belo Horizonte ter poucas pra as mas tem algumas as av
172. te deve estar disposto a indenizar quando problemas acontecem LEONARDI 2009 Tudo isso gerou um movimento de reac o caracterizado pela realizac o de interven es nas cidades onde carro do Google Street View fazia seu mapeamento O que se percebe que diante de uma empresa de grande porte como a Google que coleciona processos e mais processos sobre pol ticas de privacidade como o cidad o comum pode intervir naquilo que ele julga desapropriado para ele e para a sociedade Em alguns pa ses assim como no Brasil algumas pessoas se apropriaram da pr pria ferramenta do Google Street View para declarar suas inquietudes e desconfortos e aproveitaram a atua o do carro do Street View para propagar gestos obscenos e um tanto explicativos como vistos nas figuras abaixo Google maps Figura 31 S o Paulo SP Brasil Fonte GALILEU 2010 60 Google mapa mus Besto de Andrade S o gt PRA Figura 32 Bairro Moema S o Paulo SP Brasil Fonte GALILEU 2010 Google maos ua late Sho Pato Brasi hartos Figura 33 Avenida Juscelino Kubitschek S o Paulo SP Brasil Fonte GALILEU 2010 Ap s seu lancamento em 2007 a Google Street View mesmo com os inumer veis processos s vem crescendo e aprimorando seus recursos As quest es governamentais pol ticas de privacidade e as cr ticas em blogs e gestos obscenos n o interferem muito na proposta da
173. te ub qua Para Weissberg 2004 p 121 a ubiquidade n o sin nimo de mobilidade mas designa em sentido estrito o compartilhamento simult neo de v rios lugares Assim o Google Street View e suas fun es permitem explorar o mundo com o uso de imagens coordenadas informa o multiplicando o conhecimento agu ando a curiosidade e tornando o mundo aparentemente mais acess vel Com a dissemina o e intensifica o dos processos midiatizados surge a necessidade de se repensar os modelos de representa o cartogr fica a experi ncia da ubiquidade os modos de conhecer a experi ncia de deslocamento pela cidade As ferramentas de georeferenciamento do Google Street View instauram pr ticas de localiza o e orienta o transformadas pela experi ncia e rela o do homem com a cidade espa o e tempo Essa ferramenta inaugura a possibilidade de uma nova pr tica da fl nerie que atualiza a pr tica surgida no per odo da modernidade Ao partir de dispositivos e aplicativos virtuais que possibilitam explorar e passear pelo ciberespa o com maior liberdade sem interrup es criando novas espacialidades e emergindo no invent rio de outra pr tica pode se afirmar que estamos diante de uma experi ncia de fl nerie virtual O Street View insere a possibilidade de supera o do distanciamento e sugere possibilidades intr nsecas oferecendo outra experi ncia de visibilidade e novos modos de perceber e viver na cidade Trata
174. th n o Fernando Foi A gente partiu desse princ pio de que o sul de Belo Horizonte come a nessa limita o da zona Sul de Belo Horizonte pegando a regi o metropolitana Barreiro extremo sul e a situando l no Parque do Rola Mo a no comecinho E a cada um foi dando as dicas de onde mais ou menos passar por onde talvez teria uma maior riqueza de informa es Andr a gente foi lembrando de alguns pontos Por exemplo o primeiro ponto que a gente pegou l gico al m do ponto mais Sul de Belo Horizonte a gente lembrou do Cristo do Barreiro primeiro pensamos em passar pelo Cristo e tal Fernando Avenida do Min rio tamb m que achamos importante 122 Andr e a gente lembrou um neg cio que interessante que o seguinte a primeira fazenda que existiu em Belo Horizonte do Bandeirante que foi o colonizador de Belo Horizonte que era o Jo o Leite da Silva Ortiz a gente leu livros de Belo Horizonte eu e o Fernando a gente chegou a l no arquivo mineiro Fernando fomos no arquivo p blico Andr no arquivo p blico para ver mapas antigos e a gente descobriu que o neg cio o seguinte essa fazenda desse bandeirante que fundou o Curral Del Rei n o igual ao que todo mundo pensa a maioria das pessoas pensam a fazenda do Leit o que hoje o museu Ab lio Barreto uma fazenda que ficou perdida assim na hist ria porque tem essa hist ria que a primeira fazenda de Belo Horizonte e
175. tistico da est Cirtgura es 2 O Google iF Tudo D magens 08 oes Y Fixes Bebo Horizonte Ads loca Todos or rerultades cam magers Mas wanen mapas antigos Perquiar Arriate 83 sl 010 py Mapas ntigos 10000 LI Ana do Saro DIOSA ta y 004 p cema os LOTA cor map Mapas Antigos E Ura anto mapa 91900 WA Vergara irme de Mapas Antigos Urs ercalerdo exemplo de um aga mapa cciond da cole o Janssons maz Goutham ig dl Gogh America Traz por o sui Datsgiria Argenta t rt ay DT 7 te acta se atada pasar RO DMA Er cstis ve Figura 8 Ap s a busca uma lista de sites sugerida com informa es sobre o tema pesquisado Fonte GOOGLE 2010a 41 Wa imagem Matias mas s rama com Ge Sim 7 Google mapas antigos Pesque MIO AMARA 28 as 00 44 parados Pesquisas reiacumados mapti migr de mundo ciumes tia da amp 04 de tenemos cupri maes de Figura 9 Na ferramenta de imagens o site disponibiliza o acervo de imagens sobre o tema pesquisado Fonte GOOGLE 2010b Com o resultado positivo do primeiro servico a empresa desenvolveu
176. turar as imagens a equipe do Google Street View trabalha e as processa com a ajuda da inform tica para que consequentemente elas sejam publicadas numa perspectiva linear no Google Maps As figuras abaixo apresentam cada etapa do processo de pesquisa explora o deslocamento e orienta o a partir do Google Street View que emergem para a pr tica da fl nerie virtual Cor Explanac o Cobertura atual Cobertura futura Sem cobertura tradu o nossa 13 Smartphones s o aparelhos celulares que t m diversas funcionalidades avan adas que possuem capacidades de conex es em redes acesso Internet etc 14 Pegman o seu guia no Street View preciso selecion lo e arrast lo para o mapa para aceder s imagens do Street View As imagens surgir o convidando o usu rio a um passeio virtual pelas imagens e informa es 49 Go gle maps Paris Fran a Pergi o Mag teem Figura 21 In cio da explora o do Google View do Google Maps A primeira imagem na ferramenta aparece conforme a figura Fonte MAPS 2010 Ao acessar o endereco eletr nico http www google com br maps o site disponibiliza a p gina para pesquisa de mapas Nela o usu rio digita na barra de busca o nome da cidade ou pa s que quer pesquisar Logo aparecer uma imagem conforme demonstra a figura 21 Ao lado esquerdo e superior da tela o pegman fica dispon vel para ser arrastado e solto no local desejado demarcando os pontos que
177. u acho que voc pode fazer esse outro caminho por exemplo voc estar indo pra uma cidade e voc quer estudar a cidade antes de voc ir N sio Sim claro Eu t falando que no meu caso eu n o consigo lembrar de alguma vez que eu fiz isso antes Andr porque tamb m eu acho que o Google Street View ele muito novo n Tem o que 136 Luana ele surgiu em 2007 mas no Brasil s agora 2010 Andr mas s em algumas capitais n o Luana Em Belo Horizonte Rio de Janeiro e S o Paulo por enquanto Andr Pois uma ferramenta que tem muitas possibilidades mas ela tem que ser mais completa ainda n Pra voc n o precisar pensar assim ai vou pra tal cidade voc lembrar ah tal cidade tem o Street View ent o vou estudar ela ainda Ent o acho que isso limita um pouco A partir do momento que voc pensa vou pra tal cidade ah ent o eu vou olhar no Street View como que ela Eu acho que j adiantaria bastante N sio saber onde voc vai ficar a rua o lugar Andr onde tem uma padaria um posto uma farm cia ANEXOS Trajeto ruas e avenidas Dia 1 M rcia de Windsor Avenida Sim es Filho Gabriela Leite Ara jo Flor de Pitangueira Senador Levindo Coelho Valdir Soeiro Emerich Atleticanos Cruzeirenses Americanos Dona Lal Ponta Grossa Maria Let cia Valdemiro Rocha Daniel Jos Carvalho Pastor Samuel Machado Joel Jos Carvalh
178. ugar sem precisar mover se e seus recursos pragm ticos permitem ir sempre mais al m Esse grau de mobilidade e ubiquidade presente na ferramenta que oportuniza ao sujeito sair do ser que tem identidade fixa para o ser m vel no sentido da sua identidade cambiante Estar em v rios lugares sem sair de lugar Essa rela o aparentemente paradoxal est presente em ambas experi ncias Na fl nerie presencial o sujeito vagueia pela cidade se deleitando de paisagens e cen rios urbanos mas ele tamb m o sujeito que para em um caf de esquina e contempla a cidade sem tempo determinado Na fl nerie virtual o ciber fl neur dificilmente para em uma imagem para apreciar os cen rios O movimento dos recursos da ferramenta necess rio para desencadear uma reac o de conhecer ou reconhecer o local para ent o partir para a apreciac o da paisagem via imagem Tudo isso mediado pelo computador sem a necessidade de sair do local Cada experi ncia tem sua particularidade subjetiva de 98 emergir o sujeito singularidade da cidade e cibercidades oportunizando diferentes e subjetivas formas de estar nelas Na fl nerie virtual as compara es a respeito das mudan as que ocorreram em um per odo de tr s anos estiveram presentes do come o ao fim da experi ncia Como no caso da Pra a na Av Levindo Coelho onde os tr s queriam explorar a ferramenta de modo que deixasse no mesmo ngulo que a imagem que queriam comparar conforme a fig
179. ura 59 Figura 59 Pra a da Av Senador Levindo Coelho Fonte SALLES 2006 A figura 60 mostra que o Google Street View registrou a mesma pra a Na fl nerie virtual ao explorarem as extremidades do local virtualmente os integrantes perceberam diversas mudan as no local que lhes remeteu a diferentes sensa es de curiosidade entusiasmos e surpresa o que revela o car ter subjetivo da rela o sujeito cidade a partir de uma experi ncia virtual A possibilidade de revisitar o local sem precisar locomover se desencadeia uma sensa o de liberdade de conquista e satisfa o do espa o reconfigurando a rela o do sujeito com a cidade e desencadeando uma experi ncia que transcorre da subjetiva o presente nessa rela o 99 Google maps Av Sen Levindo Coelho Belo Horizonte MG EB Pesquisar no Mapa que h por aqui Imprimir 63 Enviar Link Jogo Onde no mundo Ex Google Street View em 2009 Fonte MAPS 2010 Na conversa abaixo poss vel perceber diferentes reac es de revisitar o local via Street View Fernando a praca parece t at mais bonita tem mais rvores e tudo N sio os muros t o diferentes tem mais rvores t mais bem cuidada Fernando d uma geral na praca N sio t bem mais bem cuidada Fernando vira um pouquinho pra c pra ver a meiuca sic dela Ah t bem mais legal Fernando l antes tinha aquelas coisas de ferro ali que
180. w html gt Acesso em 23 jul 2010 INTONSES Google Street View no Brasil 2009 Dispon vel em lt http forum intonses com br internet f44 google street view brasil t4725 html gt Acesso em 21 mar de 2011 IRADO Nerd Curiosidades do Google Street View Brasil Nerd Irado 2010 Dispon vel em lt http www nerdirado com br 2010 10 curiosidades do google street view html gt Acesso em 21 mar 2011 JEUDY Henri Pierre Espelho das cidades Rio de Janeiro Casa da Palavra 2005 KINGKABOOKA Apple Ipad Guided Tour Google Maps Youtube com 23 abril 2010 Dispon vel em lt http www youtube com watch v eKQ_w0COww8 gt Acesso em 21 mar 2011 LE O L cia Cartografias em muta o por uma est tica do banco de dados In LEAO Lucia Org Cibercultura 2 0 S o Paulo U N Nojosa 2003 LE O L cia Derivas cartografias do ciberespa o S o Paulo Annablume Senac 2004 LE O L cia Interlab labirintos do pensamento contempor neo S o Paulo 2002 LEFBVRE H Le droit la Ville Paris Ahthropos 1968 116 LEMOS Andr Cibercidade Il Ciberurbe a cidade na sociedade da informa o Rio de Janeiro E Papers 2005 LEMOS Andr Cibercidade 2006 Dispon vel em lt http www mondialisations org php public art php id 22897 amp lan PO gt Acesso em 13 2009 LEMOS Andr Cibercidade a cidade na cibercultura Rio de Janeiro E Papers 2004 LEMOS Andr
181. zou um acoplamento de experi ncias e sentidos O que se percebeu foi que com a prolifera o de mudan as f sicas e estruturais a cidade ganhou uma nova dimens o e cen rio implicando no uso de tecnologias que alteram a media o do sujeito nesses novos espa os urbanos Isso alterou diretamente a rela o do homem com a cidade sucedendo de media es mais midiatizadas e de um cen rio extremamente din mico al m de dar espa o prolifera o de ferramentas de mobilidade que facilitam a circula o do sujeito na cidade Essas ferramentas implicam na rela o do homem com e na cidade proporcionando recursos que alteram a fl nerie e que de alguma forma sugere uma nova experi ncia Ou seja a cidade contempor nea passa a se destacar com novas caracter sticas que partem do excesso de informa o imagens e acelera o dos processos de media o e intera o Elas acabaram por dar espa o s ferramentas de georeferenciamentos e reconfiguraram as cartografias cl ssicas para o uso intenso das cartografias digitais e informatizadas disponibilizando imagens da 109 cidade em um espaco virtual O uso dessas ferramentas decorre de pr ticas ub quas que permitem estar em v rios lugares ao mesmo tempo sem precisar mover se Essa pr tica desencadeia uma nova experi ncia sob as chamadas cibercidades que n o alteram as caracter sticas das cidades mas sugerem novas pr ticas e mecanismos de estar e usufruir da cidade Com

Da flânerie às novas práticas de deslocamento pelo espaço

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