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grace dos anjos freire bandeira o apagamento de se nas

1. VERBO Curitiba Londrina Irati Pato Branco Acabar se X Acertar se X Acordar se X Acostumar se X X Apegar se X Aposentar se X Apresentar se X Assustar se X Casar se X X X X Chamar se X X X Confessar se X Conhecer se X X Desenvolver se X X X Desligar se X Divertir se X Encontrar se X Engasgar se X Expandir se X X Formar se X X X Interessar se X X Ir se X Mudar se X X Reunir se X X Separar se X Tornar se X X 212 S o bons exemplos dessa concorr ncia os casos com o se indeterminador como 303 a 305 303 Sim como arrumava uma mesa como se servia uma mesa quel que que talher que m o que ia sabe como que se arrumava tudo direitinho tudo isso ela ela ensinava CTB16L0384 304 A gente sempre fala em organizar no final do ano fazer como diz amigo secreto n LDNO6L0864 Ah eu n o sei em crise de Esp rito Santo n como se diz LDN06L1081 305 Tem como que se diz lago l n uns lago inint IRT17L0209 Eu acho que ainda n o o povo n o est ainda como que diz na altura pra pra pra saber julgar IRT17L0632 Observemos a seguir os casos com o se universal 5 7 Os casos de se universal Quando n o havia concord ncia entre o pronome sujeito ou entre a forma verbal can nica e o an
2. lutam pelo espa o do sujeito gramatical s o exemplos que me remetem num primeiro momento a dados de fala do tipo em 196 e depois afirma o de DUARTE 1996 120 sobre a redu o significativa de ocorr ncias de sujeito nulo existe hoje na l ngua coloquial um uso cada vez mais frequente do sujeito duplamente preenchido 196 Tem qualquer coisa diz ele como se diz o outro de de errar CTB18L1283 Como as constru es de duplo sujeito caracterizam as l nguas de t pico cf Li e Thompson 1976 vale considerar os estudos de GALVES 2001 52 3 sobre a rean lise do t pico como sujeito e a conseqiiente reorganiza o da senten a em torno do t pico o que constatamos no dado de fala em 197 197 est roubam fazem um monte de coisa Aqui a gente n o se v isso Pelo menos aqui pra baixo n CTBO8L0502 154 Se pensarmos numa solu o fonol gica de que n o conseguir amos tratar aqui poder amos nos apoiar em BRISOLARA 2006 181 que entende a rela o verbo cl tico como sendo uma nica palavra pros dica Na verdade n o faltam exemplos no portugu s do Brasil que apontam para a opacidade de formas em rela o 1 pronomes e preposi es mecum gt com migo gt comigo ii pronomes e verbos suicidar se gt se suicidou se iii adv rbios e preposi es concomitantemente com iv verbos e preposi es corroborar com N o faltam tamb m dados do banco Varsul como
3. 324 Se uma pessoa te passa pra tr s voc se ofende est se ela te passou pra tr s legal voc se ofende mais ainda sabe est CTBO9LO852 Por isso com fins did ticos passamos a assumir que o se que chamar amos de reflexivo corresponderia ao se do dado de fala em 325 325 Que ela da veio e se jogou assim no meu colo sabe IRTO6LO886 Passamos a assumir tamb m que distinguir amos outros SEs o rec proco o inerente o indeterminador o apassivador o enf tico e o ergativo cf NUNES 1995 204 7 Claro que n o somente em Nunes 1995 que nos apoiamos para classificar os muitos SEs do banco de dados VARSUL na verdade tomamos esse trabalho como ponto de partida para essa tarefa de classifica o e medida em que amos descrevendo cada uma das classes busc vamos outros trabalhos ou para refor ar a id ia de Nunes 1995 ou para contrast la como o caso do se rec proco que separo do se reflexivo ou ainda para preencher uma lacuna deixada por esse autor como o caso do se inerente Esses s o os temas dos cap tulos 2 e 3 respectivamente uma proposta de revis o da Literatura sobre o se e a nossa proposta de descri o das classes de se A prop sito da revis o da Literatura damos destaque s seguintes quest es luz dos trabalhos que citamos no cap tulo 2 ordenados por ano de publica o 1 a no o de reflexiviza o pode ser expressa pelo pronome reflexivo se pelo
4. 48 Entrevistador Come se bem na ro a Inf 47 como assim Cum que oc fal O que as pessoas come aqui na ro a 49 Entrevistador Trabalha se bastante aqui na ro a Inf 46 Se n is trabaia bastante Trabaia 50 Entrevistador Paga se bem na ro a Inf 47 Paga nada VEADO 1982 50 finalmente testa a compreens o do se indeterminado com verbos transitivos diretos como em 51 51 Entrevistador Compra se mantimento na venda dona M E Compra banha io farinha essas coisa assim e afirma que Os dados ent o revelam nos que o se indeterminado quer seja com verbos transitivos quer com os intransitivos n o faz parte do sistema ling stico em uso efetivo e natural do dialeto rural O falante impessoaliza o verbo ou ent o indetermina o agente atrav s de uma constru o equivalente na qual o se foi eliminado ou inexiste e o verbo permanece na 3 pessoa do singular sem sujeito agente 42 Contexto semelhante observamos em dados do banco Varsul do tipo em 52 onde o entrevistador usa do recurso de indetermina o com verbo na terceira pessoa do singular sem o se e provoca no falante uma pergunta sobre quem baila 52 E Bailava bastante F N s n N o muito n CTB16L1050 Sobre os resultados de Veado 1982 resultados que n o podemos estender a todo o territ rio mineiro temos que o se reflexivo ou n o se realiza oralmente ou d lugar express
5. 1 12 13 Acabouf se acabou a alegria CTB02L0354 batiza como Jo o Batista n que ele se desce nas guas n LDNO3L0923 A prefeitura indenizou a est e a olaria acaboufise CTB23L1272 entraram por Dion sio Serqueira e se sumiram pela Argentina PBR21L0136 A maior parte trabalha com pinho porque pinheiro acaboufse n IRT14L0538 Que menina ele pegou o terreno baldio pegou a rua do lado e ru do de batida com as m os foi se embora CTB10L0682 Eles se mudam v o embora n o t o f cil de conhecer CTB18L0387 Oi por mim eu nunca mais ia me embora dessa cidade IRT10L0943 E mesmo esses que se vem de fora a gente faz amizade sabe IRT22L0476 Campo campo Mas era um campo ali E era aqueles campos ia que se sumia est CTB16L0653 Quando eu vejo est feito l em cima da mesa do jeito dela e cad ela sumiu n est LDN04L1347 Quando fui convocado eu podia escolher entre ir correr para o mato me sumir ou ent o IRT23L0067 claro que eu ia tomar uma provid ncia Mas o tempo se passou n LDN21L0466 14 15 16 254 Mas tem muitos que j foram embora pra S o Paulo assim n est Passa dez anos depois a gente se encontra LDN22L0633 Cada dia que passa eu vou me sentindo um mestre assim IRT18L0805 E agora j se passaram um monte de anos j fazem vinte anos que esse a est mandando PBR03L0035 3 7 se ergativo 01
6. 9 Sexo mf m masculino f feminino 10 Faixa et ria ab a 25 49 anos b 50 ou anos 11 Grau de escolaridade pge p prim rio 4 5 anos de escolaridade g gin sio 8 9 anos de escolaridade c colegial 10 11 anos de escolaridade 12 Localidade tnib t Curitiba n Londrina 1 Irati b Pato Branco 242 243 ANEXO II PROSPECTOS E FOTOS RELACIONADOS AO TEMA TRITURADOR DE RES DUOS ALIMENTARES F cil e seguro de se usar Para uma cozinha muito mais limpa e agrad vel pro e Fa a sua matr cula na WIZARD e GANHE um celular da Brasil Telecom E Tanner nana E y ato Ds reto PO UBV ad ata or TT Tudo bem pensado Localiza o privilegiada Rua tranquila para morar 6 minutos do centro Comodidade Vaga de garagem extra opcional Portaria 24 horas Central de g s Alegria de viver Sacada com churrasqueira Playground Sal o de festas Sal o de jogos 244 Iq wo spsesojjaq amm Ei A rp AA AQUI GM 2 MA prove oa SinoRe que 51 Do ENS 245 ANEXO II AMOSTRAGEM DE OCORR NCIAS DE PRESEN A AUS NCIA DAS CLASSES em estudo 3 1 se inerente 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 1 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 E porque o povo se acomodou um pouco tamb m n F O povo acomodou LDN20L1288 Hoje n o hoje o pessoal pareceffme que se acomodou quer dizer n o que
7. Irati fizemos uma nova rodada que nos possibilitou a an lise que a seguir apresentamos Para essa cidade as vari veis 191 consideradas relevantes estatisticamente foram Classes de cl ticos anaf ricos Pessoa do cl tico anaf rico e Faixa et ria 1 grupo Classes de cl ticos anaf ricos TABELA 13 TOTAL DE OCORR NCIAS DAS CLASSES DE CL TICOS ANAF RICOS EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Irati PR CLASSES CL TICOS PRESEN A AUS NCIA TOTAL ANAF RICOS N PR N PR Inerente 137 56 16 108 4 24 245 Apassivador 11 79 10 3 21 30 14 Rec proco 11 69 64 5 31 36 16 Indeterminador 3 1 54 217 99 46 220 Ergativo 29 34 13 56 66 87 85 Enf tico 3 5 06 62 95 94 65 TOTAL 194 30 451 70 645 Essa tabela indica que em 70 do total dos dados h supress o de cl ticos anaf ricos na fala de Irati PR Quando em termos de pesos relativos no entanto esses valores significam 25 de aus ncia na rela o com os resultados das cidades de Curitiba Pato Branco e Londrina p g 162 desta tese Os valores percentuais indicam que as classes onde a supress o maior que a presen a s o a do cl tico indeterminador 99 de aus ncia a do enf tico 95 de aus ncia e a do ergativo 66 de aus ncia Quando relativizada a distribui o da amostra no entanto duas dessas classes se mant m como as de maior supress o mas em uma diferente escala de aus ncia 94 do enf tico e 87 do
8. para aceitarmos que o se tamb m nesse contexto anaf rico Convido ent o para algumas reflex es sobre referencia o a partir dos textos que abaixo analiso MONDADA amp DUBOIS 1995 discutem duas concep es que procuram explicar como a l ngua refere o mundo a primeira expressa pela met fora do espelho Rorty 1980 prop e que a l ngua reflete diretamente as coisas ou ainda que o poder referencial da linguagem fundado ou legitimado por uma liga o direta e verdadeira entre as palavras e as coisas a segunda expressa pela imagem de um sujeito cognitivo que constr i objetos cognitivos e discursivos cf Mondada amp Dubois 1995 273 prop e que tanto as categorias discursivas quanto as cognitivas podem se modificar de acordo com uma mudan a de contexto ou de ponto de vista Para mostrar que a mudan a e a instabilidade presentes s atividades cognitivas e discursivas conforme prev esta ltima concep o n o se constituem em problemas mas em uma dimens o intr nseca do discurso e da cogni o as autoras citam dentre outros SACKS 1972 1992 BARSALOU 1983 e LABOV 1978 que demonstram com os exemplos que descrevem que podemos assumir 73 A essa altura pergunto e em resposta a Menon afirmo constituir ou constituir se em E Luft 2000 144 5 responde Constituir se em algo inova o sint tica j familiar nossa imprensa A origem pode esta
9. 22 23 24 25 26 253 Que n s se conhecemos ali n Ent o ali morava bastante gente n CTB16L0712 Era era era muito saud vel porque as pessoas ainda se respeitavam muito n LDNO1L0116 Que o meu marido nossa quando n s nos conhecemos ele nem estava empregado LDN02L1224 Eles eram advers rios A gente nunca se disse nada PBR05L0644 Sempre por aqui est Nunca se desgrudaram LDN12L1014 Voc saiu do centro foi at at l em cima n o se encontramos est certo LDN24L0561 A o povo n ficava subindo de l de c onde os rapazes se conheciam muitos acabam conhecendo namorando at se lt casan gt casando Que s vezes pessoas que nem hes n o tinham contato com outro mas eles acabam se conhecendo est ali na avenida n LDNO7L0668 E a gente se conheceu numa brincadeira dan ante LDN16L0592 ela estava l e a gente risos geral falando rindo se topou sa mos juntos e acabamos namorando LDN24L0921 Meu pai era assim de fam lia at de sangue azul que veio da Pol nia sabe E a minha m e filha de colone sabe Mas se acharam n acharam se entenderam e se casaram n IRT12L0004 Cidade pequena n est a gente se lt cru gt se cruzava muito a gente se IRT24L0459 E e eles se conheceram aqui F Conheceram PBR02L0014 3 6 se enf tico 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
10. BALME amp MORWOOD 1996 138 introduzem o pronome reflexivo se dizendo que although Latin says me lavo I wash myself in English we can say simply I wash So also Scintilla se parat Scintila prepares herself but we usually say prepares gets ready And pater se vertit father turns himself where we usually say turns in Latin such transitive verbs i e verbs requiring an object usually have the reflexive pronoun as the object where English can use the verb intransitively i e without any object Neste m todo de ensino de latim cl ssico Balme amp Morwood sugerem que enquanto no latim haveria obrigatoriedade no uso do cl tico anaf rico reflexivo em ingl s diferentemente verbos transitivos com pronomes reflexivos em fun o de objeto podem ser 119 usados intransitivamente sem que o sentido reflexivo se perca O que poss vel tamb m em portugu s brasileiro como vimos nos contextos de se reflexivo e de se rec proco onde h apagamento do cl tico anaf rico em posi o de argumento interno do verbo Como o exemplo citado por VEADO 1982 45 ele envenenou e morreu que mostra que a no o de reflexiviza o pode ser expressa com o uso intransitivo de verbos transitivos A mim me parece que a intransitiva o em LUFT 2000 13 14 disp e sobre a intransitiva o pelo apagamento de reflexivos considerando se toda e qualquer classe de se nos termos de Luft N o impor
11. De acordo com PEREIRA 1954 162 no portugu s como no latim para indicarmos o sentido reflexo reflectere dobrar em que a a o verbal como que se dobra sobre o pr prio sujeito que a pratica valemo nos de um pronome obl quo da mesma pessoa que o sujeito Esse sentido o reflexivo tamb m citado i por ROCHA LIMA 1976 99 quando afirma que as formas se e si dizem se reflexivas porque s se podem usar em rela o ao pr prio sujeito do verbo Exemplos O capitalista matou se Os empregados se despediram e ii por RIBEIRO 1920 27 que prop e que h ainda a f rma da terceira pessoa pronominal denominada pessoa reflexiva que a que occorre no discurso indicando rela o de identidade com o sujeito Esta pessoa determinada pelos accusativos das duas primeiras me te e por uma f rma se Observemos por m que enquanto para Pereira 1954 e para Rocha Lima 1976 o pronome reflexivo se al m de recuperar o sujeito como a indicar uma rela o de identidade com ele deve tamb m dobrar se sobre quem pratica a a o expressa pelo verbo para Ribeiro 1920 diferentemente basta que o se possa recuperar fun o 8 Atentar para o fato de que Rocha Lima n o distingue se reflexivo de se rec proco 15 anaf rica o sujeito sint tico da frase para ser chamado de reflexivo Notemos que aqui j n o estamos tratando do mesmo se do latim cl ssico mas de um se que tem seu uso o
12. e o mais velho semana que vem se forma em Medicina LDN24L0350 Agronomia eu formar em Agronomia Porque eu ent o gosto de estar no campo lidar assim sabe IRT18L0979 Londrina Maring interiro de S o Paulo onde os filhos estudaram formaram Presidente Prudente PBR22 A ou voc se mata de tanto trabalhar pra botar as coisas em dia ou voc CTB19L0943 Estive umas oito dez vezes em S o Paulo especializando na f brica CTB17L0138 De adulto at n o tenho d porque sabe trabalhar sabe se virar mas crian a n o est crian a depende de ajuda CTB19L1346 17 78 19 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 248 Sei l como que foi acontecer mas aconteceu e ele se danou CTB07L1258 Vai falar acha que a gente est se metendo de um lado se metendo c n o da gente n o comprou voc n o tem nada aqui est CTB08L0660 A m e dela se metia muito na minha vida IRT01L0296 Da ela ela esquentadinha n s vezes eu me esquento s vezes deixo pra l CTB09L0436 porque eu eu trabalho na minha n o me misturo porque encrenca sempre aparece sempre sobra pra voc n CTB12L1191 Ent o isso a Trabalhei pra um candidato a me ferrei n CTB13L1477 Que deve ter um nome n aquelas m quinas est mas eu nunca nunca me me liguei CTB19L0344 Eu sei que o pessoal est se quebrando
13. retoma para dizer que a classe das an foras indiretas ignorada pelos gerativistas amplia o campo da referencia o porque reintroduz no contexto da gram tica aspectos sociocognitivos relevantes que permitem repensar t picos gramaticais na interface com a 80 Sobre an foras in local domain ou long distance consultar CHOMSKY 1995 101 104 113 sem ntica e a pragm tica Para Marcuschi 2005 portanto o estudo das an foras implica o abandono da maioria das no es estreitas de an fora impedindo que se continue confinando a ao campo dos pronomes e da refer ncia em sentido estrito De acordo com esse autor os casos de an foras devem ser tratados ent o como casos de progress o referencial Para atender a esse objetivo a partir do fato de que nem sempre h congru ncia morfossint tica entre a an fora e seu antecedente MASCUSCHI 2005 78 prop e a no o de continuum anaf rico cuja raz o de ser assim justifica na sua ess ncia a an fora um fen meno de sem ntica textual de natureza inferencial e n o um simples processo de clonagem referencial Sobre a no o de continuum anaf rico Marcuschi diz que ela se constr i n o luz de uma vis o linear da an fora mas de uma vis o de progress o referencial multilinear e n o direta Para ele a rela o referencial implica um movimento de um p lo ou extremo de um cont nuo a outro isto as an foras tanto podem
14. reunir conversar dar encontrar emocionar acomodar casar e manifestar Gii em Irati 15 informantes empregam 32 vezes o se universal com os verbos conhecer olhar livrar mandar preparar associar afastar arrumar reunir envolver lembrar entender achar ver visitar etc iv e em Pato Branco s o 12 informantes e 20 ocorr ncias do se universal com os verbos conhecer criar colocar reunir separar desfazer dar encontrar unir aposentar etc S o exemplos dessa quest o os dados em 307 a 314 307 Essa amiga minha ainda amiga at hoje de mim N s se damos at hoje CTB16L1114 308 foi triste n eu eu no caso eu se emociono f cil tamb m LDN19L0397 309 310 311 312 313 314 214 Ah assim que d se visitamos a pelo menos umas duas ou tr s vezes por ano n IRT21L0869 Eu e meu eu e meu outro irm o se criamos na FUNABEM PBR04L0039 Nunca se separamos assim ficar longe do outro morar na cidade nunca Sempre em contato PBR13L0255 que n s moramos junto l n n s at se conversa tem vez assim LDN14L0744 Eu sempre vou inint n s se damos bem sabe se gostamos bem apesar de CTB03L1373 Fiquei conhecendo ela aqui n s se achamos aqui e estamos vivendo h seis anos juntos IRT19L0287 E por fim registramos as duas nicas realiza es em que a forma imperativa can nica correspondente a tu posta em re
15. satisfa o do EPP 67 Sob tal Princ pio temos Toda senten a tem sujeito Cf CHOMSKY 1995 90 Quando consideramos o banco de dados Varsul podemos citar facilmente exemplos representativos da forma V3PS que estamos classificando como contexto de se indeterminador S o os exemplos 107 e 108 107 se bem que n o precisa levantar cedo n CTB1210862 108 Tem que tentar mais uma vez e se lt vim gt g meos outra vez da complica n CTBO3L1276 Um outro conjunto de dados nos pareceu express o do conte do sem ntico da indetermina o os casos com o infinitivo flexionado que ser o analisados separadamente porque n o temos como afirmar se ali h apagamento do sujeito Como tratar desse infinitivo como um caso de apagamento sem estudos que tenham atestado o preenchimento O que temos como informa o sobre casos desse tipo o trabalho de MENON 1994 que d exemplos de preenchimento da casa do sujeito como 109 cf MENON 1994 181 2006 142 109 dese supor EF 388 408 73 M1 Sobre o mesmo tema ROCHA LIMA 1976 381 afirma que o sentido de coisas f ceis de perceber passivo Os dados do banco Varsul no entanto nos mostram que a leitura que o falante faz deste tipo de constru o n o corresponde ao sentido passivo como prop e Rocha Lima mas ao sentido ativo como constatamos em 110 110 est pra se adquirir alguma coisa muito dif cil hoje CTBO5SLO879 So
16. teoricamente uma interpreta o reflexiva Nas palavras de GALVES 2001 65 que analisa o comportamento de ele em 152 temos que ele n o o reflexivo de Jo o como seria se mas antes ele e Jo o remetem mesma pessoa o t pico do discurso 152 Jo o viu ele no espelho exemplo 1 da autora Para Galves esse fato n o deixa de ser paradoxal mas uma conseq ncia do portugu s brasileiro ser uma l ngua de t pico cf Pontes 1981 Huang 1984 Galves 1984 e est relacionado com a possibilidade de poder usar o pronome pleno em posi o objeto GALVES 2001 65 conclui essa quest o dizendo que o dialeto mineiro s representa uma express o mais completa de tend ncias fortes existentes nos dialetos paulista e carioca por oposi o ao portugu s europeu como um todo em que 1 enumera o de Galves que corresponde a Jo o viu ele no espelho com ou sem co refer ncia totalmente exclu do Em outro texto onde estuda o exemplo em 153 para tratar do mecanismo interpretativo da categoria vazia objeto em portugu s brasileiro GALVES 2001 83 assume o que prop e Williams 1987 a rela o entre a categoria vazia e seu antecedente resulta da aplica o de uma teoria mais complexa da atribui o dos pap is tem ticos 153 A Maria viu eci no espelho exemplo 28 de Galves op cit Segundo Williams 1987 438 apud GALVES 2001 83 uma categoria vazia pronominal obj
17. um um pouco do pessoal ainda vive por a CTB01L0032 92 Da a gente mudou pro Cristo Rei n CTB12L0437 Citamos por fim CYRINO 2000 que afirma que poderia estar acontecendo uma mudan a na estrutura argumental dos verbos associados com o cl tico se Toma os exemplos que est o a seguir e prop e que em 93 o verbo casar pode ter dois argumentos que em 94 d se a agentiviza o do sujeito que marcada com o cl tico se e que em 95 o pronome pode ser suprimido porque n o tem fun o de argumento interno do verbo sendo caracterizado como tem tico 5 poss vel que essas duas quest es estejam relacionadas ao caso inerente estudado por Chomsky 1986 quando trata por exemplo do genitivo das constru es do tipo John s house Eu gostaria de poder considerar esse caso em um outro trabalho dado que neste essa discuss o n o modificaria a compreens o que assumimos da classe que caracterizamos como de se inerente 6 Considero arrepender se como verbo inerentemente reflexivo por entender que a reflexividade que ele expressa resulta n o necessariamente da sua pronominaliza o mas sim do fato de n o poder implicar uma a o cujos efeitos sejam exteriores ao seu agente da Lemle 1985 consider lo como intrinsecamente reflexivo 81 93 Jo o casou sua filha 94 Jo o casou se 95 Jo o casou Cyrino 2000 justifica a supress o do se no contexto de 95 com o que
18. 198 e 199 que indicam que a perda do conte do sem ntico de itens lexicais pode levar perda da subst ncia fon tica desses mesmos itens 198 e por coincid ncia na loja encontrei com a sobrinha dela e conversamos e tudo CTB22L0754 199 coitada quando ele chegava perto as galinhas j at abra avam com ele risos E CTB20L1379 Para NUNES 1995 230 em treze das constru es que pesquisou ocorre inser o de cl tico anaf rico em contextos em que o cl tico n o era previsto Nunes chama essas ocorr ncias de hipercorre o e as organiza em tr s grupos At este momento do trabalho parece que estivemos evitando discutir o estatuto pros dico do cl tico e seu hospedeiro cf BISOL 2005 163 Na verdade n o pretendemos tomar esse tema como um aspecto a ser discutido neste trabalho mas somente apontar algumas quest es que s o objeto de discuss o e est o intimamente relacionadas ao grupo cl tico a sua classifica o como forma dependente que n o tem acento mas fica entre brancos apoiando se no centro da palavra seguinte ou precedente e a possibilidade de assumir sintaticamente a fun o de sujeito como o caso do cl tico se em contexto de indetermina o os cl ticos particularmente os anaf ricos e o exerc cio de fun es sint ticas partindo se da seguinte quest o colocada por BISOL 2005 165 prosodicamente com respeito fun o sint tica n o importa ao cl tico
19. 2 ed S o Paulo Editora tica 1986 Vozes Verbais sistematiza o e exempl rio S o Paulo tica 1992 HOPPER Paul J amp TRAUGOTT Elizabeth Closs Grammaticalization Cambridge Cambridge University Press 1993 HUANG C J T On the distribution and reference of empty categories Linguistic Inguiry 1984 p 531 574 vol 15 In Ensaios sobre as gram ticas do portugu s Campinas SP Editora da Unicamp 2001 ILARI Rodolfo Lingii stica Rom nica S o Paulo tica 1992 ILARI Rodolfo FRANCHI Carlos amp NEVES Maria H M Os pronomes pessoais do portugu s falado roteiro para a an lise In CASTILHO Ataliba Teixeira de amp BAS LIO 233 Margarida orgs Gram tica do Portugu s Falado v IV Estudos Descritivos Campinas SP Editora da Unicamp S o Paulo FAPESP 1996 p 79 166 JONES Peter V amp SIDWELL Keith Reading Latin I Texto vocabulario y ejercicios Barcelona Promociones Publicaciones Universitarias 1986 KATO Mary The reanalysis of unaccusative constructions as existentials in Brazilian Portuguese Revista do GEL Grupo de estudos ling sticos do Estado de S o Paulo n O S o Paulo Contexto 2002 p 157 184 KNIES Clarice Bohn COSTA Iara Bemquerer org e reda o final Manual do Usu rio Banco de Dados Ling sticos VARSUL UFPR UFSC UFRGS PUC RS 1995 KOCH Ingedore G V a inter a o pela linguagem S o Paulo Contexto 2000
20. 64 como exemplo de constru o ergativa porque observa os preceitos sint ticos da propriedade aqui em estudo O aspecto a que Wenceslau chama aten o no entanto o fato de que sem o se como em 129 o sentido um e com o se como em 130 o sentido pode ser o que est em 129 e tamb m um outro distinto que Wenceslau chamou de interpreta o reflexiva Assim sendo o se pode produzir muitos sentidos e pode tamb m promover a constru o de contextos amb guos WHITAKER FRANCHI 1989 26 apud Wenceslau 2003 64 trata de algumas constru es de que o se parte e sobre essas constru es afirma que em Portugu s e outras l nguas rom nicas a constru o intransitiva aparece muitas vezes com um pseudo reflexivo sujeito a restri es n o muito claras o pronome se Julgamos que 130 seja explicativo do que prop e Whitaker Franchi 1989 acerca de um se pseudo reflexivo al m do sentido reflexivo outros o ergativo e o inerente n o s em raz o do se mas tamb m em raz o das diferen as de significado entre os verbos acomodar e acomodar se Por entender que a constru o ergativa deve manter as mesmas propriedades sem nticas daquela que a originou a transitiva class fico o se de acomodar se como se inerente por ser tra o distintivo de significado entre a forma pronominalizada e a n o pronominalizada e n o como se ergativo 98 Est me parecendo que cada vez mais se atribui ao contexto
21. 66 de presen a tem dois usos bem definidos em Curitiba instaura a especializa o de sentidos como em 231 e marca uma diferen a entre a forma pronominalizada e a n o pronominalizada como em 232 Talvez por isso tenda presen a ali o cl tico distintivo 231 Ent o a gente ia se virando CTB06L0119 Vai falar acha que a gente est se metendo de um lado se metendo c n o da gente n o comprou CTBO8L0660 N s chamamos a pol cia o cara se mandou CTB10L0516 232 assim eu n o sei se o pessoal se acomoda n o reclama nada tudo est bom se assim como est est bom sei l n CTB10L0077 Eu j me dou mais com a a minha outra irm CTB12L0325 Eu me admiro que tem gente tem at religi o que pro be n est CTB15L0319 As classes mais resistentes ao apagamento s o a classe do se rec proco 100 de presen a como 233 e a do se reflexivo 79 de presen a como 234 NUNES 1995 204 n o os diferencia j que se refere ao se reflexivo como reflexivo rec proco ou n o e assume que nesse contexto o se argumento interno e tem tico 233 voc assiste uma novela ali tem duas crian as se beijando ent o ent o a crian a vai dizer assim se eles podem eu tamb m posso n CTBO7L1435 178 234 eu me arrumo e vou e eu tenho at certeza pra voc que l eu entro eu sei conversar eu falo e saio trangiiila CTB08L1649 MIOTO et al
22. FICOS E DE MAPAS GR FICO 1 A VARI VEL LOCALIDADE no Paran GR FICO 2 A VARI VEL CLASSES DE CL TICOS no Paran GR FICO 3 A VARI VEL PREDICA O DO VERBO no Paran GR FICO 4 A VARI VEL ANIMACIDADE DO SUJEITO no Paran GR FICO 5 A VARI VEL SENTIDO GEN RICO DO VERBO no estado do Paran GR FICO 6 A VARI VEL CLASSES DE CL TICOS em Curitiba e Londrina GR FICO 7 A VARI VEL PREDICA O DO VERBO em Londrina MAPA 1 PESOS RELATIVOS DE APAGAMENTO DE CL TICOS ANAF RICOS no estado do Paran viii 162 165 168 169 170 184 187 164 ix RESUMO Como resultado das nossas pesquisas em torno do reflexivo se percebemos diferen as e contradi es no trato desse pronome que creditamos serem devidas tamb m ao fato de tratar se n o de um SE mas de v rios Com vistas a um estudo variacionista do comportamento de SE constitu mos a nossa amostra com dados do Projeto VARSUL do estado do Paran e estabelecemos como o principal objetivo desta tese a descri o do apagamento do se na fun o sujeito e de me te se e nos na fun o objeto Estava definida a nossa vari vel dependente PRESEN A AUS NCIA de SE A ela somamos 12 vari veis independentes 8 ling sticas e 4 sociais para dar aos nossos dados o tratamento previsto pela Socioling stica Quantitativa de LABOV 1972 De posse da avalia o da relev ncia em termos estat sticos de cada um dos grupos de fatores
23. LDN10L0329 Pra mim isso a j tornou uma coisa assim de rotina n LDN10L0637 Da na adolesc ncia tem uma que at hoje minha amiga Casou se separou mora no Centro e n s temos amizade at hoje CTB04L0122 E ele logo que separou da m e ele casou novamente n PBR04L0834 Olha n o sei se ele nascido aqui eu n o n o porque eles separaram h muito tempo n PBR14L0016 Depois quando eu casei que eu mudei pra c hes A eu me casei n com dezenove anos e mudei aqui na hes aqui em Londrina LDNO2L0043 Porque eu eu com dois anos meu pai separoufise da minha m e entende CTB07L0377 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 12 73 74 75 76 247 Eu n o sei eu me sinto aliviada Assim me parece que n o tenho mais aquele peso assim CTB04L1397 E Se sente tra do porque voc inint confiar F sente tra do porque voc IRT10L1067 E l encontravam se dois carros que eram do meu pai CTB06L0220 Eu tenho uma tia que j mudou de de de religi o acho que umas tr s quatro vezes est E n o se acertou N o se acertou como voc disse CTB09L0551 Posso conhecer assim j n o vou me abrindo de cara assim est sabe CTB09L0795 Ent o a gente se desliga n CTB11L0135 Sim ele n o dan a agora p
24. com os verbos cuidar como 237 e judiar como 238 quando expressam reflexividade 236 Irm os se gostarem normal n CTB03L1237 237 mas deve ter acontecido porque sempre ocorre n Por mais que voc se cuide sempre CTB19L0263 238 voc est se judiando voc n o consegue fazer dinheiro CTBO5SL0793 180 2 grupo Posi o do cl tico anaf rico O segundo GF selecionado pelo Programa Varbrul considerado relevante portanto para o estudo da supress o dos cl ticos anaf ricos em Curitiba foi o Grupo Posi o do cl tico anaf rico em rela o ao verbo Com a ressalva de que eu n o poderia ter subentendido mesmo em ora es coordenadas o comportamento sint tico que seria eleito pelo falante quanto posi o do cl tico em casos de apagamento 7 dados os resultados mostram que de um total de 777 dados 441 n o sofreram supress o destes 386 foram realizados em posi o procl tica e 55 em posi o encl tica O que em pesos relativos traduz se por 53 de presen a de formas procl ticas e 33 de presen a de formas encl ticas resultados que apontam a tend ncia pr clise nos dados de Curitiba PR Como nenhuma das vari veis sociais foi selecionada como estatisticamente relevante em rela o aos dados de Curitiba temos como tratar dessa amostra somente em termos percentuais E nesse aspecto o total de 777 dados assim se distribui conforme as tabelas 5 6 e 7 TABELA 5 TOTAL DE
25. de Quintiliano I d C de Donato IV d C e de Prisciano V d C porque estes eram os escritores usu rios que serviriam de modelo para a constru o de regras que constituiriam a variedade de maior prest gio social Esta orienta o segundo Mattos e Silva 1989 33 imp e que os modelos de reflex o sobre a l ngua portuguesa sejam os latinos porque dados pelo que essa autora chama de Tradi o Gramatical Como exce es regra GU RIOS 1964 136 7 prop e que a frase Procura um pedreiro seja tratada como um recurso de indetermina o e BECHARA 2004 224 cita os verbos chamar machucar formar dentre outros para dizer que elimina se o pronome de muitos verbos que o exigem na l ngua padr o 4 Regam se as plantas Organizou se o campeonato Abrir se o novas escolas 5 Vive se bem aqui Precisa se de uma secret ria Al m dos exemplos 4 e 5 consideramos outros no cap tulo 1 a seguir para tratar do modo como a Gram tica Tradicional nomeia o se e para apresentar algumas das contradi es na classifica o desse pronome Como nos interessava ainda compreender as formas verbais como vende e aluga consideramos os trabalhos de MENON 1994 e de ILARI et alii 1996 que n o s nos encaminham s constru es e usos da terceira pessoa do singular sem sujeito expresso mas tamb m indicam algumas das pesquisas a que fazemos refer ncia no cap tulo 2 Nesse cap tulo analisamos as constru es co
26. e que o termo fus o seja empregado no sentido de correferencialidade que segundo NUNES 1995 209 descreve a situa o em que um papel tem tico se apresenta 7 Estruturas ExpS s o aquelas em que o experienciador se realiza na posi o de sujeito 99 fundido a outro Sem mais detalhes Nunes aproxima esse se de uma no o estabelecida pela gram tica tradicional a de se ndice de espontaneidade cf Pereira 1954 329 Sobre um se que segundo me parece produz os mesmos efeitos que o se enf tico de Nunes 1995 SAID ALI 1957 91 diz que em certos verbos principalmente alguns intransitivos o pronome reflexo n o faz outra cousa sen o mostrar que o sujeito participa intensamente da a o le riu se mais do que le riu e no pensamento foram se para o c u nota se um matiz que j n o aparece em les foram para o c u Parece me que Said Ali 1957 afirma que o pronome se no contexto de alguns intransitivos como os descritos pelos exemplos com os verbos rir e ir n o favorece a instaura o de um novo sentido mas pode marcar a participa o intensa do sujeito no processo verbal Essa nfase participa o do sujeito destacada por NUNES 1995 206 quando chama de se enf tico o cl tico que tem essa fun o conforme o exemplo em 131 131 O dito G mez hera isemto e que seffosse em paz O termo enf tico ent o ora relacionado participa o intensa do sujeito
27. ele pegou o terreno baldio pegou a rua do lado de l e ru do de batida com as m os foi se embora CTB10L0682 136 eles se mudam v o embora n o t o f cil de conhecer CTB18L0387 Quando introduz amos o cap tulo 3 dissemos que os trabalhos a que fizemos refer ncia no cap tulo 2 podiam divergir quanto classifica o do se mas n o quanto fun o anaf rica que a esse pronome relacionavam De fato nos pareceu consensual luz desses trabalhos que o se um cl tico anaf rico Tanto assim que ILARI et alii 1996 134 299 tratam da reflexiviza o com o pronome reflexivo rec proco se como o principal fen meno de coindexa o obrigat ria em portugu s No entanto como nosso trabalho mostrou que os usos do se v o al m da reflexiviza o n o seria apropriado pensarmos em como se d a anaforiza o nos demais contextos de que o se participa Como explicar por exemplo o comportamento anaf rico do se enf tico t o dispens vel 7 significa o b sica do verbo O que faz o se do verbo descer se cf Said Ali 1964 180 num contexto como em 137 137 batiza como Jo o Batista n que ele se desce nas guas n LDNO3L0923 102 Basta que MATTOS E SILVA 2006 155 diga que o se expletivo apenas um redobro do sujeito e que nesses casos o pronome reflexo se apresenta com verbos intransitivos e sua aus ncia n o altera a significa o verbal
28. es objetos Para as autoras este o instante da referencia o quando fazer refer ncia a X implica descrever negar a descri o reformular a descri o contrastar descri es No dizer de Mondada 1994 o discurso aponta explicitamente para a n o correspond ncia entre as palavras e as coisas e a referencia o emerge da exibi o desta dist ncia da demonstra o da inadequa o das categorias lexicais dispon veis Diante da dificuldade mas n o da impossibilidade imposta pelas atividades de descri o de nomea o de referencia o as autoras inserem a no o de depend ncia contextual e sublinham a import ncia de um sujeito envolvido social e culturalmente ancorado p 49 Por fim Mondada amp Dubois descrevem o que chamam de processos de estabiliza o no sentido de que a atividade de descri o por exemplo n o pretende ser completa nica mas din mica destitu da de r tulos Dentre os processos de estabiliza o citam a an fora que vista como um procedimento discursivo que pode ilustrar uma denomina o particular focalizando a ou pode selecionar dentre os elementos de 77 tamb m do termo sujeito que Koch 2005 35 se utiliza para afirmar que o modo como nomeamos o mundo resulta das escolhas do sujeito em fun o de um querer dizer 104 descri o aquele que passa a refletir poss veis rela es entre uma situa o e suas representa e
29. lt se gt tranq ilo sossegada n CTB 14L0269 Aquela poca N o lt se gt n o me lembro CTB16L0264 Ele vai se ter inc modo gastar pra ir l reclamar tal e coisa no fim nem bem atendido n o vai ser est CTB17L0317 E isso atrav s do nosso dinheiro que se est lt sem gt sendo paga aquela propaganda CTB17L0662 foram lt mo gt s os lt s gt se retiraram porque a a partir do momento que eu acho CTB18L0445 As pessoas assim se n o sei CTB18L0466 E depois eu n o pude fazer nada n que falando rindo eles j tinham se lt desa gt desaparecido n CTB21L0065 Bacacheri n o sei por que o n N o me lt re gt n o sei porque o lt no gt CTB21L0865 inint n o consegue falar direito ent o ela se ela fica muito nervosa e tudo n CTB2210642 Da n s entramos e papai veio pela frente e mam e falando rindo veio lt me gt meio se lt Agar gt agarrando est comigo CTB22L0950 Hoje se se diz que falta de estudo Se for falta de estudo o nosso pa s tinha melhorado CTB23L0989 E da eles se se despediam e iam l pra esta o s Deus sabia se voltavam CTB23L1227 E de vinte e dois a a classe de vinte e dois foi estava lt se gt por ser suspensa CTB23L1246 um espa o que tem l onde o povo se se distrai risos n LDNO1L1011 E s vezes muitas crian as se tem que se deslocar d
30. morfossint ticas Porto Alegre Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2002 BALME Maurice amp MORWOOD James Oxford Latin Course Part I Oxford Oxford University Press 1996 BALME Maurice amp MORWOOD James Oxford Latin Course Part II Oxford Oxford University Press 1996a BANDEIRA Grace dos Anjos Freire Modalidade e Futuro Resumo da Comunica o apresentada ao XVI CELLIP Londrina Editora da UEL 2003 Sobre as vozes dos verbos Resumo VI CELSUL Florian polis Editora UFSC 2004 Contextos de apagamento do pronome reflexivo se Resumo de Comunica o do VII Encontro do CELSUL Pelotas RS Editora da UCPEL 2006 BARRETO M rio Atrav s do dicion rio e da gram tica Rio de Janeiro Livraria Quaresma 1927 229 BARROS Jo o de Gram tica da l ngua portuguesa 3 ed 1957 organizada por Jos Pedro Machado 1540 BECHARA Evanildo Moderna gram tica portuguesa S o Paulo Nacional 1966 Moderna gam tica portuguesa Edi o Revista e Ampliada 37 ed Rio de Janeiro Lucerna 2004 BENINCA P et alii Introduzione all italiano contemporaneo Le strutture Roma Laterza 1993 BENVENUTTI Ana Maria Zys O pronome objeto no PE e PB um estudo sincr nico Disserta o de Mestrado Universidade Estadual de Londrina 2002 BESSELAAR Jos Van Den Propylaeum Latinum S o Paulo Edit ra Herder 1960 BRISOLARA Luciene Bassols Cliticiza o prono
31. o variante padr o quantitativa porque a vari vel tem sua significa o determinada n o simplesmente pela presen a ou aus ncia de suas variantes mas por suas frequ ncias relativas da a denomina o de Teoria Variacionista Quantitativa 129 PR Desse modo a metodologia variacionista propricia a avalia o em termos quantitativos da relev ncia de cada um dos grupos de fatores ling sticos e sociais pensados pelo pesquisador quais favorecem ou inibem os fen menos de varia o ou de mudan a em estudo Dentre os tratamentos estat sticos empregados no c lculo do comportamento dos grupos de fatores destacamos o que foi proposto por SANKOFF 1988 Variable Rule Analisys a partir do qual desenvolvido o programa computacional VARBRUL conforme PINTZUK 1988 cuja vers o preparada por SCHERRE 1993 Introdu o ao pacote VARBRUL para microcomputadores a vers o de que nos utilizamos para a an lise estat stica dos dados ling sticos aqui em estudo No Brasil mais particularmente na regi o Sul o VARSUL Varia o Ling stica Urbana na Regi o Sul que hoje conta com o envolvimento da Universidade Federal do Paran UFPR da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS e da Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul PUC RS o Projeto que segundo KNIES amp COSTA 1995 1 armazena e coloca disposi o dos pesquisadores interessados
32. o desencadeador da concord ncia verbal ii na frase 126 o argumento externo se tiver a fun o sem ntica de agente n o pode ocorrer nem na posi o de sujeito O Jo o partiu se o copo nem ser realizado estruturalmente em constru es passivas O copo partiu se pelo Jo o 96 Gii enquanto a frase 125 admite adverbiais de interpreta o agentiva O Jo o partiu intencionalmente metodicamente o copo a constru o de se ergativo na frase 126 n o os admite O copo partiu se intencionalmente metodicamente iv a constru o de se ergativo em 126 admite a express o de uma causa externa n o intencional ou de uma causa interna desde que o constituinte que a exprima n o ocupe a posi o de sujeito como lemos em 127 127 O vidro partiu se com o calor excessivo O copo partiu se por si s luz do que afirmam MIRA MATEUS et alii 1989 em rela o a 126 podemos propor que ali o copo argumento interno que ocupa o espa o do sujeito gramatical por isso ditando a concord ncia verbal N o dito que o copo seja tema da a o de partir mas n o h como negar que em se considerando principalmente o que diz Perini 2005 sobre a atribui o do papel sem ntico de tema ao sujeito em constru es ergativas Acerca do argumento externo O Jo o em 125 foi proposto que se agente n o pode na 126 ocorrer Entendemos assim por que para Nishida 1994 ap
33. o foram levantados mas n o est o entre os n meros acima Para n s o uso do se nas infinitivas pode estar relacionado ao emprego de preposi es cf MENON 1994 183 2006 144 Por isso separamos para posterior estudo os casos como 202 onde n o h preposi o nem o se indeterminador 202 Mas os bondes era gostoso andar nos bondes CTB21L0905 Remeto novamente o leitor aos anexos 4 5 7 Os casos de diz que como 203 e 204 que muito numerosos e sem par m nimo diz se que ou se diz que poderiam maquiar os resultados sobre o contexto de se indeterminador Eis o n mero dos casos de diz que 52 de CTB 27 de LDN 28 de IRT e 32 de PBR 203 diz que tem tanta coisa que eles fazem n tanta falcatrua que eles diz que os que v o passar j est o escolhidos n LDNO4L0915 204 diz que o pai dela tinha uma afilhada e gente amiga l na lagoa n ent o diz que ela levou bola IRTO7L0669 4 5 8 Os casos com os verbos lembrar se de e esquecer se de por eu n o saber distinguir quando a forma empregada era a pronominal lembrar se esquecer se ou a n o pronominal lembrar esquecer em raz o da rela o desse verbo com a preposi o de Ilustram essa quest o os dados 205 a 210 158 205 Mas me lembrei sempre da de um pequeno acidente que houve CTBO6L0970 206 e depois eu me lembrava sempre essa da bola e n o ia CTBO6LO990 207 Mas eu lembro vagamente a
34. ocorre quando o argumento interno tem como propriedade acarretada ser afetada pelo processo 95 e O beb j amamentou s o algumas das frases que ilustram o trabalho de Wenceslau 2003 65 A mim parece que foi a constru o ergativa com sujeito gramatical de tra o animado cujo exemplo pode ser 124 que desencadeou essa perspectiva de descri o de um evento s que com um sujeito gramatical animado 124 A farm cia coitada fechou porque n o agiientou LDN06L1554 A frase em 124 ilustra o que Cyrino 2000 chamou de agentiviza o do sujeito gramatical a farm cia objeto originariamente ocupa a posi o pr verbal e revestida do tra o agente n o s pelo verbo fechou que tem a concord ncia por ela determinada mas tamb m pelo adjetivo coitada que a humaniza tamb m Consideremos ainda duas quest es em torno do tema ergativiza o 1 a inser o de se em exemplos do tipo o copo partiu se e ii a ambigiiidade em constru es ergativas A primeira quest o estudada por MIRA MATEUS et alii 1989 215 217 sob o t tulo constru es inacusativas com verbos transitivos de dois lugares Dando como exemplo as senten as em 125 e em 126 a numera o nossa 125 O Jo o partiu o copo 126 O copo partiu se afirmam 1 na frase 126 o argumento externo n o est presente e o argumento interno que tem a rela o gramatical de Sujeito final e por isso
35. per benefattivo intendiamo un elemento non nucleare che indica a vantaggio o a scapito di chi si compie una certa azione 190 Mi sono mangiato una bella mela MENON 2006b 163 estudando o dativo tico em portugu s cita BENINCA 1993 96 que afirma relativamente ao italiano que h uma refer ncia pessoal por meio de um cl tico nessas constru es De acordo com Menon a tradu o portuguesa por exemplo da senten a Mi sono bevuto uma birra como Me bebi uma cerveja pode parecer 152 bizarra mas a aplica o do mesmo princ pio o falante de alguma forma beneficiado ou em alguns casos prejudicado pela na a o Sobre o espanhol temos em LOSA amp RODRIGUES 2001 16 um exemplo do uso reflexivo para indicar o envolvimento do sujeito na a o verbal Cuando su madre le dijo que ya podia ir prepar ndose la ropa para irse a casa de Camila a dar a luz Tereza encontr guardado bajo um mont n de camisones el coraz n de jab n El espejo roto Merc Rodoreda O pronome se tanto aqui quanto nos exemplos anteriormente citados n o parece estar em disputa com os argumentos dos verbos pela posi o de objeto gramatical Parece na verdade estar indicando que o sujeito gramatical agente ou n o est plenamente envolvido na a o de que parte sendo por ela beneficiado ou n o Se n o for poss vel a leitura desses dados como casos de dativo de interesse como podemos t
36. pode estar relacionado ocupa o mineiro paulista dessa cidade Em Minas de acordo com os trabalhos de VEADO 1982 LEMLE 1985 d ALBUQUERQUE 1988 e de LIMA 2006 por exemplo a supress o que estamos estudando expressa um fato n o mais como varia o mas como mudan a j operada ali 100 N o se incluem entre estes os 139 dados relativos express o diz que que retirei ao rodar as 4 cidades juntamente 52 de CTB 27 de LDN 28 de IRT e 32 de PBR N o se incluem tamb m os 215 dados de infinitivo flexionado tal como Ent o eu acho que Curitiba uma cidade ideal para se viver pra ter conforto ta CTBO1L1051 62 de CTB 33 de LDN 77 de IRT e 43 de PBR 163 Em situa o inversa est Irati que dentre as quatro cidades do Paran que estudamos a mais conservadora no que diz respeito ao emprego dos cl ticos anaf ricos Fazemos notar que o conservadorismo de Irati tamb m se revela quanto tend ncia ao emprego do modo subjuntivo nos contextos em que as demais cidades do Paran Curitiba Londrina e Pato Branco j usam o indicativo como forma alternante De acordo com FAGUNDES 2007 157 se tratarmos da altern ncia entre os modos verbais como um fen meno inovador a cidade de Irati na medida em que o MS modo subjuntivo favorecido a que apresenta um perfil mais conservador Em Curitiba a tend ncia vai tamb m em dire o ao apagamento de anaf ricos acompanhando Londrin
37. reflexivos porque estabelecem as no es de reflexiviza o e de identidade impr prias aos n o reflexivos o a os as lhe lhes nesse sentido que os vejo como uma classe a classe do anaf rico se J que uma classe se define pela rela o paradigm tica entre as diversas formas que podem desempenhar uma ou v rias fun es cf PERINI 1989 39 julgo ser poss vel pensar os anaf ricos como classe como conjunto que desempenha v rias fun es ou perspectivas nos termos de CAN ADO 2003 108 perspectiva ergativa perspectiva rec proca etc E n o s julgo ser poss vel tamb m poder me referir ao se como se a refer ncia fosse a me te nos que o que prop e NUNES 1995 238 a forma se ser empregada para representar todos os cl ticos anaf ricos independentemente de n mero ou pessoa Fa o ent o uma observa o antes do exame das hip teses que formulamos o fato de continuar chamando de anaf ricos todos os cl ticos aqui em estudo n o implica o abandono da nossa percep o em torno de um se que quando indeterminador n o pode ser anaf rico 116 Dadas essas quest es examinemos as nossas hip teses e o referencial te rico que as subsidia 3 2 Nossas hip teses para o apagamento de SE A revis o da Literatura mostrou que o tratamento que a Gram tica Tradicional d ao see a me te nos em fun o anaf rica n o consensual nem quanto s fun es sint ticas ou sem ntic
38. roubam fazem um monte de coisa Aqui a gente n o se v isso Pelo menos aqui pra baixo n CTBO8L0502 Ent o eu acho que todo mundo tinha que se fazer a hes a faculdade mesmo pra n LDN04L0435 a gente n o se ouvia falar em perigo nada hoje em dia n t o diferente n LDNO7L0247 vila Gazone vila Nova e vila Brasil est S o as as vilas mais antigas n de est que a gente se conhece est LDN22L0061 Ele sobre parto essas coisas sabe est como que a gente se diz IRT01L0826 Pra cuidar de um hospital tem que ter muita Como que a gente se diz tem que ter aquele ah tem que ter verba essas coisas n IRTO1L0934 Era uma pessoa que se dedicoufse muito n aos pobres IRT16L0117 N o acho que crescendo n o sei industrialmente mas talvez assim como uma cidade pra gente se viver est crescendo acho que cidade boa n IRT17L0158 E a depois no fim esse In cio se ajeitoufise a n s tivemos a felicidade do casamento e estamos vivendo bem PBR19L0233 Tanto que me hes candidateifme a vereador a tamb m n est PBR19L0547 E a tribo do cacique Vitorino que tamb m veio a morrer neste conflito se dispersoufse por Campo Er PBR21L0136
39. ssico implicava n o s a fun o da demonstra o em seus empregos d itico e anaf rico cf d ixis ou designa o d itica e an fora em MATTOSO C MARA 1964 101 36 mas tamb m as fun es atribu das aos pessoais tal como registra LAUSBERG 1974 325 como pronome pessoal grifo nosso da terceira pessoa temos em latim cl ssico normalmente is para realce ille para realce ainda mais intenso indicativo de exclus o ipse Os tr s pronomes est o uns para os outros numa rela o de positivo comparativo e superlativo Lausberg 1974 atribui portanto status de nomes especiais a pronomes que tinham formas espec ficas para cada g nero O fato que por estarem fora do eixo 17 Sobre o dado em 11 leia se de Curitiba CTB n mero da entrevista 03 e n da linha L onde est o dado citado 13 falante ouvinte cf Mattoso C mara 1964 passam a preencher os espa os de terceira pessoa e o se ent o passa a marcar a reflexividade de uma terceira pessoa que recobre diversas formas Se isso explica o uso de se em 11 eu n o sei dizer mas pode ser um ind cio do porqu de tal comportamento Diante de um se t o vers til que recobre diversas formas e constr i muitos contextos al m daquele de sua origem n s n o pod amos ficar impunes o se um bom objeto de estudo 1 1 O pronome reflexivo se e o contexto de reflexividade em gram ticas de latim cl ss
40. tica Tradicional classifica como sujeito 49 concord ncia a autora diz que houve 103 ocorr ncias isto tr s vezes mais dados do que os da forma considerada correta pela Gram tica Tradicional De acordo com Menon portanto as estruturas com se e sem concord ncia com o pretenso sujeito da GT como a forma se lava do exemplo em 57 s o uma decorr ncia da perda do valor passivo das chamadas passivas sint ticas Chamamos aten o tamb m para a metodologia adotada por MENON 1994 141 189 no estabelecimento das 12 variantes acima citadas da vari vel ling stica a indetermina o do sujeito Na sele o das variantes a autora considerou como relevantes os seguintes fatores interchangeabilit des formes a intercambialidade das formas les paires minimales os pares m nimos les temps verbaux os tempos verbais les adverbes et les pr positions os adv rbios e as preposi es les compl tives as completivas e le d tachement du locuteur o distanciamento do locutor Quanto aos resultados desse trabalho sobre indetermina o destacamos i a indetermina o do sujeito varia conforme o sexo do locutor ii as formas mais utilizadas pelas mulheres s o voc s 71 a gente 64 eles 58 V3PP 55 e voc 53 e iii as mais empregadas pelos homens s o eu 77 se 66 VPASSINT 62 e FNs 55 luz desses resultados MENON 1994 294 prop e os homens utilizam mais a
41. vai lt cal gt se cal ando ela vai IRT17L0941 podia conseguir que como outros conseguiram que os filhos n o se lt aposen gt n o precisaram n o j foram liberados n IRT23L0137 Cidade pequena n est a gente se lt cru gt se cruzava muito a gente se IRT24L0459 Sim que vive na rua n e da se se dedicam mais n eles trabalhando eles eles PBR01L1130 est n ent o eu eu eu me eu cres o muito muito gratificante pra mim PBRO6LO771 se voc olhar pra tr s voc d risada sabe voc fica at at voc se anima sabe PBR15L1083 Ent o eu n o lt ve gt n o me sinto uma pessoa hoje PBR16L0383 ANEXO V AMOSTRAGEM DE OCORR NCIAS DE INFINITIVO FLEXIONADO Eu acho que tem muito muito lugar gostoso pra morar em Curitiba est CTB05L0763 um bairro bom pra se morar CTB19L0010 mas olha era t o gostoso de morar aqui CTB14L0165 Seria uma Antonina Morretes Cidadezinha pra viver s na sobra e gua fresca riso f CTB16L1614 t o bonitinho risos i de ver esse papagaio CTB20L1336 06 07 08 09 10 1 12 13 14 15 16 17 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 113 259 est pra se adquirir alguma coisa muito dif cil hoje CTB05L0879 Era uma beleza de se viver Que vida mais linda que n s t nhamos aqui CTB14L0171 Ent o eu acho que Cu
42. 3 ed Porto Edi es Maranus 1934 TRAVAGLIA Luiz Carlos O aspecto verbal no portugu s a categoria e sua express o Uberl ncia MG Universidade Federal de Uberl ndia 1985 _ Gram tica ensino plural 2 ed S o Paulo Cortez 2004 V ZQUEZ Rafael Mart nez YAMUZA Emilia Ruiz amp GARRIDO Maria Regla Fern ndez Gram tica Funcional Cognitiva Del griego antiguo I Espa a Publicaciones de la Universidad de Sevilla 1999 VEADO Rosa Maria Assis Comportamento lingii stico do dialeto rural Belo Horizonte UFMG PROED 1982 240 VILELA M rio amp KOCH Ingedore Villa a Gram tica da L ngua Portuguesa Porto Portugal Almedina 2001 WEINRICH Harald Tempus le funzioni dei tempi nel testo Bologna Societ editrice il Mulino 2004 WEHR Barbara 4 proposito di una nuova categoria grammaticale diatesi con SE in italiano Actas do XIX Congreso Internacional de ling stica e Filolox a Rom nicas A Corun 1997 WENCESLAU F bio de Lima Verbos Benefici rios um estudo na interface entre sem ntica e sintaxe Disserta o de Mestrado UFMG Belo Horizonte 2003 WILLIAMS Edwin B Do latim ao portugu s 4 ed Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1986 WILLIAMS E NP trace in Th Theory Linguistics and Philosophy 1987 In GALVES Charlotte Ensaios sobre as gram ticas do portugu s Campinas SP Editora da Unicamp 2001 WHITAKER FRANCHI R C As constru es ergativas um estudo sem n
43. 353 Indeterminador 49 31 21 111 69 19 160 Enf tico 8 12 05 61 88 95 69 TOTAL 497 57 368 43 865 201 Essa tabela indica que em 43 do total dos dados h supress o de cl ticos anaf ricos na fala de Pato Branco Mostra que o se enf tico e o se indeterminador s o os que sofrem maior apagamento 95 e 79 respectivamente O se enf tico em Pato Branco est relacionado aos verbos passar ir vir embora acabar e sumir conforme o exemplo em 271 Fazemos notar que conforme j dissemos sobre o se enf tico n o se pode produzir diferen a no sentido b sico do verbo quando o cl tico dessa classe empregado 271 Ea tribo do cacique Vitorino entraram por Dion sio Serqueira e se sumiram pela Argentina PBR21L0136 E preciso tamb m que n o se considere por exemplo toda realiza o do verbo passar se conforme 272 como contexto de se enf tico Em 272 a leitura que fizemos a de um se que talvez por for a da pronominaliza o de outras formas verbais ou mesmo da forma verbal passar se reproduzido nesse contexto onde n o me parece gramatical 272 por isso um caso de dado que exclu mos conforme 5 5 9 212 Ele tem uma enfermidade Que ele passou se por duas cirurgias muiot muito tristes n PBR16L1063 Da segunda classe de maior apagamento a de se indeterminador com 79 de aus ncia temos 160 ocorr ncias porque exclu mos aquelas com diz qu
44. 89 27 Aus ncia 213 67 238 73 TOTAL 318 327 199 t o pr xima a distribui o dos dados registrada na tabela acima Mulheres e homens se comportam semelhantemente 67 e 73 de aus ncia respectivamente E de presen a 33 e 27 Se pudesse pensar em tend ncias de uso contando somente com termos percentuais eu diria que o apagamento em Irati n o estaria sendo encabe ado por um ou outro sexo TABELA 16 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Irati PR ESCOLARIDADE DO INFORMANTE Vari vel Prim rio 4 5 anos Ginasial 8 9anos Colegial 10 11 anos depend N N N Presen a 43 21 71 38 74 31 Aus ncia 163 79 123 61 165 69 TOTAL 206 200 239 Os valores percentuais da distribui o das ocorr ncias da vari vel grau de escolaridade s o os seguintes para a variante aus ncia 79 no prim rio 61 no ginasial e 69 no colegial O maior ndice percentual de aus ncia est no prim rio o que n o quer dizer que exista em Irati um n vel em particular mais ou menos sens vel ao apagamento De qualquer forma citamos Galves 2001 141 que relaciona o uso mais acentuado do cl tico a um maior n vel de escolaridade E tamb m Corr a 1991 apud Cyrino 1996 178 que considera relevante o n vel de escolaridade dos falantes no uso de objetos diretos anaf ricos Somos tentados a relacionar o n vel prim rio ao maior
45. CTBO5L0023 E o motivo do com rcio se lt dese gt desenvolver mais aqui talvez porque o princ pio o comecinho dele foi nessa regi o CTB05L0133 Na realidade eu n o sei porque mas aqui n o desenvolveu o bairro n o desenvolveu pra esse lado n o CTBO5LO897 A rua aqui tamb m ainda n o era nem asfaltada est n Asfaltou depois que a gente mudou LDNO1L1117 Era normal uma cidade pequena n mas ela expandiu muito depois n LDNI1L0887 Ela muito rica ela a cidade que expandiu muito de repente n LDNI7L1225 H a n o ser que o pa s desenvolvesse n oferecesse emprego a todos n CTB21L1288 Quer dizer pequeno aqui Eu acho pequeno mas mas eu acho que desenvolveu bastante tamb m Por ser perto de Londrina acho que se desenvolve mais n se estivesse mais longe desenvolveria mais LDN12L0272 Eu n o sei porque Londrina foi desenvolvendo e entre onde eu morava e o col gio LDNI10L0242 E a cidade desenvolveu muito na no crescimento de de pr dio LDN23L0046 Viram que o lugar estava desenvolvendo e hes ent o vieram entende PBR19L0438 Voc ver a a skoll fechou LDN13L0095 Inclusive a firma era l de Curitiba Mas n o sei porque por motivo de m administra o ela fechou n LDN20L0455 A skoll fechou LDN22L0500 Depois veio Cine Augustos que tamb m j fechou h tempo LDN22L0550 Da essa oficina fechou da ele ficou sem fazer nada s
46. IRT13L1495 Da a gente mudou pro Cristo Rei n CTB12L0437 N o acho que agora n o adianta mais n a gente mudar n CTB16L1586 E quando eu mudei aqui a rua aqui tamb m ainda n o era nem asfaltada LDNO1L1117 porque quando ent o a gente lt mu gt mudou aqui em quarenta e dois n est n s mudamos aqui na Vila Cazone LDNO7L1040 A mudei de fato mudei mesmo fui l pro S o Crist v o morei quinze dias no S o Crist v o PBR15L0454 Depois dos sessenta anos me aposentei quer dizer ainda trabalhei mais uns CTB02L0389 E a minha sogra trabalhava de zeladora no col gio Ela trabalhou agora que ela aposentou n trabalhou acho que mais LDN02L1288 Ent o agora eu aposentei desliguei de rel gio LDN11L0208 me aposentei como tesoureira LDN11L0013 Eu tinha quarenta e oito na na n quando eu me aposentei na prefeitura est Quer dizer isso isso aposentei na prefeitura n LDN24L0896 Meu pai sapateiro e trabalhou aposentoufse como sapateiro sabe IRT10L0188 At ele se aposentou ali na firma mesmo n est PBR03L0053 Em sessenta e quatro que eu tornei profissional est e eu joguei em cingiienta e oito em Santa Felicidade CTB17L0718 E daquele dia em diante o Tenente que todo mundo tina tinha medo est tornou se meu amigo CTB17L1180 Isso era algum alguns pais que n o sei se tamb m se tornou um um tipo assim de moda tamb m n
47. Janu ria microrregi o do Estado de Minas Gerais mostra que a no o de reflexiviza o se faz presente na fala cotidiana dos residentes rurais n o escolarizados de duas maneiras ou como em 45 atrav s do emprego de ele a mesmo a ou como em 46 atrav s do uso intransitivo de verbos transitivos 45 Entrevistador Quando algu m d um tiro no ouvido e morre como que voc diz O homem se matou Inf 46 N o ele mat mesmo ele ele mat ele memo 46 Inf MD ele envenenou e morreu e n o atrav s do pronome reflexivo se como em 47 O dado em 47 o nico caso registrado pela pesquisa de Veado com emprego do pronome se 47 Inf 40 62 63 a gente tem que se vir 41 VEADO 1982 49 tamb m aplica testes de percep o com estruturas do tipo padr o com se indeterminador nessa mesma rea rural do S o Francisco e como resultado afirma que a rea o do falante de incerteza e inseguran a quanto interpreta o sem ntica das senten as conforme 48 Diz que o informante pede esclarecimento como em 49 sobre o que lhe foi perguntado geralmente utilizando se da conjun o subordinativa se e que mesmo quando compreende a mensagem contida na pergunta n o emprega o se na resposta como em 50 pelo contr rio faz uso de uma constru o equivalente no sentido de que tamb m denota a indetermina o do agente e g verbo na 3 pessoa do singular sujeito agente ausente
48. OCORR NCIAS DA VARI VEL SEXO DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Curitiba PR SEXO DO INFORMANTE VARI V Feminino Masculino DEPEND N N o Presen a 188 51 256 63 Aus ncia 182 49 151 37 TOTAL 370 407 181 Conforme nos mostra a tabela 5 as ocorr ncias sobre o sexo do informante assim se distribuem para o sexo feminino houve 370 ocorr ncias 188 51 s o de presen a do pronome contra 182 49 de aus ncia para o sexo masculino houve 407 ocorr ncias 256 63 de presen a e 151 37 de aus ncia Os resultados sobre o comportamento das mulheres apresentam ndices percentuais muito pr ximos diferentemente daqueles relativos ao comportamento dELES N o podemos tratar desses resultados percentuais como tend ncia de uso no entanto podemos observar que a diferen a entre a op o pela presen a ou aus ncia do pronome mais significativa entre os homens TABELA 6 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL FAIXA ET RIA DO INFORMANTE EM FUN O DA VARIAVEL DEPENDENTE em Curitiba PR FAIXA ET RIA DO INFORMANTE Vari vel a entre 25 e 49 anos b com 50 anos ou mais depend N N Presen a 267 61 177 52 Aus ncia 171 39 162 48 TOTAL 438 339 Quando consideramos a distribui o das ocorr ncias dentro de cada um dos grupos a mais jovens b mais velhos luz da tabela 6 afirmamos com reserva que pelo comportamento dos mais jovens que se dese
49. P s por afastarem a ferrugem devida aos anos de distanciamento das disciplinas de Ling stica A Adelaide Silva por me acolher em todos os momentos e me conceder o privil gio de ser sua amiga Ao colega Edson Fagundes por se mostrar tantas vezes disposto a me auxiliar no trato do Programa VARBRUL Ao VARSUL por ceder os dados para esta pesquisa CAPES por me conceder bolsa PICDT referente quota adicional atribu da UFAM com vig ncia a partir de agosto de 2005 A Odair Rodrigues por me atender t o carinhosamente na Secretaria da P s Gradua o em Letras Aos professores do DLLP UFAM e s minhas amigas Adamir Amaral e Artemis Veiga por me mandarem de Manaus as melhores vibra es e me auxiliarem no trato de quest es administrativas iv A Carlos por aceitar minhas decis es e administrar toda a minha aus ncia com nenhum tipo de cobran a Aos meus amores V tor e Raquel por tentarem compreender o valor que dou minha miss o de professora e come arem a aceitar que eu sou feliz assim Minha m e doce Ot lia por me fazer companhia at altas horas Aos meus anjos dos C us inexplicavelmente t o pr ximos por me terem trazido a Curitiba SUM RIO LISTA DE TABELAS vii LISTA DE GR FICOS E MAPA viii RESUMO ix ABSTRACT x INTRODU O 1 CAP TULO 1 OBJETO DE ESTUDO 10 1 1 O pronome reflexivo se em gram ticas de latim cl ssico 13 1 2 O tratamento da Gram tica Tradicional 14 1 2
50. Referencia o e orienta o argumentativa In KOCH Ingedore Villa a MORATO Edwiges Maria amp BENTES Anna Christina orgs Referencia o e discurso S o Paulo Contexto 2005 p 33 52 KOCH Ingedore Grunfeld Villa a amp TRAVAGLIA Luiz Carlos Texto e Coer ncia 6 ed S o Paulo Cortez 1999 KURY Adriano da Gama Novas Li es de An lise Sint tica 7 ed S o Paulo tica 1997 LABOV W The social stratification of English in New York City Washington DC Center of Applied Linguistics 1966 Sociolinguistic Patterns Philadelphia University of Pennsylvania Press 1972 The intersection of sex and social class in the course of linguistic change Language Variation and Change Cambridge 1991 Principles of Linguistic Change Volume 1 internal factors Massachussetts Blackwell Oxford UK amp Cambridge USA 1994 _ Principles of Linguistic Change Volume 2 social factors Massachussetts Blackwell Oxford UK amp Cambridge USA 2001 The social motivation of sound change Word 19 273 307 1963 Where does the sociolinguistic variable stop A response to Beatriz Lavandera In Working papers in sociolinguistics Austin Southwest Educational Development laboratories 1978 LAUSBERG Heinrich Ling stica Rom nica Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 1963 e 1974 234 LEE Charmaine amp GALANO Sabrina Introduzione alla linguistica romanza Roma Carocci ed
51. VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Londrina PR ESCOLARIDADE DO INFORMANTE Vari vel Prim rio 4 5 anos Ginasial 8 9anos Colegial 10 11 anos depend N N N Presen a 95 50 107 51 111 52 Aus ncia 96 50 104 49 104 48 TOTAL 191 211 215 Em Londrina as faixas de escolaridade t m ndices percentuais muito pr ximos As ocorr ncias de Grau de escolaridade em fun o da variante aus ncia apresentam a seguinte distribui o 50 de aus ncia para o prim rio 49 para o ginasial e 48 para o colegial Ocorr ncias com essa distribui o n o nos permitem afirmar que a escolaridade do informante pode concorrer para o apagamento 5 4 Os resultados de Irati A rodada inicial com 1174 dados de Irati porque menos 28 casos da express o diz que e menos 77 casos de infinitivo flexionado apresenta Knockouts nos seguintes grupos de fatores Posi o do cl tico anaf rico em rela o ao verbo e Pessoa do cl tico A rodada seguinte apresenta se tamb m com novos knockouts nos grupos Pessoa do verbo Sentido gen rico do verbo e no grupo Posi o do cl tico singleton group A pen ltima rodada dentre as rodadas teste indica um knockout no grupo Classes de cl ticos anaf ricos deixando nos sem os 78 dados da classe reflexivo porque todas as ocorr ncias desta classe indicam presen a do cl tico Reescritas as novas condi es para estudar
52. a est lavoura a est tem gente a vendendo o que tem pra pagar conta pra pagar o banco IRT1I3L0217 Eu admiro como que uma professora com quarenta e um anos com quarenta e um alunos dificilmente era reprovado algu m CTB23L0346 E o dia em que o povo se voltar mais que crer um pouquinho mais em Deus melhora CTB23L1016 N o vem bater de acordo comigo ent o N o me afino muito ent o n Gosto acho bonito adoro por exemplo eu tenho uma CTB24L0803 Ent o essas pessoas que fazem e se importam hes e trabalham pro menor dizem que trabalham LDN15L0367 E Eles se misturam tamb m em celas F Misturam misturam Misturam porque n o tem hes a hes delegacia LDN15L0500 Feliz daquele que se sai bem na vida n IRTO09L0331 Eu pelo menos me conto uma pessoa feliz IRT09L1379 3 2 se reflexivo 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 1 12 mas mato propriamente n o tinha mas 0s os moleques se escondiam atr s do do dos trilhos CTB02L0030 a finalidade dele levantar dali e continuar andando CTB03L0386 Assim voc n o pode ficar levantando toda hora saindo da sala CTB19L0394 E conforme elas se arrumam e saem v o pros seus afazeres rui noturnos CTB06L0277 Os primeiros padres que vieram pra pra c e se instalaram ali pra dizer as pr ticas n de igreja CTBO6LO579 Os professores precisam se alimentar bem pra pod
53. a carne junto com a banha e depois conforme se ia precisando PBR17L0126 Porque l obrigava o aluno a estudar mesmo n PBR18L0107 3 5 se rec proco 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 Eles se gostam muito se gostam S que brigam bastante tamb m est entende CTB03L1215 Mas a gente n o se visita n o est CTB03L1373 Os pais dele eram vizinhos a gente se conheceu l PBR02L0076 a gente justamente s se encontra no dia de s bado n CTB05L0293 moram aqui em Irati a gente volta e meia se encontra na rua cumprimenta tal IRTO2L0027 Mas a gente sempre encontra na rua cumprimenta conversa tal n IRTO2L0082 Agora eles v o no Parque Aqu tico assim eles encontram nos bailes assim est n IRT14L0719 ent o que todo mundo se abra ou nessa hora e realmente lt pro gt procurou seguir em frente CTBO05L1030 Voc assiste uma novela ali tem duas crian as se beijando CTBO7L1435 Ah a gente se v pouco CTB09L0433 E eles acabaram est se encontrando na Fran a sem dinheiro pra est isso sem dinheiro pra aquilo CTBO09L0675 Um domingo ela vai no outro eu vou um dia ela vai no outro sabe est A gente sempre se troca CTB12L0582 N o a gente sempre se v CTB12L1239 Sabe que eu n o sei como que foi que como que a gente se conheceu CTB12L1298 15 16 17 18 19 20 21
54. absorve argumento interno o se reflexivo o se rec proco e o se inerente 2 o grupo em que o se absorve argumento externo o se impessoal o se passivo o se m dio e o se ergativo Como Nishida n o faz refer ncia a uma classe de se que adotamos a do se enf tico assim denominada tamb m por Torres et alii 2002 e por Nunes 1995 logo nos perguntamos por qu Para responder a essa quest o verificamos inicialmente se de fato o crit rio se absorve um argumento pode ser aplicado aos usos do portugu s do Brasil E conforme constatamos se absorve argumento interno nos contextos do se reflexivo e do se rec proco Isto se nesses contextos ocupa o lugar acusativo e assumindo se que 46 Para Nishida 1994 os diferentes usos do se podem ser estudados sob uma nica regra se absorve um argumento Os dois grupos propostos por Nishida 1994 s o assim descritos por Torres et alii 2002 374 En el primer grupo incluimos las construcciones en las que aparecen los llamados verbos pronominales o propiamente reflexivos en t rminos acad micos y los verbos reflexivos y rec procos y en el segundo las construcciones en las que aparece un se impersonal un se pasivo un se medio y un se ergativo asumiendo con Wehrli 1986 que los diferentes usos de se en espafiol como en franc s pueden atribuirse a una simple regla SE absorbe un argumento As el se reflexivo rec proco y el se inherente el se que apare
55. agente e paciente do processo verbal conforme 9 depois como 10 anaf rico mas n o de um nominativo agentivo e finalmente como 11 dado que extra mos do banco VARSUL o se tende a universalizar se como anaf rico de todas as pessoas pronominais 9 Ele se penteou 10 Ele se casou Ele se assustou 11 n s se damos bem sabe se gostamos bem CTB03L1373 16 S o nossos os exemplos em 9 e 10 12 o que n o significa necessariamente a tomar pelos 8 anos de escolaridade do informante de 11 que essa realiza o possa estar relacionada a um maior ou menor per odo de forma o escolar regular como parece querer Oliveira e Sousa Tanto que vamos verificar se h alguma rela o entre a escolaridade e o apagamento do se Sobre a falta de pronome nominativo de terceira pessoa no latim cl ssico e o emprego de pronomes demonstrativos aspecto a que tamb m faz refer ncia OLIVEIRA E SOUSA 1953 sugerimos uma breve consulta ao dicionarista FERREIRA 1988 1048 a fim de que se constate que ao contr rio de me e te acusativo e ablativo de ego e tu respectivamente o pronome se n o tem nominativo e dado como acusativo e ablativo do genitivo sui Na verdade como os demonstrativos podiam recuperar as formas que estariam fora da interlocu o passaram a ocupar o nominativo da terceira pessoa cf ALMENDRA amp FIGUEIREDO 1999 64 Mas por que demonstrativos se o seu uso em latim cl
56. ainda que a gram tica normativa nos imponha no caso dos verbos transitivos diretos o uso da passiva s aceitando portanto como correta a forma Vendem se ovos frescos o que ratificam COELHO et alii 2006 220 1 quando analisam a morfologia passiva estudada por Nunes 1990 e afirmam que h alguma rela o entre as constru es passivas e as constru es de indetermina o com se ou dito de outro modo entre o composto verbo se e as estruturas monoargumentais O que est claro para mim que n o se sabe bem como tratar o se apassivador Quando nele penso eu o relaciono naturalmente a uma das constru es passivas preconizadas pela gram tica tradicional a passiva sint tica E durante boa parte de minha forma o escolar associei a possibilidade de classificar o se como apassivador quando podia propor uma constru o ativa equivalente Dizer forram se bot es equivalia a dizer bot es s o forrados Na Universidade por m diante da imagem que a seguir apresento tomando a de Said Ali me dou conta de que o crit rio de que me utilizava para classificar o se apassivador pouco me explicava sobre essa classe de se Em SAID ALI 1957 101 lemos que a passiva sint tica portanto a passiva com se e a passiva anal tica s o diferentes na forma e no sentido Para mostrar a diferen a entre o que chama de dois pensamentos Said Ali prop e coloque se na frente de um pr dio um escrito com a prime
57. amp VASCONCELOS Ruth Elisabeth Novo manual de sintaxe Florian polis Insular 2004 MIRA MATEUS Maria Helena BRITO Ana Maria DUARTE In s amp FARIA Isabel Hub Gram tica da L ngua Portuguesa Lisboa Editorial Caminho 1989 MOLLICA Maria Cec lia amp BRAGA Maria Luiza orgs Introdu o Socioling stica o tratamento da varia o S o Paulo Contexto 2003 MONDADA Lorenza amp DUBOIS Daniele Constru o dos objetos de discurso e categoriza o uma abordagem dos processos de referencia o In CAVALCANTE M nica Magalh es RODRIGUES Bernadete Biasi amp CIULLA Alena orgs Referencia o S o Paulo Contexto 2003 p 17 52 MONTEIRO Jos Lemos Pronomes pessoais subs dios para uma gram tica do portugu s do Brasil Fortaleza Edi es UFC 1994 Para compreender Labov Petr polis RJ Vozes 2000 NARO Anthony Julius The genesis of the reflexive impersonal in Portuguese Language Baltimore 52 4 779 810 1976 NASCENTES Antenor O Idioma Nacional Rio de Janeiro Livraria Machado e Livraria Alves 1933 NEGR O et alii A compet ncia ling stica In FIORIN J L org Introdu o ling stica v 1 S o Paulo Contexto 2002 p 95 119 NEVES Maria Helena de Moura A vertente grega da gram tica tradicional S o Paulo HICITEC Bras lia Editora Universidade de Bras lia 1987 CC A Gram tica hist ria teoria e an lise ensino S o Paulo Editora U
58. as ergativas e m dias em portugu s Segundo PERINI 2005 a constru o ergativa se caracteriza por atribuir ao 299 sujeito o papel sem ntico de tema tal como em 70 70 Os alunos assustaram o tanque encheu rapidamente o leite ferveu Quando considera a frase em 71 PERINI 2005 critica a denomina o m dia em lugar de ergativa assumida por CAMACHO 2003 quando este adota como verdadeiro para o portugu s o que diz LEVIN 1993 26 A altern ncia m dia n o deve ser confundida com a altern ncia causativa ergativa Primeiro a constru o m dia difere da ergativa porque n o denota um evento ou seja n o precisa ter uma refer ncia temporal espec fica Depois a constru o m dia sempre pressup e um agente Crystal vases shatter easily ao passo que a ergativa n o precisa The crystal vase shattered 71 Esse artigo s vende no ver o PERINI 2005 ent o prop e que os dois fatores invocados na literatura para distinguir m dias de ergativas ou seja o agente necessariamente subentendido e a aus ncia de refer ncia temporal n o s o decorrentes de propriedades da constru o mas de outros fatores independentes em particular a sem ntica do verbo e a do aspecto verbal O resultado que a diferen a entre ergativas e m dias n o pode ser utilizada para subclassificar os verbos Por isso n o distinguirei aqui a constru o ergativa da constru o m dia pro
59. aus ncia absoluta de cl ticos na fala dos jovens e CASTRO 2002 70 afirma que h queda acentuada na fregii ncia proporcional de se indeterminado entre os falantes mais jovens 4 2 2 2 2 Grau de escolaridade Consideramos essa vari vel para verificar se algum dos n veis de escolaridade do projeto VARSUL concorre para o apagamento dos anaf ricos que estamos estudando Considerar os resultados de CORR A 1991 apud CYRINO 1996 178 que apontam para o fato de que o cl tico aprendido na escola somente ocorre na fala das crian as a partir da 5 s rie do 1 grau isto em crian as com mais de 10 anos e em textos escritos 141 2 1 nas 3 4 s ries 8 no final do 1 grau e 18 no 3 grau pode ser interessante para cotejar os resultados de Corr a sobre o cl tico acusativo o a com os nossos sobre os anaf ricos reflexivos no sentido de verificar se o uso dos cl ticos em estudo estaria relacionado a um n vel maior de escolaridade GALVES 2001 141 por exemplo prop e que o cl tico acusativo o a corpus do Nurc tamb m mais frequente nas elocu es formais do que nos di logos e que n o pertence mais compet ncia dos falantes desenvolvida na fase de aquisi o natural da l ngua Trata se de uma aquisi o tardia associada a um n vel de l ngua elaborado e formal Sendo assim vale testarmos essa rela o entre escolaridade e emprego dos anaf ricos nos termos
60. chama de n o exerc cio pelo cl tico da fun o de argumento interno do verbo E esta uma quest o que podemos apreciar procurando relacionar as classes de cl ticos e o exerc cio das fun es de argumento interno e externo vari vel dependente que adotamos neste trabalho aus ncia presen a do cl tico Por m os resultados de Curitiba n o est o confirmando essa hip tese de Cyrino j que o se reflexivo 21 de aus ncia estudado como argumento interno do verbo tamb m mostra sinais de apagamento Referindo se a esse mesmo verbo o verbo casar como a responder quest o que formulamos acima por que marcar com o se a reflexividade que j est contida no verbo d ALBUQUERQUE 1988 117 119 prop e que quando h grande previsibilidade sem ntica do objeto de um verbo isto quando seus usos mais comuns implicam que o agente tamb m o paciente objeto da a o a superposi o de pap is sentida como t o bvia que a marca da reflexividade se torna desnecess ria ao ponto de esvair se No caso do verbo casar de acordo com d Albuquerque o fato de colocarmos na posi o de sujeito e como agente da a o aquele que adquire o estado civil de casado casei por exemplo fazendo coincidir o status de agente com o de atingido pela a o expressa uma informa o t o bvia semanticamente que a reflexividade morfologicamente marcada perde a funcionalidade como se nos pergunt
61. como abrir e quebrar que podem ser transitivos e intransitivos como em 122 e 123 Sobre esses exemplos diz que quando o verbo intransitivo o sujeito inanimado e quando transitivo o sujeito animado e o objeto inanimado 122 Jo o come ou o trabalho O trabalho come ou 123 Jo o abriu quebrou a porta A porta abriu quebrou Para Pontes parece haver rela o entre a predica o do verbo e a animacidade do sujeito gramatical De qualquer forma a constru o ergativa sob a perspectiva da predica o do verbo nela envolvido uma constru o intransitiva s que nem sempre de sujeito gramatical inanimado como prop e Pontes 1973 Um exemplo de trabalho que estuda as ergativas de sujeito animado o de WENCESLAU 2003 38 que luz de Can ado 2002 aprecia quando trata da ergativiza o somente as senten as que contenham argumento animado e humano como benefici rio Os ginastas aperfei oaram Menon comunica o pessoal prop e que O copo quebrou e O copo est quebrado n o s o equivalentes Veja se est quebrado pode se entender como resultativo da quebra 70 Can ado 2002 114 5 reescreve a hip tese de Whitaker Franchi 1989 sobre a ergativa e prop e duas condi es para a sua realiza o a ergativiza o n o poss vel quando o verbo tem como propriedades acarretadas necessariamente para seu argumento externo ser desencadeador do processo com controle ela s
62. de pronominais tais como queixar se arrepender se alegrar se converter se afastar se dado como parte integrante de verbos que exprimem sentimentos mudan a de estado movimento etc De acordo com SAID ALI 1957 91 o pronome se em contextos de verbos essencialmente pronominais n o exerceria fun o sint tica mas implicaria o envolvimento do sujeito no processo verbal Para esse autor em afligir se aborrecer se exercitar se e tantos outros n o concebemos a pessoa como agindo ou praticando tal ou tal ato sobre si o que a se anuncia um estado d alma um afeto um sentimento do mesmo modo que nos verbos ufanar se arrepender se admirar se etc CUNHA amp CINTRA 1985 395 citam apiedar se condoer se queixar se suicidar se como verbos que s s o usados na forma pronominal e sobre eles dizem que muitos verbos s o conjugados com pronomes tonos semelhan a dos reflexivos sem que tenham exatamente o seu sentido Para esses autores o uso pronominal de uma forma verbal pode n o implicar a constru o do contexto de reflexividade mesmo que o pronome objeto seja da mesma pessoa do sujeito gramatical Sobre o que foi proposto anteriormente neste item dois s o os aspectos que sobressaem e de certa forma de maneira confusa a classifica o do se ora como pronome ora como morfema e a cren a de que alguns verbos s se possam empregar pronominalizados dando origem aos chama
63. de NUNES 1996 217 que analisa o trabalho de Corr a 1991 e conclui que os resultados de Corr a evidenciam a relev ncia do n vel de escolaridade dos falantes no uso de objetos diretos que se referem a algo j mencionado no discurso objetos diretos anaf ricos Nossa expectativa portanto a de que o apagamento em estudo seja mais favorecido pelos falantes com n vel prim rio 4 2 2 2 3 Sexo De acordo com MONTEIRO 1994 143 4 existem estudos sociolingii sticos que apontam que as mulheres procuram expressar se mais de acordo com o que se considera um modo correto de falar e outros que revelam uma participa o decisiva do sexo feminino em rela o a fen menos de mudan a Saber como o sexo feminino se relaciona com o fen meno ling stico que estamos estudando e poder indicar qual estrat gia de anaforiza o mais comum entre as mulheres se a padr o se o se universal se o apagamento interessam no sentido de se verificar se o que afirma MENON 2006 158 se aplica ao nosso objeto de estudo a literatura tem mostrado que quando as mulheres est o 142 frente num processo de varia o ou mudan a sinal de que o item ling stico se n o o mais prestigiado tamb m n o sofre restri es Como estou considerando que o apagamento em estudo possa ser um fen meno de varia o inerente no portugu s brasileiro tenho a expectativa de que o comportamento dos homens e
64. de l ent o se conhecemos por l PBR02L0078 Eu e meu eu e meu outro irm o se criamos na FUNABEM PBR04L0039 Nunca se separamos assim ficar longe do outro morar na cidade nunca Sempre em contato PBR13L0255 e n s ficamos devendo muito imposto n e tivemos que se desfazer de meio terreno pra PBR13L0261 e da n s se conhecemos ali no Soro do Chupin PBR15L0129 n s se damos muito bem com a esposa filhos est PBR16L0553 A uns seis meses depois n s se encontramos e e aquilo parece que foi uma uma coisa que PBR16L0580 Ele chamava a gente n s se reunia Ent o a gente conversava PBR17L0434 n s fizemos uma casa nessa mesma rua aqui do Guarani pra pra n s se colocar ent o da n PBR19L0034 ainda mais a gente se damos muito bem com a patroa est n o PBR19L0797 est Se unimos agui ou ent o a gente vai fazer uma lt re gt PBR19L0870 262 ANEXO VIII AMOSTRAGEM DE OCORR NCIAS DE HIPERCORRE O 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 1 12 13 14 aqui tamb m os casos de duplo nominativo Ent o o m dico n se esfor oufise e tal ent o quando eu fui l CTB03L1190 Mas foi que a gente vai quando se sente aquela necessidade de CTB04L0385 E a gente sempre se imaginava Meu Deus como ser o dia que a minha m e morrer meu pai morrer CTB04L0408 est
65. desta tese o pronome se que na origem era unicamente reflexivo Sobre a natureza desse pronome em portugu s diz BECHARA 1966 313 que a fun o inicial e pr pria do pronome se como em latim a de reflexivo isto faz refletir sobre o sujeito a a o que ele mesmo praticou Ex O homem cortou se Indica pois ao mesmo tempo atividade e passividade Sendo assim sempre que o pronome se recuperar o sujeito gramatical agente do processo verbal e em recuperando o indicar que o sujeito tamb m paciente temos que o se reflexivo e o contexto de reflexividade Tratando do mesmo assunto ILARI 1992 106 afirma que as principais novidades na sintaxe dos pronomes afetam o reflexivo se que assume algumas fun es totalmente desconhecidas na sintaxe cl ssica e assim prop e que al m da fun o reflexiva o se exerce tamb m outras fun es Partindo dessa afirma o de Ilari n s nos propusemos as seguintes quest es 1 De reflexivo a que outras fun es 2 Da no o de reflexiviza o a que outras no es 3 E no exerc cio de diferentes fun es quem o se Para indicar que a a o reca a sobre o sujeito da ora o o latim cl ssico empregava o pronome se como no exemplo citado por ALMENDRA amp FIGUEIREDO 1999 64 Titus Titum interrogat Titus se interrogat Tito interroga se 10 de se notar que Bechara 1966 313 embora sem esclarecer o que entende por fun o
66. dos jovens A anaforiza o portanto quer de interpreta o reflexiva quer n o pode ser representada na fala dos jovens pelo vazio Em resumo os resultados deste trabalho que apontam o vazio anaf rico como uma variante boa de briga 45 de aus ncia do total de 3829 dados somam se a muitos resultados dentre os quais os de TARALLO 2005 43 sobre o fato de a l ngua falada favorecer o vazio anaf rico n o reflexivo o apagamento de o a o que pode ser explicado em rela o a ambos os temas pelo que prop e o pr prio Tarallo a an fora zero carrega estigma socioling stico menos acentuado O porqu de essa perda estar se insinuando na l ngua se explicaria ent o segundo d ALBUQUERQUE 1988 119 120 pelo fato de a l ngua portuguesa do Brasil estar autorizando dois modelos formais distintos de possibilidade de presen a ou aus ncia de um termo o modelo de verbos sem sujeito ou com sujeito oculto e o modelo de verbos com objeto ausente nesse sentido que penso o apagamento de me te se e nos como um fen meno de varia o inerente no portugu s brasileiro isto no sentido de que temos uma gram tica que permite o apagamento nas fun es sujeito e objeto Quanto aos casos de hesita o do que resulta a concorr ncia de formas verbais e aos de se universal constatamos que al m da d vida acerca da pronominaliza o de formas verbais e da altern ncia se me te nos vazio se
67. em 294 Esse resultado corrobora os de Nunes 1995 215 sobre os verbos de a o que seriam os mais favorecedores da constru o inovadora o apagamento N o h aus ncia de anaf ricos entre os verbos de processo como 295 e de 26 a aus ncia dos verbos de estado exemplificados em 296 294 e no come o eles moravam em S o Jorge Agora depois eles mudaram pra c est PBRI7L0533 295 E agora j se passaram um monte de anos j fazem vinte anos que esse a est mandando PBR03L0035 296 assustei tanto que sei l eu comecei a gritar n PBR06L0030 3 grupo Predica o do verbo Em rela o ao fator Predica o do verbo temos o seguinte resultado 38 de aus ncia para o uso Transitivo e 63 de aus ncia para o uso Intransitivo Em Pato Branco temos confirmada a hip tese que formulamos sobre a intransitiva o por despronominaliza o o apagamento dos cl ticos em posi o objeto e tamb m daqueles que como objetos s o tratados pode ser determinado pelo uso intransitivo dos verbos 4 grupo Sexo Para conhecer os resultados dos dois ltimos grupos Sexo e Faixa Et ria consultemos as tabelas 18 e 19 207 TABELA 18 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL SEXO DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Pato Branco PR SEXO DO INFORMANTE Vari vel FEMININO MASCULINO depend N PR N PR Presen a 245 54 41 252 61 59 Aus ncia 207 46 59 161 39
68. ergativo como 247 e 248 respectivamente 247 Cada dia que passa eu vou me sentindo um mestre assim IRT18L0805 192 248 e a minha irm ent o achou que a mam e n o estava dando valor pra aquilo que ela fazia e a ela aborreceu e entrou em depress o e n o quis mais estudar piano IRT12L0013 E uma classe a do indeterminador com 46 de aus ncia como 249 mostra com esse resultado uma tend ncia presen a o que me causa grande estranhamento quando considero que das 220 ocorr ncias dessa classe em 217 o cl tico n o foi realizado 249 Geralmente pagavafse cada penalidade n ent o se pagava ou o valor da bola ou conforme a combina o pagava sete pontos de penalidade n IRT24L0988 Assim como o indeterminador tendem tamb m presen a o inerente 76 de presen a o apassivador 70 de presen a e o rec proco 64 de presen a O inerente em Irati est exemplificado em 250 250 o marido se aposentou n o sei o que aconteceu l foi transferido ela se mandou tamb m sabe pra n o deixar os filhos sozinhos IRT02L1211 E ocorre em dois contextos 1 com verbos como queixar se arrepender se casar se aposentar se candidatar se reunir se mudar se formar se dar se bem mal tornar se dentre outros 2 com verbos como se virar se mandar meter se em abrir se ligar se em contar se tomar se por se quebrar falir IRT13L1495 por exemplo No prim
69. escola o ginasial de 8 a 9 anos e o colegial de 10 a 11 anos para cada um dos n veis foram selecionados 8 informantes 4 do sexo feminino e 4 do sexo masculino Para a coleta dos dados foram observados sempre dois contatos com cada informante o primeiro com a ajuda de pessoas da comunidade geralmente l deres comunit rios para que se fizessem pr ximos o entrevistador e o informante Nesse primeiro contato o pesquisador registrava as caracter sticas sociais do falante e assim reunia as informa es que norteariam a elabora o de um roteiro de perguntas para o trabalho de entrevista Nesse momento o entrevistador tamb m marcava o segundo contato considerando dia e hora mais adequados para o informante e alegando que o estudo dizia respeito hist ria e coloniza o da cidade do entrevistado os costumes e h bitos daquele lugar No segundo contato com um roteiro de perguntas previamente elaborado o 131 entrevistador procurava encaminhar a entrevista que era gravada em fita cassete com dura o de no m ximo 60 minutos de modo a deixar o falante entrevistado bem vontade enquanto falava de sua vida de suas cren as dos seus da hist ria do seu bairro e da sua cidade etc As entrevistas eram realizadas preferencialmente na casa do pr prio informante e contavam algumas vezes com a participa o de intervenientes acompanhantes do entrevistador ou um membro ou amigo da fam lia do entrevistado Realiza
70. exemplos de Nunes em i e em iii como contextos de se enf tico Nunes diferentemente os tratou como casos de hipercorre o porque para esse autor p 206 s foram codificados em rela o vari vel dependente casos de se enf tico em que a presen a do cl tico acarreta um rearranjo sint tico com inser o de preposi o na estrutura do verbo Para mim somente o exemplo em ii pode ser equivalente a um caso de hipercorre o Nos anexos de n 8 h mais exemplos do tipo aqui em quest o 156 4 5 6 As ocorr ncias com o infinitivo flexionado conforme 3 1 5 se indeterminador como 200 e 201 uma vez que n o podemos inclu las entre os casos de apagamento mas possivelmente entre os de preenchimento da casa do sujeito Sobre esse contexto que Menon relaciona n o s s preposi es mas tamb m aos adv rbios 4 1 6 Les adverbes et les pr positions MENON 1994 175 afirma 200 201 Nous avons consid r pour des effets de triage que certaines pr positions ainsi que certains adverbes baliseraient de fa on nette les emplois des variantes des fins d ind termination du sujet Ent o eu acho que Curitiba uma cidade ideal para se viver pra ter conforto t CTB0O1L1051 Porque n o tinha brinquedo n o tinha essas condi es de se brincar que tem agora est LDNO5L0233 Refletindo sobre o uso do pronome se nas ora es infinitivas MENON 1994 142 se refere aos
71. exercer fun o sint tica pois afirma que verbos como arrepender se abster se ater se atrever se dignar se esfor ar se queixar se ufanar se etc trazem preso a si um pronome reflexivo fossilizado Tais verbos ainda que pronominais n o t m objeto direto nem indireto Ali s ningu m pode arrepender outrem nem a si devendo ent o ter surgido o pronome por analogia com outros verbos tais como aborrecer se magoar se ferir se nos quais o pronome realmente o objeto direto 4 2 Em MATTOSO C MARA 1964 36 lemos que an fora qualquer refer ncia a um termo j constante do contexto Com as leituras que aos poucos fomos fazendo percebemos que esse termo do grego an para tr s e for in trazer levar pressup e um movimento retroativo que pode ir al m do contexto ling stico e da rela o anaforizado anaforizante Al m das reflex es em torno desse tema que registramos em 3 2 sugerimos a leitura de APOTH LOZ 1995 e de MILNER 1982 apud CAVALCANTE et alii 2003 53 130 a respeito dos tipos de an fora infiel por nomea o por silepse associativa etc e particularmente sobre a refer ncia virtual do anaforizado l Ora segundo Silvio Elia 1976 para os puristas s existe uma forma aceit vel que deparar se com 21 Segundo CEGALLA 1977 361 a pronominaliza o de formas verbais pode implicar a constru o de sentidos pois o pronome se em verbos que ele chama
72. falante emprega o cl tico em posi o procl tica ou n o o emprega 2 grupo Pessoa do verbo Esta vari vel assim se apresenta conforme a tabela 8 abaixo TABELA 9 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL PESSOA DO VERBO EM FUN O DA VARIAVEL DEPENDENTE em Londrina PR PESSOA DO VERBO PRESEN A AUS NCIA TOTAL N PR N PR Terceira pessoa sing 212 54 13 181 46 27 393 Primeira pessoa sing 48 38 28 80 62 2 128 Primeira pessoa plural 10 32 26 21 68 74 31 Terceira pessoa plural 43 66 02 22 34 98 65 TOTAL 313 51 304 49 617 Input 1 00 Significance 000 A vari vel Pessoa do verbo controla a rela o entre o apagamento do cl tico e a realiza o de desin ncias n mero pessoais para saber se no contexto de alguma desin ncia o cl tico tende a um ou outro comportamento presen a ou aus ncia Os exemplos 241 e 242 ilustram o que vemos na tabela 8 o apagamento do cl tico anaf rico maior nos casos em que a desin ncia n mero pessoal designa melhor a pessoa do verbo como nos casos de casei 72 de aus ncia casaram 98 de aus ncia e casamos 74 de aus ncia e inversamente menor 27 de aus ncia quando a desin ncia n o distingue a pessoa do verbo como em casou se casou ele a gente tu Pelo 187 mesmo motivo uma realiza o como 243 pode soar como redundante nos mos ou indicar um cuidado ou uma preocupa o com a forma padr o
73. foras baseadas em pap is tem ticos dos verbos segundo Marcuschi s o ancoradas no conhecimento de que todo item lexical que cumpre um papel tem tico fica impl cito com o uso do verbo Consideremos enfim a fun o sujeito Al m da categoria vazia objeto GALVES 2001 47 estuda tamb m a altern ncia se e sujeito ausente ou nulo no portugu s brasileiro Com a senten a em 155 Galves afirma que a altern ncia se sujeito nulo corresponde a uma reorganiza o da express o das rela es referenciais pela l ngua 155 Nos nossos dias n o usa mais saia NURC exemplo 11 de Galves Ao sabor de 155 que ilustra o apagamento de se indeterminador amplamente estudado por MILANEZ 1982 e MENON 1994 vemos que a indetermina o configura uma possibilidade de interpreta o para o sujeito nulo no portugu s brasileiro cf GALVES 2001 51 o que nos permite propor a exemplo da categoria vazia objeto que a omiss o de se indeterminador seja interpretada como uma express o da categoria vazia sujeito ou sujeito nulo a exemplo de 156 8t Considerar os casos de se apassivador que exclu mos conforme 4 5 3 125 156 N s fomos criados assim com aprendemos um certo respeito pela sextaffeira santa est Mais devagar mais quieto n o se fala muito n o trabalha n o bate as coisas IRT13L0418 Explicamos desse modo as nossas hip teses de natureza ling stica sob
74. ga cho atual Disserta o de Mestrado PUCRS 2002 CAVALCANTE M nica Magalh es An fora e d ixis quando as retas se encontram In KOCH Ingedore Villa a MORATO Edwiges Maria amp BENTES Anna Christina orgs Referencia o e discurso S o Paulo Contexto 2005 p 125 149 CAVALCANTE M nica Magalh es RODRIGUES Bernadete Biasi amp CIULLA Alena Referencia o S o Paulo Contexto 2003 CEGALLA Domingos Paschoal Nov ssima Gram tica da L ngua Portuguesa 16 ed S o Paulo Editora Nacional 1977 CHAVES DE MELO Gladstone Inicia o Filologia e Lingii stica Portuguesa Rio de Janeiro Livraria Acad mica 1971 CHOMSKY Noam Lectures on Government and Binding 2 ed Dordrecht Foris 1982 _ The Minimalist Program Cambridge Mass MIT Press 1995 _ O Programa minimalista Tradu o portuguesa de Raposo Lisboa Caminho 1999 COELHO Izete Lehmkuhl MONGUILHOT Isabel COSTA Sueli MARTINS Marco Antonio amp MAFRA SILVA G syka O estatuto das constru es inacusativas no PB por tr s das frequ ncias In VANDRESEN Paulino org Varia o Mudan a e Contato Lingii stico no Portugu s da Regi o Sul Pelotas EDUCAT 2006 p 205 225 CORR A V R O Objeto Direto Nulo do Portugu s do Brasil Disserta o de Mestrado UNICAMP 1991 COSERIU Eugenio Linguistica del texto Introduzione a uma ermeneutica del senso Torino Carocci editore 2002 CUNHA Celso amp CIN
75. indetermina o permanece isto quando n o poss vel a identifica o de um referente 39 Assim se era amado porque se amava e se amava porque se era amado RIBEIRO 1920 220 afirma que Por influencia da l ngua franceza pela analogia ideologica que existe entre on dit e diz se o modismo francez introduziu se na l ngua e h escriptores que empregam a syntaxe diz se cousas dizem se cousas Os defensores d esse gallicismo syntactico procuram explicar a difficuldade considerando como sujeito o pronome se Parece me que Ribeiro 1920 n o aceita que em rela o a diz se cousas possamos pensar no se como sujeito gramatical e agente do ato de dizer Para ele cousas n o s o o complemento mas o sujeito que flexionado em n mero deve obrigar a flex o do verbo dizem se Ao interpretar dizem se cousas como cousas s o ditas Ribeiro assume que o se part cula apassivante jamais conclu mos n s o agente do processo verbal BARRETO 1927 131 traduz On a d bit beaucoup de fables sur la morte como A gente sujeito espalhou verbo muitas f bulas objecto acerca da morte e registra que podemos em lugar de on empregar a 3 pessoa do plural de um verbo sem sujeito determinado Para Barreto on assim como a gente e verbos usados na 3 pessoa do plural podem ser express o do contexto de indetermina o do sujeito Para mostrar que o se um recurso que serve indetermina o BECHARA 2004 177 sob
76. indica o do seu agente Pereira n o diz nesse caso qual fun o sem ntica seria a exercida pelo se 27 CEGALLA 1977 361 cita os exemplos em 25 e afirma que o se pronome apassivador quando forma a voz passiva pronominal Esse autor n o diz qual a fun o do se neste contexto de voz passiva mas preocupando se em que carros e honras concordassem em n mero com viam e d em respectivamente parece indicar que carros carregados de madeira e todas as honras sejam o sujeito gramatical de cada uma das frases dadas em 25 25 Ainda se viam ali carros carregados de madeira Justo que se d em todas as honras a um personagem t o desprezado ROCHA LIMA 1976 286 afirma que o pronome se representa o sujeito paciente da a o verbal ao propor que quando o ato n o emana do sujeito que apenas o paciente temos no pronome que o representa a part cula apassivadora conforme 26 26 Despediram se os empregados faltosos e admitiram se alguns dos candidatos Em rela o ao sentido de despediram se em 26 importante notar que a passividade daquele contexto constru da possivelmente com o se mas n o somente por ele Em 26 me clara a import ncia de admitiram se por exemplo na constru o do sentido passivo Isso n o seria uma indica o de que tamb m nesse contexto o se tende opacidade cf bleaching em HOPPER amp TRAUGOTT 1993 87 92 RIBEIRO 1920 219 cita os e
77. item gramatical cf HOPPER amp TRAUGOTT 1993 87 e que pode encontrar o seu pice aqui o se neste contexto particularmente parece estar completamente desprovido da no o de reflexiviza o isto fez se opaco cf MADUREIRA 2002 123 Embora se diga que o se no contexto de realce s expresse maior for a e gra a e que isso n o implicaria a constru o do sentido de um verbo eu gostaria de destacar que algum valor pode haver no uso do se enf tico pode n o servir para distinguir em alguns contextos vir e vir se por exemplo mas n o teria algum valor em termos sem nticos Heine amp Reh 1984 apud Hopper amp Traugott 1993 87 caracterizam a gramaticaliza o como uma evolu o onde unidades ling sticas perdem complexidade sem ntica signific ncia pragm tica liberdade sint tica e subst ncia fon tica 25 1 2 5 Pronome apassivador De acordo com SILVA NETO 1988 239 a passiva em r de uso cl ssico cedeu lugar s formas anal ticas de uso popular uma combina o do partic pio pret rito com esse em vez de littera scribitur lt littera scripta est e a ado o da part cula apassivadora se Myrina quae Sebastopolim se vocaf Para Silva Neto as desin ncias r ris tur mur mini ntur que no latim cl ssico podiam significar voz passiva ou voz depoente foram substitu das por uma forma anal tica ou pelo se De fato a desin
78. j que a interpreta o de uma senten a com sujeito indeterminado pressup e animacidade ao argumento externo impl cito E em Menon 1994 j havia a discuss o a respeito de a indetermina o ser animada n o se restringindo ao tra o humano 148 179 Porque eul eu com dois anos meu pai separou se da minha m e entende CTBO7L0377 Para tra ar essa distin o tomamos inicialmente o verbo assustar e o submetemos constru o transitiva causativa assustar causar susto eu assustei as crian as e locu o formada por ficar partic pio as crian as se assustaram ficaram assustadas assim procedemos com os verbos aborrecer se magoar se entristecer se desesperar se e outros que responderam aos testes do mesmo modo diferentemente dos verbos casar se reunir se arrepender se e outros Sobre o primeiro grupo de verbos portanto parece ser poss vel propor por exemplo Jo o magoou Pedro Pedro se magoou Pedro ficou magoado Pedro foi magoado testes que n o podemos aplicar com os verbos do segundo grupo Testei finalmente luz de NUNES 1995 205 a possibilidade de atribuir aos verbos uma contraparte transitiva Eu acho que ele se arrependeu do pre o que cobrou entrevista vs O pre o o arrependeu o que parece ser poss vel com os verbos do primeiro grupo Jo o se aborreceu com a not cia A not cia o aborreceu Decidimos ent o assumir que os verbos do prime
79. j se foi tudo CTB2210363 O segundo contexto em que o cl tico mais se mant m o apassivador 70 de presen a do que exemplo o dado em 261 Este o espa o que estou considerando de sentido passivo sob a forma de verbos pronominalizados criar se ordenar se batizar se eleger se 261 aqui nasci aqui me criei n IRTO9L1345 Em se considerando os resultados de Irati n o me parece ser poss vel associar a n o supress o de cl ticos s formas de retomada cf APOTH LOZ 1995 j que este grupo de anaf ricos tanto est entre os que t m maior peso relativo de presen a inerente e apassivador quanto entre os de maior peso relativo de aus ncia ergativo O que se repete comparando se com os resultados das demais cidades em estudo o comportamento da classe de anaf ricos rec procos que sempre tende presen a em Curitiba 100 de presen a em Londrina 96 em Irati 64 de presen a e em Pato Branco 98 de 10 Em caso de d vida considerar criar se indica a o me criei fui criado diferentemente de casar se que indica mudan a de estado me casei passei a ser casado e n o fui casado 195 presen a Esses resultados que dizem respeito ao se rec proco nos permitem afirmar e esta n o uma particularidade de Irati que as an foras rec procas sob uma perspectiva gerativista cf MIOTO et alii 2004 217 revelam se mais resistentes supress o Esses resultados corro
80. ling sticos e sociais constatamos que as classes com maiores pesos relativos de aus ncia s o a do enf tico 94 em Irati e 95 em Pato Branco e a do indeterminador 79 em Pato Branco e 70 em Curitiba E as mais resistentes ao apagamento comuns a tr s das quatro cidades em estudo s o a do reflexivo e a do rec proco Quando se reflexivo e se rec proco n o expressam 100 de presen a t m peso relativo de aus ncia menor do que 36 este relacionado aos cinco casos de apagamento do se rec proco em Irati Em rela o vari vel localidade s o os seguintes os pesos relativos de aus ncia 71 em Londrina 67 em Curitiba 45 em Pato Branco 25 em Irati Quanto vari vel sexo s selecionada para Pato Branco temos 59 de aus ncia para o sexo feminino Sobre a vari vel faixa et ria selecionada estatisticamente para Irati e Pato Branco constatamos que o apagamento favorecido pelos informantes da primeira faixa et ria entre 25 e 49 anos isto pelos mais jovens tanto de um quanto de outro lugar 73 de aus ncia em Irati 56 em Pato Branco Registramos que a vari vel escolaridade n o foi selecionada para nenhuma das quatro cidades em estudo Estivemos tentados a relacionar o n vel prim rio ao maior apagamento mas na verdade o que t nhamos eram faixas de escolaridade com ndices percentuais muito pr ximos por isso mesmo n o relevantes estatisticamente Constatamos por fim que os resultados apontam o vaz
81. lingua letteraria Torino UTET Libreria 2006 SETTI Adriane Cristina Ribas A Indetermina o do sujeito nas tr s capitais do sul do Brasil Disserta o de mestrado UFPR Curitiba 1997 SILVA M Cec lia P de Souza e amp KOCH Ingedore Villa a Ling stica Aplicada ao Portugu s Sintaxe 7 ed S o Paulo Cortez 1996 SILVA DIAS Augusto Epiphanio da Syntaxe Historica Portuguesa 5 ed Lisboa Livraria Cl ssica Editora 1970 SILVA JUNIOR Pacheco da amp ANDRADE Lameira Grammatica da L ngua Portugueza 3 ed argumentada Rio de Janeiro Livraria Francisco Alves 1907 SILVA NETO Serafim da Hist ria da L ngua Portuguesa 5 ed Rio de Janeiro Presen a 1988 SILVEIRA BUENO Francisco da A Forma o Hist rica da L ngua Portuguesa 2 ed rev Rio de Janeiro Livraria Acad mica 1958 _ A Forma o Hist rica da L ngua Portuguesa 3 ed rev S o Paulo Edi o Saraiva 1967 SILVIO ELIA Edmundo Ensaios de Filologia e Lingii stica Rio de Janeiro Grifo 1976 SPINA Segismundo Dicion rio pr tico de verbos conjugados 3 ed S o Paulo Livraria Editora Fernando Pessoa 1977 TARALLO Fernando Luiz A pesquisa s cio lingii stica 7 ed S o Paulo tica 2005 TORRES Natalia Catal PERELL Sara Mart amp BODAS Sergio Vallhonrat Algunas observaciones sobre las construcciones medias em espa ol Verba 29 365 387 2002 TORRINHA Francisco Gram tica Portuguesa
82. mais formas considere a poss vel influ ncia de v rios fatores independentes Vamos aos resultados cidade a cidade 174 5 2 Os resultados de Curitiba Na ocasi o em que fizemos a rodada inicial com os 1065 dados de Curitiba n s nos apercebemos de que n o t nhamos deixado parte os 62 dados relativos s estruturas com infinitivo flexionado que creditamos luz de MENON 1994 serem casos de preenchimento do sujeito e que est vamos inadequadamente assumindo como contexto de varia o Como faltam trabalhos para examinar diacronicamente o comportamento do se neste contexto decidimos examin los separadamente Com a ado o desse procedimento e mais os Knockouts nos grupos Fun o Sint tica do cl tico e Sentido Gen rico do verbo passamos a lidar com 861 dados Decidimos tamb m naquele momento em raz o dos primeiros resultados sobre se indeterminador que poder amos subtrair os 52 dados relativos forma diz que que muito numerosa e sem par m nimo diz se que ou se diz que poderia estar alterando os resultados relativos a essa classe de cl tico Como decorr ncia do reexame dos crit rios de descri o das classes de cl ticos que t nhamos adotado resolvemos as dificuldades que at ent o acumul vamos em rela o a seis formas verbais e procedemos a uma nova rodada Nesta rodada s o analisados 803 dados dentre os quais 26 do se rec proco que por expressarem 100 de presen a constituem novo knoc
83. mundo sumiu l do f rum sabe IRTO06L0262 327 Quando fui convocado eu podia escolher entre ir correr para o mato me sumir ou ent o IRT23L0067 328 as nossas s o essas regras isso s n o pode andar escandaloso chamando a aten o n PBRO4L0346 329 se tran ava uns quatro fios de arame e fazia um trem de dez vag o E era daquele Jeito que se brincava CTBO7L0765 Na outra face constatamos que as classes mais resistentes ao apagamento comuns s tr s cidades acima citadas s o o reflexivo e o rec proco Ambos anaf ricos na fun o objeto Nessa fun o o vazio que sai perdendo quando se reflexivo e se rec proco n o expressam 100 de presen a t m peso relativo de aus ncia menor do que 36 este relacionado aos 5 casos de apagamento do se rec proco em Irati Nessa cidade o vazio de interpreta o rec proca ocorre como 330 e 331 330 moram aqui em Irati a gente volta e meia se encontra na rua cumprimenta tal IRTO2L0027 331 Mas a gente sempre encontra na rua cumprimenta conversa tal n IRT02L0082 221 Para ilustrar por fim o vazio que interpretei como reflexivo cito 332 e 333 332 n o foi f cil mas gra as a Deus nenhum ficou sem vestir ou nenhum n PBR09L0444 333 ent o n s est vamos brincando num cip balan ando n no mato LDN23L0658 Em rela o s expectativas ou s hip teses de natureza socioling stica a vari vel localidad
84. ncia absoluta de cl ticos na fala dos jovens E nos permitem refletir tamb m sobre se a fregii ncia de apagamento dos cl ticos anaf ricos entre 198 os mais jovens n o poderia indicar mudan a em tempo aparente cf LABOV 1972 ou se tal fregii ncia indicaria t o somente que o apagamento um fen meno de grada o et ria isto caracteriza t o somente considerando se os nossos resultados a fala dos jovens Tomemos a nossa variante inovadora o apagamento Ela de fato se mostra mais frequente entre os mais jovens 73 e descresce em rela o aos mais velhos 30 Mas ser suficiente essa diferen a para denotar mudan a em curso Penso que n o principalmente quando procuro relacionar vari vel faixa et ria outras vari veis como sexo e escolaridade e n o consigo j que estas no caso de Irati n o foram selecionadas estatisticamente T o somente as diferen as resultantes da compara o de duas faixas et rias por exemplo n o s o suficientes para indicar mudan a em curso cf Labov 1966 Em se tratando das vari veis sociais sexo e escolaridade que n o foram selecionadas estatisticamente apresentamos os seguintes valores em termos percentuais como demonstram as tabelas 15 e 16 abaixo Tabela 15 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL SEXO DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Irati PR SEXO DO INFORMANTE VARI V Feminino Masculino DEPEND N N Presen a 105 33
85. novos usos do se nesse contexto como uma mudan a em curso no portugu s do Brasil e sobre esse tema afirma Si occurrence du pronom sujet aupr s du verbe dans ces deux cas s av re tre la plus fr quente on aurait de forts indices propos d un changement en cours savoir que les pronoms sujets ne sont plus seulement d un usage emphatique comme le soulignent nombre d auteurs pour justifier que la langue portugaise est une langue sujet nul cf MENON 1994 Ce fait pourrait expliquer en partie un certain renouveau dans usage de SE aupr s des infinitifs ainsi que son r le comme sujet Tratando tamb m do se nas infinitivas GALVES 2001 46 prop e No caso do pronome se observa se a seguinte e estranha diferen a entre PE e PB enquanto neste o se tem n tida tend ncia em desaparecer da l ngua em todos os seus usos nas frases com tempo ele reaparece maci amente grifo nosso distanciando se nisso do uso do PE nas infinitivas para expressar a indetermina o 157 Com o levantamento manual do n mero de dados da express o PREP se VERBO nas ora es infinitivas em contexto de indetermina o chegamos aos seguintes resultados iniciais i para Curitiba de um total de 54 dados de infinitivo flexionado 10 trazem o se ii para Londrina 12 de um total de 36 iii para Irati 4 de um total 67 iv para Pato Branco 2 de um total de 38 Vale ressaltar que os dados em que n o h preposi
86. o ele memo A mim parece relativamente aos dois comportamentos que cada vez mais se d ao contexto situacional a fun o de esclarecer como podemos interpretar o espa o do objeto gramatical ora vazio ora preenchido pelo pronome sujeito ele que seguido ou n o da no o de reflexiviza o contida ou recuperada em mesmo mesma passa a ocupar tamb m o espa o do objeto gramatical mais comum em sente as do tipo eu vi ele E quanto ao se indeterminador temos que o falante emprega como recurso de indetermina o do agente da a o verbal a forma V3PS cf MENON 1994 2 2 LEMLE 1985 e os dialetos mineiro e carioca LEMLE 1985 discutindo numa perspectiva gerativa os crit rios de avalia o de aceitabilidade do uso de ele em lugar das formas reflexivas se si consigo como em 53 e do uso do cl tico se com verbos dados nas gram ticas normativas como intrinsecamente reflexivos como em 54 53 Ele v ele mesmo no espelho 43 54 Pedro n o sabe exprimir comportar queixar condoer conformar descuidar esquecer mostra relativamente aos dialetos mineiro e carioca que ele recebe interpreta o presa no mbito da ora o quando o dialeto o mineiro e n o presa quando o dialeto o carioca e que quanto obrigatoriedade da marca de reflexibilidade haveria perda total da marca de elemento anaf rico obrigat rio no dialeto mineiro e ao contr rio no dialeto carioca haveria pres
87. o intrinsecamente pronominal onde o pronome se j n o exprime qualquer papel profundo cf Ilari et alii 1996 163 7 as realiza es pronominais podem ser interpretadas como recurso de simetria do sistema sint tico os verbos mono argumentais copiam o comportamento dos bi argumentais que marcam com pronome suas realiza es ExpsS estruturas em que o experienciador est na posi o de sujeito aderem v desesperar resistem v enlouquecer ou oscilam entre uma forma e outra v entristecer espantar apavorar cf Madureira 2002 120 219 Consideradas essas e outras reflex es que citamos no cap tulo 2 apresentamos i uma proposta de descri o dos cl ticos que comp em o corpus deste trabalho e as hip teses de nossa pesquisa cap tulo 3 ii os procedimentos metodol gicos que adotamos cap tulo 4 e iii os resultados no estado do Paran Curitiba Londrina Irati e Pato Branco no cap tulo 5 Respondendo s hip teses de natureza ling stica constatamos com o apagamento em todas as classes estudadas que sujeitos e objetos nulos s o estrat gias de anaforiza o dispon veis no portugu s brasileiro em 4 cidades do sul do pa s e licenciadas pela grade tem tica dos verbos que d conta por exemplo de restaurar o sentido reflexivo de ele envenenou e morreu cf Veado 1982 45 e que a intransitiva o de formas verbais pronominalizadas um recurso licenciador do apagament
88. o se tende a ser interpretado como indeterminador e n o mais como apassivador Ora mas quem o se apassivador 6l Considerar sobre Nunes 1990 o trabalho de MARTINS 2003 12 14 33 34 que estuda particularmente a proposta de classifica o de Nunes 1990 para se apassivador e se indeterminador no caso do primeiro como em alugam se casas o cl tico se absorveria o papel tem tico de argumento externo e no caso do segundo como em aluga se casas existiria um pronome nulo referencial pro na posi o de sujeito que receberia papel tem tico de argumento externo e caso nominativo indeterminado pelo cl tico se Divergindo da hip tese de Nunes 1990 Martins 2003 34 assume que as senten as Ferra se cavalos e Ferram se cavalos por exemplo s o estruturas inacusativas 83 MIRA MATEUS et alii 1989 225 ilustram com as frases em 96 o que chamam de um tipo de constru o passiva dispon vel em Portugu s a passiva de se onde h segundo prop em suspens o da atribui o da fun o sem ntica de AG posi o de sujeito e externaliza o do argumento interno do predicador Para Mira Mateus et alii a passiva de se decorre da presen a do se que pronome cl tico e absorve caso acusativo N o entendo que papel tem tico o se exerceria nas frases em 96 E como penso que a ordem dos constituintes de uma ora o pode implicar diferen as que v o al m da sintaxe tenho dificuldades de inter
89. o sujeito SO o p lo ativo o objeto que o passivo Por isso mesmo correferentes 16 Cegalla quando usamos o pronome se como em 13 com um verbo de significa o transitiva direta queremos denunciar o sujeito como agente paciente voz reflexa da id ia verbal 12 O ca ador feriu se A menina penteou se O preso suicidou se 13 Jo o feriu se De acordo com PEREIRA 1954 161 162 o contexto que se denomina pronominal o que vem sempre acompanhado de um pronome obl quo da mesma pessoa que o sujeito e de um pronome que tem por fun o indicar a reflexividade Para Pereira esse contexto que parece ser o de reflexividade implica sempre a pronominaliza o da forma verbal como os exemplos em 14 14 Eu me firo tu te feres le se fere ferir se O que chama a nossa aten o relativamente s palavras de Pereira o fato de esse autor considerar inicialmente que o pronome se tem por fun o indicar a reflexividade e depois tratando de voz passiva fazer refer ncia a uma forma de passiva com o pronome reflexivo se cf Pereira 1954 339 Neste sentido parece poss vel perguntarmos qual o significado da reflexividade em Pereira 1954 e como o pronome se pode chamar se reflexivo em contexto de voz passiva J MATTOSO C MARA 1964 223 chama a aten o para o tra o agente do sujeito gramatical classifica de voz medial a constru o em que forma do ver
90. origem no latim cl ssico Segundo Ilari et alii 1996 poss vel que como decorr ncia desse tipo de se tenha surgido em portugu s uma conjuga o intrinsecamente pronominal onde o pronome se j n o exprime qualquer papel profundo conforme os exemplos em 61 61 Pedro se diverte muito com coisas s rias medializa o Pedro diverte ele mesmo com Pedro diverte com Os exemplos em 61 citados por Ilari et alii 1996 me remetem aos exemplos de Lemle 1985 que apontam um ele de interpreta o reflexiva seguido ou n o de mesmo e mostram verbos sem marca de reflexividade comportar queixar conformar etc Para Ilari et alii esses verbos s o exemplo de uma conjuga o intrinsecamente pronominal para Lemle s o verbos intrinsecamente reflexivos O que h de comum em ambos os casos A minha resposta considerar que a reflexividade dada pelo verbo e n o pelo pronome se 2 8 MADUREIRA 2002 e as constru es ergativas pronominais do portugu s do Brasil MADUREIRA 2002 estudando um total de 2306 frases extra das de textos dos s culos XIV ao XX procurou demonstrar que as diferentes constru es ergativas pronominais do portugu s do Brasil n o s o necessariamente reflexo de um processo de mudan a da forma pronominal para a forma n o pronominal s o na verdade uma decorr ncia de diferentes percursos hist ricos A an lise que faz das constru es 55 pronominais prop cia
91. pesquisadas 101 i Em outras palavras a an fora exige a presen a do antecedente e mais que esse antecedente a c comande Nas palavras de MIOTO et alii 2004 218 s um DP que c comanda a an fora pode ser seu antecedente 167 Na verdade eu continuo acreditando que essa distin o tamb m se aplica aqui O fato que esta rodada com todas as cidades desarruma em termos de pesos relativos o espa o da classe de se rec proco mas continua em termos percentuais dizendo que essa classe permanece juntamente com o se reflexivo entre as classes que mais se mant m conforme os percentuais de aus ncia abaixo reflexivo 9 rec proco 10 apassivador 22 inerente 35 ergativo 46 indeterminador 66 enf tico 82 luz desses percentuais de aus ncia observamos que os mais circunscritos o reflexivo e o rec proco s o os que mais tendem presen a diferentemente dos menos circunscritos o enf tico e o indeterminador que por serem mais livres no que diz respeito pontualiza o de um item espec fico s o os que mais tendem aus ncia Em outras palavras quanto menos concreto o antecedente mais a supress o do cl tico anaf rico se d Contrariamente ent o quanto mais o referente ou antecedente est circunscrito a um espa o ou segmento do texto mais o cl tico se preserva Em termos de pesos relativos os grupos estatisticamente relevantes s o os que acima apre
92. prop e que o objeto rec proco pode ter sido omitido seguindo o modelo geral de omiss o de objeto isto nos contextos em que um objeto morfologicamente nulo recebe preenchimento sem ntico a partir do contexto discursivo h um modelo formal para o preenchimento interpretativo de objeto direto nulo Como exemplo de forma indeterminadora cita a resposta do informante pergunta Como se faz caf que a seguinte Coloca os ingredientes e mistura onde de acordo com d Albuquerque o sujeito omitido seguindo o modelo de omiss o j existente na l ngua o sujeito oculto e a ora o sem sujeito Segundo os resultados desse trabalho d Albuquerque 1988 114 o pronome indeterminador que tem perda mais adiantada ou porque o se um recurso pouco utilizado ou porque em seu lugar s o usados os seguintes recursos o cara o indiv duo voc eles a s pessoa s a gente n s o camarada o sujeito o nego algu m o pessoal muitos 47 Considera como reflexivos os verbos essencial e acidentalmente pronominais p 115 ou seja d um mesmo tratamento para as frases Ele aborreceu quando perdeu os culos e Ela est maquiando dizendo que se o objeto direto reflexivo em verbos acidentalmente pronominais pode ser omitido passa a ser omitido tamb m nos essencialmente pronominais N o fica claro para mim qual o sentido de reflexiviza o nessa pesquisa nem por que o ver
93. s realiza es do verbo conhecer duas nos parecem rec procas e uma n o a forma que n o sublinhamos Entendi que conheceu ontem poderia corresponder a conheceram se ontem j querem se casar por for a do est o apressadinhos Depois interpretei a gente tem que conhecer porque como a gente tem que conhecer um ao outro No entanto refletindo um pouco mais sobre essa realiza o de fala pergunto se n o poder amos pensar em uma pessoa que vem em seguida no mesmo turno de fala como complemento de conhecer Sendo assim o que podemos pensar sobre essas realiza es Poderiam ser todas elas casos de formas ativas com objeto nulo Na d vida exclu o dado T1 3 1 3 Descri o de se inerente O terceiro e ltimo se que est entre os que absorvem argumento interno segundo NISHIDA 1994 apud TORRES et alii 2002 374 382 o se inerente NUNES 1995 205 no entanto n o o analisa sob crit rios gerativistas muito pelo contr rio ao dizer que refere se ao cl tico que a gram tica tradicional considera fossilizado junto a um verbo essencialmente pronominal deixa escapar a meu ver a fragilidade de um crit rio a ado o dos dicion rios de Fernandes 1979 e de Ferreira 1986 que n o d conta de qualificar o se em quest o Que crit rios ent o poder amos n s adotar em rela o ao se inerente Percebemos aos poucos que o termo inerente podia estar relacionado ao fato de que qu
94. se N o explica qual rela o estabelece entre o que chama de voz passiva e o que entende por verbos impessoais Chama a aten o portanto a afirma o de Jo o de Barros sobre o tratamento que se poderia dar a um verbo para expressar no s culo XVI a indetermina o do sujeito E mais o modo como constru do esse contexto com um verbo n o pronominal j que n o h registros sobre uma forma dicionarizada como praguejar se a que se soma um pronome originalmente reflexivo A afirma o de Jo o de Barros poderia nos remeter ent o a algumas quest es 1 com a perda pelo portugu s das marcas de voz passiva do latim como 7 Dentre os quatro gram ticos portugueses quinhentistas Fern o de Oliveira 1536 Jo o de Barros 1540 P ro de Magalh es G ndavo 1574 e Duarte Nunes de Le o 1576 Jo o de Barros em Gram tica da L ngua Portuguesa que define gram tica e desenvolve luz do modelo latino que imita uma parte que chama de conveni ncia o que permite a MATTOS E SILVA 1989 34 afirmar que a Gram tica de Jo o de Barros a mais completa entre as quatro primeiras reflex es sobre a l ngua portuguesa 8 No dicion rio Aur lio 2006 647 lemos praguejar v int 1 Dizer pragas ou impreca es Ti 2 Lan ar pragas passamos a estabelecer a no o de passividade ii al m do contexto de indetermina o onde mais pode ser encontrado o pronome reflexivo se Eis o tema
95. se acomodou que a facilidade chegou n CTBO5L0508 Porque a gente na velhice tamb m n o se acomodar n o A gente tem que trabalhar n LDNO02L1548 Pessoas analfabetas que n o sabem nem falar candidatafise CTB19L1432 quantas vezes ele candidatar eu voto nele LDNO01L0471 Ent o voc n o pode se queixar CTB01L0237 N o ela n o se queixava de dor ela n o tinha assim dores constantes CTB04L0447 em termos de governo eu acho que est bom O pessoal n o pode se queixar muito n o n CTBO5L1045 Ali n o tem o que se queixar do bairro sabe Tem tudo de bom ali CTBO07L0917 N o o policiamento hes n o pode queixar eu n o posso falar nada n a gente n o sabe como que n LDN22L0422 N o o policiamento hes n o pode queixar eu n o posso falar nada n LDN22L0422 N o posso me queixar da vida a vida que ningu m completamente feliz n o IRTO7L0463 Os meus colegas se queixam que n o vendem n o vendem PBR16L0413 N o eu n o me arrependi CTB07L0388 Eu vinha pra casa de madrugada e aquela dificuldade pra se locomover n MCTB21L0038 Tem poucos n Que muitos se mudaram do bairro mas tem um uma um pouco do pessoal ainda vive por a CTB01L0032 Quando voc come a a querer fazer amizade n ent o da j a pessoa se muda v o morar pra outros bairros mais distantes CTB 10L0459 Ela se mudou pra Paranagu a fam lia toda mudoufse pra Para
96. situacional a fun o sem ntica da desambigua o j que o pronome se assim como no contexto de reflexiviza o cf LEMLE 1985 tamb m no contexto de ergativiza o cf WENCESLAU 2003 est se esvaziando do conte do reflexivo que lhe pr prio desde a origem e que acrescia s formas verbais com as quais compunha os chamados verbos pronominalizados a fun o sem ntica de reflexiviza o Essa perda de conte do sem ntico analisada por MADUREIRA 2002 123 ao afirmar que pelo fato de congregar a fun o sem ntica de reflexiviza o e de envolvimento do sujeito na a o descrita pelo verbo e tamb m a fun o estrutural de aproximar o experienciador da posi o de sujeito o pronome se foi escolhido como marca das estruturas Exps dos verbos causativos tornando se opaco e fonte de ambigiiidade e sendo interpretado como reflexivo ou pseudo reflexivo Desta forma o se de m ltiplas fun es e sentidos passa a requerer do contexto situacional as informa es que podem desfazer poss veis ambigiiidades 3 1 7 Descri o de se enf tico NUNES 1995 206 diz que o se enf tico refere se ao que a gram tica tradicional denomina de ndice de espontaneidade Enquanto enf tico o cl tico se funciona como um operador lexical que geralmente reflete a fus o lexical de dois pap is tem ticos Nunes n o explica como se daria esta fus o nem informa a que pap is est se referindo No entanto prop
97. sujeito participa intensamente em ac o de que le mesmo o teatro 44 Eu me batizei na Catedral N o sei dizer o que significa participa o intensa do sujeito se em termos sem nticos essa participa o implicaria que o sujeito agente do processo verbal Como Oliveira e Sousa 1953 relaciona o termo voz m dia ao grego antigo poss vel que o esteja usando nos casos em que entende que o sujeito n o o agente nem o paciente do processo verbal 39 Considero portanto que os verbos chamar se e batizar se explicitam bem as contradi es na classifica o de formas verbais com se Esses dois verbos por exemplo podem receber distintas interpreta es quanto a sua voz para Cegalla 1977 podem corresponder voz passiva para Mattoso C mara 1964 voz reflexiva ou medial din mica para Bechara 2004 passiva com se ou m dia para Oliveira e Sousa 1953 voz m dia Tomando se como exemplo essas contradi es percebemos por que os conceitos de voz de transitividade e de pronominaliza o de formas verbais de sujeito gramatical e de agente do processo verbal s para citar alguns dos temas que est o intimamente relacionados ao nosso objeto de estudo n o s o claros Porque regidos por abordagens ora morfol gicas ora sint ticas ora sem nticas confundem no es de toda ordem Por esse motivo com vistas a conhecer mais sobre o tema que estamos estudando apresentaremos no cap t
98. verbais intrinsecamente reflexivas estudadas por LEMLE 1985 38 Vale registrar a compreens o que SILVA amp KOCH 1996 33 t m do tema em quest o a diferencia o entre verbos pronominais essenciais e acidentais torna se mais evidente na medida em que no caso dos primeiros como em 1 a part cula se faz parte do constituinte V ao passo que no segundo caso como em 2 vem a constituir um SN dentro do SV com fun o de objeto 1 M nica queixou se ao professor 2 Carlos penteou se diante do espelho 80 T nhamos ent o duas quest es a considerar a primeira um se que pode ser tra o significativo entre mudar e mudar se a segunda um se que parte de um verbo que 59 2 carrega reflexividade como arrepender se ou seja que parte de um verbo E 60 F FO T x b z inerentemente reflexivo E talvez por esta ltima raz o que a despronominaliza o A 66 ocorra por que marcar com o se a reflexividade que j est contida no verbo Consideramos ent o como se inerente as realiza es com esses seis verbos como em 89 e 90 e aquelas com verbos cuja pronominaliza o implicar uma mudan a de sentido relativamente ao uso n o pronominal como em 91 e 92 89 Pessoas analfabetas que n o sabem nem falar candidatafse CTB19L1432 90 quantas vezes ele candidatar eu voto nele LDNO1L0473 91 Tem poucos n Que muitos se mudaram do bairro mas tem um
99. verbo viver do exemplo De poesia se vive entre os alde os entre os de valor expletivo ROCHA LIMA 1976 206 d como exemplo de indetermina o do agente a frase em 23 que para mim em nada diferente da que Pereira 1954 coloca entre as que indicam uma certa espontaneidade do sujeito 23 Vive se bem aqui 22 Considerar item 3 1 3 Descri o de se inerente 24 Para ILARI 1992 107 o pronome se quando aplicado a verbos intransitivos para real ar a espontaneidade da a o expressa pelo verbo d origem a formas modernas como o rom a se veni vir se it andarsene fr s en aller port esp irse O pronome se para esse autor nos contextos de vir se e ir se n o implica mudan a de sentido do processo verbal mas serve para p r em destaque a a o expressa pelo verbo Sobre o se expletivo ou de realce somente uma quest o n o me parece clara a que ou a quem serve a fun o de dar realce atribu da ao se neste contexto ao sujeito ao processo verbal De qualquer forma esse ponto n o me parece relevante j que o nome com que se classificou o se aqui aponta claramente para o fato de que ele expletivo ou seja desnecess rio ao sentido da frase s lhe conferindo maior for a ou gra a cf FERREIRA 2006 389 A quest o para mim mais importante neste momento diz respeito dessemantiza o mecanismo que aponta para a perda do conte do sem ntico de um
100. xico com conhecimentos conceituais modelos cognitivos estabilizados e com m dulos do mundo textual inferencia es textuais pr ticas culturais cf MARCUSCHI 2005 79 Desse modo os m ltiplos sentidos constru dos a partir da grade tem tica de um verbo n o implicam em geral ambig idade nem mesmo vagueza j que o contexto costuma fornecer as informa es necess rias recupera o dos referentes cf ILARI et alii 1996 96 O que n o cabe ao se indeterminador cf Menon 1994 146 lt Tan gt tanto que acabei de formar os filhos e tudo n CTB02L1037 147 na minha rea eu me formei mec nico est CTB17L0329 148 Agronomia eu formar em Agronomia Porque eu ent o gosto de estar no campo lidar assim sabe IRT18L0979 Dito isso poder amos perguntar sobre o que assumimos at aqui e ent o dir amos que duas quest es resumem o olhar que dirigiremos aos resultados estat sticos a primeira a no o de reflexividade tal como a entendemos neste trabalho a segunda a no o de liga o anaf rica que proposta por Apoth loz 1995 e por Marcuschi 2005 Sobre a primeira quest o assumimos que a no o de reflexividade implica que o sujeito execute uma a o e ele mesmo sofra seus efeitos isto que as estrutuas reflexivas requerem um sujeito de tra o agente que recuperado como complemento do verbo 112 por um cl tico da mesma pessoa do sujeito agente da a
101. 0 Acho que eu parto eu parto mais pro como fosse a mesa branca n de Espiritismo CTB11L0579 Pelo menos um dinheirinho a mais n como fosse um d cimo terceiro sal rio n pra eles Pra eles excelente CTB11L0692 Isso aqui como se fosse uma col nia CTB17L0016 E quantas vezes ele me chamava e eu sa a como se fosse pensando que fosse a Marilene me chamando CTB20L1353 Mas continua a amizade como se fosse desde o come o CTB22L0702 Para mim como fosse um peda o da minha casa hes sabe LDN09L0612 E o trem pegou essa jardineira matou bastante gente feriu muita gente Me lembro como fosse hoje LDN23L0846 Essas ocorr ncias recuperam a constata o que na conclus o desta tese apresento o apagamento ocorre tamb m com o SE conjun o 260 ANEXO VII AMOSTRAGEM DE OCORR NCIAS COM O SE UNIVERSAL 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Eu sempre vou inint n s se damos bem sabe se gostamos bem apesar de que que com os parentes l da minha do meu pai est se damos muito bem mesmo com as minhas primas l CTB03L1373 Que n s se conhecemos ali n Ent o ali morava bastante gente n CTB16L0712 Essa amiga minha ainda amiga at hoje de mim N s se damos at hoje CTB16L1114 Ent o as meninas quando eu elas v em que eu come o a a se pro
102. 0 200 209 212 215 228 241 241 243 245 257 258 259 260 262 LISTA DE TABELAS TABELA 1 A VARI VEL SEXO no Paran TABELA 2 A VARI VEL FAIXA ET RIA no Paran TABELA 3 A VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE no Paran TABELA 4 A VARI VEL CLASSES DE CL TICOS em Curitiba TABELA 5 A VARI VEL SEXO em Curitiba TABELA 6 A VARI VEL FAIXA ET RIA em Curitiba TABELA 7 A VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE em Curitiba TABELA 8 A VARI VEL CLASSES DE CL TICOS em Londrina TABELA 9 A VARI VEL PESSOA DO VERBO em Londrina TABELA 10 A VARI VEL SEXO em Londrina TABELA 11 A VARI VEL FAIXA ET RIA em Londrina TABELA 12 A VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE em Londrina TABELA 13 A VARI VEL CLASSES DE CL TICOS em Irati TABELA 14 AVARI VEL FAIXA ET RIA em Irati TABELA 15 A VARI VEL SEXO em Irati TABELA 16 A VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE em Irati TABELA 17 A VARI VEL CLASSES DE CL TICOS em Pato Branco TABELA 18 A VARI VEL SEXO em Pato Branco TABELA 19 A VARI VEL FAIXA ET RIA em Pato Branco TABELA 20 N MEROS ABSOLUTOS DOS FALANTES QUE USAM FORMAS CONCORRENTES TABELA 21 DISTRIBUI O POR LOCALIDADE DOS VERBOS DAS OCORR NCIAS DE HESITA O TABELA 22 N MEROS ABSOLUTOS DOS DADOS SOCIAIS DO FALANTE QUE USA O SE UNIVERSAL vii 171 172 172 175 180 181 182 183 186 188 189 190 191 197 198 199 200 207 208 210 211 213 LISTA DE GR
103. 02 03 04 05 06 07 08 09 10 1 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Eu depois eu me afastei completamente hes do assunto n CTB02L0330 Participava do cursilho agora n o A gente vai mas a gente foi afastando afastando risos F LDN12L0098 est mas n o me n o me n o me acostumei com os mosquitos est CTB02L0508 N o adianta Ela j acostumou dezesseis anos com essa vida n o tem como CTB07L0721 Ah acostumei n Trinta e sete anos CTB0O7L0880 ele ela j acostumoufse com outro tipo de vida CTB18L0670 Ah a gente se acostuma sabe a gente acostuma com o povo l LDN17L0204 Eles acostumam com a gente n est voc sabe que o bicho ele acostuma n ele arisco mas voc vai indo vai indo ele ele ele se acostuma com a gente LDN21L0668 N o que goste assim eu acostumei lt por gt porque eu enfrento qualquer servi o IRT14L0046 Que muitos n o se conformam com a morte s vezes de um filho num acidente num afogamento CTB04L0421 A gente acompanhou tudo mas n o consegue n entender e se conformar com o fato n IRTO4L0480 Olhe m e estou aqui na Faculdade ainda N o se preocupe daqui a pouco estou em casa CTB10L0979 Nada de v cio ele tem mas a gente se preocupa por causa dos outros n CTB18L0705 Ent o eu acho que se a pessoa for preocupar em seguran a medo disso medo
104. 1 Pronome da voz reflexa 15 1 2 2 Pronome reflexivo rec proco 18 1 2 3 Pronome integrante de verbos essencialmente pronominais 19 1 2 4 Pronome de valor expletivo 22 1 2 5 Pronome apassivador 25 1 2 6 Indice de sujeito indeterminado 31 1 3 Contradi es na classifica o do se 34 CAP TULO 2 REVIS O DA LITERATURA 40 2 1 VEADO 1982 e a regi o de Janu ria MG 40 2 2 LEMLE 1985 e os dialetos mineiro e carioca 42 2 3 ZRIBI HERTZ 1986 e o se m dio em franc s moderno 44 2 4 D ALBUQUERQUE 1988 e o dialeto rural de Manhua u 45 2 5 MENON 1994 e a indetermina o do sujeito no portugu s do Brasil 47 2 6 NUNES 1995 e uma descri o da perda de cl ticos anaf ricos 50 2 7 ILARI et alii 1996 e os pronomes pessoais do portugu s falado 52 2 8 MADUREIRA 2002 e as constru es ergativas pronominais 54 2 9 CASTRO 2002 e os cl ticos pronominais de Porto Alegre 56 2 10 TORRES et alii 2002 e o cl tico se do espanhol 57 2 11 NEGRAO et alii 2002 e a compet ncia ling stica 59 2 12 PERINI 2005 e as ergativas e m dias em portugu s 62 2 13 COELHO et alii 2006 e as constru es monoargumentais 63 2 14 LIMA 2006 e as constru es com o pronome se 65 CAP TULO 3 FUNDAMENTA O TE RICA 3 1 Descri o das classes de SE 3 1 1 Descri o de se reflexivo 3 1 2 Descri o de se rec proco 3 1 3 Descri o de se inerente 3 1 4 Descri o de se apassivador 3 1 5 Descri o de se inde
105. 130 MANDRYK David amp FARACO Carlos Alberto Portugu s atual leitura e reda o Petr polis Vozes 1980 MARCUSCHI Lu s Ant nio Nove teses para uma reflex o sobre a valoriza o da fala no ensino de l ngua Revista da Anpoll n mero 4 p 137 156 jan jun 1998 An fora indireta o barco textual e suas ncoras In KOCH Ingedore Villa a MORATO Edwiges Maria amp BENTES Anna Christina orgs Referencia o e discurso S o Paulo Contexto 2005 p 53 101 235 M RQUES Pablo Devis Se generalizador y la teoria de los esquemas sint ctico sem nticos Actes du XX Congr s International de Linguistique et Philologie Romanes Zurich Universit de Zurich 1992 p 177 190 _ _ Esquemas sint ctico sem nticos medialidad y passividad em espa ol Actas do XIX Congreso Internacional de Ling stica e Filolox a Rom nicas A Coru a 1997 MARTINS Marco Antonio Questiona se verdades a varia o da concord ncia verbal de terceira pessoa do plural Disserta o de Mestrado Florian polis UFSC 2003 MATTOS E SILVA Rosa Virg nia Tradi o gramatical e gram tica tradicional S o Paulo Contexto 1989 O portugu s arcaico fonologia S o Paulo Bahia Contexto Editora Universidade Federal da Bahia 1991 Contradi es no ensino de portugu s a l ngua que se fala X a l ngua que se ensina S o Paulo Contexto Edufba 1995 _ O portugu s arcaico fonologia morfologi
106. 241 eu tinha dois sobrinhos como eu n o casei ent o eles ficaram comigo est agora j casaram os dois Um saiu daqui agora h pouco est e e o mais velho casou agora faz pouco tempo Foi em dezembro est que ele se casou LDN11L0396 242 N o que ela sempre trabalhou n desde quando n s casamos LDN14L0485 243 E depois que a gente n s nos casamos LDNO2L0360 No que diz respeito aos usos de me e nos em Londrina observamos que a altern ncia pode constituir se em alguns contextos de classe de me se vazio ou de nos selvazio como os exemplos 244 a 246 que trazem uma terceira variante o se universal Ap s a discuss o dos resultados de cada cidade faremos uma descri o dos casos que chamamos de se universal 244 quando eu casei eu larguei do futebol parei cedo por causa disso A eu se acomodei dentro de casa LDN19L1043 245 Se reunimos tudo l est LDN12L0395 246 Da voltei e se casamos Da tr s anos se casamos LDN20L0119 Consideremos a seguir algumas reflex es em torno de vari veis que n o foram selecionadas pelo programa Gr fico 7 TOTAL DE OCORR NCIAS DE PREDICA O DO VERBO EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Londrina Uso Intransitivo em Londrina e presen a no 43 188 De um total de 617 dados 389 refletem o uso intransitivo de formas verbais Destes 389 223 s o contextos em que h aus ncia de cl ticos reflexivos 57 de a
107. 4 5 1 Ocorr ncias como 180 com as frases feitas do tipo se eu n o me engano casar n o casaco n o salvefse quem puder que se dane m e de se esconder uma brincadeira que eu me lembre se n o me recordo digaf se de passagem que se lixe 150 180 Se eu n o me engano parece que em Curitiba feito aqui numa gr fica IRT16L0325 4 5 2 Os casos que chamei de quase se como 181 182 e 183 onde observamos que a a o de pronominalizar verbos est sendo evitada Em seu lugar o informante emprega formas incoativas com o verbo ficar como 184 ou se utiliza de verbos suporte como 185 Dentre os textos que li sobre hesita o aproveitei o de MARCUSCHI 2002 e o de F VERO et alii 2002 como ponto de partida para o estudo das estrat gias de constru o do texto falado e a hesita o No anexo 4 h uma descri o mais detalhada dos casos de quase se considerando se todas as cidades pesquisadas 181 Hoje ou amanh voc tem necessidade de se lt comu gt de escrever alguma coisa de dizer de mandar um recado IRT11L0173 182 est n ent o eu eul eu me eu cres o muito muito gratificante pra mim PBRO6L0771 183 A gente tamb m n o se uma coisa assim inexplic vel CTB04L0430 184 N o consegue falar direito ent o ela sel ela fica muito nervosa e tudo n CTB22L0642 185 N o vale a pena est n o vale a pena a pessoa
108. 41 TOTAL 452 413 H uma invers o nos resultados dessa vari vel em termos de pesos relativos enquanto 41 representa a presen a para as mulheres representa a aus ncia para os homens enquanto 59 traduz a aus ncia para o sexo feminino traduz a presen a para o masculino Esses ndices relativos indicam que a forma inovadora o apagamento encabe ada na cidade de Pato Branco pelas mulheres E que os homens contrariamente tendem ao uso do cl tico O comportamento das mulheres de Pato Branco pode ser mais um exemplo da constata o de MENON 2006 158 a literatura tem mostrado que quando as mulheres est o frente num processo de varia o ou mudan a sinal de que o item ling stico se n o o mais prestigiado tamb m n o sofre restri es A vari vel sexo do informante s foi selecionada para Pato Branco N o posso com esse resultado tratar dessa vari vel como determinante para o apagamento Continuo pensando no apagamento em estudo como um fen meno de varia o inerente no portugu s brasileiro 208 5 grupo Faixa Et ria TABELA 19 A VARI VEL FAIXA ET RIA EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Pato Branco FAIXA ET RIA DO INFORMANTE Vari vel a entre 25 e 49 anos b com 50 anos ou mais depend N PR N PR Presen a 246 56 44 251 59 56 Aus ncia 195 44 56 173 41 44 TOTAL 441 424 Os pesos da faixa et ria est o invertidos como os da vari vel s
109. 426 1952 s o dados de presen a de SE contra 1474 de aus ncia Em 57 desses casos portanto o cl tico n o sofre apagamento Por outro lado de um total de 403 dados de sujeito gramatical animado 164 s o de presen a de SE e 239 de aus ncia o que significa 59 de apagamento nos casos de sujeito gramatical animado Claro que necess rio guardar as diferen as de perspectivas entre o nosso trabalho sobre a classe de anaf ricos reflexivos e aqueles sobre a classe de anaf ricos n o reflexivos O nosso trata n o s do vazio na fun o objeto mas tamb m do vazio na fun o sujeito O que de certa forma p e em cheque a todo momento o questionamento sobre a anaforiza o no contexto de indetermina o De qualquer forma esses ndices percentuais podem ser cotejados com os resultados das pesquisas de CYRINO 1999 OMENA 1978 PEREIRA 1981 TARALLO 1983 CORR A 1992 e de DUARTE 1986 que relacionam o maior 170 preenchimento do objeto a antecedentes de tra o animado e a forte tend ncia ao uso da categoria vazia a antecedentes animados Gr fico 5 A vari vel Sentido gen rico do verbo em fun o da vari vel dependente luz desse gr fico notamos que nos contextos dos verbos de estado e de processo favorecida a presen a do cl tico 67 e 63 respectivamente e ao contr rio nos contextos dos verbos de a o favorecida a aus ncia 53 Esses percentuais nos recordam a tend
110. 6 165 8 aponta em rela o senten a em 151 quando afirma que o objeto nulo no PB tem sido considerado de uma maneira geral uma categoria vazia do tipo pro 151 A empregada colocou os livros na estante Sim ela colocou 0 Essa categoria vazia a pro leia se prozinho assim denominada porque em seu lugar podemos colocar um pronome Para MIOTO et alii 2004 238 pro a vers o sem matriz fon tica de um verdadeiro pronome com propriedades de distribui o muito semelhantes Pro tamb m chamado de o elemento pronominal vazio cf GALVES 2001 73 Se podemos ent o luz de VEADO 1982 45 em rela o frase ele mat mesmo ele assumir que o ele acusativo co referente do ele nominativo por que n o seria 83 Os dados em CYRINO 1990 que mostram que na primeira metade do s culo XVIII havia 85 de ocorr ncia de cl ticos contra 17 de falta de cl ticos objetos nulos nos termos dessa autora e que indicam tamb m que na primeira metade do s culo XIX a ocorr ncia de cl ticos j havia ca do para 58 contra 42 de senten as sem o cl tico s o exemplos que parecem indicar que a queda do cl tico em Portugu s Brasileiro realmente estaria relacionada com a ocorr ncia do objeto nulo caracter stico desta l ngua cf Cyrino 1996 175 121 aceit vel que tiv ssemos um pro em caso de apagamento do ele acusativo Ou seria Em termos sem nticos pro n o admite
111. Bem r gido Pessoal tinha hor rio certinho tinha que se entrar em fila cantar os hinos na entrada LDN09L0059 222 Se re ne o povo l e vamos reivindicar o prefeito n no que est se precisando IRT16L1217 9 Quero fazer uma ressalva em rela o ao fato de ter cometido um erro quando subentendi em 13 casos como o que est a seguir a posi o do cl tico mesmo nas ocorr ncias em que o pronome n o realizado tira colocafse tampafse cobre CTB18L0840 Em rela o a esse dado por exemplo classifiquei tira e cobre como encl ticas e de fato n o poss vel garantir que assim agiria o informante no caso de usar o cl tico Ao leitor minhas desculpas S agora depois de tantas rodadas me fiz esta pergunta que posi o se atribuir ao pronome faltante 162 2 grupo Localidade Sobre o segundo grupo de fator Localidade tomemos o gr fico que est a seguir Gr fico 1 A vari vel Localidade em fun o da vari vel dependente Presen a Aus ncia 80 70 60 50 4 a Auc nci 301 20 10 0 Irati Pato Branco Curitiba Londrina Os 3829 dados assim est o representados em pesos relativos em fun o da vari vel localidade Londrina tem 71 de aus ncia Curitiba 67 de aus ncia Pato Branco 45 de aus ncia e Irati 25 de aus ncia O gr fico mostra que a supress o de cl ticos anaf ricos maior em Londrina o que segundo pensamos
112. GRACE DOS ANJOS FREIRE BANDEIRA O APAGAMENTO DE SE NAS FUN ES SUJEITO E OBJETO UM ESTUDO VARIACIONISTA COM DADOS DO VARSUL DO PARAN CURITIBA 2007 Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Letras da Universidade Federal do Paran como requisito parcial obten o do t tulo de Doutora em Letras rea de concentra o em Estudos Ling sticos Orientadora Prof Dr Odete Pereira da Silva Menon A minha m e pelos len is e ch s que nas noites frias de Curitiba me cobriam tamb m a alma Dedico ii iii AGRADECIMENTOS Tenho muitos a quem dizer obrigada A prof Odete Menon por me conduzir com seriedade e compet ncia na primeira viagem rumo Socioling stica e por me animar com toda a sua for a intelectual e humana a seguir em frente prof Iara Bemquerer Costa por partilhar comigo as primeiras id ias sobre o tema desta tese por ocasi o da an lise do projeto de pesquisa A prof Izete Lehmkuhl Coelho por me levar at aos processos anaf ricos e me enviar de Florian polis palavras de incentivo e encorajamento Ao prof Jos Luiz Mercer por me ajudar a tra ar os rumos desta tese com cr ticas e reflex es as mais extraordin rias Aos professores da banca de defesa p blica Izete Coelho Jos Mercer Maria Jos Foltran e Lorenzo Vitral por aceitarem mais esta tarefa e me permitirem saber de suas sugest es acerca deste trabalho Aos meus professores da
113. NESP 2002 NICOLA Jos de e INFANTE Ulisses Gram tica Contempor nea da L ngua Portuguesa 2 ed S o Paulo Scipione 1989 NISHIDA Chiyo The spanish reflexive clitic se as an aspectual class marker Linguistics 32 p 425 458 1994 In TORRES Natalia Catal PERELL Sara Mart amp BODAS Sergio Vallhonrat Algunas observaciones sobre las construcciones medias em espa ol VERBA vol 29 365 387 2002 237 NUNES Jairo O famigerado se uma an lise sincr nica e diacr nica das constru es com se apassivador e indeterminador Disserta o de mestrado Campinas Unicamp 1990 Se apassivador e se indeterminador o percurso diacr nico no portugu s brasileiro Cad Est Ling Campinas 20 33 58 1991 Ainda o famigerado SE D E L T A 11 2 1995 201 240 Dire o de cliticiza o objeto nulo e pronome t nico na posi o de objeto em portugu s brasileiro In ROBERTS Ian amp KATO Mary A Portugu s Brasileiro uma viagem diacr nica 2 ed Campinas SP Editora da UNICAMP 1996 p 207 222 NUNES Jos Joaquim Comp ndio de Gram tica Hist rica Portuguesa fon tica e morfologia 7 ed Lisboa Livraria Cl ssica Editora 1969 OLIVEIRA E SOUSA Eur pedes Ol mpio de No es de Gram tica e de L ngua Portuguesa Curitiba Impressora Paranaense 1953 OMENA Nelize Pires Pronome pessoal de terceira pessoa suas formas variantes em fun o acusativa Disserta o de Mes
114. Ou seja luz da abordagem variacionista os fen menos de varia o podem ser sistematizados porque de acordo com Labov a heterogeneidade o que brevemente apreciamos na introdu o deste trabalho sistem tica e n o aleat ria e pode ter motiva es sociais nesse sentido que o que interessa Socioling stica o estudo do funcionamento de uma l ngua em seu contexto social quem aquele que diz seu sexo sua idade seu grau de escolaridade sua cidade quem diz o qu a forma usada por exemplo carrega estigma socioling stico menos acentuado como diz por que escolhe uma forma e n o outra para dizer ou por que emprega uma determinada forma em determinadas circunst ncias No dizer de LABOV 1972 3 one cannot understand the development of a language change apart from the social life of the community in which it occurs Labov d import ncia portanto s press es sociais que continuamente operam sobre as l nguas e n o necessariamente as de algum momento do passado mas as que decorrem de uma for a social que atua no presente E mostra que a dimens o social da mudan a ling stica se torna compreens vel no interior de uma comunidade de fala a qual muda uma l ngua E uma 35 Uma no o bastante complexa e nada consensual a de comunidade de fala em Labov 1968 120 1 principalmente porque uma no o que n o est circunscrita a limites geogr ficos nem a crit rios de demarca
115. Resultados Neste cap tulo apresentaremos os resultados obtidos ap s termos submetido os dados codificados s rodadas do Pacote VARBRUL para microcomputadores Faremos refer ncia distribui o dos dados ora em termos percentuais c lculo realizado pelo programa MAKECELL ora em termos de pesos relativos c lculo realizado pelo programa IVARB Num primeiro momento trataremos dos resultados conjuntos envolvendo as quatro cidades do estado do Paran e depois dos resultados considerando uma a uma das cidades pesquisadas 5 1 Os resultados do estado do Paran uma rodada com as quatro cidades do Paran Quando consideramos as quatro cidades em estudo para submeter um total de 3 920 dados a uma rodada teste em fun o da vari vel dependente presen alaus ncia do pronome constatamos um knockout no grupo Pessoa do cl tico anaf rico do que resultou um total de 3829 ocorr ncias deste total 1713 45 portanto s o dados de aus ncia contra 2116 55 de presen a de se Nesta mesma rodada foram selecionados como relevantes para essa etapa dos trabalhos tr s grupos de fatores com n vel de signific ncia de 007 e input 1 00 Posi o do cl tico anaf rico em rela o ao verbo Localidade e Classes de cl ticos anaf ricos Para fins do projeto VARSUL al m da capital Curitiba tr s s o as cidades consideradas representativas da realidade demogr fica do interior do estado Londrina a mai
116. SOUSA 1953 214 quando esse autor atribui aos incultos de agora as realiza es de fala do tipo eu se esqueci e n s se arrependemos Os nossos resultados 227 demonstram que esta n o parece ser uma quest o que se possa explicar pelo n vel de escolaridade dos falantes De um total de 96 informantes 45 empregaram pelo menos uma vez a forma do se universal tal como em 336 o que representa 46 8 do total dos nossos informantes consideradas as 4 cidades do estado do Paran Dentre os 45 informantes que usam o se universal 17 t m o prim rio 17 o ginasial e 11 o colegial o que significa que tanto a op o pelo apagamento de se quanto aquela pelo uso do se universal n o s o determinadas pelo n vel de escolaridade do falante 336 foi triste n eu eu no caso eu se emociono f cil tamb m LDN19L0397 Como s o muitas as quest es em torno do apagamento de se Se de alguma forma este trabalho contribui com os estudos do portugu s do Brasil eu me dou por feliz ainda mais por t lo desenvolvido aqui na UFPR que para mim como fosse um peda o da minha casa hes sabe LDNO9L0612 Os vazios de que procuramos tratar s o sem d vida alguma um bom objeto de estudo Desejar amos t o somente ter podido avan ar um pouco mais sobre as quest es de ordem cf Menon em comunica o pessoal de concord ncia e de animacidade do sujeito gramatical que t nhamos apresentado na primei
117. TE Iara A fam lia das constru es inacusativas In Mateus et alii Gram tica da L ngua Portuguesa Lisboa Caminho 2003 p 507 548 DUARTE Maria Eug nia Lamoglia Do pronome nulo ao pronome pleno a trajet ria do sujeito no portugu s do Brasil In ROBERTS Ian amp KATO Mary A Portugu s Brasileiro uma viagem diacr nica 2 ed Campinas SP Editora da UNICAMP 1996 p 107 128 A perda do princ pio evite pronome no portugu s brasileiro Campinas SP Editora da UNICAMP 1996b p 87 105 FAGUNDES Edson Domingos As ocorr ncias do Modo Subjuntivo nas Entrevistas do Varsul no estado do Paran e as possibilidades de varia o com o modo indicativo Tese de Doutorado Curitiba Universidade Federal do Paran 2007 FARACO Carlos Alberto amp TEZZA Crist v o Pr tica de texto para estudantes universit rios 10 ed Petr polis RJ Vozes 2002 FARIA Ernesto Gram tica Superior da L ngua Latina Rio de Janeiro Acad mica 1958 FERNANDES Lucila Paccola M De volta ao famigerado SE Disserta o de Mestrado Londrina Universidade Estadual de Londrina 2000 FERNANDES F Dicion rio de verbos e regimes Porto Alegre Livraria do Globo 1947 e 1954 FERREIRA Ant nio Gomes Dicion rio de Latim Portugu s Porto Porto Editora 1988 FERREIRA Aur lio Buarque de Holanda O dicion rio da L ngua Portuguesa 6 ed rev Curitiba Positivo 2006 232 FLOBERT Pierre Les verbes d ponent
118. TRA Lu s F Lindley Nova Gram tica do Portugu s Contempor neo Rio de Janeiro Editora Nova Fronteira 1985 CYRINO S nia Maria Lazzarini Observa es sobre a mudan a diacr nica no portugu s do Brasil objeto nulo e cl ticos In ROBERTS lan amp KATO Mary A Portugu s Brasileiro uma viagem diacr nica 2 ed Campinas SP Editora da UNICAMP 1996 p 163 184 O objeto nulo no portugu s do Brasil uma investiga o diacr nica Campinas Ed Unicamp 1990 Elementos nulos p s verbais no portugu s brasileiro oral contempor neo In NEVES Maria Helena de Moura org Gram tica do portugu s falado v VII Campinas Ed Unicamp FAPESP 1999 p 595 625 231 Para a Hist ria do portugu s brasileiro observa o sobre a presen a de complementos verbais nulos e a aus ncia de cl ticos de 3 pessoa Hand out de trabalho apresentado no XV Encontro da ANPOLL 6 de junho Universidade Federal Fluminense Niter i RJ 2000 D ACHILLE Paolo L italiano contemporaneo Bologna il Mulino 2003 D ALBUQUERQUE A A perda dos cl ticos em um dialeto mineiro Revista Tempo Brasileiro 78 79 Socioling stica e ensino do vern culo 97 121 1988 DILLINGER Mike GALVES Charlotte PAGOTTO Em lio CERQUEIRA Vicente Padr es de comportamento no Portugu s falado In KATO Mary A org Gram tica do Portugu s Falado v V 2 ed rev Campinas SP Editora da UNICAMP 2002 p 277 328 DUAR
119. a o E por que o uso intransitivo de um verbo transitivo direto como quebrar aceit vel em 65 e n o o em 66 NEGR O et alii 2002 105 6 refletem sobre essa ltima quest o formulando a hip tese de que alguma coisa relativa ao significado dos verbos que est envolvida em todos esses fen menos De fato essa hip tese tem sua raz o de ser Mas a quest o n o t o simples assim Afinal de contas como j foi visto muitas vezes ao trocar alguns verbos por outros de significado semelhante obtemos resultados opostos O que acontece que o tipo de fen meno analisado neste item refere se n o ao significado do verbo isoladamente mas ao tipo de rela o sem ntica que o verbo estabelece com seus argumentos Assim como Negr o et alii entendemos que o significado de um verbo se constr i na rela o com os seus argumentos e por isso que na an lise dos dados do banco Varsul consideramos distintas as realiza es em 68 e 69 embora em ambas a forma do verbo seja a mesma matar se O que atribui portanto uma diferen a de significado entre as realiza es s o as informa es contidas nos argumentos do verbo em quest o e que passam a compor com ele um novo sentido 68 A ou voc se mata de tanto trabalhar pra botar as coisas em dia ou voc senta e tudo fica est virado sabe CTB 19L0943 69 O Get lio n o matou se mataram ele n CTB13L1550 62 2 12 PERINI 2005 e
120. a J emPato Branco ver Mapa temos resultados que apontam 45 de aus ncia de cl ticos anaf ricos Fazemos notar que a concorr ncia em Pato Branco um aspecto que chega a chamar a nossa aten o o fato de o informante hesitar quanto ao uso do cl tico promovendo a cada n o emprego uma corre o seguida do uso do cl tico talvez o que deixe essa cidade ao lado de Irati como uma das localidades do Paran onde o anaf rico tenta se manter Quer dizer o fato de o programa ter selecionado a vari vel social localidade como estatisticamente relevante para o estudo do apagamento do se pode indicar que quest es relacionadas natureza do lugar sua coloniza o por exemplo est o contribuindo para o apagamento Quando considerarmos os resultados de Londrina PR em rela o vari vel faixa et ria por exemplo imposs vel ser n o relacionar o apagamento do se sua coloniza o por mineiros e paulistas levando se em conta o comportamento de MG e estes 164 primeiros resultados que apontam Londrina como a menos conservadora das cidades do Paran Na outra ponta a cidade mais conservadora Irati n o s em aten o aos nossos resultados mas tamb m queles de Fagundes 2007 Mapa 1 Pesos Relativos de Apagamento de cl ticos anaf ricos no estado do Paran S O PAULO eLondrina Es T Em tempo esclarecemos que a rela o que estabelecemos entre a coloniza o de Lo
121. a a de objeto direto ii o objeto direto n o recebe Caso do verbo inacusativo Segundo a generaliza o de Burzio tanto os verbos transitivos quanto os intransitivos Cf Chomsky 1995 os intransitivos s o transitivos mascarados t m a capacidade de atribuir Caso acusativo contrariamente aos verbos inacusativos COELHO et alii 2006 217 apresentam como conclus o desse trabalho que a n o marca o da concord ncia atrelada aos tra os negativos de animacidade do SN e posposi o do sujeito pode ser considerada um dos crit rios para a identifica o de uma constru o inacusativa no PB Coelho et alii procuram estabelecer diferen as entre as constru es inacusativas e as intransitivas e definem como tra os distintivos entre essas constru es tr s quest es que entendemos podem servir para dispor em classes os cl ticos anaf ricos que estamos estudando a animacidade dos argumentos do verbo humano o tra o concord ncia entre os argumentos interno e externo e por fim a ordem dos constituintes SV VS Os dados de fala do banco Varsul que as autoras usam s o os que est o identificados com a sigla FLP que significa Florian polis 65 2 14 LIMA 2006 e as constru es com o pronome se Com vistas a analisar diacronicamente o pronome se LIMA 2006 prop e que a trajet ria desse pronome seja tratada como um processo de gramaticaliza o Elege como corpora desse trabalho te
122. a do ltimo no s culo XX vai no sentido da pr clise em geral e ao verbo principal nas locu es a mudan a do cl tico o vai no sentido da nclise Como exemplo de forma procl tica ao verbo citamos 163 e como exemplo de encl tica citamos 164 8 Notar que por considerarmos que casar verbo de dois argumentos tomamos como predica o intransitiva a que d somente o argumento externo ou o SN que desempenha a fun o sint tica de sujeito da frase cf Mattos e Silva 2006 ela casou Observar que em seguida no mesmo exemplo temos com dezoito anos que por ser adjunto e n o argumento do verbo casar n o indica predica o transitiva Contrariamente a com ela que por ser o outro argumento de casar o interno neste caso expresso por SPREP indica que casar foi empregado transitivamente 137 163 Da o pai veio se criou aqui e tudo n PBR01L0736 164 ele assim a gente sabe n est com sete anos de idade est veio pra Uni o da Vit ria a casoufse PBR16L0011 4 2 2 1 4 Pessoa do cl tico anaf rico Esta vari vel examina qual cl tico mais sens vel ao apagamento Al m de me te se nos codificamos com amp as ocorr ncias em que n o h concord ncia entre a pessoa do cl tico e a forma verbal ou o agente do processo verbal como 165 165 ent o n s duas n o se dava muito bem ela apagava o quadro com a minha cabe a IRTO3L0158 4 2 2 1 5 Pessoa do verbo C
123. a e sintaxe S o Paulo Contexto 2006 MATTOSO C MARA JR J Uma forma verbal portuguesa Estudo Estil stico gramatical Rio de Janeiro Livraria Acad mica 1956 Dicion rio de Filologia e Gram tica 2 ed refundida Rio de Janeiro Ozon editor 1964 MELLET S JOFFRE M D amp SERBAT Guy Grammaire fondamentale du Latin Le Signifi du verbe Paris Editions Peeters 1994 MENON Odete Pereira da Silva L indetermination du sujet dans le portugais du Br sil Universit de Paris VII 1989 _ Analyse sociolinguistique de Vind termination du sujet dans le portugais parl au Br sil a partir d s donn es du NURCA SP Tese de doutorado Universit de Paris VII Paris 1994 _ Considera es em torno do SE 1 SE passivo Revista Letras Curitiba Editora da UFPR N 41 42 p 171 193 1993 A indetermina o do sujeito no portugu s do Brasil NURC SP e VARSUL In VANDRESEN Paulino org Varia o Mudan a e Contato Lingii stico no Portugu s da Regi o Sul Pelotas EDUCAT 2006a p 125 167 236 E n o me fique gr vida Ou o caso do dativo tico In GORSKI Edair Maria COELHO Izete Lehmkuhl org Socioling stica e ensino contribui es para a forma o do professor de l ngua Florian polis Editora da UFSC 2006b MILANEZ W nia Recurso de Indetermina o do sujeito Disserta o de mestrado Unicamp Campinas 1982 MIOTO Carlos SILVA Maria Cristina Figueiredo
124. a identifica o de dois grupos de verbos psicol gicos na perspectiva do percurso hist rico dos mesmos 1 verbos que s admitem o experienciador na posi o de sujeito sint tico da ora o ex temer amar desejar etc Jo o teme Pedro por seu g nio violento 11 verbos que admitem o experienciador na posi o de objeto sint tico da ora o ex preocupar encantar humilhar apavorar Pedro assusta Jo o com seu g nio violento Para Madureira 2002 111 no segundo grupo est o os verbos que realizam a propriedade de ergativiza o conforme explica a seguir Para a autora esse o grupo mais produtivo porque nele est o os verbos que v o entrando para a l ngua ex grilar decepcionar Sobre esta classe de verbos psicol gicos MADUREIRA 2002 111 afirma A segunda classe constitui se dos verbos psicol gicos do tipo preocupar encantar humilhar apavorar que realizam seu experienciador na posi o de objeto sint tico da ora o conforme ilustrado em 62 enumera o nossa Mas como se pode observar a partir do exemplo citado em 62 os verbos que admitem o experienciador na posi o de objeto sint tico tamb m o admitem na posi o de sujeito Isto realizam a propriedade de ergativiza o podendo se estruturar com ou sem pronome conforme 63 62 Pedro assusta Jo o com seu g nio violento 63 Jo o se assusta com o g nio violento de Pedro MADUREIRA 2002 111 concluindo e
125. abe IRTO02L1302 Pois o cinema diz que fechou risos E n o sei acho que nem tem PBRO2L0545 O Bradesco abriu l ficou acho que uns seis sete meses e acabou fechando IRT21L1064 O tr nsito l pra cima modificou a j ficou ruim CTB23L0535 Bom tinha a pracinha na frente do cemit rio n Eu fui l quando uma semana depois que inaugurou CTB09LL1219 78 79 257 depois que a Rede abriu ali n o deu mais enchente CTB02L0258 Umal uma varicose que abriu na perna n Mas abriu na sola do p CTBO4L0985 ANEXO IV AMOSTRAGEM DE OCORR NCIAS DE HESITA O 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 1 12 13 14 15 16 17 18 19 20 N o eu a minha a minha realiza o Eu me lt real gt Eu sou um cara realizado CTB02L1031 Sempre p e mais esfor o e s vezes voc lt s gt faz melhor n est CTB03L0783 Voc voc sabe que n o que a gente lt ac gt se conformou e coisa A gente tamb m n o se uma coisa inexplic vel CTB04L0429 o resultado disso justamente isso a quer dizer a periferia vai se se vai aumentando em termos de de de local e em termos de de povo tamb m CTB05L0850 Qualquer um fala n mas na realidade trabalhar assim em favor do pr ximo pouca gente que se inint est CTB09L0224 Diferente a gente vive
126. ados Como os procedimentos acima descritos constituem etapas j vencidas pelo Projeto VARSUL n o precisamos nos ocupar dessas tarefas N s nos limitamos Imagine quelas relacionadas constitui o da nossa amostra 4 1 Constitui o da amostra Para constituir a nossa amostra percorremos as seguintes etapas l fizemos a leitura e o levantamento manual das entrevistas para coletar as ocorr ncias de me te se e nos em fun o anaf rica 2 simultaneamente primeira etapa coletamos as ocorr ncias em que se constitui categoria vazia sujeito e em que me te se e nos constituem categoria vazia objeto 3 reanalisamos os dados com vistas composi o de pares m nimos no sentido de MENON 19945 para verificar se em contexto sint tico id ntico e com o apagamento dos cl ticos em estudo se preservaria o mesmo significado referencial que dado com a presen a do cl tico 87 Ze z Ra AA Para Menon 1994 par m nimo se refere ocorr ncia em contexto id ntico das formas variantes em estudo 133 Em raz o principalmente da terceira etapa acima n s optamos por n o utilizar o 88 E aa ON programa interpretador Uma sele o autom tica das ocorr ncias de me te se e de nos nos privaria dos contextos de apagamento desses mesmos cl ticos Como as duas primeiras etapas acima foram desenvolvidas num primeiro momento sobre os dados de Curitiba julgamos sem maior rigor que s
127. af rico tal como 306 indic vamos que a op o do falante tinha sido pelo emprego do que chamamos de se universal 306 Ent o as meninas quando eu elas v em que eu come o a a se prolongar no assunto elas j caem na gargalhada CTB19L1046 Esses casos indicam que s o tr s as variantes em disputa em alguns contextos a forma padr o o vazio uma forma n o padr o o se universal Vejamos com quais verbos e pessoas essa nova variante ocorre Est o exclu dos dessa an lise os contextos de se indeterminador e os casos de se ergativo com sujeito gramatical animado onde me te nos n o co ocorrem 213 A tabela 22 abaixo traz o perfil social dos informantes que se utilizam da variante se universal Tabela 22 N meros absolutos dos Dados Sociais do falante que usa o se universal Localidade Sexo Faixa et ria Escolaridade M F A B P G C Curitiba 3 4 3 4 2 5 0 Londrina 6 5 4 7 5 3 3 Irati 11 4 9 6 5 5 5 Pato Branco J 5 7 5 5 4 3 Eis a distribui o por localidade 1 em Curitiba s o 7 informantes que em 12 realiza es usam o se universal com os pronomes sujeito eu e n s e com os verbos dar gostar conhecer encontrar etc Gi em Londrina s o 18 realiza es por 11 informantes e o combate tamb m entre as formas eu n s ou formas verbais can nicas representativas dessas pessoas e o se Os verbos envolvidos nesta batalha s o dentre outros separar
128. ais entre o norte o sul e o Tri ngulo mineiros Embora Lemle n o tenha considerado essas diferen as dialetais aponta que MG diferente do RJ 44 opaco no exerc cio da fun o anaf rica cf HOPPER amp TRAUGOTT 1993 o que constatamos sobre a senten a Pedro n o sabe queixar em 54 onde temos um verbo intransitivo sem marca de elemento anaf rico Mais complexo me parece o caso das formas n o pronominalizadas que correspondem a unidades lexicais distintas a interpreta o do sentido reflexivo n o fica mais dificultada como no caso de exprimir se exprimir e de comportar se comportar com a perda do conte do reflexivo do se 2 3 ZRIBI HERTZ 1986 e o se m dio em franc s moderno ZRIBI HERTZ 1986 230 associa a constru o se moyen a formas do tipo This book sells well que traduz do ingl s para o franc s como ce livre se vend bien Prop e em rela o a Ces livres se vendent que a h anteposi o do objeto e que o pronome se conforme a topicaliza o a seguir Ces livres je vends corresponde ao sujeito do processo verbal j que o franc s n o l ngua pro drop Sobre a senten a La porte est ferm e afirma que s o poss veis duas interpreta es i a de processo On ferme la porte ii a de propriedade La porte est en position ferm e A mim parece que Zribi Hertz 1986 associa o se m dio relativamente ao franc s ao que poder amos traduzir para o portugu s brasilei
129. ais ir se sair se e tornar se em outros contextos onde poderiam significar desaparecerimorrer obter xito desaparecer vir a ser transformar se respectivamente o que nos remete ao 23 fato de esses pronomes poderem deixar de ser usados no contexto de realce j que est o licenciando a constru o de novos sentidos ou melhor o seu uso j estaria implicando a especializa o do sentido de um verbo Vou me por exemplo n o estaria mais em rela o complementar com vou porque passaria a significar diferentemente ROCHA LIMA 1976 310 afirma que verbos tais como vestir ou vestir se enfileirar ou enfileirar se casar ou casar se passar ou passar se inclinar ou inclinar se recolher ou recolher se levantar ou levantar se podem ser empregados ora com a forma absoluta ora com pronome reflexo sem que o emprego do pronome implique altera o de sentido Diferentemente de Rocha Lima penso que os verbos casar e levantar particularmente t m altera o de sentido quando pronominalizados Cito ainda PEREIRA 1954 163 que afirma termos em 22 verbos neutros porque nem ativos nem passivos que s o aqueles que enunciam apenas um estado ou qualidade do sujeito que neste caso n o agente nem paciente tais como os verbos ser estar ficar viver morrer dormir cair 22 le se morre por laranjas De poesia se vive entre estes alde os le se foi embora Eu n o incluiria o
130. al estrita a uma ncora extremamente ampla situada no modelo de mundo textual Construiu se ent o o continuum acima que 5 i p 10 coloca num extremo o reflexivo e o rec proco e no outro O ergativo O 104 Como pretendemos revisitar as classes de se a partir do estudo de seu papel tem tico o que pode atender s sugest es de pesquisa futura e s recomenda es das professoras Izete Coelho e Maria Jos Foltran por ocasi o da defesa p blica desta tese optamos por deixar como est o gr fico 6 e tomar como ponto de partida para os novos trabalhos a pergunta que est a seguir o que an fora Alerto o leitor para o fato de que assim como est quase tudo pode ser an fora 105 O rec proco de Curitiba est aqui representado pelas suas 26 ocorr ncias dentre as quais as tr s que s o exclu das posteriormente com a decis o de que constituem contextos amb guos 185 indeterminador e o enf tico Naquele extremo o grupo conservador neste o inovador porque aqui est o os percentuais de aus ncia que significam tend ncia ao apagamento Do grupo conservador extra mos 239 que indica que mesmo as rela es anaf ricas mais diretas est o sendo contaminadas pela tend ncia ao apagamento em CTB 9 reflexivo 12 rec proco em LDN 4 rec proco 33 reflexivo 239 muitos acabam conhecendo namorando at se lt casan gt casando Que s vezes pessoas qu
131. alante pode compreender e ser compreendido j que ali que os enunciados se tornam claros e os significados s o constru dos Por isso formas e significados muitas vezes de dif cil alcance aos que est o fora de uma dada comunidade ling stica s o compreens veis no interior de uma comunidade de fala conforme lemos em MONTEIRO 2000 123 imposs vel compreender o desenvolvimento da mudan a ling stica fora da vida social da comunidade em que ocorre e em LABOV 1994 9 language is conceived here as the instrument of communication used by a speech community a commonly accepted system of associations between arbitrary forms and their meanings Ampliam se assim os dom nios das teorias j existentes aos fatores internos os de natureza ling stica somam se os fatores extralingii sticos de modo que tamb m se possa pensar na relev ncia do componente social da linguagem sobre o desempenho ling stico do indiv duo Assim para o estudo da frequ ncia de uso de uma variante s o considerados importantes n o s os fatores externos classe socioecon mica sexo etnia faixa et ria etc 128 como tamb m os fatores ling sticos Como descreveremos em 4 2 2 2 as vari veis sociais que consideramos para fins deste trabalho remeto o leitor para essa se o onde discuto as expectativas que tenho em rela o s vari veis faixa et ria grau de escolaridade sexo e localidade Mas e o que s o va
132. almente chamado de agente conforme Negr o et alii 2002 101 6 porque toda a o pressup e um agente N o seria o caso de pensarmos na anaforiza o nos moldes da discuss o proposta por Marcuschi 2005 ao tratar das an foras indiretas As an foras indiretas segundo MARCUSCHI 2005 60 s o exemplo de que uma estreita rela o conceitual ou associa es de algum tipo conhecimentos conceituais armazenados na mem ria e conhecimentos sem nticos lexicalizados podem n o retomar nem referenciar pontualizadamente algum item espec fico mas s o todas fruto de algum 7 NUNES 1990 162 registra que como se apassivador detematiza a posi o de sujeito satisfaz seus tra os anaf ricos grifo nosso sendo ligado por um expletivo em cadeia com o argumento interno ou pelo pr prio argumento interno al ado para a posi o de sujeito 110 tipo de infer ncia sem ntica lexical conceitual cognitiva ou processual textual cf Marcuschi 2005 82 Com 142 Marcuschi 2005 67 ilustra esse tipo de an fora 142 A Maria pretende casar no final do ano B e o que que ele faz Segundo Marcuschi esse exemplo se enquadra perfeitamente no grupo das an foras indiretas baseadas em pap is tem ticos dos verbos A leitura que esse autor faz a de que casar verbo que pode remeter ao argumento casar com algu m o que explicaria o uso de ele em 142 B Considerando se agora 143 notamo
133. amostras de realiza es de fala de habitantes enraizados em reas urbanas s cio representativas de cada um dos tr s estados da regi o Sul do Brasil O banco de dados VARSUL se constitui de 24 entrevistas por cidade do Paran Curitiba Londrina Pato Branco e Irati de Santa Catarina Florian polis Chapec Blumenau e Lages do Rio Grande do Sul Porto Alegre Flores da Cunha Panambi e S o Borja totalizando 96 entrevistas por Estado e 288 no acervo total A sele o dos informantes obedeceu aos seguintes crit rios i ter nascido preferencialmente na 130 localidade alvo da pesquisa 11 ter morado na localidade a maior parte de sua vida pelo menos 2 3 iii n o ter morado fora da regi o por mais de um ano no per odo da aquisi o da l ngua 2 a 12 anos iv ser pessoa representativa da localidade e ou que n o cause estranheza a outros moradores da regi o As vari veis sociais adotadas pelo Projeto s o sexo M F escolaridade PRI GIN SEG e idade A B Para a vari vel sexo foram selecionados de cada localidade 12 falantes mulheres e 12 falantes homens Sob a vari vel idade foram consideradas duas faixas et rias a A onde est o os indiv duos com idade entre 25 e 49 anos e a B onde est o aqueles com 50 anos ou mais Para cada faixa et ria por sua vez foram selecionados 12 informantes 6 homens e 6 mulheres A vari vel escolaridade compreende tr s n veis o prim rio de 4 a 5 anos de
134. amp KOCH 2001 TORRES et alii 2002 dentre outros autores pode ser reflexivo rec proco ou n o ergativo inerente ndice de espontaneidade apassivador indeterminador e m dio bem verdade que para fins deste trabalho chamamos o pronome se quando ndice de espontaneidade de enf tico e n o adotamos a classe de se m dio por motivos que procuramos expor nesse mesmo cap tulo Ainda no cap tulo 3 tratamos das hip teses de nossa pesquisa e do referencial te rico que as subsidia MONTEIRO 1994 MARCUSCHI 2005 GALVES 2001 e LABOV 1972 No cap tulo 4 descrevemos os procedimentos metodol gicos que adotamos constitui o da amostra codifica o das ocorr ncias procedimentos de contagem dificuldades de classifica o e dados exclu dos Por fim no cap tulo 5 apresentamos a an lise dos resultados que obtivemos nas quatro cidades do Projeto VARSUL que estamos estudando Curitiba Londrina Irati e Pato Branco Antes no entanto de considerar o objeto de estudo desta pesquisa gostaria de retomar a frase em 6 Conserta se rel gios que citada por PEREIRA 1954 331 e tamb m no livro did tico escrito por FARACO amp TEZZA 2002 59 onde serve de exemplo do que estes autores chamam de concord ncia vari vel em constru es com a palavra se Nesse livro did tico onde lemos uma cr tica Gram tica Tradicional no que diz respeito aos usos do se fica demonstrado que o padr o estipulado pelos co
135. an Portuguese VARSUL Project INTRODU O Um estranhamento inicial diante das seguintes realiza es de fala como em 1 2 e 3 me proporcionou as primeiras reflex es sobre o tema desta tese o pronome reflexivo se 1 Jo o forma no pr ximo per odo 2 Minha m e aposentou nova 3 Ele machucou e n o sabe como Com o ingresso no doutorado o contato com a Socioling stica e a participa o em congressos passo a escrever os primeiros textos sobre as formas que os verbos podem assumir para anunciar servi os do tipo aluga se forra se ou fa o vendo ou pintamos costuramos ou vende aluga As formas verbais seguidas de se e as conjugadas na primeira pessoa do singular ou do plural traduzem informa es sob a orienta o de uma gram tica tradicional pautada no modelo latino cl ssico e as constru es semelhantes a vende e aluga n o s o descritas pela grande maioria dos autores que seguem este modelo de gram tica Na verdade quando h refer ncias ao pronome se neste modelo de gram tica s o refer ncias voz passiva pronominal conforme 4 citado por CEGALLA 1977 141 ou indetermina o do sujeito conforme 5 citado por KURY 1997 38 Considerar BANDEIRA 2003 2004 2006 2 luz de Mattos e Silva 1989 estamos entendendo como Gram tica Tradicional a que se pauta principalmente nos estudos de Plat o V IV a C de Dion sio da Tr cia II a C de Varr o I a C
136. ando o pronome era empregado junto ao verbo impunha em rela o forma n o pronominalizada a constru o de um sentido que s dado a princ pio com a pronominaliza o O pronome se passa ent o a marcar a instaura o de um sentido j que n o estamos levando em conta a cren a de que verbos tenham que obrigatoriamente ser pronominalizados Para n s n o s o convincentes os coment rios que levam obrigatoriedade no uso de formas verbais pronominalizadas isto a no o que recobre o emprego de verbos essencialmente pronominais se constr i sob valores estil sticos cf Pereira 1954 ou de purismo gramatical cf Silvio Elia 1976 N o haveria assim segundo compreendemos por que obrigar que certos verbos tenham seu emprego nunca dissociado de um pronome da mesma pessoa do sujeito gramatical E isto o que prop e OLIVEIRA E SOUSA 1953 254 sobre o exemplo em 86 86 le arrependeu se 78 quando afirma que os verbos desses modelos s o transitivos directos empregados absolutamente isto atendendo se somente actividade em si N o h por m tal empr go quando o objecto el ptico facilmente se depreende do contexto ou de ser le habitual na constru o onde jaza oculto Movida por tal orienta o passamos a assumir que o contexto de se inerente aquele em que o pronome se instaura um sentido diferente da forma verbal n o pronominalizada Deste modo atribui se ao context
137. anto h regularidades no uso de formas ling sticas que podemos falar de padr es de comportamento ling stico de uma comunidade o que para LABOV 1972 3 corresponde gram tica da comunidade de fala e no dizer de MARCUSCHI 1998 328 imagem de norma expl cita na fala Ora a l ngua portuguesa n o nesse sentido diferente das demais n o escapa aos fen menos de varia o e de mudan a ling stica Esses fen menos s o objeto de estudo da Socioling stica ci ncia que leva em conta o fato de que n o se pode estudar uma l ngua ignorando se o contexto social hist rico geogr fico de sua realiza o Prova deste fato a dificuldade que eu tenho de compreender por exemplo qual valor teria a no o de voz passiva ou a de verbos absolutos em textos do portugu s do s culo XVI como o que est a seguir Os verbos impessoais da voz passiva acerca dos Latinos sempre denotam au o com generalidade de obrar e propriamente v m de t dolos verbos neutros ausolutos N s n o temos estes verbos mas quando fal mos per este modo tomamos o verbo em a terceira pessoa do n mero singular e este pronome da terceira pessoa se e reciprocando dizemos No pa o se pragueja fortemente Com estas palavras Jo o de Barros introduz em Gram tica da L ngua Portuguesa 1540 27 o tema Dos verbos impessoais Afirma que impessoal o verbo que se conjuga na terceira pessoa do singular e acompanhado do pronome
138. apagamento mas somente por esse conjunto de dados e ainda em termos percentuais n o vamos pensar na 200 maior fregii ncia como determinante para a op o aus ncia E depois na outra ponta no colegial n o temos a maior presen a muito pelo contr rio temos uma das menores 31 de presen a Os que mais freqiientaram a escola n o s o os que mais usam o cl tico N o poss vel afirmar que essa vari vel concorre para a supress o em estudo 5 5 Os resultados de Pato Branco A rodada inicial com os 869 dados de Pato Branco j sem os 32 de diz que e os 43 de infinitivo flexionado aponta knockout nos grupos Posi o do cl tico anaf rico e Pessoa do cl tico anaf rico Extra dos esses knockouts nova rodada com 865 dados indica que s o relevantes para o estudo dessa cidade os seguintes grupos de fatores Classes de cl ticos anaf ricos Sentido gen rico do verbo Predica o do verbo Sexo e Faixa Et ria 1 grupo Classes de cl ticos anaf ricos Em rela o s Classes de Cl ticos Anaf ricos consideremos a tabela 17 a seguir TABELA 17 TOTAL DE OCORR NCIAS DAS CLASSES DE CL TICOS ANAF RICOS EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Pato Branco PR CLASSES CL TICOS PRESEN A AUS NCIA TOTAL ANAF RICOS N PR N PR Rec proco 29 97 98 1 3 02 30 Apassivador 32 86 98 5 14 02 37 Reflexivo 59 97 91 2 3 08 61 Ergativo 96 62 62 59 38 38 155 Inerente 224 63 45 129 37 55
139. aqui pra um outro conjunto LDN 01L1067 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 01 02 03 04 05 258 Sei l a gente se se arrepia sabe de ver aquelas gra as maravilhosas LDNO3L0317 Que n o tem um encosto pra pessoa n se se acomodar LDN09L1344 Olha v rios v rios brinquedos brincava at tarde da noite n o tinha assim esse neg cio de de se como que diz agora n LDN11L0099 Tem um a iniciativa de pessoal n que antes trabalhava com a com a CEASA n produtores eles se sa ram da abandonaram a LDN18L0981 E o outro fez marcenaria se deu bem est lt se gt come ou trabalhar LDNI8L1290 Eles pegam at da locadora os filmes est pra se voc assistir um tel o grande l IRTO1L0607 E verdade voc v todo mundo quer fazer um bom neg cio tudo est est se se se sente bem quando conseguiu tapear algu m IRT05L0385 Hoje ou amanh voc tem necessidade de se lt comu gt de escrever alguma coisa de dizer de mandar um recado IRT11L0173 a educa o que deve se hes fazer mais emprenho nesse sentido IRT11L0248 ru do Ent o j tinha se meio se abandonado n IRT12L0839 Disse Eu n o vou ficar n o vou votar vou me lt jus gt vou justificar IRT15L0419 Eu acho que eles tinham que se por obriga o sabe IRT15L0676 A cidade vai crescendo
140. ar acabar passar e sumir conforme o exemplo 229 Os percentuais de apagamento do se enf tico apontam 64 de aus ncia para essa classe de cl tico mas essa distribui o quando relativizada indica que o se enf tico tem 47 de aus ncia o que entendemos como ind cios de que j h varia o nesta classe 229 Voc v s vezes o filho nasce vai casa vai embora CTBO1L0202 O se apassivador como 230 tem peso relativo de 63 de presen a mas n o est imune supress o 230 Esse meu cunhado que hoje est doente que caiu de cima de um paiolzinho que ele estava fazendo e bateu a cabe a e operou e ficou meio lel n CTB14L0597 O que nos parece que a tend ncia ao apagamento encabe ada pelos ses indeterminador e ergativo possivelmente relacionada n o indica o do agente da a o expressa pelo 177 verbo atinge tamb m a classe de se apassivador Se isso aceit vel entenda se como o que j foi proposto por BECHARA 2004 177 que por vezes usamos como sujeito gramatical um termo que n o o agente da a o expressa pelo verbo porque a nossa experi ncia sabe dizer quem pratica essa a o Ou como o que foi sugerido por d ALBUQUERQUE 1988 117 que podemos omitir o agente da a o expressa pelo verbo porque temos um modelo de omiss o j existente na l ngua as ora es de sujeito oculto e aquelas sem sujeito O se inerente com peso relativo de
141. as fitas CTB23L1298 N o soubemos como tratar do vazio nesses exemplos Se se tratava de um recurso de indetermina o com o verbo na terceira pessoa do plural V3PP conforme Menon 1994 Setti 1997 e Godoy 1999 ou se se tratava do apagamento de se apassivador como definimos acima Recuperamos todas as realiza es do tipo em 170 e as exclu mos 170 Se constru ram vinte mil trinta mil casas populares s que esqueceram da estrutura de emprego era pequena est LDN16L0979 145 Os casos de se apassivador a que faremos refer ncia ao longo da an lise dos resultados s o como o exemplo em 171 171 Tive duas h rnias e operei PBR05L0399 e assumimos como tra os distintivos entre o se inerente e o se ergativo os que apresentamos em 4 4 a seguir f exclu mos os casos que descreveremos em 4 5 4 4 Dificuldades de classificar o se Descritas as classes de cl ticos e definidas as hip teses norteadoras deste trabalho ocupamo nos do levantamento dos dados e por conseguinte da classifica o de cada se me te nos considerando que uma forma como encontrar se em 172 e 173 poderia licenciar na rela o com seus argumentos a produ o de mais de um sentido Durante esse exerc cio o de caracterizar cada classe de cl tico sentimos algumas dificuldades como as que explicitamos a seguir 172 depende das condi es que se encontra n V 0 se est muito danif
142. as que seriam exercidas por esses pronomes tampouco quanto natureza dos verbos que se pronominalizam Mostrou tamb m que os trabalhos realizados com a l ngua escrita em textos do portugu s brasileiro do per odo entre os s culos XIV e XX e com a l ngua falada em algumas regi es de Minas Gerais do Rio de Janeiro de S o Paulo e de Porto Alegre apontam uma tend ncia a de apagamento dos cl ticos anaf ricos no portugu s brasileiro Como a expectativa de que essa tend ncia tamb m se observasse nas quatro cidades do Paran do Projeto Varsul Curitiba Londrina Irati e Pato Branco se confirmou com a constitui o do corpus deste trabalho definimos as nossas hip teses iniciais que a seguir apresentamos com a sua justificativa te rica 3 2 1 Hip teses de natureza lingii stica S o duas as hip teses de natureza ling stica que formulamos em torno do apagamento de SE 117 l a de que verbos pronominalizados tendem a ser empregados intransitivamente favorecendo o apagamento de seus argumentos internos 2 a de que me te se e nos tendem a sofrer apagamento nas fun es sujeito esta exclusiva do se e objeto constituindo se em categorias vazias de interpreta o anaf rica Em rela o tend ncia ao uso intransitivo das formas verbais LUFT 2000 13 14 afirma sobre a frase em 149 que a estava em jogo t o s a a o por indetermina o dos complementos o verbo transitivo surge como
143. asse idiossincraticamente definida assim que Nunes 1995 205 qualifica o se inerente refere se ao cl tico que a gram tica tradicional considera fossilizado junto a um verbo essencialmente pronominal Em nota Nunes 1995 238 remete o leitor a Nunes 1990 1991 onde tratou da evolu o de constru es com os cl ticos se apassivador se indeterminador e se m dio no portugu s brasileiro e assim justifica o fato de n o ter tratado desses cl ticos em Nunes 1995 Ainda o famigerado se Nunes conclui sobre exemplos do tipo Ele se chama Jo o e Ontem eu me levantei bem tarde que m E ses 39 1 no s culo XVII tem se o pico de supress o de se enf tico reflexivo e ergativo 11 tend ncia geral um crescente favorecimento supress o do cl tico anaf rico 3 N o parecem contradit rias as afirma es sobre a supress o do se ergativo em i e iii 52 iii apesar de a tend ncia geral a partir do s culo XIX ser de aumento da supress o de se ergativo as grades tem ticas devem estar sofrendo influ ncia de itens lexicais isolados iv os verbos de estado s o os mais conservadores em rela o supress o de cl tico anaf rico v quanto supress o de cl ticos anaf ricos no portugu s brasileiro os dados demonstram que essa mudan a em curso sens vel ao tipo de cl tico anaf rico ao tipo de verbo a que o cl tico est associado e grade
144. b com 50 anos ou mais depend N N Presen a 182 57 131 44 Aus ncia 137 43 167 56 TOTAL 319 298 Sabemos que sozinhos os ndices percentuais n o nos permitem afirmar que essa ou aquela vari vel seja respons vel pelas tend ncias de uso Entretanto a distribui o das ocorr ncias dentre de cada um dos grupos a mais jovens b mais velhos me possibilita algumas reflex es em torno do comportamento da vari vel faixa et ria do informante Notamos que os valores percentuais das op es presen a aus ncia est o invertidos enquanto 57 representam presen a na primeira faixa et ria 56 representam aus ncia na segunda Do mesmo modo enquanto 43 traduzem numericamente o percentual de aus ncia na faixa mais jovem 44 traduzem presen a na faixa dos mais velhos Com reserva me proponho a ousadia de afirmar que o comportamento dos mais jovens vai em dire o ao uso e o dos mais velhos ao n o uso Estes da segunda faixa et ria sendo os mais velhos de Londrina possivelmente sejam mais mineiros que os da primeira faixa et ria considerada pelo projeto Em se considerando a ocupa o mineiro paulista de Londrina dif cil n o relacionar a supress o de cl ticos anaf ricos faixa et ria dos mais velhos conforme os resultados de VEADO 1982 para Minas Gerais Levar em conta que sobre Minas poss vel afirmar que h regularidade na mudan a j operada ali 190 TABELA 12 TOTAL DE OCORR NCIAS DA
145. bjecto el ptico de le arrependeu se conforme OLIVEIRA E SOUSA 1953 254 e do objeto direto n o l gico natural mas metaf rico figurado para efeito expressivo de Ele se riu conforme LUFT 2000 12 Assim exce o do indeterminador estariam estariam todos os demais anaf ricos na fun o objeto vejam se os dados que exclu mos Se isso aceit vel poder amos refletir sobre mais uma quest o Para tal reconsideremos CYRINO 1996 165 sobre 152 p gina 118 desta tese 152 A empregada colocou os livros na estante Sim ela colocou 0 Vejamos agora 331 a 333 que extra mos do corpus desta tese 331 E e eles se conheceram aqui F Conheceram PBR02L0014 332 teve uma poca a o povo revoltou saiu na rua querendo cortar os derrubar os postes LDN23L0104 11 Tratando de cl ticos que n o funcionam como complementos MONTEIRO 1994 100 afirma que o assunto pelo que pudemos pesquisar n o foi ainda explorado em suas m ltiplas facetas sobretudo em fun o das particularidades que nesse aspecto a l ngua portuguesa pode oferecer Vejamos De acordo com o dicion rio Oxford Escolar 2004 227 e 24 uma senten a como Pare de se queixar corresponde a Stop complaining e uma senten a como Eu me arrependo de ter dito isso corresponde a I regret saying it 226 333 E eu me assustei tanto eu estava dormindo n assustei tanto que sei l eu comecei a gritar n
146. bo casar por exemplo pode figurar tanto entre os verbos reflexivos quanto entre os rec procos p 103 Considerados os resultados de Manhua u MG e os do Rio de Janeiro d Albuquerque 1988 114 conclui o fen meno do desaparecimento dos cl ticos existe e mostrou se num n vel mais adiantado em Minas Gerais na cidade de Manhua u do que no Rio de Janeiro O trabalho de d Albuquerque 1988 por esse resultado mais um que assim como o de Veado 1982 e o de Lemle 1985 aponta para a regularidade na mudan a j operada em MG no que diz respeito supress o de cl ticos anaf ricos 2 5 MENON 1994 e a indetermina o do sujeito no portugu s do Brasil NURC SP Para tratar da indetermina o do sujeito entendida como a indetermina o do referente MENON 1994 demonstra que existem mais formas de indeterminar o sujeito no Portugu s do Brasil PB que as apontadas pela Gram tica Tradicional GT Com um corpus constitu do por 68 entrevistas do Projeto NURC SP MENON 1994 135 138 registra 12 variantes da indetermina o que s o a gente eles eu FNs formas nominais n s se voc voc s VPSA voz passiva sem agente VPASSINT voz passiva sint tica 48 V3PS verbo na terceira pessoa do singular e V3PP verbo na 3 pessoa do plural Dentre os recursos para indeterminar estudados pela autora destacamos a forma V3PS que se pode ler por verbo na 3 pessoa do singular sem s
147. bo na voz ativa se adjunge um pronome adverbial tono referente pessoa do sujeito e cita como exemplos dessa voz os que est o em 15 15 eu me feri tu te feriste ele se feriu 17 Nenhum dos autores anteriormente citados diz literalmente que no contexto dos exemplos sugeridos o se possa chamar se reflexivo Ou fazem refer ncia voz do verbo reflexiva m dia ou ao contexto de reflexividade N o dizem claramente o que podemos entender por reflexividade nem analisam formas verbais pronominalizadas que podem se acompanhar de pronome obl quo tono sem que signifiquem reflexiviza o nos termos dados pelo latim cl ssico Enfim aqui parece haver confus o entre a a o de pronominalizar verbos e a reflexiviza o do processo verbal CEGALLA 1977 141 dentre os autores consultados o que em nota registra que a maioria dos autores atribui sentido reflexo a verbos que designam sentimentos como queixar se alegrar se arrepender se zangar se indignar se etc que a rigor n o passam de verbos meramente pronominais A prova de que n o s o reflexivos que n o se pode dizer por exemplo zango me a mim mesmo Cegalla distingue portanto a no o de reflexividade ainda que n o a explique claramente da no o de pronominaliza o de formas verbais Registremos finalmente a classifica o que TORRINHA 1934 139 140 prop e para as vozes verbais Diz esse autor que a voz pode
148. boram os de d ALBUQUERQUE 1988 119 que por sua vez apontam a alta taxa de presen a dos cl ticos nos verbos rec procos S o exemplos do contexto de se rec proco em Irati os que citamos em 262 e 263 262 meu pai era assim de fam lia at de sangue azul que veio da Pol nia sabe E a minha m e filha de colono sabe Mas se acharam n acharam se entenderam e se casaram n IRT12L0004 263 Principalmente cidadezinha do interior que todo mundo se conhece n est IRT18L0519 A interpreta o da categoria vazia objeto me muito dif cil principalmente quanto aos sentidos reflexivo e rec proco Se interpretei corretamente os 5 vazios de sentido rec proco de Irati essa cidade passa a ser a que tem maior peso relativo de aus ncia desse sentido 36 como o exemplo 264 264 Agora eles v o no Parque Aqu tico assim eles encontram nos bailes assim est n IRT14L0719 Com esses exemplos e com dados do se reflexivo que nessa cidade n o foram selecionados porque t m resultado categ rico 100 de presen a voltamo nos no o de continuum anaf rico descrita por MASCUSCHI 2005 78 segundo a qual a rela o referencial implica um movimento de um p lo ou extremo de um cont nuo a outro isto as an foras tanto podem ser expressas por liames mais formais com elementos antecedentes quanto podem introduzir referentes novos com base em ncoras cotextua
149. bre esse emprego constatamos que o uso da preposi o de para pra e a ordena o dos elementos da frase podem promover ora o apagamento ora a realiza o do se 91 conforme 111 e 112 Sobre a tend ncia de um deque smo por ultracorre o considerar MENON 1994 184 2006 144 a respeito de ocorr ncias como 111 e 112 111 mas olha era t o gostoso de morar aqui CTB14L0165 112 A gente queria sair porque um mato n Praticamente n o tinha nada Mas ele n o que aqui era trangiiilo era gostoso de se morar tal CTB12L0052 3 1 6 Descri o de se ergativo O se ergativo de acordo com NUNES 1995 204 constitui um operador lexical que detematiza a posi o do sujeito de verbos transitivos A ergativiza o seria ent o uma propriedade em que o sujeito sint tico de uma ora o interpretado como tema Tema ou paciente o papel tem tico atribu do a um argumento que representa a entidade que sofre o efeito de alguma a o cf MIOTO et alii 2004 126 Como exemplo dessa propriedade PERINI 2005 cita o exemplo que est em 113 e sobre esse exemplo diz que a interpreta o que ali temos a de que os alunos s o a entidade que sofre o susto e que por isso a constru o se chama ergativa por atribuir ao sujeito o papel sem ntico de tema 113 Os alunos assustaram Para CAN ADO 2003 108 um exemplo como 114 chama se perspectiva ergativa O vaso correspo
150. ce con los verbos reflexivos puros absorben un argumento interno mientras que el se medio el se pasivo y el se ergativo o incoativo absorben un argumento externo sic 69 absorve argumento interno exerce papel tem tico possivelmente de paciente N o encontramos portanto dentre os trabalhos pesquisados id ias contr rias de Nishida 1994 no que diz respeito absor o de argumento interno pelo se nos casos de se reflexivo e de se rec proco No caso do se inerente entretanto duas s o as formas de tratar o se nesse contexto em rela o ao fato de ser ou n o argumento do verbo e de por conseguinte receber ou n o papel tem tico Nishida 1994 apud Torres et alii 2002 diz que se inerente absorve argumento interno mas n o informa qual papel tem tico assumiria nesse contexto J CYRINO 2000 afirma que o se num exemplo como o que analisamos em 94 Jo o casou n o argumento interno do verbo casar o se seria portanto tem tico Uma abordagem gerativista sobre o se inerente n o pois consensual quanto possibilidade de o se ser ou n o argumento interno de verbos como casar se separar se mudar se formar se queixar se arrepender se Para d ALBUQUERQUE 1988 119 esse se apreendido por pura memoriza o refere se ao se dos verbos reflexivos inerentes casar se sentir se mudar se por exemplo aos quais a autora d o mesmo tratamento sint tico que assume e
151. ciamos H entretanto aqueles grupos que embora n o expressem valores estatisticamente significativos d o ind cios de como est o se comportando as advers rias ou variantes e de que armas ou grupos de fatores est o se utilizando para se manter vivinhas no campo de batalha Apresentamos ent o a seguir como est distribu da a nossa amostra em termos percentuais e o que pode indicar essa distribui o nos seguintes grupos de fatores levando se em conta o conjunto dos dados das quatro cidades em estudo predica o do verbo animacidade do sujeito gramatical sentido gen rico do verbo sexo faixa et ria e escolaridade 168 Gr fico 3 TOTAL DE OCORR NCIAS DE PREDICA O DO VERBO EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE no estado do Paran Uso Intransitivo no estado do Paran AS Presen a Aus ncia gt 48 52 De posse somente dos percentuais e n o dos pesos relativos pouco podemos afirmar sobre o comportamento de SE e a predica o do verbo que com ele empregado Na aprecia o de cada uma das cidades os percentuais de aus ncia e de presen a quanto ao uso intransitivo por exemplo expressam valores muito pr ximos 169 Gr fico 4 A vari vel Animacidade do sujeito gramatical em fun o da vari vel dependente Animacidade do sujeito gramatical O Presen a E Aus ncia animado animado Sobre um total de 3829 dados 3426 t m sujeito gramatical de tra o animado Destes 3
152. com essa breve reflex o que era ampliar a no o de an fora para al m dos contextos do se reflexivo e do se rec proco penso que tarefa cumprida para os limites deste trabalho mas ainda inicial se consideramos as seguintes quest es i o que prop e GALVES 2001 261 sobre a externalidade do sujeito no portugu s brasileiro ii as reflex es de ILARI et alii 1996 134 150 em torno das condi es de vincula o que regem os elementos anaf ricos e a interpreta o de sujeitos vazios iii as discuss es a respeito da situa o discursiva e a fun o de sujeito ou de objeto que pode ser fonologicamente nula cf CYRINO 1999 614 MONTEIRO 1994 64 65 iv os estudos de NUNES 1995 204 207 e a refer ncia a sete classes de cl ticos anaf ricos se reflexivo rec proco ou n o se ergativo se inerente se ndice de espontaneidade se apassivador se indeterminador e se m dio 115 v a no o de an fora postulada por APOTH LOZ 1995 e a no o de an foras indiretas baseadas em pap is tem ticos dos verbos desenvolvida por MARCUSCHI 2005 61 91 Esses s o portanto n o t o conclusivo assim permanece piscando a pergunta em torno do se indeterminador e a anaforiza o os pressupostos te ricos que nos permitem pensar em sete classes de cl ticos anaf ricos como uma unidade tem tica S o cl ticos anaf ricos porque fundamentalmente a no o de antecedente pode ser ampliada e
153. comprar um neg cio um objeto essas coisas que estraga qualquer coisa ele vai se ter inc modo CTB17L0317 4 5 3 Os casos de se apassivador como 186 conforme explicitamos em 5 3 Procedimentos de Contagem 186 na poca n onde se vivia se vendiam livros materiais escolares enfim IRTO8LO132 151 4 5 4 Os casos de se indeterminador como 187 com verbo transitivo direto no plural V3PP e o sintagma nominal p s verbal no singular N o encontramos nenhum caso com essa estrutura O se 187 e ent o compram carne n no mercado n IRT14L1120 4 5 5 Os contextos de hipercorre o Quando classific vamos os dados de Curitiba n s nos deparamos com realiza es de fala como 188 e 189 Essas realiza es parecem indicar que ali o uso do pronome implica o envolvimento do sujeito em rela o a o expressa pelo verbo possivelmente como um dativo de interesse aquele mediante o qual se indica de maneira secund ria a quem aproveita ou prejudica a a o verbal cf BECHARA 2004 424 188 Ah l ele tirafse tudo a roupa e sabe e pronto CTB18L0581 189 E est na guarda municipal n onde que ele tira seu vencimento pra poder se sustentar a faculdade n CTB15L0975 Para o Italiano SALVI amp VANELLI 1992 16 afirmam sobre o exemplo em 190 que o uso do reflexivo como benefactivo indica somente a participa o intensa do sujeito na a o
154. conforme os exemplos em 34 34 Tamb m se morre de amor Obede a se s prescri es Nunca se excessivamente bom De uma hora pra outra se est no oco do mundo J Almeida Esta constru o de acordo com Kury 1997 era inadeguadamente chamada segundo a tradi o da gram tica latina de passiva impessoal passiva porque constru da luz da forma da passiva pronominal mas sem sujeito determinado e impessoal porque desprovida de sujeito conforme MATTOSO C MARA 1964 267 que prop e como ent o falta um paciente para ser sujeito o verbo fica sem sujeito ou impessoal Entendo que o fato de a ora o n o ter sujeito claro expl cito n o significa que o sujeito n o exista Tanto assim que existem discuss es cf CARNEIRO RIBEIRO 1890 CARRETER 1963 MENON 1994 em torno das diferen as entre impessoal e indeterminado entre indefini o e indetermina o A mim parece que em rela o a esse contexto o da indetermina o que a Gram tica Tradicional revela maior dificuldade de explicar a fun o que seria exercida pelo se da a confus o que se estabeleceu entre ndice e pronome e o termo a que se refere a 34 n o determina o se a indetermina o do sujeito gramatical se do agente se de ambos 1 3 Contradi es na classifica o do se N o h consenso entre os gram ticos de l ngua portuguesa quanto s fun es sint ticas que o pronome se pode exercer A
155. considerado como argumento do verbo Essa discuss o me remete enfim a uma segunda generaliza o tamb m proposta por d ALBUQUERQUE 1988 116 que n o considera o tra o argumental para tratar do se se o objeto direto reflexivo em verbos acidentalmente pronominais pode ser omitido passa a ser omitido tamb m nos essencialmente pronominais o que segundo me parece corresponde ao que MADUREIRA 2002 120 chama de recurso de simetria do sistema sint tico E ROCHA LIMA 1976 309 de analogia p 20 desta tese Reconsideremos a pergunta mas e nos casos em que os anaf ricos n o correspondem a objetos sint ticos como s o todos os demais contextos em estudo exce o do reflexivo e do rec proco luz dessa discuss o em torno do estatuto sint tico do se entendemos que assumir uma ou outra posi o n o modifica o tratamento que podemos dar ao vazio dos contextos de se inerente de se ergativo de se enf tico e de se 124 E 84 s ES A a E E apassivador considerando se a varia o existente entre a op o nulo vs lexicalizado o de objeto nulo Nesses casos nos parece que o v nculo anaf rico se estabelece possivelmente pelo que MARCUSCHI 2005 67 chama de dom nios referenciais como explicitamos acima Esses dom nios exigiriam estrat gias cognitivas fundadas em diversos conhecimentos dentre os quais os pap is tem ticos dos verbos cf Marcushi 2005 61 62 As an
156. corr ncia as realiza es de fala como 284 n o tenham refletido um uso relevante estatisticamente 284 quando eu comecei me envolver com a pol tica com votar e tudo eu fiquei entusiasmada mas depois eu desanimei um pouco n PBR06L0562 Nos casos em que o sujeito animado vemos formas como 285 sem a realiza o do cl tico anaf rico e vemos tamb m a mesma hesita o constatada em 283 e que se repete em 286 e 287 285 Pois o cinema diz que fechou risos E N o sei acho que nem tem PBR02L0545 286 uma uma regi o muito rica em agricultura n se desenvolveu Desenvolveu bastante e PBR23L0013 287 a cidade custou mas depois foi se desenvolvendo foi desenvolvendo PBR19L0277 No que diz respeito ao se inerente constatamos tamb m um comportamento diferenciado de Pato Branco em rela o s demais cidades do Paran Enquanto Pato Branco favorece o apagamento de se inerente 55 de aus ncia as cidades de Irati 24 de aus ncia e Curitiba 34 de aus ncia tendem a preserv lo Lembrar que sobre Londrina s temos os percentuais que neste caso representam 48 de aus ncia poss vel que dois aspectos expliquem o porqu desse comportamento de Pato Branco 205 1 a perda da no o de verbos essencialmente pronominais tal como 288 e 289 288 Hoje quase todos os filhos de Pato Branco vieram solteiros foram sabe for
157. daquilo a pessoa n o vive CTB11L0864 eu eu acho que n que voc n o preocupa impedimento sai bastante gol LDNI19L0292 Eles s lt pre gt preocuparam de perguntar quem que estava hes no telefone LDN20L0318 Eu n o preocupo com o que as pessoas acham ou deixam de achar IRT18L0543 Se interessar eu interessei Mas oportunidade nunca tive e tempo tamb m nunca tive pra fazer um curso inint CTB11L0918 Eu de noite fico bem desesperada n Eu a gente se incomoda muito CTB18L0731 porque ningu m est incomodando com incomoda s com eles mesmos n LDN20L1237 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 255 Eu comecei me lt de gt me desesperar n CTB18L1443 eles n o lt s gt se n o eles n o se contentam as crian as hoje em Idial CTB2210144 E da a gente foi ficando ficando que a gente acostumou est e estamos at hoje CTB12L0052 Ent o a gente acostuma com esse nibus n CTB12L0091 Ent o n o vai ser t o f cil mas eu acho que a gente acostuma n IRTO4L0105 Eu depois eu me afastei completamente hes do assunto n queria estudar CTB02L0330 Quase todos eles se afastam n o N o sei o que que CTB21L1251 Tiveram uma encrenca grande com a rapazeada daq
158. das as entrevistas as fitas originais eram copiadas para que se fizesse a transcri o dos dados em tr s linhas na primeira o registro da sintaxe real da fala dos informantes na segunda o registro das pausas e de aspectos fon ticos na terceira o registro da classifica o morfossint tica e da marca o de aspectos pros dicos Transcri o conclu da inicia se a etapa de digita o dos dados das entrevistas em editor de texto especialmente desenvolvido pela empresa Engesis para o Projeto VARSUL Com a digita o dos dados todo o conte do das entrevistas foi impresso encadernado e colocado disposi o de pesquisadores segundo as normas de acesso de cada uma das cidades que comp em o Projeto Eis o corpus de onde prov m os nossos dados A seguir comentamos o modo como constitu mos a nossa amostra luz do tratamento previsto pela socioling stica quantitativa de Labov 1972 que consiste na rela o entre l ngua e sociedade e na possibilidade virtual e real de se sistematizar a varia o existente e pr pria da l ngua falada cf Tarallo 2005 7 132 CAP TULO 4 Metodologia Uma pesquisa socioling stica de base laboviana tem por rigor metodol gico o cuidado de observar os seguintes procedimentos i coleta de dados reais com uma sele o pr via dos informantes seguida da transcri o desses dados e do estabelecimento das variantes ii codifica o digita o e quantifica o dos d
159. das mulheres n o expresse prefer ncia pelo uso de uma ou de outra forma De qualquer modo considerarei o que Labov 1991 prop e quando em situa o de varia o est vel as mulheres que t m demonstrado prefer ncia pelo uso das formas de prest gio a presen a do pronome no caso deste trabalho e nos casos de mudan a ling stica as mulheres que seriam inovadoras e respons veis pela propaga o da variante n o padr o quer seja a aus ncia nesta tese 4 2 2 2 4 Localidade Como fato inquestion vel a diversidade regional do portugu s do Brasil cf MONTEIRO 1994 142 pretendemos com esta vari vel saber em que medida ocorre nas localidades em estudo a altern ncia nulo vs lexicalizado de me te se e nos Interessa nos com essa vari vel poder desenhar aspectos da varia o que se n o s o particulares a uma dada cidade a aproximam mais de uma do que de outra MADUREIRA 2002 112 afirma que no portugu s brasileiro o uso n o uso da forma pronominal parece submeter se a fatores dialetais caracterizando se como caso de varia o ling stica geogr fica a exemplo do que ela diz acontecer em Minas Gerais em Minas Gerais a realiza o n o pronominal Jo o assusta aceit vel apesar de amb gua j na regi o sul do Brasil apenas a pronominal Jo o assusta se parece ser aceit vel Em nota Madureira registra que durante a apresenta o de trabalho na VII Semana de Letras e
160. de n o h como express o de se apassivador um exemplo como 276 onde se e concord ncia cumprem o que prescrito pela Gram tica Tradicional no que diz respeito a essa no o Os poucos casos de concord ncia e se s o interpretados como de se indeterminador como 277 276 pra n o fazer tanta transa o vai dolarizar mais ainda a economia e v o se evitar os bancos IRTO5L0920 277 mas porque hoje um vereador n o gosta outro vereador n o quer e ent o se acerta muitas coisas PBR16L0792 203 O que interpretei como express o do se apassivador s o as ocorr ncias com os verbos criar se crismar se batizar se operar se consultar se vacinar se e eleger se como o exemplo em 278 278 a minha prima levou pra se vacinar e ele tomou duas doses da vacina PBR15L0544 Ainda sobre o sentido passivo de formas verbais pronominalizadas citamos os dados a seguir para suscitar reflex o em torno de uma perspectiva de fala que ora lan a m o de uma forma anal tica como 279 ora de uma forma sint tica ou pronominal como 280 ora de uma forma intransitiva como 281 todas para construir um mesmo contexto o de passividade 279 Eu por exemplo fui operado do ap ndice PBR19L0449 280 E pretendo me operar logo que eu n o quero mais PBR05L0205 281 tive duas h rnias e operei PBRO5L0399 O se ergativo que em Pato Branco corresponde a 38 de aus ncia tem u
161. de Wherli 1986 o al ergative se de Burzio 1986 O termo incoativo n s o encontramos tamb m em CUNHA amp CINTRA 1985 128 129 incluem se naturalmente entre os verbos que evocam um estado ou melhor uma mudan a de estado os incoativos como adoecer emagrecer empalidecer equivalentes a ficar doente ficar magro ficar p lido Se tomamos por incoativas as constru es em 113 e 114 por exemplo temos que poder propor equival ncias aos verbos assustaram e quebrou A assustaram corresponderia ficaram 68 Em MADUREIRA 2002 110 lemos em lugar de tema a forma experienciador E em CAN ADO 2002 a forma benefici rio 93 assustados e a quebrou corresponderia ficou quebrado formas que me parecem gramaticalmente aceit veis Referindo se a constru es ergativas VILELA amp KOCH 2001 78 afirmam que h um grupo de verbos tradicionalmente designados como causativos ou factitivos em que o verdadeiro Agente ou executor est ausente que admitem dois tipos de constru o i uma constru o transitiva a causativa ou constru o bivalente tal como em 119 ii uma constru o intransitiva designada tamb m como ergativa pelo fato de o sujeito ser originariamente um complemento direto tal como em 120 119 O Jo o construiu uma casa mandou construir 120 O sol seca a roupa A roupa seca ao sol Para Vilela amp Koch a constru o ergativa uma constr
162. di que segundo Negr o et alii existem verbos que podem ter realiza o monoargumental em que o objeto direto passa a ocupar a posi o pr verbal ou seja a do sujeito gramatical aceitando se SVO como a ordem can nica do portugu s do Brasil Nas palavras de TORRES et alii 2002 376 a que fizemos refer ncia em 2 10 el tema ocupa la posici n de sujeto y aparece em posici n pre verbal O que me causa estranhamento o fato de os autores n o considerarem gramaticais algumas das frases em 67 Para mim o feij o planta f cil por exemplo gramatical e seria um caso de voz m dia por expressar uma propriedade do feij o Me vem agora o conjunto de dados de Veado 1982 49 como o exemplo em 51 Compra banha io farinha essas coisas assim que diz respeito ao uso do se indeterminado com verbos transitivos diretos Na verdade ao apagamento Quando comparo o dado 51 com a frase O apartamento vende em 67 citada por Negr o et alii 61 2002 105 considero o tempo e o significado dos verbos comprar e vender a ordem dos termos das duas ora es e me pergunto sobre os motivos da agramaticalidade de uma das frases e tamb m sobre a apresenta o monoargumental de algumas formas verbais suficiente por exemplo que a posi o pr verbal melhor que a posi o de sujeito gramatical possa ser ocupada pelo objeto direto para que n o se fale mais em contexto de indetermina o mas de ergativiz
163. dimento metodol gico Desta forma tomar O copo partiu se como exemplo da perspectiva ergativa n o significa desconsiderar que ali h indetermina o do agente at porque a indetermina o do agente comum ao contexto ergativo e ao contexto de indetermina o mas significa associar esse aspecto da indetermina o do agente cf CAN ADO 2002 120 ao da agentiviza o do sujeito gramatical de tra o animado Para mim 176 a seguir seria ergativo porque varicose tema em posi o de sujeito gramatical e 1777 seria indeterminador porque a posi o de sujeito gramatical corresponde a um vazio que poderia alternar com o se indeterminador Dabriu se abriu As quest es de ordem j tratadas por MENON 1989 30 s o um bom tema para um pr ximo trabalho 176 Uma uma uma varicose que abriu na perna n Mas abriu na sola do p CTB04L0985 177 Da ent o de repente abriu uma uma casa de verdura abriu uma sapataria e CTBO5LO146 Uma segunda dificuldade a de distinguir o se inerente do se ergativo nos casos em que o pronome comp e com o verbo uma locu o constitu da de verbo pronominalizado preposi o e o sujeito experienciador tal como lemos em 178 e em 179 178 enfim isso e faz com que E e faz com que a pessoa v o se desanimando n CTBO3L0837 gt Para Can ado 2002 120 a propriedade sem ntica que restringe a indetermina o a de ser animado
164. dos verbos essencialmente pronominais N o 22 est o claras as raz es dessa classifica o nem quanto s caracter sticas dos verbos de que se exigiria a pronominaliza o nem quanto s fun es do se nesse contexto 1 2 4 Pronome de valor expletivo ou de realce O pronome se com valor expletivo de acordo com CEGALLA 1977 361 transmite a o verbal mais vigor nfase ou certa espontaneidade Para Cegalla o se nos exemplos em 20 n o tem valor gramatical mas estil stico e n o exerce fun o sint tica 20 As mo as sorriram se agradecidas Vai se a primeira pomba despertada O infeliz africano morria se de medo Considerando se os exemplos em 20 observamos que mesmo sem o emprego do se O processo verbal parece n o sofrer altera o no seu sentido b sico O que para OLIVEIRA E SOUSA 1953 266 acerca dos exemplos em 21 nossa numera o significa que junto a verbo intransitivo o pronome reflexivo se converte em part cula exprimidora de ac o concentrada no sujeito 21 Vou embora ou vou me embora Eu me sa e me fui embarcar Aconteceu se que a velha ama era natural desta terra Tornei me l vinte anos depois Os exemplos em 20 e 21 nos mostram que me e se n o promovem naqueles contextos a constru o de um sentido que torne distintos ir e ir se sair e sair se tornar e tornar se por exemplo Podemos entretanto facilmente inserir as formas verb
165. e 32 dados Como exemplo dessa classe citamos 273 onde o conte do sem ntico da indetermina o se constr i ora com o se ora sem ele 273 Ent o gado dificilmente se matava porque n o existia freezer n o tinha energia el trica n o tinha Ent o se por exemplo carneava um porco n Matava um porco e cozinhava toda a carne junto com a banha e depois conforme se ia 202 precisando voc ia ia tirando n Ia cozinhando pra voc fazer o almo o e tal PBR17L0126 Essa tabela mostra tamb m que os cl ticos menos sens veis ao apagamento s o o rec proco 02 de aus ncia o reflexivo 08 de aus ncia e o apassivador 02 de aus ncia Os pesos relativos dos dois primeiros como os exemplos em 274 e 275 indicam que n o diferentemente das tr s outras cidades em estudo s o essas as duas classes que mais resistem ao apagamento Em sendo assim conforme propusemos sobre Curitiba cujos resultados 100 de presen a do se rec proco 21 de aus ncia do se reflexivo est o ainda mais pr ximos desses de Pato Branco podemos afirmar que s o os anaf ricos interpret veis como formas sint ticas os que mais se preservam em Pato Branco 274 Eles eram advers rios A gente nunca se disse nada PBR05L0644 275 de dos dezoitos anos em diante eu tive que me me sustentar n PBRI8L0689 Consideremos agora a classe do se apassivador que em Pato Branco tem 02 de aus ncia Nessa cida
166. e 2 se o emprego do cl tico poderia dar se em fun o das especifica es lexicais do verbo ou em fun o do contexto sint tico 3 Zero ou 100 das ocorr ncias equivalem a Knockout 144 c compusemos pares m nimos no sentido de MENON 1994 cotejando ocorr ncias de uma mesma cidade ou entre as quatro cidades do Paran consideradas para fins desta tese d nos casos em que se apassivador e se indeterminador est o junto a verbos transitivos diretos ser distintivo o tra o concord ncia como a seguir 1 se indeterminador quando o verbo transitivo direto e o sintagma nominal p s verbal est o no singular como em hoje n o se carrega dinheiro IRT21L0318 e q cozinha a batata bem cozida com sal IRT06L 1242 2 se indeterminador quando o verbo transitivo direto est no singular e o sintagma nominal p s ou pr verbal est no plural como em coisas assim que n o que hoje n o se v mais praticamente n CTB05L0252 e porque se atolava os p s na rua LDNO7L0310 3 se apassivador quando o verbo transitivo direto e o sintagma nominal p s verbal est o no plural como e depois faziam se trabalhos manuais IRTO8L0432 Em busca de um par m nimo para este ltimo contexto encontramos duas nicas realiza es com aus ncia do se um tanque onde faziam tijolos CTBO1LO733 e fita sim Eram fitas tudo aquele tempo n o sei como que tinham faziam tant
167. e Vendryes 1948 que a define como a voz da participa o do sujeito na a o e a vincula diretamente a certas constru es pronominais do latim o que possivelmente orientou a classifica o dada por Pereira 1954 Mattoso C mara 1964 Kury 1997 dentre outros ou se o que prop em Keyser amp Roeper 1984 apud TORRES et alii 2002 374 385 como explicitamos na nota n 41 De qualquer modo a no o de voz m dia realmente confusa no grego antigo onde servia para acolher as constru es de que a oposi o ativa passiva n o dava conta Seja como for assumo que n o distinguir m dias e ergativas no portugu s do Brasil implica considerar que as frases O copo se quebrou vs O copo se quebra f cil s o modos de dizer id nticos cf PERINI 2005 E n o s o tamb m pelo que podem indicar os tempos do verbo passado vs presente e pelas perspectivas que constroem a meu ver a 1 agentiva porque parece privilegiar a a o de quebrar a 2 predicativa porque parece focar a atribui o de predicativo S n o considerei se m dio como classe a ser estudada aqui porque constatei que nos dados analisados n o houve realiza es de fala que 3 49 pis poderiam corresponder perspectiva predicativa ou m dia Vamos ent o s classes de cl ticos anaf ricos luz de NUNES 1995 204 7 49 i Eu assim denominei a perspectiva que a meu ver qualifica o sujeito g
168. e cedo a l ngua corrente se desembara ou dos depoentes e quanto passiva em r evidente que cedo saiu do uso para ceder lugar s formas anal ticas Silva Neto 1988 ent o sugere que a voz passiva pode ser expressa de dois modos com formas anal ticas e com o se No entanto n o d exemplos de como o portugu s lida com ambos os modos nem trata em termos sem nticos de senten as com o verbo chamar se J PEREIRA 1954 161 diz que a passividade em portugu s corresponde a tr s usos 1 ao de ser e estar seguidos de partic pio passado de verbos ativos ferir ser ferido ou ferida estar ferido ou ferida 2 ao do infinitivo como complemento de adjetivo osso duro de roer de ser ro do li o f cil de aprender de ser aprendida 3 ao do pronome se que se diz ent o part cula apassivadora t das as v zes que o sujeito n o for o agente da a o verbal ou por ser inanimado ou porque o sentido mostra que le apenas o paciente como os exemplos em 24 24 Cortam se rvores Aluga se esta sala Compram se livros usados exemplos de Pereira Pereira 1954 prop e que a no o sem ntica de passividade pode ser constru da em termos sint ticos com o pronome se Me parece confuso entretanto o modo como nomeia o se pronome reflexivo e part cula apassivadora e incompreens vel o tratamento que d ao se quando uma a o verbal n o descrita com a
169. e est doente Em 1 como Jean e ele est o em frases diferentes e podem designar ou n o o mesmo referente a interpreta o do pronome exclusivamente dependente do contexto Em 2 o pronome se e Jules est o ligados sintaticamente isto o pronome se est ligado sintaticamente posi o sint tica do sujeito que ocupa esta express o Jules A rela o que une as duas express es Jules e se chamada por Apoth loz de rela o de rec o que da mesma ordem da rela o que existe entre o sujeito de um verbo e a flex o verbal de pessoa 106 z 78 por exemplo entre o pronome nous e a flex o ons em nous mangeons n s comemos A interpreta o do pronome neste caso repousa exclusivamente sobre a rela o sint tica Em 3 duas interpreta es s o poss veis uma na qual ele designa uma outra pessoa diferente de Jean e onde portanto n o h nenhuma rela o anaf rica entre o pronome e o sujeito da ora o principal porque as duas express es Jean e ele t m referentes distintos outra na qual o pronome ele est ligado posi o sint tica de seu antecedente Jean e regido por esta express o como em 2 Neste sentido para Apoth loz a no o de liga o anaf rica recobre ent o dois funcionamentos muito diferentes num primeiro o pronome interpret vel como anaf rico uma forma puramente sint tica como a expressa em 2 num segundo o pr
170. e nem hes In o n o tinham contato com outro mas eles acabam se conhecendo est ali na avenida n LDNO7L0668 E do grupo inovador extra mos 240 que mostra uma rela o associativa que resulta do que MARCUSCHI 2005 64 chama de estrat gias inferenciais maximizadas A perspectiva ergativa de 240 sob tais estrat gias constr i assim em termos sem nticos a id ia de que o povo que se revolta que fica revoltado e n o que revolta outro 240 teve uma poca a o povo revoltou saiu na rua querendo cortar os derrubar os postes LDN23L0104 Consideremos ent o os dois grupos de fatores considerados estatisticamente relevantes para Londrina PR Em rela o aos dados de Londrina duas vari veis s o selecionadas a Posi o do cl tico anaf rico e a Pessoa do verbo 1 grupo Posi o do cl tico em rela o ao verbo Preservando se a ressalva que fiz sobre os dados de Curitiba agora eu a fa o em rela o a 2 dados de Londrina de um total de 314 Em termos de pesos relativos temos 54 de presen a do uso procl tico e 03 do encl tico Este resultado indica que Curitiba e 106 Considerar nota 105 sobre o se rec proco de Curitiba 186 Londrina reservam a posi o procl tica para o cl tico anaf rico Considerando se que em termos percentuais sobre o total de dados de cada cidade temos 43 de apagamento para Curitiba e 49 para Londrina podemos propor em termos gerais que ou o
171. e se mostrou estatisticamente relevante no que diz respeito ao conjunto dos 3829 dados que envolvem as quatro cidades do estado do Paran Podem existir portanto condicionamentos singulares a cada uma dessas cidades que est o determinando as diferen as que constatamos nos seguintes pesos relativos de aus ncia 71 em Londrina 67 em Curitiba 45 em Pato Branco 25 em Irati Considerando se a vari vel sexo s selecionada para Pato Branco vimos que os pesos relativos de aus ncia da variante sexo feminino 59 indicam que l s o ELAS que encabe am o uso da variante inovadora o apagamento Somando se a esse dado as informa es das tabelas 20 e 22 ousar amos dizer que as patobranquenses preferem a variante vazio hesitam sobre a pronominaliza o de formas verbais 7 informantes e chegam a usar a forma n o padr o o se universal 5 informantes No que diz respeito ao fen meno ling stico que estamos estudando as mulheres de Pato Branco cuidam do modo como se expressam na d vida o vazio Quanto vari vel faixa et ria selecionada estatisticamente para Irati e Pato Branco afirmamos que o apagamento favorecido pelos informantes da primeira faixa et ria isto 222 pelos mais jovens tanto de um quanto de outro lugar 73 de aus ncia em Irati 56 de aus ncia em Pato Branco O que de certa forma se soma pesquisa de DUARTE 1989 27 que constatou a aus ncia absoluta de cl ticos na fala
172. ecionada pelo programa Sem os pesos relativos n o podemos formular compara es com os resultados de Curitiba expressos na tabela 4 No entanto se consideramos sem maior rigor porque n o podemos estabelecer compara es entre percentuais e pesos a no o de continuum anaf rico proposta por MARCUSCHI 2005 78 percebemos que num extremo est o os cl ticos rec proco e o reflexivo no 184 outro o ergativo e o enf tico j que o indeterminador apresentou knockout Sob tal no o podemos afirmar que Curitiba e Londrina tendem a preservar os cl ticos de rela o anaf rica direta e tendem inversamente considerando se um continuum que ainda n o sei preencher a apagar aqueles cuja rela o anaf rica n o direta que o caso de todos os demais cl ticos exce o dos reflexivos e dos rec procos Vejamos como se distribui a amostra de Curitiba e a de Londrina em termos percentuais luz da abordagem integrada das an foras na hip tese do continuum anaf rico postulada por MARCUSCHI 2005 78 Gr fico 6 Curitiba e Londrina classes de cl ticos em fun o da vari vel aus ncia em termos percentuais Curitiba Londrina Para contrastar Curitiba e Londrina quanto aos valores percentuais de aus ncia dos cl ticos anaf ricos nos servimos da no o de continuum anaf rico postulada por Marcuschi 2005 78 92 de uma esp cie de liga o referenci
173. edente cf Cavalcante et alii 2003 11 o que talvez explique como o se indeterminador possa ser anaf rico j que a interpreta o de uma express o referencial anaf rica consiste n o simplesmente em localizar um segmento ling stico no texto um antecedente ou um objeto espec fico no mundo mas sim algum tipo de informa o anteriormente alocada na mem ria discursiva cf Koch 2005 35 Mas a n o seria mais indeterminador mas oculto determinado portanto Dif cil dif cil pra mim mas meu olhar n o vai al m do anaf rico que diz respeito ao vazio da altern ncia se vazio de se como em 141 141 tira colocaf se tampafse cobre CTB18L0840 Refletindo sobre a indetermina o igual contexto de 141 Galves 2001 38 40 trata da posi o de sujeito e reflete sobre a no o de liberdade dos pronomes nessa posi o E a se aceit vel que ser livre quer dizer n o ter antecedente o se indeterminador n o seria um cl tico anaf rico Simples assim N o Principalmente quando Galves 2001 introduz PRO leia se proz o para tratar da categoria vazia sujeito de um verbo finito que pode ser interpretada em portugu s brasileiro como indeterminada Galves 2001 82 explica que o sujeito nulo do PB tem um comportamento que o assimila a PRO anaf rico pronominal Galves afirma Este fen meno pode ser facilmente explicado se afirmarmos que AGR nesse dialeto um p
174. eguei em casa quase que cinco horas n CTB 19L0930 Parece que o espa o que elas podem ocupar o do contexto de se apassivador talvez um lugar de resist ncia da voz passiva na forma de verbos pronominalizados Ap io me possivelmente nas palavras de NEGR O et alii 2002 100 106 que ao tratarem dos conhecimentos ling sticos adquiridos pela crian a e dos aprendidos nas aulas de Portugu s afirmam que sabemos por exemplo quando a voz passiva funciona bem e quando n o em raz o do conhecimento que temos das normas do uso lingii stico e n o das regras normalmente ensinadas na escola NEGR O et alii 2002 prop em por exemplo 66 RE z Ea to A Por ocasi o do exame de qualifica o desta tese Jos Luiz Mercer comunica o pessoal registra com o exemplo n s nos criamos que h verbos que guardam resqu cio de uma passiva sint tica generalizada isto estendida a todas as pessoas gramaticais 87 i que os falantes nativos de portugu s sabem sobre a frase O Pedro quebrou a perna que a senten a A perna foi quebrada pelo Pedro n o uma senten a do portugu s se quisermos manter a interpreta o de que a perna quebrada era do Pedro ii que distinguimos Ana queimou as cartas de Ana queimou o dedo e iii que sabemos n o ser poss vel generalizar a aplica o da passiva a toda a classe de verbos transitivos diretos tais como os que denotam um estado emocional os chamados verb
175. eiro porque 35 corresponderia a 36 onde este pardieiro sujeito Ao propor que se discuta qual o sujeito de 35 e a question vel sinon mia entre 35 e 36 Perini reflete sobre as constru es com o se e os verbos transitivos diretos 35 Vende se este pardieiro 36 Este pardieiro vendido Sobre a fun o de sujeito PEREIRA 1954 333 a reconhece quando cita a forma francesa com on e afirma que a a an lise francesa se imp e e o se pronome indefinido e sujeito do verbo id ntico ao on franc s tal como em 37 e CEGALLA 1977 a associa ao uso do infinitivo 37 N o se grande no mundo se n o quando se fan tico por uma id ia Tamb m HAUY 1992 22 procura mostrar com o exemplo em 38 que o se pode ser sujeito e prop e que o pronome se exerce a fun o de sujeito de um verbo no infinitivo quando construir com ele numa ora o reduzida infinitiva objetiva direta o complemento de verbos como ver ouvir sentir verbos sensitivos e fazer mandar deixar verbos causativos 38 Os diretores fizeram se representar na solenidade Com o exemplo em 39 OLIVEIRA E SOUSA 1953 265 assume que o verbo ser pode acompanhar se de se que nesse e em alguns casos n o part cula apassivante mas pronome indefinido e como tal sujeito Tamb m MENON 2006 134 assume que o 36 se pode ser sujeito sint tico de refer ncia indeterminada quando o conte do sem ntico da
176. eiro contexto junto a verbos dados como essencialmente pronominais cf d ALBUQUERQUE 1988 no segundo junto a verbos que expressam usos particulares ao portugu s do Brasil os brasileirismos cf FERREIRA 2006 ou que est o empregados 107 ea i Eu eai fa Os verbos dessa rela o s o antecedidos ou da abreviatura bras que significa no dicion rio de FERREIRA 2006 11 brasileiro s brasileira s brasileirismo s ou da fig figurado figuradamente 193 em sentido conotativo S o exemplos do apagamento da classe inerente os contextos a seguir 251 sente tra do porque voc IRT10L1069 Depois que a gente viu que venceu voc sente t o feliz n IRTO7L0470 252 Hoje muitos que descasaram est o voltando IRTO03L0054 253 Ent o depois a com uns treze quatorze anos j mudamos pra cidade mesmo n IRT21L0183 Em rela o ao primeiro contexto chama a nossa aten o o comportamento sint tico do verbo casar dos 73 casos somente 10 com o cl tico anaf rico o que ilustra a afirma o de d ALBUQUERQUE 1988 118 a coincid ncia entre o status de agente e o de atingido pela a o t o bvia semanticamente que a reflexividade morfologicamente marcada perde a funcionalidade Tanto que poss vel a um mesmo informante IRT12 usar um mesmo item lexical verbal ora pronominalizado como 254 ora despronominalizado como 255 254 trabalhei bastante depoi
177. eiro dado em 72 como perspectiva ergativa e o segundo como m dia por entender que encheu e vende ali citados indicam a o e propriedade respectivamente Mas como quem sai de fininho porque tem t o somente as primeiras reflex es em torno desta quest o eu me volto s resenhas que estou fazendo e deixo tudo isto para um pr ximo trabalho 72 O tanque encheu rapidamente Esse artigo s vende no ver o 2 13 COELHO et alii 2006 e as constru es monoargumentais do portugu s do Brasil COELHO et alii 2006 207 discutindo a quest o do estatuto das constru es monoargumentais do portugu s do Brasil prop em relativamente s diferen as que tra am entre verbos inacusativos como os exemplos em 73 e intransitivos como em 74 que i os intransitivos selecionam apenas argumentos com tra o humano e s o contextos inibidores da ordem VS ii que os inacusativos podem selecionar argumentos com tra o 64 mais ou menos humano humano e tendem ordem VS o primeiro fator relevante e o segundo contexto favorecedor ambos da n o concord ncia 73 Um telegrama chegou pra ti urgente Chegou um telegrama pra ti urgente FLPO3L856 74 O outro o segundo trabalha numa biblioteca FLP06L228 Trabalha o outro o segundo numa biblioteca luz de BURZIO 1986 afirmam que as constru es inacusativas diferem das intransitivas em duas propriedades i s exibem uma posi o tem tic
178. elejou se Sic itur ad astra Virg lio 32 Vive se e Entra se na sala Entendo relativamente s frases em BD que o sentido em quest o ativo com indetermina o do agente Na verdade na passagem do latim ao portugu s uma forma passiva cujas marcas se perderam j no latim vulgar traduzida como de sentido ativo a princ pio com verbos intransitivos seguidos de se depois tamb m com verbos de predica o transitiva preservando se o contexto de indetermina o do agente Sobre a evolu o das fun es exercidas pelo pronome se MENON 1994 76 77 cita AGUIAR 1942 para quem esse pronome teria passado por cinco etapas pronome reflexivo 27 ada ade ET Para Pereira 1954 o pronome se funciona como ndice de indetermina o ao indicar que a indetermina o do agente da a o verbal 28 Verbos neutros tais como ser estar ficar viver morrer dormir cair enunciam de acordo com Pereira 1954 163 um estado ou uma qualidade do sujeito que neste caso n o agente nem paciente E os relativos s o os verbos que pedem o chamado complemento terminativo ou objeto indireto tais como gostar obedecer vir ir Nas palavras de Pereira 1954 165 a stes verbos chamam alguns gram ticos transitivos indiretos e ao complemento terminativo d o o nome de objeto indireto Tratando de voz passiva e passividade Hauy 1992 31 explica que a impossibilidade de convers o e a aus ncia d
179. em fun o sint tica 4 2 2 1 7 Sentido gen rico do verbo Esta vari vel controla a rela o entre o sentido gen rico do verbo cf VILELA amp KOCH 2001 e o apagamento de cl ticos que se adjungem a formas verbais Em rela o vari vel tipos de verbo adotamos a classifica o que VILELA amp KOCH 2001 66 67 prop em luz do que tomam como significado gen rico dos lexemas verbais i os verbos de a o s o aqueles em que a processualidade tem como ponto de partida um Agente implicam um fazer ii os verbos de processo s o os verbos que designam mudan a nas entidades s quais os verbos se aplicam e implicam um acontecer um passar se com que ali s s o os pr verbos desta classe iii os verbos de estado s o os verbos com que se configura verbalmente a dura o de um ser a perman ncia de um estado sem que com isso se implique a completa imutabilidade Tomando se os dados do banco Varsul consideramos como verbo de a o o que est em 167 de processo em 168 e de estado em 169 Para Vilela amp Koch 2001 67 nesta classe est grande parte dos verbos transitivos diretos e outros como manifestar se a queixar se de inteirar se de presidir a etc Ibidem s o exemplos desta classe florescer constipar se florir reverdecer entardecer etc e os meteorol gicos nevar chover trovejar etc 2 Ibidem nesta classe est o pe
180. emplos em 42 ainda que interpretados como equivalentes a sou chamado Pedro fui batizado em crian a n o correspondem a frases de sentido passivo mas ao que o autor chama de voz medial din mica onde o sujeito lingi isticamente visto como o ponto de partida da a o que o tem como centro De acordo com Mattoso C mara 1964 223 224 a voz medial aquela em que a pessoa do sujeito reaparece no predicado sob o aspecto de pronome adverbial 38 tono incorporado no verbo Com a frase eu me levantei esse autor exemplifica a voz medial din mica que explica como aquela em que o pronome objeto o centro de uma a o verbal transitiva que parte d le mas n o sai do seu mbito Por isso n o se refere s frases em 42 como exemplos de voz ativa nem mesmo de voz passiva 42 Chamo me Pedro Batizei me em crian a Com o exemplo em 43 BECHARA 2004 177 afirma que a interpreta o do sentido passivo ou da passiva com se ou m dia dada tamb m por a es que a nossa experi ncia sabe que n o s o praticadas pelo termo que serve de sujeito a certos verbos Para Bechara ele n o agente da a o de chamar se e a senten a em 43 tem sentido passivo 43 Ele se chama Jo o Para OLIVEIRA E SOUSA 1953 257 o dado em 44 exemplo singular da voz m dia em portugu s De acordo com esse autor no grego e em algumas l nguas existe o verbo m dio sinalador sic de que o
181. emprego de ele a mesmo a ou pelo uso intransitivo de verbos transitivos cf Veado 1982 45 2 a n o obrigatoriedade da marca de reflexibilidade resultante da perda pelo se de possuir um ndice referencial pr prio promove o uso de verbos intrinsecamente 218 reflexivos sem marca de elemento anaf rico obrigat rio comportar queixar descuidar cf Lemle 1985 123 3 os modelos formais para o preenchimento interpretativo do sujeito e do objeto nulos o sujeito oculto a ora o sem sujeito e o o modelo geral de omiss o de objeto explicam a aceitabilidade gramatical de eu machuquei de os dois est o beijando e de coloca os ingredientes e mistura cf d Albuquerque 1988 114 118 4 estruturas com se e sem concord ncia entre verbo e sujeito como explicamos p 47 desta tese s o uma decorr ncia da perda do valor passivo das chamadas passivas sint ticas ou pronominais cf Menon 1994 5 um crescente favorecimento supress o do cl tico anaf rico no portugu s brasileiro tend ncia geral e expressa uma mudan a em curso sens vel ao tipo de cl tico anaf rico ao tipo de verbo a que o cl tico est associado e grade tem tica de tal verbo cf Nunes 1995 6 um se medializador cujo papel ao n vel lexical indicar que um predicado de n argumentos sofreu redu o para n 1 argumentos promove o surgimento em portugu s de uma conjuga
182. ente 30 Doa se vende se lindos filhotes de poodle Dizer que com verbo transitivo direto o se pronome apassivador e que com verbo intransitivo ou transitivo indireto ndice de indetermina o do sujeito n o basta segundo Scherre para que se proceda concord ncia obrigada pelo n mero do sujeito em caso de se apassivador Para SCHERRE 2005 87 a aus ncia de verbo plural em doa se filhotes ocorre pelo fato de o falante escritor nativo n o interpretar filhotes como sujeito e sim como objeto direto o que nos possibilita a afirma o de que o exemplo em 30 pode ser compreendido como uma estrutura ativa com indetermina o do sujeito tal como 31 de que falaremos a seguir 31 Precisa se de carpinteiros 2 Em Nascentes 1933 257 lemos que os brasileiros empregam aluga se c modos em vez de alugam se c modos Observar que a edi o de 1938 que est no corpo do texto reflete sobre o que s citado na edi o de 1933 desta nota ampliando assim a discuss o em torno do sentido ativo dessas constru es 31 1 2 6 ndice de sujeito indeterminado Com os exemplos em 32 PEREIRA 1954 331 apresenta o pronome se que tem por fun o indicar a indetermina o do agente da a o verbal Segundo esse autor para exprimir sentido id ntico empregava o latim a forma passiva de verbos neutros e relativos is 2 i Es TRSA 28 vivitur vive se itur vai se pugnatum est p
183. entes estrangeiras que vir o Silva Dias 1970 considera 28 para afirmar que o se pode coexistir com o agente da passiva porque seria morfema da conjuga o reflexa o que o impediria de ser o agente da passiva Para Silva Dias 1970 portanto o pronome se corresponde ao morfema latino de 3 pessoa tur que forma com o verbo um complexo verbal de sentido passivo J que a agentividade da a o expressa pelo verbo exercida pelo agente da passiva 25 K fia Para Mattoso C mara 1964 a reflexividade com se chama se voz medial e a voz passiva com se chama se m dio passiva 29 Quando Mattoso C mara 1964 por m prop e embora sem afirmar claramente que a apresenta o do agente da a o verbal eliminada com a apresenta o do se apassivador entendemos que este pronome mais do que uma ponte que liga um sujeito paciente a o expressa pelo verbo passa a ser o agente dessa a o Ou seja com a n o apresenta o sint tica do agente da passiva o se passa a exercer o papel de agente Como agente desobriga a concord ncia entre o verbo e o complemento sujeito para a Gram tica Tradicional o que MONTEIRO 1994 126 registra ao propor que se comprova historicamente que o se evoluiu de reflexivo a passivo e da a pronome indeterminador do sujeito SANTOS 1996 21 analisando sintaticamente 29 afirma que luz sujeito determinado simples e sujeito paciente porque n o pode de
184. er lt com gt conversar perante vinte trinta a quarenta alunos numa sala de aula est CTBO6L0867 Isso eu acho que a pessoa est se iludindo iludir a si pr prio n CTB11L0597 N o tem como voc orientar E a dire o do col gio n o ajuda CTBO1L1478 Voc est se judiando voc n o consegue fazer dinheiro CTB05L0793 Claro que ela precisa se ajudar tamb m n CTB05L0389 igreja nada Que ele que se ajudou sozinho mas n o precisava ele ir l Entendeu CTB07L1368 Isso a perigoso Ladr o vir se esconder a n CTBO8L0597 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 249 Eu me arrumo e vou e eu tenho at certeza pra voc que l eu entro CTB08L1649 Voc tem que saber se ajeitar do jeito que voc sabe mas que tem que se ajeitar n CTBO8L1659 E o Collor se escondeu e n o deu nada est est CTB09L1050 Quero que ela se cuide bastante pra ter uma crian a sadia CTB11L0493 Tenho atitudes que eu me desconhe o CTB11L0520 A pessoa vegeta fica com medo se tranca dentro de casa CTB11L0864 Pra ir no parquinho voc tamb m n o vai largar sozinha tem que atender Uma que se machuca ou tem crian a sempre maior ou CTB12L0229 O Get lio n o matou se mataram ele n CTB13L1550 E deu um tiro no ouvido E acabou se matando LDN15L0100 Muito melhor do
185. eria poss vel cumprir as mesmas etapas relativamente a Londrina Irati e Pato Branco o que permitira o estudo dos cl ticos antes citados nas quatro cidades do Paran do banco Varsul 4 2 Codifica o das ocorr ncias Como decidimos dar aos dados um tratamento estat stico sob a perspectiva da Socioling stica Variacionista nos moldes desenvolvidos por LABOV 1972 duas quest es se impuseram por assumirmos essa metodologia 1 o nosso objeto de estudo expressa uma varia o que n o aleat ria mas motivada ou controlada por fatores ling sticos e extralingi sticos o que torna poss veis a an lise e a descri o de tal heterogeneidade ii o fen meno ling stico observado pode ser estudado no cotejo de fatores ling sticos e sociais Assim ap s a constata o da ocorr ncia ora de presen a ora de aus ncia de me te se nos estruturamos as vari veis em 1 dependente e 12 independentes 8 ling sticas e 4 sociais que se apresentam conforme abaixo 38 O programa interpretador faz parte do conjunto de programas elaborados pela Engesis Engenharia Ltda exclusivamente para o projeto VARSUL Esse programa faz a sele o autom tica das ocorr ncias que o pesquisador solicitar atrav s de comandos espec ficos 134 4 2 1 Descri o da vari vel dependente No que diz respeito ao nosso trabalho consideramos como vari vel dependente bin ria a presen a aus ncia P A dos cl ticos anaf ricos
186. erva o da exig ncia de elementos anaf ricos obrigat rios Para LEMLE 1985 123 h algo em comum entre as duas diverg ncias interdialetais observadas Na primeira podemos dizer indo do dialeto carioca para o dialeto mineiro que a palavra ele passou de pronome a an fora Na segunda indo na mesma dire o Rio Minas podemos dizer que a an fora se esvaiu tentador olhar para essas duas mudan as procurando relacion las O pronome enfraquecido com a perda do seu poder de possuir um ndice referencial pr prio se transforma numa an fora Na an fora o enfraquecimento o total esvaimento morfol gico Sobre 53 Lemle 1985 afirma que o pronome se n o mais referencia isto n o mais recupera um antecedente tanto que substitu do por ele mesmo como se o pronome se n o mais pudesse envolver o sujeito na a o descrita pelo verbo e assim sem poder cumprir com essa fun o a de anaf rico n o precisasse ser realizado Aos verbos ent o como em 54 caberia a fun o de marcar a reflexiviza o com ou sem o pronome se da o fato de Lemle chamar esses verbos de intrinsecamente reflexivos Se levamos em conta a teoria da gramaticaliza o haveria verbos que se bastariam no exerc cio da fun o sem ntica de reflexiviza o porque o pronome se teria se tornado 33 Levar em conta que poca da produ o deste texto n o foram consideradas as diferen as dialet
187. es iniciais l o apagamento dos pronomes em estudo pode ser determinado pelo uso intransitivo dos verbos 11 A esse respeito citamos p gina 32 desta tese AGUIAR 1942 que trata de cinco etapas do pronome se 2 Retomaremos estas hip teses no cap tulo 3 e em 3 2 1 empregaremos transitivo com objeto nulo em lugar de intransitivo 2 o apagamento de cl ticos anaf ricos pode ser determinado pelo uso de dois modelos formais de aus ncia de um termo em portugu s brasileiro o sujeito e o objeto nulos Chamaremos o vazio da altern ncia nulo vs lexicalizado de categoria vazia No entanto como j existe um dialeto brasileiro o mineiro em que o apagamento de regra como o me de eu me machuquei por exemplo que n o mais se realiza cf VEADO 1982 LEMLE 1985 e d ALBUQUERQUE 1988 pode se questionar se esse apagamento se encaixa realmente na defini o de categoria vazia Em MG n o havendo mais machucar se mas machucar um novo verbo de um s argumento o externo n o ter amos como pensar em co ocorr ncia isto em me em rela o complementar com ec empty category Esta uma quest o A outra a n o realiza o de me s para citar um exemplo em eu arrependi Nesse contexto o me parece n o ser argumento do verbo arrepender como o no contexto de machucar De qualquer forma imposs vel n o perceber que os dois verbos anteriormente citados t m comportamentos sint ticos dis
188. esistant to deletion common to three out of the four cities under study are the reflexive se and the reciprocal se Whenever the reflexive se and the reciprocal se do not express 100 of presence they have a relative absence weight lower than 36 this related to the five deletion cases of the reciprocal se in Irati Regarding the variable location the relative absence weights are the following 71 in Londrina 67 in Curitiba 45 in Pato Branco 25 in Irati Regarding the variable sex only selected for Pato Branco numbers are 59 of absence for the female sex About the variable age range statistically selected for Irati and Pato Branco the deletion is favored by informants of the first age range between 25 and 49 years that is by the youngest ones both from one location and from the other 73 of absence in Irati 56 in Pato Branco It should be said that the variable education was not selected for any of the four cities under study Relating the primary level to a higher deletion level was tempting but actually there were education ranges with very close percentages therefore not statistically relevant Finally the results point to an anaphoric void as a tough variant 45 of absence out of total 3 829 data yet not allowing to explain deletion through one of the social variables of the project sex age range education and location Key words deletion of SE reflexive pronouns null subject null object southern Brazili
189. esita o as ocorr ncias em que um informante s vezes num mesmo turno de fala emprega um mesmo item lexical ora pronominalizado ora despronominalizado N o considerei como casos de autocorre o porque n o me pareceu que os falantes enunciassem primeiro um verbo de uma ou de outra forma e depois se corrigissem pondo o verbo na forma pronominalizada Ilustram essa quest o os exemplos 297 a 302 297 Se interessar eu interessei Mas oportunidade nunca tive e tempo tamb m nunca tive pra fazer um curso CTB11L0918 298 Depois quando eu casei que eu mudei pra c hes A eu me casei n com dezenove anos e mudei aqui na hes LDN02L0043 299 quando eu aposentei eu fui pegar o meu PASEP deu menos que um sal rio est Eu tinha quarenta e oito na na n quando eu me aposentei na prefeitura est Quer dizer isso isso aposentei na prefeitura n LDN24L0854 300 moram aqui em Irati a gente volta e meia se encontra na rua cumprimenta tal IRTO02L0027 Mas a gente sempre encontra na rua cumprimenta conversa tal n IRTO2L0082 301 Ah eu de vez em quando assisto mas novela eu n o me apego e s vezes a gente vai fazer croch e nem d bola eu n o n o apego mais nas novelas PBRO7L0820 302 Faz mais de dez anos N o ela se formou cedo est A Regina formou LDN12L0631 210 Em Curitiba s o 14 os informantes que usam formas concorrentes de um mesmo item lexica
190. est PBRO7L0030 Conheceram revoltou e assustei nos lembram LUFT 2000 13 14 que estuda a intransitiva o de transitivos pronominais e tamb m nos lembram d ALBUQUERQUE 1988 118 que trata da despronominaliza o de formas verbais como um processo de reflexivos a intransitivos Considerada essa dire o que assumimos chamar de transitiva o com objeto nulo imposs vel n o pensar sobre a atribui o de pap is tem ticos com o apagamento do anaf rico nosso argumento objeto e ainda sobre a interpreta o desses verbos como reflexivos Por fim fazemos uma ltima observa o relacionada fun o sujeito Notamos que em 334 e 335 h apagamento de se indeterminador e h tamb m o emprego de express es circunstanciais em posi o pr verbal N o sei como relacionar uma e outra quest o mas me fica a impress o de que como se esse espa o precisasse ser ocupado A esse respeito MENON 1989 16 afirma que o se indeterminador tem estatuto diferenciado Prova disso que n o pode aparecer sozinho na resposta como os outros pronomes 334 E at a festa de formatura porque ontem no Fant stico mostrou a entrega do diploma ainda Na hora CTB20L0687 335 Bonitinha n Acho que ali diz n IRT12L0314 Quero finalmente e agora fim de verdade dar destaque a um se que chamei de universal e que aparece j no comecinho desta tese p 11 com as palavras de OLIVEIRA E
191. eterminador e de se ergativo as de maior supress o 70 e 61 respectivamente Interessa nos particularmente observar que as duas classes de maior supress o em Curitiba t m algo em comum se consideramos NISHIDA 1994 ambas 102 Em tempo registro o que est a seguir e que ser ponto de partida para outros trabalhos sobre o se em contexto de indetermina o interpretei os vazios do contexto de indetermina o como sendo vazios do se indeterminador como se esse se fosse o nico recurso de que dispomos para indeterminar o sujeito no portugu s do Brasil 176 pertencem ao grupo em que se absorve argumento externo o que nos permite afirmar que a supress o do anaf rico em Curitiba est sendo encabe ada por SEs que representariam o agente do fazer verbal como nos exemplos em 225 e 226 para indeterminador e 227 e 228 para ergativo 225 porque todas as igrejas que surgem religi o nova todo mundo fica rico n que gozado que n E surge uma ali j se compra um um terreno l em cima j faz outra ent o hoje j n o existe mais religi o CTB07L1319 226 Mas n o se faz mais casa pra pobre CTB13L0127 227 Ent o a a gente como m e se preocupa CTB10L0533 228 Ent o eu acho que se a pessoa for preocupar em seguran a medo disso medo daquilo a pessoa n o vive CTB11L0864 O se enf tico em Curitiba est relacionado aos verbos ir vir embora demor
192. eto pode RECEBER um papel tem tico mas n o pode SATISFAZER um papel tem tico O que de acordo com GALVES 2001 85 nos permite definir um novo tipo de categoria vazia que livre e dependente ao mesmo tempo Ela livre em rela o Teoria da Liga o que a define como um pronome E 122 dependente em rela o Teoria Tem tica para a qual nos termos de Williams um vest gio Em resumo e evitando se a simplifica o de uma tipologia de categorias vazias que para mim extremamente complexa eu diria que a interpreta o reflexiva de A Maria viu ec no espelho poss vel no dialeto mineiro cf LEMLE 1985 acrescenta ao comportamento da categoria vazia objeto previsto pela Teoria de Reg ncia e Liga o uma nova op o para a posi o objeto em portugu s brasileiro a da categoria vazia de interpreta o reflexiva Em outras palavras a op o de mais uma estrat gia de anaforiza o do objeto dispon vel no portugu s brasileiro o objeto nulo de valor reflexivo o que recupera a nossa primeira hip tese e por conseguinte a generaliza o proposta por d Albuquerque 1988 116 que repetimos se o objeto direto n o reflexivo pode ser omitido o reflexivo tamb m passar a ser omitido Que tal 154 154 E e eles se conheceram aqui F Conheceram PBR02L0014 Mas e nos casos em que os anaf ricos n o correspondem a objetos sint ticos como s o os demais contexto
193. exividade mas prop e que ao reflexivo corresponda a express o a si mesmo e ao rec proco uns aos outros Essas express es que ROCHA LIMA 1976 287 chama de apostos esclarecedores podem ser empregadas segundo esse mesmo autor para prevenir poss vel falta de clareza quanto 19 compreens o da reflexividade ou da reciprocidade a reflexividade a si mesmo a si pr prio b reciprocidade um ao outro reciprocamente mutuamente Sem tratar claramente de valores contextuais ROCHA LIMA 1976 214 registra que uma frase como 19 pode significar primeira vista quando n o esclarecida pelas precedentes ou seguintes que os pais se amam um ao outro e n o que os filhos os amam ou eles s o amados pelos filhos 19 Amam se os pais com fervor Rocha Lima trata aqui de uma poss vel confus o entre a passividade e a reciprocidade dada pelo uso do se quando com verbos transitivos diretos flexionados em n mero ou melhor conjugados na 3 pessoa do plural para concordar em n mero com o sujeito composto Embora n o tenhamos tido acesso a mais informa es sobre a reciprocidade o registro que prop e Rocha Lima sobre 19 nos remete ao fato que o pronome se pode assumir diferentes acep es em face das unidades ling sticas que com ele se combinarem 1 2 3 Pronome integrante de verbos essencialmente pronominais PEREIRA 1954 162 considera que h um grupo de verbos como arrepender se condoer se abste
194. exo que analisamos acima 56 e 44 representam a op o de cada uma das idades ou pela presen a ou pela aus ncia Com 56 de aus ncia podemos afirmar que o comportamento dos mais jovens de Pato Branco tende ao apagamento Essa mesma tend ncia de comportamento da primeira faixa et ria representada em Irati por 73 de aus ncia Logo em Irati e Pato Branco a vari vel faixa et ria pode estar sendo determinante na escolha dos mais jovens pelo n o uso e na dos mais velhos pelo uso do cl tico Em Curitiba e Londrina n o podemos falar em tend ncias de uso no que diz respeito a essa vari vel Consideremos a seguir as ocorr ncias que chamei de casos de hesita o e de casos de se universal Enquanto trat vamos dos resultados de cada uma das cidades do estado do Paran dissemos que far amos refer ncia a dois conjuntos de dados que n o s o suficientemente numerosos para receberem tratamento estat stico S o os casos de hesita o que resultam no emprego pelo mesmo informante s vezes num mesmo turno de fala de um mesmo 209 item lexical ora pronominalizado ora despronominalizado E os casos de se universal que implicam o uso de uma variante a mais na altern ncia se me te nos vazio Procuraremos apreciar estes casos em fun o das informa es que temos sobre o sexo a faixa et ria o grau de escolaridade e a localidade dos informantes 5 6 Os casos de hesita o Tratei como casos de h
195. forma V3PS estudada por MENON 1989 1994 ou terceira pessoa do singular sem sujeito expresso estudada por GALVES 1987 1988 apud ILARI et alii 1996 106 Para GALVES 2001 127 a indetermina o do sujeito que pode ser expressa simplesmente pelo sujeito nulo seguido do verbo na terceira pessoa do singular um aspecto especialmente revelador da gram tica brasileira Com a frase Aqui conserta sapatos Galves op cit p 81 prop e que a categoria vazia sujeito de um verbo finito pode ser interpretada como indeterminada J o exemplo em 106 nos conduz a ILARI et alii 1996 107 que dizem que a refer ncia generalizada com a terceira pessoa do singular sem sujeito expresso chega a sugerir uma interpreta o de refer ncia unipessoal sujeito oracional Assim precisa pode chegar a entender se como equivalente express o neutra preciso Para explicar a forma precisa Ilari et alii partem da no o de refer ncia generalizada com a terceira pessoa do singular sem sujeito expresso enquanto que MIOTO et alii 2004 153 sugerem o princ pio EPP Para estes autores verbos claramente inacusativos porque claramente eles n o t m sujeito como convir parecer constar obstar t m EPP Princ pio de Proje o Estendido satisfeito mediante a inser o de um expletivo nulo o verbo precisar por exemplo em lugar da express o preciso tal como convir conveniente tem realiza es que promovem a
196. gerativista que subsidia a sua proposta de classifica o melhor o crit rio papel tem tico de argumento interno permite que se d ao se rec proco o mesmo tratamento dado ao se reflexivo da o fato de Nunes assim o apresentar se reflexivo rec proco ou n o Refletindo sobre o mesmo tema BECHARA 2004 176 faz refer ncia reflexividade rec proca quando cita o exemplo em 80 Sobre esse exemplo diz que a ora o quer expressar que Jo o ama Maria e que Maria ama Jo o 80 Jo o e Maria se amam Ora basta que reconsideremos a no o de reflexiviza o que assumimos aqui em 1 1 para afirmarmos que a reciprocidade n o est contida na reflexividade sobre 80 podemos afirmar que Jo o pode amar Maria sem que ame a si pr prio e que Maria pode amar Jo o tamb m sem que essa a o implique amar a si mesma HAUY 1986 153 como n s procura dissociar reflexividade de reciprocidade ao afirmar que o estudo da reciprocidade merece pois mais aten o uma vez que a voz reflexiva tal como definida pelos gram ticos n o a pode conter em seu mbito Essa distin o tra ada por MIOTO et alii 2004 217 quando sobre o exemplo em 81 81 Os meninos se machucaram 75 afirmam que Se amb guo quanto s interpreta es reflexiva e rec proca Tanto poss vel a interpreta o em que cada menino machucou a si mesmo quanto aquela em que um menino machucou o ou
197. hecemos ali no no Oper rio IRT14L0146 E toda vez que n s se reunimos n s ficamos conversando sobre as coisas interessantes tudo as coisas 0s os mestres n IRT18L0427 24 25 26 27 28 29 30 1 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 261 Agora eu e meus irm os a gente j j aprendemos com facilidade o samba sabe est E se envolvemos com pessoas de fora tamb m que pessoas que RTI8L1135 Fiquei conhecendo ela aqui n s se achamos aqui e estamos vivendo h seis anos juntos IRT19L0287 N o sei o que aconteceu que no momento n o se lembramos mas chegamos a pegar a til pia IRT19L0539 Porque n s se entendemos bem eu como cat lico da igreja romana e eles como da igreja crente Assembl ia de Deus por exemplo n s se entendemos bem porque a b blia a palavra de Deus a mesma est IRT20L0537 Somos amigos que nem irm o assim est inint que n s se achar est n s conversamos e etfcetera et cetera IRT20L0742 Ent o se vemos praticamente todos os dias n quase IRT20L0794 n s estamos sempre se vendo n IRT20L0800 Eles t m a fala fina arrastada assim que Deus o livre est se vimo louco com o lt hominho gt inint IRT20L0846 Assim que d se visitamos a pelo menos umas duas ou tr s vezes por ano n est IRT21L0869 A minha m e na frente n na casa
198. homo de valor indefinido usado no latim tardio sobretudo no vulgar Para Silveira Bueno uma senten a como n o s de p o vive o homem corresponderia forma moderna n o se vive s de p o Numa edi o anterior em SILVEIRA BUENO 1958 209 lemos que o uso de a gente tal como em 33 pode expressar indetermina o do sujeito sempre que tivermos um sujeito expresso claro sem que possamos dizer exatamente quem seja essa 30 pessoa 33 4 gente vive como pode Sobre a forma homem lemos em MENON 1994 98 que muitos autores tradicionais dizem que o portugu s antigo apresentava a forma homem como recurso de indetermina o do sujeito E NARO 1976 798 apud MENON 1994 afirma que a forma homem vai desaparecendo medida em que a constru o com se impessoal cuja origem est ligada segunda metade do s culo XVT vai se afirmando 30 Sobre o emprego de homem e o de se consultar Silva Junior amp Andrade 1907 e Oliveira e Sousa 1953 372 31 Em MENON em preparo discute se a poca do desaparecimento de homem e uma poss vel distin o entre homem e o homem 33 Ao tratar de ora es de sujeito indeterminado KURY 1997 36 reconhece como reflexivo o uso original de se e diz que com a evolu o da l ngua este pronome passou a ser usado com todos os tipos de verbos principais intransitivos transitivos indiretos de liga o mas em frases sem sujeito determinado
199. i porque eu vi que eu n o ia bem eu n o assimilava ta Eu tinha dificuldade pra lt dissimilar gt as mat rias CTB11L0182 e o trem pegou essa jardineira matou bastante gente feriu muita gente LDN23L0846 Enfim se pudemos demostrar que o apagamento de cl ticos pode ter interpreta o reflexiva e servir tamb m como recurso de anaforiza o julgamos ser poss vel afirmar que nossos objetivos foram alcan ados i mostramos a expans o de uso do pronome se da 224 no o inicial de reflexivo a outras que assume entre as quais a de rec proco a de indeterminador a de ergativo etc ii procuramos organizar em classes o se e outros pronomes em fun o anaf rica me te nos iii descrevemos com dados do banco Varsul os contextos sint ticos de apagamento dos pronomes em quest o em rela o a quatro cidades do estado do Paran Curitiba Londrina Irati e Pato Branco A partir portanto da identifica o das advers rias em 344 345 e 346 conclu mos que muitos s o os recursos para anaforizar 344 depois que a gente n s nos casamos assim parece que a gente est separou um pouco LDNO02L0360 345 e carta vinha e carta vai e deu certo n est da casamos IRT14L0154 346 Da voltei e se casamos Da tr s anos se casamos LDN20L0119 Em 344 a variante padr o em 345 o vazio em 346 a variante que chamei de se universal Essas tr s variantes e
200. ia na hora mas depois passa n LDNO1L0380 Ele disse que chegou nossa a se arrepiar todo ele disse que existe sim LDNO2L0144 Que a gente sei l a gente se se arrepia sabe de ver aquelas gra as maravilhosas LDN03L0317 Porque eles cansam muito coitados o nibus demorado LDNO2L1525 A gente j vai chegando numa numa idade n que que a gente j vai se cansando est e cansa mais ainda LDN20L0481 A ele desanimou n LDNO7L0042 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 12 73 14 75 76 77 256 onde o pessoal desanima e vai embora novamente LDN13L1105 Eu fiquei entusiasmada mas depois eu desanimei um pouco n PBR06L0562 Que eu n o conhe o que eu n o sei onde o bot o da luz pra pra ligeiro acender eu me apavoro sabe IRT12L1225 E eu me assustei tanto eu estava dormindo n assustei tanto que sei l eu comecei a gritar PBR07L0030 Minha m e uma professorinha do interior se apaixonou por ele e casou PBR12L0065 eu fiquei entusiasmada ms depois eu desanimei um pouco n PBR06L0562 o pai se aborreceu vendeu tudo PBR07L0118 se voc olhar pra tr s voc d risada sabe voc fica at at voc se anima sabe PBR15L1083 De setenta ent o Vila Hauer Boqueir o hes desenvolveram de uma maneira impressionante
201. icado da precisa trocar espuma CTB03L0083 173 ent o a gente se encontra pra praticar o esporte n no meu caso lt ne gt nesse grupo que eu participo hoje a gente justamente s se encontra no dia de s bado n CTBO5L0293 94 eli d p a a Quanto mais penso no se dos verbos pronominais mais vejo a um caminho longo que quero percorrer Me pergunto por exemplo por que distinguir entre ergativo e apassivador Por agora fica como est S n o poderia deixar de registrar que sinto que em ambas ocorre detematiza o do sujeito gramatical 146 Em termos sem nticos se encontra pode corresponder a est como em 172 e tamb m a ir ter com algu m como em 173 Em 172 trata se de se inerente em 173 de se rec proco Mas e o que dizer dos casos a seguir Consideremos o dado em 174 174 E o motivo do com rcio se lt des gt desenvolver mais aqui talvez porque o princ pio o comecinho dele foi nessa regi o CTB05L0133 Em busca do entendimento de 174 vejamos o que se segue VILELA amp KOCH 2001 182 dizem que a frase a porta abriu se diante deles uma constru o sin nima da passiva porque ali o agente n o nomeado E dizem tamb m p 353 sobre as frases em 175 o que est a seguir temos o mesmo verbo constru do transitiva e intransitivamente na constru o intransitiva o sujeito o objeto direto da constru
202. ical properties of the language no o de categoria vazia que imp e que o espa o de ec seja ocupado por quem d ao verbo a oportunidade de descarregar um papel tem tico Procuraremos apreciar essas quest es ao longo deste trabalho considerando fundamentalmente o que afirma CYRINO 1996 602 n o podemos falar de uma nica categoria para o fen meno denominado objeto nulo o que ocorre s o diversos tipos de estruturas todas resultando numa posi o de objeto que fonologicamente nula 10 CAP TULO 1 Objeto de estudo As primeiras gram ticas do portugu s como j dissemos procuravam imitar um modelo de gram tica a do latim cl ssico tanto que com rela o descri o dos pronomes sob orienta o de um modelo latino houve quem tivesse proposto descrev los como express o das declina es do latim cl ssico cf SILVA JUNIOR amp ANDRADE 1907 246 Id ia que nos parece incorreta n o s pelo que afirmam ILARI et alii 1996 155 quase nada restou que lembre as antigas fun es dos casos mas tamb m pelo que prop e Jo o de Barros 1540 43 quando trata do regimento dos verbos e formula uma tentativa que entendo equivocada de acomodar a sintaxe do portugu s sintaxe latina cl ssica Se aceitamos que os casos implicavam fun es sint ticas que eram indicadas por desin ncias as desin ncias de caso segundo LAUSBERG 1974 268 e que muitas dessas desin ncia
203. ico S o un nimes as gram ticas latinas na apresenta o do pronome se um pronome de valor reflexivo ALMENDRA amp FIGUEIREDO 1999 70 dizem que o pronome reflexo refere se ao sujeito da ora o de que faz parte Com essa afirmativa prop em que o se marca de identidade entre sujeito e objeto gramaticais Mas n o s Quando citam o exemplo Titus se interrogat e mostram cf nota 9 que o se est em rela o complementar a Titum indicam que esse pronome reflexivo de um sujeito de tra o agente Com um exemplo que traz um sujeito agente do processo verbal CART et alii 1986 32 afirmam sobre a terceira pessoa que 1 Quando o pronome pessoal n o representa a mesma pessoa que o sujeito recorre se ao demonstrativo is ea id pronome anaf rico Eum video vejo o Ei caveo olho por ele 2 Quando representa a mesma pessoa que o sujeito emprega se o pronome reflexivo da 3 pessoa que tem as mesmas formas para todos os g neros no singular e no plural Se videt ele se v 14 Para CART et alii o que distingue os anaf ricos dos contextos de 1 e 2 o fato de o primeiro ser n o reflexivo e o segundo reflexivo De acordo com ALMENDRA amp FIGUEIREDO 1999 e CART et alii 1986 ent o o pronome se em latim cl ssico exercia a fun o de recuperar o agente da a o expressa pelo verbo Neste sentido o se se dizia reflexivo e o contexto de reflexividade 1 2 O tratamento da Gram tica Tradicional
204. ii 2004 217 diferentemente distinguem um do outro quanto s interpreta es reflexiva e rec proca o que me parece n o impedir que ambos sejam tomados como argumentos internos e exer am o papel argumental de paciente do processo verbal Guardadas as diferen as de interpreta o desses SEs temos consensualmente que o se e seu equivalente t nico si ou express es como um P o outro y s o an foras cf MIOTO et alii 2004 217 sobre a Teoria da Vincula o e podem corresponder ao que APOTH LOSZ 1995 chama de rela o de rec o aquela em que a liga o entre o se e seu antecedente dada pela sintaxe entre os termos regente e regido Em sendo assim podemos afirmar que s o os anaf ricos interpret veis como formas sint ticas os que mais se preservam em Curitiba isto s o os reflexivos e os rec procos os que mais resistem ao apagamento 21 de aus ncia do se reflexivo Esses dois contextos de que agora estamos tratando se examinados luz de d ALBUQUERQUE 1988 117 corresponderiam ao que ela chama de objeto rec proco e de objeto reflexivo e a n o realiza o do anaf rico em existindo nesses contextos se explicaria pela obedi ncia ao que chama de modelo geral de omiss o de objeto o do objeto morfologicamente nulo que recebe preenchimento sem ntico a partir do contexto discursivo 103 Eos a Leia se P por preposi o logo a express o um P o outro pode equivaler a um com o outr
205. ilkes Gibbs 1986 chama de cren a m tua Por exemplo o entendimento de foram em 140 como morreram fruto de muitas colheitas 105 140 vejo quantas pessoas da minha idade quantas amigas minhas j foram meu Deus do c u IRTO7L0916 Nessa mesma perspectiva a de conceber a an fora ou a refer ncia de modo geral como a representa o de uma entidade constru da no discurso e pelo discurso de acordo com os pressupostos compartilhados pelos participantes da comunica o e com outros fatores contextuais APOTH LOZ 1995 discute como se d a interpreta o do anaf rico se na infer ncia de uma interpreta o sint tica se na depend ncia de fatores contextuais e pragm ticos Prop e que podem existir express es anaf ricas n o controladas sintaticamente por um antecedente ao afirmar que as express es anaf ricas t m com efeito propriedades diferentes e n o sofrem as mesmas restri es conforme sejam ou n o controladas sintaticamente por seu antecedente para o caso evidentemente de haver um Refletindo sobre os exemplos de Bosch 1983 no que diz respeito s an foras pronominais distingue tr s tipos de lugares em que um pronome pode aparecer 1 Jean a Pair p le Il est peut tre malade 1 Jean parece p lido Ele pode estar doente 2 Jules aime se voir dans un miroir 2 Jules adora olhar se no espelho 3 Jean reconna t qu il est malade 3 Jean reconhece que el
206. inte esperam para o m s seguinte entendeu LDN09L1146 Esse meu cunhado que hoje est doente que caiu de cima de um paiolzinho que ele estava fazendo e bateu a cabe a e operou e ficou meio lel n CTB14L0597 E a mam e n o gostou dele n o quis operar IRT12L0163 E pretendo me operar logo que eu n o quero mais PBR05L0205 Tive duas h rnias e operei PBR05L0399 A eu sei que ele batizou sabe LDN03L0872 Em tr s meses eu me batizei na igreja deles PBRO8L 250 3 4 se indeterminador 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 1 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 E E o que que O que que se planta F Planta soja trigo milho LDN20L1107 E lt Vea gt a carne do veado tamb m se come n F Come Come a carne do veado come sim LDN23L0768 est Quando se fervia a gua mas gua pra lt be gt pra beber a gente ia buscar l na Sanepar CTB02L0182 Voc v hoje n o n o se faz mais nada disso n CTB02L0984 Chega o pedido ent o da feito na marcenaria feito pega a madeira bruta corta monta a vem pro estofamento CTB03L0904 Inclusive t nhamos riachos aqui n pequenos riachos mas t nhamos rios que lt incl gt inclusive se podia pescar n est CTBO05L0007 A gente est vendo que n o est t o ruim como se pensava no come o CTB05L1040 Quer dizer com a libera
207. interessante ele tudo o que se ensinava naquela escola era escrito CTB24L0240 Aqui era bairro e antigamente chamavafse Vila Jos Pinto CTB02L0006 E tinha eu acho que tinha uma poca em que se vendia muito mais tecido do que hoje n LDN01L0015 Como aqui tinha a fama de ser a terra do caf n Terra terra vermelha tudo que se plantava dava n LDN0O1L0033 muda hes muda Planta n Faz se a cova planta ali ta aduba LDNO1L0065 Era uma japonesa que por sinal chamava Rosa tamb m LDNO1L0143 Aquele tempo chamava de bodega n o tinha armaz m n PBR17L0178 E voc n o sabe que se comemora segundaffeira LDN01L0207 porque no s tio trabalha muito n Ent o a gente tem que ajudar bastante n LDNO02L0005 Naquela poca era tudo natural espremia laranja espremia o lim o descascava o abacaxi est n LDNO7L0424 Carros antigamente n o era p fidefbode n hoje em dia nem se v mais LDNO7L1216 S se compra mesmo o que se precisa ningu m mais hoje em dia vai comprar porque est barato IRTO5L0886 E s falava se alem o em casa IRT08L0233 No meu tempo se fez bastante pela educa o pelos alunos IRT11L0049 Antigamente se exigia mais do c rebro da da mente IRT11L0108 Hoje est se vendo mais notici rios IRT11L0310 N s fomos criados assim com aprendemos um certo respeito pela sextaffeira santa est Mais devagar mais quieto n o se fala mu
208. intransitivo uma intransitiva o 149 Alguns alunos quase n o l em Prop e em seguida que fen meno freq ente a intransitiva o de transitivos pronominais com a omiss o do reflexivo ajoelhar se apagar se casar se esquecer se de deitar se levantar se recolher se sentar se sumir se etc E o que se pode chamar de intransitiva o por despronominaliza o ou despronomina o O que Luft 2000 chama de intransitiva o encontramos em MONTEIRO 1994 168 sob a forma de emprego intransitivo Para Monteiro 1994 a tend ncia ao uso intransitivo um recurso da l ngua licenciado pelo conte do sem ntico do verbo Diz ele 81 A partir das reflex es do Prof Lorenzo Vitral por ocasi o da defesa p blica desta tese assumi empregar uso transitivo com objeto nulo j que o apagamento de que trato fon tico em lugar de uso intransitivo Ter um objeto nulo isto n o lexicalizado n o implica a intransitiva o do verbo Uma consulta breve a Chomsky 1995 110 nos ajuda a entender que o apagamento n o chega a promover mudan as na predica o do verbo In some languages Sanskrit Latin Russian Case is morphologically manifested while in others it has little English French or no Chinese overt realization In line with our general approach we assume that Case is always present abstractly 82 O uso do verbo ler na sen
209. io anaf rico como uma variante boa de briga 45 de aus ncia do total de 3829 dados mas n o nos permitem explicar o apagamento por uma das vari veis sociais do projeto sexo faixa et ria escolaridade e localidade PALAVRAS CHAVE apagamento de SE pronomes reflexivos sujeito nulo objeto nulo portugu s da regi o Sul Projeto VARSUL ABSTRACT As a result of the present research about the reflexive pronoun se differences and contradictions were reported as to the tract of this pronoun believed to be due to the fact that it may not be one SE but several ones Aiming at a variationist study of the behavior of SE a sample was prepared from data of the VARSUL Project of the State of Paran and the description of the deletion process of se in the subject function and of me te se and nos in the object function was established as the principal objective of this dissertation Therefore the PRESENCE ABSENCE of SE was defined as the depending variable Twelve independent variables 8 linguistic 4 social ones were added to give the present data the treatment provided by the Quantitative Sociolinguistics of LABOV 1972 After a statistical relevance assessment of every group of factors both linguistic and social it became evident that the classes with the highest relative absence weights are the emphatic se 94 in Irati and 95 in Pato Branco and the indeterminate se 79 in Pato Branco and 70 in Curitiba Whereas the most r
210. ira das frases aluga se esta casa na frente de outro ponha se o escrito contendo os dizeres esta casa alugada Os pretendentes sem d vida encaminham se unicamente para uma das casas convencidos de que a outra j est tomada 65 4 r ERY Aa Sobre a frase esta casa alugada Jos L V Mercer comunica o pessoal faz notar nova ambig idade numa constru o alugada partic pio noutra adjetivo comut vel com pr pria 85 De acordo com Said Ali 1957 o modo como interpretamos as frases que cita mostra que n o sentimos as constru es com se e verbos transitivos diretos como constru es de sentido passivo Pelo contr rio n s as compreendemos como ativas com indetermina o expressa por se O trabalho de GODOY 1999 127 traz um exemplo dessa quest o sobre a indetermina o do sujeito no interior paranaense registra uma nica ocorr ncia de voz passiva com se contra 11 de se verbo no plural sujeito e assim confirma o que NUNES 1990 1991 e MENON 1993 1994 tinham proposto como tend ncia que o se tende a ser interpretado como indeterminador e n o mais como apassivador MILANEZ 1982 tamb m considera que o pronome se em exemplos do tipo em 97 seja indeterminador ao afirmar que a maioria dos falantes intui a constru o se sempre como ocorr ncia de sujeito indeterminado da o fato de n o concordarem o verbo com o grupo nominal o qual intu do como
211. iro grupo t m se ergativo e os do segundo se inerente 178 e 179 s o ergativo e inerente respectivamente Outros testes de acordo com Mira Mateus et alii 1989 tamb m podem ser aplicados 1 considerar a animacidade do argumento interno da locu o verbal eu me entusiasmei com Ana eu me entusiasmei com o trabalho vs eu me casei com 149 Ana eu me casei com o trabalho este ltimo embora gramatical n o corresponde a contrair matrim nio Gi formar adjetivos em dor assustador aborrecedor desesperador vs casador acostumador reunidor iii propor rela es in absentia eu me assustei com o barulho eu te assustei com o barulho vs eu me admirei do comportamento das crian as eu te admirei do comportamento das crian as Assumimos finalmente que o falante quem vai dar as pistas para a classifica o do se e assim permitir que possamos distinguir as classes dos pronomes em estudo conforme prop e CAN ADO 2003 108 ao afirmar que o falante pode escolher por exemplo uma perspectiva agentiva para relatar o evento Jo o quebrou o vaso com um martelo ou mesmo uma perspectiva ergativa O vaso quebrou 4 5 Dados exclu dos Com o levantamento manual das entrevistas percebemos que alguns dados n o poderiam ser inseridos em nenhuma das classes de cl ticos descritas por NUNES 1995 e neste trabalho definidas como vari vel ling stica Eis os dados que decidimos excluir
212. is e modelos cognitivos 196 de natureza diversa Tomando ent o essa no o de continuidade da rela o referencial Julgamos ser poss vel afirmar que quanto mais direta a rela o anaf rica como nos contextos de se reflexivo e de se rec proco mais o cl tico anaf rico se mant m E isso o que constatamos nas quatro cidades em estudo 2 grupo Pessoa do cl tico Sobre a vari vel Pessoa do cl tico anaf rico a segunda estatisticamente relevante para Irati temos num extremo 38 de aus ncia para o cl tico me como 265 e no outro 65 de aus ncia para o se que chamei de plural como 266 Nessa cidade portanto o anaf rico me o que mais se mant m e o se o que mais sofre apagamento 265 eu me arrebento tudo mas n o n o arredo o p do servi o n IRT20L0371 266 N o os ndios puros eles est s casam s entre eles est IRT14L0614 Em rela o a esse grupo de fator citamos a titulo de ilustra o uma ocorr ncia em que o me n o realizado como 267 e uma em que o se plural o como 268 267 eu j interessei em trabalhar na oficina IRT16L0888 268 ent o as coisas est o se tornando dif ceis n est IRT21L0016 Ainda nesse grupo de fator chamam a aten o os 32 casos de se universal que por expressarem um valor categ rico 100 de presen a representam knockout Essas ocorr ncias em Irati ou s o express o da classe de se rec
213. ito n o trabalha n o bate as coisas IRTI3L0418 Por isso que n s ficamos admirados n pegar um um peixe daquela cor porque raro n n o encontra n est n o encontra IRT19L0564 Perder as esperan as hoje n o pode n PBR13L0824 Cacheta era o jogo que jogava mais jogado e entre os velhos era canastra PBR24 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 252 hes voc tinha que puxar gua do po o quando faltava gua e agora n o Agora tem instala o direta n o precisa mais puxar gua hes CTB02L0440 ent o ele todo todo dia ele vai pescar e te traz peixe quer dizer quase n o se precisa comprar peixe l em casa est CTB02L0490 Estudo n o precisa CTB14L0246 precisava meio por perto era um posto de sa de CTB01L0323 Primeiro lugar mais seguran a que precisa CTB03L1739 aqui no Brasil precisa de gente que queira trabalhar CTB17L0428 precisaria mais nibus LDN01L1047 n o precisa disso A gente precisa de mais recurso n est Mais empresa LDNO6L0484 Depois l diz que um clima frio n PBR04L0082 Eu acho que tudo que se fizer nesse sentido PBR06L0490 Perder as esperan as hoje n o pode n PBR13L0824 Ent o precisaria se construir mais casas populares n PBR14L0705 Ent o gado dificilmente se matava porque n o existia freezer Matava um porco e cozinhava toda
214. itore 2005 LEMLE Miriam An lise Sint tica teoria geral e descri o do Portugu s S o Paulo tica 1984 Pronomes An foras Zero observa es sobre uma mudan a ling stica DELTA Vol 1 n 1 e2 1985 p 121 124 LEVIN Beth Unaccusativity at the syntax lexical semantics interface Cambridge London MIT 1995 LI C e S THOMPSON Subject and topic a new typology for language 1976 In GALVES Charlotte Ensaios sobre as gram ticas do portugu s Campinas SP Editora da Unicamp 2001 LIMA Bruno Fernandes Zen bio de O percurso diacr nico das constru es com o pronome se na L ngua Portuguesa como um processo de gramaticaliza o Tese de Doutorado Belo Horizonte Faculdade de Letras da UFMG 2006 LOSA Maria Del Carmen amp RODR GUES Maria Rosario Obra Punto final curso superior Espana Edelsa 2001 LUFT Celso Pedro Moderna Gram tica Brasileira Porto Alegre Editora Globo 1978 Dicion rio Pr tico de Reg ncia Verbal S o Paulo tica 2000 MACAMBIRA Jos Rebou as Portugu s Estrutural 4 ed S o Paulo Pioneira 1998 MACEDO Walm rio M todo Moderno e Simples de An lise Sint tica Rio de Janeiro Editora Tecnoprint 1979 MADUREIRA Evelyne Dogliani Varia o nas constru es pronominais dos verbos psicol gicos uma decorr ncia de diferentes percursos hist ricos In COHEN M A e RAMOS J Dialeto mineiro e outras falas Belo Horizonte FALE UFMG 2002 p 109
215. jo pode fazer apresentam categoria vazia na posi o de sujeito podem ser realizados com a terceira pessoa do plural sem sujeito expresso ou com o uso da terceira pessoa do singular Resumem a quest o afirmando que o que parece claro que esse uso da terceira pessoa do singular sem sujeito expresso est pelo uso da forma se terceira pessoa do singular que o que MILANEZ j defendia em 1982 E finalmente concluem sobre essa terceira pessoa sem se que a refer ncia generalizada com a terceira pessoa do singular sem sujeito expresso chega a sugerir uma interpreta o de refer ncia unipessoal sujeito oracional tal como o exemplo em 60 onde a forma precisa pode chegar a entender se como equivalente express o neutra preciso 60 Ent o pra receber as chaves do apartamento e a come a porque precisa pagar mais isso porque tem mais aquilo tem que botar uma grade D2 RJ 355 15 Sob o tema Colis o do se de indetermina o com o se de medializa o ILARI et alii 1996 163 apresentam um se que chamam se medializador porque exerce um papel que ao n vel lexical indica que um predicado de n argumentos sofreu redu o para n 1 argumentos devendo o argumento que falta ser procurado entre os sintagmas nominais presentes Entendi que como se esse se medializador na impossibilidade de acumular fun es estivesse perdendo a no o de reflexividade de que era revestido desde sua 54
216. jovens Conclui que o sistema de cl ticos do dialeto ga cho representa basicamente o mesmo est gio de mudan a j atestado no resto do pa s e afirma se h algum processo de queda de cl ticos ele afeta o contexto dos verbos pronominais 2 10 TORRES et alii 2002 e o cl tico se do espanhol TORRES et alii 2002 questionam a exist ncia de uma constru o m dia em espanhol com o cl tico se Afirmam inicialmente que dif cil encontrar uniformidade nas interpeta es e na terminologia dadas a estruturas com o se porque o termo m dio ora associado s constru es ergativas de Keyser amp Roeper quando caracterizam um tipo de Para Keyser amp Roeper 1984 apud Torres et alii 2002 374 385 a constru o m dia e a ergativa t m a mesma estrutura e suas diferen as se devem a valores sem nticos nas constru es m dias h um agente implicado enquanto nas ergativas n o as m dias t m uma interpreta o gen rica e n o descrevem eventos enquanto as ergativas s o eventivas Os verbos ergativos s o sintaticamente intransitivos e os m dios transitivos 58 constru o da l ngua inglesa ora relacionado denomina o voz m dia proposta por Vendryes 1948 que a define como a voz da participa o do sujeito na a o e a vincula diretamente a certas constru es pronominais do latim Citam entre outros 1 11 iii Gv HALE amp KEYSER 1988 para quem a const
217. kout TTI o n mero que passa a representar o total de dados de Curitiba PR a ser descrito a seguir Para Curitiba as vari veis consideradas relevantes estatisticamente foram Classes de cl ticos anaf ricos e Posi o do cl tico anaf rico 175 1 grupo Classes de Cl ticos TABELA 4 TOTAL DE OCORR NCIAS DAS CLASSES DE CL TICOS ANAF RICOS EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Curitiba PR CLASSES CL TICOS PRESEN A AUS NCIA TOTAL ANAF RICOS N PR N PR Reflexivo 53 91 19 5 9 21 58 Inerente 205 73 66 74 27 34 219 Apassivador 8 62 63 5 38 37 13 Enf tico 10 36 53 18 64 47 28 Ergativo 68 51 38 66 49 61 134 Indeterminador 100 38 29 165 62 10 265 TOTAL 444 57 333 43 7711 Input 99 Significance 000 A tabela 4 indica que assim est distribu da a amostra em estudo em 43 do total dos dados h supress o de cl ticos na fala de Curitiba PR Esses primeiros resultados permitem que citemos Nunes 1995 210 que afirma a partir do seu trabalho sobre a supress o de cl ticos anaf ricos que o aumento progressivo da supress o de cl ticos anaf ricos no percurso diacr nico se reflete sincronicamente na fala Essa tabela nos mostra que dentre as classes de cl ticos estudadas se enf tico e se indeterminador s o os que percentualmente apresentam maior apagamento 64 e 62 respectivamente Quando consideramos entretanto os pesos relativos de aus ncia s o as classes de se ind
218. l em Londrina 15 em Irati 12 em Pato Branco 12 Consideremos a tabela 20 a seguir que traz em n meros absolutos os dados sociais do falante que emprega um mesmo item lexical ora pronominalizado ora despronominalizado s vezes num mesmo turno de fala TABELA 20 N meros absolutos dos falantes que usam formas concorrentes Localidade Sexo Faixa et ria Escolaridade M F A B P G C Curitiba 8 5 9 4 4 6 Londrina 5 10 6 9 5 5 9 Irati 6 6 6 6 4 3 5 Pato Branco 5 7 6 6 5 5 2 Como n o s o muitos os dados em quest o n o podemos apontar uma tend ncia ou ao apagamento ou realiza o a partir de informa es sobre o perfil social dos informantes constantes na tabela 20 Podemos no entanto pensar 1 que s o as mulheres que mais oscilam no uso de formas pronominalizadas 29 mulheres 24 homens 11 que esse aspecto est mais relacionado segunda faixa et ria de 50 anos ou mais 23 informantes da primeira faixa e 30 da segunda iii que o fen meno em estudo n o licenciado especialmente por um n vel de escolaridade 18 com prim rio 17 com ginasial 18 com colegial Os verbos com os quais ocorre ora o apagamento ora a realiza o do pronome por um mesmo informante s o os seguintes e est o assim distribu dos por Localidade Tabela 21 Distribui o por localidade dos verbos das ocorr ncias de hesita o 211 LOCALIDADE DO INFORMANTE
219. la o ao se S o elas 315 e 316 315 316 P ra de se co ar CTB20L1392 se cuida que os bichos l s o feras LDNOSL1082 Sobre o que propusemos acima acerca do uso do se universal podemos considerar que de um total de 96 informantes da nossa amostra 45 empregaram pelo menos uma vez a forma do se universal o que representa 46 8 do total dos nossos informantes consideradas as quatro cidades do estado do Paran A tabela 10 sugere 1 i iii que o emprego dessa variante pode estar sendo liderado pelos homens 27m e 18f que o fen meno n o parece estar relacionado faixa et ria dos informantes 23a e 22b que esse uso n o tamb m determinado pelo n vel de escolaridade do falante 17p 17 ge 11c embora sobre Curitiba e s sobre esta cidade possamos afirmar que o mais alto n vel de escolaridade previsto pelo projeto o colegial 10 11 anos de escolaridade n o concorre para o uso do se universal 215 CONCLUS O Quando pensei em estudar o pronome se por ocasi o da elabora o do projeto de doutoramento eu contava somente com duas informa es uma a afirma o de ILARI et alii 1992 106 que repito a seguir sobre um se que chamam de reflexivo e ao qual atribuem outras fun es diferentemente daquela que dada pela sintaxe latina cl ssica as principais novidades na sintaxe dos pronomes afetam o reflexivo se que assume algumas fun es totalme
220. longar no assunto elas j caem na gargalhada CTB 19L1046 N s conversamos mais a na rua a quando se encontramos a na rua n CTB21L1194 Mas n s se d vamos t o bem t o bem CTB2210685 Se separamos mesmo sabe LDN02L0674 Se reunimos tudo l est LDN12L0395 que n s moramos junto l mais n n s at se conversa tem vez assim mas j n o n LDNI4L0744 Ah se damos bem n Assim quando n s se encontra da se damos bem n mas n o sou muito chegado neles LDN14L0958 foi triste n eu eu no caso eu se emociono f cil tamb m eu de acompanhar eu fico muito emocionado eu LDN1I9L0397 A eu se acomodei dentro de casa quer dizer eu n o era de sair pra rua muito n o LDN19L1043 Da voltei e se casamos Da tr s anos se casamos LDN20L0119 Era pra n s se manifestar que tinha uma heran a nossa mas como LDN21L0458 N s se conhecemos desde pequenininho IRT01L0286 Da da foi indo da come amos se olhar um pro outro ele come ou a olhar pra mim IRT01L0327 e n s sa mos daqui de Irati pra se livrar dela IRTO1L0497 Da n s fomos tudo pro Oper rio se mandamos IRT01L0559 Adoro uma folia mas como eu gosto meu Deus Estamos se preparando de novo esse ano IRT03L0463 Agora se associamos gra as a Deus risos F IRTO03L0730 Da sextaffeira de noite pra amanhecer s bado n s duas se arrumamos sabe IRT06L0400 Se con
221. lus es que segundo o autor confirmam a hip tese formulada destacamos a que est a seguir o processo de gramaticaliza o de se foi mais intenso do per odo arcaico para o moderno sendo esse ltimo o pice do processo J no per odo contempor neo observa se uma grande queda de fregii ncia em todos os tipos analisados o que indica uma tend ncia geral de desaparecimento de diversos tipos p 96 Quando trata do per odo que chama de contempor neo Lima 2006 107 faz refer ncia ao est gio zero da gramaticaliza o isto aus ncia do pronome se e cita os valores de aus ncia desse pronome em rela o aos verbos casar 82 formar 86 lembrar 88 ordenar 67 e aposentar 100 Leva em conta esses cinco verbos para dizer que o ndice m dio de frequ ncia do apagamento do pronome se de 85 e o de presen a apenas 15 Ap s considerar a metodologia e os resultados de cada uma das pesquisas acima citadas pude constatar que a no o de reflexiviza o e a denomina o do pronome se como reflexivo n o s o por vezes dadas claramente mas t m um ponto em comum a fun o anaf rica atribu da ao pronome em quest o e a outros como me te nos que podem exercer essa mesma fun o Percebi tamb m que adotando se este ou aquele crit rio para classificar o se sejam eles sem nticos como a no o de generaliza o contida na indetermina o ou a no o de grade tem tica dos verbos sejam eles
222. m comportamento inverso em rela o a esse mesmo se das outras tr s cidades pesquisadas em Curitiba com 62 de aus ncia em Londrina com 60 de aus ncia n o temos os pesos relativos dessa cidade em rela o vari vel classes de cl ticos anaf ricos em Irati com 87 de aus ncia E o que explicaria essa diferen a de comportamento Me parece que em Pato Branco a tend ncia ao emprego do se ergativo devida a duas quest es a primeira a d vida a hesita o em torno da pronominaliza o do verbo que antecedida de uma quase forma incoativa como em 282 a segunda a concorr ncia muito comum nessa cidade num mesmo turno de fala formas ora pronominalizadas ora n o como 283 110 N o seriam diferentes casar se e batizar se As formas anal ticas fui casado e fui batizado n o implicam interpreta es distintas Consideremos por exemplo o dado de fala a seguir Pra voc ter uma base eu nem primeira primeira comunh o eu fiz N o fiz est S fui batizado acho fora isso e CTB09L0578 Nele fui batizado n o poderia corresponder a me batizei ambos contextos de passividade 204 282 se voc olhar pra tr s voc d risada sabe voc fica at at voc se anima sabe PBR15L1083 283 E eu me assustei tanto eu estava dormindo n assustei tanto que sei l eu comecei a gritar n PBR07L0030 Talvez em decorr ncia desses dois aspectos a hesita o e a con
223. m agosto de 2000 realizada no Instituto de Letras da UFRGS p de avaliar que a rejei o 143 forma n o pronominal foi categ rica naquela ocasi o Como acreditamos que Minas Gerais a regi o do Brasil em que a supress o parece estar s mais adiantada cf Veado 1982 Lemle 1985 d Albuquerque 1988 Galves 2001 pretendemos com esta vari vel saber de quanto a aus ncia pronominal no Paran a exemplo de Castro 2002 sobre o apagamento em Porto Alegre para propor que pode at existir no Paran alguma rejei o forma n o pronominal mas ela n o pode mais ser categ rica Remetemos o leitor aos anexos para examinar a tabela com a codifica o das ocorr ncias 4 3 Procedimentos de contagem No cap tulo sobre os resultados apresentaremos uma primeira an lise que leva em conta os 3920 dados que compunham o nosso corpus por ocasi o da rodada teste e uma segunda com 2930 dados 803 de CTB 617 de LDN 645 de IRT e 865 de PBR Um n mero bem menor que o da rodada teste porque reduzido com os knockouts resultantes do estudo de cada uma das cidades em separado A esse n mero de dados chegamos por assumirmos os seguintes procedimentos de contagem a nos casos de presen a dos cl ticos em estudo dispusemos em classes cada uma das ocorr ncias de me te se nos conforme 3 1 b nos casos de aus ncia verificamos luz da revis o da gram tica tradicional e da literatura cf cap tulos 1
224. m aquele trauma LDN21L0061 159 4 5 11 Os casos em que o vazio em posi o de objeto decorrente do uso intransitivo dos verbos implica ambigiiidade como no exemplo em 216 tr s realiza es do verbo conhecer duas me parecem rec procas Mas como provar que n o s o todas elas as tr s casos de formas ativas com objeto nulo 216 Ah est o muito apressadinhos pro meu gosto riso F P conheceu ontem j quer casar que Ah n o assim n Acho que a gente tem que conhecer porque apesar que voc pode conviver com uma pessoa quinze anos vinte anos e voc n o vai conhecer CTB11L0507 4 5 12 Os casos em que o verbo empregado n o adequado ao sentido que se quer promover ou porque a frase n o tem nexo como em 217 e 218 217 apesar que todo mundo que est no interior gosta de vir aqui pra Curitiba est se disp e de que tem l no interior e vem aqui pra capital pra passar necessidades CTB17L0008 218 Ent o n o que a mulher seja proibida a trabalhar se h necessidade primeiro tem que se se dialogar entre o casal LDNO1L0567 4 5 13 Os casos em que o falante F repete imediatamente a forma empregada pelo entrevistador E ou por um interveniente I como em 219 N o seria poss vel pensarmos nesses casos como ganchos 219 I Que nem aqule coitado que foi receber e desastroufse n F desastrou se CTB13L1071 160 CAP TULO 5 An lise dos
225. m como verbos que tomam dois argumentos 425 ora se apresentam como verbos monoargumentais Para Negr o et alii 2002 106 verbos como quebrar ou cozinhar que podem ter tanto dois quanto um argumento s o verbos que i implicam uma mudan a de estado para seu objeto direto ii expressam um processo que afeta seu objeto iii por opera es de natureza lexical podem sofrer uma altera o em sua estrutura argumental iv e o seu argumento desencadeador do processo geralmente chamado de agente pode deixar de ser realizado na sintaxe 60 65 O Pedro quebrou a jarra de gua A jarra de gua quebrou Quebrou a jarra de gua Afirmam tamb m que percebemos as altern ncias de realiza o sem ntica dos verbos quando fazemos experi ncias com os seus objetos tal como em 66 E que certos verbos transitivos diretos em determinados ambientes ling sticos podem ter uma realiza o sint tica de verbo monoargumental em que o sujeito desaparece e o objeto direto se realiza em posi o pr verbal conforme os exemplos em 67 66 O Pedro quebrou a promessa A promessa quebrou Quebrou a promessa 67 O Pedro vai vender o apartamento O apartamento vende f cil O apartamento vende bem O apartamento j vendeu O apartamento n o vende nunca O apartamento vende A L cia plantou o feij o O feij o planta f cil O feij o j plantou O feij o n o planta nunca O feij o planta Compreen
226. m rela o aos que chama de reflexivos acidentais maquiar ferir pentear por exemplo o informante se serve da regra de omiss o do objeto direto p 116 NISHIDA 1994 e d ALBUQUERQUE 1988 compartilham portanto da id ia de que se inerente ocupa o lugar acusativo ou de objeto sint tico e que ao ocupar esse espa o pronominalizando verbos como os acima citados dita um novo comportamento sint tico 4 D Albuquerque n o explica o que entende por um se apreendido por pura memoriza o Entretanto o relaciona aos verbos que chama de essencialmente pronominais talvez sugerindo que o emprego pronominal desses verbos se deva mais atividade de memoriza o que costuma ser desenvolvida pela escola e menos s atividades n o relacionadas repeti o de formas A partir do que poder amos pensar que para a crian a mineira nesses verbos no seu vern culo n o existe o se preciso memoriz lo para usar em situa es formais porque ele existe na variedade padr o escrita 70 em rela o a essas formas verbais e as torna distintas de uma poss vel forma n o pronominalizada Talvez por isso Nishida 1994 os nomeie como verbos propriamente reflexivos e LEMLE 1985 como intrinsecamente reflexivos No outro grupo segundo NISHIDA 1994 est o o se indeterminador ou generalizador o se m dio o se ergativo e o se passivo que absorvem papel tem tico reservado ao argumento externo e de algum m
227. m se e sem concord ncia como o exemplo em 6 citado por PEREIRA 1954 331 6 Conserta se rel gios luz do que MENON 1994 228 231 prop e sobre a perda do valor passivo das chamadas passivas sint ticas ou pronominais onde o se sujeito sint tico da frase tem refer ncia indeterminada e por fim apreciamos as pesquisas de VEADO 1982 de LEMLE 1985 de MADUREIRA 2002 e outras que de algum modo estudam rela es entre a pronominaliza o de formas verbais e o apagamento de pronomes em fun o anaf rica Remeto o leitor aos anexos para considerar alguns prospectos e fotos que coletei ao longo do desenvolvimento deste trabalho Estou usando pronominaliza o n o no sentido de que com a gramaticaliza o cf HOPPER amp TRAUGOTT 1993 algumas formas passam a pronomes mas no sentido de que um verbo se torna pronominal com a adjun o do se O que resulta dessa pronominaliza o a constru o por exemplo de sentidos que v o al m do contexto de reflexividade se achar pode significar encontrar a si mesmo e tamb m se sentir superior ou se metidar Eis um dos aspectos que pretendemos apreciar com este trabalho No cap tulo 3 ocupamo nos da descri o das classes de palavras que chamamos aqui de cl ticos anaf ricos assumindo como ILARI et alii 1996 134 que o se anaf rico e que no exerc cio deste papel de acordo com MIRA MATEUS et alii 1989 NUNES 1995 VILELA
228. mam e saem n trabalhar aonde que d PBR10L0596 289 Descasei continuei na ro a est da que decidimos vir pra cidade que durou pouco logo separamos n mas tudo beleza PBR09L0095 Se pudermos associar a no o de verbos essencialmente pronominais classe de se inerente diremos que Pato Branco a cidade de maior peso relativo de aus ncia 55 de se inerente dentre as quatro cidades do Paran 11 quando a no o que est em 1 de alguma forma recuperada constru da com o se universal como 290 290 Agora se reunimos quase sempre nossa PBR07L1006 O peso relativo de presen a 45 da classe de se inerente se deve em muitos casos cria o de um lugar de preserva o dessa classe de se com a especializa o de sentidos que dada com a presen a do anaf rico se virar se mandar se render se mexer se acertar se ligar se juntar se meter tais como 291 a 293 291 ent o eu tenho tenho que me virar tenho que comprar roupa PBR15L1363 292 mas eu me rendi carregando sacos de feij o junto com ele tive duas h rnias e operei PBR05L0399 293 e eu jn o n o me acertei e pedi pra sair n e voltei pra agricultura n n o me dei bem l tamb m n PBR18L0139 206 2 grupo Sentido gen rico do verbo Quanto ao Sentido gen rico do verbo temos 69 de aus ncia nos casos de cl ticos anaf ricos que se adjungem a verbos de a o como
229. me te se nos nas senten as em que se esperaria um cl tico anaf rico ou em fun o das especifica es lexicais do verbo como 157 e 158 ou em fun o do contexto sint tico como 159 e 160 157 com a presen a do anaf rico mas n o me n o me n o me acostumei com os mosquitos CTBO2L0508 158 com o apagamento do anaf rico Ah acostumei n Trinta e sete anos CTB07L0880 159 com a presen a do anaf rico Voc s se aprende quando se apanha n CTB23L1019 160 com o apagamento do anaf rico A nica mola que usa lt i gt usamos nesse comendador e mola inint est mas n o aquela mola espiral n o CTB03L0678 4 2 2 Descri o das Vari veis Independentes No elenco das vari veis independentes oito s o de cunho ling stico e quatro de cunho social Para cada uma delas uma expectativa ou uma hip tese a respeito de seu condicionamento 4 2 2 1 Vari veis Ling sticas Ap s algumas rodadas preliminares elegemos como vari veis ling sticas os grupos de fatores que apresentamos a seguir 4 2 2 1 1 Classes de cl ticos anaf ricos Esta vari vel verifica se uma classe espec fica de cl tico exerce maior ou menor influ ncia na escolha da nossa regra vari vel presen a aus ncia de me te se nos Os 135 fatores dessa vari vel correspondem aos contextos que definimos luz de NUNES 1995 reflexivo rec proco inerente ergativo indeterminado
230. mero objeto direto Para Milanez n o se pode atribuir ao se a fun o apassivadora porque n o haveria equival ncia entre as constru es com se e o sentido passivo A interpreta o que Milanez faz desse tipo de constru o pode indicar que fumam se charutos n o uma ora o produtiva no portugu s do Brasil 97 Fuma se charutos Relativamente a Curitiba PR um nico dado o que est em 98 denuncia que o certo que fazer concord ncia entre sujeito e verbo tal como em alugam se casas fazem se chaves uma prescri o que n o vai pra a cf BECHARA 1960 que citado por MENON 1994 72 86 98 Conforme l iam surgindo as vilas iamfse abrindo os loteamentos cada um teria um nome e da CTB07L0010 Em resumo a passiva com o se ndice de apassiva o designa uma a o que assumida pelo falante a partir do paciente sendo o agente estruturalmente facultativo cf Vilela amp Koch 2001 181 e consiste nas estruturas em que um verbo transitivo direto tem a sua concord ncia determinada por um termo que o sujeito passivo da constru o Jogam se b zios cf Scherre 2005 82 Quando eu estudava por m ocorr ncias como as dadas em 99 e 100 senti dificuldades de classific las 99 aqui do nosso lado morava um rapaz que praticamente a gente se criou junto n CTB11L0110 100 Hoje por exemplo eu sa do trabalho levei o menino pra consultar ch
231. minal no sul do Brasil uma abordagem luz da fonologia pros dica In VANDRESEN Paulino org Varia o Mudan a e Contato Ling stico no Portugu s da Regi o Sul Pelotas EDUCAT p 169 183 2006 BURZIO L Italian Syntax A Government Binding Approach Dordrecht Kluwer 1986 CAN ADO M rcia Uma aplica o da teoria generalizada dos pap is tem ticos verbos psicol gicos Revista do GEL Grupo de estudos ling sticos do Estado de S o Paulo n 0 S o Paulo Contexto 2002 p 93 125 Um estatuto te rico para os pap is tem ticos In MULLER Ana L cia NEGR O Esmeralda Vailati amp FOLTRAN Maria Jos Orgs Sem ntica formal S o Paulo Contexto 2003 p 95 124 CARNEIRO RIBEIRO Emesto Ser es Grammaticaes ou Nova Grammatica Portugueza 2 ed 1890 CARONE Fl via de Barros Subordina o e Coordena o confrontos e contrastes 4 ed S o Paulo Atica 1997 CARRETER Fernando Lazaro Manual de explic a o de textos Cursos m dio e superior 3 ed rev Rio de Janeiro Livraria Acad mica 1963 CART A GRIMAL P LAMAISON J amp NOIVILLE R Gram tica Latina Tradu o e adapta o de Maria Evangelina Villa Nova Soeiro S o Paulo T A Queiroz EDUSP 1986 CARVALHO Dolores Garcia amp NASCIMENTO Mancel Gram tica Hist rica para o 2 grau e vestibulares 14 ed S o Paulo Atica 1984 230 CASTRO M rcia Silva de A sintaxe dos cl ticos pronominais do dialeto
232. mmatica italiana Milano Biblioteca Universale Rizzoli 2006 ROCHA LIMA Carlos Henrique da Gram tica Normativa da L ngua Portuguesa 9 e 18 ed Rio de Janeiro F Briguiet amp Cia Editores 1963 e 1976 RODRIGUES Cilene Aparecida Nunes Aspectos Sint ticos e Sem nticos das Estruturas M dias no Portugu s do Brasil um estudo comparativo Disserta o de Mestrado em Ling stica UnB Bras lia 1998 ROUSSEAU Andr La transitivit Paris Presses Universitaires du Septentrion 1998 SAID ALI M Dificuldades da L ngua Portugu sa 5 ed Rio de Janeiro Livraria Acad mica 1957 SALVI Giampaolo amp VANELLI Laura Grammatica Essenziale di riferimento della l ngua italiana Firenze Le Monnier 1992 SANTOS M rcia Ang lica dos Aprenda an lise sint tica 4 ed S o Paulo Saraiva 1996 SANTOS Sebasti o Louren o dos Revisitando o cl tico lt se gt em espanhol uma proposta de an lise das constru es passivas impessoais e reflexivas Disserta o de Mestrado UFPR Curitiba 2004 SCHERRE Maria Marta Pereira Introdu o ao Pacote Varbrul para Microcomputadores Rio de Janeiro 1992 Doa se lindos filhotes de poodle varia o ling stica m dia e preconceito S o Paulo Par bola Editorial 2005 SERBAT Guy Grammaire Fondamentale du Latin Tome VI L emploi des cas en latin Louvain Paris Editions Peeters 1996 239 SERIANNI Luca Grammatica Italiana italiano comune e
233. mostra em fun o das faixas de escolaridade n o nos permite apontar uma faixa que especialmente favore a o apagamento de cl ticos anaf ricos Quando levamos em conta no entanto a diferen a entre os ndices de presen a e aus ncia em cada uma das faixas notamos que esses ndices crescem medida em que cresce tamb m o n vel de escolaridade do falante 4 no prim rio 12 no ginasial e 16 no colegial N o seriam esses ndices reveladores da participa o da escola na divulga o da no o de correferencia o Quer dizer quanto maior o n vel de escolaridade mais elaborado e formal o n vel de l ngua cf GALVES 2001 141 maior tamb m a tend ncia ao emprego dos cl ticos anaf ricos 58 de presen a no colegial 56 de presen a no ginasial e 52 de presen a no prim rio Aguardemos os resultados por cidade para verificar se podemos estabelecer alguma rela o entre a escolaridade e o apagamento que estamos estudando Com vistas a uma maior compreens o da altern ncia se vazio pretendemos discutir os resultados cidade a cidade sob a aplica o da regra vari vel aus ncia do cl tico Fazemos notar que segundo labov 1969 a aplica o da regra vari vel tem tr s implica es 1 que seja grande o n mero de dados pesquisados 11 que os dados reflitam a fala de indiv duos inseridos em uma comunidade de fala dados emp ricos e n o dados fabricados iii que a an lise da altern ncia entre duas ou
234. mp ndios 6 k E Considerar 3 1 onde procuro refletir sobre as palavras textuais de NUNES 1995 204 em torno de sete classes de cl ticos anaf ricos se reflexivo rec proco ou n o se ergativo se inerente se ndice de espontaneidade se apassivador se indeterminador e se m dio gramaticais pode corresponder a um aparato normativo excessivamente artificial porque n o compreende a l ngua como um sistema heterog neo e vari vel Assim uma forma como a dada em 6 ou n o citada pelos tais comp ndios ou o para servir de exemplo do que n o se deve dizer quando na verdade poderia ser ponto de partida para o estudo da heterogeneidade dialetal No dizer de MATTOS E SILVA 2002 11 a heterogeneidade dialetal pode ser mais ou menos intensa e extensa mas existe em qualquer l ngua j que podemos dar por demonstrado que n o h l ngua historicamente homog nea nesse sentido que MANDRYK amp FARACO 1980 114 introduzem a no o de que uma l ngua um conjunto de variantes e que como tal s pode ser descrita por meio de um conjunto de gram ticas implicando que h n o uma mas v rias gram ticas para uma l ngua e que o Julgamento dos fatos ling sticos n o poder ser feito em sentido absoluto mas sempre em sentido relativo O fato no entanto de a l ngua ser tomada como heterog nea n o significa que ela n o atente regularidade muito pelo contr rio t
235. mpre motivo de coment rios em raz o do esquecimento do pronome reflexivo junto a verbos como os citados em 55 55 Eu sa e diverti muito Eu machuguei Em 1984 como resultado da pesquisa de mestrado mostrou que o percentual de presen a do se em Minas e no Rio guardava diferen as para as estruturas reflexivas o percentual de presen a em Minas era de 35 e no Rio de 81 para as rec procas 53 e 88 respectivamente para o se indeterminador 1 5 de presen a em Minas e 27 no Rio A esses resultados d Albuquerque acrescentou os de duas pesquisas a da elicita o de verbos pronominais a partir de gravuras e a realizada no livro Quarto de Despejo de 35 D Albuquerque 1984 informa que toda refer ncia a Minas deve ser entendida como sendo a Manhua u cidade que est no leste de Minas Gerais perto da divisa com o estado do Esp rito Santo 46 Carolina Maria de Jesus Como conclus o dos tr s trabalhos disse nas tr s pesquisas um mesmo item lexical usado pronominalizado ou despronominalizado num mesmo momento hist rico n o s por informantes diversos como tamb m pelo mesmo informante Nesse trabalho a autora distingue tr s formas de se uma rec proca uma indeterminadora e uma reflexiva que possivelmente recobre o que est fora das no es de reciprocidade e de indetermina o Como exemplo de forma rec proca d Albuquerque 1988 117 cita Os dois est o beijando e
236. na o anterior a este mas com atributos que lhe foram dados no intervalo por via de uma predica o Em outras palavras a pr pria situa o discursiva possibilita a interpreta o da correferencialidade cf Monteiro 1994 65 Mattos e Silva 2002 71 Considerando se assim o que foi proposto acima podemos afirmar que pelo menos duas dentre as quest es apresentadas por Apoth loz 1995 aplicam se tend ncia de que estamos tratando a de supress o de anaf ricos a primeira que determina que os anaf ricos reflexivos que estamos estudando correspondem a uma forma puramente sint tica Cf Apoth loz 1995 Neste sentido se os reflexivos s o formas puramente sint ticas que ocupam o espa o dos objetos gramaticais seu apagamento pode estar relacionado ao processo de perda dos cl ticos acusativos de terceira pessoa j estudado por Galves 1989 Cyrino 1990 Kato 1991 e Nunes 1995 1996 e tamb m por consequ ncia aos contextos em que o objeto nulo ocorre com mais frequ ncia em portugu s brasileiro o que licencia segundo entendemos a constitui o da hip tese do uso transitivo de formas verbais com objeto nulo considerar 3 2 1 que instaura por sua vez uma categoria vazia em portugu s brasileiro a dos cl ticos anaf ricos reflexivos ou n o cf Nunes 1996 216 7 e d Albuquerque 1988 116 119 108 E a segunda quest o que argumenta em favor de uma amplia o da no o de antec
237. nagu IRT12L0053 s na empresa L a gente pega e vai re ne l e chama das outras empresas n CTB11L0430 E no Natal tamb m a gente se reuniu mas n o toda a fam lia CTB22L0406 A o povo todo todo mundo se reunia a lt rapaz gt todos os jovens n a o povo reunia assim at era engra ado LDNO7L0682 112 Nessa amostragem est o alguns dos exemplos de que nos utilizamos ao longo deste trabalho e tamb m outros que consideramos ilustrativos de cada uma das classes em estudo adotamos entretanto outra numera o para este momento do trabalho ANEXOS 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 246 N o que nem hoje que a molecada re ne e vai pra rua brincar LDN09L0044 Fam lia enorme Quando re ne risos F est Nossa m e LDN12L0249 Eles se re nem algumas vezes por ano fazem barraquinhas IRTO5SL0582 s vezes re ne meus irm os minha m e tudo Ent o IRT10L1639 Ent o acho que isso a importante n que l re ne certa quantidade de gente n IRT17L0217 N o adianta eu me empenhar numa coisa e daqui a pouco eu vejo que eu n o gosto CTB11L0758 Mas eu ali eu s me dediquei mais ao estudo ali n CTB11L0779 Se o colono se quebrar se quebra todo mundo aqui quem move Irati a agricultura
238. ncia r em latim cl ssico imprimia sentido passivo a um verbo n o depoente amor sou amado mas n o imprimia esse mesmo sentido quando empregada com uma forma verbal depoente mentior minto Ou seja em termos formais o latim cl ssico dispunha de uma forma em r que dependendo do verbo podia expressar sentido passivo ou sentido ativo O latim vulgar diferentemente perde esse conceito de depon ncia o que segundo LAUSBERG 1963 379 n s podemos constatar com as depon ncias do latim cl ssico que passam para a conjuga o ativa Como em latim cl ssico j havia a forma anal tica amatus sum para expressar pret rito perfeito o latim vulgar passa a traduzir esta forma como sou amado e a empregar amatus fui para dizer fui amado e assim manter a distin o de tempo cf SILVEIRA BUENO 1967 20 deste modo que amor que no latim cl ssico significava sou amado deixa de existir no latim vulgar A outra forma verbal citada por Silva Neto vocat est antecedida pelo se mas como est a indicar um uso popular segundo esse mesmo autor n o significa como em latim cl ssico que o sujeito agente e paciente do processo verbal neste caso n o se pode 26 traduzir por chama a si mesmo mas por chamada com sentido passivo e em rela o complementar a uocatur forma cl ssica correspondente Mais um exemplo para indicar de acordo com SILVA NETO 1988 239 que no que toca s vozes desd
239. ncia a que Nunes 1995 215 faz refer ncia os verbos de a o favorecem a constru o inovadora ao contr rio dos verbos de processo e estado e me permitem pensar que talvez essa tend ncia seja devida a verbos como deitar levantar sentar acordar por exemplo que a depender dos seus complementos permanecem indicando a o mas sofrem a especializa o de sentido E a diferen a entre estes sentidos n o 171 marcada com a realiza o do cl tico em um s dos contextos mas dada pelas informa es que adv m da grade tem tica do verbo Como nos casos em 223 e 224 223 Vendemos tudo est Est tentando levantar mas ainda est duro LDNO6L0147 224 e aquele foi o meu dia eu levantei animada para limpar o escrit rio LDN06L0734 Consideremos a seguir as tabelas 1 2 e 3 que trazem em termos percentuais informa es sobre as vari veis sociais sexo faixa et ria e escolaridade TABELA 1 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL SEXO DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE no estado do Paran SEXO DO INFORMANTE VARI V Feminino Masculino DEPEND N N Presen a 1076 54 1040 57 Aus ncia 926 46 787 43 TOTAL 2002 1827 Em se considerando os valores percentuais registrados na tabela 1 observamos que em termos gerais a vari vel social sexo n o parece concorrer para a varia o aqui em estudo Tanto um comportamento o feminino quanto o outro o masculino e
240. nderia portanto em se considerando esse exemplo ao tema 114 O vaso quebrou 92 Ora os alunos e o vaso exercem papel tem tico de tema nos enunciados em 113 e 114 respectivamente mas entre eles h pelo menos um tra o que os distingue o de animacidade do sujeito gramatical Assim no tratamento que vamos dar ao se ergativo consideramos que a propriedade de ergativiza o pode contemplar os temas de tra o animado como em 115 e 116 e os de tra o animado como em 117 e 118 115 Conseguimos construir a escola quando a escola estava pronta a gente se decepcionou que o Requi o nomeou a Marta LDN0O1L0285 116 N o adianta Ela j acostumou dezesseis anos com essa vida n o tem como CTB070721 117 em termos de de desenvolvimento a Vila Hauer cresceu muito de mil novecentos e setenta pra c est De setenta ent o Vila Hauer Boqueir o hes desenvolveram de uma maneira impressionante CTB05L0023 118 E o motivo do com rcio se lt dese gt desenvolver mais aqui talvez porque o princ pio o comecinho dele foi nessa regi o CTB05L0133 Quando TORRES et alii 2002 374 tratam da ergativiza o empregam em lugar de se ergativo a forma se incoativo que a denomina o que usam para fazer refer ncia a uma senten a do tipo Se han roto todos los vasos e que corresponde segundo registram nota 13 al se medio de los gram ticos tradicionales al neuter se
241. ndrina e o apagamento de se n o suficiente para explicar a supress o em estudo Ao considerarmos a coloniza o de Londrina por mineiros e paulistas quisemos dizer que uma das for as desencadeadoras do apagamento em Londrina pode ser a sua coloniza o 165 diferenciada O apagamento de SE claro n o s uma quest o de coloniza o Se fosse assim Curitiba Irati e Pato Branco n o apagariam 3 grupo Classes de cl ticos anaf ricos Consideremos agora o terceiro e ltimo fator Classes de cl ticos anaf ricos Gr fico 2 A vari vel Classes de cl ticos em fun o da vari vel dependente presen a aus ncia 100 Presen a 40 a Aus ncia Sobre o mesmo total de 3829 dados temos os seguintes pesos relativos de aus ncia em se considerando a vari vel classes de cl ticos para o reflexivo 13 para o inerente 36 para o apassivador 45 para o ergativo 58 para o rec proco 67 para o indeterminador 71 para o enf tico 76 Se considerarmos a hip tese de CYRINO 2000 sobre o exemplo em 95 Jo o casou que relaciona a supress o do se ao tra o tem tico desse cl tico quando associado 166 ao verbo casar passaremos a esperar que os cl ticos de tra o tem tico tendam presen a e n o o que o gr fico acima nos mostra Muito pelo contr rio os cl ticos de tra o tem tico possivelmente o
242. nha alguma diferen a entre as escolhas disposi o usar ou n o o pronome com inclina o 61 de presen a ao uso 182 TABELA 7 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Curitiba PR ESCOLARIDADE DO INFORMANTE Vari vel Prim rio 4 5 anos Ginasial 8 9anos Colegial 10 11 anos depend N N N Presen a 123 59 147 55 174 58 Aus ncia 85 41 120 45 128 42 TOTAL 208 267 302 Em Curitiba as ocorr ncias de Grau de escolaridade em fun o da variante aus ncia apresentam a seguinte distribui o 41 de aus ncia para o prim rio 45 para o ginasial e 42 para o colegial A julgar por esses valores percentuais entendemos por que o programa n o selecionou como estatisticamente relevante a vari vel escolaridade do informante 5 3 Os resultados de Londrina Nas primeiras rodadas relativas cidade de Londrina PR eram 896 os dados totais dessa cidade Com a decis o de retirar as ocorr ncias com a express o diz que 27 no caso dessa cidade e com a resolu o de tr s contextos ainda em estudo fizemos nova rodada agora com 872 dados A distribui o desse total de dados apresentamos na tabela 7 sem os pesos relativos porque depois dos Knockouts nos grupos Fun o Sint tica do cl tico e Sentido Gen rico do verbo o programa n o seleciona a vari vel classes de cl ticos anaf ricos como rele
243. no processo verbal ora a um efeito expressivo da pr pria a o expressa pelo verbo Esta ltima dada como fun o do se enf tico assim descrita por LUFT 2000 13 com o exemplo em 132 rir basicamente intransitivo mas na frase para efeito expressivo d se lhe um complemento do mesmo campo sem ntico e podia ser da mesma fam lia m rfica um cognato rir um riso uma transitiva o Transitiva o tamb m a pronominaliza o de intransitivos analisada acima rir sorrir gt rir se sorrir se ir partir gt ir se partir se 132 O mo o riu uma gargalhada c nica 100 De acordo com Luft a pronominaliza o de formas verbais intransitivas n o implica a constru o de um sentido mas a gera o de um efeito expressivo que poderia ser estabelecido ou por um pronome que ele classifica como reflexivo ou por um argumento do mesmo valor sem ntico ou fam lia cognata da forma verbal que se deseja real ar Rir se resultaria ent o do que Luft chama de transitiva o por pronominaliza o E o se seria luz de Luft 2000 12 um objeto direto n o l gico natural mas metaf rico figurado para efeito expressivo Quem ent o o se enf tico Se n o obrigat rio mas decorativo por que computar a sua aus ncia Ou ainda com que crit rio determinar a sua aus ncia O crit rio que leva em conta o tra o distintivo de significado distintivo no caso do se enf
244. nte desconhecidas na sintaxe cl ssica outra a no o de reflexividade que depreendida por essa sintaxe e que pode ser expressa pela frase Titus se interrogat cf ALMENDRA amp FIGUEIREDO 1999 64 e neste trabalho p 6 luz dessas primeiras informa es eu me coloquei diante das senten as 317 318 e 319 extra das do banco de dados VARSUL 317 tem teve tem pessoas que se vestem e vai n LDNO6L0858 318 Agora meu irm o se mudou ali e fez a casinha n No terreno vazio IRTO6L0422 319 O Lassale um col gio que se preocupa muito em na qualidade PBR06L0189 A partir da observa o desses dados de fala eu vou me apercebendo do fato de que no caso do portugu s do Brasil tanto o reflexivo se quanto os verbos a que esse reflexivo se adjunge constroem contextos sint tico sem nticos distintos por isso que j no come o desta tese assumo que o se reflexivo o se de 320 contexto em que exerce a fun o sem ntica da reflexiviza o isto de refletir sobre o sujeito a a o que ele mesmo praticou cf BECHARA 1966 313 320 E conforme elas se arrumam e saem v o pros seus afazeres rui noturnos CTB06L0283 216 Essa fun o cuja marca o se de acordo com Ilari et alii 1996 134 o principal fen meno de coindexa o obrigat ria em portugu s e por extens o o que d ao se O status de anaf rico Nesse sentido todo se reflexivo po
245. nte paciente Ora se isso assim mesmo ou seja se o sujeito de uma frase reflexiva pudesse ser agentivo e passivo nem seria necess rio manifestar o reflexivo para garantir a interpreta o reflexiva de Ele machucou por exemplo 52 Conforme registramos em 2 1 luz de Veado 1982 uma frase como 76 corresponderia no dialeto de Sanfranciscana de Janu ria a O Get lio n o matou ele mataram ele A ambigiiidade que ali est nos remete a Lemle 1985 que prop e que o pronome ele considerando se o dialeto em quest o passa a an fora mas que como an fora perde o poder de referenciar da a ambigiiidade ele pode significar ele mesmo ou um outro diferente do sujeito agente da a o expressa pelo verbo 5 Entendi arrumar como reflexivo porque o contexto de as crian as se arrumarem Por isso n o assumi a interpreta o ativa com objeto zero Do mesmo modo agi em rela o a Da n s t nhamos que trabalhar pra poder sustentar n PBR13L0050 A leitura que fiz foi pra poder nos sustentar ou sustentar a n s mesmos da apagamento de cl tico reflexivo 5 Em Aur lio 2006 498 e 279 lemos Judiar vti usar de judia o maltratar e Cuidar vti aplicar a aten o o pensamento a imagina o 74 3 1 2 Descri o de se rec proco NUNES 1995 204 em quem nos apoiamos para descrever cada uma das classes em estudo n o faz diferen a entre se reflexivo e se rec proco porque a abordagem
246. o cf MONTEIRO 2000 39 Eu entendo considerando naturalmente o problema de saber o que realmente circunscreve uma comunidade de fala que a no o de speech community aplica se s regras de uso de um idioma isto portugueses e brasileiros por exemplo fazem parte de uma mesma comunidade lingii stica porque t m em comum o idioma portugu s no entanto por diferirem quanto s regras de uso do idioma portugu s n o partilham da mesma comunidade de fala aquela em que seus membros dominam uma mesma variedade ling stica O problema que da surge saber como se delimitam as fronteiras de uma variedade ling stica 127 l ngua viva porque sens vel hist ria dos homens que a falam Homens que segundo ILARI 1992 57 se organizam em classes sociais varia o vertical ocupam diferentes espa os geogr ficos varia o horizontal e se expressam ou podem se expressar de acordo com o grau de formalidade da situa o de fala O falante culto para PRETI 1997 este aquele indiv duo capaz de se adaptar a situa es e contextos de fala No meu entender um falante que domina propriedades ling sticas que v o lhe permitir variar em seus usos ling sticos e que det m um saber comunicativo eficaz que vai possibilitar a ele entender e ser entendido nas mais diversas circunst ncias em que se encontrar fora de seu grupo cf MARCUSCHI 1998 147 Sim porque no interior de seu grupo de sua comunidade o f
247. o agente pois n o se trata de verbos de a o assinalam a particularidade dessa constru o A esses verbos chamamos de neutros isto sem flex o de voz A forma itur assim como outras formas verbais n o transitivas foi traduzida para o portugu s com a inser o do pronome se vai se e n o ido que tradu o literal de itur Conforme Dias 1970 250 o portugu s j fazia uso de uma forma perifr stica com o verbo ser no presente e o partic pio passado do verbo principal para expressar ato consumado dizer somos chegados implicava dizer cheg mos Penso que seja um bom objeto de pesquisa o estudo da interpreta o do sentido ativo de formas passivas sint ticas e em alguns casos a substitui o dessas formas pelo se ou por per frases verbais sem esquecer naturalmente os muitos usos do partic pio 32 pronome apassivador indeterminador do agente indeterminador do sujeito de verbos intransitivos e indeterminador do sujeito de qualquer tipo de verbo que dizem respeito ao uso do se com verbos de predica o intransitiva e transitiva A esse respeito SILVA DIAS 1970 106 107 j afirmava que os verbos intransitivos e os empregados intransitivamente podem empregar se na conjuga o reflexa como as formas verbais combate se estuda se De acordo com SILVEIRA BUENO 1967 197 a indetermina o com se resulta do uso de homem largamente empregado no per odo arcaico que por sua vez resulta de
248. o de anaf ricos na cidade de Pato Branco 63 de aus ncia Quanto ao apagamento em cada uma das classes informado pelo peso relativo de aus ncia nas cidades em que a vari vel classes de cl ticos anaf ricos foi selecionada exce o de Londrina portanto sabemos que 1 em Curitiba o se indeterminador 70 e o se ergativo 61 s o os mais sens veis supress o e o se rec proco 100 de presen a e o se reflexivo 21 de aus ncia os mais resistentes omiss o ii em Irati tendem ao apagamento o enf tico 94 e o ergativo 87 e reten o o reflexivo 100 de presen a o rec proco 36 o apassivador 30 e o inerente 24 ii em Pato Branco definham o enf tico 95 e o indeterminador 79 e resistem o rec proco 02 o apassivador 02 o reflexivo 08 e o ergativo 38 220 Exceptuando se o ergativo cujo comportamento n o est bem definido 87 de aus ncia em Irati e 61 de aus ncia em Curitiba mas 38 de aus ncia em Pato Branco as classes com os maiores pesos relativos de aus ncia s o o enf tico e o indeterminador O primeiro opaco n o serve para distinguir 326 de 327 o segundo motivo de toda a minha preocupa o quanto a sua interpreta o anaf rica est perdendo a batalha da altern ncia se vazio na posi o sujeito 79 de aus ncia em Pato Branco como 328 e 70 de aus ncia em Curitiba como 329 326 de repente quando viu um juiz todo
249. o dos pre os como como foram feitos agora ainda est se conseguindo pre os bons pra trabalhar est CTBO5L1045 Um carrinho l de areia l cheio de areia umas latas de leite Ninho se tran ava uns quatro fios de arame e fazia um trem de dez vag o E era daquele jeito que se brincava CTB07L0765 Ent o de manh n o tem ningu m em casa Depois do almo o j acha algumas pessoas CTB12L0939 Ganhavafse pouco sobrava dinheiro no bolso ainda agora CTB13L1597 ent o trabalhavafse at as duas e meia tr s horas da tarde depois o pai dava a tarefa pra cada um CTB17L0170 porque todas as igrejas que surgem religi o nova todo mundo fica rico n que gozado que n E surge uma ali j se compra um um terreno l em cima j faz outra ent o hoje j n o existe mais religi o CTBO07L1319 ent o quer dizer isso a cada vez mais se faz inint CTB07L1335 Voc v hoje n o n o se faz mais nada disso n S mesmo no Rio de Janeiro S o Paulo E aqui fazem tamb m CTB02L0984 Hoje n o se fala mais disso n CTB06L0920 Na b blia ali fala n que vai acabar o mundo inint n CTBO6L0956 Quanto mais lenha p e Ent o por isso que est cheio de problema em Curitiba n toss CTB21L1138 N o A nica mola que usa lt i gt usamos nesse Comendador e mola inint mas n o aquela espiral n o CTB03L0678 Usa madeira de pinus CTB03L0937 Meu pai dizia pala
250. o expressa pelo verbo Neste sentido para n s h reflexividade em matar se mas n o em queixar se Sobre a segunda quest o assumimos que os SEs dos contextos de que participam esses dois verbos matar se e queixar se sejam em ambos os casos anaf ricos embora tenham comportamentos sint ticos distintos E para esse aspecto chamamos aten o porque no caso de matar se o se e ou o seu correspondente forte si pr prio a s o chamados de an foras porque atendem s Condi es dadas pela Teoria da Liga o cf CHOMSKY 1999 148 172 o que segundo me parece n o extens vel a queixar se j que neste o se n o pode estar em rela o complementar a si mesmo a a si pr prio a N s por isso postulamos como APOTH LOZ 1995 que a no o de liga o anaf rica pode contemplar tanto as formas puramente sint ticas como as an foras da Teoria da Liga o quanto as formas referenciais As primeiras formas corresponderiam no portugu s do Brasil aos cl ticos de verbos como matar se pentear se vestir se por exemplo e as ltimas aos cl ticos de verbos como queixar se arrepender se casar se mudar se admirar se dentre outros estes uma particularidade da l ngua portuguesa conforme prop e MONTEIRO 1994 100 quando faz refer ncia aos cl ticos que s o agregados aos verbos e que n o funcionam como complemento Essa quest o a do dom nio das rela es anaf ricas MARCUSCHI 2005 54
251. o mesmo nome Se indeterminador refere se ent o segundo NUNES 1991 ao cl tico que det m o papel tem tico reservado ao argumento externo de uma constru o Assim s o exemplos do contexto de se indeterminador porque ali permanece o conte do sem ntico da indetermina o que atrelado ao da genericidade impossibilidade de recuperar o referente cf MENON 2006 134 os que est o em 102 e 103 102 E Hoje em dia se passa pela vida e F Passa e n o vive E E n o se vive CTB17L0840 103 Faz se a cova planta ali t aduba LDN01L0065 E tamb m o que est em 104 j que ali o tra o concord ncia indica segundo BECHARA 2004 178 um percurso da passiva indetermina o Deste modo podemos ler 104 n o como coisas que hoje n o s o mais vistas mas como a gente n o v mais coisas 104 E ent o a criatividade ficava por conta da gente coisas assim que n o que hoje nem se v mais praticamente n CTBO5SL0252 Chamou tamb m a nossa aten o o n mero de realiza es em que uma express o adverbial seguida de verbo sem se Considerei esse contexto como sendo de indetermina o conforme 105 e 106 89 105 E at a festa de formatura porque ontem no Fant stico mostrou a entrega do diploma ainda Na hora CTB20L0687 106 Aquino Brasil precisa de gente que queira trabalhar CTB 17L0428 O exemplo em 105 nos remete
252. o ou um no outro por exemplo 179 Considerando se os dados de Curitiba dos 26 casos de objetos rec procos nenhum foi omitido e dos 58 casos de objetos reflexivos 5 cinco sofreram supress o como o que est em 235 Na verdade nas primeiras an lises que fizemos sobre o sentido do vazio na fun o objeto assumimos que tr s eram de sentido rec proco Depois reconsiderando todo o contexto dessas tr s realiza es decidimos pela exclus o dos dados porque permanecia a ambigiiidade de interpreta o seriam poss veis tanto a interpreta o como forma rec proca quanto aquela como forma ativa de objeto nulo 235 Criancinha n quer dizer que qual o a finalidade dele levantar dali e continuar andando pedindo talvez passando a m o numa bolsa a n assaltando CTB03L0386 A realiza o de fala em 235 pode at nos causar estranhamento entretanto conforme explicam d ALBUQUERQUE 1988 e MONTEIRO 1994 168 seu sentido recuperado pelo contexto situacional que tem a fun o de preencher a no o de reflexividade que n o dada sintaticamente quando o objeto nulo Ou de acordo com MARCUSCHI 2005 82 esses casos s o fruto de algum tipo de infer ncia sem ntica lexical conceitual cognitiva ou processual textual Ainda sobre o reflexivo e o rec proco registramos que a exemplo do verbo gostar como 236 que perde a preposi o de quando expressa reciprocidade o mesmo ocorre
253. o situacional a fun o de esclarecer qual o sentido do processo verbal quando o uso do pronome associado a um determinado sentido deixa de ser observado Considerando se os dados do banco Varsul em 87 e 88 temos que se tra o distintivo de significado entre tornar e tornar se 87 Em sessenta e quatro que eu tornei profissional est e eu joguei em cingiienta e oito em Santa Felicidade CTB17L0718 88 E daquele dia em diante o tenente que todo mundo tinha tinha medo est tornoufse meu amigo CTB17L1180 Os dados em 87 e 88 s o realiza es de um mesmo informante e mostram que um mesmo sentido vir a ser transformar se fazer se constru do ora com o pronome se ora sem ele Sobre esses exemplos eu penso que s o os argumentos ou os complementos internos do verbo tornar se que recuperam o sentido transformar se e impossibilitam a constru o do sentido retornar por exemplo Parece me poss vel ent o afirmar que o pronome se est deixando de marcar uma diferen a de sentido entre formas verbais e transferindo essa fun o para outros elementos da sintaxe ou para o contexto situacional Assim como aconteceu em rela o aos contextos acima descritos o pronome se n o 5 Em Aur lio 2006 781 tornar 1 voltar retornar 2 restituir 3 converter em fazer transformar 4 retomar voltar a fazer 5 voltar ao lugar donde sa ra 6 ressurgir reaparecer P 7 P leia se pr
254. o transitiva trata se de uma transforma o equivalente da passiva A constru o transitiva ainda designada por causativa e a intransitiva como a constru o ergativa A constru o com se representa uma estrutura intermedi ria entre a transitiva e a intransitiva servindo o se para marcar a indetermina o pressup e se um Agente que n o se realiza discursivamente 175 O Francisco partiu o copo vs O copo partiu se vs O copo partiu Para Vilela amp Koch 2001 a realiza o do se em O copo partiu se imp e uma distin o entre este contexto e o de O copo partiu classificado de ergativo Parece nos que para esses autores O copo partiu se e O copo partiu n o s o constru es em rela o complementar mas conforme dizem O copo partiu se representa uma estrutura intermedi ria entre a transitiva e a intransitiva No entanto quando prop em que o se em O copo partiu se serve para marcar a indetermina o de um agente que n o dado discursivamente aproximam este exemplo da perspectiva ergativa conforme a descrevem MIRA MATEUS et alii 1989 215 7 sobre o exemplo 126 O copo partiu se cf 3 1 6 147 Assim quando pensamos que O copo partiu se pode ser um exemplo de perspectiva ergativa que o que tamb m pensamos sobre 174 n o estamos lhe roubando a no o de indetermina o do agente ali presente muito pelo contr rio s estamos assumindo tal classifica o como proce
255. odo recuperam o agente do fazer verbal Sob tal perspectiva compreens vel que o se enf tico n o tenha sido inclu do em nenhum dos grupos opaco n o mais absorve argumento O trabalho de NISHIDA 1994 apud TORRES et alii 2002 374 5 organiza as constru es com o se que chama de pronominais em dois grupos e o de NUNES 1995 que uma descri o sincr nica e diacr nica da perda dos cl ticos anaf ricos no portugu s brasileiro atende a dois aspectos disp e em classes o se e outros cl ticos em fun o anaf rica e lida com dados do portugu s brasileiro Deste modo os nomes de que lan amos m o para nomear cada uma das classes n s os tomamos de NUNES 1995 204 7 exce o das subclasses que ele estabelece se ex ergativo e se quase inerente e que n s n o adotamos Diferentemente de Nunes consideramos se reflexivo distinto de se rec proco 3 Seg 748 e assim como ele n o adotamos a classe de se m dio Parece nos claro que muito se pode pesquisar sobre uma poss vel voz m dia no portugu s do Brasil relacionando a ou n o constru o ergativa aos verbos psicol gicos e 48 Z A z a Por raz es que desconhecemos tamb m Nunes 1995 n o considera se m dio na metodologia que orienta esse trabalho a que fazemos refer ncia 71 aos causativos ou a verbos de um argumento Num primeiro momento eu diria que nem sempre fica claro o que se pode entender por voz m dia se o que prop
256. om esta vari vel pretendemos saber se o apagamento dos cl ticos favorecido por alguma desin ncia n mero pessoal conforme 166 N s adotamos luz de ILARI et alii 1996 92 3 o termo pessoas do verbo para distinguir pessoa do verbo de pessoa do pronome Com exemplos como tu vai tu n o l tu entras Ilari et alii prop em que com o tu ocorre n o s a segunda pessoa do verbo mas tamb m a terceira Se o apagamento do cl tico mais sens vel a algum contexto de pessoa verbal o que pretendemos apreciar com esta vari vel 166 Depois eu me casei n O meu irm o casou meus meus dois irm os casaram tamb m CTB02L0741 4 2 2 1 6 Fun o sint tica do cl tico Com esta vari vel queremos verificar luz de uma perspectiva funcionalista se h rela o entre o apagamento do cl tico e o fato de ele n o exercer fun o sint tica Nunes 1995 213 registra que sob uma perspectiva funcionalista seria esper vel que os dados 138 mostrassem maior ocorr ncia de supress o nos ambientes em que o cl tico anaf rico n o funciona como argumento do verbo Queremos testar essa expectativa em rela o aos nossos dados No que diz respeito no o sint tica de fun o que consideramos no estabelecimento deste grupo levamos em conta o que diz MADUREIRA 2002 111 sobre a senten a Jo o se preocupa com os exames nessa estrutura de leitura ergativa e n o reflexiva o pronome n o t
257. onome interpret vel como anaf rico uma forma referencial como em 4 4 Jean a lair p le et Fred pense qu il est malade 4 Jean parece p lido e Fred acha que ele est doente Assim nas palavras de Apoth loz os pronomes reflexivos s o sempre sintaticamente ligados portanto sem valor referencial em si mesmos os pronomes pessoais possessivos e relativos podem ter os dois funcionamentos p 56 Essa distin o relativa a tipos de anaf ricos tamb m tra ada por Berrendonner amp Reichler B guelin 1989 sob as denomina es forma ligada e forma de retomada e os termos an fora e anaf rico designariam somente as formas de retomada Essa distin o segundo Apoth loz tem duas consegii ncias importantes para a no o de antecedente 78 Mas e como ficaria no PB n s se verbo 107 1 conv m evidentemente rejeitar com vigor a formula o segundo a qual um anaf rico se refere a seu antecedente 2 o que se chama comumente de antecedente a saber um segmento de texto situado antes do anaf rico no texto e tendo com ele uma rela o de interpreta o ou de correfer ncia n o na realidade um elemento de modo algum indispens vel ao funcionamento das formas de retomada Para este autor ent o o antecedente n o precisa estar circunscrito a um espa o ou segmento de texto porque a express o anaf rica pode identificar o referente n o necessariamente com uma denomi
258. onominal vir a ser transformar se fazer se 19 diferentemente neste contexto de se inerente parece n o mais significar est em processo de dessemantiza o cf HOPPER amp TRAUGOTT 1993 87 ou seja por ter tido seu uso estendido a outros contextos al m do da reflexiviza o foi deixando de ser distintivo O que chama a nossa aten o o fato de o vazio que resulta do apagamento do anaf rico poder ser interpretado como express o da correfencialidade entre o que est na fun o sujeito e o atingido pela a o este ltimo um objecto el ptico nos termos de Oliveira e Sousa 1953 254 At chegarmos no entanto a compreender que o se inerente podia ser estudado como um tra o distintivo de significado ocupamo nos em quantificar os verbos que segundo Fernandes 1954 e Aur lio 2006 n o admitiam outras constru es que n o aquela que chamamos de cl tico anaf rico Nesses dicion rios constatamos que dentre os verbos realizados nas cidades do banco Varsul examinadas para fins deste trabalho poderiam ser estudados como verbos essencialmente pronominais os que citamos a seguir queixar se candidatar se locomover se arrepender se atrever se e apoderar se Examinando cada um desses verbos percebemos que eles expressam ou um estado do atingido pelo processo verbal ou uma a o que n o pode ser transferida para fora do agente do processo verbal e assim os associamos s formas
259. orpora num total de 2675 dados Os corpora cujas fontes s o as mesmas utilizadas em Nunes 1990 1991 foram organizados da seguinte forma o corpus diacr nico compreendendo o per odo entre 1555 e 1989 foi composto por 2050 dados provenientes de cartas di rios e documentos em sua maioria obtidos junto ao acervo de Ling stica Hist rica da UNICAMP o segundo corpus foi composto a partir de 13 entrevistas provenientes do Banco de dados da PUCSP perfazendo um total de 470 dados o terceiro corpus constitu do por 87 dados provenientes de 24 entrevistas do portugu s europeu e o quarto corpus composto de 68 51 dados provenientes do conjunto de reportagens da revista Veja do per odo de maio de 1988 a maio de 1989 NUNES 1995 204 registra que em geral a literatura distingue sete classes de cl ticos anaf ricos se reflexivo rec proco ou n o se ergativo se inerente se ndice de espontaneidade se apassivador se indeterminador e se m dio grifo nosso Para fins desse trabalho estabelece luz de crit rios gerativistas tais como o papel tem tico do argumento interno e a grade tem tica do verbo por exemplo seis classes de cl ticos anaf ricos para o estudo dos 2675 dados se reflexivo se ergativo se ex ergativo se inerente se quase inerente e se enf tico Na verdade um desses cl ticos o se inerente n o classificado sob uma abordagem gerativista tanto que Nunes admite ser esta a nica cl
260. orque est sempre doente n da a gente j desligou um pouquinho n PBR01L0797 Ent o da eu fui me desligando um pouco da matem tica IRT12L0492 E hoje infelizmente n o sobrou ningu m s tenho uma tia ainda viva o resto j se foi tudo CTB2210363 Ent o a nossa a nossa Curitiba est se perdendo nesse ponto CTB06L0503 N s chamamos a pol cia o cara se mandou correu embora CTB10L0516 mais ou menos isso a eu n o me ligo muito est n o me ligo muito a CTB03L0790 que a gente se dava muito bem com o pessoal l n CTB12L0443 E E onde voc trabalha voc se d bem com teu chefe F Ah pego pra ver a Eu acho que dou n eu trabalho na minha n o me misturo porque encrenca sempre aparece sempre sobra pra pra voc n CTB12L1187 quando tem capoeira chova caia pedra seja o que for ele se arranca CTB1210898 porque a gente aprendeu diversas coisas ali n Aprendeu at como a gente se comportava inint Era dureza ali n o podia Se comportasse mal j viu n CTB1610468 e depois do expediente ele se arranca pra l CTB18L0577 Tem ind strias tudo E muitas fazendas e muitas coisas que tem pra l bastante est Eles se tocam pra c CTB16L1313 L eu tirei a parte do do gin sio est e me formei em em Mec nica est CTB17L0115 Dois irm os est eram cariocas vieram se formaram e vieram pra c pra Londrina LDN23L0835 E 0
261. os psicol gicos Jo o preocupa o pai O pai preocupado pelo Jo o Se h d vidas sobre o sentido passivo de 99 o que dizer da realiza o de fala em 101 que parece ser o correspondente anal tico do verbo criar se Se isso aceit vel 99 um dado que implica uma a o e que tem correspondente anal tico de sentido passivo me criei fui criado criar se ser criado 101 Fui criado criado na Vila Gazone LDN22L0058 Diferentemente de Mira Mateus et alii 1989 225 entendemos que a passiva com se pode n o ser decorrente somente da presen a do cl tico Tive duas h rnias e operei PBRO5L0399 por exemplo serve ao contexto de passividade mesmo sem o me 3 1 5 Descri o de se indeterminador Quando MENON 1994 2006 128 afirma que a indetermina o do sujeito referente concerne os casos em que n o se pode ou n o se quer nomear o sujeito inclui dentre os recursos de que dispomos para indeterminar o pronome se Compreendendo tamb m o se como uma estrat gia de express o do sujeito indeterminado MIRA MATEUS 88 et alii 1989 212 assim ilustram o comportamento de se indeterminador o uso de um pronome cl tico que absorve o caso nominativo e impede que categoria vazia na posi o de sujeito seja atribu da a fun o sem ntica que o verbo reserva para o seu argumento externo Neste sentido para Mira Mateus et alii o cl tico se faz se SE nominativo ao absorver o caso com
262. ou seguir em frente CTBO5L1030 84 Mas a gente sempre encontra na rua cumprimenta conversa tal n lembra daqueles tempos IRT02L0082 Como me dif cil interpretar o vazio na fun o objeto principalmente quanto aos sentidos reflexivo e rec proco Quanto a 84 espero que a n o s seja aceit vel o sentido rec proco mas tamb m imposs vel uma interpreta o diferente dessa certo que nesse exemplo n o s os verbos encontrar cumprimentar e conversar mas tamb m o fato de o sujeito gramatical ser a gente que juntos nos lembramos de contribuem para a constru o 6 da reciprocidade da troca um P outro um com outro um ao outro etc se Classificamos tamb m como contexto de reciprocidade de acordo com o que propusemos sobre se reflexivo aquele que pode ser constru do com o apagamento de preposi es Esse contexto citado por BECHARA 2004 178 quando trata do se que exerce a fun o sint tica de complemento relativo em senten as como a citada em 85 85 Ent o eles brigam muito n Mas se gostam CTB03L1220 56 Isso porque os casos como o que est a seguir s o exclu dos conforme 4 5 Ah est o muito apressadinhos pro meu gosto riso F P conheceu ontem j quer casar que Ah n o assim n Acho que a gente tem que conhecer porque apesar que voc pode conviver com uma pessoa quinze anos vinte anos e voc n o vai conhecer CTB11L0507 Neste dado temos tr
263. parece relacionar a fun o reflexiva s no es sem nticas de agente e paciente do processo verbal A luz dessas primeiras quest es sobre o pronome se estabelecemos os objetivos deste trabalho 1 mostrar a expans o de uso desse pronome da no o inicial de reflexivo a outras que assume entre as quais a de rec proco a de indeterminador assim como a que vai descrever BECHARA 2004 177 com o exemplo em 7 que apresenta como um caso de voz m dia ou passiva com se 7 O banco s se abre s dez horas 11 depois de confirmada a expans o do uso do se a ponto de se tornar universal como em n s se conhecemos e de outros pronomes em fun o anaf rica me te nos caracterizar as classes de cl ticos anaf ricos a serem estudadas nas cidades do Paran do banco de dados Varsul Curitiba Londrina Irati e Pato Branco 111 descrever com dados do banco Varsul os contextos sint ticos de apagamento dos pronomes em quest o a exemplo dos analisados por PERINI 1989 46 ao citar como caso de agrupamento de forma sint tica o exemplo em 8 8 A porta abriu ou dos registrados por BECHARA 2004 224 ao afirmar que elimina se o pronome de muitos verbos que o exigem na l ngua padr o eu formei em medicina ele classificou em 3 lugar Classificar todos esses SEs e descrever os contextos sint ticos de seu apagamento s o ent o os objetivos que tra amos para testar as nossas hip tes
264. pois ser activa ou passiva Torrinha n o faz refer ncia voz reflexiva mas cita que os verbos podem ser transitivos reflexos e intransitivos Segundo Torrinha os verbos reflexos s o aqu les cuja a o recai s bre quem a pratica conforme o exemplo em 16 16 Pedro feriu se 18 Sobre as afirma es de Torrinha poder amos perguntar como denominar e a qual fun o relacionar o se do contexto em 16 e que voz pode abrigar os verbos que segundo Torrinha s o verbos reflexos 1 2 2 Pronome reflexivo rec proco Para tratar dos modos como o pronome se pode aparecer na frase CEGALLA 1977 360 cita 17 para afirmar que ali se pronome reflexivo com a fun o de objeto direto dos verbos reflexivos rec procos Cegalla n o d outras informa es sobre a reciprocidade e n o distingue reflexividade de reciprocidade 17 Amam se como irm os PEREIRA 1954 329 chama de rec proco o pronome se que est em 18 e afirma o que me parece ser uma diferen a entre a reflexiviza o e a reciprocidade que nesta a a o refletida para o sujeito composto n o recai entretanto no indiv duo que a pratica 18 le e ela amavam se reciprocamente Percebe se assim que Pereira n o discute como distinguir se reflexivo do se rec proco mas prop e que o se rec proco n o corresponde em termos sem nticos ao se reflexivo LUFT 1978 133 n o qualifica a reciprocidade nem a refl
265. posta por alguns autores Muito intuitivamente e n o de outro modo porque isto implicaria um outro trabalho bem distinto deste penso que as constru es m dias sejam distintas das ergativas Acredito como Can ado citada por PERINI 2005 que uma e outra sejam 43 s ix iora Acerca da realiza o do se em contextos como o de os alunos se assustaram Perini 2005 afirma eu prefiro considerar apenas um caso especial da constru o ergativa 63 perspectivas diferentes Em rela o comunica o pessoal de Can ado a Perini afirma Perini 2005 que M rcia Can ado comunica o pessoal sustenta que necess rio distinguir a constru o ergativa da m dia porque cada uma define uma perspectiva distinta uma maneira pr pria de se falar do mesmo evento Embora eu negue neste artigo a utilidade da distin o para efeitos da subclassifica o dos verbos n o estou necessariamente em oposi o oposi o de Can ado j que ela estabelece um objetivo descritivo diferente Para demonstrar a adequa o da minha tese basta mostrar que n o existem verbos que selecionem a constru o m dia em oposi o ergativa Quando PERINI 2005 conclui pela n o relev ncia da distin o entre constru es ergativas e m dias porque segundo ele essa distin o n o implicaria a subclassifica o dos verbos toma como ergativas as duas constru es em 72 Diferentemente de Perini 2005 eu classificaria o prim
266. pretar a ambas como exemplos do contexto de passividade Preciso cotejar tamb m uma frase como os livros compraram se ontem com as realiza es de fala do banco de dados VARSUL para verificar como o comportamento dos verbos transitivos diretos que sofrem adjun o do se 96 Os livros compraram se ontem Compraram se alguns livros ontem Quando tratam da passiva pronominal SILVA amp KOCH 1996 66 69 afirmam que exigido o preenchimento de uma condi o para a aplica o da T pronominal que o SN sujeito da estrutura profunda seja representado por um pronome indefinido de acordo com os exemplos a seguir i Algu m alugar apartamentos mobiliados ii Apartamentos mobiliados alugam se iii Alugam se apartamentos mobiliados Na estrutura profunda ent o segundo Silva amp Koch o se representa o agente da a o expressa pelo verbo e por isso que registram que devemos aceitar luz de uma gram tica descritiva a forma Vende se ovos frescos em que o locutor simplesmente indetermina o BA fun o sem ntica de AG est descrita em Mira Mateus et alii 1989 45 como a seguir AG ente fun o sem ntica de argumento que designa a entidade controladora de um estado de coisas DIN MICO Relativamente passiva anal tica considerar Mioto et alii 2004 164 Para Silva amp Koch 1996 13 aos diversos modos de dizer que se denomina tipos de frases T 84 sujeito
267. proco como 269 ou da classe de se inerente como 270 269 N s se conhecemos desde pequenininho est Ele tinha oito anos quando eu conheci ele IRT01L0286 197 270 E toda vez que n s se reunimos n s ficamos conversando sobre as coisas interessantes tudo as coisas os os mestres n IRT18L0427 3 grupo Faixa Et ria E finalmente a terceira vari vel relevante para Irati Faixa et ria Conforme a tabela a seguir o comportamento inovador aquele em que h apagamento do cl tico anaf rico em Irati um comportamento liderado pelos mais jovens entre 25 e 49 anos 73 de aus ncia Vale considerar MONTEIRO 1994 178 cujos resultados embora com intervalos de faixa et ria distintos dos definidos pelo Varsul indicam que os cl ticos aparecem um pouco mais na fala dos mais idosos Em rela o a essa vari vel lembremos que ela n o foi considerada relevante nem para Curitiba nem para Londrina No entanto o foi para Irati e tamb m para Pato Branco cidade sobre a qual trataremos a seguir TABELA 14 A VARI VEL FAIXA ET RIA EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Irati PR FAIXA ET RIA DO INFORMANTE Vari vel a entre 25 e 49 anos b com 50 anos ou mais depend N PR N PR Presen a 78 27 27 116 33 10 Aus ncia 215 73 13 236 67 30 TOTAL 293 352 Esses resultados de Irati refor am de certa forma os resultados de DUARTE 1989 no que diz respeito aus
268. qual fun o venha a assumir junto de seu hospedeiro ou isoladamente no caso do pronome pessoal O que conta a rela ao dominante dominado que entre os dois se estabelece e finalmente os argumentos que sustentam a id ia de que o grupo cl tico um constituinte pros dico cujo papel n o pode ser ignorado na descri o do portugu s brasileiro cf BISOL 2005 183 155 1 inser o de se junto a verbos que n o s o especificados como eventualmente pronominais cf Fernandes 1979 Ferreira 1986 por exemplo As f rias nem bem come aram se 11 inser o de se junto a verbos com um objeto n o anaf rico Ela Regina Duarte ta fazendo uma t pica mulher do nordeste mesmo n ela se interpreta muito bem Gii inser o de se junto a verbos pertencentes mesma grade tem tica que o verbo encontrar se que ao contr rio desse verbo n o s o considerados como eventualmente pronominais pela gram tica normativa S n o sei o que ser de mim amanh quando acordar e deparar me com essa dura realidade Entendo que tanto os contextos que cito de 188 a 195 quanto os relacionados por Nunes 1995 expressam um fato ali n o esperamos que o cl tico seja empregado ou porque ele partilha um mesmo espa o sint tico com um outro sintagma nominal ou porque da pronominaliza o que comp e com um verbo n o decorre um sentido diverso da forma n o pronominalizada luz desta ltima quest o eu consideraria os
269. que voc estar se intoxicando a com com com comprimido n o CTB 14L0549 Se uma mulher se enforcando na rvore O que que CTB14L1598 O pessoal n o se cuida n CTB20L0874 e agora ontem n o ele apareceu da entregouf se CTB20L0659 por exemplo na congrega o a gente n o pode se pintar dan ar LDN03L1304 Algu m parou pra se perguntar porque que tem tantas favelas a na no pa s PBR18L0963 O preso se barbeou bem bonitinho passou rouge LDN15L0680 Nem s vezes por causa da dist ncia mas por causa de voc n o ter que se expor est n LDN10L0288 Ent o n s est vamos brincando num cip balan ando n no mato apareceu um veado LDN23L0658 Da ela faz assim ela j nem se veste Fica s com soutien sabe IRT12L0652 Eu me cuidei assim no modo que era pra cuidar IRT12L0952 Mas gra as a Deus nenhum ficou sem vestir ou nenhum n PBR09L0444 Da n s t nhamos que trabalhar pra poder sustentar n PBR13L0050 3 3 se apassivador 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 Eu nasci aqui me criei aqui CTB01L1046 aqui do nosso lado morava um rapaz que praticamente a gente se criou junto n CTB11L0110 da eu me matriculei na Escola T cnica de Curitiba CTB16L0190 levei o menino pra consultar cheguei em casa quase que cinco horas n MCTB19L0930 Ent o quer dizer os vintes primeiros consultam os outros v
270. r apassivador e enf tico Esta vari vel relaciona se com a hip tese 2 descrita em 3 2 1 por examinar alguma rela o entre o processo anaf rico definido pelo tipo de rela o anaf rica caracter stico de cada classe conforme APOTH LOZ 1995 e o favorecimento aus ncia do cl tico S o exemplos de cada uma das classes de cl ticos os que descrevemos na segii ncia a reflexivo O preso se barbeou bem direitinho passou rouge LDN15L0680 b rec proco tem duas crian as se beijando CTBO7L1435 c inerente n o ela n o se queixava de dor ela n o tinha assim dores constantes CTB04L0447 d ergativo Nada de v cio ele tem mas a gente se preocupa por causa dos outros n CTB18L0705 e indeterminador tira colocafse tampafse cobre CTB18L0840 f apassivador Da o pai veio se criou aqui e tudo n PBRO1LO736 g enf tico Que menina ele pegou o terreno baldio pegou a rua do lado e ru do de batida com as m os foi se embora CTB10L0682 Remeto o leitor ao Cap tulo 3 onde descrevo os desdobramentos de cada uma das classes 4 2 2 1 2 Predica o do verbo Com este grupo de fatores Intransitivo e Transitivo queremos verificar se a intransitiva o licencia o apagamento de cl ticos anaf ricos conforme a hip tese 1 descrita em 3 2 1 Para tal assumimos luz de MATTOS E SILVA 2006 154 5 que os predicados intransitivos como 161 se caracterizam por req
271. r adjunto Sobre as diferen as entre adjunto e argumento a partir do exemplo John gave a book to Mary consultar CHOMSKY 1995 46 88 13 Assumimos ent o que o contexto do se reflexivo constru do com verbos cuja pronominaliza o implica a agentividade e tamb m a passividade do sujeito gramatical como em 76 e 77 76 O Get lio n o matouf se mataram ele n CTB13L1550 77 A crian ada que faz todo aquele alvoro o aquela gritaria Na hora de arrumar uma tristeza CTB20L0024 Consideramos tamb m como contexto sint tico de se reflexivo o que constru do com a realiza o transitiva direta de verbos cuja predica o transitiva indireta sofre a perda da preposi o conforme 778 e 79 A este tema voltaremos quando no cap tulo 5 formos estudar o fato de que o fen meno de varia o que estamos apreciando pode estar relacionado a outro perda de preposi es conforme p 76 o que MENON em comunica o oral no VII ENCONTRO DO CELSUL em Pelotas RS chamou de mudan as encaixadas e o que ZILLES nesse mesmo encontro descreve como feixe de mudan as inter relacionadas 78 voc est se judiando voc n o consegue fazer dinheiro CTBO5SLO794 79 Por mais que voc se cuide sempre CTB19L0263 51 Como mais uma reflex o em torno do que se registrou na nota 19 pensemos Cegalla 1977 e Spina 1977 tratam do sujeito da voz reflexa como um sujeito age
272. r congregar a fun o sem ntica de reflexiviza o e de envolvimento do sujeito na a o descrita pelo verbo cf MADUREIRA 2002 123 preciso observar no entanto que nem sempre o verbo pronominalizado pelo se expressa uma a o em que o sujeito gramatical agente do processo verbal e se faz com o se paciente desse mesmo processo o caso por exemplo de 321 e de 322 onde o se recupera um sujeito gramatical que n o agente e mesmo assim se faz marca morfol gica do atingido pela a o cf d ALBUQUERQUE 1988 118 321 ele assim a gente sabe n est com sete anos de idade est veio pra Uni o da Vit ria a casouf se PBR16L001 322 O marido se aposentou n o sei o que aconteceu l foi transferido IRTO02L1211 Esses primeiros exemplos de que tratamos no cap tulo 1 nos permitem propor ent o que a reflexividade em portugu s recobre duas no es de reflexiviza o uma nos termos de BECHARA 1966 313 onde o se indica ao mesmo tempo agentividade e passividade como 323 e outra como 324 nos termos de SAID ALI 1957 91 onde o se expressa o envolvimento do sujeito no processo verbal n o se conceberia ali a pessoa como agindo ou praticando tal ou tal ato sobre si o que se anuncia um estado d alma um afeto um sentimento 323 por exemplo na congrega o a gente n o pode se pintar dan ar assistir televis o usar cal a comprida n LDN03L1304 217
273. r em constituir se transformar se em algo onde a sintaxe normal Em linguagem culta formal constituir algo n o pronominal e sem preposi o E o que fa o eu Opto por constituir se em que me diz mais 74 Em Sacks 1972 temos que diacronicamente um traidor pode tornar se um her i que uma pessoa categorizada como negra pode n o ser efetivamente um negro por exemplo 75 Em Barsalou 1983 214 lemos sobre os contextos e as categorias ad hoc um piano exemplo do autor pode ser categorizado como um instrumento musical no contexto de um concerto ou como um m vel pesado e inc modo no contexto de uma mudan a 6 Labov 1978 mostra utilizando se das fronteiras lexicais entre cup glass ou bowl que as palavras s o sens veis ao contexto da denomina o e n o somente ao pr prio objeto 103 uma atitude de desconfian a sobre toda descri o nica universal e atemporal do mundo p 28 No que diz respeito s atividades cognitivas apresentam um sujeito que interage e negocia uma vers o provis ria contextual coordenada do mundo e quanto s atividades discursivas tratam particularmente da sintaxe do discurso oral e introduzem Blanche Benveniste 1987 para falar de titubea o de hesita es de interrup es da linearidade sintagm tica e introduzem tamb m Brown amp Yule 1983 para falar da sele o lexical que fazemos quando queremos descrever situa
274. r se queixar se dignar se indignar se que nunca aparece na frase desacompanhado de pronome obl quo H autores no entanto que apontam o emprego de verbos desta natureza sem pronome OLIVEIRA E SOUSA 1953 265 por exemplo registra le queixou de mim e afirma que n o h verbo essencialmente reflexivo isto que n o possa usar se sem o pronome me te se etc 20 Parece nos que Pereira 1954 e Oliveira e Sousa 1953 tratam diferentemente a pronominaliza o de formas verbais para o primeiro existem verbos que s podem ser empregados se acompanhados de pronome obl quo para o segundo n o existem verbos de uso essencialmente pronominal Esse tratamento diferenciado dado a verbos que preferimos chamar como LEMLE 1985 122 de intrinsecamente reflexivos nos permite que seja formulada a seguinte quest o como s o definidos os verbos cuja entrada lexical n o admite o 245420 constru es outras que nao constru o com o anaf rico Para SILVIO ELIA 1976 61 62 a quest o de purismo gramatical pois afirma 1 es 2 Z r 2 que os puristas n o gostam de deparar com mas da l ngua corrente e h bons escritores que usam essa reg ncia e cita Casimiro de Abreu 1839 1860 De repente entre os meus pap is deparei com um n mero j antigo do Br s Tisana Para ROCHA LIMA 1976 309 uma quest o de analogia com verbos que s o acompanhados de um se que pode
275. ra indicar as fun es sint ticas que as palavras exercem na rela o umas com as outras isto para informar as suas quedas queda no sentido de inclina o substantivos e adjetivos em latim por exemplo inclinam se para receber desin ncias do latim cadere cair cf ARNAULD amp LANCELOT 2001 42 E caso passa a ser assim o termo empregado pela Gram tica Tradicional para expressar as fun es sint ticas que os pronomes podem exercer quando do caso reto sujeitos da ora o quando do caso obl quo objetos ou complementos CEGALLA 1977 113 Tratando desses casos OLIVEIRA E SOUSA 1953 214 qualifica o pronome se dizendo que esse reflexivo denota que a ac o repercute no mesmo sujeito que a pratica Por isso ou por ser ndice de ac o recambiada e n o de agente em nenhuma l ngua ele n o tem nominativo ou caso recto e por isso que nos prim rdios indo europeus ele servia qual hoje no eslavo a qualquer sujeito mesmo que este fosse da 1 ou da 2 pessoa ent o dizia se como os incultos de agora eu se esqueci n s se arrependemos Mas desde ent o ao reportar se 1 ou 2 pessoa o reflexivo se podia ceder o passo aos seus concorrentes me te nos vos o que fez com que no it lico o uso das formas sui sibi se se restringisse 3 pessoa luz de OLIVEIRA E SOUSA 1953 temos que o pronome se num primeiro momento como em latim cl ssico anaf rico de um nominativo
276. ra vers o deste trabalho N o poder amos pensar por exemplo que J abriu umas duas tr s farm cias CTB 19L0094 e a farm cia coitada fechou LDN06L1554 s o perspectivas diferentes indeterminadora e ergativa respectivamente tamb m por quest es de ordem Sinal de que h muito a ser feito em torno do tema que nos propusemos a estudar 228 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ABAURRE Maria B M amp GALVES Charlotte Os cl ticos no portugu s brasileiro elementos para uma abrodagem sint tico fonol gica In CASTILHO Ataliba Teixeira de amp BAS LIO Margarida orgs Gram tica do Portugu s Falado Campinas SP Editora da Unicamp v 4 1996 p 273 319 ALMEIDA Napole o Mendes de Gram tica Latina curso nico e completo 20 ed S o Paulo Saraiva 1985 ALMENDRA Maria Ana amp FIGUEIREDO Jos Nunes Comp ndio de Gram tica Latina Porto Portugal Bloco Gr fico LDA 1999 ANDR Hildebrando Gram tica Ilustrada S o Paulo Moderna 1983 APOTH LOZ Denis Papel e funcionamento da an fora na din mica textual 1995 In CAVALCANTE M nica Magalh es RODRIGUES Bernadete Biasi amp CIULLA Alena Referencia o S o Paulo Contexto 2003 p 53 84 ARNAULD Antoine amp LANCELOT Claude Gram tica de Port Royal Trad Bruno Fregni Bassetto Henrique Graciano Murachco 2 ed S o Paulo Martins Fontes 2001 ATLAS Lingi stico Etnogr fico da Regi o Sul do Brasil Cartas fon ticas e
277. ramatical de constru es intransitivas 12 3 1 Descri o das classes de SE A seguir apresentamos a partir de Nunes 1995 as classes que adotamos neste trabalho para dizer quem o se em contextos do banco de dados Varsul Uma a uma descrevemos confrontando Nunes 1995 com autores como d Albuguerque 1988 Menon 1994 Galves 1996 Cyrino 2000 Perini 2003 Bechara 2004 e outros 3 1 1 Descri o de se reflexivo Para NUNES 1995 204 se reflexivo refere se ao cl tico que realiza o papel tem tico de argumento interno Neste sentido o se argumento e n o adjunto do verbo que o exige e no exerc cio desse papel tem tico favorece a interpreta o do sentido reflexivo como o assumimos em 1 1 o que PERINI 2003 279 afirma sobre Guilherme e o reflexivo se em 75 que devem ser marcados como correferentes Guilherme o SNI mencionado na regra e o reflexivo o SN2 75 Guilherme se penteou 5 luz da teoria gerativa argumento e adjunto s o constituintes distintos De acordo com Mioto et alii 2004 84 85 essa diferen a devida estrutura argumental do verbo os argumentos s o necess rios e suficientes para a composi o de uma cena que tem por n cleo um verbo e os adjuntos os constituintes que n o podem ser argumentos do verbo S o palavras de Mioto et alii 2004 85 se existe algum constituinte al m do s argumento s do verbo este constituinte vai se
278. ratar os dados do tipo em 191 e 192 onde h a duplica o do se como casos de hipercorre o E os dados em 193 194 e 195 como casos de duplo nominativo 191 Ent o o m dico n se esfor oufse e tal CTBO3L1190 192 Era uma pessoa que se dedicoufse muito n aos pobres IRT16L0117 193 Pra cuidar de um hospital tem que ter muita Como que a gente se diz tem que ter aquele ah tem que ter verba essas coisas n IRT01L0934 194 E a gente sempre se imaginava Meu Deus como ser o dia que a minha m e morrer meu pai morrer CTBO03L0408 195 Ent o eu acho que todo mundo tinha que se fazer a hes a faculdade mesmo pra n LDNO4L0435 Os dados de fala em 191 e 192 nos remetem rela o que NUNES 1996 217 8 estabelece entre a manuten o dos cl ticos acusativos de terceira pessoa no portugu s 153 brasileiro atual e a a o normativa da escola Para Nunes uma frase como para o identific lo ilustra os dois sistemas conflitantes com que se depara a crian a na tentativa de aprender o uso dos cl ticos acusativos de terceira pessoa um que se refere dire o de cliticiza o da esquerda para a direita j internalizada o identificar outro que se refere ao licenciamento do onset da s laba do cl tico identific lo que est sendo aprendido na escola J os exemplos em 193 194 e 195 onde a gente e o se ou todo mundo e o se
279. re 40 diz temos aqui um se na constru o em que n o aparece substantivo claro ou subentendido que funcione como sujeito do conte do predicativo 40 Abre se s dez 37 N o s para Bechara 2004 o se um recurso para indeterminar Ora j em MENON 1994 189 262 pude ler que a vari vel recursos de indetermina o do sujeito tem al m do se outras variantes a gente eles eu FN formas nominais n s voc voc s VPSA voz passiva anal tica sem agente PASSINT voz passiva sint tica V3PS e V3PP verbo na 3 pessoa do singular e do plural respectivamente sem sujeito expresso Sobre o se do verbo queixar se CEGALLA 1977 diz que o pronome parte integrante do verbo assim como ROCHA LIMA 1976 286 ao propor que h verbos a que se ligam pronomes tonos insepar veis que se tornam partes integrantes deles como suicidar se condoer se apiedar se ufanar se queixar se vangloriar se diferentemente de OLIVEIRA E SOUSA 1953 265 que diz que n o h verbo essencialmente reflexivo Sobre os quatro verbos exemplificados em 41 CEGALLA 1977 143 afirma os verbos chamar se batizar se operar se no sentido cir rgico e vacinar se s o considerados passivos por alguns autores por isso que o sujeito paciente 41 Chamo me Lu s Batizei me na igreja do Carmo Operou se de h rnia Vacinaram se contra o tifo Para MATTOSO C MARA 1964 48 49 no entanto os ex
280. re a tend ncia ao apagamento de me te se e nos ou em raz o do uso transitivo dos verbos com objeto nulo ou em raz o do uso de dois modelos formais de aus ncia de um termo em portugu s brasileiro o sujeito e o objeto nulos 3 2 2 Hip teses de natureza socioling stica Esta tese se apresenta como um trabalho de Socioling stica por abordar o tema do apagamento de me te se e nos como um fen meno ling stico que pode ser estudado no cotejo de fatores ling sticos e sociais Os ling sticos n s contemplamos com as hip teses de natureza ling stica de que h pouco tratamos e os sociais com nossa hip tese de natureza socioling stica que est a seguir a altern ncia SE pode ser socialmente motivada luz dessas hip teses pretendemos verificar se a tend ncia a que faz refer ncia NUNES 1995 219 sobre um crescente favorecimento supress o do cl tico anaf rico se aplica ao corpus de nosso trabalho Adotamos como corpus de nosso trabalho o conjunto dos dados do banco Varsul relativos s quatro cidades do Paran Curitiba Londrina Irati e Pato Branco que v o receber tratamento estat stico sob a perspectiva da Socioling stica Variacionista nos moldes desenvolvidos por LABOV 1972 126 Para Labov 1972 a varia o de uma l ngua natural pode ser estudada de modo sistem tico considerando se n o s os fatores internos ao sistema ling stico mas tamb m os fatores sociais
281. reflexivo o rec proco e o indeterminador comportam se de dois modos ou tendem presen a ou aus ncia Se aceitarmos o que prop e APOTH LOZ 1995 a respeito da interpreta o do anaf rico cuja no o se construiria sob dois aspectos sob valores sint ticos ou sob fatores contextuais e pragm ticos passaremos a esperar que o comportamento do reflexivo e o do rec proco possivelmente tamb m sejam distintos do comportamento dos demais cl ticos e n o o que indica o gr fico acima Se considerarmos a no o de dom nio Argumental que nomeia como an foras o reflexivo se e seu equivalente t nico si e o rec proco se das express es um com o outro ou um no outro e pressup e que as an foras s o referencialmente dependentes ou seja que os elementos anaf ricos n o podem jamais aparecer sem que o elemento com o qual se Ror aceitaremos colocar os cl ticos identificam referencialmente tamb m esteja presente reflexivo e rec proco de um lado e os demais de outro o que imp e que a no o de rec o seja um divisor entre os dois grupos no que diz respeito no o de liga o anaf rica O gr fico mostra no entanto que as formas reflexivas e as rec procas est o em lados opostos o que talvez nos possibilite afirmar que a distin o entre formas ligadas e formas de retomada nos termos de BERRENDONNER amp REICHLER B GUELIN 1989 apud APOTH LOZ 1995 n o se aplica aos dados das cidades
282. retomar referentes previamente introduzidos estabelecendo uma rela o de co refer ncia entre o elemento anaf rico e seu antecedente uma rela o mais direta entre a an fora e referentes pr vios aqui h liames mais formais com elementos antecedentes quanto podem introduzir referentes novos com base em ncoras cotextuais e modelos cognitivos de natureza diversa uma rela o extremamente ampla constru da muitas vezes por inferencia o Em outras palavras para MARCUSCHI 2005 56 uma no o restrita de an fora como aquela em que a an fora envolve a retomada pelo menos parcial de referentes construindo uma rela o entre anaforizado e anaforizante s ponto de partida do que chama de universo referencial emergente A no o de rela o anaf rica segundo esse 114 autor faz se enfim como um processo de uma esp cie de liga o referencial estrita at a integra o de conhecimentos por processos cognitivos diversos Uma no o cuja interpreta o depende segundo MARCUSCHI 2005 79 dos seguintes aspectos de referentes previamente introduzidos de conhecimentos sem nticos de conhecimentos conceituais e modelos do mundo textual Me parece um bom objeto de estudo refletir sobre se a no o de rela o anaf rica que procuramos estudar luz de Apoth loz 1995 e de Marcuschi 2005 contempla e como todas as classes de cl ticos que descrevemos O que pretend amos
283. riantes Utilizando me da met fora constru da por TARALLO 2005 33 4 variantes s o as advers rias em guerra no caos ling stico A descri o detalhada das variantes e do modo como se comportam durante a batalha quais contextos s o mais favor veis derrota de uma e vit ria de outra o que Tarallo chama de envelope de varia o Para dar conta do conceito de vari vel estrutura variante cont nua e quantitativa cf LABOV 1966 LABOV 1972 afirma i que necess rio que se defina o n mero exato de variantes 11 que se identifiquem os contextos em que elas podem aparecer iii que se defina um ndice quantitativo para medir os valores das vari veis Com tais afirma es se constr i o entendimento de que o conceito de vari vel depende de que duas ou mais variantes sejam formas alternativas de se dizer uma mesma coisa isto tenham um mesmo valor referencial e denotativo Com todo o cuidado claro para as quest es de sinon mia cf Labov 1978 Quanto ao m todo de investiga o ling stica a Socioling stica opera para a an lise dos dados com uma metodologia baseada em programas e estat sticas cujos resultados s o expressos tanto em termos percentuais quanto em termos de pesos relativos 36 Variante no sentido de que pode realizar se diferentemente em situa es diversas cont nua porque certas variantes t m seu valor social atrelado ao distanciamento ou diferencia o com rela
284. riginal o reflexivo generalizando se em dire o a novos contextos cf LIMA 2006 O se de casar se por exemplo seria reflexivo para Ribeiro mas n o o seria para Pereira nem para Rocha Lima muito menos para n s que assumimos que a no o de identidade est somente contida na de reflexividade mas n o basta para a constru o desse contexto Nos moldes como a assumimos aqui a reflexividade mais que a identidade entre sujeito e objeto CARNEIRO RIBEIRO 1890 700 quando trata da reflexiviza o admite um uso do se que estaria ligado a sua origem no latim cl ssico Prop e que a este uso original o reflexivo se acrescentam outros ao afirmar que para n s se essencialmente um pronome de que usa nossa l ngua dando lhe varios empregos e modificando lhe diversamente a ideia reflexa que em seus primordios denotava Nosso objetivo a partir da reflex o desse ltimo autor mostrar como a Gram tica Tradicional nomeia o se e de que forma dele trata 1 2 1 Pronome da voz reflexiva Para CEGALLA 1977 141 os exemplos em 12 mostram que o pronome se indica que o sujeito ao mesmo tempo agente e paciente de uma a o isto que faz uma a o cujos efeitos ele mesmo sofre Para SPINA 1977 10 n o diferentemente de 1 Para o professor Jos V Mercer comunica o pessoal h que se fazer uma cr tica afirmativa de que o sujeito ao mesmo tempo agente e paciente de uma a o pois
285. ritiba uma cidade ideal pra se viver pra ter conforto t Com toda a marginalidade e tal mas voc ainda tem seguran a est Ent o eu acho que uma cidade calma ainda pra viver CTBO1L1051 Porque n o tinha brinquedo n o tinha essas condi es de se brincar que tem agora LDN05L0233 uma cidade muito gostosa pra viver mas a gente n o poucos lugares que tem pra passear LDN06L0415 Eu gostava um lugarzinho bem gostoso de trabalhar LDN06L1188 Londrina a cidade n o assim hes boa de se morar trangiila LDNI7L0750 Eu n o sei eu acho que uma cidade que foi planejada uma cidade que deve ser boa de morar n deve ser boa de se trabalhar n tudo IRT17L0741 mas bom de morar aqui em Irati eu gosto de morar em Irati IRTO2L0318 porque da quando eles come aram a ver que o nome de rem dio voc sabe que meio dif cil de ler n IRT09L0651 a Contigo ela essa tima de ler n PBR02L0419 encher a cara uma maneira de se aproveitar a vida PBR05L0465 ANEXO VI AMOSTRAGEM DE OCORR NCIAS DE COMO SE N o que voc se sente vamos supor assim se tivesse uma fazenda n num s tio Que todo mundo conhece todo mundo CTB0O1L0184 Voc est a mesma coisa que estivesse numa fazenda dentro de casa n CTB01L0189 Com um tipo como fosse um templo n est e cercado de rvores n Ali eles preservam muito a natureza n CTB11L008
286. rmanecer continuar estar viver etc e os verbos copulativos e afins colocados entre os de estado ser estado natural estar e achar se estado adquirido viver continuar estado permanente ficar virar ele virou comunista tornar se converter se mudan a de estado parecer d vida de estado 139 167 e eles acabaram se encontrando est na Fran a sem dinheiro pra est isso sem dinheiro pra aquilo CTB09L0675 168 Quer dizer passoufse esse tempo n hes CTB23L0107 169 eles se tornam v ndalos CTBO1L1429 nosso objetivo com esse grupo de fatores verificar se os nossos dados revelam se como os de Nunes 1995 no que diz respeito ao sentido gen rico dos verbos Sobre os seus resultados Nunes 1995 215 diz que os verbos de a o favorecem a constru o inovadora ao contr rio dos verbos de processo e estado 4 2 2 1 8 Animacidade do sujeito gramatical Com esta vari vel queremos testar se h rela o entre as ocorr ncias de apagamento do anaf rico e o tra o sem ntico de seu antecedente Segundo CYRINO 1999 602 os trabalhos de Omena 1978 Pereira 1981 Tarallo 1983 e de Corr a 1992 indicam que h ocorr ncia de um elemento fonologicamente nulo na posi o de objeto principalmente quando seu antecedente animado Em Omena 1978 o antecedente do objeto nulo em PB na maioria das ocorr ncias n o espec fico indefinidos coletivos abstratos Em Duar
287. ro como Este livro se vende bem Como em franc s n o poss vel propor uma constru o desse tipo no passado tal como O livro vendeu bem n o h como tratar esta diferen a de tempo verbal que para mim As l nguas com sujeito nulo l nguas pro drop evitam o uso de pronome sujeito porque podem recuperar a refer ncia desse pronome atrav s da riqueza flexional do verbo Sobre o princ pio evite pronome Avoid Pronoun Principle e a propriedade pro drop consultar CHOMSKY 1982 Para o portugu s do Brasil consultar DUARTE 1996 87 105 entre outros 45 relativamente ao portugu s implica uma diferen a de perspectiva Quando prop e que ces livres sejam o objeto e se o sujeito ambos de vendent parece afirmar que se assim como je sejam agentes do processo verbal E finalmente quando cita La porte est ferm e que traduzo livremente por A porta est fechada sugere que se pense em que a gente fecha a porta ou que a porta est em posi o fechada Penso que aplicando se ao portugu s uma senten a como a porta est fechada n o ter amos dificuldades em classific la como predicativa A quest o segundo vejo n o esta mas como tratarmos de uma senten a do tipo a porta se fechou 2 4 D ALBUQUERQUE 1988 e o dialeto rural de Manhua u D ALBUQUERQUE 1988 97 falante do dialeto rural de Manhua u fronteira de Minas com Esp rito Santo se mudou para o Rio de Janeiro em 1976 onde era se
288. ronome anaf rico sua natureza pronominal permite que ele legitime um sujeito nulo mas a aus ncia de autonomia referencial de AGR o torna dependente de um antecedente para sua interpreta o Ora ent o para Galves anaf rico o vazio que alterna com o se indeterminador o que n o poder amos concluir sobre o pr prio se Eu me vejo girando em c rculos pensando 109 na quest o a seguir se indeterminador anaf rico Por agora apresentamos a reflex o se aceit vel que a indetermina o do referente ent o o se indeterminador n o pode ser anaf rico Pensemos um pouco mais Reconsideremos 141 Para MILNER 1982 citado por MARCUSCHI 2006 56 n o seria toda an fora decorrente de uma rela o associativa entre anaforizado e anaforizante pois o processo anaf rico n o sup e como condi o necess ria sua formula o a exist ncia de uma express o antecedente ou subseq ente expl cita para retomada o que nos remete a APOTH LOZ 1995 que diz poderem existir as express es anaf ricas n o controladas sintaticamente por um antecedente Isso n o se aplicaria aos SEs que nos remetem aos agentes do processo verbal ao se indeterminador ao se enf tico a alguns contextos do se apassivador e tamb m do se ergativo N o seria aceit vel ent o propor sobre a frase a jarra de gua quebrou que existem verbos que admitem a n o realiza o sint tica do seu argumento desencadeador do processo ger
289. ru o m dia do ingl s e a do espanhol t m tra os em comum como a apari o do argumento interno do verbo na posi o de sujeito mas n o s o compar veis DEMONTE 1991 que diz existirem em espanhol as ora es m dias que seriam constru es equivalentes s ergativas e m dias inglesas L ZARO MORA 1983 que prop e que sob o conceito de di tese m dia est o todos aqueles verbos dotados de um morfema se com sentido gramatical de a o cuja sede o sujeito e que t m caracter sticas distintas dos reflexivos o se tem a peculiaridade de converter um verbo transitivo em intransitivo o sujeito destas constru es pode ter o tra o animado e os verbos destas constru es n o admitem o mesmo tipo de adv rbios e complementos preposicionados que admitem os verbos reflexivos NISHIDA 1994 que organiza as constru es pronominais em dois grupos i o do se que aparece com verbos reflexivos e que absorve um argumento interno o se reflexivo rec proco e o se inerente e ii o do se impessoal do se m dio do se passivo e o do se ergativo ou incoativo que absorvem um argumento externo Em nota Torres et alii 2002 374 5 afirmam que s o de Nishida 1994 os exemplos e a terminologia dos dados que a seguir reproduzimos se reflexivo rec proco Los nifios se miraron Los nifios se rompieron los brazos se inherente Juan se arrepinti de haberlo hecho se medio Los carros japoneses se venden se pasivo Es
290. s Pensando sobre a nossa tese assumimos que o pronome se e outros em fun o anaf rica s o exemplos de recursos do ato de referir e neste sentido s o como um espelho que ao refletir imagens descreve nomeia representa refere o mundo O modo como reflete no entanto pode n o ser o que est previsto em r tulos nomenclaturas listas gram ticas cf Brown amp Yule 1983 mas tamb m um modo de referenciar como 138 Ou ainda uma procura que faz da elei o de um recurso de referencia o uma pr tica discursiva recheada de hesita es de titubea es cf Blanche Benveniste 1987 como 139 138 ent o se conhecemos por l PBR02L0078 139 n o consegue falar direito ent o ela se ela fica muito nervosa e tudo n CTB22L0642 Por ltimo parece nos que Mondada amp Dubois 1995 aproximam as informa es dadas pelo contexto do que chamam de trabalho de interpreta o quando afirmam que a indicialidade da linguagem e do discurso quebra a ilus o de dar uma descri o nica e est vel do mundo e sublinha sua necess ria depend ncia contextual Do contexto portanto o interlocutor retira as express es indiciais que lhe permitem preencher as refer ncias vagas a objetos desconhecidos ou n o identificados Como o caso de 140 onde a multiplicidade de sentidos do processo verbal d lugar ao sentido constru do pelo instante da conversa o o que W
291. s de depois eu me casei n IRT1I2L0213 255 Da depois eu casei e fui pra Curitiba est IRT1210222 Em Irati exceptuando se o se reflexivo que como 256 expressa 100 de presen a 256 teve um pol cia que era at vizinho nosso foi se esconder atr s de um carro IRT03L1354 o cl tico que mais se mant m o inerente 76 de presen a O que menos o enf tico 06 de presen a Aquele se mant m possivelmente porque marca a especializa o de novos sentidos de verbos Este se torna opaco possivelmente porque n o serve para distinguir 108 Considerar os resultados de d ALBUQUERQUE 1988 115 que dizem respeito aos verbos que ela chama de essencialmente pronominais a taxa de presen a de pronome mostrou se maior nos primeiros os essencialmente pronominais em todas as pesquisas realizadas 194 sentidos cf MADUREIRA 2002 123 como 257 a 259 Sem marcar uma diferen a de sentido no contexto enf tico sai para servir ao contexto do se inerente onde passa a ser distintivo por construir um novo sentido morrer De Curitiba trazemos a ocorr ncia 260 para ilustrar essa quest o 257 por mim eu nunca mais ia me embora dessa cidade IRT10L0943 258 A menina casa vai embora outras v o embora por conta pr pria n IRTO2L0082 259 e mesmo esses que se vem de fora a gente faz amizade sabe IRT22L0476 260 s tenho uma tia ainda viva o resto
292. s em estudo exce o do reflexivo e do rec proco Antes por m de procurar tratar dos v nculos entre os argumentais vale lembrar DILLINGER et alii 2002 287 8 que afirmam que dif cil lidar com o estatuto sint tico do cl tico em fun o reflexiva Para esses autores o estatuto do cl tico ou argumental discut vel porque existem os casos em que o cl tico claramente um argumento e os casos em que o cl tico n o espelha mais um argumento grifo nosso Para Dillinger et alii a dificuldade a que fizeram refer ncia estaria relacionada classe dos verbos 123 pronominais que constitu da de verbos que se conjugam com pronomes cujo estatuto n o se pode dizer que seja no est gio atual da l ngua complemento Em resumo para Dillinger et alii os cl ticos em algum est gio da l ngua comportaram se todos como argumentais De fato MATTOS E SILVA 2006 158 referindo se a dados do portugu s arcaico diz que os verbos nembar se de calar se de e alonjar se de s o do tipo com OD reflexivo isto correferente ao SUJ Ou seja o se desses verbos nos usos do portugu s arcaico era segundo a autora argumental e hoje corresponde ao que GALVES amp ABAURRE 1996 287 8 chamam de uso lexicalizado isto ao se dos verbos com uso pronominal tais como calar se referir se virar se lembrar se etc que n o ilustram os casos em que o cl tico pode ser
293. s importante da regi o norte de coloniza o mineiro paulista Pato Branco uma importante cidade da regi o sudoeste de coloniza o ga cho catarinense e Irati a rea pluril ngiie mais representativa do estado do Paran de coloniza o eslava Fonte KNIES amp COSTA 1995 O programa VARBRUL trabalha com uma margem de erro de 5 ou seja se o n vel de signific ncia for acima deste valor os resultados n o s o considerados estatisticamente significativos 161 1 grupo Posi o do cl tico anaf rico em rela o ao verbo De um total de 3829 dados foram considerados 2108 para o exame da posi o do cl tico Destes 2108 dados de presen a de SE dentre os quais 13 que computei incorretamente 1966 s o casos de pr clise e 142 de nclise Em termos de pesos relativos estes resultados equivalem a 71 de aus ncia no caso de formas encl ticas e 48 de aus ncia no caso das procl ticas o que observada a ressalva que fiz v nota 99 indica que a forma procl tica a que predomina nas quatro cidades em quest o e que a encl tica a mais sens vel ao apagamento A t tulo de ilustra o desejo registrar um conjunto de realiza es de fala como as que est o em 220 221 e 222 para chamar aten o para o comportamento do se indeterminador empregado com tempos verbais compostos 220 Isso n o pode se pensar como antigamente que o jeito que era n LDNO8L0605 221 Era
294. s latins des origines Charlemagne Paris Societ D edition Les Belles Lettres 1975 FOLTRAN Maria Jos Rela es de Predica o In M LLER Ana L cia NEGR O Esmeralda Vailati amp FOLTRAN Maria Jos Orgs Sem ntica formal S o Paulo Contexto 2003 p 47 59 GALVES Charlotte C O enfraquecimento da concord ncia no portugu s brasileiro In ROBERTS lan amp KATO Mary A Portugu s Brasileiro uma viagem diacr nica 2 ed Campinas SP Editora da UNICAMP 1996 p 387 408 Ensaios sobre as gram ticas do portugu s Campinas SP Editora da Unicamp 2001a Pronomes e categorias vazias em portugu s do Brasil Cadernos de Ling stica Campinas 1984 vol 7 In Ensaios sobre as gram ticas do portugu s Campinas SP Editora da Unicamp 2001b GIV N T Functionalism and Grammar Amsterdam Philadelphia John Benjamins publishing company 1995 GODOY Maria Alice Maschio de A indetermina o do sujeito no interior paranaense uma abordagem sociolingii stica Disserta o de Mestrado Curitiba 1999 GONDA J Reflections on the Indo European M dium In The character of the indo european moods With special regard to greek and sanskrit Wiesbaden Otto Harrassowitz 1956 GU RIOS Ros rio Far ni Mansur Portugu s ginasial gram tica e exerc cios 11 ed rev S o Paulo Saraiva 1964 HAUY Amini Boainain Da necessidade de uma gram tica padr o da l ngua portuguesa
295. s que o verbo casar outro porque outros s o os pap is tem ticos que licencia E em 144 e 145 que recuperamos a sele o sem ntica que o verbo casar faz em 142 ora sem o anaf rico ora com ele 143 Vou casar a minha filha no pr ximo m s exemplo nosso 144 Eu casei com vinte e um anos incompletos eu era lt ju gt eu era juvenil ainda LDN19L0230 145 me casei com dezenove anos e a n o continuei a estudar IRTO5LO0024 Sendo assim a hip tese de que os cl ticos que estudamos tendem ao apagamento porque correspondem a uma categoria vazia preenchida semanticamente pela grade tem tica do verbo ver 3 2 1 uma hip tese que formulamos em aten o m xima griceana seja relevante apud MARCUSCHI 2005 85 87 no sentido de que n o qualquer coisa que se deixa de especificar mas o que se sup e ser de f cil preenchimento pelo receptor do texto Claro que o modo como interpretamos e preenchemos as lacunas 111 referenciais est relacionado s experi ncias que vivenciamos numa dada cultura O verbo formar se que apresentamos em 146 147 e 148 nos parece um bom exemplo do que expusemos acima os interlocutores podem ter maior ou menor dificuldade de compreens o no que diz respeito s lacunas referenciais mas acabam por preench las com conhecimentos previamente introduzidos vincula o co referencial com conhecimentos sem nticos pap is tem ticos inscritos no l
296. s se perderam j no latim vulgar cf WILLIAMS 1986 21 25 a pr tica de aproximar as formas do portugu s s antigas marcas do latim cl ssico na tentativa de entre elas estabelecer alguma correspond ncia sint tica ou morfol gica se explica pelo fato de que a ado o do modelo latino cl ssico e as constantes refer ncias ao grego antigo passam a representar a sele o de uma variedade privilegiada de l ngua que por sua vez passa a orientar o ensino de uma gram tica que refor a padr es de uso que s o pr prios a uma classe dominante cf MATTOS E SILVA 1989 13 i Exemplos desse equ voco podem ser os que s o dados como verbos que regem genitivo Jo o de Barros 1540 44 maravilho me da grandeza de Deus lembro me dos seus benef cios esquece se dos meus pecados porque eu uso das virtudes e care o dos v cios Ora n o basta que o verbo em portugu s reja a preposi o de para ser relacionado ao caso genitivo A preposi o de em portugu s pode referir se n o s a origem como tamb m a assunto entre outros significados I5 Para tratar por exemplo da Defini o das L teras e n mero delas Jo o de Barros 1540 2 afirma que L teras segundo os Gram ticos a mais pequena parte de qualquer dic o que se pode escrever a que os Latinos chamaram nota e os Gregos cara cJter per cuja valia e poder formamos as palavras 11 Por esse motivo passamos a utilizar os casos pa
297. s variantes mais formais da indetermina o e as mulheres as novas formas les formes nouvelles o que demonstra que essas formas n o s o estigmatizadas as formas eu eles e voc s o utilizadas mais frequentemente pelos mais jovens e as formas V3PP n s e VPASSINT pelos 37 Par m nimo quando duas variantes se apresentam em contexto id ntico como em 57 tira e se lava 38 S o palavras de MENON 1994 292 Nous avons tabli que Iind termination du sujet varie selon le sexe du locuteur 50 informantes da terceira faixa et ria de 56 anos e mais Em raz o desse comportamento MENON p 297 chama as formas eu eles e voc de inovadoras e as formas V3PP n s e VPASSINT de arcaizantes p 295 Dentre as suas considera es finais MENON 1994 310 afirma que embora muito do trabalho ainda esteja por ser feito os seus resultados poderiam balizar as futuras reformula es da gram tica com vistas a que n o sejam ignorados os usos predominantes pela sociedade principalmente porque s o resultados de falantes com o mais alto grau de escolaridade para a poca em que ainda n o havia sido implantado o sistema de p s gradua o stricto sensu no pa s 2 6 NUNES 1995 e uma descri o da perda de cl ticos anaf ricos no portugu s brasileiro NUNES 1995 se prop e a fazer uma descri o sincr nica e diacr nica da perda de cl ticos anaf ricos no portugu s brasileiro tendo por base 4 c
298. senvolver o processo expresso pelo verbo e que se pronome apassivador j que a luz n o pode ver s pode ser vista Para Santos essa sintaxe s se d com verbo transitivo direto e sujeito determinado 29 Via se uma luz na neblina Eis a quest o no espa o das gram ticas normativas de l ngua portuguesa a frase em 29 dada por Santos 1996 classificada como passiva sint tica ou pronominal mas ao contr rio no mundo dos falantes nativos do portugu s brasileiro n o tem sentido passivo em todas as variedades dessa mesma l ngua 30 NASCENTES 1938 261 afirma por exemplo relativamente a vendem se casas que a id ia de que algu m que n o se sabe quem seja vende casas e n o que casas sejam vendidas por algu m A prova que na linguagem vulgar o verbo vai para o singular A quest o apontada por Nascentes 1938 n o da ordem da linguagem vulgar pois MENON 1994 2006 133 mostra com dados da norma urbana culta do portugu s do Brasil que houve 103 ocorr ncias de se verbo no singular sujeito plural isto tr s vezes mais dados que da forma considerada correta pela GT Esses 103 casos foram inclu dos por Menon 1994 na variante se empregada como pronome sujeito de refer ncia indeterminada SCHERRE 2005 82 referindo se ao exemplo em 30 diz que a argumenta o das gram ticas normativas sobre a transitividade dos verbos e o se n o consist
299. sint tico sem nticos como os conceitos de voz medial reflexiva e medial passiva n o uma tarefa simples 67 classificar os pronomes que s o objeto de nosso estudo nos mais diversos contextos de sua realiza o Este um dos objetivos do cap tulo 3 a seguir demonstrar de que modo descrevemos cada uma das classes de cl tico anaf rico que assumimos para estudar a tend ncia a que faz refer ncia NUNES 1995 219 tend ncia geral um crescente favorecimento supress o do cl tico anaf rico Um segundo objetivo apresentar o referencial te rico que subsidia as nossas hip teses para o apagamento de se 45 am E ad A x 5 A S o sete as classes de cl ticos anaf ricos que assumimos para fins deste trabalho reflexivo rec proco inerente apassivador indeterminador ergativo e enf tico 68 CAP TULO 3 Fundamenta o Te rica Conforme registramos nas considera es finais do cap tulo 2 n o tarefa simples classificar o pronome se e outros como me te nos em fun o anaf rica considerando se os diversos contextos sint ticos em que podem ocorrer No entanto quando lemos o crit rio adotado por NISHIDA 1994 apud TORRES et alii 2002 374 5 constatamos que a tarefa pode n o ser simples mas poss vel A delimita o proposta para qualificar cada uma das constru es que chama de pronominais propicia que se re na o se quando em fun o anaf rica em dois grupos 1 o grupo em que o se
300. ssa discuss o chama a aten o para o fato de que mesmo entre aqueles verbos que admitem ergatividade a propriedade se realiza de formas variadas alguns admitem tanto a forma pronominalizada quanto a n o pronominalizada outros apenas uma delas tal como nos exemplos em 64 64 a Jo o aborrece o amigo com suas lam rias b O amigo se aborrece com as lam rias de Jo o 40 Ao z a E ps Os verbos psicol gicos s o os que expressam sentimentos emo es e t m pelo menos um papel tem tico experienciador figurando como argumento interno ou externo 56 c O amigo aborrece com as lam rias de Jo o Madureira se questiona sobre c talvez em rela o produtividade hist rica da constru o que ali est e tamb m em rela o sua gramaticalidade Mas em c se constr i a no o de transitividade causativa aborrecer outro e sobre c se pode propor uma constru o correspondente incoativa fica aborrecido Me causa estranhamento um exemplo como o seguinte Ent o eu acho que se a pessoa for preocupar em seguran a medo disso medo daquilo a pessoa n o vive CTB11L0864 tal como o estranhamento de Madureira diante de c no entanto a realiza o do verbo preocupar nesse exemplo atende assim como o verbo aborrecer propriedade da ergativiza o como a descreveu Madureira 2002 2 9 CASTRO 2002 e os cl ticos pronominais de Porto Alegre CASTRO 2002 43 74 estuda o sis
301. ssemos o seguinte por que dizer me casei se casei n o diferentemente pode expressar t o s mudan a de estado do sujeito Ora j que o papel de agente da a o de casar est dado pelo uso transitivo n o reflexivo um padre um 82 pastor um juiz celebram o casamento como pensar tomando se eu me casei em um eu que estaria celebrando o casamento D Albuquerque 1988 n o usa o termo argumento interno quando estuda o verbo casar no entanto ao chamar de paciente objeto da a o o cl tico que coincide com o agente dessa mesma a o d ao se inerente o mesmo tratamento que confere ao se reflexivo o de objeto Lembremos desse mesmo modo age Oliveria e Sousa 1953 254 quando chama de objecto o se do exemplo 86 Ele arrependeu se Sinto contrariar D Albuquerque 1988 e Oliveira e Sousa 1953 Para mim o se inerente continua sendo argumental 3 1 4 Descri o de se apassivador NUNES 1995 n o considera a classe de se apassivador porque os estudos de NUNES 1990 1991 mostraram que o se apassivador perdeu espa o para o se indeterminador GALVES 1996 392 ao tratar de modifica es do sistema pronominal do portugu s brasileiro faz refer ncia a esses resultados e diz que um terceiro aspecto da mudan a ocorrida no s culo XIX a diminui o da frequ ncia da concord ncia em estruturas com se estudada por Nunes 1990 1991 que analisa essa evolu o como um sinal de que
302. ssim dos tempos que tinham trens CTB07L0061 208 Eu me lembro a primeira vez que eu fui na na Pracinha do Ga cho andar de skate CTBO9L1214 209 Acho que n o vou esquecer nunca desse desse epis dio sabe porque foi uma coisa que me est sabe que me marcou CTB19L1319 210 Presto aten o mas depois eu j me esque o tudo LDNO6LO0379 Observei em rela o aos contextos desses dois verbos que em lugar do uso de lembrar ou esquecer outros verbos est o sendo empregados tais como 211 e 212 211 S que a data n o vem agora n o adianta CTB24L1170 212 como que o nome Ah tem uma por o de ind stria a No momento assim me fugiu est risos F LDN1I2L1141 4 5 9 Os casos em que um verbo conforme 213 pronominalizado por imita o de outro j existente na l ngua Possivelmente o que Rocha Lima 1976 309 chama de analogia com outros verbos cf 1 2 3 e Luft 2000 485 de pronominaliza o por influ ncia de sin nimos 213 s vezes tinha algu m que se sobressa a n LDNO9LO263 4 5 10 Os casos em que uma express o verbal resulta da combina o de v rias formas verbais Em rela o aos exemplos 214 e 215 me parece que se confundem me dou para com dar para e depois no exemplo seguinte me cresci com me criei 214 Eu acho que eu n o me dou pra empregada LDN06L1532 215 Ent o lt cre gt eu me cresci co
303. t tulo de exemplifica o tomamos como ponto de partida para a an lise os registros de PEREIRA 1954 e de CEGALLA 1977 para tra ar algumas das contradi es relativas classifica o do pronome se importante notar que estas contradi es se d o principalmente pelo fato de se considerar que haja um nico se exercendo muitas fun es a exemplo das 16 fun es do que descritas por NICOLA amp INFANTE 1989 392 8 PEREIRA 1954 327 335 aponta seis fun es que ele chama vern culas do pronome se e apresenta uma a s tima fun o que seria decorrente da discuss o sobre o uso de on no franc s CEGALLA 1977 360 361 por sua vez descreve nove usos do pronome se No que diz respeito ao se apassivador Pereira considera que uma senten a como alugam se quartos equivalente a quartos s o alugados SAID ALI 1957 101 diferentemente afirma que Aluga se esta casa e esta casa alugada exprimem dois pensamentos diferentes na forma e no sentido o que PERINI 1989 69 examina sobre 32 Quando a no o de indetermina o clara como em MENON 1994 por exemplo a confus o n o se d Assim ao explicitar que a indetermina o do sujeito refere se indetermina o do referente MENON 1994 justifica a inclus o de VPSA Voz Passiva sem Agente como um dos recursos de indetermina o 35 35 e 36 quando diz que muitas vezes se argumenta que o sujeito de 35 este pardi
304. ta se o cl tico argumento do verbo ou n o tanto que Luft d como exemplos formas verbais pronominalizadas que classificamos como distintas conforme 3 1 casar se inerente sumir se enf tico e onde o se n o argumento do verbo Talvez por isso Luft a caracterize genericamente como uma intransitiva o por despronominaliza o MONTEIRO 1994 168 9 por sua vez trata do desaparecimento gradativo dos anaf ricos como uma decorr ncia da aplica o de um princ pio ainda definido de forma imprecisa que se relaciona economia da express o Nesse sentido amplia o alcance da intransitiva o n o s dos objetos anaf ricos mas tamb m dos sujeitos anaf ricos e daqueles sem papel argumental Isso porque para Monteiro 1994 168 a omiss o abrange qualquer termo que possa ser recuperado pelas informa es do contexto sint tico sem ntico e ou ainda por elementos espec ficos da situa o discursiva paralinguagem dos gestos conhecimento pr vio dos interlocutores etc 120 Nossa primeira hip tese ent o a de que se os objetos anaf ricos n o reflexivos tais como o a os as lhe lhes podem ser omitidos os reflexivos se me te nos tamb m podem ser No que diz respeito segunda hip tese consideremos por primeiro que pode haver apagamento na fun o objeto Nos termos da perspectiva gerativista um pro corresponde ao vazio que CYRINO 199
305. te 1986 24 os dados revelam que h alta incid ncia de preenchimento do objeto quando seu antecedente apresenta o tra o animado e a forte tend ncia ao uso da categoria vazia quando o objeto se refere a um antecedente animado E Tarallo 2005 43 afirma que SNs referentes de natureza animada favorecem sua posterior pronominaliza o na fala Nossa hip tese em rela o a essa vari vel a de que a an fora zero pode ser favorecida pela l ngua falada quando o antecedente for inanimado E a pergunta de sempre o que fazer com o se indeterminador 140 4 2 2 2 Vari veis Sociais Por termos assumido que o nosso objeto de estudo expressa uma varia o motivada ou controlada por fatores ling sticos e extralingi sticos assumimos por consequ ncia que os fen menos de varia o podem estar relacionados tamb m a fatores sociais As vari veis sociais que consideramos para fins deste trabalho s o aquelas j definidas pelo projeto VARSUL faixa et ria grau de escolaridade sexo e localidade 4 2 2 2 1 Faixa Et ria Levando em conta as duas faixas et rias consideradas pelo projeto Varsul uma de 25 a 49 anos outra de 50 anos ou mais pretendemos verificar se a frequ ncia de apagamento dos cl ticos anaf ricos entre os mais jovens n o poderia indicar mudan a em tempo aparente cf LABOV 1972 em dire o a um maior apagamento dos cl ticos em estudo DUARTE 1989 27 por exemplo faz refer ncia
306. tem tica de tal verbo 2 7 ILARI et alii 1996 e os pronomes pessoais do portugu s falado Para tratar do que chamam de zonas de maior ou menor indetermina o do sujeito ILARI et alii 1996 107 discutem o car ter passivo de enunciados com verbo transitivo direto e o se Com o exemplo em 58 numera o nossa os autores mostram que embora a gram tica escolar determine como regra o uso do verbo no plural o falante ignora a fun o sujeito do termo com que o verbo deveria concordar em n mero toma o como objeto e por isso n o realiza a concord ncia obrigada pela Gram tica Tradicional Para Iari et alii isso explica o fato de que os enunciados com algum grau de indetermina o ficam abrangidos no conjunto indeterminado a que esse emprego do se remete ou seja O uso do se sem referente e sem forma o evidente de voz passiva configura um enunciado com alto grau de indetermina o 58 como que se chama aquelas florzinha s branquinha s bem cheirosa exemplo DID POA 45 19 NURC POA 53 ILARI et alii 1996 106 prop em tamb m que a indetermina o possa ser expressa por meio da 3 pessoa do singular seguida ou n o de se Com o exemplo em 59 59 Doc E queijo n o se fazia queijo Inf Ah queijo pode fazer mas na fazenda n o se fazia muito porque o ganho pouco e tem que manter um certo status DID POA 45 628 exemplo NURC POA afirmam que os casos em que os enunciados tal como quei
307. tema de distribui o dos cl ticos pronominais da fala dos moradores de Porto Alegre RS para verificar a suposi o de que o sistema de cl ticos pronominais do dialeto ga cho atual reflete um est gio anterior ao processo de mudan a que se apresenta mais avan ado no resto do pa s Para tanto Castro utiliza dados coletados do banco de dados VARSUL O corpus composto de 510 ocorr ncias de cl ticos pronominais extra das de oito entrevistas realizadas em janeiro de 1993 Para estudar o apagamento dos cl ticos me te se e nos Castro 2002 60 os organiza em tr s grupos 57 1 de uso pronominal propriamente dito sem fun o reflexiva Eu n o te eduquei Inf 20 ocorr ncia 367 2 reflexivo cf define Nunes 1995 n o dado exemplo 3 com verbo pronominal cf Nunes 1995 eu demoli a casa velha me mudei pra uma quadra abaixo e constru essa casa Inf 21 ocorr ncia 014 Em rela o ao cl tico me Castro 2002 66 afirma que n o h diminui o de uso de me com verbos pronominais nos informantes mais jovens Registra 34 ocorr ncias de nos e diz que o decl nio de nos n o chega a surpreender porque a literatura j vem registrando o fen meno de substitui o da forma n s pela express o a gente Particularmente em rela o ao cl tico se Castro 2002 70 prop e que h queda acentuada na fregii ncia proporcional de se indeterminado entre os falantes mais
308. ten a 149 me lembra o uso de beber na seguinte Ele bebe Nesses dois casos o que me vem cabe a a id ia de que na aus ncia do objeto uma interpreta o poss vel seria a de conceber a transitiva o com objeto nulo como express o predicativa n o l em n o gostam de ler n o s o pessoas lidas bebe gosta de beber b bado 118 de notar que o pr prio conte do sem ntico do verbo pode fazer calar o seu complemento e com isso instaurar uma tend ncia para o emprego intransitivo Enquanto Luft aponta a intransitiva o de transitivos pronominais como favorecedora da supress o de cl ticos anaf ricos Monteiro afirma que o uso intransitivo um recurso ling stico que n o fere a gramaticalidade das senten as que produzimos porque os termos omitidos podem ser recuperados pelo conte do sem ntico do verbo que despronominalizamos Sob tais considera es passamos a observar que al m do conte do sem ntico do verbo pode o contexto sint tico sem ntico esclarecer poss veis ambigi idades constru das a partir do uso intransitivo como em 150 onde o sentido tornar se outra pessoa cede lugar ao sentido recuperado pelas informa es contextuais sair de 150 Ah eu gosto n Pois bem dizer criada aqui n Desde N o acho que agora n o adianta mais n a gente mudar n CTB16L1580 Referindo se ao que podemos traduzir por usar um verbo intransitivamente
309. terminador 3 1 6 Descri o de se ergativo 3 1 7 Descri o de se enf tico 3 2 Nossas hip teses para o apagamento de SE 3 2 1 Hip teses de natureza ling stica 3 2 2 Hip teses de natureza socioling stica CAP TULO 4 METODOLOGIA 4 1 Constitui o da amostra 4 2 Codifica o das ocorr ncias 4 2 1 Descri o da vari vel dependente 4 2 2 Descri o das vari veis independentes 4 2 2 1 Var veis Lingi sticas 4 2 2 2 Vari veis Sociais 4 3 Procedimentos de Contagem 4 4 Dificuldades de classificar o se 4 5 Dados Exclu dos CAP TULO 5 AN LISE DOS RESULTADOS 5 1 Os resultados do estado do Paran 5 2 Os resultados de Curitiba 5 3 Os resultados de Londrina 5 4 Os resultados de Irati 5 5 Os resultados de Pato Branco 5 6 Os casos de hesita o 5 7 Os casos de se universal CONCLUS O REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS ANEXOS I Codifica o dos grupos de fatores II Prospectos e fotos relacionados ao tema II Amostragem de ocorr ncias de presen a aus ncia das Classes em estudo IV Amostragem de ocorr ncias de hesita o V Amostragem de ocorr ncias de infinitivo flexionado VI Amostragem de ocorr ncias de como se VII Amostragem de ocorr ncias com o se universal VIII Amostragem de ocorr ncias de hipercorre o e duplo nominativo vi 68 12 12 14 11 82 87 91 98 116 116 125 132 132 133 134 134 134 140 143 145 149 160 160 174 182 19
310. tico me pareceu suficiente para os prop sitos deste trabalho No entanto para que se evitassem erros de classifica o com a constru o de um perfil de verbos compat vel com os verbos ir se partir se por exemplo optei por relacionar luz dos trabalhos lidos todas as formas verbais que s o citadas como de interpreta o expletiva e verificar quais dessas formas LUFT 2000 20 registra como casos de constru o reflexiva enf tica estil stica ou metaf rica o registro dos verbos pronominais que podem ocorrer acompanhados ou n o de pronome obl quo da mesma pessoa do sujeito feito com o sinal de elemento opcional cujo uso representa o resultado das pesquisas a que Luft 2000 10 17 faz refer ncia Eis os verbos que consideraremos neste trabalho para estudar a presen a e a aus ncia do anaf rico nas constru es reflexivas enf ticas ir se vir se demorar se alem acabar se passar se sumir se e descer se 101 Para fins deste trabalho assumimos finalmente que o se nos exemplos em 133 a 136 n o imp e com a pronominaliza o dos verbos sumir e ir uma constru o que se traduza em diferen a de sentido Logo podem ser estudados como casos de se enf tico 133 eu podia escolher entre ir correr para o mato me sumir ou ent o me apresentar est IRT23L0067 134 Quando eu vejo est feito l em cima da mesa do jeito dela e cad ela sumiu n est LDNO4L1347 135
311. tico e sint tico Disserta o de Mestrado em Ling stica TEL UNICAMP Campinas 1989 ZILLES Ana Maria S Gramaticaliza o de a gente um processo de m ltiplas regras vari veis In Programa o e Resumos do 7 C rculo de Estudos Ling sticos do Sul UCPEL e UFPEL editoras p 83 outubro de 2006 ZRIBI HERTZ Anne Relations Anaphoriques en Fran ais esquisse d une grammaire generative raisonnee de la reflexivite et de Vellipse structurale Paris Universit de Paris VII 1986 241 ANEXOS ANEXO I CODIFICA O DOS GRUPOS DE FATORES 1 Classes de cl ticos anaf ricos nciefar r reflexivo c rec proco n inerente e ergativo i indeterminador a apassivador f enf tico 2 Predica o do verbo IT uso intransitivo T uso transitivo 3 Posi o do cl tico anaf rico em rela o ao verbo pe p procl tico e encl tico n o se aplica quando n o usa cl tico 4 Pessoa do cl tico anaf rico mtsnz amp m me tte s se singular n nos z se plural amp se universal n o se aplica porque n o usou no item anterior 5 Pessoa do verbo 123456 1 2 3 4 5 e 6 conforme a desin ncia n mero pessoal particular a cada pessoa do verbo 6 Fun o sint tica do cl tico SJ S sujeito J objeto n o exerce fun o sint tica 7 Sentido gen rico do verbo aep a a o e estado p processo 8 Animacidade do sujeito gramatical AB A animado B animado
312. tintos machucar admite um cl tico acusativo diferente da pessoa empregada no nominativo eu me machuquei eu te machuquei e arrepender se n o eu me arrependi eu te arrependi olhando ent o para o me de eu me arrependi que pergunto o me ali seria argumento interno de arrepender se Entenda se que se a resposta for negativa o me n o poderia receber papel tem tico desse verbo e n o poderia corresponder por consequ ncia quando n o realizado 13 Tomando de MIOTO et alii 2004 121 a imagem em que os participantes de um evento denotado pelo verbo s o os argumentos do verbo passamos a aceitar que cada verbo tem um papel tem tico que precisa ser atribu do a um argumento a n o realiza o desse argumento implicaria ent o a n o atribui o do papel tem tico o que violaria o Crit rio 0 cada verbo encaixado tem um papel O que n o teria como ser descarregado se n o existisse um argumento para receb lo Tal argumento exatamente a ec postulada cf MIOTO et alii 2004 236 A ec seria assim a categoria vazia que representaria o argumento n o realizado ou ainda sem matriz fon tica que postulada para que sejam atendidos o crit rio 0 e o Princ pio de Proje o Estendido Sobre as categorias vazias e sua tipologia consultar CHOMSKY 1995 41 46 que diz The theory of Case requires that every argument have abstract Case possibly realized overtly in on or another way depending on specific morpholog
313. tos puentes se construyeron em 1800 se incoativo Se han roto todos los vasos 59 TORRES et alii 2002 374 prop em que o se incoativo corresponde ao se m dio dos gram ticos tradicionais ao se neutro de Wherli 1986 ou ao se ergativo de Burzio 1986 E concluem sobre as diferen as entre ergativas e m dias que 1 11 iii Gv v s podem ergativizar se os verbos que expressam uma a o que pode ocorrer espontaneamente sem a interven o da vontade n o podem ergativizar se os verbos causativos que possuem como argumento externo um agente ou um instrumento mas se o argumento externo puder receber indistintamente os pap is tem ticos de agente instrumento ou causa a constru o pode ser entendida tanto como ergativa quanto como m dia s quando o argumento interno inanimado pode se dar a ergativiza o na constru o ergativa h um Agente n o volitivo enquanto que na constru o m dia h sempre um Agente volitivo na forma o ergativa n o h limita es temporais na m dia h ya que no admitir a otro tiempo que el presente porque ese el tiempo de las proposiciones sin tiempo sic 2 11 NEGR O et alii 2002 e a compet ncia ling stica NEGR O et alii 2002 101 106 afirmam que sabemos por for a do conhecimento ling stico desenvolvido independentemente dos ensinamentos escolares que existem verbos como em 65 que ora se apresenta
314. trado Rio de Janeiro PUC RJ 1978 PAGOTTO Em lio G Cl ticos mudan a e sele o natural In ROBERTS lan amp KATO Mary A Portugu s Brasileiro uma viagem diacr nica 2 ed Campinas Editora da UNICAMP 1996 p 185 206 PASSOS Claiz amp PASSOS Maria E Princ pios de uma gram tica modular S o Paulo Contexto 1990 PEREIRA Eduardo Carlos Gram tica Expositiva curso superior S o Paulo Companhia Editora Nacional 1954 PERFEITO Ab lio Alves Gram tica de grego 4 ed Porto Porto Editora 1974 PERINI M rio A Para uma nova gram tica do portugu s 4 ed S o Paulo tica 1989 Sintaxe Portuguesa metodologia e fun es S o Paulo tica 1989 Gram tica descritiva do portugu s 4 ed S o Paulo tica 2003 Ergativas e m dias em portugu s PUC Minas 2005 no prelo PONTES Eunice Verbos Auxiliares em Portugu s Petr polis RJ Editora Vozes 1973 238 1981 Da import ncia do t pico em portugu s Anais do 5 encontro de Ling stica PUC RJ In Ensaios sobre as gram ticas do portugu s Campinas SP Editora da Unicamp 2001 PRETI Dino O discurso oral culto S o Paulo Humanitas Publica es 1997 RIBEIRO Jo o A l ngua Nacional e outros estudos ling sticos Petr polis Editora Vozes 1979 RIBEIRO Jo o Grammatica Portugueza 19 ed Rio de Janeiro Livraria Francisco Alves 1920 RIENZO Giorgio de Scioglilingua guida alla gra
315. tro No primeiro caso estamos frente ao se reflexivo e no segundo frente ao se rec proco Esse tema o da ambig idade das formas com se pode ser objeto de um trabalho que aqui n o podemos assumir No entanto imposs vel n o perceber que as distintas interpreta es de que tratam Mioto et alii podem resultar das unidades l xicas comprometidas na constru o com se e corresponder a interpreta es contextuais e n o somente a valores de l ngua cf BECHARA 2004 177 De fato um breve olhar sobre uma frase como a que est em 82 pode indicar considerando se i que cada um feriu a si mesmo e ii que se feriram reciprocamente que as distintas acep es das constru es de que se parte se constroem com a combina o de unidades l xicas Assim o se que chamaremos de rec proco corresponde ao complemento direto ou indireto de verbos dados em coordena o e com interpreta o que pode ser um do outro um ao outro por exemplo 82 Jo o e Pedro se feriram Assumindo esses recursos como identificadores da no o de reciprocidade para n s agentiva e n o reflexiva citamos como exemplos do contexto de reciprocidade os que est o a seguir i ora com a presen a do se como em 83 ii ora com o seu apagamento como em 84 55 Para o estudo da ambig idade lexical sugiro Vilela amp Koch 2001 41 52 16 83 todo mundo se abra ou nessa hora e realmente lt pro gt procur
316. u o intransitiva que n o indica o agente da a o expressa pelo verbo e que tem um objeto direto assumindo o espa o do sujeito Considerando o exemplo 120 observo que o sujeito para Vilela amp Koch 2001 corresponde em termos sint ticos no o de sujeito gramatical que formulada por Pontes 1986 o sujeito o que ocorre antes do verbo uma refer ncia posi o inicial da senten a que dada pela observ ncia ordem can nica do portugu s do Brasil SVO Com um exemplo semelhante ao 114 PONTES 1973 57 introduz as constru es do tipo estar partic pio como as citadas em 121 para dizer que embora a gram tica tradicional lhes atribua um sentido passivo essas constru es nem sempre se comportam sintaticamente como passivas Em raz o da discuss o de Pontes penso que seja poss vel propor uma equival ncia sint tico sem ntica entre os exemplos o copo quebrou e o vestido 94 rasgou citados por Pontes 1973 e o exemplo a roupa seca citado por Vilela amp Koch 2001 j que todos eles t m sujeito gramatical de tra o animado um objeto direto originariamente que interpretado como tema 121 Ela quebrou o copo O copo quebrou O copo est quebrado ii Ela rasgou o vestido O vestido rasgou O vestido est rasgado Nesse mesmo trabalho PONTES 1973 118 analisando a predica o dos verbos come ar e continuar afirma que o verbo come ar semelhante a verbos
317. ud Torres et alii 2002 374 o se ergativo absorve argumento externo porque se n o pode co ocorrer com o agente assume essa fun o sem ntica A segunda quest o apresentada por WENCESLAU 2003 64 ao registrar que o uso do pronome se pode tornar amb gua uma constru o ergativa quando constr i uma interpreta o reflexiva Segundo Wenceslau em 128 temos a senten a em sua forma original argumento externo _ sujeito _ Ana desencadeador com controle e argumento interno _ objeto direto _ os parentes afetado favorecido em 129 aplicada a propriedade de ergativiza o sem o emprego do pronome se temos o argumento interno objeto 71 A MES O corpus desse trabalho constitu do de 367 verbos com os quais o autor formula frases para estudar as propriedades sem nticas que restringem ou licenciam o que chama de propriedades sint ticas tais como a ergativiza o a indetermina o do sujeito a passiviza o a reflexiviza o e a dupla causa o 97 direto os parentes elevado condi o de sujeito com as mesmas propriedades em 130 no entanto com o emprego da forma se uma leitura no m nimo amb gua em que o sujeito os parentes torna se um desencadeador afetado favorecido com controle portanto distinto de sua forma original 128 Ana acomodou os parentes 129 Os parentes acomodaram 130 Os parentes se acomodaram A senten a em 129 considerada por Wenceslau 2003
318. uererem apenas um argumento realizado por um SN que desempenha a fun o sint tica de sujeito da frase e que os predicados transitivos como 162 al m do argumento expresso pelo SNsuj 136 podem requer pelo menos mais um argumento expresso por SN ou SPREP que o complementa 161 Ela casou muito cedo casou com dezoito anos IRT12L0049 162 e o filho do seu Felipe Barleta conheceu a minha irm mais velha e acabou namorando e casando com ela IRT12L0046 4 2 2 1 3 Posi o do pronome anaf rico em rela o ao verbo Elegemos esta vari vel para analisar se os resultados de GALVES 1996 relativos prefer ncia do uso procl tico no portugu s brasileiro se repetem nas quatro cidades do Paran que estamos estudando De acordo com GALVES 1996 393 4 um dos aspectos mais fascinantes da emerg ncia da gram tica do portugu s brasileiro o fen meno da posi o dos cl ticos na ora o Citando o trabalho de CYRINO 1990 e o de PAGOTTO 1992 e analisando o que chama de aparente paradoxo em rela o a alguns dos resultados ali propostos afirma que sabemos que o PB moderno fundamentalmente procl tico GALVES 2001 137 cita novamente Pagotto 1992 que descreve a evolu o da sintaxe dos cl ticos a partir de um corpus de documentos escritos dos s culos XVI ao XX para mostrar o que chama de evolu o oposta do pronome o em rela o ao pronome se enquanto a tend nci
319. ui de Irati est a fez com que todo mundo se afastasse IRTO3L1 140 Ah a gente fica vai se entusiasmando e voc vai indo voc est vendo n CTB02L0728 est acabei entrando no partido e Mas tamb m me decepcionei muito CTB09L0206 Mas eu nunca me interessei muito n Gostava mesmo era da Matem tica e da F sica CTB11L0792 Nunca me interessei por pol tica n o CTB22L1251 N o tem governo que interessa n o tem um governo que se interesse algu m s papo furado LDN21L0148 Eu conhecia a oficina mec nica deles eu j interessei em trabalhar na oficina IRT16L0888 Da ele vai se perder e se embanana todo est CTB01L0500 A hora que voc entra o que vem atr s se desespera vem em alta velocidade CTB01L0528 Se ela te passou pra tr s legal voc se ofende mais ainda sabe est CTB09L0852 E foi a onde um colega meu se revoltou n CTB09L0942 E da o marido j se revolta LDN01L0613 Ent o n o n o existia lt te gt teve uma poca a o povo revoltou saiu na rua querendo cortar os derrubar os postes LDN23L0104 Ent o eu acho que se a pessoa for preocupar em seguran a medo disso medo daquilo a pessoa n o vive CTB11L0864 Ela engasgou ela engasgoufse n o saiu uma coisa como ela queria ter dito CTB20L0694 Conseguimos construir a escola quando a escola estava pronta a gente se decepcionou que o Requi o nomeou a Marta LDN01L0285 A gente se chate
320. ujeito expresso Essa portanto a primeira refer ncia a que tivemos acesso sobre as formas do tipo vende e aluga que citamos no cap tulo introdut rio desta tese A autora cita GU RIOS 1964 136 7 que com o exemplo em 56 56 Procura um pedreiro Procuram um pedreiro admite como recurso indeterminador essa constru o Sobre esse recurso exemplificado em 57 com a forma tira Menon diz que o vazio que antecede um verbo na 3 pessoa do singular pode representar a indetermina o do sujeito sempre que n o for poss vel a recupera o do referente 57 agora se cortam as folhas quer dizer tira os talos se lava bem essas folhas e exemplo DID 11 14 505 M2 da autora Para verificar o grau de produtividade da forma VPASSINT voz passiva sint tica do que exemplo o dado se cortam em 57 nos informantes de n vel universit rio que s o objeto do NURC a autora obteve o seguinte resultado apenas 35 ocorr ncias sobre 8 150 dados Com base nesse resultado MENON 1994 248 assume que o se da estrutura se verbo no singular sujeito plural pronome sujeito de refer ncia indeterminada e por isso tamb m variante da vari vel recursos de indetermina o do sujeito Menon explica que enquanto para a GT casas em Vende se casas sujeito de um verbo no plural para ela diferentemente objeto Sobre essas estruturas com se e sem 36 Considere se sujeito plural como aquilo que a Gram
321. ulo 2 a seguir trabalhos que procuram dar ao se e aos demais pronomes anaf ricos me te nos outros tratamentos sem ntico sint tico sem ntico gerativista Reconhe o que o que fiz at o momento revis o da Literatura e que bem por isso o pr ximo cap tulo poderia se chamar Revis o II E na verdade o cap tulo 2 mesmo mais um caminho que percorro com o objetivo de tentar responder velha pergunta quem o se No cap tulo 2 portanto a seguir continuo a fazer revis o da Literatura mas agora de disserta es teses trabalhos alguns dos quais de dif cil acesso que de alguma forma tocam no se 40 CAP TULO 2 Revis o da Literatura Temos observado que alguns verbos do portugu s do Brasil parecem admitir tanto a forma pronominalizada quanto a n o pronominalizada enquanto que outros apenas uma delas Como um dos nossos objetivos descrever com dados do banco Varsul os contextos sint ticos de apagamento do pronome se e de outros em fun o anaf rica procuramos neste cap tulo apreciar algumas pesquisas que tratam de diferentes considera es sobre o se e tratam tamb m das rela es entre a pronominaliza o de formas verbais e o apagamento dos pronomes em estudo Consideremos a seguir estes trabalhos ordenados cronologicamente 2 1 VEADO 1982 e a regi o de Janu ria MG VEADO 1982 45 tratando de constru es com se reflexivo no dialeto de Sanfranciscana de
322. universal outras marcas de reflexividade est o sendo adotadas com vistas possivelmente desambigiiiza o ou ao 223 refor o da no o que se deseja construir ou recuperar como demonstram os dados 334 a 338 334 335 336 337 338 Isso eu acho que a pessoa est se iludindo iludir a si pr prio n CTB11L0597 Ali quase todos se conhecem um uns aos outros ali est IRT16L0737 Depois eles mesmos se ajudam entre si PBR12L0712 da foi indo da come amos se olhar um pro outro IRT01L0327 ele p e essas crian as pra trabalhar pra fazer alguma coisa pra se sustentar a si pr pria LDNO1L0873 Nesse mesmo sentido percebemos que alguns verbos pronominaliz veis d o lugar a outros que a princ pio dispensam a pronominaliza o E o caso dos verbos virar ficar dar ir e pegar em lugar de tornar se descuidar se sair se bem mal e chocar se como nos exemplos 339 a 343 abaixo N o estou dizendo que entre eles h correla o direta mas t o somente que a op o do falante foi por uma forma n o pronominalizada 339 340 341 342 343 Da ele vira crente est Da ele diz que a vida dele melhorou CTB07L1351 ent o o que que ele fica Ele vai se tornar um marginalzinho CTB17L1319 porque aqui carro passa a todo instante sabe como que crian a n est Se a gente d um descuido e acabou CTB12L0229 Foi por isso Fo
323. us ncia Esse percentual indica que pode haver rela o em Londrina entre o uso intransitivo e o apagamento em estudo TABELA 10 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL SEXO DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Londrina PR SEXO DO INFORMANTE VARI V Feminino Masculino DEPEND N N o Presen a 198 53 115 48 Aus ncia 177 47 127 52 TOTAL 375 242 Conforme nos mostra a tabela 10 as ocorr ncias sobre o sexo do informante assim se distribuem para o sexo feminino houve 375 ocorr ncias 198 53 s o de presen a do pronome contra 177 47 de aus ncia para o sexo masculino houve 242 ocorr ncias 115 48 de presen a e 127 52 de aus ncia Esses resultados com ndices percentuais muito pr ximos nos permitem dizer por ora que n o o sexo do informante que determina a op o pela presen a ou aus ncia do pronome N o podemos afirmar que as mulheres s o mais conservadoras quanto ao uso da variante inovadora o apagamento no entanto fazemos notar que o percentual de presen a 53 para o sexo feminino anuncia algum favorecimento op o presen a enquanto um percentual semelhante 52 anuncia para o sexo masculino algum favorecimento mas aus ncia 189 TABELA 11 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL FAIXA ET RIA DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Londrina PR FAIXA ET RIA DO INFORMANTE Vari vel a entre 25 e 49 anos
324. vante para a cidade de Londrina 183 A tabela 8 a seguir apresenta a distribui o da amostra de Londrina em fun o da vari vel classes de cl ticos anaf ricos sem os 206 casos de se indeterminador Numa rodada inicial a vari vel se indeterminador grupo classes de cl ticos anaf ricos se distribui assim 206 ocorr ncias sendo 144 casos de apagamento 70 de aus ncia e 62 de n o apagamento 30 de presen a Com a rodada seguinte a vari vel S do grupo Fun o Sint tica do cl tico passa a expressar um valor categ rico de aus ncia 144 ocorr ncias 100 de aus ncia porque todo indeterminador sujeito o que em termos estat sticos se traduz por knockout Considerado este knockout se indeterminador passa a ser representado por 144 ocorr ncias significando 100 de aus ncia e caracterizando novo knockout TABELA 8 TOTAL DE OCORR NCIAS DAS CLASSES DE CL TICOS ANAF RICOS EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE em Londrina PR CLASSES CL TICOS PRESEN A AUS NCIA TOTAL ANAF RICOS N N Rec proco 27 96 1 4 28 Reflexivo 22 67 11 33 33 Inerente 190 52 173 48 363 Apassivador 8 50 8 50 16 Ergativo 61 39 94 61 155 Enf tico 5 23 17 77 22 TOTAL 313 51 304 49 617 A tabela 8 indica que em 49 do total dos dados h supress o de cl ticos na fala de Londrina PR Essa tabela apresenta a distribui o da amostra de Londrina sem os pesos relativos j que esta vari vel n o foi sel
325. vra de homem est tem que ser respeitada Se respeitava muito a palavra CTB17L0294 como que se diz CTB03L1645 N o ai vai ser a vai ser como que se diz Alimentador CTB20L1286 Ah tem umas que como diz a situa o de da mulher no qu No no no CTB04L0823 Diz que dizem que querem voltar n CTB21L0905 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 251 Hoje diz que a religi o est melhor A religi o est melhor CTB21L1215 a gente dava pra contar os carros que passavam na rua de vez em quando n se via um carro est Hoje hoje voc v uma coisa impressionante CTB05L0836 coisas assim que n o que hoje nem se v mais praticamente n CTB05L0252 Ali se chega oito horas no inverno n o se via mais um crist o na rua CTB23L0051 O Brasil n o teve uma guerra nuclear n o teve nada est Como dizem tudo o que planta d CTB03L1538 Tem tudo aqui est O que se planta d CTB09L0305 a casa pra pobre n Mas n o se faz mais casa pra pobre CTB13L0127 Ah Dan ava bolero tango valsa samba CTB13L0495 tira colocafise tampafse cobre CTB18L0840 No interior se anda mais n CTB18L0939 Ontem no fant stico mostrou a entrega do diploma ainda Na hora CTB20L0687 Ah era
326. xemplos em 27 afirma que a l ngua portugueza possue uma voz m dia passiva com o pronome se mas n o faz refer ncia ao papel desse pronome na voz que chama de m dia passiva Ribeiro n o explica o que entende por voz 28 m dia nem faz refer ncia por exemplo ao cuidado de concordar em n mero casas e fizeram se a terra e preparou se cartas e escreviam se 27 Fizeram se casas Preparou se a terra Escreviam se cartas MATTOSO C MARA 1964 47 distingue se apassivador do agente da a o verbal confere ao se a fun o de ligar um sujeito paciente a o expressa pelo verbo e afirma que apassivador a qualifica o dada ao pronome se quando deixa de caracterizar a voz medial e se reporta a um sujeito de 3 pessoa que na representa o ling stica n o figura como sujeito ativo aluga se esta casa quebrou se o vaso Cria se pois uma voz pronominal passiva ou m dio passiva em que predomina a a o verbal reportada ao paciente pelo pronome apassivador e com a apresenta o do agente completamente eliminada SILVA DIAS 1970 106 cita 28 afirma diferentemente de Mattoso C mara 1964 que poss vel a indica o do agente da a o expressa pelo verbo quando o pronome se empregado e prop e que a conjug reflexa na 3 pessoa tambem serve de voz passiva no port moderno por m em geral s quando se designa o agente 28 Aqui se escrever o novas historias por g
327. xercem a fun o objeto Ou n o Eis uma das quest es de que tratamos no cap tulo 3 o estatuto sint tico do se nos verbos pronominais Refletindo sobre esse tema DILLINGER et alii 2002 287 8 afirmam i que dif cil lidar com o estatuto sint tico do cl tico em fun o reflexiva ii que o estatuto do cl tico ou argumental discut vel iii que essa dificuldade devida classe dos verbos pronominais que constitu da de verbos que se conjugam com pronomes cujo estatuto n o se pode dizer que seja no est gio atual da l ngua complemento Se entendi bem para Dillinger et alii os cl ticos em algum est gio da l ngua comportaram se todos como argumentais Compartilhando dessa id ia MATTOS E SILVA 2006 158 referindo se a dados do portugu s arcaico diz que os verbos nembar se de calar se de e alonjar se de s o do tipo com OD reflexivo isto correferente ao SUJ Minha decis o Assumo uma 225 das generaliza es discutidas por d ALBUQUERQUE 1988 116 se o objeto direto reflexivo em verbos acidentalmente pronominais pode ser omitido passa a ser omitido tamb m nos essencialmente pronominais o que segundo me parece corresponde ao que MADUREIRA 2002 120 chama de recurso de simetria do sistema sint tico Sob tal crit rio aceitamos tratar desses anaf ricos como se objetos fossem Como se insisto Nessa decis o n o estamos sozinhos Recordemo nos do o
328. xpressam uma dire o ao emprego dos cl ticos reflexivos 54 e 57 de presen a respectivamente Se consideramos entretanto o maior percentual de aus ncia dentre os dois comportamentos podemos dizer s em termos de fregii ncia que s o as mulheres que est o omitindo mais os anaf ricos reflexivos 46 de aus ncia 172 TABELA 2 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL FAIXA ET RIA DO INFORMANTE EM FUN O DA VARI VEL DEPENDENTE no estado do Paran FAIXA ET RIA DO INFORMANTE Vari vel a entre 25 e 49 anos b com 50 anos ou mais depend N N Presen a 1083 56 1033 54 Aus ncia 839 44 874 46 TOTAL 1922 1907 Os dados em distribui o n o indicam que uma ou outra faixa et ria possa favorecer o apagamento Muito pelo contr rio quando tratamos de todas as cidades em conjunto e estudamos um total de 3829 dados os ndices apontam maior inclina o ao emprego dos cl ticos anaf ricos sem no entanto relacionar essa tend ncia a uma das faixas et rias do projeto em particular TABELA 3 TOTAL DE OCORR NCIAS DA VARI VEL GRAU DE ESCOLARIDADE DO INFORMANTE EM FUN O DA VARIAVEL DEPENDENTE no estado do Paran ESCOLARIDADE DO INFORMANTE Vari vel Prim rio 4 5 anos Ginasial 8 9anos Colegial 10 11 anos depend N N N Presen a 591 52 697 56 828 58 Aus ncia 553 48 558 44 602 42 TOTAL 1144 1255 1430 173 A distribui o da a
329. xtos de per odos que chama de arcaico moderno e contempor neo al m de entrevistas transcritas das grava es realizadas em Campanha Minas Novas e Paracatu em MG Para discutir a hip tese de gramaticaliza o do pronome se LIMA p 47 assim organiza o pronome em estudo os tipos de se foram subdivididos em dois grupos a o grupo reflexivo composto pelas ocorr ncias dos tipos reflexivo estil stico e pronominal b o grupo n o reflexivo composto pelas ocorr ncias dos tipos passivo indeterminado e amb guo Essa classifica o levou em considera o o conceito de voz medial reflexiva que compreenderia o primeiro grupo e a voz medial passiva que compreenderia o segundo Lima 2006 48 54 d como exemplos de cada um dos grupos os que est o a seguir a do grupo reflexivo os seguintes tipos i o reflexivo simples e o time SE recuperou e a situa o boa ii o reflexivo rec proco a troco disto SE vendi o huns aos outros ii o reflexivo duplicado o negro SE sentiu se marginalizado iv o se estil stico Riu SE a ninfa e disse v o se pronominal o gerente SE preocuparia com a utiliza o das mil horas a b do grupo n o reflexivo os seguintes i o se passivo que n o SE esperam efeitos indesejados sobre o lactente ii o se indeterminador Nesta capitania SE vivia seguramente nos peccados 66 ii o se amb guo donde SE colnsegue mais proveito s o assuscres Dentre as conc

grace dos anjos freire bandeira o apagamento de se nas

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