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universidade federal do rio de janeiro aroaldo

1. etapa da escolaridade que tradicionalmente acumula as fun es proped uticas e de terminalidade tem sido a mais afetada pelas mudan as nas formas de conviver de exercer a cidadania e de organizar o trabalho p 58 a capacidade dos jovens cidad os do pr ximo mil nio para aprender significados verdadeiros do mundo f sico e social registr los comunic los e aplic los no trabalho no exerc cio da cidadania no projeto de vida pessoal p 67 o trabalho e a cidadania s o previstos como os principais contextos nos quais a capacidade de continuar aprendendo deve se aplicar p 73 as dimens es de vida ou contextos valorizados explicitamente pela LDB s o o trabalho e a cidadania p 78 o melhor dom nio da l ngua e seus c digos se alcan a quando se entende como ela utilizada no contexto da produ o do conhecimento cient fico da conviv ncia do trabalho ou das pr ticas sociais p 79 vincular a educa o ao mundo do trabalho e pr tica social p 92 tendo em vista vincular a educa o com o mundo do trabalho e a pr tica social p 44 101 consolidando a prepara o para o exerc cio da cidadania e propiciando prepara o b sica para o trabalho p 101 compreens o do significado das ci ncias das letras e das artes e do processo de transforma o da sociedade e da cultura em especial as do Brasil de modo a possuir as compet ncias e habilidades necess ria
2. o Em vista disso entendo que o uso das express es mundo produtivo e mercado de trabalho com o mesmo sentido de mercado de emprego podem estar relacionadas forma como esse espa o mais comumente conhecido pelos destinat rios da palestra que de uma maneira geral n o teriam conhecimentos mais profundos da teoria de Marx O mercado de trabalho descrito por Arroyo tem algumas diferen as em rela o ao mercado descrito pela legisla o enquanto Arroyo faz uma correla o entre empresa moderna e ind stria as bases legais dos PCN assinalam que o deslocamento das oportunidades de trabalho do setor industrial para o terci rio uma realidade BRASIL 2000 p 13 Isso poderia ser explicado pelos onze anos que separam os dois trabalhos No que diz respeito a pluralidade e homogeneidade Arroyo 1988 enxerga um mercado composto basicamente de dois tipos de empregos um com alta remunera o em atividades que requereriam forma o universit ria de base cient fica e tecnol gica e outro de baixa remunera o nas demais atividades com destaque negativo para as profiss es da assim chamada rea de humanas Essa concep o apesar de romper com a ideia de homogeneidade ainda estaria muito mais pr xima da concep o das bases legais do que da pluralidade bourdieusiana principalmente se levarmos em considera o a grande diversidade geogr fica e econ mica do nosso pa s e as 2524 ocupa es listadas pela C mara Brasil
3. o do trabalho assalariado infanto juvenil A quest o como tirar milhares de crian as e jovens do trabalho explorado se a n o est o por sua escolha ou de seus genitores mas por necessidade de sobreviv ncia Proibir simplesmente o trabalho infantil n o resolve pode inclusive piorar sua vida e a de sua fam lia necess rio tamb m garantir como direito b sico emprego ou trabalho e renda dignos aos adultos FRIGOTTO 2005 p 29 Ressalto que se houv ssemos adotado a concep o santificada de trabalho proposta pela forma o exclusiva ou ainda se houv ssemos adotado a concep o demonizada de trabalho proposta pela antiforma o ter amos muita dificuldade em acessar as quest es sociais e econ micas com a complexidade e profundidade com que o fizemos nos par grafos anteriores Com a concep o dial tica de trabalho poss vel perceber que o fato de o trabalho 15 ter uma dimens o ontoconstrutiva n o motivo para santific lo e transform lo no nico objetivo da pr tica educativa O fato de o mesmo trabalho ter uma dimens o ontodestrutiva n o motivo para demoniz lo e exorciz lo da pr tica educativa Espero com o exposto at aqui ter mostrado em mais detalhes a natureza dial tica do conceito de trabalho em Marx Entendo tamb m que este conceito de trabalho permeia as obras de todos os autores filiados ao marxismo e particularmente politecnia trabalho como princ pio ed
4. O pesquisador e seu outro Bakhtin nas ci ncias humanas 1 ed S o Paulo Musa 2004 Cronotopo e exotopia In BRAIT B Org Bakhtin outros conceitos chave 1 ed S o Paulo Contexto 2006 p 95 114 ANGELI J M BERTERO J F Educa o polit cnica ou educa o pol tica nas condi es atuais do trabalho Revista Espa o Acad mico Maring v 9 n 102 p 104 110 nov 2009 ANTUNES R Os sentidos do trabalho ensaio sobre a afirma o e a nega o do trabalho 2 ed S o Paulo Boitempo 2009 ARROYO M G A fun o social do ensino de ci ncias Em Aberto Bras lia v 7 n 40 p 3 11 out dez 1988 centralidade dos sujeitos alargamento da teoria e fun o educativa da escola no di logo com a produ o da vida e os movimentos sociais In CEFET Campos Org 2 Semin rio nacional sobre a educa o p blica no atual contexto mundial e nacional concep es e pol ticas Produ o CEFET Campos Campos dos Goytacazes CEFET Campos 2003 DVD BAGNOLO C M Empresariado e ambiente Algumas considera es sobre educa o ambiental no espa o escolar Ci ncia amp Educa o Bauru v 16 n 2 p 401 413 2010 BAKHTIN M Marxismo e filosofia da linguagem 12 ed S o Paulo Hucitec 2006a Forms of time and of the chronotope in the novel notes toward a historical poetics In HOLQUIST M EMERSON C Orgs The dialogic imagination four essays by M M Bakhtin Austin U
5. acima da realidade que representa valida tanto para a AD francesa como para autores como Bakhtin 1995 SILVA BAENA e BAENA 2006 p 360 Se h ent o diferen as entre o pensamento de Bakhtin e o dos te ricos da an lise do discurso de que ordem seriam Elas seriam suficientes para afetar a resposta pergunta do In cio da se o Neste caso entendo que seria mais adequado consultar textos de autores da rea da linguagem lingu stica como An lise e teoria do discurso escrito por Beth Brait em 2006 Apesar de afirmar que ningu m em sua s consci ncia poderia dizer que Bakhtin tenha proposto formalmente grifo da autora uma teoria e ou an lise do discurso BRAIT 2006 p 9 reconhece que o pensamento dos intelectuais do chamado c rculo bakhtiniano hoje uma das maiores contribui es para os estudos da linguagem tanto no seu uso art stico quanto no seu uso cotidiano Esse pensamento e eis a tese que a autora sustenta teria motivado o nascimento de uma an lise teoria dial gica do discurso cuja influ ncia seria percept vel tanto nos estudos lingu sticos e liter rios quanto nas Ci ncias Humanas de maneira geral O embasamento constitutivo dessa teoria seria a exist ncia de uma rela o indissol vel entre l ngua linguagens hist ria e sujeitos uma vez que a concep o de produ o de sentidos estaria apoiada nas rela es discursivas entre indiv duos hist rica social e Institucion
6. controv rsias e mais ainda que o cl ssico Marxismo e Filosofia da Linguagem tamb m estava t o assinado por Voloshinov quanto o ensaio de que trato nesta se o Isto posto sigo adiante retomando a ideia de que Voloshinov em Discurso na vida e discurso na arte analisa uma situa o de uso da linguagem no cotidiano para ressaltar de um 112 lado a rela o entre o material a forma e o conte do de uma produ o verbal e de outro as rela es intersubjetivas que estruturam e organizam a produ o seja ela art stica ou n o A situa o em quest o refere se a duas pessoas que est o sentadas numa sala ambas em sil ncio Ent o uma delas diz Bem A outra n o responde O autor argumenta que para n s que estamos ouvindo de fora esta conversa apresenta se completamente incompreens vel Por m esse col quio peculiar de duas pessoas consistindo numa nica palavra ainda que certamente pronunciada com entoa o expressiva faz pleno sentido completo e pleno de significa o VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 5 Seu argumento baseia se no fato de que por mais que se d valor parte verbal com seus fatores fon ticos morfol gicos e sem nticos da palavra do enunciado ou seja da palavra bem n o ser poss vel dar um nico passo para o entendimento do col quio se n o levarmos em considera o o contexto extraverbal O contexto extraverbal do col quio era o seguinte ambos
7. o com o conhecimento que se pautavam na absor o passiva de conte dos parciais formalmente organizados j eram criticadas de longa data nesta etapa elas s o inadmiss veis at mesmo por demanda do desenvolvimento capitalista KUENZER 2000 p 157 Esse trecho sustenta a percep o de Lopes 2002 de que o construtivismo e as pedagogias do aprender a aprender foram arregimentados pelo capitalismo nessa fase de restrutura o produtiva O que parece claro em Kuenzer que a restrutura o produtiva arregimentou mais um importante aliado o m todo cient fico e por extens o o ensino de ci ncias Ou teria sido o contr rio Dentre as v rias refer ncias ci ncia e tecnologia que refor am este entendimento destaco Desta forma o trabalho a categoria que se constitui no fundamento do processo de elabora o do conhecimento Ele portanto o eixo sobre o qual ser constru da a proposta pol tico pedag gica que integrar trabalho ci ncia e cultura KUENZER 2000 p 156 e preciso alimentar o pensamento com o que j conhecido quer do conhecimento cient fico com conte dos e categorias de an lise que permitam identificar e delimitar o objeto a ser conhecido e tra ar o caminho metodol gico para chegar a conhecer KUENZER op cit p 155 ambos os trechos articulados com as refer ncias ao deslocamento do foco do conte do produto para o processo m todo A autora finaliza o artigo
8. o do autor criador A primeira delas diz respeito ao mercado n o cient fico enquanto bastante poss vel sustentar a necessidade do 159 conhecimento f sico em n vel m dio para um m dico muito problem tico sustentar a necessidade do mesmo conhecimento para um administrador ou um advogado Assim ou O conhecimento de F sica em n vel m dio seria necess rio aos postos de trabalho do mercado n o cient fico aos alunos que se adensam nos cursos de humanas 1 24 o que seria uma contradi o ou o conhecimento de F sica n o seria necess rio a todas as profiss es o que estaria em contradi o com uma das teses que o autor criador sustenta Outra contradi o diz respeito ao desenvolvimento do pa s no in cio do d cimo par grafo o autor criador reconhece que o pa s vive atualmente um momento de crescimento com distribui o de renda 1 74 e no restante do texto afirma que o paradigma de mercado de trabalho no pa s o n o cient fico 1 20 e 21 Assim fica claro que perfeitamente poss vel ao pa s crescer com os alunos das universidade se adensando nos cursos de humanas com muitas publica es de papers e poucas patentes e alguns programas estrat gicos andando a passos de tartaruga 1 24 26 No entanto no final do d cimo par grafo afirma que o paradigma n o cient fico de mercado de trabalho engessou o desenvolvimento do pa s por d cadas e que consequentem
9. tecnologia conduz ao permanente desenvolvimento de aptid es para a vida produtiva A educa o profissional ser desenvolvida em articula o com o ensino regular ou por diferentes estrat gias de educa o continuada em institui es especializadas ou no ambiente de trabalho O conhecimento adquirido na educa o profissional inclusive no trabalho poder ser objeto de avalia o reconhecimento e certifica o para prosseguimento ou conclus o de estudos Nas demais a sim surgem as marcas da tentativa de uma vincula o integral da educa o ao trabalho Na se o que disp e sobre o ensino m dio h duas ocorr ncias o ensino m dio part time Al m disso o poder econ mico deslocou se do setor da ind stria para o de servi os Em 1997 representado por Tony Blair o partido trabalhista subiu ao poder mas sua nova face o New Labour estava muito distante das ra zes do partido e iria se configurar como uma solu o de continuidade das propostas essenciais da fase thatcherista n o haveria revis o das privatiza es a flexibiliza o e precariza o do trabalho seria preservada e em alguns casos intensficada os sindicatos iriam manter se restringidos em sua a o o ide rio da modernidade empregabilidade competitividade entre tantos outros continuaria sua carreira ascencional e dominante ANTUNES 2009 p 98 35 etapa final da educa o b sica com dura
10. 161 disponibilizamos os textos de Castro 2008 e Gandra 2011 antiforma o trazendo os textos de Lopes 2005 e Paro 1998 e di logo trazendo o texto de Frigotto 1998 Finalmente na terceira atividade pedimos que eles novamente se posicionassem a respeito da rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho a partir de todos os textos trabalhados no curso e das participa es dos colegas Este enunciado a resposta do professor 17 terceira atividade Assim a estrutura que o autor criador traz para a sua argumenta o bastante parecida com aquela da segunda atividade duas propostas mais extremas e uma outra que seria mais equilibrada um esp cie de terceira via H no entanto algumas mudan as significativas A primeira delas a diferen a na leitura dos PCN No quadro te rico desta disserta o concordei com a constata o de Lopes 2002 de que os par metros materializariam uma tentativa de formar exclusivamente para o interesse das empresas Ao longo do curso na condi o de mediadores procuramos mostrar e discutir essa ideia com professores J o autor criador n o situa os PCN entre as propostas educacionais que serviriam ao deus mercado mas como uma esp cie de terceira via que na atividade anterior estava associada ao texto de Frigotto Na primeira cita o que faz a Lopes 2006 recupera a ideia da atividade anterior de que a proposta da autora seria a de uma educa o separa do mercado
11. 2008 174 LESSA S A materialidade do trabalho e o trabalho imaterial Outubro S o Paulo n 8 p 27 46 2003 Trabalho e proletariado no capitalismo contempor neo 1 ed S o Paulo Cortez 2007 Trabalho produtivo e trabalho improdutivo In PEREIRA I B LIMA J C F Orgs Dicion rio da educa o profissional em sa de 2 ed Rio de Janeiro Fiocruz 2009 p 445 453 LIMA M E MAU S E Uma releitura do papel da professora das s ries iniciais no desenvolvimento e aprendizagem de ci ncias das crian as Ensaio pesquisa em educa o em ci ncias Belo Horizonte v 8 n 2 p 161 175 dez 2006 LOPES A C Compet ncias na organiza o curricular da reforma do ensino m dio Boletim T cnico do SENAC Rio de Janeiro v 27 n 3 p 1 20 2001 Dispon vel em lt http w ww senac br informativo BTS 2 3 boltec273a htm gt Acesso em 02 jan 2012 Os Par metros curriculares nacionais para o ensino m dio e a submiss o ao mundo produtivo o caso do conceito de contextualiza o Educa o amp Sociedade revista de ci ncia da educa o Campinas v 23 n 80 jul 2002 Quem defende os PCN para o ensino m dio In MACEDO E Orgs Pol ticas de curr culo em contextos disciplinares 1 ed S o Paulo Cortez 2006 p 126 158 MACEDO E 2009 Como a diferen a passa do centro margem nos curr culos o exemplo dos PCN Educa o amp Sociedade revista de ci
12. Deixemos de ser n o cientistas para sermos cientistas Todos n s ganharemos 1 83 e 84 Esse par grafo por um lado d fechamento linha de argumenta o do autor o mercado de trabalho no pa s n o cient fico em que as principais profiss es seriam da rea de humanas medicina direito ou gest o Os jovens seriam pressionados pela sociedade para fazer estas carreiras em vez das carreiras cient ficas e tecnol gicas e mesmo profissionais formados nessas reas seriam pressionados a assumir cargos n o cient ficos Para romper com esse paradigma que engessou o desenvolvimento do pa s em d cadas a proposta do autor a retomada da educa o tecnol gica nos tr s n veis No que diz respeito rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho entende que o conhecimento f sico em n vel m dio e por consequ ncia seu ensino necess rio a qualquer profiss o Finalmente no que diz respeito aos referenciais trabalhados no curso usa apenas o texto de Lopes mas identifica uma proposta de forma o exclusiva para o mercado uma proposta de forma o desvinculada do mercado e uma proposta de forma o em que haveria um di logo entre mercado e educa o que associa aos PCN Entendo que alinha se ltima quando afirma que o trabalhador deve se preparar para o trabalho mas n o deve ser escravo dele minha cr tica 1 63 e 64 H no entanto contradi es na linha de argumenta
13. Nas tabelas abaixo est o registradas a distribui o dos professores que iniciaram e a dos conclu ram o curso divididos por regi o tempo de formado tipo da escola em que trabalha e forma o e tamb m apresentado um mapa do pa s que representa a diversidade regional dos professores cursistas que iniciaram o curso 128 Tabela 1 Distribui o de professores por tempo de forma o Tempo de Iniciaram o Conclu ram o curso formado curso menos de 5 15 38 7 41 anos De 5 al0 anos 14 36 4 24 De 11 a 15 5 13 3 18 anos mais de 15 5 13 3 18 anos Tabela 2 Distribui o de professores por tipo de escola em que trabalham Tipo de escola Iniciaram Conclu ram o em que O CUrsO curso trabalha P blica 28 62 13 12 Privada 177 38 5 28 Detalhe do paisiterrit rio 20 03 2011 23 04 2011 Fr azil Visitas q Diminuir zoom Vistas E JEM Esse pais territ rio enviou 641 visitas por meio de 33 cidades Figura 8 Diversidade regional dos professores cursistas Gerada pelo Google Analytics 129 Tabela 3 Distribui o dos professores por forma o Iniciaram O Conclu ram o Forma o Curso Curso Licenciatura em F sica 2 69 1l 65 Bacharel Li l ac are ado e Licenciatura 3 S 3 18 em F sica T M EE Icenciatura em alem nica I 3 l 6 com habilita o em F sica Licenciatura em Ci ncias Plenas com habilita o em 1 3 l 6 F sica F sica 2 5 l 6 Lic
14. No entanto quando se refere novamente proposta de Lopes no s timo par grafo n o traz novamente essa informa o Permanecem no entanto em ambos os par grafos seu posicionamento a favor de um curr culo m nimo que no meu entendimento a verdadeira raiz das suas cr ticas a Lopes 2006 H ainda a quest o da forma o exclusiva para o trabalho que o autor criador qualifica como educa o conservadora Entendo que sua cr tica a esse posicionamento seja muito direcionada l gica de um estado m nimo protetor do deus mercado que arrocha a popula o para salvar as empresas das imprud ncias dos seus donos do que aos efeitos que essa forma o exclusiva teria para os indiv duos Enquanto as cr ticas l gica desse mercado est o duas vezes no texto do enunciado e uma vez no post a que se refere a nica refer ncia ao indiv duo seria a de que ele seria formado para desempenhar apenas uma tarefa 1 63 o que feito sem qualquer esp cie de cr ticas e que s o patr o ter decis o sobre seus direitos 1 64 novamente sem maiores cr ticas Em vista do exposto entendo que esse uso da estrutura de tr s posicionamentos pelo autor criador esteja relacionado a uma tentativa do autor pessoa de atender ao destinat rio suposto e ao contexto de avalia o Por isso afirmo que suas perspectivas divergem Finalizo a an lise com mais um ponto de converg ncia entre as perspectivas do autor criador
15. Para realizar o recorte adicionarei um passo extra segunda etapa descrito mais adiante No que diz respeito terceira etapa descri o do contexto extraverbal entendo que ele tenha duas dimens es uma comum a todos que consiste no ambiente virtual de aprendizagem em que todos conviveram durante o curso e outra individual que consiste justamente no contexto presencial local de cada um dos professores espalhados pelos v rios estados da federa o A primeira etapa chamarei de contexto extraverbal comum a segunda chamarei de contexto extraverbal individual Assim nesta se o apresentarei as etapas comuns a todos os textos identifica o leitura preliminar com crit rio de recorte e contexto extraverbal comum Na se o seguinte apresentarei o contexto extraverbal individual e a an lise dos textos de cada um dos professores selecionados no recorte 136 1 Identifica o do enunciado No caso dos trabalhos em quest o a altern ncia entre sujeitos falantes bem clara o professor escreve o trabalho at que tenha terminado o que tem a dizer Em seguida o envia para os tutores Assim cada um dos 17 trabalhos considerado um enunciado 2 Leitura preliminar do enunciado O objetivo desta etapa ter um primeiro contato com os enunciados propriamente ditos identificando preliminarmente seus elementos lingu sticos l xico sintaxe estilo constru o composicional unidade tem tica rela o com o falante
16. a educa o tamb m foi citada em outras partes do documento sendo qualificada como direito social juntamente com a sa de o trabalho o lazer a seguran a a previd ncia etc A constitui o determinou ainda que a educa o era dever da fam lia da sociedade e do Estado mas como n o podia por ela mesma legislar no campo mais detalhado da educa o determinou que se elaborasse uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional GHIRALDELLI 2008 p 170 A LDBEN foi publicada em 1996 no primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso que governaria at o final de 2002 Devido import ncia hist rica pol tica e extens o das transforma es que essa lei pretendeu promover na educa o brasileira entendo que o trabalho de Paro dialogue diretamente com ela Entendo tamb m que o contexto econ mico em que o trabalho foi publicado tenha mudado bastante nos dez anos que separam este trabalho do de Arroyo No n vel nacional por exemplo a participa o da ind stria na composi o do produto interno bruto caiu praticamente pela metade enquanto o setor de servi os cresceu consideravelmente No n vel internacional um movimento muito semelhante ocorreu na Inglaterra laborat rio dos mais avan ados na implanta o do neoliberalismo europeu ANTUNES 2009 p 100 entre 1979 e 1995 a quantidade de empregados nas manufaturas caiu drasticamente enquanto a quantidade de empregados cresceu nas
17. a pessoa humana que se apropriar desses conhecimentos para se aprimorar como tal no mundo do trabalho e na pr tica social p 13 o sujeito ativo que se apropriar se desses conhecimentos aprimorando se como tal no mundo do trabalho e na pr tica social p 18 e procuramos discutir as rela es entre as necessidades contempor neas colocadas pelo mundo do trabalho e outras pr ticas sociais p 23 Primeiramente imposs vel n o prestar aten o ao uso do verbo contaminar na express o essa vincula o org nica e deve contaminar toda a pr tica educativa escolar na primeira ocorr ncia da p gina 10 Embora o sentido seja o de que a vincula o deve se estender a toda pr tica educativa verbos como perpassar estender se alcan ar abarcar etc teriam um sentido muito mais pr ximo do que se desejaria do que o verbo contaminar cujo sentido mais negativo bastante dif cil de se ignorar Independentemente do verbo a mesma express o deixa bastante clara a ideia de que toda a educa o escolar deve estar vinculada ao trabalho sendo um bom exemplo do sentido proposto nas outra ocorr ncias do documento poss vel perceber tamb m a distin o entre trabalho e pr tica social e entre trabalho e cidadania a primeira delas com ecos claros da LDB de 1996 A consolida o do Estado democr tico as novas tecnologias e as mudan as na produ o de bens servi os e conhecimentos exigem que a e
18. ci ncias entendo que seria Interessante come ar a procurar a resposta nas publica es nacionais dos estratos superiores do Qualis da rea 3 De 2005 a 2010 22 artigos utilizaram a teoria bakhtiniana independentemente ou articulada a outras teorias da linguagem para fazer an lises de textos os mais variados intera es em f runs eletr nicos transcri es de entrevistas trabalhos realizados por professores transcri o de di logos em sala de aula etc Em todos estes trabalhos os textos foram qualificados como discursos o que entendo como um primeiro ind cio de aproxima o entre a teoria bakhtiniana e a an lise do discurso No entanto em alguns casos os autores aproximaram ainda mais estas duas teorias sete autores Inseriram a express o an lise de discurso como palavra chave FREITAS e AGUIAR JR 2010 BOSSLER et al 2009 VILELA RIBEIRO e BENITE 2008 PIASSI et al 2009 SOARES e COUTINHO 2009 MONTEIRO SANTOS e TEIXEIRA 2007 SEP LVEDA e EL HANI 2006 quatro declararam no texto do trabalho que iriam usar os conceitos de Bakhtin para fazer uma an lise de discurso FREITAS e AGUIAR JR 2010 BOSSLER et al 2009 VILELA RIBEIRO e BENITE 2008 LEAL e MORTIMER 2008 e oito alinharam o pensamento de Bakhtin ao de autores como P cheux Authier Revuz Ducrot Foucault Orlandi Mainguenau Charaudeau fundadores ou muito identificados com a an lise de discurso de linha francesa PINHEIRO e GIORDAN 201
19. e DCNEM entendo que a palavra trabalho tem em todas as ocorr ncias o sentido da sua forma hist rica atual o emprego que inclusive considerado um direito do cidad o pela constitui o de 1988 O mesmo vale para as express es pr tica produtiva e atividade produtiva J a concep o de mercado de trabalho tratada com detalhes na se o a educa o na sociedade tecnol gica das bases legais dos PCNEM reconhece em alguns casos a participa o de outros atores que n o as empresas e os trabalhadores No entanto n o deixa muito claras as rela es de poder entre eles nem sua constitui o hist rica Al m disso e principalmente concebe este espa o como o mercado de trabalho um espa o homog neo e que realizaria o mesmo tipo de demandas b sicas a todas as posi es de emprego Estaria assim definitivamente afastado da concep o bourdiesiana proposta por Oliveira e Piccinini 2011 em que seria mais adequado usar a express o os mercados de trabalho Para dar uma ideia do tamanho da simplifica o que redu o de os mercados a o mercado promove no caso do Brasil destaco que de acordo com a Classifica o Brasileira de Ocupa es existem 2524 ocupa es regulamentadas em nosso pa s Elas v o de engenheiro naval a dirigente espiritual de umbanda de filtrador de cerveja a m dico dermatologista de professor de filosofia do ensino superior a pescador artesanal de lagosta com covos
20. era correlato 167 mas por outro n o era o tema considerado central no enunciado da atividade proposta Isso pode significar que a rela o entre ensino de F sica e mercado de trabalho que tanto Interessava ao pesquisador n o mobilizou estes professores um quarto da turma a ponto de provocar um posicionamento mais expl cito O outro imaginado n o era exatamente como se imaginava Quanto professora cujo enunciado analisei entendo que seu posicionamento seja o de que a comunidade acad mica e a comunidade de professores deveriam alinhar se a qualquer orienta o pedag gica que o governo venha a propor o que incluiria alguma rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Entendo ainda que o desinteresse da professora 3 pela quest o tenha ra zes muito parecidas com as do suposto desinteresse da comunidade de pesquisa em ensino de ci ncias a F sica a base do mundo e portanto n o dif cil provar que em tudo o que se imaginar tem a m o de um f sico profiss es inclu das concluo E mesmo que o governo proponha uma educa o completamente desvinculada do mercado de trabalho n o haver problema visto que a F sica no Ensino M dio deve servir para que o aluno em primeiro lugar saiba se posicionar diante de qualquer problema seja ele pessoal estudantil ou profissional pois ao se resolver o problema de f sica se deve primeiro entender qual o problema que se tem depo
21. m realizada num f rum os principais pontos de vista acerca dessas rela es foram divididos em tr s grupos e apresentados aos cursistas que foram convidados a fazer cr ticas a algum alguns ou todos os pontos de vista apresentados Cada um dos grupos era acompanhado tanto de um trecho de um texto de 41 RE E i Atribu os n meros 1 2 e 3 aos enunciados dos professores 7 9 e 17 respectivamente Em seguida fui ao site http www random org onde usei o gerador alet rio de n meros 139 pesquisa que o representasse quanto de uma pequena descri o da equipe sobre o ponto de vista dos autores agrupados important ssimo destacar aqui que a divis o dos posicionamentos em grupos foi feita de forma a partir dos tr s posicionamentos identificados no Cap tulo 1 a antiforma o a forma o exclusiva para o trabalho abstrato e alguma esp cie de di logo entre as reas A base de autores tamb m seguiu mesmas dire es Paro 1998 e Lopes 2006 para a antiforma o para a forma o exclusiva Gandra 2009 e Castro 2008 e para o di logo Frigotto 1988 No trabalho final desta etapa os cursistas foram convidados a se posicionarem novamente acerca da rela o que entendem mais adequada entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Desta vez no entanto deveriam faz lo a partir de todos os textos de pesquisa trabalhados no curso e pelas discuss es com os colegas nos f runs anteriores O trabalho foi ind
22. mas que saiba fazer essa transposi o como uma forma de conex o com o seu mundo A sociedade do s culo XXI cada vez mais caracterizada pelo uso intensivo do conhecimento seja para trabalhar conviver ou exercer a cidadania seja para cuidar do ambiente em que vive Essa sociedade produto da revolu o tecnol gica que se acelerou na segunda metade do s culo passado e dos processos pol ticos que redesenharam as rela es mundiais j est gerando um novo tipo de desigualdade ou exclus o ligada ao uso das tecnologias de comunica o que hoje mediam o acesso ao conhecimento e aos bens culturais Na sociedade de hoje s o indesej veis tanto a exclus o pela falta de acesso a bens materiais quanto exclus o pela falta de acesso ao conhecimento e aos bens culturais e nesse campo f rtil a F sica interdisciplinar e contextualizada vem preencher essa car ncia e mantendo uma estreita e prof cua liga o com o mercado de trabalho Assim de acordo com FRIGOTTO 1988 1995 este homem concebido como indiv duo em rela o com a natureza e com a sociedade se produz mediante um trabalho que n o est reduzido ao trabalho produtivo material e engloba o trabalho enquanto arte est tica poesia e lazer de forma facultar a forma o humana em todas as suas dimens es Professor 15 214 ENUNCIADO PROFESSORA 16 Trabalho Final 4 M dulo Acredito que antes da discuss o sobre qual seria a rela o mais ou menos ad
23. ncia tecnologia inova o e suas rela es com o contexto social Esse interesse surgiu na medida em que muito se tem discutido sobre inova o tecnol gica na m dia nos meios acad micos empresariais e nas IEBTs e tamb m devido aos incentivos que est o sendo criados e destinados ao desenvolvimento dessas inova es Apesar de toda essa discuss o e Investimento pouco se tem refletido sobre quest es que envolvem ci ncia tecnologia e inova es com o contexto social tanto para os meios acad micos como universidades e para as IEBTs O questionamento ser que as pessoas envolvidas com o processo de gera o de inova es tecnol gicas dentro das incubadoras de empresas de base tecnol gica IEBT t m se preocupado com as quest es sociais do desenvolvimento cient fico e tecnol gico SILVEIRA e BAZZO 2009 p 682 por exemplo serviu de ponto de partida para a pesquisa em quest o A partir desse quadro os autores realizaram uma pesquisa qualitativa de natureza interpretativa a partir de entrevistas individuais semiestruturadas com vinte e nove participantes os quais possuem gradua o nas seguintes reas artes gr ficas arquitetura e urbanismo ci ncias econ micas designer desenho industrial engenharia de computa o engenharia eletr nica engenharia el trica f sica engenharia mec nica qu mica ambiental tecnologia em eletrot cnica tecnologia em inform tica e tecnologia em qu mica Os resultados mostr
24. o para a sala de aula usando um sistema hiperm dia etnogr fico Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 15 n 2 p 355 383 ago 2010 PINHEIRO N A SILVEIRA R M E BAZZO W A Ci ncia tecnologia e sociedade a relev ncia do enforque CTS para o contexto do ensino m dio Ci ncia amp Educa o Bauru v 13 n 1 p 71 84 mai 2007 176 RAMOS M Concep o de Ensino M dio integrado In ARA JO R TEODORO E Org Ensino m dio integrado no Par como pol tica p blica Bel m SEDUC PA 2008 p 144 182 Dispon vel em lt http www Nep org br curriculo integrado pdf gt Acesso em 01 02 2012 REZENDE F et al Inter Age um ambiente virtual construtivista para a forma o continuada de professores de F sica Caderno Brasileiro de Ensino de F sica Florian polis v 20 n 3 p 372 391 dez 2003 REZENDE F QUEIROZ G R Apropria o discursiva do tema interdisciplinaridade por professores e licenciandos em f rum eletr nico Ci ncia amp Educa o Bras lia v 15 n 3 p 459 478 jan 2010 REZENDE F FERRAZ G QUEIROZ G Objetivos do ensino de ci ncias no discurso de professores um olhar sociocultural In VIII Congreso Internacional sobre Investigaci n en Didactica de las Ciencias 2009 Barcelona Ense anza de las Ciencias N mero Extra VII Congreso Internacional sobre Investigaci n en Did ctica de las Ciencias Barcelona Institut de Ci ncies de
25. oitocentas horas distribu das por um m nimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar a jornada escolar no ensino fundamental incluir pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula os sistemas de ensino assegurar o gratuitamente aos jovens e aos adultos que n o puderam efetuar os estudos na idade regular oportunidades educacionais apropriadas considerados seus Interesses condi es de vida e de trabalho a educa o superior tem por finalidade HI incentivar o trabalho de pesquisa e investiga o cient fica na educa o superior o ano letivo regular independente do ano civil tem no m nimo duzentos dias de trabalho acad mico efetivo os sistemas de ensino promover o a valoriza o dos profissionais da educa o assegurando lhes inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magist rio p blico V per odo reservado a estudos planejamento e avalia o Inclu do na carga de trabalho e VI condi es adequadas de trabalho Nas outras ocorr ncias a palavra trabalho j registrada na sua acep o mais econ mica Dentre elas h ocorr ncias que dizem respeito diretamente ao ensino profissionalizante e entendo que seja bastante razo vel esperar este tipo de sentido num trecho que aborda diretamente a forma o profissional A educa o profissional integrada s diferentes formas de educa o ao trabalho ci ncia e
26. ou Ensino de ci ncias deve dialogar mas sem se restringir s demandas do mercado de trabalho como coloca Frigotto ou Ensino de ci ncias deve formar exclusivamente prioritariamente para o mercado de trabalho como colocam Gandra e Castro Por m o quadro que se tem de uma disciplina com apenas duas aulas semanais escolas que com raras exce es oferecem apenas giz e lousa para o bom desenvolvimento do ensino com alunos que entram com defici ncias diversas e com professores que n o possuem conte do f sico m nimo para poder explanar todos os conceitos envolvidos nos avan os tecnol gicos postos a disposi o da popula o e nem com os conceitos necess rios para entender e poder transmitir os conhecimentos f sicos envolvidos nos campos mais avan ados da F sica lembrando que a grande maioria dos professores que lecionam f sica n o s o especialistas da disciplina E com este quadro as discuss es citadas acima se tornam relevantes visto que entre as bases legais e a realidade escolar existe um grande degrau Para que este degrau seja nivelado e as discuss es voltem a ser in cuas necess rio que exista muita vontade pol tica Primeiro para investir nas bases f sicas das escolas depois na forma o dos professores e tamb m nos gastos que se deveriam ter como investimentos para se oferecer o refor o necess rio para sanar suas defici ncias bem como na cobran a de uma atua o e participa o maior da
27. seguintes palavras o aprendizado da F sica promove a articula o de toda uma vis o de mundo de uma compreens o din mica do universo mais ampla do que nosso entorno material imediato capaz portanto de transcender nossos limites temporais e espaciais Assim ao lado de um car ter mais pr tico a F sica revela tamb m uma dimens o filos fica com uma beleza e Import ncia que n o devem ser subestimadas no processo educativo A educa o como um todo deve evoluir em fun o das demandas de uma sociedade progressivamente mais complexa que requer para seu funcionamento um desenvolvimento Intensivo das capacidades individuais que favore am a incorpora o a processos produtivos complexos e a flexibilidade mental necess ria para assumir distintos espa os de uma sociedade din mica E ainda a educa o dever procurar o desenvolvimento de uma capacidade cr tica e criativa que permita incidir na modifica o da realidade social Isso de uma forma ou de outra vai bater de frente com os interesses do mercado produtivo No texto de Paro 1998 destaco a seguinte afirma o Sendo o local onde se d ou deveria dar se a educa o sistematizada a escola participa da divis o social do trabalho objetivando prover os indiv duos de elementos culturais 202 necess rios para viver na sociedade a que pertence A pr pria Constitui o Federal reconhece a imprescindibilidade de um m nimo de educa o formal para o
28. uma associa o estreita entre a educa o e o mundo produtivo entendendo se o trabalho nesse mundo em sua dimens o mais limitada de trabalho emp rico LOPES 2002 p 395 Os par metros deveriam assim ser questionados por este tipo de alinhamento caracter stico dos pa ses que assumem pol ticas neoliberais e n o por seu hibridismo ou pelo desvirtuamento de discursos supostamente originais A este respeito autora prop e que seja muito mais significativo questionar a ideia de que uma proposta h brida seria capaz de superar hierarquias e investigar as formas de controle e hierarquia engendradas por discursos h bridos Quanto aura de renova o que envolveria os PCNEM bastante contundente em seus princ pios de organiza o curricular t o divulgados como representa o do novo e do revolucion rio no ensino os PCNEM permanece m uma orienta o que desconsidera o entendimento do curr culo como pol tica cultural e ainda reduz seus princ pios inser o social e ao atendimento s demandas do mercado de trabalho LOPES 2002 p 396 1 2 2 1 As DCNEM e os PCNEM Nos quatro anos que separam a publica o do trabalho de Paro 1998 que analisei anteriormente do de Lopes 2002 muitas mudan as significativas aconteceram nos cen rios pol tico econ mico e educacional brasileiros Depois de aprovar em 1997 uma emenda constitucional que permitia a reelei o de membros do poder executivo o presidente
29. vincula o entre a educa o escolar o trabalho e as pr ticas sociais e finalmente a educa o escolar dever vincular se ao mundo do trabalho e pr tica social Na primeira ocorr ncia que o texto principal do primeiro artigo da LDB a educa o considerada para al m da educa o escolar ficando claro que poss vel haver processos formativos educacionais em v rias situa es sociais dentre elas o trabalho Na segunda ocorr ncia texto principal do segundo artigo a educa o qualificada como dever da fam lia e do estado tendo por finalidades o amplo conceito de desenvolvimento pleno e os mais palp veis exerc cio da cidadania e qualifica o para o trabalho Esse artigo inclusive recupera essas duas express es do primeiro artigo da LDB de 1971 invertendo a ordem em que aparecem A terceira ocorr ncia que est no terceiro artigo mais clara e afirma o v nculo entre educa o escolar o trabalho e as pr ticas sociais Apesar de o primeiro artigo da LDB afirmar que poss vel haver processos formativos no trabalho essas duas ltimas ocorr ncias refor am a dicotomia entre o trabalho de um lado e a pr tica social e a cidadania do outro No primeiro caso o uso da conjun o coordenada aditiva e sugere que o trabalho n o seria uma pr tica social e no segundo que o trabalho n o seria o espa o da cidadania No caso da cidadania em particular isso seria uma cont
30. 2002 refer ncia obrigat ria dos registros administrativos que informam os diversos programas da pol tica de trabalho do Pa s BRASIL s d s p 62 dos explorados a concep o de mundo peculiar dos trabalhadores assalariados a rela o capital trabalho no seu sentido o mais amplo as novas rela es fabris LESSA 2007 p 9y J Frigotto 2009a ao citar essa cr tica de Lessa ressalta que ela s faz sentido se o contexto da an lise do trabalho estiver no campo do imanente e do heur stico mas n o pertinente se se est tentando entender como o trabalho se apresenta num determinado contexto e desenvolvimento hist rico FRIGOTTO 2009a p 183 Al m disso remete a express o mundo do trabalho ao t tulo de um livro que considera um cl ssico do historiador Eric Hobsbawm Mundos do Trabalho publicado em 1987 em que o autor aborda temas relativos ao surgimento das classes trabalhadoras na Inglaterra entre o final do s culo XIX e o In cio do s culo XX A respeito da maneira de conhecer o sentido da express o mundo do trabalho aproveito o ensejo para ressaltar que de acordo com Bakhtin o processo de compreens o efetiva constitu do de quatro etapas indissoluvelmente fundidas no ato de compreender mas com autonomia sem ntica e de conte do ideal podejndo ser destacadas do ato emp rico concreto 1 A percep o psicofisiol gica do signo palavra cor forma espacial 2 Seu reco
31. 2006 por interm dio de atividades e discuss es A primeira atividade realizada no f rum de discuss o Atividade 1 convidou os professores a ler os PCNEM de F sica selecionar tr s trechos e post los no f rum juntamente com as justificativas de sua escolha Na segunda atividade Atividade 2 os professores foram convidados a fazer uma participa o para relatar suas experi ncias pr vias com os PCNEM se j os conheciam se os conheceram apenas no curso etc Com o objetivo de deixar os cursistas o mais vontade poss vel os tutores gravaram o enunciado da atividade num v deo e o incorporaram ao f rum Nesse v deo contaram sua viv ncia com os PCNEM de forma bastante informal e pessoal estimulando os professores a participar da mesma maneira A terceira atividade Atividade 3 consistiu na leitura e discuss o de Lopes 2006 por interm dio da identifica o e sele o de trechos com os quais os participantes concordassem ou discordassem importante destacar que ao longo deste m dulo as discuss es realizadas nos f runs levaram cria o de duas outras atividades complementares primeira teve como tema uma poss vel associa o entre a m qualidade das aulas de F sica e a forma o em reas correlatas Matem tica Engenharia etc citada por v rias vezes nos f runs do m dulo A outra foi feita a partir da sugest o direta de um dos cursistas e dizia respeito viabilidade de um curr culo ni
32. 5 a So z A proposta do autor que se evite essa express o usando em seu lugar a categoria marxista cl ssica rela es de produ o que para ele n o estaria sujeita s ambiguidades que cercariam o mundo do trabalho 27 E a es De acordo com o dicion rio Merriam Webster online os sentidos da palavra labour s o human activity that provides the goods or services in an economy 2 the services performed by workers for wages as 63 mundo em que os trabalhadores sentido tamb m muito pr ximo ao da express o mercado de trabalho inclusive no que diz respeito concep o homog nea sem refer ncias a qualquer heterogeneidade e ou pluralidade J Arroyo 1988 n o usa a palavra trabalho mas as palavras profiss o e emprego para se referir atividade do indiv duo propriamente dita Evita assim as Implica es conceituais de se reduzir o trabalho a sua forma hist rica atual No que diz respeito ao espa o em que o indiv duo realiza sua atividade profissional usa as express es mercado de emprego tr s vezes e mercado de trabalho e mundo produtivo uma vez cada Entendo que o uso prevalente da express o mercado de emprego luz do que j foi exposto muito mais precisa que mercado de trabalho revela uma familiaridade maior do autor com os conceitos marxistas que pode ser explicada pelo fato de o autor como j disse anteriormente ter sido um dos fundadores do GT Trabalho e Educa
33. 54 por ser b sica a concep o de prepara o para o trabalho ter como refer ncia as mudan as nas demandas do mercado de trabalho p 57 a prepara o para o trabalho n o se destina apenas queles que j est o no mercado de trabalho ou que nele ingressar o a curto prazo p 57 entre aqueles que precisam arcar com sua subsist ncia precocemente ele demandar a inser o no mercado de trabalho logo ap s a conclus o do ensino obrigat rio durante o Ensino M dio p 72 exatamente porque a base para Inserir se no mercado de trabalho passa a ser parte integrante da etapa final da Educa o B sica como um todo p 90 a continuidade de estudos e continuar sendo com atalhos exigidos pela Inser o precoce no mercado de trabalho ou de modo mais direto um percurso desejado por muitos jovens que concluem a Educa o B sica p 99 O destaque neste grupo para a ocorr ncia da p gina 57 em que est expl cita ideia de que a prepara o para o trabalho ser feita em fun o das demandas do mercado Muito importantes para a argumenta o tamb m s o os trechos em que se deixa clara a separa o entre trabalho e cidadania e entre trabalho e pr tica social a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o ou aperfei oamento posteriores p 56
34. A limita o destas rela es sist micas reside no fato de terem como foco a produ o de indiv duos reprodu o de agentes enquanto as rela es estruturais seriam respons veis pela reprodu o de elementos estruturais da sociedade reprodu o de lugares Por este ponto de vista n o a forma o de sujeitos com um perfil alinhado s demandas do mercado que contribui essencialmente para a divis o do trabalho o fato de que produ o e educa o existam como esferas separadas que antes que tudo mais garante que se continue a pensar o trabalho como socialmente dividido SILVA 1995 p 47 Este mais um ponto de contato entre a forma o exclusiva e a antiforma o para o trabalho al m de refor arem a concep o de que o trabalho abstrato seria algo naturalizado o que levaria naturaliza o do atual sistema de produ o tamb m orientam sua proposta pelas demandas que as empresas fazem em rela o educa o Na verdade a nica diferen a entre as propostas seria uma troca de sinal quanto desejabilidade ou n o do ajuste entre o 82 sistema produtivo e o educacional SILVA 1995 p 47 O mesmo racioc nio pode ser aplicado aos autores que escapam da polariza o e discutem as poss veis rela es entre educa o e produ o uma vez que seus trabalhos tamb m t m como base o perfil dos sujeitos que deveriam ser formados e consideram que uma determinada massa cr tica de cidad os c
35. Dif cil a partir do exposto e da grande diversidade regional brasileira sustentar que todos esses mercados teriam uma esp cie de conjunto comum de compet ncias e habilidades b sicas Dando continuidade constru o dos sentidos das palavras destacadas na legisla o entendo que a express o processo produtivo com ocorr ncias muito menos frequentes tamb m diz respeito ao mesmo espa o apesar de n o faz lo de forma t o detalhada Finalmente restaria conhecer o sentido da express o mundo do trabalho que surgiu na LDB 1996 e dessa data em diante foi usada cada vez com mais frequ ncia Para Lessa 2007 o surgimento da express o mundo do trabalho seria consequ ncia da perda de precis o sem ntica que o voc bulo trabalho vem experimentando nas ltimas d cadas do s culo passado O que ela significaria o ambiente da f brica o modo de ser 2 A Classifica o Brasileira de Ocupa es CBO teve sua estrutura b sica elaborada em 1977 resultado do conv nio firmado entre o Brasil e a Organiza o das Na es Unidas ONU por interm dio da Organiza o Internacional do Trabalho OIT no Projeto de Planejamento de Recursos Humanos Projeto BRA 70 550 tendo como base a Classifica o Internacional Uniforme de Ocupa es CIUO de 1968 Coube a responsabilidade de elabora o e atualiza o da CBO ao MTE com base legal nas Portarias n 3 654 de 24 11 1977 n 1 334 de 21 12 1994 e n 397 CBO
36. F sica ensino m dio ok e o mercado de trabalho A discuss o da rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho se mostra muito incipiente pois n o h uma proposi o real e que demonstre cumprir os pap is que os PCNs prop e e que o mercado de trabalho demonstra necessitar As bases legais dos PCNs para o ensino m dio coloca que os objetivos do ensino foram alterados priorizando a forma o tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr tico Bases Legais dos PCN Coloca ainda que o que se deseja que os estudantes desenvolvam compet ncias b sicas que lhes permitam desenvolver a capacidade de continuar aprendendo importante destacar tendo em vista tais reflex es as considera es oriundas da Comiss o Internacional sobre Educa o para o s culo XXI incorporadas nas determina es da Lei n 9 394 96 a a educa o deve cumprir um triplo papel econ mico cient fico e cultural b a educa o deve ser estruturada em quatro alicerces aprender a conhecer aprender a fazer aprender a viver e aprender a ser Bases Legais dos PCN Essas bases s o muito importantes para o desenvolvimento do cidad o bem como do pa s democr tico que se quer principalmente se desejando que o Brasil seja um pa s reconhecido e de for a Internacional Mas essas bases que est o apoiadas num documento internacional n o consideram a realidade das escolas nacionais e como sempre ach
37. Fernando Henrique Cardoso eleito em 1994 concorreu reelei o em 1998 Sustentado pelo sucesso do plano Real ganhou as elei es tornando se o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito Depois de levar o programa de privatiza o das empresas estatais brasileiras ao pice entregando ao controle privado empresas do porte da Vale do Rio Doce 1997 e da Telebras 1998 o presidente Fernando Henrique Cardoso d sequ ncia ao processo de implementa o de um estado neoliberal investindo fortemente na reforma do sistema educacional brasileiro Ainda no final do primeiro mandato mais precisamente no ano em que concorreria reelei o prop e o Plano Nacional de Educa o De acordo com Ghiraldelh 2008 a ideia de elaborar um plano educacional circulava pelo pa s desde o in cio da Rep blica principalmente nas pocas de constru o de uma nova 40 Constitui o ou de altera es de leis relacionadas educa o No entanto as iniciativas anteriores como a realizada 1962 a prop sito da LDB 61 n o tinham for a de lei Foi apenas com a constitui o de 1988 mais precisamente no artigo 214 que um plano nacional de educa o foi incorporado letra da lei Com a LDB de 1996 ficou estabelecido que este plano seria de responsabilidade da Uni o em comum acordo com os Estados o Distrito Federal e os Munic pios Conjuntamente institui se a D cada da Educa o A LDB de 1996 fixou o prazo de um ano par
38. Investiga es em Ensino de Ci ncias TEnC1 Revista Brasileira de Pesquisa em Educa o e Ci ncias RBPEC Caderno Brasileiro de Ensino de F sica CBEF e Revista Brasileira de Ensino de F sica RBEF O per odo do levantamento foi de 2005 a 2010 inclusive O n mero de trabalhos em cada peri dico que mencionava pelo menos uma das palavras chave est apresentado no Quadro 1 83 Peri dicos Total 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Quadro 1 Artigos em que foram encontradas as palavras chave por ano e peri dico Na segunda etapa do processo acessamos cada um dos artigos e por interm dio do mecanismo de buscas procuramos pelas palavras chave no texto completo Quando as encontr vamos faz amos uma leitura dos par grafos em que estavam inseridas com o objetivo de entender o papel que a express o desempenhava na argumenta o Foram encontrados quinze trabalhos que n o tratavam da rela o entre os objetivos do EC no n vel m dio e o mercado de trabalho e que portanto foram exclu dos da an lise Destes dez tratavam da forma o dos profissionais da rea de ci ncias ensino de ci ncias engenharia e de sua Inser o no mercado de trabalho tr s eram da rea de sa de um tratava do papel da mulher na ci ncia e de sua inser o no mercado de trabalho e um trazia o relato sobre um aluno que retorna aos estudos por press o do mercado A distribui o dos 25 trabalhos restantes est apresentada no Quadro 2 Segui
39. Os objetivos do ensino de ci ncias e o mercado de trabalho In VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ci ncias Campinas Anais do VIII Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ci ncias S o Paulo ABRAPEC v 1 20 mais antigo Apesar disso os questionamentos que prop e continuam profundamente atuais e relevantes Como o artigo afirma que as reformas de 1968 e 1971 marcavam uma coopta o do sistema educacional aos interesses empresariais consultei essas legisla es procurando analis las o mais bakhtinianamente poss vel ou seja em articula o com os contextos hist rico pol tico e econ mico da poca fazendo tamb m uma interlocu o com o trabalho de Arroyo Ao longo desse processo identifiquei a presen a de termos de cunho econ mico particularmente a da palavra trabalho usada com o sentido laboral Intrigado com essas ocorr ncias investiguei a LDB de 1961 para verificar de que forma e com que sentidos a palavra trabalho aparecia na base legal da reforma Aqui uma ressalva metodol gica importante essa investiga o teve por base as ocorr ncias das palavras com sentido econ mico que ao serem procuradas pelos programas de leitura de texto foram automaticamente contadas No entanto os valores que obtive a partir dessa contagem foram usados para mostrar uma presen a cada vez maior dos termos de origem econ mica na legisla o e n o para sustentar que a LDB de 1996 estaria tr s vezes e meia ma
40. Paro e a LDB 96 a escola b sica como ag ncia de emprego 30 1 2 1 1 A LDB 96 e o mundo do trabalho 33 1 2 2 Lopes as DCNEM e os PCNEM 37 1 2 2 1 As DCNEM e os PCNEM 39 1 2 3 Polissemia e sinon mia 47 1 2 3 1 O mercado de trabalho de Adam Smith a Bourdieu 49 1 2 3 2 O trabalho em Marx elementos b sicos 54 1 2 4 Cr ticas antiforma o a redu o do trabalho ao trabalho abstrato e a naturaliza o do atual sistema de produ o 65 1 3 UM DI LOGO ENTRE EDUCA O E TRABALHO BASES DA POLITECNIA 72 1 3 1 Cr ticas politecnia e ao trabalho como princ pio educativo 78 1 4 RELA ES ENTRE EDUCA O E TRABALHO NA PRODU O DA REA DE ENSINO DE CI NCIAS 82 1 5 IDENTIFICA O DOS POSICIONAMENTOS ATUALIDADE E RELEV NCIA DO ESTUDO 91 1 6 DELIMITANDO O OBJETIVO 94 CAP TULO 2 QUADRO TE RICO METODOL GICO 97 INTRODU O UMA AN LISE BAKHTINIANA UMA AN LISE DE DISCURSO 97 2 1 ELEMENTOS DE FILOSOFIA DA LINGUAGEM 102 2 2 PROCEDIMENTOS DE AN LISE 104 2 2 1 Ponto de partida a proposta bakhtiniana 105 2 2 2 Enunciado caracter sticas 105 2 2 3 Enunciado e ora o identifica o positiva e negativa 108 2 2 4 Bakhtin analisa um enunciado 111 2 2 5 Enunciado e alteridade entre sujeitos 114 2 2 6 Perspectiva 117 2 2 7 Procedimentos de an lise vers o final 120 2 3 DESCRI O DO CONTEXTO DE PESQUISA 125 2 3 1 O ambiente virtual 125 2 3 2 Divulga o 126 2 3 3 Distribui o de vagas e sele o 126 2 3 4 Cursis
41. Todos n s ganharemos
42. a elabora o desta se o Em vista do exposto entendo que os autores concordam em rela o aos fundamentos da teoria marxista incluindo aqueles relacionados ao conceito de trabalho e que s o necess rios a esta etapa da argumenta o Para Karl Marx diferentemente dos animais que n o projetam nem planejam sua exist ncia adaptando se instintivamente ao meio o homem seria capaz de transformar a natureza para atender suas necessidades por interm dio de um planejamento pr vio Esse processo de Interc mbio org nico ao longo do qual o homem transformando a natureza se transforma o que o fil sofo alem o chama de trabalho Antes o trabalho um processo entre o homem e a natureza um processo em que o homem por sua pr pria a o medeia regula e controla seu metabolismo com a Natureza Ele mesmo se defronta com a mat ria natural como uma for a natural Ele N p e em movimento as for as naturais pertencentes sua corporeidade bra os pernas cabe a e m os a fim de se apropriar da mat ria natural numa forma til pr pria vida Ao atuar por meio desse movimento sobre a natureza externa a ele e ao modific la ele modifica ao mesmo tempo sua pr pria natureza MARX 1983 apud FRIGOTTO 2009b p 400 important ssimo destacar que para Marx o processo de convers o da natureza nos meios necess rios reprodu o da pr pria exist ncia justamente por dizer respeito ao n vel biol gico e Ind
43. a qualificar as mesmas discuss es como relevantes mas condicionando essa relev ncia a quest es que identificar nos par grafos restantes problemas de infraestrutura nas escolas forma o deficiente dos professores e pouca participa o da fam lia no processo educativo Assim justificada pela discrep ncia que a autora afirma haver entre o ideal proposto pelo documento e a realidade das escolas a discuss o te rica se faria necess ria no sentido de nivelar esse degrau 1 52 e fazer com que os objetivos da lei sejam cumpridos Este nexo entre as ideias apesar de bastante integrado linha de argumenta o n o se sustenta frente ao fato de os textos lidos jamais mencionarem essa discrep ncia e discutirem exatamente aquilo que a autora criadora considera dado a rela o entre ensino de F sica e mercado de trabalho Levando em considera o ainda 1 a boa capacidade de reda o e articula o de ideias demonstrada pela autora criadora e 11 a proposta feita no s timo par grafo de que o degrau seja nivelado por interm dio do cumprimento da lei e que as discuss es voltem a ser in cuas entendo que a autora criadora n o est Interessada em discutir essa quest o e num outro contexto de enuncia o dificilmente tentaria amenizar a cr tica como o fez no sexto par grafo No entanto no momento em que est num curso cuja aprova o depende da realiza o das atividades se v constrangida a fazer a atividade
44. aceit vel Abre o terceiro par grafo com a palavra essas 1 17 que usa para se referir ao tema do par grafo anterior Continua justificando a relev ncia dos trechos apresentados afirmando desta vez que s o importantes para que o pa s seja reconhecido e de for a internacional l 18 e 1 19 Seria poss vel supor uma rela o ainda que remota entre a obten o de for a internacional e o desenvolvimento econ mico promovido pela ado o destas bases No trecho final deste par grafo reconhece novamente a influ ncia dos documentos internacionais nas pol ticas educacionais nacionais mas faz uma cr tica ao fato de essas bases n o reconhecerem a realidade das escolhas nacionais atribuindo a esse desconhecimento a sua n o implementa o muito importante destacar dois aspectos o primeiro que a autora n o critica a influ ncia dos documentos internacionais nas pol ticas nacionais Sua cr tica dirigida ao fato de as pol ticas internacionais n o levarem em conta as realidades nacionais e por isso n o serem implementadas Assim a autora novamente reconhece e aceita o fato de as pol ticas nacionais serem elaboradas a partir de documentos internacionais Mais do que Isso ao afirmar que basta baixar uma lei que tudo se cumpre considera que o cumprimento desej vel e s n o pode ser atingido por conta do descompasso entre o proposto e a realidade importante perceber ainda o tom de prescri
45. aceita por Frigotto e negada por Lessa e Tumolo Al m dessa trago tamb m uma vis o de Tom s Tadeu da Silva que a partir de outros referenciais como Bernstein e Poulantzas problematiza algumas das ideias teses que est o na base dos atuais encaminhamentos da politecnia como os de Frigotto e Kuenzer Entre essas concep es estaria a de que os postos de trabalho em particular ea sociedade de um modo geral seriam completamente e cada vez mais permeados por ci ncia e tecnologia Estaria tamb m a concep o de que o trabalho manual estaria cada vez mais sendo substitu do pelo trabalho intelectual e a de que a politecnia seria suficiente para transformar as atuais rela es de produ o Na se o Rela es entre educa o e trabalho na produ o da rea de Ensino de Ci ncias detalho o levantamento que realizei nos principais peri dicos da rea Na se o Identifica o dos posicionamentos atualidade e relev ncia do estudo identifico os tr s posicionamentos entre educa o e trabalho tratados nas se es anteriores e a partir dos ecos que encontram hoje nos v rios setores da sociedade e das lacunas encontradas no levantamento procuro mostrar a relev ncia do presente estudo Finalizo o cap tulo com a se o Delimitando os objetivos em que a partir do exposto estabele o os recortes para o objetivo da pesquisa 23 1 1 ARROYO E AS REFORMAS DE 1968 E 1971 Arroyo 1988 exp e a rela
46. acerca de sua pessoa Em Os g neros do discurso Bakhtin se refere a esse sujeito como falante J o autor criador ou autor para Amorim o respons vel pelo todo est tico da obra sua voz portadora de um olhar e de um ponto de vista que trabalha o texto do in cio ao fim AMORIM 2002 p 11 E por ser uma fun o imanente ao objeto est tico e por definir se como uma posi o axiol gica o autor criador a voz segunda para Bakhtin pura rela o n o se trata de um ente f sico n o poss vel encontrar um Dom Casmurro nas ruas como tal FAR CO 2005 p 42 Em Discurso na vida discurso na arte Voloshimnov e Bakhtin o chamam de autor importante ainda distinguir o autor criador do locutor aquele que diz eu no texto Para Amorim a voz do autor n o est nas declara es do locutor mesmo quando este faz declara es diretas do tipo gosto disso concordo com aquilo etc Isso ocorre pois o locutor sempre um personagem enquanto a voz do autor est em todo lugar e em nenhum lugar em particular Mais precisamente ela pode ser ouvida ali no ponto crucial de encontro entre a forma e o conte do do texto AMORIM 2002 p 10 Tanto Amorim quanto Faraco d o bastante destaque ao fato de que para Bakhtin essas distin es devem ser feitas mesmo em textos autobiogr ficos e em forma de di rio Finalmente se levarmos em conta que na poesia com na vida o discurso verbal um ce
47. acumula o flex vel o trabalhador passa a lidar com o conhecimento a partir da rela o com os processos muito mais do que com os produtos Desta forma a substitui o da rigidez pela flexibilidade significa que pelo dom nio dos processos as possibilidades de uso das tecnologias n o mais se limitam pela ci ncia materializada no produto mas dependem do conhecimento presente no produtor ou usu rio KUENZER op cit p 141 Os postos de trabalho no entanto diminuem consideravelmente enquanto a natureza do trabalho vai se tornando cada vez mais abstrata com menos exig ncia de capacita o espec fica De acordo com a autora esta mudan a ocorrida nas rela es materiais de produ o provocaria uma mudan a nas rela es sociais e estabeleceria uma nova cultura cada vez mais perpassada por ci ncia e tecnologia que por sua vez demanda tamb m maiores aportes de conhecimento s cio hist rico para fazer frente s contradi es do desenvolvimento capitalista KUENZER op cit p 137 No que diz respeito escola a mudan a do 11 fordismo taylorismo para acumula o flex vel demandaria que a centralidade dos conte dos produtos do conhecimento fosse substitu da pela nfase na rela o conte do m todo uma vez que para o novo modelo de produ o n o basta apenas conhecer mas compreender os processos por interm dio dos quais o conhecimento produzido De fato se as formas tradicionais de rela
48. cada de 1980 P cheux fez uma revis o te rica e metodol gica em sua teoria aproximando se de Bakhtin mas por interm dio dos conceitos de alteridade presen a do no discurso do outro as rela es dial gicas entre discursos etc que de acordo com 3 Interessante notar que a express o Bakhtin Foucault e P cheux t tulo deste trabalho de Gregolin surge ainda e nessa mesma ordem nos t tulos dos trabalhos de Baronas 2006 e Sargentim 2006 Estes dois autores problematizam o apagamento das diferen as entre os pensamentos de Bakhtin Foucault e Pecheux apontando o grande n mero de trabalhos em que a express o exerce um papel de sintagma grife BARONAS op cit p 4 ou de signo de reconhecimento opaco e fetiche te rico SARGENTINL op cit p 182 cuja N fun o seria legitimar e inscrever o trabalho no campo da an lise do discurso muitas vezes revelia dos conceitos que traz Essa homogeneiza o tamb m identificada por Gregolin op cit p 48 que chega a indagar a partir de uma frase de P cheux se os in meros trabalhos brasileiros que usam essa express o como refer ncia fetiche s o um sinal de que teria chegado o momento de come ar a partir os espelhos 100 Gregolin 2006 ajudariam o grupo do pensador franc s a dar conta das quest es referentes ao real da l ngua e o real da hist ria J Indursky 2005 trata os conceitos de ideologia em P cheux e em Bakh
49. ciencias quer avancos em pesquisa e no ensino de ciencias nas escolas gt 6 CM CASTRO Educa o n o mercadoria Acesso em lt 21 05 2011 gt lt http arquivoetc blogspot com 2008 04 claudio de moura castro html gt 187 ENUNCIADO PROFESSOR 4 Qual deve ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Professor 4 professor4 O email com O sistema de ensino encontra se moldado principalmente pelas press es que o mercado imp e sobre a humanidade Bem verdade que os sistemas de produ o aumentou e houve muitas transforma es no modo de vida das pessoas muitas migraram submetendo se a adaptar se as exig ncias do mercado E atualmente observa se uma situa o semelhante na ind stria e isso ocorre n o apenas em fun o das novas tecnologias como tamb m em fun o do processo de abertura dos mercados que passam a exigir maior precis o produtiva e padr es 29 de qualidade de produ o dos pa ses mais desenvolvidos PCN Que acabam impondo mudan as ao curr culo fazendo com que a educa o se adeque as sua exig ncias justamente porque o sistema que predomina na sociedade o de produ o onde trabalhado diversas compet ncias e habilidades justamente para que esse sistema esteja sempre em desenvolvimento em fun o dos avan os tecnol gico que exige muito mais qualifica o das pessoas para o manuseio e o acompanhamento desse recursos Como aponta Castro comparando com uma met
50. cil sustentar a necessidade de conhecimento de F sica em n vel m dio se n o para todos pelo menos para a grande maioria das profiss es Essa j seria uma perspectiva do autor pessoa sobre a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho No que diz respeito aos tr s posicionamentos que identifiquei no quadro te rico forma o exclusiva antiforma o e politecnia vejo distanciamentos entre o posicionamento do autor criador e do autor pessoa Numa primeira leitura entendi que o autor criador teria uma concep o sobre as rela es entre o ensino de f sica o mercado bastante semelhantes que desenvolvi no primeiro cap tulo No entanto a partir de alguns elementos do contexto extraverbal e do destinat rio suposto articulados a alguns trechos do enunciado revi este posicionamento O primeiro elemento do contexto extraverbal que me chamou a aten o foi justamente a atividade anterior a essa Resgatando o roteiro do curso a atividade que pediu aos professores o presente enunciado foi a terceira do quatro m dulo Na primeira atividade perguntamos diretamente aos professores sem apresentar qualquer referencial te rico qual deveria ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho J na segunda atividade apresentamos aos professores pedimos que eles discutissem e se posicionassem em rela o aos tr s pontos de vista que identifiquei no quadro te rico forma o exclusiva para o qual
51. com que o aluno tenha um racioc nio l gico e que saiba se colocar e resolver quaisquer problemas que lhe apare am A terceira participa o diz respeito tamb m concep o que faz da rela o entre forma o para o trabalho e para a cidadania Concordo com voc professor 17 ENSINO As pesquisas do CGI s o feitas por amostragem usando a mesma metodologia usada pelo IBGE nas Pesquisas Nacionais por Amostagem em Domic lio PNAD e aprovada por rg os internacionais 143 PROFISSIONAL Esta a palavra chave que esse pa s perdeu no compasso de muitos anos pois queriam que TODOS os habitantes desse pa s tirassem ensino m dio pois o que queriam era formar o cidad o afinal passamos por uma fase em que n o se tinha emprego para todos Agora se tem muitos postos e n o se tem pessoal capacitado para preench los Agora se volta atr s e se v que nem todos querem 1r para a Universidade e nem querem fazer um curso que n o forma nada e nem o cidad o que tanto proclama a lei que muitos querem 1r para cursos t cnicos Tenho diversos alunos que fazem o Ensino M dio e depois v o fazer curso profissional Pensem bem perderam no m nimo tr s anos de suas vidas que poderiam ter utilizado para ir para uma profiss o Pedagogos que me desculpem mas o pensamento deles que ir para curso profissional discriminar os jovens n o lhe dar chance de ir para a academia Registro a seguir no quadro 4 o enunciado da profes
52. como um todo homog neo em que todos os trabalhadores poderiam se candidatar a qualquer vaga ofertada para a sua profiss o No entanto 51 Ao tratar o mercado de modo t o amplo mesmo que se considere as rela es de poder e conflito Marx qualifica o neocl ssicos e a interfer ncia do Estado keynesianismo n o s o considerados aspectos regionais demogr ficos e profissionais que podem dar origem a diferentes arranjos na rela o capital trabalho possibilitando a coexist ncia de mais de um mercado grifo meu OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1522 Desta parte do artigo em diante Oliveira e Piccinini v o apresentando teorias em que o conceito de mercado vai paulatinamente se complexificando Entendo ent o ser esse o momento mais apropriado para destacar a seguinte ideia exatamente essa virada essa passagem de uma concep o de mercado nico e homog neo para uma concep o de mercado m ltiplo e heterog neo que interessa sobremaneira presente disserta o Isto posto continuo De acordo com a teoria da segmenta o o mercado n o seria um nico espa o competitivo em que todos os postos estariam igualmente dispon veis a todos os trabalhadores mas sim um conjunto de segmentos que n o competem entre si por m remuneram de formas diferentes o capital humano porque existem barreiras que n o permitem que todos se beneficiem igualmente do mesmo n vel de educa o e treinamento OLIVEIRA e PICCI
53. conceito tem alguns pontos interessantes mas a conceitualiza o de cidad o livre confesso que me confunde s vezes pois ele fluido na verdade um superfluido intelectual em que alguns autores defendem um O curr culo flex vel dependendo da regi o ou realidade que o aluno est O problema por fra exemplo que n o ter amos como certificar um aluno com um hist rico escolar de uma regi o em 2 Ique ele n o estudou F sica em outra em que F sica obrigat ria NININ BIPIPIEIELIELIELELELEICO JL O TO TO TU TO TU TU TO ANS ININININININININ IN Ja ja pa pa a ja ja a jme q A PECE EEEE EC Ee EEE EEE Eeee IS IES 6 Ja Ee e EEEE TEEN 152 153 53 56 modesta opini o a ideia do estado m nimo consumidor e protetor do deus mercado Digo 58 perceberam seus neg cios afundarem obrigam ao estado m nimo n s a socializar as d vidas atrav s de arrocho fiscal desemprego perda salarial e mis ria da popula o e individualizar os 60 lucros detes Alguns defensores desse modelo tamb m defendem um curr culo flex vel o aluno s Ser que n o existe uma terceira via nessa disputa Na verdade ao ler o PCN de F sica vi no que o educando ter um ensino que o ensina na vida como cidad o consciente de seus direitos e 69 deveres assim como aceite o desafio do mundo do mercado de trabalho Na minha interpreta o o BL SETE de e A 76 lcoisas que n o podia ter no passado recente Com 1sso temos novos e
54. conta o horizonte social definido e estabelecido que determina a cria o ideol gica do grupo social e da poca a que pertencemos um horizonte contempor neo da nossa literatura da nossa ci ncia da nossa moral do nosso direito BAKHTIN 20064 p 107 Tantos e t o estreitos v nculos entre o enunciado e seu contexto social e hist rico poderiam ainda construir o entendimento de que um enunciado seria uma esp cie de prisioneiro do pr prio tempo s podendo ser analisado em rela o com o contexto em que foi produzido No entanto Bakhtin prop e que apesar de a articula o com o contexto ser imprescind vel para o processo de an lise certas potencialidades dos enunciados s surgiriam num contexto temporal mais amplo uma obra de literatura se revela antes de tudo na unidade diferenciada da cultura da poca de sua cria o mas n o se pode fech la nessa poca sua plenitude s se revela no grande tempo BAKHTIN 2003d p 264 Entendo assim que no enunciado bakhtiniano est o imbricadas tr s escalas de tempo interlocu o e contexto a primeira mais imediata a do interlocutor imediato do contexto imediato e do tempo instant neo correspondendo sim a um t te a t te a segunda a do grupo social do contexto social e do tempo hist rico J a terceira a de um supradestinat rio de um contexto social e cultural mais amplo e do grande tempo Todo enunciado tem um destinat rio c
55. corresponda s exig ncias do mercado de trabalho em confronto com as necessidades do desenvolvimento nacional ou regional BRASIL 1969 s p Por mais que houvesse um artigo imediatamente depois desse afirmando que a disposi o n o se aplicaria aos casos em que a Iniciativa apresent asse um alto padr o capaz de contribuir efetivamente para o aperfei oamento do ensino e da pesquisa nos setores abrangidos BRASIL 1969 s p a regra estava clara o governo poderia usar o AIS para impedir a cria o ou no limite para fechar uma universidade que n o atendesse s demandas do mercado de trabalho Na Lei 5692 repeti es mais deslocamentos e novidades As ocorr ncias com sentido administrativo estabelecem que o ano e o semestre letivos ter o no m nimo 180 e 90 dias de muito importante aqui destacar que na LDB 61 as institui es p blicas e privadas eram obrigadas pelo estado a ensinar um of cio J na reforma universit ria e na LDB 71 essas obriga es se mant m mas a letra da lei estabelece um esp cie de quid pro quo em que o estado tamb m deve correspond er s condi es das empresas Entendo isso como uma marca da mudan a da rela o empresa estado De um total de oito ocorr ncias seis t m sentido administrativo e duas t m sentido econ mico 28 trabalho escolar efetivo que o ensino de 2 grau ter tr s ou quatro s ries anuais compreend
56. da escola n o se esgota na satisfa o do consumo cultural posto que a simples presen a desse consumo j implica outras fun es importantes da escola inclusive a econ mica O que n o se pode derivar a import ncia exclusiva ou principalmente do econ mico como muitas vezes se pretende fazer PARO 1998 p 10 O segundo argumento seria o de que a escola deveria preparar para o trabalho justamente porque as pessoas 1letradas ou com pouca forma o acad mica teriam mais dificuldade em se 32 empregar justamente por conta de sua pouca escolaridade Esse argumento seria particularmente fr gil justamente por supor que a escola seria capaz de criar empregos Sua real fun o de natureza ideol gica seria a de fazer com que as pessoas continuassem a acreditar que sua posi o social se deve falta de escolaridade e n o s injusti as intr nsecas pr pria sociedade capitalista Paro cr que por isso esse argumento deveria ter sua import ncia bastante relativizada nas discuss es sobre o papel da escola PARO 1998 p 10 O terceiro argumento seria o de que o sistema produtivo atual dependeria de profissionais com uma forma o acad mica cada vez maior e mais atualizada Aqui o autor contra argumenta que mesmo no contexto da acumula o flex vel e da revolu o informacional quando se diz que exigem novos profissionais com perfil acad mico mais adiantado preciso considerar que em compara o com a g
57. da se o Elementos do trabalho em Marx trabalho produtivo trabalho produtivo de mais valia Seu nome te rico completo seria trabalho abstrato produtivo Refor a esse entendimento um trecho retirado por Rodrigues 2009 das Instru es aos Delegados do Conselho Central Provis rio da Associa o Internacional dos Trabalhadores de 1868 afirmamos que a sociedade n o pode permitir que pais e patr es empreguem no trabalho crian as e adolescentes a menos que se combine este trabalho produtivo com a educa o MARX e ENGELS 1983 apud RODRIGUES 2009 p 169 13 Rodrigues 2009 afirma ser consenso entre os pesquisadores da rea de trabalho e educa o que o conceito de educa o polit cnica foi esbo ado Inicialmente por Karl Marx em meados do s culo XIX e pode ser visto como sin nimo de concep o marxista de educa o RODRIGUES 2009 p 168 O autor respons vel pela reda o do verbete Educa o Polit cnica no dicion rio de educa o profissional em sa de da Fiocruz d sequ ncia ao texto apontando os quatro principais vetores da concep o marxista de educa o O primeiro seria promover uma educa o p blica gratuita obrigat ria e nica para todas as crian as e jovens de forma a romper com o monop lio por parte da burguesia da cultura e do conhecimento O segundo seria a combina o da educa o incluindo se a a educa o Intelectual corporal e tecnol gica com a pr
58. das avalia es externas A preocupa o maior da imensa maioria de professores que os alunos decorem uma quantidade infind vel de f rmulas e fa am c lculos completamente sem sentido alienados da sua realidade e de qualquer outro fator Isso desconfigura por completo a proposta dos PCNs que prop e uma f sica cujo significado o aluno possa perceber no momento em que aprende e n o posterior a ele Para tanto imprescind vel considerar o mundo vivencial dos alunos sua realidade pr xima ou distante seus anseios expectativas e indaga es que movem a sua curiosidade Esse deve ser o ponto de partida e tamb m o de chegada As metodologias diferenciadas contextualiza o e Interdisciplinaridade perdem terreno para o programa de conte dos a serem cumprido durante o ano Muitas vezes este tipo de trabalho visto como uma forma de matar aula tanto da parte do professor quanto do aluno Deveria ficar claro aos olhos de todos que esta uma maneira de traduzir a sua pr pria realidade trazer conhecimentos pr vios ditos n o formais para a formalidade acad mica Paro afirma que na mais elementar das tarefas da escola a alfabetiza o est presente a perspectiva do mercado de trabalho pois a melhor comunica o e informa o ser til na busca por um emprego melhor Entretanto a escola n o deve ser vista como respons vel pela condi o social das pessoas mas sim que esta pr pria da sociedade capitalista A e
59. das preocupa es que as pessoas det m O distanciamento entre os conte dos program ticos e a experi ncia dos alunos certamente responde pelo desinteresse e at mesmo pela deser o que constatamos em nossas escolas Conhecimentos selecionados a priori tendem a se perpetuar nos rituais escolares sem passar pela cr tica e reflex o dos docentes tornando se desta forma um acervo de conhecimentos quase sempre esquecidos ou que n o se consegue aplicar por se desconhecer suas rela es com o real BRASIL p 36 grifo nosso Dentro da perspectiva interdisciplinar sugerida nos PCN n o haveria necessidade de se criar novas disciplinas ou saberes mas sim entend la como sendo um instrumento capaz de utilizar conhecimentos de v rias disciplinas para compreender um fen meno sob diferentes pontos de vista permitindo ao estudante a aquisi o de um saber til e utiliz vel que lhe permita resolver problemas concretos e responder s quest es e aos problemas sociais contempor neos BRASIL p 34 36 Nesse sentido interdisciplinaridade e contextualiza o s o recursos complementares que permitem ampliar a intera o entre as diferentes reas do conhecimento para atender aos objetivos de forma o principalmente daqueles que n o chegar o ao ensino superior limitando se ao ensino b sico A credibilidade de uma empresa ou a aceita o de um produto s o desafios que envolvem estrat gias ousadas inovadoras e com tecnologia de
60. de Angeli e Bertero 2009 para quem qualquer evolu o das for as produtivas hostil ao trabalhador e qualquer uso capitalista das m quinas sejam elas a vapor el trica ou eletr nica despoja o trabalho de toda sua independ ncia e car ter criativo Do ponto de vista da educa o os autores afirmam que a crescente aplica o das m quinas na produ o tornou desnecess rias as leis de aprendizagem dos trabalhadores e que n o se trataria mais de dar ao trabalhador uma educa o t cnica mesmo que m ltipla e sim de proporcionar lhe uma educa o pol tica que lhe possibilite tomar consci ncia da sua pr pria exist ncia com vistas transforma o das rela es de domina o existentes ANGELI e BERTERO op cit p 110 Essa cr tica apesar de questionar uma ideia cara politecnia a de que a inser o das tecnologias de base microeletr nica nos processos de trabalho pode trazer alguma esp cie de benef cio ao trabalhador parece ignorar que tanto Frigotto quanto Kuenzer d o em suas propostas bastante nfase s dimens es cr ticas e pol ticas poss vel no entanto fazer cr ticas mais consistentes e profundas ao uso do trabalho como princ pio educativo Uma das cr ticas feita por um autor que n o est diretamente filiado ao pensamento de Marx e ser objeto da pr xima se o A outra na verdade as duas outras v m de autores filiados ao pensamento marxista e ocupar os pr
61. de mais ricos e menos ricos de possuidores e n o possuidores Finalmente a educa o tamb m uma rica totalidade de rela es sociais que engloba dimens es econ micas pol ticas culturais est ticas reduz se a treinamento prepara o para o mercadode trabalho Concluindo este texto acredito que nesta poca de enormes mudan as sociais cient ficas e tecnol gicas em que as intera es da ci ncia e da tecnologia com a sociedade e o meio adquirem cada vez mais relev ncia fundamental que os professores compreendam o enorme papel que a educa o cient fica deve por na prepara o das pessoas e na conforma o de umas novas habilidades humanas que incluam os saberes cient ficos e tecnol gicos necess rios para fazer na pr tica uma organiza o social global que seja cada vez mais participativa Por tudo isto importante refletir sobre como podemos contribuir nas classes de ci ncias no cumprimento destes objetivos facilitando as inova es e investiga es necess rias para atingir uma educa o em ci ncia e tecnologia contextualizada socialmente e capaz de dar aos educandos ferramentas suficientes para que estes atuem na sociedade de forma efetiva inclusive como for a de trabalho 203 ENUNCIADO PROFESSOR 12 Escolas atividades divergentes objetivos convergentes Professor 12 Todas as pessoas ou a grande maioria delas s o un nimes ao reconhecer o valor da Escola entretanto divergem quando a discuss
62. decis es dos empreendedores A maioria dos participantes da pesquisa enxerga o contexto cient fico e tecnol gico como uma alavanca para o desenvolvimento econ mico e para a estrutura o da sociedade SILVEIRA e BAZZO 2009 p 687 Os entrevistados tamb m expressaram que o desenvolvimento cient fico tecnol gico atrativo somente se existir um retorno comercial Esses explicam que na universidade poss vel fazer pesquisas e experi ncias sem dar import ncia para o lado econ mico No entanto na empresa isso Interessa somente se for lucrativo se for satisfat rio economicamente Nessa perspectiva o desenvolvimento cient fico e tecnol gico s interessa para as empresas se for para promover lucro ou seja a prioridade econ mica Esse fato portanto parece ser uma constante entre os empreendedores Os autores concluem que h uma necessidade de mudan a do paradigma atual da educa o tecnol gica alterando a concep o do profissional da rea tecnol gica e a sua responsabilidade social nesse mecanismo porque a partir da educa o poss vel formar pessoas mais capazes de gerar solu es para as suas pr prias necessidades e car ncias da comunidade em que vivem Far se ia necess rio ent o que toda a popula o recebesse uma educa o cient fica e tecnol gica cr tica caso contr rio essa a aus ncia de conhecimento acarretara uma falta de responsabilidade perante a sociedade Lembram ainda que preciso q
63. e para a mm DI atualiza o hist rico cultural do cidad o contribui fortemente para a compreens o de que o trabalho n o seria um espa o de cidadania nem teria dimens es hist ricas e culturais Noutras palavras contribui para a naturaliza o do trabalho identificado com o trabalho abstrato e por conseguinte do atual sistema de produ o Na cr tica a Lopes 2002 diferen as e aproxima es em rela o a Paro 1998 Primeiramente entendo que a autora n o est filiada nem faz men o direta a conceitos do referencial marxista Muito provavelmente por isso n o faz refer ncia dimens o hist rica do trabalho identificando o imediatamente com o emprego ou seja com o trabalho abstrato Num primeiro momento faz cr ticas forma o exclusiva para o trabalho em trechos como a vida assume uma dimens o especialmente produtiva do ponto de vista econ mico em detrimento de sua dimens o cultural mais ampla LOPES 2002 p 390 prevalece a restri o do processo educativo forma o para o trabalho desconsiderando sua rela o com o processo de forma o cultural mais ampla capaz de conceber o mundo como poss vel de ser transformado em dire o a rela es sociais menos excludentes LOPES 2002 p 395 e ainda uma proposta curricular que limita as possibilidades de superarmos o pensamento hegem nico definidor do conhecimento como mercadoria considerado Importante apenas
64. econ mico do pais a partir de um mercado baseado em um paradigma n o cient fico caracterizado pela grande concentra o de profissionais nas reas de direito medicina e gest o por grande n mero de alunos de gradua o nos cursos de humanas e por uma grande produ o de papers e uma pequena produ o de patentes Essa concep o coincide com a de um outro professor do curso mas n o encontra respaldo em nenhum dos referenciais te ricos utilizados nesta disserta o o que bastante Interessante Al m disso essa concep o de paradigma n o cient fico de mercado est em contradi o com a pr pria tese do professor de que haveria princ pios f sicos em todas as profiss es No entanto em vez de problematizar ou rever sua concep o prefere propor uma mudan a do paradigma n o cient fico para o cient fico baseada numa educa o tecnol gica nos tr s n veis Entendo que esse movimento por ser uma tentativa de construr um mundo em que a F sica perpasse todas as atividades profissionais revele tamb m uma vincula o do professor F sica panac ica A ideia repetida duas vezes de que os PCN seriam um norte que todos ter amos para a educa o nacional termina se aproximando um pouco da concep o da professora 3 de que caberia ao governo estabelecer pol ticas educacionais e comunidade da rea de educa o professores gestores pesquisadores simplesmente segui las No que diz respe
65. educacional hoje utilizado Mais horas de forma o do aluno seriam necess rias No pr prio ambiente da escola caso espa o dispon vel houvesse a forma o fornecida por empresas parceiras poderia ocorrer Bastaria para tanto que a escola se abrisse ao aux lio e participa o de terceiros o que em algumas poucas escolas atualmente j acontece Evidentemente que as empresas parceiras arcariam tamb m com o custo dessa forma o Desta forma contribuiriam com o capital investido e n o somente se aproveitaria dele como muitas vezes acontece Este procedimento traria vantagem para o aluno por ser mais bem formado para a escola vistos os resultados dos Investimentos 205 ocorridos e para o pr prio mercado de trabalho uma vez que teria funcion rios mais qualificados Mudan as s o poss veis Discuss es s o necess rias Objetivo final do processo escolar deve ser o aluno Saibamos atuar no meio buscando o melhor resultado final 206 ENUNCIADO PROFESSOR 13 A cada ano que se passa uma nova legi o de estudantes termina o Ensino M dio e as estat sticas do governo t m demonstrado que esse n mero deve aumentar de forma consider vel num futuro pr ximo Uma parte desses jovens poder entrar diretamente no mercado de trabalho outra ir se aventurar nos vestibulares procurando seu lugar nas universidades p blicas e particulares Em que medida do per odo escolar formal que s o adquiridos os conceitos ci
66. educando como pessoa humana p 18 No que diz respeito a este aspecto a nica diferen a dos PCNEM para as DCNEM a presen a de duas ocorr ncias em que o trabalho considerado uma pr tica social procuramos discutir as rela es entre as necessidades contempor neas colocadas pelo mundo do trabalho e outras pr ticas sociais p 23 E indicando e relacionando os diversos contextos e pr ticas sociais al m do trabalho requer por exemplo que a Biologia d os fundamentos para a an lise do impacto ambiental p 17 No entanto entendo que frente grande quantidade de enunciados com o sentido contr rio essas ocorr ncias terminam deixando inalterado o sentimento geral de que o trabalho n o seria uma pr tica social e tampouco um espa o de cidadania As express es de cunho mais econ mico tamb m aparecem nesse trecho dos PCNEM economia econ mica o atividade s produtiva s processo s produtivo s desenvolvimento produtivo pr tica s produtiva s Dentre essas destaco duas ocorr ncias da express o atividades sociais e produtivas que novamente refor am o sentido de que a a e ob 1 19 atividade produtiva n o de natureza social 2 Finalmente muito importante destacar o cap tulo o papel da educa o na sociedade tecnol gica em que os autores dos PCNEM deixam bastante claras a leitura que fazem da sociedade atual a natureza dos processos de trabalho nesta sociedade
67. encerram o artigo 164 registrando essas diferen as em um quadro que uma vez generalizado para as principais teorias do discurso pode perfeitamente mutatis mutandis ser comparado quele quadro em que Aikenhead compara as v rias concep es de educa o CTS apresentado por Santos e Mortimer 2002 Particularmente no que diz respeito a Bakhtin entendo que o arcabou o te rico criado pelo autor tenha elementos mais do que suficientes para a elabora o de uma epistemologia bakhtiniana o que poderia levar a apropria o de sua obra para al m do uso pontual desta ou daquela categoria Procurei tocar em pontos que me pareceram chave e que evidentemente necessitariam de maior aprofundamento A natureza axiol gica e valorativa do enunciado juntamente com a ideia trazida por Bakhtin da mec nica qu ntica de que o observador interfere no que observado podem colocar em xeque o conhecimento da coisa em si Se de fato s for poss vel conhecer a coisa para si e ainda de forma axiol gica enunciados com l xico e sintaxe mais taxativos como o professor construtivista n o encontrariam suporte numa epistemologia bakhtiniana principalmente no que diz respeito s ci ncias humanas Na rea de ensino de ci ncias essa rela o entre l xico sintaxe e epistemologia utilizada por Borges e Rezende 2010 para identificar vozes epistemol gicas nos par metros curriculares nacionais As autoras afirmam que essa estra
68. ensaio Os G neros do Discurso escrito em 1952 53 em que o autor aborda exaustivamente esse conceito apresentando tanto as suas propriedades quanto uma forma inequ voca de identific lo Trarei ainda duas outras propriedades do enunciado apresentadas no texto O discurso na vida e o discurso na arte de 1926 uma das poucas vezes em que vemos o autor analisar mais detalhadamente e a partir da sua concep o de linguagem um enunciado Esse exemplo de an lise de enunciado tamb m ser til para detalhar e compreender melhor os procedimentos de an lise esbo ados em Marxismo e Filosofia de Linguagem 105 2 2 1 Ponto de partida a proposta bakhtiniana Bakhtin 2006a p 129 prop e que a metodologia do estudo da l ngua deve seguir tr s etapas 1 as formas e os tipos de intera o verbal em liga o com as condi es concretas em que se realiza 11 as formas das distintas enuncia es dos atos de fala isolados em liga o estreita com a Intera o de que constituem os elementos isto as categorias de atos de fala na vida e na cria o ideol gica que se prestam a uma determina o pela intera o verbal 111 A partir da exame das formas da l ngua na sua Interpreta o lingu stica habitual Seria poss vel dizer que quando o autor se refere a atos de fala isolados est falando dos enunciados E como seria exatamente a liga o entre os tipos de intera o verbal e as condi es em que
69. es de qualquer ordem Conclui tamb m que a quest o de pesquisa n o do Interesse de alguns professores que deve ser mapeado em estudos futuros Deste grupo de professores analisa o enunciado de uma professora cuja perspectiva a de que toda comunidade educacional deveria seguir a proposta pedag gica apresentada pelo governo qualquer que fosse ela Dentre os professores que se interessaram pela quest o maioria do grupo analisa o enunciado de um professor e conclui que ele prop e um ensino de F sica que prepare para a vida cotidiana e o mercado de trabalho Palavras chave Bakhtin forma o para o mercado professores de F sica objetivos do ensino de ci ncias ABSTRACT This study aims to investigate the perspective of high school Physics teachers regarding the relations between Physics teaching and the labour market and finds its Justification in both the relevance of the theme and in the large gap found in science education research about the subject Problematizes and articulates the conceptions of Arroyo Paro Lopes Frigotto Kuenzer e Silva on the relations between education and the labour market and strongly relies on Bakhtin s conception of linguistic phenomena particularly the concept of utterance and in the alterities between discoursive and empirical subjects It also presents a device for analysis of utterances based on the previous concepts The object will be teachers s utterances in the context of a continuing
70. es do ponto de vista do pesquisadores Ainda a partir do que trouxeram os professores analisados no caso a afirmativa da professora 3 de que a F sica a base do mundo seria poss vel supor tamb m que as rela es entre ensino de ci ncias e mercado de trabalho s o desinteressantes justamente pelo fato de a ci ncia ser uma esp cie de panaceia educacional A aprendizagem e o conhecimento dos conceitos cient ficos seria til em todas as dimens es da vida do indiv duo e o deixaria preparado para enfrentar qualquer situa o Se o ensino de F sica e a educa o em ci ncias de um modo geral servirem exclusivamente ao mercado ou dialogarem com ele o conhecimento cient fico ajudar o cidad o a realizar suas tarefas profissionais Se por outro lado o ensino de ci ncias estiver completamente desvinculado do mercado o conhecimento cient fico ajudar o cidad o a tomar decis es na vida pessoal Por este ponto de vista a discuss o sobre a rela o entre ensino de ci ncias e mercado de trabalho qualquer que fosse ela seria completamente desnecess ria ou como quer a professora 3 in cua Problematizado o sil ncio apresento uma proposta de encaminhamento Sugiro que as problematiza es que porventura se inaugurem sobre o tema na rea de ensino de ci ncias sigam as duas dimens es de Trein e Ciavatta 2003 que destaquei anteriormente uma dimens o consistiria de discuss es te ricas e outra de investiga es sobre
71. exerc cio da cidadania ao estabelecer o ensino fundamental gratuito e obrigat rio Isto significa que h um m nimo de conte dos culturais de que todo cidad o dever apropriar se para n o ser prejudicado no usufruto de tudo aquilo a que ele tem direito por pertencer a esta sociedade Assim sendo continuo acreditando que prover ao indiv duo elementos culturais necess rios sua vida em sociedade tamb m dar lhe condi es de desenvolver atividades produtivas al m das culturais e sociais de conviv ncia Frigotto 1988 bate duro nas rela es da elite com o trabalho afirmando que este sempre foi e sempre ser para os escravos vencidos e para as massas trabalhadoras Ele n o enxerga a t o sonhada igualdade social e vai al m E como poss vel manter a aparente igualdade legalidade e at legitimidade desta sociedade Isso se mant m mediante uma permanente viol ncia ideol gica que reduz e banaliza os conceitos de homem trabalho classe social e educa o O homem fica reduzido a uma abstrata concep o de racionalidade um ente geral despido de rela es sociais de rela es de poder e de domina o O trabalho de rica totalidade de rela es que envolve o conjunto do fazer humano trabalho produtivo arte lazer etc banaliza se na sua forma alienadora de emprego e sal rio A realidade das classes sociais que expressa a viol ncia das rela es humanas e sociais transmuta se num harm nico cont nuo
72. fora as imposi es que o mercado faz no mbito do mercado afirma que fenomenal o poder de pr mios para quem faz melhor e pux es de orelha para quem pisa na bola Castro 2008 E esses Incentivos levam a um resultado n o imediato mas uma eleva o do grau de produtividade cient fica Em muito caso essa rela o entre o mercado de trabalho e o curr culo influenciada pelos grandes empres rios que passam a sugerir metas para o curr culo O que acontece que os Integrantes de uma comunidade epist mica global s o consultores Internacionais atuantes no governo e ou nas ag ncias de fomento produtores de livros e documentos que analisam a situa o educacional dos pa ses e prop em solu es empres rios que discutem quest es relativas aos conhecimentos da escola Todos esses sujeitos organizam semin rios confer ncias publica es e difundem na m dia ideias relativas s pol ticas de curr culo LOPES 2006b E como a m dia possui alto poder de convencimento das pessoas essa difus o acaba por induzir e a preestabelecer mecanismos que tornam cada vez mais atrelado o sistema de ensino ao mercado de trabalho Pois os empres rios n o querem que sua produtividade caia da mesma forma que querem investir em tecnologia para favorecer a sua 188 produtividade Por outro lado o empregado n o quer ficar de fora e perder lugar para outro mais qualificado e a come a a press o em cima dos sistemas de ensino Br
73. garante por si s que as escolas e os alunos passar o a ter instantaneamente o seu rendimento elevado Por isso reafirmo s o adapta es poss veis s escolas entretanto para o efetivo sucesso na meta estipulada preciso estudo principalmente para a determina o e para consulta da viabilidade desta meta e uma eficiente administra o que saiba inclusive abrir m o do planejado inicialmente em face ao compromisso com a educa o e com os alunos J com rela o outra abordagem poss vel sobre a rela o entre o ensino de ci ncias e o mercado de trabalho primeira vista quando comecei a refletir observei a quest o apenas a partir da possibilidade de n s professores direcionarmos o ensino da ci ncia em especial a F sica de acordo com as necessidades e possibilidades do mercado Tal orienta o ocorreria atrav s da apresenta o das aplica es comuns de conceitos de F sica nas ind strias as forma es futuras que o aluno poderia seguir em cursos t cnicos tecn logos ou da gradua o o sal rio m dio desses profissionais e as reas em expans o em que se multiplicam vagas para jovens com conhecimento de F sica Ao considerar isto n o tive no 215 entanto a percep o do outro lado da moeda do quanto este comportamento do professor direcionado pela fala de empres rios em busca de m o de obra e como coopera com a possibilidade do desdobramento da escola em submiss o ao mercado de traba
74. identificar o enunciado ou seja o enunciado Inicia se no momento em que o falante toma a palavra para si e finaliza se no momento em que este termina o que gostaria de dizer permitindo que o outro tamb m fale 2 Leitura preliminar do enunciado O objetivo desta etapa o primeiro contato com os enunciados propriamente ditos identificando preliminarmente seus elementos lingu sticos l xico sintaxe estilo constru o composicional unidade tem tica rela o com o falante outros participantes conclusibilidade e procurando fazer uma articula o pr via entre o material lingu stico as quest es de pesquisa e os conceitos bakhtinianos 3 Descri o do contexto extraverbal A partir da leitura preliminar e da articula o pr via das quest es de pesquisa aos conceitos bakhtinianos ser realizada uma investiga o do contexto extraverbal para identificar dentre os v rios elementos aqueles que mais contribuir o para a an lise Esses elementos ser o ent o descritos e articulados com vistas a estabelecer o horizonte espacial comum dos interlocutores seu conhecimento e compreens o da situa o sua avalia o comum dessa 122 situa o o momento social e hist rico em que ocorre Essas informa es descritas nesta etapa s o coletadas anteriormente ao ato da enuncia o 4 An lise do enunciado Consiste em articular os elementos lingu sticos l xico sintaxe estilo constru o composicional unidad
75. imensos desafios e o principal 77 ldeles a retomada de educa o tecnol gica nos tr s n veis ensino m dio gradua o e p s r gradua o Espero que muitos engenheiros burocratas saiam das mesas de escrit rio e 9 voltem s origens atrav s de uma p s que recicle os conhecimentos hibernados e v fazer 80 lengenharia Que os jovens que est o no ensino m dio deixem de realizar o sonho dos pais e v 81 fazer engenharias ou exatas Os que optarem pelo ensino t cnico fa a o curso de n vel m dio e continuem com gradua o e p s tecnol gicas Esse desafio espero mude o atual paradigma que 83 lengessou o desenvolvimento do pa s em d cadas Deixemos de ser n o cientistas para sermos cientistas Todos n s ganharemos Quadro 5 Enunciado do professor 17 3 2 2 Perspectiva do autor criador O autor inicia o primeiro par grafo do texto estabelecendo uma rela o entre a F sica e o mercado de trabalho atual A partir do uso da palavra como na linha 1 prop e que o fato de a F sica ser um ci ncia b sica faria com que ela estivesse intimamente relacionada com o mercado de trabalho 1 1 e 1 2 O mesmo ent o deveria valer para as outras ci ncias que ele qualifica como b sicas Na linha seguinte afirma que pretende fazer a partir do que discutiu mais considera es sobre suas concep es de mercado de trabalho e sobre o que chama de paradigma relativo a esse mercado No par gra
76. l Educaci de la Universitat Aut noma de Barcelona 2009 RIBEIRO W C LOBATO W LIBERATO R C Paradigma tradicional e paradigma emergente algumas implica es na educa o tradicional Ensaio pesquisa em educa o em ci ncias Belo Horizonte v 12 n 1 p 27 42 jan abr 2010 RICARDO E C Educa o CTSA obst culos e possibilidades para sua implementa o no contexto escolar Ci ncia amp Ensino Campinas v 1 nov 2007 RICARDO E C ZYLBERSZTAJN A Os Par metros Curriculares Nacionais na forma o inicial dos professores das Ci ncias da Natureza e Matem tica do ensino m dio Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 12 n 3 p 339 355 dez 2007 Os par metros curriculares nacionais para as ci ncias do ensino m dio uma an lise a partir da vis o de seus elaboradores Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 13 n 3 p 257 274 dez 2008 ROCHA D DEUSDAR B An lise de Conte do e An lise do Discurso aproxima es e afastamentos na re constru o de uma trajet ria Alea estudos neolatinos Rio de Janeiro v 7 n 2 p 305 322 jul dez 2005 RODRIGUES J A educa o e os empres rios o horizonte pedag gico do capital In FRIGOTTO G CIAVATTA M Orgs A experi ncia do trabalho na educa o b sica Rio de Janeiro Lamparina 2005 p 101 112 Educa o polit cnica In PEREIRA I B LIMA J C F Orgs Dicion
77. mesmas EN propor es gt Entre 1979 e 1997 a Inglaterra foi governada por Margaret Thatcher 1979 1990 e John Major 1990 1997 ambos do partido conservador O per odo foi marcado pela implanta o do projeto neoliberal no Reino Unido que trouxe profundas transforma es econ micas pol ticas e sociais comunidade brit nica ao Reino Unido Dentre essas transforma es est o a mudan a nas formas de produ o das empresas que para fazerem face s margens de lucro cada vez menores passaram a usar as t cnicas da lean production just in time qualidade total etc a desregulamenta o do trabalho e enfraquecimento dos direitos trabalhistas justamente para legitimar essas formas de produ o flex vel e reduzir o custo social do trabalhador e finalmente o enfraquecimento e desmanche do movimento sindical uma vez que cada vez mais os trabalhadores atuavam de forma aut noma e 34 Na vers o publicada em 1996 e regulamentada pelo decreto 2306 97 da lei 9394 96 novamente repeti es e deslocamentos As ocorr ncias da palavra trabalho com sentido administrativo foram os estabelecimentos de ensino ter o a incumb ncia de IV velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente os docentes incumbir se o de IH elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta pedag gica do estabelecimento de ensino I a carga hor ria m nima anual da educa o b sica ser de
78. o desenvolvimento do projeto a ser trabalhado Aqui se inclui investimento em material e no espa o f sico da escola pensando em espa o pr prio para desenvolvimento de pesquisa em laborat rio N o podemos esquecer da forma o dos professores que uma das quest es mencionadas em 3 no qual descreve que a forma o dos licenciados esteve mais centrada sobre o projeto de fazer deles t cnicos de ci ncias do que de faz los educadores Quando muito acrescentou se sua forma o de cientistas uma introdu o did tica de sua disciplina Seus estudos n o est o muito preocupados em introduzi los nem pr tica tecnol gica nem maneira como ci ncias e tecnologias se favorecem nem s tentativas Interdisciplinares Contudo a escola e principalmente os alunos ficam a merc das decis es e pol ticas que frequentemente lhes mudam a dire o de seus objetivos e prop sitos E no final das contas o papel da escola acaba sendo aquele que se planejou h tempos atr s REFER NCIAS 1 PAR METROS CURRICULARES NACIONAIS Blegais 2 Gaud ncio Frigotto Forma o profissional no 2 grau em busca do horizonte da Educa o Polit cnica Caderno de Sa de P blica RJ 4 435 445 out dez 1988 3 Ger rde Fourez Crise no Ensino de Ci ncias Investiga es em Ensino de Ci ncias V8 2 pp 109 123 Namur Belgium 2003 184 ENUNCIADO PROFESSORA 3 Qual deve ser a rela o entre o ensino de
79. o entre economia e educa o cient fica quando problematiza a fun o social do Ensino de Ci ncias a partir de um balan o dos 20 anos das reformas educacionais de 1968 e 1971 Afirma que tais reformas tiveram por base a ideia de que as causas do subdesenvolvimento do pa s tinham sua raiz nas formas ultrapassadas de produ o e que a arrancada para o desenvolvimento correspondia aplica o de tecnologias avan adas e forma o de profissionais que dominassem estas tecnologias ARROYO 1988 p 5 Assim apesar de constantes dos curr culos e valorizados no discurso das institui es educativas sobre a qualidade do ensino os saberes human sticos terminaram preteridos em rela o aos cient fico tecnol gicos uma vez que estes e n o aqueles eram valorizados e demandados pelas empresas Com o passar do tempo essa dicotomiza o se aprofundou a ponto de constituir entre os professores uma esp cie de entendimento t cito de acordo com o qual o ensino de ci ncias prepararia para o trabalho enquanto o ensino de humanas e o autor destaca o apagamento do termo ci ncia formaria para a cidadania Os alunos tamb m seriam afetados pois perceberiam muito claramente a diferen a de import ncia entre exatas e humanas entre ci ncia t cnica e cultura pol tica por interm dio da diferen a de carga hor ria da dificuldade das avalia es e da postura dos professores dos dois grupos de disciplinas As disciplinas da rea de
80. o entre trabalho e trabalho abstrato afirmando que a partir de Marx poss vel fazer tr s distin es em rela o ao trabalho humano por meio dele nos diferenciamos dos animais ele uma condi o necess ria ao ser humano em qualquer tempo hist rico e que ele assume formas hist ricas espec ficas nos diferentes modos de produ o da exist ncia humana Afirma ainda que estas distin es nos permitem superar o senso comum e a ideologia que reduzem o trabalho humano forma hist rica que assume sob as rela es sociais de produ o capitalistas compra e venda de for a de trabalho trabalho assalariado trabalho alienado FRIGOTTO 2009 p 398 grifos meus Dando continuidade se o destaco que a categoria trabalho abstrato em Marx formada por duas subcategorias o trabalho produtivo e o trabalho improdutivo Apesar de numa concep o mais pr xima do senso comum um trabalho produtivo ou improdutivo estar associado respectivamente as ideias de efici ncia ou desperd cio esses conceitos t m um sentido muito preciso em Marx De acordo com Lessa 2009 durante a Idade M dia no escravismo ou no per odo primitivo um trabalho improdutivo seria da mais completa inutilidade uma vez que apesar das diferentes media es sociais de cada sistema de produ o o trabalho ainda estava muito pr ximo da produ o de valores de uso Assim nesse contexto falar em trabalho produtivo seria simplesmente redundante
81. o ideologia linguagem diferen as entre o sujeito bakhtiniano e o sujeito pecheutiano No que diz respeito s diferen as entre o pensamento de Bakhtin e o de Ducrot Brand o 2005 em sua Introdu o an lise do discurso afirma que ao retomar o conceito polifonia Ducrot exclui a no o de hist ria que para Bakhtin fundamental A historicidade de Ducrot se resume ao presente ao momento concreto da enuncia o BRAND O 2005 p 75 Aponta ainda que os analistas de discursos que se valem deste conceito prop em uma retomada da no o de historicidade presente na concep o original Zandwais 2007 ao Investigar as formas de apropria o reformula o e apagamento dos conceitos bakhtinianos nos estudos acad micos europeus contempor neos detalha mais as diverg ncias entre os pensamentos de Bakhtin e de Ducrot al m de tratar de algumas das consequ ncias desta exclus o da dimens o hist rica da linguagem Essa autora traz de Ducrot a ideia de que a enuncia o o acontecimento constitu do pelo aparecimento de um enunciado e ressalta que a dimens o hist rica que este autor d enuncia o n o est relacionada s determina es anteriores e exteriores a ela A historicidade da enuncia o de Ducrot est relacionada ao fato de ela ser um ato de fala tomado 101 notadamente em sua temporalidade e singularidade isto como um ato 1locut rio reduzido sua dimens o espa o tempora
82. o m nima de tr s anos ter como finalidades II a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o ou aperfei oamento posteriores e a prepara o geral para o trabalho e facultativamente a habilita o profissional poder o ser desenvolvidas nos pr prios estabelecimentos de ensino m dio ou em coopera o com institui es especializadas em educa o profissional J na se o referente educa o b sica as ocorr ncias s o a educa o b sica tem por finalidades desenvolver o educando assegurar lhe a forma o comum indispens vel para o exerc cio da cidadania e fornecer lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores os conte dos curriculares da educa o b sica observar o ainda as seguintes diretrizes III orienta o para o trabalho na oferta de educa o b sica para a popula o rural os sistemas de ensino promover o as adapta es necess rias sua adequa o s peculiaridades da vida rural e de cada regi o especialmente III adequa o natureza do trabalho na zona rural importante destacar que as ocorr ncias da palavra trabalho n o se limitam a setores mais gerais da legisla o chegando a trechos t o espec ficos quanto aqueles que tratam da educa o especial os sistemas de ensino assegura
83. o no Brasil passa que o educando ter um ensino que o ensina na vida como cidad o consciente de seus direitos e deveres assim como aceite o desafio do mundo do mercado de trabalho Na minha interpreta o o PCN chegou a um ponto de equil brio entre a primeira e a segunda ideologias Deve ter sido um trabalho intenso para que este texto tenha essa reda o Pode ter desagradado a gregos e troianos mas todos n s temos um norte para guiar os rumos da educa o do pa s 218 O atual momento do pa s crescimento com distribui o de renda aumento do consumo Interno do acesso Internet e inform tica revelou que a popula o tem sede de desejo a muitas coisas que n o podia ter no passado recente Com isso temos novos e imensos desafios e o principal deles a retomada de educa o tecnol gica nos tr s n veis ensino m dio gradua o e p s gradua o Espero que muitos engenheiros burocratas saiam das mesas de escrit rio e voltem s origens atrav s de uma p s que recicle os conhecimentos hibernados e v fazer engenharia Que os jovens que est o no ensino m dio deixem de realizar o sonho dos pais e v fazer engenharias ou exatas Os que optarem pelo ensino t cnico fa a o curso de n vel m dio e continuem com gradua o e p s tecnol gicas Esse desafio espero mude o atual paradigma que engessou o desenvolvimento do pa s em d cadas Deixemos de ser n o cientistas para sermos cientistas
84. o objeto a ser consumido usado constr i se uma rela o educativa negativa uma rela o de submiss o e aliena o isto nega se a possibilidade de um crescimento integral FRIGOTTO 1989 apud CIAVATTA 2009 p 413 No segundo ao fazer uma an lise pol tica das condi es em que trabalho e educa o se exercem na sociedade capitalista brasileira afirma que como a escola polit cnica articula os Interesses de classe dos trabalhadores preciso pensar a unidade entre o ensino e o trabalho produtivo o trabalho como princ pio educativo e a escola polit cnica FRIGOTTO 1989 apud CIAVATTA 2009 p 413 Entendo que esses dois trechos colaborem bastante para a compreens o da natureza dial tica do conceito de trabalho ou como prop e o pr prio Frigotto no t tulo de outro artigo a dupla face do trabalho cria o e destrui o da vida A Ideia que por mais que esteja claro o fato de que o trabalho abstrato sob o sistema capitalista alienador e mutilador da esp cie humana impedir o direito ao trabalho mesmo em sua forma capitalista de trabalho alienado uma viol ncia contra a possibilidade de produzir minimamente a pr pria vida e quando for o caso a dos filhos FRIGOTTO 2005 p 21 No limite mesmo o trabalho infantil considerado uma pr tica abjeta pelo autor teria uma dimens o de produ o m nima da vida da pr pria fam lia devemos tamb m abominar e lutar contra a explora
85. o trabalho no mercado e de acordo com suas regras a cura At aqui concordo integralmente com Paro e Lopes sobre a exist ncia de uma tentativa em muito mais casos do que gostar amos bem sucedida de fazer com que a educa o sirva exclusivamente aos interesses das empresas Destaco apenas que essa tentativa n o foi inaugurada pelo pensamento neoliberal tendo come ado em mbito internacional com as propostas de Bobbit em 1918 LOPES 2001 e em mbito nacional com as propostas da Confedera o Nacional da Ind stria na d cada de 1930 RODRIGUES 2005 Assim numa legisla o que est cada vez mais pr xima dos interesses empresariais faz todo o sentido tanto a redu o do trabalho ao trabalho abstrato quanto a descaracteriza o do trabalho como pr tica social e espa o de cidadania uma vez que os dois movimentos contribuem para a naturaliza o e consequente impossibilidade de supera o das atuais rela es de produ o Passo agora etapa seguinte mostrar por que considero que as propostas de Paro e Lopes se baseiam nas duas concep es apresentadas acima e terminam portanto refor ando o que pretendem combater Paro por exemplo demonstra em v rios pontos do texto familiaridade com o referencial marxista e com a natureza dial tica da categoria trabalho no que diz respeito a ontocria o e ontodestrui o No resumo por exemplo prop e que a escola v al m de sua fun o tradicion
86. ocorr ncias da palavra trabalho s o da ordem de uma ou duas dezenas nas DCNEM publicadas em 1998 h um total de 117 ocorr ncias da palavra trabalho Como a transcri o de todas seria algo por demasiado extenso e fora de prop sito apresentarei apenas as principais ocorr ncias dentre as 102 que apresentam sentido econ mico Antes de prosseguir ressalto o que foi dito na introdu o deste cap tulo as informa es quantitativas apresentadas tem por objetivo mostrar a participa o cada vez maior de termos com sentido econ mico nas legisla es e n o provar que os DCNEM est o 7 3 vezes mais vinculados economia do que a LDB de 1996 O primeiro aspecto a destacar s o as ocorr ncias da express o mundo do trabalho que n o custa resgatar tem sua origem na LDB de 1996 as quest es que envolvem o adolescente de hoje n o podem mais ser pensadas fora das rela es mais ou menos tensas com o mundo do trabalho fora de sua condi o de grande consumidor potencial de bens e servi os p 55 a contextualiza o no mundo do trabalho permite focalizar muito mais todos os demais conte dos do Ensino M dio p 80 essa prepara o geral para o trabalho abarca portanto os conte dos e compet ncias de car ter geral para a inser o no mundo do trabalho p 86 vincular a educa o ao mundo do trabalho e pr tica social p 92 a tecnologia o tema por excel ncia que permite contextualizar os
87. os do destinat rio real um tempo significativo depois de sua produ o O destinat rio real ao ler o enunciado ir tomar contato com rela es que os assuntos de que o autor fala a escolhas e rela es lexicais e sint ticas as refer ncias a falas de outras pessoas a articula o entre eles etc E a partir destes elementos construir uma imagem do autor do texto o autor criador Importante ressaltar que essa imagem n o coincide com o autor pessoa pelos mesm ssimos motivos que o destinat rio real n o coincide com o destinat rio suposto Nosso exemplo nos ajuda justamente porque nele o enunciado chega s m os do destinat rio real sem que este jamais tenha visto ou conhecido o autor pessoa o destinat rio real ir constru lo a partir da leitura que faz entre forma e conte do que v no enunciado que tem em m os Por esse ponto de vista o autor criador uma coautoria entre autor pessoa e destinat rio real no momento em que constru do a partir de um enunciado criado por aquele De fato o autor criador inser o minha n o pode e n o deve ser definido para n s como pessoa pois n s estamos nele n s abrimos caminho no sentido de sua vis o art stica s ao t rmino de uma contempla o art stica isto quando o autor deixa 10 A bem da precis o importante ressaltar que a foto nesse exemplo apesar de registrar a imagem do ser humano e parecer neutra principalmente quando comparada
88. os interlocutores olhavam para a janela e perceberam que come ava a nevar ambos sabiam que j se encontravam no m s de maio e que j era hora de chegar a primavera e finalmente ambos estavam cansados do prolongado e desapontados com a neve que ainda persistia em cair Dessa forma aponta o autor a palavra bem se expandiria em alguma express o metaf rica tal como que inverno teimoso ele n o vai parar e Deus sabe que hora VOLOSHINOVY e BAKHTIN 1976 p 8 Segundo o autor o contexto extraverbal apresentado acima compreende tr s fatores 1 o horizonte comum dos interlocutores a unidade vis vel neste caso a sala a janela etc 2 o conhecimento e a compreens o comum da situa o por parte dos interlocutores e 3 sua avalia o comum dessa situa o Cabe ressaltar que comum aqui n o significa necessariamente concord ncia ou coincid ncia com o horizonte real mas sim compartilhamento de determinada situa o entre sujeitos participantes onde o campo de alcance mais amplo o enunciado pode agir apenas se sustentando em fatores constantes e est veis da vida e em avalia es sociais substantivas e fundamentais VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 6 Assim diante do exposto conclui o autor que um enunciado concreto como um todo significativo compreende duas partes 1 a parte percebida ou realizada em palavras e 2 a parte presumida nesse sentido que o enunciado concreto pode ser compar
89. pap is que os PCNs prop e e que o mercado demonstra necessitar 1 2 e 1 3 promove um deslocamento da quest o original n o se trata mais de discutir qual deve ser a rela o entre ensino de F sica e mercado mas de 145 implementar uma rela o que j est posta definida pelos PCNs e demandada pelo mercado de trabalho importante atentar para o verbo cumprir 1 2 usado muito frequentemente para leis que refor a o car ter de prescri o e esvazia a relev ncia da discuss o No segundo par grafo a autora transcreve os trechos das bases legais dos PCN que detalhariam os pap is que entende terem sido propostos pelo PCN e que devem ser cumpridos No que diz respeito ao mercado a nica refer ncia direta est na palavra econ mico 1 13 No entanto levando em considera o a coes o e coer ncia do texto da autora criadora e o fato de que ela parece estar detalhando a ideia anterior poss vel supor que as compet ncias b sicas que permitam ao estudante desenvolver a capacidade de continuar aprendendo l 8 e 1 9 tamb m sejam parte das demandas do mercado importante ressaltar que o trecho escolhido pela autora criadora menciona explicitamente as considera es oriundas da Comiss o Internacional sobre Educa o inseridas na legisla o brasileira Entendo a partir da utiliza o do trecho em sua totalidade que a autora v essa influ ncia como positiva ou na pior das hip teses como
90. para o trabalho necessariamente acr tica e desprovida do exerc cio da cidadania Considero que n o conseguiremos mudar essa rela o que de fato existe ficando do lado de fora pelo contr rio as dificuldades s o muitas e a grande massa que exclu da ficar ainda mais alienada e exclu da se n o tiver as condi es de acesso ao mercado de trabalho garantidas Continuo concordando com o ponto de vista n 2 O ensino de f sica deve dialogar mas sem se restringir s demandas do mercado de trabalho Consciente da sociedade excludente em que vivemos uma das formas de diminuirmos a grande mis ria existente nas classes mais pobres uma educa o que prepare para o trabalho sem no entanto deixar de fundar uma luta mais ampla institucional e social que se trava no plano da estrutura pol tico social econ mica cultural e tica de nossa sociedade Frigotto certo que os meios utilizados pelo capital atrav s de uma l gica neoliberal chegou de forma contundente com a proposta de uma Gest o de Qualidade ISSO 90000 na qual os resultados a produtividade e efici ncia devem ser os objetivos mas tamb m certo que os atores que est o na linha de frente desse processo s o os profissionais da educa o e de forma especial os professores grande a nossa responsabilidade no sentido de fazer com que os nossos 181 alunos tenham uma educa o de qualidade uma educa o libertadora que lhes d autonomia que lhe
91. professor 17 tem entre 30 e 40 anos e bacharel e licenciado em F sica 1999 por uma universidade p blica Mora no distrito federal onde d aula no Ensino M dio da rede p blica na educa o de jovens e adultos tanto na modalidade presencial quanto na modalidade a dist ncia Acredita que para ensinar F sica a forma o dominante cient fica Como iremos repassar o m todo cient fico sem ter aprendido no banco da universidade Afirma tamb m que a outra ferramenta para ser professor de f sica a pedagogia de prefer ncia aliada pr tica Aprendeu sobre a metodologia Paulo Freire na universidade e teve dificuldade em aplic la em sala de aula pois foi trabalhar direto para o ensino m dio regular na poca que a decoreba dominava Paulo Freire na minha opini o ideal para o EJA Quando comecei a trabalhar no EJA tive que redescobrir Paulo Freire Entendo que isso reflete seu engajamento e respeito pelas pr ticas educacionais Dentre suas participa es destaco tr s A primeira aquela em que se posiciona pela primeira vez num f rum sobre a rela o entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho Ol a todos tudo bem O ensino de F sica est intrinsecamente relacionado com o mercado de trabalho atual que baseado nas novas tecnologias que n o s o t o novas assim O nosso problema era o acesso a elas 150 Explico atrav s de minhas experi ncias motocicl sti
92. professores que j estavam cadastrados na base de dados do InterA ge e na segunda far amos a divulga o para os professores em geral por interm dio de contatos com secretarias estaduais municipais escolas e pelo site da PR 5 No entanto como a primeira parte da divulga o foi suficiente para preencher as vagas oferecidas a segunda parte da divulga o ficou restrita publica o autom tica do curso no site da PR 5 Os 1 468 professores cadastrados no Inter Age foram avisados por email da oferta do curso entre os dias 15 e 17 02 O email continha uma ementa do curso e uma ficha de inscri o que em caso de interesse deveria ser preenchida e anexada ao email de resposta entre os dias 18 e 25 02 A equipe recebeu nesse per odo um total de 219 respostas 2 3 3 Distribui o de vagas e sele o Inicialmente seriam oferecidas 25 vagas No entanto levando em considera o o grande n mero de interessados e uma poss vel evas o a equipe decidiu aumentar o n mero de vagas para 40 Levando em considera o o princ pio da isonomia a equipe procurou distribuir essas vagas o mais equitativamente poss vel no que diz respeito 1 s regi es do pa s 11 atua o em escolas p blicas e privadas e 111 a diversidade em rela o ao tempo de formado A equipe 127 tamb m levou em considera o a atua o como professor de F sica e a forma o espec fica na rea importante destacar aqui que como os emails de s
93. quando capaz de produzir vantagens e benef cios econ micos LOPES 2002 p 396 A partir desses trechos seria poss vel conceber que o trabalho e as atividades econ micas fizessem parte de uma dimens o cultural mais ampla da vida Seria o caso de n o restringirmos a forma o s demandas da economia No entanto no t tulo do artigo afirma que existiria uma submiss o das propostas curriculares oficiais ao mundo produtivo com o sentido de mercado de trabalho De acordo com o dicion rio Aur lio a submiss o 1 o ato de submeter se a uma autoridade a uma lei a uma for a obedi ncia sujei o subordina o submiss o vontade divina ao poder econ mico s regras do jogo a submiss o dos vencidos 2 Disposi o para aceitar um estado de depend ncia docilidade a submiss o do cachorro a seu dono HOLANDA 1999 p 1894 Assim o mercado de trabalho seria o setor da sociedade que exerce a submiss o enquanto as pol ticas curriculares e de forma mais geral a educa o seriam as submissas Partindo do pressuposto de que uma rela o de submiss o nesse contexto completamente indesej vel e ainda que a insubmiss o ant nimo da submiss o o car ter daquele que insubmisso altivo independente HOLANDA 1999 p 1192 seria poss vel concluir que o uso da palavra submiss o nesse contexto contribui para o entendimento de que a educa o deve ser 70 independente do
94. que a elabora o de um dispositivo para a an lise bakhtiniana da linguagem deve estar firmemente ancorada em duas concep es exaustivamente reiteradas pelo autor BAKHTIN 2006a 2003a 2003b 2003c VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 a de que a an lise dos fen menos lingu sticos deve ser feita nas condi es concretas em que se realiza e a de que a real unidade da comunica o verbal e consequentemente de sua an lise n o a palavra a frase ou a ora o A real unidade para a an lise da comunica o verbal deve ser o enunciado J do ponto de vista operacional seria importante uma vez identificados os conceitos norteadores e a unidade de an lise estabelecer o conjunto de procedimentos a serem realizados Nesse caso uma investiga o dos textos de Bakhtin revela em vez das in meras ocorr ncias e desdobramentos dos conceitos de enunciado e linguagem poucas e abreviadas refer ncias quase como se fossem pistas sobre como deveria ser o conjunto de procedimentos de an lise propriamente ditos Uma dessas pistas encontrada em Marxismo e Filosofia da Linguagem apontada pelo tradutor de Os G neros do Discurso como um esbo o de um programa de estudo da linguagem Assim para elaborar os procedimentos deste dispositivo anal tico tomarei por base as diretrizes esbo adas em Marxismo e Filosofia da Linguagem No que diz respeito unidade de an lise tratarei do conceito de enunciado a partir do
95. que o enunciado precisamente delimitado pela altern ncia de falantes afirmando que nos g neros secund rios do discurso particularmente nos ret ricos encontramos fen menos que parecem contrariar a essa nossa tese Muito ami de o falante ou quem escreve coloca quest es no mbito do seu enunciado faz obje es a si mesmo e refuta suas pr prias obje es etc Mas esses fen menos n o passam de representa o convencional da comunica o discursiva nos g neros prim rios de discurso BAKHTIN 2003c 276 111 Assim enquanto vemos nos g neros prim rios os limites criados pela altern ncia real de sujeitos falantes s o as cicatrizes desses limites que est o nos g neros secund rios BAKHTIN 2003c 276 A transcri o de um di logo portanto faria com que cada turno de fala transcrito deixasse de ser um enunciado justamente por estar circundado pelo material lingu stico do mesmo falante no caso a pessoa que transcreveu o di logo Finalizo esta se o esperando ter sustentado as tr s seguintes ideias indispens veis tanto para a estrutura o quanto para a precis o do presente dispositivo 1 todo material lingu stico proferido por um falante e emoldurado pelo material lingu stico de outros falantes um enunciado 11 a altern ncia de falantes condi o suficiente para a identifica o e exist ncia de um enunciado 111 um trecho de um enunciado n o pode ser considerado um enunciado
96. rio da educa o profissional em sa de 2 ed Rio de Janeiro Fiocruz 2009 p 168 173 177 ROSA L G LEITE V D SILVA M M O curr culo de uma escola de forma o pedag gica e a dimens o ambiental dilemas entre teoria e pr xis Ci ncia amp Educa o Bauru v 14 n 3 p 583 599 2008 SANTOS J C et al An lise comparativa do conte do filo mollusca em livro did tico e apostilas do ensino m dio de cascavel Paran Ci ncia amp Educa o Bauru v 13 n 3 p 311 322 2007 SANTOS W L P MORTIMER E F Uma an lise de pressupostos te ricos da abordagem C T S Ci ncia Tecnologia Sociedade no contexto da educa o brasileira Ensaio pesquisa em educa o em ci ncias v 2 n 2 p 133 162 dez 2002 SARGENTINL V M O 2005 Bakhtin P cheux e Foucault preciso escolher nossas heran as In GEL Grupo de Estudos Ling sticos do Estado de S o Paulo S o Carlos SP Caderno de Resumos do 53 GEL Campinas 2005 SEP LVEDA C EL HANL C N Apropria o do discurso cient fico por alunos protestantes de Biologia uma an lise luz da teoria da linguagem de Bakhtin Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 11 n 1 p 29 51 mar 2006 SILVA D B R LOPES A R C Compet ncias nas pol ticas de curr culo recontextualiza o pela comunidade disciplinar de ensino de f sica Revista brasileira de pesquisa em educa o em ci ncias Rio de Janeiro v
97. seguem tal figurino Aluno n o mat ria prima Nem cliente Escola n o empresa O produtivismo inaceit vel E por a afora Educadores fervorosos n o se cansam de denunciar a mercantiliza o do ensino As palavras s o usadas como tacapes na esperan a de abater os infi is Existem tais assombra es CASTRO 2008 J a politecnia al m de ter servido como base para o projeto pol tico pedag gico da escola polit cnica de sa de Joaquim Ven ncio hoje com mais de 20 anos foi adotada tanto pelo governo do estado do Paran em 2005 quanto pelo do estado do Rio Grande do Sul em 2011 A concep o de Ensino M dio integrado RAMOS 2008 tamb m alinhada concep o marxista de educa o foi apresentada para a secretaria de Educa o do estado do Par em 2007 2008 No que diz respeito antiforma o Macedo 2009 afirma que a discuss o sobre as pol ticas curriculares do final da d cada de 1990 e in cio dos anos 2000 realizadas num cen rio Internacional em que os Estados ampliavam seu controle e diminu am as responsabilidades 93 sobre o investimento passava por cima das m ltiplas formas que assumiam as pol ticas salientando as semelhan as o papel de um Estado coeso em torno do ide rio neoliberal e as vincula es entre economia e pol ticas p blicas MACEDO 2009 p 88 No entanto mais recentemente a produ o da rea teria abandonado o foco no estatal ou na sua rela o co
98. sistema abstrato de signos valores e suas estruturas abstra do do contexto em que foi produzido preciso antes de tudo instalar se no terreno da l ngua e tom la como norma de todas as demais manifesta es da linguagem s a l ngua parece suscet vel de uma defini o aut noma e fornece um ponto de apoio satisfat rio para o esp rito SAUSSURE apud BAKHTIN 2006a p 86 J a linguagem a manifesta o viva da l ngua nas palavras do pr prio Saussure multiforme e heter clita participando de diversos dom nios tanto do f sico quanto do filos fico e do ps quico ela pertence ainda ao dom nio individual e ao dom nio social ela n o se deixa classificar em nenhuma categoria dos fatos humanos porque n o se sabe como isolar sua unidade SAUSSURE apud BAKHTIN 2006 p 86 Bakhtin discorda e duplamente Discorda no momento em que prop e um estudo da l ngua nas condi es concretas sociais e hist ricas de comunica o em que se realiza E importante ressaltar que o autor reconhece a exist ncia e a relev ncia do estudo das formas e normas da l ngua mas assinala que se descartarmos a multiplicidade das situa es materiais de fala 103 estaremos negligenciando aspectos centrais para a compreens o dos fen menos lingu sticos E tamb m no momento em que afirma existir sim uma unidade para o estudo de uma lingu stica da linguagem enquanto as frases per odos ou ora es sempre
99. teachers labor market goals of science education LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Participa o percentual no PIB por setor da economia 29 FIGURA 2 Ocorr ncias das express es parem de preparar para o trabalho e submiss o ao mundo produtivo nos peri dicos cobertos pelo Google Scholar 93 FIGURA 3 Retrato de Dora M ar de Pablo Picasso 118 FIGURA 4 Retrato de Dora M ar por Man Ray 119 FIGURA 5 Esquema das etapas do dispositivo anal tico 122 FIGURA 6 Guernica de Pablo Picasso 124 FIGURA 7 Pablo Picasso pintando Guernica 125 FIGURA 8 Diversidade regional dos professores cursistas Gerada pelo Google Analytics 128 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 Artigos em que foram encontradas as palavras chave por ano e peri dico 83 QUADRO 2 Artigos que apresentavam a rela o entre os objetivos do Ensino de Ci ncias e o mercado de trabalho por ano e peri dico 84 QUADRO 3 Registro dos autores usados no enunciado de cada um dos professores 137 QUADRO 4 Enunciado da professora 3 144 QUADRO 5 Enunciado do professor 17 153 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Distribui o de professores por tempo de forma o 128 TABELA 2 Distribui o de professores por tipo de escola em que trabalham 128 TABELA 3 Distribui o dos professores por forma o 129 SUM RIO PR LOGO POR UMA AN LISE BAKHTINIANA 13 CAP TULO 1 PROBLEMATIZA O 19 1 1 ARROYO E AS REFORMAS DE 1968 E 1971 23 1 2 PAREM DE PREPARAR PARA O TRABALHO A ANTIFORMA O 30 1 2 1
100. trabalho escravo apesar de ilegal quanto comunidades ca adoras coletoras 57 que cada sociedade se organiza para dar conta desse interc mbio uma constru o hist rica social e portanto plenamente pass vel de transforma o Por esse motivo tanto Frigotto 2009b quanto Lessa 2003 2007 afirmam que a compreens o dessa dimens o hist rica do trabalho seria uma das chaves para a supera o do atual modelo de produ o Ainda de acordo com Lessa 2007 Marx afirma que o conceito mais geral de trabalho o de Interc mbio org nico com a natureza por si s n o suficiente para compreender o sistema capitalista A chave para a compreens o do capitalismo estaria na an lise das formas constitu das historicamente n o custa ressaltar de organiza o e divis o do trabalho nesse sistema Sua principal caracter stica seria a produ o de mais valia por interm dio da transforma o do trabalho em mercadoria com o objetivo ltimo de valorizar o capital Foi justamente para designar este trabalho convertido em mercadoria que Marx criou a categoria trabalho abstrato importante ressaltar que o adjetivo abstrato n o quer indicar que o trabalho est relacionado a quest es intang veis ou do pensamento humano o trabalho abstrato surge quando o modo de produ o capitalista converte um trabalho que serviria a um fim concreto e cujo resultado teria valor de uso para quem o realiza em uma mercadoria que despida de s
101. uma vis o mais geral da filosofia da linguagem de Mikhail Bakhtin os elementos que seriam caracter sticos de uma an lise bakhtiniana principalmente os relacionados ao conceito de enunciado Aproveitarei este ensejo para abordar o conceito de perspectiva que tamb m consta do t tulo Espero que ao final deste cap tulo tenha conseguido deixar bem claros os motivos de abordar o conceito de an lise bakhtiniana antes do objeto de pesquisa propriamente dito e tamb m as suas principais dessa an lise Bakhtin 2006a apresenta sua concep o de linguagem a partir de cr ticas a duas das principais linhas de pensamento lingu stico de seu tempo aquela que qualifica de objetivismo abstrato e associa a Saussure e seus seguidores e a que qualifica de subjetivismo individualista proposta por Vossler e seus disc pulos Em linhas muito gerais o subjetivismo individualista consideraria a linguagem como uma forma de express o individual e completamente livre J o objetivismo abstrato consideraria a fala como uma simples materializa o do sistema abstrato da l ngua este sim o objeto de estudo da lingu stica Nas palavras do pr prio autor a verdadeira subst ncia da l ngua n o constitu da por um sistema abstrato de formas lingu sticas nem pela enuncia o monol gica isolada nem pelo ato psicofisiol gico de sua produ o mas pelo fen meno social da intera o verbal realizada atrav s da enuncia o ou das enunci
102. ximos par grafos Lessa 2007 apesar de reconhecer a import ncia hist rica de Saviani faz duras cr ticas a este autor e sua proposta de trabalho como princ pio educativo A cr tica se baseia em dois argumentos O primeiro diz respeito ao sistema de categorias criado por Saviani no momento em que prop e que o trabalho seja considerado princ pio educativo Lessa verifica que Saviani primeiramente afirma que a educa o necess ria ao trabalho e algumas p ginas adiante afirma que a educa o ela mesma trabalho Lessa ent o ressalta que uma rela o de necessidade deve ser mediada pela alteridade e nunca pela identidade uma vez que a media o da necessidade pela identidade termina levando tautologia posto que uma coisa sempre necess ria a si mesma Essa tautologia Inicial comprometeria as demais categorias 19 criadas por Saviani A educa o tamb m n o poderia ser trabalho pelo fato de o professor n o realizar diretamente o interc mbio org nico com a natureza e portanto n o realizar trabalho mas trabalho abstrato Acresce que o trabalho abstrato por ser eminentemente negativo n o poderia ser usado como princ pio educativo As cr ticas de Tumolo 2003 2005 usam o mesmo argumento importante destacar o que est em jogo e de que forma Primeiramente central compreender que tanto Lessa quanto Frigotto e Tumolo concordam quanto natureza dial tica do trabalho que seria simulta
103. 0 NASCIMENTO e J NIOR 20104 SILVA e MORTIMER 2010 NASCIMENTO e J NIOR 2010b FREITAS e AGUIAR JR 2010 MONTEIRO NARDI e FILHO 2009 BOSSLER et al 2009 MONTEIRO SANTOS e TEIXEIRA 2007 Considerando os textos levantados at aqui seria perfeitamente poss vel afirmar que a an lise de discurso e uma an lise de textos a partir dos conceitos bakhtinianos s o sin nimas ou pelo menos muito pr ximas No entanto ainda no mbito da pesquisa em ensino de ci ncias Ci ncia e Educa o Al Investiga es em Ensino de Ci ncias A2 Ensaio Pesquisa em Educa o em Ci ncias A2 Revista Brasileira de Pesquisa em Educa o em Ci ncias A2 Revista Brasileira de Ensino de F sica B1 98 dois trabalhos chamam a aten o justamente por sinalizarem a exist ncia de uma diferen a entre o pensamento bakhtiniano e a an lise de discurso particularmente a de linha francesa Silva e Mortimer 2010 afirmam que o conceito de g nero textual de discurso tem sido abordado por diferentes tend ncias do estudo da linguagem entre elas a Lingu stica Sist mico Funcional HALLIDAY 1985 e as abordagens s cio semi ticas que dela derivam a An lise do Discurso Francesa e as teorias Bakhtinianas SILVA e MORTIMER 2010 p 121 J Silva Baena e Baena 2006 ao problematizarem o texto como dado emp rico de linguagem na an lise de discurso de perspectiva francesa afirmam que a ideia de que o discurso n o est
104. 006 afirmam apenas que os desafios do mundo do trabalho alteraram o cen rio da educa o A forma como cada autor desenvolve as suas Investiga es pode ser vista a seguir Apoiados no trabalho de Chassot Pierson et al 2010 explicitam o principal foco do ambiente escolar como sendo o ac mulo de conhecimento cient fico em contraponto com a vis o que trazem de Sacrist n e P rez G mez de acordo com a qual a escola preparava os alunos para o mundo do trabalho e para a vida social em conson ncia com a ideologia liberal de individualismo e conformismo social SACRIST N e P REZ G MEZ 1998 apud PIERSON et al 2010 Bossler et al 2009 evidenciam que a literacia cient fica uma exig ncia da pr pria democracia pois s assim ser o dadas aos indiv duos capacidades para 90 por exemplo compreenderem e discutirem quest es tecnol gicas Al m disso afirmam que o ambiente escolar tem o objetivo de habilitar os indiv duos para a sua sobreviv ncia na sociedade preparando os para a responsabilidade que assumem nesta e para o mundo do trabalho Ribeiro et al 2010 apontam que os professores n o se sentem ainda preparados para atuar quando se fala em educa o inclusiva Acredita se que a licenciatura proporciona uma vis o mais cr tica da educa o ao indiv duo se comparada vis o de um aluno do bacharelado Esse aspecto surge em decorr ncia de que os cursos de bacharelado t m uma forma o para trabalhos de pesquisa
105. 008 Ricardo e Zylberstajn 2007 Ricardo e Zylberstajn 2008 Silva e Lopes 2007 Marcondes et al 2009 Figueiredo e Lopes 2009 os autores utilizam express o mundo do trabalho ao se reportarem s pol ticas curriculares nacionais PCNEM DCN DNEM e por vezes aos conceitos de compet ncias e habilidades extra dos destes documentos o ensino de ci ncias e o mundo do trabalho como podemos observar a seguir Pinheiro et al 2007 explicam que os objetivos dos PCNEM seriam desenvolver na pessoa valores e compet ncias necess rias sua Integra o sociedade o aprimoramento do educando como pessoa tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr tico e a prepara o e orienta o b sica para a sua integra o ao mundo do trabalho entre outros Os autores percebem que uma das preocupa es no Ensino M dio em rela o fun o social desse grau de ensino e de preparar o aluno para o ensino superior ou a forma o profissionalizante Rosa et al 2008 consideram que as modifica es acarretadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional BRASIL 1996 trouxeram um novo perfil para os cursos profissionalizantes atualmente de n vel m dio inclusive para os cursos de forma o de professores na modalidade normal Tais transforma es promoveram a supera o total do entendimento tradicional da educa o profissionalizante como simples instrumento de uma pol tica de demandas
106. 010 alterou o Art 6 para S o direitos sociais a educa o a sa de a alimenta o o trabalho a moradia o lazer a seguran a a previd ncia social a prote o maternidade e inf ncia a assist ncia aos desamparados na forma desta Constitui o 5 Na vers o analisada da LDB 1996 havia 23 ocorr ncias da palavra trabalho nove com sentido administrativo e 14 com sentido econ mico 37 1 2 2 Lopes as DCNEM e os PCNEM Em 2002 Alice Casimiro Lopes poca professora e pesquisadora da Faculdade de Educa o da Universidade Federal do Rio de Janeiro publicou na revista Educa o e Sociedade o artigo Os par metros curriculares nacionais para o ensino m dio e a submiss o ao mundo produtivo o caso do conceito de recontextualiza o Seu objetivo era demonstrar que o processo de produ o de um discurso curricular h brido nos Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino M dio tem por finalidade a inser o social no mundo produtivo LOPES 2002 p 386 Para mostrar que os Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino M dio PCNEM s o um discurso h brido a autora recorre aos conceitos de recontextualiza o de Basil Bernstein e de hibridismo de N stor Garcia Canclini Muito basicamente a recontextualiza o ocorreria no processo de movimenta o de um determinado texto por v rios contextos sociais A trajet ria dos PCNEM por exemplo teria sua origem na academia pass
107. 2 2 4 Bakhtin analisa um enunciado O autor do ensaio Discurso na vida e discurso na arte sobre a po tica sociol gica escrito em 1926 critica o m todo lingu stico formal em que toma se o verbal n o como um fen meno sociol gico mas de um ponto de vista abstrato defendendo a import ncia do m todo sociol gico para o estudo da po tica Mostra os v rios pontos em comum entre a palavra na arte e na vida cotidiana destaca a import ncia no enunciado e n o da palavra neutra para o estudo de ambas e vai al m apresentando de forma quase did tica um rar ssimo exemplo de an lise de enunciados Ocorre no entanto que esse ensaio est assinado por Voloshinov e n o por Bakhtin De acordo com o livro em que se encontra este ensaio Freudianism a marxist critique Academic Press New York 1976 o eminente estudioso V V Ivanov declarou em 1973 que todos os trabalhos assinados por Voloshinov e Medvedev foram na verdade escritos por Bakhtin No entanto Ivanov eximiu se de mostrar provas alegando ter conhecido testemunhas do fato VOLOSHINOV 1976 Isso foi suficiente para acender a conhecida pol mica acerca dos ditos textos disputados de Bakhtin que apesar de muito relevante e de contar com defensores ardorosos de todas as possibilidades autoria de um de outro e coautoria n o cabe no escopo desse projeto Por ora lembro que Voloshinov e Bakhtin trabalharam juntos por um bom tempo e aqui j n o h
108. 2007 explora algumas quest es que s o na verdade obst culos para a implanta o da Educa o Ci ncia Tecnologia e Sociedade CTSA na escola e chama aten o para o entendimento desse movimento em sua dimens o social e os efeitos da sua transposi o para a educa o formal Esse quadro envolve uma nova nfase no curr culo e a escolha de saberes modificadores em conte dos disciplinares Prop e se tamb m que a ci ncia e a tecnologia sejam assumidas como refer ncias dos saberes escolares e a sociedade e o ambiente sejam tratados como uma forma de aprendizagem Julga importante indagar sobre a forma o que se pretende obter por interm dio de uma educa o CTSA Sugere que essa forma o poderia preparar os jovens para o mundo do trabalho para o uso da ci ncia e da tecnologia de forma 91 consciente ou ainda aderir a objetivos mais espec ficos como o funcionamento de artefatos m quinas simples dispositivos eletr nicos e de comunica o RICARDO 2007 p 8 J Guimar es et al 2006 afirmam que os professores vivem um per odo de transforma o de concep es Esse quadro reflexo provavelmente da viv ncia por parte dos profissionais do processo de reestrutura o do curr culo Al m disso ressalta se que o ensino de Ci ncias esteve ao longo dos anos de certa forma agregado forma o tecnol gica quando falamos em formar pessoas para o mercado de trabalho Por fim Lima e Mau s 2006 apontam que
109. 7 n 1 2007 SILVA H C BAENA C R BAENA J R O dado emp rico de linguagem na perspectiva da an lise de discurso francesa um exemplo sobre as rela es discursivas entre ci ncia cotidiano e leitura Ci ncia amp Educa o Bauru v 12 n 3 p 347 364 dez 2006 SILVA T C A MORTIMER E F Caracterizando estrat gias enunciativas em uma sala de aula de Qu mica aspectos te ricos e metodol gicos em dire o configura o de um g nero do discurso Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 15 n 1 p 121 153 mar 2010 SILVA T T Identidades terminais as transforma es na pol tica da pedagogia e na pedagogia da pol tica 1 ed Petr polis Vozes 1996 SILVEIRA R M BAZZO W Ci ncia tecnologia e suas rela es sociais a percep o de geradores de tecnologia e suas implica es na educa o tecnol gica Ci ncia amp Educa o Bauru v 15 n 3 p 681 694 2009 SOARES A G COUTINHO F A Leitura discuss o e produ o de textos como recurso did tico para o ensino de Biologia Revista brasileira de pesquisa em educa o em ci ncias Rio de Janeiro v 9 n 2 2009 178 TUMOLO P S O significado do trabalho no capitalismo e o trabalho como princ pio educativo ensaio de an lise cr tica Trabalho necess rio NEDATE UFF ano 1 n 1 2003 O trabalho na forma social do capital e o trabalho como princ pio educativo uma articula o poss vel Ed
110. DWAIS A Org Mikhail Bakhtin contribui es para a filosofia da linguagem e estudos discursivos 1 ed Porto Alegre Sagra Luzzatto 2005 p 101 115 JUNIOR W E F Educa o anti racista reflex es e contribui es poss veis do ensino de ci ncias e de alguns pensadores Ci ncia amp Educa o Bauru v 14 n 3 p 397 416 2008 KRUMMENAUER W L COSTA S S SILVEIRA F L Uma experi ncia de ensino de f sica contextualizada para a educa o de jovens e adultos Ensaio pesquisa em educa o em ci ncias Belo Horizonte v 12 n 2 p 69 82 maio ago 2010 KUENZER A Z Educa o linguagens e tecnologias as mudan as no mundo do trabalho e as rela es entre conhecimento e m todo In CANDAU V Org Cultura linguagem e subjetividade no ensinar e aprender 1 ed Rio de Janeiro DP amp A 2000 p 135 160 LABOR In The Merriam Webster Online Dictionary 2012 Dispon vel em lt http www merriam webster com dictionary labor gt Acesso em 10 jan 2012 LAMBACH M MARQUES C A Ensino de Qu mica na educa o de jovens e adultos rela o entre estilos de pensamento e forma o docente Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 14 n 2 p 219 235 ago 2009 LEAL M C MORTIMER E F Apropria o do discurso de inova o curricular em qu mica por professores do ensino m dio perspectivas e tens es Ci ncia amp Educa o Bauru v 14 n 2 p 213 231
111. Ensino M dio como parte da educa o escolar dever vincular se ao mundo do trabalho e pr tica social Art 1 2 da Lei n 9 394 96 Essa vincula o org nica e deve contaminar toda a pr tica educativa escolar BRASIL 2000 p 10 Em quase toda a legisla o analisada o trabalho foi descaracterizado como pr tica social e como espa o de cidadania sendo exemplares e particularmente importantes as ocorr ncias dessa concep o logo nos primeiros dois artigos da LDB de 1996 que por tratarem da educa o de forma mais ampla e explicitarem as concep es do governo norteiam os artigos seguintes S o elas a educa o dever vincular se ao mundo do trabalho e pr tica social BRASIL 1996 s p no segundo par grafo do artigo primeiro e A educa o dever da fam lia e do Estado inspirada nos princ pios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho BRASIL 1996 s p no In cio do artigo segundo No que diz respeito distin o entre cidadania e trabalho entendido aqui como emprego oferecido em um mercado particularmente importante resgatar as concep es neoliberais das rela es entre educa o mercado e cidadania apresentadas por Gentili 1996 em Neoliberalismo e Educa o manual do usu rio O autor afirma que o neoliberalismo cri
112. Ferraz parceira de todas as horas cursos online e infind veis reuni es presenciais no skype Adiantou barbaramente minha vida tanto pela intelig ncia das contribui es e interlocu es quanto pela grande facilidade na conviv ncia com simpatia e bom humor a toda prova e olha que o que mais teve foi prova Dentre os assuntos que constam da disserta o nossas conversas contribu ram extensivamente para todos Assim a bem da justi a e do referencial bakhtiniano novamente fundamental que seja reconhecida como coautora Aos querid s da turma de ECS pela companhia e interlocu es privilegiadas Adriana Arrigoni Amanda Lima Am rico Pastor Ana Gabriela Souza Denise Pires da Silva Guilherme Torres Leonardo Rosas Leylane Bittencourt Luiza Ghetti Maria In s Ramos e Priscila Garcia Pelas consultorias em an lise do discurso querida Mariana Lioto e pelas consultorias econ micas ao economista e escritor Alexandre Brand o Ao professor Henrique Silva e professora Isabel Martins pelas valios ssimas contribui es na qualifica o E para fechar com chave de ouro bem amada M nica Lobo Por muito mais coisas do que eu seria capaz de dizer RESUMO Esta disserta o tem por objetivo investigar as perspectivas de professores de F sica do Ensino M dio sobre as rela es entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho e encontra sua justificativa tanto na relev ncia do tema como na grande la
113. Foi apenas com o desenvolvimento das rela es mercantis e com o consequente aumento de import ncia do valor de troca para a reprodu o social que os burgueses come aram a perceber a exist ncia de dois tipos de sal rios um que gerava lucro e outro que n o Se o mercado estivesse em condi es favor veis a contrata o de mais artes os por exemplo geraria mais produ o e consequentemente mais lucros J a contrata o de mais vigias gerentes ou contadores simplesmente oneraria o neg cio Foi a 60 partir de ent o que come ou a fazer sentido a distin o entre trabalho produtivo e improdutivo O primeiro aquele produtivo de lucro o segundo representa o custo do neg cio LESSA 2009 p 446 Frigotto tamb m ao apontar a especificidade dos sentidos de trabalho produtivo e improdutivo em Marx traz um excelente exemplo para a distin o entre essas duas categorias dif cil que a grande maioria dos professores mesmo com n veis de escolaridade elevados compreenda por que se de manh eles trabalham numa escola privada na qual s o explorados e pela tarde trabalham numa escola do Estado desmantelada na qual tamb m s o explorados pela manh seu trabalho produtivo e pela tarde improdutivo ou por que pelo fato de serem professores n o s o prolet rios ainda que trabalhadores expropriados FRIGOTTO 2009 p 172 Sobre este trecho tr s coment rios que julgo importantes O pr
114. Mar lia Amorim discorre sobre os conceitos de cronotopo e exotopia AMORIM 2006 A figura seguinte uma reprodu o da gravura retrato de Dora M ar feito por Pablo Picasso Figura 3 Dora era uma renomada pintora e fot grafa francesa que conheceu e casou se com Picasso em 1936 A gravura foi feita no ano seguinte quando Pablo e Dora comunistas militantes vivenciaram o pice da Guerra Civil Espanhola Na outra figura uma fotografia de Dora M ar feita por Man Ray Figura 4 a TA PR E er i 4 i Win Tihi Mie arr ce E RA Y u E m e j 7 EA PE ii g e a Ee Be a EN E B a EE i TES dif q 4 i e Tw 7 T r mari cc am mas Figura 3 Retrato de Dora M ar de Pablo Picasso 119 Figura 4 Retrato de Dora M ar por Man Ray Entendo que uma compara o entre a gravura de Picasso e a foto de Man Ray ambas consideradas enunciados p e em evid ncia o car ter inarredavelmente axiol gico e valorativo do enunciado e consequentemente do autor pessoa a respeito do s objeto s de sua fala Refor ando a presen a aus ncia dos elementos est ticos articulada s rela es estabelecidas entre eles o encontro entre forma e conte do que materializa a perspectiva desse autor pessoa Isso posto passo ao processo de leitura Nesta ocasi o o autor pessoa j ter dito o que tem a dizer e produzido o enunciado Em nosso exemplo esse enunciado chega s m
115. NINI 2011 p 1522 Haveria ent o um mercado interno formado por trabalhadores mais qualificados e que estariam mais protegidos e com melhores condi es de trabalho e um mercado externo formado por trabalhadores menos qualificados e que seria regido pelas regras da economia cl ssica Ainda segundo esta teoria haveria m ltiplos mercados de trabalho que se formariam e multiplicariam a partir das atividades profissionais da localiza o geogr fica dos postos de trabalho dos n veis de qualifica o das delimita es et rias Essa pluralidade explicaria por que mesmo em um per odo de desemprego generalizado poderia haver falta de profissionais em um determinado segmento No entanto para os autores essa teoria ainda seria excessivamente vinculada economia e por se basear principalmente em s ries hist ricas de dados teria um vi s bastante descritivo n o dando conta dos porqu s das transforma es o mercado Na teoria da segmenta o apesar de haver refer ncia ao Estado como agente regulador a an lise do mercado est limitada a o de trabalhadores e firmas sem considerar as constru es sociais de cada profiss o ou rea de atua o OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1525 Adiciona complexidade concep o de mercado de trabalho a interpreta o da sociologia econ mica em que passam a ganhar destaque as a es sociais dos atores que participam da forma o dos mercados Essas teorias ainda est o rela
116. OFESSOR 14 210 ENUNCIADO PROFESSOR 15 212 ENUNCIADO PROFESSORA 16 214 ENUNCIADO PROFESSOR 17 216 13 PR LOGO POR UMA AN LISE BAKHTINIANA Inicio esta disserta o com um cap tulo que tem por objetivo elaborar um conceito presente j no t tulo do trabalho o de an lise bakhtiniana Tomo esta inciativa por entender que uma an lise de textos filiada concep o bakhtiniana de linguagem deve ter in cio j no n vel da problematiza o e do tratamento dos referenciais te ricos e n o apenas no momento de an lise dos dados Por isso sua conceitua o deve anteceder at mesmo a defini o e a justificativa de relev ncia do problema de pesquisa que de um ponto de vista mais convencional deveriam constar do cap tulo inicial de uma disserta o Assim na tentativa de respeitar simultaneamente as quest es epistemol gicas e as relativas ao g nero textual em que o presente trabalho se insere pretendo ser o mais sucinto poss vel por ora deixando o tratamento de quest es mais profundas mas igualmente centrais para os outros cap tulos da disserta o Dentre elas destaco a discuss o sobre os motivos que me levaram a diferenciar a an lise bakhtiniana de uma an lise de discurso que apesar de muito importante ser abordada apenas no quadro te rico metodol gico justamente por necessitar de reflex es lingu sticas mais elaboradas e extensas Nas paginas seguintes apresentarei ent o a partir de
117. Polit cnica de Sa de Joaquim Ven ncio EPSJV tamb m juntamente a outros autores de clara filia o marxista Lessa e 2 Lessa 2007 chama a aten o para a diferen a entre ortodoxia e dogmatismo nos tempos p s modernos haveria uma identifica o indevida entre ambos gerando uma quase histeria coletiva contra a ortodoxia e pelo ecletismo mesmo na esquerda Pretende se afastar o dogmatismo adotando se n o menos dogmaticamente o ecletismo Inverte se o sinal mas a incapacidade permanece da mesma ordem a teoria n o vai al m de um reflexo empobrecido do real na melhor da hip teses LESSA 2007 p 10 A ortodoxia para o autor seria um procedimento metodol gico que dificulta a justaposi o de pressupostos entre si contradit rios o que por sua vez imprescind vel para que uma teoria tenha a coer ncia interna sem a qual n o poder refletir a unitariedade ontol gica ltima do real LESSA 2007 p 12 J a leitura imanente seria um procedimento que tomaria o texto como objeto e dentro de determinados limites sempre explicitados poderia fazer do texto o palco de experi ncias e campo de provas de conceitos e das suas inter rela es l gico te ricas LESSA 2007 p 17 Lessa 2007 chama a aten o tamb m para o fato de que as exig ncias metodol gicas da leitura imanente s o muito peculiares e distintas das investiga es emp ricas em ci ncias humanas Isso se deve diferen a entre a nat
118. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO AROALDO AZEVEDO VENEU PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE F SICA DO ENSINO M DIO SOBRE AS RELA ES ENTRE O ENSINO DE F SICA E O MERCADO DE TRABALHO uma an lise bakhtiniana RIO DE JANEIRO 2012 Aroaldo Azevedo Veneu PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE F SICA DO ENSINO M DIO SOBRE AS RELA ES ENTRE O ENSINO DE F SICA E O MERCADO DE TRABALHO uma an lise bakhtiniana Disserta o de Mestrado apresentada ao Programa de P s gradua o em Educa o em Ci ncias e Sa de N cleo de Tecnologia Educacional para a Sa de Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial obten o do t tulo de Mestre em Educa o em Ci ncias e Sa de Orientadora Profa Dra Flavia Rezende Valle dos Santos RIO DE JANEIRO 2012 Veneu Aroaldo Azevedo Perspectivas de professores de f sica do ensino m dio sobre as rela es entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho uma an lise bakhtiniana Aroaldo Azevedo Veneu 2012 220 f il 30 cm Orientador Fl via Rezende Valle dos Santos Disserta o mestrado Universidade Federal do Rio de Janeiro N cleo de Tecnologia Educacional para a Sa de 2012 Bibliografia f 169 178 1 Forma o profissional 2 Professores de f sica 3 F sica Ensino m dio I Santos Fl via Rezende Valle dos II Universidade Federal do Rio de Janeiro Nutes Programa de P s gradua o em Educa o em Ci ncias e Sa d
119. a es A intera o verbal constitui assim a realidade fundamental da l ngua BAKHTIN 2006a p 127 14 Durante o processo de intera o verbal o uso da mesma l ngua pelas v rias classes sociais terminaria fazendo com que o signo bakhtiniano tivesse uma natureza inarredavelmente ideol gica e valorativa classes sociais diferentes servem se de uma s e mesma l ngua Consequentemente em todo signo ideol gico confrontam se ndices de valor contradit rios O signo se torna a arena onde se desenvolve a luta de classes BAKHTIN 2006a p 46 diferentemente do signo lingu stico saussureano de natureza neutra Dentre os signos Bakhtin 2006a aponta a palavra como signo ideol gico por excel ncia e passando ao polo das cr ticas a Vossler afirma que a palavra n o seria fruto da livre express o de um pensamento interior mas seria sempre escolhida em fun o da pessoa do interlocutor Mesmo quando temos a sensa o de estarmos nos expressando livremente sobre um tema estar amos na verdade vendo esse tema a partir do prisma do nosso meio social concreto atrav s da palavra me defino em rela o ao outro isto em ltima an lise coletividade A palavra uma esp cie de ponte lan ada entre mim e os outros Se ela se apoia sobre mim numa extremidade na outra apoia se sobre o meu interlocutor BAKHTIN 2006a p 116 Bakhtin 2003a prop e tamb m um entendimento mais amplo do conceito de texto considera
120. a para o ambiente escolar Essas t cnicas seriam implementadas tanto no n vel da administra o escolar quanto e princialmente no n vel pedag gico Nessa perspectiva a crian a era entendida como um produto a ser moldado pelo curr culo de maneira a garantir sua forma o eficiente Essa efici ncia consistia no atendimento s demandas do modelo produtivo dominante LOPES 2001 s p A autora afirma tamb m que uma caracter stica marcante da concep o eficientista seria a de que os objetivos do curr culo deveriam ser planejados da forma mais completa e precisa poss vel antes de serem implementados Isso negaria a possibilidade de que os objetivos educacionais fossem definidos ao longo do trabalho teria como pressuposto uma concep o emp rico positivista de ci ncia a partir da qual a defini o pr via e precisa de objetivos permitiria que se exercesse o controle neutro sobre o trabalho a ser realizado 39 decis es ao pensamento cr tico e divergente etc No entanto ainda que a sociedade de hoje globalizada e tecnol gica seja muito diferenciada em rela o do in cio do s culo XX quando foram produzidas as principais teorias da efici ncia social permanece a finalidade de submeter a educa o ao mundo produtivo LOPES 2002 p 395 A autora ent o conclui que o alinhamento dos PCNEM s teses eficientistas n o se d apenas pelas listagens de compet ncias e habilidades mas tamb m pela defesa de
121. a lukacsiana a partir da ontologia do ser social Para Rodrigues 2009 os principais autores nacionais da rea da politecnia seriam Demerval Saviant Gaud ncio Frigotto Ac cia Kuenzer Luc lia Machado e o pr prio Jos Rodrigues J Ciavatta 2009 destaca apenas os dois primeiros De Saviani traz a afirma o de que o trabalho deve desenvolver numa unidade indissol vel os aspectos manuais e intelectuais Todo trabalho humano envolve a concomit ncia do exerc cio dos membros das m os e do exerc cio mental intelectual Isso est na pr pria origem do entendimento da realidade humana enquanto constitu da pelo trabalho SAVIANL 1989 apud CIAVATTA 2009 p 14 412 A import ncia de Saviani na hist ria da educa o de cunho marxista no Brasil tamb m ressaltada por Rodrigues 2009 que apesar de afirmar que textos que sustentam a proposta da politecnia no Brasil remontariam ao ano de 1955 essa proposta concep o de educa o ficou relativamente latente at a d cada de 1980 quando foi re jintroduzida no debate pedag gico por Dermeval Saviani atrav s do curso de doutorado em educa o na Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo RODRIGUES 2009 p 170 J de Frigotto Ciavatta 2009 destaca dois trechos O primeiro seria uma cr tica do autor ideologia crist e positivista de que todo trabalho dignifica o homem nas rela es de trabalho onde o sujeito o capital e o homem
122. a para si os seus destinat rios qual a for a e a influ ncia deles no enunciado disto dependem tanto a composi o quanto particularmente o estilo do enunciado BAKHTIN 2003c p 297 A conclusibilidade um aspecto interno do enunciado e que est intimamente relacionado altern ncia de sujeitos falantes Ela sinalizaria que o falante j teria dito tudo o que queria 107 dizer naquele turno de fala e assim caberia ao ouvinte responder ao enunciado importante ressaltar que resposta nesse contexto deve ser entendida de forma mais geral Nas palavras do pr prio autor o primeiro e mais importante crit rio de conclusibilidade do enunciado a possibilidade de responder a ele em termos mais precisos e amplos de ocupar uma posi o responsiva cumprir uma ordem por exemplo BAKHTIN 2003c 280 A conclusibilidade determinada por tr s fatores organicamente ligados entre si e ao todo do enunciado a exauribilidade do objeto e do sentido o projeto vontade de discurso do falante e as formas t picas composicionais e de g nero do acabamento A ideia que estes fatores combinados ou isoladamente sinalizam claramente a conclus o do enunciado e consequentemente o posicionamento responsivo do ouvinte A exauribilidade sem ntico objetal do tema do enunciado pode ser extremamente pr xima da completude nas quest es mais cotidianas e factuais como pedidos de informa es ordens etc ou ser bastant
123. a passariam a ser ent o e entendo ser esse um sentido mais profundo da afirmativa de Arroyo a express o moderna da repress o e do autoritarismo para a adolesc ncia e a juventude ARROYO 1988 p 9 Em vista de todo o exposto entendo que a proposta de uma forma o para o mercado de trabalho traga para a educa o um peso muito maior do que a j problem tica pecha de atender s demandas das empresas Devido ao contexto hist rico e pol tico em que foi Inserida no discurso educacional oficial brasileiro entendo que essa ideia tamb m traz todo o peso do aparato repressivo da poca Os deslocamentos de sentido da palavra trabalho as express es mercado de trabalho e qualifica o para o trabalho e ainda a ideia de que essa forma o um objetivo geral da educa o brasileira estariam portanto marcadas pelos 8 Dando continuidade ao racioc nio do autor seria poss vel concluir que o fato de as ci ncias e a matem tica serem a express o da repress o terminaria por transformar todos os professores dessas disciplinas em agentes da repress o Primeiramente entendo que uma generaliza o deste tipo seria imposs vel de sustentar principalmente porque mesmo na poca em que o artigo foi escrito era bastante f cil encontrar exemplos de professores autorit rios da rea de humanas e de professores humanos da rea de cient ficas tecnol gicas bastaria para isso procurar Assim penso que
124. a que a Uni o enviasse ao Congresso o plano nacional de educa o e fixou em dez anos o prazo para a avalia o deste plano Ainda de acordo com o autor esse movimento assim se configurou na medida em que o Brasil havia sido signat rio do documento chamado Declara o Mundial sobre Educa o para Todos GHIRALDELLI 2008 p 190 A Confer ncia Mundial de Educa o para Todos foi realizada em 1990 em Jomtien Tail ndia O documento final de tal confer ncia a Declara o Mundial sobre Educa o para Todos foi assinado por 155 pa ses entre os quais o grupo de nove pa ses que poca tinham as maiores taxas de analfabetismo do mundo o G 9 Bangladesh Brasil China Egito ndia Indon sia M xico Nig ria e Paquist o Aos integrantes do G 9 em particular os rg os financiadores do evento deram conselhos expl citos sobre as atitudes a serem tomadas GHIRALDELLI 2008 p 191 Financiaram a Confer ncia Mundial de Educa o para Todos a Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNESCO o Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF o Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD e finalmente o Banco Mundial Ainda no que diz respeito s rela es com a economia cumpre ressaltar que ao longo dos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso o Minist rio da Educa o ficou a cargo do economista Paulo Renato Souza Por um lado trabal
125. a teria um efeito an logo provocando um deslocamento das oportunidades de trabalho do setor industrial para o setor de servi os A revolu o tecnol gica provocaria tamb m uma coincid ncia entre as compet ncias exigidas para o desenvolvimento humano e aquelas necess rias s atividades produtivas No entanto advertem que essa aproxima o n o garante a homogeneiza o das oportunidades sociais um outro dado a considerar diz respeito necessidade do desenvolvimento das compet ncias b sicas tanto para o exerc cio da cidadania quanto para o desempenho de atividades profissionais A garantia de que todos desenvolvam e ampliem suas capacidades indispens vel para se combater a dualiza o da sociedade que gera desigualdades cada vez maiores BRASIL 2000 p 11 Com isso recolocar se ia o papel da educa o como elemento de desenvolvimento social muito embora as atividades profissionais estejam novamente apartadas do exerc cio da cidadania Os sentidos dessa separa o explorarei nas pr ximas se es 1 2 3 Polissemia e sinon mia poss vel perceber no conjunto de textos trabalhados at aqui uma profus o de palavras express es e concep es relacionadas economia de uma maneira geral e ao trabalho de forma particular Proponho que sejam divididas em dois grupos um que re na as palavras relativas atividade do indiv duo propriamente dito e outro que re na as palavras relativas ao espa o em qu
126. ado ao entimema VOLOSHINOV e BAKHTIN op cit p 6 39 Tao zn O entimema uma forma de silogismo em que uma das premissas n o expressa mas presumida Por exemplo S crates um homem portanto mortal A premissa presumida Todos os homens s o mortais nota do autor 113 O individual e o subjetivo tem por tr s o social e o objetivo Apenas o que todos n s falantes sabemos amamos reconhecemos apenas estes pontos nos quais estamos todos unidos podem se tornar a parte presumida de um enunciado VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 6 Assim ao falarmos sobre julgamentos de valores presumidos estes s ser o gt poss veis n o nas emo es individuais mas nos atos sociais e regulares Emo es individuais podem surgir apenas como sobretons acompanhando o tom b sico da avalia o social O eu pode realizar se verbalmente apenas sobre a base do n s VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 6 Voloshinov 1976 ainda salienta que o horizonte espacial comum pode expandir se tanto no tempo como no espa o dependendo do enunciado o presumido pode ser aquele da fam lia do cl da na o da classe e pode abarcar dias ou anos ou pocas inteiras p 6 e quanto mais amplo for o horizonte global e seu correspondente grupo social mais constantes se tornam os fatores presumidos em um enunciado p 6 Ainda em sua cr tica abordagem lingu stica formal e tamb m abordagem psi
127. ado como caracter stica da educa o conservadora apesar de a natureza da flexibilidade ser diferente em cada uma das propostas No nono par grafo o autor criador afirma que os PCN de F sica seriam uma terceira via nessa disputa 1 66 e teriam chegado a um ponto de equil brio entre a primeira e a segunda ideologias l 70 E da mesma maneira que os PCN geral mostra que o norte da educa o passa que o educando ter um ensino que ensina na vida como o cidad o consciente de seus direitos e deveres assim como aceite o desafio mercado de trabalho Afirma que a reda o dos PCN deve ter sido muito trabalhosa e desagradado a gregos e troianos mas todos n s temos um norte para guiar os rumos da educa o do pa s p 72 Esse par grafo encerra a estrutura de argumenta o come ada no sexto par grafo a educa o seria um campo de disputa de poder entre duas propostas bastante polarizadas a educa o para a vida e a educa o conservadora Os PCN seriam um ponto de equil brio uma terceira via que atenderia essas duas propostas Destaco as duas refer ncias ideia de que os PCN seriam um norte na linha 67 seria um norte para a educa o no Brasil e na linha 72 um norte para guiar os rumos da educa o no pa s Entendo a partir desse par grafo que o autor 158 criador tem uma leitura muito positiva dos PCN e atribui a eles o poder para nortear a educa o em n
128. ado de trabalho em cada setor influenciado pelas legisla es espec ficas desse setor pelos rg os de representa o de seus trabalhadores sindicatos federa es associa es pelas grandes corpora es do ramo e pela regulamenta o governamental Apesar de tamb m considerar a segmenta o do mercado de trabalho o enfoque da teoria institucional desloca se do estritamente econ mico para o social atentando para as normas e institui es sociais que regem e estruturam os diferentes territ rios que formam o mercado de trabalho A teoria institucional permite ampliar as possibilidades de an lise e compreender o mercado de trabalho como um espa o de rela es sociais em que atores trabalhadores empresas sindicatos governo rg os reguladores etc interferem na estrutura particular de cada segmento profissional ou empresarial Contudo n o destaca as disputas que existem quando estes atores est o interessados na manuten o ou mudan a de um determinado espa o ou posi o nas rela es desenvolvidas deixando de considerar o dinamismo das rela es sociais OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1529 Para dar conta dessas disputas os autores recorrem teoria de Bourdieu A partir dos conceitos bourdiestanos de campo e de habitus Oliveira e Piccinini 2011 apresentam uma conceitua o bastante complexa e sofisticada do conceito de mercado de trabalho A contribui o que fazem com este artigo chamar a a
129. ados o nivelamento do degrau e o retorno das discuss es descritas no quinto par grafo ao seu estado anterior antes descrito como fr volo e agora como in cuo A autora criadora encerra o texto no oitavo par grafo afirmando que a escola e o ensino de F sica atuais dificultam muito o cumprimento da rela o entre ensino da F sica e mercado de trabalho proposta pela legisla o Destaco aqui os pressupostos de que a legisla o estabelece uma rela o e que esta deve se cumprir 1 62 ou seja ser cumprida por todos 148 3 1 3 Perspectiva da professora autora pessoa Entendo ser importante come ar a abordagem da quest o de pesquisa propriamente dita com uma abordagem das marcas do destinat rio suposto e do contexto extraverbal que se fazem muito presentes neste texto nos momentos em que a autora se refere s discuss es apresentadas pela equipe Inter Age na segunda atividade No primeiro momento no quinto par grafo a autora pessoa escolhe primeiramente trazer seu ponto de vista para o n vel do dito quando poderia simplesmente ter se eximido de falar a respeito como foi o caso da forma o pedag gica dos professores no sexto par grafo E uma vez tomada a decis o de dizer escolheu dentre todas as formas poss veis de se referir s discuss es menos relevantes enfraquecidas saem do foco deslocam a quest o etc escolheu qualific las como fr volas No sexto par grafo passa
130. al de preparar para o trabalho alienado e para o ingresso na universidade e se disponha a preparar para o viver bem e para o efetivo exerc cio da cidadania PARO A palavra mercado nesta situa o tem um sentido um pouco distinto do que foi exposto at agora fazendo refer ncia l gica do mercado capitalista baseada na competi o na regulamenta o fraca inexistente por parte do governo no triunfo dos mais aptos e outras concep es que de uma maneira geral seriam incompat veis com um direito de todos os cidad os No entanto Gentili usa as express es mercado de trabalho e mundo dos empregos com os mesmos sentidos j tratados aqui e descreve a concep o neoliberal da rela o entre mercado de trabalho e educa o de forma muito direta Por outro lado importante destacar que quando os neoliberais enfatizam que a educa o deve estar subordinada s necessidades do mercado de trabalho est o se referindo a uma quest o muito espec fica a urg ncia de que o sistema educacional se ajuste s demandas do mundo dos empregos Isto n o significa que a fun o social da educa o seja garantir esse empregos e menos ainda criar fontes de trabalho Pelo contr rio o sistema educacional deve promover o que os neoliberais chamam de empregabilidade GENTILI 1996 68 1998 p 1 Mais adiante prop e tamb m que escola fundamental deve ser reservada a tarefa de contribuir em sua especificidade para a
131. al e em 1999 os Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino M dio PCNEM Os Par metros foram publicados sob a forma de uma cole o de livros com indica es a respeito do que era poss vel fazer em cada escola GHIRALDELLI 2008 p 205 e ao contr rio das DCNEM desfrutaram de bastante popularidade sendo discutidos pelos professores e pela sociedade em geral A pr pria Lopes 2002 afirma que apesar de inseridos numa contexto mais amplo de reforma educacional que inclui a expans o de vagas e melhoras da infraestrutura nas escolas a forma o de professores a dist ncia e projetos como o Escola Jovem financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento os PCNEM v m se constituindo como a express o maior da reforma desse n vel de ensino no Brasil LOPES 2002 p 387 Para a autora os 42 princ pios curriculares utilizados pelas equipes disciplinares para produzir os PCNEM como a interdisciplinaridade contextualiza o compet ncias etc foram definidos anteriormente pelas DCNEM Ghiraldelh 2008 tamb m ressalta a ideia de que caberia s DCN mais complexas do ponto de vista conceitual nutrir os PCN Assim mapeada a rela o entre o enunciado de Lopes 2002 e o contexto em que foi produzido e assim justificado o seu intenso di logo com os PCNEM e as DCNEM passo a fazer uma investiga o da ocorr ncia da palavra trabalho nestes documentos Enquanto nas LDBs de 1971 e 1996 as
132. almente situados No entanto essa an lise teoria n o seria formalmente organizada nem deveria apresentar categorias a priori aplicadas de forma mec nica a textos e discursos com a finalidade de compreender formas de produ o de sentido num dado discurso numa dada obra num dado texto BRATT 2006 p 14 A an lise neste caso estaria muito mais baseada na postura dial gica do pesquisador e na sua filia o aos conceitos chave da teoria do que propriamente no uso de um m todo estruturado e organizado de antem o Para a autora esta pouca estrutura o inicial n o se constituiria em problema uma vez que as contribui es do c rculo para uma teoria an lise dial gica do discurso n o configurariam uma proposta fechada e linearmente organizada mas um corpo de conceitos no es e categorias que 99 especificam a postura dial gica diante do corpus discursivo da metodologia e do pesquisador BRATT 2006 p 29 Destaco aqui que se levarmos em considera o as ideias de Brait constantes dos par grafos anteriores a resposta pergunta guia se desloca um sim praticamente categ rico para um sim mas nem tanto ou porque n o dizer um mais ou menos As palavras teoria e dial gica inseridas pela autora na express o que prop e teoria an lise dial gica do discurso seriam no meu entendimento as marcas da exist ncia de diferen as significativas entre a an lise bakhtinia
133. amento cr tico do saber comunicar se da capacidade de buscar conhecimento Contudo o autor em 1 menciona que a educa o surge como uma utopia necess ria indispens vel humanidade na sua constru o da paz da liberdade e da justi a social Os textos analisam e descrevem como deveria ser a educa o ou o que dever amos esperar dela Apontam os problemas e mostram o perfil do aluno que a din mica industrial necessita E o que o ensino de f sica tem com tudo isso Primeiramente levando em considera o essa gama extensa de compet ncias que d o a escola papel de uma institui o n o real ut pica Tantos objetivos a se alcan ar E os que foram planejados n o s o mais objetivos Ent o o ensino de f sica como qualquer outra ci ncia fica a meio de tantas obriga es e expectativas que chega a frustrar todos Portanto nada tem a contribuir para o desenvolvimento de compet ncias para o mercado de trabalho Isso um fato local regional Do modo como o ensino de f sica se relaciona no presente Agora segundo o que se espera da rela o entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho est claramente exposto nos textos 1 e 2 O primeiro texto enfatiza uma rela o intima s lida e estruturada considerando que o mundo tecnol gico necessita das compet ncias descritas anteriormente O ensino de f sica tem papel singular para o desenvolvimento de tais compet ncias O segundo texto d nfase forma o polit
134. amento da dimens o hist rica e consequente naturaliza o das atuais rela es de produ o Tamb m colaboram para a naturaliza o das atuais rela es de produ o tanto as repetidas distin es entre trabalho e pr tica social quanto a distin o entre trabalho e cidadania que de acordo com Gentil 1996 est na raiz da concep o neoliberal sobre educa o Em seguida pretendo mostrar que apesar de concordar com a exist ncia e relev ncia da quest o identificada por Lopes e Paro os encaminhamentos e solu es apontados por ambos os autores por se constitu rem em simples ant tese das concep es 66 criticadas da o termo antiforma o terminam refor ando as bases conceituais das propostas que pretendem enfrentar alterar Assim vejamos Em vista do exposto nas se es anteriores a primeira parte bastante simples de mostrar desde a LDB de 1971 o uso da palavra trabalho em sua acep o econ mica e sempre com sentido de emprego foi cada vez mais frequente nas legisla es analisadas Entendo que em toda a legisla o esse trabalho reduzido sua forma hist rica atual considerado algo exclusivamente positivo A ideia de que a educa o deve estar vinculada a esta concep o de trabalho tamb m pode ser encontrada numa grande quantidade de trechos j destacados na an lise da legisla o Exemplar neste caso o trecho da LDB em que se afirma que na perspectiva da nova Lei o
135. amentos e tamb m os principais autores brasileiros que trataram da educa o polit cnica escolhendo dentre eles Gaud ncio Frigotto e Ac cia Kuenzer Frigotto por sua 22 longa produtiva e respeitada hist ria na pesquisa e publica o sobre o tema foi dos primeiros autores brasileiros a publicar sobre o assunto foi um dos fundadores do grupo Trabalho e Educa o da Anped e ainda hoje um dos que mais publicam a respeito Al m disso foi um dos art fices da implanta o da Escola Polit cnica de Sa de Joaquim Ven ncio da Hocruz pautada justamente pelos princ pios da politecnia Kuenzer tamb m tem forte filia o ao pensamento marxista e tamb m participou da funda o do grupo de trabalho Trabalho e Educa o da Anped Al m disso investigou profundamente as transforma es no sistema produtivo causadas pela inser o das novas tecnologias de base microeletr nica e de gest o A partir disso elabora uma interessante proposta sobre o papel que o conhecimento cient fico desempenharia na sociedade de hoje muito diferente em tese da sociedade a que Arroyo se referia no trabalho de 1988 As cr ticas politecnia trago as de duas fontes a primeira a partir do pr prio pensamento marxista particularmente das reflex es de Tumolo e Lessa envolvidos com Frigotto num interessante debate publicado na Revista Brasileira de Educa o Em disputa est a possibilidade de o trabalho ser usado como princ pio educativo
136. ando que basta apenas baixar uma lei que tudo se cumpre Os PCN tamb m estabelecem que o ensino atual deve estar calcado em desenvolvimento de compet ncias e habilidades e coloca De que compet ncias se est falando Da capacidade de abstra o do desenvolvimento do pensamento sist mico ao contr rio da compreens o parcial e fragmentada dos fen menos da criatividade da curiosidade da capacidade de pensar m ltiplas alternativas para a solu o de um problema ou seja do desenvolvimento do pensamento divergente da capacidade de trabalhar em equipe da disposi o para procurar e aceitar cr ticas da disposi o para o risco do desenvolvimento do pensamento cr tico do saber comunicar se da capacidade de buscar conhecimento Estas s o compet ncias que devem estar presentes na esfera social cultural nas atividades pol ticas e sociais como um todo e que s o condi es para o exerc cio da cidadania num contexto democr tico Bases Legais dos PCN 185 Se essas s o as compet ncias as quais assegurar o ao aluno ser um futuro cidad o inserido no mundo do trabalho teoricamente a F sica mais que cumpre esse papel afinal no desenvolvimento de seu conte do est intr nseco o desenvolvimento das compet ncias acima citadas E assim se torna fr vola qualquer discuss o como as colocadas pelos pensadores que acham que Ensino de ci ncias deve ser desvinculado do mercado de trabalho como colocam Lopes e Paro
137. ao tra o de Picasso igualmente axiol gica e valorativa ngulo posicionamento do corpo do fotografado cen rio ilumina o enquadramento etc materializam a pesrpectiva do fot grafo sobre o fotografado 120 de guiar ativamente nossa vis o que objetivamos o nosso ativismo o nosso ativismo o ativismo dele vivenciado sob a dire o dele em uma certa pessoa imagem individual do autor que frequentemente situamos de muito bom grado no mundo das personagens por ele criado BAKHTIN 2003e p 191 Assim o mesmo processo que leva o destinat rio real a construir uma imagem do autor criador o leva tamb m a identificar um princ pio de vis o ou seja a perspectiva deste autor em rela o ao objeto de sua fala Analogamente essa perspectiva n o coincide com a perspectiva do autor pessoa Para articular as duas perspectivas retorno a Picasso e Dora M ar O retrato como afirmei anteriormente foi pintado na poca da guerra Assim poss vel afirmar que Dora viu a guerra e Picasso restituiu o que viu do olhar de Dora olhando a guerra Essa restitui o justamente por ser uma coautoria por ser um olhar sobre um olhar nunca conseguir restituir integralmente o olhar original Noutras palavras o retratista tenta entender o ponto de vista do retratado mas n o se funde com ele Ele retrata o que v do que o outro v o que olha do que o outro olha De seu lugar exterior situa o retratado num ambiente que a
138. apropria o de concep es de Bakhtin Volochinov por estudos acad micos europeus contempor neos Filologia e Lingii stica Portuguesa v 9 p 407 424 2007 ZULIANI S R HARTWIG D R A influ ncia dos processos que buscam a autoforma o uma leitura atrav s da fenomenologia e da semi tica social Ci ncia amp Educa o Bauru v 15 n 2 p 359 382 2009 179 ANEXO A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO interfige ambiente Virtual de Forma o de Professores TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Dados de identifica o Titulo do Projeto Educa o em Ci ncias na perspectiva dos seus protagonistas Pesquisador Respons vel Flavia Rezende Valle dos Santos Institui o a que pertence o Pesquisador Respons vel Laborat rio de Tecnologias Cognitivas N cleo de Tecnologia Educacional para a Sa de Universidade Federal do Rio de Janeiro Telefones para contato 21 2560 6614 O Sr est sendo convidado a a participar do projeto de pesquisa Educa o em Ci ncias na perspectiva dos seus protagonistas de responsabilidade da pesquisadora Flavia Rezende Valle dos Santos Objetivos do estudo O projeto tem por objetivo investigar o discurso de agentes do ensino de ci ncias e analisar criticamente sua rela o com ferramentas culturais como a tecnologia o curriculo e as politicas curriculares A perspectiva de professores e de estudantes sobre objetivos qualidade aspectos metodol gi
139. aram que a maioria dos participantes apresenta uma vis o ainda incipiente sobre o assunto apenas 13 consideram que ci ncia tecnologia e sociedade est o interligadas Um destes participantes por exemplo alerta para a necessidade de os empres rios come arem a produzir inova es tecnol gicas levando em considera o as quest es sociais Esse aspecto refor a o pensamento de que deve haver um desenvolvimento cient fico e tecnol gico mas com responsabilidade social e que juntos devam se voltar para tarefas pr ticas e n o ser dirigidos de acordo com os antigos sistemas econ micos pol ticos e morais Ainda dentro desse grupo poss vel observar que para alguns a educa o a respons vel por oferecer a base para desenvolver indiv duos mais conscientes e aptos a promover solu es para as necessidades da comunidade que os cercam Nesse ponto a educa o acarreta a solu o de problemas do dia a dia 87 No entanto a partir dessa pesquisa os autores observaram que a maioria dos entrevistados apresentou certo desconforto quando questionados sobre a rela o da sociedade com o contexto cient fico e tecnol gico Como consequ ncia em muitas situa es foi preciso elaborar e fazer a pergunta de maneiras diversas para que os entrevistados pudessem desenvolver seus coment rios Esse aspecto evidencia que a quest o social do desenvolvimento cient fico e tecnol gico nem sempre colocada em reflex o ou est presente nas
140. aria ao contexto oficial do Estado e j na condi o de pol tica p blica chegaria ao contexto escolar propriamente dito Durante esse percurso o texto seria modificado pois estaria sujeito a processos de simplifica o condensa o e reelabora o desenvolvidos em meio aos conflitos entre os diferentes interesses que estruturam o campo de recontextualiza o LOPES 2002 p 388 Em seguida destacando o car ter h brido da cultura e qualificando o campo curricular como uma produ o eminentemente cultural prop e que poss vel compreender a recontextualiza o como desenvolvida pela forma o de h bridos Deste modo as propostas curriculares oficiais como os PCNEM podem ser interpretadas como um h brido de discursos curriculares produzidos por processos de recontextualiza o LOPES 2002 p 389 Em rela o a estes processos destaca que os textos no momento em que s o refocalizados deslocados das quest es que levaram sua produ o e redirecionados a outras quest es aquelas relevantes ao grupo que o recontextualiza passam a ter outras finalidades educacionais A ambiguidade dos textos portanto marca indel vel do seu processo de produ o e circula o e n o deve ser tomada imediatamente como algo bom ou ruim em si nesse caso n o existe um sentido negativo de adultera o dos textos supostamente originais mas revela se a produ o de novos sentidos cumprindo finalidades sociai
141. as as caracter sticas b sicas do conceito de trabalho em Marx juntamente com 55 aquelas necess rias linha de argumenta o que pretendo seguir Farei essa apresenta o a partir de tr s pontos de vista O primeiro deles o de S rgio Lessa professor do departamento de Filosofia da Universidade Federal de Alagoas UFAL Pesquisador das obras de Marx e Luk cs procura sempre a partir de um ponto de vista ortodoxo realizar uma leitura imanente dos conceitos investigados O outro ponto de vista o de Gaud ncio Frigotto professor e pesquisador com vasta experi ncia e tradi o na rea de trabalho e educa o Titular aposentado pela UFF onde continua como colaborador professor adjunto na UERJ onde ministra as disciplinas Economia Pol tica da Educa o na gradua o em pedagogia e Epistemologia da Educa o e Teoria da Educa o no programa de p s gradua o em pol ticas p blicas e forma o humana Lessa e Frigotto juntamente com S rgio Tumolo est o envolvidos numa interessant ssima discuss o sobre o uso da categoria trabalho como princ pio educativo publicada pela Revista Brasileira de Educa o Essa discuss o muito elucidativa e profunda tem por base as diferentes leituras que estes autores fazem de aspectos bem espec ficos de algumas categorias marxistas Apesar das importantes diverg ncias Lessa e Frigotto reconhecem um ao outro como autores filiados ao pensamento marxista A Escola
142. as participa es que a professora fez no curso destaco tr s situa es A primeira foi realizada na segunda etapa quando os tutores problematizamos a ideia de que viver amos numa sociedade completamente conectada internet Essa problematiza o foi feita a partir dos dados do Comit Gestor da Internet no Brasil CGT br e da participa o de um outro professor da cidade de S o Paulo Ao se mudar 142 do centro da cidade para a periferia esse professor encontrou s rias barreiras tecnol gicas como servi o de internet lenta pouca disponibilidade de aplicativos para a plataforma que utilizo Debian Linux 64 bits grande n mero de alunos com acesso ruim ou nenhum Internet apesar de estar a apenas 30km do centro de S o Paulo J a pesquisa realizada pelo CGLbr em 2009 parte de uma s rie hist rica com in cio em 2007 apontava que 47 dos brasileiros 43 no a cidade 68 no campo declararam JAMAIS ter usado computador Entre as pessoas de 10 a 15 e de 16 a 24 15 declararam a mesma coisa Al m disso 31 dos jovens entre 10 e 15 anos e 22 dos jovens entre 16 e 24 anos declararam jamais terem acessado a Internet Apesar de a metodologia de amostragem seguir padr es internacionais a professora 3 questionou esses dados e a signific ncia da amostra afirmando que a grande maioria dos jovens j entrou em internet sim seja na lesma da escola seja em casa ou mesmo em lanhouses ou em servi os que alguns luga
143. aslavsky 2000 apud LOPES 2006b afirma que os curr culos j mudaram em virtude das press es fornecidas pelo mercado justamente porque n o podemos isolar as coisas segundo ele no que se refere ao n vel m dio de ensino por exemplo difundida a compreens o de que os curr culos mudaram e precisavam mudar porque h uma diminui o dos empregos um crescimento do setor de servi os e do trabalho informal o desenvolvimento de mudan as cada vez mais r pidas nos perfis das ocupa es dispon veis e nas habilidades requeridas para tais perfis exigindo uma readequa o desse n vel de ensino ao mercado de trabalho Readequa o esta que se os educadores n o pensarem por livre e espont nea vontade o pr prio desenvolvimento acaba por for ar aos educadores a mudarem sua forma de abordagem a forma como tratar os conhecimentos cient ficos como relacionar com as diversas reas do conhecimento Outro fator que acabam influenciando o comportamento dos indiv duos a promo o de pr mios para aqueles que se destacarem ou priva es para os menos esfor ados As empresas criam Incentivos e penalidades para os funcion rios visando a motivar seu 66 comportamento CASTRO 2008 assim como escolas que v o das medalhas at as medidas dr sticas de expuls o CASTRO 2008 Qualquer pesquisador avaliado a priori pelas sua publica es ao ponto de que muitos chegam a publicar bastante mas qual o grau de relev
144. atualiza o hist rico cultural dos cidad os Isso implica uma prepara o para o viver bem para al m do simples viver pelo trabalho e para o trabalho PARO 1998 p 9 Em ambos os casos o uso da palavra al m deixa muito claro que tanto a cidadania quanto o bem viver e a atualiza o cultural incluiriam o trabalho 66 e possivelmente de forma cr tica a situa o seria diversa l gico se ela a escola o fizesse preparasse para o emprego de uma forma cr tica de tal sorte que os educandos fossem instrumentalizados intelectualmente para a supera o da atual organiza o social que favorece o trabalho alienado PARO 1998 p 11 A ideia central at aqui parece ser a de que se pare de formar exclusivamente para um trabalho que por apresentar uma dimens o hist rica e cultural n o seria naturalizado Mais adiante no entanto Paro faz uma afirmativa que aliada proposta que faz no t tulo do artigo termina dando palavra trabalho um sentido bastante diferente preciso antes de mais nada partir da constata o de que preparar para o trabalho tem sido preparar para o mercado ou seja para o trabalho alienado PARO 1998 p 11 At aqui concordo integralmente com a constata o do autor No entanto no momento em que prop e que se pare de formar para o trabalho aqui um trabalho alienado e considerado exclusivamente negativo termina refor ando a identifica o entre trabalho e tra
145. atualmente parece que o ensino muito mais complexo do que antigamente devido demanda crescente por escolariza o das camadas populares aos avan os tecnol gicos e cient ficos no cotidiano aos desafios do mundo do trabalho entre outros Como reflexo a profiss o escolar e o desenvolvimento de docentes foram enfatizados Finalmente no segundo grupo Bagnolo 2010 trata da aproxima o entre empresas e escolas para a realiza o de projetos de educa o ambiental Afirma que essas parcerias s o bem vistas pelos professores e que muitas vezes termina dando origem a cursos de inclus o no mercado de trabalho Rezende e Queiroz 2010 ao tratarem a interdisciplinaridade transcrevem a fala de um licenciando em F sica que questiona se a interdisciplinaridade uma mova o da escola ou uma demanda do mercado de trabalho Krumenauer et al 2010 Muenchen e Auler 2007 Lambach e Marques 2009 investigam o Ensino de Ci ncias no contexto da EJA Nestes casos a aproxima o entre o EC e o mundo do trabalho aparece na descri o dessa modalidade cujo objetivo seria a forma o r pida de m o de obra com pouca qualifica o Zuliani e Hartwig 2009 afirmam que o EC contribui fundamentalmente para o desenvolvimento da metacogni o e que esta promove a autonomia compet ncia muito requisitada pelo mercado de hoje Barbosa Lima et al 2006 afirmam que certo tipo de atividades de aprendizagem de F sica contribuiriam para o
146. autores com uma vis o mais moderada Dentre eles Frigotto 1988 1995 diz que uma educa o que se restringisse prepara o e ao treinamento para o mercado de trabalho ignorando a riqueza das dimens es econ micas pol ticas sociais culturais e est ticas do fen meno educativo estaria contribuindo para a legitima o das desigualdades do sistema capitalista propondo ent o uma educa o na perspectiva da polit cnica tendo por base uma concep o omnilateral de homem Neste contesto Frigotto afirma que este homem concebido como indiv duo em rela o com a natureza e com a sociedade se produz mediante um trabalho que n o est reduzido ao trabalho produtivo material e engloba o trabalho enquanto arte est tica poesia e lazer sendo poss vel construir uma forma o humana em todas as suas dimens es Assim para Frigotto o egresso de uma forma o polit cnica dever dominar n o s a t cnica que aprendeu mas saber avan ar sobre esta t cnica e compreender seu tempo as for as que atuam na sociedade e sobretudo ser um cidad o que acumule intelig ncia organiza o e for a para transformar a sociedade excludente Dentre estas tr s vis es acredito que um meio termo como o defendido por Frigotto seja o mais coerente com a realidade das escolas do nosso pa s e das expectativas da sociedade em rela o forma o dos jovens para o mercado de trabalho As escolas devem formar cidad o
147. baixar uma lei que tudo se cumpre Os PCN tamb m estabelecem que o ensino atual deve estar calcado em desenvolvimento de compet ncias e habilidades e coloca De que compet ncias se est falando Da capacidade de abstra o do desenvolvimento do pensamento sist mico ao contr rio da compreens o parcial e fragmentada dos fen menos da criatividade da curiosidade da capacidade de pensar m ltiplas alternativas para a solu o de um problema ou seja do desenvolvimento do pensamento divergente da capacidade de trabalhar em equipe da disposi o para procurar e 6 8 Em Es aceitar cr ticas da disposi o para o risco do desenvolvimento do pensamento cr tico do saber 144 comunicar se da capacidade de buscar conhecimento Estas s o compet ncias que devem estar presentes na esfera social cultural nas atividades pol ticas e sociais como um todo e que s o condi es para o exerc cio da cidadania num contexto democr tico Bases Legais dos PCN Se essas s o as compet ncias as quais assegurar o ao aluno ser um futuro cidad o inserido no desenvolvimento de seu conte do est intr nseco o desenvolvimento das compet ncias acima citadas E assim se torna fr vola qualquer discuss o como as colocadas pelos pensadores que Lopes e Paro ou Ensino de ci ncias deve dialogar mas sem se restringir s demandas do E TS Por m o quadro que se tem de uma disciplina com apenas duas aulas s
148. balho abstrato perdendo de vista que entre um e outro est uma grande parte da ess ncia da contradi o entre o capital e a humanidade que o solo ontol gico da possibilidade hist rica da revolu o LESSA 2007 p 197 Al m disso faz com que a categoria mais cara a Marx aquela antediluviana que nos diferencia dos animais fundadora de qualquer sociedade e condi o universal da exist ncia humana seja algo essencialmente negativo E a perda do trabalho enquanto categoria fundante incomensur vel p e abaixo toda a estrutura categorial de Marx LESSA 2007 p 242 Refor a esse entendimento o fato de que o texto em quest o um artigo cient fico publicado primeiramente num congresso e um ano mais tarde num livro razo vel supor que o autor o leu tantas vezes quanto achou necess rio antes de public lo tendo assim as condi es de 29 66 que necessitava para escrever parem de formar exclusivamente para o trabalho parem de formar para o trabalho alienado parem de formar para o emprego ou algum enunciado similar Assim entendo que Paro 1998 apesar de chegar a cogitar a hip tese de uma forma o cr tica para o trabalho termina refor ando a concep o de que existe uma identidade entre o trabalho e o trabalho abstrato Sua proposta de que as escolas p blicas parem de formar para o 69 trabalho aliada proposta de uma forma o para o efetivo exerc cio da cidadania
149. cas Faz um pouco mais de uma d cada que viajo de moto por nosso imenso pa s Nos ltimos quatro anos a infraestrutura de internet evoluiu e continua evoluindo a passos largos Exemplo s o os mercados das pequenas cidades GO MG SP RJ PR e SC Muitas das atividades pesagem caixas controle de estoque etc eram feitas manualmente Pagar com cart o ent o Atualmente existem redes integrando todas as atividades E isso cria novas oportunidades de capacita o dos trabalhadores locais A capacita o do trabalhador se d pelo ensino profissional que est em expans o seja oferta de vagas em novos institutos federais curiosidade Bras lia desde sua funda o nunca teve um instituto desses At o ano que vem ser o implantados cinco seja no sistema S E essa capacita o passar pelo dom nio de princ pios f sicos Ato cont nuo na condi o de mediador pedi para que ele falasse mais sobre suas viagens de motocicleta e perguntei se ele porventura teria uma esp cie de blog em que as fotos da viagem estariam armazenadas Perguntei tamb m como o ensino de F sica deveria se comportar caso o mercado de trabalho mudasse as exig ncias em rela o escola Registro sua resposta Tenho muitas fotos e lembran as dessas viagens mas n o publiquei em blogs Nesse caso sou melhor na estrada real que na virtual Quanto Ao ensino de F sica Na minha vis o est interligado ao mercado de trabalho pois muitas habilidades que o
150. cias e mercado de trabalho 1 n o dizem 165 respeito essa rea de pesquisa ou 11 s o dadas triviais e consequentemente desinteressantes Pensar que a rela o com o mercado n o diz respeito pesquisa em ensino de ci ncias terminaria refor ando a compreens o de que o ensino de ci ncias deveria ser realizado de forma estanque e desconectada da sociedade aumentando a dist ncia entre ambos e colocando o ensino de ci ncias na contram o da contextualiza o Considerar que as rela es entre o EC e o mercado de trabalho s o dadas teria por resultado uma legitima o destas rela es Aqui j luz do enunciado do professor 17 cabe um coment rio no primeiro cap tulo ao analisar as ocorr ncias de palavras de cunho econ mico mormente a da palavra trabalho na legisla o LDBs PCNEM DCNEM constru o sentido de que elas tinham marcas claras da tentativa de promover uma forma o exclusiva para o trabalho De forma bastante surpreendente o professor 17 entende que os PCNEM promovem uma esp cie de di logo entre trabalho e educa o e n o uma forma o exclusiva Tomando como exemplo a surpresa causada pela afirmativa deste professor caberia dizer que o sil ncio dos pesquisadores da rea de ensino de ci ncias pode significar sim o entendimento de que as atuais rela es entre ensino de ci ncias e mercado de trabalho s o adequadas N o seria poss vel no entanto saber quais seriam essa rela
151. cionadas com as teorias econ micas cl ssicas do mercado de trabalho que indicam que uma grande quantidade dada de demanda 32 resultar em um determinado n vel de emprego Por m h v rios elementos sociais e organizacionais que limitam o movimento livre do trabalho na economia OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1525 A procura por trabalho analisada do ponto de vista dos trabalhadores com destaque para as redes de relacionamento como facilitadoras desse processo De acordo com essa concep o de mercado o processo de contrata o n o seria completamente racional ou objetivo e nem sempre o trabalhador mais apto e mais bem qualificado seria escolhido para a posi o Por m essa teoria por estar baseada principalmente na a o individual consideraria apenas parcialmente a a o de grupos e institui es na forma o dos mercados de trabalho Al m disso n o possibilita aprofundar a compreens o das diferen as de g nero etnia e idade na forma o da for a de trabalho OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1527 As teorias em que se baseia a compreens o institucional do mercado de trabalho surgiram nos Estados Unidos nos primeiros anos do s culo XX Essa compreens o leva em considera o a atua o de diferentes atores e a interfer ncia em n vel regional de crit rios como o n vel de qualifica o do trabalhador valores culturais concep o de trabalho etc Os institucionalistas defendem que o merc
152. cionais para o Ensino M dio e consiste de uma introdu o vis o geral dos PCNEM da LDB de 1996 e das DCNEM Esse recorte feito pelo pr prio MEC e nomeado como Bases Legais dos PCN pode ser 45 como tendo sentido administrativo ou econ mico Apesar de nas p ginas investigadas n o ter havido ocorr ncia da express o mercado de trabalho a express o mundo do trabalho aparece nos trechos a import ncia da escolaridade em fun o das novas exig ncias do mundo do trabalho p 6 o educando como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo do trabalho e com o desenvolvimento da pessoa como sujeito em situa o cidad o p 9 na perspectiva da nova Lei o Ensino M dio como parte da educa o escolar dever vincular se ao mundo do trabalho e pr tica social Art 1 2 da Lei n 9 394 96 Essa vincula o org nica e deve contaminar toda a pr tica educativa escolar p 10 a prepara o e orienta o b sica para a sua Integra o ao mundo do trabalho com as compet ncias que garantam seu aprimoramento profissional e permitam acompanhar as mudan as que caracterizam a produ o no nosso tempo p 10 A centralidade do conhecimento nos processos de produ o e organiza o da vida social rompe com o paradigma segundo o qual a educa o seria um instrumento de conforma o do futuro profissional ao mundo do trabalho p 11 o sujeito ativo
153. cnica no qual a escola se coloca na perspectiva da politecnia Esta se funda numa concep o omnilateral de homem Homem que se produz mediante o trabalho mas que este n o se reduz ao trabalho produtivo material Homem enquanto natureza indiv duo e sobretudo rela o social Omnilateralidade que envolve trabalho produtivo material trabalho enquanto arte est tica poesia lazer mundo da liberdade A politecnia busca de outra parte contrapor se ao homem unilateral e a forma o e educa o dimensionadas sobre o especialismo tecnicismo profissionalismo A politecnia 183 implica a busca de eixos que estruturem o conhecimento organicamente de sorte que faculte uma forma o do homem em todas as suas dimens es Ver se a obriga o e de certo modo a imposi o de que o ensino de f sica seja direcionado a quest es produtivas industriais Embora os textos cheguem a admitir que tais objetivos sejam ut picos eles n o consideram a realidade atual da escola brasileira Em um dos f runs que debatiam sobre a rela o entre ensino de f sica e a quest o profissional me posicionei em favor dessa rela o se d mais intensamente nas escolas profissionalizantes Nesse caso acredito que se tenha melhor qualidade e efici ncias nos objetivos que se queiram alcan ar com rela o f sica voltada ao mercado de trabalho Caso se insista que a escola seja respons vel por tal forma o preciso incluir as condi es necess rias para
154. co e relacionado ao vivencial dos alunos num pa s t o grande e com tantas discrep ncias quanto o nosso As discuss es destes f runs apesar de concorrentes com aquelas das atividades originalmente propostas pela equipe foram muito produtivas Foi criado um f rum de discuss o para que cursistas e tutores pudessem marcar um hor rio comum para um chat que ficou agendado para o dia 29 04 Finalmente o trabalho final do m dulo consistiu na reda o de um texto individual de 3 000 caracteres com espa os em que cada cursista foi convidado a responder a pergunta Quem defende os PCNEM A entrega foi feita por interm dio da pr pria interface Moodle A avalia o deste m dulo levou em considera o a assiduidade e qualidade das participa es bem como a qualidade do trabalho final 132 2 3 6 3 Terceiro m dulo Os objetivos do ensino de F sica O terceiro m dulo teve como o objetivo promover a discuss o sobre os objetivos do ensino de F sica e o contato com textos de pesquisa sobre os objetivos do ensino de ci ncias FOUREZ 2003 Na primeira atividade os professores foram convidados a reler os PCN selecionar dois trechos que identificassem como objetivos do ensino de F sica e post los no f rum acompanhados de uma justificativa A segunda atividade foi dividida em duas partes Na primeira parte foram convidados a ler o texto de pesquisa e decidir em grupo qual das controv rsias listadas pelo autor seria discutida
155. col gica ele reafirma que elas s o extremamente falhas ao desconsiderar que qualquer locu o dita em voz alta ou escrita para uma comunica o intelig vel ou seja qualquer palavra exceto as depositadas num dicion rio o produto da intera o social de tr s participantes o falante autor o interlocutor leitor ouvinte e o t pico o que ou quem da fala o her i Ao desconsiderar esta abordagem sociol gica o lingu stico formal e psicol gico embora absolutamente indispens vel em suas abstra es n o atende demanda pois cada uma das abordagens por si s e isoladamente inerte onde a an lise lingu stica v apenas palavras e as inter rela es de seus fatores abstratos fon ticos morfol gicos sint ticos etc a percep o art stica viva e a an lise sociol gica concreta revelam rela es entre pessoas rela es meramente refletidas e fixadas no material verbal O discurso verbal o esqueleto que s toma forma viva no processo da percep o criativa consequentemente s no processo da comunica o social VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 12 O autor ent o ao fornecer um quadro dos fatores essenciais nas inter rela es dos participantes de um evento art stico afirma que o autor o her i e o ouvinte de que fala o tempo todo n o s o entidades fora da pr pria percep o da obra muito pelo contr rio s o fatores constitutivos essenciais da obra Eles s o a for a viva que determina a f
156. conhecimentos de todas as reas e disciplinas no mundo do trabalho p 92 tendo em vista vincular a educa o com o mundo do trabalho e a pr tica social p 101 e a caracter stica do ensino escolar amplia significativamente a responsabilidade da escola para a constitui o de identidades que integram conhecimentos compet ncias e valores que permitam o exerc cio pleno da cidadania e inser o flex vel no mundo do trabalho Cabe aqui comentar primeiramente que enquanto na LDB de 1996 a express o mundo do trabalho surge uma nica vez e pela primeira vez em uma LDB nas DCNEM ela empregada sete vezes Destaque tamb m para as ocorr ncias em que o mundo do trabalho e a pr tica social s o considerados como duas Inst ncias separadas j que s o 66099 adicionadas uma outra pela conjun o aditiva e vincular a educa o ao mundo do 43 W trabalho e pr tica social que aparece duas vezes nas p ginas 92 e 101 Elas s o uma reprodu o exata do texto da LDB de 1996 H tamb m ocorr ncias da express o mercado de trabalho por outro lado a demanda por Ensino M dio vai tamb m partir de segmentos j inseridos no mercado de trabalho p 52 expressando um momento em que se cruzariam idade compet ncia mercado de trabalho e proximidade da maioridade civil o ensino m dio exp e um n das rela es sociais no Brasil manifestando seu car ter dual e elitista p
157. coordena o do curso Sempre que considerar necess rio tirar d vidas recorrerei a coordenadora Flavia Rezende por meio do endere o eletr nico coordenacao g interageufr org ou pelo telefone 21 2562 6614 180 ANEXO B ENUNCIADOS DOS PROFESSORES ENUNCIADO PROFESSOR 1 Quarto m dulo TRABALHO FINAL O Art 35 da LDB 9394 96 atribui ao ensino m dio O aprimoramento do educando como ser humano sua forma o tica desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de seu pensamento cr tico sua prepara o para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de compet ncias para continuar o seu aprendizado Respondendo a pergunta qual deve ser a rela o entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho quero lembrar que segundo os PCNEM a principal preocupa o do ensino de f sica promover a autonomia para aprender Esta autonomia deve se dar sob tr s aspectos intelectual pol tico e econ mico Os textos de Lopes 2006 e Paro 1999 fazem uma importante reflex o quanto ao significado que dado a prepara o para o mercado de trabalho com preju zo de fun es mais elevadas da escola entretanto h por parte dos autores uma postura muito radical quando colocam Nessa sociedade o trabalho significa trabalho alienado Paro considerando que a rela o entre a educa o b sica e o mercado de trabalho uma rela o deteriorada em que a l gica que prevalece a do capital e que portanto a educa o que visa a prepara o
158. cos tecnol gicos epistemol gicos pol ticos do ensino aprendizagem das ci ncias ser investigada em situa es de coleta de dados como entrevistas e grupos focais Cursos de forma o continuada para professores das ci ncias naturais mediados pelas tecnologias da informa o e comunica o tamb m se constituir o em contextos de produ o discursiva Procedimentos Os dados ser o coletados a partir dos registros do sistema das intera es nos f runs de discuss o dos trabalhos individuais e em grupo As informa es obtidas ficar o sob a guarda e responsabilidade dos pesquisadores com garantia total de sigilo Riscos e desconforto Este estudo n o traz nenhum risco nem desconforto aos seus participantes na medida em que n o h possibilidades de danos qualquer dimens o do ser humano item II 8 e IL9 da resolu o 196 96 do Conselho Nacional de Sa de pois os procedimentos acima descritos asseguram a confidencialidade e a privacidade a prote o da imagem e a n o estigmatiza o dos sujeitos de pesquisa dando a garantia a estes sujeitos de que sua identidade ser mantida em total sigilo durante todo o processo Garantia de recusa Caso n o queira participar de qualquer parte do estudo comunicarei a coordena o do curso do meu desejo de n o participar e este ser respeitado Garantia de acesso aos resultados Os resultados do estudo ser o explicados a mim quando por mim solicitado Garantia de acesso
159. cuna existente na pesquisa em ensino de ci ncias acerca do assunto Problematiza e articula as concep es de Arroyo Paro Lopes Frigotto Kuenzer e Silva sobre as rela es entre educa o e mercado de trabalho e est fortemente embasada na concep o de Bakhtin dos fen menos lingu sticos particularmente no conceito de enunciado e nas alteridades entre sujeitos de texto e sujeitos emp ricos Apresenta ainda a partir dos conceitos deste autor um dispositvo para an lise de enunciados Ter por objeto os enunciados dos professores no contexto de um curso de forma o continuada a dist ncia oferecido no ambiente virtual InterAge O curso aborda entre outras quest es as rela es entre o ensino de F sica e a forma o para o mercado de trabalho no mundo contempor neo a partir de atividades que convidam os professores a problematizar o assunto articulando as suas perspectivas as perspectivas dos colegas e a de pesquisadores da rea de educa o e de educa o em ci ncias Prop e que a lacuna encontrada na pesquisa em ensino de ci ncias comece a ser preenchida tanto com estudos te ricos quanto com estudos sobre os protagonistas da educa o em ci ncias Conclui que essa lacuna reflexo de um desinteresse da rea pelo tema originado por uma aceita o das atuais rela es entre ensino de ci ncias e mercado de trabalho ou pelo entendimento de que o ensino de ci ncias seria capaz de preparar os alunos para lidar com situa
160. da compreendendo como aquele campo espec fico suas rela es de poder suas regras e seus agentes foram se relacionando e se constituindo ao longo do tempo Isso afirmam os autores seria particularmente til numa 54 poca em que a terceiriza o a subcontrata o o part time e v rias outras formas de v nculos de trabalho multiplicam cada vez mais o n mero de mercados de trabalho existentes A proposta dos autores apesar de exigir tanto um estudo mais profundo dos campos profissionais quanto uma forte filia o s teorias e m todos bourdieusianos traz a possibilidade de revelar as rela es de poder institu das e incorporadas historicamente nos habitus de cada participante do campo e tamb m permite contextualizar hist rica e espacialmente o grupo de trabalhadores que se est investigando Permite ainda incorporar aspectos pol ticos e culturais an lise de rela es do campo econ mico bem como leva em conta os atores que apesar de afastados geograficamente est o interessados no jogo e interferem nos arranjos e regras que se formam Em suma para dar in cio a uma an lise bourdieusiana do mercado de trabalho preciso estabelecer a refer ncia a que grupo que tipo de trabalho qual na o qual o hist rico e como esta se insere no atual cen rio geopol tico OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1536 A presente disserta o n o tem por objetivo a investiga o de um determinado grupo de trabalhadores
161. da do trabalho O outro grupo que prop e uma educa o conservadora teria o mercado como patr o No s timo par grafo o autor criador d mais caracter sticas sobre o que chama de educa o para a vida afirmando que ela deve preparar o aluno a ser cidad o livre 1 47 muito embora o conceito de cidad o livre apesar de ter alguns pontos Interessantes 1 47 e 48 por vezes confunda o autor criador A confus o se deveria ao fato de o conceito ser um superfluido intelectual em que alguns autores defendem um curr culo flex vel dependendo da regi o em que o aluno est 1 49 e 50 Destaco aqui a simpatia que o autor criador manifesta pelo que conceitua como educa o para a vida apesar de n o destacar quais seriam os tais pontos Interessantes a que se refere No que diz respeito ao que o confunde entendo que a referida superfluidez estaria pr xima da imprecis o apesar de tamb m faltarem neste trecho mais elementos para a compreens o mais clara desta cr tica A nica cr tica clara que o autor criador faz no par grafo em rela o ao curr culo flex vel cuja implementa o teria como problema a impossibilidade de certificar um aluno com um hist rico escolar de uma regi o em que ele n o estudou F sica em outra em que a F sica obrigat ria 1 51 e 52 Assim entendo que nesse par grafo o autor criador faz uma cr tica a uma educa o para a vida entendida como uma e
162. dades e desafios Ainda de acordo com o PCEM de F sica Levando se em conta o momento de transforma o em que vivemos promover a autonomia para aprender deve ser preocupa o central j que o saber de futuras profiss es pode ainda estar em gesta o devendo buscar se compet ncias que possibilitem a independ ncia de a o e aprendizagem futura Hoje em dia a forma o de qualquer profissional n o se limita em acumular apenas determinadas informa es mas sim em Integrar diferentes conhecimentos das mais diversas reas O mercado de trabalho tem exigido profissionais que possam al m de exercer suas atividades sejam capazes de observar as falhas identificar suas causas e elaborar formas de corrigi las Um profissional que tenha o entendimento dos fen menos naturais e das in meras aplica es dessa ci ncia est em vantagem Por exemplo quando se h a necessidade de tomar decis es importantes como modificar um processo espec fico em favor de outro levar vantagem o profissional que dom nio o conhecimento dos princ pios cient ficos que est o por tr s das aplica es pr ticas O ensino de F sica no ensino m dio deve fornecer condi es para os alunos possam entender que os conhecimentos de f sica est o presentes em todos os aspectos de sua exist ncia inclusive na sua futura carreira profissional 190 ENUNCIADO PROFESSOR 6 Qual deve ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de traba
163. das de 1920 e 1930 Nesse processo de Incorpora o o ensino de ci ncias estaria particularmente implicado visto que as profiss es em que o estudantes se formariam eram todas de base t cnico cient fica n o se desejava formar profissionais de n vel m dio em jornalismo turismo ou artes c nicas mas em eletr nica an lises cl nicas soldagem etc A viol ncia contra o sistema educacional no entanto era mais profunda indo al m da subordina o s necessidades das empresas enquanto a lei 5540 68 foi publicada 15 dias antes do Ato Institucional n 5 AI 5 a lei 5692 71 foi publicada tr s semanas antes da morte de Carlos Lamarca Mais do que gosto de dinheiro as reformas educacionais do final da d cada de 1960 in cio de 1970 tinham gosto de chumbo Do ponto de vista sem ntico lexical existe uma diferen a radical entre estas leis e a LDB de 1961 os usos e o sentido da palavra trabalho Na lei 4024 61 os sentidos gerados pelos usos da palavra trabalho podem ser divididos em dois grupos no primeiro grupo a palavra usada em express es referentes dura o do per odo letivo determinando a quantidade de dias de trabalho escolar ou trabalho escolar efetivo A este sentido chamarei de administrativo No segundo grupo est o as express es como aquelas em que a lei estabelece que as empresas p blicas privadas comerciais e industriais s o obrigadas a ministrar em coopera o aprendizagem de of ci
164. de conhecer um enunciado criamos outro enunciado que igualmente ser ideol gico valorativo estar articulado com a rede de enunciados com as 3 escalas de tempo interlocu o e contexto e que da mesma forma que o enunciado analisado n o tem a menor chance de ser neutro Entendo que a ideia de que o conhecimento de um objeto n o neutro se faz por interm dio de um objeto de natureza id ntica e n o neutra essencial para assumir um posicionamento epistemol gico Al m disso se lembrarmos que 1 analisamos o enunciado em suas rela es com a rede de outros enunciados e 11 o enunciado que criaremos durante a an lise exatamente por ser um enunciado vai se integrar rede de enunciados preexistentes e tocar tanto o enunciado analisado quanto o restante da rede veremos que o processo de conhecer esse objeto acaba interferindo com o pr prio objeto o que tamb m traz profundas consequ ncias epistemol gicas Atento a essa quest o Bakhtin faz novamente refer ncia F sica Moderna propondo uma analogia com a Inclus o do experimentador no sistema experimental como parte dele ou do observador no mundo observ vel da microf sica a teoria qu ntica BAKHTIN 2003 p 332 Mais precisamente afirma que um observador n o tem posi o fora do mundo observado e sua observa o integra como componente o objeto observado Isto se refere inteiramente aos enunciados plenos e s rela es entre el
165. de forma o dos indiv duos relacionada ao mundo produtivo Marcondes et al 2009 enfatizam a import ncia atribu da contextualiza o por alguns documentos oficiais que orientam a educa o do pa s As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino M dio apontam que devem ser evocados no ensino dimens es presentes na vida pessoal social e cultural do indiv duo para serem estudados nas aulas As DCNEM apresentam o mundo do trabalho e o exerc cio da cidadania como campos a serem contextualizados no ensino BRASIL apud MARCONDES ET AL 2009 p 285 No ltimo trabalho classificado neste grupo Figueiredo e Lopes 2009 apoiados no trabalho de Torres apontam falta de professores na elabora o de projetos para a reforma educacional propostas preparadas por autores estrangeiros que n o conhecem bem a realidade educacional do pa s prepara o do curr culo submetido ao mercado dentre outros aspectos Como reflexo a educa o n o avan a no sentido de uma melhoria na qualidade do ensino mas sim como sinal de lucro e restitui o econ mica para o mercado Dos nove trabalhos classificados no segundo subgrupo oito afirmam que um dos objetivos da escola Pierson et al 2007 Bossler et al 2009 Ribeiro et al 2010 Junior 2008 Santos et al 2007 do conhecimento cient fico Nascimento e Alvetti 2006 e do ensino de ci ncias Ricardo 2007 e Guimar es et al 2006 seria formar para o trabalho J Lima e Mau s 2
166. de mercado como as elaboradas por Adam Smith e Karl Marx e chegam at uma proposta de concep o de mercado de trabalho a partir dos conceitos de Bourdieu que devido sua sofistica o permitiriam novamente ter uma vis o mais ampla das rela es sociais que se estabelecem em torno do tema justamente por essa revis o do conceito de mercado de trabalho que come o o detalhamento dos conceitos escolhidos 49 1 2 3 1 O mercado de trabalho de Adam Smith a Bourdieu Reconhecendo que a express o mercado de trabalho permeia grande parte das discuss es contempor neas na economia e na sociologia Oliveira e Piccinini 2011 procuram desenvolver uma reflex o te rica acerca do conceito buscando seu significado em algumas das principais correntes de pensamento destes campos Da economia apresentam as concep es cl ssicas keynesiana e da segmenta o J da sociologia econ mica trazem a abordagem das redes sociais e a abordagem institucional Finalmente apresentam elementos da teoria bourdiesiana propondo que uma leitura do conceito de mercado de trabalho a partir desses elementos poderia contribuir bastante para o debate em tempos de mundializa o Antes de apresentar a concep o de mercado de trabalho de cada uma destas teorias destacam que numa primeira aproxima o bastante comum imaginar que este conceito j est claramente definido uma vez que foi possivelmente o primeiro a tentar dar conta da rela o
167. de ou n o ser considerada um enunciado n o h nada imanente a nenhum conjunto de palavras capaz de identific lo univocamente como enunciado Ou dito de outra forma o que quer que venha a transformar texto em enunciado est fora da massa textual De fato os limites da ora o 109 enquanto unidade da l ngua nunca s o determinados pela altern ncia de sujeitos do discurso Essa altern ncia que emoldura a ora o de ambos os lados converte a em um enunciado pleno BAKHTIN 2003c p 277 Primeiramente importante relembrar que as tr s caracter sticas que diferenciam os enunciados das ora es s o a rela o com o falante outros outros participantes conclusibilidade e altern ncia dos sujeitos de falantes e que elas est o sempre imbricadas no todo do enunciado importante perceber tamb m que a altern ncia de falantes dentre as tr s a nica caracter stica extraverbal valendo inclusive para a rela o ass ncrona mediada por um texto escrito como acontece com o leitor e o autor Em seguida chamo aten o para o verbo converter na cita o anterior e proponho que o sentido pretendido pelo autor seja o seguinte o material lingu stico proferido por um falante uma vez que respondeu ao turno anterior e foi respondido pelo seguinte ter automaticamente conclusibilidade e rela o com os falantes e outros participantes Assim entendo que essa caracter stica apesar de estar sempre imbricada s outras
168. desenvolvimento de compet ncias profissionais 1 5 IDENTIFICA O DOS POSICIONAMENTOS ATUALIDADE E RELEV NCIA DO ESTUDO Come o esta se o identificando tr s posicionamentos entre educa o e trabalho a partir da discuss o desenvolvida nos textos das se es 1 1 1 2 e 1 3 O primeiro seria o de que a educa o deveria atender exclusivamente s demandas das empresas vou cham lo de forma o exclusiva para o trabalho o segundo diametralmente oposto a esse seria o de que a educa o deveria estar completamente desvinculada das demandas das empresas j chamado 92 de antiforma o e finalmente o de que deveria haver uma esp cie de di logo entre as demandas das empresas p blicas e privadas e a educa o Procuro mostrar em seguida que os enunciados que materializam estes posicionamentos apesar de j afastados de sua origem hist rica continuam circulando nos dias de hoje A continuidade das pol ticas educacionais analisadas no in cio do cap tulo nos governos Lula e Dilma um sinal claro da perman ncia legal do posicionamento favor vel forma o exclusiva para o trabalho abstrato Este posicionamento tem sido assimilado pelo ambiente educacional por sociedades cient ficas e pela sociedade de um modo geral Pode ser percebida em pronunciamentos em que por um lado se afirma que a educa o cient fica crucial para o desenvolvimento econ mico e por outro sistematicamente se esquece de todas as s
169. deveria ser N s fazemos parte desse mercado de trabalho e somos felizmente ou n o frutos dessa educa o Ent o deixemos de hipocrisia ao dizermos que n o devemos preparar nossos colegas de sociedade para esse mercado que sabemos que t o injusto Porem mais Injusto ainda deixarmos de lembra los que com prepara o j t o dif cil imaginemos sem o devido preparo Deixo bem claro que n o deve ser a nica meta da educa o b sica mas uma e talvez a mais importante delas sim Pois trabalho vida 192 ENUNCIADO PROFESSOR 7 Qual deve ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Geralmente atribu mos ao objetivo do ensino de F sica a simples compreens o de um conjunto cada vez maior de aparatos tecnol gicos que est o presentes no cotidiano dos estudantes Por m conforme os PCN s 2002 quando se toma como refer ncia o para que ensinar F sica sup e se que esteja preparando o jovem para ser capaz de lidar como situa es reais crises de energia problemas ambientais manuais de aparelhos concep es de universo exames m dicos not cias de jornal e assim por diante Assim pode se notar que o esperado um ensino para al m do aqui e agora da sala de aula resposta para o questionamento proposto pode ser dada penso sob dois ngulos um de acordo com os que pregam a forma o para que os la os com o mercado de trabalho sejam os mais estreitos poss v
170. dicotomiza o essa certa repulsa autom tica ao trabalho seja a consequ ncia completamente justificada de um processo hist rico cujas ra zes remontariam d cada de 1930 e que incorporou fortes tintas da resist ncia de muitos profissionais da educa o tanto repress o da d cada de 1970 quanto ao neoliberalismo da d cada de 1990 Entendo ainda que essa disputa apesar de muito pr xima ao manique smo tem como m rito identificar claramente e ainda ser um primeiro movimento de resist ncia influ ncia dos interesses corporativos governamentais e financeiros nos processos educativos No entanto a antiforma o ao tomar partido a favor da cidadania ou da cultura contra o trabalho abstrato termina legitimando a naturaliza o deste tipo de trabalho Espero ter mostrado de forma bem clara que esta naturaliza o tanto est na raiz das propostas criticadas quanto resulta na perpetua o do atual sistema de produ o Eis porque afirmo que tanto Paro 1998 quanto Lopes 2002 terminam refor ando o que pretendem combater Al m disso essa polariza o entre os ju zos que se fazem da rela o entre educa o e trabalho impede que se trate a quest o de uma forma mais profunda Afinal no momento em que consideramos como nicas op es a completa submiss o e a total independ ncia descartamos as ricas problematiza es e di logos que surgem da discuss o sobre as poss veis rela es articula es e tens
171. dire o da ruptura da separa o entre trabalho mental e manual Assim modificadas as exig ncias dos processos de produ o o sistema educacional seria pressionado no sentido de formar n o mais o trabalhador limitado e parcial da linha de produ o fordista mas o trabalhador flex vel polivalente e polit cnico munido de uma compreens o geral dos princ pios t cnicos e cient ficos associado s caracter sticas da produ o capitalista p s fordista SILVA 1995 p 32 e 33 A primeira cr tica a este conjunto de pressupostos tem por base a leitura que se faz do mercado de trabalho ou mundo produtivo Para Silva n o est claro o quanto as novas tecnologias e formas de organiza o da produ o foram de fato incorporadas ao trabalho principalmente no que diz respeito ao nosso pa s Assim ter amos um mercado de trabalho dividido em dois grandes grupos a que adotou as formas flex veis de produ o e a que continua com os processos fordistas e tayloristas E mesmo dentro dessas partes bastante razo vel esperar grada es do uso desta ou daquela forma de produ o Essa concep o acomoda a aparente incompatibilidade entre as concep es de mercado de trabalho de Arroyo 2003 que afirma que para as empresas quanto menos sabido melhor e de Lopes para quem o atual mercado de trabalho passa a exigir compet ncias superiores associadas ao pensamento mais abstrato realiza o simult nea de tarefas m l
172. do como qualquer conjunto coerente de signos seja ele escrito ou oral Assim as pinturas as m sicas as esculturas os gestos as pe as de teatro etc al m claro dos textos impressos e falados os mais variados seriam todos de natureza textual Prop e ainda uma diferencia o entre texto e enunciado conceito que reputo central para fins de an lise justamente por ser considerado em v rios trabalhos do autor como a verdadeira unidade da comunica o discursiva BAKHTIN 2003b 2003c 2006a Essa diferencia o entre texto e enunciado por ser mais t cnica estar no quadro te rico metodol gico Por ora suficiente considerar o enunciado como um texto inserido numa cadeia concreta de comunica o verbal e por conseguinte emoldurado pelo material lingu stico de outros falantes Uma propriedade interessante do enunciado ainda mais se levarmos em considera o o fato de esta disserta o ser apresentada a um programa de ensino de ci ncias a capacidade de fundir de maneira indissoci vel marcas temporais e espaciais Inspirada na teoria da relatividade essa propriedade apresentada durante a conceitua o de cronotopo vamos chamar cronotopo literalmente tempo espa o conectividade intr nseca entre rela es temporais e espaciais que s o expressadas artisticamente na literatura O sentido que essa express o tem na teoria da relatividade n o interessa aos nossos objetivos n s o estamos t
173. do mercado de trabalho CORD O apud ROSA et al 2008 Ricardo e Zylberstajn 2007 relatam que uma das principais cr ticas que envolvem os Par metros e s Diretrizes Curriculares a apropria o da no o de compet ncias e sua submiss o ao mundo do trabalho Entendem que uma inova o curricular no sentido de ampliar os objetivos educacionais para al m dos conte dos estritos mas que tamb m pode ser entendido como submiss o ao modelo liberal Julgam importante lembrar que os PCN e os PCN se prop em a nutrir o debate e alcan ar alternativas inovadoras e n o a uma simples adequa o J no ano seguinte RICARDO e ZYLBERSTAJN 2008 os mesmos autores apontam para os riscos de uma forma o somente submetida ao mercado de trabalho e meramente adaptativa 89 Silva e Lopes 2007 ressaltam que o curr culo por compet ncias apesar de interdisciplinar recontextualizado a um discurso fundamentado na valoriza o dos conte dos e da estrutura disciplinar tradicionalmente valorizado na Educa o Em meados dos anos 90 intensificaram se os debates em rela o reforma do ensino m dio no Brasil resultando na elabora o do texto referente F sica nos PCNEM publicados em dezembro de 1999 A ideia de compet ncias e habilidades apresenta se como um princ pio curricular fundamental para a organiza o e sele o de conte dos de ensino das diversas disciplinas escolares em conson ncia com uma proposta pedag gica
174. dos cursistas teve In cio no segundo m dulo Transcrevo abaixo os crit rios de avalia o divulgados na interface principal no primeiro dia de atividades do segundo m dulo A avalia o de cada um dos 3 m dulos de conte do estar dividida em duas partes uma delas ser referente participa o nos f runs e outra avalia o do trabalho i Avalia o da participa o nos f runs Para avaliar a participa o no f rum levaremos em considera o 1 a relev ncia das participa es para as discuss es 11 a articula o com o conte do discutido 111 a aten o ao que foi pedido e iv o di logo com as participa es dos outros integrantes do grupo Ressaltamos que a avalia o no f rum n o ser quantitativa ou seja mais do que quantidade de linhas em um post estaremos interessados na qualidade de cada participa o N o se trata de medida exata mas de buscar um equil brio entre o prolixo e o excessivamente sint tico ii Avalia o dos trabalhos Os crit rios para a avalia o dos trabalhos s o 1 a articula o com o conte do discutido 11 a aten o ao pedido do enunciado e 111 o di logo com as participa es dos outros integrantes do grupo Caso o trabalho n o esteja de acordo com o que foi solicitado daremos in cio a um di logo particular com o professor em quest o e o trabalho dever ser reelaborado A avalia o dos trabalhos dos m dulos e a avalia o final do curso foram divulgadas por int
175. duas seria uma esp cie de caracter stica fundadora do enunciado marca indel vel da sua inser o na cadeia real de comunica o verbal Proponho portanto que a altern ncia de falantes seja uma condi o suficiente para a exist ncia e consequente identifica o de um enunciado Igualmente importante para a elabora o deste dispositivo s o os trechos de Os g neros do discurso que tratam das situa es e condi es em que o material lingu stico n o pode ser considerado um enunciado Uma delas mais simples aquela em que o material lingu stico retirado do contexto concreto em que foi produzido Neste caso n o estaria emoldurado pelo material lingu stico de outros falantes e consequentemente n o seria um enunciado No entanto a outra situa o apresentada por Bakhtin mais delicada trata se do material lingu stico contido em um enunciado por exemplo a segunda ora o de um enunciado formado por tr s ora es consecutivas Neste caso apesar de sermos tentados a tratar essa ora o como um enunciado importante lembrar que o contexto dessa ora o o contexto da fala do mesmo sujeito de discurso falante a ora o n o se correlaciona de imediato nem pessoalmente com o contexto extraverbal da realidade a situa o o ambiente a pr hist ria nem com as enuncia es de outros falantes mas t o somente atrav s de todo o contexto que a rodeia isto atrav s do enunciado em seu conjunt
176. duca o baseada num curr culo flex vel A ideia de que a educa o para a vida seria separada do mercado de trabalho que foi associada educa o para a vida no quarto par grafo n o mencionada 1 da educa o libert ria mas alguns defensores n o conseguem enxergar que F sica como uma das ci ncias exatas universal e est ligada a cada tecnologia ao nosso alcance Sem contar que pra eles a F sica deve ser muito chata pois poucas leis explicam muita coisa do nosso universo conhecido O ponto de vista 3 dos defensores do estado m nimo e que o trabalhador ser sempre trabalhador e o Estado s serve para assegurar que essa casta continue sendo subserviente elite patr o Essa vis o ruiu em 2008 mas ainda tem gente que defenda esse modelo mas esquecem que o pa s de hoje bem diferente do que era nas d cadas de 80 e 90 quando rolavam e deitavam Deixo para os colegas minha provoca o e espero que o debate fique acalorado Apesar da provoca o e das sugest es e convites do moderador a outros participantes o debate n o se desenvolveu 157 No oitavo par grafo o autor criador detalha o que chama de educa o conservadora com o que tem mais discord ncias do que pontos em comum ele estaria mais pr ximo do que chama de educa o para a vida do que da educa o conservadora defendida com unhas e dentes pelo mercado 1 54 A raiz das discord ncias que o autor criad
177. e III T tulo Aroaldo Azevedo Veneu PERSPECTIVAS DE PROFESSORES DE F SICA DO ENSINO M DIO SOBRE AS RELA ES ENTRE O ENSINO DE F SICA E O MERCADO DE TRABALHO uma Aprovado em 30 de mar o de 2012 an lise bakhtiniana Disserta o de Mestrado apresentada ao Programa de P s gradua o em Educa o em Ci ncias e Sa de N cleo de Tecnologia Educacional para a Sa de Universidade Federal do Rio de Janeiro como requisito parcial obten o do t tulo de Mestre em Educa o em Ci ncias e Sa de Profa Dra Flavia Rezende Valle dos Santos UFRJ Prof Dr Henrique C sar da Silva UFSC Prof Dr Luiz Augusto Coimbra de Rezende Filho UFRJ Dedico este trabalho ao contribuinte que por interm dio dos impostos financia a educa o p blica brasileira de forma geral e a p s gradua o e as ag ncias de fomento pesquisa em particular AGRADECIMENTOS Iracema Veneu pela gentil hospedagem ao longo deste projeto Isso tornou o caminho muito mais agrad vel Flavia Rezende orientadora sempre presente que a esta altura do campeonato j pessoa querid ssima e grande parceira Embora esta disserta o tenha sido integralmente redigida e esteja assinada por mim as principais ideias do texto foram objeto e fruto dos nossos muitos e produtivos di logos A bem da justi a e do referencial bakhtiniano se quiserem fundamental que seja reconhecida como coautora Gleice
178. e por isso os detalhes referentes a cada uma das conceitua es de mercado de trabalho apesar de bem elucidativos e instigantes n o ser o de particular interesse No entanto entendo que esse trabalho de Oliveira e Piccinini desempenha um papel muito importante para a linha de argumenta o que desenvolvo Primeiramente por apontar e problematizar uma certa aura de senso comum que se encontra ao redor da express o mercado de trabalho E em seguida por nos levar num percurso hist rico e de complexidade crescente da concep o de mercado de trabalho nico homog neo monol tico e frequentado apenas por dois grupos o dos empregados e dos empregadores at uma concep o de mercado heterog neo m ltiplo frequentado por v rios atores que nele disputam o poder e governado por regras constitu das social e historicamente Oliveira e Piccinini nos levam enfim do singular ao plural de o mercado smithiano at os mercados bourdieusianos e ISSO se revelar de muita Import ncia nas pr ximas se es 1 2 3 2 O trabalho em Marx elementos b sicos A categoria trabalho desempenha um papel central na malha conceitual elaborada pelo fil sofo alem o Karl Marx Uma abordagem desse conceito em todas as suas dimens es certamente requereria uma leitura dos originais e de alguns dos principais comentaristas do autor Isso no entanto faria com que essa disserta o se desviasse de seu objetivo Assim apresento apen
179. e a rela o que desejam 2 Nos PCNEM h um total de 32 ocorr ncias da palavra trabalho nove com o sentido administrativo e 23 com uma acep o econ mica H 25 ocorr ncias de express es de sentido econ mico como economia econ mica o atividade s produtiva s processo s produtivo s desenvolvimento produtivo pr tica s produtiva s 47 promover no contexto descrito entre a educa o e o trabalho Destaco primeiramente a ideia de que a nova sociedade decorrente da revolu o tecnol gica e seus desdobramentos na produ o e na rea da informa o apresenta caracter sticas poss veis de assegurar educa o uma autonomia ainda n o alcan ada Isto ocorre na medida em que o desenvolvimento das compet ncias cognitivas e culturais exigidas para o pleno desenvolvimento humano passa a coincidir com o que se espera na esfera da produ o BRASIL 2000 p 11 Assim os autores deixam claro que entendem que existe ou existiu uma revolu o tecnol gica que ela teve desdobramentos na rea da produ o e da informa o e que essa revolu o juntamente com seus desdobramentos foi capaz de criar uma nova sociedade cuja economia estaria pautada no conhecimento BRASIL 2000 p 11 Afirmam tamb m que se os anos 40 do s culo passado foram marcados por uma migra o campo cidade com um consequente deslocamento de oportunidades de trabalho da agricultura para a ind stria essa revolu o tecnol gic
180. e de forma que nenhum dos cursistas tivesse acesso por meio do ambiente ao trabalho dos colegas Os professores foram convidados a participar da pesquisa logo no in cio do curso quando receberam o termo de consentimento livre e esclarecido TCLE que consta do Anexo I Todos aceitaram o convite Numa situa o logisticamente ideal entendo que o mais adequado do ponto de vista epistemol gico seria analisar todos os 17 trabalhos Anexo ID No entanto essa an lise levaria o tempo de elabora o da disserta o para al m dos 24 meses regulamentares Assim e ressalto somente por este motivo farei um recorte no conjunto de enunciados a analisar Relembrando o que disse no final da se o Procedimentos de an lise vers o final o dispositivo foi pensado para a an lise de um nico enunciado Nas situa es em que se fizer necess rio analisar mais de um enunciado a realiza o de pequenas adapta es pode evitar a repeti o desnecess ria de etapas comuns Para simplificar a leitura registro a seguir as quatro etapas do dispositivo 1 identifica o do enunciado 11 leitura preliminar do enunciado 111 descri o do contexto extraverbal e 1v an lise do enunciado Ent o como entendo que as an lises dos 17 textos ter o muitas etapas em comum procederei da seguinte maneira a primeira e a segunda etapas identifica o e leitura preliminar ser o aplicadas ao conjunto de textos e n o a cada texto individualmente
181. e divulga o cient fica na forma o inicial de licenciandos em ci ncias naturais Revista brasileira de pesquisa em educa o em ci ncias Rio de Janeiro v 10 n 1 p 1 22 2010b OLIVEIRA S R PICCININI V C Mercado de trabalho m ltiplos des entendimentos Revista de administra o p blica Rio de Janeiro v 45 n 5 p 1517 1538 set out 2011 PARO V H Parem de Preparar para o Trabalho Reflex es acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a gest o e o papel da escola b sica In FERRETTI C J SILVA JR J R S OLIVEIRA M R Orgs Trabalho forma o e curr culo para onde vai a escola S o Paulo Xam 1998 p 101 120 PIASSI L P et al O discurso ideol gico sobre Arist teles nos livros did ticos de F sica Revista brasileira de pesquisa em educa o em ci ncias Rio de Janeiro v 9 n 2 p 1 19 2009 PIERSON A P et al 2007 Abordagem CTS na perspectiva de licenciados em Qu mica Ci ncia amp Ensino Campinas vol 1 p O1 10 nov 2007 PINH O F L MARTINS I G R A an lise do discurso e a pesquisa em ensino de ci ncias no Brasil um levantamento da produ o em peri dicos entre 1998 e 2008 In VH ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISADORES EM EDUCA O EM CI NCIAS 2009 Florian polis Atas do VII ENPEC S 1 ABRAPEC 2009 PINHEIRO P C GIORDAN M O preparo do sab o de cinzas em Minas Gerais Brasil do status de etnoci ncia sua media
182. e do autor pessoa que diz s rela es entre trabalho e educa o exploradas no Cap tulo 1 162 N o percebi no enunciado analisado nenhuma esp cie de santifica o ou demoniza o exorcismo do trabalho abstrato Muito pelo contr rio entendo que o autor pessoa veja com bons olhos a ideia de que o trabalhador deve se preparar para o trabalho mas n o deve ser escravo dele 1 63 e 64 Na leitura que faz dos PCN tamb m aponta como ponto positivo o fato de os par metros formarem para a vida cotidiana e para o mercado de trabalho Al m disso ao afirmar que os PCN de F sica prop em que o educando ter um ensino que o ensina na vida como cidad o consciente de seus direitos e deveres assim como aceite o desafio do mundo do mercado de trabalho termina separando de um lado a cidadania e os direitos e de outro o mercado do trabalho Como j vimos isso contribui para o entendimento de que o trabalho n o seria da ordem dos direitos do cidad o ou mesmo da cidadania No entanto apresenta uma vis o bastante cr tica de alguns aspectos do atual sistema capitalista Prop e que a educa o n o fique restrita forma o para o trabalho sem no entanto atribuir a este conceito a mesma centralidade e profundidade proposta pelos autores de base marxista Entendo que a sua simpatia pelo trabalho vem muito provavelmente do fato de ter cursado ensino m dio profissionalizante e de hoje ser professor da EJA onde t
183. e escolar Esse degrau consequ ncia tanto dos problemas de infraestrutura das escolas quanto da falta de conhecimento da mat ria por parte dos professores de F sica que em sua maioria n o s o especialistas da disciplina 1 50 e 1 51 e por isso n o possuem conte do f sico m nimo para explanar todos os conceitos envolvidos nos avan os tecnol gicos 1 46 e 1 47 nem os conhecimentos f sicos envolvidos nos campos mais avan ados da F sica 1 49 Chama a aten o aqui o fato de a autora criadora associar a qualidade do ensino de F sica exclusivamente ao conhecimento do conte do deixando de fora por exemplo a forma o pedag gica dos professores Colabora assim para a constru o do sentido de que o conhecimento do conte do condi o necess ria e suficiente para que tudo se cumpra No s timo par grafo afirma ser necess rio que exista muita vontade pol tica 1 55 para nivelar este degrau O nivelamento seria feito com investimentos nas bases f sicas das escolas na forma o dos professores e tamb m na cobran a de uma participa o maior da fam lia no processo de aprendizagem Chamo a aten o para o trecho para que este degrau seja nivelado e as discuss es voltem a ser in cuas 1 54 Como a locu o conjuntiva para que usada com o sentido de finalidade e a conjun o e usada de forma aditiva a autora criadora estabelece dois objetivos a serem alcan
184. e esse trabalho acontece Na legisla o por exemplo ter amos as express es trabalho pr tica produtiva processo produtivo e atividade produtiva no primeiro grupo enquanto no segundo grupo ter amos as express es processo produtivo mercado de trabalho e mundo do trabalho 48 Paro 1998 por um lado se refere a trabalho emprego trabalho alienado trabalho abstrato e trabalho concreto e por outro a mercado de trabalho Dentre as palavras relativas atividade do indiv duo Lopes 2002 se refere a trabalho e trabalho emp rico e dentre as relativas ao espa o em que esse trabalho acontece faz refer ncia a um mercado de trabalho e a um mundo produtivo J Arroyo 1988 usa as palavras profiss o e emprego para se referir atividade do indiv duo e usa as express es mundo produtivo mercado de emprego e mercado de trabalho para designar o espa o em que o indiv duo realiza sua atividade profissional Assim no grupo de palavras que tratam da atividade do indiv duo propriamente dito estariam emprego profiss o trabalho trabalho alienado trabalho abstrato trabalho concreto trabalho emp rico atividade produtiva e pr tica produtiva O grupo de palavras que se referem ao espa o em que o trabalho acontece seria formado por processo produtivo mundo do trabalho mercado de trabalho mundo produtivo e mercado de emprego Para dar conta de taman
185. e parcial e relativa como nos campos criativos e cient ficos Nestes casos o objeto de fato inexaur vel e a nica exauribilidade poss vel j estaria bastante pr xima de uma ideia definida do autor o que nos leva ao pr ximo fator a vontade de discurso do falante Quando escutamos um enunciado imaginamos o que o falante quer dizer e com essa ideia verbalizada como a entendemos que medimos a conclusibilidade do enunciado BAKHTIN 2003c 281 Assim a vontade ou o projeto de discurso do falante al m de estar relacionada pr pria escolha do objeto tamb m influencia a exauribilidade sem ntico objetal e a conclusibilidade importante destacar que essa ideia momento subjetivo do enunciado se combina em uma unidade indissol vel com o seu aspecto sem ntico objetivo restringindo esse ltimo vinculando o a uma situa o concreta singular de comunica o discursiva com seus participantes pessoais com suas interven es enunciados antecedentes BAKHTIN 2003c p 281 Isso j nos aproxima do fator seguinte os g neros do discurso A ideia principal aqui que apesar de cada enunciado em particular ser individual cada campo de utiliza o da l ngua elabora seus tipos relativamente est veis de enunciados os quais denominamos g neros de discurso BAKHTIN 2003c p 261 Assim a vontade discursiva do falante se realizaria primeiramente na escolha de um determinado g nero do discur
186. e protesta qualificando como fr volas e in cuas as discuss es elaboradas pela mesma equipe com quem entende estar dialogando Em particular no que diz respeito s rela es entre ensino de F sica e o mercado de trabalho entendo que a perspectiva dessa professora a de que as discuss es a respeito n o s o Importantes uma vez que estas rela es j foram estabelecidas pelo governo e devem apenas 149 ser implementadas Isso bastante diferente de dizer que ela est alinhada com uma determinada concep o de rela o entre ensino de F sica e mercado e que esta concep o foi adotada pelo governo Afirmo isso a partir do fato de a professora em vez de qualificar ou manifestar concord ncia em rela o s compet ncias listadas usou a condicional se as compet ncias s o essas ent o o ensino de F sica mais que d conta Essa forma de argumentar sugere que ao governo cabe dizer o que fazer e aos demais cabe cumprir o que o governo disse Assim se o governo mudar a lista de compet ncias ou a forma de relacionar ensino de F sica e mercado dever amos todos nos movimentar para cumprir o estabelecido Na hip tese de o governo escolher outra rela o entre ensino de F sica e mercado n o posso deixar de supor que uma F sica supervalorizada e beirando a panaceia novamente mais que cumprisse a tarefa que lhe foi atribu da 3 2 AN LISE DO ENUNCIADO DO PROFESSOR 17 3 2 1 Contexto extraverbal individual O
187. e seus direitos e deveres e para capacitarem se satisfatoriamente para ingressar neste mercado de trabalho atual que altamente tecnol gico e competitivo Para que o ensino possa desenvolver essas habilidades e compet ncias principalmente as que se referem a Inser o dos nossos jovens no mercado de trabalho e neste ponto o ensino de ci ncias principalmente a f sica apresenta uma import ncia significativa na forma o humana e tecnol gica muitos autores discutem qual o papel da escola neste processo Lopes 2006 discute a cria o de um conjunto de saberes m nimos que possibilitem a obten o das finalidades pretendidas neste momento discutindo a necessidade ou n o de um curr culo nacional m nimo nas escolas de todo Brasil Tamb m reflete sobre a quest o da diferen a que nos tempos atuais deve ser pensada sobre uma suposta defini o de cultura comum a todos homog nea a qual tender a mascarar e silenciar as diferen as uma vez que os projetos em defesa de uma cultura comum acabam por articular se aos prop sitos da forma o para o mercado de trabalho Para Paro 1999 o mercado cobra muita efici ncia da escola transferindo sua responsabilidade como firma no seguinte trecho aos empregadores que com seus protestos de amor pela educa o vivem utilizando permanentemente a m dia para reclamar maior efici ncia da escola na prepara o para suas empresas deveria ser dito que esse problema deles empres ri
188. e tem tica rela o com o falante outros participantes o contexto extraverbal e os conceitos bakhtinianos envolvidos para responder as quest es de pesquisa Enquanto a primeira e a segunda etapas t m in cio meio e fim bem delimitados a terceira etapa descri o do contexto extraverbal poder ser revista e ampliada a qualquer momento da an lise caso seja necess rio buscar outros elementos do contexto extraverbal para melhor compreens o do enunciado Apresento a seguir um diagrama para melhor compreens o das etapas a serem percorridas no presente dispositivo anal tico Quest es de Pequisa A O T LA i Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Bakhtinianos inguis E Identifica o Leitura Descri o do Ea o do Enunciado Preliminar Contexto E a q O Extraverbal Etapa 4 An lise do Enunciado Figura 5 Esquema das etapas do dispositivo anal tico Esse dispositivo foi pensado para a an lise de um nico enunciado Caso seja necess rio analisar v rios enunciados pequenas adapta es devem ser feitas com vistas a evitar a repeti o desnecess ria de etapas Antes de prosseguir uma ressalva de suma import ncia a articula o do conceito de perspectiva com esse dispositivo foi bastante desafiador do ponto de vista te rico justamente pela presen a de tr s sujeitos distintos mas n o disjuntos no polo de enuncia o o autor pessoa de carne e osso o autor criador textual mas de uma ordem dist
189. ecnol gico e da transforma o dos processos de produ o torna o conhecimento rapidamente superado exigindo se uma atualiza o cont nua e colocando novas exig ncias para a forma o do cidad o Forma o de um cidad o alienado para a qual muitos de n s pais professores contribu mos pois 193 recebemos este mesmo modelo que n o nos possibilitou ainda de Iibertarmos das r deas do capitalismo A tamanha preocupa o com o ensino de F sica faz necess ria pois ela est em todo lugar s precisamos aprender ensinar a v la Devemos lembrar que a nossa escola m dia n o forma nenhum profissional como quer o sistema capitalista mas em contrapartida as institui es de ensino profissionalizante t m capacidade para isso Um fato Interessante que no texto do Frigotto h um discurso em busca de um novo ensino que promover um ensino que ser diferente do tradicional Ora pela data do artigo n o foi nessa mesma poca que o capital entrou com todas as suas for as para superar a grave crise que afetou todo o sistema produtivo na d cada de 70 Talvez o viver bem e o efetivo exerc cio da cidadania ser o meras consequ ncias de todo este trabalho alienado ao qual estamos submetidos Ser 194 ENUNCIADO PROFESSORA 8 Qual deve ser a rela o entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho Antes de responder temos que lembrar que o aluno que ingressa no ensino m dio n o parte do zero mas de e
190. egatividade das rela es de classe existentes no capitalismo A pr pria forma de trabalho capitalista n o natural mas produzida pelos seres humanos A luta hist rica para super la FRIGOTTO CIAVATTA e RAMOS 2012 s p Esta escola se funda numa concep o omnilateral de homem que se produz mediante um trabalho que n o se reduz ao trabalho produtivo material Omnilateralidade que envolve trabalho produtivo material trabalho enquanto arte est tica poesia lazer FRIGOTTO 1988 p 444 Assim apesar das diferen as em rela o a Paro 1998 entendo que o conceito de trabalho em Lopes 2002 tamb m identificado ao trabalho abstrato o que termina por naturalizar as atuais rela es de produ o A concep o de um mercado de trabalho e por extens o de um trabalho destitu do de sua dimens o cultural tamb m colabora nesse sentido Marcaria a diferen a entre a legisla o por um lado e os autores por outro a concep o que fazem da natureza do trabalho abstrato Na legisla o o trabalho abstrato naturalizado e considerado positivo a forma o para ele dever contaminar todas as reas da Educa o Em Paro e Lopes o trabalho abstrato igualmente naturalizado mas considerado negativo mister parar de preparar para ele libertando a educa o de sua submiss o Hay rela o com o trabalho abstrato Soy contra eis a raiz do termo antiforma o q Entendo que essa
191. eira de Ocupa es Paro 1998 por um lado usa os conceitos de trabalho alienado trabalho abstrato e trabalho distinguished from those rendered by entrepreneurs for profits an economic group comprising those who do manual labor or work for wages b 1 workers employed in an establishment 2 workers available for employment c the organizations or officials representing groups of workers 5 usually Labour the Labour party of the United Kingdom or of another part of the Commonwealth of Nations LABOR 2012 s p 64 concreto em sentidos bem pr ximos ao propostos por Marx Por outro lado lan a m o de uma s rie de identidades entre os conceitos Primeiramente afirma que todo trabalho abstrato seria alienado n o porque simplesmente dividido mas por conta da cis o mencionada anteriormente em que o produto do trabalho aliena se separa se do trabalhador PARO 1998 p 7 Apesar de a aliena o em Marx ter algumas outras dimens es LESSA 2009 FRIGOTTO 2009b a apontada por Paro certamente uma delas Em seguida depois de afirmar a partir de Frigotto 1995 que existe uma crise do trabalho abstrato e n o do trabalho como um todo identifica trabalho e emprego ser algu m na vida algo que se consegue pelo trabalho ou melhor pelo emprego PARO 1998 p 7 Aqui entendo que seria o caso de o autor que j havia diferenciado trabalho de trabalho abstrato manter a precis o no en
192. eis e os que consideram necess ria uma forma o voltada para o posicionamento humanista Analisando os PCN s as Bases legais a fala do presidente da Academia Brasileira de Ci ncias A B C podemos verificar que ambos comungam de uma forma ou de outra da opini o de que o ensino de Ci ncias particularmente o de F sica deve ser em fun o do mercado de trabalho Nas palavras do presidente da A B C preciso agregar valores aos nossos produtos e isso se faz atrav s de inova o dentro da ind stria Isso precisa crescer bastante Aqui podemos notar claramente a influ ncia das comunidades epist micas relatadas por Lopes e tamb m verificamos a rotulagem de mercadoria dada a educa o fruto de uma l gica neoliberal que a todo custo vem definindo os rumos da educa o Como bem destacou Paro a nossa escola que n o consegue preparar estritamente para o mercado cumpre esta fun o de uma forma velada qual seja deixando de lado a forma o de um saber cr tico que subsidie o estudante futuro produto do mercado a se posicionar diante das diversas situa es que lhe imposta Sendo assim tratando especificamente do ensino de F sica a rela o com o mercado de trabalho est clara devemos colocar no mercado de trabalho pessoas aptas a acompanh lo adaptadas a entender as tecnologias do presente e as que vir o futuramente como bem destaca as bases legais Agora a velocidade do progresso cient fico e t
193. ele o foram enviados a toda a base de dados do Inter ge alguns professores de outras reas e licenciados que n o estavam atuando responderam ao convite enviando a ficha de inscri o O passo a passo do crit rio foi seguinte 1 Descartar as fichas do professores que n o atuavam como professores de F sica no Ensino M dio 2 Separar as fichas de inscri o por regi o 3 Dentro de cada regi o 3 1 Se houver mais de 8 candidatos filtrar por forma o espec fica em F sica diversidade p blico privado diversidade de tempo de formado nesta ordem at haver 8 candidatos 3 2 Se houver 8 candidatos ou menos est encerrada a sele o Depois de aplicar este crit rio s inscri es recebidas a equipe percebeu que havia selecionado apenas 36 professores Tomou ent o a decis o de preencher as vagas ociosas aceitando a inscri o de dois professores licenciados em Matem tica um da regi o norte e outro da regi o centro oeste e um com licenciatura plena em Ci ncias da regi o sudeste todos professores de F sica atuantes no ensino M dio 2 3 4 Cursistas A partir dos crit rios descritos anteriormente foram selecionados 39 professores 17 dos quais conclu ram o curso Dentre os 22 que n o conclu ram o curso 3 confirmam inscri o mas nunca acessaram o ambiente Os outros 19 foram contactados pelos tutores quando come aram a se afastar do curso e atribu ram o afastamento a problemas de agenda
194. em as ordens militares a sinfonia as distintas formas de publicidade etc s o exemplos de g neros de discurso Outro ponto importante da concep o bakhtiniana de linguagem a ideia de que o l xico a estrutura gramatical da l ngua e os g neros de discurso n o chegam ao nosso conhecimento a partir de dicion rios e gram ticas mas de enuncia es concretas que n s mesmos ouvimos e n s mesmos reproduzimos durante a comunica o discursiva viva com as pessoas que nos rodeiam BAKHTIN 2003c 283 Assim em cada uma das palavras que usamos para falar est o negadas afirmadas ou transformadas as vozes daqueles com quem as aprendemos e as vozes daqueles com quem eles as aprenderam e assim por diante O mesmo racioc nio pode ser estendido sintaxe e aos g neros do discurso 104 2 2 PROCEDIMENTOS DE AN LISE Quanto a mim em tudo eu ou o vozes e rela es dial gicas entre elas BAKHTIN 2003a p 409 Essa frase encontrada no ensaio Para uma metodologia das ci ncias humanas pode ser considerada uma s ntese de pr prio punho ou porque n o dizer uma esp cie de autorretrato do pensamento bakhtiniano No entanto importante diferenciar a liberdade po tica com que o autor se refere pr pria obra de um convite a uma esp cie de vale tudo dial gico em que vozes e di logos s o ouvidos em todos os lugares sem maiores ou quaisquer filia es claras teoria Com esta ideia em mente entendo
195. em laborat rio ou para o mercado gerando professores com pouca informa o sobre o tema Junior 2008 afirma que a quest o racial ainda pouco discutida no campo de educa o em Ci ncias e que de acordo com alguns pensadores o objetivo b sico da escola a prepara o dos alunos para serem incorporados no mundo produtivo ou seguindo um segundo papel a forma o de cidad os cr ticos para o mundo Por conta dessas diferen as a escola aceita e consolida as desigualdades de cunho social econ mico e cultural presentes na sociedade excluindo a ideia de que a escola igual para todos Santos et al 2007 chama aten o para o fato de que a educa o do nosso pa s atrav s da legisla o de pol ticas p blicas espec ficas para este prop sito segue uma tend ncia global Como reflexo surge um v nculo direto com o mercado com exig ncias bastante rigorosas e com a organiza o do pr prio processo de trabalho Nascimento e Alvetti 2006 afirmam que no mundo contempor neo esses conhecimentos quando contextualizados socialmente tornam se importantes tanto para a inser o do cidad o no mercado de trabalho quanto para uma melhor compreens o dos fen menos da natureza bem como dos artefatos tecnol gicos que est o sua volta NASCIMENTO e ALVETTI 2006 p 29 Esse tipo de conhecimento seria necess rio ent o para a tomada de futuras decis es j que a Ci ncia estaria sempre em decis es de cunho social Ricardo
196. em volta do enunciado bakhtiniano j poss vel detalhar o conceito de perspectiva importante a ponto de constar do t tulo desta disserta o e apresentado no pr logo da maneira que registro a seguir os enunciados por se constitu rem de signos palavras ideol gicas e valorativas s o igual e inarredavelmente ideol gicos e valorativos Est o articulados numa rede em que se tocam se conhecem e se rejeitam e respondem Incorporam ainda marcas das tr s escalas de tempo interlocu o e contexto Materializam dessa forma uma perspectiva do falante em rela o ao s objeto s de sua fala Ocorre que essa perspectiva esse posicionamento axiol gico e valorativo do sujeito em rela o ao objeto de sua fala mediado pelas alteridades explicitadas na se o anterior Assim o que me proponho a realizar nesta se o justamente refinar esse conceito de perspectiva luz dos conceitos de destinat rio real suposto autor criador autor pessoa etc Para fazer isso da forma mais clara poss vel lan o m o de um exemplo analisando passo a passo um processo de comunica o ass ncrono em que exista um espa o de tempo consider vel entre a produ o de um enunciado e a sua leitura Destaco que isso se aplica perfeitamente ao processo que deu origem aos enunciados que analisarei produzidos pelos professores ao longo de uma semana entregue via ambiente virtual e lidos pelos tutores bastante tempo depois de terem sido escritos pr
197. emanais escolas que alunos que entram com defici ncias diversas e com professores que n o possuem conte do f sico m nimo para poder explanar todos os conceitos envolvidos nos avan os tecnol gicos postos a disposi o da popula o e nem com os conceitos necess rios para entender e poder transmitir os conhecimentos f sicos envolvidos nos campos mais avan ados da F sica lembrando que a grande maioria dos professores que lecionam f sica n o s o especialistas da disciplina E com este quadro as discuss es citadas acima se tornam relevantes visto que entre as bases legais e a realidade escolar existe um grande degrau Para que este degrau seja nivelado e as discuss es voltem a ser in cuas necess rio que exista muita vontade pol tica Primeiro para investir nas bases f sicas das escolas depois na forma o oferecer o refor o necess rio para sanar suas defici ncias bem como na cobran a de uma atua o DS Com a escola e o ensino de F sica atuais fica muito dif cil se cumprir a rela o entre o ensino da F sica e o mercado de trabalho proposta pela legisla o atual Quadro 4 Enunciado da professora 3 60 3 1 2 Perspectiva da autora criadora No primeiro par grafo a autora afirma que a discuss o sobre a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho incipiente No entanto ao atribuir esta incipi ncia ao fato de n o haver proposi o real que demonstre cumprir os
198. empre digo aos meus alunos que somos eternos aprendizes seja em casa ou no trabalho ou na vida de modo geral O principal objetivo de nosso trabalho n o nem ensinar F sica ensinar a aprender F sica e qualquer outro conhecimento para o desenvolvimento da pessoa enquanto profissional e cidad o O pr prio mercado de trabalho n o exige somente profissionais que tenham grandes conhecimentos mas profissionais com grandes habilidades em aprender coisas novas e s vezes diariamente dada a grande din mica do mundo Fourez pergunta Partir se da realidade vivida cotidianamente ou daquela que os cientistas j conceituaram Penso que uma coisa leva a outra ao ensinar F sica por exemplo podemos tanto falar da F sica vivenciada na cozinha como relaciona la com a F sica mais utilizada industrialmente pois historicamente esse ci ncia nasceu de observa es cotidianas o que mais uma vez te leva ao mercado de trabalho 191 No texto Os Par metros Curriculares Nacionais e os objetivos do Ensino de F sica vemos que Incorporado cultura e integrado como instrumento tecnol gico esse conhecimento tornou se indispens vel forma o da cidadania contempor nea Espera se que o ensino de F sica na escola m dia contribua para a forma o de uma cultura cient fica efetiva que permita ao indiv duo a interpreta o dos fatos fen menos e processos naturais situando e dimensionando a intera o do ser humano c
199. enciatura em Matem tica 2 5 0 0 Licenciatura em Matem tica A T I 3 0 0 e Licenciatura em F sica Licenciatura Plena em Ci ncias Naturais e Ra E 3 0 o Matem tica com habilita o i E em F sica Ci ncias l 3 0 0 2 3 5 Atividades pedag gicas do curso Seguindo o objetivo inicial do InterAge o desenho instrucional do curso foi elaborado de forma a incentivar a participa o e intera o entre os professores cursistas incorporando ao m ximo as suas contribui es A equipe InterAge criou ent o um cronograma inicial de atividades composto por 4 m dulos descritos adiante que com ao longo do curso foi sendo adaptado e alterado a partir do material gerado pelos pr prios professores nos f runs de discuss o anteriores Cada um dos m dulos foi dividido em tr s partes na primeira os professores trariam seu ponto de vista pessoal acerca das quest es a serem tratadas no m dulo Na segunda teriam contato com os textos de pesquisa e discutiriam o tema com os colegas e tutores na terceira se reposicionariam em rela o aos temas discutidos Durante esse processo os tutores agiram de forma a estimular a participa o e fazer com que todas as vozes fossem ouvidas pelo grupo explorando aproxima es afastamentos e cuidando 130 tamb m para que a discuss o se mantivesse em torno do tema abordado Na discuss o com base nos textos de pesquisa atentaram ainda apropria o dos conceitos apresentados A flex
200. endo pelo menos 2 200 ou 2 900 horas de trabalho escolar efetivo respectivamente que n o haver qualquer distin o entre os professores e especialistas subordinados ao regime das leis do trabalho e os admitidos no regime do servi o p blico que a admiss o e a carreira de professores e especialistas dever o atender s normas constantes obrigatoriamente dos respectivos regimentos e ao regime das Leis do Trabalho e finalmente que o Programa Especial de Bolsas de Estudo PEBE reger se por normas estabelecidas pelo Minist rio do Trabalho e Previd ncia Social BRASIL 1971 s p Das quatro ocorr ncias da palavra trabalho restantes est o relacionadas inicia o profissional e dizem respeito ao ensino de m dio poca 1 e 2 graus A parte de forma o especial de curr culo ter o objetivo de sondagem de aptid es e Inicia o para o trabalho no ensino de 1 grau e de habilita o profissional no ensino de 2 grau e a Inicia o para o trabalho e a habilita o profissional poder o ser antecipadas BRASIL 1971 s p Noutras palavras al m de um ensino m dio profissionalizante ter amos um ensino fundamental em que haveria uma esp cie de prospec o e de encaminhamento de trabalhadores Acresce que tanto a habilita o profissional quanto a inicia o profissional poderiam ser antecipadas o que em tese permitiria atrelar todos os n veis do ensino s demandas das em
201. ent ficos b sicos nico para aqueles que n o seguir o os estudos nas universidades ou que ingressar o diretamente no mercado de trabalho contribui para uma melhor qualidade de vida ou compreens o do mundo em que vivemos Sabemos que a vida da maioria das pessoas seja hoje dependente da tecnologia o Ensino M dio que a etapa final da forma o b sica do cidad o n o tem sido capaz de promover adequadamente a capacita o desses jovens para a tomada de decis es compreens o constru o e participa o no controle dos conhecimentos cient ficos Para n o irmos t o longe at mesmo a discuss o da import ncia da aprendizagem das Ci ncias enquanto parte da cultura humana que no mundo de hoje passa longe dos bancos escolares Tendo em vista a import ncia da aprendizagem de Ci ncias e mais especificamente no nosso caso da F sica em tantos e diferentes campos e tendo em vista a pol tica de constru o de uma sociedade participativa hoje irremediavelmente ligada ao desenvolvimento tecnol gico que devemos tocar o barco para frente sem ter medo de errar e procurar GRITAR para que juntos possamos determinar o que dever ser bom tanto para uma carreira profissional como para o mercado de trabalho Hoje passamos por uma mudan a radical de paradigma e nossa fun o como educadores preparar o jovem para esse novo momento permitindo lhe ser capaz de compreender quais implica es as descobertas cient ficas rapidamen
202. ente a mudan a deste paradigma para o paradigma cient fico promoveria o desenvolvimento Se o pa s estava engessado n o pode ter se desenvolvido se se desenvolveu n o estava engessado Essas contradi es far o mais sentido luz de um contexto extraverbal mais ampliado a partir do qual tamb m tentarei reconstituir a perspectiva do autor pessoa o professor propriamente dito acerca das rela es entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho 3 2 3 Perspectiva do professor autor pessoa Entendo que no caso do professor 17 h muitos pontos em que a perspectiva do autor pessoa coincide com a do autor criador Dentre eles est o as concep es de mercado de trabalho cient fico e n o cient fico a rela o direta entre a educa o tecnol gica e o desenvolvimento do pa s e tamb m a potencial contradi o que residiria no fato de um pa s ter se desenvolvido com um mercado de trabalho n o cient fico Para construir sentidos acerca dessas concep es resgato as Informa es contidas na Figura 1 poss vel perceber nesta figura que em 1986 o setor industrial e o setor de servi os produziam cada um aproximadamente 47 do PIB Acresce ainda que a participa o do setor industrial no PIB vinha crescendo desde 1955 No entanto ao longo das d cadas seguintes poss vel ver que a participa o do setor industrial no PIB foi caindo at chegar a 26 em 2009 ano em que a participa o do
203. ente satisfat rias mas que teriam uma dimens o explorat ria mais pronunciada do que as realizadas pelo processo anterior e talvez por isso sua coes o metodol gica n o fosse t o alta Neste caso as sugest es e cr ticas que viriam durante o processo de defesa contribuiriam para o desenvolvimento de algo novo no caso a vers o seguinte do dispositivo Foi exatamente isso que me levou a optar pelo uso dessas formas de distin o que apresento a seguir Resgato primeiramente a ideia de que o enunciado como um todo tem duas partes uma presumida e a outra realizada em palavras VOLOSHINOV 1976 p 6 Mas qual dos sujeitos teria presumido a parte presumida Ap s ler os textos de Amorim 2006 que inseri na se o Perspectiva sobre o retratista o retratado e a tentativa de reconstituir as vis es de cada um convenci me de que justamente o autor pessoa o enunciador que no processo de enuncia o presume as v rios dimens es da parte presumida Assim o conhecimento e compreens o comum da situa o por parte dos interlocutores e de sua avalia o comum dessa situa o mais precisamente VOLOSHINOV 1976 p 5 estariam mais pr ximos da leitura que autor pessoa faz conhecimento e compreens o comum dos interlocutores e da leitura que o autor pessoa faz da avalia o comum da situa o Refor a esse entendimento um trecho do pr prio Discurso na Vida discurso na arte Quando uma pessoa p
204. entre trabalhadores e organiza es Nessa concep o mais pr xima do senso comum prevalece a ideia de que o mercado de trabalho seria um lugar eventualmente abstrato onde o conjunto de ofertas de demandas de emprego se confrontam e as quantidades oferecidas e demandadas se ajustam em fun o do pre o OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1519 Apontam ent o que essa concep o de mercado de trabalho uma dentre muitas e como outras apresenta v rias limita es quando analisada a partir das rela es entre indiv duos Institui es e sociedade O mercado concebido como esse espa o em que ocorrem as rela es multifacetado e din mico desta forma consider lo como um conceito constante sem revisit lo ao longo do tempo implica negar o car ter din mico da sociedade OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1519 Das teorias econ micas cl ssicas trazem as concep es de Adam Smith Karl Marx dos neocl ssicos e de John Maynard Keynes Os autores afirmam que para Adam Smith que fez as primeiras refer ncias ao termo no final do s culo XVIII o funcionamento do mercado de trabalho id ntico ao de qualquer outro mercado empresas e indiv duos adotam comportamentos econ micos que venham a maximizar seu bem estar e as fun es da oferta e demanda dependem do n vel do sal rio O trabalho seria um produto do qual os trabalhadores s o vendedores os empregadores atuam como compradores os sal rios s o considerados
205. equada entre o ensino de ci ncias e o mercado de trabalho vale distinguir as duas principais diferen as de abordagens apresentadas pelos textos Por vezes esta rela o discutida no mbito administrativo e em outras no pedag gico Na primeira s o apresentados m todos e caracter sticas de administra o de empresas CASTRO 2008 que poderiam ser aplicados na gest o escolar sem entretanto interferir no ensino de ci ncias em si realizado em salas de aula e depend ncias escolares J a segunda abordagem baseia se especificamente no ensino de ci ncias pautado nas necessidades e nas pol ticas do mercado de trabalho em que s o consideradas as influ ncias das tend ncias deste mercado no direcionamento do ensino de ci ncias Com rela o aplica o de t cnicas do mercado de trabalho na administra o escolar concordo com o autor citado que alguns m todos de empresas bem sucedidas podem ser utilizados por m imagino que devam ser necess rias algumas adapta es que valorizem as particularidades da escola e em especial a educa o Este ano a Secretaria de Educa o do Estado do Rio de Janeiro come ou a implementar a pol tica de metas e premia es no caso financeiras para professores e funcion rios que alcan assem ou ultrapassassem essas metas uma id ia j trabalhada pela Prefeitura do Rio de Janeiro h alguns anos O emprego desta pol tica que muitas vezes apresenta sucesso em empresas e ind strias n o
206. er perito na rea de engenharia da Pol cia Federal a prova principal n o a de conhecimentos de engenharia ci ncias como um todo mas direito E seguindo esta tend ncia a matem tica desapareceu dos concursos Assim saber ci ncias e matem tica se torna algo dispens vel na vis o de muitos Novamente na condi o de mediador perguntei ao professor 17 e ao 15 se suas concep es de mercado de trabalho convergiam e eles afirmaram que sim Registro no quadro a seguir O enunciado do professor 17 1 Tenho a concep o que a F sica como uma das ci ncias b sicas relaciona se intimamente com o mercado de trabalho atual mas devo fazer algumas considera es ao reler minha 3 participa o e a dos colegas ao longo dessa atividade principalmente a respeito da vis o que tenho sobre o mercado de trabalho no Brasil atualmente e mudan a de paradigmas Desde minha inf ncia ouvia que o sonho dos pais em rela o ao futuro dos filho as eram que eles as formem se em uma universidade como m dicos as ou advogados as N o me interessava por nenhuma dessas carreiras mas sempre ficava intrigado a natureza das coisas O tempo foi passando o antigo 20 grau t cnico em eletr nica e ingressei no mercado de trabalho com O estagi rio e o meu chefe era engenheiro el trico formado e fazia trabalho burocr tico Estranhes mas ainda queria saber sobre a origem das coisas Ao ingressar na universidade vi que n mer
207. erados ou cujo acesso facilitado pela moderna tecnologia O que se deseja que os estudantes desenvolvam compet ncias e habilidades que lhes permitam desenvolver a capacidade de continuar aprendendo importante destacar tendo em vista tais reflex es as considera es oriundas da Comiss o Internacional sobre Educa o para o s culo XXI incorporadas nas determina es da Lei n 9394 96 LDB A educa o deve cumprir um triplo papel econ mico cient fico e cultural deve tamb m ser estruturada em quatro alicerces aprender a conhecer aprender a fazer aprender a viver e aprender a ser Ao propiciar esses conhecimentos o aprendizado da F sica promove a articula o de toda a vis o de mundo de uma compreens o din mica do universo mais ampla do que nosso 213 entorno material imediato capaz portanto de transcender nossos limites temporais e espaciais Assim ao lado de um car ter mais pr tico a F sica revela tamb m uma dimens o filos fica com uma beleza e import ncia que n o devem ser subestimadas no processo educativo Segundo FOUREZ 2003 p 122 Em uma situa o menos visada como a compra de um carro necess rio chamar diversas disciplinas para se dar um representa o pertinente do que se passa Portanto imprescind vel que o ensino da F sica se d de forma interdisciplinar e contextualizada visando uma cultura geral que permita a inclus o no mercado de trabalho sem ser um especialista
208. erar melhoria tamb m para as empresas e existem as escolas t cnicas que formam diretamente para o mercado de trabalho por m na atualidade elas tamb m preparam para a continuidade dos estudos ou para um aprimoramento maior o que geralmente ocorre pois os egressos dos cursos t cnicos na sua grande maioria procuram cursos superiores para melhor forma o e ascens o profissional na mesma rea de atua o 200 O papel principal da escola formar cidad es preparados para enfrentar o mundo e a sociedade como afirma Santos Mortiner 2000 p 138 Alfabetiza o cient fica e tecnol gica dos cidad es auxiliando a construir conhecimentos habilidades e valores necess rios para tomar decis es respons veis sobre quest es de ci ncia e tecnologia e atuar na solu o de tais quest es Como a globaliza o e o avan o da tecnologia que se inova constantemente e de forma r pida e ap s alguns epis dios desde as bombas de Hiroshima e Nagasaki a viagem do homem a lua e bem recentemente o acidente em Fukushima energia nuclear dentre outras tantas situa es reais fica evidente que nos dias atuais de extrema necessidade o conhecimento de f sica e que os cidad es estejam preparados para compreender todas essas mudan as inserido no mercado de trabalho e a escola deve prepar los para que possam entender todas as situa es reais do nosso cotidiano A melhor rela o esperada uma forma o polivalente em que
209. eria um contato muito maior com alunos que j s o trabalhadores 163 CAP TULO 4 DISCUSS O E CONSIDERA ES FINAIS Esta disserta o teve por objetivo investigar as perspectivas de professores de F sica do ensino m dio sobre as rela es entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho por meio de uma an lise bakhtiniana No entanto nos caminhos que percorri e constru para chegar a este objetivo fiz quest es e reflex es que entendo serem relevantes para a rea de Educa o em Ci ncias Assim inicio esta se o apresentando estas quest es tratando em seguida da quest o de pesquisa propriamente dita primeira quest o que julgo relevante diz respeito ao uso de referenciais te ricos filiados a uma concep o discursiva de linguagem e particularmente concep o bakhtiniana na pesquisa em Ensino de Ci ncias Por interm dio do levantamento que realizei nos peri dicos da rea para a se o uma an lise bakhtiniana uma an lise de discurso identifiquei um uso sistem tico dos referenciais do campo do estudo do discurso na pesquisa em Ensino de Ci ncias nos ltimos cinco anos Essa constata o vai ao encontro de Pinh o e Martins 2009 que ao fazerem um levantamento an logo para os anos de 1998 a 2008 afirmam que existe uma crescente utiliza o das teorias do campo dos estudos do discurso na pesquisa em ensino de ci ncias PINH O e MARTINS 2009 p 1 No entanto uma rea de pesqui
210. erm dio da interface do Moodle Dentre os 17 concluintes 8 receberam a avalia o excelente 6 tiveram desempenho excelente mas receberam a avalia o bom por 134 problemas de assiduidade e de atraso na entrega dos trabalhos finais e 3 tiveram bom desempenho mas receberam a avalia o razo vel tamb m devido a quest es de assiduidade e de atraso nos prazos de entrega 2 4 OBJETIVOS GERAIS E ESPEC FICOS DA PESQUISA Descrito o campo apresento os objetivos de pesquisa Objetivo geral Investigar a perspectiva dos professores cursistas sobre as rela es entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho a partir da leitura de textos acad micos e da intera es com os tutores e outros cursistas Objetivos espec ficos 1 identifica o em cada um dos enunciados estudados das perspectivas do autor criador e do autor pessoa 11 Investiga o dos pontos de aproxima o e afastamento entre as perspectivas dos autores pessoa e outras perspectivas sobre a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho 135 CAP TULO 3 OBTEN O E AN LISE DE DADOS Os dados a serem analisados s o as respostas dadas pelos professores ao trabalho final do quarto m dulo do curso que consistiu na reda o de um texto no formato de documento eletr nico com o tamanho entre 4000 e 4500 caracteres contados com espa os O documento foi elaborado individualmente e enviado por interm dio da interface Moodl
211. ermanente com outros conhecimentos O conhecimento deve estar relacionado n o apenas ao trabalho mas tamb m preparar para a continua o dos estudos Esta rela o n o deve contemplar apenas o mercado de trabalho mas uma forma o geral uma proposta pedag gica conhecimento compet ncias e habilidades N o creio meramente numa prepara o apenas para o mercado de trabalho mas para o presente e futuro do aluno 195 De forma geral uma prepara o b sica para o trabalho n o pode ser pensada como algo que apenas prepare o aluno para ser uma m o de obra qualificada para isso existem os curso profissionalizantes Considero que o aluno tamb m tenha forma o voltada a ci ncia e a cidadania junto ao mundo do trabalho e com uma vis o do conhecimento aplicado as tecnologia e ci ncias Pensar a ci ncia como algo com autonomia do pa s como citado por Gandra agregar valor aos nossos produtos N s j exportamos muito na rea agropecu ria de min rios O Brasil muito presente hoje na exporta o de commodities Mas preciso agregar valores aos nossos produtos E isso se faz atrav s de inova o dentro da ind stria Isso precisa crescer bastante Logo concordo que tenhamos que dialogar mas sem restringir as demandas do mercado algo mais org nico com rela o a natureza concep o untaria org nica do conhecimento implica de sa da a supera o dos dualismos paticular geral te rico pratico t c
212. es Eles n o podem ser entendidos de fora A pr pria compreens o integra o sistema dial gico como elemento dial gico e de certo modo lhe modifica o sentido total BAKHTIN 2003b p 332 Assim proponho que o analista bakhtiniano v al m do simples uso deste ou daquele conceito bakhtiniano e assuma uma postura epistemol gica bakhtiniana reconhecendo e destacando que ao analisar enunciar est se posicionando ideol gica e valorativamente em rela o ao objeto da an lise e interferindo com esse objeto e por conseguinte abrindo m o de 18 qualquer pretens o de neutralidade Essa proposta justificaria at aqui e explicaria daqui para diante a reda o desta disserta o na primeira pessoa e as v rias inser es que realizarei ao longo dos demais cap tulos destacando a minha interfer ncia e posicionamento no processo de an lise Justificaria tamb m o rompimento do analista com a ideia de que suas an lises e conclus es seriam da ordem da verdade nica geralmente materializadas em enunciados com l xico e sintaxe organizados de forma mais taxativa como o professor a escola deve etc Seriam esses tamb m importantes motivos para conceituar an lise bakhtiniana antes de tratar do objeto da disserta o Finalizo o cap tulo esperando ter deixado suficientemente claro que 1 uma an lise bakhtiniana deve levar em considera o tanto a rede de enunciados quanto as tr s escalas de tempo c
213. es entre trabalho e educa o Assim entendo que n o se trata de tomar o partido de uma forma o para o trabalho em que se exclui a cidadania ou de uma forma o para a cidadania em que se exclui o trabalho Ali s trata se de rejeitar essa quest o justamente por interm dio da cr tica naturaliza o do trabalho abstrato que est na base dessa polariza o Entendo que uma das chaves para essa cr tica seja a concep o dial tica de trabalho que est na base das propostas dos autores que ser o apresentados na pr xima se o di Aproximadamente dois meses depois de escrever esta cr tica antiforma o tive acesso ao site da revista Txchnologist uma revista sobre ci ncia e tecnologia para o Brasil Nela encontrei o texto de Gon alves 2012 intitulado O desejo de vencer o abismo entre academia e ind stria Nele o autor aponta a exist ncia de uma preven o da universidade p blica brasileira em rela o iniciativa privada cujas ra zes remontariam poca da ditadura quando as grandes empresas apoiaram os militares fazendo com que as universidades se tornassem redutos de oposi o pol tica e compreens o marxista GON ALVES 2012 s p De acordo com o autor esse assunto foi destaque num artigo publicado pela revista Science em 2010 Entendo que isso refor a meu entendimento de que uma das ra zes hist ricas e at emocionais da antiforma o justamente o papel que a iniciativa privada
214. escola na prepara o para suas empresas deveria ser dito que esse problema deles empres rios que usufruem dos benef cios de uma maior forma o de seus empregados e que a escola p blica paga com os impostos da popula o tem fun es mais importantes do que ficar mais uma vez servindo ao capital PARO 1998 p 11 Aqui uma refer ncia temporal a palavra atual diz respeito ao ano de 1998 em que a situa o do emprego no Brasil era bastante diferente da de hoje A distribui o do PIB brasileiro por setor da economia nesse contexto por exemplo pode ser vista na Figura 1 Acresce que a internet comercial no Brasil havia sido lan ada h quatro anos e o Google h apenas um 33 1 2 1 1 A LDB 96 e o mundo do trabalho Se o trabalho de Arroyo foi publicado em 1988 apenas tr s anos depois da abertura pol tica e um ano depois da convoca o da Assembleia Nacional Constituinte o trabalho de Paro elaborado num ambiente democr tico muito mais consolidado a Constitui o de 1988 redigida por parlamentares que n o precisavam mais temer as cassa es pol ticas j contava com 10 anos de publica o Durante sua elabora o houve em todos os setores debates press es movimentos populares movimentos de bastidores de grupos corporativos etc para verem seus interesses defendidos na Carta Magna GHIRALDELLI 2008 p 169 Em vez de constar apenas do trecho da constitui o que lhe dizia respeito diretamente
215. espec fico de t cnicos norte americanos da Agency for Internacional Development conhecidos como acordos MEC USAID O autor ressalta que estes t cnicos apesar de sua nacionalidade n o eram leitores e admiradores da obra de John Dewey e de tantos outros fil sofos da educa o de orienta o democr tica formados nos Estados Unidos A concep o de educa o destes acordos era aquela veiculada pelo ministro do planejamento do governo Castello Branco o economista Roberto Campos que procurou insistentemente demonstrar a necessidade de submeter as diretrizes da educa o s demandas do mercado de trabalho Para Campos toda a agita o estudantil daqueles anos tanto em n vel nacional quanto internacional era devida a um ensino desvinculado do mercado de trabalho baseado em generalidades e segundo suas pr prias palavras um ensino que n o exigindo trabalhos de laborat rio deixava v cuos de lazer que estariam sendo preenchidos com aventuras pol ticas GHIRALDELLI 2008 p 113 Dessa forma o ensino de disciplinas t cnicas e cient ficas rea em que naturalmente se realizam os trabalhos de laborat rio n o serviria apenas para atender s demandas das empresas formando e estreitando o v nculo com o mercado de trabalho Serviria tamb m para preencher os tais v cuos de lazer e afastar os estudantes das aventuras pol ticas ou mais francamente para reprimi los As ci ncias e a matem tic
216. essam presente pesquisa o grupo dos professores que responderam sem usar o discurso direto Interessa por sinalizar outros assuntos que apesar de correlatos seriam de interesse mais imediato do professor J o grupo dos que responderam pergunta usando o discurso direto Interessa justamente pela forma como se posicionar o acerca da quest o levantada No grupo dos professores que responderam sem usar o discurso direto selecionei o enunciado da professora 3 nico elemento do grupo No grupo dos professores que responderam pergunta usando o discurso direto fiz uma sele o aleat ria entre os tr s que teve como resultado o professor 17 3 Descri o do contexto extraverbal comum O contexto extraverbal comum aos professores o de um curso online de 10 semanas dividido em 5 etapas apresenta o pessoal os PCNEM de F sica os objetivos de ensino de F sica a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho e avalia o do curso A etapa em que a atividade analisada se insere a quarta do curso e tem como tema a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho A etapa foi composta por tr s atividades dois f runs e um trabalho final cuja descri o anterior detalho aqui A primeira atividade consistiu num f rum de discuss o em que os professores foram convidados a participar dizendo qual deveria ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Na segunda atividade tamb
217. este ditado popular espanhol mutatis mutandis exemplifica a id ia central desses enunciados H rela o com o trabalho Sou contra 10 Existe apenas uma refer ncia a Marx na p 3 Ao aplicar sua atividade para a busca de objetivos que s o humanos criados por ele n o preexistentes a ele o homem se constr i construindo um mundo novo ao seu redor pelo trabalho MARX s d PARO 1998 p 3 31 As potencialidades do trabalho concreto criador de utilidades bens e servi os que possibilitam a emancipa o humana s o secundarizadas em favor da preced ncia absoluta do trabalho abstrato criador do valor econ mico que serve expans o do capital PARO 1998 p 6 O autor prossegue afirmando que a forma que o trabalho assume em nossa sociedade por ser uma rela o de domina o impede que o homem chegue ao reino da liberdade e consequentemente vivencie a humanidade em sua plenitude Por isso afirma ser dif cil advogar uma centralidade do trabalho enquanto possibilidade de forma o do homem hist rico PARO 1998 p 6 No que diz respeito escola fundamental afirma que a maioria dos seus usu rios devido ao seu n vel social e econ mico n o veem outro horizonte al m de conseguir um emprego em que se deixar o explorar fala se muitas vezes que se estuda para ter uma vida melhor mas quando se procura saber o que isso significa est sempre por tr s a convic o de que ter
218. explicaria o tom do texto que endere ado originalmente aos professores e pesquisadores da rea de ensino de ci ncias que de fato assistiam a palestra do autor seria mais coloquial e informal do que um texto estritamente acad mico Explicaria tamb m uma certa insist ncia do autor em representar os professores de humanas como santos e os de exatas como carrascos Num texto escrito esses estere tipos podem facilmente cruzar a fronteira entre a ironia e o preconceito comprometendo a linha de argumenta o do autor que ao fim e ao cabo critica justamente a dicotomiza o entre ci ncia t cnica e cultura pol tica No entanto numa situa o de comunica o face a face teriam sua dimens o ir nica mais ressaltada Isso colaboraria efetivamente tanto para chamar a aten o dos professores quanto para provoc los e mobiliz los para transformar as quest es apontadas e criticadas Outra marca temporal e contextual importante no texto de Arroyo a identidade entre ind stria e empresa Ao longo do texto o autor vai se referindo a empresas ARROYO 1988 p 6 produ o de bens e servi os ARROYO 1988 p 6 e p 7 e ideia de que tanto a universidade quanto os cursinhos pr vestibular estariam a atrelados empresa moderna ARROYO 1988 p 6 A partir disso n o fica muito claro a que tipo de empresa o autor estaria se referindo No entanto levando em considera o as refer ncias aos v nculos estreitos entre esc
219. fam lia no processo de aprendizagem de seus filhos n o podemos esquecer que os alunos ficam apenas 5h20min do dia na escola sobrando 18h40min fora dela e que a mesma n o tem como atuar na vida desse aluno Com a escola e o ensino de F sica atuais fica muito dif cil se cumprir a rela o entre o ensino da F sica e o mercado de trabalho proposta pela legisla o atual Refer ncias Bibliogr ficas 1 BRASIL Bases Legais dos PCN Acesso em lt 21 05 22011 gt Dispon vel em lt http www Interageufr org moodle file php 8 blegais PCNOEF pdf gt 2 A C LOPES Quem Defende Os Pen Para O Ensino M dio Acesso em lt 21 05 2011 gt Dispon vel em lt http www Interageufr org moodle file php 8 Artigo Atividade 3 pdf gt 186 3 V H PARO Parem De Preparar Para O Trabalho Reflex es acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a gest o e o papel da escola b sica Acesso em lt 21 05 2011 gt Dispon vel em lt http www Interageufr org moodle file php 8 Paro 1999 parte 3 pdf gt 4 G FRIGOTTO Forma o profissional no 2o grau em busca do horizonte da Educa o Polit cnica Acesso em lt 21 05 2011 gt Dispon vel em lt http www Interageufr org moodle file php 8 Frigotto 1988 pdf gt 5 AL GANDRA Academia Brasileira de Ci ncias quer avan os em pesquisa e no ensino de ci ncias nas escolas Acesso em lt 21 05 2011 gt Dispon vel em lt http agenciabrasil ebc com br noticia 2011 05 01 academia brasileira de
220. feren a de pap is justamente o que importa Porque o enunciado daquele a quem eu respondo com o qual concordo ao qual fa o obje o o qual executo levo em conta etc j est presente a sua resposta ou compreens o responsiva ainda est por vir BAKHTIN 2003c p 301 302 Fica claro ent o que para o autor o que faz parte do meu enunciado n o o destinat rio mas a imagem que fa o dele Essa imagem inarredavelmente distinta do destinat rio propriamente dito por uma s rie de motivos a come ar pela pr pria ontologia enquanto a Imagem que fa o de uma pessoa quando enuncio uma concep o um pensamento e portanto imaterial a pessoa propriamente dita de carne e osso material e por isso a ela seria imposs vel entrar num texto Entendo que o reconhecimento desta alteridade desta clara diferencia o entre sujeitos de texto e sujeitos de carne e osso um aspecto central do pensamento bakhtiniano e por conseguinte deste dispositivo Assim para colaborar com esse detalhamento trarei os aportes de Amorim e Faraco relacionando sempre que poss vel os textos destes autores aos originais de Bakhtin No polo da significa o h dois sujeitos a distinguir O destinat rio propriamente dito ou destinat rio real como prop e Amorim 2002 um sujeito emp rico extratextual e que ao fim e ao cabo ser o leitor do texto J a imagem que o falante faz do destinat rio ou destina
221. fessores estudantes diretores de escola igualmente protagonistas das rela es de ensino 95 No entanto levando em considera o os limites do presente trabalho entendo ser necess rio realizar mais alguns recortes O primeiro deles escolher a segunda dire o sugerida no par grafo anterior investigando a perspectiva dos protagonistas do ensino de ci ncias acerca das rela es entre Ensino de Ci ncias e o mercado de trabalho Isso complementaria e daria continuidade s pesquisas sobre os objetivos do ensino de ci ncias na perspectiva de seus protagonistas como as realizadas por Rezende et al 2009 o que constituiria um segundo recorte no momento em que os autores dentre os v rios protagonistas poss veis investigam neste trabalho os professores das disciplinas das ci ncias naturais De acordo com os autores os professores investigados priorizavam como objetivo do ensino quest es relativas realidade natural que consideravam completamente distinta da realidade social em que se Inseririam por exemplo as rela es de trabalho Entendo assim que est impl cito nestes resultados um sil ncio sobre a rela o entre a forma o cient fica e o mercado de trabalho e que importante que os professores reflitam sobre este ponto O presente trabalho contribuir particularmente para a pesquisa iniciada por estes autores no momento em que convidar os professores das ci ncias naturais a refletir e se posicio
222. fissional no 2 grau em busca do horizonte da Educa o Polit cnica Cadernos de Sa de P blica Rio de Janeiro v 4 n 4 p 435 445 out dez 1988 Educa o e forma o humana ajuste neoconservador e alternativa democr tica In GENTILI P SILVA T T Orgs Neoliberalismo qualidade total e educa o vis es cr ticas Petr polis Vozes 1995 p 30 92 dupla face do trabalho cria o e destrui o da vida In FRIGOTTO G CIAVATTA M Orgs A experi ncia do trabalho na educa o b sica 3 ed Rio de Janeiro Lamparina 2005 p 101 112 polissemia da categoria trabalho e a batalha das id ias nas sociedades de classe Revista Brasileira de Educa o Rio de Janeiro v 14 n 40 p 168 194 jan abr 2009 Trabalho In In PEREIRA I B LIMA J C F Orgs Dicion rio da educa o profissional em sa de 2 ed Rio de Janeiro Fiocruz 2009b p 398 404 FRIGOTTO G CIAVATTA M RAMOS M O trabalho com princ pio educativo no projeto de educa o integral de trabalhadores In COSTA H CONCEI O M Orgs Educa o Integral e Sistema de Reconhecimento e certifica o educacional e profissional S o Paulo Secretaria Nacional de Forma o CUT 2012 p 63 71 Dispon vel em lt http www escolanet com br teleduc arquivos Fapoio Trabalho principio educ doc gt Acesso em 20 jan 2012 GANDRA A Academia Brasileira de Ci ncias quer avan os em pes
223. fo seguinte faz refer ncia a sua Inf ncia trazendo o que ouvia dos pais no que diz respeito escolha profissional que eles as filhos e filhas formem se em uma universidade 154 como m dicos e advogados Entendo que nesse trecho a figura dos pais usada de uma forma mais ampla como uma esp cie de agente que exerceria a press o que o autor criador percebeu de forma mais ampla na sociedade no que diz respeito escolha profissional A partir das refer ncias s profiss es de m dico e advogado 1 7 e a um chefe que era engenheiro el trico formado e fazia trabalho burocr tico 1 10 entendo que essa press o social aponta em dire o s carreiras de medicina direito e gest o administra o O autor criador tamb m se apresenta como uma pessoa que resistiu a essa press o e se manteve fiel sua curiosidade quanto natureza das coisas 1 8 e a origem das coisas 1 11 fazendo F sica por convic o e n o para a anteder a anseios paternos 1 13 e 1 14 No terceiro par grafo articula v rios elementos para em seguida sustentar sua tese acerca do paradigma do mercado de trabalho no Brasil Primeiramente faz refer ncia ao quarto m dulo do curso em que se inseriram esta atividade e os f runs anteriores o que escreveu nos dois primeiros par grafos e as afirmativas que atribui m dia e aos f runs especializados 1 18 sobre a problem tica do desenvolvimento cien
224. ha polissemia que cresceria ainda mais se considerarmos que a mesma palavra pode ter sentidos distintos para autores distintos entendi que fosse central encontrar e detalhar para cada grupo um conceito para lastrear a constru o do sentido das palavras encontradas Para o grupo de palavras relativas atividade do indiv duo escolhi o conceito de trabalho de acordo com o proposto por Karl Marx A ideia que o conceito de trabalho elaborado por um dos grandes cr ticos do sistema capitalista daria mais subs dios a uma leitura cr tica dos sentidos das palavras analisadas Refor am esse entendimento duas considera es epistemol gicas A primeira que a categoria trabalho ocupa um papel central no pensamento marxista sendo considerada pelo autor como fundadora do mundo dos homens Assim no meu entendimento teria grande profundidade colaborando da constru o dos sentidos de t o v rias palavras Al m disso por se tratar de um categoria eminentemente dial tica o conceito marxista de trabalho permitiria perceber a realidade e construir sentidos com complexidade muito maior do que uma conceitua o de trabalho que fosse basicamente unidimensional J para as palavras que designam o local em que se realiza a atividade individual escolhi a express o mercado de trabalho usando como base a detalhada revis o de suas v rias concep es realizada por Oliveira e Piccinini 2011 Os autores partem das primeiras concep es
225. hou durante a d cada de 1970 junto Organiza o Internacional do Trabalho OIT como diretor associado do Programa Regional Emprego para a Am rica Latina e o Caribe Participou tamb m de outras ag ncias das Na es Unidas foi secret rio de educa o do estado de S o Paulo no governo Franco Montoro e foi professor titular de economia da Unicamp onde tamb m ocupou o cargo de reitor Por outro lado foi gerente de opera es do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID em Washington Com Renato frente da pasta da Educa o o governo Fernando Henrique foi sem d vida o que mais gerou planos para a educa o decidijndo por um empreendimento que objetivava trabalhar em muitas frentes mantendo conjuntamente um alto grau de propaganda a respeito do que faria GHIRALDELLI 2008 p 201 Entre essas frentes est o 41 desenvolvimento aprimoramento e amplia o de um sistema de avalia o da educa o tanto para o ensino b sico quanto para o superior que consolidou o Sistema de Avalia o do Ensino B sico SAEB e deu origem a outros dois grandes exames nacionais o Exame Nacional do Ensino M dio ENEM e o Exame Nacional de Cursos o Prov o Para os tr s exames o elemento instrutor da confec o das provas ou seja aquilo que poderia dizer aos organizadores o que se deve mensurar nas provas e o que n o foram as Diretrizes do Ensino GHIRALDELLI 2008 p 205 Em abril de 1998 o Con
226. humanas f ceis de passar e com poucos tempos por semana seriam oferecidas por professores humanos e condescendentes as de exatas dif ceis de passar e com muitos tempos por semana estariam a cargo de sofisticados matem ticos e cientistas impass veis ARROYO 1988 p 9 O autor prossegue afirmando que a ind stria do ensino privado particularmente os cursinhos pr vestibular se beneficiaram bastante dessa dicotomiza o transformando em grande neg cio prepara o dos filhos das classes m dias para os vestibulares dos cursos universit rios das reas t cnicas e cient ficas cujos formados seriam demandados pelas empresas Estariam ent o assim como a universidade atrelados demanda empresarial e seriam elos da cadeia em torno da qual o c rculo educacional brasileiro foi se fechando e enredando entre 1968 e 1988 empresa moderna profissionais modernos cursos t cnicos cursinhos segundo grau e at primeiro ind stria do ensino ARROYO 1988 p 7 Relembrando os fundamentos da an lise bakhtiniana expostos no pr logo destaco que o texto em quest o foi publicado na revista Em aberto do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas INEP e retoma as reflex es apresentadas no Encontro Nacional de Ensino de 24 F sica realizado no Rio de Janeiro em janeiro de 1988 e no Encontro Estadual de Ensino de Ci ncias ocorrido em Belo Horizonte em mar o de 1988 ARROYO 1988 p 3 Isso
227. i o do sujeito diferente da concep o capitalista Pensar em uma escola livre de uma desta ou aquela tend ncia seja ela capitalista ou socialista uma utopia O curr culo sempre esteve atrelado a algum tipo de classe dominante causando algum tipo de exclus o Um pa s precisa sim de uma sociedade tecnol gica para ser competitivo mas a escola n o pode ser apenas fornecedora de m o de obra qualificada ela precisa de intelecto pensadores e idealizadores A educa o rica em rela es sociais que englobam v rias dimens es n o pode ser uma fonte de treinamento Devemos levar em contar o momento que vivemos de transforma es em v rias reas da sociedade e estimular a autonomia do pensar e do aprender buscando compet ncias e habilidades que possibilitem a aprendizagem Vive se diferentes sistemas e qualidades de ensino n o poss vel entender por que vivemos numa sociedade rica e ao mesmo tempo t o pobre biologicamente e culturalmente e assim banaliza se alguns conceitos t o primordiais dentro da sociedade como o pr prio homem e a educa o 212 ENUNCIADO PROFESSOR 15 QUAL DEVE SER A RELA O ENTRE O ENSINO DA F SICA E O MERCADO DE TRABALHO O ensino da F sica e sua rela o com o mercado de trabalho devem contemplar a forma o de indiv duos que possam desenvolver capacidades cognitivas em uma vis o ampla sobre todas as formas de cultura sejam elas exatas biol gicas humanas ou art sticas porque
228. ia H no entanto uma importante diferen a de contexto os PCNEM e as DCNEM publicados justamente entre este trabalho e o anterior Novamente realizo uma investiga o dessa 2 legisla o em busca dos termos de cunho econ mico e sempre em articula o com o contexto Na se o Polissemia e Sinon mia listo os principais termos de cunho econ mico identificados na legisla o e nos artigos e os divido em dois grupos um referente atividade laboral do indiv duo e outro referente ao espa o em que essa atividade se realiza Frente a tamanha diversidade escolho construir o sentido destes termos em cada autor a partir de dois conceitos o conceitos de trabalho em Marx para as express es do primeiro grupo e o de mercado de trabalho em Oliveira e Piccinini 2011 A ideia que o conceito de trabalho elaborado por um dos grandes cr ticos do sistema capitalista daria mais subs dios a uma leitura cr tica dos sentidos das palavras analisadas Al m disso a natureza dial tica do conceito de trabalho em Marx permitiria fazer um leitura bem mais complexa da realidade do que aquela feita a partir de um conceito que fosse unidimensional O argumento para a escolha de Oliveira e Piccinini 2011 bastante parecido Os autores fazem uma revis o hist rica das conceitua es de mercado de trabalho partindo de Adam Smith e Karl Marx e chegam at uma proposta de concep o de mercado de trabalho a partir dos conceitos de Bourdieu E
229. ia aos tr s posicionamentos trabalhados na atividade anterior do curso e descritos em mais detalhes no Cap tulo 1 desta disserta o forma o exclusiva antiforma o e di logo entre trabalho e educa o Desses a professora 3 o professor 7 e o professor 9 citaram diretamente pelo menos um autor de cada 1 posicionamento J o professor 17 n o citou autores mas fez refer ncia a uma educa o para a vida em que a educa o separada do mercado de trabalho a uma educa o 199 conservadora defendida com unhas e dentes pelo mercado e a uma terceira via entre essas duas Por entender que um di logo entre a leitura que fiz e a leitura que os professores 138 fizeram da forma o exclusiva da antiforma o e da politecnia enriqueceria essa disserta o escolhi a refer ncia a esses tr s posicionamentos como segundo crit rio de recorte associando o ao primeiro Assim o grupo dos professores que responderam pergunta sem usar o discurso direto que tinha no primeiro recorte 5 participantes passou a ter apenas a professora 3 J o grupo dos professores que responderam pergunta usando o discurso direto que contava no primeiro recorte com 12 participantes passou a ter apenas os professores 7 9 e 17 Como a an lise destes quatro enunciados ainda levaria esta disserta o al m do prazo regular de defesa decidi analisar um enunciado de cada grupo no momento em que ambos inter
230. ia e lazer A politecnia implica a busca de eixos a partir dos quais seja poss vel construir o conhecimento organicamente de forma a facultar a forma o humana em todas as suas dimens es De acordo com o autor o egresso de uma forma o polit cnica dever dominar n o s a t cnica que aprendeu mas saber avan ar sobre esta t cnica e compreender seu tempo as for as que atuam na sociedade e sobretudo ser um cidad o que acumule intelig ncia organiza o e for a para transformar a sociedade excludente FRIGOTTO 1988 p 445 Kuenzer tamb m listada por Rodrigues 2009 como uma das principais autoras brasileiras filiadas concep o de politecnia estuda as mudan as que a inser o de novas tecnologias de gest o e de base microeletr nica est o produzindo nas nas rela es de trabalho Num trabalho publicado em 2000 traz um interessante ponto de vista sobre o papel do m todo e do conhecimento cient fico nas rela es entre educa o e trabalho A autora inicia o trabalho 16 identificando duas etapas na hist ria dos modos de organiza o e gest o do trabalho Na primeira etapa a fordista taylorista os processos t cnicos e informacionais eram r gidos transparentes e est veis n o exigindo do trabalhador mais do que habilidades de memoriza o e repeti o de procedimentos para a realiza o das tarefas que lhes cabiam Essas tarefas correspondiam sempre a uma fra o do processo completo de produ o
231. ibilidade e agilidade de edi o e publica o de atividades no Moodle foi decisiva para a implementa o dessa proposta Outro recurso explorado foi a incorpora o de v deos interface Moodle Os v deos foram gravados usando c meras de celular webcams armazenados no YouTube e inseridos nas introdu es dos m dulos e em alguns f runs de discuss o sempre a partir de algum evento do curso Essa t cnica mais informal de grava o de v deos bem como o tom mais pessoal dos enunciados das atividades e das media es foram utilizados para aumentar a proximidade entre os professores cursistas e os tutores O que novamente vai ao encontro da concep o pedag gica original do Inter Age 2 3 6 Roteiro e detalhamento dos m dulos O curso foi dividido em cinco m dulos 1 Apresenta o Pessoal com dura o de prevista de 10 dias 11 Os PCNEM de F sica com dura o prevista de 20 dias 111 Objetivos do Ensino de F sica com dura o prevista de 15 dias 1v Ensino de F sica e o Mundo do Trabalho com dura o prevista de 15 dias e v Avalia o do curso dura o prevista de 10 dias Apresento a seguir um resumo de cada m dulo 2 3 6 1 Primeiro m dulo Apresenta o pessoal O primeiro m dulo teve por objetivo promover a familiariza o dos cursistas com a interface Moodle e permitir que eles verificassem se seu software e hardware estavam em condi es para que participassem do restante do curso Para isso fo
232. iciativa privada e por extens o ao mercado de trabalho cujas ra zes remontariam poca da ditadura quando as grandes empresas apoiaram os militares fazendo com que as universidades se tornassem redutos de oposi o pol tica e compreens o marxista GON ALVES 2012 s p 94 trabalho motivo pelo qual te ricos das mais diferentes forma es e orienta es tem aprofundado e continuam aprofundando as discuss es acerca do tema 1 6 DELIMITANDO O OBJETIVO No in cio deste cap tulo afirmei que a constru o de reflex es sobre a rela o entre o ensino de ci ncias e o mercado de trabalho era imprescind vel mas que por seu car ter praticamente inaugural era demasiadamente extensa para o escopo deste trabalho Em seguida dada a lacuna de publica es na rea fui rea de educa o buscar subs dios para a problematiza o O argumento que abre a presente se o bastante parecido dada a lacuna explicitada na se o Rela es entre educa o e trabalho na produ o da rea de Ensino de Ci ncias e o consequente car ter praticamente inaugural da presente pesquisa recorro novamente pesquisa em educa o particularmente ao Grupo de Trabalho Trabalho e Educa o da Anped que realiza pesquisas acerca do tema desde 1981 Mais particularmente ainda recorro a um trabalho publicado por Eunice Trein e Maria Ciavatta em 2003 em que as autoras fazem uma an lise das publica es deste gru
233. ifica e tecnologicamente h a necessidade premente que mude esse paradigma Esse paradigma influi no ensino Agora entendi as cr ticas ao PCN no artigo QUEM DEFENDE OS PCN PARA O ENSINO M DIO da professora Alice Casimiro Lopes Acho que a autora defende a educa o para a vida em que a educa o separada do mercado de trabalho Entendo que o Brasil continental e que tem diferen as culturais que devem ser respeitadas mas acredito que a melhora do ensino da popula o como um todo 217 necessita de um referencial m nimo Concordo com o PCN de F sica principalmente que o documento justifica o ensino de F sica Inserido no mundo tecnol gico vida cotidiana e no mercado de trabalho Qualquer profiss o atualmente existe um princ pio de F sica Inserido N o significa que todos os trabalhadores precisam ser bachar is de f sica para entenderem alguns desses princ pios Como mencionei no curso educa o um campo de disputa ideol gica pois quem determina o que deve ser ensinado e como deve ser esse ensinamento tem poder Com isso o PCN fruto dessa disputa delimitado pelos ide logos da educa o progressista educa o para a vida e a educa o conservadora mercado patr o Na primeira a educa o deve preparar o aluno a ser cidad o livre Esse conceito tem alguns pontos interessantes mas a conceitualiza o de cidad o livre confesso que me confunde s vezes pois ele fluido na verdade
234. igo 35 aponta para a supera o da dualidade do Ensino M dio essa prepara o ser b sica ou seja aquela que deve ser base para a forma o de todos e para todos os tipos de trabalho Por ser b sica ter como refer ncia as mudan as nas demandas do mercado de trabalho da a import ncia da capacidade de continuar aprendendo n o se destina apenas queles que j est o no mercado de trabalho ou que nele ingressar o a curto prazo nem ser prepara o para o exerc cio de profiss es espec ficas ou para a ocupa o de postos de trabalho determinados BRASIL 2000 p 57 2 Finalmente tamb m importante destacar o aumento de ocorr ncias estreitamente relacionadas economia atividades processos produtivos um total de sete ocorr ncias e economia econ mico a econ micos as socioecon micos as socioeconomicamente a Nas parte introdut ria dos PCNEM publicada em 1999 e constante do documento Bases Legais dos PCNEM as ocorr ncias da palavra trabalho tamb m podem ser classificadas Nas DCNEM h 117 ocorr ncias da palavra trabalho 15 das quais s o administrativas e 102 econ micas As outras palavras com sentido econ mico atividades processos produtivos economia econ mico a econ micos as s cio econ micos as socioeconomicamente surgem num total de 43 vezes I8 Esse documento na verdade o primeiro dos quatro cap tulos da vers o completa dos Par metros Curriculares Na
235. ilitar a leitura a ideia de que as palavras encontradas nos textos e destacadas no in cio dessa sess o foram divididas em dois grupos um contendo as palavras que designam a atividade do trabalhador propriamente dita e 2 A diferen a entre prolet rios e assalariados tem por base o fato de que embora ambos produzam mais valia apenas o prolet rio por transformar a natureza em bens necess rios reprodu o social produz riqueza Um exemplo de Marx trazido por Lessa 2009 de produ o de mais valia sem produ o de riqueza ajuda a entender a diferen a No caso de uma escola particular o montante de mensalidades que os pais pagam ao dono da escola id ntico soma da mais valia apropriada pelo patr o acrescida dos sal rios e dos custos de manuten o da escola O dinheiro isto a riqueza empregada para as despesas pessoais dos pais dos alunos se transfere para o cofre do burgu s O que os pais dos alunos perderam de um lado o burgu s ganhou de outro n o houve a produ o de nenhum novo quantum de riqueza nem o capital social total se ampliou Houve apenas a convers o da riqueza que j existia sob a forma de dinheiro no bolso dos pais dos alunos na riqueza sob a forma de capital no cofre do burgu s LESSA 2009 p 450 61 outro contendo as palavras que designam o espa o em que a atividade do trabalhador se insere No que diz respeito legisla o analisada reformas de 1968 LDBs de 1971 1996 PCNEM
236. imeira etapa a ser analisada ent o o momento da enuncia o Nele o autor pessoa se posiciona axiol gica e valorativamente em rela o aos objetos da sua fala Esse posicionamento materializado na rela o entre forma e conte do nas rela es que os assuntos de que fala a escolhas e rela es lexicais e sint ticas as refer ncias a falas de outras pessoas etc exatamente esse posicionamento que chamo de perspectiva No momento em que enuncia o autor pessoa faz uma Imagem de seu interlocutor Essa imagem exatamente o destinat rio suposto que n o custa refor ar jamais coincide integralmente com o destinat rio real seja por motivos ontol gicos um sujeito de texto e outro de carne e osso seja pelo fato da alteridade radical que existe entre uma pessoa e a imagem que fazemos dela O autor pessoa tamb m faz uma imagem e uma avalia o do contexto da situa o em que se encontra etc Tanto o destinat rio suposto quanto a compreens o que o autor pessoa tem da situa o exercem profunda influ ncia sobre o enunciado e sobre a perspectiva do autora pessoa importante lembrar que para Bakhtin o ju zo que o autor pessoa faz de seu interlocutor ou seja o destinat rio suposto considerado coautor do enunciado Outro ponto que julgo muito importante ressaltar a natureza axiol gica e valorativa do enunciado Para 118 Isso trago um exemplo das artes pl sticas que encontrei num artigo em que
237. imeiro que o que faz com que um trabalho abstrato sempre n o custa lembrar seja produtivo ou improdutivo n o imanente a este trabalho ou ao trabalhador que o realiza O que faz de um trabalho produtivo ou improdutivo s o as consequ ncias econ micas deste trabalho A mesma aula dada pelo mesmo professor pode ser trabalho produtivo ou improdutivo dependendo de ter como consequ ncia o enriquecimento do empres rio dono da escola ou n o Outro coment rio importante que o trabalho abstrato improdutivo do professor na escola p blica assim como o de todos os funcion rios do Estado e para ser exato de todos os trabalhadores improdutivos igualmente imprescind vel para a reprodu o do sistema capitalista apesar de n o produzir mais valia Isso ocorre pois o capital perdul rio em sua ess ncia Ele precisa de um sistema de controle hier rquico sobre o trabalho que um gigantesco desperd cio desde as carteiras de identidade e passaportes at o controle minucioso das a es dos oper rios no interior das f bricas a sociedade burguesa vai se desenvolvendo em um enorme mecanismo de controle da sociedade Essa perdulariedade o que torna imprescind vel a g nese o crescimento e hipertrofia do setor improdutivo LESSA 2009 p 448 Esclarecidos os conceitos de mercado de trabalho e de trabalho j poss vel tratar da polissemia apresentada no In cio desta se o Resgato para fac
238. imula o e contextualiza o do ensino da disciplina e tendo o vital compromisso com a estimula o do posicionamento cr tico do aluno frente todos os assuntos que lhes s o apresentados continua sendo para mim uma grata e agrad vel contribui o do trabalho do professor com a forma o do aluno e futuro adulto que inegavelmente ter que se relacionar com o mercado de trabalho Ent o trabalho para contribuir para que este relacionamento se d de forma cr tica e com conte do no que tange ao conhecimento de ci ncias de F sica de Matem tica e o que mais eu souber aprender para ensin los Professora 16 216 ENUNCIADO PROFESSOR 17 Tenho a concep o que a F sica como uma das ci ncias b sicas relaciona se intimamente com o mercado de trabalho atual mas devo fazer algumas considera es ao reler minha participa o e a dos colegas ao longo dessa atividade principalmente a respeito da vis o que tenho sobre o mercado de trabalho no Brasil atualmente e mudan a de paradigmas Desde minha inf ncia ouvia que o sonho dos pais em rela o ao futuro dos filho as eram que eles as formem se em uma universidade como m dicos as ou advogados as N o me interessava por nenhuma dessas carreiras mas sempre ficava intrigado a natureza das coisas O tempo foi passando o antigo 20 grau t cnico em eletr nica e ingressei no mercado de trabalho com estagi rio e o meu chefe era engenheiro el trico formado e fazia trabalho b
239. in cio do s culo XX e apesar de insistir num concep o curricular que respeite a diversidade cultural parece se alinhar leitura que a legisla o criticada faz do mercado de trabalho como um espa o homog neo e cujas atividades teriam em comum um conjunto de compet ncias b sicas associadas ao pensamento mais abstrato realiza o simult nea de tarefas m ltiplas a capacidade de tomar decis es e de solucionar problemas capacidade de trabalhar em equipe ao desenvolvimento do pensamento divergente e cr tico LOPES 2002 p 394 1 2 4 Cr ticas antiforma o a redu o do trabalho ao trabalho abstrato e a naturaliza o do atual sistema de produ o Finda a elucida o da polissemia passo cr tica da antiforma o Para deixar a argumenta o o mais clara poss vel fa o um pequeno apanhado do que pretendo sustentar nesta se o Primeiramente pretendo mostrar a partir da an lise das legisla es realizada anteriormente que existe uma tentativa de fazer com que a escola sirva exclusivamente aos Interesses das empresas Entendo que seja a essa tentativa que Paro 1998 e Lopes 2002 se referem ao mencionar a transforma o da escola numa ag ncia de empregos e a submiss o ao mundo produtivo respectivamente Uma das marcas discursivas mais fortes dessa tentativa no texto da lei justamente a redu o do trabalho a sua forma hist rica atual que espero j ter mostrado implica o apag
240. inta das demais personagens e o locutor tamb m textual e t o personagem quanto qualquer outra O desafio consistiu na distin o entre estas categorias particularmente o autor criador e o autor pessoa e na sua articula o com as v rias situa es que pretendemos analisar A solu o 123 epistemologicamente mais est vel robusta que conseguimos desenvolver est materializada no dispositivo apresentada anteriormente e tem por foco apenas o autor criador No entanto durante o processo de reda o da se o Perspectiva acredito ter conseguido encontrar uma forma de diferenciar autor criador e autor pessoa que repito n o s o completamente disjuntos e de articul los ao processo de an lise Defrontei me ent o com a seguinte quest o poderia tomar uma decis o mais conservadora e utilizar para efeitos da presente disserta o o dispositivo original j testado pelo grupo em outras situa es e identificar o autor criador Do ponto de vista metodol gico isso geraria an lises com alt ssima coes o As sugest es e criticas que porventura viessem durante o processo de defesa contribuiriam para a consolida o de algo que j existe no caso a atual vers o do dispositivo Por outro lado poderia tomar uma decis o mais arrojada e usar esta forma rec m encontrada de distinguir entre os autores para fazer as an lises dessa disserta o Creio que 1sso levaria a an lises bastante s lidas e definitivam
241. io de todas essas profiss es O pr prio professor 177 por exemplo apesar de ter uma concep o homog nea de mercado j afirma que o atual mercado de trabalho n o cient fico requisitando prioritariamente conhecimentos de ordem jur dica Se recordarmos que Silva 1996 alerta para o fato de que nem todas as profiss es usam novas tecnologias de gest o e ou de base microinform tica da mesma forma poder amos expandir ainda mais a pergunta anterior o conhecimento cient fico tecnol gico e das novas tecnologias de gest o e produ o igualmente necess rio ao exerc cio de todas as profiss es Agjudaria a sustentar essa problematiza o os dados divulgados em 2011 pelo Comit Gestor da Internet no Brasil CGT br relativos ao ano de 2010 46 dos trabalhadores brasileiros declararam que nunca usaram um computador uma vez s que fosse COMIT GESTOR DA INTERNET NO BRASIL 2011 p 411 Finalmente do ponto de vista dos protagonistas que constam do t tulo desta disserta o Bakhtin nos ajuda para al m dos subs dios te ricos e metodol gicos usados para a an lise dos enunciados A alteridade que o autor insiste em marcar entre o destinat rio real e o destinat rio suposto diferen a entre o outro e a imagem que fazemos dele salta aos olhos logo no primeiro resultado relativo aos professores cinco dos 17 professores responderam a atividade com um texto de 4000 caracteres sobre um assunto que por um lado
242. ional que visasse a forma o de cidad os e sujeitos hist ricos Em outros termos os autores lutam por uma forma o capaz de promover a introdu o cr tica e aut noma dos educandos no mundo inclusive no mercado de trabalho Assim seria importante educar n o para promover a acomoda o ao que existe mas sim tamb m para envolver a todos na luta pela mudan a da realidade excludente do mundo dominado pelo mercado Argumentam tamb m que a populariza o da ci ncia se faz necess ria a todos os cidad os n o apenas porque esse conhecimento contribui para conquistar maior condi o de barganha na venda de sua for a de trabalho mas por ampliar em um plano mais abstrato a possibilidade real de sua emancipa o na condi o de homem moderno livre da aliena o imposta pela forma capitalista de produ o e reprodu o social NEVES apud VASCONCELOS et al 2010 Essa inser o no mundo pela ci ncia permitiria que o indiv duo se realize enquanto cidad o e tamb m sujeito hist rico no cotidiano Assim 86 prop em que hoje preciso admitir que C amp T s o importantes para a emancipa o do indiv duo mas o sucesso disso depende de que esse conhecimento n o seja fetichizado O artigo de Silveira e Bazzo 2009 investiga as concep es que as pessoas envolvidas com o processo de desenvolvimento de inova es tecnol gicas dentro de Incubadoras de Empresas de Base Tecnol gica IEBT do Paran t m sobre ci
243. is verificar quais os dados que se tem para resolv lo em seguida analisar todas possibilidades para a sua resolu o e a com embasamento aplicar aquela que lhe pare a a melhor Confrontadas com uma F sica panaceica que problematiza es permaneceriam relevantes J o outro professor cujo enunciado foi analisado afirma que concorda com os PCN de F sica cuja proposta seria a de um ensino de F sica Inserido no mundo tecnol gico entendido como vida cotidiana e no mercado de trabalho Assim como o PCN geral os PCN de F sica mostram que o norte da educa o no Brasil passa que o educando ter um ensino que o ensina na vida como cidad o consciente de seus direitos e deveres assim como aceite o desafio do mercado de trabalho Embora n o v t o longe quanto a professora 3 na filia o F sica panaceica afirma que em qualquer profiss o atualmente existe um princ pio de F sica Inserido embora n o seja necess rio bacharelado em F sica para exerc las Isso faria com que o conhecimento de F sica em n vel m dio fosse necess rio a qualquer atividade profissional Essa ideia tem ra zes mais profundas que situo na concep o de que a educa o cient fica e tecnol gica gera desenvolvimento industrial que gera desenvolvimento econ mico refor ada pela pr pria viv ncia profissional do professor egresso de escola t cnica 168 Por outro lado o professor tamb m identifica o desenvolvimento
244. is vinculada economia do que a de 1971 Entendo que afirma es como a ltima estariam imnapelavelmente divorciadas de uma an lise bakhtiniana A se o seguinte trata do texto Parem de preparar para o trabalho escrito em 1998 por Vitor Paro Neste artigo o autor tamb m explicita e problematiza os v nculos entre educa o e mercado de trabalho no seu contexto social hist rico pol tico e econ mico situado dez anos depois do trabalho de Arroyo Entre os trabalhos de Arroyo e Paro est justamente a LDB de 1996 com quem entendo que Paro dialoga mais diretamente Repito ent o com a LDB de 1996 a investiga o sobre a ocorr ncia de termos econ micos feita com os textos da reforma universit ria de 1968 e com as LDBs de 1971 e 1996 Novamente procurei fazer a Investiga o o mais bakhtiniana poss vel Outra caracter stica muito importante do texto de Paro est no l xico e na sintaxe do seu t tulo que entendo sintetizarem de forma exemplar uma corrente de pensamento sobre a rela o entre educa o e trabalho a que chamo de antiforma o para o trabalho Outro texto que entendo sustentar a antiforma o para o trabalho tratado na se o seguinte Os Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino M dio e a submiss o ao mundo produtivo o caso do conceito de contextualiza o foi escrito por Alice Lopes em 2002 e assim como Arroyo e Paro a autora tamb m explicita as rela es entre educa o e econom
245. ises feitas por estarem circunscritas ao processo de trabalho perdem de vista as rela es mais abrangentes existentes entre a produ o da ci ncia e da tecnologia Esta rela o te rica e politicamente importante n o pode ser flagrada no Interior do local de trabalho mas nos processos mais amplos pelos quais a produ o da ci ncia e a produ o tecnol gica est o entrela ados SILVA 1995 p 39 Estes processos constituem importante componente da divis o social do trabalho Na segunda parte do trabalho Silva 1995 prop e que se mude o foco das investiga es das rela es entre produ o e educa o a partir de Marx Bernstein e Poulantzas De Marx traz a ideia de que a separa o entre trabalho manual e intelectual um elemento central da subordina o real do trabalho ao capital e portanto parte essencial da estrutura da sociedade capitalista De Bernstein traz a diferencia o entre rela es sist micas e rela es estruturais fazendo um paralelo entre estes conceitos e os conceitos de reprodu o de agentes e reprodu o de lugares de Poulantzas Argumenta ent o que qualquer esp cie de acomoda o entre as demandas da produ o e as ofertas da educa o o que poderia variar do completo atendimento total nega o consiste numa forma de rela o sist mica que apesar de importante n o esgota nem se constitui no eixo principal de rela o entre as esferas da educa o e da produ o
246. ito aos demais professores proponho que tenham seus enunciados igualmente investigados de prefer ncia luz de um quadro te rico metodol gico capaz de dar conta das complexas articula es que os enunciados individuais t m com o contexto social hist rico econ mico com os outros enunciados ideologias etc Entendo que a partir dos resultados da an lise ser poss vel encontrar rumos e quest es que complementem a presente quest o de pesquisa e tamb m sejam do interesse dos sujeitos pesquisados que finalmente s o protagonistas da educa o em ci ncias em n vel m dio Chego assim ao derradeiro par grafo desta disserta o o que confesso uma l stima haja vista meu gosto pela escrita e pelo tema No entanto a n o haver mais jeito entendo que seja Importante ressaltar que procurei ao longo do texto ser o mais claro e detalhado poss vel sem resvalar para o preciosismo e ser t o profundo quanto necess rio sem tamb m adentrar o hermetismo Escrevi na primeira pessoa na inten o de me alinhar s concep es epistemol gicas bakhtinianas aproveitando o ensejo para dialogar o mais poss vel com o leitor O objetivo era o de fazer com que ele tivesse a melhor experi ncia poss vel com o presente trabalho que dando por encerrado finalizo 169 REFER NCIAS AMORIM M Vozes e sil ncio no texto de pesquisa em Ci ncias Humanas Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 116 p 7 19 jul 2002
247. ividual uma condi o sine qua non para a socialidade humana Por isso as possibilidades e necessidades produzidas pelo trabalho tenderiam a se sobrepor quelas produzidas pelas outras pr xis sociais A produ o material seria assim o momento fundante da reprodu o de qualquer tipo de sociedade e o trabalho condi o eterna da vida social LESSA 2003 2007 seria uma categoria antediluviana FRIGOTTO 2009b exatamente por preceder e fundar todas as demais De acordo com Lessa 2003 com o desenvolvimento e a complexifica o das sociedades o interc mbio org nico com a natureza tamb m se tornou mais complexo passando a ser realizado em conjunto e dando origem a novas pr xis sociais Assim a rela o homem natureza ou seja o trabalho terminou se tornando tamb m inexoravelmente mediada por uma rela o homem homem Se pensarmos que a esp cie humana come ou como ca adora coletora passando da ao escravismo ao feudalismo e mais recentemente ao capitalismo poss vel perceber um ponto central para o pensamento marxista embora o interc mbio org nico com a natureza seja inevit vel antediluviano e fundador da esp cie a forma com 2 Did o Para ser preciso importante ressaltar que estes sistemas de produ o apesar de apresentados numa ordem cronol gica n o se extinguiram com o surgimento do sistema seguinte Pelo contr rio hoje mesmo ainda poss vel encontrar tanto o
248. ividual e consistiu na reda o de um texto eletr nico de tamanho entre 4000 e 4500 caracteres com espa os O enunciado a ser analisado um destes trabalhos finais e foi solicitado assim pelos tutores Oi gente tudo bem Ent o na primeira atividade desta etapa pedimos que voc s trouxessem o ponto de vista de voc s sobre as rela es entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho J na segunda atividade pedimos que voc s criticassem algum ou alguns dos principais pontos de vista sobre o assunto Agora no trabalho final pedimos que respondam novamente primeira pergunta mas que dessa vez sustentem a argumenta o de voc s a partir dos textos trabalhados e das discuss es que ocorreram em nosso curso Assim o trabalho final deste m dulo consistir em 1 redigir um texto de entre 4000 e 4500 caracteres respondendo novamente pergunta Qual deve ser a rela o entre o ensino de F sica ensino m dio ok e o mercado de trabalho 2 sua argumenta o desta vez dever ter como base alguns ou todos se quiser dos textos trabalhados e discuss es realizadas no curso 140 Para simplificar juntamos aqui todos links para os textos que trabalhamos Par metros Curriculares Lopes 2006 Fourez 2003 Nacionais de F sica Paro 1999 Frigotto 1988 Castro 2008 Bases Legais dos PCN Gandra 2011 o Abra os a todos Os tutores Entendo tamb m que haja uma s rie de conhecimentos t citos
249. jados e mais inova es tecnol gicas isso faz com que a gest o do conhecimento se torne o maior valor da escola o que adquirido com comprometimento dedica o e tempo A educa o precisa acompanhar as novas tend ncias do mercado considerando as exig ncias e peculiaridades de cada regi o instituindo um marketing criativo acompanhando a revolu o na rea da inform tica investindo no capital intelectual e valoriza o do capital cultural A mudan a que vem sofrendo o mercado n o sistematicamente acompanhada pela forma o profissional e muitas vezes pessoas que exercem fun es de lideran a n o est o preparadas para conviver com essa nova realidade o que afeta consideravelmente a parte criativa e inovadora de qualquer empreendimento O aluno representa esse ativo intang vel da escola e se n o instigado e valorizado acaba n o correspondendo s necessidades do mercado de trabalho Muitas escolas do ensino m dio n o acompanham as novas tend ncias da competitividade e n o contribuem para a expans o do mercado de trabalho de maneira injusta lan am seus alunos despreparados para o mundo com o discurso de que para garantir seu lugar no mercado competitivo O medo de promover mudan as e de sair da zona de conforto faz com que a escola deixe de apresentar alunos formados em quantidade e qualidade adequada para atender a demanda do mercado Inviabiliza a pr pria escola os servi os que oferece e seus produtos
250. l nica ZLANDWAIS 2007 p 412 Essa redu o implicaria por exemplo o apagamento da ideia de que os pontos de vista que se assimilam ou se contradizem em um enunciado est o determinados pelo espa o hist rico das contradi es vividas entre as classes sociais e justamente nestas contradi es que est ancorada a dimens o ideol gica do signo bakhtiniano Ducrot assim passaria a apagar o fato de que as m ltiplas vozes que povoam a enuncia o representando diferentes lugares sociais n o se criam espontaneamente na inst ncia do acontecimento enunciativo mas ao contr rio refletem injun es de condi es hist ricas que determinam suas possibilidades ZANDWAIS 2007 p 416 A autora afirma ainda que esse apagamento da dimens o hist rica da enuncia o tamb m influenciaria a apropria o da palavra do outro Enquanto na teoria bakhtiniana os sujeitos ao Incorporarem a palavra do outro incorporam sobretudo sentidos que atestam as formas de inscri o e circula o de valores simb licos engendrados em rela es espa o temporais ZANDWAIS 2007 p 417 a teoria ducrotiana perde de vista a ideia de que os m ltiplos sentidos em jogo na enuncia o sofrem a influ ncia de v rias classes sociais em permanente puls o e contradi o articuladas sob rela es espa o temporais complexas LANDWAIS 2007 p 417 A partir disso poss vel compreender mais claramente em que se baseia
251. l tica ou civil Esta associa o n o de todo mal uma vez que o ato de gerir os recursos e as a es podem otimizar os resultados obtidos Diferente do processo puramente capitalista no qual o trabalhar vende a for a de seu trabalho sendo geralmente mal recompensado por 1sso n o tendo muitas vezes condi es de ter acesso ao produto por ele produzido Exemplificando o trabalhador auxilia na constru o de apartamentos no centro de uma cidade e mora em uma resid ncia na periferia sem as condi es m nimas para a moradia O lucro do processo produtivo acumulado por poucos O usufruto das vantagens obtidas n o dividido com a sociedade Com a educa o pode ser diferente Gerir bem o processo produtivo leia se educacional pode resultar em um produto final que ser automaticamente dividido com todos uma vez que essa divis o se torna quase autom tica visto que os integrantes do grupo apropriam se intelectualmente do lucro O projeto escolar pode contemplar v rias frentes de forma o do aluno Evidente que o olhar inicial e principal deve ser o pedag gico do cidad o sensibilidade tica responsabilidade e solidariedade Entretanto a forma o para o mercado de trabalho pode em parceira acontecer e como Isto acrescentaria na forma o para o mercado O indiv duo final seria formado de capacidades intelectuais sociais e dotado de qualifica o profissional Evidente que isto requer uma mudan a grande no projeto
252. la formar o ser social inserido num meio cultural Como vivemos numa economia capitalista natural do pr prio sistema que os olhares e as preocupa es com o capital utilizado ocupam lugares de destaque Gerenciam se as a es buscando o sucesso final do empreendimento N o h como negar que a educa o um Investimento Op em se as filosofias da administra o que consiste em domina o do homem e apropria o do lucro por algu m com a da escola que prima pela constitui o do sujeito Apesar de possuirmos o direito ao livre arb trio frequentar os bancos escolares at a aquisi o de uma quantidade m nima de conhecimentos leia se aqui a conclus o do ensino fundamental nos algo obrigat rio uma vez que necessitamos da escola para nos 204 apropriarmos do saber hist rico j produzido Mediados pela educa o elevamo nos e qualificamo nos como seres sociais e inserimo nos em uma sociedade de conhecimento e informa o N o devemos buscar na escola os motivos pela n o empregabilidade e posi o social dos indiv duos uma vez que tais respostas encontram se na pr pria sociedade capitalista Contudo uma escolariza o de boa qualidade capacita o homem a disputar as melhores vagas e possibilita ascens o financeira e social A escola por contribuir objetivamente ou n o com o desenvolvimento de capacidades utilizadas no mercado de trabalho est inserida no contexto de administra o seja ela po
253. lei n 0464 de 11 de fevereiro de 1969 Estabelece normas complementares para a Lei n 5 540 de 28 de novembro de 1968 e d outras provid ncias Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia 11 fev 1969 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 Decreto Le1 1965 1988 Del0464 htm gt Acesso em 10 jan 2012 Lei n 5692 de 11 de agosto de 1971 Fixa diretrizes e bases para o ensino de 1 e 2 graus e d outras provid ncias Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia 12 ago 1971 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 Jeis L5692 htm gt Acesso em 10 jan 2012 Lei n 9394 de 20 de dezembro de 1996 Estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia 23 dez 1996 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis L9394 htm gt Acesso em 10 jan 2012 Minist rio da Educa o Bases legais dos Par metros Curriculares Nacionais do Ensino M dio Bras lia 2000 Dispon vel em lt http portal mec gov br seb arquivos pdf blegais pdf gt Acesso em 10 jan 2012 Minist rio da Educa o National Curricular Parameters Secondary Education Bras lia 2004 Dispon vel em lt http portal mec gov br seb arquivos pdf pcning pdf gt Acesso em 10 jan 2012 CASTRO C M Educa o n o mercadoria Veja S o Paulo 09 abr 2008 Dispon vel em lt http veja ab
254. ler as palavras ser chamado de destinat rio real Antes de prosseguir ressalto que a insist ncia no reconhecimento da alteridade entre sujeitos n o implica que eles sejam completamente distintos e disjuntos em todas as situa es Entendo que Bakhtin chama repetidamente a aten o para essa alteridade para deixar claro que estes sujeitos s o de naturezas diferentes e por 1sso n o podem coincidir integralmente Tomando como exemplo o polo de enuncia o perfeitamente poss vel que autor pessoa autor criador e locutor estejam relacionados e no limite at alinhados como na frase como eu vou defender a disserta o Mesmo nesse caso o alinhamento n o implica que estes sujeitos sejam id nticos da mesma natureza Ou como quer o autor em seu conjunto o que acabamos de dizer n o visa absolutamente a negar a possibilidade de comparar de modo cientificamente produtivo as biografias do autor e da personagem e suas vis es de mundo compara o eficiente tanto para a hist ria da literatura quanto para a an lise est tica Negamos apenas o enfoque sem nenhum princ pio puramente factual deste tema que atualmente domina sozinho e se funda na confus o entre o autor criador elemento da obra com o autor pessoa elemento do acontecimento tico e social da vida e na incompreens o da rela o do autor com a personagem BAKHTIN 2003f p 9 117 2 2 6 Perspectiva Explicitadas as alteridades que est o
255. lho Acredito que o Ensino de F sica e o mercado de trabalho devam ter uma rela o bem intima sem chegar a ser um casamento mas uma amizade bem sincera necess ria para o bom desenvolvimento dos dois O ensino de F sica deve necessariamente formar para o mercado de trabalho Penso que n o mas estar completamente desvinculado dessa necessidade b sica do ser humano tamb m imposs vel Alice Lopes em Quem defende os PCN para o Ensino M dio diz que defendida assim a possibilidade de definir esse corpo nico de saberes e o fato de ser ele fundamental a inven o das Institui es sociais e ou ao entendimento dos c digos necess rios compreens o dessas Institui es Esse corpo nico de saberes a que ela se refere entendo com sendo o curr culo necess rio para a Inven o das institui es sociais onde concluo que nessas institui es o trabalho entra como ess ncia surgindo ai a extrema necessidade de o ensino de Fisica no EM precisa estar configurado com essa realidade capitalista de trabalho para todos Os pr prios PCN dizem afirmam que N o h o que justifique memorizar conhecimentos que est o sendo superados ou cujo acesso facilitado pela moderna tecnologia O que se deseja que os estudantes desenvolvam compet ncias b sicas que lhes permitam desenvolver a capacidade de continuar aprendendo Posso acrescentar aqui um quinto alicerce para a Educa o a saber aprender a aprender S
256. lho PARO 1999 Sendo identificada essa possibilidade torna se fundamental a reflex o para que caso esta influ ncia esteja realmente acontecendo tenhamos tempo para parar e discutir se esta a postura que queremos manter ou adotar Em tempos em que o dinheiro domina o direcionamento de escolhas antes tomadas com bases em outros valores vale repensar o que entendemos como educa o e o educador identificados no texto como a atualiza o hist rica de cada indiv duo e o mediador que serve de guia para esse mundo praticamente infinito da cria o humana PARO 1999 Esta apresenta o apesar de ampla remete ao estreito compromisso que devemos ter com o aluno o de consider lo e contribuir para a sua forma o como cidad o Por este ponto identifico a principal necessidade de ponderarmos sobre a posi o que estamos adotando nesta discuss o Sendo assim passo a considerar a contribui o do professor para a forma o de um trabalhador alienado sujeito a apenas reproduzir e aceitar as caracter sticas da sociedade em que vive Neste ponto discordo novamente do autor em sua vis o extremista de que preparar para o trabalho preparar para o trabalho alienado quando destaco que considero que a principal id ia trazida pelo PCNEM de F sica o desenvolvimento de uma postura cr tica do aluno Desta forma considero que o ensino da F sica voltado para o mercado de trabalho nos termos defendidos aqui como est
257. lizado Trazem e se alinham a uma cr tica feita por M sz ros em rela o ao papel social assumido hoje pela ci ncia e tecnologia em particular concep o de que ter a ci ncia e tecnologia como elas s o hoje produzidas ter consequentemente o poder de superar os problemas inerentes ao estabelecimento de uma rela o dial tica entre quantidade e qualidade no processo de produ o Ressaltam ainda que h um enfoque nas altera es no mundo do trabalho a partir da inser o progressiva da ci ncia e tecnologia nos processos de produ o e nos efeitos disto para o trabalhador Exastiria a ideologia de que vivemos hoje na sociedade do conhecimento e entre estes conhecimentos os de ci ncia e tecnologia s o bastante valorizados Atrelada a esse quadro existiria tamb m uma demanda por uma determinada forma o cient fica e tecnol gica para que alguns indiv duos tenham no futuro condi es de assumir o papel de consumidor e ou de trabalhador Isto essa ilus o da sociedade do conhecimento tem 85 rela o tamb m com a demanda do capitalismo por uma requalifica o da for a de trabalho para que ela possa se adequar ao sistema de produ o de base cient fica NEVES apud VASCONCELOS et al 2010 Dando sequ ncia argumenta o os autores defendem que atualmente quando pensamos sobre a fun o da educa o no que se refere aos mecanismos de qualifica o para o mundo do trabalho as altas e crescente
258. m afirmativas como a de que as concep es de Bakhtin e de Ducrot de enunciado e polifonia s o distintas cobrindo diferentes formas de analisar as vozes do coro polif nico e recortes textuais distintos CATTELAN 2008 p 142 Espero ter mostrado com os par grafos anteriores que enquanto as diverg ncias entre o pensamento de Bakhtin e P cheux dizem respeito a quest es centrais como a rela o entre linguagem e ideologia e a pr pria filia o ao marxismo as diverg ncias entre Bakhtin e Ducrot chegam ao ponto de conceitos centrais para ambas teorias como enunciado e polifonia serem falsos cognatos Imagino tamb m que uma compara o mais detalhada entre a teoria bakhtiniana e as teorias de Foucault Authier Revuz Mainguenau Charaudeau etc revelaria diverg ncias de igual monta Isto posto finalizo esta se o respondendo a pergunta que guiou o texto at aqui Por mais que num primeiro momento a teoria bakhtiniana e as teorias do discurso proponham uma articula o entre texto sujeito contexto ideologia linguagem classes sociais etc as 7 e i E 2 31 Vale resgatar aqui que Foucault P cheux Authier Revuz Ducrot Charaudeau Mainguenau etc tamb m s o citados e tamb m de forma bastante indiferenciada nos textos da rea de ensino de ci ncias levantados anteriormente 102 diverg ncias que existem entre elas no n vel da conceitua o e da articula o entre os conceitos s o po
259. m aspectos econ micos em prol de estudos que destacam a heterogeneidade das pol ticas e as lutas travadas nas diversas inst ncias em que a pol tica curricular se d como um processo Por outro lado express es parem de formar para o trabalho e submiss o ao mundo produtivo que surgiram nos t tulos dos trabalhos de Paro 1998 e Lopes 2002 t m sido bastante utilizadas na produ o acad mica recente conforme levantamento feito no Google Scholar Figura 2 Destaque para a express o submiss o ao mundo produtivo citada 30 vezes em 2010 Ocorr ncias das express es parem de preparar para o trabalho e submiss o ao mundo produtivo nos pen dicos cobertos pelo Google Scholar Gis 30 25 20 lh 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Si E parem de preparar M submiss o ao mundo para o trabaho produtivo Figura 2 Ocorr ncias das express es parem de preparar para o trabalho e submiss o ao mundo produtivo nos peri dicos cobertos pelo Google Scholar Em vista do exposto e da grande lacuna sobre o assunto na rea de Ensino de Ci ncias espero deixado claras a centralidade atualidade e relev ncia das rela es entre educa o e 2 A nota 31 ajuda a sustentar a atualidade da antiforma o Nela trago um texto de Gon alves 2012 que aponta a exist ncia de uma preven o da universidade p blica brasileira em rela o in
260. m o trabalho abstrato seria uma forma de explora o do homem pelo homem que inclui uma vasta gama de atividades que apesar de assalariadas n o realizam o interc mbio org nico com a natureza O fundamento dessa especificidade do trabalho abstrato est na forma de riqueza particular sociedade burguesa o capital rela o social que se reproduz imediatamente n o pela transforma o da natureza mas pela produ o da mais valia Lessa 2007 afirma ainda que no momento em que as rela es mercantis chegaram maioria dos complexos sociais o capital conseguiu converter em fontes de mais valia e incorporar ao trabalho abstrato uma enorme quantidade de atividades que n o transformam a natureza O fato de o trabalho condi o eterna servir ao homem e o trabalho abstrato servir ao capital adicionaria tens o e complexidade rela o entre trabalho e trabalho abstrato que de acordo com o autor diz respeito ess ncia do modo de produ o capitalista como forma particular do desenvolvimento do g nero humano Essa rela o confirma de modo historicamente in dito o trabalho enquanto categoria fundante ainda que apenas venha a cumprir esta sua fun o social se travestido pela aliena o do trabalho abstrato do assalariamento Esta contradi o entre o trabalho abstrato e o trabalho enquanto tal tamb m o fundamento ltimo da possibilidade hist rica de supera o do sistema do capital como n o h identidade en
261. mas sociais de domina o o trabalho ganha um sentido ambivalente o caso das sociedades antigas e suas formas servis e escravistas e das sociedades modernas e contempor neas capitalistas CIAVATTA 2009 p 409 A autora aponta que as palavras trabalho labor ingl s travail franc s arbeit alem o ponos grego t m a mesma raiz de fadiga pena sofrimento e pobreza Ainda ressaltando a ambival ncia da palavra trabalho aponta os sentidos adicionados ao termo por John Locke para quem o trabalho seria fonte de propriedade por Adam Smith para quem o trabalho seria fonte de toda a riqueza e para Karl Marx para quem o trabalho seria a fonte de toda produtividade e humanidade do ser humano A prop sito da concep o de educa o de Karl Marx a autora destaca o trecho em que o autor prop e uma educa o polit cnica uma educa o do futuro que combinar o trabalho produtivo de todos os meninos al m de uma certa idade com o ensino e a gin stica constituindo se em m todo de elevar a produ o social e de nico meio de produzir seres humanos plenamente desenvolvidos MARX 1980 apud CIA V ATTA 2009 p 411 E justamente a partir da cita o de outras tantas ocorr ncias da mesma sugest o a saber a combina o entre trabalho produtivo e educa o ao longo dos textos de Marx que 2 A ser este um trecho original de Marx n o custa recordar o sentido que o autor d a trabalho produtivo e que consta
262. mb m na leitura preliminar que alguns professores realizaram a atividade usando de forma bastante tangencial os referenciais te ricos trabalhados no curso apesar de haver no enunciado da atividade links para todos estes referenciais e um pedido bastante claro para que o professor se posicionasse a partir deles No quadro abaixo registro os referenciais te ricos do curso usados por cada professor Os crit rios utilizados para identificar o uso de um referencial pelo professor foram a cita o direta do nome do autor no texto Quadro 3 137 Textos Antiform Artic Form Exclus Bases PCN Fourez Paro Lopes Frigotto Gandra Castro Outros Disc Legais F s direto Prof 1 4 4 4 4 4 LDB Sim Prof 2 Y 4 4 Sim Prof 3 v 4 4 4 y y y LDB N o Prof 4 4 y 4 4 N o Prof 5 4 sim Prof 6 y 4 4 Sim Prof 7 vx 4 y 4 y 4 Sim Prof 8 4 4 4 Sim Prof 9 y y y y Sim Prof 10 y 4 Sim Prof 11 4 4 Sim Prof 12 N o Prof 13 4 LDB N o Prof 14 y 4 4 N o Prof 15 y 4 y LDB Sim Prof 16 4 y 4 Sim Prof 17 4 4 Toca Toca Sim Quadro 3 Registro dos autores usados no enunciado de cada um dos professores Dos 17 professores apenas quatro fizeram refer nc
263. mento bibliogr fico realizado nos principais peri dicos da rea Os detalhes desse levantamento est o na se o Rela es entre educa o e trabalho na produ o da rea de ensino de ci ncias J os poss veis sentidos deste sil ncio na rea registro no cap tulo Considera es finais Entendo que a constru o de reflex es sobre esta quest o a partir das especificidades do ensino de ci ncias que dada a escassez de trabalhos seria feita praticamente a partir do in cio imprescind vel No entanto a magnitude desta tarefa a coloca fora dos limites deste estudo Uma contribui o que esta disserta o pode fazer neste sentido justamente levar em conta os 20 anos de produ o da rea de educa o sobre este tema problematizado principalmente pelos autores da rea de curr culo e de trabalho e educa o primeira se o trata do texto A fun o social do ensino de ci ncias publicado por Miguel Arroyo em 1988 O autor exp e de forma muito clara e contundente os v nculos entre educa o e o mercado de trabalho e apesar de n o ser origin rio da rea de ensino de ci ncias problematiza o papel social que a educa o cient fica e tecnol gica desempenhou nos vinte anos que separaram as reformas de 1968 e 1971 da data de publica o do artigo Dentre todos os artigos a que tive acesso durante o processo de pesquisa sem d vida o Veneu A Santos T L C Rezende F 2011
264. mercado de trabalho E se lembrarmos que a proposta da autora a de uma forma o cultural mais ampla teremos uma distin o entre mercado de trabalho em que o trabalho estaria inserido e cultura o que novamente contribui para a naturaliza o das atuais rela es de produ o No que diz respeito propositividade o texto de Lopes 2002 bastante diferente do de Paro 1998 O autor bastante direto afirmando que aos empregadores que usam da m dia para declarar seu amor pela educa o e reclamar maior efici ncia das escolas deveria ser dito que esse problema deles empres rios e que a escola p blica paga com os impostos da popula o tem fun es mais importantes do que ficar mais uma vez servindo ao capital PARO 1998 p 11 J a autora nos deixa com os ecos da palavra submiss o e com um sil ncio no que diz respeito ao papel que o trabalho no sentido que usa o de emprego poderia desempenhar na concep o cultural mais ampla de sociedade e no processo educativo que defende Entendo que essa articula o entre a palavra submiss o e o sil ncio contribui para o entendimento de uma educa o desvinculada do mercado de trabalho Refor a esse entendimento a compara o entre as cr ticas feitas forma o exclusiva para o trabalho pela autora e por autores com clara filia o ao pensamento marxista Marx sinaliza a dimens o educativa do trabalho mesmo quando o trabalho se d sob a n
265. n mico cultural etc suficiente seriam capazes de ao entrar no campo alterar essa rela o de for as Mudan as em outros fatores como varia o de taxas demogr ficas e aumento da participa o feminina tamb m poderiam alterar as rela es de for a desde que constitu ssem em vantagem para os atores que os adotassem Em rela o ao conceito de habitus destacam que ele o elemento capaz de levar naturaliza o da forma pela qual s o conduzidas as rela es entre os agentes dentro do campo OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1532 a partir da relativa estabilidade das rela es de for a de um campo os agentes incorporariam de acordo com as posi es que ocupam as regras e estrat gias de rela o que podem ser utilizadas Assim os agentes n o seriam universais mas hist ricos e sociais e o comportamento econ mico qualificado como racional seria na verdade o produto de certas condi es econ micas e sociais A partir do exposto os autores prop em que o mercado de trabalho pode ser entendido como o espa o de lutas entre diferentes agentes indiv duos organiza es rg os de regula o pa ses etc que se constitui historicamente pela incorpora o de regras sociais que orientam as estrat gias que os mesmos utilizam no interior deste mesmo campo OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1534 Assim para compreender um determinado mercado seria necess rio ir muito al m das no es de oferta e deman
266. n o h e n o pode haver qualquer identidade entre trabalho e trabalho abstrato Entre eles h uma complexa interrela o e historicamente uma superposi o parcial mas apenas isso 58 LESSA 2007 p 338 O segundo que a identifica o entre trabalho e trabalho abstrato ou mais particularmente entre trabalho e emprego o que compreens vel visto a longevidade do sistema capitalista na humanidade termina comprometendo tamb m a dimens o hist rica da categoria e consequentemente a consci ncia da possibilidade de supera o do atual sistema produtivo De acordo com o pr prio Marx o processo de trabalho atividade orientada a um fim para produzir valores de uso apropria o do natural para satisfazer a necessidades humanas condi o universal do metabolismo entre o homem e a Natureza condi o natural eterna da vida humana e portanto independente de qualquer forma dessa vida sendo antes igualmente comum a todas as suas formas sociais Marx 1983 apud LESSA 2007 p 146 Ocorre que de acordo com Lessa 2007 todas as formas particulares que o trabalho assumiu ao longo da hist ria escravismo feudalismo e mais recentemente o trabalho abstrato exibem momentos de identidade e de n o identidade com estas caracter sticas mais gerais do trabalho o que pode terminar gerando a confus o entre elas e o trabalho condi o eterna No entanto diferentemente das formas que o antecedera
267. n rio de um evento VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 12 e que neste cen rio interagem autor ouvinte e her i Importante tamb m ressaltarmos a presen a deste ltimo sujeito de texto que para o autor tanto pode ser algu m como algo sobre o que se fala 116 Assim tanto os objetos quantos as personagens e at mesmo o locutor estariam na categoria de her i Recapitulando ter amos numa situa o bakhtiniana de comunica o verbal 1 o autor pessoa 11 O autor criador 111 o her i objeto personagem ou locutor iv o destinat rio suposto e v a voz do destinat rio real Cabe distinguir que enquanto o autor pessoa e o destinat rio real s o sujeitos emp ricos e extratextuais os demais sujeitos s o figuras de discurso Intratextuais Por entender que a explicita o da alteridade entre sujeitos contribuir decisivamente para a clareza do processo de an lise opto pela seguinte nomenclatura o ser humano que profere as palavras ser chamado de autor pessoa o sujeito de texto respons vel pelo todo est tico da obra ser chamado de autor criador aquilo de que se fala aquele sobre quem se fala aquele que fala no texto ser chamado her i em particular o sujeito de texto que diz eu no texto ser chamado de locutor o sujeito de texto que corresponde imagem que o autor pessoa faz do destinat rio ser chamado destinat rio suposto e o ser humano que de fato
268. na cobertura de mercado abrindo espa o para escolas empreendedoras e que ofertam profissionais produtos arrojados O Capital Intelectual sempre ligado ao capital cultural simb lico mesmo n o sendo reconhecido por muitos como os mais valiosos est o sempre presentes nas escolas s o autores de id ias fant sticas que t m trazido ganhos imensur veis para o sistema educacional 209 e sociedade como um todo Pois uma escola s considerada sustent vel e atrativa se tiver como principal valor seu Capital Intelectual motivado e sua cultura simb lica reconhecida tendo autonomia e exercendo suas atividades em um ambiente de trabalho saud vel podendo oferecer produtos de boa qualidade servi os inteligentes atendimento massificado com vis o estrat gica e amplo conhecimento Mesmo que o uso da tecnologia dispense qualquer qualifica o cient fica n o podemos deixar de estabelecer um debate sobre o desenvolvimento da Ci ncia atual que hoje uma de nossas mais importantes institui es e suas rela es com o poder O poder algo que deve ser partilhado em uma sociedade democr tica sendo assim podemos dizer o ensino da F SICA no EM a semente do futuro 210 ENUNCIADO PROFESSOR 14 TRABALHO FINAL QUARTO M DULO PROFESSOR 14 A rela o entre mercado de trabalho e o ensino de f sica do ensino m dio praticamente mexiste uma vez que o mesmo est quase que na sua totalidade voltado para o tradicionalismo
269. na e a an lise de discurso No entanto aprofundando as leituras e Investiga es nos textos de lingu stica as diferen as entre estas teorias chegariam facilmente a um outro patamar Como a presente disserta o n o tem por objeto os afastamentos e aproxima es entre a teoria bakhtiniana e as teorias do discurso apresentarei apenas as articula es que julgo importantes para sustentar minha linha de argumenta o Apresentarei ent o as diferen as entre o pensamento de Bakhtin e o de dois autores que julgo particularmente importantes P cheux fundador da AD de linha francesa e Ducrot que retoma e desenvolve os conceitos bakhtinianos de enunciado e polifonia Gregolin 2006 ao explorar aproxima es e afastamentos entre as concep es de Bakhtin Foucault e P cheux afirma que o primeiro contato que P cheux e seu grupo tiveram com a obra de Bakhtin foi nos idos da d cada de 1970 quando da primeira tradu o de Marxismo e Filosofia da Linguagem para o idioma franc s Apesar de reconhecer o te rico russo como um pensador que trazia grande contribui o para recuperar a dimens o hist rica social e cultural da linguagem P cheux n o concorda com Bakhtin em dois pontos cruciais a a cr tica bakhtiniana ao objetivismo abstrato de Saussure e b a inser o bakhtiniana em concep es marxistas que para P cheux pertencem ao sociologismo e ao humanismo te rico GREGOLIN 2006 p 37 Mais tarde na d
270. na parte seguinte J a segunda parte consistiria na discuss o propriamente dita Novamente as discuss es deram origem a uma atividade complementar em que os professores foram chamados a apresentar os objetivos que pretendiam atingir com seu trabalho junto aos alunos O chat com os alunos foi realizado e apesar de contar com apenas 2 dos 17 alunos ativos al m dos 2 tutores foi muito produtivo pois foi poss vel trabalhar em mais detalhes quest es relativas ao texto de Lopes 2006 Finalmente no trabalho final o professor foi convidado a escolher uma das controv rsias apresentadas por Fourez 2003 e redigir um documento de 3 000 caracteres com espa os mostrando de que forma os atores do seu entorno imediato se organizam dessa controv rsia A entrega desse trabalho e a divulga o das notas do trabalho anterior foram feitas por interm dio da pr pria interface Moodle A avalia o deste m dulo levou em considera o a assiduidade e qualidade das participa es bem como a qualidade do trabalho final 2 3 6 4 Quarto m dulo O ensino de F sica e o mercado de trabalho O quarto m dulo teve como tema a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho A primeira atividade consistiu num f rum de discuss o em que os professores foram convidados a participar dizendo qual deveria ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Na segunda atividade tamb m realizada num f rum os principais pontos de
271. nar sobre a rela o entre forma o cient fica e o mercado de trabalho implicitamente aceita pelas pol ticas curriculares Outro crit rio de recorte foi a escolha de professores em exerc cio justamente pelo fato de serem eles os atuais protagonistas do ensino e portanto terem mais chance de levar as reflex es e discuss es Imediatamente para suas salas de aula o que tamb m contribuiria para a reflex o dos alunos Professores em exerc cio trariam ainda informa es atualizadas quase que diariamente sobre as escolas e salas de aula o que do ponto de vista dessa pesquisa seria valioso A ideia inicial foi assim dar continuidade pesquisa sobre os objetivos educacionais criando um espa o para fomentar entre professores das disciplinas das Ci ncias Naturais de n vel m dio a reflex o sobre as pol ticas curriculares e sua rela o com o mercado de trabalho Neste sentido seria oferecido um curso de forma o continuada exclusivamente a dist ncia usando para isso o ambiente virtual de aprendizagem Inter Age REZENDE et al 2003 desenvolvido pela coordenadora do curso A flexibilidade de hor rios de estudo facultada pelas atividades ass ncronas permitiria aos professores muitas vezes com sobrecarga de hor rios encaixar mais facilmente as tarefas do curso em suas agendas J o uso exclusivo de atividades online permitiria levar a oportunidade de forma o gratuita e de qualidade a professores de v rios estados
272. ncia da educa o Campinas v 30 n 106 p 87 109 jan abr 2009 MARCONDES M E et al 2009 Materiais Instrucionais numa perspectiva CTSA uma an lise de unidades did ticas produzidas por professores de Qu mica em forma o continuada Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 14 n 2 p 281 298 ago 2009 MONTEIRO M A NARDI R FILHO J B A sistem tica da incompreens o da teoria qu ntica e as dificuldades dos professores na introdu o da F sica Moderna e Contempor nea no Ensino M dio Ci ncia amp Educa o Bauru v 15 n 3 p 557 580 2009 MONTEIRO M A SANTOS D A TEIXEIRA O P B Caracterizando a autoria no discurso em sala de aula Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 12 n 2 p 205 225 ago 2007 175 MUENCHEN C AULER D Abordagem tem tica desafios na educa o de jovens e adultos Revista brasileira de pesquisa em educa o em ci ncias Rio de Janeiro v 7 n 3 p 1 17 set dez 2007 NASCIMENTO T G ALVETTI M A Temas cient ficos contempor neos no ensino de biologia e f sica Ci ncia amp Ensino Campinas v 1 n 1 p 29 39 dez 2006 NASCIMENTO T G JUNIOR M F A produ o sobre divulga o cient fica na rea de Educa o em Ci ncias referenciais te ricos e principais tem ticas Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 15 n 1 p 97 120 mar 2010a produ o de textos d
273. ncia das publica es Essas publica es representam o qualitativo ou quantitativo Diante desses posicionamentos aqui colocados percebemos que h uma parcela maior pois a f sica a que mais se relaciona com conhecimentos do mundo f sico e que permite um embasamento maior para o tratamento de quest es de car ter tecnol gico de maneira tal que em muitos casos somos moldados em virtude das necessidades do mercado de trabalho Em linhas gerais o foco o Mercado de trabalho o que aponta Paro 1999 n o importa que o ensino fundamental por exemplo n o tenha conte dos espec ficos preparat rios para esta ou aquela profiss o ou que nem mesmo toque em assuntos gerais sobre o mercado de trabalho e as profiss es ali vais estar sempre uma predefini o na vida do educando 189 ENUNCIADO PROFESSOR 5 Qual deve ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Segundo os PCEM de F sica A F sica um conhecimento que permite elaborar modelos de evolu o c smica investigar os mist rios do mundo submicrosc pico das part culas que comp em a mat ria ao mesmo tempo que permite desenvolver novos materiais produtos e tecnologias Vivemos atualmente numa sociedade em constante transforma o tanto na rea social quanto na comercial O desenvolvimento de novas tecnologias proporcionado principalmente pelos conhecimentos cient ficos tem acelerado este processo fazendo surgir novas necessi
274. ndo a metodologia anterior os 25 trabalhos restantes foram divididos em duas categorias a dos que tratavam tangencialmente da rela o entre EC e o mundo produtivo apresentando apenas uma senten a no trabalho sem reflex o ou desenvolvimento e a dos que tratavam do tema em maior profundidade 84 Peri dicos Total 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Quadro 2 Artigos que apresentavam a rela o entre os objetivos do Ensino de Ci ncias e o mercado de trabalho por ano e peri dico Foram encontrados apenas dois trabalhos VASCONCELLOS et al 2010 SILVEIRA e BAZZO 2009 que tratavam da rela o entre os objetivos do EC e o mundo produtivo com maior profundidade Os outros 23 tratavam do tema tangencialmente Dada essa caracter stica do conjunto de trabalhos encontrados no levantamento optei por fazer uma abordagem mais sint tica menos aprofundada e contextualizada do que a realizada na se es anteriores Ao discutirem a colabora o entre a Educa o Ambiental e a Educa o em Ci ncias para o enfrentamento da crise socioambiental Vasconcelos et al 2010 abordam a necessidade de fundamenta o cient fica e pol tico pedag gica das a es da educa o Procuram tamb m desenvolver uma reflex o acerca da coer ncia entre projetos pol tico pedag gicos e as a es educativas Afirmam que a ci ncia um dos campos da atua o humana integrante dos processos sociais que sustentam e s o sustentados pelo capitalismo mundia
275. ne permitir que os professores construam o conhecimento de forma ativa assumindo o controle do pr prio processo de aprendizagem REZENDE et al 2003 Seus recursos tecnol gicos e pedag gicos foram desenvolvidos com 126 o intuito de levar o professor a refletir sobre sua pr tica profissional e tamb m para promover por meio de f runs de discuss o e email a Interatividade e a colabora o entre professores e tutores Ao longo dos cursos os professores t m acesso a materiais educativos e textos de pesquisa em educa o em ci ncias O ambiente atualmente conta com 1 468 professores cadastrados Em 2011 com o objetivo de facilitar o manuseio dos recursos t cnicos e a gest o dos cursos por estudantes de p s gradua o e de inicia o cient fica n o especialistas em Inform tica decidiu se integrar as funcionalidades do Moodle vers o 1 9 7 ao ambiente virtual J existente O primeiro passo do processo de integra o foi fazer uma sala de aula no Moodle http www Interageufr org com o objetivo de familiarizar professores e tutores com a nova Interface e com as funcionalidades de gest o t cnica e administrativa O curso em quest o foi o primeiro a ser realizado nesta sala e a julgar pelos retornos dos professores e tutores O processo de adapta o foi bastante bem sucedido 2 3 2 Divulga o A estrat gia de divulga o do curso consistiu em duas partes Na primeira o curso seria divulgado por email para os
276. neamente ontocriativo e ontodestrutivo No entanto Lessa 2007 e Tumolo 2003 2005 2011 entendem que o trabalho abstrato eminentemente ontodestrutivo e por isso n o pode ser usado como princ pio educativo Apenas o trabalho que gerasse valor de uso por ser ontocriativo seria pass vel de utiliza o como princ pio educativo J Frigotto compreende que o trabalho abstrato simultaneamente ontocriativo e ontodestrutivo e por isso poderia sim ser usado como princ pio educativo desde que a pr tica pedag gica n o formasse exclusivamente para ele A discuss o entre os tr s autores que teve in cio com a resposta de Frigotto 2009a s cr ticas de Lessa 2007 est sendo publicada na Revista Brasileira de Educa o Para Silva 1996 a discuss o das rela es entre educa o e trabalho tem sido reconfigurada a partir das recentes e cada vez mais frequentes discuss es sobre os efeitos da Inser o das novas tecnologias no processo de trabalho e de seus reflexos sobre o sistema educacional e o curr culo A contribui o que faz s investiga es sobre estas rela es est dividida em duas partes Na primeira apresenta os pressupostos comuns maioria dos trabalhos que tratam do tema e faz cr ticas a estes pressupostos Na segunda prop e que o eixo das Investiga es seja deslocado das demandas que a produ o faz educa o baseadas na forma o de um determinado perfil de indiv duos para a separa o e
277. nhecimento como conhecido ou desconhecido A compreens o de seu significado reprodut vel geral na l ngua 3 A compreens o de seu significado em um dado contexto mais pr ximo e mais distante e 4 A compreens o ativo dial gica discuss o concord ncia BAKHTIN 2003a p 398 Assim uma constru o bakhtiniana de sentido dependeria tanto de uma leitura imanente como a proposta por Lessa 2007 quanto de uma leitura luz de um determinado contexto e de um desenvolvimento hist rico como a proposta por Frigotto 2009a Imbricadas entre si e s etapas restantes seriam igualmente pertinentes ao processo No caso em quest o a express o mundo do trabalho nas legisla es analisadas n o consegui perceber uma diferen a significativa de usos entre ela e a express o mercado de trabalho Podiam ser permutadas livremente sem que houvesse altera o do sentido das frases em que se encontravam No que diz respeito dimens o mais imanente do sentido na vers o em ingl s dos PCN BRASIL 2004 dispon vel no site do MEC mundo do trabalho traduzido como world of labor e n o como world of work t tulo do original de Hobsbawm em ingl s Lembrando que em ingl s a palavra work tem um sentido mais estrito de atividade ao passo que a palavra labour designa tanto atividade quanto a classe trabalhadora como um todo entendo que o referido mundo do trabalho seria o mundo da classe trabalhadora o 26
278. nico politico t cnica humanidades H que se trabalhar o diverso no unit rio no campo t cnico social e no conjunto do conhecer e fazer humano O ensino de f sica deve ser tamb m para aqueles alunos que precisam arcar com a subsist ncia precocemente isso demandar a inser o no mercado de trabalho logo ap s ensino m dio Como tamb m aos alunos que permanecer o estudando ora fazendo um curso profissitonalizante ou um curso superior O que se quer o conhecimento que contemple a capacidade de compreens o de situa es novas situa es oportunizadas atrav s de solu es problemas uma aprendizagem criativa onde os alunos apreendam a autonomia e autodidatismo Mas na realidade o que acontece pelo menos aqui em Porto Alegre que a grande maioria dos alunos de escolas p blicas j est o inseridos no mercado de trabalho muito antes de concluir o ensino m dio S o alunos que precisam arcar com a subsist ncia precocemente antes mesmo de conclu rem o ensino m dio Causa da evas o em algumas escolas Professora 8 196 ENUNCIADO PROFESSOR 9 QUAL DEVE SER A RELA O ENTRE O ENSINO DE F SICA E O MERCADO DE TRABALHO Quando se pensa no ensino de um modo geral surge uma grande expectativa de que os conhecimentos adquiridos durante o intervalo de tempo que nossos jovens permanecem na escola desenvolvam habilidades e compet ncia m nimas para o relacionamento com o mundo para se tornarem verdadeiros cidad os d
279. niversity of Texas Press 2006b p 84 258 Metodologia das ci ncias humanas In ___ Est tica da cria o verbal Tradu o de Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003a p 393 410 O problema do texto na lingu stica filologia e outras ci ncias humanas In Est tica da cria o verbal Tradu o de Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003b p 307 335 170 Os g neros do discurso In Est tica da cria o verbal Tradu o de Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003c p 261 306 Os estudos liter rios hoje In Est tica da cria o verbal Tradu o de Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003d p 359 392 O problema do autor In Est tica da cria o verbal Tradu o de Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003e p 173 192 O autor e a personagem In Est tica da cria o verbal Tradu o de Paulo Bezerra 4 ed S o Paulo Martins Fontes 2003f p 3 20 BARBOSA LIMA M C CASTRO G F ARA J O R M 2006 Ensinar formar educar e instruir a linguagem da crise escolar Ci ncia amp Educa o Bauru v 12 n 2 p 235 245 maio ago 2006 BARONAS R L Bakhtin P cheux e Foucault na an lise do discurso problema sociol gico ou epistemol gico Estudos Lingu sticos Campinas v 1 p 156 165 2006 BORGES G REZENDE F As vozes epistemol gicas e pedag gicas nos par met
280. o sobre as formas de desenvolver suas atividades Cabe aqui a celebre frase dita por Maquiavel O fim justifica os meios As a es desenvolvidas ao longo do processo educacional de um aluno devem objetivar o sucesso final de seu aprendizado Seja p blico ou privado a educa o requer muitos investimentos Evidente que os olhares buscam o ensino de ci ncias uma vez que compomos um pa s em desenvolvimento A discuss o ocorre acerca das a es ocorridas no processo Autores como Alice Casimiro Lopes e Vitor Henrique Paro defendem a necessidade da escola visar na forma o do aluno para o trabalho e n o para o mercado de trabalho Form lo com capacidades cognitivas capazes de qualific lo para v rias atividades mas n o focar exclusiva e unicamente no mercado de trabalho Sugerem um rompimento com a postura atual da escola Defende a preocupa o com a forma o do aluno enquanto pessoa e ser social Outros autores como Gaud ncio Frigoto defendem a necessidade do di logo entre a escola e o mercado de trabalho no qual a educa o cient fica est inserida num contexto de forma o global atento e sens vel a todas as reas de conhecimento Existe ainda aqueles como Alana Gandra e Cl udio de Moura Castro que defendem uma forma o cient fica escolar totalmente voltada ao mercado de trabalho transformando a escola na base para o desenvolvimento econ mico A verdade que seguindo uma vertente ou outra cabe esco
281. o BAKHTIN 2003c p 277 Assim a segunda ora o deste exemplo n o pode ser considerada um enunciado A mesma argumenta o sustenta que palavras frases ou trechos de enunciados n o podem ser Importante resgatar aqui o que foi exposto no pr logo a cadeia de enunciados bastante ampla no espa o e no tempo n o se restringindo comunica o local e imediata 110 considerados enunciados entendimento que refor ado quando o autor se dedica a distinguir os g neros prim rio e secund rio de discurso Apesar de afirmar que o uso da l ngua se faz na forma de enunciados concretos nicos e individuais Bakhtin ressalta que cada campo de utiliza o da l ngua elabora seus tipos relativamente est veis de enunciados os quais denominamos g neros do discurso BAKHTIN 2003c p 277 Assim em cada uma das situa es concretas de comunica o de que participa o falante n o estaria exatamente livre para falar o que quisesse mas teria suas op es de fala restritas aqueles enunciados que integram o g nero de discurso adequado para aquela situa o At mesmo no bate papo mais descontra do e livre n s moldamos o nosso discurso por determinadas formas de g nero s vezes padronizadas e estereotipadas s vezes mais flex veis pl sticas e criativas BAKHTIN 2003c p 282 E apesar de as formas dos g neros serem mais flex veis pl sticas e livres que as formas da l ngua o falante bakhtiniano tem s
282. o autor est usando a estrat gia da hip rbole para destacar a preval ncia de um comportamento que pretende criticar Por um lado entendo que o recurso l cito e a cr tica muito v lida Por outro entendo que um professor ou mesmo um licenciando ser considerado um agente da repress o ab initio ser considerado culpado at que se prove inocente teria consequ ncias no m nimo problem ticas e prejudiciais para a constru o da a identidade e para a pr pria auto estima do professor de ci ncias 30 Interesses do capital e da ditadura militar Entendo tamb m que tamanho peso terminou fazendo circular na rea de educa o enunciados em que se manifesta muito claramente e East Jaa A Pe 9 uma esp cie de ojeriza de repulsa autom tica a qualquer rela o entre educa o e trabalho Essa fort ssima e justificada rejei o e eis um posicionamento que pretendo sustentar ao longo do trabalho teria levado ao surgimento de uma concep o a que chamarei de antiforma o para o trabalho Ela se materializaria de forma exemplar no t tulo do trabalho de Paro 1998 parem de preparar para o trabalho 1 2 PAREM DE PREPARAR PARA O TRABALHO A ANTIFORMA O 1 2 1 Paro e a LDB 96 a escola b sica como ag ncia de emprego Em Parem de preparar para o trabalho reflex es acerca dos efeitos do neoliberalismo sobre a gest o e o papel da escola b sica Paro 1998 faz uma cr tica a dois process
283. o de candidatos as que disputavam vagas nos cursos de Medicina e Direito era desproporcional aos dos cursos de F sica Bacharel e Licenciatura Fiz F sica por convic o e n o para atender anseios paternos No quarto m dulo do curso e depois de reler as postagens relembrei o que descrevi no par grafo acima e a problem tica do desenvolvimento cient fico tecnol gico e inovativo no Brasil nas ltimas d cadas enunciada na m dia e nos f runs especializados falta de m o de obra especializada maquiagem de produtos importados com made in Brazil baixos investimentos em pesquisa do setor privado etc posso ousar em afirmar que o paradigma do mercado de trabalho no 221 Brasil o n o cient fico W Esse paradigma explica claramente o porqu da maioria do corpo discente das universidades adensarem nos cursos de humanas e termos muitas publica es de papers e poucas patentes assim como alguns programas estrat gicos nuclear e espacial andarem a passos GN de tartaruga por tanto tempo com investimento vegetativo e sem renova o dos quadros pessoais Foram reiniciados a pouco tempo mas a continuidade por enquanto est assegurada mas o pessoal 8 est se aposentando em bloco Diferente de pa ses que estavam no mesmo patamar do nosso h quarenta anos atr s Se o nosso pa s quer realmente se desenvolver cientifica e tecnologicamente h a necessidade premente que mude esse pa
284. o posicionamento 166 dos protagonistas do ensino de ci ncias acerca da rela o entre ensino de ci ncias e mercado de trabalho Do ponto de vista te rico e em rela o ao conceito de trabalho sugiro que se evite a armadilha da polariza o entre a santifica o seguida de adora o e a demoniza o seguida de exorcismo do trabalho abstrato As consequ ncias conceituais dessas op es acredito que as tenha mostrado fartamente no Cap tulo 1 Sugiro tamb m que se mantenha em mente a natureza dial tica do trabalho bem como a distin o entre trabalho e trabalho abstrato A precis o na enuncia o ajuda bastante formar para o trabalho radicalmente diferente de formar exclusivamente para o trabalho abstrato ou para ao emprego Sugiro que uma discuss o mais profunda e menos manique sta sobre a possibilidade de se usar o trabalho como princ pio educativo tenha como ponto de partida o debate entre Lessa 2007 Frigotto 2009b e Tumolo 2003 2005 2011 Quanto ao conceito de mercado de trabalho entendo que a concep o bourdieusiana a que permite problematiza es mais ricas para o ensino de ci ncias No momento em que considerarmos os campos rela es de poder e agentes que se constitu ram hist rica e geograficamente em torno das 2524 ocupa es listadas pela C mara Brasileira de Ocupa es ser poss vel questionar a ideia de que o conhecimento cient fico igualmente necess rio ao exerc c
285. o pre o e o mercado representa o espa o em que ocorrem essas transa es OLIVEIRA e PICCININL 2011 p 1520 Com o livre descolamento dos trabalhadores as diferen as de pre o entre as empresas seriam reduzidas e eventualmente ocorreria o equil brio de sal rios em todo o mercado 50 Os autores afirmam que de acordo com a concep o marxista o tratamento do trabalho como mercadoria est na raiz da explora o dos trabalhadores Com a propriedade dos meios de produ o e o desenvolvimento tecnol gico os capitalistas conseguiriam manter uma parte do trabalhadores desempregados e assim reduzir o sal rio a n veis muitos pr ximos do de subsist ncia Assim para a vertente marxista o mercado de trabalho seria marcado por uma grande desigualdade de poder entre as partes envolvidas Os trabalhadores em particular n o teriam nenhum poder de negocia o individualmente e um poder maior mas ainda limitado quando organizados em sindicatos No entanto ao analisar o mercado a partir de dois grandes grupos classes Marx mant m a concep o da economia cl ssica na qual as rela es se d o a partir da oferta e demanda da m o de obra OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1520 Para os autores a maior contribui o de Marx seria reconhecer a liga o do mercado de trabalho com o funcionamento do capitalismo e que no processo de cont nua reprodu o e expans o do capital os processos de trabalho seriam continuamente transf
286. o promovido pela ideia de que os documentos seriam leis a serem cumpridas No quarto par grafo a autora criadora continua sua argumenta o marcando o v nculo com o par grafo anterior por interm dio da palavra tamb m l 23 Afirma que os PCN estabelecem que o ensino atual deve estar calcado em compet ncias e habilidades e 146 novamente transcreve um trecho substancial das bases Legais dos PCN O trecho cont m tanto um detalhamento das compet ncias a que o documento repetidamente se refere quanto a afirmativa de que estas compet ncias s o condi es para o exerc cio da cidadania num contexto democr tico O destaque nesse caso para o grifo que a pr pria autora faz no trecho capacidade de pensar m ltiplas alternativas Chamam aten o as palavras estabelecem 1 23 e calcado 1 23 que continuam a sustentar o tom de prescri o Na primeira parte do quinto par grafo a autora argumenta a partir do exposto no par grafo anterior usando como forma de liga o entre os par grafos a palavra essas 1 34 A ideia central que o processo de aprendizagem da F sica promove o desenvolvimento das compet ncias listadas pelo documento H no entanto outras ideias importantes a destacar A primeira de todas o pressuposto de que as compet ncias listadas pelo documento s o de fato necess rias para a cidadania A segunda ideia que pode ser percebida no trecho ser um futuro cidad o inse
287. o que entendo ser particularmente importante num pa s de dimens es continentais como o nosso 96 No entanto o espa o de tempo oficialmente destinado para realiza o de um mestrado aliado grande quantidade de horas de trabalho necess rias para se elaborar e mais adiante mediar um curso que abarcasse as pol ticas curriculares espec ficas de cada uma das disciplinas cient ficas tornaram a proposta anterior inexequ vel do ponto de vista log stico Dialogando x 34 Dl s gio com a equipe respons vel pelo curso escolhemos oferecer um curso para cada disciplina F sica Qu mica e Biologia iniciando pelos professores de F sica Assim e finalmente ficou estabelecido o recorte para a presente pesquisa as perspectivas dos professores de F sica do Ensino M dio sobre a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Esta equipe composta por mim uma estudante de mestrado e a coordenadora do InterAge ser doravante denominada equipe Inter Age 97 CAP TULO 2 QUADRO TE RICO METODOL GICO INTRODU O UMA AN LISE BAKHTINIANA UMA AN LISE DE DISCURSO Retomo aqui uma quest o apresentada no pr logo e cuja resposta traz elementos muito importantes para o desenvolvimento deste trabalho seria poss vel dizer que uma an lise de textos com base na teoria bakhtiniana uma an lise de discurso Levando em conta que esta disserta o est Inserida no contexto da pesquisa em ensino de
288. o sobre educa o desta vez waas 7 pd o recuperando um coment rio que afirma ter feito no curso em que afirma que a educa o O coment rio foi feito no f rum que antecedeu esta atividade Seu texto completo ol colegas tudo bem Lendo os pontos de vista enunciados e meu posicionamento de educar para vida e o ensino de F sica interagindo com as outras disciplinas do ensino m dio e t cnico sou inclinado a apoiar o ponto de vista 2 devido ao equil brio entre o ponto de vista 1 educar para a vida e o 3 educar para o trabalho Educa o na vinha simpl ria opini o n o deveria ser um ponto de disputa ideol gica de poder mas e esse campo disputado por grupos progressistas educar para a vida e conservadores defensores do patr o O ponto de vista 156 um campo de disputa ideol gica pois quem determina o que deve ser ensinado e como deve ser ensinado tem o poder 1 42 e 43 Afirma que os PCN seriam fruto dessa disputa 1 44 de poder travada entre os ide logos da educa o progressista educa o para a vida e a educa o conservadora mercado patr o 1l 44 e 45 Neste trecho o autor criador reconhece a educa o de forma geral e o curr culo de forma particular como um campo de disputa entre dois grupos Um deles que prop e um educa o progressista teria como proposta a educa o para a vida descrita anteriormente como uma educa o separa
289. odu o material para superar o hiato historicamente produzido entre trabalho manual execu o t cnica e trabalho intelectual concep o ci ncia e com isso proporcionar a todos uma compreens o integral do processo produtivo O terceiro seria promover uma forma o omnilateral isto multilateral integral da personalidade de forma a tornar o ser humano capaz de produzir e fruir ci ncia arte t cnica Finalmente o quarto vetor consistiria em promover a Integra o rec proca da escola sociedade com o prop sito de superar o estranhamento entre as pr ticas educativas e as demais pr ticas sociais O autor ainda faz uma importante afirma o acerca destes vetores de forma particular e acerca das finalidades de uma educa o marxista de forma geral nessas indica es encontra se o embri o fundamental do trabalho como princ pio educativo que busca na transforma o radical da sociedade sua ltima finalidade RODRIGUES 2009 p 169 Do ponto de vista hist rico Ciavatta 2009 afirma que a discuss o sobre o trabalho como princ pio educativo esteve associada discuss o sobre a politecnia e sua viabilidade social e pol tica no pa s CIAVATTA 2009 p 411 Afirma tamb m que a conceitua o do trabalho como princ pio educativo quanto defesa da educa o polit cnica tiveram por base num primeiro momento uma concep o marxista gramsciana que num segundo momento foi acrescida de uma perspectiv
290. ola f brica burocracia tecnocracia ARROYO 1988 p 6 e a ir nica sugest o de que o gesto humanit rio de aboli o da escravatura devia ser imitado por qualquer chefe ou gestor na sala de aula ou na f brica ARROYO 1988 p 10 entendo que para o autor o modelo de empresa moderna seria uma f brica possivelmente automatizada Na Figura 1 est o registradas tanto uma s ria hist rica das participa es percentuais no PIB por setor da economia quanto algumas das leis mais importantes para a educa o brasileira A partir dele poss vel perceber que no ano em que Arroyo escreveu esse trabalho a ind stria brasileira estava no 35 ano consecutivo de crescimento Faria bastante sentido ent o nessa poca eleger uma f brica para modelo de empresa moderna Ainda do ponto de vista hist rico se levarmos em considera o o fato de que o texto foi escrito apenas tr s anos depois do final da ditadura militar existe um aspecto que apesar de muito importante para a Em 1988 Miguel Arroyo autor do texto era professor titular da faculdade de educa o UFMG onde ingressou em 1976 e por onde se aposentou em 1994 Foi um dos fundadores do Grupo de trabalho Trabalho e Educa o GT 09 da Associa o Nacional de P s gradua o e Pesquisa em Educa o ANPED criado em 1981 Em 2011 teve sua biografia publicada pela editora Aut ntica na s rie Perfis da Educa o que tamb m traz biografias de outros importan
291. om um determinado perfil condi o suficiente para mudar o sistema Por m para Silva nem a educa o polit cnica de Frigotto nem a proposta de se aproveitar as demandas da produ o para transformar a escola feita por Kuenzer teriam o efeito desejado uma vez que por focarem neste ou naquele perfil de sujeito e se restringirem ao conte do do trabalho manual deixariam intacta a separa o entre produ o e educa o Afinal A escola n o capitalista tanto porque transmite conte dos convenientes para o sistema capitalista ou porque lhe fornece a m o de obra de que necessita quanto pelo fato de ao existir como esfera separada da produ o e identificada com o trabalho mental contribuir para a manuten o da divis o do trabalho mental e manual no interior da produ o e no contexto mais amplo das rela es sociais globais A escola no capitalismo capitalista porque separada da produ o SILVA 1995 p 47 1 4 RELA ES ENTRE EDUCA O E TRABALHO NA PRODU O DA REA DE ENSINO DE CI NCIAS Realizei um levantamento nos principais peri dicos classificados nos estratos superiores do Qualis da rea de Ensino de Ci ncias com as palavras chave mercado de trabalho mundo do trabalho e mundo produtivo no t tulo no resumo e no texto completo Os peri dicos escolhidos foram Ci ncia e Educa o C amp Ed Ci ncia e Ensino C amp En Ensaio Pesquisa em Educa o em Ci ncias Ensaio
292. om a natureza como parte da pr pria natureza em transforma o Analisando vemos que a cultura que se refere uma cultura capitalista o que h muito somos E como Instrumento tecnol gico temos que solucionar a problem tica social do trabalho pois somos indispens veis forma o da cidadania contempor nea E como desenvolvermos uma cultura cientifica efetiva Preparando nossos alunos para as diversas necessidades do mercado de trabalho e quando digo diversas acredito que n o seja somente para o mais baixo escal o do proletariado nacional n o somente para os pe es n o desmerecendo suas necess rias habilidades para o desenvolvimento de nosso pa s E quando falo em trabalho lembro tamb m dos que pensam e organizam esse trabalho Se queremos realmente mudar nossa cultura excessivamente burguesista temos que pensar em mudar a forma o desses burgueses N o s o eles que regem o sistema Ent o vamos direto fonte do problema F cil n o Obvio que n o Extremamente dif cil Mas o que somos Educadores O que temos na m o Educa o O que estamos fazendo com essa arma Nada Que condi es temos Nenhuma Que condi es criaremos ent o Aprendi que quando n o temos solu es ent o criemos solu es Oh que lindo n o Ate ut pico mas n o foi a isso que nos propomos quando resolvemos cursar nossas licenciaturas e entrar nesse universo transformador de opini es ou pelo menos
293. omando emprestado para a cr tica liter ria quase como uma met fora quase mas n o completamente O que nos interessa o fato de que ele expressa a inseparabilidade entre espa o e tempo o tempo como quarta dimens o do espa o BAKHTIN 2006b p 84 15 Quanto an lise dos enunciados Bakhtin 2003a 2003b 2003c 2006a insiste que ela seja feita nas condi es concretas em que se realiza Noutro ensaio vai al m afirmando que o enunciado concreto nasce vive e morre no processo da intera o social entre os participantes da enuncia o Quando cortamos o enunciado do solo real que o nutre perdemos a chave tanto de sua forma quanto de seu conte do VOLOSHINOV BAKHTIN 1976 p 9 e p 10 Entendo que essa proposta de que a an lise seja feita levando em considera o as condi es concretas de enuncia o esteja alinhada com a cr tica concep o saussurreana de linguagem que faz justamente o movimento oposto de abstra o No entanto a insist ncia com que Bakhtin retorna a esse tema pode terminar levando concep o de que uma an lise bakhtiniana estaria restrita s condi es imediatas instant neas de um t te a t te tanto do ponto de vista da interlocu o quanto do ponto de vista da escala de tempo e do contexto Para esclarecer esse ponto al m de resgatar o que j foi dito nos par grafos anteriores trago um refor o do pr prio autor quando aponta que a enuncia o sempre leva em
294. ontexto e interlocu o 11 uma an lise bakhtiniana deve come ar j no tratamento dos textos do quadro te rico e 111 uma an lise bakhtiniana deve ir al m do simples uso de conceitos bakhtinianos e incorporar a postura epistemol gica proposta pelo autor 19 CAP TULO 1 PROBLEMATIZA O Este cap tulo tem por objetivo dar subs dios constru o do problema de pesquisa No entanto como esse processo levar muitas dezenas de p ginas tomo duas provid ncias com vistas a facilitar a leitura das se es vindouras A primeira delas registrar aqui o objetivo de pesquisa tal como ele foi apresentado no resumo e ser novamente apresentado na se o Delimitando o problema a ltima deste cap tulo a presente disserta o visa a investigar as perspectivas de professores de F sica do Ensino M dio sobre as rela es entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho A outra provid ncia consistir numa esp cie de resumo das se es do cap tulo para que o leitor tenha uma vis o geral do que vai encontrar ao fazer sua jornada pelos conceitos e discuss es que d o sustenta o ao problema de pesquisa Antes de prosseguir destaco que os autores usados para problematizar a rela o entre educa o em ci ncias e mercado de trabalho s o da rea de educa o e n o da rea de educa o em ci ncias Isso se deve ao fato de haver pouqu ssimos artigos publicados na rea a este respeito o que foi percebido em levanta
295. opes 2002 utiliza a palavra trabalho e a express o trabalho emp rico A primeira citada primeiramente nas cr ticas que a autora faz aos PCN e s DCNEM usada no restante do texto com o mesmo sentido que assume nessa legisla o o de emprego J a express o trabalho emp rico surge na express o uma associa o estreita entre a educa o e o mundo produtivo entendendo se o trabalho nesse mundo em sua dimens o mais limitada de trabalho emp rico LOPES 2002 p 393 que antecede uma cita o dos PCN em que o trabalho reconhecido como processo de produ o de bens servi os e conhecimentos com as tarefas laborais que lhes s o pr prias BRASIL 65 2000 apud LOPES 2002 p 393 Entendo a partir disso que a express o trabalho emp rico tamb m tem para a autora o sentido de emprego Quanto ao espa o em que se realiza o trabalho Lopes usa as express es mercado de trabalho e mundo produtivo no meu entendimento como sin nimas principalmente a partir de seu uso em permanece a ideia de que a educa o deve se vincular ao mundo produtivo e formar 6 para a inser o social eficiente nesse mundo LOPES 2002 p 394 e permanece uma orienta o que reduz seus princ pios inser o social e ao atendimento s demandas do mercado de trabalho LOPES 2002 p 396 Quanto natureza desse espa o afirma que ele n o tem mais a base exclusivamente fordista e taylorista que tinha no
296. or ideologicamente contra 1 55 a ideia do estado m nimo consumidor e protetor do deus mercado Em seguida detalha a ideia de prote o fazendo refer ncia s consequ ncias da quebra do mercado seus patr es t o eficientes e competentes que n o perceberam seus neg cios afundarem obrigam o estado m nimo n s a socializar as d vidas atrav s de arrocho fiscal desemprego perda salarial e mis ria da popula o e individualizar os lucros deles 1 57 60 Afirma em seguida que alguns defensores da educa o conservadora tamb m prop em um curr culo flex vel o aluno s ser educado para assumir uma fun o ou seja ser treinado para desempenhar uma profiss o e seus deveres 1 61 e 62 Finaliza apresentando um de seus poucos pontos de simpatia l 62 e 63 o trabalhador deve se preparar para o trabalho mas n o deve ser escravo dele minha cr tica Entendo que neste par grafo a cr tica do autor criador educa o conservadora teria como centro sua rejei o a um estado que al m de m nimo protege os lucros dos empres rios submetendo a popula o ao arrocho fiscal desemprego perda salarial e mis ria da popula o A prepara o para o trabalho vista com simpatia desde que n o se transforme em escravid o importante ressaltar tamb m que o curr culo flex vel que pareceria ser uma qualidade que 1dentificaria a educa o para a vida tamb m cit
297. orma e o estilo e s o diretamente detect veis por qualquer contemplador competente VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 13 O autor tamb m considera que o ouvinte em todos os casos entendido como o ouvinte que o pr prio autor leva em conta aquele a quem a obra orientada e que por consequ ncia intrinsecamente determina a estrutura da obra p 13 O que portanto de modo algum nos referimos s pessoas reais em carne e osso que de fato 114 formam o p blico leitor do autor em quest o Assim como tamb m n o podemos nos referir ao autor em quest o como a pessoa de carne e osso que escreve 66 e w q i Mesmo se o poeta de fato extrai sua paix o em grande parte das circunst ncias de sua pr pria vida privada ainda assim ele precisa socializar esse sentimento e consequentemente elaborar o evento correspondente ao n vel de significa o social VOLOSHINOV e BAKHTIN 1976 p 13 2 2 5 Enunciado e alteridade entre sujeitos A ideia de que autor her i e ouvinte n o coincidem com as pessoas que de fato falam escrevem e leem escutam o texto n o est restrita ao ensaio Discurso na vida discurso na arte Em Os g neros do discurso Bakhtin novamente ressalta que o destinat rio do enunciado pode por assim dizer coincidir pessoalmente com aquele ou aqueles a quem responde o enunciado Mas nos casos de tal coincid ncia pessoal uma pessoa desempenha dois pap is e essa di
298. ormados por tecnologias o que mudaria as formas de organiza o do trabalho e numa esfera mais ampla o mercado Para os neocl ssicos que de acordo com os autores surgiram em meados do s culo XIX o n vel de emprego tamb m resultaria da confronta o entre oferta e demanda O sal rio pre o do trabalho seria a vari vel que faria essa media o A diferen a que para os neocl ssicos a forma o do trabalhador pode ser considerada um investimento em capital humano onde a rentabilidade obtida a partir dos custos dos estudos e da perspectiva de renda relacionada diferen a de qualifica o Os trabalhadores tamb m poderiam se mover livremente e escolher entre uma grande variedade de op es no mercado de trabalho baseados em seus gostos e prefer ncias habilidades e capacidades espec ficas OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1520 Finalizando a parte em que tratam da economia cl ssica os autores afirmam que os keynestanos contestam a concep o de que a demanda de trabalho das empresas n o se determina pelos sal rios Essa demanda estaria determinada pelo volume de produ o ligado s demandas que buscam atender Assim as quantidades de m o de obra seriam definidas fora do modelo do mercado neocl ssico e com o n vel da oferta de emprego podendo ser menor do que a disponibilidade de trabalhadores haveria o desemprego importante aqui perceber que todas essas abordagens tratam o espa o de trabalho
299. os que identifica como parte da estrat gia de inser o do ide rio neoliberal na escola O primeiro deles a incorpora o do conceito e das t cnicas de gest o da qualidade total na escola b sica A cr tica bastante contundente tem por base a ideia de que a administra o por consistir na utiliza o racional de recursos para fins determinados varia de acordo com o que se administra No momento em que escola e empresa t m fins distintos as t cnicas de gest o desta n o seriam pass veis de transfer ncia aquela O outro aspecto que interessa mais diretamente presente linha de argumenta o seria a forma o para o trabalho Para discutir o conceito de trabalho e em seguida problematizar suas rela es com as escola b sica Paro 1998 articula conceitos de Ortega y Gasset citados por Paro 1998 com outros conceitos que podem ser remetidos a Marx apesar de n o terem sua autoria citada diretamente a ideia de que o trabalho simultaneamente uma rela o homem natureza e homem homem esta criada historicamente a ideia de que existe um reino das necessidades naturais e outro da liberdade que s pode ser atingido depois de satisfeitas essas necessidades a ideia de que num sistema de produ o capitalista o trabalhador precisa submeter se s regras do capital o que significa servi lo e ainda as categorias trabalho concreto e trabalho abstrato Hay gobierno soy contra Entendo que
300. os que usufruem dos benef cios de uma maior forma o de seus empregados e que a escola p blica tem fun es mais importantes do que ficar mais uma vez servindo ao capital Estes autores adotam uma postura mais radical sugerindo que a fun o de preparar os jovens deve ser desvinculada totalmente do ensino que a cria o de um curr culo nacional tenderia a uma articula o de formar cidad os para atuarem no mercado do trabalho uma vez que a responsabilidade disso do pr prio mercado de trabalho Defendem que a escola deva atender 197 aos outros prop sitos e objetivos que a ela competem do que ficar formando exclusivamente m o de obra Outros autores defendem que fun o da escola a forma o integral para o mercado de trabalho e que cada vez mais o ensino de ci ncias deve ser intensificado nos n veis fundamental e m dio para atender a esta demanda do mercado melhorando o panorama na rea de ci ncia criando as condi es para um aprendizado mais t cnico e ampliando as possibilidades dos alunos no mercado de trabalho conforme afirma Gandra 2011 Tamb m 66 afirma que melhoria global da educa o corresponde melhores chances de avan os em tecnologia e em ac mulos t cnicos vitais para que o pa s se modernize e cres a Entre estes dois grupos o que pensa que a fun o da escola n o seja de preparar para o mercado de trabalho e o grupo que pensa que sua fun o surgem outros
301. os e t cnicas de trabalho aos menores seus empregados dentro das normas estabelecidas pelos diferentes sistemas de ensino BRASIL 1961 s p A este sentido chamarei de econ mico J na lei 5540 que trata das reformas do ensino universit rio as ocorr ncias da palavra trabalho com sentido administrativo dizem respeito contrata o de pessoal t cnico na forma da legisla o do trabalho que o objetivo da participa o estudantil seria colaborar com administradores e professores no trabalho universit rio que ao pessoal do magist rio superior admitido mediante contrato de trabalho aplica se exclusivamente a legisla o trabalhista que o teor cient fico do trabalho dos candidatos um crit rio para ingresso e promo o na carreira docente que o preparo de especialistas destinadas ao trabalho de 4 POE o MER E Do total de seis ocorr ncias quatro s o com o sentido administrativo e duas com o econ mico 27 planejamento supervis o administra o inspe o e orienta o no mbito de escolas e sistemas escolares far se em n vel superior e finalmente que o professor que deixar de cumprir programa a seu cargo ou hor rio de trabalho a que esteja obrigado ser pass vel de san o disciplinar BRASIL 1968 s p As outras ocorr ncias deslocam o sentido da palavra trabalho para um campo sem ntico bem diferente No artigo 18 a lei estabelece que al m do
302. os falantes como caracter stica fundadora dos enunciados em 2 2 3 e 11 para o autor todo ato de fala isolado est inserido na cadeia de comunica o verbal e por 121 Os conseguinte cercado pelas falas de outros sujeitos mesmo em casos em que isso n o Os muito aparente como nos livros e nas sinfonias A partir disso entendo que isolado sin nimo de delimitado e n o de solit rio nico original J a segunda respondo a partir do que o pr prio autor apresenta em Discurso na vida discurso na arte O enunciado como um todo tem duas partes uma presumida e a outra realizada em palavras Na parte presumida faremos a an lise 1 do horizonte espacial comum dos interlocutores a unidade do vis vel neste caso a sala a janela etc 2 do conhecimento e compreens o comum da situa o por parte dos interlocutores e 3 de sua avalia o comum dessa situa o VOLOSHINOYV 1976 J na parte realizada em palavras caber a an lise lingu stica habitual Lembrando a plasticidade espacial e temporal das rela es entre a parte realizada em palavras do enunciado a que me referi nos cap tulos anteriores como enunciado e a parte presumida contexto extraverbal proponho um dispositivo que conste das seguintes etapas 1 Identifica o do enunciado A partir das ideias apresentadas nas se es 2 2 2 e 2 2 3 concluo que a pr pria altern ncia entre os sujeitos falantes j suficiente para
303. osso pa s quer realmente se desenvolver cient fica e tecnologicamente h a necessidade premente que mude esse paradigma 1 29 e 30 Com a condicional se deixa claro que o abandono do paradigma n o cient fico seria condi o necess ria para o desenvolvimento e cient fico que come a a se mostrar como algo desej vel para o autor criador 155 No quinto par grafo come a a tratar sobre quest es da educa o afirmando que o dito paradigma n o cient fico influi no ensino 1 32 e que acha que agora entendeu as cr ticas feitas aos PCN pela professora Alice Lopes Apesar de a palavra agora dar a impress o de que a identifica o do paradigma n o cient fico estaria relacionada com a compreens o das cr ticas feitas por Lopes n o consegui achar no restante do enunciado nenhum texto que fizesse essa articula o mais diretamente O autor segue afirmando achar que Lopes defende a educa o para a vida em que a educa o separada do mercado trabalho Afirma entender que o Brasil um pa s continental e que tem diferen as culturais que devem ser respeitadas mas acredito que a melhora do ensino da popula o como um todo necessita de um referencial m nimo l 35 e 36 Creio que essa frase uma explica o da anterior como Lopes associa a defesa de um curr culo m nimo com a submiss o ao mercado de trabalho o autor criador entende que problematizar rejeitar o curr culo m nimo
304. outros participantes conclusibilidade e procurando fazer uma articula o pr via entre o material lingu stico as quest es de pesquisa e os conceitos bakhtinianos Aproveitei este ensejo para inserir o passo adicional a que me referi anteriormente Esse passo consistir em atentar para caracter sticas dos enunciados que possam ser usadas como crit rio de recorte A primeira caracter stica a chamar minha aten o foi o fato de que cinco professores responderam pergunta sem usar o discurso direto para se posicionar em rela o quest o entregando aos tutores trabalhos cujos centros tem ticos eram correlatos quest o economia e pol ticas educacionais escola e capitalismo etc J os outros 12 usaram o discurso direto para se posicionar em rela o ao tema S o exemplares o trecho do enunciado do professor 1 Continuo concordando que o ensino de f sica deve dialogar mas sem se restringir s demandas do mercado de trabalho e o do professor 6 acredito que o Ensino de F sica e o mercado de trabalho devam ter uma rela o bem Intima sem chegar a ser um casamento mas uma amizade bem sincera necess ria para o bom desenvolvimento dos dois Esse foi meu primeiro crit rio de sele o a partir do qual foi poss vel dividir os 177 professores em dois grupos o dos que responderam pergunta sem usar discurso direto cinco professores e os que responderam pergunta usando discurso direto 12 professores Percebi ta
305. po entre 1996 e 2001 tendo como pano de fundo a pr pria hist ria do grupo Os trabalhos analisados foram divididos em cinco categorias a saber 1 trabalho e educa o teoria e hist ria 11 trabalho e educa o b sica 111 profissionaliza o e trabalho 1v educa o do trabalhador nas rela es sociais de produ o e trabalho e v educa o nos movimentos sociais TREIN e CIAVATTA 2003 Destas entendo que a primeira e segunda seriam particularmente teis para o In cio das discuss es na rea de ensino de ci ncias a respeito do tema de pesquisa primeira dire o seria a realiza o de discuss es te ricas bastante presentes nos trabalhos analisados pelas autoras em que pesquisadores de v rias orienta es dialogam com as v rias concep es de sociedade trabalho educa o etc No caso da rea de ensino de ci ncias seria bastante interessante que os pesquisadores come assem a discutir as rela es entre ensino de ci ncias e mercado de trabalho luz das particularidades do ensino de ci ncias e de sua hist ria J segunda dire o que Trem e Ciavatta apontam como pouco frequente nos trabalhos analisados a investiga o das rela es entre produ o e educa o sob o ponto de vista dos protagonistas do processo de trabalho No caso das autoras os trabalhadores em servi o ou em forma o para o exerc cio da profiss o protagonistas das rela es de trabalho No caso do ensino de ci ncias os pro
306. ponta pois o mundo dos neg cios est cada vez mais competitivo O mercado saiu da era industrial e vive hoje o per odo da informa o Os investimentos na rea tecnol gica t m provocado uma revolu o no mercado e exercido uma grande for a em todo setor de qualquer empresa obtendo assim uma redu o consider vel de informa es vitais para o desenvolvimento do neg cio e provocando diminui o de custo e tempo com um retorno de informa es imediatas em rela o aos clientes e ao mercado de trabalho Para 208 muitos pensadores O mercado tornou se a turbina das inova es ultrapassando as universidades e escolas com velocidade astron micas Dessa maneira percebe se o avan o da tecnologia e para uma boa administra o necess rio o acompanhamento gradativo desse avan o tecnol gico Fatos que obrigam o sistema educacional a estar em constante alerta Observando a escola por sua infra estrutura n o poss vel ter uma vis o de seu passado suas estrat gias e sua miss o ou s com o balancete n o poss vel identificar o modelo de gerenciamento que a gere Dessa forma a escola perde sua identidade uma vez que n o poss vel fazer um diagn stico preciso quando seus Investimentos educacionais n o s o mais positivos quando seus alunos deixam de obter vantagens competitivas em vestibulares concursos e preenchimento de vagas para empregos O mercado tornou se mais exigente requerendo investimentos mais arro
307. postos pelos documentos oficiais e por isso n o faz sentido discutir a rela o entre o ensino de F sica e mercado de trabalho No que diz respeito ideia propriamente dita destaco a concep o de que a escolha do governo por esta ou aquela rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho seria motivo suficiente para que se encerrassem as discuss es sobre o assunto Essa concep o terminaria aproximando as propostas dos documentos oficiais do campo do indiscut vel n o 147 porque se concorda com os conceitos envolvidos mas simplesmente pelo fato de elas terem vindo do governo No que diz respeito forma existem tamb m ideias muito importantes a destacar Em sua linha de argumenta o a autora criadora qualifica qualquer discuss o sobre o assunto como fr vola 1 37 dando como exemplo os pontos de vista de todos os cinco autores selecionados pela equipe InterAge para a atividade anterior Chama a aten o o fato de que os autores foram citados nominalmente e agrupados de acordo com as mesmas categorias em que foram apresentados aos professores cursistas A autora criadora inicia o sexto par grafo com a conjun o adversativa por m 1 44 que vai marcar o tom desse trecho da argumenta o A ideia central aqui a de que as quest es qualificadas como fr volas no par grafo anterior se tornam relevantes 1 51 devido ao orande degrau 1 52 que h entre as bases legais e a realidad
308. presas Na pen ltima ocorr ncia retorna a express o mercado de trabalho nos mesmos moldes da reforma de 1968 Desta vez ser o ensino m dio que dever ser ofertado em conson ncia com as necessidades do mercado de trabalho local ou regional vista de levantamentos periodicamente renovados E finalmente a ocorr ncia em que h a mudan a mais dr stica Enquanto na LDB de 1961 a educa o nacional tem entre seus objetivos o preparo do indiv duo e da sociedade para o dom nio dos recursos cient ficos e tecnol gicos que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio a LDB de 1971 afirma que o ensino de 1 e 2 graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a forma o necess ria ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de autorrealiza o qualifica o para o trabalho e preparo para o exerc cio consciente da cidadania Por interm dio desse uso da palavra trabalho tamb m presente na reforma universit ria de 1968 as demandas das empresas foram al adas categoria de objetivo geral da educa o De acordo com Ghiraldelh 2008 essas duas leis s o materializa es do pensamento educacional de um regime militar que entre janeiro de 1964 e janeiro de 1968 celebrou doze 7 A E Rica pa e x Das nove ocorr ncias da palavra trabalho cinco tem sentido administrativo e quatro t m sentido econ mico 29 acordos educacionais com um grupo
309. presumidos pelo autor pessoa no ato de sua fala os cursistas tutores por serem professores atuantes pesquisadores em educa o sabem da exist ncia e leram por conta da atividade os PCNEM considerados a materializa o de uma pol tica curricular oficial brasileira todos os cursistas tutores por serem professores atuantes pesquisadores em educa o reconhecem a import ncia do processo de forma o continuada tanto para a aprendizagem em si como para a obten o de certificados e a consequente valoriza o profissional todos os participantes conheciam uns aos outros atrav s das apresenta es pessoais realizadas no in cio do curso e sabiam que ao longo do curso estariam sendo avaliados pela institui o representada no caso pelos tutores A obten o dos certificados dependeria dessa avalia o No que diz respeito ao contrato did tico todos os participantes s o adultos e professores conhecendo assim por um lado agenda cheia da vida de um adulto que trabalha como professor e por outro a import ncia dos prazos e regras em um ambiente de aprendizagem Existe ainda uma dimens o pedag gica no conhecimento e na compreens o comum da situa o que est relacionada ao fato de os enunciados terem sido produzidos depois de aproximadamente 8 semanas de curso Se no come o eram um conjunto de 39 alunos isolados os cursistas agora j s o uma turma com 17 professores que j discutiram v rios textos de pesquisa e constru
310. priedade o rigor e a precis o com que Bakhtin se refere a ela aliados s detalhadas diferencia es entre um enunciado e uma ora o permitem usar a altern ncia de sujeitos falantes como um crit rio un voco para a exist ncia Identifica o de enunciados o que particularmente til para este dispositivo anal tico O potencial para a utiliza o desta propriedade como crit rio de identifica o pode ser percebido em trechos como desse modo a altern ncia dos sujeitos do discurso que emoldura o enunciado e cria para ele a massa firme rigorosamente delimitada BAKHTIN 2003c p 279 as enuncia es possuem como unidades de comunica o discursiva peculiaridades comuns e antes de tudo limites absolutamente precisos BAKHTIN 2003c p 274 Essa altern ncia dos sujeitos do discurso que cria limites precisos do enunciado BAKHTIN 2003c p 275 O desenvolvimento da argumenta o assunto da pr xima se o 2 2 3 Enunciado e ora o identifica o positiva e negativa Bakhtin dedica uma parte importante de Os g neros do discurso para mostrar em que condi es e por que um mesmo material lingu stico pode ser considerado um enunciado unidade da an lise lingu stica que prop e ou uma ora o unidade da an lise lingu stica que critica Aponto aqui uma importante consequ ncia dos pressupostos que norteiam essa argumenta o no momento em que uma mesma sequencia de palavras po
311. que tinha por base tecnologias de base eletromec nica de f cil opera o e que mudavam muito lentamente Evidentemente dos que exerceriam as fun es relativas dire o pol tica e t cnica pesquisa e desenvolvimento j se exigiam outras rela es com o trabalho mediadas pelo dom nio do conhecimento cient fico e adquiridos por uma forma o escolar mais prolongada A essa forma de organiza o do trabalho correspondiam modos de vida social igualmente est veis e bem definidos KUENZER 2000 Na segunda etapa a da acumula o flex vel a necessidade de se dar continuidade ao processo de acumula o de capital provocou mudan as na forma como a ci ncia e a tecnologia eram incorporadas aos processos produtivos que passaram a ser bem mais flex veis e mudar com muito mais rapidez Assim as habilidades cognitivas que antes eram exigidas de um pequeno grupo de fun es passaram a ser exigidas por todos os postos transformados pela restrutura o produtiva fortemente calcada em novas tecnologias de base microeletr nica e de gest o de processos A mudan a n o est apenas no n vel da tecnologia utilizada mas na forma como o trabalhador se relaciona com o conhecimento No sistema fordista o trabalhador se relaciona com o produto do conhecimento de outros materializado nos equipamentos que opera Esses equipamentos justamente devido a sua natureza material permitem uma quantidade limitada e bem definida de usos J no sistema de
312. quilo que cerca o retratado e em rela o ao qual situado pelo artista O ambiente uma delimita o dada pelo artista uma esp cie de moldura que enquadra o retratado AMORIM 2006 p 95 Assim olhando apenas para o enunciado o destinat rio real s conseguir construir a perspectiva do autor criador Para conhecer a perspectiva do autor pessoa acerca dos objetos de sua fala dever ampliar sua vis o abrangendo n o apenas o enunciado mas o processo e o contexto em que o autor pessoa produziu este enunciado e articular a partir disso a perspectiva do autor criador ao contexto extraverbal importante ressaltar que esse processo de conhecimento da perspectiva do autor pessoa sempre uma tentativa de restitui o de um olhar Aproveitando a analogia com a pintura n o se trataria de analisar o quadro mas o pintor pintando o quadro E o mais importante o resultado da an lise seria exatamente um quadro em que o analista retrataria o pintor pintando um quadro Seria poss vel conhecer a coisa em s1 2 2 7 Procedimentos de an lise vers o final Encerrei o t pico 2 2 1 fazendo duas perguntas seria poss vel dizer que quando o autor se refere a atos de fala isolados est falando dos enunciados Como seria exatamente a liga o entre os tipos de intera o verbal e as condi es em que se realizam A primeira respondo que sim levando em considera o 1 tudo o que foi dito acerca da altern ncia dos sujeit
313. quisa e no ensino de ci ncias nas escolas Ag ncia Brasil empresa Brasil de comunica o Bras lia 01 maio 2011 Dispon vel em lt http agenciabrasil ebc com br noticia 2011 05 01 academia brasileira de ciencias quer avancos em pesquisa e no ensino de ciencias nas escolas gt Acesso em 21 mai 2011 173 GENTILI P Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In ___ SILVA T T Orgs Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Brasilia CNTE 1996 p 09 49 GHIRALDELLI P Hist ria da educa o brasileira S o Paulo Cortez 2008 GON ALVES A 2012 O desejo de vencer o abismo entre academia e ind stria Txchnologist uma revista sobre ci ncia e tecnologia para o Brasil S 1 21 fev 2012 Dispon vel em lt http brasil txchnologist com 2012 0 desejo de vencer o abismo entre academia e industria 2 gt Acesso em 28 fev 2012 GREGOLIN M Bakhtin Foucault P cheux In BRAIT B Org Bakhtin outros conceitos chave S o Paulo Contexto 2006 p 33 52 GUIMAR ES G M ECHEVERR A A R MORAES I J Modelos did ticos no discurso de professores de ci ncias Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 11 n 3 p 303 322 dez 2006 HOLANDA A B Novo Aur lio s culo XXI o dicion rio da l ngua portuguesa Rio de Janeiro Nova Fronteira 1999 INDURSKY F A ideologia em Bakhtin e P cheux um estudo em contraponto In ZAN
314. r o aos educandos com necessidades especiais IV educa o especial para o trabalho visando a sua efetiva Integra o na vida em sociedade inclusive condi es adequadas para os que n o revelarem capacidade de inser o no trabalho competitivo importante destacar tamb m a primeira ocorr ncia da palavra economia numa LDB os curr culos do ensino fundamental e m dio devem ter uma base nacional comum a ser complementada em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar por uma parte diversificada exigida pelas caracter sticas regionais e locais da sociedade da cultura da economia e da clientela Entendo que seja importante destacar quatro ocorr ncias que por se localizarem no in cio do documento se o em que a concep o de educa o apresentada de forma mais geral terminam influenciando o restante da legisla o a educa o abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar na conviv ncia humana no trabalho nas Institui es de ensino e pesquisa nos movimentos sociais e organiza es da sociedade civil e nas manifesta es culturais a educa o dever da fam lia e do Estado inspirada nos princ pios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho o ensino ser ministrado com base nos seguintes princ pios XI 36
315. r a perspectiva do autor pessoa sujeito de carne e osso Procurarei analisar ent o o pintor pintando o quadro em seu contexto 125 1 3 E Figura 7 Pablo Picasso pintando Guernica 2 3 DESCRI O DO CONTEXTO DE PESQUISA A investiga o foi realizada no mbito da forma o continuada de professores de ci ncias num curso de extens o online para professores de F sica do Ensino M dio que se realizou numa sala de aula Moodle acoplada ao ambiente virtual InterAge REZENDE et al 2003 O curso foi gratuito certificado pela Pr Reitoria de Extens o da UFRJ PR 5 e teve a dura o de 10 semanas cobrindo o equivalente a um total de 40 horas aula Problematizou quest es referentes aos PCNEM de F sica os objetivos do ensino de F sica e a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Dentre os 39 professores selecionados para fazer o curso 17 chegaram at o final e por terem apresentado produ o adequada receberam o certificado de conclus o O curso foi coordenado por uma professora doutora do NUTES UFRJ e mediado por mim e por outra estudante de mestrado 2 3 1 O ambiente virtual O InterAge http nutes2 nutes ufrj br interage foi elaborado em 2004 com base na perspectiva construtivista e com o objetivo de prover aos seus usu rios os professores de ci ncias recursos tecnol gicos para realizar a ruptura com o modelo de transmiss o de conhecimentos O princ pio deste ambiente onli
316. r demasiado significativas E exatamente para marcar a exist ncia dessas diverg ncias que proponho que uma an lise de textos a partir das teorias bakhtinianas seja chamada de an lise bakhtiniana em vez de an lise de discurso 2 1 ELEMENTOS DE FILOSOFIA DA LINGUAGEM Retomo agora com maior detalhamento alguns dos conceitos que apresentei de forma mais sucinta no pr logo dessa disserta o Bakhtin 2006a elabora sua concep o de linguagem a partir da cr tica a duas correntes do pensamento lingu stico muito populares em seu tempo aquela que chama de subjetivismo individualista defendida por linguistas Humboldt Vossler e seus seguidores e aquela que chama de objetivismo abstrato geralmente associada a Saussure O subjetivismo abstrato criticado justamente por partir do princ pio de que a l ngua seria uma condi o Indispens vel do pensamento para o homem at mesmo na sua eterna solid o HUMBOLDT apud BAKHTIN 2003a p 270 Outros estudiosos como Vossler teriam na fun o expressiva da linguagem o seu plano principal de estudo Apesar de algumas diferen as no que diz respeito s concep es da fun o comunicativa da linguagem tanto Vossler quanto Humboldt prop em estudos lingu sticos centrados na principal caracter stica da linguagem a express o da vis o de mundo individual do falante Bakhtin tamb m critica a concep o saussureana de que o objeto de estudo da lingu stica deve ser a l ngua o
317. radi o com a pr pria constitui o brasileira de 1988 que em seu artigo 6 afirma que s o direitos sociais a educa o a sa de o trabalho o lazer a seguran a a previd ncia social a prote o maternidade e inf ncia a assist ncia aos desamparados na forma desta Constitui o 4 Finalmente a quarta ocorr ncia que consta do segundo par grafo do primeiro artigo da LDB por um lado refor a a ideia de que o trabalho n o seria uma pr tica social Por outro registra uma express o que vai se tornar bastante conhecida e criticada por muitos educadores no anos seguintes em sua primeir ssima apari o na legisla o educacional brasileira o mundo do trabalho Se por um lado entendo que trabalho emprego ou mesmo mercado de trabalho s o termos com uma concep o muito clara e arraigada no senso comum por outro entendo que a express o mundo do trabalho teria um significado mais amplo ou porque n o dizer mais difuso e menos imediato Os poss veis sentidos dessa express o trabalharei na 5 POS 15 se o Polissemia e Sinon mia mais adiante A LDB de 1971 afirma que O ensino de 1 e 2 graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a forma o necess ria ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto realiza o qualifica o para o trabalho e preparo para o exerc cio consciente da cidadania 4 A Emenda Constitucional n 64 de 2
318. radigma Esse paradigma influi no ensino Agora entendi as cr ticas ao PCN no artigo QUEM DEFENDE OS PCN PARA O ENSINO M DIO da professora Alice Casimiro Lopes Acho que a autora defende a educa o para a vida em que a educa o separada do mercado de trabalho 5 Entendo que o Brasil continental e que tem diferen as culturais que devem ser respeitadas mas 4 Entendo que o Brasil continental e que tem diferen as culturais que devem ser respeitadas mas GN acredito que a melhora do ensino da popula o como um todo necessita de um referencial m nimo Concordo com o PCN de F sica principalmente que o documento justifica o ensino de F sica inserido no mundo tecnol gico vida cotidiana e no mercado de trabalho Qualquer profiss o atualmente existe um princ pio de F sica inserido N o significa que todos os trabalhadores O precisam ser bachar is de f sica para entenderem alguns desses princ pios precisam ser bachar is de f sica para entenderem alguns desses princ pios Como mencionei no curso educa o um campo de disputa ideol gica pois quem determina o que deve ser ensinado e como deve ser esse ensinamento tem poder Com isso o PCN fruto dessa disputa delimitado pelos ide logos da educa o progressista educa o para a vida e a educa o conservadora mercado patr o Na primeira a educa o deve preparar o aluno a ser cidad o livre Esse
319. ram apresentadas informa es em diversos formatos dentre as quais destaco o cronograma do curso no formato PDF e um v deo do YouTube incorporado diretamente na interface Moodle Foram apresentados tamb m o F rum Problemas T cnicos projetado para ser o canal para resolu o de problemas t cnicos e o Inter ge Caf espa o em que os cursistas poderiam criar f runs de discuss o para assuntos extra acad micos A atividade desde m dulo consistiu justamente numa visita ao InterAge Caf e na participa o no f rum Atividade 1 em que os tutores convidavam os professores a se apresentarem por interm dio de uma imagem que seria retirada da internet e inserida no post Para ajudar os professores que n o tivessem tanta familiaridade com a Interface a equipe Inter Age elaborou e disponibilizou um tutorial para inser o de imagens no Moodle Foi realizada tamb m uma atividade usando o recurso do Moodle Escolha em que os professores informaram o tempo a partir do qual desistem de esperar respostas a uma 131 participa o que tenham feito num ambiente online importante aqui destacar a grande popularidade do InterAge Caf que foi extensivamente utilizado pelos professores at o final do curso 2 3 6 2 Segundo m dulo Os Par metros Curriculares Nacionais do Ensino M dio de F sica O segundo m dulo teve por objetivo familiarizar os professores com os PCNEM e com o texto de pesquisa Quem defende os PCN LOPES
320. ram uma imagem acerca dos colegas e dos tutores No que diz respeito aos tutores e a este m dulo em particular puderam perceber algumas coisas A primeira delas ocorreu quando alguns professores se afastaram do tema da primeira atividade falando sobre a relev ncia do conhecimento f sico para o exerc cio das profiss es em geral e do mercado de trabalho para o profissional de F sica Todos foram reconduzidos pelos tutores ao tema do f rum a saber a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho o que deixou clara a import ncia dessa quest o para os tutores Neste mesmo f rum v rios professores foram provocados com uma pergunta do tipo se o mercado de trabalho fizesse 141 demandas diferentes das atuais como o ensino de F sica deveria se posicionar o que tamb m contribui para revelar para o cursista o ponto de vista da equipe sobre o tema O desenho da segunda atividade em particular a divis o dos textos de pesquisa nos tr s grupos desvincula o di logo e vincula o do ensino de F sica ao mercado de trabalho tamb m colaborou bastante para que os cursistas percebessem a vis o da equipe em rela o aos conte dos Entendo que todos esses posicionamentos da equipe Inter Age contribu ram para a constru o por parte dos cursistas de um destinat rio suposto que ao fim e ao cabo iria avali los Entendo que a avalia o comum presumida pelo falante sobre a situa o seja a de que o conte
321. rande massa dos que s o desempregados tais profissionais continuam a ser relativamente poucos PARO 1998 p 10 Pressionada de v rias formas por v rios setores da sociedade a escola b sica ent o cometeria seu maior erro servir ao capital Isso seria feito quando a escola forma diretamente para uma profiss o e de forma ainda mais expressiva quando ela deixa de lado suas fun es sociais relativas dota o de um saber cr tico a respeito da sociedade capitalista baseada em trabalho alienado N o preparar para a cr tica do trabalho alienado uma forma de preparar para ele Neste sentido a escola capitalista porque sempre preparou para viver na sociedade capitalista sem contest la sempre preparou para o trabalho PARO 1998 p 11 O autor chega at a afirmar que uma forma o cr tica para o trabalho que instrumentalizasse os alunos a superar a atual organiza o societ ria poderia trazer mudan as ao panorama No entanto frente ao exposto anteriormente taxativo preciso antes de mais nada partir da constata o de que preparar para o trabalho tem sido preparar para o mercado ou seja para o trabalho alienado PARO 1998 p 11 A partir dessa premissa sua proposta que inclusive d t tulo ao artigo n o pode ser diferente nem mais contundente Aos empregadores que com seus protestos de amor pela educa o vivem utilizando permanentemente a m dia para reclamar maior efici ncia da
322. ras s o caracter sticas que os enunciados unidades reais da comunica o t m em comum com as ora es per odos e palavras unidades convencionais da comunica o J as tr s ltimas s o caracter sticas que diferenciam os enunciados das unidades lingu sticas convencionais Cabe destacar que essas 106 caracter sticas apesar de tratadas individual e sequencialmente neste dispositivo est o inarredavelmente imbricadas dialogando e exercendo influ ncia umas sobre as outras No que tange s caracter sticas em comum com as unidades convencionais o estilo de um enunciado constitu do pela sele o dos recursos lexicais fraseol gicos e gramaticais da l ngua J o conte do tem tico referencial se trataria do conte do propriamente dito enquanto a constru o composicional corresponderia estrutura do enunciado bastante claro para o autor que todos esses tr s elementos est o indissoluvelmente ligados no todo do enunciado e s o igualmente determinados pela especificidade de um determinado campo da comunica o BAKHTIN 2003c p 262 As caracter sticas que diferenciam os enunciados das unidades convencionais rela o com o falante outros participantes conclusibilidade e altern ncia dos sujeitos de fala entendo ser conveniente detalh las mais um pouco A rela o do enunciado com o pr prio falante se d justamente pelo fato de a escolha dos meios lingu sticos estar diretamente relacionada
323. rendizagem situada e a resolu o de problemas v o sendo recuperados e recontextualizados de maneira a se alinhar com as propostas eficientistas At o construtivismo refocalizado tornando se uma forma de superar o modelo comportamentalista influente em uma forma o profissional que n o se adapta mais aos novos modelos de trabalho LOPES 2002 p 391 A autora afirma que do ponto de vista da lei as compet ncias necess rias a estes novos modelos de trabalho caracter sticos da esfera da produ o contempor nea seriam id nticas aquelas entendidas como necess rias ao desenvolvimento humano Lopes 2002 tamb m afirma que n o h mais um mundo produtivo exclusivamente baseado no fordismo taylorismo e que a esfera da produ o hoje passa a exigir compet ncias mais sofisticadas relacionadas solu o de problemas ao pensamento abstrato ao trabalho em grupo capacidade de tomar A pr pria Lopes 2001 ao analisar as concep es do curr culo baseado em compet ncias faz um breve hist rico das teorias do curr culo situando as origens do eficientismo social na primeira metade do in cio do s culo XX com os trabalhos de Franklin Bobbit 1918 Werret Charters 1923 e mais tarde com o de Ralph Tyler 1945 Esses te ricos propuseram e aprimoraram as concep es de que a efici ncia da escola seria obtida por meio da transfer ncia das t cnicas do mundo empresarial poca dominado pela ind stria fordist
324. res oferecem de internet gratuita Not cia por not cia vejo tantas escolas municipais que agora aderiram lousa digital e os alunos continuam analfabetos e sem saberem a ler e escrever mas cada um tem seu notebook na sala de aula e TODOS conectados internet A outra participa o que diz respeito utilidade do conhecimento f sico para o cidad o transcrevo a seguir Como j falei em outro momento para mim a F sica a Base do Mundo e o resto resto Da j se torna claro que na minha vis o em tudo o que se imaginar tem as m os de um f sico o que n o dif cil se provar Mas a F sica no Ensino M dio n o serve para essa finalidade mas tem uma outra finalidade t o importante quanto Ela deve servir para que o aluno em primeiro lugar saiba se posicionar diante de qualquer problema seja ele pessoal estudantil ou profissional pois ao se resolver o problema de f sica se deve primeiro entender qual o problema que se tem depois verificar quais os dados que se tem para resolv lo em seguida analisar todas possibilidades para a sua resolu o e a com embasamento aplicar aquela que lhe pare a a melhor sonhar muito achar que os ensinamentos que passamos por tr s anos com apenas duas aulas por semana fornecer embasamento cient fico e tecnol gico necess rio para que o mesmo possa se lan ar no mercado de trabalho Desta forma a meu ver a nica ajuda que n s professores de F sica podemos dar fazer
325. ressaltando outro ponto bastante importante Mesmo sabendo das limita es impostas escola pelo capitalismo preciso encontrar seu sentido em face das mudan as ocorridas no mundo do trabalho produtoras de crescente exclus o Entre o autoritarismo fundamentalista e o individualismo neoliberal uma sa da poss vel desenvolver um projeto pol tico pedag gico que sistem tica e intencionalmente conduza compreens o das rela es entre universal e particular sujeitos e sociedade ci ncia e trabalho facilitando a constru o das condi es necess rias destrui o da rela o que d origem a todas as formas de desigualdade a rela o capital trabalho KUENZER op cit p 155 78 1 3 1 Cr ticas politecnia e ao trabalho como princ pio educativo As cr ticas politecnia s o t o incisivas quanto s o fervorosas as suas defesas Num primeiro momento na d cada de 1940 do s culo passado a proposta de uma educa o polit cnica foi criticada por setores mais conservadores da sociedade brasileira justamente por sua filia o ao pensamento marxista No entanto mais recentemente ela tem sido criticada justamente por pensadores filiados ao marxismo e tamb m por autores que apesar de partilharem uma concep o mais democr tica de educa o est o filiados a outras correntes de pensamento Um primeiro contraponto s propostas de Kuenzer e Frigotto ent o poderia ser feito a partir do trabalho
326. retirados do contexto em que se inserem seriam unidades de an lise da lingu stica cl ssica a concep o bakhtiniana tem como unidade de an lise o enunciado sempre analisado na cadeia de comunica o verbal em que se insere O enunciado bakhtiniano tem suas ra zes no di logo cotidiano coincidindo neste caso com o turno de fala e sendo delimitado pela altern ncia de sujeitos falantes A proposta do autor no entanto estender essa concep o dial gica de linguagem a outras formas de comunica o Assim o tamanho e natureza semi tica do enunciado podem variar bastante da simples r plica monovocal ao discurso pol tico do telegrama ao romance do jingle sinfonia da foto ao filme do gesto dan a o enunciado nos diversos campos da atividade humana e da vida dependendo das diversas fun es da linguagem e das diferentes condi es de comunica o de natureza diferente e assume formas v rias BAKHTIN 2003c p 275 O uso da l ngua nas v rias esferas da atividade humana feito por interm dio de tipos relativamente est veis de enunciados chamados por Bakhtin de g neros de discurso Assim em qualquer situa o de comunica o os falantes envolvidos t m sua disposi o um conjunto finito de enunciados uma esp cie de repert rio que pode variar com o uso ou o com o tempo mas nem tanto para dialogar As situa es de encontro e despedida os g neros liter rios as cartas o romance de espionag
327. rev a discord ncia de seu interlocutor ou pelo menos est incerta ou duvidosa de sua concord ncia ela entoa suas palavras diferentemente Veremos mais adiante que n o s a entoa o mas toda a estrutura formal da fala depende em grau significativo de qual a rela o do enunciado com o conjunto de valores presumido pela pessoa inser o minha do meio social onde ocorre o discurso VOLOSHINOV 1976 p 8 124 Entendi a partir disso e ressalto sem separa es radicais que enquanto uma an lise mais focada na parte an lise do enunciado realizada em palavras nos deixaria mais pr ximos da perspectiva do autor criador sujeito de texto princ pio de vis o e de organiza o das personagens e do enunciado a an lise dos elementos do enunciado em rela o com o contexto extraverbal com aquilo que pensamos que ele presumiu no processo de enuncia o nos permitiria reconstituir a perspectiva do autor pessoa Assim dividirei as an lises dos enunciados dos professores em duas partes na primeira farei uma an lise mais imanente ao enunciado identificando o que chamarei da perspectiva do autor criador Usando a analogia com as artes pl sticas farei uma an lise mais focada na pintura Figura 6 Guernica de Pablo Picasso Em seguida farei uma articula o desta perspectiva e dos elementos do enunciado com os elementos do contexto extraverbal e com aquilo que entendo com presumido com vistas a reconstitui
328. rido no mundo do trabalho 1 34 e 1 35 que a cidadania passa pela inser o no mundo do trabalho poss vel tamb m perceber uma esp cie de supervaloriza o da F sica pela autora no momento em que seu ensino seria capaz de desenvolver uma lista de compet ncias t o extensa quanto variada e com bastante folga como sugerido pela na express o mais do que cumpre esse papel 1 35 A estrutura se ent o que a autora criadora usa para expressar seu ponto de vista sugere uma esp cie de prova de demonstra o de que o ensino de F sica perfeitamente capaz de realizar a tarefa que lhe atribu da em rela o forma o do futuro cidad o inserido no mercado de trabalho 1 34 e 1 35 Essa argumenta o traz por pressuposto a ideia de que os documentos citados prop em conceitos adequados de cidadania trabalho e da rela o entre ambos Al m disso se levarmos em considera o o verbo cumprir na express o mais do que cumpre esse papel teremos por pressuposto tamb m a ideia de que o ensino de F sica deve ser feito de maneira a simplesmente cumprir o que lhe prescrito por pol ticas nacionais inspiradas em documentos Internacionais J na segunda parte do quinto par grafo a autora criadora usa da palavra assim 1 37 para dar sequ ncia ao racioc nio e construir a seguinte ideia central o ensino de F sica j capaz de formar para a inser o no mercado de trabalho nos moldes pro
329. ril com br 090408 ponto de vista shtml gt Acesso em 21 maio 2011 CATTELAN J C Colcha de retalhos micro hist ria e subjetividade Cascavel Edunioeste 2008 CIAVATTA M Trabalho como princ pio educativo In PEREIRA I B LIMA J C F Orgs Dicion rio da educa o profissional em sa de 2 ed Rio de Janeiro Fiocruz 2009 p 408 414 COMIT GESTOR DA INTERNET NO BRASIL Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informa o e comunica o no Brasil TIC empresas e TIC domic lios 2010 S o Paulo Comit Gestor da Internet no Brasil 2011 FARACO C A Autor e autoria In BRAIT B Org Bakhtin conceitos chave 4 ed S o Paulo Contexto 2005 p 37 60 172 FIGUEIREDO J S LOPES J A Pol ticas educacionais de forma o continuada e o programa de desenvolvimento profissional de Minas Gerais Ensaio pesquisa em educa o em ci ncias Belo Horizonte v 11 n 1 p 97 112 jun 2009 FOUREZ G Alfabetizaci n cient fica y tecnol gica acerca de las finalidades de la ense anza de las ciencias Buenos Aires Colihue 1997 Crise no ensino de ci ncias Investiga es em ensino de ci ncias Porto Alegre v 8 n 2 p 109 123 ago 2003 FREITAS E T F AGUIAR JR O Atividades de elabora o conceitual de estudantes na sala de aula de F sica Ensaio pesquisa em educa o em ci ncias Belo Horizonte v 12 n 1 p 43 62 jan abr 2010 FRIGOTTO G Forma o pro
330. ros curriculares nacionais de Biologia Alexandria revista de educa o em ci ncia e tecnologia Florian polis v 3 n 2 p 1 16 jul 2010 BOSSLER A P et al O estudo das vozes de alunos quando est o envolvidos em atividades de investiga o em aulas de F sica Ensaio pesquisa em educa o em ci ncias Belo Horizonte v 11 n 2 p 307 319 dez 2009 BRAIT B An lise e teoria do discurso In Org Bakhtin outros conceitos chave 1 ed S o Paulo Contexto 2006 p 9 31 BRAND O H N Introdu o an lise do discurso Campinas Unicamp 2005 BRASIL Minist rio do Trabalho e Emprego Portal da Classifica o Brasileira de Ocupa es Bras lia s d Dispon vel em lt http www mtecbo gov br cbosite pages informacoesGerais jsf gt Acesso em 10 jan 2012 Lei n 4024 de 20 de dezembro de 1961 Fixa as diretrizes e bases da educa o nacional Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia 27 dez 1961 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis L4024 htm gt Acesso em 10 jan 2012 Lei n 5540 de 28 de novembro de 1968 Fixa normas de organiza o e funcionamento do ensino superior e sua articula o com a escola m dia e d outras provid ncias Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Bras lia 28 nov 1968 171 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil_03 leis L5540 htm gt Acesso em 10 jan 2012 Decreto
331. s distintas LOPES 2002 p 389 S o justamente essas finalidades sociais no caso as dos PCNEM que a autora pretende analisar no restante do trabalho tendo como foco o conceito de contextualiza o 38 Lopes 2002 afirma que para o Minist rio da Educa o e Cultura MEC a contextualiza o seria o princ pio curricular central dos PCNEM e uma vez associado interdisciplinaridade seria capaz de promover uma revolu o no ensino Os par metros tamb m associariam a contextualiza o ideia de educar para a vida que em seu contexto original de produ o o In cio do s culo XX nas propostas de John Dewey era plena de sentidos progressivistas No entanto alerta a autora ao ser recuperada no contexto dos PCNEM a educa o para a vida se aproxima das teses dos eficientistas sociais a que o pr prio Dewey se opunha De acordo com essas teses a vida assume uma dimens o produtiva especialmente do ponto de vista econ mico em detrimento de sua dimens o cultural mais ampla LOPES 2002 p 390 A autora afirma que tamb m nas DCNEM que nortearam a elabora o dos PCN conferida centralidade ao trabalho dentre as tr s interpreta es para a palavra contexto constantes das diretrizes trabalho cidadania e vida cotidiana as duas ltimas ficam subsumidas primeira Em seguida vai mostrando de que forma o pensamento de autores como Dewey Bruner Piaget Vigotsky e conceitos como a ap
332. s ao exerc cio da cidadania e do trabalho p 102 a rela o entre teoria e pr tica requer a concretiza o dos conte dos curriculares em situa es mais pr ximas e familiares do aluno nas quais se incluem as do trabalho e do exerc cio da cidadania p 104 Entendo que o uso da conjun o aditiva nesses trechos contribui muito fortemente para a compreens o de que o trabalho n o seria nem o espa o da cidadania e tampouco uma pr tica social Refor a este entendimento o trecho a seguir em que os autores detalham as v rias dimens es da concep o que fazem de exerc cio da cidadania as pr ticas sociais e pol ticas e as pr ticas culturais e de comunica o s o parte Integrante do exerc cio cidad o mas a vida pessoal o cotidiano e a conviv ncia e as quest es ligadas ao meio ambiente corpo e sa de tamb m BRASIL 2000 p 80 E o trabalho n o Finalmente h um trecho bastante interessante em que os autores das DCNEM pretendem diferenciar profissionaliza o de prepara o para o trabalho Na p gina 57 fazem a primeira abordagem do assunto detalhando os sentidos dos artigos 32 35 e 36 da LDB 1996 Depois da p gina 86 90 entram em detalhes Novamente uma an lise deste trecho apesar de muito Interessante estaria um tanto ou quanto fora do escopo dessa disserta o Uma boa s ntese do posicionamento do governo a seguinte A concep o da prepara o para o trabalho que fundamenta o Art
333. s cursos correspondentes a profiss es reguladas em lei as universidades e os estabelecimentos isolados poder o organizar outros para atender s exig ncias de sua programa o espec fica e fazer face a peculiaridades do mercado de trabalho regional e no artigo 23 que os cursos profissionais poder o segundo a rea abrangida apresentar modalidades diferentes quanto ao n mero e dura o a fim de corresponder s condi es do mercado de trabalho Assim a palavra trabalho antes usada num sentido mais administrativo ou pragm tico trabalho desta ou daquela categoria passa a compor a express o mercado de trabalho trazendo para a letra da lei as demandas das empresas Caberia ao ensino universit rio num primeiro momento fazer lhes face no artigo 18 ou de forma mais contundente corresponder s suas condi es artigo 23 no entanto o decreto lei 464 que revela a dimens o do papel dessa nova personagem o mercado de trabalho e a sua rela o com a educa o em geral e com o ensino universit rio em particular O PRESIDENTE DA REP BLICA usando da atribui o que lhe confere o 1 do artigo 2 do Ato Institucional n 5 de 13 de dezembro de 1968 DECRETA Art 2 Ser negada autoriza o para funcionamento de universidade institu da diretamente ou estabelecimento isolado de ensino superior quando satisfeitos embora os m nimos requisitos prefixados a sua cria o n o
334. s d R GUA E COMPASSO Gilberto Gil Deve ser objetivo do ensino de f sica proporcionar a possibilidade de formar compet ncias bastante amplas Aprendem se estas compet ncias gerais praticando as sob orienta o de algu m que as domine e que delas tenha uma representa o que permita discernir as lacunas e guiar a aprendizagem Fourez O ensino de f sica deve provocar atitudes voltadas para o pensar discutir problemas gerais desenvolver uma consci ncia cr tica compreens o do mundo dos problemas de um modo geral propondo solu o para os mesmos necess rio tamb m que essa cultura em F sica inclua a compreens o do conjunto de equipamentos e procedimentos t cnicos ou tecnol gicos do cotidiano dom stico social e profissional PCNEM 182 ENUNCIADO PROFESSOR 2 Qual deve ser a rela o entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho Segundo o texto 1 a educa o deve ter por objetivos o desenvolvimento das compet ncias b sicas tanto para o exerc cio da cidadania quanto para o desempenho de atividades profissionais E diz ainda sobre tais compet ncias capacidade de abstra o do pensamento sist mico da criatividade curiosidade capacidade de pensar m ltiplas alternativas para a solu o de um problema ou seja do desenvolvimento do pensamento divergente da capacidade de trabalhar em equipe da disposi o para procurar e aceitar cr ticas da disposi o para o risco do desenvolvimento do pens
335. s das tr s escalas de tempo interlocu o e contexto Materializam dessa forma uma perspectiva do falante em rela o ao s objeto s de sua fala Ressalto antes de seguir adiante que essa perspectiva elaborada a partir de elementos lexicais gramaticais ret ricos destaque apagamento de outros textos etc cria para o leitor uma esp cie de imagem do autor que para Bakhtin nunca coincide com o falante propriamente dito Por se tratar de um tema mais complexo essa alteridade bem como aquela relativa imagem que o autor faz do leitor no momento da enuncia o ser o tratadas mais detalhadamente no quadro te rico metodol gico Tudo o que foi dito at aqui acerca dos enunciados tem profundas consequ ncias para o delineamento de um an lise bakhtiniana e consequentemente para esta disserta o Essas consequ ncias dizem respeito natureza dos textos a serem trabalhados no quadro te rico maneira como estes textos e os enunciados dos sujeitos da pesquisa ser o analisados a natureza desse processo de an lise e o posicionamento do analista bakhtiniano frente aos objetos de an lise Os textos a partir dos quais ser feita a problematiza o no cap tulo 1 ser o considerados enunciados Assim cada um deles ser ideol gico valorativo e estar articulado tanto com a rede de enunciados quanto com as tr s dimens es de tempo interlocu o e contexto Entendo por isso que n o haja a mais remota maneira de con
336. s para o mundo e investir em pesquisa n o restringindo seus objetivos exclusivamente ao mercado de trabalho capitalista precisamos inserir estes cidad os na sociedade e consequentemente no mercado de trabalho neste ponto que o ensino de ci ncias favorecido por explicar o mundo ao nosso redor e tamb m por estar diretamente vinculado aos avan os tecnol gicos Por outro lado a sociedade deve fazer sua parte tamb m e n o esperar tudo pronto deve investir mais em ensino t cnico especializado e capacita o 198 tecnol gica com objetivos espec ficos de sua demanda e com pesquisa direcionada no avan o tecnol gico Portanto necess rio que a escola proporcione o conhecimento a todos para que saibamos utiliza lo em nossa vida sem tornar nos ref m dele 199 ENUNCIADO PROFESSOR 10 Qual deve ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Ol tutorl e tutor 2 tudo bem O meu pedido de prorroga o deixou me na obriga o de fazer um texto bem redigido claro e muito bom o texto a seguir confesso que n o ficou como eu queria pois faltou me tempo e concentra o para tal por m como prometido eis o texto um abra o e at mais Renato preocupa o de que forma ensinar e o que ensinar de longa data s o alvos de discuss es e debates foram v rias as id ias e propostas nesse sentido algumas tendo mais expressividades que outras sendo umas mais realistas outras nem tanto diante de
337. s taxas de desemprego e de v nculos prec rios de trabalho devem ser levadas em considera o Segundo os autores ainda a flexibiliza o das formas de emprego transformou o modelo de empresa e trouxe consequ ncias negativas para o trabalhador j que a empresa se reorganiza a partir da intensifica o do trabalho e de fatores individuais de avalia o dos trabalhadores Estes processos exigem dos assalariados formas de engajamento no trabalho que podem chegar at mesmo exclus o dos mais fr geis Como reflexo a extrema competi o entre os trabalhadores gera um movimento que imp e o primado das identidades do eu sobre a identidade do n s das formas individualizantes diferenciadoras sobre as formas coletivas generalizantes DUBAR apud VASCONCELLOS et al 2010 Esse quadro provoca reflexos sociais negativos como a corros o do car ter do trabalhador e imp e quest es forma o do indiv duo na medida em que v o na contram o de objetivos voltados ao compromisso com o outro e com planejamentos de longo prazo Assim os autores defendem que sejam priorizadas atividades cooperativas na educa o contribuindo para a constru o de uma sociedade n o dominada pelo mercado Entretanto essa l gica teria que funcionar dentro dos limites impostos pela realidade o que significaria inserir os educandos na sociedade atual e consequentemente no mundo do trabalho mas por interm dio de um processo educac
338. sa que cuidadosa a ponto de identificar oito concep es distintas de educa o CTS SANTOS e MORTIMER 2002 termina na maior parte das vezes utilizando e aproximando as v rias concep es discursivas da linguagem de forma bastante indiscriminada o que pode ser epistemologicamente problem tico como espero ter deixado claro com os exemplos da se o uma an lise de bakhtiniana uma an lise de discurso Novamente Pinh o e Martins 2009 refor am este entendimento identificando e criticando um uso indiscriminado do termo discurso e afirmando que da mesma forma n o podemos tomar o termo an lise do discurso como autoevidente pois diferentes tradi es te ricas v m ao longo do tempo pensando o discurso e produzindo pesquisa de acordo com suas bases epistemol gicas particulares PINH O e MARTINS 2009 p 3 A primeira sugest o que fa o ent o a de que se explorem e diferenciem as v rias concep es discursivas de linguagem de forma a compreender a maneira como cada uma delas pode contribuir para a investiga o das quest es de pesquisa da rea de educa o em ci ncias Entendo que um bom ponto de partida a amplia o da proposta feita por Rocha e Deusdar 2005 que se prop em a distinguir a an lise do discurso de linha francesa da an lise do conte do a partir da compara o entre as concep es de pesquisador texto linguagem ci ncia etc em cada uma das teorias Curiosamente os autores
339. scola deve ser formadora de cidad os atualizados e capazes de participar do processo hist rico usando o na constru o de uma sociedade transformadora Deve se pensar tamb m que sendo o Brasil marcado por uma grande extens o territorial isto gera uma pluralidade de culturas diferentes consequentemente realidades diferentes As propostas apresentadas pelos PCNs devem ser adaptadas para as diversas regi es e localidades do pa s uma vez que n o temos essa homogeneidade de padr es e saberes N o se pode querer que as mesmas expectativas de educa o e trabalho sejam igualitariamente distribu das em todas as regi es Os curr culos devem ser adequados as necessidades locais Deve existir um consenso entre educa o democr tica e os saberes entendidos como necess rios para tal conforme afirma Lopes 211 Entendo que da maneira que o ensino conduzido sobra muito pouco tempo para que o professor consiga dar conta de fazer uma prepara o que seja realmente eficaz para a prepara o do jovem para o mercado de trabalho mas sim que de suporte para que isso ocorra mesmo que ainda de forma um tanto prec ria passa algumas informa es e fontes necess rias para que se ocorra uma pesquisa maior at mesmo por que a apropria o do saber historicamente produzido isto inclui do mais simples conhecimento sobre a realidade f sica at o mais complexo dos valores mencionados a tarefa da escola atrav s da educa o a constitu
340. scola possibilite aos alunos integrarem se ao mundo contempor neo nas dimens es fundamentais da cidadania e do trabalho p 4 O Ensino encontrado na se o Publica es do site do Minist rio http portal mec gov br index php id 12598 publicacoes amp option com content amp view article 46 M dio passa a ter a caracter stica da terminalidade o que significa assegurar a todos os cidad os a oportunidade de consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental e garantir a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania p 9 o educando como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo do trabalho e com o desenvolvimento da pessoa como sujeito em situa o cidad o p 9 na perspectiva da nova Lei o Ensino M dio como parte da educa o escolar dever vincular se ao mundo do trabalho e pr tica social Art l 2 da Lei n 9 394 96 p 10 o sujeito ativo a pessoa humana que se apropriar desses conhecimentos para se aprimorar como tal no mundo do trabalho e na pr tica social p 13 o sujeito ativo que se apropriar se desses conhecimentos aprimorando se como tal no mundo do trabalho e na pr tica social p 18 o perfil de sa da do aluno do Ensino M dio est diretamente relacionado s finalidades desse ensino conforme determina o Art 35 da Lei II a prepara o b sica para o trabalho e a cidadania do
341. se realizam Pretendo nas p ginas seguintes aprofundar os conceitos bakhtinianos at que seja poss vel responder a estas quest es 2 2 2 Enunciado caracter sticas Bakhtin 2003c constr i o conceito de enunciado a partir da compara o entre sua concep o de linguagem comunica o e as concep es tradicionais poca Assim em vez das ora es palavras ou per odos extra dos do contexto em que ocorrem chama aten o para os enunciados tomando por base o di logo cotidiano face a face em que se alternam as enuncia es dos interlocutores e que por sua precis o e simplicidade a forma cl ssica de comunica o discursiva Bakhtin 2003c p 275 Essa concep o dial gica de enunciado ent o estendida tanto para dentro do enunciado quanto para outras formas de comunica o Assim obras de arte sinfonias livros pe as de teatro tamb m seriam enunciados e como partes de um di logo seriam respostas a e respondidas por outros enunciados No n vel interno de cada enunciado Bakhtin tamb m v um di logo entre autor e ouvinte dentre outras personagens Em Os G neros do Discurso Bakhtin se dedica a detalhar este potente conceito relacionando o claramente ao di logo real e apresentado seis das suas caracter sticas estilo constru o composicional unidade tem tica rela o com o falante outros participantes conclusibilidade e altern ncia dos sujeitos de fala As tr s primei
342. se necessita formar indiv duos que saibam articular essas v rias formas de cultura como uma ponte para se inserir no mercado de trabalho como afirma FRIGOTTO 1988 p 445 Saber avan ar sobre esta t cnica e compreender seu tempo as for as que atuam na sociedade e sobretudo SER g n um cidad o que acumule intelig ncia organiza o e for a para transformar a sociedade de excludente Sua fala converge para o papel social e cultural destinado escola p blica e nesse contexto a F sica parte integrante dessa grande teia do saber fazer ci ncia e tamb m tem essa fun o porque faz parte da forma o cultural e social do indiv duo n o se restringindo a formar cidad os t cnicos especialistas para um mercado essencialmente tecnol gico mas para um mercado global que abarca todas as formas de cultura Negar essa forma de se apropriar de uma cultura geral banalizar a educa o e contribuir para o aumento das desigualdades s cio econ micas do sistema capitalista que vivemos Para que Isto ocorra essencial que a educa o v al m de uma mera forma o para o trabalho mas que contribua tamb m para o desenvolvimento s cio cultural do cidad o que assim se apropriando dela possa exercer sua cidadania de fato e de direito Tamb m nessa esteira os par metros curriculares nacionais para o ensino m dio apontam claramente que o ensino da F sica n o pode se limitar a memorizar conhecimentos que est o sendo sup
343. se prepara para o mercado de trabalho e para o curso superior e o ensino de f sica deve ser o mais pr ximo da realidade de fatos em que envolvam tecnologias e tantos outros em que a f sica esteja presente para que todos possam compreender esses fen menos 201 ENUNCIADO PROFESSOR 11 Qual deve ser a rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho A finalidade do ensino de ci ncias tem variado ao longo das ltimas d cadas na medida em que tem dado maior valor ao ensino em geral quer dizer medida que se vai estendendo a educa o a n veis mais amplos da popula o Se a princ pio se considerava e ainda hoje se segue considerando de uma maneira impl cita por muitos professores em minha opini o os objetivos deste dito ensino devem ser educar cientificamente popula o para que seja consciente dos problemas do mundo e de sua possibilidade de atua o sobre os mesmos de sua capacidade de modificar situa es mesmo as mais amplamente aceitas se question veis A partir do meu ponto de vista esta finalidade do ensino de ci ncias em especial da f sica n o s aplic vel ao ensino m dio mas tamb m Universit ria Os cientistas n o devem esquecer em seu trabalho di rio as implica es sociais da ci ncia e sua faceta de cidad os e devem receber esta forma o paralelamente sua prepara o cient fica O significado que tem para mim esta educa o cient fica fica refletido nos PCNs nas
344. selho Nacional de Educa o instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e em junho do mesmo ano as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino M dio DCNEM Em abril de 1999 instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Forma o de Docentes na Educa o Infantil e dos anos Iniciais do Ensino Fundamental na modalidade Normal J as Diretrizes para o Ensino Superior foram estudadas individualmente e publicadas curso por curso ao longo da d cada seguinte De acordo com Ghiraldelh 2008 essas diretrizes curriculares se comparadas aos documentos similares do in cio do s culo foram bastante complexas tomando partido em v rias posi es filos ficas sociol gicas e antropol gicas exigindo assim do leitor um bom conhecimento pr vio nestes assuntos Por outro lado essa relativa complexidade associada ao fato de as diretrizes n o terem sido mais detalhadas no que diz respeito maneira de operacionalizar suas ideias gerais terminaram criando uma situa o dif cil para o sistema avaliativo Na mesma poca em que foram elaboradas e publicadas as Diretrizes Curriculares Nacionais tamb m foram elaborados outros documentos norteadores que de acordo com Ghiraldelh 2008 tamb m podem ser considerados diretrizes para o ensino brasileiro os Par metros Curriculares Nacionais PCN Em 1998 foram publicados os Par metros Curriculares Nacionais para o terceiro e quarto ciclos do ensino fundament
345. setor de servi os chegou a 60 do PIB mais do 160 que os outros dois setores somados Entendo assim que a esse cen rio de preval ncia econ mica do setor de servi os que o autor pessoa que se refere quando afirma que o paradigma do mercado brasileiro o n o cient fico Aqui um desdobramento de ideias se o mercado n o cient fico est associado ao setor de servi os o mercado cient fico estar associado ao setor industrial Assim entendo que o autor pessoa revela sua concep o de que a educa o tecnol gica gera desenvolvimento industrial que gera desenvolvimento econ mico Essa concep o seria um eco daquela que Arroyo 1988 situa nas d cadas de 1960 e 1970 e que Rodrigues 2005 afirma remontar d cada de 1930 Refor a este entendimento a pr pria hist ria profissional do autor pessoa fez o antigo 2 grau t cnico no final dos anos 1980 in cio dos 1990 mesma poca em que o trabalho de Arroyo 1988 foi publicado A contradi o ent o viria do fato de o autor pessoa por um lado reconhecer elementos da realidade econ mica atual e por outro ter convic es que remontariam a um tempo em que o desenvolvimento industrial fomentado por uma educa o cient fica e tecnol gica era sin nimo ou pelo menos a principal via para o desenvolvimento econ mico Num pa s prioritariamente industrial em que os principais postos de trabalho fossem de natureza cient fica e tecnol gica seria mais f
346. sider los neutros A an lise destes enunciados alguns deles separados por mais de duas d cadas dever ser feita em estreita rela o com os elementos j relacionados atentando particularmente para o contexto express es ideol gicas concretas Deus a verdade absoluta o julgamento da consci ncia humana imparcial o povo o julgamento da hist ria etc BAKHTIN 2003b p 333 17 sociohistorico da produ o de cada um Para articular no tempo dessa disserta o enunciados produzidos em pocas e contextos t o distintos bastaria lembrar o que foi dito anteriormente sobre o grande tempo ou ainda que qualquer resenha da hist ria de alguma quest o cient fica independente ou inclu da no trabalho cient fico sobre determinada quest o realiza confrontos dial gicos entre enunciados opini es pontos de vista entre enunciados de cientistas que n o sabiam nem podiam saber nada uns sobre os outros BAKHTIN 2003b p 331 Eis ent o conforme prometido anteriormente um dos motivos de ter procurado conceituar an lise bakhtiniana antes de tratar do objeto da disserta o propriamente dito Esclarecidas as quest es relativas forma passo a tratar de quest es referentes natureza da an lise muito importantes do ponto de vista epistemol gico A an lise de um enunciado ser feita por interm dio de palavras que por serem signos s o inarredavelmente ideol gicos e valorativos No limite no processo
347. significa propor a educa o separada do trabalho 1 34 a que se refere Em seguida afirma que concorda com o PCN de F sica o que refor a sua diverg ncia em rela o a Lopes principalmente que o documento justifica o ensino de F sica inserido no mundo tecnol gico vida cotidiana e no mercado de trabalho 1 37 e 38 Entendo que a palavra que usada pelo autor criador tenha a um sentido de porque ou de quando ele concordaria com os PCN principalmente porque justifica ou concordaria com os PCN principalmente quando o documento justifica etc Aqui o autor criador deixa claro que entende que a vida cotidiana coincidiria com o mundo tecnol gico e que os PCN prop em que o ensino de F sica esteja relacionado ao mundo tecnol gico e ao mercado Em seguida refor a e detalha o primeiro argumento do texto afirmando que em qualquer profiss o atualmente existe um princ pio de F sica Inserido 1 38 e 39 mas isso n o significa que todos os trabalhadores precisam ser bachar is de f sica para entenderem alguns destes princ pios 1 39 e 40 O relacionamento ntimo a que se refere no in cio do texto seria ent o o de o conhecimento f sico em n vel m dio seria necess rio para o exerc cio de qualquer profiss o posto que n o necess rio que todos os trabalhadores sejam bachar is para conhecer alguns destes princ pios No sexto par grafo o autor criador continua discorrend
348. so vinculado situa o concreta em que se encontra o que tamb m influenciaria a exauribilidade do enunciado uma vez que quando ouvimos o discurso de outra pessoa J adivinhamos o g nero pelas primeiras palavras adivinhamos um determinado volume isto uma extens o aproximada do conjunto do discurso uma determinada constru o composicional prevemos o fim BAKHTIN 2003c p 283 E se podemos prever o fim 108 temos justamente a no o da conclusibilidade O assunto reputado pelo autor como um dos mais importantes para a an lise lingu stica No entanto como voltarei ao assunto mais adiante finalizo ressaltando que Bakhtin mantendo a diferencia o entre as unidades convencionais e o enunciado afirma que esse ind cio de completude do enunciado n o se presta a defini es gram ticas ou abstrato sem nticas e portanto tamb m n o pode ser encontrado na neutralidade do sistema da l ngua A ltima das tr s propriedades que distinguem o enunciado das unidades convencionais de an lise exatamente aquela que d seus limites a altern ncia dos sujeitos falantes Novamente Bakhtin ressalta que esta propriedade exclusiva dos enunciados e n o pode ser encontrada das unidades convencionais da l ngua os limites da ora o enquanto unidade da l ngua nunca s o determinados pela altern ncia de sujeitos do discurso BAKHTIN 2003c p 277 No entanto entendo que existe algo mais acerca dessa pro
349. sora A discuss o da rela o entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho se mostra muito incipiente pois n o h uma proposi o real e que demonstre cumprir os pap is que os PCNs prop e e que o mercado de trabalho demonstra necessitar As bases legais dos PCNs para o ensino m dio coloca que os objetivos do ensino foram al terados priorizando a forma o tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr tico Bases Legais dos PCN Coloca ainda que o que se deseja que os estudantes desenvolvam compet ncias b sicas que lhes permitam desenvolver a capacidade de continuar aprendendo importante destacar tendo em vista tais reflex es as 0 considera es oriundas da Comiss o Internacional sobre Educa o para o s culo XXI incorporadas nas determina es da Lei n 9 394 96 a a educa o deve cumprir um triplo papel econ mico cient fico e cultural b a educa o deve ser estruturada em quatro alicerces aprender a conhecer aprender Pd Pd a fazer aprender a viver e aprender a ser Bases Legais dos PCN Essas bases s o muito importantes para o desenvolvimento do cidad o bem como do pa s democr tico que se quer principalmente se desejando que o Brasil seja um pa s reconhecido e de for a internacional Mas essas bases que est o apoiadas num documento internacional n o consideram a realidade das escolas nacionais e como sempre achando que basta apenas
350. ssa proposta devido sua sofistica o permitiria tamb m compreender em maior profundidade os sentidos que estabelecem em torno do tema A partir destes conceitos construo os sentidos das palavras de cada um dos grupos levando em considera o tamb m os textos e contextos em que se encontram De posse do conceito de trabalho em Marx passo cr tica antiforma o A ideia central desta se o mostrar que apesar de haver marcas evidentes na legisla o de uma tentativa de fazer com que o sistema escolar atenda exclusivamente aos interesses das empresas a cr tica elaborada por Paro 1998 e Lopes 2002 apesar de leg timas terminam refor ando o que pretendem combater Isso se deve ao fato de essas cr ticas assim como a legisla o terem por base uma concep o de trabalho que termina por naturalizar o atual sistema de produ o A nica diferen a entre elas seria a a qualidade deste trabalho para a legisla o estritamente positivo e para Lopes e Paro estritamente negativo Critico essa vis o dicotomizada justamente por dificultar um aprofundamento e uma complexifica o da compreens o dos temas relacionados ao trabalho e proponho que uma percep o mais rica pode ser feita por interm dio de uma concep o dial tica de trabalho justamente aquela proposta por Marx e a apresentada na se o anterior Na se o Um di logo entre educa o e trabalho bases da politecnia apresento um breve resumo dos fund
351. strutural entre as institui es respons veis pela educa o e pela produ o posto que esta separa o que perpetua a separa o entre trabalho mental e manual base do sistema de produ o capitalista Para Silva 1996 grande parte das discuss es sobre trabalho e educa o tem como pressuposto a ideia de que uma crise no processo de acumula o da economia capitalista provocou uma reorganiza o no processo de trabalho Essa reorganiza o envolveria tanto o uso extensivo de tecnologias de base microeletr nica quanto a introdu o de novas formas organizacionais Tais modifica es representariam uma mudan a radical em rela o s pr ticas fordistas e tayloristas como sinaliza Kuenzer 2000 caracterizadas pela produ o em massa e continuada de objetos uniformes por meio de um processo em que o trabalho estaria profundamente dividido em segmentos que requereriam pouca ou nenhuma 80 capacidade intelectual do trabalhador J as novas formas estariam baseadas na produ o de v rios tipos de objetos rapidamente substitu veis na linha de produ o Essa forma de produ o gil flex vel e fortemente dependente de tecnologia de base microeletr nica exigiria um trabalhador radicalmente diferente com n vel mais alto do que aquele da linha de produ o fordista tanto no que diz respeito ao conhecimento t cnico cient fico quanto s caracter sticas atitudinais e cognitivas Alguns estudos apontariam inclusive na
352. sucesso ou ser algu m na vida algo que se consegue pelo trabalho ou melhor pelo emprego PARO 1998 p 7 Os usu rios com melhor condi o socioecon mica t m a mesma expectativa A nica diferen a que a escola fundamental em vez de conduzi lo diretamente ao emprego os levar o primeiramente universidade de onde a sim poder o ter acesso a melhores oportunidades profissionais Haveria assim uma grande press o dos usu rios para que a escola b sica se transforme em uma ag ncia de prepara o para o emprego uma vez que mesmo na mais elementar tarefa de alfabetizar est presente a perspectiva do mercado aprende se para escrever e falar corretamente mas n o deixa de estar presente sempre a preocupa o em como isso no caso a melhor comunica o vai influir na busca de um emprego melhor PARO 1998 p 9 Paro afirma que outros setores da sociedade tamb m t m essa perspectiva e identifica tr s argumentos usados em favor da convers o da escola em uma ag ncia de prepara o para o trabalho O primeiro comum entre boa parte dos educadores seria o de que a escola s conseguiria se tornar objeto das aten es nacionais se contribu sse com algum retorno para o sistema econ mico Isso terminaria deixando em segundo plano o importante dever social de atualizar culturalmente as novas gera es para que possam usufruir do patrim nio constru do pela humanidade claro que a raz o de ser
353. t fico tecnol gico e inovativo no Brasil nas ltimas d cadas Essa problem tica diz respeito falta de m o de obra especializada maquiagem de produtos importados com made in Brazil baixos investimentos em pesquisa do setor privado etc 1 18 20 Em seguida afirma que pode ousar em afirmar 1 20 e de fato ousa e afirma o paradigma do mercado de trabalho no Brasil o n o cient fico l 21 Entendo da que o autor criador considera verdadeiras as afirmativas da m dia e dos f runs a que se referiu anteriormente No quarto par grafo d mais detalhes sobre o que chama de paradigma n o cient fico que em seu entendimento explica claramente o porqu 1 23 de algumas de suas percep es Entendo assim que para o autor criador o referido paradigma cient fico seria a causa ou pelo menos estaria na raiz de a maioria do corpo discente das universidades se adensarem nos cursos de humanas l 23 e 24 termos muitas publica es de papers e poucas patentes 1 24 e 25 alguns programas estrat gicos nuclear e espacial andarem a passos de tartaruga por tanto tempo com investimento vegetativo e sem renova o dos quadros pessoais l 25 e 26 Esses atrasos fariam com que os programas nucelar e espacial brasileiros estivessem num n vel diferente dos pa ses que estavam no mesmo patamar do nosso h quarenta anos 1 28 e 29 Finaliza afirmando que se o n
354. t gia tem por base o trabalho de Fourez 1997 Um bom ponto de partida para a constru o de uma epistemologia bakhtiniana seriam os ensaios Metodologia das ci ncias humanas BAKHTIN 20034 e O problema do texto na lingu stica filologia e outras ci ncias humanas BAKHTIN 2003b Dentre os comentaristas Amorim 2002 2004 trata de forma bem aprofundada a quest o da alteridade e da rela o entre o pesquisador bakhtiniano e seu outro Outra importante quest o que surgiu ao longo do processo de pesquisa foi o sil ncio ou na melhor das hip teses sussurro das publica es da rea acerca das rela es entre o ensino de ci ncias e o mercado de trabalho Primeiramente atribuo sentidos a este sil ncio e em seguida sugiro uma forma de romp lo Primeiramente resgato o tamanho da lacuna depois de pesquisar as publica es em sete peri dicos ao longo de seis anos encontrei apenas 40 artigos num total de 1128 sendo que em 38 deles as express es chave mercado de trabalho mundo produtivo e mundo do trabalho surgiam de forma completamente incidental Nesse contexto tamb m importante registrar o fato de os dois cadernos dedicados ao ensino de F sica que investigamos jamais terem sequer registrado as express es mercado de trabalho mundo do trabalho e mundo produtivo Tudo isso refor a o meu entendimento de que a maioria dos autores da rea considera que as rela es entre o ensino de ci n
355. t rio suposto AMORIM 2002 um sujeito de discurso intratextual Este sim tem tamanha for a e influ ncia sobre o que se diz e sobre como se diz que considerado coautor dos enunciados No entanto n o custa repetir uma figura inarredavelmente ficcional uma 115 cria o do enunciador feita a partir das impress es que tem acerca de seu interlocutor Voloshinov e Bakhtin 1976 o chamam de ouvinte No momento em que encontramos no n vel da significa o uma alteridade entre destinat rios seria razo vel esperar que o autor propusesse algo semelhante no polo da enuncia o De fato para Bakhtin a identidade absoluta de meu eu com o eu de que falo t o imposs vel quanto tentar suspender se pelos pr prios cabelos BAKHTIN apud AMORIM 2002 p 10 Amorim traz esta frase a prop sito da diferencia o entre o autor que escreveu o texto e o locutor que diz eu no texto J Faraco 2005 tratando a quest o da autoria em Bakhtin afirma que desde O autor e o her i na atividade est tica escrito na d cada de 1920 o autor prop e a diferencia o entre autor pessoa e autor criador Haveria ent o 3 sujeitos no polo da enuncia o autor pessoa autor criador e locutor importante reconhecer a alteridade entre eles O autor pessoa seria o escritor propriamente dito sujeito emp rico sendo perfeitamente poss vel de acordo Amorim identific lo como autor de um texto e continuar sem nada saber
356. tantas tentativas de se chegar a uma solu o ideal acabou se gerando uma outra que seria a finalidade dos estudos Mercado de Trabalho ou n o Algumas correntes como Claudio de Moura Castro em que cita Educa o n o mercadoria e continua afirmando que Uma vez definido o produto faz todo o sentido obter o m ximo resultado com o m nimo de gastos enquanto em outra descreve que a educa o deve ser repassada de gera es para que o saber n o se perca como cita Paro Para que isso n o se perca para que a humanidade n o tenha que reinventar tudo a cada nova gera o fato que a condenaria a permanecer na mais primitiva situa o preciso que o saber esteja permanentemente sendo passado para as gera es subseqiientes Essa media o realizada pela educa o entendida como a apropria o do saber historicamente produzido Disso decorre a centralidade da educa o enquanto condi o imprescind vel da pr pria realiza o hist rica do homem Paro 1997b p 108 Na maioria das vezes o professor procura estimular os alunos tais est mulos muitas vezes est o relacionando duas situa es ou obter xito no vestibular em uma boa faculdade ou melhorar o n vel de emprego uma a longo e outra a curto prazo para a melhoria de vida dos estudantes Em algumas empresas os gestores desta j oferecem condi es para que seus funcion rios fa am cursos participem de palestras para que estes possam se atualizar e g
357. tanto s ideias quanto rela o subjetiva emocionalmente valorativa do falante com o conte do do objeto e do sentido do seu enunciado BAKHTIN 2003c p 289 Essa rela o com objeto e sentido afetaria igualmente o estilo do enunciado O autor destaca que esse aspecto valorativo n o pode ser de forma alguma considerado um elemento da l ngua Isso se deve ao fato de que o arsenal de recursos lingu sticos para usados para exprimir emo es apesar de vasto totalmente neutro as palavras n o s o de ningu m em si mesmas nada valorizam mas podem abastecer os ju zos de valor mais diversos de qualquer falante BAKHTIN 2003c p 290 J a rela o do enunciado com os outros participantes se d por duas maneiras principais A primeira vem do fato de que muito ami de a express o do nosso enunciado determinada n o s e vez por outra n o tanto pelo conte do sem ntico objetal desse enunciado mas tamb m pelos enunciados do outro sobre o mesmo tema aos quais respondemos com os quais polemizamos BAKHTIN 2003c p 297 Por esse ponto de vista qualquer enunciado sobre um objeto levaria em considera o em maior ou menor grau tudo que os outros j disseram sobre ele J a segunda forma principal de rela o do outro com o enunciado vem justamente da antecipa o que o falante faz das respostas do ouvinte A quem se destina o enunciado como o falante ou o que escreve percebe e represent
358. tas 127 2 3 5 Atividades pedag gicas do curso 129 2 3 6 Roteiro e detalhamento dos m dulos 130 2 3 6 1 Primeiro m dulo Apresenta o pessoal 130 2 3 6 2 Segundo m dulo Os Par metros Curriculares Nacionais do Ensino M dio de F sica 131 2 3 6 3 Terceiro m dulo Os objetivos do ensino de F sica 132 2 3 6 4 Quarto m dulo O ensino de F sica e o mercado de trabalho 132 2 3 6 5 Quinto m dulo Avalia o do curso 133 2 3 7 Avalia o dos cursistas 133 2 4 OBJETIVOS GERAIS E ESPEC FICOS DA PESQUISA 134 CAP TULO 3 OBTEN O E AN LISE DE DADOS 135 3 1 AN LISE DO ENUNCIADO DA PROFESSORA 3 141 3 1 1 Contexto extraverbal individual 141 3 1 2 Perspectiva da autora criadora 144 3 1 3 Perspectiva da professora autora pessoa 148 3 2 AN LISE DO ENUNCIADO DO PROFESSOR 17 149 3 2 1 Contexto extraverbal individual 149 3 2 2 Perspectiva do autor criador 153 3 2 3 Perspectiva do professor autor pessoa 159 CAP TULO 4 DISCUSS O E CONSIDERA ES FINAIS 163 REFER NCIAS 169 ANEXO A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 179 ANEXO B ENUNCIADOS DOS PROFESSORES 180 ENUNCIADO PROFESSOR 1 180 ENUNCIADO PROFESSOR 2 182 ENUNCIADO PROFESSORA 3 184 ENUNCIADO PROFESSOR 4 187 ENUNCIADO PROFESSOR 5 189 ENUNCIADO PROFESSOR 6 190 ENUNCIADO PROFESSOR 7 192 ENUNCIADO PROFESSORA 8 194 ENUNCIADO PROFESSOR 9 196 ENUNCIADO PROFESSOR 10 199 ENUNCIADO PROFESSOR 11 201 ENUNCIADO PROFESSOR 12 203 ENUNCIADO PROFESSOR 13 206 ENUNCIADO PR
359. te transformadas em tecnologia ter o em sua vida Tendo em vista a import ncia da aprendizagem de Ci ncias tanto quanto a pol tica de constru o de uma sociedade mais participativa hoje irremediavelmente ligada ao desenvolvimento tecnol gico torna se cada vez mais evidente a necessidade de forma o de bons professores capazes de perceber que o dom nio do conte do aliado ao dom de ensinar n o mais suficiente que se inteirar das recentes pesquisas sobre ensino aprendizagem de Ci ncias fundamental para uma boa forma o inicial e continuada de qualquer profissional 207 Usando como refer ncia legal a LDB 96 foram elaborados os Par metros Curriculares Nacionais para o Ensino M dio PCNEM apresentando sugest es para o tratamento do conte do de forma interdisciplinar processos de ensino aprendizagem metodologias e estrat gias dentre as quais destacamos para a rea de Ci ncias da Natureza e Matem tica o tratamento dispensado quest o da interdisciplinaridade expressa na seguinte passagem A integra o de diferentes conhecimentos pode criar as condi es necess rias para uma aprendizagem motivadora na medida em que ofere a maior liberdade aos professores e alunos para a sele o de conte dos mais diretamente relacionados aos assuntos ou problemas que dizem respeito vida da comunidade Todo conhecimento socialmente comprometido e n o h conhecimento que possa ser aprendido e recriado se n o parte
360. ten o para o fato de que a proposta sociol gica de Bourdieu ao enfatizar as rela es de poder entre os diferentes 53 agentes abre a possibilidade para um nova concep o do conceito de mercado OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1530 e a partir disso propor que essa concep o seja utilizada em futuras investiga es relativas ao conceito Do conceito de campo destacam o fato de ele ser um espa o de a o socialmente constru do em que os agentes se confrontam e lan am m o dos recursos sociais econ micos tecnol gicos etc de que disp e para conservar ou transformar as rela es de for a vigentes Assim em vez de estarem num universo sem limita es em que decidiriam sozinhas de forma aut noma e unilateral suas estrat gias como prop em as teorias mais economicistas sobre o mercado de trabalho as organiza es bourdieusianas participariam de um espa o em que essas decis es seriam orientadas pelas limita es e possibilidades que est o vinculadas sua posi o e pela imagem que t m desta posi o e da dos seus concorrentes em fun o de sua Informa o e de suas estruturas cognitivas OLIVEIRA e PICCININI 2011 p 1530 Apesar de as rela es de for a no campo serem fortemente determinadas pelos atores hegem nicos a teoria bourdiesiana acomoda a possibilidade de mudan as nessas rela es por exemplo por interm dio do surgimento de novos atores que por terem capital social eco
361. tes educadores brasileiros como Demerval Saviani Bernardette Gatti etc 25 tado de forma bastante 2 ncias e a economia ci das rela es entre o ensino de ci m compreensao incidental no texto de Arroyo a dimens o pol tica das reformas de 1968 e 1971 ongwnud 103s A oLigpunoos 103s OLIvIDIO JOJos E ooz 2007 9007 00 zoo 000 366i 966 66L Z66L 0661 8286L GL FO6L WGL O086L 2Z6L 946 PL6L ZZ6L 046 296 9961 L ZOGL 0961 3L 9G6L SGL TZS6L 0561 6l LLOZ 6007 2007 SOM E0 LOG 666l 266 LE Noqaq N d S66L C66L 1661 6JL 2261 SB6L GL IS6L G amp LGL 2461 SZ6L EZ6L 126L 696 Z961 S L EGL 886 TZ Z69S NUN 994 oB Ingsuoy Nga1 CEJAU ZECA 96 b 06 Ng9q7 BILUOUODO PP 10J9S 10d gjd OU ogdedro red op usSejusoIod 196 6561 JS6L SS6L S6L LEVA ZA Ngadi a IS6L 6h6L 246L 00 004 002 002 008 006 Figura 1 Participa o percentual no PIB por setor da economia 26 De um ponto de vista social entendo que essa profissionaliza o mandat ria do ensino m dio foi um movimento bastante agressivo as empresas um setor da sociedade por interm dio do governo que em tese deveria atender a todos os setores finalmente conseguiram colocar a seu servi o parte importante do sistema educacional brasileiro Uso a palavra finalmente porque de acordo com Rodrigues 2005 e mesmo com o pr prio Arroyo 1988 essa inten o das empresas remonta s d ca
362. teve durante a ditadura militar no Brasil l importante ressaltar que apesar da contradi o entre inten o e consequ ncia apontada os trabalhos destes autores permanecem muito relevantes principalmente por explicitarem as v rias formas de interfer ncia dos organismos financeiros nos processos educacionais 72 1 3 UM DI LOGO ENTRE EDUCA O E TRABALHO BASES DA POLITECNIA De acordo com Ciavatta 2009 a concep o de trabalho como princ pio educativo se remete a uma determinada rela o entre trabalho e educa o em que se afirma o car ter formativo de ambas as pr ticas entendidas como a es humanizadoras por meio das quais poss vel atingir o desenvolvimento de todas as potencialidades do ser humano Essa concep o bem como as discuss es por ela suscitadas est o inseridas no campo do materialismo hist rico em que se parte do trabalho como produtor dos meios de vida tanto nos aspectos materiais como culturais ou seja de conhecimento de cria o material e simb lica e de formas de sociabilidade CIA VATTA 2009 p 408 Ao fazer uma abordagem hist rica do conceito de trabalho a autora respons vel pela reda o do verbete Trabalho como Princ pio Educativo no dicion rio de educa o profissional em sa de da Fiocruz aponta primeiramente que o homem usa do trabalho para transformar a natureza nos meios de sobreviv ncia e conhecimento No entanto posto a servi o de outrem nas for
363. tica a difus o da ideologia dos direitos sociais em que a cidadania garantiria a todos igualdade de condi es para exigir o que s deveria ser outorgado aos que meritocraticamente se consagraram como consumidores empreendedores Esse conceito de cidadania em que se baseia a concep o universal e universalizante dos direitos humanos pol ticos sociais 28 j a H apenas duas exce es ambas nos PCNEM em que o trabalho considerado uma pr tica social procuramos discutir as rela es entre as necessidades contempor neas colocadas pelo mundo do trabalho e outras pr ticas sociais BRASIL 2000 p 23 E indicando e relacionando os diversos contextos e pr ticas sociais al m do trabalho requer por exemplo que a Biologia d os fundamentos para a an lise do impacto ambiental BRASIL 2000 p 17 67 econ micos culturais etc tem gerado um conjunto de falsas promessas que orientaram a es coletivas e individuais caracterizadas pela improdutividade e pela falta de reconhecimento social no valor individual da competi o GENTILI 1996 p 50 A solu o para essa quest o seria fazer com que todas as esferas da atividade social se comportassem como mercados principalmente aquelas relacionadas aos direitos sociais como sa de pol ticas de emprego previd ncia e de volta ao nosso tema educa o Muito resumidamente de acordo com a concep o neoliberal se a cidadania o mal
364. tin por meio de um estudo em contraponto Como aproxima o entre os autores afirma que ambos reconhecem e pretendem construir pontes entre a lingu stica e a ideologia A diverg ncia estaria justamente na forma de construir essas pontes Para Bakhtin a ideologia se articularia com a linguagem por interm dio do signo cujo valor decorreria justamente do fato de ele ser mobilizado por diferentes classes sociais A partir desse uso por diferentes classes surgiria o que o autor chama de ndices de valor do signo Estes ndices seriam iminentemente sociais e por conseguinte contradit rios e o s o por refletirem e refratarem os embates ideol gicos que atrav s dele s o feitos INDURSKY 2005 p 107 A autora prossegue afirmando que para P cheux n o haveria a correspond ncia m tua entre o dom nio dos signos e o dom nio ideol gico proposta por Bakhtin O discurso materializaria o ideol gico mas n o se confundiria com ele nem se reduziria ao signo A articula o entre linguagem e ideologia seria constru da a partir da no o de sujeito o indiv duo interpelado em sujeito e a partir da se constitui em sujeito do seu discurso identificando se com os saberes da Forma o Discursiva em que seu discurso se inscreve e de onde retira os sentidos os quais lhe parecem evidentes pelo efeito ideol gico elementar INDURSKY 2005 p 111 A autora ainda aponta a partir destas diverg ncias entre as concep es da rela
365. tiplas capacidade de tomar decis es e de solucionar problemas capacidade de trabalhar em equipe ao desenvolvimento do pensamento divergente e cr tico LOPES 2002 p 294 A segunda cr tica que Silva faz aos pressupostos que a an lise das rela es entre trabalho e educa o partiria das demandas quantitativas e qualitativas que a produ o faz educa o Esse modelo remete s teorias do capital humano j bastante criticadas e pode ser encontrado ainda que mais sofisticado nos trabalhos que tem por base os conceitos de politecnia e de trabalho como princ pio educativo em que as demandas por um novo perfil de trabalhador terminam arregimentadas para justificar o uso das propostas baseadas nestes conceitos A terceira cr tica diz respeito ao enfoque essencialista ou substancialista uma vez que se abordam os conte dos do trabalho manual e as transforma es nele produzidas pelas novas 81 tecnologias em vez da rela o entre trabalho manual e trabalho mental Para o autor o que caracteriza fundamentalmente um trabalho como manual n o seu conte do mas sua rela o com o trabalho mental Assim a demanda que as estruturas de produ o flex vel fazem por trabalhadores com maior capacidade cognitiva e conhecimento cient fico n o provocariam um enfraquecimento da diferencia o entre trabalho manual e mental mas simplesmente uma mudan a na natureza do trabalho manual Finalmente Silva alerta que as an l
366. trabalhador tem que ter no dia a dia tem algum conceito de F sica envolvido Seja no seu deslocamento seja em uma constru o no meio rural em um escrit rio consult rio etc Ele at n o pode ter consci ncia da presen a dos conceitos f sicos mas eles est o l Sobre mudan a s bita no mercado de trabalho Come se daria essa mudan a Imagino um mudan a de paradigma ou seja de um mercado de trabalho cient fico para um n o cient fico Que o ensino de f sica n o fosse necess rio No nosso pa s vigora esse paradigma tanto que a maioria do corpo discente do ensino superior est o fazendo Direito em vez das Engenharias Na verdade o mercado de trabalho ter que fazer essa invers o N o acha Deixo mais essa provoca o para o debate na minha vis o o mercado de trabalho do pa s n o cient fico Essa interessante concep o de mercado de trabalho chamou muito a minha aten o inclusive porque encontrou eco numa participa o do professor 15 que afirma que a sociedade como um todo est tratando de desaparecer com esta ideia de uma maneira muito h bil Por exemplo h 20 ou 30 anos atr s a grande chave para passar em concursos p blicos era o dom nio do portugu s e da matem tica A nossa querida e ilibada institui o chamada 151 OAB tratou de colocar todos os concursos do pa s sob sua guarda colocando o direito em todas as suas vertentes dentro dos principais concursos do Brasil Veja para s
367. training course offered at InterAge online learning environment The course discusses among other issues the relationship between Physics teaching and labour market in contemporary world and is based on activities that invite teachers to discuss the subject articulating their perspectives view with those of colleagues and researchers in the field of education and of science education This study proposes that the filling of the gap found in science education research should start with both theoretical studies and studies on the protagonists of science education Concludes that gap reflects a lack of interest of the researchers on the subject originated by an acceptance of the current relations between science education and labour market or by understanding that the science teaching could prepare students to deal with all kinds of situations It also concludes that the reserach question is not relevant to some teachers whose interests should be mapped in further studies The utterance of a teacher from this group 1s annalised and according to her perspective the whole educational community should pursue the pedagogical proposal submitted by the Government whatever it is Among the teachers who showed interest in te research question the majority of the group the utterance of a teacher and 1s annalysed and according to his perspective Physicis teaching should perpare students for everyday life and for the labor market Keywords Bakhtin physics
368. tre as ess ncias do trabalho e do trabalho abstrato permanece aberto o campo de antagonismo entre o ser humano e o capital LESSA 2007 p 197 Por outro lado tomar trabalho e trabalho abstrato como sin nimos comprometeria profundamente nossa capacidade de superar o atual sistema de produ o Primeiramente e a partir do exposto acima porque perder amos de vista um dos mais complexos campos em 59 que se manifesta o antagonismo entre o capital e o ser humano Al m disso se lembrarmos que o trabalho a categoria fundante de qualquer sociedade ter amos a partir da identidade entre trabalho e trabalho abstrato que o emprego seria categoria fundante de qualquer sociedade Assim o capitalismo deixaria de ser uma das muitas formas hist ricas de organiza o do trabalho e passaria a ser a forma natural de organiza o de qualquer sociedade E no momento em que deixa o hist rico e entra no mbito do natural passa a ser t o pass vel de enfrentamento e transforma o quanto a lei da gravidade De fato no debate sobre o trabalho perdida a particularidade fundamental do trabalho abstrato n o teremos alternativa sen o postular metaf sica ou empiristicamente a perenidade do trabalho abstrato e portanto do capital Daqui para a identidade entre o mercado e a ess ncia humana bem menos que um passo LESSA 2007 p 340 Frigotto 2009b tamb m refor a a import ncia de se sustentar a diferencia
369. ua enuncia o moldada tanto pela l ngua quanto pelo g nero de discurso Os g neros se dividem em dois grupos os prim rios e os secund rios Os prim rios mais simples est o relacionados comunica o discursiva Imediata como a carta e os v rios tipos de di logo cotidiano J os secund rios mais complexos como romances dramas pesquisas cient ficas etc surgem nas condi es de um conv vio cultural mais desenvolvido e organizado a partir de uma incorpora o e reelabora o dos g neros prim rios A diferen a entre estes g neros n o funcional esses g neros prim rios que Integram os complexos a se transformam e adquirem um car ter especial perdem o v nculo imediato com a realidade concreta e os enunciados reais alheios BAKHTIN 2003c p 263 E exatamente por isso deixam de ser enunciados entendo ser esta a transforma o de que fala o autor Assim uma carta ou uma r plica do di logo cotidiano no momento em que s o inseridos num romance por exemplo deixam de ser um enunciado e passam a ser um acontecimento art stico liter rio integrando a realidade concreta apenas como parte do romance Bakhtin ressalta que no seu conjunto o romance um enunciado como a r plica do di logo cotidiano ou uma carta privada ele tem a mesma natureza das duas mas diferen a deles um enunciado secund rio complexo BAKHTIN 2003c p 264 O autor retorna a essa quest o quando prop e a tese de
370. uas especificidades e portanto abstrata seria vendida e serviria aos prop sitos dos capitalistas que quisessem compr la E uma vez mercadoria teria para o trabalhador valor de troca Nas palavras do pr prio Marx todo trabalho por um lado disp ndio de for a de trabalho do homem no sentido fisiol gico e nessa qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano abstrato gera o valor da mercadoria Todo trabalho por outro lado disp ndio de for a de trabalho do homem sob forma especificamente adequada a um fim e nessa qualidade de trabalho concreto til produz valores de uso MARX 1983 apud LESSA 2007 p 85 No capitalismo o trabalho teria assim simult nea e inseparavelmente duas dimens es uma dimens o ontocriativa em que o homem por interm dio do trabalho adequado a um fim reproduziria sua exist ncia e assim se transformaria e uma dimens o ontodestrutiva em que homem teria seu trabalho despido de suas especificidades e transformado em mercadoria O valor dessa mercadoria trabalho pago ao trabalhador chamado sal rio e sempre tem um valor menor do que valor total produzido ou agregado ao produto Essa diferen a entre o valor total e o valor pago ao trabalhador auferida pelo comprador do trabalho chamada de mais valia Isto posto destaco dois pontos important sssmos para a linha de argumenta o desta disserta o O primeiro que se respeitarmos as categorias originais de Marx
371. uas outras contribui es Gandra 2011 registra um trecho de uma fala do presidente da Academia Brasileira de Ci ncias que exemplifica esta perspectiva Para o presidente da ABC Jacob Palis o pa s tem um d ficit a ser administrado no que tange a pesquisa e desenvolvimento na sua ind stria instalada Palis ressaltou o quanto importante agregar valor aos produtos O Brasil tem um grande volume de exporta o em produtos agropecu rios mas fundamental valorizar esses itens da pauta de exporta o Esse incremento qualificador das commodities deve ser feito com inova o no mbito da ind stria Para isso fundamental desde a base escolar melhorar o panorama na rea de ci ncias criando as condi es para um aprendizado mais t cnico e ampliando as possibilidades dos alunos no mercado de trabalho melhoria global da educa o corresponde melhores chances de avan os em tecnologia e em ac mulos t cnicos vitais para que o pa s se modernize e cres a O Minist rio da Educa o tem se mostrado aberto a estudar alternativas GANDRA 2011 s p Pode ser percebida ainda na ironia com que certos autores se referem a cr ticas que alguns educadores dirigem s press es que as empresas fazem sobre a educa o Das empresas bem administradas afloram conselhos proveitosos para as escolas Nada disso fere a sacrossanta nobreza da educa o nem a complexidade e a delicadeza dos seus processos De fato as melhores escolas
372. uca o e sociedade Campinas v 26 n 9 p 239 265 jan abr 2005 Trabalho educa o e perspectiva hist rica da classe trabalhadora continuando o debate Revista brasileira de educa o Rio de Janeiro v 16 n 47 p 443 481 maio ago 2011 TREIN E CIAVATTA M O percurso te rico e emp rico do GT Trabalho e Educa o uma an lise para debate Revista brasileira de educa o Rio de Janeiro n 24 p 140 164 set dez 2003 VASCONCELLOS M M N LOUREIRO C F B QUEIROZ G R P C A educa o ambiental e a educa o em ci ncias uma colabora o no enfrentamento da crise socioambiental Revista brasileira de pesquisa em educa o em ci ncias Rio de Janeiro v 10 n 1 2010 VILELA RIBEIRO E B BENTTE A M Atividades discursivas no N cleo de Pesquisa em Ensino de Ci ncias do Instituto de Qu mica UFMG um estudo de epistemologia da ci ncia Revista brasileira de pesquisa em educa o em ci ncias Rio de Janeiro v 9 n 1 2009 VOLOSHINOV V N BAKHTIN M M Discurso na vida e discurso na arte sobre po tica sociol gica Tradu o de Carlos Alberto Faraco e Cristov o Tezza 1976 Dispon vel em lt http www fflch usp br dl noticias downloads Curso Bakhtin2008 Profa 020MaCristina S ampaio ARTIGO VOLOSH BAKHTIN DISCURSO VIDA ARTE pdf gt Acesso em 28 jun 2011 VOLOSHINOV V N Freudianism a marxist critique New York Academic Press 1976 ZANDWASIS A Formas de
373. ucativo que acessei durante essa pesquisa Assim resgatando a concep o de an lise bakhtiniana entendo que Marx o principal interlocutor destes autores no que diz respeito ao conceito de trabalho Os princ pios da politecnia foram apresentados de maneira bastante clara na palestra inagural da escola polit cnica Joaquim Ven ncio realizada por um de seus fundadores Gaud ncio Frigotto Ao fazer duras cr ticas sociedade capitalista Frigotto 1988 1995 afirma que as aparentes igualdade legalidade e legitimidade desta sociedade s o mantidas por interm dio de uma permanente viol ncia ideol gica que reduz e banaliza os conceitos de homem trabalho classe social e educa o FRIGOTTO 1988 p 440 Uma educa o que se restringisse prepara o e ao treinamento para o mercado de trabalho ignorando a riqueza das dimens es econ micas pol ticas sociais culturais e est ticas do fen meno educativo e portanto banalizada estaria contribuindo para a legitima o das desigualdades do sistema capitalista Assim buscando se contrapor ao homem unilateral e a forma o baseada no especialismo e no tecnicismo o autor prop e uma educa o na perspectiva da politecnia tendo por base uma concep o omnilateral de homem Este homem concebido como natureza indiv duo e rela o social se produz mediante um trabalho que n o est reduzido ao trabalho produtivo material e engloba o trabalho enquanto arte est tica poes
374. ue haja um controle no manuseio de tecnologias fazendo dessa forma um balan o da rela o benef cio malef cio do desenvolvimento cient fico e tecnol gico para a sociedade Em suma os autores consideram que a inova o tecnol gica seja necess ria tanto para a sociedade quanto para o mundo produtivo mas que a educa o tecnol gica dever voltar se tamb m para as quest es sociais do desenvolvimento Entre os 23 trabalhos que tratam do tema de forma tangencial percebemos dois grandes grupos O primeiro grupo que cont m 16 trabalhos formado por artigos em que os autores tocam a rela o entre EC e mundo produtivo apenas para contextualizarem suas Investiga es Percebemos neste grupo uma distin o entre dois subgrupos o dos trabalhos que fazem uma leitura mais cr tica fazendo refer ncia s origens hist ricas ideol gicas e econ micas dos v nculos entre o EC e o mercado de trabalho sete trabalhos e o dos que 88 simplesmente naturalizam a rela o entre o EC e o mundo produtivo mencionando essa rela o e tomando a como leg tima e n o discut vel nove trabalhos O segundo grupo cont m sete trabalhos e formado pelos artigos em que as express es mundo do trabalho mundo produtivo e mercado de trabalho surgem de forma absolutamente incidental com pouco ou nenhum posicionamento dos autores a respeito Nos sete trabalhos que integram o primeiro subgrupo Pinheiro et al 2007 Rosa et al 2
375. uja compreens o responsiva o autor da obra de discurso procura e antecipa Contudo al m desse destinat rio segundo o autor do enunciado prop e com maior ou menor consci ncia um supradestinat rio superior o terceiro cuja compreens o responsiva absolutamente justa ele pressup e quer na distante metaf sica quer no tempo hist rico Em diferentes pocas e sob diferentes concep es de mundo esse supradestinat rio e sua compreens o responsiva idealmente verdadeira ganham 16 Outra propriedade dos enunciados que julgo extremamente relevante para o estabelecimento de uma an lise bakhtiniana o fato de eles n o serem autossuficientes de n o existirem de forma estanque e isolada mas formando um esp cie de rede em que uns conhecem os outros e se refletem mutuamente uns nos outros Cada enunciado pleno de ecos e resson ncias de outros enunciados os rejeita confirma completa baseia se neles subentende os com conhecidos de certo modo os leva em conta BAKHTIN 2003c p 297 Aproveito o ensejo ent o para cumprir mais um dos objetivos estabelecidos no primeiro par grafo deste cap tulo a conceitua o de perspectiva com as seguintes afirmativas os enunciados por se constitu rem de signos palavras ideol gicas e valorativas s o igual e inarredavelmente ideol gicos e valorativos Est o articulados numa rede em que se tocam se conhecem e se rejeitam e respondem Incorporam ainda marca
376. um super luido intelectual em que alguns autores defendem um curr culo flex vel dependendo da regi o ou realidade que o aluno est O problema por exemplo que n o ter amos como certificar um aluno com um hist rico escolar de uma regi o em que ele n o estudou F sica em outra em que F sica obrigat ria A educa o conservadora defendida com unhas e dentes pelo mercado Nessa confesso que tenho mais discord ncias que pontos em comum pois sou ideologicamente contra na minha modesta opini o a ideia do estado m nimo consumidor e protetor do deus mercado Digo protetor pois quando o mercado quebra seus patr es t o eficientes e competentes que n o perceberam seus neg cios afundarem obrigam ao estado m nimo n s a socializar as d vidas atrav s de arrocho fiscal desemprego perda salarial e mis ria da popula o e individualizar os lucros deles Alguns defensores desse modelo tamb m defendem um curr culo flex vel o aluno s ser educado para assumir uma fun o ou seja ser treinado para desempenhar uma profiss o e seus deveres S o patr o ter poder de decis o sobre seu direitos Um dos poucos pontos de simpatia que o trabalhador deve se preparar para o trabalho mas n o deve ser escravo dele minha cr tica Ser que n o existe uma terceira via nessa disputa Na verdade ao ler o PCN de F sica vi no texto que existe sim Assim como o PCN geral mostra que o norte da educa
377. unciado Ser algu m seria ent o algo que se consegue pelo trabalho abstrato e n o pelo trabalho simplesmente Esse trabalho abstrato em nossa sociedade teria sim a forma de emprego Na mesma p gina o autor insiste sabendo se a que tipo de trabalho ou de emprego est se referindo n o de menor import ncia perguntar qual o real papel da escola PARO 1998 p 7 E mais adiante faz uma afirmativa que estende ainda mais as rela es de identidade preciso antes de mais nada partir da constata o de que preparar para o trabalho tem sido preparar para o mercado ou seja para o trabalho alienado PARO 1998 p 11 Assim Paro 1998 apesar de reconhecer em v rios pontos do texto as diferen as entre os conceitos marxistas relativos ao trabalho termina refor ando a redu o do trabalho sua forma hist rica atual trabalho sin nimo de trabalho abstrato e consequentemente alienado que sin nimo de emprego Muito natural que sua sugest o seja parem de formar para o trabalho Quanto ao conceito de mercado de trabalho importante destacar que inclu do na sequ ncia de identidades citada anteriormente ele termina sendo identificado a trabalho abstrato e a emprego Assim Paro n o nos d pistas sobre sua concep o acerca do espa o em que os trabalhadores realizariam suas atividades limitando se a classific lo como capitalista Dentre as palavras relativas atividade do indiv duo L
378. ureza dos textos utilizados para elaborar teorias e aqueles produzidos pelos sujeitos em outras situa es sociais Do ponto de vista da leitura imanente os textos exibem duas dimens es que se articulam muito intimamente Por um lado temos a sua dimens o mais direta imediata expl cita sua articula o interna seu conte do mais manifesto Contudo logo a seguir esse conte do se desvela portador de dois outros momentos a o conte do acerca do qual o texto se silencia o que o texto n o diz e b aquilo que o texto afirma impl cita ou ent o dedutivamente LESSA 2007 p 17 Bacharel em Filosofia com mestrado e doutorado em Educa o S rgio Tumolo professor associado da Universidade Federal de Santa Catarina onde atua no Centro de Ci ncias da Educa o e no Programa de P s Gradua o em Educa o mestrado e doutorado Sua linha de pesquisa tamb m a de Trabalho e Educa o Lessa 2007 apesar de reconhecer a import ncia hist rica de Saviani faz duras cr ticas a este autor e sua proposta de trabalho como princ pio educativo enquanto Tumolo 2003 2005 questiona a viabilidade de se usar o trabalho abstrato como princ pio educativo Frigotto 2009a rebate essas cr ticas Tumolo 2011 d sequ ncia ao debate 56 Frigotto foram chamados para redigir alguns dos verbetes relativos ao conceito de trabalho no Dicion rio da Educa o Profissional da Sa de da EPSJV terceira fonte de consulta para
379. urocr tico Estranhei mas ainda queria saber sobre a origem das coisas Ao ingressar na universidade vi que n mero de candidatos as que disputavam vagas nos cursos de Medicina e Direito era desproporcional aos dos cursos de F sica Bacharel e Licenciatura Fiz F sica por convic o e n o para atender anseios paternos No quarto m dulo do curso e depois de reler as postagens relembrei o que descrevi no par grafo acima e a problem tica do desenvolvimento cient fico tecnol gico e inovativo no Brasil nas ltimas d cadas enunciada na m dia e nos f runs especializados falta de m o de obra especializada maquiagem de produtos importados com made in Brazil baixos Investimentos em pesquisa do setor privado etc posso ousar em afirmar que o paradigma do mercado de trabalho no Brasil o n o cient fico Esse paradigma explica claramente o porqu da maioria do corpo discente das universidades adensarem nos cursos de humanas e termos muitas publica es de papers e poucas patentes assim como alguns programas estrat gicos nuclear e espacial andarem a passos de tartaruga por tanto tempo com investimento vegetativo e sem renova o dos quadros pessoais Foram reiniciados a pouco tempo mas a continuidade por enquanto est assegurada mas o pessoal est se aposentando em bloco Diferente de pa ses que estavam no mesmo patamar do nosso h quarenta anos atr s Se o nosso pa s quer realmente se desenvolver cient
380. vel nacional Entendo tamb m que a express o todos n s temos um norte contribui para o entendimento de que o autor criador entende que os rumos da educa o j est o tra ados concorda com eles e que agora trata se de segui los Finalmente no d cimo par grafo o autor criador afirma que o pa s vive atualmente um crescimento com distribui o de renda aumento do consumo Interno do acesso internet e inform tica 1 74 e 75 e 1sso levaria a novos desafios cujo principal seria a retomada da educa o tecnol gica em tr s n veis de ensino m dio gradua o e p s gradua o 1 77 e 78 Em seguida resgata o chefe a quem se referiu no primeiro par grafo para sustentar sua proposta diz esperar que muitos engenheiros burocratas saiam das mesas de escrit rio e voltem s origens atrav s de uma p s que recicle os conhecimentos hibernados e v fazer engenharia p 78 80 Resgata tamb m a press o social sobre os jovens em dire o s carreiras do paradigma n o cient fico propondo que os jovens que est o no ensino m dio deixe de fazer o sonho dos pais e v fazer engenharia ou exatas Os que optarem pelo ensino t cnico fa a o curso de n vel m dio e continuem com gradua o e p s tecnol gicas 1 80 82 Em seguida afirma que sua proposta pode mudar o atual paradigma que engessou o desenvolvimento do pa s em d cadas 1 83 Finaliza sintetizando sua proposta neste sentido
381. vista acerca dessas rela es foram divididos em tr s grupos e apresentados aos cursistas que foram convidados a fazer cr ticas a algum alguns ou todos os pontos de vista apresentados A terceira atividade foi o trabalho final do m dulo em que os cursistas foram convidados a se posicionarem novamente acerca da rela o que entendem mais adequada entre o ensino de F sica e o mercado de trabalho Desta vez no entanto deveriam faz lo a partir de todos os textos de pesquisa trabalhados no curso e pelas discuss es com os colegas nos f runs anteriores O trabalho foi individual e consistiu na reda o de um texto eletr nico 133 de tamanho entre 4000 e 4500 caracteres com espa os O texto foi entregue por interm dio da pr pria interface Moodle e a avalia o do m dulo cujo resultado foi entregue pela mesma interface levou em considera o a assiduidade e qualidade das participa es bem como a qualidade do trabalho final 2 3 6 5 Quinto m dulo Avalia o do curso O quinto m dulo teve a dura o de cinco dias e consistiu basicamente na participa o opcional num f rum de sugest es e criticas sobre o curso e no preenchimento de um question rio individual de avalia o do curso 2 3 7 Avalia o dos cursistas Como o primeiro m dulo n o trabalhava nenhum conte do espec fico e tinha por objetivo a familiariza o dos professores com a Interface com os tutores e com os demais colegas a avalia o
382. xperi ncias pessoais aprendidas espontaneamente E que a escola tem como tarefa organizar o conhecimento dos seus alunos Esta organiza o deve partir de como a escola entende que o conhecimento deve ser apresentado E que compet ncia b sica do ensino m dio preparar este aluno para a continuidade dos estudos e ou habilitar para o exerc cio de uma profiss o Agora qual seria e rela o entre o ensino de f sica e o mercado de trabalho Pensando o ensino de f sica para o mercado de trabalho deve se deixar a vis o de que apenas uma transposi o did tica onde conhecimento apenas reproduz os das situa es originais e com muita Informa o onde o conhecimento apenas reproduzido Seria algo ineficiente o que ocorre hoje em dia com muitos alunos que est o preparados para apenas prestarem o exame vestibular Uma aprendizagem mec nica onde alunos resolvem problemas de f sica apenas manipulando dados num ricos uma estrat gia baseada no c lculo matem tico e na mera utiliza o de f rmulas Acredito no conhecimento contextualizado Trecho do PCN O tratamento contextualizado do conhecimento o recurso que a escola tem para retirar o aluno da condi o de espectador passivo O ensino de f sica em rela o ao mercado de trabalho deve ter uma vis o mais org nica do conhecimento fazer uma ponte entre a teoria e a pr tica Uma abordagem que contemple a interdisciplinaridade onde o conhecimento mant m um di logo p
383. xto de um curso ministrado pela UFRJ um espa o particularmente relevante para discuss o e estudo dos temas abordados Existe tamb m a ideia de que sua contribui o al m de colaborar com os colegas encontrar eco junto academia E depois das 8 semanas a qualidade das participa es sugere que os participantes e tutores constru ram um espa o de comunica o e de trocas bem democr tico e com bastante escuta 3 1 AN LISE DO ENUNCIADO DA PROFESSORA 3 3 1 1 Contexto extraverbal individual A professora 3 tem entre 50 e 60 anos professora do Ensino M dio na rede p blica de uma cidade do interior do estado de S o Paulo A cidade tem intensa atividade universit ria com uma popula o flutuante de aproximadamente vinte mil graduandos e p s graduandos e uma economia baseada na agropecu ria e em atividades industriais Dentre as empresas que tem sede no munic pio em que se encontra essa cidade est o filiais de grandes empresas multinacionais e nacionais tanto estatais quanto privadas Bacharel e licenciada em F sica 1977 por uma universidade p blica era a nica do grupo que tinha mestrado acad mico 1986 e doutorado em F sica 2005 tamb m por universidades p blicas Participou ativamente de todas as atividades do curso manifestando de forma incisiva veemente mas sempre com muita educa o sua discord ncia em rela o s propostas e ideias da equipe e dos colegas das quais discordava Dentre

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