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Luis Augusto Lopes - Programa de Pós

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1. no outro lado do Atl ntico que a ci ncia rec m nascida encontrou guarida que propiciou a ela um grande desenvolvimento Este mesmo per odo marcado no campo industrial pelo surgimento do Taylorismo Fordismo e pela crise financeira de 29 justamente entre as duas guerras O final da Segunda Guerra assiste n o s a reconstru o da Europa mas tamb m a consolida o das t cnicas tayloristas fordistas de produ o e experi ncias pontuais do Estado do bem estar social Estes fatos marcaram o contexto do retorno da Sociologia ao seu ber o Georges Gurvitch revolucion rio russo que foge da Uni o Sovi tica foi o fundador do Centro de Estudos Sociol gicos onde Georges Friedmann trabalhou e fez parte da gera o que viu o ressurgimento Taylorismo refere se ao conjunto de t cnicas de racionaliza o do trabalho e controle dos trabalhadores estudados e difundidos por Frederick Winslow Taylor no in cio do s culo XX nos Estados Unidos 28 da Sociologia francesa Alaluf ibid e Tartuce 2002 nos apresentam um panorama sobre sua hist ria e seu pensamento Ele era um marxista de forma o filos fica que se preocupou com os trabalhadores submersos no mundo taylorista fordista de ent o e as consequ ncias da constante evolu o tecnol gica Como nos mostra Castioni 2010 o termo qualifica o n o aparece com frequ ncia nos seus escritos antes de 1950 mas a partir da sua obra Onde vai o trabalho humano a pal
2. es obtidas atrav s do site lt http www accenture com us en company overview history Pages gro wth global leader aspx gt Acesso em 24 abr 12 s 7 13 62 Informa es obtidas atrav s do site lt http www crn com news channel programs 18837755 accenture tries to avoid enron andersen mess htm jsessionid BcIDLDfDaS Ly305NKNUY g ecappj03 gt Acesso em 24 abr 12 s 7 18 175 Creio que devido experi ncia acumulada algumas pe as continuam e eu tenho mantido contato sem maiores problemas O problema maior que existia era com a gest o executiva da ABEMI Se existiam tantos problemas e a constru o foi desgastante surge o questionamento do por que da submiss o do IFBA a este programa Segundo ela existe uma contrapartida contratual que para uso do IFBA principalmente para melhorar os laborat rios utilizados pelos alunos do Prominp a gente conseguiu implementar modifica es melhorias no campus Sim es Filho em todos os quatro cursos que de certa forma tem a ver com os cursos que a gente executa Especificamente no campus de Sim es Filho foi com base no Prominp que a gente criou o curso t cnico de Petr leo e G s Isso mobilizou pessoal facilitou contatos com as empresas Os recursos do Prominp propiciaram reformas estruturais no campus Sim es Filho biblioteca merenda escolar aquisi es para o laborat rio de Petr leo e G s de Mec nica coisas qu
3. o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Relat rio Final Aumento da produtividade das empresas de constru o e montagem com vistas melhoria da competitividade da ind stria nacional S I 02 de julho de 2004 KERNAGHAN C The Wal Martization of ALCOA INSTITUTE FOR GLOBAL AND HUMAN RIGHTS Pittsburgh 2007 Broken Lives Behind the U S Production in China INSTITUTE FOR GLOBAL AND HUMAN RIGHTS Pittsburgh 2007 KERNAGHAN C U S Jordan Free Trade Agreement Stumbles Human Trafficking Abuse Forced Overtime Primitive Dorm Conditions Imprisonment and forcible Deportations of Foreign Guest Workers at Muse Factory in Jordan NATIONAL LABOR COMMITTEE New York 2009 KERNAGHAN C Triangle Returns Young Women Continue to Die in Locked Sweatshops INSTITUTE FOR GLOBAL AND HUMAN RIGHTS Pittsburgh 2011 KERNAGHAN C VTech Sweatshop in China AT amp T Motorola Wal Mart and others endorse the China model INSTITUTE FOR GLOBAL AND HUMAN RIGHTS Pittsburgh 2012 KUENZER A Z Reforma da Educa o Profissional ou ajuste ao Regime de Acumula o Flex vel Trabalho Educa o e Sa de Rio de Janeiro Escola Polit cnica de Sa de Jos Ven ncio da FIOCRUZ v 5 n 3 p 491 508 nov 2007 fev 2008 212 LEHER R 25 Anos de Educa o P blica Notas para um Balan o do Per odo In GUIMARAES C Org Trabalho Educa o e Sa de 25 anos de forma o polit cnica no SUS Rio de Janeiro EPSJV 2010
4. ora incluem ora excluem trabalhadores com diferentes qualifica es de modo a constituir corpos coletivos de trabalho din micos por meio de uma rede que integra diferentes formas de subcontrata o e trabalho tempor rio e que ao combinar diferentes estrat gias de extra o de mais valia assegura a realiza o da l gica mercantil Se h combina o entre trabalhos desiguais e diferenciados ao longo das cadeias produtivas h demandas diferenciadas e desiguais de qualifica o dos trabalhadores contudo os arranjos s o definidos pelo consumo da for a de trabalho necess rio e n o a 49 partir da qualifica o O foco n o a qualifica o em si mas como ela se situa em dada cadeia produtiva com o que ela se relativiza p 493 494 V se a partir da que as rela es sociais apontadas pela concep o relativista t m como pano de fundo as novas configura es do capitalismo em sua fase flex vel de acumula o Como n o h mais estabilidade profissional e a caracter stica dos arranjos produtivos a forte terceiriza o de atividades a inser o profissional seguir os mesmos rumos A qualifica o ser necess ria para determinados pontos da cadeia mas n o para outros e este quadro poder mudar a qualquer momento fazendo com que os trabalhadores circulem por diversas etapas do processo produtivo muito provavelmente entre as v rias empresas subcontratadas se lograrem xito em se inserirem nest
5. PAIVA 2001 p 57 As compet ncias passam a ser difundidas 7 Conseil national du patronat fran ais Conselho Nacional do Patronato Franc s 8 Mouvement des Entreprises de France Movimento das Empresas Francesas National Council for Vocational Qualifications Conselho Nacional das Voca es Profissionais 44 tanto na escola como nas empresas e suscitam reformas nos sistemas de ensino Nas palavras de Alaluf 2007 p 54 o objecto da forma o torna se assim a aquisi o de compet ncias Ramos 2002 faz um percurso nas origens e limita es do termo compet ncia Para tanto ela faz refer ncia ao trabalho de Yves Schwartz que prop e tr s vis es de qualifica o profissional denominadas conceitual social e experimental A primeira est associada posse de t tulos e diplomas A segunda enfatiza as rela es sociais mediadas pelas hierarquias profissionais e os direitos de exerc cio profissional A terceira est associada ao conte do real do trabalho em que se inscrevem n o somente os conceitos mas o conjunto de saberes postos em jogo quando da realiza o do trabalho SCHWARTZ 1995 apud RAMOS 2002 p 401 e 402 As compet ncias estariam levando ao enfraquecimento das duas primeiras vis es a favor da ltima Segundo ela a origem do termo encontra se no pensamento do psic logo su o Jean Piaget que impulsionou a Teoria Cognitiva Para ele a constru o do conhecimento ocorre med
6. a refinaria Cerca de 80 dos trabalhadores n o tinham curso prim rio completo e no campo de extra o esse percentual chegava a 90 OLIVEIRA JR 1996 Embora as condi es de trabalho fossem melhores do que as encontradas no restante da Bahia j que todos tinham direitos assegurados pela CLT havia uma r gida separa o dos funcion rios Em parte por conta da estrutura envolvida na constru o e em parte visando disciplinar a for a de trabalho construiu se uma vila residencial com casas individuais para casados e moradias coletivas para solteiros Os funcion rios do alto escal o tinham sua disposi o casas de alvenaria enquanto os oper rios tinham casas de madeira pr fabricadas Outros trabalhadores que n o exerciam fun es essenciais residiam em barrac es fora da vila residencial com subdivis es para grupos de funcion rios da vigil ncia administra o etc Por serem de madeira sofriam desgaste r pido e por fim come aram a tornar se foco de insetos Esta segrega o tamb m era estendida a outras inst ncias j que os trabalhadores relatam que havia quatro refeit rios um para os estadunidenses um para os t cnicos um para os oper rios e outro para os trabalhadores das empreteiras Tamb m havia dois clubes o dos engenheiros e o dos oper rios OLIVEIRA JR ibid Embora as condi es de habita o tenham melhorado com o passar do tempo e os funcion rios da Refinaria ainda fossem vistos como privilegi
7. c qualifica o entendida como uni o entre o saber t cnico a discuss o cr tica das condi es pol ticas e econ micas e a qualidade de vida social e capacita o entendida como o desenvolvimento de t cnicas para o manuseio de m quinas LUCENA ibid p 198 e 216 Na sua vis o o processo de mudan a na Petrobr s tem levado a uma desqualifica o dos trabalhadores j que ao longo dos anos a qualifica o tem se convertido em mera capacita o Isto corrobora a tese de Harry Braverman sobre a desqualifica o do trabalhador embora haja um aspecto hist rico da luta dos trabalhadores que resultou na qualifica o posteriormente perdida que remeta concep o relativista de Naville Embora fosse s mbolo do nacionalismo a Petrobr s necessitava de tecnologia externa para por em funcionamento os complexos equipamentos utilizados nas diversas fases da explora o de petr leo As refinarias brasileiras eram projetadas e entravam em opera o sob o comando de t cnicos estrangeiros para posteriormente serem transferidas para t cnicos 114 brasileiros que acompanhavam o processo de opera o inicial com os primeiros Visando criar uma rela o de depend ncia em caso de problemas operacionais os t cnicos internacionais transmitiam apenas o conhecimento b sico necess rio para o funcionamento da refinaria Por causa deste entrave com o corpo t cnico internacional que instalou as primeiras refinarias e
8. ndia 3 183 5 China 3 790 5 ndia 3 574 5 R ssia 2 695 6 Canad 3 212 6 Cor ia do Sul 2 712 6 Ar bia Saudita 2 614 7 M xico 2 979 7 It lia 2 396 7 Alemanha 2 422 8 Emirados rabes 2 599 8 Alemanha 2 362 8 Cor ia do Sul 2 327 9 Iraque 2 482 9 Ar bia Saudita 2 100 9 Canad 2 195 10 Kuwait 2 481 10 Brasil 2 066 10 M xico 1 945 11 Venezuela 2437 11 Canad 1976 11 Brasil 1 910 12 Noruega 2 342 12 Fran a 1 971 12 Fran a 1 833 13 Nig ria 2 061 13 h 1 860 13 I 1 741 14 Brasil 2 029 14 Reino Unido 1 713 14 Reino Unido 1 611 Fonte Elabora o pr pria com base nos dados fornecidos ANP 2008 a partir da ANP e do BP Statistical Review of World Energy 2010 Embora o objetivo da Lei do Petr leo fosse flexibilizar o mercado para possibilitar a entrada de outras empresas no mercado a Petrobr s ainda domina boa parte da explora o e extra o de leo Nas dez rodadas de licita o realizadas pela ANP 778 reas foram concedidas e 402 ou 52 encontram se nas m os da estatal Outras 166 ou 22 s o fruto de associa es dela com empresas privadas e 210 ou 27 s o concess es apenas de empresas privadas Devido s grandes transforma es internas que a empresa sofreu embora ela ainda busque apoiar se na imagem de patrim nio nacional a sua l gica gerencial segue a mesma encontrada nos grandes conglomerados multinacionais privados onde as quest es finance
9. o respons vel 2000 96 p Disserta o Mestrado em Ci ncias Sociais Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Federal da Bahia 2000 CERQUEIRA FILHO J N Dono de minh alma o exerc cio do poder disciplinar nas sociedades industriais modernas sob a tica de Michel Foucault Um estudo de caso na Refinaria Landulpho Alves de Mataripe RLAM Petrob s 1997 144 p Monografia Bacharelado em Ci ncias Sociais Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Federal da Bahia 1997 CESCA LG et al Os modelos de concess o e partilha de produ o uma an lise de retorno e risco para o caso de campos t picos das bacias brasileiras In Rio Oil amp Gas Expo and Conference 2010 Rio de Janeiro Anais eletr nicos Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Petr leo G s e Biocombust veis 2010 Dispon vel em 208 lt http www ibp org br main asp Team B10B372D DOEB 4B5A 8A5SD OB6FOFC8810B gt Acesso em 14 mai 2011 CONFEDERA O NACIONAL DA IND STRIA Educa o Para a Nova Ind stria Uma A o Para o Desenvolvimento Sustent vel do Brasil Bras lia 2007 Sondagem Especial Falta de trabalhador qualificado na ind stria Bras lia 2011 Sondagem Especial Terceiriza o Bras lia 2009 CORAGGIO J L Propostas do Banco Mundial para a educa o sentido oculto ou problemas de concep o In TOMMASI L D WARDE MJ HADDAD S O Banco mundial e as pol ticas educacionais 5 ed
10. o da terceiriza o na Petrobr s que como o pr prio nome do centro diz est agora envolta dentro do conceito de excel ncia 4 11 CONSIDERA ES PARCIAIS Da mesma forma que a Petrobr s tinha entre suas marcas longas hist rias de conflitos com os trabalhadores tamb m poss vel perceber que estes per odos pregressos eram caracterizados por programas de incentivo industrializa o Se por um breve per odo durante o governo de Fernando Henrique Cardoso isso se perdeu um pouco com a empresa fazendo grandes contrata es no exterior o governo Lula apontou para a retomada desta a o Mas a Petrobr s que tenta fazer isto j n o carrega mais importantes caracter sticas dos anos de 1960 e 1970 A reestrutura o pela qual ela passou nos anos de 1990 faz com que as bases sobre as quais ela retoma esta pol tica sejam diferentes Constato que h na cria o do Prominp elementos que remetem cria o da Petrobr s nos anos de 1950 como o nacionalismo e o desenvolvimento industrial brasileiro Entretanto os contratos de terceiriza o em cascata denominados EPC introduzidos nos anos de 1990 s o apenas levemente modificados e mant m a mesma l gica de subcontrata o Percebo que o Prominp aponta para a cria o de uma rede de empresas cuja dimens o nunca fica totalmente clara mas certamente n o pequena Elas se inserem em diversos pontos da cadeia de petr leo e g s mas tamb m tem elos nos chamados centros
11. o de refer ncia Os alunos dever o se submeter a provas em Entidades Certificadoras das categorias profissionais que requererem documentos comprobat rios para o exerc cio profissional notadamente inspetores MACHADO op cit As certificadoras citadas s o a Associa o Brasileira de Ensaios N o Destrutivos e Inspe o ABENDI Funda o Brasileira de Tecnologia da Soldagem FBTS Associa o Brasileira de Corros o ABRACO e Associa o Brasileira de Manuten o ABRAMAN Todo o processo conta com supervis o frequente e cada etapa anual de sele o e qualifica o se constitui num ciclo Quanto aos alunos tantos aqueles que venceram a primeira etapa de nivelamento como outros candidatos que atendam os requisitos estabelecidos nos Editais podem participar dos processos seletivos para a qualifica o profissional do Prominp Ao analisar os Editais entretanto outras quest es aparecem Entre 2006 e 2007 quando foram executados o primeiro e Informa es sobre as institui es obtidas atrav s do site lt http portal prominp com br prom index do gt Acesso em 01 ago 2011 154 o segundo ciclo de qualifica o eles eram divididos em dois Um primeiro para os alunos empresa ou seja aqueles que j estavam trabalhando nas empresas terceirizadas da Petrobr s e foram indicados pelas mesmas para fazerem os cursos e outro edital para alunos p blico ou seja aqueles que ainda n o estavam inseridos nestas empre
12. 159 Em todas essas etapas poss vel perceber o que Melo Ibid apontou sobre a vis o empresarial para educa o na 6 Reuni o de Presidentes de Organiza es Empresariais Ibero Americanas todos devem estar qualificados ou requalificados constantemente e dispon veis para atender a todas as necessidades empresariais incluindo ai a chamada mudan a constante que supostamente vai garantir o espa o da empresa no mercado por fim a oferta de simulacros educacionais de que nos fala Rummert Ibid 5 5 CONSIDERA ES PARCIAIS A partir do conhecimento dos fundamentos da qualifica o profissional oferecida pelo Prominp poss vel perceber que a concep o do programa para esta categoria qualifica o pressup e sobretudo o preparo para um posto de trabalho que tem como horizonte uma responsabilidade individual pela seguran a do trabalho e meio ambiente aliada a uma alta produtividade similar quela encontrada em pa ses de primeiro mundo O ciclo inicial n o aponta para o oferecimento de uma forma o s lida nas disciplinas b sicas dada sua desarticula o com a educa o formal e maior articula o com o mundo empresarial seus pressupostos pedag gicos e seu discurso de Responsabilidade Social O caso espec fico da Cidade das Soldas deixa antever que as compet ncias e habilidades exigidas dos trabalhadores que ir o fazer este curso s o relativas ao trabalho pr tico j que a maior parte da carga hor
13. 201 subcontrata o se sofistica com os contratos EPC e sua consequente terceiriza o em cascata poss vel perceber que a Petrobr s deseja para seus funcion rios mais a fun o de gerentes de contrato e chefes de turmas de terceirizados do que o trabalho de executores de servi os Os problemas entretanto tomam uma dimens o dif cil de ser controlada quando acidentes ambientais e de trabalho acontecem por vezes em conjunto e envolvendo a morte de trabalhadores Neste momento tr s elementos se unem o alto valor que a qualifica o profissional tem junto popula o em especial a mais desassistida a possibilidade de usar este programa para atender a um anseio dos trabalhadores paralelo outra possibilidade de redu o de acidentes para evitar danos imagem da empresa e por fim mas n o menos importante a cultura de terceiriza o dominante na Petrobr s Este ltimo ponto o balizador Criou se um programa que agrega a este valor da qualifica o a imagem da Petrobr s que tem seu norte no adestramento da classe trabalhadora e na introdu o de uma cultura de seguran a do trabalho para que assim a terceiriza o possa ser vista com outros olhos Ao tentar omitir a terceiriza o e exaltar a qualifica o a empresa tenta fazer crer que os benef cios da segunda superam em muito as adversidades da primeira e com isto ela pode seguir livre com suas pr ticas Por este prisma ela n o s precariza e mata m
14. BAUD MONY DRUCK ibid Para entendermos como a terceiriza o assume uma dimens o nunca antes vista na hist ria do capitalismo preciso entender o contexto da crise deste modo de produ o a partir dos anos de 1970 Segundo Antunes 1999 o fordismo que j tinha sido uma resposta crise do final dos anos de 1920 entrara em colapso Para Druck 1999 o fordismo foi sin nimo de produ o e consumo em massa e um conjunto de sal rios e benef cios que resultou nos pa ses capitalistas centrais na inclus o de grande parte dos trabalhadores no mercado de consumo embora custa de uma pol tica de fragmenta o das resist ncias Antunes 1999 nos diz que essa produ o em massa caracterizava se por uma estrutura de produ o verticalizada com o trabalho parcelado e rotineiro que fazia do homem uma extens o da m quina ao mesmo tempo que mantinha o princ pio taylorista de separa o entre concep o e execu o Na concep o de Harvey 1998 a caracter stica fundamental do fordismo a rigidez expressa em investimentos de capital mercados compromissos do Estado e sobretudo na resist ncia dos trabalhadores Nos pa ses centrais v rios elementos contribu ram para a crise Segundo Antunes Ibid os trabalhadores atrav s das suas lutas e por causa das conquistas do per odo p s guerra conseguiram aumentar o valor da for a de trabalho e com isso houve um comprometimento da taxa de lucro A este elemento ele acres
15. Eletrot cnica Eletroeletr nica Manuten o de Equipamentos Eletr nicos Manuten o de Equipamentos Eletr nicos Manuten o de Equipamentos Mec nicos Manuten o El trica Manuten o Eletroeletr nica Manuten o Eletromec nica Manuten o na Ind stria de Petr leo e G s Manuten o Industrial Manuten o Mec nica Manuten o de M quinas Industriais Manuten o de Sistemas Eletromec nicos Manuten o de Sistemas de Automa o Mec nica Mecatr nica Metalurgia ou Soldagem n o precisavam comprovar experi ncia As aulas aconteceram em um conjunto de duas salas de aula localizadas no pavilh o administrativo longe do pavilh o de aulas o que fez com que os alunos regulares da escola tivessem pouco contato com os alunos do Prominp Cada um deles recebia uma pasta com todo o material escolar e todas as apostilas das disciplinas que seriam ensinadas al m de camisetas com a logomarca do programa que eram de uso obrigat rio Os professores tamb m recebiam uma pasta juntamente com apostila do curso que iria ensinar e tinham sua disponibilidade camisas gola polo e guarda p s para uso nos laborat rios igualmente identificados com a logomarca bordada do programa Eles normalmente n o t m esse tipo de fardamento dispon vel para as aulas com os alunos regulares Parte do trabalho de apoio era feito por funcion rios concursados que se revezavam entre as atividades normais e as ativi
16. Participa o nos lucros e resultados Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar Plano Nacional de Desenvolvimento Plano Nacional de Qualifica o Plano Nacional de Qualifica o Profissional Plano Plurianual de Governo Programa Nacional de Inclus o de Jovens Programa de Mobiliza o da Ind stria Nacional de Petr leo e G s Natural Qualidade Seguran a Sa de e Meio Ambiente Regime Aduaneiro Especial de exporta o e importa o de bens destinados explora o e produ o de petr leo e g s natural Refinaria Landulpho Alves Servi o Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial Servi o Social da Ind stria Sistema Integrado de Administra o de Recursos Humanos Sindicato Nacional da Ind stria Naval e Offshore Sistema Nacional de Emprego Seguran a Sa de e Meio Ambiente Setor Produtivo Estatal Supremo Tribunal Federal Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil Bol via Tribunal de Contas da Uni o Tecnologia Transporte Mar timo Tribunal Superior do Trabalho Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura United States Agency for International Development SUM RIO INTRODUCA O sas RN E A iE ai 19 METODOLOGIA E LIMITES DA PESQUISA ossossnenensessssseeeesessssseeterrrssesssterrersssseseereesssseseererese 20 CAP TULO I QUALIFICA O PROFISSIONAL sssssssssssscoesos
17. b reduzem a natureza do conhecimento ao desempenho que ele pode desencadear c consideram a atividade profissional competente como uma justaposi o de comportamentos elementares cuja aquisi o obedeceria a um processo cumulativo d n o coloca a efetiva quest o sobre os processos de aprendizagem que subjazem aos comportamentos e desempenhos os conte dos da capacidade p 412 Sob o manto das compet ncias e habilidades a realidade do mercado de trabalho se descortina deixando transparecer que se trata de uma estrat gia de recomposi o das rela es entre capital e trabalho que possuem dimens es pol tico ideol gicas e culturais relevantes MANFREDI 1999 Por este motivo faz se necess rio o resgate da concep o relativista de qualifica o profissional pois considera dimens es pol ticas sociais culturais e ideol gicas envolvidas nesta categoria FERRETI 2004 De qualquer maneira quer sob o fordismo ou sob a acumula o flex vel nos encontramos dentro do modo de produ o capitalista onde a educa o objetiva duas coisas a forma o de m o de obra qualificada para mover a m quina econ mica e 46 a forma o de quadros para o controle pol tico M SZ ROS 2008 apud FRIGOTTO 2008 estes acess veis s elites Contudo isso n o significa que o espa o escolar seja totalmente estanque e dicot mico Frigotto 2006 tamb m nos mostra que a escola ao explorar igualmente as contradi es inerente
18. e Brasil adotam este modelo Em outras partes h prefer ncia pela ado o da partilha da produ o 99 O modelo surgiu na Indon sia na d cada de 60 e depois foi adotado pela Ar bia Saudita China Emirados rabes Ir Iraque Kuwait L bia Angola Azerbaij o Nig ria M xico e Venezuela 1949 CESCA et al 2010 Neste caso uma companhia assina um contrato com o Estado e por sua conta e risco faz a explora o e desenvolvimento dos campos petrol feros Do petr leo encontrado parte de propriedade do Estado LIMA 2010 Atrav s de uma proposta apresentada pela Federa o nica dos Petroleiros FUP os trabalhadores pretendiam reverter os efeitos danosos da quebra do monop lio do petr leo Haveria um fortalecimento do Conselho Nacional de Pol tica Energ tica CNPE e a ANP se incumbiria apenas da fiscaliza o da distribui o e da qualidade dos combust veis Os leil es de concess o seriam extintos e a Petrobr s retornaria condi o de monopolista tanto na produ o como no refino O capital da empresa seria totalmente controlado pelo Estado assim como o petr leo brasileiro O ritmo da produ o seria ditado pelos interesses do povo O Fundo Social Soberano seria criado para mitigar os efeitos de uma poss vel doen a holandesa mas com a totalidade dos recursos destinados sa de educa o previd ncia e reforma agr ria Por fim subsidi rias criadas como a Transpetro seriam extintas e outras empresa
19. em especial atrav s da subcontrata o Para isto contam com o apoio das tecnologias de informa o permitindo a cria o de uma nova forma de poder que ao mesmo tempo em que propiciam autonomia e iniciativa a indiv duos e empresas tamb m permitem um controle permanente e imediato sobre toda a rede de subcontratados mesmo que estejam muito longe dos centros de decis o A esse processo Appay denomina autonomia controlada Segundo Th baud Mony 1993 esta rela o revela se como um grande sistema de poder onde as contratantes definem o que v o manter internalizados e o que v o terceirizar e ditam s empresas terceirizadas as especifica es dos produtos o processo produtivo e a renova o ou n o dos contratos Al m disso h uma express o desta rela o de poder entre os empregados dos dois tipos de empresa com uso de estrat gias de flexibiliza o terceiriza o em cascata e utiliza o de todas as formas de emprego prec rio Com isso as atividades chamadas de servi os s o transferidas a terceiros Para as empresas contratantes h a elimina o de tempos mortos e a externaliza o das obriga es trabalhistas bem como a gest o da flutua o da demanda atrav s da utiliza o do trabalho tempor rio Esta nova divis o do trabalho faz com que os trabalhadores da contratante exer am mais atividades de supervis o enquanto os da terceirizada realizam o trabalho pesado Para os primeiros os benef cios de uma carreir
20. empresas estatais e apresentava propostas de demiss es nestas mesmas empresas Ao mesmo tempo restringia o cr dito e enviava propostas dentro da tica liberal ao congresso tais como a reforma da Previd ncia e a quebra do monop lio estadual de distribui o de g s canalizado ROM O ibid No final do m s de setembro iniciou se uma greve que al m dos aumentos salariais reivindicou a contrata o de novos funcion rios e a readmiss o daqueles demitidos durante a Reforma Administrativa do Governo Collor Logo foi julgada abusiva pelo TST e a imprensa e o governo passaram a acusar os trabalhadores de corporativistas e privilegiados Com a decis o de ISO International Organization for Standardization ou Organiza o Internacional para Padroniza o foi criada em 1947 na Sui a e respons vel pela formata o da norma ISO 9 000 sobre a gest o da qualidade em ambientes de produ o dentre outras 90 continuar a paralisa o os ataques aumentaram com a tentativa de incitar a popula o contra os petroleiros Ap s interven es pol ticas da CUT e representantes do governo um termo de acordo assinado e a greve encerrada no in cio de outubro mas os trabalhadores se mostraram insatisfeitos ROM O ibid Como as negocia es n o avan aram uma nova greve foi marcada para o in cio de novembro mas que acabou n o ocorrendo Ap s v rias tentativas infrut feras de avan ar na pauta de reivindica
21. estava trabalhando 8 Se voc estava trabalhando qual a faixa salarial que se enquadravam os seus rendimentos pessoais O Sal rio M nimo em 2007 era R 380 00 em 2008 era R 415 00 e em 2009 R 465 00 Menos de um sal rio m nimo Jde 1 a 2 sal rios m nimos El de 2 a 3 sal rios m nimos Jde 3 a 4 sal rios m nimos de 4 a 5 sal rios m nimos E Acima de 5 sal rios m nimos 9 E qual era a renda total de sua fam lia O Sal rio M nimo em 2007 era R 380 00 em 2008 era R 415 00 e em 2009 R 465 00 E Menos de um sal rio m nimo de 1 a 2 sal rios m nimos de 2 a 3 sal rios m nimos E de 3 a 4 sal rios m nimos Jde 4 a 5 sal rios m nimos Acima de 5 sal rios m nimos 10 Ap s a realiza o do curso como ficou a sua situa o de trabalho Consegui um emprego na rea de petr leo e g s POR CAUSA DO PROMINP Consegui um emprego na rea de petr leo e g s MAS POR OUTROS MOTIVOS E Consegui um emprego na rea industrial Consegui um emprego no com rcio Consegui um emprego no setor de servi os Continuei trabalhando onde estava Continuei desempregado JOutro Especifique
22. execu o do material did tico outros tamb m se manifestaram era um relacionamento muito complicado Porque ao inv s de ser uma rela o de parcerias s vezes uma rela o de patr o e empregado A ABEMI agia como patr o e Pa queria que as escolas fossem empregados quando na realidade um projeto governamental que a meu ver exige parceria m o dupla Ent o foi um relacionamento bastante desgastante n o s com o IFBA como com outros institutos pelos contatos que a gente tinha As queixas em geral eram a n vel de excesso de cobran a das comunica es da forma de cobrar principalmente da gest o executiva da ABEMI N o era uma rela o como eu disse muito tranquila Era desgastante Tal desgaste n o se verificou na rela o com as outras escolas mas segundo ela a parceria entre elas foi fundamental para se fortalecerem frente ABEMI Quando esta associa o foi trocada pela ABIMAQ embora tenha havido a mudan a da diretoria respons vel pelo desgaste mencionado novamente vemos uma similaridade com a terceiriza o na Petrobr s quando muito trabalhadores apenas trocam de empresa mas realizando as mesmas fun es no mesmo local de trabalho pois muitas das pessoas que est o hoje na ABIMAQ tamb m fizeram parte da ABEMI A n vel de contato de execu o de portal v rias das pessoas s o as mesmas Maria por m justifica assim esta manuten o l Informa
23. mesmo quando a ocupa o pretendida n o exigisse tal forma o Sennett Ibid ao analisar os dados do Departamento de Estat stica do Trabalho dos Estados Unidos de 1990 mostra um quadro semelhante com apenas um quinto dos empregos exigindo forma o em n vel superior mas com estimativa de que cerca de 40 a 62 da juventude estadunidense com 25 anos em 2010 estaria com este n vel de forma o Braverman mostra conhecer a obra de Friedmann j que muitas das an lises do soci logo franc s foram feitas a partir de observa es nos Estados Unidos Ambos remetem a qualifica o a um estado anterior ao modo de produ o capitalista quando o of cio significava o dom nio completo de um processo de trabalho e tantos eles como Naville trazem no escopo da sua an lise a constru o social da qualifica o Castro 1994 apud TARTUCE ibid entretanto aponta que as teses de Braverman tiveram grande repercuss o nos anos de 1970 e serviram para associar a qualifica o a um sentido negativo j que estud la equivaleria ao estudo da sua perda Esse mesmo negativismo associado em parte corrente essencialista de Friedmann Mas enquanto este debate ocorria a qualifica o profissional iria tomar um novo rumo a partir de outra teoria gestada nos anos de 1950 4 A A E 3 E Sennett diferencia as forma es universit rias de quatro anos que somariam cerca de 40 desta faixa da juventude e as forma es curtas de
24. mostro a din mica interna do programa bem como questiono a chamada pol tica industrial a ele associada Refor ando o t pico da terceiriza o fa o uma an lise de um contrato de uma empresa terceirizada da Petrobr s procurando mostrar a que n vel de subordina o e controle chegam as empresas subcontratadas e seus funcion rios nesta rela o perniciosa Termino o cap tulo mostrando um dos pontos de destaque do programa que s o os Centros de Excel ncia dentre os quais se inclui um espec fico para a terceiriza o que refor a o car ter de manuten o dessa pr tica na Petrobr s 4 1 POL TICAS DE CONTE DO LOCAL BASE PARA O PROMINP Embora pare a que a iniciativa de privilegiar o mercado fornecedor nacional tenha sido tomada pela Petrobr s ela n o nova Silva 2005 nos mostra que os Planos Nacionais de Desenvolvimento PND institu dos pelos governos militares nas d cadas de 70 e 80 tinham reflexos na empresa Em 1975 foi criado o N cleo de Articula o com a Ind stria NAN que objetivava criar um ponto de converg ncia entre fornecedores e a Petrobr s visando o desenvolvimento tecnol gico SOUZA apud SILVA ibid No mesmo per odo o Programa de Produtos Pioneiros priorizava o fornecimento por fabricantes locais mesmo com pre os maiores que os praticados internacionalmente apenas para estimular a ind stria nacional ALONSO apud SILVA ibid Entretanto o que muda a pol tica de compras da empresa a part
25. ncia das teorias monetaristas neoliberais SOARES 2007 e justamente entre 1971 e 1978 que se d no Brasil sob sua gide a expans o do ensino t cnico industrial e agr cola de 2 grau visando neste ltimo caso refor ar o modelo rural de desenvolvimento estadunidense FONSECA 2007 De acordo com Soares Ibid os Estados Unidos sempre foram a maior fonte de recursos do Banco e segundo Arruda 2007 o fornecedor de todos os presidentes do banco Com a crise do modelo fordista de regula o e ascens o do modelo neoliberal que teve seu ber o na mesma Universidade de Chicago onde a Teoria do Capital Humano foi gestada o Banco Mundial tornou se o grande agente financeiro de um mundo envolto no ambiente da desregulamenta o Segundo Torres 2007 a d cada de 80 tamb m foi marcada por uma guinada na nfase educacional do ensino t cnico para o ensino fundamental Ela tamb m se caracterizou pela interven o crescente nas pol ticas internas dos pa ses tomadores de empr stimos visando assegurar o pagamento da d vida e transformar a estrutura econ mica dos pa ses de forma a fazer desaparecer caracter sticas julgadas indesej veis e inconvenientes ao novo padr o de desenvolvimento neoliberal protecionismo excesso de regula o intervencionismo elevado grau de introvers o entre outras A ideia central que passou a vigorar que a maior parte das dificuldades desses pa ses se encontra neles pr prios sob
26. no sentido de fios tecidos ou de elementos interligados em rede e neste caso uma rede de terceiriza o Por este motivo como no labirinto do Minotauro preciso acompanhar o fio deixado por Teseu para n o se perder e terminar sendo devorado pela criatura A grande diferen a em rela o mitologia grega que aqui Teseu e o Minotauro por vezes se confundem na figura da Petrobr s Por horas os fios aparecem mas por hora ela amea a devorar e se esconder Desde o processo de mudan a porque passou a empresa na d cada de 90 a terceiriza o tornou se uma marca da Petrobr s quase t o forte quanto a larga experi ncia na explora o de petr leo em guas profundas S que enquanto esta anunciada aos quatros ventos aquela sofre grandes tentativas de ser ocultada Aparece como um dado pouco explorado dentro do Relat rio de Sustentabilidade mas n o uma unanimidade no TCU e no MPT e por vezes denunciado pela imprensa em especial no Rio de Janeiro sede da empresa Sua efici ncia questionada pelas diversas pesquisas acad micas e tamb m pelas informa es que surgem em documentos do DIEESE como por exemplo o valor que a empresa teve que provisionar para cobrir as d vidas deixadas pelas terceirizadas junto Previd ncia Social Mas o af de redu o de custos e a tentativa de livrar se de responsabilidades trabalhistas e ambientais parecem ser maiores do que os aspectos negativos que a terceiriza o aponta A
27. o necess rio que ele tenha creio uma forma o t cnica Ent o ele um curso para fazer um upgrade S com Prominp ele n o vai conseguir alavancar muita coisa A superioridade do curso t cnico na vis o dela tem suas raz es Eu acho que o curso t cnico mais importante por ter no m nimo 1 200 horas por ver toda a quest o de forma o geral e por possibilitar participar de concursos fazer est gio Isso foi colocado para o comit gestor mas as prioridades eram outras Um curso de qualifica o apenas com 240 horas e isso foi colocado em muitos momentos nas discuss es dificulta a inser o mas a abrang ncia do programa era atender um n mero maior de pessoas e tamb m tem toda a quest o dos recursos pagamento de bolsa pagamento de instrutor pagamento de material did tico Ent o se aumentasse a carga hor ria o montante a ser desembolsado seria muito maior do que o que hoje Al m da possibilidade que um t cnico tem de fazer o concurso para a Petrobr s Maria aponta que as pr prias terceirizadas que trabalham na Petrobr s hoje est o exigindo curso t cnico O t cnico com a qualifica o vai ter um upgrade de 240 horas N o parece ser esta a vis o geral do programa j que conforme a tabela 7 apenas 2 9 das vagas ofertadas entre os anos de 2006 e 2008 s o para t cnicos em contraste com 53 5 das vagas destinadas aos alunos com n vel b sico 6
28. o trabalhista Estes ltimos s o os que aparentam ganhar terreno na interpreta o jur dica no Brasil ARA JO ibid 2 2 PRECARIZA O DO TRABALHO E PRECARIZA O SOCIAL Barbier 2002 apud TH BAUD MONY DRUCK ibid faz um pequeno hist rico sobre o uso do termo precariza o na Fran a Nos anos de 1970 ele estava relacionado s condi es sociais vulnerabilidade e instabilidade das fam lias Posteriormente ele passa a se referir ao surgimento de novas formas de emprego em especial dos contratos de tempo determinado J na d cada de 80 torna se uma categoria estat stica e de estudos de mercado de trabalho sendo tamb m incorporado na legisla o e na Administra o P blica Por fim o termo passa a ser usado com o sentido de processo de precariza o que abrange toda a sociedade Hirata e Pr teceille 2002 apontam que este debate fazia refer ncia exclus o em oposi o a uma situa o de inclu dos que aparentemente n o apresentava problemas A partir do desenvolvimento das pesquisas verificou se que a exclus o era um processo que tinha ra zes na fragiliza o de grupos que estavam empregados e que at ent o tinham condi es de vida consideradas satisfat rias como o setor p blico Para Beaud e Pialoux 1999 apud HIRATA PR TECEILLE ibid h uma fragiliza o que abrange tanto o ambiente interno quanto externo das empresas um processo de m ltiplas dimens es que abrange desde a introdu
29. o de novas t cnicas gerenciais na empresa em especial t cnicas japonesas at a rela o entre as diversas gera es de trabalhadores no ambiente fabril A isso se alia o temor pelo futuro dos filhos num ambiente de desvaloriza o dos of cios na manufatura ligados ao ensino profissional Dentro deste quadro a precariza o social pode ser conceituada como 60 Dupla institucionaliza o da instabilidade precariza o econ mica das estruturas produtivas e salariais e precariza o da prote o social transforma es das legisla es relativas aos direitos do trabalho das empresas e das situa es externas ao trabalho APPAY 1997 apud HIRATA E PR TECEILLE ibid p 55 Por sua vez Th baud Mony e Druck Ibid colocam que os termos precariedade e precariza o s o usados como sin nimos no Brasil quando na verdade a seu entendimento pr ximo ao que os franceses entendem como precariza o do trabalho Processo social constitu do pela amplifica o e institucionaliza o da instabilidade e da inseguran a expressa nas novas formas de organiza o do trabalho onde a terceiriza o subcontrata o ocupa um lugar central e no recuo do papel do Estado como regulador do mercado de trabalho e da prote o social atrav s das inova es da legisla o do trabalho e previdenci ria p 31 Se de um lado os conceitos parecem se imiscuir por outro a precariza o social aparenta ser um fen meno
30. o desenvolve a atividade dele Tem muita interdepend ncia com outras disciplinas n o tem jeito O professor pensa que seria melhor uma forma o escolar complementada com cursos de atualiza o Ele reconhece entretanto que este seria um caminho longo e h pressa no mercado A pulveriza o do ensino superior tamb m tem produzido efeitos desastrosos gente que tem curso de engenharia de algumas faculdades isso falo da pr pria Petrobr s que n o se compara muitas vezes a um t cnico O n vel de conhecimento muito menor Ent o talvez seja por isso que eles t o tentando acelerar a dessa forma com o Prominp Entretanto a pr pria forma como o programa constru do e as diversas falhas que tanto a coordena o quanto os professores apontam levam a crer que essa qualifica o n o ser 186 suficiente para suprir as defici ncias existentes tanto na forma o b sica sejam de portugu s ou matem tica quanto na forma o t cnica adquirida nestes cursos superiores que formam pessoas com diplomas de engenheiros mas com conhecimentos menores que diplomados em cursos t cnicos 6 4 A VIS O DOS ALUNOS Apesar das dificuldades apontadas o encontro com dois egressos do Prominp terminou por mostrar a vis o de duas gera es de trabalhadores Pedro tem mais de 40 anos de idade e filho de um comerciante de um famoso bairro popular em Salvador A condi o paterna permitiu a ele estu
31. o realizada em meados de 2008 com 1 448 empresas brasileiras Do total 91 utilizam a subcontrata o principalmente para reduzir custos contrariando todo o discurso empresarial apontado por Ara jo Ibid Entretanto em 58 das respostas a qualidade menor do que a esperada em 48 os custos s o maiores e em 47 h problemas relativos inseguran a jur dica e aos passivos trabalhistas N o obstante estas e outras quest es 79 pretendiam manter ou aumentar a utiliza o de servi os terceirizados Como resultado a terceiriza o atingiu propor es gigantescas no pa s Segundo o Sindicato das empresas de presta o de servi os a terceiros coloca o e administra o de m o de obra e de trabalho tempor rio no estado de S o Paulo 2011 o Brasil det m 2 6 dos terceirizados do mundo Por sua vez o Relat rio conjunto produzido pelo Dieese e CUT 2011 aponta que cerca de um quarto dos trabalhadores do Brasil encontra se na condi o de terceirizados e em condi es de trabalho inferiores aos outros trabalhadores contratados diretamente pelas empresas como mostra a tabela abaixo Tabela 1 Rela o terceirizados contratados no mercado de trabalho brasileiro Setores Setores tipicamente tipicamente Rela o existente contratantes terceirizados N mero de trabalhadores 31 740 392 10 865 297 1 em cada 4 trabalhadores atua formais como terceirizado Remunera o em dezembro 1 824 20 1 329 40 A remunera o 27
32. qualifica o do seu pr prio quadro Surge da a qualifica o profissional dentro do Prominp que eivada de problemas Por este motivo adoto o entendimento de Naville que mostra a qualifica o como uma constru o social e que pode variar conforme o estado de desenvolvimento das for as produtivas Este est gio de desenvolvimento foi marcante no contexto da guerra fria para a cria o da Teoria do Capital Humano e para a ado o das pol ticas de educa o encabe adas pelo Banco Mundial a partir da d cada de 90 que como mostram os diversos autores ligados Educa o tem ntima rela o entre si 53 a reestrutura o produtiva e a terceiriza o que d o o norte condu o da Petrobr s a partir da mesma d cada de 90 Portanto percebo que n o podemos apreender a qualifica o profissional ofertada pelo Prominp se n o entendermos o contexto em que este programa surge e sobre quais bases ele trabalha E s o justamente estes fen menos a terceiriza o e a reestrutura o produtiva que ser o objeto do cap tulo seguinte 54 CAP TULO II Terceiriza o Neste cap tulo apresento alguns conceitos que s o fundamentais para entender o contexto social e econ mico em que se insere a qualifica o profissional atualmente Primeiramente apresento uma rela o entre terceiriza o e a reestrutura o produtiva que assola o mundo desde os anos de 1970 Sustento que a terceiriza o entendida como aut
33. que passou por um processo de Revolu o Comunista em 1959 Castro 1970 apud FRIGOTTO 2006 acrescenta que este mesmo per odo coincide com o desenvolvimento do tecnicismo de Skinner e suas ideias sobre m quinas de ensinar ensino programado e outras concep es semelhantes Na corrida espacial a Uni o Sovi tica saiu na frente e lan ou o sat lite Sputnik em 1957 surpreendendo os Estados Unidos e aumentando os questionamentos que havia no pa s sobre a inefici ncia do sistema educacional Buscou se a sa da na tecnifica o do ensino e na sua concep o como uma empresa de car ter industrial Em outras palavras as necessidades pol ticas e tecnol gicas levaram a uma concep o pragm tica da educa o A Teoria do Capital Humano o resultado de uma tend ncia entre economistas neocl ssicos em considerar a educa o como um investimento produtivo Para Schultz o crescimento econ mico n o se explicaria apenas pelo investimento nos fatores cl ssicos de produ o capital e trabalho mas haveria outro fator que explicaria a riqueza de algumas na es que seria o Capital Humano Este humano porquanto se acha configurado no homem 38 e capital porque uma fonte de satisfa es futuras ou de futuros rendimentos ou ambas as coisas SCHULTZ 1973 p 53 Inicialmente ele estabelece um debate com autores que consideram apenas a terra o trabalho e o capital como fatores de produ o e negligenciam a educa o
34. se constitui de aulas pr ticas Observamos que este tipo de parceria sob o discurso da responsabilidade social coloca grande parte das a es sobre as prefeituras ou entidades mas faz com que sejam as empresas as grandes benefici rias do programa Al m do nome exposto no fardamento com grande efeito publicit rio elas padronizam o material para unificar os comportamentos e os procedimentos operacionais e ao final contam com m o de obra domesticada para serem disponibilizadas nos seus servi os quando bem entenderem 1 lt www prominp com br gt Acesso em 28 jul 2011 5 3 O SEGUNDO CICLO 152 Se o primeiro ciclo da qualifica o profissional envolve v rias a es por vezes desconexas o segundo ciclo entra em outro ritmo V rias escolas e universidades s o conectadas numa rede com atribui es diferentes e sob uma nica coordena o como visto na figura abaixo Cronograma cursos de Eventos capacita urmas cSPacita o Premissa Pr Pr Requisitos Sele o Bolsas as pe N vel B sico Infra Sele o Sele o A Defini o Conte do Material dos Perfis Program tico Did tico Requisitos Inst Ensino Aluno e Executora Alunos man r inspetores e N vel B sico N vel B sico N vel B sico N vel T cnica osnsoubeig ap euaIsIs Curso Pronto N vel B sico N vel T cnico d Infra Centros Cert
35. sem contato cotidiano com as chefias das empresas para o qual trabalham H casos de terceirizados que est o h quase 30 anos na Petrobr s apenas mudando o crach Isto resulta em 22 processos sobre terceiriza o il cita na empresa se acumulando na justi a do Rio de Janeiro local de sua sede O Observat rio Social Brasil 2011 aponta que nos ltimos dez anos 29 processos por terceiriza o irregular na Petrobr s foram julgados no TST Por causa das press es por aumento da produ o servi os altamente especializados s o terceirizados como a fiscaliza o da prospec o nas plataformas Segundo a mesma autora a 104 terceiriza o tamb m alcan a os t cnicos de fluidos que averiguam a qualidade do petr leo extra do e os ge logos respons veis por identificar novos campos de petr leo No ltimo caso eles tratam com informa es sigilosas que podem ser compartilhadas com empresas concorrentes quando eles forem dispensados da Petrobr s Outra pr tica question vel apontada por Alvarez 201le a contrata o da empresa Bureau Veritas BV para o servi o de prospec o de plataformas o que no entendimento do MPT do Rio de Janeiro caracteriza conflito de interesses pois a mesma atua como certificadora junto ANP preparando laudos de servi os nas plataformas Segundo den ncias a BV contratou um engenheiro aposentado da Petrobr s para fazer o treinamento dos engenheiros terceirizados que atuaram nas plataform
36. vestu rios controle m dico e estrutura para o almo o Havia uma fiscaliza o intensa desses trabalhadores que tamb m eram proibidos de falar com outros e podiam realizar apenas um nico percurso em furg es do local de trabalho aos seus alojamentos geralmente afastados da cidade onde dormiam amontoados em beliches com seis a oito pessoas por quarto Os indianos que cumpriam a carga hor ria de trabalho legal por sua vez tinham os passaportes confiscados e poderiam ser punidos com a deporta o em caso de indisciplina Descontos abusivos no sal rio tamb m entravam no rol de despotismo Em determinados momentos os romenos ficaram sem alimenta o pois o empregador havia suprimido seu aux lio alimenta o enquanto os gregos estavam sem sal rios h seis meses s recebendo adiantamentos Quando alguns contratos foram encerrados devido aos abusos trocou se a empresa subcontratada mantendo alguns trabalhadores de interesse da contratante enquanto outros mais combativos foram amea ados ou grupos inteiros de determinadas nacionalidades foram deportados FERR 2007 Na mesma Fran a 85 das atividades de manuten o das usinas nucleares s o feitas por terceirizados num contingente na d cada de 90 de 24 000 trabalhadores distribu dos em 1322 empresas expostos a altos n veis de radia o mas com acompanhamentos m dicos deficientes e utiliza o de contratos tempor rios para tentar burlar a legisla o sobre n veis m
37. ximo dos grandes complexos sider rgicos e industriais do pa s numa estrat gia de busca de novas reas industriais livres da influ ncia sindical e geralmente com sal rios mais baixos a exemplo do que aconteceu com a ind stria de confec es estadunidense mostrada no cap tulo 2 Leite e Rizzo 20047 ao analisarem os mecanismos de fomento da ind stria naval mundial confirmam esta observa o sobre os trabalhadores ao afirmarem que o setor de constru o naval intensivo em m o de obra p 24 Boeiro 2010 tamb m corrobora este dado e nos informa que cerca de 30 do pre o de um navio refere se a custos de m o de obra A demanda interna da China e o fator m o de obra s o cruciais para entender porque aquele pa s passou a deter 4 7 da ind stria naval mundial quando detinha 0 9 em 1985 e quer se tornar o maior construtor do mundo at 2015 BOEIRO ibid Na Fran a como j mostrado no cap tulo 2 houve a chamada montagem ex tica apoiada no trabalho prec rio de imigrantes Os passos da ind stria naval brasileira sob o escudo dos contratos da Petrobr s seguem passos semelhantes ao da ind stria naval chinesa e francesa a explora o da m o de obra Embora existam falhas nas quest es relativas ao conte do local que a base para uma pol tica industrial e tecnol gica o advento do pr sal refor ar esta ideia Ap s longa discuss o entre as esferas de governo Luiz In cio Lula da Silva no apagar da
38. 1 menor Tempo de emprego anos 5 8 2 6 O tempo de emprego e menor Jornada semanal contratada 40h 43h A jornada 7 1 maior Taxa de rotatividade 22 0 44 9 A rotatividade 104 1 maior Fonte Elabora o pr pria com base nos dados fornecidos pelo DIEESE CUT 2011 a partir da Rais 2010 on line Nota Setores agregados segundo Classe CNAE 2 0 N o est o contidos os setores da agricultura Cabe observar que estes dados referem se apenas aos trabalhadores formais ou seja com z carteira assinada O universo dos informais muito maior Os trabalhadores terceirizados 75 exercem jornadas maiores recebem sal rios menores e mudam de emprego com mais frequ ncia que os demais Al m destes problemas a desigualdade social que marca a sociedade brasileira tamb m se faz sentir nesta situa o laboral Segundo o Dieese CUT 2011 a terceiriza o atingiu as camadas menos favorecidas da popula o como mulheres negros jovens e imigrantes que por falta de op es se veem obrigados a se submeterem a estas condi es de trabalho Se o aspecto econ mico da gera o de empregos levantado ele tamb m n o se sustenta Estes empregos existiriam de qualquer forma por serem necess rios produ o de bens e servi os dentro da grande empresa Mas o argumento contr rio de menor gera o de empregos se confirma pois as jornadas destes trabalhadores s o maiores e com ritmos extenuantes Se a contrata o se desse pela
39. 231 entre janeiro e agosto de 2006 Destes 72 3 foram classificados como atos inseguros ou seja atribuiu se ao trabalhador a responsabilidade pelo acidente que o vitimou o que segundo os autores uma forma de controle social dos trabalhadores Alguns cen rios demonstrados por Ara jo Ibid sofrem modifica es em per odos recentes enquanto outros s o mantidos Al m disso alguns problemas ser o alvo da a o do Prominp Naquela poca havia um modelo de subcontrata o vigente no exterior mas que se encontrava em est gio embrion rio no Brasil Nele uma empresa geria as v rias facetas da manuten o e subcontratava outras Era a quarteiriza o tamb m apontada por Druck 1999 Com ligeiras modifica es e com o pomposo nome de Engineering Procurement and Construction EPC est ser a forma de contrata o de destaque nos per odos seguintes como ser mostrado adiante A esperan a de empregos melhores que os trabalhadores terceirizados mantinham em 2001 por causa das not cias de constru o de termel tricas estaleiros e o polo g s qu mico n o inclu a a previs o de que isto seria em grande parte concretizado a partir da amplia o de uma forma de subcontrata o Se naquela poca a terceiriza o abrangia principalmente a rea de manuten o recentemente ela ampliada para a rea de obras que um dos sustent culos do Prominp Os trabalhos eram feitos nas plantas industriais da empresa Com
40. ARA JO R Org Desafios do trabalho capital e luta de classes no s culo XXI Londrina Pr xis Maring Massoni 2003 TARTUCE G L B P O que h de novo no debate da qualifica o do trabalho Reflex es sobre o conceito com base nas obras de Georges Friedmann e Pierre Naville 2002 221p Disserta o Mestrado em Sociologia Faculdade de Filosofia Letras e Ci ncias Humanas Universidade de S o Paulo 2002 TRANSPORTADORA BRASILEIRA GASODUTO BOL VIA BRASIL TBG Quem somos Dispon vel em lt http www tbg com br portalTBGWeb tbg portal nfpb true amp pageLabel pgQuemSomos gt Acesso em 22 jun 2011 TH BAUD MONY A Cr tica da divis o do trabalho sa de e contra poderes Caderno CRH Salvador v 19 1993 Precariza o social do trabalho e resist ncias para a re conquista dos direitos dos trabalhadores na Fran a Caderno CRH Salvador v 24 n spe 01 p 21 33 2011 TH BAUD MONY A DRUCK G Terceiriza o eros o dos direitos dos trabalhadores na Fran a e no Brasil In DRUCK G FRANCO T A perda da raz o social do trabalho terceiriza o e precariza o S o Paulo Boitempo 2007 Cap 2 p 23 58 TORRES R M Melhorar a qualidade da educa o b sica As estrat gias do Banco Mundial In TOMMASI L D WARDE M J HADDAD S O Banco mundial e as pol ticas educacionais 5 ed S o Paulo Cortez 2007 TRANSPETRO Petrobr s Transporte Transporte Mar timo Programa
41. As pessoas pensam poxa a Petrobr s uma empresa de excel ncia Ela tanto qualifica 179 dentro dela como fora pra quem n o tem condi o pra quem n o pode pagar pra quem n o passou no concurso dela E na verdade o que ela est fazendo estrat gico Ela est tirando um gasto que ela j tinha e no caso do curso do Senai que n o gratuito transfere para o bolso do pr prio trabalhador que quer ingressar na empresa ou na imagem dela que o Prominp Talvez a esteja o maior investimento que a Petrobr s faz neste programa e onde ela colhe os maiores resultados Para uma parcela da popula o desassistida que desconhece os meandros da empresa e para outras grandes parcelas da sociedade a imagem de grande empresa nacional que faz investimentos sociais e educacionais ajuda a criar uma rela o afetiva com ela Isto acaba por apaziguar os efeitos de todas as pr ticas que ela adota incluindo a terceiriza o e a precariza o das condi es de trabalho Andr por sua vez justifica a cria o do programa por causa da falta de m o de obra qualificada Existe m o de obra no mercado mas tamb m existe assim uma m o de obra que n o t t o qualificada como deveria por isso tamb m tem uma quantidade de vagas imensa a Instado a detalhar o que seria essa lacuna de forma o na m o de obra no mercado o professor acabou por situar a defici ncia nas disciplinas b sicas das c
42. CURSO PR REQUISITO ESCOLAR PROFISSIONAL Eletricista For a e Ensino m dio M nimo de 3 meses como Eletricista de For a e Controle na rea de constru o e montagem industrial ou 6 meses como Eletricista Montador na rea de Controle completo constru o e montagem industrial ou 6 meses como Eletricista em instala es industriais prediais e ou redes el tricas de baixa e m dia tens o M nimo de 3 meses como Eletricista Montador ou Eletricista de For a e Controle na rea de constru o e montagem industrial ou 6 meses como Eletricista Ensino m dio Instrumentista Montador na rea de constru o e montagem industrial ou 6 Montador completo meses como Eletricista em instala es industriais prediais e ou redes el tricas de baixa e m dia tens o Encarregado de El trica Ensino m dio completo M nimo de 3 meses como Encarregado de El trica na rea de constru o e montagem industrial ou 9 meses como Eletricista Instrumentista ou Profissional de Automa o ou de Telecomunica o na rea de constru o e montagem industrial ou 12 meses como profissional em na rea de El trica na rea industrial predial e redes el tricas incluindo as atividades de manuten o Encarregado de Instrumenta o Ensino m dio completo M nimo de 3 meses como encarregado de instrumenta o na rea de constru o e montagem industrial ou 9 meses como profissional de el trica eletr n
43. EPCistas e sob influ ncia da Petrobr s Toda esta cadeia de press o resultar por fim no aumento da explora o dos trabalhadores para garantir custos menores e aumento da intensifica o do trabalho para assegurar a entrega em prazos acordados entre partes onde os trabalhadores n o s o consultados Pode se alegar que o fato da Petrobr s contratar uma empresa para fornecer bens e servi os para ela n o se caracteriza como terceiriza o mas o que estes documentos deixam transparecer que n o se trata de um simples fornecimento onde a empresa entrega um projeto e recebe o no prazo estipulado ou ela abre um processo licitat rio para comprar um produto dispon vel no mercado O processo de autonomia controlada de Appay 1993 apud TH BAUD MONY ibid com uma concentra o e atomiza o de empresas em uma rede e a constitui o de novas rela es de poder e controle claramente verific vel aqui H uma centraliza o do setor petrol fero na figura de uma Petrobr s eivada de conceitos gerenciais flex veis paralelo a um processo de pulveriza o atrav s da terceiriza o que cria uma rela o opressiva de poder Sob um manto de aparente rela o de parceria que envolve at o governo encontra se uma estrat gia de controle de todos os aspectos das empresas contratadas desde os produtos o processo produtivo o local de produ o at o tipo e a dura o do contrato que pode ser rompido ao menor sinal de desacordo c
44. Em que ele avan a e em que ele peca Observando sua experi ncia profissional e o que foi ensinado em sala de aula o programa de fato prepara para o mercado de trabalho ou n o Por que Quais as principais dificuldades que os alunos apresentam em sala de aula Quais s o as principais reclama es dos alunos em rela o ao programa Existe alguma experi ncia particular de algum aluno que chamou a aten o Como professor voc acha que cursos de qualifica o isolados conseguem dar uma forma o s lida para a atua o num setor t o complexo como o setor de petr leo e g s Por qu Qual seria o modelo ideal 225 ANEXO E Roteiro de entrevista com o alunos UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CI NCIAS HUMANAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS MESTRANDO Lu s Augusto Lopes ORIENTADORA Gra a Druck CO ORIENTADOR Jair Batista da Silva as perguntas podem variar de acordo com o perfil do aluno inserido nas terceirizadas ou desempregado 1 Qual sua trajet ria escolar 2 Qual sua trajet ria profissional 3 Qualo peso da bolsa aux lio para voc Se n o houvesse voc conseguiria fazer o curso 4 O que achou do material did tico usado no curso 5 O que achou dos professores do curso 6 Qualo principal defeito do curso 7 O que qualifica o para voc 8 Qual o seu interesse no setor de petr leo e g s Outros setores despertam interesse em voc ou n
45. Estadual de Campinas SP Campinas 81 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PE Recife 82 Universidade Federal do Esp rito Santo ES Vit ria 83 Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS Rio Grande 84 Universidade Federal do Rio Grande Do Sul RS Porto Alegre 85 Universidade Federal Fluminense RJ Niter i 86 USP SP S o Paulo 87 UTFPR Universidade Tecnol gica Federal do Paran PR Curitiba 88 ZEPTO Treinamento Com rcio e Servi os Industriais LTDA RS S o Leopoldo Fonte lt http portal prominp com br prom listarExecutora do gt 223 ANEXO C Roteiro de entrevista com a Coordenadora do Prominp em Sim es Filho UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CI NCIAS HUMANAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS MESTRANDO Lu s Augusto Lopes ORIENTADORA Gra a Druck CO ORIENTADOR Jair Batista da Silva 1 Qual sua fun o nesta institui o e como foi escolhido para dirigir o Prominp aqui Descreva na pr tica as tarefas que voc realiza no dia a dia 2 Como a institui o foi escolhida pelo Prominp Voc poderia mencionar os crit rios 3 Enquanto institui o de refer ncia quais cursos ela produziu material did tico e como se deu esta produ o 4 Como se deu a aprova o do material did tico Quais eram os par metros que o Prominp tinha para a confec o deste material 5 Em sua opini o como os interesses empresariais se manifestaram na
46. Estudos e Pesquisas Educacionais Ind stria Nacional Fornecedora de Bens e Servi os Instituto Nacional do Seguro Social Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada ndice da Qualidade da Terceiriza o International Organization for Standardization Lei de Diretrizes Or ament rias Lei Or ament ria Anual Meio Ambiente Minist rio da Administra o e Reforma do Estado Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome Minist rio da Educa o Mouvement des Entreprises de France Minist rio P blico do Trabalho Minist rio do Trabalho e Emprego North America Free Trade Agreement N cleo de Articula o com a Ind stria National Council for Vocational Qualifications Organiza o Internacional do Trabalho Organiza o N o Governamental Organiza o Nacional da Ind stria de Petr leo Organiza o das Na es Unidas Organiza o dos Pa ses Exportadores de Petr leo Organiza o Social da Sociedade Civil de Interesse P blico Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade Popula o Economicamente Ativa Petr leos Mexicanos S A Pesquisa e Desenvolvimento Petr leo e G s Programa Intensivo de Prepara o de M o de Obra PLANFOR PLR PNAD PND PNQ PNQP PPA PROJOVEM PROMINP QSMS REPETRO RLAM SEBRAE SENAI SESI SIAPE SINAVAL SINE SMS SPE STF TBG TCU TEC TM TST UNICEF UNESCO USAID Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador
47. Fonte BP Statistical Review of World Energy June 2009 apud DIEESE 2009 p 13 poss vel observar que apenas os Estados Unidos a China e a ndia e em menor inst ncia a It lia produzem alguma quantidade de Petr leo Pa ses desenvolvidos como Jap o Alemanha Cor ia do Sul Fran a e Espanha n o possuem reservas Some se s novas reservas descobertas a estabilidade pol tica brasileira diferente do Oriente M dio uma legisla o liberal favor vel s grandes multinacionais e a parcela de apenas 23 da renda do setor que apropriada pelo Estado brasileiro segundo estudos do Congresso Nacional Da renda gerada pelo petr leo no Golfo do M xico os Estados Unidos se apropriam de cerca de 50 da renda Mo ambique e Equador t m taxas de apropria o em torno de 70 Nig ria Angola e R ssia v o a mais de 85 Cazaquist o China Arg lia Venezuela e L bia ultrapassam a barreira dos 90 DIEESE 2009 nesta legisla o liberal que se encontram os embates semelhantes queles que ocorreram na d cada de 50 A Lei 9 478 de 6 de agosto de 1997 determinou que a contrata o das empresas para explorarem o petr leo se daria por meio da concess o Conforme o Dieese 2009 neste caso a empresa que assina o contrato com a ANP define o ritmo de produ o propriet ria de todo o petr leo extra do e d a ele a destina o que quiser Cesca et al 2010 nos mostra que somente os Estados Unidos Reino Unido Noruega Canad
48. LUCENA ibid como ser demonstrado adiante Internamente com o fracasso da implanta o da pol tica de qualidade total houve um deslocamento do discurso para a qualidade de vida das pessoas Essa bandeira ao lado da bandeira da preserva o ambiental pertencia aos trabalhadores e foram incorporadas pela empresa para diminuir resist ncias e abrir portas para a automa o em reas insalubres com a consequente redu o de quadros CERQUEIRA FILHO ibid Al m destes objetivos o autor aponta quest es ligadas estrat gia de marketing externo e tentativas de evitar multas de rg os de fiscaliza o que estavam agindo sob press o de Organiza es N o Governamentais ONGs envolvidas com a quest o ambiental Para os trabalhadores por m o objetivo era apenas evitar multas e adquirir certifica es Os CCQs foram substitu dos pelos Di logos Di rios de Seguran a DDS e as discuss es agora se voltaram para a sa de e seguran a dos trabalhadores A fim de evitar o contato com as reas de risco a maior parte das propostas girou em torno da substitui o dos funcion rios por processos automatizados No caso espec fico da RLAM para evitar acidentes dentro da refinaria prop s se a retirada de todo o pessoal Criou se um CIC Centro Integrado de Controle a cerca de um quil metro da rea operacional que reuniu toda a parte operacional da refinaria fazendo com que o trabalho em campo fosse reduzido ao m ximo Esta estrat gi
49. PETROL FERO A PETROBR S E O PROMINP Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais da Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas da Universidade Federal da Bahia como requisito parcial para obten o do grau de Mestre em Ci ncias Sociais e aprovada em dezessete de dezembro de dois mil e doze pela Comiss o formada pelos professores 7 E fes R T Prof a Maria Regina Filgu iras aana UFBA Doutora em Ci ncias Sociais pela Universidade Federal da Bahia Neves FRB Doutor em Ci ncias Sociai pela Universidade Federal da Bahia E o P E A Prof a lt Maria da Gra a Druck de Faria UFBA Doutora em Ci ncias Sociais pela Universidade Estadual de Campinas ur Dadih VEZA P gfa a Jair Batista da Silva UFBA Doutor em Ci ncias Sociais pela Universidade Estadual de Campinas A Selma Davi Lael Jos Raimundo in memorian Ala de e Rosana in memorian AGRADECIMENTOS Ao meu pai Jos Raimundo in memorian e minha m e Ala de que me geraram e cedo criaram em mim um am lgama entre o pensamento cr tico de esquerda e o car ter crist o A Selma Davi e Lael pelo amor e pelo suporte dado durante per odos t o dif ceis mas compensadores A Paula Marcelino e Jair Batista com quem em 2009 eu tive o grato prazer de ser apresentado de uma maneira t o brilhante Sociologia do Trabalho brilho este que continuou na co orienta o de Jair A Gra a Druck minha o
50. PRECARIZA O Se a sociedade como conhecemos teve seu pacto social baseada na condi o dos trabalhadores assalariados CASTEL ibid o rompimento unilateral deste pacto n o se faz sentir apenas no seio do ambiente laboral mas em toda a sociedade Borges 2007 ao lan ar um olhar sobre o final do s culo XX e in cio do s culo XXI no Brasil diz que as mudan as ocorridas no mercado de trabalho se traduziram em perdas precariedade e inseguran a com uma perda crescente da import ncia do n cleo estruturado No primeiro momento desta mudan a ainda na d cada de 80 a crise econ mica atingiu o Brasil e a informalidade aumentou Entretanto os trabalhadores tiveram seus direitos assegurados em parte pela luta sindical e em parte pelo processo de redemocratiza o porque passou o pa s Em um segundo momento a partir dos anos de 1990 inicia se uma abertura desenfreada do mercado e o cumprimento da agenda neoliberal que resultaram numa gera o de empregos insuficientes pouco protegidos e mal remunerados que resultou no aumento da informalidade e na eleva o das taxas de desemprego BORGES ibid Em pesquisa realizada em 44 empresas da Regi o Metropolitana de Salvador na d cada de 90 Franco 1994 sustenta que as novas formas de gest o t m levado a um aumento do risco no trabalho pois os sal rios dos terceirizados s o menores n o h treinamento adequado e os acidentes de trabalho s o maiores entre este grupo de trabalhadore
51. Tudo o que aprendem na pr tica ROM O ibid Outra forma de treinamento realizada on line e 118 Consiste em os operadores realizarem a leitura de procedimentos operacionais atrav s de terminais de computadores A ger ncia da estatal considera o treinamento realizado a partir do acesso do trabalhador s informa es obrigando o a assinar um documento comprovando que teve acesso s informa es N o importa se entendeu ou n o o que estava escrito LUCENA 2001 p 205 Uma terceira forma chamada de projeto de certifica o profissional que n o nova mas foi adaptada nova vis o gerencial da empresa A certifica o T m por objetivo medir o conhecimento de um petroleiro atrav s de uma prova dissertativa dos procedimentos operacionais Baseiam se no princ pio da elabora o geralmente por supervisores de bancos de quest es A avalia o consiste nos trabalhadores decorarem as quest es presentes nos respectivos bancos entre as quais s o escolhidas algumas para serem aplicadas nas provas O n vel de conhecimento do trabalhador medido pela capacidade de memoriza o e pelo n mero de quest es que s o respondidas adequadamente S o entendidas como corretas as respostas exatamente iguais quelas presentes no gabarito do banco de quest es Esquecer palavras ou v rgulas considerado como erro nas respostas LUCENA 2001 p 205 Podemos perceber que a qualifica o pro
52. a popula o mais vulner vel justamente a que mais atribui a culpa do desemprego falta de qualifica o a Petrobr s tem a um campo f rtil para disseminar seus conceitos produtivos ao mesmo que tempo que refor a sua imagem de responsabilidade social Por outro lado a pouca 156 oferta de t cnicos mostra o quanto a empresa n o almeja o retorno de um tipo de petroleiro que constituiu uma for a de resist ncia no passado A corrida de obst culos para o t o almejado mercado de trabalho contudo tem outras etapas em especial para aqueles que t m que se submeter aos processos de certifica o profissional Na ABENDI as provas te ricas t m valores que come am em R 104 00 e v o at R 406 00 mas necess rio realizar provas pr ticas com valores que podem chegar a mais de R 5 000 00 dependendo do n vel de certifica o Na FBTS os valores variam de acordo com o lugar onde s o feitas as provas indo de R 1 620 00 na Para ba at R 2 247 00 em Salvador Para cada nova norma que o profissional venha a dominar e necessitar de uma certifica o novos disp ndios financeiros s o necess rios Os certificados t m prazo de validade e novas provas e disp ndios s o requeridos para mant lo Na ABRACO os pre os variam de R 1 010 01 a R 1 781 25 al m do valor da anuidade requerida pela entidade e um valor do reconhecimento da qualifica o para a Petrobr s que chega a at R 604 00 Por fim a ABRAMAN tem v
53. a Negada Pol ticas de exclusi n en la educaci n y el trabajo CLACSO 2001 p 49 64 PETROBR S Relacionamento com investidores Governan a Capital Social 2010 Dispon vel em lt http www petrobras com br ri Show aspx id canal yag RHRSrUnlez2Bu5q QQ amp id cana Ipa QsHWEXhHxpu rlqg2h24GkQ amp In pt gt Acesso em 22 jun 2011 Relat rio de Sustentabilidade Rio de Janeiro 2009 Relat rio de Sustentabilidade Rio de Janeiro 2010 Petrobr s Magazine Edi o Especial de Neg cios Rio de Janeiro 03 set 2010 PINTO A K ALONSO P S R Programa De Mobiliza o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Relat rio Final Mecanismos de indu o maior participa o da ind stria nacional no fornecimento de bens e servi os ao segmento de Refino de forma sustent vel S I 2 004 PINTO A K OLIVEIRA J F Programa De Mobiliza o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Relat rio Final Estrutura o do Centro de Excel ncia em Qualidade da Terceiriza o CEQT e sua integra o ao PROMINP S I 20057 PROGRAMA DE MOBILIZA O DA IND STRIA NACIONAL DE PETR LEO E G S NATURAL Edital 001 2006 Processo Seletivo P blico para ingresso de Alunos P blicos nos Cursos de Qualifica o Profissional S I 2006 Edital 002 2006 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos Empresa nos Cursos de Qualifica o Profissional S I 2006 Edital 003 2006 Processo Sele
54. afastaram das atividades pr ticas Sabendo dos riscos que as subcontratadas apresentam em rela o principalmente aos direitos trabalhistas e ao cumprimento de metas acordadas nos contratos a Petrobr s designa um gerente e um fiscal para cada contrato assinado com uma empresa terceirizada Em 2003 havia 2 408 funcion rios dedicados a esta atividade DIEESE 2006 Nem por isso os problemas deixam de acontecer Como ela pode ser correspons vel por fraudes tribut rias e trabalhistas que suas subcontratadas venham a cometer ela teve que fazer a provis o de mais de R 500 milh es em 2002 e 2003 por responsabilidade solid ria com o INSS destas empresas DIEESE 2007 A t tulo de compara o este valor semelhante ao valor destinado qualifica o profissional no Prominp As terceirizadas muitas vezes n o conseguem cumprir os contratos por causa dos baixos valores apresentados nos processos licitat rios e acabam por sucumbir Segundo Ara jo ibid muitas deixam de pagar at o sal rio dos funcion rios Os contratos t m dura o m dia de dois anos e aos trabalhadores resta a troca de macac o Entram novas empresas para dar continuidade ao servi o deixado pela anterior que recontratam os trabalhadores e estes continuam a exercer suas fun es Pela pr pria caracter stica da opera o petrol fera lidando com produtos de alto risco num quadro de precariza o das condi es de trabalho os resultados deste processo podem s
55. al m de duas reas de apoio Finan as e Servi os unidades corporativas ligadas Presid ncia e quarenta outras unidades ligadas a cada uma das reas de neg cios As caracter sticas principais destas unidades s o a autonomia e a independ ncia que se refletem nas decis es e nos planos or ament rios e de investimento A avalia o dos gestores de acordo com os resultados obtidos que a terceiriza o um forte aliado para a redu o de custos j que 98 das licita es t m como crit rio de escolha o menor pre o DIEESE 2006 2007 Rocha 1996 apud ARA JO ibid confirma a sanha por cortes na Petrobr s Segundo ele 87 8 das terceiriza es tiveram como motiva o a redu o de custos e apenas 12 2 foram levadas a cabo por fatores estrat gicos Para Sev Filho 1995 apud ARA JO ibid a terceiriza o significa uma tentativa para se afastar responsabilidades trabalhistas e ambientais Por outro lado cria uma segrega o entre os trabalhadores e abre brechas para a coopta o de ex funcion rios e aposentados dando margens a esquemas de corrup o Alvarez 2011c aponta que com base nas informa es do TCU e o do MPT cerca de 80 das terceiriza es na Petrobr s s o irregulares pois envolvem a atividade fim da empresa Tamb m segundo Alvarez 2011e O MPT argumenta que em todas as reas os curr culos s o analisados pela Petrobr s e h uma subordina o direta dos terceirizados ao pessoal da empresa
56. amp UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CI NCIAS HUMANAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS LU S AUGUSTO LOPES A QUALIFICA O PROFISSIONAL NAS TRAMAS DA TERCEIRIZA O O SETOR PETROL FERO A PETROBR S E O PROMINP Salvador 2012 LU S AUGUSTO LOPES A QUALIFICA O PROFISSIONAL NAS TRAMAS DA TERCEIRIZA O O SETOR PETROL FERO A PETROBR S E O PROMINP Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Federal da Bahia como requisito para obten o do grau de Mestre em Ci ncias Sociais Orientadora Profa Dra Gra a Druck Co Orientador Prof Dr Jair Batista da Silva Salvador 2012 Lopes Lu s Augusto L864 A qualifica o profissional nas tramas da terceiriza o o setor petrol fero a Petrobr s e o Prominp Luis Augusto Lopes Salvador 2012 232f il Orientadora Prof Dr Gra a Druck Co orientador Prof Dr Jair Batista da Silva Disserta o mestrado Universidade Federal da Bahia Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas 2012 1 Qualifica es profissionais 2 Prominp 3 Petrobr s 4 Terceiriza o I Druck Gra a II Silva Jair Batista II Universidade Federal da Bahia Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas IV T tulo CDD 331 LUIS AUGUSTO LOPES A QUALIFICA O PROFISSIONAL NAS TRAMAS DA TERCEIRIZA O O SETOR
57. concretizar no nosso pa s em 1998 Ainda assim o s culo XXI 27 iniciou se com cerca de 15 milh es de analfabetos e 35 milh es de analfabetos funcionais Por este motivo a qualifica o profissional nacional deve ser considerada a partir da realidade educacional FOGA A apud ANTONIAZZI Ibid Por outro lado a interfer ncia das classes dominantes locais na formula o das pol ticas de qualifica o assemelha se ao papel exercido pelas mesmas classes em outras plagas Vargas apud ANTONIAZZI Ibid mostra como na d cada de 30 o empresariado paulista tinha interesse na difus o dos taylorismo no Brasil Em junho de 1931 esse grupo cria o IDORT Instituto de Organiza o Racional do Trabalho que visava propagar pela sociedade os ideais tayloristas e dentre outros objetivos oferecer cursos de forma o profissional Inicialmente foram aplicados princ pios de psicot cnica em cursos para prepara o de pessoal das companhias ferrovi rias do estado de S o Paulo Posteriormente na d cada de 40 a cria o do Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI e do Servi o Social da Ind stria SESD aconteceu em conformidade com o que era preconizado no IDORT 1 2 SOCIOLOGIA DO TRABALHO E A QUALIFICA O FRIEDMANN E NAVILLE A primeira metade do s culo XX foi marcada por duas guerras mundiais A sociologia surgida no final do s culo XIX na Europa ainda n o tinha se consolidado quando eclodiu a Primeira grande guerra
58. constru o pedag gica dos cursos 6 Como era a rela o com a diretoria do programa Era cordial ou houve problemas Se houve de que tipo Como a rela o com os outros atores que fazem parte do programa 7 Que benef cios o Prominp trouxe para a institui o 8 Como se deu a escolha dos professores Quais os crit rios 9 Qual a sua opini o sobre o programa Ele de fato qualifica e d oportunidade aos alunos ou n o A institui o possui algum mecanismo de acompanhamento dos egressos dos cursos Qual 10 Qual o papel da institui o Ela articular interesses pedag gicos do empresariado e dos trabalhadores nos programas de qualifica o ou serve a um ou a dois deles 11 Como ocupante de um cargo de dire o numa institui o de ensino t cnico voc acha que cursos de qualifica o isolados conseguem dar uma forma o s lida para a atua o num setor t o complexo como o setor de petr leo e g s Por qu Qual seria o modelo ideal q ce pe ae 224 ANEXO D Roteiro de entrevista com os Professores UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CI NCIAS HUMANAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS MESTRANDO Lu s Augusto Lopes ORIENTADORA Gra a Druck CO ORIENTADOR Jair Batista da Silva Como foi chamado para ensinar nos cursos Quais foram os crit rios utilizados Qual sua opini o sobre o material did tico utilizado Voc participou da elabora o de algum material
59. construir o curr culo dos cursos e s o escolhidas entre aquelas que possuem not rio saber naquela rea de conhecimento Elas definem o perfil dos profissionais o conte do program tico com as disciplinas preparam o material did tico que no caso do n vel superior constitui se na maioria de slides de apresenta es e definem o pr requisito dos alunos e das institui es que ir o ministrar os cursos MACHADO op cit S o 43 institui es de refer ncia que t m entre seus membros Universidades P blicas e Escolas T cnicas Federais A entidade de sele o aquela respons vel pela estrutura o e aplica o do processo seletivo dos alunos em todo o territ rio nacional MACHADO op cit Est a cargo do Centro de Sele o de Candidatos ao Ensino Superior do Grande Rio conhecido como Funda o Cesgranrio As institui es executoras listadas no anexo B s o aquelas que realizam os cursos que j foram estruturados e se responsabilizam pela an lise da documenta o dos alunos selecionados pela composi o das turmas pela estrutura f sica e pelos instrutores Somam 88 entidades MACHADO op cit Contam entre seus membros Universidades P blicas Escolas T cnicas Federais e escolas do SENAI e SENAC Algumas s o tamb m institui es de refer ncia Ao final um Comit T cnico de Avalia o faz uma an lise dos cursos realizados para saber se as defini es pr vias foram seguidas e presta contas institui
60. d tanto no mbito objetivo de direitos e condi es de trabalho como no plano subjetivo GODINHO ibid Cabe observar que estas informa es referem se a unidades de refinamentos de petr leo onde a manuten o sofre mais os efeitos da subcontrata o Segundo Ara jo Ibid na rea de Explora o e Produ o a terceiriza o ainda maior Sobre esta rea espec fica de dif cil acesso aos pesquisadores e at aos sindicatos Freitas et al 2001 explicitam o funcionamento e os riscos de uma explora o mar tima Segundo Booth e Butler 1992 apud FREITAS et al ibid as plataformas de petr leo s o unidades complexas que envolvem n o s a perfura o de po os mas atividades de armazenamento de leo e g s em alta press o bem como atividades de constru o e manuten o Segundo a OIT 1993 apud FREITAS et al ibid elas operam em alto mar com at 200 pessoas embarcadas necessitando de certo grau de autonomia e diversas atividades complementares como alimenta o alojamento 110 energia el trica fornecimento de gua transporte at a costa atividades de carga e descarga telecomunica es servi os m dicos e meios de salvamento todos com um determinado grau de coordena o Por estas caracter sticas a explora o de petr leo em alto mar conjuga riscos de atividades t picas de produ o e manuten o de uma refinaria aliadas a atividades da rea de energia bem como aquelas inerentes pr pr
61. da tecnologia n o est o presentes mas a destina o dada mesma faz se presente no segundo ela visa perpetua o do sistema metab lico de produ o de mercadorias Por esta raz o ao incluir o meio social onde esta tecnologia produzida Marcuse 1999 apud NEVES ibid traz um entendimento que se n o foi apropriado por Braverman pr ximo pois associa a tecnologia ao modo de produ o vigente Como a totalidade dos instrumentos dispositivos e inven es que caracterizam a era da m quina assim ao mesmo o tempo uma forma de organizar e perpetuar ou modificar as rela es sociais uma manifesta o do pensamento e dos padr es de comportamento dominantes um instrumento de controle e domina o p 98 Para Braverman Ibid se o primeiro passo rumo organiza o do trabalho sob a gide do capitalismo a subdivis o do trabalho anteriormente feito por uma nica pessoa o pr ximo avan o de cunho tecnol gico faz com que o instrumento de trabalho seja transferido do trabalhador para uma m quina dentro dos limites estabelecidos pelo sistema capitalista Como resultado h uma apropria o desigual da t cnica entre as diversas etapas produtivas e entre os diversos ramos industriais Em alguns casos trabalhadores necessitar o de novos conhecimentos para operar as m quinas enquanto outros continuar o exercendo atividades manuais H um deslocamento do trabalho para setores com pouco avan o tecnol gico
62. de Kardec e Simonsen 2004 que veem na qualifica o um meio de aumentar esta produtividade e fazer com que o trabalhador tenha atitudes e compromisso similares aos seus pares do hemisf rio norte por m sem a mesma remunera o e sem as mesmas condi es de trabalho Se voltarmos nossos olhos para os trabalhadores alvo deste programa inicialmente notamos que n o h um interesse por parte da Petrobr s em explicitar quem s o eles Todavia o quadro de vagas foca em sua grande maioria trabalhadores que tem apenas o ensino fundamental com 38 703 vagas ou 53 4 do total Isto mostra que a nfase s o trabalhadores para ocupa es b sicas Por m o tipo de empresa s toma forma quando descobrimos que existe um Centro de Excel ncia em Qualidade da Terceiriza o sendo gestado Em resumo s o 198 forma es de car ter mais pr tico que atingem majoritariamente um p blico com baixa escolaridade para inser o em empresas terceirizadas da rede encabe ada pela Petrobr s Outros questionamentos levantados tamb m t m suas respostas encontradas O capital industrial gravitando em torno da estatal de petr leo n o s influenciou o desenho do programa de qualifica o mas moldou o sua imagem e semelhan a Como nos apontou a coordenadora do programa os cursos foram pensados a partir das necessidades apontadas pelos empres rios tiveram sua carga hor ria de 240 horas com a obrigatoriedade de 16 horas em SMS definidas
63. depois da Segunda Guerra Mundial na Fran a Georges Friedmann e Pierre Naville Em seguida apresento os aportes te ricos de Harry Braverman constru dos nos Estados Unidos dos anos de 1970 Prossigo fazendo uma abordagem da Teoria do Capital Humano e suas rela es com as pol ticas do Banco Mundial para Educa o Na parte seguinte procuro mostrar como a qualifica o profissional se apresenta a partir dos anos de 1990 agora sob os termos habilidades e compet ncias fazendo uma rela o com a Teoria do Capital Humano de Schultz Ao final procuro esbo ar um quadro sobre a qualifica o profissional no s culo XXI a partir de dados da Confedera o Nacional da Ind stria CNI e do Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada IPEA S o quatro eixos te ricos apresentados a concep o essencialista de Friedmann a relativista de Naville a tese sobre a desqualifica o do trabalhador de Braverman e a concep o liberal sobre educa o qualifica o que se origina na Teoria do Capital Humano 1 1 UM HIST RICO SOBRE QUALIFICA O Antes de tentar apreender a qualifica o profissional nela mesma faz se necess rio entender o quadro social em que se envolve esta categoria Inserida numa encruzilhada entre a educa o e o trabalho na maioria das vezes a rela o tem se dado nesta ordem primeiro a educa o e depois o trabalho o que termina por reduzir o car ter ontol gico deste e muitas vezes desconsiderar as rela es sociais
64. e US 14 trilh es com o custo de explora o em torno de US 600 bilh es ao longo de 20 anos Em 2008 o Produto Interno Bruto brasileiro foi de aproximadamente US 1 5 trilh o Para os economistas vislumbrou se o risco do pa s ser atingido pela chamada doen a holandesa ou maldi o dos recursos naturais Na d cada de 60 a Holanda descobriu grandes reservas de g s natural e com o aumento das exporta es deste produto e consequente entrada abundante de d lares houve uma desindustrializa o acelerada daquele pa s A moeda local foi valorizada encarecendo as exporta es e diminuindo o pre o dos produtos importados DIEESE 2009 V rios fatores concorrem entretanto para que este potencial possa se transformar em um problema Segundo o Dieese 2009 enquanto quase todos os pa ses do mundo reconhecem o limite de 200 milhas n uticas 300 km da costa brasileira os Estados Unidos e a Venezuela s reconhecem limites at 12 milhas n uticas Al m disso tanto os estadunidenses quanto outros pa ses industrializados consomem uma quantidade de petr leo por vezes muito superior ao que produzem como demonstrado na figura 2 quando produzem 98 Espanha It lia ndia pe Fran Hm o D ficit Super vit Corei do Sua m Consumo Alemanha m Produ o Chike 20000 10000 0 10000 20000 30000 Milh es de barris dia Figura 2 Maiores d ficits mundiais de petr leo
65. e a pesquisa Estas duas reas s o vistas como ramos industriais que geram novas formas de capital o que leva a sua inclus o entre os fatores de crescimento econ mico Fiel ao liberalismo vigente na Escola de Economia de Chicago Teoria do Capital Humano traz em seu escopo uma vis o individualista do ser humano que busca num jogo de mercado perfeito a maximiza o de seus investimentos em conhecimento O indiv duo assim consumiria um produto matizado chamado educa o a fim de que ele cidad o se sobressa sse no mercado A escolha de qual produto consumir reca ria sobre aquele que oferecesse maior atratividade de rendimento Ao final Os trabalhadores transformaram se em capitalistas n o pela difus o da propriedade das a es da empresa como o folclore colocaria a quest o mas pela aquisi o de conhecimento e de capacidades que possuem valor econ mico SCHULTZ ibid p 35 Subjacente a este pensamento encontra se a ideia de que n o h conflito entre capital e trabalho e que a igualdade est dispon vel a todos atrav s das oportunidades de mercado A posse de meios de produ o tradicionais tamb m seria equivalente posse de conhecimento o que nivelaria todos os membros da sociedade j que n o importa qual seja o meio de produ o todos garantiriam a posse da riqueza Frigotto 2006 argumenta que h um entendimento de que para o setor produtivo o indiv duo uma mescla de trabalho e treinamento e que p
66. e enfraquecer a luta da categoria O fato ocorreu entre os dias 24 e 25 de maio em quatro refinarias mas houve orienta o dos sindicatos para evitar confrontos com as for as armadas Em novo julgamento no TST a greve foi julgada ilegal e ela terminou em 02 de junho de 1995 Como saldo 95 trabalhadores foram demitidos houve uma interven o branca nos sindicatos suas contas foram bloqueadas e seus bens penhorados Esta greve diminuiu consideravelmente a capacidade de rea o dos trabalhadores Novas mobiliza es reiniciaram a partir de 2001 quando anteriormente em quase todos os anos havia paralisa es ROM O ibid LUCENA ibid A estrat gia da Petrobr s se traduziu n o somente na terceiriza o de atividades mas tamb m na intensifica o do trabalho H um aumento do ritmo do trabalho a incorpora o de 92 tarefas que antes eram desempenhadas por outros funcion rios e a difus o do medo entre os trabalhadores No mesmo per odo houve um aumento da produtividade nas refinarias e redu o de carga hor ria aliada a um aumento das horas extras Nas refinarias novos gerentes assumiram com o objetivo de reduzir o n mero de funcion rios em at 30 O quadro total de funcion rios que era de 60 028 empregados em 1989 cai para 44 247 em 1996 ou seja uma redu o de 26 3 A terceiriza o se deu principalmente com funcion rios sem experi ncia com os equipamentos levando a um aumento no n mero de acidentes de trabalho
67. empresa que terceiriza o n mero de empregos seria maior j que nestas empresas o ritmo de trabalho menor Na possibilidade das jornadas dos trabalhadores terceirizados serem igualadas dos trabalhadores diretos haveria a cria o de 801 383 vagas de trabalho sem considerar horas extras banco de horas e ritmo de trabalho que s o maiores entre os terceirizados Segundo o Dieese CUT Ibid geograficamente 28 09 dos terceirizados formais do Brasil encontram se na regi o sudeste totalizando 6 125 262 trabalhadores Na Bahia dos 2 045 075 trabalhadores 505 823 ou 24 7 s o terceirizados Quando considerado o porte das empresas 53 4 dos terceirizados trabalham naquela com mais de 100 empregados Estas empresas geralmente s o contratadas para cuidar de atividades de risco e muitas vezes n o possuem condi es t cnicas nem financeiras para cuidar de tais reas DIEESE CUT ibid Com uma alta concentra o destes trabalhadores no setor de servi os t pico de baixas remunera es as consequ ncias para a vida deles v o al m Devido alta rotatividade as condi es para se fazer um planejamento de vida se esvaem Segundo a fiscaliza o do Minist rio do Trabalho de cada dez acidentes de trabalho no Brasil oito acontecem com terceirizados No caso de mortes quatro em cada cinco ocorridas em ambiente laboral vitimam estes trabalhadores DIEESE CUT ibid poss vel tamb m verificar um padr o de deslocamento geogr fico
68. enquanto que a Rede Federal de Educa o adota a pol tica dos cursos t cnicos subsequentes ao ensino m dio que aumenta a dualidade entre ensino m dio acad mico e o profissionalizante FRIGOTTO CIAVATTA ibid Este per odo assiste a um incremento das pol ticas de qualifica o em parcerias com Organiza es N o Governamentais Em 2005 no Governo Lula criado o projeto Escola de F brica destinado a jovens carentes que tamb m legitima o espa o fabril como espa o educativo Este projeto foi metamorfoseado no Projovem Programa Nacional de Inclus o de Jovens em 2008 Conforme Leher 2010 n o houve a cria o e consolida o de um sistema nacional de educa o mas pol ticas focalizadas que espalham por toda a sociedade a dualidade na educa o colaborando para a difus o da ideologia da inclus o social Criou se um eixo de a o onde os programas s o ajustados aos clientes sejam eles jovem do campo jovens da periferia das grandes cidades e outros Estas pol ticas focalizadas n o objetivam elevar o dom nio da ci ncia da arte da tecnologia da cultura e da cultura hist rico social mas podem ser um requisito para criar no trabalhador algumas disposi es mentais e determinadas sociabilidades mas n o o conhecimento sobre os fundamentos do trabalho Dada a influ ncia empresarial no campo da educa o h um objetivo de criar uma estrat gia de governabilidade e de forma o de um ethos coerente com o novo
69. esp rito do capitalismo CHIAPELLO BOLTANSKY 1999 apud LEHER 2010 p 56 Ou como nos diz Rummert 2007 p 60 para obter xito neste mundo competitivo necess rio a oferta de simulacros de processos educacionais que propiciem maioria da popula o a cren a de estar recebendo do Estado as oportunidades de supera o individual das marcas do modelo socioecon mico Em todo este per odo a quest o do desemprego individualizada H um deslocamento dos fatores macroecon micos para a falta de qualifica o dos trabalhadores Na an lise que realiza sobre o Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador PLANFOR Antoniazzi 2005 pergunta se este plano seria uma pol tica de emprego pois desta maneira que o programa 48 colocado no governo FHC A autora revela a contradi o desta pol tica pois segundo an lises do pr prio governo federal a melhor solu o para o desemprego o crescimento sustentado Apesar disto ele foi implementado visando atingir desempregados aut nomos cooperados etc em a es conjuntas de intermedia o da m o de obra e cr dito popular para o que o Minist rio do Trabalho e Emprego MTE denominou de vis o ampliada do trabalho que incluiria as formas tempor ria aut noma associativa cooperada e autogerida ANTONIAZZI Ibid Em nenhum momento o governo associa estes termos a formas prec rias de trabalho Segundo a autora entre 1999 e 2001 na Bahia foram aplicado
70. festival de atrocidades parece n o ter fim O National Labor Committee 2007 relata que em ind strias de brinquedos os trabalhadores assinam contratos tempor rios a cada dois ou tr s meses e h um treinamento onde eles s o ensinados a mentir para as firmas de auditoria dos Estados Unidos sobre quest es como condi es dos dormit rios e banheiros horas extras dias de folga sal rios e cr ticas ger ncia Se durante estas auditorias contarem a verdade s o demitidos e caso contr rio recebem b nus equivalente a uma semana e meia de trabalho Seguem se insultos mulheres chorando e proibi o de conversar Em alguns casos todos devem permanecer sentados com proibi o de ficar em p Em outros casos acontece o contr rio Em algumas ind strias de componentes eletr nicos NATIONAL LABOR COMMITTEE 2009 as mulheres n o podem falar escutar m sica levantar as cabe as colocar as m os nos bolsos H multas por atraso por n o cortar as unhas ou por pisar na grama Ao voltarmos quela que foi a origem das t cnicas gerenciais modernas de flexibiliza o a Toyota o quadro tamb m grave Segundo o National Labor Committee 2008b um ter o dos 30 000 trabalhadores da principal f brica da Toyota em Toyota City formada por tempor rios at quatro meses e terceirizados que ganham menos que 60 do que ganham os trabalhadores normais A pr tica come ou no Jap o com a contrata o de agricultores fora do per odo
71. ger ncias regionais a negociarem direto com os sindicatos locais tentando desacreditar a dire o sindical nacional Por outro lado a Petrobr s envia cartas amea adoras aos grevistas faz liga es telef nicas para exercer press o e tenta convocar aposentados para assumirem as fun es dos que se encontram em greve Esta ltima tentativa n o d resultados ROM O ibid Fernando Henrique Cardoso por sua vez irredut vel na sua posi o de n o negocia o d voz aos defensores da quebra do monop lio do petr leo alegando que os empregados eram bem remunerados e faziam greve para defender seus interesses em detrimento da na o O monop lio e os petroleiros deveriam ent o ser combatidos como inimigos p trios Al m de contar com a imprensa a seu favor que ao mesmo tempo n o dava voz aos petroleiros o governo federal contou com o apoio das distribuidoras de g s que retiveram seus caminh es repletos do combust vel apenas para prejudicar os trabalhadores Aliada constru o da imagem dos petroleiros enquanto uma categoria de privilegiados o governo orquestrou uma campanha de desestabiliza o da imagem da Petrobr s principalmente atrav s da afirma o de que a gasolina brasileira era uma das mais caras do planeta Com isto ele preparou o cen rio para a quebra do monop lio do petr leo LUCENA ibid Da mesma maneira que os governos militares Fernando Henrique Cardoso convocou o ex rcito para invadir as refinarias
72. governan a do Prominp Fonte lt www prominp com br gt Acesso em 11 set 2010 Embora atuando em reas diferentes os comit s t m uma din mica semelhante A partir dos investimentos programados pela Petrobr s realiza se um levantamento na ind stria nacional sobre a capacidade de atendimento das demandas da empresa verificando se existem gargalos ou n o em reas como qualifica o profissional infraestrutura e fornecimento de materiais Em caso positivo s o tra adas a es e projetos para suplantar estas dificuldades Estas a es s o agrupadas em tr s reas tem ticas a saber Capacita o Pol tica Industrial e Desempenho Empresarial que por sua vez s o desdobradas em dez temas considerados estrat gicos para a ind stria de petr leo e g s no pa s A rea de Desempenho Empresarial tem entre seus temas a Sustentabilidade a Competitividade e SMS Dado o hist rico de acidentes de trabalho e problemas ambientais causados pela Petrobr s e suas terceirizadas vemos nesta tem tica uma necessidade da empresa padronizar os procedimentos entre suas subcontratadas a fim de tentar evitar problemas futuros Entretanto a ordem capitalista neoliberal que nos encontramos faz com que a competitividade ou seja pre os menores associados a prazos ex guos esteja no mesmo patamar dos outros temas Dentro da rea de Pol tica Industrial os temas s o Financiamento Regula o Pol tica Tribut ria e Fomento Pequena e M d
73. houver rescis o unilateral por parte da petroleira n o cabe nenhuma indeniza o Mesmo o contrato tendo um prazo de validade de tr s anos prorrog vel por um per odo igual h uma cl usula de sigilo de informa es de 20 anos Na rea ambiental e de sa de se em alguma hip tese houver o fornecimento de EPIs pela petroleira e eles n o forem devolvidos em bom estado de conserva o e devidamente higienizados a subcontratada cobrada pelo valor atualizado de um novo equipamento al m de uma taxa de 20 relativos a custos administrativos Em caso de acidente de trabalho se a Petrobr s necessitar realizar algum atendimento m dico h dedu o do valor na fatura da terceirizada Se o transporte a reo for necess rio e se for constatado neglig ncia ou imprud ncia da contratada pode haver cobran a ou descontos na fatura Por outro lado dependendo da extens o de um acidente os funcion rios da terceirizada podem ser convocados para compor equipes de emerg ncia mas isto n o se configura como presta o de servi os que pode ser cobrada na fatura petroleira Al m disso a terceirizada obrigada a fornecer os laudos de insalubridade e fazer a disposi o final de res duos nocivos ao meio ambiente mesmo ela executando estes servi os dentro das instala es da Petrobr s A subcontratada tamb m respons vel pela viola o de normas ambientais ocupacionais e de seguran a BRASIL 2009 No que se refere ao pagamento dos
74. lt http chronicle com article From Graduate School to 131795 gt Acesso em 1 set 2012 s 10 30 72 no primeiro caso fei es semelhantes terceiriza o atual A CLT de 1943 tamb m abordou a empreitada atrav s da responsabilidade solid ria do subempreiteiro das obriga es trabalhistas Embora o autor n o fa a rela o da mudan a da legisla o com o momento pol tico porque passa o Brasil a partir da d cada de 60 cabe ressaltar que a partir dos governos militares p s 64 v rias mudan as s o introduzidas na legisla o trabalhista que ir o influenciar bastante os anos seguintes Em 1966 a estabilidade no emprego extinta a partir da cria o do FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Servi o o que j permitiu aos empres rios demitir a qualquer tempo sem maiores justificativas desde que depositassem os valores na conta do fundo Um ano depois com o Decreto Lei 200 67 a terceiriza o j abordada explicitamente pois permite que ela ocorra na Administra o P blica desde que houvesse na iniciativa privada capacidade suficiente para assumir tais tarefas Sete anos depois atrav s da Lei 6 019 74 introduzida a figura da contrata o de m o de obra tempor ria em situa es excepcionais nas empresas Embora fosse uma forma de flexibiliza o a contrata o se dava pela empresa e n o por outra empresa terceirizada No final dos anos de 1970 com a crise do capitalismo se instalando no Brasil e os sin
75. manto do ufanismo nacionalista s rios embates entre o capital e o trabalho expresso no controle dos trabalhadores nas rela es de poder e na cultura autorit ria Mas esta mesma luta possibilitou a constru o de uma qualifica o profissional e de um coletivo representativo de uma categoria profissional os petroleiros Sustento que se os componentes nocivos dessa rela o aparentaram por um tempo estar sob controle por causa da luta dos trabalhadores a partir dos anos de 1990 s o retomados com grande for a O poderio da empresa se volta agora para a ado o de t cnicas de controle da produ o e do trabalho visando em grande parte minar a resist ncia da classe trabalhadora e reverter o jogo a favor do capital traduzido em terceiriza o precariza o e tamb m mudan as na qualifica o profissional j que esta n o acontece no v cuo mas dentro de um contexto sociopol tico e econ mico 120 No caso espec fico da terceiriza o da mesma forma que aconteceu em outras plagas dos quatro cantos do planeta e dentro das diversas regi es brasileiras ela tamb m simbolizou uma crescente precariza o dentro da Petrobr s mas dentro de especificidades locais e pr prias da empresa Por vezes percebemos similaridades como na cria o de categorias de trabalhadores mais ou menos prec rios mas tamb m particularidades do trabalho em alto mar e do risco de acidentes por exemplo que tendem a agravar o quadro de precari
76. marcavam as respostas O question rio chegou a ser enviado seis vezes e mesmo assim nem 22 todos responderam No total foram aplicados 97 question rios e obtidas 22 respostas sendo 3 informando que abandonaram o curso e 19 respondendo as quest es Ao partir para as entrevistas o foco era colher quatro vis es diferentes sobre o programa a da Petrobr s a da coordena o do Prominp no IFBA a dos professores e a dos alunos Como mantive contato com o Gerente Regional da rea de Abastecimento da Petrobr s no Rio de Janeiro respons vel pelo Prominp entrei em contato com ele e passei um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido bem como um question rio Ele disse que os dados iriam ser checados e posteriormente as perguntas seriam respondidas Mesmo ap s outros contatos n o deu mais nenhuma resposta e o question rio a ele enviado consta no anexo 6 A vis o da Petrobr s foi obtida a partir dos documentos a que tive acesso Como o curso tinha um car ter de forma o t cnica e havia uma prioridade da Petrobr s em enfatizar a rea de seguran a do trabalho optei por escolher dois professores sendo um da rea de seguran a e outro da rea t cnica pois entendi que o alvo maior eram os egressos Por m a dificuldade maior se revelou no contato com esses Com base nas reuni es de orienta o optamos por escolher os alunos constantes nos relat rios ao inv s dos alunos com que tive contato e cujos dados de matr cula eu n o
77. n vel 53 4 26 3 3 0 6 0 11 3 100 0 Total de alunos p blicos por n vel 35 238 16 001 1 781 3 053 6 184 62 257 Percentual de alunos p blicos por n vel 91 0 83 8 83 0 71 8 75 5 86 0 Total de alunos empresa por n vel 3 465 3 092 363 1 197 2 012 10 129 Percentual de alunos empresa por n vel 9 0 16 2 17 0 28 2 24 5 14 0 Fonte Editais de sele o de alunos do Prominp cursos aplicados em 2009 O primeiro ciclo em 2006 foi composto por seis editais Este n mero cai para quatro no ano seguinte e prossegue com apenas um edital em 2008 e outro em 2009 Nestes dois ltimos anos desaparece a figura do aluno empresa sem explica es O n mero de vagas salta de 12 945 em 2006 para 22 981 em 2007 Volta a cair para 15 569 em 2008 e cresce novamente para 20 891 em 2009 No total foram oferecidas 10 129 vagas para alunos j inseridos nas subcontratadas da petroleira Tomando como base a quantidade de 291 606 terceirizados em 2009 PETROBR S 2010 Ibid poss vel perceber que apenas 3 5 dos terceirizados teriam acesso aos cursos Tamb m o n mero total de vagas 72 386 equivalia a 90 do quadro de funcion rios concursados no mesmo ano que era de 80 492 Um dado que contradiz o car ter tecnol gico do Prominp o fato de que quase 80 das vagas ofertadas ou 57 796 foram para alunos com n vel b sico e m dio e o restante para profissionais com n vel t cnico e superior Se considerarmos que na pesquisa do IPEA Ibid
78. o voc se considera com voca o para o setor 9 Ap s a qualifica o voc conseguiu emprego no setor de petr leo e g s Em caso afirmativo conte como foi sua experi ncia Em caso negativo o que voc considera que influiu negativamente 10 Como terceirizado por que voc fez o curso 11 Voc sabia que os alunos desempregados receberam bolsa aux lio O que achou desta separa o entre eles e voc s que n o foram contemplados com bolsas Em que elas ajudariam voc s 12 Como seu trabalho na subcontratada da Petrobr s 13 A qualifica o trouxe alguma melhoria para voc no seu trabalho E do ponto de vista pessoal 14 O que mais importante a qualifica o ou a experi ncia profissional 15 Depois do curso o que voc fez Continuou estudando ou buscou emprego 16 17 18 19 20 21 226 Conhece algum de sua turma que conseguiu inser o profissional na rea de forma o do curso Conhece algum colega que foi demitido mesmo depois de ter participado da qualifica o Sabe por que isto aconteceu Voc sabe que o curso visa a preparar trabalhadores para as empresas terceirizadas da Petrobr s Ou pensa que um preparo para trabalhar na Petrobr s O que voc pensa sobre a terceiriza o na Petrobr s O que voc conhece sobre o trabalho do petroleiro Como trabalhador voc acha que cursos de qualifica o isolados conseguem dar uma forma o s lida para a atua o num setor t
79. o complexo como o setor de petr leo e g s Por qu Qual seria o modelo ideal 221 ANEXO F Roteiro de entrevista com a Ger ncia do Prominp na Petrobr s UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CI NCIAS HUMANAS PROGRAMA DE P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS MESTRANDO Lu s Augusto Lopes qr ORIENTADORA Gra a Druck CO ORIENTADOR Jair Batista da Silva 1 Como surgiu a necessidade de criar um programa de qualifica o profissional dentro do Prominp que tem mais um car ter de pol tica industrial 2 Os pap is do Minist rio das Minas e Energia e da Petrobr s se alteraram ao longo programa Quem exerce influ ncia maior sobre o programa de qualifica o 3 Como se deu a defini o da carteira inicial de 47 projetos Foi uma decis o unilateral da Petrobr s ou houve a influ ncia das Associa es empresariais 4 Como dentro desta carteira de projetos surgiram as decis es de qualifica o profissional 5 Houve uma tentativa de articula o do Prominp com outros programas de qualifica o que tinham sido criados pelo Governo Federal como o Planfor o PNQ o Pr jovem etc Por que 6 Houve uma tentativa de articula o com as redes de ensino fundamental dos estados Por que 7 Os t cnicos formados nas redes estaduais federal e sistema S n o atenderiam as exig ncias do setor petrol fero Por que 8 Como se calculou a quantidade de 112 mil profissionais necess rios para a qu
80. o est dividida em seis cap tulos No primeiro fa o um levantamento bibliogr fico sobre qualifica o No segundo fa o um levantamento sobre a terceiriza o e seu quadro no mundo no Brasil e no setor p blico Ambas s o categorias centrais desta pesquisa O terceiro cap tulo uma trajet ria da Petrobr s desde seu in cio at o advento do pr sal al m do funcionamento da qualifica o e da terceiriza o na empresa No quarto cap tulo fa o a introdu o do Prominp com a discuss o das pol ticas de conte do local e uma an lise do funcionamento do mesmo O quinto detalha a qualifica o profissional que ele oferece e o sexto apresenta os resultados da pesquisa mostrando diferentes vis es dos participantes Como anexos seguem as listas das institui es de refer ncia e executoras da qualifica o explicadas no quinto cap tulo e os roteiros de entrevistas com a coordena o do programa professores e alunos bem como o question rio aplicado aos egressos 24 CAP TULO I QUALIFICA O PROFISSIONAL 2 O objetivo deste cap tulo fundamentar teoricamente a categoria qualifica o profissional Fa o um pequeno percurso hist rico da qualifica o desde o per odo anterior Revolu o Industrial como ela se relaciona com a educa o formal e como esta entendida dentro do modo capitalista de produ o Posteriormente mostro o trabalho de dois te ricos franceses que estudaram a qualifica o profissional
81. partir deste quadro poss vel entender quais as diferen as entre o treinamento dos funcion rios da empresa e dos terceirizados Conforme nos mostrou Lucena Ibid h uma aumento das exig ncias por escolaridade e uma diminui o do tempo de treinamento na Petrobr s O preparo hoje se d em cursos noturnos fora do hor rio de trabalho com cargas hor rias de 255 a 370 horas e dura o de cerca de quatro meses em cursos on line ou atrav s de um programa de certifica o profissional que consiste mais na memoriza o de quest es Lucena Ibid poss vel perceber algumas similaridades e diferen as em rela o ao Prominp A escolaridade exigida no programa o primeiro destaque j que grande parte das vagas para pessoas com ensino fundamental completo Entretanto a carga hor ria de 240 horas similar s menores cargas hor rias de treinamento na Petrobr s O Prominp ainda n o oferece cursos on line mas para alcan ar alguns empregos necess rio tamb m se submeter a certifica es profissionais Contudo essas etapas para os egressos do Prominp se revelam piores do que para os funcion rios pois envolvem o disp ndio de recursos para fazer as provas periodicamente Em geral um quadro desfavor vel classe trabalhadora quer como terceirizados quer como concursados da empresa Como houve dificuldade no acesso aos dados do programa e aos egressos n o foi poss vel saber qual a vis o dos trabalhadores inserid
82. poder o tamb m terceirizar os consultores que fiscalizam esta a o As demais reas t m projetos que se voltam principalmente para o desenvolvimento de fornecedores e suas respectivas certifica es ambientais e de qualidade nacionaliza o de alguns itens importados e melhoria dos contratos de EPC Tomando como exemplo pr tico a rea de manuten o de turbinas FIGUEIREDO GOMES 2004 foi feito um diagn stico dos fornecedores mundiais de determinados componentes e verificou se a viabilidade de implanta o de filiais destas empresas no Brasil Novamente o discurso de desenvolvimento industrial tra do pelos pr prios relat rios do programa A justificativa para a escolha de fornecedores nacionais se d pelo fato da sede do fornecedor localizar se em territ rio nacional e n o em outros pa ses cuja demanda n o se encontra na esfera de a o da Petrobr s FIGUEIREDO JARDIM 200497 ou seja uma empresa nacional est mais sujeita s press es da Petrobr s do que outra cuja matriz situa se no exterior O que o Prominp deixa transparecer que a Pol tica Industrial que ele busca fomentar tem o car ter de desenvolvimento e padroniza o de uma ampla gama de empresas terceirizadas para o atendimento da Petrobr s H um esfor o para fazer com que as EPCistas priorizem as empresas nacionais no fornecimento de bens e servi os para a Petrobr s como deixam transparecer Pinto e Alonso 20047 Estes fornecedores apontam difi
83. program is to justify the outsourcing At the end the company is the greatest winner with gains in the corporate image On the other hand the most part of workers still unemployed or underemployed Even if they get a job it will be at the outsourcing companies of Petrobr s Keywords Professional qualification Prominp Petrobr s outsourcing LISTA DE FIGURAS Figura 1 rea do pr sal ri tia ia be de e QU ri ea a da 97 Figura 2 Maiores d ficits mundiais de petr leo e ereeeereeeneeraaneea 98 Figura 3 Caracteriza o do Aglomerado de Petr leo e G s segundo o grau de complexidade e dinamismo tecnol gico das firmas sacana gestrisradta deiesaniada adido soda adena vagas ta Logs e rins aave ceigadni o 124 Figura 4 Estrutura de governan a do Prominp e reeeeereeeceeeecareanos 132 Figura 5 Estrutura de funcionamento do Prominp e rerereranaas 133 Figura 6 Ciclo de Educa o Profissional sas cisppaa sea radar ap 150 Figura 7 Estrutura do Plano de Plano de Qualifica o Profissional do Prominp 152 Figura 8 Ciclos Editais e Vagas do Prominp ssssssesesssessesseserssressessresressessresrerseesrerresseesee 155 Figura 9 Demanda de Recursos Humanos contemplando os projetos da Petrobr s PN 2009 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Rela o terceirizados contratados no mercado de trabalho brasileiro 74 Tab
84. programas de qualifica o para justificar a terceiriza o e a precariza o ao mesmo tempo que o sonho do emprego est vel e da qualifica o que garante emprego continuamente alimentado na mesma parcela da popula o v tima da precariza o 6 5 CONSIDERA ES PARCIAIS Observado o programa de diversos ngulos estes atores apresentam vis es que ora se aproximam como a pouca clareza na destina o dos qualificados e ora se afastam como os pontos positivos e negativos do programa De toda forma a concretiza o do programa n o se d da maneira planejada pela Petrobr s Em parte porque as realidades dos educandos educadores e do mercado de trabalho n o uniforme e em parte porque as intera es em sala de aula e em entre todos aqueles envolvidos na educa o jamais seguir o instru es prescritas risca como o planejado em um ambiente fabril Os cursos mostraram a preval ncia do interesse empresarial na sua concep o Por este motivo havia a infer ncia de que esses mesmos empres rios abririam as portas para os egressos por causa da suposta harmonia entre o conte do aprendido e os requisitos necess rios para o posto de trabalho Entretanto n o isto que vem acontecendo na maioria dos casos S o as contradi es do programa 197 CONSIDERA ES FINAIS A reestrutura o produtiva que alterou consideravelmente a correla o de for as entre capital e trabalho com significativos ganhos para
85. que caracterizam a sociedade capitalista FRIGOTTO 2002 Historicamente estas mesmas rela es sociais se deram de maneiras diversas e com elas a concep o de trabalho tamb m se alterou Como nos mostra Nosella 2002 no modo de 25 produ o escravista e no feudalismo com a produ o voltada para o consumo e a terra servindo aos ditames de poder o trabalho assume uma caracter stica de castigo e da a origem da palavra trabalho tripalium ou tr s paus um instrumento de tortura Nesta poca o processo educativo consistia num adestramento manual para o trabalho e numa repress o capacidade inventiva humana j que toda esperan a dos homens deveria ser depositada no metaf sico Este adestramento mostrado por Alaluf 1986 como um processo de treinamento de aprendizes por parte dos artes os para um of cio dentro de um ambiente de trabalho Nosella Ibid prossegue dizendo que a modernidade e uma das suas grandes marcas a Revolu o Industrial mudaram o estigma de tortura do trabalho Do tripalium chega se ao labor Antes preso terra e ao seu senhor os homens agora s o colocados em estado de liberdade apenas para depositarem sua for a de trabalho nas m os dos capitalistas em troca do sal rio necess rio sua sobreviv ncia e para adentrarem nas novas instala es de produ o as f bricas para operarem o s mbolo desta revolu o as m quinas Embora a Revolu o Industrial seja na maioria das vezes
86. rios nos Estados Unidos e providenciava assist ncia aos governos para adotar medidas favor veis liberaliza o do mercado em troca de acesso facilitado ao mercado estadunidense o que acabou beneficiando 66 das exporta es daquela parte do continente No geral h uma abertura para todos os fundos de ajuda dos pa ses centro americanos serem utilizados para beneficiar projetos de empresas privadas ao mesmo tempo em que as pe as 63 publicit rias das ag ncias promotoras nos Estados Unidos enfatizavam o baixo custo da m o de obra local Conv m ressaltar que boa parte destas subcontratadas s o de capital coreano tarwan s ou de Hong Kong e fornecem para grandes empresas estadunidenses como a Calvin Klein Hanes OshKosh B Gosh Levi s Victoria s Secret Sears Wal Mart K mart e J C Penney NATIONAL LABOR COMMITTEE 1992 A partir deste momento poss vel observar um padr o de deslocamento geogr fico das empresas em busca de menor custo ao mesmo tempo em que a mis ria tanto nos Estados Unidos quanto nos pa ses receptores das empresas subcontratadas aumenta Para Th baud Mony e Druck ibid o deslocamento industrial recente da produ o das grandes corpora es multinacionais com a subcontrata o em v rios pa ses do terceiro mundo fez ressurgir condi es de trabalho t picas do s culo XIX Segundo Liithje Ibid a ind stria eletr nica se baseia no modelo de contratos de fabrica o CM Contract Manufact
87. setor de servi os na sociedade brasileira Entretanto apesar das diferen as de idades a partir de determinado ponto ambos passam a viver um ciclo de alta rotatividade profissional e precariedade Entretanto eles ainda t m como referencial os empregos est veis que tiveram e que forjaram suas identidades profissionais A inform tica o eixo norteador do segundo J o primeiro tamb m demonstra conhecer o motivo da decad ncia de sua rea Ele diz que o t cnico em eletr nica hoje no Polo petroqu mico praticamente n o tem Jun o Porque antes como que trabalhava A gente pegava uma placa eletr nica e fazia a manuten o dela substitui circuitos eletr nicos num analisava os defeitos e a tudo beleza S que hoje o que que voc faz os processadores est o muito mais baratos os semicondutores muito mais baratos voc compra uma placa e deixa de reserva se uma quebra voc pega essa joga fora eu acredito que nem se conserte mais e coloca outra no lugar a eletr nica praticamente perdeu o sentido n Apesar de estar fazendo um curso superior em uma rea totalmente diferente da que trabalhava Pedro ainda nutriu a esperan a de voltar para o setor industrial e isto foi o principal motivo que o levou a fazer o curso de Instrumenta o do Prominp o mu Bro Nome Fict cio 188 mas a instrumenta o que a calibra o de v lvulas manuten o de v lvu
88. sonegados s passaram a ser assegurados efetivamente com a cria o da Petrobr s que trouxe consigo tamb m a cria o do movimento sindical embora ainda sob o medo da persegui o OLIVEIRA JR ibid Enquanto os trabalhos de constru o da Refinaria prosseguiam outros embates aconteciam no pa s Uma Conven o em Defesa da Petrobr s que era mencionada num projeto de lei de 1951 acontece em julho de 1952 atraindo diversos setores da popula o Em setembro do mesmo ano outra emenda exclui o capital estrangeiro da nascente empresa e a Petrobr s criada atrav s da Lei 2 004 de 3 de outubro de 1953 que tamb m definia a Pol tica Nacional de Petr leo e as atribui es do Conselho Nacional de Petr leo SMITH apud LUCENA ibid Segundo Rom o Ibid durante a maior parte do tempo a empresa foi dirigida por militares com uma cultura fortemente autorit ria o que acabou por imprimir valores ligados disciplina dignidade autoridade responsabilidade respeito s normas e hierarquias inclusive nas constru es coletivas dos trabalhadores Partindo de uma an lise das rela es de poder sob a tica foucaultiana Cerqueira Filho 1997 caracteriza as rela es existentes na Refinaria Landulpho Alves neste per odo inicial como sendo um per odo desp tico Entre os anos de 1954 e 1960 h um processo de consolida o das pr ticas tayloristas que associadas ao discurso da seguran a nacional produziram um espa o esquadrin
89. tecnologia apropriada que evoluiu com o tempo de acordo com as necessidades e esta divis o apropriada para saber em que reas ocorreram os diversos conflitos do setor petrol fero De combust vel para lamparinas o petr leo tamb m passa a ser a mat ria prima dos combust veis que movem a nascente ind stria automobil stica mundial a gasolina e o leo diesel Por utilizar combust veis derivados do petr leo a esquadra naval estadunidense conseguiu ser mais eficiente na Primeira Guerra Mundial do que a sua similar inglesa que utilizava carv o como combust vel Para n o dependerem do combust vel extra do na sua ex col nia os ingleses iniciam a explora o de petr leo no Oriente M dio Lucena 2001 nos mostra como o cen rio internacional vai trazer fortes aportes para a discuss o em torno do petr leo brasileiro O Plano Marshall tamb m teve como objetivo afastar o oeste europeu da influ ncia sovi tica O continente ainda tinha uma forte depend ncia do carv o mineral e sindicalistas ligados a movimentos socialistas estavam frente dos sindicatos dos mineiros Neste per odo os Estados Unidos introduzem o consumo do petr leo em larga escala no velho continente e tamb m no Jap o Por um lado eles visavam conter os trabalhadores e por outro aumentar a depend ncia europeia do petr leo estadunidense que era o maior produtor at ent o Com a escassez do p s guerra e o aumento do consumo as aten es se voltam para o
90. vai pagando as d vidas acumuladas fr sa San Nome Fict cio 187 Filipe tem cerca de metade da idade de Pedro e j nasceu sob o signo do neoliberalismo no Brasil Estudou em uma escola particular na regi o da Cidade Baixa em Salvador at os 12 anos e a partir de ent o foi para um grande col gio p blico na mesma regi o Quando estava no terceiro ano do ensino m dio come ou a estagiar em uma empresa de inform tica no Caminho das rvores regi o nobre de Salvador com assist ncia t cnica de computadores Isso foi o norteador de suas escolhas acad micas e profissionais Transferiu se para outra escola p blica a fim de estudar a noite e poder concluir o ensino m dio Ao t rmino foi contratado pela empresa onde estava estagiando Ap s quatro anos trabalhando na rea ele decidiu fazer um curso superior na rea de Inform tica em uma faculdade particular na cidade Um semestre ap s o in cio do curso superior ele saiu da empresa onde estava e foi para outra onde ficou apenas quatro meses Depois alternou experi ncias de inicia o cientifica intercalada com o curso do Prominp foi para outra empresa de inform tica por cerca de seis meses e hoje se encontra estagiando em uma empresa multinacional instalada no Centro Industrial de Aratu Em todo este per odo ele sempre atuou na manuten o de computadores Pedro ainda alcan ou o tempo de um bom emprego no setor industrial Filipe alcan a o tempo da ascens o do
91. ximos de exposi o a radia es ionizantes Estes trabalhadores muitas vezes s o transferidos de um lugar para outro no pa s e depois de alguns per odos de t rmino do contrato retornam para as mesmas atividades de risco TH BAUD MONY 1993 Talvez uma das mais tristes coincid ncias entre o in cio do s culo XX e este quadro assustador seja a rela o entre um fato acontecido em Nova York e em Savar Bangladesh Em 25 de mar o de 1911 um inc ndio na f brica de blusas Triangle Shirtwaist localizada no 8 9 e 10 andares de um pr dio na regi o central de Nova York vitimou fatalmente 146 mulheres As portas estavam trancadas em parte para evitar a a o dos sindicatos Algumas pularam as janelas enquanto outras morreram carbonizadas As escadas dos bombeiros n o alcan avam os andares onde estava localizada a f brica As mulheres trabalhavam seis dias por semana 14 horas por dia 70 al m de 8 horas no s bado ganhando cerca de 14 centavos de d lar por hora A Triangle j era famosa desde 1909 quando tinha se recusado a assinar um acordo com o sindicato Outra trag dia de peso s viria a acontecer em Nova York em 11 de setembro de 2001 No in cio do s culo XX o caso levou a modifica es na legisla o laboral e de seguran a nos Estados Unidos KERNAGHAN 2011 Noventa e nove anos depois no dia 14 de dezembro de 2010 um inc ndio no d cimo andar de um pr dio na cidade de Savar Bangladesh vitimou 29 tr
92. 00 150 Segue a lei 50 a 100 Transporte Funcion rio paga Ea Funcion rio paga a Dependentes e ap s 28 anos se N o tem for solteiro Aux lio Educa o Cursos de capacita o e treinamento Fonte OSB 2011 Participa o nos lucros e resultados N o podem fazer Neste caso se repete a situa o de explora o mostrada na tabela 1 com o agravante de que enquanto l a remunera o dos terceirizados 27 1 menor que a dos trabalhadores contratados aqui ela 53 6 menor mesmo com um tempo de empresa maior que a funcion ria concursada Segundo o Dieese 2006 h uma tend ncia de revers o da terceiriza o nas reas de opera o mas pelo ritmo de contrata o de funcion rios efetivos levar cerca de 33 anos para acabar com os terceirizados apenas nas reas de produ o e manuten o e 100 anos para extinguir a terceiriza o na empresa Para o Observat rio Social Brasil 2011 entretanto esta tend ncia n o aponta sinais de revers o por causa das alega es de exig ncias de especializa o ou justificativas de atividades meio da Petrobr s O quadro ruim todavia se agiganta quando a precariza o do trabalho resultante deste processo indiscriminado de terceiriza o se apresenta Como as empresas que ganham as 108 licita es s o em sua maioria as que oferecem menor pre o a conta final ser paga pelos trabalhadores Segundo Ara jo Ibid as subcontratadas procuram reduzir o
93. 01 N o obstante se diga que o objetivo buscar profissionais qualificados h um objetivo impl cito de recrutar pessoas mais adapt veis aos novos processos constituindo uma forma de precariza o ao passo que internamente h uma explora o intensa da for a de trabalho que contrastar com a grande quantidade de desempregados do lado de fora da empresa ALALUF STROOBANTS ibid O indiv duo n o selecionado levar sobre os seus ombros a responsabilidade por estar ocupado ou n o j que isto n o mais o resultado de fatores macro e micro econ micos mas a consequ ncia de sua qualifica o HIRATA 1997 apud SHIROMA CAMPOS 1997 A contradi o se intensifica quando se observa um aumento das exig ncias por qualifica o e uma diminui o das vagas e dos sal rios e as est veis carreiras do per odo fordista dando lugar a gangorras profissionais e sociais PAIVA 2001 p 53 47 Fiel ao ide rio neoliberal incorporado pelo governo Fernando Henrique Cardoso Maria Helena Guimar es Castro secret ria da Secretaria de Ensino Superior SESU do Minist rio da Educa o e diretora do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais INEP entre 1994 e 2002 explicita claramente que as compet ncias que devem ser avaliadas s o aquelas que os empres rios indicam como desej veis FRIGOTTO CIAVATTA 2003 p 108 No Brasil h um deslocamento das pol ticas de qualifica o para o Minist rio do Trabalho
94. 2 Estimativa de funcion rios e terceirizados na Uni o e no Setor P blico Federal Rela o Concursados Terceirizados Terceirizados Co ncursados Uni o 584 014 129 213 l para 5 5 Empresas P blicas e Sociedades de Economia Mista dependentes do Tesouro Nacional T298 LEA pata Petrobr s e Controladas 80 492 291 606 4 para 1 Eletrobr s e Controladas 28 450 8 172 l para 4 5 Demais empresas estatais 147 790 36 357 l para 5 Institui es Financeiras 207 968 64 494 1 para 4 2 TOTAL 1 086 672 534 133 1 para 3 Fonte Elabora o pr pria E N mero de funcion rios obtido atrav s do site lt https www 1 siapenet gov br servidor private pages cadastro dadosFuncionais consultaDado sFuncionais jsf gt subtraindo se o n mero de funcion rios das empresas dependentes Acesso em 07 de abril de 2012 s 13 03 Inclui contratos tempor rios como professores de Universidades e Institutos Federais O n mero de terceirizados estimado pela Comiss o de Trabalho Administra o e Servi o P blico da C mara dos lt http www2 camara gov br agencia noticias TRABALHO E PREVIDENCIA 412171 COMISSAO DE TRABALHO APROVA CONVOCACAO DA MINISTRA DO PLANEJAMENTO html gt Acesso em 07 de abril de 2012 s 15 00 Brasil 2010 b e Balan o Social das empresas em 2005 dispon vel no lt http www planejamento gov br secretaria asp cat 3 10 amp sub 293 amp sec 4 gt Acesso em 07 de abril de 201
95. 2 s 15 30 Em alguns casos o n mero de terceirizados n o divulgado Dados de 2010 Infraero com dados de 2010 Demais empresas com dados de 2005 Dados de 2010 O Banco da Amaz nia n o divulgou o n mero de terceirizados Deputados site Considerando se que a for a de trabalho a servi o da Uni o e do Setor P blico Federal de cerca de 1 620 805 trabalhadores e que 534 133 s o terceirizados vemos que uma em cada tr s pessoas que prestam servi o para a Uni o est nesta condi o Se considerarmos que alguns dados n o foram divulgados por algumas empresas estatais outros t m uma defasagem de cinco anos e o n mero de terceirizados na administra o direta est apenas estimado esta quantidade pode ser ainda maior Se al m destes dados considerarmos o n mero de funcion rios com contrato tempor rio que n o est destacado e o n mero de estagi rios e aprendizes notadamente 80 nos bancos podemos ver que o Governo o primeiro a incentivar a precariza o das rela es de trabalho no Brasil Isto ainda mais gritante na Petrobr s que concentra 54 6 dos terceirizados de toda a Uni o Como os dados dos 27 estados brasileiros do Distrito Federal e dos 5 565 munic pios brasileiros n o est o dispon veis a terceiriza o em todo o setor p blico pode alcan ar uma dimens o muito maior do que esta 2 7 CONSIDERA ES PARCIAIS Acredito que a ado o ou n o de pr ticas de terce
96. 2 anos que soubessem ler e escrever Todas estas procuraram conjugar teoria e pr tica e eram complementares educa o prim ria ALALUF Ibid A partir deste exemplo podemos constatar aquilo que nos diz Nosella Ibid p 33 A educa o burguesa correlacionada a essas novas formas de trabalho assumiu a tarefa de aprimorar essa mercadoria especial isto a livre for a de trabalho humano para os mercados de trabalho O autor prossegue mostrando que neste novo ambiente fabril outras capacidades foram requeridas como a disciplina e conhecimentos b sicos das ci ncias naturais e da mec nica A educa o e a qualifica o profissional est o assim relacionadas de um lado a press es para a aboli o do trabalho infantil o que institucionaliza uma educa o elementar que visa moraliza o da popula o e de outro prepara o para o trabalho na grande ind stria capitalista Evidencia se tamb m que a educa o para os oper rios e seus filhos visava dar continuidade condi o oper ria Al m destes fatores clarifica se o embate existente entre as rela es sociais a forma como o trabalho apropriado pelo capital e o tipo de forma o que destinada classe trabalhadora No Brasil como nos aponta Antoniazzi 2005 a situa o muito mais complexa Desde o final do s culo XIX pa ses como o Paraguai e o Uruguai j tinham universalizado a educa o b sica enquanto isto s veio a se
97. 3 A VIS O DOS PROFESSORES Os professores Tiago e Andr tamb m s o funcion rios concursados do IFBA e atuam na rea de Seguran a Meio Ambiente e Sa de do trabalho e Mec nica respectivamente a cerca de cinco anos O primeiro atua em uma rea priorit ria para a Petrobr s J o segundo atua em uma rea t cnica e foi trabalhador do Polo Petroqu mico de Cama ari por v rios anos al m de ter feito projetos para diversas empresas inclusive do ramo petroqu mico Por isso vejo que a Nome fict cio 178 experi ncia deles na rea aliada viv ncia em sala de aula pode nos trazer uma complementa o e um contraponto vis o apresentada pela Coordenadora do Programa no Instituto Inicialmente o entendimento deles sobre qualifica o varia O primeiro associa o termo capacita o ou seja dentro do escopo escolar capacita o habilitar o profissional pra algo Para o segundo todavia a qualifica o se associa qualidade de um servi o feito Seria na verdade a forma da pessoa desenvolver bem uma certa tarefa n Estar qualificado para desenvolver bem uma certa tarefa uma certa fun o Ele tamb m entende que a rela o com o ambiente escolar e com a experi ncia profissional Ao serem questionados sobre o porqu da Petrobr s propor este programa Tiago disse que existe uma defasagem dos t cnicos que passam no concurso da empresa e que por isso necessitam de nova qualifica o Ele p
98. A AE 156 5 3 CONSIDERA ES PARCIAIS senior pera ass EER 159 CAP TULO VI O PROMINP EM SIM ES FILHO ceseseesememeeeeeeeeeeesesessssssse 161 6 1 HIST RICO E RESULTADO DOS CURSOS erisossumsseam patio peaoces s tips anseia 161 6 2 A VIS O DA COORDENA O DO PROGRAMA i rsrsrsr 170 6 DA VIS O DOS PROFESSORES sent nasais pia rara etapa 177 6 4A VIS O DOS ALUNOS iini ia e cao aiasap o desriad 186 65 CONSIDERA ES PARCIAIS siisii a aaan 196 CONSIDERA ES FINA S aaia iinis ea iaei e ae 197 BIBLIOGRAFIA sisinio ea oaia aaa aA a oaa aen EEEN E E AEA R 203 ANEXOS ennnannneni nn EE ESEE rE ose 219 19 INTRODU O A qualifica o profissional voltou ao centro do palco a partir do governo Lula Apesar de projetos mal sucedidos a exemplo do Planfor na d cada de 90 a gest o petista ampliou o n mero de escolas t cnicas federais e na esteira do petr leo pr sal incluiu um programa de qualifica o dentro de outro voltado para a produ o de bens para a ind stria petroleira o Programa de Mobiliza o da Ind stria Nacional de Petr leo e G s Natural Prominp Apropriada pelo mundo empresarial e associada quase sempre ao mundo educacional a qualifica o uma categoria poliss mica que precisa ser mais bem compreendida para sabermos que qualifica o destinada a que p blico A fim de fugir de o mero olhar para o posto de trabalho e terminarmos por fim restringindo o buscamos c
99. CAMPOS o indiv duo carrega sobre si a responsabilidade por n o estar empregado Mesmo assim a cren a na qualifica o enquanto uma porta de entrada para o 195 mercado de trabalho continua viva para ele ainda em conson ncia com a mesma Quando questionado se cursos isolados conseguem dar uma forma o s lida para a atua o num setor t o complexo como o setor de petr leo e g s ele respondeu Rapaz olha eu acredito que sim porque eu tive colegas l dentro no Prominp que eles eram muito bons sabe eram caras que voc colocava um assunto no quadro eles aprendiam E eles estudavam em casa e quando ele voltava ele voltava sabendo Ent o pra essas pessoas que estudam voc tendo um bom professor que ensine principalmente o que voc deve fazer l dentro voc vai ter bons profissionais mesmo com quatro meses Depois ele se recordou que no caso dos cursos ofertados em Sim es Filho havia o pr requisito da forma o t cnica ou experi ncia profissional fazendo com que um curso isolado funcionasse mais como uma complementa o eles tinham conhecimento de eletr nica eles j tinham estudado f sica j tinham estudado muita coisa assim que servia de base pra que eles se especializassem ou se qualificasse pelo menos pra fazer alguma coisa realmente til dentro da empresa Filipe por sua vez disse que o modelo de cursos isolados n o suficiente para atuar num setor complexo como o de petr leo e
100. CETRE DO BRASIL LTDA SP S o Paulo 8 Departamento Regional do Cear CE Fortaleza 9 Entidade exec teste 2 SP Ribeir o Preto 10 Entidade Executora Teste Produ o RJ Rio de Janeiro 11 Espa o de Produ o ao Desenvolvimento Sustent vel RN Natal 12 Faculdade de Tecnologia de S o Paulo SP S o Paulo 13 FRAEND Consultoria Inspe o e Treinamento RS Canoas 14 Funda o Brasileira de Tecnologia da Soldagem RJ Rio de Janeiro 15 Funda o de Apoio Escola T cnica RJ Rio de Janeiro 16 Funda o de Apoio Tecnologia SP S o Paulo 17 Funda o de Pesquisas Cientificas de Ribeir o Preto SP S o Paulo 18 Funda o Get lio Vargas RJ Rio de Janeiro 19 Funda o para o Desenvolvimento Tecnol gico da Engenharia SP S o Paulo 20 Instituicao Ensino MKPNTS Executora RJ Rio de Janeiro 21 Institui o Testes Fluxo Completo RJ Aperib 22 Instituto Alberto Luiz Coimbra de P s gradua o e Pesquisa de Engenharia RJ Rio de Janeiro 23 Instituto Educacional Carvalho OSCIP SP Mau 24 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Bahia BA Sim es Filho 25 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia de Minas Gerais MG Belo Horizonte 26 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia de Pernambuco PE Recife 27 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia de Santa Catarina SC Itaja 28 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnolog
101. Cap 2 p 29 72 LEITE A C J RIZZO C F Programa de Mobiliza o da Ind stria Nacional de Petr leo e G s Natural Relat rio Final Estrutura o de Mecanismos de Garantia para o Financiamento de Constru o de Embarca es para Capacita o da Ind stria Naval S I 2 0047 LIMA J C A terceiriza o e seus espa os os territ rios da precariedade a experi ncia da ind stria de confec o e cal ados In DAU D M RODRIGUES I J CONCEI O J J da Terceiriza o no Brasil do discurso da inova o precariza o do trabalho atualiza o do debate e perspectivas S o Paulo Annablume CUT 2009 LIMA P C R Proposal of a new legal framework for Brazil s oil industry In Rio Oil amp Gas Expo and Conference 2010 Rio de Janeiro Anais eletr nicos Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Petr leo G s e Biocombust veis 2010 Dispon vel em lt http www ibp org br main asp Team B10B372D DOEB 4B5A 8A5SD OB6FOFC8810B gt Acesso em 14 mai 2011 LUCE E A agonia da classe m dia americana Valor Econ mico S o Paulo 4 ago 2010 Especial LUCENA C A Os tempos modernos do capitalismo monopolista um estudo sobre a Petrobr s e a des qualifica o profissional dos seus trabalhadores 2001 267 p Tese Doutorado em Educa o Faculdade de Educa o Universidade Estadual de Campinas 2001 L THJE B Eletronics Contract Manufacturing Global Production and the International Divisio
102. ERT S nia Maria Gramsci Trabalho e Educa o jovens adultos pouco escolarizados no Brasil Actual Lisboa Educa 2007 SCHULTZ T W O Capital humano investimentos em educa o e pesquisa Rio de Janeiro Zahar Editores 1973 SENNETT R A corros o do car ter as consequ ncias pessoais do trabalho no novo capitalismo 14 ed Rio de Janeiro Record 2009 SHIROMA E O CAMPOS R F Qualifica o e Reestrutura o Produtiva Um Balan o das Pesquisas em Educa o Educa o e Sociedade Campinas CEDES Centro de Estudos Educa o e Sociedade da Universidade Estadual de Campinas n 61 1997 SILVA C G R S A pol tica de compras de entidades p blicas como instrumento de capacita o tecnol gica o caso Petrobr s 2005 158 p Disserta o Mestrado de Pol tica Cient fica e Tecnol gica Instituto de Geoci ncias Universidade Estadual de Campinas 2005 SINDICATO DAS EMPRESAS DE PRESTA O DE SERVI OS A TERCEIROS COLOCA O E ADMINISTRA O DE M O DE OBRA E DE TRABALHO TEMPOR RIO NO ESTADO DE SAO PAULO 5 Pesquisa Setorial 2010 2011 S o Paulo 2011 SOARES M C C Banco Mundial pol ticas e reformas In TOMMASI L D WARDE M J HADDAD S Org O Banco mundial e as pol ticas educacionais 5 ed S o Paulo Cortez 2007 218 SOUZA J S A nova cultura do trabalho e seus mecanismos de obten o do consentimento oper rio os fundamentos da nova pedagogia do capital In BATISTA R L
103. Em 1856 ele constr i a primeira refinaria de petr leo Em 1859 Edwin Drake constr i o primeiro sistema para extra o de petr leo do subsolo no interior da Pensilv nia nos Estados Unidos dando in cio grande corrida de monop lios guerras e jogos de interesses que marcam a hist ria do petr leo a Informa es sobre Jan J zef Ignacy ukasiewicz obtidas atrav s do site lt http www galician co uk oil_lamp_history htm gt Acesso em 13 jul 2011 s 13 20 83 2 Conv m salientar que a ind stria de petr leo composta de tr s reas distintas mas complementares A primeira refere se explora o e produ o onde atrav s de estudos geol gicos as reservas s o encontradas mapeadas para posteriormente come ar a extra o ou produ o do leo A segunda rea o refino realizada nas refinarias onde o petr leo passa por v rios processos de destila o para a extra o dos derivados como gasolina querosene nafta leo diesel etc A terceira rea a distribui o que varia de acordo com o tipo de derivado Os combust veis s o encaminhados para bases com v rios tanques de armazenagem atrav s de dutos e da seguem em caminh o ou vag es ferrovi rios para lugares pr ximos ao consumidor final A nafta encaminhada por dutos para as ind strias petroqu micas que dar o origem aos v rios derivados de pl sticos que conhecemos dentre outros Cada rea tem a sua especificidade e uma
104. LT CM CNI CNP LISTA DE SIGLAS Abastecimento Associa o Brasileira de Consultores de Engenharia Associa o Brasileira de Engenharia Industrial Associa o Brasileira de Ensaios N o Destrutivos e Inspe o Associa o Brasileira da Ind stria de M quinas e Equipamentos Associa o Brasileira da Ind stria de El trica e Eletr nica Associa o Brasileira da Ind stria de Tubos e Acess rios de Metal Associa o Brasileira de Corros o Associa o Brasileira de Manuten o Associa o Brasileira para o Desenvolvimento da Ind stria de Base Ag ncia Nacional do Petr leo G s Natural e Biocombust veis rea de Prote o Ambiental Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social Balan o Social Bureau Veritas Cadastro Geral de Empregados e Desempregados C rculos de Controle de Qualidade Centro Federal de Educa o Tecnol gica da Bahia Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Am rico Miguez de Mello Centro de Educa o Tecnol gica da Bahia Centro de Excel ncia em Qualidade da Terceiriza o Centro Integrado de Controle Comiss o Interna de Preven o de Acidentes Consolida o das Leis do Trabalho Contract Manufacturing Confedera o Nacional da Ind stria Conselho Nacional de Petr leo CNPF CNPE COPPE RJ CT PETRO CUT CVM DDS DIEESE E amp P EMS EPC EPI ETFBA FBTS FGTS FHC FMI FPSO FRONAPE FUP FAT GE amp TD GQT GDP HIV IBASE IBP IDORT IFBA IND P
105. Mesmo com a alegada car ncia de profissionais qualificados e com o volume de investimentos previstos pela Petrobr s as vagas s o colocadas na esfera de eventualidade j que a contrata o depender das empresas terceirizadas que poder o contratar ou intensificar o trabalho dos que j est o trabalhando nas suas instala es sem necessidade de aumentar o quadro de pessoal Considerando que os cursos foram oferecidos at o ano de 2009 horizonte temporal desta pesquisa e s voltaram a ser oferecidos em 2011 ap s uma troca de entidade gestora dos cursos mostramos abaixo um quadro com os editais de sele o publicados desde o in cio 155 Figura 8 Ciclos Editais e Vagas do Prominp VAGAS CICLO EDITAL P BLICO ALVO TOTAL B sico M dio T cnico Inspetor Superior 01 2006 Alunos P blicos 1 513 1 991 419 912 4 835 02 2006 Alunos Empresas 677 859 181 438 2 155 1 03 2006 Alunos P blicos 2 835 2 835 04 2006 Alunos Empresas 1 215 1 215 05 2006 Alunos P blicos 1 012 391 1 403 06 2006 Alunos Empresas 337 165 502 01 2007 Alunos P blicos 1 878 1 951 3 829 E 02 2007 Alunos Empresas 759 197 1 556 E 03 2007 Alunos P blicos 7 338 5 117 440 12 895 04 2007 Alunos Empresas 2 451 2 068 182 4 701 3 01 2008 Alunos P blicos 8 567 5 075 686 263 978 15 569 4 02 2008 Alunos P blicos 16 808 3 427 236 420 20 891 Total de alunos por n vel 38 703 19 093 2 144 4 250 8 196 72 386 Percentual do total de alunos por
106. Oriente M dio como maior fonte de combust vel para o hemisf rio norte O grande fator presente na d cada de 50 era que o controle da produ o de petr leo e derivados iria determinar o jogo de controle do poder mundial YERGEN apud LUCENA ibid Neste cen rio movimentos nacionalistas eclodem em v rias partes do mundo visando controlar as jazidas existentes em contraposi o aos interesses das grandes multinacionais do petr leo principalmente atrav s da cria o de empresas estatais de 84 produ o e refino do leo Se o petr leo era garantia de prosperidade e soberania nacional a interven o dos imp rios econ micos atentava contra estes interesses O M xico foi o primeiro pa s a nacionalizar suas reservas ainda em 1938 atrav s da cria o da Petr leos Mexicanos S A PEMEX mas a d cada de 50 assiste a nacionaliza o de reservas no Ir 1951 Brasil 1953 e posteriormente o Kuwait 1960 e Ar bia Saudita 1962 dentre outros LUCENA ibid Em 1934 criado no Brasil o Departamento Nacional de Pesquisa Mineral que far companhia ao Departamento Nacional de Petr leo surgido em 1938 em meio a embates pol ticos de gabinete ROM O 2006 O petr leo de fato s veio a jorrar pela primeira vez no Brasil em janeiro de 1939 no sub rbio de Lobato na capital baiana contra todos os progn sticos de t cnicos internacionais que afirmavam n o haver petr leo no pa s A pol tica para o setor passou a ser defi
107. PRECARIZA O NA PETROBRAS sus minto een 100 3 5 A QUALIFICA O PROFISSIONAL NA PETROBR S o s 113 3 6 CONSIDERA ES PARCIAIS 0 aires So da e dae 119 CAP TULO IV O PROMINP sssaessesssesseoseesseesseessossossesseesscessorseoseesseesseossossessecsseesserssoseesseess 121 4 1 POL TICAS DE CONTE DO LOCAL BASE PARA O PROMINP ct camar o REA 4 2 O NASCIMENTO DO PROMINP E O REFOR O DAS POL TICAS DE CONTE DO BOCRE ado caes atos q daria Donas tias a Rd aa o dO o a da eg 123 4 3 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PROMINP saesson 125 4 4 A JUSTIFICATIVA DO PROMINP COMO POL TICA INDUSTRIAL me 127 4 5 CONTE DO LOCAL E INCENTIVO TERCEIRIZA O ssis 128 4 6 A DIN MICA INTERNA DO PROMINP ieeee eee 131 4 7 E A POL TICA INDUSTRIAL DO PROMINP2 eieeeeeeaieieeeerrteeeno 133 4 8 UMA AN LISE CONTRATUAL is im eas foras do Lo Fab n a a E SU dao 136 4 9 OS CENTROS DE EXCEL NCIA Re 140 4 10 O CENTRO DE EXCEL NCIA EM QUALIDADE DA TERCEIRIZA O 141 4 10 1 Acidentes causados e qualidade na terceiriza o e sseesseessoossooesssesssesssoossoossssesssesssoso 142 4 11 CONSIDERA ES PARCIAIS iris eereeeeeeeereeeeereree erre eersereeraeto 144 CAP TULO V A QUALIFICA O PROFISSIONAL NO PROMINP eeeeeeereeesesess 146 5 1 ALGUNS PRESSUPOSTOS INICIAIS cisien 146 5 20 PRIMEIRO CICLO imitar ae ad da aa 148 5 30 SEGUNDO CICLO sea a ra aae 152 SAO TERCEIRO CECO sens pion n Dea R
108. R 945 00 sim Sobreaviso Superior Energy 2009 2010 R 777 89 a R 900 00 N o dispon vel N o dispon vel Backer Hughes 2009 2011 N o dispon vel 30 Sobreaviso Sobreaviso hora Drillfor 2010 2011 N o dispon vel 30 repouso e alimenta o Sobreaviso hora BJ Services 2010 2011 R 1 500 00 30 repouso e alimenta o Sobreaviso hora Perbr s 2010 2011 R 1 500 00 30 repouso e alimenta o Sobreaviso hora SOTEP Perfura es 2010 2011 R 1 500 00 30 repouso e alimenta o Fonte Elabora o pr pria com base nos dados fornecidos pelo OSB 2011 Eles demonstram que em 2010 estes trabalhadores tiveram ganhos salariais superiores infla o e que os pisos salariais eram superiores ao sal rio m nimo nacional de R 545 00 naquele ano e muito pr ximos ao piso da Petrobr s em 2009 que variava entre R 605 00 para n vel m dio e R 2 923 72 para n vel superior Os benef cios tamb m eram semelhantes com algumas varia es de valores a maior ou a menor de acordo com a empresa e todos est o sobre a gide da representa o sindical dos petroleiros com caracter sticas mais combativas Este comparativo entretanto pode esconder algumas armadilhas Com exce o das duas ltimas empresas que s o brasileiras as demais s o multinacionais de origem estadunidense ou canadense com pol ticas de pessoal mais estruturadas Todas realizam atividades de perfura o ou de apoio em campos de produ o de petr leo prestando serv
109. RN Natal 53 SENAI MA MA S o Lu s 54 SENAI MS MS Tr s Lagoas 55 SENAI SC SC Itaja 56 Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 57 Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial RN RN Mossor 58 Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial SP SP Santos 59 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial AL AL Macei 60 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial AM AM Manaus 61 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial BA BA Salvador 62 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial ES ES Vit ria 63 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial MG MG Belo Horizonte 64 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial PB PB Campina Grande 65 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial PE PE Recife 66 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial PR PR Curitiba 67 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial RJ RJ Rio de Janeiro 68 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial RS RS Porto Alegre 69 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SE SE Aracaju 70 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SP SP S o Paulo 71 UEMA MA S o Lu s 72 UENF RJ Maca 73 UFAM AM Manaus 74 UFBA BA Salvador 75 UFCE CE Fortaleza 76 UFMA MA S o Lu s 77 UFPR PR Curitiba 78 UFSC SC Florian polis 79 Universidade do Estado do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 80 Universidade
110. RRES ibid Coerente com a vis o liberal da qual arauto mundial e embasada nas concep es te ricas da Teoria do Capital Humano a educa o passou a ser tratada num enfoque funcionalista ou seja numa vis o de que tudo possui uma fun o e contribui para o ordenamento da sociedade e como um ap ndice do setor produtivo Segundo Corragio Ibid ela deve estar pronta para atender suas demandas e precisa ser avaliada em termos de rela o custo benef cio Note se que a vis o dos principais te ricos da escola cl ssica de economia continua presente e educa o sin nimo de adestramento para o trabalho A flexibilidade e o individualismo anunciados por Schultz expresso s pessoas atrav s da nfase na competi o Vencer o no jogo do mercado aqueles que superarem os obst culos e melhor se adaptarem 42 Embora seu verdadeiro papel seja o de guardi o da finan a mundializada o Banco se apresenta com o discurso de necessidade de redu o da pobreza A austeridade financeira imposta aos pa ses subdesenvolvidos visa criar super vits que sejam empregados no pagamento dos empr stimos feitos pelo banco Mas como assegurar o pagamento das d vidas com gastos com a popula o mais pobre Antes de tudo preciso entender que esta aparente interven o para assegurar igualdades de condi es na competi o do livre mercado Por isto mesmo os gastos devem ser racionalizados assegurando apenas o m nimo necess rio para as popu
111. S o Paulo Cortez 2007 DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTAT STICA E ESTUDOS SOCIOECON MICOS A Terceiriza o na Petrobr s Alguns pontos para reflex o Rio de Janeiro 2006 Sistema de Informa es para acompanhamento das negocia es coletivas no Brasil O processo de terceiriza o e seus efeitos sobre os trabalhadores no Brasil S o Paulo 2007 Estudos e Pesquisas Desafios rumo constru o de uma nova legisla o para a ind stria de petr leo e g s natural no Brasil S o Paulo 2009 CENTRAL NICA DOS TRABALHADORES Terceiriza o e Desenvolvimento Uma conta que n o fecha S o Paulo 2011 DRUCK G Qualifica o empregabilidade e compet ncia mitos versus realidade In GOMES A Org O Trabalho no s culo XXI considera es para o futuro do trabalho S o Paulo Bahia Anita Garibaldi Sindicatos dos Banc rios 2001 Terceiriza o des fordizando a f brica um estudo do complexo petroqu mico 1 ed S o Paulo Boitempo 1999 Trabalho precariza o e resist ncias novos e velhos desafios Caderno CRH Salvador v 24 n spe 01 p 35 55 2011 209 DRUCK G BORGES A Terceiriza o Balan o de uma d cada Caderno CRH Salvador n 37 p 111 139 jul dez 2002 DRUCK G FRANCO T A Terceiriza o no Brasil velho e novo fen meno Laboreal Porto v 4 n 2 p 83 94 nov 2008 DUM NIL G L VY D O que esconde o entusiasmo pela reindustrializa o Le Monde D
112. SMS e Mec nica Mas o grau de controle preconizado por este material grande pois segundo Tiago ele J vem pronto Inclusive dizendo at o hor rio o tempo que voc fala em cada assunto daquele Pelo julgamento que fez do material e pela experi ncia que acumula como professor ele tomou uma decis o Eu n o sigo nada Eu pauto muito no assunto e a vou dando muitas coisas que eu j tenho preparado Apesar de tudo quando perguntamos se o programa de fato prepara para o mercado de trabalho ou n o ele disse Eu acho que prepara Mesmo sendo superficial Sinceramente tamb m porque eu n o me importo com isso porque eu n o vou pelo livro Eu me guio mas os meus slides j est o prontos Minha aula outra hist ria outra coisa Mas depois titubeou Que dizer ele j est preparado porque j vem do mercado de trabalho normalmente 181 Mas a grande observa o de Tiago foi sobre a constru o do aprendizado desses alunos Ela tem um car ter coletivo e pr tico Esse profissional vem com experi ncia Eles trocam experi ncia entre si Isso important ssimo no programa eu acho que foi a melhor parte A gente n o est dando aula pra leigos A gente est dando aula pra gente que j tem forma o e que s vezes est esquecida principalmente a parte te rica E essa troca de experi ncias muito boa Trocam informa es entre eles e acaba que se atualizam Ao ser qu
113. a es dentro da ind stria Ele tamb m desfaz a associa o entre qualifica o e habilidade pois esta ltima tem um car ter comportamental e muda com o passar dos anos O indiv duo h bil aquele que sabe agir em um caso dado para obter um efeito preciso NAVILLE 1956 apud TARTUCE 2002 p 160 Qualifica o ou simplesmente qualidade deriva da raiz qualis qual isto determinado preciso Habilidade ao contr rio tem sua raiz em habere ter segurar da dizer se habilis apto a e manej vel NAVILLE 1956 apud CASTIONI ibid p 113 Em terceiro lugar ele esclarece que qualifica o n o especializa o pois depende do que ser necess rio para fazer uma tarefa Se um oper rio precisa dispor de um conhecimento acumulado em longos per odos de aprendizagem em uma rea espec fica esta ser uma tarefa especializada que requer uma alta qualifica o Se por outro lado a tarefa se resumir a gestos simples para operar uma m quina especializada este trabalho ser pouco qualificado Por considerar o contexto socioecon mico Naville rejeitou defini es mais simples de qualifica o Naquele momento o termo referia se capacidade de executar um processo de trabalho determinado NAVILLE 1956 apud TARTUCE 2002 p 161 numa jun o de fatores t cnicos e individuais Para ele a qualifica o n o pode jamais ser apreendida nela mesma Ela se apresenta sempre como uma rela o e
114. a atividade fabril se dava apenas em alguns postos de trabalho permanecendo uma grande maioria ocupada em atribui es pouco ou n o qualificadas Surge da a no o de polariza o da qualifica o TARTUCE ibid Castioni Ibid por seu turno tamb m aponta que a tentativa de reagrupar as tarefas seccionadas pelo taylorismo atrav s das m quinas teria como fim uma nova divis o do trabalho Pierre Naville de uma gera o posterior a Friedmann e trabalharam juntos no Tratado de Sociologia do Trabalho Foi um profundo conhecedor de Marx e o utilizou como base e m todo para a an lise da sociedade Estudando aptid es para o trabalho ele foi buscar em Marx o entendimento das classes sociais para embasar a tese segundo a qual as classifica es profissionais n o s o uma coisa dada mas algo resultante da estrutura social e econ mica ALALUF ibid TARTUCE ibid A hierarquia de qualifica o do trabalho sempre ent o mesclada a uma hierarquia social de fun es NAVILLE 1956 apud CASTIONI ibid p 113 Por esta causa ele n o constr i uma generaliza o sobre qualifica o pois esta ir variar conforme o setor fabril o pa s a poca e o momento econ mico Em alguns momentos certas categorias profissionais surgir o enquanto outras perder o sua relev ncia ALALUF ibid TARTUCE ibid O estado de desenvolvimento das for as produtivas tamb m influenciar as formas de qualifica o e de aquisi o das mesm
115. a o Ao acionar o mecanismo para descer o barco um dos cabos ficou preso e outro n o aguentou o peso 37 trabalhadores morreram em fun o da queda ou por afogamento Na madrugada de 18 de janeiro de 2000 cerca de 1 3 milh es de litros de leo cru vazaram da Refinaria Duque de Caxias para a Ba a de Guanabara e atingiu uma faixa superior a 50 km do manguezal da rea de Prote o Ambiental APA de Guapimirim 9 Seis meses depois no dia 16 de julho outro vazamento de cerca de 4 milh es de litros de leo provenientes da Refinaria Presidente Get lio Vargas em Arauc ria no Paran atingiu o Rio Igua u Em 15 de mar o de 2001 duas explos es ocorrem durante a noite na plataforma P 36 que se encontrava no campo de Roncador na Bacia de Campos no Rio de Janeiro Havia 175 trabalhadores no local e 11 faleceram Cinco dias depois a plataforma afunda com cerca de 1 500 toneladas de leo a bordo Sua altura equivalia a um pr dio de 40 andares e era at ent o a maior plataforma semissubmers vel do mundo Em 20 de julho de 2003 o jornal O Globo do Rio de Janeiro publicou uma reportagem intitulada A terceiriza o que mata que mostrou sociedade fluminense e brasileira as diferen as existentes entre as duas categorias de trabalhadores na Petrobr s manifesta inclusive nas mortes por acidentes de trabalho Enquanto a m dia de bitos entre 1995 e 2002 era de 5 1 entre os funcion rios da Petrobr s ela subia para 16 37 entre os t
116. a para o trabalho atrav s de v rias leis e decretos entre 1813 e 1914 iniciando com a proibi o de trabalho de crian as menores de dez anos em minas e chegando ao in cio do s culo XX com 26 proibi o total do trabalho para menores de 14 anos Marx 2008 por sua vez mostra que na Gr Bretanha apesar da legisla o vigente para coibir o trabalho infantil em meados do s culo 19 cerca de 2000 meninos eram vendidos por m s para realizarem o trabalho de limpeza de chamin s Com o crescente car ter p blico que a educa o infantil e dos trabalhadores assumiu ela passou a ser uma fun o estatal que se desenvolveu ao longo do s culo XIX ao mesmo tempo em que passou a ser associada mais ao ambiente escolar do que fabril O Estado encarregou se da subven o regulamenta o e organiza o do ensino propiciando a cria o de tipos diferentes de escolas direcionadas aos diversos p blicos de acordo com o grau pr vio de instru o e a complexidade da tarefa Na mesma B lgica da progressiva proibi o do trabalho infantil algumas crises levaram cria o de diversos outros tipos de escolas Com a crise do setor t xtil em meados do s culo XIX foram criadas oficinas de aprendizagem ligadas e subvencionadas por este setor Outra crise no setor de pesca levou cria o das Escolas profissionais de Pesca Houve ainda as Escolas de Artes Dom sticas e as Escolas Industriais com aulas aos domingos para alunos com mais de 1
117. a apenas nas m os do sindicato ROM O ibid Cerqueira Filho Ibid caracteriza o per odo de 1981 a 1997 como aquele onde o discurso desp tico se mescla com o discurso hegem nico Em nome da competitividade os inimigos passam a ser outras empresas e por esta raz o ger ncias e trabalhadores deveriam se unir ao mesmo tempo em que negavam o conflito capital trabalho Ao inv s da cega disciplina exigiu se a pr atividade e a coopera o H uma submiss o disciplina fabril agora pelo envolvimento na identifica o e solu o de problemas da empresa Como s mbolo da suposta supera o do conflito entre capital trabalho um misticismo oriental tomou conta das empresas em especial dos setores de recursos humanos traduzidos nos conceitos de holismo harmonia complementaridade com o pr ximo e o todo que poderia ser melhor compreendido atrav s de pr ticas como a Yoga a medita o e o relaxamento O resultado seria criar uma nova maneira de aceitar a domina o de maneira tranquila e ordenada Na pr tica tudo significou mais uma tarefa para os trabalhadores sob imposi o das ger ncias que apesar disso buscavam passar a imagem de uma nova empresa em surgimento CERQUEIRA FILHO 2000 89 3 2 AS MUDAN AS A PARTIR DA D CADA DE 90 Como os BSs e os CCQs sofreram resist ncia aberta dos funcion rios a empresa se voltou para outros programas Nos anos de 1990 inicia se a ado o da Gest o da Qualidade Total GQT e quejand
118. a as empresas que adotarem este modelo haver segundo a Petrobr s a conquista de clientes d al m mar e o aumento da exporta o de produtos A segunda o desenvolvimento tecnol gico Ela pretende comprar produtos e servi os no Brasil na ordem de US 142 2 bilh es no mesmo quadri nio e prev que este montante seja respons vel pela gera o de 1 5 milh o de novos empregos sendo 380 000 na Petrobr s 542 000 nas empresas fornecedoras e 534 000 na sociedade como um todo ocasionado pelo aumento do consumo proporcionado pela renda dos empregados A companhia estima que os novos empreendimentos tenham 67 de conte do local e chegue a 70 na constru o de navios A demanda por profissionais qualificados estimada em 207 000 pessoas at 2013 em especial no setor naval PETROBR S 2010 p 1 10 14 15 e 37 As cifras de empregos gerados contribuem para a cria o de uma imagem positiva da Petrobr s Entretanto as ferramentas para obten o destes n meros n o s o detalhadas e nem 2 Isto n o significa necessariamente a abertura de concurso para contrata o de 380 000 novos funcion rios j que o entendimento de emprego direto e indireto diferente para a Petrobr s Se algu m estiver prestando um servi o na empresa diretamente na planta industrial ou com a atividade fim da empresa mesmo sendo um terceirizado ele considerado como um empregado direto Ou seja este n mero inclui funcion rios concursados e terceiri
119. a de prote o o aux lio desemprego e introduzir o chamado mini emprego empregos de meio per odo onde h mais mulheres al m de aumentar a terceiriza o De 2003 quando a lei entrou em vigor a 2009 o n mero de terceirizados triplicou chegado a 750 000 trabalhadores Ferr 2007 nos traz o depoimento do dirigente da Uni o Sindical Multiprofissional na Fran a Em 1988 o estaleiro da Alstom conhecido como Chantiers de l Atlantique implantou um estrat gia para reduzir o custo de montagem dos navios em 30 A Alstom terceiriza a montagem dos navios com um conjunto de 600 a 650 empresas que empregam entre 70 e 80 dos trabalhadores envolvidos nesta atividade geralmente com contratos prec rios num modelo ocorram sem problemas e de maneira adequada Informa es obtidas atrav s do site lt http www jitco or jp gt Acesso em 05 nov 2012 s 11 10 14 http www toyoland com toyota plants html gt Acesso em 31 ago 2012 s 15 29 69 que fragiliza o coletivo dos trabalhadores No final de 2001 atrav s da intercepta o de um documento interno da empresa descobriu se uma estrat gia denominada montagem ex tica cujo objetivo era atrair para o estaleiro trabalhadores estrangeiros de pa ses de baixo custo de m o de obra As condi es de trabalho revelaram se inaceit veis Portugueses trabalhavam at 55 horas semanais dormindo em colch es no ch o e sem chuveiros quentes Em outros casos faltam
120. a de servi os n o s o totalmente especializadas detentoras de tecnologia pr pria e moderna A maior parte tecnol gica operacional ou administrativa s o adquiridas ap s a contratada tornar se vencedora da licita o ou repassada pela Petrobr s MORETO 2000 apud GODINHO 2010 p 111 A Halliburton fundada em 1919 e presente em mais de 70 pa ses foi presidida pelo ex vice presidente estadunidense Dick Cheyney e foi uma das grandes benefici rias da guerra ao terror que o ex presidente George Bush Jr levou a cabo no Iraque Empresa surgida na Fran a em 1926 e hoje com sede nos Estados Unidos que presta servi os de aquisi o e processamento s smico prospec o perfura o e manuten o de po os de petr leo dentre outras atividades 103 Ferreira 1997 apud ARA JO ibid por outro lado diz que a vis o financeira e empresarial dominantes na empresa v os trabalhadores como um fator de custo que deve ser diminu do como qualquer outro e fontes de erros e problemas que devem ser restringidos ao m ximo Esta redu o de custos entretanto n o se concretiza totalmente Segundo o Dieese 2011 a Petrobr s foi autuada em 383 3 milh es em 2010 por evas o fiscal previd ncia por causa das empresas terceirizadas Desde outubro de 2000 a Petrobr s adotou um novo modelo organizacional que dividiu a empresa em reas de neg cio Explora o e Produ o Abastecimento G s e Energia Internacional
121. a de vagas no ensino superior brasileiro principalmente privado percebemos que neste espa o que estes jovens buscam nutrir a esperan a de uma melhor coloca o no mercado de trabalho No entanto mesmo cursando uma faculdade e o Prominp a maior parte continuava desempregada Por m o dado mais revelador do question rio aplicado foi a situa o que eles se encontraram ap s a finaliza o do curso demonstrado na tabela abaixo 169 Tabela 11 Situa o profissional dos egressos ao final do curso a EM RELA O OP ES QUANTIDADE AO TOTAL Conseguiu um emprego na rea de petr leo e g s POR CAUSA 0 0 0 DO PROMINP E a Conseguiu um emprego na rea de petr leo e g s MAS POR 2 10 5 OUTROS MOTIVOS HR Conseguiu um emprego na rea industrial 3 15 8 Conseguiu um emprego no com rcio 0 0 0 Conseguiu um emprego no setor de servi os 0 0 0 Continuou trabalhando onde estava 7 36 8 Continuou desempregado 7 36 8 TOTAL 19 100 0 Fonte Elabora o pr pria com base nos resultados dos question rios enviados aos egressos atrav s da ferramenta Survey Monkey Se a Teoria do Capital Humano e sua descendente dileta a pedagogia das compet ncias e habilidades bem com a Petrobr s querem nos fazer crer que h uma rela o direta entre qualifica o e emprego isto n o se concretiza O Prominp n o foi a causa para nenhum destes egressos conseguirem empregos na rea de petr leo e g s
122. a mais est vel Para os demais trabalhos desregulamentados prec rios e deficientes na representa o sindical Ara jo 2001 sintetiza em tr s grupos as posi es sobre a terceiriza o No primeiro situa se a posi o gerencial para quem a terceiriza o est vinculada sobreviv ncia das empresas expressa nos fatores qualidade competitividade e produtividade Atrav s dela seria poss vel a empresa focar nas suas compet ncias e repassar a outras empresas igualmente especializadas atividades secund rias FARIA 1994 apud ARA JO ibid Para a posi o dos trabalhadores o DIEESE 1994 apud ARA JO ibid mostra dois tipos de terceiriza o uma reestruturante resultado de mudan as tecnol gicas e organizacionais e uma predat ria que o principal tipo existente no pa s e que tem contribu do para aumentar a precariza o do trabalho e a exclus o social Estabelece se uma associa o entre terceiriza o e 59 precariza o porque a primeira contribui para reduzir empregos est veis e aumentar o n mero de empregos tempor rios e informais Al m disso os n veis salariais e os benef cios sociais s o menores as condi es de seguran a do trabalho diminuem n o h pol ticas de requalifica o e a representa o sindical d bil No mbito jur dico h uma divis o entre os chamados conservadores que s o mais inflex veis na interpreta o da lei e os liberais que defendem uma flexibiliza o na legisla
123. a possibilitou a redu o de 30 do quadro efetivo Como resultado a nfase ambiental tem servido para aprofundar os princ pios apregoados pela GQT CERQUEIRA FILHO ibid Fora dos port es das refinarias e longe das plataformas em alto mar a resist ncia dos trabalhadores acossada abriu o caminho para a quebra do monop lio do petr leo materializada atrav s da Lei 9 478 de 6 de agosto de 1997 Para o Congresso Nacional a Presid ncia assegurou que n o iria privatizar a Petrobr s Entretanto ele abriu a possibilidade da empresa criar subsidi rias em setores espec ficos como refino distribui o transporte etc que poderiam se 93 associar com empresas privadas ou simplesmente serem vendidas Todos os estudos sobre as jazidas brasileiras foram entregues a custos m dicos rec m criada Ag ncia Nacional de Petr leo que depois disponibilizou os mesmos a todos os grandes grupos privados que tinham interesse na explora o de petr leo no pa s LUCENA ibid Outro artif cio usado foi a altera o da Lei 2 004 de 1953 que criou a Petrobr s Nela o controle pela Uni o garantido pela posse de metade mais uma a o do capital total A nova lei substituiu o capital total pela express o capital votante possibilitando a venda de a es que alcan aram poca US 4 54 bilh es ou R 9 bilh es LUCENA Ibid Esta estrutura acion ria n o foi revertida no governo Lula Em dezembro de 2010 ou seja 13 anos ap s a promul
124. a toda a cadeia produtiva do setor petrol fero Com a edi o do Decreto 4 925 em 19 de dezembro de 2003 as diretrizes emanadas do Conselho Nacional de Pol tica Energ tica transformadas em preocupa es da Ag ncia Nacional de Petr leo e plano empresarial da Petrobr s se transformam em uma pol tica de governo 3 E amp P no jarg o dos engenheiros do setor 127 4 4 A JUSTIFICATIVA DO PROMINP COMO POL TICA INDUSTRIAL Considero que o Prominp procura demonstrar um car ter de pol tica industrial simbolizado no chamado conte do local que d justificativa para a exist ncia do programa O conte do local definido como a propor o entre o valor dos bens produzidos e dos servi os prestados no Pa s para execu o do contrato e o valor total dos bens utilizados e dos servi os prestados para esta finalidade BRASIL 2010a ou seja do montante de recursos que a empresa desembolsar para adquirir produtos e servi os para suas opera es parte dever ser adquirido no pa s num percentual estipulado pela ANP de acordo com a rodada de concess es de blocos Toda a fiscaliza o recai sobre a Ag ncia que publicou quatro resolu es em 2007 que disciplinam a execu o e fiscaliza o deste fator Embora seus princ pios j estivessem presentes em 2003 tanto na Resolu o n 8 do Conselho Nacional de Pol tica Energ tica quanto no esp rito do Decreto 4925 que criou o Prominp s dois anos depois houve a introd
125. a viv ncia ele aponta que os alunos apresentam um perfil diferente daquele apontado pelo Coordenador H poucos bolsistas muitos trabalhadores empregados ou com experi ncia e um estudante de curso de gradua o 183 No que se refere aos desempregados Andr por sua vez apontou a exist ncia de dois grupos O primeiro de pessoas que sa ram do emprego e estavam procurando algo com um sal rio melhor dentro da mesma rea e utilizaram o Prominp para conseguir isto e outro grupo que estava migrando de rea que nunca tinha trabalhado naquela rea espec fica do curso mas que esperava com ele conseguir melhor posi o no mercado de trabalho Em ambos os casos o professor n o conheceu ningu m que conseguiu uma coloca o Ao refletir sobre casos espec ficos de alunos Tiago trouxe exemplos de alunos que j est o empregados em grupos empresariais reconhecidos na cidade de Salvador como o Sagrada Fam lia hospitais J Mac do alimentos Braskem Odebrecht e construtora Tenda que inclusive demonstram bons conhecimentos sobre seguran a do trabalho O funcion rio do hospital chegou a informar que est pretendendo mudar de rea pois corre muita propaganda de que o cara com o Prominp na m o t empregado Eles t m isso em mente O professor disse que a rea de petr leo exerce um chamariz muito grande e quando argumentou se sobre o que exerceria esta atra o se sal rios ou condi es de trabalho afirmou Sa
126. abalhadores da f brica Hameen 8 pularam a janela 10 morreram carbonizados 5 morreram por inala o de gases t xicos e 6 por ferimentos no hospital e deixou 100 feridos sendo 36 em estado grave As portas estavam trancadas para evitar roubos de roupas durante a fuga As escadas dos bombeiros tamb m n o alcan avam os ltimos andares do pr dio Eles trabalhavam sete dias por semana com jornadas de 12 a 14 horas por dia e 8 horas na sexta feira Os operadores seniores recebiam 28 centavos de d lar por hora trabalhada Em julho do mesmo ano quando houve um protesto pedindo aumento para 35 centavos de d lar houve forte repress o As tentativas de cria o de um sindicato foram coibidas pela empresa em 2008 inclusive com a pris o da l der e demiss o de 19 ativistas Em Bangladesh o dono da empresa tamb m propriet rio de uma emissora de televis o notificou o caso como sabotagem A empresa fabrica roupas para a J C Penney GAP e outras empresas nos Estados Unidos KERNAGHAN 2011 Se para os trabalhadores a situa o de pen ria se ampliou para as empresas os ganhos revelaram se estratosf ricos Segundo o National Labor Committee 2003 2005 camisetas feitas na Am rica Central t m o custo de produ o de US 3 35 por m s o vendidas nos Estados Unidos por US 29 50 enquanto os trabalhadores recebem US 0 05 por roupa feita Para uma roupa da grife esportiva Reebook feita pela terceirizada Hansol na mesma regi o o custo uni
127. ade t cnica das determina es dos engenheiros e amea ando deixar a planta e suas eventuais anormalidades a cargo destes caso houvesse alguma amea a de interven o no seu trabalho Para al m do cotidiano fabril havia uma press o sobre a diretoria da empresa para a contrata o de novos t cnicos bem como a determina o do tempo de treinamento Estas press es tamb m se refletiam nos aumentos salariais e na pol tica de benef cios que a empresa distribu a j que ela sabia o grau de depend ncia que tinha dos seus t cnicos LUCENA ibid Neste momento de luta da categoria tamb m poss vel perceber que as rela es entre os trabalhadores tiveram um papel fundamental para moldar um tipo de trabalho qualificado pr ximo da concep o de Friedmann ou seja exercido por algu m que tem uma vis o do todo 115 Visando escapar desta depend ncia a Petrobr s investe fortemente contra o conhecimento e a resist ncia dos t cnicos Como j foi demonstrado para se apropriar deste conhecimento t cito dos petroleiros houve um investimento em t cnicas de gest o da qualidade total e busca de certifica es ISO onde todos os procedimentos operacionais deviam estar escritos em manuais para serem seguidos de maneira uniforme por todos os funcion rios envolvidos na opera o Constantes auditorias eram feitas para averiguar se estes procedimentos estavam sendo seguidos corretamente LUCENA ibid Nestes manuais constavam n o soment
128. ados v rios abusos aconteciam O intervalo de almo o por exemplo restringia se h apenas uma hora e devido s filas muitos retornavam atrasados a seus postos de trabalho e sofriam descontos nos sal rios Com isto 86 inaugurou se uma pr tica de alimentar se junto m quina e se copiou outra pr tica dos campos de produ o comer no pr prio capacete Tamb m era comum o apito da f brica soar a noite convocando os trabalhadores para uma emerg ncia Com isto era quase inevit vel o trabalho compuls rio al m de que o mesmo entrava como crit rio de avalia o dos funcion rios A seguran a interna tamb m revistava os alojamentos em busca de armas e produto de roubos A falta de seguran a no trabalho tamb m era constante e em 1951 j sob a vig ncia da Petrobr s a empresa admitia que mais de 10 do quadro j tinha sofrido acidentes de trabalho naquele ano sendo v rios graves Apesar dos direitos garantidos pela CLT durante a vig ncia do CNP h relatos de demiss es apenas por implica es da chefia com determinado funcion rio sonega o do direito de f rias do descanso semanal remunerado etc OLIVEIRA JR ibid Com o passar do tempo os trabalhadores conquistaram melhorias no transporte na assist ncia m dica e outros benef cios o que levou os empres rios locais a dizerem que o sal rio dos petroleiros estava inviabilizando a ind stria local j que se tornava um par metro para os demais V rios direitos
129. al 002 2008 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos P blicos nos Cursos de Qualifica o Profissional de N veis B sico M dio e T cnico de N vel M dio Superior e Inspetores S I 2008 RAMOS M N A educa o profissional pela pedagogia das compet ncias e a superf cie dos documentos oficiais Educa o e Sociedade Campinas CEDES Centro de Estudos Educa o e Sociedade da Universidade Estadual de Campinas v 23 n 80 2002 REFAP Refinaria Alberto Pasquali Perfil Institucional Dispon vel em lt http www refap com br refap perfil asp gt Acesso em 22 jun 2011 ROM O FL A greve do fim do mundo Petroleiros 1995 a express o fenom nica da crise fordista no Brasil 2006 504 p Tese Doutorado em Sociologia Instituto de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Estadual de Campinas 2006 217 ROM O FL L O pr sal a Petrobr s e o Brasil Jornal da Cidade Aracaju 17 ago 2008 Dispon vel em lt http www jornaldacidade net 2008 noticia php id 11296 gt Acesso em 13 jul 2011 ROMERO M F A Ind stria de Petr leo no Brasil Revista Brasileira de Tecnologia e Neg cios de Petr leo G s Petroqu mica Qu mica Fina e Biocombust veis Rio de Janeiro p 18 21 jul ago 2010 ROMERO M F MIGUEZ R Ind stria Naval Brasileira Revista Brasileira de Tecnologia e Neg cios de Petr leo G s Petroqu mica Qu mica Fina e Biocombust veis Rio de Janeiro Jul ago 2010 p 50 57 RUMM
130. alho na administra o p blica desde que o rg o esteja dentro da lei ALVAREZ 2011b Por outro lado os nicos que n o colhem o resultado do seu trabalho s o os trabalhadores Conforme o Dieese CUT Ibid quando o crit rio na licita o o menor pre o isto se d invariavelmente custa da intensifica o do trabalho e do afrouxamento de regras de prote o aos trabalhadores Apesar do volume repassado pela Uni o para o pagamento das empresas terceirizadas Bonfati e Caprioli 2011 mostram que mesmo na Esplanada dos Minist rios muitas delas fecham n o recolhem os encargos trabalhistas e atrasam sal rios Para piorar a situa o em novembro de 2010 o Supremo Tribunal Federal STF editou a A o Declarat ria de Constitucionalidade n 5 que desobriga a Uni o Estados e Munic pios a arcarem com os custos trabalhistas n o pagos por empresas terceirizadas As dimens es da terceiriza o na Administra o P blica Federal s o dif ceis de serem auferidas j que segundo Alvarez Ibid as empresas terceirizadas n o fornecem listas e o Tribunal de Contas da Uni o tem uma estimativa de 18 000 contrata es irregulares Entretanto a partir de dados coletados nos Balan os Sociais de algumas empresas estatais na Comiss o de 19 Trabalho Administra o e Servi o P blico da C mara dos Deputados e no Sistema Integrado de Administra o de Recursos Humanos SIAPE podemos chegar ao seguinte quadro Tabela
131. alifica o entre os anos de 2006 e 2009 no Prominp 9 Por que a qualifica o foi dirigida aos terceirizados Qual o lugar dos terceirizados neste programa 10 O que voc s entendem por Capacita o Industrial Capacita o Tecnol gica e Qualifica o Profissional Como estas tr s coisas se unem no eixo Capacita o 11 Porque a escolha inicial da ABEMI para gerir este programa de qualifica o 12 13 14 15 16 17 18 228 Qual o percentual de recursos da qualifica o provenientes da Petrobr s do FAT e do Minist rio da Ci ncia de Tecnologia Como se deu a escolha das Institui es de Refer ncia e das Institui es Executoras Como se deu a concep o pedag gica dos cursos Depois de um tempo o site do Prominp foi reformulado e apareceram novos programas de qualifica o a saber Forma o de Oficiais da Marinha Mercante a Equival ncia de Estudos por Experi ncia Profissional os cursos Planseq da Constru o Civil O que levou a cria o de novos programas Como feita a avalia o do Prominp e seus resultados J foram feitas avalia es Quais os principais resultados O que voc considera como qualifica o A qualifica o uma forma de resolver os problemas que a terceiriza o tem causado na Petrobr s a exemplo dos acidentes de trabalho 229 ANEXO G Question rio aplicado aos egressos Perfil estudantes Prominp 1 Em que ano voc fez seu curso
132. alifica o e o processo de terceiriza o e precariza o das condi es de trabalho que passa o setor 6 Quais os interesses de classe prevalecentes na constru o do programa 7 Em que o treinamento dos funcion rios terceirizados da Petrobr s se diferencia do treinamento recebido pelos funcion rios do quadro da empresa Como recorte para a realiza o da pesquisa resumimos as quest es a serem pesquisadas aos seguintes pontos 1 Problema Central qual qualifica o profissional oferecida no Prominp e para quais trabalhadores 2 Hip tese A qualifica o profissional oferecida pelo Prominp est em sintonia com a pol tica de terceiriza o da Petrobr s e objetiva justific la 3 Objetivo investigar a Pol tica de Qualifica o Profissional para os Trabalhadores do Setor Petrol fero no mbito do Prominp procurando entender o contexto em que est inserido este programa quais os fundamentos te ricos que embasam esta qualifica o profissional e quais as rela es com o processo de terceiriza o por que passa o setor Metodologia e limites da pesquisa Este trabalho um estudo de caso que empregou uma metodologia qualitativa e fez uso das seguintes t cnicas de coleta de dados 1 Question rios enviados para o correio eletr nico dos egressos atrav s da ferramenta on line Survey Monkey 2 Entrevistas semi estruturadas 3 An lise de documentos do Prominp 4 An lise de documentos legisla o re
133. alores que variam com os cargos a serem certificados e com o local onde s o feitas as provas Foram estipulados entre R 140 00 e R 1 000 00 Da mesma forma que a FBTS os certificados t m prazo de validade Os trabalhadores n o recebem nenhuma ajuda de custo para se submeterem s provas Entretanto a Petrobr s exige de muitas terceirizadas que contratem funcion rios que tenham se submetido a esta ind stria de certificados 5 4 O TERCEIRO CICLO Se o Prominp consegue fazer um alarde de suas a es nas duas fases anteriores no momento da inser o destes profissionais no mercado de trabalho a ostenta o diminui O programa criou um banco de curr culos dos profissionais qualificados que segundo eles tamb m conta com 1 500 empresas cadastradas Tamb m somos informados que pelos dados colhidos no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CAGED do MTE 81 daqueles que foram lt http www abendi org br certific profissional cal 2011 php w 1680 amp h 1050 gt Acesso em 02 ago 2011 gt lt http w ww fbts com br gt Acesso em 02 ago 2011 gt lt http www abraco org br site conteudo valores taxas gt Acesso em 02 ago 2011 7 lt http www abraman org br index php option com content amp view article amp id 476 3 Avalores para inscricao no pnqc amp catid 529 3 Apnqc amp lItemid 81 gt Acesso em 02 ago 2011 157 qualificados encontram se inseridos no mercado de trabalho formal N o s o for
134. amente vis veis nos v rios lugares do planeta quer em pa ses do primeiro ou terceiro mundo aumentando ainda mais o fosso existente entre ricos e pobres Nestes dois pontos fica mais evidenciada a luta capital x trabalho com grandes perdas para o segundo 81 Como a terceiriza o alcan ou uma grande dimens o dada a grande mobilidade que o capital adquiriu sua conceitua o pode n o abarcar todas as suas facetas Entend la apenas como externaliza o oculta a evid ncia de que algumas atividades s o feitas dentro das instala es da pr pria empresa por outras empresas subcontratadas como o caso da pr pria Petrobr s traduzindo se numa terceiriza o que acontece internamente Restringi la ao campo das atividades perif ricas esconde o fato de que atividades essenciais tamb m t m sido terceirizadas a exemplo da produ o de roupas e eletr nicos No caso da Petrobr s como ser visto adiante at uma atividade crucial que o servi o geol gico para a prospec o de novos po os encontra se envolta na terceiriza o Outra problema admitir que a subcontrata o algo inevit vel e tent la subdividi l nos modelos reestruturantes e portanto necess rios e predat ria que precisa ser combatida ou no famoso crit rio governamental de atividades fins e atividades meio Nestes casos o rem dio seria regulamentar a terceiriza o de forma que ela perdesse o seu car ter devastador Boa parte dos embates que a P
135. amp G Conseil national du patronat fran ais Conselho Nacional de Pol tica Energ tica Instituto Alberto Luiz Coimbra de P s gradua o e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro Fundo Setorial do Petr leo e G s Natural Central nica dos Trabalhadores Comiss o de Valores Mobili rios Di logo Di rio de Seguran a Departamento Intersindical de Estat stica e Estudos Socioecon micos Engenharia e Produ o Eletronics Manufacturigs Services Engineering Procurement and Construction Equipamentos de Prote o Individual Escola T cnica Federal da Bahia Funda o Brasileira de Tecnologia da Soldagem Fundo de Garantia por Tempo de Servi o Fernando Henrique Cardoso Fundo Monet rio Internacional Floating Production Storage and Offloading System Frota Nacional de Petroleiros Federa o nica dos Petroleiros Fundo de Amparo ao Trabalhador G s e Energia e Transporte Dutovi rio Gest o da Qualidade Total Gerenciamento de Desempenho Pessoal Human Immunodeficiency Virus Instituto Brasileiro de An lises Sociais e Econ micas Instituto Brasileiro do Petr leo G s e Biocombust veis Instituto de Organiza o Racional do Trabalho Instituto Federal da Bahia Ind stria de Petr leo e G s INEP INFBS INSS IPEA IQT ISO LDO LOA MA MARE MCT MDS MEC MEDEF MPT MTE NAFTA NAI NCVQ OIT ONG ONIP ONU OPEP OSCIP PBQP PEA PEMEX P amp D P amp G PIPMO Instituto Nacional de
136. ando questionado se conhece algu m que se empregou ele mostrou que n o conhece e procurou se inteirar na pr pria escola N o e eu fiz essa pesquisa quando eu cheguei l Eu procurei saber n das turmas que j tinham passado por l procurei saber eu eu questionava muito os professores sabe Eu perguntava E a professor quem voc conhece assim que tem algum colega meu num sei o que s vezes eu perguntava assim tal Os professores assim eu via que eles ficavam tipo olhando pro c u como quem diz assim P a gente t formando gente aqui mas as oportunidades n o est o aparecendo n o As causas do insucesso todavia s o direcionadas a outros fatores 194 Ent o eu vi assim que na minha idade o mercado tava fechado pra mim Se esse tempo esse tempo que voc t l dentro se fosse realmente bem utilizado eu acredito que um cara que estudou l dentro ele se daria bem As disciplinas te ricas n o me ajudaram em nada Seus objetivos s o outros Hoje o meu neg cio concurso Filipe chegou a alimentar outros sonhos Na poca eu lembro que tava crescendo bastante como at hoje t na verdade o setor de petr leo e g s e um pouco antes de entrar eu vi realmente vislumbrar uma oportunidade de trabalhar numa multinacional ou algo similar e que era uma rea altamente rent vel n pelo fato do crescimento Eu acho que o principal interesse era justamente ess
137. anto a fun o do engenheiro dentro da empresa passa a ser de implantador executor e supervisor de projetos fazendo o semelhante a um operador LUCENA ibid Para Rom o Ibid a velocidade de implanta o desse processo de automa o foi maior do que a capacidade dos t cnicos em absorver a nova tecnologia resultando dentre outras coisas num descuidado com a manuten o dos equipamentos em campo Embora a Petrobr s deste momento estivesse sob o manto da qualidade total de origem japonesa e car ter flex vel o processo de apropria o do saber oper rio d se num car ter fortemente taylorista ROM O ibid Se o petroleiro anterior a este per odo tinha conquistado uma vis o do todo dentro da opera o petroqu mica a expropria o deste conhecimento socialmente constru do e acumulado ao longo dos anos e a posterior automa o nos remetem tese de Braverman Progressivamente os trabalhadores s o desqualificados seu conhecimento transmitido s m quinas e seu trabalho perde sentido O n mero de t cnicos cai ao longo dos anos As constantes aposentadorias e demiss es volunt rias enfraquecem o quadro destes operadores antigos fazendo com que os novos tenham poucas refer ncias de como era o trabalho antes do advento da automa o e tamb m como se dava a constru o das lutas sociais da categoria Nos anos de 1970 cerca de 14 operadores eram necess rios para um turno em uma unidade de processo Vinte anos depois o n m
138. aquele ano o que demonstra que os autores foram parcimoniosos ao numerar as subcontratadas De qualquer forma o foco do Prominp s o todas as empresas que se encontram a partir do terceiro n vel Isto significa que o modelo de gest o adotado a partir da d cada de 90 que tem entre seus pilares uma forte terceiriza o continua com todo vigor O lan amento do Prominp aconteceu em 19 de dezembro de 2003 no estaleiro BrasFELS em Angra dos Reis no estado do Rio de Janeiro que ganhou a licita o para a constru o da plataforma P 52 justamente uma das que foram alvo das cr ticas do ent o candidato a presid ncia de que seria entregue a fornecedores internacionais Esta plataforma tamb m tem um grande valor simb lico pois substituiu a plataforma P 36 que afundou na Bacia de Campos em 2001 num dos maiores acidentes da empresa como ser visto adiante Esta teve sua constru o iniciada na It lia e foi conclu da no Canad Sua substituta carrega a imagem de ser um empreendimento nacional 4 3 A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO PROMINP Na constitui o do programa percebe se que os empres rios estavam aglutinados em torno de interesses para n o serem prejudicados como no governo Fernando Henrique Cardoso Embora a coordena o tenha reca do sobre o Minist rio das Minas e Energia o programa foi constitu do por tr s comit s com atribui es diferentes O Comit Diretivo que fundamentalmente tem o papel de definir estrat gias g
139. ar artif cios para n o deixar transparecer as reais inten es da petroleira sob o manto do discurso da Responsabilidade Social que a subcontrata o ser agora justificada A empresa n o fala sobre acidentes de trabalho mortes precariza o contratos leoninos e outras pr ticas execr veis A terceiriza o gerar empregos renda promover o bem estar social a capacita o e a valoriza o do trabalhador e principalmente refor ar sua imagem Como j foi mostrado no cap tulo 2 este discurso n o se sustenta Estes empregos existiriam de qualquer forma pois s o necess rios atividade petroleira A carga de trabalho e os sal rios destes trabalhadores s o menores e portanto a renda gerada menor do que se a contrata o fosse feita diretamente A bandeira do bem estar social e da valoriza o fazem refer ncia a uma luta que pertencia aos trabalhadores conforme nos apontou Cerqueira Filho Ibid e foi apropriada pela Petrobr s para refor ar os princ pios da Qualidade Total Afirmo que neste ponto h uma pequena diferen a Isto n o se dar apenas no mbito da Petrobr s mas toda a cadeia produtiva do petr leo dever estar afinada com a novil ngua emanada do Grande Irm o Os dois elementos restantes a qualifica o em conjunto com a constru o de uma imagem positiva ser o esclarecidos a partir do pr ximo cap tulo 146 CAP TULO V A Qualifica o Profissional no Prominp Ap s a contextuali
140. ar em terceirizada mas claro que voc sempre acredita que se voc t num curso organizado pela Petrobr s poder aparecer oportunidades de voc trabalhar Oriundos de trajet rias diferentes em situa es quase sempre prec rias de exist ncia nutrindo esperan as similares estes alunos s o agrupados em uma sala de aula por per odos de tr s a quatro meses com aulas de professores que tamb m possuem trajet rias did ticas e interesses diversos para assimilarem o pacote did tico unificado nacionalmente pelo Prominp com preparo previamente terceirizado atrav s das institui es de ensino tecnol gico do pa s para assimilarem o conte do que a priori os conduzir ao nirvana do bom emprego na rea petrol fera Nesta hora novas converg ncias e diverg ncias aparecem Para Filipe que veio da rea de inform tica o material did tico pode ser classificado como bom Quanto aos professores algum despreparo foi percebido alternava muito entre bons professores e alguns que tavam como dizer assim pra completar a carga hor ria tavam ali pra passar um assunto mas simplesmente passar n ele coloca ali pra voc voc assimila da sua forma Pelo que eu percebi era que alguns n o se sentiam confort veis passando determinados assuntos Tavam vamos dizer ali talvez pra quebrar galho Tinha uns que demonstravam tal dom nio at por experi ncia pr pria por viv ncia tamb m Pedro por
141. ariado desse setor Outra similaridade refere se cadeia de subcontrata o da Petrobr s que reproduzida neste programa de qualifica o Ela terceirizou a coordena o do Prominp com a ABEMI por crit rios que n o ficam muito claros que por sua vez subcontratou a execu o dos cursos com as escolas A Petrobr s poderia ter feito o contato direto com as escolas sem a intermedia o desta associa o mas segundo Maria Nosso relacionamento era basicamente com a ABEMI O Prominp tem um diretor executivo que funcion rio de carreira da Petrobr s mas o relacionamento das executoras e estruturadoras era basicamente com a ABEMI atualmente com a ABIMAQ A composi o interna da ABEMI tamb m revela tra os semelhantes ao encontrado em muitas empresas terceirizadas 174 Muitos funcion rios da ABEMI que trabalhavam com e para o Prominp s o petroleiros aposentados Grande parte Pelo menos os que eu tinha mais contato Al m da ABEMI outra empresa aparece outros eram funcion rios da Accenture que uma consultoria se n o me engano A Accenture chamava se Andersen Consulting at 2001 Embora eles neguem a mudan a de nome est associada para alguns ao envolvimento da ent o consultoria num grande esc ndalo financeiro ocorrido nos Estados Unidos a empresa de energia Enron N o consta entre suas reas de atua o educa o ou qualifica o profissional Al m dos problemas relacionados
142. as as rela es entre a parcela qualificada ou n o qualificada da classe trabalhadora e os crit rios sociais de qualidade e qualifica o do trabalho NAVILLE 1956 apud CASTIONI ibid Por fim todas as atividades humanas inclusive aquelas de n o trabalho caem num momento qualquer no dom nio da avalia o econ mica e Este livro uma obra cl ssica da Sociologia que d origem disciplina Sociologia do Trabalho na Fran a 30 pelo rigorosismo profissional na qualidade de produ o NAVILLE 1956 apud CASTIONL ibid p 114 Por esta abordagem Naville considerado como criador da corrente relativista da qualifica o em oposi o corrente essencialista ou substancialista de Georges Friedmann Esta considera primeiro as tarefas para depois definir as atribui es dos trabalhadores e d pouca nfase s rela es sociais ao redor do trabalho ALALUF ibid TARTUCE ibid Tartuce Ibid aponta que Naville teve maior rigor te rico do que Friedmann Isto pode ser exemplificado pelo fato de que embora sua concep o fosse relativista ele se preocupou em definir qualifica o e estabelecer a diferen a entre conceitos muito pr ximos Tartuce ibid faz um percurso pela obra de Naville para nos mostrar isto Inicialmente n o se pode associar qualifica o qualidade no sentido de trabalho bem feito como faz o senso comum Se esta fosse a melhor defini o n o haveria uma hierarquia de qualific
143. as d oportunidades Entra em cena a Teoria do Capital Humano que fornece excelentes justificativas para livrar a empresa da culpa manter e consolidar a terceiriza o a empresa forneceu a todo esse universo de pessoas a oportunidade de se qualificarem e com isto todos est o aptos a se inserirem no competitivo mercado de trabalho mesmo que n o seja na rea de petr leo e g s j que todos possuem um diferencial de um curso feito com o selo Petrobr s Mesmo que as pessoas consigam empregos por motivos dos mais diversos como a aprova o num concurso p blico nada garante que para a manuten o da imagem da petroleira os cursos do Prominp n o sejam usados como o diferencial que permitiu a esse profissional galgar posi es A petroleira por fim torna se uma grande vencedora deste embate como nos mostra o professor Tiago imagem porque a o Prominp Petrobr s Essa imagem que passada As pessoas pensam poxa a Petrobr s uma empresa de excel ncia Ela tanto qualifica dentro dela como fora pra quem n o tem condi o pra quem n o pode pagar pra quem n o passou no concurso dela O que a Petrobr s e este cuidado com a imagem n o revelam que esses empregos previstos tem prazo de dura o Se todos os progn sticos da empresa ocorrerem e se todos esses 202 egressos forem contratados haver um pico de demanda at 2013 e a partir de 2014 eles ser o gradativamente demitidos r
144. as e nos barcos especiais de apoio s plataformas Entre as entrevistas e a fiscaliza o decorreram apenas tr s dias ao passo que os engenheiros da empresa devem ser treinados por anos antes de realizarem o mesmo servi o A falta de transpar ncia quanto ao processo de terceiriza o na Petrobr s leva a dados conflitantes O Dieese 2006 apresentou uma rela o das reas terceirizadas da empresa em 2002 O ent o presidente da Petrobr s Jos S rgio Gabrielli em entrevista a Alvarez 2011e apresentou outras reas Ao confrontarmos os dois dados e agruparmos aqueles semelhantes constru mos o seguinte quadro DIEESE PETROBR S Alimenta o Alimenta o e Hotelaria Almoxarifado Movimenta o de cargas e Utilidades Servi os de apoio administrativo de qualquer natureza An lise Laboratorial Cimenta o e complementa o de po os Inform tica Tecnologia da Informa o Inspe o de Materiais Limpeza Predial Limpeza Manuten o manuten o predial mec nica caldeiraria soldagem el trica instrumenta o refrat rios isolantes t rmicos e inspe o de equipamentos Manuten o Manuten o Predial Inspe o de equipamentos Montagem e Constru o de projetos Obras e montagens amplia o e modifica o de instala es existentes e novas instala es Opera o de sondas Perfura o e perfilagem de po os Servi os m dic
145. associada Inglaterra e aos pa ses anglo sax nicos em outro pa s europeu a B lgica que Alaluf Ibid nos mostra as condi es que impulsionaram mudan as no sistema educacional Este pa s no s culo XIX o segundo a abrigar a Revolu o Industrial com a importa o e adapta o de t cnicas inglesas em especial nas reas de minera o t xtil e siderurgia Seguindo a tradi o que havia anteriormente a qualifica o era associada a um aprendizado no ambiente no trabalho Entretanto a desagrega o da popula o outrora rural e a adapta o ao t pico ambiente fabril hostil deste per odo mudam as condi es sociais Junto a estes dois fatores um terceiro se agrega e salta aos olhos o trabalho infantil Nesta poca a primeira comunh o estava associada entrada no mercado de trabalho Marx 2008 aponta na Inglaterra essa mesma condi o com crian as cumprindo jornadas de 12 horas por dia ou mais e alega es de que a redu o dessa carga de trabalho poderia lan las no cio e no v cio fazendo assim perderem a salva o de suas almas neste contexto que surgem os debates sobre forma o geral e profissional dos trabalhadores Eles giravam em torno de quest es sobre a idade m nima para o trabalho e quais ramos industriais apropriados ou n o ao trabalho infantil e traziam no seu bojo a quest o da educa o obrigat ria Alaluf Ibid prossegue mostrando que ocorreu a eleva o da idade m nim
146. avra toma uma dimens o mais central em seus textos sempre com o sentido de saber Friedmann deu um enfoque muito grande pesquisa emp rica em especial nos ambientes fabris Na sua constru o te rica ele manteve um enfoque no conceito marxista de aliena o e estabeleceu dois tipos de ambiente onde se desenvolveriam o trabalho o natural e o t cnico O primeiro caracter stico de pocas anteriores revolu o industrial e utiliza for as da natureza para a realiza o de movimentos mec nicos nas ferramentas de trabalho Sua base a agricultura e o artesanato Neste mundo id lico n o haveria aliena o pois o trabalho seria qualificado e propiciaria o desenvolvimento das potencialidades humanas A aliena o estaria associada qualidade do trabalho e aos saberes necess rios para sua consecu o ALALUF ibid TARTUCE ibid Em contraponto a este meio o meio t cnico t pico do per odo taylorista fordista que ele vivia teria a rela o homem natureza mediada pela m quina Agora ao inv s de deter o dom nio de um saber o homem seria adestrado para ter rapidez e seguran a em seus gestos para a execu o de tarefas padronizadas o que conduziria aliena o j que este trabalho desqualificado Dentro do enfoque taylorista de separa o entre execu o e concep o Friedmann pensa que a qualifica o algo retirado do trabalhador e apropriado pela empresa e pela m quina fazendo do homem um ap ndic
147. bilidade de emprego O emprego o passo futuro para estes trabalhadores Se pensarmos que ele foi condicionado qualifica o recebida perguntamos a Maria se de fato o programa qualifica e d oportunidade aos alunos ou n o Ela procurou n o desmerecer o programa nem o material did tico associou as possibilidades ao esfor o individual independente da condi o social mas reconheceu a superioridade de um ensino t cnico Tem v rias institui es que trabalharam no desenvolvimento do material did tico S o bons materiais Os conte dos ministrados s o focados para o segmento de petr leo Eu acho que todo curso de qualifica o por menor que seja a carga hor ria gera conhecimento O Prominp tem um curso de 240 horas Ent o ele de fato qualifica principalmente aqueles que t m o real interesse em qualificar O aluno bolsista precisa ter frequ ncia de 95 e nota 8 0 no m nimo O aluno n o bolsista frequ ncia em torno de 75 e nota 7 0 Ent o ao fazer o curso eles v o precisar mostrar desempenho Ao estudar mostrar desempenho por certo eles v o obter conhecimento Esse conhecimento vai possibilitar que ele tenha um crescimento profissional se 177 n o na empresa que ele est trabalhando mas em outras Agora n o um curso t cnico por n o ser um curso t cnico n o habilita a fazer um est gio Dificilmente ele vai conseguir entrar na empresa apenas com a qualifica
148. ca o profissional propriamente dita e um terceiro que visa oferecer est gios para os egressos conseguirem ingressar no mercado de trabalho NASCIMENTO et al 2010 como demonstrado na figura abaixo Dados obtidos a partir do INEP lt http portal inep gov br basica censo escolar sinopse sinopse gt Acesso em 30 jul 2011 150 N velde N Qualifica o Profissional Escolaridade Experi ncia A o PROMINP N3 eeror perfil final A es Governamentais A es das Empresas A es de Inclus o Social das Empresas ONGs N 1 perfil inicial Educa o regular Est gio t t2 Programas de tagio trainee A Programas de Plano Nacional de es A es Inclus o Social Fi ir Jovem Aprendiz i Cidade da Solda Prominp PNQP Tempo Figura 6 Ciclo de Educa o Profissional Fonte NASCIMENTO et al ibid p 2 Ao observarmos o gr fico percebemos que as a es para elevar o n vel de educa o b sica dos postulantes qualifica o profissional do programa s o oferecidas por empresas e ONGs V rios programas desta fase v o ser enquadrados no manto do discurso da responsabilidade social da empresa e s o coerentes com as pol ticas do Banco Mundial e de reestrutura o do Estado vigentes no Brasil Algumas avalia es sobre as possibilidades de qualifica o inclu ram o uso de instala es internas da Petrobr s como o Centro de Treinamento em Ta
149. ceirizadas n o podem ser dissociadas do momento pol tico que o mundo vivia nas d cadas de 80 e 90 Liithje 2002 ao analisar a ind stria eletr nica diz que em 1981 quando a IBM criou o computador pessoal ela come ou a terceirizar a produ o do microprocessador do sistema operacional e da placa m e com a Intel a Microsoft e a SCI respectivamente que poca n o eram grandes empresas como hoje Embora a f brica da SCI estivesse localizada no Alabama o foco inicial das demais empresas era o Vale do Sil cio na Calif rnia Depois h um deslocamento deste setor industrial para outras partes do globo No setor t xtil at os anos de 1980 a ind stria estadunidense supria 70 das necessidades do mercado nacional neste mesmo per odo que a United States Agency for International Development USAID come a a promover a cria o de zonas de processamento de exporta es em pa ses da Am rica Central e Caribe e os governos Reagan e Bush S nior gastam mais de US 1 bi para levarem as empresas para fora do pa s em especial para estas zonas Parte das importa es vinha de Hong Kong e Taiwan mas como a hora trabalhada nestes pa ses estava alcan ando US 3 25 e os Estados Unidos come aram a implementar pol ticas restritivas de importa es dos pa ses do oriente houve uma migra o das empresas para a Am rica Central Ao mesmo tempo a USAID ajudava na cria o de ag ncias encarregadas de promoverem cada pa s para empres
150. ceirizadas que contratarem os profissionais qualificados e criar mecanismos de integra o entre as subcontratadas e os trabalhadores quer por consultorias de Recursos Humanos ou a es de divulga o entre as empresas Como os autores s o todos funcion rios da Petrobr s percebemos uma necessidade de fazer com que o programa funcione para justificar as a es da empresa Por sua vez Machado Drocchi e Costa Ibid contradizem os dados que o site coloca pois os profissionais qualificados se encontram em sua grande maioria fora das empresas do setor de Petr leo e G s por n o terem a experi ncia exigida pelas empresas p 8 Machado preside a Associa o Nacional dos Diplomados do Prominp e juntamente com os demais advoga que estes profissionais sejam requalificados e encarregados da fiscaliza o do conte do local junto s empresas j que a ANP tem dificuldades em exercer esta tarefa Os autores deixam transparecer a necessidade de inser o no setor de petr leo e g s a todo custo Deste modo os 81 de profissionais inseridos no mercado de trabalho encontram se em sua maioria alocados em outros setores Al m disso a quest o da experi ncia de trabalho 58 lt www prominp com br gt Acesso em 28 jul 2011 158 colocada como um fator mais importante do que a qualifica o profissional propriamente dita Mesmo que todos os trabalhadores sejam inseridos no mercado de trabalho que a Petrobr s alega existir junt
151. centa o dado de que havia uma estagna o do consumo em parte causada pelo desemprego estrutural que se iniciava Do lado do capital a esfera 56 financeira come ou a ganhar autonomia em rela o esfera produtiva ao mesmo tempo em que um movimento de fus es e aquisi es favoreceu a cria o de grandes monop lios e oligop lios e aumentou a concentra o de capitais O resultado foi uma crise fiscal dos estados que retraiu os gastos p blicos ANTUNES ibid No Brasil entretanto o chamado fordismo perif rico foi um modelo concentrador de renda que incorporou ao mercado consumidor somente alguns segmentos da classe trabalhadora vinculados a setores importantes da ind stria brasileira e mesmo assim sem a participa o das inst ncias de representa o de classe os sindicatos O autoritarismo marca nacional continuou intacto e se manifestou na repress o via Estado e controle da for a de trabalho nas empresas BORGES DRUCK 1993 Para Harvey Ibid a resposta crise veio sob o signo da flexibilidade que come ou na esfera financeira e se alastrou para os produtos e para os processos e mercados de trabalho dentro daquilo que ele denomina como acumula o flex vel Th baud Mony e Druck Ibid tamb m apontam que a financeiriza o marca o final do s culo XX imp s uma l gica que se espalhou por toda a sociedade e chegou tamb m ao mundo do trabalho O curto prazo tornou se o par metro de todas as a es de p
152. centrais e superar a sua condi o de subdesenvolvido Assumindo uma postura de neutralidade a Teoria do Capital Humano n o considera quest es hist ricas e de posse dos meios de produ o que geraram aquela desigualdade social em que o pa s se encontra Diferente dos estudos de Friedmann e Naville que viam na qualifica o uma garantia de estabilidade profissional num mercado regulado a abordagem da educa o como mercadoria prev tamb m que ela fique obsoleta pois a din mica de mercado melhora a qualidade de alguns produtos desenvolvem novos e aposentam outros Para minorar estes efeitos ele preconiza o rem dio que ser cl ssico a partir dos anos de 1970 a flexibilidade que se torna poss vel adiando se a especializa o na educa o e desta forma n o apenas come ando com uma educa o geral mas tamb m nela permanecendo um tempo maior do que se desejaria se n o houvesse qualquer incerteza relativa aos rendimentos futuros advindos do investimento na educa o A caracter stica deste fog implica tamb m que uma carga maior n o toda das t cnicas especializadas deveria ser adquirida do treinamento no emprego maior do que devesse assim ser adquirida se houvesse menos ou nenhuma incerteza SCHULTZ ibid p 146 147 Frigotto 2006 nos mostra que a partir da d cada de 60 a Teoria do Capital Humano embasa os estudos sobre Economia da Educa o Na d cada de 70 ela tamb m ser a base para as pol ticas ed
153. certeza eu gostaria de me meter n 189 Filipe por sua vez partiu da necessidade de sobreviv ncia Ap s o contato inicial do IFBA com os alunos aprovados no processo seletivo ele que era bolsista de inicia o cient fica na faculdade verificou os termos da bolsa aux lio e confessou como eu vi que os hor rios se encaixavam eu resolvi fazer pra complementar minha renda vamos dizer assim Ele admitiu que sem a bolsa dificilmente teria feito o curso Para Pedro que tinha uma renda proveniente de alugu is a bolsa aux lio tinha outra conota o Olha no meu caso espec fico ela foi um fator assim que ajudou em alguma coisa Porque voc receber um valor pra voc pagar transporte essa coisa toda Mas assim n o era uma coisa vamos dizer assim primordial Se o curso n o tivesse essa bolsa eu teria feito porque eu teria condi es de pagar transporte lanche sabe tivesse que comprar alguma coisa tranquilamente eu poderia faz lo n mas claro que ajudou Claro que ajudou Cabe observar que pelas regras do Prominp eles n o poderiam receber bolsa aux lio pois j tinham outra fonte de renda Se esta regra tivesse sido seguida risca certamente quase ningu m teria conclu do o curso Com trajet rias t o diferentes todos foram direcionados a um curso de qualifica o profissional embora em momentos diferentes Entretanto da mesma forma que os professores a resposta para o entendiment
154. chado Drocchi e Costa 2010 nos trazem um vislumbre de como funciona esta teia de subcontrata es e PETROBRAS empresa lider e outras operadoras Fomecedores de bens e servi os em atividades de intenso dinamismo tecnol gico Fomecedores de bens e servi os em atividades offthore sem expressivo dinamismo tecnol gico Demais formecedores de bens e sinzados na aglomera o industrial Figura 3 Caracteriza o do Aglomerado de Petr leo e G s segundo o grau de complexidade e dinamismo tecnol gico das firmas Fonte Adaptado de Leffler apud MACHADO DROCCHI e COSTA ibid p 3 No topo da pir mide os autores enumeram a Petrobr s e outras 11 grandes empresas petrol feras todas multinacionais O segundo n vel composto por cerca de 80 empresas fornecedoras de bens para a explora o em alto mar tamb m denominada offshore que requerem maior complexidade tecnol gica Logo abaixo est o cerca de 350 empresas que fornecem bens sem muita complexidade tecnol gica Por ltimo a etapa final abrange empresas de apoio como limpeza servi os de cozinha catering hotelaria seguran a material e 125 mobili rio para escrit rio seguros etc que sequer chega a ser numerada pelos autores tamanha a quantidade Eles n o mencionam como encontram esta quantidade de empresas e como chegam a classific las mas segundo Almeida 2003 a Petrobr s informou que tinha contrato com cinco mil empresas n
155. co Tinha uma linha mestra definida com rela o a pesquisa do perfil desejado do profissional A carga hor ria j era fechada Eram 240 horas A a gente n o mexia na carga hor ria Existiam 16 horas de QSMS que era obrigat rio em todos em cursos e o restante conte do te rico pr tico em cima da pesquisa feita A obrigatoriedade de uma carga hor ria espec fica em Seguran a do Trabalho tem rela o com as preocupa es apontadas pela Petrobr s sobre a falta de treinamento nesta rea Entretanto no campus de Sim es Filho do IFBA os cursos t cnicos t m uma disciplina no mesmo campo de conhecimento mas com carga hor ria de 60 horas Isto significa que os estudantes do Prominp tem uma disciplina com carga hor ria 73 3 menor para aprenderem um conte do que a pr pria Petrobr s considera como importante H que se rememorar o trabalho de Cerqueira Filho Ibid quando ele aponta que o fracasso da ades o dos funcion rios s t cnicas de qualidade total nos anos 90 fez com que a empresa ampliasse o discurso da qualidade total para a qualidade de vida abarcando as reas ambientais de sa de e seguran a O autor aponta que com isso houve um aprofundamento das pr ticas de Gest o da Qualidade Total A obrigatoriedade desta disciplina no Prominp aponta que os princ pios gerenciais forjados nos anos de 1990 continuam em vigor mas agora devem ser estendidos s empresas subcontratadas e aos funcion rios destas que exercere
156. com as obriga es trabalhistas CARELLI ibid Nos anos de 1990 Fernando Collor de Melo divulga a necessidade de moderniza o do pa s e o modelo japon s expresso principalmente atrav s da Qualidade Total se propaga Brasil afora procurando fazer da qualidade um componente cultural Vem desta poca o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade PBQP e a incorpora o destes dois termos juntamente com a competitividade de maneira quase que generalizada pela sociedade DRUCK ibid A autora tamb m defende a tese de que as principais formas de desenvolvimento do toyotismo no Brasil durante a d cada de noventa s o os programas de qualidade total e a terceiriza o Se por um lado os empres rios justificavam o uso destas t cnicas como uma necessidade de moderniza o em nome da competitividade por outro o car ter pol tico das mesmas se manifestou como um embate contra qualquer tentativa de resist ncia dos trabalhadores Em 1995 temos a promulga o da Lei 8 987 que trata da Concess o e Permiss o de Servi os P blicos no Brasil que dentre outras coisas permitiu aos concession rios a terceiriza o de atividades consideradas de apoio CARELLI ibid o mesmo ano que assiste a posse de Fernando Henrique Cardoso a Reforma do Estado e a greve dos petroleiros abordados a seguir Carell Ibid tamb m nos informa que a Lei Geral de Telecomunica es de 1997 manteve o mesmo dispositivo de possibilidade de terceiriza o d
157. corr ncia uma estabilidade no cargo e uma previsibilidade da faixa salarial decorrente da qualifica o ALALUF ibid TARTUCE ibid Tudo isto se constituiu num par metro claro para a ascens o profissional da classe trabalhadora 32 aliado tamb m a uma forte atua o dos sindicatos no local de trabalho para a defini o destes crit rios embora este papel tenha sido gradativamente encolhido com o passar dos anos DEDECCA 1997 apud CASTIONI ibid 1 3 BRAVERMAN TECNOLOGIA E A DESQUALIFICA O DO TRABALHADOR Nos primeiros anos da d cada de 70 quando as experi ncias do Estado do Bem Social j apresentavam ind cios de esgotamento outro autor tamb m de orienta o marxista faz uma an lise da categoria qualifica o Harry Braverman Ele era um estadunidense nascido no Brooklin nova iorquino filho de uma fam lia de judeus poloneses Ap s cursar a faculdade por apenas um ano no Brooklin College foi trabalhar como oper rio num estaleiro tamb m no Brooklin tendo depois se mudado para o estado de Wyoming para trabalhar com locomotivas e depois para o estado de Ohio empregado numa sider rgica Desde sua r pida passagem pela faculdade foi influenciado pelos ideais marxistas tornando se um defensor dos mesmos por toda sua vida Seu trabalho mais marcante foi Trabalho e Capital Monopolista a degrada o do trabalho no s culo XX publicado em 1974 nos Estados Unidos dois anos antes de sua morte por c ncer ocas
158. crit rio que o professor considera como ideal fosse adotado o car ter deste programa de qualifica o mudaria completamente tornando se na verdade uma grande revis o te rica e de pr ticas de profissionais mais experientes naquela rea espec fica de atua o e certamente os resultados seriam outros talvez de cunho mais efetivos do que de constru o de uma imagem positiva da Petrobr s poss vel relacionar positividade da experi ncia profissional para Andr por causa de alguns bons exemplos na sala de aula voc conhece assim um ou outro aluno que tem experi ncia j trabalha na rea a vai respondendo j as coisas logo na frente Acha at muito f cil o assunto que t sendo ministrado tal j verifica o material antes e tudo o mais Mas o que chama a aten o isso aluno que j tem conhecimento que j t no mercado j a algum tempo e a ele desenvolve mais do que os outros No que se refere s reclama es dos alunos Tiago aponta que elas ocorreram por causa da organiza o do programa quando s recebiam o comunicado para se matricularem ap s o in cio das aulas o que poderia ocasionar a perda da vaga Tanto no per odo estudado como no atual as queixas em rela o ao atraso no recebimento das bolsas continuam Outro conflito ocorreu no uso dos laborat rios j que os professores priorizavam as aulas dos alunos regulares em detrimento dos alunos do programa mesmo sendo poucas Na su
159. culdades de encontrar m o de obra qualificada mas tamb m apontam que os EPCistas buscam custos menores em detrimento da qualidade do produto a fim de maximizarem seu lucro da optam por comprarem itens no Mercosul devido aos acordos aduaneiros que diminuem os impostos de importa o ou 4 lt www prominp com br gt Acesso em 28 jul 2011 Sebrae Servi o Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas 44 lt www prominp com br gt Acesso em 28 jul 2011 135 no seu pa s de origem em caso de multinacionais Em ambos os casos s o subcontratados que j mant m rela es antigas com os EPCistas Diante do apelo da Petrobr s para que estes fornecedores nacionais aumentem sua produ o e contratem mais trabalhadores para atenderem os EPCistas surgem alega es de que a demanda da Petrobr s incerta e n o justificaria tais investimentos A petroleira contra argumenta que existe a possibilidade de buscar o mercado de exporta o e outros setores nacionais que utilizem o mesmo produto PINTO ALONSO ibid Entretanto a empresa n o aponta os mecanismos que devam ser utilizados para isto A mesma incerteza de mercados tamb m utilizada como argumento para evitar contrata es de trabalhadores e o desenvolvimento tecnol gico por parte destes fornecedores Esta diverg ncia entre a Petrobr s as empresas de EPC e os fornecedores mostra que h o interesse em colocar parte da ind stria nacional debaixo de contratos com os
160. da produ o denominado toyotismo nascido no Jap o e que preconizava dentre outras coisas a polival ncia do trabalhador No entanto Castioni acaba por confirmar a observa o de Braverman sobre a separa o taylorista entre concep o e execu o mesmo sob a gide da flexibilidade toyotista Os novos trabalhadores 36 incorporam atividades de planejamento executam suas tarefas em equipe e s o multifuncionais dentro dos limites estritos das normas prescritas pelos especialistas Por sua vez Sennett 2009 falando sobre as consequ ncias do trabalho flex vel sobre o car ter 24 anos depois de Braverman e sob o discurso da flexibilidade aponta para um quadro semelhante ao descrito por este autor Analisando uma padaria com equipamentos informatizados de ltima gera o em Boston Massachusetts Estados Unidos ele observa que os novos padeiros n o sabem fazer p es efetivamente Apenas operam sistemas que realizam esta tarefa A consequ ncia a indiferen a em rela o ao trabalho que termina por gerar confus o sobre o lugar que ocupam na sociedade Braverman Ibid j apontava que no final dos anos de 1960 havia uma satura o de pessoas graduadas mas a maioria dos empregos se destinava a pessoas com o m nimo de educa o formal Havia um decl nio dos sal rios e as empresas passaram a fazer maiores exig ncias aos candidatos a emprego pois o diploma de n vel superior era um filtro inicial para o processo seletivo
161. dades do programa Os resultados por sua vez s o demonstrados na tabela abaixo 164 Tabela 7 Turmas do Prominp executadas no IFBA Sim es Filho Turmas Matriculados Concluintes Eletricista For a e Controle 6 91 80 Eletricista Montador 5 74 60 Encarregado de El trica 3 45 15 Encarregado de Instrumenta o 2 29 22 Encarregado de Montagem Mec nica 1 12 10 Encarregado de Tubula o 1 16 14 Instrumentista de sistemas 3 39 25 Instrumentista Montador 7 109 90 Supervisor de Mec nica 1 15 11 Supervisor de Planejamento 2 27 25 Supervisor T cnico de SMS 7 95 88 TOTAL 38 552 440 Fonte Relat rio Geral de Matr cula IFB A Sim es Filho Ao buscar dados pormenorizados destes alunos n o os encontramos na escola j que ficam dispon veis apenas numa rea de acesso restrito no site do programa A coordenadora do programa disponibilizou relat rios de matr culas de sete turmas diversas onde constam alguns dados dos alunos N o existe um levantamento do perfil socioecon mico dos mesmos Tabulados os dados e classificados pelos crit rios dispon veis chegou se a uma amostra de 103 alunos do universo de 552 matriculados Destes 91 88 4 s o homens e 12 11 6 s o mulheres Embora os cursos tenham acontecido em Sim es Filho 80 alunos 77 7 residem em Salvador e apenas 2 1 9 s o da pr pria cidade Se ampliarmos esse raio para os munic pios integrantes da regi o metropolitana de Salvador 97 94 1 s
162. dar em um tradicional col gio religioso no centro da cidade mas na oitava s rie ele decidiu fazer um curso preparat rio para entrar no Cefet hoje IFBA onde fez o curso t cnico em eletr nica Ap s o t rmino foi trabalhar em uma grande multinacional no Polo Petroqu mico de Cama ari onde ficou por cerca de oito anos justamente neste per odo in cio dos anos de 1990 que a reestrutura o produtiva o atinge e ele demitido mesmo ele sendo o nico t cnico em eletr nica em uma f brica que tinha 80 dos seus controles feitos eletronicamente A empresa tinha duas unidades produtivas em Cama ari fechou uma e logo depois fechou a segunda pois segundo ele se tornou economicamente invi vel competir com os produtos importados Logo depois ele e outros dois colegas montaram uma empresa para prestar assist ncia t cnica justamente para a empresa que o demitira Aos poucos os contratos foram se ampliando para empresas da rea de sa de mas mesmo assim a empresa n o deu certo e fechou Continuou trabalhando sozinho mas teve dificuldades de conseguir novos contratos Partiu para o com rcio como seu pai mas as dificuldades eram crescentes e tanto a empresa dele quanto a de seu pai fechou sob o peso de muitas d vidas Neste per odo ele fez o curso do Prominp enquanto iniciava um curso na rea de ci ncias humanas visando ser aprovado em concursos p blicos Continua desempregado e vive do aluguel de im veis que possui enquanto tamb m
163. das empresas em busca da m o de obra barata s que com uma peculiaridade nacional Dada a desigualdade reinante no pa s este deslocamento vai em dire o s regi es ou bairros mais pobres dentro de uma cidade por vezes com o uso de cooperativas Lima 2009 mostra que a ind stria de cal ados no Vale dos Sinos no Rio Grande do Sul terceiriza atrav s de cooperativas ao passo 76 que em Franca S o Paulo h um deslocamento para o sul de Minas Gerais Outras unidades s o transferidas para o interior dos estados nordestinos com apoio estatal e funcionamento a base de falsas cooperativas Parte dos componentes vem de pa ses de baixo custo de produ o como a China e a empresa no Rio Grande do Sul por sua vez funciona como uma terceirizada de uma outra empresa em geral na Europa ou nos Estados Unidos Na ind stria de confec es comerciantes coreanos em S o Paulo contratam a produ o com outros coreanos ou bolivianos que se utilizam de redes de aliciamento de outros bolivianos para trabalharem em condi es subumanas na periferia paulistana No mais n o faltam exemplos da terceiriza o e suas condi es no Brasil como no setor banc rio e suas opera es de retaguarda e seguran a no setor el trico e seu gigantesco aparato subcontratado de instala o e manuten o das redes no setor de telefonia com o controvertido telemarketing e tamb m com outro aparato de instala o e manuten o no setor petroqu mico e p
164. de trabalho no campo e hoje na regi o de Aichi 480 000 pessoas trabalham para a ind stria automobil stica sendo que pelo menos 280 000 s o terceirizados de empresas que fornecem componentes para empresas como a Toyota Honda e Nissan Parte dos fornecedores pratica o tr fico humano em especial de chineses e vietnamitas que tem os passaportes retidos e trabalham sete dias por semana dezesseis horas por dia por menos da metade do sal rio m nimo do pa s Tamb m n o podem mudar de resid ncia nem sair da empresa onde est o trabalhando ou reclamarem das condi es de trabalho sob o risco de serem deportados Oficialmente eles s o trazidos dentro de um programa chamado Toyota Technology Cooperative que deveria ser fiscalizado pelo Japan International Training Cooperation Organization O programa teria o 12 E as Coopera o Tecnol gica Toyota 13 E na A A a a Organiza o Internacional Japonesa para Coopera o em Treinamento Criada em 1991 no mbito de v rios minist rios do governo japon s visando contribuir para programas de est gio em treinamento t cnico para que eles 68 objetivo de treinar trabalhadores estrangeiros em ocupa es tecnol gicas mas acaba servido para encobrir o tr fico de pessoas e explora es no trabalho Os sal rios chegam a apenas 67 do m nimo legal para o setor e o trabalho geralmente s o nas reas de maior risco Nos Estados Unidos os custos com a for a de traba
165. de Navios Dispon vel em lt http www transpetro com br TranspetroSite appmanager transpPortal transpInternet nfpb tru e amp windowLabel barraMenu 3 amp nffvid 2FTranspetroSite 2Fportlets 2FbarraMenu 2Fb arraMenu faces amp pageLabel pagina base amp formConteudo codigo 106H gt Acesso em 20 jun 2011 UNESCO Declara o de Nova Delhi sobre Educa o para Todos 1998 Dispon vel em lt http www dominiopublico gov br download texto ue000107 pdf gt Acesso em 13 out 2009 ANEXOS 219 ANEXO A Lista de Institui es de Refer ncia 220 INSTITUI O UF CIDADE 1 Associa o Brasileira de Corros o RJ Rio de Janeiro 2 Associa o Brasileira de Ensaios N o Destrutivos e Inspe o SP S o Paulo 3 Associa o das empresas brasileiras de manuten o RJ Rio de Janeiro 4 Centro Federal de Educa o Tecnol gica de Qu mica de Nil polis RJ Nil polis 5 Centro Paula Souza SP S o Paulo 6 Entidade Refer ncia Teste RJ Niter i 7 Faculdade de Tecnologia de S o Jos dos Campos SP S o Jos dos Campos 8 Faculdade de Tecnologia de S o Paulo SP S o Paulo 9 Funda o Brasileira de Tecnologia da Soldagem RJ Rio de Janeiro 10 Funda o de Apoio Escola T cnica RJ Rio de Janeiro 11 Funda o Get lio Vargas RJ Rio de Janeiro 12 Funda o
166. de excel ncia que aparentam funcionar mais como um ponto para unificar pr ticas de gest o afinar discursos e principalmente refor ar o poder de mando da petroleira Se nos Estados Unidos as cadeias industriais de roupas e eletr nicos estendem suas redes de fornecimento pelos quatro cantos do planeta mas mant m os centros de decis o e controle naquele pa s aqui sob o manto do discurso 145 nacionalista a Petrobr s estende seus tent culos dentro da imensid o do territ rio brasileiro ao mesmo tempo em que refor ar o controle nas suas diversas unidades pa s afora Afirmo que se trata menos de uma pol tica industrial e tecnol gica e mais de refor o terceiriza o Isso se comprova pelo fato de que somente 5 dos projetos s o destinados rea industrial e o desenvolvimento tecnol gico ficou comprometido pois parte dos recursos que a ele seriam destinados foram canalizados para montar o programa de qualifica o como ser visto no pr ximo cap tulo A submiss o das subcontratadas ao poderio de mando da Petrobr s ficou evidente quando se criou um ndice de Qualidade da Terceiriza o e a ades o chegou a 90 Nem assim ela ficou satisfeita e explicitamente refor ou a pr tica ao criar um centro de excel ncia a ela destinado Como j houve severas cr ticas de sindicatos imprensa e o Minist rio P blico do Trabalho bem o Tribunal de Contas da Uni o exercem uma fiscaliza o sobre a Petrobr s foi preciso cri
167. de produ o do mesmo bem com o custo menor p 4 ou seja produzir a mesma coisa gastando menos e este esfor o recai em sua maior parte sobre os ombros dos trabalhadores pois a medida de produtividade que eles adotam denominada de homem hora ou o trabalho realizado por um ser humano em uma hora p 7 Esta medida aplicada a diversas tarefas necess rias s atividades laborais e serve como medida de compara o entre atividades semelhantes realizadas mundo afora Subtende se que a partir das obras previstas na Petrobr s e a partir de determinada medida de produtividade que eles n o explicitam chegou se quantidade de mais de 200 mil trabalhadores necess rios No caso espec fico da montagem industrial Kardec e Simonsen Ibid passam a comparar a quantidade de homens hora utilizada nos Estados Unidos e no Brasil e concluem que no Brasil se gasta mais tempo para realizar a mesma tarefa Eles reconhecem que as atividades l utilizam mais equipamentos do que aqui e que o custo de montagem em d lar maior na outra Am rica Isto atribu do aos sal rios maiores e ao maior treinamento dos trabalhadores Devido ao custo da m o de obra as empresas de l fazem uma maior utiliza o de equipamentos o que permite um tempo menor para a realiza o da atividade Como recomenda o eles prop em a utiliza o de equipamentos similares aos encontrados nos Estados Unidos e Europa a qualifica o dos trabalhadores e a melh
168. deram dizendo ter abandonado o curso 3 E mails com erro e por isso os question rios foram devolvidos 7 Question rios n o respondidos mesmo ap s serem enviados por seis vezes 78 Question rios respondidos sendo tr s mulheres 19 Fonte Elabora o pr pria com base nos resultados dos question rios enviados aos egressos atrav s da ferramenta Survey Monkey Com base nas respostas podemos proceder a uma an lise mais pormenorizada da amostra A primeira pergunta referiu se ao ano em que foi feito o curso no campus de Sim es Filho A grande maioria 78 9 ou 15 alunos o fez em 2009 Quanto ao tipo 7 conclu ram o curso de Instrumentista de Sistemas e os demais s o pulverizados pelos diversos cursos oferecidos a exce o do curso de Supervisor de Mec nica que n o computou respostas Cabe ressaltar que um nico aluno fez primeiro o curso de Instrumentista de Sistemas e depois o curso de Automa o e Controle mas a contabiliza o foi apenas do primeiro Ao analisarmos a faixa et ria dos egressos observamos uma concentra o de jovens como pode ser observado no gr fico abaixo 166 E 15 a 19 anos E 20 a 24 anos E 25 a 29 anos E 30 a 34 anos 41 E 35 a 39 anos a E 40 a 44 anos E 45 a 49 anos E 50 a 54 anos E 55 a 59 anos E mais de 60 anos Gr fico 1 Faixa et ria dos egressos Fonte Elabora o pr pria com base nos resultados dos question rios enviados aos egressos atrav s da ferramenta Su
169. dicatos demonstrando um grande poderio t cnicas japonesas come am a aparecer nas empresas Inicialmente foram os C rculos de Controle de Qualidade CCQ e na d cada seguinte chegam o just in time a Qualidade Total e o Controle Estat stico de Processo DRUCK ibid Em 1983 dois anos antes do fim da ditadura militar a legisla o que tratou da seguran a nos estabelecimentos financeiros permitiu a contrata o de servi os privados de seguran a vigil ncia e transporte de valores Houve com isso a permiss o de terceiriza o em um setor espec fico CARELLI ibid Em 1986 o Tribunal Superior do Trabalho TST publicou o Enunciado 256 que segundo Carelli Jbid acabou por misturar a terceiriza o com o fornecimento de m o de obra A fim de sanar os erros o mesmo Tribunal publicou a S mula 331 para corrigir os equ vocos do Enunciado 256 Neste a intermedia o de m o de obra s permitida em casos de trabalho tempor rio acabando por reafirmar a necessidade de concurso na Administra o P blica pois nega a exist ncia de v nculo empregat cio mesmo que em caso de contrata es irregulares Tamb m delimita a terceiriza o a reas de conserva o e limpeza que devem ser feitas por empresas especializadas mas sem rela o de pessoalidade e subordina o direta com a empresa 13 contratante ao mesmo tempo em que coloca sobre os ombros desta a responsabilidade subsidi ria em caso de inadimpl ncia da subcontratada
170. dois anos que somariam 62 na mesma faixa et ria 37 1 4 A TEORIA DO CAPITAL HUMANO E O BANCO MUNDIAL Se Friedmann e Naville falavam a partir da Fran a dos anos de 1940 e 1950 e Braverman a partir dos Estados Unidos dos anos de 1970 sempre pelo prisma marxista tamb m nos Estados Unidos das d cadas de 50 e 60 que surgiu a teoria que embasou boa parte da a o p blica e privada no mbito educacional na Am rica Latina desde os anos de 1970 a Teoria do Capital Humano Embora o contexto socioecon mico fosse caracterizado pela vig ncia do Estado do Bem Estar Social Theodore Schultz n o o considera na sua an lise Seu pensamento embasado pela teoria econ mica cl ssica com sua cren a nas denominadas for as livres de mercado e no poder da concorr ncia Ao analisar a vis o sobre educa o do fundador da ci ncia econ mica Adam Smith Frigotto 2006 nos diz que naquele autor a educa o era associada ao ensino vocacional forma o profissional e treinamento Para outro pensador liberal John Stuart Mill a associa o era com treinamento e adestramento para o trabalho O contexto de surgimento da Teoria do Capital Humano tamb m coincide com v rios fatores historicamente decisivos Batista 2005 nos informa que o espectro da guerra fria levou o governo dos Estados Unidos na figura do presidente John Kennedy a criar a Alian a para o Progresso visando desenvolver a Am rica Latina e tir la do raio de influ ncia de Cuba
171. e Hoje eu sinceramente acho que tenho pouco interesse Depois eu vi que n o deixa eu continuar na minha rea Deixa eu me especializar Eu o que eu fa o de bom mesmo Do ponto de vista pessoal ambos acreditam que a qualifica o trouxe novos conhecimentos Filipe diz deu pra entender um pouco como se funciona a f brica os instrumentos de uma f brica um pouco n Trouxe vamos dizer assim uma melhoria indireta Eu trabalho hoje na rea de inform tica trabalho em f brica mas sei identificar um equipamento de medida de press o Do ponto de vista profissional ambos tamb m n o acreditam que houve melhorias Pedro porque pensa que as aulas te ricas teriam pouca serventia no campo pr tico Mesmo assim ele acha que a experi ncia profissional deve estar aliada qualifica o da mesma forma que Filipe que assim se expressou vamos dizer assim na teoria tudo lindo n mas na pr tica que voc realmente Voc diretamente ligado aquilo ali que voc vai realmente aprender direito Por outro lado Pedro revela um toque de esperan a frustrada e uma culpa atribu da a esta teoria ministrada em sala de aula o que eu queria um lugar no mercado Com teoria n o ia achar lugar nenhum Por um lado como se os princ pios da Teoria do Capital Humano estivessem naturalizados mesmo quando n o se conhece a teoria Como nos aponta Hirata Ibid apud SHIOROMA
172. e a gente n o conseguiria internamente em t o pouco tempo sem os recursos que s o de certa forma escassos na implanta o do campus Percebemos a uma l gica governamental atual para as escolas t cnicas de escassez de recursos para a implanta o mas submiss o das mesmas ao jogo de empresas ou institui es de fomento pesquisa para implantar infraestruturas que deveriam ser entregues no in cio do funcionamento da escola Outro benef cio apontado por ela foi visibilidade Eu acho que um programa nacional que alavancou o nome do IFBA em todo o Brasil Para ela tamb m a gente v o Prominp como um projeto de extens o sem esquecer o compromisso com a educa o p blica gratuita e de qualidade Muito embora projetos de extens o devam ser pensados dentro da institui o para as comunidades e n o dos empres rios para a comunidade intermediados por uma escola Se a escassez de profissionais na rea de petr leo e g s foi sempre apontada nos encontros anteriores ao in cio do programa a destina o deles n o estava clara 176 A finalidade primordial do Prominp inserir os trabalhadores na ind stria de petr leo e g s Como se trata de verba p blica quando a gente ingressou imaginava que essa massa de trabalhadores iria para a Petrobr s por m a gente sabe que ele s entra por concurso e um curso de qualifica o n o habilita ningu m a entrar na Petrobr s s um curso t cnic
173. e a descri o do procedimento mas tamb m o tempo gasto o n mero de pessoas necess rias para realiz la e os objetivos a serem atingidos Embora houvesse os manuais da engenharia da empresa e dos fabricantes dos equipamentos a opera o di ria n o seguia o que ali estava determinado ROM O ibid Cerqueira Filho Ibid tamb m aponta que no in cio dos anos de 1990 todas as pr ticas de qualidade foram reunidas num nico Manual de Qualidade que apontava esta t cnica como condi o para a sobreviv ncia da empresa Os funcion rios mais antigos foram convocados sob press o das ger ncias a discriminar detalhadamente seu trabalho ROM O ibid Houve uma tentativa de resist ncia quando os trabalhadores resolveram n o descrever tudo o que era feito Entretanto como alguns procedimentos t m implica es na seguran a da opera o se algo de errado ocorria a empresa tendia a se isentar de responsabilidade e atribuir a culpa aos funcion rios que n o seguiram o que estava preconizado nos manuais operacionais LUCENA ibid Ap s a descri o estes procedimentos eram discutidos com os demais funcion rios da rea incorporavam se as modifica es necess rias e ao fim foram transformadas em padr es a serem seguidos em toda a empresa Para incutir nos demais o procedimento apropriado pela empresa os antigos operadores chefes foram metamorfoseados em l deres respons veis pelo treinamento dos demais acrescentando assim mais uma r
174. e atividades acess rias Neste mesmo ano publicado o Decreto 2 271 97 visando regulamentar o Decreto 200 67 para coibir o fornecimento de m o de obra como forma de burlar a exig ncia constitucional de concurso p blico Segundo ele a terceiriza o no Brasil atingiu uma propor o t o grande que j se confundiu com a intermedia o de m o de obra e os trabalhadores j viraram moeda de troca em contratos que permitem at o aluguel de alguns trabalhadores a mais como cortesia junto ao aluguel de aparelhos de comunica o conhecidos como walkie talkies No Brasil a rea de administra o produz a maior parte dos conceitos sobre a terceiriza o que s o usados em parte pelo campo do Direito para legalizar a pr tica Ela se apresenta de v rias formas desde a produ o em domic lio semelhante ao sistema ingl s de putting out system s redes de empresas fornecedoras passando pela subcontrata o de servi os de apoio e perif ricos contrata o de aut nomos empresas individuais est gios cooperativas e ONGs A fim de gerir tudo isto muitas empresas recorrem quarteiriza o quando designam uma empresa espec fica para administrarem os contratos com as terceiras TH BAUD MONY 74 DRUCK ibid Embora o discurso empresarial advogue a busca de efici ncia como justificativa da terceiriza o a face mais vis vel a explora o e precariza o Em 2009 a CNI divulgou uma sondagem especial sobre a terceiriza
175. e da m quina TARTUCE ibid Embora a qualifica o seja uma categoria que permeie o trabalho de Friedmann ele n o se preocupou em defini la explicitamente Tartuce ibid entende que a qualifica o em Friedmann est profundamente relacionada com a complexidade do trabalho com o grau de dificuldade e com os conhecimentos necess rios para realiz lo Ela inversamente proporcional divis o do trabalho e facilidade da tarefa p 90 Castioni ibid por sua vez amplia o entendimento de qualifica o em Friedmann n o o relacionando apenas ao saber mas ao saber fazer dos trabalhadores da poca p 83 Por sua vez para o mesmo autor o trabalho 29 qualificado em Friedmann aquele onde o trabalhador oper rio tem a vis o por inteiro do trabalho realizado p 84 Com o passar dos anos o aumento da automa o nas unidades fabris leva Friedmann a crer na possibilidade de reconstitui o da unidade perdida com a divis o do trabalho A qualifica o exigiria novos conte dos relacionados rapidez aten o e responsabilidade pois as novas m quinas exigiram menos habilidades manuais e mais aten o sua opera o automatizada Embora a autonomia e a iniciativa fossem limitadas a atua o do oper rio se aproximaria da atua o do pessoal de escrit rio Come a se a falar agora em nova qualifica o medida que a automa o avan a ele rev seu otimismo pois percebe que a valoriza o d
176. e originam da Se considerarmos os bairros que estes estudantes residem em Salvador encontramos uma variedade de 54 bairros O dado que sobressai entretanto que apenas nove se originam de bairros identificados como sendo de classe m dia ou m dia alta na cidade Arma o Costa Azul Imbu Jardim Apipema Patamares Pituba Rio Vermelho e Stella Maris E desses nove seis foram aprovados em cursos de supervis o Todos os demais s o provenientes de bairros de classe m dia baixa e baixa da cidade Este perfil de moradia semelhante aos terceirizados j inseridos na Refinaria Landulpho Alves em Mataripe e pesquisados por Godinho Ibid s o moradores das regi es pobres de Salvador 165 A fim de tentar buscar dados que n o se encontravam no relat rio fizemos uso de uma ferramenta de pesquisa on line denominada Survey Monkey Como na lista de matriculados havia o correio eletr nico de grande parte dos alunos foi elaborado um question rio Anexo 6 e a partir do site do programa enviado um e mail para todos Ao recebem a mensagem eles acessavam um link onde marcavam as respostas Entretanto v rios problemas ocorreram que s o retratados na tabela abaixo Tabela 8 Question rios aplicados DADOS QUANTIDADES N mero de alunos constantes nos relat rios de matr culas 103 Alunos sem email 4 Alunos que colocaram um nico e mail institucional 4 Question rios enviados 97 Alunos que respon
177. e ponto que se insere a import ncia da adaptabilidade e a necessidade de forma o continuada para o desenvolvimento de novas compet ncias e habilidades que s o como diz Alaluf 2007 uma corrida de obst culos m veis que os trabalhadores devem transpor para escapar da exclus o profissional e social Os poderes p blicos neste caso n o passam na melhor das hip teses de terceirizadores da empresa O mercado governa O governo gere RAMONET 1998 apud RUMMERT 2007 p 68 1 6 A QUALIFICA O PROFISSIONAL NO S CULO XXI O final da primeira d cada do s culo XXI v surgir atrav s de um conjunto de reportagens divulgado pela imprensa discursos que d o continuidade queles apresentados nos anos de 1990 orbitando em termos como empregabilidade e falta de trabalhadores qualificados Em uma Sondagem Especial feita pela CNI com 1 611 empresas em janeiro de 2011 e publicada em abril do mesmo ano 69 das empresas alegam ter dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados principalmente operadores e t cnicos para a produ o Das empresas 85 encontram dificuldade em qualificar seu pessoal principalmente por causa da m qualidade da educa o b sica Ao expor os motivos desta preocupa o os empres rios dizem que o trabalhador n o qualificado prejudica o aumento da produtividade entendida como busca de efici ncia e redu o de desperd cios H uma rela o entre melhoria da educa o b sica e 1 Da
178. eirizados Correio Braziliense Bras lia 12 jan 2011 Economia p 11 BORGES A Mercado de trabalho mais de uma d cada de precariza o In DRUCK G FRANCO T Org A perda da raz o social do trabalho terceiriza o e precariza o S o Paulo Boitempo 2007 BORGES A DRUCK M G Crise global terceiriza o e a exclus o do mundo do trabalho Caderno CRH Salvador v 19 1993 BRASIL Ag ncia Nacional de Petr leo Resolu o ANP n 36 de 13 de novembro de 2007 Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 16 de novembro de 2007 Ag ncia Nacional de Petr leo Resolu o ANP n 37 de 13 de novembro de 2007 Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 16 de novembro de 2007 Ag ncia Nacional de Petr leo Resolu o ANP n 38 de 13 de novembro de 2007 Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 16 de novembro de 2007 Ag ncia Nacional de Petr leo Resolu o ANP n 39 de 13 de novembro de 2007 Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 16 de novembro de 2007 Conselho Nacional de Pol tica Energ tica Resolu o n 8 de 21 de julho de 2003 Estabelece a pol tica de produ o de petr leo e g s natural e define diretrizes para a realiza o de licita es de blocos explorat rios ou reas com descobertas j caracterizadas nos
179. eixa antever esta tend ncia mas que depois ser justificada n o porque a forma o determina a qualifica o mas porque ela constitui especialmente em raz o do custo elevado de cada ano de forma o para a coletividade o melhor ndice da import ncia acordada pela sociedade aos diferentes empregos que ser o atribu dos aos indiv duos ALALUF 1997 apud TARTUCE 2002 p 170 O pensamento de Friedmann e Naville trouxe notoriedade Sociologia do Trabalho na Fran a Por causa das influ ncias marxistas de ambos e por ressalvas quanto Sociologia estadunidense eles ajudaram a Sociologia do Trabalho francesa a se firmar como uma Sociologia Cr tica ao contr rio da Sociologia Industrial estadunidense que tinha um car ter mais pragm tico e grandes fontes de financiamento p blico e privado que acabaram por influenciar os objetos de pesquisa No contexto fordista em que se encontravam com a economia regulada o Estado franc s construiu quadros de classifica es profissionais que remetiam s antigas denomina es do per odo pr revolu o industrial Elas eram denominadas Grades Parodi Croizat e hierarquizavam categorias profissionais com suas atribui es e faixas salariais estabelecendo uma rela o direta entre forma o coloca o no mercado de trabalho e expectativa de remunera o Isto permitia uma formaliza o da qualifica o e uma padroniza o dos conte dos a serem ensinados trazendo como de
180. ela 2 Estimativa de funcion rios e terceirizados na Uni o e no Setor P blico Federal 19 Tabela 3 Maiores capacidade de produ o refino e consumo de petr leo em 2009 mil Darais dIa usas en rs diante rega aeaii VERIA O epa Lad add Naa EAD ieai 94 Tabela 4 Comparativo de remunera es entre empresas terceirizadas da Petrobr s 106 Tabela 5 Comparativo entre duas funcion rias na Petrobr s 107 Tabela 6 Conte do local m dio por rodada de licita o ierr 127 Tabela 7 Turmas do Prominp executadas no IFBA Sim es Filho sssseeseeseseeeesererrrrrsrrsee 164 Tabela 8 Question rios aplicados a i nnns E E EE E S 165 Tabela 9 Rendimentos pessoais dos egressos que trabalhavam poca do curso 167 Tabela 10 Rendimentos familiares dos egressos sssesssesesseessessseesseesseessstessresseesseeesseeessees 168 Tabela 11 Situa o profissional dos egressos ao final do curso 169 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Estimativa dos setores terceirizados na Petrobr s Quadro 2 Cursos do Prominp oferecidos no IFBA Sim es Filho LISTA DE GR FICOS Gr fico 1 Faixa et ria dos egressos Gr fico 2 Cor Ra a autodeclarados ABAST ABCE ABEMI ABENDI ABIMAQ ABINEE ABITAM ABRACO ABRAMAN ADIB ANP APA BNDES BS BV CAGED CCQ CEFET BA CENPES CENTEC CEQT CIC CIPA C
181. em Sim es Filho 2007 2008 2009 JOutro Especifique 2 Qual curso que voc fez Eletricista For a e Controle Eletricista Montador JEncarregado de El trica Instrumentista de Sistemas Supervisor de Mec nica Supervisor de Planejamento Supervisor T cnico de SMS JOutro Especifique 3 Assinale qual sua faixa et ria no momento em que voc iniciou o curso de qualifica o do Prominp ES 15 a 19 anos J20 a 24 anos J25 a29 anos 30a34 anos 35 a 39 anos 40 a 44 anos 145 a 49 anos 50 a 54 anos _ 55 a 59 anos _ mais de 60 anos 4 Qual sua ra a cor autodeclarada Branca JPreta JAmarela Parda Jind gena Sem declara o 5 Assinale qual sua escolaridade no momento em que voc iniciou o curso de qualifica o do Prominp 51 Somente alfabetizado Elementar incompleto ou da la a 3a s rie do 10 grau Elementar completo ou at a 4a s rie do lo grau 230 M dio lo ciclo ou da 5a a 8a s rie do lo grau M dio 20 ciclo ou 20 grau _ Ensino M dio Profissionalizante Superior Superior incompleto Mestrado ou Doutorado 6 Al m do Prominp voc estava fazendo outro curso ensino m dio supletivo faculdade naquele momento Sim N o JEm caso afirmativo informe qual curso 7 Voc estava trabalhando naquele momento Sim N o JEm caso afirmativo informe o setor que voc
182. embora todos ao terminarem os cursos tenham seus curr culos cadastrados no site do programa que s o acess veis a todas as empresas da grande cadeia de terceirizados da Petrobr s Dos dois que conseguiram ocupa o neste setor um j tinha conclu do o ensino m dio profissionalizante estava fazendo um curso t cnico de Petr leo e G s no Senai e est no setor porque foi aprovado em um concurso p blico O segundo n o detalhou os motivos que o fizeram entrar no setor mas era um profissional com mais de 50 anos de idade e que tamb m j tinha feito um curso t cnico Dos tr s que conseguiram emprego na rea industrial um foi aprovado em concurso p blico outro conseguiu um est gio em uma empresa do ramo qu mico e o terceiro tamb m j possu a uma forma o t cnica Sete continuaram onde estavam sendo que um j era terceirizado da Petrobr s e depois migrou para Angola onde atualmente presta servi o a empresas do setor petrol fero daquele pa s Os demais continuaram desempregados Constata se o que apontado por Nascimento Filho Ibid e Machado Drocchi e Costa Ibid no plano nacional que mostram que a grande maioria dos egressos deste programa desenhado para o setor de petr leo e g s est fora do setor 170 6 2 A VIS O DA COORDENA O DO PROGRAMA A coordena o do programa dentro do IFBA exercida por uma professora concursada a mais de dez anos que al m do envolvimento com o Prominp exerce um cargo com
183. ensa que o programa serviria para fazer com que estes futuros funcion rios j entrassem sem necessidade de requalifica o diminuindo assim as responsabilidades da petroleira Mas quando apontamos que um dos objetivos era a qualifica o para funcion rios terceirizados ele relembrou a cria o do curso t cnico em Petr leo e G s em uma das unidades do SENAI BA que teve participa o da Petrobr s e que j apontava pra que as empresas terceirizadas contratassem uma m o de obra mais qualificada o foco maior o terceirizado porque esse a rotatividade maior o sal rio mais baixo ent o a vontade desse trabalhador se qualificar menor As empresas terceirizadas tamb m n o tem condi es de gastar muito O professor chegou a mencionar cursos internos de qualifica o que abrangiam tanto terceirizados quanto funcion rios da Petrobr s e que agora ao repassar essa atribui o para outrem haveria uma redu o de custos pra a empresa Mas como o Prominp tamb m despende muitos recursos ficou a d vida ela n o continuaria gastando do mesmo jeito Para Tiago diferente Porque quando ela faz um programa ela est tendo dedu es de imposto como se fosse um investimento de imagem Quando ela faz dentro n o tem Isso A imagem um componente fundamental imagem porque a o Prominp Petrobr s Essa imagem que passada
184. entos que nunca a gente precisou saber Claro que na escola t cnica os instrumentistas aprenderam mas na pr tica voc n o utilizava esses conhecimentos Ent o o que que voc precisa Voc precisa de um curso que resolva um problema que t ali na sua frente E por que a gente aprende muita teoria Porque os professores que est o ali eles estudaram em faculdades aprenderam muita teoria e nunca foram ao campo Se voc n o vai ao campo voc n o consegue ter conhecimento suficiente pra resolver os problemas pr ticos e Prominp pr tica o cara aprender ali e entrar na empresa e assim P isso eu vi no Prominp eu sei fazer sabe Ent o o grande lance esse Outra cr tica tamb m ao Prominp a parte pr tica as aulas pr ticas foram poucas Com todas as expectativas e enfrentando algumas adversidades eles terminaram o curso e aguardaram o t o sonhando emprego no setor petrol fero Nenhum deles conseguiu e nem seus colegas conseguiram Pedro conta seu p riplo quando eu fiz o curso do Prominp eu tinha ligado pra alguns colegas meus da instrumenta o e disse assim olha eu t fechando a loja e se aparecer um emprego nessa rea eu volto ainda liguei pra algumas pessoas e tudo Quando eu fiz o Prominp eu achei que o Prominp me daria oportunidade de talvez abrir essas portas N o abriu e pelo que eu vi assim quase ningu m consegue se empregar pelo curso do Prominp Qu
185. er constatados no n mero de acidentes fatais ocorridos entre os anos de 1995 e 2010 Segundo a FUP apud DIEESE 2011 eles chegaram a 283 sendo que 228 ou 80 6 vitimaram trabalhadores terceirizados No caso dos acidentes com afastamento um trabalhador entrevistado por Ara jo Ibid informa que os n meros podem estar mascarados pois devido busca de certifica es de qualidade funcion rios que deveriam se afastar pelo INSS a partir do 16 dia retornam ao trabalho com uma fun o denominada retorno com restri o O Dieese 2007 112 informa que o MPT do estado do Rio de Janeiro suspeita que os n meros de acidentados sejam subnotificados Como medidas de preven o dos acidentes de trabalho as Comiss es Internas de Preven o de Acidentes CIPAs unificadas preconizadas pela legisla o do setor n o haviam sido efetivadas Entretanto havia uma tend ncia de depositar nos indiv duos a responsabilidade por sua seguran a quando esta uma a o que envolve constru es coletivas ARA JO ibid Para o autor a concep o de seguran a da empresa considera o trabalhador apenas como o recept culo de informa es que s o trazidas por t cnicos especializados advindo da muitas queixas relativas falta de instru o formal dos subcontratados Ele n o visto como um produtor de conhecimentos que contribui para a seguran a Segundo Freitas et al Ibid os acidentes de trabalho nas plataformas de petr leo somaram
186. er natureza e ou isen o ou redu o de tributos federais estaduais e ou municipais que venham a diminuir o nus da CONTRATADA o pre o originalmente acordado ser diminu do compensando se na primeira oportunidade a diferen a decorrente das respectivas altera es BRASIL 2009 p 289 Al m destas cl usulas outras exp em o qual descart vel o trabalhador terceirizado e o quanto as rela es s o marcadas por uma subjetividade que os deixa a merc dos funcion rios da Petrobr s Entre as obriga es da contratada est 1 1 Programar e propor m todos a empregar na execu o do instrumento contratual reservando se a PETROBR S o direito de notific la para que os altere e melhore ou suplemente sua m o de obra exig ncia esta que ser atendida sem demora sem nus para a PETROBR S caso os m todos originalmente escolhidos se mostrem inadequados ou a m o de obra deficiente ou insuficiente de modo que n o sejam poss veis os fornecimentos e a presta o dos servi os da forma contratada BRASIL 2009 p 295 grifo nosso Da mesma forma que estes trabalhadores devem estar dispon veis para atender de prontid o as demandas surgidas a fiscaliza o pode por sua vez x 5 2 Solicitar CONTRATADA a substitui o imediata de empregados cuja habilita o e experi ncia profissional julgar inadequadas para o exerc cio da fun o ou que prestem servi os que repute de rendimento ou qualidade n o satisfa
187. erais o Comit Executivo que focado na implementa o das diretrizes e coordena os Comit s Setoriais e estes ltimos que s o respons veis pelo desenvolvimento e implanta o dos projetos O Comit Diretivo composto por membros do Minist rio das Minas e Energia do Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior da Petrobr s e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ mico e Social BNDES Al m destes atores ligados ao 35 Informa es obtidas atrav s do site do PROMINP lt www prominp com br gt Acesso em 11 set 2010 126 Governo Federal dois outros ligados ao empresariado est o presentes o Instituto Brasileiro do Petr leo G s e Biocombust veis IBP fundado em 1957 por iniciativa da Petrobr s e da Associa o Brasileira para o Desenvolvimento da Ind stria de Base ABDIB que tem cerca de 200 s cios do setor petrol fero e a Organiza o Nacional da Ind stria de Petr leo ONIP que faz a articula o entre as empresas do setor o governo e as fontes de financiamento O Comit Executivo al m de representantes dos cinco membros estatais e dos dois privados presentes no Comit Diretivo possui mais sete membros ligados aos interesses empresariais CNI Associa o Brasileira de Consultores de Engenharia ABCE Associa o Brasileira de Engenharia Industrial ABEMI Associa o Brasileira da Ind stria de M quinas e Equipamentos ABIMAQ Associa o Brasileira da Ind str
188. erceirizados ALMEIDA 2003 Nas apura es internas pouca aten o dada responsabilidade da petroleira sua terceiriza o indiscriminada e s empresas subcontratadas O que se infere que a culpa maior era dos trabalhadores terceirizados que n o estavam devidamente preparados em especial no cumprimento de normas t cnicas e seguran a do trabalho Sendo a qualifica o profissional algo positivo na vis o de parte da sociedade pois aparentemente proporciona a parcelas menos favorecidas da popula o novas oportunidades a petroleira tem um grande trunfo em suas m os Por um lado ela adestra trabalhadores para o cumprimento daquilo que lhe conveniente dentro do jarg o da competitividade mesclado com normas de qualidade e seguran a para tentar evitar os problemas que lhe arranharam a imagem no passado Do outro lado ela vende uma imagem de Fonte lt www sindipetrocaxias org br gt Acesso em 28 ago 2011 Fonte lt www greenpeace org br gt Acesso em 28 ago 2011 Fonte lt www sindipetrocaxias org br gt Acesso em 28 ago 2011 144 empresa atenta s quest es sociais que proporciona oportunidades a um grande contingente da popula o Na forma como estruturado o CEQT n o pressup e a participa o de trabalhadores nas discuss es sobre a terceiriza o Embasados numa vis o de aus ncia de conflitos pesquisadores e o grande capital se unem para aprimorar os instrumentos para a perpetua
189. ero de operadores cai para 11 mas o n mero de unidades de processo aumenta para duas Os engenheiros tamb m passam a perceber aumentos salariais maiores que os t cnicos LUCENA ibid 31 Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Am rico Miguez de Mello criado em 1966 com enfoque em pesquisas na rea de Refino e Petroqu mica e a partir da d cada de 70 voltado para a pesquisa de novos campos de petr leo SILVA ibid 117 A Petrobr s que emerge nos anos de 1990 um n tido exemplo de reestrutura o produtiva no mbito das empresas estatais H uma progressiva tentativa de destrui o da resist ncia dos trabalhadores aliada a uma forte terceiriza o de atividades bem como uma nfase no individualismo e no linguajar gerencial t pico da qualidade total e suced neos Uma novil ngua se espalha pela empresa fazendo uso de termos como competitividade efici ncia redu o de desperd cios corte e controle de custos e flexibiliza o De acordo com Lucena Ibid os reflexos se dar o tamb m na pol tica interna de qualifica o A automa o e o aumento das exig ncias para exerc cio das fun es se refletem num aumento da exig ncia por escolaridade mas por outro lado h uma diminui o no tempo de treinamento Os novos operadores depois de aprovados em um concurso p blico s o submetidos a treinamentos noturnos com cargas hor rias que variam entre 255 e 370 horas durante um per odo m dio de quatro mese
190. es a greve retomada em 23 de novembro e os mesmos ataques deferidos anteriormente retornam pela m o dos mesmos atores De igual maneira a greve termina t o abruptamente quanto come ou Mais uma vez as negocia es se estancam mas n o as demiss es dos grevistas ROM O ibid Fernando Henrique Cardoso toma posse como presidente em 1 de janeiro de 1995 mas os petroleiros j tem um hist rico de reivindica es n o atendidas Al m das medidas que atentavam contra a classe trabalhadora em abril de 1995 o novo governo anuncia a privatiza o de 17 empresas estatais neste clima de tens o e insatisfa o generalizada que entre os dias 03 de maio e 02 de junho de 1995 ocorreu uma greve que na vis o de Rom o Ibid marca a crise do nosso fordismo perif rico pois reafirmou o car ter excludente das rela es de classe no Brasil e pode ser comparada em efeitos greve dos mineiros ingleses entre 1984 e 1985 durante o governo de Margaret Thatcher A moderniza o proposta pelo governo FHC n o inclu a a classe trabalhadora como ator mas sim o desmonte progressivo do setor produtivo estatal que fora constru do desde o governo Get lio Vargas O cen rio para o confronto estava armado Segundo Lucena op cit a partir deste per odo a pauta de reivindica es deles inclu a o fim da terceiriza o de atividades e a absor o destes trabalhadores por concurso p blico pela Petrobr s Os petroleiros tinham a seu favor o contro
191. esmo tendo rg os da Administra o Direta do Governo Federal entre os membros do programa como o Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio e o Minist rio das Minas e Energia Existe apenas um projeto de fomento pequena e m dia empresa denominado Inser o Competitiva e Sustent vel de Micros e Pequenas Empresas na Cadeia de P amp G que se encontra a cargo do Sebrae Informa es obtidas atrav s do site do PROMINP lt www prominp com br gt Acesso em 11 set 2010 4l lt www prominp com br gt Acesso em 28 jul 2011 42 P amp G Petr leo e G s 134 Novamente a se encontram a competitividade necess ria para a diminui o de custos da Petrobr s e a sustentabilidade que visa garantir que estes fornecedores sobrevivam a despeito das exig ncias para redu o de custo Por sua vez o tema Regula o tem os dois projetos restantes da rea de Pol tica Industrial S o denominados Aplica o aprimoramento e amplia o do uso da Cartilha de Conte do Local do Prominp e Pol tica de Conte do Local para o setor de Abastecimento Refino e Petroqu mica e est o sob a responsabilidade do Minist rio das Minas e Energia Isto significa apenas garantir que as subcontratadas das EPCistas os grandes conglomerados terceirizados da Petrobr s estejam fazendo aquisi es no mercado nacional o que dever ser fiscalizado pelas consultorias tamb m terceirizadas da ANP que
192. esponsabilidade no seu trabalho di rio ROM O ibid Al m das estrat gias de apropria o do saber do trabalhador outra t tica para n o ficar na depend ncia deste conhecimento t cito foi o investimento na automa o dos processos fabris Os primeiros equipamentos eram pneum ticos depois substitu dos por equipamentos anal gicos e por fim por controles automatizados onde uma tela de computador capaz de substituir um painel de cerca de 15 metros Ao inv s de uma equipe um nico operador pode controlar toda uma unidade de processamento podendo inclusive acessar os comandos a partir de redes de computadores do seu pr prio lar Como consequ ncia h uma diminui o da presen a f sica no 116 campo sendo necess ria apenas para fiscaliza es manobras e recolhimento de amostras Os gerentes passam a acompanhar a rotina dos trabalhadores em especial daqueles que se encontram nos pain is de controle e passam a trabalhar em turnos como os operadores fazendo com que o n mero de t cnicos e engenheiros fosse semelhante Boa parte desta estrat gia visava a apropria o do conhecimento t cito dos t cnicos pelos engenheiros levando tamb m a uma modifica o nas atribui es destes ltimos Cada vez mais a fun o de dom nio e constru o do aparato tecnol gico da empresa caracter stica do per odo inicial transferida para centros de pesquisa a exemplo do CENPES na Universidade Federal do Rio de Janeiro enqu
193. estando pouco mais de 10 dos 207 mil trabalhadores do auge em 2016 Surgir o novos programas de qualifica o para continuar alimentando o sonho de um emprego est vel a estas e outras parcelas da popula o Esta pesquisa focou um programa de qualifica o dentro de um setor econ mico e em uma regi o espec fica que a Regi o Metropolitana de Salvador N o imposs vel que numa coleta de dados em outras regi es os resultados se mostrem diferentes dadas as especificidades regionais do Brasil Programas de qualifica o diversos em setores diversos tamb m podem oferecer prismas diversos sob essa categoria t o poliss mica que a qualifica o profissional Mudan as no plano econ mico e social tamb m influenciar o nessas an lises Nutro por m a esperan a que os ventos soprem a favor da classe trabalhadora 203 BIBLIOGRAFIA AG NCIA NACIONAL DE PETR LEO G S NATURAL E BIOCOMBUST VEIS Anu rio Estat stico Brasileiro do Petr leo G s Natural e Biocombust veis Rio de Janeiro 2008 ALALUF M Le temps du labeur formation emploi et qualification en sociologie du travail Bruxelles Editions de L Universit de Bruxelles 1986 Forma o Laboreal Porto Universidade do Porto V 3 N 1 2007 Dispon vel em lt http laboreal up pt revista artigo php id 37t145nSU5471122987295582351 gt Acesso em 05 fev 2011 ALALUF M STOOBANTS M A Compet ncia mobiliza o oper rio Revista Europ ia de Fo
194. estatal brasileira de petr leo No seu plano de neg cios ela coloca uma meta de 67 de conte do local nos novos empreendimentos a serem realizados no quadri nio 2010 2014 PETROBR S 2010b Este percentual superior queles estabelecidos nas rodadas de licita es da ANP entre 1999 e 2002 durante o Governo Fernando Henrique Cardoso mas inferior a todos os percentuais de conte do local das licita es realizadas a partir de 2003 durante o Governo Lula 130 Na parte mais vis vel desta pol tica que a ind stria naval a revista Brasil Energia em sua edi o 358 de setembro de 2010 nos diz que embora o conte do local esteja em torno de 60 as grandes contribui es nacionais para a nova frota mar tima da Petrobr s tem sido itens de pouco valor agregado a o e m o de obra Os itens mais sofisticados n o s o produzidos no pa s e n o h perspectiva para sua nacionaliza o BRASIL ENERGIA p 16 A partir deste exemplo observamos uma grande falha em um dos pontos nevr lgicos da pol tica de conte do local que o desenvolvimento tecnol gico Por outro lado a sanha capitalista de buscar menores custos notadamente em for a de trabalho continua presente mesmo sob o manto de uma pol tica desenvolvimentista Dos 41 navios encomendados pela subsidi ria Petrobr s Transporte conhecida como Transpetro 30 ser o constru dos em Pernambuco e 11 no Rio de Janeiro que tinha tradi o na constru o naval e fica pr
195. estionado sobre o que mais importante entre teoria e pr tica ele enfatizou mais a segunda e mostrou que isso influencia o seu aprendizado Pra o campo de trabalho pra atua o experi ncia Inclusive eu aprendo muito com eles Na sua vis o h uma grande contribui o do curso em trazer lembran a toda a parte te rica da disciplina que por vezes fica esquecida E nesta hora aparecem as defici ncias de educa o b sica Se eu fizer uma prova aberta pra eles escreverem dissertativa fica dif cil porque eles n o conseguem ter conex o com as palavras Eu j fiz exerc cios pra eles criarem situa es de acidente por exemplo e descreverem as causas do acidente que um tipo de trabalho que a gente faz em Higiene Ocupacional e a eles sabem contar a hist ria toda inclusive apresentam essa hist ria pra gente l na sala eu coloco os grupos pra apresentaram e a eles v o descrevendo as causas fica tudo perfeito Quando vou pra ler o que eles escreveram n o o que eles disseram na apresenta o Impressionante N o consigo Andr faz observa es semelhantes por m na Matem tica quando eu tinha medidas fracion rias o pessoal pra fazer regra de tr s tinha certa dificuldade E assim vai Neste mesmo ponto sobre o preparo adequado ou n o para o mercado de trabalho ele colocou suas reservas e novamente enfatizou a quest o da experi ncia profissional o que acab
196. etrobr s enfrenta na justi a diz respeito terceiriza o de atividades fim que a priori s o proibidas por lei Este debate n o deixa transparecer que existe uma vis o hegem nica que apresenta uma de suas facetas na subcontrata o a vis o neoliberal da acumula o flex vel da supremacia do privado sobre o p blico da constru o de uma neutralidade de termos gerenciais como resultados efici ncia efic cia que mesmo que a terceiriza o denominada esp ria desapare a continuar vigente a n o ser que surja uma forte corrente contra hegem nica Por este motivo acolho o conceito mais amplo de autonomia controlada para denominar a terceiriza o entendo a como um processo de concentra o e atomiza o empresarial que cria um simulacro de independ ncia nas diversas unidades perif ricas mas ao mesmo tempo refor a a centraliza o de poder e controle no ente contratante e cria dualidades em todos os aspectos das rela es entre os diversos atores dessa rede Entendendo essas duas grandes categorias te ricas a qualifica o profissional e a terceiriza o e sabendo que ambas n o ocorrem no v cuo mas dentro de um contexto sociopol tico a hist ria da Petrobr s a seguir mostrar como estes embates ocorreram para desaguar no Prominp 82 CAP TULO III A evolu o da Petrobr s 2 O objetivo inicial deste cap tulo tra ar um hist rico da Petrobr s desde o seu nascimento passando pelo moment
197. etroleiro onde a pr tica faz com que boa parte das atividades produtivas sejam exercidas por estes trabalhadores e em diversos outros ramos industriais 2 6 A TERCEIRIZA O NO SETOR P BLICO Apesar da visibilidade existente da terceiriza o nas empresas privadas poss vel perceber que h um paralelismo entre o que acontece neste setor e na Administra o P blica principalmente por causa da legisla o A situa o se acentua a partir dos anos de 1990 quando a nfase neoliberal tamb m serve de arcabou o para o processo de reforma do Estado Conforme Augusto Jr et al 2009 esta reforma visava dentre outras coisas transferir algumas atividades para a iniciativa privada e para o chamado setor p blico n o estatal Ao mesmo tempo ela forjou uma nova cultura no servi o p blico onde a burocracia voltada para o controle dos processos se voltou para resultados flexibiliza o efici ncia e efic cia Isto acabou por refor ar a ideia de que algumas fun es estatais deveriam ser terceirizadas Juntamente com sua posse em 1 de janeiro de 1995 Fernando Henrique Cardoso assinou a Medida Provis ria 813 95 que versou sobre a organiza o da Presid ncia da Rep blica e dos Minist rios Em seu corpo havia a cria o do Minist rio da Administra o Federal e Reforma do 71 Estado posteriormente conhecido por MARE que surge a partir da transforma o da Secretaria de Administra o Federal Ele foi extinto em 1999 e s
198. fer ncias pessoais 21 3 e a experi ncia profissional 23 1 25 8 disseram que nenhuma exig ncia foi feita Entre os aut nomos a qualifica o profissional tem seu valor minimizado pois somente 1 7 dos entrevistados consideram este fator importante para seu desempenho profissional Percebemos um quadro onde a necessidade de qualifica o profissional quase um consenso entre empres rios e trabalhadores Com a atividade econ mica em crescimento a oferta de cursos de qualifica o torna se justific vel independente de que qualifica o para que ou para quem ela oferecida Aos empres rios fica a imagem de estarem investindo na forma o de pessoal capacitado para o trabalho o que alardeado aos quatro ventos sobre a alcunha de responsabilidade social da empresa Para a classe trabalhadora acende se uma pequena luz de esperan a no fim do t nel de que aquela qualifica o ser suficiente para ele superar mais um obst culo na conquista do emprego t o necess rio sua sobreviv ncia O quadro semelhante aquele descrito por Antoniazzi Ibid nos anos de 1990 tenta se fazer crer na qualifica o como uma pol tica de emprego 52 1 7 CONSIDERA ES PARCIAIS Neste cap tulo trabalhei as concep es de qualifica o profissional em quatro eixos te ricos a saber a concep o essencialista de Friedmann a relativista de Naville a tese sobre a desqualifica o do trabalhador de Braverman e a concep o
199. ficam Vigil ncia torna se a principal contribui o humana O operador se ainda houver torna se uma esp cie de vigilante um orientador um ajudante Dele poder amos pensar como um homem de liga o entre a m quina e a ger ncia operante BRIGHT 1958 apud BRAVERMAN ibid p 190 Entretanto o autor mostra que se o excesso de oferta de m o de obra promove uma redu o no valor dos sal rios a mecaniza o pode ser desestimulada pois o custo desta se tornar maior do que a contrata o de trabalhadores Outra parte deslocada para fun es burocr ticas e mesmo nestas reas a racionaliza o taylorista entra em cena seguida pelo uso de ferramentas informatizadas que a semelhan a do ch o da f brica termina por induzir a transmiss o dos conhecimentos para a m quina Associando qualifica o ao dom nio de um of cio e de um saber a introdu o crescente da mecaniza o resulta em que Quanto mais ci ncia incorporada no processo de trabalho tanto menos o trabalhador compreende o processo quanto mais um complicado produto intelectual se torne a m quina tanto menos controle e compreens o da m quina tem o trabalhador Em outras palavras quanto mais o trabalhador precisa de saber a fim de continuar sendo um ser humano no trabalho menos ele ou ela conhece BRAVERMAN ibid p 360 Como nos aponta Castioni Ibid Braverman escreve seu trabalho perto de um momento de transi o para um novo modo de gest o
200. fissional na Petrobr s est ligada ao embate entre trabalhadores e a dire o da empresa e os rumos pol ticos e sociais que ela toma ao longo dos anos Se no in cio a nfase taylorista na separa o entre planejamento e execu o marcou os pap is dos engenheiros e dos t cnicos progressivamente os ltimos foram se apropriando coletivamente do conhecimento da opera o permitindo a eles construir uma vis o abrangente do processo de produ o de petr leo e derivados Isto foi decisivo para eles terem um alto poder de press o sobre a dire o da empresa ao mesmo tempo em que seu valor social crescia Era a poca dos petroleiros enquanto uma das poucas categorias a vivenciar uma experi ncia pontuada de Estado do bem estar social no Brasil Mas o quadro pol tico da ditadura militar da redemocratiza o do pa s e posterior ascens o do modo neoliberal de governar recrudescem a luta contra os trabalhadores e isso traz profundas consequ ncias sobre a qualifica o na Petrobr s Progressivamente h um esvaziamento das fun es com a apropria o do saber pela empresa visando primeiro uma padroniza o e depois uma automa o das opera es O saber n o algo mais apreendido coletivamente pelos t cnicos na viv ncia di ria do seu trabalho e nem tampouco os engenheiros ali se dirigem para executar atividades de planejamento Com a resist ncia dos trabalhadores quase exaurida ap s a greve de 1995 dentre outras coisas a qualif
201. fissional nas tramas da terceiriza o O setor petrol fero a Petrobr s e o Prominp 232 f il 2012 Disserta o Mestrado Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Federal da Bahia Salvador 2012 RESUMO A presente disserta o tem como objeto de investiga o o plano de qualifica o do Programa de Mobiliza o Nacional da Ind stria de Petr leo e G s Natural Prominp surgido em 2003 no primeiro governo de Luiz In cio Lula da Silva na esfera do Minist rio das Minas e Energia e da Petrobr s O objetivo investigar qual qualifica o profissional oferecida no Prominp e para quais trabalhadores utilizando o arcabou o te rico da Sociologia do Trabalho e da Educa o e a avalia o dos dados emp ricos produzidos atrav s da an lise documental e das entrevistas com m ltiplos atores do programa A partir do estudo das condi es atuais de trabalho marcadas pela reestrutura o produtiva e pela terceiriza o buscou se verificar como este processo acontece dentro da Petrobr s e como estes fatores afetam a modelagem do programa de qualifica o do Prominp que visa trabalhadores terceirizados Os resultados apontam que h uma sintonia entre os dois fatores e que esta qualifica o objetiva justificar a terceiriza o j que a maior benefici ria a empresa que tem ganhos na sua imagem corporativa em detrimento dos trabalhadores que continuam em sua grande maioria desempregados ou subempregado
202. g s Entretanto sua solu o mais simples talvez um est gio supervisionado alguma coisa do tipo que colocasse em pr tica o que voc tivesse aprendendo n Porque na verdade o que vai fazer voc assimilar esse assunto justamente isso Esta exatamente a mesma solu o apontada por Nascimento Filho et al Ibid funcion rios do alto escal o da Petrobr s para resolver o problema da falta de inser o dos egressos no setor de petr leo e g s Entretanto o est gio assim definido ato educativo escolar supervisionado desenvolvido no ambiente de trabalho que visa prepara o para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em institui es de educa o superior de educa o profissional de ensino m dio da educa o especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional da educa o de jovens e adultos BRASIL Lei 11 788 de 25 de setembro de 2008 Art 1 grifo nosso Com a restri o legal ao est gio dentro de um programa de qualifica o poss vel verificar que esta etapa n o poder ser cumprida Mas ao constatarmos a press o empresarial o governo cooptado pelos interesses desses mesmos empres rios e a tend ncia crescente de 196 flexibiliza o da legisla o trabalhista nada garante que esta lei de est gio n o possa vir a ser alterada no futuro para incluir a possibilidade de est gio dentro deste e de outros
203. ga o da Lei que quebrou o monop lio do petr leo 54 do capital votante estava nas m os do governo por m o montante do capital total em poder da Uni o era de 31 Percebe se que com o jogo de palavras e o desconhecimento quase geral da popula o sobre o funcionamento do mercado de a es houve uma sutil privatiza o da Petrobr s Com o restante das a es pulverizadas nas m os de acionistas diversos a l gica da empresa o atendimento dos interesses privados e n o p blicos embora ela enfatize que seu controle da Uni o e continuar sendo As possibilidades abertas pela legisla o foram aproveitadas A Petrobr s Transportadora conhecida como Transpetro respons vel pela opera o de dutos terminais e navios criada em 12 de junho de 1998 quase um ano ap s o fim do monop lio do petr leo e absorve entre maio de 1999 e janeiro de 2000 a antiga Frota Nacional de Petroleiros Fronape criada em 1949 para gerir os petroleiros da empresa Um m s antes criada a Gaspetro subsidi ria respons vel pela participa o em empreendimentos na rea de g s natural ela a respons vel pelos interesses da companhia m e por exemplo na Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil Bol via TBG controlada pela Gaspetro em associa o com capitais internacionais A Refinaria Alberto Pasquali em Canoas no Rio Grande do Sul que era uma unidade de processamento dentro do conjunto de refinarias da Petrobr s sofreu uma privat
204. gem que eles passam realmente essa Pedro entretanto tinha outras esperan as como eu tinha muito conhecimento ainda com os colegas e tudo eu me via dentro de uma outra multinacional A medida que o curso foi transcorrendo Filipe se recordou que a entrada na Petrobr s se d apenas por meio de um concurso p blico Entretanto n o ficava claro paras os alunos que seu destino final eram as terceirizadas da petroleira Na verdade certeza voc n o tinha eles deixavam em aberto essa participa o ou n o para uma empresa terceirizada Pedro tamb m percebeu a mesma coisa que o colega Havia uma no o de que voc ia trabalhar provavelmente numa empreiteira n Filipe percebeu entre seus colegas um sonho bem nutrido de trabalho a exemplo do que perceberam os professores entrevistados umas pessoas achavam que pelo fato de ter feito Prominp ter passado j estava garantido ou algo do tipo Entretanto ele aponta que parte dessa ilus o de emprego era alimentada por alguns professores Alguns dos professores chegavam a comentar n o n bem o que se passa n bem o que se vende S que outros n o at empolgavam assim voc pode ser a qualquer momento contratado por uma grande empresa ent o voc tem que t preparado num sei o que Reside ai o principal defeito apontado por Filipe Para ele deveria ficar claro para os alunos que n o existia garantia nenhuma de emprego Cabe sa
205. hado e um tempo controlado Os espa os 87 dos engenheiros e dos t cnicos era rigidamente demarcado revelando rela es hier rquicas e de poder Tudo isto visava a internaliza o da disciplina Apesar da tecnologia incipiente a empresa teve ampla autonomia para encontrar reservas de petr leo Brasil afora a fim de garantir a autossufici ncia nacional mas fatores geol gicos e tecnol gicos impediam um avan o maior Esta mesma quest o tecnol gica era o fator em que se apegavam setores liberais para justificar o apoio internacional necess rio segundo eles para avan ar no conhecimento do subsolo brasileiro Durante o governo Juscelino Kubitschek a empresa come ou a receber suporte tecnol gico e financeiro de multinacionais petrol feras para a constru o de refinarias fato este que era desconhecido de grande parte da popula o Por outro lado a imagem da Petrobr s enquanto s mbolo do nacional desenvolvimentismo continuou SMITH apud LUCENA ibid Este fator tecnol gico fundamental para entender os embates em torno da qualifica o profissional na empresa e como se deu o seu desmonte nos anos seguintes Cerqueira Filho Ibid por sua vez caracteriza este per odo que se inicia em 1961 como sendo um per odo de rela es hegem nicas na empresa j que a disciplina forjada no in cio n o mais satisfazia as necessidades de produtividade do capital e fazia se necess rio a coopta o dos oper rios A luta dos trabalhado
206. i ncias exatas e aquelas da derivadas algumas disciplinas tipo matem tica f sica qu mica e a v m outras disciplinas que tamb m tem base nelas passa por todas essas disciplinas e a existe uma lacuna muito grande hoje na parte de conhecimentos t cnicos dos t cnicos que est o no mercado No que se refere ao convite para ingressar no corpo docente do programa ele confirmou o que a Coordenadora disse Tiago recebeu um e mail e se candidatou por j ser professor da disciplina nos cursos regulares da escola Tamb m informou que houve casos de um enfermeiro e um profissional do corpo de bombeiros que ensinaram primeiros socorros e preven o e combate a inc ndio respectivamente Andr informou que al m do convite verificaram sua disponibilidade de hor rio e seu curr culo J sobre o material did tico utilizado na rea de SMS Tiago n o possui uma vis o t o positiva quanto o Coordenador Olha eu n o gosto N o um material assim ruim Eu acho um material muito superficial E encontrei erros Por exemplo neste livro que eu estou dando Higiene ocupacional eles classificam os tipos de risco ambientais de forma inadequada Por exemplo Colocam ilumina o deficiente como risco f sico eletricidade 180 Z como risco f sico e n o Tanto eletricidade como ilumina o deficiente s o classificados como risco de acidentes E ilumina o deficiente tamb m pode ser clas
207. i os especializados e tem portanto um grande poder de barganha junto Petrobr s Nada indica que elas n o realizem uma terceiriza o em cascata que pode incluir na sua ponta trabalhadores com status e remunera es totalmente diferentes das que aqui s o apresentadas N o h neste comparativo nenhuma empresa de pequeno porte que vence as licita es apresentando menor pre o nem tampouco empresas que prestam servi o dentro das refinarias a exemplo das empresas de manuten o industrial Ou seja o quadro pode ser muito pior do que o apresentado A Drillfor tamb m era uma empresa brasileira e foi comprada por uma multinacional canadense em 2011 A B J Services tamb m foi adquirida pela Baker Huges outra multinacional em 2010 107 Entretanto o mesmo relat rio comparou a remunera o e os benef cios de duas funcion rias que exercem a mesma fun o dentro da empresa sendo que a trabalhadora terceirizada tamb m est subordinada a uma gerente da Petrobr s Tabela 5 Comparativo entre duas funcion rias na Petrobr s EFETIVA TERCEIRA Tempo de perman ncia 4 anos 6 anos Forma o Acad mica Superior completo Superior completo Prestou concurso para n vel Exig ncias da fun o N vel m dio m dio Sal rio m dio R 2 800 00 R 1 300 00 Aux lio Refei o R 600 00 dinheiro R 291 00 vale PLR R 17 000 00 N o recebe Conv nio m dico Desconta R 13 00 Sa de Bradesco Horas extras 1
208. ia Empresa A rea de Capacita o subdividida em Capacita o Tecnol gica Capacita o Industrial e Qualifica o Profissional Cada comit Informa es obtidas atrav s do site do PROMINP lt www prominp com br gt Acesso em 11 set 2010 setorial respons vel por um conjunto de projetos que s o agrupados dentro dos i 4 E citados Esta estrutura representada esquematicamente na figura abaixo 133 dez temas Diagn stico Levantamento de Informa es Capacita o Capacita o Tecnol gica Capacita o Industrial Qualifica o Profissional reas Tem ticas An lise das Informa es Identifica o das Lacunas Legal Financeira Infra estrutura e Recursos Humanas Instrumentos de Pol tica Industrial Desempenho Empresarial Financiamento Regula o Sustentabilidade Compettividade Fomento a Pequena e Media Empresa Pol tica Tribut ria Figura 5 Estrutura de funcionamento do Prominp Fonte lt www prominp com br gt Acesso em 11 set 2010 4 7 E A POL TICA INDUSTRIAL DO PROMINP Se observarmos os projetos agrupados por reas tem ticas percebemos que o car ter de pol tica industrial do Prominp se esvai S o apenas tr s projetos em um total de sessenta ou seja apenas 5 do total No s tio do programa na internet n o existe nenhum projeto relacionado ao financiamento da ind stria e nem pol tica tribut ria m
209. ia de El trica e Eletr nica ABINEE Associa o Brasileira da Ind stria de Tubos e Acess rios de Metal ABITAM e o Sindicato Nacional da Ind stria Naval e Offshore SINAVAL N o h participa o de nenhuma entidade representante dos trabalhadores como se estes n o fossem necess rios constru o de uma pol tica industrial e tecnol gica no pa s A ANP informa que a partir de 2005 quando ocorreu a 7 rodada de licita es de blocos de explora o de petr leo houve a introdu o de regras para o cumprimento do conte do local Brasil 2007 Silva ibid entretanto nos diz que houve uma press o do governo fluminense e uma preocupa o com a ind stria local de equipamentos para o setor petrol fero que fez com que a ANP passasse a adotar o crit rio de conte do local que significava um percentual de nacionaliza o de equipamentos Este percentual era vari vel com a profundidade dos po os e o tipo de explora o que seria realizada Silva ibid prossegue dizendo que os Departamentos de Engenharia da Petrobr s fizeram um mapeamento da capacidade da ind stria nacional avaliando as defici ncias e formas de capacit los Houve uma aprova o do plano pela diretoria da empresa e posteriormente ele foi levado ao Minist rio das Minas e Energia ainda sobre a gest o da Ministra Dilma Rousseff Embora o enfoque inicial dos engenheiros fosse a rea de Explora o e Produ o o Minist rio estendeu o programa par
210. ia do Amazonas AM Manaus 29 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Cear CE Fortaleza 30 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Maranh o MA S o Lu s 31 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 32 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio Grande do Norte RN Mossor 33 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio Grande do Sul RS Pelotas 34 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia Fluminense RJ Campos dos Goytacazes 35 Instituto Federal do Esp rito Santo ES Vit ria 36 Instituto Sorrindo para a Vida RJ Rio de Janeiro 37 Oxig nio SP S o Paulo 38 PlanSeq RJ Rio de Janeiro 39 Pontif cia Universidade Cat lica de Minas Gerais MG Belo Horizonte 40 Pontif cia Universidade Cat lica do Paran PR Curitiba 41 Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 42 PROEND PR Curitiba 43 QUALITY WELDING LTDA BA Candeias 44 REGAP MG Betim 45 RENEST PE Ipojuca 46 REPAR PR Arauc ria 47 REPLAN SP Paul nia 48 REVAP SP S o Jos dos Campos 49 RLAN BA S o Francisco do Conde 50 SENAC ES ES Vit ria 51 SENAI BH MG Belo Horizonte 222 52 SENAI Departamento Regional do RN
211. ia perfura o dos po os al m daquelas relacionadas ao transporte a reo mar timo constru o civil em reparos e mergulhos em guas rasas e profundas Todas estas atividades s o realizadas em um ambiente ex guo onde n o somente se trabalha mas tamb m se convive com o risco OTT 1993 apud FREITAS et al ibid No jarg o dos petroleiros esses funcion rios trabalham embarcados e passam dias em alto mar As escalas de trabalho variam de pa s para pa s Segundo Freitas et al Ibid as altern ncias entre os dias trabalhados e dias de folga variam de 14 14 no Reino Unido para 7 7 nos Estados Unidos ou descansos progressivos na Noruega quando a altern ncia come a em 14 14 passa para 14 21 no pr ximo ciclo e vai para 14 28 no seguinte Quando est o embarcados os trabalhadores cumprem escalas de 12 horas de trabalho por 12 horas de descanso por m com as horas extras esta escala pode se estender at 14 horas sendo que em alguns postos de trabalho vai at 17 horas Segundo a OIT 1993 apud FREITAS et al ibid os terceirizados constituem entre dois ter os e tr s quartos do total dos trabalhadores das plataformas de petr leo sendo estes tamb m as maiores v timas dos acidentes de trabalho No Brasil as altern ncias entre os dias trabalhados e dias de folga dos trabalhadores diretos de 14 21 Entretanto para os terceirizados ela de 14 14 H uma press o para eleva o da produ o fazendo com que as instala es se
212. iante a es f sicas ou mentais sobre objetos resultando na constru o de esquemas ou estruturas mentais que se modificam e se tornam cada vez mais refinados por processamentos sucessivos de assimila o e acomoda o desencadeados por situa es desequilibradoras As compet ncias constituem se na articula o e mobiliza o dos saberes por esses esquemas mentais ao passo que as habilidades permitem que as compet ncias sejam colocadas em a o RAMOS 2002 p 407 e 408 A apropria o deste conceito pelo meio educacional influenciado pelo pensamento empresarial leva a uma constru o de curr culos a partir da cria o de situa es que se baseiam naquelas encontradas em situa es reais de trabalho e que leva os alunos a utilizarem o conhecimento acumulado para analisar e solucionar problemas H que se perceber que as situa es s o aquelas consideradas como importantes para o meio empresarial com forte apelo ao pragmatismo Ao fazer uma an lise das orienta es oficiais para a constru o de curr culos de cursos t cnicos Ramos Ibid observa as falhas que esta abordagem traz Em primeiro lugar n o h clareza entre o que seja uma a o concreta e uma atividade mental mobilizados para a resolu o de um determinado problema Tamb m n o se esclarece como os conceitos s o apreendidos e quais os esquemas mentais utilizados 45 Avan ando na sua an lise ela pergunta se os conceitos apreendidos s servem pa
213. ica o passa a ser uma atribui o quase que exclusivamente da empresa sejam nas prioridades escolhidas seja no 119 conte do a ser ministrado seja no tempo que ser gasto seja na forma e no per odo como ela ser disposta aos trabalhadores Estas prioridades est o embasadas em todo o conjunto de termos e t cnicas que foram instaurados na Petrobr s em especial a partir dos anos de 1990 Competitividade lucratividade sobreviv ncia aumento da produ o redu o de custos qualidade total padroniza o cumprimento de rotinas certifica es ISO sa de seguran a meio ambiente responsabilidade social terceiriza o dentre outros aliados a uma long nqua lembran a de empresa s mbolo do orgulho nacional dar o a t nica qualifica o profissional que ser demandada no Prominp 3 6 CONSIDERA ES PARCIAIS Podemos observar que tanto no mbito local quanto mundial a atividade petrol fera envolta em intricados jogos pol ticos Em parte por causa da riqueza que ela capaz de gerar mas tamb m porque a vida moderna tornou se cercada de seus derivados diretos como os combust veis e principalmente indiretos por causa da onipresen a do uso dos pl sticos em nossa sociedade e outros como fertilizantes tintas colas detergentes explosivos medicamentos e produtos de beleza Ao voltarmos nosso olhar para a hist ria da explora o de petr leo no nosso pa s e da Petrobr s poss vel perceber sob o
214. ica eletrot cnica eletromec nica mec nica instrumenta o automa o ou telecomunica o na rea de constru o e montagem industrial ou 12 meses como profissional na rea de Instrumenta o na rea industrial predial e redes el tricas incluindo as atividades de manuten o Encarregado de Montagem Mec nica Ensino m dio completo M nimo de 3 meses como Encarregado de Montagem Mec nica na rea de constru o e montagem industrial ou 9 meses como Montador de Estruturas Met licas na rea de constru o e montagem industrial ou 12 meses como Montador em ind strias de equipamentos mec nicos estruturas met licas serralherias implementos agr colas ve culos inclusive na atividade de manuten o Encarregado de Tubula o Ensino m dio completo M nimo de 3 meses como encarregado de tubula o na rea de constru o e montagem industrial ou 9 meses como Encanador na rea de constru o e montagem industrial ou 12 meses como encanador em ind strias de equipamentos estruturas met licas serralherias implementos agr colas ve culos inclusive na atividade de manuten o Instrumentista de Ensino m dio M nima de 3 meses como Instrumentista Montador ou Instrumentista Sistemas 163 sistemas completo na rea de constru o e montagem industrial ou 6 meses como Instrumentista ou Eletricista em instala es industriais prediais e ou redes el tr
215. icas de baixa e m dia tens o M nimo de 3 meses como Instrumentista Montador ou Instrumentista Sistemas Instrumentista Ensino m dio na rea de constru o e montagem industrial ou 6 meses como Instrumentista Montador completo ou Eletricista em instala es industriais prediais e ou redes el tricas de baixa e m dia tens o Supervisor de Mec nica Ensino m dio completo M nimo de 8 meses como encarregado de mec nica caldeiraria estrutura na rea de constru o e montagem industrial ou 12 meses como encarregado de mec nica caldeiraria tubula o ou estrutura em ind strias ou em manuten o industrial Supervisor de Ensino m dio M nimo de 18 meses como encarregado de constru o e montagem Planejamento completo T cnico de n vel par a RA ZA M nimo de 2 anos como t cnico de SMS A partir de 2007 passa a ser m dio completo ERR d E Da Supervisor Experi ncia profissional m nima de 6 meses como Encarregado ou T cnico de ss em Seguran a ou E T cnico de SMS SMS na rea de constru o e montagem industrial ou 12 meses como Meio Ambiente a partir de 2007 profissional na rea de SMS Quadro 2 Cursos do Prominp oferecidos no IFBA Sim es Filho Fonte Editais de sele o de alunos do Prominp A depender do curso candidatos que possu ssem o curso t cnico de n vel m dio completo em Automa o Eletricidade Eletromec nica Eletr nica Instrumenta o
216. ifica o Qualifica o Prova de Classifica o Infi Execu o Avalia o Certifica o rova ica a Estrutura o dos Cursos Sele o Candidatos Estrutura dos Cursos dos Cursos Prominp Entidade Institui o de Entidade de Institui o de Comit Entidade ncora Refer ncia Sele o Ensino T cnico Certificadora Executora Avalia o OEGE EP PELEN OV PUSPA Figura 7 Estrutura do Plano de Plano de Qualifica o Profissional do Prominp Fonte MACHADO 2006 p 6 A gest o do programa ou entidade ncora era feita at o ano de 2009 pela Associa o Brasileira de Engenharia Industrial ABEMD A partir do diagn stico de demanda feito regionalmente se constr i as diretrizes dos cursos o tipo de sele o e o valor das bolsas para os alunos nos n veis b sico t cnico e superior Cada aluno tem direito a uma bolsa aux lio que varia entre R 300 00 e R 900 00 de acordo com o n vel do curso desde que n o estejam recebendo outro tipo de aux lio A entidade ncora quem faz a gest o dos contratos com as outras institui es participantes faz o repasse da bolsa para os alunos e consolida em relat rios os dados repassados pelas outras institui es MACHADO 2006 2 2 Informa es sobre as bolsas obtidas atrav s do site lt www prominp com br gt Acesso em 28 jul 2011 153 As institui es de refer ncia listadas no anexo A s o aquelas que ir o
217. imeiro semestre de 2011 O campus de Sim es Filho situa se na regi o metropolitana de Salvador a 30 km do centro da capital e localiza se onde antes funcionou o antigo CENTEC Conta hoje com quatro cursos Ficaram de fora os Cefets Rio e Minas algumas escolas t cnicas vinculadas s universidades e a Universidade Tecnol gica Federal do Paran Os Cefets Rio e Minas tinham pretens o de se transformarem tamb m em Universidades Tecnol gicas como tinha acontecido com o antigo Cefet PR fato esse que n o se concretizou posteriormente 162 t cnicos nas modalidades integrada e subsequente nas reas de Mec nica Eletromec nica Metalurgia e Petr leo e G s Em 2011 contava com 608 alunos e 54 professores efetivos Neste campus s o ofertados cursos do Prominp O munic pio tem seu grande vetor de desenvolvimento no Centro Industrial de Aratu onde boa parte dos alunos busca inser o profissional Eles s o oriundos de munic pios da regi o metropolitana de Salvador a exemplo de Lauro de Freitas Cama ari Candeias S o Sebasti o do Pass e da regi o do sub rbio ferrovi rio de Salvador bem como bairros adjacentes BR 324 como Palestina S o Caetano e guas Claras O Prominp come ou a ser executado em Sim es Filho no ano de 2007 at o ano de 2010 sendo retomado posteriormente a partir de 2012 Nos tr s anos anteriores foram ministrados onze cursos que possu am os pr requisitos demonstrados no quadro abaixo
218. intermedi ria entre o servidor p blico estatut rio e o trabalhador da iniciativa privada AUGUSTO JR et al ibid O Decreto 2271 1997 colocou as atividades consideradas complementares que podem ser terceirizadas conserva o limpeza seguran a vigil ncia transporte inform tica recep o reprografia telecomunica es manuten o predial de equipamentos e instala es Posteriormente no munic pio de S o Paulo e no estado de Roraima houve a terceiriza o dos servi os p blicos de sa de com cooperativas de profissionais de sa de e logo ap s em S o Paulo e na Bahia a terceiriza o se deu com as Organiza es Sociais institu das a partir da Lei ii Informa es sobre o Minist rio obtido atrav s do site lt http www planejamento gov br link secretaria asp cod 6682 amp cat 229 amp sec 24 amp sub gt Acesso em 01 set 2012 s 10 20 19 Consenso de Washington um conjunto de medidas formulado em 1989 por economistas de institui es financeiras como o FMI o Banco Mundial e o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos fundamentadas num texto do economista John Williamson a partir de ent o se tornando a pol tica oficial do FMI As dez regras b sicas s o disciplina fiscal redu o dos gastos p blicos reforma tribut ria juros de mercado c mbio de mercado abertura comercial investimento estrangeiro direto com elimina o de restri es privatiza o das estatais desregulamenta o afr
219. ionada em parte pelo contato com o amianto que ele manuseou para cobrir os tubos dos navios atracados no estaleiro onde trabalhou no in cio de sua carreira No in cio do seu livro Braverman 2011 assinala a contradi o existente entre a chamada revolu o cient fico tecnol gica que estaria exigindo n veis maiores de capacita o e a crescente insatisfa o com as condi es de trabalho Ele n o se opunha tecnologia mas maneira como ela era utilizada dentro do capitalismo servindo mais como um instrumento de domina o e manuten o da divis o de classes Almejava uma poca em que estes avan os serviriam para o benef cio de todos e haveria satisfa o dos trabalhadores resultante do dom nio completo de seu of cio A tecnologia segundo ele teve uma repercuss o muito forte sobre os trabalhadores pois fez com que gradativamente o desejo revolucion rio fosse substitu do pelo desejo reformista Biografia obtida atrav s do site lt http www bookrags com biography harry braverman soc gt Acesso em 16 abr 12 s 10 51 33 dentro do capitalismo Isto se deu por causa dos ganhos de produtividade proporcionados pelas modernas tecnologias o que levou a moderna f brica a ser vista como algo inevit vel mas aperfei o vel Isto foi um fato na antiga Uni o Sovi tica que pretendendo se igualar s na es capitalistas acabou por incorporar os processos produtivos existentes no outro lado do mundo A parti
220. iplomatique Brasil Desindustrializa o p 28 29 S o Paulo mar 2012 FERRETTI C J Considera es sobre a apropria o das no es de qualifica o profissional pelos estudos a respeito das rela es entre trabalho e educa o Educa o e Sociedade Campinas CEDES Centro de Estudos Educa o e Sociedade da Universidade Estadual de Campinas V 25 N 87 2004 FREITAS C M de et al Acidentes de trabalho em plataformas de petr leo da Bacia de Campos Rio de Janeiro Brasil Cadernos de Sa de P blica Rio de Janeiro v 17 n 1 p 117 130 jan fev 2001 FERR N Entrevista com o dirigente sindical Andr Fadda Fran a In DRUCK G FRANCO T Org A perda da raz o social do trabalho terceiriza o e precariza o S o Paulo Boitempo 2007 FIGUEIREDO J A GOMES C A Programa de Mobiliza o da Ind stria Nacional de Petr leo e G s Natural Relat rio Final Diagn stico de viabilidade t cnico e econ mica visando a implanta o de oficinas de manuten o de turbinas a g s S I 03 de junho de 2004 FIGUEIREDO J A JARDIM J A Programa de Mobiliza o da Ind stria Nacional de Petr leo e G s Natural Relat rio Final Implanta o de programa de fomento ind stria brasileira de perfura o offshore S I 2 004 Programa De Mobiliza o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Relat rio Final Desenvolvimento Capacita o de Recursos Humanos para opera o de sondas ma
221. ir da empresa terceirizada a pr pria petroleira pode faz lo 12 4 A PETROBR S poder ceder o presente Contrato total ou parcialmente mediante anu ncia da CONTRATADA dispensada esta nos casos em que a CESSION RIA seja empresa sob controle ou com participa o acion ria da PETROBR S BRASIL 2009 p 288 Todavia se esta subcontrata o n o se efetivar h uma cl usula expl cita de est mulo ao achatamento salarial 5 3 1 Os custos referentes m o de obra refletem os pre os atualizados no m s da proposta n o cabendo portanto nenhuma reivindica o salarial por conta de acordos conven es ou diss dios ocorridos no curso da contrata o BRASIL 2009 p 283 grifo nosso O lucro do propriet rio da empresa terceirizada entretanto tem chances de continuar preservado pois 138 13 2 Se durante o prazo de vig ncia do Contrato ocorrer a cria o de novos tributos altera o de al quotas e ou altera o de base de c lculo que venham a majorar comprovadamente o nus da CONTRATADA o pre o originalmente acordado ser aumentado proporcionalmente majora o ocorrida BRASIL 2009 p 289 Este jogo entretanto pode ser revertido a favor da Petrobr s para a garantia do seu lucro 13 3 No mesmo sentido se durante o prazo de vig ncia do Contrato ocorrer a extin o de tributos existentes a altera o de al quotas ou de base de c lculo a institui o de incentivos fiscais de qualqu
222. ir de dados colhidos com um ge logo que trabalhou na Petrobr s que h uma subestima o dos dados e estas reservas tem pelo menos 123 bilh es de barris H 10 de chances de se chegar a 206 bilh es sendo que as reservas da Petrobr s s o de 16 bilh es na atualidade De qualquer maneira o Brasil passa a deter uma das maiores reservas do mundo O termo pr sal adv m do local onde se encontram estas reservas Situam se ap s uma densa camada de sal a mais de 7 000 metros de profundidade da superf cie do oceano chamada de pr sal porque na Geologia as camadas da terra s o nomeadas do centro para a superf cie ROMERO 2010 Ele localiza se numa rea que vai do litoral de Santa Catarina at o Esp rito Santo a cerca de 300 quil metros da costa brasileira conforme mostrado na figura 1 Sua descoberta se deu devido aos avan os das t cnicas geof sicas de s smica em tr s dimens es 3D 97 49 000 Km 772 Km 28 03 rea n o concedida 107 228 Km 71 97 Area concedida c partc 35 739 Km 24 MINAS GERAIS f RE a SAO PAULO 5 RIO DE JANEIRO e gen i pRio de Ja Po os Porturados BE Reservat rios Pre sai F Campos de Produ o EB Blocos de Explora o Em Figura 1 rea do pr sal Fonte Petrobr s apud DIEESE 2009 p 3 Considerando se o pre o do barril a US 70 00 e reservas entre 80 e 200 bilh es de barris o montante de riquezas para o pa s pode variar entre US 5 6
223. ir dos anos de 1990 122 a Lei 9 478 de 6 de agosto de 1997 que quebra o monop lio do petr leo e cria o Conselho Nacional de Pol tica Energ tica e a Ag ncia Nacional de Petr leo Dentre outros objetivos a Pol tica Energ tica Nacional deveria promover o desenvolvimento ampliar o mercado de trabalho e valorizar os recursos energ ticos BRASIL 1997 bem como ampliar a competitividade do Pa s no mercado internacional BRASIL ibid Sempre fiel sua orienta o neoliberal o governo edita o Decreto 3161 em 2 de setembro de 1999 que cria um regime aduaneiro especial para importa o e exporta o de bens a serem utilizados na ind stria de petr leo conhecido como REPETRO que dentre outras coisas isentava estes produtos e suas pe as sobressalentes de impostos de importa o at 31 de dezembro de 2007 Ele foi revogado em 2002 e incorporado em novo decreto sobre fun es aduaneiras editado em 2009 Silva Ibid nos mostra que no mesmo per odo fus es e aquisi es come am a acontecer no setor petrol fero mundo afora Com a resist ncia dos trabalhadores sendo constantemente alvejada e os padr es monopolistas internacionais servindo de exemplo para sua atua o a Petrobr s adota t cnicas de gest o flex veis em conson ncia com o imperativo neoliberal vigente no pa s como j demonstrado mas tamb m similares s multinacionais do setor Silva ibid nos diz que os fornecedores passaram a sofrer uma mai
224. ira parte traz um breve hist rico da institui o seguido dos resultados dos cursos ali oferecidos Posteriormente s o apresentadas tr s vis es sobre o programa a primeira na figura da coordenadora do programa dentro do IFBA a segunda representada por dois professores do programa e a terceira pelos alunos 6 1 HIST RICO E RESULTADO DOS CURSOS O Instituto Federal da Bahia IFBA tem sua origem em 1909 com a cria o da Escola de Aprendizes e Art fices na regi o central de Salvador posteriormente transferida para o bairro do Barbalho em 1926 vindo a ser denominado Liceu Industrial de Salvador em 1937 Em 1942 se tornou a Escola T cnica de Salvador e em 1965 teve seu nome mudado para Escola T cnica Federal da Bahia ETFBA Por outro lado o Centro de Educa o Tecnol gica da Bahia CENTEC foi criado em 1976 tamb m no munic pio de Salvador sendo depois transferido para o munic pio de Sim es Filho na regi o metropolitana da capital Em 1993 as duas institui es foram fundidas dando origem ao Centro Federal de Educa o Tecnol gica da Bahia CEFET BA 2008 Em 29 de dezembro de 2008 o ent o presidente Lula promulgou a Lei 11 798 que transforma quase todos os Cefets e Escolas Agrot cnicas Federais do pa s em Institutos Federais 2 neles inclu do o da Bahia Trata se de uma institui o voltada para o ensino t cnico e tecnol gico com doze campi espalhados pelo estado 10 626 alunos e 827 professores efetivos no pr
225. iras suplantam qualquer afinidade que possa haver com o pa s de origem Segundo a Petrobr s no seu Relat rio de Sustentabilidade de 2010 a partir de uma capta o de a es no mercado financeiro em 24 de setembro daquele ano o valor de mercado da empresa atingiu a cifra de US 223 bilh es elevando a a posi o de terceira maior do mundo no setor de energia Petrobr s 2010 95 p 3 5 e 38 Um contraste com a situa o prec ria dos trabalhadores envolvidos para que este valor fosse alcan ado 3 3 O ADVENTO DO PR SAL Se o dom nio do setor petrol fero nacional pela Petrobr s j grande mesmo com todo o interesse que houve em desestabiliz la ele tende a se ampliar com as descobertas das reservas de petr leo na camada pr sal anunciadas em 2007 A companhia prev um investimento de US 224 bilh es entre 2010 e 2014 sendo que 95 ou US 212 3 bilh es ser o destinados ao Brasil distribu dos em 686 projetos O alvo dela se tornar uma das cinco maiores empresas petrol feras do mundo at 2020 PETROBR S 2010 p 36 A empresa toma duas diretrizes b sicas para este investimento A primeira o investimento no parque industrial brasileiro em especial na rea de engenharia associada a uma qualifica o dos trabalhadores o que na sua vis o geraria emprego e renda H que se observar que a compra de bens no mercado nacional deve atender a padr es internacionais no que ela denomina de competitividade Par
226. iriza o se insere no contexto da luta capital x trabalho De uma pr tica feudal e do mundo rural inclusive brasileiro e japon s foi posteriormente adaptada nascente sociedade capitalista Ao longo da primeira metade do s culo XX perdeu a import ncia por causa de uma s rie de fatores mas a sua retomada tem elementos chave com os quais me coaduno O primeiro elemento a influ ncia exercida pela esfera financeira que se autonomiza e passa a impor uma l gica flex vel e de curto prazo para a sociedade e a esfera produtiva Paralelo a este elemento encontra se a nova forma de organiza o do trabalho denominada toyotismo que traduz a flexibilidade no mbito da produ o N o menos importante o desenho que esta mesma flexibilidade assume no conjunto das opera es das empresas local e globalmente atrav s das enigm ticas figuras das empresas em rede Outro elemento de suma import ncia o papel que os governos principalmente sob o manto neoliberal exercem para facilitar este processo quer atrav s do incentivo s empresas quer atrav s da omiss o legislativa no caso brasileiro quer por suas pr prias pr ticas de terceiriza o Por fim h o empenho quase psic tico em destruir a resist ncia dos trabalhadores Por causa destes fatores poss vel acolher a vis o de Druck de que a terceiriza o se constitui numa estrat gia de domina o As condi es pret ritas de trabalho apontadas por Th baud Mony s o clar
227. iro S A Relatora Ju za Lygia Maria de Godoy Batista Cavalcanti Mossor 24 de abril de 2009 BRASIL ENERGIA Rio de Janeiro Editora Brasil Energia n 358 Setembro de 2010 218 p 207 BRAVERMAN H Trabalho e capital monopolista a degrada o do trabalho no s culo XX 3 ed Rio de Janeiro LTC 2011 BUTENBACH A Estrat gias sindicais contra a precariza o na Europa alguns destaques In DAU D M RODRIGUES IJ CONCEI O J J da Terceiriza o no Brasil do discurso da inova o precariza o do trabalho atualiza o do debate e perspectivas S o Paulo Annablume CUT 2009 CARELLI R Terceiriza o e Direitos trabalhistas no Brasil In DRUCK G FRANCO T Org A perda da raz o social do trabalho terceiriza o e precariza o S o Paulo Boitempo 2007 CARLEIAL L AZA S C Mercados de Trabalho e Hibridiza o Uniformidade e Diferen as entre Fran a e Brasil Caderno CRH Salvador v 20 n 51 p 401 417 set dez 2007 CASTEL R As metamorfoses da quest o social uma cr nica do sal rio 8 ed Petr polis Vozes 2009 CASTIONI R Educa o no mundo do trabalho qualifica o e compet ncia S o Paulo Francis 2010 CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DA BAHIA Proposta para constitui o do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Bahia IFET BA Salvador 2008 30 p CERQUEIRA FILHO J N Do fordismo ao ecologismo discurso e pr tica da atua
228. issionado em um dos campi do Instituto Na fun o voltada para o programa ela coordena todas as atividades nos portais serve de interface entre o candidato aprovado e a institui o seleciona professores faz relat rios d sugest es coordena o executiva do Prominp sobre a continuidade ou n o de programas Envolvida em um programa de qualifica o dentro de uma institui o voltada para a forma o de profissionais fortemente engajados com o trabalho industrial inicialmente perguntamos a Maria o que ela entende por qualifica o que considerou como sendo Uma forma o adicional ao trabalhador necess ria para melhorias pessoais e profissionais Por ser uma resposta mais associada ao ambiente escolar procuramos saber se um curso t cnico seria uma qualifica o ao que ela prontamente diferenciou com sendo uma forma o pois Qualifica o s o cursos de carga hor ria mais reduzida Voltando para o surgimento do Prominp ela relatou que nas reuni es que participou antes do in cio a qualifica o foi apresentada como sendo fruto de uma pesquisa realizada entre os anos de 2004 e 2006 em que os empres rios apontavam a car ncia de m o de obra qualificada para o setor de petr leo e g s Se considerarmos o documento Educa o Para a Nova Ind stria feito pela CNI 2007 onde j havia essa preocupa o h uma proximidade de per odos e de concep es Segundo ela a discuss o dentro do en
229. itos em termos de contribuir para a capacita o do mercado prestador de servi os em geral para a qualifica o e certifica o da for a de trabalho contratada e para o fortalecimento da imagem da Petrobr s perante a sociedade p 9 Ao adentrar nos detalhes do CEQT Pinto e Oliveira 20057 informam que desde 2001 a Petrobr s est buscando melhorias na terceiriza o A partir de um grupo de trabalho 34 142 propostas foram elencadas e criou se um ndice da Qualidade da Terceiriza o IQT que objetiva aferir o quanto as empresas subcontratadas aderem s recomenda es Segundo eles em 2004 havia uma ader ncia de 90 s mesmas mas as falhas ainda identificadas os levaram em conjunto com a COPPE RJ a estruturarem o CEQT Os autores justificam a terceiriza o por um prisma estrat gico pois ela deve estar inserida em uma agenda nacional orientadora da valoriza o do trabalho e do trabalhador da seguran a pessoal operacional e ambiental e consequentemente da responsabilidade social PINTO OLIVEIRA ibid p 5 A atua o do Centro envolve principalmente a qualifica o em SMS que visa mudar o comportamento dos trabalhadores e atendimento de normas t cnicas edulcorado por termos como qualidade de vida e condi es de trabalho A justificativa que as subcontratadas n o se encontram preparadas para atenderem os requisitos de qualidade e custo exigidos pela Petrobr s Somente na rea de Abastecime
230. iza o parcial teve 30 do seu capital vendido para a petroleira espanhola Repsol e hoje constitui uma empresa a parte dentro do conglomerado Petrobr s 22 A estrutura acion ria das empresas de capital aberto no Brasil composta de a es ordin rias ON e preferenciais PN As primeiras d o direito a voto na Assembleia dos acionistas e as demais n o 2 Fonte P gina de Rela es Institucionais da Petrobr s na Internet lt www petrobras com br ri gt Acesso em 19 jun 2011 E Fonte Refap lt http www refap com br portal refap pt br perfil institucional htm gt e TBG lt http www tbg com br portalTBGWeb tbg portal nfpb true amp pageLabel pgQuemSomos gt Acesso em 19 jun 2011 94 Segundo o Anu rio Estat stico Brasileiro do Petr leo G s Natural e Biocombust veis da Ag ncia Nacional do Petr leo G s Natural e Biocombust veis ANP referente ao ano de 2009 ANP 2008 o Brasil o d cimo quarto maior produtor de petr leo do mundo o d cimo primeiro maior consumidor de derivados de petr leo e o d cimo na capacidade de refino conforme a tabela abaixo Tabela 3 Maiores capacidade de produ o refino e consumo de petr leo em 2009 mil barris dia Pa s Produ o Pa s Refino Pa s Consumo 1 R ssia 10 032 1 Estados Unidos 17 688 1 Estados Unidos 18 686 2 Ar bia Saudita 9 713 2 China 8 635 2 China 8 625 3 Estados Unidos 7 196 3 R ssia 5 616 3 Jap o 4 396 4 Ir 4 216 4 Jap o 4 621 4
231. izados para cada funcion rio contratado Havia uma recomenda o do Tribunal de Contas da Uni o TCU para substituir estes terceirizados por funcion rios concursados num prazo de cinco anos e a empresa informou Comiss o de Valores Mobili rios CVM que os subcontratados tinham diminu do para 291 mil o que chamou a aten o do TCU Por meio de crit rios questionados pelo Tribunal e pelo MPT a empresa passou a n o contabilizar como seus terceirizados aqueles que trabalham fora de suas instala es Segundo a rea de Recursos Humanos da empresa este contingente de cerca de 20 mil trabalhadores estava inclu do apenas por quest es de contabiliza o de acidentes de trabalho Internamente existem den ncias de que a empresa promove mudan as de crach s e nas listagens da intranet para dificultar auditorias do TCU e dilig ncias do MPT H uma simplifica o dos dados com retirada dos cargos e das empresas contratantes para que n o fique caracterizada a subordina o direta dos terceirizados aos funcion rios da Petrobr s A nica coisa que n o mudou s o as cores dos crach s marrom para terceirizados e verde para os funcion rios Tomando como base o Relat rio Perfil das Empresas Estatais Federais publicado pelo Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o 2010b podemos estabelecer um comparativo H mais terceirizados na Petrobr s do que a soma dos funcion rios de todas as institui es financeiras estatais e suas sub
232. jam usadas no limite de sua capacidade e vida til Do lado do trabalhador h uma redu o de quadros intensifica o do trabalho e exig ncia por polival ncia FREITAS et al Ibid Sev Filho apud FREITAS et al Ibid mostra que o grau de segrega o entre terceirizados e efetivos da Petrobr s chega at o alto mar Nas plataformas estes podem dormir em camarotes enquanto aqueles s o alojados em conjuntos de tr s ou quatro containers e um banheiro dispostos sobre o conv s da plataforma denominados M dulos Tempor rios de Alojamento mas que terminam por se tornarem definitivos Percebe se com o quadro atual que um processo de segrega o semelhante quele existente na constru o da primeira refinaria no pa s na Bahia na d cada de 40 retorna com toda a for a a partir do momento em que a terceiriza o se instala definitivamente na empresa Mas 111 como j n o mais poss vel fazer uma distin o simples entre precarizados e exclu dos de um lado e est veis de outro como aponta Hirata e Pr teceille Ibid a precariza o avan a tamb m para os funcion rios do quadro da pr pria Petrobr s Segundo Ferreira e Iguti 1996 apud ARA JO ibid a redu o de quadros resultou em uma intensifica o do trabalho com comprometimentos nos resultados na seguran a e na sa de Os funcion rios efetivos da Petrobr s tamb m se queixam de que agora se veem detidos na supervis o do trabalho dos terceirizados e se
233. l da produ o de mercadorias inclusive direcionando os recursos de pesquisa para o desenvolvimento das mesmas para que o pa s galgue posi es dentro da competi o capitalista mundial Os autores informam que desde 1996 estes centros est o sendo constitu dos dentro da Petrobr s nas reas de Asfalto Automa o Dutos Engenharia Naval e Oce nica Engenharia de Po os G s e Energia Geoqu mica Metal Mec nica Petroqu mica e reas ligadas a quest es sociais e ambientais 4 10 O CENTRO DE EXCEL NCIA EM QUALIDADE DA TERCEIRIZA O Entretanto o que refor a o car ter de perpetua o da terceiriza o na Petrobr s agora sob o manto do Prominp a cria o do Centro de Excel ncia em Qualidade da Terceiriza o CEQT que foi lan ado em maio de 2005 Kardec Campos e Fantine Ibid relatam que ele se insere no contexto da gera o de emprego renda e capacita o da m o de obra nacional que visa a atender as necessidades dos grandes empreendimentos da Petrobras e suas demandas permanentes de servi os p 9 Trata se de uma rede virtual de parcerias com nfase nas reas de refino comercializa o e distribui o de derivados de petr leo e que busca a promo o do bem estar social e a valoriza o do trabalhador p 9 Para tanto ele ir criar e manter um modelo de contrata o inovador e alinhado com os novos pr requisitos de competitividade e SMS p 9 Os objetivos do Centro s o descr
234. l rios melhores Condi es n o Todo mundo sabe que ind stria do petr leo significa perda de qualidade de vida Todo mundo sabe um consenso que vai ficar fora de casa muito tempo em plataformas que vai mexer com produtos t xicos Com os riscos ambientais todos que sofrem acidentes essas coisas todas Mas eles pensam muito em sal rio acham que ganham bem No mesmo quesito sobre a reclama o dos alunos as observa es do professor Andr foram outras mas a expectativa de emprego algo tamb m observado por ele alguns reclamam que o tempo muito curto que gostaria de ficar mais tempo que gostaria de aprender mais talvez seja at pra preencher esse conhecimento que ele n o tem da base alguns ficam com aquela incerteza principalmente os que n o tem experi ncia se realmente vai conseguir ou n o alguma coisa depois daquele curso porque a expectativa grande criada em cima disso E a claro o cidad o vai achar que ele fez o curso do Prominp vai abrir logo uma porta e normalmente n o assim A tem muito essa reclama o Alguns que v o fazer tamb m est o desempregados tem isso A fica fazendo curso ganha uma bolsa mas fica naquela expectativa de ser que quando eu sair daqui vou conseguir alguma coisa logo tal e fica nesse neg cio Entretanto como o grande receptor dessa m o de obra as terceirizadas n o fica em evid ncia em
235. l contaminada com controle da quantidade que cada trabalhador consome inclusive com puni es NATIONAL LABOR COMMITTEE 2003 Em Bangladesh mesmo com proibi es do trabalho infantil entre 200 e 300 crian as de at 11 anos ou mais novas costuravam roupas para a Hanes Puma e Wal Mart recebendo entre US 0 06 e US 0 36 por hora enquanto que em 1835 crian as trabalhavam nos cotonif cios dos Estados Unidos recebendo valores atualizados de US 0 64 por hora NATIONAL LABOR COMMITTEE 2006 Na Jord nia h tr fico de trabalhadores de Bangladesh e da ndia al m de Sri Lanka e Nepal que tem seus passaportes confiscados por at tr s anos KERNAGHAN 2009 Entretanto nada t o emblem tico quanto a China Segundo Kernaghan 2007b quando as empresas estadunidenses come aram a transferir sua produ o para a China eles disseram que seriam embaixadores dos valores estadunidenses colaborando para uma eleva o dos padr es de sa de e seguran a do trabalho direitos humanos das mulheres e dos trabalhadores A realidade destoou do discurso empresarial Kernaghan 2007b relata casos de mutila es por acidentes 67 jornadas de trabalho que podem chegar a 18 horas reten es de sal rios por parte da ger ncia para dificultar a sa da dos trabalhadores condi es subumanas de moradia e alimenta o f bricas sem ventila o adequada e principalmente sal rios aviltantes medida que se conhece a produ o chinesa o
236. l do Instituto Brasileiro de An lises Sociais e Econ micas IBASE discorre sobre seus projetos sociais e ambientais impactos nas comunidades participa o de negros mulheres e deficientes no corpo funcional mas n o entra em detalhes sobre um dado que revela um alto grau de explora o e precariza o da for a de trabalho S o 295 260 empregados terceirizados em 2009 no Brasil e no exterior PETROBR S 2009 p 98 e 145 Se considerarmos que os funcion rios eram 74 240 em 2008 h um acr scimo de 2 676 funcion rios no per odo de um ano e chega se a 76 919 em 2009 Os terceirizados eram 260 474 em 2008 e s o acrescidos 34 786 no mesmo per odo Enquanto o corpo funcional da empresa cresceu 3 6 os terceirizados cresceram 13 5 A quantidade de terceirizados contratados entre 2008 e 2009 equivale a quase 101 metade do quadro instalado em 2008 H uma propor o de quase quatro terceirizados para cada funcion rio efetivo No Relat rio de sustentabilidade de 2010 os n meros se modificam Os funcion rios chegam a 80 492 aumento de 4 6 e os terceirizados diminuem para 291 606 redu o de 1 2 Petrobr s 2010 p 170 Estes n meros entretanto podem ter sido manipulados Segundo B as 2011 a terceiriza o vem num cont nuo crescente e em junho de 2010 havia 76 977 funcion rios e 310 mil terceirizados na petroleira o dobro dos 156 mil subcontratados de 2005 Neste ano alcan ou se a propor o de quatro terceir
237. la es menos assistidas j que a partir de determinado patamar de vida o mercado assegura todas as condi es necess rias exist ncia Com isto todos aqueles que j est o dentro deste patamar supostamente elevado e que ainda contam com subs dios estatais tidos como ineficientes e causadores de distor o no mercado s o chamados de grupos privilegiados que utilizam a influ ncia estatal em causa pr pria Encontram se a a classe m dia urbana e os sindicalizados mas n o os grupos empresariais e financeiros alvos de generosos subs dios estatais A nfase do investimento em educa o dos pobres na rela o custo benef cio que ela supostamente propicia As pol ticas do Banco Mundial para educa o j s o previamente pautadas dentre outras coisas pela realoca o de recursos dos n veis maiores de educa o para o ensino fundamental a fim de assegurar aos mais pobres o desenvolvimento de algumas habilidades b sicas de aprendizagem como leitura escrita matem tica e solu o de problemas CORAGGIO 2007 V se a o mesmo princ pio evocado por Schultz de investimento na chamada educa o geral 1 5 AS NOVAS FACES DA QUALIFICA O A partir dos anos de 1990 com o neoliberalismo instalado nos principais centros de poder mundial e a vis o pragm tica de educa o capitaneada pelo Banco Mundial o cen rio come a a se alterar O Brasil de Fernando Henrique Cardoso faz uma incorpora o do ide rio empresarial e d
238. las de v rios equipamentos calibra o continua existindo e eu n o tinha essa especializa o em instrumenta o Eu disse ah ent o eu vou fazer o Prominp e ver o que eu posso obter de informa o conhecimento justamente pra buscar a qualifica o A escolha espec fica da rea de instrumenta o deve se a uma prov vel impossibilidade de descarte desse tipo de trabalhador pois seria uma atividade de cunho manual e ainda de dif cil automa o Ela sempre vai precisar de um t cnico em instrumenta o porque as v lvulas e os equipamentos eletromec nicos n o foram substitu dos e dificilmente v o ser n A eletr nica foi substitu da porque voc encontrou uma situa o mais funcional ou seja voc substitui beleza trocou a placa o equipamento volta a funcionar J a instrumenta o voc n o vai pegar uma v lvula car ssima que muitas v lvulas dessas s o caras n o vai pegar substituir e jogar fora Voc tem como fazer a manuten o Se um dia inventarem um sistema que voc risos pegue as v lvulas e jogue fora e troque por outra claro que sendo mais vi vel economicamente eles v o dispensar os funcion rios de instrumenta o com certeza Diante de uma situa o de desemprego com uma profiss o que mudou muito e sentindo o peso da idade que um fator de discrimina o no mercado de trabalho ele ponderou v rias coisas a rea de eletr nica mud
239. le dos estoques dos derivados de petr leo como fator de press o sobre os governos Para Rom o Ibid p 79 A greve dos petroleiros em 1995 ocorre em meio a uma reestrutura o das atribui es do Estado e das suas responsabilidades como dirigente do processo econ mico social e pol tico Dentro desse contexto a greve na Petrobr s uma mistura com um alto poder calor fico por varias quest es o setor de petr leo o combust vel por excel ncia da sociedade contempor nea o maior acionista da companhia o Estado logo compunha o setor produtivo estatal SPE Os SPEs muito em voga no modelo de desenvolvimento anterior sofrem nos anos 90 uma desconstru o Toda essa combina o apontava para que a paralisa o dos trabalhadores petroleiros n o poderia ser nunca apenas mais uma greve uma ordinary industrial dispute ela obrigatoriamente ganharia inteira configura o de disputa pol tica pois para al m de diferen as no plano econ mico a greve envolvia projetos d spares de sociedade 91 Desde o in cio a m dia usa o risco de desabastecimento de combust veis e g s de cozinha como arma para fazer a popula o se voltar contra os trabalhadores Embora outras categorias tenham entrado em greve no mesmo per odo o destaque maior para a greve da Petrobr s Com forte ades o da categoria mas julgada ilegal pelo TST a greve continuou A empresa tentou minar a resist ncia dos trabalhadores autorizando as
240. lho da Toyota s o entre 25 e 30 menores que a GM Ford e Chrysler Das nove f bricas da Toyota nos Estados Unidos s uma tinha trabalhadores sindicalizados a f brica da NUMMI na Calif rnia que era um joint venture com a GM e acabou sendo fechada em 2010 Em 2008 ela decidiu pagar sal rios n o mais do que 50 maiores do que a m dia dos sal rios das ind strias onde as f bricas estavam instaladas Em 2007 j houve uma ordem para reduzir os custos laborais em US 300 milh es em todas as unidades na Am rica do Norte o que incluiria a redu o do seguro sa de A empresa colocou dificuldades para a cria o de um sindicato na sua maior planta nos Estados Unidos em Georgetown no Kentucky e fez o mesmo na sua f brica nas Filipinas Embora o sindicato tenha sido criado o cerceamento por parte da Toyota levou a decis es judiciais nas Filipinas e manifesta es da Organiza o Internacional do Trabalho e da International Metal Workers Federation A empresa por sua vez oferecia a alternativa de um sindicato ligado empresa e dizia que a elei o do sindicato independente foi irregular O sindicato da empresa no Jap o por sua vez cumpriu a tradi o e n o levantou a voz contra a empresa NATIONAL LABOR COMMITTEE 2008b A situa o todavia n o privil gio dos Estados Unidos e de outros pa ses pobres Segundo Butenbach 2009 na Alemanha a legisla o Hartz foi decisiva para aumentar a precariza o ao retirar o sistem
241. liberal sobre educa o qualifica o dentro do arcabou o da Teoria do Capital Humano Em toda esta discuss o sobre qualifica o profissional podemos perceber que se trata de um campo difuso com v rios entendimentos hora convergentes hora divergentes e que refletem um embate entre capital e trabalho na constru o hegem nica e contra hegem nica desta rea necess ria a ambos os lados Entendo que as concep es de Friedmann e Braverman embora escritas em tempos e locais diferentes convergem para uma an lise mais focada no posto de trabalho Por outro lado concordo com Castro 1994 apud TARTUCE ibid quando afirma que a grande repercuss o das teses de Braverman nos anos de 1970 acabaram por trazer uma imagem negativa qualifica o Estas concep es mais focadas s o relevantes e a dimens o do posto de trabalho n o pode ser olvidada Al m dos exemplos citados por Sennet Ibid os pr prios trabalhadores da Petrobr s passaram por este processo de expropria o do saber como ser mostrado adiante Contudo percebo que f cil cair numa dicotomia entre qualifica o desqualifica o trabalhadores qualificados desqualificados tecnologias que requerem qualifica o n o requerem podendo trazer a tona mudan as ou programas pontuais que terminar o por criar outras contradi es Uma das dificuldades que a Petrobr s alega ter encontrado foi justamente a baixa qualifica o dos trabalhadores terceirizados em contraponto
242. lientar que esta informa o est nos editais de sele o mas em nenhum momento o arsenal publicit rio do Prominp enfatiza esta quest o A situa o profissional dos seus colegas era desalentadora Lembrou que muitos estavam parados e 191 dois da turma de doze se eu n o me engano que j tinham outra atividade Os que eu tinha possibilidade de conversar tinha uma atividade de vamos dizer assim aut nomas mas empregados nenhum estava Isso significa que para um grupo de desempregados que em parte tinham a bolsa como um sustento alimentava se um sonho de emprego futuro mas pouco se falava sobre que emprego poderia ser esse Quando instado a pensar sobre o que era uma terceirizada da Petrobr s Filipe foi gen rico qualquer empresa que preste servi o para a Petrobr s eu imagino que seja uma forma de empregar m o de obra no caso sem se preocupar muito com com justamente isso com a com a sele o eles assim dizem o que eles querem e cabe terceirizada solucionar e procurar esses profissionais vamos dizer assim Ele tamb m afirmou n o ter a m nima no o do que o trabalho de um petroleiro Pedro por sua vez v similaridades no trabalho do petroleiro e do petroqu mico mas pensa que o primeiro por trabalhar s vezes em plataformas sofre riscos maiores Mas ao adentrar na quest o da terceiriza o ele disse Rapaz um problema meio complicado Ne
243. m especificar detalhadamente ferramentas comportamento dos trabalhadores quest es que podem afetar sua imagem no mercado e cl usulas leoninas que acabam por favorec la o mesmo n o acontece com algumas condi es para o trabalhador terceirizado Embora haja obriga es para o fornecimento de gua pot vel mineral transporte de funcion rios em ve culos autorizados pelos respons veis de tr nsito a minuta do contrato lac nica ao falar sobre a alimenta o o fardamento os EPIs e os equipamentos que ser o utilizados Dizem apenas que devem ser de boa qualidade mas n o entram em detalhes sobre o que eles consideram como boa qualidade Apenas diz que ser o sujeitas fiscaliza o da Petrobr s BRASIL 2009 Se a alimenta o for feita na rea da contratante dever haver a submiss o s regras de Higiene Sa de e Seguran a do Trabalho Nada dito sobre a qualidade da alimenta o Se forem fornecidas no restaurante da petroleira elas s o descontadas da fatura mensal Nas vestimentas e equipamentos de seguran a existe apenas a preocupa o com o eletricista Para os demais diz apenas que devem ter caracter sticas e quantidades compat veis com os servi os a serem executados Quanto aos EPIs a terceirizada fica livre para fazer a sele o e especifica o t cnica devendo apenas possuir um certificado de aprova o BRASIL 2009 Havendo esta brecha encontra se a outra maneira para a empresa terceirizada aumen
244. m in the auto industry New York 2008b High tech misery in China New York 2009 NEVES J C S Sistemas integrados de gest o ERP Suporte da tecnologia avan ada para perpetua o do Taylorismo um estudo de caso de uma empresa de fertilizantes 2007 303 p Tese Doutorado em Ci ncias Sociais Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Federal da Bahia 2007 NOSELLA P Trabalho e educa o In GOMES C M Trabalho e Conhecimento Dilemas na Educa o do Trabalhador 4 ed S o Paulo Cortez 2002 OBSERVAT RIO SOCIAL BRASIL A terceiriza o na Petrobr s caracter sticas do processo de terceiriza o e iniciativas de representa o dos trabalhadores S o Paulo 2011 OLIVEIRA R V de Qualifica o profissional um campo em disputa In _ Org Qualifica o para qu Qualifica o para quem Do global ao local o que se espera da qualifica o profissional hoje S o Paulo Funda o Unitrabalho Campina Grande EDUFCG 2006 Cap 1 p 12 25 OLIVEIRA JR F A Usina dos Sonhos Sindicalismo petroleiro na Bahia 1954 1964 Salvador EGBA 1996 ORGANIZA O NACIONAL DA IND STRIA NACIONAL DE PETR LEO ONIP Vis o Geral Dispon vel em lt http www onip org br main php idmain quemsomos amp mainpage VisaoGeral htm gt Acesso em 19 jun 2011 215 PAIVA V Qualifica o Crise do Trabalho Assalariado e Exclus o Social In GENTILI Pablo FRIGOTTO G Org La Ciudadan
245. m suas atividades dentro da Petrobr s Qualidade Sa de Meio Ambiente e Seguran a 172 Pedagogicamente a constru o do curr culo se apoiou nos pressupostos modernos da Teoria do Capital Humano embora admitam t lo melhorado partir desse perfil a gente levantou as compet ncias Na verdade a gente melhorou o perfil que era muito superficial A gente definiu compet ncias os conte dos que seriam ministrados Conte do disciplina e carga hor ria No entanto ao enviar o material did tico para a aprova o mesmo seguindo tudo o que foi preconizado pela ABEMI foram necess rios ajustes para submeter tudo aos ditames empresariais A gente enviava submetia a aprova o voltava com coment rios eram idas e vindas at a aprova o final foi um trabalho exaustivo Algumas coisas eram coerentes outras nem tanto N s questionamos muito a realidade de cada munic pio O eletricista de Salvador n o necessariamente o mesmo eletricista de Maca Ent o existia um tronco mas existiam particularidades s que o material did tico ele nico padronizado Ent o algumas coisas foram suprimidas outras foram adicionadas pra que chegasse um material sendo aprovado pelo comit gestor que servisse para todos os munic pios A autonomia local entretanto fica um pouco preservada mas n o no que se refere ao material did tico quem vai executar tem autono
246. mais antigo e amplo por incluir quest es relativas prote o social Entretanto se a sociedade salarial est sendo gradativamente destru da como nos diz Castel Ibid a precariza o do trabalho tende a espairecer de tal maneira que igualar a extens o de seus males extens o dos problemas sociais j t o comuns na nossa sociedade Segundo Druck 2011 trata se de uma nova estrat gia de domina o do capital sobre o trabalho pois ao romper com qualquer limite explora o possibilita um horizonte quase infinito de acumula o O trabalho prec rio antes marginal no capitalismo agora passa a ser um elemento central desta domina o instalando se em todos os pa ses quer ricos ou pobres DRUCK e FRANCO 2008 No caso brasileiro Druck e Franco 2009 apud DRUCK 2011 identificam cinco formas de precariza o do trabalho A primeira refere se s formas de inser o e desigualdades sociais Como exemplo mostram que em 2001 a Popula o Economicamente Ativa era de 83 2 milh es mas 16 4 milh es estavam desempregados e sem remunera o e 38 2 milh es trabalhavam sem carteira assinada totalizando 66 da PEA A segunda refere se intensifica o do trabalho e a terceiriza o Segue se a inseguran a e sa de do trabalho al m da perda de identidades pessoais e coletivas e por ltimo a fragiliza o das organiza es dos trabalhadores e condena o e descarte do Direito do Trabalho 61 2 3 TERCEIRIZA O E
247. mb m se preocupam com ela A partir de uma pesquisa domiciliar em todo o pa s baseada nos par metros b sicos da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar PNAD de 2008 o IPEA mostrou a outra face da mesma moeda A pesquisa Direitos do Trabalhador e Qualifica o Profissional dentro do Sistema de Indicadores de Percep o Social IPEA 2011 mostra a qualifica o dentro de diversas facetas ora com capacita o te rica agregada experi ncia pr tica ora como educa o escolar formal abrangendo a educa o profissionalizante dependendo do grupo abordado Entre os inativos mais de 37 7 justifica sua condi o por falta de qualifica o com uma tend ncia crescente desta Justificativa em situa es de at 36 meses ap s a sa da do mercado de trabalho 49 7 entre moradores das regi es Norte Nordeste e Centro Oeste 48 4 entre mulheres 40 6 entre negros pardos e ind genas 42 4 e entre pessoas com renda familiar de at dois sal rios m nimos 42 3 Ou seja justamente entre a parcela mais exclu da da popula o que este discurso da falta de qualifica o como causa do desemprego encontra mais eco Entre os desempregados a qualifica o colocada ao lado da experi ncia profissional e o percentual dos que justificam ambas as coisas como causa do desemprego chega a 23 7 Para os assalariados a qualifica o entendida como educa o formal tem um peso relativo 12 4 O que tem maior valor s o as re
248. mia para melhorar N o fornecer mais material did tico mas melhorar a execu o das disciplinas o material did tico uma linha mestra A escolha dos cursos a serem ministrados em cada local tamb m seguia o que era preconizado pelos empres rios embora a escola atuasse dentro dos limites dos laborat rios e quadro de professores Alguma mudan a s ocorreu a partir de 2012 At 2012 essa escolha foi fruto basicamente da pesquisa feita pela Petrobr s e pelo Prominp Eles pesquisaram e viram em que regi es em que munic pios existiam car ncia de m o de obra as entidades participantes foram convidadas aconteceram v rios workshops semin rios e no n vel do IFBA foram colocados alguns cursos pra que a gente discutisse internamente se iria aderir ou n o Ent o aderimos a alguns cursos dentro das nossas possibilidades Hoje outra entidade gestora do contrato N o mais a ABEMI a ABIMAOQ Nesse edital do sexto ciclo que acabou de sair a gente foi consultado sobre os diversos cursos e escolhemos aqueles que a gente gostaria de participar As pessoas que participaram da estrutura o dos cursos foram depois inseridas como professores Atrav s de divulga o interna outros professores se informaram e foram escolhidos 173 em fun o da experi ncia na rea e da disponibilidade de tempo muito embora professores do campus Salvador e pessoas fora do quadro tamb m tenham participado Qua
249. mos e metas de produ o arbitr rias e os guardas podem agredir fisicamente qualquer pessoa que esteja descansando noite os trabalhadores tomam p lulas de cafe na para permanecerem acordados bem como relaxantes musculares Durante o dia tomam p lulas para dormir N o h o cumprimento da legisla o trabalhista m nima em Honduras e h cerceamento liberdade sindical KERNAGHAN 2007 medida que a terceiriza o avan a a desumanidade se multiplica No Territ rio estadunidense de Samoa trabalhadoras vietnamitas foram mantidas escravas por at dois anos com relatos de espancamento ass dio sexual amea as de deporta o pris o e fome NATIONAL LABOR COMMITTEE 2001a Se a cota de exporta o de um determinado pa s alcan ada a produ o deslocada para pa ses como Myannar famosa por sua cruel ditadura e tamb m porque dificilmente atinge as cotas de exporta o para os Estados Unidos As condi es de trabalho s o igualmente prec rias NATIONAL LABOR COMMITTEE 2001b Na Am rica Central h casos de testes de gravidez obrigat rios no in cio do contrato e a cada dois meses sendo que aquelas com testes positivos s o sumariamente demitidas Para os homens h testes de HIV diabetes e anemia havendo tamb m demiss es em caso de resultados positivos Os banheiros s o lacrados e necess rio um cart o carimbado pelo supervisor para ter acesso H revistas corporais proibi o de conversar gua pot ve
250. mpanhas salariais de 1987 e 1988 Estes conflitos aliados a outros que ocorreram no mesmo per odo foram fatores que retardaram por cerca de dez anos a privatiza o das estatais LUCENA ibid Conforme Rom o Ibid partir dos anos de 1980 que os programas de qualidade s o introduzidos na empresa O primeiro denominado de Balan o Social BS consistia na utiliza o de question rios para levantamento dos anseios e opini es dos trabalhadores para posterior aplica o de mudan as que eram feitas com a justificativa de estarem atendendo a maioria Como o processo envolvia a constitui o de comiss es elas acabavam funcionando como uma forma de coopta o dos funcion rios para ades o ao discurso da empresa Al m disso como ocorriam pr ximo a pocas de campanhas salariais e terminavam por causar a desmobiliza o dos trabalhadores passou a ser combatida pelos sindicatos A a o dos sindicatos e o descr dito do BS n o evitou a ado o de outro programa de qualidade logo ap s o fracasso do primeiro Surgem os C rculos de Controle da Qualidade CCQ agora com o vi s assumidamente econ mico Funcion rios chefias e engenheiros deveriam se reunir formando grupos de controle da qualidade com o claro objetivo de aumentar a produ o e economizar despesas j com o horizonte na globaliza o que despontava Em ambos os casos a dire o da Petrobr s j marcava sua inten o de n o deixar o protagonismo da a o na empres
251. n of Labor in the Age of the Internet Industry amp Inovation London v 9 n 3 p 227 247 dez 2002 MACHADO A DROCCHI I COSTA A M O conte do local e o pr sal perspectivas e problemas inerentes s demandas tecnol gicas In Rio Oil amp Gas Expo and Conference 2010 Rio de Janeiro Anais eletr nicos Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Petr leo G s e Biocombust veis 2010 Dispon vel em lt http www ibp org br main asp Team B10B372D DOEB 4B5A 8A5SD 0B6FOFC8810B J gt Acesso em 14 mai 2011 MACHADO A B Programa De Mobiliza o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Minuta do Manual do usu rio do Portal de Qualifica o Institui es de ensino S I 07 de fevereiro de 2006 213 MANFREDI S M Trabalho Qualifica o e Compet ncia Profissional Das Dimens es Conceituais e Pol ticas Educa o e Sociedade Campinas CEDES Centro de Estudos Educa o e Sociedade V 19 N 64 1999 Dispon vel em lt http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S0101 73301998000300002 amp Ing pt amp nrm iso gt Acesso em 27 mai 2010 MARX K O Capital cr tica da economia pol tica livro I 26 ed Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2008 MELO A Um cap tulo da hist ria entre empres rios e a Educa o no Brasil a Reuni o de Presidentes de Organiza es Empresariais Ibero Americanas 1993 Trabalho Necess rio Niter i N cleo de Estudos Documenta
252. ndizagem Industrial RJ RJ Rio de Janeiro 32 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial RS RS Porto Alegre 33 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SP SP S o Paulo 34 teste 1201 AP Cal oene 35 teste 120101 AL Anadia 36 Teste Produ o ES Pinheiros 37 Universidade do Estado do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 38 Universidade Estadual de Campinas SP Campinas 39 Universidade Federal do Esp rito Santo ES Vit ria 40 Universidade Federal do Rio Grande do Sul RS Rio Grande 41 Universidade Federal Fluminense RJ Niter i 42 UTFPR Universidade Tecnol gica Federal do Paran PR Curitiba 43 ZEPTO Treinamento Com rcio e Servi os Industriais LTDA RS S o Leopoldo Fonte lt http portal prominp com br prom listarReferencia do gt ANEXO B Lista de Institui es Executoras 221 INSTITUI O UF CIDADE 1 Associa o Brasileira de Corros o RJ Rio de Janeiro 2 Associa o Centro de Educa o Tecnol gica do Estado da Bahia BA Feira de Santana 3 CCCM Centro de Cidadania Cidade Maravilhosa RJ Belford Roxo 4 CENTRO DE PESQUISA E QUALIFICA O TECNOLOGICA CE Fortaleza 5 Centro Federal de Educa o Tecnol gica de Qu mica de Nil polis RJ Nil polis 6 Centro Paula Souza SP S o Paulo 7
253. ndo instado a pensar sobre como os interesses empresariais se manifestaram na constru o pedag gica dos cursos houve uma associa o direta petroleira A meu ver o que prevalece mais s o as necessidades da Petrobr s Como mera produtora de material did tico e executora de cursos a institui o n o possui nenhum mecanismo de acompanhamento dos egressos Maria acredita que o Comit Gestor possua Informou apenas que os alunos tem uma senha de acesso ao portal do Prominp na internet onde se informam sobre oportunidades de trabalho Aqui h uma similaridade com a situa o dos anos de 1990 quando houve a implanta o da qualidade total e das certifica es ISO na empresa Os trabalhadores foram expropriados de um saber acumulado ao longo de anos traduzido depois num manual de qualidade que acabou se tornando uma camisa de for a Neste presente caso as pesquisas empresariais apontavam um tipo de profissional desejado mas a ABEMI n o construiu seus curr culos e chamou escolas para aplic los conforme o seu querer Eles tiveram acesso a uma experi ncia pedag gica acumulada ao longo de anos por v rias escolas t cnicas no pa s mas lapidaram isso ao seu modo e depois traduziram tudo em um material did tico disseminado nacionalmente sem muita aten o a cada particularidade estadual Percebe se que independente do local estes trabalhadores devem reproduzir uma nica linguagem a linguagem t cnica moldada ao interesse do empres
254. necidos detalhes de como este levantamento foi feito Entretanto Nascimento Filho et al 2010 mostram que parte desta informa o n o procedente pois Uma das lacunas existentes no ciclo de educa o profissional do Prominp a n o absor o pela Ind stria Nacional Fornecedora de Bens e Servi os INFBS dos profissionais formados pelo PNQP devido s exig ncias de experi ncia pr via pelo segmento ou simplesmente por problemas na gest o da interface entre as fases 2 e 3 do ciclo Embora estejam cadastrados no banco de curr culos on line do portal de qualifica o do site do Prominp www prominp com br n o s o contratados pela INFBS por falta de alinhamento das pol ticas de recursos humanos das empresas do segmento com as a es do Programa p 5 Inicialmente percebemos que para as empresas subcontratadas h o fator preponderante da experi ncia pr via que demonstra ser mais importante do que a qualifica o profissional Para al m desta observa o os autores se concentram na quest o de gerenciamento do programa e demonstram um interesse da Petrobr s na interfer ncia nas pol ticas de contrata o por parte das subcontratadas Novamente vemos aqui o anseio de controle que a empresa quer ter sobre a cadeia de fornecedores Para a resolu o do problema eles prop em a inclus o da obrigatoriedade do est gio para suprir as falhas de experi ncia profissional estabelecer um programa de pr mios para aquelas ter
255. nenhum momento mesmo para as pessoas envolvidas no programa os ganhos de 184 imagem apontados por Tiago ajudam a criar uma ilus o tamb m apontada pela Coordenadora entre os alunos eles v m com essa vis o errada muita gente n o entende direito o que a Petrobr s E acham que v o entrar na Petrobr s Andr tamb m aponta que os alunos v m com a vis o de que ir o para a petroleira e tamb m n o h clareza sobre a inser o deles nas empresas terceirizadas Ele chegou inclusive a colocar para os alunos que isso a na verdade pra facilitar o andar deles dentro da empresa que t prestando servi o a Petrobr s A forma que ele vai se posicionar como que ele vai trabalhar e por a vai mas pra ser Petrobr s mesmo tem que fazer concurso Ele tamb m mostra que o peso do nome Petrobr s pode resultar em um diferencial quando este aluno apresentar o certificado mesmo n o sendo na cadeia de Petr leo e G s esse aluno que j tinha conhecimento tal que agregou pra ele pouca coisa ele sai naquela expectativa de que ele t com um documento do Prominp que da Petrobr s que ele pode melhorar l dentro da empresa porque agora na verdade ele uma pessoa que pode ser disputado na vitrine da Petrobr s porque tem v rias empresas que t o l dentro trabalhando e que tem uma pessoa ali que agora tem o certificado do Prominp que pode trabalhar eu posso trabalhar em
256. nida pelo Conselho Nacional de Petr leo CNP a partir de 1943 mas o cen rio nacional quando da cria o da Petrobr s similar ao encontrado internacionalmente Havia uma disputa entre nacionalistas e liberalizantes Os primeiros irmanados na campanha O Petr leo nosso vislumbravam a possibilidade de implanta o de ind strias de base no Brasil Os demais se alinhavam na defesa dos interesses internacionais e alegavam que o nacionalismo poderia deixar o pa s fora das descobertas geol gicas das grandes empresas multinacionais prejudicando o acesso aos resultados de pesquisas e lavras LUCENA ibid Em 1946 o general Eurico Gaspar Dutra organiza uma tentativa de atrair o capital internacional para o refino de petr leo mas os nacionalistas exerceram press o e impuseram severas condi es para que este capital fosse aceito Por outro lado havia a possibilidade de ganhos maiores com a reconstru o da Europa o que acabou afastando os interesses estadunidenses momentaneamente A quantidade de reservas nacionais era desconhecida e as grandes corpora es n o demonstravam grande interesse no pa s mas queriam ter seus interesses resguardados caso houvesse alguma grande descoberta e para isto contavam com o apoio de setores pol ticos nacionais O exemplo mexicano e posteriormente o argentino influenciavam o discurso dos nacionalistas que alegavam que os benef cios da explora o por nacionais seriam repartidos entre todos ao con
257. nologia MCT No caso espec fico da Petrobr s havia outra destina o prevista para este montante de dinheiro Quando ela assina um contrato de concess o de uma rea para explora o de petr leo ela deve investir parte dos recursos em Pesquisa e Desenvolvimento P amp D Com a aquiesc ncia da ANP uma parte n o especificada foi canalizada para o programa de qualifica o profissional Segundo a ANP Ibid p 91 as obriga es de investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento da estatal chegavam em 48 lt www prominp com br gt Acesso em 28 jul 2011 147 2007 2008 e 2009 ao montante de R 610 milh es R 853 milh es e R 633 milh es respectivamente O fator de destaque neste programa a grande quantidade de pessoas que ele pretende qualificar No ano de 2006 quando ele se inicia havia cerca de 80 mil alunos matriculados em toda a Rede Federal de Educa o Profissional e pouco mais de 230 mil alunos em todas as redes estaduais Embora haja informa o do n mero de qualificados que o Prominp almeja atender n o s o oferecidas informa es sobre como eles chegam a este n mero Entretanto Kardec e Simonsen 2004 ao discorrerem sobre o aumento da produtividade das empresas de constru o e montagem fornecem indicativos da constru o deste n mero de profissionais supostamente necess rios Eles entendem que melhorar a produtividade significa evoluir de um est gio de produ o de um bem para outro est gio
258. nto menor a possibilidade de encontrar fornecedores nacionais Entretanto percebemos que a orienta o pol tica um forte determinante nesta escolha A primeira rodada do governo petista anunciada em 05 de novembro de 2002 ou seja ainda sob o governo anterior mas s foi realizada entre os dias 19 e 20 de agosto de 2003 ou seja cerca de um m s depois da Resolu o n 8 do Conselho Nacional de Pol tica Energ tica que estabeleceu as diretrizes para a licita o e colocou mais nfase no conte do local e quatro meses antes da cria o do Prominp O m s de novembro de 2007 que v a Petrobr s anunciar a descoberta das jazidas pr sal tamb m aquele em que a ANP resolve estabelecer e publicar crit rios mais claros para a defini o das cl usulas de conte do local Por decis o do Conselho Nacional de Pol tica Energ tica 41 blocos mar timos situados na regi o do Pr sal s o retirados da licita o realizada tamb m naquele m s sem explica es Na ltima rodada de licita o realizada em 18 de dezembro de 2008 s foram oferecidos blocos de explora o em terra longe da rea de influ ncia do pr sal Desde ent o as licita es foram suspensas a espera de defini es mais claras sobre a explora o e destina o dos recursos do petr leo pr sal que s vieram a acontecer no final de 2010 4 5 CONTE DO LOCAL E INCENTIVO TERCEIRIZA O Para comprovar a adequa o cl usula de conte do l
259. nto da educa o cultura ci ncia e tecnologia e sustentabilidade ambiental DIEESE ibid Num momento em que o Brasil tem uma oportunidade mpar de mudar a hist ria de desigualdade que o marca a manuten o de privil gios adquiridos d o tom no pa s do pr sal A estrutura da Petrobr s n o modificada Minada pelo neoliberalismo na d cada de 90 eivada de conceitos gerenciais vendidos como neutros mas que refor am a busca incessante do lucro o aumento da precariza o e da terceiriza o esta empresa que ir explorar o pr sal A Lei 12 351 que sela o destino do petr leo pr sal foi promulgada s v speras do ltimo natal de Lu s In cio Lula da Silva no Pal cio do Planalto Dentre outras coisas estabelece um Fundo Social que n o ataca um fator chave de manuten o da desigualdade que a posse da terra educa o cultura ci ncia tecnologia e ci ncia s o acrescidas os temas mitiga o de efeitos clim ticos e esporte mas todos sob o guarda chuva do combate pobreza e desenvolvimento N o h men o de pol ticas p blicas para estas reas Ser o apenas programas e projetos que constar o nos Planos Plurianuais de Governo PPA Lei de Diretrizes Or ament rias LDO e Lei Or ament ria Anual LOA enviados periodicamente ao Congresso Nacional 3 4 A TERCEIRIZA O E A PRECARIZA O NA PETROBR S No seu Relat rio de Sustentabilidade de 2009 a estatal seguindo o modelo do Balan o Socia
260. nto da empresa que abrange 11 refinarias duas f bricas de fertilizantes e uma unidade produtora de xisto Pinto e Oliveira informam existirem 900 empresas subcontratadas empregando uma m dia de 14 mil pessoas Se o n mero de empresas grande o n mero de trabalhadores terceirizados encontra se muito aqu m daqueles divulgados pela pr pria Petrobr s no seu relat rio de sustentabilidade que de 295 260 PETROBR S 2009 p 98 e 145 Se a rea de refino que uma das maiores da empresa possui esta quantidade de terceirizados ainda restam 281 260 trabalhadores espalhados por outras reas da empresa e no exterior e a quantidade de empresas subcontratadas cresce exponencialmente 4 10 1 Acidentes causados e qualidade na terceiriza o Para al m da observa o sobre o n mero de trabalhadores terceirizados importante a partir dos dados colhidos tecer considera es sobre os resultados da terceiriza o na empresa e como surge a proposta de qualifica o profissional Os acidentes de trabalho e os danos ambientais causados pela opera o da Petrobr s repercutiram de forma negativa Em 16 de agosto de 1984 uma explos o seguida de inc ndio provocada na perfura o de um po o de petr leo na plataforma de Enchova na Bacia de Campos deixou um saldo dram tico de mortes 143 Ao tentar escapar do inc ndio os trabalhadores se dirigiam a uma embarca o que ficava acoplada na plataforma e sustentada por dois cabos de
261. ntro dos limites tecnol gicos e de capacidade da ind stria 4 2 O NASCIMENTO DO PROMINP E O REFOR O DAS POL TICAS DE CONTE DO LOCAL Quatro meses depois no mesmo ano surge o Programa Nacional de Mobiliza o da Ind stria Nacional de Petr leo e G s Natural Prominp atrav s do Decreto 4 925 2003 que tem como objetivo fomentar a participa o da ind stria nacional de bens e servi os de forma competitiva e sustent vel na implanta o de projetos de petr leo e g s no Brasil e no exterior BRASIL 2003b Os termos s o semelhantes aos encontrados na Resolu o n 8 e ser o EPSO Floating Production Storage and Offloading System Sistema Flutuante de Produ o Armazenamento e Descarregamento de Petr leo SILVA ibid Assemelha se a um navio mas uma plataforma de petr leo montada sobre a estrutura de um navio visando garantir mais flexibilidade na produ o 124 repetidos na pol tica da Petrobr s anos mais tarde Deve se observar que a modalidade de contrata o n o muda O que temos agora um contrato EPC e suas terceiriza es subsequentes com maior acompanhamento do projeto de engenharia Segundo Furtado apud SILVA ibid devido aos problemas ocorridos na d cada de noventa a empresa busca retomar um controle maior na rea de engenharia que agora acompanha o detalhamento do projeto e faz a contrata o da constru o de m dulos que s o integrados pelo corpo t cnico da empresa Ma
262. o O que a gente tem notado ao longo do tempo que o programa est servindo mais para as terceirizadas do que propriamente Petrobr s N o que tudo tenha ficado devidamente esclarecido pelos gestores do programa pois Claro claro n o fica que o programa destinado aos terceirizados mas o que a gente tem notado que a grande massa de qualificados no Prominp s o ou desempregados ou terceirizados Da Petrobr s especificamente pelo menos aqui em Salvador Sim es Filho n o temos funcion rios fazendo o curso Quando instado a tra ar um perfil dos alunos dos cursos al m dos desempregados e terceirizados ela incluiu rec m formados por m varia muito de curso a curso Tem cursos em que exigido apenas o ensino m dio completo Ent o existem muitos alunos que formam e fazem o curso Existem cursos que requer experi ncia profissional e a v m pessoas que est o desempregadas ou fora do mercado buscando uma reinser o e existem alguns cursos que propiciam um upgrade de profissionais que est o na ativa notadamente os cursos noturnos Por m um grande contingente eu diria que s o os desempregados Fazem em fun o da Bolsa aux lio recebem R 600 00 por m s durante a execu o do curso tr s meses mais ou menos hoje um sal rio m nimo para estudar Al m da bolsa ela incluiu outro fator O que leva o camarada a fazer o Prominp a bolsa e a possi
263. o nico do art 82 da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 e o art 6 da Medida Provis ria n 2 164 41 de 24 de agosto de 2001 e d outras provid ncias Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 25 de setembro de 2008 Lei n 12 351 de 22 de dezembro de 2010 Disp e sobre a explora o e a produ o de petr leo de g s natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produ o em reas do pr sal e em reas estrat gicas cria o Fundo Social FS e disp e sobre sua estrutura e fontes de recursos altera dispositivos da Lei n 9 478 de 6 de agosto de 1997 e d outras provid ncias Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 23 de dezembro de 2010 Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Perfil das empresas estatais federais Bras lia 2010 Tribunal Regional do Trabalho 21 Regi o Trabalhista Prest Manuten o de Equipamentos e Servi os Ltda Pagamento de hora in intinere multa do FGTS indeniza o do ter o de f rias multa Art 467 CLT multa Art 477 CLT RSR e feriado Aviso pr vio Trab Petr leo 13 proporcional f rias proporcionais saldo sal rio assist ncia jur dica gratuita Litisconsorte Processo n 100300 49 2008 5 21 0111 Reclamante Jos H lio Nobre de Sena Reclamada Prest Manuten o de Equipamentos e Servi os Ltda e Petrobr s Petr leo Brasile
264. o s suas terceirizadas ela tem um prazo para dispens los como demonstrado na figura abaixo 2007 2008 2009 2013 Ei l E 28 Sondas s 146 Barcos de Aboio Novas Plataform s de md ja s Promef II Afretamento 19 tios a Refin ria Prominia td p Ai E Refinaria Premium 207 643 Demandas PN 2009 13 120 000 100 000 Figura 9 Demanda de Recursos Humanos contemplando os projetos da Petrobr s PN 2009 2013 Fonte Prominp 6 Encontro Nacional do Prominp 02 12 2009 apud MACHADO DROCCHI E COSTA ibid O quadro apresentado no final de 2009 mostra uma quantidade de mais de 50 mil profissionais qualificados at 2009 e cerca de 28 000 selecionados para o quinto ciclo de qualifica o que se iniciou em 2010 A demanda colocada de 207 mil trabalhadores para o per odo 2009 2013 Por outro lado os investimentos programados t m um crescimento at 2014 e depois ser o drasticamente reduzidos pela pr pria caracter stica da opera o petrol fera Navios refinarias e outros equipamentos s o bens dur veis e n o precisam ser substitu dos continuamente como bens de consumo Se neste per odo as empresas subcontratadas da Petrobr s conseguirem outros contratos que garantam a produ o os empregos podem continuar a ser ofertados mas se isto n o acontecer um grande contingente de trabalhadores ser dispensado restando somente aqueles terceirizados encarregados da manuten o dos equipamentos
265. o Banco Mundial nas pol ticas p blicas de educa o FRIGOTTO CIAVATTA 2003 e novos termos come am a despontar no horizonte da qualifica o as compet ncias e as habilidades Segundo Manfredi 1999 o termo compet ncia origin rio das ci ncias da cogni o e da lingu stica onde era usado desde os anos de 1970 Com a crise do modo fordista de regula o ele 43 passa a ser utilizado por empres rios e rg os p blicos ligados ao trabalho Hirata 1994 apud DRUCK 2001 por sua vez afirma que o termo foi apropriado pelo discurso empresarial na Fran a e depois passou a ser utilizado na rea acad mica A justificativa para esta mudan a na vis o dos defensores deste termo o uso crescente de novas tecnologias na rea de microeletr nica e inform tica que estariam demandando novas aptid es para o trabalho em contraposi o ao que havia sido ensinado at ent o Paralelo a este avan o tecnol gico h uma mudan a crescente nos processos produtivos que tem como norte a flexibilidade A estabilidade e previsibilidade do trabalho na era fordista adapta se a este novo ide rio de produ o na figura da flexibilidade funcional As cr ticas recaem sobre o sistema educacional por n o se adaptar a esta necessidade dos sistemas produtivos No caso espec fico da Fran a Fidalgo 1999 apud Castioni ibid aponta a origem desta apropria o empresarial do termo compet ncia a partir do Relat rio de Virville produzido pa
266. o aumento do escopo para a rea de 2 obras parte do trabalho agora realizado fora destes locais A rela o assim trica entre a Engenharia Compra e Constru o 113 Petrobr s e os fornecedores expressa nos aspectos econ micos e t cnicos mantida sob os ausp cios da denominada pol tica industrial criada pelo Prominp Por sua vez a grande unanimidade entre trabalhadores e a Petrobr s se concretizar Segundo Ara jo Ibid os primeiros reconheciam sua baixa qualifica o denunciavam as poucas oportunidades para concretiz la e sentiam inveja dos trabalhadores da Petrobr s por causa do seu n vel de qualifica o Na rea de Explora o e Produ o a pesquisa conduzida por Rocha 1996 apud ARA JO ibid tamb m apontava esta necessidade da mesma forma que o DIEESE 2006 2007 Do lado empresarial as queixas sobre a baixa escolaridade e sua poss vel rela o com os acidentes de trabalho comp e o cen rio que justificar a cria o do programa de qualifica o profissional do Prominp sendo que um dos enfoques ser a quest o da seguran a no trabalho como ser visto adiante 3 5 A QUALIFICA O PROFISSIONAL NA PETROBR S Lucena 2001 nos traz uma vis o de como a qualifica o profissional sofreu transforma es na Petrobr s ao longo dos anos Ela tem rela o com fatores tecnol gicos e um grande ponto de apoio para as lutas dos trabalhadores O autor estabelece uma diferencia o entre
267. o de grande transi o na empresa na d cada de 90 at o advento do petr leo pr sal O fio condutor s o os embates entre as diversas vis es sobre o controle do petr leo no Brasil juntamente com a luta dos trabalhadores que em parte contida a partir da d cada de 90 Como segundo objetivo procuro mostrar como a terceiriza o e a precariza o v m num crescente cont nuo na estatal Dentro deste quadro se insere um terceiro momento sobre a transi o que a qualifica o profissional sofre internamente na empresa muito em fun o das pr prias mudan as porque passou a empresa 3 1 O PETR LEO E A PETROBR S O nome petr leo vem da jun o de duas palavras em latim petra que significa pedra e oleum que significa leo traduzindo a forma como ele encontrado no subsolo uma pedra de leo Diferente da gua subterr nea que encontrada em cavernas que formam reservat rios o chamado ouro negro encontrado dentro das cavidades de tipos espec ficos de rocha Embora fosse conhecido desde tempos antigos principalmente a partir de reservas que afloravam no solo sua import ncia como impulsor da ind stria capitalista acontece a partir de 1850 quando o qu mico polon s Jan J zef Ignacy ukasiewicz consegue extrair a partir de um processo de destila o o querosene que se torna um substituto mais barato para o leo de baleia utilizado at ent o para a ilumina o nas crescentes cidades da Revolu o Industrial
268. o e Dados em Trabalho e Educa o do Programa de P s Gradua o em Educa o da Universidade Federal Fluminense Ano 6 N 7 2008 MILLARD P Pr sal pode conter mais que dobro do estimado Exame S o Paulo 19 jan 2011 Dispon vel em lt http exame abril com br economia meio ambiente e energia noticias pre sal pode conter mais que dobro do estimado gt Acesso em 08 ago 2011 MINIST RIO DO PLANEJAMENTO OR AMENTO E GEST O Perfil das Empresas Estatais Federais Bras lia 2010 NASCIMENTO FILHO L P et al Capacita o Profissional como fator cr tico de sucesso para a implanta o de empreendimentos da ind stria de leo e g s natural In Rio Oil amp Gas Expo and Conference 2010 Rio de Janeiro Anais eletr nicos Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Petr leo G s e Biocombust veis 2010 Dispon vel em lt http www ibp org br main asp Team B10B372D DOEB 4B5A 8ASD 0B6FOFC8810B gt Acesso em 14 mai 2011 NATIONAL LABOR COMMITTEE Paying to loose our Jobs New York 1992 Made in U S A New York 200la Propping up the Dictators in Burma New York 2001b Southeast Textiles S A New York 2003 214 Child Labor is Back Children are again sewing clothing for Major U S Companies New York 2006 Toys of misery New York 2007 Nightmare on Sesame Street ernie made in Chinese sweatshop New York 2008a The Toyota you don t know the race to the botto
269. o mesmo tempo em que a pobreza rural crescia da mesma forma que os exclu dos urbanos A perda de empregos na manufatura chegava a 2 600 000 enquanto na ind stria t xtil e de confec es era de 497 000 e na ind stria eletr nica era de 194 800 Cerca de metade das exporta es da Am rica Central e Caribe para os Estados Unidos de artigos de couro vestu rio e cal ados mas apesar de todo investimento as exporta es declinaram entre 1984 e 1991 e a renda per capita da Am rica Central caiu duas vezes e meia mais r pida do que no restante da Am rica Latina entre 1980 e 1987 Os padr es de vida regressaram a n veis anteriores d cada de 60 Por sua vez 18 milh es de pessoas ou 60 da popula o vivia em situa o de pobreza ao passo que a d vida externa da regi o saltou para US 27 3 bi NATIONAL LABOR COMMITTEE ibid Hoje mais 97 das pe as de vestu rios dos Estados Unidos s o importadas e feitas em condi es subumanas KERNAGHAN 2011 Tamb m l mais de 85 dos brinquedos s o feitos na China por tr s milh es de trabalhadores a maioria jovens mulheres em cerca de 8 000 f bricas E estas s o apenas aquelas que t m contrato de exporta o n o incluindo as pequenas firmas subcontratadas pelas maiores Enquanto isso os trabalhadores empregados neste mesmo setor industrial nos Estados Unidos ca ram de 42 300 em 1993 para 17 400 em 2005 NATIONAL LABOR COMMITTEE 20084 No setor de telecomunica es 65 de
270. o primeiro e enormes perdas para o segundo tamb m tem seus reflexos sentidos no campo da qualifica o profissional Da mesma forma que o capital encontrou liberdades para fazer ressurgir abomin veis formas pret ritas de trabalho a qualifica o profissional sob os ausp cios do capital parece querer retornar ao mero adestramento manual para o trabalho da idade m dia apontados por Alaluf 1986 e Nosella 2002 e reiterados pelos economistas cl ssicos como nos lembra Frigotto 2006 bem verdade que a explicita o desse objetivo poderia causar arrepios em alguns Entretanto edulcorados pela Teoria do Capital Humano e quejandos s o estes os objetivos perseguidos pelo mundo empresarial onde a Petrobr s tem seu lugar de destaque Com isso retomamos ao problema central de toda essa discuss o Qual qualifica o profissional oferecida no Prominp e para quais trabalhadores Inicialmente podemos perceber que o sentido da qualifica o para o programa est relacionado forma o escolar e adestramento para um posto de trabalho Esta forma o implica dentre outras coisas elevar um pouco os conhecimentos em matem tica mas fiel aos des gnios empresariais tudo isto deve ser exercido por ONGs e dentro do discurso de responsabilidade social O adestramento visa oferecer treinamento para a execu o de determinadas tarefas mas envolto em conceitos de seguran a do trabalho meio ambiente e produtividade Isto se explicita nas falas
271. o que eles tem do termo qualifica o difusa Pedro disse vou ser bem pr tico voc chegar num determinado local e fazer determinados servi os que voc conseguiu com conhecimentos para faz lo bem feito Filipe por sua vez disse Seria uma forma de aperfei oamento de algo que voc que voc trabalha vamos dizer assim Quando voc est qualificando voc est se aperfei oando em um determinado assunto seja em qualquer rea tanto na rea profissional quanto na rea pessoal n quando voc busca novos conhecimentos eu acho que voc j est se qualificando Ambos admitem nunca terem ouvido falar sobre empregabilidade mas acabam por comportar se como se este conceito estivesse naturalizado pois acreditam que o surgimento do Prominp est relacionado car ncia de m o de obra no mercado de trabalho Pedro ainda acrescenta que esta car ncia generalizada e mais acentuada na ind stria de transforma o Eles 190 tamb m acreditam que esta suposta falta de m o de obra especializada levou a Petrobr s a criar o Prominp Al m da quest o da bolsa Filipe nutriu tamb m a esperan a de um emprego unindo o til a bolsa ao agrad vel o trabalho e novamente a quest o da imagem da Petrobr s aparece o fato da renda fato de eu estar com tempo dispon vel e oportunidade tamb m pelo fato de eles passarem essa imagem de que voc poderia ser contratado a ima
272. o terceirizados Isso sugere que grande parte deste contingente de trabalhadores prec rios executa os trabalhos insalubres nas reas de produ o da empresa Embora o fen meno ocorra na ind stria petroleira desde o in cio do s culo XX em reas muito espec ficas como a sondagem e a cimenta o de po os que deram origem multinacionais de servi os na rea de engenharia como a Halliburton e a Schlumberger o processo de transforma o porque passa a Petrobr s a partir dos anos de 1990 faz com que a terceiriza o tome uma dimens o jamais vista Na vis o da empresa ela uma estrat gia para redu o de custos conquista de novos mercados busca de vantagem competitiva focaliza o e a simplifica o da gest o DIEESE 2006 e 2007 Moreto 2000 apud GODINHO 2010 fazendo um estudo dos aspectos mercadol gicos da gest o de contratos em uma unidade da Petrobr s no Esp rito Santo e posicionando se a favor da terceiriza o j mostrava que a mesma na empresa tinha outras motiva es As alega es de busca de especializa o e de tecnologias novas n o se concretizavam pois N o existe uma contrata o onde especialidade comprada j que na maioria das contrata es a Petrobr s informa o que e como fazer n o existe uma rela o de parceria Existe uma rela o de contrata o de m o de obra sendo as exig ncias impostas unilateralmente pela PETROBR S independente da especialidade da prestador
273. ocal os concession rios devem requerer junto aos seus fornecedores um documento denominado Certificado de Conte do Local Os fornecedores tamb m podem requer lo por iniciativa pr pria BRASIL 2007a Entretanto o mecanismo para conseguir o certificado tamb m est dentro da mesma l gica de terceiriza o que j domina a Petrobr s A ANP n o certifica as empresas Ela credencia entidades que estejam dispostas a realizar este trabalho nas diversas reas da atividade petrol fera por per odos de at quatro anos renov veis As chamadas entidades enviam uma vasta documenta o para a ag ncia que de acordo com seus crit rios habilita o certificador terceirizado ou n o Um fato por m chama a aten o dentro dos crit rios da ANP Se a entidade n o tiver em seu quadro um m nimo 129 de t cnicos pr prios para realizar o servi o ela pode terceirizar este servi o com t cnicos habilitados BRASIL 2007b Al m de terceirizar uma atividade que a princ pio fundamental para o af governamental por uma pol tica industrial a ANP n o controla os dados O registro dos certificados de conte do local fica com a entidade certificadora que deve garantir o sigilo dos mesmos Se ela for descredenciada a ag ncia repassa a documenta o para outra terceirizada BRASIL 2007b Em conjunto com as duas Resolu es anteriores se encontra tamb m a Resolu o n 38 de 13 de novembro de 2007 BRASIL 2007c que estabelece os c
274. om a petroleira A assimetria dessa rela o termina por recair nos ombros dos trabalhadores j que a v lvula de escape da empresa subcontratada a utiliza o de pr ticas prec rias de trabalho e mais subcontrata o em cascata com pr ticas de trabalho ainda mais prec rias Aos trabalhadores da Petrobr s reserva se o papel de fiscais dessa cadeia em nome da empresa Tudo isto constatado de fato na an lise contratual abaixo 136 4 8 UMA AN LISE CONTRATUAL As raz es para tal resist ncia de algumas empresas subcontratadas em se submeter Petrobr s podem ter como explica o as reservas que elas podem ter em se submeter a essa rela o abusiva de poder A an lise da minuta de um contrato de servi os de manuten o BRASIL 2009 revela o grau de controle que a petroleira procura exercer Por um lado para evitar uma responsabilidade em cadeia que possa principalmente manchar a imagem da empresa no mercado pro be se a utiliza o de m o de obra em condi es an logas escravid o e m o de obra infantil Todos os funcion rios devem utilizar Equipamentos de Prote o Individual EPD e ter plano de sa de Entretanto todas as ferramentas a serem utilizadas s o detalhadas citando inclusive as marcas que ser o aceitas Os ve culos utilizados s podem ter entre um e seis anos de uso e se n o forem do agrado a Petrobr s pode exigir sua substitui o Os valores podem ser reajustados para mais ou para menos e se
275. omit s Setoriais Estes t m nomenclaturas semelhantes subdivis o resultante do novo modelo organizacional da Petrobr s que vigora desde a d cada de 90 Na Petrobr s encontramos os setores de Explora o e Produ o Abastecimento G s e Energia No Prominp os Comit s Setoriais s o Explora o e Produ o E amp P Transporte Mar timo TM Abastecimento ABAST G s e Energia e Transporte Dutovi rio GE amp TD Posteriormente foram criados mais comit s para tratarem de temas comuns a todas as reas um relacionado ao Meio Ambiente MA e outro Tecnologia TEC O comit que engloba todas as reas atende pelo nome de Ind stria de Petr leo e G s IND P amp G conforme visto na figura 1 132 MME Ministro MDIC Ministro PETROBRAS Presidente e Diretor de Servi os Comit BNDES Presidente Diretivo IBP Presidente ONIP Diretor Geral MME Secret rio de Petr leo e G s MDIC Secret rio do Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior a PETROBRAS Gerente Executivo de Engenharia Comit PROMINP Coordenador Executivo JNIP Diretor Executivo Associa es Presidente Diretor CNI ABCE ABDIB ABEMI ABIMAQ ABINEE ABITAM e SINAVAL IBP Diretor BNDES Diretor PETROBRAS MME MCT MMA ABEMI BNDES PETROBRAS ABIMAQ Associa es IBP ABINEE Outros ABDIB Comit Tem tico de Tecnologia TEC N Figura 4 Estrutura de
276. ompreend la a partir do confronto entre as classes sociais neste in cio de s culo XXI marcado pela reestrutura o produtiva iniciada h mais de 30 anos quando o projeto neoliberal ascendeu ao poder e disseminou se infligindo grandes derrotas classe trabalhadora A grande marca deste per odo em nosso pa s a terceiriza o indiscriminada de atividades pelos grupos empresariais mesmo no mbito governamental Um dos atores representativos dessa pr tica a Petrobr s que o mesmo que fomenta o Prominp Por este motivo procuramos apreender o processo de transforma o porque passou a petroleira estatal nacional para entender como a no o de qualifica o foi transformada ao longo dos anos e porque ela se apresenta da forma atual um programa para atender terceirizados O projeto de pesquisa que deu origem a essa disserta o surge a partir dos seguintes questionamentos 1 Como o capital industrial influencia o desenho do programa de qualifica o profissional dos trabalhadores da ind stria de petr leo 2 Qual o papel das institui es de ensino Articular interesses pedag gicos do empresariado e dos trabalhadores nos programas de qualifica o ou servir a um ou dois deles 3 Qual a vis o dos trabalhadores j inseridos nas empresas terceirizadas da Petrobr s sobre a qualifica o recebida 4 Qual a vis o dos desempregados sobre a qualifica o recebida 20 5 Quais as rela es existentes entre esta qu
277. onde o trabalho manual ainda se faz necess rio Entretanto tal qual Marx Ibid ao descrever a maquinaria Braverman Ibid observa que independente do estado evolutivo todo o processo inicia se no trabalhador Sendo a m quina criada com o mesmo intuito taylorista de controle dos tempos e movimentos ela acaba por estabelecer ritmos de trabalho Essas mesmas m quinas evoluem para a realiza o de m ltiplas fun es possibilitando a externaliza o do controle e por fim agregando tarefas dispersas em v rias m quinas em apenas uma nica m quina autom tica Neste processo evolutivo os 35 trabalhadores terminam por serem destitu dos do controle sobre seu trabalho A evolu o do controle taylorista do trabalho passa a ser o controle mec nico sobre o mesmo Para os trabalhadores o fosso existente entre concep o e execu o preconizado por Taylor aumenta Por um lado o trabalho de concep o das m quinas exige um maior conhecimento t cnico cient fico mas por outro lado os conhecimentos exigidos do trabalhador s o simplificados ainda mais que nos prim rdios tayloristas j que estas m quinas exigem apenas um operador sem muitos conhecimentos especializados como as m quinas anteriores exigiam Como resultado h um aumento da produtividade e do excedente de trabalhadores que v o refor ar as fileiras do desemprego do subemprego ou da busca por coloca es em outros ramos de atividade BRAVERMAN ibid Para os que
278. onomia controlada a grande marca das mudan as por que passa o mundo do trabalho nos nossos dias Amenizada inicialmente com termos como competitividade e modernidade ela depois mostrou sua verdadeira face a redu o de custos N o menos importante seguem se os entendimentos sobre precariza o do trabalho e precariza o social Estes se agregam ao conceito de terceiriza o logo em seguida As tr s partes finais apresentam um panorama da terceiriza o no mundo no Brasil e no setor p blico mostrando que as condi es pret ritas de trabalho ressurgem com toda a for a no mundo flexibilizado numa recomposi o das for as do grande capital para reestabelecer suas margens de lucro enquanto condena boa parte da popula o a uma instabilidade constate e espalha a precariza o na mesma propor o que expande suas opera es comerciais industriais e de Servi os 2 1 TERCEIRIZA O E REESTRUTURA O PRODUTIVA Castel 2009 aponta que a subcontrata o de trabalhadores j existia desde antes da Revolu o Industrial numa pr tica conhecida como putting out system onde comerciantes forneciam mat ria prima e s vezes algumas ferramentas a trabalhadores rurais para fabricarem pe as de vestu rio que depois eram vendidas pelo contratante Neste caso a renda obtida com a produ o era um complemento renda obtida com a atividade agr cola A concentra o da propriedade rural a diminui o da popula o no campo e a po
279. onstru o apenas um estava sendo realizado no Brasil Num contexto de exposi o ao mercado internacional e com as facilidades de aquisi o de bens e servi os neste mesmo mercado houve um enfraquecimento dos fornecedores locais SILVA ibid Na campanha presidencial de 2002 Luiz In cio Lula da Silva critica a licita o das plataformas de petr leo P 51 e P 52 da Petrobr s alegando que a estatal privilegiava fornecedores internacionais O processo licitat rio iniciado em setembro de 2002 sofre um adiamento do prazo no m s de novembro As propostas s foram abertas em janeiro de 2003 j sob a gest o do ex metal rgico FOLHA DE S O PAULO 27 11 2002 apud SILVA op cit H que se observar que a nacionaliza o das compras da Petrobr s era uma promessa de campanha de Lula SILVA ibid Entretanto n o houve a revoga o da Lei que quebrou o monop lio do petr leo Houve altera es pontuais tendendo para um vi s desenvolvimentista O Conselho Nacional de Pol tica Energ tica sob a presid ncia da ent o Ministra das Minas e Energia Dilma Rousseff edita a Resolu o n 8 em 21 de julho de 2003 que afirma a capacidade da ind stria nacional no fornecimento de bens e servi os para o setor petrol fero coloca como alvo a autossufici ncia da produ o de petr leo no pa s e encarrega a Ag ncia Nacional de Petr leo ANP de estabelecer percentuais nacionais m nimos no fornecimento de bens e servi os para o setor de
280. or esta vis o a educa o seria um fator de distribui o de renda e equil brio social Schultz tem grande necessidade de quantificar estabelecer controles e padr es de medida para a educa o Em sua an lise de dados ele mostra como investimentos em educa o e rendimentos dos trabalhadores v o crescendo em um per odo que varia do in cio at meados do s culo XX Por se resumir estritamente a uma an lise que busca embasar sua teoria n o h considera es sobre os efeitos das duas guerras mundiais da crise de 1929 e do pacto fordista Usualmente o liberalismo conhecido como uma corrente de pensamento filos fica que traz em sua ess ncia a preocupa o com a liberdade do indiv duo Na esfera econ mica a liberdade individual se travestiu em liberdade de mercado e teve como grandes defensores Milton Friedman e Frederick Hayek O primeiro foi professor da Escola de Economia de Chicago e suas teorias tiveram grande influ ncia sobre os governos de Augusto Pinochet no Chile Margaret Thatcher no Reino Unido e Ronald Reagan nos Estados Unidos Tamb m influenciaram organismos multilaterais como o Banco Mundial e o Fundo Monet rio Internacional 39 que gerou grandes investimentos p blicos em educa o e deu garantias de emprego aos trabalhadores Souza 2003 nos coloca que por este prisma o investimento em educa o necess rio para que um pa s como o Brasil venha a atingir o n vel de desenvolvimento dos pa ses
281. or press o por pre o produ o e qualidade e uma nova forma de contrata o denominada EPC passa a ser adotada visando dentre outras coisas a redu o de custos Nesta modalidade um contratante principal a servi o da companhia de petr leo centraliza as atividades e subcontrata outras firmas fornecedoras de equipamentos e servi os MARTINS apud SILVA 2005 ou seja a Petrobr s passa a terceirizar os projetos de engenharia a compra de componentes a negocia o de pre os e qualidade e a constru o de equipamentos com uma nica empresa que por sua vez terceiriza estas e outras atividades e ao final faz a integra o e montagem de tudo para a entrega Petrobr s Num primeiro momento grandes grupos nacionais assumiram este papel de EPCista como a Odebrecht Andrade Gutierrez e o Grupo Ultra A partir da segunda metade dos anos de 1990 com problemas financeiros fal ncias fus es e atrasos nas entregas de algumas empresas em particular os estaleiros boa parte dos novos contratos passaram a ser feitos com 32 British Petroleum inglesa com a Amoco estadunidense dando origem a BP Total e Elf francesas e a Fina belga originando a TotalFinaElf Exxon e Mobil estadunidenses que originaram a ExxonMobil ALONSO apud SILVA ibid 33 No jarg o dos engenheiros do setor EPCista a empresa que assina um contrato de EPC com a Petrobr s 123 multinacionais Em 1999 dos 12 projetos de plataformas e FPSOs em c
282. oria de processos que resultem no aumento da produtividade Nenhuma men o feita sobre a ado o de sal rios maiores para os brasileiros O primeiro ponto utiliza o de equipamentos similares ao do Dados obtidos a partir do INEP lt http portal inep gov br basica censo escolar sinopse sinopse gt Acesso em 30 jul 2011 148 exterior esbarra na barreira do custo Segundo eles o aluguel deste ferramental no Brasil maior do que nos outros pa ses e seria necess ria uma pol tica de incentivos para reduzir estes valores Os autores n o entram em detalhes sobre como fazer isto Por outro lado uma parte do esfor o consiste em mostrar que o trabalhador brasileiro desqualificado e n o est apto a operar equipamentos de grande complexidade Sem considerar as quest es hist ricas que garantiram um padr o de vida e educa o melhor nos pa ses do chamado primeiro mundo eles elegem como modelo o funcion rio europeu e estadunidense que motivado tem maior escolaridade autonomia para decis es frequenta feiras do setor em busca de novidades tecnol gicas para melhorar sua performance pessoal KARDEC SIMONSEN ibid p 15 e est sempre em busca da perfei o atributo que considerado natural no ser humano Percebe se tamb m que os autores naturalizam atributos individualistas e de busca da maximiza o de investimentos em educa o pr prios da Teoria do Capital Humano Por outro lado o brasileiro es
283. os SMS Seguran a Sa de e Meio Ambiente Transportes Transportes Vigil ncia Seguran a Patrimonial Quadro 1 Estimativa dos setores terceirizados na Petrobr s Fonte Elabora o pr pria com base nos dados fornecidos pelo Dieese 2006 e Alvarez 2011e 105 Embora a nomenclatura de algumas reas mude e o Presidente da Petrobr s inclua a rea de Inspe o de Materiais entre os servi os terceirizados ele omite a An lise Laboratorial a Cimenta o e Complementa o de Po os a Opera o de Sondas e a Perfura o e Perfilagem de Po os Segundo Alvarez 2011e ele apresenta um total de 177 750 trabalhadores terceirizados Esta quantidade inferior aos dados apresentados pelo pr prio Relat rio de Sustentabilidade da empresa nos anos de 2009 e 2010 onde estes n meros s o respectivamente de 295 260 e 291 606 Isto pode indicar que existem muito outros setores terceirizados na empresa que a terceiriza o nas subsidi rias fora do pa s seja igualmente gritante ou que o presidente subestimou o n mero de subcontratados Na quest o salarial o Observat rio Social Brasil 2011 fez um comparativo da remunera o entre algumas empresas terceirizadas que prestam servi o para a Petrobr s 106 Tabela 4 Comparativo de remunera es entre empresas terceirizadas da Petrobr s lt PERICULOSIDA OUTROS EMPRESA PERIODO PISO SALARIAL DE ADICIONAIS Halliburton 2008 2010 R 900 a
284. os como o Gerenciamento de Desempenho Pessoal GDP o 5S o programa de treinamento de supervisores de primeira linha e a introdu o das certifica es ISOs Novamente os trabalhadores se opuseram ROM O Ibid Segundo Cerqueira Filho 2 000 um dos objetivos da GQT a satisfa o das pessoas n o foi atingido para a maioria dos trabalhadores Em entrevistas realizadas na Refinaria Landulpho Alves RLAM no Rec ncavo Baiano 72 dos funcion rios assim se manifestaram enquanto 66 n o se sentiram participantes da concep o do seu pr prio trabalho Na pr tica houve a instaura o do medo da inseguran a e da amea a de desemprego pela privatiza o para incutir pacificamente a domina o for ar um comprometimento e criar disciplina A consequ ncia foi um desejo crescente de aposentar 68 dos entrevistados e um desgaste nas rela es entre os funcion rios da empresa No mbito pol tico desde o governo Collor de Mello e a introdu o das pol ticas neoliberais no pa s os trabalhadores da Petrobr s se constitu ram num bloco de resist ncia contra as privatiza es e a pol tica econ mica adotada estrat gia esta que continuou no Governo FHC O plano Real foi lan ado em fevereiro de 1994 durante o governo Itamar Franco A partir do meio daquele ano os trabalhadores come aram a lutar pela recomposi o salarial mas o governo para garantir a estabilidade financeira se opunha a qualquer indexa o salarial inclusive nas
285. os nas empresas terceirizadas da Petrobr s sobre o programa mas a vis o dos desempregados pode ser expressa em uma palavra esperan a que aparece nas falas do professor Andr ele sai naquela expectativa de que ele t com um documento do Prominp que da Petrobr s que ele pode melhorar l dentro da empresa porque agora na verdade ele uma pessoa que pode ser disputado na vitrine da Petrobr s porque tem v rias empresas que t o l dentro trabalhando e que tem uma pessoa ali que agora tem o 200 certificado do Prominp que pode trabalhar eu posso trabalhar em v rias empresas l posso ser escolhido por outras empresas pedir um sal rio melhor Do professor Tiago corre muita propaganda de que o cara com o Prominp na m o t empregado Eles t m isso em mente Do egresso Filipe umas pessoas achavam que pelo fato de ter feito Prominp ter passado j estava garantido ou algo do tipo E do egresso Pedro a gente tinha uma no o que era pra trabalhar em terceirizada mas claro que voc sempre acredita que se voc t num curso organizado pela Petrobr s poder aparecer oportunidades de voc trabalhar Por outro lado a quinta quest o sobre as rela es entre a qualifica o a terceiriza o e a precariza o do setor que remete hip tese de que o programa est em sintonia com a terceiriza o da Petrobr s e objetiva justific la nos traz a figura de uma trama
286. ou convergindo com a vis o do seu colega eu digo que prepara com ressalvas Por que na verdade foi aquela situa o que eu falei Da pessoa que n o tem conhecimento pr tico nenhum nenhum conhecimento pr tico t zerado Vai ficar a faltando uma lacuna ainda a ser preenchida Enquanto se a pessoa j tem algum conhecimento pr tico melhora bastante 182 Entretanto diferente dos pr requisitos dos Editais dos cursos que deixam um espectro mais amplo de possibilidades de experi ncias profissionais para os candidatos Andr pensa que deveria haver um afunilamento para melhor aproveitamento do curso O Prominp na verdade um curso que muito direcionado para determinada rea J tiveram cursos a da rea de montador industrial da rea de eletricidade supervisor de seguran a do trabalho j teve outro a de supervisor de planejamento Ent o muito espec fico Ent o a pessoa deveria ter pelo menos o conhecimento pr tico dessas reas espec ficas que o Prominp ministra os cursos n Se a pessoa tiver uma experi ncia em torno de um ano um ano e meio realmente sai na frente em rela o aos outros que n o tem nada Cabe observar que exce o dos cursos de Supervisores todos pedem experi ncia m nima de tr s meses em reas diversas e esta n o exigida se a pessoa tiver feito o ensino m dio profissionalizante Se de fato o
287. ou muito Eu teria que fazer praticamente um curso novo de eletr nica com um direcionamento diferente Seria mais ligado a inform tica n ao como que chama que muito comum mecatr nica sabe Pensei em entrar na rea de inform tica mas uma rea tamb m que meio dif cil n Tem muita gente jovem muita gente que j t estudando a algum tempo Por outro lado remorando sua atividade no Polo petroqu mico ele deixou transparecer como se dava a execu o de suas tarefas no ambiente fabril e como se d essa execu o no ambiente fora das press es empresariais Muita coisa eu poderia fazer na rea de eletr nica mas se eu disser a voc que eu era apaixonado por eletr nica n o era n o Eu era um funcion rio muito bom Eu era um cara eficiente assim respeitado n o s l na f brica mas assim nas outras f bricas tamb m O pessoal que me conhecia sabe gostava muito trabalho e me elogiava e tudo mais Assim se eu disser a voc que eu fazia por amor a eletr nica n o Era o cara eficiente mesmo n Era o cara que recebia o servi o e n o ficava satisfeito n o faz lo bem feito mas n o por aquele amor eletr nica Como hobby eu gostava Eu gostava de fazer as minhas coisas dentro da minha casa principalmente na rea de udio n o t em udio porque na Bahia n o tem Eu teria que sair daqui pra ir para S o Paulo por exemplo Ent o nessa rea de udio eu com
288. ouxamento das leis econ micas e trabalhistas direito propriedade intelectual AUGUSTO JR et al ibid p 110 78 9 637 98 que s o associa es civis sem fins lucrativos voltadas para o atendimento p blico Com a Lei 9 790 99 s o criadas as Organiza es Sociais da Sociedade Civil de Interesse P blico OSCIPs que tamb m podem ser inclu das no processo de terceiriza o governamental AUGUSTO JR et al ibid Alvarez 2011 entretanto mostra que a partir do Decreto 2 271 1997 o problema s tem agravado O termo atividades materiais acess rias presente no referido Decreto deu margens para a contrata o de secret rias digitadores e pessoal de apoio administrativo Segundo o mesmo autor 52 rg os ligados a 23 minist rios e pr pria Presid ncia da Rep blica se utilizavam da terceiriza o de servi os em 2011 despendendo entre janeiro e maio do mesmo ano R 1 33 bilh o para cobrir estes gastos um valor 21 maior que o mesmo per odo do ano anterior A l gica maquiav lica de fins que justificam os meios e nos moldes da nova cultura gerencial do Estado expressa na fala da Secretaria de Gest o do Minist rio do Planejamento Ana L cia Amorim Ela n o v irregularidades nestas contrata es apesar de press es do Minist rio P blico do Trabalho MPT pois o olhar para o resultado do trabalho deve ser a maior preocupa o A terceiriza o uma das formas de suprir a for a de trab
289. p 38 Esta afirma o entretanto n o encontra respaldo no mercado de trabalho Segundo Giffoni 2011 de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados o crescimento do mercado de trabalho no Brasil acontece principalmente na faixa at dois sal rios m nimos Acima desta faixa ocorrem mais demiss es do que contrata es Para especialistas isto um sinal de que n o existe um chamado apag o generalizado de m o de obra qualificada mas um indicativo de que as empresas est o demitindo trabalhadores com sal rios maiores e contratando novos com sal rios menores O setor que mais gera empregos o de servi os onde muitos jovens tem seu primeiro emprego e onde se concentram os baixos sal rios Segundo o economista S rgio Mendon a do DIEESE apud GIFFONI 2011 p A4 N o existe apag o de m o de obra qualificada Nem sobra Se sobrasse o mercado n o teria como absorv los Em algumas situa es bem espec ficas faltam profissionais mais qualificados como na constru o civil mas essa parcela representa muito pouco no conjunto de 2 milh es de empregos que est o sendo gerados nos ltimos anos e tamb m n o adianta ter oferta de profissionais cada vez mais escolarizados se as vagas que est o sendo criadas s o para ficar atr s de um balc o no com rcio 51 Se a vis o empresarial prega a necessidade de qualifica o profissional embora sem respaldo no mercado de trabalho os trabalhadores ta
290. p o a desigualdade aumenta Em 1994 19 dos trabalhadores japoneses eram trabalhadores de tempo parcial terceirizados e tempor rios Em 2008 em uma popula o de 127 4 milh es de habitantes com 63 82 milh es de empregados esse n mero aumentou para 33 ou 16 77 milh es NATIONAL LABOR COMMITTEE 2008b Na Fran a em 2005 35 6 dos contratos de trabalho eram de tempo determinado intermitentes estagi rios contratos de ajuda e aprendizes e 12 6 dos contratos permanentes eram de tempo parcial TH BAUD MONY DRUCK ibid L tamb m em 2010 o n mero de pessoas que procuravam emprego em tempo integral chegou a 2 7 milh es Ao se acrescentar os que procuravam trabalho tempor rio os que tiveram seus seguros desemprego findos pessoas sem vontade de procurar um emprego e idosos com mais de 55 anos o n mero chegava a 6 milh es numa popula o assalariada de 18 milh es TH BAUD MONY 2011 2 5 A TERCEIRIZA O NO BRASIL A DESIGUALDADE REFOR ADA Carelli Ibid nos traz um hist rico da legisla o sobre a terceiriza o no Brasil e aponta que o C digo Civil de 1916 j previa a empreitada de m o de obra ou de materiais assumindo 5 lt http www npr org 2012 08 18 158505630 in weak economy college grads surge into military gt Acesso em 1 set 2012 s 09 40 16 lt http www aljazeera com indepth opinion 2012 08 2012820102749246453 html amp UDKfIxS3DmM facebook gt Acesso em 1 set 2012 s 10 00 17
291. para mostrarem que estavam imbu dos do esp rito nacionalista os t cnicos nacionais iniciaram um processo de aprendizado no local de trabalho atrav s da observa o do funcionamento dos equipamentos e agu amento dos sentidos numa constru o que levou anos Por causa da especificidade do processo produtivo as rela es de confian a entre os trabalhadores eram fundamentais para o controle de riscos e emerg ncias e foi um fator que levou constru o das lutas sociais da categoria LUCENA ibid O mesmo embate que houve entre t cnicos nacionais e internacionais tamb m houve entre os mesmos t cnicos e os engenheiros da empresa O primeiro curso de Engenharia de Petr leo surge na Universidade da Bahia em 1950 A nfase taylorista da separa o entre concep o e execu o tamb m era a t nica presente no setor petrol fero de ent o Aos engenheiros caberia pensar a quest o tecnol gica enquanto aos t cnicos caberia a execu o das atividades produtivas Entretanto a opera o dependia do conhecimento de todos Um conflito constante se instaura entre os engenheiros que dominavam o aparato tecnol gico e os operadores que dominavam as nuances da opera o fabril mas sem conhecimento da tecnologia que havia por tr s A supervis o se dava atrav s do operador chefe de turno que tinha um status semelhante ao engenheiro Este exercia seu poder atrav s da escolha dos trabalhadores que comporiam sua equipe questionando a viabilid
292. para o Desenvolvimento Tecnol gico da Engenharia SP S o Paulo 13 Institui o Ensino MKPNTS Referencia RJ Rio de Janeiro 14 Institui o Testes Fluxo Completo RJ Aperib 15 Instituto Alberto Luiz Coimbra de P s gradua o e Pesquisa de Engenharia RJ Rio de Janeiro 16 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia da Bahia BA Sim es Filho 17 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia de Minas Gerais MG Belo Horizonte 18 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia de Pernambuco PE Recife 19 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 20 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio Grande do Norte RN Mossor 21 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Rio Grande do Sul RS Pelotas 22 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia Fluminense RJ Campos dos Goytacazes 23 Pontif cia Universidade Cat lica do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 24 PROMINP CONSTRU O CIVIL RJ Rio de Janeiro 25 SENAI Departamento Regional do RN RN Natal 26 SENAI DN DF Bras lia 27 Servi o Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio de Janeiro RJ Rio de Janeiro 28 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial BA BA Salvador 29 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial ES ES Vit ria 30 Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial PE PE Recife 31 Servi o Nacional de Apre
293. pe 1990 2006 Jundia Paco Editorial 2010 HARVEY D Condi o P s Moderna Uma pesquisa sobre as origens da mudan a cultural 7 ed S o Paulo Loyola 1998 HIRATA H PR TECEILLE E Trabalho Exclus o e Precariza o Socioecon mica O Debate das Ci ncias Sociais na Fran a Caderno CRH Salvador n 37 p 47 80 jul dez 2002 INSTITUTO BRASILEIRO DO PETR LEO G S E BIOCOMBUST VEIS IBP Hist ria Dispon vel em lt http www ibp org br main asp Team 7 A31BFA8 44FF 4943 9150 9650B9839ACB gt Acesso em 19 jun 2011 INSTITUTO DE PESQUISA ECON MICA APLICADA Sistema de Indicadores de Percep o Social Direitos do Trabalhador e Qualifica o Profissional Bras lia 2011 211 KARDEC A ALMEIDA A H P Programa De Mobiliza o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Relat rio Final Estrutura o do Centro de Excel ncia em metal mec nica e sua integra o ao PROMINP S I 2 0049 Programa De Mobiliza o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Relat rio Final Cidades da Solda CEMM S I 2004 KARDEC A CAMPOS M F FANTINE F Programa De Mobiliza o Da Ind stria Nacional De Petr leo E G s Natural Relat rio Final Elabora o de estrat gia para cria o implanta o e gest o de Centros e Redes de Excel ncia na ind stria nacional de petr leo e g s natural S I 28 de dezembro de 2005 KARDEC A SIMONSEN O Programa De Mobiliza
294. por eles e seu conte do foi revisado v rias vezes at se adequar ao que era exigido pelos interesses das corpora es Todo este quadro leva a um esclarecimento sobre um segundo tema relacionado ao papel das institui es de ensino Da forma como o programa foi moldado e da maneira como se processaram as rela es no caso espec fico do IFBA interesses institucionais e dos trabalhadores e porque n o da comunidade j que se trata de uma escola p blica estavam mais a servi o do empresariado do que de qualquer outro ator Os di logos aconteceram entre o corpo diretivo e as entidades formuladoras do programa como se esta parceria fosse algo desej vel pois segundo a coordenadora o Instituto teve alguns ganhos em taxa de bancadas e promo o do nome Brasil afora Mantida esta tend ncia e o car ter de desarticula o destes cursos com a Educa o B sica os pressupostos da Teoria do Capital Humano e do Banco Mundial que advogam uma oferta cont nua de pequenos cursos a escola p blica assumir em definitivo o car ter de mais um elemento dentro do mercado educacional que deve competir por alunos Ser tamb m mais um refor o desarticula o entre forma o b sica e forma o profissional que se iniciou a partir do Decreto 2 208 97 com a cria o dos cursos t cnicos subsequentes Al m disso os governos se sentir o cada vez mais desobrigados de cumprir seu papel pois empurrar as escolas na busca de parce
295. possu a Na mensagem que foi enviada por correio eletr nico coloquei um adendo para que aqueles que tivessem interesse enviassem uma resposta para marcarmos uma entrevista Dadas as poucas respostas voltei a contatar os alunos que haviam respondido o question rio explicando a eles que se tratava de uma pesquisa cient fica e mostrando a eles o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Nesse momento descobri que alguns estavam morando em outros estados outras cidades e at outro pa s Lancei a op o de fazermos entrevistas on line atrav s de ferramentas como MSN Messenger Google Talk ou Skype e mesmo alguns tendo marcado hor rio n o entraram no programa e nem deram mais satisfa es Alguns alegaram total falta de tempo e a sugest o de hor rios alternativos e locais de mais f cil acesso a eles com o deslocamento por minha conta tamb m n o trouxeram mais respostas Quando um deles chegou a perguntar o que eu poderia fazer por ele e por seus colegas de curso que estavam desempregados percebi que eles almejavam uma barganha e com isso deixei de lado e parti para os alunos que consegui No total foram feitas cinco entrevistas pelo pr prio pesquisador sendo uma com a coordena o do programa duas com professores participantes e duas com alunos egressos Todas elas tiveram dura o entre 30 e 90 minutos 23 Foram realizadas nos campi Salvador e Sim es Filho do IFBA e nas faculdades onde os egressos estudam Esta Disserta
296. processos produtivos s novas tecnologias de produ o centradas na inform tica e na microeletr nica e dispostos a se encaixarem em qualquer ponto da cadeia produtiva onde houver postos de trabalho vagos quando houver Para tanto necess rio que sejam disponibilizados cursos de qualifica o e de requalifica o para atualiza o e para os que ficarem sem emprego O objetivo todos os trabalhadores da PEA Popula o Economicamente Ativa possam estar dispon veis e qualificados para serem a qualquer momento chamados ao mercado Para os que est o empregados necess rio que se qualifiquem constantemente para que possam acompanhar as mudan as e as necessidades da empresa de constante melhora nos sistemas produtivos Claro est que esta empregabilidade exige do trabalhador que se coloque disposi o da empresa inclusive com rela o extens o do hor rio de trabalho etc MELO ibid p 14 grifo nosso Ap s a crise mexicana de 1994 o Banco denominou o per odo posterior de p s ajuste e aprofundou as orienta es liberais anteriores e criou programas sociais voltados para a popula o mais pobre Enfatizou se a flexibiliza o do mercado de trabalho com redu o de custos trabalhistas e a reforma educacional SOARES ibid O banco passou a ter uma preponder ncia maior na rea de educa o do que a pr pria entidade criada pela Organiza o das Na es Unidas ONU para esta rea a UNESCO TO
297. que podem deter conhecimentos tecnologias e metodologias s o colocadas no mesmo patamar de recursos f sicos e financeiros N o se menciona que estes dois ltimos tamb m est o sob a posse de outras pessoas que podem sob a gide do recurso financeiro adquirir os conhecimentos tecnologias e metodologias para funcionarem a seu benef cio gerando mais dinheiro N o existem conflitos e todos se unem sob os signos da excel ncia e da qualidade para criarem mercadorias que ir o mover a m quina capitalista perpetuando este modo de produ o A metodologia de cria o dos centros exposta por Kardec Campos e Fantine 2005 denominada Pr tica de Gest o Centros e Redes de Excel ncia e foi desenvolvida pela Petrobr s em coopera o com Instituto Alberto Luiz Coimbra de P s gradua o e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro COPPE RJ Eles advogam que os investimentos em pesquisa no pa s devem crescer para 2 do Produto Interno Bruto e 141 posteriormente para 3 permitindo ao pa s a inser o no que eles denominam competi o mundial Para tanto entre 70 e 80 dos recursos devem ser destinados ao mercado empresarial que considerado o motor das novidades e tend ncias de mercado e que est sempre atento aos concorrentes Como exemplo a ser seguido eles citam a Cor ia do Sul que possu a 10 mil Centros e Redes de excel ncia em 2004 Por este prisma a Universidade deve trabalhar em pro
298. quipe no munic pio baiano de S o Sebasti o do Pass mas foi descartada por causa da defasagem tecnol gica em rela o aos equipamentos utilizados em outras empresas FIGUEIREDO LOPES 2005 Outras possibilidades que foram efetivadas referem se a programas localizados nas cidades onde a Petrobr s tem suas unidades a exemplo do Centro Profissionalizante em Duque de Caxias RJ Programa de Valoriza o do Emprego em Paul nia e Cursos comunit rios SP Capacita o da Comunidade e Educa o de Jovens e Adultos PR Educa o do Trabalhador SE Refor o Escolar PE Escola da F brica e Casa de Capacita o Profissional BA Escola de Inform tica RS etc O Projeto Jovem Aprendiz executado em todas as unidades da empresa e uma articula o com o Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS em conjunto com prefeituras e governos estaduais oferece um programa de refor o escolar para prepararem os alunos para o processo seletivo que os encaminha para a fase seguinte NASCIMENTO et al 151 ibid No site do programa da internet somos informados que os benefici rios desta a o s o os participantes do Bolsa Fam lia que recebem inscri es gratuitas nos processos seletivos No caso espec fico das Cidades das Soldas KARDEC ALMEIDA 20042b poss vel identificar a pedagogia das compet ncias associada ao discurso da responsabilidade social O programa articulado com grandes conglomerados da sider
299. r timas e terrestres S I 25 de fevereiro de 2005 FONSECA M O financiamento do Banco Mundial educa o brasileira vinte anos de coopera o internacional In TOMMASI L D WARDE M J HADDAD S O Banco mundial e as pol ticas educacionais 5 ed S o Paulo Cortez 2007 210 FRANCO T M A et al Mudan as de gest o precariza o do trabalho e riscos industriais Caderno CRH Salvador v 21 p 68 89 jul dez 1994 FRIGOTTO G Trabalho conhecimento consci ncia e a educa o do trabalhador impasses te ricos e pr ticos In GOMES C M Trabalho e Conhecimento Dilemas na Educa o do Trabalhador 4 ed S o Paulo Cortez 2002 A Produtividade da Escola Improdutiva 8 ed S o Paulo Cortez 2006 Trabalho Educa o e Luta de Classes na Am rica Latina Revista Estudos do Trabalho Mar lia UNESP Ano 2 N 3 2008 Dispon vel em lt http www estudosdotrabalho org gt Acesso em 29 mai 2009 FRIGOTTO G CIAVATTA M Educa o B sica no Brasil na D cada de 1990 Subordina o Ativa e Consentida L gica do Mercado Educa o e Sociedade Campinas CEDES Centro de Estudos Educa o e Sociedade v 24 n 82 2003 GIFFONI C Pa s s cria vagas de baixa remunera o Valor Econ mico S o Paulo 23 nov 2011 Brasil p A4 GODINHO L F R La os Fr geis e identidades fragmentadas intera es discrimina es e conflitos entre trabalhadores da Refinaria Landulpho Alves Matari
300. r da cristaliza o deste modo de organiza o do trabalho dentro do bloco comunista a revolu o contra o capitalismo passou a ser vista como um processo de elimina o de anomalias nele existentes e levou a inferir que existe somente um modo de estruturar a moderna ind stria Isto contradiz o pr prio Marx pois nele a tecnologia n o produz rela es sociais mas produzida por estas rela es sociais sob o comando do capital BRAVERMAN ibid Para chegar sua tese central de que a crescente automa o estaria provocando uma desqualifica o da classe trabalhadora Braverman Ibid inicia sua an lise a partir do car ter ontol gico do trabalho para em seguida mostrar a forma que este assume sob o modo de produ o capitalista Sob o manto deste modo de produ o surge a ger ncia e a divis o do trabalho nos moldes preconizados por Taylor que permite a mudan a do controle do processo de trabalho do trabalhador para o capitalista Essa dr stica mudan a depois aperfei oada pela Psicologia Sociologia e Fisiologia Industriais que visavam selecionar adestrar adaptar e motivar a classe trabalhadora para esta nova forma de organiza o do trabalho Ao adentrar no campo da revolu o t cnico cient fica Braverman Ibid mostra que a produ o de bens depende de rea es f sicas qu micas e biol gicas de determinados materiais denominado de t cnica que eram de dom nio dos antigos of cios Com o avan o cient fico desta
301. r trabalhadores a exemplo do Planfor e do Projovem A Educa o Profissional flexibilizada atrav s do Decreto 2208 97 separou o ensino t cnico da educa o b sica e desde ent o temos uma prolifera o de cursos t cnicos subsequentes em especial nas redes privadas Em 2006 ano do lan amento da qualifica o profissional do Prominp havia 744 690 alunos estudando em 3 335 estabelecimentos no pa s sendo 2 337 privados Em 2008 ano em que o INEP fornece dados mais pormenorizados o n mero total de estudantes vai para 795 459 com 416 299 fazendo cursos subsequentes e 379 160 fazendo cursos concomitantes Os cursos t cnicos das reas industrial minera o qu mica e geom tica pr ximas atua o da Petrobr s somavam 222 126 alunos Em quase todos os par metros analisados havia uma quantidade de profissionais suficiente para atender a demanda que a Petrobr s exigia N o h men o sobre alguma tentativa de articular os programas que foram desenvolvidos e os egressos dos cursos t cnicos com o mercado de trabalho que a empresa demandava H uma nica men o sobre o programa Jovem Aprendiz que ser mostrado adiante Devido aos problemas de baixa forma o dos candidatos qualifica o oferecida pelo Prominp relacionada escolaridade e experi ncia profissional o programa foi estruturado em tr s ciclos um primeiro que visa elevar o n vel de educa o b sica dos candidatos um segundo que se constitui na qualifi
302. ra o pela especificidade de outras reas Se for um curso bem feito Acho que deveria ser ao inv s de s explora o explora o e produ o como j feito porque a atende Se voc coloca explora o e produ o junto o segmento todo a voc consegue ter o cara que consiga fazer o geral e consiga fazer o espec fico Agora o instrumentador de petr leo vai ter sempre espa o O mec nico especifico para manuten o inspe o porque petr leo tudo muito espec fico Lembrando se das dificuldades relacionadas ao ensino fundamental dos alunos do Prominp e pensando nos alunos do curso t cnico em Petr leo e G s do IFBA em Sim es Filho que tem defici ncias ele reconheceu o m rito de uma boa base educacional Eu vou te dizer os meninos daqui conseguem emprego sabe por qu Porque conseguem escrever direito e conseguem fazer c lculo direito Andr por sua vez n o focou estas quest es mas foi categ rico e disse que os cursos de qualifica o isolados n o conseguem dar uma forma o s lida para atua o no setor de petr leo e g s e apresentou as justificativas fica reduzindo a vis o do aluno porque quando ele vai trabalhar independente da disciplina ele vai ter na verdade que ter conhecimento de outras disciplinas Ainda que o conhecimento n o seja amplo mesmo porque ele n o especialista mas ele vai precisar ter porque sen o ele n
303. ra o Minist rio do Trabalho franc s sob o comando de Jaques Barrot por um executivo do grupo franc s Renault Michel de Virville Nele questiona se a forma o que asseguraria um emprego vital cio e com a justificativa das mudan as no mundo produtivo prop e a aquisi o de compet ncias para a empregabilidade Segundo Castioni Ibid esta proposta recebeu amplo apoio dos empres rios representados pelo CNPF que depois se transformou no MEDEF uma cong nere francesa da CNI Tamb m segundo Fidalgo 1999 apud CASTIONL ibid a maior mudan a nesta proposi o que a forma o deixa de ser uma constru o social e coletiva para se tornar individualizada e com a empresa se tornando a principal protagonista Entretanto o primeiro pa s a impulsionar este modelo foi a Inglaterra thatcherista em 1987 com a cria o do NCVQ como uma das iniciativas ap s a hist rica greve dos mineiros em 1985 para desregulamentar o mercado de trabalho CASTIONI Ibid Paiva 2001 sublinha que pelo prisma das compet ncias n o haveria necessidade de cursos longos mas novas capacidades para dar respostas r pidas e lidar com novas linguagens algo j recomendado por Schultz As compet ncias parecem trazer consigo uma outra mentalidade em rela o ao trabalho e um outro conjunto de skills que come a com uma alfabetiza o tecnol gica e termina na naturaliza o da fragmenta o precariza o e intensifica o do trabalho
304. ra uma situa o espec fica Se assim for n o h necessidade de fundamenta o te rica de qualquer pr tica mas apenas observa o e repeti o Numa an lise mais geral percebe se uma desconsidera o da dimens o social da qualifica o que termina por exacerbar o determinismo tecnol gico A dimens o experimental travestida de empregabilidade seria o passaporte para a garantia no emprego com forte apelo ao individualismo Por outro lado h uma contradi o nestes pressupostos Como a flexibilidade a marca atual a mudan a curricular seria uma constante os cursos devem ser modulares e os trabalhadores devem construir seus pr prios percursos formativos RAMOS ibid ALALUF 2007 ensejando uma forma o continuada por toda a vida Entretanto quando as situa es problemas s o colocadas h o pressuposto de um processo produtivo uma estrutura organizacional e uma tecnologia est veis o que contradit rio com a flexibilidade requerida No fundo h uma aproxima o com o trabalho taylorista RAMOS ibid e com a concep o essencialista de qualifica o FERRETI 2004 j que o conte do da tarefa determina o conte do da forma o ALALUF STROOBANTS 1994 Ao resumir suas cr ticas na an lise do enfoque das compet ncias nos documentos oficiais Ramos Ibid encontra problemas muitos pr ximos dos problemas pr prios do condutivismo a reduzem as compet ncias profissionais aos desempenhos observ veis
305. re os terceirizados de longo per odo que trocam de crach e empresa regularmente mas continuam exercendo sua fun o no mesmo local e aqueles rotativos que trabalham nas opera es de parada Os primeiros tendem a se afastar dos demais Os que conseguem passar da condi o de terceirizados para efetivos da empresa assumem um discurso meritocr tico e buscam apagar seu passado como terceirizados Os terceirizados veem os efetivos como donos da empresa os aposentados como privilegiados e n o h identifica o com aqueles que passaram nos concursos Os efetivos por sua vez veem os terceirizados como sub proletarizados Quanto aos aposentados que voltam a trabalhar na condi o de terceirizados n o h discrimina o com seus antigos colegas mas com a nova gera o Por outro lado h alguns contingentes de petroleiros que se identificam mais com os terceirizados do que com os pr prios colegas efetivos e poss vel perceber uma constru o das diferen as a partir de uma dicotomia trabalho manual intelectual Como resultado a diferencia o existente dentro da empresa se manifesta fora dela Os efetivos s o t picos representantes da classe m dia enquanto os terceirizados s o moradores de bairros de sub rbio ou em condi es prec rias de moradia cada uma com seus h bitos de consumo gostos est ticos art sticos e estilos de vida N o h a incorpora o dos terceirizados na cultura da empresa e o processo de exclus o se
306. recidas vieram tona Outras fontes vieram da ANP e de relat rios da Petrobr s que constitu ram o conjunto de documentos que foi utilizado para analisar o Prominp em sua estrutura e objetivos Parte dos documentos dispon veis consistia em Editais de Sele o Foi enviada uma correspond ncia do Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais da UFBA assinada pelo Co orientador e pelo Coordenador do programa solicitando acesso aos relat rios de matr cula de todos os cursos para tra armos um perfil dos alunos bem como os programas de curso para procedermos a an lise dos curr culos Apenas um Relat rio Geral de Matr cula com a quantidade total de alunos e sete Relat rios de Matr cula por curso foram disponibilizados com nomes endere os e classifica o dos alunos no processo seletivo totalizando 103 pessoas Os programas de curso mesmo ap s v rios contatos ficaram inacess veis Os relat rios de matr cula das tr s turmas onde ministrei aulas tamb m n o foram disponibilizados nem tampouco o n mero de professores do campus Sim es Filho envolvidos no programa Nas reuni es de orienta o verificou se a falta de um question rio que pudesse completar os dados dos relat rios de matr cula Como havia os e mails de quase todos os alunos foi elaborado um question rio na ferramenta on line Survey Monkey e a partir do site do programa foi enviado um e mail para todos Ao receberem a mensagem eles acessavam um link onde
307. res e a incorpora o de benef cios t picos dos Estados fordistas trazem a cria o da figura da empresa m e onde qualquer oposi o considerada uma ofensa A disciplina agora obtida atrav s do pacto empresa trabalhadores A partir da ditadura militar e com o afastamento dos movimentos nacionalistas e sindicalistas da Petrobr s abrem se as portas para investimentos privados na rea Petroqu mica Enquanto as pesquisas aumentaram as rela es laborais em especial a partir dos anos de 1980 recrudesceram Por causa das press es que o capital internacional exerce sobre o governo brasileiro a este interesse que os militares buscam atender em detrimento dos interesses dos trabalhadores As crises do petr leo em 1973 e 1979 al m da diminui o das reservas internacionais serviram como pretexto para que as multinacionais do petr leo investissem em todas as possibilidades fora do Oriente M dio Elas contavam com o apoio dos mecanismos de press o do Fundo Monet rio Internacional FMI Quando o Brasil assina um acordo com o fundo em janeiro de 1983 uma das causas apontadas por eles para a crise brasileira era a presen a de estatais na economia A partir de ent o come a a ser articulada a privatiza o das empresas p blicas Para a Petrobr s o fundo exigia o corte de benef cios dos petroleiros e a redu o da m o de obra da empresa Houve repress es violentas aos trabalhadores e novos 88 conflitos se sucederam nas ca
308. retudo na rigidez de suas economias Consequentemente reformas profundas em suas institui es e pol ticas passaram a ser consideradas mais importantes do que o al vio da d vida SOARES ibid p 23 Ap s a queda do muro de Berlim e numa tentativa de adequar o sistema educacional ao capital realizou se na Tail ndia entre os dias 5 e 9 de mar o de 1990 a Confer ncia Mundial sobre Educa o para todos que tinha entre outros financiadores o Banco Mundial a UNICEF e a UNESCO A declara o final da Confer ncia dizia que sua meta era atender s necessidades b sicas de aprendizagem de todos os nossos povos tornando universal a educa o b sica e ampliando as oportunidades de aprendizagem para crian as jovens e adultos UNESCO 1998 9 A autora mostra que em 1994 17 1 do capital votante do banco estava em poder dos Estados Unidos em um universo de 176 pa ses membros 41 Como um dos signat rios o Brasil se inspirou nos documentos da Confer ncia para criar o Plano Decenal da Educa o para Todos em 1993 No mesmo ano entre os dias 12 e 16 de julho realizou se em Salvador a 6 Reuni o de Presidentes de Organiza es Empresariais Ibero Americanas onde se aprovou um documento com a vis o empresarial da educa o Melo 2008 mostra nos que a concep o deles de uma educa o b sica e profissional subordinada aos interesses do capital flex vel visando formar trabalhadores adapt veis aos novos
309. ria destina se a essas tarefas No segundo ciclo criou se uma rede de escolas numa hierarquia semelhante quela encontrada na teia de terceiriza o vigente na Petrobr s tamb m com problemas e com cursos de cargas hor rias reduzidas como ser visto adiante O terceiro ciclo onde aparecem os problemas de inser o dos trabalhadores deixa transparecer que a Petrobr s ainda n o conseguiu impor a contrata o desses profissionais como conseguiu impor outras condi es s empresas terceirizadas Sobre todas estas quest es as diversas fases do programa deixam transparecer um jogo onde o individuo lan ado pr pria sorte Existem tantos obst culos at conseguir a inser o nas empresas da cadeia petrol fera que caso ele consiga o t o sonhado emprego tudo leva a crer que 160 ser exibido como um trof u primeiro para mostrar que efetivamente o programa funciona e segundo para mostrar o valor do esfor o pessoal para superar obst culos algo pr prio do individualismo presente na Teoria do Capital Humano E ser este esfor o que dever permanecer ativo j que existe um prazo para estes trabalhadores serem dispensados Neste caso o ciclo talvez se inicie novamente talvez em outro setor com outras empresas mas com a mesma nfase individualista 161 CAP TULO VI O PROMINP EM SIM ES FILHO O presente cap tulo apresenta os resultados da pesquisa sobre o Prominp no campus de Sim es Filho do IFBA A prime
310. rias com o capital para obter recursos e bens que seriam de fornecimento obrigat rio do Estado Isto tudo traz uma explica o para outro ponto pois mostra que s o os interesses do capital que prevalecem no programa Como Naville nos assegura a estrutura socioecon mica e o estado de desenvolvimento das for as produtivas que influenciam as qualifica es e a forma como s o adquiridas Neste momento existe uma correla o de for as desfavor vel classe trabalhadora O Prominp visa atender a um anseio tanto dos trabalhadores terceirizados quanto da pr pria Petrobr s Contudo uma rela o unilateral onde o protagonismo todo da empresa e a 199 classe trabalhadora vista como um mero recept culo de dados e informa es que este mesmo capital julga interessante Historicamente quando esta correla o era diferente os trabalhadores constru ram seu aprendizado nas unidades produtivas da Petrobr s e isto tamb m serviu de base para sua luta Entretanto a partir da introdu o da novil ngua da qualidade total e da responsabilidade social e ambiental o saber foi sistematicamente expropriado dos trabalhadores para ser reconfigurado na linguagem de manuais e procedimentos padr es em poder da empresa que servem para oprimir os mesmos trabalhadores de onde foi extra do esse saber A automa o serviu para completar este trabalho Este exemplo deixa v vida a tese de Braverman sobre a desqualifica o do trabalhador A
311. rientadora por sua sabedoria na condu o deste projeto e por instigar o em mim um aprofundamento do meu conhecimento na Sociologia Aos professores Regina Antoniazzi e Jos Carlos Serra Neves participantes da banca de qualifica o por suas ricas sugest es Aos entrevistados por disporem seu tempo e tamb m por compartilharem experi ncias ricas de suas vidas com a qualifica o profissional Aos professores e funcion rios do Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais por sua ajuda e por proporcionar novas descobertas no campo da Sociologia Aos colegas de turma do CRH e do Programa de P s Gradua o em Educa o por sua amizade e suas sugest es Aos meus alunos do IFBA em Sim es Filho uma rica fonte de conhecimento do mundo do trabalho A todos que embora n o citados aqui est o vivos no meu inconsciente e indiretamente contribu ram para a realiza o deste projeto Que mundo Que mundo este Do fundo seio d est alma Eu vejo que fria calma Dos humanos na fereza Vejo o livre feito escravo Pelas leis da prepot ncia Vejo a riqueza em dem ncia Postergando a natureza Luiz Gama Que mundo este H uma luta de classes tudo bem mas a minha classe a classe rica que est fazendo a guerra e estamos ganhando Warren Buffett megainvestidor estadunidense Citado por David Harvey em O enigma do Capital LOPES Lu s Augusto A Qualifica o Pro
312. rit rios de Auditoria das certificadoras por parte da ANP Esta versa apenas sobre quest es de documenta o da habilita o documenta es relativas certifica o de produto e cumprimento do manual de auditoria editado pela ag ncia Emite se uma notifica o para a terceirizada e a auditoria s realizada 30 dias ap s o recebimento da notifica o Este mesmo documento informa quais os servidores p blicos que ir o fiscalizar a entidade Se esta terceirizada estiver cometendo alguma irregularidade percebe se que h um prazo para ela sanar seus problemas O envio do nome de servidores p blicos com anteced ncia pode dar margem a press es ou rela es prom scuas entre o p blico e o privado Machado Drocchi e Costa Ibid citam explicitamente que uma quest o que permanece a falta de musculatura da ANP para realizar as auditorias e fiscaliza es inerentes aos contratos das rodadas passadas p 9 Munida de certificados dos seus fornecedores emitidas nas condi es supracitadas pelas terceirizadas da ANP al m dos documentos fiscais relativos aquisi o dos produtos e servi os as empresas exploradoras de petr leo apresentam trimestralmente relat rios de investimento ag ncia BRASIL 2007d Se considerarmos que 52 das reas licitadas pela ANP est o nas m os da Petrobr s e outras 22 s o da Petrobr s em associa o com outras empresas observamos que quase todo o relacionamento da ag ncia se d com a
313. riticamente In TOMMASI L D WARDE M J HADDAD S O Banco mundial e as pol ticas educacionais 5 Ed S o Paulo Cortez 2007 AUGUSTO JR F et al Terceiriza o no setor p blico brasileiro In DAU D M RODRIGUES I J CONCEI AO J J da Terceiriza o no Brasil do discurso da inova o precariza o do trabalho atualiza o do debate e perspectivas S o Paulo Annablume CUT 2009 BARBOZA D Child Labor Cases Uncovered in China The New York Times New York 30 abr 2008 World Dispon vel em lt http www nytimes com 2008 04 30 world asia 30iht Olchina 12457878 html gt Acesso em 02 ago 2012 BATISTA R L Da rela o entre reestrutura o produtiva e educa o profissional In VI Simp sio de Filosofia e Ci ncia Universidade e Contemporaneidade produ o do conhecimento e forma o profissional Mar lia SP 2005 B AS B V Trabalhadores terceirizados em alta nas estatais O Globo Rio de Janeiro 22 mai 2011 Economia p 35 BOEIRA R L Internacionaliza o de empresas necessidade dos fornecedores das ind strias naval e offshore brasileiras In Rio Oil amp Gas Expo and Conference 2010 Rio de Janeiro Anais eletr nicos Rio de Janeiro Instituto Brasileiro de Petr leo G s e Biocombust veis 2010 Dispon vel em lt http www ibp org br main asp Team B10B372D DOEB 4B5A 8A5SD 0B6FOFC8810B gt Acesso em 14 dmai 2011 205 BONFATI C CAPRIOLI G Golpe contra terc
314. rma o Profissional Berlim CEDEFOP Centre Europ en pour le D veloppement de la Formation Professionnelle n 1 1994 ALMEIDA C A Terceiriza o que mata menos sal rios e benef cios O Globo Rio de Janeiro 20 jul 2003 Economia p 37 ALVAREZ R Aumenta a farra dos terceirizados O Globo Rio de Janeiro 24 jun 2011 O Pa s p 3 Governo n o v irregularidade nas contrata es O Globo Rio de Janeiro 24 jun 2011 O Pa s p 3 Terceiriza o de risco na Petrobr s O Globo Rio de Janeiro 20 fev 2011 O Pa s p 3 Petrobr s na mira do MP O Globo Rio de Janeiro 22 fev 2011 O Pa s p 3 Gabrielli contesta den ncias e diz que n o h terceiriza o em atividades estrat gicas O Globo Rio de Janeiro 20 fev 2011 O Pa s p 3 204 ANTONIAZZI M R F O Plano de Qualifica o Profissional do Trabalhador Pol tica P blica de Emprego 2005 214 p Tese Doutorado em Ci ncias Sociais Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Federal da Bahia 2005 ANTUNES R Os sentidos do trabalho Ensaio sobre a afirma o e a nega o do trabalho S o Paulo Boitempo 1999 ARA JO A J S Paradoxos da moderniza o terceiriza o e seguran a dos trabalhadores em uma refinaria de petr leo 2001 359 p Tese Doutorado em Sa de P blica Escola Nacional de Sa de P blica Funda o Oswaldo Cruz Rio de Janeiro 2001 ARRUDA M ONGs e o Banco Mundial poss vel colaborar c
315. rnada s 16 30 os subcontratados prolongavam seu dia de trabalho por mais duas horas e tinham que cumprir mais horas extras e trabalhar em turnos dobrados A Petrobr s proporcionava aos seus trabalhadores sal rios melhores e uma estabilidade que possibilitavam um planejamento de vida e uma boa aposentadoria al m do apoio de profissionais como Assistentes Sociais e Psic logos A inconst ncia dos contratos das empresas terceirizadas n o proporcionava nenhum destes benef cios Com um trabalho caracterizado pela brevidade o planejamento de vida era uma possibilidade remota para estes trabalhadores considerados de segunda categoria Restava lhes o trabalho em local insalubre com um treinamento aligeirado em quest es de seguran a do trabalho cobran as maiores press es para o cumprimento de prazos com o aumento de riscos de acidentes de trabalho e uma marca para carregar no peito e mostrar quem ele era um crach diferenciado Godinho Ibid mostra um quadro complementar ao analisar a Refinaria Landulpho Alves na Bahia O autor defende a tese de que a expans o do processo de terceiriza o bem como dos 109 contratos e estatutos segmentou os trabalhadores fragilizando os la os existentes entre eles Ele constata que ser petroleiro estar associado a determinado status social com bom emprego boa renda e boas condi es de vida mas os terceirizados n o se veem como petroleiros Dentre estes poss vel observar uma subdivis o ent
316. rodu o exigindo flexibilidade e disposi o para submeter se a qualquer condi o de trabalho que se apresente Os que n o se disp e a isto precisam ser substitu dos e da o recurso terceiriza o e formas prec rias de contrato que se encaixam perfeitamente para atingir estes objetivos Antunes Ibid entretanto aponta que esta resposta se deu apenas na superf cie sem mexer nos pilares do capitalismo Para ele a reestrutura o foi envolta num aparato pol tico ideol gico sob o signo do neoliberalismo que promoveu a privatiza o a desregulamenta o dos direitos trabalhistas e o desmonte do aparato produtivo do Estado aliado a um processo de reestrutura o da produ o e do trabalho que visavam no seu conjunto retomar as margens de lucro aos patamares anteriores crise que se instaurara Para Borges e Druck 2002 a reestrutura o produtiva pode ser entendida como um conjunto de mudan as no mbito da produ o e do trabalho atrav s de inova es tecnol gicas da implementa o de novos padr es de gest o e organiza o do trabalho e do estabelecimento de novas rela es pol ticas entre patronato e sindicatos p 111 112 salientando que no Brasil as inova es tecnol gicas ocorrem num grau menor do que a introdu o de novos modos gerenciais e de organiza o do trabalho 57 No mbito produtivo a parte mais vis vel da flexibilidade apontada por Harvey se deu no Jap o atrav s do toyo
317. rvey Monkey Considerando se a quest o racial temos um perfil pr ximo quele encontrado na Regi o Metropolitana de Salvador com grande concentra o de negros e pardos D Gr fico 2 Cor Ra a autodeclarados Fonte Elabora o pr pria com base nos resultados dos question rios enviados aos egressos atrav s da ferramenta Survey Monkey E Branca E Preta E Amarela E Parda E Ind gena E Sem declara o 167 Se a estes dados agregarmos a forma o escolar dos egressos percebemos dados reveladores Apesar de todos os cursos terem como pr requisito o ensino m dio ou m dio profissionalizante completo 3 alunos j possu am o n vel superior 1 havia abandonado a faculdade e 9 alunos estavam cursando faculdade no momento em que ingressaram no Prominp Tamb m outros 2 j possu am o ensino m dio profissionalizante e estavam fazendo outro curso no mesmo n vel Ao relacionarmos a situa o de trabalho destes 14 alunos que tinham passado pelo ensino superior 8 estavam desempregados e 6 trabalhavam sendo que 1 deles estava apenas realizando um est gio Considerando o total de alunos 10 estavam desempregados e 9 trabalhavam principalmente na rea industrial Ao consideramos os rendimentos obtidos no trabalho o quadro o seguinte Tabela 9 Rendimentos pessoais dos egressos que trabalhavam poca do curso FAIXA SALARIAL QUANTIDADE Menos de um sal rio m nimo 1 De 1 a 2
318. s reas de conhecimento das ci ncias naturais h uma expropria o deste saber da classe trabalhadora em favor das ci ncias pois o trabalho passa a incorporar conte dos cient ficos cada vez mais Na moderna empresa encontra se a estrutura para que este processo ocorra agora em proveito do capitalista Nos s culos XVI e XVII alguns fundamentos cient ficos foram necess rios para a evolu o tecnol gica que possibilitou a Revolu o Industrial mas grandes avan os eram realizados no interior das instala es industriais e em alguns casos a ci ncia caminhava lado a lado com estes avan os ou os seguia A partir do final do s culo XIX em especial na Alemanha a rela o se inverte com a ci ncia apresentando as inova es tecnol gicas que seriam adotadas pela ind stria notadamente em quatro reas eletricidade petr leo a o e motores de explos o 34 A tecnologia originalmente relacionava se ao discurso sobre a arte mas contemporaneamente entendida como meios ou atividades utilizados pelo homem para modificar o seu meio FIGUEIREDO 1989 apud NEVES 2007 Correa 1999 apud NEVES ibid p 97 por sua vez define tecnologia como Um conjunto de conhecimentos e informa es organizados provenientes de fontes diversas como descobertas cient ficas e inven es obtidos atrav s de diferentes m todos e utilizados na produ o de bens e servi os Em ambos os conceitos as rela es sociais que permeiam a constru o
319. s sociedade capitalista ou pode ser um instrumento de media o na nega o destas rela es sociais de produ o Por causa deste embate de for as h uma tend ncia de substitui o da no o de qualifica o pelo modelo de compet ncias MANFREDI ibid mais adequado nova concep o de empregabilidade PAIVA 2001 que est relacionada capacidade do indiv duo em permanecer no emprego e que depende muito mais de aspectos subjetivos Embora as prioridades sejam definidas a partir das necessidades empresariais n o parece haver nenhum questionamento dos rg os de planejamento estatal sobre a real capacidade t cnica das empresas em preverem suas necessidades de pessoal pois no caso europeu falta correla o entre estas necessidades e o crescente n mero de diplomados desempregados ALALUF STROOBANTS ibid No caso brasileiro governos ONGs sindicatos empresas e universidades veem na qualifica o a solu o dos problemas de desemprego e subemprego criando uma situa o confort vel para os empres rios que poder o aproveitar a grande oferta de m o de obra qualificada em fun es que n o necessitam desta qualifica o e proporcionam sal rios menores aos trabalhadores DRUCK 2001 Neste quadro cria se uma situa o de desqualifica o pois a forma o do trabalhador n o tem vincula o com o trabalho exercido e termina se por frustrar as expectativas das pessoas envolvidas nestas atividades DRUCK 20
320. s H uma revis o de conte dos de matem tica f sica e qu mica associados a conhecimentos sobre o processo de refino com seus controles instrumentos e seguran a Na fase pr tica eles s o transferidos para grupos de turno e sua forma o passa responsabilidade de um operador chefe Com a diminui o dos quadros efetivos e a necessidade de mais operadores para integrar as equipes o tempo de forma o diminuiu de um ano para cerca de tr s meses LUCENA 2001 Novos cursos para treinamento foram disponibilizados para os empregados fora do hor rio de trabalho em parte no Senai em parte na pr pria empresa sem o pagamento de nenhum adicional pois se alegava que eram do interesse dos trabalhadores Entretanto aqueles que se recusavam a participar sofriam amea as de demiss o A forma o dos petroleiros acelerada e muitos passam a exercer a fun o sem um preparo adequado LUCENA ibid ROM O ibid Cabe observar que estas s o exatamente recomenda es dos empres rios descritas por Melo Ibid quando diz que esta empregabilidade exige do trabalhador que se coloque disposi o da empresa inclusive com rela o extens o do hor rio de trabalho p 14 e de Schultz Ibid e sua Teoria do Capital Humano quando advoga que uma carga maior n o toda das t cnicas especializadas deveria ser adquirida do treinamento no emprego p 146 147 Quanto aos terceirizados nenhum treinamento lhes disponibilizado
321. s Na Fran a analisando trabalhadores da ind stria nuclear Th baud Mony 1993 constata que 85 das atividades de manuten o das usinas atividade de maior risco s o exercidas por terceirizados A esta lista Th baud Mony e Druck Ibid acrescentam a flexibilidade salarial onde parte da remunera o associada ao cumprimento de metas a flexibiliza o da jornada de trabalho expressa em mecanismos como o banco de horas e a intensifica o do trabalho que tamb m tem contribu do para o adoecimento O exemplo vivo ser mostrado adiante dentro da Petrobr s quando a resist ncia dos trabalhadores gradativamente minada e introduz se uma gest o baseada numa crescente terceiriza o das atividades Considerando se que o Brasil sempre conviveu com taxas de informalidade de cerca de 40 dos ocupados e que nunca houve uma constru o plena de uma sociedade salarial baseada numa rela o entre trabalho e prote o social o quadro s se agravou com o passar dos anos Na 62 d cada de 70 a participa o dos sal rios no PIB brasileiro era de 44 e cai para 35 em 2003 Nos Estados Unidos a participa o era de 70 e na Europa a m dia era de 74 2 Em 2004 essas cifras caem para 66 5 e 66 7 respectivamente CARLEAIS AZ IS 2007 A queda foi mais dr stica aqui no Brasil chegando a 20 4 2 4 A TERCEIRIZA O NO MUNDO HORRORES REVISITADOS O movimento de flexibiliza o das empresas e suas crescentes opera es ter
322. s insalubres com outras colegas e at dois ou tr s filhos a cerca de uma hora de dist ncia das f bricas NATIONAL LABOR COMMITTEE ibid A Alcoa multinacional do setor metal rgico ap s fechar f bricas no M xico abriu uma f brica em Honduras pais que tem um PIB 13 5 vezes menor que as receitas da empresa Aos trabalhadores foi dito que agora eles n o estariam costurando roupas baratas mas fabricando componentes para a ind stria automobil stica nos Estados Unidos Depois eles descobriram que seus colegas do ramo de confec es estavam ganhando sal rios 60 maiores do que eles Boa parte deles sobrevive com a ajuda das obras assistenciais de grupos religiosos e pedem dinheiro emprestado para pagar as contas N o raro os trabalhadores t m que fazer suas necessidades vitais nas roupas por terem seu acesso aos banheiros repetidamente negados E quando esse acesso permitido caso demorem muito podem ser expulsos de l pelos guardas Tamb m h casos de mulheres que se veem obrigadas a despir e mostrar suas partes ntimas para provarem que est o em per odo menstrual e ent o terem acesso ao banheiro duas vezes ao dia Atrasos s o punidos com perdas da remunera o de at tr s dias ou seis horas a mais de trabalho no turno noturno fazendo com que a jornada se estenda por at 14 horas Horas extras s o obrigat rias e 66 negativas em faz lo resultam em demiss es Supervisores gritam com os trabalhadores estabelecem rit
323. s 1 611 empresas 931 eram pequenas 464 m dias e 221 grandes 50 aumento da competitividade industrial ou seja melhor inser o dos produtos brasileiros no mercado internacional No setor espec fico de Refino de Petr leo as alternativas para lidar com o problema passam pelo investimento em automa o contrata o de profissionais de outras regi es e principalmente parcerias com institui es de ensino Percebe se que a vis o da educa o continua a mesma do per odo da primeira Revolu o Industrial ou seja a prepara o para o trabalho na ind stria capitalista Embora a sondagem mostre um quadro atual ela j estava exposta no documento Educa o Para a Nova Ind stria publicada pela mesma CNI em 2007 Ali a Confedera o se propunha aumentar as vagas para a educa o b sica e profissional no SESI e SENAI vinculados CNI A base explicita a Teoria do Capital Humano e a prescri o segue o modelo da Pedagogia das Compet ncias tendo sempre como horizonte o sistema produtivo pois a tend ncia internacional inicialmente priorizar os cursos de forma o generalista para em seguida se fazer o aprofundamento da especializa o de acordo com as exig ncias dos novos padr es tecnol gicos CNI 2007 p 16 Eles alegam que no in cio da d cada quando a economia foi acelerada muitas empresas industriais foram impedidas de expandir suas instala es por falta de pessoal qualificado CNI 2007
324. s cerca de R 99 milh es para qualificar aproximadamente 920 mil trabalhadores Enquanto isto as taxas de desemprego na Regi o Metropolitana de Salvador saltaram de 20 3 em 1996 para 27 5 em 2001 as mais altas da regi o e do pa s Quando houve inser o no mercado de trabalho no caso especificamente do polo cal adista os trabalhadores qualificados j estavam empregados nas empresas e foram encaminhados por elas para fazerem os cursos Segundo Castioni Ibid o Planfor foi o introdutor de novos conceitos de qualifica o compet ncia e habilidades no campo da educa o Oliveira Ibid por sua vez nos mostra que em 1999 o Planfor renomeado como Plano Nacional de Qualifica o do Trabalhador para em 2003 ser metamorfoseado em PNQ Plano Nacional de Qualifica o que segundo Leher Ibid n o rompe com a l gica do Planfor Kuenzer 2007 2008 por sua vez amplia a vis o relativista da qualifica o ao enfoc la enquanto uma mercadoria que consumida de maneira flex vel ao longo das cadeias produtivas Estas combina es n o seguem modelos preestabelecidos sendo definidas e redefinidas segundo as estrat gias de contrata o e subcontrata o que s o mobilizadas tendo em vista atender de forma competitiva s necessidades do mercado e assim assegurar as maiores margens de lucro poss veis que no processo de internacionaliza o tendem a ser estreitadas p 493 Como resultado as combina es
325. s com participa o da estatal voltariam ao total controle dela DIEESE 2009 A proposta encaminhada pelo governo de um partido que tem os trabalhadores no nome entretanto seguiu um modelo de consenso entre empres rios e governo contrariando algumas indica es dos pr prios trabalhadores Rom o ibid afirma que a Petrobr s dentre outras coisas cumpriu seu papel ao longo dos anos det m tecnologia comprovada na explora o de guas profundas e conclamava um amplo debate nas inst ncias organizadas da sociedade para decidir sobre o pr sal O governo adotou um sistema misto onde as reas do pr sal e outras consideradas estrat gicas pelo governo ser o alvo da Partilha de Produ o J outras reas continuar o com contratos de concess o atrav s de leil es e os contratos atuais ser o mantidos O ritmo da produ o levar em considera o a capacidade do pa s em absorver os benef cios deste processo principalmente no que se refere capacidade da ind stria nacional de atender s necessidades do setor DIEESE 2009 p 27 a fim de atenuar os efeitos da doen a holandesa Uma nova empresa totalmente estatal denominada Petrosal foi criada apenas com a fun o de controle de custos da produ o nas reas do pr sal e comercializa o do montante de leo resultante da partilha da produ o O lucro resultante ser aplicado num Fundo Social que 100 destinar recursos para o combate pobreza desenvolvime
326. s custos diminuindo a quantidade de funcion rios para realizar as opera es dentro da Petrobr s o que intensifica o trabalho de quem fica Diminuem a qualidade dos equipamentos individuais de prote o da alimenta o e do fardamento al m de reduzirem sal rios e benef cios como transporte e sa de A segrega o mencionada por Sev Filho 1995 apud ARA JO ibid foi minuciada pelos funcion rios da Refinaria Duque de Caxias no Rio de Janeiro Al m dos fatores acima mencionados a discrimina o come ava antes da chegada ao trabalho O transporte dos funcion rios da Petrobr s se dava em nibus com ar refrigerado Para os demais n o Os terceirizados eram encaminhados para um port o secund rio e obrigados a passar por uma revista na entrada e tinham seu espa o na refinaria confinado pela seguran a Isto n o acontecia com os trabalhadores da estatal A mesma seguran a que os cercava n o cercava os seus bens O estacionamento n o tinha vigil ncia permanente e se os subcontratados perdessem seus bens em geral bicicletas n o se apurava responsabilidades Os escrit rios das terceirizadas ficavam em um local pr ximo ao despejo de res duos da refinaria foco de maus odores enquanto os funcion rios da Petrobr s dispunham de instala es apropriadas Na divis o das tarefas aquelas consideradas sujas e mais propensas a acidentes de trabalho eram deixadas para os terceirizados Enquanto os funcion rios efetivos terminavam sua jo
327. s e mesmo se conseguirem empregos eles ser o nas empresas terceirizadas da Petrobr s PALAVRAS CHAVE Qualifica o profissional Prominp Petrobr s terceiriza o LOPES Lu s Augusto The Professional Qualification in the outsourcing s weft the oil sector Petrobr s and Prominp 232 pp ill 2012 Master Dissertation Faculdade de Filosofia e Ci ncias Humanas Universidade Federal da Bahia Salvador 2012 ABSTRACT The aim of this present dissertation is investigate the qualification plan in the National Mobilization Program of the Natural Gas and Oil Sector Industry Prominp arisen in 2003 during the first government of Luiz In cio Lula da Silva in the sphere of the Brazilian Mine and Energy Ministry with Petrobr s the Brazilian state owned oil company The general aim is investigate which qualification is offered for which workers through the eyes of Sociology of Work and Education and the evaluation of the empirical data produced through document analysis and interviews with manifold actors in the program Beginning with the study of the current working conditions marked by the productive restructuring and outsourcing we sought to verify how this process is occurring inside Petrobr s and how these factors affect the construction of the model of qualification program of Prominp which aims outsourced workers The results of the research indicate that these two factors are in the same tune and the aim of this qualification
328. s luzes do seu segundo di Fonte Tranpetro lt http www transpetro com br TranspetroSite appmanager transpPortal transpInternet nfpb true amp windowLabel barraMenu 3 amp nffvid 2FTranspetroSite 2Fportlets 2FbarraMenu 2FbarraMenu faces amp pageLabel pagina b ase amp formConteudo codigo 106 gt Acesso em 19 jun 2011 38 A ind stria naval seria para o Rio de Janeiro o que a ind stria automobil stica foi para S o Paulo ROMERO MIGUEZ 2010 p 53 131 mandato publica a Lei 12 351 em 22 de dezembro de 2010 que estabelece os par metros para a explora o do pr sal Dentre outras coisas a lei define conte do local e incumbe o Minist rio das Minas e Energia de propor junto ao Conselho Nacional de Pol tica Energ tica os percentuais m nimos de conte do local que dever o constar nos Editais de Licita o e associ lo explicitamente a crit rios para o desenvolvimento da ind stria nacional A lei tamb m inclui incisos no Artigo 2 da Lei 9 478 que quebrou o monop lio do petr leo e acrescenta como papel da ANP a pol tica de desenvolvimento econ mico e tecnol gico da ind stria de petr leo BRASIL 20104 e a indu o do incremento dos ndices m nimos de conte do local de bens e servi os BRASIL 2010a 4 6 A DIN MICA INTERNA DO PROMINP Al m dos Comit s Diretivo e Executivo que definem as estrat gias e as implementam respectivamente a rea operacional do Programa se localiza nos C
329. sa de emprego e sindicatos se aprofunda paralelo ao aumento da terceiriza o quase sempre com a justificativa de redu o de custos de pessoal ou simplifica o da estrutura organizacional DRUCK BORGES 2002 A terceiriza o pode ser conceituada como um Processo no qual as empresas externalizam parte das atividades necess rias ao processo produtivo transferindo as para outras empresas ou em menor medida para trabalhadores aut nomos consultores etc atrav s principalmente da subcontrata o de servi os BORGES DRUCK Ibid p 1 Carelli 2007 nos diz que o conceito de terceiriza o remete entrega de determinada atividade perif rica a uma empresa especializada n o podendo ser confundida com fornecimento de m o de obra que uma pr tica condenada inclusive pela Organiza o Internacional do Trabalho OTT Este conceito entretanto pode restringir o entendimento da terceiriza o a processos mais perif ricos ou no primeiro caso situ lo apenas na aloca o das atividades fora 58 das empresas sem dar uma dimens o maior de como se d o as rela es entre essas empresas e sua inser o num processo mais global de flexibiliza o Appay 1993 apud TH BAUD MONY 1993 por sua vez parte para outro enfoque e traz em primeiro lugar como se d o movimento das empresas Segundo a autora a flexibiliza o se apoia num movimento dual das empresas onde elas ao mesmo tempo se concentram e se atomizam
330. sal rios m nimos 1 De 2 a 3 sal rios m nimos 1 De 3 a 4 sal rios m nimos 1 De 4 a 5 sal rios m nimos 2 Acima de 5 sal rios m nimos 3 TOTAL 9 Fonte Elabora o pr pria com base nos resultados dos question rios enviados aos egressos atrav s da ferramenta Survey Monkey A maioria dos que ganhavam acima de quatro sal rios m nimos informou que trabalhava no setor industrial Se todavia considerarmos a renda familiar temos a seguinte situa o 168 Tabela 10 Rendimentos familiares dos egressos FAIXA SALARIAL QUANTIDADE WEM o AQ Menos de um sal rio m nimo 1 5 3 De 1 a 2 sal rios m nimos 3 15 8 De 2 a 3 sal rios m nimos 6 31 6 De 3 a 4 sal rios m nimos 2 10 5 De 4 a 5 sal rios m nimos 4 21 1 Acima de 5 sal rios m nimos 3 15 8 TOTAL 19 100 0 Fonte Elabora o pr pria com base nos resultados dos question rios enviados aos egressos atrav s da ferramenta Survey Monkey Analisando todos os dados obtidos podemos tra ar um perfil aproximado da amostra de estudantes do Prominp S o em grande parte homens jovens negros e pardos desempregados ou subempregados moradores das regi es perif ricas de Salvador e sua regi o metropolitana com rendimentos familiares que chegavam em sua maioria 52 7 a tr s sal rios m nimos Entretanto boa parte deles j estava procurando novos horizontes nos cursos que estavam fazendo al m do Prominp Dada a ofert
331. sas ou desempregados Um fator de destaque que para v rios cargos destinados aos alunos p blico era necess rio ter o m nimo de um ano de experi ncia na rea do curso que estivesse se candidatando Em outros casos a experi ncia profissional requerida subia para 18 meses 2 anos 5 anos e at 10 anos Se os cursos de nivelamento buscavam em parte pessoas em situa o de vulnerabilidade social o crit rio experi ncia se constitu a num fator posterior de exclus o para este p blico negando todo o discurso de responsabilidade social pregado na primeira fase Por outro lado a rela o social entre as atribui es t cnicas e seu valor social se mostra mesmo entre cargos que n o exigem forma o em n vel superior Para os sem experi ncia e socialmente vulner veis s o destinadas fun es b sicas caso consigam passar no processo seletivo Para os demais postos melhores condi es As diferen as maiores ser o para aqueles que conseguirem as certifica es profissionais como veremos adiante Os cursos s o gratuitos mas logo no in cio os editais informam que o objetivo disponibilizar recursos humanos qualificados para eventuais vagas em empresas privadas no mercado de trabalho nacional PROMINP 2006 Nas disposi es finais somos informados que em hip tese nenhuma haver a garantia de emprego ap s o t rmino do curso PROMINP 2006 Somente em dois editais para alunos empresa esta informa o est ausente
332. sde 2008 nenhum aparelho telef nico produzido nos Estados Unidos sendo a China o maior produtor mundial de aparelhos telef nicos celulares e telefones sem fio XERNAGHAN 2012 O ambiente de trabalho destas empresas difundidas pelo globo lembra c maras de torturas medievais Segundo o National Labor Committee Ibid s o lugares cercados com cercas el tricas e fortemente vigiados por homens armados onde trabalham em sua maior parte mulheres abaixo de 18 anos ganhando entre 40 e 60 centavos de d lar por hora e nenhuma prote o social Os 60 centavos n o chegavam a suprir 17 das necessidades familiares nem para aquelas que viviam nos guetos de San Salvador A mesma hora trabalhada na ind stria t xtil nos Estados Unidos chegava a US 6 85 e as desempregadas segundo o Bureau of Labor Statistics retornavam ao mercado de trabalho ganhando 85 do sal rio antigo S o relatados casos de amea as insultos agress es f sicas humilha es na frente de colegas e suspens es no trabalho sem direito a pagamento As mobiliza es das trabalhadoras eram respondidas com a inclus o de seus nomes em listas negras algumas de cunho nacional de simpatizantes sindicais que as impediam de conseguir trabalho Em Honduras com cargas hor rias di rias m dias de 10 horas as trabalhadoras relatam casos de irrita es tosses n useas e dores de cabe a por causa da contamina o do ar no ambiente de trabalho Muitas mulheres moram apinhadas em quarto
333. servi os a petroleira faz o relat rio de medi o e a terceira apresenta os documentos de cobran a at o quarto dia til do m s seguinte ao per odo de 137 medi o Entretanto o boleto de cobran a dos servi os dever ter vencimento no trig simo dia ap s a medi o dos servi os BRASIL 2009 Entretanto ela pode ter que 2 2 3 Refazer ou reparar s suas expensas e nos prazos estipulados pela Fiscaliza o todo e qualquer servi os considerado inaceit vel mesmo aquele j registrado em Relat rio de Medi o BRASIL 2009 p 278 grifo nosso Al m da reten o de 11 sobre o total da fatura ou sobre o valor da m o de obra para o pagamento do INSS valores de despesas relativas a falhas insumos e materiais de responsabilidade da terceirizada podem ser retidos BRASIL 2009 com este quadro gigantesco de exig ncias que um fornecedor deve se submeter aos processos licitat rios da empresa sagrando se vencedor se oferecer o menor pre o na grande maioria das vezes O mesmo contrato entretanto oferece brechas para que a explora o dos trabalhadores e a precariza o das condi es de trabalho se concretize Em primeiro lugar 20 1 A CONTRATRADA poder subcontratar parcialmente os servi os integrantes do objeto contratual desde que a SUBCONTRATADA atenda as exig ncias da PETROBRAS e esta previamente autorize por escrito a subcontrata o BRASIL 2009 p 293 Se a iniciativa n o part
334. sidi rias que somavam 207 968 no mesmo ano de 2010 As empresas do Grupo Eletrobr s as Estatais Dependentes e as Independentes do Tesouro Nacional somavam 212 886 funcion rios H 40 2 mais terceirizados na Petrobr s do que funcion rios nas empresas financeiras estatais e 36 9 mais terceirizados do que funcion rios no conjunto das demais estatais A soma dos funcion rios dos dois grupos de 420 854 ou 44 3 maior que a soma dos terceirizados da petroleira Entretanto como a pr pria empresa passou a 26 e f F g Entre estas empresas estatais independentes est exclu da a Petrobr s que analisada em separado como a Eletrobr s 102 n o contabilizar 20 mil funcion rios e a terceiriza o vem crescendo nada garante que logo n o haja mais funcion rios nesta condi o na Petrobr s do que em todo o conjunto das empresas estatais financeiras e n o financeiras do Governo Federal A posi o dos empregados na empresa tamb m fornece uma dimens o interna da terceiriza o Do quadro de 80 492 funcion rios divulgados no Relat rio de Sustentabilidade 2010 p 122 52 991 ou 65 8 trabalham em Regime de Trabalho Administrativo O restante se divide em trabalho por turno 19 354 sobreaviso 4 890 mar timos 2 787 especial campo 509 e especial de apoio a reo 41 Por outro lado o Observat rio Social Brasil 2011 aponta que em duas refinarias e na rea administrativa h um total de 70 4 atuando com
335. sificado como risco ergon mico e eles colocam dentro de ergon mico e n o explicam porque est colocando em dois lugares diferentes esse mesmo de de higiene ocupacional s est indo at a NR 33 J tem NR 34 Ent o est desatualizado e eles acho que n o se preocuparam muito Tem esses errinhos e superficial muito superficial Eu acho que eles primam muito pela pr tica e menos teoria S que essa pr tica como n o acontece em sala de aula ent o teria que ter uma teoria melhorada J para Andr trabalhando com disciplinas t cnicas da rea de mec nica na rela o teoria pr tica que se encontram os problemas O material did tico bom na verdade muito te rico n Da disciplina que eu ministrei tem teoria muita teoria O que eu vejo que n o tem muito avan os muito problemas assim pr ticos tem muita teoria Mas assim quem pega mais essa teoria quem tem conhecimento j da rea Porque se for uma pessoa que nunca foi numa rea industrial uma pessoa que n o tem conhecimento pr tico da rea fica um pouco mais dif cil aprender o que t ali sendo ministrado A a pessoa precisa se esfor ar muito mais do que deveria se comparado a um aluno que j tem a pr tica Ambos n o participaram da elabora o do material did tico mesmo porque conforme informado pelo Coordenador somente a rea de eletricidade ficou ao cargo do IFBA diferente da rea de
336. ssibilidade de uso da maquinaria na ind stria fizeram com que seu uso diminu sse Braverman Ibid por sua vez amplia o raio de a o deste tipo de produ o ao incluir tamb m objetos de metal pregos e cutelaria e relojoaria entre os setores que se beneficiavam da 55 subcontrata o nos prim rdios do capitalismo industrial Ele tamb m inclui a figura do subcontratador e do agente de comiss o que eram encarregados de coletar as mat rias primas juntos aos capitalistas e distribu las entre os trabalhadores em seus lares em trabalhos por empreitada Mesmo em setores onde era imposs vel o trabalho dom stico como a minera o e mesmo nas primeiras instala es industriais a pr tica existia Para al m dos fatores apontados por Castel Ibid Braverman coloca que o surgimento da f brica com grandes contingentes de trabalhadores sob a supervis o de uma ger ncia e a possibilidade de maior controle sobre a produ o e os trabalhadores foram fatores que contribu ram para que a terceiriza o neste per odo amainasse sem desconsiderar a luta dos trabalhadores e a a o do Estado como nos lembra Th baud Mony e Druck 2007 No caso brasileiro a terceiriza o se manifestou em tempos antigos no trabalho rural atrav s do chamado gato presente at os dias atuais TH BAUD MONY e DRUCK ibid Entretanto o que muda atualmente a centralidade que a terceiriza o assume sob inspira o das t cnicas japonesas TH
337. sssssccccsossssssesccoosossssesesceressss 24 1 1 UM HIST RICO SOBRE QUALIFICA O e aa da a a 24 1 2 SOCIOLOGIA DO TRABALHO E A QUALIFICA O FRIEDMANN E NAVILLE 27 1 3 BRAVERMAN TECNOLOGIA E A DESQUALIFICA O DO TRABALHADOR 32 1 4 A TEORIA DO CAPITAL HUMANO E O BANCO MUNDIAL estes 37 1 5 AS NOVAS FACES DA QUALIFICA O s rsiiianiisssstiseisasessisiarimmncimiiiaaadstoss dio 42 1 6 A QUALIFICA O PROFISSIONAL NO S CULO XX I sie 49 1 POONSIDERA ES PARCIAIS imisi cia OS a e Gala 52 CAP TULO II TERCEIRIZA O essssssssssccocsssssesseccoosossssesscocoossssssesccoesessssesesccoessssssesceeeeess 54 2 1 TERCEIRIZA O E REESTRUTURA O PRODUTIVA rsrsrsrs 54 2 2 PRECARIZA O DO TRABALHO E PRECARIZA O SOCIAL estes 59 2 3 TERCEIRIZA O E PRECARIZA O ementa 61 2 4 A TERCEIRIZA O NO MUNDO HORRORES REVISITADOS ttme 62 2 5 A TERCEIRIZA O NO BRASIL A DESIGUALDADE REFOR ADA 71 2 6 A TERCEIRIZA O NO SETOR PUBLICO a anae dr oe a RR 76 2 7 CONSIDERA ES PARCIAIS cus assi ssa ER SD ESA a 80 CAP TULO III A EVOLU O DA PETROBR S cceereeeeeseeneenerseeeenserseeeensensenses 82 3 1 O PETR LEO E A PETROBR S RR io TR Rea JRR ERR RIR PO REA 82 3 2 AS MUDAN AS A PARTIR DA D CADA DE 90 mmeemeeaeeeeee 89 3 30 ADVENTO DO PR SAL co A E E 95 3 4 A TERCEIRIZA O E A
338. ste momento ele se lembrou de que quando foi demitido da empresa qu mica que trabalhava recebeu um convite para ingressar em uma empresa terceirizada que prestava servi os de manuten o no Polo petroqu mico O tipo de contrato mostra porque ele n o aceitou ficar ele n o contratou com carteira assinada entendeu eu chamei de contrato mas na verdade foi um contrato verbal Eles sabiam da minha experi ncia e minha capacidade n Ent o por exemplo Eu saia de carro de casa e ia pra l pra Estrada do Coco e eles me pagavam um sal rio pra eu fazer a manuten o dos equipamentos ali Era um acordo verbal N o tinha carteira assinada Quando foi necess rio um contato com o engenheiro da empresa contratante ele descobriu que a hist ria tinha outra face eles mentiram pro engenheiro da empresa Porque eles tinham dito que tinham me contratado e que j tava tudo certo que eu j tava sabe oficializado pra trabalhar na empresa a na hora o engenheiro me perguntou voc j t oficializado A p eu n o consegui mentir bicho Um cara me leva de cara assim pra o cara me perguntar eu n o consegui mentir Eu disse Rapaz n o os caras n o me acertaram nada sobre isso BA a n o 192 Esta breve experi ncia fez com que Pedro constru sse sua vis o sobre a terceiriza o mas a esperan a no curso ainda continuava a gente tinha uma no o que era pra trabalh
339. sticas a produ o terceirizada de eletr nicos tem na flexibilidade dos contratos de trabalho e no trabalho tempor rio uma fonte primordial para sua North America Free Trade Agreement Tratado Norte Americano de Livre Com rcio 64 sustenta o H uma forte depend ncia do trabalho feminino e na Calif rnia a produ o se apoia no trabalho de minorias raciais Nos Estados Unidos h v rias unidades com maior incid ncia de trabalho manual localizadas em reas sem tradi o sindical como o Texas Carolina do Norte e Alabama Na Europa a maior parte do trabalho manual deslocada para o leste europeu L THJE ibid A ind stria t xtil nos Estados Unidos se localizava no sul do pa s e empregava 76 de mulheres e 36 de minorias e essas empresas migraram para a Am rica Central e o Caribe Esse deslocamento contribuiu para a desindustrializa o dos Estados Unidos e para a perpetua o da mis ria no Caribe NATIONAL LABOR COMMITTEE ibid Segundo Dum nil e Levy 2012 este processo de desindustrializa o mais amplo e antigo mas a participa o da ind stria no PIB dos Estados Unidos caiu de 26 em 1960 para 19 nos anos de 1980 e chegou a 11 em 2007 Tanto no caso caribenho quanto no caso estadunidense o padr o de vida dos trabalhadores era pior do que 12 anos antes dele come ar Em 1992 mais de 10 milh es de estadunidenses estavam sem trabalho e os sal rios reais tinham ca do ao menor n vel desde 1963 a
340. sua vez que j tinha experi ncia no setor industrial pensa de forma um pouco diferente Esse material eu acho que ele foi suficiente a evolu o dos assuntos eu achei que foi bem coerente e vamos dizer assim a parte te rica e tal Entretanto se voc fosse estudar s por ele voc n o iria pra lugar nenhum Realmente voc precisa muito do professor Encontra se a o maior ponto de insatisfa o de Pedro Rapaz essa uma das grandes cr ticas que eu tenho a fazer Por n o ser totalmente leigo na rea ele afirma que acabou por se tornar um referencial para os outros colegas mas sua vis o estava moldada por sua experi ncia profissional e o que 193 realmente interessava era o que iria ser utilizado na pr tica dentro do trabalho sem muita import ncia com a teoria ent o chegou a um determinado ponto que os pr prios alunos come aram a me questionar as coisas n Dizer assim Pedro Isso que esse cara t ensinando vai servir pra alguma coisa Ent o o que que eu percebi l N o existe professor bom que n o tenha passado pela rea N o existe um professor de n vel m dio pra trabalhar um t cnico pra ser qualificado se ele n o foi na rea Voc n o vai conseguir qualificar bem uma pessoa com teoria Tinham v rios professores que s o muito te ricos muito te ricos A gente aprendeu vamos dizer assim princ pios de funcionamento de equipam
341. t sempre trabalhando na propor o de dois homens por posto de trabalho onde poderia haver apenas um pois cada oper rio ou oficial como eles denominam tem pouca escolaridade e traz junto de si um ajudante e ambos dependem das instru es dos encarregados figuras estas inexistentes nos outros pa ses Al m disto reaproveitam e recuperam muitas pe as que em outras situa es seriam dispensadas Um dos objetivos desta qualifica o preparar o trabalhador para ter atitudes e compromisso com o trabalho num n vel similar ao encontrado nos modelos que eles elegem fazendo com que a equa o do trabalho realizado dentro de uma hora aumente implicando num aumento da explora o do trabalho Como h pouca men o sobre mecanismos para a ado o de equipamentos importados esta equa o pode significar mais problemas para o lado do trabalhador pois ele continuar percebendo o mesmo soldo brasileiro mas o norte de sua produtividade ser a europeia e a estadunidense 5 2 O PRIMEIRO CICLO z Percebe se que a partir dos c lculos de homem hora para as diversas opera es de petr leo e g s nas subcontratadas que se chega ao n mero de qualificados necess rios 149 Entretanto apesar da magnitude da quantidade de pessoas em nenhum momento mencionada como se chegou conclus o de que esta m o de obra n o estava dispon vel no mercado de trabalho V rias iniciativas foram tomadas em mbito nacional para qualifica
342. t o Cefet Ba come ou entre 2005 e 2006 Como n o havia disponibilidades de salas de aula em Salvador e Sim es Filho funcionava como uma extens o deste campus os cursos foram deslocados para l A institui o tamb m participou como estruturadora de cursos na rea de eletricidade e fazia discuss es desses curr culos com outras escolas que estavam tamb m respons veis por outros curr culos de outras reas Em sua opini o a escolha do Cefet para integrar esse projeto se deu pelo fato dela j estar envolvida em Nome fict cio 171 atividades de forma o para o mundo do trabalho a semelhan a dos outros Cefets e Senais que tamb m estavam participando do Prominp Ao entrarmos na estrutura o do material did tico podemos perceber o quanto a intera o entre o mundo empresarial e o mundo educacional acaba revertendo em maiores ganhos para o primeiro em detrimento do segundo Foram produzidos materiais did ticos e estruturados os cursos de Eletricista montador Eletricista For a e Controle Encarregado de El trica e Supervisor de El trica Embora a experi ncia na rea de Eletromec nica e Eletrot cnica ajudasse bem como a intera o que havia com outras institui es notadamente o Senai a constru o dos programas se deu partir das informa es da pesquisa efetuada as qualifica es em que se desejava profissionais O comit gestor da ABEMI que era respons vel pela aprova o do material did ti
343. t rio de US 5 03 e enquanto os trabalhadores recebem US 0 19 por roupa costurada elas s o vendidas nos Estados Unidos por US 75 00 Segundo Luce 2010 a renda dos altos executivos que distava 26 vezes da renda m dia do pa s em 1973 amplia sua diferen a para 300 vezes em 2010 Entre 2005 e 2006 o n mero de trabalhadores empregados no setor industrial chin s passou de 108 4 milh es para 111 6 milh es com uma remunera o m dia por hora que cresceu de US 0 73 para US 0 81 enquanto nos Estados Unidos ela era em m dia US 29 98 por hora Por outro lado entre dezembro de 2007 e fevereiro de 2010 o n mero de empregos no 71 setor industrial estadunidense cai de 13 7 milh es para 11 5 milh es Nos dez primeiros anos do s culo XXI 5 7 milh es de empregos desapareceram naquele pa s Bureau of Labor Statistics 2010 apud NATIONAL LABOR COMMITTEE 2010 A queda estrondosa de empregos se traduz num aumento da precariedade Jovens graduados recorrem s For as Armadas para conseguirem ocupa o Desde 2007 houve um aumento de 60 no alistamento de graduados na marinha estadunidense Nas Universidades 67 dos professores trabalham com contratos tempor rios que podem ser ou n o renovados semestralmente Ao mesmo tempo poss vel encontrar quase 300 000 profissionais com mestrado e cerca de 30 000 com doutorado que mesmo trabalhando est o recebendo cart es de alimenta o do governo para sobreviverem No Ja
344. t rios correndo por conta exclusiva da CONTRATADA quaisquer nus decorrente de Leis Trabalhistas e Previdenci rias bem como qualquer outra despesa que possa decorrer de tal fato BRASIL 2009 p 299 Em alguns casos a empresa terceirizada deve 2 3 5 Providenciar a retirada imediata de qualquer empregado seu cuja perman ncia no local dos servi os seja considerada indesej vel pela Fiscaliza o sem nus para a PETROBRAS BRASIL 2009 p 280 139 Outra cl usula favorece a press o sobre os trabalhadores para o cumprimento de prazos e consequente intensifica o do trabalho j que o contrato pode ser rescindido se houver 11 1 2 Lentid o no seu cumprimento levando a PETROBR S a presumir a impossibilidade de conclus o dos servi os nos prazos estipulados BRASIL 2009 p 234 Dentre os profissionais exigidos quase todos com forma o t cnica ou equivalente at o comportamento do Engenheiro Mec nico elo entre as duas empresas determinado 3 1 1 1 Al m de representar a CONTRATADA perante a PETROBR S desempenhando um trabalho de gest o e orienta o t cnica e administrativa dos servi os contratados o Engenheiro deve permanecer dispon vel para as demandas do Contrato e solicita es da PETROBR S assumindo inclusive uma postura pr ativa na condu o das melhorias e aperfei oamento dos servi os contratados BRASIL 2009 p 452 grifo nosso Se existe tanto cuidado da petroleira e
345. tar seus ganhos fornecendo alimenta o equipamentos e fardamento de m qualidade por m mais 140 baratos Considerando a pesquisa de Ara jo Ibid feita no final da d cada de 90 com queixas dos funcion rios sobre a qualidade do que lhes era fornecido e esta minuta de contrato resultante de um processo licitat rio feito em 2006 percebemos que tudo continuou da mesma maneira Esta terceiriza o entretanto agora ser alvo da excel ncia 4 9 OS CENTROS DE EXCEL NCIA Dentre os v rios projetos apresentados no Prominp cabe destacar a proposta de cria o de Centros de Excel ncia Estes s o definidos como A qualifica o atribu da a um conjunto de pessoas recursos f sicos e financeiros conhecimentos tecnologias e metodologias reunidos por iniciativa de lideran as que almejam alcan ar e manter de forma sustent vel a supremacia em um campo escolhido a valoriza o cont nua dos elos da rede formada e das pessoas envolvidas bem como a gera o de produtos processos ou servi os de alta qualidade para uso pr prio ou no mercado KARDEC ALMEIDA 20047 Depreende se a partir deste conceito que as redes se constituem de pessoas e organiza es espacialmente dispersas e detentoras de qualidades desej veis aos interesses de mercado que se re nem para fortalecer v nculos em reas que det m o dom nio e criar produtos H um forte tra o da Teoria do Capital Humano neste conceito pois as pessoas
346. termos da Lei n 9 478 de 6 de agosto de 1997 Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 7 de agosto de 2003 Decreto n 3 161 de 2 de setembro de 1999 Institui o regime aduaneiro especial de exporta o e de importa o de bens destinados s atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petr leo e de g s natural REPETRO Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 2 de setembro de 1999 206 Decreto n 4 925 de 19 de dezembro de 2003 Institui o Programa de Mobiliza o da Ind stria Nacional de Petr leo e G s Natural PROMINP e d outras provid ncias Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 22 de dezembro de 2003 Lei n 9 478 de 6 de agosto de 1997 Disp e sobre a pol tica energ tica nacional as atividades relativas ao monop lio do petr leo institui o Conselho Nacional de Pol tica Energ tica e a Ag ncia Nacional de Petr leo Di rio Oficial da Rep blica Federativa do Brasil Poder Executivo Bras lia DF 7 ago 1997 Lei n 11 788 de 25 de setembro de 2008 Disp e sobre o est gio de estudantes altera a reda o do art 428 da Consolida o das Leis do Trabalho CLT aprovada pelo Decreto Lei n 5 452 de 1 de maio de 1943 e a Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 revoga as Leis n 6 494 de 7 de dezembro de 1977 e 8 859 de 23 de mar o de 1994 o par graf
347. tismo Conforme Druck 1999 este modelo apresenta quatro grandes aspectos um sistema de organiza o do trabalho expresso em t cnicas como just in time kanban e qualidade total um modelo sindical marcado pelos sindicatos de empresa que acabam por se confundir com elas uma estabilidade dos empregados das grandes empresas e a constitui o de uma grande rede hierarquizada de subcontrata o marcados por grande diferencia o na qualidade do trabalho e nos sal rios e que parte indispens vel para o funcionamento do sistema Borges e Druck 1993 tamb m mostram que as empresas agora passaram a se constituir em grandes redes com pontos espalhados por diversos locais do globo cada um com uma fun o espec fica seja produ o ou pesquisa Por sua vez para atender ao imperativo empresarial da flexibiliza o a principal ferramenta gerencial e de organiza o do trabalho passa a ser a terceiriza o DRUCK BORGES 2002 No caso brasileiro considerando o momento de crise que o pa s passava os empres rios se protegeram atrav s de dois movimentos por um lado reduziram o n mero de funcion rios ao mesmo tempo em que intensificaram o trabalho daqueles que restaram e por outro terceirizaram atividades para se livrarem de encargos Como resultado os poucos vest gios de fordismo que existiam nas maiores empresas foram aos poucos sendo eliminados BORGES DRUCK ibid e um processo denominado de qu drupla precariza o trabalho
348. tivo P blico para ingresso Alunos P blicos nos Cursos de Qualifica o Profissional de N vel Superior S I 2006 Edital 004 2006 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos Empresa nos Cursos de Qualifica o Profissional de N vel Superior S I 2006 216 Edital 005 2006 Processo Seletivo P blico para ingresso de Alunos P blicos nos Cursos de Qualifica o Profissional S I 2006 Edital 006 2006 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos Empresa nos Cursos de Qualifica o Profissional S I 2006 Edital 001 2007 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos P blicos nos Cursos de Qualifica o Profissional de N vel Superior e Inspetores S I 2007 Edital 002 2007 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos Empresa nos Cursos de Qualifica o Profissional de N vel Superior e Inspetores S I 2007 Edital 003 2007 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos P blicos nos Cursos de Qualifica o Profissional de N veis B sico M dio e T cnico de N vel M dio S I 2007 Edital 004 2007 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos Empresa nos Cursos de Qualifica o Profissional de N veis B sico M dio e T cnico de N vel M dio S I 2007 Edital 001 2008 Processo Seletivo P blico para ingresso Alunos P blicos nos Cursos de Qualifica o Profissional de N veis B sico M dio e T cnico de N vel M dio Superior e Inspetores S I 2008 Edit
349. tr rio da explora o por empresas estrangeiras Por motivos diversos a esta causa se agregaram os comunistas os estudantes grande parte dos militares e a popula o que foi envolvida no debate Entre os nacionalistas havia aqueles que advogavam a causa de uma empresa de capital misto com controle estatal e os chamados radicais que consideravam a presen a privada como nociva Completando o quadro temos o aumento do consumo de combust veis ocasionado pela 85 importa o de autom veis e a pol tica nacional desenvolvimentista do Governo Get lio Vargas que dentre outras coisas pretendia unir o pa s atrav s de trilhos onde circulariam locomotivas movidas a leo diesel LUCENA ibid A despeito destes embates pol ticos em 1949 ainda sob o comando do Conselho Nacional de Petr leo come a a ser constru da na Regi o Metropolitana de Salvador a primeira refinaria de petr leo do pa s a Landulpho Alves A decis o de constru o da Refinaria acontece no governo Dutra e depois de fortes disputas escolhe se a Bahia para sua implanta o Engenheiros e t cnicos do sul do pa s em conjunto com estrangeiros se encarregavam das obras feitas em grande parte por trabalhadores vindos das usinas de cana decadentes no Rec ncavo Baiano esta a primeira gera o de petroleiros na Bahia Os oper rios moravam em sua maioria em Salvador e Candeias Os primeiros se deslocavam de trem at Candeias e todos seguiam em paus de araras at
350. u o de dispositivos para o cumprimento desta cl usula e somente em 2007 ela foi disciplinada pela ANP As empresas que ganham a concess o de blocos para explora o de petr leo devem comprovar junto ANP que adquirem bens e servi os no mercado nacional na propor o estabelecida nos Editais de Concess o As rodadas de licita es foram realizadas anualmente desde 1999 at 2005 suspensas judicialmente em 2006 e retomadas em 2007 e 2008 Os percentuais de conte do local foram os seguintes Tabela 6 Conte do local m dio por rodada de licita o ETAPA 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2007 2008 Explora o 25 42 28 39 19 86 74 69 19 Desenvolvim ento e 27 48 40 54 86 89 81 T1 84 Produ o Fonte Elabora o pr pria com base nos dados da ANP Embora o processo de indu o ao fornecimento local ocorra desde 1999 h que se observar que a licita o deste referido ano foi realizada entre os dias 15 e 16 de junho e no dia 02 de setembro publicado o Decreto 3 161 para flexibilizar o processo de compra por parte dos ganhadores do contrato de concess o dos blocos Em todo o Governo Fernando Henrique 128 Cardoso os percentuais s o mais baixos do que aqueles observados durante o Governo Lula Machado Drocchi e Costa Ibid justificam esta diferen a a partir da profundidade dos po os a serem explorados Quanto maior ela fosse maior seria a complexidade tecnol gica envolvida e porta
351. uas fun es absorvidas pelo Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Durante quase todo o per odo de exist ncia foi comandado pelo professor da Funda o Get lio Vargas Luiz Carlos Bresser Gon alves Pereira Com base nas orienta es do Consenso de Washington o Minist rio definiu tr s reas de atua o do Estado Em primeiro lugar as carreiras t picas de Estado que envolveriam a formula o de pol ticas p blicas a legisla o regula o e fiscaliza o seguido pelos servi os sociais e cient ficos que n o seriam exclusivos do Estado como educa o sa de pesquisa assist ncia social e cultura e por fim a produ o de bens e servi os para o mercado que deveria ser privatizado AUGUSTO JR et al ibid Para cada uma dessas reas algumas especificidades foram criadas Nas carreiras t picas de Estado os funcion rios seriam regidos pelo Regime Jur dico nico mas as fun es de apoio como limpeza vigil ncia e transporte poderiam ser terceirizadas No caso dos servi os sociais e cient ficos como envolvia o poder estatal buscou se a alternativa da publiciza o ou seja a transfer ncia para o setor p blico n o estatal Para aquelas reas que fossem pr ximas da atua o estatal exclusiva mas que contavam com forte resist ncia publiciza o optou se pela mudan a na forma de contrata o com a cria o do empregado p blico regido pela CLT que se encontraria numa posi o
352. ucacionais na Am rica Latina sob os ausp cios do Banco Mundial e outros organismos multilaterais embora no Brasil ela j desse suporte a essas pol ticas desde meados da d cada de 60 ou seja sob o signo da ditadura militar A partir de 1964 os planos nacionais de educa o passam a ser pensados por engenheiros economistas e pela tecnocracia estatal em geral visando projetar as necessidades de m o de obra para o mercado de trabalho FRIGOTTO 2006 neste per odo tamb m que come am a surgir os programas nacionais de qualifica o profissional Segundo Oliveira 2006 em 1963 na esfera do MEC criado o Programa Intensivo de Prepara o de M o de Obra PIPMO A partir de 1975 com a cria o do SINE Sistema Nacional de Emprego o Minist rio do Trabalho incorporou o PIPMO Em meados dos anos de 1980 o seguro desemprego institu do e em 1993 come am as primeiras a es de qualifica o voltada para os benefici rios deste tipo de seguro 40 O Banco Mundial criado em 1944 na Confer ncia de Bretton Woods j a partir dos anos de 1950 se volta para o financiamento dos pa ses em desenvolvimento visando criar uma base que permitisse a industrializa o Os esfor os eram voltados para rea de infraestrutura notadamente nos setores de energia telecomunica es e transportes A partir de 1968 o enfoque voltou se para a pobreza e o setor alvo passou a ser o setor agr cola Na d cada de 70 h uma crescente influ
353. uma rela o de elementos m ltiplos Fundamentalmente uma rela o entre algumas opera es t cnicas e a estimativa de seu valor social e esta parece ser a vis o sociol gica mais abrangente que dela se pode ter NAVILLE 1956 apud TARTUCE 2002 p 164 31 Naville reconhece o poder que esta correla o de for as produtivas traz sobre a qualifica o e quais seriam seus efeitos futuros pois o fen meno da qualifica o do trabalho n o existe por si s ele n o em suma sen o a forma muito relativa de certos aspectos da estrutura da ind stria vistos em seus efeitos sobre o emprego sua determina o quantitativa n o tem nada de natural e o car ter objetivo dessa informa o um artif cio pelo qual as institui es codificam certos tipos de hierarquia t cnica inerentes s nossas sociedades antag nicas n s podemos esperar ver as formas qualitativas do trabalho modificarem se profundamente no futuro Essas constata es muito gerais n o seriam no fundo um paradoxo a n o ser aos olhos de uma an lise estreitamente fixada sobre o presente e de algum modo utilit ria NAVILLE 1956 apud CASTIONI Ibid p 120 grifo nosso Embora seja um conceito que difere de tudo o que havia sido pensado antes Naville tamb m estabelece um elemento que em sua opini o ser essencial para medir a qualifica o o tempo de forma o Quando fala sobre especializa o ela j d
354. urgia nacional visa ensinar t cnicas de soldagem para pessoas carentes ou em situa o de risco social As empresas cedem os recursos e as prefeituras das cidades beneficiadas ou ONGs montam salas de aula em bairros pobres fazem a sele o dos alunos conforme os crit rios pr vios se responsabilizam pelo fardamento e deslocamento dos mesmos fazem acompanhamento psicol gico e social se necess rio e indicam os profissionais para trabalharem como multiplicadores que ser o capacitados pelo SENAI para dentre outras coisas ensinar corretamente o trabalho N o se usa a palavra professor e o fardamento deve ser padronizado com as logomarcas das empresas patrocinadoras e dos parceiros p blicos e privados participantes O material did tico fornecido pelo SENAI para ser reproduzido pelas prefeituras Na organiza o pedag gica parte se do princ pio de que o aluno est no centro do processo educativo KARDEC ALMEIDA ibid p 5 e o objetivo propiciar a aquisi o de compet ncias atrav s de situa es de ensino aprendizagem integradas ao contexto atual de mercado p 5 Os cursos t m carga hor ria de 240 horas dividida em 36 horas para habilidades b sicas matem tica 24 horas para habilidades de gest o qualidade seguran a e meio ambiente e rela es interpessoais e 180 horas para as habilidades t cnicas que incluem a soldagem propriamente dita Desta carga hor ria apenas 30 de conte do te rico e 70
355. uring ou servi os de fabrica o eletr nica EMS Electronics Manufacturing Services Cinco grandes fabricantes de origem estadunidense dominam o mercado Solectron Flextronics SCI Celestica e Jabil Circuits Fabricam computadores pessoais servidores roteadores equipamentos de telecomunica es telefones celulares jogos de computador aparelhos de televis o componentes eletr nicos para a ind stria automobil stica e para a ind stria aeroespacial dentre outros As empresas detentoras das marcas comerciais HP IBM Dell e outras projetam os produtos e terceirizam a produ o com aquelas empresas Depois da primeira terceiriza o com a IBM em meados dos anos de 1980 alguns fornecedores do sudeste asi tico e de outros pa ses come aram a fornecer componentes para este setor industrial A partir de meados da d cada de 90 com o crescimento da subcontrata o os grandes fabricantes come aram a repassar f bricas inteiras para estes fornecedores a exemplo da IBM em Bordeaux Fran a e da HP em Sttugart Alemanha vendidas para a Solectron ou a Ericsson sueca que vendeu sete f bricas para a Solectron e para a Flextronics O af das empresas em se desvencilharem das atividades produtivas levou a venda das primeiras unidades fora dos Estados Unidos na Mal sia O NAFTA abriu as portas do M xico para as empresas de terceiriza o em meados da d cada de 90 em especial na cidade de Guadalajara Dentre outras caracter
356. v rias empresas l posso ser escolhido por outras empresas pedir um sal rio melhor Esta quest o da imagem t o forte que alguns alunos segundo ele mesmo pouco antes de terminar o curso j tinham colocado no curr culo que tinham um certificado de um curso Prominp Petrobr s e j estavam procurando emprego Isso significa que a imagem acaba se tornando uma moeda de troca universalmente aceita A Petrobr s por alimentar o mito de empresa socialmente respons vel que acaba por justificar a terceiriza o e os alunos por acreditarem que isso ser um passaporte para empregos e sal rios melhores numa acep o extremamente individualista pr ximo do que a Teoria do Capital Humano preconiza Ao pensar num modelo ideal de forma o que atendesse o setor de petr leo e g s Tiago diferenciou as reas explora o e produ o e o tamanho da empresa um grande grupo e produtores de campos marginais com pequenas empresas Pensa que preciso separar as reas devido sua diferen a e pensar no destino final deste profissional Ele pensa que os grandes grupos requerem profissionais mais espec ficos enquanto os pequenos precisam de funcion rios 185 generalistas Quando incluiu as terceirizadas neste grupo de empresas disse que a forma o deveria ser espec fica porque estes v o trabalhar nos grandes grupos Ao fim considerou a qualidade do curso e agrupou as reas de explora o e produ o mas manteve a conside
357. vistas e relat rios do setor de Petr leo e G s e da Petrobr s 5 Busca e an lise de informa es e not cias na internet sobre o setor de petr leo e g s e sobre o mundo do trabalho 6 Tratamento de dados secund rios constantes nas listas de alunos matriculados fornecida pelo IFBA 21 Inicialmente a pesquisa deveria ser realizada apenas a partir de entrevistas com os atores do programa no campus de Sim es Filho do Instituto Federal da Bahia IFBA onde atuo como professor e onde fui convidado para dar aulas no Prominp em tr s cursos Entretanto o Prominp n o se apresentava como um simples programa de qualifica o e sim como um programa de incentivo industrializa o que inseria em seu bojo uma proposta de qualifica o profissional A partir de sugest es incluiu se dentro dos instrumentos de pesquisa a realiza o de uma an lise dos documentos do Prominp que em sua maioria estavam disponibilizados no s tio do programa na internet Muita coisa entretanto n o ficou clara Foi necess rio cursar uma disciplina na Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia sobre economia do petr leo para entender a din mica do setor Tamb m foi necess rio deslocar me ao Rio de Janeiro no m s de setembro de 2010 para participar da exposi o e confer ncia Rio Oil amp Gas que um dos maiores eventos do setor petrol fero no mundo Neste evento outras facetas do Prominp indispon veis on line e que n o estavam escla
358. za o poss vel percorrer o fio condutor do liberalismo no Banco Mundial neste texto representado por suas pol ticas educacionais no governo estadunidense expresso na sua pol tica de acordos comerciais e libera o de mercados na pol tica econ mica brasileira na reforma do Estado proposta por Bresser Pereira e nas mudan as ocorridas na Petrobr s Acredito que se por um lado a privatiza o da Petrobr s n o se concretizou em sua plenitude a conduta liberal hoje permeia todas as a es da empresa mesmo que ela ainda procure manter o discurso de patrim nio nacional t o caro no momento da sua cria o nos anos de 1950 Todos estes elementos s o reunidos no Prominp e sua pol tica de qualifica o que ser o explanados nos cap tulos seguintes 121 CAP TULO IV O PROMINP Nesta etapa tento demonstrar como o contexto atual da Petrobr s serve de suporte para a cria o do Prominp amparado num termo denominado conte do local como os interesses governamentais e empresariais se agregam dentro do programa e que seu objetivo est mais relacionado ao refor o da terceiriza o na Petrobr s do que a qualquer outra coisa Toda a an lise parte do s tio deles na internet e dos relat rios do pr prio programa Inicialmente fa o um percurso hist rico desde o surgimento do termo conte do local at a cria o do Prominp e sua estrutura Posteriormente associo o termo conte do local terceiriza o reinante no setor e
359. za o do Prominp este cap tulo adentra na qualifica o profissional propriamente dita do programa Al m da an lise do s tio deles na internet e de relat rios e manuais do programa busquei acrescentar textos de profissionais da Petrobr s constantes dos anais da ltima edi o do maior congresso do setor de Petr leo e G s Natural do Brasil a Rio Oil amp Gas realizado em 2010 da qual participei quando alguns dados relevantes foram mostrados Inicialmente procuro deter minha an lise em como nasceu o programa e seus pressupostos Nas tr s etapas seguintes procuro analisar cada um dos ciclos da qualifica o e os obst culos existentes que dever o ser superados pelos candidatos para conseguirem xito 5 1 ALGUNS PRESSUPOSTOS INICIAIS A partir das informa es colhidas no s tio do Prominp na internet somos informados que o Plano Nacional de Qualifica o Profissional do programa foi criado em 2006 oferecendo cursos gratuitos nos n veis b sico m dio t cnico e superior em 185 reas de interesse da ind stria de petr leo e g s H uma demanda prevista de 207 000 profissionais qualificados e os valores aportados para a qualifica o deste p blico estimado em R 554 milh es sendo a Petrobr s a principal financiadora Outros recursos s o provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT que se encontra sob a al ada do MTE e Fundo Setorial do Petr leo e G s Natural CT PETRO do Minist rio da Ci ncia e Tec
360. zados atuando dentro da Petrobr s 96 tampouco se sabe da cria o de mecanismos para acompanhar o cumprimento ou n o destas promessas O que est em jogo no momento da descoberta do petr leo pr sal um embate de for as semelhante quele que houve antes da cria o da estatal A depend ncia mundial do petr leo fez diminuir as reservas nos Estados Unidos e posteriormente no Mar do Norte restando principalmente o Oriente M dio e os pa ses da Organiza o dos Pa ses Exportadores de Petr leo OPEP O primeiro grupo de pa ses tem reservas provadas de 754 2 bilh es de barris e o grupo da OPEP chega 1 029 4 bilh es sendo que o grande destaque a Ar bia Saudita que det m 264 4 bilh es de barris Fora da OPEP existem apenas 303 8 bilh es de barris dispon veis ANP ibid No Oriente M dio os conflitos de diversas matizes constituem um grande entrave para o avan o das multinacionais e quando o quadro ampliado para os pa ses da organiza o as maiores aten es recaem sobre a Venezuela com reservas de 172 3 bilh es e tamb m neste caso o governo daquele pa s tem se mostrado hostil a um relacionamento mais pr ximo com o maior consumidor mundial os Estados Unidos N o havia a descoberta de grandes reservat rios at o an ncio do pr sal Rom o 2008 relata que as expectativas iniciais eram de 5 bilh es de barris e posteriormente elas aumentaram para 33 bilh es Tr s anos depois Millard 2011 diz a part

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