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pacotes didáticos

1. O aluno que n o segue o ritmo e n o vence a apostila se frustra Para acompanhar depende de aulas extra hor rio e da fam lia que muitas vezes n o tem como traz lo isso sem falar no problema do professor que trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o Os pais querem que use tudo o que vem na apostila caso contr rio n o compensa o investimento na compra e a proposta de alfabetiza o que a apostila traz s vezes invi vel porque este um momento que exige diversifica o nas metodologias e acompanhamento individualizado O material fica caro para os pais e se renova bimestralmente por isso alguns atrasam a aquisi o por motivos financeiros colocando a escola numa dif cil situa o porque o aluno chora e se sente humilhado se os outros compraram e ele ainda n o Acaba que a escola entrega a apostila a todos ao mesmo tempo e depois fica sem receber de alguns Mais um problema para se administrar al m da inadimpl ncia normal N o vou dizer que o material ruim ou mal feito porque n o mas tamb m n o adianta ser lindo e moderno e n o atender as necessidades da escola e do aluno principalmente 196 AP NDICE F DI RIO DE CAMPO Col gio Pet nia diretora Leda No dia 5 de abril de 2006 s 14h estive no Col gio Pet nia a fim de conversar com a diretora Leda sobre a possibilidade de participa o da escola na pesquisa que realizo pelo mestrado em educa o
2. o conhecimento dividido em partes limitadas padronizadas para controle e consumo mais f ceis publicados com a inten o de comercializa o para grandes clientelas de estudantes APPLE 1984 p 307 Ao adotarem pacotes did ticos padronizados e produzidos por empresas distantes da realidade escolar as escolas deixam de organizar sua pr tica conforme um projeto de educa o centrado no aprendiz como totalidade e n o apenas como talento a ser desenvolvido Num mundo din mico pontilhado por informa es onde n o h verdades absolutas a serem transmitidas todo conceito ou toda percep o t m de prever a perspectiva do observador influenciada e relativizada por sua pr pria realidade e que torna cada viv ncia nica para cada indiv duo Portanto ao pretender formar o cidad o competente aut nomo cr tico e feliz a escola tem de privilegiar as rela es o processo mais que o resultado tendo em vista a auto realiza o e auto estima dos envolvidos no processo de ensinar e aprender que num mundo conectado em rede se estendem a diversas situa es cotidianas 48 Nessa l gica a escola tal como se estruturou na modernidade ainda pode permanecer como institui o burguesa se legitimar a sociedade do capital e se integrar sua din mica Como microestrutura da sociedade burguesa estaria ela incapacitada de se tornar uma institui o antag nica din mica social a que se vincula Segundo Sousa J nior 200
3. Defende se ainda que as propostas curriculares sejam elaboradas tamb m pelos professores e pelas comunidades reais vinculadas escola Dessa forma pode se chegar a um curr culo como processo de produ o que enfoque o intelecto a afetividade a emo o a raz o e articule teoria e pr tica como reflex o e a o sistematizadas Ao conceber esse novo paradigma educacional Ferguson 1997 p 274 salienta que h muitos caminhos para se ensinar determinado assunto portanto a estrutura curricular tem de ser relativamente flex vel e n o se apoiar numa estrutura r gida embasada num curr culo predeterminado A antiga 98 rigidez no controle de temas disciplinares segundo a idade dos alunos d lugar ent o flexibilidade e integra o entre faixas et rias e entre os diferentes assuntos a serem abordados Como enfatiza Gadotti 2007 p 9 Entre as novas teorias surgidas nesses ltimos anos despertaram particular interesse dos educadores os chamados paradigmas holon micos ainda pouco consistentes Complexidade e holismo s o palavras cada vez mais ouvidas nos debates educacionais Nesta perspectiva podemos incluir as reflex es de Edgar Morin que critica a raz o produtivista e a racionaliza o modernas propondo uma l gica do vivente Esses paradigmas sustentam um princ pio unificador do saber do conhecimento em torno do ser humano valorizando seu cotidiano o vivido o pessoal a singularidade o entorno o acaso
4. MOREIRA 2003 p 1 222 Esse autor explica que num mbito mais amplo cultura midi tica a cultura do mercado pensada e produzida para ser transmitida e consumida segundo a gram tica a l gica a est tica e a forma de incid ncia e recep o peculiares ao sistema midi tico cultural MOREIRA 2003 p 1 208 Al m de produzidas s o disseminadas sobretudo pela publicidade ou seja pelos conglomerados empresariais da comunica o e do entretenimento ind strias culturais por excel ncia Essa cultura do mercado influencia a vis o de mundo os valores e os comportamentos a absor o de padr es de gosto e de consumo associados com imagens que prometem felicidade e realiza o para as pessoas A partir dos discursos e das vis es de mundo produzidos pelos sistemas de representa o simb lica os sujeitos podem se posicionar e construir sua identifica o com determinados pap is perfis significados Baseados nessa identifica o subjetiva na qual sempre est o presentes desejos e din micas do inconsciente os sujeitos afirmam ou n o seu pertencimento isso somos n s e n o aquilo fazemos parte dessa cultura povo comunidade e n o daquela outra Percebemos logo que em todos os momentos do processo social simb lico de constru o e afirma o da identidade e do pertencimento a atua o do sistema midi tico cultural marcante O sistema midi tico tornou se nas sociedades modernas talvez o principa
5. Dois elementos caracter sticos da sociedade do conhecimento s o a dissemina o r pida do conhecimento em todos os planos da vida social e a filtragem das informa es relevantes nas rotinas e no cotidiano Lyotard 1998 e Habermas 1980 j previam profundas modifica es na sociedade em vista da import ncia do conhecimento como fator central de produ o Para esse ltimo autor a coloniza o do mundo da vida como o mais recente legado do processo de domina o material capitalista pela raz o instrumental ocorreu quando a ci ncia e a t cnica se transformaram na for a produtiva principal no campo da evolu o das for as produtivas HABERMAS 1980 p 331 No dizer de Gohn 1998 na sociedade globalizada informacional o Estado nacional vive a crise da desnacionaliza o e est menos centralizado e menos monopolista centrado na inova o e na competitividade privilegia a pol tica econ mica em detrimento da social e substitu do por um Estado capitalista moderno cuja fun o geral manter a coes o social numa sociedade atravessada pelos sistemas de desigualdade e exclus o em que o trabalho perde efic cia como mecanismo de integra o social e proporciona a inutilidade social de grandes camadas de trabalhadores a nova face da exclus o GOHN 1998 p 3 Nas palavras de Souza Santos 1995 p 25 26 As transforma es do Estado s o causa da crise da socialdemocracia que
6. o existencial da sociedade atual onde tudo est submetido a exame e indaga o racional psicoterapias condu o de pol ticas econ micas tratamentos para dores de coluna dietas educa o das crian as imagens de viol ncia na televis o rela es familiares tabagismo ou mesmo o amor GIDDENS 1996 p 15 Em sua opini o essa reflexividade pessoal e institucional produz uma din mica espec fica que caracteriza esse momento da modernidade avan ada como sociedade altamente din mica em que as pessoas fazem uso permanente de informa es para lidar com sua pr tica cotidiana Por serem imprevis veis suas atividades di rias se tornam quase permanentemente inst veis e desafiadoras impulsionando a busca de sa das e descobertas num processo que incrementa o potencial destrutivo envolvido na rela o dos homens com a natureza e dos homens entre si em n veis jamais imaginados Segundo esse autor tal fato distingue o mundo atual das sociedades pr modernas pelo aumento explosivo do grau de perigo experimentado na vida coletiva e pela capacidade de destrui o resultante da aplica o do conhecimento e da t cnica No centro das discuss es sobre modernidade e p s modernidade est o a velocidade e abrang ncia das mudan as na vida atual Ainda que incompletas e imperfeitas as teorias acerca da p s modernidade chamam aten o para fen menos novos e decisivos da vida contempor nea e suscitam a cu
7. o segundo faixas e rendas Fonte adaptado de FUNDA O GETULIO VARGAS 2005 Propor o dos gastos familiares com educa o formal 11 45 1a33 8a 33 11 94 las 10 11 12 GR FICO 2 Propor o dos gastos familiares com educa o formal Fonte adaptado de FUNDA O GETULIO VARGAS 2005 60 O recorte contendo s usu rios indicou que na faixa at oito sal rios m nimos mensais de renda familiar a propor o m dia de gastos com servi os de educa o alcan ou 8 6 No estrato complementar 8 a 33 sal rios m nimos a fra o se eleva a 11 94 Propor es como essas que superam durante d cadas compromissos or ament rios tradicionais como tarifas de energia e telefonia s o vistas pelas fam lias como investimentos cujos retornos futuros justificam plenamente o esfor o Esses dados mostram a faceta verdadeira do Estado neoliberal em rela o aos cidad os A situa o apresentada de tal forma que muitos pais se julgam incompetentes e at se culpam por n o poderem oferecer aos filhos educa o em escolas particulares acreditam que n o est o cumprindo seu dever de pais n o percebem que a realidade outra ou seja que educa o p blica de qualidade direito de todos N o deveria haver escola de pobres e escola de ricos todos deveriam estudar no mesmo lugar para receberem juntos o mesmo tratamento e as mesmas condi es de aprender o que precisarem ou quiserem Como se pode acred
8. 190 QUADRO 21 Houve an lise ou pesquisa anterior por parte da escola sobre esse sistema de ensino RESPOSTAS DIRETORA A ESCOLA Ela analisou o material deixado pelos integrantes do sistema e gostou do apoio Leda Col gio Pet nia constante e competente que ofereceram Acrescentou as escolas particulares trabalham muito isoladas a gente se sente sem apoio s vezes N o existe um clima bom ou um espa o para trocar id ias entre as escolas Antes de adotar foram a um encontro al m de analisarem o material La s e Olga Escola Jasmim Sim Verificamos o livro did tico e todo o material que consta com o Priscila Col gio mesmo Margarida Viu numa propaganda se interessou e ligou para um primeiro contato Ap s Ana L cia Escola Cam lia a visita dos representantes do sistema optou pela parceria porque achou interessante trazer coisas novas para a escola QUADRO 22 Como ocorreu a adapta o dos alunos metodologia RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Bem embora haja aqueles que precisam de mais aten o os pais s o chamados junto com o Leda Col gio filho quando h dificuldades A diretora A relatou que a escola tem por costume reunir pais Pet nia e alunos na sala da dire o quando os resultados nas avalia es n o s o satisfat rios assim selam o compromisso de ajudar o filho em casa sen o n o d tempo de encerrar os assuntos estudados e cumprir o que est previs
9. A d cada de 1990 trouxe o discurso da globaliza o que vincula educa o com racionaliza o administrativa e efici ncia produtiva como pressuposto b sico para se competir no mercado internacional cada vez mais din mico e competitivo Na tica neoliberal o ensino visto num padr o produtivista e empresarial que transfere a educa o da esfera dos direitos sociais esfera do mercado GENTILI 2000 p 49 por isso associado aos princ pios que regulam a l gica dos fast food na qual as pessoas t m de consumir tudo com rapidez numa pressa institucionalizada de consequ ncias claras para a educa o o pensamento e a comunica o social Nessa perspectiva a competi o deve caracterizar a l gica interna das institui es escolares que passam a funcionar como pequenas empresas produtoras de servi os educacionais com n veis de efici ncia embasados na sele o individual para obterem lideran a no mercado Contudo elas deixam de buscar um ensino reflexivo promotor da criatividade autonomia e capacidade cr tica pois passam a valorizar a prepara o de pessoas d ceis formatadas e disciplinadas aptas a dar respostas pr ticas e r pidas que acelerem o lucro das empresas Desenvolve se assim uma tend ncia homogeneiza o da oferta educativa e o trabalho escolar se torna particularmente alienante pois surge como algo planejado por outros distante da realidade e descontextualizado pensado como grande
10. No dizer dessa autora a pesquisa qualitativa defende que as ci ncias sociais t m como objetivo central compreender a realidade humana vivida socialmente partindo da premissa de que a a o dos homens tem sempre um significado subjetivo e intersubjetivo n o apreens vel apenas do ponto de vista quantitativo e objetivo porque se referem ao que se passa na mente das pessoas Sendo assim as ci ncias sociais n o deveriam aproximar se do modelo das ci ncias naturais pois tal modelo n o atenderia s necessidades e especificidades de seu objeto de estudo GONDIM 2002 p 4 A autora enfatiza a necessidade de se usar o que denomina individualismo metodol gico e holismo metodol gico em situa es de pesquisa nas quais os analisados s o seres humanos O individualismo metodol gico considera que cada ser humano tem id ias e concep es nicas enquanto o holismo metodol gico entende que o n vel de an lise ser o a estrutura e os sistemas dada a influ ncia e import ncia das rela es sociais nas concep es e cren as pessoais Pontos que considero fundamentais em rela o s pesquisas que envolvem pessoas como objetos de estudo por serem os seres humanos nicos e individuais e construtores de sua identidade em conviv ncia com os outros e com a cultura Numa pesquisa de natureza qualitativa fundamental ter em mente os significados subjetivo e intersubjetivo este se refere ao conjunto de regras e nor
11. o realidade e simula o Pode se dizer que em geral a estetiza o do mundo da vida acentua a volatilidade a indetermina o a imagina o e a diferen a 22 Nessa sociedade competitiva pa ses subdesenvolvidos buscam se modernizar para se inserir no mundo globalizado sujeitos a imposi es a regras de mercado e l gica do capital de paises desenvolvidos que t m maior poder econ mico Essa busca exige reformas e politicas educacionais voltadas moderniza o diversifica o flexibilidade competitividade produtividade e qualidade dos sistemas educacionais da escola e do pr prio ensino que agora tem de se ajustar s demandas do mercado Ao deter o poder pol tico e econ mico a categoria empresarial passa a predominar e a dominar o Estado e seus mecanismos de controle social dentre os quais se inclui a escola que passa a ser impelida a se organizar para suprir as necessidades capitais desse segmento e proporcionar as mudan as necess rias esfera produtiva Nos discursos oficiais a educa o permanece forte e s lida ainda como grande solu o aos problemas do pa s e representando o ideal de muitas pessoas em busca de condi es de vida mais dignas Logo o enfrentamento da crise atual da escola pelos educadores ou pela sociedade envolve a discuss o da crise do trabalho assalariado e do contexto econ mico social cient fico e tecnol gico em que a escola se situa Em primeiro lugar preciso compr
12. o de algum tipo de problema que possa estar atrapalhando a aprendizagem do aluno Arlete Pet nia Fazemos atendimento individual com os pais alunos professores coordenadora e diretora do Col gio para conscientizar e verificar o problema que possa estar atrapalhando o rendimento do aluno Aparecida Pet nia O Sistema n o interfere na metodologia de avalia o da escola os professores que elaboram aplicam e corrigem as avalia es bimestralmente Aparecida Pet nia Sobre a recupera o Darci explicou que era feita diariamente em sala de aula com atendimento individualizado e acrescentou Por ser um material que al m da apostila inclui um CD ROM e um site de pesquisa faz com que haja um maior acompanhamento Professora Darci Jasmim Posso enriquecer o conte do com atividades de outros livros E sem d vida a forma dos exerc cios bem clara Professora Helena Margarida O procedimento dar a esse aluno atividades extras com explica o para que o mesmo aos poucos v entrando no ritmo do trabalho Professora Mirian Margarida O sistema de recupera o bimestral Durante tr s dias os alunos refazem atividades do bimestre e uma avalia o no valor do bimestre Somamos a nota da prova com a do bimestre dividimos por dois e prevalecer o apenas 60 Se o aluno conseguir nota inferior que ela j havia tirado no bimestre prevalece a maior Professora Ar
13. semestre A escola prev recupera o paralela e bimestral mas procura sanar os Ana L cia Escola problemas no dia a dia evitando um per odo de recupera o ap s as aulas Cam lia A diretora explicou novamente que h outra dificuldade que a da fam lia que n o tem como trazer em outro hor rio e ainda a da professora que quando trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o Ainda tem o caso daquele aluno que n o vencev o conte do da apostila e se frustra porque no final do bimestre chega a pr xima e ela n o quer mais nem ver a antiga 193 QUADRO 28 Como acontecem os momentos de assist ncia pedag gica aos professores S o presenciais ou a dist ncia RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Em rela o assist ncia pedag gica se mostrou desanimada Afirmou que n o h visitas Leda Col gio escola e tampouco chamam a assessoria alegou Quase n o utilizamos o site ou telefone Pet nia resolvemos tudo por aqui O sistema promove dois encontros por ano fora de Uberaba fica caro mas procuramos ir O ruim ter que suspender as aulas nesses dias os pais n o gostam A escola quem paga as passagens e estadias para esse encontro por isso n o v o todos Fazem reuni es bimestrais na pr pria escola e semestralmente comparecem ao encontro La s e Olga Escola com o pessoal do Positivo no mais utilizam o Portal e a Internet para comunica es Ja
14. um dos fatores ambientais mais importantes DEMO 2006 4 S crates designava seu trabalho de educador dizia que era apenas parteiro das id ias por mai utica ou seja procurava fazer seus disc pulos chegarem eles mesmos a conclus es com base no conhecimento de que dispunham DEMO 2006 96 um ambiente adequado de aprendizagem sup e atividades em primeiro lugar participativas nas quais o aprendiz se encontra envolvido e motivado na condi o de sujeito e em segundo lugar que acionem processos e din micas reconstrutivas interpretativas sempre como autor Entre tais atividades podemos destacar a pesquisa e a elabora o pr pria individual e coletiva atrav s das quais se exerce a autoria do conhecimento reconstru do Um dos resultados mais importantes deste processo a constru o crescente da autonomia humana um dos pontos mais altos da potencialidade disruptiva do conhecimento Burke 2003 A autonomia n o pode ser absoluta porque colidiria com a autonomia dos outros Faz parte dos processos educativos tipicamente formativos arquitetar modos conviventes de autonomia em especial aqueles que sabem convencer sem vencer Demo 2005 Ao lado da capacidade de criticar n o menos importante a capacidade de autocr tica Esta a coer ncia da cr tica Posto isso como se pode pretender formar um cidad o participativo e cr tico numa escola onde a instru o e a hierarquia imperam Sem o exerc cio
15. Diretora Olga Sobre o aumento do interesse dos alunos Sim As atividades geralmente est o relacionadas com o dia a dia com assuntos do interesse dos alunos e n o apenas como mat ria a ser dada como memoriza o Os conte dos s o colocados para o aluno de uma forma mais natural Professora Arlete Pet nia Explicou que pode consultar o Portal ou o telefone para solicitar orienta es mas pouco o faz O trabalho acompanhado pela dire o da escola mas tranquilo porque h confian a na equipe e no Sistema adotado Professora Maria Jasmim Acredito que sim atribuo esse interesse ao desafio que eles v m enfrentando Professora Aparecida Pet nia Sim O material l dico que faz com que o aluno tenha prazer em estudar Tamb m auxilia muito a busca atrav s da pesquisa Complemento com livros de Literatura e atividades extras porque a turma acaba muito r pido a apostila apesar de fazermos as experi ncias e receitas sugeridas e ainda pesquisas no site Professora Mirian Margarida Sim As pesquisas e experi ncias que o material tem Professora Mirian Sim As atividades s o interessantes e l dicas o que desperta o interesse dos mesmos Professora Maria Como principais vantagens citou A integra o dos conte dos e sua linguagem Professora Maria Sim Atribuo o interesse diversidade de atividades e ao material rico e diversificado de apoio CD R
16. Paulo Annablume 2000 SILVA Marco Sala de aula interativa Rio de Janeiro Quartet 2001 SOEIRO Jos Capitalismo self service Contra a macdonaldiza o da vida 2005 Dispon vel em lt http www udp pt textos comuna9 mcdonaldizacao htm gt Acesso em 4 abr 2006 SOMMERMAN Am rico Inter ou transdisciplinaridade Da fragmenta o disciplinar ao novo di logo entre os saberes S o Paulo Paulus 2006 SOUSA J NIOR Justino de Sociabilidade e educa o em Marx 1994 Disserta o Mestrado em Educa o Faculdade de Educa o da Universidade Federal do Cear Fortaleza SOUSA J NIOR Justino de A cr tica marxiana da educa o em tempos de mundializa o do capital e crise da escola Trabalho necess rio revista eletr nica do Neddate n 2 2004 Dispon vel em lt http www uff br trabalhonecess rio gt Acesso em 4 jul 2006 SZIMANSKI Heloisa Org A entrevista na pesquisa em educa o a pr tica reflexiva Bras lia Plano 2002 TARDIFF Maurice Saberes docentes e forma o profissional Petr polis Vozes 2002 TEIXEIRA An sio A reconstru o do programa escolar Revista Escola Nova Departamento de Educa o do Estado de S o Paulo S o Paulo v 1 n 2 p 86 95 nov dez 1930 TEIXEIRA An sio O processo democr tico de educa o Revista Brasileira de Estudos Pedag gicos Rio de Janeiro v 25 n 62 p 3 16 abr jun 1956 THOMPSON John B Ideologia e cultura
17. a confian a que os pais t m no ensino e acrescentou Os pais se sentem seguros porque os alunos obt m timos resultados quando terminam a 4 s rie e fazem testes para ingressar na 5 s rie em outra escola Inclusive quando precisam transferir os filhos por motivo de mudan a procuram escolas conveniadas N o temos problemas com isso Diretora La s Jasmim Os pais Acham o livro vago pois o mesmo cont m poucos exerc cios de fixa o Por m o professor complementa o conte do com outras atividades Diretora Priscila Margarida Eles ainda relutam dizendo que o material incompleto Mas sempre conversamos com eles dizendo que n o h material totalmente completo e temos sempre que enriquec lo ou adequar realidade do aluno Professora Mirian Margarida H pais que aprovam mas h pais que ainda n o se adaptaram forma como s o apresentados os conte dos atrav s das atividades Professora Helena Margarida O Positivo oferece dire o CDs de espera telef nica e ainda sugest es que a escola recebe prontinhas com modelos de folhetos e outdoors para divulga o da escola na cidade Diretora Olga Jasmim A escola tamb m recebe CDs com m sicas para o trabalho em sala de aula em datas comemorativas Os professores ganham presentes no seu dia Diretora Olga Jasmim Sobre a assist ncia pedag gica mostrou se desanimada afirmou que n o h visitas esc
18. as oficinas culturais do 1 SINCE e as possibilidades de trabalho na escola In PEDROSO Leda A BERTONI L cia Mara Org Ind stria cultural e educa o reflex es cr ticas Araraquara IM 2002 COSTA Ana Maria Nicolaci da Internet um novo desafio para os educadores Paid ia v 13 n 24 Rio de Janeiro Pontif cia Universidade Cat lica 2003 Dispon vel em http sites ffclrp usp br paideia artigos 25 htm COSTA Fernando Braga da Homens invis veis relatos de uma humilha o social S o Paulo Globo 1994 COSTA Marisa Vorraber Org A escola tem futuro Rio de Janeiro DP amp A 2003 COSTAS Ruth Com medo dos alunos Veja S o Paulo ed 1 904 11 de maio de 2005 Dispon vel em lt http www ueg br entrevista 2006 03 09 htm gt Acesso em 7 jul 2006 DEBORD Guy A sociedade do espet culo Rio de Janeiro Contraponto 1997 DE MASI Domenico O cio criativo Rio de Janeiro Sextante 2000 DEMO Pedro Pesquisa e constru o de conhecimento metodologia cient fica no caminho de Habermas Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1994 DEMO Pedro Complexidade e aprendizagem a din mica n o linear do conhecimento S o Paulo Atlas 2002 DEMO Pedro Aula n o necessariamente aprendizagem Ensaio Avalia o e Pol ticas P blicas em Educa o Rio de Janeiro Cesgranrio v 12 n 43 p 669 95 2004 DEMO Pedro Educa o do futuro e o futuro da educa o S o Paulo Autores Associad
19. circulam por outros canais difusos e descentralizados est o nos desenhos animados nos brinquedos na m sica nos filmes nos jogos eletr nicos e na Internet Se n o s o considerados como parte da pr tica escolar s o reconhecidos como entretenimento infantil Frutos da ind stria cultural as imagens as linguagens e os produtos advindos dos meios de comunica o est o impregnados de discursos ideol gicos que o professor a fam lia e a pr pria escola n o percebem Essa falta de percep o cria condi es para que as empresas prestadoras de servi os educacionais conven am as pessoas a adquirirem seus pacotes did ticos propagando a modernidade efici ncia e praticidade de sua metodologia divulgada exaust o na m dia Como s o produtos a serem usados pelas crian as e mediados entre elas tais pacotes merecem investiga o e interven o profunda que n o trate seus conte dos superficialmente isso seria uma atitude indicadora da semiforma o do professor e da escola que estariam assim semiformando os alunos pois a forma o verdadeira parceira insepar vel da reflex o Quando n o se consegue ir al m do senso comum quando n o se consegue questionar nem tentar entender o que subjaz s ofertas da ind stria cultural a aliena o o despreparo e a incerteza imperam Constituem o campo ideal para manobras e para a desprofissionaliza o constante para o ensino fragmentado empacotado e desvinculad
20. comprou acumulavam a prepara o necess ria para usar a apostila e a elabora o de novas aulas e atividades o que tornou o tempo em sala de aula escasso e estressante para alunos e professores As escolas pesquisadas seguem as apostilas por completo A Jasmim o faz com mais tranquilidade dado o n mero menor de alunos que permite ao professor acompanhar cada um durante as atividades e incluir livros de literatura e um livro did tico para complementar a gram tica Os col gios Pet nia e Margarida recorrem ajuda da fam lia e buscam formas de proporcionar oportunidades de recupera o no contraturno ou refazendo provas e trabalhos onde os alunos tiveram notas mais baixas Caso de discentes que terminam rapidamente o conte do por isso precisam de atividades para enriquecimento s a Escola Cam lia relatou sua presen a apresentada como outro dificultador da ado o de pacotes did ticos As outras escolas se preocupam mais em adequar o ritmo mediante formas de adiantar alunos que se atrasavam A meu ver uma pena que seja assim se elas se preocupassem em buscar atividades para os alunos que terminam com mais rapidez o que a apostila prev esta poderia at ser uma forma de enriquecer a aprendizagem ao menos desses alunos Sobre a necessidade de haver mais reuni es e estudos na pr pria escola nota se que estas s o vistas como necess rias mas para estudar o material pois a assist ncia por tel
21. dava credibilidade ao trabalho mas ao mesmo tempo para fam lias mais pobres era um acr scimo no custo Di rio de Campo QUADRO 29 Como ocorre a parceria entre a coordena o pedag gica da escola e os instrutores do sistema positivo de ensino para orienta es e acompanhamento RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Quase n o h Poucas vezes recorremos Afirmou que n o h visitas escola e Leda Col gio tampouco chamam a assessoria alegou quase n o utilizamos o site ou telefone Pet nia resolvemos tudo por aqui O Sistema promove dois encontros por ano fora de Uberaba fica caro mas procuramos ir O ruim ter que suspender as aulas nesses dias os pais n o gostam A escola quem paga as passagens e estadias para esse encontro por isso n o v o todos O que a escola tem feito utilizar somente a Apostila porque considera dispendioso demais levar os professores ao encontro semestral realizado pelo Positivo em cidades parceiras ficar ligando para tirar d vidas ou acessar o site e n o receber resposta imediata Quando poss vel v o alguns professores uma vez ao ano al m disso os encontros ocorrem no per odo letivo o que provoca reclama es dos pais e impedimento de professores que trabalham em outra escola A parceria entre a coordena o pedag gica da escola e as instru es do sistema ocorre La s e Olga Escola Normalmente pelo site ou telefone mas o material rico e quase disp
22. do uso de 101 computadores nas escolas e da Internet LEVY 2001 Mas como fica a educa o ante a pluralidade dos meios de comunica o eles abrem novos espa os da forma o ou v o substituir a escola Magalh es 2001 p 1 lembra que j estava presente nas id ias de John Dewey An sio Teixeira e Paulo Freire a nega o da imagem do professor como mero repassador de informa es retomada no paradigma emergente que parte do princ pio de que na era da Internet o professor n o a nica e nem a mais importante fonte do conhecimento pois a informa o ocupa espa os cada vez maiores bombardeando as pessoas a todo momento mediante as mais variadas fontes Assim mais que transmitir o saber caber ao docente articular experi ncias em que o aluno reflita sobre suas rela es com o mundo e o conhecimento assumindo o papel ativo no processo ensino aprendizagem que por sua vez dever abordar o indiv duo como um todo e n o apenas como um talento a ser desenvolvido MAGALH ES 2001 p 2 Como a globaliza o est mudando a pol tica a economia a cultura a hist ria portanto tamb m a educa o SANTOS 2000 um assunto que tem de ser enfocado por v rios prismas visto que para pensar a educa o do futuro precisamos refletir sobre o processo de globaliza o da economia da cultura e das comunica es GADOTTI 2006 p 15 No dizer de Moraes 1
23. femininos e estudantis contra as armas nucleares e favor veis paz Por um lado tais inquieta es levaram a uma reflex o sobre o culto ci ncia cren a num progresso linear e ao endeusamento da raz o projeto da modernidade por outro fizeram surgir correntes antimodernistas O medo da ci ncia levou muitas pessoas a rejeitarem a tecnologia cient fica e a raz o 5 Corrente filos fica cujo mentor e iniciador foi Auguste Comte 1798 1857 Apareceu como rea o ao idealismo e ao primado da raz o opunha o primado da experi ncia sens vel e dos dados positivos Prop e uma ci ncia sem teologia ou metaf sica baseada s no mundo f sico material Uma forma mais recente de positivismo foi proposta pelo C rculo de Viena O antrop logo estrutural Edmund Leach descreveu o positivismo em 1966 na aula de Henry Myers como vis o de que a investiga o cient fica s ria n o teria de buscar as causas ltimas que surjam de fonte externa e sim estudar as rela es entre fatos acess veis diretamente pela observa o MORA 1964 38 O ref gio dessa postura foi a busca de fatos inexplic veis de fen menos para cuja compreens o a ci ncia se mostrava impotente e o desejo de um retorno a um passado primitivo hipoteticamente sem problemas de unidade do homem com a natureza numa esp cie de felicidade rural nostalgia de um passado buc lico enfim um desejo de retornar a um est gio anterior civiliza o a
24. iluminismo v o mundo como contingente gratuito diverso inst vel imprevis vel um conjunto de culturas ou interpreta es desunificadas gerando um certo grau de ceticismo em rela o objetividade da verdade da hist ria e das normas em rela o idiossincrasias e coer ncia de identidades Uma rea o s consegii ncias mal ficas da modernidade daria um sentido p s modernidade que estaria portanto associada com o mal estar da modernidade Mas de onde vem esse mal estar A explica o pode ser resumida nas palavras do historiador Erich Hobsbawm 1998 p 268 ao dizer que a barb rie esteve em crescimento durante a maior parte do s culo XX Ora a ci ncia fundamental ao desenvolvimento do mundo capitalista foi se tornando base para o avan o tecnol gico e o pano de fundo dessa barb rie Ainda que sua aplica o pr tica fosse estreita e limitada no in cio do s culo xx pelo m todo cient fico a Raz o moderna passou a dominar o mundo e a natureza o que interessava eram o 12 Conceito originariamente definido pelo psiquiatra Carl Gustav Jung aceito hoje por v rias escolas do pensamento psicol gico Com base nesse conceito Zimbardo 1970 prop s a desindividua o como teoria que postularia a mudan a da consci ncia individual em fun o de uma adapta o sociedade no estado de desindividua o haveria uma aus ncia de sentimento de individualidade distinta ou de autoconsci
25. mulheres e homens de todas as classes e idades usam para se sentirem informados e integrados sua sociedade buscando se adaptar aos padr es que indicam o que viver de maneira ajustada Quando se instaurou a liberdade de informa o e a liberdade de empresa e com rcio deu se o desenvolvimento da m dia com os meios de comunica o auxiliando a unifica o cultural Dois aspectos fundamentam o produto com que a m dia trabalha primeiro a liberdade de informa o que se converteu na forma principal de participa o na sociedade facilitou o acesso a pr ticas e produ es sociais culturais e fortaleceu o sentido de pertencimento segundo a liberdade de com rcio e a empresa que significaram o uso de bens culturais como produtos a serem vendidos pelas ind strias que necessitavam expandir o consumo A expans o do mercado incitou o consumo a princ pio relacionado com o valor de uso e com o objetivo de suprir necessidades Com a massifica o da cultura as pessoas passaram a comprar pelo valor de troca ou seja pelo valor que o objeto representava na sociedade antes de dar valor a sua utilidade Se havia uma produ o em larga escala ent o era preciso inaugurar o consumo em larga escala Assim essa nova forma de consumir se ofereceu massa 8 M dia o voc bulo empregado como equivalente para meios de comunica o mas a significa o do termo derivado do ingl s media meios vai al m desse significado lit
26. museus outras escolas e centros de pesquisas que agora est o acess veis a professores e alunos para que interajam e aprendam numa outra din mica que aproxima os participantes e enriquece a rela o entre ensino e aprendizagem As salas de aula onde se inserem as novas tecnologias da informa o e comunica o podem recriar a distribui o espa o temporal entre o trabalho do aluno e do professor procedimento importante caso se entenda que as pessoas precisam ser produtoras 87 de seu pr prio conhecimento e que a realidade se modifica de um local para o outro porque as pessoas constituem suas identidades com base em m ltiplas redes culturais ALVES 2001 que o constituem portanto em sujeitos culturais Segundo Nilda Alves 2001 p 1 Estamos ainda em um momento de fazer as pessoas entenderem a import ncia que tem a recep o H um autor ingl s que trabalha com estudos culturais que diz que f cil exportar a teoria o mecanismo mas exportar a realidade imposs vel uma vez que ela vai se modificar de um local para outro Comprar determinados programas muito bem feitos no exterior e colocar uma legenda em portugu s esperando que as pessoas entendam e trabalhem com aquilo de nada adianta Isso aparentemente mais barato mais r pido e mais eficaz Mas uma vez que n o podemos controlar o que acontece l na ponta pode n o valer de nada Hoje fundamental que todas as propostas que utilizam televis
27. na observa o total o pesquisador n o interage com o grupo observado A melhor op o seria atuar ent o como observador participante quando o pesquisador n o oculta totalmente suas atividades mas revela apenas parte do que pretende para n o provocar muitas altera es no comportamento do grupo observado LUDKE ANDR 1986 p 28 Essa forma de observa o me permitiu participar e observar nos limites que me foram impostos e teve papel importante na investiga o visto que as informa es coletadas eram tratadas qualitativamente al m de serem discutidas e esclarecidas no di logo com as diretoras e professoras que pude entrevistar A situa o em que o observador se identifica com o observado por exemplo uma educadora lidando e questionando outros educadores como no meu caso exige uma atitude 127 de estranhamento para evitar que o objeto de estudo n o se torne familiar e assim dificulte uma delimita o clara do que foi constatado e do que foi inferido nas observa es e an lises de campo Tomei esse cuidado como pesquisadora fiquei atenta para n o me antecipar em conclus es baseadas em minha pr pria vida profissional ou em id ias pr concebidas Esse estranhamento foi essencial para que eu pudesse olhar tudo com olhos de quem v sem inferir sem pr conceituar busquei o policiamento cont nuo do pesquisador para transformar o familiar em estranho FA
28. na qual divulgam fotos e experi ncias de escolas em evid ncia no sistema No dia 10 de maio de 2006 s 14h retornei escola atendendo ao convite para estar mais um tempo na escola e conversar com os professores Como na visita anterior fui bem recebida e pude conversar com duas professoras ver os cadernos dos alunos e a apostila do segundo bimestre Percebi que apesar de se sentirem apoiados utilizando o material e tendo acesso ao site os professores trabalham muito isolados uns dos outros e os projetos da escola s o em fun o de datas comemorativas nas quais procuram mostrar o trabalho e o desenvolvimento das crian as aos pais Col gio Margarida diretora Priscila No dia 19 de maio de 2006 s 10h estive no Col gio Margarida at a sexta s rie ampliando uma a cada ano Fui recebida pela supervisora Luciana por motivo de estar da diretora envolvida com os preparativos para a Festa Junina que segundo a supervisora um grande evento na escola para o qual inclusive alugamos o espa o da Casa do Folclore com quadrilhas dan as comidas t picas e todas as brincadeiras tradicionais al m de uma banda que toca ao vivo animando os pais noite adentro Muito sol cita convidou me a conhecer a escola que muito organizada e bonita com propagandas do Sistema Positivo afixadas nas paredes e penduradas em m biles por toda a secretaria e corredores Pude ver umas 15 crian as da educa o infantil que estuda
29. ncia Essa proposi o poderia ser tida como atualiza o do que postulou Jung sobre individua o e adapta o Mais caracter stica da primeira metade da vida a adapta o objetivaria sobretudo construir uma vida orientada predominantemente para as exig ncias da sociedade trabalho fam lia carreira etc na segunda metade a meta priorit ria seria a individua o e seus ideais de autoconsci ncia Embora essa divis o em faixas et rias possa estar anacr nica no presente a individua o a adapta o e as consegii ncias da desindividua o continuam a ser quest es contempor neas TORRES 2007 37 dado o imediato o experiment vel e comprov vel pelos n meros pela quantifica o da estat stica do dado Sobre isso diz Henry Giroux 1992 p 12 Os princ pios te ricos das ci ncias naturais come aram a fornecer o modelo dominante para o discurso e a pesquisa em ci ncias sociais Esta mudan a tendeu a reduzir o pensamento cr tico s suas dimens es meramente t cnicas Dentro desse discurso orientado pelo positivismo as t cnicas de pesquisa tornaram se cada vez mais distantes dos julgamentos de valor o conhecimento foi considerado til de acordo com sua capacidade gerencial e a ci ncia tornou se sin nimo de pesquisa de leis trans hist ricas A teoria foi exigida para explicar ao inv s de constituir ou determinar o objeto sob an lise A acelera o da ci ncia e sua transforma o em tecnologia ampl
30. nico in dito em seus processos trata se de atividade interativa cujo resultado depende da reciprocidade das a es ou seja um processo de desenvolvimento da autonomia humana mediante o pr prio exerc cio da autonomia Morin se refere ao homo sapiens demens para definir o ser humano e seu mundo interior profundo que afeta sua capacidade de decifrar o mundo e reagir a ele uma subjetividade para sempre inesgot vel que faz de cada ser uma realidade mut vel e mutante ningu m ess ncia pronta eterna cada qual um vir a ser criatura form vel perfect vel e sobretudo autotransform vel e a transforma o jamais ocorrer pelo lado de fora Da a presen a do imposs vel na id ia de pr xis imposs vel haver nela qualquer certeza determina o ou totaliza o Nas palavras de Morin 1980 p 339 O homem sapiens o ser organizador que transforma o eventual em organiza o a desordem em ordem o ru do em informa o O homem demens no sentido de que est existencialmente atravessado por puls es desejos del rios xtases fervores adora es espasmos ambi es e esperan as tendendo para o infinito Os termos sapiens demens significam n o s a rela o inst vel complementar concorrente e antag nica entre a sabedoria regula o e a loucura desregula o mas tamb m que existe sabedoria na loucura e loucura na sabedoria Com efeito somos seres cheios de necessidades emer
31. o da diretora e a discuss o acontecia Outro facilitador foi ter em m os a reportagem Prefeituras de SP terceirizam a 4 Os nomes com que me refiro s pessoas mencionadas nesta pesquisa s o fict cios para lhes preservar a identidade 130 educa o publicada pelo jornal Folha de S Paulo de 30 de janeiro de 2006 Eu levava o jornal e discutia com as diretoras fazendo uma analogia com o que ocorria em Uberaba e pedia a opini o delas Nesse momento mostravam se muito interessadas em conhecer a reportagem e discutir o assunto Percebi que se interessavam porque consideravam a ado o do Sistema Positivo um diferencial uma parceria forte que se perderia se as escolas p blicas frequentadas por alunos de baixa renda tamb m o adotassem 4 2 O contexto escolas diretoras professoras material did tico Nesta se o fa o uma leitura anal tica dos dados da pesquisa tendo em mente as caracter sticas do contexto e dos sujeitos pesquisados analisados segundo categorias indicadoras da influ ncia exercida pela ind stria cultural em quatro escolas de ensino fundamental de Uberaba que adotam o ensino apostilado e materiais did ticos provenientes de empresa prestadora de servi os educacionais Por ser a ado o de pacotes did ticos padronizados um assunto ainda pouco estudado foi importante entender como ocorre a parceria com as empresas fornecedoras do material e como este usado e adaptado aos
32. o e computador na escola sejam acompanhadas com estudos de recep o As palavras dessa autora acerca da import ncia dos estudos sobre recep o deixam entrever a relev ncia de o professor estar alerta para perceber as rea es de seus alunos ante diferentes recursos de ensino que podem incluir um texto escrito um filme em DVD ou um Jogo interativo via Internet O maior recurso que conduzir ao aprimoramento de suas aulas conhecer os alunos e seus interesses para escolher a forma de planej las e adequ las de modo a facilitar Essa possibilidade desafia constantemente o professor que se torna cada vez mais atento s necessidades dos alunos a fim de elaborar propostas ricas e interessantes para certa turma mas que nem sempre ter o resultados id nticos noutra da mesma faixa et ria dada a diversidade receptiva Eis por que necess rio proporcionar em sala de aula o acesso a meios variados de comunica o e perceber como s o recebidos pelos alunos e como interferem na constru o do conhecimento Isso pressup e potencializar o professor incentivar e facilitar sua auto aceita o e aumentar seu desejo de se aprimorar em vez de lhe oferecer tudo pronto e pensado por algu m de fora Faz lo deixar de ser mais um usu rio para ser produtor fomentar seu amor pr prio sua autoconfian a sua capacidade de planejar e implementar projetos na escola e na vida Trata se de compreender o que cada professor como pensa como age
33. o ser sutil e atuar sobre o inconsciente sem ser captada quantitativamente Se n o se pode negar a fun o socializadora e educadora ou seria deseducadora evidente da m dia na sociedade pois influencia a percep o da realidade sobretudo de crian as e jovens segmentos mais expostos a ela preciso ter em mente um fator central as institui es de produ o e transmiss o simb lica atuam como empresas que produzem reprocessam armazenam vendem e distribuem mercadorias bens simb licos num mercado ou seja trata se de institui es que se orientam pela busca do lucro e do poder que ele viabiliza e n o necessariamente por valores humanos ou democr ticos MOREIRA 2003 p 1 214 Diante disso fica a preocupa o com a defesa da personalidade e da cultura das pessoas contra a l gica de aparatos e mercadorias numa sociedade p s industrial em que os servi os culturais substitu ram os bens materiais no cerne da produ o e na qual 56 Os produtos simb licos altamente elaborados pela ind stria do marketing e da publicidade acompanham nos desde muito cedo at o ponto de os julgarmos componentes naturais na nossa percep o da realidade inclusive subjetiva Seus cones Coca Cola McDonald s Disney Xuxa ensinam as crian as a ler o mundo a identificar e a desejar muito antes de elas serem alfabetizadas pela escola s vezes antes mesmo de aprenderem a falar As conseg
34. para quem uma educa o para a era relacional pressup e o alcance de um novo patamar na hist ria da evolu o da humanidade no sentido de corrigir os in meros desequil brios existentes as injusti as e as desigualdades sociais com base na compreens o de que estamos numa jornada individual e coletiva o que requer o desenvolvimento de uma consci ncia ecol gica relacional pluralista interdisciplinar sist mica que traga maior abertura uma nova vis o da realidade a ser transformada baseada na consci ncia da inter rela o e da interdepend ncia essenciais que existem entre todos os fen menos da natureza Uma educa o que favore a a busca de diferentes alternativas que ajudem as pessoas a aprender a viver e a conviver a criar um mundo de paz harmonia solidariedade fraternidade e compaix o Como se observa o desafio desse novo paradigma delineia uma utopia que envolve o indiv duo e o grupo aqui entendido n o s como comunidade grupo tnico ou mesmo na o e sim como todo o globo Da a necessidade premente de se mudarem as estrat gias de ensino diminuir a import ncia dada s aulas expositivas e aumentar os projetos e as atividades que proporcionem a intensiva imers o do futuro profissional na Comunidade MAGALH ES 2001 p 3 Associada telefonia a inform tica consolidou a era da informa o e trouxe a virtualidade que sup e a discuss o atual acerca da educa o a dist ncia
35. pois desenvolve a Aparecida Col gio Pet nia capacidade de investigar id ias de resolver exerc cios de formular e testar hip teses de induzir deduzir generalizar e inferir resultados aos alunos fazendo de n s educadores mediadores e facilitadores deste grande sistema Trabalhar com o Sistema Positivo com seriedade demanda tempo estudo e Darci Escola Jasmim dedica o por parte do professor que tem que estudar os assuntos da apostila em pouco tempo j que s o bimestrais acessar o site em busca de atividades e pesquisas e conhecer os CDs com sugest es de atividades para escolher e utilizar as mais adequadas e interessantes um Sistema de ensino completo que traz a Iudicidade nos conte dos o Maria Escola Jasmim que proporciona o prazer em aprender muito prazeroso fazer parte deste Sistema temos total apoio pedag gico Helena Col gio do Positivo um material f cil de se manusear e de f cil contextualiza o Margarida pois aborda temas vivenciados pelos alunos um Sistema que trabalha o racioc nio l gico do aluno e a Mirian Col gio interdisciplinaridade entre os conte dos o que fez com que eu tivesse um Margarida pouco de dificuldade no in cio do trabalho Mas agora busco a melhor forma de passar os conte dos aos meus alunos atrav s de pesquisas na Internet e pelo 0800 Posso dizer que o Sistema Positivo me tornou uma profissional pesquisadora e muito mais int
36. porque esta ocorre conforme o modo como o homem se relaciona no e com seu espa o e tempo social Com essa afirma o desejo esclarecer que n o foram os meios de comunica o que modificaram as estruturas sociais iniciais a sociedade que mudou ap s surgirem novas media es novas produ es e pr ticas que produzem novos sentidos sociais Embora os meios massivos tenham sido considerados como amea a s tradi es populares numa tentativa de traduzir a voz do povo em uma unidade julgou se que a massifica o ocorria na cultura como efeito do r dio da televis o e do cinema Mas equ voco atribuir aos meios a forma o da cultura de massa na verdade sua amplia o surge quando as sociedades j estavam massificadas vivendo a fase da educa o universal da implanta o do Estado democr tico do desenvolvimento dos meios urbanos da forma o de m o de obra industrial e por consequ ncia da forma o do mercado consumidor Se n o se pode atribuir aos meios de comunica o a forma o de uma cultura massiva tampouco se pode negar sua import ncia coadjuvante como instrumento empregado pelo Estado para enunciar e transmitir s diversas classes discursos que padronizavam a cultura para construir uma nova identidade cultural nacional Conforme reportagem da revista Veja n 2 017 18 de julho 2007 p 87 90 meninos e meninas na faixa dos 2 aos 11 anos usam a Internet com a naturalidade de quem nunca viveu em
37. tico prova disso Ao firmar parceria com um sistema de ensino e terceirizar o trabalho pedag gico a escola acreditando agir de forma moderna adota uma metodologia que come ou a aparecer na d cada de 1950 com a alega o de ser mais pr tico din mico e sobretudo mais coerente com a nova realidade da educa o brasileira Essa id ia n o mudou pois o sistema apostilado seja pela aquisi o de material did tico fabricado por empresas educacionais ou pela elabora o na pr pria escola substituiu quase totalmente o livro did tico na rede particular de ensino Nesse sentido Motta 2001 p 1 questiona O discurso da moderniza o um dos que mais justificam o uso de apostilas muito forte e sensibilizador pois tal material tido tamb m como o mais vi vel economicamente A propaganda FIG 1 envolvendo esse tipo de material pedag gico e a for a dos slogans FIG 2 produzidos unificam id ias e atitudes chave para o sucesso deste modelo Para n o cairmos nas teias do discurso da moderniza o do mundo global e das novas tend ncias do mercado educacional precisamos refletir sobre diversos aspectos como entender a educa o em um contexto social e pol tico Quais s o as inten es gerais dos modelos educacionais no Brasil A quem os modelos realmente beneficiam Como enfrentar o mito da globaliza o e o seu discurso modernizador dentro do universo educacional Para se ter uma id ia da
38. vel A publicidade e o material de apoio aos pacotes enfatizam assuntos e temas que provocam identifica o imediata por meio do apelo afetividade mediante termos como parceria 143 companheirismo entendimento e pela identifica o de quem l com hist rias e depoimentos tocantes de outros usu rios 8 Interesse mercadol gico uso de estrat gias b sicas da ind stria cultural simplifica o especializa o reitera o dos conte dos por meio de propostas que passam a id ia de que vieram para facilitar a vida trazer felicidade e praticidade com qualidade indiscut vel O sistema de ensino envia CDs s escolas e as incentiva a us los Tais CDs apresentam a modelos de outdoor para divulgar o material na cidade b mensagens de espera telef nica que na verdade s o propagandas da empresa prestadora de servi os educacionais porque afirmam que aquela escola parte integrante de uma rede forte e competente de ensino 9 Promo o n o problematizada de uma forma o de professores e diretores ao dar mais receitas e depoimentos de sucesso para facilitar as coisas em vez de ensinar a ler as entranhas do objeto analisado Os pacotes passam a impress o de que o trabalho do professor simples basta aplicar a conte do tornando o interessante e diferente para motivar os alunos Pensar para qu O professor se at m leitura do manual com orienta es que recebe a cada dois meses ut
39. visitas peri dicas do sistema n o acessava o site constantemente n o procurava a assist ncia pedag gica n o conseguia comparecer aos encontros semestrais fora da cidade mas mantinha a logomarca do Positivo pintada na fachada e ainda constando na lista telef nica mesmo ap s ter desfeito o conv nio Diretora Ana L cia Existe nas um interesse mercadol gico estar associadas a uma marca conhecida e forte Diretora Ana L cia Preconceito contra a escola p blica quanto ado o do mesmo sistema na verdade desmereceria a escola particular pois ela deixaria de ser diferencial ou fonte de status Darci QUADRO 41 Incentivo ao consumo 209 DEPOIMENTOS COMENT RIO Sobre a adapta o dos alunos metodologia Pudera O material bonito se renova quatro vezes ao ano e ainda por cima est na m dia Diretora Olga Jasmim Diante do meu interesse esclareceu que a novela Malha o da Rede Globo divulga o Sistema Positivo adotado no Col gio M ltipla Escolha cen rio principal da trama que enfoca o dia a dia dos jovens e seus conflitos comum v los com apostilas do Positivo nas m os Diretora Olga tem receitas e experi ncias que a escola tem que seguir e nem sempre poss vel adquirir o material ou ficar pedindo aos pais Diretora Ana L cia Cam lia os pais querem que use tudo o que vem na apostila caso contr rio n o gt compensa o
40. 2000 o indiv duo liberal acabou desenvolvendo qualidades que o separam dos outros na busca de metas individuais Evita compromissos com os outros Sempre se pergunta que vantagem leva v se como part cula fixada identidade n o ser membro efetivo de nenhuma comunidade Distor es que a escola da era da globaliza o ter de corrigir a fim de formar cidad os que possam exercer na sua Comunidade uma presen a humanizadora uma presen a que implique n o em competitividade mas em viv ncia coletiva em crescimento com o outro MAGALH ES 2001 p 02 Gadotti 2006 p 15 se refere a uma ltima categoria a dialogicidade ou dialeticidade e enfatiza a import ncia e validade de uma pedagogia dial gica ou da pr xis na qual se privilegiam as categorias hegelianas determina o contradi o necessidade e possibilidade que continuam inspirando nossa educa o e dever o atravessar o mil nio A pedagogia da pr tica parte do pressuposto de que basta ter o conhecimento t cnico cient fico e controle de seus poss veis efeitos e causas Conforme essa concep o o educador age sobre o aluno como se este fosse privado de autonomia entende o como ator e n o como autor da aprendizagem como algu m manipul vel objeto em vez de sujeito Esse entendimento leva o professor a perder sua independ ncia pois ele tamb m se torna ator ao se envolver numa intera o com outros atores Difere
41. 215 grifos do autor num determinado momento do capitalismo monopolista a educa o principalmente em n vel superior circunscreve se no mbito do capital e do capital humano A tica da teoria do capital humano tem sido eminentemente economicista dado que limita a educa o a um fator de produ o na perspectiva da circula o de mercadorias positivista na medida em que oculta as contradi es da luta de classes e o conhecimento concebido como algo neutro objetivo sem conota o pol tica filos fica ou val rica ideol gica uma vez que justifica a tica do capital o individualismo metodol gico a l gica da domina o classista A fun o social da escola ser til ao capital porque possibilita desenvolver for as produtivas ao se submeter s for as das rela es capitalistas reproduz a for a de trabalho tal como se necessita hoje oferecendo um saber fragmentado e n o um saber com predomin ncia dos fundamentos do trabalho Para Santos e Andrioli 2005 p 16 evidente que a preocupa o do capital com a educa o n o gratuita Existe uma coer ncia do discurso liberal sobre a educa o no sentido de entend la como definidora da competitividade entre as na es e por se constituir numa condi o de empregabilidade em per odos de crise econ mica 2 Teoria desenvolvida por Theodor Chus que coordenava nos anos de 1950 uma pesquisa em escala mundial desenvolvida pela O
42. ANEXO 5 REVISTA POCA A ESCOLA DE R 1 BILH O A escola de R 1 bilh o Como o Grupo Positivo de Curitiba conseguiu transformar um cursinho pr vestibular em uma das maiores empresas de educa o do Brasil PATR CIA CAN ADO ndependentemente da cor pol tica ou da prefer ncia partid ria de quem fala virou lugar comum dizer que a educa o uma prioridade para o Bra sil conquistar posi es na corrida eco n mica global Em meio s id ias e s propostas em discuss o para resolver a crise do ensino tem chamado a aten o em especial o sucesso da inicia tiva privada no setor Para al m do de bate ideol gico cada vez mais a edu ca o no Brasil se toma um bom neg cio O melhor exemplo dessa tend n cia o Positivo do Paran hoje o maior grupo de educa o do pa s em n me ro de alunos Criado por seis professores como um cursinho pr vestibular o Positivo fa tura R 1 bilh o por ano Tem tr s es colas pr prias uma universidade em prega 4 200 funcion rios e vende ma terial did tico a 2 600 institui es con veniadas Os neg cios do Positivo se espalham por outras reas O grupo dono de gr fica editora e f brica de computadores e software No ano POCA 6 DE MAR O 2006 passado foi a empresa que mais ven deu computadores no Brasil frente de nomes como Dell ou HP A traje t ria do Positivo mostra n o apenas co mo poss vel g
43. E quanto mais me dou experi ncia de lidar sem medo sem preconceito com as diferen as tanto melhor me conhe o e construo meu perfil Como sabido quem se conhece e se aceita n o recusa desafios ao contr rio busca os tem mais facilidade de adapta o s mudan as e est sempre disposto a melhorar caracter sticas que as empresas procuram e valorizam em seus funcion rios Nesse momento vive se a experi ncia de transi o de um modo de comunica o tradicional emissor mensagem c digo e receptor para um modelo cada vez mais interativo gra as s tecnologias da informa o e comunica o que permitem e incentivam o espectador ou usu rio antigo receptor a ler ver voltar ir adiante gravar tratar e enviar a mensagem ou seja a participar de sua co cria o numa postura diferente da do espectador passivo Se a Internet busca promover a interatividade por exemplo jogos eletr nicos que permitem ao jogador tomar decis es ao longo da trajet ria e decidir qual experi ncia quer viver e a estrat gia de a o a tomar a tev digital e a tev via Internet permitir o ao telespectador interagir com a programa o e o cinema digital permitir ao p blico controlar a trilha sonora as personagens e os desfechos dentre outros elementos de composi o narrativa filmica 91 A quem lida com comunica o a interatividade constitui desafio escola um ultimato ela precisa parar de instruir mediante tratam
44. HORKHEIMER 1997 p 119 Essas palavras deixam entrever a inten o da ind stria cultural de obscurecer a percep o de todas as pessoas incluindo quem forma opini o Assim ela a pr pria ideologia os valores passam a ser regidos por ela e mesmo a felicidade por ela influenciada e condicionada Dito isso no contexto escolar se imp e ent o a necessidade de se conceber educa o segundo princ pios que envolvem a o participativa e conhecimento contextualizado e reconstru do continuamente Isso porque se o aluno n o s o sujeito da 84 aprendizagem pois tamb m quem aprende com o outro o que o grupo social produz valores linguagem e conhecimento ent o ele um ser mais vulner vel a o da ind stria cultural pois est aberto assimila o da ideologia dominante que os bens culturais que penetram na escola veiculam a exemplo do sistema de ensino apostilado 2 5 Ind stria cultural e mcdonaldiza o do ensino Incontestavelmente crescente ado o do sistema de apostilas nas escolas Nele o conhecimento fragmentado e sua unidade quebrada ponto em que claramente se associa s caracter sticas da ind stria cultural por ser produzido em s rie seria o a mesma para todos padroniza o e produzido por especialistas que parecem saber tudo o que deve ser ensinado nas escolas divis o do trabalho Mas na verdade nem o ensino apostilado nem qualquer outro bem da in
45. LEWIN Helena Educa o e desenvolvimento no planejamento governamental brasileiro The post modern condition Manchester Manchester University Press 1984 LYOTARD Fran ois Jean A condi o p s moderna Rio de Janeiro Jos Olympio 1998 LYPOVESTKY Gilles A era da raz o Lisboa Rel gio D gua 1993 MAGALH ES Hilda Gomes Dutra A pr tica docente na era da globaliza o In BELLO Jos Luiz Paiva Pedagogia em foco Rio de Janeiro 2001 Dispon vel em lt http www pedagogiaemfoco pro br prof04 htm gt Acesso em 12 ago 2006 MANCE Euclides Andr A revolu o das redes a colabora o solid ria como uma alternativa p s capitalista globaliza o atual Petr polis Vozes 1999 MARQUES Mario Os rio A forma o do profissional da educa o Iju ed da Uniju 2003 MCLAREN Peter Pedagogia revolucion ria em tempos p s revolucion rios repensar a economia pol tica da educa o cr tica In IMBERN N Francisco A educa o no s culo XXI os desafios do futuro imediato Porto Alegre Artes M dicas Sul 2000 p 119 40 MCLUHAN Herbert Marshall O homem e os meios de comunica o In MCLUHAN Stephanie STAINES David McLuhan por McLuhan confer ncias e entrevistas Rio de Janeiro Ediouro 2004 MARX Karl Heinrich ENGELS Friedrich O manifesto comunista Rio de Janeiro Paz e terra 1998 p 14 MORA Ant nio Experi ncia da media o cultura e tecnologia Lisboa Pedra de Ro
46. T amp nome pesquisa leitura amp db caldb amp docid 95B67E425166816E83256E6F0046D E53 gt Acesso em 19 jul 2007 INDICADOR NACIONAL DE ALFABETISMO FUNCIONAL INAF A o do IBOPE pela educa o Instituto Paulo Montenegro 2005 Dispon vel em lt http www ipm org br gt Acesso em 13 mai 2007 KLEIN Richard G The dawn of human culture Nova York John Wiley amp Sons 2002 In DEMO Pedro Educa o do futuro e o futuro da educa o S o Paulo Autores Associados 2005 L VY Pierre As tecnologias da intelig ncia O futuro do pensamento na era da inform tica Rio de Janeiro 34 1993 L VY Pierre Cibercultura S o Paulo 34 1999 L VY Pierre A conex o planet ria o mercado o ciberespa o a consci ncia S o Paulo 34 2001 LEWIN Helena Educa o e desenvolvimento no planejamento governamental brasileiro Revista em Aberto Bras lia INEP v 27 1985 LIB NEO Jos Carlos Democratiza o da escola p blica S o Paulo Loyola 1985 LIB NEO Jos Carlos Ainda as perguntas o que pedagogia quem o pedagogo o que deve ser o curso de Pedagogia In PIMENTA Selma G Org Pedagogia e pedagogos caminhos e perspectivas S o Paulo Cortez 2002 p 59 97 172 LOUREIRO Robson Ind stria cultural em tempos p s modernos Campinas Papirus 2003 L DKE Menga ANDR Marli E D A Pesquisa em educa o abordagens qualitativas S o Paulo Pedag gica e Universit ria 1986
47. a austeridade do mundo moderno Nessa nova sociedade o valor m ximo passa a ser a liberdade de viver sem coa o viver no aqui e agora com liberdade sexual sem preocupa o com a hierarquia legitimando valores hedonistas e narcisistas Segundo Bauman 1997 as identidades se tornam flex veis e v o se adaptando a cada momento podendo ser adotadas e descartadas conforme o momento H uma recusa a se fixar a prometer lealdade a algu m ou coer ncia com algo uma despreocupa o com o momento futuro uma determina o de viver um dia de cada vez reduzindo o fluxo do tempo a um presente cont nuo A vida assim transcorre num 17 A express o surgiu associada com os novos m todos de produ o de ve culos propostos pelos engenheiros Eiji Toyoda e Taiichi Ohno da Toyota Motor Company ap s uma minuciosa an lise dos m todos de produ o em massa das ind strias Ford buscavam se meios de economizar recursos de produ o organizar uma produ o enxuta evitando as grandes f bricas povoadas de centenas e centenas de trabalhadores WOOD J NIOR 1992 p 10 41 tempo fragmentado que parece desvinculado do passado e do futuro em que esquecer mais natural que lembrar em que proliferam objetos criados para logo depois cair em desuso Lyotard 1998 corrobora esse posicionamento ao descrever a situa o p s moderna como um contexto em que a pluralidade das regras de comportamento impede a exist ncia de um padr o tico
48. a competitividade de unidades ou agentes nessa economia sejam empresas regi es ou na es dependem basicamente de sua capacidade de gerar processar e aplicar de forma eficiente a informa o baseada em conhecimentos global porque as principais atividades produtivas o consumo e a circula o assim como seus componentes capital trabalho mat ria prima administra o informa o tecnologia e mercado est o organizados em escala global diretamente ou mediante uma rede de conex es entre agentes econ micos informacional e global porque sobre novas condi es hist ricas a produtividade gerada e a concorr ncia feita em uma rede global de intera o CASTELLS 1999 p 87 Essas caracter sticas favorecem o surgimento de um modo de desenvolvimento em que conhecer os pr prios conhecimentos a fonte principal de produtividade o informacionalismo Neste o processamento da informa o focalizado na melhoria da tecnologia do processamento da informa o como fonte de produtividade em um c rculo virtuoso de intera o entre as fontes de conhecimentos tecnol gicos e a aplica o da tecnologia para melhorar a gera o de conhecimentos e o processamento da informa o um novo paradigma tecnol gico baseado na tecnologia da informa o CASTELLS 1999 p 35 Assim os meios de comunica o de massa se p em no mago do mundo e da cultura tornando se protagonistas desse process
49. a l gica da ind stria cultural explorar as regras que regem as transforma es entre um discurso e seus efeitos CANCLINI 2000 p 263 Para o aluno a import ncia desse aprendizado significa assimilar o conte do impresso nos produtos na linguagem e na imagem Afinal educar significa desenvolver uma consci ncia verdadeira numa constru o em que forma o aprender ensinar analisar entender refletir e compreender o que se deseja conhecer pressup e experi ncia e um processo de escava o permanente do que se deseja saber o refletir sobre a produ o e a pr tica do ser humano em cada tempo e contexto na tentativa de compreend las A forma o educacional e profissional deve possibilitar a reflex o e a compreens o de como foi constru da a hist ria e como foram estabelecidas as diferen as entre culturas g neros classes sociais idades etc S o imagens do passado que interv m nas rela es presentes e postulam o futuro de uma hist ria feita de barb rie e que portanto necessita de uma educa o que assegure a cr tica a essa barb rie ou seja uma forma o que possibilite o desenvolvimento da experi ncia cr tica Como ag ncia formadora reconhecida socialmente a escola dever trabalhar para resgatar a experi ncia cr tica e formadora renovar saberes remodelar a cultura e transformar o espa o capacitar o homem agora cidad o aut nomo a viver criticar e propor altern
50. alunos Com isso demonstrou uma tentativa de motivar os alunos com base no conte do da apostila pois n o h tempo ou espa o para discutir o que pensam os alunos e o que de fato mobiliza a turma relativamente s viv ncias e experi ncias de seu cotidiano e do mundo onde vivem Sua colega professora Mirian respondeu que a contextualiza o ocorre com as explica es do livro registro no caderno cartazes explicativos pesquisas e experi ncias Como essas atividades de pesquisa e experi ncias s o restritas ao website aos CDs ou s apostilas provenientes do pacote did tico comprovei a impossibilidade de haver uma contextualiza o real dos conte dos trabalhados em sala de aula isso exigiria desprendimento de uma nica ideologia mediante a busca de material de leitura e pesquisa em fontes variadas que retratassem com mais exatid o o momento hist rico cultural vivido pela sociedade procura de possibilidades de an lises e interven o No Col gio Pet nia a dificuldade permaneceu A professora Aparecida n o respondeu e a professora Arlete respondeu que a contextualiza o se dava atrav s da interdisciplinaridade com exerc cios jogos brincadeiras etc A dissocia o do conte do com a realidade do aluno comprova outra vez que assim como os produtos deixam de ser o resultado da autonomia do esp rito humano para serem mercadorias quando encerram em si uma finalidade de domina o ideol gic
51. as principais vantagens que voc percebe em sua utiliza o 6 Qual o procedimento quando algum aluno n o consegue acompanhar o ritmo do trabalho 7 Existem atividades de recupera o Como e quando ocorrem 8 Como e quando ocorrem os momentos de assist ncia pedag gica S o presenciais 2 a clio i mn Na impossibilidade de entrevistar algumas professoras este roteiro foi usado como question rio 180 9 O material apostilado deve ser seguido em sua ntegra ou voc tem liberdade para efetuar modifica es 10 Como voc contextualiza o conte do com os alunos 11 Qual a opini o dos pais sobre essa metodologia 12 Quais s o as principais dificuldades que voc encontra ao trabalhar com esse sistema de ensino Como tem procurado super las 13 Quem elabora e aplica as avalia es Quando e como elas ocorrem O Sistema Positivo participa Como 14 O sistema propicia a interdisciplinaridade Como 15 Voc e os alunos t m autonomia para criar em cima do que est previsto no material apostilado Como o fazem 16 Comente sua experi ncia com o sistema positivo de ensino Obrigada Fernanda 181 AP NDICE C ROTEIRO PARA ENTREVISTAR DIRETORAS O UNIUBE Escola Diretora Data 1 De que maneira a escola conheceu o Sistema Positivo de Ensino 2 Por que opto
52. assimile estoques de informa o e assim torne se especialista partindo do pressuposto de que os indiv duos pedem filtram e interpretam reflexivamente a informa o numa postura ativa Sobre a capacidade reflexiva do sujeito Giddens 1990 p 45 esclarece 28 Os agentes ou atores humanos uso indistintamente um e outro termo t m como aspecto inerente do que fazem a capacidade de entender o que fazem enquanto o fazem As capacidades reflexivas do ator humano est o caracteristicamente envolvidas de modo cont nuo no fluxo da conduta cotidiana nos contextos da atividade social Mas a reflexividade opera apenas parcialmente num n vel discursivo O que os agentes sabem acerca do que fazem e de por que o fazem sua cognoscitividade como agentes est largamente contido na consci ncia pr tica Esta consiste em todas as coisas que os atores conhecem tacitamente sobre como continuar nos contextos da vida social sem serem capazes de lhes dar uma express o discursiva direta Para esse soci logo franc s a consci ncia pr tica promove o processo de cr tica permanente e indaga o racional inaugurado com o Iluminismo mas dessa vez desprovido do car ter m stico de que pela raz o os homens poderiam controlar seu destino e alcan ar a felicidade Em todos os planos da vida humana incorpora se conhecimento novo como parte integrante da rotina e do seguir em frente quanto mais se expande a moderniza o re
53. atividades fora da apostila tamb m porque alguns alunos terminam r pido o conte do enquanto outros n o acompanham a necess rio complementar para os que j terminaram e diversificar para ver se aqueles que est o com dificuldades entendem e passam a acompanhar depois na apostila e o tempo passando Por esse motivo ainda segundo Ana L cia mais reuni es eram necess rias para estudar o material mesmo tendo assist ncia por telefone e Internet de longe e exige que a professora acesse o portal sempre que tem tempo o que a sobrecarrega N o seria melhor ent o produzir conhecimento no coletivo da escola reunir os professores estimular sua forma o continuada prepar los para os desafios da sala de aula Fica a quest o Acredito que a parceria antes de tudo agrada aos pais que s o respeitados decerto porque s o os verdadeiros clientes da maioria das escolas particulares Quando indaguei sobre a opini o deles quanto ado o do sistema apostilado de ensino a diretora La s exp s com clareza a confian a que eles t m na parceria com o Sistema Positivo Os pais se sentem seguros porque os alunos obt m timos resultados quando terminam a quarta s rie e fazem testes para ingressar na quinta s rie em outra escola Inclusive quando precisam transferir os filhos por motivo de mudan a procuram escolas conveniadas N o temos problemas com isso Escola Jasmim Ficou clara tamb m a pr
54. b m representa um risco No passa do o grupo abriu escolas fora de Cu ritiba e depois teve de fech las En trou nos neg cios de TV e r dio mas n o ganhou 1 centavo Com a primet ra iniciativa aprendeu que n o d pa ra tocar escolas pr prias a dist ncia Com a segunda descobriu que n o po de sair da rea de educa o Foi um NOTAS ALTAS CARAS TOGO 243 CARON R 1 bilh o ce faturamento em 2005 22 mil ainos nas escotas pr prias fotos Inuder jaan POCA 218 erro tremendo N o calculei o tamanho do risco diz Oriovisto O modelo de ensino do Positivo tam b m costuma ser criticado sobretudo pelos defensores da educa o de n vel mais elevado das escolas de elite Pa ra alguns educadores a qualidade cor re o risco de diminuir medida que a escala aumenta A rede do Positivo tem 2 600 escolas A alta escala reduz cus to O problema que as escolas con veniadas podem perder identidade diz Roberto Domas presidente do Con federa o Nacional dos Estabelecimen tos de Ensino Oniovisto n o enxerga problemas no ensino de massa Diz re solver a quest o da qualidade com muito planejamento e uma constante busca por inova o Ganhar dinhei ro segundo ele ajuda a viabilizar a melhoria do padr o A alma do Positivo diz Oriovisto seu car ssimo centro de pesquisas Ali a empresa tem 200 pessoas com mes trado e doutorado trabalhando em re gime de dedica o e
55. br disciplinas conteudo php cod 7 gt Acesso em 22 jun 2006 ALVARADO PRADA Luis E Pesquisa coletiva trajetos iniciais Uberaba Uniube 2005 Mimeo ALVES Nilda Hist ria do professor interfere no uso que faz da tecnologia Entrevista a Eliane Bardanachvili cedida ao Jornal do Brasil em 18 3 2001 Dispon vel em lt www jb com br jb papel cadernos emprego 2001 03 17 joremp20010317003 html gt Acesso em 12 set 2006 MARAL M nica do O espectro do narciso na modernidade de Freud a Adorno S o aulo Esta o Liberdade 1997 A P ANASTASIOU Lea G C ALVES Leonir P Org Processos de ensinagem na universidade pressupostos para as estrat gias de trabalho em aula Joinville Univille 2003 A NTUNES Paulo de B Curso de direito ambiental Rio de Janeiro Renovar 2002 APPLE Michael The political economy of text publishing Educational Theory v 4 1984 BALL Stephen Profissionalismo gerencialismo e performatividade Cadernos de Pesquisa 2005 Dispon vel em http www scielo br scielo php script sci arttext amp pid S010015742005000300002 amp Ing pt amp nrm iso Acesso em 22 out 2006 BAUMAN Zygmunt tica p s moderna S o Paulo Paulus 1997 BELLONI Maria Luiza Tecnologias e forma o de professores rumo a uma pedagogia p s moderna Educa o amp Sociedade Campinas CEDES ano XIX n 65 dez 1998 BOFF Leonardo Saber cuidar tica do humano e compaix o pela Terra Petr p
56. buscas quando quiserem conhecer algo Como se v produzir conhecimento exige dedica o tempo estudo cultura viv ncia e reflex o sistem tica Mas o educador contempor neo respons vel por criar essas oportunidades aos alunos desfruta delas Acredito que n o Cientes de que os professores est o cada vez mais premidos pela situa o financeira e pela impossibilidade da dedica o que a profiss o exige os diretores optam pelo pacote que algum especialista pensou sozinho sem submet lo ao crivo ou opini o de educadores como comprovei em todas as escolas pesquisadas E se o professor ao aplicar as atividades elaboradas pelos especialistas das empresas educacionais n o se preocupar em submeter seus temas discuss o e trocar id ias com alunos vai obter conte dos vazios e descontextualizados mesmo que sejam discutidos paralelamente em todas as disciplinas e ofere am como recurso o apoio de softwares e do portal com jogos e atividades l dicas para facilitar a memoriza o O trabalho dos professores com os pacotes did ticos exige sim estudo sistem tico Foi un nime a afirma o da necessidade de estudos e reuni es entre as professoras Com certeza pois n o um material f cil de ser trabalhado exige estudo frequente busca de conhecimento troca de experi ncias etc PROFESSORA ARLETE Col gio Pet nia A escola tem a apostila como refer ncia mas elabora atividades complementares DIR
57. campeonato em que vence quem produz mais Ainda nesse contexto inscreve se na pedagogia a id ia de qualidade total em que se transferem para a escola m todos e estrat gias de controle pr prios do campo produtivo pelo uso de incentivos difundidos por um sistema de pr mios e castigos na inten o de gerar competitividade Assim alunos professores funcion rios e at diretores caso seja escola p blica passam a ter sua performance avaliada com rigor Tais pr ticas se baseiam no discurso corrente de que o indiv duo precisa estar adaptado s mudan as do mercado de trabalho na sociedade globalizada que muda com rapidez Dessa forma ocorre a mudan a dos objetivos educacionais que passam a priorizar a aquisi o de um grande n mero de informa es com crit rios de utilidade facilidade e rapidez porque o importante agora suprir as necessidades do mercado que exige profissionais criativos din micos informados e informatizados capazes de se adaptarem a novas situa es rapidamente 17 Na sociedade atual as informa es tidas como teis s o introjetadas pela ind stria cultural que via m dia e monopolizando dados pode promover a racionaliza o e padroniza o das a es Por consequ ncia as pessoas perdem sua capacidade de criticar e se transformam em consumidores enquanto a produ o cultural passa a ser mercadoria comercializada como qualquer outra Todavia no espa o social h muitos saberes que
58. com anteced ncia antes da apostila o que exige que o professor v acompanhando enquanto aplica ou passe alguns dias lendo e estudando antes de aplicar A orienta o inclui at os exemplos e as experi ncias a serem aplicadas Diretora Leda A garantia dos resultados em testes para outros col gios garantia de que os filhos ter o sucesso no vestibular percebe se a valoriza o da quantidade de conte do a ser aplicado para preparar o aluno para o mercado desde j Diretora La s Essa afirma o reitera a id ia de que na opini o dos pais o livro deve ter muito exerc cio de fixa o para que o aluno memorize bem o conte do o resto bobagem Diretora Priscila Mirian Essa professora foi quem demonstrou maior coer ncia e criticidade no uso do material apostilado pois revela interesse pelo aluno ao p r a necessidade de complementa o e enriquecimento que ocorre com qualquer material did tico que se adote como recurso Professora Mirian Sua colega do mesmo col gio acredita que pais e alunos que devem se adequar metodologia aplicada Professora Helena O que se diz na espera telef nica na verdade propaganda empresa prestadora de servi os educacionais ao afirmar que a escola parte integrante de uma rede forte e competente de ensino o Sistema Positivo de Ensino Diretora Olga Nos modelos dos folhetos e outdoor al m do nome da escola prevalecem foto
59. conciliar a divis o de conhecimento entre quem conhece e o que conhecido o quinto o compromisso dos Estudos Culturais com uma avalia o moral da sociedade moderna numa linha radical de a o pol tica Dessa forma mais que aplicar um conte do a tarefa do educador inclui buscar sua pr pria conscientiza o que passa pelo conhecimento s lido de si pr prio de seus alunos e do contexto social mais amplo Trata se de requisito imprescind vel realiza o de seu trabalho pedag gico e manuten o do auto respeito fundamental na constitui o de sua auto estima da sua profissionalidade e resultado do reconhecimento de sua for a e da aceita o de suas limita es ao se tornar capaz de reconhecer a dist ncia entre sonho e realidade aluno real e aluno ideal o que ele v ouve e o que j foi capaz de analisar e ressignificar Essa atitude reflexiva permanente dos professores seja qual for o material did tico que usem evitaria o sentimento de autodefesa ou mesmo uma intera o passiva com os alunos Seria o palco de uma nova rela o embasada na comunica o assertiva que busca envolver seus interlocutores num sentimento de perten a ao serem ouvidos e torn los c mplices e comprometidos individual e coletivamente Proporcionaria assim um redirecionamento das a es humanas rumo ao aperfei oamento de processos e rela es mediante uma atitude capaz de livrar de fato a sociedade da barb rie que parece sob
60. conforme a apostila Como querer que o professor n o se alongue mais num tema interessante e importante porque precisa terminar o conte do previsto no material did tico Isso n o seria contra senso A implementa o das id ias de Morin sabe se exige uma reformula o da estrutura em que a escola se instalou Caso se considere a dificuldade de se romper uma linha de racioc nio cultivada por tantas gera es a tarefa complicada mas n o imposs vel Para acontecer de fato essa revolu o requer uma reestrutura o de como professores e diretores pensam e percebem as intera es entre o todo e as partes pois tamb m eles s o v timas do ensino fragmentado Henry Giroux 1992 p 15 esclarece que enquanto os professores s o frequentemente treinados para serem t cnicos especializados futuros administradores escolares se formam segundo o modelo do especialista em ci ncias econ micas e recebem treinamento estritamente t cnico voltado principalmente para produzir uma jun o entre a teoria organizacional e os princ pios de um saud vel gerenciamento de neg cios Inerente a esse treinamento e em desacordo com o conceito de controle descentralizado e com os princ pios da democracia participativa est a no o de que os sistemas complexos de linguagem os controles de gerenciamento e os sistemas de quantifica o est o al m da capacidade de entendimento de professores e de pessoas leigas comuns E
61. crian as e jovens brasileiros o direito de usufruir dos conhecimentos historicamente produzidos e reconhecidos como necess rios ao exerc cio da cidadania adaptados s peculiaridades locais Preocupadas com n veis de efici ncia baseados na sele o individual para obterem lideran a no mercado essas escolas deixam de buscar um ensino reflexivo promotor da criatividade da autonomia e da capacidade cr tica para valorizar a prepara o de pessoas formatadas d ceis submissas e disciplinadas capazes de dar respostas pr ticas e r pidas que acelerem o lucro das empresas SOEIRO 2005 p 6 Desenvolve se assim uma tend ncia homogeneiza o da oferta educativa e o trabalho escolar se torna alienante surge como algo planejado por outros descontextualizado e pensado como um grande campeonato em que quem mais ganha quem produz mais Todos na escola discentes docentes e funcion rios s o rigorosamente avaliados porque est o inscritos numa pedagogia orientada pela id ia de qualidade total que transfere para o espa o escolar m todos e estrat gias de controle pr prios do campo produtivo Ora os incentivos difundidos por um sistema de pr mios e castigos est o pr ximos do incentivo dos fast food em que se ostenta a foto do empregado do m s por exemplo 31 Os PCN s o refer ncias de qualidade para os ensinos fundamental e m dio de todo o pa s uma proposta inovadora e
62. da argumenta o e da contra argumenta o como se pode desenvolver o racioc nio anal tico e a capacidade reflexiva Saber pensar exige o exerc cio da estrutura o de id ias da autoria e da autocr tica que s poder o ocorrer num ambiente que incentive a discuss o e a pesquisa como atividades de reconstru o do conhecimento dispon vel Assim fundamental que a educa o rompa com esquemas centralizadores a fim de que possa preparar o indiv duo para a autonomia pessoal a inser o na comunidade e a emancipa o social Essa prepara o s pode ocorrer de fato num paradigma educacional em que o conceito de igualdade elimina o das diferen as seja substitu do pelo conceito p s moderno de equidade igualdade com preserva o das diferen as Isso porque a meu ver o maior problema desse modelo individualista e competitivo que algumas escolas adotam al m da exclus o de muitos que n o acompanhar o seu ritmo que seus alunos v o chegar ao mercado de trabalho e se dar conta de que ser produtivo se vincula cada vez menos ao desempenho individual e cada vez mais capacidade de trabalhar em equipe e ter empatia com os outros Nesses termos a fim de que a educa o escolar convirja para essa capacidade necess rio que os educadores repensem seu papel e promovam mudan as na forma de ensinar no conte do e na metodologia de avalia o mais que enfatizar as dificuldades dos alunos para rotul
63. de forma o do magist rio orientado pelos seguintes princ pios o educador o sujeito da sua pr tica cumprindo a ele cri la e recri la atrav s da reflex o sobre o seu cotidiano a forma o do educador deve ser permanente e sistematizada porque a pr tica se faz e refaz a pr tica pedag gica requer a compreens o da pr pria g nese do conhecimento ou seja de como se d o processo de conhecer o programa de forma o dos educadores condi o para o processo de reorienta o curricular da escola GADOTTI 1998 p 14 Ainda segundo esse autor tal programa de forma o teve como eixos b sicos a fisionomia da escola que se quer como horizonte da proposta pedag gica a necessidade de 118 suprir elementos de forma o b sica aos educadores nas diferentes reas do conhecimento humano e a apropria o pelos educadores dos avan os cient ficos do conhecimento humano que possam contribuir para a qualidade da escola que se quer Marques 2003 n o v a forma o continuada como reparo da inadequa o da prepara o anterior mas como experi ncia para manter as aprendizagens anteriores vivas e atualizadas Considera que a responsabilidade pela forma o continuada do professor cabe a todas as institui es respons veis pela educa o e que preciso valorizar a pesquisa como princ pio educativo e tradu o de conceitos cient ficos no n vel das pr ticas sociais Nesse sentido Alvarado Prada 200
64. de atitude e perspectiva de vida Portanto mais que preparar para o mercado profissional mediante um diploma papel da escola permitir que o estudante descubra seus sonhos e os diversos caminhos para realiz los preparar o aluno para conviver com uma dualidade constante no mundo atual o limite e a possibilidade Como se sabe o tempo ocioso sempre foi desconsiderado e os esfor os dos processos educacionais sempre se voltaram ao trabalho a escola se preocupa em preparar as pessoas para o trabalho e deixa de ensinar tamb m a cultura que prov m de coisas como desfrutar criticamente um livro um filme ou uma obra de arte Tamb m deixa de estimular o prazer proporcionado pela m sica por uma visita a uma exposi o por uma pe a teatral por um passeio no parque ou na praia pelo contato com a natureza numa palavra a escola n o prepara para o cio O soci logo italiano Domenico de Masi 2000 defende mais liberdade de conviv ncia na escola pois diz ele o tempo livre in cuo desde que se saiba viv lo pode se converter em ocasi o para a produ o criativa para a arte e para a 49 liberdade no que se refere a gerar id ias que tornem as pessoas bem sucedidas e mais felizes Logo esse tempo pode ser mais que apenas o que vai gerar viol ncia doen as e pregui a Para o autor O trabalho oferece sobretudo a possibilidade de ganhar dinheiro prest gio e poder O tempo livre oferece sobretudo a possibilidade de i
65. de aula do p tio correndo e gritando muito Nesse momento a secret ria veio ao meu encontro se desculpou novamente e me entregou os question rios preenchidos alegando que a diretora estava ocupada atendendo alunos O clima na escola n o me pareceu agrad vel nem amig vel e a diretora me pareceu muito desanimada com a escola e com os pr prios alunos Escola Jasmim diretoras La s e Olga A escola adaptada em uma ampla casa de dois andares com piso em t bua corrida varandas e plantas No primeiro piso tem v rias salas abertas ao p tio frontal e sem separa o de paredes sendo utilizadas para inform tica secretaria diretoria piscina laborat rio de ci ncias salas de aula do maternal primeiro e segundo per odos e sala de leitura biblioteca com almofadas e estantes baixas num ambiente aberto e colorido No segundo piso ficam as salas de aula dos alunos na faixa et ria de 6 a 10 anos bonita limpa e agrad vel possui trabalhos dos alunos nos murais e propagandas do Sistema Positivo de Ensino por toda a escola Todos na escola foram atenciosos se colocaram disposi o e me deram canetas comemorativas dos 25 anos da escola comemorados recentemente Convidaram me para voltar outro dia e passar um per odo maior com eles e as crian as o que aceitei prontamente 198 Ganhei tamb m o exemplar de uma revista peri dica editada pelo Positivo muito bonita colorida impressa em papel de primeira qualidade
66. de ensino obedece a eles Na escola prim ria nos ensinam a isolar os objetos de seu meio ambiente a separar as disciplinas em vez de reconhecer suas correla es a dissociar os problemas em vez de reunir e integrar Obrigam nos a reduzir o complexo ao simples isto a separar o que est ligado a decompor e n o a recompor a eliminar tudo que causa desordens ou contradi es em nosso entendimento A escola precisa derrubar as fronteiras que inibem e reprimem a aprendizagem por meio do incentivo comunica o entre as diversas reas do saber e da busca de rela es entre os campos do conhecimento Segundo Morin 2000 isso requer ultrapassar o pensamento linear que sozinho reducionista A proposta desse autor passa pela pr tica da transdisciplinaridade para unir o m ltiplo e o diverso a fim de se obter uma vis o capaz de situar o conjunto Santos 2005 p 1 entende a transdisciplinaridade como uma nova abordagem cient fica e cultural uma nova forma de ver e entender a natureza a vida e a humanidade Ela busca a unidade do conhecimento para encontrar um sentido para a exist ncia do Universo da vida e da esp cie humana Se a Ci ncia Moderna significou uma mudan a radical no MODO DE PENSAR dos homens medievais a transdisciplinaridade hoje sugere a supera o da mentalidade fragment ria incentivando conex es e criando uma vis o contextualizada do conhecimento da vida e do mundo Esse autor se coad
67. diferen as sociais desigualdades e necessidades espec ficas de cada regi o Em suma o Estado neoliberal p e o homem no centro da filosofia social e defende a propriedade privada como direito fundamental dele Ao Estado cabe a fun o regulat ria reduzir incertezas e assimetrias de informa o e garantir a produ o eficiente e de qualidade Dito isso e tendo em vista a pol tica social e educacional praticada no Brasil pode se perceber que se busca justamente isto menos Estado e mais mercado abre se um amplo mercado iniciativa privada no mbito educacional o aumento progressivo da privatiza o o prova como se n o bastasse a educa o ser em parte controlada pela iniciativa privada agora entregue de vez ao dom nio do capital Os dados do Gr fico 1 sugerem essa possibilidade pois o acesso ao bem ou servi o depende em ess ncia da renda No caso do gasto familiar com educa o que cresce mais de 140 vezes quando as classes mais ricas s o comparadas com as mais pobres o principal fator explicativo da amplitude do multiplicador o acesso ao servi o e n o se tem registro de outras classes de despesa com multiplicadores de tal magnitude Para tornar a estimativa mais precisa pois muitas fam lias inclu das n o demandam servi os de educa o a exemplo de casais idosos ou sem filhos por exemplo foi necess rio recalcular o gasto m dio com educa o incluindo se fam lias que de fato t m esse gast
68. diversos contextos escolares Embora as escolas pesquisadas estejam em bairros mais centrais da cidade t m caracter sticas que revelam heterogeneidade As escolas Cam lia e Jasmim s o de pequeno porte t m oito turmas e atendem alunos da educa o infantil e do ensino fundamental at a quarta s rie os col gios Pet nia e Margarida foram considerados como de m dio porte t m doze turmas em m dia e atendem alunos da educa o infantil sexta s rie As condi es de funcionamento equipamento manuten o da limpeza conserva o do pr dio espa o f sico e atendimento variam ainda que todos usem espa os residenciais adaptados como registrei ao sair da entrevista com a primeira diretora Achei o Col gio Pet nia triste uma escola escura e pouco receptiva Enquanto aguardava a diretora pude acompanhar um pouco a rotina de aula das turmas pr ximas quinta e sexta s ries com aulas expositivas alunos enfileirados e presenciei a euforia deles com o sinal para o intervalo sa ram todos correndo e gritando palavras de j bilo e se puseram a correr um atr s do outro o tempo todo numa esp cie de pega pega com muitos gritos e risco de quedas j que corriam em volta da escola e pelo p tio em alta velocidade N o vi nenhum professor nesse dia nem algu m que acompanhasse o momento do intervalo que tinha como nico atrativo a correria desenfreada Na secretaria naquele momento havia duas auxiliares que se
69. e outras categorias como decis o projeto ru do ambigiidade finitude escolha s ntese v nculo e totalidade Segundo Gadotti 2005 ainda n o poss vel ter uma id ia precisa do que a globaliza o crescente da economia das comunica es e da cultura vai representar a todos Mas acredita que a perplexidade e a crise de paradigmas n o podem constituir libi para o imobilismo por isso ele defende uma pedagogia da pr xis uma pr tica pedag gica que procura n o esconder o conflito a contradi o mas ao contr rio entende os como inerentes exist ncia humana explicita os convive com a contradi o e o conflito Ela se inspira na dial tica O referencial maior dessa pedagogia o conceito de pr xis Pr xis em grego significa literalmente a o A pedagogia da pr xis pretende ser uma pedagogia para a educa o transformadora Ela radica numa antropologia que considera o homem um ser incompleto inconcluso e inacabado e por isso um ser criador sujeito da hist ria que se transforma na medida mesma em que transforma o mundo Toda pedagogia refere se pr tica pretende se prolongar na pr tica GADOTTI 2005 p 1 2 Para esse autor os termos contradi o determina o reprodu o mudan a trabalho pr xis necessidade e possibilidade s o freq entes na literatura pedag gica contempor nea ind cio de uma perspectiva da educa
70. e ela respondeu a apostila engessa principalmente na educa o infantil onde os prazos precisam ser muito flex veis e os objetivos adequados turma engessa a pr pria escola que v sua filosofia e seu Projeto Pol tico pedag gico inviabilizados Perguntei por que estariam inviabilizados e ela disse a crian a fica em segundo lugar o importante o que est na apostila venc la ent o um estresse projetos ent o nem pensar 191 QUADRO 23 Qual a opini o dos pais a respeito do sistema apostilado de ensino RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Os pais ap iam o uso do ensino apostilado mas t m dificuldade de ajudar Leda Col gio os filhos Pet nia Um dos pontos principais a confian a que os pais t m no ensino e La s e Olga Escola acrescentou Os pais se sentem seguros porque os alunos obt m timos Jasmim resultados quando terminam a 4 s rie e fazem testes para ingressar na 5 s rie em outra escola Inclusive quando precisam transferir os filhos por motivo de mudan a procuram escolas conveniadas N o temos problemas com isso Acham o livro vago pois o mesmo cont m poucos exerc cios de fixa o Priscila Col gio Por m o professor complementa o conte do com outras atividades Margarida Os pais querem que use tudo o que vem na apostila caso contr rio n o Ana L cia Escola Cam lia compensa o investimento na compra do material todo bimest
71. e pedag gicas Embora sejam as professoras as respons veis por implementar as propostas did ticas dos pacotes n o s o consultadas a respeito da ado o do material pelas diretoras das escolas parceiras nas reuni es semestrais organizadas pelo sistema apostilado professoras e diretoras t m atividades separadas estas recebem orienta es sobre custos e marketing aquelas sobre como usar o material 3 4 142 Tra os da ideologia neoliberal reifica o e aliena o capitalismo Professoras e diretoras s o levadas a acreditar que a boa aprendizagem resulta do material as dificuldades discentes n o s o vistas como resultado da descontextualiza o ou fragmenta o de conte dos mas da incapacidade dos alunos para usar o material Para suscitar e manter o interesse discente as apostilas apresentam os temas de forma interessante e moderna utilizando a ludicidade nas atividades e jogos do Portal do Positivo na Internet As professoras acreditam ser poss vel uma apostila retratar a viv ncia e o cotidiano dos alunos Redu o da capacidade de interpretar o mundo distinguir o sentido das coisas A ado o desse sistema de ensino n o provoca reflex es que visem adequar a metodologia de ensino restrita ao que o material apostilado prop e N o promove uma avalia o continuada e formativa que continua a ser classificat ria Para as professoras o m rito da boa aprendizagem do material basta
72. ela mesma poderia me esclarecer sobre o assunto pois acompanhava todo o processo e o vivenciava a mais tempo Achei a escola triste escura e pouco receptiva Enquanto aguardava a diretora pude acompanhar um pouco a rotina de aula das turmas pr ximas quinta e sexta s ries com aulas expositivas alunos enfileirados e presenciei a euforia deles com o sinal para o intervalo para o qual sa ram todos correndo e gritando palavras de j bilo e se puseram a correr um atr s do outro o tempo todo numa esp cie de pega pega com muitos gritos e risco de quedas j que corriam em volta da escola e pelo p tio em alta velocidade N o vi nenhum professor nesse dia nem algu m que me acompanhasse no momento do intervalo que tinha como nico atrativo a correria desenfreada Na secretaria naquele momento havia duas auxiliares que se revezavam entre digita o xerox e atendimento ao port o e dire o correndo muito e me parecendo bastante tensas Dia 10 de maio de 2006 estive novamente na escola a fim de buscar as entrevistas como havia marcado com a diretora Cheguei s 9h50 e esperei at 10h05 do lado de fora do port o insistindo pelo interfone porque ningu m atendia apesar de ficar clara a presen a de 197 alunos no p tio de novo correndo e gritando muito A secret ria me atendeu pediu desculpas pela demora e solicitou que aguardasse porque a diretora estava ocupada no momento Tive novamente a oportunidade de observ
73. estadias para esse encontro por isso n o v o todos DIRETORA LEDA Col gio Pet nia Pelo telefone Internet reuni es semestrais Mas a escola acabava se virando sozinha porque tem certas coisas que t m que ser resolvidas ao vivo mesmo DIRETORA ANA L CIA Escola Cam lia Fazemos reuni es bimestrais na pr pria escola e semestralmente toda a escola comparece ao encontro do Sistema Positivo no mais utilizamos o portal e a Internet para comunica es Recebemos uma vez por ano a visita de algu m do Sistema Positivo que vem escola e conversa com a dire o professores e alunos Quem mais utiliza o portal o professor de Inform tica mas todos est o sempre em contato pela Internet e telefone e se consideram muito bem atendidos neste aspecto Os alunos e professores t m senha para acesso ao portal e internet que utilizam para pesquisas e complementa o de estudos e atividades DIRETORA OLGA Escola Jasmim Eles visitam a escola semestralmente nos encontramos em cursos e por meio de telefone e computador DIRETORA PRISCILA Col gio Margarida Embora sem perceber as escolas podem se tornar v timas do interesse mercadol gico do sistema de ensino terceirizado quando este s lhes corresponde medida que elas lhe rendam algo quando praticamente abandona as que s adquirem a apostila pois n o lhes oferece os mesmos brindes e as mesmas vantagens nem as procura para 150
74. etc GENTILI 1996 p 5 ent o os diretores tamb m s o culpados Assim o objetivo pol tico de democratizar a escola estar subordinado ao reconhecimento de que tal tarefa depende inexoravelmente da realiza o de uma profunda reforma administrativa do sistema escolar orientada pela necessidade de introduzir mecanismos que regulem a efici ncia a produtividade a efic cia em suma a qualidade dos servi os educacionais GENTILI 1996 p 5 62 2 2 Poder e gerenciamento na escola Esse diagn stico sugere ent o o argumento principal dos tecnocratas neoliberais atualmente inclusive nos pa ses mais pobres n o faltam escolas nem professores faltam escolas melhores e professores mais qualificados Tamb m n o faltam recursos para financiar as pol ticas educacionais falta distribui o mais eq itativa dos recursos existentes Enquanto isso a popula o convive com escolas desmoronando sem bibliotecas sem quadras sem computadores sem carteiras e sem professores Assim para os tecnocratas transformar a escola sup e um desafio gerencial promover uma mudan a substantiva nas pr ticas pedag gicas tornando as mais eficientes reestruturar o sistema para flexibilizar a oferta educacional promover uma mudan a cultural n o menos profunda nas estrat gias de gest o agora guiadas pelos novos conceitos de qualidade total reformular o perfil dos professores regualificando os implemen
75. exerc cios juntamente com explica o do professor depois faz uma atividade avaliativa para tentar conseguir os 60 No final do ano tamb m dada essa oportunidade sanadas as d vidas que surgiram durante o ano ap s atividades e explica es s o dadas atividades avaliativas PROFESSORA ARLETE A diretora do Pet nia relatou que a escola costuma reunir pais e alunos na sala da dire o quando os resultados das avalia es s o insatisfat rios assim eles se comprometem a ajudar o filho em casa do contr rio n o d tempo de encerrar os assuntos estudados e cumprir o que est previsto nas apostilas DIRETORA LEDA Em geral os pais s o chamados 133 ao col gio para se responsabilizarem pela aprendizagem dos filhos O relato das professoras revela isso H a chamada individual um trabalho que realizamos com os pais o aluno o professor o coordenador e a diretora do col gio Pet nia visando conscientiza o e verifica o de algum tipo de problema que possa estar atrapalhando a aprendizagem do aluno Durante tr s dias os alunos refazem atividades do bimestre e uma avalia o no valor do bimestre Somamos a nota da prova com a do bimestre dividimos por dois e prevalecer o apenas 60 Se o aluno conseguir nota inferior que ela j havia tirado no bimestre prevalece a maior PROFESSORA APARECIDA Fazemos atendimento individual com pais alunos professores coordenadora
76. gico o papel do professor permanece vivo transformar essa informa o proveniente das mais diversas fontes e correntes de pensamento em conhecimento Essa fun o exige reflex o e elabora o de conclus es que ser o bases para se ensinarem os alunos a fazerem o mesmo os instrumentos teis interpreta o de textos e imagens ser o jornais revistas gibis livros de fic o outdoors obras de arte fotografias e outros assim como qualquer recurso tecnol gico de comunica o e informa o precisam ser lidos e compreendidos pelo olhar cr tico na inten o de descobrir o que se quis transmitir Para Almeida J nior 2005 p 1 A todo avan o tecnol gico haveria de corresponder o empenho real de resposta imediata a qualquer desafio que pusesse em risco a alegria de viver dos homens e das mulheres A um avan o tecnol gico que amea a a milhares de mulheres e de homens de perder seu trabalho deveria corresponder outro avan o tecnol gico que estivesse a servi o do atendimento das v timas do progresso anterior Como se v esta uma quest o tica e pol tica e n o tecnol gica O problema me parece muito claro Assim como n o posso usar minha liberdade de fazer coisas de indagar de caminhar de agir de criticar para esmagar a liberdade dos outros de fazer e de ser assim tamb m n o poderia ser livre para usar os avan os cient ficos e tecnol gicos que levam milhares de pessoas desesperan a N o se trata acr
77. instabilidade condi o ideal para que nos treinamentos quando incentivado a cumprir etapas e orienta es de manuais idealizados por especialistas ele possa ser re constru do se tornando um t cnico e n o um profissional 34 capaz de julgamento cr tico e reflex o BAL 2005 p 8 Vejo essa condi o do professor como prop cia prolifera o dos pacotes educacionais que maquiados pelas estrat gias de marketing como novas ferramentas de ensino e travestidos de tecnologia na maioria das vezes incentivam um ensino tecnicista e conteudista em que n o h lugar para d vida questionamento e cr tica seja do professor seja do aluno A autonomia de ambos anulada Perceber mecanismos que promovem consequ ncias educacionais graves exige um estudo detalhado do que caracteriza a sociedade atual dos fen menos novos e decisivos da vida contempor nea Um primeiro passo para esse prop sito talvez seja entender o significado da palavra educa o cuja etimologia nos leva aos sentidos de condu o conduzir para fora LIB NEO 1985 p 97 ou seja levar o indiv duo para o mundo mostrar que s quando se reconhece o valor da educa o tendo em vista os desafios contempor neos a supera o de desigualdades sociais e da falta de oportunidades para todos que se abrem caminhos s transforma es necess rias No s culo xx at ap s a Segunda Guerra Mundial as lutas pr e
78. investimento na compra do material todo bimestre Diretora Ana L cia Ainda tem o caso daquele aluno que n o vencev o conte do da apostila e se frustra porque no final do bimestre chega a pr xima e ele n o quer mais nem ver a antiga Diretora Ana L cia Sem contar as reuni es semestrais fora da cidade caras Por isso a escola pouco utilizava Diretora Ana L cia Aproveitou para me contar que ela procura fazer com a turma na escola as receitas que v m como sugest o nas apostilas Entusiasmada me deu o exemplo de um Cachorro quente gratinado que a turma adorou e at ensinou para as fam lias segundo ela os pais comentam que aprenderam com os filhos e fazem constantemente em casa Percorreu uma das apostilas me mostrando como eram elaborados os assuntos e lemos juntas na parte de Matem tica um problema proposto que partia de um tema uma fam lia programando uma viagem de avi o Foz do Igua u com quest es sobre c lculos do custo do passeio envolvendo pre os das passagens para os membros da fam lia de acordo com a faixa et ria estadia e alimenta o Havia fotos das Cataratas do Igua u como ilustra o e a professora comentou que aproveitava para conversar com os alunos sobre suas viagens recentes e mostrar no mapa a localiza o da regi o Sul e das Cataratas sugerindo que os alunos trouxessem fotos ou recortes do local Professora Darci Jasmim Usa largamente a m dia
79. isso se acrescenta o fato de que como a tarefa de manter a fam lia exige cada vez mais trabalho a intensifica o da jornada de trabalho do professor se torna um dos motivos que justificam o pouco acesso informa o que grande parte tem que poderia ocorrer mediante a leitura constante de jornais revistas e livros acesso Internet idas ao cinema ao teatro aos museus viagens de lazer estudos e outros modos A pesquisa da UNESCO TAB 4 apresenta dados reveladores dos professores brasileiros Na tabela abaixo onde est o listadas suas prefer ncias culturais podemos perceber que apenas 17 dos professores participam habitualmente de semin rios de especializa o 50 l em revistas especializadas pouco mais de 50 l em materiais de estudo ou forma o menos de 15 estudam 3 Pesquisa da Confedera o Nacional dos Trabalhadores em Educa o CNTE de 1999 revela que cerca de 50 dos professores do ensino m dio v o ao cinema uma vez ao ano m dia nacional GHIRALDELLI J NIOR 2006 113 ou praticariam idiomas estrangeiros 12 l em livros de fic o 23 compram livros n o did ticos e um ter o apenas frequentam biblioteca Acerca desta tabela Demo 2002 p 5 esclarece que A baixa leitura dos professores n o se refere apenas falta de h bito m forma o despreparo cultural mas igualmente a ambientes profissionais decadentes e a remunera es prec rias que n o permitem investimento no aprimora
80. material para complementar dentro da mesma id ia do Sistema Exigia estudos reuni es Quis Ana L cia Escola Cam lia saber melhor sobre a id ia de complementar a apostila e ela explicou A apostila incompleta porque n o tem como prever situa es pr prias da sala de aula curiosidades e necessidades de cada aluno ent o obriga o professor a buscar muita coisa fora al m de trabalhar o que tem na apostila Explicou que O professor tem que procurar atividades fora da apostila tamb m porque alguns alunos terminam r pido o conte do enquanto outros n o acompanham a necess rio complementar para os que j terminaram e diversificar para ver se aqueles que est o com dificuldades entendem e passam a acompanhar depois na apostila e o tempo passando Pedi que explicasse melhor quando disse que havia necessidade de mais reuni es e estudos e ela esclareceu que eram necess rias mais reuni es para estudar o material mesmo tendo assist ncia por telefone e Internet de longe e exige que a professora acesse o portal sempre que tem tempo o que a sobrecarrega Sem contar as reuni es semestrais fora da cidade caras Por isso a escola pouco utilizava 192 QUADRO 25 Que tipo de altera es no funcionamento da escola foram necess rias para ado o do sistema RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA A escola n o fez nenhuma altera o no funcionamento ou carga hor ria com a Leda Col gio ado
81. na sociedade p s industrial os servi os culturais substitu ram os bens materiais no centro da produ o e a luta de classe foi substitu da pela defesa da personalidade e da cultura do sujeito contra a l gica dos aparatos e das mercadorias Castells 1997 2T distingue dois aspectos centrais nessa nova fase da economia capitalista informacionalidade e globalidade Informacional por causa do papel fundamental que adquire seja para firmas regi es ou na es a capacidade de gerar processar e aplicar com efici ncia a informa o baseada em conhecimento visto que sua produtividade e competitividade dela dependem fundamentalmente global porque capital trabalho mat rias primas gest o informa o tecnologia e mercados que s o os componentes centrais da produ o s o organizados em escala global por meio de redes de conex es entre agentes econ micos No dizer de Pedro Demo 2005 na pr tica a marca mais profunda a informacional em que se destaca a aplica o informacional sociedade em rede do conhecimento chamada economia da tecnologia ou informacionalismo e na qual ci ncia e tecnologia s o entendidas como conhecimento e informa o Diferentemente de fases anteriores nesta a intensividade do conhecimento se torna fundamental invade os rec nditos da sociedade at seu formato cultural A empresa em rede o agente central transformando sinais em bens pelo processamento do conhecim
82. neutralidade e possibilitem fazer generaliza es com precis o A pesquisa qualitativa ao contr rio parte do ponto de vista de que nas ci ncias sociais o essencial n o quantificar nem mensurar captar os significados para compreender a complexidade de uma realidade particular portanto precisa considerar a influ ncia m tua que exercem entre si os atores sociais dessa constru o Afinal distintamente de um objeto f sico e passivo o sujeito pesquisado reage a seu pesquisador da a necessidade de haver essa amp Abordagem herdada do positivismo defende a quantifica o e o controle das vari veis para se alcan ar o conhecimento objetivo GONDIN 2002 123 compreens o e n o s de explica o da rela o entre antecedente e consequente os nexos causais O ponto de vista da abordagem qualitativa e compreensiva no entanto o de que os modelos cient ficos das duas ci ncias s o diferenciados dada a natureza distinta de seus objetos A a o humana intencional e reflexiva cujo significado apreendido a partir das raz es e motivos dos atores sociais inseridos no contexto da ocorr ncia do fen meno o que n o acontece com os objetos f sicos foco de an lise das ci ncias naturais Conhecer as raz es e os motivos que d o sentido s aspira es s cren as aos valores e s atitudes dos homens em suas intera es sociais o mais importante para as ci ncias sociais GONDIM 2002 p 3
83. novas gera es geradora porque capaz de criar elaborar e processar novos saberes que por sua vez ser o transmitidos sucessivamente O ensino superior portanto deixa de ser apenas formador de profissionais e t cnicos para proporcionar um repensar do indiv duo em busca de seu destino verdadeiro partindo da concep o de que pode ser mais que cidad o porque para viver plenamente precisa ser cidad o fraterno tolerante democr tico participativo sens vel e solid rio Morin 1999 p 10 mostra o caminho para isso n o se trata apenas de modernizar a cultura mas de culturalizar a modernidade Esse autor aponta ainda o papel da escola ante uma necessidade hist rica importante o desenvolvimento de uma democracia cognitiva que s se efetivar se se ampliar o acesso aos saberes das v rias reas do saber diversidade e ao pluralismo te rico sem preconceitos ou o determinismo da certeza que na complexidade relativa ef mera e ilus ria Essa democracia ser propiciada pelo ressurgimento do ser humano da natureza 50 do cosmos e da pr pria realidade Essa sociedade sonhada por Morin 1999 e por todos n o compat vel com as diferen as sociais discrepantes que se aprofundam enquanto a tecnologia avan a por m restrita a poucos tampouco se concretiza num contexto consumista associado ao neoliberalismo e incentivado pela ind stria cultural que focaliza o instant neo e estimula o descart
84. o Estado de Bem estar e as diversas formas de populismo que conheceu o pa s no passado intensificaram os efeitos improdutivos de que resultaram tais pr ticas clientelistas Contraditoriamente ao criticar a interfer ncia pol tica na esfera social 2 A car ncia de professores nas escolas da rede estadual de ensino o principal motivo das reclama es de pais de alunos principalmente dos que t m crian as que cursam o antigo 1 grau de 1 a 4 s rie Apesar de as aulas terem iniciado esta semana eles alegam que os filhos j est o sendo prejudicados De acordo com a coordenadora de Educa o do M dio Para ba II Joselita Murta Adler o problema em rela o s turmas de 1 a 4 s rie deve continuar pois n o cabe ao estado contratar professores Ent o a quem caber a contrata o de professores para atuar numa escola estadual A VOZ DA CIDADE 2007 p 1 63 econ mica e cultural o neoliberalismo questiona a pr pria no o de direito e a concep o de igualdade que embasa a dita exist ncia de uma esfera de direitos sociais nas sociedades democr ticas Ora poderia uma sociedade ser democr tica sem ter mecanismos e crit rios que promovam igualdade progressiva e se concretizam mediante um conjunto inalien vel de direitos sociais e institui es p blicas em que tais direitos se materializam Gentili 1996 p 8 explica que para os neoliberais a democracia n o tem nada que ver com isso seria t o so
85. o aluno a raciocinar Darci Escola Jasmim Com certeza Os alunos demonstram um grande interesse com as atividades Maria Escola propostas Jasmim Sim as atividades diversificadas que contextualizam o dia a dia as Helena Col gio experi ncias aos conte dos Margarida Sim A metodologia do livro leva os alunos a pensar mais e retrata a viv ncia Mirian Col gio dos alunos no cotidiano Margarida QUADRO 4 E o interesse dos alunos aumentou com essa metodologia A que atribui RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Sim As atividades geralmente est o relacionadas com o dia a dia com assuntos do Arlete Col gio interesse dos alunos e n o apenas como mat ria a ser dada como memoriza o Os Pet nia conte dos s o colocados para o aluno de uma forma mais natural Acho que sim atribuo esse interesse ao desafio que eles v m enfrentando Aparecida Col gio Pet nia Sim O material l dico que faz com que o aluno tenha prazer em estudar Tamb m auxilia Darci Escola muito a busca atrav s da pesquisa A professora me explicou Complemento com livros de Jasmim Literatura e atividades extras porque a turma acaba muito r pido a apostila apesar de fazermos as experi ncias e receitas sugeridas e ainda pesquisas no site Aproveitou para me contar que ela procura fazer com a turma na escola as receitas que v m como sugest o nas apostilas Entusiasmada me deu o exemplo de um Cachor
86. o dependia do investimento na industrializa o para se modernizar e seu Plano de Metas via na educa o um meio de aprimorar o desenvolvimento industrial e consolidar o capitalismo brasileiro Mas ent o a educa o sofre as consegii ncias passa a ser claramente pensada como forma o voltada para atender as demandas do mercado A m o de obra n o qualificada era encarada como um risco para o desenvolvimento econ mico MOTTA 2001 p 3 Essa mesma vincula o entre educa o e desenvolvimento capitalista patente nos governos militares ap s 1964 assim como o a ideologia forjada para se aceitar o regime n o democr tico propagada pelo discurso de que as a es governamentais beneficiariam a mobilidade social Como se partia do pressuposto de que naquela sociedade capitalista em desenvolvimento todos teriam reais possibilidades de crescimento econ mico e social o objetivo do ensino era instrumentalizar e adequar as pessoas para o mercado diga se para aumentar a capacidade produtiva Essa l gica se deixa entrever no governo de Garrastazu M dici 1969 74 quando a educa o passa por uma intensa metamorfose a ser protagonista essencial na equa o operada pelo Estado para controlar eficientemente o processo pol tico de seu desenvolvimento capitalista Na medida em que a seguran a definida como condi o pr via para o desenvolvimento espera se da educa o o desempenho de pap is refor ativo
87. o do Sistema Pet nia N o a escola j tem um hor rio um pouco maior encerrando as aulas s La s e Olga Escola 17 40 ao inv s de 17 20 O que precisamos fazer foi investir no laborat rio de Jasmim ci ncias N o houve altera es para implanta o do Sistema Priscila Col gio Margarida A diretora relatou que o prazo para vencer o conte do obriga a escola a Ana L cia Escola disponibilizar hor rio extra para alunos que n o conseguem acompanhar em Cam lia sala de aula A ocorre outra dificuldade que a da fam lia que n o tem como trazer em outro hor rio e ainda a professora que trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o um contratempo dAnado QUADRO 26 Houve mudan a na carga hor ria do aluno RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA N o Para conseguir cumprir a tempo as atividades previstas com Leda Col gio Pet nia aqueles alunos que apresentam um ritmo mais lento a escola optou pelo atendimento individualizado em sala de aula sem altera es na carga hor ria Basicamente n o j faz amos um hor rio maior La s e Olga Escola Jasmim N o houve mudan a na carga hor ria do aluno Priscila Col gio Margarida Sim Para suprir defici ncias especialmente na fase de Ana L cia Escola Cam lia alfabetiza o QUADRO 27 Como a escola procede com alunos que n o conseguem acompanhar Existe um momento para recupera o Ocorre paralela ou
88. o h como uniformizar Escola Cam lia Perguntei ent o se na opini o dela a apostila inibe a autonomia do professor Sim A apostila engessa principalmente na educa o infantil onde os prazos t m que ser muito flex veis e os objetivos adequados turma Engessa a pr pria escola que v sua filosofia e seu Projeto Pol tico pedag gico inviabilizados Ainda mais intrigada perguntei por que estariam inviabilizados e ela disse que a crian a fica em segundo lugar o importante o que est na apostila venc la Ent o um estresse projetos ent o nem pensar Tamb m constatei essa realidade ao fazer minha ltima visita Escola Jasmim Ficou claro que ao realizarem a parceria as escolas tendem a se envolver de tal forma com os materiais produzidos pela empresa educacional que este passa a ser sua refer ncia no ensino por consegi ncia n o haver mais preocupa o com a elabora o de projetos ou discuss o sobre as necessidades discentes e da comunidade escolar A inviabilidade do projeto pol tico pedag gico que teria de ser constru do coletivamente na escola a fim de programar e organizar suas atividades e seus procedimentos segundo cada realidade espec fica revelou se tamb m nas outras escolas Isso confirma o que afirmou a diretora Ana L cia da Escola Cam lia quando diz que a parceria pode engessar a escola Na Escola Jasmim e no Col gio Margarida exis
89. o que muitos outros est o percebendo s ago ra a escola pode e deve ser trata da como uma empresa qualquer Preci sa ter lucro para financiar o ensino qualidade sobretudo num mercado con corrido como o atual O Positivo tem uma gest o modema apesar de con tinuar sendo uma empresa familiar afirma o ex ministro da Educa o Pau 217 lo Renato de Souza Est dif cil sobre viver nesse mercado sem boa gest o At agora dois modelos de empresa de educa o t m dado certo como 53 neg cio no pa s Um o ensino de elite mensalidade alta e poucos alunos O ou tro modelo est no extremo oposto as escolas que buscam atingir o maior n mero poss vel de alunos a pre os mais acess veis esse o modelo seguido por grupos como Positivo Objetivo Pit go ras e COC Nesse sistema uma peque na parte das escolas pr pria A gran de maioria conveniada Paga para usar o material pedag gico a marca da rede e ter seus professores treinados A l gica desse crescimento vender me todologia de ensino e padronizar a edu ca o diz Luiz Augusto Feresin con sultor de educa o da Booz Allen O Positivo ainda tem uma vantagem em rela o aos concorrentes Guima r es deu uma propor o bilion ria a seu neg cio seguindo um racioc nio sim ples Para imprimir o material did ti co usado nas salas de aula montou uma gr fica pr pria Desde o come o quan
90. orienta es ou incentivos nem mostra preocupa o com seus resultados como revelaram as diretoras do Col gio Pet nia e Escola Cam lia Estranhei a falta de acompanhamento do sistema em rela o s avalia es n o acompanha nem interfere nem as interroga sobre os resultados o que tamb m denota mais preocupa o com o aspecto financeiro do que com o pedag gico na parceria Nas entrevistas com as professoras percebi que quando mencionam trabalhos que envolvem pesquisa de alunos elas se referem busca de material no portal do pr prio Positivo al m disso nenhuma escola possui biblioteca ou revelou preocupa o em constitui la a curto ou m dio prazo Por consegii ncia essas pesquisas se restringem ideologia dos especialistas que abastecem o portal e portanto n o t m condi es de proporcionar mais criticidade ou ampliar as an lises dos alunos que poderiam se enriquecer buscando conhecer o tema estudado em fontes variadas com opini es diversas jornais da cidade e do pa s programas de tev e r dio livros revistas variadas ou entrevistando pessoas da comunidade e profissionais de diversas reas dentre outras possibilidades Respostas minha pergunta sobre como foi a adapta o dos alunos metodologia reiteram a id ia dessa influ ncia N o houve dificuldades porque o material cativante e traz assuntos atuais do interesse deles DIRETORA LA S Escola Jasmim Pudera O material bo
91. ou uma metalinguagem universalmente v lida para todos os sujeitos diante da fragmenta o do consenso n o h espa o para a centralidade de mitos universos ideol gicos e religi es universais Assim eis o sujeito p s moderno descentrado escapando da totalidade do grande relato em que era envolvido nas pocas anteriores GOMES 2001 p 6 Na pr tica o universal sucumbe ao particular dando espa o ao retorno ao racismo nacionalismo regionalismo e tribalismo A agressividade valorizada em nome de posturas religiosas defesa de territ rios ou ideologias aparece como alternativa integra o supranacional Tudo poss vel tudo permitido aumentando portanto a toler ncia aos impulsos destrutivos e o aspecto racional fica desprestigiado a n o ser que venha a servir s necessidades do mercado em termos de compet ncias espec ficas com destaque para a competitividade GOMES 2001 p 8 Lyotard 1998 afirma ainda que as transforma es resultantes do progresso tecnol gico trouxeram uma depend ncia cada vez maior das m quinas informacionais para o campo do saber e da ci ncia fruto da amplia o do acesso informa o e ao conhecimento cuja consegii ncia uma id ia de que a forma o cultural e cient fica passa a ser desnecess ria Num contexto em que a rapidez de resultados fator primordial o conhecimento passa a ser legitimado pela l gica do melhor desempenho i
92. pr prio material d a possibilidade de Darci Escola acrescentar atividades extras Jasmim Tenho total liberdade para trabalhar em sala de aula Eles acabam r pido a Maria Escola apostila Em rela o a esse fato pedi maiores detalhes e ela explicou Complemento Jasmim bastante uso o Portal no site para propor pesquisas e em busca de sugest es de atividades Cada aluno tem uma senha e navega para descobrir novidades e pesquisar Adoto um livro de Gram tica porque meus alunos v o prestar exames para entrar em outro Col gio na 5 s rie e a Apostila n o traz do jeito que cai na Prova que eles far o Quis saber maiores detalhes sobre a Gram tica da Apostila e ela explicou A Gram tica da Apostila a de uso e vem inserida nos textos mas na Prova dos outros Col gios os alunos t m que saber responder o que um Adjetivo um Artigo um Sujeito Completou D tempo de vencer a apostila a gram tica e fazer atividades extras Tenho total liberdade para adequar as atividades aos conte dos do Helena Col gio caderno Margarida Eu tenho liberdade para efetuar modifica es pois s vezes tenho que Mirian Col gio adequar o mesmo a realidade do aluno ou at mesmo a dificuldade Margarida QUADRO 11 Como voc contextualiza o conte do com os alunos RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA N o respondeu Arlete Col gio Pet nia Atrav s da interdisciplinaridade com exerc cios jogos br
93. propor o que a propaganda assume na divulga o de sistemas de ensino apostilados verifiquei que s na edi o da revista Nova Escola de novembro de 2007 h cinco an ncios divulgando os Sistema Positivo na contracapa antes do ndice Sistema de Ensino FTD seguindo a tend ncia de editoras de livros did ticos que adaptam ao sistema de apostilas comprovando que investir no material apostilado mais lucrativo p 25 Sistema Maxi de Ensino p 27 Sistema de Apoio ao Ensino SAE p 45 e Sistema de Ensino Dom Bosco p 83 Duas editoras de livros did ticos tamb m est o presentes nesta edi o a Saraiva que se uniu Atual e Formato na produ o de livros paradid ticos e a Moderna nica nessa edi o a divulgar livros did ticos 68 Atraiu minha aten o o texto que anuncia o Sistema Maxi de Ensino Quando o assunto educa o voc precisa pensar em qualidade e confian a Por isso o Sistema Maxi de Ensino a sua melhor escolha S ele oferece a Pedagogia Afetiva uma proposta que busca o equil brio entre a raz o e a emo o al m de um material did tico da Educa o Infantil ao Pr vestibular que proporciona ao aluno uma forma o integral Ficam a minhas quest es a afetividade poderia ser comprada Uma forma o integral poderia ser garantida por meio de um pacote did tico E EDUCA O MAXI APRENDIZAGEM M XIMA Quando o assunto Educa o voc pr
94. prova disso seria o avan o da Europa no s culo xvI em rela o ao da China bem frente na poca resultante de sua configura o pol tica em que era poss vel afrontar a autoridade vigente sobretudo a Igreja Com todas as suas institui es humanas tais como a lei a religi o e os costumes sociais a sociedade resiste mudan a porque tem na rotina a refer ncia de estabilidade Mas a tend ncia a rotina se dispersar vencida pela criatividade que surge com a for a do conhecimento maior e imposs vel de se controlar por causa de sua din mica n o linear complexa e imprevis vel DEMO 2005 p 19 Por isso n o poss vel tornar o conhecimento propriedade intelectual ou patente o que seria na verdade apropria o privada de patrim nios p blicos sendo o conhecimento atual fundado pelo menos em grande parte em contribui es de gera es precedentes n o cab vel que pessoas privadas se apropriem dele como se fosse valor de troca O argumento maior que tratando se de energia disruptiva indom vel v a pretens o de controlar como propriedade privada o que por defini o escapa ao controle privado Conhecimento n o privatiz vel a n o ser por trambique do mercado liberal que o quer como mercadoria Conhecimento uma vez posto em marcha n o pertence a ningu m a n o ser como patrim nio cultural comum pois sendo din mica disruptiva n o coisa p
95. que ocorre na sociedade contempor nea para que se possa perceber como as escolas se estruturam luz de uma ideologia bem pr xima l gica organizativa do capital O fen meno educativo j estava presente nas comunidades primitivas nas quais n o havia a propriedade privada dos meios e instrumentos de produ o e de seus excedentes ou a divis o em classes sociais Nesse contexto social a educa o era responsabilidade de todo o coletivo e se guiava por uma experi ncia essencialmente pr tica a viv ncia no grupo portanto sem a constitui o de um espa o escolar propriamente dito Derivava da estrutura homog nea do ambiente social identificava se com os interesses comuns do grupo e se realizava igualitariamente em todos os seus membros de modo espont neo e integral espont neo na medida que n o existia nenhuma institui o destinada a inculc los integral no sentido que cada membro da tribo incorporava mais ou menos bem tudo o que na referida comunidade era poss vel receber e explorar PONCE 1996 p 21 Com a mudan a na forma de produ o e apropria o no seio da sociedade a educa o passou a ser compreendida como propriedade privada de determinada classe social a que controla os meios de produ o material e que come a ent o a controlar os meios de produ o intelectual e espiritual A unicidade na educa o das comunidades pr capitalistas 57 deixou de existir quando ocorreu a
96. revezavam entre digita o xerox atendimento ao port o e dire o correndo muito e me parecendo bastante tensas DI RIO DE CAMPO Caderno Cotidiano p C1 ver ANEXO 3 Consulta em peri dicos nacionais e bancas de disserta es e teses portal da Coordena o de Aperfei oamento de Pessoal de N vel Superior CAPES n o mostrou trabalhos de pesquisa sobre o tema deste trabalho 131 As outras tr s escolas por m tinham ambientes agrad veis duas s o mais espa osas e arejadas como a Escola Jasmim e o Col gio Margarida Quanto Escola Cam lia mesmo sendo menor observei uma preocupa o com a adequa o do espa o para garantir mais conforto aos alunos o registro de minhas observa es ap s a primeira visita escola se refere a isso A escola Cam lia pequena numa resid ncia adaptada havia poucas crian as naquele hor rio somente as do per odo integral e a diretora me atendeu com aten o na sala que ela divide com a secret ria da escola DI RIO DE CAMPO O Col gio Margarida atende at a 6 s rie e est ampliando uma turma a cada ano Fui recebida pela supervisora por motivo de estar a diretora Priscila envolvida com os preparativos para a festa junina que segundo a supervisora L cia um grande evento na escola para o qual inclusive alugamos o espa o da Casa do Folclore com quadrilhas dan as comidas t picas e todas as brincadeiras tradicionais al m de
97. simplesmente que diferentes disciplinas s o colocadas em volta de uma mesa como diferentes na es se posicionam na ONU sem fazerem nada al m de afirmar cada qual seus pr prios direitos nacionais e suas pr prias soberanias em rela o s invas es do vizinho Mas interdisciplinaridade pode significar tamb m troca e coopera o o que faz com que a interdisciplinaridade possa vir a ser alguma coisa org nica A multidisciplinaridade constitui uma associa o de disciplinas por conta de um projeto ou de um objeto que lhes sejam comuns as disciplinas ora s o convocadas como t cnicos especializados para resolver tal ou qual problema ora ao contr rio est o em completa intera o para conceber esse objeto e esse projeto como no exemplo da hominiza o No que concerne transdisciplinaridade trata se frequentemente de esquemas cognitivos que podem atravessar as disciplinas s vezes com tal virul ncia que as deixam em transe MORIN 2000 p 115 Para entendermos a transdisciplinaridade necessitamos reconhecer a interdepend ncia de todos os fen menos da realidade numa perspectiva que inaugura um novo jeito de ver o mundo diante do desafio de perceber e compreender a complexidade de qualquer fen meno um novo jeito de pensar o ensinar e aprender que consequentemente gera uma mudan a na pr tica pedag gica atuando n o apenas a partir das disciplinas mas al m e atrav s delas Am rico Sommerman 2006 aprese
98. sobre o ensino apostilado e a autonomia dos professores Fui recebida pela diretora que num primeiro momento se mostrou reticente e nem sequer me convidou para entrar em sua sala conversou comigo em p do outro lado do balc o na secretaria da escola Expliquei que buscava subs dios para a pesquisa nas quatro escolas de Uberaba que s o parceiras do Sistema Positivo de Ensino mostrei a reportagem do jornal Folha de S Paulo e perguntei sua opini o sobre a not cia da ado o do ensino apostilado em escolas p blicas que inclusive j est sendo implantado em Uberaba come ando pela parceria da prefeitura com o pr prio Sistema Positivo para a capacita o de professores para a Inform tica Aplicada A diretora come ou ent o a se abrir um pouco mais afirmando ainda n o ter lido a reportagem qual me referia passou os olhos pelo jornal que lhe apresentava e confirmou ter ouvido coment rios sobre o conv nio da Secretaria de Educa o de Uberaba com o Sistema Positivo Concordou em responder s perguntas e me pediu que deixasse com ela os question rios dos professores para que encaminhasse Senti me frustrada porque queria muito poder falar com as professoras pessoalmente entrevist las e perceber suas rea es Insisti um pouco perguntando se poderia marcar outro hor rio para falar com as professoras ao que a diretora colocou dificuldades devido ao fato de n o poderem abandonar a sala de aula e me tranqiilizou dizendo que
99. sociedade nos configura com a predomin ncia atual do cartesianismo O cartesianismo Descartes 1596 1650 passou a organizar todo o sistema social e educacional e conformou o MODO DE PENSAR dos homens nos ltimos 400 anos As estruturas e normas universit rias por longos anos t m se apoiado nos princ pios cartesianos fragmenta o descontextualiza o simplifica o redu o objetivismo e dualismo Esse modo cartesiano de ser direciona o olhar das pessoas exclusivamente para o que objetivo e racional desconsiderando a dimens o da vida e da cotidianeidade a emo o o sentimento a intui o a sensibilidade e a corporeidade SANTOS 2005 p 1 Nessa tica a identidade do homem tem sido constru da com base nas profiss es estabelecidas na modernidade e a identidade dos jovens tem se formatado nas parcelas do conhecimento com uma cultura linguagem e leituras pertinentes a tais parcelas que n o estimulam abertura e di logos entre as diversas profiss es SANTOS 2005 p 2 Exemplo disso a din mica do ensino universit rio Nas universidades se organizam anualmente as semanas do bi logo do agr nomo etc mas n o existe a semana do di logo entre os diversos profissionais a semana do homem Incentiva se a identidade parcelada segundo o molde cartesiano Assim se diz eu sou bi logo ou f sico agr nomo veterin rio zootecnista soci logo fil sofo economista etc S
100. suas prefer ncias culturais Indique se o a sr a realiza alguma das seguintes atividades e com que freq ncia Dados expandidos Como se v das atividades que os professores afirmam nunca realizar se destacam as ligadas ao uso do computador e da Internet confirmando a dificuldade de acesso s modernas tecnologias de informa o que contraditoriamente s o cada vez mais atrativas para crian as e jovens e valorizadas como ferramentas educacionais A maioria dos professores declara que nunca usa correio eletr nico 59 6 n o navega na Internet 58 4 nem se diverte com seu computador 53 9 A maioria n o l jornais diariamente 59 3 sem d vida um importante ve culo de informa o mas v tev diariamente 74 3 elevado o n mero de professores que nunca praticam esporte ou atividade f sica 34 5 meio importante de preservar a sa de como fator de lazer e redu o de estresse Nesse contexto conv m transcrever aqui a conclus o de Sobrinho 1997 resultante da an lise que fez de uma experi ncia de capacita o docente muitos professores t m dificuldade em se abrir a novas experi ncias com reflexos no uso da inform tica Eles n o conseguem se desprender da posi o de docentes n o se arriscam n o soltam sua curiosidade n o mexem livremente nos programas e n o se permitem errar Toda essa inibi o torna mais dif cil superar o medo do computador e tem reflexos no momento em que levam s
101. tamb m Ali s n o deve ser a realidade da professora que aplica o conte do em quest o infelizmente no mural da sala ao lado das fotos trazidas pelas crian as n o haver fotos dela passeando nos locais sugeridos pela apostila que usa com tanto cuidado Darci QUADRO 42 210 Massifica o a padroniza o impede a express o e o atendimento s singularidades DEPOIMENTOS COMENT RIO A escola adotou em 2002 e 2003 e parou porque fica caro para os pais e n o produziu os resultados esperados principalmente no momento da alfabetiza o onde o ideal utilizar uma metodologia ecl tica para alfabetizar e com a apostila n o d Muitas vezes a proposta de alfabetiza o que a apostila traz invi vel porque um momento que exige diversifica o nas metodologias e acompanhamento mesmo ali individual Para conseguir cumprir a tempo as atividades previstas com aqueles alunos que apresentam um ritmo mais lento a escola optou pelo atendimento individualizado em sala de aula sem altera es na carga hor ria Acaba existindo ent o um prazo para vencer aquele conte do que obriga a escola a disponibilizar hor rio extra para alunos que n o conseguem acompanhar em sala de aula A ocorre outra dificuldade que a da fam lia que n o tem como trazer em outro hor rio e ainda o professor que trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o um contratempo danado D
102. tico na qual o pensamento era organizado conceitual dedutiva e sequencialmente num esquema que valorizava a raz o a ordem e avesso contradi o a ponto de ser capaz de desligamento objetividade e toler ncia resposta atrasada O poder da m dia reside em sua facilidade de intervir no curso dos acontecimentos influenciar a es e promover eventos porque ela capaz de produzir transmitir e receber informa o e conte do simb lico capital cultural ainda detentora de prest gio credibilidade e respeito atribu dos a seus produtores ou institui es capital simb lico BOURDIEU 1997 Al m da m dia s o produtoras de bens simb licos as institui es religiosas e educacionais por possu rem compet ncias habilidades e conhecimentos capazes de constituir sentido na rela o entre os sujeitos e os textos sociais utilizando se da produ o recep o e dissemina o de a es comunicativas Considere se que as pessoas agem em contextos espec ficos em busca da consecu o de objetivos diferenciados segundo um conjunto de circunst ncias dadas as quais lhes oferecem inclina es e oportunidades distintas 14 e nas quais ocupam posi es diversas Quando h institucionaliza o dessas inst ncias produtoras de sentido ou bens simb licos as pessoas ficam sujeitas a regras recursos e rela es diversas e determinados pelo poder que cada uma tem Como o poder n o se restringe ao Estado mas d
103. transforma em produto da ind stria cultural reproduzindo outra vez a ideologia dominante nesse sentido que o sistema de ensino apostilado contribui para a tutela e adapta o social e sua inser o como produto da ind stria cultural ocorre assim Pela fragmenta o do conhecimento esse sistema compartimentaliza o saber O conte do do ensino dividido em cadernos que por sua vez s o subdivididos em mat rias com aulas seguindo uma numera o durante o ano letivo As aulas s o esquem ticas ou com textos explicativos que n o d o margem a analogias e consegientemente a uma discuss o mais aprofundada Os exerc cios propostos ao final de cada aula servem apenas para testar o conhecimento dito mais importante segundo a perspectiva do sistema O mais grave a impress o que as apostilas passam de que esta maneira de organizar o conhecimento mais pr tica dando a sensa o de que todo o conhecimento a ser atingindo est contido naquelas poucas p ginas MOTTA 2001 p 5 T2 No discurso os elaboradores das apostilas argumentam que estas s o s um meio para o professor poder discutir debater e analisar o assunto ministrado Mas como subverter sua l gica quando o n mero de aulas vencido considerado como xito do professor e aprova o do aluno Ao fragmentar o conhecimento a apostila incapacita o indiv duo a compreend lo globalmente as causas e os processos as conseq ncias e os contex
104. trata de desenvolvimento e at mesmo de capacita o para o trabalho entendido democraticamente isto com o objetivo de estender a aquisi o dos saberes intelectuais materiais e culturais igualitariamente para todos MOTTA 2001 p 2 Decerto esse mercado pode produzir nas pessoas a sensa o de efici ncia potencial utilidade Mas como a configura o da vida ampla o ser humano requer mais que produ o e consumo Nesses termos desvendar a rela o entre estrutura capitalista e educa o exige ter em mente como clareza que a ideologia do capital se dirige ao lucro e ao poder Portanto munir o ser humano de compet ncias apenas para superar os desafios do mercado seria validar a perpetua o da l gica capitalista na movimenta o e nas atribula es da vida p s moderna a pessoa aceita s indiretamente sua condi o de classe mas o far de prontid o se a pr pria educa o ideologicamente forjada prepar lo s para o mercado Vencendo o pessimismo advindo da id ia de que as institui es sociais reproduzem a l gica do capitalismo e as estrat gias de domina o das elites Gramsci desenvolve a id ia de contra hegemonia analisada por Freitag 1986 p 38 Segundo essa autora A escola como institui o pode iniciar um movimento contra hegem nico assumindo um papel estrat gico de mudan a Segundo Gramsci o Estado n o sendo autorit rio permite que a sociedade seja um campo aberto para circula
105. um est gio pr nacional LOUREIRO 2003 p 28 Destaca Rouanet 1997 p 11 que como forma de reagir massifica o fruto do conformismo dominante na sociedade as pessoas tentam mergulhar no coletivo numa demonstra o de nostalgia do aconchego comunit rio uma busca de raizes de identidades grupais Para esse autor o mal estar na p s modernidade resulta de rejei o ao projeto iluminista que objetivava emancipa o da humanidade mediante um conjunto de valores e id ias consubstanciados em tend ncias como o racionalismo o individualismo e o universalismo ROUANET 1997 p 9 Cansado do mundo moderno o homem contempor neo se convence de que transita para o algo novo mas essa convic o n o passa de desejo Assim consci ncia p s moderna n o corresponde uma realidade p s moderna Nesse sentido ela um simples mal estar da modernidade literalmente falsa consci ncia porque a consci ncia de uma ruptura que n o houve Ao mesmo tempo tamb m consci ncia verdadeira porque alude de algum modo s deforma es da modernidade Essa a verdade do p s moderno Sua ilus o a tentativa de reagir s patologias da modernidade atrav s de uma fuga para frente renunciando a confrontar se concretamente com os problemas da modernidade ROUANET 1997 p 268 69 Al m de desvalorizar a import ncia da vida religiosa e moral no cotidiano a primazia da racion
106. via divulga o em tev em hor rio nobre e adequado faixa et ria dos alunos para se promover Diretora Olga As experi ncias e receitas que v m como atividades de sala de aula na apostila exigem a compra de ingredientes e material por isso ou a escola compra ou pede aos pais Numa escola onde os pais t m menor poder aquisitivo isso se torna um problema Diretora Ana L cia A escola tem que seguir porque existe cobran a dos pais que querem retorno do dinheiro investido na aquisi o do material renovado a cada dois meses Diretora Ana L cia O aluno que tem dificuldades em acompanhar o conte do sofre quando v que todos v o receber a nova apostila e ele n o Ent o a escola em geral entrega lhe a nova apostila e pede aulas de refor o para vencer a anterior Isso encarece para os pais que t m de levar o aluno extra hor rio e para a escola que precisa disponibilizar professor de refor o Diretora Ana L cia As reuni es semestrais eram interessantes pela troca de id ias que produziam sobretudo porque se sentem isoladas mas muito caras para a escola que arcava com passagens e estadia de todos Diretora Ana L cia Por esse motivo a professora considera o material inadequado aplica o nas escolas p blicas onde as crian as n o vivem essa realidade Concordo viajar de avi o com a fam lia toda para Foz do Igua u realidade para poucos brasileirinhos e para professores
107. 4 p 2 no entendimento de Marx a escola faz parte da din mica da sociedade produtora de mercadorias desse modo tal como ocorre em todas as microestruturas desta sociedade Tamb m ela permeada por contradi es sem negar a din mica que comp e Muitas vezes o saber apropri vel na escola tem sido isentado de interpreta es e discuss es sociais contempor neas ou classistas Ensinam se gram tica matem tica ou ci ncias naturais mas tal ensino se prende quase exclusivamente ao contorno metodol gico desses saberes n o h preocupa o de que de fato fa am sentido para o estudante Assim a contribui o escolar para a sonhada constru o hist rica do proletariado n o ocorreu como se esperava mais que isso a escola n o conseguiu ser o espa o importante da socializa o do conhecimento articulado com as necessidades sociais e profissionais da popula o Num tempo de incertezas exclus o e viol ncia em um mundo onde a aprendizagem das pessoas est em toda parte e todos os tempos preciso manter viva a esperan a de transforma o que pressup e a consci ncia reflexiva de cada um e do mundo em busca do exerc cio de uma auto tica MORIN 2001 que complexa e entende o humano como ser que se relaciona e vive em comunidade Tamb m preciso cada vez mais que a condi o primordial da exist ncia humana seja a aceita o do outro compreend lo com aten o e amor o que sup e mudan a
108. 5 Dispon vel em www pedrodemo sites uol com br textos apostila html Curiosamente livros de conte do religioso ainda ocupam grande parte da atividade de leitura entre pessoas alfabetizadas em n vel rudimentar e b sico no Brasil Aquelas alfabetizadas em n vel pleno preferem a fic o sejam hist rias rom nticas de aventura ou policial nesse segundo caso tamb m aumenta a propor o de leitura do livro did tico que se torna ferramenta de aprendizagem e dos livros de auto ajuda e orienta o pessoal Na tentativa de evitar que alunos sejam v timas do instrucionismo o professor teria de promover de fato a autonomia pois esta sup e mais consci ncia sensibilidade e seguran a em suas atividades muito al m de meras reivindica es via luta sindical por sal rios e condi es de trabalho melhores Tenho visto muitos discursos e pouca a o nesse sentido muitos professores agem como se para afrontar o sistema fosse v lido oferecer o m nimo aos alunos Ent o acomodam se em apenas transmitir o que j est pronto em apostilas ou livros did ticos quando na verdade a verdadeira profissionalidade se consolidaria na busca constante de investimento em sua pr pria qualifica o e forma o O ponto de partida a auto valoriza o do professor deixar de ser lecionador GADOTTI 2004 e se sentir possuidor de import ncia social N o se pode esperar melhorias de condi es que venham de cima para baixo elas t m
109. 5 aponta a import ncia de o professor aliar o que se discute na academia com o que ele vivencia no contexto da sala de aula pela pesquisa coletiva no pr prio local de trabalho Assim ele cria condi es para resolver situa es problem ticas nos e dos pr prios contextos do coletivo com base na compreens o reflex o e an lise dos participantes bem como no interesse coletivo pela supera o dessas situa es Esse autor esclarece que O car ter formativo da pesquisa coletiva permite aos seus participantes formarem se e atuarem com pesquisadores de e na constru o de sua pr pria realidade Essa constru o de realidade vivencia a teoria pr tica da pesquisa na jun o das dimens es constituir de fato o coletivo e construir o pensamento ao respeito desse coletivo tendo em conta seus sonhos interesses suas necessidades e limites ALVARADO PRADA 2005 p 10 Repensar a forma o docente inclusive sonhos interesses necessidades e limites almejar a recria o do espa o educativo espa o que no encontro com o outro possa despertar o prazer de educar preciso recri lo sem se perder a ess ncia do ato educativo o desejo de estar com o outro compartilhar viv ncias experi ncias o mundo de buscar uma vida mais plena fundamental perguntar o que se quer ao ensinar e qual o sentido do que se ensina Sabe se que urge a necessidade de se elevar o n vel cultural t cnico e cient fico da popula o e o c
110. 6 No mundo globalizado e subordinado s leis de mercado e racionalidade econ mica a sociedade parece presa a valores individualistas consumistas afastados da tica e das ra zes culturais Perdeu se a vis o da coletividade pr requisito no o e viv ncia da cidadania que acabou ent o restrita ao direito de voto e aos direitos do consumidor Mesmo que enfatize a forma o de pessoas aptas a viverem plenamente em seu meio social o discurso pol tico e educacional atual deixa entrever falta de fundamenta o para esse conceito ou conota es que muitas vezes ocultam interesses ou os omitem porque veiculam express es que simulam espa os de atua o para classes menos favorecidas Nest r Garcia Canclini 1995 diz que o consumidor se assume como cidad o se apropriando coletivamente de bens materiais e simb licos construindo pactos de leitura e desenvolvendo o papel regulador do consumo em comunidade como forma de pertencimento 64 Segundo ele ao selecionarem e se apropriarem de bens seguem uma defini o do que se considera como valioso publicamente Por isso prop e uma compreens o do consumo e da cidadania como inst ncias conjuntas e insepar veis processos culturais pr ticas sociais que d o sentido de pertencimento Para esse autor o consumo n o mera possess o individual de objetos isolados mas uma forma de pertencimento apropria o coletiva mediante rela es de solidariedade distin o
111. 6 p 7 Na inten o de se contrapor id ia do ensino entendido como simples transmiss o de informa es a serem memorizadas sem maiores envolvimentos cr ticas e amplia es Anastasiou e Alves 2003 p 15 prop em uma transforma o do ensino em ensinagem para indicar uma pr tica social complexa efetivada entre os sujeitos professor e aluno englobando tanto a a o de ensinar quanto a de apreender em um processo contratual de parceria deliberada e consciente para o enfrentamento na constru o do conhecimento escolar decorrente de a es efetivadas na sala de aula e fora dela Nesse processo o envolvimento dos sujeitos em sua totalidade fundamental Para tanto ser necess rio superar o modelo tradicional de ensino centrado no conte do e que tem na prova o momento decisivo para o modelo dial tico Na metodologia dial tica o docente deve propor a es que desafiem ou possibilitem o desenvolvimento das opera es mentais Para isso organizam se os processos de apreens o de tal maneira que as opera es de pensamento sejam despertadas exercitadas constru das e flexibilizadas pelas necess rias rupturas por meio da mobiliza o da constru o e das s nteses devendo estas ser vistas e revistas possibilitando aos estudantes sensa es ou estados de esp rito carregados de viv ncia pessoal e de renova o ANATASIOU 2003 p 69 75 Com efeito a ensinagem di
112. 95 necess rio portanto relativizar e contrabalan ar o peso que se pode atribuir m dia ou aos pacotes que padronizam o ensino promovendo sua mcdonaldiza o e isso s poder ocorrer quando o pr prio professor tomar consci ncia de sua capacidade profissional e da necessidade de a forma o ocorrer de maneira constante coletiva e contextualizada para esse entrela amento entre educa o informa o cultura e forma o como fatores de propuls o da autonomia docente que converge este trabalho de pesquisa A quest o sempre me intrigou e incentivou meu trabalho como coordenadora pedag gica que busca melhorar as condi es de trabalho do professor associadas com o prazer proporcionado pelo ato de ensinar e conviver na escola A pesquisa busca investigar se e como os professores que trabalham em escolas que adotam os pacotes did ticos vivenciam sua autonomia e avaliar sua influ ncia na atua o e realiza o desse educador Tamb m procura compreender de que modo isso repercute no trabalho da escola na aprendizagem dos alunos e na rela o da institui o de ensino com as fam lias Seu objetivo central foi sair da teoria para buscar em campo respostas s quest es relativas suposta efici ncia praticidade e organiza o que os pacotes did ticos trazem ao ensino e sua rela o com a autonomia docente Na segii ncia elucido as bases do referencial te rico em que me apoiei para discutir es
113. 997 p 27 o mundo globalizado requer uma nova ecologia cognitiva que se traduz na cria o de novos ambientes de aprendizagem que privilegiem a circula o de informa es a constru o do conhecimento pelo aprendiz o desenvolvimento da compreens o e se poss vel o alcance da sabedoria objetivada pela evolu o da consci ncia individual e coletiva Esse enfoque e essa reflex o sup em fundamentalmente a transdisciplinaridade Embora com significados distintos certas categorias como transculturalidade transversalidade multiculturalidade e outras como complexidade e holismo tamb m indicam uma nova tend ncia na educa o que ser preciso analisar Como relacionar multiculturalidade e curr culo necess rio realizar o debate dos par metros curriculares Como trabalhar os temas transversais O desafio de uma educa o sem discrimina o tnica cultural de g nero GADOTTI 2006 p 15 Segundo esse autor o conceito de interdisciplinaridade foi desenvolvido por Paulo Freire em 1987 e 1988 dialogando com educadores de v rias reas na Universidade de Campinas empenhados num projeto de educa o popular informal GADOTTI 1998 p 16 O conceito de interdisciplinaridade surge da an lise da pr tica concreta e da experi ncia vivida do grupo de reflex o Essas reflex es foram reunidas por D bora Mazza e Adriano Nogueira e publicadas com o t tulo Na escola que fazemos 1988 No ano se
114. Adopting them affect their continuing training Such questions converge to this research s aim verifying if and how elementary education teachers perform their autonomy when they have to deal with such devices Answers to them are based on data coming from involved observation semistructured interviews and open question questionnaires Research subjects included teachers and headmasters from four private schools of Uberaba city Minas Gerais Results point out that autonomy is still viable even in non favorable contexts and that singularity and creativity are human being characteristics which stimulate action reaction and create resistance spaces Key words teacher autonomy didactic devices teacher training LISTA DE GR FICOS GR FICO 1 Composi o das despesas familiares com educa o segundo faixas e rendas 59 GR FICO 2 Propor o dos gastos familiares com educa o formal 59 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 An ncio publicit rio do Sistema Maxi de Ensino cii cciio FIGURA 2 Aluna cadastra palavra na Mesa Alfabeto para que colegas adivinhem LISTA DE TABELAS TABELA 1 Pessoas com 2 anos de idade ou mais que moram em domic lios com acesso Internet via computador em milh es ccccciii o 17 TABELA 2 Tempo mensal m dio de conex o com a Internet em alguns pa ses 11 TABELA 3 Propor o de professores segund
115. DRO 33 Conformismo social e atitude passiva ciiiiiiiiiiiiiciiirirea 201 QUADRO 34 Supress o de diversas esferas de rela es profissionais administrativas e pedag gicas neusen RE RR RP O rie a aS 202 QUADRO 35 Forma o n o especializada de professores e diretores n o h revela o apenas constata o receitas tra os da ideologia neoliberal reifica o e aliena o capitalismo ssasesensas ds cassete pe atua nes aa dera dade sa ara atada ameno 203 QUADRO 36 Uso da imagem para conquistar ciiiiiiiiiiiisererererererereea 204 QUADRO 37 Ado o de ponto de vista unilateral por ser a nica fonte de informa es vistas rapidamente e em forma de mosaico provocam um processo de aliena o 204 QUADRO 38 Temas deslocados da realidade social descontextualizados n o provocam questionamentos ou condi es de perceber seu desenrolar 205 QUADRO 39 Uso da afetividade e propostas que promovem identifica o imediata facilitar a vida trazer felicidade e praticidade com qualidade indiscut vel 206 QUADRO 40 Interesse mercadol gico uso de estrat gias b sicas da ind stria cultural simplifica o especializa o reitera o dos conte dos 207 QUADRO 41 Incentivo ao consumo cciiiisiississ estes cereeereer erre rer erra era 209 QUADRO 42 Massifica o a padroniza o i
116. DROSO BERTONI 2002 p 15 147 Muitas vezes sem perceber o homem se torna v tima da motiva o pelo lucro A ind stria cultural retira de seus produtos al m do car ter aut nomo o senso cr tico em um nivelamento cultural por baixo em que toda a cultura perde sua aura e o que havia de aut nomo em sua natureza PEDROSO BERTONI 2002 p 16 A diretora Leda deixa clara essa concep o ao explicar o uso do material no Col gio Pet nia ela justifica a falta de projetos pr prios da escola dizendo que os professores podem sim fazer adapta es mas que gostam de seguir porque os assuntos s o interligados e porque se n o seguirem n o d tempo de concluir a apostila por esse motivo s poss vel trabalhar um projeto da escola no ano todo Sobre esse assunto a diretora Ana L cia da Escola Cam lia foi taxativa disse que o sistema quando seguido risca pela escola a engessa pois a impede de desenvolver seu pr prio projeto pedag gico e faz das reuni es de professores ocasi o para discutirem a preocupa o com a aplica o de conte dos no tempo previsto para evitar problemas com pais e alunos que se desmotivam quando t m de continuar com algum tema presente no caderno anterior As escolas n o revelaram uma busca por diversifica o sob a forma de projetos pedag gicos pesquisas ou trabalhos em grupos ao contr rio h uma mobiliza o na escola quando o aluno n o acompanha o ritm
117. ETORA OLGA Escola Jasmim Trabalhar com o Sistema Positivo com seriedade demanda tempo estudo e dedica o por parte do professor que tem que estudar os assuntos da apostila em pouco tempo j que s o bimestrais acessar o site em busca de atividades e pesquisas e conhecer os cds com sugest es de atividades para escolher e utilizar as mais adequadas e interessantes PROFESSORA DARCI Escola Jasmim 156 Complemento bastante uso o portal no site para propor pesquisas e em busca de sugest es de atividades Cada aluno tem uma senha e navega para descobrir novidades e pesquisar Adoto um livro de gram tica porque meus alunos v o prestar exames para entrar em outro col gio na quinta s rie e a apostila n o traz do jeito que cai na prova que eles far o PROFESSORA MARIA Escola Jasmim A diretora da Escola Cam lia elucidou isso mais quando explicou que h essa necessidade de complementar porque a apostila incompleta porque n o tem como prever situa es pr prias da sala de aula curiosidades e necessidades de cada aluno ent o obriga o professor a buscar muita coisa fora al m de trabalhar o que tem na apostila DI RIO DE CAMPO diretora Ana L cia Ela diz ainda que outro fator exige essa dedica o al m de estudar o conte do da apostila que vem no manual acessar o portal para esclarecer d vidas e buscar outras atividades conhecer os jogos e softwares dispon veis o professor tem que procurar
118. O material Diretora Escola moderno e interessante principalmente agora com portal e tudo mas quando se utiliza percebe se que a Ana L cia Cam lia apostila incompleta como qualquer outro recurso did tico porque n o tem como prever situa es pr prias da sala de aula curiosidades e necessidades de cada aluno Mas se torna um compromisso com os pais e alunos que acreditam naquele material e acham que tudo o que o aluno deve aprender est l s que isso n o ocorre porque a din mica de cada sala diferente e o ritmo da cada aluno tamb m n o h como uniformizar Da parte dos professores havia uma primeira impress o de que seria bem mais f cil para se trabalhar tudo pesquisado e organizado Mas acabaram tendo que buscar material para complementar dentro das mesmas estrat gias do Sistema e a o material se tornou um peso ao inv s de um al vio porque tinham que venc lo e ainda adequar outro material para o que queriam trabalhar e n o se adequava Os projetos da escola deixaram de existir o Sistema engessa a pr pria escola que v sua filosofia e seu Projeto Pol tico Pedag gico inviabilizados porque a preocupa o passa a ser o Sistema e o material que disponibilizam afinal ele vence no final do bimestre e o aluno quer o novo n o Para mim a apostila inibe a autonomia do professor principalmente na Educa o Infantil onde os prazos t m que ser muito flex veis e os objetivos adequados turma
119. OM Professora Helena Margarida A inten o percebida pela diretora foi facilitar lhe a vida e ser mais uma propaganda da escola mas quando afirma que a escola integrante de uma rede forte e competente a propaganda para o Sistema Positivo Diretora Olga As escolas ao se divulgarem por meio dos outdoors sugeridos na verdade divulgam o Positivo sem custo para o pr prio Diretora Olga Enviar CDs para facilitar o trabalho em sala de aula e nas datas comemorativas parece facilitar a vida do professor quando na verdade inibe sua criatividade e a possibilidade de participa o criativa e contextualizada dos alunos Diretora Olga Evid ncia do interesse do sistema em se mostrar al m de muito eficiente e moderno tamb m humanit rio e sens vel como verdadeiro companheiro confi vel na jornada do mestre Diretora Olga Todas as professoras consideram que o uso do material do pacote de ensino motiva os alunos por trazer atividades l dicas interessantes e modernas o que facilita seu trabalho O sucesso do aluno e do pr prio professor consegii ncia do pacote adotado Aparecida Essa pesquisa a que se referem s o as atividades de descoberta proporcionadas pelo portal do Positivo Mirian Em nenhuma escola houve relatos de pesquisas feitas fora do material do pacote revistas jornais ou atrav s de entrevistas na fam lia e comunidade As professoras enfatizam o as
120. S Osmar Direito de antena e a democratiza o dos meios de comunica o Bras lia IESB 2007 Dispon vel em lt http www direitoacomunicacao org br novo index php gt Acesso em 13 dez 2006 GONDIM Sonia Maria G FRASER Marcia Tourinho D Da fala do outro ao texto negociado discuss es sobre a entrevista na pesquisa qualitativa Paid ia Cadernos de Psicologia e Educa o v 12 n 24 149 61 2002 Dispon vel em lt http sites ffclrp usp br paideia artigos 28 03 htm gt Acesso em 20 jul 2006 GUZZO Valdemir A reflex o filos fica na educa o UNIrevista Caxias do Sul v 1 n 2 p 67 78 abr 2006 HABERMAS Jiirgen T cnica e ci ncia enquanto ideologia In BENJAMIN Walter HORKHEIMER Max ADORNO Theodor HABERMAS Jiirgen Textos escolhidos S o Paulo Abril Cultural 1980 p 313 43 HARVEY David Condi o p s moderna uma pesquisa sobre as origens da mudan a cultural S o Paulo Loyola 1992 HERRMANN F bio Mal estar na cultura e a psican lise no fim do s culo In JUNQUEIRA FILHO Luiz Carlos Uch a Org Perturbador mundo novo S o Paulo Publifolha 2005 HOBSBAWM Eric Era dos extremos o breve s culo xx 1914 1991 S o Paulo Companhia das Letras 1995 IANNI Ot vio Teorias da globaliza o S o Paulo Civiliza o Brasileira 1997 IBOPE 2007 Dispon vel em lt http www ibope com br calandra Web servlet CalandraRedirect temp 6 amp proj PortalIBOP E amp pub
121. Se nos Estudos Culturais a cultura uma arena um campo de luta em que o significado fixado e negociado as escolas sua maquinaria seus curr culos e pr ticas s o parte desse complexo O curr culo sendo constru do culturalmente reflete o resultado de um embate de for as e seus saberes e pr ticas investem na produ o de tipos particulares de sujeitos e identidades sociais COSTA 2005 p 118 Em sua fase contempor nea os Estudos Culturais come aram a dar mais aten o a quest es de pol tica cultural e regula o pelos processos de governamentalidade conceito com que Michel Foucault 1988 se refere s t ticas e t cnicas de governamento nas sociedades modernas e liberais inclusive formas de educa o que privilegiem as tecnologias do eu formando cidad os que v o exercitar o autogovernamento A perspectiva culturalista tem feito um esfor o consciente no sentido de se romperem os limites do sistema econ mico pol tico marxista mais estruturalista que via a cultura meramente como a superestrutura do sistema capitalista onde tudo era determinado em ltima inst ncia pela estrutura da base econ mica Sempre tem havido aqueles que insistem na import ncia pol tico econ mica nos Estudos Culturais Garnham 1983 1990 1997 e seria ing nuo ignorar a import ncia de fatores como a posse de meios de comunica o e o alinhamento dos conte dos midi ticos a favor de poderosos interesses Este p
122. UNIVERSIDADE DE UBERABA E PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCA O FERNANDA BORGES DE ANDRADE OS PACOTES DID TICOS E A AUTONOMIA DO PROFESSOR Uberaba MG 2008 FERNANDA BORGES DE ANDRADE OS PACOTES DID TICOS E A AUTONOMIA DO PROFESSOR Disserta o apresentada ao Programa de Mestrado em Educa o da Universidade de Uberaba como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre em Educa o sob orienta o da Profa Dra C lia Maria de Castro Almeida Uberaba MG 2008 Cataloga o elaborada pelo Setor de Refer ncia da Biblioteca Central da UNIUBE Andrade Fernanda Borges de A24p Os pacotes did ticos e a autonomia do professor Fernanda Borges de Andrade 2008 219f il Disserta o mestrado Universidade de Uberaba Programa de Mestrado em Educa o 2008 Orientadora Profa Dra C lia Maria de Castro Almeida 1 Professores forma o 2 Pr tica de ensino 3 Autonomia docente 4 Did tica pesquisa 1 Universidade de Uberaba Programa de Mestrado em Educa o II Almeida C lia Maria de Castro II T tulo CDD 371 12 FERNANDA BORGES DE ANDRADE OS PACOTES DID TICOS E A AUTONOMIA DO PROFESSOR Disserta o apresentada ao Programa de Mestrado em Educa o da Universidade de Uberaba como requisito parcial para obten o do t tulo de Mestre em Educa o Aprovado em 15 5 08 BANCA EXAMINADORA Prof Dr C lia Maria de Castro A
123. ZENDA 1989 p 43 4 1 Procedimentos da pesquisa e sujeitos pesquisados Meu primeiro passo ao iniciar a pesquisa foi fazer um levantamento das escolas de Uberaba que trabalham com sistema de ensino apostilado Como sabia que elas divulgam sua parceria com esses sistemas de ensino pesquisei na lista telef nica e quando n o havia refer ncia telefonava e perguntava sobre a metodologia de ensino da escola e se ela adotava livros did ticos ou apostila Percebi que as que usavam livros did ticos procuravam se justificar diziam que em breve buscariam parcerias ou ent o que faziam as pr prias apostilas Disso pude deduzir o ensino apostilado tem sido pr tica cada vez mais comum nas escolas particulares de Uberaba e mesmo as que n o adotam um sistema de fora procuram organizar seu conte do em apostilas sejam estas idealizadas e impressas por empresas educacionais ou pela pr pria escola Optei por pesquisar escolas conveniadas com o Sistema Positivo de Ensino porque este prepondera nas institui es escolares de Uberaba Identifiquei quatro escolas que usam material did tico do Positivo todas particulares todas de ensino fundamental Neste trabalho elas recebem nomes fict cios Col gio Pet nia Escola Cam lia Escola Jasmim e Col gio Margarida Ap s identificar nome e endere o delas elaborei um roteiro AP NDICE 2 para as entrevistas com base no estudo do referencial te rico sobre o tema Esse roteiro foi til quando a di
124. a o com colegas alunos e o mundo em geral Numa poca de viol ncia e agressividade a escola precisa ser um espa o privilegiado de conviv ncia n o uma ilha de paz e facilidades mas um lugar onde os conflitos ao acontecerem sejam resolvidos e n o camuflados Gadotti 1998 e Demo 2006 dizem que ao desinteresse dos alunos pelos conte dos curriculares costuma se responder com metodologia mais apropriada ou aumento do tempo de frequ ncia escola Mas h outra resposta ao problema adequar o tratamento dos conte dos isto substituir o curr culo monocultural oficial pelos curr culos multiculturais que buscam problematizar e equacionar a rela o entre transmiss o da cultura e percurso educativo dos alunos conforme a cultura deles Para Gadotti 1998 p 18 equacionar adequadamente ou n o a rela o entre identidade cultural e itiner rio educativo sobretudo para as camadas populares pode representar a grande diferen a na extens o ou n o da educa o para todos e de qualidade nos pr ximos anos As consegii ncias desse enfoque para o ensino s o enormes Trata se de estabelecer metodologias que permitam converter as contribui es tnico culturais em conte dos educativos portanto fazer parte da proposta educativa global de cada escola Evidentemente o professor de qualquer disciplina precisa ter conhecimentos antropol gicos e culturais m nimos e ter um olhar treinado para perceber as diferen as t
125. a Ali pude entrevistar as professoras Darci da 2 s rie e Maria da 4 que me permitiram ver os cadernos dos alunos e a apostila do segundo bimestre Ganhei canetas comemorativas dos rec m comemorados 25 anos da escola e um exemplar da revista semestral editada pelo Positivo Bonita colorida 153 impressa em papel brilhante de primeira qualidade ela divulga fotos e experi ncias de escolas em evid ncia no sistema Com entusiasmo as professoras me receberam e mostraram como trabalhavam em rela o parceria de forma segura e descomprometida criando atividades e usando outros materiais al m dos que prop em o sistema embora sejam as diretoras mais que as professoras quem elogia o Positivo e seus resultados no campo administrativo e pedag gico Com orgulho a diretora La s me mostrou o material as revistas os CDs e disse que os professores se sentem seguros e planejam at novidades extras Havia um ar de felicidade e entusiasmo nessa afirma o que me fez questionar comigo mesma qual seria o motivo de tal espanto com a elabora o de atividades extras pelas professoras Seria demonstra o da concep o de que a criatividade e liberdade para elaborar novas atividades ir al m das atribui es da professora ao adotar o ensino apostilado Mas n o seriam a criatividade e liberdade para elaborar atividades de acordo com as necessidades e particularidades da turma uma especificidade fundamental do of cio
126. a frente a frente Nessa linha de entendimento considerei que uma pesquisa que buscasse compreender o papel do ensino apostilado e sua interfer ncia direta na criatividade e autonomia do professor deveria ter como procedimento principal a entrevista que possibilita uma intera o do entrevistador com o entrevistado e a obten o de um conhecimento organizado com participa o de ambos no resultado final Isso porque H algo que o entrevistador est querendo conhecer utilizando se de um tipo de intera o com quem entrevistado possuidor de um conhecimento mas que ir disp lo de forma nica naquele momento para aquele interlocutor Muitas vezes esse conhecimento nunca foi exposto numa narrativa nunca foi tematizado O movimento reflexivo que a narra o exige acaba por colocar o entrevistado diante de um pensamento organizado de uma forma in dita at para ele mesmo SZIMANSKI 2002 p 14 Essa reflexividade citada pela autora cumpre ainda um compromisso tico ao ouvir a compreens o que o entrevistador teve de sua pr pria fala ele cria um movimento de reflex o em que o entrevistado pode voltar para a quest o discutida e articul la de uma outra maneira em uma nova narrativa a partir da narrativa do entrevistador SZIMANSKI 2002 p 14 A entrevista uma t cnica aplic vel na pesquisa qualitativa e na quantitativa conforme a abordagem metodol gica escolhida pelo pesquisador No caso de ele opta
127. a os pacotes tendem a transformar o ensino em mercadoria vendido pronto e organizado como se pudesse ocorrer dissociado do ritmo interesse e contexto de cada aluno cada escola e cada professor Quando n o permite s pessoas expressarem livremente individualidade e singularidade delas acaba por converter sua subjetividade num sistema totalit rio de modos de pensar agir e sentir al m de se apresentar como nica forma poss vel de express las mas n o sem dirigi las e incutir nelas uma falsa consci ncia PEDROSO 2002 140 A diretora do Pet nia deixa clara essa situa o ao dizer que os professores podem adaptar o uso do material impresso mas que gostam de seguir porque os assuntos s o interligados e mais se n o seguirem n o d tempo de concluir a apostila por esse motivo s poss vel trabalhar um projeto da escola no ano todo DIRETORA LEDA Tamb m reiteram essa situa o as respostas dadas pelas professoras quanto constata o de altera es no desempenho dos alunos com o uso do material Os alunos t m um pouco de dificuldade com o material pois as atividades fazem com que o aluno tenha que ler v rias vezes as quest es interpretar analisar para tentar chegar aos resultados ou s respostas Trabalho de acordo com o n vel de cada turma tentando adapt la ao uso do material podemos criar atividades variadas de acordo com as atividades e temas propostos pelo mate
128. a Ana L cia Basta aplicar o que est previsto no pacote e aguardar os resultados A forma o se reduz ao estudo de manuais e ao acesso ao site do Sistema Positivo N o h reflex o sobre a pr tica Estudo e forma o n o s o vistos como fonte de crescimento pessoal est o em fun o da pr tica receitas Maria Cria depend ncia que impede a criatividade do professor e n o incentiva a busca da forma o continuada Maria Mirian Margarida QUADRO 38 205 Temas deslocados da realidade social descontextualizados n o provocam questionamentos ou condi es de perceber seu desenrolar DEPOIMENTOS COMENT RIO A apostila traz atividades diferentes mas o livro did tico tamb m o faz e ainda permite adapta es durante o ano que uma apostila bimestral n o permite A crian a fica em segundo lugar o importante o que est na apostila venc la Ent o um estresse projetos ent o nem pensar Diretora Ana L cia Cam lia Sobre a opini o dos professores No come o gostaram mas depois acharam dif cil buscar material para complementar dentro da mesma id ia do sistema Exigia estudos reuni es A apostila incompleta porque n o tem como prever situa es pr prias da sala de aula curiosidades e necessidades de cada aluno ent o obriga o professor a buscar muita coisa fora al m de trabalhar o que tem na apostila Diretora Ana L cia O professor tem
129. a a desvaloriza o do magist rio FELIPE 2001 apud COSTA 2003 p 4 Ainda assim Tosta e Oliveira 2000 p 12 assinalam que alguns professores t m vontade de se informar e capacitar para a inser o da inform tica educativa demonstrando uma postura favor vel e mais aberta para se repensar o papel do professor numa realidade social e educacional da qual a tecnologia parte e qaa FIGURA 2 Aluna cadastra palavra na Mesa Alfabeto para que colegas adivinhem Fonte EDUCA O EM MOVIMENTO ano II edi o 2 dez 2007 ANEXO 1 112 h At pouco tempo atr s havia lugares apropriados para se aprender escola biblioteca laborat rio e outros Agora que as tecnologias da informa o e comunica o criaram outros espa os de conhecimento a empresa lar e outros o saber vai at as pessoas e isso transforma a concep o de ensino e escola Belloni 1998 p 88 pode esclarecer mais aqui Vale mencionar que a escola era vista at metade do s culo passado como o lugar onde as pessoas dirigiam se visando aquisi o de informa es ou seja a conquista do conhecimento Na contemporaneidade o acesso ao conhecimento est mais f cil e em tese dispon vel a todos Assim se a escola simplesmente se mantiver como transmissora do conhecimento ter seu papel social enfraquecido A escola precisa estar sempre atenta para n o se deixar ultrapassar pelas transforma es que est o ocorrendo sua v
130. a cada um deles Quando cheguei nas escolas me encararam como algu m que vai trazer mais servi o e n o como uma parceira para descobrirmos juntos maneiras modernas e eficazes de ensinar e aprender Essa resposta demonstra que de fato os professores v em o computador como algo que aumenta sua j exaustiva carga de trabalho e como uma amea a externa o dom nio das novas tecnologias Quando insisti perguntando se os professores n o se entusiasmaram com a parceria ela reafirmou N o No in cio nem sabiam o que seria Foi preciso persist ncia e paci ncia para conquist los Alguns chegaram a me dizer francamente que sempre fizeram do seu jeito e deu certo portanto n o pretendiam mudar agora Acharam que as monitoras estavam ali para vigi los atrapalh los inventar mais atividades para eles que j se sentem sobrecarregados A ades o ainda n o total aos poucos a gente vai conseguindo trabalhar com um professor aqui outro ali a respons vel pelo Positivo em Uberaba se chama Kelly temos reuni es constantes com ela e o que ou o das outras monitoras a mesma queixa os professores n o colaboram alguns se negam at a fazer o planejamento para as aulas de Inform tica acompanhar os alunos nessas aulas aprender a lidar com o computador pra voc ter uma id ia o curso j foi repetido tr s vezes esse ano 2006 porque nos primeiros poucos professores participaram medida que vai surgindo int
131. a comentava seu desejo de come ar a lecionar mas declarava sua preocupa o por n o se sentir preparada porque n o havia cursado o Normal Superior e que portanto sabia quase nada sobre metodologias de ensino A resposta da colega veio r pida e me atingiu como flecha N o se preocupe tem uma escola perto da minha casa que precisa de professores posso te indicar para o cargo e quanto inseguran a por n o se sentir preparada garanto que n o haver problemas porque l eles adotam apostila e voc s tem que seguir porque vem tudo prontinho Nem consegui ouvir a resposta da primeira porque minha mente se agitou senti me in til como um fantoche ou coisa parecida Afinal qual era a finalidade de estar ali ensinando preocupada com a elabora o de aulas participativas interessantes que fizessem os alunos pensarem discutirem e opinarem se eles sa am dali e passavam a seguir um manual 122 com aulas prontinhas produzidas por outras pessoas Onde ficavam as palavras e os exemplos dos grandes te ricos que estudaram e dos mestres que nos ensinaram Por que os docentes abririam m o do aprendizado constru do na profiss o pela associa o entre teoria e pr tica que s acontecer diante do desafio constante de planejar ensinar refletir e replanejar para melhor ensinar Como aluna do Mestrado em Educa o da Universidade de Uberaba a quest o n o me abandonou por isso se tornou tema desta pesquisa cujo foco cent
132. a municipal em 2006 3 Como foi feita a sele o para essa fun o Entrevistas e participa o no curso oferecido pelo Sistema Positivo ao final foram selecionadas cinco das seis candidatas inscritas atrav s de conv nio com o PROE e ACIU 4 Qual seria sua fun o Atuo em cinco escolas municipais que possuem a Mesa Alfabeto e Laborat rio de Inform tica 5 Todas as escola t m as mesas N o das 36 escolas 25 t m 6 Todas as que t m recebem monitoras Sim cada escola tem um professor trabalhando com a Inform tica Aplicada no Laborat rio de Inform tica e uma monitora do Positivo que elabora com os professores o planejamento e os projetos para utiliza o nas aulas de Inform tica 7 Sua fun o ent o seria fazer uma ponte entre os professores e as aulas de Inform tica Sim mas tamb m acompanhar o trabalho com as mesas educacionais em todas as turmas 8 Poderia explicar como esse trabalho acontece Trabalho revezando os dias da semana em cinco escolas municipais Converso com cada professor e pe o que me passem o planejamento de suas aulas para aquele m s a fim de que eu possa em parceria com o professor de Inform tica da escola elaborar atividades envolvendo os conte dos estudados em sala de aula 9 Quer dizer que voc trabalha em parceria com o professor de inform tica Entrevista feita em 17 de Janeiro de 2007 s 19h30 com a monitora do Sistema Positivo de Ensino Gisele que trabalha em ci
133. a nova realidade a ela se adaptam com facilidade e se desinteressam pelo modo tradicional de ensinar ainda presente nas escolas Para a autora Ana Maria Nicolaci da Costa 2003 a penetra o de novas tecnologias digitais na educa o algo que desafia os educadores mesmo que eles ainda mostrem que j assimilaram a id ia de usar computadores continuam a encontrar dificuldades em lidar com a rede mundial de computadores Sua pesquisa explorat ria de 2003 revelou que o uso da rede mundial de computadores visto por eles como mais amea ador e complexo e que essa vis o ao menos em parte causada por fatores emocionais Embora usem a Internet como um instrumento de trabalho principalmente para pesquisas seu uso para objetivos educacionais parece ser uma fonte de conflitos internos porque na maior parte dos casos representaria um potencial de mudan as radicais na pedagogia tradicional vistas como uma amea a ao seu papel tradicional como professoras Elas n o sabem como ser educadoras em uma sociedade em rede e isso gera muita ansiedade COSTA 2003 p 1 Ainda segundo essa autora Os resultados dessa pesquisa permitiram identificar que esses problemas podem ser tanto de ordem externa como por exemplo os relativos ao dom nio das novas tecnologias e s press es que os educadores sofrem para adot las quanto de ordem interna como por exemplo aqueles relativos redefini o do seu pr prio papel como educa
134. a o que se fa a nelas seja pelo menos em parte instrucionismo tolo permanece educa o superior certamente porque os outros n veis s o inferiores Por conta disso o acesso dificultado em particular a institui es de qualidade mais elevadas e gratuitas Ao mesmo tempo as hierarquias s o mantidas religiosamente gradua o mestrado doutorado p s doutorado professor assistente adjunto titular Ainda que se trate de elite economicamente com p s de barro ainda assim a elite intelectual DEMO 2005 p 22 No dizer de Demo 2005 p 22 ser a energia da inova o eterna o que faz do conhecimento algo t o importante pelo seu desenvolvimento mediante o que se chama hoje de pol tica social do conhecimento que a sociedade vai necessitar cada vez menos de assist ncia e cada vez mais do conhecimento que sobreponha o ser ao ter e valorize a autonomia mais que a simples sobreviv ncia de cada dia Uma pol tica social destinada a combater as desigualdades sociais e assumir a perspectiva do bem comum como direito e dever de todos seria a do saber pensar din mica das mais marcantes do c rebro humano que se tornaria cada vez mais objeto de desejo de todos Afinal o combate s desigualdades sociais exige a habilidade de confronto e rebeldia 33 Os exclu dos que s o hoje multid o cada vez mais majorit ria precisam saber conquistar seus direitos atrav s da capacidade de
135. a ortogr fica 129 no Estado de S o Paulo um quinto das 645 passaram a usar os recursos federais destinados ao setor para pagar conv nios com sistemas particulares de ensino como o Objetivo 4 Universidade Federal Latino Americana deve o COC e o Anglo ficar pronta em 2009 Apesar de n o ser ilegal as parcerias s o contestadas por especialistas j que o dinheiro p blico 5 Garoto de 6 anos aprovado em direito repassado ao setor privado e nem sempre os conv nios firmados garantem uma melhora na PUBLICIDADE qualidade de ensino 6 fol hashop ed Os munic pios compram um kit b sico que cont m apostilas para os alunos treinamentos Digite produto peri dicos para professores e planejamento pedag gico Alguns pacotes incluem avalia es da oumarca rede e fornecem ajuda pela internet As principais empresas n o divulgam seus custos mas eles variam de R 145 a R 260 por aluno ano As aulas ocorrem em escolas da rede municipal e os docentes s o pagos pelas prefeituras L compare presos J A Clique aqui i i Projeto Somir Mesmo com boa parte dos pais aprovando a medida educadores lembram que a responsabilidade Implantes Ortodontia e compre de capacitar professores elaborar projetos e oferecer material did tico deve ser dos munic pios Clareamento a Laser Escolas n o s o empresas Cada uma vive uma realidade e precisa de um projeto pr prio N o d Amplificados Folha para impor um curr culo nico diz a chefe do departamen
136. a ou a incapacidade de gerar as pr prias oportunidades DEMO 2005 p 15 numa realidade onde a formula o e manuten o do projeto pr prio de desenvolvimento dependem do manejo adequado do conhecimento da capacidade humana de inovar quando as pessoas potencializam o saber pensar Ora um saber que se voltava sobreviv ncia inventar ferramentas e armas de guerra mudou de curso quando o homem come ou a se interessar pela est tica h cerca de 50 mil anos como nos explica Demo 2005 p 16 com base nas conclus es de Klein 2002 Estudando a aurora da cultura humana Klein alega que o ser humano tornou se uma for a geol gica por conta de sua capacidade de inova o exponencial medida que colocou em marcha as potencialidades do saber pensar Em vez de ressaltar a habilidade de inventar ferramentas em particular armas de guerra e ataque aponta para a habilidade surgida por volta de 50 mil anos atr s de interessar se pela est tica encontrou contas laboriosamente bem feitas de casca de ovos de avestruz indicando que a mente humana voltava j tamb m para dimens es l dicas e est ticas essa for a geol gica que passou a participar da evolu o e hist ria do homem o impulsionou a desenvolver habilidades quase infinitas de inova o que aceleraram sobremaneira sua evolu o cultural se comparada com sua evolu o anat mica de ritmo mais lento N o foi o desenvolvimento anat mico que fez
137. a resultado shtml gt Acesso em 8 set 2007 WELSCH Wolfgang Estetiza o e estetiza o profunda ou a respeito da atualidade da est tica nos dias de hoje Porto Arte Porto Alegre ed da UFRGS v 6 n 9 p 7 22 maio 1993 WOOD J NIOR Thomas Fordismo toyotismo e volvismo os caminhos da ind stria em busca do tempo perdido Revista de Administra o de Empresas S o Paulo p 6 18 set out 1992 ZEICHNER Kenneth M Alternative paradigms on teacher education Journal of Teacher Education v 3 n 34 p 1 22 maio jun 1983 ZIMBARDO Philip G A escolha humana individua o raz o e ordem versus desindividua o impulso e caos In ARNOLD W J LEVINE D Org Nebraska Symposium on Motivation Lincoln Nebraska University of Nebraska Press p 237 307 ZOHAR Danah Sociedade qu ntica S o Paulo Best Seller 2000 176 AP NDICE A ENTREVISTA COM MONITORA DO SISTEMA POSITIVO 1 Qual sua fun o na parceria da PMU com o sistema positivo de ensino Sou aluna do ltimo ano de Pedagogia da UNIUBE Universidade de Uberaba e fui contratada para exercer a fun o de monitora do Sistema Positivo como est gio remunerado atrav s de uma parceria com o PROE Programa de Oportunidades e a ACIU Associa o Comercial Industrial e de Servi os de Uberaba 2 S o quantas as monitoras S o cinco em Uberaba atuando nas 25 escolas que possuem a Mesa Educacional Alfabeto adquirida pela prefeitur
138. a seu uso como nico instrumento de trabalho e pesquisa texto oficial ou cartilha J grande o vazio da leitura na escola e no pa s como se pode observar na Tabela a seguir portanto preciso incentivar a leitura cr tica e diversificada na escola e nos cursos de forma o de professores para se promover o interesse pela pesquisa por opini es diversificadas e se instaurar o debate saud vel e democr tico precursor da autonomia dos indiv duos Tendo em vista o que foi aqui discutido qual ser o resultado do trabalho embasado na id ia de que basta ler e resolver atividades de um nico material para se adquirir conhecimento como se ele pudesse ser um pacote de consumo f A leitura questionadora a contraleitura DEMO 2006 fundamental na escola para evitar que os alunos sejam v timas do instrucionismo para que saibam estudar em v rias fontes compar las contrastar modos divergentes de argumenta o aprender que a autoridade do argumento que interessa e forma DEMO 2006 p 7 Fa o eco s palavras desse autor quando conclui que N o precisamos satanizar a apostila tamb m porque h aquelas que s o bem feitas Fariam bem para todo o professor desde que n o o atrelassem Diria o mesmo da auto ajuda nossa fragilidade espantosa ler tais livros n o precisa ser coisa do satan s Podem at ajudar desde que sejamos coerentes devem redundar em auto ajuda n o em dep
139. a um Mais recentemente analisando as consequ ncias para a cidadania da participa o crescente via consumo Canclini 1995 afirma que as cr ticas afirmam que a organiza o individualista do consumo tende a nos separar como cidad o da desigualdade e solidariedade coletivas Segundo ele pouco tem sido feito na an lise das pr ticas de consumo como forma de criar redes de interc mbio de informa o e aprendizagem do exerc cio da cidadania No dizer desse autor consumir participar de um cen rio de disputas pelo que a sociedade produz e pelos modos de us lo e mais o reconhecimento e a aceita o social dependem cada vez mais do consumo ou daquilo que se tem ou que se possa ter Ao encarar a cidadania como participa o do indiv duo nos destinos da sociedade e a educa o como instrumento principal para se alcan ar essa meta a escola teria de formar pessoas aptas a refletir sobre a sociedade para que nela pudessem se inserir cientes de sua 65 liberdade individual e sua responsabilidade coletiva O resultado seriam pessoas integradas democracia numa sociedade cada vez mais din mica e em transforma o constante Ciente do momento prop cio consolida o dessa sociedade democr tica ou seja mais justa e igualit ria Teixeira 1930 p 88 89 prop e al m da transforma o dos conceitos b sicos educacionais a reestrutura o social e moral da sociedade o conceito social de educa o significa que cuid
140. abrangente para superar a atual crise da educa o b sica no Brasil inovadora porque pretende instituir o que talvez conviesse chamar de escola cidad express o de uma pol tica educacional fortemente marcada pelo empenho em criar novos la os entre ensino e sociedade abrangente porque apresenta id ias do que se quer ensinar como se quer ensinar e para qu se quer ensinar e sobretudo indica uma escola em que se aprende mais e melhor Fonte Minist rio da Educa o e Cultura Dispon vel em www mec gov br 86 Ao professor deveriam ser dadas oportunidades de conhecer e refletir sobre sua identidade pessoal como profissional docente seus estilos e seus anseios N o poss vel pensar na pr tica docente sem se pensar na pessoa do professor e em sua forma o que ocorre n o s no percurso de sua forma o acad mica mas tamb m em sua trajet ria pessoal e profissional dentro e fora da sala de aula Mais que isso esse profissional precisa de tempo e oportunidade para se familiarizar com as novas tecnologias educativas suas possibilidades seus limites a fim de que na pr tica saiba escolher e usar com consci ncia as formas mais adequadas de ensinar dado conhecimento em determinado n vel de complexidade para um grupo espec fico de alunos e no tempo dispon vel A diferen a did tica n o est no uso ou no n o uso da tecnologia mas na compreens o de suas possibilidades da l gica que permeia a movimenta o en
141. ade total de com rcio livre mercado pois este princ pio garante o crescimento econ mico e o desenvolvimento social de um pa s Surgiu na d cada de 1970 atrav s da Escola Monetarista do economista Milton Friedman como solu o para a crise que atingiu a economia mundial em 1973 provocada pelo aumento excessivo no pre o do petr leo Propriedade que tem um mineral se romper para produzir superf cies planas com dire es definidas Na embriologia o nome da divis o celular equacional mitose no in cio do desenvolvimento embrion rio pelo qual o zigoto tamb m dito c lula ovo originar a multicelularidade do embri o Associado ao conhecimento o termo tem o sentido de ruptura ou hiato Na cena contempor nea tr s pensadores Lacan Apel e Gadamer tematizam a experi ncia do ser humano como ligada estritamente linguagem na condi o de elemento estruturador do humano Para Lacan ao come ar sua trajet ria de pensamento o sujeito j se encontra no interior do espa o de uma dobra de uma clivagem pois j aparece como resultado de uma clivagem efetivada em seu ser no momento mesmo de sua parturia o como sujeito humano F RUM FILOSOFIA 2007 Dispon vel em http www universia com br noticia materia dentrodocampus jsp not 38600 30 autonomia Noutras palavras o mal maior n o ser a fome tecnologicamente f cil de debelar mas ignor ncia ou seja a condi o de massa de manobr
142. ades Solicitei explica es sobre essas mudan as e ela explicou que cada vez mais o Sistema busca interdisciplinarizar os conte dos esclarecendo O Sistema inteiramente interdisciplinar todos os conte dos e disciplinas est o trabalhando integralmente N o encontro dificuldades apenas complemento alguns conte dos nos cademos Maria Escola Colocou ainda que o material bem completo e acrescentou Adotei uma Gram tica Jasmim porque meus alunos est o na 4 s rie e fazem provas que exigem conceitos gramaticais para entrar em outro Col gio mas n o tenho problemas com a metodologia trang ilo N o respondeu Helena Col gio Margarida As dificuldades no conte do de matem tica pois a maneira que o Mirian Col gio livro traz diferente da que ensinamos Procuro super las fazendo os Margarida cursos oferecidos pelo Sistema utilizando o 0800 e o Portal internet QUADRO 14 Quem elabora e aplica as avalia es Quando e como elas ocorrem O sistema positivo participa Como RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Os professores S o duas avalia es bimestrais escritas Arlete Col gio Pet nia A elabora o e aplica o das avalia es feita pelos professores da salaem Aparecida Col gio Pet nia suas respectivas disciplinas ocorre uma a cada m s O Sistema Positivo n o participa desta elabora o e aplica o O Sistema n o interfere na metodologia de ava
143. al tica pode ser o processo mais adequado porque busca resgatar a multidimensionalidade afetividade ang stia anseios do indiv duo aprendente na sua rela o com o meio onde vive ou seja numa sociedade inserida numa globaliza o interdependente e repleta de desafios GUINDANI 2006 p 9 Nessa perspectiva o processo de ensino e aprendizagem precisa ser compreendido num contexto em que se insiram indissociavelmente o aluno com suas caracter sticas seus sonhos e suas car ncias o conte do cient fico e cultural historicamente acumulado pela humanidade e a sociedade repleta de quest es e desafios Seja qual for o termo a ser empregado ensino ou ensinagem considero fundamental mudar a percep o que se tem do aluno como cliente da institui o ou de algu m que nada sabe e tem de ser treinado para atender a um mercado de trabalho superado Na sala de aula onde prepondera a preocupa o excessiva com treino de habilidades memoriza o repeti o e imita o ocorrer fatalmente a fragmenta o do conhecimento que dificulta a forma o de profissionais aptos a cumprir as exig ncias do modelo atual de produ o afinal vivemos um tempo que exige cada vez mais a capacidade para lidar com o flex vel e o incerto da p s modernidade Portanto servir o pouco modelos pr concebidos penso que til na vida pessoal e no trabalho ser sempre a capacidade de iniciativa criatividade e comunica o
144. al Alfabeto Ambiente diferenciado de aprendizagem integrado por m dulos eletr nicos softwares educacionais e variado material con creto Supre as necessidades pedag gicas de um amplo universo de alunos de diferentes idades n veis de conheci mento e de desenvolvimento livros palavras que desconhe am ou com as quais tenham dificuldade Depois as palavras s o cadastradas na Alfabeto e por fim as crian as realizam as atividades As escolhas dos termos bem como as dicas que os colegas recebem uns dos outros enquadram se nas classes gramaticais como substan tivos adjetivos e pronomes Ao final da competi o a profes sora determina um pr mio simb lico caixa de chocolate por exemplo para a equipe vencedora O objetivo n o eles trabalharem pelo pr mio mas sim com o desejo de aprender a escrever mais e a entender o signifi cado das palavras Eles se empolgam mesmo em participar in dependente do presente explica Edna A professora de Inform tica tamb m destacou o desenvolvi mento dos alunos A diferen a do in cio do ano para agora muita Os alunos aprendem de forma din mica Os t midos esquecem a timidez e participam contou Xeque Mate No Portal Avan a Uberaba www avancauberaba com br as crian as dispu tam xadrez entre mesas e descobrem uma diverti da atividade Lucas Barba Cardoso da Silva de 10 anos frequente mente tinha problemas de indisciplina Com o xadrez aumentou
145. alidade t cnica e econ mica fortaleceu as rela es de depend ncia e subordina o de grupos cada vez maiores mediante pr ticas sociais de uma psicologia e ideologia industriais a que subjazia o apelo a uma separa o entre consecu o e execu o Enquanto Lyotard 1984 identifica o fim dos anos de 1950 como a poca em que come a a transi o para uma sociedade p s industrial e uma cultura p s moderna David Harvey 1992 p 44 afirma em algum ponto entre 1968 e 1972 vemos o p s modernismo emergir como um movimento maduro embora ainda incoerente a partir da cris lida do movimento antimoderno dos anos 60 Para Marilena Chau 1992 a p s modernidade contempor nea da crise do capitalismo na d cada de 1970 e sua tentativa de se recompor em anos anteriores o p s modernismo estaria datado a partir dos anos 70 do nosso s culo sob o efeito das mudan as do modo de produ o capitalista a chamada sociedade p s industrial e do esgotamento da principal manifesta o pol tica do s culo as revolu es comunistas CHAU 1992 p 383 No dizer de M rcia Pedroso 2004 p 1 39 Nos ltimos anos particularmente a partir da d cada de 1970 o mundo passou a presenciar uma crise do sistema de produ o capitalista Ap s um per odo pr spero de acumula o de capitais o auge do fordismo e do keynesianismo das d cadas de 1950 e 1960 o capital passou a dar sinais de um quadro cr tico
146. am em mudan as metodol gicas ou revis o da did tica ou do enfoque dado s disciplinas Diretora Leda Arlete Aparecida O pacote n o promove a reflex o sobre a pr tica do professor Diretora Leda Arlete Aparecida Todas as diretoras e professoras afirmaram ser respons veis pela elabora o e aplica o das avalia es e que o Sistema Positivo n o acompanha as avalia es nem para propor nem para adequar seu material did tico em fun o dos resultados Comprova se a a padroniza o como norma Todas as entrevistadas Percebe se que a modernidade do material vista como fator de garantia do acompanhamento da aprendizagem Darci O sucesso da aprendizagem associado forma de se pedirem e executarem exerc cios de fixa o Helena N o h momentos de reflex o e discuss o a aprendizagem individualizada sem trabalhos em grupo sem preocupa o em alterar a metodologia Helena Mirian Arlete Fica clara a postura de refazer atividades comprovando que n o h mudan a metodol gica ou reflex o sobre os fatores que possam estar interferindo na aprendizagem Arlete Aparecida O pacote n o se preocupa em melhorar o aspecto pedag gico da escola permanecem avalia es classificat rias e m dia aritm tica para notas Arlete Aparecida De novo se refazem os exerc cios como forma de recupera o e continua a mesma metodologia para todos Mirian O reduzido n mero de alunos po
147. aminho de fato passa pela escola b sica de qualidade Mas se essa educa o for sustentada s pela inova o tecnol gica e difus o da informa o ent o trabalhar com bases m nimas que poder o apenas fazer frente s novas necessidades de qualifica o profissional assentadas sobretudo no desenvolvimento de habilidades cognitivas e que atendem portanto exclusivamente l gica do mercado O novo paradigma educacional exige uma escola inteligente rica em recursos por ser um local privilegiado que permita aos alunos constru rem conhecimentos mediante projetos com assuntos que lhes sejam relevantes desafiadores e segundo estilos individuais de aprendizagem que tenha mesas para trabalhos em grupo sistema de monitoria em que haja 119 colabora o m tua locais confort veis para leitura computadores para realiza o de tarefas acad micas e comunica es digitais nacionais e internacionais bem como atividades pedagogicamente inovadoras cuja avalia o seja feita constante e serenamente na vida do aluno Nessa escola o papel do professor muda para o de guia que orienta o aluno em sua busca de informa es da verdade e que aumenta a participa o ativa e a motiva o discente para sempre aprender O professor bem preparado n o depende de manuais ou apostilas porque sabe pensar questionar e capaz de autoria pr pria N o fa o aqui uma cr tica in cua ao uso da apostila como recurso did tico mas me preocup
148. ampo das ci ncias esot ricas da chamada Era de Aqu rio por Alice Blay em 1972 para o in cio do II mil nio como uma era da supremacia da intui o sobre a raz o do feminino sobre o masculino do coletivo sobre o individual do hol stico etc e finalmente um movimento filos fico que floresce sobretudo na Fran a Como se v j temos quase meio s culo de gesta o hist rica desta era que ainda se apresenta como uma massa informe de acontecimentos e novos significados uma era sob suspeita assustadora nalguns aspectos promet ica noutros como acontece nos rituais de passagem dos grandes momentos hist ricos Sem querer cair no absurdo das compara es de pocas estamos dentro de um per odo hist rico parecido com o da Renascen a de profunda virada de mesa que revolve algo mais complicado a cosmovis o de uma poca PEREIRA 2000 p 1 Segundo Mike Featherstone 1995 p 54 o termo p s modernismo foi empregado primeiramente em 1934 por Frederico de Onis para indicar uma rea o de menor import ncia ao modernismo aqui caracterizado como movimento cultural que come ou no s culo XIX a express o foi usada tamb m por Arnold Toynbee em 1947 para se referir a um novo ciclo na civiliza o ocidental Outro pioneiro no emprego do termo foi Jean Fran ois Lyotard para quem a condi o p s moderna se caracteriza pelo fim dos grandes esquemas explicativos da modernidade em
149. anhar dinheiro com educa o no Brasil mas tamb m reve la os limites desse neg cio A receita de sucesso do Positivo co me a pelo estilo de seu criador o ex professor de Matem tica Oriovisto Guimar es Aprendi a ser um empre s rio como outro qualquer Para dar certo o grupo tem de gastar menos do que recebe e remunerar seus aclonis tas diz Oriovisto A receita simples do empres rio n o por m recebida com naturalidade nas escolas Entre professores e educadores dono de es cola chamado de mantenedor Em pres rio palavr o H 30 anos quan do surgiu o Positivo era ainda pior Oniovisto n o se importou Desde o co me o trouxe professores de cursinho de S o Paulo com sal rios de executi vos de multinacional Tamb m foi pio neiro ao fazer merchandising de seus cursos na novela das 8 foto Sndiga o Hoje em dia a vis o dos mantenedo res de escolas come ou a mudar Nos ltimos anos o setor assistiu a uma quebradeira geral nas escolas particu lares de ensino m dio H institui es de mais e alunos de menos para pagar No ensino superior a situa o melhor mas algumas universidades se v em obrigadas a reestruturar se para sobre viver O exemplo mais recente a PUC de S o Paulo Ela planeja demitir 30 do corpo docente para sair da crise fi nanceira Para alguns especialistas em gest o educacional o Positivo conse guiu enxergar h tr s d cadas
150. antes Arlete A dificuldade dos alunos n o vista como resultado da descontextualiza o ou fragmenta o dos conte dos ao contr rio porque exige interpreta o an lise para tentar chegar ao resultado esperado pelo sistema Aparecida Outra vez o m rito do material ele que leva o aluno a raciocinar Darci Espetaculariza o como motiva o da aprendizagem Darci Arlete A reflex o em sala de aula ocorre pelo uso da metodologia sugerida e n o pelas discuss es em torno das necessidades e dos interesses da turma Nesse caso as professoras consideram como poss vel a apostila retratar a viv ncia e o cotidiano dos alunos tendo em vista seu interesse premiado na apostila pelos temas propostos e trazidos de forma interessante e moderna Mirian Helena Darci QUADRO 36 204 Uso da imagem para conquistar DEPOIMENTOS COMENT RIO Viu em propagandas ligou e solicitou a presen a de um representante que veio e explicou o processo Diretora Leda Pet nia Viu numa propaganda ligou e pediu uma visita para esclarecimentos Eles vieram trouxeram orienta es e material para an lise Diretora Ana L cia Cam lia Atrav s de uma propaganda numa revista se interessou e ligou para um primeiro contato entusiasta do Sistema Positivo Adoro os encontros semestrais o material apostilado os CDs as publica es o site tudo Diretora La s Jasmim J conhec a
151. anto mais liberdade e direitos eu tiro do outro mais limitados ser o meus direitos e minha liberdade Boff 1994 se refere cidadania planet ria enfatizando suas repercuss es na educa o tendo em vista que requer a constru o de um novo paradigma fundado na id ia de totalidade que entende o universo o sistema terra o fen meno humano como totalidades org nicas e din micas express veis em conjunto pelo uso de an lise e s ntese no princ pio da complementaridade segundo o qual a realidade se mostra como part cula e onda energia e mat ria ordem e desordem caos e cosmos que se complementam e onde se entende caos como generativo e n o como ca tico simplesmente na concep o de rela o percebendo o universo como uma teia imensa de rela es onde tudo tem a ver com tudo e os seres est o entrela ados numa teia de relacionamentos gerando a necessidade de se compreender o universo relacional na no o de interdepend ncia como parte de um universo relacional no 3 Leonardo Boff defende uma mudan a de paradigma do pensamento no mundo globalizado dando um significado fundamental teologia latino americana no contexto da crise ecol gica e do crescimento da consci ncia de pluralismo religioso Representa uma das express es mais importantes da Teologia da Liberta o BOFF 1994 100 qual somos seres interligados interdependentes portanto com autonomia relativa tendo em vista que estamos inter relaci
152. anto mais os problemas se tornam multidimensionais maior a incapacidade de pensar sua multidimensionalidade quanto mais a crise progride mais progride a incapacidade de pensar a crise quanto mais planet rios tornam se os problemas mais impens veis eles se tornam Uma intelig ncia incapaz de perceber o contexto e o complexo planet rio fica cega inconsciente irrespons vel Portanto o problema do conhecimento n o pode se restringir s a fil sofos ou professores mas tamb m a todas as pessoas que t m de consider lo desde cedo e explorar as mais diversas possibilidades de erro para que assim tenham condi es de perceber a realidade Afinal n o existe sa da milagrosa nem material did tico perfeito e completo Morin 1998 salienta que fundamental o educador perceber que as pessoas n o se definem s pelo trabalho n o se vive apenas em fun o do interesse econ mico al m de Homo economicus as pessoas s o Homo ludens Por isso adoram desafios jogos e brincadeiras tamb m h nelas o Homo mitologicus que as faz viver em fun o de mitos e cren as Numa palavra o homem prosaico e po tico por isso esse autor considera o mundo correspondente a um complexo trinit rio formado pela psicosfera pela sociosfera e pela noosfera imerso na natureza biosfera e no cosmos Neste meio o mundo antropossocial ou antroposfera tamb m biol gico num sentido amplo e suas partes s o definidas como segue A
153. ao infinitamente grande um novo universo se descobre se desvela se cria em seus movimentos regulares e ca ticos N o se pode negar que as novas tecnologias trouxeram avan os para o conhecimento mas preocupa e levanta questionamento sua capacidade de condicionar as pessoas por meio desses ve culos de informa o que circulam em tempo real no mundo globalizado p s moderno Na opini o de L vy 1999 p 7 Os antecedentes do conceito de sociedade da imagem remontam d cada de 1960 na Fran a atrav s das formula es pioneiras de Guy Debord o vision rio cineasta fil sofo e militante pol tico Debord 1997 sustentava que a onipresen a dos meios de comunica o de massa e suas encena es espetaculares ampliavam a coisifica o e reifica o Posteriormente Baudrillard op cit adicionou que a produ o de realidade a partir de narrativas midi ticas criava um mundo de simulacro que dispensava a experi ncia vivida FRIDMAN 1999 p 363 Sobre a id ia de simulacro diz Herrmann 1997 apud GOMES 2007 s p que a crise da cren a na realidade acaba afetando a identidade do sujeito e que na impossibilidade de sustentar o mundo em que vivemos instaura se o regime da farsa que a forma l gico emocional que subjaz moralidade contempor nea 36 Na poca atual a t cnica uma das dimens es fundamentais onde est em jogo a transforma o do mundo h
154. aparece uma preocupa o com as quest es sociais com a presen a dos temas transversais como proposta pedag gica e a participa o de intelectuais progressistas por outro h todo um car ter de adequa o ao sistema de qualidade total e a retirada do Estado importante recordar que os PCNs surgiram j no in cio do 1 mandato de FHC Fernando Henrique Cardoso quando foi reunido um grupo de intelectuais da Espanha Chile Argentina Bol via e outros pa ses que j haviam realizado suas reformas neoliberais para iniciar esse processo no Brasil A parte considerada progressista n o funciona j que a proposta n o vem acompanhada de pol ticas que assegurem sua efetiva implanta o ficando na depend ncia das inst ncias da sociedade civil e dos pr prios professores SANTOS ANDRIOLI 2005 p 13 A qualidade total ao estilo das empresas privadas aplicada at nas escolas p blicas a partir de 1980 est alheia ao conhecimento cr tico mas n o produtividade e efici ncia representadas pelo resultado m ximo com custo m nimo A pr pria linguagem traduz a 126 mudan a com termos de conota o pol tica neoliberal como egiiidade social em lugar 2 No mbito internacional iniciou se com a cria o pelo Programa das Na es Unidas Para o Desenvolvimento PNUD do ndice de Desenvolvimento Humano IDH constitu do por tr s indicadores a Expectativa de Vida b N vel de Instru o c Renda E desen
155. aplicar o que est previsto no pacote e aguardar os resultados A forma o do professor portanto reduz se ao estudo de manuais e ao acesso ao website do Sistema Positivo n o h est mulo reflex o sobre a pr tica e a forma o permanente vista apenas como possibilidade de renovar a pr tica por meio de novas receitas Assim n o h revela o s constata o 5 Ado o de um ponto de vista unilateral por serem a nica fonte de informa es 6 7 vistas com rapidez e em forma de mosaico o que desencadeia um processo de aliena o O uso do pacote d aos professores a sensa o de seguran a por entenderem que ele cont m tudo que o aluno precisa saber Os professores n o s o incentivados a pesquisar outras fontes de conhecimento Por outro lado o conte do tem de ser visto rapidamente porque tem data de vencimento o fim do bimestre visto que a apostila deve ser desenvolvida em um bimestre Presen a de temas deslocados da realidade social que portanto n o incitam questionamento nem d o condi es de se perceber seu desenrolar a longo prazo N o h contextualiza o porque o que o aluno pensa ou traz como bagagem cultural n o visto como importante logo n o discutido em sala de aula alunos e professores devem se adaptar ao material Uso da afetividade e propostas que promovem identifica o imediata facilitar a vida trazer felicidade e praticidade com qualidade indiscut
156. ar o ambiente da escola nas paredes e nos murais nenhum trabalho exposto de forma que n o pude recolher pistas sobre a metodologia ou recursos did ticos atrav s da an lise de trabalhos e escrita de alunos e professores Confirmei a utiliza o de aulas expositivas acompanhadas de exerc cios na apostila em todas as turmas naquele hor rio Havia tr s alunos assentados no ch o da secretaria onde nervosos aguardavam para serem introduzidos na sala da dire o e serem repreendidos aos brados como ocorria com o colega que l se encontrava De onde estava eu ouvia os brados da diretora que muito alterada perguntava ao aluno o que ele vinha fazer na escola Ao que ele respondia em tom nervoso por m mais baixo n o me permitindo perceber as palavras com algo que a levou a repreend lo falando alto novamente exigindo respeito e lhe perguntando quem ele pensava que era para falar assim e dizendo que s entraria no dia seguinte com os pais N o pude mais ouvir o que se passava na sala da dire o pois mesmo n o sendo hor rio de recreio por passar de 11h uma turma de aproximadamente 12 alunos na faixa et ria de 10 11 anos chegou ao p tio sem ningu m que os acompanhasse e se puseram a correr subindo na mesa de pingue pongue e nos bancos em volta que serviam de pique Fiquei temerosa de que ca ssem ou trombassem uns nos outros e se machucassem muito pois subiam e desciam tr s degraus que separam o corredor das salas
157. ar siso ra ig da de SANDRA ii 219 INTRODU O Na sociedade contempor nea presenciamos mudan as profundas e irrevers veis cujo marco uma tend ncia cont nua ao desenvolvimento tecnol gico acelerado no mundo globalizado permitindo a intera o dos sujeitos em diversos pontos simultaneamente a qualquer tempo e numa rede que cobre todo o planeta Al m de alterar as rela es entre Estados sociedades e grandes conglomerados transnacionais o excesso de informa o e as novas formas de comunica o refletem se na cultura ao modificar cren as e c digos historicamente produzidos Essa cultura da virtualidade real afirma Castells 1999 traz novas vers es do que seriam a intera o interpessoal e o entretenimento a partir da m dia que tem na tev seu ve culo hegem nico e usa diferentes recursos t cnicos para fixar e transmitir conte dos simb licos aos receptores A explica o para essa superioridade da tev como meio de comunica o de massa deve considerar a id ia de que as pessoas s o atra das para o caminho de menor resist ncia sobretudo nas condi es da vida moderna ou p s moderna quando ap s um dia de trabalho fatigante n o se encontra alternativa de envolvimento pessoal ou cultural Nasce assim a audi ncia pregui osa marcada pela s ndrome do menor esfor o que indica uma ruptura hist rica na capacidade de pensar at ent o dominada pela mente tipogr fica e pela ordem do alfabeto fon
158. artes ao todo e este quelas o que invi vel quando se usa em sala de aula um s recurso did tico a exemplo de escolas que adotam apostilas preparadas por especialistas trocadas a cada bimestre for am alunos e professores a trabalharem com tempo demarcado para vencer seus conte dos O ensino decerto fonte de conhecimento e saberes por m nunca se ensina o que de fato pois o conhecimento segundo Morin 2001 nunca um reflexo ou espelho da realidade sempre uma tradu o seguida de reconstru o Portanto o que se t m s o percep es reconstru es tradu es da realidade as quais s o pass veis de erro Esse autor alerta para o fato de n o haver diferen a intr nseca entre o que seja uma percep o ou uma alucina o pois se acredita piamente que o que se v ou sente a verdade logo s o os outros que v o dizer se o que o sujeito v verdade ou n o Por exemplo na leitura N s sabemos que n o seguimos a linha do que est escrito pois s vezes nossos olhos saltam de uma palavra para outra e reconstr i SIC o conjunto de uma maneira quase alucinat ria Neste momento o nosso esp rito que colabora com o que n s lemos E n o reconhecemos os erros porque deslizamos neles O mesmo acontece por exemplo quando h um acidente de carro As vers es e as vis es do acidente s o completamente diferentes principalmente pela emo o e pelo fato das pessoas estarem
159. as empresas de servi o fora do controle imediato da grande ind stria o que gerou uma resposta de produ o mais r pida e flex vel O sucesso das f bricas japonesas que operavam no sistema de produ o just in time e a crescente flexibilidade nos contratos entre empresas e fornecedores de servi os transformaram a esfera do trabalho do sistema produtivo e do sistema financeiro A imagem do trabalhador ideal segundo Thiago Moraes e Maria Nascimento 2002 p 7 j n o seria mais aquela de especialista do detalhe presente nas f bricas tayloristas o trabalhador disciplinado Os perfis passariam a ser m ltiplos vari veis transform veis enfim flex veis O que se espera que sejam capazes de operar transforma es e que possam se esfor ar para acompanhar o fluxo incessante de produ o da multid o A padroniza o do conhecimento visava facilitar o gerenciamento e o controle incentivando considera es de ordem pr tica em detrimento do trabalho intelectual cr tico Na escola e na vida social surge o dom nio de uma orienta o behaviorista cuja consequ ncia s o a especializa o e o refinamento metodol gico que passam a embasar o desenvolvimento competente do professor Para Lipovetsky 1983 nesses tempos p s modernos h um sentimento de incerteza relativa ao mundo consequ ncia de uma muta o sociol gica global que instaura um processo de personaliza o que rompe com a ordena o a disciplina e
160. as escolas pr prias e 2 6 mil escolas conveniadas al m dos 380 mil pacotes vendidos em 2005 Segundo os especialistas o m rito do professor Oriovisto Guimar es fundador do Positivo tratar educa o como um neg cio qualquer e que tem que dar lucro 152 de um grupo de alunos s ao material did tico porque s um recurso uma ponte como poder o ser a Internet a tev e os jogos provenientes de um software ou videogame Qualquer recurso did tico ser bom ou ruim conforme sua aplica o na sala de aula e a capacidade do professor de minimizar seus defeitos e potencializar as qualidades que v o influir a pr tica docente e a vida dos alunos Se o professor se restringir ao ensino fragmentado e aos resumos seja de apostilas ou qualquer outro material a aprendizagem estar comprometida Por isso fun o do professor elucidar o aluno para que este saiba que nem tudo da apostila tem de ser aprendido ou discutido porque o conhecimento n o se restringe a livros manuais c enciclop dias ou Internet ele vida e se constitui na intera o do ser humano com as informa es e viv ncias que adquire a todo momento e em todo lugar A escola local de trocas humanas onde se deve propiciar a oportunidade de transformar informa es em conhecimento e construir valores e conceitos na intera o com o outro Isso requer uma pr tica educacional que promova aprendizagens significativas orientadas aos interess
161. as imagens e a forma como as id ias os valores e as mensagens s o anunciados e transmitidos Ali s elas os usam para saber o que devem consumir e buscam por meio deles perceber como realidade e fic o s o apresentadas claro que isso tudo interfere na maneira de se viver e conviver no mundo por isso os meios de comunica o em especial a m dia s o produtores de sentidos sociais 80 O papel das institui es da m dia t o fundamental e seus produtos s o t o onipresentes na vida cotidiana que n o se consegue mais imaginar o que seria viver em um mundo sem livros jornais celulares r dio e sobretudo televis o ve culos nos quais as formas simb licas s o rotineira e continuamente apresentadas a n s Dia a dia semana a semana jornais esta es de r dio e televis o nos apresentam um fluxo continuo de imagens informa es e id ias a respeito dos acontecimentos que t m lugar para al m do nosso THOMPSON 1995 p 179 Como v o al m do entretenimento e da simples informa o os meios de comunica o produzem e veiculam sentidos que ensinam s pessoas modos de ser e estar em sociedade e esse aprendizado de valores concep es e representa es Fischer 2002b p 151 chama de dispositivos pedag gicos da m dia pedag gicos porque veiculam sentidos e auxiliam na constru o de ressignifica es Eis por que a m dia um espa o de forma o que crian as jovens
162. as possibilidades de comunica o ou ferramentas do processo educacional tendo em vista que isso seria apenas uma esp cie de moderniza o conservadora na qual se muda o instrumento mas se mant m a metodologia e o foco conteudista Por incr vel que pare a no ranking de acesso Internet o Brasil est acima de Espanha Austr lia e Su a TABELA 1 E mais se o n mero de brasileiros com acesso rede menor se comparado m dia de outros pa ses enorme em rela o ao tempo que as pessoas dedicam ao uso da rede mensalmente em outras na es TABELA 2 TABELA 1 Pessoas com 2 anos de idade ou mais que moram em domicilios com acesso Internet via computador em milh es 2005 2006 2007 2 TRI 3 TRI 4 TRI 1 TRI 2 TRI 3 TRI 4 TRI 1 TRI 2005 2005 2005 2006 2006 2006 2006 2007 EUA 201 6 203 5 203 8 204 4 205 5 208 211 1 208 9 PA SES Jap o 67 8 70 4 71 8 73 1 73 1 80 80 6 82 0 Alemanha 44 43 9 45 7 47 1 47 9 47 8 47 5 47 0 Reino Unido 32 8 32 9 33 3 33 5 33 8 34 34 2 35 2 It lia 27 9 27 9 27 9 27 9 27 9 27 9 27 9 29 0 Fran a 2251 21 5 22 9 23 8 24 8 26 1 ZIT 28 8 Brasil 18 3 18 9 20 21 2 21 2 21 22 1 25 0 Espanha 15 6 16 1 17 1 17 6 18 5 19 2 19 8 19 8 Austr lia 12 8 13 13 2 13 3 13 7 13 7 13 9 14 4 Su cia 6 4 6 4 6 4 Su a 4 8 4 8 4 9 5 1 5 1 5 1 5 1 5 1 Fonte adaptado de IBOPE NetRatings 2007 TABELA 2 Tempo
163. ativas concretas numa cultura voltada ao conhecimento comunica o e s habilidades pessoais sociais e profissionais Visto que a pouca atua o reflexiva e cr tica dos professores poderia ter rela o estreita com a situa o de desprest gio que o educador vive no contexto social atual fui a campo a fim de levantar a opini o de professores coordenadores pedag gicos e diretores e tentar esclarecer quais s o os fatores que levam a escola a adotar o sistema apostilado de ensino O pressuposto de que a doc ncia mediada por um pacote onde o conte do as atividades os exemplos e as diversas situa es de ensino ocorrem de forma terceirizada levou a certos questionamentos qual seria a opini o de professores e coordenadores sobre o ensino apostilado Estaria sua autonomia prejudicada Como se sentiria o educador que tem sua pr tica amarrada a uma situa o artificial e descontextualizada refletida numa apostila vinda de outra realidade e feita por especialistas de empresas distantes E a dire o escolar por que optaria por esse meio Como fica a figura do coordenador que deveria dar suporte e enriquecimento ao trabalho do professor e se v ref m do conte do da apostila 19 Os educadores e aqui me incluo precisam perceber o resultado desse processo e entender que quanto mais a educa o procura se fechar em condicionamento social mais ela se converte em mera presa da situa o social existente ADORNO 19
164. atizadora das quest es educativas Logo ao comercializar e transmitir informa es a ind stria cultural ensina modos de ser estar e se comportar que faz as pessoas se reconhecerem e se integrarem sociedade medida que consomem seus bens culturais Portanto A escola n o pode voltar as costas compreens o da ind stria cultural pois nesta s o produzidos os conte dos que informam constituem formam as disposi es mentais os procedimentos cognitivos e as principais refer ncias que ordenam o universo cultural dos estudantes e tamb m de grande parte dos professores Nesse processo deve ir al m do deciframento dos produtos do m dia instaurando um di logo entre os resultados obtidos nessas leituras e os conte dos classicamente atribu dos ao curr culo A escola est no mundo e n o pode ignor lo CORDEIRO PORF RIO RICARDI FILHO 2002 p 44 Posto isso se a escola assim como a ind stria cultural usa as propostas as pr ticas e as produ es culturais desenvolvidas pela humanidade n o se pode dizer que suas raz es sejam id nticas s dessa ind stria pois escola cabe desenvolver um trabalho 159 educacional cujo objetivo formar pessoas aptas cr tica que n o aceitem de imediato id ias impostas que experimentem constantemente a habilidade de pensar e refletir sobre o mundo para nele atuar com coer ncia e de modo a transformar a sociedade As palavras de Canclini 1995 p 65 s o ma
165. atribui grande parte do sucesso tecnol gico dos Estados Unidos EUA aplica o da pedagogia liberal progressista de Dewey que revolucionou o sistema educacional da poca ao propor t cnicas pedag gicas fundamentadas no pensamento liberal as quais conduziram a modifica es significativas no modelo educacional vigente no pa s Essas t cnicas surgiram como uma nova filosofia a chamada Escola Nova ou Escola Progressista e representaram no cen rio educacional do pa s uma oposi o ao ensino tradicional ent o em vigor com base numa nova pol tica cujo ponto de partida era o princ pio de que a escola tinha de atuar como instrumento de edifica o da sociedade pela valoriza o das qualidades pessoais individuais Para Dewey a educa o tinha de humanizar e promover transforma o social afirmava ele que a f sica a qu mica a biologia e a medicina precisavam ajudar a descobrir os sofrimentos humanos reais e concretos a fim de aperfei oar as maneiras de remedi los e melhorar a condi o humana fazendo se ci ncias morais e perdendo ent o seu sabor did tico e pedante A id ia b sica do pensamento desse te rico sobre a educa o centra se no desenvolvimento da capacidade de racioc nio e esp rito cr tico do aluno A filosofia deweyana 104 remete a uma pr tica docente embasada na liberdade do aluno para elaborar as pr prias certezas os pr prios conhecimentos Entretanto na opini o de Danah Zohar
166. autonomia humana um dos pontos mais altos da potencialidade disruptiva do conhecimento Esse seria o caminho para a forma o que desenvolveria a autonomia do professor por ser um processo educativo formativo a partir do qual se organizam momentos de esfor o 117 reconstrutivo sistem tico nos quais se aprende na condi o de autor Nesse sentido importante aprender a ler a realidade na acep o de Paulo Freire ou contraler na de Demo 1994 Dito de outro modo preciso se tornar autor do que se l n o passar por cima ou ficar ao lado do autor e sim por dentro desconstruindo e reconstruindo suas refer ncias mais importantes em forma de textos interpretativos que possam ser usados e recuperados isso seria ter autonomia na leitura e para isso o computador uma ferramenta excelente Segundo Demo 2006 p 5 nem sempre ser poss vel ao professor ler s por prazer temos que ler estudar pesquisar muita coisa que jamais fariamos se dependesse do prazer o importante a motiva o o envolvimento com que fazemos as leituras que podem superar tudo isso e conferir sentido ao esfor o N s professores ter amos de contar com a expectativa de que devendo estudar profissionalmente tiv ssemos constante motiva o para estudar Professores que n o l em estudam elaboram pesquisam n o cumprem a condi o sine qua non de um professor minimamente adequado N o sabem aprender e
167. b m dado essa oportunidade sanado as d vidas que surgiram durante o ano ap s atividades e explica es dado atividades avaliativas A professora explicou que quando havia necessidade a recupera o ocorre diariamente em sala de aula com atendimento individualizado e acrescentou Por ser um material que al m da apostila inclui um CD ROM e um site de pesquisa faz com que haja um maior acompanhamento Quanto s atividades de recupera o ela explicou que Ocorrem no final dos bimestres ou em hor rio extra durante o ano mas quase n o ocorrem porque quase como se tivessem tendo uma aula particular s o poucos alunos e o atendimento bastante individualizado ent o a recupera o acontece na sala de aula mesmo no dia a dia S o desenvolvidas novas atividades em sala no caderno Sim S o feitas duas recupera es sendo uma no meio do ano e outra no final do ano letivo onde as mesmas v m acompanhadas de um trabalho e uma avalia o QUADRO 9 Arlete Col gio Pet nia Aparecida Col gio Pet nia Darci Escola Jasmim Maria Escola Jasmim Helena Col gio Margarida Mirian Col gio Margarida Como e quando ocorrem os momentos de assist ncia pedag gica S o presenciais RESPOSTAS N o respondeu A assist ncia pedag gica ocorre quando solicitada pelo professor O professor possui um site para auxili lo no proc
168. bricas fordistas pouco male veis impossibilitando mudan as em face das transforma es cada vez mais din micas do mundo MORAES 2002 p 7 Nesse contexto o Jap o adota na f brica de automobil stica Toyota o sistema de produ o vinculado diretamente ao fluxo do consumo o just in time ou princ pio do estoque m nimo que se traduziu em vantagem competitiva para seus produtos ao captar as necessidades do mercado consumidor e se adaptar s mudan as tecnol gicas numa cadeia 14 Grande escola do pensamento econ mico contempor neo da burguesia A ess ncia de seus fundamentos foi estabelecida pelo economista ingl s John Maynard Keynes 1883 1946 em seu livro A teoria geral do emprego do lucro e da moeda 1936 Segundo Keynes a fun o do Estado impulsionar e promover o desenvolvimento econ mico com responsabilidade nos processos pol ticos econ micos e de bem estar social Welfare State e regulador com os meios de que disp e em especial seu or amento mas tamb m com o Banco Central mediante o controle da emiss o de moeda e sua a o determinante sobre a taxa de juros DONADEL et al 2006 5 Taylorismo teorias elaboradas pelo engenheiro dos EUA Frederick Winslow Taylor 1856 1915 tendo em vista o aumento da produtividade do trabalho fabril pela simplifica o ao m ximo da produ o tornando as opera es nicas e repetitivas Fordismo m todos de racionaliza o da produ o elaborados pelo industria
169. ca entre o pesquisador e o que ele estuda e tamb m os resultados do que ele estuda LUDKE ANDR 1986 p 5 A an lise do relato das diretoras e professoras das escolas Cam lia e Jasmim que t m menos alunos contam com professor nico por turma e atendem alunos da educa o infantil e ensino fundamental at 4 s rie revela que h mais facilidade quanto aos procedimentos adotados quando um aluno n o consegue acompanhar o ritmo do trabalho Nesses casos a recupera o processual e envolve monitoria entre alunos e atendimento individualizado pela professora sem necessidade de aulas fora do hor rio Mesmo assim como se observa no relato das diretoras e da professora da Escola Jasmim h uma tend ncia a se atribuir o sucesso pedag gico da escola qualidade do material oferecido pelo Positivo o relato da professora Maria registrado em meu Di rio de Campo deixa entrever isso A professora afirmou que n o tinha grandes problemas com essa quest o porque a recupera o era feita diariamente em sala de aula com atendimento individualizado e acrescentou Por ser um material que al m da apostila inclui um CD ROM e um site de pesquisa faz com que haja um maior acompanhamento Embora as professoras digam que t m liberdade para modificar o curr culo percebi que complicado contextualizar os conte dos tendo em vista as experi ncias e necessidades dos alunos Na entrevista as professoras Darci e Maria tive
170. cas Os primeiros fil sofos do Ocidente tiveram preocupa o com o aspecto educacional Os pr socr ticos os sofistas S crates Plat o e Arist teles apresentam sua argumenta o no sentido do autodesenvolvimento de cada um a partir da educa o Diferentemente da id ia tradicional de educa o como processo de desenvolvimento individual a concep o de educa o contempor nea a situa cada vez mais como processo permanente e social ao enfocar a pol tica e a ideologia Embora haja desn veis entre regi es e pa ses algumas id ias s o universalmente difundidas como a de que a educa o n o neutra come a no nascimento e se estende vida toda de que raz o e emo o se misturam na apropria o dos conhecimentos num novo sentido em que as intui es e percep es sensoriais s o valorizadas para haver compreens o real dos fatos A antiga perspectiva estrutural e linear de apresenta o e desenvolvimento metodol gico do conte do a ser ensinado n o cabe mais tampouco a perspectiva dial tica exclusiva Agora preciso trabalhar noutra l gica embasada na explora o de novos tipos de racioc nios e que enfatize possibilidades m ltiplas de encaminhar as reflex es e se estimularem outras rela es entre reas do conhecimento aparentemente distintas Na sociedade da informa o numa perspectiva transformadora cabe escola organizar um movimento global de renova o cultural aproveitando se de toda essa
171. cial dos fatos e das coisas Vejo com preocupa o a diminui o da curiosidade do prazer da cria o e da descoberta trocada pela ilus o de que mais f cil comprar tudo previamente organizado separado catalogado e pensado por outros A sociedade onde impera o mercado e onde o consumo um educador coerente com a realidade exigiria uma atitude de abertura aos demais Sobre isso Almeida J nior 2005 p 2 alerta saber igualmente fundamental pr tica educativa do professor ou da professora o que diz respeito for a s vezes maior do que pensamos da ideologia exatamente por causa de tudo isso que como professor devo estar advertido do poder do discurso ideol gico come ando pelo que proclama a morte das ideologias Na verdade s ideologicamente posso matar as ideologias mas poss vel que n o perceba a natureza ideol gica do discurso que fala de sua morte No fundo a ideologia tem um poder de persuas o indiscut vel O discurso ideol gico nos amea a de anestesiar a mente de confundir a curiosidade de distorcer a percep o dos fatos das coisas dos acontecimentos Para me resguardar das artimanhas da ideologia n o posso nem devo me fechar aos outros nem tampouco me enclausurar no ciclo de minha verdade Pelo contr rio o melhor caminho para guardar viva e desperta a minha capacidade de pensar certo de ver com acuidade de ouvir com respeito por isso de forma exigente me deixar expo
172. cidida a cancelar a matr cula da filha Lu sa de 15 anos estudava l havia nove M rian condensou as passagens que soavam a ela como panfletagem grosseira em um texto no qual denuncia o que chama de Porno marxismo Em mar o o artigo da dona de casa passou a circular na internet O caso acabou na Justi a Por meio de uma liminar o COC exigiu a retirada do nome da institui o do documento H duas semanas a Justi a reavaliou a quest o e deu a M rian o direito de divulgar a vers o original O COC por sua vez avisou que far uma revis o de suas apostilas usadas por 220 000 estudantes Reconhece Chaim Zaher o dono do grupo Erramos mesmo Ao chamar aten o para o vi s ideol gico nas apostilas de sua filha M rian que se define como marxista desiludida exp e um problema bem maior Apostilas e livros 214 did ticos adotados pelas escolas brasileiras est o contaminados pela doutrina o pol tica esquerdizante Resume o soci logo Simon Schwartzman As crian as n o aprendem mais o nome dos rios ou as datas relevantes da hist ria da humanidade Elas est o tendo contato com uma ci ncia social superficial marcada pela cr tica marxista vulgar esse o ponto As editoras deveriam ser mais criteriosas na erradica o desses dogmas e das simplifica es que como diz Schwartzman vulgarizam o ensino Karl Marx foi um pensador profundo e complexo que tirou a filosofia das nuvens e a colocou no mundo real Nisso
173. cipante seria importante nesta pesquisa senti que quanto mais eu conseguisse participar do dia a dia das escolas mais dados de an lise eu poderia conseguir A observa o participante uma modalidade de observa o bastante empregada em estudos de natureza antropol gica e sociol gica e se distingue da observa o sistem tica pelo fato de esta ltima defender o distanciamento entre o observador e o fen meno a ser observado assim como a objetividade da observa o garantida pela ado o de procedimentos rigorosos de registros De maneira distinta a observa o participante parte da premissa de que a apreens o de um contexto social espec fico s pode ser concretizada se o observador puder imergir e se tornar um membro do grupo social investigado S ent o poder compreender a rela o entre o cotidiano e os significados atribu dos por este grupo GONDIM 2002 p 2 126 Entretanto minha inser o nas escolas teve de se ajustar realidade do campo de pesquisa As escolas da rede particular sofrem mais com as regras do mercado pois seu maior marketing seu trabalho cuja qualidade transmitida de boca em boca na comunidade Pouco adianta a escola investir em propagandas se pais e alunos estiverem insatisfeitos porque as pessoas buscam refer ncias entre conhecidos antes de matricular os filhos sobretudo se eles forem pequenos Assim obt m sucesso e mais alunos quando conseguem bons resultados em fun o do
174. colorido No segundo piso ficam as salas de aula dos alunos na faixa et ria de 6 a 10 anos bonita limpa e agrad vel possui trabalhos dos alunos nos murais e propagandas do Sistema Positivo de Ensino por toda a escola DI RIO DE CAMPO Do ponto de vista da proposta pedag gica nas escolas Cam lia e Jasmim preponderam a preocupa o com a alfabetiza o e um clima mais ameno quanto ao progresso do trabalho com a apostila Mas se percebe que o Sistema Positivo consome todo o tempo na escola pois quando n o est o estudando pela apostila os alunos desenvolvem atividades com softwares na sala de inform tica fazem experi ncias p em em pr tica 132 receitas de quitutes contidas nas apostilas ou pesquisam no portal conforme nos relata a professora Darci da Escola Jasmim J terminei as atividades propostas na apostila para o primeiro bimestre e agora estou trabalhando atividades complementares no computador atrav s de sugest es presentes no portal na Internet para enriquecer e variar as aulas Eu e os alunos estamos gostando muito dessas atividades elas s o recentes no Positivo Os col gios Pet nia e Margarida se ocupam muito com o ensino de 5 e 6 s ries sobretudo com a disciplina dos alunos para cumprirem os conte dos da apostila a tempo e obterem bons resultados em avalia es e processos de recupera o para quem n o acompanha o ritmo do trabalho Aos alunos que apresentam certa dificuldade o col
175. consci ncia cr tica organiza o pol tica e projetos alternativos Precisam saber pensar O sistema n o teme pobre com fome porquanto os assistencialismos tapam sua boca Teme pobre que sabe pensar porque indom vel A popula o n o imbecil imbecilizada atrav s de pol ticas assistenciais que a mant m na estrita sobreviv ncia e por isso incapaz de construir sua autonomia DEMO 2003 SILVA SILVA 2001 TORRES 2002 apud DEMO 2005 p 22 3 Se atravessadas por discuss es e an lises nas situa es de ensino quest es pol ticas e socioculturais seriam capazes de contribuir para a autonomia do individuo porque deixam de ter sentido quando os alunos passam a se preocupar s com uma quest o b sica onde e como usar a informa o O homem atual procura mostrar seu desempenho pelo dominio da m quina e da informa o pelo uso amplo da tecnologia pela fabrica o de v rios objetos de consumo e pela cria o de t cnicas para cada necessidade cada processo Essa prioridade qualifica o t cnica resulta numa cultura associada competi o que paralelamente valoriza o do produto e do lucro inclui dentre outros quesitos preocupa o excessiva com a modela o do corpo e ndices de aprendizagem produ o venda audi ncia etc Percebe se que por se embasarem os crit rios s na quantidade associada com a efici ncia o desempenho se desenvolve numa tica negativa como se pode observar
176. copiar e reproduzir Em suma nem escola nem universidade descobriram propriamente o que estudar DEMO 2006 p 1 Cabe destacar aqui essa id ia de que o estudo bem feito resulta em autoria distante do procedimento de c pia transmiss o ou aquisi o Estudar se vincula a uma dedica o constante reconstru o do conhecimento como fator imprescind vel autonomia do indiv duo e da pr pria sociedade Com base em pesquisa da UNESCO de 2004 Demo 2004 p 1 vai al m em suas conclus es Sabemos que os professores n o gostam de estudar Unesco 2004 n o porque n o saberiam apreciar o estudo mas por conta de uma hist ria longa contr ria a este tipo de trabalho intelectual foram formados em institui es instrucionistas muito distanciadas da pesquisa e da elabora o pr pria conviveram com professores que n o estudavam apenas davam aula foram avaliados sempre pela prova reprodutiva e agora possuem um diploma que supostamente os dispensaria de estudar j que estudar coisa de aluno Invariavelmente quando os professores recebem horas de estudo na semana dificilmente aproveitam para estudar em parte porque assoberbados com afazeres precisam do tempo para outras coisas em parte porque nunca aprenderam a estudar em parte porque consideram estudo qualquer coisa DEMO 2006 p 1 Acredito que na verdade os professores n o aprenderam a estudar s o v timas de uma escola tecnicista cujo programa de fo
177. cos nos campos da ci ncia e da tecnologia e menos do trabalho dos oper rios nas f bricas Essa id ia sacode a tese da explora o econ mica mas afirma a lat ncia da luta de classes HABERMAS 1980 p 334 que n o se resolve nesse campo do agir instrumental A revolu o tecnol gica informacional a transforma o do capitalismo a diminui o do papel do Estado na sociedade e a nova forma de estrutura o da sociedade em redes de agenciamentos t m levado segundo Manuel Castells 1997 p 2 a amplia o de poderosas express es de identidade coletiva que desafia a globaliza o e o cosmopolitismo a partir de cren as sobre singularidades culturais e formas de controle das pessoas sobre suas vidas e meio ambiente Estas express es s o m ltiplas altamente diversificadas seguem os contornos de cada cultura e das fontes hist ricas de forma o de cada identidade Elas incluem movimentos propositivos objetivando a transforma o das rela es humanas em seus n veis mais fundamentais como o feminismo e o ambientalismo Mas elas incluem tamb m toda uma s rie de movimentos reativos que s o constru dos no caminho da resist ncia sobre cren as religiosas nacionalistas tnicas familiares regionais locais isto categorias fundamentais de exist ncia milenares agora amea adas sob a combina o do ataque contradit rio das for as t cno econ micas e movimentos sociais transformadores Assim
178. cultura contempor nea dizer que consumir integra o 29 r ra er em habitus porque pr tica comum na sociedade e expressa para o indiv duo sua posi o 2 Habitus o sistema de disposi es dur veis e transpon veis que integrando todas as experi ncias passadas funciona a cada momento como uma matriz de percep es de aprecia es e de a es e torna poss vel a realiza o de tarefas infinitamente diferenciadas gra as s transfer ncias anal gicas de esquemas BOURDIEU 1983 p 65 82 social seus valores seus gostos e suas concep es ensinados em diversos contextos sociais como fam lia e escola por exemplo O consumo pr tica que tem valor e aprendido j na inf ncia pois se relaciona com outros processos como o uso dos meios de comunica o o acesso m dia e as interfer ncias da ind stria cultural S o essas situa es que levam transforma o reprodu o produ o manuten o renova o e disfarces que redundam na produ o de novos sentidos sociais S o pr ticas e produ es culturais reificadas com tal efic cia que induzem media o entre o tradicional e o popular o moderno e o atrasado a hist ria e a pol tica elementos que se estruturam de forma sincr nica e diacr nica e modificam a realidade do indiv duo A cr tica ao modo como essas pr ticas e produ es culturais do popular ou da elite se incorporam num nico bloco fo
179. cursos de ensino s o conte dos t cnica e visualmente bem elaborados feitos para convencer a todos que ningu m faria melhor e se o pr prio professor se convencer disso se come ar a depender do material para ministrar boas aulas ent o estar colaborando para promover seu desprest gio e sua desprofissionaliza o Eis por que muito me intrigaram certas afirma es de diretoras e professoras que atribuem o m rito do aprendizado e o interesse discente ao material dos pacotes did ticos Afirmam que a mudan a fez com que n o haja dificuldades que o sistema inteiramente interdisciplinar todos os conte dos e disciplinas est o trabalhando integralmente que n o houve nenhuma dificuldade com os alunos pois acharam diferente terem que trazer somente um livro diariamente que com o material Positivo os alunos t m mais facilidade de racioc nio Eles constroem o saber ou at que ele desenvolve a capacidade de investigar id ias de resolver exerc cios de formular e testar hip teses de induzir deduzir generalizar e inferir resultados aos alunos fazendo de n s educadores mediadores e facilitadores deste grande sistema Entendo que tais capacidades importantes ao desenvolvimento do indiv duo e fundamentais ao exerc cio da cidadania plena s o frutos de discuss es rela es interpessoais acesso a leituras e experi ncias diversificadas que incentivem a autono
180. d stria cultural pode desaparecer Pude confirmar que os professores n o s o usu rios passivos da m dia ou de quaisquer recursos pedag gicos eles os abordam com base em suas hist rias pessoais suas constru es sociais cultivadas na fam lia e na comunidade Isso mostra que a intelig ncia humana associada sensibilidade e ao autoconhecimento tem um potencial vigoroso para lidar com as influ ncias externas O material did tico padronizado feito longe da realidade escolar dissocia se do ritmo e do contexto de alunos e professores o que impossibilita uma integra o real do conte do com a realidade sociocultural de ambos e transforma o ensino em mercadoria pois o vende como pronto organizado e empacotado Ainda assim algumas respostas das professoras do Col gio Pet nia e da Escola Jasmim bem como das diretoras das escolas Cam lia e Jasmim deixam entrever uma busca pela singularidade e criatividade que inerentes ao ser humano o tornam capaz de se expressar livre e individualmente A an lise feita pela diretora da Escola Cam lia foi fundamental para reiterar a import ncia da autonomia docente seu depoimento e sua atitude de se desligar do sistema quando percebeu sua inadequa o realidade da escola 164 mostrou o n vel de conscientiza o que poss vel ter quando se busca fazer um trabalho coerente com o pr prio projeto pedag gico elaborado no coletivo e com base na realidade da escola Al
181. d stria cultural produzem s reproduzem As apostilas quando usadas como nico recurso de ensino pelo professor o que ocorre na maioria das vezes por falta de tempo pois chegam s escolas com prazo de validade determinado s o trocadas quatro vezes ao ano trar o informa es e pesquisas descontextualizadas da realidade vivenciada em cada sala de aula e estar o assim de fato apenas compilando o que j existe Ocorre que essa compila o feita em material ricamente ilustrado associada ao l dico passando a impress o de que todo o seu conte do vem num equil brio perfeito entre o que deve ser ensinado e o que h de mais moderno em termos de metodologia e tecnologia educacional de maneira a proporcionar uma grande seguran a e satisfa o moment nea por possu la No aluno isso resulta em uma certa incapacidade de compreender o conhecimento de maneira global seus processos seus contextos suas causas e suas consequ ncias No dizer de Gentili 2000 p 55 trata se de uma macdonaldiza o do campo educacional que se expressa atrav s das cada vez mais freq entes formas de terceiriza o pedag gica e n o pedag gica que tendem a caracterizar o trabalho escolar nos programas de reforma propostos e impostos pelo neoliberalismo Assim na tica neoliberal o ensino visto conforme um padr o produtivista e empresarial que transfere a educa o da esfera dos direitos sociais esfera do m
182. da 183 AP NDICE D S NTESE DOS DEPOIMENTOS DAS PROFESSORAS QUADRO 2 Voc j conhecia o sistema positivo de ensino RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Passei a conhec lo h oito anos quando o col gio o adotou Arlete Col gio Pet nia Fui conhecer o Sistema Positivo depois que o col gio adotou Aparecida Col gio Pet nia Quando iniciei meu trabalho na escola ela j era conveniada ao Sistema Darci Escola Jasmim Positivo de Ensino mas eu j conhecia atrav s de reportagens e revistas N o Maria Escola Jasmim J havia ouvido falar mas n o havia trabalhado com este sistema Helena Col gio Margarida Sim J tinha ouvido falar mas nunca havia trabalhado com o mesmo Mirian Col gio Margarida Somente nesse col gio pude ter a oportunidade de trabalhar com o Sistema QUADRO 3 Percebe melhor desempenho dos alunos com o uso do material A que atribui RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Sim Com o material Positivo os alunos t m mais facilidade de racioc nio Eles Arlete Col gio constroem o saber O material e o professor s o mediadores dessa constru o Pet nia Os alunos t m um pouco de dificuldade com o material pois as atividades Aparecida Col gio fazem com que o aluno tenha que ler v rias vezes as quest es interpretar analisar Pet nia para tentar chegar aos resultados ou respostas Sim um material desafiador que leva
183. damente a novas situa es informados e informatizados Para tanto a escola priorizou a aquisi o de um grande n mero de informa es destarte seu objetivo desde os enciclopedistas por m agora com crit rios de utilidade facilidade e rapidez MOTTA 2001 p 4 Tudo isso permanece encoberto pelo discurso da escola que prepara para o exerc cio pleno da cidadania cr tica quanto na verdade ainda trabalha ainda a memoriza o como forma de compila o do maior n mero de informa es teis primeiramente para o vestibular depois para o mercado de trabalho Que prepara o para a cidadania seria essa se n o abre espa o para o debate a experimenta o e a pesquisa Estaria essa escola proporcionando aprendizagem para a vida real Levaria em conta a diversidade e as diferen as individuais N o tenho visto isso infelizmente poca de Kant Comte e Bacon o conhecimento a ci ncia deveria superar os est gios tidos como menos desenvolvidos da metaf sica e da teologia na sociedade atual a resposta mostrar aos indiv duos o que realmente til racionalizando e padronizando as a es Contudo nesse universo utilitarista e voltado ao desempenho a pessoa perde a criticidade e a produ o cultural se torna mercadoria de consumo Perdendo o poder reflexivo a sociedade fica merc dos grupos que monopolizam as informa es MOTTA 2001 p 4 Por sua vez a educa o se
184. de estada e alimenta o Havia fotos das cataratas do Igua u como ilustra o e a professora explicou que aproveitava para conversar com os alunos sobre suas viagens recentes e mostrar no mapa a localiza o da regi o Sul e das cataratas sugerindo que os alunos trouxessem fotos ou recortes do local Aqui ficou claro para mim que o problema n o o pacote mas o modo de us lo Por mais completo que seja n o creio que apenas um livro ou apostila abranjam a diversidade de situa es de cada sala de aula Por isso defendo que o professor tem de sempre procurar outras formas e outros materiais para ensinar de prefer ncia pertinentes e presentes no dia a dia para que haja contextualiza o an lise e amplia o do que se aprende na escola Sobre a ado o do sistema apostilado na rede p blica a professora Darci disse que o material teria que ser adaptado porque ficaria dif cil trabalhar temas t o distantes da realidade do aluno n o haveria o mesmo interesse Essa preocupa o relativa aplica o do sistema na rede p blica se evidenciou tamb m nas entrevistas com a diretora Leda e a supervisora L cia esta at me explicou que teve de se reunir com os pais para tranquiliz los como relato no Di rio de Campo 137 L cia me revelou que foi necess rio fazer uma reuni o e conversar com os pais esclarecendo que a prefeitura apenas havia comprado as Mesas Educacionais Alfabeto do S
185. de ensino parceiro Ainda h uma revista semestral que publica dentre outras coisas o nome de escolas que se sobressa ram em alguma atividade Essa estrat gia as torna extremamente competitivas porque querem a todo custo se posicionar no ranking e sempre acham que o material que enviaram para an lise dos editores da revista melhor que o da escola vencedora Essa domina o tem sua mola propulsora no desejo de posse constantemente renovado pelo progresso t cnico cient fico e sabiamente controlado pela ind stria cultural Al m de se configurar como universo de coisas o universo social constitui um espa o herm tico e todas as tentativas de se livrar desse engodo parecem estar condenadas ao fracasso Posto isso pude concluir que a ind stria cultural est no contexto das escolas que adotam os pacotes did ticos produzidos por empresas prestadoras de servi os educacionais Mas as atitudes e respostas de quatro das seis professoras pesquisadas deixam entrever que a autonomia sempre vi vel e tende a se apresentar mesmo nos ambientes menos prop cios N o conv m se prender a uma vis o pessimista da realidade sa das h Talvez esteja na pr pria cultura do homem de reagir limita o do sistema se para a ind stria cultural ele mero objeto de trabalho e consumo na arte ele um ser livre para pensar sentir e agir a arte como se fosse algo perfeito na realidade imperfeita Como tem origem hist rica a in
186. de outras dimens es do ensino nem do contexto do trabalho da experi ncia de vida e da hist ria da pessoa Ele localiza o saber como social evolutivo e afirma que as rela es dos professores com o saber nunca s o estritamente cognitivas s o rela es mediadas pelo trabalho que lhes fornecem princ pios para enfrentar e solucionar situa es cotidianas TARDIFF 2002 p 17 Ao falarem de emancipa o MARQUES 2003 e autonomia CONTRERAS 2002 os autores buscam uma aproxima o com a liberdade defendendo uma forma o de professor que possibilite uma atua o consciente e n o alienada Entendem a forma o do professor como processo no qual ao educar tamb m se educa Para os autores necess ria uma s lida forma o que permita a organiza o de uma pr tica pedag gica criativa na qual se expressem os desejos coletivos do professor e de seus alunos Sobre isso diz Demo 2006 p 4 um ambiente adequado de aprendizagem sup e atividades em primeiro lugar participativas nas quais o aprendiz se encontra envolvido e motivado na condi o de sujeito e em segundo lugar que acionem processos e din micas reconstrutivas interpretativas sempre como autor Entre tais atividades podemos destacar a pesquisa e a elabora o pr pria individual e coletiva atrav s das quais se exerce a autoria do conhecimento reconstru do Um dos resultados mais importantes deste processo a constru o crescente da
187. de que haja atendimento individualizado e ajuda dos pais daqueles alunos que n o est o acompanhando Considero vantagem o apoio ao professor o material atualizado constantemente a troca de La s e Olga Escola experi ncias com outras escolas conveniadas a facilidade de contato com o pessoal do Positivo Jasmim resultando numa parceria eficiente e humana Solicitei maiores esclarecimentos sobre a import ncia da troca de experi ncias com outras escolas e ela argumentou que O que ocorre que existe uma certa rivalidade entre as escolas particulares numa mesma cidade por esse motivo todas ficam muito isoladas em si pr prias diferentemente das escolas da Rede Municipal por exemplo onde as diretoras supervisoras e professores podem se reunir para discutir e trocar experi ncias e contar com a orienta o da pr pria Secretaria de Educa o a escola particular n o resolve tudo sozinha ali no seu pr prio n cleo Isso cansativo e desmotivante muitas vezes trocar id ias e conhecer outras realidades sempre enriquecedor n o acha Quis saber um pouco mais sobre o encontro semestral e ela esclareceu A dire o e a coordena o fazem cursos separados do professor e recebem orienta es e material incluindo instru es sobre Planilhas de Custos e outros assuntos administrativos Tive oportunidade ent o de conversar rapidamente com a Professora 3 que me disse J terminei as atividades propostas na a
188. de vir da for a do coletivo escolar que se une aprende e cresce nesse conjunto Afinal o professor n o pode se contentar em ser apenas cozinheiro se sua voca o e prepara o lhe permitem ser mestre cuca 4 O PROFESSOR E SUA FORMA DE SE PERCEBER COMO SUJEITO DE SEU PR PRIO TRABALHO NO AMBIENTE ONDE ATUA Nunca ande pelo caminho tra ado pois ele conduz somente at onde os outros foram GRAHAM BELL Professora e pedagoga preocupada com os crescentes desafios postos educa o no contexto atual sempre me motivei pelo di logo com pais alunos e educadores em busca de refer ncias e id ias que pudessem me indicar caminhos rumo ao entendimento de tantas e complexas quest es que culminam no crescente desprest gio social e na desmotiva o dos professores pelo seu trabalho e por seus alunos N o me satisfazia a tese de que as dificuldades enfrentadas na educa o resultavam da aus ncia da fam lia na educa o dos filhos esta agora caberia escola nem a id ia de que era preciso se acostumar com a viol ncia nas escolas e ench las de grades e port es de ferro para impedir que quem n o era bem vindo n o entrasse e impedir de sair quem deveria ficar mesmo sem querer A indaga o me incomodava onde est o erro E passou a incomodar ainda mais quando caminhando pelos corredores de uma faculdade de educa o pude ouvir por acaso uma conversa entre duas alunas do curso de Pedagogia Percebi que um
189. dgar A cabe a bem feita repensar a reforma reformar o pensamento Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2001 MOTTA Carlos Eduardo de Souza Ind stria cultural e o sistema apostilado a l gica do capitalismo Cadernos Cedes v 21 n 54 p 82 9 ago 2001 NICOLAU Marcos Introdu o criatividade Tem tica Revista Eletr nica de Publica o Mensal jun 2006 Dispon vel em lt http www insite pro br Livros 20 amp 20Leituras htm gt Acesso em 15 jul 2006 NOVA ESCOLA Edi o 207 nov 2007 p 25 27 45 83 ORGANIZA O DAS NA ES UNIDAS PARA A EDUCA O A CI NCIA E A CULTURA UNESCO Pesquisa de professores Dispon vel em lt http www castelobranco br redepea unesco34 php gt Acesso em 10 nov 2006 PARENTE Andr Os paradoxos da imagem m quina In Org Imagem m quina a era das tecnologias do virtual Rio de Janeiro 34 1999 p 7 33 PEDROSO Leda Aparecida BERTONI L cia Mara Org Ind stria cultural e educa o reflex es cr ticas Araraquara JM 2002 PEDROSO M rcia Naiar Cerdote A crise do modelo de produ o taylorista fordista e a emerg ncia do toyotismo Universidade Federal de Santa Maria 2004 Dispon vel em http www angelfire com sk holgonsi marcia html Acesso em 15 ago 2006 PONCE An bal Educa o e luta de classes 15 ed S o Paulo Cortez 1996 PRETTO Nelson de Luca Desafios da educa o na sociedade do conhecimento 2000 Dispon vel em lt h
190. did ticos de empresa prestadora de servi os educacionais tendo em vista as caracter sticas do contexto e dos sujeitos pesquisados e defini o de categorias que indicam a influ ncia da ind stria cultural nessas escolas Enfim nas considera es finais tento amarrar as quest es mais centrais que se vinculam ao assunto da pesquisa dentre as quais a autonomia profissional e a forma o de professores 1 MUNDO GLOBAL SOCIEDADE P S MODERNA E EDUCA O Liberdade essa palavra que o sonho humano alimenta que n o h ningu m que explique e ningu m que n o entenda CEC LIA MEIRELES Neste cap tulo enfoco como a escola se posiciona frente din mica do capital mundializado e se articula com as crises estruturais do trabalho assalariado e dos Estados nacionais tendo em vista a sociedade p s moderna globalizada que valoriza a competitividade com base no manejo formal e utilit rio do conhecimento Para tanto busco analisar as caracter sticas dessa sociedade que de um lado inclui a cultura pluralista e de outro fortalece o consumo ao priorizar o mercado patrocinado pela ind stria cultural que estetiza a realidade dificultando o florescimento de uma vis o cr tica e da autonomia nas pessoas De transforma es produzidas pela globaliza o surge um sistema social em que os indicadores econ micos se sobrep em aos sociais exigindo compet ncia atuante segundo crit rios de mercantiliza o que configuram a cri
191. do as m quinas eram pouco maiores que um mime gralo j fazia servi os para terceiros nas horas vagas O neg cio transformou se na maior gr fica co mercial do pa s A Positivo Inform tica ca ula do grupo nasceu para fazer com putadores e softwares para as escolas Com a escala que ganhou deu o pri meiro passo para virar uma grande em presa al m da sala de aula Em 2004 foi para o varejo com PCs baratos e ba teu a gigante Dell No ano passado fa turou R 550 milh es Se a voca o do grupo fosse medida pela receita o Positivo estaria mais pa 54 VIS O DE NEG CIOS Para especialistas o malor m rito do professor Oriovisto Guimar es fundador que tem de dar lucro IND STRIA A Positivo Inform tica nasceu para fazer computadores e softwares para escolas Recentemente bateu a Dell e virou l der no mercado de PCs ra uma ind stria que para uma escola As escolas respondem por apenas 10 do faturamento Mas os especialistas acreditam que n o existe certo ou er rado nesse modelo O caminho do Po sitivo apenas diferente dos demais O Grupo Pit goras de Belo Horizonte optou por n o abrir tanto o leque para n o perder o foco no neg cio principal N o deslocamos dinheiro e energia para outras reas diz Walter Braga presidente do Pit goras Somos fortes em educa o e treinamento O Posi tivo forte em livros e computadores Mas a diversifica o do Positivo tam
192. do com os alunos a professora teve certa dificuldade em entender e respondeu como se tivesse perguntado sobre as atividades extras no sentido de enriquecimento e n o da contextualiza o Respondeu Al m do material apostilado utilizamos o CD que cont m jogos e atividades extras e tamb m o Saibamais que um site com curiosidades sobre o conte do estudado Professora Darci Jasmim Esclareci que me referia maneira como eram trabalhados aqueles assuntos que s o do interesse de cada turma e surgem de suas viv ncias e curiosidades ao que Darci me respondeu N o h problemas quanto a isso porque os assuntos das apostilas s o atuais e adequados faixa et ria Professora Darci Indaguei como era feita a contextualiza o dos conte dos com os alunos e ela passou a explicar como buscava material para enriquecer o conte do da apostila Di rio de Campo Insisti na quest o e ela respondeu N o encontro dificuldades apenas complemento alguns conte dos nos cadernos Professora Maria Em atividades referentes s datas comemorativas e sempre buscando integrar o conte do ao dia a dia dos alunos Professora Helena Margarida Com as explica es do livro registro no caderno cartazes explicativos pesquisas e experi ncias Professora Mirian Margarida Percebi que o motivo de a Escola Cam lia n o ter se adaptado ao sistema justamente porque busca trabalhar as diferen as em sala de a
193. docente Associei essa afirma o da diretora de Pedroso quando diz que a ind stria cultural atua para uma antiemancipa o da consci ncia e da autonomia individual 2002 p 27 Nessa escola em particular essa situa o isso n o ocorre totalmente gra as postura segura e tranquila das professoras que procuram usar o material apostilado sem se tornarem escravas dele ou seja trabalham com relativa autonomia Ao desobrigarem o professor de planejar suas aulas diga se de criar situa es de aprendizagem coerentes com o perfil da turma e o cotidiano do processo de ensino e aprendizagem os pacotes did ticos impedem que tal processo seja encadeado e vivenciado num contexto que teria de ser particular e individualizado Como considerar os exemplos as viv ncias as necessidades e os interesses da turma quando se seguem passos pr estipulados por pessoas alheias sua realidade O mesmo conte do aplicado a turmas distintas se torna diferente e deve ser abordado segundo as experi ncias pr vias dos educandos e do educador A verdadeira produ o ocorre quando este se apropria da discuss o sobre certo assunto pertinente e importante para o grupo e prop e um debate uma pesquisa uma entrevista uma an lise a elabora o de um projeto ou outra atividade que permita o aprofundamento necess rio e o respeito a opini es e enfoques diferentes procedimentos que se mostram importantes e motivadores justamente porque s
194. dores COSTA 2003 p 2 Uma Pesquisa da Organiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNESCO feita em 2002 confirma os resultados obtidos por essa autora TAB 3 109 TABELA 3 Propor o de professores segundo a frequ ncia de atividades que atestam suas prefer ncias culturais 2002 FREQU NCIA TIPO DE ATIVIDADE Habitualmente s Alguma vez Nunca TOTAL sempre vezes no passado Participa de semin rios de especializa o 16 9 54 9 16 8 11 4 100 00 L revistas especializadas em educa o 47 9 46 5 3 2 2 3 100 00 Fotoc pia materiais 44 5 43 2 5 3 6 9 100 00 L materiais de estudo ou forma o 52 0 41 0 3 5 3 5 100 00 Estuda ou pratica idiomas estrangeiros 14 7 15 7 28 3 41 3 100 00 Compra livros n o did ticos 22 9 58 5 12 0 6 5 100 00 L livros de fic o 11 7 38 7 20 2 29 4 100 00 Freguenta a biblioteca 33 3 52 9 9 4 4 3 100 00 Grava m sica 14 0 41 2 16 6 28 3 100 00 Compra CD ou fitas cassete 33 1 54 9 5 6 6 4 100 00 Estuda ou ensaia teatro 4 1 11 1 18 7 66 1 100 00 Pinta ou aprende a esculpir 6 1 12 2 16 0 65 7 100 00 Pratica ou aprende dan a 8 0 20 1 22 2 49 6 100 00 Estuda ou faz algum artesanato 12 8 21 1 18 3 47 7 100 00 V jogos de futebol na televis o 20 4 48 7 7 4 23 5 100 00 Tira fotografias 23 7 60 5 8 2 7 6 100 00 Fonte UNESCO Pesquisa de Professores 2002 Nota Foi perguntado aos professores Gostar amos de saber mais a respeito de
195. dos escolares mediante um pensamento cr tico e criativo associado a qualidades morais e valores com a exig ncia da sociedade globalizada comunicacional e informatizada que pede um espa o de leitura cr tica das transforma es mundiais E para p r em pr tica uma educa o criativa o educador precisa desenvolver ser potencial criativo conhecer os 108 processos de cria o para saber quando a crian a est aprendendo a pensar criativamente com base em sua realidade intelectual social psicol gica etc Sem d vida essa pequena revolu o escolar s pode come ar nas m os de educadores e n o nas do Estado ou das elites Aos poucos os educadores est o percebendo que a melhoria do ensino das condi es de trabalho dos sal rios s ser poss vel com a constru o de uma sociedade mais justa composta por cidad os mais ntegros E quem forma tais cidad os sen o o pr prio educador NICOLAU 2006 p 17 Ao se assumir como possibilidade did tica a constru o de conhecimentos com base em novas tecnologias digitais faz se necess rio reorientar a pr tica docente n o s em termos metodol gicos mas tamb m segundo uma l gica em que se deve procurar compreender esse novo mundo que transforma a cultura e as percep es Segundo Gadotti 2006 p 8 num mundo impregnado pela linguagem da televis o e da Internet a cultura digital substitui a cultura do papel e os jovens que j nasceram imersos ness
196. durante o ano que uma apostila bimestral n o permite Muitas vezes a proposta de alfabetiza o que a apostila traz invi vel porque um momento que exige diversifica o nas metodologias e acompanhamento mesmo ali individual Al m disso tem receitas e experi ncias que a escola tem que seguir e nem sempre poss vel adquirir o material ou ficar pedindo aos pais Pedi que me explicasse porque tem que seguir e ela explicou os pais querem que use tudo o que vem na apostila caso contr rio n o compensa o investimento na compra do material todo bimestre N o entendem que a turma precisa trabalhar outras coisas que pede e precisa acham que tudo o que h para aprender est l Isso n o ocorre porque a din mica de cada sala diferente e o ritmo de cada aluno tamb m n o h como uniformizar Ainda tem o caso daquele aluno que n o venceu o conte do da apostila e se frustra porque no final do bimestre chega a pr xima e ele n o quer mais nem ver a antiga Acaba existindo ent o um prazo para vencer aquele conte do que obriga a escola a disponibilizar hor rio extra para alunos que n o conseguem acompanhar em sala de aula A ocorre outra dificuldade que a da fam lia que n o tem como trazer em outro hor rio e ainda o professor que trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o um contratempo danado Perguntei ent o se em sua opini o a apostila inibe a autonomia do professor
197. e ajustam ao momento e s necessidades dos alunos em particular e lhes propiciam oportunidades de experimentar dialogar discutir e ampliar o que j conheciam ou apenas inferiam sobre o tema 154 Eis por que os professores tem de fazer no in cio das aulas algumas perguntas anotando na lousa as d vidas e informa es que os alunos t m sobre o t pico a ser trabalhado naquele dia ou naquela semana Esse recurso parte fundamental do planejamento participativo al m de despertar a curiosidade dos alunos facilita ao professor a realiza o de uma sondagem preliminar de seus conhecimentos pr vios e suas conclus es nem sempre corretas ou amplamente analisadas Seguir sem discuss o ou altera o algo pronto subjugar a consci ncia tirar o brilho da descoberta Permite at se o aluno assim o quiser folhear a apostila toda e saber o que ser trabalhado em sala de aula no per odo de um m s ou dois o que vai aprender e como ser essa aprendizagem A meu ver essa possibilidade desmerece a fun o do professor como art fice de seu pr prio trabalho e o transforma em simples realizador do que o outro elaborou e pensou Numa palavra faz dele um seguidor n o um mestre Assim coerente a afirma o de Pedroso de que A substitui o da consci ncia pelo conformismo a express o imediata da transforma o dos homens em massa dos sujeitos sociais em objetos da preponder ncia das for as heter nomas sobre as aut n
198. e de objetos sonhos e pessoas como busco discutir no pr ximo cap tulo 2 EDUCA O E IND STRIA CULTURAL A educa o foi reduzida a um subsetor da economia projetada para criar cibercidad os em uma teledemocracia de imagens r pidas representa es e formas de vida PETER MCLAREN Neste cap tulo busco apresentar os efeitos do paradigma cient fico da modernidade em que a f e a natureza como for as universais respons veis pelos fen menos vivenciados pela humanidade d o lugar raz o como forma de dominar a natureza e p la a servi o do homem O avan o da ci ncia pelo prisma da racionalidade produziu uma obsess o pelo progresso que promoveu novos valores e objetivos os quais se distanciaram da religi o e espiritualidade quando se expandiam via com rcio e conquistas cient ficas e tecnol gicas A consequ ncia disso para os homens modernos foram a medi o de seu trabalho pela produtividade e o avan o do processo de mundializa o do capital A difus o de tecnologias de comunica o e informa o agora voltadas ao mercado mundial alavancou a globaliza o ao criar uma economia com novas formas de organiza o nas empresas derrubar barreiras comerciais entre pa ses aumentar o fluxo de investimentos estrangeiros e internacionalizar o capital Tal racionalidade entrou nas escolas pela concep o do pensamento convergente e da resposta nica que sup e que o conhecimento tem de ser apreend
199. e a escola de interesses vocacionais ou interesses especiais de qualquer sorte ela n o ser educativa se n o utilizar esses interesses como meios para a participa o em todos os interesses da sociedade Cultura ou utilitarismo ser o ideais educativos quando constitu rem processo para uma plena e generosa participa o na vida social Todavia a iniciativa privada busca o lucro e em tese n o se interessa pela promo o do ser humano como cidad o consciente cr tico e participante do pr prio processo de constru o da vida pol tica e social do pa s O professor Euclides Mance se refere a essa quest o considerando sobretudo a quest o do ensino superior e da pesquisa Diz ele Com efeito sob a l gica da disputa do mercado trata se de chegar produ o e comercializa o de bens que permitam recuperar os investimentos feitos em pesquisa e desenvolvimento alcan ando um lucro consider vel antes que outros produtos semelhantes que atuam com propriedades similares sejam disponibilizados no mercado pelos concorrentes Desse modo o conhecimento produzido tendo se como finalidade basicamente o lucro e n o a promo o da cidadania ou o progresso da ci ncia em suas m ltiplas reas In meras pesquisas extremamente priorit rias do ponto de vista humanit rio n o s o desenvolvidas pelo conjunto dessas empresas uma vez que os seus resultados n o seriam fonte de lucro MANCE 1999 p 10 grifo meu Nessa conj
200. e diretora do col gio Pet nia para conscientizar e verificar o problema que possa estar atrapalhando o rendimento do aluno PROFESSORA ARLETE As respostas da diretora e das professoras do Pet nia deixam entrever muita confian a na metodologia adotada com a parceria pois se um aluno n o aprende n o procuram rever a metodologia e ensinar de outra forma apenas repetem atividades se ainda assim a d vida persistir convocam os pais a fim de descobrirem qual o problema do aluno Tem se a impress o de que o ensino ocorre independentemente do trabalho ou da dedica o do professor e que o sucesso do aluno resultar da riqueza do material elaborado por especialistas Esta resposta da diretora Priscila do Col gio Margarida reitera essa impress o Com certeza Os alunos ficaram mais independentes curiosos pois o material os leva a todos esses passos Considero que esse fator faz o professor se desinteressar na forma o cont nua acreditar na completude do pacote pode faz lo perder o interesse em se atualizar e em descobrir caminhos para ensinar e aprender E mais considerar o material did tico produzido por especialistas como o que h de melhor metodologicamente e do ponto de vista do conte do pode deixar o docente numa situa o inferior a ponto de achar que terceirizar o ensino normal e saud vel pois com esse material na m o qualquer um pode ensinar V se a um movimento que o leva desprofiss
201. e habilite os educandos a viverem e conviverem na sociedade contempor nea onde s o valorizadas as informa es que circulam em m quinas e que podem promover a dissocia o entre forma o cultural e forma o cient fica onde a raz o s prestigiada se suprir necessidades do mercado com compet ncias espec ficas sobretudo competitividade onde as pessoas procuram a satisfa o imediata buscando freneticamente o prazer e as facilidades ultramodernas Os cidad os precisam ser preparados para terem autonomia pessoal e profissional imprescind vel inser o na comunidade e emancipa o social Essa prepara o promoveria sua capacidade de ser aut nomo fundamental ao desenvolvimento da profissionalidade do professor no s culo XXI Aqui ganha relevo uma forma o inicial que permita ao docente vivenciar ainda que no ensino universit rio o que decerto n o lhe fora oportunizado quando era aluno do ensino fundamental e m dio diga se quando tinha a possibilidade de aprender pela descoberta e com prazer nutrindo sua capacidade de compreens o questionamento cr tica interpreta o e participa o ativa no espa o escolar onde se insere 166 Como qualquer outra forma o a do educador n o se encerra e seu ponto de partida tem de ser as experi ncias as necessidades e os interesses do professor num movimento crescente E mais ela s ser de fato til e inclusiva desses requisitos se ocorrer no colet
202. e hostilidade com os outros de bens que satisfazem biol gica e simbolicamente e servem para receber e enviar mensagens Se consumo a marca X perten o a um grupo se n o ent o estou parte e sou hostilizada pelo grupo pois a marca identifica pessoas do grupo ou pessoas que se identificam com ele Sobre o sentido de cidadania An sio Teixeira 1956 p 10 enfatiza Ora numa sociedade democr tica n o cabe um homem voltado exclusivamente para seus pr prios interesses portador de um saber est tico O homem um ser social um ser que desenvolver suas especificidades individuais mas ciente de sua import ncia e repercuss o no mbito social Por m essa consci ncia n o inata ela constru da Segundo esse autor a escola local prop cio constru o dessa consci ncia Nela o indiv duo adquire valores nela h condi es para formar o ser social Como a escola visa formar o homem para viver democraticamente ela toda tem de procurar desde o in cio mostrar que o indiv duo em si e por si s necessidades e impot ncias que s existe em fun o dos outros e por causa dos outros que sua a o sempre uma trans a o com as coisas e pessoas e que saber um conjunto de conceitos e opera es destinados a atender quelas necessidades pela manipula o acertada e adequada das coisas e pela coopera o com os outros no trabalho que hoje sempre grupal cada um depende de todos e todos dependem de cad
203. e intenso nos meios acad micos e intelectuais motivo pelo qual as discuss es sobre o p s modernismo ou p s modernidade ainda n o foram esgotadas 23 Robson Loureiro 2003 p 15 esclarece A caracteriza o cl ssica do conceito de p s moderno a de Lyotard 2000 Segundo esse autor o advento do p s moderno se relaciona a mudan as amplas ocorridas a partir do final dos anos 50 o saber muda de estatuto ao mesmo tempo em que as sociedades entram na idade p s industrial e a cultura na idade p s moderna O termo p s moderno designa o estado da cultura ap s as transforma es que afetaram as regras dos jogos da ci ncia da literatura e das artes a partir do final do s culo XIX Pereira 2000 compara seus efeitos relativos ao movimento cultural com os de um tuf o que destelhou o que havia pela frente e produziu um esp rito p s moderno nomeado de p s modernismo ou p s modernidade Segundo esse autor Cumpre ent o recuar Arquitetura dos anos 50 que tentou dar leveza de tra ados aos pesados edificios urbanos Bras lia em que pese ser vista como uma capital moderna j manifesta muito dessa tend ncia ao movimento cultural dos anos 60 que culminaram no emblem tico ano de 68 com um desejo de quebra de paradigmas estampado flor da pele injetado pelo rock n roll pela p lula anticoncepcional pelos primeiros efeitos da revolu o feminina e pelo an ncio no c
204. e o que gostaria de fazer ou o que j faz como meio de fortalec lo valoriz lo e ampliar sua cultura Assim se pode facilitar sua pr pria forma o como cidad o capaz de participar da revolu o tecnol gica ciente de que agora diferentemente do s culo XIX quando as m quinas eram mais importantes que o homem o novo paradigma para o s culo xx1 deve buscar valorizar mais as pessoas Tendo em vista que compreender a tecnologia de informa o e comunica o sup e dominar sua linguagem e formula o fundamental que as pessoas tenham acesso e reflitam 88 sobre sua utiliza o para que possam conhec las melhor escola cabe se preocupar com isso e buscar oferec las de forma variada e criativa pois o que quer eu utilize a tev os jornais os textos midi ticos os did ticos ou a Internet necess rio que suas mensagens sejam analisadas em busca de uma leitura consciente da realidade em vez de proceder como se alunos e professores fossem meros receptores acr ticos Ao professor cabe encontrar uma maneira de trabalhar com o que tem disposi o e se abrir tecnologia sem medo de lidar com computadores DVDs c meras digitais ou gravadores de voz propondo atividades de pesquisa projetos interativos e participando com a turma afinal nesse campo muitas vezes os alunos ser o guias dos professores em rela o ao uso de ferramentas tecnol gicas modernas Todavia com ou sem o aux lio tecnol
205. e quest es relativas ao tema trocando id ias e explicando concep es resultados e procedimentos Falo aqui da flexibiliza o na condu o do processo de pesquisa e na avalia o de seus resultados que para Gondim 2002 p 5 seria uma modalidade de triangula o confiabilidade pois ao inv s de o pesquisador sustentar suas conclus es apenas na interpreta o que faz do que o entrevistado diz ele concede a este ltimo a oportunidade de legitim la Este um dos aspectos que caracteriza o produto da entrevista qualitativa como um texto negociado Tanto quanto a entrevista a observa o ocupa um lugar privilegiado nas novas abordagens de pesquisa educacional Usada como principal m todo de investiga o ou associada a outras t cnicas de coleta a observa o possibilita um contato pessoal e estreito do pesquisador com o fen meno pesquisado o que apresenta uma s rie de vantagens al m disso as t cnicas de observa o s o extremamente teis para descobrir aspectos novos de um problema Isto se torna crucial nas situa es em que n o existe uma base te rica s lida que oriente a coleta de dados Finalmente a observa o permite a coleta de dados em situa es em que imposs vel outras formas de comunica o L DKE ANDRE 1986 p 26 Ao come ar a estudar metodologias de pesquisa em educa o com abordagens qualitativas percebi que a observa o na modalidade parti
206. e transmitir informa es pois s o produtores culturais que recorrem a pr ticas pedag gicas para organizar experi ncias as quais permitam aos alunos perceberem o car ter socialmente constru do de seus conhecimentos e suas experi ncias num mundo em que as representa es e os valores mudam GIROUX 1995 Ningu m tem direito de modelar pessoas nem lhes transmitir s informa es ou conhecimentos fragmentados que n o proporcionem oportunidade de an lise e reflex o isso seria propaga o da semicultura Como solu o e possibilidade de sobreviv ncia da educa o promotora do cidad o cr tico participativo e pleno de direitos sociais surgem a necessidade da auto reflex o e a constata o de que as mudan as n o devem ser isoladas pois sua for a est no coletivo por este que os sujeitos podem pensar e propor formas de a o e rea o abrindo espa os criatividade e criando novos espa os de resist ncia A profiss o de educador s ter relev ncia se for oferecida ao profissional a possibilidade de recuperar sua autoconfian a que decorre da seguran a de fazer um trabalho importante interessante e motivador Isso requer uma an lise da posi o de destaque ocupada pela ind stria cultural na sociedade p s moderna em seu percurso de forma o Tamb m requer valoriza o do trabalho docente pelo incentivo permanente reflex o capaz de promover uma pr xis fundamentada e que contribua para uma educa o qu
207. eberem do Sistema Positivo materiais tidos como facilidades e pr mios cujo uso na verdade trar benef cios mercadol gicos a quem os elaborou Mais que CDs para espera telef nica que divulgam a escola s como parceira de uma competente empresa educacional mais que brindes exibindo lindos modelos para outdoor com a marca do sistema bem evidente e cuja feitura e divulga o a escola tem de pagar existem aulas prontas no manual da apostila no portal e em CD ROM com os quais o professor n o ter sequer o trabalho de elaborar experi ncias ou exemplos pois j est o descritos no material basta seguir os passos Existe ainda a revista semestral Atividades e Experi ncias para mostrar escolas de xito e deixar claro h um espa o ali para sua escola basta seguir as regras Nela se l em termos como parceria companheirismo entendimento e busca em comum presentes na divulga o de hist rias e depoimentos tocantes Mas percebi que na realidade essa publica o estimula a competitividade entre as escolas ao incit las com a id ia de que poder o ser objeto de uma reportagem ilustrada reservada s escolas consideradas como de ponta e que s o fi is linha do sistema basta enviar atividades interessantes para serem apreciadas e quem sabe escolhidas Como se v a ideologia passa a ser entendida como totalidade dos produtos culturais cuja manifesta o se faz presente por meio de um conju
208. ecerto est nas esferas da vida e nas rela es sociais o controle base importante para o exerc cio do poder Assim indiv duos que ocupam posi es dominantes em grandes institui es detentoras de meios de produ o e transmiss o de formas simb licas podem dispor de vastos recursos que os tornam aptos a tomar decis es e perseguir objetivos que t m conseq ncias de longo alcance A reprodutibilidade das formas simb licas uma das caracter sticas que embasam a explora o comercial dos meios de comunica o e permitem sua mercantiliza o pela ind stria cultural Assim os processos de comunica o s o transformados em uma arena de disputa de sentidos onde agem produtores ou transmissores e receptores que n o podem ser tomados como t bulas rasas numa rela o complexa em que os discursos s o heterog neos e est o contaminados por diversos outros discursos As institui es travam disputas segundo rituais pr prios e voltadas pr tica de produ o circula o e recep o de sentido segundo regimes ticos est ticos e t cnicos que lhes s o pr prios A ind stria cultural est na sociedade n o s nos meios de comunica o instrumentos de propaga o de valores e normas comportamentais mas tamb m nas institui es escolares em especial no material pedag gico did tico Difundido sob o pretexto da moderniza o esse material d a diretores de escola e professores a impress o de compe
209. ecisa pensar em qualidade e confian a Por isso o Sistema Maxi de Ensino a sua melhor escolha S ele oferece a Pedagogia Afetiva uma proposta que busca o equil brio entre a raz o e a emo o al m de um material did tico da Educa o Infantil ao Pr Vestibular que proporciona ao aluno uma forma o integral SISTEMA DE ENSINO Seja nosso conveniado Ligue 0800 400 7654 www sistemamaxi com br FIGURA 1 An ncio publicit rio do Sistema Maxi de Ensino Fonte NOVA ESCOLA 2007 edi o 207 novembro p 27 69 A escola pode fazer essa reflex o e assim ajudar a ordenar e sistematizar esse processo de mais relev ncia do que ela voltar a si mesma Isso porque a educa o pode reproduzir a ideologia da classe dominante quando se volta apenas ao incremento das capacidades humanas como simples aprimoramento da for a de trabalho Nesse tipo de educa o a escola acabaria se transformando em uma verdadeira f brica de m o de obra preocupando se mais com as demandas mercadol gicas do que com a obten o do conhecimento MOTTA 2001 p 2 mais perderia sua fun o de desenvolver o ser humano integral pleno e participativo gra as busca de resultados convenientes ao campo econ mico Para o autor Este modelo negligencia o indiv duo e se preocupa com o rendimento qualitativo e quantitativo necess rio para cobrir a demanda do mercado na reprodu o capitalista N o se
210. edrich August von Hayek da Gr Bretanha Ap s a crise do petr leo de 1973 come aram a defender a id ia de que o governo n o podia manter os investimentos pesados que fez ap s a Segunda Guerra Mundial pois tinham d ficits p blicos balan as comerciais negativas e infla o Defendiam portanto redu o da a o do Estado na economia A vit ria dos conservadores nas elei es de 1979 no Reino Unido ungindo Margareth Thatcher como primeira ministra e de 1980 nos EUA com a elei o de Ronald Reagan presid ncia fortaleceram essas teorias Desde ent o o Estado passou s a preservar a ordem pol tica e econ mica deixando as empresas privadas livres para investirem como quisessem Al m disso os Estados passaram a desregulamentar e privatizar numerosas atividades econ micas antes controladas por eles CHAVES 2007 2 Novo estilo de vida permeado basicamente pelo esp rito consumista hedonista e narcisista al m de individualista O apelo ao novo constante o ser humano s adere a movimentos com fins pr ticos libera o sexual feminismo etc e se preocupa mais com quest es do dia a dia a forma o ocorre em ess ncia na escola e pelos mass media as pessoas procuram credos menos coletivos e se baseiam muito no lado psicol gico por isso se diz que o p s modernismo o t mulo da f Nessa sociedade os valores foram trocados por modismos e os ideais por ritmos cotidianos O ser humano atual sinc
211. eender as transforma es ocorridas no mundo do trabalho que passam a exigir cada vez mais conhecimento t cnico e cientifico e se traduzir na dispensa da for a de trabalho humana em especial pessoas mais velhas ou n o capacitadas o que significa aprofundar as contradi es sociais mais polariza o social e aumento dos ndices de pobreza e exclus o social Ainda preciso perceber que a especializa o e o conhecimento t cnico do trabalhador n o o aproximam do poder pol tico e econ mico desfrutado pela categoria empresarial mas o mant m como parte da organiza o produtiva alargando mais o fosso entre um e outro Eis por que fundamental entender a posi o da escola na din mica do capital mundializado e como ela se articula com a crise do trabalho assalariado e dos Estados nacionais 1 1 A sociedade da informa o na aldeia global Nas ltimas d cadas o p s modernismo surgiu como conceito chave na busca de compreens o dos mais diversos aspectos da sociedade contempor nea em especial a cultura Tornou se comum a afirma o de que vivemos em um contexto p s moderno marcado por constantes e profundas transforma es em v rias facetas da vida humana LOUREIRO 2003 p 15 Dado o contingente de fen menos sociais e culturais que esse termo abarca associado dificuldade de se examinarem processos em curso com suficiente distanciamento para se perceberem com clareza os sinais de ruptura ele gera um debat
212. efone e Internet se mostrou complicada para a maioria exige que os professores acessem o portal sempre o que os sobrecarrega tamb m De novo s a Escola Jasmim recorre sistematicamente ao apoio t cnico pois a assist ncia pedag gica demandaria conhecimento da realidade de cada escola para ser pertinente e eficaz ainda assim por meio do professor de Inform tica que faz a maioria dos contatos As reuni es semestrais oferecidas pelo sistema ocorrem no per odo letivo por isso interrompem as aulas e mais por serem feitas fora de Uberaba s o dispendiosas da a participa o restrita das escolas Conv m ressaltar que diretoras e professoras fazem cursos separados pois no caso da dire o o foco administrativo com orienta o para planilhas de custo gerenciamento e marketing Esse fato por m n o as preocupa ou contraria visto que ao adotarem o material did tico ficam confiantes no trabalho pedag gico a ser feito na escola Outro fato intrigante que a Escola Jasmim e o Col gio Margarida alegaram receber visitas semestrais mas o Col gio Pet nia e a Escola Cam lia n o A diretora Leda do Pet nia afirmou que n o h visitas nem acompanhamento sistem tico e decepcionada acrescentou que 149 nem tudo acontece da forma como disseram no primeiro contato A assist ncia que o sistema promete n o ocorre a n o ser que a escola corra atr s ligue procure ou acesse o site Virem aqui esponta
213. em ngulos diferentes As tradu es e as reconstru es s o tamb m um risco de erro e muitas vezes o maior erro pensar que a id ia a realidade E tomar a id ia como algo real confundir o mapa com o terreno SANTOS 2005 p 3 Esse racioc nio permite perceber a necessidade de se buscar ampliar na educa o as leituras e pesquisas em v rias fontes com pensamentos estilos e id ias diferentes a fim de que o aprendiz construa um pensamento pr prio aut nomo e com suas caracter sticas autorais 45 preciso considerar que outra causa de erro s o as diferen as culturais sociais e de origem entre as pessoas Com base nelas cada um considera suas id ias como mais evidentes e esse pensamento pode induzir a id ias normativas e a se considerarem id ias alheias a essa norma como rid culas ou anormais Segundo Santos 2005 p 3 isso n o ocorre somente no dom nio das grandes religi es ou das ideologias pol ticas mas tamb m das ci ncias Para Morin 2001 p 15 Efetivamente a intelig ncia que s sabe separar fragmenta o complexo do mundo em peda os separados fraciona os problemas unidimensionaliza o multidimensional Atrofia as possibilidades de compreens o e reflex o eliminando assim as oportunidades de um julgamento corretivo ou de uma vis o a longo prazo Sua insufici ncia para tratar nossos problemas mais graves constitui um dos mais graves problemas que enfrentamos De modo que qu
214. end ncia DEMO 2006 p 9 A revista Veja publicou na edi o de 13 de junho de 2007 a reportagem sobre o processo movido por uma m e contra o conte do das apostilas produzidas pelo grupo CoC de Ribeir o Preto SP vendidas s escolas Eis a manchete M e ganha na Justi a o direito de protestar contra o col gio da filha Na cartilha sobra ideologia e falta conte do ver ANEXO 2 Esse autor emprega essa express o para responder cr tica de Claudio de Moura e Castro no editorial da revista Veja de 22 8 2007 Satan s apostilado onde o autor justifica que o uso cada vez maior de apostilas por escolas p blicas e particulares na verdade solu o original e inteligente falta de atendimento adequado pelas redes que mant m grande parte das institui es de ensino e professores desgarrados e sem apoio t cnico das secretarias 120 TABELA 5 Tipos de livros que os alfabetizados l em 2005 G NEROS DE LIVROS QUE OS ALFABETIZADOS COSTUMAM LER Total Alfabetizados de Alfabetizados de Alfabetizados de n vel rudimentar n vel b sico n vel pleno B blia ou livros religiosos 45 46 48 47 Romance aventura policial 30 19 32 49 fic o Livros did ticos 21 16 19 33 Poesia 15 12 18 19 Biografia relatos hist ricos 15 9 16 26 Livros t cnicos de teoria ensaios 11 4 9 22 Auto ajuda orienta o pessoal 11 5 9 22 N o costuma ler livros 21 29 15 7 Fonte INAF 200
215. ensa orienta es Jasmim extras Os professores recebem manuais e orienta es tamb m Eles visitam a escola semestralmente nos encontramos em cursos e por meio de Priscila Col gio telefone e computador Margarida A escola pouco utilizava Ana L cia Escola Cam lia 194 QUADRO 30 Como ocorre a utiliza o do material impresso Os professores seguem rigorosamente ou fazem adapta es ao material RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Em rela o utiliza o do material impresso explicou que os professores podem fazer adapta es mas gostam de seguir porque os assuntos s o interligados e tamb m porque se n o seguirem n o d tempo de concluir a apostila por esse motivo s poss vel trabalhar um projeto da escola no ano todo Diretora B Quanto apostila os professores adaptam adotam livros de literatura no geral e de gram tica na 4 s rie Diretora C A escola tem a apostila como refer ncia mas elabora atividades complementares Realizam adapta es de acordo com nosso planejamento anual Em rela o apostila os professores faziam adapta es acrescentavam complementavam com livros e materiais diversos mas era corrido demais Se ficasse muita coisa da apostila para tr s os pais vinham saber o que estava havendo se comprou porque n o est usando Leda Col gio Pet nia La s e Olga Escola Jasmim P
216. ento Trata se de uma sociedade intensiva de conhecimento com caracter sticas contradit rias pois enquanto abre horizontes de produtividade acena com mecanismos dr sticos de exclus o social e desemprego ao substituir com rapidez a m o de obra por processos informatizados e atingir n o s o setor industrial mas tamb m o de servi os Castells 1997 afirma que os novos empregos tendem a pagar menos por haver mais pessoas preparadas para o trabalho mas discorda da id ia de que seria apenas um caso de recoloca o dos trabalhadores que teriam empregos recriados noutros locais pois a crise vivenciada pelos pa ses do centro em raz o da pr pria intensividade do conhecimento tende a usar mais a intelig ncia do trabalhador do que sua for a fisica Na opini o de Demo 2005 seria esse o motivo pelo qual na pr tica a economia competitiva globalizada aposta na educa o b sica de qualidade mas n o que seu intento seja a cidadania e sim a competitividade com base no uso do conhecimento de maneira formal utilitarista Embora percebam as desigualdades de oportunidades que as pessoas enfrentam em raz o de suas condi es sociofinanceiras Giddens 1990 e Demo 2005 rejeitam a concep o de que o comportamento humano resulte de for as que ele pr prio n o controla nem compreende Afirmam que a sociedade do conhecimento pode permitir que qualquer pessoa com disponibilidade de tempo recursos e habilidade criativa tenha acesso e
217. ento uniforme e planejamento centralizado em que os alunos n o compreendem o sentido nem a utilidade das inova es tecnol gicas para constru o do conhecimento O pre o de sua utiliza o mantendo uma metodologia tradicional e conteudista a tecnologia deixar de ser um desafio e se tornar cada vez mais enfadonha e pouco motivadora para alunos e professores Se engana quem pensa em adotar um pacote did tico completo que conduza passo a passo professor e aluno no conte do utilizando a tecnologia possa garantir o sucesso pedag gico e tecnol gico da escola N o bastar equipar a escola com o que h de mais recente em tecnologia salas de aula onde h equipamentos de realidade virtual carteiras com monitores individuais por aluno que trazem o conte do apresentado pelo professor para ser gravado em disquete ou CD ou permitam ao aluno faltoso acessar o website da disciplina para buscar os conte dos e exerc cios do dia tirar d vidas via e mail e receber orienta es do professor on line Ainda assim poder o prevalecer a transmiss o e a l gica tecnicista pr prias da mais antiga das salas de aula Silva 2001 p 8 esclarece que o essencial n o a tecnologia mas um novo estilo de pedagogia sustentado por uma modalidade comunicacional que sup e interatividade isto participa o coopera o bidirecionalidade e multiplicidade de conex es entre informa es e atores envolvidos Mais do que nunca o professo
218. entos da pesquisa e sujeitos pesquisados cciiisiiiii 127 4 2 O contexto escolas diretoras professoras material did tico 130 4 3 An lise dos dados sa sisias spas o Ai en nes as SA MAD Cais Pa EU da SUAS al 138 CONSIDERA ES FINAIS sa ia cadetes Bus pala as dO cl 161 REFERENCIAS sra E sa 167 AP NDICE A ENTREVISTA COM MONITORA DO SISTEMA POSTTIVO 176 APENDICE B ROTEIRO PARA ENTREVISTAR PROFESSORAS 179 AP NDICE C ROTEIRO PARA ENTREVISTAR DIRETORAS 181 AP NDICE D S NTESE DOS DEPOIMENTOS DAS PROFESSORAS 183 AP NDICE E S NTESE DOS DEPOIMENTOS DAS DIRETORAS 189 AP NDICE F DI RIO DE CAMPO iiiitte trees 196 AP NDICE G ORGANIZA O DAS INFORMA ES EM CATEGORIAS 201 ANEXO 1 INFORMATIVO DA PREFEITURA DE UBERABA EDUCA O EM MOVIMENTO ESTUDAR PODE SER UMA GOSTOSA BRINCADEIRA amu ishpuaso nadas si sa aaa ud capa a a dd 212 ANEXO 2 REVISTA VEJA ENSINO QUE BOM 213 ANEXO 3 FOLHA ON LINE PREFEITURAS DE SP TERCEIRIZAM A EDUCA O qse nr CIR Ss rala ea EE A 215 ANEXO 4 FOLHA ON LINE PREFEITURAS DE SP TERCEIRIZAM A EDUCA O RAIO X DAS PARCEIRAS DE SISTEMAS DE ENSINO aus para soraia gal asc dass asas AUS a Ad e ado Sl 216 ANEXO 5 REVISTA POCA A ESCOLA DE R 1 BILH O 217 ANEXO 6 REVISTA VEJA ESCANCARADA ASSIM SUA CASA CRIAN AS ON LINE custe
219. eocupa o dos pais com a divulgada ado o do Sistema Positivo em escolas p blicas afinal pela escolha da escola certa que eles procuram dar condi es para que os filhos possam competir no vestibular e no mercado de trabalho Portanto nessa linha de pensamento uma educa o pensada por especialistas com conte do apostilado disponibilizado no portal e com softwares seria a melhor garantia desse sucesso 157 al m de ser um diferencial em rela o aos outros candidatos alunos ao vestibular e ao mercado de trabalho Como afirma Pedroso e Bertoni 2002 p 16 17 A cultura transforma se assim em instrumento de domina o ideol gica que imprimindo padr es de comportamento desavergonhadamente conformistas impede a cr tica sobre a qualidade a verdade ou n o verdade de seus produtos Os homens s o levados a tomar para si interesses e id ias que n o lhes s o inerentes e que n o s o pass veis de questionamento mas que por uma ordem ideol gica coerentemente estruturada segundo os interesses do status quo passam a ser vistos como naturais a eles Dessa forma estas s o atitudes que embora preconceituosas refletem a busca de diferencia o entre pessoas pelo conhecimento que elas t m e que lhes pode garantir melhor condi o econ mica e status social A resposta da coordenadora pedag gica L cia aos meus questionamentos sobre a ado o do Positivo pelas escolas municipais de Uberaba confirma essa a
220. equiparado ao grego Arist teles cuja obra deu vida material aos ensinamentos essencialmente te ricos de Plat o Reduzir Marx ao esquerdismo de botequim que se nota em alguns livros e apostilas uma ofensa ao fil sofo alem o e um desservi o educa o dos jovens brasileiros Muitos dos livros e apostilas que servem de base para as aulas apresentam problemas ainda mais b sicos como erros factuais e de portugu s e reda es prim rias O texto Como se conjuga um empres rio panfleto anticapitalista sem gra a nem gosto reproduzido nesta p gina foi o que mais chamou a aten o de M rian Mas a m e se indignou com muitas coisas mais O col gio onde estuda a filha reagiu com coragem e corre o N o renovou o contrato com o COC e mandou tirar de sua pr pria apostila o texto em quest o Assinado por um desconhecido escritor cearense que atende pelo nome de Mino a pe a j havia cativado outros deseducadores Em 2005 serviu de tema para a reda o no vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais Inspirados na obra os candidatos deviam produzir um texto cr tico sobre o comportamento do empres rio Com um detalhe o narrador da hist ria seria uma secret ria anticapitalista indignada com as perip cias do patr o Os jovens est o expostos a uma salada de slogans que n o esclarecem nada sobre o mundo em que vivemos isso s emburrece diz o fil sofo Roberto Romano Como mostra a rea o de M rian Macedo as esco
221. er professor uma identidade menosprezada mas ser bi logo uma identidade valorizada A disciplinaridade se sobrep e a transdisciplinaridade a vis o articulada do conhecimento Na vida somos todos transdisciplinares mas quando colocamos os p s nas salas de aula somos disciplinares SANTOS 2005 p 2 Essa estrutura disciplinar n o permite que os docentes discutam e articulem conhecimentos embora os curr culos dos cursos universit rios incluam disciplinas de outras reas num car ter multidisciplinar muitas vezes como disciplinas optativas Ao mesmo tempo comum ouvir professores dizerem esta disciplina minha e n o admito interfer ncias de outros especialistas Como resultado os alunos ref ns dessa estrutura atitude saem com as cabe as bem cheias MORIN 2001 de uma variedade de informa es justapostas mas sem saber articul las para terem cabe as bem feitas SANTOS 2005 p 2 Com efeito o predom nio da disciplinaridade contribuiu para aprofundar conhecimentos espec ficos ou seja formar especialistas que deram condi es ao desenvolvimento do progresso cient fico e tecnol gico Mas para o futuro preciso repensar no rumo da humanidade tendo em vista que n o a quantidade de informa es nem a sofistica o de cada disciplina isolada que dar o conta de um conhecimento pertinente por isso necess rio inserir o conhecimento no 44 context
222. eral Na literatura m dia se refere a meios massivos como r dio televis o jornal revista v deo e cinema engloba ainda ind stria cultural e meios eletr nicos de comunica o ou seja computadores pessoais conectados ou n o Internet jogos eletr nicos celulares televis o a cabo ou via sat lite Por isso ocupa um importante lugar social GOMES 2008 81 Na sociedade do homem capitalista o consumo se instaura com fundamental import ncia porque comunica as diferen as de classes e constr i e renova a distin o entre o popular e a elite No entanto essas diferen as entre culturas e classes se conciliam com os chamados bens culturais e de consumo pois todos t m direito de consumir e nesse ato as pessoas se relacionam e constroem significados na sociedade CANCLINI 2000 p 36 No dizer de Canclini 1995 o consumo deve ser compreendido conforme tr s enfoques primeiro o da racionalidade econ mica consumo como momento do ciclo de produ o e reprodu o social ou seja como compra e venda de produtos e informa es que expandem o capital e reproduzem a for a de trabalho segundo consumo compreendido luz da racionalidade sociopol tica interativa atrav s do movimento de consumidores e suas demandas tem lugar o conflito entre classes terceiro consumo correspondendo a aspectos simb licos e est ticos da racionalidade consumidora visto que a l gica que faz as pessoas consumirem n o s a da
223. ercado GENTILI 2000 p 49 e que se associa aos princ pios reguladores da l gica dos fast food em que as pessoas t m de consumir tudo com rapidez numa pressa institucionalizada com consequ ncias claras educa o ao pensamento e comunica o social Ainda segundo Gentili 2000 p 52 85 Nesse modelo de organiza o social a escola tem por fun o na perspectiva dos homens de neg cios a transmiss o de certas disciplinas e habilidades necess rias para que as pessoas atuem competitivamente num mercado de trabalho altamente seletivo e cada vez mais restrito A educa o deve garantir as fun es de sele o classifica o e hierarquiza o dos postulantes aos futuros empregos ou aos empregos do futuro Para os neoliberais nisso reside a fun o social da escola A competi o passa a caracterizar a l gica interna das institui es que feito pequenas empresas produtoras de servi os educacionais contrariam a perspectiva da escola cidad defendida por Paulo Freire e associada proposta dos Par metros Curriculares Nacionais PCN Indicados pelo Minist rio da Educa o MEC como refer ncia na elabora o e revis o dos curr culos escolares os PCN s o tidos como grande ferramenta que incentiva o uso de temas transversais o rompimento dos limites dos muros da escola e cujo princ pio b sico a elabora o coletiva do projeto pedag gico da escola Seu objetivo segundo o MEC garantir a
224. ercantis e s o vistos como clientes da escola portanto patr es do professor que deve se submeter aos anseios e s vontades do cliente segundo relatam os pr prios professores em reportagem da revista Veja edi o 1 904 de 11 de maio de 2005 107 higiene e sa de integra o social e educa o sexual Isso gera uma tens o entre o que se espera da escola e o que ela pode oferecer efetivamente O educador especialista em conhecimento em aprendizagem Como especialista espera se que ao longo dos anos aprenda a ser um profissional equilibrado experiente evolu do que construa sua identidade pacientemente integrando o intelectual o emocional o tico o pedag gico O educador pode ser testemunha viva da aprendizagem cont nua Testemunho impresso nos seus gestos e personalidade de que evolui aprende se humaniza se torna uma pessoa mais aberta acolhedora compreensiva Testemunha viva tamb m das dificuldades de aprender das dificuldades em mudar das contradi es no cotidiano de aprender a compreender se e a compreender MORAN 2007 p 1 Enquanto servia a pequenos contingentes de classe m dia e alta o trabalho docente era distinto e prestigiado socialmente Hoje est em crise de desprest gio como sugerem os ndices de remunera o e os mecanismos de controle de seu exerc cio ado o obrigat ria de livros ou pacotes did ticos programas decididos por agentes externos obrigato
225. eressada 189 AP NDICE E S NTESE DOS DEPOIMENTOS DAS DIRETORAS QUADRO 18 De que maneira a escola conheceu o Sistema Positivo de ensino RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Viu em propagandas ligou e solicitou a presen a de um representante que Leda Col gio veio e explicou todo o processo Pet nia Viu numa propaganda ligou e solicitou uma visita para esclarecimentos Eles La s e Olga Escola vieram trouxeram orienta es e material para an lise por parte da escola Jasmim J conhec amos o sistema atrav s de comerciais Por m fomos convidados a Priscila Col gio conhecer o Sistema em Curitiba Margarida Atrav s de uma propaganda numa revista se interessou e ligou para um Ana L cia Escola primeiro contato Cam lia QUADRO 19 Por que optou por esse sistema de ensino RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Achou rico e interessante Leda Col gio Pet nia E entusiasta do Sistema Positivo disse Adoro os encontros semestrais o La s e Olga Escola Jasmim material apostilado os CDs as publica es o site tudo Disse que optou por esse sistema de ensino porque se sente mais segura em rela o ao material que sempre atualizado e bem feito e completou Penso que se for se apoiar melhor que seja em coisa grande por isso resolvemos adotar e levar muito a s rio A escola adota o sistema h cinco anos desde 2000 e antes de adotar foram a um encontro al m de Analisarem
226. eresse repete se o curso Como conta pontos para a avalia o de desempenho do professor eles t m procurado fazer mas nem sempre aproveitam fazem muitas vezes para n o perder os pontos na avalia o A Kelly sempre nos dizia que n o desist ssemos que se consegu ssemos pelo menos dois professores em cada escola para desenvolver os projetos j estava bom Ao dizer que n o colaboram e se negam a planejar aulas que as incluam Gisele revela a rea o dos professores press o que sofrem nas escolas para adotar as tecnologias tamb m 38 A x ra Os nomes com que me refiro s pessoas mencionadas nesta pesquisa s o fict cios para lhes preservar a identidade 111 sugere que muitos o fazem para n o serem mal avaliados n o percebem seu significado pedag gico Isso deixa entrever a inseguran a relativa redefini o de seu pr prio papel como educadores Segundo Felipe 2001 o medo do novo inerente a qualquer processo de mudan a tem propor es maiores na atualidade pois mais que saber usar e aplicar a tecnologia os professores t m de ser agentes da mudan a educacional Essa exig ncia faz com que os professores sintam se desconfiados c ticos pois n o conseguem vislumbrar que a inform tica educativa possa ser um mecanismo de mudan a na educa o Ao contr rio temem que o discurso da mudan a pela inform tica possa afetar a sua import ncia e o seu papel contribuindo ainda mais par
227. eria passou os olhos pelo jornal que lhe apresentava e confirmou ter ouvido coment rios sobre o conv nio da Secretaria de Educa o de Uberaba com o Sistema Positivo Quanto ado o de sistema apostilado em escolas p blicas considera que seria muito complicada e explicou dizendo o ritmo dos alunos muito variado al m da pouca assist ncia dos pais que ao meu ver s o fundamentais nesse processo Leda relatou que a escola precisa dos pais quando realiza uma parceria como essa e explicou que tem por costume reunir pais e alunos na sala da dire o quando os resultados nas avalia es n o s o satisfat rios assim selam o compromisso de ajudar o filho em casa sen o n o d tempo de encerrar os assuntos estudados e cumprir o que est previsto nas apostilas Col gio Pet nia As duas escolas que trabalham com alunos do ensino fundamental de 5 a 8 s ries apresentaram diferen as em rela o s que trabalham s com crian as da educa o infantil at a 4 s rie nelas o clima relativo ao conte do das apostilas parece mais ameno Nos col gios Pet nia e Margarida que trabalham com alunos do ensino fundamental at a 6 s rie percebi um ponto em comum a preocupa o em vencer o conte do que resulta numa nfase maior em situa es que envolvem provas recupera o notas cobran a dos pais em rela o aos resultados e da escola em rela o ao apoio dos pais 48 Ind
228. es escolas e universidades buscam rediscutir m todos e projetos pedag gicos a fim de adequ los demanda do s culo XXI e precisam estar alertas para n o se perder o car ter transformador da escola e do conhecimento que se reduzido forma o de compet ncias para o atendimento ao mercado legitimar uma ordem social vigente desigual e injusta para a maioria da popula o A d cada de 1970 garantiu um solo f rtil propaga o de posturas p s modernas num contexto onde se intensificam o desenvolvimento tecnol gico e os meios de comunica o de massa marcantes para a recomposi o hegem nica do capitalismo na roupagem neoliberal Muitas e profundas s o as transforma es deste tempo em particular no setor de tecnologia e comunica es Enquanto ocorre uma adapta o das pessoas introdu o do novo convive se com a mudan a e a sobreviv ncia do antigo paradigma social que faz da escola a grande redentora da humanidade perdida embora n o lhe d condi es de sobreviver com dignidade Paradoxalmente quem defende certos valores tamb m deplora suas consegii ncias sociais e o cidad o se transforma em consumidor aprendendo a viver e conviver num mundo onde tudo pode ser mercantilizado produzido e consumido IANNI 1997 p 126 20 Pr tica pol tico econ mica embasada nas id ias dos pensadores monetaristas representados sobretudo por Milton Friedman dos Estados Unidos EUA e Fri
229. es e s necessidades discentes N o me refiro preponder ncia do l dico que tem imperado na educa o como se tudo que houvesse para ser aprendido devesse virar jogo din mica ou brincadeira para n o se tornar desinteressante N o bem assim Aprender pela troca pela experi ncia e pela descoberta por si s j motiva e proporciona prazer por isso os professores precisam fazer de sua conviv ncia com os alunos momentos de perguntar e instigar muito mais do que de responder e inculcar Em particular impressionou me a maneira diferente como a Escola Jasmim lida com a parceria as diretoras acreditam no seu sucesso usufruem tudo que o sistema oferece mas as professoras o empregam com alegria e versatilidade Foi a nica escola cuja equipe diretoras e professores vai s reuni es semestrais que o Sistema Positivo organiza em cidades onde h a parceria As professoras procuram usar a apostila e todo o material de apoio proveniente do pacote did tico mas tamb m se preocupam em adotar material complementar como livros de literatura e gram tica desenvolvem alguns projetos pr prios e idealizam passeios culturais com as crian as Suas turmas menores m dia de oito a doze alunos facilitam a monitoria entre alunos e aceleram o ritmo de desenvolvimento das atividades Os pais n o discutem a forma de trabalho nem exigem que se ven a todo o conte do da apostila numa demonstra o de confian a no trabalho da escol
230. escentemos de inibir a pesquisa e frear os avan os mas de p los a servi o dos seres humanos A aplica o de avan os tecnol gicos com o sacrif cio de milhares de pessoas um exemplo a mais de quanto podemos ser transgressores da tica universal do ser humano e o fazemos em favor de uma tica pequena a do mercado a do lucro Segundo o autor o caminho autorit rio j em si uma contraven o natureza inquietamente indagadora buscadora de homens e de mulheres que se perdem ao perderem a liberdade ALMEIDA J NIOR 2005 p 1 Por isso que o professor precisa ter autonomia 89 de pensamento e a o s assim poder estimul la em seus alunos pois n o se pode dar o que n o se tem N o vejo como poder ser poss vel ao professor resgatar sua profissionalidade o respeito do aluno e da sociedade sem ser independente sentindo se incapaz de motivar a si pr prio e a seus alunos em busca das descobertas e dos desafios de um mundo repleto de informa es Por isso discuto a ado o de pacotes did ticos padronizados e completos como nica ferramenta de ensino Defendo que o professor n o deve se ater a uma nica ideologia Mesmo que ela venha de empresas educacionais especializadas e por meio de recursos tecnol gicos inovadores ser sempre uma ideologia proveniente de outro contexto da qual n o se pode muitas vezes captar a natureza e inten o e pela qual se pode ter uma percep o apenas par
231. escolas conveniadas que usam o pacote did tico completo Esses brindes incluem uma revista semestral divulgando escolas parceiras de sucesso CDs com mensagens para serem usadas como espera ao telefone escola integrante de uma rede forte e competente de ensino outros com sugest es prontas de folhetos e outdoor para divulga o da escola na cidade frisando o conv nio com o sistema e ainda outros com m sicas para o trabalho em sala de aula em datas comemorativas Tamb m os professores ganham presentes no seu dia o que me leva a associar o fato sistem tica da ind stria cultural que manipula pessoas por meio do engodo pela propaganda com nfase em benef cios que facilitam a vida de quem esperto e pode receber tudo pronto sem nenhum trabalho salvo o de aplicar PEDROSO BERTONI 2002 p 87 8 A m dia em geral recorrendo publicidade veiculada pela empresa produtora de material educacional foi respons vel por despertar o interesse de todas as escolas pesquisadas A diretora da Escola Cam lia Ana L cia sempre muito sincera disse que considerou tamb m a possibilidade de tirar proveito do marketing que a empresa faz quando confessou ter pensado que seria bom para a escola estar aliada ao nome como o do Positivo que bem conhecido e divulgado como relatei no Di rio de Campo Sobre o sistema de ensino a diretora La s da Escola Jasmim se considera segura e
232. esse contexto a autonomia docente se torna cada vez menor seja pela amplia o de sua jornada de trabalho seja pelo rebaixamento de seu n vel de qualifica o A cristaliza o da imagem do professor como sujeito pleno de autonomia de exerc cio intelectual inalien vel oculta assim as origens hist ricas da proletariza o de que aqui se trata Compreender essa escola como meio de produ o e o conhecimento como ferramenta imaterial do processo de trabalho docente assim como as novas caracter sticas determinantes desse processo levou me a considerar a tese de que esse trabalho est s formalmente subsumido ao capital Uma boa parcela dos estudos feitos nos ltimos 30 anos exp e a escola como maquinaria que faz funcionar jogos minuciosos de poder e saber no interior da cultura chegando at a profetizar seu desaparecimento ou sua substitui o Mas ineg vel a constata o de seu papel indispens vel e insubstitu vel na vida de crian as e jovens em prol da forma o de indiv duos sens veis plenos e atuantes quando conversamos com eles ou com seus pais percebemos o quanto nela depositam suas expectativas de futuro e o quanto o sonho de ser algu m na vida se encontra associado escola Em um levantamento sobre esse assunto nas revistas Veja e Isto de 2001 e 2002 com a finalidade de perceber o tom dominante de seus discursos Costa 2003 p 20 concluiu A nfase das abordagens parece incidir sobre dois focos prefe
233. esso ensino aprendizagem A professora explicou que o Sistema oferece orienta o on line ou pelo telefone quando requerida mas quase n o era necess rio Quem mais se comunica o professor de Inform tica atrav s do Portal Explicou tamb m que existem 2 encontros por ano para capacita o mas como ocorrem fora de Uberaba fica mais dif cil ir Al m de ser caro para a toda a escola se deslocar ocorrem em dias letivos e os pais reclamam As diretoras v o e trazem as novidades Normalmente uma ou duas professoras tamb m v o Perguntei sobre as reuni es na escola e ela esclareceu que ocorrem bimestralmente para programar atividades e reuni es com os pais Fazemos reuni es bimestrais na pr pria escola e semestralmente comparecemos ao encontro com o pessoal do Positivo no mais utilizamos o Portal e a Internet para comunica es Explicou que Uma vez ao ano mais ou menos vem algu m do Sistema Positivo visitar a escola conversar com alunos e professores e para saber se estamos satisfeitos com a parceria A professora explicou que pode consultar o Portal ou o telefone para solicitar orienta es mas pouco o faz O trabalho acompanhado pela dire o da escola mas tranq ilo porque h confian a na equipe e no Sistema adotado Explicou que Nas reuni es semestrais de capacita o que o Sistema oferece dif cil ir porque s o fora da cidade e fica caro Al m disso quando v
234. est gio popular conhecimento est muito pr ximo do poder quase se confundindo com ele mais do que com a verdade Faz parte dessa vincula o sempre suspeita a pretens o de universalidade que pleiteia validade para todos independentemente de espa o e tempo DEMO 2005 p 20 Tal pretens o de universalidade a que esse autor se refere escamoteia a obsess o pelo poder e caracteriza a politicidade do conhecimento na qual tudo precisa ser validado socialmente antes de ser reconhecido como verdadeiro n o basta satisfazer os requisitos l gico experimentais Tamb m muito pr ximos sempre estiveram conhecimento e censura pois os poderosos que se julgam donos deste buscam a qualquer custo meios de proibi lo quando est o em jogo os privil gios do poder Ora historicamente a inquisi o na Idade M dia fora um ato de censura a quem queria pensar livremente N o tem outra fun o hoje a produ o acentuada de procedimentos para manter as massas na ignor ncia alheias da mis ria que lhes imposta Esta talvez seja a maior pecha do conhecimento dotado de tamanha potencialidade rebelde serve tamb m para coibir a rebeldia Essa pecha pode ser vista at hoje em nossos sistemas educacionais inventados para alargar as oportunidades das pessoas chegando mesmo a institucionalizar ofertas constitucionalmente obrigat rias mais f cil neles aprender pouco ou nada A universidade de certa forma uma trincheira Embor
235. estion rios semi estruturados foram de grande valia servindo de guia nas entrevistas e sendo instrumento esclarecedor para a pesquisa no caso de n o ocorrer o encontro com os professores 200 Escola Cam lia diretora Ana L cia A minha primeira visita Escola Cam lia que atende alunos da educa o infantil e do ensino fundamental s ries iniciais ocorreu no dia 5 de abril de 2006 s 14h49 para um primeiro contato com a diretora Ana L cia A pessoa que atendeu pelo interfone me pediu para voltar s 17h40 porque a diretora estava em sala de aula substituindo uma professora naquele momento Identifiquei me apenas como uma educadora querendo falar com a diretora para evitar que se recusasse a me atender como j ocorrera em outra escola quando expliquei o motivo da entrevista Na impossibilidade de voltar naquele mesmo dia retornei dia 15 de maio de 2006 s 9h30 quando aconteceu a entrevista Fui recebida pela diretora que me atendeu muito bem e se disp s a participar apesar da escola n o utilizar mais o Sistema Positivo de Ensino desde 2003 a pedido dos pais que o consideraram fraco e caro al m de ser um compromisso financeiro para o ano todo Fiquei surpresa com a not cia porque a marca Positivo estava na fachada e na divulga o atrav s da lista telef nica A diretora explicou que ainda n o pintou a fachada e que no pr ximo ano iria retirar a marca da lista telef nica Perguntei se a marca Pos
236. flexiva mais os agentes sujeitos adquirem capacidade de refletir sobre as condi es sociais de sua exist ncia e assim conseguem se preparar para modific las Embora a reflexividade possa dar mais liberdade aos indiv duos que aceitem correr os riscos de n o obter resultados sempre auspiciosos ela tamb m os torna respons veis pela inven o permanente da pol tica e da sociedade de resultados incertos A reflexividade da vida social moderna consiste no fato de que as pr ticas sociais s o constantemente examinadas e reformadas luz de informa o renovada sobre estas pr prias pr ticas alterando assim constitutivamente seu car ter Em todas as culturas as pr ticas sociais s o rotineiramente alteradas luz de descobertas sucessivas que passam a inform las GIDDENS 1990 p 45 Conv m esclarecer esse autor n o faz elogio do progresso ou da expans o do conhecimento s diversas esferas da vida social de forma exclusiva e irresponsavelmente positiva O aspecto central nessas suas palavras que a altera o das pr ticas num tempo de informa o renovada significa reordenamento institucional denotando o surgimento de outra ordem ou outras for as que est o mostra Nessas condi es o sistema capitalista vai buscar v rias formas de restabelecer o padr o de acumula o cuja consequ ncia um novo sistema social Nele valoriza se o melhor desempenho das pessoas para o qual devem estar sempre atuali
237. g ncias e cria es sistemas vivos que vivem num sistema maior a sociedade Nela n s nos comunicamos nos informamos nos integramos conhecemos a realiza o a subjuga o e a domina o mediante a organiza o de nosso pr prio trabalho pelo qual produzimos n o s utens lios mas tamb m monumentos id ias e sonhos Somos assim seres singulares e incomunic veis que produzem vidas numa pr xis produtiva ininterrupta Com base nesses pressupostos n o ser poss vel determinar antecipada e unilateralmente os fins a serem atingidos na educa o ou na forma o Chegar a algum lugar exige mais do que assegurar um fim antes preciso entender o fim como processo e como algo que n o pode ser pr definido com precis o do contr rio desconsideramos a capacidade de criar das pessoas envolvidas Decerto n o tarefa simples sabe se que h muitos desafios para a educa o e que a reflex o cr tica n o basta assim como n o basta a pr tica sem a reflex o sobre ela 3 2 Forma o e pr tica docente na era da globaliza o Uma sociedade multicultural precisa educar o homem multicultural que seja capaz de ouvir e prestar aten o ao diferente respeit lo Para tanto ser preciso reconstruir o saber da escola e a forma o do educador N o haver espa o para um papel cristalizado nem para a 106 escola nem para o educador que ter de ser mais consciente criativo e aprender sempre em espa os de inter
238. ganhou lucrou lesou explorou burlou convocou elogiou bolinou estimulou beijou convidou despiu se deitou se mexeu gemeu fungou babou antecipou frustrou P g 14 da apostila de reda o do Pent gono Coment rio tolice ideol gica que al m de ser sem gra a predisp e os alunos contra o sistema de gera o e distribui o de riqueza que a base da democracia a economia de mercado 215 ANEXO 3 FOLHA ON LINE PREFEITURAS DE SP TERCEIRIZAM A EDUCA O A FOLHAONLINE 1 que transformou a Folha de S Paulo www folha com br Ter a feira 11 de mar o de 2008 Especial Servi o Galeria Erramos Colunas Faleconosco Atendimento ao assinante Grupo Folha A O que isso Em cima dahora Ambiente Bichos Brasil Ci ncia e Sa de Comida Cotidiano Dinheiro Educa o Equilibrio Esporte Ilustrada Inform tica Mundo Turismo d H Comunicar erros Enviar por e mail E Imprimir OFolha Online OFolha de S Paulo 30 01 2006 09h44 Prefeituras de SP terceirizam a educa o E DANIELA T FOLI 1 Procuradoria contesta curso semestral da PUC da Folha de S Paulo 2 Procuradoria investiga Unip que aprovou Depois dos servi os de coleta de lixo de varri o p blica e de recapeamento asf ltico os menino de 8 anos em vestibular munic pios est o terceirizando at mesmo a educa o Prefeitos de 145 cidades brasileiras sendo F E 5 3 Brasil se prepara para reform
239. gio Margarida oferece aulas de suporte essas aulas s o individuais no per odo contr rio que a crian a estuda Existe tamb m a recupera o paralela que ocorre no encerramento do primeiro semestre e do segundo semestre DIRETORA PRISCILA A recupera o dos alunos ocorre paralelamente durante o ano S o desenvolvidas novas atividades em sala no caderno E ao final de cada semestre h recupera o PROFESSORA HELENA Col gio Margarida O procedimento para quem n o consegue acompanhar as atividades dar a esse aluno atividades extras com explica o para que o mesmo aos poucos v entrando no ritmo do trabalho S o feitas duas recupera es sendo uma no meio do ano e outra no final do ano letivo onde as mesmas v m acompanhadas de um trabalho e uma avalia o PROFESSORA MIRIAN Col gio Margarida Durante tr s dias os alunos refazem atividades do bimestre e uma avalia o no valor do bimestre Somamos a nota da prova com a do bimestre dividimos por dois e prevalecer o apenas 60 Se o aluno conseguir nota inferior que ele j havia tirado no bimestre prevalece a maior PROFESSORA APARECIDA Col gio Pet nia A recupera o paralela e final A paralela acontece diariamente quando percebemos que alguns alunos t m dificuldades mas ela reavaliada quando terminamos os bimestres o aluno que n o conseguiu 60 no bimestre dado uma oportunidade de vir ao col gio Pet nia refazer alguns
240. gras e vencedoras Ao Fernando meu quase genro e colega de profiss o que com enorme carinho e paci ncia me ajudou a desvendar os segredos do Power Point Aos meus sobrinhos Fabiano Cristiano Danielle e Renato que sempre foram netos respeitadores filhos muito amados sobrinhos carinhosos primos dedicados e pessoas do bem acima de tudo minha orientadora professora doutora C lia Maria de Castro Almeida a quem dedico enorme admira o e amizade sua ineg vel compet ncia sua disponibilidade e seu conhecimento cient fico tornaram poss vel a concretiza o desse trabalho A todos os professores do Mestrado em Educa o da Universidade de Uberaba UNIUBE que partilhando de fraterna conviv ncia souberam me mostrar os verdadeiros caminhos que levam a uma educa o capaz de transformar as mentes e os cora es t o necess ria num pa s como o nosso A todos os professores e diretores das escolas parceiras que cordialmente participaram da pesquisa Aos t o queridos e inesquec veis colegas da quarta turma do curso de mestrado da UNIUBE que em todos os momentos souberam ser amigos parceiros acolhedores de novas pessoas e id ias abertos ao constante aprender em busca de renova o da mente e da alma o que os faz mestres na verdadeira acep o da palavra Enfim agrade o a Deus que me permitiu aqui estar e tanto ter a agradecer RESUMO A sociedade contempor nea chama os professores para med
241. guinte j como Secret rio municipal de S o Paulo Paulo Freire deu in cio a uma grande reorienta o curricular que ser chamada de projeto da interdisciplinaridade GADOTTI 1998 p 16 Fundamentalmente a interdisciplinaridade objetiva proporcionar a viv ncia de uma realidade global que se fa a presente nas experi ncias cotidianas do aluno do professor e da comunidade ou povo e que contr ria pr tica comum na escola tradicional n o trabalha o 102 conhecimento de forma compartimentada e fragmentada A a o pedag gica pela interdisciplinaridade e transdisciplinaridade permite construir uma escola participativa e decisiva na forma o do sujeito social articulando saber conhecimento viv ncia escola comunidade e meio ambiente num trabalho coletivo e solid rio Portanto n o h interdisciplinaridade sem descentraliza o do poder ou seja sem uma efetiva autonomia da escola e na escola Nesse processo o educador sujeito de sua a o pedag gica capaz de elaborar programas e m todos de ensino aprendizagem sendo competente para inserir a sua escola numa comunidade GADOTTI 1998 p 16 Tamb m Morin 2000 exp e a import ncia de se redefinir a educa o pela pr tica transdisciplinar como meio de auxiliar o docente a superar as fronteiras que reprimem a aprendizagem quando se organiza o conhecimento em disciplinas que n o se comunicam A interdisciplinaridade pode significar pura e
242. humanidade porquanto se traduz num processo de ruptura e reorganiza o do passado constantes Mais que isso ela n o se dissocia da vida humana e se entrecruza com os fen menos social pol tico e cultural sem anteced ncia ou posteridade Entendida como elemento integrado ao processo social e hist rico a educa o n o pode se distanciar da fam lia e da sociedade nem teria como pois a escola onde crian as e jovens t m mais oportunidades de socializa o onde h oportunidades para o debate de id ias o enfrentamento de d vidas e inseguran as e para a express o onde h espa o para todos com suas habilidades e defici ncias Portanto precisa ser essencialmente inclusiva e ajudar seus alunos a conviverem com a diversidade serem menos individualistas e mais cooperativos entre si Fazer da escola esse local privilegiado capaz de colaborar para conquista da cidadania e autonomia de cada indiv duo o ensino tem de estimular a conviv ncia e a busca do conhecimento pelo esfor o reconstrutivo sistem tico Como elucida Demo 2006 p 3 134 33 Autopoi sis significa autocria o Muito do que o ser vivo determinado pelo que faz N o se pode contudo dizer que ele completamente autopoi tico pois sua carga gen tica para ficar no campo da biologia sempre dada e n o autocriada embora tenha de ser moldada depois pelo ambiente no caso do ser humano a educa o
243. i formulada pelos te ricos alem es Theodor Adorno e Max Horkheimer O conceito de ind stria cultural permeia diferentes campos do conhecimento e neste trabalho ele discutido no contexto da rela o entre educa o e consumo de materiais did ticos padronizados Embora tenha conota es filos ficas foge ao escopo deste trabalho uma discuss o filos fica Dito isso Adorno 1985 p 135 quem joga luz sobre as origens desse conceito Diz ele Tudo indica que o termo ind stria cultural foi empregado pela primeira vez no livro Dialektik der Aufkl rung que Horkheimer e eu publicamos pela primeira vez em 1947 em Amsterd Em nossos esbo os tratava se do problema da cultura de massa Abandonamos essa ltima express o para substitu la por ind stria cultural a fim de excluir de antem o a interpreta o que agrada aos advogados da coisa estes pretendem com efeito que se trate de algo como uma cultura surgindo espontaneamente das pr prias massas em suma da forma contempor nea da arte popular Ora dessa arte a ind stria cultural se distingue radicalmente Nesses termos a ind stria cultural ficou assim caracterizada porque sup e bens culturais que trazem a marca da seria o da padroniza o e da divis o do trabalho Ela nada produz s reproduz Mais que isso ela proporciona uma satisfa o moment nea como se o mundo estivesse em equil brio perfeito Para Adorno e Horkheimer 1985 p 136 ela reifica t
244. iaram de tal forma sua aplica o que n o se pode caracterizar a vida sem sua presen a A ci ncia penetrou n o s no processo produtivo tamb m na vida cotidiana expandindo se para as artes a medicina e as religi es para o campo a cidade e at o espa o sideral Todavia diz Hobsbawn 1995 o pr prio s culo xx ficou pouco vontade com a ci ncia Tal desconforto antes da Segunda Guerra Mundial se vinculava a certa desconfian a relativa atividade cient fica sobretudo por ser a ci ncia incompreens vel entre os leigos que a usassem sem compreend la O medo das consegii ncias pr ticas se associou a esses sentimentos ap s o segundo grande b lico num mundo que passa a se sentir dominado por algo incompreens vel e amea ado por efeitos nocivos por cat strofes resultantes do avan o tecnol gico por exemplo polui o e efeito estufa e pela amea a de uma batalha nuclear iminente alimentada no per odo da Guerra Fria Segundo Loureiro 2003 p 27 As guerras mundiais as bombas nucleares lan adas no Jap o o horror do Holocausto diante dessas experi ncias hist ricas a humanidade se confrontou com v rias perguntas onde est a felicidade que viria com o progresso Como o ideal emancipador da raz o se transformou em barb rie O poder onipotente da ci ncia n o era garantia de civiliza o Assim uma cr tica severa ao racionalismo ganhou contornos nos anos de 1960 com movimentos sociais ecol gicos
245. iarem processos de aprendizagem que preparem os estudantes para constru rem conhecimentos contextualizados e transdisciplinares sobre qualquer assunto em qualquer tempo e lugar S o exig ncias de uma educa o que requer participa o docente e discente ativa cr tica criativa e que se contrap e l gica do ensino apostilado caracterizada como mcdonaldiza o do ensino propiciada pela massifica o da cultura Nessa vis o competente o profissional preparado para cumprir pr ticas que aceleram o lucro e restringem o ensino memoriza o de conte dos fragmentados que s o descartados ap s serem usados na prova Ante a dissemina o e ado o de pacotes did ticos nas escolas brasileiras cabe indagar poss vel haver autonomia docente no sistema apostilado Como professores organizam desenvolvem e avaliam suas pr ticas educativas nesse sistema de ensino Qual a opini o dos professores sobre os pacotes did ticos Que implica es a ado o dos pacotes tem para a forma o continuada de professores Tais quest es definem o objetivo desta pesquisa verificar se e como professores da educa o b sica exercem sua autonomia docente quando trabalham com os pacotes did ticos Para respond las recolhi informa es mediante observa o participante entrevista semi estruturada e question rios com quest es abertas Foram sujeitos da pesquisa professores e diretores de quatro escolas particu
246. icadas para os diversos est gios da educa o infantil primeira fase do ensino fundamental e educa o especial as mesas educacionais s o integradas por m dulos eletr nicos softwares educacionais e uma variedade de materiais concretos Com leiaute exclusivo FIG 2 permitem o trabalho conjunto de at seis crian as favorecendo e estimulando a socializa o e o desenvolvimento de atividades em grupo GRUPO POSITIVO 2007 Dispon vel em http www portalpositivo com brr 138 4 3 An lise dos dados Minha condi o de educadora e pesquisadora foi uma parte inerente e din mica da constru o do conhecimento Articulando aproxima o e distanciamento racionalidade e afetividade simb lico e imagin rio num trabalho complexo de procurar controlar minhas inclina es pessoais e at pr conceitos conceitos pr vios que trago como educadora e cidad dispus me s an lises tendo em vista que O papel do pesquisador justamente o de servir como ve culo inteligente e ativo entre esse conhecimento acumulado na rea e as novas evid ncias que ser o estabelecidas a partir da pesquisa pelo trabalho como pesquisador que o conhecimento espec fico do assunto vai crescer mas esse trabalho vem carregado e comprometido com todas as peculiaridades do pesquisador inclusive e principalmente com as suas defini es pol ticas N o h portanto possibilidade de se estabelecer uma separa o n tida e ass pti
247. icionais e autorit rias de vida e ao oferecer s pessoas novas fontes de identidade desconectadas de seus locais particulares No dizer de Moreira 2003 p 1 212 Talvez a contribui o mais significativa das redes de informa o tenha sido seu papel no processo de forma o de uma consci ncia planet ria Nossa imagem do mundo de fato se transformou Sabemos que n o podemos mais pensar em termos simplesmente locais e isolados percebemos a realidade de povos e situa es antes distantes no tempo e no espa o e de como estamos interligados Surgiu uma realidade nova na hist ria humana a constitui o real de uma sociedade mundo e uma percep o ideal do planeta Terra como casa dos humanos e de toda a biosfera Sem d vida a atua o dos meios de comunica o de massa foi fundamental neste processo rompendo a barreira dos Estados das linguas e das culturas regionais N o se pode desconsiderar que qualquer mensagem ou produto veiculados pela midia s o orientados por duas for as cada dia mais decisivas o lucro e o poder Segundo Thompson 1995 tais produtos ou mensagens v m marcados por s mbolos icones imagens e valores produzidos por poucos e sem nenhuma ou pouca interven o dos receptores s o revestidos de potencial um simb lico que pode contribuir para criar ou refor ar formas de domina o na maioria das vezes camufladas porque influenciam mais pela sedu o que pela argumenta o Isso faz sua a
248. ido pela separa o em partes e pela aplica o em doses adequadas capacidade de memoriza o e armazenamento do aluno Logo nessa concep o a educa o se torna quase uma necessidade um rito de passagem vida adulta ao professor cabe sistematizar e organizar o conte do em partes l gicas sem se preocupar em perceber a estrutura de sua disciplina as rela es interdisciplinares ou seus aportes hist ricos e socioculturais que tornariam o ensino um desafio permanente mediante a busca de quest es significativas e pertinentes realidade do discente e do docente 1 Capacidade estrat gica de todo grande grupo oligopolista voltado para a produ o manufatureira ou para as principais atividades de servi os de adotar por conta pr pria enfoque e conduta globais CHESNAIS 1996 p 47 52 Acompanhando o avan o da mundializa o do capital o neoliberalismo marca as pol ticas educacionais destes tempos num contexto em que o enfraquecimento social dos Estados nacionais e a precariza o do trabalho s o tidos como necess rios para que os pa ses em desenvolvimento fa am frente ao aumento da competi o internacional A educa o se apresenta como alternativa de inclus o social se depara com os desafios do mercado de trabalho cada vez mais informal exigente e assumindo centralidade em qualquer projeto de sociedade embora seja criticado pela pr pria sociedade e pelo meio institucional Educador
249. iembre 1988 FREIRE Paulo Ensinar exige reconhecer que a educa o ideol gica In Pedagogia da autonomia saberes necess rios pr tica educativa 29 ed S o Paulo Paz e Terra 1996 FREITAG B rbara Escola estado e sociedade S o Paulo Moraes 1986 FRIDMAN Luis Carlos P s modernidade sociedade da imagem e sociedade do conhecimento Revista Hist ria Ci ncias Sa de Manguinhos Rio de Janeiro v 6 n 2 Jul out 1999 FRIGO TTO Gaud ncio A produtividade da escola improdutiva S o Paulo Cortez 1984 FUNDA O GETULIO VARGAS FGV N meros do ensino privado Relat rio final do Conv nio entre a Federa o Nacional das Escolas Particulares e a Funda o Get lio Vargas S o Paulo IBRE 2005 GADOTTI Moacir Pressupostos do projeto pedag gico In CONFER NCIA NACIONAL DE EDUCA O PARA TODOS MEC Bras lia 1994 GADOTTI Moacir Educa o e comunica o o papel dos meios na forma o do aluno e do professor em educa o de jovens e adultos 1995 Dispon vel em lt http www paulofreire org Moacir Gadotti Artigos Portugues Curriculo Educ e comunic p df gt Acesso em 22 jul 2006 GADOTTI Moacir As muitas li es de Paulo Freire In MCLAREN Peter LEONARD Peter GADOTTI Moacir et al Paulo Freire poder desejo e mem rias da liberta o Porto Alegre Artmed 1998 p 25 34 GADOTTI Moacir PADILHA Paulo Roberto Cidade educadora princ pios e experi ncias S o Paulo C
250. ii ncias desse processo de coopta o do imagin rio infantil mesmo se n o totalmente investigado j se mostram preocupantes MOREIRA 2003 p 1 227 Esse fato tem sido sentido quando se percebe a nfase nos valores e nas virtudes da instantaneidade do mundo p s moderno em que tudo deve ser consumido logo por exemplo alimentos e refei es instant neas do tipo fast food e realizado logo a exemplo do atendimento eletr nico e das compras on line Outro efeito a descartabilidade que manda para o lixo x caras pratos talheres embalagens guardanapos roupas e at aparelhos eletr nicos considerados como obsoletos Como prenunciava Alvin Tofler em 1970 no livro O choque do futuro esse descarte significa mais que jogar fora bens produzidos mais que n o saber o que fazer com o lixo porque normaliza o descarte de valores lugares estilos de vida relacionamentos humanos pessoas e modos de ser agir e sentir Por meio desses mecanismos as pessoas come aram a lidar com a descartabilidade a novidade e as perspectivas de obsolesc ncia instant nea que criam um contexto para a quebra do consenso e a diversifica o de valores Caracterizada por formas abstratas como o dinheiro que importa mais essa realidade proporciona uma nova disposi o psicol gica que leva simplifica o excessiva na interpreta o de eventos ou de si mesmo Assim conv m tomar como ponto de partida a transforma o
251. ilh es de pessoas querem mais que suas obras circulem sejam vistas e ouvidas Lutar pela flexibiliza o dos direitos do autor travar uma luta no plano internacional segundo Lessing 2005 O que o Creative Commons faz colocar em pr tica e mostrar na pr tica que um outro mundo poss vel que uma nova forma de gest o da propriedade intelectual poss vel e faz isso fornecendo ferramentas para que artistas e criadores intelectuais possam autorizar usos de suas obras Lida com a id ia de generosidade intelectual em que artistas mostram que n o h nada de catastr fico em permitir o uso de suas obras assim o artista escolhe quais direitos quer outorgar sociedade pode licenciar a sua obra dizendo que n o se importa se ela for baixada pela Internet e ele permite que pessoas fa am isso e pode exigir que a obra n o seja usada comercialmente como por exemplo colocar uma m sica na trilha sonora da novela sem autoriza o do autor Assim o artista escolhe quais direitos quer outorgar sociedade LESSING 2005 s p 32 quem sabe pensar geralmente n o quer que outros tamb m o saibam Essa tradi o permanece mais viva do que nunca bastando observar nossas universidades a surgem os departamentos com linguagens pr prias latim particular tendencialmente inintelig vel para o p blico em geral estatuindo se com isso uma das marcas eternas do conhecimento a dificuldade de entender parte de seu pr
252. iliza o do site para pesquisas e d vidas e aplica o do que foi elaborado pelos especialistas do sistema em sua sala de aula O 10 Uso de imagem para conquistar Associar se a um grupo famoso e moderno O algo visto como vantajoso e a publicidade do grupo enfatiza isso a m dia empregada com foco espec fico via tev na novela Malha o para se promover em hor rio adequado faixa et ria dos alunos e em revistas voltadas ao setor educacional ou popula o que tem poder aquisitivo maior a exemplo da Veja poca e Isto a edi o da Nova Escola de novembro de 2007 cont m cinco an ncios do grupo ID Incentivo ao consumismo Os alunos adoram saber que possuem o mesmo material que v em nas m os dos personagens da novela Malha o da Rede Globo Aqueles que t m mais dificuldade em acompanhar o conte do n o aceitam a id ia de que os colegas v o receber a nova apostila e ele n o a escola em geral entrega lhes a nova apostila e pede aulas de refor o para que ven am a anterior o que se torna mais dispendioso para os pais porque t m de levar o aluno escola fora do hor rio A assist ncia pedag gica escola prometida na formaliza o da parceria deixa de existir quando a escola se restringe ao uso da apostila s recebem visita anual da coordena o pedag gica do Sistema as escolas que acessam com fregii ncia o portal que enviam fotos e relatos para a revista semestral usam a e
253. incadeiras Aparecida Col gio Pet nia etc Quando perguntei como feita a contextualiza o do conte do com os Darci Escola Jasmim alunos a professora teve certa dificuldade em entender e respondeu como se tivesse perguntado sobre as atividades extras no sentido de enriquecimento e n o da contextualiza o Respondeu Al m do material apostilado utilizamos o CD que cont m jogos e atividades extras e tamb m o Saibamais que um site com curiosidades sobre o conte do estudado Esclareci que me referia maneira como eram trabalhados aqueles assuntos que s o do interesse de cada turma e que surgem de suas viv ncias e curiosidades ao que ela me respondeu que N o h problemas quanto a isso porque os assuntos das apostilas s o atuais e adequados faixa et ria Indaguei como era feita a contextualiza o dos conte dos com os alunos Maria Escola Jasmim e ela passou a explicar como buscava material para enriquecer o conte do da apostila Insisti na quest o e ela respondeu N o encontro dificuldades apenas complemento alguns conte dos nos cadernos Em atividades referentes s Datas Comemorativas e sempre buscando Helena Col gio integrar o conte do ao dia a dia dos alunos Margarida Com as explica es do livro registro no caderno cartazes explicativos Mirian Col gio pesquisas e experi ncias Margarida 187 QUADRO 12 Qual a opini o dos pais sobre essa
254. inter pessoal al m da t cnica e informa o puramente Al m disso preciso atentar necessidade de se considerar o conhecimento como constru o constante e permanente de um ser humano que aprende e o significa de formas diversas Posto isso s um projeto pol tico pedag gico constru do e vivenciado democraticamente fornecer os referenciais a todo trabalho que se traduza em pr tica docente para forma o integral do indiv duo sens vel pleno e atuante t o necess rio sociedade informacional do s culo XXI Por isso importante que o trabalho pedag gico parta do contexto social do aluno e o amplie mediante uma nova consci ncia um novo comprometimento com a totalidade do conhecimento com a quebra de cren as e vis es fragmentadas adquiridas ao longo da hist ria Se o trabalho docente ainda n o se transformou em trabalho abstrato que categorias s o fundamentais compreens o de sua natureza Responder a essa indaga o sup e entender a influ ncia da ind stria cultural e sua repercuss o social e educacional 76 2 3 Dispositivos pedag gicos da m dia A l gica capitalista reestruturou a produ o material e espiritual da sociedade Tamb m transformou o espa o escolar impondo lhe uma forma organizativa segundo a divis o t cnica e social do trabalho a implementa o de novas formas de contrata o e a altera o do n vel de subsun o dos trabalhadores da educa o ao capital e ou ao Estado N
255. ionalidade como a express o da especificidade da atua o dos professores na pr tica isto o conjunto de atua es destrezas conhecimentos atitudes e valores ligados a elas que constituem o espec fico de ser professor Consciente dessa realidade Marques 2003 prop e a revis o da estrutura fragment ria das institui es de ensino a fim de garantir mais interdisciplinaridade e um trabalho coletivo S o requeridas novas habilidades de socializa o capacidade de comunica o lideran a iniciativa e coopera o que passam a ser exigidas desse novo professor Ainda sobre a reconstru o dos cursos de forma o de educadores em novas bases pr tico te ricas Marques 2003 diz que preciso aprofundar o entendimento comum do que seja a dimens o profissional no mundo de hoje de como entender forma o profissional em que linhas tem tico conceituais tem de se embasar a forma o do profissional da educa o Ao analisar a import ncia de o professor estudar constantemente Demo 2006 p 1 real a a dificuldade para que isso ocorra e a associa ao fato de ser o pr prio professor fruto de uma educa o que recebeu Segundo ele 115 O estudo bem feito sempre resulta em autoria o que retira do interesse procedimentos de c pia transmiss o aquisi o Estudar bem n o combina com receber conte dos simplificados abreviados resumidos via aula de tal sorte que a tarefa que ainda resta para o aluno seria
256. ionalidade t cnica que a pr tica profissional consiste na solu o instrumental de problemas mediante a aplica o de um conhecimento te rico e t cnico previamente dispon vel que procede da pesquisa cient fica instrumental porque sup e a aplica o de t cnicas e procedimentos que se justificam por sua capacidade para conseguir os efeitos ou resultados desejados CONTRERAS 2002 p 90 91 Com base nessa defini o de racionalidade t cnica Contreras 2002 aponta os principais problemas desse modelo t o difundido na concep o tradicional de educa o na qual o conhecimento hier rquico reduzido a regras tecnol gicas e os fins a que se pretende s o fixos bem definidos e pressup e contextos est veis inexistentes na sociedade atual Em Marques 2003 p 68 percebe se essa cr tica quando ele analisa o curr culo segundo as correntes racionalistas em que as concep es reducionistas quebram a unidade de reciprocidades entre o sujeito e o objeto e negam a realidade do processo de constru o m tua e operat ria que a constru o coletiva a ser intersubjetivamente validada a cada passo e sempre de novo MARQUES 2003 p 68 O autor se contrap e racionalidade t cnica quando entende o conhecimento como constru o coletiva temporal e sempre renovado Ao analisar os saberes que alicer am o trabalho e a forma o dos professores Tardif 2002 p 17 afirma que o saber n o pode ser separado
257. ionaliza o Tamb m os pais se sentem no direito de exigir que a escola aplique o conte do seguindo risca a metodologia comprada nos pacotes acreditam que assim as crian as aprender o e eles ter o o retorno do investimento que fizeram Isso mostra certa descren a na compet ncia e capacidade docente Do modo como vejo o problema o respeito profiss o se perde quando o pr prio professor n o trabalha com autonomia e confian a diga se quando n o mostra aos pais que ele sabe o que faz nem lhes mostra a import ncia de considerar que cada aluno tem ritmos e habilidades de aprendizagem singulares Uma conversa com a diretora Ana L cia da Escola 134 Cam lia comprova isso e permite perceber situa es por que passa cada escola justamente pela singularidade de seus discentes Ela diz que tem receitas e experi ncias que a escola tem que seguir e nem sempre poss vel adquirir o material ou ficar pedindo aos pais Quando lhe pedi para me explicar por que afirma que a escola tem de fazer isso ela disse Os pais querem que use tudo o que vem na apostila caso contr rio n o compensa o investimento na compra do material todo bimestre N o entendem que a turma precisa trabalhar o conte do adaptado s suas necessidades acham que a crian a tem que aprender tudo o que est l na apostila e isso n o ocorre porque a din mica de cada sala diferente e o ritmo da cada aluno tamb m N
258. iot cnicos Institui es e m quinas informacionais se entrela am no ntimo do sujeito A progress o multiforme das tecnologias da mente e dos meios de comunica o pode ser interpretada como um processo metaf sico molecular redistribuindo sem descanso as rela es entre sujeitos individuais objetos e coletivos Quem pensa o sujeito nu e mon dico face ao objeto S o os grupos intersubjetivos Ou ainda as estruturas as l nguas as epistemes ou os inconscientes sociais que pensam em n s Nas palavras desse autor se pode reconhecer a cren a de que a tecnologia que tinha de ser entendida como solu o aos problemas do cotidiano passa a exigir certa demiss o do sujeito quando o leva massifica o e ao empobrecimento tico e moral Parente 1999 p 13 14 pode ser mais esclarecedor aqui As novas tecnologias de produ o capta o transmiss o reprodu o processamento e armazenagem de imagem est o a como realidade incontorn vel o telesc pio o microsc pio a radiografia a fotografia o cinema a televis o o radar o v deo o sat lite a fotocopiadora o ultra som a resson cia magn tica o raio laser a holografia o telefax a c mara de p sitrons a infografia S o as m quinas de vis o que primeira vista funcionam como meio de comunica o seja como extens es da vis o do homem permitindo o ver e conhecer um universo jamais visto porque invis vel a olho nu Do infinitivamente pequeno
259. iretora Ana L cia Cam lia Os pais N o entendem que a turma precisa trabalhar outras coisas que pede e precisa acham que tudo o que h para aprender est l Isso n o ocorre porque a din mica de cada sala diferente e o ritmo da cada aluno tamb m n o h como uniformizar Diretora Ana L cia a apostila engessa principalmente na Educa o Infantil onde os prazos precisam ser muito flex veis e os objetivos adequados turma Diretora Ana L cia engessa a pr pria escola que v sua filosofia e seu projeto pol tico pedag gico inviabilizados Diretora Ana L cia Sem contar as reuni es semestrais fora da cidade caras Por isso a escola pouco utilizava Diretora Ana L cia a escola tem por costume reunir pais e alunos na sala da dire o quando os resultados nas avalia es n o s o satisfat rios assim selam o compromisso de ajudar o filho em casa sen o n o d tempo de encerrar os assuntos estudados e cumprir o que est previsto nas apostilas Diretora Leda Pet nia N o prev as diferen as e singularidades humanas Diretora Ana L cia Esse prazo para vencer os conte dos mesmo que n o seja imposto pelo sistema acaba sendo cobrado por pais e alunos premindo os professores e for ando indiretamente a se prenderem aos temas e atividades previstas no material Diretora Ana L cia Sanar dificuldades de ritmo de aprendizagem do a
260. iros do aluno para mediar e buscar a constru o do conhecimento num contexto de aprendizagem permanente Combate se a propens o ao instrucionismo que privilegia o treinamento o repasse de certezas confirmadas na prova e a id ia de preponder ncia do papel de ensinar como transmiss o de informa es Buscar a autonomia no trabalho escolar sup e valorizar o contexto o erro e a d vida no caminho das descobertas al m do incentivo a novas metodologias para haver um conv vio social din mico e criativo S assim ser poss vel a intera o do aluno com outras pessoas e os objetos da cultura de modo que ele possa desenvolver um sentimento de pertencimento a essa cultura e seja capaz de agir no mundo O aluno n o s o sujeito da aprendizagem tamb m quem aprende com o outro o que o grupo social produz os valores a linguagem e o pr prio conhecimento Da a clara necessidade de uma concep o de educa o assentada em princ pios que envolvam a o participativa e conhecimento contextualizado reconstru do continuamente 16 Contra esse princ pio est a ado o crescente do sistema de apostilas que vem substituindo o livro did tico especialmente em escolas particulares preocupadas com a prepara o cada vez mais precoce para o vestibular Ocorre que ao fragmentar a unidade do conhecimento esse sistema impede o aluno de compreend lo de maneira global em seus processos e contextos em suas causas e conseq ncias
261. is esclarecedoras aqui Se o consumo tornou se um lugar onde frequentemente dif cil pensar pela libera o do seu cen rio ao jogo pretensamente livre ou seja feroz entre as for as do mercado Para que se possa articular consumo com um exerc cio refletido da cidadania necess rio que se re nam ao menos estes requisitos a uma oferta vasta e diversificada de bens e mensagens representativos da variedade internacional dos mercados de acesso f cil e equitativo para as maiorias b informa o multidirecional e confi vel a respeito da qualidade dos produtos cujo controle seja efetivamente exercido por parte dos consumidores capazes de refutar as pretens es e sedu es da propaganda c participa o democr tica dos principais setores da sociedade civil nas decis es de ordem material simb lica jur dica e pol tica em que se organizam os consumos desde o controle de qualidade dos alimentos at as concess es de frequ ncias radiais e televisivas desde o julgamento dos especuladores que escondem produtos de primeira necessidade at os que administram informa es estrat gicas para a tomada de decis es O sentido de realidade expandido nos dias de hoje quando a informa o atravessa fronteiras e o sentido do texto alargado amplia o sentido da realidade para al m de qualquer id ia de comunidade de espa o tempo e lugar e especialmente de uma identidade cultural est vel COSTA 2005 p 117
262. istema Positivo para trabalhar a Inform tica Aplicada com os alunos das escolas municipais e que era uma parceria diferente n o envolvendo aquisi o de apostilas e assessoramento pedag gico Conversamos um pouco sobre o assunto e L cia disse acreditar que no caso de as escolas p blicas adotarem o material os alunos teriam muita dificuldade porque para obter bons resultados preciso que alunos e professores consultem sempre o portal professores e dire o participem dos encontros promovidos e recebam apoio das fam lias no desenvolvimento das atividades sem falar na realidade que bem diferente e poderia tornar distante dos alunos alguns dos temas das apostilas Col gio Margarida Fui recebida pela diretora que num primeiro momento se mostrou reticente e nem sequer me convidou para entrar em sua sala conversou comigo em p do outro lado do balc o na secretaria da escola Expliquei que buscava subs dios para a pesquisa nas quatro escolas de Uberaba que s o parceiras do Sistema Positivo de Ensino mostrei a reportagem da Folha de S Paulo e perguntei sua opini o sobre a not cia de ado o do ensino apostilado em escolas p blicas que inclusive j est sendo implantado em Uberaba come ando pela parceria da prefeitura com o pr prio Sistema Positivo na capacita o de professores para a Inform tica Aplicada A diretora come ou ent o a se abrir um pouco mais afirmando ainda n o ter lido a reportagem qual me ref
263. ital Negroponte sociedade em rede Castells sociedade da informa o T Takahashi cibercultura Pierre L vy 92 segundo plano ou esquecida em detrimento do desempenho ou das necessidades do mercado globalizado e competitivo Acesso tecnologia e informa o pode mudar o modo de pensar das pessoas faz las aprender e conviver mas sem as torn las menos humanas nem lhes retirar a necessidade vital de serem socialmente aceitas amadas criativas aut nomas e felizes numa palavra cidad s E mais associada a uma escola b sica de qualidade essa possibilidade pode contribuir para suprir uma necessidade premente elevar o n vel cultural t cnico e cient fico das pessoas para que possam atuar na sociedade atual aprendente globalizada e tecnologicamente evolu da 3 DESAFIOS DA ESCOLA NA ERA DO CONHECIMENTO N o podemos aguardar que o mundo mude N o podemos aguardar que os tempos se modifiquem e n s nos modifiquemos junto por uma revolu o que chegue e nos arrebate em sua marcha N s mesmos somos o futuro N s somos a revolu o BEATRICE BRUTEAU Neste cap tulo trato da necessidade de se elevar o n vel cultural t cnico e cient fico da popula o ante o perfil da sociedade atual aprendente globalizada e tecnologicamente evolu da mediante uma escola b sica de qualidade que enfatize n o a memoriza o de fatos ou na repeti o de respostas corretas mas a capacidade d
264. itar e aceitar que haja duas escolas uma que ensina quem vai liderar e outra que finge que ensina a popula o em geral Popula o que afinal maioria mas que nasce estigmatizada cr que o que tem o que merece e pode ter que inferior a quem tem carro viaja e faz compra num shopping center ou almo a fora aos domingos Triste realidade Sentindo se pequena e impotente essa popula o massiva n o percebe que deveria lutar pela escola p blica de qualidade com professores bem pagos preparados e assim atuar de fato com cidadania Em vez disso enquanto pode sacrifica se ao m ximo para p r os filhos sobretudo os de idade pr escolar em escolas particulares mesmo que sejam estas pequenas improvisadas em resid ncias com professores rec m formados e pre os m dicos como as que proliferam no pa s Uma vez dentro dessas escolas os pais se impressionam com a receptividade da professora vestida de uniforme com logomarca da escola no peito e que os recebe no port o ela lhes sorri e os convida a entrar enquanto se abaixa e beija a face do filho que trazem pela m o Tamb m se encantam com a diretora que os recebe com solicitude em sua sala adaptada na maioria das vezes mas com tapetes quadros coloridos e fotos de crian as nas paredes e os convida para sentar sua mesa ornada com flores Ali as crian as entram sem pedir licen a s o bem recebidas Em pouco tempo conhecer o os funcion rios e v
265. itivo atra a pais e alunos e ela confirmou que sim num primeiro momento porque a m dia divulga e d uma id ia de extrema compet ncia e organiza o nesse momento ela at brincou e disse que iria repensar a pintura da fachada A entrevista aconteceu num clima de descontra o e foi muito produtiva A escola pequena funciona numa resid ncia adaptada havia poucas crian as naquele hor rio somente as do per odo integral e a diretora me atendeu com aten o na sala que ela divide com a secret ria da escola 201 AP NDICE G ORGANIZA O DAS INFORMA ES EM CATEGORIAS QUADRO 33 Conformismo social e atitude passiva DEPOIMENTO COMENT RIO A escola tem por costume reunir pais e alunos na sala da dire o quando os resultados nas avalia es n o s o satisfat rios assim eles selam o compromisso de ajudar o filho em casa sen o n o d tempo de encerrar os assuntos estudados e cumprir o que est previsto nas apostilas Disse considerar muito complicada a ado o de material apostilado pelas escolas p blicas como vem sendo noticiado porque o ritmo dos alunos muito variado al m da pouca assist ncia dos pais que ao meu ver s o fundamentais nesse processo Diretora Leda Pet nia H a chamada individual um trabalho que realizamos com os pais aluno professor coordenador e diretora do Col gio visando aspas da professora conscientiza o e verifica
266. itivo em Uberaba se chama Kelly temos reuni es constantes com ela e o que ou o das outras monitoras a mesma queixa os professores n o colaboram alguns se negam at a fazer o planejamento para as aulas de Inform tica acompanhar os alunos nessas aulas aprender a lidar com o computador pra voc ter uma id ia o curso j foi repetido tr s vezes esse ano 2006 porque nos primeiros poucos professores participaram medida que vai surgindo interesse repete se o curso Como conta pontos para a avalia o de desempenho do professor eles t m procurado fazer mas nem sempre aproveitam fazem muitas vezes para n o perder os pontos na avalia o A Kelly sempre nos dizia que n o desist ssemos que se consegu ssemos pelo menos dois professores em cada escola para desenvolver os projetos j estava bom 15 Poderia explicar melhor esses projetos S o projetos que surgem da utiliza o dos softwares e s o realizados pelas escolas com total autonomia e acompanhados pelo Positivo 179 AP NDICE B ROTEIRO PARA ENTREVISTAR PROFESSORAS UNIUBE va Escola Professora Data 1 voc j conhecia o sistema positivo de ensino 2 Percebe melhor desempenho por parte dos alunos com o uso do material A que atribui 3 E o interesse dos alunos aumentou com essa metodologia A que atribui 4 Foi feita pela escola uma an lise antecipada do material antes da ado o 5 Quais
267. ivo da escola que se re ne para discute necessidade interesses a busca de subs dios bem como se organiza para lidar com os alunos que recebem fruto de certa realidade humana cultural e social a ser conhecida respeitada e ampliada criticamente no ambiente escolar N o h como imaginar que isso ocorra num encontro semestral apenas fora da escola em realidades distintas com p blico diverso e com enfoque em temas amplos a fim de preparar o professor para usar apostilas que teriam ser utilizadas como refer ncia de pesquisa Se o professor se adapta ao ensino apostilado e aos pacotes did ticos n o seria por que n o se sente bem preparado capaz de ser autor de pr tica e de pensar criticamente numa sociedade tecnologizada que valoriza a compet ncia t cnica e incentiva o consumismo REFER NCIAS ADORNO Theodor W HORKHEIMER Max Ideologia Temas b sicos de sociologia S o Paulo Cultrix 1973 ADORNO Theodor W HORKHEIMER Max Dial tica do esclarecimento fragmentos filos ficos Rio de Janeiro Zahar 1985 ADORNO Theodor W Educa o e emancipa o S o Paulo Paz amp Terra 1995 A VOZ DA CIDADE Educa o faltam professores alunos ficam sem aulas em escolas estaduais da regi o Rio de Janeiro sexta feira 2 de mar o de 2007 Capa p 1 ALMEIDA J NIOR Oswaldo Francisco de Ensinar exige reconhecer que a educa o ideol gica Janeiro 2005 Dispon vel em lt http www ofaj com
268. ivo onde alunos professores e at a fam lia podem fazer pesquisas e navegar em sites muito interessantes Todos na escola t m uma senha inclusive os servi ais porteiros pessoal administrativo al m de alunos e professores claro 11 Nessa parceria com o positivo o que as escolas recebem A mesa educacional softwares jogos para computadores e assessoria t cnica para resolver problemas nos computadores al m do monitor 12 Como os professores participam nessa parceria Eles fazem o curso oferecido pelo Positivo no qual aprendem inform tica b sica para utilizar o computador a Internet os jogos e a mesa educacional Esse curso acontece em quatro etapas 1 inform tica b sica 2 Utiliza o dos softwares disponibilizados pelo Positivo My Kid e Kid Together que trabalham os conte dos atrav s de brincadeiras interativas no computador associadas a diversos materiais concretos para desenvolver atividades cooperativas e interdisciplinares nas reas de portugu s e matem tica Mesa Alfabeto composta por dos conjuntos de blocos codificados chamados de CUBOS os cubos vermelhos tem representadas as letras mai sculas e os cubos amarelos as letras min sculas e algumas mai sculas para uso inicial de palavras como nomes pr prios Esses cubos possuem sensores que s o identificados ao serem encaixados no M dulo Eletr nico e s o utilizados em v rias atividades l dicas para escrever e completar palavras que podem ser esc
269. l dos EUA Henry Ford 1863 1947 busca aprimorar os princ pios de Taylor em seu modelo Para diminuir os custos a produ o deveria ser massiva a mais elevada poss vel e aparelhada com tecnologia capaz de desenvolver ao m ximo a produtividade por oper rio SANDRONI 1999 O Acordo da Confer ncia Internacional Monet ria de Bretton Woods feito em 1944 visava assegurar a estabilidade monet ria internacional impedindo que o dinheiro escapasse dos pa ses e restringindo a especula o com as moedas mundiais Antes do acordo o padr o ouro de troca prevalente entre 1876 e a Primeira Guerra Mundial dominava o sistema econ mico internacional Institui es financeiras g meas o Fundo Monet rio Internacional FMI e o Banco Mundial surgiram em 22 de julho de 1944 foram criadas nos estertores da Segunda Grande Guerra por 45 pa ses inclusive o Brasil que se reuniram de 1 a 22 de julho de 1944 na cidade de Bretton Woods estado de New Hampshire EUA SANDRONI 1999 40 produtiva funcional e gil Nesse sistema que recebeu o nome de toyotista o comando de produ o disparado pelo ritmo do consumo e acompanha as particularidades de cada demanda permitindo ao consumidor escolher varia es no produto de seu interesse que geram uma produ o personalizada Dada a evas o de trabalhadores sobretudo dos mais qualificados tamb m nas ind strias dos pa ses ocidentais as tarefas foram desviadas para pequen
270. l fator gerador e difusor de s mbolos e sentidos S mbolos e sentidos estes que geram tanto sentimentos de identifica o e de pertencimento como de anomia e exclus o An ncios publicit rios s s o eficazes porque t m apelo para os consumidores porque fornecem imagens com as quais eles podem se identificar A presen a da m dia decisiva porque suas hist rias mensagens e an ncios como de resto todas as pr ticas de significa o que produzem significados envolvem rela es de poder incluindo o poder para definir quem inclu do e quem exclu do MOREIRA 2003 p 1 222 Por consequ ncia essa midiatiza o da cultura agravou a crise de institui es produtoras de sentido tradicionais como fam lia escola comunidade religi es e Estado 55 porque facilitou a constitui o de outras inst ncias que passaram n o s a difundir mas tamb m produzir sentido Em contrapartida a influ ncia e atua o dos meios de comunica o de massa oportunizaram novas formas de intera o e a o social ao modificarem as formas de relacionamento das pessoas entre si e consigo mesmo tornando as redes de informa o em agentes fundamentais para a forma o de uma consci ncia planet ria e renovando o processo cultural Para Keneth Thompson 1998 p 15 os produtos da m dia em algumas situa es podem ter oxigenado as tradi es ao transplant las para outros contextos ao relativizar formas trad
271. lares da cidade de Uberaba MG Os resultados permitiram constatar que a autonomia vi vel e tende a se apresentar at em ambientes menos prop cios tamb m comprovaram que a singularidade e criatividade s o tra os humanos que estimulam a a o a rea o e criam espa os de resist ncia Palavras chave autonomia docente pacotes did ticos forma o de professores ABSTRACT Contemporary society call upon teachers to mediate learning processes able to prepare students to build permanently a contextualized transdisciplinary knowledge on every subject no matter when no matter where It s a requirement of an education conception which supposes an active critical and creative partaking of teachers and students and opposes the logic of a preconceived teaching taken as mcdonaldization of schooling and derived from a culture guided by mass media In this view competent is that professional ready to give quick practical answers to increase profit which means restricting education to the memorization of fragmented contents whose usefulness lasts only until they are applied in an assessment test The increasing spread of certain didactic devices in Brazilian schools pose some questions what happens to the teachers autonomy when they have to deal with a preconceived system of teaching How do they organize develop and assess their pedagogic practices in such a system What do they think of these didactic devices
272. las ensinam mas cabe aos pais educar no sentido mais amplo poss vel ERROS E DOGMAS ESQUERDISTAS Trechos das apostilas da 12 s rie do ensino m dio do COC e do Col gio Pent gono A escravid o no Brasil justificada pela condi o de inferioridade do negro colocado como animal pois era desprovido de alma Al m da Igreja que legitimou tal sandice a quem mais interessava tamanha besteira Cap tulo N s e a hist ria p g 97 da apostila do COC Coment rio a Igreja j era ent o contr ria escravid o O papa Paulo III escreveu em 1537 Ningu m deve ser reduzido escravid o A dissolu o das comunidades neol ticas como tamb m da propriedade coletiva deu lugar propriedade privada e forma o das classes sociais isto a propriedade privada deu origem s desigualdades sociais Cap tulo A pr hist ria p g 103 da apostila do COC Coment rio o conceito de classes sociais n o se aplica a uma sociedade organizada em cl s As desigualdades subsistem desde que a humanidade vivia da ca a da pesca e da coleta O surgimento da propriedade privada dos meios de produ o provocou na Gr cia a forma o da sociedade de classes organizada sob a cidade estado Cap tulo O per odo arcaico p g 128 da apostila do COC Coment rio as classes na Gr cia antiga eram determinadas pela ascend ncia dos cidad os e n o por sua riqueza Como se conjuga um empres rio vendeu
273. las extra hor rio e da fam lia que muitas vezes n o tem como traz lo isso sem falar no problema do professor que trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o Os pais querem que use tudo o que vem na apostila caso contr rio n o compensa o investimento na compra s que a proposta de alfabetiza o que a apostila traz s vezes invi vel porque este um momento que exige diversifica o nas metodologias e acompanhamento individualizado O material fica caro para os pais e se renova bimestralmente por isso alguns atrasam a aquisi o por motivos financeiros colocando a escola numa dif cil situa o porque o aluno chora e se sente humilhado se os outros compraram e ele ainda n o Acaba que a escola entrega a apostila a todos ao mesmo tempo e depois fica sem receber de alguns Mais um problema para se administrar al m da inadimpl ncia normal Escola Cam lia 158 Mas o tempo pr fixado para vencer conte dos dificulta as coisas tamb m para a fam lia dos alunos como esclarece a diretora Ana L cia A ocorre outra dificuldade que a da fam lia que n o tem como trazer em outro hor rio e tem ainda o professor que trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o um contratempo danado Esses foram outros motivos que levaram essa diretora a desfazer a parceria A isso se acrescenta a press o dos pais para que se cumpra toda a apostila e o caso daq
274. lete Pet nia A recupera o paralela e final A paralela acontece diariamente quando percebemos que alguns alunos t m dificuldades mas ela reavaliada quando terminamos os bimestres o aluno que n o conseguiu 60 no bimestre dada uma oportunidade de vir ao col gio refazer alguns exerc cios juntamente com explica o do professor depois faz uma atividade avaliativa para tentar conseguir os 60 No final do ano tamb m dada essa oportunidade sanando as d vidas que surgiram durante o ano ap s atividades e explica es dado atividades avaliativas Professora Aparecida Pet nia Sim S o feitas duas recupera es sendo uma no meio do ano e outra no final do ano letivo onde as mesmas v m acompanhadas de um trabalho e uma avalia o Professora Miriam Margarida Ocorrem no final dos bimestres ou em hor rio extra durante o ano Mas quase n o ocorrem porque quase como se tivessem tendo uma aula particular S o poucos alunos e o atendimento bastante individualizado ent o a recupera o acontece na sala de aula mesmo no dia a dia Professora Maria Jasmim A escola tamb m recebe CDs com m sicas para o trabalho em sala de aula em datas comemorativas Diretora Olga Jasmim Se o aluno n o aprende com material t o bem elaborado e moderno porque h algum problema com ele ou a fam lia que chamada a resolv lo Diretora Leda Aparecida Arlete Nem sequer pens
275. lia o da escola os Darci Escola Jasmim professores que elaboram aplicam e corrigem as avalia es bimestralmente Ocorrem bimestralmente e os professores que elaboram essa Maria Escola Jasmim responsabilidade da escola As avalia es s o bimestrais a cada bimestre os alunos realizam testes surpresas onde Helena Col gio podemos avaliar se realmente est o estudando e quais s o suas dificuldades Estes testes e Margarida avalia es s o aplicados por mim sem nenhuma interfer ncia do Sistema Positivo Eu elaboro as avalia es mas a coordena o quem aprova a mesma e quem Mirian Col gio aplica sou eu tamb m Elas ocorrem em todo final de bimestre sendo que temos um Margarida Teste Avaliativo antes das mesmas O Sistema Positivo n o participa 188 QUADRO 15 O sistema propicia a interdisciplinaridade Como RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA N o respondeu Arlete Col gio Pet nia Sim atrav s das atividades propostas no material pois todas as Aparecida Col gio Pet nia mat rias acabam fazendo parte uma da outra O Sistema inteiramente interdisciplinar todos os conte dos e Darci Escola Jasmim disciplinas est o trabalhando integralmente Sim existe integra o dos conte dos e sua linguagem Maria Escola Jasmim Sim as atividades s o bem elaboradas Helena Col gio Margarida Sim Envolvendo os conte dos e is
276. livros do professor e cursos para professores e diretores tudo preparado por profissionais de empresas prestadoras de servi os educacionais como o Sistema Positivo cujo faturamento em 2006 foi R 1 85 bilh o e cujo material de ensino foi empregado por 2 4 mil entidades educacionais Fundado em 1972 est presente em todos estados brasileiros e noutros pa ses da Am rica do Sul da sia da frica da Europa e do Oriente M dio al m dos EUA l der de mercado na venda de computadores a inform tica o segmento mais conhecido do grupo que 35 anos atr s come ou como escola depois criou uma gr fica e hoje tem ainda uma editora EXAME 2007 35 11 que se referem s caracter sticas da sociedade da imagem e do conhecimento que trazem conseq ncias para a economia a pol tica a cultura a subjetividade e a educa o Com a globaliza o cada vez mais impulsionada pelas novas tecnologias de informa o e comunica o os homens est o interligados em seu cotidiano independentemente de sua vontade o que promove transforma es profundas e radicais favor veis ao poder da imagem como produtora de modelos a serem seguidos na busca da felicidade e realiza o pessoal profissional Segundo Pierre L vy 1993 p 10 11 O que acontece com a distin o bem marcada entre o sujeito e o objeto do conhecimento quando nosso pensamento encontra se profundamente moldado por dispositivos materiais e coletivos soc
277. lmeida Universidade de Uberaba Prof Dr Laurizete Ferragut Passos Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo Prof Dr S lua Cec lio Universidade de Uberaba DEDICAT RIA Ao meu pai Roberval de Andrade in memoriam primeiro e eterno grande mestre que muito al m de dar me a vida mostrou seu sentido ao me ensinar a admirar a lua a ouvir a chuva a cultivar as plantas a respeitar os animais e sobretudo a amar a m sica os livros e as pessoas com o mais puro sentimento de respeito e enorme cren a num futuro al m de n s Dedico ainda minha m e C lia Borges de Andrade que foi para meu pai a terna e inteligente companheira de todas as horas e tem sido para n s suas filhas seus genros e seus netos motivo de muita alegria e exemplo de f coragem e supera o a cada dia AGRADECIMENTOS Ao meu amado Ary incentivador maior e brilhante interlocutor que muito me incentivou com seu carinho sua lucidez e sua confian a incondicional no sucesso deste trabalho Aos meus filhos Renata e Rodrigo t o lindos inteligentes e am veis part cipes e companheiros em toda a caminhada e que me ensinam todos os dias o quanto amar vale a pena e faz diferen a Obrigada por existirem sempre me apoiando e iluminando minha exist ncia s minhas tr s irm s queridas Luciana Adriana e Juliana mestras por op o e guerreiras por convic o Ador veis e fortes mulheres l cidas nte
278. los e classific los a avalia o vai ter de ser um processo de identifica o dos progressos de cada aluno Tamb m preciso que a escola v al m da fun o de alfabetizar seus alunos que ensine o aluno a compreender textos para que sejam capazes de neles buscar informa es aplic veis em seu contexto de vida quaisquer que sejam o ve culo da informa o Aqui o significado ser mais importante que o conte do num contexto onde se enfatizem mais a intersubjetividade e a pluralidade e menos a igualdade e a unidade N o defendo aqui uma 97 educa o avessa ao conte do e sim uma educa o que trabalhe para que o aluno consiga transform lo em significado se f cil obter a informa o n o se pode dizer o mesmo de sua assimila o cr tica a fim de que n o seja tomada como verdade absoluta Para isso os alunos t m de aprender a ser pensadores e n o repetidores de informa o ou seja t m de desenvolver a curiosidade o racioc nio l gico a concentra o a abstra o o esp rito investigativo e a capacidade cr tica Caso se considere que os aspectos centrais da educa o contempor nea se referem ao conceito de sujeito como construtor do conhecimento no o da multidimensionalidade da pessoa e valoriza o do di logo como requisito e finalidade da educa o uma educa o p s moderna teria de pressupor a diversidade cultural isto teria de ser multicultural GADOTTI 1994 e a
279. luno requer aulas extra hor rio que oneram e cansam professor e aluno A id ia esta o que h para aprender est na apostila ent o n o precisa elaborar maneiras de se ensinar nem refletir sobre a pr tica Se o aluno n o aprendeu ent o h algo errado com ele ou a fam lia A diretora vai al m da id ia de retirada da autonomia do professor em rela o ao conte do ao usar a express o engessar Diretora Ana L cia Essa foi uma constata o nas outras escolas tamb m n o existe tempo para projetos pr prios adequados realidade da escola e da comunidade e pensados no coletivo N o d tempo Diretora Leda diretora Ana L cia N o indo aos encontros coletivos patrocinados pelo sistema que ofereceriam subs dios s atividades as reuni es da escola se tornam esvaziadas de conte do porque t m que aguardar a vinda do pr ximo manual para discutir o conte do e faz lo rapidamente para aplicar a tempo Diretora Ana L cia Outra vez a id ia de que a metodologia do sistema perfeita e que se o aluno n o aprende h algo errado com ele ou a fam lia Percebe se a culpabiliza o dos pais porque o material inquestin vel por ser o melhor que h feito por especialistas Diretora Leda QUADRO 43 211 Credibilidade meios eletr nicos ou t cnico culturais da ind stria s o mais eficazes que a capacidade do professor DEPOIMENTOS COMENT RIO Disse que optou por esse siste
280. m Mirian Col gio Margarida 184 QUADRO 5 Foi feita pela escola uma an lise antecipada do material antes da ado o RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Sim Arlete Col gio Pet nia Com certeza pois n o um material f cil de ser trabalhado exige estudo Aparecida Col gio Pet nia freqiiente busca de conhecimento troca de experi ncias etc Sim Pelas diretoras Darci Escola Jasmim Sim As diretoras procuraram se inteirar de tudo Maria Escola Jasmim Sim a coordena o e dire o visitaram o centro do Sistema em Curitiba Helena Col gio Margarida Sim A dire o e coordena o do Col gio foi at Curitiba analisar o Mirian Col gio material onde tamb m foi dado um curso Margarida QUADRO 6 Quais as principais vantagens que voc percebe em sua utiliza o RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Alunos n o ficam bitolados em suas respostas h maior facilidade em Arlete Col gio aprender e a oportunidade de seguir por muitos caminhos para chegar mesma Pet nia resposta Os alunos t m menos medo de errar Levar o aluno a pesquisar analisar interpretar etc Aparecida Col gio Pet nia E um material desafiador que leva o aluno a raciocinar Darci Escola Jasmim A integra o dos conte dos e sua linguagem Maria Escola Jasmim Posso enriquecer o conte do com atividades de outros livros E sem d vida a forma d
281. m seu meio Ele cita o exemplo da economia que a ci ncia social matematicamente mais avan ada mas por outro lado a ci ncia social e humanamente mais atrasada MORIN 2000 p 42 Acaba se criando uma cegueira para os grandes problemas humanos e uma maior aten o para alguns problemas mais espec ficos como exemplo na economia o problema cambial a infla o Essa id ia possibilita o surgimento da ilus o de que o objeto que se estuda o centro do universo impedindo de perceb lo na totalidade do cosmo na complexidade da vida GUINDANI 2006 p 7 Afinal sabe se que o indiv duo est na sociedade e que esta est no indiv duo porque cada pessoa comp e uma comunidade que se insere na pessoa em forma de normas linguagem e cultura tal comunidade produto da sociedade e produtora de sua manuten o Essa correla o explica um princ pio da epistemologia da complexidade tudo se liga a tudo numa rede relacional e interdependente em que a parte se insere no todo e este naquela conservando suas qualidades pr prias e individuais que cont m a totalidade do real Assim nada est isolado no cosmos porque est sempre em rela o a algo Portanto ao mesmo 74 tempo em que o indiv duo aut nomo tamb m dependente numa rede c clica que simultaneamente o singulariza e o distingue Do latim complexus a complexidade indica o que tecido junto MORIN 1997 p 44 Sem d vida um princ
282. m disso a maneira mais independente que as professoras da Escola Jasmim encontraram de trabalhar com as apostilas e os recursos tecnol gicos do pacote confirma essa import ncia mostram ter seguran a e liberdade de a o e desfrutar da confian a da dire o e dos pais em seu trabalho a ponto de n o enfrentarem dificuldade na escola por terem de se ausentar no per odo letivo a fim de participar dos encontros semestrais promovidos pelo Sistema Positivo de Ensino Tamb m se percebe busca de autonomia na professora M rian do Col gio Margarida ao criar outras atividades para recuperar alunos com defasagem e na diretora Leda do Col gio Pet nia que se revela insatisfeita com o acompanhamento previsto pela parceria que ainda exige um ritmo intenso de atividades para se vencerem os conte dos os quais impedem o desenvolvimento de projetos pr prios da escola Confirmei assim que o ser humano como ator social se constitui nas rela es vividas em sociedade engajando se em causas concretas que transcendam seus pap is sociais em busca de sua plenitude humana e profissional Como se sabe partindo se de bens materiais e simb licos se pode definir o que valioso assim como o modo pelo qual o homem se integra e se diferencia na sociedade se adapta ao pr tico e ao prazeroso percebe e participa de atividades coletivas Por isso o ato de consumir tamb m um ato de pensar e de construir um sentido social ou seja cria
283. m em per odo integral almo ando em mesinhas de altura adequada e com acompanhamento de professoras e auxiliares O card pio inclu a legumes e carne al m de arroz e feij o e as crian as comiam tranq ilas Levou me tamb m at o local onde acontecem as obras para amplia o visando estender o atendimento at a oitava s rie em dois anos Pude ver as salas de aula a quadra a biblioteca e sala de inform tica al m dos playgrounds que s o separados por faixa et ria A supervisora Luciana conversou comigo durante alguns minutos na sala de supervis o pedag gica e explicou que a diretora extremamente dedicada e investe muito na escola Depois conversando sobre a pesquisa e o ensino apostilado ela explicou que a escola foi questionada pelos pais sobre a ado o do Sistema Positivo pela prefeitura Queriam saber se era o mesmo material utilizado na escola particular Luciana me revelou que foi necess rio fazer uma reuni o e conversar com os pais esclarecendo que a prefeitura apenas havia comprado as Mesas Educacionais Alfabeto do Sistema Positivo para trabalhar a inform tica aplicada com os alunos das escolas municipais e que era uma parceria diferente n o envolvendo aquisi o de apostilas e assessoramento pedag gico 199 Conversamos um pouco sobre o assunto e Luciana disse acreditar que no caso das escolas p blicas adotarem o material os alunos teriam muita dificuldade porque para obter bons resultado
284. m rela o ao material que sempre atualizado e bem feito E disse mais penso que se for se apoiar melhor que seja em coisa grande por isso resolvemos adotar e levar muito a s rio opini o que reitera outra caracter stica da ind stria cultural a satisfa o compensat ria pela ilus o de que o mundo est em ordem PEDROSO BERTONI 2002 p 27 Essa seguran a falsa porque ado o de certo material pedag gico n o poder ser creditado o sucesso do trabalho escolar seria injusti a com professores e funcion rios atuantes e dedicados al m disso levaria ao conformismo incentivando a c pia em lugar da autoria o que desmotiva qualquer ser humano quanto mais para um educador Tais produtos tendem a provocar conformismo social e uma atitude passiva nos usu rios podem torn los incapazes de distinguir o sentido das coisas alienados e incautos presas f ceis do mercado e do consumismo numa situa o em que at o pensamento se torna mercadoria Pedroso e Bertoni 2002 p 116 afirmam que n o importa o conte do em si e por si de uma obra para a realiza o de uma l gica conformista e alienante do consumo cultural Importa mais a rela o que a ind stria cultural imp e no n vel do consumo cultural marcado pela moda e pela busca de uma f rmula est tica que n o exija esfor o do pensamento 146 Nesse caso preocupa me o entusiasmo das diretoras ao rec
285. ma de ensino porque se sente mais segura em rela o ao material que sempre atualizado e bem feito e completou dizendo Penso que se for se apoiar melhor que seja em coisa grande por isso resolvemos adotar e levar muito a s rio os professores se sentem seguros e planejam at novidades extras Diretora Olga Jasmim Pela qualidade do material did tico e pelo apoio dos profissionais da equipe Positivo Diretora Priscila Margarida Os pais ap iam o uso do ensino apostilado mas t m dificuldade de ajudar os filhos Diretora Leda Pet nia Sim a partir dos textos exerc cios e sugest es metodol gicas criamos outras atividades jogos brincadeiras etc O CD de jogos al m de educar diverte a todos at mesmo os pais Professora Helena Margarida Sim Elaborando situa es parecidas com a do material ou at mesmo modificando a maneira de realizar as atividades propostas Professora Mirian Margarida O Sistema Positivo de Ensino de grande import ncia pois desenvolve a capacidade de investigar id ias de resolver exerc cios de formular e testar hip teses de induzir deduzir generalizar e inferir resultados aos alunos fazendo de n s educadores mediadores e facilitadores deste grande sistema Professora Aparecida Pet nia Trabalhar com o Sistema Positivo com seriedade demanda tempo estudo e dedica o por parte do professor que tem que estudar os as
286. mais interessantes Darci Mais uma vez se percebe o entendimento do pacote como fonte de todo o saber necess rio ao aluno Darci Maria Contextualizar tarefa das comemora es da escola datas para trazer a fam lia escola e mostrar o trabalho que se realiza Helena N o h contextualiza o porque aquilo que o aluno pensa ou traz como bagagem n o discutido em sala de aula ou visto como importante O que vale no final s o o conte do e a prova Todas as professoras QUADRO 39 206 Uso da afetividade e propostas que promovem identifica o imediata facilitar a vida trazer felicidade e praticidade com qualidade indiscut vel DEPOIMENTOS COMENT RIO As escolas particulares trabalham muito isoladas a gente se sente sem apoio s vezes N o existe um clima bom ou um espa o para trocar id ias entre as escolas Diretora Olga Jasmim A diretora Olga me mostrou os CDs que o Positivo oferece dire o para usarem como espera ao telefone com propaganda da escola como integrante de uma rede forte e competente de ensino Di rio de Campo Mostrou tamb m outros CDs explicando S o sugest es que a escola recebe prontinhas com modelos de folhetos e outdoors para divulga o da escola na cidade enfatizando o conv nio com o sistema A escola tamb m recebe CDs com m sicas para o trabalho em sala de aula e em datas comemorativas Os professores ganham presentes no seu dia
287. mas que favorecem o compartilhamento de cren as por grupos de pessoas inseridas em determinado contexto sociocultural GONDIM 2002 p 4 aquele ao que se passa na mente da pessoa consciente e inconscientemente A dicotomia entre qualitativo e quantitativo tem suscitado muitas controv rsias entre te ricos que buscam definir o melhor m todo de pesquisa e os crit rios de validade cient fica Enquanto o positivismo foi criticado por reduzir o conhecimento da complexidade inerente realidade social ao que pode ser observado mensurado e quantificado a abordagem compreensiva foi criticada sobretudo pelo subjetivismo do pesquisador na investiga o e pela aus ncia de controle mais sistematizado na coleta de dados e na interpreta o A crise 124 entre as duas abordagens teve seu pice nos anos de 1960 quando a objetividade e racionalidade da ci ncia foram questionadas em especial pela cr tica da Escola da Teoria Cr tica Social ou Escola de Frankfurt aos aspectos ideol gicos e s atitudes da ci ncia dominante o positivismo que considerava o conhecimento cient fico como uma fotografia fiel neutra e objetiva da realidade GONDIM 2002 p 4 5 Esta pesquisa busca responder ao questionamento suposta praticidade e organiza o que as apostilas d o ao ensino por meio de observa o participante entrevista semi estruturada e question rio com quest es abertas quando n o foi poss vel a convers
288. mensal m dio de conex o com a Internet em alguns pa ses PA S TEMPO DE CONEX O Brasil 11 horas e 38 minutos Estados unidos 10 horas e 57 minutos Austr lia 10 horas e 23 minutos Fran a 10 horas e 19 minutos Reino unido 9 horas e 12 minutos Espanha 7 horas e 17 minutos It lia 6 horas e 48 minutos Alemanha 11 horas e 38 minutos Fonte adaptado de IBOPE NETRATINGS 2007 78 Comparando os dois quadros fica clara a diferen a entre o n mero de computadores conectados e o n mero de horas de conex o donde se conclui que a raz o para essa superioridade seria o excesso de horas que as pessoas se dedicam navega o na Internet Considerando se que no Brasil os jovens s o os mais interessados pelo mundo virtual enquanto a maioria dos pais pouco dele conhecem ou usam uma an lise mais a aprofundada levar a conclus o de essa posi o destacada no tempo de conex o resulta da falta de controle dos pais que n o se preocupam em verificar o que os filhos acessam ou em demarcar um tempo limite de acesso para os filhos diferentemente do que parece ocorrer em outros pa ses onde essa quest o vista com muita seriedade 2 4 Comunica o de massa e produ o de sentidos sociais As transforma es na economia na pol tica na sociedade ou na cultura modificam o modo como as pessoas se relacionam com o mundo por m n o se pode dizer que s o as transforma es de poca as nicas respons veis por tal modifica o
289. mente 3 ou 4 1o0ou2 A cada Nunca TOTAL vezes por vezes por 15 dias semana semana V Tv 74 3 13 7 10 1 1 2 0 6 100 00 Ouve r dio 52 0 17 1 17 4 6 4 7 2 100 00 Ouve m sica em sua casa 55 1 18 6 19 0 52 2 0 100 00 Estuda ou toca algum 8 3 4 6 4 6 5 2 77 3 100 00 instrumento musical L jornal 40 8 22 6 23 5 9 5 3 7 100 00 L revistas 31 6 24 8 25 9 14 3 3 3 100 00 Faz gin stica esportes ou 17 8 15 3 18 7 13 7 34 5 100 00 alguma atividade fisica Participa de listas de discuss o 1 5 1 6 2 6 4 9 89 3 100 00 atrav s do correio eletr nico Usa o correio eletr nico 9 1 8 4 10 5 12 4 59 6 100 00 Navega na internet 7 3 8 9 12 6 12 7 58 4 100 00 Diverte se com seu computador 9 9 9 3 14 6 12 4 53 9 100 00 Fonte UNESCO Pesquisa de Professores 2002 Nota foi perguntado aos professores Indique com que fregii ncia o a sr a realiza as seguintes atividades Dados expandidos Por prolet rio Contreras 2002 entende o trabalhador que perde o controle do processo de seu trabalho 114 Inseguro de sua capacidade educado para n o inovar n o discordar e incentivado desde seus tempos de escola a repetir o conhecido para n o incomodar n o perguntar e n o transformar o professor se v preso a um c rculo vicioso ao qual quase imposs vel n o sucumbir e cuja consequ ncia um ambiente em que A rotina corr i uma parte do sonho a engrenagem despersonaliza a multiplica o de insti
290. mente um sistema pol tico que deve permitir aos indiv duos desenvolver sua inesgot vel capacidade de livre escolha na nica esfera que garante e potencializa a referida capacidade individual o mercado A crise social portanto existe porque os sistemas institucionais dependentes da esfera estatal diga se pol tica n o atuam como mercados na rea da sa de da previd ncia das pol ticas de emprego e da educa o claro De certa forma a crise resulta da excessiva difus o da no o de cidadania cujo conceito fundado na concep o de direitos humanos universais pol ticos sociais econ micos e culturais tem gerado falsas promessas que incentivam a es coletivas e individuais caracterizadas pela improdutividade e que desconsideram ou n o reconhecem o valor individual da competi o para o campo social Logo a grande opera o estrat gica do neoliberalismo transferir a educa o da esfera da pol tica para a esfera do mercado e assim questionar seu car ter de direito para reduzir sua condi o de propriedade neste quadro que se reconceitualiza a no o de cidadania atrav s de uma revaloriza o da a o do indiv duo enquanto propriet rio enquanto indiv duo que luta para conquistar comprar propriedades mercadorias de diversas ndoles sendo a educa o uma delas O modelo de homem neoliberal o cidad o privatizado o entrepreneur o consumidor GENTILI 1996 p
291. mento pessoal e profissional um vasto imbr glio que a apostila vem agravar O mal maior da apostila a sugest o de que estudar reproduzir O instrucionismo da forma o original a consagrado para sempre Embora se saiba o qu o importante se manter atualizado no desenvolvimento de sua profiss o acredito que alguns desses itens n o cabem no apertado or amento familiar do professor prolet rio por isso geram inseguran a quando ele precisa organizar um curr culo ou planejar uma aula Isso o leva a se apoiar em apostilas ou manuais para realizar as atividades e tarefas de sua profiss o e assim a perder a autoria verdadeira necess ria a sua profissionaliza o e autonomia docente No dizer de Jos Gimeno Sacrist n 1998 p 172 os professores s o deposit rios de id ias e linguagens mas s as podem desenvolver quando poss vel faz lo de maneira subordinada Isso ajuda a cristalizar a id ia de que s o especialista formula curr culos e aulas numa sociedade que vive bombardeada por informa es e mudan as aceleradas que d o margem ado o de pacotes did ticos completos cuja propaganda afirma que facilitam a vida do professor e garantem a efici ncia da escola N o vejo como algo produzido de fora possa garantir essa efici ncia TABELA 4 Propor o de professores segundo a frequ ncia de outras atividades 2002 FREQU NCIA TIPO DE ATIVIDADE Diaria
292. metodologia RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Sempre h elogios mas os pais sentem dificuldade em ajud los em casa Arlete Col gio Pet nia Os pais aprovam o Sistema Positivo apesar de encontrar um pouco de dificuldade para Aparecida Col gio auxiliar seus filhos Pet nia Quanto opini o dos pais relatou Eles acham que uma metodologia que faz com que os Darci Escola alunos busquem E acrescentou que Muitos pais comentam que est o aprendendo tamb m Jasmim junto com os filhos acessando o site e procurando materiais para as aulas Aprovam a escolha Maria Escola Jasmim H pais que aprovam mas h pais que ainda n o se adaptaram forma como s o Helena Col gio apresentados os conte dos atrav s das atividades Margarida Eles ainda relutam dizendo que o material incompleto mas sempre conversamos Mirian Col gio com eles dizendo que n o h material totalmente completo e temos sempre que Margarida enriquec lo ou adequar a realidade do aluno QUADRO 13 Quais s o as principais dificuldades que voc encontra ao trabalhar com esse sistema de ensino Como tem procurado super las RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA N o respondeu Arlete Col gio Pet nia N o respondeu Aparecida Col gio Pet nia Houve uma modifica o do material de 2 em 2 anos eles fazem Darci Escola mudan as no material e este ano a mudan a fez com que n o haja Jasmim dificuld
293. mia de pensamento portanto resultam do trabalho do professor que cria um ambiente motivador que faz os questionamentos e as interfer ncias necess rios que seleciona os conte dos a serem trabalhados em cada turma em dado momento no contexto do projeto pol tico pedag gico de cada escola Talvez haja esse consenso positivo porque a produ o desse sistema suas mercadorias limita se ao que pode ser apreendido e consumido com facilidade pelas pessoas sem que tenham de despender energias ps quicas para tal Os pacotes did ticos visam facilitar a vida da escola e dos professores trazendo tudo pronto como se isso fosse poss vel na educa o e sobretudo no contexto do mundo globalizado competitivo tecnol gico que privilegia o conhecimento que n o prescinde da cr tica criatividade e aprendizagem constante A passividade caracter stica de consumidores acr ticos dos produtos da ind stria cultural que subestima a capacidade de compreens o e de produ o espiritual dos homens e subjuga suas consci ncias PEDROSO BERTONI 2002 p 16 Constatei que material did tico do Sistema Positivo bem feito e at busca associar as diferentes disciplinas entre si pelo trabalho com temas Mas n o se deve atribuir o sucesso 5 Reportagem da revista poca n 407 mar o de 2006 p 53 54 ver ANEXO 4 informa que o Sistema Positivo de Ensino faturou R 1 bilh o em 2005 S o 22 mil alunos n
294. mo manual para se discutir o conte do e faz lo com rapidez para aplicar a tempo 13 4posta mais na efici ncia de meios eletr nicos ou t cnico culturais da ind stria e menos na capacidade das pessoas Em algumas escolas nota se uma tend ncia a se culparem os pais visto que o material inquestion vel por ser o melhor que h feito por especialistas o material dispensa preocupa o com reflex es e troca de experi ncias entre professores na escola como se sua ado o fosse garantia do sucesso Quando os pais enfrentam dificuldades em ajudar os filhos o material s serve para mostrar aos pais o quanto necess rio ser especialista para tratar da educa o nessa tica o professor se torna mero aplicador do que os especialistas pensaram A mesma id ia corrente entre as professoras que se sentem facilitadoras da aprendizagem resultado da ado o do sistema moderno interessante atual e que d total apoio com seus especialistas de plant o Segundo Pedroso e Bertoni 2002 uma caracter stica fundamental dos produtos da ind stria cultural a preponder ncia de temas organizados para provocar uma identifica o imediata ou empatia mediante afetividade em propagandas materiais de apoio e propostas que d o a id ia de terem vindo para facilitar a vida e trazer felicidade e praticidade Percebi essa 145 caracter stica no Sistema Positivo porque procuram enviar de gra a v rios materiais s
295. moderna teoria social cr tica na era dos meios de comunica o de massa Petr polis Vozes 1995 THOMPSON Kenneth Moral panics London Routledge 1998 THOMPSON Kenneth Cultura poder e educa o um debate sobre estudos culturais em educa o Canoas Editora da Ulbra 2005 TORRES urea C Individua o criatividade e cidadania Rio de Janeiro UERJ 2002 Dispon vel em lt http www ajb org br jung rj artigos docs individuacao criatividade e cidadania doc gt Acesso em 21 ago 2007 TOSTA Sandra de F tima Pereira OLIVEIRA Maria Auxiliadora M O computador n o uma lousa as tecnologias de comunica o e informa o e a pr tica docente In REUNI O ANUAL DA ASSOCIA O NACIONAL DE PESQUISA E P S GRADUA O EM EDUCA O ANPED 24 Caxambu 7 a 11 de outubro 2000 Anais Dispon vel em lt http www anped org br gt Acesso em 15 jul 2006 TUMOLO Paulo S Da contesta o conforma o a forma o sindical da CUT e a reestrutura o capitalista Campinas ed da Unicamp 2002 VEIGA Ilma P A A pr tica pedag gica do professor de Did tica 2 ed Campinas Papirus 1992 175 VEJA Com medo dos alunos Edi o 1 904 Maio de 2005 p 63 Dispon vel em lt http veja abril com br busca resultado shtml gt Acesso em 24 jun 2005 VEJA Satan s apostilado Edi o 2 022 Agosto de 2007 Ponto de Vista Claudio Moura Castro Dispon vel em lt http veja abril com br busc
296. mos o sistema atrav s de comerciais Por m fomos convidados a conhecer o sistema em Curitiba Diretora Priscila Margarida Pensou que seria bom para a escola estar aliada ao nome como o do Positivo que bem conhecido e divulgado Diretora Ana L cia QUADRO 37 Se associar a um grupo famoso e moderno visto como vantagem e a publicidade do grupo enfatiza isso Todas as diretoras entrevistadas Ado o de ponto de vista unilateral por ser a nica fonte de informa es vistas rapidamente e em forma de mosaico provocam um processo de aliena o DEPOIMENTOS COMENT RIO N o produziu os resultados esperados principalmente no momento da alfabetiza o onde o ideal utilizar uma metodologia ecl tica para alfabetizar e com a apostila n o d Diretora Ana L cia Cam lia Os professores gostam acessam o site fazem as experi ncias usam os CDs acham as atividades interessantes e desafiadoras Se sentem seguros com o material que sempre atualizado trazendo orienta es em todas as reas do conhecimento Diretora La s Jasmim A diretora relatou que o prazo para vencer o conte do obriga a escola a disponibilizar hor rio extra para alunos que n o conseguem acompanhar em sala de aula A ocorre outra dificuldade que a da fam lia que n o tem como trazer em outro hor rio e ainda a professora que trabalha em outra escola e n o pode vir dar o refor o um co
297. mpede a express o e o atendimento s singularidades sesser star untar doa TEREE eira ease ra ds 210 QUADRO 43 Credibilidade meios eletr nicos ou t cnico culturais da ind stria s o mais eficazes que a capacidade do professor icii 211 SUM RIO INPER O UC O as rrenan dae A ana de Rn fo de mano Dida Jo 13 1 MUNDO GLOBAL SOCIEDADE P S MODERNA E EDUCA O neo 21 1 1 A sociedade da informa o na aldeia global icci ii 22 1 2 A escola e o respeito condi o humana ccciiiisiicsiiisiiscirirteeos 41 2 EDUCA O E IND STRIA CULTURAL usuais icdesaninisranddadiss asasadadd 51 2 1 Contradi es da escola em tempos neoliberais ciciiriiil 53 2 2 Poder e gerenciamento na escola ciii iene 62 2 3 Dispositivos pedag gicos da m dia ccciiciisiiitiiscistrrere reste rereero 76 2 4 Comunica o de massa e produ o de sentidos sociais 78 2 5 Ind stria cultural e a mcdonaldiza o do ensino ciii ii 84 3 DESAFIOS DA ESCOLA NA ERA DO CONHECIMENTO 93 3 1 Forma o interdisciplinar exig ncia do mundo em rede 93 3 2 Forma o e pr tica docente na era da globaliza o ciiiien 105 4 O PROFESSOR E SUA FORMA DE SE PERCEBER COMO SUJEITO DE SEU PR PRIO TRABALHO NO AMBIENTE ONDE ATUA 121 4 1 Procedim
298. n lise Conversando sobre a pesquisa e o ensino apostilado com a supervisora L cia do Col gio Margarida ela explicou que a escola foi questionada pelos pais sobre a ado o do Sistema Positivo pela prefeitura Queriam saber se era o mesmo material utilizado na escola particular L cia me revelou que foi necess rio fazer uma reuni o e conversar com os pais esclarecendo que a prefeitura apenas havia comprado as Mesas Educacionais Alfabeto do Sistema Positivo para trabalhar a inform tica aplicada com os alunos das escolas municipais e que era uma parceria diferente n o envolvendo aquisi o de apostilas e assessoramento pedag gico Conversamos um pouco sobre o assunto e L cia disse acreditar que no caso de as escolas p blicas adotarem o material os alunos teriam muita dificuldade porque para obter bons resultados preciso que alunos e professores consultem sempre o portal professores e dire o participem dos encontros promovidos e recebam apoio das fam lias no desenvolvimento das atividades sem falar na realidade que bem diferente e poderia tornar distante dos alunos alguns dos temas das apostilas A diretora Ana L cia relatou alguns problemas que enfrentou na escola e que pesaram na decis o de romper a parceria com o Sistema Positivo Esses problemas denunciam um ensino descontextualizado e o incentivo ao consumismo O aluno que n o segue o ritmo e n o vence a apostila se frustra Para acompanhar depende de au
299. na infalibilidade Essa raz o criou dificuldades para o indiv duo do s culo XXI se abrir complexidade do ser e do saber porque o ensinou a separar e isolar num cen rio povoado por verdades absolutas que embora parecessem seguras e estanques n o se sustentaram levando ao individualismo e ilus o diante do pr prio conhecimento No entanto Morin 2000 p 19 ressalta que na realidade a educa o tem de mostrar que n o h conhecimento que n o esteja em algum grau amea ado pelo erro e pela ilus o Para ele A verdadeira racionalidade conhece os limites da l gica do determinismo e do mecanicismo ela sabe que o esp rito humano n o pode ser onisciente que a realidade implica mist rio A plena racionalidade rompe com a raz o providencialista e com a id ia racionalizadora do progresso garantido leva nos a considerar na sua complexidade a identidade terrena MORIN 1993 p 136 Dada a convic o de que ensinar sup e ver o aluno como um todo ser racional emocional e sonhador n o h como ignorar essa complexidade na sala de aula Morin 2000 p 41 ao propor a transdisciplinaridade o faz acreditando que o recorte das disciplinas impossibilita apreender o que est tecido junto ou seja segundo o sentido original do termo o complexo Para Morin o conhecimento especializado abstraidor extrai um objeto de seu contexto e de seu conjunto rejeita os la os e as intercomunica es co
300. na rede p blica onde as constantes avalia es elaboradas pelo sistema de ensino ou terceirizadas por ele estressam e deixam insatisfeitos professores e alunos porque enfatiza o fazer como fundamento em detrimento do ser do participar do refletir e do agir com autonomia a es promotoras do desenvolvimento integral do homem Nessa tica em vez de realiza o de objetivos pessoais culturais e pol ticos ensinar passa a ser apenas um trabalho conjunto de compet ncias a serem adquiridas como resultado de exig ncias funcionais ou instrumentais Sobre essa situa o diz Ball 2005 p 7 Os professores acabam inseridos na performatividade pelo empenho com que tentam corresponder aos novos e s vezes inconcili veis imperativos da competi o e do cumprimento de metas Os compromissos human sticos do verdadeiro profissional a tica do servi o s o substitu dos pela teleol gica promiscuidade do profissional t cnico o gerente A efic cia prevalece sobre a tica a ordem sobre a ambival ncia Essa mudan a na consci ncia e na identidade do professor ap ia se e se ramifica pela introdu o na prepara o do professor de formas novas de treinamento n o intelectualizado baseado na compet ncia A percep o de ter seu trabalho constantemente avaliado classificado e comparado pelo qual o desempenho v lido e quantific vel do docente e do discente julgado leva o professor a ter um grau alto de incerteza e
301. nco escolas municipais de Uberaba assessorando o uso das mesas educacionais adquiridas pela prefeitura municipal em 2006 Iniciei a entrevista lhe apresentando as id ias principais da pesquisa que realizo e uma c pia dos question rios semi estruturados que tenho usado nas entrevistas com diretores coordenadores e professores de escolas particulares que adotam esse sistema em Uberaba Enfatizei minha inten o de conhecer melhor a parceria entre o Positivo e a prefeitura sendo esse o principal motivo de procur la para uma entrevista Gisele se mostrou interessada e sol cita e se disp s a participar e esclarecer minhas d vidas 177 Sim na maioria das vezes esse professor n o tem preparo pedag gico entende apenas de computadores e auxilia alunos e professores da escola na utiliza o das m quinas Quem orienta o trabalho para que as aulas de Inform tica sejam proveitosas pedagogicamente sou eu A partir do planejamento do professor sugiro atividades para as aulas de inform tica e utiliza o dos softwares dos jogos e da Mesa Alfabeto do Sistema Positivo Cada escola tem de quatro a seis mesas dependendo do n mero de alunos que usada em todas as faixas et rias inclusive na Educa o de Jovens e Adultos EJA 10 Ent o n o um material usado somente para a alfabetiza o N o h atividades interessantes e l dicas para todas as idades e disciplinas A escola que tem acesso Internet disp e tamb m do Portal Posit
302. neamente de vez em quando n o vem n o Sendo assim o que a escola tem feito utilizar somente a apostila porque considera dispendioso demais levar os professores ao encontro semestral ficar ligando para tirar d vidas ou acessar o site e n o receber resposta imediata Quando poss vel v o alguns professores uma vez ao ano al m disso os encontros ocorrem no per odo letivo o que provoca reclama es dos pais e impedimento de professores que trabalham em outra escola DI RIO DE CAMPO Esse fato me levou a perceber que recebe visitas de acompanhamento e maior assist ncia a escola que adere totalmente ao pacote acessa o portal telefona sempre e participa dos caros encontros semestrais como o fazem o Col gio Margarida e a Escola Jasmim Do contr rio n o recebem visitas nem sequer a revista semestral como o Col gio Pet nia e a Escola Cam lia que s usam as apostilas Nesses casos concluo que o sistema demonstra se contentar em vender a apostila e deixa a escola resolver suas quest es pedag gicas sem o acompanhamento prometido O relato das diretoras ao serem inquiridas sobre a assist ncia oferecida pela empresa educacional evidencia isso Quase n o utilizamos o site ou telefone resolvemos tudo por aqui O sistema promove dois encontros por ano fora de Uberaba fica caro mas procuramos ir O ruim ter que suspender as aulas nesses dias os pais n o gostam A escola que paga as passagens e
303. nhecimento Para tanto necess rio permitir o interc mbio em sala de aula ouvir os alunos ou pedir que escrevam sobre o que est o aprendendo naquela disciplina ou no conte do sem a obriga o de devolver a informa o que muitas vezes uma prova incentiva apenas como forma de obter coment rios sobre dado t pico Pode ser uma roda de discuss es ou at um caderno onde 155 todos possam escrevem perguntas respostas e coment rios Os alunos precisam ser estimulados a fazer perguntas discutir e ouvir o que pensam os outros inclusive quem deles discorda tamb m precisam realizar atividades individuais ou em duplas que estimulem o auto aprendizado sempre tendo m o material de pesquisas de autores diversos A preocupa o de variar fontes de conhecimentos e ampliar as possibilidades de os alunos entenderem diversas manifesta es e id ias envolve a quebra das panelinhas em sala de aula Esse trabalho eficiente em grupos diversificados envolvidos em projetos maiores e mais trabalhosos porque estimula a uni o Mas tem de ser feito com tempo adequado a fim de que seja completado Tamb m oferece a possibilidade de os estudantes escolherem a forma de fazer suas explora es e expor resultados Haver quem opte por um texto ou uma maquete outros v o escolher um teatro r pido Al m disso v o precisar se encontrar fora da sala de aula na biblioteca p blica por exemplo o que os incentivar a diversificar as
304. nico culturais portanto precisa reeducar o seu olhar para a interculturalidade precisa descobrir elementos culturais externos que revitalizem a sua pr pria cultura Mas isso n o mais problem tico hoje Basta abrir os olhos para a realidade escutar ouvir Na escola comprometida em aproximar ci ncia da cultura produzida no cotidiano ajudar os alunos a pensarem criticamente serem capazes de compreender e se apropriarem da realidade adquirindo condi es plenas de exerc cio de liberdade pol tica e intelectual os procedimentos did ticos se alteram independentemente de uso ou n o de novas tecnologias em aula Para tanto exige se do professor cultura geral ampliada abertura para aprendizagem permanente aperfei oamento de habilidades interpessoais comunicacionais e compet ncia para atuar em sala de aula e usar meios de comunica o m dias e multim dias E mais que se posicione como pedagogo no sentido cl ssico do termo encaminhar e orientar o aluno ante as diversas possibilidades e formas de se alcan ar e se relacionar com o conhecimento Hoje se espera que o professor ao desenvolver seu trabalho seja eficaz motivado e esteja apto a cuidar do equil brio psicol gico emocional e afetivo do aluno acumulando tarefas que noutros tempos eram da fam lia orientar quanto a 37 Na rede particular o conflito se revela na indisciplina do aluno que assim como a fam lia tem o apoio dos 2 diretores por quest es m
305. nito se renova quatro vezes ao ano e ainda por cima est na m dia DIRETORA OLGA Escola Jasmim Para a divulga o em tev o Sistema Positivo busca programas que influenciem os estudantes a diretora Olga me relatou que a novela Malha o da Rede Globo que tem grande audi ncia entre adolescentes divulga o Sistema Positivo no material adotado pelo Col gio M ltipla Escolha cen rio principal da trama que trata do dia a dia de jovens e seus conflitos e onde comum v los carregando as apostilas do Positivo nas m os DI RIO DE CAMPO 5 4 2006 A publicidade na Internet na tev ou nos jogos eletr nicos promove um alto grau de imers o e envolvimento emocional com isso fomenta certa lealdade a algumas marcas e cria estilos entre crian as e adolescentes que se comunicam cada vez mais por meio de comunidades virtuais e se identificam com amigos ou parceiros desse ou daquele produto O imagin rio infantil tem sido povoado por personagem e logomarcas que s o cones do consumo mas ao se acostumar a consumir aquilo que a publicidade indica a crian a n o age diferentemente dos adultos que nem sequer percebem que quando divulga e endeusa o ef mero e o descart vel a publicidade desestrutura os valores do limite ao estabelecer um constante vazio proveniente de se querer o tempo todo sempre mais do que se tem o que pode influenciar a forma o humana cultural e espiritual 151 Apostilas e demais re
306. nstaurando segundo Gomes 2001 o terror tecnocrata 1 2 A escola e o respeito condi o humana Assim como o conhecimento a vida humana uma aventura uma viagem ao incerto Para que os indiv duos se percebam como sujeitos nessa aventura importante que a reflex o acompanhe a auto reflex o e a cr tica acompanhe a autocr tica Todos s o construtores do futuro que incerto portanto necess rio rever as pr ticas pedag gicas atuais tendo em vista a necessidade de situar a import ncia da educa o na totalidade dos desafios e das incertezas dos tempos atuais Edgar Morin 2000 p 14 alerta para o fato de que 42 H uma inadequa o cada vez mais ampla profunda e grave entre os saberes separados fragmentados compartimentados entre disciplinas e por outro lado realidades e problemas cada vez mais polidisciplinares transversais multidimensionais transnacionais globais planet rios A hiperespecializa o impede de ver o global que ela fragmenta em parcelas bem como o essencial que ela dilui o retalhamento das disciplinas no Ensino torna imposs vel apreender o que tecido junto isto o complexo segundo o sentido original do termo Assim como a sociedade a escola se fragmentou em busca da especializa o dividiu os saberes em reas e nelas priorizou alguns conte dos como denuncia Morin 2000 p 15 Em vez de corrigir esses desenvolvimentos nosso sistema
307. nstitui es e regras justas Cidadania e autonomia s o hoje duas categorias estrat gicas de constru o de uma sociedade melhor em torno das quais h frequentemente consenso Essas categorias se constituem na base da nossa identidade nacional t o desejada e ainda t o long nqua em raz o do arraigado individualismo tanto das nossas elites quanto das fortes corpora es emergentes ambas dependentes do Estado paternalista GADOTTI 1998 p 20 21 No dizer de Freire 1996 p 45 cidad o significa indiv duo no gozo dos direitos civis e pol ticos de um Estado e cidadania tem que ver com a condi o de cidad o quer dizer com o uso dos direitos e o direito de ter deveres de cidad o Logo tem se a alfabetiza o como forma o da cidadania e formadora da cidadania Tendo em vista o entendimento de que h uma necessidade m tua entre as pessoas para que se institua a verdadeira cidadania Magalh es 2001 p 2 esclarece urge que a escola promova o desenvolvimento das v rias faculdades e n o apenas a intelectual do aluno de modo que em sua a o futura como profissional n o veja o outro o paciente o cliente o aluno etc como apenas um receptor de um determinado conhecimento mas como uma pessoa completa com necessidades com problemas etc preciso que o indiv duo perceba o outro n o como seu inimigo como um competidor mas sobretudo como uma extens o de si mesmo Qu
308. nta a hierarquiza o dos n veis de colabora o e integra o entre as disciplinas propostas por Piaget multidisciplinaridade n vel inferior de integra o caracteriza se como a primeira fase de constitui o de equipes interdisciplinares ao se buscar informa o e ajuda em v rias disciplinas para a solu o de um problema interdisciplinaridade n vel de associa o entre as disciplinas em que a coopera o entre elas provoca interc mbios reais e enriquecimentos m tuos transdisciplinaridade etapa superior de integra o significa a constru o de um sistema total sem fronteiras s lidas entre as disciplinas Ainda sobre o conceito de interdisciplinaridade esse autor destaca que a hiperespecializa o crescente no s culo xx conduziu a um aprofundamento de cada disciplina levando as s fronteiras de outras disciplinas Esse movimento provocou uma interdisciplinaridade que ou criou disciplinas ou transferiu m todos de uma para outra abrindo a possibilidade de di logo entre elas n o s a troca de conte dos mas tamb m as trocas intersubjetivas dos diferentes especialistas envolvidos 103 A crian a transita com certa liberdade em linguagens pouco valorizadas pela escola ela sabe o que gosta o que n o gosta mesmo que n o saiba nomear as raz es ela consegue explicar fen menos e expressar sua vis o de mundo por meio de desenhos pinturas ou falando sem perceber a necessidade de argumenta es coerentes t
309. nte conectada em rede Ao lado disso a ind stria cultural inunda essa sociedade com seus produtos incentivando cada vez mais o consumismo e a padroniza o de modos de ser e pensar a mcdonaldiza o de que se falou neste trabalho com influ ncias no ensino e na vida Nesse sentido meu trabalho pretendeu mostrar a import ncia de haver conscientiza o dos educadores acerca desse fato para que se preocupem em buscar respostas a quest es inquietantes sobre as possibilidades da autonomia docente numa sociedade em que os valores s o individualistas e competitivos e a escola busca rever seus m todos sua posturas suas cren as e sua fun o social Assim seria poss vel haver autonomia docente no sistema apostilado Como professores organizam desenvolvem e avaliam suas pr ticas educativas nesse sistema de ensino Qual a opini o dos professores sobre os pacotes did ticos Que implica es a ado o dos pacotes tem para a forma o continuada de professores Essas quest es definiram o objetivo desta pesquisa verificar se e como professores da educa o b sica exercem sua autonomia docente quando trabalham com pacotes did ticos e pensar em como se pode minimizar pedagogicamente o impacto provocado por uma cultura calcada no que 162 aparenta ser isto na exterioriza o mercadol gica que incentiva o consumo s vezes quase compulsivo e irrefletido Ao pesquisar a ado o dos pacotes did
310. ntemente a pr xis pressup e que uma atividade educativa se realiza pela intera o logo seu resultado depende do que um e outro fizerem Para Castoriadis 1965 p 91 o essencial das atividades humanas n o pode ser captado nem como reflexo nem como t cnica pois os seres humanos s o l gica racional conscientemente mais do que o aparente temos sobretudo uma dimens o inconsciente oculta carregada de afetos e frustra es sonhos e medos Eis por que a nfase do autor de que Educar uma crian a quer como pai ou como pedagogo pode ser feito com uma consci ncia e uma lucidez mais ou menos grandes mas por defini o imposs vel que isso possa ser feito a partir de uma elucida o total do ser da crian a e da rela o pedag gica Isso porque o essencial da educa o corresponde pr pria rela o que se ir estabelecer entre o paciente e o m dico ou entre a crian a e o adulto e evolu o desta rela o que depende do que um e outro far o Nem ao pedagogo nem ao m dico se pede uma teoria completa de sua atividade que ali s seriam incapazes de fornecer CASTORIADES 1965 p 92 Esse autor esclarece que a educa o assim como outras atividades que envolvem humanos em transforma o pr tico poi tica Aqui poi tica se refere a poi sis palavra grega que quer dizer a aut ntica cria o quanto a estar presente na alteridade e 105 automodifica o do ser como algo
311. nto de mercadorias confeccionadas para atrair as massas em sua condi o de consumidores ADORNO HORKHEIMER 1973 p 200 Tudo forjado para conduzir os indiv duos heteronomamente a uma adapta o sociedade A Ind stria Cultural garante essa adapta o por meio de uma dire o org nica convertendo o todo em um sistema coeso AMARAL 1997 p 23 24 apud PEDROSO BERTONI 2002 p 15 Os pacotes did ticos podem conduzir a essa adapta o porque ao compartimentarem o ensino que corresponderia ao todo em etapas e sequ ncias predeterminadas num sistema supostamente coeso d o a impress o de que natural correto e simples conduzir todos ao mesmo caminho e ao mesmo tempo Acaba havendo em vez de pluralidade e diversidade de produ es culturais um empobrecimento uma vez que a falsa consci ncia funciona como um ant doto para todo e qualquer ato de autonomia espiritual PEDROSO BERTONI 2002 p 15 Da mesma forma o material apostilado dos pacotes pode produzir esse empobrecimento no ensino ao padronizar o pensamento sem que as pessoas disso se apercebam A estandartiza o e racionaliza o dos processos e das t cnicas de produ o cultural corol rios da ideologia capitalista industrial tornam homog neos e uniformes os produtos do esp rito criados ent o para o consumo e n o mais para exprimir o protesto dos homens contra as condi es sociais aviltantes em que vivem PE
312. ntratempo danado Diretora Ana L cia Explicou que fazia alguns cursos oferecidos na cidade quando estava estudando Pedagogia mas agora formada h dois anos quase n o participa Quanto a momentos de estudos na escola explicou que quase n o ocorrem porque as diretoras est o sempre a par do trabalho e o material bastante rico e diversificado Professora Maria Jasmim Sempre que precisamos como por exemplo trabalhar certa dificuldade do aluno e at mesmo a nossa em rela o ao material utilizamos o 0800 liga o interurbana gratuita ou a Internet Portal Positivo e eles sempre nos atendem Professora Mirian Margarida Percebeu a dificuldade de adaptar os alunos metodologia do pacote que n o permite as necess rias adequa es individuais Diretora Ana L cia O uso do material do pacote fonte de seguran a como se nele estivesse tudo que o aluno precisa saber organizado da forma ideal e moderna portanto n o procuram refletir sobre a melhor metodologia ou pesquisar em outras fontes Diretora La s O prazo para vencer o conte do acontece pela press o de saber que ao vencer o bimestre outra apostila chega e os alunos deveriam ter terminado a primeira Diretora Ana L cia Os pais tamb m exercem press o exigem que o conte do seja seguido risca portanto n o h tempo para extrapolar ou diversificar fora do que est proposto pelo sistema Diretor
313. ntrospec o de jogo de conv vio de amizade de amor e de aventura N o se entende por que o prazer ligado ao trabalho deveria acabar com a alegria do tempo livre Mas a miss o que temos diante de n s consiste em educar n s mesmos e aos outros a contaminar o estudo com o trabalho e com o jogo at fazer do cio uma arte refinada uma escolha de vida uma fonte inesgot vel de id ias At realizarmos o cio criativo DE MASI 2000 p 320 Tamb m Morin 2001 quando prop e a reforma do pensamento assegura que a mudan a de comportamento e a abertura para novas id ias incorporam uma necessidade social irrefut vel formar cidad os aptos a enfrentarem os problemas de seu tempo Por isso ele prop e um modelo em que trabalho estudo e lazer se comuniquem simultaneamente propiciando aos alunos a aprendizagem de como privilegiar necessidades complexas como amar brincar conviver refletir conversar e outras Essa reforma poder propiciar a mudan a de comportamento e a oportunidade para que flores am id ias que incorporem uma necessidade social urgente formar cidad os capazes de entenderem e enfrentarem os problemas de seu tempo Morin 1999 entende a universidade como institui o conservadora mas reconhece que ela tem uma for a regeneradora e geradora Conservadora porque integra memoriza e ritualiza saberes id ias e valores culturais regeneradora porque rediscute e atualiza saberes ao transmiti los s
314. o necess rio ser especialista para tratar da educa o O professor ent o mero aplicador do que os especialistas pensaram Diretora Leda A mesma id ia corrente entre as professoras que se sentem facilitadoras do processo de aprendizagem que ocorre por meio da ado o do sistema que moderno interessante atual e d total apoio com seus especialistas de plant o Helena Aparecida Mirian Maria PODE SER UMA GOSTOSA BRINCADEIRA OS ALUNOS da 4 s rie da Escola Munici pal Monteiro Lobato do bairro Recreio dos Bandeirantes est o preparados para parti cipar da Competi o Ling stica que vai acontecer em sua sala Orientados pela profes sora Edna Maria Mo desto e pela professo ra de Inform tica Jac queline Barbosa San tos eles realizam diver sas atividades na mesa 2s tea soy My Mariana tenta adivinhar a palavra escolhida por seus colegas na mesa Alfabeto educacional Alfabeto O que parece simples brincadeira na verdade vem desenvol vendo e muito o vocabul rio das crian as Mariana Alice Silva Fr es 11 anos gosta da mesa Alfabeto mas principalmente da atividade forca Quero que eles adivinhem a palavra otorrino laringologista explica a garota A prof Edna explica que o trabalho realizado tanto na sala de aula quanto no laborat rio envolve literatura reda o ortografia e gram tica Primeiro os alunos buscam nos O que mesa educacion
315. o A Pesquisa de Or amentos Familiares POF realizada em 2005 pela Funda o Getulio Vargas FGV permite identificar fam lias que deveriam participar e fez esse c lculo Refeitas as contas surgem propor es de gastos mais condizentes com a experi ncia cotidiana de usu rios dos servi os privados de ensino Para a popula o usu ria com renda entre 7 e 33 sal rios m nimos mensais as despesas com servi os de educa o formal representam em m dia 11 45 dos gastos correntes totais Al m do pre o o percentual depende do n mero de filhos matriculados trata se de percentual quase duas vezes e meia superior ao referente popula o em geral em que se incluem usu rios e n o usu rios dos servi os educacionais privados O Gr fico 2 mostra o resultado dos c lculos feitos pela FGV considerando s fam lias que t m filhos na rede particular de ensino A inten o foi descobrir o quanto esse gasto significa no or amento delas 59 Composi o das despesas familiares com educa o segundo faixas e rendas Participa o M dia 8 MOvtrasDespesas 0 27 livros e Material 0 47 Outros cursos 0 77 E Curso superior 1 36 MEduca o B sica 1 21 Total da despesa 4 09 0 At 400 Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de Mais de 4002600 60021000 1000a1 200 1 200a 1600 1600a2 000 2 000a 3 000 3 000 a 4 000 4 000 a 6 000 6 000 GR FICO 1 Composi o das despesas familiares com educa
316. o Morin 2000 diz que o especialista que s especialista um perigo para o mundo e a humanidade Santos 2005 p 3 traduz essa assertiva assim A ci ncia especializada n o explica a vida Esta s adquire sentido ao ser contextualizada atrav s de todos os saberes acumulados reconhecendo o direito de cada ser humano qualquer que seja sua verdade religi o sexo cultura e ra a de existir e habitar este planeta convivendo e contribuindo respeitando e sendo respeitado pelas diferen as individuais e grupais Esta mudan a de atitude no n vel local das comunidades universit rias come a com o sentimento de TOLER NCIA e ABERTURA ao lidar com as diferen as humanas S o palavras de Paulo Freire amar o igual amar a si pr prio o desafio est em amar o diferente A transdisciplinaridade a busca do sentido da vida atrav s de rela es entre os diversos saberes ci ncias exatas humanas e artes numa democracia cognitiva Nenhum saber mais importante que outro Todos s o igualmente importantes Niels Bohr pr mio Nobel de F sica em 1975 j dizia O problema da unidade do conhecimento intimamente ligado nossa busca de uma compreens o universal destinada a elevar a cultura humana Assim um ensino fragmentado e dividido n o poder possibilitar a capacidade de contextualiza o natural ao esp rito humano e que deve ser desenvolvida pelo ensino Por isso fundamental estimular formas de se ligarem as p
317. o pois pela linguagem palavras 2 Redes s o estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada integrando novos n s desde que consigam comunicar se dentro da rede ou seja desde que compartilhem os mesmos c digos de comunica o por exemplo valores ou objetivos de desempenho Uma estrutura social com base em redes um sistema aberto altamente din mico suscet vel de inova o sem amea as ao seu equil brio CASTELLS 1999 p 499 54 imagens sons formas movimentos que os povos tendem a se ver se imaginar ou se traduzir cria se a ilus o de uma universaliza o da cultura de massa e das possibilidades do mercado da democracia do capital e da cidadania Subjacente ou acima de qualquer l der estar a m dia revestida de um intelectual coletivo de amplas propor es espalhado pelo mundo influenciando mentes e cora es subvertendo a influ ncia de partidos igrejas e movimentos sociais Visto que a percep o da realidade se organiza segundo uma grande quantidade de filtros e vari veis que passam pelo contexto cultural e t m influ ncia da hist ria pessoal e familiar de cada um assim como da classe social do g nero da idade e das disposi es herdadas vai se formando no contexto social atual bombardeado pela cultura midi tica intensa uma percep o da realidade altamente fragmentada ef mera e impessoal imersa no ambiente cultural da propaganda e do marketing
318. o a freq ncia de atividades que atestam suas preferencias culturais 2002 o uses ia ras sngeas at ramal sima eae ns pesa 109 TABELA 4 Propor o de professores segundo a fregii ncia de outras atividades 2002 113 TABELA 5 Tipos de livros que os alfabetizados l em 2005 120 QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU QU LIS TA DE QUADROS 192 QUADRO 27 Como a escola procede com alunos que n o conseguem acompanhar Existe um momento para recupera o Ocorre paralela ou periodicamente Como DES AniZada Peruana a E EN e E ANA 192 S o presenciais ou a dist ncia seeseeeesensseseesersersesseesreseserser 193 QUADRO 29 Como ocorre a parceria entre a coordena o pedag gica da escola e os instrutores do Sistema Positivo de Ensino para orienta es e Acompanhamento aeoea er ee aaa GDS DA Un pa 193 QUADRO 30 Como ocorre a utiliza o do material impresso Os professores seguem rigorosamente ou fazem adapta es ao material 194 QUADRO 31 escola prev aplica o de avalia es iniciais peri dicas e finais Quem as elabora Quem as aplica Quem as analisa 194 QUADRO 32 J poss vel perceber as vantagens da parceira com o Sistema Positivo de Ensino Quais seriam as principais cciiiiiiiiiisrcrerererereaa 195 QUA
319. o aluno de se expressar com clareza solucionar problemas e tomar decis es cujo curr culo ofere a uma vis o hol stica do conhecimento humano com uso cr tico das tecnologias de informa o e comunica o Essa escola exige um professor cuja postura seja renovada e que busque recuperar sua identidade profissional sua profissionalidade e exija uma forma o cont nua de qualidade nutrida pela pr tica e fomentada pelas discuss es com colegas no coletivo da escola 3 1 Forma o interdisciplinar exig ncia do mundo em rede Durante anos a tarefa do professor se resumiu a ir lousa expor o conte do da disciplina sempre da mesma forma e depois avaliar o n vel de conhecimento do aluno atrav s de provas Essa tarefa n o cabe na escola atual Na p s modernidade a educa o um dos primeiros bens humanos que tem de ser repensado para proporcionar uma vis o diversificada do mundo que preveja o ponto de vista e os argumentos do outro e as perspectivas de outras culturas Como afirma Moacir Gadotti 1995 p 107 a educa o vem perpassando mil nios com o objetivo de formar o homem para assumir se integralmente portanto autogovernar se A autogest o a tradu o moderna da Paid ia Nas palavras de Guzzo 2006 p 3 94 A educa o como meio de transmitir a vis o de mundo num processo de perpetua o da cultura j se manifestava juntamente com a formula o das primeiras teorias filos fi
320. o como pr xis transformadora e teis a uma leitura do universo atual da educa o N o se podem neg las ou desprez las como categorias ultrapassadas mas ao se pensar a educa o do futuro preciso tamb m ter me mente outras categorias nascidas da pr tica educativa e da reflex o sobre ela quais sejam cidadania planetaridade sustentabilidade virtualidade globaliza o transdisciplinaridade e dialogicidade Para Gadotti 2006 p 15 tratar de cidadania implica tamb m tratar do tema da autonomia da escola de seu projeto pol tico pedag gico da quest o da participa o da educa o para e pela cidadania Educar para a cidadania ativa tornou se hoje projeto e programa de muitas escolas e de sistemas educacionais Na defini o de Gadotti 1998 p 10 a palavra autonomia vem do grego autos si mesmo e nomos lei autoconstru o autogoverno capacidade de se autodeterminar de 99 se auto realizar Cidadania ainda na express o desse autor essencialmente consci ncia de direitos e deveres no exerc cio da democracia GADOTTI 1998 p 20 Segundo ele Existe hoje uma concep o consumista de cidadania n o ser enganado na compra de um bem de consumo e uma concep o oposta que uma concep o plena de cidadania que consiste na mobiliza o plena da sociedade para a conquista dos direitos civis pol ticos e sociais que devem ser garantidos pelo Estado A cidadania implica i
321. o consumo ocorre por meio de uma sistem tica e programada explora o de bens considerados culturais promovendo um extremo individualismo fruto da intensifica o do ritmo de vida e da cren a nessa nova maneira de viver segundo a qual tudo se torna neg cio Os pacotes did ticos se tornam mecanismos da ind stria cultural ao definirem os conte dos as estrat gias e os recursos a serem empregados em sala de aula pelo professor deixando pouca ou nenhuma liberdade de trabalho para esse profissional As perdas s o inevit veis o aluno deixa de ser beneficiado pelo que o professor poderia oferecer al m do sugerido e o professor acaba se tornando acr tico desempenhando seu trabalho simplesmente para cumprir obriga es Acomodar se a receber ordens sem question las n o usar a filosofia da educa o aprendida nos cursos de forma o e reveladora da import ncia de se dialogar com o que se l e se faz para se obterem a reflex o anal tica e uma postura cr tica permanente Eis por que preciso despertar para os efeitos negativos de uma educa o preocupada s em transmitir informa es aos alunos sem o contexto hist rico pol tico em que tal educa o se concretiza A integra o entre os que pensam a educa o a academia e os que a praticam na sala de aula professores do ensino fundamental e m dio crucial visto que a estes n o compete mais a tarefa de transmitirem informa es e sim serem parce
322. o da realidade a servi o do mercado e da divis o social que cada vez mais aprofunda o espa o entre quem tem chance de desfrutar a vida e quem tem de se contentar em observar Numa palavra a educa o se transforma em produto da ind stria cultural ao reproduzir a ideologia dominante Nesse sentido o sistema de apostilas outra mercadoria inserida no contexto da ind stria cultural contribui para a tutela e adapta o social Ao compartimentar o saber ele fragmenta o conte do dividido em apostilas trocadas a cada bimestre Estas por sua vez s o subdivididas em mat rias com aulas esquem ticas que incluem textos explicativos Conforme uma numera o no ano letivo surgem os exerc cios que servem para enfatizar a aprendizagem daquele conhecimento que for tomado como mais importante pelo sistema de ensino Influenciados pela propaganda alunos pais professores e diretores acreditam no sucesso do produto que compraram e vinculam seu desempenho ao bom funcionamento do material Argumentam os elaboradores das apostilas que elas permitem a discuss o o debate e as analogias sobre o assunto ministrado 18 Mas como condi o para o xito do professor e do aluno imp em um n mero de aulas programadas que precisa ser cumprido massificando docente e discente Assim como a escola medeia os saberes elaborados pela humanidade e aquele que o aluno possui ela precisa aprender e praticar com seus alunos os processos de media o que regem
323. o de ideologias Logo se existe uma ideologia dominante tamb m pode existir uma contra ideologia que venha combater e servir para a liberta o das classes subjugadas Se a escola reproduz uma educa o que se identifica e justifica uma certa rela o de domina o ela tamb m pode criar condi es de liberta o ou ao menos estabelecer a cr tica livrando o indiv duo dos descaminhos do senso comum e da fragmenta o que deformam o desenvolvimento cognitivo afetivo social e cultural dos alunos Com efeito este tem sido um papel importante da escola que ao propiciar debates e discuss es em prol do cidad o e da democracia proporciona o questionamento a cr tica e a a o necess ria em favor da autonomia dos indiv duos e do social 70 Contudo Motta 2001 alerta isso dificilmente ocorrer na terceiriza o do ensino cada vez maior Segundo ele o conhecimento apostilado produzido em verdadeiras f bricas do saber potencializa a re produ o de indiv duos massificados prontos adequa o social que atualmente tem como um de seus principais objetivos o consumo Sem este n o h capitalismo MOTTA 2001 p 3 Esse autor vincula a ades o apostila ao sucesso e modernidade partindo de sua inser o na educa o que remonta d cada de 1950 governo de Juscelino Kubitschek quando a vis o de progresso estava ligada ao desenvolvimento industrial Na tica do governo a na
324. o homem se tornar cada vez mais capaz de se adaptar ao meio ambiente foi sua habilidade de saber pensar para intervir numa din mica que pode destruir o que encontra e reconstru lo de outro modo Eis o que Demo 2005 p 16 denomina de conhecimento disruptivo Conhecer n o constatar afirmar confirmar mas questionar o que sempre a teoria cr tica da Escola de Frankfurt prop s FREITAG 1986 DEMO 1994 fazer teoria questionar a realidade enquanto n o comparecer o questionamento da realidade n o a percebemos da maneira adequada Paulo Freire resumia essa pretens o na id ia de ler a realidade n o para a absorver mimeticamente mas para confrontar se com ela No fundo do conhecimento est a revolta de um ser finito que n o aceita seus limites gostaria de a tudo afrontar romper as barreiras mudar se poss vel fosse evolu o e hist ria Hoje nas fronteiras do conhecimento em particular com a engenharia biol gica e gen tica experimentamos este frenesi com maior proximidade DEMO 2005 p 17 S a possibilidade de conhecer cr tica e criativamente d autonomia ao homem e se ela n o ocorre por completo em raz o dos limites impostos pela vida em sociedade pode ser expandida medida que se aprende e se conhece Demo 2005 p 18 explica que a ci ncia somente avan a em ambiente de questionamento aberto quando tudo pode ser desconstru do e reconstru do alternativamente 31
325. o imposto pela apostila para aquele bimestre dire o professores e pais buscam meios para que os alunos se ajustem minha pergunta sobre qual era a opini o dos professores acerca do trabalho com o sistema apostilado veio uma resposta un nime ao contr rio do que se pensa a parceria demanda estudo e consultas constantes aos manuais aos softwares e ao portal do Sistema Positivo para que eles possam se inteirar dos conte dos previstos e providenciar materiais para as aulas A professora Maria da Escola Jasmim disse que n o tem feito cursos ou outro tipo de capacita o como fazia dois anos antes quando estudava Pedagogia Ela considera como suficiente o estudo do que disponibilizado pelo Positivo para dar boas aulas embora a cidade ofere a cursos semin rios e oportunidades de especializa o constantes A diretora Ana L cia confirmou que o trabalho com o sistema exige muito esfor o sobre o material did tico ela disse que os professores da Escola Cam lia o acharam interessante no in cio mas depois percebem que a apostila incompleta porque n o tem como prever situa es pr prias da sala de aula curiosidades e necessidades de cada aluno Preocupadas em adequar seu trabalho s necessidades dos alunos essas professoras come aram a buscar textos e atividades que promovessem novas discuss es mas ficaram sobrecarregadas por n o poderem optar visto que tinham de usar a apostila que o aluno 148
326. o iniciar com o novo DIRETORA LEDA Leda se mostrou desanimada tamb m quanto parceria pedag gica que no in cio parecia f cil e sempre presente mas que ficou dif cil gra as dist ncia que obriga consulta ao website ou por telefone de maneira formal e descontextualizada A diretora afirmou que n o h visitas escola nem ela chama a assessoria quase n o utilizamos o site ou telefone resolvemos tudo por aqui O sistema promove dois encontros por ano fora de Uberaba fica caro mas procuramos ir O ruim ter que suspender as aulas nesses dias os pais n o gostam A escola quem paga as passagens e estadias para esse encontro por isso n o v o todos A preocupa o com o pre o da capacita o semestral e a necessidade de suspender as aulas por dois tr s dias o que desagrada aos pais de todas as escolas S a equipe da Jasmim professores e diretoras vai toda e n o relata maiores problemas com os pais por isso sendo que a diretora Olga v no encontro uma oportunidade de aprender e trocar experi ncias Ela explicou que a dire o e a coordena o fazem cursos separados do professor e recebem orienta es e material incluindo instru es sobre planilhas de custos e outros assuntos administrativos Tamb m disse que o que ocorre que existe uma certa rivalidade entre as escolas particulares numa mesma cidade por esse motivo todas ficam muito isoladas em si pr pria
327. o material Mostrou me o material as revistas os CDs e disse que os professores se sentem seguros e planejam at novidades extras Pela qualidade do material did tico e pelo apoio dos profissionais da Priscila Col gio Margarida equipe Positivo Ap s a visita dos representantes do sistema optou pela parceria porque Ana L cia Escola Cam lia achou interessante trazer coisas novas para a escola Disse tamb m que pensou que seria bom para a escola estar aliada ao nome como o do Positivo que bem conhecido e divulgado QUADRO 20 Quando o sistema foi adotado na escola RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Adotou h oito anos em 1998 Leda Col gio Pet nia Adotaram em 2000 cinco anos atr s La s e Olga Escola Jasmim Em 2003 Priscila Col gio Margarida Adotou em 2002 e 2003 e parou porque fica caro para os pais e n o Ana L cia Escola Cam lia produziu os resultados esperados principalmente no momento da alfabetiza o onde o ideal utilizar uma metodologia ecl tica para alfabetizar e com a apostila n o d 3 2 P Nestes quadros foram acrescidas as escolas Cam lia e Ana L cia que n o constavam no quadro de respostas dos professores porque a escola desistiu da parceria com o Sistema Positivo em 2005 Mas a diretora se mostrou interessada em participar da pesquisa e falar de sua experi ncia esclarecendo at os motivos por que desistiu da citada parceria
328. o n o suja na entrada suja na sa da O governo tem que investir mesmo nas reas onde mora gente que paga imposto Voc n o precisa pensar Vote em fulano que pensa por voc Voc desempregado seja grato Vote em quem ajudou voc Vote em fulano de tal Est se vendo pela cara que se trata de gente fina de trato que tomou ch em pequeno e n o de um p rapado qualquer O professor falou sobre a Inconfid ncia Mineira O Brasil foi descoberto por Cabral FREIRE 1996 p 149 51 Essa rea o cr tica permitir ao educador se manter l cido em meio a tantas solicita es e informa es afinal essa lucidez que impressionar jovens e crian as porque faz a diferen a ao tornarem respeitadas e admiradas pessoas e profissionais que as usam por demonstrarem disponibilidade permanente para perguntar e responder como enfatiza Almeida J nior 2005 p 2 Disponibilidade vida e a seus contratempos Estar dispon vel estar sens vel aos chamamentos que nos chegam aos sinais mais diversos que nos apelam ao canto do p ssaro chuva que cai ou que se anuncia na nuvem escura ao riso manso da inoc ncia cara carrancuda da desaprova o aos bra os que se abrem para acolher ou ao corpo que se fecha na recusa na minha disponibilidade permanente vida a que me entrego de corpo inteiro pensar cr tico emo o curiosidade desejo que vou aprendendo a ser eu mesmo em minha rela o com o contr rio de mim
329. o os professores n o h aula e os pais reclamam porque contam com a escola muitos deixam seus filhos e v o para o trabalho Ent o fica dif cil n o seguir o calend rio Explicou que fazia alguns Cursos oferecidos na cidade quando estava estudando Pedagogia mas agora formada a 2 anos quase n o participa Quanto a momentos de estudos na escola explicou que quase n o ocorrem porque as diretoras est o sempre a par do trabalho e o material bastante rico e diversificado Ocorrem em todos os momentos temos o 0800 e a Internet Portal Positivo onde podemos consultar a assessoria pedag gica Sempre que precisamos como por exemplo em trabalhar certa dificuldade do aluno e at mesmo a nossa em rela o ao material Utilizamos o 0800 ou a Internet Portal Positivo e eles sempre nos atendem PROFESSORA ESCOLA Arlete Col gio Pet nia Aparecida Col gio Pet nia Darci Escola Jasmim Maria Escola Jasmim Helena Col gio Margarida Mirian Col gio Margarida QUADRO 10 O material apostilado deve ser seguido em sua ntegra ou voc tem liberdade para efetuar modifica es 186 RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA N o Temos liberdade de us lo segundo a necessidade de nossa realidade Arlete Col gio Pet nia Trabalho de acordo com o n vel de cada turma tentando adapt la ao uso do material Aparecida Col gio Pet nia Trabalhamos a apostila e o
330. o ser por eles reconhecidos e bem tratados v o fazer quest o de comparecer Feira de Ci ncias porque l estar em evid ncia o trabalhinho do filho exposto ao lado de todos os outros V o se emocionar na Festa das M es ou dos Pais quando o filho cantar Como grande o meu 61 amor por voc V o pedir ao vizinho que v e tire fotos da festa de formatura Decerto v o chorar quando o filho conseguir ler diante de todos um trechinho do Juramento Contudo quando as despesas se tornarem insustent veis que contrariados levar o as crian as rede p blica de ensino Ent o v o procurar se conformar com a situa o enquanto descrentes ficam sabendo pelo r dio ou pela tev de desvios volumosos de verbas p blicas e corrup o sem fim Seus filhos mais velhos mais descrentes ainda v o para a escola enquanto agientarem e voltar o um dia para casa dizendo que n o querem mais estudar porque n o d futuro Quem poder critic los A professora que trabalha tr s turnos para tentar pagar a pr pria faculdade ou o ensino t cnico dos filhos Como educadora e diretora quantas vezes presenciei esta situa o E o que pregam os neoliberais Que na sociedade contempor nea cabe ao Estado garantir a harmonia entre a liberdade m xima de escolha dos indiv duos e o compromisso com a efici ncia e a qualidade SANTOS ANDRIOLI 2005 p 13 Ora o cotidiano mostra que pode escolhe
331. oftwares variados sobre um mesmo assunto que lhes proporcionariam a oportunidade de analisar as diferentes vis es sobre o tema Os pais sobretudo ap iam se na id ia de que o conhecimento est contido naquele material did tico que adquiriram acreditam que o investimento financeiro compensa porque seus filhos t m o melhor ensino poss vel com o material mais completo e moderno elaborado por especialistas Ora n o outra se n o esta a situa o que se depreende da fala de algumas entrevistadas 141 Os pais se sentem seguros porque os alunos obt m timos resultados quando terminam a quarta s rie e fazem testes para ingressar na quinta s rie em outra escola Inclusive quando precisam transferir os filhos por motivo de mudan a procuram escolas conveniadas N o temos problemas com isso DIRETORA LA S Escola Jasmim Os pais aprovam o Sistema Positivo apesar de encontrarem um pouco de dificuldade para auxiliar seus filhos PROFESSORA ARLETE Col gio Pet nia os pais querem que use tudo o que vem na apostila caso contr rio n o compensa o investimento na compra do material todo bimestre DIRETORA ANA L CIA Escola Cam lia Sabemos que a ind stria cultural se faz presente na racionaliza o das t cnicas de divulga o e distribui o de seus produtos que usam recursos de marketing pelos quais se vendem prometendo facilidade organiza o e efici ncia A fim de atingir pais diretores e profes
332. ola nem chamam a assessoria Quase n o utilizamos o site ou telefone resolvemos tudo por aqui O sistema promove dois encontros por ano fora de Uberaba fica caro mas procuramos ir O ruim ter que suspender as aulas nesses dias os pais n o gostam A escola quem paga as passagens e estadias para esse encontro por isso n o v o todos Quase n o h Poucas vezes recorremos Diretora Leda Pet nia O que a escola tem feito usa s a apostila porque v como dispendioso demais levar professores ao encontro semestral realizado pelo Positivo em cidades parceiras ligar sempre para tirar d vidas ou acessar o site e n o receber resposta imediata Quando poss vel v o alguns professores uma vez ao ano al m disso os encontros ocorrem no per odo letivo o que provoca reclama es dos pais e impedimento de professores que trabalham em outra escola Di rio de Campo Col gio Pet nia Uma vez ao ano mais ou menos vem algu m do Sistema Positivo visitar a escola conversar com alunos e professores e saber se estamos satisfeitos com a parceria Diretoras La s e Olga Jasmim Parece ser simples o trabalho do professor basta aplicar a mat ria tornando a interessante e diferente para conseguir a motiva o dos alunos Pensar para qu Diretora La s diretora Priscila Essa busca a que se refere a diretora na verdade o estudo do manual para aplica o das atividades que n o chega escola
333. olhidas na tela do computador possui mais de 400 palavras cadastradas associadas a imagens e sons e possibilita o cadastro de novas palavras pelo professor de Inform tica permitindo criar atividades interativas adaptadas s viv ncias e especificidades de cada aluno ou grupo de alunos e o acesso ao Portal Positivo na Internet onde professores e alunos podem realizar pesquisas e atividades complementares 13 Como os professores reagiram parceria Mostraram bastante resist ncia talvez porque n o foram suficientemente esclarecidos na escola pela dire o e supervis o sobre a import ncia da parceria e o que ela poderia trazer de enriquecimento pessoal e profissional para cada um deles Quando cheguei nas escolas me encararam como algu m que vai trazer mais servi o e n o como uma parceira para descobrirmos juntos maneiras modernas e eficazes de ensinar e aprender 178 14 Os professores n o se entusiasmaram com a parceria N o No in cio nem sabiam o que seria Foi preciso persist ncia e paci ncia para conquist los Alguns chegaram a me dizer francamente que sempre fizeram do seu jeito e deu certo portanto n o pretendiam mudar agora Acharam que as monitoras estavam ali para vigi los atrapalh los inventar mais atividades para eles que j se sentem sobrecarregados A ades o ainda n o total aos poucos a gente vai conseguindo trabalhar com um professor aqui outro ali A respons vel pelo Pos
334. olis Vozes 1994 BOURDIEU Pierre Quest es de sociologia Rio de Janeiro Marco Zero 1983 BOURDIEU Pierre Sobre a televis o Rio de Janeiro Jorge Zahar 1997 CANCLINI N stor Garc a Consumidores e cidad os conflitos multiculturais da globaliza o Rio de Janeiro ed da UFRJ 1995 168 CANCLINI N stor Garc a Culturas h bridas estrat gias para entrar e sair da modernidade 2 ed Martins Fontes S o Paulo 2000 CANDIOTTO C sar Aproxima es entre capital humano e qualidade total na educa o Educar Curitiba ed da UFPR v 19 p 199 216 2002 CASTELLS Manuel A era da informa o economia sociedade e cultura A sociedade em rede S o Paulo Paz e Terra 1999 CHAVES L zaro Curv lo Neoliberalismo e globaliza o Dispon vel em lt http www culturabrasil pro br neoliberalismoeglobalizacao htm gt Acesso em 25set 2007 CHAU Marilena Souza P blico privado despotismo In NOVAES A Org tica S o Paulo Companhia das Letras Bras lia Minist rio da Cultura Rio de Janeiro Funda o Nacional de Arte 1992 p 345 90 CHESNAIS Fran ois A mundializa o do capital S o Paulo Xam 1996 335 p COELHO Teixeira O que ind stria cultural S o Paulo Brasiliense 1985 CONTRERAS Jos A autonomia de professores S o Paulo Cortez 2002 CORDEIRO Jaime Francisco P PORF RIO Luciana C RICARDI FILHO Geraldo Sabino Temas transversais e ind stria cultural
335. olta tornando se obsoleta e com uma forma o sem um significado expressivo para os seus alunos Ela deve representar para a crian a um espa o de media o entre ela e o meio ambiente tecnificado e repleto de m quinas Nesse paradigma educacional a educa o n o pode se orientar pelo paradigma empresarial que enfatiza s a efici ncia porque ignora o ser humano que a funciona como puro agente econ mico fator humano O ato pedag gico democr tico por natureza o ato empresarial orienta se pela l gica do controle GADOTTI 1998 p 18 Sobre o sentimento do professor pelo seu trabalho comenta Moran 2007 p 1 H momentos em que se sente perdido desmotivado Educar tem muito de rotina de repeti o de decep o um campo cada vez mais tomado por investidores por pessoas que buscam lucros f ceis Ele se sente parte de uma m quina de uma engrenagem que cresce desproporcionalmente Sente se em alguns momentos insignificante impotente um n mero que pode ser substitu do por muitos colegas ansiosos por encontrar trabalho Sabe que sua experi ncia importante mas tamb m que a concorr ncia grande e que h muita gente disposta a ensinar por sal rios menores Numa poca em que o trabalho formal se torna escasso aumenta a procura dos profissionais de diversas reas pelo magist rio por consequ ncia aumenta a concorr ncia que colabora para a manuten o do baixo n vel salarial A
336. omas A desfigura o da consci ncia dos indiv duos propiciada pelos efeitos mal ficos da ind stria cultural imp e lhe uma nica sa da uma nova configura o sua subjetiva o a partir de uma totalidade social reconcilia o for ada PEDROSO BERTONI 2002 p 17 Ante um tema de estudos a ser trabalhado com certos alunos ser que todos os professores usariam o mesmo texto O mesmo processo Os mesmos exemplos Os mesmos recursos Acredito que n o Embora o tema possa ser o mesmo h uma diversidade de estrat gias recursos e enfoques N o seria esta a maior motiva o do professor para conhecer cada aluno suas aptid es suas necessidades seus sonhos suas dificuldades Acredito at que seria ainda um incentivo para o docente se atualizar e se conscientizar sempre do que se passa sua volta para trazer ao seu aluno essa riqueza que ele pr prio elaborou analisou e viveu O professor n o deveria ter medo de mostrar ao aluno sua paix o e seu entusiasmo pelo ensino porque isso fator motivador a possibilidade de conhecer a vis o do mestre sobre certo assunto e acompanhar pelo seu depoimento o caminho percorrido para chegar determinada postura ou conclus o emociona Se o docente pedisse aos alunos id ias e sugest es de como as aulas teriam de ser e lhes permitisse escutar ler ver e testar um mesmo conceito ele e o aluno poderiam discutir e reelaborar juntos as informa es isto poderiam produzir co
337. onados num contexto mais amplo na perspectiva da seta do tempo segundo a qual houve uma intencionalidade uma seta do tempo para que cheg ssemos aqui tendo em vista que quando entramos na hist ria do universo 99 dele j existia da a import ncia de se estudar cada fen meno conforme sua hist ria relacional e temporal num entendimento que nos remete percep o do ser humano como ser inacabado e cheio de possibilidades na atitude hol stico ecol gica j que a id ia de totalidade a concep o de rela o e a no o de interdepend ncia sugerem uma cosmovis o ecol gica que entende o ser humano como um dos fios da teia da vida ser humano como ser da terra que rompe o hist rico antropoc ntrico que superpunha o ser humano aos outros seres na natureza na id ia de destino comum seres com a mesma origem e interliga o que nos encaminha a um destino comum num futuro compartilhado portanto temos de compreender que tudo que existe na natureza merece existir A sustentabilidade se originou na ecologia e na economia sobretudo do conceito de desenvolvimento sustent vel para se inserir de vez no campo da educa o ela tende a preponderar em muitas discuss es educativas nos pr ximos dec nios em busca de uma cultura da sustentabilidade traduzida no lema educa o sustent vel para a sobreviv ncia do planeta ANTUNES 2002 apud GADOTTI 2006 p 15 Nesse sentido s o esclarecedoras aqui as palavras de Moraes 1997 p 27
338. ontatar as diretoras explicar o motivo da pesquisa pedir a colabora o delas na entrevista e permiss o para participar como observador de algumas atividades na escola e para entrevistar as professoras Mesmo ante a impossibilidade de contato direto com todas as docentes muito me disseram as imagens as cores os cheiros os sentidos e a minha presen a em cada escola Estar ali atenta em busca de subs dios para um tema t o importante e atual foi uma descoberta Ver de forma diferente analisar a fundo impressionante como isso parece t o dif cil a princ pio e se torna imensamente prazeroso e essencial depois Tudo que li pensei discuti e analisei em meus estudos e semin rios de mestrado estava ali era s abrir olhos e os ouvidos para aprender e apreender QUADRO 1 Sujeitos que foram entrevistados e que responderam a question rio SUJEITOS ESCOLA ENTREVISTA QUESTION RIO Diretora Leda Col gio Pet nia X Diretora La s Escola Jasmim X Diretora Olga Escola Jasmim X Diretora Priscila Col gio Margarida X Diretora Ana L cia Escola Cam lia X Supervisora L cia Col gio Margarida X Professora Arlete Col gio Pet nia X Professora Aparecida Col gio Pet nia X Professora Darci Escola Jasmim X Professora Maria Escola Jasmim X Professora Helena Col gio Margarida X Professora Mirian Col gio Margarida X 44 go sa Eu E pos qa E Em escolas menores a supervis o pedag gica e
339. onto particularmente importante por causa da crescente concentra o da produ o e distribui o de produtos midi ticos atrav s de poucas por m grandes corpora es que possuem um mercado global THOMPSON 2005 p 23 160 Esses processos sugerem uma abordagem diferente daquela em que os professores s o vistos mais como t cnicos na burocracia do Estado que promovem o governamento a dist ncia ao produzirem pessoas auto reguladas cidad os respons veis e auto reflexivos No caso de programas culturais como os dos Estudos Culturais e estudos de m dia eles podem ajudar os educadores e as institui es educacionais a desenvolverem a consci ncias das variadas motiva es e valores assim como fornecer dados para a pesquisa que estimem os efeitos das suas pol ticas e pr ticas THOMPSON 2005 p 35 Segundo Sardar e Van Loon 1998 h cinco pontos distintivos dos Estudos Culturais mesmo com sua multiplicidade de atributos que s o fundamentais para essa proposta de conscientiza o a ser feita na escola e na sociedade o primeiro expor como o poder atua para modelar as pr ticas culturais mostrando as rela es entre eles o segundo a tentativa de captar e compreender toda a sua complexidade no interior de contextos sociais e pol ticos o terceiro o fato de a cultura ter sempre duas fun es por ser ao mesmo tempo o objeto de estudo e um local da a o e cr tica pol ticas o quarto a tentativa de expor e
340. ortez 2004 170 GADOTTI Moacir Pedagogia da pr xis e educa o ambiental desvendando princ pios da perspectiva cr tica da educa o ambiental Programa de Forma o de Educadoras e Educadores Ambientais Minist rio do Meio Ambiente Diretoria de Educa o Ambiental Bras lia 2005 GADOTTI Moacir C tedra Paulo Freire Dispon vel em lt http www paulofreire org Moacir Gadotti Artigos Portugues Gadotti sobre Freire PF pen samento ped 2001 pdf gt Acesso em 11 de jul 2006a GADOTTI Moacir Boniteza de um sonho ensinar e aprender com sentido Dispon vel em lt http www paulofreire org Moacir Gadotti Livros gadotti livros boniteza htm gt Acesso em 26 jun 2006b GADOTTI Moacir Desafios para a era do conhecimento Rio de Janeiro Relume Dumar 2006c GADOTTI Moacir Educar para um outro mundo poss vel S o Paulo Publisher Brasil 2007 GENTILI Pablo Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In Org Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia CNTE 1996 p 9 49 GENTILI Pablo A macdonaldiza o da escola a prop sito de Consumindo o outro In COSTA Marisa Vorraber Org Escola b sica na virada do s culo cultura pol tica e curr culo S o Paulo Cortez 2000 GHIRALDELLI J NIOR Paulo Entrevista ao Jornal do Cerrado da Universidade Estadual de Goi s em 7 de julho de 2006 An polis Dispon vel em lt http www
341. os 2005 DEMO Pedro Estudar UnB Bras lia 2006 Dispon vel em lt http aprender unb br mod book view php id 21256 amp chapterid 1435 gt Acesso em 23 nov 2007 169 DONADEL Daniel et al O p blico e o privado na constru o das corpora es Departamento de Engenharia de Produ o Escola Polit cnica da Universidade de S o Paulo S o Paulo USP 2006 EAGLETON Terry As ilus es do p s modernismo Rio de Janeiro Jorge Zahar 1998 EXAME Lucros al m da sala de aula Fl vio Costa 10 11 2004 Dispon vel em lt http portalexame abril com br revista exame edicoes 0830 negocios m0041105 html gt Acesso em 23 mar 2007 FAZENDA Ivani Metodologia da pesquisa educacional S o Paulo Cortez 1989 FEATHERSTONE Mike Cultura de consumo e p s modernidade S o Paulo Studio Nobel 1995 FELIPE Lu za Helena Lamego Inform tica e educa o encontros e desencontros no ensino fundamental p blico 2001 Disserta o Mestrado em Educa o Departamento de Educa o Pontif cia Universidade Cat lica Rio de Janeiro FERGUSON Marilyn A conspira o aquariana 11 ed Rio de Janeiro Record 1997 F RUM FILOSOFIA 2007 Dispon vel em lt http www universia com br noticia materia dentrodocampus jsp not 38600 gt Acesso em 20 jul 2007 FOUCAULT Michel Que es la Ilustraci n Was ist Aufkliirung Sociol gica M xico Universidad Autonoma Metropolitana ano 3 n 7 8 mayo dic
342. os Helena Col gio exerc cios bem clara Margarida As principais vantagens que levando o aluno a pensar mais ao mesmo Mirian Col gio tempo o aluno estar melhorando seu racioc nio l gico Margarida QUADRO 7 Qual o procedimento quando algum aluno n o consegue acompanhar o ritmo do trabalho RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA H a chamada individual um trabalho que realizamos com os pais aluno Arlete Col gio professor coordenador e diretora do Col gio visando aspas da professora a pet nia conscientiza o e verifica o do algum tipo de problema que possa estar atrapalhando a aprendizagem do aluno Fazemos atendimento individual com os pais alunos professores Aparecida Col gio coordenadora e diretora do Col gio para conscientizar e verificar o problema pet nia que possa estar atrapalhando o rendimento do aluno Perguntei qual era o procedimento quando algum aluno n o conseguia Darci Escola jasmim acompanhar o ritmo do trabalho e ela disse n o tinha grandes problemas com essa quest o porque a recupera o era feita diariamente em sala de aula com atendimento individualizado e acrescentou Por ser um material que al m da apostila inclui um CD ROM e um site de pesquisa faz com que haja um maior acompanhamento Para garantir o acompanhamento a professora explicou que h momentos de Maria Escola jasmim recupera o Ocorrem no final dos bimestres ou em hor
343. outro mundo a reportagem alerta os pais para os riscos e cita n meros considerados excessivos no Brasil tais como o aumento da quantidade de acessos de 1 1 milh o em 2004 para 1 7 milh o em 2007 cujas principais finalidades s o pesquisar em websites de busca como Google ou Yahoo 68 bater papo em programas como Messenger MSN ou I seek You ICQ 66 juntar se a comunidades no Orkut no MySpace 63 mandar e ler mensagens 56 e apenas 22 para trabalho de escola ANEXO 5 79 Ao definir meios de comunica o de massa Thompson 1995 p 287 os situa como aparato t cnico e tecnol gico que atinge a massa e esclarece que o voc bulo massa usado para designar a pluralidade de receptores que passam a aceder aos bens e s formas simb licas convertidos em produtos e informa es Esse autor cita quatro caracter sticas definidoras dos meios de comunica o massivos que para ele se incluem entre os bens e as formas simb licas express es ling sticas gestos a es obras de arte ou qualquer fen meno cultural interpret vel e us vel pelo homem para que possa compreender caracter sticas significativas da vida social THOMPSON 1995 A primeira dessas caracter sticas a possibilidade de produ o e difus o institucionalizada de bens simb licos proporcionando um conjunto de institui es interessadas em fixar reproduzir e mercantilizar via meios de comunica o produtos e informa e
344. p is nos postos exigidos pelo mundo do trabalho globalizado cada vez mais fugazes e especializados Segundo Demo 2005 o pre o da riqueza muito alto e n o se restringe vida social inclui a exclus o do pr prio projeto humano planet rio visto n o ser poss vel estender o bem estar dos povos do centro aos povos da periferia isso liquidaria as reservas de energia gua pot vel e mat ria prima a camada de oz nio e outros elementos essenciais vida na Terra Tamb m impratic vel crescer no mundo capitalista sem destruir a natureza pois o foco principal nessa forma de crescimento o lucro n o os direitos coletivos ou das novas gera es A l gica do capital n o conseguiu criar chances para todos pela globaliza o competitiva como quer o neoliberalismo Ao contr rio ela reproduziu outro mapa das desigualdades agora mais complexas e intensas porque s o alimentadas pela clivagem do conhecimento O mundo divide se cada vez mais entre a parte que capaz de produzir conhecimento pr prio e a outra que o copia DEMO 2005 p 15 Nesse cen rio a pobreza material compromete menos que a pobreza pol tica porque esta envolve a dificuldade extrema de organizar o pr prio destino com o m nimo de 7 Neoliberalismo pode ser definido como conjunto de id ias pol ticas e econ micas capitalistas que defende a n o participa o do Estado na economia De acordo com esta doutrina tem de haver liberd
345. pecto l dico na aprendizagem Maria N o houve refer ncia a momentos de discuss o em grupos que poderiam permitir um aspecto cr tico na aprendizagem cada aluno trabalha sozinho com apoio da fam lia e do portal Maria A integra o dos conte dos se refere ao fato dos assuntos serem interligados na apostila um tema comentado em portugu s tamb m usado nas outras disciplinas como tema para probleminhas e atividades em Matem tica por exemplo Maria O apoio tecnol gico considerado fundamental para o sucesso do professor Helena QUADRO 40 207 Interesse mercadol gico uso de estrat gias b sicas da ind stria cultural simplifica o especializa o reitera o dos conte dos DEPOIMENTOS COMENT RIO N o houve dificuldades porque o material cativante e traz assuntos atuais do interesse deles Diretora La s Jasmim N o tivemos nenhuma dificuldade com os alunos pois acharam diferente terem que trazer somente um livro diariamente Diretora Priscila Margarida A crian a fica em segundo lugar o importante o que est na apostila venc la Ent o um estresse projetos ent o nem pensar Diretora Ana L cia Cam lia Os professores gostam mas alegam que ilus o pensar que tudo vem pronto O sistema exige estudo atualiza o e busca para ser aplicado em sala de aula pelo professor Diretora Leda Pet nia Um dos pontos principais
346. periodicamente Como organizada RESPOSTAS PERGUNTA DIRETORA S ESCOLA Existe recupera o paralela di ria e final Os alunos tamb m se Leda Col gio recuperam trimestralmente refazendo as atividades e nova prova quando n o Pet nia conseguem 60 de aproveitamento Al m disso explicou que solicitam a ajuda dos pais que embora ap iem a ado o do Sistema Positivo t m encontrado dificuldades de tempo para assessorar os filhos nos estudos em sua maioria A diretora C esclareceu que n o h dificuldades quanto ao acompanhamento La s e Olga Escola da turma Esse problema quase n o ocorre por causa do n mero reduzido de Jasmim alunos sendo em m dia 12 alunos por turma o que permite aten o individualizada por parte do professor Quando ocorre programam aulas de refor o fora do hor rio di rio al m da recupera o paralela normal O sistema de recupera o adotado pela escola envolve recupera o paralela bimestral e final com atendimento di rio em sala de aula e nova oportunidade para os alunos fazerem as avalia es Poucos alunos n o acompanham raro haver recupera o peri dica ou final Os alunos que apresentam certa dificuldade o Col gio oferece aulas de Priscila Col gio suporte essas aulas s o individuais no per odo contr rio que a crian a estuda Margarida Existe tamb m a recupera o paralela que ocorre no encerramento do 1 semestre e do 2
347. pio t o desafiador quanto motivador pois faz da profiss o docente uma troca entre seres humanos iguais em sua humanidade e sua busca constante da felicidade mas diferentes em sensibilidade entendimento e expectativas diante da vida e do conhecimento Logo cabe ao docente construir um conhecimento escolar dentro e fora da sala de aula propiciando a quebra da id ia de que teoria e pr tica n o se casam e que s torna se real quando as teorias e as reflex es pedag gicas n o s o assumidas pelo profissional da educa o quando as cren as n o s o substitu das quando os paradigmas cient ficos transformam se em verdades fundamentalistas GUINDANI 2006 p 7 O problema que quando n o considera o erro e as incertezas como fatores fundamentais ao conhecimento o indiv duo se fecha num conjunto de verdades que s o s dele n o se preocupa em discutir ou buscar outras id ias da apego a doutrinas e dogmas que ao oferecerem a ilus o de plenitude e certezas prontas acabadas e infal veis impedem a cr tica e a d vida salutares ao crescimento da ci ncia e do pr prio homem Por isso na tica da complexidade o ensino precisa rever pr ticas pedag gicas que o levam a ter um fim em si mesmo que fazem da sala de aula e do conte do da disciplina uma redoma de vidro composta por tr s elementos professor conte do aluno que ao serem agitados por um semestre resultam num terceiro a nota GUINDANI 200
348. po Ecurso i A 3 bin Cursos oficiais e O COC sistema respons vel por 68 prefeituras j tem h nove anos o N cleo de Apoio certifica o Microsoft Municipaliza o Name Damos apoio s prefeituras para que elas possam dar um salto na qualidade do ensino afirma o superintendente do COC Nilson Curti Flores Online 08 03 Dia da Mulher As atividades na internet no entanto n o est o dispon veis para a rede p blica porque muitas rantagana roporativas prefeituras n o t m como acessar esse material por falta de recursos i Tecnisa S o Paulo GHRSQS QN LINE 4 Para manter os clientes privados alguns sistemas n o trabalham na rede municipal de cidades 2 dormit rios 70m que tenham escolas conveniadas o caso do Grupo Opet N o fechamos com as duas redes em z Deutsche Welle uma mesma cidade para que n o haja competitividade j que todo o trabalho e material igual Monitor Samsung k Ee s e Tela plana de 22 e diz a gerente de neg cios do grupo Jacqueline Menezes Conosco o aluno da rede municipal Widescreen Aproveite recebe exatamente a mesma forma o que o da particular Dell Inspiron 530 LCD 15 e Tecnologia Mas h casos em que o material que vai para a rede p blica n o o mesmo da rede privada O diria 105 da 919 90 Objetivo e o Positivo por exemplo preparam apostilas especiais para escolas municipais O n mero de atividades na rede p blica menor que na rede privada mas a maioria da
349. por decorr ncia n o fazem o aluno aprender Leitura parte integrante desse neg cio Professor precisa ler todo dia como p o nosso de cada dia N o vi vel motivar o gosto pela leitura no aluno se o professor n o l Como este acredita que se aprende escutando aula tomando nota e fazendo prova leitura atividade ociosa A aula pode ser a expediente dramaticamente imbecilizante porque vende a no o fat dica de coisa t o pronta que s resta copiar e restituir bem copiada na prova Assim professor que n o estuda s pode dar aula N o faz o aluno estudar porque ele mesmo n o sabe estudar Aula muitas vezes anteparo da mediocridade de um docente que apenas copia e s consegue que os alunos copiem N o culpa dele porquanto v tima do sistema como todos os alunos e professores Continua fazendo a instru o que lhe foi transmitida no curso para se tornar docente DEMO 2006 p 5 Para Gadotti 1998 p 15 a forma o do educador ultrapassa transcende os cursos explicativos te ricos em torno da democracia A forma o se d atrav s da pr tica da real participa o A pr tica da democracia vale muito mais do que um curso sobre democracia Esse autor afirma que desde o in cio de sua administra o Paulo Freire afirmava que estava empenhado na forma o permanente dos educadores proposta enfatizada neste trabalho por isso publicou em A educa o na cidade seu programa
350. postila para o primeiro bimestre e agora estou trabalhando atividades complementares no computador atrav s de sugest es presentes no Portal na internet para enriquecer e variar as aulas eu e os alunos estamos gostando muito dessas atividades elas s o recentes no Positivo Pude confirmar minha impress o estando na escola e presenciando a preocupa o com os ensaios para a apresenta o do Dia das M es vendo as professoras preocupadas com a data buscando id ias e m sicas nos Cds enviados pelo Positivo estando o p tio ocupado muitas vezes ao dia com os ensaios das crian as turma por turma Conversando com as professoras pude tamb m perceber que se referem ao trabalho envolvendo pesquisas por parte dos alunos com o sentido da busca no site de material sobre as aulas Como consegii ncia essas pesquisas se tornam restritas ideologia do Sistema Positivo e sem condi es de proporcionar maior criticidade nos alunos que poderiam participar da discuss o tendo pesquisado o tema proposto a partir de v rias fontes e opini es tais como Jornais da cidade e do pa s Programas de TV e r dio livros revistas variadas entrevistas com pessoas da comunidade e profissionais de diversas reas entre outros Com certeza Os alunos ficaram mais independentes curiosos pois o material os leva a todos esses passos Priscila Col gio Margarida Sobre a parceria a diretora E afirmou n o ter muito boas lembran as segundo ela
351. psicosfera a id ia dos esp ritos c rebros individuais a fonte de imagin rio do sonho do pensamento Mas a concretiza o dos mitos dos deuses das id ias das doutrinas s poss vel na e atrav s da sociosfera a cultura produzida pelas intera es entre esp ritos c rebros cont m linguagem o saber as regras l gicas e paradigm ticas que permitir o aos mitos deuses id ias doutrinas atingirem realmente o ser O esp rito c rebro e a cultura condicionam eco organizam limitam libertam a noosfera a qual condiciona eco organiza limita liberta o esp rito c rebro e a cultura Cada uma dessas inst ncias ao mesmo tempo ecossistema dos dois outros que da retiram alimentos energia organiza o vida MORIN 1998 p 155 56 46 A compreens o da condi o humana em sua unidade e diversidade complexa precisa ser transmitida s novas gera es pois a residir a realiza o do homem ser aceito e se perceber como ser biol gico ser cultural de natureza multidimensional trinit ria afinal ele parte da esp cie Homo sapiens membro de uma sociedade e um indiv duo Morin 1991 p 78 salienta que h algo mais do que a singularidade ou que a diferen a de indiv duo para indiv duo o fato que cada indiv duo um sujeito Nesses termos como exigir que todos os alunos estudem no mesmo ritmo entendam o conte do da mesma forma respondam as quest es da prova
352. que a ci ncia n o seria mais considerada como fonte da verdade Para o cr tico marxista estadunidense Fredric Jameson a p s modernidade a l gica cultural do capitalismo tardio ou seja a terceira fase do capitalismo O soci logo polon s Zygmunt Bauman prefere evitar o termo e usar a express o modernidade liquida para designar uma realidade ambigua multiforme em que tudo o que s lido se desmancha no ar Para o fil sofo franc s Gilles Lipovetsky n o houve ruptura com os tempos modernos como o Frederico de Onis Antolog a de la poes a espa ola e hispanoamericana 1934 Arnold J Toynbee revista Time 17 de mar o de 1947 24 prefixo p s d a entender por isso ele prefere o termo hipermodernidade pois os tempos atuais continuam a ser modernos com uma exacerba o do individualismo do consumismo da tica hedonista da fragmenta o do tempo e do espa o caracter sticas das sociedades modernas O fil sofo alem o J rgen Habermas relaciona o conceito de p s modernidade com tend ncias pol ticas e culturais neoconservadoras que pretendem combater os ideais iluministas O soci logo brit nico Anthony Giddens 1996 prefere a express o modernidade reflexiva p s modernidade por se tratar de um momento que contrasta com a sociedade tradicional e suas verdades imut veis Atualmente nossa cultura move se por desacordo permanente e a cr tica tornou se condi
353. que dada comunidade busca como valor e tendem a considerar pessoas estranhas ao ambiente escolar como amea a pois estas por desconhecerem suas metodologias e resultados podem ter e divulgar uma id ia diferente daquela que a escola gostaria de passar Portanto um pesquisador no interior dessas escolas sentido como um tipo de amea a ainda maior embora esclare a seus objetivos e desenvolva a pesquisa com tica e clareza ficam a d vida de qual ser sua verdadeira opini o sobre o que v e ouve e certa inseguran a relativa ao que ser dito pelos entrevistados Ao iniciar a coleta de dados compreendi que no caso do meu contexto de pesquisa n o teria acesso suficiente s escolas para atuar como participante total ou seja quando o pesquisador se torna membro do grupo e convive com os participantes sem contudo revelar sua verdadeira identidade nem o prop sito do estudo L DKE ANDR 1986 p 28 Como eu supunha a explicita o do meu papel e dos prop sitos da pesquisa aos sujeitos n o poderia ser total porque percebi j na primeira escola visitada certa desconfian a da dire o escolar quanto minha presen a e ao assunto a ser discutido Como eu sabia que n o poderia questionar com clareza a autonomia docente em escolas que adotam apostilas terceirizadas essa abordagem se mostrou invi vel n o s por isso mas tamb m porque o di logo e a intera o eram importantes para minhas descobertas e porque
354. que pode ser observado por alguns elementos como a tend ncia decrescente da taxa de lucro decorrente do excesso de produ o o esgotamento do padr o de acumula o taylorista fordista de produ o a desvaloriza o do d lar indicando a fal ncia do acordo de Breeton Woods a crise do Welfare State ou do Estado de Bem estar Social a intensifica o das lutas sociais com greves manifesta es de rua e a crise do petr leo que foi um fator que deu forte impulso a esta crise Essa crise do capital impulsionou em especial nos anos de 1980 e 1990 transforma es hist ricas que afetam a estrutura social das mais diversas formas Nessas condi es o sistema capitalista vai buscar v rias formas de restabelecer o padr o de acumula o Nota se assim a implementa o de um processo de reestrutura o do capital para recuperar seu ciclo produtivo e que afetou o mundo do trabalho alterando a forma de organiza o da classe trabalhadora assalariada Segundo Moraes 2002 o modelo de produ o fordista sustentado por uma grande burocracia pela planifica o da produ o e por um profundo sistema de hierarquia entra em crise generalizada na d cada de 1970 Os efeitos negativos do modelo surgem na forma de imensos desperd cios grande absente smo falta de investimento subjetivo no trabalho e de uma grande concentra o de oper rios facilitando a organiza o de greves e de movimentos de massa Tudo isso torna as f
355. que procurar atividades fora da apostila tamb m porque alguns alunos terminam r pido o conte do enquanto outros n o acompanham a necess rio complementar para os que j terminaram e diversificar para ver se aqueles que est o com dificuldades entendem e passam a acompanhar depois na apostila e o tempo passando Portanto s o necess rias mais reuni es para estudar o material mesmo tendo assist ncia por telefone e internet de longe e exige que a professora acesse o portal sempre que tem tempo o que a sobrecarrega Diretora Ana L cia Trabalho e acordo com o n vel de cada turma tentando adapt la ao uso do material Professora Aparecida Pet nia Tenho total liberdade para trabalhar em sala de aula Eles acabam r pido a apostila Professora Maria Jasmim Complemento bastante uso o Portal no site para propor pesquisas e em busca de sugest es de atividades Cada aluno tem uma senha e navega para descobrir novidades e pesquisar Professora Maria Jasmim Adoto um livro de gram tica porque meus alunos v o prestar exames para entrar em outro col gio na 5 s rie e a apostila n o traz do jeito que cai na prova que eles far o Professora Maria Eu tenho liberdade para efetuar modifica es pois s vezes tenho que adequar o mesmo realidade do aluno ou at mesmo dificuldade Professora Mirian Margarida Quando perguntei como feita a contextualiza o do conte
356. r quem tem poder aquisitivo alcan ado s em uma economia est vel em que poss vel manter um emprego com certa estabilidade salarial Gentili 1996 p 5 grifo meu pode ser esclarecedor aqui Em primeiro lugar necess rio destacar que na perspectiva neoliberal os sistemas educacionais enfrentam hoje uma profunda crise de efici ncia efic cia e produtividade mais do que uma crise de quantidade universaliza o e extens o Para eles o processo de expans o da escola durante a segunda metade do s culo ocorreu de forma acelerada sem que tal crescimento tenha garantido uma distribui o eficiente dos servi os oferecidos A crise das institui es escolares produto segundo este enfoque da expans o desordenada e an rquica que o sistema educacional vem sofrendo nos ltimos anos Trata se fundamentalmente de uma crise de qualidade decorrente da improdutividade que caracteriza as pr ticas pedag gicas e a gest o administrativa da grande maioria dos estabelecimentos escolares Se existem mecanismos de exclus o e discrimina o educacional resultantes da inefic cia da escola e da incompet ncia de quem nela trabalha ent o educadores somos culpados Mas se os sistemas educacionais mais que uma crise de democratiza o enfrentam uma crise gerencial que promove em determinados contextos certos mecanismos de iniq idade escolar tais como a evas o a repet ncia o analfabetismo funcional
357. r tico ou seja de natureza confusa indefinida plural feita de retalhos que n o se fundem num todo No mundo p s moderno objetos e informa es s o descart veis e os sujeitos produzem personalidades simulacros tamb m descart veis SANTOS 1986 53 Uma maneira de contribuir para eliminar esse paradoxo contempor neo que envolve a experi ncia democr tica acompanhada de um sentimento de impot ncia decerto seria preparar os educadores Mais que necess rio urgente que estes se apropriem de forma cr tica n o s da did tica ou metodologia de ensino mas tamb m e ao mesmo tempo da percep o da realidade e do contexto que ela envolve com amplos reflexos na vida das pessoas e na educa o do futuro S assim seria poss vel incluir essas quest es na agenda p blica do pa s 2 1 Contradi es da escola em tempos neoliberais 7 22 Uma nova estrutura social dominante se manifesta a sociedade em rede em que outra economia a informacional global e outra cultura a virtualidade real subjazem a o e s institui es sociais num mundo interdependente Para se referir a essa sociedade Castells 1999 usa o termo sociedade informacional em analogia ao significado de sociedade industrial Diz ele Chamo a de informacional e global para identificar suas caracter sticas fundamentais e diferenciadas e enfatizar suas liga es informacional porque a produtividade e
358. r est desafiado a modificar sua comunica o em sala de aula e na educa o Isso significa modificar sua autoria enquanto docente e inventar um novo modelo de educa o Como diz Edgar Morin 1998 p 7 hoje preciso inventar um novo modelo de educa o j que estamos numa poca que favorece a oportunidade de disseminar um outro modo de pensamento A poca essa a era digital a sociedade em rede a sociedade de informa o a cibercultura Nessa perspectiva necess rio que professores e alunos passem a ser mais que usu rios produtores em lugar de um v deo pronto que lhes se ofere am a m quina digital para criarem os pr prios v deos na escola em vez de se restringirem a ver e se satisfazer com o que outros produzem que se descubram capazes de faz lo pois tamb m t m hist rias para contar N o se pode perder a oportunidade de tornar as pessoas produtoras de conhecimento quando a tecnologia est mais pr xima e acess vel a elas e s escolas que t m direito a ela Se cada um vai interferir no que recebe segundo seus conhecimentos e sua viv ncias anteriores ent o o professor poder entender como conhecimento se constr i dia a dia no grupo apenas se estiver presente e atento s rea es dos alunos O fundamental para o desenvolvimento humano n o a tecnologia a cultura que jamais pode ser relegada a 32 Os termos se referem s caracter sticas da sociedade atual era dig
359. r por abordagem quantitativa ou nomot tica vai procurar garantir a neutralidade e objetividade das informa es obtidas um recurso importante para isso a padroniza o das perguntas e de sua pr pria postura como entrevistador assim como trabalhar com entrevistados aleatoriamente ou estratificadamente escolhidos Gondim 2002 por m enfatiza que se ao contr rio a escolha recair sobre a abordagem qualitativa como nesta pesquisa os esfor os relativos entrevista ser o dirigidos a quem conhece e compreende a fundo a realidade a ser estudada para procurar garantir a representatividade dos significados O roteiro portanto foi flex vel ao m ximo a fim de permitir ao entrevistado se sentir mais livre para construir seu discurso e apresentar seu ponto de vista 125 Posto isso v rios fatores se tornaram relevantes e me levaram a realizar esta pesquisa em car ter qualitativo Destaco a inten o de favorecer a rela o intersubjetiva pelas trocas verbais e n o verbais que ocorreram normalmente na intera o entre as entrevistadas e eu e me permitiram uma compreens o mais completa dos significados dos valores e da opini o das diretoras e professoras quanto a situa es e viv ncias pessoais que influ ram na escolha e ado o dos pacotes did ticos Outro fator de destaque foi o papel ativo das entrevistadas na constru o de minha interpreta o como pesquisadora quando conversamos abertamente sobr
360. r turma na Escola Jasmim facilita o atendimento mais individualizado Maria Vantagens nas facilidades que evitam ter de pensar e elaborar atividades 4 poa x k ansi a Os coment rios s o meus os nomes entre par nteses indicam a fala que os motivou 202 QUADRO 34 Supress o de diversas esferas de rela es profissionais administrativas e pedag gicas DEPOIMENTOS COMENT RIO Viu numa propaganda se interessou e ligou Percebi que em todas as escolas foi o diretor que resolveu e para um primeiro contato adotou o material did tico sem ouvir a opini o dos Ap s a visita dos representantes do sistema professores quem de fato vai implementar as propostas optou pela parceria porque achou interessante atrav s do trabalho em sala de aula Todas as diretoras e trazer coisas novas para a escola professoras Diretora Ana L cia Cam lia Passei a conhec lo h oito anos quando o col gio o adotou Arlete Pet nia Fui conhecer o Sistema Positivo depois que o Col gio Projeto adotou Arlete Pet nia Quando iniciei meu trabalho na escola ela j era conveniada ao Sistema Positivo de Ensino mas j conhecia atrav s de reportagens e revistas Mirian Margarida N o Maria Jasmim Sim J tinha ouvido falar mas nunca havia trabalhado com o mesmo Somente nesse col gio pude ter a oportunidade de trabalhar com o Sistema Helena Margarida J havia ouvido falar ma
361. r uma forma de ser cidad o Se n o saud vel deixar a forma o de crian as nas m os de marqueteiros ou projetistas de videogame tampouco o deix la a cargo de um contexto dominado pelo sistema midi tico cultural Que recursos pedag gicos e quais sentidos devem ser acionados para que se possa resistir a esse modo de ser orientado exterioriza o publicit ria ao espet culo e ao descart vel A conclus o a que chego que somos educados pelo que nos cerca imagem filme texto quadrinhos jornal tev Internet e demais meios tecnol gicos de comunica o que veiculam outras vis es de mundo o que se pode chamar de curr culo cultural saberes valores e formas de ver o mundo ensinado pela m dia e por outros agentes afins e que seriam analisados e debatidos no coletivo da escola mediante uma pedagogia da m dia que buscasse ressaltar a dimens o formativa dos artefatos de comunica o e informa o na vida contempor nea e se seus efeitos na pol tica cultural ultrapassam produzem barreiras de classe g nero sexual modo de vida etnia e outras que s o algumas das preocupa es centrais dos Estudos Culturais contempor neos 165 Julgo como necess rio continuar a investigar essa positividade do poder ou seja sua capacidade de produzir subjetividades e identidades considerando a produtividade do poder para al m do binarismo dominador dominado Nesse contexto o papel dos professores mais qu
362. ral s o os professores e sua forma de se perceber como sujeitos de seu trabalho no ambiente onde atuam Foi minha inten o ouvi lo o que pensa sobre seu cotidiano docente suas cren as suas expectativas Optei por uma abordagem qualitativa interpretativa que me permitisse verificar de forma ampla o que ocorre no cotidiano das professoras e das escolas onde trabalham queria saber como se sentem como pensam e como agem em sala de aula numa palavra como tra am e trilham seu caminho profissional A op o pela pesquisa qualitativa se justifica porque esta considera a vis o do observador como leitura e n o como resultado definitivo Tal perspectiva converge para minha expectativa de questionar tendo em vista a reflex o e n o a resposta pronta e definitiva Segundo Gondim e Fraser 2002 a abordagem qualitativa surgiu como contraponto abordagem nomot tica cujo fundamento quantitativo e se baseia na cren a de que o modelo das ci ncias naturais seria pertinente tamb m s ci ncias sociais Assim estas deveriam aderir proposi o de que as leis gerais regentes dos fen menos do universo s o necess rias e constantes a elas caberia descobrir as leis gerais do comportamento e das a es humanas pela ado o de procedimentos metodol gicos das ci ncias naturais segundo os quais a quest o central a objetividade que necessita da quantifica o ou mensura o feita com instrumentos padronizados que assegurem a
363. ralmente comparecemos ao encontro com o pessoal do Positivo no mais utilizamos o portal e a Internet para comunica es Diretora Olga Jasmim Sim Com o material Positivo os alunos t m mais facilidade de racioc nio Eles constroem o saber O material e o professor s o mediadores dessa constru o Professora Arlete Pet nia Os alunos t m um pouco de dificuldade com o material pois as atividades fazem com que o aluno tenha que ler v rias vezes as quest es interpretar analisar para tentar chegar aos resultados ou respostas Professora Aparecida Pet nia Sim um material desafiador que leva o aluno a raciocinar Professora Darci Jasmim Com certeza Os alunos demonstram um grande interesse com as atividades propostas Professora Darci Jasmim Sim A metodologia do livro leva os alunos a pensarem mais e retrata a viv ncia dos alunos no cotidiano Professora Mirian Margarida Sim as atividades diversificadas que contextualizam o dia a dia s os as experi ncias aos conte dos Professora Helena Margarida Percebe se que a ado o desse sistema de ensino n o provoca reflex o em busca de melhoria da metodologia de ensino que permanece restrita ao material apostilado nem promo o da avalia o continuada e formativa cont nua a ser classificat ria Para a professora o m rito da boa aprendizagem do material professor e aluno seriam meros coadjuv
364. ram dificuldade em responder quest o agiram como se eu tivesse perguntado sobre as atividades extras de enriquecimento do curr culo A professora Darci garantiu a apostila e o pr prio material d a possibilidade de acrescentar atividades extras al m do material apostilado utilizamos o CD que cont m jogos e atividades extras e tamb m o Saibamais um site com curiosidades sobre o conte do estudado Escola Jasmim Quando esclareci que me referia maneira como eram 139 trabalhados os temas do interesse de cada turma que surgem n o apenas das viv ncias e curiosidades relativas ao contexto social mas da pr pria classe enquanto grupo Darci respondeu afirmando n o haver problemas porque os assuntos das apostilas s o atuais e adequados faixa et ria Nesse momento ela mostrou que n o reconhece a import ncia de se valorizarem a cultura os costumes e os valores trazidos pelo aluno pr prios de conviv ncia dele e um ambiente sociocultural com caracter sticas e necessidades espec ficas Percebi que as professoras tiveram dificuldade em explicar como contextualizavam os conte dos em rela o ao momento particular vivenciado pela turma e ao que ocorre dia a dia no mundo e na comunidade onde vivem A professora Helena da Escola Margarida respondeu que contextualizava o curr culo em atividades referentes s datas comemorativas e sempre buscando integrar o conte do ao dia a dia dos
365. ransforma tudo em objeto a ser consumido at o homem que passa a recusar seus valores e suas id ias para considerar como verdade o que ela lhe dita como resultado ele aceita o que o mercado lhe apresenta sem refletir sobre o que est por tr s desse mercado 30 A reifica o configura se como o processo pela qual nas sociedades industriais o valor do que quer que seja pessoas rela es inter humanas objetos institui es vem apresentar se consci ncia dos homens como valor sobretudo econ mico valor de troca tudo passa a contar primariamente como mercadoria COSTA 1994 p 63 83 N o se pode ignorar que nos pa ses capitalistas os meios de comunica o massivos atuam democraticamente pois s o ve culos para a voz do povo que faz deles um dos poucos canais para sua atua o Todavia a id ia de uma sociedade mais justa e democr tica que tal uso sugere deixa de ter import ncia perante o consumo visto que a ideologia deste implantada e transmitida pelos meios de comunica o de massa No dizer de R diger 2001 p 144 Adorno e Horkheimer n o eram contra os meios massivos eram cr ticos que tentaram analisar como a cultura se tornou mercadoria e com se lida com ela no mercado Isso porque a ind stria cultural cont m elementos pr prios do mundo industrial moderno e nele exerce um papel espec fico ser portadora da ideologia dominante que outorga sentido a todo o sistema Para Adorno na ind st
366. ransitando com bastante flexibilidade entre o pensamento indutivo e dedutivo n o se preocupando em tecer an lises ou s nteses Demonstra ter uma vis o global de mundo e integra a essa vis o novos elementos de uma forma muito espont nea e profundamente emotiva Nesse contexto lecionar deixa de ser comunica o de verdades absolutas e a sala de aula deixa de ser local de transmiss o e repeti o de conte dos Uma pr tica coerente com o novo paradigma educacional MORAES 1997 requer ambientes que extrapolem a sala de aula e a pr pria escola em busca da realiza o de atividades colaborativas na comunidade por meio das quais seja poss vel vivenciar experi ncias individualmente e em grupos privilegiando a din mica de projetos interdisciplinares A grande diferen a que essa din mica interdisciplinar e colaborativa sup e responsabilidades reais para o aluno frente n o s ao seu pr prio aprendizado mas tamb m ao mundo que o cerca A avalia o deixa de focar conte dos para enfocar a auto realiza o pelas experi ncias do di logo e de confronto entre as experi ncias de cada um e a teoria de formula o de problemas e busca de solu es Magalh es 2001 p 2 prop e uma escola em que o aluno se veja participante de uma comunidade em que ele perceba sua futura profiss o como instrumento de presen a no mundo Essa autora ressalta que a Escola Nova e a escola tecnicista j propunham esses objetivos e
367. re QUADRO 24 Qual a opini o dos professores sobre o trabalho com o sistema apostilado RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Os professores gostam mas alegam que ilus o pensar que tudo vem pronto O Leda Col gio sistema exige estudo atualiza o e busca para ser aplicado em sala de aula pelo Pet nia professor Os professores gostam acessam o site fazem as experi ncias usam os CDs La s e Olga Escola acham as atividades interessantes e desafiadoras Se sentem seguros com o material Jasmim que sempre atualizado trazendo orienta es em todas as reas do conhecimento Nesse momento o professor de inform tica foi convidado a me mostrar os CDs e o portal e disse que as aulas s o timas A diretora Olga me mostrou ent o os CDs que o Positivo oferece dire o para usarem como espera ao telefone com propaganda da escola como integrante de uma rede forte e competente de ensino Mostrou tamb m outros CDs explicando S o sugest es que a escola recebe prontinhas com modelos de folhetos e outdoors para divulga o da escola na cidade enfatizando o conv nio ao Sistema A escola tamb m recebe CDs com m sicas para o trabalho em sala de aula em datas comemorativas Os professores ganham presentes no seu dia Os nossos professores gostam do sistema porque o livro Positivo leva os alunos a Priscila Col gio pesquisar Margarida No come o gostaram mas depois acharam dif cil buscar
368. re o n o me permitiu falar pessoalmente com as professoras porque passou a ser usado como question rio que a diretora encaminhava e eu recolhia dias depois Minha expectativa inicial era entrevistar as diretoras e duas professoras atuantes em classes de 1 a 4 s rie de cada escola Mas ao iniciar as visitas descobri que a Escola Cam lia desistira da parceria embora mantivesse a logomarca na fachada e na veicula o publicit ria pelo menos na lista telef nica Mesmo assim eu a mantive na pesquisa por entender que seria v lida a opini o de quem renunciou ao Sistema Positivo Ao final as 128 professoras sujeito da pesquisa foram cinco diretoras pois a Escola Jasmim tem duas s cias propriet rias seis professoras porque na Escola Cam lia entrevistei apenas a diretora e uma supervisora Escola Margarida Ao todo foram doze os sujeitos da pesquisa dos quais oito me concederam entrevistas e quatro responderam a um question rio QUADRO 3 Planejar e estruturar as quest es que comporiam o roteiro da entrevista n o foi tarefa das mais f ceis pois eu buscava informa es subjetivas relacionadas ao uso de determinado material os pacotes did ticos Procurei organizar as quest es de modo a encorajar as pessoas a darem respostas longas e discursivas isto respostas que fossem mais detalhadas e que trouxessem dados mais subjetivos Ap s organizar o roteiro para entrevista cf AP NDICE 3 fui s escolas c
369. re esse sujeito e o objeto de conhecimento Demo explica que 95 Aprendizagem para iniciar n o resultado de instru o A biologia mostra isso hoje com grande convic o o ser vivo m quina autopoi tica que funciona de dentro para fora como sempre pensaram os educadores mai uticos Maturana 2001 Demo 2002 N o temos da realidade externa um x rox na cabe a uma reprodu o fotogr fica mas uma reconstru o interpreta o na posi o de observador O computador funciona de fora para dentro precisa de tomada el trica teclado softwares e hardwares Armazena e processa dados com per cia estupenda mas nada interpreta reconstr i pelo menos por enquanto Hofstadter 2001 Maturana foi um dos primeiros bi logos a mostrar que a mente humana n o pode a rigor ser instru da rebatendo o que se tem chamado desde ent o de instrucionismo Maturana Varela 1994 A mente humana n o s percebe significados principalmente cria e recria significados manipulando s mbolos n o apenas na dimens o sint tica como faz o computador digital algor tmico mas sobretudo na dimens o sem ntica complexa n o linear DEMO 2006 p 3 Pelo trabalho o homem transforma a natureza a si mesmo e produz cultura pela educa o ele aperfei oa essas atividades que se tornam fatores fundamentais sua humaniza o e socializa o Portanto educa o n o se resume transmiss o da heran a cultural da
370. rem na qualifica o dos professores refor am o desprest gio docente e enriquecem ainda mais uma empresa prestadora se servi os educacionais poderosa a ponto de inserir sua publicidade em novela da Rede Globo no hor rio preferido pela garotada Dos materiais que chegam escola o ano todo chamaram minha aten o os CDS com mensagens para a espera telef nica o cliente ouve a voz pausada do locutor confirmar o quanto a escola cuidadosa e competente ao escolher a parceria com um sistema de ensino moderno vivo atuante interessante e cuidadosamente preparado por especialistas s professoras chegam CDs de m sica para facilitar as festas e comemora es softwares educativos presentes no Dia do Professor manuais com dicas e aulas prontas material de orienta o para pesquisas delas e das crian as no portal exclusivo do Sistema Positivo sugest es de experi ncias para aulas de Ci ncias e receitas de guloseimas para cativar as crian as e seus pais Tudo pronto tudo f cil tudo orientado Para deixar tamb m elas felizes As diretoras recebem orienta es sobre como preencher planilhas e or amentos bem como CDs com modelos para outdoor imagens de crian as saud veis e o nome do sistema de ensino em letras bem vis veis basta a escola escolher providenciar e distribuir cidade 163 afora em poca de matr cula Enquanto divulga seu nome faz propaganda ampla e gratuita do nome do sistema
371. renciais Um deles talvez o mais explorado o que destaca aspectos que conectam a escola s pol ticas neoliberais regidas pela aten o primordial s movimenta es do mercado Despontam a reportagens e propagandas em torno do discurso salvacionista de introdu o e incorpora o das novas tecnologias ao cotidiano da escola Sob inspira o similar est presente uma certa celebra o vanguardista de uma nova tecnologia de mercado dispon vel as franquias escolares Objetivo Positivo Pit goras que vendem projetos educativos em pacotes para corresponder s demandas de uma sociedade utilitarista vida por resultados imediatos e garantidos em termos de sucesso e empregabilidade Grifo meu Do ponto de vista de quem a percebe como fatia potencial do mercado a escola tem sido usada como campo de consumo de tecnologias cada vez mais comum a presen a de materiais tecnol gicos modernos que oferecem dentre outros produtos m todos de apoio aprendizagem e softwares para o setor administrativo em congressos e semin rios TT pedag gicos Sobre isso Pretto 2000 p 1 diz que os sistemas educacionais t m sido profundamente questionados por n o buscarem fundamentos que possibilitem a efetiva o da forma o necess ria s novas compet ncias para o cidad o planet rio e enfatiza a necessidade de os educadores perceberem que o desafio vai al m da incorpora o de tecnologias como nov
372. res os quais contribuem para a desqualifica o do docente GIROUX 1992 p 17 Os princ pios atuantes nessa forma de racionalidade esse autor denomina de pedagogias gerenciais encontr veis em muitos livros escolares que orientam os docentes a adotarem certos procedimentos instrucionais e transmitir determinados conte dos Zeichner 1983 p 4 apud GIROUX 1992 p 13 esclarece as implica es pol ticas e normativas dessa abordagem ao argumentar que Subjacente a essa orienta o para a educa o do professor est a met fora da produ o uma concep o do ensino como uma ci ncia aplicada e uma vis o do professor principalmente como executor de leis e princ pios de um ensino efetivo Os futuros professores podem ou n o manejar o curr culo de acordo com o seu pr prio ritmo e podem participar de atividades de aprendizagem variadas ou padronizadas mas o que devem dominar limitado um corpo de conte dos profissionais e de conhecimentos e habilidades de ensino e totalmente determinado antecipadamente por outros tendo como base com frequ ncia pesquisas a respeito da compet ncia de professores O futuro docente considerado principalmente como um recipiente passivo de tal conhecimento profissional e desempenha pequeno papel na determina o do conte do e da dire o de seu programa de prepara o Ind cios dessa pedagogia gerencial est o em comp ndios ou apostilas escolares onde
373. reviver modernidade e invadir o presente em que o conhecimento se tornou fonte de status e portanto sonho de consumo CONSIDERA ES FINAIS A presen a de novas tecnologias da informa o da comunica o e do entretenimento cada vez maior na sociedade e com ela v m os conceitos de informa o conectividade e interatividade A imers o nessa sociedade com seus referenciais pr prios e aparatos tecnol gicos ocorre desde a mais tenra inf ncia Socializada pelo sistema midi tico cultural ela pode alterar a percep o que se tem da realidade e influir negativamente no processo de constitui o de identidades e subjetividades do ser humano Isso porque tal processo se revela na busca hist rica que ele faz pelo bem comum e na luta que promove contra o que percebe como tend ncia autodestrutiva ao se engajar em causas concretas ao ir al m das media es hist ricas ao transcender pap is sociais ao se opor ao que pode tornar sua vida quase insuport vel enfim ao resistir s tentativas do sistema social de reduzir sua liberdade sua autonomia vital ou seus direitos sociais e profissionais o ser humano se constitui como sujeito Nos pr ximos anos algumas quest es urgentes v o tomar cada vez mais o esfor o dos educadores sejam eles pais m es professores ou pedagogos Dessas quest es destaca se o avan o da tecnologia de comunica o e informa o sem a qual n o se vive com plenitude na sociedade do prese
374. rganiza o das Na es Unidas para a Educa o a Ci ncia e a Cultura UNESCO na qual percebeu uma associa o entre o n vel de escolaridade e de desenvolvimento dos pa ses pobres e ricos de todos os continentes do planeta Assim o investimento no chamado fator humano seria fundamental como incremento da produtividade e supera o do atraso econ mico J do ponto de vista microecon mico seria o fator explicativo das diferen as individuais de produtividade e de renda e por consegi ncia da mobilidade social FRIGOTTO 1984 p 41 58 Candiotto 2002 p 215 esclarece essa id ia ao dizer que A revitaliza o do capital humano se desloca para a id ia de qualidade total medida pela efici ncia produtividade no mbito de tal postura a produ o do conhecimento na universidade deslocada para a id ia de produtividade atrelada rentabilidade Sendo a produtividade um conceito pr prio do mbito empresarial tamb m as universidades oficiais que produzem tal conhecimento devem ser geridas e administradas segundo a racionalidade privada e n o segundo a racionalidade p blica Ao reduzir a produ o do conhecimento a mera mercadoria justifica se sua privatiza o e a consequente omiss o do Estado na sua manuten o Na rela o entre educa o e Estado liberal Frigotto 1984 ressalta que este centraliza a defini o de um curr culo m nimo e um sistema unificado de avalia o mas descentralizado quanto s
375. ria cultural o homem n o passa de instrumento de trabalho e de consumo t o bem manipulado e ideologizado que at seu lazer se torna extens o do trabalho O homem ganha um cora o m quina por meio do qual ele tudo far segundo essa ideologia Guiada pela racionalidade t cnica esclarecida a ind stria cultural prepara as mentes para o esquematismo oferecido por ela e que aparece para os consumidores como um conselho de quem entende O consumidor n o precisa nem se dar ao trabalho de pensar s ao de escolher a l gica do clich em que esquemas prontos podem ser empregados indiscriminadamente com nica condi o que sejam aplicados para o fim a que se destinam Nada escapa voracidade da ind stria cultural Toda vida se torna replicante Dizem os dois pensadores alem es Ultrapassando de longe o teatro de ilus es o filme n o deixa mais fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimens o na qual estes possam sem perder o fio passear e divagar no quadro da obra filmica permanecendo no entanto livres do controle de seus dados exatos e assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade Atualmente a atrofia da imagina o e da espontaneidade do consumidor cultural n o precisa ser reduzida a mecanismos psicol gicos Os pr prios produtos paralisam essas capacidade em virtude de sua pr pria constitui o objetiva ADORNO
376. rial PROFESSORA ARLETE Considero vantagem o apoio ao professor o material atualizado constantemente a troca de experi ncias com outras escolas conveniadas a facilidade de contato com o pessoal do Positivo resultando numa parceria eficiente e humana DIRETORA OLGA Escola Jasmim Os pacotes parecem sugerir que tudo que o aluno precisa saber est ali naquele material basta segui lo passo a passo para obter sucesso logo tendem a tornar os envolvidos em consumidores de produtos educativos A diretora Ana L cia da Escola Cam lia comprova essa vis o consumista no aluno quando ao relatar suas dificuldades em manter a parceria explicou que tem o caso daquele aluno que n o venceu a conte do da apostila e se frustra porque no final do bimestre chega a pr xima e ele n o quer mais nem ver a antiga entrevista 5 4 2006 Como exemplo posso citar os resumos de obras liter rias encontradas nas apostilas sobretudo aquelas preparadas para o ensino m dio ou na Internet Os resumos jamais v o substituir o livro que proporciona ao leitor a compreens o da mensagem com acompanhamento gradual da trama ler o resumo na verdade um ato de puro consumo que resulta na perda do objetivo principal da leitura prazer da descoberta pelo entendimento da trama e da aprecia o do estilo de cada autor e do h bito de frequentar bibliotecas onde os alunos poderiam ter acesso a livros cat logos revistas ou s
377. riedade de treinamentos generalizados e compuls rios aplica o de avalia es externas etc Ser professor hoje tem outra conota o perante a velocidade com que a informa o se desloca acessada e se torna obsoleta fruto de um mundo em transforma o constante onde as pessoas usam a aprendizagem a dist ncia e a sociedade civil se fortalece por meio de sindicatos igrejas associa es e organiza es n o governamentais que se tornam espa os de trabalho difus o e reconstru o de conhecimentos Como previra Marshall McLuhan 2004 p 6 na d cada de 1960 o planeta tornou se nossa sala de aula e o nosso endere o qualquer lugar espa o de aprendizagem o tempo de aprender permanente e as consequ ncias para o professor s o desafios que incluem aprender e ensinar a pensar saber comunicar se saber pesquisar ter racioc nio l gico fazer s nteses e elabora es te ricas saber organizar o seu pr prio trabalho ter disciplina para o trabalho ser independente e aut nomo saber articular o conhecimento com a pr tica ser aprendiz aut nomo e a dist ncia GADOTTI 2004 p 6 A fim de assegurar que a intera o do indiv duo com a cultura e a ci ncia seja aut noma construtiva e cr tica tendo em vista a forma o de cidad os participantes das esferas da vida social contempor nea a escola precisa aprender a articular seus objetivos convencionais transmiss o e assimila o de conte
378. rio extra durante o ano mas quase n o ocorrem porque quase como se tivessem tendo uma aula particular s o poucos alunos e o atendimento bastante individualizado ent o a recupera o acontece na sala de aula mesmo no dia a dia Eles acabam r pido a apostila Posso enriquecer o conte do com atividades de outros livros E sem d vida a Helena Col gio forma dos exerc cios bem clara margarida O procedimento dar a esse aluno atividades extras com explica o para Mirian Col gio que o mesmo aos poucos v entrando no ritmo do trabalho margarida QUADRO 8 185 Existem atividades de recupera o Como e quando ocorrem RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA Sim Recupera o bimestral Durante tr s dias os alunos refazem atividades do bimestre e uma avalia o no valor do bimestre Somamos a nora da prova com a do bimestre dividimos por dois e prevalecer apenas 60 Se o aluno conseguir nota inferior que ela j havia tirado no bimestre prevalece a maior Existem A recupera o paralela e final A paralela acontece diariamente quando percebemos que alguns alunos t m dificuldades mas ela reavaliada quando terminamos os bimestres o aluno que n o conseguiu 60 no bimestre dado uma oportunidade de vir ao Col gio refazer alguns exerc cios juntamente com explica o do professor depois faz uma atividade avaliativa para tentar conseguir os 60 No final do ano tam
379. riosidade pela descoberta do que ocorre na sociedade atual No fim do s culo xx quando a tecnologia da informa o transformou o planeta numa aldeia global tudo passou a se articular e o signo parece ter passado a ser a comunica o que adquire mais alcance e dinamismo sua marca a sensa o da inexist ncia de fronteiras de Conceito criado por Marshall McLuhan para se referir aos avan os ocasionados pelo progresso tecnol gico Segundo Coelho 1985 para Charles S Pierce signo o que representa ou est no lugar de outra coisa O referente seria o que o signo representa e o interpretante o conceito a imagem mental ou o significado formado na mente da pessoa receptora H tr s tipos de signos cone quando h analogia com o objeto representado uma foto ou escultura por exemplo ndice quando o signo aponta para o objeto sem ser semelhante a ele como nuvens escuras a indicarem chuva ou uma seta pintada no corredor indicando o caminho s mbolo representa seu objeto em virtude de uma conven o ou acordo n o tem tra os do objeto nem est ligado a ele o exemplo mais comum a palavra que exige uma consci ncia l gica na verifica o daquilo que existe ou existiu para descobrir o que pode ou deve vir a existir 25 cultura nica de um idioma dominante rompendo religi es e regimes pol ticos diversidades sociais econ micas sexuais e raciais Na din mica da aldeia global se sobre
380. riqueza de informa es GADOTTI 2006 p 13 A educa o antiga se preocupava com a forma o do homem integral na educa o moderna o pressuposto b sico a hegemonia a universaliza o de sua vis o de mundo O pressuposto b sico da educa o p s moderna a autonomia capacidade de autogoverno de cada cidad o GADOTTI 2006 p 32 Com efeito a escola precisa ser um centro de inova o em vez de ficar a reboque das inova es tecnol gicas e assim permitir que as empresas assumam esse papel Na sociedade da informa o a escola deve servir de b ssola para navegar nesse mar do conhecimento superando a vis o utilitarista de s oferecer informa es teis para a competitividade para obter resultados Ela deve oferecer uma forma o geral na dire o de uma educa o integral O que significa servir de b ssola Significa orientar criticamente sobretudo as crian as e jovens na busca de uma informa o que os fa a crescer e n o embrutecer GADOTTI 2006 p 13 Embora a informa o n o deixe de ser insumo essencial educa o deve se ir al m dela pois a emancipa o pessoal e social requer capacidade de decidir e optar de construir e reconstruir o conhecimento Eis por que preciso enfatizar a aprendizagem e n o o mero ensino visto que o conhecimento se origina na a o end gena do sujeito sobre o objeto MORAES 1997 p 139 46 e resulta da rela o de troca ent
381. riscila Col gio Margarida Ana L cia Escola Cam lia QUADRO 31 A escola prev aplica o de avalia es iniciais peri dicas e finais Quem as elabora Quem as aplica Quem as analisa RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA O sistema de avalia o da escola n o acompanhado pelo Sistema Positivo As avalia es s o bimestrais elaboradas aplicadas e corrigidas pelos professores da escola O Sistema n o interfere e nem acompanha As Avalia es s o de responsabilidade da escola que as elabora e avalia o desempenho dos alunos ocorrendo bimestralmente desde a Educa o Infantil O Col gio realiza testes e Avalia es bimestralmente onde s o os professores que elaboram aplicam e avaliam os mesmos O Sistema n o interfere nem acompanha Leda Col gio Pet nia La s e Olga Escola Jasmim Priscila Col gio Margarida Ana L cia Escola Cam lia 195 QUADRO 32 J poss vel perceber as vantagens da parceira com o sistema positivo de ensino Quais seriam as principais RESPOSTAS DIRETORA S ESCOLA Quase paramos este ano mas resolvemos continuar mais um pouco A escola utiliza o material Leda Col gio impresso como utilizaria o livro did tico ou uma apostila pr pria com muita independ ncia do Pet nia Sistema Positivo H cobran as dos alunos que ao verem acabar o bimestre j querem a apostila nova ent o os professores se adaptam a esse ritmo D tempo des
382. rma o enfatiza o trabalho mec nico e compartimentado Al m disso muitos t m de trabalhar em dois ou tr s turnos para sobreviverem Logo como poderiam encontrar o prazer da descoberta numa condi o tal No documento Plano de desenvolvimento do ensino fundamental e valoriza o do magist rio o Minist rio da Educa o MEC define como uma de suas tr s alternativas de a o a necessidade de promover um amplo debate nacional sobre a necessidade de reformula o e revitaliza o dos cursos de licenciatura e especialmente de cria o de cursos para prepara o de professores para as s ries iniciais P e se portanto na ordem do dia a necessidade urgente de haver um repensar da estrutura das licenciaturas com base te rica para se enfrentarem as discuss es que decerto tender o a situar o problema da forma o docente no campo do tecnicismo pedag gico como prepara o metodol gica para lidar com os conte dos das diferentes reas Por isso melhor reconstruir o entendimento coletivo dos educadores sobre quest es que envolvem a educa o ou seja sobre o que educa o sobre a educa o que fazem e a educa o que querem Na forma o do professor e na complexidade da rela o entre raz o e desejo Contreras 2002 se apresenta contra a racionalidade t cnica porque sup e que os profissionais perdem controle de seu trabalho Diz esse autor 116 A id ia b sica do modelo de rac
383. ro Quente Gratinado que a turma adorou e at ensinou para as fam lias segundo ela os pais comentam que aprenderam com os filhos e fazem constantemente em casa Percorreu uma das apostilas me mostrando como eram elaborados os assuntos e lemos juntas na parte de Matem tica um problema proposto que partia de um tema Uma fam lia programando uma viagem de avi o Foz do Igua u com quest es sobre c lculos do custo do passeio envolvendo pre os das passagens para os membros da fam lia de acordo com a faixa et ria estadia e alimenta o Havia fotos das Cataratas do Igua u como ilustra o e a professora comentou que aproveitava para conversar com os alunos sobre suas viagens recentes e mostrar no mapa a localiza o da regi o Sul e das Cataratas sugerindo que os alunos trouxessem fotos ou recortes do local Conversamos sobre a ado o do Sistema na Rede P blica e ela disse que nesse caso o material teria que ser adaptado porque ficaria dif cil trabalhar temas t o distantes da realidade do aluno n o haveria o mesmo interesse Sim As atividades s o interessantes e l dicas o que desperta o interesse dos mesmos Maria Escola Como principais vantagens citou A integra o dos conte dos e sua linguagem Jasmim Sim Atribuo o interesse diversidade de atividades e ao material rico e Helena Col gio diversificado de apoio CD ROM Margarida Sim As pesquisas e experi ncias que o material te
384. roduto pacote DEMO 2005 p 20 O E importante no entanto diferenciar conhecimento de informa o A informa o O armazen vel no computador enviada e mercantilizada eletronicamente j o conhecimento indom vel justamente por causa de sua din mica que o torna capaz de desconstruir e reconstruir a partir do momento em que a forma o do c rebro e dos rg os componentes tornou o homem apto a aprender e conhecer lidando com s mbolos e linguagens em termos interpretativos auto referentes reconstrutivos DEMO 2005 p 17 A tend ncia de tentar fazer do conhecimento propriedade exclusiva tem sido tradi o na hist ria cada vez mais presente porque dificultar o entendimento de algo uma forma de se conseguir admira o das pessoas e porque conhecimento sempre esteve vinculado ao poder Na era digital houve uma amplia o t o grande da interpreta o dos direitos autorais que at as pr prias id ias est o come ando a ser objeto de prote o intelectual Diante dessa realidade em que institucionalmente a batalha vinha sendo ganha pela grande ind stria do entretenimento surge o Creative Commons projeto criado pelo professor Lawrence Lessing da Universidade Stanford dos Estados Unidos EUA que oferece ferramentas e instrumentos legais para que a liberdade de cria o e o compartilhamento do conhecimento sejam exercidos na pr tica Ele constatou que a lei n o muda mas a realidade mundial mostra que m
385. s preciso que alunos e professores consultem sempre o portal professores e dire o participem dos encontros promovidos e recebam apoio das fam lias no desenvolvimento das atividades sem falar na realidade que bem diferente e poderia tornar distante dos alunos alguns dos temas das apostilas Questionei se poderia conversar pessoalmente com alguns professores e a supervisora me pediu para retornar em outra data e solicitar pessoalmente diretora No dia 24 de maio de 2006 s 9h retornei para a entrevista com a diretora que havia sido marcada para o dia 22 e adiada para a data atual Fui atendida pela secret ria que me pediu desculpas em nome da diretora esclarecendo que a mesma estava atendendo um pai Solicitou que deixasse as quest es para que a diretora e os professores respondessem retornando uma semana depois para busc los e entrevist las pessoalmente Apesar de me sentir frustrada agradeci e disponibilizei os question rios semi estruturados enfatizando que seria muito importante conversar com a diretora ou supervisora e as professoras No dia 9 de junho s 14h conforme estava agendado estive na escola para entrevistar a supervisora e soube por interm dio da funcion ria respons vel pela portaria que a mesma tivera que se ausentar para levar ao m dico a filha que estava febril Perguntei pela diretora e soube que estava na Casa do Folclore organizando a Festa Junina da escola Liguei posteriormente para agendar no
386. s ao vivo mesmo Diretora Ana L cia Cam lia Quando questionei a diretora sobre o fato de manter a logomarca do Positivo na fachada e na lista telef nica ap s ter desfeito o conv nio ela disse que precisava providenciar a retirada mas n o havia tido tempo Perguntei se era vantagem para a escola se divulgar como parceira e ela disse que sim porque dava credibilidade ao trabalho ao mesmo tempo para fam lias mais pobres era um acr scimo no custo Di rio de Campo Diretora Ana L cia Disse considerar muito complicada a ado o de material apostilado pelas escolas p blicas como tem sido noticiado porque ritmo dos alunos muito variado al m da pouca assist ncia dos pais que ao meu ver s o fundamentais nesse processo Professora Darci Jasmim Conversamos sobre a ado o do Sistema na Rede P blica e ela disse que nesse caso o material teria que ser adaptado porque ficaria dif cil trabalhar temas t o distantes da realidade do aluno n o haveria o mesmo interesse Professora Darci Esta escola j recebe a visita anual sempre acessa o portal envia fotos e relatos para a revista semestral usa a espera telef nica os modelos de propaganda e mant m contato pelo 0800 e Internet ou melhor busca o contato Diretoras La s e Olga A diretora relata aqui o acompanhamento feito pela pr pria escola que tem duas coordenadoras Diretora Priscila A Escola Cam lia tamb m n o recebia
387. s diferentemente das escolas da rede municipal por exemplo onde diretoras supervisoras e professores podem se reunir para discutir e trocar experi ncias e contar com a orienta o da pr pria Secretaria de Educa o A escola particular n o Resolve tudo sozinha ali no seu pr prio n cleo Isso cansativo e desmotivante muitas vezes Trocar id ias e conhecer outras realidades sempre enriquecedor n o acha Esse um importante fator favor vel busca de parcerias o isolamento das escolas particulares Apenas a Escola Jasmim faz reuni es peri dicas para discutir assuntos da escola sobre as orienta es pedag gicas feitas por telefone ou via e mail Olga disse que os usa sempre embora o material seja rico e quase dispense orienta es extras pois os professores recebem manuais e orienta es tamb m Essa escola foi ainda a nica a revelar 136 certa independ ncia da apostila visto que adota livros complementares como informa a professora Maria 4 s rie Complemento bastante uso o portal no site para propor pesquisas e em busca de sugest es de atividades Cada aluno tem uma senha e navega para descobrir novidades e pesquisar Adoto um livro de gram tica porque meus alunos v o prestar exames para entrar em outro col gio na quinta s rie e a apostila n o traz do jeito que cai na prova que eles far o A gram tica da apostila a de uso e vem inserida nos textos mas na prova dos o
388. s como crit rio de efici ncia e a forma o se torna menos abrangente como se percebe na reforma do ensino m dio cuja marca mais not vel foi a subordina o profissionalizante pois esse n vel foi dividido entre educa o regular e profissionalizante com tend ncia prioriza o deste O aumento propalado de matr culas ocorre como jogo de marketing pois s o apenas mais inscri es afinal n o h estrutura para novas vagas da o n mero alto de alunos por sala e a baixa qualidade do ensino Paralelamente incentiva se a crescente privatiza o do ensino sustentada na acelera o da aprova o para desocupar vagas mas com prejuizo para a qualidade que por sua vez incentiva os pais a buscarem a educa o privada como sa da Propaga se ainda que se as pessoas n o tiverem acesso escola a culpa da sociedade que n o se organizou Isto isenta se o governo de sua responsabilidade com a educa o e for a se a sociedade civil a adotar os rf os do Estado A autonomia administrativa passa ser descentralizada s quanto a subs dios para infra estrutura merenda e transporte Avalia es livros did ticos curr culos programas conte dos cursos de forma o crit rios de controle fiscaliza o tudo isso ainda dirigido e centralizado Prova disto que os PCNs Par metros Curriculares Nacionais s o amb guos possuem duas vis es contradit rias pois se por um lado
389. s de crian as de v rias etnias felizes e saud veis logo abaixo est a logomarca do Positivo Diretora Olga Simplifica o e espetaculariza o visa simplificar as situa es e faz las ao mesmo tempo interessantes por meio muitas vezes do apelo emocional Diretora Olga A assist ncia prometida na formaliza o da parceria deixa de existir sobretudo quando a escola se restringe ao uso da apostila pois divulga pouco o sistema na comunidade e n o pode ser utilizada nas propagandas feitas pelo mesmo Diretora Leda 208 Quem mais utiliza o portal o professor de inform tica mas todos est o sempre em contato pela Internet e telefone e se consideram muito bem atendidos neste aspecto Os alunos e professores t m senha para acesso ao portal e Internet que utilizam para pesquisas e complementa o de estudos e atividades Diretoras La s e Olga Toda a escola comparece ao encontro semestral do Sistema Positivo Diretoras La s e Olga Sobre a assist ncia e os encontros pedag gicos S o presenciais no quais temos uma coordenadora do ensino fundamental e uma coordenadora da educa o infantil que est o presentes diariamente auxiliando professores pais e crian as Diretora Priscila Margarida Sobre acompanhamento do trabalho Pelo telefone Internet reuni es semestrais Mas a escola acabava se virando sozinha mesmo porque tem certas coisas que t m que ser resolvida
390. s desse postulado devendo preencher para tanto tr s fun es b sicas em sua nova atribui o de produtora de recursos humanos I a educa o como seguran a do sistema econ mico capitalista II a educa o como seguran a da sociedade capitalista III a educa o como seguran a do progresso nacional LEWIN 1985 p 17 apud MOTTA 2001 p 4 Com o processo de abertura pol tica a educa o estaria a servi o da cidadania da participa o pol tica e do desenvolvimento da Justi a nos anos de 1980 Essas id ias por m n o se concretizaram a educa o se vincularia de novo ao processo produtivo e sua cc EAT ATS e ld E efic cia seria comprovada s quando concretizasse a rela o entre educa o e desenvolvimento econ mico 71 Segundo Motta 2001 um dado da d cada de 1990 pode ser acrescentado a essa estrutura educacional que privilegia o capital o discurso da globaliza o vincula a educa o racionaliza o administrativa e efici ncia produtiva para que a Na o compita num mercado internacional cada vez mais din mico e competitivo O discurso de um mundo e de um mercado global atinge e transforma os objetivos educacionais Nos dias atuais propagandeia se que nossa sociedade muda velozmente e que o indiv duo precisa estar adaptado a estas mudan as Note se que o importante agora responder s necessidades do mercado que exige profissionais din micos criativos capazes de se adaptar rapi
391. s n o havia trabalhado com este Sistema Darci Jasmim QUADRO 35 203 Forma o n o especializada de professores e diretores n o h revela o apenas constata o receitas tra os da ideologia neoliberal reifica o e aliena o capitalismo DEPOIMENTOS COMENT RIO Existe recupera o paralela di ria e final Os alunos tamb m se recuperam trimestralmente refazendo as atividades e nova prova quando n o conseguem 60 de aproveitamento Al m disso explicou que solicitam a ajuda dos pais que embora ap iem a ado o do Sistema Positivo t m encontrado dificuldades de tempo para assessorar os filhos nos estudos em sua maioria Diretora Leda Pet nia A diretora Olga esclareceu que n o h dificuldades para acompanhar a turma Esse problema quase n o ocorre por causa do n mero reduzido de alunos sendo em m dia doze alunos por turma o que permite aten o individualizada por parte do professor Quando ocorre programam aulas de refor o fora do hor rio di rio al m da recupera o paralela normal Diretora Olga Jasmim Aos alunos que apresentam certa dificuldade o col gio oferece aulas de suporte essas aulas s o individuais no per odo contr rio que a crian a estuda Existe tamb m a recupera o paralela que ocorre no encerramento do primeiro semestre e segundo semestre Diretora Priscila Margarida Fazemos reuni es bimestrais na pr pria escola e semest
392. s propostas Publifolha permanece como sugest es no caderno do professor explica o diretor geral do Objetivo Jos 99 Estrat gias pi n o Augusto Nasr perder a paci ncia Dever de casa ainda assim os pais est o satisfeitos Em Cabre va prefeitura do PMDB onde o conv nio existe h um ano urea Maria Rigo Silva m e de Eduardo 9 que vai para a 38 s rie s tem elogios Estou percebendo que a qualidade melhorou O Eduardo tem mais li o e parece que os professores est o mais dedicados J ele reclama N o muito legal porque a gente tem que escrever muito Todo dia tem dever de casa As prefeituras que adotam apenas as apostilas devem avisar ao MEC que n o precisam mais dos livros enviados pea Uni o para que n o sejam acusadas de uso duplicado do dinheiro p blico Em 2005 62 comunicaram o fato Para 2006 j s o 85 N o d para afirmar que as demais estejam agindo ilegalmente porque elas podem usar os livros como apoio Os conv nios s o autorizados pelo MEC desde que sejam pagos com recursos do pr prio munic pio no caso da educa o infantil ou com no m ximo 40 da verba do Fundef para o ensino fundamental Os tribunais de contas do Estado e da Uni o ainda n o detectaram irregularidades A maioria das cidades faz concorr ncia p blica para escolher o sistema 216 ANEXO 4 FOLHA ON LINE PREFEITURAS DE SP TERCEIRIZAM A EDUCA O RAIO X DAS PARCEIRAS DE SISTEMAS DE ENSINO
393. s que circulam na sociedade A segunda caracter stica a ruptura entre produ o e recep o de bens simb licos pois os meios n o possibilitam a troca imediata entre receptor e emissor como ocorre num di logo entre duas pessoas contudo mesmo que n o haja essa troca imediata a media o n o representa uma via de m o nica porque as pessoas s o ativas e participantes ao consumirem e darem novos significados aos bens e s formas A outra caracter stica n o pertence s aos meios massivos e corresponde acessibilidade das formas simb licas no tempo e no espa o todas as formas de transmiss o cultural implicam certo grau de distanciamento espa o temporal em geral alto porque as informa es e os produtos atingem regi es distintas e podem ser preservados para uso futuro A ltima caracter stica a circula o p blica das formas simb licas significa que tudo que circula pelos meios de comunica o de massa em princ pio feito para uma pluralidade de receptores No entanto implicitamente a transmiss o n o afeta igualmente a todos os p blicos pois estes se apropriam das informa es e dos produtos de modo desigual o que deixa sob tens o as autoridades que se preocupam em manter a ordem e regular a vida social Com o processo de massifica o os meios de comunica o passaram a ter enorme import ncia na sociedade As pessoas fazem uso deles como se fossem extens o delas e copiam os recursos as t cnicas
394. satisfa o de necessidades tamb m a da raridade desses bens e a da impossibilidade de que outros possam possuir Assim por movimentar o mercado e produzir encantamento bem estar e felicidade o consumo se converteu em elemento cultural quando se compra leva se mais que o objeto s lido tamb m se compram implicitamente sentimentos sensa es desejos e realiza es Ao consumir para suprir necessidades fixadas culturalmente as pessoas se integram ou se distinguem de outras e pensam sobre a situa o do mundo e a sua pr pria O consumo configurou a sociedade de massa e esse ato permite s pessoas participarem socialmente e se integrarem ao seu meio social e cultural Portanto atualmente o consumo essencial s sociedades capitalistas motor de propuls o da economia que reafirma as diferen as entre grupos sociais e possibilita rela es interpessoais Consumir se tornou uma forma de participar ativamente de uma sociedade excludente individualista e desigual tornou se tamb m uma maneira de ordenar desejos que podem ser concretizados em algum objeto No entanto fundamental diferenciar consumo de consumismo pois este indica atribui o de maior valor ao ato de comprar do que ao uso que se faz do bem adquirido Consumismo expressa quantidade e n o qualidade porque as pessoas se deixam levar pelos desejos e compram mais do que podem pagar apenas para exercer um ato satisfazer o ego Tomar o consumo como elemento da
395. scola se depararam com uma realidade em que estavam s lidos os pilares de sua constru o O dado novo justamente a crise de tais pilares O enfrentamento da crise atual da escola sob o ponto de vista dos de baixo envolve necessariamente a discuss o da crise do trabalho assalariado dos Estados nacionais e de todo o contexto econ mico social cient fico e tecnol gico em que a escola est situada Assim uma das poucas certezas que se t m neste momento a de que n o faz sentido apenas lutar cegamente contra o neoliberalismo ou contra as ideologias de mercado e manter intactos todos os outros fatores com os quais a crise atual da escola se relaciona SOUSA J NIOR 2004 p 3 Como se v a discuss o sobre o car ter da escola ou sobre sua proposta de curr culo precisa incluir quest es inerentes s condi es de vida na atualidade e constru o de um projeto de vida futura para ir al m dos muros das institui es de ensino Mais que da escola essa tarefa de cada comunidade condicionada a um diagn stico das condi es de vida na atualidade cuja certeza e ordem do mundo moderno d lugar a uma cultura de incertezas e indetermina o caracter stica destes tempos Esse debate envolve concep es sobre p s modernidade que se destacam e podem ser tomadas como refer ncia s o aquelas 10 Apostilas com conte dos a serem trabalhados em sala de aula recursos multim dia do CD ROM website
396. se da humanidade Essas transforma es n o se restringem a processos econ micos como circula o de capitais amplia o dos mercados ou integra o produtiva em escala mundial nem ocorrem s em n vel global tamb m em n vel local num processo complexo e contradit rio que envolve dimens es econ micas pol ticas sociais ambientais e culturais Essa nova configura o espacial da economia mundial acarreta mudan as na escola tendo em vista o papel que a educa o desempenha na organiza o produtiva Logo da educa o passa a ser exigida uma reorganiza o que atenda ao novo mercado de trabalho que se transforma com rapidez ante as novas tecnologias Termo empregado nesse contexto com o sentido de fantasiar a realidade viver como se houvesse um mundo paralelo com regras e valores distintos dos tidos como naturais na sociedade Wolfgang Welsch 1993 distingue estetiza o superficial relativa ao embelezamento anima o e ao est mulo ao prazer ao gozo e divers o sem consequ ncias da profunda que penetra a realidade porque esta passa a ser concebida sem fundamento e sujeita mutabilidade e virtualidade WELSCH 1993 p 23 apud HERMAN 2005 Essa autora justifica que o forte apelo est tico da atualidade e sua presen a no cotidiano se associam exist ncia da pluralidade de estilos de vida t picos das sociedades contempor neas em que se misturam ser e apar ncia vida e arte realidade e fic
397. se tema importante que a forma o e a autonomia do professor na era do conhecimento Para tanto procurei pontos de associa o entre os pacotes did ticos e a ind stria cultural buscando enfatizar seu car ter de padroniza o da produ o cultural adquirido a partir da intensifica o do desenvolvimento industrial e tecnol gico na sociedade contempor nea A pesquisa tem quatro cap tulos O primeiro versa sobre a posi o da escola perante a din mica do capital mundializado e como ela se articula com a crise do trabalho assalariado e a dos Estados nacionais A discuss o feita no contexto da sociedade p s moderna globalizada competitiva e que preza o manejo formal e utilit rio da informa o O segundo cap tulo enfoca os efeitos do paradigma cient fico da modernidade na educa o e faz uma reflex o sobre o papel da escola suas contradi es o poder e gerenciamento luz da teoria da complexidade e das influ ncias que o mundo globalizado sob o efeito de pol ticas neoliberais tem sobre essa institui o O terceiro cap tulo trata de uma necessidade premente eleva o do n vel cultural t cnico e cient fico das pessoas a fim de que possam atuar na 20 sociedade atual mediante uma escola b sica de qualidade O quarto cap tulo apresenta uma leitura anal tica dos dados da pesquisa depoimento de professoras e diretoras de quatro escolas de ensino fundamental que usam apostilas e materiais
398. separa o entre os organizadores da sociedade e os executores das tarefas Ela n o era mais poss vel porque havia a necessidade de educa es diferentes correspondentes divis o social do trabalho Assim certos conhecimentos passaram a ser requeridos para o desempenho de determinadas fun es conhecimentos esses que os seus detentores come aram a apreciar como fonte de dom nio PONCE 1996 p 26 Privil gio das classes dominantes no per odo pr capitalista a educa o com o surgimento do capitalismo precisou ser ampliada para atender classe oper ria emergente e colaborar para uma adapta o ao novo modelo produtivo Assim a escola cuja fun o transmitir parte do saber produzido pela humanidade s novas gera es consolidou uma estrutura em que havia uma dupla organiza o com sentidos distintos para classes sociais diferentes Ao analisar a teoria do capital humano Gaud ncio Frigotto 1984 mostra que a escola n o se situa no campo de produ o da mais valia nem aut noma em rela o a tais condicionantes objetivos da sua fun o mediadora na estrutura social Por n o ter natureza id ntica produ o a pr tica educativa relaciona se com essa n o de forma imediata e direta mas de forma mediata Sendo essas rela es sociais rela es de classe e como tais expressam interesses antag nicos essa media o contradit ria FRIGOTTO 1984 p 223 Segundo Candiotto 2002 p
399. seta 1964 MORAES Maria C ndida O paradigma educacional emergente Campinas Papirus 1997 MORAES Thiago Drumond NASCIMENTO Maria Livia do Da norma ao risco transforma es na produ o de subjetividades contempor neas Psicologia em Estudo Maring v 7 n 1 p 91 02 jan jun 2002 MORAN Jos Manuel A educa o que desejamos novos desafios e como chegar l Papirus 2007 p 74 81 Resumo In Dispon vel em lt http www eca usp br prof moran aprendizagem htm gt Acesso em 12 jun 2006 MOREIRA Alberto da Silva Cultura midi tica e educa o infantil Educa o e Sociedade Campinas v 24 n 85 p 1 203 235 dez 2003 Dispon vel em lt http www cedes unicamp br gt Acesso em 21 jan 2007 MORIN Edgar Introdu o ao pensamento complexo Lisboa Instituto Piaget 1991 MORIN Edgar Terra p tria Lisboa Instituto Piaget 1993 MORIN Edgar Meus dem nios Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1997 MORIN Edgard Os pa ses latinos t m culturas vivas Jornal do Brasil Rio de Janeiro 5 de set 1998a p 4 Caderno Id ias Livros MORIN Edgar O m todo 4 as id ias habitat vida costumes organiza o Porto Alegre Sulina 1998b 173 MORIN Edgar Complexidade e transdisciplinaridade a reforma da universidade e do ensino fundamental Natal EDUFRN 1999 MORIN Edgar Os sete saberes necess rios educa o do futuro S o Paulo Bras lia Cortez UNESCO 2000 MORIN E
400. seus alunos teria de mostrar que h outras culturas que n o a deles outras perspectivas de vida outras id ias Nessa tarefa mais que a apropria o dos conte dos em si mesmos preciso priorizar o processo de conhecimento e suas finalidades o que se pretende que o ensino possibilite a forma o de um ser em crescimento permanente com ensino livre para a percep o e a criatividade Essa forma o sup e uma mudan a profunda nos m todos de ensino para que seja poss vel restaurar ao c rebro humano a capacidade de pensar em vez de desenvolver apenas a mem ria A fun o da escola consistir em ensinar a pensar a dominar as linguagens inclusive a eletr nica para us las criticamente Nessa tica quais seriam os indicadores de qualidade para o ensino que vise a uma educa o cr tica e transformadora como estrat gia para supera o das desigualdades sociais e atenda a todos e n o s a uma maioria privilegiada Segundo Lib neo A escola precisa deixar de ser meramente uma ag ncia transmissora de informa o e transformar se num lugar de an lises cr ticas e produ o da informa o onde o conhecimento possibilita a atribui o de significado informa o Nessa escola os alunos aprendem a buscar a informa o nas aulas no livro did tico na TV no r dio no jornal nos v deos no computador etc e os elementos cognitivos para analis la criticamente e darem a ela um significado pessoal 2002 p 26
401. smim Recebem uma vez por ano a visita de algu m do Sistema Positivo que vem escola e conversa com a dire o professores e alunos A diretora B acrescentou que Quem mais utiliza o Portal o professor de inform tica mas todos est o sempre em contato pela Internet e telefone e se consideram muito bem atendidos neste aspecto Informou que Os alunos e professores t m senha para acesso ao Portal e Internet que utilizam para pesquisas e complementa o de estudos e atividades Toda a escola comparece ao encontro semestral do Sistema Positivo S o presenciais no qual temos uma coordenadora do Ensino Fundamental e uma Priscila Col gio coordenadora da Educa o Infantil que est o presentes diariamente auxiliando professores margarida pais e crian as Questionada sobre a coordena o pedag gica da escola e o Sistema Positivo na quest o do Ana L cia Escola acompanhamento do trabalho e a diretora respondeu Pelo telefone Internet reuni es Cam lia semestrais Mas a escola acabava se virando sozinha mesmo porque tem certas coisas que t m que ser resolvidas ao vivo mesmo Quando questionei a diretora sobre o fato de manter a logomarca do positivo na fachada e na lista Telef nica ap s ter desfeito o conv nio ela disse que precisava providenciar a retirada mas n o havia tido tempo ainda Perguntei se era vantagem para a escola se divulgar como parceira ela disse que sim porque
402. so facilita o aprendizado do Mirian Col gio Margarida aluno QUADRO 16 Voc e os alunos t m autonomia para criar em cima do que est previsto no material apostilado Como o fazem RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA N o respondeu Arlete Col gio Pet nia Sim podemos criar atividades variadas de acordo com as atividades e Aparecida Col gio Pet nia temas propostos pelo material Trabalhamos a apostila e o pr prio material d a possibilidade de Darci Escola Jasmim acrescentar atividades extras Conversamos sobre a ado o do Sistema na Rede P blica e ela disse que nesse caso o material teria que ser adaptado porque ficaria dif cil trabalhar temas t o distantes da realidade do aluno n o haveria o mesmo interesse D tempo de vencer a apostila a gram tica e fazer atividades extras Maria Escola Jasmim Sim a partir dos textos exerc cios e sugest es metodol gicas criamos Helena Col gio outras atividades jogos brincadeiras etc O CD de jogos al m de educar Margarida diverte a todos at mesmo os pais Sim Elaborando situa es parecidas com a do material ou at mesmo Mirian Col gio modificando a maneira de realizar as atividades propostas Margarida QUADRO 177 Comente sua experi ncia com o sistema positivo de ensino RESPOSTAS PROFESSORA ESCOLA N o respondeu Arlete Col gio Pet nia O Sistema Positivo de Ensino de grande import ncia
403. sores das escolas particulares a divulga o do Sistema Positivo de Ensino feita por meio de publicidade em jornais e revistas voltados a um p blico com mais poder aquisitivo e cultural jornal Folha de S Paulo revistas Veja Isto e poca S o amplamente divulgados tamb m em materiais voltados ao trabalho do professor especificamente como as revistas Nova Escola FIGS 1 e2 e Veja na Sala de Aula ve culos que transitam no ambiente escolar e podem influenciar diretores coordenadores professores e at o aluno que tamb m se sente importante por fazer parte de um grupo forte e moderno Ao longo da pesquisa e com base em refer ncias te ricas sobretudo os estudos de Leda Aparecida Pedroso e Luci Mara Bertoni 2002 analisei as informa es recolhidas em entrevistas question rios e observa es feitas nas escolas Tais informa es me possibilitaram apontar nos pacotes educacionais tra os que os identificam como artefatos da ind stria cultural a seguir D Est mulo ao conformismo social e atitude passiva nos usu rios Os pacotes deixam acomodados professoras e diretoras que passam a acreditar na modernidade do material como garantia de acompanhamento da aprendizagem n o h momentos de reflex o e discuss o a aprendizagem individualizada sem trabalhos em grupo sem preocupa o de adequar o conte do e sua forma de aplica o em sala de aula 2 Supress o das rela es profissionais administrativas
404. spera telef nica os modelos de propaganda e mant m contato pelo 0800 e pela Internet 144 e para a escola que precisa ter professores de refor o disposi o Os pais exigem da escola que siga a apostila passo a passo sem pular nada para que vejam o retorno do investimento na aquisi o do material renovado a cada dois meses H reuni es semestrais organizadas pelo sistema de ensino que podem ser interessantes porque visam troca de id ias entre escolas parceiras mas poucas participam pois a participa o fica cara cada escola tem de arcar com passagem e hospedagem de diretores coordenadores e professores que forem se atualizar 12 Massifica o pela padroniza o que impede a express o e o atendimento s singularidades Eis a id ia o que h para aprender est na apostila logo n o preciso elaborar outras maneiras de ensinar nem refletir sobre a pr tica se o aluno n o aprendeu ent o h algo errado com ele ou a fam lia N o h tempo para projetos pr prios concebidos coletivamente e adequados realidade da escola porque n o d tempo de vencer os conte dos se a escola parar sua aplica o para vivenci los uma das diretoras empregou a express o engessar para se referir falta de autonomia das escolas no que se refere ao conte do e ritmo de aprendizagem As reuni es de professores na escola n o t m conte do nem debate de propostas pois necess rio aguardar a chegada do pr xi
405. ssa consci ncia tecnocr tica na express o de Giroux 1992 p 17 apresenta uma vis o a hist rica e despolitizada da administra o escolar A escola n o considerada como espa o de luta quanto a diferentes ordens de representa o ou como espa o que incorpora configura es particulares de poder que formam e estruturam as atividades da sala de aula Ao contr rio a mesma fica reduzida l gica est ril de gr ficos de fluxos crescente separa o entre professores e administradores e a uma tend ncia cada vez maior burocratiza o A utilidade dessa pr tica burocr tica n o outra sen o evitar que professores participem criticamente da produ o e avalia o dos curr culos escolares que passam assim a ser subordinados aos princ pios de efici ncia hierarquia e controle Como consequ ncia 47 S o subtra das da influ ncia coletiva dos docentes as decis es sobre os seguintes temas o que vale como conhecimento o que importante ensinar a forma como se julga o objetivo e a natureza do ensino a forma como se v o papel da escola na sociedade e a consegiiente compreens o dos interesses sociais e culturais que modelam todos os n veis da vida escolar GIROUX 1992 p 16 A redu o da autonomia dos professores no desenvolvimento e planejamento curricular se torna ent o tend ncia que cada vez mais induz o mercado produ o de pacotes de materiais curricula
406. ssaem os intelectuais ou think tanks s o pesquisadores estrategistas analistas especialistas executivos consultores assessores t cnicos formados nos mais diferentes campos do saber mobilizando conhecimentos para desenvolver e implementar decis es influenciando a es pol ticas e apoiando aqueles que decidem com informa es sobre viabilidades e proje es sobre oferta e demanda T m a m dia como ve culo de transmiss o e obten o de informa o e sua l ngua predominante o Ingl s que tem uma posi o dominante na ci ncia na pesquisa nos neg cios transnacionais na diplomacia na cultura de massa no esporte e nos sistemas educacionais a pr pria l ngua das m dias TANNI 1997 p 137 Os meios de comunica o se situam no mago do mundo e da cultura e a m dia se revela a protagonista desse processo pois pela linguagem que os povos tendem a se ver se imaginar ou se traduzir Ao envolver a palavra a imagem o som a forma o movimento os meios de comunica o criam a ilus o de uma universaliza o da cultura de massa em escala mundial assim como das condi es de possibilidades do mercado da democracia do capital e da cidadania Acima de qualquer lideran a est a m dia em amplas propor es espalhada pelo mundo influenciando mentes e cora es subvertendo a influ ncia de partidos igrejas e movimentos sociais revestida como um verdadeiro intelectual coletivo CASTELLS 1999
407. sto s diferen as recusar posi es dogm ticas em que me admita como propriet rio da verdade S uma posi o de reflex o e intera o com o mundo e os outros permanentemente poder avisar das armadilhas da ideologia Isso porque a ideologia tem a ver diretamente com a oculta o da verdade dos fatos com o uso da linguagem para penumbrar ou opacizar a realidade ao mesmo tempo em que nos torna m opes ALMEIDA J NIOR 2005 p 2 Paulo Freire sempre buscou alertar para o discurso ideol gico que sutilmente pode distorcer a percep o de fatos e acontecimentos anestesiando a mente por isso ele refor a alguns exemplos desse discurso presentes no cotidiano que merecem rea o cr tica 90 O negro geneticamente inferior ao branco uma pena mas isso o que a ci ncia nos diz Em defesa de sua honra o marido matou a mulher Que poder amos esperar deles uns baderneiros invasores de terra Essa gente sempre assim damos lhe os p s e logo quer as m os N s j sabemos o que o povo quer e do que precisa Perguntar lhe seria uma perda de tempo O saber erudito a ser entregue s massas incultas a sua salva o Maria negra mas bondosa e competente Esse sujeito um bom cara nordestino mas s rio e prestimoso Voc sabe com quem est falando Que vergonha homem se casar com homem mulher se casar com mulher isso voc vai se meter com gentinha o que d Quando negr
408. sua concentra o e hoje o bra o direito da prof Jacqueline para ensinar os demais colegas 212 ANEXO 1 INFORMATIVO DA PREFEITURA DE UBERABA ESTUDAR 213 ANEXO 2 REVISTA VEJA ENSINO QUE BOM EDUCA O Ensino que bom M e ganha na Justi a o direito de protestar contra o col gio da filha Na cartilha sobra ideologia e falta conte do Camila Antunes Roberto Setton T i i Mirian com a filha Lu sa indignada com os erros factuais e com a doutrina o esquerdista O aparecimento da propriedade privada deu origem desigualdade social em comunidades neol ticas e na Gr cia antiga Esse um mal que os capitalistas hoje procuram acobertar Esse samba do soci logo louco parece guardar distante parentesco com a teoria de Karl Marx mas o rigoroso fil sofo alem o ficaria chocado com a letra Criticar o capitalismo saud vel como qualquer cr tica Mas fazer proselitismo esquerdista usando fatos errados de lascar As an lises em quest o circulam pelos v rios cap tulos de uma apostila de hist ria e geografia usada em classes de ensino m dio de 200 escolas particulares do pa s O dono do material o grupo COC de Ribeir o Preto que vende as apostilas s escolas Ao se interessar pelo material did tico usado na escola da filha a dona de casa M rian Macedo 53 anos levou um susto Ela correu ao Col gio Pent gono de S o Paulo um dos que aplicam as apostilas de
409. suntos da apostila em pouco tempo j que s o bimestrais acessar o site em busca de atividades e pesquisas e conhecer os CDs com sugest es de atividades para escolher e utilizar as mais adequadas e interessantes Professora Darci Jasmim E um sistema de ensino completo que traz a ludicidade nos conte dos o que proporciona o prazer em aprender Professora Maria Jasmim muito prazeroso fazer parte deste sistema temos total apoio pedag gico do Positivo um material f cil de se manusear e de f cil contextualiza o pois aborda temas vivenciados pelos alunos Professora Helena Margarida um sistema que trabalha o racioc nio l gico do aluno e a interdisciplinaridade entre os conte dos o que fez com que eu tivesse um pouco de dificuldade no in cio do trabalho Mas agora busco a melhor forma de passar os conte dos aos meus alunos atrav s de pesquisas na internet e pelo 0800 Posso dizer que o Sistema Positivo me tornou uma profissional pesquisadora e muito mais interessada Professora Mirian Margarida A autonomia para atividades extras n o foi vista como pr pria da doc ncia e sim como grande novidade Diretora Olga O material feito por especialistas dispensa a preocupa o com reflex es e troca de experi ncias entre professores na escola como se o Positivo fosse garantia do sucesso Diretora Priscila A dificuldades dos pais em ajudar os filhos s comprova para eles o quant
410. t ncia e facilidade extremas logo quem n o adere a esse movimento trabalha de modo retr grado A cada ano as editoras de livros did ticos fazem um grande apelo com seus lan amentos para conquistar professores e alunos com materiais atraentes e que se tornam cada vez mais rendosos Nesse contexto ao n o despertar a aten o do aluno para a fun o do material did tico em si a escola auxilia a fabrica o de miniconsumidores de mercadorias que acabam sendo promotoras de identifica o e adequa o sociais Os pacotes did ticos seja de programas curriculares elaborados ou impostos por inst ncias superiores escola ou promovidos pelo ensino apostilado produzidos de forma padronizada por empresas educacionais que querem lucrar e que est o distantes da realidade da comunidade escolar s o mais um aspecto da ind stria cultural no meio escolar Segundo Adorno 1997 a ind stria cultural consequ ncia direta do fortalecimento do capitalismo que ocorreu ap s as revolu es industriais na Europa O r pido avan o Segundo reportagem do jornal Folha de S Paulo de 30 de janeiro de 2006 cresce o n mero de escolas p blicas que adotam o sistema apostilado 15 tecnol gico tendo como propulsoras as novas descobertas cientificas promove a extrema valoriza o do interesse econ mico no qual a lei do mercado passa a reger a sociedade A proje o de uma ideologia que incentiva a busca desenfreada e constante pel
411. tar uma ampla reforma curricular etc GENTILI 1996 p 5 grifo meu Segundo os neoliberais grande parte dessa crise se explica pela inefici ncia estrutural do Estado para gerenciar pol ticas p blicas Se assim o for ent o os culpados seriam o clientelismo a obsess o planificadora e os improdutivos labirintos do burocratismo estatal GENTILI 1996 p 5 Noutros termos a incapacidade que tiveram os governos de democratizar a educa o e garantir a efici ncia produtiva da escola Agora a educa o funciona mal porque foi malcriadamente peneirada pela pol tica porque foi profundamente estatizada GENTILI 1996 p 5 O motivo da inefici ncia seria a aus ncia de um mercado educacional para combater a crise de qualidade que invade as institui es escolares e construir tal mercado desafio que s pol ticas neoliberais cabe assumir S esse mercado cujo dinamismo e flexibilidade expressam o avesso de um sistema escolar r gido e incapaz pode promover os mecanismos fundamentais que garantem a efic cia e a efici ncia dos servi os oferecidos a competi o interna e o desenvolvimento de um sistema de pr mios e castigos com base no m rito e no esfor o individual dos atores envolvidos na atividade educacional N o existe mercado sem concorr ncia sendo ela o pr requisito fundamental para garantir aquilo que os neoliberais chamam de egiiidade GENTILI 1996 p 5 Dizem os neoliberais que
412. tem alguns projetos pr prios e atividades elaboradas pelo coletivo de professores independentes do Sistema Positivo embora a maioria se restrinja a datas comemorativas que culminam nas festividades com presen a de pais e alunos como relatei em meu Di rio de Campo ap s a segunda visita Jasmim onde presenciei ensaios para o Dia das M es entusiasmadas as professoras usavam um CD com m sicas que receberam do Positivo para as principais datas a serem comemoradas na escola Percebi que apesar de se sentirem apoiados utilizando o material e tendo acesso ao site os professores trabalham muito isolados uns dos outros e os projetos da escola s o em fun o de datas comemorativas nas quais procuram mostrar o trabalho e o desenvolvimento das crian as aos pais DI RIO DE CAMPO 135 O Col gio Pet nia tem s um projeto pr prio Segundo Leda por causa da falta de tempo ou seja do ac mulo de disciplinas a serem dadas sobretudo a partir da quinta s rie O col gio n o recorre aos servi os de assist ncia como o portal e os softwares do Sistema Positivo usa s a apostila quase paramos esse ano 2007 mas resolvemos continuar mais um pouco o motivo da indecis o porque a escola tem encontrado dificuldades no cumprimento do que est previsto com algumas turmas visto que com a proximidade do final do bimestre quando chega a nova apostila os alunos se sentem desmotivados pelo material em uso e querem log
413. ticos pelas escolas confirmei sua associa o com tra os fundamentais da ind stria cultural que influenciam as escolas parceiras dos sistemas de ensino apostilado A for a dessa ind stria est na cria o de necessidades do sistema vigente consumir incessantemente para o homem Com isso o consumidor sempre vai viver insatisfeito querendo constantemente consumir e o campo de consumo se torna cada vez maior As escolas que adotam os pacotes apostilas que se renovam quatro vezes ao ano criam para os alunos a necessidade de vencer a anterior para ganhar uma novinha e descartar a antiga mesmo que ainda n o tenha sido poss vel terminar todo o trabalho proposto nela As escolas que os adotam acreditam estar num patamar superior de compet ncia e modernidade Foram convencidas pelos empres rios das apostilas e pela m dia que os enaltece de que escolheram o melhor e agora n o t m com que se preocupar A entrevista com as diretoras deixou claro o orgulho que sentiam ao relatar que as crian as ficavam felizes porque usavam material did tico famoso moderno e renovado quatro vezes ao ano Refor avam essa felicidade os artistas da novela Malha o da Rede Globo usando as mesmas apostilas que elas Nenhuma das diretoras das escolas parceiras parece ter parado para pensar que ao adotarem os pacotes did ticos padronizados que pretendem ser completos e resolver todos os seus problemas em vez de investi
414. to de Administra o Escolar e Economia A a da Educa o da Faculdade de Educa o da USP Lisete Arelaro i EREN Tecnisa S o Paulo PUBLIFOLHA Os sistemas privados de ensino j s o respons veis por cerca de 320 mil alunos de um total de Tatuap aptos 4 www publitolha com br 3 2 milh es a maioria do ensino fundamental Mais da metade das prefeituras deu in cio dorms 172 a 204m parceria no ano passado como Ja Cajobi Bocaina e Uch a Nesses casos onde a mudan a i PR i p x Hotel Estancia recente ainda n o h uma avalia o precisa sobre o impacto na educa o Baia Bonita di ri s free p 2 crian as Em Cerquilho onde a gest o do PTB o programa se desenvolve h cinco anos A Secretaria da Educa o paga R 170 por aluno ano em troca de apostilas bimestrais oito capacita es para Publifolha os professores por ano e apoio pedag gico para resolver as d vidas dos coordenadores A a um olema prefeitura afirma que o investimento vale e que a qualidade melhorou Cyrela com Crescimento One e Double Floor no Campo Belo Os grupos de ensino tamb m est o confiantes A expectativa de crescimento das parcerias de Deli Notob sie no m nimo 20 para este ano De olho neste mercado h quem esteja criando programas 1000 DVD CD RW e especiais para a rede p blica como o Sistema Aprende Brasil de Ensino Sabe do Grupo Positivo 512MB S R 1499 que disponibiliza conte do educacional exclusivo no site do gru
415. to nas apostilas Disse considerar muito complicada a ado o de material apostilado pelas escolas publicas como vem sendo noticiado porque ritmo dos alunos muito variado al m da pouca assist ncia dos pais que ao meu ver s o fundamentais nesse processo N o houve dificuldades porque o material cativante e traz assuntos atuais do La s e Olga Escola interesse deles Nesse momento a diretora Olga bem humorada completou Pudera o Jasmim material bonito se renova quatro vezes ao ano e ainda por cima est na m dia Diante do meu interesse esclareceu que a novela Malha o da Rede Globo divulga o Sistema Positivo que adotado no Col gio M ltipla Escolha cen rio principal onde discorre a trama que trata do dia a dia dos jovens e seus conflitos sendo comum v los carregando as apostilas do Positivo nas m os N o tivemos nenhuma dificuldade com os alunos pois acharam diferente terem que Priscila Col gio trazer somente um livro diariamente Margarida N o produziu os resultados esperados principalmente no momento da alfabetiza o Ana L cia Escola onde o ideal utilizar uma metodologia ecl tica para alfabetizar e com a apostila n o d Cam lia Insisti para que me explicasse melhor como ocorria o trabalho atrav s da apostila e ela esclareceu A apostila traz atividades diferentes mas o livro did tico tamb m o faz e ainda permite adapta es
416. tos Essa quebra de unidade bloqueia a a o reflexiva e se transforma em instrumento de domina o Noutros termos impede o aluno de refletir sobre sua condi o de cidad o e optar por seu destino com mais liberdade bem como faz do professor um sujeito passivo e inseguro de sua profissionalidade por acreditar que os especialistas que produziram o material did tico dos pacotes t m mais conhecimentos e est o mais aptos a garantir a qualidade do ensino de seus alunos do que ele pr prio por isso ele se disp e a seguir o modelo proposto nos manuais sem question los isenta se de entender a realidade dos alunos da pesquisa do estudo e at da troca de id ias com colegas em busca da elabora o de seu conhecimento fundamental elabora o de aulas que tivessem sua autoria que fossem al m da informa o ou seja que considerassem suas id ias suas cren as seus ideais e sua realidade Especialmente em tempos p s modernos de incertezas e de conhecimento globalizado como ferramenta do mercado imprescind vel a educa o ter como meta situar o ser humano na sua realidade pois ela que o condiciona e lhe confere sua humanidade Pensar numa educa o que considere a condi o humana e a amplie sup e pensar nela como espa o privilegiado em que o indiv duo se volta realidade que o circunda e como instrumento que lhe permite descobrir o valor do coletivo e se descobrir como ser humano nico respons vel e aberto l
417. tre os saberes no atual est gio da sociedade tecnol gica Dito de outro modo as tecnologias n o podem impedi lo de encaminhar sua pr tica para uma abordagem que dispense a m quina e at fa a os alunos aprenderem com mais satisfa o O universo das novas tecnologias sobretudo as da comunica o n o exclui por exemplo as atividades de narrativa oral e de escrita assim como o correio eletr nico ao substituir a carta como suporte para o texto s o faz nesse n vel pois procedimentos ling sticos de escrita pouco se diferem de um suporte para outro N o se trata portanto de reinventar tudo de se pensar que a partir de agora n o se sabe mais ensinar os alunos Trata se isso sim de se entender as novas tecnologias como oportunidades de se redimensionar a sala de aula em rela o aos procedimentos e ao pr prio espa o f sico que se alterna entre os momentos de intera o com a m quina e os momentos nos quais os alunos se concentram para refletir em atividades isoladas ou grupais sem recorrer a recursos tecnol gicos Importa perceber que n o ser necess rio um manual ou pacote que ensine a ouvir o aluno a perceber suas curiosidades e necessidades a despertar sua curiosidade seu sorriso sua emo o em busca de conhecer o mundo conhecer o outro e se conhecer As tecnologias est o a para dar acesso a outras formas de aprendizagem s quais era imposs vel chegar pouco tempo atr s incluo aqui bibliotecas
418. ttp www ufba br pretto gt Acesso em 22 jun 2007 ROUANET S rgio Paulo Mal estar na modernidade S o Paulo Companhia das Letras 1997 R DIGER Francisco A Escola de Frankfurt Porto Alegre Edipucrs 2001 SACRIST N Jos Gimeno Conciencia y acci n sobre la pr ctica como liberaci n profesional In IMBERN N Francisco Coord La formaci n permanente del profesorado en los pa ses de la CEE Barcelona ICE universitat de Barcelona Horsori 1998 p 53 92 SARDAR Ziauddin VAN LOON Boris Introducing Cultural Studies Nova York Totem Books 1998 SANDRONI Paulo Org Nov ssimo dicion rio de economia S o Paulo Saraiva 1999 SANTOS Milton Por uma outra globaliza o do pensamento nico consci ncia universal S o Paulo Record 2000 SANTOS Akiko O que transdisciplinaridade Rural Semanal Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro parte 1 na semana de 22 28 de agosto de 2005 parte 2 na semana de 29 4 de setembro de 2005 Dispon vel em http www ufrrj br leptrans link O QUE E TRANSDISCIPLINARIDADE doc 174 SANTOS Robinson AN DRIOLI Antonio I Educa o globaliza o e neoliberalismo o debate precisa continuar Revista Ibero americana de Educa o OEI v 1 n 35 25 jan 2005 Dispon vel em lt http www ricoei org deloslectores 905Santos pdf gt Acesso em 15 jun 2006 SETTON Maria da Gra a Jacintho Rotary Club habitus estilo de vida e sociabilidade S o
419. tua o que vivenciei explicando que o entrevistador quando procura seu interlocutor tem expectativas em rela o a ele e s informa es desejadas espera que esteja disposto a colaborar e que entenda sua linguagem e suas solicita es Mas essa uma expectativa ing nua pois Para o entrevistado a situa o tamb m pode ser interpretada de in meras maneiras uma oportunidade para falar e ser ouvido uma avalia o uma defer ncia sua pessoa uma amea a um aborrecimento uma invas o Essa organiza o do processo de intera o inclui a emerg ncia de significados n o s referentes ao conte do da fala mas tamb m situa o de entrevista como um todo rela o interpessoal que se instalou hist ria de vida do entrevistado e a seu ambiente sociocultural SZIMANSKI 2002 p 17 Passei ent o a procurar as diretoras sem avisar antes na inten o de convenc las a participar da pesquisa pelo uso de fatos que lhes mostrassem a import ncia e atualidade do trabalho e enfatizassem a relev ncia da colabora o delas Ajudou me a not cia que estava sendo amplamente divulgada na cidade de que a prefeitura de Uberaba iria acertar uma parceria com o Sistema Positivo de Ensino a fim de treinar professores para dar suporte s aulas de Inform tica Aplicada Educa o nas escolas municipais Esse assunto serviu de introdu o nas entrevistas com as diretoras logo que chegava escola eu perguntava a opini
420. tui es escolares torna previs veis as atividades profissionais H um aumento de oferta profissional mais vagas para ser professor junto com uma diminui o das exig ncias para a profiss o mais f cil ter diploma muitos estudantes em fase final s o contratados aumenta a concorr ncia A tenta o da mediocridade real Basta ir tocando para ficar anos como docente ganhar um sal rio seguro razo vel Os anos v o passando e quando o professor percebe j est na fase madura e se tornou um docente acomodado MORAN 2007 p 1 Essa acomoda o perigosa no caso no professor que precisa estar permanentemente motivado e bem informado para ser realmente um profissional coerente e competente A volta ao discurso da profissionaliza o aparece como alternativa de resist ncia mediocridade e ao desprest gio De in cio essa foi a bandeira dos movimentos sindicais e de representa o docente ligados defesa dos planos de carreira e da valoriza o meritocr tica para a progress o funcional Al ada a esse patamar a possibilidade de profissionaliza o passou a ser discutida no mbito da forma o e recupera o do status social defendendo se a necessidade de se investir na qualidade da educa o Nas ltimas reflex es sobre a forma o profissional o termo profissionalidade tem sido introduzido e se traduz na id ia de ser a profiss o um movimento uma a o um processo Sacrist n 1993 p 54 fala da profiss
421. u por esse sistema de ensino 3 Quando o sistema foi adotado na escola 4 Houve uma an lise ou pesquisa anterior por parte da escola sobre esse sistema de ensino 5 Como ocorreu a adapta o dos alunos a essa metodologia 6 Qual a opini o dos pais a respeito do sistema apostilado de ensino 7 Qual a opini o dos professores a respeito do trabalho com o sistema apostilado 8 Que tipo de altera es no funcionamento da escola foram necess rias para a ado o do sistema 182 9 Houve mudan a na carga hor ria do aluno 10 Como a escola procede com os alunos que n o conseguem acompanhar Existe um momento para recupera o Ocorre paralela ou periodicamente Como organizada 11 Como acontecem os momentos de assist ncia pedag gica aos professores S o presenciais ou a dist ncia 12 Como ocorre a parceria entre a coordena o pedag gica da escola e os instrutores do sistema positivo de ensino para orienta es e acompanhamento 13 Como ocorre a utiliza o do material impresso os professores seguem rigorosamente ou fazem adapta es 14 A escola prev aplica o de avalia es iniciais peri dicas e finais Quem as elabora Quem as aplica Quem as avalia 15 J poss vel perceber as vantagens da ado o do sistema positivo Quais seriam as principais Obrigada Fernan
422. uas turmas ao laborat rio de inform tica SOBRINHO 1997 apud COSTA 2003 p 3 Como soube pela imprensa que a prefeitura de Uberaba via Secretaria de Educa o e Cultura iniciou em dezembro de 2005 um projeto de informatiza o das escolas que 110 conta com o portal virtual Avan a Uberaba laborat rios equipados com mesas educacionais FIG 2 acompanhamento e capacita o permanente de professores procurei mais informa o sobre o assunto e entrevistei a aluna do ltimo ano de Pedagogia Gisele monitora do Sistema Positivo de Ensino e atuante em cinco escolas municipais onde assessora o uso das Mesas Educacionais adquiridas em 2006 Interessava me saber qual era a rea o dos professores ao projeto e seu grau de interesse e participa o al m de buscar compreender como ocorria a informatiza o da rede municipal de ensino A entrevista AP NDICE 1 foi proveitosa e revelou desconfian a dos docentes quanto ao uso da inform tica em educa o e dificuldade de se abrir a novas experi ncias como se l no relato de Gisele ao responder como os professores reagiram parceria com o Sistema Positivo de Ensino para assessorar a Inform tica Educativa e o uso das mesas educacionais Mostraram bastante resist ncia talvez porque n o foram suficientemente esclarecidos na escola pela dire o e supervis o sobre a import ncia da parceria e o que ela poderia trazer de enriquecimento pessoal e profissional par
423. ucidez apto a conviver com os limites e as possibilidades de sua realidade humana e social em qualquer tempo e a qualquer hora e lugar N o h mais espa o para fragmenta o do conhecimento que manteria as pessoas inconscientes da complexidade que as envolve como peda os de um quebra cabe as e de seu papel no desenvolvimento da humanidade Uma educa o voltada condi o humana tem de primeiramente levar em conta que est marcada por incertezas cognitivas e hist ricas pois o conhecimento nunca est pronto e acabado tampouco pode ser considerado como reflexo perfeito da realidade porque cada pessoa o traduz sua maneira construindo suas refer ncias para compreender as coisas sua volta Portanto conhecer implica uma tradu o em constru o constante que comporta risco de equ vocos interpretativos por causa da impossibilidade de se garantirem os fundamentos da 73 certeza na filosofia e na pr pria ci ncia as quais enquanto avan am redescobrem se e modificam se num movimento crescente e incerto Morin 2000 p 59 enfatiza que a hist ria n o est isenta de interpreta es e esclarece que as incertezas hist ricas s o aquelas relativas indefini o exata do curso da hist ria e aos pr prios imprevistos Aqui se percebe como ser desafiante a caminhada da mudan a paradigm tica na educa o que formou sua identidade luz do predom nio da raz o moderna fundada na ordem na certeza e
424. ueg br entrevista 2006 03 09 htm gt Acesso em 7 jul 2006 GIDDENS Anthony As conseqii ncias da modernidade S o Paulo UNESP 1990 GIDDENS Anthony Para al m da esquerda e da direita S o Paulo UNESP 1996 GIROUX Henry Escola cr tica e pol tica cultural S o Paulo Cortez 1992 GIROUX Henry McLaren Peter Forma o do professor como uma contra esfera p blica a pedagogia radical como uma forma de pol tica cultural In MOREIRA A F SILVA Tomaz T Ed Curr culo cultura e sociedade S o Paulo Cortez 1995 p 125 54 GOHN Maria da Gl ria Desafios da participa o popular no meio rural brasileiro neste final de mil nio In REUNI O ANUAL DA ASSOCIA O NACIONAL DE PESQUISA E P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS GT Ci ncias Sociais Sociedade e Mundo Rural 21 Caxambu 27 30 outubro 1998 Dispon vel em lt http www bibliotecavirtual clacso org ar ar libros anpocs gohn rtf gt Acesso em 11 maio 2007 GOMES Lisandra Ogg Inf ncia ind stria cultural e escola de educa o infantil imagens concatenadas Dispon vel em lt http dspace c3sl ufpr br dspace bitstream 1 884 2633 1 dissertacao lisandra gomes pdf gt Acesso em 11 fev 2007 GOMES M rcia M O mal estar na civiliza o a influ ncia da tecnologia e o papel da educa o In REUNI O ANUAL DA ASSOCIA O NACIONAL DE PESQUISA E P S GRADUA O EM EDUCA O ANPED 24 Caxambu 7 a 11 de outubro 2001 171 GOME
425. uele aluno que n o venceu o conte do da apostila e se frustra porque no final do bimestre chega a pr xima e ele n o quer mais nem ver a antiga DI RIO DE CAMPO Essa mcdonaldiza o do ensino se confirma na fala da diretora Ana L cia ao afirmar que acaba existindo ent o um prazo para vencer aquele conte do que obriga a escola a disponibilizar hor rio extra para alunos que n o conseguem acompanhar em sala de aula N o vou dizer que o material ruim ou mal feito porque n o Mas tamb m n o adianta ser lindo e moderno e n o atender s necessidades da escola e do aluno principalmente Escola Cam lia A diretora Leda do Col gio Pet nia tamb m se mostrou desanimada com a parceria e comprovou em sua fala a id ia de que os pacotes ao trocarem o material a cada dois meses incentivam o consumismo nas crian as quase paramos esse ano mas resolvemos continuar mais um pouco o motivo da indecis o porque a escola tem encontrado dificuldades no cumprimento do que est previsto com algumas turmas visto que com a proximidade do final do bimestre quando chega a nova apostila os alunos se sentem desmotivados pelo material em uso e querem logo iniciar com o novo Gentili 2000 chama esse ensino apressado de pedagogia fast food t pica da vis o neoliberal do ensino feita basicamente segundo receitas a serem seguidas numa proposta simplificadora e n o problem
426. ula contextualizar ter seus pr prios interesses e projetos Quando a escola tenta diversificar as atividades para atender s diferen as ocorre uma sobrecarga de trabalho para o professor e o aluno Buscar o acompanhamento pedag gico oferecido on line ou por telefone atrasa o desenvolvimento porque s vezes h necessidade de uma interven o imediata tamb m mais uma sobrecarga acessar o portal sempre que tiver d vidas ou consultas a fazer Diretora Ana L cia S o alunos e professores que se adaptam ao material Aparecida A professora considera que tem autonomia pois a turma acaba rapidamente o conte do e ela pode ent o trabalhar outras cosias Maria O que trabalha autonomamente s o outras atividades fora da apostila mas prioriza aquelas do pr prio pacote site e CD ROM Maria A nica escola que tem professores adotando material paralelo esta a Jasmim mesmo assim uma gram tica para garantir que memorizem regras gramaticais e passem nos vestibulinhos dos outros col gios Maria Interessante como a professora usa a express o s vezes tenho que adequar como se o padr o fosse o normal numa sala de aula com tantos alunos diferentes entre si Mesmo assim revelou mais autonomia que as colegas Mirian N o h preocupa o ou entendimento das professoras quanto necessidade de contextualiza o de conte dos Eles se bastam e devem ser enriquecidos para se tornarem
427. uma banda que toca ao vivo animando os pais noite adentro L cia muito sol cita me convidou a conhecer a escola que muito organizada e bonita com propagandas do Sistema Positivo afixadas nas paredes e penduradas em m biles por toda a secretaria e corredores Pude ver umas 15 crian as da educa o infantil que estudam em per odo integral almo ando em mesinhas de altura adequada e com acompanhamento de professoras e auxiliares O card pio inclu a verduras legumes carne arroz e feij o e as crian as comiam trangi ilas L cia me levou tamb m at o local onde acontecem as obras para amplia o visando estender o atendimento at a oitava s rie em dois anos Pude ver as salas de aula quadra biblioteca e sala de inform tica al m dos playgrounds que s o separados por faixa et ria A supervisora conversou comigo durante alguns minutos na sala de supervis o pedag gica e explicou que a diretora Priscila extremamente dedicada e investe muito na escola DI RIO DE CAMPO A escola Jasmim adaptada em uma ampla casa de dois andares com piso em t bua corrida varandas e plantas No primeiro piso tem v rias salas abertas ao p tio frontal e sem separa o de paredes sendo utilizadas para inform tica secretaria diretoria piscina laborat rio de ci ncias salas de aula do maternal primeiro e segundo per odos e sala de leitura biblioteca com almofadas e estantes baixas num ambiente aberto e
428. uma crise complexa porque surgiram novos protagonistas e novos interesses os novos movimentos sociais e o modelo da regula o social da modernidade n o se assenta mais em apenas dois pilares Estado e mercado mas sim em tr s pilares Estado mercado e comunidade e a sociedade civil inclui tanto o mercado como a comunidade quando se privatiza ou desregulamenta uma determinada rea social n o obrigat rio que ela passe a ser regulada pelo mercado Pode ser regulada pela comunidade o chamado terceiro setor privado mas n o sujeito l gica do lucro ao longo desta op o que vai dar a luta social pela reinven o do Estado Provid ncia nos pr ximos anos O trabalho n o qualificado dos oper rios era fonte de cria o de mais valia na teoria do valor do trabalho em Marx hoje as pesquisas pr avan os no progresso t cnico e cient fico t m interven o do Estado que influi na organiza o dos processos econ micos e se torna fonte independente de mais valia HABERMAS 1980 p 334 A tese de Habermas que a fonte primordial de mais valia est fora da rela o direta entre oper rios n o qualificados e capitalistas transfere se para todo o sistema e n o se restringe a investimentos na ci ncia e na t cnica para ampliar a mais valia relativa pela renova o tecnol gica proveniente da a o de empres rios privados O sistema vive mais do potencial cognitivo acumulado e de investimentos estrat gi
429. umano por ele mesmo A incid ncia cada vez mais pregnante das realidades tecnoecon micas sobre todos os aspectos da vida social e tamb m os deslocamentos menos vis veis que ocorrem na esfera intelectual obrigam nos a reconhecer a tecnologia como um dos mais importantes temas filos ficos e pol ticos de nosso tempo Quais s o as consegii ncias do avan o tecnol gico para o sujeito No dizer de Herrmann 1994 p 321 a crise da realidade atinge necessariamente o cerne da identidade criando as chamadas patologias do eu o novo paciente antes um ser em confus o Tal confus o resulta de uma sociedade tendente desindividua o que impele constru o de egos fr geis e dependentes pois tudo fugaz passageiro tempor rio portanto o que ocorre na maioria das vezes uma ades o acr tica a id ias projetos e valores impostos por quem det m o poder do conhecimento e da informa o Embora um significado preciso de p s modernidade ainda seja de dif cil percep o seus tra os mais marcantes s o identificados por alguns autores Para o cr tico liter rio Terry Eagleton 1998 p 7 P s modernidade uma linha de pensamento que questiona as no es cl ssicas de verdade raz o identidade e objetividade a id ia de progresso ou emancipa o universal os sistemas nicos as grandes narrativas ou os fundamentos definitivos de explica o Contrariando essas normas do
430. una com Morin ao dizer que a educa o moderna quando trabalha com a disciplinaridade n o se ocupa do desenvolvimento integral dos jovens simplesmente prioriza a dimens o racional tratando de dot los do necess rio para integrar se e dar continuidade ao sistema SANTOS 2005 p 1 Ele explica que ao se separarem o sujeito do objeto o ser do saber consideram se os fen menos da subjetividade como emo o sentimento intui o sensibilidade na condi o de aspecto de segunda categoria fonte de erros no dizer de Descartes SANTOS 2005 p 1 18 O pensamento que recorta isola permite que especialistas e experts tenham timo desempenho em seus compartimentos e cooperem eficazmente nos setores n o complexos do conhecimento notadamente os que concernem ao funcionamento das m quinas artificiais mas a l gica a que eles obedecem estende sociedade e s rela es humanas os constrangimentos e os mecanismos inumanos da m quina artificial e sua vis o determinista mecanicista quantitativa formalista e ignora oculta ou dilui tudo que subjetivo livre criador MORIN 2001 p 15 43 No dizer de Santos 2005 a pr pria globaliza o indica uma nova forma de educar os jovens sugerindo o resgate da dimens o transdisciplinar omitida ao longo da modernidade e que delineou um modo de raciocinar sentir e organizar direcionado pelo meio em que o ser humano se desenvolve Diz esse autor A
431. untura pol tica pode se afirmar que em geral as maiores altera es ultimamente previstas chegam s escolas e muitas vezes s o aceitas sem discuss o sem contraposi o Para Santos e Andrioli 2005 pode se apontar como consequ ncias do neoliberalismo na educa o a diminui o de recursos motivada pela diminui o da arrecada o mediante isen o de impostos incentivo e sonega o a n o aplica o dos recursos o descumprimento de leis e a prioridade ao ensino fundamental mas sob a responsabilidade dos estados da Federa o que assumem o ensino m dio e de seus munic pios que assumem o ensino fundamental e a educa o infantil Trata se da municipaliza o e escolariza o do ensino com o Estado na o repassando adiante sua responsabilidade pois s o prefeituras e escolas que arcam com os custos Assim o r pido e o 25 Um dos fundadores e presidente do Positivo Oriovisto Guimar es em entrevista revista Exame conta que a diversifica o foi algo natural Aproveitamos as oportunidades de neg cios que apareceram No caso do material did tico diretores de outras escolas bateram na nossa porta querendo comprar o que produz amos para nossos alunos A princ pio recusamos veementemente Por m logo percebi que se n o vend ssemos eles iriam copiar ou pior produzir o pr prio material que poderia ser melhor que o nosso EXAME 2007 grifo meu 66 barato s o apresentado
432. utros col gios os alunos t m que saber responder o que um adjetivo um artigo um sujeito D tempo de vencer a apostila a gram tica e fazer atividades extras Tenho total liberdade para trabalhar em sala de aula Ao entrevistar a professora Darci da mesma escola questionei se ela achava que o conte do das apostilas melhorava o interesse dos alunos e ela disse que percebeu mais interesse porque o material l dico faz com que o aluno tenha prazer em estudar Tamb m auxilia muito a busca atrav s da pesquisa Ela tamb m esclareceu que n o se restringe apostila complementa o conte do com livros de literatura e atividades extras porque a turma acaba muito r pido a apostila apesar de fazermos as experi ncias e receitas sugeridas e ainda pesquisas no site Darci me relatou que procura fazer com a turma na escola as receitas sugeridas pelas apostilas entusiasmada deu o exemplo de um Cachorro quente gratinado que a turma adorou e at ensinou para suas fam lias Segundo ela os pais comentam que aprenderam com os filhos e fazem constantemente em casa A essa altura pegou uma apostila para mostrar como eram tratados os assuntos Lemos juntas na parte de matem tica um problema proposto que partia deste tema uma fam lia programando uma viagem de avi o para Foz do Igua u As quest es incluem c lculo de custos do passeio pre o das passagens para os membros da fam lia segundo a ida
433. va data e a secret ria ap s consultar a dire o solicitou o meu endere o afirmando que me enviariam em m os os question rios j respondidos pela diretora e duas professoras Aguardei mas os question rios n o me foram entregues como prometido ent o no dia 13 de junho de 2006 s 8h estive novamente no col gio com a inten o de conversar com a diretora e solicitar tamb m um tempo com as professoras al m de recolher os question rios A funcion ria da portaria retornou com os tr s question rios nas m os e pediu desculpas em nome da dire o alegando que era uma poca complicada para entrevistas devido proximidade do encerramento do semestre Esclareceu que a diretora e as professoras haviam respondido s quest es e pediu que eu ligasse se tivesse alguma d vida Mais uma vez comprovei o quanto dif cil para o pesquisador ter acesso escola Mesmo quando esclarecemos que daremos retorno e discutimos com a dire o a import ncia da pesquisa a escola sempre est ocupada com as atividades e festividades do dia a dia Senti me uma intrusa em duas das quatro escolas pesquisadas parecia que estava atrapalhando algo muito importante e ficava ali esperando esperando esperando Mas n o esperava em v o porque durante esse tempo podia observar a rotina e o ambiente o que me serviu muito quando posteriormente analisava as respostas e os question rios Por terem sido elaborados de forma clara e objetiva os qu
434. volveu se em uma s rie de mega confer ncias cujas Declara es e Planos de A o constituem uma verdadeira agenda da equidade social C pula Sobre Sobreviv ncia Desenvolvimento e Prote o da Inf ncia Nova Iorque 1990 Confer ncia Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Rio de Janeiro 1992 Congresso Mundial Sobre Direitos Humanos Viena 1993 Confer ncia Internacional sobre Popula o e Desenvolvimento Cairo 1994 C pula sobre Desenvolvimento Social Copenhague 1995 Confer ncia Mundial sobre a Mulher Pequim 1995 Confer ncia Mundial sobre Assentamentos Humanos Istambul 1996 C pula Mundial sobre a Fome Roma 1996 Fonte www socialtec com br 67 igualdade social isso significa dizer que n o h mais preocupa o com a igualdade como direito de todos mas s com a ameniza o da desigualdade A isso se acrescentam a privatiza o das universidades e a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB lei 9 394 96 que determina as compet ncias da Federa o ao transferir responsabilidades a estados e munic pios e incentivar parcerias com a sociedade civil empresas privadas e organiza es sociais A perda da autonomia na rede particular tamb m evidente e vai al m da forma de contrata o Prescindir do planejamento e da escolha livre de estrat gias e metodologias a serem aplicadas em sala de aula delegando essa responsabilidade a empresas produtoras de material did
435. xclusiva s para pensar e atualizar o material pedag gico das escolas conveniadas S o se gundo ele a garantia da qualidade de ensino e da viabilidade econ mica das escolas Essas pessoas acompa nham tudo o que acontece no mun do em termos de educa o Temos de inovar sempre Nada impede que amanh surja algu m com um m to l do muito melhor que o nosso Sartre j dizia O inferho s o os outros afirma o professor de Matem tica 8 POCA 6 DE MAR O 208 219 ANEXO 6 REVISTA VEJA ESCANCARADA ASSIM SUA CASA CRIAN AS ON LINE t poo E ata Pina Mig E ra p mr enem ads
436. xercida pela pr pria diretora que acumula os cargos de administradora e coordenadora pedag gica 129 Percebi que teria dificuldade de acesso s escolas na primeira visita que fiz ao Col gio Pet nia ao solicitar uma entrevista com a diretora Leda a secret ria que me atendeu ao telefone perguntou qual era o assunto e ao ouvir que se tratava de uma pesquisa disse que a diretora n o teria tempo para conversar comigo Tamb m percebi que a conversa n o seria facilitada pela dire o do Col gio Margarida embora tenha entrevistado a diretora e a supervisora n o pude falar com as professoras Diante da dificuldade em entrevistar professoras dessa escola fiz do roteiro uma entrevista em forma de question rio que deixei na escola para que as professoras respondessem Na Escola Jasmim obtive permiss o das diretoras La s e Olga para falar diretamente com as professoras e l permanecer por v rias horas em duas oportunidades Consegui entrevistar s duas professoras dessa escola que desde o in cio se mostrou aberta e receptiva pesquisa me permitiu l estar e permanecer sempre que precisasse Assim estive l quatro vezes e entrevistei diretoras e professoras por duas vezes Minha primeira visita ao Col gio Pet nia evidenciou a necessidade de me posicionar como algu m que ainda n o tendo opini o formada se interessa por conhecer o sistema apostilado No momento lembrei me dos estudos em que Szimanski 2002 esclarece a si
437. zadas e serem operacionais Dos v rios pontos negativos produzidos pelo sistema capitalista a exig ncia permanente de excel ncia e desempenho pode ser considerada como de maior repercuss o em todos os aspectos da vida pois s s o acolhidas e valorizadas as pessoas produtivas e aquelas aptas a se adaptarem e se especializarem Essa nfase no desempenho inclui a funcionalidade e a instrumentalidade do mundo moderno assim como a transforma o do conhecimento em 29 mercadoria que repercute na escola esta passa a promover tal transforma o e a ser v tima dela pois ser avaliada conforme esse crit rio prioritariamente quantitativo Os desempenhos de sujeitos individuais ou de organiza es servem de par metros de produtividade ou de resultado ou como demonstra es de qualidade ou momentos de promo o ou inspe o Eles significam ou representam merecimento qualidade ou valor de um indiv duo ou organiza o dentro de uma rea de julgamento BAL 2005 p 3 As rela es econ micas pol ticas socioculturais e tecnol gicas s o performativas porque se reduzem operacionalidade e instrumentos para otimizar o desempenho de todo o sistema social formando se uma rede hipertecnicista de performatividade BAL 2005 p 3 Nesse contexto as escolas t m papel importante na reprodu o dessa rede porque fornecem ao sistema os especialistas aptos a cumprirem de forma aceit vel seus pa

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