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universidade federal do ceará faculdade de educação programa de

1. 24 Pol ticas de Interioriza o Industrial no Cariri sio 28 DIVIS O SOCIAL DO TRABALHO NO CAPITALISMO PARADIGMAS TECNOL GICOS E ORGANIZACIONAIS DA SOCIEDADE INDUSTRIAL E A DEMANDA POR QUALIFICA O PROFISSIONAL 34 Do Artesanato Revolu o Industrial eierereees 34 Organiza o Cient fica do Trabalho Taylorismo 35 Princ pios Organizacionais da Produ o Fordismo 0 0 00o0e0se0eoeo0000s00s00000e 36 Qualifica o Profissional demandas de um novo ciclo do capitalismo 37 DA PROPOSTA DE FORMA O PARA O TRABALHO REALIDADE DO TRABALHO DA CLASSE TRABALHADORA EM QUE O SUJEITO SE CONSTR I PARA O TRABALHO E SE DES CONSTR I COMO CLASSE TRABALHADORA ir ereereereereereeeeaenea 47 A Oferta do PROEJA Existe muita oportunidade mas tem que ter QUANCA O ssa sol n e ais DTD a E N E A nr Cd Sa 50 Concep es e Princ pios do PROEJA Porque tem muita gente que sabe fazer s a mesma coisa e voc tem que procurar coisas diferentes 56 O PROEJA e alguns aspectos operacionais Eu passei seis meses s no Datashow teve o curso de eletr nica que foi s na conversa 74 Desafios classe trabalhadora A gente n o se forma na escola a gente se forma no trabalho 0000ensnnnnnnessessoenennsssssssossosreresssssossorennsssses
2. O discurso pol tico da educa o profissional no PROEJA enfatiza a valoriza o da experi ncia a articula o dos conte dos a concep o do homem como um ser hist rico e social a participa o via cidadania dentre outros princ pios Estes s o ideais tomados de ideologia burguesa que precisam ser entendidos como mais uma armadilha que o Estado utiliza para dominar a classe laboral sob o prop sito de facilitar a explora o da mais valia produzida pelo trabalhador Nota se na verdade que o real interesse da classe burguesa pela educa o fazer prevalecer os proveitos dos neg cios capitalistas importante ressaltar o teor ideol gico burgu s que est por tr s do projeto de escola profissional quando vem falando de igualdade de oportunidades e de acesso e de 104 educa o como direito de todos por m oculta o car ter desigual da sociedade que ajuda a consolidar Chamamos a aten o para o que se observa nos documentos do PROEJA em que a educa o profissional demandada de acordo com as necessidades do setor produtivo Ficando a qualifica o do trabalhador subordinada s atividades mec nicas da linha de produ o o PROEJA n o surge como um projeto de educa o profissional distinto dos que est o em curso A dualidade pensar e fazer n o superada mais uma vez atribu da ao trabalhador a responsabilidade pela supera o da forma o estritamente t cnica Se o trabalho a que
3. assim desconsidera as capacidades criadas socialmente e conclui O problema da qualifica o do trabalhador em quaisquer de seus n veis tamb m um problema pol tico com determina es hist ricas especificas Ou seja em primeiro lugar a conceitua o do que significa capacidade profissional vari vel segundo o grau de desenvolvimento das for as produtivas e do modo de organiza o do trabalho em uma dada sociedade Em segundo lugar esta conceitua o do trabalho sofre tamb m determina es politico ideol gicas pois ela depende da correla o de for as existentes e do grau de controle assegurado sobre o processo de trabalho pelos trabalhadores Em vista dessas determina es econ micas e politico ideol gicas constata se ent o que este problema da qualifica o profissional algo sempre provis rio e inst vel e portanto sujeito interven o das classes sociais interessadas na manuten o ou na transforma o de um certo quadro de defini es relativas qualifica o Tanto as perspectivas de manuten o como as de transforma o dependem necessariamente da conjuga o das condi es econ micas com as condi es politico ideol gicas existentes no momento hist rico em quest o MACHADO 1989 p 80 81 Fazendo uma retrospectiva acerca do desenvolvimento industrial e da necessidade de prepara o de m o de obra para o trabalho fabril sabe se que a dualidade na educa o escolar expressa
4. o de outras formas de organiza o produtiva industrial provoca um grande impacto Procura se responder aos desafios do mercado mundial que exigem maior competitividade e qualidade do produto al m do atendimento s novas demandas do consumo Com as mudan as ocorridas a qualifica o profissional passou a ser considerada como um requisito de inclus o ou exclus o no mercado de trabalho Trouxe novamente discuss es antigas a respeito de quem desenvolve esta ou aquela atividade manual e intelectual Ferretti e Silva J nior 1997 p 3 4 destacam Na sociedade capitalista interessa ao capital dispor de uma for a de trabalho qualificada para a produ o e for a de trabalho dispor das qualifica es que lhe permitam sua inser o de forma vantajosa no mercado de trabalho Existiria ai um terreno marcado por interesses comuns entre o capital e o trabalho No entanto as contradi es que adv m da forma como essas rela es se organizam da forma heterog nea como o capital se manifesta e da fragmenta o da forma o de trabalho consequ ncia da profunda divis o do trabalho acabam por tornar esse terreno palco de disputas ideol gicas e pol ticas A defini o do que seja qualifica o profissional bem como de quais seriam as qualifica es desejadas no momento constitui se numa pequena amostra dessas disputas principalmente quando com base nelas definem se elementos importantes como prest gio profissional sa
5. o de projetos sociais alternativos FRIGOTTO 2006 p 68 O documento base a respeito da cr tica a um curr culo fragmentado destaca a seguinte necessidade urg ncia de tratamento n o fragmentado mas totalizante e sist mico sem o que se corre o risco de manter invisibilizada socialmente essa popula o frente ao sistema escolar e seguramente no mundo formal exigente de certifica es e comprova es de escolaridade formal BRASIL 2006b p 15 Embora o Minist rio da Educa o muito tenha falado acerca desta articula o nas p ginas introdut rias do documento base do PROEJA no que diz respeito forma o do homem integral o curr culo do Programa expressa a racionalidade na fixa o dos requisitos e na defini o dos conte dos em fun o das necessidades produtivas A pertin ncia destas reflex es ganha corpo ao observarmos que O conceito de empregabilidade surge neste nterim como um mecanismo que retira do capital e do Estado a responsabilidade pela implementa o de medidas capazes de garantir um m nimo de condi es de sobreviv ncia para 55 a popula o Responsabilizando os indiv duos pelo estabelecimento de estrat gias capazes de inseri los no mercado de trabalho justifica se o desemprego pela falta de prepara o dos mesmos para acompanhar as mudan as existentes no mundo do trabalho Sob a tica da empregabilidade a necessidade de os indiv duos disporem de habilidades
6. 68 educacional deve promover a empregabilidade ou seja a capacidade flex vel de adapta o individual s demandas do mercado de trabalho A fun o social da educa o deve ser apenas oferecer essa ferramenta necess ria para competir nesse mercado sendo seu limite o exato momento em que o individuo se lan a luta por um emprego O restante depende da capacidade de cada indiv duo Outro problema que se mostra por meio no PPP do PROEJA em Mec nica Industrial a forma com eles foi concebido A elabora o do Projeto n o contou com a participa o dos docentes que iriam atuar no PROEJA A este respeito Frigotto 2005 p 77 78 alerta se os educadores n o constroem eles mesmos a concep o e a pr tica educativa e de vis o pol tica das rela es sociais aqui assinaladas qualquer proposta perde sua viabilidade Esta vincula o compromete um curr culo estreito ajustado pela economia local tornando as disciplinas da rea b sica conduzidas sem integra o com as disciplinas da rea profissionalizante A respeito da n o compreens o dos princ pios em fun o de um superficial conhecimento insuficiente e fragmentado que n o possibilitaria uma vis o de totalidade do trabalho Kuenzer 1997 p 37 faz a seguinte observa o A compreens o dos princ pios ou a mera automatiza o n o depende da natureza do conte do que vai ser aprendido mas da forma como ele ensinado ensinar a fazer um con
7. Lonivan Coelho de Sales 2010 1 141 Luiz Carlos G de Santana 2010 1 142 Maria Lisiane Mariano 2010 1 143 Maria Rosiane de Sousa Silva 2010 1 144 Miguel Gomes dos Santos 2010 1 145 Paula Alessandra A dosSantos 2010 1 146 Rafael Alc ntara da Silva 2010 1 147 Rob rio Alves de Souza 2010 1 148 Regeane do N Freitas 2010 1 149 S rgio de Luna Garcia 2010 1 150 Tem stocles Duarte da Silva 2010 1 151 Alan David Feitosa da Silva 2010 2 152 Ana J ssica Alencar Sales 2010 2 153 Andreson da Silva Moura 2010 2 154 Angela Silva Faria 2010 2 155 Antonio da Costa Oliveira 2010 2 156 Antonio Irislanho P de Souza 2010 2 157 Antonio Valter Cordeiro Calou 2010 2 158 Arnon Chasnegas da C Alves 2010 2 159 C cera Regiane de Aquino 2010 2 160 C cero Ferreira da Silva 2010 2 161 C cero Jefferson Alencar Sales 2010 2 162 C cero Jos da Silva 2010 2 163 C cero Ronaldo dos Santos 2010 2 164 C cero Rubismar L Martins 2010 2 165 Claudio Correia de Souza 2010 2 166 Demontiez Ferreira de Souza 2010 2 167 Eugenio Silva de Lacerda 2010 2 168 Everardo da Silva 2010 2 169 Francisco Iclairton F Gomes 2010 2 170 Jos Edinaldo da Costa 2010 2 171 Jos Petr nio T de Luna 2010 2 172 Jos Wesley Rolim dos Santos 2010 2 173 Luiz dos Santos Silva 2010 2 174 Maria Jussivania da Silva 2010 2 175 Pedro Batista da Silva 2010 2 176 Pedro Tavares de Sousa Neto 2010 2 177 Reginaldo Silveira da Silva
8. NOS TNTA TOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR FACULDADE DE EDUCA O _ PROGRAMA DE POS GRADUA O EM EDUCA O BRASILEIRA ROBERTA ROCHA MOURA POL TICA DE DESENVOLVIMENTO ECON MICO E FORMA O PROFISSIONAL OS EGRESSOS DO CURSO DE MEC NICA INDUSTRIAL DO PROEJA IFCE 2007 2009 CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE CE FORTALEZA 2012 ROBERTA ROCHA MOURA POL TICA DE DESENVOLVIMENTO ECON MICO E FORMA O PROFISSIONAL OS EGRESSOS DO CURSO DE MEC NICA INDUSTRIAL DO PROEJA IFCE 2007 2009 CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE CE Disserta o apresentada Coordena o do Programa de P s Gradua o em Educa o Brasileira da Universidade Federal do Cear FACED como requisito parcial para obten o do t tulo de mestre Orientadora Prof Dr K tia Regina Rodrigues Lima FORTALEZA 2012 Dados Internacionais de Cataloga o na Publica o Universidade Federal do Cear Biblioteca de Ci ncias Humanas M889p Moura Roberta Rocha Pol tica de desenvolvimento econ mico e forma o profissional os egressos do curso de mec nica industrial do PROEJA IFCE 2007 2009 CAMPUS Juazeiro do Norte CE Roberta Rocha Moura 2012 122 f il color enc 31 cm Mestrado disserta o Universidade Federal do Cear Faculdade de Educa o Programa de P s Gradua o em Educa o Brasileira Fortaleza 2012 rea de concentra o Trabalho e educa o Orienta o Profa Dra K tia Regina Rodrigues Lima
9. No in cio da d cada de 1990 desencadeou se a altera o no perfil agroindustrial da regi o que passou a ter como mat ria prima principal a cana de a car As empresas voltadas para a utiliza o desse bem agricola detinham o dom nio da agroind stria na regi o em termos de valor da produ o m o de obra e gera o de renda Dentre elas destacavam se as de a car lcool seguindo se as de rapadura e cacha a No per odo de 1985 1995 novas agroind strias foram instaladas na regi o destacando se as que utilizavam banana baba u e leite in natura como mat ria prima Outra atividade econ mica que traduz um fluxo de capital para a regi o o turismo Esta possui atrativo tur stico diversificado que possibilita o desenvolvimento de v rios tipos de atividades e roteiros tur sticos tem ticos romarias caminhos da natureza da cultura dos neg cios e eventos 2 2 Breve Hist ria da Industrializa o na Regi o do Cariri As primeiras unidades fabris surgiram no sul do Cear na d cada de 1940 em decorr ncia do desenvolvimento econ mico da regi o que dispunha de solos f rteis e grandes potencialidades h dricas 8 A Casa Civil do Governo do Estado em 24 04 2012 divulgou uma nota em site oficial www cede ce gov br expressando o fato que o governador do Estado do Cear Cid Gomes vem tentando negociar junto ao Minist rio do Desenvolvimento Ind stria e Com rcio Exterior uma proposta de um regime de tr
10. Os empres rios locais visavam promover um processo de discuss o dos problemas relacionados reestrutura o da economia local face quest o regional nacional e mundial Um dos aspectos ressaltados no Plano de mudan as CEAR 1987 era a necessidade da distribui o das atividades econ micas A distribui o espacial da popula o e das atividades econ micas do Estado do Cear segundo a SEPLAN CEAR 1987 p 45 caracterizada por forte concentra o em algumas microrregi es e na rea metropolitana de Fortaleza observa se no interior de modo geral a falta de atividades produtivas estruturadoras da economia capazes de gerar emprego renda e produto que d em suporte para a popula o A busca de oportunidades para o desenvolvimento dessas atividades produtivas em cada regi o e munic pio ser preocupa o m xima do governo no seu prop sito de viabilizar a interioriza o do desenvolvimento do Estado Partindo de uma nova concep o industrial o Cear foi o primeiro Estado a abandonar a implanta o da forma o de distritos industriais nas capitais regionais como polos irradiadores do desenvolvimento baseado no modelo da Comiss o Econ mica para a Am rica Latina e o Caribe CEPAL praticado pela SUDENE a partir dos anos 1960 O Pacto de Coopera o foi criado pelo governo do PSDB no Cear em 1991e foi a maior express o da estrat gia para indicar as diretrizes para
11. o para o desenvolvimento pol tico econ mico de um pa s Aqui o trabalho se une educa o como forma de solucionar os problemas do processo produtivo e da sociedade delegando forma o educacional a responsabilidade de preparar os profissionais a serem absorvidos pelo mercado de trabalho Souza 2005 p 3 compreende que Como se percebe de acordo com os te ricos do capital humano a forma o ou qualifica o da for a de trabalho constitui um dos fatores fundamentais para explicar economicamente as diferen as de capacidade de trabalho e consequentemente as diferen as de produtividade e renda Se do ponto de vista macroecon mico o investimento no fator humano passa a significar um dos determinantes b sicos para aumento da produtividade e elemento de supera o do atraso econ mico do ponto de vista microecon mico tal investimento constitui o fator explicativo das diferen as individuais de produtividade e de renda e consequentemente de mobilidade social Nessa linha Gentili 2005 p 55 complementa exprimindo que A possibilidade de obter uma inser o efetiva no mercado depende da capacidade do indiv duo em consumir aqueles conhecimentos que lhe garantam essa inser o A Teoria do Capital Humano sup e a exist ncia de um v nculo entre os avan os educacionais e o desenvolvimento socioecon mico de uma sociedade Investindo no treinamento e na educa o das pessoas ter amos como retorno o a
12. Devid Jerfeson de O Silva 2009 1 78 Elieuda Isabel de Alencar 2009 1 79 Francirlando da Silva Freitas 2009 1 120 80 Francisco Franciclaudio B de M 2009 1 m 81 Francisco Francinaldo B de M 2009 1 82 Francisco Thiago dos S Silva 2009 1 83 Italo Antonio Moreira Lucena 2009 1 84 Jos Jefferson B de Oliveira 2009 1 85 Luiz Jos dos Santos 2009 1 86 Maria Andreia de Lima Santos 2009 1 87 Maria Audioneide da S Moura 2009 1 88 Maria Nilza Pereira Dantas 2009 1 89 Maria Valda Cirino da Silva 2009 1 90 Maric lia Henrique Alves 2009 1 91 Marta Maria Correia de Souza 2009 1 92 Paulo S rgio Xavier 2009 1 93 Rog rio da Silva Bezerra 2009 1 94 Severina Maria da S Santos 2009 1 95 Sil ndio de Oliveira Batista 2009 1 96 Thiago Lima de Oliveira 2009 1 DO E 97 Tiago Reis Gon alves 2009 1 98 Carlos Furtado Amador 2009 2 99 C cero de Lima Porfirio 2009 2 100 C cero Evandro de Oliveira 2009 2 101 C cero Jonyvon V Tavares 2009 2 102 C cero Josevan T da Silva 2009 2 103 Erlan Bento Soares 2009 2 104 Fabiano Aristides dos Santos 2009 2 105 Fernando Bezerra Cavalcante 2009 2 106 Francisco Daniel L Sampaio 2009 2 107 Fco Gutemberg A da Silva 2009 2 108
13. ESTADOS 1997 p 16 Os efeitos da industrializa o centralizada nas regi es metropolitanas s o observadas principalmente pelo crescimento migrat rio campo cidade Com esta migra o o Estado acaba reduzindo o atendimento social popula o Problemas como desemprego inefic cia do atendimento sa de por meio do sistema p blico baixa qualidade na oferta da educa o transporte p blico ineficaz e aus ncia de pol ticas p blicas de lazer dentre outros desafiam a classe trabalhadora Em rela o regi o metropolitana de Fortaleza esta acolhe 1 3 da popula o INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA 2010 resultado do crescimento demogr fico acelerado em uma rea de 2 4 do territ rio cearense passando a exercer press o sobre os investimentos p blicos dada a demanda por bens e servi os de interesse coletivo gerando um processo precoce de metropoliza o e de faveliza o da capital Essas considera es foram explicitadas no Plano de Desenvolvimento do Estado 1995 1998 como argumento para justificar a proposta de reorganiza o do espa o pol ticas no sentido de reverter a concentra o excessiva e promover a interioriza o das atividades produtivas Esta din mica de desenvolvimento local n o deve ser interpretada como uma a o meramente de inclus o desinteressada Bocayuva 2003 p 15 destaca que As a es que incidem e comprimem o espa o local na sua conex
14. Egresso 1 Nem tanto porque sempre tem algu m que tem mais tempo de trabalho tem mais experi ncia e voc precisa passar confian a Se eu chegar e tiver um problema mas eu passar confian a ent o eles v o confiar no meu trabalho Quem tem mais experi ncia tem mais confian a Egresso 2 Sim com certeza Na verdade assim eu preciso na maioria das vezes tomar decis es porque eu trabalho com a mec nica mas eu tenho pessoas que eu lidero chega alguns momentos que eu preciso tomar decis es Egresso 3 Ocupa cargo de supervisor de produ o Eu fa o tudo porque j passaram pra mim j fui orientado pra tudo Egresso 4 Destacamos a ideia de que automa o retira do trabalhador conhecimentos e autonomia embora tenha requerido um aumento da capacidade t cnica Notamos que elementos desqualificadores permeiam toda a atividade produzida pelos egressos nos seus espa os de trabalho assumindo distintas formas Baseando se no entendimento de Marx de que a liberdade est intimamente ligada ao trabalho ela n o poderia ser compreendida como um estado mas uma atividade te rico pr tica que cria a realidade social Objetivando a supera o da sociedade capitalista e a forma o de uma sociedade em que o controle das for as produtivas seja coletiva a consci ncia guia a luta material realizada no mbito do trabalho para a conquista da liberdade Nessa perspectiva o trabalho moderno no pensamento gramsciano e
15. ados N 04 N o trabalha na rea de forma o do PROEJA Atualmente desenvolve a atividade de vendas numa f brica de m quinas de costura N 05 Trabalha como mec nico numa f brica de cal ados Atualmente est terminando o curso de Constru o Civil oferecido pela Universidade Regional do Cariri URCA Fonte Elabora o pr pria Adotamos o quadro de refer ncia do materialismo hist rico dial tico pois compreendemos que a caracter stica principal deste m todo a busca de entendimento total 2 f Os dados correspondem ao per odo em que estas entrevistas foram realizadas ou seja dos meses de mar o e abril do ano de 2012 16 da realidade econ mica pol tica social e ideol gica Para Gil 2008 p 22 23 o materialismo hist rico constitui Para o materialismo hist rico a produ o e o interc mbio de seus produtos constituem a base de toda a ordem social As causas ltimas de todas as modifica es sociais e das subvers es pol ticas devem ser procuradas n o na cabe a dos homens mas na transforma o dos modos de produ o e de seus interc mbios Quando pois um pesquisador adota o quadro de refer ncia do materialismo hist rico para enfatizar a dimens o hist rica dos processos sociais A partir da identifica o do modo de produ o em determinada sociedade e de sua rela o com as superestruturas pol ticas jur dicas etc que ele procede interpreta o
16. as que maior sintonia guardarem com as demandas de n vel local e regional de forma a contribuir com o fortalecimento das estrat gias de desenvolvimento socioecon mico e cultural BRASIL 2006 p 2 Em conson ncia com a pol tica de industrializa o do Estado o Governo federal investiu na forma o e treinamento da m o de obra para o setor industrial O Governo Estadual tamb m cria v rias maneiras de formar profissionalmente o trabalhador investindo em treinamentos e centros de forma o Um exemplo est na consolida o e implanta o dos centros de ensino tecnol gico CENTECS e os centros vocacionais tecnol gicos CVTs al m das parcerias entre os agentes formadores de trabalhadores SEBRAE SENAI SINE Al m destes a Universidade Regional do Cariri URCA tamb m desponta como institui o formadora de n vel tecnol gico e superior com o curso de gradua o em Engenharia de Produ o com duas habilita es Mec nica e Civil e com o curso de Tecnologia da Constru o Civil com duas modalidades constru o civil em edif cios e constru o civil em topografia e estradas A Escola T cnica Federal do Cear unidade Juazeiro do Norte foi inaugurada em dezembro de 1994 objetivando a interioriza o do ensino t cnico O seu funcionamento come ou em setembro de 1995 com os cursos t cnicos em eletrot cnica e edifica es estruturados de forma integrada ao ensino m dio conforme caracterizava o en
17. cultural e do mundo do trabalho para nela inserir se e atuar de forma tica e competente t cnica e politicamente visando transforma o da sociedade em fun o dos interesses sociais e coletivos da classe trabalhadora BRASIL 2006b p 34 O documento base do PROEJA defende a necessidade de manter a unidade entre o saber e o fazer e entre a cultura geral e a cultura t cnica para que de posse do conhecimento integral o sujeito desse processo possa exercer sua plena cidadania No interior do capitalismo no entanto a atividade intelectual do trabalhador reduzida ao m nimo poss vel no sistema de produ o pois o trabalho que desenvolve se tornou deveras mec nico Sua capacidade de pensar a habilidade intelectual desprezada em detrimento da atividade manual uma vez que quanto mais o trabalhador produzir mais lucro vai fornecer ao capitalista A afirma o de Frigotto 1998 p 50 corrobora esse entendimento Ao depurarmos o discurso ideol gico que envolve as teses da valoriza o humana do trabalhador a defesa ardorosa da educa o b sica que possibilita a forma o do cidad o e de um trabalhador polivalente participativo flex vel e portanto com elevada capacidade de abstra o e decis o percebemos que isto decorre da pr pria vulnerabilidade que o novo padr o produtivo altamente integrado apresenta Entendendo que em geral os cursos profissionalizantes destinados classe trabalha
18. es H um reconhecimento generalizado das vantagens que a empresa oferece que se constitui numa excelente alternativa principalmente nesta poca de recess o Muitos dos entrevistados que eram sindicalizados em outras empresas deixaram de s lo se o patr o bom n o h por que se sindicalizar afirmam muitos deles KUENZER 2011 p 87 O documento base especifica a educa o que objetiva alcan ar com o PROEJA Educa o b sica s lida em vinculo estreito com a forma o integral do educando A forma o assim pensada contribui para a integra o social do educando o que compreende o mundo do trabalho sem resumir se a ele assim como compreende a continuidade de estudos Em s ntese a oferta organizada se faz orientada a proporcionar a forma o de cidad os profissionais capazes de compreender a realidade social econ mica pol tica cultural e do mundo do trabalho para nela inserir se e atuar de forma tica e competente t cnica e politicamente visando transforma o da sociedade em fun o dos interesses sociais e coletivos especialmente os da classe trabalhadora BRASIL 2006b p 32 33 13 Quanto ideia de forma o integrada para Ciavatta 2005 p 85 h a necessidade de superar o ser humano dividindo historicamente pela divis o social do trabalho entre a a o de executar e a a o de pensar dirigir ou planejar Trata se de superar a redu o da prepara o para o trabalho ao se
19. o aos fatores sociais e econ micos voltados para o pleno exerc cio da cidadania e Ci ncias e Tecnologia compreende a apropria o do conhecimento abstrato e significativo o qual se faz necess rio para a elabora o de conte dos relacionados s necessidades da realidade local os quais podem ser aplicados a fim de aprimorar e contribuir com as poss veis mudan as em rela o ao pr prio foco de aprendizagem e Profiss o Trabalho e Sistema Produtivo compreende a forma o profissional e tecnicamente competente para o trabalho CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 14 15 7 A respeito da interdisciplinaridade com a finalidade de unir teoria e pr tica Kuenzer 2005 p 81 destaca a impossibilidade real de superar a divis o social do trabalho desde a pr pria escola e do seu respectivo curr culo Da mesma forma a reconstru o da fragmenta o do trabalho pedag gico seja atrav s do chamado paradigma da transdisciplinaridade da tentativa de articular teoria e pr tica ou atrav s da inten o de conferir unidade ao trabalho pedag gico de modo que supere a forma o dos especialistas embora seja uma aproxima o positiva n o supera a fragmenta o inerente fun o da escola no capitalismo uma vez que se constitui em mecanismo interno s pr ticas educativas e portanto insuficiente para transformar o modo de produ o capitalista este sim origem da divis o A s
20. o b sica n o lograram acesso a uma escola de cultura geral e cient fica pois este tipo de escola um projeto destinado somente aos filhos da classe mais abastada Sobre o papel da educa o b sica Machado 2006 p 46 47 compreende que A educa o b sica tem o importante papel de fazer com que o aluno adquira os conhecimentos de base relativos cultura sociedade s ci ncias s 51 ideias que s o indispens veis a cada um qualquer que seja sua profiss o Ela fornece os fundamentos para uma concep o cient fica da vida e contribui para desenvolver as faculdades cognitivas e as capacidades do indiv duo Contribui ainda para formar sua autonomia e sua capacidade para a auto aprendizagem continua e cr tica para o desenvolvimento da sua criatividade do seu esp rito de inova o e de suas disposi es versatilidade que os atuais processos produtivos requerem A Educa o B sica tem papel fundamental no desenvolvimento da curiosidade e do interesse do aluno pelos problemas contextuais e internos produ o das ci ncias da cultura e das artes favorecendo assim a assimila o e o aprendizado dos processos investigativos anal ticos e tecnol gicos Segundo o documento base do PROEJA portanto fundamental que uma pol tica p blica est vel voltada para a EJA contemple a eleva o da escolaridade com profissionaliza o no sentido de contribuir para a integra o sociolaboral desse grande con
21. o da empresa implicando transfer ncia de responsabilidade da n o contrata o ou demiss o do trabalhador ao pr prio trabalhador Ainda na tentativa de negar a forma o do sujeito apenas para o mercado de trabalho o documento base do PROEJA segue contextualizando a sociedade como complexa e desenvolve a argumenta o da necessidade da forma o para a cidadania como percebemos no seguinte trecho Apesar dessa dura realidade existe outro tipo de sociedade que pode ser buscada Uma sociedade que tenha o ser humano e suas rela es com o meio ambiente e a natureza em geral como centro e na qual a tecnologia esteja submetida a uma racionalidade tica no lugar de estar a servi o exclusivo do mercado e do fortalecimento dos indicadores econ micos Nessa sociedade a produ o coletiva do conhecimento deve estar voltada para a busca de solu es aos problemas das pessoas e das comunidades menos favorecidas na perspectiva da edifica o de uma sociedade socialmente justa Nesta sociedade o homem deve ser concebido como um ser integral um sujeito pol tico um cidad o capaz de atuar sobre a realidade e dessa forma ter participa o ativa na hist ria da sociedade da qual faz parte e na constru o de sua pr pria hist ria BRASIL 2006b p 21 Perguntamos isso poss vel no interior do capitalismo Torna se muito contradit ria a inten o do Estado em inserir a ideia de uma educa o integral quando sempre criou
22. 1 Ensino profissional Avalia o Juazeiro do Norte CE 2 Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Cear Avalia o Juazeiro do Norte CE 3 Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional com Educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos Brasil Avalia o I T tulo CDD 373 246098131 ROBERTA ROCHA MOURA POL TICA DE DESENVOLVIMENTO ECON MICO E FORMA O PROFISSIONAL OS EGRESSOS DO CURSO DE MEC NICA INDUSTRIAL DO PROEJA IFCE 2007 2009 CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE CE Disserta o apresentada Coordena o do Programa de P s Gradua o em Educa o Brasileira da Universidade Federal do Cear FACED como requisito parcial para obten o do t tulo de mestre Aprovada em 19 12 2012 BANCA EXAMINADORA Prof Dr K tia Regina Rodrigues Lima Universidade Federal do Cear UFC Prof Dr Eliane Dayse Pontes Furtado Universidade Federal do Cear UFC Prof Dr Jos Eudes Baima Bezerra Universidade Estadual do Cear UECE Dedico este trabalho a minha pequena BEATRIZ meu Sol J Faz Tempo que Escolhi A luz que me abriu os olhos Para a dor dos deserdados E os feridos de injusti a N o me permite fech los Nunca mais enquanto viva Mesmo que de asco ou fadiga Me disponha a n o ver mais Ainda que o medo costure Os meus olhos j n o posso Deixar de ver A verdade Me tocou com sua l mina De amor
23. 2010 2 178 Robson de Sousa Brito 2010 2 179 Su liton Alencar Costa 2010 2 180 Tarciana Ara jo Penha 2010 2 181 Warley Chaves Bezerra 2010 2 182 Adriana Xavier Fagundes 2011 1 183 An lia Ara jo Penha 2011 1 184 Antonio Quesado J nior 2011 1 185 C cera Ednalda D de Lima 2011 1 122 186 C cero Filho Pl cido 2011 1 187 C cero Fredemon R da Silva 2011 1 188 C cero Kelves da Silva Saraiva 2011 1 189 C cero Sousa Feitosa 2011 1 190 Degivan Felix R Junior 2011 1 191 Edivan Arcelino Feitosa 2011 1 192 Eliene Maria Silva 2011 1 193 Emerson dos Santos Candido 2011 1 194 Erilan Vieira Oliveira 2011 1 195 Fabr cio Oliveira Macedo 2011 1 196 Francisco Oliveira de Lima 2011 1 197 Francisco Valcenir Pereira 2011 1 198 Geline de Freitas Sousa 2011 1 199 Ivanildo Lima Jeronimo 2011 1 200 Jos Alves de Lima Neto 2011 1 201 Jos Carlos Alves de Almeida 2011 1 202 Jos Jackson Vieira da Costa 2011 1 203 Jos Risley de Lima Sousa 2011 1 204 Luis Antonio de Souza Filho 2011 1 205 Luiz Gomes de Lima 2011 1 206 Maria Elisangela F Silva 2011 1 207 Maria Felix Bernardo da Silva 2011 1 208 Marilene de Sousa Sampaio 2011 1 209 Marineide de Sousa Sampaio 2011 1 210 Poliana dos Santos Tavares 2011 1 211 Rob rio Alves de
24. 39 O discurso do capital segundo o qual o trabalhador deve mostrar se predisposto a continuar sempre na busca de aprender o necess rio para a sua adapta o ao movimento da produ o demonstra a necessidade de este n o se contrapor ao modelo de organiza o econ mica e gerencial existente Esta subsun o explicita se na medida em que a escolha do que dever ser aprendido pelo trabalhador definido pelo pr prio capital O saber em todas as dimens es fazer ser aprender etc come am e terminam onde o capital determina Consorte leciona Ferretti 2005 p 112 o capital tem interesse em conformar sujeitos que aprender o a valorizar o m rito individual a mudan a a flexibilidade a insatisfa o saud vel com o n vel de aperfei oamento conseguido a participa o a busca constante do novo a competi o Tais qualidades s o demandadas pela empregabilidade e como consequ ncia desta est a possibilidade de desenvolver os novos valores para uma cidadania participativa Assim aos ganhos para a empresa decorrentes da utiliza o de tais atributos na produ o de bens ou servi os soma se a transfer ncia para o trabalhador da responsabilidade por sua cont nua forma o sem o que ser visto como n o identificado com os objetivos institucionais e portanto respons vel pela sua pr pria demiss o FERRETTI 2005 p 112 Indagamos sobre as condi es em que vivem os trabalhadores br
25. Cariri e a atra o dos rg os federais de desenvolvimento para a regi o O IBGE revelou que em 1965 a atividade industrial representava 324 estabelecimentos e gerava 2 226 empregos diretos Os setores de maior contribui o eram os t xteis com 27 3 produtos alimentares com 18 9 produtos qu micos 14 9 e outros g neros com 21 7 Desde 1970 a ind stria de transforma o do Cariri vinha perdendo import ncia em compara o com o Estado em decorr ncia do crescimento acelerado da ind stria cearense medido em termos de Valor de Transforma o Industrial YTD Na d cada de 1970 come ou um melhoramento na implanta o de ind strias de grande porte Exemplo disso a Usina Manoel Costa Filho em Barbalha Em Juazeiro do Norte come ou a haver maior incremento na produ o de sand lias pl sticas com investimentos em tecnologia As ind strias de beneficiamento de algod o em especial as da cidade de Miss o Velha padecem com a dif cil aquisi o da mat ria prima em raz o de pragas sazonais transferindo seus interesses para a cana de a car a car lcool e derivados Nos anos 1980 ocorreram maiores impulsos no setor industrial com o surgimento das micro e pequenas unidades industriais financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento BNDS e pelo programa de apoio a microempresa PROMICRO SEBRAE Dos anos 1970 ao in cio dos anos 1990 houve um lento crescimento econ mico na regi o do Cari
26. Como v a situa o do trabalhador no Brasil hoje Como v as oportunidades de emprego Ao terminar o curso conseguiu facilmente um emprego Apresentar um dado estat stico sobre o desemprego na regi o do Cariri e perguntar A que se deve o alto ndice de desemprego Como se informa Tem acompanhado que tipo de not cia Participa de algum Sindicato Como v a atua o do sindicato com sua categoria profissional O PROEJA contribuiu para o desenvolvimento de seu conhecimento t cnico Como Acha que o curso do PROEJA em Mec nica Industrial atende ao que as empresas exigem de um profissional dessa rea Por qu Depois da forma o do PROEJA j fez algum outro curso 19 20 PAR 22 23 24 23 26 27 116 As tarefas que executa no seu trabalho di rio tem rela o com o que aprendeu no PROEJA O que foi mais importante o conhecimento produzido no pr prio trabalho ou no interior do PROEJA O que acha haver mudado na sua vida depois de ter feito o PROEJA O qu Como Como o seu emprego atual Desde quando trabalha l Como era o anterior O que o fez mudar de emprego Onde desenvolveu essa consci ncia se o egresso demonstrar que percebeu precariza o no emprego anterior Alguma disciplina Algum professor Qual a contribui o t cnica para a execu o do seu trabalho Em rela o s disciplinas quais eram de que mais gostava Por qu Qual foi a maior contribui o do cur
27. Kuenzer 2005 p 87 destaca As demandas do processo de valoriza o do capital nesta nova forma de realiza o exigem a educa o de trabalhadores de novo tipo e em decorr ncia de uma nova pedagogia Da mesma forma os m todos flex veis 59 de organiza o e gest o de trabalho n o s exigem novas compet ncias como tamb m invadem a escola com os novos princ pios Ao trabalhador imputada a responsabilidade de ser um indiv duo empreg vel Este tem que mostrar que poder ser um cidad o produtivo para que o mercado de trabalho o absorva Para Paiva 2008 p 59 Transfere se do social para o individual a responsabilidade pela inser o profissional dos indiv duos A empregabilidade converte se neste caso num corol rio dos conhecimentos habilidades e esfor o individual de adequa o Torna se tarefa das institui es que oferecem educa o tentar tornar sua clientela empreg vel adequando seus cursos demanda e incluindo na forma o elementos subjetivos capazes de assegurar maior ades o dos quadros s institui es e seus objetivos Digamos que a contra o do mercado de trabalho aprofunda a subsun o do sistema educacional e especialmente da educa o profissional aos requisitos do capital interessante atentarmos para a fun o ideol gica e pol tica do uso dos conceitos As no es de empregabilidade e compet ncia tais como utilizadas v m associadas a uma pol tica de sele
28. a guerra fiscal passou a ficar setorizada com alguns estados atraindo ramos industriais espec ficos Na perspectiva de Borja 2001 p 2 a popula o do Sul do Pa s fica com o maior preju zo pois se desencadeia uma s rie de consequ ncias pelo fechamento das unidades fabris em sua economia Destarte 32 Contabilize se como somat rio a guerra de incentivos fiscais que roubam nossas ind strias e a nossa m inser o na pol tica externa de com rcio da Uni o desvantajosa para o Rio Grande em raz o de nosso perfil produtivo e os danos da advindos quebra da atividade prim ria quebra da ind stria de latic nios quebra da ind stria de enlatados e conservas quebra da ind stria cal adista e tantas outras mais Contabilize se ainda a drenagem fiscal de recursos e tributos a fundo perdido que retirado do sul e enviado para outras regi es na forma de incentivos BORJA 2001 p 2 A Referida pol tica industrial adotada teve por base as concess es financeiras e o apoio governamental ocorrente por meio do oferecimento de terrenos por parte dos governos estadual e municipais em dimens es compat veis com os projetos provendo os com o sistema de abastecimento d gua sistemas de rede el trica e de telefonia e ainda rede de g s natural nas regi es em que este era dispon vel Os incentivos financeiros se davam mediante concess o via Fundo de Desenvolvimento Industrial do Cear FDI Os benef cios oferecid
29. a vida ao afeto a alimenta o a moradia ao trabalho e a sobreviv ncia As trajet rias escolares descont nuas se tornam mais perversas porque se misturam com essas trajet rias humanas Com efeito a escola tanto poder a favor da ordem capitalista contribuir para a domina o desse sujeito trabalhador como tamb m poder se constituir instrumento de resistencia para negar esta domina o Sobre este tema Snyders 2005 p 102 103 registra A escola n o feudo da classe dominante ela terreno de luta entre a classe dominante e a classe explorada ela o terreno em que se defrontam as for as do progresso e as for as conservadoras O que l se passa reflete a explora o e a luta contra a explora o A escola simultaneamente reprodu o das estruturas existentes correia de transmiss o da ideologia oficial domestica o mas tamb m amea a ordem estabelecida e possibilidade de liberta o Contraditoriamente a ideologia democr tica que o curr culo dos cursos de car ter profissionalizante proclama defender na verdade tem em geral na sua concep o a exist ncia reprodutora da divis o social 13 Quanto aos objetivos espec ficos o mesmo documento base do PROEJA apresenta como tais 1 Democratizar o acesso cultura aos meios de comunica o e s novas tecnologias 2 Atender s necessidades educacionais do Jovem e Adulto em n vel m dio reinserindo o no mundo educaciona
30. base t cnica do processo produtivo ou seja conte do e organiza o do trabalho mas permanecem as rela es sociais de comando Isso nos leva a observar que os esfor os demandados no sentido de flexibilizar as rela es de trabalho fizeram desenvolver novas formas de padroniza o apropria o e deteriora o laboral 40 A qualifica o beneficiou alguns trabalhadores que atuam diretamente nas reas gerenciais causando a redu o em grande escala do n mero de empregados substituindo os por m quinas e profissionais polivalentes No racioc nio de Oliveira 2003 p 23 As mudan as propaladas para a educa o onde se sobressaem a defesa da qualidade total na educa o a educa o para a competitividade a sociedade do conhecimento amplamente defendidas pelos neoliberais representam a continuidade de um modelo educacional no qual h uma escola de qualidade para os inclusos econ mica e politicamente e uma escola de segunda qualidade e excludente para o restante da popula o Podemos ent o inferir que a qualidade na educa o numa sociedade dual como a nossa n o ser um direito e sim um privil gio de grupos minorit rios O conceito de Capital Humano elaborado por Theodore W Schultz e Gary S Backer defende a import ncia da instru o e do progresso do conhecimento como ingredientes fundamentais para solucionar a escassez de pessoas com habilidades que atuam nos setores em processo de moderniza
31. campus Juazeiro do Norte Apenas mantida a continuidade de ofertas das disciplinas aos alunos com ingresso at o semestre 2011 1 4 1 A Oferta do PROEJA Existe muita oportunidade mas tem que ter qualifica o O documento base do PROEJA enfatiza para quem essa forma o se destina explicitamente dedicada s pessoas que n o conseguiram permanecer na escola para ent o concluir o ensino b sico assim exposto Um agravante na situa o brasileira diz respeito a presen a forte de jovens na EJA em grande parte devido a problemas de n o perman ncia e insucesso no ensino fundamental regular BRASIL 2006b p 7 Consorte expressa Frigotto 2005 p 77 tal justificativa demonstra que A realidade social constru da historicamente no Brasil nos mostra como vimos acima que a maioria dos jovens n o concluiu o ensino m dio ou o faz de forma prec ria em cursos supletivos e no hor rio noturno O autor adverte ainda para o fato de que H uma travessia complexa e contradit ria a fazer Travessia que implica atuar sobre a realidade at aqui produzida e buscar formas de mudan as estruturais que a modifiquem radicalmente Ou seja n o se superam as desigualdades no mbito educativo e cultural sem concomitante superar a materialidade de rela es sociais que as produzem FRIGOTTO 2005 p 77 Faz se necess rio destacar que os alunos oriundos da classe trabalhadora que conseguiram concluir a educa
32. caracter sticas do trabalhador KUENZER 1997 p 33 Para entender como ocorreu o trabalho com as disciplinas da rea t cnica questionamos os egressos sobre as disciplinas de suas prefer ncias ao longo do curso e como estas foram desenvolvidas no interior do PROEJA Eles assim responderam A f sica sempre me fascinou e uma coisa que eu uso na mec nica Gostava das aulas de matem tica de pneum tica Egresso 1 Eu gostava da parte dos metais O processo dos metais Porque eu acho interessante o processo dos metais porque a gente vai utilizar cabe pessoa utilizar Existem v rios tipos de metais e voc tem que escolher dependendo do servi o que voc vai fazer n o adianta trabalhar com alum nio se eu preciso de inox metal forjado L tamb m a gente trabalha com v rios tipos de metais Eu gostei mas n o tive tanto xito na aprendizagem por isso que eu falei que tem que ser bastante destacado a parte dos metais Egresso 2 A que eu mais gostava era resist ncia dos materiais Pelo fato de eu trabalhar diretamente com materiais ent o voc acaba pegando o interesse adquirindo o interesse de conhecer melhor o que eu gostava era resist ncia dos materiais e a parte de usinagem essas disciplinas eu mais gostava Egresso 3 N o Se for na rea de segundo grau por ai foi boa com rela o ao ensino m dio n o tenho o que falar nada foi uma rea boa Agora nas disciplinas da rea t cnica a foi
33. de m quinas aplicando os fundamentos matem ticos f sicos e qu micos nos processos de controle de qualidade e Coordenar e desenvolver equipes de trabalho que atuam na instala o na produ o e na manuten o aplicando m todos e t cnicas de gest o administrativa e de pessoas e Aplicar normas t cnicas e especifica es de cat logos manuais e tabelas em projetos em processos de fabrica o na instala o de m quinas e de equipamentos e na manuten o industrial 88 e Projetar produto ferramentas m quinas e equipamentos utilizando t cnicas de desenho e de representa o gr fica com seus fundamentos matem ticos e geom tricos e Elaborar projetos leiautes diagramas e esquemas correlacionando os com as normas t cnicas e com os princ pios cient ficos e tecnol gicos e Aplicar t cnicas de medi o e ensaios visando melhoria da qualidade de produtos e servi os da planta industrial e Desenvolver projetos de manuten o de instala es e de sistemas industriais caracterizando e determinando aplica es de materiais acess rios dispositivos instrumentos equipamentos e m quinas e Projetar melhorias nos sistemas convencionais de produ o instala o e manuten o propondo incorpora o de novas tecnologias e Conhecer as formas contempor neas de linguagem com vistas ao exerc cio da cidadania e prepara o b sica para o trabalho incluindo a forma o tica e o desenvolvimento da au
34. desenvolvimentista que tinha como objetivo se contrapor ao modelo tradicional de desenvolvimento do poder coronelista anteriormente dominante no Cear Mediante um projeto modernizador o grupo viu a possibilidade de afastar o Estado do atraso econ mico e social e do conservadorismo pol tico clientelista que sob o poder do coronelismo utilizava o setor p blico para a pr tica da vassalagem pol tica troca de favores Sobre as supostas mudan as na concep o pol tica do novo grupo Teixeira 2002 p 12 destaca a no o de que um exame cuidadoso da economia cearense revela ao contr rio do que se poderia pensar que a era CIC n o representou um corte radical com o passado e sim uma intensifica o do desenvolvimento da l gica de um processo de trabalho produtor de mercadorias Com ares de reforma o CIC passou a promover campanhas de esclarecimento sociedade na tentativa de debater um novo projeto para o Cear In meros eventos foram realizados com a participa o de pol ticos economistas e empres rios entre estes o 1 p ss quando o empres rio Amar lio Macedo Nordeste do Brasil avalia o e perspectivas ocupava a Presid ncia do CIC Com Tasso Jereissati no comando do CIC outro evento reuniu em Fortaleza todos os governadores da regi o Nordeste eleitos em 1982 para discutir perspectivas pol ticas e econ micas e suas atua es no desenvolvimento nordestino O CIC foi transformad
35. dessas exig ncias KUENZER 2007 p 33 Analisando os objetivos proclamados no PPP do PROEJA em Mec nica Industrial identificamos o fato de que esse segue as diretrizes das atuais pol ticas de educa o profissional atreladas ao conceito de capital humano e articulam os programas curriculares ao sistema de produ o a fim de submeter a forma o da classe trabalhadora l gica do mercado 58 Objetivo Geral Formar profissionais competentes t cnica tica e politicamente capazes de desenvolver atividades ou fun es t picas da rea segundo os padr es de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho do t cnico observadas as normas de seguran a e higiene do trabalho e de preserva o ambiental Objetivos Espec ficos Oportunizar ao aluno condi es para que desenvolva compet ncias profissionais para atuar na rea de planejamento instala es e manuten o Promover condi es para que o aluno utilize e aplique novas tecnologias relativo ao campo de atua o aliando a teoria e a pr tica Promover condi es para que o aluno aplique os conhecimentos cient ficos e tecnol gicos nos processos relacionados ao contexto pessoal e profissional utilizando os de forma tica BRASIL 2006b p 13 14 preciso compreender as contradi es dos discursos para isso Oliveira 2003 p 40 destaca atribuir escola a responsabilidade de garantir um novo tipo de forma o permitindo
36. desta forma o com o PROEJA ii elucidar a concep o de educa o integral subjacente ao PROEJA e os meios propostos para sua operacionaliza o e iii investigar em que n vel a forma o dada no PROEJA contribui para a emancipa o humana A investiga o realizada foi de natureza qualitativa pois entendemos que a contribui o da abordagem qualitativa para a compreens o do social pode ser colocada como teoria e m todo Enquanto teoria ela permite desvelar processos sociais ainda pouco conhecidos grupos particulares e expectativas sociais em alto grau de complexidade Enquanto m todo caracterizado pela emp rea e pela sistematiza o a abordagem qualitativa propicia a constru o de instrumentos fundamentados na percep o dos atores sociais MINAYO 1994 p 30 31 15 O locus da pesquisa foi o curso de Mec nica Industrial do PROEJA do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Cear IFCE Campus Juazeiro do Norte Tomamos como sujeitos principais desta pesquisa os alunos que ingressaram nesse curso no semestre 2007 1 e o conclu ram em 2010 1 Inicialmente fizemos levantamento e revis o bibliogr fica das categorias qualifica o profissional forma o integral cidadania sindicalismo politecnia exclus o social reprodu o social reestrutura o produtiva capital humano compet ncias e habilidades interioriza o industrial curr culo interdisciplinar e desenvolvime
37. e xito na educa o b sica p blica firma se a concep o de que a forma o pode contribuir para a integra o sociolaboral dos diversos conjuntos populacionais e mais do que isso para que constitua efetivamente direito de todos BRASIL 2006b p 34 Para Frigotto e Ciavatta 2006 p 61 passa se a ideia de que a desigualdade entre na es e indiv duos n o se deve aos processos hist ricos de domina o e de rela es de poder assim tricas e de rela es de classe mas ao diferencial de escolaridade e sa de da classe trabalhadora Associam se de forma linear a educa o o treinamento e a sa de produtividade A responsabilidade das desigualdades sociais passa a ser portanto resultado de acomoda o dos sujeitos que n o quiseram estudar Afinal as estrat gias que utilizam os conceitos de compet ncia flexibilidade e empregabilidade nada mais s o do que tentativas de inculpar a pessoa e sua atitude em resistir a um mercado competitivo Outro dado importante constatado na pesquisa foi que todos os egressos afirmaram a necessidade de conhecimento polivalente para se adequar s oportunidades de vagas de emprego que possam estar dispon veis no mercado de trabalho N o percebem que essa uma exig ncia direcionada classe prolet ria N o encontramos profissionais oriundos da classe burguesa tendo uma forma o polivalente por necessidade econ mica conforme exemplificado no discurso do
38. e alguns aspectos operacionais Eu passei seis meses s no datashow teve o curso de eletr nica que foi s na conversa Para a concretiza o dos objetivos almejados o documento base do PROEJA anuncia a concep o de curr culo pretendida o curr culo integrado uma possibilidade de inovar pedagogicamente na concep o de ensino m dio em resposta aos diferentes sujeitos sociais para os quais se destina por meio de uma concep o que considera o mundo do trabalho e que leva em conta os mais diversos saberes produzidos em diferentes espa os sociais Abandona se a perspectiva estreita de forma o para o mercado de trabalho para assumir a forma o integral dos sujeitos como forma de compreender e de compreender no mundo BRASIL 2006b p 40 Entendemos que a organiza o curricular requer a participa o de toda a equipe envolvida na execu o do Projeto Pol tico Pedag gico do curso Este um trabalho que exige o dinamismo de todos os participantes a fim de garantir o alcance dos objetivos pretendidos no processo ensino aprendizagem al m de ser uma tarefa com rica possibilidade de forma o para toda a equipe pedag gica Ao pensar em um curr culo para o trabalhador que procura a educa o profissional na modalidade EJA Machado 2006 p 44 destaca Importante lembrar tamb m da dimens o integral da vida do educando entend lo como algu m que al m de estudante tem outros pap is no siste
39. es sociais econ micas e pol ticas a envolvidas KOBER 2004 No Nordeste brasileiro presenciamos grandes mudan as no panorama industrial O modelo de desenvolvimento praticado em d cadas anteriores pela Superintend ncia do Desenvolvimento do Nordeste SUDENE n o mais atende as exig ncias atuais do novo modelo de acumula o produtiva A SUDENE conforme nos explica Ara jo 1997 p 452 foi criada EN na inten o de se contrapor pol tica tradicional assistencialista em per odos de emerg ncia e apoiadora das oligarquias nordestinas A id ia era contrabalan ar os mecanismos de perda de capital sofrida pela regi o e oferecer empregos suficientes para absorver a popula o vinda do campo Novas estrat gias industrializantes foram postas em pr tica quando os jovens zf 4 z ps empres rios do Centro Industrial do Cear CIC chegaram ao poder pol tico do Estado do Cear que por algumas a es se assemelharam ao modelo anterior e outras mostraram caracter sticas distintas As semelhan as se revelavam por via dos incentivos fiscais na oferta de m o de obra desqualificada abundante e barata na instala o de infra estrutura na 2 A orienta o que embasou a pol tica de desenvolvimento implementado pela SUDENE no Nordeste teve por base o documento Uma Pol tica para o Desenvolvimento Econ mico do Nordeste elaborado pelo GTDN Grupo de Trabalho de Desenvolvimento do Nordes
40. escolas diferenciadas para os burgueses e para os filhos da classe trabalhadora Entendemos que a cidadania pressup e a o visualizada na participa o pol tica de que a popula o em geral possa participar intervindo efetivamente Essa participa o determinar o 60 resultado efetivo de uma educa o integral A consci ncia da opress o sofrida pela classe trabalhadora proporcionar a luta efetiva pela participa o na sociedade em condi es de igualdade Tomando a igualdade como inexistente no interior do atual sistema Oliveira 2003 p 72 entende que imposs vel se pensar a igualdade de oportunidades como tamb m a apropria o da produ o material e cultural quando a pr pria base sobre a qual se sustenta a produ o capitalista requer a exist ncia de grupos e indiv duos em condi es desiguais em rela o propriedade dos meios de produ o Frigotto e Ciavatta 2006 p 68 expressam o seguinte argumento A ideia de cidadania coletiva implica o resgate da individualidade como parte de um coletivo e portanto como sujeito pol tico Cabe observar o quanto a concep o de cidadania coletiva est distante da no o mercantil de cidad o produtivo Este deve possuir as qualidades para a inser o em uma economia de mercado que o aliena de sua generalidade em comunh o pol tica com os demais homens para submet lo aos ditames da produtividade exigida pela reprodu o do capital Para se cheg
41. esses egressos s o submetidos prec rio e alienado como este pode ent o ser capaz de contribuir com a forma o de um sujeito na perspectiva integral Entendemos que isso n o poss vel como ali s demonstramos nas das diversas falas dos egressos ao longo deste trabalho Sendo tratada igual a qualquer outro servi o ou mercadoria a educa o sob os princ pios neoliberais sem d vida discursivamente reestruturada com suporte nas raz es do mercado Compromete se dessa forma o curr culo empobrecido e dissociado da pr tica Como esperamos ter elucidado a educa o oferecida por meio do PROEJA disp e aos sujeitos desse processo conhecimentos m nimos dissociados da pr tica e com incipiente forma o humana demonstrando uma forma o diretamente relacionada posi o social que se pretende que ocupem E Neste contexto a desqualifica o da escola e ao mesmo tempo o aumento da escolaridade desqualificada s o amplamente funcionais aos interesses da burguesia nacional associada ao capital internacional FRIGOTTO 1989 p 28 Os organismos multilaterais por meio da manifesta o ideol gica tentam nos fazer acreditar que mediante a educa o profissional de curta dura o e baixo custo a empregabilidade ser garantida expressa por essas ag ncias a ideia de que o investimento em educa o b sica possibilitaria classe trabalhadora a revers o das desigualdades sociais e que as pessoas que conclu
42. faltas reconhe o Mas n o por falta de interesse por cansa o e quando eu terminei o curso eu preferi dar um tempo Mas eu pretendo voltar e fazer outros cursos a e esse fato do cansa o o motivo pra maioria desistir Nossa sala come ou com 30 alunos e s 7 se formaram ent o esse a um dos maiores fatores pra gente desistir Egresso 3 Quando indagamos a respeito dos meios que se utilizam para ter acesso s informa es os egressos responderam Atrav s dos jornais Reportagens de jornal que eu vejo o que est acontecendo Utilizo mais a televis o Acompanho not cias quando fala em emprego e oportunidade eu j presto mais aten o Egresso 1 101 Na televis o o que eu gosto mais quando passa alguma reportagem sobre emprego sobre pessoas que de repente estudaram pouquinho e de repente chegaram l em cima Ent o assim isso me interessa muito pessoas que praticamente n o tem nenhuma expectativa e mesmo assim conseguiu vencer na vida ent o isso uma coisa que me interessa muito Egresso 3 S internet Nesse ltimo m s agora eu relaxei um pouquinho tenho assistido jornal n o Egresso 4 Pelo jornal da televis o Gosto mais de not cias que falam de emprego tecnologia tamb m Eu gosto dessas reas Egresso 5 Por interm dio desses dados informados podemos verificar que o desemprego uma preocupa o constante e que quando esses trabalhadores procuram um curso c
43. fiscais de redu o dos impostos para os projetos de instala o moderniza o amplia o ou diversifica o aprovados pelo rg o competente a partir de 1 de janeiro de 1998 nos percentuais segundo a Lei N 9 532 de 10 de dezembro de 1997 75 setenta e cinco por cento a partir de 1 de janeiro de 1998 at 31 de dezembro de 2003 II 50 cinquenta por cento a partir de 1 de janeiro de 2004 at 31 de dezembro de 2008 e MI 25 vinte e cinco por cento a partir de 1 de janeiro de 2009 at 31 de dezembro de 2013 Vale destacar que o n mero de ind strias existentes na regi o do Cariri no per odo que antecedeu a pol tica implementada pelo PSDB no Estado do Cear e em especial no Cariri o mesmo depois de dez anos com a pol tica praticada Isso decorre do fato de que as industrias beneficiadas ap s o t rmino do per odo de abono fiscal retornaram aos seus estados de origem conforme tabela a seguir Tabela 1 N mero de ind strias existentes em 1985 e 1996 1985 a 1996 b PUNICIEIDS N mero N mero Juazeiro do Norte 279 25 8 543 49 3 Crato 209 19 3 166 15 1 Barbalha 66 6 1 60 5 4 Demais Munic pios 528 48 8 333 30 2 TOTAL 1 082 100 0 1 102 100 0 Fontes a IBGE 1985 b Secretaria da Fazenda do Estado do Cear 1997 apud MOURA 2002 De acordo com dados do IPLANCE at 1998 27 estabelecimentos industriais foram implantados no tri ngulo CRAJUBAR advin
44. for a de trabalho Entre os objetivos propagados e a realidade concreta poderemos encontrar pontos de converg ncias e ou de diverg ncias Com efeito faz se importante saber o que acontece com o aluno egresso do PROEJA em Mec nica Industrial avaliando a sua inser o no setor produtivo buscando conhecer a sua situa o de trabalho como o conhecimento t cnico adquirido no curso aplicado identificando sal rios e a rela o que possui com o sindicato da categoria Nessa perspectiva nossa investiga o parte dos seguintes questionamentos qual a compreens o dos egressos sobre a forma o recebida do PROEJA Essa contribui para sua reflex o cr tica e inser o no mundo do trabalho Que rela o se estabelece entre a industrializa o no Cear e no Cariri as demandas de forma o do trabalhador e o PROEJA Como a forma o integral concebida no Documento Base do PROEJA e no Projeto Pol tico Pedag gico do curso de Mec nica Industrial do PROEJA do IFCE Campus Juazeiro do Norte e que meios s o utilizados para sua operacionaliza o Com o objetivo principal de analisar o PROEJA no contexto do desenvolvimento econ mico da Regi o do Cariri e como a proposta de forma o integral do curso de Mec nica Industrial repercute na atua o profissional dos egressos tra amos como objetivos espec ficos i caracterizar a industrializa o no Cear e no Cariri suas demandas de forma o da classe trabalhadora e a rela o
45. gias tomadas pela pol tica de interioriza o industrial no Estado do Cear principalmente as voltadas para a regi o do Cariri no in cio da d cada de 1990 No terceiro seguinte apresentamos as categorias de an lise pois acreditamos que a qualidade da an lise das falas dos egressos da ideia de educa o defendida no documento base do PROEJA e da estrat gia de operacionaliza o apresentadas no Projeto Pol tico Pedag gico do PROEJA em Mec nica Industrial depender do seu sistema de categorias 17 No quarto trazemos a an lise dos documentos oficiais que tomamos como o mote desta pesquisa e a contraposi o mostrada nas falas dos egressos do PROEJA tomando como referencial te rico os estudos marxista No quinto m dulo cap tulo de remate est o as considera es finais 18 2 A INDUSTRIALIZA O COMO MODELO DE DESENVOLVIMENTO ECON MICO E A POL TICA DE INTERIORIZA O INDUSTRIAL NO CARIRI Poucas id ias t m hoje a for a consensual daquela que vincula educa o emprego e desenvolvimento A saber o investimento em educa o geraria retornos em termos de produtividade para as empresas de consegiiente desenvolvimento econ mico e bem estar social para o pa s e de aumento de renda e possibilidade de inser o social para o individuo Esta id ia permeia todos os setores da sociedade mas a rela o de causalidade direta entre estes fatores mais esconde do que esclarece a teia de rela
46. hora que n o d mais A a empresa acha melhor que ele v procurar oportunidade em outro lugar N o adianta voc t num lugar que n o feliz e voc pode ir pra um lugar que voc vai ser feliz N o que o empres rio queira ver voc infeliz ele que ver o lucro Egresso 2 Bom na maioria das vezes na verdade assim o pessoal s vezes os empres rios da regi o do setor cal adista na verdade tem altos e baixos ent o assim quando existe um corte pelo fato de trocar uns funcion rios num per odo de baixa entendeu Dificilmente se voc for um bom funcion rio voc vai perder seu emprego S que se voc um funcion rio que n o esteja produzindo legal caiu produ o voc vai ser o primeiro a rodar Egresso 3 Diante dos argumentos expostos lembramos dos escritos de Gentilli 1999 p 22 23 quando em sua analise exprime que O problema mais complexo os indiv duos s o tamb m culpados pela crise A sociedade culpada na medida em que as pessoas aceitaram como natural e inevit vel o status quo estabelecido por aquele sistema improdutivo de interven o salarial Os pobres s o culpados pela pobreza os desempregados pelo desemprego O neoliberalismo privatiza tudo inclusive tamb m o xito e o fracasso social Ambos passam a ser considerados vari veis dependentes de um conjunto de op es individuais atrav s das quais as pessoas jogam dia a dia seu destino como num jogo de bacar
47. ind stria cearense uma breve descri o de sua conforma o e de alguns efeitos sobre o trabalho Fortaleza SINE 1996 BESERRA F R S Reestrutura o do capital e ind stria cal adista na regi o do Cariri CE 2009 Dispon vel em lt http ojs c3sl ufpr br 0js2 index php raega article view Article 13748 gt Acesso em 24 set 2012 BEZERRA NETO L A classe trabalhadora e a mundializa o do saber In LUCENA C Org Trabalho precariza o e forma o humana Campinas Al nea 2008 p 49 66 BOCAYUVA P C C Local e redes socioprodutivas S o Paulo FASE 2003 BORJA S A P de O Nordeste desigual 2001 Dispon vel em lt http www sergioborja com br SITE ANTIGO UFRGSS 0 20NORDESTE 20DESIGUAL pdf gt Acesso em 24 set 2012 BRASIL Decreto n 2 208 de 17 de abril de 1997 Bras lia 1997 Dispon vel em http www planalto gov br ccivil 03 decreto D2208 htm Acesso em 23 set 2012 Decreto n 5 154 em 23 de julho de 2004 Bras lia 2004 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 ato2004 2006 2004 decreto d5 154 htm gt Acesso em 23 set 2012 Decreto n 5 840 de 13 de julho de 2006 Institui no mbito federal o Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional Educa o B sica na modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA e d outras provid ncias Bras lia DF 2006a BRASIL Minist rio da Educa o Conselho Nacional de Educa
48. mesmo diplomados em n vel superior exercem fun es n o condizentes com a sua forma o intelectual Ante tal situa o conclu mos com Gaud ncio Frigotto 1994 p 52 que N o h raz es ontol gicas mas sim determina es hist ricas perversas que definem que os trabalhadores as classes populares tenham que ter uma educa o trabalho lazer cultura etc de segunda categoria O PROEJA n o concede possibilidades ao trabalhador de articular os conhecimentos adquiridos por via da sua proposta curricular com seu trabalho concreto e tampouco consegue elevar a consci ncia cr tica desses sujeitos como um dos fundamentos da forma o integral cr tica e emancipadora Entendemos que a supera o da dualidade na forma o para o trabalho s ser poss vel quando a estrutura social n o estiver mais baseada na divis o de classes Com efeito licito acentuar que quanto mais a sociedade se desenvolve mais hierarquizado e autorit rio o regime da produ o no interior da f brica Destacamos a divis o do trabalho personificada nas figuras dos oper rios t cnicos supervisores engenheiros ger ncia e dire o A f brica poderia funcionar sem essas divis es mas justamente ela que asseguram uma esp cie de domina o pol tica sem a qual a sociedade de classes n o poderia ser fortalecida A interdisciplinaridade proclamada no documento base do PROEJA n o cumprida na pr tica pelos cursos profissionaliza
49. na divis o de trabalho na sociedade capitalista explicitada na forma de um ensino acad mico preparat rio dos cursos superiores destinados s elites e de um ensino profissional para a classe trabalhadora S o de tal modo institu das duas redes paralelas de ensino e sem comunica o O aluno do curso profissional de n vel m dio n o poderia se transferir para o curso acad mico nem cursar a faculdade A Lei de Diretrizes e Bases da 45 Educa o Nacional LDB Lei n 4 024 de 1961 introduziu mudan as abrindo canais de comunica o entre os cursos secund rios e os profissionalizantes facultando aos alunos destes a transfer ncia para aqueles al m da possibilidade de ingresso nos cursos superiores BRASIL 1961 Como consequ ncia conforme Saviani 1997 p 20 21 ocorre que nessa estrutura apenas o ensino secund rio d acesso a qualquer carreira do ensino superior Os demais ramos do ensino m dio s davam acesso s carreiras a eles correspondentes Por outro lado se um aluno quisesse passar de um ramo a outro do ensino m dio ele perderia os estudos j feitos tendo que come ar do in cio do novo ramo Ora a LDB manteve essa estrutura mas flexibilizou a isto tornou poss vel que conclu do qualquer ramo do ensino m dio o aluno tivesse acesso mediante vestibular a qualquer carreira do ensino superior De outra parte possibilitou o aproveitamento de estudos de modo que determinado aluno pudes
50. o aos interesses diretos das elites empresariais que sob a justificativa dos atuais requisitos da produ o flex vel afirmam consider la o elemento basilar para a constru o de uma economia com maior potencial de competitividade e produtividade No mbito de tal realidade a no o de compet ncia entendida como decorr ncia natural e imanente de transforma o da base material Para os capitalistas sua defini o pauta se na capacidade de executar um conjunto de tarefas Na ptica dos trabalhadores possuir 89 compet ncia o mesmo que dominar as capacidades demandadas pelo mercado de trabalho tornar se um cidad o empreg vel portanto produtivo Sendo assim preciso entender que mesmo o trabalhador tendo a compet ncia necess ria demandada por sua atividade no interior da f brica esta capacidade n o o ajudar a superar a aliena o que marca o produto do seu trabalho no interior do sistema capitalista Este continuar sem o dom nio dos meios de produ o e consequentemente da autonomia advinda desta posse A forma o do trabalhador baseada no desenvolvimento de compet ncias n o considera entretanto que os problemas a que se prop e resolver n o s o exclusivamente pedag gicos Antes t m um fundo epistemol gico que se n o for compreendido desencadeia in meras inova es sem nunca promover a compreens o do problema na sua ess ncia e sua supera o RAMOS 2005 p 113 So
51. o epistemol gica de conte dos de metodologias e de pr ticas educativas Refere se a uma integra o teoria pr tica entre o saber e o saber fazer Em rela o ao curr culo pode ser traduzido em termos de integra o entre uma forma o humana mais geral uma forma o para o ensino m dio e para a forma o profissional BRASIL 2006b p 36 Mesmo por m no que diz respeito forma o profissional destacada a incapacidade do PROEJA em possibilitar ao aluno a compreens o dos princ pios cient ficos que fundamentam o processo de trabalho no interior da f brica No que tange ao conhecimento pr tico os entrevistados ressaltaram que Pelo que est no fichamento do curso d mas falta aulas pr ticas no nosso curso n o teve aula pr tica Eu passei o curso todo s no data show A voc chega na empresa a empresa n o quer saber ela contrata voc pra resolver os problemas dela ela n o quer saber como voc aprendeu ela quer que voc fa a ali na pr tica Eu passei seis meses s no datashow teve o curso de eletr nica que foi s na conversa Eu chegava na empresa voc tem conhecimento Tenho sim pois v desmontar aquela bomba ali sei fazer isso n o como pode voc n o saber desmontar essa bomba ai Ent o a empresa n o quer saber disso ela quer saber de solu o para os problemas dela Egresso 1 82 Assim o curso que nos tivemos tinha a teoria a nica ferramenta que a gente usou foi o pa
52. o expressa intensa concentra o nas cidades de Juazeiro do Norte Crato e Barbalha que segundo o IBGE totalizam 419 456 habitantes em 2010 representando 75 do total da popula o da Regi o Metropolitana do Cariri Juazeiro do Norte com 244 701 habitantes o munic pio mais populoso da regi o Ara jo 2011 p 70 indica que Juazeiro do Norte se destaca por seu centro comercial e religioso al m de deter o maior n mero de micro e pequenas empresas sendo comum sempre se ouvir dos moradores em todo canto que voc andar no Juazeiro vai achar uma f brica de cal ado No setor industrial segundo informa es da Secret ria da Fazenda do Estado SEFAZ em 1996 existiam no Cariri 1 202 estabelecimentos correspondendo a 10 do total do Estado Quase metade dessas ind strias encontrava se em Juazeiro do Norte que possu a o maior parque industrial da regi o Estes n meros refletiam uma pol tica de interioriza o industrial com alto poder de atra o de investimentos A regi o sempre se destacou em trabalhos artesanais artigos em cip fibra palha tecelagem metal ourivesaria dentre outros A economia era solidificada em tr s principais atividades ind stria agroind stria e turismo A ind stria de transforma o de toda a rea estava concentrada em tr s munic pios Crato Juazeiro do Norte e Barbalha CRAJUBAR sendo Juazeiro do Norte o de maior peso em termos da atividade industrial seguido
53. o pr prio e da garantia de sucesso como consequ ncia da escolariza o bastante enfatizada na fala dos egressos Sen o vejamos O estudo o nico caminho se voc quer ter uma vida melhor tem que estudar Agora muitas coisas atrapalham o estudo a gente tem que ter organiza o de vida o mais importante a for a de vontade Egresso 2 Em decorr ncia do mercado competitivo em que nem todos conquistar o o emprego a fun o da escola passa a ser selecionar para o emprego O m rito do sujeito empregado est em ter conseguido se colocar no mercado de trabalho Merece destaque a seguinte passagem no documento base Os fundamentos das pr ticas pedag gicas permanecem reproduzindo modelos culturais de classes sociais diversas das dos alunos produzindo o fracasso escolar e a chamada evas o Desta forma ainda hoje mesmo os que chegam ao final saem sem dominar a leitura e a escrita BRASIL 2006b p 15 Esse trecho expressa a tend ncia de culpar a escola pela reprodu o de um modelo de educa o que afasta os alunos por meio da evas o Essa uma situa o deveras importante a se considerar porquanto o mesmo documento situa o papel decisivo do sistema capitalista nesse processo Mesmo empreendendo a cr tica ao capitalismo o texto n o avan a com vistas 53 a apontar para sua supera o embora o documento base se referencie numa literatura marxista para definir a concep o adotada pelo PRO
54. o program vel o oper rio passou a desenvolver um trabalho de monitoramento que n o significou maior qualifica o o oper rio limitado de gestos mecanizados e pouco discernimento t pico do modelo Taylorista Fordista de organiza o da produ o deixa de ser funcional para os objetivos gerenciais esta mudan a est associada a um crescimento substancial da import ncia de uma boa educa o formal da for a de trabalho CARVALHO 1999 p 104 43 Outros sentidos mostram se no debate da qualifica o como sua substitui o pelo modelo da compet ncia que assume no atual mercado de trabalho uma representa o intensa nas representa es de trabalho qualifica o e forma o profissional Entender como denominar esses conceitos significa compreender qual o contexto pol tico e ideol gico que os define Essas identifica es tornam poss vel esbo ar um modelo perante as caracter sticas expressas podendo variar de acordo com a concep o que est ligada O car ter inovador das atuais transforma es na base t cnica e material do trabalho revela a urg ncia de novas estrat gias de qualifica o e desqualifica o exigindo um novo perfil do trabalhador que Manfredi 2002 p 62 descreve posse de escolaridade b sica de capacidade de adapta o a novas situa es de compreens o global de um conjunto de tarefas e das fun es conexas o que demanda capacidade de abstra o e de sele o t
55. para o trabalho e a cidadania do educando para continuar aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condi es de ocupa o ou aperfei oamento posteriores O aprimoramento do educando como pessoa humana incluindo a forma o tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento cr tico A compreens o dos fundamentos cient fico tecnol gicos dos processos produtivos relacionando a teoria com a pr tica BRASIL 2006b p 43 Frigotto 2006 p 62 ressalta que O ide rio pedag gico vai afirmar as no es de polival ncia qualidade total habilidades compet ncias e empregabilidade do cidad o produtivo um trabalhador que maximize a produtividade sendo um cidad o m nimo O que acontece na verdade que o PROEJA atendendo as raz es da pol tica educacional excludente reserva aos trabalhadores um conhecimento fragmentado dissociado da realidade que o impede de entender as quest es hist ricas determinantes do lugar que ocupam na hierarquia de uma sociedade dividida em classes ao outorgar ao ensino m dio a fun o de desenvolver a pessoa humana mediante a prepara o de compet ncias b sicas para o trabalho e o exerc cio da cidadania e conferir ao ensino t cnico a vertente profissionalizante a pol tica educacional expressa apenas uma solu o ideol gica pois desconsidera a realidade do modelo econ mico brasileiro com sua carga de desigua
56. por Crato e Barbalha As atividades industriais no tri ngulo CRAJUBAR eram bastante diversificadas destacando se a produ o de bens dur veis e n o dur veis como por exemplo a f brica de 7 Em junho de 2009 foi sancionada a Lei Complementar Estadual N 78 criando a Regi o Metopolitana do Cariri composta pelas cidades de Barbalha Cariria u Crato Farias Brito Jardim Miss o Velha Nova Olinda Santana do Cariri e Juazeiro do Norte CEAR 2009 24 m quinas de costura industrial motores el tricos cal ados bolsas cintos confec es bebidas etc Segundo estimativas do Instituto de Planejamento do Cear IPLANCE em 1996 o Produto Interno Bruto PIB do Cariri medida do valor dos bens e servi os finais produzidos alcan ou o montante de R 1 438 2 milh es equivalente a 8 4 do produto estadual No mesmo ano a renda per capita foi de R 1 697 00 correspondendo a 67 2 da renda m dia do cearense Nos ltimos 20 anos houve aumento substancial no n mero de ind strias instaladas no tri ngulo CRAJUBAR sendo este consequ ncia da pol tica de desenvolvimento econ mico adotado pelo governo do PSDB nesse Estado Referida pol tica assumiu como t tica de atra o de investimentos e promo o industrial ren ncias diferenciadas de ICMS e incentivos fiscais Vale constatar que nos ltimos dez anos o Governo estadual de forma incipiente continuou com algumas das estrat gias de atra o de ind strias
57. potencial natural de recursos h dricos e minerais que favorecem tanto a agricultura diversificada como agroind stria explora o de min rios de alto valor comercial e ind strias de aproveitamento de mat ria prima locais O Cariri n o alvo com tanta intensidade os efeitos das estiagens peri dicas como os que assolam as reas do Pol gono das Secas A temperatura anual oscila entre 23 e 25 com precipita o pluviom trica variando de 700mm ano na mais deprimida a 1 100mm ano na parte mais mida a saber regi o possui boas condi es clim ticas n o padecendo com tanta intensidade dos efeitos das estiagens particularmente a regi o central do 23 tri ngulo urbano que em virtude das encostas da Chapada recebe uma quantidade de chuvas acima das m dias do sert o ARAUJO 2011 p 69 Do ponto de vista econ mico destacam se tr s munic pios Juazeiro do Norte Crato Barbalha A regi o da Cariri est localizada em rea privilegiada cercada de uma natureza exuberante e de clima agrad vel Outra caracter stica que a diferencia das demais regi es do Cear a abund ncia de gua com um grande n mero de fontes naturais localizadas em Crato e Barbalha A contagem populacional realizada no ltimo censo demogr fico pelo IBGE no ano de 2010 indicou que a popula o da Regi o Metropolitana do Cariri de 556 260 habitantes correspondendo a 14 do total do Estado A popula o da regi
58. processos de fabrica o mec nica quanto na linha de montagem Essa produ o obtida com origem em uma organiza o produtiva que emprega quantidades m nimas de insumos e m o de obra a fim de obter um menor custo poss vel Os m todos tayloristas fordistas de organiza o do trabalho e da produ o funcionaram ao longo de v rios anos como gestores de capital e produtividade O enfraquecimento desses m todos aconteceu quando a economia japonesa abalada pela guerra renasceu com novos m todos e t cnicas rompendo com os moldes passados fazendo surgir assim uma nova sociedade baseada em inova es tecnol gicas que passaram a ditar o ritmo de consumo e da produ o no mercado Uma vez que as novas tecnologias come aram a ser introduzidas surgem princ pios de organiza o da produ o e do trabalho que superam as propostas do Fordismo e do Taylorismo Ante a inviabilidade do Fordismo Taylorismo perante a automa o microeletr nica a produ o transferida do controle dos movimentos do trabalho vivo para ser produto do controle da m quina Nesta perspectiva novas habilidades s o exigidas ao trabalhador justificadas por um maior n mero de m quinas que ser por ele controlado Sendo assim o baixo grau de automa o poca de Ford que permitia a maior depend ncia ao ritmo de trabalho com uma massa de trabalhadores desqualificados n o mais condiziam com o novo m todo que se estava desenvolvendo 3 4 Qualif
59. professores que formam seu quadro docente da falta de estrutura apropriada para a operacionaliza o das suas atividades da aus ncia de material did tico apropriado ao p blico a que se destinam enfim muitas s o as faces que a ideologia da educa o burguesa assume com a finalidade de manter e reproduzir a sociedade de classes injusta e excludente S o as rela es de explora o mais facilmente institu das como naturais quando o trabalhador n o logra enxergar as contradi es do sistema capitalista e a escola muitas vezes vem cumprindo muito bem a fun o de tapar olhos 108 REFER NCIAS APPLE M W Educa o e poder Porto Alegre Artes M dicas 1989 AMARAL FILHO Jair do SOUZA Dayne Lima RAbelo de Arranjo produtivo de cal ados do Cariri Cear Fortaleza IPECE 2003 ARA JO I M de Os novos espa os produtivos rela es sociais e vida econ mica no cariri cearense Fortaleza Banco do Nordeste do Brasil 2011 ARA JO T B A promo o do desenvolvimento das for as produtivas no Nordeste a vis o do GTDN aos desafios do presente Revista Econ mica do Nordeste Fortaleza v 28 n 4 p 451 466 1997 ARROYO M G Da escola carente escola poss vel S o Paulo Edi es Loyola 1986 Educa o e exclus o da cidadania In BUFFA E ARROYO M NOSELLA P Educa o e cidadania quem educa o cidad o S o Paulo Cortez 2010 p 35 98 ARRUDA G C M Reestrutura o produtiva na
60. quantidade de diplomas preenchendo assim as proje es demandadas pelo mercado como forma de compet ncia na atua o do profissional Kuenzer 2011 p 11 define esse modelo de qualifica o de acordo com o posto fun o desenvolvido pelo trabalhador no mercado formal de trabalho Aqui os atributos s o conguistados individualmente e constitu dos de conhecimentos t cnico cient ficos adquiridos ao longo de uma trajet ria de vida escolar e de trabalho distante do condicionamento sociocultural A instru o do trabalho constitui se pelo treinamento b sico que pode ser formal ou por treinamento preliminar em trabalhos anteriores A forma o do profissional vista de modo que ele desempenhe tarefas fun es espec ficas e operacionais numa sequ ncia l gica que enfatize os aspectos t cnico operacionais em detrimento das fun es te ricas e abrangentes Representar as qualifica es significa individualizar esse processo restringindo e privando a compet ncia ao of cio fun o desempenhada pelo trabalhador no mercado Esse modelo legitima as hierarquias mantidas desde os par metros escolares nos quais os que desempenham fun es mais elevadas s o mais competentes e escolarizados ficando os demais respons veis por atividades de execu o no processo produtivo distantes das decis es Lucena 2008b p 197 nota que P4 A forma o dos trabalhadores composta por processos ideol gicos e contradit rios Ideol gic
61. que desandou tudo Egresso 4 N o soube identificar Egresso5 O processo industrial exige do oper rio que execute apenas tarefas simplificadas que tenha comportamentos automatizados e repetitivos restringindo o a cumprir atividades sem a menor autonomia em solucionar problemas Afinal o fazer unido ao saber dar oportunidade ao trabalhador de eliminar a barreira entre ele e o intelectual imprescind vel compreender a necessidade da supera o dessa dualidade para consolidar a forma o do homem integral condi o essa que passa da unilateralidade da forma o para a onilateralidade do homem Com uma participa o incipiente de trabalhadores em atividades de supervis o e regula o do processo produtivo reunindo componentes intelectuais a maior parte dos trabalhadores n o se especializa medida que executa as tarefas de manuten o e vigil ncia Outros se precarizam ainda mais em virtude da desregulamenta o e da flexibiliza o do 84 mercado de trabalho resultando assim num processo contradit rio que superqualifica em alguns ramos e desqualifica em outros Sobre o conhecimento do trabalhador Kuenzer 1997 p 23 ressalta Neste processo atrav s da observa o dos companheiros da a o dos instrutores de treinamentos eventuais ele vai experimentando analisando discutindo refletindo descobrindo e dessa forma desenvolvendo um conjunto de modos pr prios de fazer e de explicar es
62. que s quem sabe de mec nica e de sapato o pessoal do Rio Grande do Sul ent o o pessoal da regi o n o valorizado O pessoal daqui tamb m pensa e planeja bem na verdade um neg cio que o pessoal acaba n o reconhecendo que a regi o tem um potencial de pessoas que tamb m sabe como fazer e acaba valorizando s o pessoal de fora Egresso3 Sobre a unidade entre o trabalho intelectual e o instrumental Kuenzer 1997 p 141 compreende que a divis o social do trabalho ao romper a unidade que existe entre trabalho intelectual e trabalho instrumental ao n vel das rela es sociais cria estrat gias de distribui o desigual do saber segundo o lugar em que cada um vai ocupar na hierarquia de trabalhador coletivo tendo como determinante mais geral a origem de classe Desta forma a escola especificamente e as rela es de produ o de modo mais amplo propiciam o acesso ao saber intelectual para alguns enquanto para a grande maioria resta a possibilidade de aprender atrav s do trabalho um saber pr tico Esta forma de distribui o desigual tem na raiz o processo de domina o do capital sobre o trabalho que para manter sua hegemonia produz ci ncia a seu favor e dela se apropria privadamente A divis o social do trabalho demanda o surgimento de novas profiss es Essas ser o divididas entre os que executam o trabalho intelectual e os trabalhadores que ficam respons veis pelas tarefas ma
63. situa o depender do esfor o despendido por parte de cada trabalhador para se ajustar ao mercado Vejamos os depoimentos dos egressos 1 2 e 3 Se for um profissional que j qualificado ele tem essa possibilidade porque est faltando no mercado Egresso 1 Toda pessoa que qualificar melhor na profiss o a vai ter um aumento de ganho Um professor que ensina no ensino fundamental ou m dio e quer ensinar numa faculdade tem que ter um doutorado se eu quiser ter um doutorado tenho que estudar Eu tenho uma vis o do futuro que eu quero ganhar bem quero viver bem e ensinar pessoas de alto n vel fazer um doutorado Egresso 2 A oportunidade de emprego hoje muito grande agora tem que cada um correr atr s e estudar porque emprego tem agora gente capacitada pouca Egresso 3 Com origem nesses discursos notamos que os egressos acreditam enganosamente que a garantia de emprego depende diretamente da qualifica o dos trabalhadores O depoimento dos egressos 1 e 2 a seguir ilustram esse pensamento Se voc tiver qualificado n o fica E se tiver um ou dois e talvez nem seja igual a voc Agora se voc n o tiver qualificado n o pode falar nada Egresso 1 Tem v rios motivos Um parte do conhecimento deixar curr culo hoje melhora muito que tem curr culo na internet o pessoal procura muito isso a eu trabalhando j me chamaram pra trabalhar em outra empresa Ent o eu acho assim que t
64. ssem este n vel de ensino teriam maior empregabilidade e possibilidade de progress o de carreira Este processo subentende que a responsabilidade em garantir uma posi o no mercado de trabalho cabe exclusivamente s pessoas O Estado propaga esta ideia e atribui ainda que a marginaliza o da popula o que se encontra exclu da econ mica e socialmente deva ser superada por meio do aumento do n vel de escolaridade A educa o dos trabalhadores propaga o lema aprender a aprender com a finalidade de adapt los s mudan as constantes do mercado O discurso pol tico econ mico 105 liberal do PROEJA n o tem como objetivo fazer o trabalhador compreender o porqu de determinados conte dos mas se interessa por fazer destes homens minimamente preparados para serem posteriormente mais explorados por meio da sua for a de trabalho Interessado em dominar a vida da classe trabalhadora o capital tenciona que os trabalhadores produzam at o limite de suas for as e que sejam disciplinados e obedientes Estes desconhecem aspectos sobre a organiza o da sociedade e como a desigualdade social tem suas causas profundamente cravadas na hist ria Nota se na realidade que esta forma de pensar a educa o profissional supostamente voltada para a forma o de um homem integral assume uma forma disfar ada de consolidar as diferen as sociais sob a m scara das aptid es individuais Este ideal de escola identifica se com os p
65. veis de produ o simplificando ou tornando complexa a execu o do trabalho de acordo com o desenvolvimento econ mico implementado O deslocamento das ind strias por meio dos incentivos fiscais fornecidos pelo Governo do Estado do Cear n o se d apenas com a diminui o dos impostos estaduais A estes incentivos somam se a aus ncia de cultura de participa o sindical o baixo n vel de 106 escolaridade dos trabalhadores o grande n mero do ex rcito de reserva de desempregados e a facilidade em controlar o trabalhador subjetivamente e cognitivamente vista desse quadro estabelecido um crescimento de intensifica o do trabalho sendo a mais valia intensamente captada O trabalhador nessas circunst ncias passa a negociar com as empresas a perman ncia nessas em vez de lutar por melhores condi es de trabalho Algumas observa es merecem ser feitas O que realmente este projeto cont m nas entrelinhas a necessidade pol tica de controle da produ o e da distribui o do saber como forma de manuten o da hegemonia burguesa Sobre o acesso educa o b sica Lucena 2008b p 24 adverte Ao mesmo tempo devemos considerar que mesmo o aumento do acesso a n veis escolares mais avan ados n o melhora a qualifica o dos trabalhadores A eleva o do n vel de escolaridade atenta explora o gratuita por parte da empresa dos saberes formais dos trabalhadores consolidando rela es em que estes
66. 1 38 Dioclecio da Silva Costa 2008 1 39 Edgar Bento Soares 2008 1 E 40 Edilania Lima Pereira 2008 1 41 Frabr cio Ant nio de Souza 2008 1 42 Jefferson Kleyton G Gonzaga 2008 1 43 Jos Ilson Gomes da Silva 2008 1 44 Jos Ludugerio de Lima 2008 1 45 J lio Cesar da Silva 2008 1 46 Luciano Jo o da Silva 2008 1 47 Luis Soares da Costa Neto 2008 1 48 Rafael Moreira da Silva 2008 1 49 Alisson Bruno C de A Alves 2008 2 50 Antonio Alberio A Pinho 2008 2 51 Antonio Pinto Ferreira Filho 2008 2 52 Auritemberk Lopes de Alencar 2008 2 53 Carlos Pereira da Silva 2008 2 54 C cero Daniel da Silva 2008 2 55 Eduardo Ferreira Oliveira 2008 2 56 Elias Honorio Muniz 2008 2 57 Eliene In cio Xavier 2008 2 58 Emanuela Correia Vieira 2008 2 59 Fernanda F lix de Ara jo 2008 2 60 Fernando Cesar Rodrigues 2008 2 61 Francisco Andre Ferreira Lima 2008 2 62 Francisco Jos de S Delfino 2008 2 63 Jo o Vilar Siebra 2008 2 64 Jos Erico Ferreira 2008 2 65 Maria do Socorro R Bento 2008 2 66 Samuel de Sousa Alves 2008 2 67 S rgio Oliveira dos Santos 2008 2 68 Wagner Alves da Silva 2008 2 69 Wanderlania Silva Santana 2008 2 70 Widglan Bernardo Ferreira 2008 2 71 C cera Jozilene G Rodrigues 2009 1 72 C cero Alan Moreira da Silva 2009 1 73 C cero Clayton Silva Souza 2009 1 74 C cero Pereira Gon alves 2009 1 75 C cero S vio Costa Amorim 2009 1 76 Denise Maria da Silva 2009 1 77
67. 2007 1 04 C cero F bio Mendes 2007 1 05 C cero Muniz 2007 1 06 Davi Bezerra Barbosa 2007 1 07 Edimar Pereira da Silva 2007 1 08 Edson Soares da Silva 2007 1 09 Elaine Cristina B Salviano 2007 1 10 Elias Ara jo dos Santos 2007 1 11 Elyssandra Fernandes Alencar 2007 1 12 Francisco Alexsandro S de S 2007 1 13 Francisco Gomes Lopes 2007 1 14 Francisco Rhog rio Brito 2007 1 15 Francisco S rgio B Ricarte 2007 1 16 George Henrique da S Ferreira 2007 1 17 Geraldo Alves Bezerra 2007 1 18 Jo o dos Santos Balbino 2007 1 19 Jos Carlos Herold 2007 1 20 Jos Ferreira dos Santos 2007 1 21 Jos Milton Muniz 2007 1 22 Jos Roberto Jesu no Silva 2007 1 23 Luciano Santana Lima 2007 1 24 Marcos Bezerra de Lima 2007 1 25 Maria Fabiana Laurentino 2007 1 26 Ozeas Pereira Neto 2007 1 119 27 Rafael Keffre Oliveira 2007 1 28 Raphael Guierico M Felix 2007 1 29 Robertino Ferreira da Silva 2007 1 30 Rodrigo Menezes Morais 2007 1 31 Carlos S rgio dos Santos 2008 1 32 C cero Figueiredo M J nior 2008 1 33 C cero Moreira Silva 2008 1 34 C cero Taveira Gomes 2008 1 35 Cleberton Torres Santos 2008 1 36 David de Sousa Alves 2008 1 37 Diana Teixeira da Silva 2008
68. Cr d S1 S2 S3 S4 S5 S6 H A HR Artes 2 2 40 33 Educa o F sica 2 2 40 33 Inform tica 2 2 40 33 Matem tica 14 4 2 2 2 2 2 280 233 E Portugu s 12 2 2 2 2 2 2 240 200 E F sica 12 2 2 2 2 2 2 240 200 S Filosofia 3 1 1 1 60 50 g Sociologia 3 1 1 1 60 50 g Lingua Estrangeira Ingl s 2 2 40 33 Z Biologia 4 2 2 80 67 Geografia 3 2 1 60 50 Hist ria 3 2 1 60 50 Qu mica 4 2 2 80 67 L ngua Estrangeira Espanhol 2 2 40 33 Subtotal 68 14 18 12 10 6 8 1360 1133 A Desenvolvimento Pessoal 2 40 33 A HST 2 2 40 33 Subtotal 4 2 0 0 0 2 0 80 67 Materiais Mec nicos 2 2 40 33 Desenho T cnico Mec nico 4 2 2 80 67 AutoCAD 2 2 40 33 Metrologia 2 2 40 33 Processos de Fabrica o 2 2 40 33 E Resist ncia dos Materiais 2 2 40 33 E Automa o Pneum tica 2 2 40 33 Elementos de M quinas 4 4 80 67 o Instala es El tricas 2 2 40 33 E M quinas T rmicas 2 2 40 33 S Acionamentos El tricos 2 2 40 33 E Automa o Hidr ulica 2 2 40 33 A Comandos Num ricos 2 2 40 33 Manuten o de M quinas e 4 4 80 67 Tecnologia de soldagem 4 2 2 80 67 Usinagem Mec nica 6 6 120 100 Projeto e manufatura assistido 4 4 80 67 Pr tica profissional 480 400 Subtotal 48 4 2 8 10 12 12 1440 1200 TOTAL GERAL 120 20 20 20 20 20 20 2880 2400 CH Disciplinas horas 2400 Est gio Supervisionado 300 Carga Hor ria Total 2700 Fonte PPP do Curso de Mec nica Industrial CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNO
69. E J L Org Capitalismo trabalho e educa o Campinas Autores Associados HISTEDBR 2005 p 77 95 O ensino m dio agora para a vida Educa o amp Sociedade Campinas ano 21 p 16 32 2000 LENIN V I U Sobre os sindicatos S o Paulo Livramento 1979 112 LIMA J C Novos espa os produtivos e a nova proletariza o as cooperativas de produ o industrial no Nordeste brasileiro Colloque organis par Le GREITD VIRD ET l s Universit s de Paris IEDES Paris 7 8 jun 2000 Dispon vel em lt http greitd free fr communicationscolloque Lima doc gt acesso em 24 Set 2012 LIRA I C D Trabalho informal como alternativa ao desemprego desmistificando a informalidade In SILVA M O da S IAZBECK M C Org Pol ticas p blicas de trabalho e renda no Brasil contempor neo S o Paulo Cortez 2006 p 130 160 LUCENA C Marxismo crise do capitalismo monopolista e qualifica o dos trabalhadores In LOMBARDI J C SAVIANI D Org Marxismo e educa o debates contempor neos Campinas SP HISTEDBR 2008a p 181 201 Trabalho e conhecimento t cito na reorganiza o da produ o capitalista uma an lise das suas contradi es In LUCENA C Org Trabalho precariza o e forma o humana Campinas Al nea 2008b p 13 26 LUDKE M ANDR M E D A Pesquisa em educa o abordagens qualitativas S o Paulo EPU 1986 MACHADO L R de S Ensino m dio e ensino tecn
70. EJA Tomando ainda como verdadeira a ideia de que a escola n o seja competente para realizar sua tarefa prec pua Oliveira 2003 p 20 esclarece A situa o do sistema educacional na qual saltam aos olhos as altas taxas de reprova o e evas o escolar explicada pelos neoliberais como decorrentes da incompet ncia por parte do poder p blico de gerenciar a educa o N o ser nunca redundante relembrar que a defici ncia por parte do poder p blico em investir nas reas sociais consegii ncia direta da captura do Estado por parte dos setores empresariais os quais em nenhum momento deixaram de se aproveitar das benesses pol ticas e econ micas promovidas pelo setor p blico que historicamente serviu como ponto de apoio principalmente para viabilizar a acumula o do capital Outro importante documento analisado em nossa pesquisa o Projeto Pol tico Pedag gico PPP do PROEJA em Mec nica Industrial do IFCE campus Juazeiro do Norte destaca a import ncia de um projeto pedag gico que se fundamenta nas seguintes concep es aspecto importante que refor a a constru o do presente projeto diz respeito aos constantes mecanismos que o CEFET Cear vem lan ando na procura da inclus o social dos filhos da classe trabalhadora os quais sempre encontraram se margem de um processo de ensino regular deveras elitizado em nosso pa s CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 13 Ainda na per
71. Egresso 1 Muitos s o por falta de qualifica o porque tem muita gente que sabe fazer s a mesma coisa e voc tem que procurar coisas diferentes Por enquanto eu queria fazer mais cursos pra n o ficar sempre na mesma coisa Egresso 1 importante destacar a atualidade da an lise de Marx e Engels 1978 p 81 a forma o de cada oper rio no maior n mero poss vel de atividades industriais de tal sorte que se despedido de um trabalho pelo emprego de uma m quina nova ou por uma mudan a na divis o do trabalho possa encontrar uma coloca o o mais facilmente poss vel No contexto produtivo as profiss es s o classificadas de acordo com o n vel de complexidade e com a escolaridade necess ria a cada uma delas A emerg ncia por qualifica o profissional consequ ncia da divis o social e t cnica do trabalho Como resultado da nova ordem econ mica capitalista proclama se a exig ncia de um trabalhador qualificado no entanto verifica se que no interior do trabalho basta um trabalhador disciplinado disposto a desempenhar as atividades a ele dirigidas Vejamos a 71 passividade nas falas dos Egressos 2 e 3 quando indagados sobre a possibilidade de j terem presenciado um colega de trabalho ser despedido e a quem atribuem a culpa por tal consequ ncia Do funcion rio que procurou como falei muitas vezes o empres rio que demite tem funcion rio que a empresa tenta segurar mas chega uma
72. Francisco Wanderson S Lima 2009 2 109 Gildo Moura da Silva 2009 2 O 110 Gleydson da Silva Paiva 2009 2 111 Jardel de Oliveira Lima 2009 2 112 Jo o Vitorino Bezerra 2009 2 113 Jos Rivelino de O Batista 2009 2 E 114 Karine Ribeiro de Oliveira 2009 2 115 Katielson Roberto santos 2009 2 116 Leonidas Monteiro Pereira 2009 2 117 Lindomar Gomes Silva 2009 2 118 Manoel Viturino Bezerra 2009 2 119 Maria Bezerra dos Santos 2009 2 E 120 Maria Cleide Luiz dos Santos 2009 2 121 Marilania Alves de Sousa 2009 2 122 Rildo de Moraes Costa 2009 2 123 Valdeilton Cordeiro Calou 2009 2 124 Valdemar Brito de Ara jo 2009 2 125 Vanuza Alves de Oliveira 2009 2 126 Wallyson J nior N Galv o 2009 2 127 Alex Sandro da Silva Freitas 2010 1 128 Angelo Maximo Lima Silva 2010 1 129 Auricelio Correia de Sousa 2010 1 130 Dami o Dantas Moreira 2010 1 131 Edmilson Gomes da Silva 2010 1 132 Franciclaudio L do Nascimento 2010 1 121 133 Francisco Barros de Menezes 2010 1 134 Francisco Clecio de Siqueira 2010 1 135 Jos Ferreira Bezerra 2010 1 136 Joseane Genefa Souza Silva 2010 1 137 Leandro Alves de Sousa 2010 1 138 Leonardo F de Lacerda 2010 1 139 Lohran Amaral Dias 2010 1 140
73. LOGICA DO CEARA 2006 p 12 Ap s an lise das ementas das disciplinas do PROEJA em Mec nica Industrial percebemos a fragmenta o da ci ncia dividida em v rios compartimentos isolados e sem comunica o Na intelig ncia de Machado 2006 p 43 N o mais aceit vel por exemplo a afirma o de que conte dos considerados gerais n o seriam profissionalizantes isso porque uma s lida forma o geral tem sido reconhecida n o s como um requisito de qualifica o profissional no atual mundo como talvez o mais importante 92 A autora ainda problematiza Se a realidade existente uma totalidade integrada n o pode deixar de s lo o sistema de conhecimentos produzidos pelo homem a partir dela para nela atuar e transform la Tal vis o de totalidades tamb m se expressa na pr xis do ensinar e aprender Por raz es did ticas se divide e se separa o que est unido Por raz es did ticas tamb m se pode buscar a recomposi o do todo Tudo depende das escolhas entre alternativas de nfases e dosagens das partes e das formas de relacion las MACHADO 2006 p 43 A linha seguida pelo PROEJA corresponde quela tomada para definir as finalidades do ensino m dio A Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDBEN prop e I M IV A consolida o e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental possibilitando o prosseguimento de estudos A prepara o b sica
74. PROEJA in the context of professional education policy and its relation to local economic development taking the statements of the students who graduated from the Mechanical Industrial PROEJA IFCE campus Juazeiro CE when they represent their experiences work before the propagated promise of employability Therefore we performed bibliographic research for better understanding of the changes occurring in the world of work and in professional education policy The central part of the documentary analysis in our investigation was the examination of two documents of PROEJA 1 Basic Document and 2 Political Pedagogical Project course in the Mechanical Industrial PROEJA offered by IFCE campus Juazeiro EC We conducted semi structured interviews with students who graduated from the Mechanical Industrial PROEJA IFCE Campus Juazeiro 2007 1 2010 1 class In fact the changes im the development model of the Cariri demanded qualification for the working class From this explanation some courses are designed to meet this demand including the PROEJA with qualification in Mechanical Engineering from the Federal Institute of Industrial Education Science and Technology IFCE Due to the pressure of economic and technological transformations caused by the restructuring process it becomes important to the discussion in order to redefine the role of the educational proposal to the working class Actually we see that the real interests of the bourgeois class in educa
75. S M Org Ensino m dio integrado concep o e contradi es S o Paulo Cortez 2005 p 128 147 COSTA M A PROEJA limites e possibilidades de implementa o no campo escolar 2010 Dispon vel em lt http www senept cefetmg br galerias Arquivos senept anais terca tema6 TerxaTema6Artigo15 pdf gt Acesso em 9 dez 2012 COUTINHO C N Gramsci Porto Alegre L amp PM 1981 DIAS E F A Liberdade im poss vel na ordem do capital reestrutura o produtiva e passiviza o Campinas IFCH UNICAMP 1999 ESTADOS aumentam disputa por novos investimentos O POVO Fortaleza p 16 6 jul 1997 FERRETTI C J Empres rios Trabalhadores e Educadores diferentes olhares sobre as rela es trabalho e educa o no Brasil nos anos recentes In LOMBARDI J C SAVIANIL D SANFELICE J L Org Capitalismo trabalho e educa o Campinas Autores Associados HISTEDBR 2005 p 97 118 FERRETTI C J SILVA J NIOR J R Qualifica o profissional uma abordagem te rica e perspectivas de pesquisa S o Paulo PUCSP 1997 Mimeo FREDERICO C Consci ncia oper ria no Brasil S o Paulo tica 1978 Ensaios n 30 FRIGOTTO G A dupla face do trabalho cria o e destrui o da vida In CIAV ATTA M FRIGOTTO G Org A experi ncia do trabalho e a educa o b sica Rio de Janeiro DP amp A 2005 p 11 27 A produtividade da escola improdutiva um re exame das rela es entre educa o e estr
76. Souza 2011 1 212 Roberto Monteiro da Paix o 2011 1 213 Tarliana dos Santos Tavares 2011 1 214 Vera L cia Pereira 2011 1 215 Vicente Silva de Macedo 2011 1 216 Whdson Thomas L de Lima 2011 1 Fonte INSTITUTO FEDERAL DE EDUCA O CI NCIA E TECNOLOGIA DO CEAR 2012
77. a es previstas ou imprevis veis E poss vel reconhecer essa concep o apenas como mais uma forma de submiss o pois estas capacidades s o situa es fora do contexto que competem aos propriet rios dos meios de produ o exigir e aos trabalhadores realizar 44 Essa capacidade impl cita da compet ncia adquirida ou constitu da nas situa es de trabalho ou fora dela reunindo saberes como o saber fazer o saber ser e o saber agir O primeiro tem dimens es pr ticas t cnicas e cient ficas adquiridas formalmente ou por experi ncia profissional ao passo que o segundo inclui tra os da personalidade e do car ter e o ltimo a exig ncia de interven o ou decis o diante dos eventos Carvalho 1999 p 3 argumenta Mas se a qualifica o profissional faz parte da historia do trabalho ela com certeza n o se apresenta da mesma forma e com o mesmo significado nesse processo O que ser um indiv duo qualificado Como e onde se qualificar algu m para o trabalho A quem cabe o papel de qualificar os indiv duos para o trabalho Como se hierarquizam as qualifica es Essas quest es n o s n o se apresentam com o mesmo significado como s o profundamente demarcadas pelo seu tempo e pelas rela es sociais historicamente constru das Machado 1989 infere que os crit rios atribu dos compet ncia pela sociedade capitalista s o identificados como caracter sticas inerentes da natureza dos trabalhadores e que
78. a justifica que a oportunidade da vaga de emprego se deu pelo curr culo adquirido no CEFET Eles viram que eu era do CEFET tinha nota boa curr culo todo bonitinho a quando cheguei l era por contrato de tr s meses sal rio era bom a eu fiquei l por tr s meses a quando eu sa de l o pessoal me chamou de novo Egresso 1 Destaca ainda que a atual condi o de tempor rio n o possuidor de carteira assinada concede lhe a possibilidade de ganhar melhor desenvolvendo atividades como bico por m preferiria o emprego formal Se a gente fosse olhar pro lado dos bicos d pra sobreviver D se voc for comparar os bicos com emprego de sal rio e carteira assinada nos bicos eu ganho melhor mas por outro lado n o tem a seguran a num acidente eu n o estou amparado por lei por nada Ent o assim eu trabalhando como eu trabalho hoje eu ganho melhor mas numa empresa seria melhor por mais que meu sal rio seja menor Egresso 1 O capital precisa da for a de trabalho com massa consumidora indispens vel para o ciclo normal da reprodu o capitalista e para a realiza o da mais valia Desta feita os desempregados s o encorajados a se tornarem informais ou a inventarem o pr prio trabalho Oliveira 2003 p 14 contribui com essa cr tica 99 Talvez uma das maiores consegi ncias da produ o flex vel para a organiza o dos trabalhadores advenha da forma de contrata o da m o de obra Em
79. a dos centros acad micos da Universidade para o campo A regi o do Cariri foi escolhida porque apresentava as seguintes vantagens 1 localiza o geogr fica 2 acesso energia de Paulo Afonso e 3 tradi o agr cola e comercial Acreditando serem as atividades mais adequadas para a regi o o projeto Asimow escolheu as seguintes atividades f bricas de telhas e tijolos de cimento f brica de doces de beneficiamento de milho confec o de sapatos e montagem de r dios transistorizados Por meio deste impulso nasceram v rias ind strias m dias e pequenas nas cidades de Juazeiro do Norte Crato e Barbalha As empresas implantadas no Cariri pelo Projeto Asimow foram CECASA 1962 fabrica o de ladrilhos telhas e manilhas localizada em Barbalha IESA 1962 fabrica o de m quinas de costura r dio e motores el tricos em Juazeiro do Norte LUNA 1963 fabrica o do cimento PORTLAND em Barbalha INAESA 1962 fabrica o de alimentos enlatados e IMOCASA 1962 empresa beneficiadora de milho no Crato Como resultado do Projeto Asimow para o Cariri podemos destacar a implanta o de uma mentalidade industrial na comunidade Caririense integra o da Projeto do prof Morris Asimow da Universidade da Calif rnia almejava estimular a cria o de uma s rie de pequenas ind strias 26 Universidade Federal do Cear com a pr tica de planejamento industrial divulga o da viabilidade industrial da regi o do
80. ada vez mais que compet ncias cognitivas como a criatividade e a capacidade de an lise e de solucionar problemas imprevis veis s o destacadas pelo mundo do trabalho impulsionadas por um discurso empresarial e governamental que prop e educa o a fun o de desenvolvimento dessas compet ncias buscando capacitar as 65 pessoas para que esses se tornem aptos a assimilar mudan as e sejam mais aut nomos A valoriza o dos conte dos curriculares da educa o b sica os quais devem contribuir para a aprendizagem de compet ncias tamb m crescente O depoimento do Egresso 1 demonstra a incorpora o da ideia de que o trabalhador deve ser til empresa sob pena de ficar desempregado caso n o o seja a Singer A empresa boa Eu trabalho com injetora l mas tipo s com o que eu aprendi do curso e com a pr tica do SENAI mas eu tenho que fazer o curso se eu quiser ficar na empresa mais tempo e ser efetivado A empresa tem que precisar de mim n o s pagar meu sal rio eu tenho que ser indispens vel Tem muita gente aqui do curso que quando chegou l ficou todo perdido tem que fazer curso de CLP de injetora de eletr nica avan ada tem que investir Egressol Mesmo havendo a apropria o do saber fazer do trabalhador pelo capital isto n o significa que as empresas se envolvam com os processos de uma forma o mais ampla haja vista que a responsabilidade de atualiza o e valida o de suas c
81. afirma o o PPP do PROEJA em Mec nica Industrial em v rios trechos do seu documento contradiz a ideia de forma o integral e claramente defende a forma o para a adapta o ao mercado de trabalho Sobre esse discurso propagado pelo PROEJA Kuenzer 2011 p 35 esclarece A dualidade estrutural tem suas ra zes na forma de organiza o da sociedade que expressa as rela es entre capital e trabalho pretender resolv la na escola atrav s de uma nova concep o ou ingenuidade ou m f A pessoa s poderia ser considerada como sujeito hist rico se tivesse a possibilidade de transformar sua realidade Portanto agir sobre o curso dos processos sociais s poss vel se o indiv duo for consciente livre e respons vel Essa l gica passa a justificar as diferen as de capacidade Da que a tarefa central seja libertar o homem de si mesmo tornar o livre tarefa eminentemente pedag gica ARROYO 2010 p 54 O que caracteriza o ser humano a forma como ele produz sua exist ncia Como um ser de pr xis ele poderia fazer a pr pria hist ria se n o estivesse aprisionado pelas teias do sistema capitalista Esse aprisionamento se realiza por interm dio do trabalho alienado que distorcido pela ideologia que encobre os conflitos sociais reproduz o mundo desigual 94 mediante o estabelecimento de uma rela o que se pretende harm nica entre as classes antag nicas MARTINS 2000 p 41 Po
82. ais atra dos para o Estado foram o t xtil de confec es e parte da cadeia produtiva de cal ados esta ltima localizando se estrategicamente no interior do Estado No caso da regi o do Cariri localizada no centro sul do Estado do Cear s existiam pequenas empresas e n o representavam um complexo cal adista nem um polo 33 exportador Com o cen rio nacional de cal ados que se projetava o Estado investiu no setor por meio de contatos com empres rios rio grandenses do sul resultando na instala o de uma empresa de grande porte podendo ser considerada umas das maiores empresas brasileiras do ramo Foram instaladas tr s unidades da Empresa Grendene no Estado uma na regi o metropolitana de Fortaleza uma em Sobral e outra na regi o do Cariri na cidade do Crato A respeito da instala o da Grendene Beserra 2009 p 97 ap s realiza o de estudo sistem tico aponta que os principais motivos ocorreram em raz o da estrat gia de recupera o da competitividade afetada pela abertura comercial brasileira anos 1990 e o fortalecimento de mercados externos Os principais fatores que atra ram a empresa para o Estado foram os incentivos fiscais oferecidos pelo governo estadual a m o de obra barata abundante e desorganizada sindicalmente e a proximidade com o mercado externo A empresa tamb m contou com a disponibiliza o do terreno e treinamento de m o de obra realizado em conv nio com a Companhia de D
83. al 61 conforme a l gica taylorista fordista que n o atende mais suas demandas atuais Este conjunto de fatores vai determinar a m nima participa o social e nfima atua o pol tica reivindicat ria Todos os egressos empregados no total de quatro sujeitos relataram contribuir financeiramente com um sindicato Todos confirmaram por m a n o participa o ativa neles Quando indagados os motivos que os levaram recusa pela participa o no movimento sindical evidenciaram os seguintes discursos N o participa porque trabalhador com contrato tempor rio Egresso 1 Eu nunca vi sindicato aqui n o Egresso 2 A sede eu sei agora reuni o eu nunca fui Eu vejo o sindicato como um eu n o vejo o sindicato na verdade lutando pelo trabalhador aqui na regi o O sindicato eu n o o vejo o sindicato cal adista ele um sindicato que o objetivo arrecadar anualmente aquela quantia ali mas eu n o vejo o sindicato fazendo nada pelo funcion rio Egresso3 Porque tem coisas que exigem que eu acho que n o o certo tem vez que eles querem demais O motivo s esse mesmo Nessa rea aumentar sal rio diminuir jornada de trabalho isso ai ainda vai n Mas tem muitos que vem com greve a prejudica nosso sal rio porque quando p ra p ra tudo de uma vez a prejudica os trabalhadores e prejudica eles prejudica todo mundo Egresso 4 N o Nunca fui Nunca fui nem convidado pra reuni o nenhu
84. al padr o de acumula o capitalista da empregabilidade da crise econ mica etc como sendo os determinantes sociais e econ micos das propostas pedag gicas No nosso entendimento trata se de uma vis o reducionista da forma o humana e social que decorre em grande medida da aplica o da concep o de mercado no sistema educacional Sendo assim os cursos profissionais e seus respectivos curr culos s o pensados com suporte nos interesses imediatos do mercado Esta l gica desconsidera as quest es sociais e econ micas que de fato contribuem para o aumento do desemprego Os egressos do curso do PROEJA em Mec nica Industrial acreditam que a escolariza o ser suficiente para conseguirem uma vaga de trabalho e se manterem empregados A proclama o por parte do Estado de que a educa o direito de todos incluindo a modalidade educa o profissional ajuda a propagar a ideia de a escolariza o ser um elemento indispens vel para a empregabilidade Vale destacar que essa educa o no entanto nunca foi efetivamente a mesma para todos dado que ela sempre foi elaborada de forma diferente para as diferentes classes BEZERRA NETO 2008 p 49 Nesse mesmo sentido obtivemos as seguintes respostas na entrevista de tr s egressos do total de cinco entrevistados Isso vai depender de cada um N o adianta de nada ser qualificada se n o tem for a de trabalhar Egresso 2 At pelo trabalho eu termine
85. ansdisciplinaridade e assim por diante Sobre a contribui o do PROEJA na vida pessoal e profissional os egressos reuniram como pontos positivos o aumento da renda a valoriza o das pessoas perante a profiss o e o conhecimento adquirido Dos cinco entrevistados entretanto tr s deram respostas evasivas demonstrando falta de empolga o no que se refere ao PROEJA apontando inclusive a dissocia o entre teoria e pr tica Segundo eles Bom sobre o conhecimento como eu j falei o curso me trouxe muitas vantagens mas eu tamb m tenho o ponto de vista que pra quem n o tinha conhecimento nas reas n o entendeu porque o que acontece o curso ele veio pra melhorar pra ser como o t cnico aqui ent o assim o curso bom pra quem j trabalhava na rea eu n o posso dizer que o curso para um cara que nunca viu que n o sabe o que um parafuso e dizer que saiu daqui bem que n o saiu pra ser sincero porque como eu j falei a gente veio com a pr tica e aqui conseguiu a teoria a gente pode at trabalhar de uma forma mais complicada Egresso 3 E os outros de maneira bastante sucinta relataram nos que a contribui o do PROEJA foi insuficiente N o Pra mim mudou pouca coisa Foi muito n o assim mudou pouca coisa n Certas coisas mudou um pouco Egresso 4 Em algumas coisas contribuiu Egresso 5 A percep o dos egressos a respeito da contribui o do PROEJA em suas vidas deu se apen
86. aos indiv duos que se apropriem de novas compet ncias cognitivas e comportamentais acarreta sua descaracteriza o como um espa o respons vel pela forma o dos seus alunos em mbito mais expansivo que apenas a prepara o para o trabalho A inser o na estrutura social torna se mais complexa haja vista os novos paradigmas de organiza o e gest o do trabalho Compet ncias e habilidades s o demandadas n o mais para garantir o posto de trabalho e ascens o numa determinada carreira mas quanto empregabilidade entendida a capacidade de inser o reinser o ou manuten o no mercado de trabalho o que depende cada vez mais de diferencia o e sofistica o de trajet rias desde uma base comum de conhecimentos Na concep o de Oliveira 2003 p 40 da mesma forma que as elites procuram ocultar os seus interesses pol ticos e econ micos ao utilizarem o conceito de empregabilidade como norteador das reformas e das pol ticas educacionais buscam incutir no imagin rio social que o seu projeto de educa o est acima das contradi es de classes A empregabilidade ora referida esta condicionada substitui o da rigidez pela flexibilidade no sentido de capacidade de adapta o a novas situa es o que dadas as caracter sticas excludentes da acumula o flex vel passa a significar para a maioria dos trabalhadores conformidade a situa es cada vez mais prec rias Reafirmando essa an lise
87. ar E a culpa nossa mesmo Porque t m uns pol ticos a a sociedade j est ruim e ainda botam uns pol ticos corruptos l ai piora mais ainda n Egresso 4 Na educa o respeito essas coisas Egresso 5 Sobre o luxo comentado pelo egresso 2 ele se refere a m quinas que possuem elevado n vel de automa o e que n o demandam do trabalhador uma atividade al m da vig lia da sua produ o incorporando cada vez mais o trabalhador como um objeto que constitui o conjunto de m quinas produzindo no interior da f brica Essas m quinas em geral n o exigem do trabalhador conhecimento elaborado pois somente s o necess rios conhecimentos b sicos que um simples e aligeirado treinamento no interior da f brica suficiente para que a pessoa desenvolva a atividade delegada por seus superiores Quando o Egresso 3 defende a ideia de que est desempregado quem quer e que hoje em dia f cil se qualificar para conseguir emprego indagamos sobre as dificuldades de um aluno trabalhador em permanecer estudando Ele ilustrou as dificuldades que enfrentou At pelo trabalho eu terminei esse curso j no finalzinho j sem conseguir porque eu fui obrigado a faltar uns dias a e eu estava quase pra desistir do curso A gente trabalha oito horas por dia ent o voc chega em casa e no meu caso tomava um banho e jantar que bom nada Ficava muito cansativo pra gente no meu caso tem muitas
88. ar ao homem integral o trabalhador dever unir o saber com o fazer ultrapassando os limites do senso comum destruindo a barreira entre o homem que pensa e aquele que realiza Nessa dire o Nogueira 1993 p 129 observa Nem preciso dizer que para Marx a efetiva concretiza o desse processo pela qual os conhecimentos cient ficos e tecnol gicos ser o postos ao alcance de todos os trabalhadores que munidos deles ficar o em condi es de organizar dividir regular controlar o trabalho segundo as suas necessidades e interesses e n o mais segundo os imperativos de m xima produtividade do ponto de vista do capitalismo s poder se dar no quadro de uma sociedade transformada Entendemos que a sociedade atual n o oferece elementos para que essa ideia de educa o seja praticada percept vel o fato de que a nova racionalidade do trabalho e a sua desregulamenta o constituem aspectos que definir o determinantemente as rela es de trabalho instalando um quadro de precariza o da atividade produtiva do trabalhador mediante a flexibiliza o que se caracteriza pela redu o de trabalhadores fixos desestabiliza o de trabalhadores est veis aumento de contrato de trabalhadores tempor rios em tempo parcial e subcontratado A busca pela maior produtividade alimenta o processo destrutivo do quadro retro mencionado O trabalhador nesse contexto s tem sindicato tendo este um modelo vertic
89. aram regularmente o consumo em massa desenvolveu se em ritmo acelerado e um significativo avan o tecnol gico evidenciou se com base na mecaniza o e na utiliza o de mat rias primas n o renov veis O paradigma tecnol gico de Ford estava compreendido por princ pios de organiza o da produ o e do trabalho constitu dos pelas seguintes caracter sticas 1 Produ o em s rie ou em esteira produtos padronizados 2 Consumo em massa 3 Divis o e especializa o do trabalho 4 Equipamentos altamente especializados e 5 Sal rios relativamente elevados Na perspectiva desse modelo o aumento da produtividade estava focado nas inova es tecnol gicas e na organiza o do trabalho caracterizado pela intensa especializa o das tarefas Neste o trabalhador realizava sua fun o no cumprimento rigoroso das normas e na r gida disciplina que exigia o isolamento dele e a sua proibi o de dialogar na linha de produ o a fim de evitar o desperd cio e a ociosidade Kuenzer 2011 p 66 adverte 37 para o fato de que n o h portanto uma ruptura efetiva com o Taylorismo mas apenas uma nova forma de exerc lo mais condizente com os padr es culturais contempor neos As inova es fordistas baseadas na linha de montagem condicionaram uma forma particular de organiza o produtiva e do trabalho voltada produ o em massa O papel do homem minimizado medida que o trabalho desqualificado tanto nos
90. as na aprendizagem Al m disso estes frequentam a escola noite porque s o trabalhadores e n o possuem condi es de frequentar uma escola diurna No que se refere proposta deste curso no seu Projeto Pol tico Pedag gico destacamos os seguintes objetivos 1 Incluir educacionalmente jovens e adultos que n o completaram a educa o b sica capacitando os t cnico e profissionalmente contribuindo com a sua forma o humana e consolidando os saberes e produ o humana e vinculando o Ensino M dio com a perspectiva da profissionaliza o 2 Proporcionar a forma o do jovem e do adulto para o efetivo exerc cio da cidadania na inser o da pr pria realidade local no plano econ mico pol tico cultural e do trabalho para que nestes aspectos possam refletir re pensar re criar e atuar de forma tica com a compet ncia e a habilidade que lhes s o pr prias 3 utilizar os fundamentos cient ficos tecnol gicos e profissionais do processo produtivo relacionando em cada componente curricular a teoria com a efetiva pr tica CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 10 11 Para Arroyo 1986 p 24 estes alunos enfrentam n o apenas a exclus o escolar mas tamb m social em dimens es amplas quando acentue que Antes de portadores de trajet rias escolares truncadas eles carregam trajet rias perversas de exclus o social vivenciam trajet rias de nega o dos direitos mais b sicos
91. as no campo da esfera econ mica trazendo relativa melhoria com a aquisi o de um of cio Destes depoimentos n o pudemos constatar o efeito da proclamada pelo 80 PROEJA educa o integral Os pr prios egressos trazem em seus depoimentos o papel de forma o m nima para o trabalho que o PROEJA representa nessa investida A respeito da distribui o desigual do saber o documento base do PROEJA re ne sua ideia de forma o sendo de uma pol tica cujo objetivo da forma o est fundamentado na integra o de trabalho ci ncia t cnica tecnologia humanismo e cultura geral pode contribuir para o enriquecimento cientifico cultural pol tico e profissional das popula es pela indissociabilidade dessas dimens es no mundo real BRASIL 2006b p 32 Conforme os depoimentos reproduzidos contudo podemos inferir que a referida forma o n o foi atingida resumindo se certifica o que por sua vez n o conseguiu ampliar os espa os no interior da f brica A valoriza o de trabalhadores que v m de fora do Estado para desenvolver as atividades de planejamento e concep o criticada pelo Egresso 3 O discurso a seguir ilustra esse quadro A verdade que os empres rios daqui s valorizam o que vem de fora O nosso maior forte a fabrica o de cal ados e o maior produtor de cal ados o Rio Grande do Sul ent o o pessoal de l entende de cal ado a o pessoal daqui acha
92. asileiros Os egressos responderam Acho que n o est t o boa assim n o o trabalhador era pra ser mais reconhecido as empresas hoje pega voc para trabalhar uns tr s meses depois ela fala se voc serve ou n o ent o ela lhe demite e contrata outro Egresso 1 97 Eu vejo assim que est havendo a mudan a de qualifica o cada vez mais eu comecei a trabalhar j tem muito tempo j faz vinte anos e l na d cada de oitenta era muito dif cil faltava estudo principalmente no nordeste e no interior era muito dif cil e hoje t melhor tem o PROJOVEM que d o primeiro emprego para os jovens e no meu tempo n o tinha nada disso o nico rg o que tinha pra qualificar era o SENAI pra todos os outros tinha que ir pra fora Hoje t m outros aqui e a tend ncia que vai crescer Hoje t melhorando hoje eu vejo v rias profiss es que antes eu n o sabia que existia Egresso 2 O trabalhador no Brasil hoje n o tinha os valores que deveriam ter Mas assim a gente tem que trabalhar e estudar pra chegar l um dia mas realmente o trabalhador brasileiro hoje n o tem esse merecimento ele n o tem assist ncia na verdade por parte do poder p blico Egresso 3 Eu assisto muito jornal mas diariamente n o ent o n o sei explicar Egresso 4 Hoje n o est o bem n o Eu vejo no jornal que isso se deve muito a qualifica o profissional mesmo que n o tem Egresso 5 Enfatizaram tamb m que superar tal
93. at Se a maioria dos indiv duos respons vel por um destino n o muito gratificante porque n o souberam reconhecer as vantagens que oferecem o m rito e o esfor o individuais atrav s dos quais se triunfa na vida preciso competir e uma sociedade moderna aquela na qual s os melhores triunfam As estrat gias utilizadas para dividir e organizar o trabalho no interior da produ o assume um prop sito claro de convencer que o trabalhador parte do processo produtivo Ent o Kuenzer 2011 p 87 destaca a no o de que o trabalhador aprende a aceitar sua condi o parcial e subalterna na divis o do trabalho como resultado natural de necessidades t cnicas que ao final beneficiam igualmente a todos e mais aprende a justificar sua posi o na hierarquiza o do trabalhador coletivo como resultante de sua pr pria incapacidade para o exerc cio de outros trabalhos notadamente os socialmente definidos como intelectuais Outra estrat gia comumente utilizada a da utiliza o de benef cios para conseguir a satisfa o imediata do trabalhador fazendo na verdade que ele trabalhe mais 712 produza mais e assim gere mais lucro ao capitalista em troca de remunera o indireta e n o como uma remunera o pela qual o trabalhador tenha direito Essa mais uma estrat gia para consolidar a explora o da mais valia produzida pelo trabalhador e que enseja o enfraquecimento da for a sindical no sentido de m
94. bre os conhecimentos demandados na ind stria capitalista Marx e Engels 1978 p 73 74 ensinam que a ind stria moderna substitui cada vez mais o trabalho complexo pelo trabalho simples para o qual n o h necessidade de qualquer forma o N o queremos finalmente real ar que a forma o intelectual se o oper rio a tivesse n o exerceria influencia direta sobre o seu sal rio que a instru o em geral depende do n vel das condi es de vida e que o burgu s entende por educa o moral o enfarto de princ pios burgueses e que afinal de contas a classe burguesa n o possui os meios nem o desejo de oferecer ao povo uma educa o verdadeira O interesse dos propriet rios dos meios de produ o que os trabalhadores 2 laborem at o limite de suas for as e que sejam disciplinados e obedientes Para estes n o necess rio o conhecimento cient fico pois o pr prio conhecimento advindo da pr tica ser suficiente para desempenhar seus pap is no interior da f brica Marx e Engels 2004 p 32 33 reafirmam Vigiar m quinas reatar fios quebrados n o s o atividades que exijam do oper rio um esfor o de pensamento mas al m disso impedem no de ocupar o esp rito com outros pensamentos J vimos igualmente que este trabalho somente deixa lugar atividade f sica ao exerc cio dos m sculos Assim a bem dizer n o se trata de um trabalho mas de um aborrecimento total o aborrecimento mais parali
95. ca o profissional que lhe oferecido n o possibilitar a pr pria transforma o tampouco a mudan a da estrutura social que lhe delega um papel de subordina o No referente a este ponto Gramsci 1995b p 137 compreende que a tend ncia democr tica intrinsecamente n o pode consistir apenas em que oper rio manual se torne qualificado mas em que cada cidad o possa se tornar governante e que a sociedade o coloque ainda que abstratamente nas condi es gerais de poder faz lo a democracia pol tica tende a fazer coincidir governantes e governados no sentido de governo com o consentimento dos governados assegurando a cada governado a aprendizagem gratuita das capacidades e da prepara o t cnica geral das necessidades ao fim de governar Esse fen meno tamb m assume uma face contradit ria quando por via da desqualifica o do trabalhador imp e limites e ambiguidades do ajuste neoconservador e 103 igualmente o terreno sobre o qual as for as que lutam por uma democracia substantiva ou por uma sociedade socialista democr tica devem trabalhar FRIGOTTO 1998 p 51 Assim o acesso ao conhecimento se torna alvo de disputa Por essa raz o Snyders 2005 p 102 compreende a escola como um local de luta e a arena em que se defrontam for as contradit rias e isto porque j faz parte da ess ncia do capitalismo ser contradit rio agir contra ele pr prio criar os seus
96. camente superada a divis o entre capital e trabalho o que produz rela es sociais e produtivas que t m a finalidade prec pua de valoriza o do capital n o h possibilidade de exist ncia de pr ticas pedag gicas aut nomas apenas contradit rias As afirma es encontradas no documento base e no PPP do PROEJA em Mec nica Industrial de que por meio da educa o profissional proposta o egresso ter como um dos elementos adquiridos a capacidade de an lise cr tica de compreender a complexidade da sociedade em sua volta e de garantir sua autonomia no trabalho e fora dele nos conduziram a indagar aos egressos acerca desse fato Constatamos que na descri o de quatro entrevistados eles se dedicam a atividades meramente t cnicas n o relacionadas a o de planejar conceber e decidir com autonomia S o meros executores de atividades anteriormente recomendadas Tipo assim a m quina est parada a eu tenho que tomar decis o para botar ela para funcionar As vezes falta energia na empresa a preciso tomar 95 decis o de desligar ou n o desligar Porque pode sujar queimar o conector e d um curto circuito a tem que tomar decis o para fazer a coisa certa N o pode fazer s mecanicamente n o Quando queima o motor tem que saber qual a causa que queimou Tem que saber de instala o tem que saber o que precisa qual o fus vel que eu vou usar o disjuntor n o s pegar e est ligando em si
97. cem em seus postos de trabalho com registro em carteira Buscando conhecer a vis o de sociedade que os egressos possuem indagamos se eles consideram que a sociedade atual passar por transforma es Obtivemos as seguintes respostas Precisa de mudan as Precisa facilitar a vida da gente porque quem trabalha e precisa estudar muito dif cil acho que precisa dar mais educa o t cnica para o pessoal Egresso 1 A sociedade ela est mais preparada para trabalho e estudo Como o mundo moderno esta crescendo cada vez mais o luxo est crescendo Antes o trabalhador trabalhava s com m quinas manuais hoje trabalhamos com m quinas de luxo A a sociedade tem que trabalhar mais pra d conta do luxo Egresso 2 Bom eu acho que hoje a sociedade est muito sei l muito complicada de se viver hoje precisa mudar urgentemente a quest o da viol ncia a sociedade est horr vel de se viver Egresso 3 Sim precisa de mudan as Egresso 4 Sim Egresso 5 100 Eles apontaram onde devem ocorrer essas mudan as Bom a sociedade na verdade hoje bem complicada hoje cada um por si e hoje em dia ningu m est pensando no pr ximo cada um tentando puxar o tapete do outro Hoje em dia o mundo est bem complicado de se viver cada um tipo assim n o h mais aquele senso de comunidade Egresso 3 Nem explicar eu sei que tanta coisa que a sociedade est precisando que nem explicar eu sei explic
98. cionando diminuir os conflitos que surgem motivados pelo desemprego o Governo utiliza se de mecanismos ideol gicos justificadores para encobrir sua incapacidade e ou n o compromisso de elabora o de pol ticas de gera o de empregos incutindo a ideologia das compet ncias e a da empregabilidade Muitas vezes esta ideologia incorporada pela classe trabalhadora que em seu discurso reproduz o que ouve Assim Oliveira 2003 p 34 35 destaca Existe uma incapacidade de a pr pria economia gerar novos postos de trabalho N o adianta se propagar que a maior qualifica o a desregulamenta o das leis trabalhistas ou que o entendimento entre trabalhadores e empres rios produzir o surgimento de mais empregos de fato necess rio que o governo assuma sua responsabilidade neste processo intervindo no setor criando inclusive uma nova legisla o trabalhista se for necess rio Mas isto tem que ocorrer em simultaneidade com a mudan a de sua postura em rela o pol tica de desenvolvimento Faz se necess rio que o governo opte por um desenvolvimento econ mico direcionado para os interesses dos setores exclu dos Nas respostas antes descritas destacamos o seguinte trecho eu sempre gostei de trabalhar nessa rea mas muito concorrida essa rea um tentando derrubar o outro Egresso 2 Essa uma situa o demonstrativa de um v nculo de desuni o entre o grupo de trabalhadores dai gera se segmenta o entr
99. culada da demanda requerida pelo sistema produtivo aparece reiterando a concep o de homem defendido em tal pol tica Esta concep o de homem diferente e muito mais ampla do que a requerida pela l gica neoliberal de forma que os processos educativos estruturados a partir desse referencial dever o contribuir para a forma o de cidad os capazes de participar politicamente na sociedade atuando como sujeitos nas esferas p blica privada e no terceiro setor espa os privilegiados da pratica cidad em fun o de transforma es que apontem na dire o dessa sociedade justa e igualit ria BRASIL 2006b p 21 Seguindo ainda essa linha de discurso o documento base sobre a forma o humana reafirma A perspectiva precisa ser portanto de forma o na vida e para a vida e n o apenas de qualifica o do mercado ou para ele Por esse entendimento n o se pode subsumir a cidadania inclus o no mercado de trabalho mas assumir a forma o do cidad o que produz pelo trabalho a si e o mundo Esse largo mundo do trabalho n o apenas das modernas tecnologias mas de toda a constru o hist rica que homens e mulheres realizaram das mais simples cotidianas inseridas e oriundas no do espa o local at as mais complexas expressas pela revolu o da ci ncia e da tecnologia BRASIL 20060 p 10 interessante perceber que o interesse e o reconhecimento do aspecto humano do trabalhador mais uma forma de d
100. das do cidad o do mercado e da sociedade concilia o dessas demandas com a voca o e 2 a capacidade institucional da escola ou da rede de ensino Oliveira 2003 p 19 assevera que Enfatizando a necessidade das rela es entre os indiv duos pautarem se por a es competitivas e individuais considera se a escola como mais um elemento sujeito s regras do mercado atribuindo lhe a capacidade de produzir mudan as nas condi es de miserabilidade e de exclus o nas quais vive a grande maioria da popula o brasileira E representando a assim como uma alavanca da competitividade industrial e equalizadora das diversidades sociais relega a plano secund rio a luta desenvolvida pelos setores populares em prol da escolariza o como um elemento fundante da constitui o de indiv duos politicamente atuantes na vida da na o Dessa maneira podemos entender que o capitalismo procura de forma cada vez mais intensa dar a dire o pol tico econ mica sociedade ocupando todos os espa os poss veis A escola profissionalizante ent o n o poderia ficar de fora uma vez que uma das mais importantes frentes para difus o do seu ide rio 47 4 DA PROPOSTA DE FORMA O PARA O TRABALHO REALIDADE DO TRABALHO DA CLASSE TRABALHADORA EM QUE O SUJEITO SE CONSTR I PARA O TRABALHO E SE DES CONSTR I COMO CLASSE TRABALHADORA A escola capitalista est marcada por uma contradi o fundamental isto a de que as classes d
101. de base para todos porque h uma igualdade entre os homens educa o essa que forma o cidad o Trata se de uma educa o nivelada porque o trabalho na manufatura foi nivelado Como se viu a nova ordem econ mica da manufatura n o exige o trabalhador qualificado mas sim o trabalhador disciplinado disposto ao trabalho diligente e frugalidade O documento base do PROEJA aponta a proposta de formula o do curr culo baseado nos objetivos pretendidos pelo Programa e incluindo as especificidades dos sujeitos oriundos da EJA o curr culo integrado uma possibilidade de inovar pedagogicamente na concep o de ensino m dio em resposta aos diferentes sujeitos sociais para os quais se destina por meio de uma concep o que considera o mundo do trabalho e que leva em conta os mais diversos saberes produzidos em diferentes espa os sociais Abandona se a perspectiva estreita de forma o para o mercado de trabalho para assumir a forma o integral dos sujeitos como forma de compreender e se compreender no mundo BRASIL 2006b p 37 Defendendo esta proposta curricular o PPP do PROEJA em Mec nica Industrial assim exp e seu curr culo 91 Quadro 2 Curr culo do Curso do PROEJA em Mec nica Industrial Disciplinas Carga Hor ria Semestre CH TOTAL
102. de promover dois tipos de escola uma para a classe trabalhadora e outra para os detentores dos meios de produ o a burguesia 23 7 A Os egressos foram assim denominados para preservar suas identidades 52 Com efeito Frigotto 2006 p 55 alerta sobre a import ncia de considerar que essa compreens o nos indica que a atitude mais adequada a se adotar tanto do ponto de vista da produ o do conhecimento quanto da a o pol tico pr tica a vigil ncia cr tica buscando desvendar o sentido e o significado das palavras e dos conceitos bem como perceber o que nomeiam ou escondem e que interesses articulam Considerando essas formula es indagamos seria poss vel esta escola no interior do capitalismo oferecer uma proposta de escola baseada numa educa o para a classe trabalhadora com a finalidade de emancip la Seria poss vel a atual escola se afastar dos objetivos macroecon micos que sustentam a sociedade sob as paredes s lidas que a dividem em classes Entendemos que a escola dependente do sistema econ mico tornando a institui o part cipe da inculca o da ideologia burguesa Como ent o acreditar nas boas inten es de um programa PROEJA que favore a a classe trabalhadora despertando sua consci ncia da opress o em que vive No tocante ao n vel de escolaridade os entrevistados ressaltaram a import ncia do estudo para a conquista de um emprego sal rio melhor A ideologia do esfor
103. do ainda as aptid es pessoais Entre as finalidades defendidas pelo Governo Federal est a que dita que o PROEJA garanta a forma o integral do educando BRASIL 2006b p 35 e como princ pios expressa 1 inclus o da popula o em suas ofertas educacionais 2 inser o org nica da modalidade EJA integrada educa o profissional nos sistemas educacionais p blicos 3 amplia o do direito educa o b sica pela universaliza o do ensino m dio 4 trabalho como princ pio educativo 5 pesquisa como fundamento da forma o e 6 condi es gerenciais de g nero de rela es tnico raciais como fundantes da forma o humana e dos modos como se produzem as identidades sociais BRASIL 2006b p 37 38 A perspectiva do trabalho como princ pio educativo est articulada supera o da divis o do trabalho manual e intelectual imperativo refletir sobre a forma o destes sujeitos com vistas a contribuir para superar a aliena o do conhecimento a servi o do mercado Surge ent o a necessidade de investigar a proposta pedag gica e analisar o curr culo do PROEJA do IFCE Campus Juazeiro do Norte que objetiva ofertar a forma o profissional integrada ao ensino m dio Considerando que os sujeitos matriculados neste curso fazem parte de uma estat stica de 12 alunos com hist rias escolares de descontinuidade e exclus o esta caracter stica vem justificar o motivo das dificuldades apresentad
104. dora fornecem uma baixa qualidade de cultura geral e que o conhecimento t cnico trabalhado de forma fragmentada e desconexa o trabalhador entende que a aprendizagem para o trabalho se d naturalmente no interior do trabalho Com efeito Machado 1989 p 133 adverte A divis o pormenorizada do trabalho incapacita cada vez mais o trabalhador a acompanhar o processo completo de produ o pois ela tamb m divide o trabalhado intelectual do trabalho manual A separa o entre a concep o o ato de criar e planejar e a execu o n o apenas leva ao embotamento do trabalhador manual e sua perda do controle da produ o Ela tamb m leva divis o da produ o entre lugares distintos cada um destes ocupados por grupos diferentes de trabalhadores Passa ent o a haver um local ocupado pelos que v o executar o trabalho manual f sico e outro local destinado aos que v o projetar calcular planejar 76 Com o trabalho dividido em atividades espec ficas o homem tamb m foi objeto do controle dessa divis o O trabalhador perde sua totalidade e torna se um trabalhador parcial fragmentado Nesse caso j n o possui dom nio do processo produtivo e passa a trabalhar em apenas uma etapa da produ o ensejando de tal modo o desconhecimento total do produto que fizer A escola n o ter um papel fundamental no impedimento desses acontecimentos Ela tem seu alcance limitado portanto atingida pelo sistema capitalista que a t
105. dos de outras regi es do Pa s usufruindo dos benef cios fiscais contemplados na Lei N 9 532 de 10 de dezembro de 1997 Dentre estes oito unidades estavam ligadas ao setor cal adista 120 elevado n mero de ind strias na cidade de Juazeiro do Norte CE decorre das ind strias que faziam parte da cadeia produtiva a servi o das grandes ind strias de cal ados que aqui se instalaram No caso da cadeia produtiva respons vel pela fabrica o de cal ados pudemos encontrar nesse per odo com muitas ind strias pequeno e m dio porte fornecedoras de material como tiras para montagem de sand lias cola tintas para couro ferragens para compor detalhes nos cal ados etc 28 2 3 Pol ticas de Interioriza o Industrial no Cariri A reestrutura o industrial no Cear veio seguida de altera es pol ticas colocando se como elementos impulsionadores na dinamiza o econ mica do Estado Arruda 1996 p 8 explica que o processo apresentou peculiaridades que o diferenciou dos demais estados do pa s A reestrutura o produtiva cearense ocorreu de forma articulada entre Governo e classe empresarial onde ambos falavam a mesma linguagem Um marco decisivo para a implementa o de mudan as pol ticas no Estado aconteceu na segunda metade dos anos 1970 quando um grupo de jovens empres rios recebe da Federa o das Ind strias do Cear FIEC o Centro Industrial do Cear CIC com o discurso de promover uma pol tica
106. dos fen menos observados O materialismo hist rico dial tico permite a formula o pol tica cr tico transformadora da realidade neste sentido que Gil 2008 p 14 nos adverte a dial tica fornece as bases para uma interpreta o din mica e totalizante da realidade j que estabelece que os fatos sociais n o podem ser entendidos quando considerados isoladamente abstra dos de suas influ ncias pol ticas econ micas culturais etc Para a operacionaliza o da pesquisa Liidke e Andr 1986 p 21 definem tr s fases 1 Fase aberta ou explorat ria 2 Fase sistem tica em termos de coleta de dados 3 Fase para a an lise e interpreta o sistem tica dos dados e da elabora o do documento final Os autores enfatizam ainda que as tr s fases descritas se superp em em diversos momentos sendo dif cil precisar as linhas que as separam A fase aberta ou explorat ria foi aquela em que tomamos o referencial te rico marxista para definir as categorias a serem investigadas e analisadas no interior do PROEJA A fase sistem tica se deu quando realizamos a leitura dos documentos oficiais do PROEJA em Mec nica Industrial e com base nestes elaboramos roteiros para a realiza o das entrevistas com os egressos do PROEJA e por fim a fase para a an lise e interpreta o dos dados Nosso trabalho ser estruturado em cinco cap tulos No segundo logo ap s a introdu o que o primeiro caracterizamos as estrat
107. e conhecimentos adequados aos interesses da produ o passa a ser o primeiro elemento considerado nas discuss es a respeito das possibilidades de supera o do desemprego existente OLIVEIRA 2003 p 36 Sobre a procura pelo curso do PROEJA os egressos ressaltaram o gosto pela rea a identifica o pelo curso de Mec nica Industrial e tamb m pela necessidade de fazer um curso t cnico para atuar ou continuar atuando no mercado de trabalho Vejamos Por necessidade mesmo Eu estava tendo que trabalhar com industriais a precisava de um curso t cnico para me adequar para ganhar mais tamb m do que ganhar s um sal rio A estou bom demais porque eu fiz esse curso t cnico a eu ganho mais de um sal rio E ainda mais encontrar emprego est mais f cil pro pessoal encontrar emprego Egresso 1 N o n o Foi por gostar mesmo e tamb m pela necessidade mas eu trabalho nisso por gostar mesmo Egresso 4 Vale registrar o fato de que todos demonstraram em suas respostas uma empolga o ao falar do curso do PROEJA o que decerto pode ser um reflexo da ideologia da empregabilidade que se encontra impregnada no discurso da pol tica de educa o profissional destinada classe trabalhadora Na presen a desse quadro Ramos 2006 p 47 resume o diploma ent o frequentemente perseguido como interface entre forma o e o emprego Ele garantiria uma qualifica o um status uma remune
108. e estes Essa ideia de concorr ncia no interior do trabalho surge da orienta o da ger ncia empresarial como forma de coagir o trabalhador obedi ncia e submiss o Afinal oper rio concentrado massa perigosa A organiza o 67 entre os trabalhadores no sentido da reivindica o fica comprometida com essa aus ncia de unidade Retomando a an lise do PPP do PROEJA em Mec nica Industrial este assinala que no intuito de favorecer uma educa o profissionalizante em fina sintonia com o mundo do trabalho atrav s da mobiliza o de seu pessoal docente e das coordena es de cursos envidou todos os esfor os para detectar as efetivas necessidades do mercado de trabalho local atentando mormente para aquelas que s o geradoras de lacunas no espa o da sociedade e da economia CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 11 12 E ainda Nessa perspectiva a UNEDJN mostra se sensibilizada e aberta a assumir seu papel educacional inclusor buscando resgatar a Educa o de Jovens e Adultos num plano de prepara o para as atuais t cnicas voltadas para rea Mec nica Industrial setor importante da economia local forte gerador de empregabilidade e ramo do conhecimento t cnico que encontra solo muito f rtil na regi o do Cariri CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 13 Esclarece que Atrav s de investiga o de mercado verificou se na realidade das ind s
109. e os jovens se defrontam cotidianamente Dessa forma lhes resta quando muito a forma o profissional de car ter meramente instrumental em uma escola patronal ou privada para um posto de trabalho BRASIL 2006 p 24 25 Neste trecho o documento base nega a responsabilidade exclusiva da escola Podemos perceber que tal texto exprime ideias amb guas e contradit rias Em diferentes partes do documento base podemos identificar v rios tipos de concep es no que se refere educa o profissional an lise da sociedade s fun es da escola etc Em determinado momento defende o argumento de que a escola culpada pela exclus o de jovens no seu interior e em outro transfere a culpa ao sistema capitalista S o percept veis o jogo de palavras a invers o de conceitos e a confus o de ideias em que o documento base se apoia Como uma trama cuidadosamente tecida tenta passar a no o de que o PROEJA se distinguir da educa o profissional que temos na atualidade Nessa perspectiva tamb m merece ser dito que Com seus cursos breves modulares com a redu o do saber e da t cnica s quest es operacionais com valores pautados pelo individualismo e pela competitividade exigidos pelo mundo empresarial A educa o do cidad o produtivo onde o mercado funciona como princ pio organizador do conjunto da vida coletiva distancia se dos projetos do ser humano emancipado para o exerc cio de uma humanidade solid ria e a constru
110. eerenesssseserrerrsnsses 93 CONSIDERA ES FINAIS AEE E I EN AEA 102 SPAA H A N A D AEE EE 108 AP NDICE A ROTEIRO DA ENTREVISTA REALIZADA COM OS EGRESSOS DO CURSO DE MEC NICA INDUSTRIAL DO IFCE CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE CE o 115 AP NDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ssa Aa Da pa 117 AP NDICE C QUADRO DO HIST RICO DOS ALUNOS APROVADOS NO PROCESSO DE SELE O DO PROEJA EM MEC NICA INDUSTRIAL DO IFCE CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE CE 118 1 INTRODU O Este estudo insere se na linha de pesquisa Trabalho e Educa o e tem como objeto de investiga o o v nculo entre a forma o integral aquela baseada na teoria do capital humano e o Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional Educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA Nosso objetivo central analisar o PROEJA no contexto da pol tica de educa o profissional e sua rela o com o desenvolvimento econ mico local tomando as falas dos egressos do curso de Mec nica Industrial do PROEJA IFCE campus Juazeiro do Norte CE quando representam suas experi ncias de trabalho ante a propagada promessa de empregabilidade O interesse pela tem tica da educa o profissionalizante na regi o do Cariri surgiu ainda no per odo da gradua o em Pedagogia Participamos ativamente em algumas pesquisas durante o per odo de 2000 a 2008 a saber O Ensino Tecnol gico e o Desenvolvimen
111. elevados do cotidiano pr tico do trabalho Machado 1989 p 143 exprime a ideia de que A organiza o do trabalho capitalista requer a institucionaliza o de diferen as entre os trabalhadores uma classifica o cujos crit rios nem sempre podem ser conhecidos e normalmente escapam ao controle oper rio Essas classifica es s vezes d o origem a uma grande variedade de cargos e fun es com nomes diferentes mas com pequenas varia es salariais O estabelecimento dessas diferen as faz parte da ideologia da hierarquia que bastante funcional para o capital pois colabora para dividir os trabalhadores O crit rio principal que norteia essas classifica es a escolaridade N o importa muito se para o desempenho de uma certa fun o um determinado grau de escolaridade seja fundamental Muitas vezes n o o A escolaridade um distintivo aparentemente neutro Aparentemente porque seu uso principal tende a ser mais uma maneira de confirmar privil gios que um crit rio objetivo de sele o A escola t cnica industrial necess ria tamb m para a formaliza o destes crit rios capazes de estabelecer as diferen as que ser o capitalizadas para o trabalho de divis o da classe operaria O novo contexto t cnico social trouxe exig ncias nas qualifica es dos profissionais expandindo a automa o favorecendo determinada parcela e polarizando o trabalho segundo a especifica o de cada um Com a automa
112. em muitas vagas mas faltam pessoas qualificadas Voc 98 fazer um curso assim de um dois anos bom Eles procuram pessoas assim que est o qualificadas Egresso 2 A respeito da incapacidade de uma an lise mais aprofundada e cr tica dos egressos do PROEJA no que se relaciona ao desemprego s rela es de poder numa sociedade desigual e excludente Frigotto 2005 p 19 adverte Transforma se a compreens o da desigualdade existente na realidade social que fruto de rela es de poder e de classe no modo de produ o capitalista resultado de meras op es e ou esfor o pessoal e individual Neste sentido passa se a falsa id ia de que se algu m acumula bens rico o por m rito individual pelo seu trabalho e esfor o ou se pobre por falta de dedica o e esfor o A denominada teoria do capital humano e mais recentemente da qualidade total das compet ncias e da empregabilidade constituem se por excel ncia no credo ideol gico que afirma a vis o individualista e falseadora da efetiva realidade Desmontar essa ideologia um ato educativo e tico pol tico fundamental As pol ticas neoliberais provocam a amplia o do n mero de desempregados desnecess rios produ o desejando a desestabiliza o dos trabalhadores est veis e a instala o do trabalho prec rio O Egresso 1 que possu a no momento da entrevista um contrato tempor rio de seis meses com uma f brica de m quina de costur
113. eoliberais In LOMBARDI J C SAVIANI D SANFELICE J L Org Capitalismo trabalho e educa o Campinas Autores Associados HISTEDBR 2005 p 45 59 GIL A C M todos e t cnicas de pesquisa social S o Paulo Atlas 2008 GRAMSCI A Concep o dial tica da Hist ria Trad de Carlos Nelson Coutinho Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1995a Os intelectuais e a organiza o da cultura Trad de Carlos Nelson Coutinho Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1995b INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA Primeiros dados do Censo 2010 Dispon vel em lt http www ibge gov br censo2010 primeiros dados divulgados index php gt Acesso em 9 dez 2012 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCA O CI NCIA E TECNOLOGIA DO CEAR Centro de Controle Acad mico Fichas individuais dos alunos Juazeiro do Norte 2012 KOBER C M Qualifica o profissional uma tarefa de s sifo Campinas Autores Associados 2004 KUENZER A Z Pedagogia da f brica as rela es de produ o e a educa o do trabalhador S o Paulo Cortez 2011 KUENZER A Z Ensino de 2 grau o trabalho como princ pio educativo S o Paulo Cortez 1997 Ensino m dio e profissional as pol ticas do Estado Neoliberal S o Paulo Cortez 2007 Exclus o includente e inclus o excludente a nova forma de dualidade estrutural que objetiva as novas rela es entre educa o e trabalho In LOMBARDI J C SAVIANI D SANFELIC
114. erando esse Programa assinalar que a educa o do PROEJA dever est alicer ada nas bases de forma o na vida e para a vida e n o apenas de qualifica o para o mercado questionamos os egressos sobre se o PROEJA destacou os problemas sociais e discutiu coletivamente as mudan as necess rias na estrutura da atual sociedade Os Egressos 1 4e 5 n o souberam responder e dois deles relataram Todos n s podemos basta querer A gente trabalha pra si e trabalha para a na o e cada dinheiro arrecadado para melhoria do pa s Pa s sem imposto ele acaba afunda ind stria afunda tudo Quanto maior o pa s maior o imposto arrecadado Egresso 2 N o pra falar a verdade o curso n o deu a menor import ncia em rela o a isso Egresso 3 N o percebemos uma an lise cr tica em nenhuma das opini es registradas A sa da encontrada pelos egressos est sempre na individualidade ou na esperan a da democracia representativa que temos no Brasil e que mediante o voto eles podem mudar as coisas A qualifica o do trabalhador deve ir al m da uni o do saber e do fazer Dever permitir uma vis o cr tica para que ele discuta em qual sociedade est vivendo seus limites e em que modelo gostaria de viver Ainda analisando o mesmo trecho do discurso encontrado no documento base encontramos a seguinte afirma o n o se pode subsumir a cidadania inclus o no mercado de trabalho Percebemos entretanto c
115. erfil Seguindo as orienta es do documento base do PROEJA o PPP do PROEJA em Mec nica Industrial afirma ter organizado seu curr culo com base nos seguintes fundamentos pol tico pedag gicos e Integra o curricular visando qualifica o social e profissional articulada eleva o da escolaridade e Escola formadora de sujeitos articulada a um projeto coletivo de emancipa o humana e Valoriza o dos diferentes saberes no processo educativo 87 e Compreens o e considera o dos tempos e espa os de forma o dos sujeitos da aprendizagem e Escola vinculada realidade dos sujeitos e Autonomia e colabora o entre os sujeitos e o sistema nacional de ensino e Trabalho como princ pio educativo CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 12 A respeito da organiza o do curr culo e das compet ncias por ele perseguido Ramos 2005 p 107 adverte que para a ideia de os limites de um curr culo dualista e fragmentado em disciplinas desenvolvido por meio de uma pr tica pedag gica baseada na transmiss o de conte dos n o se superam pela substitui o das disciplinas pelas compet ncias ao contr rio esta perspectiva agrava a dualidade A organiza o das disciplinas e a escolha dos conte dos fazem parte de um processo hist rico Entend lo a base primordial para efetuar as necess rias mudan as nos pressupostos epistemol gicos que o submetem ao hegem nico modelo de pensa
116. erno do Partido da Socialdemocracia Brasileira PSDB no Estado do Cear Tasso Jereissati 1987 1991 Ciro Gomes 1991 1994 e Tasso Jereissati 1995 1999 e na sua reelei o para o per odo 1999 2002 e com o Governo de L cio Alc ntara 2003 2007 n o obtiveram os resultados proclamados em campanha no que se refere gera o de emprego e distribui o de renda A pol tica do PSDB nesses governos objetivava promover Para entender melhor a altera es no sistema tribut rio por meio da reforma constitucional de 1988 ver http www ipea gov br pub td td0405 pdf 20 a interioriza o da economia com agressivo investimento Na compreens o de Teixeira 2002 p 15 isso decorreu basicamente de duas raz es 1 a emerg ncia das novas formas de contrata o e gerenciamento da for a de trabalho aumentou a inseguran a do trabalhador no que diz respeito possibilidade de a participar do mercado de trabalho b de permanecer no emprego e c manter um n vel est vel de renda e 2 uma pol tica de desenvolvimento industrial totalmente descolada de uma pol tica de trabalho O emprego visto pelo governo como um resultado casual dos investimentos industriais N o h nenhuma preocupa o com a natureza dos postos de trabalho criados n vel de remunera o forma o profissional direitos sociais entre outros Este modelo de desenvolvimento econ mico teve como um dos alvos a regi o do Cariri Efetiva
117. ernos do PSDB no Estado do Cear Com efeito Teixeira 2002 p 24 exprime a ideia que Os baixos custos salariais representam para as empresas que aqui se instalam uma vantagem competitiva extremamente alta Segundo o relat rio do Banco Mundial uma firma que tem seu custo salarial de 20 do seu custo total de produ o consegue uma margem de competitividade de at 10 sobre as demais firmas que operam no mesmo ramo nacional ou internacionalmente O crescimento no n mero de ind strias impulsionou a urg ncia por m o de obra no setor de Mec nica Industrial Por implica o a este fato durante a d cada de 1990 houve um crescimento na oferta de cursos profissionalizantes na regi o do Cariri Tiveram papel importante na oferta dessa modalidade de ensino as seguintes entidades o Sistema S com o Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI e Servi o Social da Ind stria SESI a Universidade Regional do Cariri URCA com os cursos na rea tecnol gica o Centro de Ensino Tecnol gico CENTEC os Centros Vocacionais Tecnol gicos CV T s da Regi o do Cariri e finalmente no Centro Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia CEFET hoje Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia IFCE com a oferta de cursos em n veis t cnico e tecn logo 2 1 A Regi o do Cariri Cearense A Regi o do Cariri est situada no sul do Estado do Cear tendo divisa com os Estados de Pernambuco Para ba e Piau Seg
118. ersal que transmite um saber universal Sob esta apar ncia reproduz a divis o entre o trabalho intelectual e trabalho manual localizada que est no p lo te rico separado do p lo pr tico como consequ ncia da separa o existente nas sociedades capitalistas entre o trabalhador e os meios de produ o KUENZER 1997 p 46 19 No tocante apropria o da unidade de id ias educa o integral explicitada como modelo pretendido no discurso do Programa resultado da atual pol tica de educa o para o trabalho Kuenzer 2005 p 78 ressalta importante destacar uma preocupa o presente em nossos estudos a facilidade com que a pedagogia taylorista se apropria sempre do ponto de vista do capital de concep es elaboradas pela pedagogia socialista e com isso estabelece uma ambigiiidade nos discursos e nas pr ticas pedag gicas Essa apropria o tem levado muitos a imaginar que a partir das novas demandas do capital no regime de acumula o flex vel as pol ticas e propostas pedag gicas passaram a contemplar os interesses dos que vivem do trabalho do ponto de vista da democratiza o Assim que categorias cl ssicas da pedagogia s poss veis de objetiva o plena em outro modo de produ o passaram a fazer parte do novo discurso pedag gico forma o do homem em todas as suas dimens es de integralidade com vias politecnia a supera o da fragmenta o do trabalho em geral e em decorr ncia a tr
119. esenvolvimento do Cear CODEC Na esfera municipal a Grendene contou com a concess o de incentivos sobre o IPTU Al m disso obteve financiamentos junto ao BNDS e FNE BNB Dados do IPLANCE indicavam que o Cear era um dos principais destinos de investimentos industriais do Pa s com 574 ind strias atra das no per odo de 1991 a 1998 Como parte da implementa o do projeto de interioriza o industrial a Secretaria de Desenvolvimento Econ mico lan ou o plano de cria o de 100 minidistritos industriais direcionados para micro e pequenas empresas A proposta surgiu no momento em que o Governo foi criticado pela concess o de benef cios para grandes empresas do Sul e Sudeste que se instalam no interior do Cear 17 E f ru Beserra 2009 p 48 nos adverte Esse modelo por m provou se inadequado e ineficaz uma vez que dificultou o acesso dos trabalhadores ao Distrito e produziu uma marginaliza o nas reas adjacentes Consegiientemente o Distrito Industrial n o atraiu ind strias e portanto n o se consolidou ao longo dos anos 34 3 DIVIS O SOCIAL DO TRABALHO NO CAPITALISMO PARADIGMAS TECNOL GICOS E ORGANIZACIONAIS DA SOCIEDADE INDUSTRIAL E A DEMANDA POR QUALIFICA O PROFISSIONAL Mas se a qualifica o profissional faz parte da historia do trabalho ela com certeza n o se apresenta da mesma forma e com o mesmo significado nesse processo O que ser um indiv duo qualificado Como e onde se qual
120. guesas In BUFFA E ARROYO M NOSELLA P Educa o e cidadania quem educa o cidad o S o Paulo Cortez 2010 p 13 34 CARDOZO M J P B A reforma do ensino m dio e a forma o dos estudantes desvelando a ideologia das compet ncias e da empregabilidade S o Lu s Edufma 2009 CARVALHO C do P F de A educa o cidad na vis o empresarial o telecurso 2000 Campinas Autores Associados 1999 CASTRO R P As quest es da qualifica o e da educa o e a nova base t cnica do capitalismo S o Carlos UFSCAR 1992 Mimeo CEAR Lei Complementar Estadual do Cear 78 de 2009 Fortaleza 2009 Dispon vel em lt http pt wikisource org wiki Lei Complementar Estadual do CearWC3 AI 78 de 2009 gt Acesso em 9 dez 2012 CEAR Secretaria do Planejamento e Coordena o Plano de mudan as 1987 1990 Fortaleza 1987 Plano de Desenvolvimento Sustent vel do Cear 1995 1998 Fortaleza 1995 CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR Projeto Pol tico Pedag gico do PROEJA em Mec nica Industrial Juazeiro do Norte IFCE 2006 110 CIAVATTA M A forma o integrada a escola e o trabalho como lugares de mem ria e de identidade In FRIGOTTO G CIAVATTA M RAMOS M Org Ensino m dio integrado concep o e contradi es S o Paulo Cortez 2005 p 83 105 CORR A V As rela es sociais na escola e a produ o da exist ncia do professor In FRIGOTTO G CIAVATTA M RAMO
121. hador em favor da valoriza o do capital e do controle do processo de trabalho contrapondo se ao artes o que desfrutava da qualifica o e autonomia no tempo e na forma de produ o O Taylorismo surge como m todo de produ o e organiza o do trabalho que visa ao crescimento do controle da atividade pelo capital no incremento da produtividade e da diminui o dos custos em m o de obra Este m todo defendia a cronometragem na execu o das etapas a fim de promover o controle de cada opera o fabril do homem e da m quina especializando as atividades e por conseguinte agravando a crescente separa o entre trabalho manual e intelectual Todos os princ pios desenvolvidos por Frederic W Taylor ficaram conhecidos como organiza o cient fica do trabalho Baseando se na produ o em massa no processo cont nuo na dilata o dos mercados que propiciariam a elimina o completa das qualifica es artesanais e por consequ ncia em um alto grau de especializa o e divis o do trabalho tornou a atividade do oper rio rotineira e repetitiva condicionando o controle do processo de fabrica o unicamente nas m os da ger ncia 3 3 Princ pios Organizacionais da Produ o Fordismo Em 1914 o Fordismo se iniciou como modelo industrial de produ o que marcou uma poca particular do capitalismo no p s Segunda Guerra quando houve um r pido crescimento da economia a produ o em massa prosperou as rendas reais aument
122. i esse curso j no finalzinho j sem conseguir porque eu fui obrigado h faltar uns dias e eu estava quase pra desistir do curso A gente trabalha oito horas por dia ent o voc chega em casa e no meu caso tomava um banho e jantar que bom nada e ficava muito cansativo pra gente no meu caso tem muitas faltas reconhe o Mas n o por falta de interesse por cansa o e quando eu terminei o curso eu preferi d um tempo Mas eu pretendo voltar e fazer outros cursos ai Esse fato do cansa o o motivo pra maioria desistir Nossa sala come ou com 30 alunos e s 7 se formaram ent o esse ai um dos maiores fatores pra gente desistir Egresso 3 Porque a qualifica o s vezes precisa de experi ncia a gente sabe quando a gente est preparado pro mercado de trabalho ou n o Egresso 4 Observamos mais uma vez a cren a no m rito individual para explicar as diferen as entre as classes sociais Os egressos acreditam que s n o muda de vida quem n o quer oportunidade tem Refor ando essa ideologia o documento base do PROEJA proclama que sua proposta se baseia em o PROEJA enfatiza a forma o no sentido de contribuir para a integra o sociolaboral que direito de todos Ao perseguir a constru o de um modelo de sociedade no qual o sistema educacional proporcione condi es para que todos os cidad os e cidad s independente de sua origem 70 socioecon mica tenham acesso perman ncia
123. iar a a o da m quina e proteg la de avarias Com a ferramenta era diferente O trabalhador animava a ferramenta com sua arte e criatividade Com efeito a m quina que passa a ter virtuosidade pois as leis mec nicas em seu interior dotaram na de alma Nos numerosos pontos do sistema mec nico o trabalhado aparece como corpo consciente sob a forma de alguns trabalhadores vivos Dispersos submetidos ao processo de conjunto da maquinaria n o formam mais do que um elemento do sistema cuja unidade n o reside nos trabalhadores vivos mas na maquinaria viva ativa que em rela o atividade isolada e insignificante do trabalho vivo aparece como um organismo gigantesco O novo paradigma produtivo tende a elevar os requisitos de qualifica o da m o de obra de uma forma geral e de uma maior escolariza o formal Isso no entanto n o se d de forma democr tica com a forma o para a emancipa o do homem Kuenzer 2005 p 80 81 adverte para a no o de que Sob a aparente reconstitui o da unidade do trabalho idealizada para enfrentar os limites da divis o t cnica portanto esconde se sua maior precariza o exatamente porque a finalidade das novas formas de organiza o ao aumentar as possibilidades de reprodu o ampliada do capital n o supera mas aprofunda a divis o entre capital e trabalho Frigotto 2000 p 75 faz uma alus o tem tica da qualifica o em que a mudan a ocorre na
124. ibuta o diferenciado para o setor automotivo O objetivo ampliar os benef cios al m dos que s o ofertados pelo Estado e atrair uma montadora multinacional para se instalar no Cear 25 Nos anos 1950 em raz o da defici ncia da capacidade produtiva na regi o ocorreu um decl nio na rea econ mica Nos anos 1960 a regi o do Cariri cearense mostrava se carente de planejamento recursos e iniciativas governamentais e empresariais que pudessem renovar o quadro ali instalado A SUDENE em 1961 criou incentivos fiscais que visavam a beneficiar ind strias e incentivar a cria o de mais unidades Desta pol tica resultaram os seguintes n meros determinou se que um total de 17 empresas industriais fossem beneficiadas sendo seis projetos de moderniza o ou amplia o e 11 novas ind strias Esta pol tica de desenvolvimento no entanto n o comprovou ser a mais adequada para o desenvolvimento regional naquele per odo Ainda na d cada de 1960 o projeto Asimow objetivou principalmente despertar o pequeno empres rio e engaj lo na melhoria qualitativa de sua empresa Isso se daria mediante est mulos financeiros e assist ncia t cnica direta A equipe t cnica era formada por professores e estagi rios da Universidade da Calif rnia e da Universidade Federal do Cear UFC O prof Jo o Jos de S Parente docente da institui o foi uma figura central pela ajuda na implementa o do projeto e pela transfer nci
125. ica o Profissional demandas de um novo ciclo do Capitalismo A globaliza o atual da economia e a reestrutura o produtiva baseada na acumula o flex vel provocou mudan as no mundo do trabalho e nas rela es sociais Essas mudan as suscitam debates envolvendo as rela es entre trabalho e qualifica o profissional A ind stria estava pautada em uma base t cnica eletromec nica orientada pelos princ pios tayloristas e fordistas na organiza o do processo produtivo 38 Os processos de transi o no entanto n o se deram de forma linear e tampouco forma cont nua Formas antigas e modernas de produ o se conjugam e se contrap em demonstrando a complexidade do processo produtivo Machado 1989 p 13 argumenta que O processo de transi o de um a outro tipo de sociedade cont nuo e descont nuo ao mesmo tempo s mudan as qualitativas sucedem mudan as quantitativas emerg ncia dos novos elementos sobrev m a continuidade das antigas formas mostrando que se trata de um processo complexo de interpenetra o onde contradi es j existentes se rep em e se entrela am com outras novas A sociedade tecnizada surge quando a sociedade industrial ainda n o se esgotou e no caso dos pa ses subdesenvolvidos ela se esbo a em meio a graves distor es e acentua os descompassos de tempo e de ritmo que caracteriza o desenvolvimento do capitalismo perif rico A introdu o de novas tecnologias e a ado
126. ico da regi o do Cariri cearense e como a proposta de forma o integral do curso de Mec nica Industrial repercute na atua o profissional dos egressos Para o prop sito deste ensaio buscamos caracterizar no cap tulo 2 a industrializa o no Cear e no Cariri suas demandas de forma o para a classe trabalhadora e a rela o desta forma o com o PROEJA No m dulo 3 trouxemos as categorias subjacentes ao documento base do PROEJA ao PPP do PROEJA em Mec nica Industrial e as falas dos egressos coletadas mediante o instrumento da entrevista analisando luz da teoria marxista e da literatura dispon vel da tem tica trabalho e educa o e finalmente no segmento 4 investigamos como o modelo de forma o para o trabalho propagado pelo PROEJA operacionalizado pelo IFCE e pelo trabalhador considerando o setor produtivo inserido no complexo sistema capitalista O Estado justifica a destina o de programas como o PROEJA para a classe trabalhadora por defender a ideia de que seu p blico tem baixo n vel de escolariza o como se o acesso educa o b sica n o tenha ocorrido por incapacidade do sujeito de se manter na escola A necessidade de abandonar os estudos para dedicar se ao trabalho interpretada e difundida erroneamente como escolha do pr prio sujeito nesse sentido que por interm dio de mecanismos diversos o trabalhador fica subordinado cada vez mais ao sistema capitalista uma vez que o modelo de qualifi
127. ificar algu m para o trabalho A quem cabe o papel de qualificar os indiv duos para o trabalho Como se hierarquizam as qualifica es Essas quest es n o s n o se apresentam com o mesmo significado como s o profundamente demarcadas pelo seu tempo e pelas as rela es sociais historicamente constru das CARVALHO 1999 Dissertar sobre a educa o profissional exige analisar o modo como essa se processa e tamb m desvelar os interesses impl citos na proposta governamental de pol tica p blica educacional destinada classe trabalhadora Isso pressup e uma digress o hist rica para melhor compreendermos as altera es ocorridas nas concep es de trabalho e de organiza o social 3 1 Do Artesanato Revolu o Industrial Na sociedade feudal em termos de organiza o do trabalho encontravam se os senhores e o clero que viviam do trabalho das classes servis O trabalho n o estava vinculado apenas terra pois as pr ticas dos artes os e dos comerciantes inclu fam se nas formas de trabalho da poca Na Idade M dia predominava o artesanato como atividade produtiva individual ou de pequenos grupos de pessoas O artes o dominava todo o processo produtivo desde o planejamento do objeto a ser confeccionado a todas as etapas da sua produ o O mestre artes o at ent o propriet rio dos meios de produ o com o desenvolvimento da manufatura por volta do s c XIV perdeu o controle sobre o processo de traba
128. implementar pol ticas de atra o de investimentos e na gera o de empregos baseadas em concess es fiscais derivadas do Imposto sobre Opera es Relativas Circula o de Mercadorias e sobre Presta es de Servi os de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunica o ICMS no lugar de propriamente implementar pol ticas est veis e duradouras for ando desta forma a mudan a da din mica de industrializa o para a regi o Nordeste Ara jo 1997 p 453 destaca a ideia de que as pol ticas de abertura comercial e de integra o competitiva comandada pelo mercado incorporada a aspectos da pol tica de estabiliza o como juros elevados e prazos curtos para financiamento t m afetado v rios segmentos da ind stria especialmente o Sudeste atuando favoravelmente no deslocamento de ind strias para o Nordeste A esses fatores acrescenta se os incentivos e infra estrutura proporcionada pelos estados al m de uma super oferta da m o de obra baixos sal rios e a possibilidade de flexibilizar as rela es de trabalho como exemplo a subcontrata o O Estado do Cear destacou se no quadro nordestino notadamente na segunda metade da d cada de 1990 por praticar uma nova din mica industrializa o baseada numa pol tica agressiva de incentivos fiscais e aproveitamento dos espa os regionais passando a investir na interioriza o industrial Os resultados desse modelo econ mico no entanto comandado pelo gov
129. io Lula da Silva Conforme previsto no plano de expans o da educa o profissional e tecnol gica do Governo federal o IFCE campus Juazeiro do Norte no ano de 2012 conta com 86 professores e 29 t cnicos administrativos informa o verbal Oferta atualmente os seguintes cursos t cnico integrado em Eletrot cnica t cnico integrado em Edifica es t cnico em Mec nica Industrial integrado Educa o de Jovens e Adultos PROEJA licenciatura em Educa o F sica licenciatura em Matem tica Tecnologia em Automa o Industrial Tecnologia em Constru o de Edif cios e bacharelado em Engenharia Ambiental Na modalidade de ensino a dist ncia oferta os cursos t cnico em Edifica es pela Escola T cnica Aberta do Brasil e tec licenciatura em Matem tica pela Universidade Aberta do Brasil UAB e especializa o em Educa o de Jovens e Adultos com nfase na diversidade Secretaria de Educa o Continuada Alfabetiza o e Diversidade SECAD O PROEJA em Mec nica Industrial est organizado em tr s anos distribu dos em seis semestres A carga hor ria de 2 400h a sendo 1 200h a para as bases cient ficas e 1 200h a para as bases tecnol gicas O est gio conta com 400h a e n o obrigat rio O curso oferecia 30 vagas semestralmente e acontece no turno noturno Com rela o estrutura f sica o campus disp e para o referido Programa de uma sala de coordena o do curso seis salas de aula e laborat rios q
130. iv duos procuram associar se com os demais em busca das modifica es pretendidas e isso que faz deles sujeitos de seu destino hist rico nesse conv vio com os outros que o homem constr i o mundo forja a sociedade em todas as suas dimens es A conquista desses mecanismos de participa o caber aos sujeitos pol ticos que coletivamente dever o fazer pol tica envolver grandes massas na solu o de seus pr prios problemas lutar cotidianamente pela conquista de espa os e posi es Sobre a uni o do saber e do fazer Martins 2000 chama a aten o treinar para entender como e em que momento apertar este ou aquele bot o limitar se a compreender uma fase da opera o que resultar na produ o de uma mercadoria qualquer n o significa o conhecimento de todo o complexo processo dessa forma compreender qual a origem e o valor da mat ria prima o porqu de tal organiza o a produ o qual o destino dos produtos finais qual o significado e valor do trabalho realizado por qualquer trabalhador MARTINS 2000 p 21 Sendo assim 14 Essas indaga es tornaram se inintelig veis queles que se dedicam simples t cnica ao simples fazer sem saber Para responder a essas indaga es seria preciso um conhecimento mais profundo acerca das rela es sociais seria preciso saber al m de simplesmente conhecer como fazer MARTINS 2000 p 21 4 3 O PROEJA
131. junto de opera es que se constituem em fragmentos de um conhecimento mais amplo ou ensinar a compreender os princ pios te ricos e metodol gicos que explicam determinadas opera es que possibilitem captar as rela es que estabelecem entre si De modo a obter a vis o da totalidade do trabalho A realidade tem demonstrado que os cursos que se pautam por essa linha de trabalho embora com propostas pedag gicas voltadas para a forma o profissional conduzem forma o geral de qualidade permitindo ao profissional ampliar sua base de conhecimento e de atua o Ou seja resguardada a dimens o de totalidade a maior especializa o concebida como aprofundamento te rico aliado intimidade com a pr tica resulta em maior poder de generaliza o J os cursos tanto acad micos quanto profissionalizantes que trabalham em sua proposta uma ampla gama de assuntos tratados superficial e desarticuladamente n o t m conseguido nem uma coisa nem outra Explicitamente o PPP do PROEJA em Mec nica Industrial defende um tipo de forma o para a demanda do setor produtivo Isto parte se do mercado de trabalho para assim adaptar o trabalhador a uma determinada rea do setor produtivo neste sentido que Corr a 2005 p 145 chama a aten o N o h como ignorar a grande press o existente para que a educa o escolar continue sendo pensada a partir do mundo da produ o do perfil do novo 69 trabalhador para o atu
132. l rio poder condi es de trabalho etc Com o tempo mesmo o trabalhador desenvolvendo atividades de car ter meramente t cnico passou se a difundir a ideia da necessidade de um trabalhador com as devidas compet ncias t cnicas e te ricas com vistas a elevar o n vel da sua escolaridade objetivando o aumento da produ o e consequentemente do capital Kuenzer 2005 p 90 acentua 39 A an lise do exerc cio laboral e da forma o dos chamados trabalhadores flex veis mostra que embora presente no discurso a recomposi o da unidade nunca estiveram t o distantes da pr tica o poder de decidir de criar ci ncia e tecnologia de intervir em processos cada vez mais centralizados tecnol gica e gerencialmente Pelo contr rio o trabalho da maioria est cada vez mais desqualificado intensificado e precarizado como resultado do novo regime de acumula o KUENZER 2005 p 90 Esse car ter desqualificador ainda refor a a dualidade pensar executar difundida como necess ria na atual ind stria capitalista S o vagas de trabalho que exigem certifica o de qualifica o e que no cumprimento da atividade produtiva n o requerem conhecimento especializado baseado em concep es da ci ncia Marx 1980 p 38 39 formula a ideia de que A m quina j n o tem nada de comum com o instrumento do trabalhador individual A atividade manifesta se muito mais como pertencente m quina ficando o oper rio a vig
133. l atrav s da aproxima o do conhecimento t cnico e cient fico 3 Contribuir com o aprimoramento do educando na forma o tica 4 Promover maios para a compreens o dos fundamentos cient ficos e tecnol gicos dos processos produtivos 5 Viabilizar a produ o humana atrav s da qualifica o do trabalho 6 Contribuir com a cidadania participativa dos jovens e adultos 7 Promover a inclus o social atrav s da oferta do ensino profissionalizante e 8 Proporcionar habilita o profissional na rea da Ind stria especificamente da Mec nica Industrial BRASIL 2006b p 10 12 Faz se necess ria a aten o s concep es impl citas em programas projetos e curr culos Nesse sentido Apple 1989 p 59 nos adverte sempre parte de uma tradi o seletiva resultado da sele o de algu m da vis o de algum grupo acerca do que seja conhecimento leg timo E produto de tens es conflitos e concess es culturais pol ticas e econ micas que organizam e desorganizam um povo Assim a forma o integral dos trabalhadores pressup e a forma o integral dos trabalhadores que integrem cultura e produ o ci ncia e t cnica atividade intelectual e manual onde o trabalho e a educa o sejam compreendidos n o apenas como espa os em que se realizam atividades produtivas mas como espa o em que as rela es sociais concebam transforma es societ rias COSTA 2010 p 32 A prop sito do expo
134. ldades decorrentes das diferen as de classes e de especificidades resultantes de um modelo de desenvolvimento desequilibrado que reproduz internamente as mesmas desigualdades e os mesmos desequil brios que ocorrem entre os pa ses no mbito da internacionaliza o do capital KUENZER 2000 p 20 93 4 4 Desafios a classe trabalhadora A gente n o se forma na escola a gente se forma no trabalho Considerando a forma o que o PROEJA anuncia oferecer o documento base destaca O que realmente se pretende a forma o humana no seu sentido lato com acesso ao universo de saberes e conhecimentos cient ficos e tecnol gicos produzidos historicamente pela humanidade integrada a uma forma o profissional que permita compreender o mundo compreender se no mundo e nele atuar na busca de melhoria das pr prias condi es de vida e da constru o de uma sociedade justa BRASIL 2006b p 10 E para que esta se realize anuncia A educa o profissional e tecnol gica comprometida com a forma o de um sujeito com autonomia intelectual tica pol tica e humana exige assumir uma pol tica de educa o e qualifica o profissional n o para adaptar o trabalhador e prepar lo de forma passiva e subordinada ao processo de acumula o da economia capitalista mas voltada para a perspectiva da viv ncia de um processo cr tico emancipador e fertilizador de outro mundo poss vel BRASIL 2006b p 29 Apesar dessa
135. le n o sofrer nenhum dano As informa es coletadas nesta pesquisa ser o utilizadas nica e exclusivamente com o prop sito acad mico cient fico Portanto os indicadores receber o tratamento estat stico n o sendo divulgado nenhum dado particular nome logomarca ou elemento que identifique o participante A divulga o dos resultados deste estudo ocorrer em eventos did tico cient ficos e os resultados ser o apresentados de forma coletiva mantendo se o sigilo e a integridade f sica e tamb m moral do participante Diante do exposto eu declaro que fui devidamente esclarecido a e dou o meu consentimento para participar da pesquisa e publica o dos resultados Juazeiro do Norte 2012 Assinatura do a participante ou respons vel legal 118 AP NDICE C QUADRO DO HIST RICO DOS ALUNOS APROVADOS NO PROCESSO DE SELE O DO PROEJA EM MEC NICA INDUSTRIAL DO IFCE CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE CE LEGENDA EB Realizou Matr cula P Aprovado por depend ncia Realizou matr cula no entanto n o cursou EE Aprovado E Reprovado Concluiu o PROEJA EE N o realizou matr cula lala lalm alalalm N Corpo Discente sao ds e papa pesso s no alala e e aaa 01 Ailton Bezerra Alves 2007 1 02 Alailton De Moura Silva 2007 1 03 C cera Barbosa de Souza
136. lho Na medida em que o manufatureiro conseguia reunir as etapas de produ o com as t cnicas artesanais em estabelecimentos fabris e modificar a antiga atividade do trabalho na qual o artes o atuava estabeleceu que cada pessoa desenvolvesse apenas uma etapa do produto final 35 A Revolu o Industrial ocorrida no final do s culo XVII e no in cio do s culo XIX marcou historicamente o conjunto das transforma es econ micas e sociais causadas pelo progresso t cnico As inova es tecnol gicas basearam se principalmente nas m quinas a vapor e no desenvolvimento da mecaniza o Com essa perspectiva as m quinas e todas essas inova es foram introduzidas no interior das f bricas e em diversos setores produtivos alterando as formas de organiza o produtiva e do trabalho ao marcar o fim do processo de trabalho artesanal Conv m ressaltar que a busca pelo aumento da produtividade as intensas jornadas de trabalho a introdu o do trabalho de mulheres e crian as nas f bricas a oferta de baixos sal rios bem como a generaliza o da mis ria que abateu a popula o de trabalhadores naquelas circunst ncias ensejara uma enorme insatisfa o da classe oper ria Pino 2008 p 67 68 exprime a ideia de A necessidade de crescimento do capitalismo obscurece as consequ ncias sociais pol ticas geopol ticas e ecol gicas Contudo toda produ o tem seus custos A produ o da mercadoria for a de trabalho tem um cu
137. m trabalho com manuten o preventiva que seria manuten o dentro da empresa que eu trabalho Manuten o corretiva e assim basicamente isso tudo que eu fa o eu trabalho na rea de manuten o de m quinas e equipamentos Egresso 3 Trabalho na rea de log stica Numa f brica de m quina de costura Egresso 4 Manuten o em equipamentos solda Egresso 5 vista do exposto podemos entender por que os egressos reclamam tanto da falta de aulas pr ticas no curso do PROEJA As atividades por eles desempenhadas s o exclusivamente limitadas reprodu o da t cnica a respeito do que Kuenzer 1997 p 115 se refere 86 Para os oper rios que trabalham em tarefas simplificadas medida em que seu dom nio do saber sobre o trabalho te rico e pr tico restrito as dimens es de decidir e criar que caracterizam o trabalho humano n o est o presentes Pelo contr rio o pr prio processo industrial com suas exig ncias de qualidade exige do oper rio comportamentos automatizados e repetitivos restringindo o a cumprir o processo de executar as receitas sem resolver os problemas que aparecem KUENZER 2011 p 115 Podemos entender que o desenvolvimento do processo de simplifica o do trabalho pelo avan o tecnol gico nesta fase do capitalismo tende a reduzir cada vez mais a necessidade de trabalhadores com capacidade intelectual elevada Com vistas a romper a depend ncia da educa o rela
138. ma Egresso 5 Frigotto 2005 p 20 alerta Em sociedades onde os trabalhadores est o mais organizados em sindicatos ou partidos n o se eliminou a explora o do trabalho mas tornaram se menor Em outro momento da entrevista os egressos demonstraram claramente a nega o da greve como um movimento reivindicat rio v lido Assim dois deles destacaram sua reprova o pelo movimento grevista conforme demonstrado nos depoimentos a seguir N o n o Nessa rea aumentar sal rio diminuir jornada de trabalho isso ai ainda vai n Mas tem muitos que vem com greve a prejudica nosso sal rio porque quando para para tudo de uma vez a prejudica os trabalhadores e prejudica eles prejudica todo mundo Egresso1 porque cada pessoa tem sua administra o e se tiver faltando dinheiro a ele n o pode tirar dinheiro pra cobrir Eu n o posso tirar dinheiro da sa de pra aplicar na educa o Egresso2 Apoiando o governo quando n o concede aumento Concebendo que as greves tinham principalmente um car ter pedag gico e de resist ncia contra os abusos dos capitalistas Marx e Engels nunca deixaram de aconselhar que 62 os oper rios n o abandonassem a luta econ mica Apesar de acreditar no insucesso das greves naquela poca tinham as greves como escolas de guerra de uma efic cia sem igual Vale destacar que com ampara em um car ter pedag gico de resist ncia contra as usurpa es capitali
139. ma das rela es sociais Dessa pluralidade cultural adv m elementos diversos do contexto fundamentais ao processo de concep o do curr culo um curr culo integrado vida dos educandos din mica da integra o e dos processos hist ricos sociais econ micos e culturais relevantes que estes vivenciam Elementos significativos do passado que precisam se integrar aos fatos cruciais do presente Elementos do conhecimento emp rico e da cultura que trazem os educandos de suas experi ncias de vida que precisam juntar se aos conhecimentos cient ficos para signific los A dualidade entre a cultura geral e a cultura t cnica dever ser superada Com base nessa premissa destacamos a concep o de pol tica que fundamenta o PROEJA em seu documento base BRASIL 2006b p 34 15 A concep o de uma pol tica cujo objetivo de forma o est fundamentado na integra o de trabalho ci ncia t cnica tecnologia humanismo e cultura geral pode contribuir para o enriquecimento cient fico cultural pol tico e profissional das popula es pela indissociabilidade dessas dimens es no mundo real Assim uma das finalidades mais significativas dos cursos t cnicos integrados no mbito de uma pol tica educacional deve ser a capacidade de proporcionar educa o b sica s lida em v nculo estreito com a forma o profissional e a forma o integral do educando capaz de compreender a realidade social econ mica pol tica
140. mente houve a substitui o da economia agr cola pelo incentivo economia industrial Apesar da chamada voca o agr cola e da prec ria situa o educacional da maioria da popula o o Cariri cearense cresceu em termos de expans o industrial principalmente os munic pios de Juazeiro do Norte Crato e Barbalha Consorte evoca Ara jo 2011 p 89 A proposta de interioriza o do desenvolvimento econ mico tem como base a estrutura setorial e espacial mediante divis o pol tico administrativa conforme as reas de Desenvolvimento Regional ADRs A divis o compreendeu sete reas a saber Especial Litoral Vale do Jaguaribe Centro Sul Cariri Sert o dos Inhamuns Sert o Central Sobral Ibiapaba De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento e Or amento SEPLAN essas reas foram assim estruturadas e A rea especial compreendia nove munic pios com um territ rio de 3 483km com 3 880 ind strias em funcionamento compondo os distritos industriais de Fortaleza e Maracana e os centros industriais de Aquiraz e Caucaia Os g neros de vestu rio cal ados e artefatos de tecidos eram os que mais se destacavam nesta ADR A rea denominada Litoral era composta por 43 munic pios possuia territ rio de 28 173km e 532 ind strias ativas compondo os centros industriais nos munic pios de Aracati e Pacajus com destaque para o setor aliment cio t xtil de vestu rios de cal ados e de artefatos de tecid
141. mites e perspectivas S o Paulo Autores Associados 1997 Sobre a concep o de politecnia Rio de Janeiro Fiocruz 1989 Mimeo SILVA FILHO G E da A interpreta o para o atraso relativo do Nordeste a partir da teoria do desenvolvimento econ mico perif rico da CEPAL Revista Econ mica do Nordeste Fortaleza v 28 n 4 p 420 442 1997 SNYDERS G Escola classe e luta de classe S o Paulo Centauro 2005 SOUZA J dos S O recrudescimento da Teoria do Capital Humano Campinas 8 a 11 nov 2005 Dispon vel em http www unicamp br cemarx AN AIS 201V 20COLOQUIO comunica E7 F5es GT5 gt Sm3c2 pdf gt Acesso em 10 ago 2012 114 TEIXEIRA F J S Cear terra dos outros uma avalia o do projeto do governo das mudan as Fortaleza 2002 Mimeo 115 AP NDICE A ROTEIRO DA ENTREVISTA REALIZADA COM OS EGRESSOS DO CURSO DE MEC NICA INDUSTRIAL DO IFCE CAMPUS JUAZEIRO DO 10 11 12 13 14 15 16 17 18 NORTE CE Nome Escolaridade Profiss o Por que escolheu esta profiss o Descreva as principais tarefas que executa no emprego Na realiza o dessas tarefas considera que precisa tomar decis es De que tipo E em outras situa es da vida cotidiana fora do emprego precisa tomar decis es De que tipo Em quais aspectos considera que as suas decis es s o importantes Por qu Considera que possui autonomia nos momentos em que precisa tomar decis es Por qu
142. nclus o de Curso da Especializa o em Educa o Profissional T cnica Integrada ao Ensino B sico na Modalidade Educa o de Jovens e Adultos no IFCE em 2008 11 motivaram realiza o deste experimento Pol tica de desenvolvimento econ mico e forma o profissional os egressos do curso de Mec nica Industrial do PROEJA 2007 2009 do IFCE campus Juazeiro do Norte CE As mudan as ocorridas no modelo de desenvolvimento da regi o do Cariri demandaram qualifica o para a classe trabalhadora Com essa justificativa alguns cursos foram criados para atender esta demanda dentre eles o PROEJA com a habilita o em Mec nica Industrial do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia IFCE objeto central deste estudo O Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional Educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA est regulamentado pelo Decreto n 5 840 de 13 de julho de 2006 BRASIL 2006 Nesse decreto as institui es federais de educa o ficam incumbidas de implantar cursos de forma o profissional integrada ao ensino m dio na modalidade de Educa o de Jovens e Adultos Quanto escolha da rea para a forma o profissional deste curso fica estabelecido no art 5 do decreto referido que os cursos dever o ser estruturados preferencialmente em sintonia com a demanda econ mica local de forma a contribuir com as estrat gias de desenvolvimento respeitan
143. no ano de 2002 intitulada Interioriza o Industrial empregabilidade qualifica o e precariza o do trabalho Tinha como objetivo geral desvendar os impactos da interioriza o industrial na regi o do Cariri 10 cearense destacando as rela es de trabalho implementadas dentro do paradigma da flexibiliza o a adapta o da m o de obra ao setor industrial e as exig ncias de qualifica o profissional Como objetivos espec ficos busc vamos 1 caracterizar o setor industrial do Cariri cearense 2 verificar os impactos da instala o de empreendimentos industriais na regi o 3 entender em que medida esses empreendimentos consolidam se como uma op o na gera o de emprego ou ocupa o 4 conhecer a representatividade do setor cal adista dentro da ind stria caririense 5 obter uma vis o geral do processo de forma o e qualifica o desses trabalhadores 6 caracterizar a forma o de um oper rio fabril em uma regi o sem qualquer tradi o industrial e sua rela o com as formas de assalariamento adotadas MOURA 2002 p 11 Por fim a ltima pesquisa que realizamos se desenvolveu no curso de especializa o do PROEJA Os Desafios na Forma o do Sujeito Trabalhador Matriculado no PROEJA do CEFET Cariri uma abordagem cr tica Essa investiga o tinha como objetivo geral conhecer os sujeitos matriculados no Curso PROEJA campus Juazeiro do Norte percebendo suas perspectivas e a rela o en
144. nologia IFCE Em virtude da press o das transforma es econ micas e tecnol gicas provocadas pela reestrutura o produtiva torna se importante a discuss o a fim de redefinir o papel da proposta educativa para a classe trabalhadora Percebe se na verdade que o real interesse da classe burguesa pela educa o prevalecer os interesses concretos dos neg cios capitalistas Nos documentos do PROEJA est evidente que a educa o profissional demandada de acordo com as necessidades do setor produtivo Sendo tratada igual a qualquer outro servi o ou mercadoria a educa o sob os princ pios neoliberais sem d vida reestruturada com base nas raz es do mercado Compromete se dessa forma o curr culo tornando o restrito e dissociado da pr tica Tal educa o contraditoriamente ideologia democr tica a qual o curr culo dos cursos de car ter profissionalizante proclama defender na verdade tem em geral na sua concep o a exist ncia reprodutora da divis o social O PROEJA n o fornece possibilidades ao trabalhador de articular os conhecimentos adquiridos por meio do desenvolvimento de sua proposta curricular com seu trabalho concreto tampouco consegue elevar a consci ncia cr tica deste sujeito como um dos fundamentos da forma o integral cr tica e emancipadora Palavras chave Desenvolvimento Econ mico Educa o Profissional PROEJA Trabalho e Educa o ABSTRACT This research aims to analyze the
145. nquanto materializa o momento hist rico da liberdade humana o princ pio Inferimos assim no modo de entender de Ant nio Gramsci o verdadeiro e ltimo sentido do principio educativo que a liberdade concreta e universal do homem Fica evidenciado pelas informa es dos egressos o fato de que o oper rio educado para organizar sua vida e utilizar se de sua capacidade criativa e intelectual de acordo com as necessidades do processo produtivo Com suporte nisso aprende a ser um trabalhador assalariado constituindo uma tica de trabalho e de comportamento social acess vel a sua condi o de classe trabalhadora Entende que conquistar seus direitos caso seja eficiente no que lhe compete no pacto social 96 O documento base do PROEJA associa a qualifica o do sujeito como uma necessidade permanente que garantir melhores condi es econ micas a classe trabalhadora por meio da capacidade de obter um emprego Vejamos o trecho seguinte nesse contexto a forma o profissional espec fica e continuada uma necessidade permanente tanto pelas condi es objetivas de milh es de jovens e adultos que a buscam e dela necessitam quanto pelas necessidades econ micas e pela mudan a na forma de organiza o do processo produtivo BRASIL 2006b p 30 A ideia de tornar se cidad o cada vez mais dependente da ideologia do esfor o individual Nesse ponto interessante notar a an lise de Oliveira 2003 p
146. ntes Percebemos que ainda persiste a estrutura do curr culo estruturado em grades bem definidas onde s o dispostas as disciplinas b sicas como Portugu s Matem tica Biologia Hist ria Geografia entre outras sem 107 nenhum v nculo entre si sem qualquer aplica o rea profissional espec fica de forma o que se pretende Na maioria das vezes a interdisciplinaridade associada Pedagogia de Projetos em que o professor trabalha um determinado tema e o associa a um conjunto de disciplinas Cumpre dizer ainda que compreendemos o objetivo da forma o do homem integral defendido pelo Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional com a Educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA como a requerer um novo modelo de educa o escola e sociedade Esta forma o ser garantida quando a escola nica do trabalhador ou seja a escola verdadeiramente polit cnica for institu da junto a uma intensa transforma o econ mica e social no contexto da destrui o das rela es capitalistas de produ o pelo controle do ensino e das ideias que os sujeitos desse processo s o convencidos de que a sociedade justa que h oportunidade para todos e que cada um deve ser respons vel pelo que conquista O poder ideol gico propagado mediante v rias formas no PROEJA Constatamos que pelo curr culo e sua clara dualidade de forma o t cnica e humana da prepara o dos
147. nto regional Posteriormente realizamos um estudo detalhado de dois documentos do PROEJA 1 Documento Base e 2 Projeto Pol tico Pedag gico do curso do PROEJA em Mec nica Industrial oferecido pelo IFCE campus Juazeiro do Norte CE Utilizamos o instrumento da entrevista para coleta de dados junto aos egressos do curso do PROEJA Optamos por uma entrevista semi estruturada por se tratar de uma t cnica na qual conseguimos informa es de forma ampla e aberta e que permitiu a flexibilidade e liberdade para que pud ssemos modificar as perguntas temas de acordo com as necessidades Os sujeitos entrevistados s o egressos da primeira turma do PROEJA em Mec nica Industrial Mencionada turma come ou suas atividades com 30 alunos matriculados dos quais cinco alunos aceitaram participar da nossa pesquisa O perfil destes sujeitos pode ser assim descrito Quadro 1 Perfil dos Sujeitos Entrevistados Sujeito Caracter sticas apresentadas N 01 Trabalha como mec nico e eletricista Tem contrato tempor rio com dura o de 6 meses em fabrica de m quinas de costura N 02 Atualmente est no quarto emprego depois de ter conclu do o PROEJA Trabalha com carteira assinada numa f brica de bebidas e desenvolve atividades na rea da mec nica N 03 Trabalha na rea de mec nica h pelo menos 26 anos Fez o curso do PROEJA interessado na certifica o Ocupa cargo de supervisor de produ o em uma f brica de cal
148. nuais A hierarquia dos postos de trabalho baseada nas 81 respectivas classes sociais de onde os sujeitos que as ocupam s o oriundos Ramos 2010 p 162 163 ressalta que nesse sentido ent o que os contextos produtivos v o colocando exig ncias para a educa o seja de aprendizagens b sicas seja de especializadas Cabe dizer por m que como anota Bezerra Neto 2008 p 42 O mais grave dessa quest o que os defensores da ideologia neoliberal promovem uma confus o conceitual e pr tica entre os educadores ao difundir a categoria de desigualdade social como se fosse meramente uma diferen a cultural de g nero de ra a ou etnia Nessa perspectiva abolem se os conceitos de desigualdade explora o e expropria o assim como se oculta a categoria luta de classes e tudo isso passa a ser tratado como se houvesse apenas um tipo de diferen a n o muito conflituosa entre os homens a cultura Entender as estrat gias no processo dos trabalhadores nos abre a possibilidade de compreender que tipo de homem as pol ticas de educa o profissional almejam formar Assim todo processo de organiza o pedag gica de um determinado Programa dever mostrar certa coer ncia interna ao demonstrar uma operacionaliza o sintonizada com tal objetivo pretendido O documento base do Programa aponta no sentido da integra o entre a forma o geral e a forma o profissional Z O que se pretende uma integra
149. o e O Vale do Jaguaribe Centro Sul comportava 31 munic pios numa rea de 28 218km 2 Contava com 473 ind strias compondo em parte os centros sociointegrados de Iguatu Limoeiro do Norte Morada Nova e Russas com a concentra o nos produtos aliment cios e em minerais n o met licos e O Cariri possuia 33 munic pios e o seu territ rio ocupava uma rea de 15 934km Continha 520 ind strias compondo o distrito industrial do Crajubar Quase metade das ind strias estavam concentrada no setor de vestu rio cal ados artefatos de tecidos e produtos aliment cios O sert o dos Inhamuns era composto de 15 munic pios com rea de 24 061km e um total de 106 ind strias com maior concentra o nos 21 munic pios de Crate s e Tau destacavam se os setores aliment cio de vestu rios cal ados artefatos de tecidos e madeira O Sert o Central compreendia 28 munic pios tendo uma rea de 34 985km e 341 ind strias compondo em parte os centros industriais sociointegrados dos munic pios de Acarape Quixeramobim e Reden o Um ter o das ind strias era de produtos aliment cios e Sobral Ibiapaba era uma regi o composta por 25 munic pios numa rea de 11 985km 2 Abrigava 353 ind strias concentradas no ramo aliment cio de bebidas vestu rios cal ados e artefatos de tecidos CEAR 1995 p 45 O baixo custo da m o de obra era um forte atrativo aliado aos incentivos fiscais criados pelos sucessivos gov
150. o Resolu o n 04 99 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de N vel T cnico Bras lia 1999a 109 BRASIL Minist rio da Educa o Conselho Nacional de Educa o Parecer n 16 99 Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de N vel T cnico Bras lia 1999b BRASIL Minist rio da Educa o Lei n 4 024 de 20 de dezembro de 1961 Bras lia 1961 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis L4024 htm gt Acesso em 24 set 2012 Lei n 5 692 de 11 de agosto de 1971 Bras lia 1971 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis L5692 htm gt Acesso em 24 set 2012 Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 Bras lia 1996 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 leis L9394 htm gt Acesso em 24 set 2012 Portaria n 2 080 de 13 de junho de 2005 Dispon vel em lt http portal mec gov br setec arquivos pdfl proejaportaria2080 pdf gt Acesso em 23 set 2012 BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria de Educa o Profissional e Tecnol gica Documento Base da Educa o Profissional T cnica de n vel m dio integrada ao ensino m dio Bras lia 2006b BRASIL Minist rio do Desenvolvimento Agr rio Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustent vel Territ rio Cidadania do Cariri Fortaleza Instituto Agropolos do Cear 2010 BUFFA E Educa o e cidadania bur
151. o centro do ser N o se trata de escolher Entre cegueira e trai o Mas entre ver e fazer De conta que nada vi Ou dizer da dor que vejo Para ajud la a ter fim J faz tempo que escolhi Thiago de Mello RESUMO Objetiva analisar o PROEJA no contexto da pol tica de educa o profissional e sua rela o com o desenvolvimento econ mico local tomando as falas dos egressos do curso de Mec nica Industrial do PROEJA IFCE campus Juazeiro do Norte CE quando representam suas experi ncias de trabalho ante a propagada promessa de empregabilidade Para tanto realizou se pesquisa bibliogr fica para melhor compreens o das mudan as ocorridas no mundo do trabalho e na pol tica de educa o profissional A parte central da an lise documental da investiga o foi constitu da pela an lise de dois documentos do PROEJA 1 Documento Base e 2 Projeto Pol tico Pedag gico do curso do PROEJA em Mec nica Industrial oferecido pelo IFCE campus Juazeiro do Norte CE Realizaram se entrevistas semi estruturadas com egressos do curso de Mec nica Industrial do PROEJA IFCE Campus Juazeiro do Norte turma 2007 1 2010 1 As mudan as ocorridas no modelo de desenvolvimento da regi o do Cariri demandaram qualifica o para a classe trabalhadora Com suporte nesta justificativa alguns cursos foram criados para atender esta demanda dentre eles o PROEJA com a habilita o em Mec nica Industrial do Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tec
152. o com a dimens o nacional e global desencadeiam processos de exclus o vez promoveria o desenvolvimento de todo o mercado interno nacional pelo incremento das interdepend ncias entre os setores O crescimento econ mico do advindo resultaria nas melhorias do padr o de vida de toda a popula o desde que o fortalecimento do mercado interno s seria efetivo com uma distribui o equ nime tanto na renda quanto da riqueza com impactos positivos em todos os indicadores sociais 31 subordina o adapta o e rea o conforme as for as sociais a organiza o pol tica e os arranjos s cioprodutivos locais Os modos de organiza o e os recursos sociais s o a ponta de lan a para a cria o de iniciativas voltadas para a possibilidade de outras vias de desenvolvimento De acordo com Lima 2000 p 5 As experi ncias com os distritos industriais pr ximos s capitais nordestinas n o resultaram em multiplica o de f bricas no sentido de desencadear um processo industrializante efetivo Embora tenha desconcentrado a ind stria em termos regionais pela atra o de ind strias do Sul Sudeste ainda segundo o autor a mudan a pol tica industrial no Estado resultou de alguns fatores conjunturais a saber a abertura do mercado brasileiro s importa es de produtos manufaturados que vai provocar a desorganiza o de diversos setores industriais assim como sua desnacionaliza o b o aprofundamento da rees
153. o desenvolvimento do estado Taylorista Fordista Segundo Silva Filho 1997 p 437 o modelo desenvolvido pela Cepal concebia na industrializa o um meio vi vel para o desenvolvimento calcado no protecionismo e no planejamento tornando fundamental o papel do Estado numa economia subdesenvolvida possibilitando uma industrializa o r pida e eficiente que por sua 30 Reportando se a esta vis o de desenvolvimento um dos planejadores do Modelo Cearense o deputado federal Ant nio Balhmann do Partido Socialista Brasileiro PSB CE e aliado do governo do PSDB em entrevista concedida a O POVO 06 de julho de 1997 assim se referiu Z E o pressuposto que deu base a todo processo de cria o dos distritos industriais do Nordeste brasileiro se cria o distrito industrial atrai para aquele distrito o ent o distrito a partir dali irradia riqueza ela vai se estendendo como se fosse uma onda uma pedra que voc joga no rio e ela vai ressoando na economia positivamente O que n s percebemos que esse pressuposto n o se confirmou a velocidade com que as coisas ocorreram com o fluxo migrat rio por outras raz es a quest o fundi ria a falta de investimentos no interior e tal a velocidade com que os fluxos migrat rios ocorreram foram muito fortes e velozes do que a capacidade que tinha o setor secund rio de gerar emprego Ent o rompeu se o conceito da defini o estrat gica de defini o do p lo concentrado
154. o num f rum de debates nascendo da a defini o de um projeto pol tico para o Estado Alian as pol ticas foram articuladas em torno do comprometimento com o saneamento fiscal e 13 RS E kor A i a Para esse semin rio foram convidados v rios economistas dentre eles Maria da Concei o Tavares e Celso Furtado que colaboraram com a discuss o 29 financeiro do estado o uso racional da m quina p blica e a erradica o da pobreza AMARAL FILHO SOUZA 2003 Em 1987 os jovens empres rios assumiram o governo do Estado tendo frente o governador eleito Tasso Jereissati A mobiliza o pol tica criada em torno do CIC e a alian a entre o governo geraram localmente uma vis o estrat gica combinada a certa cultura 4 f rum participativa dos empres rios cearenses efetivando se o Pacto de Coopera o permanente que visava a engajar parcelas cada vez mais significativas da sociedade na forma o de um Cear moderno Segundo o Governo o objetivo era romper com as ultrapassadas administra es consideradas obsoletas diante da revolu o de paradigmas com novos conceitos e m todos exigindo profundas mudan as de comportamento Rebou as et al 1994 p 36 destacam que A ideia era a ado o de m todos baseados na competitividade na parceria no compartilhamento de pr ticas e teorias que modificavam o ambiente das empresas e do social conceitos estendidos aos mandatos que se seguiram
155. obiliza o coletiva Tal revelado no seguinte discurso do Egresso 2 que enfatiza o condicionamento deles com rela o s estrat gias de motiva o quando voc vai empresa eles os propriet rios d o a oportunidade pra entrar Voc efetua seu trabalho l e a empresa vai lhe testando Quando for surgindo problemas pra voc solucionar por exemplo Tem gente que tem profiss o boa e acomodado S o inteligentes tem uma boa profiss o E tem gente que tem trabalho vem trabalhando vem fazendo mas n o est gostando a por isso que muitas vezes a gente desiste desiste do curso da profiss o E tamb m a empresa tem que chegar junto do profissional atrav s da motiva o que o que vale mais hoje em dia motiva o Porque pessoas sem motiva o n o v o pra lugar nenhum E a empresa tem que motivar o funcion rio tem que ver se ele tamb m contribui que nem a empresa porque se n o for ele pode ser mandado embora de uma hora pra outra Eu vejo isso Egresso 2 A respeito de uma entrevista realizada por Kuenzer a um grupo de trabalhadores na obra Pedagogia da f brica as rela es de produ o e a educa o do trabalhador a autora colabora com a nossa pesquisa com a seguinte an lise Este modo de exercer o taylorismo disfar adamente tem apresentado como resultado a desmobiliza o pol tica do pessoal observou se que n o tem havido organiza o dos oper rios em torno de reivindica
156. ol gico com curr culos integrados propostas de a o did tica para uma rela o n o fantasiosa In BRASIL Minist rio da Educa o Secretaria Nacional de Educa o B sica Org Ensino m dio integrado a educa o profissional integrar para qu Bras lia DF SENEB 2006 Educa o e divis o social do trabalho S o Paulo Cortez Autores Associados 1989 MANFREDI S M Educa o profissional no Brasil S o Paulo Cortez 2002 MARTINS M F Ensino t cnico e globaliza o cidadania ou submiss o Campinas Autores Associados 2000 MARX K Grundisse In MARX K Obras completas consequ ncias sociais do avan o tecnol gico S o Paulo Edi es Populares 1980 p 38 MARX K ENGELS F Textos sobre educa o e ensino S o Paulo Centauro 2004 Cr tica da educa o e do ensino Lisboa Moraes Editores 1978 MINAYO M C de S Pesquisa social teoria m todo e criatividade Petr polis Vozes 1994 MOURA R R Interioriza o industrial empregabilidade qualifica o e precariza o do trabalho Relat rio T cnico Cient fico Crato URCA 2002 O ensino tecnol gico e o desenvolvimento regional do Cariri Relat rio T cnico Cient fico PIBIC FUNCAP Crato URCA 2001 113 MOURA R R Os desafios na forma o do sujeito trabalhador matriculado no PROEJA do CEFET Cariri uma abordagem cr tica Monografia Especializa o Centro Federal de Educa o Tecnol gica Juazei
157. om a promessa de inclu los no mercado de trabalho o fazem enfrentando todas as adversidades de uma vida economicamente dif cil Ao analisarem o elevado ndice de evas o expresso pelo PROEJA esses egressos apontam a baixa qualidade do conjunto de elementos que fazem o curso quais sejam forma o dos docentes metodologia de ensino material did tico aus ncia de acompanhamento nas atividades de est gio aus ncia de espa os para pr tica ou seja laborat rios dentre outros Algumas v m por causa da qualifica o mas quando v em que n o o que eles querem v o procurar outro tipo de atividade pra fazer Egresso 1 O curso foi muito bom pra mim se tivesse mais laborat rio para os alunos o curso ficava melhor Porque tem uns que vem pensando uma coisa e depois v que n o o que eles querem a pega e desiste Egresso 5 A garantia do acesso forma o profissional muitas vezes para a classe trabalhadora a nica chance de obter a certifica o do conhecimento t cnico que supostamente garantiria a possibilidade de mudan a nas condi es de vida por meio do acesso a uma vaga de trabalho no setor produtivo Esta classe recorrentemente conduzida a acreditar que as defici ncias em sua forma o profissional s o de responsabilidade exclusivamente individual 102 5 CONSIDERA ES FINAIS O objetivo da realiza o desta pesquisa consistiu em analisar o PROEJA no contexto do desenvolvimento econ m
158. oma como importante aliada no processo de massifica o da ideologia burguesa A esse respeito Kuenzer 2011 p 30 entende que a escola assume a fun o de perpetua o da atual estrutura social EN Retorna cena a velha dualidade estrutural mesmo porque originada na estrutura de classes n o pode ser resolvida no mbito do projeto pol tico pedag gico escolar Esse modelo que foi sendo ajustado ao longo da hist ria para atender s demandas do mundo do trabalho e das rela es sociais foi org nico s necessidades do taylorismo fordismo e constitu do a sua pr pria pedagogia que teve e continua tendo por finalidade como j se afirmou anteriormente atender s demandas da divis o social e t cnica do trabalho marcada pela clara defini o de fronteiras entre a es intelectuais e instrumentais em decorr ncia de rela es de classe bem definidas que determinavam as fun es a ser exercidas por trabalhadores e dirigentes no mundo da produ o e das rela es sociais O PPP do PROEJA em Mec nica Industrial explica que a articula o dos saberes cient ficos e tecnol gicos ser alcan ada por interm dio da interdisciplinaridade baseada em quatro eixos fundamentais e Homem Cultura e Sociedade compreende os aspectos do homem como ser pensante part cipe da hist ria criador de cultura e de experi ncias e integrante de uma sociedade e Vida Ambiente e Cidadania compreende a l gica da vida em rela
159. omina o ideol gica Na pr tica isso n o se estabelece e o discurso tenta acobertar uma nova crise causada pelas contradi es do capital Em raz o dessa estrat gia Castro 1992 p 8 revela Para enfrentar a vulnerabilidade tecnol gica o capital est redescobrindo a humanidade esquecida do trabalhador assalariado humanidade ignorada pelo taylorismo O capital for ado pela vulnerabilidade e complexidade de sua base tecno organizacional passou a se interessar mais pela apropria o de qualidades s cio psicol gicas do trabalhador coletivo atrav s dos chamados sistemas s cio t cnicos de trabalho em equipes dos c rculos de 64 qualidade etc Trata se de novas formas de gest o da for a de trabalho que visam a garantir a integra o do trabalhador aos objetivos da empresa Superando os est gios de produ o artesanal e manufatureira o capitalismo se exibe com um grande crescimento das ind strias com o surgimento dos monop lios e consequentemente com uma estrutura complexa De tal sorte o processo produtivo antes artesanal passou a exigir com o crescimento e a moderniza o das ind strias e com o avan o da tecnologia e dos seus servi os novos processos de trabalho e consequentemente um novo perfil de trabalhador No sentido de adequ lo nova din mica da produ o proliferam cursos de forma o na rea privada e p blica vendendo essa ideia de adequa o nova demanda do mercado Consid
160. ominantes se procuram servir dela para formar uma m o de obra d cil e submissa sem grande prepara o e pouco exigente esfor am se ainda por selecionar um escal o m dio dotado de uma pequena qualifica o cuidando e tomando precau es para que ele n o alimente perspectivas exageradas e n o se sinta tentado a entrar em concorr ncia com os descendentes do patronato SNYDERS 2005 O Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional Educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA foi institu do pelo Governo Federal dentro do conjunto de medidas que tinham como objetivo o retorno da oferta de cursos de ensino m dio integrados forma o profissional Esta medida j estava sendo anunciada com a revoga o do Decreto n 2 208 de 17 de abril de 1997 BRASIL 1997 e com o estabelecimento do Decreto n 5 154 em 23 de julho de 2004 BRASIL 2004 Na Portaria do Minist rio da Educa o n 2 080 de 13 de junho de 2005 BRASIL 2005 foram estabelecidas as diretrizes para a oferta de cursos de educa o profissional E P integrada com o ensino m dio na modalidade de Educa o de Jovens e Adultos O PROEJA pode atender a forma o inicial e continuada de trabalhadores articuladas ao ensino fundamental ou ao ensino m dio Regulamenta o 2 do art 36 e os arts 39 a 42 da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da ed
161. ompet ncias de obriga o do pr prio trabalhador para que sejam usadas sem nus algum pelo capital Estas constata es s o refor adas pela seguinte afirma o destacada do trecho acima descrito mas eu tenho que fazer o curso se eu quiser ficar na empresa mais tempo e ser efetivado Corroborando essa an lise Cardozo 2009 p 192 destaca A no o de empregabilidade em conex o com o enfoque da compet ncia resgata os enfoques econ micos e individualistas da Teoria do Capital Humano e cumpre no plano das significa es ideol gicas uma fun o muito importante na sociedade capitalista contempor nea medida que procura construir um consentimento entre os trabalhadores de que eles devem individualmente incrementar seu capital humano para aumentar as possibilidades de empregabilidade condicionando assim tanto as possibilidades de empregabilidade condicionando assim tanto a qualifica o quanto a capacidade de inser o e perman ncia no mercado de trabalho aquisi o individual de compet ncias A quest o da exig ncia de qualifica o para que o trabalhador consiga uma vaga no mercado de trabalho destacada por quatro dos cinco egressos entrevistados A l gica da empregabilidade est presente nos seguintes discursos Pra entrar numa empresa tem que ter curso Voc n o pode chegar numa empresa e chegar e dizer eu vim trabalhar aqui e quero oportunidade O que eles v o fazer colocar numa profi
162. onferido pela escola o saber te rico KUENZER 2011 p 145 A qualifica o do trabalhador fica ent o limitada reprodu o de atividades mecanizadas sem o devido conhecimento da totalidade do processo produtivo Como o PROEJA pode ent o pensar a supera o da dualidade pensar e fazer se a sua estrutura curricular n o possibilita na pr tica tal supera o E como colocar sob a responsabilidade individual de cada trabalhador essa busca pela supera o se no trabalho alienado que ele se forma Vejamos como os egressos descrevem as atividades que realizam no interior da f brica Atualmente eu trabalho como eletromec nico Eu trabalho de mec nico e eletricista tamb m nas duas vagas Eu trabalhava s de mec nico A eu fiz o curso de eletricista e tamb m trabalho como eletricista mas eu fico nas duas reas Egresso 1 Fa o a manuten o nas m quinas preventiva e corretiva Quando elas quebram a gente conserta E o servi o di rio a gente fica na oficina torneio pe a soldo bombeiro hidr ulico a gente faz tudo na oficina tanto na mec nica como na tubula o de ar comprimido e tamb m na tubula o de caldeiras A gente mexe nas caldeiras e na mec nica mexemos com motores tamb m rolamento e mexemos com bombas trocamos pe as corrigimos os vazamentos ajeitamos as tubula es que s o de a o inox e com tempo vamos mexendo em mais coisas Egresso 2 Bom eu fa o hoje u
163. os s empresas interessadas em se instalar no Cear podiam variar dependendo da localiza o de cada munic pio por exemplo As plantas localizadas na regi o metropolitana de Fortaleza s o beneficiadas com empr stimos de 45 do ICMS tendo como car ncia 36 meses Ao devolver cada parcela o investidor ter uma redu o de 40 do valor devido esse beneficio dar se por 6 anos podendo ser prorrog vel Setores localizados fora da regi o metropolitana oferece se 75 do ICMS totalidade da parcela estadual com car ncia de 36 meses para o pagamento Ao devolver cada parcela o investidor ter uma redu o de 75 do valor devido esses benef cios dar se o por 10 13 ou 15 anos para plantas que distem de Fortaleza at 300 Km entre 300 e 500 Km respectivamente CEARA 1987 p 20 Para as ind strias pioneiras no Estado estas ficavam isentas de juros e corre o monet ria das parcelas do FDI Em harmonia com a pol tica de industrializa o do Estado o governo investiu na forma o e treinamento da m o de obra para o setor industrial Com a cria o de v rias maneiras de formar profissionalmente o trabalhador investiu em treinamentos e centros de forma o Os exemplos se d o na consolida o e implanta o dos centros de ensino tecnol gico CENTECS e nos centros vocacionais tecnol gicos CVT s al m das parcerias entre os agentes formadores de trabalhadores como SEBRAE SENAI e SINE Os setores industriais m
164. os ao omitir que em um processo de crise os homens de neg cios se tornam mais seletivos em virtude do aumento do ex rcito de reserva Ideol gicos ao apontar que a maior forma o intelectual exigida homog nea quando na realidade varia de regi o para regi o do pa s dependendo do potencial escolar oferecido regionalmente Ideol gicos ao omitir que o trabalhador com maior n vel de escolaridade passa a ter a sua 42 for a de trabalho sobreexplorada nas empresas Contradit rios por proporcionar que a eleva o escolar de um trabalhador corresponda ao desemprego de outro trabalhador uma vez que as empresas n o mais necessitam contratar no mercado profissionais pois j os possuem em um processo multifuncional elevando tanto a mais valia absoluta como a relativa O modelo sustenta se na justificativa de separar o trabalho manual do intelectual em que os n veis hier rquicos educacionais est o diretamente ligados a esta separa o social e hist rica Nessa concep o os diferentes n veis de escolariza o existem para legitimar os distintos cargos ocupados na ind stria ou seja o setor econ mico e a forma o particular de cada trabalhador fazem com que ele execute sua fun o no patamar que sua qualifica o permite Por haver maior valoriza o na experi ncia pr tica o modelo taylorista fordista tamb m reconhecia a import ncia de uma educa o formal superior destinado para os cargos mais
165. para que ele consiga um emprego 4 2 Concep es e Princ pios do PROEJA Porque tem muita gente que sabe fazer s a mesma coisa e voc tem que procurar coisas diferentes O documento base exp e os princ pios do PROEJA com o objetivo de fundamentar a atual pol tica de educa o profissional 57 O primeiro princ pio a inclus o da popula o em suas ofertas educacionais O segundo princ pio inser o org nica da modalidade EJA integrada educa o profissional nos sistemas educacionais p blicos O terceiro princ pio a amplia o do direito educa o b sica pela universaliza o do ensino m dio O quarto princ pio compreende o trabalho como princ pio educativo O quinto princ pio define a pesquisa como fundamento da forma o do sujeito contemplando nessa pol tica por compreend la como modo de produzir conhecimentos e fazer avan ar a compreens o da realidade al m de contribuir para a constru o da autonomia intelectual desses sujeitos educandos O sexto princ pio considera as condi es geracionais de g nero de rela es tnico raciais como fundantes da forma o humana e dos modos como se produzem as identidades sociais BRASIL 2006b p 34 35 O quarto princ pio do documento do PROEJA o trabalho como princ pio educativo implica necessariamente os processos de produ o reconhecer o trabalhador como sujeito capa
166. pr prios coveiros O patronato prefere sacrificar a qualifica o a assumir as despesas inerentes e sobretudo os riscos sociais o patronato prefere moderar a ci ncia A partir do que a sele o escolar assim institu da n o s injusta como at contr ria s necessidades da produ o e trava ao mesmo tempo a extens o e a satisfa o das necessidades Para os capitalistas a expectativa do mercado que deve dar rumo s quest es da educa o profissional O discurso propaga a ideologia de que para a pessoa ter pleno dom nio de sua cidadania dever estar preparada para o mercado de trabalho Seguindo esse racioc nio Carvalho 1999 p 55 argumenta Mas como estabelecer claramente uma defini o do que venha a ser cidadania deixando de lado rela es que v o al m dos muros da escola e da f brica O Programa do PROEJA defende a cidadania e revela a escola como o espa o mais prop cio para a obten o desse direito Vale destacar que as dic es cidadania participa o pol tica e transforma o social surgem em diversas passagens do documento base Estas categorias como j expressamos depender o de uma s rie de condi es para serem postas em efetiva pr tica pelo trabalhador Tomando Gramsci 1995a p 57 para essa reflex o vemos que A articula o dos pressupostos da cidadania nos leva a inferir que primeiro cidadania uma pr tica n o simplesmente a compreens o passiva da realidade
167. r o rompimento com a dualidade estrutural cultural geral versus cultura t cnica situa o que viabiliza a oferta de uma educa o academicista para os filhos das classes favorecidas socioeconomicamente e uma educa o instrumental voltada para o trabalho para os filhos da classe trabalhadora o que se tem chamado de uma educa o pobre para os pobres BRASIL 2006b p 32 imperativo compreender como que o curr culo constitu do Machado 2006 p 63 defende a no o de que 78 O curr culo uma pr tica socialmente constru da e historicamente formada Ele envolve o conjunto das experi ncias planificadas proporcionadas pela escola tendo em vista a concretiza o dos objetivos da aprendizagem N o algo est tico vinculado somente a conhecimentos que se deseja transmitir Envolve tamb m pr ticas pol ticas e administrativas condi es estruturais materiais e forma o dos educadores A escola entretanto ocupa o espa o onde o saber te rico se exprime dissociado do saber pr tico e esta forma de materializar a divis o constitu da por meio de conte dos fragmentados m todos de ensino organiza o do trabalho pedag gico e da gest o escolar O conhecimento da ci ncia e o saber pr tico s o distribu dos a alimentar a desigualdade entre as classes Ensinar aos trabalhadores que suas experi ncias s o suficientes para obten o do conhecimento para o trabalho no interior do setor prod
168. r a forma o do trabalhador Ainda sobre a cr tica em educar os jovens na justa medida das demandas do mercado de trabalho Kuenzer 2011 p 42 adverte que a educa o assim destinada para uns poucos a qualifica o cient fico tecnol gica e s cio hist rica para o exerc cio das fun es vinculadas gest o cria o dire o e aos servi os especializados Para a grande maioria a escolaridade suficiente para permitir o dom nio dos instrumentos minimamente necess rios exist ncia em uma sociedade de perfil cient fico tecnol gico complementada por forma o profissional de curta dura o que os capacite para exercer ocupa es precarizadas em um mercado cada vez mais restrito Segundo o PPP do PROEJA em Mec nica Industrial ao t rmino do curso o egresso dever demonstrar um conjunto de conhecimentos atitudes e habilidades que permitam a sua atua o na ind stria Nesse mesmo documento declara que o egresso ter uma s lida e avan ada forma o cient fica e tecnol gica que lhes permite ser capaz de e Planejar aplicar e controlar procedimentos de instala o e de manuten o mec nica de m quinas e equipamentos conforme normas t cnicas e normas relacionadas seguran a e Aplicar normas t cnicas de sa de e seguran a no trabalho e de controle de qualidade no processo industrial e Auxiliar na avalia o das caracter sticas e propriedades dos materiais insumos e elementos
169. r meio da aus ncia de dom nio do processo a que est submetido perde a possibilidade de entender sua hist ria e de agir sobre ela inacess vel a oferta pelo PROEJA de uma educa o integral a fim de viabilizar as condi es de compreender o mundo compreender se no mundo e nele atuar na busca de melhoria das pr prias condi es de vida e da constru o de uma sociedade justa BRASIL 2006b p 16 pois s o intr nseca ao sistema capitalista a explora o a aliena o a domina o e sobretudo a injusti a Kuenzer 2011 p 35 destaca a ideia de que a es no campo pedag gico n o s o suficientes para transformar a realidade de uma sociedade dividida na qual crescem as exclus es na mesma propor o que diminuem os recursos p blicos que permitiriam a formula o das pol ticas e projetos necess rios garantia dos direitos m nimos de cidadania E ainda ressalta que esta uma solu o ideol gica porque desconsidera a realidade brasileira com sua carga de especialidades e desigualdades regionais decorrentes de um modelo de desenvolvimento desequilibrado KUENZER 2011 p 35 que reproduz internamente os mesmos desequil brios e desigualdades sociais Na an lise de Kuenzer 2005 p 90 91 nos espa os escolares capitalistas a unilateralidade do trabalho pedag gico tamb m est comprometida historicamente com a ideologia burguesa e enquanto n o for histori
170. ra o Mesmo o diploma sendo perseguido outro fator apareceu como relevante para a conquista da vaga de emprego a experi ncia O Egresso 1 do curso do PROEJA a esse respeito afirmou Existe muita oportunidade mas tem que ter qualifica o O curso do CEFET me ajudou desse jeito Eu tenho o diploma de t cnico isso ajuda pra caramba Antes eu chegava s empresas com diploma de t cnico e eles perguntavam se eu tinha experi ncia Eu dizia que n o e isso me atrapalhava muito S que j faz dois anos que eu terminei o curso a eu tenho diploma de t cnico e tenho experi ncia ai fica bem mais f cil de arrumar trabalho Egresso 1 O Egresso que n o trabalha na rea a esse respeito refor ou a ideia da necessidade da experi ncia profissional 56 Porque a qualifica o s vezes precisa de experi ncia A gente sabe quando a gente est preparado pro mercado de trabalho ou n o Eu n o estou Egresso 4 Outro momento em que a experi ncia foi valorizada ocorreu no interior das atividades da ind stria quando o tempo de labor exercido pelo trabalhador contado como diferencial de qualidade perante outros trabalhadores com menos tempo de servi o na empresa Conforme as declara es acima podemos concluir que o saber pr tico assume maior valor nas tarefas desenvolvidas no dia a dia do trabalho Ent o ser poss vel supor que Como as tarefas que permanecem complexas s o em n mero reduzido preci
171. rato e interpreta o de informa es A a o efetiva de todas as experi ncias deixa a desejar considerando na pr tica que essa relativa participa o dos trabalhadores foge quase por completo dessas informa es mencionadas O que ainda permanece a antiga forma de delega o das atividades tayloristas fordistas em que o propriet rio dos meios de produ o concede as tarefas a serem cumpridas e os profissionais as executam Carvalho 1999 p 66 desvenda O dilema presente no discurso dos capitalistas nesse momento fica mais n tido Necessitam de m o de obra qualificada que possa ser obtida de forma mais flex vel e de ag ncias formadoras que atendam com maior rapidez as necessidades do mercado que qualifiquem realmente os trabalhadores de maneira gil flex vel e continuamente mas n o necessariamente a todos somente queles que realmente sejam necess rios e demandados no momento Pol ticas compensat rias cumpriram a fun o de resguardar o tecido social e prevenir quanto as poss veis disfun es sociais A substitui o do modelo de qualifica o pelo da compet ncia trouxe discuss es nos n veis das concep es e das representa es Nota se uma diferen a nas no es de compet ncia pois elas s o vistas como decorr ncia natural e relativa de modifica o na base material Para os propriet rios dos meios de produ o sua defini o pautada nas capacidades de agir intervir e decidir em situ
172. ri O Cear ingressava em nova mentalidade empresarial e o Cariri n o se encontrava estruturado pol tica e culturalmente para acompanhar grandes mudan as Com pouca capacidade de articula o esta ficou de fora do processo de interioriza o industrial Em 1995 os empres rios e pol ticos manifestaram se e organizados come aram a elaborar alguns projetos de novas f bricas direcionadas regi o Na express o de Ara jo 2011 p 82 Em 1996 s o implantadas as ind strias de cal ados GRENDENE e bicicletas CALOI em Crato Juazeiro do Norte atraiu uma f brica de m quinas de costura e motores el tricos SINGER com investimentos em torno de R 8 milh es e previs o de 250 empregos diretos al m de pequenas e m dias empresas no setor cal adista 10O VTI reflete a soma daquilo que cada etapa da produ o cadeia produtiva agregou adicionou ao produto ao longo do processo de produ o Ver mais em http www fsindical org br portal arquivos downloads 7d083658 e99619a22d36450a52dde632PL pdf Linha de Cr dito do BNDS SEBRAE criada na d cada de 1980 que tinha como objetivo apoiar as micro e pequenas empresas com tecnologia cr dito e mercado 27 Algumas empresas interessadas em vir para o Cear obtiveram financiamentos do Fundo de Investimento do Nordeste FINOR ap s a apresenta o de suas propostas SUDENE Empreendimentos industriais na rea de atua o da SUDENE tinham direito a incentivos
173. rinc pios que fundamentam o capitalismo que s o a competi o com vistas a maior acumula o e explora o da mais valia Oliveira 2003 p 8 entende que o governo brasileiro n o assume o compromisso de minimizar as consequ ncias negativas da globaliza o econ mica e confecciona um discurso atribuindo aos pr prios indiv duos a responsabilidade de disputar uma melhor posi o no mercado de trabalho Ainda na perspectiva de responsabilizar a escola pelas transforma es sociais Frigotto 1998 p 53 critica a escola tende a tornar se uma esp cie de bruaca onde tudo cabe e dela tudo se cobra resolver o problema da pobreza da fome do tr nsito da viol ncia etc O saber polit cnico pressup e uma reestrutura o do ensino b sico seguido dos cursos que profissionalizam importante entender que mesmo a educa o polivalente sendo um avan o em face das formas taylorista fordista de produ o constitui se apenas um avan o relativo visto que a ci ncia permanece monop lio do capital Resolver a crise do desemprego n o poss vel dentro da escola tolice acreditar que basta uma boa forma o profissional e o trabalhador ter um bom emprego Os processos de qualifica o adotados com a reestrutura o produtiva n o s o demandados igualmente para todos os postos de trabalho Dentro de uma mesma f brica s o encontradas formas de organiza o taylorista fordista ao lado de sistemas flex
174. ro do Norte 2008 NOGUEIRA M A Educa o saber produ o em Marx e Engels S o Paulo Cortez 1993 OLIVEIRA R de A des qualificca o da educa o profissional brasileira S o Paulo Cortez 2003 PAIVA V Desmistificando as profiss es Contemporaneidade e Educa o Rio de Janeiro ano 2 n 1 p 8 62 1997 Qualifica o crise do trabalho assalariado e exclus o social In FRIGOTTO G GENTILI P A cidadania negada pol ticas de exclus o na educa o e no trabalho S o Paulo Cortez 2008 p 49 64 PINO M Del pol tica educacional emprego e exclus o social In FRIGOTTO G GENTILI P A cidadania negada pol ticas de exclus o na educa o e no trabalho S o Paulo Cortez 2008 p 65 88 RAMOS M N A pedagogia das compet ncias autonomia ou adapta o S o Paulo Cortez 2006 pedagogia das compet ncias autonomia ou adapta o S o Paulo Cortez 2001 Trabalho educa o e correntes pedag gicas no Brasil um estudo a partir da forma o dos trabalhadores t cnicos da sa de Rio de Janeiro EPSJV UFRJ 2010 Possibilidades e desafios na organiza o do curr culo integrado In FRIGOTTO G CIAVATTA M RAMOS M Org Ensino m dio integrado concep o e contradi es S o Paulo Cortez 2005 p 106 127 REBOU AS O et al Gest o compartilhada o pacto do Cear Rio de Janeiro Qualitymark 1994 SAVIANI D A Nova Lei da Educa o trajet ria li
175. rqu metro na pr tica Egresso 2 A pr tica que n o tem no curso Nosso curso tem o qu Muita teoria Assim teoria muito bom mas pra quem j vive na rea Pra quem n o vive no meio n o serve n o E isso um problema que n s levamos dire o que a gente precisava de laborat rio e o quanto a gente precisava ir pra aula pr tica Assim o curso ficou devendo muito em rela o pr tica Egresso 3 Bom como eu falei l atr s o curso muito bom pra mim n o s pra mim mas pra outros mas em algumas coisas ficou a desejar como o laborat rio que n o teve Ent o hoje n s somos formados praticamente na teoria pr tica que precisava de verdade nunca existiu isso um detalhe que deixaria o curso bem melhor Egresso 4 Porque n o tinha laborat rio de pr tica Teve uma vez de solda mas foi coisa muito b sica muito bvia Egresso 5 O discurso empresarial e de governo responsabilizam a educa o do trabalhador pela prepara o de sujeitos para a empregabilidade A massa de exig ncias cognitivas e intelectuais no saber fazer mobiliza os aspectos subjetivos dos trabalhadores que esperam da educa o receitas m gicas e pragm ticas de como desenvolver as atividades nos seus ambientes de trabalho Assim a forma o oferecida nos cursos profissionalizantes destinada a preparar as pessoas para o mercado de trabalho apostando na capacidade individual para a aquisi o das compet ncias nece
176. rtir da aprova o da LDB 9394 96 a no o de compet ncia passa a compor as diretrizes curriculares e a reorientar o trabalho pedag gico em favor da transmiss o de conte dos de compet ncias b sicas para o mundo do trabalho O Conselho Nacional de Educa o instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa o Profissional de N vel T cnico DCNEP por meio da Resolu o CNE CEB n 04 99 homologada pelo Minist rio da Educa o BRASIL 1999a 46 As DCNEP fundamentam se no parecer CNE CEB n 16 99 As defini es contidas nesse diploma s o de cumprimento obrigat rio por todas as institui es que oferecem educa o profissional de n vel t cnico BRASIL 1999b A Resolu o define sete princ pios norteadores da educa o profissional de n vel t cnico al m daqueles enunciados no art 3 da LDB n 9 394 96 1 independ ncia e articula o com o ensino m dio 2 respeito aos valores est ticos pol ticos e ticos 3 desenvolvimento de compet ncias para a laborabilidade 4 flexibilidade interdisciplinaridade e contextualiza o 5 identidade dos perfis de conclus o de curso 6 atualiza o permanente dos cursos e curr culos e autonomia da escola em seu projeto pedag gico BRASIL 1996 As institui es segundo a mesma Resolu o determinam que as escolas de educa o profissional para organizar e planejar os seus cursos dever o considerar dois crit rios 1 atendimento s deman
177. sante mais deprimente poss vel o oper rio de fabrica est condenando a deixar enfraquecer todas as for as f sicas e morais neste aborrecimento 90 Ent o a escola ficaria livre da responsabilidade de articular a proposta pedag gica para a forma o na perspectiva do mundo do trabalho O conhecimento para o trabalho seria proveniente do pr prio trabalho mas se o trabalho fragmentado o aprendizado consequentemente seria o resultado dessa fragmenta o Kuenzer 1997 p 30 31 destaca Imp e se portanto o car ter desqualificador da divis o do trabalho que deve ser compreendido como dimens o contradit ria do car ter qualificador inerente ao trabalho concreto enquanto s ntese poss vel entre teoria e pratica Este car ter desqualificador se expressa atrav s das estrat gias que a sociedade como um todo e particularmente a escola e a empresa desencadeiam com vistas distribui o desigual do saber determinando diferentes media es atrav s das quais as classes sociais transformam em conhecimento suas experi ncias e rela es com o real Como j se indicou anteriormente esta diferen a se transforma em desvantagem para a classe trabalhadora porquanto a impede de se apropriar dos princ pios te ricos e metodol gicos que permitam a compreens o de sua pr tica de sua fun o social de sua vis o de mundo O discurso pedag gico burgu s no alcance de Buffa 2010 p 25 de uma educa o
178. se fazer que extrapola o mbito do pr prio trabalho a partir das necessidades determinadas pela vida em sociedade Assim o trabalhador vai elaborando um saber eminentemente pr tico fruto de suas experi ncias emp ricas que sendo parciais em fun o da divis o t cnica do trabalho originam um saber igualmente parcial e fragmentado Por outro lado na medida em que esse trabalhador n o tem acesso escola e portanto aos princ pios te ricos e metodol gicos que explicam sua pr tica o saber por ele produzido reveste se de reduzido n vel de sistematiza o te rica permanecendo no mbito do senso comum Vejamos os seguintes depoimentos dos egressos do curso do PROEJA que corroboram essa linha de an lise Foi o curso que eu fiz no CEFET foi s o inicio mas o conhecimento que eu peguei l foi muito importante a gente n o se forma na escola a gente se forma no trabalho Aqui pega s a base para quando chegar voc ter no o de algumas coisas O conhecimento daqui foi importante mas o conhecimento que eu peguei l foi muito mais importante Egresso 1 L mesmo na pr pria empresa Voc pode dizer que todas as empresas t m uma oficina de manuten o e o mec nico industrial t m que ter o conhecimento de ferramentas el tricas e como trabalhar com elas porque quando voc entra na empresa voc tem que ter conhecimento das m quinas como que voc vai consertar as m quinas voc vai estudar sobre elas man
179. se se transferir de um ramo para outro matriculando se na mesma s rie ou na subsequente quela em que fora aprovado no ramo que cursava anteriormente Os governos militares mediante a LDB Lei n 5 692 71 reformularam a organiza o do ensino e alegando a aus ncia de t cnicos de n vel m dio no mercado estabeleceram a profissionaliza o compuls ria no n vel de 2 grau BRASIL 1971 A reforma procurava responder aos conflitos sociais e conter a demanda pelo ensino superior por via dessa lei da profissionaliza o compuls ria calcada nos pressupostos da Teoria do Capital Humano O regime militar reduziu a educa o a mero fator econ mico de produ o dirigida aos interesses do capital Com pretens o democr tica propondo se a eliminar a dualidade na organiza o do ensino a reforma dos militares n o s reafirmou sob uma nova roupagem essa dicotomia como tamb m agravou os problemas e defici ncias em curso na organiza o escolar do Pa s A atual LDB Lei n 9 394 96 no que diz respeito educa o profissional objetivou criar cursos que garantissem a perspectiva de trabalho para o jovem e a facilita o de seu acesso ao mercado de trabalho Objetivou tamb m atender aos profissionais que j estavam no mercado de trabalho mas de quem era exigido que possu ssem certifica es de qualifica o t cnica para exercerem suas atividades BRASIL 1996 A esse respeito Ramos 2001 p 22 exprime que no Brasil A pa
180. sino das escolas t cnicas federais brasileiras Em novembro de 1997 com a transforma o das escolas t cnicas da rede federal em centros federais de educa o tecnol gica ampliaram se as possibilidades de atua o institucional O Centro Federal de Educa o Tecnol gica CEFET e suas unidades descentralizadas UNED s se habilitaram a ministrar o ensino superior de gradua o e p s gradua o expandindo sua rea de trabalho e tra ando uma estrutura de rede ainda mais complexa Desta forma a UNED de Juazeiro do Norte passou a ofertar cursos superiores de Automa o Industrial em 2000 de Constru o de Edif cios em 2001 de Desporto e Lazer em 2002 de licenciatura em Matem tica em 2003 e o curso de licenciatura em Educa o Institui no mbito federal o Programa Nacional de Integra o da Educa o Profissional com Educa o B sica na Modalidade de Educa o de Jovens e Adultos PROEJA e d outras provid ncias 49 F sica em 2005 e mais recentemente 2010 o Curso de Engenharia Ambiental A institui o cresceu com as novas demandas da regi o e do Brasil No ano de 2008 foi institu do o Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia do Cear IFCE resultante da integra o do Centro Federal de Educa o Tecnol gica do Cear Cefetce com as Escolas Agrot cnicas Federais de Crato e Iguatu mediante a Lei n 11 892 de 29 12 2008 sancionada pelo Presidente da Rep blica Luis In c
181. so do PROEJA na sua vida Como v a sociedade Considera que a sociedade em que vivemos precisa de mudan as Em que aspectos Como poderia contribuir para que essas mudan as aconte am 117 AP NDICE B TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Dados de identifica o T tulo do Projeto Pol tica de Desenvolvimento Econ mico e Forma o Profissional os egressos do curso de Mec nica Industrial do PROEJA IFCE 2007 2009 Campus Juazeiro do Norte CE Pesquisador respons vel Roberta Rocha Moura Institui o a que pertence o pesquisador respons vel Universidade Federal do Cear UFC Telefones 88 88131756 88 99615606 Esta pesquisa intitula se Pol tica de Desenvolvimento Econ mico e Forma o Profissional os egressos do curso de Mec nica Industrial do PROEJA IFCE 2007 2009 Campus Juazeiro do Norte CE Est sendo desenvolvida pela mestranda Roberta Rocha Moura sob a orienta o da professora doutora K tia Regina Rodrigues Lima O estudo tem com objetivo analisar o PROEJA no contexto do desenvolvimento econ mico da regi o do Cariri e como a proposta de forma o integral do curso de Mec nica Industrial repercute na atua o profissional dos egressos Sua participa o na pesquisa volunt ria e portanto o a senhor a n o obrigado a a autorizar e ou colaborar com as atividades solicitadas pela pesquisadora Caso n o queira participar do estudo ou resolver a qualquer momento desistir de
182. so educar o trabalhador para submeter se ao trabalho simplificado automatizado mon tono repetitivo e mal remunerado Uma das formas de faz lo pela valoriza o do saber pr tico em detrimento do saber adquirido atrav s dos cursos mostrando que a experi ncia produz conhecimento suficiente KUENZER 1997 p 117 O Estado e o empresariado disseminam a ideia de que conquistar uma vaga no mercado de trabalho s depender da capacidade do trabalhador A popula o marginalizada econ mica e socialmente dever se qualificar para com isso diminuir os altos ndices de desemprego pois essa realidade resulta da falta de qualifica o do trabalhador Verifica se a que as trajet rias profissionais dos trabalhadores ser o de responsabilidade individual Com rela o a este ponto o documento base assinala que Os sujeitos alunos deste processo n o ter o garantia de emprego ou melhoria material de vida mas abrir o possibilidades de alcan ar esses objetivos al m de se enriquecerem com outras refer ncias culturais sociais hist ricas laborais ou seja ter o a possibilidade de ler o mundo no sentido freireano estando no mundo e o compreendendo de forma diferente da anterior ao processo formativo BRASIL 2006b p 33 O sistema capitalista incapaz de ensejar ocupa o e renda faz com que o trabalhador acredite que sua vontade de trabalhar somada sua probidade ao zelo intelig ncia e a outras virtudes bastam
183. spectiva de inculpar a escola e somente ela como respons vel pela baixa qualidade que oferece classe trabalhadora que tem como consequ ncia a exclus o social por meio do desemprego Bezerra Neto 2008 p 53 observa O discurso neoliberal afirma que atualmente inclusive nos pa ses mais pobres n o faltam escolas faltam boas escolas n o faltam professores faltam professores mais qualificados n o faltam recursos para financiar as pol ticas educacionais ao contr rio falta uma melhor distribui o dos recursos existentes Nas proposi es neoliberais transformar a escola sup e um enorme desafio gerencial para torn la mais eficiente Sendo assim deve se reestruturar o sistema para flexibilizar a oferta educacional promover uma mudan a cultural e nas estrat gias de gest o al m de reformular o perfil dos professores reciclando os Em outra parte do documento a oferta de uma educa o aos exclu dos do sistema de educa o assim justificada No caso dos filhos da classe oper ria a escola p blica em geral n o consegue assegurar in totum essa educa o cient fica dificultando na pr tica que seus egressos alcancem uma forma o humana integral ou continuem os estudos na educa o superior Os motivos desse n o alcan ar 54 muitas vezes n o s o inerentes ao sistema de ensino mas a uma s rie de determinantes sociais e econ micos que refor am as condi es de desfavorecidos com qu
184. ss o que n o exige qualifica o Voc sabe fazer o qu O que tiver v o colocar voc nos servi os gerais Se voc quer ser bem visto tem que ter qualifica o porque tem profiss o que n o bem vista trabalho e todo trabalho digno e tem profiss o que tem CLP Curso de Controle de L gica Programada fornecido pelo SENAI 66 muita concorr ncia e a busca do homem por uma profiss o bem qualificada Egresso 2 Existe gente desempregada porque se deve a como eu acabei de falar a regi o ela tem muito emprego mas pessoas capacitadas pra ocupar essas vagas s o poucas hoje porque tem muito jovem ai apesar do governo federal pagar incentiva na verdade com uma bolsa e voc v que o pessoal n o tem esse interesse pra estudar mas o emprego existe se cada um fizesse um pouquinho e estudasse chegava l Egresso 3 Emprego tem falta s qualifica o A culpa do desemprego uma percentagem dessa gente que n o corre atr s n E outra parte que voc chega num lugar pensando que uma coisa e depois v que outra a isso acaba desestimulando a o cabra n o vai at o final e acaba desistindo Egresso 4 Determinadas reas tem outras n o A culpa das pessoas n o arranjarem emprego na minha concep o por causa do conhecimento Se qualificassem e se especializassem em alguma rea tinha vaga pra todo mundo Egresso 5 Como j n o existe emprego para todos e inten
185. ss rias a fim de inclu los no competitivo setor produtivo O pragmatismo das disciplinas t cnicas almejada pelos alunos t m origem no pensamento neoliberal que valoriza o m todo em detrimento do conte do O Estado somente garante a forma o b sica que possibilitam os alunos a ler escrever e contar em n vel elementar Dessa forma nega aos filhos da classe trabalhadora o direito ao conhecimento hist rico e socialmente acumulado Mesmo com as mudan as ocorridas no mundo do trabalho a educa o b sica destinada aos trabalhadores n o garante o dom nio intelectual da t cnica A promessa de integra o entre a educa o profissional e b sica s existe no discurso dos programas educacionais No caso do PROEJA este baseia o aprendizado em opera es desconectadas fragmentadas e parciais impossibilitando a compreens o da totalidade pelos sujeitos do processo de ensino A supera o dessa fragmenta o s poderia ser alcan ada pela forma o polit cnica que mediante a integra o de v rios conhecimentos relaciona as disciplinas e integra a ci ncia Na li o de Kuenzer 1997 p 33 83 A escola e os cursos de forma o profissional que a est o no momento est o longe de apresentarem compet ncia para atender a essas reivindica es em fun o de seu car ter excludente da inadequa o de suas formas de organiza o e de suas propostas curriculares completamente desvinculadas do mundo do trabalho e das
186. st o os atrativos econ micos propostos pelos governos estaduais ora apresentados no cap tulo 2 desta pesquisa o baixo custo da m o de obra e a desarticulada for a sindical Na intelig ncia de Frederico 1978 p 55 Na aus ncia de uma organiza o que una as reivindica es de todos os trabalhadores da f brica o comportamento desses oper rios esta condenado a oscilar entre um conformismo fatalista e alguns momentos de explos o instintiva e passageira Em outro momento das entrevistas o Egresso 2 relata uma negocia o individual com um dos surpervisores da produ o J eu j falei e j tive um reajuste Fui s Estou precisando de um reajuste e eu acho que eu mere o Mas n o pedi mais porque eu vejo que ningu m recebeu ainda Eu estou com vontade de ir l e pedir porque como eu 63 trabalho a noite eu n o vejo como ir l e conversar tem que ser de dia pra falar com o supervisor Egresso 2 O Egresso 1 exprime n o ter as condi es necess rias em fazer exig ncias Por enquanto n o como eu sou contrato eu n o recebo o mesmo dos outros mas quando eu for efetivado ai vou poder brigar por um sal rio melhor Egresso 1 J os Egressos 3 4 e 5 evidenciaram jamais haver solicitado aumento e n o sentir necessidade de faz lo uma vez que o sal rio sobe conforme determina o do Governo Retomando a quest o central proposta pelo documento base do PROEJA a educa o integral desvin
187. stas as greves foram vistas como os primeiros passos para a aprendizagem revolucion ria Efetivamente Marx e Engels acreditavam que os sindicatos se constitu ram produtos das lutas espont neas dos trabalhadores contra a explora o capitalista Nesse sentido L nin 1979 p 45 46 acentua As greves ensinam os oper rios a unirem se as greves fazem nos ver que somente unidos podem aguentar a luta contra os capitalistas as greves ensinam os oper rios a pensarem na luta de toda a classe oper ria contra toda a classe patronal e contra o governo autocr tico e policial Exatamente por isso os socialistas chamam as greves de escolas de guerra escolas em que os oper rios aprendem a desfechar a guerra contra seus inimigos pela emancipa o de todo o podo e de todos os trabalhadores do julgo dos funcion rios e do julgo do capital Mais adiante na entrevista o Egresso 5 enfatiza a natureza do sindicato que seria supostamente patronal Tem meu patr o que vai ai quando ele vem passa alguma coisa Egresso 5 Com apoio nessa fala podemos inferir o trabalhador pensa que o sindicato a que o patr o filiado o mesmo que o seu ou o patr o realmente possui uma estreita rela o de acordos com o sindicato dos trabalhadores A busca de esclarecimentos de tais compreens es no entanto extrapola os objetivos deste estudo Sabe se que dentre os interesses das empresas em deslocar se para regi es economicamente mais pobres e
188. sto econ mico mas tamb m tem um custo social A valoriza o do capital se ap ia na explora o do trabalho vivo da produ o O crescimento sempre se baseia na diferen a entre o que o trabalho obt m e aquilo que cria Por isso o controle do trabalho na produ o e no mercado vital para a perpetua o do capitalismo O capitalismo est fundado em suma numa rela o de classe entre capital e trabalho Com desenvolvimento da mecaniza o o homem foi perdendo a sua import ncia no processo produtivo medida que a m quina determinava a velocidade dos seus movimentos Surge ent o o Taylorismo como paradigma de produ o elaborado pelo engenheiro estadunidense Frederic Winslor Taylor propulsor da ideia de organiza o racional do trabalho que buscou elevar a produtividade com suporte no controle do tempo e dos movimentos Prosseguindo nessa perspectiva e no exterm nio da ociosidade surge a linha de montagem esteira proposta por Ford tamb m empres rio ianque Este modelo permaneceu como o mais popular at meados do s c XX quando se alterou o cen rio do capitalismo mundial fazendo surgir outras formas de organiza o da produ o e do trabalho com a reestrutura o produtiva 3 2 Organiza o Cient fica do Trabalho Taylorismo O modelo de produ o taylorista difundido principalmente nos EUA surgiu em meio ao s c XIX 1866 1915 e marcou uma poca de aus ncia total na autonomia do 36 trabal
189. sto indaga se ser poss vel conceber o projeto de transforma o social no interior do capitalismo Ante esta interroga o recorremos a Dias 1999 p 143 que reflete pensar o projeto de transforma o social no interior do capitalismo implica a afirma o da neutralidade das institui es ou pelo menos no seu car ter de democracia radical Trata se de aceitar a possibilidade de que nessas e por essas institui es seja poss vel alterar a natureza de classe do Estado Em decorr ncia da press o das transforma es econ micas e tecnol gicas provocadas pela reestrutura o produtiva torna se importante a discuss o a fim de redefinir o papel da proposta educativa para a classe trabalhadora A organiza o curricular e a abordagem metodol gica para o ensino no PROEJA devem considerar as trajet rias escolares dos sujeitos hist ricos desta educa o e o papel 14 desempenhado por estes considerando os ainda anteriormente marginalizados do processo educativo como meio das diversas formas que a exclus o social assume Faz se necess rio por parte dos educadores que atuam como docentes deste curso e dos coordenadores que o planejam e o organizam despertar a necessidade do conhecimento das especificidades deste p blico considerando assim suas experi ncias sociais escolares e principalmente como integrantes da classe trabalhadora estrato que tem como caracter stica fundamental a explora o da sua
190. te que tinha inspira o cepalina no modelo de industrializa o por substitui o de importa es os rebeldes jovens do CIC chegaram ao poder com a promessa de livrar o Cear das peias do atraso arranc lo das m os dos coron is para coloc lo no caminho da modernidade que consideravam como sendo a nica via capaz de eliminar a mis ria e a pobreza do povo cearense TEIXEIRA 2002 p 13 Para Teixeira 2002 no campo da infra estrutura not vel a amplia o da rede de transporte com destaque para a constru o do aeroporto e de uma malha rodovi ria ligando as principais zonas tur sticas do Estado 19 ren ncia fiscal nas doa es de pr dios e terrenos nos investimentos na qualifica o da m o de obra por parte do Estado a servi o do capital bem como na ideia de industrializa o como fator de desenvolvimento Dentre as diferen as destacam se a passividade do papel do Estado e aus ncia de qualquer estrat gia de longo prazo para o setor industrial for ando uma mudan a na din mica da industrializa o do Nordeste Os estados passaram a assumir suas pr prias estrat gias tornando se condutores de suas pol ticas de desenvolvimento industrial assumindo o que se denominou de guerra fiscal como forma de atra o de investimentos industriais As altera es no sistema tribut rio por meio da reforma constitucional de 1988 propiciaram aos estados maior autonomia com vistas a
191. tingente de cidad os cerceados do direito de concluir a educa o b sica e de ter acesso a uma forma o profissional de qualidade BRASIL 2006b p 8 Realizamos entrevistas com cinco egressos do curso do PROEJA Estes comp em a primeira turma de alunos que ingressaram neste curso no semestre 2007 1 Mostraremos desde este cap tulo a vis o que eles t m a respeito do curso e o relato do que vivem como trabalhadores no setor produtivo Os egressos foram denominados Egresso 1 Egresso 2 Egresso 3 Egresso 4 e Egresso 5 De acordo com um dos entrevistados a garantia do acesso a um maior n vel de escolariza o garantia de empregos menos precarizados Talvez a falta de estudo Quando voc estuda um pouquinho consegue um emprego melhor e n o precisa pegar tanto assim no pesado Egresso 3 Os argumentos utilizados no documento base e com os quais concordamos dizem respeito ao motivo pelo qual os jovens retornam escola Assim mais tarde esses jovens retornam via EJA convictos da falta que faz a escolaridade em suas vidas acreditando que a negativa em postos de trabalhos e lugares de emprego se associa exclusivamente baixa escolaridade desobrigando o sistema capitalista da responsabilidade que lhe cabe pelo desemprego atual BRASIL 2006b p 7 O desenvolvimento do capitalismo entretanto necessita do aux lio da ci ncia e do conhecimento e esta ajuda vai buscar no aparelho escolar Surge a a inten o
192. tion is priority to the interests of specific capitalist business Looking at PROEJA s documents we can understand that the demand of professional education is according with the needs of the productive sector Even though the education has being treated like any other commodity or service no doubt under the neoliberal principles it is comprehensive too that it has been build from the logic of the market This way the curriculum became undertakes making it narrower and separated from practice In contradiction to the democratic ideology which the curriculum of vocational character proclaims defend actually the neoliberal education in general reproduces the existence of reproductive social division The PROEJA hasn t provided opportunities for workers to articulate the acquired knowledge through the development of its curriculum in their work neither it can raise awareness of this critical subject as a cornerstone of a complete critical and emancipator formation Keywords Economic Development Professional Education PROEJA Work and Education 2 1 2 2 2 3 3 1 3 2 3 3 3 4 4 1 4 2 4 3 4 4 SUM RIO INTRODU O casal a 9 A INDUSTRIALIZA O COMO MODELO DE DESENVOLVIMENTO ECON MICO E A POL TICA DE INTERIORIZA O INDUSTRIAL NO CARR A E A o a o aS 18 A Regi o do Cariri Cearense e eeeeeeereeeeereereereeeeeererecereanes 21 Breve Hist ria da Industrializa o na Regi o do Cariri
193. tivamente ao mercado de trabalho e visualizar uma educa o polit cnica para a forma o do homem integral vejamos o que diz Saviani 1989 p 4 concebe a educa o polit cnica como forma de possibilitar ao homem o exerc cio de uma profiss o como condi o de humaniza o e de transforma o social Uma educa o polit cnica pressup e a plena expans o do indiv duo humano e se insere em um projeto de desenvolvimento da amplia o dos processos de socializa o n o se restringindo ao imediatismo do mercado de trabalho A pertin ncia dessa reflex o ganha corpo quando pensamos na integra o da educa o geral e da educa o profissional que significaria formar os trabalhadores com capacidades de atuar na dire o de suas vidas As m ltiplas media es hist ricas que fazem parte da supera o dessa dicotomia precisam ser levadas em considera o para o entendimento da educa o como uma totalidade social Na dire o contr ria dessa concep o o PPP do PROEJA 2006 p 8 em Mec nica Industrial defende uma matriz curricular elaborada com base nos estudos sobre a din mica do setor produtivo do agrupamento de atividades afins da economia e dos indicadores das tend ncias futuras dessas atividades Quanto ao perfil profissional associado a essa matriz foi definido em conson ncia s demandas da ind stria bem como aos procedimentos metodol gicos que d o sustenta o constru o do referido p
194. to Regional do Cariri 2000 2001 Interioriza o Industrial empregabilidade qualifica o e precariza o do trabalho 2002 Os Desafios na Forma o do Sujeito Trabalhador Matriculado no PROEJA do CEFET Cariri uma abordagem cr tica 2008 A primeira pesquisa realizada no per odo de 2000 2001 O Ensino Tecnol gico e o Desenvolvimento Regional do Cariri tinha como objetivo geral explicitar o papel do Ensino Tecnol gico de n vel superior no desenvolvimento da regi o caririense e como objetivos espec ficos 1 Conhecer a partir de caracteriza o a proposta educacional dos cursos de Tecnologia da Constru o Civil e de Engenharia de Produ o da Universidade Regional do Cariri URCA 2 Perceber as rela es existentes entre a URCA e o setor produtivo e 3 Analisar o desempenho do Profissional formado na URCA e sua atua o no mercado de trabalho MOURA 2001 p 8 Nessa pesquisa constatamos que a educa o profissional oferecida na regi o possu a um curr culo bastante t cnico e te rico Foi constatado tamb m que o aluno egresso enfrentava v rias dificuldades dentre as quais a dificuldade na inser o em cargos de planejamento no interior das ind strias e que estes cargos em sua grande parte eram ocupados por sujeitos vindos das regi es Sul e Sudeste do Pa s Outra grande oportunidade de conhecer melhor a realidade caririense e o seu modelo de industrializa o foi a realiza o da segunda pesquisa
195. tonomia intelectual e do pensamento cr tico e Compreender a sociedade sua g nese e transforma o e os m ltiplos fatores que nela interv m como produtos da a o humana e do seu papel como agente social e Reconhecer o homem como co participante das transforma es do ambiente e respons vel pela preserva o e conserva o da biosfera e Utilizar a linguagem cient fica fazendo uso da simbologia f sico matem tica apropriada aos diversos contextos e Ler articular e interpretar s mbolos e c digos em diferentes linguagens e representa es estabelecendo estrat gias de solu o e articulando os conhecimentos das v rias ci ncias e outros campos do saber e Compreender os fundamentos cient fico tecnol gicos dos processos produtivos relacionando a teoria com a pr tica nas diversas reas do saber e Ter iniciativa e responsabilidade exercer lideran a saber trabalhar em equipe ser criativo e ter atitude tica CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 9 O perfil ora definido valoriza a aplicabilidade dos saberes dominados Esse um dos princ pios da Pedagogia das Compet ncias que relaciona de forma pragm tica o conte do e a a o por ele possibilitada Oliveira 2003 p 8 destaca A utiliza o de conceitos novos como o de empregabilidade e de compet ncias articulada a um referencial pedag gico que define um padr o singular de qualidade na educa o redirecionam a educa
196. tre elas e o curso em quest o e mais especificamente 1 identificar a partir do depoimento dos alunos os principais problemas encontrados no curso e que comprometem a aquisi o da aprendizagem dos conte dos propostos no curr culo 2 conhecer a motiva o que levaram estes alunos a procurarem o PROEJA e 3 identificar os sujeitos trabalhadores e suas perspectivas por qualifica o e conseguinte inser o no mercado produtivo regional MOURA 2008 p 3 Durante a p s gradua o lato sensu realizada no Instituto Federal de Educa o Ci ncia e Tecnologia IFCE foram discutidos v rios problemas identificados com a implementa o do PROEJA na Rede Federal de Educa o como por exemplo as aus ncias de professores com habilidades pedag gicas para a doc ncia na educa o de jovens e adultos de corpo docente pr prio para o PROEJA e de laborat rios para as atividades pr ticas e tamb m os altos ndices de evas o e baixa procura para a participa o da sele o para ingresso no curso dentre outros problemas apontados mediante a leitura de v rios artigos produzidos com foco na tem tica do PROEJA Alguns dados dessas tr s pesquisas ser o rediscutidos ao longo desta disserta o Foi justamente o conjunto desses resultados obtidos as discuss es na especializa o PROEJA e a atividade docente desenvolvida como professora do IFCE desde o ano de 2006 que nos Desenvolvemos esta pesquisa como Trabalho de Co
197. trias locais que os atuais trabalhadores apresentam uma car ncia no dom nio da pr pria qualifica o t cnica no que tange correta utiliza o de equipamentos e na sua devida manuten o Observou se ainda que estes mesmos trabalhadores possuem em geral baixa escolaridade fator que muito contribui para uma passividade do pensamento cr tico Em nossa pesquisa de mercado detectamos em entrevistas com alguns coordenadores da rea industrial local uma enorme car ncia de qualifica o t cnica no que tange ao conhecimento das atuais tecnologias que envolvem a Mec nica Industrial Na referida pesquisa percebemos a urgente necessidade de uma qualifica o pautada em conhecimento t cnico cient fico consistente e bem fundamentado para que assim nossos jovens e adultos sintam se assegurados na promo o do direito educa o relacionada ao trabalho CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 12 Evidencia se claramente o objetivo da forma o para o setor produtivo contradizendo assim o discurso realizado no documento base do Programa que analisamos Bezerra Neto 2008 p 54 destaca esta situa o importante destacar que quando os neoliberais enfatizam que a educa o deve estar subordinada s necessidades do mercado de trabalho est o se referindo a uma quest o muito espec fica a urg ncia de que o sistema educacional se ajuste s demandas do mundo dos empregos o sistema
198. trutura o industrial j em curso no per odo acelerado agora frente a presen a de produtos importados mais baratos e de melhor qualidade c o abandono do protecionismo estatal industria e a progressiva reforma do Estado brasileiro d o fim dos programas estatais de planejamento econ mico regional e sua substitui o por pol ticas estadualizadas de desenvolvimento LIMA 2000 p 10 Esses fatores manifestavam se regionalmente pelo esvaziamento progressivo da SUDENE como rg o do Governo central voltado a programas de desenvolvimento e do in cio de programas locais de atra o de investimentos que foram conhecidos como guerra fiscal Esta envolveu praticamente todos os estados da Federa o que passaram a investir uns mais do que outros maci amente em infraestrutura oferta de incentivos fiscais programas de forma o de m o de obra dentre outros Esse processo nacionalmente dinamizou a desconcentra o industrial com preju zo de reas industriais tradicionais como a regi o metropolitana de S o Paulo saturada em termos de popula o e infraestrutura contando ainda com uma for a de trabalho cara e organizada sindicalmente No final dos anos 1980 essa regi o passou a perder ind strias para o interior do estado e para os estados vizinhos Nos anos 1990 com o aprofundamento da abertura econ mica outras reas padeceram com o processo de fechamento de unidades fabris como o Vale dos Sinos RS e
199. u aspecto operacional simplificado escoimado dos conhecimentos que est o na sua g nese cient fico tecnol gica e na sua apropria o hist rico social Como forma o humana o que se busca garantir ao adolescente ao jovem e ao adulto trabalhador o direito a uma forma o completa para a leitura do mundo e para a sua sociedade pol tica Forma o que neste sentido sup e a compreens o das rela es sociais subjacentes a todos os fen menos A cidadania pressup e a o dar condi es ao trabalhador de comandar dirigir e decidir N o se admite um papel de passividade ante as mudan as da sociedade O trabalhador com pleno dom nio da sua cidadania poder planejar seu destino de acordo com os interesses coletivos do meio em que vive A educa o profissional do trabalhador deve ir al m da uni o entre o saber e fazer Dever dar as ferramentas intelectuais necess rias para que ele consiga entender a din mica da sociedade em que vive e ter as condi es materiais necess rias para a transforma o da realidade Coutinho 1981 p 108 entende assim Eis o primeiro pressuposto da cidadania garantir mecanismo de participa o para que os homens possam expressar se e assim projetar mecanismo e rela es coerentes com o seu modo de ser hist rico no mundo dando a cada um dos indiv duos a igual possibilidade de participa o na defini o dos rumos de seu pr prio destino Em suas rela es os ind
200. uais para quando precisar voc saber consertar elas Mas o mec nico industrial ele tem que est preparado para a manuten o de m quinas e tem v rios tipos de ferramentas e se voc n o tiver o conhecimento como que faz Porque se voc for pra outra empresa s ferramentas s o iguais Egresso 2 Sim na verdade quando eu comecei o curso eu j trabalhava na rea trabalho h 26 anos ent o pra mim melhorava minha rea profissional O curso na verdade ele tinha teoria eu tinha uma pr tica mas eu n o tinha a teoria ent o o curso me trouxe muita teoria e eu consegui melhorar muito na minha rea profissional Egresso 3 Pra mim foi os dois Porque eu vi a teoria e a pr tica eu tive no trabalho E o que eu sabia por causa do trabalho eu passava pra os meus colegas de sala Egresso 5 Formados pela pr tica os trabalhadores percebem conforme aponta Kuenzer 2011 p 145 que 85 o seu saber se originou da pr tica tendo consci ncia de sua pr pria compet ncia na execu o da tarefa e criticando o saber te rico como insuficiente para o aprendizado do trabalho reconhecem a import ncia da aquisi o desse saber e a escola como o local em que isso ocorre Ou seja percebem claramente que embora a compet ncia que a pr tica lhes confere seja suficiente para que ele realize seu trabalho com efici ncia o acesso a outras condi es de vida e de trabalho depende da aquisi o de um outro tipo de saber c
201. uca o nacional Objetivava a desvincula o entre a qualifica o para o trabalho e a eleva o dos n veis de escolaridades BRASIL 1997 Regulamenta o 2 do art 36 e os arts 39 a 41 da Lei n 9 394 de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educa o nacional e d outras provid ncias O Decreto n 5 154 prever a possibilidade da forma integrada de oferta da educa o profissional no contexto do ensino m dio As Institui es de ensino poder o assumir uma das tr s formas integrada concomitante ou subseq ente O decreto n o imp e portanto uma ou outra cabendo a Institui o de ensino decidir pela forma que ofertar BRASIL 2004 Estabelece no mbito dos centros federais de educa o tecnol gica escolas t cnicas federais escolas agrot cnicas federais e escolas t cnicas vinculas s universidades federais as diretrizes para a oferta de cursos de educa o profissional de forma integrada aos cursos de ensino m dio na modalidade de educa o de jovens e adultos EJA BRASIL 2005 48 O Decreto Federal n 5 840 de 13 de julho de 2006 incumbiu as institui es federais de educa o de implantar cursos de forma o profissional integrada ao ensino m dio na modalidade de jovens e adultos Quanto escolha da rea espec fica para a forma o profissional fica estabelecido no art 5 do decreto n 5 840 a estrutura o dos cursos ser o preferencialmente
202. ue s o compartilhados com os outros cursos t cnicos de n vel m dio Laborat rio de Metrologia Laborat rio de Desenho T cnico Laborat rio de Eletricidade e Eletr nica Laborat rio de Lubrificantes Laborat rio de Instala es El tricas Laborat rio de Comandos El tricos Laborat rio de Automa o Pneum tica Laborat rio de Hidr ulica Industrial Laborat rio de M quinas T rmicas Laborat rio de Metalografia Laborat rio de Soldagem Laborat rio de Usinagem Mec nica e Laborat rio de Manuten o Industrial A estrutura organizacional conta com os seguintes elementos Dire o de Campus Ger ncia de Ensino Coordena o Tecnico Pedag gica CTP Centro de Controle Informa o fornecida pela Diretoria de Ensino do IFCE de Juazeiro do Norte CE Juazeiro do Norte 2012 50 Acad mico CCA Coordena o de Curso Secretaria e corpo docente composto por oito professores do n cleo t cnico e oito docentes do n cleo b sico No semestre 2012 1 havia 217 alunos matriculados tendo uma evas o de 108 alunos resultando num ndice de aproximadamente 50 de evas o At o semestre citado cinco turmas j tinham conclu do o curso Recebemos a informa o por meio do coordenador do curso de que a ltima sele o para ingressos se deu no semestre 2011 1 e que em raz o do alto ndice de evas o e do reduzido quantitativo de professores dispon veis para o curso do PROEJA esse n o mais ofertado pelo IFCE
203. umento da produtividade o maior crescimento econ mico e consequentemente haveria a maior possibilidade de mobilidade social o que acarretaria maior distribui o de renda nacional Referindo se Teoria do Capital Humano Paiva 1997 p 16 comenta 41 ao encarar a produtividade como fun o derivada da forma o e qualifica o profissionais a teoria do capital humano procura justificar os investimentos em educa o de um ponto de vista econ mico sem considerar os aspectos s cio culturais Esse reducionismo economicista que prop e um planejamento centralizado para resolver os problemas de forma o e qualifica o da m o de obra de acordo com as exig ncias do mercado de trabalho torna se inadequado medida que se abstrai das tradi es e valores culturais da popula o e n o se integra a um conjunto de pol ticas e diretrizes visando melhorar as condi es de vida dos trabalhadores PAIVA 1997 p 16 A nega o desse quadro percebida na propor o em que observamos como o sistema educacional est permitindo ao trabalhador o cultivo das no es intelectuais para atuar de maneira favor vel na produ o pois mesmo qualificado o empregado desenvolve apenas as atividades quantitativas e as n o qualitativas do processo produtivo Surge outra conota o para o termo qualifica o que Paiva 1997 p 9 denomina de Qualifica o Formal Esta conceitua o pauta se na obten o de uma certa
204. undo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica 2010 p 11 este territ rio dividido em tr s microterrit rios a Micro Territ rio Cariri Central com rea de aproximadamente 5099 7 km onde podemos encontrar as cidades de Barbalha Crato Farias Brito Jardim Abaiara Miss o Velha Cariria u V rzea Alegre Grangeiro e Juazeiro do Norte 22 b Micro Territ rio Cariri Leste que possui uma rea de aproximadamente 4656 1 km composta pelos munic pios de Brejo Santo Penaforte Milagres Jati Mauriti Aurora Barro e Porteiras c Micro Territ rio Cariri Oeste com rea de aproximadamente 5186 1 km localizadas as cidades de Nova Olinda Altaneira Tarrafas Araripe Potengi Salitre Campos Sales Santana do Cariri Antonina do Norte e Assar Vejamos a seguir o mapa territorial do Cariri para melhor se visualizar essa divis o Figura 1 Mapa do Territ rio do Cariri n y B Po TARRAFAS o PRE A ASSAR yo P a feiss fo q ps 4 CARIRIA U lt io oal yY D X ALEA aa Pa BARRO y A P SANTANA DO SALITRE ARARIPE CARIRI CRATO e e E Pq Dai ATORES VELHA o ERARENTHA F o A MAURITI BREJO SANTO PORTEIRAS N JARDIM ES Er Ny SA JATI PENAFORTE je Z 4 Fonte Brasil 2010 Os munic pios caririenses localizados ao Sul do Estado do Cear perfazem rea de 19 364km o que representa 13 2 do territ rio cearense A Regi o apreende abundante
205. upera o portanto da fragmenta o no trabalho pedag gico s ser poss vel se vencida a contradi o entre a propriedade dos meios de produ o e a for a de trabalho O PPP do PROEJA em Mec nica Industrial defende como pressuposto a forma o integral do profissional numa perspectiva de totalidade superando a fragmenta o e a desarticula o entre forma o geral e forma o profissional aspecto que caracterizou os curr culos e propostas elaboradas no per odo de implanta o da reforma da educa o profissional no Brasil CENTRO FEDERAL DE EDUCA O TECNOL GICA DO CEAR 2006 p 15 Compreendemos que a forma o do homem integral defendido como modelo pretendido de forma o pelo PROEJA requer a forma o na perspectiva da politecnia em que o homem ser formado transpondo as necessidades demandadas pelo mercado de trabalho Para Kuenzer 1997 p 139 a politecnia significa uma nova forma de recorte e de estrutura o dos conte dos a partir dos processos de trabalho que desempenham fun es sociais relevantes para a constitui o da sociedade brasileira contempor nea No prop sito de explicar como por em pr tica um curr culo para a forma o integral do trabalhador o documento base do PROEJA expressa o seguinte discurso Para que um programa possa se desenhar de acordo com marcos referenciais do que se entende como pol tica educacional de direito um aspecto b sico norteado
206. utivo uma maneira de educar o trabalhador a se submeter a tarefas mais simplificadas automatizadas mon tonas repetitivas e por isso mal remuneradas Vejamos alguns depoimentos que indicam a dissocia o de teoria e pr tica O conhecimento do curso que eu fiz no CEFET me ajudou pra caramba abriu muitas portas Est certo que n o foi essas maravilhas todas mas abriu as portas para muita coisa os professores falavam para mim que depois que terminasse o curso eu tinha que me especializar em alguma rea para poder trabalhar como um cl nico geral para trabalhar nas empresas voc tem que ter certificado de s uma rea Esse curso abriu as portas para mim posso reclamar n o tem muita coisa que eles deveriam ter passado para mim mas mesmo assim abriu muitas portas sem falar o diploma o diploma de ensino t cnico um diploma muito forte Egresso 1 Atende Porque o curso federal Egresso 2 A teoria sim bem definida O que precisava na verdade s mais pr tica porque n o adianta o aluno s teoria teoria e quando chegar l n o saber ent o assim se tiver pr tica e depois teoria ai vai Egresso 3 A respeito das sociedades de classe no modo de produ o capitalista a escola como as demais institui es perpassada pelos interesses da classe dominante a escola brasileira cumpre a fun o de reproduzir as rela es sociais dominantes sob a apar ncia de uma institui o univ
207. utura econ mico social e capitalista S o Paulo Cortez Autores Associados 1989 As mudan as tecnol gicas e educa o da classe trabalhadora politecnia polival ncia ou qualifica o profissional s ntese do simp sio In MACHADO L R de NEVES M de A FRIGOTTO G et al Trabalho e educa o Campinas Papirus 1994 p 45 52 Concep es e mudan as no mundo do trabalho e o ensino m dio In FRIGOTTO G CIAVATTA M RAMOS M Org Ensino M dio Integrado concep o e contradi es S o Paulo Cortez 2006 p 57 82 Educa o e a crise do capitalismo real S o Paulo Cortez 2000 Educa o e forma o humana ajuste neoconservador e alternativa democr tica In GENTILI P A A SILVA T T da Neoliberalismo qualidade total e educa o vis es cr ticas Petr polis Vozes 1998 p 31 92 111 FRIGOTTO G CIAVATTA M Educar o trabalhador cidad o produtivo ou ser humano emancipado In FRIGOTTO G CIAV ATTA M Org A Forma o do cidad o produtivo a cultura de mercado no ensino m dio t cnico Bras lia DF Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An sio Teixeira 2006 p 55 70 GENTILI P Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In GENTILI P SILVA T da Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia DF CNTE 1999 p 9 49 GENTILI P Tr s teses sobre a rela o trabalho e educa o em tempos n
208. virtude de este modelo diminuir a necessidade de trabalhadores est veis utiliza cada vez mais trabalhadores tempor rios ou servi os terceirizados inibindo o potencial crescimento das organiza es sindicais Estimulando a competi o no setor produtivo esta nova forma de organizar a produ o acentua muito mais a divis o a disputa e o individualismo entre os trabalhadores do que propriamente a possibilidade de estrat gias coletivas de lutas contra o capital O Estado costuma responsabilizar os pr prios trabalhadores ou a baixa qualidade da escola pela exclus o deles do mercado de trabalho configurada no desemprego Este sempre propaga a ideia de que hoje os dias est o mais favor veis para os trabalhadores pois possuem garantia da educa o profissional por meio dos v rios programas educacionais criados como instrumento de inclus o do trabalhador no setor produtivo e assim lhes possibilitar melhor qualidade de vida Sobre as causas do desemprego estrutural Lira 2006 p 154 explica A flexibiliza o das rela es de trabalho a diminui o do trabalho vivo no processo produtivo direto da mercadoria a descentraliza o das cadeias de produ o favorecem o crescimento do excedente de m o de obra estrutural seja pelo desemprego seja pela maior informaliza o nas rela es de trabalho gerando dessa maneira uma instabilidade constante para o trabalhador inclusive para aqueles que ainda permane
209. z de pensar criar e recriar no trabalho as suas condi es de produ o e subsist ncia e n o mais reconhecendo o como mero executor de tarefas fun es que desempenha no interior da f brica A respeito desse fato Kuenzer 2007 p 32 esclarece Trabalhar com o conceito mais amplo de educa o de modo que incorpore todas as formas educativas que ocorrem no interior das rela es sociais inclusive o trabalho com o objetivo de formar o cidad o como ser pol tico e produtivo implica reconhecer que cada sociedade em cada poca disp e de formas pr prias para formar seus intelectuais Estas formas pr prias s o o que Gramsci chama de princ pio educativo A mesma autora assevera que Como as fun es essenciais do mundo da produ o originam grupos sociais diferenciados com necessidades espec ficas esses grupos criam para si uma camada de intelectuais que ser respons vel pela sua homogeneidade consci ncia e fun o nos campos econ mico social e pol tico Formar esses intelectuais fun o da escola que para exerc la definir seu princ pio educativo a partir das demandas de cada grupo e das fun es que lhes cabe desempenhar na divis o social e t cnica do trabalho Cabe ressaltar que o exerc cio dessas fun es n o se restringe s de car ter produtivo mas abrangem todas as dimens es comportamentais ideol gicas e normativas que lhe s o pr prias devendo a escola elaborar sua proposta a partir

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