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da tese completa - Centro de Educação

1. p 117 4 14 A fiscaliza o da CGU e o processo judicial encaminhado pelo Ludo 640 po Lo 0 EEEE URNA RIDER ERR RR PDR RR ON ORAR RAP RR RR p 119 5 COORDENADAS NORMATIVAS PARA UMA CARTOGRAFIA DO REGIME DE COLABORA O sirere nie pintar eta a A a aca p 125 REFER NCIAS asas RS SL ia A a iE p 132 APENDICGES uia assa Cali aa p 139 1INTRODU O Este trabalho resulta de uma pesquisa e de uma reflex o sobre o Regime de Colabora o no percurso recente de sua inscri o na Constitui o Federal de 1988 ao empreendimento das reformas da educa o na d cada de 1990 A Constitui o Federal brasileira ao dispor sobre a organiza o do Estado T tulo Ill e a sua organiza o pol tico administrativa Cap tulo estabelece no Par grafo nico do artigo 23 que uma Lei complementar fixar normas para a coopera o entre a Uni o e os Estados o Distrito Federal e os Munic pios tendo em vista o equil brio do desenvolvimento e do bem estar em mbito nacional grifos nossos Com a Constitui o a organiza o sist mica da pol tica educacional brasileira passou a compreender cada um dos quatro n veis de governo caracterizando sistemas aut nomos o Sistema Federal de Ensino o Sistema de Ensino do Distrito Federal o Sistema de Ensino dos Estados e o Sistema de Ensino dos Munic pios Todavia os legisladores apontaram de forma prudente para a necessidade de cria o do Regime de
2. p 66 3 4 Rede de influ ncias conversacionais nnee p 74 35 Poras ADORAS sp ist aa nb ia a USADOS oO Si ato EDS ei p 77 4 MEDIA ES NA INTERLOCU O INSTITUCIONAL DO PERCURSO DO PROF DR NEROALDO PONTES DE AZEVEDO iiisisaind os dreads indian tera dad adaga desta p 83 4 1 A contextualiza o da ida para a UNDIME PB e UNDIME nacional p 91 4 2 A separa o esquerda direita rias p 95 4 3 Incentivo para participar da vida pol tica neern neern p 97 4 4 Trabalho cr tico e de oposi o irrespons vel il p 97 4 5 Oposi o local e alian a nacional nn rnenee p 99 4 6 O sentido pejorativo de colabora o quarenta e tr s anos ap s o golpe Mabao eea a o ca T O pu a aai p 101 4 7 A n o regulamenta o do Regime de Colabora o p 105 4 8 A especificidade da pr tica pol tica na gest o s in p 111 4 9 A paix o pela Educa o de Jovens e Adulos p 113 4 10 Qual o grande debate da educa o nacional p 113 4 11 O conjunto d alua o 02 22022250025532280 0 hga saga 0obran onE beca To Das dog lar aLORENoades Ps fned p 115 4 12 A circunst ncia da filia o ao PTB p 115 4 13 Um homem em termos pessoais e em termos institucionais
3. uma bola de neve Cada dia voc tem um problema de um aluno um funcion rio um professor entendeu Isso uma constante sabe em movimento a escola em movimento em movimento os conflitos existem e voc tem que ter muito assim muito equil brio sabe Pra ser esse mediador de conflitos e dar esse caminho certo sem destoar do objetivo a que a escola se prop e entendeu Sem sair desse tom desse norte do resgate da escola p blica enquanto institui o entendeu Ent o dif cil muito dif cil Mas eu me coloquei coloquei meu nome a disposi o diante dos desmandos que eu via na escola da centraliza o do poder entendeu E de toda uma forma o que eu j havia feito com rela o gest o democr tica e eu via que isso no discurso era uma coisa e quando chegava dentro da escola a gente se deparava com outra pr tica por parte do gestor da escola Ent o fui amadurecendo essa id ia sabe Fui trabalhando com a escola com os segmentos da escola mostrando o meu trabalho e isso me deu respaldo eu ter uma elei o na escola com 80 de aprova o GESU NA Que bacana agora tem uma coisa outro dia voc disse que estava quase desistindo Alice conta pra mim um pouquinho ALICE Olha eu senti assim como eu j falei anteriormente pra voc in off eu me senti assim impotente diante de uma situa o criada com rela o ao quadro de funcion rios da 196 escola mediante ainda entre aspas realiza o
4. O mundo da vida o que est intuitivamente presente em tudo o que tem sentido familiar e transparente tanto para os te ricos quanto para os leigos e ao mesmo tempo est presente em uma rede vasta de pressuposi es Nenhuma pressuposi o pode ficar desamparada do ser que a proferiu como condi o de ser significativa isto de ser ouvida como algo v lido ou inv lido A linguagem e o papel social que exercemos enquanto seres que costumam atribuir raz es funcionam como os est nceis nos quais registramos nossas necessidades e eles podem formatar e oferecer alternativas de interpreta o das demandas da pol tica As pessoas falam e ouvem mais do que requerido na gest o de seus cotidianos e podem ser mais humanas do que suas condi es possibilitam Toda reconstru o conceitual artificial e como se n o bastasse n o pode deixar de repousar na mod stia do discurso ideal em que reconhecemos o car ter de ser critic vel ideal porque procura alcan ar uma simetria intersubjetiva na distribui o das asser es do pr prio lit gio objeto em quest o da manifesta o concilia o prescri o e conformidade entre os parceiros da comunica o A mod stia reside no reconhecimento de que cada pessoa competente para essa tarefa e por sua 130 vez a compet ncia autoriza a tomar parte no discurso a introduzir qualquer asser o no discurso a expressar desejos atitudes e necessidades Ningu m pode ser imped
5. agora de me jogar de corpo e alma Ent o estou meio Gesu na distanciado Natanael Distanciado Gesu na mas se n s n o tivermos a busca da racionaliza o que eu acho que hoje temos ouvido entre n s algo sobre a irracionalidade como que consagrando uma p s modernidade E eu estou atr s da racionalidade 194 Natanael Olha n o compreenda mal meu ceticismo n o tem nada a ver com a irracionalidade Gesu na n o n o eu estou do seu lado desse aspecto A gente continua mantendo as ancoras no trabalho aqui eu pego tento resolver problemas tenho objetivo tem que manter o esp rito cr tico Naquela poca eu estava mais convencido de toda veracidade al m da veracidade da possibilidade Agora fa o esse trabalho mas n o tenho tanta certeza 195 AP NDICE D ALICE ZUMBI DOS PALMARES GESU NA Um trabalho que rduo tem todas as dificuldades do mundo para voc enfrentar e compensa es tamb m claro mas por que fazer esse trabalho voc Por que voc quer ser diretora dessa escola e por que voc quis ainda ser eleita expor seu nome para ser eleita para fazer esse trabalho ALICE Olhe ser gestor da escola implica em v rios conflitos no interior da escola n E voc tem que estar disposto e ter jogo de cintura para enfrentar esse desafio e ser a mediadora desses conflitos uma fun o rdua dific lima sabe Porque mexe na rela o de poder entendeu uma bola de neve sabe
6. e perguntei tamb m ao Prefeito C cero Lucena na ocasi o n o para pedir licen a a ele para preparar o programa de Lula mas para me ausentar de Jo o Pessoa em alguns momentos porque a sim como Secret rio eu precisava da sua anu ncia para que eu me ausentasse em alguns momentos para trabalhar no programa de Lula e C cero naquela ocasi o simplesmente ficou feliz por eu ter sido chamado e me incentivou a que preparasse o programa de Lula naquela ocasi o importante destacar a necessidade de nosso interlocutor em apresentar sua a atitude frente ao convite a atitude ao comunicar o Prefeito C cero Lucena PSDB e em seguida procura extrair uma li o do epis dio ou seja eu quero dizer isso para mostrar que as pessoas que insistem em ver essas barreiras de partidos ou barreiras eventualmente ideol gicas por tr s das quais muitas vezes est o interesses pessoais ou interesses de grupos essas pessoas est o atrasadas N o mais essa a quest o que se coloca se coloca sim a contradi o que cada um tem para fazer o seu trabalho para desenvolver o seu trabalho e a pertin ncia ou n o dos resultados que a gente consegue Ao destacar a afirma o de nosso interlocutor sobre a contradi o de cada um que de fato se expressa na pr pria posi o podemos reconhecer certas caracter sticas do ambiente democr tico do entorno do interlocutor a a din mica nacional mais favor vel em rela o ao conv vio com
7. meio da descri o densa sabemos o que a a o do Pensador de Rodin expressa Figura 6 representa o de a o simb lica Figura 7 representa o de a o simb lica Fonte ilustra o retirada de Fonte ilustra o retirada http eupensando blogsp http paralsonhador blogsp ot com 0 20pensador ot com 2007 07 01 archive 20de 20Auguste 20Ro html Pensar uma a o com significado compartilhado a escultura n o descrita por meio de um vocabul rio behaviorista o que corresponderia de um homem em certa posi o com as m os segurando o queixo Wittgenstein diria para zombar do behaviorismo Ele 54 est triste porque est com a cabe a inclinada n s poder amos e para zombar da descri o densa dir amos esse macaco muito prepotente O racioc nio que aplicamos para atribuir a atividade de pensar escultura o mesmo que aplicamos para diferenciar por exemplo uma piscadela de olhos em sinal de cumplicidade de uma piscadela de olhos como um tique nervoso A cultura a matriz da interpreta o ela consiste nas estruturas de significado socialmente estabelecidas nos termos das quais as pessoas fazem certas coisas como sinais de conspira o e se aliam ou percebem os insultos e respondem a eles Leclerc 2005 A explica o mais sucinta e did tica para os objetivos desta utiliza o a D Agostino 1992 ao situar a distin o entre descri o fina e a descri o
8. Acompanhando a trajet ria de pessoas como o Prof Jo o Ant nio Cabral de Monlevade estivemos em contato com os sindicatos filiados Confedera o Nacional doa Trabalhadores em Educa o Posteriormente vivemos intensamente o cuidado na rela o local nacional no Sindicato dos Trabalhadores no Ensino P blico de Mato Grosso porque o presidente do sindicato Prof Carlos Abicalil Deputado Federal PT 2002 2006 2007 tamb m presidia a CNTE Mato Grosso um estado perif rico inexpressivo em termos demogr ficos passou a estar vinculado diretamente necessidade de encaminhar as decis es tomadas ao n vel da CNTE no esfor o para demonstrar a viabilidade de suas propostas Retrospectivamente o quadro se associa aos processos de busca de legitima o Mudando a geografia o mandato do Prof Dr Neroaldo na UNDIME sustentado por seu mandato em uma capital de um estado perif rico e no Nordeste do Brasil nos fazia pensar em similaridades Figura 3 representa o das Conhecimento intera es do n vel de fundo existencial Fonte autora N vel Experiencial Motiva es 22 2 7 2 N VEL EXPERIENCIAL ETNOGR FICO Este n vel compreendeu as opera es de estreitamento do n vel experiencial a partir das escolhas para formar uma base de relatos Apresentamos a vers o inicial da proposta com os aspectos sobre o Regime de Colabora o ao Prof Neroaldo que aceitou tomar parte nesta investiga o Para tanto o Pr
9. lo a governar mais f cil montar as palavras de ordem contra o governo do que dissuadir a si mesma e a outra pessoa a respeito do que foi estampado diariamente nas bancas de jornal nos notici rios nas p ginas principais dos provedores de internet e nas c maras de televis o Os tempos se fundem 1992 e 2006 s o derretidos neste relato do Prof Ronaldo E por outro lado as bandeiras vermelhas ficaram muito chateadas porque n o se locupletaram como aconteceu com o PT no governo Se queria fazer na reitoria o que depois foi feito com o governo do Lula Toma se e se aparelha o Estado com o pessoal do partido S com uma diferen a o Neroaldo nunca foi PTista Neroaldo nunca foi membro do partido assim como eu tamb m n o sou filiado ao PT Isso deu uma certa liberdade e isso talvez tenha contribu do inclusive para quando uma vez sa do da reitoria pudesse procurar novos aliados pol ticos porque ele n o tinha compromisso com o partido e de uma certa forma os partidos esses org nicos l de uma certa forma tamb m n o tavam n o tinham uma gratid o a ele porque ele n o redistribuiu privil gios Durante a presente investiga o o grupo da coaliz o que assegurou a sustenta o pol tica do Prof Neroaldo encontra se no PSDB e em enfrentamento direto com o PMDB enquanto parte dos que haviam se afastado politicamente do Prof Neroaldo ap iam o PMDB Entre os apoios se destaca o do Partido dos Trabalhadores engajados na campan
10. o de uma racionalidade pr tica por isso est ligado aprendizagem e mem ria aprendemos porque podemos tirar partido das faltas cometidas das hip teses refutadas e gra as ao desafio de ser 51 chamado a intervir um desafio reconhecido pela for a n o violenta do discurso argumentativo que permite o entendimento e que suscita o consenso no discurso argumentativo que os diferentes participantes sobrep em a subjetividade inicial de suas concep es e asseguram por sua vez a unidade do mundo objetivo e a intersubjetividade de seu contexto de vida gra as comunidade de convic es racionalmente provadas A a o comunicativa tem a tarefa de ativar o debate e exercitar as normas da linguagem dotadas do poder de criticar a domina o a opress o e assim possui tamb m a for a para promover a democratiza o Por sua vez essa tarefa depende do espa o p blico Busca radicalizar a virada ling stica atrav s da descri o dos processos de intercompreens o no qual se ergue pretens es critic veis de validade sobre as quais se pode tomar posi o em termos de sim e n o O conceito de mundo vivido complementa o conceito de agir comunicativo porque evidencia a necessidade de se colocar em situa o Mundo vivido uma determina o n o modific vel de rela es que existem em princ pio no seio de uma comunidade de experi ncias feitas por sujeitos que percebem isso que suposto como
11. o ind bita dos valores que eram valores sociais valores p blicos que se tornaram valores da ditadura O hino nacional a bandeira nacional s o s mbolos da Rep blica s o s mbolos do povo n o Mas nenhuma pessoa consciente queria cantar o hino nacional nenhuma pessoa fazia durante o per odo da ditadura qualquer rever ncia bandeira porque esses s mbolos que eram populares foram tomados pela ditadura como sendo s mbolos agora de um regime a pr pria palavra regime regime de colabora o passou a designar o regime militar ent o fazendo agora essa reflex o E interessante como da tamb m as deturpa es porque colabora o significa trabalhar com e no regime militar colabora o compreendo perfeitamente que passou a significar trabalhar para ou seja trabalhar para a manuten o do regime militar A colabora o na linguagem pol tica contempor nea BOBBIO 1999 emerge na situa o hist rica da pol tica dos blocos que nasce ap s a Segunda Guerra Mundial 102 onde adquire sua sem ntica Os blocos se referem a uma espec fica rela o estrutural das rela es pol ticas internacionais envolvendo proximidade geogr fica ou afinidades culturais com vistas a enfrentar um inimigo comum A pol tica dos blocos tem sua inteligibilidade conformada a partir do conhecimento de fundo da id ia de alian a Essa id ia est vinculada ao acordo baseado em regras d
12. s o os t cnicos insulados NEROALDO GESU NA Os t cnicos que t m a pr tica da economia do econom s e dessa vamos dizer assim da aplica o do ajuste fiscal na educa o e s o seus parceiros seus interlocutores E voc vem para c e faz uma gest o democr tica ou uma gest o n o d para falar que n o existe gest o democr tica porque n s estamos em uma democracia E voc faz isso na Prefeitura como enfrentar esses conte dos NEROALDO Claro Curiosamente em Hamburgo na COMFINTEA o Brasil teve extrema dificuldade extrema dificuldade de assinar o documento daquela Confer ncia realizada h dez anos e de fato havia por parte da delega o brasileira um certo conflito porque entendia que o ensino fundamental era prioridade e que o restante no caso espec fico GESU NA EJA NEROALDO da educa o de jovens e adultos n o era uma obriga o priorit ria do Estado e eu pude fazer um pronunciamento naquela confer ncia l em Hamburgo defendendo a posi o de que o Brasil seria signat rio daquele documento e a pedido GESU NA e quase n o foi NEROALDO mas acabou sendo signat rio N s assinamos o documento e eu fiz um pronunciamento naquela confer ncia Tem at um fato curioso porque eu me inscrevi para falar e falei em franc s mas e antes de mim tinha falado o representante da Fran a e eu disse tenho azar porque falar em franc s depois do representante da Fran a n
13. s vezes eu vejo que n o uma coisa satisfeita GESU NA Ent o nesse caso seria o nosso DA LUZ a eu fico doente porque eu quero que aquilo seja diferente e n o GESU NA E o nosso que voc imagina assim se fosse nossos filhos DA LUZ eu digo assim aquele menino que est ali podia ser minha neta que hoje estuda numa creche da Prefeitura minha neta entendeu chorando Porque eu acho que a gente tem que acreditar Se a gente n o acredita 202 GESU NA Acreditar nesse caso no trabalho no servi o p blico DA LUZ Sim Eu acho assim pronto eu sou professora tamb m do Estado chorando a noite que eu ensino noite desculpa que eu sou muito emotiva GESU NA Eu tamb m sou n o se preocupe n o se preocupe DA LUZ a noite meus alunos eu tenho da faixa et ria de quatorze a oitenta anos mas eu sinto prazer de ir pra minha sala de aula entendeu Ai eu chego na sala de aula e acho que ali eu me encontro mas eu n o sinto isso em outras pessoas GESU NA Ai voc DA LUZ muito emocionada Desculpe GESU NA N o com gesto n o tem problema fique vontade eu acho que o trabalho da gente n o trabalho acad mico um trabalho de cotidiano da escola DA LUZ E outra coisa um momento que me marcou muito n s t nhamos alunos aqui que come a do prezinho pronto comigo na dire o ele come ou no prezinho a esse menino u menino que era muit
14. tamb m abra ar e voc se abrir pro novo n o adianta fazer forma o e voc n o querer por em pr tica tudo o que voc viu com rela o gest o democr tica se voc faz uma forma o adquire todo esse conhecimento cient fico e quando voc chega na escola voc n o aplica A Professora Hilda destaca a import ncia do trabalho do Professor Neroaldo fazendo refer ncia expl cita UFPB utiliza substantiva es mudan a experi ncia pessoa de muito di logo A primeira expectativa foi de mudan a devido experi ncia de professor Neroaldo ao nome do professor Neroaldo conhecido na universidade Pegou aquele per odo em que a escola teve uma mudan a de modo geral come ou o quadro de funcion rios a gratifica o de produtividade do professor o incentivo ao professor o trabalho de atender as escolas com a necessidade de professor emergencial nessa substitui o por GSE na poca a professora Vera Ester como assessora a gente ficou numa expectativa muito grande Quanta mudan a vem Ser que a gente vai dar conta A a gente come ou a ter abertura ele foi uma pessoa de muito di logo de muita porta aberta qualquer coisa que a escola tivesse assim com um problema a gente sabia que levando o problema sede a gente ia ser ouvida Mesmo que n o voltasse com uma solu o imediata mas a gente tinha aquela certeza que ao procur lo a gente ia ser escutada a gente ia ser ouvida E posteriormente a gente fi
15. uma tarefa que eu tenho feito se for avan ar pela lei se for avan ar pelas rela es interinstitucionais ent o n s vamos ter que discutir a um Sistema nico de Educa o NEROALDO Exato exato GESU NA E esse Sistema nico de Educa o passa por uma compreens o que n o o meu objeto aqui mas por uma compreens o do funcionamento dos poderes do funcionamento da pr pria organicidade administrativa e onde est competindo onde est concorrendo onde que pode ser parceiros Quer dizer o professor que d aulas na rede municipal que d aulas na rede estadual que tem a previd ncia municipal que tem a previd ncia estadual como unifica essa carreira Como unifica esse sal rio Como unifica esses elementos Eu acho que esse protagonismo a que um protagonismo longe ainda da gente Voc sabe que eu venho de MT e l a gente tentou experienciar isso a unifica o em um nico sistema a fus o de todos os meios de todos os recursos em um nico recurso a cria o de uma Funda o de educa o para administrar risos 161 NEROALDO Exatamente Ou seja essa uma experi ncia que precisa ser vista com carinho e ver as contradi es e os avan os GESU NA Exato eu coloco em um exagero o que impede o governador o que impede os prefeitos de fundirem seus recursos em um s recurso quando digo um s recurso digo em um s instrumento E a vem um debate dif cil NEROALDO Eu acho que n
16. Colabora o entre as esferas de governo para organizar e desenvolver tais sistemas A Constitui o Federal no seu art 211 ao definir a organiza o do sistema educacional reitera o regime de colabora o Artigo 211 A Uni o os Estados o Distrito Federal e os Munic pios organizar o em Regime de Colabora o seus sistemas de ensino A Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional Lei 9394 96 estabelece no T tulo IV Da Organiza o da Educa o Nacional Artigo 8 A Uni o os Estados o Distrito Federal e os Munic pios organizar o em Regime de Colabora o grifos nossos os respectivos sistemas de ensino Artigo 10 Os Estados e Munic pios incumbir se o de definir com os Munic pios formas de colabora o grifos nossos na oferta do ensino fundamental as quais devem assegurar a distribui o proporcional de responsabilidades de acordo com a popula o a ser atendida e os recursos financeiros dispon veis em cada uma dessas esferas do Poder P blico Artigo 11 Os Munic pios incumbir se o de LILILIV V Par grafo nico Os Munic pios poder o optar ainda por se integrar ao Sistema Estadual de Ensino e com ele compor um Sistema Unico de Educa o B sica grifos nossos O objeto deste estudo a interlocu o institucional enquanto condi o para realiza o de um Regime de Colabora o e sua regulamenta o Concebemos o Regime de Colabora o como o
17. Educa o amp Sociedade Setembro de 2002 vol 23 n 80 p 168 200 Dispon vel em lt www scielo br gt Consultado em 20 de novembro de 2006 D AGOSTINO F 1992 Social Sciences Epistemology of In J DANCY and E A SOSA A Companion to Epistemology Oxford Blackwell Publishers p 479 483 DASCAL Marcelo Interpreta o e compreens o S o Leopoldo Editora Unisinos 2006 DESCARTES R Discours de la M thode Paris Librairie Philosophique J Vrin 1966 DINIZ Eli Globaliza o reforma do Estado e teoria democr tica contempor nea S o Paulo em Perspectiva n 4 2001 134 DUTRA Delamar J V A legalidade como forma do Estado de Direito Kriterion n 109 p 50 81 Belo Horizonte 2004 DUTRA Luis Herrique Oposi es filos ficas a epistemologia e suas pol micas Florian polis Editora da UFSC 2006 EUG NIO M M O tempo da hist ria em Paul Ricoeur 251 p Disserta o de Mestrado em Filosofia Universidade Federal de Minas Gerais belo Horizonte 2004 EDGAR Andrew Habermas the key concepts New York Routledge 2006 FERRETTI Celso J SILVA JR Jo o dos Reis amp OLIVEIRA Maria Rita N S Trabalho Forma o e Curr culo S o Paulo Xam 1999 FERREIRA Naura S Carapeto Gest o democr tica da educa o atuais tend ncias novos desafios S o Paulo Cortez 2003a Repensando e ressignificando a gest o democr tica da educa o na cultura globalizada Educa
18. NA nas par quias e por que as pessoas n o acreditam que a gente possa fazer f runs ascendentes de baixo para cima NEROALDO Eu acredito que ningu m vai mais conseguir propor que em dois mil aqui talvez a reflex o sofra da profecia mas em dois mil e onze a gente tenha um plano nos moldes que a gente teve em dois mil e um ou seja de cima para baixo Eu acredito que hoje com a discuss o dos planos estaduais e dos municipais esses planos estaduais e esses planos municipais que v o inspirar o pr ximo plano nacional de educa o a gente precisa fazer exatamente o caminho inverso porque a experi ncia de cima para baixo mostrou se absolutamente inadequada GESU NA Ent o eu passo para quest o da interlocu o NEROALDO hum hum GESU NA vamos chamar assim falar das dificuldades para conversar J vimos facilidade facilidades a gente tem pela pr pria din mica natural da democratiza o do pa s dos encontros dos espa os que foram feitos s duras penas com a constru o do sindicalismo com a constru o do mandato de reitor com a constru o de todas essas hist rias Voc n o falou mas talvez haja desses grupos desses encontros algu m que voc encontrou do movimento sindical ao n vel dos conselhos da Undime 164 NEROALDO O pr prio Jo o Monlevade foi meu colega no Conselho Nacional de Educa o ele que vem de toda uma luta sindical secret rios municiais de educa o que vieram tam
19. Ricoeur et Lakoff et qui rejoint la tradition habermasienne des configurations de espace public comprise comme une tentative d elargir l id e de rationalit en d veloppant une th orie de la rationalit discursive de la politique et du droit Notre investigation ethnographique informe notre mat riel empirique en donnant une attention toute sp ciale au parcours professionel du Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo comme principal interlocuteur Son parcours comme Recteur de UFPB et comme Secr taire l Education de la municipalit de Jo o Pessoa a rendu possible sa projection nationale comme Pr sident de lUndime au cours d une p riode d intense r forme ducationnelle Les r sultats de notre recherche pr sente le Regime de Collaboration comme un m canisme de r gulation r ciproque de l application des comp tences communes et concurrentes entre les niveaux de gouvernement support par une interlocution institutionnelle Le silence propos du R gime de Collaboration renvoie linterlocution n cessaire qui devrait tre au coeur de nos pr occupations afin de promouvoir les contenus de la gestion d mocratique et ce en d pit du caract re d impr cision conceptuelle et empirique de la clause constitutionnelle qui fait l objet de notre discussion MOTS CL R gime de Collaboration Espace Public des Droits Habermas Ricoeur Geertz Lakoff Undime D mocratie Fait Institutionnel Narrative Neroaldo Pontes de Azevedo
20. Silberstein responde que a raz o da sua fama que ele aparece todos os domingos ao lado do papa na sacada da Bas lica de S o Pedro no Vaticano O chefe n o acredita nele Silberstein o convida para ir Roma com ele no pr ximo domingo para conferir E eles v o O chefe est no meio da multid o e confere l est Silberstein ao lado do Papa Silberstein nota o chefe e v que ele desmaia Corre na dire o do mesmo para socorr lo Quando se aproxima o chefe j est consciente Silberstein pergunta o que houve O chefe responde ver voc ao lado do papa at que n o me surpreendeu muito mas quando ouvi uma freira atr s de mim perguntando a outra freira quem o homem de t nica branca ao lado de Silberstein eu desmaiei DASCAL p 386 As manobras da indiretividade deste chiste funcionam atrav s da invers o do papel de subordinado que primeiro supera o interesse em rela o ao chefe depois o pr prio chefe surpreendido por algu m a freira que deveria conhecer a pessoa mais importante de sua institui o e ao inv s disso conhece o subordinado 42 de um pensamento latente inconsciente sua manifesta o nos chistes e nos sonhos Processos que lidam com as manobras da indiretividade No entanto Freud sabia que enquanto o sonho um produto mental completamente a social um chiste a mais social de todas as fun es mentais que t m por alvo um ganho de prazer DASCAL 2006 p 382 A simil
21. acho que n o basta vontade pol tica Se voc n o tiver compet ncia para fazer determinadas coisas voc pode ter a maior vontade Eu acho um pouco fraquinho por exemplo o PT quando assumiu o poder nacional atrav s de Lula muito do que aconteceu depois porque diante de todo aquele poder n s n o sab amos como trat lo Aqueles aspectos pessoais que existem em todos os lados acabam aflorando Sempre digo para quem pergunta por que botaram o Meireles est no Banco Central eu sempre pergunto quem voc colocaria Se voc olhar n s n o t nhamos pessoas preparadas e os poucos que tinham n o queriam Retomando a concep o de espa o p blico evidenciamos que o contexto mais largo da atua o para construir o espa o p blico de direitos sempre foi o das as rela es que se estabelecem ao n vel da pol tica constitucional e parlamentar O modelo da esfera p blica burguesa acompanhou um longo processo de institucionaliza o Ap s as revolu es democr ticas Fran a e Estados Unidos a esfera p blica burguesa foi institucionalizada nos dispositivos constitucionais que asseguraram um amplo leque de direitos pol ticos e estabeleceram um sistema judicial para mediar as reivindica es entre os v rios grupos sociais e indiv duos ou entre indiv duos e grupos e o Estado kellner 2001 A denomina o espa o p blico de direitos refor a a id ia de que a esfera p blica um princ pio organizacional do ordenamento pol
22. blicas educacionais Segundo nossa aproxima o te rica circunstanciar significa falar de um estado de coisas nos termos de um mundo vivido isto do mundo local e destinat rio dos projetos de mudan a Para nossa interven o consideramos que as conquistas institucionais representam o provimento para certas tarefas e obriga es mediante as expectativas de poder agir e nesse caso tem se a oportunidade de um exame sobre os limites e as possibilidades de se optar por uma a o comunicativa Temos presente o esfor o de s ntese de Glock 1996 na apresenta o dos verbetes forms of life form of representation framework p 124 135 e rule following p 323 329 13 Consideramos para tanto uma aproxima o te rico metodol gica com o esfor o de Habermas 1987 ao propor uma teoria da a o comunicativa e visar aos processos sociais enquanto uma abertura de fala ao mundo e de aprendizagem do mundo A interlocu o foi problematizada por meio de uma concep o do sistema p blico de educa o b sica enquanto um espa o p blico de direitos HABERMAS 1984 Uma vez que consideramos a interlocu o a partir da pr tica elementar da conversa o por meio da aproxima o te rica submetemos o conceito aos processos cr ticos da a o comunicativa como uma troca especificamente regulada e comprometida com sua legitima o nesse esfor o que adotamos a refer ncia ao espa o p bl
23. desist ncia corre o equ voco entre outros Por exemplo por meio do reconhecimento de um padr o sabe se que a a o de um beb movendo uma pe a de xadrez n o conta nem como jogada nem como simula o porque o jogo de xadrez comporta as regras que orientam a leitura da situa o Mediante a preocupa o conceitual orientamos nossa interven o por meio do questionamento sobre qual o padr o que orienta a leitura do Regime de Colabora o Qual o padr o que orienta a leitura das a es de um dirigente de ensino de modo que possamos assim falar em termos de regras das a es Para o reconhecimento normativo adotamos a id ia segundo a qual regras n o s o comandos a es provenientes de posto dire o lideran a leg timos n o s o ordens a es decorrentes de uma posi o de autoridade ou for a Regras s o padr es de corre o de comportamento nos termos dos quais as a es se sujeitam san o estados de coisas s o estabelecidos ordenados relatados etc Do ponto de vista te rico metodol gico a atua o foi evidenciada por meio da pesquisa etnogr fica GEERTZ 1989 RICOEUR 1994abc LAKOFF 2005 para atender exig ncia de circunstanciar a interlocu o relacionando a a um n mero restrito de pessoas que conquistaram as condi es institucionais escassas para debater e intervir nacionalmente na proposi o na gest o e na consecu o das pol ticas p
24. e nesse sentido ele ca tico ca tico Administrar um dia de Neroaldo era a coisa mais terr vel para mim Enquanto ele n o chegava tava timo eu tava trabalhando Quando ele tava viajando timo voc trabalhava Quer dizer de ter uma rotina ter come o meio e fim de expediente analisar os processos botar a correspond ncia em dia Neroaldo chega e acabou Porque um entra e sai um leva e traz e a toda hora tens o tens o tens o A todo o momento Essa uma coisa t pica do poder eu acho que voc passa 90 do tempo defendendo o seu cargo 10 voc faz o que pode Isso t pico e isso aconteceu l muito rapidamente Houve uma resist ncia para n o entrar e depois que entrou era preciso botar pra fora Ent o essa coisa ca tica do Neroaldo que funciona um caos que d certo que rende que d resultados Porque se voc pedir um planejamento o sofrimento do pobre do Natanael que era pr reitor de planejamento exatamente isso porque se planejava tudo e depois o andamento das coisas levava a uma certa dispers o do planejado mas era assim que as coisas funcionavam que as coisas eram feitas Gesu na mas se a gente for olhar assim estou falando por intui o se a gente for pegar quantas resolu es quantas coisas at os di rios de classe da universidade est tudo l Neroaldo Pontes de Azevedo Na verdade se empreendeu uma din mica que movimentou que tem resultados institucionais se ele
25. e quando eu fui convidada para participar da dire o eu senti que a gente precisa realmente at vivenciar outros momentos para que a gente possa at adquirir mais experi ncia contribuir mais tamb m e ter um ngulo total um ngulo maior da educa o como um todo Ent o por isso que eu aceitei e j faz esse o segundo mandato j a gente ta caminhando tentando fazer muita coisa Como voc falou n Muitas vezes a gente se sente impotente porque n s estamos engajadas num sistema educacional como um todo que muitas vezes nos deixa impotente em alguns momentos mas a gente tenta fazer o melhor 199 GESU NA Nessa sua decis o de tomar parte nesse processo eu sei que dif cil s vezes puxar pela mem ria mas tem assim algum aspecto particular de sua experi ncia que foi decisivo para voc dizer sim eu aceito esse esse ANG LICA Esse desafio GESU NA desafio ANG LICA Esse sim vem assim da vontade da gente ver as coisas caminhando melhor ver o funcionamento da escola progredindo para que a gente possa contribuir de alguma forma meu desejo era de ajudar de ver a escola num conceito melhor vamos dizer assim os alunos realmente aprendendo uma escola boa pra todos GESUINA certo a nesse caso j do seu passo seguinte passo seguinte do sim tem alguma coisa que voc entendia que estava ruim antes de seu trabalho e que voc pode atuar sobre e modificar para melhor ou pra modificar vo
26. era completo Como n s consegu amos trabalhar em equipe o conjunto conseguia trabalhar bastante bem Tinham alguns por exemplo o professor Ivan Targino era pr reitor de Assuntos Comunit rios a gente fazia um trabalho muito bom de inclus o social de levar a universidade para os setores mais exclu dos Fazia da forma dele Neroaldo tinha um papel importante nesse neg cio de agregar de movimentar a universidade esse jeito que tinha dessa lideran a claro que ele s vezes fazia de uma forma ca tica Eu tinha outras caracter sticas talvez a de ser mais organizado tentando arrumar aquelas movimenta es todas que ocorriam mas claramente n s nos v amos como parte de uma equipe Cada um tinha a consci ncia que nenhum isoladamente seria capaz de realizar tudo Nesse aspecto interessante que n s v amos o Neroaldo como um colega Neroaldo n o era embora simbolicamente ele estava reitor estava acima mas n s o v amos no mesmo n vel que ele exercia um tipo de atividade de a o que era fundamental necess rio para o trabalho naquele momento Nesse momento eu n o estava trabalhando contra Ao contr rio eu at achava que se n o existisse algu m que fizesse aquilo que o Neroaldo fazia eu n o tinha nada o que fazer t Eu n o ia conseguir fazer o que ele fazia s vezes de puxar as pessoas de movimentar Gesu na ele fazia os movimentos e voc tentava 186 Natanael Tentava organizar dentro daq
27. est o estudando ingl s est o estudando para a vida e sa ram dir amos do mais alto grau de dificuldade na vida e que hoje est o em Joinvile e que recentemente fizeram um recital de piano aqui quatro desses alunos um recital de piano depois de dois anos tr s anos em Joinvile eu acho que a gente fica at emocionado porque a a gente est reproduzindo um pouco da hist ria pessoal da gente mas numa dimens o bem mais ampla e felizmente os cargos que eu tenho exercido me tem dado a oportunidade de trabalhar por aquelas pessoas que de fato tem esse perfil de mais dificuldade na vida 125 5 AS COORDENADAS NORMATIVAS PARA UMA CARTOGRAFIA DO REGIME DE COLABORA O Muitas pessoas podem falar seguramente com os conceitos mas n o podem fazer o mesmo falando sobre os mesmos elas sabem atrav s da pr tica como operar de qualquer maneira com os conceitos em atividades familiares mas n o podem enunciar as rela es l gicas que governam seu uso S o como pessoas que conhecem o caminho at sua par quia mas n o podem construir um mapa disso muito menos um mapa da regi o ou continente onde a par quia est situada RYLE p 7 8 Ao longo do desenvolvimento deste trabalho enfrentamos o desafio de argumentar sobre o enunciado de nossa tese a atua o de pessoas para construir e ampliar os espa os de proposi o e de gest o de pol ticas p blicas um fato institucional inovador da democracia no Brasil Tomamos por base u
28. eu nunca fui secret ria de educa o eu fui uma pessoa revoltada que queria xingar eu j xinguei secret rio de educa o quando eu comecei o magist rio antes de entender o que era o sindicalismo aquela coisa toda e eu acho que isso fez parte da minha constru o de identidade NEROALDO Exatamente GESU NA Mas eu aprendi que a desqualifica o algo que se volta contra o desqualificador NEROALDO Exatamente GESU NA E que n s temos que qualificar nosso interlocutor 169 NEROALDO Claro claro e respeita lo na diversidade Agora essa a luta cont nua do dia a dia GESU NA Mas isso doloroso porque voc como homem p blico voc n o perde a oportunidade de que um erro seu te desqualifique nesse aspecto Eu conhe o o Minist rio P blico para entender que quatorze ou sete ou dez procuradores federais tem cada um deles o exerc cio de uma hermen utica que s vezes nem coerente com o pr prio corpo do minist rio p blico Agora nesse aspecto que eu apresento essa situa o Quanto rela o entre previd ncia social se todos os secret rios de educa o fossem denunciados pelo Minist rio P blico pela previd ncia social ent o n s n o ter amos mais nenhum secret rio NEROALDO Eu respeito o Minist rio P blico se eu respeito uma pessoa que est na oposi o se eu respeito uma pessoa que difere de mim naturalmente eu tenho que respeitar as institui es inclusive o Minist rio P
29. eu saio s dez da noite tem dia que d quinze pras onze e eu ainda estou aqui entendeu Quando acontece algum imprevisto alguma coisa e eu to notando assim que as pessoas est o muito insatisfeitas digamos assim a parte docente por quest o salarial porque o stress da vida do professor porque voc sabe que o professor n o d s um expediente n s tr s expedientes pra sobreviver ent o isso tudo leva a um stress muito grande e ai o que que acontece E eu noto que as pessoas n o t m momento aqui a gente conversando eu tento deixar todo mundo vontade s vezes N o Da Luz mas eu sempre levo pro lado positivo da coisa pra ver se eleva o astral das meninas e eu noto que eu consigo mas tem coisa que a gente v que foge foge como uma areinha na m o vai escorregando escorregando quando a gente v n E eu to sentindo isso no momento A eu to sentindo essa parte um pouco de como que se diz assim digamos com outro se fosse com meu eu faria diferente entendeu E eu n o acho eu acho que a gente deve fazer assim pensando que o nosso que ta ali digamos as crian as porque esse menino assim assado e eu digo mas vamos ter calma vamos ver por que esse 3 6 menino assim vamos ver a hist ria de vida desse menino Mas voc fica eu digo 3 n o vamos tentar ajeitar vamos olha voc v esse menino tem isso s vezes eu consigo entendeu Mas
30. gica para negociar novas situa es dirigir os meios simb licos for as discursivas e os meios n o simb licos postos de poder e dinheiro assim como para perseguir a for a do melhor argumento f Na unidade de significa o a n o regulamenta o do Regime de Colabora o a centralidade recai sobre os gestos de redistribuir enquanto resultado do manejo para racionaliza o da gest o democr tica das institui es concebidas para superar a met fora weberiana da gaiola de ferro decorrente da permanente racionaliza o do mundo da vida e do avan o da burocracia sobre esse mundo g Na unidade de significa o incentivo para participar da vida pol tica a centralidade recai sobre os gestos de reconstruir atribu do continuidade do trabalho na esfera p blica tendo por base a constru o bem sucedida de uma carreira gesto de submeter se as tarefas de legitima o e da auto regula o da pr pria soberania s vezes comprometida com a alian a ou ruptura de grupos e institui es 127 h Na unidade de significa o a paix o pela educa o de jovens e adultos a centralidade recai sobre os gestos de importar se com nos contextos de vulnerabilidade de grupos sociais que n o se fazem representar enquanto parte da compreens o da educa o como for a socialmente integradora da a o comunicativa i Na unidade de significa o o conjunto de uma atua o a centralidade recai sobre os
31. ncia JANETE N o eu n o vivo Tanto eu n o vivo porque gra as a Deus aqui a gente vive um clima de paz Diverg ncias t m porque natural as pessoas vivem diferente agem diferente mas eu acho que s faz crescer o processo a tentativa A quest o de ser de minha equipe querer derrubar o processo porque votou porque deixou de votar n o existe n o GESU NA Outra coisa importante ouvir de voc para o meu trabalho que n o d para comparar os per odos Qual a grande conquista do per odo que n o pode se perder JANETE N o pode se perder o tratamento a amizade o afeto o respeito que existia entre diretores e equipe a gente se sentia assim uma fam lia chegava e as pessoas olhavam para tua cara te ouviam resolviam o problema das escolas na hora n o tinha essa burocracia de esperar de aguardar Sentavam os diretores atrav s de p lo para resolver os problemas deste p lo e p p p resolvia na hora Isso muito positivo 214 GESU NA Esse acesso amizade da equipe t cnica de governo com os diretores O acesso ao secret rio
32. nfase em projetos de descentraliza o e desconcentra o visando a delega o de responsabilidades dos rg os centrais para as unidades escolares e da esfera estadual de governo para as esferas locais COSTA 1997 AFFONSO et al 1996 Na nfase atribu da ao modelo de ger ncia de qualidade total sob a hip tese de que a qualidade de ensino n o tenha sido uma preocupa o presente nos esfor os de democratiza o e de participa o na d cada de 1980 XAVIER et al 1994 Tamb m foram preconizadas novas formas de gest o dos servi os p blicos avaliando se a rela o jur dica para facilitar formas de gerenciamento por meio de contratos e conv nios entre o setor p blico e a iniciativa privada Nesses casos a avalia o foi muitas vezes invocada para sustentar ju zos de valores sobre a disfuncionalidade do setor p blico a crise de governabilidade e a excessiva regulamenta o do aparato p blico disseminando se formas de ger ncia tais como caixa de custeio escolar c mara americana de com rcio e ado o de escolas FUNDAP 1997 Ao n vel das macro pol ticas foi disseminado o consenso da prioridade da educa o nas estrat gias de crescimento e desenvolvimento propagando se as reformas dos sistemas educacionais com base na transforma o produtiva com equidade CEPAL amp UNESCO 1995 Os sistemas educacionais n o podem por eles mesmos simplesmente superar a dicotomia entre atender a fo
33. no modelo das grandes confer ncias e do Banco Mundial Isso o coloca em destaque mesmo estando envolvido em situa es muito espec ficas com a equipe estrat gica do Minist rio da Educa o 1994 2002 como foi o caso de ter integrado a delega o brasileira na Confer ncia de Hamburgo Curiosamente em Hamburgo na CONFINTEA o Brasil teve extrema dificuldade extrema dificuldade de assinar o documento daquela confer ncia realizada h dez anos h dez anos e de fato havia por parte da delega o brasileira um certo conflito porque entendia que o ensino fundamental era a prioridade e que o restante no caso espec fico da educa o de jovens e adultos n o era uma obriga o priorit ria do Estado e eu pude fazer um pronunciamento 113 naquela confer ncia l em Hamburgo defendendo a posi o de que o Brasil seria signat rio daquele documento e a pedido quase n o foi Mas acabou sendo signat rio N s assinamos o documento e eu fiz um pronunciamento p blico naquela confer ncia Tem at um fato muito curioso porque eu me inscrevi para falar e falei em franc s mas e antes de mim tinha falado representante da Fran a eu disse eu tenho azar porque falar em franc s depois do representante da Fran a n o risos E comecei o discurso at com um certo tom de humor que me permitiu dialogar 4 9 A PAIX O PELA EDUCA O DE JOVENS E ADULTOS Nesta unidade de significa o destacamos a import nc
34. o Esse aspecto foi retomado no final deste trabalho porque uma das contas sob responsabilidade da gest o do Prof Dr Neroaldo n o foi aprovada pelo Tribunal de Contas da Uni o Esse epis dio trouxe consequ ncias em sua vida civil como vimos no epis dio do processo judicial em curso hoje dez anos depois encaminhado pelo Procurador da Rep blica pedindo sua inelegibilidade O Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo autorizou o uso de recursos p blicos quando para o cumprimento dos efeitos de uma presta o de contas o recurso deveria ser devolvido Uni o e ainda dispensou licita o para a constru o porque a pr pria universidade produzia o pr prio material de constru o Em seu discurso de cidad o paraibano o Prof Dr Neroaldo lembra que a hist ria de uma elei o para Reitor n o apenas uma hist ria pessoal sobretudo a trajet ria de uma luta coletiva que tem enraizamento hist rico Fala do seu pr prio mandato como um projeto simples e objetivo que mereceu a confian a da maioria da universidade e que gerou como ele acredita que n o poderia deixar de ser entre poucos um profundo inc modo Inc modo porque o projeto apontou para o bem coletivo e pretendeu desmontar os focos de interesse de grupos encalacrados no poder que n o v em a Universidade como um servi o ao p blico sen o como um trampolim para interesses pessoais Consideramos a narrativa do Prof Dr Ronaldo Monte para descrever os estados
35. o do magist rio em que historicamente os especialistas reivindicaram o limite da elei o qualifica o nas reas espec ficas da administra o a Professora Alice que fala da forma o em termos de se dar ao luxo GESUINA Mas Alice fale da rela o de sua experi ncia como professora com o mandato do Prof Neroaldo Pontes Privilegie assim uma coisa que tenha sido inesquec vel pra voc ALICE Primeiro n o sou professora sou especialista sou supervisora tenho especializa o em educa o infantil E uma coisa tem muita coisa na gest o de professor Neroaldo Pontes que eu n o concordava agora tem uma 79 coisa que eu sempre exaltei Isso eu sempre exaltei e exalto aonde eu for eu exalto foi a quest o da forma o continuada eu me dei ao luxo de fazer uma forma o continuada em gest o democr tica e em projeto pol tico pedag gico que caminham juntos entendeu Isso me deu todo um suporte sabe Te rico e metodol gico que eu posso aplicar E baseado nesse suporte que eu recebi que eu fiz com Andr a Carrer uma t cnica que veio de S o Paulo que deu toda uma forma o pra gente em Projeto Pol tico Pedag gico dentro do Projeto Pol tico Pedag gico est a quest o da gest o democr tica a quest o do curr culo ent o esse suporte foi me dado na gest o de Neroaldo Certo Isso me fez crescer profissionalmente quer dizer onde tinha forma o continuada eu estava dentro agora precisa voc
36. que se referem ocorr ncia da a o e fracasso o insucesso da a o O juiz o professor o romancista o psic logo e principalmente as pessoas comuns costumam empregar um repert rio de palavras epis dicas que necessariamente se conectam s narrativas sobre o que as pessoas fazem ou deveriam fazer como agem ou deveriam agir e reagir 3 A categoria que representa o terceiro passo denominada o fluxo de conversa o e est relacionada met fora especular da t cnica e dispositivos utilizados na produ o de um holograma luz de laser espelhos filtros de luz filme e indica a estrat gia de nossa apresenta o deste trabalho 4 A categoria que representa o quarto passo denominada zona de indetermina o na s rie aberta da atua o e est relacionada s possibilidades de explorar o ordenamento da classifica o Figura 5 representa o das intera es ao n vel interpretativo textual Fonte autora Enquadramento framing Unidades De Significa o N VEL INTERPRETATIVO TEXTUAL Zona Fluxo De De Indetermina o Conversa o 26 2 8 O ESTADO DO CONHECIMENTO E O LEVANTAMENTO DO PROBLEMA Talvez eu n o queira construir a minha pr pria teoria Estou perfeitamente disposto a aceitar a teoria que baluartes da comunidade cient fica selecionaram como a correta Que a comunidade cient fica me indique que teoria essa e eu irei alegremente absorv la o mais r pido po
37. saiu da reitoria e assumiu a secretaria municipal eu acho que fez um trabalho muito bom posso critic lo politicamente acho que o que ele fez foi fortalecer C cero Lucena trabalhando para um setor ideologicamente distante mas a uma outra an lise 46 Os processos de publiciza o da pol tica atrav s desta pesquisa trazem tona uma polariza o entre o PMDB e o PSDB que representam partes esgar adas de um tecido que ainda mantido unido o Prof Natanael considera que Talvez tenha mas a eu acho que a nossa falha porque o sectarismo foi o que nesse contrapor a esses dois n o tem for a alguma significativa Ent o eles podem at se dar ao luxo de brigar entre si Quer dizer nesse aspecto eu acho que n s ficamos sem entender bem essa inser o Se voc est querendo participar do poder mais amplo n o s da universidade do poder municipal estadual onde os processos de a o que poderiam ser imediatas e violentas est o descartadas voc tem o processo eleitoral seguindo as regras estabelecidas tentar mudar a partir dela ent o voc tem que mudar sua pr tica tamb m Acho que n s n o conseguimos entender isso e algumas vezes que n s chegamos ent o a assumir isso n s tamb m nos surpreendemos com a nossa incompet ncia Porque essa incompet ncia que alguns de n s aprendeu um pouco no exerc cio do processo administrativo Eu atualmente n o gosto de talvez esse basta vontade pol tica
38. se ressente verbo de sucesso desperta estimula se especificou verbo de sucesso indicou a esp cie de estabelece verbo de realiza o institui e a refer ncia constitucional do papel redistributivo da Uni o tornar a distribuir Esse papel da Uni o exercido por meio do apoio t cnico e financeiro com o qual tamb m articula a organiza o da educa o nacional e da avalia o do desempenho escolar A redistribui o tem a fun o de reduzir as disparidades regionais pressupondo que a Uni o deve exercer tem papel supletivo Afinal o dinheiro do financiamento da educa o resulta da soma de impostos parte deles recolhidos no mbito dos Estados e das transfer ncias No ano de 2007 a Uni o colocar para o conjunto dos fundos um bilh o e oitocentos milh es no segundo ano mais x no terceiro ano mais x e s no quarto ano que dez por cento Ent o o financiamento faz com que a Uni o n o exer a o seu papel que n o o papel de fazer a educa o b sica quem tem que fazer a educa o b sica s o os Munic pios e os Estados mas existe na Constitui o o papel redistributivo que a Uni o tem que fazer e na medida em que a Uni o colaborasse mais viriam mais recursos especificamente para os Estados que t m mais dificuldade que s o os Estados do Nordeste alguns Estados do Norte e um ou outro claro do pa s Minas Gerais por exemplo tem de tudo tem munic pios bastante avan ados mas Munic pios com extrema
39. tica que vai levar a interlocu o o di logo que vai fazer com que de fato esse Regime de Colabora o porque s vezes a gente por isso que eu tenho insistido em falar que o Regime de Colabora o n o s a Uni o Estados e Munic pios mas a fam lia e a sociedade porque enquanto n o ficar compreendido que a escola da sociedade que a escola da fam lia que a escola do aluno que a escola para o aluno e n o a escola do governo a escola do prefeito a escola do Governador Desse modo passamos a falar que esse o conte do normativo do Regime de Colabora o Exatamente que preciso ser feito mas que a pr tica Eu espero e eu sou otimista por profiss o e por convic o que essa a nica maneira da gente melhorar a escola por dentro Enquanto consideramos esse aspecto passamos a discutir sobre outros modos de reorganiza o da educa o que n o foram regulamentados referindo nos id ia de um Sistema nico de Educa o B sica o SUDEB que considera uma compreens o do funcionamento dos poderes do funcionamento da pr pria organicidade administrativa e procura localizar as zonas onde as institui es est o competindo e concorrendo para mudar a l gica e instituir parcerias o professor que trabalha simultaneamente na rede municipal e na rede estadual como se poderia pensar a unifica o dessa carreira Como unificar esse sal rio Quais s o os protagonismos que precisam
40. tico democr tico Portanto o uso da no o se refere ao v nculo entre democratiza o e participa o pol tica ao espa o das institui es e das pr ticas entre o terreno dos interesses privados da vida cotidiana e o terreno do Estado media o sobre o dom nio da fam lia e da reprodu o da vida material onde os interesses privados prevalecem e o Estado instado a exercer formas arbitr rias de poder e de domina o 47 O desafio para aplica o do conceito refere se s possibilidades reais de que o Regime de Colabora o venha a se constituir em um princ pio organizador do Estado capaz de operar na realiza o das pol ticas p blicas com a especificidade das rela es sociais diferentes daquelas sociedades que possibilitaram a categoriza o do espa o p blico como um dos c nones da modernidade visadas por Habermas O conceito sempre ter refer ncia na emerg ncia dos personagens que possibilitaram a manifesta o de coletividades espec ficas SADER 1995 2 A emerg ncia caracteriza o contexto mais largo para esta aplica o conceitual Essa coletividade pode mostrar a si mesma elaborando uma identidade por exemplo a coletividade de onde o personagem Jos pode ser retirado organiza pr ticas atrav s das quais seus membros defendem interesses e expressam suas vontades Trata se sim de uma pluralidade de sujeitos cujas identidades s o resultados de suas intera es em processos de recon
41. uma natureza te rico pr tica a id ia de poder contribuir para a produ o de um conhecimento sobre como a incontorn vel a o pol tica pode contribuir positivamente para o engajamento na proposi o da pol tica educacional como uma a o institucional dentro ou fora dos quadros de governo uma vez que tal a o pode se caracterizar como parte integrante da constru o e amplia o do espa o p blico Nossa escolha te rico metodol gica foi guiada pelo pressuposto segundo o qual toda constitui o significativa de um objeto se sujeita ao la o de intimidade entre o 15 interpretante e o interpretado No entanto esse la o ntimo pode ser externalizado e processado esquematicamente por meio do empreendimento te rico metodol gico para que o pr prio processo de constitui o significativa do objeto possa ser compartilhado Buscamos neste trabalho um interc mbio entre Habermas Ricoeur e Geertz como autores fundamentais porque estes autores interagem a partir da centralidade que atribu da linguagem neste trabalho oferecendo conceitos para reconstru o A id ia de um trabalho de reconstru o parte do pressuposto segundo o qual todas as pessoas s o capazes de usar a linguagem para produzir senten as bem formadas aplicando um conjunto complexo de regras gramaticais s o portadoras de um conhecimento inconsciente ou intuitivo sabem como know how sem saber o que Know tha A ci ncia recon
42. Educa o onde eu fiquei durante quatro anos e entendi que n o deveria continuar por mais quatro anos por um processo de mudan a que eu pr prio entendi Eu tinha sido indicado no governo anterior e o Ministro da Educa o me 162 perguntava se eu queria continuar o Ministro de Educa o de outro governo isso para mostrar justamente outra vez que falando do Conselho Federal de Educa o essa passagem que eu tenho tido independentemente de quest es pol tico partid rias eu tenho conseguido trabalhar E veja mas no pr prio Conselho Nacional de Educa o essa quest o do Sistema nico ela hoje levantada por um conselheiro que foi ministro o Murilo Hingel com muita for a mas ela n o tem repercuss o Ela foi levantada agora no processo eleitoral por Crist v o Buarque que segundo ele pr prio disse de uma maneira muito consciente n o conseguiu empolgar n o N o conseguiu empolgar a sociedade GESU NA O Prof Murilo Hingel tem assim vem desculpa a met fora um fantasma na sua vida risos porque foi o Ministro da Educa o que assinou a sua nomea o para Reitor NEROALDO Foi foi GESU NA Depois foi o ministro que saiu ficou afastado por conta da transi o para o Presidente Fernando Henrique Cardoso NEROALDO E depois nos encontramos no Conselho Nacional de Educa o como colegas dentro do Conselho e claro eu acho importante a discuss o que ele levanta sobre a educa o com
43. Isso uma coisa muito dif cil voc descobrir isso porque s vezes ocorrem cobran as muito fortes eu acho que muitos setores que apoiavam que tinham Neroaldo at assim como um l der deles tinham uma vis o muito idealizada dele passou a criticar de forma muito insistente muito forte a op o dele Tanto que eu acho que s fez ele se afastar mais ainda porque eu acho que a primeira vez que ele passou a trabalhar com a prefeitura municipal eu acho que era muito mais uma vontade de conseguir levar para esse espa o fora da universidade espa o institucional mostrar que ele poderia tamb m l mesmo sendo um governo Gesu na tradicional Natanael tradicional conservador composto at por aquele modelo que se quis modificar mas que ele conseguiria fazer alguma coisa Eu acho que no primeiro mandato relativamente eu acho que ele fez Eu acho at que a cr tica que a esquerda fez a ele naquela primeira fase inicial eu acho que foi meio exagerada Acho que se n s tiv ssemos sido mais compreensivos por exemplo n o ter rompido ter procurado entender Gesu na era muito preconceituoso Natanael houve um preconceito acho seria essa palavra por ele estar trabalhando l Agora quando voc come a a se afastar o afastamento vai ficando cada vez maior J 188 que n o houve nenhuma tentativa de se aproximar a eu n o sei mais com o tempo como que ficou Vou analisando mais os tempos recentes Ge
44. Por isso a interpreta o etnogr fica a interpreta o especializada admite estar imbricada nas interpreta es de primeira segunda e terceira m o Parafraseando Geertz 1989 o que nos impede de entender corretamente o que uma pessoa em uma determinada situa o est pretendendo n o a nossa ignor ncia sobre como atua a cogni o mas a nossa falta de familiaridade com o universo imaginativo por exemplo sobre como se come em um restaurante em Marrocos Geertz retoma as palavras de Wittgenstein Falamos que algumas pessoas s o transparentes para n s Todavia no tocante a essa observa o que um ser humano possa ser um enigma completo para outro ser humano Em um pa s estranho sem conhecer as tradi es mesmo que se saiba com flu ncia o idioma do pai n o se pode compreender o povo compreendendo o que eles falam entre si n o podemos nos situar entre eles situar entre eles id p 23 Ricoeur 1994abc considerou a narrativa vinculada especificidade da historiografia evidenciando a rela o temporal entre o momento da a o e o momento da escrita Pompa 1996 associa o problema compara o entre o conhecimento hist rico e o conhecimento cient fico Quando essa compara o feita o conhecimento cient fico considerado como o conhecimento das leis e regularidades da natureza que operam uniformemente no passado presente e futuro Enquanto Ricoeur 1994 enfatiza o papel da narrativa enquanto
45. S rgio de Castro Pinto chamou de domic lio em tr nsito Roma S o Paulo Toulouse na Fran a que ou o falar do crescimento da UFPB Era poca de Lynaldo reitor Para aqui venho eu acompanhado de minha mulher Vera sem parentes sem amigos Chegamos de nibus de S o Paulo h quase 19 anos em 1977 Muitos para aqui vieram na ocasi o muitos j se foram outros aqui ficaram De muitos ouvi que vinham salvar o Nordeste de outros notava que para aqui vinham como os doutores os s bios Na verdade o que sei que a Para ba a UFPB nos deu acolhida e emprego Quando n o era f cil encontrar emprego no restante do Brasil Aqui presenciei o choque t o normal mas t o do do entre os que chegam e os que j se encontram no lugar Lembro me dos ensinamentos de Ant nio C ndido a prop sito da forma o mesma da cultura da nacionalidade brasileira uma rela o dial tica entre o localismo e o cosmopolitismo Quanto a mim logo entendi que n o seria de dificuldades o caminho a percorrer A UFPB tornou se a minha vida passou a ser a nossa Universidade sendo nela essencialmente professor Embora n o tivesse programado uma carreira administrativa logo me vi Diretor do CCHLA Hoje orgulho me de ser ex Diretor de um Centro que teve Milton Paiva Ot lia Maia Maria Alice Luiz Couto e tem Maria ngela como diretores Com 141 Milton Paiva para al m disso tornei me mais paraibano ao fazer com ele e com Elisalva Madrug
46. a nomea o n o acontecia Houve o impeachment de Collor e a nomea o Prof Dr Ronaldo Monte narra a situa o por meio da ocorr ncia dos termos disposicionais de substantiva o tens o m vontade o pessoal que tinha feito a campanha advers ria grava es em v deo bandeiras do PT candidato o cara que ganhou um comunista um esquerdista a tens o da reitoria do Neroaldo pelejas A tens o que Neroaldo sofreu porque existia uma m vontade por conta do Governo Federal de que ele assumisse O pessoal que tinha feito a campanha advers ria mandava para o Minist rio da Educa o grava es em v deo tape com as bandeiras do PT apoiando Neroaldo falando olha o candidato esse o cara que ganhou se voc s quiserem aprovar tudo bem mas um comunista 13 um esquerdista E n s passamos n o sei n o me lembro mais do tempo essa coisa de data eu me esque o facilmente mas n s passamos muito tempo acho que quatro seis meses esperando que o Minist rio decidisse a posse Ent o veja a tens o da reitoria do Neroaldo come a muito antes come a com essas pelejas a junto ao Minist rio Nossas incurs es nesta pesquisa nos levam a afirmar que o Prof Dr Neroaldo n o pode ser caracterizado como o pol tico que mudou de posi o quando se tornou membro de governo Mas pode ser apontado como uma pessoa que frustrou expectativas de grupos vinculados esquerda Portanto nossa conversa sobre esse assunto
47. aprecia o objetiva A express o do tipo P F na qual p expressa uma proposi o e F a for a ilocucion ria Decorre desta reconstru o a valoriza o dos tr s mundos os mundos subjetivo normativo e objetivo Uma afirma o somente pode ser dita racional se o locutor preenche as condi es necess rias para atender o objetivo ilocucion rio sobre se entender a respeito de qualquer coisa no mundo com pelo menos um outro participante na comunica o Quanto a o dirigida para um objetivo ela s pode ser considerada racional se o ator preenche as condi es que s o necess rias para realizar a inten o de intervir no mundo com sucesso Uma aprecia o objetiva quando feita com alguma pretens o de validade trans subjetiva Isto quando a aprecia o tem a mesma significa o para um observador ou para um destinat rio qualquer quanto para o sujeito que age por ele mesmo A racionalidade habita a pr tica comunicativa em um sentido largo e remete s diferentes formas de argumenta o e possibilidade de perseguir o agir comunicativo por meios reflexivos A argumenta o o tipo de discurso em que as partes engajadas tematizam as pretens es de validade que se tornam os objetos dos lit gios e que necessitando ser admitidas ou criticadas perante argumentos Qualquer argumento s pode ser melhorado em raz o de ser critic vel O fundamento racional da argumenta o obedece apresenta
48. ba e bem pela boca do pai Um chofer de pra a em uma ocasi o que fez uma boa corrida Conta que sua m e uma dona de casa e que ele foi seminarista em Garanhuns pelo que considerou enigmaticamente longo tempo Por um lado em sua origem humilde aprendeu a respeitar os simples deles recebendo suas primeiras li es Por outro lado foi seduzido pelo o ritual solene recitado em latim Deslocado que era Prof Neroaldo conta que certa vez de f rias na casa da irm no Caj foi ao circo de batina e serviu de piada Uma dan arina mostrava com o cont nuo levantar da saia um sinal pintado em sua perna Um rapaz o gaiato da ocasi o gritou bem alto mostra para esse lado que o padre tamb m quer ver Foi assim que na Para ba come ava o conflito que se seguiu entre o que para ele podia enigmaticamente ser visto como o profano e o sagrado Lembra que estudou em Recife Olinda e n o obstante a proximidade n o frequentava a Para ba Deliciava se com as narra es de Jos Lins do Rego sobre as v rzeas e os engenhos da Para ba Mas o professor de Portugu s do semin rio quase lhe imp s novo trauma em rela o Para ba Tomou lhe o exemplar de menino de Engenho sob alega o de que aquilo n o era livro para seminarista Teve que ler escondido Foi estudar em Roma por tr s anos Em S o Paulo tamb m enigmaticamente conta que descobriu o magist rio a P s Gradua o na USP ea luta dura pela vida Fez o ca
49. conte dos da gest o democr tica tais como a cria o de din micas de interlocu o institucional para que se estabele am novas rela es entre Estado e sociedade E o que conta como resultados de um engajamento pol tico que se articula constru o do Regime de Colabora o Com a chave na m o quer abrir a porta n o existe porta quer morrer no mar mas o mar secou quer ir para Minas Minas n o h mais Jos e agora DRUMMOND 2002 p 107 6 a a ei x r A matriz se refere especificidade do neoliberalismo que forneceu a base conceitual das Reformas Educacionais 28 Para alargar o olhar sobre a din mica estrutural destes tempos de modo a compreender os fen menos sociais em jogo na pol tica preciso reconhecer que o olhar que repousa neste trabalho foi educado e sensibilizado por meio da inser o no mercado de trabalho da experi ncia de trabalho coletivo da participa o sindical e da viv ncia com os movimentos sociais pastorais e partidos progressistas Mattoso 2001 a seu modo construiu um personagem surrealista Jos para mostrar um pouco desse olhar e o espanto diante dos tempos Jos foi um oper rio do ABC paulista que come ou a trabalhar por volta dos quatorze anos mesmo tendo pouco estudo Ele assistiu s primeiras movimenta es da ditadura n o entendeu direito por que houve o golpe militar e o que aquilo tinha a ver com a sua vida Recebeu uma oferta de empr
50. definitiva a ser proferida por uma justi a lenta Essa situa o recentemente foi popularizada pela express o fazer sangrar a partir do Congresso nacional atribu da condi o de minar a reputa o e a aprova o de pessoas p blicas O contexto referido ao Congresso Nacional foi o de instala o e funcionamento da Comiss o Parlamentar Mista de Inqu rito que investigou os Correios O Procurador em quest o tamb m Procurador Regional Eleitoral Substituto indicado por unanimidade pelos pr prios pares juntamente com o Procurador Guilherme Ferraz Atuou como Procurador no Estado de S o Paulo tendo ingressado no Minist rio P blico Federal em 1997 foi considerado pol mico pelo jornalista Lu s Nassif em resposta que dirigiu ao pr prio procurador atrav s de artigo no Observat rio da Imprensa em vinte de agosto de 2000 O jornalista Lu s Nassif conta que foi criticado em uma lista de discuss o do Minist rio P blico qual elogia como muito prof cua em raz o de id ias que expressou em sua coluna no jornal A Folha e que aproveitou a lista para explicitar alguns t picos e provocar a discuss o Considerou ser praticamente a nica voz no jornal onde trabalha a se insurgir contra o que considerou os abusos do Minist rio P blico H dois t picos a se discutir O primeiro e menos importante o pr prio estilo de pol mica do procurador Para ele voz altiva a de quem comunga com as id ias
51. densa thin thick description na a o de um agente ou de um aspecto da estrutura social A descri o fina de uma a o refere se a uma descri o que faz uso em maior ou menor propor o de um vocabul rio behaviorista para os movimentos corporais A descri o densa por sua vez refere se a uma descri o da mesma a o quando essa descri o feita nos termos do vocabul rio dos membros nativos da comunidade segundo a familiaridade com o significado e com o car ter da a o descrita Pode se falar de uma descri o fina nos termos que se referem s pessoas que est o esticando peda os de carne no fogo ou que se referem s pessoas cozinhando uma denominada iguaria ou oferecendo sacrif cios aos deuses As descri es densas s o interpreta es do ponto de vista de um compatriota situado existencial e culturalmente N o s o interpreta es de um espi o ou de um pesquisador em situa o de interpreta o radical Isto porque o processo reflexivo que entra em jogo quando temos a consci ncia da interpreta o obedece aos padr es metodol gicos que n o s o da ordem das rela es onde o evento est situado a interpreta o profissionalmente informada Admite se sem problemas que o mundo f sico n o a f sica Geertz afirma come amos com nossas pr prias interpreta es do que pretendem nossos informantes ou que achamos que eles pretendem e depois passamos a sistematiz las 1989 p 25 55
52. des municipalit s dans un pays rong par de profondes in galit s r gionales Les aspects macro structurels qui influencent la d finition des politiques publiques ne sont pas sous estim s mais notre approche privil gie le r le parfois contradictoire et conflictuel d un nombre restreint d individus qui interviennent dans la proposition et la gestion des politiques publiques ducationnelles L impr cision du R gime de Collaboration est trait e dans la perspective de la construction et de l largissement de l espace publique des droits comme une interface de la politique ducationnelle dans sa relation indissociable avec la vie politique en g n ral Notre probl matique se situe dans un champs de tension d fini partir de l tat actuel de nos connaissances Quelle est la signification du R gime de Collaboration pour la proposition et la gestion d mocratique des politiques ducationnelles Quel type de rapports entretient il avec les contenus de la gestion d mocratique tels que pens s partir de la relation Etat Soci t Nous d fendons la th se suivant laquelle I un des faits innovateurs engendr par le processus de d mocratisation de la soci t br silienne est le r le jou par ceux et celles qui ont pour but la construction et l largissement des espaces de proposition et de gestion des politiques publiques La m thodologie s appuie sur une ethnographie interpr tativiste d velopp e partir des id es de Geertz
53. dificuldade econ mica na Ent o o Regime de Colabora o se ressente desse papel redistributivo da Uni o e o FUNDEB mais uma vez especificou isso e estabelece um sistema de disputa entre Estado e munic pios por aluno sobretudo considerando o aluno como um cifr o e n o como uma pessoa que precisa merecer o cuidado da Uni o do Estado dos Munic pios da sociedade e da fam lia O papel redistributivo no entanto est orientado pelo estabelecimento da concorr ncia que atua sob a din mica do fundo de natureza cont bil constitu do com 106 recursos de 20 de impostos IPVA ITCM ICMS IPl exporta o e transfer ncias FPE IPl exporta o compensa o e desonera o da Lei Kandir por meio do qual a redistribui o dos recursos feita regularmente sob o par metro custo aluno ADO NI O MUNIC PIO FUNDO DE NATUREZA CONT BIL ed Figura 15 representa o das modalidades no financiamento Fonte autora ind gena e auilombola educa o profissional i D SPEC As esferas de governo n o s o dotadas de um espa o p blico onde possam debater a colabora o pois os legisladores n o investiram em espa os de debate e negocia o nacional Pelo contr rio a Lei de Diretrizes e Bases 9394 96 conhecida por um processo de ruptura unilateral do espa o social que aglutinou os atores sociais em torno da Constitui o de 1989 por iniciativa do Governo Federal Ent o n s estamos presenci
54. do concurso p blico e voc ter que estar indicando PS ter que estar indicando professor as pessoas que n o t m mais condi es de trabalhar com GSE na escola a dobra de hor rio entendeu E voc desagrada um quando voc faz uma avalia o e v que um funcion rio produz mais do que o outro eu vou optar pelo que produz mais pelo que se identifica mais com o aluno porque ser gestor de escola ter o aluno no primeiro plano n o pode ser diferente voc n o pode privilegiar um segmento em detrimento a outro entendeu Ent o me senti impotente porque fui mal entendida mal interpretada acharam que era eu que n o queria as pessoas na escola mas a gente faz uma avalia o joga para o conselho que discute o t cnico administrativo avalia um por um o que que aquele ali tem mais favor vel para a escola qual a contribui o maior que aquele d aquele n o d ent o a gente caminha nesse norte no geral isso causa uma certa insatisfa o daqueles que n o foram contemplados GESU NA Mas a voc estava falando a respeito de como esse tipo de pr tica colocando o e eu concordo com voc isso o aluno como esse tipo de pr tica pode desgastar eleitoralmente Voc poderia repetir um pouquinho ALICE Olhe esse ano tem elei o da escola as pessoas j come aram a se movimentar em torno de elei o Eu n o estou pensando em elei o o voto proporcional o voto do funcion rio vale um voto e o voto do al
55. e hoje o partido se encontra numa descaracteriza o tamanha eu n o posso me encontrar a vontade em um partido que tem Fernando Collor de Melo que tem o J ferson n o Realmente n o tenho identidade com esse grupo em absoluto mas por que eu entrei no PTB Havia por parte do grupo com quem eu trabalho sempre uma solicita o para que eu pudesse me filiar a um partido no sentido de que pudesse examinar uma candidatura coisa a qual eu tenho resistido at de forma pessoal de forma pessoal E naquele momento quais eram as op es Internamente eu fiquei com o PTB porque o PTB apoiava C cero Lucena o PTB apoiava o Governador C ssio e o PTB apoiava o Presidente Lula a quem eu sempre tamb m acompanhei ent o foi essa circunst ncia que me levou a no mbito dos partidos e da configura o que eles tinham naquele momento a me filiar ao PTB Destacamos a alfinetada a alus o picante sobre o PTB ser um dos partidos de sustenta o do Presidente Lula na implicita o tantos que criticam atua es de outros partidos acabam tendo que conviver com todos esses e ainda a hip rbole a Para ba sabe disso Gesu na O Prof Ronaldo falou um pouco sobre isso e disse de sua primeira trajet ria primeira Vamos chamar de g nese voc tem hist rias do Caj risos vamos chamar assim de g nese vindo da Reitoria para c h uma imagem uma vincula o sua com as bandeiras vermelhas que o Prof Ronaldo lembra q
56. e o engajamento atual de alguns no Governo Municipal de Jo o Pessoa de quem enfrenta oposi o As novas ocorr ncias verbais s o entregaram verbo de sucesso confiaram assinaram verbo de sucesso atestaram a confian a por meio de assinatura estimulando verbo de realiza o encorajaram aceitar verbo de sucesso assumir a obriga o Queria retomar exatamente nesse sentido para ver como pessoas que tinham uma vis o mais avan ada em rela o a essas quest es em 1997 voltando ainda a minha hist ria pessoal fizeram um abaixo assinado e me entregaram pessoas como Natanael que tinha sido meu pr reitor ligado naquela ocasi o ao PT Maia Barreto que foi secret rio recentemente de Ricardo Coutinho Essas pessoas assinaram em 1997 um manifesto me estimulando a aceitar ser Secret rio de Educa o do Munic pio de Jo o Pessoa na gest o do PMDB isso importante porque hoje mais f cil se fazer esse entendimento eu tenho essa documenta o Hoje mais f cil Nosso interlocutor promete repassar o documento citado Temos presente que a narrativa acima foi provocada pelo texto de nosso trabalho em que afirmamos Esse percurso pol tico foi redimensionado localmente a partir das elei es de 2002 quando o grupo da coaliz o que assegurou a sustenta o pol tica do Prof Neroaldo rompe com o PMDB para concorrer s elei es estaduais obtendo o Governo do Estado atrav s do PSDB A sustenta o pol tica foi
57. e que n o ia haver privil gio foi fundamental Isso foi que fez com que inclusive algumas pessoas que apoiaram a candidatura come assem a descer do bonde entendeu Ent o n o tem privil gio O que que eu t fazendo aqui E foram se embora Ent o n s perdemos muito dos com pa nhei ros por conta dessa hist ria Estou chamando isso baila porque mostra muito uma certa recomposi o do poder t Primeiro os advers rios que estavam na reitoria achavam que depois do dia da posse ia ser uma invas o de bandeiras vermelhas e uma ca a s bruxas Isso n o aconteceu Houve um certo susto Nossa abordagem considera ainda sobre a percep o do discurso de uma pessoa que nossa primeira percep o inaugurou um ser que n o pode ser saciado que se apropria de tudo o que pode encontrar e a quem nada pode ser pura e simplesmente dado porque recebeu o mundo em partilha 2 Considero a posi o de Merleau Ponty em Fenomenologia da Percep o 1999 70 E com essa partilha dos mundos o mundo objetivo o mundo subjetivo e o mundo das normas cada pessoa traz em si mesma projeto de todo ser poss vel cimentado no campo de experi ncias Assim n o dif cil entender porque nos momentos de emo o alguma mem ria da inf ncia vem socorrer este ser em que nos tornamos O Prof Dr Neroaldo lembra que nasceu em uma pequena cidade do interior de Pernambuco e que quando menino matuto ouviu falar pela primeira vez da Para
58. entre as condi es decisivas para presidir a Undime o debate sobre a influ ncia do engajamento institucional constru do ao longo da carreira de professor universit rio em que estabeleceu rela es institucionais para al m das fronteiras partid rias locais e regionais Podemos reconhecer esse percurso pol tico em seu redimensionamento local a partir das elei es de 2002 quando o grupo da coaliz o que assegurou a sustenta o pol tica do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo rompe com o PMDB para concorrer s elei es estaduais obtendo o governo do Estado por meio do PSDB O Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo o Secret rio de Estado de Educa o da Para ba 2002 2006 2007 Em nossa abordagem evidenciar uma atua o discriminar os comportamentos por meio do reconhecimento de habilidades individuais empregadas Neste trabalho o reconhecimento foi realizado a partir de considera es sobre o processo p blico da inser o do protagonista na din mica de eventos sempre referidos em termos de antecedentes e do que se passa depois Essa rela o nos remeteu produ o do material narrativo como desenvolvemos na apresenta o dos procedimentos Nosso trabalho foi orientado para o reconhecimento normativo das habilidades individuais e de conceitos sobre os padr es culturalmente compartilhados que permitem 12 atribuir significados como inten o fracasso fingimento esperan a
59. era natural Olha s hoje ele est apoiando o C cero Lucena o C ssio Cunha Lima Estou colocando esses elementos em um encontro entre dois tempos de um longo percurso de uma longa caminhada onde eu n o estou passando por uma neutralidade de uma an lise eu estou preocupada em reconstruir defender e valorizar uma trajet ria porque se hoje eu valorizo e defendo uma trajet ria eu vou poder entender com muito mais dinamismo Talvez o que eu sinto como pesquisadora como estudante de um doutorado como quem est imiscu da quest es de ideologia quest es de institucionalidade em um estado de direito e em uma democracia Ao inv s de colocar em um cercado partid rio ideol gico Prof Dr Ronaldo Eu entendo perfeitamente sei porque eu acompanho muito de perto esse tipo de cr tica h muito tempo E eu acredito pessoalmente que Neroaldo podia ter feito um outro percurso onde poderia hoje ser uma lideran a pol tica no sentido mais amplo do que uma essa pol tica partid ria ele poderia ser uma lideran a talvez hoje da mesma import ncia ou maior do que Ricardo Coutinho por exemplo E essa talvez fosse a perspectiva de muita gente que a partir de uma certa confian a depositada na figura pol tica dele que ele fizesse uma trajet ria mais personalista mais individual hoje estaria cercado por um grupo de pessoas com um peso pol tico pr prio Ele n o escolheu esse caminho eu acompanhei esse processo acho que n o cabe nesse mo
60. era uma equipe feita assim o bom dirigente sabe escolher seus auxiliares olha n s exerc amos cargo de confian a do reitor mas na pr tica n o era N o era imposto se trabalhava em equipe Ent o o ativismo do Neroaldo acabava sendo uma coisa positiva que ajudava a puxar Gesu na tr s coisas a preocupa o com a continuidade voc dizia que voc s n o conseguiram contaminar o meio acad mico com aquela din mica porque os que nos sucederam embora viessem do pr prio grupo eles foram l e come aram a fazer uma gest o 192 Natanael do rotineiro Gesu na E uma segunda quest o a sa da do espa o acad mico as escolhas voc fala do seu pr prio refluxo do mergulho do Professor Neroaldo na pol tica que est a na pol tica mundana Natanael mas bem interessante voc usou bem a palavra a sequ ncia com o Jader vem da mesma matriz do reitorado de Neroaldo mas eu acho que todo o sistema entrou na rotina S que a rotina insuficiente para conseguir manter aquela situa o situa o de muito crescimento de modifica es que ainda tinham que ser consolidadas Entrou num processo de rotina que leva ao equil brio com o meio mais geral se perdeu aquele entusiasmo Agora com rela o s op es Neroaldo resolveu entrar na pol tica mais tradicional na administra o pol tica mais tradicional ele n o foi candidato Ele trabalhou como secret rio na administra o tradicional O
61. es entre fen menos Se todos os jogos t m algo em comum percebemos que eles t m aspectos de defini o comum mas quando consideramos a rede complexa de sobreposi es e similaridades entrecruzadas Do mesmo modo como o que ocorre quando se olha e v os diferentes membros de uma mesma fam lia cada pessoa com suas diferentes caracter sticas estatura e particularidades f sicas cor dos olhos cabelos tom de voz g nero etc se conectam por um ar de fam lia Esse tempo de viv ncia foi tratado tendo como refer ncia de apoio o significado do emprego na UFPB na vida de nosso interlocutor pela presen a de unidades de significa o gratid o e reconhecimento hist ria pessoal e m rito acad mico parceiros de projetos e intera es coletivas inser o local e nacional 19 No pr ximo cap tulo desenvolvemos o enquadramento dessa significa o associando a carreira universit ria rela o conjugal 62 Essas unidades foram incorporadas no enquadramento cap tulo seguinte A unidade de significa o selecionada para o texto que representou o 1 tempo de atua o a parataxe UFPB ACOLHIDA E EMPREGO As unidades de significa o foram levantadas da intera o de tr s situa es discursivas do Prof Neroaldo o discurso de posse como Reitor de transmiss o do cargo no final do mandato e o de recebimento do t tulo de cidad o paraibano na Assembl ia Legislativa ao final do mandato de Reitor Fize
62. estamos afirmando que ela fuma nesse momento De modo similar existe um leque de diferentes a es e rea es previs veis a partir da descri o de uma pessoa referida como gananciosa enquanto grosso modo h apenas um tipo de a o previs vel sobre uma pessoa referida como fumante RYLE 1968 Por sua vez os verbos est o relacionados descri o aos termos epis dicos e s o denominados termos de realiza o achievements RYLE 1968 p 149 Neste trabalho nos restringimos aos termos aos quais denominamos verbos de realiza o verbos de sucesso e verbos de fracasso Eles se referem aos epis dios singulares por isso submetidos s regras de uma descri o apropriada Por exemplo epis dios como uma partida de futebol em que a partida e os lances em torno do jogador que marcou s o narradas e renarradas de modo confi vel Assim a descri o funciona como a experi ncia de solucionar os anagramas das palavras cruzadas Ao acertar a 17 resposta horizontal que sabemos tamb m facilitamos o preenchimento da palavra que n o sab amos na vertical S o verbos que indicam cl max e desfecho ganhar encontrar curar convencer revelar etc para atividades e processos A compreens o pragm tica indissociada desses recursos Consideramos a for a das categorias antropol gicas apontadas por Ricoeur 1994a a necessidade transcultural e a a o simb lica justamente porque se tratam dos conc
63. eu n o pe o n o por voc eu fa o tudo mas a ele eu n o pe o nada Eu disse pois voc est errado voc ofendeu o professor voc j ouviu falar na palavra humildade A eu comecei a conversar nesse sentido n que todos n s passamos por isso na vida a gente Ele mas eu que eu tava com a cabe a quente eu digo sei mas o professor tem culpa de voc ter vindo com a cabe a quente Imagine quantas vezes entrei aqui com n problemas na minha cabe a mas quando eu cheguei no port o deixei Porque voc n o tem culpa do que eu t passando A eu comecei a conversar com ele nessa forma at 204 que ele disse Pois Da Luz chame ele que eu pe o desculpa a ele A eu chamei o professor quando o professor chegou ele disse professor o senhor me desculpa porque eu tava com a cabe a quente olhe eu t aqui que s Deus sabe que eu n o queria dizer aquilo com o senhor A come o a conversar o professor disse t certo eu vou lhe desculpar pe o que isso n o se repita mais tal tal Quando o professor saiu esse menino me abra ou chorava tanto a o pior que ele chorava e eu chorava tamb m com ele A eu fiquei depois conversando com a psic loga e vendo como foi dif cil pra ele pedir desculpa ao professor entendeu Ent o isso tudo um trabalho que a gente vai s agora que a gente GESU NA Voc sabe que os resultados s o de m dio e longo prazo acontece que em ed
64. f runs ascendentes e a necessidade de media o pedag gica das caracter sticas individuais idade sexo profiss o posi o social etc das rela es m tuas do la o social familiar profissional de afinidades intelectuais econ micas conforme alian as sobre quest es pontuais etc e afetivo simpatia antipatia amizade etc A interlocu o tamb m imp e situa es que excluem a possibilidade de resposta imediata e desafiam por um lado a capacidade de planejamento e por outro lado o nimo e a necessidade de manter e consolidar alian as A democracia considerada por meio das configura es interlocutivas evidencia sua pr pria natureza marcada pela inconclus o A democracia s pode ser parcialmente bem sucedida ela nunca inteiramente fracassada e est portanto engendrada em uma din mica de efetiva corre o e de aperfei oamento 2 2 A FORMULA O DO PROBLEMA Examinamos o estado do conhecimento da gest o das pol ticas educacionais para demarcar o campo de tens o no qual o problema foi definido Trata se de um campo de tens o porque expressa o esfor o para se abrir um caminho na dire o de um ngulo e adotar uma posi o adequada para progredir em uma an lise Consideramos as abordagens sobre os fen menos da reestrutura o produtiva e da globaliza o entre os aspectos macro estruturais que imp em exig ncias sobre a gest o da pol tica educacional e alteram as demandas que tradicio
65. face Segundo a an lise pragm tica a orienta o significativa dos interlocutores envolveu inevitavelmente a leitura de gestos significativos e sinais para que a conversa come asse e terminasse e de verifica o dos prop sitos e sinceridade das alocu es Isto porque a pr pria din mica da troca comunicativa pressup es acordos t citos para a ratifica o rec proca e para a abertura dos canais que asseguram o fluxo de fala Conforme a an lise pragm tica foi preciso ter em mente a racionalidade pragm tica uma troca conversacional n o consiste em uma sucess o desconexa de observa es Grice 1996 considera que as conversas se caracterizam por seu aspecto cooperativo pelo menos em um grau m nimo Cada participante reconhece na conversa em alguma extens o um prop sito ou um conjunto de prop sitos comuns ou ainda uma dire o mutuamente aceit vel O prop sito ou a dire o pode ser fixado no in cio atrav s de uma quest o por exemplo ou pode evoluir durante a troca segundo o prop sito O caso de uma interlocu o n o casual fomos atr s dos parceiros de conversa e apresentamos objetivos Em cada est gio algum lance da conversa pode ser exclu do como conversacionalmente insustent vel Por esse raciocino Grice desenvolveu o princ pio largo uma orienta o de precau o ceteris paribus para cada participante de uma conversa PRINC PIO DE COLABORA O Fa a com que sua contribui o correspond
66. gestos do encontro voltar a conviver com enquanto manifesta o da necessidade da conversa o para o teste das pretens es de validade impl citas J Na unidade de significa o a especificidade da pr tica pol tica na gest o a centralidade recai sobre os gestos de administrar enquanto constituintes da racionaliza o do mundo da vida que pode constituir em oportunidades de supera o de racionalidades monol gicas entre clientes para racionalidades comunicativas entre cidad os Na unidade de significa o a paix o pela educa o de jovens e adultos a centralidade recai sobre os gestos de interessar se por enquanto manifesta o da for a socialmente integradora da educa o situada nas l gicas da a o comunicativa m Na unidade de significa o qual o grande debate da educa o nacional a centralidade recai sobre os gestos de perguntar enquanto emerg ncia da necessidade do ato de fala diretivo que coloca o entendimento como problema imediato n Na unidade de significa o o conjunto da atua o a centralidade recai sobre os gestos de narrar enquanto o exerc cio da mem ria da problematiza o e da proposi o o Na unidade de significa o a fiscaliza o da Controladoria Geral da Uni o e o processo judicial encaminhado pelo Procurador a centralidade recai sobre os gestos de suspeitar apurar julgar condenar ou absolver enquanto formas de vida que manifestam a instituc
67. i j Fa y Ra hd eA f X Discurso de N o Diretoras N f posse N DeEscolas i i K i Er a i s do Reitor i Pa E p blicas i Da i H x NA i N i Dirigentes oN A i N 4 h No F i N A i Da ae E i zess 1 UFPB j Eaa i i i i i i 24 2 7 3 N VEL INTERPRETATIVO TEXTUAL Este n vel compreendeu a caracteriza o sin ptica em quatro passos para ordenar a an lise interpretativa sob a tica de uma rela o leitortexto ado o do enquadramento framing sele o de unidades de significa o fluxo de conversa o e a zona de indetermina o na s rie aberta da atua o 1 A categoria que representa o primeiro passo dessa caracteriza o denominada enquadramento framing e est relacionada ao reconhecimento de que o entorno lugar do texto desta investiga o compartilhado com os leitores potenciais aqueles mais imediatos que tamb m teriam algo a dizer a seu respeito e aqueles mais distanciados que precisariam ser informados a seu respeito gra as ao esfor o metodol gico Esse par metro espa o temporal imediato distanciado diz respeito ao compartilhamento da cultura a cultura vivida e a cultura da significa o Leitor uma pessoa que se conecta a um conhecimento local e previamente compartilhado para tom lo como base para um potencial infinito de tradu o O enquadramento framing invoca o valor a partir do qual um relato considerado e submetido ao crivo de uma moral
68. jeito que tinha dessa lideran a E claro que ele s vezes fazia de uma forma ca tica Eu tinha outras caracter sticas talvez a de ser mais organizado tentando arrumar aquelas movimenta es todas que ocorriam mas claramente n s nos v amos como parte de uma equipe Cada um tinha a consci ncia que nenhum isoladamente seria capaz de realizar tudo Nesse aspecto interessante que n s v amos o Neroaldo como um colega Neroaldo n o era embora simbolicamente ele estava Reitor estava acima mas n s o v amos no mesmo n vel E que ele exercia um tipo de atividade de a o que era fundamental necess rio para o trabalho naquele momento Nesse momento eu n o estava trabalhando contra Ao contr rio eu at achava que se n o existisse algu m que fizesse aquilo que o Neroaldo fazia eu n o tinha nada o que fazer t Eu n o ia conseguir fazer o que ele fazia puxar as pessoas movimentar Entre n s n o existia hierarquiza o nesse aspecto o Neroaldo era uma pessoa muito boa apesar dele ter o cargo formal mas ele trabalhava muito em equipe ele conseguia trabalhar em equipe ele n o impunha Esse era um processo de discuss o 41 Nesse processo de discuss o nessa conflu ncia de rela es foram se capacitando foram criando compet ncias Eu diria que antes nossa compet ncia era puramente acad mica Ent o n s come amos a criar uma compet ncia vamos chamar assim administrativa Cada um a seu modo A
69. m como professora Foi quando consegui minha remo o para aqui aqui passei dois anos em sala de aula e nunca pensei em participar da gest o da escola meu intuito era s sala de aula que eu gosto de ensinar acho que eu fui feita pra isso Voz e vai se aposentar na gest o porque aqui ningu m deixa ela sair A o que acontece com isso a colega veio e me convidou para formar uma chapa com ela foi assim de rente No in cio ainda tive um receio eu digo meu Deus uma escola grande muita gente funcion rio mas aceitei o desafio passei dois anos como 210 adjunta e agora faz oito anos que eu estou na dire o da escola To pretendendo sair em junho mas as meninas todo mundo diz vamos fazer um abaixo assinado mas eu t pretendendo porque eu acho que a gente deve dar a oportunidade aos outros para que os outros vejam como uma dire o e ter a oportunidade e se continuar e a gente precisa renovar eu acho que assim esse o processo Eu fa o as coisas porque eu gosto eu n o t fazendo porque sou obrigada e nem por sal rio Eu sei que sal rio ajuda a gente a gente precisa de um sal rio mas eu fa o porque eu gosto mesmo Eu acho que me dou escola porque eu chego s seis da manh eu saio s dez da noite Tem dia que d quinze pras onze eu ainda estou aqui quando acontece um imprevisto alguma coisa e eu t notando que as pessoas t o muito insatisfeitas digamos a parte docente por quest o
70. mas arcando com o nus de sua plausibilidade 2 A categoria que representa o segundo passo denominada unidade de significa o por integrar componentes heterog neos circunst ncias c lculos a es aux lios obst culos resultados etc e est relacionada aos usos dos enunciados em contexto estruturados por verbos de projeto de sucesso e fracasso que se relacionam ao universo de refer ncia conhecimento de fundo background knowledge para incorporar um saber fal vel e sobrepor a subjetividade inicial de nossas concep es Os verbos cobrem in meras a es de detalhes que podem ser inteiramente descont nuas e implicar numerosos indiv duos numa estrutura temporal de que o narrador tem a responsabilidade Ricoeur p 210 Os termos disposicionais s o aplicados s tend ncias gen ricas s capacidades e confiabilidade das qualidades do car ter e intelecto de uma pessoa Ryle 1968 chama a aten o sobre o vocabul rio que usamos para descrever comportamentos humanos espec ficos esse vocabul rio n o constitu do apenas de palavras disposicionais por exemplo os ep tetos de condu o mental cuidadoso est pido l gico desatento engenhoso f til met dico espirituoso auto controlado etc e compreende os verbos de projeto que indicam o tipo de situa o na qual a pessoa n o tem o controle e est implicada em situa es potenciais de sucesso 25
71. moda hoje mas naquela poca n o se tinha antecedentes quero dizer antecedentes vividos por dentro da gest o Voc estava levantando dois aspectos Primeiro a sua escolha como chefe de gabinete n s est vamos falando dos brios das suscetibilidades hoje acho que essa quest o fundamental porque o mandato n o pode ser a propriedade o objeto nico daqueles que s o meus correligion rios e esse o desafio de ampliar a representa o o espa o p blico de direitos porque voc tem que envidar outros atores at porque as vezes quando eu conhe o muito os detalhes de um embate pol tico eu fico cego para essas aberturas possibilidades por causa de certas hist rias certas particularidades e quando eu n o conhe o t o bom porque eu vou evitar o tra o do estere tipo das marca es que voc retoma em termos de quem vai ser aliado quem vai ser advers rio nessa hist ria como v o se manifestando esses elementos que s o hoje parece me um elementos fundamental do problema da governabilidade dos apoios Hoje um presidente n o pode colocar como l der do governo o l der do seu partido A id ia que o prefeito o governador ou o presidente busquem colocar como l der do governo um setor que muitas vezes n o o apoiou Eu n o estou falando que isso aconteceu Eu quero falar como hoje as engenharias j est o mostram coisas que voc s n o tinham era um primeiro momento Depois gostaria retomar aquela id ia sobre o P
72. mundo objetivo Uma raz o encarnada no agir comunicativo permite apreender o conjunto dial tico que comp e a abertura de fala ao mundo e o processo de aprendizagem no mundo Racional quem capaz de orientar sua a o segundo pretens es de validade intersubjetivamente reconhecidas e engajados em uma a o comunicativa Eles se iludem o menos poss vel sobre os fatos e a rela o meio fim Quem tem uma afirma o e pode fund la em face cr tica indicando as evid ncias que correspondem afirma o quem segue uma norma e pode justificar sua a o diante de uma cr tica quanto a uma situa o dada por rela o s expectativas de comportamentos leg timos quem exprime sinceramente um desejo um sentimento ou um estado de esp rito confidencia confessa etc 52 O tema retomado desta feita no esfor o de Habermas para traduzir uma teoria do discurso em uma teoria pol tica dirigida democracia e ao direito Para tanto investiu na reconstru o de uma teoria discursiva do direito Reconhecemos a necessidade de associar a este trabalho a reconstru o de uma teoria discursiva do direito tomando por base o fato emp rico de que a moralidade uma das formas de auto organiza o do mundo Nossa caminhada at aqui nos leva a considerar que a esfera p blica burguesa est para Habermas como a reconstru o te rica do direito est para a oscila o do p ndulo da an lise social oscilou da economia para o direi
73. n o colabora na medida exata que necess rio para que a educa o b sica no Brasil possa ter maior qualidade haja vista que a proposta inicial para o FUNDEB era de que a Uni o colaborasse co laborasse trabalhasse com dez por cento do conjunto dos fundos cont beis e o que acabou prevalecendo Que dez por cento s ser o implementados daqui a quatro anos e o FUNDEB que era para dez anos se estabeleceu para quatorze anos tendo quatro anos iniciais ainda de um ajuste Nesta unidade de significa o conclu mos que a dimens o sem ntica do Regime de Colabora o fornece uma matriz de problema no tratamento da gest o democr tica da pol tica educacional onde se destaca a id ia segundo a qual os significados de termos vinculados legisla o embora sa dos da nossa linguagem comum como colabora o 105 n o s o transparentes e podem ter seu significado abalado quando nos esfor amos para pensar o contexto de uso 4 7 A N O REGULAMENTA O DO REGIME DE COLABORA O Esta unidade de significa o prossegue a apresenta o da intera o sobre o Regime de Colabora o tratando a transi o entre FUNDEF Emenda Constitucional n 14 96 Lei 9424 96 e FUNDEB Emenda Constitucional n 53 06 e Medida Provis ria n 339 06 em curso Destacamos a refer ncia ao papel da Uni o na regulamenta o do Regime de Colabora o a ocorr ncia verbal de colocar verbo de realiza o aplicar recurso
74. ncia extraordin ria porque infelizmente alguns partidos perderam at a sua identidade na hora que assumem o poder n o Identidade que era falsa porque imposs vel se fazer essa falsa dicotomia eu sou de um partido de esquerda eu sou bom o outro de um partido de direita e ruim Prosseguindo teremos o reconhecimento das distin es partid rias apresentando como proposi es verdadeiras as id ias de partidos que t m uma proposta mais social partidos que t m uma proposta mais liberal que pensam na causa do povo e que pensam na causa dos patr es As ocorr ncias verbais deste trecho s o continue pensando locu o verbal de realiza o persevere t m verbo de sucesso disp em pensam verbo de sucesso se preocupam Evidente que preciso que a gente continue pensando que h partidos que t m uma proposta mais social e partidos que t m uma proposta mais liberal preciso que a gente continue distinguindo as propostas dos diversos partidos aqueles que pensam na causa do povo e aqueles que pensam na causa dos patr es 96 Na sequ ncia a pretens o de que os partidos pol ticos se diferenciam nas propostas e n o na divis o esquerda X direita o isso asseverado refor ada pelas locu es verbais est dito locu o verbal de sucesso considerado sabido est visto locu o verbal de sucesso considerado sabido A pretens o no entanto problematizada pelo pr prio locut
75. nem ela tinha me apoiado mas ao longo dos quatro anos estabelecemos um trabalho democr tico de tal maneira que acabaram at por fazer essa homenagem 123 GESU NA Ronaldo destaca isso NEROALDO E eu tive uma das minhas maiores alegrias voltando dentro da diversidade claro que n o encarei como desrespeito muito pelo contr rio tive respeito pelo processo levantado pelo Minist rio P blico Mas evidente que do ponto de vista pessoal aquilo uma coisa que afeta a nossa auto estima a nossa at a nossa dignidade Ent o claro eu sofri muito com isso mas posso relatar como naquele momento que quando se fala de todas essas dificuldades dois artigo seguidos do jornalista Rubens N brega n o sei se voc chegou a ver esses artigos eu vou repassar o que Rubens dizia sobre Neroaldo inclusive um jornalista conceituado em Jo o Pessoa trabalha em um jornal que faz oposi o clara ao governo do Estado mas Rubens naquele momento fez por espont nea vontade eu nunca pedi a Rubens para escrever sobre isso foi ele que decidiu assim como voc tem o testemunho eu n o conhecia voc n o fui eu que pedi a voc e n o pedia que viesse de Mato Grosso para observar com esse olho cr tico mas com olho de educadora o trabalho que eu venho realizando GESU NA Agora essa j estou concluindo esse tipo de interven o esse tipo de constru o A gente mora na Para ba a gente vive na Para ba voc falava de s
76. o risos E comecei o discurso at com um certo tom de humor que me permitiu dialogar 156 GESU NA e voc n o tem esse discurso NEROALDO N o tenho esse discurso registrado vale a sua observa o NEROALDO esse discurso que eu fiz l defendendo essa posi o que foi a posi o brasileira que prevaleceu GESU NA E voc tem a responsabilidade de ter tentado construir na adversidade uma tentativa de oferecer um enraizamento em sua representa o pol tica NEROALDO E voc veja em rela o Educa o de Jovens e Adultos que tem sido uma das minhas paix es no acompanhamento da educa o eu era enquanto reitor o representante do CRUB do Conselho de Reitores na comiss o nacional de Educa o de Jovens e Adultos que em 1997 praticamente quer dizer n o foi desfeita mas nunca mais foi convocada pelo pelo pelo ministro Paulo Renato ministro Paulo Renato E quando Lula vence as elei es e Crist v o Buarque assume o governo Minist rio eu sou volto para a Comiss o Nacional de Educa o e sem nenhuma e sem nenhuma vaidade sou um dos primeiros a ser convidados meu nome o primeiro da lista dessa comiss o e n o por ordem alfab tica porque meu nome come a com N risos Ent o voltei a participar dessa comiss o nacional depois saiu o ministro Crist v o eu continuei na comiss o nacional de educa o de jovens e adultos deixei a secretaria durante nove meses e voltei agora a
77. o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e da Valoriza o do Magist rio Lei 9424 96 representaram uma ruptura no espa o social brasileiro PINO 1997 Para os prop sitos deste trabalho cumpre argumentar sobre como a aplica o da lei desafiou os protagonistas a retomar o espa o social e a dar continuidade ao processo de proposi o das pol ticas Em nosso entendimento pior do que uma legisla o redimensionada em uma proposta circunscrita entre o Executivo e sua base de sustenta o no Congresso mas que afeta o atendimento ao direito da grande maioria da popula o que nunca se fez representar o n o cumprimento da lei Nesse caso trata se de intervir para mudar a cultura pol tica onde se solidificou a cren a de que as leis no Brasil s o in cuas feitas para n o serem cumpridas Esse entendimento nos orienta a continuar esbo ando o campo de tens o As experi ncias tardias de gest o democr tica representam espasmos de democracia em uma cultura pol tica autorit ria MENDON A 2001 e esteve voltada para a constitui o de conselhos deliberativos escolares onde membros da comunidade t m assento e elei o direta para o cargo de diretor entendidos como parte de um processo para normatizar planos de carreira forma o integrada jornada de trabalho aplica o das verbas em educa o e de combate ao clientelismo N o deixou de ter a marca das plataformas eleitoreiras e populistas M
78. o Regime de Colabora o enquanto dispositivo constitucional nosso interlocutor associa com reitera o aos entes federativos a fam lia e a sociedade tal como considera o primeiro artigo da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional importante destacar a dificuldade de viabilizar a efetiva participa o da fam lia na din mica do Regime de Colabora o pela aus ncia de mecanismos de representa o pol tica dos usu rios da escola p blica ao n vel local regional e nacional N o estamos desconsiderando a exist ncia dos Conselhos Deliberativos ao n vel das unidades escolares estamos chamando a aten o para o tratamento coadjuvante da fam lia na condu o das pol ticas educacionais em nosso ambiente democr tico 104 Na sequ ncia teremos o reconhecimento da demanda constitucional n o respondida pelos legisladores N o h sequer um projeto de lei tramitando no Congresso Ent o o regime de colabora o de fato digamos abstraindo agora da malfadada compreens o que tinha o Regime Militar que eu acabei de aprender mas trazendo para o texto legal ele traz aquilo que preciso ser feito ou seja a educa o s se faz em um sistema em que todos os entes e mais a fam lia e a sociedade os entes federados possam de fato trabalhar em conjunto co laborar laborar com uns para os outros uns com os outros essa que a dificuldade Agora a quest o t o complexa e t o dif cil que a pr pria lei determina
79. o grupo ou a coletividade O que caracteriza o fen meno social a sua condi o de implicar em um comportamento orientado por meio de outro comportamento Trata se de uma orienta o que carrega sempre um significado subjetivo se realiza por meio da compreens o das inten es dos outros HOLLIS 1996 Como se identifica uma inten o Como atribuir atua o de uma pessoa a inten o de construir e ampliar o espa o p blico de direitos Essa identifica o compreende um processo com dois passos O primeiro passo a empatia Como em uma cena onde se v um homem erguendo um machado diante de um tronco sabe se o que essa pessoa est fazendo E como uma cena na qual uma pessoa est apontando uma espingarda em certa dire o sabe se o que ela pode estar 14 Considera se o sentido comum atribu do em dicion rio tend ncia para sentir o que se sentiria caso se estivesse na situa o e circunst ncias experimentadas por outra pessoa Aur lio 1986 p 636 O QUE GEERTZ PENSA DESSA QUEST O 43 fazendo Tal como esses processos existem outros semelhantes em nossa percep o que levam a identificar inten es em presen a de a es Weber recorre id ia de que as significa es s o p blicas e que o processo de compreens o j est pressuposto no compartilhamento do mundo apud GEERTZ 1989 O segundo passo a compreens o explanat ria pelo qual saberemos se eram os casos de um lenhador que estava ganhand
80. o secret rio de educa o e este faz o mesmo ao se dirigir aos senadores deputados federais com o Ministro da educa o e assim por diante valendo se de uma sem ntica e vocabul rio e din mica distintos daqueles que utilizam para falar com os professores Nossa tentativa a de destacar o desnivelamento de informa o tamb m como indicador da aus ncia do debate e como problema pol tico de democracia pois o que se faz ao debater o Regime de Colabora o pensar o pa s e isso se realiza muitas vezes teluricamente Recorremos s imagens po ticas criadas por Drummond 2002 p 768 769 Meu pa s esta parte de mim fora de mim constantemente a procurar me Se o esque o e esque o tantas vezes volta em cor em paisagem na polpa da goiaba na abertura de vogais no jogo divertido de esses e erres e sinto que sou mineiro carioca amazonense cole o de mins entrela ados A vida me foi dada em leis e reis Me fizeram e moldaram Em figurinos velhos Amanhe o Confuso amanhecer de alma ofertante e ang stias sofreadas injusti as e fomes e contrastes e lutas e achados rutilantes 112 de riqueza da mente e do trabalho meu passo vai seguindo no zigue zague de equ vocos de esperan as que malogram mas renascem de sua cinza morna Vai comigo meu projeto Entre sombras minha luz De bolso me orienta ou sou eu mesmo o caminho a procurar se Destacamos as imagens importantes para nossa r
81. o sei se voc chegou a ver esses artigos eu vou repassar o que Rubens 172 dizia sobre Neroaldo inclusive um jornalista conceituado em Jo o Pessoa trabalha em um jornal que faz oposi o clara ao governo do Estado mas Rubens naquele momento fez por espont nea vontade eu nunca pedi a Rubens para escrever sobre isso foi ele que decidiu assim como voc tem o testemunho eu n o conhecia voc n o fui eu que pedi a voc e n o pedia que viesse de Mato Grosso para observar com esse olho cr tico mas com olho de educadora o trabalho que eu venho realizando GESU NA Agora essa j estou concluindo esse tipo de interven o esse tipo de constru o A gente mora na Para ba a gente vive na Para ba voc falava de sua vinda para a Para ba NEROALDO Vou comemorar 30 anos de Para ba em setembro desse ano GESU NA 30 anos Voc falava dos parceiros que vieram e foram embora eu vejo as dificuldades nessa hist ria e fico pensando se voc n o tivesse sido secret rio de educa o se n o tivesse se incorporado din mica institucional local voc estaria na obscuridade NEROALDO Certo e sobretudo eu poderia estar na obscuridade do ponto de vista pessoal isso interessa menos para o conjunto da sociedade mas eu n o teria podido prestar o servi o que eu entendo que estou prestando na Para ba eu trabalhei com o Prefeito C cero que me deu absoluta liberdade de trabalhar e trabalho para o Governad
82. o uso de um contraste entre um trabalho cr tico e um trabalho de oposi o irrespons vel frente ao trabalho desenvolvido nacionalmente em educa o pelo PSDB porque na UNDIME eu fiz sim um trabalho cr tico em rela o ao que o PSDB fazia em educa o mas nunca um trabalho de oposi o irrespons vel at porque a UNDIME ela tinha a representatividade de todos os partidos e a UNDIME n o poderia ser direcionada para um partido x nem y ela tinha que estar a servi o da educa o n o O contraste suscita a an lise da compreens o do trabalho cr tico enquanto a exibi o de um julgamento e de uma atitude dirigidos aos argumentos teses a es ou ao trabalho de uma outra pessoa oferecendo raz es para questionar suas pretens es de validade ou apreciar desfavoravelmente resultados Trabalho cr tico tem m ltiplas refer ncias liter ria cinematogr fica jornal stica marcas da vincula o com a esfera p blica liter ria Diz se trabalho cr tico porque exibi o neste caso pressup e o espa o p blico no qual a cr tica tamb m precisa ser criticada O conhecimento de fundo sobre o contraste remete rela o oposi o situa o enquanto o prot tipo da conduta estrat gica em que falantes e ouvintes exercem o papel de oponentes cada um diz e d a entender apenas o que quer dizer e entender sempre a outra pessoa que compreendeu mal ou que representou incorretamente isto porque eles se tratam como fa
83. os relatos foram produzidos e o termo tem a fun o de marcar a caracter stica da intera o face a face ainda que o encontro tenha se pautado em roteiro pr vio que apresentamos para assegurar a previsibilidade da conversa o Encontro uma situa o comunicativa emergente e din mica caracterizada pela converg ncia imediata de tempo e espa o na proximidade no contato direto intera o face a face e nas respostas instant neas A an lise das unidades de significa o obedeceu ao processo de constru o de uma compreens o pragm tica Conforme essa compreens o uma frase pode ser entendida a partir de um significado que combina a for a ilocucion ria e o conte do proposicional da frase A fun o pragm tica do discurso orientar o entendimento o poder do discurso nessa orienta o segue das pretens es de validade 84 Discurso intera o ling stica por meio da qual as pretens es de validade dos participantes s o submetidas discuss o e cr tica para serem aceitos ou refutados Cada vez que afirma pergunta nega duvida acusa promete se desculpa e assim por diante o falante aciona quatro n veis virtuais de realidade as pretens es de validade frente aos quais pode ser desafiado a sustentar o que diz 1 pode ser desafiado quanto inteligibilidade do que diz 2 a verdade do que foi dito pode ser questionada porque comporta suposi es sobre fatos no mundo que podem ser errada
84. pio e mais precisa intervir a fam lia e precisa intervir a sociedade Ent o o regime de colabora o de fato digamos abstraindo agora da 151 malfadada compreens o que tinha o Regime Militar que eu acabei de aprender mas trazendo para o texto legal ele traz aquilo que preciso ser feito ou seja a educa o s se faz em um sistema em que todos os entes e mais a fam lia e a sociedade os entes federados possam de fato trabalhar em conjunto co laborar laborar com uns para os outros uns com os outros essa que a dificuldade Agora a quest o t o complexa e t o dif cil que a pr pria lei determina que o regime de colabora o seja regulamentado e at hoje n o se regulamentou o regime de colabora o e n s temos perdido alguma ocasi o de melhorar ou at de regulamentar o regime de colabora o por uma quest o muito grave que a quest o do financiamento da educa o porque toda a discuss o nacional desde a cria o do FUNDEF teve a sua import ncia e agora na cria o do FUNDEB ela tem se pautado pela quest o do financiamento e a quest o do financiamento mais divide Uni o Estados e Munic pios do que exerce a colabora o Ent o a Uni o n o colabora na medida exata que necess rio para que a educa o b sica no Brasil possa ter maior qualidade haja vista que a proposta inicial para o FUNDEB era de que a Uni o colaborasse co laborasse trabalhasse com dez por cento do conjunto dos fundos cont beis
85. por todos os tipos de textos descritivos ou po ticos que li interpretei e amei Ricoeur 1994a p 122 Nessa dimens o o intermundo o reposit rio das narrativas significados compartilhados que humanizam o tempo onde nos situamos como interlocutores mediando asser es entre a rela o pessoa e institui o Esta compreens o leva nos aplica o da teoria Habermasiana sobre a din mica de intersec o das esferas de valor como condi o da racionaliza o comunicativa o intermundo representa a unidade de uma racionalidade que procedimental e n o substantiva presa a um mon logo t cnico O intermundo representado nas formas de participa o nas esferas pol ticas formais nas arenas de comunica o e discurso especialmente voltadas para a tomada de decis o representadas nos parlamentos gabinetes processos eleitorais e partidos pol ticos e informais a rede ca tica espont nea e an rquica como fontes de comunica o e de discurso instalada na sociedade civil atrav s de projetos parcerias e inser es locais regionais nacionais e internacionais Nossa abordagem se esfor a em distinguir a esfera pol tica formal em rela o ao Estado uma cole o de institui es que fazem pol tica e tomam decis o Concebemos a import ncia da esfera pol tica informal como respons vel pela forma o da opini o e da vontade individual enquanto a esfera pol tica formal se encarrega da formula o das l
86. pra nica e exclusivamente botar notas na coluna social sobre a mulher do reitor e o reitor todo o dia se voc pegar os jornais da poca o reitor foi pra onde a mulher do reitor fez aquilo como bonita a mulher do reitor O cara recebia uma gratifica o para fazer isso e junto a isso muito muita gente encostada ali pra ganhar dinheiro Na secretaria da reitoria tinha uma fam lia que era basicamente a dona do neg cio Era uma m e dois filhos e uma nora Um era agiota Quando eu botei todo mundo pra fora eu n o botei t nhamos combinado que era botar O agiot o chegou l sentou se na minha frente professor o seguinte primeiro voc se levanta que eu n o lhe convidei para sentar o que voc quer N o vou me embora e foi embora Quer dizer era a casa da m e Joana Ent o mudar esses h bitos deixar claro que havia uma outra mentalidade e que n o ia haver privil gio foi fundamental Isso foi que fez com que inclusive algumas pessoas que apoiaram a candidatura come assem a descer do bonde entendeu Ent o n o tem privil gio O que que eu t fazendo aqui E foram se embora Ent o n s perdemos muito dos com pa nhei ros por conta dessa hist ria Estou chamando isso baila porque mostra muito uma certa recomposi o do poder t Primeiro os advers rios que estavam na reitoria achavam que depois do dia da posse ia ser uma invas o de bandeiras vermelhas e uma ca a s bruxas Isso n o aconteceu Houve um cert
87. processo de mudan a que eu pr prio entendi Eu tinha sido indicado no governo anterior e o Ministro da Educa o me perguntava se eu queria continuar o Ministro de Educa o de outro governo isso para mostrar justamente outra vez que falando do Conselho Federal de Educa o essa passagem que eu tenho tido independentemente de quest es pol tico partid rias eu tenho conseguido trabalhar E veja mas no pr prio Conselho Nacional de Educa o essa quest o do Sistema Unico ela hoje levantada por um conselheiro que foi ministro o Murilo Hingel com muita for a mas ela n o tem repercuss o Ela foi levantada agora no processo eleitoral por Crist v o Buarque que segundo ele pr prio disse de uma maneira muito consciente n o conseguiu empolgar n o N o conseguiu empolgar a sociedade O Prof Murilo Hingel tem assim vem desculpa a met fora um fantasma na sua vida risos porque foi o Ministro da Educa o que assinou a sua nomea o para Reitor Depois foi o ministro que saiu ficou afastado por conta da transi o para o Presidente Fernando Henrique Cardoso E depois nos encontramos no Conselho Nacional de Educa o como colegas dentro do Conselho e claro eu acho importante a discuss o que ele levanta sobre a educa o como um sistema e inclusive como um sistema nico que a gente precisa talvez n o reproduzir aquilo que era a proposta na poca em que ele era Ministro mas dentro de uma nova rea
88. providas para as tarefas e obriga es de gest o da pol tica educacional que procuram construir e reconhecer uma autoridade leg tima para o exerc cio da representa o pol tica Esse empenho envolve a necessidade de regular os h bitos e comportamentos requeridos no exerc cio da fun o de dirigente de ensino para que a gest o da pol tica educacional seja compreendida como um dom nio de atividades p blicas regidas por sua capacidade de ser antecipada est vel e planejada Caso contr rio se afirmaria um modelo regido exclusivamente por caprichos e humores ao sabor da din mica eleitoral Tal representa o tem a fun o de auxiliar nossa abordagem a evidenciar a atua o remetendo a a um pano de fundo que engendra a atua o de outras pessoas Examinamos o estado do conhecimento da gest o das pol ticas educacionais para demarcar um campo de tens o e questionar Qual o significado do Regime de Colabora o para a proposi o da gest o democr tica das pol ticas educacionais Como a atua o visada evidenciou a interlocu o entre os conte dos da gest o democr tica O que conta como resultados de um engajamento pol tico que se articula constru o do Regime de Colabora o Defendemos a tese segundo a qual a atua o de pessoas para construir e ampliar os espa os de proposi o e de gest o das pol ticas p blicas um fato institucional inovador da democracia no Brasil Ainda que esses espa os
89. que o casamento feliz enfatizamos criticamente a dedica o pol tica do Prof Dr Neroaldo como o aspecto de sucesso porque assim estrategicamente podemos sustentar a continuidade da interlocu o Igualmente valorizamos criticamente as oportunidades de produ o de narrativas que possam dar voz a institui o recusando a representa o da mesma enquanto algo desumanizado Para que essa rela o conjugal tenha sido feliz preciso pensar normativa e estrategicamente as representa es sobre os c njuges por meio de uma circunst ncia de reciprocidade A tarefa de amor maior recai sobre a pessoa porque s o as pessoas que interminavelmente fazem as institui es 90 Para que aquelas tarefas de uma vida sejam desempenhadas preciso construir um intermundo onde esse casal possa coexistir construir e sustentar uma imagem A reciprocidade se expressa na cria o de um intermundo a meio caminho entre a vida circunscrita no interior da rela o conjugal e a vida lan ada fora dela A reciprocidade n o pode se estabelecer em uma correspond ncia biun voca preciso que os c njuges n o estejam constantemente voltados para eles mesmos encerrados em suas quest es dom sticas Relacionamos a compreens o das refer ncias descritivas do mundo da pr xis humana em ntima associa o s refer ncias n o descritivas da dic o po tica pathos c smico o mundo o conjunto das refer ncias abertas
90. rela o aos mecanismos cerebrais Os conceitos de longo tempo estruturam o modo como n s pensamos eles s o instanciados nas sinapses 61 Enquadramentos fazem parte de uma inconsci ncia cognitiva ou das estruturas que n o podem ser conscientemente acessadas que s s o conhecidas por meio de suas consequ ncias pelo modo como raciocinamos e pelo que uma cultura conta como o senso comum Neste trabalho estamos nos esfor ando para associar a reflex o aos mundos vividos e s id ias como processos incorporados Sensibiliza nos a possibilidade de realizar nossa empreitada como um risco de poder prestar conta ao entendimento sobre a fun o da reflex o poder ser a de colocar a consci ncia em presen a de sua pr pria vida irrefletida nas coisas despert la para sua pr pria hist ria Hist ria que os processos de abstra o nos levam a esquecer O esquecimento a aus ncia de algo que podemos fazer presente podemos esquecer porque tamb m podemos lembrar 3 2 UNIDADES DE SIGNIFICA O Para estabelecer o pano de fundo da atua o produzimos o texto do primeiro tempo referente viv ncia na UFPB seguindo o ordenamento de rela es significantes da an lise Para que n o paire d vidas sobre o que quer dizer unidades de significa o neste trabalho consideramos o conceito de ar de fam lia GLOCK 1996 Nos casos em que nos referimos s situa es implicadas em olhar e ver interpretar nos valemos de conex
91. ria mandava para o Minist rio da Educa o grava es em v deo tape com as bandeiras do PT apoiando Neroaldo falando olha o candidato esse o cara que ganhou se voc s quiserem aprovar tudo bem mas um comunista um esquerdista E n s passamos n o sei n o me lembro mais do tempo essa coisa de data eu me esque o facilmente mas n s passamos muito tempo acho que quatro seis meses esperando que o Minist rio decidisse a posse Jos advers rios que estavam na reitoria achavam que depois do dia da posse ia ser uma invas o de bandeiras vermelhas e uma ca a s bruxas Isso n o aconteceu Houve um certo susto 44 A lembran a em quest o importante para este trabalho por evidenciar aspecto por auxiliar na publiciza o da dif cil rela o que se estabelece nos processos hist ricos e que est o presentes entre os obst culos erguidos interlocu o institucional Longe de desconsiderar o conflito que anterior e que obstaculiza a fala nossa posi o mediante os conflitos do espa o p blico decorre em primeira inst ncia do reconhecimento do lugar social de onde partimos esse lugar guarda uma estreita rela o com o Partido dos Trabalhadores com a hist ria o voto e o ap io ao Presidente Lula A diferen a deste momento vivido a consci ncia de que para os militantes que t m mais experi ncia de oposi o do que de governo de fato mais f cil ajudar um candidato a ganhar uma elei o do que ajud
92. sala de aula foi o ano passado mas isso me marcou que s vezes a gente n o v do trabalho que a gente faz o fruto a gente vem colher muito depois n A quando foi quase no final do ano o professor chega chegou vinha branco Da Luz resolva esse problema Da Luz porque eu pedi a Deus pra me dar for as o professor dizendo porque ele chegou na sala entrou eu reclamei Ai ele disse uma pornografia pro professor um nome feio um palavr o ai eu fui e disse Deixa professor vou chamar ele agorinha pra falar com ele ai eu chamei ele veio j com a cabe a baixa um homem j tava de barba e tudo ai eu disse meu filho eu fiquei t o decepcionada hoje porque eu esperava isso de qualquer pessoa mas de voc uma pessoa que eu tenho como um filho voc sabe como eu trato voc aqui voc v o respeito que eu tenho por voc Alguma vez voc me viu lhe dirigir a palavra dessa forma Ai comecei a conversar com ele assim a tava eu a orientadora e a psic loga eu conversando com ele Ele de cabe a baixa ele disse Da Luz voc me desculpa e eu digo n o a mim que voc deve desculpa voc deve desculpa ao professor Ele mas a ele eu n o pe o porque pra ele pedir desculpa a um professor um homem igual a ele acho que ele se v assim na quest o n e a vergonha diante dos outros n Eu disse n o voc tem que pedir desculpas ao professor Mas eu n o pe o a ele
93. salarial porque o estresse da vida do professor voc sabe a gente n o tem s um expediente a gente tem tr s expedientes pra sobreviver isso d um estresse muito grande E o que acontece eu noto eu sempre levo para o lado positivo da coisa para ver se eu levanto astral das meninas mas eu noto que eu consigo Mas tem coisa que a gente v que foge como uma areinha na m o escorre No momento eu t sentindo isso no momento eu t sentindo um pouco de como que se diz assim digamos que com outro se fosse com meu eu faria diferente entendeu E eu n o acho que a gente deve fazer assim pensando que o nosso que est ali digamos as crian as Porque esse menino assim ou assado eu digo vamos ter calma vamos ver porque esse menino assim vamos ver a hist ria de vida desse menino Eu digo n o Vamos tentar ajeitar voc v esse menino tem isso s vezes eu consigo mas eu vejo que n o uma coisa satisfeita A eu fico doente porque eu quero que aquilo de outra forma e n o Eu digo assim aquele menino que est ali podia ser minha neta que hoje est ela estuda numa creche da prefeitura minha neta Entendeu porque eu acho que a gente tem que acreditar Sim no servi o p blico Eu acho assim eu sou professora tamb m no estado e noite que eu ensino noite desculpa que eu sou muito emotiva e noite eu tenho da faixa et ria de quatorze oitenta anos m
94. secret rio que faz o conjunto das pessoas que trabalham com ele por exemplo a maneira democr tica com que n s trabalhamos com a equipe aqui dentro da secretaria de educa o um estilo de di logo que eu exercito as pessoas me v em como secret rio sim mas me v em como um aliado me v em como um companheiro de trabalho aqui dentro e isso fundamental ent o nesse sentido eu acho que foi importante para minha hist ria pessoal e talvez seja pretens o dizer mas eu vou dizer para a pr pria hist ria da educa o na Para ba eu ter sido secret rio municipal e estar sendo secret rio estadual de educa o GESU NA A vou pegar das hist rias contadas da constru o da personalidade voc falava uma coisa que me deixou bastante sensibilizada porque eu sou uma pessoa que conhece o meu pa s pela minha origem e compartilho muita coisa de 124 quando voc falava da condi o dos que aprenderam a respeitar os humildes pelo pai que era chofer de pra a NEROALDO verdade GESU NA pela m e que era uma dona de casa e depois falava da sedu o dos incensos risos dos rituais esta rela o entre uma solenidade o latim a sofistica o liter ria e essa simplicidade essas duas pontas Voc pega esse trabalho de estar aqui nesse expediente pouco sedutor essas coisas uma pessoa que tem uma sofistica o n o uma sofistica o NEROALDO Tive a oportunidade de sair de S o Caetano ter sido d
95. sejam intersticiais eles s o recorrentes portanto envolvem protagonismos propostas e pr ticas que j est o em Curso O texto est estruturado em quatro se es na primeira apresentamos os aspectos estruturantes do trabalho e a abordagem te rico metodol gica para apoiar o conceito de interlocu o institucional que especifica o conceito normativo de regime de colabora o Enunciamos as refer ncias te ricas reconstru das no di logo com as id ias de Habermas 1984 2000 2003 Ricoeur 1994abc Geertz 1989 2006 Searle 1995 Kerbrat Orecchioni 1990 2006 Ryle 1968 e Lakoff 2005 Apresentamos os procedimentos de pesquisa e o estado do conhecimento do objeto MELO amp VEY 1995 MELLO 1994 COSTA 1997 AFFONSO etal 1996 XAVIER 1994 FUNDAP 1997 CEPAL amp UNESCO 1995 LECLERC 1999 SEDUC MT 1999 CARDOSO NETO 2004 LEITE 1994 GENTILI 1995 1996 2004 FRIGOTTO 1995ab DINIZ 2001 COUTO amp ARANTES 2006 OLIVEIRA amp DUARTE 2001 ARRETCHE 2002 FERRETTI 1999 BALL 2004 OLIVEIRA 2004 Ademais delimitamos um campo de tens o para tra ar a especificidade de nossa abordagem Esta especificidade do conceito normativo de regime de colabora o est relacionada concep o do sistema p blico de educa o b sica concebido enquanto um espa o p blico de direitos KELLNER 2001 HOLLIS 1996 SADER 1995 BARTLETT 2001 Na segunda se o explicitamos as categorias enuncia
96. sentido pejorativo de colabora o 43 anos ap s o golpe militar 07 A n o regulamenta o do Regime de Colabora o 08 A especificidade da pr tica pol tica na gest o 09 A paix o pela educa o de jovens e adultos 10 Qual o grande debate da educa o nacional hoje 11 O conjunto da atua o 12 A circunst ncia da filia o ao PTB 13 Um homem em termos pessoais e em termos institucionais 14 A fiscaliza o da CGU e o processo judicial encaminhado pelo procurador 86 C ORDEM DO FLUXO DE CONVERSA O Permeando intermundos D ZONA DE INDETERMINA O NA S RIE ABERTA DA ATUA O Projeto Pol tico Eleitoral a O ENQUADRAMENTO FRAMING A carreira docente desenvolvida pelo Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo em 1977 na Universidade Federal da Para ba tomada como refer ncia para o recrutamento dos grupos dirigentes pode ser comparada adequadamente a uma rela o conjugal em que apesar do amor n o ser igual dos dois lados o casamento feliz A distin o inicial representa o reconhecimento de que o professor em quest o desenvolveu plenamente sua carreira em uma institui o cujo quadro de professores segundo o Plano de Desenvolvimento Institucional em 2007 perfaz o total de 1778 docentes contando 62 professores graduados 134 especialistas 672 mestres e 910 doutores O objetivo da compara o expressar o significado problem tico da pr t
97. situa o bastante concreta houve algum modo de inserir esse pessoal esses jovens no cotidiano para usar a escola JANETE Houve houve e at hoje h entendeu Aqui eles jogam todo final de semana eles t m timezinho de futebol jogam na escola de manh e tarde no final de semana feriado nas f rias eles jogam todos os dias nas f rias eles entram na escola empinam pipa ent o tem todo esse trabalho a gente faz aquela reuni o tem uma lideran a n Pra mostrar para eles que a gente n o quer fechar a escola n o quer que eles pulem a escola que eles n o s o marginais a gente quer que eles entrem pelo port o mas que eles cuidem ent o a gente faz esse trabalho com a comunidade e a gente tem adquirido um retorno muito positivo GESU NA Eu queria que isso ficasse registrado porque eu n o quero que algu m pense ah tirou as crian as e Tem uma quest o anterior que eu acho que d pra comparar experi ncia que muito interessante pra todos n s a experi ncia de ser indicada e de ser eleita Voc preferia hoje ser indicada ou ser eleita JANETE Eleita Eleita com certeza porque a inger ncia pol tica na escola apesar de na poca de Professor Neroaldo n o existir inger ncia n Pol tica mas eu sou muito ruim a inger ncia pol tica na escola essa coisa de indica de bota de tira da gente estar com aquele medo sempre com aquele medo de resolver as coisas GESU NA Tem alguma vantage
98. stress da vida do professor porque voc sabe que o professor n o d s um expediente n s damos tr s expedientes pra sobreviver ent o isso tudo leva a um stress muito grande e a o que que acontece E eu noto que as pessoas n o t m momento aqui a gente conversando eu tento deixar todo mundo vontade s vezes N o Da Luz mas eu sempre levo pro lado positivo da coisa pra ver se eleva o astral das meninas e eu noto que eu consigo mas tem coisa que a gente v que foge foge como uma areinha na m o vai escorregando escorregando quando a gente v n E eu to sentindo isso no momento eu to sentindo essa parte um pouco de como que se diz assim digamos com outro se fosse com meu eu faria diferente entendeu E eu n o acho eu acho que a gente deve fazer assim pensando que o nosso que ta ali digamos as crian as porque esse menino assim assado e eu digo mas vamos ter calma vamos ver por que esse menino assim vamos ver a hist ria de vida desse menino as voc fica eu digo n o vamos tentar ajeitar vamos olha voc v esse menino tem isso s vezes eu consigo entendeu Mas s vezes eu vejo que n o uma coisa satisfeita GESU NA Ent o nesse caso seria o nosso DA LUZ a eu fico doente porque eu quero que aquilo seja diferente e n o emocionada GESU NA E o nosso que voc imagina assim se fosse nossos filhos DA LUZ eu digo assim a
99. tem que conviver com essas dificuldades tem que conviver com essas quest es E isso faz parte do dia a dia a gente convive no sindicato a gente convive em casa a gente convive na rua a gente convive no trabalho GESU NA Ronaldo dizia para mim que voc um incendi rio que uma pessoa que agita muito um agitador que vai aonde os problemas est o e l onde os problemas est o voc procura fazer com que se busque um consenso com os protagonistas dos problemas a diretora do Lions de Tamba dizia justamente que s vezes ia falar com voc e voc dizia um n o e depois ela pensava por que saia sorrindo com um n o do Prof Neroaldo Ela percebia que precisava conversar Os professores querem conversar a normatividade narrativa se voc tem um problema e n o tem com quem falar e voc n o pode ver isso ent o n o tem como resolver esse problema Ent o esse aspecto de conversa com os outros pol ticos passa por a porque e se o segundo momento a dificuldade uma dificuldade institucional este deve ser um problema de todos NEROALDO Um problema de todos que eu naturalmente eu tamb m tenho e eu tamb m enfrento e eu n o fujo a me identificar como um homem que est na situa o e quando voc est na situa o voc enfrenta o elogio do trabalho ou a cr tica quando eventualmente as coisas n o acontecem de acordo como quer a sociedade ou muitas vezes a cr tica injusta como quer um ou outro da oposi o GESU N
100. tica na gest o 9 a paix o pela educa o de jovens e adultos 10 qual o grande debate da educa o nacional 11 o conjunto de uma atua o 12 a circunst ncia da filia o ao PTB 13 um homem em termos pessoais e em termos institucionais 14 a fiscaliza o da Controladoria Geral da Uni o e o processo judicial A quarta se o apresenta as coordenadas normativas para uma cartografia do regime de colabora o e o fluxo de conversa o sobre o conceito de regime de colabora o 2 CAP TULO DEMARCA O TE RICO METODOL GICA DA INVESTIGA O 2 1 O OBJETO DE ESTUDO O objeto deste estudo a interlocu o institucional para viabilizar um Regime de Colabora o A interlocu o tal como compreendida neste trabalho o modelo de intera o social aplicado coordena o de pol ticas que comporta um n vel de superf cie e um n vel de profundidade Em um n vel de superf cie a intera o a conversa e esta fornece as regras pr existentes pouco coercitivas probabil sticas e posterg veis por meio das quais os participantes se alternam em suas contribui es verbais Em um n vel de profundidade instaurada uma sistem tica com as seguintes caracter sticas a constitui se um mbito interno para demarcar os falantes como participantes compromet los com a continuidade e a manuten o do espa o de debate b exibe a necessidade de aprofundamento de um mesmo tema ou a persist ncia sobre um
101. tinha uma mudan a de rumo uma mudan a mesmo ideol gica no sentido de que a universidade era mais para roubar N o se rouba mais desde o tempo de Neroaldo essa uma coisa importante Isso ai fundamental Jader desde o tempo de Neroaldo assumindo a pr reitoria de administra o ele teve um trabalho desgra ado pra moralizar aquele neg cio e depois que ele assume se mant m Voc pode ser contra Jader em um bocado de coisa excesso de autoritarismo s vezes certas decis es meio confusas Mas uma certa retid o na condu o da coisa p blica e Polari at mais moralista nesse sentido Acho que aquela esculhamba o aquela casa de m e Joana acabou Eu me lembro que quando eu assumi na primeira semana no gabinete quando as pessoas entravam pedindo as coisas mais absurdas eu fiz uma plaquinha de papel o e coloquei a frase m e Joana n o mora mais aqui risos Quando as pessoas chegavam com os pedidos absurdos olhavam a plaquinha j iam embora Porque era realmente a casa da m e Joana Chegou um camarada l me pedindo dinheiro porque toda semana o sobrinho mandava o chefe de gabinete dar um dinheiro a ele porque ele precisava viajar n o sei pra onde Pra me ver livre do cara peguei cinco reais cinco qualquer coisa dei pro cara Um m s depois o camarada chega e olhe eu acabei de matar um sujeito e preciso viajar pra S o Paulo Digo vou chamar a pol cia federal j que voc matou e t aqui isso aqui isso aqui
102. top considera um processo mais microsc pico cujos elementos finais s o sempre locais e individuais conectados especificidade do Tamb m caberia a este cap tulo o t tulo O que Descartes e Spinoza n o puderam fazer por mim em refer ncia reflex o de Dascal 2006 p 78 diante da posi o de Descartes segundo a qual o primeiro passo para qualquer investiga o saud vel descartar as vis es tradicionais assim como os nossos preconceitos e sobre a vis o de Spinoza segundo a qual esse tipo de informa o comportaria apenas o tipo mais inferior de conhecimento o que ele chama de conhecimento por ouvir dizer por meio do qual jamais poderemos alcan ar a verdadeira ci ncia Concordamos com Dascal ao firmar que esse conselho tiraria das costas do pesquisador um dos fardos mais pesados isto o exame minucioso do estado do conhecimento do assunto da pesquisa ou que se chama de o estado da arte Para este levantamento consideramos a pretens o de que o mesmo permite reconhecer e identificar as reas de tens o CASTRO amp WERLE 2004 Esta apresenta o inspirada no modelo sugerido por Hollis 1996 que vincula o modelo top down s explica es que s o familiares ao modelo das ci ncias naturais e o modelo bottom top s explica es hermen uticas 27 papel pedag gico e cultural onde as press es dos fen menos estruturais encontram as rela es sociais uma dire o que se comp
103. um territ rio federal riso eu vou ligar para o delegado fulano de tal e ele vem pra c te prender acho bom voc ir embora risos Tinham essas coisas absurdas que era qualquer coisa menos universidade era um balc o de neg cios violento E n o era de grandes neg cios era um botequim onde com o dinheiro da universidade algumas pessoas viajavam iam de avi o pra Fortaleza comprar roupa pra vender aqui com dinheiro de di rias da reitoria as grandes festas feitas para o candidato da oposi o o dinheiro era arrecadado assim todas as secret rias todo mundo pedia 184 di ria aquelas di rias eram juntadas e se pagava as grandes festas E era essa a forma de locupletar tirando outras coisas eu t falando o mi do tinha outras coisa mais pesadas a Em que as pessoas estavam l n o era para outra coisa n o era pra desviar dinheiro pra fazer negociata Isso acabou Instalou se uma certa tradi o de moralidade dentro da universidade que est a at hoje Voc pode encontrar alguma falcatrua em algum centro onde permaneceram alguns nichos dessa turma anterior eu acho que a partir de Neroaldo corre um ar mais respir vel na universidade seguramente E isso foi feito com muito sofrimento nos primeiros momentos eu vivia basicamente dentro da sala dele porque era uma tens o muito grande s vezes eu sentia que eu permanecia mais tempo do que deveria inclusive acompanhando certas conversas de algumas pessoas que gostariam de
104. y luchas docentes em Am rica Latina Educa o amp Sociedade n 89 2004 p 1251 2004 GLOCK Hans Johann A Wittgenstein Dictionary Oxford The Blackwell Philosopher Dictionary 1996 GRICE H P Logic and Conversation In GEIRSSON Heimir LOSONSKY Michael Readings in Language and Mind Oxford Blackwell Publisher 1996 p 121 133 HABERMAS J Mudan a estrutural da esfera p blica Investiga es quanto a uma categoria da sociedade burguesa Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1984 Direito e democracia Entre facticidade e validade Vols e Il Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 2008 Droit et Democratie entre faits et normes Paris Gallimard 1997 Apr s l tat Nation une nouvelle constellation politique Th orie de Agir Communicationnel Tomes Ill Paris Fayard 1987 Racionalidade e comunica o Lisboa Biblioteca de Filosofia Contempor nea 1996 136 HOLLIS Martin Philosophy of Social Science In BUNNIN Nicholas amp TSUI JAMES E P The Blackwell Companion to Philosophy 1996 p 358 387 KELLNER Douglas Habermas the public sphere and democracy a critical intervention In HAHN Edwin Perspectives on Habermas Illinois Chicago amp La Salle 2001 p 259 287 KERBRAT ORECCHIONI Catherine Les Interactions Verbales TI Paris Armand Colin 1990 An lise da conversa o princ pios e m todos S o Paulo Par bola Editorial 2006 LAKOFF G Don t think of an elephant N
105. A Porque a passa por uma pr tica de desqualifica o 119 NEROALDO Exato GESU NA Eu j desqualifiquei mas eu tenho trinta e nove anos eu nunca fui secret ria de educa o eu fui uma pessoa revoltada que queria xingar eu j xinguei secret rio de educa o quando eu comecei o magist rio antes de entender o que era o sindicalismo aquela coisa toda e eu acho que isso fez parte da minha constru o de identidade NEROALDO Exatamente GESU NA Mas eu aprendi que a desqualifica o algo que se volta contra o desqualificador NEROALDO Exatamente GESUINA E que n s temos que qualificar nosso interlocutor NEROALDO Claro claro e respeita lo na diversidade Agora essa a luta cont nua do dia a dia 4 14 A FISCALIZA O DA CONTROLADORIA GERAL DA UNI O E O PROCESSO JUDICIAL ENCAMINHADO PELO PROCURADOR A Controladoria Geral da Uni o CGU apontou irregularidades nas constas da Secretaria de Estado de Educa o em julho de 2005 Essa informa o potencialmente acess vel a todos os cidad os serviu de base para o ajuizamento de a o por improbidade administrativa e anula o de atos administrativos por iniciativa do Procurador Duciran Van Marsen Farena resultando no Processo n 2006 82 00 004280 8 na 1 2 Vara da Justi a Federal PB em julho de 2006 este o assunto que conversamos nesta unidade de significa o O processo corre em segredo de justi a e neste dia 29 de mar o de 2007 falam
106. Adultos Ou seja passando por diversos governos e diversas maneiras de ver o mundo e de fazer pol tica 4 10 QUAL O GRANDE DEBATE DA EDUCA O NACIONAL Nesta unidade destacamos que ainda existe uma descontinuidade na pol tica educacional pa s em vista do destaque dado Educa o de Jovens e Adultos mas existem as pessoas que t m as mem rias e ter essa mem ria sobre os acontecimentos da pol tica educacional se torna n o um privil gio n o s miss o mas Obriga o Exatamente De conhecer toda essa hist ria e de participar dela E sempre como o mesmo discurso eu tenho a consci ncia muito clara de que em lugares diferentes a minha posi o n o mudou em lugares diferentes eu continuei estabelecendo o di logo 114 Continuamos a conversa o sobre o federalismo de descentraliza o centraliza o que tem te ocupado para considerar como as quest es t m sido tratadas nacionalmente a partir da participa o de nosso interlocutor na UNDIME no CONSED e no Conselho Nacional de Educa o Essa uma discuss o dif cil uma discuss o que n o prosperou acho que nos ltimos tempos e voc tem essa preocupa o Quer dizer o que est faltando discutir qual perspectiva qual o grande debate da educa o nacional Esse um deles e n o prosperou nem no Conselho Nacional de Educa o onde eu fiquei durante quatro anos e entendi que n o deveria continuar por mais quatro anos por um
107. B Eu tive uma disputa muito forte dentro do CONSED eu era vice presidente do CONSED o Presidente era Chalita de S o Paulo e que por uma posi o naturalmente dele levou o CONSED a uma intransig ncia em rela o entrada da creche no FUNDEB eu fui o nico secret rio estadual que se posicionou publicamente para entrada das creches no FUNDEB Por qu Por compreender que a gente teria que romper essa briga Estados e Munic pios por compreender que a educa o b sica come a desde a creche at o ensino m dio o ensino profissional e que n o teria sentido n o teria sentido a creche n o entrar Agora evidentemente que a gente entendia que o ensino fundamental deveria continuar sendo priorit rio e n o a creche e que nenhum pa s do mundo conseguiu universalizar a creche Nenhum pa s do mundo ningu m chega a mais de quarenta por cento de atendimento em creche mas que era preciso n o E o que aconteceu Perdemos dois anos estava tudo particularmente acertado entre a UNDIME CONSED e Minist rio da Educa o h dois anos para que a creche entrasse no FUNDEB mas o presidente Chalita ele era o presidente e eu era o vice ele desautorizou esse entendimento E o que n s vimos Se arrastou por mais dois anos a discuss o do FUNDEB que foi aprovada no final do ano passado e a regulamenta o acabou sendo feita por medida provis ria e n o por uma discuss o maior dentro do Congresso Nacional Falamos sobre as condi es adv
108. LISTA DE ILUSTRA ES Figura 1 Representa o do modelo de interlocu o institucional p 06 Figura 2 Representa o do modelo de intera o dos momentos ou n veis de din micas interpretativas tan ts fora O OM OC RA SR a RR apa E ai PA De p 19 Figura 3 Representa o das intera es ao n vel textual p 21 Figura 4 Representa o das intera es etnogr ficas p 23 Figura 5 Representa o das intera es ao n vel interpretativo textual p 25 Figura 6 Representa o de a o simb lica a p 53 Figura 7 Representa o de a o simb lica ana p 53 Figura 8 Representa o de media o simb lica p 56 Figura 9 Ilustra o sobre o papel da narrativa na vida atriz Zez Mota no papel de Maria Carolina de Jes s sea cas efe dean AE de eea Eana Rasne SE AFELA E DES RR SS PS A a an p 57 Figura 10 Representa o das rela es discursivas que comp em o texto p 65 Figura 11 Representa o de condutas primeira vista m scaras de teatro p 65 Figura 12 Representa o das unidades de significa o de viv ncias na Rede Municipal ESP PAGE NDA PA Ee RR E PR SR O PERENE PRA PNR PRODASE PIOR p 82 Figura 13 Representa o da contextualiza o da ida para a Undime p 94 Figura 14 Representa o da
109. O MONTE DE ALMEIDA JO O PESSOA 21 DE AGOSTO DE 2006 Ronaldo o seguinte quando eu conhecia Neroaldo j h muito tempo desde a Funda o da ADUF ele tava voltando do doutorado dele S o Paulo e n s ficamos amigos em uma greve n o me lembro mais qual ano foi Tinha greve todo ano na poca da ditadura na poca n s est vamos organizando a ADUF ent o n s cheguei junto de Neroaldo bom fazendo pol tica universit ria pol tica docente mas ao mesmo tempo n s nos tornamos amigos pessoais A partir de um determinado momento eu vou para Campinas fazer o doutorado entre 89 90 e nesse tempo Neroaldo se candidata a reitor Eu t fora Ent o quando eu volto Neroaldo me convida para ser chefe de gabinete dele e a foi uma situa o muito complicada porque eu n o estava aqui em toda a campanha Foi uma campanha extremamente emotiva at onde eu sabia Neroaldo conseguiu mobilizar pol tica e afetivamente as pessoas E para muita gente que tinha trabalhado na campanha eu era um ilustre desconhecido Ent o por qu Quem esse cara Ningu m sabe quem com exce o das pessoas que fizeram pol tica docente comigo na poca Quem esse cara que de repente aparece como chefe de gabinete Isso feriu vamos dizer assim o brio de pessoas que achavam que por direito o cargo de chefe de gabinete era delas Ent o crit rio que Neroaldo usou para a minha escolha foi diferentemente de todos os outros ele disse a nica pe
110. R The Construction of Social Reality New York Free Press 1995 SILVA Tomaz Tadeu da GENTILI Pablo Neoliberalismo qualidade total e educa o Petr polis Vozes 1995 SOUZA Donaldo B FARIA Lia C M de Reforma do Estado descentraliza o e municipaliza o do ensino no Brasil a gest o pol tica dos sistemas p blicos de ensino P s LDB 9394 96 Ensaio Avalia o e Pol ticas P blicas em Educa o n 45 2004 p 925 944 SOUZA Donaldo B VASCONCELOS Maria Celi C Os conselhos municipais de educa o no Brasil um balan o das refer ncias nacionais 1996 2002 Ensaio Avalia o e Pol ticas P blicas em Educa o n 50 2006 p 39 56 SOUZA Alberto de Mello e Determinantes da aprendizagem em escolas municipais Ensaio Avalia o e Pol ticas P blicas em Educa o n 49 2005 p 413 434 UNDIME O Fundef na avalia o da Undime Bras lia mar o de 1999 VAN ZANTEN Agnes Efeitos da concorr ncia sobre a atividade dos estabelecimentos escolares Cadernos de Pesquisa n 126 2005 p 565 598 XAVIER Antonio Carlos da R MELLO Guiomar N SOBRINHO Jos Amaral Gest o Educacional experi ncias inovadoras Bras lia IPEA 1995 WERLE Fl via Obino C SISSON Marta Luz de C Estado do Conhecimento em administra o da educa o uma an lise dos artigos publicados em peri dicos nacionais 1982 2000 Ensaio Avalia o e Pol ticas P blicas n 45 2004 p 1045 1064 WHITE Steph
111. Trata se da investiga o sobre os movimentos populares na d cada de 1970 80 contribuindo para a democratiza o no pa s 48 unificados pelo reconhecimento de um advers rio comum o crit rio para considerar as escolhas passam pela auto regula o e pela moralidade mais do que pelos manuais de teoria pol tica A atua o remete ao movimento de reconfigura o do espa o p blico atrav s do desej vel deslocamento de pessoas do espa o de manifesta o pol tica para um espa o de proposi o de pol ticas Cada um desses espa os tem uma din mica pr pria A proposi o das pol ticas envolve graus de dificuldades que precisam ser vencidas passo a passo pressupondo tempo insist ncia e avalia o Dependem do empenho pelo manejo dos processos pol ticos e dos saberes t cnicos em jogo tanto ao n vel das macro estruturas quando nos processos de legitima o O que fazer para n o reprimir os conflitos custa da proposi o de pol ticas O que fazer para que a explicita o dos conflitos nos espa os de manifesta o pol tica n o impe a a participa o na proposi o de pol ticas Por essas quest es nos remetemos ao papel da interlocu o no espa o p blico de direitos Certas pessoas formulam id ias de um certo modo expressam as id ias em certas circunst ncias e s o investidas de certa autoridade para difundir as id ias e para exercer influ ncias mediante certos processos Mas quando pessoas s o eviden
112. UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARA BA CENTRO DE EDUCA O PROGRAMA DE P S GRADUA O EM EDUCA O GESU NA DE F TIMA ELIAS LECLERC O CONCEITO NORMATIVO DO REGIME DE COLABORA O ENQUANTO CONSTRU O E AMPLIA O DOS ESPA OS P BLICOS DE DIREITOS media es no percurso institucional da atua o do prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo JO O PESSOA 2007 GESU NA DE F TIMA ELIAS LECLERC O CONCEITO NORMATIVO DO REGIME DE COLABORA O ENQUANTO CONSTRU O E AMPLIA O DOS ESPA OS P BLICOS DE DIREITOS media es no percurso institucional da atua o do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo Tese apresentada ao Curso de P s Gradua o em Educa o Centro de Educa o Universidade Federal da Para ba como requisito para Obten o do t tulo de Doutora em Educa o Orientadora Prof Dr Edna Gusm o de G es Brennand Jo o Pessoa 2007 L462c LECLERC Gesu na de F tima Elias O conceito normativo do Regime de Colabora o enquanto constru o e amplia o de espa os p blicos de direitos media es no percurso institucional da atua o do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo Gesu na de F tima Elias Leclerc Jo o Pessoa 2007 Orientadora Edna Gusm o de G es Brennand UFPB CE Tese Doutorado em Educa o Centro de Educa o Universidade Federal da Para ba 1 Azevedo Neroaldo Pontes de Gestor Educacional Hist ria e Cr tica 2 Pol tica Educacional Sistemas F
113. Undime Pb a um investimento na consolida o local da entidade a partir de dois eixos norteadores a garantia de condi es infraestruturais e o fortalecimento do papel de inst ncia formadora e de articula o pol tica dos dirigentes municipais O primeiro eixo foi visado a partir do apoio da Prefeitura Municipal de Jo o Pessoa cess o de espa o f sico material permanente e de consumo e equipamentos para 37 instala o da Secretaria Executiva da Undime local com recursos Do Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF e com a busca pela auto sustenta o atrav s de tentativas de cria o de uma sistem tica de contribui o dos Munic pios que n o se viabilizou A alternativa se apresentou no estabelecimento de conv nios frente aos quais a Undime assumia a obriga o de representar os interesses da educa o municipal junto as autoridades constitu das coletar produzir e divulgar informa es relativas ao ensino p blico municipal e legisla o correspondente propor mecanismos para assegurar o ensino b sico em uma perspectiva municipalista buscando a universaliza o do atendimento e o ensino de qualidade e firmar recibos das anuidades em nome das prefeituras A contrapartida dos munic pios nesse modelo de conv nio foi financeira conforme tabela de contribui o segundo o n mero de habitantes Estabeleceu se a nuclea o dos Munic pios a partir de doze p los agregadores e foi implantado u
114. a o recorrente 4 13 UM HOMEM EM TERMOS PESSOAIS E EM TERMOS INSTITUCIONAIS Esta unidade de significa o est implicada em nossa percep o mais aproximada da conjuntura NEROALDO evidente que em termos pessoais eu n o tenho dificuldades de interlocu o com pessoas de outros partidos pessoas que pensam diferente Entendo que aprendi ao longo do tempo a respeitar as id ias dos outros e naturalmente pretendo tamb m ter sido respeitado e continuar sendo respeitado dentro da sociedade paraibana onde eu vivo h trinta anos GESU NA voc fala com uma tranquilidade que eu admiro NEROALDO agora a vem a sequ ncia n o sei se isso que voc quer dizer Evidente que na hora em que voc est num cargo executivo e num cargo executivo que tem ligado a um grupo de partidos que administra o estado que se constitui na situa o e que h um outro grupo de partidos que se constituem em oposi o evidente que h dificuldade de interlocu o E por isso que eu comecei falando do ponto de vista pessoal do ponto de vista institucional evidente que h dificuldades porque muitas vezes as quest es s o colocadas n o em termos da educa o n o em termos daquilo que est sendo feito mas em termos da disputa de poder seja pelo governo seja pela oposi o e aqui eu n o quero falar da situa o ou da oposi o mas do confronto de posi es que existem dentro do executivo e como eu estou no executivo e estou na s
115. a GESU NA Acelerou a concorr ncia NEROALDO acelerou a concorr ncia GESU NA E a id ia do fundo cont bil que parece pr tica gerencialmente eu n o sei vou explorar s se n o fosse cont bil porque a gente n s fugimos do conflito se a gente assumisse o conflito de ter que negociar NEROALDO GESU NA Mas se voc coloca um fundo cont bil que chega automaticamente em uma conta e n o fala nada NEROALDO Ent o n s estamos presenciando nesse momento dificuldades extraordin rias no relacionamento Estados e Munic pios no Brasil todo em fun o dessa disputa ou seja n s ao inv s de caminharmos para a regulamenta o e sobretudo para o di logo e uma palavra important ssima que voc utiliza no seu trabalho para definir esse di logo e o regime de colabora o que a interlocu o quer dizer se a gente caminhasse para a interlocu o seria muito mais apropriado do que fazer o caminho inverso que n s estamos fazendo que o caminho da disputa GESU NA Agora a sua participa o nesse processo quer dizer a constru o do agente Prof Neroaldo a sua capacita o e esse hist rico de ter sido indicado pelas for as que eram vamos chamar assim da esquerda e voc de direita esse modelo mas tem uma coisa interessante tamb m da engenharia pol tica que n s estamos aprendendo que n o d para refor ar a apartheid tem que tentar porque existe o apartheid part
116. a Secret rio Municipal de Jo o Pessoa eu era secret rio Municipal e a do Prefeito C cero Lucena sem nenhum dem rito sem nenhum problema Como amplamente aceito o fato de que o contexto desempenha um papel central na interpreta o sublinhamos o recurso ao verbo contextualizar verbo de realiza o percorrer um encadeamento de id ias reconfigurando temporalidades Utilizado diretivamente pelo interlocutor para oferecer as condi es preparat rias julgadas adequadas para se entender verbo de sucesso perceber e ser convencido as raz es que o levaram a presidir a UNDIME Na contextualiza o destacamos a iniciativa de designar pelo nome o aliado em sua trajet ria p blica nos ltimos dez anos o ex prefeito de Jo o Pessoa e atual Senador pela Para ba C cero Lucena PSDB A designa o segue acompanhada de uma contextualiza o ling stica e a sem nenhum dem rito sem nenhum problema antecipando sua disposi o de esp rito para facilitar a intera o sabendo que o contexto dial gico seria preservado para o caso do assunto ser retomado e o reconhecimento dos assuntos de seus detratores Prossegue diretivamente fazendo a compara o de situa es de elei o na UNDIME PB Indica pela conjun o concessiva embora a necessidade de atenuar o aspecto de ser secret rio de educa o na capital entre as condi es para presidir a UNDIME PB informando sobre diferentes processos eleitorais Nessa c
117. a a edi o cr tica de A Bagaceira imensa a responsabilidade mas tem sido grande a honra de chegar a reitor da UFPB como Lynaldo como Jackson como Milton Paiva Dentro em breve estarei terminando o mandato o mandato de reitor mas n o o v nculo com a Universidade Perdoem me o tom pessoal mas devo dizer que meus v nculos com o Estado se refor aram pelos in meros amigos que tenho assim como pelos filhos Pedro e Leila paraibanos porque aqui eles nasceram As minhas emo es passam hoje pela Para ba Este o meu lugar Assim ao receber este t tulo eu queria ao mesmo tempo em que registro minha dedica o Para ba fazer uma verdadeira declara o de amor universidade p blica aqui substanciada na UFPB Sou intransigentemente defensor deste patrim nio presente em todo o Estado fruto de esfor os de tanto que a nossa Universidade Tenho observado como a muitos incomoda uma Universidade de porte como a UFPB A imprensa do Sul procura muitas vezes desacreditar o que fazemos de bom N s mesmos quantas vezes transformamos nossas reais mazelas em desculpas para n o realizarmos melhor o nosso trabalho Estou cada vez mais convencido da import ncia da Universidade para a constru o da cidadania para a tomada de consci ncia em rela o ecologia a necessidade de buscar solu es para os sem terra os sem teto os sem emprego os sem alimento Compreendo que a Universidade deve ser cada vez mai
118. a para ir l pra secretaria da educa o n o uma hip tese fundamental s para eu entender que outras trajet rias quer dizer se ele n o fosse secret rio da educa o ele teria sido o que Levantar situa es contrafactuais para entender e dar mais valor op o de ser secret rio de educa o Todo o primeiro momento de sua fala a respeito da constru o da representa o pol tica de Neroaldo na reitoria e os elementos pol ticos ali agregados tanto de ades o como de deser o de conflito talvez lance o retrato para as dificuldades de uma luta parlamentar Eu n o consigo ver o professor Neroaldo como um parlamentar Porque justamente a constru o do parlamentar tem sido eminentemente uma pessoa de oposi o que tem constru do sua formula pol tica sempre na desconstru o do governo e ele como uma pessoa talvez de a o Ronaldo ele um executivo Gesu na exato talvez seja esse elemento e a como executivo ele teria que criar as condi es para ser aquela lideran a E quanto mais voc luta na pol tica mais voc tem que lutar porque n o acaba A ele est construindo est agindo mas no caso do executivo talvez ele tenha uma problema de identidade riso porque quem anda falando com todo mundo quem tem essa vis o mais popular mais aberta tem que traduzir em votos E quem administra tem que traduzir em uma certa disciplina agenda ent o ele 180 Ronaldo ele contradit rio
119. a ao que requerido no est gio em que a conversa se encontra segundo o prop sito ou a dire o da troca conversacional na qual voc est engajado Se esse princ pio aceit vel ent o dele derivam se quatro m ximas conversacionais de qualidade quantidade rela o e maneira 65 M XIMA DE QUANTIDADE Fa a com que sua contribui o seja informativa segundo o que requerido N o informe mais do que requerido M XIMA DE QUALIDADE Procure fazer com que sua contribui o seja verdadeira N o diga o que voc acredita que falso N o diga o que voc n o possa demonstrar adequadamente M XIMA DE RELA O Seja relevante M XIMA DE MANEIRA Procure ser acurado Evite express es obscuras Evite ambiguidade Seja breve Seja ordenado narrativas discursos de figura 10 de orador UFPB acolhida e emprego ex dirigentes representa o das rela es discursivas que a Ed na J comp em o texto fonte autora cidad o posse trocas e redes paraibano do reitor de influ ncias tica do orador a ethos transmiss o racionalidade oratoire do cargo pragm tica Foi nossa obriga o justificar nossas infer ncias para reconstruir o texto com base na degrava o a sele o por exemplo da parataxe que denomina a viv ncia na UFPB Adotamos uma perspectiva quanto percep o sobre uma pessoa como algo realizado sempre sob a percep o de uma conduta primeira vista esta se manifesta como tris
120. a de constru o de um Sistema Nacional de Educa o estabelecendo o debate sobre centraliza o descentraliza o mediante uma rela o Estado sociedade buscando o consenso sobre a simplifica o das estruturas burocr ticas na rela o entre os sistemas a articula o dos diferentes n veis de ensino e a articula o da educa o escolar com os movimentos sociais entre outros aspectos Consideramos que essa id ia precisa ser aprofundada e as pistas s o apontadas na busca de um conceito para o Sistema Nacional de Educa o SEDUC id 1996 p 66 apud CARDOSO NETO partir da considera o problem tica das possibilidades de instaura o de Um processo de integra o dos poderes constitu dos a intera o pol tica normativa e executiva dos servi os p blicos de educa o b sica a fus o dos recursos financeiros tecnol gicos materiais e humanos a unifica o das redes escolares sem distin o de unidades federais estaduais ou municipais localizadas no territ rio do estado de modo a evitar os paralelismos as discrimina es no atendimento aos alunos e no trato dos profissionais da educa o a duplicidade de meios para fins id nticos e atividades concorrenciais Quanto ao debate da rela o centraliza o descentraliza o preciso evidenciar a avalanche de descentraliza o conforme a an lise do federalismo apresentada por Arretche 2002 A descentraliza o integra as reformas educacionais como r
121. a mesma tarefa c regula se pela media o ou automedia o da altern ncia ouvintes falantes d exibe a aprendizagem da pessoa participante no desenvolvimento da conversa o como marcador de qualifica o da interlocu o INTERLOCU O INSTITUCIONAL Figura 1 Representa o do modelo de interlocu o institucional Fonte autora mbito interno Aprofundamento do tema Persist ncia na tarefa Regula o auto regula o da altern ncia Exibi o da aprendizagem para intervir Associamos essa id ia de interlocu o com a forma o da opini o p blica ao considerar a leitura da Constitui o Federal para argumentar em favor do reconhecimento deste tema ao lado de outros que atualmente est o mais popularizados no debate da pol tica educacional o curr culo a profissionaliza o a forma o docente a avalia o e outros A no o de interlocu o reconstru da neste trabalho converge seu significado de intera o ling stica entre pelo menos um locutor e um ouvinte cujos pap is s o revezados KERBRAT ORECCHIONI 1990 2006 com a op o racionalmente justificada para promover uma a o comunicativa conforme nosso esfor o de an lise O recorte da investiga o associa a natureza relacional da interlocu o com a natureza inconclusa da democracia A primeira imp e o revezamento de fala face a face o limite num rico dos engajados requer a din mica de constitui o dos
122. a passo que dava chegava uma pessoa para conversar com ele ou para reclamar ou para elogiar ou para dar um beijo n o sei o que E eu ficava como um idiota olhando de lado e ele recebendo aquelas pessoas e voc via que em torno come ava uma certa efervesc ncia era Neroaldo que estava passando Eu via outros reitores Ele um vision rio e um incendi rio nesse sentido da que por exemplo ser chefe de gabinete dele administrar o caos do dia de Neroaldo era uma coisa terr vel Hoje voc vai l 68 quando Jader assumiu ou agora com Polari voc chega n o tem uma pessoa ali sentada esperando pra falar Quando Neroaldo chegava geralmente eu chegava s sete horas e ele chegava s oito e pouco quando eu chegava para organizar o expediente tinha uma fila de dez pessoas para falar com ele As pessoas conversavam comigo me pediam as coisas eu s vezes negava uma coisa dizia olha n o vai ser poss vel ela dizia t mas eu quero falar com Neroaldo eu quero que ele me diga isso Ent o ia para l se submetia passava o dia s vezes esperando para chegar l e Neroaldo dizer a ele que n o Era como ir ver o papa Entendeu Tomando a cotidianidade como refer ncia comparativa foi nossa obriga o mencionar que o Prof Neroaldo costuma utilizar palavras for as para afixar em seu espa o de trabalho no ch o da secretaria de educa o por exemplo e nos enviou entre os pap is do discurso ousadia prud ncia e paix
123. a reitoria digamos assim numa atitude bastante ex tica Mas ele foi rede municipal construir a pr pria equipe na rede municipal e neste momento as coisas n o est o boas para o lado dele caso Minist rio P blico uma coisa dif cil de compreender o Prof Neroaldo no PTB Ronaldo concorda Gesu na Mas enquanto alguns partidos crescem em alguns lugares eles encolhem em outros o caso das esquerdas aqui na PB Eu tenho a minha hist ria de vincula o com o PT Neroaldo profano vinculado ao modo de existir da pol tica a quem faz a pol tica a dificuldade de n o estar 183 Ronaldo O Polari era do CCS Aquele centro l depois gra as a Deus eu t esquecendo as coisas da universidade quando n o me lembro mais o nome de um centro porque eu t me curando CCS Tem a matem tica tem um nomezinho CCSA tem f sica um neg cio complicado ele mais vistoso do que todos os outros O Polari era diretor desse centro mas tinha dado apoio durante todo o tempo da reitoria mesmo com contradi es mas ele sempre foi da equipe no sentido de ser um sujeito que era consultado se contava com o apoio permanente De certa forma h uma coisa de descend ncia de continuidade entre a gest o de Neroaldo Jader Polari pelo menos uma coisa certa com esse grupo esse tempo a forma de governar e as pessoas que estavam envolvidas com a universidade antes de Neroaldo essas pessoas n o voltaram elas margeiam um pouco
124. am para uma idealiza o do Poder Executivo para a desqualifica o dos processos pol ticos legislativos e consequentemente para o encolhimento dos espa os de delibera o Assim a interlocu o para o estabelecimento do Regime de Colabora o foi substitu da pela estrat gia do Fundo Cont bil de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental no contexto de ruptura com os espa os sociais criados para inscrever direitos na Constitui o Federal PINO 1997 Aqui se tem ent o o campo de tens o a pr pria Uni o obnubilou o Regime de Colabora o e induziu a competi o entre Estados e Munic pios em uma disputa por aluno per capita Mediante esse campo de tens o procuramos mostrar a relev ncia da opini o p blica a partir do reconhecimento cr tico da atua o limitada de certas pessoas portadoras de um saber reconhecido e de uma experi ncia de participa o em gest o democr tica recrutadas de forma explicitamente pol tica para ocupar cargos pol ticos como foi o caso exemplar do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo para a compreens o do Regime de Colabora o O problema mediante o qual erguemos nossa tese foi expresso por meio dos seguintes questionamentos Qual o significado do Regime de Colabora o para o processo de proposi o da gest o democr tica das pol ticas educacionais Como a atua o visada evidenciou os conte dos da gest o democr tica e entre esses conte dos de modo pa
125. amos uma isonomia de tratamento aqui se entendeu na secretaria de educa o que os professores ligados precisamente ao EJA eles tamb m recebiam como bolsa e n o se cobrou o INSS teria havido um desvio se n s tiv ssemos cobrado do professor e n o tiv ssemos feito o repasse para o INSS mas n o se cobrou do professor n o houve esse desvio o que houve identificado pela CGU e de imediato entendendo estamos fazendo isso com o INSS para que o Estado venha atrav s de entendimento pagar toda essa d vida com o INSS como isso est em pleno andamento Ent o quest es de natureza administrativa um erro um erro administrativo porque de fato se n s tiv ssemos atentado para esse fato ele n o teria acontecido muitas vezes s o interpretados como desvio ou coisas que o valha mas a s tem uma coisa a fazer a hist ria o tempo a paci ncia GESU NA tem uma den ncia formalizada que virou um processo judicial NEROALDO um processo judicial o procurador pediu justi a federal inclusive que abrisse o meu segredo que chamado segredo fiscal o imposto de renda e a conta banc ria a ju za federal n o aceitou o pedido do procurador mas eu tomei a iniciativa de entregar toda a minha conta banc ria toda minha conta fiscal para a justi a federal mesmo ela n o tendo aceito o pedido inicial do procurador Por qu Porque eu tenho a consci ncia tranquila de que n o fiz absolutamente nenhum desvio nenhuma apropria
126. ando de lado e ele recebendo aquelas pessoas e voc via que em torno come ava uma certa efervesc ncia era Neroaldo que estava passando Eu via 179 outros reitores Ele um vision rio e um incendi rio nesse sentido da que por exemplo ser chefe de gabinete dele administrar o caos do dia de Neroaldo era uma coisa terr vel Hoje voc vai l quando Jader assumiu ou agora com Polari voc chega n o tem uma pessoa ali sentada esperando pra falar Quando Neroaldo chegava geralmente eu chegava s sete horas e ele chegava s oito e pouco quando eu chegava para organizar o expediente tinha uma fila de dez pessoas para falar com ele As pessoas conversavam comigo me pediam as coisas eu s vezes negava uma coisa dizia olha n o vai ser poss vel ela dizia t mas eu quero falar com Neroaldo eu quero que ele me diga isso Ent o ia para l se submetia passava o dia s vezes esperando para chegar l e Neroaldo dizer a ele que n o Era como ir ver o papa Entendeu J sabia j tinha explicado todos os motivos porque o pleito estava sendo negado E a pessoa dizia t mas eu quero esperar para ouvir o professor Neroaldo porque eu quero ouvir isso dele Gesu na E os diretores das escolas est o falando exatamente isso que voc est falando ele portas abertas a gente sai com um n o do Neroaldo sorrindo Tem uma coisa eu n o quero desviar estou levantando uma hip tese sobre por que essa escolh
127. ando nesse momento dificuldades extraordin rias no relacionamento Estados e Munic pios no Brasil todo em fun o dessa disputa ou seja n s ao inv s de caminharmos para a regulamenta o e sobretudo para o di logo e uma palavra important ssima que voc utiliza no seu trabalho para definir esse di logo e o regime de colabora o que a interlocu o quer dizer se a gente caminhasse para interlocu o seria muito mais apropriado do que fazer o caminho inverso que n s estamos fazendo que o caminho da disputa Destacamos assim a id ia da natureza cont bil do fundo de financiamento dos sistemas educacionais com uma l gica de conforma o de quase mercados isto parte regulada pelas leis e parte pelo estabelecimento da concorr ncia 107 Designar um fundo de manuten o e desenvolvimento do ensino pela sua natureza cont bil significa designar a for a ativa que o estabeleceu e possibilita seu funcionamento por uma natureza abstrata referente ci ncia da contabilidade e que se ocupa de desempenhar as fun es de orienta o controle e registro do que acontece em uma administra o econ mica Na l gica de colabora o o fundo adequado teria que ser designado por exemplo como fundo de coopera o onde a designa o substantivada marca a conduta que se espera dos dirigentes Em nossa abordagem consideramos que o grande problema do financiamento da educa o foi a desconsidera o so
128. aparecer ocultar se pra mim ele transp s todo o esp rito do reitorado pra Prefeitura e como administrar a prefeitura a secretaria municipal de educa o muito mais f cil do que administrar a reitoria ent o ele pode O populismo Nele n o Muito mais f cil de administrar do que o CCHLA risos Em seu discurso Prof Dr Neroaldo assevera que n o viu dificuldades no caminho que percorreu na Para ba porque a UFPB se tornou sua segunda casa Passando para a experi ncia e o discurso de posse do Reitor pode se entender a din mica dessa casa No dia de sua posse como Reitor o Prof Dr Neroaldo Pontes expressa a firme inten o de trabalhar em conson ncia com o Vice Reitor a quem considerou fiel companheiro de campanha e de prof cuas discuss es N o s por quest es de hierarquia mas por decis o pol tica seria ele o colaborador mais direto do Reitor A considera o sobre essa situa o foi feita pelo Prof Dr Ronaldo Monte atrav s das ocorr ncias disposicionais de substantiva o ataque primeiras dificuldades miss o servir de acolchoado campanha advers ria erro descuido dever de of cio obriga o muita tens o caravana de professores do interior protesto alma lideran a de adjetiva o mutuamente confidentes advers rios pol ticos principal inimigo n o advers rio gozando do direito os verbos de realiza o enfrentar queria assumir nos jantar amansar lut vamos preju
129. aprendizagem justificada por um diagn stico que procurou descrever o esgotamento da pol tica expansionista e a focaliza o sobre a popula o de 07 14 anos por meio do controle do fluxo idade s rie Sob esses princ pios a colabora o apenas requerida quando se trata de formar coaliz es competitivas VAN ZANTEN 2005 Lan ou se o questionamento sobre o impacto da forma o docente universit ria e a natureza dessa forma o a d vida sobre o impacto do aumento de recursos destinado ao financiamento e ao sistema de remunera o mas sobretudo a suspeita sobre a elei o direta sem uma combina o da sele o competitiva de diretores SOUZA 2005 passa a ser foco de um debate em que papel de lideran a das diretoras de escola central mea Figura 4 Sg representa o das intera es Interlocutor t agoes f RE i etnogr ficas i ai i a E Ed N i o A Fonte autora Discurso N x x Discurso de Cidad o VA transmiss o i i Paraibano Seg P SA do cargo de i i A L mar reitor j f N i N o N e As N pd Ns qa fee a e E i bd i AAT a ST NE Ea ri N Pd 7 Pd N i Tempode x 7 N vel N Tempode N ii viv nciana 1 H Experiencial 1 viv ncia Vo i Rede leseese etnogr fico Jeseessee UFPB Vi Municipalde l i pi A a k I i Jo o Pessoa f j q Y 7 N PA Ps N SDS Ra ar o Ed e pt alesia x i AT o 0 e ET Sa
130. aprovamos um projeto na Assembl ia em que todas as escolas teriam elei o direta depois a pr pria Assembl ia voltou atr s nesse processo e depois negociamos de novo com todos os deputados e com o apoio do Governador C ssio n s levamos para a Assembl ia uma nova proposta que fez com que n s tiv ssemos elei o no ano passado nas quatorze maiores cidades do Estado o que corresponde praticamente a mais de sessenta por cento das escolas da Para ba da Para ba isso tudo numa atitude de profundo di logo com os sindicatos que compreenderam que era preciso recuar um pouco para a gente chegar ao avan o da gest o democr tica dentro das escolas que vem avan ando atrav s dos conselhos com toda dificuldade e que eu tive naturalmente tanto l na Prefeitura com o ent o Prefeito C cero que teve um carinho muito especial pela educa o tanto agora com o Governador C ssio que se empenhou pessoalmente para que a gente voltasse Assembl ia com um projeto de gest o democr tica que acabou vingando GESU NA Professor voc fala desta da elei o voc fala desse processo que a heran a da gest o democr tica que acompanhou a democratiza o dos anos oitenta que foi interrompida em boa parte nos anos noventa e que foi continuada a partir de todo o contexto de LDB e dessa discuss o grosso modo algu m poderia dizer qual a novidade nisso eu vou trabalhar com outro cen rio voc poderia ter colocado uma 158 propos
131. ara dar lugar ao contexto s inten es e s finalidades A moralidade de Euclides n o influencia a validade de suas demonstra es geom tricas mas se ele nos recomendasse um candidato esperaria que o peso de sua recomenda o pudesse contar para eleger tal candidato O orador se orienta pela gentileza quer fazer jus impress o de sua pessoa que est sendo reconhecida como algu m que cumpriu tarefas p blicas atraiu a estima o bem querer e a simpatia O contexto n o considerou a manifesta o de uma posi o advers ria A segunda exig ncia diz respeito s condi es de produ o do discurso do Prof Dr Ronaldo Monte e do Prof Dr Natanael Rohr Essas condi es foram explicitadas a partir da leitura de Kerbrat Orecchioni 1990 Tratou se por um lado das intera es conversacionais e por outro lado da organiza o dos interlocutores em rela o experi ncia ntima do tempo o tempo 64 vivido Os interlocutores tamb m sabem que est o tratando sobre compreens es tardias de processos vividos com finalidade de atender a objetivos acad micos O conceito chave utilizado para atender a essa exig ncia o das trocas e influ ncias conversacionais Segundo a concep o te rica em quest o ao longo do prosseguimento de uma conversa troca conversacional os participantes exerceram uma rede de influ ncias conversacionais por meio da qual produziram e retificaram seus discursos em presen a face a
132. arem apoiando o outro lado n o era uma quest o como se podia imaginar com essa carga ideol gica nem era por interesse pessoal Eram funcion rios competentes dedicados s que eles achavam que quando a esquerda fosse assumir ia ser um desastre Mas no momento em que eles perceberam que n s amos l para trabalhar eles colaboraram E n o foi tamb m em troca de nada de favores s que a entra aquele problema e os nossos correligion rios Como que eles entenderiam isso Neroaldo tinha um papel importante na lideran a dele ele conseguia suavizar esses confrontos Ele dava n em pingo d gua rindo A gente s vezes confunde as coisas Gesu na voc fala dessa experi ncia e v a dificuldade em sistematizar esse tipo de conflito de colocar isso vamos dizer assim transformar a experi ncia em uma filosofia pol tica Estou exagerando mas transformar em uma matriz de an lise de problema para socializar esses conflitos N s precisamos arrancar dessa experi ncia as li es do aprendizado para que a gente n o repita Voc estava dizendo eu olho os problemas eu tento resolver esses problemas por isso eu tenho esse perfil por isso eu me identifico com o planejamento porque eu acredito que os problemas quando voc aprende a 191 resolv los voc cria talvez uma estrutura cognitiva Ent o eu acredito que isso bem p blico Natanael mais ou menos isso Natanael voc toca em um ponto relevante mas e
133. aridade fornece os significados para compreender os processos aos quais temos acesso representacionalmente Este racioc nio til para compreender a atua o almejada em rela o ao espa o p blico uma atua o qual o acesso vago Como por exemplo a rela o entre o entusiasmo pela democracia em um momento inicial de engajamento e perda de entusiasmo ao longo de uma experi ncia de gest o expressa no final do mandato do coletivo que se formou na gest o do Prof Neroaldo nas palavras do Prof Natanael Rohr Depois a situa o nacional aquele tipo de conflu ncia ao qual se estava ligado n o se sustentava mais N s nunca brigamos entre n s que agora O momento hist rico tinha mudado e cada um tinha que procurar seus caminhos Mas nessa hist ria de cada um procurar seus caminhos as escolhas s o interpretadas A quest o a ser levantada n o sobre como justificar as escolhas mas de aproveitar as escolhas para falar sobre uma vida p blica que est tentando se estruturar no Brasil e sobre pessoas que est o tentando entender como mostrar um modo de lidar com o poder um modo de lidar com a administra o com a gest o que as comprometam como cidad os cidad s e como gestores e gestoras Ent o o entusiasmo de um momento o entusiasmo n o se sustenta por muito tempo como um romance em que as chamas precisam ser mantidas A esfera p blica um dos fen menos sociais elementares como a a o
134. as cr ticas contundentes e pelo conv vio fraterno Aos colegas da primeira turma de doutorado Gra a Gl ria Neuma K tia Let cia Rob ria Patr cia Filomena Hiran Jean Ronaldo Fernando Dimas C zar Lindemberg Washington Matusal m Dimas Galdino e Edson pelas muitas partilhas Agrade o ao Prof Dr Neroaldo Pontes por aceitar participar desta experi ncia de investiga o para que o conceito de Regime de Colabora o pudesse ser visado em uma concretude Agrade o aos Professores Dr Ronaldo Monte e Dr Natanael Rohr da Silva s Diretoras Janete Alice Hilda Ang lica e Maria da Luz por contribuir na produ o dos relatos que conformam o entorno desta investiga o Agrade o ao meu pai minha m e e meus irm os por sempre me encorajar Agrade o ao meu companheiro Andr Leclerc cada dia ao meu lado Aos meus filhos Clarisse e Emiliano pela alegria A vida como tal n o forma um todo a natureza pode produzir vivos mas s o indiferentes a arte pode n o produzir mais do que seres mortos mas s o significantes Sim eis a o horizonte de pensamento arrancar mediante a narrativa o tempo contado da indiferen a Paul Ricoeur 1994b p 136 RESUMO O objeto deste estudo a interlocu o institucional para viabilizar o Regime de Colabora o entre as esferas de governo dispositivo constitucional visado para organizar e desenvolver os Sistemas Federal Distrital Estaduais e Municipa
135. as eu sinto prazer de ir para sala de aula entendeu A eu chego na sala de aula e acho que ali eu me encontro pausa Mas eu n o sinto isso em outras pessoas Professor Neroaldo quando ele assumiu a secretaria eu fazia parte da dire o e ia muito falar com ele sempre ele atendeu muito bem Inclusive eu dizia s meninas que um n o do professor Neroaldo todo mundo saia sorrindo porque eu mesma saia sorrindo porque ele tinha uma forma de atender voc que satisfazia sua expectativa s vezes eu sei que ele n o poderia atender em algum sentido como a reforma de uma escola n o depende s dele mas ele dizia um n o 211 sempre dando uma esperan a que ia tentar que ia conseguir e meu relacionamento diretamente com ele sempre foi bom JANETE ESCOLA LUIS VAZ DE CAM ES GESU NA Eu queria come ar falando com voc a respeito de sua trajet ria como diretora queria que voc falasse JANETE como eu cheguei aqui GESU NA Exato quantos anos voc tem de dire o um pouco de seu processo eleitoral JANETE Eu cheguei aqui indicada por professor Neroaldo a escola era nova em 2000 ali s em dezembro de 1999 a escola estava sendo constru da ele por conhecer meu trabalho no Estado eu vinha saindo da dire o do Estado ele me convidou pra dirigir essa escola No in cio eu at recuei eu n o queria dirigir mas ele me deu uma semana para pensar e depois disse que eu tinha que vir dirigir essa escola e fazer
136. as o processo foi interrompido no in cio dos anos de 1990 e algumas vezes por iniciativas de muitos 33 governadores atrav s de A o Direta de Inconstitucionalidade contra a ado o da participa o popular na investidura de cargos e fun es A retomada da gest o democr tica na segunda a partir da LDB foi resignificada e matizada por novos conceitos considerados nos grandes slogans da A D cada da Educa o da Educa o para Todos do Plano Decenal e da Valoriza o do Magist rio A gest o democr tica veio acompanhada dos termos que embora afetem positivamente o imagin rio positivamente autonomia qualidade e descentraliza o se pautam por conte dos diferenciados que informam a pol tica educacional Para entender esses conte dos preciso considerar a combina o da competi o democr tica isto a movimenta o dos agentes pol ticos em sua disputa para definir a ocupa o de postos de poder e de influ ncia com a defini o e a implanta o das pol ticas p blicas COUTO amp ARANTES 2006 foi marcada por tentativas de despolitiza o da gest o da educa o conforme o per odo p s Constitui o A pol tica educacional foi interpretada orientada e empreendida de modo a consolidar um estilo tecnocr tico segundo o modelo de gestores da economia apregoando se os saberes t cnicos e da ordem econ mica como se estes fossem intrinsecamente superiores aos conhe
137. as sementes de protagonismos e de criar condi es materiais para a participa o c a necessidade de imprimir um car ter ut pico racionaliza o do ativismo que visa processos democr ticos 2 5 A JUSTIFICA O TE RICO METODOL GICA Nossa investiga o foi motivada pela necessidade de aprofundar a compreens o dos processos pol ticos que permeiam a gest o do sistema p blico de ensino luz de nossa trajet ria de professora prim ria com passagem pela dire o do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino P blico de Mato Grosso 1992 1997 a qual se seguiu uma persistente busca te rica Esta ltima coincidiu espacial e temporalmente com a atua o institucional do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo Nessa trajet ria n o raro reca mos na tenta o de concluir que enfim hav amos percebido como a pol tica realmente conforme evid ncias apontadas no territ rio das pr ticas dos governos por meio do sentimento de frustra o e a ordenar um conjunto de propriedades vagas atribu das ao o que a pol tica deve ser conforme uma esp cie de devo o a uma experi ncia que n o se realizou O que deve ser tendia assim a ser idealizado ao inv s de merecer o AN tratamento pedag gico para modificar o que realmente a nos induzir ao risco de uma op o pelo isolamento e pela desqualifica o do engajamento na pol tica institucional A motiva o para este trabalho tem assim
138. assumem o poder n o Identidade que era falsa porque imposs vel se fazer essa falta dicotomia eu sou de um partido de esquerda eu sou bom o outro de um partido de direita e ruim Evidente que preciso que a gente continue pensando que h partidos que t m uma proposta mais social e partidos que t m uma proposta mais liberal preciso que a gente continue distinguindo as propostas dos diversos partidos aqueles que pensam na causa do povo e aqueles que pensam na causa dos patr es Isso est dito est visto isso continua nas pr prias propostas mas a entrada de pessoas com interesses absolutamente diferentes da orienta o dos partidos seja no partido de esquerda seja no partido de direita formou uma gel ia geral neste momento que a gente precisa acreditar muito mais nas pessoas e trabalhar para a mudan a dos partidos GESU NA Acho tamb m professor que a entra a id ia de uma institucionalidade constru da que uma institucionalidade na qual pesa a presen a dessas pessoas a tese que levanto sobre a presen a de pessoas que constroem tentam ampliar o espa o p blico engra ado que quando a CUT por exemplo se construiu como id ia e como pr tica foi atrav s da tomada dos sindicatos realmente existentes Por que para isso funciona e para outros n o A mesma coisa com a universidade Por que n o seria assim tamb m com os partidos realmente existentes NEROALDO Queria retomar exatamente nesse senti
139. b m de lutas sindicais secret rios estaduais de educa o claro esse percurso vivido por v rias pessoas no Brasil e a gente v como eles t m dificuldades espec ficas como todas as pessoas que tiveram uma concep o sindical e que no exerc cio do poder se confrontam com dificuldades de outra ordem mas que muitos deles e eu espero contar nesse grupo que n o perderam a sensibilidade que n o perderam as aprendizagens democr ticas que n s tivemos no mundo sindical GESU NA A professora Marlene destacou sua atua o sindical NEROALDO ao me convidar a ser paraninfo em 2006 eu tenho guardado as coisas eu n o tenho divulgado acho importante para ser criticado para ser visto mas tamb m para ser conhecido um pouco mais o conjunto de minha atua o GESU NA Professor o que dificulta sua conversa com pol ticos de outros partidos ou do pr prio partido voc est no PTB Como foi essa entrada essa filia o NEROALDO foi uma circunst ncia e hoje o partido se encontra numa descaracteriza o tamanha eu n o posso me encontrar a vontade em um partido que tem Fernando Collor de Melo que tem o J ferson n o Realmente n o tenho identidade com esse grupo em absoluto mas por que eu entrei no PTB Havia por parte do grupo com quem eu trabalho sempre uma solicita o para que eu pudesse me filiar a um partido no sentido de que pudesse examinar uma candidatura coisa a qual eu tenho resistido at de forma pessoal de
140. beres reconhecidos e passaram a atuar institucionalmente nas institui es tradicionais No entanto essa atua o enfrenta muitas dificuldades para ser refor ada porque existe um preconceito generalizado contra a atua o institucional O senhor um professor universit rio Doutor desde o in cio de sua carreira acad mica uma pessoa com um saber reconhecido e com uma intensa atua o institucional mas temos nos deparado com uma opini o amorfa quase um senso comum negativo dirigido sua pessoa desde a sua participa o no mandato do Prefeito C cero Lucena ap s ter deixado a Reitoria da UFPB Poder amos falar a respeito i O senhor tem v rias experi ncias de representa o pol tica e tem muitas experi ncias ligadas ao Executivo Posso at dizer que o Senhor recusou v rios destinos conquistou 145 uma visibilidade e um poder de presen a que muitos pol ticos com mandato n o poder o conquistar por mais que se esforcem Mas suas dificuldades tamb m s o muito vis veis e o senhor visado de v rias formas Recentemente o Minist rio P blico Federal atrav s do Procurador Duciran Van Marsen Farena encaminhou uma a o de improbidade contra o senhor Essa a o foi alardeada em uma conjuntura em que o tema da corrup o foi largamente explorado por um modelo de m dia que se nutre de esc ndalos Como o senhor tem tratado esse expediente MOMENTO II Durante o encontro apresentamos as duas primeiras p
141. blico claro que a hermen utica complicada porque por exemplo quando se fala no desvio de verba da merenda a compreens o de que o dinheiro foi para o bolso de algu m n o E quando a CGU esteve aqui fiscalizando por sorteio a secretaria de educa o do Estado registrou desvio de dinheiro p blico da merenda E quando eu vi aquilo fiquei absolutamente preocupado fui ver o que era Veja os recursos da merenda s o passados do governo Federal para o Governo Estadual e a gente coloca numa conta de uma escola numa conta de uma escola nessa conta os bancos cobram a CPMF a CPMF e muitos bancos n o cobram n s fizemos alguns acordos com os bancos que n o cobravam ent o o que naquele momento a CGU chamava de desvio de recurso da merenda era a taxa que os bancos cobravam de CPMF de fato essa taxa ficava no banco e n o ia para a merenda 33 A propriamente dita Mas para o cidad o comum que l desvio ah bom aqui houve de fato um desvio GESU NA desvio da merenda NEROALDO desvio da merenda houve a locupleta o com GESU NA com o dinheiro do lanche das crian as 170 NEROALDO E n o era nada disso a partir da tomamos medidas claro que existe outras quest es mais complexas com o INSS a alfabetiza o de adultos por exemplo pago como uma forma de bolsa pelo Governo Federal a pessoa n o contratada n o se estabelece um regime empregat cio e n o h desconto de INSS Por dig
142. bramo 2001 MELLO Guiomar Namo Cidadania e Competitividade S o Paulo Cortez 1998 MENDON A Erasto Fortes Estado patrimonial e gest o democr tica do ensino p blico no Brasil Educa o amp Sociedade n 75 p 84 108 MEILAND J W 1992 Historical Knowledge In J DANCY and E A SOSA Companion to Epistemology Oxford Blackwell Publishers p 176 178 OLIVEIRA Dalila A DUARTE Marisa R T Pol tica e Trabalho na Escola administra o dos sistemas p blicos de educa o b sica Belo Horizonte Aut ntica 2001 OLIVEIRA Dalila A A reestrutura o do trabalho docente precariza o e flexibiliza o Educa o amp Sociedade n 98 2004 p 1128 1157 OLIVEIRA Jo o Batista Ara jo Os desafios da gest o educacional In XAVIER Antonio Carlos da R SOBRINHO Jos Amaral amp MARRA F tima Gest o Escolar desafios e tend ncias p 3 22 Bras lia IPEA 1994 POMPA L 1996 Philosophy of History In N BUNNIN and E P TSUI JAMES The Blackwell Companion to Philosophy Cambridge Blackwell p 415 442 PINO Ivany A Lei de Diretrizes e Bases da Educa o a ruptura do espa o social e a organiza o da educa o nacional In BRZEZINSKI Iria LDB Interpretada diversos olhares se entrecruzam S o Paulo Cortez 1997 RICOEUR P 1994a Tempo e narrativa Campinas Papirus 327 p SADER Eder Quando novos personagens entraram em cena Rio de Janeiro Paz e Terra 1988 138 SEARLE John
143. bre o SEBRAE vejo voc dentro de uma rea que eu vou chamar de emergente que tem estado na ordem do dia por causa da reestr Natanael vou estar aqui at dezembro vejo essas coisas que voc coloca tento administrar e resolver da melhor forma Quando eu digo n o que eu acho que o SEBRAE seja melhor ou pior que a universidade que as minhas matrizes de an lise que mudaram quando eu digo que fiquei mais c tico Ent o eu diria que aquele lado que talvez eu chamava mais frio do planejador ficou mais exarcebado o entusiasmo diminuiu tanto que aqui no SEBRAE uma das coisas que ainda me fazem ficar s vezes mais entusiasmado perceber que h algumas pessoas alguns funcion rios eles gostam do trabalho que fazem Isso me lembra assim um pouco o meu tempo na universidade a maior parte dos funcion rios gosta do trabalho que faz E alguns deles s o muito envolvidos se dedicam Tanto que eu tomo bastante cuidado para n o contaminar Quer dizer o meu ceticismo apenas ajudar a ter esp rito cr tico para n o pensar que aquele entusiasmo para n o se iludirem achar que tudo t bom Para ajudar a fazer a cr tica mas sem perder o entusiasmo Eu fico preocupado para que eu n o os esteja contaminando Mas eu percebo que o SEBRAE hoje uma institui o muito mais entusiasmante do que seja a universidade atualmente um problema no momento hist rico e a matriz de pensamento sua quer dizer minha Eu tenho mais dificuldade
144. bre o patrim nio que as diferentes redes de ensino dispunham antes da ado o da Lei 9424 1996 Esse patrim nio representado no quadro de pessoal e na infra estrutura que a manuten o e o desenvolvimento da educa o continuaram tomando como objeto N o houve incentivo ao cons rcio parceria e colabora o como indicadores e diferenciais para destina o de recursos N o dif cil mostrar como o financiamento poderia ter se orientado para outras pol ticas mesmo na l gica de quase mercados Por exemplo ter mantido o custo aluno como indicador mas destinado uma compensa o financeira para Estados e Munic pios que apresentassem formas de colabora o como indicadores de gest o instituindo pr mios e distin es Ao inv s disso se instituiu unicamente a competitividade como par metro de gest o O fundo se restringiu soma de parte dos impostos subvinculando a destina o constitucional dividido pelo n mero de alunos matriculados O objetivo fiscal do fundo foi estabelecer uma din mica gerencial para aplica o m nima dos recursos constitucionalmente vinculados Ainda que o pr prio Governo Federal n o fosse um bom exemplo o mal exemplo por ser visto na experi ncia de ado o da pol tica fiscal quando em 1995 reteve o repasse de Estados e Munic pios para obrig los a assinar termos de ajuste fiscal sob orienta o do Conselho Monet rio Nacional comprometendo os com as 108 privatiza es
145. c ALICE Primeiro n o sou professora sou especialista sou supervisora tenho especializa o em educa o infantil E uma coisa tem muita coisa na gest o de professor Neroaldo Pontes que eu n o concordava agora tem uma coisa que eu sempre exaltei Isso eu sempre exaltei e exalto aonde eu for eu exalto foi a quest o da forma o continuada eu me dei ao luxo de fazer uma forma o continuada em gest o democr tica e em projeto pol tico pedag gico que caminham juntos entendeu Isso me deu todo um suporte sabe Te rico e metodol gico que eu posso aplicar baseado nesse suporte que eu recebi que eu fiz com Andr a Carrer uma t cnica que veio de S o Paulo que deu toda uma forma o pra gente em Projeto Pol tico Pedag gico dentro do Projeto Pol tico Pedag gico est a quest o da gest o democr tica a quest o do curr culo ent o esse suporte foi me dado na gest o de Neroaldo Certo Isso me fez crescer profissionalmente quer dizer onde tinha forma o continuada eu estava dentro agora precisa voc tamb m abra ar e voc se abrir pro novo n o adianta fazer forma o e voc n o querer por em pr tica tudo o que voc viu com rela o gest o democr tica se voc faz uma forma o adquire todo esse conhecimento cient fico e quando voc chega na escola voc n o aplica GESU NA Agora faz de conta ent o que voc vai dar um conselho com rela o sua discord ncia s atividades alguma
146. c tem alguma situa o precisa cotidiana na escola Voc pode falar sobre isso ANG LICA Olha gest es passadas sempre t m coisas boas e coisas negativas A gente pode dar continuidade ao que bom Tem muitos projetos que foram da gest o anterior que n s continuamos que coisa boa que a gente tem que aproveitar tudo que bom E coisas que precisam ser ajustadas melhoradas GESU NA Nesse aspecto justamente que a gente t pesquisando a rela o com o Prof Neroaldo para entender por exemplo como foi que ele construiu o mandato dele e de l pra c quais seriam os consensos sobre os aspectos positivos que poderiam ser mantidos e os aspectos negativos que poderiam ser superados com esse mesmo racioc nio que eu gostaria assim de se fosse poss vel voc falasse sobre algum aspecto ANG LICA Eu gostei do per odo da gest o dele muita coisa boa Muita coisa positiva no sentido da gente ter abertura da democracia de poder conversar dialogar sobre muitos problemas referentes escola Isso muito bom Negativo assim uma coisa que eu 200 possa lembrar assim diretamente dessa gest o acho que mais geral do sistema como um todo mesmo que precisa ser melhorado GESU NA Voc teve algum contato singular com Prof Neroaldo singular que eu digo como apresentando tentando resolver os problemas da escola voc teve algum ANG LICA N o nesse contato com ele diretamente n o porque
147. ca o tamb m foi expressa na 144 dissemina o do modelo de ger ncia de qualidade total e de novas formas de gest o dos servi os p blicos e finalmente nas macro pol ticas de reforma dos sistemas com base na transforma o produtiva com equidade e Qual a sua opini o sobre o seguinte conceito A Undime pode ser representada como um empenho de pessoas isoladas ou em oposi o mas providas para as tarefas e obriga es de gest o da pol tica educacional que procuram construir e reconhecer uma autoridade leg tima para o exerc cio da representa o pol tica Tal empenho pode ser expresso na necessidade de regular os h bitos e comportamentos requeridos no exerc cio da fun o de dirigente de ensino para que a gest o da pol tica educacional seja compreendida como um dom nio de atividades p blicas regidas por sua capacidade de ser antecipada est vel e planejada f Caso contr rio se afirmaria um modelo regido exclusivamente por caprichos e humores ao sabor da din mica eleitoral 9 A partir de quando e de quais temas a Undime ganhou visibilidade nacional junto aos educadores h Estou afirmando em minha tese que h um fato institucional inovador no Brasil que a atua o de pessoas para construir e ampliar o espa o p blico de direitos Tenho me esfor ado para evidenciar como essas pessoas constru ram seus saberes na experi ncia incipiente de gest o democr tica como elas tiveram seus sa
148. cativas Essas compet ncias n o s o individuais elas s o produzidas na busca do entendimento comunicativo 132 REFER NCIAS ABICALIL Carlos Augusto A CNTE frente ao desenvolvimento aperfei oamento e valoriza o do profissional da educa o ABICALIL Carlos Augusto Itiner rio de luta o caminho da a o pol tica Bras lia Centro de Documenta o e Informa o C mara dos Deputados 2005 p 89 96 AUR LIO Buarque de Holanda Ferreira Novo Dicion rio da L ngua Portuguesa Rio de Janeiro Nova Fronteira 1986 AFFONSO Rui de B A SILVA Pedro L B Descentraliza o e pol ticas p blicas S o Paulo FUNDAP 1996 ARROYO Miguel As Rela es sociais na escola e a forma o do trabalhador FERRETTI Celso J SILVA JR Jo o dos Reis OLIVEIRA Maria Rita N S Trabalho Forma o e Curr culo S o Paulo Xam 1999 p 13 41 AZEVEDO Neroaldo P A Undime e os desafios da educa o municipal Estudos Avan ados n 42 p 141 152 BALL Stephen J Performatividade privatiza o e o p s Estado de Bem Estar Educa o amp Sociedade n 89 2004 p 1105 1126 BARTLETT Scott Discursive democracy and a democratic way of life In HAHN Edwin Perspectives on Habermas Illinois Chicago amp La Salle 2001 p 367 386 BLACKBURN S Dicion rio Oxford de filosofia Rio de Janeiro Zahar 1997 BRANQUINHO Jo o MURCHO Desid rio GOMES Nelson Enciclop dia de termos l gico filos ficos S
149. cava naquela expectativa de que a gente ia ter uma solu o E outra coisa assim foi uma poca em que a escola passou a se tornar assim mais independente A escola come ou a ter mais uma certa autonomia com a cria o do Conselho Deliberativo atuante com a escolariza o da merenda e isso nos sobrecarregou Ent o n s passamos a ser mais ou menos uma mine empresa onde tudo aquilo que era centralizado na secretaria passou a vir para a escola Isso amedrontou A gente est dando conta T t dando conta Agora foi uma coisa que sobrecarregou e ainda hoje est sobrecarregado mas foi uma experi ncia que eu acho que valeu a pena a gente se tornou um pouquinho mais aut nomo como escola Em tudo n o Agorinha voc chegou onde eu t com um problema e n o tenho condi o de resolver A conversa o com a Professora Maria da Luz foi marcada por um relato comovido sobre o cotidiano na escola envolvendo a rela o professor aluno a recorr ncia a re narra o N o Da Luz esse menino assim e assado vamos ter calma utiliza as met foras sobre tomar o controle do que se passa no seu cotidiano ali na escola como algo que foge como areinha na m o e se refere ao desejo de que os demais colegas tivessem em rela o aos estudantes o mesmo sentimento que tem pelos filhos 80 eu t notando assim que as pessoas est o muito insatisfeitas digamos assim a parte docente por quest o salarial porque o
150. che e que nenhum pa s do mundo conseguiu universalizar a creche Nenhum pa s do mundo ningu m chega a mais de quarenta por cento de atendimento em creche mas que era preciso n o E o que aconteceu Perdemos dois anos estava tudo particularmente acertado entre a Undime CONSED e o Minist rio h dois anos para que a creche entrasse no FUNDEB mas o Presidente Chalita ele era Presidente e eu era o vice ele desautorizou esse entendimento E o que n s vimos Se arrastou por mais dois anos a discuss o do FUNDEB que foi aprovada no final do ano passado e a regulamenta o acabou sendo feita por medida provis ria e n o por uma discuss o maior dentro do Congresso Nacional GESU NA ou seja seu consenso est no dissenso voc tem um problema de identidade terr vel NEROALDO GESU NA quer dizer voc est construindo tentando fazer avan ar id ias que voc j praticou NEROALDO a vida inteira em situa es adversas 154 GESU NA adversas NEROALDO e que naturalmente elas t m se mostrado curiosamente vi veis porque passados um dois quatro cinco dez anos a gente v que o caminho tem sido esse n o o caminho da disputa GESU NA Houve um tempo em que voc era um vision rio hoje voc s est um pouco na frente por causa da experi ncia NEROALDO Exatamente a experi ncia que mostra que a gente precisa cada vez mais conversar cada vez mais dialogar e exerce
151. ciadas evidencia se tamb m a amea a da desqualifica o ou da qualifica o insincera daquele que aceitou o papel de interlocutor Evid ncias que s o poss veis gra as pr pria manifesta o de um espa o p blico constitu do As condi es institucionais foram conquistadas por meio da representa o pol tica mas os canais de representa o s o m nimos Os agentes preconizadores de moderniza o que j tiveram o monop lio sobre a proposi o das pol ticas p blicas se at m prescri o de t cnicas julgadas neutras enquanto os partidos pol ticos ainda representam os an is burocr ticos de grupos privados que decidem segundo rela es de favor A impossibilidade de um enfoque meramente gerencial e as dificuldades para aceitar a mera improvisa o com as experi ncias das disputas eleitorais e as tentativas de renova o dos poderes executivo e legislativo participando das campanhas eleitorais da confec o dos programas de governo no convencimento do eleitorado no reconhecimento do papel das pesquisas de opini o e na participa o dos mandatos 49 Falar da reconstru o te rica do espa o p blico e do direito que adotamos como o pano de fundo da concep o de espa o p blico de direitos n o implica em idealizar a atua o objeto de nossa interlocu o Consiste no esfor o de abstra o Parafraseando Ricoeur apud LANGSDORF 2000 p 22 a abstra o que possibilita a reinterpreta o e a r
152. cimentos adquiridos nas inst ncias pol ticas Trata se do estilo de uma alta burocracia insulada mas sustentada por amplos segmentos da burocracia que permaneceram integrados ao sistema de clientelismo spoil system DINIZ 2001 O insulamento burocr tico se vincula a um alto grau de politiza o da burocracia Esse estilo contribuiu para disseminar a idealiza o do Executivo separado dos partidos pol ticos capaz de assegurar governabilidade estabilidade e quadros racionalmente guiados pelos conhecimentos t cnicos e para a desqualifica o dos partidos pol ticos e do Legislativo como lugares das passionalidades disputa por cargos e de corrup o O campo de tens o se delineia pois no desafio de estreitar os v nculos da gest o com a pol tica com os parlamentos com a sociedade civil com a diversifica o dos espa os e com a promo o do debate como partes de um processo pedag gico de reinven o da democracia Os v nculos n o s o idealizados reconhecemos a necessidade de popularizar demandas institucionais importantes como a necessidade da reforma pol tica Os pais e m es fazem quest o que seus filhos frequentem a escola Destacamos o trabalho de CARDOSO NETO que apresenta o relato detalhado do caso de Mato Grosso atrav s da transcri o do depoimento de Carlos Abicalil 2004 34 todos os dias por outro lado os diretores de escola e candidatos a diretores padecem dos mesmos v cios do clientel
153. coisa dele como voc diria que ele poderia ter agido e n o agiu voc tema alguma id ia tamb m n o precisa ser agora ALICE Eu gostaria de pensar para n o ser injusta A gente quando fala de imediato quando voc me pega assim voc pode falar as coisas e ser injusta Eu n o quero ser injusta com o professor Neroaldo 198 ANG LICA ESCOLA DAVI TRINDADE GESU NA Ent o Ang lica sabendo que a realidade educacional brasileira ela toda contradit ria que n s passamos por rela es cotidianas que s o at de sofrimento quando voc tem que resolver problemas que muitas vezes voc n o tem capacidade de resolver n o tem meios para resolver ANG LICA GESU NA Como foi que voc aceitou fazer parte desse projeto de gest o aqui da escola ANG LICA bem interrup o GESU NA Fique vontade Ang lica ANG LICA Bem n s sabemos do compromisso da responsabilidade que administrar dirigir uma escola mas quando a gente trabalha unida em equipe junto com as demais gestoras tamb m porque essa escola ela muito grande S o tr s adjuntas e uma diretora geral e a gente tenta fazer esse trabalho em equipe junto com a equipe t cnica tamb m ent o o trabalho dividido n o fica t o sobrecarregado assim Mas gente sabe do compromisso da responsabilidade que esse trabalho mas a gente precisa fazer algo mais Eu sou psic loga educacional faz dez anos que eu estou aqui na escola
154. compet ncia de tratar aquele outro espa o que voc diz o espa o institucional t Se voc olhar quase todos daquela equipe tinham uma forma o acad mica bastante boa Parte com doutorado sen o com doutorado sempre com trabalho de pesquisa Mas n s nunca t nhamos partilhado do poder Agora voc est l respons vel por ele Foi um per odo extremamente dif cil porque n s n o t nhamos experi ncia Pegar uma universidade do porte da Universidade Federal da Para ba que tinha o segundo or amento do Estado S era superado pelo pr prio Estado era maior naquela poca e eu acho que ainda do que da prefeitura Ent o voc tinha que conseguir administrar isso pra mim foi um imenso desafio t Mas havia um entusiasmo t o grande e al m do entusiasmo uma assim um comprometimento da maioria dos professores dos funcion rios todo mundo ajudava Ent o n s adquirimos essa grande compet ncia Acho que a entrava por exemplo o grande papel do Neroaldo Neroaldo uma pessoa que no caso l quando eu assumi a pr reitoria de planejamento prepar vamos o or amento colegas ficaram surpresos porque eu mantive muitas das pessoas que estavam antes Mas eram funcion rios de carreira que o fato de eles estarem apoiando o outro lado n o era uma quest o como se podia imaginar com essa carga ideol gica nem era por interesse pessoal Eram funcion rios competentes dedicados s que eles achavam que quando a esquerda fo
155. cto de poca mas t o forte que se pegarmos aqueles mesmo atores que agiam ali colocando hoje n o se ter a mesma din mica essa a marca grosso modo de um coletivo onde voc se colocou onde voc vai ter sua flu ncia vou te comprometer com esse termo j que voc 185 tem falado que agora refluiu risos Ent o essa rela o de poca tamb m com a funda o de um sindicato de professores que t m suas pr prias din micas e voc n o um planejador profissional Voc fala de suas habilidades de seu perfil pessoal Confesso que gostei mesmo de ter falado com voc de ter almo ado com voc porque voc ouve bastante mesmo fala bastante mas n o um orador Como voc fez quest o de dizer nunca foi um bom orador A voc fala assim dessas min cias que o Ronaldo falou sobre voc n o ser um estrategista ah eu era um estrategista porque eu estava no meio de um pessoal onde eu precisava escutar mais j que eu n o falo muito bem n o sou um bom orador risos Retoma o enfoque no qual voc dizia olha como planejador pr reitor de planejamento eu n o era contra aquele jeito de ser do Prof Neroaldo um carism tico que causava rebuli o alvoro os eu n o planejava contra isso eu tentava solucionar problema Natanael Veja como a gente trabalhava em equipe e havia uma clara concord ncia uma consensualidade dos prop sitos finais acabava cada um de n s tendo um papel nenhum
156. da escola a minha cara Eu vim Administro a escola desde o in cio e depois de dois anos que eu estava aqui como indicada eu passei por um processo eleitoral j estou no segundo desde que ela fundada que eu administro J fui eleita duas vezes e agora vai haver uma terceira elei o n o sei se vou concorrer Mas vamos ver GESU NA Ent o esse seu processo de sua vinda tem uma rela o direta com o Prof Neroaldo por conta desse hist rico o que voc poderia nos contar a respeito das suas lembran as que pode ser assim o maior conflito que tem a ver com o Prof Neroaldo Eu posso deixar voc pensar JANETE Essa escola foi constru da num campinho de futebol onde os jovens se reuniam para fazer outras coisas que n o interessante eu falar agora Por conta disso esses jovens eles travaram uma luta contra escola de invadir de quebrar vidro de entrar na sala para assistir aula de andar nu em cima do muro de pintar e bordar E quando isso acontecia o professor Neroaldo vinha sempre era sempre presente para nos dar apoio Ele vinha de sala em sala conversar com o aluno mostrar ao aluno que a escola 212 era p blica que era um bem para a comunidade Que n s n o est vamos tirando o espa o e sim criando um bem para a comunidade E o professor Neroaldo sempre foi de dar muito apoio aos diretores e comunidade de um modo geral Por isso que eu tenho tanta admira o por ele GESU NA A nesse caso nessa
157. das na abordagem te rico metodol gica ao apontar e desenvolver as rela es conceituais entre a abordagem interpretativa GEERTZ 1989 LECLERC 2005 RICOEUR 1994abc e os espa os p blicos de direitos Para tanto desenvolvemos o conceito de enquadramento framing com apoio nas id ias de Lakoff 2005 O conceito requerido nos contextos de conversa o porque um enquadramento frame direciona a aten o sobre a produ o de narrativas Finalmente apresentaremos as unidades de significa o express es significativas dos tempos de viv ncia do Prof Dr Neroaldo Pontes na Universidade Federal da Para ba unidade denominada UFPB acolhida e emprego e na Rede Municipal de Jo o Pessoa unidade denominada Portas Abertas com o interc mbio das narrativas produzidas A terceira se o aplicada conversa o com o Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo segundo os procedimentos da pesquisa e at m se a um enquadramento carreira docente rela o conjugal dentre quatorze unidades de significa o 1 a contextualiza o da ida para a Undime Pb nacional 2 a separa o esquerda direita 3 o incentivo para participar da vida pol tica 4 o trabalho cr tico e o de oposi o irrespons vel 5 oposi o local e alian a nacional 6 o sentido pejorativo do termo colabora o quarenta e tr s anos ap s o golpe militar 7 a n o regulamenta o do regime de colabora o 8 a especificidade da pr tica pol
158. de queriam e quiseram verbo de sucesso com a nfase indicada por dois tempos verbais o pret rito imperfeito queriam tiveram a vontade de e o pret rito perfeito quiseram projetaram a ocorr ncia verbal acabei sendo eleito locu o verbal de sucesso com a nfase indicada pela jun o do partic pio passado e do ger ndio para referir se ao desfecho positivo de um processo de mobiliza o eleitoral N o foi o grupo do nordeste n o foi o grupo do PSDB n o foi o grupo do PMDB foi um grupo de secret rios de pessoas ligadas a organiza es mais esquerda digamos assim que queriam e que quiseram a minha elei o e eu acabei sendo eleito e preciso tamb m que se diga e eu espero n o estar faltando com a mod stia mas dois anos depois eu fui re eleito sem concorr ncia por absoluta unanimidade para mais dois anos na UNDIME Passamos ent o a adotar a posi o vers o do interlocutor para esta unidade de significa o Figura 13 CONTEXTUALIZA O DA IDA PARA A UNDIME representa o da contextualiza o da ida para a Undime Fonte autora SECERTARIA DE EDUCA O DIRIGENTES DE S O PAULO DO MUNDICIPIO DE JOAO PESSOA SETORES ACADEMICOS UNDIME PARA BA SETORES DO PT E DE ESQUERDA ESFERAS POL TICAS UNDIME NACIONAL IMAGEM E PERSONALIDADE OPINI O PUBLICA VULNERABILIDADE 95 4 2 A SEPARA O ESQUERDA E DIREITA Esta unidade de significa o derivada da unidade anterior e o in
159. de coisas da UFPB notemos aqui a presen a das locu es adverbiais e adv rbios marcando o tempo antes e depois de Neroaldo com o correr do tempo inicialmente a intensifica o da adjetiva o completamente diferentes muito duro muita muita gente encostada a gest o da narrativa por meio dos verbos de fracasso e 69 de sucesso viram pararam acabar cortou se mostrar verbos de realiza o aconteciam acontecesse trabalhando se juntaram perderam acabaram descobriram buscar apoiaram invas o e substantiva es problemas privil gios determinadas coisas trinta e tantos jornalistas fulaninho que andava engravatado a mulher do Reitor a dona do neg cio o agiot o pessoas que apoiaram a candidatura com pa nhei ros bandeiras vermelhas ca a s bruxas antes e depois de Neroaldo s o duas universidades completamente diferentes As coisas aconteciam porque havia uma vontade que as coisas acontecessem e foi engra ado que com o correr do tempo aquelas pessoas que inicialmente eram nossos advers rios quando eles viram que a gente estava trabalhando e o neg cio era pra valer eles pararam de criar problemas e se juntaram a gente Boa parte das decis es tomadas ali foram tomadas com apoio de diretores de centro de chefes de departamento que inicialmente eram nossos advers rios isso foi um trabalho muito duro pra mostrar a essas pessoas que os direitos os direitos quer dizer os privil gios que eles per
160. de empresas estatais bancos p blicos companhias de gua esgoto e energia el trica Nessas ocasi es o pr prio Governo Federal reteve o percentual constitucional destinado educa o quando os professores da educa o b sica os funcionalismos p blicos estaduais e municipais sofriam atrasos de sal rio parcelamento de 13 sal rio e coisas do tipo Na sequ ncia fazemos um esfor o para relacionar o tema da disputa ao processo de constru o do interlocutor enquanto agente que tem o conflito como laborat rio vivencial e est habituado conduta estrat gica relacionada s engenharias partid rias e pol ticas Imiscu do nas rela es institucionais como nosso interlocutor explica do ponto de vista institucional a perda da oportunidade para discutir a regulamenta o do Regime de Colabora o Na sequ ncia retomamos o assunto da elei o presid ncia da UNDIME para avaliar a estrat gia de indica o lan ando a possibilidade de que se a indica o tivesse partido das for as pol ticas das quais ele estava participando a governabilidade poderia ter sido problem tica Ent o o consenso aqui representa uma engenharia pol tica para obter a governabilidade parece valer mais esse sacrif cio do que insistir no caminho das resist ncias Destacamos que a experi ncia de consenso de nosso interlocutor est situada no meio do dissenso Todavia a dificuldade para lidar com o dissenso a permanente perda de con
161. debates pol ticos e nas tomadas de decis o um ideal tipo A analogia adequada porque fornece o princ pio da ado o de um contexto abrangente para sublinhar um processo espec fico Seguindo esse princ pio para debater a institucionaliza o do Regime de Colabora o situaremos os protagonistas em um processo mais abrangente o das manifesta es sociais pela amplia o dos espa os democr ticos no Brasil primeiro em termos meramente formais no combate ditadura depois em um processo mais sistem tico e institucional Falar em termos de protagonistas de tal processo voltados para a pol tica espec fica do Regime de Colabora o pode nos 1 Kellner 2001 p 262 lembra que Adorno e Horkheimer rejeitaram a disserta o Ela foi considerada insuficientemente cr tica em rela o ideologia da democracia liberal e que houve quem afirmasse sobre a quest o que Adorno estava orgulhoso de Habermas e teria aceitado esse trabalho mas Horkheimer achou Habermas muito radical quando lhe fez exig ncias de revis o que n o foram aceitas Assim o Instituto perdeu seu estudante mais promissor levando o a procurar emprego em outro lugar Habermas submeteu a disserta o a Wolfgang Abenroth em Marburg um novo professor marxista na Alemanha naquela poca em 1961 tornou se Privatdozent em Marburg e depois em Heidelberg em 1962 Em 1964 apoiado por Adorno Habermas retornou a Frankfurt para substituir Horkheimer na cadeira de filosof
162. deram n o seriam distribu dos para mais ningu m Os privil gios acabaram Isso foi fundamental Pra onde que est indo o dinheiro Quem que t tirando di ria Quem que levando licita o Quando viram que n o era ningu m ent o descobriram que a coisa era s ria descobriram que existia uma outra forma de trabalhar Acabar com determinadas coisas por exemplo uma assessoria de imprensa com trinta e tantos jornalistas sem fazer nada Cortou se s fica quem for do quadro da universidade A foi terr vel porque seu fulaninho que andava engravatado l ia buscar o contracheque pra nica e exclusivamente botar notas na coluna social sobre a mulher do reitor e o reitor todo o dia se voc pegar os jornais da poca o reitor foi pra onde a mulher do reitor fez aquilo como bonita a mulher do reitor O cara recebia uma gratifica o para fazer isso e junto a isso muito muita gente encostada ali pra ganhar dinheiro Na secretaria da reitoria tinha uma fam lia que era basicamente a dona do neg cio Era uma m e dois filhos e uma nora Um era agiota Quando eu botei todo mundo pra fora eu n o botei t nhamos combinado que era botar O agiot o chegou l sentou se na minha frente professor o seguinte primeiro voc se levanta que eu n o lhe convidei para sentar o que voc quer N o vou me embora e foi embora Quer dizer era a casa da m e Joana Ent o mudar esses h bitos deixar claro que havia uma outra mentalidade
163. dicar 12 N s ramos mutuamente confidentes e isso eu acho que foi uma coisa muito importante por conta das primeiras dificuldades que se come ou a enfrentar com a hist ria dos 84 e com o ataque do vice reitor do Roberto de Campina Grande que queria a reitoria a qualquer custo O que Roberto queria desde o come o era derrubar Neroaldo e assumir a reitoria Ent o quando Neroaldo me chama me d a seguinte miss o principalmente era servir de um certo acolchoado junto aos advers rios pol ticos quando se pensava que os advers rios pol ticos eram aqueles chefes de departamento diretores de centro que fizeram a campanha advers ria e que iam tentar nos jantar a qualquer momento Ent o a minha principal miss o era essa era amansar essas feras O que a gente n o esperava era que o principal inimigo n o advers rio era o vice reitor Ent o esse foi um momento assim de muita tens o porque enquanto n s lut vamos com a quest o dos 84 todos os professores foram beneficiados por conta de um erro de um descuido da Procuradoria Jur dica O Neroaldo teve que imediatamente pedir o cargo ao Procurador Jur dico que ele tinha escolhido E teve por obriga o por dever de of cio come ar a entrar na justi a mover a es contra os 84 que obriga o E isso o Robertinho o vice reitor come ou a usar como elemento de campanha para derrubar o Neroaldo para prejudicar o Neroaldo Ele colocava os professores tanto os profes
164. dividuais as id ias n o podem ser comunicadas a constru o de uma situa o comum que possibilita a comunica o e esta depende de uma influ ncia rec proca e cont nua de comportamentos As id ias continuar o se estruturando sob o fundo da subjetividade que cada um projetou nesse mundo artificial o inter mundo do projeto comum que sempre prec rio provis rio e dependente das estrat gias de comunica o 3 3 A UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARA BA ACOLHIDA E EMPREGO N o preciso ser uma pessoa considerada sens vel para reconhecer que nas situa es em que temos que agradecer o reconhecimento de um trabalho e compartilhar esse reconhecimento com muitas pessoas mencionando situa es n o se pode evitar a emo o o caso do Prof Neroaldo quando recebe o t tulo de cidad o paraibano concedido pela Assembl ia Legislativa em onze de junho de 1996 O orador come a seu discurso afirmando que toda sua rela o com o Estado da Para ba passa pelos caminhos da UFPB Assim ao receber naquele dia na Assembl ia Legislativa o t tulo de cidad o paraibano sente se reconfortado por ali comparecer acompanhado de muitos dos que fazem a UFPB Notemos que o Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo nasceu em S o Caetano no Estado de Pernambuco 163 km de Recife Destina o m rito a essas 67 pessoas Este reconhecimento nos remete pela fun o de narradora descri o do encontro in cio do mandato eu con
165. do grupo Quem n o compartilha lobista ou oficialista E assim que funciona o sentimento de grupo Pego um jornalista que critica o grupo chamo o de lobista publico em um jornal como o Observat rio e passo a ter o respeito do grupo F cil n 121 Insurjo me sim mesmo correndo o risco de ficar antipatizado perante os colegas e de ser alvo desse patrulhamento prim rio e sem limites que pretende torpedear qualquer opini o contr ria com insinua es de quem n o tem a menor preocupa o com a reputa o alheia Tenho espa o na m dia e posso me defender Mas o que far esse Procurador nos processos em que a v tima n o tem como se defender Modelo de atua o do Minist rio P blico o ideal de autonomia para a justi a imprensa sindicatos Esse primeiro aspecto do Minist rio P blico Brasileiro subjetivo uma vez que a designa o do Chefe do Minist rio P blico os Procuradores Gerais da Rep blica e da Justi a dos Estados de compet ncia do Chefe do Poder Executivo Em tese ao Chefe do executivo que cabe ao Chefe do Minist rio P blico fiscalizar Assim como um jornalista tem poder ilimitado para liquidar com reputa es a partir da publica o de suspeitas o mesmo pode acontecer com a a o de um procurador Isto porque eles atuam com baixo risco lidando com a opini o p blica Este foi o ltimo assunto que tratamos conforme se pode ver na degrava o Os termos disposicionais de substantiva o r
166. do para intervir nos debates sobre a pol tica educacional Esses debates t m evolu do Qual a dire o para a qual o senhor dirige sua contribui o Como o senhor tem procurado informar esses debates O senhor tem sentido algum constrangimento ou conflito quanto a sua autenticidade ou dificuldade para convencer sobre suas id ias c Em nossa opini o o marco legal fomenta o Regime de Colabora o mas a interlocu o institucional quem o operacionaliza Se n o estivermos equivocados afinal o que rege a interlocu o A press o das conjunturas Quais elementos facilitam ou dificultam a interlocu o d Quais fei es o Regime de Colabora o teria assumido desde sua inscri o na Constitui o Federal Temos presente a re significa o dos movimentos de democratiza o dos anos de 1980 na d cada de 1990 por meio da relativiza o da gest o democr tica como concep o abrangente que foi criticada fortemente em nome dos pressupostos de qualidade efici ncia e efic cia Essa re significa o foi expressa pela preconiza o da gest o de escolas eficazes nos projetos de descentraliza o desconcentra o delega o de responsabilidades dos rg os centrais para as unidades escolares e da esfera estadual para as esferas municipais A escola passou a ser visada como nico espa o para a efici ncia diga se o monitoramento do fluxo idade s rie e para a efic cia economia de recursos A re signifi
167. do para ver como pessoas que tinham uma vis o mais avan ada em rela o a essas quest es em 1997 voltando ainda a minha hist ria pessoal fizeram um abaixo assinado e me entregaram pessoas como Natanael que tinha sido meu pr reitor ligado naquela ocasi o ao PT Maia Barreto que foi secret rio recentemente de Ricardo Coutinho Essas pessoas assinaram em 1997 um manifesto me estimulando a aceitar ser secret rio de educa o do Munic pio de Jo o Pessoa na gest o do PSDB PMDB isso importante porque hoje mais f cil se fazer esse entendimento eu tenho essa documenta o Hoje mais f cil GESU NA Quero uma c pia 148 NEROALDO Eu posso lhe passar uma copia com o nome dessas pessoas que me deram esse incentivo naquela ocasi o isso importante Como importante dizer que passados quatro anos Deixe me ver de 1997 a elei o de Lula foi em dois mil e dois Dois mil e um GESU NA Dois mil e dois NEROALDO N o ele assumiu em dois mil e dois Passados cinco anos eu tinha eu recebia um t tulo do Minist rio da Educa o de Cavaleiro da Educa o nacional isso era um reconhecimento do grupo do PSDB que estava no poder GESU NA do Paulo Renato NEROALDO Paulo Renato porque na Undime eu fiz sim um trabalho cr tico em rela o ao que o PSDB fazia em educa o mas nunca um trabalho de oposi o irrespons vel at porque a Undime ela tinha a representatividade de todos os parti
168. dos e a Undime n o poderia ser direcionada para um partido x nem y ela tinha que estar a servi o da educa o n o Mas ao mesmo tempo eu fui convidado em 2001 pelo grupo que fazia a proposta de educa o de Lula para preparar juntamente com mais doze pessoas doze ou treze pessoas o programa do ent o candidato Lula a presid ncia da rep blica sendo secret rio de educa o do PSDB aqui em Jo o Pessoa O que mostra que essas pessoas era Nilton Lima Neto que hoje tinha sido Reitor da Universidade de S o Carlos conhecia a minha trajet ria e que era naquele momento Prefeito de S o Carlos que ali s foi re eleito prefeito da cidade de S o Carlos em S o Paulo ligado ao Partido dos Trabalhadores ent o eles que me convidam para preparar a proposta e eu perguntei voc s tem alguma dificuldade porque eu estou na prefeitura do PSDB ele disse n o n s estamos convidando exatamente porque a gente compreende a import ncia do seu trabalho e perguntei tamb m ao Prefeito C cero Lucena na ocasi o n o para pedir licen a a ele para preparar o programa de Lula mas para me ausentar de Jo o Pessoa em alguns momentos porque a sim como secret rio eu precisava da sua anu ncia para que eu me ausentasse em alguns momentos para trabalhar no programa de Lula e C cero naquela ocasi o simplesmente ficou feliz por eu ter sido chamado e me incentivou a que preparasse o programa de Lula naquela ocasi o ou seja eu quero dizer
169. e Fernand Braudel Na tradi o alem Ranke apud Meiland 1992 argumentou que o conhecimento hist rico tem pretens es cient ficas enquanto est baseado sobre pesquisa e verifica o rigorosa dos fatos tanto quanto poss vel e o aspecto da objetividade tomado como meta principal C G Hempel representa a posi o onde a pesquisa hist rica e as pesquisas cient ficas t m o mesmo objetivo o de providenciar explica es para eventos particulares atrav s da descoberta de leis gerais das quais os eventos particulares s o inferidos Do ponto de vista metodol gico Ricoeur 1994a destaca uma epistemologia da hist ria como uma das pretens es do positivismo l gico N o a pr tica da hist ria que alimenta a argumenta o mas a preocupa o mais normativa do que descritiva de afirmar a unidade da ci ncia na tradi o do C rculo de Viena p 160 Pela abordagem de Ricoeur consideramos que tal como acontece com a aceita o de uma teoria cient fica a recep o de uma narrativa um fato socialmente determinado Diferentemente do que acontece com a aceita o de uma teoria cient fica a aceita o de uma narrativa admite tanto no dissenso quanto no consenso que as testemunhas da narrativa sejam distra das ou que o isso de que se fala pode sobreviver apenas de modo translato ou que as incongru ncias e a vagueza de id ias sejam comuns na linguagem pelo recurso aos gestos e pelo desequil brio de informa
170. e o o ministro tava l ent o ele n o tava nem a ele ia pra junto das pessoas Mas foi um dos primeiros contatos depois ele desasnou e come ou a ter uma certa desenvoltura e o respeito maior por conta do trabalho dele Acho que foi esse contato a que fez com que ele fosse chamado Ou seja nessa conviv ncia entre os poderes porque ser reitor da Para ba agora que a universidade t dividida perdeu mais esse peso mas era administrar o terceiro or amento do Estado e algumas vezes no tempo do Linaldo se n o me engano foi o segundo or amento o or amento maior do que o da prefeitura Ser reitor na Para ba uma coisa importante interessante voc chega no Recife ningu m sabia quem era o reitor da Universidade Federal de Pernambuco Aqui n o o cara sai no jornal todo dia Ent o acho que foi essa passagem a o ajudou com um certo desencanto com o movimento que o levou reitoria e essa conviv ncia com o pessoal da pol tica partid ria ligada a C ssio Cunha Lima que fez com que ele fosse o secret rio municipal Que pra mim ele transp s todo o esp rito do reitorado pra prefeitura e como administrar a prefeitura a secretaria municipal de educa o muito mais f cil do que administrar a reitoria ent o ele pode O populismo Nele n o Relativamente a secretaria de educa o o CCHLA A secretaria muito mais f cil de administrar do que o CCHLA risos Gesu na ao mesmo tempo ele poderia ter levado quadros d
171. e Dom Helder Eu n o estou aqui querendo me comparando com Dom Helder eu estou me colocando como um disc pulo estou me colocando como um homem que teve a sorte de ter at convivido com pessoas como Dom Helder como Dom Marcelo Carvalheira que foi arcebispo aqui da Para ba e que foi meu Reitor durante o per odo que estive em Olinda ent o s o pessoas que mantiveram sempre um alto grau de di logo mas que experimentaram extremas dificuldades no exerc cio executivo do cargo Dom Helder em Recife inclusive em rela o a pr pria institui o igreja Dom Marcelo aqui na Para ba quantas dificuldades ele teve E um desses meus grandes mestres Paulo Freire e quem n o conhece as dificuldades de Paulo Freire secret rio de educa o do Munic pio de S o Paulo tendo que deixar um intelectual que era Paulo Freire com toda experi ncia de vida e de di logo sendo incompreendido como gestor da educa o em S o Paulo no tempo da Prefeita Erundina tanto que deixou o cargo ou seja com toda experi ncia de vida com toda capacidade de di logo Paulo Freire entendeu que n o era poss vel continuar como secret rio de educa o dadas as incompreens es que ele teve por parte da urdiduras da rede municipal e dos conflitos pol ticos que se estabeleceram em S o Paulo naquele momento A gente tem que conviver com essas dificuldades tem que conviver com essas quest es E isso faz parte do dia a dia a gente convive no sindicato a gente conv
172. e conseguia a reforma da escola porque o Prefeito era aqui da comunidade n E aqui na escola ele j foi sempre eu convidava ele pra ser ou paraninfo de turma GESU NA O Prefeito Ricardo Coutinho ele tinha ele tinha DA LUZ Ele tinha sempre um entrosamento bom aqui com a comunidade conhecia bem a comunidade n Ai pra ver se a gente conseguia uma reforma porque nossas salas de aula s o pequenas n o s o adequadas GESU NA Como eram seus contatos com o Prof Neroaldo e depois eu vou me justificar em rela o rela o secret rio prefeito porque na minha tese eu vou dirigir a seguinte perspectiva Em minha tese eu vou dirigir uma seguintes perspectiva eu n o acredito que o Prof Neroaldo representava diretamente os interesses do Prefeito C cero Lucena porque eu n o acredito eu acredito na influ ncia de uma s rie de outras entendeu Isso n o despolitizar a rela o mas colocar na vis o pol tica outros elementos entendeu Porque n o h hoje no Brasil n o existe uma possibilidade de um governo que tenha nos seus quadros todos os seus interesses dos seus partidos porque as coaliz es s o amplas e porque as coaliz es est o sempre se reorganizando t entendendo DA LUZ Eu estou entendendo 206 GESU NA Eu acredito assim que preciso fazer uma outra leitura pol tica do que significa o secret rio hoje de educa o em rela o ao Prefeito Ricardo Coutinho que teve uma vota o exp
173. e o que acabou prevalecendo Que dez por cento s ser o implementados daqui a quatro anos e o FUNDEB que era para dez anos se estabeleceu para quatorze anos tendo quatro anos iniciais ainda de um ajuste e nesse ajuste GESU NA a t pica transi o NEROALDO A t pica transi o No ano de 2007 a Uni o colocar para o conjunto dos fundos um bilh o e oitocentos milh es no segundo ano mais x no terceiro ano mais x e s no quarto ano que dez por cento Ent o o financiamento faz com que a Uni o n o exer a o seu papel que n o o papel de fazer a educa o b sica quem tem que fazer a educa o b sica s o os Munic pios e os Estados mas existe na Constitui o o papel redistributivo que a Uni o tem que fazer e na medida em que a Uni o colaborasse mais viriam mais recursos especificamente para os Estados que t m mais dificuldade que s o os Estados do Nordeste alguns Estados do Norte e um ou outro claro do pa s Minas Gerais por exemplo tem de tudo tem munic pios bastante avan ados mas Munic pios com extrema dificuldade econ mica n o Ent o o Regime de Colabora o se ressente desse papel redistributivo da Uni o e o FUNDEB mais uma vez especificou isso e estabelece um sistema de disputa entre Estado e munic pios por aluno sobretudo 152 considerando o aluno como um cifr o e n o como uma pessoa que precisa merecer o cuidado da Uni o do Estado dos Munic pios da sociedade e da fam li
174. e realiza o avalio montar fazer de conta come ar tudo de novo saber que tem se transforma como estabelece Por sua vez a troca da Prof 2 Alice estruturada com as ocorr ncias dos termos disposicionais GESU NA nessa rela o que eu avalio a atua o do Prof Neroaldo Pontes que eu falei pra voc se eu for capaz no final de montar um pequeno roteiro do que fazer como secret rio de educa o no primeiro dia de sua secretaria no segundo dia no terceiro dia enfim para que as pessoas um dia quem sabe Alice chega a ser Secret ria de educa o e por que Alice vai ter que fazer de conta que n o sabe dos problemas que vai ter que come ar tudo de novo E por que aquele saber que o professor ou professora tem na secretaria de educa o se transforma em uma capacidade dele e n o em uma capacidade da secretaria de educa o Como que voc estabelece sua rela o com o Prof Neroaldo a professora Alice Voc come ou seu mandato quando Prosseguindo na narrativa procuro tratar a rela o espec fica de Alice com a atua o do Professor Neroaldo estimulando a a falar por meio do adjetivo inesquec vel Ao que a Professora considera com as ocorr ncias de termos disposicionais substantivados que marcam a identidade profissional n o sou professora sou especialista sou supervisora tenho especializa o em educa o infantil importante destacar que esta ocorr ncia remete ao conflito hist rico da corpora
175. e uma fam lia de dificuldades econ micas e morar sete anos na Europa o que significa isso em termos de forma o de ser professor da Universidade de Toulousse durante quatro anos de ter contato com morar sete anos na Europa voc sabe o que significa isso em termos de abertura da mesma maneira que um Europeu vir morar sete anos no Brasil eu vejo a coisa n o como colonizado mas eu vejo o di logo eu acho t o importante para um brasileiro morar na Europa quanto um europeu morar no Brasil no sentido de relativizar conceitos no sentido de abrir horizontes de abrir a cabe a pra ver tantas coisas ent o tive essa sorte extraordin ria ent o tudo o que eu aprendi no semin rio tudo o que aprendi na Universidade de Toulousse tudo o que aprendi na Universidade Federal da Para ba eu tento trazer para o dia a dia do trabalho trouxe para a secretaria de educa o do munic pio e para a secretaria do Estado e com diferentes posi es e sem nenhum preconceito GESU NA os professores lembram o conv nio com a Alian a o acesso das crian as ao franc s ao teatro NEROALDO Quando eu vejo um filho de servente de pedreiro aluno do Munic pio de Jo o Pessoa hoje monitor na Alian a Francesa falando franc s ent o isso formid vel isso formid vel quando eu vejo que em Joinvile oito crian as quatro hoje financiadas pelo Munic pio que n s come amos quatro financiadas pelo Estado est o estudando bal
176. e voc era um comunista que voc era um PTista tarar tarar NEROALDO risos GESU NA e depois voc n o se filiou ao PT voc teria uma vincula o de imagem foi constru da pelo que a gente tem no depoimento e depois vai para o PTB e a eu pergunto mais para discutir justamente quais as dificuldades para falar com pol ticos de outros partidos porque s o v rias experi ncias de representa o tem tamb m muitas experi ncias ligadas ao Executivo Voc foi eleito dirigente sindical foi eleito Reitor e depois passou a ser secret rio de educa o e como Reitor um trabalho executivo tamb m muito embora tenha essa NEROALDO Esse componente eleitoral GESU NA Mas ent o vindo dessas duas experi ncias voc disse que resiste e est resistindo candidatura ao legislativo Eu posso levantar a hip tese de que justamente o Legislativo parece que est muito vinculado a uma forte id ia de oposi o que a gente tem a imagem do deputado do vereador como algu m que faz oposi o e n o faz sustenta o e eu posso dizer assim que voc recusou v rios destinos poderia ter sa do da Universidade e ter se candidatado a prefeito poderia ter se candidatado deputado mas mesmo sem a candidatura e como executivo conquistou consolidou a visibilidade um poder de presen a que muitos pol ticos com mandato n o tem que t m acesso a esse corpo a corpo com a popula o E a v m as dificuldades dessa hist
177. eapropria o j que at mesmo filosofias do passado long nquo podem ser reinterpretadas e reapropriadas porque permanecem abertas em seus significados potenciais inexplorados ou reprimidos gra as evid ncia do m todo que auxiliou sua elabora o Nessa reconstru o precisamos retomar a converg ncia dos estudos de Habermas do in cio dos anos sessenta 1984 e dos anos noventa 2003 Sabe se que a vincula o desses dois momentos representa uma s ntese complexa em que a no o de validade intersubjetiva de argumentos livres de domina o representa um esfor o para debater uma concep o mais expansiva da raz o do que a concep o dominante no clima intelectual do p s guerra A no o foi resignificada nos anos de 1990 por meio das transforma es do pr prio trabalho de Habermas com a virada ling stica voltou se para a linguagem e a comunica o O discurso com todas as suas indetermina es e porosidades foi tomado como elemento central para o aperfei oamento dos procedimentos para institucionalizar processos reguladores da vida comum Desse ponto de vistas as pessoas visam superar a regula o feita por for as encobertas pela coer o influ ncia ou o poder de fortes interesses e alcan ar uma concord ncia racionalmente motivada Bartlett 2001 A democracia passa a ser vista atrav s da din mica das normas da linguagem e medida pelo n vel de comunica o p blica Uma sociedade pode se aprese
178. ecai sobre os gestos do reconhecimento reconhecer ser reconhecido que remete 126 visibilidade t pica da exist ncia dos espa os p blicos enquanto for a estruturante dos arranjos institucionais da mobiliza o para a partilha de regras para as diferentes l gicas de a o instrumental estrat gica comunicativa para a negocia o com as regras de maioria e para o controle da pr pria coa o c Na unidade de significa o trabalho cr tico e de oposi o irrespons vel a centralidade recai sobre os gestos de encorajar para a participa o na vida pol tica que remete ao balan o de custo benef cio para a dimens o pessoal e coletiva enquanto for a estruturante das condi es de produ o do discurso que visa forma o da opini o p blica por meio do uso cognitivo da linguagem d Na unidade de significa o oposi o local e alian a nacional a centralidade recai sobre os gestos de conviver enquanto composi o de atos para mediar conflitos e manter rela es quando se pode ter a consci ncia das pr prias temporalidades expressas nos encontros e desencontros com outras pessoas e institui es e Na unidade de significa o o sentido pejorativo do Regime de Colabora o 43 anos ap s o golpe militar a centralidade recai sobre os gestos de regulamentar como a o t pica de um conjunto de for as institucionais o car ter de constituir pessoa jur dica enquanto uma capacidade estrat
179. ederal Estadual etc Regime de Colabora o 3 Gest es das Pol ticas P blicas Educacionais Regime de Colabora o 4 Regime de Colabora o Espa os P blicos de Direitos UFPB BC CDU 37 32 043 TERMO DE APROVA O GESU NA DE F TIMA ELIAS LECLERC O CONCEITO NORMATIVO DO REGIME DE COLABORA O ENQUANTO CONSTRU O E AMPLIA O DOS ESPA OS PUBLICOS DE DIREITOS media es no percurso institucional da atua o do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo Tese aprovada como requisito parcial para a obten o do grau de Doutor no curso de P s Gradua o em Educa o do Centro de Educa o da Universidade Federal da Para ba pela seguinte banca examinadora Orientadora Prof Dr Edna Gusm o de G es Brennand Departamento de Habilita es Pedag gicas UFPB Prof Dr Paulo Speller Departamento de Teorias e Fundamentos da Educa o UFMT Prof Dr Manfredo Ara jo de Oliveira Departamento de Filosofia UFC Prof Dr Roberto Veras de Oliveira Departamento de Antropologia e Sociologia UFCG Prof Dr Wilson Honorato Arag o Departamento de Habilita es Pedag gicas UFPB Este trabalho dedicado mem ria do Prof Dr Eudson de Castro Ferreira Cuiab MT 12 12 2006 AGRADECIMENTOS Agrade o Capes pelo aux lio financeiro fui bolsista por vinte e sete meses aos docentes aos funcion rios e coordena o do PPGE UFPB Agrade o Prof Edna Gusm o de G es Brennand pel
180. eflex o a do acesso subjetivo ao Brasil como algo que pertence ao sujeito alma ofertante que se sente brasileiro mineiro carioca amazonense cole o de mins ao qual se refere pelo termo jur dico meu pa s enquadrando framing as figuras institucionais de leis e reis mas essa perten a um projeto pois o pa s uma parte aut noma e extraviada do sujeito que a descreve sensual social e culturalmente sobrevivendo fora desse sujeito e periodicamente buscando o caminho de volta Aplicado ao uso distinto de vocabul rios e de sem ntica o texto em quest o parece valer como vocabul rio para o militante em contexto eleitoral em que preciso atingir o eleitor e deve ser eliminado dos espa os de gest o restritos aos p lidos economistas que pedem calma Nosso interlocutor tem a experi ncia de ter participado da aplica o da LDB na fase em que era preciso orientar seu expediente e tamb m torn la conhecida Nossa posi o a de que n o se pode associar nosso interlocutor n o somente por sua forma o acad mica e dedica o s Letras ao vocabul rio dos p lidos economistas que pedem calma mas com base em experi ncias que se pode denominar N o se pode por exemplo apont lo como um preconizador de t cnica de gest o referenciando o ades o s formas de ger ncia e aos princ pios de efici ncia efic cia segundo o modelo do desenvolvimento produtivo com equidade
181. ego em uma metal rgica e sempre lia nas manchetes de jornais que empresas construtoras de autom veis estavam chegando regi o Decidiu fazer um curso no SENAI e depois arrumou um emprego em uma grande montadora Casou se teve tr s filhos e a mulher podia ficar em casa cuidando das crian as Jos sindicalizou se militou na fabrica no sindicato ajudou a criar um partido e assim passou a compreender o significado da a o coletiva e da democracia A mulher de Jos se engajou nas comunidades eclesiais de base Juntos participaram das greves no final da d cada de setenta das lutas contra a carestia e pelas Diretas J Viam com satisfa o os filhos crescendo e sonhavam que eles iriam ter estudo Os filhos n o sofreriam as durezas que seus pais haviam passado Mas aconteceu que poucos dias antes do segundo turno das elei es presidenciais de 1989 de repente n o mais que de repente Jos caiu em um sono t o profundo que dormiu por dez anos Quando finalmente acordou como em um passe de m gica era uma manh de maio de 1999 Jos nem bem comemorou o despertar com a fam lia amigos e at netos foi tomando p da situa o A come ar pelo que tinha acontecido com sua pr pria fam lia A mulher teve que preparar doces para vender nos botecos que mal eram abertos e j fechavam A pens o a que teve direito foi corro da pelos ajustes da Previd ncia Os filhos terminaram a faculdade o mais velho fez o curso de engenha
182. eio ao compromisso com grupos pol ticos Nesta unidade destacamos a reitera o dos atos de fala aceitar o 100 convite comissivo perguntar diretivo a reitera o de t picos de discurso sobre o quadro eleitoral recente pela ocorr ncia de re eleito verbo de sucesso O ato de fala comissivo se refere ao aceite do convite para integrar a equipe que elaborou o plano de Governo do Presidente Lula E o ato de fala diretivo se refere ao reconhecimento pelo interlocutor do conflito de estar participando do Governo do principal partido de oposi o ao ent o candidato Lula em 2001 como se pode ver Mas ao mesmo tempo eu fui convidado em 2001 pelo grupo que fazia a proposta de educa o de Lula para preparar juntamente com mais doze pessoas doze ou treze pessoas o programa do ent o candidato Lula Presid ncia da Rep blica sendo Secret rio de Educa o do PSDB aqui em Jo o Pessoa O que mostra que essas pessoas era Nilton Lima Neto que hoje tinha sido Reitor da Universidade de S o Carlos conhecia a minha trajet ria e que era naquele momento Prefeito de S o Carlos que ali s foi re eleito Prefeito da cidade de S o Carlos em S o Paulo ligado ao Partido dos Trabalhadores ent o eles que me convidam para preparar a proposta e eu perguntei voc s t m alguma dificuldade Porque eu estou na prefeitura do PSDB ele disse n o n s estamos convidando exatamente porque a gente compreende a import ncia do seu trabalho
183. eis da tomada de decis o coletiva da formula o e implementa o das pol ticas 91 O interc mbio entre essas esferas parte do dinamismo da rela o entre Estado e sociedade que os canais porosos de influ ncia entre os partidos pol ticos os movimentos sociais empresariais sindicais a imprensa e assim por diante O fluxo da rela o Estado e sociedade consiste na maior ou menor habilidade de sistema pol tico denominado democr tico justificar as decis es que processa lidando com os dom nios te rico moral e do discurso tico Em suma nossa abordagem e nosso apelo interlocu o visam experimentar a aproxima o da pol tica considerada enquanto a express o da liberdade que se espalha simultaneamente da dimens o subjetiva e da soberania das pessoas O fato de sermos sociais n o decorre t o somente de uma racionalidade instrumental necess ria porque a justifica o de nossas a es est enla ada em considera es ticas A interlocu o o processo em que n o podemos deixar de apelar para a moralidade para resolver conflitos de interesse coordenar a es e assim desfiar novos modelos de organiza o da pol tica educacional 4 1 A CONTEXTUALIZA O DA IDA PARA A UNDIME PB E UNDIME NACIONAL Destacamos a presente unidade de significa o a partir da argumenta o do Prof Neroaldo ao reparar nossa considera o sobre as condi es que o levaram a presidir a UNDIME local e nacional Naqu
184. eitos pol ticos segue acompanhada tamb m do termo resist ncia em oposi o colaboracionismo embora a resist ncia tenha um contexto de inteligibilidade espec fico A resist ncia no sentido estrito designa Todos os movimentos ou diferentes formas de oposi o ativa e passiva que se deram na Europa durante a Segunda Guerra Mundial contra a ocupa o alem e italiana Como indica do ponto de vista lexical o pr prio termo trata se de mais uma rea o que de a o de uma ofensiva de uma oposi o que de uma revolu o A resist ncia ativa diferente da passiva enquanto esta se limita a n o colabora o a sabotar passivamente nos minist rios e nas f bricas as 103 iniciativas do inimigo aquela o ataca com fim de o desmoralizar estando a suam m xima manifesta o na guerrilha A resist ncia ativa faz obra de propaganda por meio de imprensa clandestina organiza greves sabota a economia que trabalha para o ocupante desenvolve atividades de espionagem ao servi o dos aliados comete atentados tanto contra os alem es como contra os colaboracionistas tenta destruir as infra estruturas log sticas do inimigo cria focos de resist ncia p 1114 Retomando a intera o com nosso interlocutor destacamos a dificuldade no uso do termo colaborador e destacamos os epis dios da unidade de significa o anterior veja bem sua atitude voc vai e coloca publicamente olha eu fa o pa
185. eitos que se unificam no conceito semi tico de cultura que se encontra em Geertz Relacionamos nosso empreendimento abordagem interpretativa de Geertz 1989 que associa a compreens o hermen utica investiga o etnogr fica porque nos valemos da coleta de dados mediada por situa es apreendidas em textos A investiga o etnogr fica trabalha com artesanatos locais GEERTZ 2006 que s o as narrativas relatos e com as opera es das interpreta es das tradu es isto com processos de re elabora o transcultural Destaca se assim a necessidade de compreender as formas de se orientar por a es simb licas atrav s do m todo de descri o densa LECLERC 2005 Habermas se compromete metodologicamente com a narrativa ao consider la uma forma especializada do discurso constativo que d acesso ao mundo vivido porque a concep o profana do mundo isto a manifesta o do mundo vivido 1987b p 150 reside na base da narrativa Buscamos ainda um interc mbio com autores secund rios para as finalidades deste trabalho haja vista o car ter normativo da defini o do objeto e a caracter stica do enunciado da tese 18 Toda defini o normativa delimita como algo deve ser e o vocabul rio que introduz os crit rios normativos porque o vocabul rio o meio de acesso a outras realidades Searle 1995 desenvolveu os conceitos de fato institucional u
186. ela oportunidade consideramos que H exatamente uma d cada o Prof Neroaldo fez uma passagem do espa o de atua o na Universidade Federal da Para ba culminada com o cargo de Reitor 1992 1996 para o espa o de Gest o da Educa o B sica foi Secret rio Municipal de Educa o de Jo o Pessoa no Governo do PMDB 1997 2001 na conjuntura que resultou das elei es municipais de 1996 quando o PMDB obteve o governo de cento e uma das duzentos e vinte tr s Prefeituras do Estado da Para ba e das elei es municipais de 2000 quando o PMDB obteve o governo de oitenta e uma prefeituras Tais condi es necess rias e outras suficientes atuaram para que o Prof Neroaldo tenha sido eleito Presidente da Undime local e nacional 1997 2001 Nosso interlocutor asseverou que procurou orientar sua atua o institucional para al m das fronteiras partid rias locais e regionais preservando e consolidando as rela es estrat gicas que estabeleceu ao longo de sua carreira acad mica na qual destaca a import ncia de ter estabelecido rela es internacionais 92 Dirigindo se diretamente ao texto da pesquisa destacado acima diretivamente interveio para modificar o aspecto destacado em nossa cadeia de racioc nio Vamos tentar contextualizar a minha ida para a UNDIME na Para ba e a UNDIME Nacional Em primeiro lugar preciso que a gente entenda que eu de fato fui para a UNDIME da Para ba e fui para a UNDIME nacional porque eu er
187. en K The Companion to Habermas Cambridge 1999 139 AP NDICE A NEROALDO PONTES DE AZEVDO ASSEMBL IA LEGISLATIVA DA PARA BA 11 06 1996 ESTE O MEU LUGAR Toda a hist ria da minha rela o com a Para ba passa pelos caminhos da nossa Universidade Federal Assim que ao receber hoje nesta Assembl ia Legislativa o t tulo de cidad o paraibano sinto me reconfortado por comparecer aqui acompanhado de muitos dos que fazem a UFPB Ao me tornar oficialmente cidad o deste Estado alegro me em saber que o m rito deste t tulo pertence aos que fazemos a Universidade mesmo porque compreendo que a Universidade tornou se tamb m ela mais paraibana ou seja cada vez mais comprometida com a Regi o e com o Estado Nascido numa pequena cidade do interior de Pernambuco menino matuto ouvi falar pela primeira vez da Para ba pela boca de meu pai chofer de pra a que ao chegar de uma viagem t o longa para aqueles tempos voltou encantado com Jo o Pessoa e n o parava de falar no Ponto de Cem R is Soava me bonito o nome mas eu n o entendia o que poderia vir a ser o Ponto de Cem R is Mais tarde estudante no Semin rio de Garanhuns vou passar uns dias de f rias com uma irm no Caj Meu cunhado trabalhava na constru o da rodovia a BR 230 Hoje como Reitor de uma Universidade multicampi passo tantas vezes pelo Caj E me lembro de uma hist ria daqueles dias de tantas vezes pelo Caj Quase nada a faz
188. ende de regras constitutivas As descri es de tais fatos servem para designar as por es reais do mundo social em contraposi o aos outros fatos brutos do mundo Os fatos institucionais s o o que s o porque os seres humanos concordam que eles o sejam dinheiro propriedade elei es governo casamento tribunais jogos etc s o inteiramente dependentes da aceita o humana em contraste com os fatos n o institucionais ou os fatos brutos que haja neve e gelo no cume do monte Everest ou que os tomos de hidrog nio tenham um el tron fatos n o dependentes da aceita o humana Defendemos a tese segundo a qual a atua o de pessoas para construir e ampliar os espa os de proposi o e de gest o das pol ticas p blicas um fato institucional inovador da democracia no Brasil Ainda que esses espa os sejam intersticiais eles s o recorrentes portanto envolvem protagonismos propostas e pr ticas que est o em curso Por meio de nossa abordagem reconhecemos as limita es para a gera o de um fato institucional preciso apontar as institui es que geram o fato institucional Conforme o conceito as institui es que geram um fato institucional s o as regras constitutivas decorrentes de pr ticas e procedimentos que t m a forma X conta como Y em contexto C Para expor nosso argumento caracterizamos X a atua o que conta como um fato institucional inovador Y para constru
189. endi na Universidade de Toulousse tudo o que aprendi na Universidade Federal da Para ba eu tento trazer para o dia a dia do trabalho trouxe para a secretaria de educa o 174 do munic pio e para a secretaria do Estado e com diferentes posi es e sem nenhum preconceito GESU NA os professores lembram o conv nio com a Alian a o acesso das crian as ao franc s ao teatro NEROALDO Quando eu vejo um filho de servente de pedreiro aluno do Munic pio de Jo o Pessoa hoje monitor na Alian a Francesa falando franc s ent o isso formid vel isso formid vel quando eu vejo que em Joinvile oito crian as quatro hoje financiadas pelo Munic pio que n s come amos quatro financiadas pelo Estado est o estudando bal est o estudando ingl s est o estudando para a vida e sa ram dir amos do mais alto grau de dificuldade na vida e que hoje est o em Joinvile e que recentemente fizeram um recital de piano aqui quatro desses alunos um recital de piano depois de dois anos tr s anos em Joinvile eu acho que a gente fica at emocionado porque a a gente est reproduzindo um pouco da hist ria pessoal da gente mas numa dimens o bem mais ampla e felizmente os cargos que eu tenho exercido me tem dado a oportunidade de trabalhar por aquelas pessoas que de fato tem esse perfil de mais dificuldade na vida GESU NA Eu agrade o imensamente vou degravar e repassar uma c pia 175 AP NDICE C RONALD
190. ens o da institucionalidade B A viv ncia na gest o da Rede Municipal de Jo o Pessoa ap ndice D Corresponde produ o de relatos de cinco diretoras de cinco escola selecionadas entre as dez escolas do P lo 1 que compreende os bairros Mangabeira Banc rios e Cidade Universit ria Rede Municipal de Jo o Pessoa no Bairro Mangabeiras Prof Alice Zumbi dos Palmares Prof Ang lica Davi Trindade Prof Hilda Jo o Gadelha de Oliveira Prof Maria da Luz Lions Tamba Prof Janete Luiz Vaz de Cam es Para convencionar um grupo de escolas e de diretoras como a refer ncia da base e relatos considerou se a l gica de descentraliza o que visou a escola como objeto da reforma pautada nos crit rios de autonomia administrativa financeira e pedag gica Tratou se 23 uma l gica que visou o estabelecimento de uma nova regula o regida pelo estabelecimento de rela es de mercado ou de quase mercado como influ ncia b sica na gest o em substitui o aos princ pios que levaram a pecha de burocr ticos Atribuiu se ao movimento de gest o democr tica da d cada de 1980 uma concep o redutora da escola que estaria centrada em certa democratiza o que deveria ser substitu da por uma concep o da democratiza o como meio ou um instrumento de gest o participativa OLIVEIRA 1994 Sob novos princ pios tratou se de uma reforma das escolas para torn las eficientes avaliadas a partir da ado o de indicadores de
191. er al m de leituras para passar o tempo Mas chegou um circo ao Caj Um circo numa cidade do interior uma revolu o Cedi tenta o e fui ver o circo Mas a obstina o do dever n o me permitiu 140 tirar a batina Cheguei ao circo meio encabulado De um lado a plat ia sentei me do outro lado apenas um rapaz estava por ali Depois das piadas sem gra a do pobre palha o triste vem a grande atra o uma dan arina mostrava com o cont nuo levantar da saia um sinal pintado em sua perna Sempre h um gaiato nessas ocasi es E o gaiato foi o rapaz que estava ao meu lado Gritou para todos ouvirem mostra para esse lado que o padre quer ver N o vi nada enchi me de vergonha Come ava na Para ba um conflito que se seguiria entre aquilo que para mim poderia ser visto como o profano e o sagrado Estudei em Recife em Olinda e n o obstante a proximidade n o frequentava a Para ba Deliciava me com as narra es de Jos Lins do Rego sobre as v rzeas e os engenhos da Para ba Mas o professor de portugu s do Semin rio quase me imp s novo trauma em rela o Para ba Tomou me o exemplar de Menino de Engenho sob a alega o de que aquilo n o era livro para seminarista Felizmente obteve o efeito contr rio li escondido tudo o que encontrei de Jos Lins Minha paix o pela literatura come ava pela Para ba Mas daqui me distanciei realizando precisamente aquilo que o poeta paraibano
192. er que a substitui o de secret rios atingiu inclusive membros da Diretoria id A partir do exposto temos presente as dificuldades vivenciadas na tentativa de se constituir a representa o da Undime sem um aprofundamento do processo pol tico de sustenta o dos dirigentes A solu o para esse problema encontra se em primeiro lugar para a valoriza o pol tica dos quadros efetivos do magist rio o que tamb m n o assegura a sustenta o pol tica Ainda assim nota se a atua o intensiva da Undime para auxiliar na materializa o das mudan as previstas no novo ordenamento jur dico da educa o nacional atrav s de pol ticas voltadas para a qualifica o de dirigentes e equipes municipais de educa o Estabeleceu um expediente cotidiano para operacionalizar o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valoriza o do Magist rio FUNDEF Lei 9424 96 e a Lei 9394 96 e 9424 96 que fixa as Diretrizes e Bases da Educa o Nacional contribuiu na regulamenta o do arcabou o jur dico durante o movimento de proposi o e de aprova o da Lei 10 172 2001 que trata do Plano Nacional de Educa o e na execu o dos programas ao n vel das rela es cotidianas com as unidades escolares A preconiza o do Regime de Colabora o se vincula democracia mediada nas rela es pol ticas entre o poder local e o poder nacional a Undime mesmo que n o possa deixar de ser a express o da vida p
193. erc cio da fun o de dirigente de ensino para que a gest o da pol tica educacional seja compreendida como um dom nio de 38 atividades p blicas regidas por sua capacidade de ser antecipada est vel e planejada Caso contr rio se afirmaria um modelo regido exclusivamente por caprichos e humores ao sabor da din mica eleitoral tomou se como refer ncia o principal obst culo vivenciado na experi ncia em foco A afirma o da identidade institucional da Undime PB como inst ncia formativa e de articula o pol tica dos dirigentes municipais de educa o um dos objetivos norteadores do Projeto de Consolida o e desiderato maior da atual Diretoria Executiva da entidade defrontou se durante o bi nio 1997 1998 com um grave obst culo o elevado ndice de substitui o dos dirigentes municipais de educa o Conforme demonstram os dados apresentados no anexo R apenas 50 dos secret rios permanecem no cargo desde janeiro de 1997 o que prejudica sensivelmente o desenvolvimento da coes o grupal e acarreta transtornos ao desenvolvimento do processo de capacita o quando a cada encontro se constata a presen a de novos dirigentes muitos dos quais sem qualquer conhecimento das quest es tratadas em encontros anteriores Tamb m como j se exp s quando do relato das a es desenvolvidas a mudan a de secret rios comprometeu o processo de implanta o dos escrit rios regionais da Undime PB Por fim cumpre esclarec
194. ersas nas quais nosso interlocutor n o deixa de agir e entende que tenta fazer com que as id ias avancem porque em sua experi ncia de gest o considera que pode apostar na viabilidade de suas id ias do que praticou a vida inteira e que naturalmente elas as id ias t m se mostrado curiosamente vi veis porque passados um dois quatro cinco dez anos a gente v que o caminho tem sido esse n o o caminho n o o caminho da disputa Neste caso perguntamos se podemos falar que houve um tempo em que nosso interlocutor era um vision rio e hoje s est um pouco na frente por causa da experi ncia Nosso interlocutor concorda Exatamente a experi ncia que mostra que a gente precisa cada vez mais conversar cada vez mais dialogar e exercer na pr tica o Regime de Colabora o eu acredito que vai regulamentar esse regime de colabora o quando de fato a gente estiver vivendo esse regime Quanto regulamenta o retomamos o tema destacando o aspecto da normatividade do Regime de Colabora o Quando se procura dizer quais s o os conte dos do Regime de Colabora o pensando em quest es que n o s o pontuais que 110 s o os conte dos da cultura parece ent o que parte de uma expectativa sobre a mudan a das rela es institucionais n o podem ser regulamentadas com lei Nosso interlocutor concorda referindo se aos procedimentos que s o objeto de nosso trabalho Exatamente acho que s poder a pr
195. es Unidades Dirigentes De significa o da rede Municipal Necessidade Cuidado De narrar Para A pr pria Narrar sobre viv ncia A vida institucional 83 4 MEDIA ES NA INTERLOCU O INSTITUCIONAL DO PERCURSO DO Prof Dr NEROALDO PONTES DE AZEVEDO Filosofia a substitui o das categorias do h bito pelas categorias de disciplinas e se certas persuas es conciliat rias aliviam a dificuldade dolorosa de abandonar h bitos intelectuais inveterados n o refor am efetivamente os argumentos rigorosos todavia elas enfraquecem as resist ncias de tais h bitos RYLE 1968 p 8 Este cap tulo tem o objetivo de apresentar a interlocu o constru da junto ao Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo especialmente para este trabalho ap ndice D Foram adotados os seguintes procedimentos a a considera o do enquadramento framing da rela o amorosa b o quadro de quatorze unidades de significa o que foram desenvolvidas a partir do destaque sobre frases narrativas correspondentes estruturadas pelos verbos de projeto de sucesso e de fracasso que se relacionam aos conhecimentos de fundo background para o tratamento dos relatos produzidos c a ordem dos fluxos de conversa o depreendida das rela es entre as unidades de significa o d a zona de indetermina o na s rie aberta da atua o vinculada ao projeto pol tico eleitoral Adotamos o termo encontro para designar a intera o verbal em que
196. es humanos s o concebidos segundo a imagem de um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu onde a cultura assumida como essas teias e em consequ ncia a cultura requer uma an lise diferente de uma ci ncia experimental em busca de leis requer a an lise de uma ci ncia interpretativa procura do significado Geertz 1989 p 17 No cap tulo anterior dissemos que Ricoeur 1994a recorre justamente s id ias que expressam o car ter p blico do simbolismo e da significa o as id ias de necessidade transcultural articula o significante dos eventos narrados e de media o simb lica por exemplo o recurso aos jogos de linguagem e s met foras Figura 8 representa o de media o simb lica Fonte http Avww megafoot be portal upload lucky luke A media o simb lica tomada em um sentido da palavra s mbolo que Cassirer tornou cl ssico e que foi adotado pela antropologia cultural 1994 p 88 Uma a o pode ser narrada porque j est articulada em signos regras normas desde sempre simbolicamente mediatizada p 91 O conceito de s mbolo visado em uma acep o m dia situada a meio caminho do que Leibniz denominou conhecimento intuitivo por vis o direta e o conhecimento simb lico por signos abreviados que substituem uma longa cadeia de opera es l gicas p 91 57 A forma mais conhecida da abrevia o de signos a met fora O meio caminho de Ricoeu
197. esenta o valor da narrativa para a escritora negra Maria Carolina de Jesus moradora de favela em S o Paulo em sua verdadeira obsess o por registrar a vida de favelada e no recurso escrita como forma de defesa 1 Esse debate estabelecido por Ricoeur na demarca o entre a hist ria narrativa e o neo positivismo apresentando as dificuldades do discurso cient fico em lidar com os tempos pret ritos 58 E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual a fome Pensei a fome tamb m serve de juiz Quando eu estou com fome quero matar o J nio quero enforcar o Adhemar e queimar o Jucelino Mas o povo est interessado nas elei es que o cavalo de tr ia que aparece de quatro em quatro anos Maria Carolina de Jesus Quarto de Despejo O problema da narrativa como quest o filos fica emerge na associa o entre conhecimento hist rico e conhecimento cient fico Quando se relaciona a pesquisa de campo de trabalhos como o de Le Goff antropologia hist rica com quest es epistemol gicas segundo as tradi es da historiografia francesa e do neopositivismo A esse respeito Eug nio 2004 apresenta um quadro do confronto entre as teses narrativistas de um lado que defendem a id ia de que a hist ria uma esp cie de g nero arte onde se destacam Hayden White e Paul Veyne e de outro lado os partid rios da convic o de que a hist ria uma ci ncia onde se destacam Leopold von Ranke
198. espeito desvio de verba da merenda desvio de dinheiro p blico da merenda conta de uma escola acordo com banco taxa de CPMF desvio da merenda locupleta o Pela aplica o da narrativa com enquadramento sabe se que nosso interlocutor est impedido de debater o assunto Ele est enquadrado framed na condi o de ter que dizer eu n o desviei a verba da merenda e assim por diante e basta falar isso para ser lembrado como algu m que desviou recursos da comida das crian as Ao mesmo tempo cumpre aos formadores de opini o desobstruir essa condi o considerando se o tempo de tr mite na Justi a o Prof Neroaldo est sofrendo um processo de queima o NEROALDO Eu respeito o Minist rio P blico se eu respeito uma pessoa que est na oposi o se eu respeito uma pessoa que difere de mim naturalmente eu tenho que respeitar as institui es inclusive o Minist rio P blico E claro que a hermen utica complicada porque por exemplo quando se fala no desvio de verba da merenda a compreens o de que o dinheiro foi para o bolso de algu m n o E quando a CGU esteve aqui fiscalizando por sorteio a secretaria de educa o do Estado registrou desvio de dinheiro p blico da merenda E quando eu vi aquilo fiquei absolutamente preocupado fui ver o que era Veja os recursos da merenda s o passados do governo Federal para o Governo Estadual e a gente coloca numa conta de uma escola numa conta de uma escola n
199. esposta ao diagn stico sobre a crise de efici ncia efic cia e produtividade impingida aos sistemas p blicos de ensino Arretche idid 2002 mostra que a Constitui o de 1988 expressou a restaura o do Federalismo no Brasil colocando o debate sobre a descentraliza o mas a descentraliza o das pol ticas sociais no final dos anos de 1990 t m uma din mica distinta em rela o essa restaura o Essa din mica n o representa as reivindica es que fizeram parte do processo de oposi o ao regime militar Para explicitar adequadamente esse fen meno a autora recorre distin o entre Estados Federativos e Estados Unit rios ressaltando as formas de distribui o da autoridade pol tica dos Estados Nacionais para demonstrar que se trata de um equ voco associar os Estados 10 Notamos que a busca pela palavra chave regime de colabora o faz aparecer entre os resultados in meras ocorr ncias sobre a colabora o ao regime militar como se o termo colaborador passasse a fazer parte de uma sem ntica conservadora 36 Federalistas como mais democr ticos pela via da descentraliza o e os Estados Unit rios como mais autorit rios pela via da centraliza o sem adequa o emp rica por meio do Regime de Colabora o que se explicita o conte do pol tico e democr tico da educa o A centraliza o do poder decis rio na Federa o se expressa na divis o t cnica e pol tica da educa o b
200. essa conta os bancos cobram a CPMF a CPMF e muitos bancos n o cobram n s fizemos alguns acordos com os bancos que n o cobravam ent o o que naquele momento a CGU chamava de desvio de recurso da merenda era a taxa que os bancos cobravam de CPMF de fato essa taxa ficava no banco e n o ia para a merenda propriamente dita Mas para o cidad o comum que l desvio ah bom aqui houve de fato um desvio Gesu na desvio 122 da merenda desvio da merenda houve a locupleta o com GESU NA com o dinheiro do lanche das crian as NEROALDO E n o era nada disso a partir da tomamos medidas claro que existe outras quest es mais complexas com o INSS a alfabetiza o de adultos por exemplo pago como uma forma de bolsa pelo Governo Federal a pessoa n o contratada n o se estabelece um regime empregat cio e n o h desconto de INSS Por digamos uma isonomia de tratamento aqui se entendeu na secretaria de educa o que os professores ligados precisamente ao EJA eles tamb m recebiam como bolsa e n o se cobrou o INSS teria havido um desvio se n s tiv ssemos cobrado do professor e n o tiv ssemos feito o repasse para o INSS mas n o se cobrou do professor n o houve esse desvio o que houve identificado pela CGU e de imediato entendendo estamos fazendo isso com o INSS para que o Estado venha atrav s de entendimento pagar toda essa d vida com o INSS como isso est em pleno andamento Ent o quest e
201. essante eu confesso que pra mim essa sua informa o nova ou seja eu tamb m estou acabando de aprender com voc quero lhe agradecer essa informa o de que o regime de colabora o como conceito uma heran a da ditadura GESU NA foi uma coincid ncia associa o de palavras chaves na internet NEROALDO claro de tal maneira e a f cil a gente racionar regime Porque a ditadura conseguiu fazer isso uma apropria o ind bita dos valores que eram valores sociais valores p blicos que se tornaram valores da ditadura O hino nacional a bandeira 150 nacional s o s mbolos da Rep blica s o s mbolos do povo n o Mas nenhuma pessoa consciente queria cantar o hino nacional nenhuma pessoa fazia durante o per odo da ditadura qualquer rever ncia bandeira porque esses s mbolos que eram populares foram tomados pela ditadura como sendo s mbolos agora de um regime a pr pria palavra regime regime de colabora o passou a designar o regime militar ent o fazendo agora essa reflex o E interessante como da tamb m as deturpa es porque colabora o significa trabalhar com e no regime militar colabora o compreendo perfeitamente que passou a significar trabalhar para ou seja trabalhar para a manuten o do regime militar GESU NA Porque colaborador veja bem sua atitude voc vai e coloca publicamente olha eu fa o
202. ew York Chelsea Print 2005 LECLERC Gesu na de F E Sistema nico de educa o p blica b sica para Mato Grosso O desafio da constru o e da amplia o do espa o p blico de direitos na educa o Revista Educa o amp Sociedade n 78 Campinas Cedes 2002 p 199 222 Perspectives on Habermas Revista Brasileira de Educa o n 31 Rio de Janeiro Autores Associados 2006 p 194 A narrativa enquanto quest o filos fica Revista Controv rsia n 02 Dissensos no Consenso a democratiza o da escola p blica em Mato Grosso Revista Educa o amp Sociedade n 89 Campinas Cedes 2004 p 1409 1412 Os Intelectuais na Idade M dia Revista Brasileira de Hist ria da Educa o n 09 p 262 269 Oposi es filos ficas a epistemologia e suas pol micas Revista Brasileira de Educa o n 34 2007 a aparecer em abril LE GOFF J Os Intelectuais na Idade M dia Rio de Janeiro Jos Olympio 2008 137 MADISON G B Critical Theory and Hermeneutics some outstanding Issues in the debate In HAHN Edwin Perspectives on Habermas Illinois Chicago amp La Salle 2001 p 463 485 MARTIN Bill Eurocentrically distorced communication In HAHN Edwin Perspectives on Habermas Illinois Chicago amp La Salle 2001 p 411 421 MATTOSO Jorge O Brasil desempregado Como foram destru dos mais de tr s milh es de empregos nos anos 90 S o Paulo Funda o Perseu A
203. falar com ele mais reservadamente era uma tens o permanente todo dia havia uma amea a de Neroaldo ser preso por conta de alguma coisa que acontecia l no Minist rio Um dia os funcion rios estavam de greve na reitoria estava basicamente eu a secretaria quando a gente ouve um mandato de pris o pris o NATANAEL ROHR DA SILVA Jo o Pessoa 23 de agosto de 2006 Gesu na Bom a gente j conversou bastante gostaria de repetir algumas id ias que depois eu vou retomar voc me coloca a marca de uma poca vamos chamar de uma poca ao inv s de uma conjuntura em que para entend la preciso entender certos valores voc fala na d cada de 70 e voc fala na conflu ncia de uma s rie de viv ncias pessoas que v em para Jo o Pessoa que vem para a Para ba para a Universidade Federal da Para ba compor o quadro do magist rio com uma marca pr pria de uma gera o essa gera o que luta por liberdade por democracia e que tem necessidade de se reunir necessidade de trabalhar no coletivo porque precisa de parceria em uma sociedade que de um certo modo as recebeu e essas pessoas porque eram de fora geograficamente que viviam problemas similares e que queriam fazer uma interven o dentro de uma institui o j que as experi ncias paralelas de luta de resist ncia com a ditadura estavam se mostrando ou inviabilizadas do ponto de vista das condi es e ficavam os valores Ent o voc vem para c Isso t o forte o aspe
204. fazer parte de novo dessa comiss o GESU NA Agora Esse ano NEROALDO Esse ano outra vez eu sou da Comiss o Nacional de Educa o de Jovens e Adultos Ou seja passando por diversos governos e diversas maneiras de ver o mundo e de fazer pol tica GESU NA Ou seja existe uma descontinuidade neste pa s mas existem as pessoas que t m as mem rias e voc tem vou chamar assim n o s o privil gio mas n o s miss o mas NEROALDO Obriga o 157 GESU NA Vou chamar de infelicidade porque tem a coisa chamada responsabilidade que a gente assume por que tinha que ser voc NEROALDO Exatamente De conhecer toda essa hist ria e de participar dela E sempre como o mesmo discurso eu tenho a consci ncia muito clara de que em lugares diferentes a minha posi o n o mudou em lugares diferentes eu continuei estabelecendo o di logo por exemplo no munic pio de Jo o Pessoa n s estabelecemos um modelo de gest o democr tica no Munic pio atestado por todos os diretores e que infelizmente verifico hoje at sem levar para o campo pol tico partid rio uma certa inflex o nessa quest o da gest o democr tica no munic pio de Jo o Pessoa No Estado em que a quest o muito mais complexa pelo n mero de escolas GESU NA Pela idade da rede NEROALDO Pela idade da rede e tudo mais Tivemos dificuldades por exemplo para estabelecer o processo de elei es diretas Inicialmente
205. fo em 2006 eu tenho guardado as coisas eu n o tenho divulgado acho importante para ser criticado para ser visto mas tamb m para ser conhecido um pouco mais o conjunto de minha atua o Expressamos nosso cuidado em n o considerar as dificuldades como ponto de inflex o no conjunto da atua o mas como situa es vis veis do agir estrat gico de uma pessoa que tem boas raz es para zelar pela reputa o que respeitamos 4 12 A CIRCUNST NCIA DA FILIA O AO PTB Nesta unidade de significa o nosso interlocutor apresenta a op o pela filia o estrat gica ao PTB destacamos a ocorr ncia reiterada de apoiar verbo de realiza o 116 sustentar a locu o n o tenho identidade com verbo de sucesso n o me reconhe o em acompanhei verbo de realiza o fui da mesma pol tica da mesma opini o levou verbo de sucesso induziu me filiar verbo de realiza o com uso reflexivo ser admitido em examinar verbo de tarefa analisar com aten o e min cia a locu o tenho resistido recusado criticam verbo de realiza o censuram conviver verbo de realiza o viver em comum com intimidade a ocorr ncia do uso ret rico de perguntas por que eu entrei no PTB Quais eram as op es as express es o Presidente Lula a quem eu sempre acompanhei os princ pios do trabalhismo com os quais at tem identidade a discord ncia com a configura o e os caminhos do PTB foi uma circunst ncia
206. forma pessoal E naquele momento quais eram as op es Internamente eu fiquei com o PTB porque o PTB apoiava C cero Lucena o PTB apoiava o Governador C ssio e o PTB apoiava o Presidente Lula a quem eu sempre tamb m acompanhei ent o foi essa circunst ncia que me levou a no mbito dos partidos e da configura o que eles tinham naquele momento a me filiar ao PTB mas ao longo desse per odo a Para ba sabe disso eu nunca tive digamos uma atua o partid ria pelo PTB n o tenho participado de reuni o foi uma filia o estrat gica segundo o grupo continuei filiado mas n o tenho nenhuma identidade n o com os princ pios do trabalhismo com os princ pios do trabalhismo eu at tenho mas n o com a configura o e os caminhos que o PTB 165 tomou nos ltimos tempos No entanto o PTB um dos partidos de sustenta o do Governo Lula que tantos que criticam atua es de outros partidos acabam tendo que conviver com todos esses GESU NA O Prof Ronaldo falou um pouco sobre isso e disse de sua primeira trajet ria primeira Vamos chamar de g nese voc tem hist rias do Caj risos vamos chamar assim de g nese vindo da Reitoria para c h uma imagem uma vincula o sua com as bandeiras vermelhas que o Prof Ronaldo lembra que foi plantada porque havia um grupo que pegava fotografias fitas de v deo de bandeiras vermelhas e apresentava para o Ministro da Educa o que iria assinar a portaria dizendo qu
207. fosse mais organizadinho menos passional menos alvoro ado menos incendi rio isso da seria reinvent lo coisa que ele n o poderia mas mesmo assim voc s impulsionaram Ronaldo antes e depois de Neroaldo s o duas universidades completamente diferentes As coisas aconteciam porque havia uma vontade que as coisas acontecessem e foi engra ado que com o correr do tempo aquelas pessoas que inicialmente eram nossos advers rios quando eles viram que a gente estava trabalhando e o neg cio era pra valer eles pararam de criar problemas e se juntaram a gente Boa parte das decis es tomadas ali foram tomadas com apoio de diretores de centro de chefes de departamento que inicialmente eram nossos advers rios isso foi um trabalho muito duro pra mostrar a essas pessoas que os direitos os direitos quer dizer os privil gios que eles perderam n o seriam distribu dos para mais ningu m Os privil gios acabaram Isso foi fundamental Pra onde que est indo o dinheiro Quem que t tirando di ria Quem que levando licita o Quando viram que n o era ningu m ent o descobriram que a coisa 181 era s ria descobriram que existia uma outra forma de trabalhar Acabar com determinadas coisas por exemplo uma assessoria de imprensa com trinta e tantos jornalistas sem fazer nada Cortou se s fica quem for do quadro da universidade A foi terr vel porque seu fulaninho que andava engravatado l ia buscar o contracheque
208. gente ele sempre come ava dizendo conversa clara faz amigos isso eu aprendi com Dom Helder E todo mundo sabe a enorme capacidade de di logo de Dom Helder Eu n o estou aqui querendo me comparando com Dom Helder eu estou me colocando como um disc pulo estou me colocando como um homem que teve a sorte de ter at convivido com pessoas como Dom Helder como Dom Marcelo Carvalheira que foi arcebispo aqui da Para ba e que foi meu Reitor durante o per odo que estive em Olinda ent o s o pessoas que mantiveram sempre um alto grau de di logo mas que experimentaram extremas dificuldades no exerc cio executivo do cargo Dom Helder em Recife inclusive em rela o pr pria institui o igreja Dom Marcelo aqui na Para ba quantas dificuldades ele teve E um desses meus grandes mestres Paulo Freire e quem n o conhece as dificuldades de Paulo Freire secret rio de educa o do Munic pio de S o Paulo tendo que deixar um intelectual que era Paulo Freire com toda experi ncia de vida e de di logo sendo incompreendido como gestor da educa o em S o Paulo no tempo da Prefeita Erundina tanto que deixou o cargo ou seja com toda experi ncia de vida com toda capacidade de di logo Paulo Freire entendeu que n o era poss vel continuar como secret rio de educa o dadas as incompreens es que ele teve por parte da urdiduras da rede municipal e dos conflitos pol ticos que se estabeleceram em S o Paulo naquele momento A gente
209. gica do processo que tentou controlar segundo a met fora da gaiola de ferro A Cr tica oportunidade de reconhecimento m tuo das_pretens es de validade e representa a pressuposi o de racionalidade porque indica que uma frase proferida incorporou um saber fal vel instaurou por esse saber uma rela o com o mundo objetivo dando acesso a fatos que assim podem ser apreciados procedimento instaurado pela conversa o diferentemente de um modelo monol gico e t cnico Dando prosseguimento ao texto de nossa pesquisa apresentamos ao interlocutor entre as dificuldades que consideramos para sua atua o na UNDIME a refer ncia posi o individual em um processo de ades o a grupos Esta abordagem enfoca o conflito incontorn vel a meio caminho entre uma posi o individual e a ades o aos grupos enfeixados nas coaliz es partid rias que governam Essa posi o sempre alinhada segundo as express es dos conflitos dos grupos sociais que no Brasil tardiamente passou a se manifestar na coexist ncia da competi o pol tica sem tr gua para o alcance de resultados eleitorais com a proposi o das pol ticas p blicas no seio do mesmo espa o institucional Continuamos enfocando o conflito na pr xima unidade de significa o 4 5 OPOSI O LOCAL E ALIAN A NACIONAL Dando prosseguimento id ia da unidade de significa o anterior examinamos o conflito em distinguir e sustentar uma posi o individual em m
210. ginas do trabalho de modo a oferecer o exemplo do uso e do estilo de men o do interlocutor no trabalho a partir da leitura corrente das p ginas 1 2 e 8 do trabalho Prof Neroaldo fez as seguintes observa es Destacou as condi es necess rias e suficientes para ter sido eleito presidente da Undime local e nacional enfatizando na grava o que n o foi indicado por um grupo do PSDB n o foi indicado por um grupo do PMDB n o foi indicado por um grupo do Nordeste Destacou ainda seu posicionamento cr tico respons vel em rela o ao mandato do Ministro Paulo Renato GESU NA Vamos come ar por aquela parte que voc falava das condi es pol ticas para voc tomar parte da dire o NEROALDO Vamos tentar contextualizar a minha ida para a Undime na Para ba e a Undime Nacional Em primeiro lugar preciso que a gente entenda que eu de fato fui para a Undime da Para ba e fui para a Undime Nacional porque eu era secret rio municipal de Jo o Pessoa eu era Secret rio Municipal e a do Prefeito C cero Lucena sem nenhum dem rito sem nenhum problema A Undime inicialmente na Para ba me elegeu claro pela for a da pr pria cidade de Jo o Pessoa embora na sequ ncia n s tiv ssemos um presidente da Undime da Para ba de Campina Grande depois de Patos e hoje de Picu Quer dizer n o se repetiu o fato de ser a capital a sede e ser o presidente ent o sem 146 falta mod stia contava tamb m pa
211. gras pr existentes pouco coercitivas probabil sticas e posterg veis por meio das quais os participantes se alternam em suas contribui es O que impede ou facilita a sua conversa com outros pol ticos especialmente com pol ticos de outras esferas de governo Quanto ao n vel de profundidade a interlocu o instaura uma sistem tica com as seguintes caracter sticas 143 a constitui o de um mbito interno para demarcar os falantes sob a exig ncia de continuidade do grupo participante e a manuten o do espa o de debate O senhor promoveu experi ncias como a do F rum de EJA que talvez seja a experi ncia mais pr xima dessa caracter stica e com mais visibilidade Em que p est essa experi ncia Poderia lembrar iniciativas com essa caracter stica que n o vingaram Ou que n o tiveram a mesma visibilidade O aprofundamento de um mesmo tema ou a persist ncia sobre uma mesma tarefa Quais temas ou tarefas o senhor apontaria como abandonados sem aprofundamento e que n o foram retomados ao longo de suas gest es E da pol tica educacional a regula o mediada ou auto mediada de altern ncia ouvintes falantes como podem ser criadas condi es favor veis para dinamizar a altern ncia e a atua o dos mediadores e provocar a interven o de novos interlocutores institucionais na Para ba a exig ncia de ter uma contribui o particular para intervir Qual a situa o na qual o senhor tem sido mais requeri
212. guns professores n o est o nem a para suas hist rias que elas tentam 7 Embora recuado como em uma cita o somos respons veis pela adapta o do texto inserindo a personagem professora para apresentar a precariza o espec fica da rea 29 esfor adamente contar e fatalmente as reprovam Ela pr pria tem testemunhado as mudan as em sua escola agora a verba destinada ao pagamento das despesas com a educa o chega diretamente nas contas dos Governos por cabe a de cada estudante de sete a quatorze anos ent o se o aluno desistir ou for reprovado a verba diminui A sa da n o tem sido nada honrosa os professores acabam sendo obrigados a n o reprovar sem a garantia de ter ensinado e os estudantes sabem disso Depois o pr prio Governo Federal aplica a avalia o e mostra o retrato triste estampado nos jornais As salas de aulas est o abarrotadas e novas escolas n o ser o constru das porque de acordo com especialistas o Brasil j passou do momento de expans o nada de construir mais escolas ou salas de aula agora o pa s entrou na era da qualidade O que ela pode fazer como diretora Tem que ser l der afinal a palavra de ordem agora autonomia e a escola pode administrar a sua pr pria verba Na onda da verba por cabe a os funcion rios e os professores s o designados para as escolas de acordo com um n mero m nimo de alunos e as classes s o abertas com um n mero m nimo de aluno que precisam ser mantidos caso cont
213. ha para re elei o do Presidente Lula Retomando o mandato de Reitor sob o prisma das rela es pol ticas o Prof Ronaldo lembra o acesso privilegiado que o Reitor tem aos pol ticos Ent o quando eu acompanho o Neroaldo at um determinado momento em que por conta do cargo de reitor ele come a a frequentar o c rculo pol tico da poca que era Ronaldo Cunha Lima me lembro que foi numa reuni o no pal cio que o ministro Murilo Hingel que n o queria nomear Neroaldo tava no pal cio l na granja do governador e tava o governador o ministro aqui e uma cadeira vazia Neroaldo pega o pratinho dele faz o prato e vai se dirigindo ao terra o pra ficar n o sei com quem Eu dei um pulo cheguei junto ao governador e disse d licen a governador cname Neroaldo pra mesa Ele j estava saindo da sala pro terra o O governador Neroaldo por favor Ele parecia um pe o o ministro tava 45 l ent o ele n o tava nem a ele ia pra junto das pessoas Mas foi um dos primeiros contatos depois ele desasnou e come ou a ter uma certa desenvoltura e o respeito maior por conta do trabalho dele Acho que foi esse contato a que fez com que ele fosse chamado Ou seja nessa conviv ncia entre os poderes porque ser Reitor da Para ba agora que a universidade t dividida perdeu mais esse peso mas era administrar o terceiro or amento do Estado e algumas vezes no tempo do Linaldo se n o me engano foi o segundo or amento o or amento mai
214. hecia Neroaldo j h muito tempo desde a Funda o da Associa o dos Docentes da Universidade ADUF PB ele tava voltando do doutorado dele S o Paulo e n ficamos amigos em uma greve n o me lembro mais qual ano foi Tinha greve todo ano na poca da ditadura na poca n s est vamos organizando a ADUF ent o eu cheguei junto de Neroaldo bom fazendo pol tica universit ria pol tica docente mas ao mesmo tempo n s nos tornamos amigos pessoais A partir de um determinado momento eu vou para Campinas fazer o doutorado entre 89 90 e nesse tempo Neroaldo se candidata a reitor Eu t fora Ent o quando eu volto Neroaldo me convida para ser chefe de gabinete dele e a foi uma situa o muito complicada porque eu n o estava aqui em toda a campanha Foi uma campanha extremamente emotiva at onde eu sabia Neroaldo conseguiu mobilizar pol tica e afetivamente as pessoas E para muita gente que tinha trabalhado na campanha eu era um ilustre desconhecido Ent o por qu Quem esse cara Ningu m sabe quem com exce o das pessoas que fizeram pol tica docente comigo na poca Quem esse cara que de repente aparece como chefe de gabinete Isso feriu vamos dizer assim o brio de pessoas que achavam que por direito o cargo de chefe de gabinete era delas Ent o crit rio que Neroaldo usou para a minha escolha foi diferentemente de todos os outros ele disse a nica pessoa que eu vou colocar por crit rio pessoal Ronald
215. hecimentos rec procos e cujas composi es s o mut veis e intercambi veis As posi es dos diferentes sujeitos s o desiguais e hierarquiz veis por m essa ordena o n o anterior aos acontecimentos mas resultados deles E sobretudo a racionalidade da situa o n o se encontra na consci ncia de um ator privilegiado mas tamb m o encontro de v rias estrat gias SADER 1995 p 55 Os espa os p blicos t m a propriedade de poder ser induzidos criados ampliados refeudalizados e isto se deve ao fato de que as pessoas est o sempre se posicionando em acontecimentos intencionais que podem ser aprofundados interrompidos recome ados assim que se toma parte em uma sociedade Mas para induzir criar ampliar ou refeudalizar o espa o p blico preciso o empenho em um processo de gest o e de institucionaliza o Ao mesmo tempo em que as condi es institucionais s o conquistadas demandam o empenho nos processos de gest o das institui es Embora marcado pelos processos pol ticos o empenho depende da apropria o subjetiva de saberes portanto saberes desiguais que capacitam certas pessoas ao longo da participa o nos projetos coletivos nessas caracter sticas do empenho que residem as contradi es e os conflitos da atua o Tomando como refer ncia as considera es sobre os interc mbios efetuados contra o Estado as identidades de oposi o ao Estado os reconhecimentos rec procos 5
216. hido E teve por obriga o por dever de of cio come ar a entrar na justi a mover a es contra os 84 que obriga o E isso o Robertinho o vice reitor come ou a usar como elemento de campanha para derrubar o Neroaldo para prejudicar o Neroaldo Ele colocava os professores tanto os professores daqui que estavam gozando do direito mas que a Procuradoria estava ela mesma tentando derrubar os 84 quanto os professores de Campina Grande e de outros campi que n o tiveram direito foi somente para os professores de Jo o Pessoa ent o por que os de Jo o Pessoa tinham direito e os outros n o tinham Ent o o Roberto come ou a trazer caravana de professores do interior para vir fazer protesto na frente da reitoria com caminh o de som falando dos 84 Mas a quando voc v o Neroaldo a alma dele funcionando ele pega e vai pra cima do caminh o Uma das coisas mais bonitas que eu j vi da lideran a dele Ele sobe como reitor ele subiu no caminh o pegou o microfone falou e acabou com a manifesta o Risos Gesu na deram um palanque para o Neroaldo Ronaldo Come aram a falar a onde est esse reitor O reitor estava l olhando subiu e foi Ent o o trabalho nesses momentos iniciais foi muito violento e isso come a bem antes A tens o que Neroaldo sofreu porque existia uma m vontade por conta do Governo Federal de que ele assumisse O pessoal que tinha feito a campanha advers ria mandava para o Min
217. humanizadora do tempo Geertz 1989 enfatiza o car ter p blico de todo processo de significa o E ambos procuram mostrar que as resist ncias para que uma narrativa seja aceita ou n o fazem parte ent o do processo de composi o da narrativa Leclerc 2005 tal como acontece na composi o do discurso cient fico Ricoeur adotou para a narrativa o mesmo sentido que tem a palavra inglesa plot a s rie de eventos que formam a hist ria de uma novela pe a ou filme e que pode designar tamb m o plano secreto de um grupo de pessoas para fazer algo errado ou Plot a trama o compl a intriga Ricoeur aplica o termo para a literatura e para a hist ria Conv m destacar que o Aur lio 1986 embora apresente os verbetes hist ria e est ria reserva a explica o apenas ao verbete hist ria e limita se no verbete est ria a recomendar apenas a grafia hist ria tanto no sentido de ci ncia hist rica quanto no de narrativa de fic o conto popular e demais acep es 56 ilegal O conceito que Ricoeur adota vai adquirindo o car ter t cnico ao longo do desenvolvimento do trabalho hermen utico uma vez que a tarefa da hermen utica reconstruir o conjunto das opera es pelas quais uma obra eleva se do fundo opaco do viver do agir e do sofrer para ser dada por um ator a um leitor Ricoeur 1995a p 86 A antropologia interpretativa ou hermen utica adota o conceito semi tico de cultura Os ser
218. i o muito menos por princ pio muito menos por quest es ligadas pr pria educa o e mais por essa disputa de poder que acontece GESU NA Nem todo mundo que tem as dificuldades institucionais pr prias da din mica tem a facilidade ao n vel pessoal para conversar Estou falando com Prof Neroaldo que um homem de letras das palavras que tem um perfil conquistado com uma hist ria pessoal A sua passionalidade um homem que se coloca entre tr s palavras ousadia prud ncia e paix o Um homem apaixonado um homem com uma g um homem com uma sede de participar que enfrenta situa es muitos dif ceis ao n vel pessoal se a gente pega na hist ria Ronaldo falava do dia que voc subiu no caminh o para dispersar uma manifesta o dispersar n o NEROALDO N o n o fui falar no meio de uma manifesta o 167 GESU NA No meio de uma manifesta o contra voc NEROALDO Exatamente GESU NA Isso n o f cil quem ouve falar da pol tica brasileira s Woody Allen que poderia mostrar NEROALDO uma cena dessas NEROALDO Veja eu tenho entre minhas profundas admira es intelectuais e de gente algumas pessoas na minha vida como um Dom Helder C mara quando eu estudei em Recife Dom Helder C mara era o arcebispo e quando ele ia conversar com a gente ele sempre come ava dizendo conversa clara faz amigos isso eu aprendi com Dom Helder E todo mundo sabe a enorme capacidade de di logo d
219. ia e sociologia 40 levar a incorrer em uma arbitrariedade por isso reconhecemos que essas manifesta es tiveram muitos protagonistas e eles tomaram os mais diferentes caminhos O Regime de Colabora o um desses caminhos Esta investiga o retoma esse processo a partir da UFPB considerando o relato produzido a partir da intera o com o Prof Natanael Rohr da Silva Remete marca de uma poca mais do que de uma conjuntura e para entend la preciso entender certos valores e certas condi es A d cada de 1970 representou a conflu ncia de uma s rie de viv ncias de pessoas que vieram para Jo o Pessoa para a Para ba para a UFPB compor o quadro do magist rio com uma marca pr pria de uma gera o Essa gera o estava marcada pela experi ncia de luta por liberdade por democracia e tinha a necessidade de se reunir e de trabalhar no coletivo e precisava de parceria em uma sociedade que as recebia Essas pessoas eram de fora e geograficamente foram premidas por problemas similares cujas respostas apontavam para a interven o nos moldes institucionais Isto porque as experi ncias paralelas de luta de resist ncia ditadura tinham se mostrado invi veis perante um novo quadro pol tico que ia se desenhando mas os valores permaneciam Esse aspecto da poca t o forte sabe se que aqueles mesmo atores que agiam ali e n o poderiam faz lo hoje sob a mesma din mica E essa a marca grosso modo de um cole
220. ia que nosso interlocutor atribui Educa o de Jovens e Adultos e a responsabilidade que sente em rela o a essa pol tica referindo se ao empenho por meio da defesa de que o Brasil fosse signat rio da Confer ncia A responsabilidade tamb m com o enraizamento da pr pria representa o pol tica que exerceu no espa o da Confer ncia por meio dos F runs de Educa o de Jovens e Adultos E voc veja em rela o Educa o de Jovens e Adultos que tem sido uma das minhas paix es no acompanhamento da educa o eu era enquanto reitor o representante do CRUB do Conselho de Reitores na comiss o nacional de Educa o de Jovens e Adultos que em 1997 praticamente quer dizer n o foi desfeita mas nunca mais foi convocada pelo pelo pelo ministro Paulo Renato ministro Paulo Renato E quando Lula vence as elei es e Crist v o Buarque assume o governo Minist rio eu sou volto para a Comiss o Nacional de Educa o e sem nenhuma e sem nenhuma vaidade sou um dos primeiros a ser convidados meu nome o primeiro da lista dessa comiss o e n o por ordem alfab tica porque meu nome come a com N risos Ent o voltei a participar dessa comiss o nacional depois saiu o ministro Crist v o eu continuei na comiss o nacional de educa o de jovens e adultos deixei a secretaria durante nove meses e voltei agora a fazer parte de novo dessa comiss o Esse ano outra vez eu sou da Comiss o Nacional de Educa o de Jovens e
221. ial na qual poss vel equilibrar em n vel de uma hist ria de vida os problemas gerados na sociedade Os problemas tematizados na esfera p blica pol tica transparecem inicialmente na press o social exercida pelo sofrimento que se reflete no espelho das experi ncias pessoais da vida Habermas 2008 p 97 Para que pud ssemos produzir este texto partindo do pressuposto de que nele perpassam as viv ncias de uma rede de influ ncia comunicacional foi preciso pedir s interlocutoras na Rede Municipal de Jo o Pessoa a ajuda para a pesquisa O que para n s era uma dif cil tarefa acad mica foi recebido com sinais de admira o pela pretens o e pela responsabilidade de contribuir na elabora o de uma tese acad mica 11 Bastou dizer que ramos uma doutoranda da UFPB pesquisando o assunto da atua o do Prof Dr Neroaldo para sermos bem recebidas e para que prontamente as diretoras conversassem conosco 3 5 PORTAS ABERTAS Antes que possa falar sobre o trabalho do Prof Neroaldo conversamos sobre o trabalho de Prof Alice para combinar uma estrat gia de conversa o in off afinal se trata de uma conversa o gravada A narrativa de Alice comporta aqui os termos disposicionais de substantiva o v rios conflitos jogo de cintura mediadora bola de neve muito equil brio rela o de poder resgate da escola p blica centraliza o do poder desmando respaldo aprova o voto de adjetiva o e formas c
222. ica desigual do compromisso e do envolvimento acad micos requeridos no desenvolvimento da carreira A rela o conjugal culturalmente est associada id ia de compromisso promessa dedica o erotismo e aos v nculos compreendidos em metas de envelhecer juntos deixar filhos superar crises fazer dar certo conhecer a fundo n o desistir transpor obst culos investir esfor os renovar o esp rito e assim por diante como tarefas para uma vida Na aplica o de uma an lise pragm tica compromisso e envolvimento s o componentes da for a ilocucion ria reconhecidos em significados er ticos ticos religiosos e jur dicos das elocu es que interferem nas opini es ou outros estados psicol gicos Sabe se que a institui o casamento oficializada por um ato de fala 2 Temos presente a leitura de Dascal 2006 sobre Compromisso e Envolvimento p 171 189 87 particular a promessa o objetivo comissivo Compromisso e envolvimento s o conceitos de tipos e graus implicados em manifesta o e em reconhecimento por outrem relacionados s diferencia es individuais e s dimens es de interpessoalidade que atuam sobre no funcionamento da id ia de m rito acad mico A id ia est inserida na hist ria de longo prazo dos intelectuais notadamente representados pelos goliardos estudantes pobres que na origem da universidade viviam de expedientes trabalhavam como criados dom sticos dos condisc pulos afort
223. ica dele que ele fizesse uma trajet ria mais personalista mais individual hoje estaria cercado por um grupo de pessoas com um peso pol tico pr prio Ele n o escolheu esse caminho eu acompanhei esse processo acho que n o cabe nesse momento a gente falar essas coisas mas o que cativou o que seduziu Neroaldo nessa chamada para ser secret rio de educa o municipal foi exatamente essa possibilidade que ele vislumbrou de fazer um trabalho junto s crian as pobres de melhorar o n vel de educa o dessas pessoas melhorar o n vel da capacita o dos professores e criar uma outra mentalidade dentro da educa o do munic pio E eu acho que ele conseguiu isso acho que no momento em que Neroaldo deixou um col gio em Mangabeira muito bem aparelhado e tem um conv nio com a Alian a Francesa uma outra vis o lembro me dos F runs que ele fazia saiam uma semana da sala de aula para ouvir gente O problema que onde Neroaldo chega ele coloca um esp rito na coisa ele pode at ser um mau administrador Eu n o considero Neroaldo um administrador excelente t cnico em administra o N o Ele um incendi rio do meu ponto de vista onde ele chega Sair com Neroaldo da reitoria para ir qualquer lugar daquela universidade para mim era um sofrimento Porque ele a cada passo que dava chegava uma pessoa para conversar com ele ou para reclamar ou para elogiar ou para dar um beijo n o sei o que E eu ficava como um idiota olh
224. ico como um dos fen menos sociais elementares tas como a a o o grupo ou a coletividade Segundo o conceito de espa o p blico depreendido da obra de Habermas 1997 2003 trata se do fen meno que se manifesta como uma rede adequada para cobrir a interlocu o por representar uma rede dotada de horizontes abertos perme veis e desloc veis por esses horizontes que os fluxos da interlocu o s o filtrados e sintetizados at que se condensem na forma de opini es p blicas especificadas em assuntos Pela necessidade de adequa o emp rica a id ia do espa o p blico de direitos representada na id ia de viabilizar espa os para que os dirigentes das esferas estadual e municipais de governo estejam face a face com o corpo funcional e os usu rios do sistema engajados no processo de interlocu o somando os recursos intelectuais materiais e financeiros em favor da pol tica educacional Nos contextos em que as pessoas s o estrutural e injustamente privadas de alimenta o emprego sa de educa o habita o renda auto respeito e de oportunidades de participa o a concep o de um espa o p blico de direitos expressa pelo menos tr s dimens es de um ordenamento pol tico democr tico que se alia a um projeto pol tico pedag gico 14 a a necessidade de supera o da lacuna entre direitos preconizados constitucionalmente e a realidade b a necessidade de se regar todas
225. id rio NEROALDO Exato GESU NA tem que tentar criar a brecha aproveitar da porosidade e transformar isso em uma constru o dial gica e se voc era indicado pelas for as que poderiam se opor 153 sua indica o se viesse das for as que voc estava participando politicamente voc talvez tivesse o problemas da governabilidade mas a constru o do consenso quer dizer melhor construir o consenso n o importa a forma digamos assim isto ser indicado do modo como foi indicado e responder aceitar melhor construir o consenso do que ir por onde dif cil por onde as resist ncias s o mais fortes NEROALDO Consenso e mais uma vez a minha participa o no mbito nacional em rela o ao FUNDEB Eu tive uma disputa muito forte dentro do CONSED eu era vice presidente do CONSED o Presidente era Gabriel Chalita de S o Paulo e que por uma posi o naturalmente dele levou o CONSED a uma intransig ncia em rela o entrada da creche no FUNDEB eu fui o nico Secret rio Estadual que se posicionou publicamente pela entrada das creches no FUNDEB por que Por compreender que a gente teria que romper essa briga Estados e Munic pios por compreender que a educa o b sica come a desde a creche at o ensino m dio o ensino profissional e n o teria sentido n o teria sentido a creche n o entrar Agora evidentemente que a gente entendia que o ensino fundamental deveria continuar sendo priorit rio e n o a cre
226. ido por coer o interna ou externa de participar do discurso Essa natureza discursiva do julgamento pol tico e do julgamento das institui es democr ticas nos levou ades o a uma teoria da democracia que concebe a interlocu o e a democracia enquanto tentativas de solucionar disputas de capacitar permanentemente para a a o coletiva e para mediar e justificar o funcionamento das institui es A democracia n o tem um locus institucional espec fico mas o locus definitivo da democracia a esfera p blica n o se pode vincular a o coletiva a tarefa de organizar construir e ampliar o espa o p blico pois a esfera p blica tamb m precisa ser protegida dos imperativos da a o coletiva O poder do discurso submetido ao empreendimento te rico epistemol gico o de constituir uma forma de comunica o que pode ser removida do contexto da experi ncia e da a o gra as s estruturas que asseguram que cada asser o recomenda o conselho advert ncia dotada de uma pretens o de validade que pode ser colocada entre par nteses para se tornar o objeto da discuss o Os participantes os temas e as contribui es n o podem ser restringidos exceto quando se trata de cumprir o objetivo de testar a pretens o de validade Muitas vezes o discurso evitado porque essas tarefas s o muito rduas requerem tempo e esfor o Nosso esfor o para a constru o te rico metodol gica se voltou para o desafio de produ
227. imento das pr ticas cotidianas que s o protagonizadas na escola CODO 1999 Mostra ainda uma grande lacuna na produ o bibliogr fica no que se refere tanto s condi es atuais de trabalho quanto s formas de resist ncia e conflito vividos na organiza o escolar OLIVEIRA 2004 Os temas do financiamento planejamento e gest o da d cada de 1990 passaram a dissociar os 31 aspectos pedag gicos dos estudos e pesquisa da administra o escolar Tratou se de um processo no qual o tema da qualidade se sobrep s ao tema da democracia pela via de uma tend ncia despolitiza o da gest o da educa o N o se tratou de um processo de m o nica pois o conflito docente aumentou em toda a Am rica Latina explicitando a dist ncia entre os ambiciosos programas de reforma educativa e a fragilidade e precariedade das condi es pol ticas econ mico financeiras e normativas para a realiza o dos processos de escolariza o GENTILI et al 2004 Essa despolitiza o pode ser expressa na concep o de gest o democr tica de escolas eficazes e seu receitu rio disseminado com o enfoque sobre a escola como o nico espa o para potencializar os esfor os financeiros e t cnicos para promover o ensino e vencer as barreiras da repet ncia e da evas o atrav s da ado o de mecanismo de descentraliza o pedag gica financeira e administrativa MELO amp VEY 1995 MELLO 1994 Na promo o de modelos de gest o com
228. ionalidade do sistema judici rio todavia considerada nos recursos da cultura gra as aos atos de fala suspens o da comunica o ao direito burgu s pretens o de imparcialidade e de resolu o reta de conflitos 128 Esses resultados consistem em novas infer ncias sobre a atua o de pessoas para construir e ampliar espa os p blicos de direitos para a qual a proposi o de uma cartografia do Regime de Colabora o requerida Portanto o marco temporal do percurso recente a inscri o do Regime de Colabora o na Constitui o e sua n o regulamenta o foi compreendido por meio de viv ncias ou rela es de primeira ordem Por se tratar de um conceito normativo o Regime de Colabora o o mecanismo de regula o rec proca do desempenho das compet ncias entre as esferas de governo sustentado na interlocu o institucional as rela es de segunda ordem s o produzidas por meio da associa o entre os conceitos e as infer ncias O Regime de Colabora o n o podia ser reconhecido a priori todavia para que o Regime de Colabora o possa se constituir como uma a o no mundo e uma representa o mental compartilhada preciso persistir na viv ncia e no estudo do Regime de Colabora o Indicamos a necessidade de retomar os marcadores ling sticos que emergiram na interlocu o com a atua o do Prof Dr Neroaldo por meio das unidades de significa o com o desafio de aprofundar a constr
229. ir e ampliar espa os de 10 proposi o e de gest o das pol ticas p blicas C A caracteriza o da atua o X foi pensada em termos de performances estimadas acess veis nos termos de seus progressos descri o prescri o da possibilidade de corre o e das influ ncias deliberadas X guiada pela necessidade de legitimar os saberes e t cnicas de governo atrav s da interlocu o X mobilizadora de inst ncias ascendentes com vistas articula o dos espa os local e nacional X comedida ao engendrar uma experi ncia de longo prazo premida pelas necessidades emergenciais Para enfocar a limita o na gera o do fato institucional destacamos a vincula o da normatividade ao conceito de Regime de Colabora o A aplica o do conceito de fato institucional pressup e que antes que um fato institucional seja gerado preciso atribuir um tipo de atitude normativa e conferir um status atua o de pessoas Um status n o tem o poder de conferir a uma pessoa a condi o de reivindicar direitos o status tem a fun o normativa de refor ar certos comportamentos Essa a justificativa racional para a atribui o de t tulos honor ficos ou a ado o da censura por mau comportamento e esta tamb m a fun o do intelectual cr tico 2 4 OBJETIVOS GERAL E ESPEC FICOS A regra constitutiva mais importante de nosso fato institucional a interlocu o O objetivo geral deste traba
230. is de Ensino em um pa s com profundas desigualdades regionais Os aspectos macro estruturais que pesam sobre a defini o das pol ticas p blicas n o s o subestimados mas o recorte da abordagem incide sobre a atua o contradit ria e conflituosa de um n mero restrito de pessoas que interv m na proposi o e na gest o das pol ticas p blicas educacionais A indefini o do Regime de Colabora o tratada sob a tem tica da constru o e da amplia o do espa o p blico de direitos como uma interface da pol tica educacional em sua rela o indissoci vel com a vida pol tica A problematiza o est situada em um campo de tens o delineado a partir do estado do conhecimento Qual o significado do Regime de Colabora o para a proposi o da gest o democr tica das pol ticas educacionais Como se relaciona com os conte dos da gest o democr tica pensados a partir da rela o Estado sociedade Argumenta se em favor da tese segundo a qual um dos fatos institucionais inovadores gerados no processo de democratiza o da sociedade brasileira a atua o que visa construir e ampliar os espa os de proposi o e de gest o das pol ticas p blicas A metodologia est apoiada em uma etnografia interpretativista baseada nas id ias de Geertz Ricoeur Lakoff e converge para a tradi o habermasiana sobre as configura es do espa o p blico interpretada no esfor o de Habermas para ampliar a id ia de racionalidade ao in
231. ismo e da demagogia os temas mobilizados nas campanhas ainda s o as quest es de vagas e dos pr dios escolares Os sistemas de poder local explicitam mais o autoritarismo e a descentraliza o fez com que os centros de execu o reca ssem sobre esses sistemas ent o para eles que se voltam os desafios Consideramos que os enfoques sobre o papel das rela es sociais na din mica de funcionamento das institui es e dos processos educativos neste campo de tens o constituem se em cr ticas dirigidas s pol ticas oficiais nesse n vel as cr ticas tornaram se musculosas mas as propostas s o ainda incipientes para que sejam fortalecidas preciso realizar a convers o de uma l gica oposicionista para uma l gica governista Existem v rios modos de faz lo a maioria deles s o coletivos todos s o processuais e todos eles com consequ ncias sobre a identidade pessoal na esfera p blica As pol ticas governamentais representam um prato feito para den ncias e talvez a pr pria capacidade de denunciar possa gerar o efeito de secundarizar as tentativas de mudan a ao privilegiar o olhar denunciador e at mesmo o preconceito contra a condi o daqueles que se identificam com uma proposta de governo ARROYO 1999 Os estudos sobre a reconfigura o dos sistemas p blicos de ensino apoiadas sobre experi ncias de regulamenta o de dispositivos constitucionais consideram dois fen menos brasileiros a reforma das institui es po
232. iso ter a conduta observada por outrem mas uma conduta se expressa de v rios modos n o se classifica uma conduta considerada como 2 Temos presentes as formas sociais hist ricas de ascens o social Sacerdotium o poder clerical Regnum o poder mon rquico e Studium o poder universit rio consideradas por Le Goff 2003 ao apresentar a emerg ncia e o triunfo de um novo tipo socioprofissional nos s culos XII e XII p 11 os intelectuais eruditos cl rigos pensadores que v m designar os mestres das escolas A cita o atribu da por Le Goff aos Goliardos no texto se encontra na p gina 57 88 presun osa por teste ou por experimento que a pessoa reconheceria como tal A experimenta o pressup e o exame de processos vividos em termos de triunfos fracassos fuga ou enfrentamento de conversa es que nos s o explicitamente desfavor veis ou seja em termos de a es e rea es que se manifestam em circunst ncias Este trabalho colocou no centro das aten es a atua o de um dirigente de origem social humilde na idade de sessenta e dois anos filho de um chofer de pra a e de uma dona de casa que fez seus estudos no semin rio em Olinda em Roma em S o Paulo e na Fran a antes de desenvolver a carreira na Universidade Federal da Para ba Prof Dr Neroaldo sofre resist ncias e s vezes preconceito de setores que o teriam apoiado como candidato e Reitor da UFPB pelo redirecionamento de seu compromisso e en
233. isso para mostrar que as pessoas que insistem em ver essas barreiras de partidos ou barreiras 149 eventualmente ideol gicas por tr s das quais muitas vezes est o interesses pessoais ou interesses de grupos essas pessoas est o atrasadas N o mais essa a quest o que se coloca se coloca sim a contradi o que cada um tem para fazer o seu trabalho para desenvolver o seu trabalho e a pertin ncia ou n o dos resultados que a gente consegue GESU NA Ent o nessa dire o a gente podia pegar a segunda quest o que voc anotou a respeito do Regime de Colabora o NEROALDO perfeito GESU NA Que era justamente a indefini o constitucional do Regime de colabora o inclusive quando a gente coloca a palavra chave regime de colabora o na internet sai tamb m o regime de colabora o do regime militar entende A gente n o atentou para esse fato NEROALDO esse detalhe GESU NA Mas a colabora o parece que era algu m est colaborando e colabora o com um sentido pejorativo ent o falar em regime de colabora o a meu ver e na minha experi ncia justamente colocar essa vis o essa pr tica que j existe ela n o ela j existe mas ela n o mais do que incipiente muito embora ela seja forte ela n o aglutina ela n o tem essa condi o Eu acredito que por conta da disputa eleitoral que ainda muito tamb m desregulamentada NEROALDO Exatamente inter
234. ist rio da Educa o grava es em v deo tape com as bandeiras do PT apoiando Neroaldo falando olha o candidato esse o cara que ganhou se voc s quiserem aprovar tudo bem mas um comunista um esquerdista E n s passamos n o sei n o me lembro mais do tempo essa coisa de data eu me esque o facilmente mas n s passamos muito tempo acho que quatro seis meses esperando que o Minist rio decidisse a posse Gesu na tem aqui alguns discursos do Neroaldo 177 mencionando que depois eu compartilho depois para n o lhe interromper Uma pessoa importante para conversar o Natanael Rohr ele era Pr Reitor de Planejamento e era h muito tempo desse grupo nosso que fazia um certo trabalho desde a ADUF nos comandos de greve Natanael sempre foi uma esp cie de cabe a pensante um coordenador um sujeito com pensamento muito bem estruturado com uma experi ncia muito grande no Partido Comunista na juventude dele Um sujeito acostumado a essas pelejas pol ticas foi quem dava uma sustenta o muito grande tamb m at do ponto de vista mesmo afetivo e moral para a gente sustentar essa barra inicial Ent o veja a tens o da reitoria do Neroaldo come a muito antes come a com essas pelejas a junto ao Minist rio Gesu na num processo em que lutar para ser eleito depois lutar com a pr pria oposi o para ser nomeado e depois retomar a continuidade disso com um problema de governabilidade que est muito em
235. istro J fui eleita duas vezes e agora vai haver uma terceira elei o n o sei se vou concorrer Mas vamos ver GESU NA Ent o esse seu processo de sua vinda tem uma rela o direta com o Prof Neroaldo por conta desse hist rico o que voc poderia nos contar a respeito das suas lembran as que pode ser assim o maior conflito que tem a ver com o Prof Neroaldo Eu posso deixar voc pensar JANETE Essa escola foi constru da num campinho de futebol onde os jovens se reuniam para fazer outras coisas que n o interessante eu falar agora Por conta disso esses jovens eles travaram uma luta contra escola de invadir de quebrar vidro de entrar na sala para assistir aula de andar nu em cima do muro de pintar e bordar E quando isso acontecia o professor Neroaldo vinha sempre era sempre presente para nos dar apoio Ele vinha de sala em sala conversar com o aluno mostrar ao aluno que a escola era p blica que era um bem para a comunidade Que n s n o est vamos tirando o espa o e sim criando um bem para a comunidade E o professor Neroaldo sempre foi de dar muito apoio aos diretores e comunidade de um modo geral Por isso que eu tenho tanta admira o por ele Professoras as meninas 82 Figura 12 representa o Status de das unidades de rofessor significa o de viv ncias na E Rede Municipal de Educa o E qualidade De ouvidor Fonte autora Narrativas De mulher
236. itua o evidente que enfrento dificuldades por parte da oposi o muito menos por princ pio muito menos por quest es ligadas pr pria educa o e mais por essa disputa de poder que acontece Nem todo mundo que tem as dificuldades institucionais pr prias da din mica tem a facilidade ao n vel pessoal para conversar Estou falando com Prof Dr Neroaldo que um homem de letras das palavras que tem um perfil conquistado com uma hist ria pessoal Em sua passionalidade ele uma pessoa que se colocou entre tr s palavras ousadia prud ncia e paix o Um homem apaixonado um homem com uma g um homem com uma sede de participar que enfrenta situa es muitos dif ceis ao n vel pessoal se a consideramos sua hist ria Aqui voltamos narrativa de Prof Dr Ronaldo Monte 118 GESU NA Ronaldo falava do dia que voc subiu no caminh o para dispersar uma manifesta o dispersar n o NEROALDO N o n o fui falar no meio de uma manifesta o GESU NA No meio de uma manifesta o contra voc NEROALDO Exatamente GESU NA isso n o f cil quem ouve falar da pol tica brasileira s Woody Allen que poderia mostrar NEROALDO uma cena dessas NEROALDO Veja eu tenho entre minhas profundas admira es intelectuais e de gente algumas pessoas na minha vida como um Dom Helder C mara quando eu estudei em Recife Dom Helder C mara era o arcebispo e quando ele ia conversar com a
237. ive em casa a gente convive na rua a gente convive no trabalho 168 GESU NA Ronaldo dizia para mim que voc um incendi rio que uma pessoa que agita muito um agitador que vai aonde os problemas est o e l onde os problemas est o voc procura fazer com que se busque um consenso com os protagonistas dos problemas a diretora do Lions de Tamba dizia justamente que s vezes ia falar com voc e voc dizia um n o e depois ela pensava por que saia sorrindo com um n o do Prof Neroaldo Ela percebia que precisava conversar Os professores querem conversar a normatividade narrativa se voc tem um problema e n o tem com quem falar e voc n o pode ver isso ent o n o tem como resolver esse problema Ent o esse aspecto de conversa com os outros pol ticos passa por a porque e se o segundo momento a dificuldade uma dificuldade institucional este deve ser um problema de todos NEROALDO Um problema de todos que eu naturalmente eu tamb m tenho e eu tamb m enfrento e eu n o fujo a me identificar como um homem que est na situa o e quando voc est na situa o voc enfrenta o elogio do trabalho ou a cr tica quando eventualmente as coisas n o acontecem de acordo como quer a sociedade ou muitas vezes a cr tica injusta como quer um ou outro da oposi o GESU NA Porque a passa por uma pr tica de desqualifica o NEROALDO Exato GESU NA Eu j desqualifiquei mas eu tenho trinta e nove anos
238. l ticas processadas ao longo dos anos de 1980 e a avalanche dos programas de descentraliza o provocada nos anos de 1990 Quanto reforma das institui es evidenciamos as iniciativas para a proposi o de um Sistema nico de Educa o P blica B sica SEDUC MT 1996 LECLERC 1999 2002 2004 CARDOSO NETO 2004 como a representa o de uma compreens o radical do Regime de Colabora o As iniciativas expressam uma concep o sobre a organiza o dos sistemas educacionais segundo a qual a reorganiza o se apresenta como um laborat rio vivencial para construir a cultura da democracia CARDOSO NETO 2004 p 22 A radicalidade se expressa no desafio de argumentar em defesa de uma nova configura o para Reorganizar o sistema educacional p blico eliminando as redes estadual e municipais por meio de uma gest o nica e cooperada entre Estado Munic pios e as comunidades escolares Cardoso Neto p 82 LECLERC 2004 p 1409 35 A refer ncia ao laborat rio vivencial se justifica a partir da id ia segundo a qual os obst culos erguidos ao Regime de Colabora o podem ser visualizados de modo adequado a partir do reconhecimento da aus ncia de uma inst ncia permanente organizada de reflex o proposi o e delibera o em n veis ascendentes escola Munic pio Estado Uni o e aus ncia de propostas sobre os eixos constitutivos dessa pol tica Esses eixos constitutivos podem ser expressos por meio da propost
239. l Profissional Nacional da Carreira e da Forma o Continuada Ao mesmo tempo em que o investimento disciplinado nessa leitura nos mobilizou para o estudo nos afastou do exerc cio do magist rio no ensino p blico b sico exatamente pela n o resolu o dos problemas apontados A escolha do interlocutor foi influenciada pela posi o que a Undime ocupou na pol tica educacional brasileira desde o esfor o para debater e viabilizar o Acordo Nacional e Pacto pela Valoriza o do Magist rio e Qualidade da Educa o redigido no mbito do F rum Permanente de Valoriza o do Magist rio da Qualidade de Ensino instalado durante o Governo Itamar Franco dezembro de 1992 1 de janeiro de 1995 a partir de nossa conviv ncia com a Confedera o Nacional dos Trabalhadores em Educa o CNTE Guard vamos muita desconfian a a respeito da Undime e testemunhamos as dificuldades internas vividas pela a dire o da CNTE para defender a op o de considerar a Undime como aliada primeiro nos congressos e encontros da categoria quando as quest es s o decididas no voto Posteriormente nas reuni es de planejamento quando prepondera o esfor o argumentativo Reconduzimos nossa aten o sobre a indefini o constitucional do Regime de Colabora o que expressa as dificuldades para a constru o de uma interlocu o nacional por meio da qual se possa tematizar e solucionar a quest o da profissionaliza o 21
240. la ocasi o chamando cada diretor dos centros da Universidade Federal da Para ba e combinando com eles que cada um diria qual era sua prioridade em Cajazeira foi a biblioteca e era normal porque Cajazeiras era um Centro de Forma o de Professores em Souza fizemos um audit rio porque Souza tem o curso jur dico e at contrariamente minha vontade o audit rio em Souza se chama Reitor Neroaldo Pontes ou seja as pessoas entenderam e quem dirigia o centro era Prof Maria de Lurdes Lurdinha naquela ocasi o pessoa que eu n o tinha apoiado quando eu era candidato a Reitor e nem ela tinha me apoiado mas ao longo dos quatro anos estabelecemos um trabalho democr tico de tal maneira que acabaram at por fazer essa homenagem GESU NA Ronaldo destaca isso NEROALDO E eu tive uma das minhas maiores alegrias voltando dentro da diversidade claro que n o encarei como desrespeito muito pelo contr rio tive respeito pelo processo levantado pelo Minist rio P blico Mas evidente que do ponto de vista pessoal aquilo uma coisa que afeta a nossa auto estima a nossa at a nossa dignidade GESU NA jornal sua foto no jornal voc n o apareceu em uma foto bonita NEROALDO claro eles conseguem escolher uma precisamente que n o esteja boa Ent o claro eu sofri muito com isso mas posso relatar como naquele momento que quando se fala de todas essas dificuldades dois artigo seguidos do jornalista Rubens N brega n
241. lho analisar como o protagonismo em uma interlocu o para viabilizar o Regime de Colabora o altera positivamente a configura o do espa o p blico Tal objetivo demandou as tarefas de a Situar o objeto de estudo no desenvolvimento conceitual sobre a din mica de gera o dos espa os p blicos 11 b Adequar o arcabou o te rico metodol gico aplicado interpreta o e atribui o de significados s caracter sticas do objeto c Construir uma refer ncia expl cita atua o de um protagonista por meio da interlocu o mediada por problemas te ricos e emp ricos A considera o sobre as regras constitutivas do fato institucional nos aproximou da atua o do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo H exatamente uma d cada o Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo fez uma passagem da atua o da Universidade Federal da Para ba culminada com o cargo de Reitor 1992 1996 para o espa o de gest o da educa o b sica foi Secret rio Municipal de Educa o da Jo o Pessoa no Governo do Partido Movimento Democr tico Brasileiro PMDB e Presidente da Undime nacional Invocamos o papel da conjuntura resultante das elei es municipais de 1996 quando o PMDB obteve o governo de cento e uma das duzentos e vinte Prefeituras do Estado da Para ba e das elei es municipais de 2000 quando o PMDB o governo de oitenta e uma prefeituras Essas condi es foram necess rias no entanto preciso trazer ao debate
242. lidade eu acho que a quest o tem que se colocar N o poss vel mais a gente ficar brincando de disputa dentro da educa o Porque uma quest o concreta que a gente tem mais de cinco mil planos de carreira leis org nicas eu n o estou falando que tem que ter uma Lei Org nica Geral mas qual a especificidade de cinco mil planos de carreira cinco mil leis org nicas Cinco mil planos municipais de educa o vinte e sete planos estaduais de educa o e um Plano Nacional de Educa o j descolado de tudo isso O Plano de Educa o a gente sabe desde 2001 com todos os vetos que ele teve passados agora seis anos a gente v que n o est cumprindo as metas enquanto isso alguns Estados ainda n o fizeram seus planos muitos munic pios n o fizeram e a interlocu o a colabora o nessa discuss o entre esses planos ou seja a conversa entre os planos municiais os planos estaduais e o plano nacional ela uma conversa quase de pessoas que falam sozinhas Eu acredito que ningu m vai mais conseguir propor que em dois mil aqui talvez a reflex o sofra da profecia mas em dois mil e onze a gente tenha um plano nos 115 moldes que a gente teve em dois mil e um ou seja de cima para baixo Eu acredito que hoje com a discuss o dos planos estaduais e dos municipais esses planos estaduais e esses planos municipais que v o inspirar o pr ximo plano nacional de educa o a gente precisa fazer exatamente o caminho i
243. lles parler c est changer et c est changer em changeant p 17 76 O ato de colocar o pr prio nome disposi o A prefer ncia entre os votos dos professores e funcion rios X os votos de estudantes e comunidade O luxo como contraste na forma o continuada A medida das palavras para n o ser injusta e a avalia o interior O reconhecimento e a valoriza o de um nome gra as UFPB A imagem de um dirigente de portas abertas A expectativa de ver as crian as da escola p blica na condi o dos filhos Nossa posi o te rica foi refor ada para esta escolha de apresenta o por meio da id ia segundo a qual uma pessoa que se relaciona como uma inter agente da troca conversacional come a e termina com a sua experi ncia Racionalmente uma pessoa n o pode preceder se nem pode assegurar que neste presente em que vive ela uma outra pessoa por mais que mudemos levamos conosco a experi ncia de nossos processos vividos A sensibilidade a forma com a qual processamos os sinais de regula o discreta de uma conversa o A leitura dos processos semi ticos depende da sensibilidade da pessoa que interpreta em presen a Merleau Ponty 1999 p 291 Por sua vez a sensibilidade est arraigada na experi ncia pessoal enquanto o terreno em que tematizamos as experi ncias de sofrimento Afora a religi o a arte e a literatura somente as esferas da vida privada disp em de uma linguagem existenc
244. m se voc pudesse fazer um balan o de vantagem e desvantagem de ser nomeada diretamente Voc poderia uma vantagem de ser nomeada porque eu acho eu na minha opini o se por exemplo tiver uma vantagem de ser nomeada a vantagem de ter acesso direto ao secret rio porque n s sabemos eu estou explorando esse cen rio porque n s sabemos que muito dif cil voc sair da escola vai secretaria de educa o e aquele expediente cheio de coisa 213 JANETE Olha eu fui indicada por ele sempre tive muito acesso Mas eu n o acredito que tenha sido porque fui indicada todos os diretores tinham acesso a ele Todos Do mesmo jeito depois que fui eleita o acesso foi do mesmo jeito Na gest o dele eu n o vi diferen a ao contr rio eu acho que ele j freava mais pra mim porque eu teria sido indicada pra o pessoal n o falar Acho que ele sempre trabalhou com muita integridade nesse sentido GESU NA Por outro lado eu vou trabalhar com a id ia desvantagem de ser eleita ta Porque em minha experi ncia de professora de sindicalista m contato com os professores eu ou o dos professores que eles s o eleitos apoiados por um grupo de professores de funcion rios da comunidade e muitas vezes eles querem adotar cumprir um projeto que propuseram s o exatamente aqueles que os apoiaram que colocam um entrave como se ele devesse uma um JANETE favorecimento GESU NA Como que voc vive isso se voc vive essa experi
245. m por diante LEITE 1994 As pol ticas p blicas educacionais que sempre representaram um assunto de pol tica regional e global passaram a ser cada vez mais um assunto do com rcio internacional desta vez com um apelo ado o de novas regras de regula o sobre uma base concorrencial BALL 2004 Mas esse processo encontra um tipo particular de pr tica pedag gica ora expressa na resist ncia e na cr tica ora em experi ncias mais propositivas s o as rela es sociais vinculadas base tica da educa o em sua cotidianidade por essas rela es que as descontinuidades dos mundos e dos tempos como na hist ria de Jos s o narradas e entendidas FERREIRA 2004 As reformas n o podem ser apresentadas sob a forma de um kit completo incluindo a narrativa un voca da justificativa para sua aplica o embora se tenha tentado Mas a reestrutura o produtiva n o representa um fen meno da natureza promovido pela inexorabilidade dos processos da globaliza o A literatura da rea tamb m mostra uma dist ncia entre os estudos que analisam os v nculos entre trabalho e educa o e as pr ticas cotidianas no ch o da escola FERRETTI et al 1999 em parte explicada pelas condi es salariais e de desprofissionaliza o do magist rio A sobrecarga de trabalho e as m ltiplas jornadas limitam as condi es para uma atividade mais reflexiva e sistem tica que possibilite a produ o e circula o de um conhec
246. m sistema de informa o educacional e gerencial da entidade O segundo eixo foi tratado a partir de objetivos voltados para a afirma o da identidade institucional da Undime PB a busca de sua legitimidade como interlocutora na discuss o e defini o das pol ticas educacionais Para atender a esses objetivos foram estabelecidos contatos com a Federa o das Associa es dos Munic pios da Para ba FAMUP o investimento na participa o em eventos nacionais regionais e estaduais e a atua o em conselhos e comiss es Acolhendo quest es concretas colocadas pelos dirigentes municipais de educa o e considerando a necessidade de uma defini o precisa do regime de colabora o entre Estado e Munic pios previsto na LDB a Undime PB prop s ao Secret rio de Educa o e Cultura da Para ba a cria o de uma comiss o mista para discutir e elaborar uma proposta de um protocolo de colabora o delimitando as responsabilidades de cada uma das entidades sic federativas em rela o ao ensino fundamental PROJETO DE CONSOLIDA O DA UNDIME PB Ao adotarmos uma defini o da Undime representada no empenho de pessoas isoladas ou em oposi o mas providas para as tarefas e obriga es de gest o da pol tica educacional que procuram construir e reconhecer uma autoridade leg tima para o exerc cio da representa o pol tica e que tal empenho envolve a necessidade de regular os h bitos e comportamentos requeridos no ex
247. ma uma estrutura de conhecimento pr existente na mem ria Onde existe um esquema fixo est tico temos um enquadramento Quando existe um quadro compartilhado por todos dentro de um grupo social temos uma vers o protot pica de associa o de padr es Enquadrar framing fazer com que os valores joguem papel na argumenta o O senso comum o entendimento do mundo mais largamente inconsciente e autom tico realizado nos circuitos neurais de nossos c rebros de tal modo que preciso investimento t cnico para que um sujeito perceba os processos a que est submetido Depende da descri o das normas sociais e ling sticas que regem a produ o de conversas narrativas argumentos e falas onde se enra zam as pressuposi es ocultas geralmente relacionadas classe social ra a ou sexo que s o consideradas na an lise do discurso Blackburn 1994 Quando se considera saberes impl citos a escolha do conte do e do enunciado que podem traduzir uma experi ncia ou um fato preciso destacar processos como o preenchimento de certas condi es de uma verdade os problemas de compartilhar o saber de quem fala e de interagir com quem ouve As informa es s o sempre assim tricas e as assimetrias compreendem n o s os problemas da democratiza o da informa o da capacidade para exprimir inten es para buscar o entendimento m tuo Compreendem a falta de problematiza o do funcionamento de certas express es em
248. ma pessoa concreta contempor nea do processo de institucionaliza o democr tica que participou da reconquista dos espa os sociais e pol ticos monopolizados pela ditadura e que sofre o processo de redefini o de sua identidade como sujeito pol tico O enunciado da tese foi associado ao trabalho de reconstru o conceitual nos n veis da experi ncia vivida da experi ncia etnogr fica e da experi ncia textual Consideramos os conceitos de interlocu o institucional vinculado ao trabalho etnogr fico para que o Regime de Colabora o em estreita rela o com a gest o democr tica pudesse ser almejado enquanto um artesanato local isto enquanto um conceito incorporado nos problemas do mundo vivido do mundo apontado localmente Elencamos como principal resultado de nossa empreitada o repert rio de gestos que servem como exemplos de coordenadas normativas para uma cartografia do Regime de Colabora o auxiliado pelo conjunto das unidades de significa o selecionadas na produ o das narrativas a na unidade de significa o a contextualiza o da ida para a Undime a centralidade para o Regime de Colabora o recai sobre o gesto de ser eleito que remete ao seu conceito normativo enquanto viv ncia de procedimentos do recurso argumenta o legisla o e moralidade nos contextos preconizados pelo Estado de Direito b Na unidade de significa o separa o entre esquerda e direita a centralidade r
249. mantida o Prof Neroaldo se manteve Secret rio de Estado de Educa o na Para ba nos Governos do PSDB 2002 2006 2007 4 4 TRABALHO CR TICO E OPOSI O IRRESPONS VEL Esta unidade de significa o foi provocada pelo texto inicial da pesquisa que orientou a intera o mais especificamente por nossa considera o sobre os limites do empenho pessoal na constru o da UNIDIME a atua o na Undime foi muito limitada e todo empenho pode n o ter ultrapassado a posi o de legitimar e reproduzir as decis es tomadas ao n vel do Minist rio da Educa o Mas ser que essa posi o teria sido vantajosa porque nesse caso pesaria a seu favor um caminho reto entre a proposi o de uma pol tica e sua efetiva o Segundo a presente abordagem a resposta negativa caso contr rio uma gest o como a que o Prof Neroaldo conduziu n o teria se 98 empenhado em constituir grupos de trabalho para avaliar a aplica o de pol ticas como a do FUNDEF apontando perspectivas de supera o Como rea o Prof Neroaldo relaciona situa es vividas em diferentes governos desde 1997 Conta que recebeu o t tulo de Cavaleiro da Educa o no mandato do Paulo Renato assim como se identifica com o Governo Lula por ter participado da equipe que elaborou seu Plano de Governo em 2001 Destaca a postura institucional o respeito representatividade partid ria na UNDIME com a qual conduziu as cr ticas ao governo O destaque aqui recai sobre
250. mecanismo de regula o rec proca do desempenho das compet ncias entre as esferas de governo para mostrar que esse mecanismo se sustenta na interlocu o institucional O objetivo geral deste trabalho analisar como o protagonismo em uma interlocu o que tematiza o Regime de Colabora o altera positivamente a configura o do espa o p blico O trabalho se dedica ent o ao mecanismo fomentado pelo marco legal existente em ntima rela o com uma interlocu o institucional fr gil empreendida por institui es que embora sem poder legal de decis o contribuem para a cria o de um dom nio de conhecimento e uma cultura sobre a institucionaliza o da pol tica educacional A atua o do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo Secret rio de Estado da Educa o da Para ba 2007 na presid ncia nacional da Uni o Nacional dos Dirigentes Municipais de Educa o a Undime 1997 2001 est evidenciada A Undime a entidade nacional que re ne dirigentes municipais de educa o de todas as regi es do pa s fundada em outubro de 1986 em Bras lia mas as articula es para sua exist ncia come aram em 1985 entre os intensos movimentos que protagonizavam a democratiza o do pa s a partir de uma reuni o com secret rios de educa o da regi o metropolitana de Recife AZEVEDO 2001 Para as finalidades desta investiga o a Undime representa o empenho de pessoas isoladas ou em oposi o mas
251. mento a gente falar essas coisas mas o que cativou o que seduziu Neroaldo nessa chamada para ser secret rio de educa o municipal foi exatamente essa possibilidade que ele vislumbrou de fazer um trabalho junto s crian as pobres de melhorar o n vel de educa o dessas pessoas melhorar o n vel da capacita o dos professores e criar uma outra mentalidade dentro da educa o do munic pio E eu acho que ele conseguiu isso acho que no momento em que Neroaldo deixou um col gio em Mangabeira muito bem aparelhado e tem um conv nio com a Alian a Francesa Foi assim que reconhecendo o conflito local na transi o entre a UFPB e a Secretaria Municipal de Educa o de Jo o Pessoa que passamos segunda unidade de significa o 3 4 REDE DE INFLU NCIAS CONVERSACIONAIS Tal como fizemos no t pico anterior consideramos o pano de fundo dos processos vividos segundo a ordem de rela es significantes da atua o na Rede Municipal de Ensino Para a din mica desta constru o textual cumpre nos explicitar as demais categorias da intera o comunicativa Kerbrat Orecchioni 1990 75 Uma rede de influ ncia conversacional corresponde a possibilidade de amplia o da intera o que oferece o material etnogr fico Estabelecemos um interc mbio com cinco diretoras de escolas que t m a fun o de inter agentes na Rede Municipal de Jo o Pessoa A conversa o permite falar em termos de uma rede de influ ncia que se
252. mentos da escola mostrando o meu trabalho e isso me deu respaldo eu ter uma elei o na escola com 80 de aprova o Outra situa o invocada por Alice relacionada sua rela o com a gest o o fato da mesma ter come ado a dirigir a escola em outubro de 2004 e agora aproveitando enquanto pensa em alta voz que haver elei o 2006 com os registros disposicionais substantivados elei o na escola voto proporcional voto de aluno voto de funcion rio locu es verbais de realiza o se movimentar em torno da elei o n o estou pensando em elei o prefiro n o ter quero ter 78 Olhe esse ano tem elei o da escola as pessoas j come aram a se movimentar em torno de elei o Eu n o estou pensando em elei o o voto proporcional o voto do funcion rio vale um voto e o voto do aluno proporcional dez votos de aluno valem um voto E proporcional n o universal Ent o o seguinte eu prefiro n o ter nenhum voto de funcion rio da escola agora eu quero ter o voto dos alunos da comunidade e isso meu trabalho estou fazendo Nossa interven o direcionou a perspectiva de Prof Alice para a atua o do Prof Dr Neroaldo com as ocorr ncias dos termos disposicionais Quanto gest o de professor Neroaldo Pontes Alice se refere utilizando os termos disposicionais explicitados em racioc nio condicional contrafactual se eu for capaz de um dia quem sabe e por que locu es verbais d
253. minho de volta Europa para estudar e ensinar portugu s em Toulouse Na Fran a ouviu falar do crescimento da UFPB na poca do Reitor Lynaldo Prof Neroaldo conta que veio para a Para ba com a mulher Vera sem parentes sem amigos Havia quase dezenove anos em 1977 Afirma enigmaticamente que muitos vieram na ocasi o muitos j se foram e outros aqui ficaram De muitos ouviu que vieram salvar o Nordeste de outros notava que para aqui vinham como doutores os s bios O 71 que afirmou categoricamente foi que a Para ba a UFPB Ihes deu acolhida e emprego Com afinco e com paix o dedicou se sala de aula pesquisa orienta o luta sindical e dire o do Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Na Para ba presenciou o choque que paradoxalmente considerou normal mas t o do do entre os que chegam e os que j se encontram no lugar Desta vez enigmaticamente lembra se dos ensinamentos de Ant nio C ndido a prop sito da forma o da cultura e da nacionalidade brasileira sobre uma rela o dial tica entre o localismo e o cosmopolitismo A partir da conversa com Prof Dr Ronaldo Monte confirmamos a cren a sobre o motivo que o levou a atuar como Secret rio Municipal considerando principalmente o verbo de realiza o transp s transpor por algo em lugar diverso daquele que estava ou deveria estar inverter a ordem de passar al m de galgar deixar atr s ultrapassar exceder transportar des
254. mo a ponta de um imenso iceberg Mattoso oferece um quadro das decis es tomadas ao n vel das pol ticas macro econ micas para descrever o fen meno que denominou como desestrutura o industrial e produtiva id 2001 p 14 Tem se aqui um modelo de exposi o de baixo para cima bottom top que ao expor uma situa o muito dif cil se compromete com o arranjo intersubjetivo e evidencia uma rela o de m o dupla entre os processos de explicar e de compreender quando preciso resignificar o mundo para algu m 30 Cabe nos portanto apresentar a abordagem de cima para baixo top down que auxilia a explica o recobrindo a situa o das pol ticas p blicas A literatura da rea mostra que a gest o da educa o n o se desenvolveu como um campo espec fico mas conviveu com o padr o de transfer ncia do conhecimento da gest o taylorista fordista para a administra o da escola pois a pr pria expans o dos sistemas de ensino acompanhou o modelo de desenvolvimento econ mico e tecnol gico representado no modelo da industrializa o O contexto da reestrutura o produtiva complexificou a quest o FERRETTI 1999 2003 OLIVEIRA amp DUARTE 2001 Essa reestrutura o diz respeito mudan a na base t cnica e organizacional promovida nos processos de ponta da ind stria e que se seguiram aplicadas ao mercado s regras de negocia o coletiva reorganiza o das empresas s interven es do Estado e assi
255. mos interagir ainda as conversa es com o primeiro ex Chefe de Gabinete Prof Dr Ronaldo Monte e com o Pr Reitor de Planejamento Prof Dr Natanael Rohr Das situa es discursivas do Prof Neroaldo privilegiamos o discurso na Assembl ia Legislativa como a matriz condutora e ordem de relev ncia para a qual confluem as demais situa es discursivas e temporais os discursos se inter relacionam Foi preciso atender a duas exig ncias para explicitar os crit rios para encadeamento de assunto e de pertin ncia A primeira exig ncia foi a de considerar o crit rio de sinceridade de um discurso elaborado por uma pessoa para falar sobre si mesma para ser lido mediante um p blico que foi convidado para homenage la As condi es de produ o desse discurso s o explicitadas em rela o leitura de Perelman amp Olbrechts Tyteca 1988 em que adotam o discurso enquanto um ato do orador O discurso enquanto a pe a arrumada para ser lida perante um p blico representa uma manifesta o da pessoa segundo a especificidade da argumenta o ret rica No caso do discurso lido a escrita remetida de volta fala adquire significa o n o apenas pelas palavras mas pela combina o de sotaque tom gesto fisionomia etc O que dito pode ter sentidos bem diferentes dependendo de quem fala e de como fala 2 j interlocutor Estas marcas estar o distribu das ao longo do texto indicando a refer ncia aos interlocutore
256. mpliar a representa o o espa o p blico de direitos porque voc tem que envidar outros atores at porque s vezes quando eu conhe o muito os detalhes de um embate pol tico eu fico insens vel para essas aberturas possibilidades por causa de certas hist rias certas particularidades e quando eu n o conhe o t o bom porque eu vou evitar o tra o do estere tipo das marca es que voc retoma em termos de quem vai ser aliado quem vai ser advers rio nessa hist ria como v o se manifestando esses elementos que s o hoje parece me um elementos fundamentais do problema da governabilidade dos apoios Hoje um presidente n o pode colocar como l der do governo o l der do seu partido A id ia que o prefeito o governador ou o presidente busquem colocar como l der do governo um setor que muitas vezes n o o apoiou Eu n o estou falando que isso aconteceu Eu quero falar como 2 No texto da degrava o n o consta o termo sensibilidade porque na conversa o atribu mos o termo cego inadequado para essa compara o por incorrer em preconceito 74 hoje as engenharias j est o mostram coisas que voc s n o tinham era um primeiro momento Depois gostaria retomar aquela id ia sobre o Prof Neroaldo olha s quem ele representa representa esse partido e depois ao longo do tempo esse partido eu vejo algumas pessoas identificadas com esse partido dizendo ele n o foi para o Partido dos Trabalhadores o que
257. nalmente acompanharam a expans o dos sistemas p blicos de ensino OLIVEIRA amp DUARTE 2001 FERRETTI 1999 FERREIRA 2003ab LEITE 1994 BALL 2004 OLIVEIRA 2004 GENTILI 2004 Consideramos a abordagem complementar que evidencia as rela es sociais pol ticas e os arranjos subjetivos que perpassam os fen menos macro estruturais MATTOSO 2001 CODO 1999 ARROYO 1999 OLIVEIRA 2001 As orienta es que se fundiram s pol ticas almejando o alcance de efici ncia produtividade e qualidade na racionaliza o dos recursos gastos com a educa o e que se tornaram hegem nicas na d cada de 1990 partem de uma matriz sui generis MELO amp VEY 1995 MELLO 1994 COSTA 1997 AFFONSO et Al 1996 XAVIER 1994 FUNDAP 1997 CEPAL amp UNESCO 1995 A reforma da educa o foi orientada por uma matriz neoliberal FRIGOTTO 1995ab 1996 GENTILI 1995 1996 promovida segundo o design pensado pelos gestores insulados DINIZ 2001 e os chamados policy advocates que encaminharam uma esp cie de agenda p s constituinte COUTO amp ARANTES 2006 para tratar de modo particular o financiamento do ensino fundamental Nosso trabalho reconhece que a matriz neoliberal dos t cnicos insulados visou ao espa o da escola como foco de descentraliza o obscureceu o debate sobre o papel das rela es sociais no cotidiano escolar e sua vincula o com os temas da democracia Na d cada de 1990 as reformas educacionais contribu r
258. ni o nacional de Secret rios Municipais de Educa o e naquele momento j se fazia a elei o do Presidente Nacional da UNDIME por um per odo de dois anos por um per odo de dois anos Muitos eram ilustres desconhecidos uns dos outros E uma entidade que congrega cerca de cinco mil e quinhentos Secret rios Municipais naquele momento em 1997 reunia cerca de oitocentos a novecentos secret rios e poucos se conheciam Temos a men o aos protagonistas e setores que o indicaram e sustentaram sua candidatura o Presidente da entidade cujo mandato se encerrava designado pelo nome Prof Adeum e destacado a refer ncia aos grupos do PT e dos partidos de esquerda e certos grupos de S o Paulo Temos a ocorr ncia da introdu o de um t pico de discurso sobre quadro eleitoral recente o Prof Adeum o atual Secret rio de Educa o da Bahia As ocorr ncias verbais dirigido verbo de realiza o direcionado administrado gerido governado perder verbo de fracasso ser privado ficar sem dom nio a propriedade a posse cessar de ter assumiu verbo de sucesso entrou no exerc cio de lembro verbo de sucesso trazer mem ria n o fiz nenhuma interfer ncia verbo de fracasso n o fez uso da palavra em plen ria participei verbo de sucesso tomei parte partiu verbo de sucesso originou procedeu proveio ligado verbo de sucesso junto pegado unido que tem rela o conheciam verbo de sucesso tinham rela es convi
259. nia emocional e cognitiva com outra pessoa especificamente atrav s da inten o de compreender essa outra pessoa tomando uma representa o de entend la por dentro ou seja de entender o que essa situa o significa para ela BLACKBURN 1997 p 115 16 quais argumenta a respeito da complexa bifurca o entre narrativa hist rica e narrativa de fic o A argumenta o de Ricoeur dedicada ao tratamento epistemol gico da narrativa e s categorias antropol gicas que auxiliam a desmistificar a bifurca o entre narrativa hist rica e narrativa de fic o quando defende a tese segundo a qual a narrativa que humaniza o tempo Nosso trabalho enfatiza os aspectos das a es humanas que dependem de frases narrativas para serem compreendidas As frases narrativas se unificam pela presen a dos termos disposicionais e dos termos epis dicos representados por verbos de realiza o verbos de sucesso e verbos de fracasso Um termo disposicional um voc bulo que serve para descrever comportamentos humanos espec ficos utilizados principalmente em situa es em que as rela es abrigam uma significa o moral publicamente compartilhada como na condi o de juiz professor romancista psic logo etc A cultura nos oferece um repert rio de palavras sobre como as pessoas agem ou deveriam agir que indicam uma tend ncia e uma orienta o mental Quando dizemos que tal pessoa fumante n o
260. niverso de refer ncia conhecimento de fundo background knowledge como uma demanda nos estudos da filosofia da linguagem e deu prosseguimento aos estudos de Austin sobre os atos de fala reconstru dos por Habermas A leitura de Lakoff 2005 nos auxilia adotar o enquadramento framing Esse autor tem se dedicado aplica o de insights dos estudos da linguagem nas ci ncias cognitivas investindo no uso did tico de argumentos para o debate pol tico atrav s do funcionamento do enquadramento framing nas representa es a partir do engajamento pol tico no Instituto Rockridge A leitura de Kerbrat Orecchioni que oferece um tratamento did tico anal tico dos principais conceitos e teorias no campo da an lise da conversa o inspirou nossa aplica o 2 6 COMO A INVESTIGA O FOI ORGANIZADA Para organizar a investiga o recorremos a uma intera o em tr s momentos ou n veis de din micas interpretativas denominadas respectivamente n vel experiencial n vel experiencial etnogr fico e n vel interpretativo textual http www rockridgeinstitute org 19 N vel Figura 2 experiencial Representa o do modelo de intera o dos momentos ou n veis de din micas interpretativas Fonte autora N vel N vel Experiencial interpretativo etnogr fico textual 2 7 1 N VEL EXPERIENCIAL Este n vel compreendeu o reconhecimento do terreno da investiga o visado em primeiro lugar como o uni
261. nos fechados mas j existem As performances estimadas obedecem ao racioc nio das regras constitutivas X conta como Y em contexto C e s o as seguintes 85 X a atua o que conta como um fato institucional inovador Y para construir e ampliar espa os de proposi o e de gest o das pol ticas p blicas C quando X guiada pela necessidade de legitimar os saberes e t cnicas de governo atrav s da interlocu o X2 mobilizadora de inst ncias ascendentes com vistas articula o dos espa os local nacional e internacional X comedida ao engendrar uma experi ncia de longo prazo e premida pelas necessidades emergenciais O ordenamento foi encaminhado segundo uma l gica dos relatos na tentativa de fazer um invent rio das unidades de significa o conectada a morais valores e ideais incorporados em hist rias e tradi es da cultura ativadoras do conhecimento de fundo background knowledge gra as escolha do enquadramento framing no modelo da rela o conjugal A ENQUADRAMENTO framing A UFPB ACOLHIDA E EMPREGO RELA O AMOROSA DESIGUAL A CARREIRA DOCENTE UFPB B UNIDADES DE SIGNIFICA O 01 Contextualiza o da ida para UNDIME PB e UNDIME nacional 02 A separa o entre esquerda e direita 03 O incentivo participa o na vida pol tica 04 O trabalho cr tico e de oposi o irrespons vel 05 Oposi o local e alian a nacional 06 O
262. ntar como mais democr tica segundo o papel que ela atribui ao racioc nio reflex o e ao esp rito cr tico na regula o de seus assuntos p blicos ou como menos democr tica quanto maior for o peso do inconsciente dos costumes inconfessados quanto mais predominarem os preconceitos subtra dos de qualquer exame PARSONS apud HABERMAS 2003a P 106 Uma discuss o das quest es da polis para ter cabimento numa sociedade de perfil ainda que incipientemente democr tico deve pressupor que os cidad os n o sejam apenas aqueles de quem se fala mas tamb m aqueles a quem se fala e se poss vel embora isso se mostre muito dif cil aqueles que falam RIBEIRO 2000 P 15 50 A id ia de uma a o comunicativa e do aprendizado da democracia para esta investiga o se justifica na necessidade de evidenciar a aplicabilidade de um debate em que os interlocutores possam escolher entre agir por meio de uma a o estrat gica em uma sociedade regulada de modo ad hoc ou por um entendimento comunicativo A a o comunicativa est associada a uma teoria da sociedade que se esfor a para justificar seus par metros cr ticos em atribuir racionalidade de uma express o sua capacidade de ser cr tica e em fornecer um procedimento para o debate A racionalidade de uma express o se encontra completa se e na medida em que essa express o incorpora um saber fal vel em rela o aos fatos que a ela mesma s o acess veis por uma
263. nto bom at na escola mas quando a secretaria houve essa quebra que mudou a escola tamb m o reflexo de l veio bater na escola por qu Porque desestruturou muita coisa a gente tinha uma atividade de trabalho a l na secretaria j mudou tudo a l muda na escola tamb m digamos a gente tinha planejamento todo m s reunia o grupo da escola acho que isso fundamental pra qualquer trabalho voc planejar e planejar no coletivo isso foi quebrado n o ningu m pode planejamento tem que ser no turno tal tal isso refletiu na escola atitude que a secretaria tomou sem consultar o que eu achei foi isso acho que faltou di logo GESU NA E a tem uma outra coisa vamos pensar em cen rios se n s tiv ssemos assim Prof Neroaldo caminhando e o Prefeito decidisse trocar o Prof Neroaldo n s ter amos um tipo de descontentamento eu entendo assim um tipo de descontentamento porque todas s o un nimes Alice fez umas cr ticas e pediu para eu voltar porque ela n o queria ser injusta com Prof Neroaldo 209 DA LUZ Alice do Zumbi GESU NA Ent o todo um respeito voc teria um impacto o Prefeito teria dificuldade para colocar um outro secret rio porque o secret rio tinha uma confian a dos professores eu vou usar essa palavra porque essa uma categoria que eu trabalho uma confian a dos professores Agora o contr rio aconteceu o Prefeito tirou a secret ria e refor ou a confian a dos professores no p
264. ntoches que desejam controlar atribuindo os estados mentais Est o c ticos em rela o mudan a de opini o incorrem no conceito de oposi o irrespons vel aqui com a marca expl cita do conceito pol tico a uni o de pessoas ou grupos que objetivam fins contrastantes com fins identificados e visados pelo grupo ou grupos detentores do poder econ mico ou pol tico a estes institucionalmente reconhecidos como autoridades pol ticas econ micas e sociais op e os grupos de oposi o sua resist ncia servindo se de m todos e meios constitucionais e legais ou de m todos de outros tipos mesmo ilegais e violentos BOBBIO 1999 p 846 99 z Neste trabalho importante destacar como solo da atua o a organiza o administrativa e a burocracia no qual a rela o oposi o de significados entre trabalho cr tico e oposi o irrespons vel expressa a competi o pela lideran a a busca de apoio da opini o p blica para a pr pria a o pol tica Esta tem sido parte da exposi o p blica da experi ncia do interlocutor em seu esfor o para participar da vida pol tica como dirigente e a quem atribu mos a tentativa de assumir o controle da l gica funcional de racionaliza o por meio do sistema de representa o pol tica O que est em quest o em nossa cr tica a vulnerabilidade do interlocutor e o cuidado coma facilidade para ser enquadr lo simplesmente como um protagonista que foi colonizado pela l
265. nverso porque a experi ncia de cima para baixo mostrou se absolutamente inadequada 4 11 O CONJUNTO DE UMA ATUA O Esta unidade de significa o anuncia as dificuldades para conversa o a condi o de filiado ao PTB e uma den ncia do Minist rio P blico Federal At aqui vimos o sucesso na socializa o de democratiza o do pa s gra as valoriza o dos encontros dos espa os que foram constru dos s duras penas com a participa o sindical com a constru o do mandato de reitor e com a inser o na gest o da pol tica educacional Ao falar sobre a manuten o da rela o com as pessoas com quem compartilhou essa socializa o e com quem convive nosso interlocutor fala da diferen a entre as dificuldades vividas tendo como refer ncia agora o exerc cio do poder e a gente v como eles t m dificuldades espec ficas como todas as pessoas que tiveram uma concep o sindical e que no exerc cio do poder se confrontam com dificuldades de outra ordem mas que muitos deles e eu espero contar nesse grupo que n o perderam a sensibilidade que n o perderam as aprendizagens democr ticas que n s tivemos no mundo sindical Foi importante para nosso interlocutor recentemente ter sido convidado por iniciativa da Reitora da Universidade Estadual da Para ba a ser o paraninfo das turmas de 2006 tendo a carreira reconhecida na justificativa aprovada pela inst ncia universit ria e convidar a ser paranin
266. o amp Sociedade n 89 2003b p 1227 1249 FINLAYSON James Gordon Habermas a very short introduction New York Oxford 2005 FRIGOTTO Gaud ncio Os del rios da raz o Crise do capital e metamorfose conceitual no campo da educa o In GENTILI Pablo Pedagogia da Exclus o Cr tica ao neoliberalismo em educa o Petr polis Vozes 1995 p 77 168 A forma o e Pprofissionaliza o do educador Novos desafios In SILVA Tomas Tadeu da amp GENTLI Pablo Escolas S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia CNTE 1996 p 75 105 Educa o e forma o humana ajuste neoconservador e alternativa democr tica In GENTILI Pablo amp SILVA Tomaz T Neoliberalismo Qualidade Total e Educa o Petr polis Vozes 1995 p 31 92 GRACINDO R V Os sistemas municipais de ensino e a nova LDB limites e possibilidades In BRZEZINSKI Iria LDB interpretada diversos olhares se entrecruzam S o Paulo Cortez 1997 135 GEERTZ C A interpreta o das culturas Rio de Janeiro Guanabara 1989 O saber local Petr polis Vozes 2006 GENTILI Pablo Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In SILVA Tomas Tadeu da amp GENTLI Pablo Escolas S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia CNTE 1996 Pedagogia da exclus o Petr polis Vozes 1995 GENTILI Pablo SU REZ Daniel STUBRIN Flor ncia GIND N Juli n Reforma educativa
267. o ind bita de recurso nem para mim nem para quem quer que seja nesse caso a gente tem que agir com tranquilidade e n o me cabe digamos ficar por anteced ncia dizendo se houve erro ou n o nos encaminhamentos e aguardar a decis o da justi a onde a gente se defende onde a gente apresenta os resultados GESU NA mas a quando vem inelegibilidade j n o um cen rio NEROALDO a inelegibilidade vinha de uma coisa curiosamente da Universidade Federal da Para ba e n o do Estado a inelegibilidade dizia respeito passado tanto tempo que eu n o era mais reitor vinha precisamente do fato que eu tinha feito uma dispensa de 171 licita o que nunca tinha sido aceito pelo Tribunal de Contas da Uni o para constru o de uma biblioteca em Cajazeiras para n o devolver os recursos e todos conhecem quem for a Cajazeira v l como a biblioteca existiu funcionou foi feita com recursos pr prios inclusive uma t cnica diferenciada de solo cimento desenvolvida na pr pria Universidade Federal de Campina Grande no caso era o campus de Campina Grande ligado Universidade Federal mas o Tribunal n o aceitou e n o aprovou as contas e com isso houve como conseq ncia a chamada inelegibilidade e as pessoas confundiram em rela o minha atua o na secretaria de educa o tanto que nada a ver uma coisa de dez anos atr s e que basta verificar todo o depoimento de quem viu como n s tratamos os recursos p blicos naque
268. o Paulo Martins Fontes 2006 BOBBIO Norberto O Futuro da Democracia S o Paulo Paz e Terra 2000 Dicion rio de Pol tica Bras lia Editora da UNB 1999 133 CATANI A M GUTIERREZ G L Participa o e gest o escolar conceitos e potencialidades In FERREIRA Naura S C Gest o democr tica da educa o atuais tend ncias novos desafios S o Paulo Cortez 2008 CARDOSO NETO Odorico Ferreira Dissensos no Consenso a democratiza o na escola p blica de Mato Grosso Cuiab Editora da UFMT 2004 CASTRO Marta Luz S WERLE Fl via Obino C Estado do conhecimento em administra o da educa o uma an lise dos artigos publicados em peri dicos nacionais 1982 2000 Ensaio Avalia o e Pol ticas P blicas em Educa o n 45 2004 p 1045 1064 CHA M P OLBRECHTS TYTECA L Traite de Argumentation Bruxelas Editions de l Universit de Bruxelles 1988 CODO Wanderley org Educa o carinho e trabalho Burnout a s ndrome da desist ncia do educador que pode levar fal ncia da educa o Petr polis Vozes Bras lia CNTE amp UNB 1999 COSTA Vera L cia MAIA Eny Marisa MANDEL L cia Mara Gest o educacional e descentraliza o Novos padr es S o Paulo Cortez 1997 COUTO Cl udio G ARANTES Rog rio B Constitui o governo e democracia no Brasil Revista Brasileira de Ci ncias Sociais n 61 2006 p 42 62 CURY Carlos Roberto Jamil Educa o b sica no Brasil
269. o a vida e de um atirador que estava tomando parte em uma emboscada Ao considerar o espa o p blico nesta an lise remetemos o papel do compartilhamento da experi ncia na estrutura o da compreens o explanat ria n o se trata de estabelecer uma an lise de uma idiossincrasia mas de colocar em debate o que faz um ex sindicalistas um ex reitor quando explicita sua ades o a um projeto pol tico e passa a ser um Dirigente de Ensino Quais as cenas que s o invocadas Quais s o as compreens es explanat rias que provocam A constru o do espa o p blico est implicada no processo de constitui o do governo em um pa s que tem muitos partidos e que n o realizou sua Reforma Pol tica no momento em que assuntos como bancada de sustenta o oposi o corrup o crise esc ndalo re elei o financiamento de campanha impeachment k privatiza o coliga o e outros passaram a ocupar os assuntos das pessoas comuns O Prof Neroaldo aceitou o convite para compor a equipe de um governo majorit rio do PMDB em uma coaliz o ao qual se opunham muitos dos que haviam atuado na gest o da UFPB Mas como foi constru da a id ia de que havia um v nculo pol tico partid rio ou de simpatia entre o Reitor e os setores de esquerda al m do fato destes estarem apoiando o candidato a Reitor O Prof Ronaldo lembra que O pessoal que tinha feito a campanha advers
270. o direito que asseguram formalmente a igualdade das partes integrantes institucionaliza o e ao espa o p blico Enquanto o bloco n o se vincula ao reconhecimento formal e aos processos de institucionaliza o caracterizando se por uma estrutura hier rquica em que o l der se reveste de uma fun o legitimadora atuando como o soberano do Estado policial que assume o cuidado e a prote o dos interesses dos s ditos A id ia de bloco conforma sua inteligibilidade no conhecimento de fundo da imposi o de dois Estados mais poderosos do que os outros Estados Unidos e Uni o Sovi tica que passam nas rela es entre si de uma posi o de colabora o contingente grifos nossos para uma posi o de oposi o total como campe es de dois sistemas ideol gicos opostos e inconcili veis BOBBIO op cit P 113 Essa oposi o pode ser tomada como definidora de apenas duas esferas de influ ncias a serem exercidas de modo a criar uma rede de integra o dos Estados aderentes atuando para homogeneizar suas pol ticas e orientar alian as por meio de id ias expressas no Plano Marshall o Pacto Atl ntico OTAN o Cominform e o Pacto de Vars via Pela an lise da pr pria natureza dos pactos citados poss vel perceber que as duas pilastras que mant m de p a integra o do interior dos blocos s o a colabora o econ mica e a prote o militar idem p 113 A id ia de colabora o no contexto dos conc
271. o entre os 59 interlocutores ou que os gestos podem enganar ou o distanciamento dos prop sitos ou a pros pia diante do que podia ter sido feito e n o se fez etc Como afirmou o poeta Carlos Drummond N o h testemunhas H desatentos Curiosos muitos A narrativa corresponde ao meio para a partilha das mem rias e por sua vez a mem ria tem seu potencial de densidade segundo o engajamento do portador nas situa es de conflitos e na rela o com o interlocutor 3 1 ENQUADRAMENTO FRAMING E CONTEXTOS DE CONVERSA O Considero o funcionamento de Frames nas intera es discursivas com refer ncia nos trabalhos de George Lakoff 2005 Frame uma palavra inglesa vers til que pode designar moldura borda estrutura anatomia arma o para culos barco cama cada uma das tomadas em filme para fotografia ou dos trechos de filme rodado pano de fundo cada um dos quadros numa hist ria em quadrinhos estado de esp rito cilada esquema roteiro formula o de quest o e tem ainda outros significados Adotamos a palavra enquadramento como a tradu o mais adequada Enquadramento designa as estruturas mentais que predeterminam o senso comum ativadas pelo uso de certas express es na maioria dos casos determinam uma resposta autom tica A aplica o dessas estruturas na pol tica acaba envolvendo o princ pio b sico de uma armadilha Foi assim que Nixon cometeu um erro crasso Quando foi pressionado
272. o que n s o Brasil n s ex sindicalistas n s que estamos tentando criar essa coisa p blica esse espa o p blico e se ocupar com a responsabilidade sobre or amento sobre finan as sobre um monte de coisas sustentabilidade n s estamos indo de encontro a muita coisa estamos constituindo um governo num pa s que tem muitos partidos que est colocando o problema da governabilidade na boca do povo porque a bancada de sustenta o do presidente do governador do prefeito passou a ser o financiamento das campanhas passou a ser de um modo muito doloroso passou a se colocar na ordem do dia Eu fico pensando assim 189 nesses processos de publiciza o de uma pessoa de uma rela o fortaleceu as for as locais Mas n s estamos hoje em uma campanha C cero Lucena e Maranh o eu n o quero presentificar tanto mas na hora h de colocar tudo na mesa a gente n o tem aqui uma oposi o ao Lula voc n o v a cara Tem uma divis o que eu preciso conhecer melhor vamos chamar de a grande ruptura do PMDB o C cero Lucena e o Maranh o est o no PSDB e no Maranh o mas onde que est a liga ser que n o tem um fio esgar ado unindo essas duas pe as de um mesmo tecido Natanael Talvez tenha mas a eu acho que a nossa falha porque o sectarismo foi o que nesse contrapor a esses dois n o tem for a alguma significativa Ent o eles podem at se dar ao luxo de brigar entre si Quer dizer nesse aspecto eu acho q
273. o sei se algu m teve comigo sempre as portas estavam sempre abertas ele atendia bem nunca tive problema o que ele podia fazer daquilo que era solicitado ele nos atendia Ent o nunca tive problema GESU NA Voc sai daqui como diretora voc ficou quanto tempo Dez anos n DA LUZ Dez anos GESU NA voc ficou dez anos nesse processo nesse reconhecimento levantamento de problema que foi muito sofrido A voc sai e vem uma outra pessoa no seu lugar o que essa pessoa vai come ar que do que voc deixou e o essa pessoa vai come ar que o come o dela mesma Esse um dilema e dilema que tem implica es na qualidade o mesmo racioc nio eu aplico para os secret rios um secret rio que sai que tem uma hist ria E a eu acho que temos um problema n o nem meu nem seu da institui o DA LUZ E s vezes tem uma vis o totalmente diferente do outro Tem um problema que n o nem meu e nem seu um GESU NA Ent o o problema n o nem meu nem seu da institui o quer dizer eu acho que n s temos que construir uma rede de ensino articulada de tal modo que o aprendizado de uma pessoa seja o aprendizado da institui o DA LUZ Outra coisa eu vi assim que na poca dele n Professora Adriana tamb m continuou tudo o que ele fez ela continuou muito bem tamb m A quest o da valoriza o a qualidade do ensino quando ele era voltado para o que Para os cursos que eram oferecidos aos
274. o susto E por outro lado as bandeiras vermelhas ficaram muito chateadas porque n o se locupletaram como aconteceu com o PT no governo Se queria fazer na reitoria o que depois foi feito com o governo do Lula Toma se e se aparelha o Estado com o pessoal do partido S com uma diferen a o Neroaldo nunca foi PTista Neroaldo nunca foi membro do partido assim como eu tamb m n o sou filiado ao PT Isso deu uma certa liberdade e isso talvez tenha contribu do inclusive para quando uma vez sa do da reitoria pudesse procurar novos aliados pol ticos porque ele n o tinha compromisso com o partido e de uma certa forma o partido esses org nicos l de uma certa forma tamb m n o tavam n o tinham uma gratid o a ele porque ele n o redistribuiu privil gios Ent o quando eu acompanho o Neroaldo at um determinado momento em que por conta do cargo de reitor ele come a a frequentar o c rculo pol tico da poca que era Ronaldo Cunha Lima me lembro que foi numa reuni o no pal cio que o ministro Murilo Hingel que n o queria nomear Neroaldo tava no pal cio l na granja do governador e tava o governador o ministro aqui e uma 182 cadeira vazia Neroaldo pega o pratinho dele faz o prato e vai se dirigindo ao terra o pra ficar n o sei com quem eu dei um pulo cheguei junto ao governador e disse d licen a governador cname Neroaldo pra mesa Ele j estava saindo da sala pro terra o O governador Neroaldo por favor Ele parecia um p
275. o trabalhoso aqui na escola at comigo s vezes eu N s somos humanos n s temos nossas falhas tamb m s vezes eu falava alto brigava meu filho a eu notei que cada vez esse menino estava ficando digamos assim piorando a quest o do comportamento dele as atitudes que ele tinha diante da escola a quando ele come ou na quinta s rie vozes eu digo meu Deus eu vou mudar minha atitude com essa crian a a o professor chegava Da Luz eu n o ag ento mais porque chega e diz eu n o ag ento mais esse menino A eu vinha n o A eu come ava a conversar eu digo vamos pra sala de aula eu ia e ficava na sala de aula com ele estimulando ele a ficar ali valorizando e elevando assim a 203 GESU NA auto estima dele DA LUZ Entendeu Porque esses menino a gente sabe como o meio eu n o sei se voc j teve a oportunidade de ir ali no Timb descer l embaixo que eu vou muito porque s vezes o aluno falta eu t indo atr s vou na casa saber porque veio porque n o veio A esse menino eu comecei a fazer esse trabalho com ele no primeiro ano eu n o vi quase efeito eu digo eu vou continuar assim ai comecei e tudo o que eu precisava eu chamava ele tinha uma festinha eu dizia voc que vai me ajudar nessa festa Sempre botava ele como meu ajudante eu sei que eu consegui conquistar esse menino A na oitava s rie teve um problema ele chegou na
276. o um sistema e inclusive como um sistema nico que a gente precisa talvez n o reproduzir aquilo que era a proposta na poca em que ele era Ministro mas dentro de uma nova realidade eu acho que a quest o tem que se colocar N o poss vel mais a gente ficar brincando de disputa dentro da educa o GESU NA Porque uma quest o concreta que a gente tem mais de cinco mil planos de carreira leis org nicas eu n o estou falando que tem que ter uma Lei Org nica Geral mas qual a especificidade de cinco mil planos de carreira cinco mil leis org nicas NEROALDO Cinco mil planos municipais de educa o vinte e sete planos estaduais de educa o e um Plano Nacional de Educa o j descolado de tudo isso GESU NA Exato 163 NEROALDO O Plano de Educa o a gente sabe desde 2001 com todos os vetos que ele teve passados agora seis anos a gente v que n o est cumprindo as metas enquanto isso alguns Estados ainda n o fizeram seus planos muitos munic pios n o fizeram e a interlocu o a colabora o nessa discuss o entre esses planos ou seja a conversa entre os planos municiais os planos estaduais e o plano nacional ela uma conversa quase de pessoas que falam sozinhas GESU NA Trazendo minha experi ncia de igreja a CNBB quando quer fazer uma campanha da Fraternidade ela consegue fazer com que cada caderninho chegue nas par quias nas comunidades NEROALDO Em todas as par quias GESU
277. o vai estar l porque eu tenho confian a nele e eu preciso de uma pessoa de extrema confian a Ent o foi essa a nica credencial que eu tinha pr requisito que eu tinha para ser chefe de gabinete era ser amigo dele amigo pessoal uma pessoa de confian a por meio do depoimento do Prof Dr Ronaldo Monte que temos a lembran a da raz o de ser do recebimento do t tulo de cidad o paraibano como um acontecimento que envolveu um ativismo cuja descri o comporta os termos disposicionais adjetivados mau excelente incendi rio vision rio terr vel idiota a men o a atos de fala reclamar elogiar negava a presen a dos verbos de realiza o coloca considero conversar come ava recebendo administrar assumiu esperando organizar submetia os termos disposicionais substantivados problema um esp rito na coisa administrador Reitoria sofrimento e o termo disposicional sob a forma de locu o adverbial de modo como ir ver o papa e cuja cotidianidade serve de refer ncia para comparar com outros personagens no exerc cio da fun o O problema que onde Neroaldo chega ele coloca um esp rito na coisa ele pode at ser um mau administrador eu n o considero Neroaldo um administrador excelente t cnico em administra o N o Ele um incendi rio do meu ponto de vista onde ele chega Sair com Neroaldo da reitoria para ir qualquer lugar daquela universidade para mim era um sofrimento Porque ele a cad
278. of Neroaldo nos enviou fotoc pias de fotografias e trechos de textos dentre os quais selecionou tr s dos discursos que proferiu como Reitor discurso de posse transmiss o de cargo e em sess o para receber o t tulo de cidad o paraibano Ap ndice A e nos encaminhou o documento produzido em 1997 Projeto de Consolida o da Undime PB relat rio final que registra os trabalhos desenvolvidos durante seu mandato na Para ba Esses textos j produzidos e proferidos bem como suas condi es de produ o foram considerados no mbito de uma intera o discursiva que se estabelece entre o orador e o audit rio na ret rica Portanto eles diferem da din mica de conversa o e requerem an lise diferenciada Realizamos um encontro para a produ o do relato do Prof Neroaldo Ap ndice B j na fase conclusiva do trabalho A base da produ o dos relatos toma como refer ncia uma experimenta o de gest o caracterizada na representa o de dois tempos de viv ncia a a UFPB e b a Rede Municipal de Jo o Pessoa A A representa o da viv ncia na gest o da UFPB Corresponde produ o dos relatos de dois ex dirigentes da UFPB o Prof Dr Ronaldo Monte de Almeida ex Chefe de Gabinete e o Prof Dr Natanael Rohr da Silva Ap ndice C ex Pr Reitor de Planejamento Ao convencionarmos esta intera o como o in cio da produ o de relatos consideramos o Gabinete como o ambiente institucional exemplar para a compre
279. ol tica condensa uma expectativa democr tica para funcionar como uma institui o precisa fazer imagem 39 2 9 A CONCEP O DE SISTEMA P BLICO DE EDUCA O B SICA ENQUANTO UM ESPA O P BLICO DE DIREITOS Ao associarmos na denomina o deste trabalho o espa o p blico de direitos indicamos a analogia relacionada no o de esfera p blica que Habermas 1984 2000 2003 investigou a partir da g nese do desenvolvimento e do processo de muta o das superestruturas da nova ordem social representada pelo capitalismo O fen meno social que Habermas denominou como esfera p blica burguesa objeto de sua tese de livre doc ncia a Habilitationschrift consistiu em espa os sociais onde os indiv duos se comportavam de modo caracter stico se reuniam para discutir seus neg cios p blicos e para se organizar contra formas sociais arbitr rias e opressivas do poder pol tico De modo que essas caracter sticas ficaram estabelecidas como princ pios da esfera p blica referindo se discuss o aberta de todos os assuntos que em diferentes momentos passam a ser de preocupa o geral onde a argumenta o precisa ser empregada para assegurar os interesses gerais e o que considerado o bem p blico A esfera p blica burguesa se tornou desse modo a refer ncia para o significado hist rico da liberdade de opini o e da assembl ia da imprensa livre e do direito livre participa o nos
280. omparativas fun o rdua dific lima em movimento caminho certo no discurso era uma coisa na escola outra pr tica verbos de realiza o implica mexe destoar Olhe ser gestor da escola implica em v rios conflitos no interior da escola n E voc tem que estar disposto e ter jogo de cintura para enfrentar esse desafio e ser a mediadora desses conflitos E uma fun o rdua dific lima sabe Porque mexe na rela o de poder entendeu E uma bola de neve sabe E uma bola de neve Cada dia voc tem um problema de um aluno um funcion rio um professor entendeu Isso uma constante sabe E em movimento a escola em movimento em movimento os conflitos existem e voc tem que ter muito assim muito equil brio sabe Pra ser esse mediador de conflitos e dar esse caminho certo sem destoar do objetivo a que a escola se prop e entendeu Sem sair desse tom desse norte do resgate da escola p blica enquanto institui o entendeu Ent o dif cil muito dif cil Mas eu me coloquei coloquei meu nome a disposi o diante dos desmandos que eu via na escola da centraliza o do poder entendeu E de toda uma forma o que eu j havia feito com rela o gest o democr tica e eu via que isso no discurso era uma coisa e quando chegava dentro da escola a gente se deparava com outra pr tica por parte do gestor da escola Ent o fui amadurecendo essa id ia sabe Fui trabalhando com a escola com os seg
281. oncess o tamb m relativiza as for as do Estado e da Regi o em sua inser o nacional esfor ando se para destacar os resultados de sua atua o como influ ncias Cuidando de sua face positiva finalmente subordina por uma locu o prepositiva ent o sem falsa mod stia a legitimidade para falar em termos de ter constru do um curr culo e ter conquistado uma lideran a A Undime inicialmente na Para ba me elegeu claro pela for a da pr pria cidade de Jo o Pessoa embora na seq ncia n s tiv ssemos um presidente da Undime da Para ba de Campina Grande depois de Patos e hoje de Picui quer dizer n o se repetiu o fato de ser a capital a sede e ser o presidente ent o sem falsa 93 mod stia contava tamb m para isso o meu curr culo contava tamb m digamos uma lideran a que eu j podia dizer exercer no Estado da Para ba na rea de educa o Destacam se as formas verbais utilizadas me elegeu verbo de sucesso foi preferido neste caso escolhido por elei o contava verbo de sucesso tinha peso import ncia e somava aspectos e exercer verbo de realiza o preencher deveres fun es obriga es de cargo desempenhar praticar fazer sentir Na sequ ncia temos o relato da elei o presid ncia da UNDIME nacional informando a respeito do funcionamento da entidade Congregar verbo de projeto Ocorr ncias verbais congrega junta re ne liga conglutina Eu fui para a primeira reu
282. or C ssio que me d absoluta liberdade de trabalhar quando eu digo absoluta liberdade de trabalhar n o significa que eu n o enfrento conflitos voltando ao tema que a gente fez mas porque eles t m confian a no trabalho que eu exer o cargo de confian a GESU NA Como vamos fazer com que a experi ncia de um Reitor a experi ncia de um professor de um diretor de centro se transforme em um bem p blico porque n s estamos assim quem quis ser reitor quem foi eleito depois faz o que como transforma esse bem p blico NEROALDO Eu acho que por caminhos diferentes mas o horizonte o mesmo e a s a hist ria que vai mostrar de fato o que na mod stia colabora o mod stia n o uma palavra apenas ret rica n o s o secret rio que faz o conjunto das pessoas que 173 trabalham com ele por exemplo a maneira democr tica com que n s trabalhamos com a equipe aqui dentro da secretaria de educa o um estilo de di logo que eu exercito as pessoas me v em como secret rio sim mas me v em como um aliado me v em como um companheiro de trabalho aqui dentro e isso fundamental ent o nesse sentido eu acho que foi importante para minha hist ria pessoal e talvez seja pretens o dizer mas eu vou dizer para a pr pria hist ria da educa o na Para ba eu ter sido secret rio municipal e estar sendo secret rio estadual de educa o GESU NA A vou pegar das hist rias contadas da constru o da per
283. or introduzindo a atitude de contraste pela ocorr ncia de mas a conjun o adversativa por excel ncia e a situa o objetiva para comparar a rela o entre projeto partid rio X din mica da entrada de pessoas nos partidos Isso est dito est visto isso continua nas pr prias propostas mas a entrada de pessoas com interesses absolutamente diferentes da orienta o dos partidos seja no partido de esquerda seja no partido de direita formou uma gel ia geral neste momento que a gente precisa acreditar muito mais nas pessoas e trabalhar para a mudan a dos partidos Esta unidade de significa o foi retomada no desfecho das unidades figura 14 representa o SEPARA O ESQUERDA E DIREITA esquerda e direita Partidos mais liberais FALSA DICOTOMIA EU SOU DE UM PARTIDO DE ESQUREDA EU SOU BOM O OUTRO DE UM PARTIDO DE DIREITA Partidos mais RUIM Sociais Partidos que Perderam a identidade PERSONALIDADE VULNERABILIDADE GEL IA GERAL IMAGEM E OPINI O P BLICA 97 4 3 O INCENTIVO PARA PARTICIPAR DA VIDA POL TICA Nesta unidade de significa o nosso interlocutor continua ocupado em defender id ias da unidade de significa o anterior e em sua inten o perlocucion ria de convencer rememora a hist ria pessoal associando a aos parceiros na gest o da UFPB designando nomes Prof Natanael Maia Barreto a participa o desses em sua decis o de ter mergulhado na vida pol tica
284. or do que o da prefeitura Ser Reitor na Para ba uma coisa importante interessante voc chega no Recife ningu m sabia quem era o reitor da Universidade Federal de Pernambuco Aqui n o o cara sai no jornal todo dia Ent o acho que foi essa passagem a o ajudou com um certo desencanto com o movimento que o levou reitoria e essa conviv ncia com o pessoal da pol tica partid ria ligada a C ssio Cunha Lima que fez com que ele fosse o secret rio municipal O que fazer com os processos aprendidos habilidades dom nio de informa es exposi o e constru o de uma imagem p blica em tal experi ncia de gest o democr tica em um estado nordestino o estado da Para ba Atuar em outros espa os institucionais o Prof Natanael pondera que tem que come ar a entender como voc pode trabalhar nesses outros espa os mesmo que seja sem esse tipo de entusiasmo Isso uma coisa muito dif cil voc descobrir isso porque s vezes ocorrem cobran as muito fortes eu acho que muito setores que apoiavam que tinham Neroaldo at assim como um l der deles tinham uma vis o muito idealizada dele passou a criticar de forma muito insistente muito forte a op o dele Tanto que eu acho que s fez ele se afastar mais ainda porque eu acho que a primeira vez que ele passou a trabalhar com a prefeitura municipal eu acho que era muito mais uma vontade de conseguir levar para esse espa o fora da universidade espa o institucional mo
285. os com o Dr Valter Agra advogado do Prof Dr Neroaldo sobre a quest o marcando um encontro para a pr xima semana No pr prio s tio da Procuradoria Geral da Rep blica dia onze de julho de 2006 se Manchete IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA O Minist rio P blico requer entre outros pedidos a condena o do r u nas san es previstas no artigo 12 incisos Il e Ill da Lei 8 429 92 Lei de Improbidade Administrativa dentre elas a perda da fun o p blica que caso exer a no momento da condena o ressarcimento integral do dano suspens o dos direitos pol ticos pelo prazo de cinco anos pagamento de multa civil no valor de cem vezes o da remunera o recebida no exerc cio de cargo de secret rio e proibi o de contratar com o poder p blico ou receber benef cios e incentivos 120 fiscais ou credit cios direta ou indiretamente ainda que por interm dio de pessoa jur dica da qual seja s cio majorit rio pelo prazo de tr s anos Nosso interlocutor designado pelo termo r u de significados que variam em deprecia o indiv duo contra quem se instaurou a o civil ou penal acusado acoimado denunciado incriminado increpado criminoso querelado acusado de a o criminosa e contra o interesse geral culpado que tem m ndole malevolente Em um golpe de palavras em que n o se pode distinguir a grada o entre suspeita probabilidade e certeza sob o esc rnio da imoralidade e precisa aguardar a senten a
286. os diferentes partidos particularmente o PT que recorrente do que a din mica local 101 b a din mica local foi complexificada pela grande defec o do PMDB para conformar o grupo pol tico que no PSDB governa a Para ba c por meio de coaliz o partidos como o PT PSB PC do B disputaram as ltimas elei es estaduais sustentando as candidaturas majorit rias do PMDB Senador Jos Maranh o Governador e o ex Senador Ney Suassuna Senador que apoiaram o Presidente Lula c enquanto o Prof Neroaldo permaneceu apoiando o grupo do PSDB representado pelo Governador eleito C ssio Cunha Lima o Deputado Federal eleito Ronaldo Cunha Lima e o Senador eleito C cero Lucena d as controv rsias de opini o e as diverg ncias partid rias s o interpretadas a partir do reconhecimento de interesses pessoais ou de grupos 4 6 O SENTIDO PEJORATIVO DE COLABORA O QUARENTA E TR S ANOS AP S O GOLPE MILITAR Esta unidade de significa o se at m ao contexto sem ntico do Regime de Colabora o em sua associa o aos conceitos pol ticos A tematiza o foi provocada pela observa o que fizemos quanto a palavra chave regime de colabora o na internet observamos que aparecem tamb m textos sobre colabora o ao regime militar e nosso interlocutor procura considerar as raz es claro de tal maneira e a f cil a gente racionar regime Porque a ditadura conseguiu fazer isso uma apropria
287. para renunciar ele disse Eu n o sou um trapaceiro e todo mundo pensou nele como um trapaceiro O uso do enquadramento framing implica no uso moral do discurso O enquadramento um modo de fazer com que certos valores sejam incorporados em 8 O trabalho aplicado no do projeto strategic framing do Rockridge Institute http Avww rockridgeinstitute org O objetivo do projeto impulsionar novos propositores new think tanks para repensar pol ticas progressistas reenquadrar reframing o debate p blico em torno de uma sociedade justa democr tica e ecologicamente sustent vel No cerne do projeto est a utiliza o de m dias alternativas media outlets como o AlterNet org http Avww alternet org Trata se de uma tentativa para intervir na comunica o e na linguagem interferindo nas condi es de produ o do discurso p blico americano 60 argumentos O enquadramento evidencia o conhecimento de fundo background knowledge que tamb m um padr o cultural Nossa habilidade para chegar automaticamente na interpreta o do que n o foi escrito e o que n o foi falado estabelecendo implicita es est enraizada na estrutura de conhecimento pr existente Juntos enquadramento e conhecimento de fundo funcionam como os padr es familiares da experi ncia pr via atividades n o representacionais que emergem em processos de interpreta o O termo mais geral para padr es desse tipo esquema Um esque
288. parte do governo tal eu vou ter que sair daqui para ir porque voc est construindo ali n o uma a sua identidade n o NEROALDO Exatamente GESU NA E essa quest o uma pessoa que constr i identidade que constr i imagem constr i o pa s n o o pa s com uma pretens o absurda mas o pa s fora de mim essa coisa de Drummond essa parte de mim fora de mim sempre a me procurar E nessa dire o de mudan a como n s institucionalizamos essa pr tica como se regulamenta um regime de colabora o NEROALDO Ent o veja e agora me impressiona se n s tiv ssemos assim uma n o sei uma atitude de supersti o a gente diria que o regime de colabora o n o funciona por conta dessa raiz etimol gica da compreens o do regime militar e talvez fosse o caso de mudar o nome risos me lembro bem que por exemplo quando a gente falava OSPB a Organiza o Social e Pol tica do Brasil as pessoas queriam depois da ditadura dar uma roupagem diferente OSPB n o era mais poss vel porque aquilo ficou como marca da ditadura Mas o Regime de Colabora o voltemos ele est na Constitui o e ele est na LDB definido de uma maneira que satisfaz aquilo que a gente entende que a educa o um ato t o complexo que n o pode ser tarefa apenas de um dos entes da Federa o a educa o um ato t o complexo que para ele precisa intervir a Uni o precisa intervir o Estado e precisa intervir o Munic
289. porque uma reforma de escola n o depende s dele sempre dando uma esperan a dizendo que ia tentar ia conseguir e meu relacionamento diretamente com ele sempre foi bom Eu n o sei aqui na dire o Voc daqui de Jo o Pessoa GESU NA Eu n o sou mas eu j estou h dez anos aqui em Jo o Pessoa e voc a quinta diretora que eu converso n o assim que eu j entendi tudo 81 com quatro diretoras que eu estou assim eu j me sinto assim um pouco no esp rito Do mesmo modo que a Professora Maria da Luz a Prof Janete invoca o cotidiano mas relacionando o atua o A Prof enfatiza desde o in cio a condi o de ter sido indicada para dirigir a escola em seu primeiro momento de funcionamento e fala da necessidade e da import ncia da presen a do dirigente na escola JANETE Eu cheguei aqui indicada por professor Neroaldo a escola era nova em 2000 ali s em dezembro de 1999 a escola estava sendo constru da ele por conhecer meu trabalho no Estado eu vinha saindo da dire o do Estado ele me convidou pra dirigir essa escola No in cio eu at recuei eu n o queria dirigir mas ele me deu uma semana para pensar e depois disse que eu tinha que vir dirigir essa escola e fazer da escola a minha cara Eu vim Administro a escola desde o in cio e depois de dois anos que eu estava aqui como indicada eu passei por um processo eleitoral j estou no segundo desde que ela fundada que eu admin
290. professores isso tudo era muito bom na poca eu sei que eu sei que tinha semana do professor sair uma duas vezes de sala de aula mas mesmo assim a gente fazia um acompanhamento ficava um t cnico nunca a crian a saia perdendo nisso ao contr rio as crian as saiam ganhando porque eu acho que quando a 208 gente planeja quando os professores t m outra vis o a qualidade de ensino maio e eu noto que houve uma quebra muito grande nisso GESU NA Tentei marca uma audi ncia com o Prof Valter Galv o porque eu quero fazer essas duas pontes porque sabe A dificuldade de meu trabalho n o uma dificuldade t cnica uma dificuldade pol tica e n o minha e nem sua e nem de ningu m da cultura pol tica porque a gente quer sempre ganhar imagem qualidade densidade eleitoral em troca do locus da escola que um trabalho que tem que estar voltado para o di logo para o reconhecimento Ent o nesse aspecto que eu diria assim o que n s poder amos falar ao Prof Valter Galv o mantenha mude DA LUZ Porque eu acho assim que o Prof Valter tamb m entrou agora depois que j veio tinha outra secret ria antes que era a Prof Elisa e eu acho assim que Prof Elisa ela quebrou mesmo digamos que ia tudo em um n vel e ela quebrou no momento em que ela eu n o sei se era o temperamento dela porque cada pessoa tem um jeito de agir tem uma metodologia de trabalho diferente mas eu acho assim que vinha tendo aquele andame
291. que ainda do que da prefeitura Gesu na Ronaldo lembrava grosso modo o que significou a divis o da universidade nessa dimens o or ament ria Natanael Ent o voc tinha que conseguir administrar isso pra mim foi um imenso desafio t Mas havia um entusiasmo t o grande e al m do entusiasmo uma assim um comprometimento da maioria dos professores dos funcion rios todo mundo ajudava Ent o n s adquirimos essa grande compet ncia Depois a situa o nacional esse tipo de conflu ncia n o se sustentava mais N s nunca brigamos entre n s que agora o momento hist rico tinha mudado e cada um tinha que procurar seus caminhos 187 Gesu na Mas nessa hist ria de cada um procurar seus caminhos voc v as escolhas A gente conversava no corredor sobre como justificar as escolhas eu acho que eu n o vou fazer isso como justificar as escolhas eu estou falando sobre uma vida p blica que est tentando se estruturar no Brasil e n s estamos tentando acho que com pesquisa mostrar um modo de lidar com o poder um modo de lidar com a administra o com a gest o que nos compromete como cidad os e nos compromete como gestores Mas entusiasmo de um momento e voc diz entusiasmo n o se sustenta por muito tempo como um romance voc tem um fogo para ser mantido Natanael tem que come ar a entender como voc pode trabalhar nesses outros espa os mesmo que seja sem esse tipo de entusiasmo
292. que o regime de colabora o seja regulamentado e at hoje n o se regulamentou o regime de colabora o Nosso interlocutor passa ent o a informar sobre o estado da quest o no cen rio de redefini o da pol tica de financiamento da educa o b sica gra as ao cen rio de implementa o do Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica FUNDEB em substitui o ao Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do Ensino Fundamental FUNDEF Destacamos as ocorr ncias verbais de perdido verbo de fracasso irrecuper vel regulamentar verbo de realiza o regularizar se pautado verbo de realiza o regulado divide verbo de fracasso desunir exerce verbo de realiza o preenche os deveres as obriga es e as fun es colabora verbo de realiza o cooperar implementados verbo de realiza o dada a execu o estabeleceu verbo de realiza o instituiu prevalecendo verbo de realiza o levar vantagem e n s temos perdido alguma ocasi o de melhorar ou at de regulamentar o regime de colabora o por uma quest o muito grave que a quest o do financiamento da educa o porque toda a discuss o nacional desde a cria o do FUNDEF teve a sua import ncia e agora na cria o do FUNDEB ela tem se pautado pela quest o do financiamento e a quest o do financiamento mais divide Uni o Estados e Munic pios do que exerce a colabora o Ent o a Uni o
293. quele menino que est ali podia ser minha neta que hoje estuda numa creche da Prefeitura minha neta entendeu chorando Porque eu acho que a gente tem que acreditar Se a gente n o acredita GESU NA Acreditar nesse caso no trabalho no servi o p blico DA LUZ Sim Eu acho assim pronto eu sou professora tamb m do Estado chorando a noite que eu ensino noite desculpa que eu sou muito emotiva Ap s ouvir com aten o nossa interven o re orienta a narrativa de Maria da Luz por meio de uma pergunta buscando considerar os problemas vividos no cotidiano em rela o atua o ao que a Prof Da Luz nos dirige uma pergunta voc daqui de Jo o Pessoa no in cio do encontro j hav amos nos apresentado A Prof Maria da Luz enfatiza o atendimento e a aten o como aspectos marcantes da atua o GESU NA Como foi seu contato com Prof Neroaldo em cima desse leque de problemas que voc colocou e como era em que momento voc teve uma audi ncia com ele quais eram os assuntos DA LUZ Olha Prof Neroaldo quando ele assumiu a secretaria eu fazia parte da dire o e ia muito falar com ele sempre ele atendeu muito bem inclusive eu dizia s meninas que um n o de Prof Neroaldo todo mundo saia sorrindo porque eu mesmo saia satisfeita com um n o ele me dava porque ele tinha uma forma de atender voc que satisfazia sua expectativa entendeu As vezes eu sei que ele n o podia atender em alguns sentidos
294. quem faz quem fazia era Beatriz que a diretora geral ela que tinha mais aproxima o Agora a gente participava de alguns eventos momentos assim de encontro mas n o particular com ele mesmo n o GESU NA Ta certo Ang lica obrigada ANG LICA Por nada MARIA DA LUZ ESCOLA LIONS TAMBA GESU NA A prova que na minha atua o como sindicalista eu diria que a minha prova foi aquela prova de n o que voc vive busca do reconhecimento mas o reconhecimento do n o reconhecimento talvez seja a maior prova e o reconhecimento do n o reconhecimento se d em pequenos detalhes em um dia em que muitas vezes voc enfrenta grandes problemas com muita for a e tem dia que tem um pequeno problema que bota voc colocando em quest o tudo porque voc perde a dimens o do que grande ou do que pequeno no seu cotidiano ent o voc poderia dizer pra mim qual tem sido sua prova nesse momento seu de transi o MARIA DA LUZ Olha eu n o sei se nesse sentido eu acho assim que agora eu t notando como eu disse a voc no in cio eu sou muito perfeccionista nas minhas coisas a O que que acontece Eu gosto de tudo organizado eu fa o as coisas porque eu gosto 201 eu n o t fazendo porque eu sou obrigada nem por sal rio eu sei que sal rio ajuda a gente precisa de um sal rio mas eu fa o porque eu gosto mesmo eu me eu acho assim que eu me d o a escola porque eu chego aqui s seis da manh
295. queriam Gesu na o Ronaldo falou uma coisa e eu destaco o problema de temporalidades a minha marca n o a cronologia mas Ronaldo diz quando disputamos a reitoria n s 190 t nhamos o apoio das bandeiras vermelhas e n s t nhamos uma dificuldade de entender quem seriam nossos advers rios Porque quem acho que era nosso advers rio na verdade n o era porque a gente conseguiu converte los n o coopta los porque n s n o oferecemos nada Agora n s tivemos um problema s rio com o vice reitor E disse que h um afastamento quando se quebra privil gios dentro da universidade tamb m um grupo que apoiou espera que seja beneficiado com alguma coisa E quando esse grupo n o beneficiado esse grupo se afasta E ele diz que isso se repete muitas vezes com o PT Eu n o interrompi ele e eu vou fazer uma nota de rodap sobre isso porque eu acho que esse debate interessante quando voc discute quem que distribui os cargos e voc v o caso do S lvio Pereira na televis o Mas a como vamos lidar com os correligion rios na hora da partilha Partilha eu falei partilha eu estou me comprometendo Natanael Acho que a entrava por exemplo o grande papel do Neroaldo Neroaldo uma pessoa que no caso l quando eu assumi a pr reitoria de planejamento prepar vamos o or amento colegas ficaram surpresos porque eu mantive muitas das pessoas que estavam antes Mas eram funcion rios de carreira que o fato de eles est
296. r rio preciso fundir as turmas fechar salas de aula e colocar a professora disposi o da secretaria O m ximo mesmo s a carga de trabalho Ser l der nessas condi es um dilema pedir emprestada a sala da igreja falar com o Prefeito mas a escola estadual falar com o Governador falar com o Vereador que da oposi o e ficar visada falar com o Deputado que cobra a posi o de cabo eleitoral pedir a ajuda das m es e dos pais para fazer a merenda sabendo que eles mal t m o que oferecer para suas pr prias fam lias para manter a escola limpa pintada O filho mais novo se formou em economia h tr s anos mas ainda n o conseguiu emprego E muito dif cil para Jos entender o que aconteceu mas ele est tentando O reconhecimento da precariza o das condi es de trabalho e da amplia o da informalidade imp e exig ncias para a compreens o da pol tica educacional considerada como espa o de atua o democr tica No contexto em que a hist ria de Jos foi constru da o objetivo mostrar que o desemprego e a precariza o j eram fen menos percebidos na d cada de 1980 mas estavam relacionados com as oscila es do ciclo econ mico e do processo inflacion rio enquanto as estruturas industrial e produtiva se mantinham preservadas Na d cada de 1990 um novo fen meno modificou essa hist ria as atividades produtivas foram retra das e a estrutura produtiva foi desmontada o desemprego apareceu co
297. r na pr tica o Regime de Colabora o eu acredito que s vai regulamentar esse Regime de Colabora o quando de fato a gente estiver vivendo esse Regime GESU NA E a sua especificidade a meu ver a especificidade da pr tica pol tica efetivamente pol tica vinculada gest o os seus conte dos de gest o s o pol ticos NEROALDO Exato GESU NA voc esteve construindo a sua gest o no Munic pio e quando voc esteve enfrentando a transi o da legisla o a aplica o da LDB NEROALDO hum GESU NA a aplica o do fundo pode se perceber imposs vel pegar e dizer bom Neroaldo um expoente que est apresentando a qualidade total no Munic pio de Jo o Pessoa a efici ncia a efic cia e est construindo par metros da ger ncia que foi preconizada pelo eixo de produtividade do desenvolvimento com equidade segundo os modelos das grandes confer ncias do Banco Mundial Mesmo estando com esse p blico quer dizer voc pega quem era a equipe que foi contigo na Confer ncia de Hamburgo Eunice Duhram NEROALDO de Hamburgo exatamente 155 GESU NA a Prof Maria Helena eu quero s colocar o exemplo da Prof Eunice Durham Eu n o quero faltar com respeito vou registrar tudo isso Mas a Prof Eunice Durham que era bra o direito do Prof Paulo Renato apoio do Prof Paulo Renato eles expressavam justamente a posi o do que estou chamando dentro de uma corrente de an lise que
298. r trata se da precau o em optar entre uma acep o pobre demais e uma acep o rica demais pela concep o de simbolismo em Geertz como uma significa o incorporada a o e decifr vel nela pelos outros atores do jogo social 1994 Ricoeur p 92 O trabalho etnogr fico comp e o texto que j tinha suas ra zes em uma pr compreens o do mundo e da atua o visada que conferem ao texto sua primeira legibilidade A cultura o entorno da atua o sempre o contexto o algo dentro do qual a atua o se realizou Mas a etnografia n o se limita familiaridade ela reserva um tratamento de car ter epistemol gico aos tra os discursivos que n o pertencem a o isto aos tra os sint ticos Os tra os sint ticos t m a fun o de engendrar a composi o das modalidades de discurso narrativo os termos disposicionais e os verbos que destacamos por exemplo Uma narrativa de fic o ou uma narrativa hist rica se valem igualmente do recurso s opera es simb licas Ricoeur defende a tese segundo a qual existe entre a atividade de narrar uma hist ria e o car ter temporal da exist ncia humana uma correla o que certamente n o acidental j que exp e uma forma de necessidade transcultural Figura 9 ilustra o sobre o papel da narrativa na vida atriz Zez Mota no papel de Maria Carolina de Jesus Fonte http www sacrahome net v2 files Image news carol jpg Esta imagem repr
299. ra isso o meu curr culo contava tamb m digamos uma lideran a que eu j podia dizer exercer no Estado da Para ba na rea de educa o Eu fui para a primeira reuni o nacional de Secret rios Municipais de Educa o e naquele momento j se fazia a elei o do Presidente Nacional da Undime por um per odo de dois anos por um per odo de dois anos Muitos eram ilustres desconhecidos uns dos outros uma entidade que congrega cerca de cinco mil e quinhentos secret rios municipais naquele momento em 1997 reunia cerca de oitocentos a novecentos secret rios e poucos se conheciam O presidente anterior tinha sido o Prof Adeum Sauer que era Secret rio de Educa o de um Munic pio na Para ba dirigido pelo PT GESU NA Na Para ba ou na Bahia NEROALDO Na Bahia Que Para ba nada risos Na Bahia e que tinha sido dirigido Gesu na Em Itabuna NEROALDO Itabuna precisamente Mas que tinha acabado de perder a elei o portanto ele n o podia continuar sendo o presidente da Undime n o Ali s o Prof Adeum agora volta como Secret rio Estadual de Educa o do Governo do PT e depois que eu sai da presid ncia da Undime voltava justamente o Adeum porque ele voltou a ser secret rio de Itabuna assumiu de novo a Undime e agora assumiu a Secretaria de Estado Ao chegar naquela reuni o eu lembro bem que n o fiz nenhuma interfer ncia em plen ria durante os tr s dias de atividades mas participei de todas as discuss es por g
300. ra mais reitor vinha precisamente do fato que eu tinha feito uma dispensa de licita o que nunca tinha sido aceito pelo Tribunal de Contas da Uni o para constru o de uma biblioteca em Cajazeiras para n o devolver os recursos e todos conhecem quem for a Cajazeira v l como a biblioteca existiu funcionou foi feita com recursos pr prios inclusive uma t cnica diferenciada de solo cimento desenvolvida na pr pria Universidade Federal de Campina Grande no caso era o campus de Campina Grande ligado Universidade Federal mas o Tribunal n o aceitou e n o aprovou as contas e com isso houve como conseg ncia a chamada inelegibilidade e as pessoas confundiram em rela o minha atua o na secretaria de educa o tanto que nada a ver uma coisa de dez anos atr s e que basta verificar todo o depoimento de quem viu como n s tratamos os recursos p blicos naquela ocasi o chamando cada diretor dos centros da Universidade Federal da Para ba e combinando com eles que cada um diria qual era sua prioridade em Cajazeira foi a biblioteca e era normal porque Cajazeiras era um Centro de Forma o de Professores em Souza fizemos um audit rio porque Souza tem o curso jur dico e at contrariamente minha vontade o audit rio em Souza se chama Reitor Neroaldo Pontes ou seja as pessoas entenderam e quem dirigia o centro era Prof Maria de Lurdes Lurdinha naquela ocasi o pessoa que eu n o tinha apoiado quando eu era candidato a Reitor e
301. refeito Parece que houve assim uma situa o de que explicita o cargo de poder que o secret rio e que o cargo tamb m de dire o n o sei se estou desviando do assunto porque hoje eu tenho certeza pelo pouco de informa o que eu tenho aqui de sua escola estando aqui qualquer outra dire o precisa de seu apoio tudo o que voc falou leg timo esse bast o que voc vai passar e como que n s podemos construir um secret rio saindo passando o bast o hoje tenho certeza qualquer outra dire o precisa de seu apoio voc sai leg timo esse bast o que voc vai passar imagine um secret rio saindo e passando o bast o para o outro DA LUZ mudou o secret rio e mudou todas as coordena es n o deveria ter uma quebra total tinha que mesmo que depois ele colocasse o dele a gente sabe DA LUZ Olha eu iniciei antes eu morava no interior e l no interior quando terminei a escola normal fiquei desempregada Da o que foi que eu fiz Com apoio de minha sogra abri uma escolinha eu sou muito perfeccionista nos meus trabalhos gosto de fazer tudo direitinho E n o sei eu tenho uma forma de me dar n o sei Eu acho que eu me dou muito bem com as pessoas Tento sempre compreender E aqui na escola quando eu vim morar aqui o que que aconteceu Logo quando passei no concurso da prefeitura fui trabalhar numa favela dentro da favela bola na rede que era uma clientela muito pesada mas eu me dei muito bem l tamb
302. rela es de produ o A imagem extra da da medicina logo substitu da pela met fora da constru o da casa o direito faz parte da superestrutura da base econ mica da sociedade 53 3 ETNOGRAFIA E ESPA OS P BLICOS DE DIREITOS Nesta se o apresentamos a intera o com os tempos de viv ncia a UFPB ea Rede Municipal de Jo o Pessoa de acordo com as categorias do n vel interpretativo textual O cap tulo est estruturado em quatro t picos denominados respectivamente etnografia e localiza o de espa os p blicos de direitos enquadramento framing e contextos de intera o discursiva as unidades de significa o e redes de influ ncias conversacionais Temos ainda aqui a obriga o de aprofundar os compromissos te rico metodol gicos que expressamos com rela o ao uso de narrativa e os processos de sua produ o etnogr fica Este trabalho recorre a procedimentos de car ter etnogr ficos Geertz 1989 concebeu o modelo de investiga o etnogr fica baseado na descri o densa como o procedimento de an lise para o discurso narrativo Nessa concep o fazer etnografia inscrever o discurso social transformando o acontecimento passado que existe apenas em seu pr prio momento de ocorr ncia em um relato que existe em sua inscri o e que pode ser consultado novamente Praticar etnografia lidar com discursos narrativos em um risco elaborado para uma descri o densa opondo se a uma descri o fina Por
303. ressiva Ent o eu queria retomar DA LUZ olha GESU NA porque eu n o estou escondendo uma carta na manga pra te pegar DA LUZ rindo Eu sei N o n o n o tem problema n o GESU NA Como foi seu contato com Prof Neroaldo em cima desse leque de problemas que voc colocou e como era em que momento voc teve uma audi ncia com ele quais eram os assuntos DA LUZ Olha Prof Neroaldo quando ele assumiu a secretaria eu fazia parte da dire o e ia muito falar com ele sempre ele atendeu muito bem inclusive eu dizia s meninas que um n o de Prof Neroaldo todo mundo saia sorrindo porque eu mesmo saia satisfeita com um n o ele me dava porque ele tinha uma forma de atender voc que satisfazia sua expectativa entendeu s vezes eu sei que ele n o podia atender em alguns sentidos porque uma reforma de escola n o depende s dele sempre dando uma esperan a dizendo que ia tentar ia conseguir e meu relacionamento diretamente com ele sempre foi bom Eu n o sei aqui na dire o Voc daqui de Jo o Pessoa GESU NA Eu n o sou mas eu j estou h dez anos aqui em Jo o Pessoa e voc a quinta diretora que eu converso n o assim que eu j entendi tudo com quatro diretoras que eu estou assim eu j me sinto assim um pouco no esp rito Interrup o chamada ao telefone DA LUZ comigo as portas sempre estavam abertas 207 DA LUZ Ele atendia muito bem todos os diretores eu n
304. ria Eu queria 166 ver como essa hist ria essa historicidade se vincula s pr prias dificuldades de interlocu o NEROALDO evidente que em termos pessoais eu n o tenho dificuldades de interlocu o com pessoas de outros partidos pessoas que pensam diferente Entendo que aprendi ao longo do tempo a respeitar as id ias dos outros e naturalmente pretendo tamb m ter sido respeitado e continuar sendo respeitado dentro da sociedade paraibana onde eu vivo h trinta anos GESU NA voc fala com uma tranquilidade que eu admiro NEROALDO agora a vem a sequ ncia n o sei se isso que voc quer dizer Evidente que na hora em que voc est num cargo executivo e num cargo executivo que tem ligado a um grupo de partidos que administra o estado que se constitui na situa o e que h um outro grupo de partidos que se constituem em oposi o evidente que h dificuldade de interlocu o por isso que eu comecei falando do ponto de vista pessoal do ponto de vista institucional evidente que h dificuldades porque muitas vezes as quest es s o colocadas n o em termos da educa o n o em termos daquilo que est sendo feito mas em termos da disputa de poder seja pelo governo seja pela oposi o e aqui eu n o quero falar da situa o ou da oposi o mas do confronto de posi es que existem dentro do executivo e como eu estou no executivo e estou na situa o evidente que enfrento dificuldades por parte da opos
305. ria el trica e parecia bem encaminhado com o emprego que conseguiu em uma multinacional at que a empresa passou por uma reengenharia e cortou pela metade os postos de trabalho O filho foi demitido e agora vivia de bicos A filha do meio se formou em Pedagogia casou se com um oper rio especializado de uma montadora mas o casamento acabou quando o marido ficou desempregado e teve que tentar a sorte em outra cidade A filha n o perdeu o emprego porque fez um concurso para o magist rio p blico estadual logo que concluiu o antigo segundo grau e lecionava durante meio per odo do dia Foi assim que apesar de um sal rio raqu tico pode frequentar uma universidade p blica durante quatro anos para obter a gradua o fez especializa o durante dois anos passou a trabalhar em per odo integral e foi eleita diretora de uma escola Enquanto isso assiste perplexa as professoras de sua escola entregando metade do sal rio para pagar a mensalidade das faculdades que frequentam nos finais de semana e obter um diploma em dois anos H tamb m as professoras que est o tentando frequentar regularmente uma universidade p blica os governos fizeram conv nios para instituir um vestibular especial A noite elas enchem o nibus da Prefeitura mas depois de uma jornada di ria de trabalho elas acabam dormindo na sala de aula precisam levar os filhos e aguentar a humilha o os jovens que passam no vestibular regular e as olham de cima para baixo Al
306. rma o dos trabalhadores segundo as compet ncias 8 EL E E Pe x A bibliografia aqui referida n o se ordena segundo a cronologia mas segundo o tema 32 preconizadas em nome das transforma es tecnol gicas e promover rela es s cio culturais conforme o legado de ideais democr ticos que resultam do processo de longo prazo em que os espa os p blicos s o constru dos preciso pressupor a rela o Estado sociedade como mediadora dos sistemas educacionais por esse conflito se delineia o campo de tens o O conflito depende dos protagonistas que antes de atuarem na condu o das pol ticas p blicas que se atam aos princ pios constitucionais e s iniciativas do Poder Executivo atuam na rela o Estado sociedade em rela o aos princ pios constitucionais que o Regime de Colabora o explicita a concep o de Gest o Democr tica da pol tica educacional Mal os princ pios constitucionais foram decididos sob as regras do jogo democr tico passou se a viver o per odo hist rico caracterizado por uma esp cie de agenda constituinte COUTO amp ARANTES 2006 com a qual o Governo Fernando Henrique Cardoso realizou a Reforma da Educa o revelia do intenso processo de debates que havia fecundado e alimentado esses princ pios constitucionais Nesse mbito enquanto se tentou protagonizar a regulamenta o dos dispositivos em um marco legal constru do democraticamente a Lei de Diretrizes e Bases Lei 9394 96 e
307. rof Neroaldo olha s quem ele representa representa esse partido e depois ao longo do tempo esse partido eu vejo algumas pessoas identificadas com esse partido dizendo ele n o foi para o Partido dos Trabalhadores o que era natural Olha s hoje ele est apoiando o C cero Lucena o 178 C ssio Cunha Lima Estou colocando esses elementos em um encontro entre dois tempos de um longo percurso de uma longa caminhada onde eu n o estou passando por uma neutralidade de uma an lise eu estou preocupada em reconstruir defender e valorizar uma trajet ria porque se hoje eu valorizo e defendo uma trajet ria eu vou poder entender com muito mais dinamismo Talvez o que eu sinto como pesquisadora como estudante de um doutorado como quem est imiscu da quest es de ideologia quest es de institucionalidade em um estado de direito e em uma democracia Ao inv s de colocar em um cercado partid rio ideol gico Ronaldo Eu entendo perfeitamente sei porque eu acompanho muito de perto esse tipo de cr tica h muito tempo E eu acredito pessoalmente que Neroaldo podia ter feito um outro percurso onde poderia hoje ser uma lideran a pol tica no sentido mais amplo do que uma essa pol tica partid ria ele poderia ser uma lideran a talvez hoje da mesma import ncia ou maior do que Ricardo Coutinho por exemplo E essa talvez fosse a perspectiva de muita gente que a partir de uma certa confian a depositada na figura pol t
308. romete com os processos da compreens o e da significa o As dire es das abordagens podem estar em conflito ou em complementaridade de acordo com o m todo As no es utilizadas na primeira dire o oferecem racioc nios que identificam causas de problemas estabelecem nexos com o que vem depois e com as conseq ncias Enquanto as no es da segunda dire o apelam para os racioc nios da compreens o identificando significados de a es invocando o mundo vivido onde o processo de significa o na maioria das vezes n o problem tico Para o m todo desta investiga o as dire es das abordagens se complementam Mas n o bvio que a explica o e o entendimento possam ser combinados quando problemas precisam ser especificados Nesta considera o do estado do conhecimento as duas dire es s o convergentes porque representam dimens es que articulam as rela es econ micas sociais pol ticas e culturais almejando uma vis o de totalidade A converg ncia todavia se conforma ao campo de tens o que foi delineado Para tanto foi estabelecida a cr tica matriz sui generis que subsidiou a preconiza o de novos padr es de gest o e a reforma da educa o em nossa contemporaneidade Procuramos mostrar essa tens o por meio das seguintes quest es Qual o significado do Regime de Colabora o na proposi o da gest o democr tica das pol ticas educacionais Como a atua o que estamos visando evidenciou os
309. rte do governo tal eu vou ter que sair daqui para ir porque voc est construindo ali n o uma a sua identidade n o Ele nos agradece por situar o conceito de colabora o no pano de fundo de um contexto que depreciativo do termo Pens vamos ainda na for a que o termo colabora o de classe exerceu sobre os discursos pol ticos estruturando o uso metaf rico do termo pelego repudiado pelos dirigentes sindicais E continua refletindo Ent o veja e agora me impressiona se n s tiv ssemos assim uma n o sei uma atitude de supersti o a gente diria que o regime de colabora o n o funciona por conta dessa raiz etimol gica da compreens o do regime militar e talvez fosse o caso de mudar o nome risos me lembro bem que por exemplo quando a gente falava OSPB a Organiza o Social e Pol tica do Brasil as pessoas queriam depois da ditadura dar uma roupagem diferente OSPB n o era mais poss vel porque aquilo ficou como marca da ditadura Mas o Regime de Colabora o voltemos ele est na Constitui o e ele est na LDB definido de uma maneira que satisfaz aquilo que a gente entende que a educa o um ato t o complexo que n o pode ser tarefa apenas de um dos entes da Federa o a educa o um ato t o complexo que para ele precisa intervir a Uni o precisa intervir o Estado e precisa intervir o Munic pio e mais precisa intervir a fam lia e precisa intervir a sociedade Situando
310. rticular a cria o de din micas de interlocu o institucional E o que conta como resultados de um engajamento pol tico que se articula constru o do Regime de Colabora o Nossa pesquisa retomou a gest o democr tica considerada enquanto pr xis no sistema p blico de educa o b sica como uma experi ncia tardia que representa espasmos de democracia em uma cultura autorit ria MENDON A 2001 Seus componentes principais foram reconhecidos na constitui o de Conselhos Deliberativos Escolares elei o direta para o cargo de diretor como partes de processos reivindicados para normatizar planos de carreira incorporar a forma o jornada de trabalho acompanhamento de aplica o de verbas e combate ao clientelismo Nessas experi ncias tardias figuram iniciativas radicais voltadas para a regulamenta o dos dispositivos constitucionais segundo a id ia de um Regime de Colabora o inscrita na Constitui o SEDUC MT 1996 LECLERC 1999 2002 2004 CARDOSO NETO 2004 no seio da avalanche de descentraliza o Essa avalanche obedeceu a uma din mica distinta da restaura o do federalismo expresso na Constitui o de 1988 n o representou o combate centraliza o do regime autorit rio ARRETCHE 2002 2 3 A TESE Para enunciar nossa tese consideramos a distin o entre fatos institucionais e fatos brutos Um fato institucional SEARLE 1995 um estado de coisas cuja exist ncia dep
311. rupo participei de todas as conversas Minha indica o para presidente da Undime curiosamente partiu do pr prio Presidente Adeum que era ligado ao Partido dos Trabalhadores naquela ocasi o e de um grupo ligado tamb m ao grupo de partidos de esquerda particularmente a Secret ria de Educa o de Santo Andr de S o Paulo professores da Universidade de S o Paulo tamb m que me conheciam desde o per odo do meu doutoramento na Universidade de S o Paulo N o foi o grupo do nordeste n o foi o grupo do PSDB n o foi o grupo do PMDB foi um grupo de secret rios de pessoas ligadas a organiza es mais esquerda digamos assim que queriam e que quiseram a minha elei o e eu acabei sendo eleito e preciso tamb m que se diga e eu espero n o estar faltando com a mod stia mas dois anos depois eu fui re eleito sem concorr ncia por absoluta unanimidade para mais dois anos na Undime Isso importante mostrar que essas pessoas compreenderam que o muro de Berlim j tinha ca do h bastante tempo e que a 147 separa o esquerda direita que hoje t o claramente colocada em xeque j naquele momento era vista com clareza por v rias pessoas e que as pessoas podem dentro de qualquer partido com dificuldades evidente fazer o seu trabalho e fazer avan ar a democracia Isso era verdade naquele momento e se tornou hoje uma clarivid ncia extraordin ria porque infelizmente alguns partidos perderam at a sua identidade na hora que
312. rve de base para esta produ o textual O conceito foi estabelecido partindo do princ pio segundo o qual FALAR INTERCAMBIAR EM UM DECURSO DE RECIPROCIDADES Nossa abordagem te rica procura refor ar a condi o de toda alocu o como um apelo aten o visa o destinat rio que distinto do locutor e tem o poder de converter o locutor em destinat rio Portanto trata se de uma concep o da interatividade comunicativa que recoloca a interlocu o entre os processos naturais de fala Em nossa preocupa o metodol gica reconhecem que a desordem do discurso natural oral apenas aparente H regularidades e regras conversacionais as m ximas conversacionais de Grice e marcas das condi es de sua produ o Essas id ias servem de base para situar a produ o do texto correspondente segunda totalidade da atua o do protagonista Estabelecemos a seguinte categoriza o 2 A unidade de significa o selecionada para o texto que representa tempo de atua o a met fora PORTAS ABERTAS A ordem do fluxo conversacional foi apresentada segundo o balan o que fizemos das ocorr ncias comuns temos a presen a das seguintes unidades de significa o 2 Nas palavras de Kerbrat Orecchioni tou au long du d roulement d un change communicatif quelconque les diff rents participants que Ion dir donc des interactants exercent les uns sur les autres un reseau d influences mutue
313. ry of rationality for politics and rights The empirical target of our ethnographic investigation is Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo s professional itinerary as an educational manager His professional route from 1992 to 1996 as a Rector of the UFPB and then as a Municipal Secretary of Education of Jo o Pessoa from 1996 to 2001 made it possible for him to earn a national projection through the presidency of Undime during a period of educational reform The results of this investigation highlight the Collaboration Regime as a mechanism of reciprocal regulation of the performances of common and concurrent competences among the spheres of Government supported by institutional interlocution The silence on the Collaboration Regime points to the interlocution as something to which we should pay attention when we think about the contents of democratic management in spite of the conceptual and empirical indefinite character of the constitutional clause under discussion KEYWORDS Collaboration Regime Public Sphere of Rights Habermas Ricoeur Geertz Lakoff Undime Democracy Institutional Fact Narrative Neroaldo Pontes de Azevedo R SUM L objet de cette tude est linterlocution institutionnelle comme moyen de viabiliser le R gime de Collaboration entre les niveaux de gouvernement une clause constitutionnelle visant l organisation et le d veloppement des syst mes ducationnels de Union f d rale du District f d ral des Etats et
314. s 21 Sem subestimar as m ltiplas determina es sobre as quais recaem as ordens do discurso 63 Esse fen meno foi considerado como tica do orador ethos oratoire a impress o que um orador por seus prop sitos atribui a si mesmo Foi preciso evidenciar que se tratou da tica do orador que tomou a palavra a partir de uma institui o a UFPB A institui o forneceu os elos indispens veis entre o orador e seu audit rio O papel do orador consistiu em manter o contato que a institui o oportunizou Foi uma fun o a de Reitor que o autorizou a tomar a palavra E o audit rio representou nesta situa o uma comunidade provis ria para ouvir experi ncias e fatos selecionados A argumenta o n o visou o conjunto do audit rio pode ter negligenciado a oposi o atendo se ades o da maioria Para tanto pressupomos o conhecimento a respeito daquelas pessoas nos termos das opini es dominantes das convic es indiscut veis das premissas que s o admitidas sem hesita o as concep es que fazem parte da cultura e s quais o orador se adapta para ser aceito pelo audit rio que se reconhece no discurso A argumenta o nessa situa o se vinculou sua aceita o sem nfase na comprova o A argumenta o orientada pela dedu o formal se op e principalmente a esse modelo reduz o papel do orador ao m nimo O papel do orador aumenta na medida em que a linguagem utilizada se afasta da formaliza o p
315. s 3 a condi o do falante para dizer o que disse pode ser desafiada a pressuposi o das condi es algu m pode pedir prometer acusar etc 4 e a sinceridade do falante pode ser questionada o modo de dizer pode lev lo a ser acusado de estar mentindo ironizando ca oando etc Metodologicamente a orienta o pelas pretens es critic veis de validade est implicada na defesa de um processo tico e uma racionalidade comunicativa para regular a justifica o dos falantes porque se assume trocas ling sticas s o problematizadas frente aos diferentes dom nios informa o conhecimento e dos valores morais as asser es passam a ser tratadas como hip teses que est o sendo testadas e os participantes precisam estar munidos de evid ncias e argumentos para defenderem o que dizem Mas eles n o podem estar intimidados e a metodologia assim est implicada tamb m na reivindica o de que todos os usu rios competentes da linguagem devem estar livres para tomar parte no debate A geografia dos procedimentos aqui adotados tem a fun o de auxiliar a retifica o dos conhecimentos sobre a atua o analisada a partir de refer ncias cruzadas em rela o ao enunciado da tese em termos das performances estimadas A atua o de pessoas para construir e ampliar os espa os de proposi o e de gest o das pol ticas p blicas um fato institucional inovador da democracia no Brasil Afinal esses espa os s o peque
316. s um fator preponderante para o desenvolvimento com justi a na Regi o no Estado Estou cada vez mais convicto de que pertencer Universidade Federal assumir um compromisso com a Para ba 142 AP NDICE B JO O PESSOA 26 DE FEVEREIRO DE 2007 NEROALDO PONTES DE AZEVEDO GABINETE DO SECRET RIO DE ESTADO DE EDUCA O PB ANTES DA GRAVA O Registramos dois momentos antes da grava o MOMENTO O encontro foi agendado com o objetivo de produzir as narrativas do Prof Neroaldo Ao solicitar o encontro encaminhamos o seguinte roteiro de quest es para orientar a conversa a Prof Neroaldo para tentar caracterizar o objeto de nossa pesquisa estamos apresentando um conceito de Regime de Colabora o Gostar amos de ouvir sua opini o O dispositivo constitucional Regime de Colabora o pode ser representado como um mecanismo de regula o rec proca do desempenho das compet ncias comuns e concorrentes entre as esferas de governo sustentado pela interlocu o institucional Como poder amos tornar esse conceito mais descritivo vinculado ao problema de coordena o de pol ticas sem resumi lo a tarefas pontuais e ocasionais b O objeto da pesquisa a interlocu o em um Regime de Colabora o Podemos pensar na interlocu o como um modelo de intera o social que comporta um n vel de superf cie e um n vel de profundidade Nesse n vel de superf cie a interlocu o a conversa um modelo que fornece as re
317. s com alegria se tornaram esfor os penosos para a sobreviv ncia 129 as necessidades b sicas como a de amor e de sobreviv ncia para a maioria dos mortais reiteradamente n o podem ser satisfeitas Acontece que o discurso pol tico vem se manifestar exatamente nesse quadro Fischmann 1991 detendo se nesse aspecto da narrativa considera que quando Deus destruiu a Torre de Babel completou o ex lio da humanidade Deus fragmentou o discurso que um dia tinha sido compartilhado e em um ato de ego smo incompreens vel teria evitado que a humanidade realizasse prop sitos comuns e ofereceria de modo exemplar o modelo ego stico da propriedade privada As narrativas de longo prazo ensinam assim que as tradi es n o podem ser produzidas segundo um modelo administrativo A narrativa b blica sobre a constru o da torre de Babel serve para perenizar a condi o da linguagem como ferramenta de trabalho decisiva na coordena o de a es Portanto quando escrevemos a sensa o de desamparo parece tamb m provir do reconhecimento de que n o entender sempre continuar funcionando como um castigo O n cleo deste trabalho foi a incorpora o da interlocu o institucional como caracter stica de um conceito normativo de Regime de Colabora o Nossa tarefa de reconstru o n o se situa no espa o de um discurso de ex lio pois do in cio ao fim temos presente a exig ncia de situarmos no espa o de discurso do mundo vivido
318. s de natureza administrativa um erro um erro administrativo porque de fato se n s tiv ssemos atentado para esse fato ele n o teria acontecido muitas vezes s o interpretados como desvio ou coisas que o valha mas a s tem uma coisa a fazer a hist ria o tempo a paci ncia GESU NA tem uma den ncia formalizada que virou um processo judicial NEROALDO um processo judicial o procurador pediu justi a federal inclusive que abrisse o meu segredo que chamado segredo fiscal o imposto de renda e a conta banc ria a ju za federal n o aceitou o pedido do procurador mas eu tomei a iniciativa de entregar toda a minha conta banc ria toda minha conta fiscal para a justi a federal mesmo ela n o tendo aceito o pedido inicial do procurador Por qu Porque eu tenho a consci ncia trang ila de que n o fiz absolutamente nenhum desvio nenhuma apropria o ind bita de recurso nem para mim nem para quem quer que seja nesse caso a gente tem que agir com tranquilidade e n o me cabe digamos ficar por anteced ncia dizendo se houve erro ou n o nos encaminhamentos e aguardar a decis o da justi a onde a gente se defende onde a gente apresenta os resultados GESU NA mas a quando vem inelegibilidade j n o um cen rio NEROALDO a inelegibilidade vinha de uma coisa curiosamente da Universidade Federal da Para ba e n o do Estado a inelegibilidade dizia respeito passado tanto tempo que eu n o e
319. s perdemos a ocasi o por ocasi o da discuss o do FUNDEB de estabelecer esse debate com mais clareza e com perspectivas de uma mudan a por dentro porque finalmente acaba o financiamento definindo quais s o as prioridades da pr pria educa o GESU NA Tamb m esse debate vai junto com uma coisa chamada federalismo descentraliza o centraliza o Prof Neroaldo esse debate do federalismo da descentraliza o centraliza o um debate que n s n o popularizamos Quer dizer fica o Prof Neroaldo como secret rio de educa o quando vai falar com os senadores com deputados federais com o Ministro da educa o ele tem uma sem ntica um vocabul rio a quando vem falar com os professores uma outra sem ntica outra din mica E eu fico pensando como dif cil construir uma linguagem unificadora porque o que se est fazendo com o Regime de Colabora o pensar o pa s Toca o telefone GESU NA Em que p que est essa discuss o de federalismo de descentraliza o centraliza o que tem te ocupado participando da Undime do CONSED NEROALDO Do Conselho Federal de Educa o participando quatro anos Essa uma discuss o dif cil uma discuss o que n o prosperou acho que nos ltimos tempos e voc tem essa preocupa o quer dizer o que est faltando discutir qual perspectiva qual o grande debate da educa o nacional Esse um deles e n o prosperou nem no Conselho Nacional de
320. se caracteriza como uma conversa sobre tabu Temos ent o a conversa o em que transcrevemos nossa interven o Destacamos as ocorr ncias disposicionais de substantiva o brios suscetibilidade mandato propriedade correligion rios desafio embate pol tico representa o espa o p blico de direitos outros atores aberturas possibilidades certas hist rias certas particularidades estere tipo marca es aliado advers rio governabilidade apoios l der de governo l der de partido engenharias C cero Lucena C ssio Cunha Lima trajet ria PT adjetiva es insens vel verbos de realiza o representa apoiando reconstruir defender e valorizar O Prof Dr Ronaldo Monte por sua vez apresenta em sua narrativa as ocorr ncias disposicionais substantivadas confian a depositada expectativa outro percurso lideran a pol tica sentido mais amplo do que pol tica partid ria figura pol tica outra mentalidade capacita o dos professores n vel de educa o Alian a Francesa adjetivadas mesma import ncia ou maior que Ricardo Coutinho trajet ria mais personalista crian as pobres GESU NA Voc estava levantando dois aspectos Primeiro a sua escolha como chefe de gabinete n s est vamos falando dos brios das suscetibilidades hoje acho que essa quest o fundamental porque o mandato n o pode ser a propriedade o objeto nico daqueles que s o meus correligion rios e esse o desafio de a
321. separa o esquerda e direita i p 96 Figura 15 Representa o das modalidades no financiamento p 106 SUM RIO LINTRODU O 2 5 o E AS Da eb SD RR RS p 01 2 DEMARCA O TE RICO METODOL GICA DA INVESTIGA O p 05 2 1 O objeto de ESTUCO sc qa add p 05 2 2 A formula o do problema aee p 07 PARE O A o POA E RR RS RAR RR RR PR RR RR p 09 2 4 Objetivos geral e espec ficos serena p 10 2 5 Justifica o te rico metodol gica gt p 14 2 6 Como a investiga o foi organizada rererere neeen p 18 2 1 1 Nivelexp rencial ssa asas sado bean Egas r gen nid ape telas p 19 2 7 2 N vel experiencial etnogr fico eee p 22 2 7 3 N vel interpretativo textual n ns aeeraeeeaaananaaaa p 24 2 8 O estado do conhecimento e o campo de tens o do problema p 26 2 9 A concep o de Sistema P blico de Educa o B sica enquanto um Espa o P blico de DIFEIOS A sad cera nent tE neren n nneenn eene p 39 3 ETNOGRAFIA E ESPA OS P BLICOS DE DIREITOS es p 53 3 1 Enquadramento framing e contextos de conversa o p 59 3 2 Unidades de significa o erre p 61 3 3 Universidade Federal da Para ba acolhida e emprego
322. ser envidados nessa zona de conflito Lembramos a experi ncia de MT na antev spera da aprova o da LDB engajados na tentativa de debater e de regulamentar a unifica o em um nico sistema e a fus o dos recursos em um fundo o Fundo de Manuten o e Desenvolvimento da Educa o B sica FUNDEB com a cria o de uma Funda o de educa o para administrar Risos Exatamente Ou seja essa uma experi ncia que precisa ser vista com carinho e ver as contradi es e os avan os Eu acho que n s perdemos a ocasi o por ocasi o da discuss o do FUNDEB de estabelecer esse debate com mais clareza e com perspectivas de uma mudan a por dentro porque finalmente acaba o financiamento definindo quais s o as prioridades da pr pria educa o Prosseguiremos discutindo a reorganiza o do Sistema P blico de Ensino com vistas a um Regime de Colabora o na pr xima unidade de significa o 111 4 8 A ESPECIFICIDADE DA PR TICA POL TICA NA GEST O Nesta unidade de significa o relacionamos colocamos a pol tica no centro da gest o como a especificidade da atua o de nosso interlocutor cujos conte dos de gest o s o pol ticos e ele concorda O debate se associou aos temas do federalismo e das descentraliza o centraliza o um debate n o popularizado e restrito linguagem de especialistas Cuidamos de argumentar que s vezes somos levados a utilizar um vocabul rio muito diferenciado para falar com
323. sica SOUZA amp FARIA 2004 Nossa abordagem considera que o modelo de gest o da educa o no qual o Regime de Colabora o foi obscurecido subproduto da reestrutura o e ajuste das contas p blicas para o alcance de super vits fiscais coordenada pelo Conselho Monet rio Nacional por meio das pol ticas de ajuste de quadro de pessoal linhas de cr dito para programa de demiss o volunt ria e programas de privatiza o que delinearam um conjunto de medidas de apoio reestrutura o e ajuste fiscal dos Estados O recurso ao termo reforma costuma evocar um movimento que encontra resson ncia na opini o p blica de modo que seu simples an ncio chega a ser apresentado como uma inova o SACRISTAN p 52 Mediante esse estado do conhecimento apontamos optamos por associar nosso objeto atua o de um interlocutor situado no seio da pol tica educacional do Brasil contempor neo tendo a Para ba como locus As contradi es e os conflitos que permeiam a atua o do Professor Neroaldo Pontes de Azevedo nos levam de encontro ao processo de constru o e amplia o de espa os p blicos de direitos Presidir uma institui o que congrega dirigentes municipais em pleno contexto de descentraliza o indica uma qualifica o mpar para a interlocu o sobre o Regime de Colabora o O que representou seu mandato na Undime A presente investiga o considera a partir do Projeto de Consolida o da
324. sonalidade voc falava uma coisa que me deixou bastante sensibilizada porque eu sou uma pessoa que conhece o meu pa s pela minha origem e compartilho muita coisa de quando voc falava da condi o dos que aprenderam a respeitar os humildes pelo pai que era chofer de pra a NEROALDO verdade GESU NA pela m e que era uma dona de casa e depois falava da sedu o dos incensos risos dos rituais esta rela o entre uma solenidade o latim a sofistica o liter ria e essa simplicidade essas duas pontas Voc pega esse trabalho de estar aqui nesse expediente pouco sedutor essas coisas uma pessoa que tem uma sofistica o n o uma sofistica o NEROALDO Tive a oportunidade de sair de S o Caetano ter sido de uma fam lia de dificuldades econ micas e morar sete anos na Europa o que significa isso em termos de forma o de ser professor da Universidade de Toulousse durante quatro anos de ter contato com morar sete anos na Europa voc sabe o que significa isso em termos de abertura da mesma maneira que um Europeu vir morar sete anos no Brasil eu vejo a coisa n o como colonizado mas eu vejo o di logo eu acho t o importante para um brasileiro morar na Europa quanto um europeu morar no Brasil no sentido de relativizar conceitos no sentido de abrir horizontes de abrir a cabe a pra ver tantas coisas ent o tive essa sorte extraordin ria ent o tudo o que eu aprendi no semin rio tudo o que apr
325. sores daqui que estavam gozando do direito mas que a Procuradoria estava ela mesma tentando derrubar os 84 quanto os professores de Campina Grande e de outros campi que n o tiveram direito foi somente para os professores de Jo o Pessoa ent o por que os de Jo o Pessoa tinham direito e os outros n o tinham Ent o o Roberto come ou a trazer caravana de professores do interior para vir fazer protesto na frente da reitoria com caminh o de som falando dos 84 Mas a quando voc v o Neroaldo a alma dele funcionando ele pega e vai pra cima do caminh o Uma das coisas mais bonitas que eu j vi da lideran a dele Ele sobe como Reitor ele subiu no caminh o pegou o microfone falou e acabou com a manifesta o Risos Gesu na deram um palanque para o Neroaldo Come aram a falar a onde est esse Reitor O Reitor estava l olhando subiu e foi Ent o o trabalho nesses momentos iniciais foram muito violento e isso come a bem antes Prof Dr Neroaldo avalia as condi es institucionais de sua nomea o havia seis meses e embora seus nomes encabe assem as listas s xtuplas elaboradas pelos Conselhos Superiores da Institui o passou se a viver momentos dif ceis de incertezas de manobras de bastidores dentro da universidade e fora dela por parte de grupos minorit rios Passou se a reivindicar o direito a nomea o N o apareciam as restri es a que fosse indicado o primeiro da consulta e da lista mas
326. ss vel para superar a minha perplexidade Mas logo me sinto desapontado Ou a comunidade cient fica n o existe ou ela n o possui um nico porta voz e se expressa de uma maneira polif nica e na maioria das vezes dissonante DASCAL 2006 p 78 Reconhecendo a diversidade de perspectivas esta se o tem a tarefa de situar o objeto em seu estado de conhecimento e de apresentar a concep o de espa o p blico de direitos que auxilia a designa o do sistema p blico de educa o b sica O estado do conhecimento foi considerado por meio de uma categoriza o em duas dire es uma dire o de abordagem de cima para baixo top down considera que as mudan as nos processos de gest o operam por meio das press es advindas de uma macro estrutura que atua sobre todos os sistemas sociais notadamente os sistemas educacionais Os fen menos da reestrutura o produtiva e da globaliza o pressionam alterando as demandas da educa o e imp em as mudan as na gest o do sistema educacional Essa press o leva ao estado de coisas que explica a ado o de medidas que reconfiguram a oferta das pol ticas p blicas e a compreens o dos direitos sociais uma abordagem que se compromete mais com uma explica o de um fen meno do que com o problema sobre como esse fen meno compreendido rejassimilado incorporado e assim por diante sob a tica dos que realizam o processo educativo E outra dire o de abordagem de baixo para cima bottom
327. sse assumir ia ser um desastre Mas no momento em que eles perceberam que n s amos l para trabalhar eles colaboraram Pode se buscar o significado de uma a o colocando a em um contexto mais largo ou tratando a como um signo entre um processo sublinhado Freud sublinhou o processo de produ o dos chistes e dos sonhos para explicar o inconsciente a partir da hip tese n o refutada segundo a qual as t cnicas empregadas para essa produ o s o similares Ao observar que a condensa o e o deslocamento produzem no chiste e no sonho uma express o distorcida e indireta de algo se valeu dessa semelhan a para estabelecer a categoria trabalho do chiste fazendo a analogia ao trabalho do sonho Dessa maneira se empenhou para tornar intelig vel o conjunto de processos que passam 12 Note se que a o tem o mesmo sentido de atua o ato ou efeito de atuar j que atuar exercer atividade ou estar em atividade agir exercer influ ncia influir fazer press o pressionar por em a o AURELIO 198 199 13 Chiste o dito gracioso a piada o gracejo no qual se evidencia a habilidade para o uso da indiretividade Silberstein um funcion rio em uma f brica israelense Ele est encarregado da limpeza dos escrit rios da diretoria Todo visitante importante em Israel pede para conhec lo O presidente Reagan a rainha Elizabeth etc O chefe de Silberstein fica intrigado Quando questionado por ele
328. ssoa todas as escolas de Campina Grande todas as escolas de Patos todas as escolas de Cajazeiras todas as escolas de Santa Rita de Bayeux Ou seja a gente criou um caminho que parece com o caminho de 1990 mas que era preciso ser refeito dessa vez e come ar quem sabe por esse caminho de 1990 s que ele n o suficiente 160 GESU NA Nesse aspecto quando a gente diz quais s o os conte dos do Regime de Colabora o que n o s o conte dos pontuais que s o os conte dos da cultura a gente pode ver que isso n o d para regulamentar com lei NEROALDO Exatamente acho que s poder a pr tica que vai levar a interlocu o o di logo que vai fazer com que de fato esse Regime de Colabora o porque s vezes a gente por isso que eu tenho insistido em falar que o Regime de Colabora o n o s a Uni o Estados e Munic pios mas a fam lia e a sociedade porque enquanto n o ficar compreendido que a escola da sociedade que a escola da fam lia que a escola do aluno que a escola para o aluno e n o a escola do governo a escola do prefeito a escola do Governador GESU NA Ent o esse o conte do normativo NEROALDO Exatamente que preciso ser feito mas que a pr tica Eu espero e eu sou otimista por profiss o e por convic o que essa a nica maneira da gente melhorar a escola por dentro GESU NA Eu tamb m acho que esse o conte do normativo porque essa
329. ssoa que eu vou colocar por crit rio pessoal Ronaldo vai estar l porque eu tenho confian a nele e eu preciso de uma pessoa de extrema confian a Ent o foi essa a nica credencial que eu tinha pr requisito que eu tinha para ser chefe de gabinete era ser amigo dele amigo pessoal uma pessoa de confian a N s ramos mutuamente confidentes e isso eu acho que foi uma coisa muito importante por conta das primeiras dificuldades que se come ou a enfrentar com a hist ria dos 84 e com o ataque do vice reitor do Roberto de Campina Grande que queria a reitoria a qualquer custo O que Roberto queria desde o come o era derrubar Neroaldo e assumir a reitoria Ent o quando Neroaldo me chama me d a seguinte 176 miss o principalmente era servir de um certo acolchoado junto aos advers rios pol ticos quando se pensava que os advers rios pol ticos eram aqueles chefes de departamento diretores de centro que fizeram a campanha advers ria e que iam tentar nos jantar a qualquer momento Ent o a minha principal miss o era essa era amansar essas feras O que a gente n o esperava era que o principal inimigo n o advers rio era o vice reitor Ent o esse foi um momento assim de muita tens o porque enquanto n s lut vamos com a quest o dos 84 todos os professores foram beneficiados por conta de um erro de um descuido da Procuradoria Jur dica O Neroaldo teve que imediatamente pedir o cargo ao Procurador Jur dico que ele tinha escol
330. strar que ele poderia tamb m l mesmo sendo um governo tradicional conservador composto at por aquele modelo que se quis modificar mas que ele conseguiria fazer alguma coisa Eu acho que no primeiro mandato relativamente eu acho que ele fez Eu acho at que a cr tica que a esquerda fez a ele naquela primeira fase inicial eu acho que foi meio exagerada Acho que se n s tiv ssemos sido mais compreensivos por exemplo n o ter rompido ter procurado entender Houve um preconceito acho seria essa palavra por ele estar trabalhando l Agora quando voc come a a se afastar o afastamento vai ficando cada vez maior J que n o houve nenhuma tentativa de se aproximar a eu n o sei mais com o tempo como que ficou Vou analisando mais os tempos recentes Eu acho que aquela poca independente do grupo se manter ou n o mas aquele grupo aquele conjunto de for as que apoiava esses movimentos tivesse sido menos preconceitos mesmo deixando tudo bem voc n o precisa o estar acompanhando cada um faz o seu caminho mas n o fosse t o preconceituoso t o irasc vel t o sect rios mesmo ele talvez n o tivesse continuado o processo de afastamento entre n s Ent o mesmo com todas as limita es talvez o trabalho que ele teria constru do o trabalho deveria ser reconhecido Eu acho que nos primeiros pelo menos onde eu acompanhava um pouco mais atualmente eu n o tenho acompanhado eu acho que o primeiro logo que ele
331. strutora RYLE 1968 se empenha em justificar a necessidade de que o saber como se volte para o saber o que de modo a viabilizar a reconstru o das habilidades intuitivas que nos guiam para seguir regras Consideramos a abordagem de Habermas ao valorizar a for a de duas de suas temporalidades distintas e convergentes a dos anos sessenta com refer ncia nas demandas de an lise do Instituto de Pesquisa Social que teve como objeto a transi o entre o capitalismo de mercado liberal do s culo XIX para o capitalismo monopolista e de Estado desenvolvido no s culo XX HABERMAS 1984 e a dos anos noventa com refer ncia s novas bases de reconstru o conceitual fornecidas com a virada lingu stica para o tratamento da institucionaliza o democr tica da legitima o da concep o do direito da validade trans subjetiva de argumentos livres de domina o e de uma concep o mais expansiva da raz o HABERMAS 2003ab Por sua vez a abordagem de Ricoeur 1995 nos til por oferecer um tratamento hermen utico aos riscos de uma interpreta o de obras distintas marcadas pelo salto cultural no caso da Po tica de Arist teles e das Confiss es de Agostinho a partir das 2 Registramos a cr tica o uso da express o la o de intimidade entre o interpretante e o interpretado na argi i o do Prof Paulo Speller e a op o por manter a express o justificada no conceito de empatia ou estado de sinto
332. su na perde um grupo quando outro grupo ganha uma senhora diretora da escola dizendo o professor Neroaldo vinha aqui quando tinha um rapaz que ficava nu andando no muro da escola e ele vinha aqui conversava com os jovens Eu fico imaginando assim o reitor que foi l em Mangabeira ganha aquele espa o ganha aquele pai com o Conselho que est l Natanael Eu acho que aquela poca independente do grupo se manter ou n o mas aquele grupo aquele conjunto de for as que apoiava esses movimentos tivesse sido menos preconceitos mesmo deixando tudo bem voc n o precisa o estar acompanhando cada um faz o seu caminho mas n o fosse t o preconceituoso t o irasc vel t o Gesu na sect rios Natanael sect rios mesmo ele talvez n o tivesse continuado o processo de afastamento entre n s Ent o mesmo com todas as limita es talvez o trabalho que ele teria constru do o trabalho deveria ser reconhecido Eu acho que nos primeiros pelo menos onde eu acompanhava um pouco mais atualmente eu n o tenho acompanhado eu acho que o primeiro logo que ele saiu da reitoria e assumiu a secretaria municipal eu acho que fez um trabalho muito bom posso critic lo politicamente acho que o que ele fez foi fortalecer C cero Lucena trabalhando para um setor ideologicamente distante mas a uma outra an lise N o uma an lise espec fica dele que eu quero dizer Gesu na eu sei mas eu sei mas a eu ach
333. ta de concurso para diretores voc poderia ter colocado uma proposta de continuar a nomea o para diretores que essa uma realidade porque n o mais consenso NEROALDO N o GESU NA que a elei o de diretor seja vamos dizer assim NEROALDO quase o nico modelo de democracia como se acreditou durante um tempo GESU NA Exato mas acontece que se mais consenso agora em 1997 isso era dram tico NEROALDO Exatamente GESU NA Isso era dram tico N s t nhamos um grupo que discutia efic cia e efici ncia e que combatia efetivamente a gest o democr tica se voc pegar os arquivos do IPEA NEROALDO Exatamente Exato Isso verdade hoje n s compreendemos que a gest o democr tica n o se esgota na elei o mas que a elei o sim um dos elementos dessa gest o democr tica muito melhor do que o concurso a experi ncia da Rede Estadual de GESU NA S o Paulo NEROALDO dram tica nesse sentido GESU NA Tem concurso aberto agora NEROALDO dram tica dram tica O diretor ele vai para uma escola por exemplo de acordo com a classifica o que ele tem ele vai para uma escola da periferia de S o Paulo e ele vai teoricamente subindo medida que um outro vai deixando o cargo ou medida que ele obteve uma classifica o e o que teoricamente subir sair da periferia 159 para mais perto da cidade ou seja sair de perto do povo para ir even
334. terlocutor prossegue diretivamente assertivamente e declaradamente opondo se separa o esquerda X direita procurando mostrar raz es para sua posi o Invoca os conhecimentos de fundo sobre a representa o queda do muro de Berlim paralelamente ao exemplo de ter sido indicado a presidente da UNDIME nacional por setores de esquerda aos quais permanece ligado nacionalmente como um isso ao qual se referir e a met fora colocada em xeque para descrever a dificuldade de aceita o da separa o esquerda X direita As ocorr ncias verbais mostrar verbo de sucesso fazer ver compreenderam verbo de sucesso alcan aram o sentido atinaram com ca do verbo de fracasso derrubado era vistalocu o verbal de sucesso compreendida podem verbo de sucesso t m a possibilidade meios fazer verbo de realiza o executar impulsionar fabricar perderam verbo de fracasso deixaram de reter na mem ria esqueceram confundiram se assumem verbo de sucesso entram no exerc cio de Isso importante mostrar que essas pessoas compreenderam que o muro de Berlim j tinha ca do h bastante tempo e que a separa o esquerda direita que hoje t o claramente colocada em xeque j naquele momento era vista com clareza por v rias pessoas e que as pessoas podem dentro de qualquer partido com dificuldades evidente fazer o seu trabalho e fazer avan ar a democracia Isso era verdade naquele momento e se tornou hoje uma clarivid
335. teza c lera alegria que se v no rosto nas m os na voz no corpo enfim Figura 11 representa o de condutas primeira vista iso m scaras de teatro V E J Fonte 4 2 http blog br inter net blog guerreir Dt odaluz blog br inter net mages Mascaras 20teatro gif 4 C D ia 66 Assim percebemos a express o sem o esfor o de consultar ou de re elaborar a experi ncia interna do que cada um desses estados representa Em seguida estabelecemos uma rela o com a pessoa Pelo movimento de empatia algu m pode se lan ar para participar da tristeza da c lera ou da alegria que por sua vez continuar o a ser tristeza c lera ou alegria daquela pessoa Se Gesu na sofre porque sua fam lia est de luto pela morte da sogra e se est encolerizada porque foi trapaceada h tamb m quem sofra porque ela tem essa dor e quem est encolerizado porque ela tem essa c lera Este o sentido mais importante da palavra acolhida Mas as duas situa es a de Gesu na e de quem quer que sofra com ela n o podem ser sobrepostas assim que os projetos comuns s o feitos de subjetividades que n o podem ser sobrepostas e assim que o projeto comum n o nico porque o projeto comum n o se oferece sob o mesmo aspecto para cada um de seus participantes As id ias que compartilham para formar o projeto est o sempre enraizadas nas situa es individuais mas apenas ao n vel das situa es in
336. tivo onde se podia fluir para a interven o institucional com o vi o da mudan a Ent o essa rela o de poca contou tamb m com a funda o de um sindicato de professores que tem suas pr prias din micas e se por um lado a participa o na organiza o sindical propiciou certas habilidades a gest o da UFPB requereu outras habilidades N o sendo um planejador profissional quais eram as habilidades do Prof Natanael Rohr da Silva Se algumas vezes foi visto como um estrategista teria sido porque Ah eu era um estrategista porque eu estava no meio de um pessoal onde eu precisava escutar mais j que eu n o falo muito bem n o sou um bom orador Olha como planejador pr reitor de planejamento eu n o era contra aquele jeito de ser do Prof Neroaldo um carism tico que causava rebuli o alvoro os eu n o planejava contra isso eu tentava solucionar problemas Veja como a gente trabalhava em equipe e havia uma clara concord ncia uma consensualidade sobre os prop sitos finais cada um de n s tinha um papel e nenhum era completo Como n s consegu amos trabalhar em equipe o conjunto conseguia trabalhar bastante bem Por exemplo o professor Ivan Targino era Pr Reitor de Assuntos Comunit rios a gente fazia um trabalho muito bom de inclus o social de levar a universidade para os setores mais exclu dos Fazia da forma dele Neroaldo tinha um papel importante nesse neg cio de agregar de movimentar a universidade esse
337. to HABERMAS 2003 Habermas se empenha em mostrar que de Hobbes at Hegel a filosofia pol tica considerou o direito como chave de leitura O modelo de contrato social podia apoiar se na evid ncia de que a moderna sociedade de troca garantia s pessoas privadas a autonomia e igualdade conforme sua participa o no interc mbio econ mico Esse car ter de sociedade civil que garantia espontaneamente a liberdade parecia necessitar apenas da declara o de um direito formal Essa intui o se explicitou nas variantes liberais de Locke at Kant e Thomas Paine Tratou se de um liberalismo que n o se valeu de uma teoria n o econ mica do poder Com Adam Smith e Ricardo foi desenvolvida uma economia pol tica que interpreta a sociedade civil como esfera do com rcio e do trabalho social dominado por leis an nimas Hegel atribui lhe o nome de sistema das necessidades E Marx como cr tico da economia pol tica reconheceu na anatomia da sociedade burguesa apenas estruturas para o auto aproveitamento do capital distanciada dos indiv duos que alienam Assim a categoria do direito perde sua posi o chave na estrat gia te rica e os pr prios mecanismos de integra o social n o s o mais pensados em sua natureza normativa A anatomia da sociedade burguesa traduzida pelos conceitos da economia pol tica revelou que o esqueleto que mant m coeso o organismo social n o mais o conjunto das rela es do direito e sim o das
338. trole que afeta nossa identidade assim nosso interlocutor lida com o problema de identidade Ele n o discorda Para tratar o relato da experi ncia de dissenso registramos ocorr ncias das express es disputa muito forte verbo de realiza o competi o intransig ncia intoler ncia entrada da creche no FUNDEB pol tica de amplia o da cobertura de financiamento da educa o que se relaciona com as compet ncias dos Munic pios sobre a qual os Estados n o concorrem briga Estados e Munic pios confronto e dissens o provocada pela disputa por aluno per capta Congresso Nacional possibilidade de envidar atores e retomar o espa o social em torno do aperfei oamento da lei discuss o maior agenda e interlocu o audi ncias p blicas manifesta o partid ria e publiciza o de conflitos Medida Provis ria n para substitui o FUNDEF no vencimento do prazo de validade e os verbos romper verbo de sucesso acabar perdemos verbo de fracasso n o fazer bom uso desautorizou ato 109 de fala diretivo tirou a autoridade desacreditou desabonou arrastou verbo de realiza o atrasou Nosso interlocutor fala ent o de sua condi o de minoria no Conselho Nacional de Secret rios de Educa o CONSED apesar de ser o Vice presidente e de sua discord ncia com o Presidente o secret rio do estado de S o Paulo Gabriel Chalita Consenso e mais uma vez a minha participa o no mbito nacional em rela o ao FUNDE
339. tualmente mais longe do povo GESU NA um deslocamento NEROALDO um deslocamento complexo GESU NA N o tem uma cultura de participa o NEROALDO de colabora o com o bairro onde a pessoa mora ou com o bairro em que a pessoa trabalha com a fam lia mas ele est vendo sempre a possibilidade de sair dali para ir para um outro lugar que segundo ele o lugar mais adequado GESU NA e j com a elei o exatamente o contr rio porque at formalmente voc tem que se imiscuir na comunidade NEROALDO Porque a fam lia vai votar e a escola vai votar claro que o processo de elei o tem seus v cios a gente sabe tem as suas interfer ncias Mas em rela o ao concurso eu considero efetivamente muito melhor Em rela o nomea o feita pelos agentes pol ticos pura e simplesmente ainda melhor Agora o que a gente tem que compreender e a sim um trabalho lento dif cil que a gest o democr tica passa pelos Conselhos que regulamenta a participa o dos pais a participa o da pr pria comunidade da fam lia e dos agentes que fazem a educa o naquela escola e isso um processo lento que precisa ser colocado Mas que importante ainda sobretudo aqui no Nordeste em que a gente tem essa interfer ncia essa inger ncia pol tica quase como um princ pio na educa o voltar a colocar a elei o nas escolas e sobretudo nas grandes escolas Colocamos em todas as escolas de Jo o pe
340. u o da teoria do discurso como teoria pol tica Love 1999 lembra um jogo de palavras de Habermas segundo o qual a interpreta o liberal que oferece boa parte dos conceitos pol ticos n o est errada essa interpreta o simplesmente n o v uma trave em seus pr prios olhos O problema que com a derrocada do estado socialista na Europa o Estado de Bem Estar Liberal passou a representar o olho da agulha atrav s da qual tudo deve passar essa condi o que empobrece a reconstru o conceitual por isso preciso considerar o que foi o ideal socialista enquanto refer ncia cr tica e como uma fonte de esperan a conforme a criticada vertente cultural judaico crist e o misticismo protestante A cr tica a essa vertente cultural considerada entre as rela es de ex lio fora do mundo vivido HABERMAS 1987b p 377 Para explicar o que isso significa preciso reconsiderar a narrativa da cria o Segundo essa narrativa quando Deus criou o mundo n o o fez por sua pr pria manifesta o ou externaliza o mas por um tipo de ex lio dentro de si mesmo migrando para suas funda es sem fim e encarnando a si mesmo em outras personalidades O autocontrole sub rept cio original de Deus n o impediu que Ad o e Eva o desobedecessem levando os expuls o do para so O resultado que a humanidade foi deixada sozinha na hist ria para se redimir de mal com Deus e sofrendo Atividades que j foram cumprida
341. u n o consegui ainda explicitar isso Esse tipo de aprendizado talvez eu tenha at internalizado mas se voc pergunta como que faz isso eu n o saberia como dizer Talvez seja necess rio que a gente consiga transformar essa experi ncia em bem p blico Gesu na talvez uma demanda de minha tese seja me envolver um pouco mais com o planejamento p blico as escolas de governo N s temos uma dificuldade para mexer com as ferramentas de governo com os espa os p blicos a forma o do funcion rio p blico perde Porque por exemplo tivemos a vertente da qualidade total essas vertentes que vem mas que n o chega nos problemas da democracia Voc um f sico que lidou com a universidade voc tem uma matriz vivencial todo um conhecimento que est no seu corpo Vamos pensar na senhora que est l em uma associa o educa o popular porque o Prof Neroaldo eu vejo o grande defeito dele no ativismo eu vou chamar de defeito mas defeito n o defeito dele de uma s rie de pol ticos que t m um conhecimento um verdadeiro frisson por estar fazendo agindo Natanael Neroaldo tem essa caracter stica de ativismo tem essa hist ria mas havia um grupo bastante identificado que de certa maneira acaba complementando o outro O ativismo de Neroaldo era uma coisa importante porque n o era s ele Tinha outros que dava a infra estrutura a superestrutura e que ajustava aquilo Quando voc consegue ter uma equipe e n o
342. ua vinda para a Para ba NEROALDO Vou comemorar 30 anos de Para ba em setembro desse ano GESU NA 30 anos Voc falava dos parceiros que vieram e foram embora eu vejo as dificuldades nessa hist ria e fico ensando se voc n o tivesse sido secret rio de educa o se n o tivesse se incorporado din mica institucional local voc estaria na obscuridade NEROALDO Certo e sobretudo eu poderia estar na obscuridade do ponto de vista pessoal isso interessa menos para o conjunto da sociedade mas eu n o teria podido prestar o servi o que eu entendo que estou prestando na Para ba eu trabalhei com o Prefeito C cero que me deu absoluta liberdade de trabalhar e trabalho para o Governador C ssio que me d absoluta liberdade de trabalhar quando eu digo absoluta liberdade de trabalhar n o significa que eu n o enfrento conflitos voltando ao tema que a gente fez mas porque eles t m confian a no trabalho que eu exer o cargo de confian a GESU NA Como vamos fazer com que a experi ncia de um Reitor a experi ncia de um professor de um diretor de centro se transforme em um bem p blico porque n s estamos assim quem quis ser reitor quem foi eleito depois faz o que como transforma esse bem p blico NEROALDO Eu acho que por caminhos diferentes mas o horizonte o mesmo e a s a hist ria que vai mostrar de fato o que na mod stia colabora o mod stia n o uma palavra apenas ret rica n o s o
343. uca o h trocas e n s criamos ao meu ver um senso comum de mudan as que muitas vezes vai contra o que n s pr prias encaminhamos porque quando troca voc quebra um processo quando troca dire o secret rios de educa o ent o eu queria agora sua narrativa muito rica voc acha que voc sozinha com sua escola com essa estrutura se voc tivesse um pouco mais de ajuda voc n o teria superado problemas que hoje voc tem que enfrentar sozinha DA LUZ Tinha Voc quer falar em termos de secretaria com a escola n o isso GESU NA Exato DA LUZ no in cio como eu disse aqui quando eu entrei na dire o da escola era o Prof Neroaldo o secret rio da educa o n o foi foi era ele o secret rio de educa o GESU NA Que ano era Maria da Luz DA LUZ 96 porque quando eu entrei como adjunta quando entrei como adjunta n o era Professor Neroaldo era Valqu ria 205 GESU NA E tinha gest o democr tica DA LUZ Tinha Quando eu comecei como adjunta n Mas eu sempre fui assim de me envolver muito com o trabalho da escola de procurar a secretaria mesmo eu sendo adjunta eu sempre ia com a Diretora e at mais do que ela na secretaria assim muito dif cil esse pr dio pertence ao Lions Clube a pra Prefeitura investir aqui um sacrif cio certo Porque eles n o querem investir num terreno que n o deles como agora passamos um ano lutando pela nova gest o n Pra ver s
344. ue foi plantada porque havia um grupo que pegava fotografias fitas de v deo de bandeiras vermelhas e apresentava para o Ministro da Educa o que iria assinar a portaria dizendo que voc era um comunista que voc era um PrTista tarar tarar risos e depois voc n o se filiou ao PT voc teria uma vincula o de imagem foi constru da pelo que a gente tem no depoimento e depois vai para o PTB e a eu pergunto mais para discutir justamente quais as dificuldades para falar com pol ticos de outros partidos porque s o v rias experi ncias de representa o tem tamb m muitas experi ncias ligadas ao Executivo Voc foi eleito dirigente sindical foi eleito Reitor e depois passou a ser secret rio de educa o e como Reitor um trabalho executivo tamb m muito embora tenha essa NEROALDO Esse componente eleitoral mas ao longo desse per odo a Para ba sabe disso eu nunca tive digamos uma atua o partid ria pelo PTB n o tenho participado de reuni o foi uma filia o estrat gica segundo o grupo continuei filiado mas n o tenho nenhuma identidade n o com os princ pios do trabalhismo com os princ pios do trabalhismo eu at tenho mas n o com 117 a configura o e os caminhos que o PTB tomou nos ltimos tempos No entanto o PTB um dos partidos de sustenta o do Governo Lula que tantos que criticam atua es de outros partidos acabam tendo que conviver com todos esses Esta unidade de signific
345. ue n s ficamos sem entender bem essa inser o Se voc est querendo participar do poder mais amplo n o s da universidade do poder municipal estadual onde os processos de a o que poderiam ser imediatas e violentas est o descartadas voc tem o processo eleitoral seguindo as regras estabelecidas tentar mudar a partir dela ent o voc tem que mudar sua pr tica tamb m Acho que n s n o conseguimos entender isso e algumas vezes que n s chegamos ent o a assumir isso n s tamb m nos surpreendemos com a nossa incompet ncia Porque essa incompet ncia que algum de n s aprendeu um pouco no exerc cio do processo administrativo Eu atualmente n o gosto de talvez esse basta vontade pol tica acho que n o basta vontade pol tica Se voc n o teve compet ncia para fazer determinadas coisas voc pode ter a maior vontade Eu acho um pouco fraquinho por exemplo o PT quando assumiu o poder nacional atrav s de Lula muito do que aconteceu depois porque diante de todo aquele poder n s n o sab amos como trat lo Aqueles aspectos pessoais que existem em todos os lados acabam aflorando Gesui na e aflorou na m dia numa CPI que colocou 24 horas por dia todo mundo l e a gente assistindo nosso flagelo Natanael Sempre digo para quem pergunta por que botaram o Meireles est no Banco Central eu sempre pergunto quem voc colocaria Se voc olhar n s n o t nhamos pessoas preparadas e os poucos que tinham n o
346. ueles objetivos que eram comuns eram os mesmos dele os meus do Ronaldo do Ivan e toda equipe Gesu na como havia uma rela o ent o a verticaliza o n o vamos falar em verticaliza o nessa altura do campeonato sen o v o pensar que eu estou falando de outra verticaliza o a hi e rar qui za o era algo que Natanael N o entre n s n o existia nesse aspecto o Neroaldo era uma pessoa muito boa apesar dele ter o cargo formal mas ele trabalhava muito em equipe ele conseguia trabalhar em equipe ele n o impunha Esse era um processo de discuss o Gesu na nesse processo de discuss o nessa conflu ncia de rela es foram se capacitando foram criando compet ncias Natanael Eu diria que antes nossa compet ncia era puramente acad mica Ent o n s come amos a criar uma compet ncia vamos chamar assim administrativa Cada um a seu modo A compet ncia de tratar aquele outro espa o que voc diz t Se voc olhar quase todos daquela equipe tinham uma forma o acad mica bastante boa Parte com doutorado sen o com doutorado sempre com trabalho de pesquisa Mas n s nunca t nhamos partilhado do poder Agora voc est l respons vel por ele Foi um per odo extremamente dif cil porque n s n o t nhamos experi ncia Pegar uma universidade do porte da Universidade Federal da Para ba que tinha o segundo or amento do Estado S era superado pelo pr prio Estado era maior naquela poca e eu acho
347. unados e muitas vezes sobreviviam de mendic ncia produtos da mobilidade social recusaram e criticaram o privil gio de nascimentos dos nobres O nobre aquele a quem a virtude enobreceu O degenerado aquele a quem nenhuma virtude conseguiu enriquecer Ao recusar o privil gio preconizaram uma nova ordem baseada no m rito A nobreza da pessoa o esp rito imagem da divindade A nobreza da pessoa a linhagem ilustre das virtudes A nobreza da pessoa o autodom nio A nobreza da pessoa a promo o dos humildes A nobreza da pessoa s o seus direitos naturais A nobreza da pessoa n o temer sen o a torpeza O conceito de m rito acad mico foi contempor neo da pr tica ritual do exame todavia sabe se que as formas de reconhecer atitude e habilidades s o diferentes Por exemplo o reconhecimento das atitudes envolvidas nos gestos de ser convidado a exercer o cargo de secret rio de governo ou de ser indicado como candidato presid ncia da UNIDME nacional t o diferente do reconhecimento das habilidades para desempenhar o papel de secret rio de governo e de Presidente da UNDIME que podem ser incompat veis A pr pria pessoa Prof Dr Neroaldo Pontes n o est livre para fazer asser es sobre si mesma ela estaria se expondo como presun osa A explica o que n o se pode reconhecer os pr prios motivos e inclina es do mesmo modo como se reconhece as compet ncias prec
348. uno proporcional dez votos de aluno valem um voto proporcional n o universal Ent o o seguinte eu prefiro n o ter nenhum voto de funcion rio da escola agora eu quero ter o voto dos alunos da comunidade e isso meu trabalho estou fazendo GESU NA nessa rela o que eu avalio a atua o do Prof Neroaldo Pontes que eu falei pra voc se eu for capaz no final de montar um pequeno roteiro do que fazer como secret rio de educa o no primeiro dia de sua secretaria no segundo dia no terceiro dia enfim para que as pessoas um dia quem sabe Alice chega a ser secret ria de educa o e por que Alice vai ter que fazer de conta que n o sabe dos problemas que vai ter que come ar tudo de novo E por que aquele saber que o professor ou professora tem na secretaria de educa o se transforma em uma capacidade dele e n o em uma capacidade da secretaria de educa o Como que voc estabelece sua rela o com o Prof Neroaldo a professora Alice Voc come ou seu mandato quando 197 ALICE comecei em outubro de 2004 GESU NA Como diretora Voc nunca tinha sido diretora antes ALICE N o agora tenho experi ncia em lideran a trabalhei em administra o de empresa j dirigi outros segmentos na rea de recursos humanos GESUINA Mas Alice fale da rela o de sua experi ncia como professora com o mandato do Prof Neroaldo Pontes Privilegie assim uma coisa que tenha sido inesquec vel pra vo
349. utros reflufram eu n o sei dizer como se fosse uma op o pessoal eu teria muita dificuldade de ter tomado aquela op o que Neroaldo tomou Acho que eu n o tomaria n s conversamos um pouco sobre isso naquela poca Mas eu acho que houve um certo sectarismo de procurar entender porque que cada um decidiu seguir seus caminhos O sectarismo s fez com que aumentasse o distanciamento Talvez se tivesse uma maior compreens o dos processos hist ricos das op es de cada um sem estigmatizar voc foi pra l acabou voc ficou aqui porque n o quer mais nada Acho que poder amos ter dado uma contribui o maior O que aconteceu na pr tica que nossa contribui o acabou ficando perdida nas lembran as Gesu na eu vejo voc aqui Natanael em um setor que para mim estrat gico Muito embora voc tenha feito uma esp cie de psicog nese de sua consci ncia pol tica eu sai do cr tico sou um anarco comunista ainda estou na fase de um eufemismo da cr tica que o ceticismo Natanael ceticismo Gesu na ceticismo 193 Natanael passei um esp rito cr tico que se transformou em um ceticismo n o no ceticismo de dizer que nada d certo um ceticismo de duvidar de n o saber de n o ter nenhum saber consolidado o que certo o que errado N o sei claro que voc se ancora em alguns eu tenho ncoras Voc tem que se fixar em alguns valores Gesu na sabe vou falar de meu ester tipo so
350. v ncia com O Presidente anterior tinha sido o Prof Adeum que era Secret rio de Educa o de um Munic pio dirigido pelo PT Por ato falho o Prof falou que o Munic pio dirigido pelo PT em quest o estava situado na Para ba Itabuna precisamente Mas que tinha acabado de perder a elei o portanto ele n o podia continuar sendo o presidente da UNDIME n o Ali s o Prof Adeum agora volta como Secret rio Estadual de Educa o do Governo do PT BA e depois que eu sai da Presid ncia da UNDIME voltava justamente o Adeum porque ele voltou a ser secret rio de Itabuna assumiu de novo a UNDIME e agora assumiu a Secretaria de Estado Ao chegar naquela reuni o eu lembro bem que n o fiz nenhuma interfer ncia em plen ria durante os tr s dias de atividades mas participei de todas as discuss es por grupo participei de todas as conversas minha 94 indica o para presidente da UNDIME curiosamente partiu do pr prio presidente Adeum que era ligado ao Partido dos Trabalhadores naquela ocasi o e de um grupo ligado tamb m ao grupo de partidos de esquerda particularmente a Secret ria de Educa o de Santo Andr de S o Paulo professores da Universidade de S o Paulo tamb m que me conheciam desde o per odo do meu doutoramento na Universidade de S o Paulo Temos a nega o perempt ria com a recorr ncia ao adv rbio de nega o de ter sido indicado pelo grupo do Nordeste do PMDB ou do PSDB As ocorr ncias verbais
351. verso de refer ncia conhecimento de fundo background knowledge de circunst ncias particulares constituintes de um dom nio que n o governado por regras expl citas n o sistem tico e est relacionado ao n vel do mundo vivido Lebenswelt e das formas de vida Lebensformen O mundo vivido tem sua refer ncia na singularidade dos acontecimentos dos encontros espont neos As formas de vida t m sua refer ncia nos interst cios da cultura na vis o entranhada da experi ncia de compartilhamento do mesmo mundo e da mesma linguagem Esse n vel representa o ponto de partida para a constru o do v nculo emp rico que nos auxiliou a distinguir algumas for as que atuam na conforma o de nossa rela o com o interlocutor Essas for as compreendem 20 O engajamento na atividade docente como a realiza o das condi es de sobreviv ncia e de realiza o intelectual e profissional onde buscamos a pr tica sindical primeiro pela for a dos baixos sal rios pagos com atrasos da revolta e da indigna o em seguida por uma leitura passional no entanto disciplinada das condi es de funcionamento da pol tica educacional Esse tipo de busca nos levou ao reconhecimento dos limites locais e da necessidade de participa o nas inst ncias de mbito nacional em busca de uma solu o para o problema da profissionaliza o do magist rio na educa o b sica expressa na aus ncia de um Piso Salaria
352. vestir na constru o de uma teoria discursiva da pol tica e do direito A investiga o etnogr fica auxilia a constru o da refer ncia emp rica com o foco sobre a atua o do Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo como o interlocutor central Sua passagem na gest o da UFPB e na gest o da Educa o Municipal de Jo o Pessoa 1996 1997 2001 possibilitou o protagonismo em uma interlocu o nacional por meio do exerc cio da presid ncia da Undime durante a reforma da educa o Os resultados da investiga o apontam o Regime de Colabora o como um mecanismo de regula o rec proca do desempenho das compet ncias comuns e concorrentes entre as esferas de governo sustentado pela interlocu o institucional O sil ncio sobre o Regime de Colabora o remete a interlocu o para o centro das aten es lembrando os conte dos da gest o democr tica apesar da indefini o conceitual e emp rica do dispositivo constitucional visado PALAVRAS CHAVE Regime de Colabora o Espa o P blico de Direitos Habermas Ricoeur Geeriz Lakoff Undime Democracia Fato Institucional Narrativa Neroaldo Pontes de Azevedo ABSTRACT The object of this study is the institutional interlocution that could turn viable a Collaboration Regime among the Spheres or Levels of Government a constitutional clause aiming at organizing and developing all Brazilian educational systems Municipal State Federal District and Federal Union in a country
353. volvimento acad micos para a atua o no quadro dos governos locais aos quais esses setores se op em 89 UFPB ACOLHIDA E EMPREGO Na rela o conjugal de um lado a pessoa Prof Dr Neroaldo Pontes de Azevedo tem a pr pria vida como uma experi ncia pessoal e finita do tempo Essa vida n o pass vel de ser representada como uma s rie em apenas dois tempos um tempo de viv ncia na universidade onde foi professor diretor do CCHLA Presidente do Sindicato e Reitor e outro tempo paralelo e cont nuo onde senhor de sua pr pria vida ele sempre estaria livre para fazer escolhas pessoais e pol ticas Tempos que teriam se revezado em apenas dois lugares diferentes A representa o implica no reconhecimento de m ltiplos tempos que se interpenetram fortalecendo se enfraquecendo se e equilibrando se reciprocamente Por outro lado enquanto institui o a Universidade Federal da Para ba tem a liberdade do tempo impessoal que escoa e dissolve qualquer marca de pessoa que nela se deposite E assim sujeita apenas inexor vel sucess o geracional e desumanizada pela aus ncia de narrativa a institui o pass vel de ser representada como um mecanismo de transa o acionado por lances de dinheiro e de poder controlado pela corpora o que disputa entre si pelo controle burocr tico simulando os rituais minimalistas da democracia com a finalidade de se manter integrada ao sistema administrativo Sob o prisma de
354. with deep regional inequalities The macro structural aspects that constraint the definition of public policies are not underestimated but we chose an approach that focuses on the contradictory and conflicting performances of a restricted number of people that take part in the proposition and management of educational public policies The indefinite character of the Collaboration Regime is treated in the perspective of a possible construction and enlargement of the Public Sphere of Rights as an interface of educational policy in its indissoluble relation to political life Our subject matter is situated in a field of tensions delineated by and based on the state of the art What is the meaning of that Collaboration Regime for the proposition of democratic management of educational policies How does it relate to the contents of democratic management thought in the light of the State Society relation We argue that one of the innovative institutional facts generated in the process of democratization of the Brazilian society is the performance of people striving to construct and enlarge the public spaces for proposing and managing public policies The methodology is based on interpretative ethnography using ideas of Geertz Ricoeur and Lakoff and moves towards Habermasian tradition on the configurations of the public sphere which is understood in the spirit of Habermas endeavour to widen the idea of rationality by constructing a discursive theo
355. zir um conhecimento que partiu do ideal de racionalidade procedimental e por isso teve como material de trabalho a experi ncia de conversa o Constru fmos um procedimento e principalmente nos expomos ao desafio de transitar entre as temporalidades te ricas e emp ricas que associaram a produ o de narrativas na tradi o etnogr fica com o cuidado epistemol gico da pragm tica universal Reconhec amos o risco dessa empreitada e entendemos que exatamente na negocia o de conceitos sob a situa o argumentativa por excel ncia que podemos fazer o teste da argumenta o livre de coer o Em um determinado momento desta caminhada algu m nos perguntou se t nhamos a autoriza o para utilizar as narrativas produzidas no fundo de nosso cora o rimos silenciosamente imaginando o quiproqu em que um pedido de autoriza o por escrito assinado em cart rio nos colocaria mediante o debate 131 O discurso tico cont m ou conduz a uma teoria democr tica da legitima o Essa condi o de uma teoria parece oxigenar o discurso pedag gico e solicitar que sejamos imaginativos pois a imagina o uma das principais formas de exercer a autonomia a capacidade de a ag ncia agency a habilidade para iniciar e culminar projetos para apresentar novas id ias quando se almeja o controle da pr pria hist ria de vida A autonomia o tipo de liberdade implicada na atitude reflexiva e indissociada das compet ncias comuni

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