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formas e funções do discurso do outro no gênero monográfico

1. ser inclu da uma l ngua estrangeira moderna como disciplina obrigat ria escolhida pela comunidade escolar BREZEZINSKI 2001 p 281 DD p 23 Na maioria destas escolas este quadro justificado pelas circunstancias dif ceis em que se d o ensino e aprendizagem de l ngua estrangeira falta de maneiras adequadas classes excessivamente numerosas n mero reduzido de aulas por semana tempo insuficiente dedicado a mat ria no curr culo e aus ncia de a es formativas cont nuas junto ao corpo docente BRASIL 1998 p 24 DD p 24 Seria o que Moita Lopes 1996 p 38 coloca sobre a atitude dos professores de ingl s no Brasil como muito colonizada MD p 24 Para atingir o desej vel deve o professor promover a conscientiza o do comportamento dos alunos e ent o come ar a formar cidad os Conforme Moita Lopes 1996 p 59 aponta se que esta nova atitude deve ser incorporada atrav s da Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L L LLL 215 reformula o do trabalho que est sendo feito na forma o de professores de ingl s nas universidades brasileiras DI p 24 e 25 As escolas p blicas que trabalham a l ngua inglesa nos seus curr culos ministram na na maioria das vezes a partir de uma abordagem que caminha quase exclusivamente pela hab
2. A inclus o da historia no discurso uma das exclus es saussureana traz o relacionamento da linguagem com os diferentes tipos de discurso haja vista que os discursos tanto podem ser constitu dos de diferentes maneiras como podem ser reconstitu dos e ou podem ser reinvestidos FAIRCLOUGH 2001 p 95 DD p 34 De acordo com Brand o 1998 p 38 a forma o discursiva representa na An lise do Discurso um lugar central de articula o entre a l ngua e o discurso MD p 34 O termo ideologia segundo Brand o 1998 p 19 ainda representa uma no o confusa Matizado por nuances significativas o termo ideologia ainda hoje uma no o confusa e controversa DD p 35 O foco desse termo apresenta para cada segmento que dele se utiliza uma significa o diferente dado principalmente a evolu o dos estudos A esse respeito Marx e Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL LLL 170 Engels apud BRAND O 1998 P 21 v o dizer que ideologia Um instrumento de domina o de classes por que a classe dominante faz com que suas id ias passem a ser id ias de todos Para isso eliminam se as contradi es entre for a de produ o e for a rela es sociais e consci ncia resultantes da divis o social do trabalho material e intelectual Necess ria a domina o de classes a ideol
3. MD p 30 Conforme aponta Baccega de fundamental import ncia que o produtor de textos tenha claro que ele o dono do seu texto e que conhecedor das possibilidades ling sticas tenha coragem para suplantar as referencias da norma padr o quando senhor dos seus objetivos assim o desejar 1989 p 09 DI p 30 Como pontua Baccega a concord ncia verbal um dos p los mais f rteis da l ngua portuguesa mas nem sempre podemos aceitar toda fantasia e criatividade h a necessidade de uma certa ordem o falante precisa compreender que a linguagem um instrumento de domina o e liberta o M p 31 Diante das discurss es elencadas pela professora Baccega em rela o a gram tica oficial inevit vel o questionamento faze se necess rio ensinar gram tica Com Com base nas reflex es da mesma o ensino de gram tica na escola deve ser realizado pois afinal atrav s dela que o aluno construir uma linguagem mais elaborada garantindo o acesso ao padr o mais valorizado da l ngua DI Como enfatiza a autora o que o professor n o deve normatizar cegamente todas as express es ling sticas na tentativa comprovadamente infrut fera de uniformizar todos os falantes em todas as situa es DI p 32 Um outro ponto interessante presente na abordagem de Baccega diz respeito a concord ncia ideol gica aquela efetivada de acordo com o sentido Cr gna CibdlePeera Disseta
4. DD p 40 A esse respeito Marcuschi afirma Uma an lise dos manuais de ensino de l ngua portuguesa mostra que h uma relativa variedade de g neros textuais presentes nessa obra Contudo uma observa o mais atenta e qualificada revela que essa variedade n o corresponde a uma realidade anal tica Pois os g neros que aparecem nas sec es centrais e b sicas analisados s o sempre os mesmo Os demais g neros figuram apenas como enfeites e at para distra o dos alunos 2000 p 106 DI p 40 Mainfueneau 2000 enfatiza que para se dominar um g nero textual faz se necess rio ter um certo conhecimento da organiza o dos seus constituintes Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LL LLL 159 DD p 41 A esse respeito Dion sio 2002 p 35 diz No ensino de uma maneira geral e em sala de aula em particular pode se tratar de g neros e levar os alunos a produzirem ou analisarem eventos ling sticos os mais diversos tantos escritos como orais e edificarem as caracter sticas de cada um DI p 41 Brand o 2001 reportando se aos g neros textuais enfatiza que este devem ser estudados como formas discursivas fundamentados num contexto s cio hist rico que constitui uma determinada cultura MD p 42 Conforme Brand o Ibi p 18 Uma abordagem que privilegie a intera o
5. Eis um dos meios de introdu o da l ngua inglesa na sala de aula inicialmente como uma disciplina curricular dotada de regras gramaticais aspectos fonol gicos pr prios mas provida de cultura poder informa o e que cabe a alunos e professores expandirem seus vocabul rios epistemol gicos no processo de alcan ar novos patamares de sentido como nos orienta Kincheloe 1997 DI p 27 Wwlch 1985 apud KINCHELOE 1997 p 76 defende que as comunidades heterog neas com diferentes princ pios podem melhor contribuir para o cultivo do pensamento cr tico e do racioc nio moral DD p 28 De processo resulta a sua emancipa o Rifkin 1987 apud KINCHELOE 1997 p 78 traz um importante considera o sobre este fato E mais os pesquisadores t m descoberto a correla o entre classe s cio economica e a percep o de tempo Sem o desafio da diferen a os educadores da cultura modernista t m muita dificuldade de ultrapasse a unidimensionalidade epistemol gica e cognitiva Os pressupostos socioculturais ocultos tais como temporalidade permanecem ocultos Os alunos mergulhados nos valores modernistas de velocidade e efici ncia s o considerados lentos Portanto o status que perpetuado e a diferen a negada os diferentes econ mica e culturalmente s o condenados como fracassados pela escola Animados pela nossa tica cr tica p s moderna n s somos fortalecidos em poder para ultrapassar o limitado para
6. Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 2222222222 L LL LLL 164 cultural em que estavam inseridos Nesse sentido as teorias da linguagem do passado ou mais atuais sempre refletem concep es particulares de fen meno ling stico e compreens es distintas do papel na vida social DI p 15 Saussure descarta o car ter social da l ngua em sua an lise por consider lo DD p 15 Ele privilegia seu car ter formal e estrutural mas o reconhece como um fato social no sentido de que um sistema convencional adquirido pelos indiv duos no conv vio social como ele pr prio afirma o estudo dos fen menos ling sticos externos muito frut fero mas falso dizer que estes n o seria poss vel conhecer o organismo ling stico interno op cit pp 22 23 MD p 15 Para Meillet apud ALKIMIN a historia das l nguas insepar vel da hist ria da cultura e da sociedade p 24 Ele considera a linguagem como fato eminentemente social pois as l nguas n o existem fora dos sujeitos que as falam e em conseqii ncia disto n o h raz es para lhes atribuir uma exist ncia aut noma um ser particular idem DD p 16 Bakhtin traz ao centro dos estudos ling sticos em oposi o a concep o saussureana a no o de comunica o social A verdadeira substancia da l ngua n o constitu da por um sistema abstrato de formas ling sticas nem pela enuncia o monol gica
7. Monteiro 2000 tamb m diz que os objetivos de descrever a heterogeneidade ling stica e de encontrar um modelo capaz de dar conta da influencia de fatores sociais que aturam na l ngua se tornaram realmente eficazes a partir de Labov MD Para Labov 1972 apud MONTEIRO 2000 p 26 o termo socioling stica soava redundante uma vez que n o se pode conceber uma ling stica que n o seja social Durante muitos anos relutei em aceitar o termo socioling stico porque ela d a entender que pode existir uma bem sucedida teoria ou pr tica ling stica que n o seja social M p 23 uma constata o evidente bvia de que a l ngua condicionada pelo social a come ar por aspectos de natureza do ambiente f sico que s o refletidos no sistema ling stico DD Aqui tomamos emprestado um exemplo de Monteiro 2000 p 18 para exemplificar o que dissemos Enquanto o portugu s tem apenas uma palavra para neve o esquim tem varias As razoes para esse fato s o obvias essencial para o esquim saber discernir eficientemente entre os diferentes tipos de neve claro que o portugu s disp e de recursos para se fazerem as mesmas distin es neve fina neve seca neve macia mas para o esquim esse tipo de distin o lexicalizada DD p 23 Considerando o que a Socioling stica tem muitas reas de interesse contatos entre as l nguas est o relativas ao surgimento da extin o ling stica multiling
8. Neste contexto preciso se conscientizar do papel da linguagem no contexto do ensino de l ngua inglesa onde o discurso tem faces desconhecidas e que podem produzir v rios significados MI Segundo Clark et Al 1996 estas concep es facilitam os objetivos da integra o social porque excluem a experi ncia de opress es de ser transformada em conscientiza o e portanto de torna se uma base potencial para a emancipa o DI p 27 Uma das formas de alunos e professores se sentirem engajados numa conversa o emancipat ria se sentirem livres do discurso autorit rio da certeza como nos afirma Kincheloe 1997 M Isto nos permite segundo o autor que se chegue consci ncia de que existem sempre m ltiplas perspectivas que podem ser oferecidas atrav s da conversa o DI Alcan ando o processo de conscientiza o Codd 1984 apud KINCHELOE 1997 diz que a a o deve caminhar junto para trazer mudan a social real MI Segundo Paulo Freire apud KINCHELOE 1997 os indiv duos passam por tr s est gios de consci ncia que n o a exata no o das suas a es DI No segundo homens e mulheres tornam se conscientes da 2 imposi o de suas depend ncias e o terceiro a pr pria conscientiza o KINCHELOE 1997 p 75 Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L L LLL 216 DI p 27
9. das ideologias DI p 26 Nesse mbito conv m ressaltar as concep es de Althusser 1985 acerca da met fora do edif cio em que base econ mica infra estrutura sustenta os outros andares nesse caso as ideologias superestrutura MI p 26 nesse contexto que se instaura a ling stica tomando a l ngua como representa o exterior elemento fundante do trabalho da AD Com efeito a reprodu o das rela es de produ es segundo Althusser desenvolve o papel da ideologia dominante e por meio disto as instancias da sociedade de classes distintas procuram harmonicamente assujeitar ou interpelar os sujeitos como sujeitos ideol gicos DD Esse assujeitamento ou interpela o faz os indiv duos terem a ilus o de ser o dono de sua vontade sendo obrigados a ocupar um espa o dentre os grupos sociais de uma determinada forma o social BRANDAO 1993 DD p 26 Em suma a forma o ideol gica tem necessariamente com um de seus componentes uma ou v rias forma es discursivas interligadas op cit p 38 DD p 27 Nessa perspectiva o sujeito para AD n o tem livre acesso as reais condi es de produ o do seu discurso devido a inconsci ncia de que atravessado e ao pr prio conceito de discurso MUSSALIN 2004 p 136 DI p 27 As CPs se misturam tamb m com o interdiscurso Cf MUSSALIN 1993 Eis DD p 28 Argumentando o fato exposto p
10. es visuais que dispomos a cada momento limitada DD p 17 Smith 1989 apud FULGENCIO E LIBERATO 1992 p 20 mostra tr s aspectos do funcionamento do sistema visual que ele acredita explicar essa limita o 1 o c rebro n o v exatamente o que percebido pelos olhos 2 ver toma tempo 3 ver algo epis dico Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 202 DI p 17 Com os aspectos citados acima o autor quer nos dizer primeiramente que o est mulo visual n o vai diretamente do olho ao c rebro mas que ocorre uma an lise e uma transforma o de sinais nas fibras que ligam nossos olhos ao c rebro Depois que o c rebro precisa de tempo para tomar decis es perceptuais por isso para ler com mais efici ncia o c rebro n o precisa ver tudo que est no papel ele pode prever parte das informa es sem precisar do intermedi rio da vis o DD p 18 Na vis o psicolingi stica a nfase n o colocada somente no significado pretendido pelo autor ou pelo leitor mas tamb m nas estrat gias utilizadas pelo leitor na constru o do significado Pode se dizer assim que numa vis o psicolingii stica A leitura um processo ativo de constru o de sentido a que o leitor chega por meio de antecipa es confirma es e ou reformula es de hip teses infer ncias utiliza o de conhecimento
11. 1 2 1 Caracteriza o do objeto de pesquisa a monografia de curso de gradua o e de especializa o iii ir eererereererrea cerca nea nen ren cana 23 1 3 Constitui o dO COTPUS uuaaaiaaaaaaararaaaaaadaraiaania tara iai aaa diria intra naaaaaaas 26 1 4 Procedimentos de coleta e an lise i erre rereanenea 31 CAP TULO II G NERO DO DISCURSO DISCUTINDO A TEORIA 37 2 1 Os g neros do discurso em diferentes perspectivas 37 2 1 1 Perspectiva de Bakhtin 2000 errar re renan 37 2 1 2 Perspectiva de Bronckart 1999 esessesssssessesseseessesseseesessessessesees 39 2 1 3 Perspectiva de Maingueneau 2001 eee eee 41 2 1 4 Perspectiva de Marcuschi 2002 euumuslos anos er orem emas RLL CALA Si ae 43 2 1 5 Perspectiva de Bazerman 2005 sssssssssssesessessessessereeseeseeseeseeseesee 46 CAP TULO III A RETEXTUALIZA O EM PR TICAS ACAD MICAS ALGUMAS ABORDAGENS TE RICAS eeeeeeeeeeeeeeeeereees 50 3 1 O processo de retextualiza o considera es preliminares 50 3 1 l Opera es de retextualiza o polifonia intertextualidade interdiscursividade intradiscursividade e discurso reportado 56 3 2 Do discurso reportado em Bakhtin heterogeneidade discursiva de Authier Revuz a materializa o do discurso do outro sesseeserseesseseeseesese 61
12. ME9 O tratamento 2005 Diferente dado a varia o dado a varia o orienta o ling stica no ling stica no quando da 12 A leitura do c digo d se da seguinte forma a letra M Monografia a letra G representa a modalidade gradua o e o n mero a seq ncia 8 A leitura do c digo d se da seguinte forma a letra M Monografia a letra E representa a modalidade especializa o e o n mero a seq ncia Cr gna CibdlePedra Disse ta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 31 manual did tico manual did tico MG9 e ME9 Linguagem Nova portugu s Observamos pela tabela acima a rela o geral das monografias com t tulos e c digos com os quais ser o referidas e analisadas Podemos notar na rela o que em MG1 e MELI MG5 e ME5 MG9 e ME9 os alunos produtores preferiram ficar com a mesma tem tica durante os dois momentos da escrita ou seja na gradua o e na especializa o enquanto nas demais monografias os alunos produtores optaram pela mudan a de tem tica 1 4 Procedimentos de coleta de dados A coleta de dados constitui se uma fase significativa da pesquisa cient fica tendo em vista que nessa etapa o pesquisador ir selecionar e organizar o material segundo os objetivos propostos Para consecu o deste trabalho a coleta de dados foi realizada seguindo algumas etapas fundamentais e relevant
13. a dm Su UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CI NCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES PROGRAMA DE P S GRADUA O EM ESTUDOS DA LINGUAGEM DEPARTAMENTO DE LETRAS FORMAS E FUN ES DO DISCURSO DO OUTRO NO GENERO MONOGRAFICO CR GINA CIBELLE PEREIRA NATAL 2007 CR GINA CIBELLE PEREIRA FORMAS E FUN ES DO DISCURSO DO OUTRO NO G NERO MONOGR FICO Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Estudos da Linguagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte na rea de concentra o Lingu stica Aplicada para obten o do t tulo de Mestre em Letras Orientadora Prof Dr Maria das Gra as Soares Rodrigues NATAL 2007 Cataloga o da Publica o na Fonte Universidade Federal do Rio Grande do Norte Biblioteca Setorial Especializada do Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes CCHLA Pereira Cr gina Cibelle Formas e fun o do discurso do outro no g nero monogr fico Cr gina Ci belle Pereira Natal RN 2007 233 f Orientadora Prof Dr Maria das Gra as Soares Rodrigues Disserta o Mestrado em Letras Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Programa de P s gradua o em Estudos da Linguagem Area de Concentra o Ling stica Aplicada 1 Ling stica aplicada Disserta o 2 Retextualiza o Disserta o 3 G nero monogr fico Disserta o 4 Discurso citado
14. ainda que o discurso citado n o pode ser reconhecido apenas do ponto de vista tem tico pois entend lo desse modo impede que quest es macros ou seja no n vel da an lise ling stica sejam respondidas Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 62 O discurso citado adapta se a partir de um outro discurso que est em constru o esse fazer n o permite que se negligencie o direito autoral do discurso citado devendo ser portanto garantidas todas as suas caracter sticas estruturais sem nticas e outras Apesar do discurso citado ser integrado a outras estruturas sint ticas sem nticas estil sticas e composicionais consegue adaptar se para garantir sua autonomia primitiva sem o que ele n o poderia ser completamente apreendido 23 No que se refere adapta o discursiva Cazarin 2005 p 134 afirma que o discurso de um impregnado pela palavra do outro que naturalmente alterada em seu sentido pelos efeitos da compreens o que assumem Nesse sentido n o h como o discurso de outrem diluir se completamente dentro de um novo discurso pois os aspectos sem nticos e estruturais permanecem relativamente est veis de modo que a integridade do discurso continua palp vel Isso descrito por Bakhtin como fen meno de rea o da palavra a palavra depreendendo da uma no o de sujeito
15. o capitalista que vivemos Para isso a escola busca proporciona ou pelo menos tenta d uma certa compet ncia para essa conquista como forma de sobreviv ncia Sobre isso Voese 2004 p 132 comenta Creio que as constantes cr ticas que se fazem ao Ensino Fundamental e M dio apontam para o problema de a escola em geral limitar se a objetivos que resultam de um olhar equivocado que v o homem apenas como uma particularidade que precisa encontrar meios de sobreviv ncia num mercado cada vez mais restrito e exigente como se esse fosse o tra o mais importante da generidade humana ME4 p 62 Nesses tr s fragmentos o discurso direto antecedido por um verbo que revela a a o do aluno produtor diante da cita o De acordo com a classifica o dada por Marcuschi 2007 no fragmento 11 o verbo afirmar que antecede a cita o tem a fun o de indicar a posi o oficial do discurso citado ou seja Lajolo 1997 enquanto estudiosa da rea representa uma autoridade que pode afirmar acerca da importante rela o estabelecida entre sociedade e literatura que ultrapassa os limites do liter rio O verbo nesse caso tem a fun o de antecipar a autoridade que a cita o exerce no texto uma vez que o discurso foi citado literalmente ou seja o discurso do pr prio autor fonte No fragmento 12 o verbo acrescentar um organizador argumentativo no discurso significa dizer que ao utilizar esse verbo o aluno produtor de
16. 114 dizia que o sujeito humano como parte da hist ria um sujeito reflexivo uma entidade que consciente da constante intera o entre os homens e seu mundo M p 16 Como j sabemos imposs vel uma cultural estrangeira n o interferir na nossa ainda que aquela n o seja de todo ben fica mas que mesmo ao individuo n o fregiientador do ambiente escolar nos vimos esta interfer ncia se fazer presente Por isso achamos necess rio e conveniente apresentar esta discuss o e analisa la segundo esta realidade DD p 16 Interessa sobretudo perceber se o aluno est usando seu poder reflexivo e cr tico para agir frente aquela situa o Horkeimer 1991 p 46 nos diz que o pensamento cr tico motivado pela tentativa de superar realmente a tens o de eliminar a oposi o entre a consci ncia dos objetivos espontaneidade e racionalidade inerentes ao individuo de um lado e as rela es do processo de trabalho b sico para a sociedade do outro DD p 16 Por isso Kincheloe 1997 p 115 enfatiza Esta no o de construtivismo cr tico permite aos professores uma consci ncia cr tica isto uma habilidade para sair de um Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 213 mundo com o qual estamos acostumados a perceber e ver as formas com nossa percep
17. 2003 apenas uma extens o do que se entende como dialogismo Em Dostoievski Bakhtin 1981 come a a notar a forma como as palavras v o se constituindo em id ias nas quais se fixam um aglomerado de discursos e neles se evidenciam as vozes refletindo cada uma id ias de diferentes pontos de vista Sendo portanto essa no o de polifonia que ir caracterizar a vasta inven o do discurso polif nico e n o simplesmente define se em compara o ao discurso monof nico que caracterizado pela aus ncia de vozes Contudo salientamos que assim como n o se pode deixar de mencionar polifonia quando se discute dialogismo tamb m n o podemos debater sobre ambos sem remeter a opera o de intertextualidade estabelecida segundo os princ pios da polifonia sendo geradora tamb m da diversidade de presen a de vozes no discurso manifestadas atrav s da constru o dos textos Nos estudos de Barros e Fiorin 2003 a intertextualidade reconhecida enquanto conceito relevante dentro da obra de Bakhtin em outras palavras significa dizer que a intertextualidade tratada nos moldes da teoria dial gica ou seja n o se pode discutir intertextualidade sem mencionar tamb m a dialogia e a polifonia pois ambos s o princ pios constitutivos da linguagem Para autores como Brait 2003 esses conceitos s o considerados equivalentes e revelam o jogo de linguagem instaurado pelas rela es dial gicas A intertextualidade o
18. 29 De acordo com Terzi 1984 apud TOTIS 1991 o aluno para aprender a interagir com o texto deve ser exposto a uma pr tica sistematizada em que o professor utiliza para compreender uma informa o impl cita no texto DI A autora afirma ainda que o papel que o professor deve assumir nesse processo o de interlocutor cuidando para que a sua presen a n o atrapalhe a aprendizagem do aluno de como se utilizar habilidades e estrat gias que um determinado tipo de leitura exige MI p 30 Como etapa final de toda aprendizagem temos a avalia o Segundo Kleiman 1989 uma das pr ticas utilizadas em sala de aula tida como inibidora do desenvolvimento da 2 compreens o a leitura avalia o Muitos professores utilizam a leitura em voz alta para avaliar a capacidade de compreens o dos alunos DI Kleiman 1989 afirma que esse tipo de leitura poderia sim servir como subsidio para avalia o dependendo exatamente do que o professor vaia avaliar DD a leitura em voz alta abarca o conhecimento sobre a estrutura sonora da l ngua e pode atrasar o engajamento do aluno na constru o do significado BRASIL 1998 p 90 MI De acordo com Kleiman 1989 o que acontece que na leitura em voz alta a maior preocupa o com a decodifica o pois naquele momento ele est sendo avaliado na sua pronuncia e como conseq ncia o significado fica em segundo plano Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN P
19. Disserta o 5 An lise do discurso Disserta o 6 Rodrigues Maria das Gra as Soares I Uni versidade Federal do Rio Grande do Norte RN BSE CCHLA CDU 81 33 CR GINA CIBELLE PEREIRA Formas e fun es do discurso do outro no g nero monogr fico Disserta o apresentada ao Programa de P s gradua o em Estudos da Linguagem rea de concentra o Ling stica Aplicada da Universidade do Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obten o do t tulo de Mestre em Letras Aprovada em Natal RN 13 de agosto de 2007 BANCA EXAMINADORA Prof Dr Maria das Gra as Soares Rodrigues Universidade Federal do Rio Grande do Norte Presidente da Banca Prof Dr Gilton Sampaio de Souza Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Examinador Externo Prof Dr Jo o Gomes da Silva Neto Universidade Federal do Rio Grande do Norte Examinador Interno INTRODU O etetett ttrt testes eeter rtr EEES EES EE reeereeeeeeaanaaaaaanneo 13 CAP TULO I ASPECTOS METODOL GICOS DA PESQUISA 20 1 1 Caracteriza o do campo de pesquisa esssssssessesseseesseseeseeseeseeseesee 20 1 1 1 O Curso de Letras CAMEAM sssssssssssssssssssssssesseeesseesccceccccerrerreresses 20 1 1 2 O Curso de Especializa o em Ling stica Aplicada e Curso de Especializa o em L ngua Inglesa c iene nene reneeanenenea 21 I 2 Do objeto de PESQUISA aan iii free 22
20. E te pergunta sem interesse pela resposta Pobre ou terr vel que lhe deres Trouxeste a chave DRUMMOND 2002 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 162 DI p 23 A frui o do texto na escola como destaca Amarilha 1985 problem tica porque os professores t m dificuldades de priorizar a natureza prazerosa da arte liter ria DD p 24 Como os professores n o t m uma experi ncia prazerosa com a obra liter ria n o conseguem incentivar as crian as de maneira adequada j que os mesmos n o v em a literatura como algo agrad vel O g nero preferido pelos professores o informativo de onde se infere que a experi ncia com o texto liter rio potencialmente mais prazeroso est longe de ser vivenciada De onde se conclui que os professores sem prazer n o pode ser leitores desejantes p 25 MI p 24 A pr tica pedag gica segundo Villardi 1997 distancia a crian a e o jovem do livro quando torna a literatura algo obrigat rio cujo prop sito atender a uma exig ncia da escola DD p 25 A pr tica pedag gica deveria privilegiar as m ltiplas formas de aproxima o entre o aluno e o livro e tornar o ato de ler uma produ o de sentido enquanto a o individual do leitor sobre o texto quando propomos atividades l dicas com obras lidas preciso termos em vista brinca
21. Interessa nos agora entender como se apresentam os g neros para que seja poss vel chegar ao centro da quest o que aqui se deseja Neste caso especificamente sabemos que g nero ocupa um lugar de enuncia es comunicativas e portanto apresenta dimens es essenciais e indissoci veis Segundo Bakhtin 1953 1979 apud ROJO texto n o publicado os temas conte dos ideologicamente conformados que se tornam comunic veis diziveis atrav s do g nero os elementos das estruturas comunicativas e semi ticos compartilhados pelos textos pertencentes ao g nero forma composicional e as configura es especificas das unidades de linguagem tra os da posi o enunciativa do locutor e da forma composicional do g nero marcas ling sticas ou estilo DD p 12 Com isso transcrevemos o que diz Rojo no artigo n o publicado G neros do discurso e g neros textuais sob perspectivas diversas por fim certos generos estabelecem ou n o historicamente rela es de textualidade com certas modalidades de linguagem ou m dias oral escrita n o verbal digital etc DI p 12 Bakhtin 1953 1979 aproxima os g neros prim rios da modalidade oral da linguagem e das esferas do cotidiano enquanto que relaciona os g neros secund rios do discurso as esferas dos sistemas ideol gicos constitu dos que surgem em situa es sociais mais complexas e evolu das muitas vezes relacionadas complexamente a modalidade escrita da lingua
22. apenas est ocorrendo com menos frequ ncia em termos quantitativos Nesse sentido mostramos a seguir dois fragmentos retirados de monografias de gradua o e de especializa o respectivamente Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 87 que ilustram como a sobreposi o de cita o uma pr tica frequente do aluno produtor o que denuncia a dificuldade que este aluno tem de posicionar se diante do outro 01 Bakhtin 1995 afirma que a caracter stica principal da linguagem a intera o verbal concretizada atrav s da enuncia o apresenta uma forma de conceber a linguagem que se op e ao subjetivismo individualista a qual enfatiza que toda enuncia o se organiza no interior da menta Assim Bakhtin Ibid p 112 defende que a a express o enuncia o determinada pela situa o social mais imediata portanto a enuncia o segundo o autor resultado da intera o entre indiv duos que est o inseridos em um meio s cio hist rico determinado E quando n o h interlocutor real este pode ser substitu do pelo grupo social do qual o locutor faz parte De acordo com Bakhtin toda palavra direcionada a um interlocutor toda palavra comporta duas faces ela determinada tanto pelo fato de que procede de algu m como pelo fator de que se dirige para algu m Ela constitui justamente o produtor
23. chegando universidade cf FELISPINO 2001 Nesse momento o aluno universit rio defronta se com atividades de escrita antes n o trabalhadas percebendo aos poucos que escrever na academia uma atividade constante Al m disso observa que a produ o de determinados g neros discursivos requer a leitura de outros textos j que a 5 Antunes 2000 Fiad 1997 Garcez 1998 Geraldi 2001 2002 Ramires 2008 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 14 escrita cient fica exige embasamento te rico por parte do aluno produtore ou seja a constante refer ncia a textos de outros autores Assim o aluno produtor chega universidade com enormes obst culos que v o desde a simples leitura e a interpreta o de texto at a produ o escrita que deveria constituir se como uma atividade n o necessariamente complexa no entanto revela se dificultosa para o aluno produtor Essa realidade vis vel em diferentes processos seletivos exames no Brasil em casos como o Exame Nacional do Ensino M dio ENEM Processo Seletivo Vocacionado PSV Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ENADE e concursos em geral que promovem sempre uma produ o escrita dentre outras quest es para avaliar o n vel de aprendizagem do aluno Em vista disso nas ltimas d cadas a produ o escrita na academia passou a ser alvo de in m
24. com relev ncia na escola DD Para isso os educadores cr ticos precisam desenvolver um discursivo que por um lado possa ser usado para questionar as escolas enquanto corporifica es ideol gicas e materiais de uma complexa teia de rela es de cultura e poder por outro enquanto locais socialmente constitu do de contesta o ativamente envolvidos na produ o de experi ncias vividas GIROUX 1997 p 124 DD p 18 Por m isto s ser poss vel se as escolas de fato exercitam formas de regula o moral e pol tica regularmente relacionadas com as tecnologias de poder que produzem assimetrias na capacidade de grupos e indiv duos de definir e compreender suas necessidades GIROUX 1997 p 124 MI p 18 Sabendo que a pedagogia cr tica nasceu segundo Rajagopalan 2003 p 105 das inquieta es vividas ou reproduzidas na sala de aula enquanto espelho da comunidade essa preocupa o altamente coerente visto que o professor se apresenta como um sabedor na comunidade em que est inserido mas n o um ditador e supressor daquela realidade DI p 18 e 19 Moita Lopes 1996 e Rajagopalan 2003 enfatizam essa perspectiva para que o aluno n o seja um escravo dentro do seu pr prio territ rio que em si j fornece bastante subs dios para uma aprendizagem rica DD Para que isto aconte a o pedagogo cr tico deve estar convicto que a partir de sua a o por mais li
25. de modo que os professores pesquisadores estejam atuando sempre na produ o de conhecimento sobre sua pr tica Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L L LLL 147 DI p 19 Ainda baseado em Moita Lopes 1996 no Brasil existem alguns programas ou projetos que trabalham para o melhoramento na forma o dos professores de l ngua o que est ligado diretamente ao crescimento do ensino de l ngua inglesa DD p 20 Fullan 1993 apud CELANI 2001 p 36 descreve as capacidades do professor do futuro e certamente do professor de L E assim 1 Empenhar se em afetar a vida de seus alunos objetivo moral 2 Aprofundar o conhecimento pedag gico conhecimento mais sofisticado sobre o ensinar e aprender 3 Conscientizar se sobre os amplos problemas de pol tica educacional e desenvolvimento social 4 Trabalhar de modo interativo e colaborativo 5 Aprender a trabalhar em novas estruturas redes de aprendizagem 6 Desenvolver o h bito e as habilidades de indaga o e aprendizagem cont nuas 7 Mergulhar nos mist rios nos altos e baixos da complexidade din mica do processo de transforma o 8 M p 20 V se que acima de tudo preciso preparar se para enfrentar os riscos e as incertezas do processo de transforma o que envolve acima de tudo o querer grifo do autor MD p 21 Para G mez 1
26. evidencia se o verbo afirmar como um dos mais recorrentes em nosso corpus o qual possui uma for a ilocut ria que mais da ordem do dizer do que do agir sendo uma forma de dar nfase autoridade do discurso citado Em vista disso o verbo afirmar encontrado em quase todas as monografias analisadas de gradua o MG Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 100 MG2 MG3 MG4 MG7 MG9 e especializa o ME1 ME2 MES ME7 MES Isso nos revela o quanto o aluno produtor tem necessidade de reconhecimento do seu discurso ou seja atrav s do uso do verbo afirmar o aluno produtor d autoridade ao seu discurso atrav s do discurso do outro interessante observar que os verbos mais utilizados s o justamente os que t m essa fun o de autoridade e de enaltecer o discurso do outro como por exemplo os verbos ressaltar enfatizar e destacar que atuam como indicadores da for a argumentativa do discurso uma vez que o aluno produtor ap ia se no discurso citado para autorizar e ou enfatizar o seu discurso Esses verbos foram bastante utilizados conforme explicitamos ressaltar MG3 MG5 MEI ME5 ME7 enfatizar MG4 MG9 MG3 MEY7 ME5 MES destacar MG9 MG3 MES ME6 sendo portanto tais verbos mais recorrentes em monografias de especializa o pois o aluno produtor de especializa o busca al m de autorizar o seu di
27. isolada nem pelo ato psicofisiol gico de sua produ o mas pelo fen meno social da intera o verbal realizada atrav s da enuncia o ou das enuncia es A intera o verbal constitui assim a realidade fundamental da l ngua 1995 p 123 DD p 16 Ainda na vis o bakhtiniana a enuncia o Um puro produto social quer se trate de um ato de fala determinado pela situa o imediata ou pelo contexto mais amplo que constitui o conjunto das considera es de vida de uma determinada comunidade ling stica ibidem p 121 DI p 17 Roman Jakobson privilegia o processo comunicativo focalizando assim tamb m os aspectos funcionais da linguagem e a identifica o dos fatores constitutivos do ato comunicativo o remetente a mensagem o destinat rio o contexto o canal e o c digo DI p 17 Marcel Cohen defende a separa o de aspectos internos e externos no estudo das l nguas sob o postulado saussureano mas assume a rela o linguagem e sociedade a partir da considera o dos fatores externos MD p 17 Para Benveniste dentro da e pela l ngua que o individuo e sociedade se determinam mutuamente p 26 no exerc cio da linguagem que o homem constr i e determina suas rela es com os demais integrantes da sociedade DD p 17 Noutras palavras Benveniste enfatiza que a l ngua permite que o homem na natureza e na sociedade se situe em uma classe seja em classe de aut
28. nica forma de conceder autoridade ao seu discurso Face ao exposto a impress o que temos que aluno produtor de gradua o e de especializa o faz do cap tulo de fundamenta o te rica um aglomerado de recorr ncia palavra do outro uma vez que n o busca interagir efetivamente com o dizer do outro ao qual ele se reporta mas realiza essencialmente um procedimento de apropria o das palavras desse outro CONSIDERA ES FINAIS Sempre sob as palavras outras palavras s o ditas a estrutura material da l ngua que permite que na linearidade de uma cadeia se fa a escutar a polifonia n o intencional de todo discurso Authier Revuz Face ao exposto propomo nos neste cap tulo a retomar as quest es da pesquisa que orientaram nosso trabalho reapresentadas abaixo procurando respond las Depois disso apontaremos alguns encaminhamentos para que sirvam de orienta o melhoria no trabalho de elabora o de monografias 1 Das estrat gias discursivas discurso direto indireto e modaliza es qual a mais recorrente Quem cita mais O aluno produtor de gradua o Ou o aluno produtor de especializa o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 119 2 De que forma o aluno cita o autor do texto fonte na constitui o na se o de fundamenta o te rica em monografias de gradua o e de es
29. nico manifestado pelos v rios modos de refer ncia utilizados pelo autor produtor para reportar se a outros textos Ap s reconhecermos os v rios modos de refer ncia ao discurso do outro manifestados na monografia de graduados e especialistas propomo nos na pr xima se o a descrever as formas de introdu o do discurso citado e em seguida destacaremos a fun o estabelecida pelo aluno produtor de gradua o e de especializa o para o discurso citado na constru o do g nero monogr fico 4 1 1 As formas de introdu o da cita o Nesse primeiro momento a partir do que discute Marcuschi 2007 acerca da a o dos verbos introdutores de opini o apontamos as formas de introdu o do discurso conforme explicitado anteriormente considerando que o discurso citado pode ser introduzido com ou sem o aux lio de um verbo VERBO CITA O seguida de destaque como aspas VERBO CITA O sem aspas SEM verbo CITA O seguida de destaque como aspas SEM verbo CITA O sem aspas conforme dito anteriormente no cap tulo I Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 99 Nesse sentido com base nessas formas de inser o do discurso do outro e na classifica o dada por Marcuschi 2007 para a fun o dos verbos elencamos a seguir alguns dos verbos mais utilizados pelos alunos produtores de gradua o e esp
30. o constru da atrav s dos c digos ling sticos signos culturais e poder enraizado M p 17 Seguindo este g nero percebemos o quanto importante discutir conforme Moita Lopes 1996 sobre a vis o dogm tica da forma o do professor de l nguas que est pautada somente na reprodu o de conte dos DI Para isso Moita Lopes 1996 defende que essa forma o envolve conhecimento te rico sobre a natureza da linguagem sistem tico e esquem tico e um conhecimento sobre os processos de ensinar aprender l nguas DI Est o impl cito a a quest o da consci ncia cr tica MOITA LOPES lt 1996 CLARK et al 1998 GIROUX 1997 e dos papeis sociais que ocupamos seja na sala de aula seja na sociedade e que refletem o nosso dia a dia DI Por m Moita Lopes 1996 insiste que esse processo cr tico de reflex o esteja presente na forma o de professores como autoforma o cont nua que se constitui educacional e profissional ao expor seu trabalho a auto avalia o cr tica DD p 17 Paulo Freira apud GIROUX 1997 p 123 diz que estudar uma tarefa dif cil que requer atitude cr tica e uma disciplina intelectual sistem ticos adquiridos somente atrav s da pr tica DI p 18 Este racioc nio a partir das id ias de Giroux 1997 sem d vida relevante para se constituir um espa o de posicionamento ideol gico que incorpore a pr tica discursiva
31. o cultural conhecer a norma culta portanto uma forma de ter acesso a essa produ o cultural e a linguagem oficial grifos do autor Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 231 DD p 21 A respeito dessa ideologia gramatical manifestada por esses dois autores Bagno 2000 p 22 posiciona se de uma forma muito significativa J se viu de que modo a ideologia usada para se contrapor a ci ncia isto a investiga o emp rica da realidade real Vimos tamb m na cita o de Cipro amp Neto de que modo a Gramtica Tradicional empreende a invers o da rela o id ias realidade a exist ncia de um padr o uniforme garantida pela Gram tica Normativa Essa invers o not vel quando se trata da rela o entre escrita e fala O certo falar assim porque se escreve assim a forma gr fica das palavras que nos deve guiar no momento de pronunci las a l ngua oral que deve respeitar a ortografia enquadrar se em seus moldes caber na roupagem gr fica e n o o contr rio DI p 21 Diante dessa realidade de discrimina o social pela linguagem tomamos emprestado o questionamento de Mussalim 2001 para refletir sobre o tipo de ensino de l ngua materna que se desenvolve na Escola DI p 22 Por isso nas palavras de Valente 2000 o ensino de l ngua materna deve desenvo
32. o intuito de proteg lo contra as interfer ncias do autor ou seja as entona es e as caracter sticas ling sticas pr prias do autor 2 Estilo Pict rico busca se integrar o discurso citado com maneiras mais vers teis que possam permitir a infiltra o do autor tendo em vista que sua tend ncia atenuar os contornos exteriores n tidos da palavra de outrem pois s o compreendidos como modelos mistos de transmiss o de discurso j que neste tipo o produtor tem a possibilidade de apagar sem receio as fronteiras n tidas do discurso citado Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 64 Reconhecemos nessas duas orienta es assim como em Grigoletto 2005 alguns elementos de compara o bem definidos Se na primeira orienta o estilo linear h uma preocupa o em expor explicitamente os limites da fala do outro na segunda orienta o estilo pict rico ao contr rio procura se apagar qualquer modo de demonstra o do discurso citado preciso levar em conta ainda a posi o do discurso citado na hierarquia social de valores ou seja na maneira que o autor do discurso citado representado pois este aspecto tem enorme influ ncia na forma como o discurso citado isto dependendo do valor atribu do obra e ou ao autor citado a dificuldade aumenta por parte do produtor em estabelecer uma opini o em
33. pessoas gramaticais dentre outras para adapta o do discurso do outro ao discurso em constru o Ilustramos a seguir com alguns fragmentos 09 Ao conceber que a ideologia tem exist ncia material Althusser mostra que s poss vel reconhec la ou compreender o seu funcionamento mediante pr ticas discursivas interpeladas pois atrav s do sujeito inserindo ou representando uma institui o ou aparelho que somente nele a ideologia passa a existir ME4 p 35 10 Althusser 1985 nas suas observa es sobre o papel das ideologias destaca que h as ideologias particulares inseridas na ideologia geral aquelas repousam na historia das formula es sociais em ultima an lise nos modos de produ o das lutas de classe que se desenvolve na conjuntura social MEI p 20 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 97 Nos fragmentos 09 e 10 observamos a forma como o aluno produtor de especializa o materializa o discurso indireto diferentemente do que ocorre com o DD Neste temos a enuncia o de outrem transformada por parte do aluno produtor numa tomada de posi o em rela o ao conte do sem ntico cf BAKHTIN 2004 p 160 ou seja o aluno produtor apreende a enuncia o do autor fonte e a parafraseia operando dessa maneira n o somente na articula o do discurso citante sobre o
34. porem a exemplifica o utilizada por DI Savioli referencia se da anterior para ele essa particularidade se deve ao pouco uso da segunda pessoa em grande parte do territ rio nacional DD p 19 Cunha e Cintra 2001 a exemplo das gram ticas j citadas explicitam as mesmas normas em rela o a concord ncia com o sujeito composto contudo fazem uma reflex o mais pertinente Em sua vis o Na l ngua corrente do Brasil evitem se as formas do sujeito composto que levam o verbo a 2 pessoa do plural em virtude do desuso do tratamento Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LL LLL LLL 183 v s e tamb m da substitui o do tratamento tu por voc na maior parte do pa s 2001 p 498 DI p 20 Verificamos que este caso de concord ncia com sujeito composto ressaltado por Rocha Lima 1999 como pertencentes a regra geral e n o como um caso particular As regras estabelecidas por este pesquisador s o as normas elencadas por Savioli 1989 j apresentadas neste texto DD p 20 No que se refere ao caso de exce o em que o sujeito formado pela 2 e 3 pessoa Rocha Lima 1999 assim com os demais gram ticos apresenta a sua posi o De acordo com suas reflex es Deve notar se que n o f cil documentar a sintaxe can nica isto tu ele v s na linguagem contempor nea do Brasil Entre n s o uso cor
35. reiterar reafirmar negar opositivas organizadores dos discordar temer admitir apartear revidar aspectos conflituosos retrucar responder indagar defender reconhecer reconsiderar reagir Interpretativos do car ter Aconselhar criticar advertir enaltecer ilocutivo do discurso referido elogiar prometer condenar censurar desaprovar incentivar sugerir exortar admoestar A classifica o acima apresentada vem confirmar que os verbos exercem fun es importantes na inser o do discurso relatado e que a sua aus ncia acarreta perda de articula o com a cita o quando essa cita o do tipo discurso direto Marcuschi 2007 destaca ainda que o verbo dizer n o entrou em nenhuma das fun es propostas porque atua como um coringa ou seja manifesta todas essas fun es dependendo do contexto e do tipo de discurso Al m disso Marcuschi 2007 p 165 ressalta que preciso tomar cuidado com o verbo escolhido para introduzir uma cita o pois os verbos assumem fun es que nem sempre est o fazendo justi a opini o original do autor Diante disso entendemos que o verbo introdutor de cita o tem a fun o acima de tudo de indicar caminhos para compreens o da cita o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LLL 76 portanto os verbos introdutores de opini
36. sustentabilidade a seu dizer No fragmento 16 por se tratar de um discurso indireto colocado no in cio de uma se o entendemos que o verbo defender tem como finalidade mais do que mostrar o discurso do autor fonte revelar a atitude o posicionamento adotado por Sch n 1995 sobre forma o profissional e n o conforme Marcuschi 2007 aponta que o verbo defender indica posi es conflitantes No fragmento 17 o verbo acreditar tem como fun o indicar o estado de provisoriedade do argumento Ao fazer uso desse verbo o aluno produtor de especializa o deixa transparecer a id ia de que a posi o tomada pelo autor fonte Bonini 2003 n o uma postura segura mas um pensamento provis rio que pode ou n o ser confirmado sendo que para concretizar sua id ia Bonini 2003 apresenta duas justificativas Tendo em vista que o verbo dizer possui muitas acep es dependendo do contexto e da forma de uso apresentamos a seguir dois fragmentos que revelam as diferentes acep es deste verbo 18 Com isso ser gramatical sob essa perspectiva seguir as normas e regras da l ngua no uso oral e escrito No dizer de Travaglia 2001 p 31 a gram tica normativa mais uma esp cie de lei que regula o uso da l ngua em uma sociedade MG5 p 27 19 p 12 Na esfera da comunica o Bakhtin apud ARAUJO 2004 p 92 em Hipertextos e g neros digitais diz que a l ngua vista n o como u
37. tica atitude cr tica educa o cr tica professor cr tico aluno cr tico texto cr tico an lise cr tica como nesses anos Do mesmo modo nunca se falou tanto em ideologia ideologia burguesa ideologia capitalista ideologia dominante aparelho ideol gico de estado contra ideologia Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL LLL 194 DD p 13 e 14 Como podemos notar um dos termos em evidencia e que conquistou um espa o consider vel no campo do ensino de l nguas nos ltimos anos tem sido a pedagogia cr tica Muitas s o as discuss es acerca desse assunto por ser esse na maioria das vezes entendido de forma err nea e equivocada Pedagogia cr tica justamente isso voc se torna mais cr tico em rela o ao que voc faz as atitudes tomadas em sala de aula se isso procuro ser bastante cr tico comigo porque eu fiz isso porque deu certo porque n o deu COX e PETERSON 2001 p 27 Ou tamb m Pedagogia cr tica voc pensar hoje a minha aula n o foi bem meu aluno estava ruim mas e eu para mim pedagogia cr tica isso e o dia a dia que te incomoda no sentido positivo te faz pesquisar refletir sobre sua pr pria a o e refazer esse caminhar eu n o vejo que as coisas possam vir acabadas enfim procurar entender melhor o que est acontecendo COX e PETERSON
38. visivelmente marcada estando mostrada n o marcada Nesse sentido apresentamos na pr xima se o a heterogeneidade mostrada sob diferentes mecanismos enunciativos 3 2 1 O discurso do outro e suas manifesta es na escrita acad mica O que ouvimos o que falamos e mais precisamente o que escrevemos sempre est incorporado de outros dizeres ou seja estamos compartilhando e fazendo refer ncia a outros discursos seja quando produzimos textos ou mesmo quando falamos pois pensando no modo como nossos dizeres se reportam aos dizeres dos outros ou seja como fundamentamos a escrita que pretendemos discutir as formas de manifesta o do discurso reportado em pr ticas acad micas Para isso destacaremos as formas de heterogeneidade mostrada postuladas por Authier Revuz 2004 em conson ncia com os estudos de Mat ncio 2003 sobre mecanismos enunciativos de refer ncia ao discurso do outro evidenciados em pr ticas acad micas A partir disso iremos enfatizar as formas de refer ncia ao discurso de outro Levando em conta a exist ncia de diferentes formas de refer ncia ao discurso do outro iremos apontar tamb m como se d a materializa o do discurso do outro em texto acad mico nas perspectivas de Authier Revuz Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 70 2003 e Mat ncio 2003 dentre outros Para Mat ncio 20
39. 1995 que a palavra o material privilegiado da comunica o na vida cotidiana e fen meno ideol gico por excel ncia DD p 51 Bakhtin 1995 p 38 a esse respeito conclui Isso n o significa obviamente que a palavra possa suplantar qualquer outro signo ideol gico Nenhum dos signos ideol gicos espec ficos fundamentais inteiramente substitu vel por palavras imposs vel em ultima an lise exprimir em palavras de modo adequado uma composi o musical ou uma representa o pict rica Um ritual religioso n o pode ser inteiramente substitu do por palavras Nem sequer existe um substituto verbal realmente adequado para o mais simples gesto humano Negar isso conduz ao racionalismo e ao simplismo mais grosseiros Todavia embora nenhum desses signos ideol gicos seja substitu vel por palavras cada um deles ao mesmo tempo se ap ia nas palavras e acompanhado por elas exatamente como no caso do canto e de seu acompanhamento musical DD p 56 Isso s refor a que nas pr ticas comunicativas que o homem cria a linguagem verbal como forma de exprimir seu pensamento e que em cada ato de fala est o imbu dos a intencionalidade e o ju zo de valor Ou seja quando nos dirigimos ao outro temos inten o ou desejo de mantermos um contato s cio comunicativo O ato de fala pressup e uma compet ncia social de utilizar a l ngua de acordo com as expectativas em jogo PCN 1998 p 126 DD Nesse context
40. 2001 p 27 DD p 14 Essas s o concep es de alguns professores de l ngua inglesa ao se p p g p g g posicionarem diante do tema no texto O professor de Ingl s entre a aliena o e a emancipa o de Cox e Peterson M percept vel que s o poucos os professores que apresentam um certo conhecimento do que a pedagogia critica mesmo que superficialmente VER ESSA CITA O NOVAMENTE MD p 14 Segundo Freire apud GIROUX 1997 p 123 estudar uma tarefa dif cil que requer uma atitude cr tica e uma disciplina intelectual sistem tica adquiridas somente atrav s da pr tica Sobre tal defini o podemos perceber que muitos s o agentes diretos para que a atitude cr tica tanto do professor quanto do aluno venha a acontecer DD p 15 Para Giroux 1997 p 124 os educadores cr ticos precisam desenvolver um discurso que por um lado possa ser usado para questionar as escolas enquanto corporifica es ideol gicas e materiais de uma complexa tela de rela es de cultura e poder por outro enquanto locais socialmente constitu dos de contesta o ativamente envolvidos na produ o de experi ncias vividas DI p 15 e 16 Como consta em Moita Lopes 1996 uma das quest es centrais a serem discutidas justamente sobre algumas atitudes de professores e alunos de ingl s em rela o a cultura estrangeira e a nfase que o ensino de cultura nas aulas de l n
41. Al m desses aspectos Pereira acrescenta que o mais importante o entusiasmo a paix o por aquilo que se faz acreditar que se capaz pelo menos de mudar aquela turma as pessoas que est o ali naquele momento em algumas horas em um semestre em um ano porque naquele breve tempo poder al m de ensinar despertar o desejo por mais instigar a procura do conhecimento de pessoas especiais 2000 p 246 DI p 43 Ele deve dialogar e interagir com o aluno Pereira discute e apresenta uma vis o com a qual compartilhamos MD Para a autora o perfil do professor de l ngua portuguesa assim pode ser definido n o limitado ou escravo de livros e teorias mas antenado a vida comprometido tanto com a tradi o quanto a modernidade evoluindo sem temer o novo fiel a sua consci ncia sempre e preocupado em dar e fazer melhor 2000 p 247 DD p 43 E para desenvolver um trabalho consistente importante conhecer e nos relacionamentos bem com esse objeto de representa o da l ngua conforme as palavras de Orlandi Conhecer esta hist ria permite nos formar quadros capazes de compreender os processos de constru o da l ngua nacional para ensin la e tornar nos aptos a compreender a natureza e extens o das pol ticas ling sticas que dizem respeito a l ngua nacional e as outras faladas no Brasil considerando a pr pria produ o de um conhecimento sobre essas l nguas 2002 p 162 C
42. CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 86 Gr fico 1 Comparando dados total de linhas e linhas de cita o em MG e ME Comparando dados total de linhas e linhas de cita o em MG e ME Total de linhas Como podemos observar no gr fico tanto nas monografias de gradua o MG1 MG3 MG5 MG7 MG8 e MG9 bem como nas monografias de especializa o ME2 ME4 MES ME6 ME7 e ME9 metade das linhas refere se a cita es com um percentual em torno de mais de 50 em ambos os n veis Em vista disso entendemos que o aluno produtor apresenta dificuldade no momento de posicionar se diante do texto em constru o e por essa raz o h no texto uma sobreposi o de id ias de outros autores passando seu posicionamento quase invis vel diante dos outros autores Dessa forma o aluno produtor de acordo com Mat ncio e Silva 2008 p 14 acaba se ocultanto sob a m scara do referente autor fonte isto sob o dito no texto retextualizado No que se refere s monografias de especializa o percebemos pelo gr fico que a quantidade de linhas de cita o ocorre de forma similar s monografias de gradua o ficando a diferen a em apenas tr s ME MES ME6 e ME9 em que cont m metade das linhas de cita o Isso n o que dizer que o aluno produtor de especializa o consegue posicionar se melhor diante dos outros autores
43. Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL LLL 47 Essa no o de g nero aponta para uma perspectiva em que as pessoas s o vistas como produtoras de g neros pois s o as situa es di rias vividas por elas que fazem emergir os g neros ou seja a necessidade de se comunicar que faz essas pessoas utilizarem g neros Situa es reais como por exemplo em uma escola professor e aluno utilizam provas di rios livro em um hospital onde o m dico necessita de uma receita de um boletim para estabelecer comunica o com outras pessoas Ambas s o a es apresentadas numa folha de papel que fazem emergir os g neros dentro da modalidade escrita mas existem outras a es dentro da modalidade oral como palestras e confer ncias Essas a es s o chamadas por Bazerman 2005 p 32 de fatos sociais ou seja a es significativas realizadas pela linguagem ou atos de fala podendo ser entendidas tamb m como as coisas que as pessoas acreditam que sejam verdadeiras e assim afetam o modo como elas definem uma situa o S o pois sobre essas a es que os g neros s o constru dos pelas pessoas atrav s das rela es di rias e atos A abordagem de Bazerman 2005 para delinear os aspectos que envolvem a constru o do g nero traz como foco principal as a es humanas isto a atitude das pessoas sendo a partir delas que se d a constitui o dos g neros sendo portanto uma pe
44. Infelizmente os trabalhos de leitura desenvolvidos na maioria das escolas brasileiras s o pouco significativos devido a diversos fatores negativos Por isso muitas vezes o aluno traduz e n o compreender o sentido do texto Assim a leitura n o est sendo desenvolvida de maneira adequada DI p 24 O professor precisa de embasamento te rico para trabalhar a leitura de maneira correta e encontra isso em autores como Moita Lopes 1996 que afirma que um programa de ensino de leitura para as escolas publicas fornece aos alunos possibilidade a nica habilidade em l ngua estrangeira que faz diferen a verdadeiramente na educa o do aprendiz Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 144 dos cursos de l nguas particulares DI E Ver nica Totis 1991 que v a import ncia da leitura como uma habilidade ativa com suas pr prias peculiaridades por isso enfatizam as estrat gias que os levem a uma leitura cada vez mais eficiente MI p 24 Segundo Moita Lopes 1996 na proposta de ensino de leitura a aprendizagem da L ngua Estrangeira vista como parte do processo educacional do aprendiz como um todo MI p 25 Segundo os PCNs 1998 fundamental que desde o inicio da aprendizagem de l ngua estrangeira o professore desenvolva com os alunos um trabalho que lhes possibilite confiar na pr pria capacidade de a
45. PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L L LLL 219 DI p 22 L vy 1999 p 226 chega a afirmar que o movimento citado abriu caminho para os negociantes Mas os negociantes n o seriam ciberneg cios se n o fossem os in meros usu rios dos quais dependem este tipo de comercio DD p 23 H os exclu dos porque falta qualifica o que atribui o do Estado Para desmestificar essa atribui o dada cibercultura de excludente L vy 1999 p 238 complementa que Os novos instrumentos deveriam servir prioritariamente para valorizar a cultura as compet ncias na perspectiva da cibercultura assim como nas abordagens mais cl ssicas as pol ticas voluntaristas de luta contra as desigualdades e a exclus o devem visar o gancho em autonomia das pessoas ou grupos envolvidos Devem em contrapartida evitar o surgimento de novas depend ncias provocadas pelo consumo de informa es ou de servi os de comunica o concebidos e produzidos em uma ptica puramente comercial ou imperial e que tem como efeito muitas vezes desqualificar os saberes e as compet ncias tradicionais dos grupos sociais e das regi es desfavorecidas DD p 24 Koch 2005 p 61 ao formar um conceito para texto concluiu do ponto de vista da recep o que todo texto um hipertexto DI p 25 Koch 2006 p 64 em Desvendando os Segredos do texto caracteriza os hiper links em
46. Procuro sempre e minha procura Ficar sendo minha palavra Carlos Drumnond de Andrade Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 37 CAP TULO II G NERO DO DISCURSO DISCUTINDO A TEORIA 2 1 Os g neros do discurso em diferentes perspectivas imposs vel se comunicar verbalmente a n o ser por algum g nero assim como imposs vel se Comunicar verbalmente a n o ser por algum texto Marcuschi Foi pensando na condi o de que a l ngua manifestada atrav s dos g neros do discurso que nesse cap tulo procuraremos abordar algumas das perspectivas te ricas entre elas Bakhtin 2000 Bronckart 1999 e o estudo de Marcuschi 2002 que discutem a respeito da variedade textual que a l ngua comporta a fim de compreender a fun o dos g neros do discurso e mais especificamente do g nero acad mico em pr ticas de retextualiza o Apresentaremos inicialmente a perspectiva bakhtiniana sobre a teoria dos g neros do discurso j que se constitui como base para todas as demais perspectivas que ser o mostradas ao longo desse cap tulo 2 1 2 Perspectiva de Bakhtin 2000 Refletir sobre o conceito de g neros do discurso na perspectiva bakhtiniana significa entender a l ngua como manifesta o da realidade de outro modo significa dizer ainda que a partir das situa es reais de uso concretizadas pela imensa variedade textual existente na sociedade que se representam os g
47. a l ngua e o sujeito se constituem nos processos interativos N o se pode desconhecer na fluidez deste processo espa os de estabiliza es reconhec veis somente porque correlacionados as instabilidades da linguagem e do sujeito Neste processo o sujeito constitui se pela internaliza o dos signos que circulam nas intera es n o s verbais de que participa GERALDI 1996 p 19 MG3 p 16 21 A pr tica pedag gica deveria privilegiar as m ltiplas formas de aproxima o entre o aluno e o livro e tornar o ato de ler uma produ o de sentido enquanto a o individual do leitor sobre o texto quando propomos atividades l dicas com obras lidas preciso termos em vista brincadeiras que recuperem a espontaneidade e o comprometimento dos jogos que provoquem desafios a partir dos sentidos dos textos e sobretudo que estimulem a participa o do leitor Cada um vai ter em vista o conte do do objeto textual e ao mesmo tempo atender para sua pr pria a o descobrir seu papel no da leitura EVANGELISTA 1999 p 256 ME3 p 25 No fragmento 20 observamos que o discurso do outro citado pelo aluno produtor de gradua o sem nenhuma marca introdut ria o que implica diretamente no sentido do texto Observamos nesse fragmento que Cr gna CibdlePedra Disserta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 22222222 L LLL 106 a aus
48. a tem tica a ser trabalhada na monografia J para Santos 2001 a monografia um texto de primeira m o consequ ncia de pesquisa cient fica que possui partes como identifica o posicionamento tratamento e o fechamento relevante para uma tem tica problem tica Na verdade s o defini es de monografia que se entrela am para se complementarem Se por um lado Santos 2001 define a monografia como sendo um texto por outro Tachizawa 2001 complementa quando diz ser um processo que envolve toda a gradua o e por ltimo Lakatos e Marconi 1992 sistematizam para definir a monografia como um trabalho estudo de car ter de inicia o cient fica que subentende uma revis o bibliogr fica de outras pesquisas A partir disso concebemos a monografia como um g nero cient fico que subtende o trabalho de reflex o sobre determinado tema com especificidade e sistematiza o envolvendo nesta dire o teoria e dados Todavia a constru o de uma monografia n o se limita somente ao trabalho de reflex o sobre um tema pois segundo Santos 2001 uma tarefa muito mais al m que se fundamenta na organiza o e na interpreta o anal tica e avaliativa de dados a partir de objetivos pr estabelecidos No que diz respeito ao aspecto estrutural o g nero monografia apresenta uma estrutura formal m nima definida De acordo com Lakatos e Marconi 1992 a diferen a desse g nero cient fico em rela o a outros g ner
49. ao discurso dominante que representa a internaliza o do ingl s como um bem um passaporte para o primeiro mundo Quem ensina ingl s n o pode deixar de considerar as rela es de seu trabalho com a expans o da l ngua avaliando criticamente as implica es de sua pr tica na produ o e reprodu o das desigualdades sociais Quem ensina ingl s n o pode deixar de se perguntar se est colaborando para perpetuar a domina o de uns sobre os outros DI p 17 Ainda em Pennycook 1995 apud COX e PETERSON 2001 p 21 o professor de ingl s deve ser um agente pol tico engajado num projeto de pedagogia cr tica que ajude o aluno a articular em ingl s contra discursos aos discursos dos discursos dominantes Pennycook acredita que uma pedag gica cr tica no ensino de ingl s sens vel as vozes dos alunos capaz de encoraja los a produzir uma contra palavra MD p 18 Segundo Simon 1987 apud COX e PETERSON 2001 p 20 Assim uma pedagogia cr tica no ensino de ingl s deve come ar criticamente explorando as culturas dos alunos conhecimentos e hist rias de maneira desafiadora e ao mesmo tempo positiva e animadora Grosso modo podemos dizer que a pedagogia do ingl s no mundo uma tentativa de capacitar alunos para escrever falar ler ouvir contra A no o da voz portanto n o aquela que envolve qualquer uso da l ngua o bl bl bl vazio da aula comunicativa mas deve estar atrelada a vis o da cri
50. apresentaremos os aspectos metodol gicos da pesquisa enfatizando os passos percorridos para escolha da metodologia de trabalho e consequentemente para a coleta sele o do corpus e an lise dos dados No segundo cap tulo exporemos diferentes perspectivas te ricas acerca dos g neros do discurso destacando conceitos e caracter sticas de g nero No terceiro cap tulo trataremos das bases te ricas sobre o conceito de retextualiza o mostrando as principais abordagens Faremos ainda uma reflex o acerca das diferentes opera es de retextualiza o enfatizando o discurso reportado como uma das opera es de retextualiza o mais recorrentes no discurso acad mico E por ltimo neste cap tulo estabeleceremos um di logo entre a no o de discurso reportado advinda de Bakhtin 2004 e o conceito de heterogeneidade discursiva de Authier Revuz 1990 2004 No quarto cap tulo faremos a an lise dos dados em dois momentos no primeiro apresentamos dados relativos s ocorr ncias das estrat gias discursivas discurso direto indireto e modaliza es No segundo momento analisaremos e descreveremos as formas e fun es do discurso do outro E por fim faremos nossas ltimas considera es retomando alguns dos aspectos constatados ao longo da an lise Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL CAP TULO I ASPECTOS METODOL GICOS DA PESQUISA a pr tica um crit rio decisivo para se
51. autor supracitado ao fazer referencia a complexidade que envolve a escrita de um texto enumerando os diversos fatores que interferem na organiza o do mesmo afirma A produ o de um texto escrito envolve problemas espec ficos de estrutura o do discurso de coes o de argumenta o de organiza o de id ias e escolhas de palavras de objetivos e do destinat rio do texto etc Ibid 1990 p 122 DI p 29 Ainda discutindo sobre a produ o textual Cagliari refor a sua cr tica em rela o a pr tica escolar MI Segundo ele a escola deve orientar a produ o do aluno de maneira mais eficiente motivando o a usar sua criatividade partindo da produ o fazer coment rios a respeito de tudo que achar relevante DD do mesmo autor a afirma o Deixo que os alunos escrevam rela es espont neas n o dando muita aten o aos erros ortogr ficos e apostando na capacidade das crian as de escrever e se autocorrigir com rela o a ortografa de fato um est mulo e um desafio que o aluno sente no trabalho uma motiva o verdadeira para a escrita Ibid p 122 DI p 30 Mussalin e Bentes 2001 destacam que a ling stica textual provocou mudan as na forma de se conceber um texto e a l ngua argumentando que a ling stica textual favoreceu uma an lise mais coerente das produ es textuais sociocognitivamente MI p 30 As produ es escritas dos estudantes conforme afirma Ger
52. autores 2001 acrescentam ainda que a concord ncia evita a repeti o do sujeito que pode ser indicada pela flex o verbal a ele ajustada Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LL LLL 182 DD p 16 J na gram tica de Pasquale e Ulisses o discurso em rela o a esse fen meno da concord ncia altamente prescritiva o verbo e o sujeito se ligam pelo mecanismo da concord ncia o sujeito verbo singular sujeito no plural verbo no plural 2003 p 466 DI p 16 Barros 1991 inicia a discuss o sobre este aspecto gramatical com exemplifica es protot picas eu proclamo que s a educa o faz um homem feliz DI p 17 Rocha Lima 1999 por sua vez introduz este assunto de forma direta fazendo referencia aos casos gerais que segundo ele reduzem se a duas regras DI p 17 J Bechara 1999 explicita um conceito semelhante aos demais gram ticos aqui abordados mas em suas orienta es normativas acrescenta dois paradigmas duas vis es em que se pode realizar se a concord ncia verbal DI p 17 Antes de tecer as regras gerais de concord ncia verbal como o pr prio Bechara 1999 classifica em outros casos ele enfatiza que preciso estar atento a liberdade de concord ncia que a l ngua portuguesa oferece para n o causar d vida ou contradi es principalmente no que se refe
53. autores entre eles Beaugrande e Dressler 1997 Charroles 1988 Koch e Travaglia 2000 Koch 2004 investigam entre outros fen menos as propriedades textuais de coer ncia e coes o respons veis pela estrutura o e compreens o de textos Mais recentemente o campo da Ling stica Textual tem sido tomado por pesquisas voltadas mais diretamente para a compreens o de fen menos textuais relacionados dentre os quais destacamos a referencia o a inferencia o e a retextualiza o Nesse sentido pretendemos neste cap tulo enfocar o fen meno da retextualiza o a partir de diferentes posturas te ricas Para isso apresentaremos inicialmente um quadro conceitual sob a tica de Travaglia 1992 Marcuschi 2001 e Mat ncio 2002 2003 e Mat ncio e Silva 20083 Al m disso mostraremos ainda que a retextualiza o materializa se sob diferentes opera es como a polifonia a intertextualidade o discurso reportado a intradiscursividade e a interdiscursividade Inicialmente trazemos as considera es te ricas de Travaglia 1992 que trabalhou a retextualiza o em sua tese de doutorado configurando se no Brasil como uma das primeiras pesquisas a discutir esta quest o em atividades de produ o escrita Para Travaglia 1992 p 83 a retextualiza o ocorre dentro da atividade tradut ria pois nesta perspectiva o tradutor traduz textos e n o l nguas isso significa que o Cr gna CibdlePeera
54. caracterizado como aquele em que se ouve diferente o discurso de outrem integrando ativamente e concretizando a sua Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 65 transmiss o outros elementos e matizes que os outros esquemas deixam de lado Nesses termos Bakhtin 2004 160 161 promove a an lise da alma do discurso indireto a partir de duas dire es 1 A enuncia o de outrem pode ser apreendida como tomada de posi o com conte do sem ntico preciso por parte do falante e nesse caso atrav s da constru o indireta transp e se de maneira anal tica sua composi o objetiva exata o que se disse o falante Variante analisadora do conte do 2 A enuncia o de outrem apreendida e transmitida enquanto express o que caracteriza n o s o objeto de discurso mas ainda o pr prio falante Variante analisadora da express o A partir dessas duas dire es Bakhtin 2004 vem nos dizer que no discurso indireto os elementos emocionais e afetivos do discurso ligados ao conte do sem ntico n o s o totalmente transportados para o discurso citado j que n o s o expressos de forma literal como no discurso direto pois quem enuncia o pr prio aluno produtor que carrega sua express o pr pria e deixa a transmitir ao discurso citado entendendo que n o tem como desvincular no discurso indireto o que faz parte do i
55. citado com o discurso em forma o Por isso podemos dizer que n o existe um discurso uno mas que os discursos s o permeados de outros discursos que os comp em e os formam num todo significativo Esse imbricamento ocorre de maneira t o sutil que o discurso citado ao ser integrado a outro discurso conserva suas caracter sticas estruturais sem nticas sem alterar a trama ling stica do contexto que o integrou BAKHTIN 2004 p 144 De um modo geral apresentamos as opera es de retextualiza o s o v rias destacamos em especial o discurso reportado uma vez que essa pesquisa trata das v rias formas de manifesta o do discurso do outro no g nero acad mico cf MAT NCIO 2002 Assim destacamos na pr xima se o algumas discuss es em torno do conceito de discurso reportado e ou discurso do outro com o intuito de mostrar como ocorre a utiliza o desse discurso nas opera es de retextualiza o 3 2 Do discurso reportado em Bakhtin heterogeneidade discursiva de Authier Revuz a materializa o do discurso do outro Pretendemos nessa se o fazer uma reflex o acerca do conceito de discurso reportado introduzido por Bakhtin 1929 2004 estabelecendo uma aproxima o com o conceito de heterogeneidade discursiva de Authier Revuz 1990 2004 Para Bakhtin 2004 p 144 o discurso reportado o pr prio discurso imbricado no discurso ou como diz a enuncia o na enuncia o Alerta
56. comportamento MD p 22 Segundo os PCNs 1998 p 37 a perspectiva educacional Leva a uma nova percep o da natureza da linguagem aumenta a compreens o de como a linguagem funciona e desenvolve maior consci ncia do funcionamento da pr pria l ngua materna ao mesmo tempo ao promover uma aprecia o dos costumes e valores de outras culturas contribui para desenvolver a percep o da pr pria cultura por meio da compreens o da s cultura s estrangeira s DD p 22 Como encontramos justificados nos PCNs 1998 p 38 A aprendizagem de uma l ngua estrangeira no ensino fundamental n o s um exerc cio intelectual em aprendizagem de formas e estruturas ling sticas em um c digo diferente sim uma experi ncia de vida pois amplia as possibilidades de se agir discursivamente no mundo M p 23 vis vel que para uma pessoa ter acesso igual no mundo dos neg cios da tecnologia e tamb m acad mico faz se necess rio que o ensino da l ngua estrangeira seja entendido e concretizado como um ensino que oferece instrumentos indispens veis de trabalho DD Portanto de grande relev ncia refletir sobre a seguinte afirma o nos PCNs 1998 p 38 Essas caracter sticas do mundo moderno t m por certo implica es importantes para o processo educacional como um todo e principalmente para o ensino de l nguas na escola Se essas megatendencias forem descri es exatas do panorama futuro
57. da estrangeira uma MG2 e ME2 reflex o sobre a pr tica do professor MG3 O ensino de 2003 ME3 Reflex o sobre o 2005 Diferente produ o de ensino de orienta o texto no 3 Ciclo literatura infanto quando da do Ensino juvenil MG3 e MES Fundamental A varia o 2003 A An lise do 2005 ling stica na Discurso MG4 marca o do descortinando as ger ndio do marcas do Mesmo portugu s nos ME4 invis vel em textos orientador na falares dos imag ticos MG4 e ME4 habitantes Pega verbal n o verbal Arrojado e Engenho Novo do munic pio de Portalegre MG5 A concep o de 2003 ME5 An lise de 2005 gram tica no aspectos Ensino discursivos da Mesmo Fundamental concord ncia orientador na uma an lise das verbal na vis o MG5 e ME5 pr ticas de Funcionalista linguagem MG6 L ngua Inglesa 2003 ME6 Um estudo sobre 2005 Diferente uma disciplina a aliena o do orienta o des necess ria professor de quando da para a forma o L nguas no Brasil MG6 e ME6 do indiv duo MG7 O ensino de 2003 MEZ A avalia o da 2005 Diferente leitura na sala de aprendizagem no orienta o aula de l ngua ensino de l ngua quando da materna teoria x inglesa MG7 e ME pr tica MG8 Pedagogia 2003 ME8 Chats Hipertexto 2005 Diferente cr tica a vis o e sua rela o com orienta o dos profissionais o conhecimento quando da de letras de g neros MG8 e MES textuais MG9 O tratamento 2003
58. das habilidades de leitura diz respeito ao material a ser utilizado De acordo com Totis 1991 a escolha desse material deve ser cuidadosa para se atendas as necessidades dos alunos expondo os a uma variedade de exemplos pr ticos da l ngua escrita e oral DD p 28 Para a sele o de um texto preciso observar dois fatores importantes primeiro o texto deve ser adequado a experi ncia e ao interesse do aluno e segundo deve se verificar se o texto realmente promover a pr tica da habilidade desejada Ser importante envolver os alunos nesse processo de coleta de textos para se assegurar por um lado o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 205 interesse dos alunos e por outro lado a conex o entre o que se faz na sala de aula de L ngua Estrangeira e o mundo fora da sala da escola onde a l ngua estrangeira usada BRASIL 1998 p 92 MD p 28 Totis 1991 sugere ainda a utiliza o de temas de outras disciplinas no material usado para ensinar uma l ngua estrangeira Segundo a autora Usar temas de outras disciplinas para ensinar o idioma estrangeiro n o apenas ajuda a demonstrar sua liga o com a realidade e a experi ncia concreta dos alunos mas tamb m fornece uma das maneiras adequadas para ensina lo enquanto instrumento de comunica o tornando seu estudo diferente de um mero exerc cio ling s
59. de g neros acad micos necessita de um momento de reflex o sobre o saber dizer e o saber fazer para que assim a escrita cient fica de alunos iniciantes ou n o na academia n o se limite apenas transcri o do discurso do outro mas ao estabelecimento de um di logo com o outro Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 123 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS AMORIM Mar lia O pesquisador e seu outro Bakhtin nas ci ncias humanas S o Paulo Musa Editora 2001 ANTUNES Irand Aulas de Portugu s encontros e intera o S o Paulo Par bola 2003 Associa o Brasileira de Normas T cnicas NBR 10520 Informa o e documenta o Rio de Janeiro 2002 AUTHIER REVUZ Jacqueline Heterogeneidade mostrada e heterogeneidade constitutiva elementos para uma abordagem do outro no discurso In Entre a transpar ncia e a opacidade um estudo enunciativo do sentido Tradu o por Leci Borges Barbisan Valdir do Nascimento Flores Porto Alegre EDIPUCRS 2004 p 11 79 Heterogeniedade s enunciativa s Cadernos de Estudos Ling sticos Tradu o por Celene M Cruz Jo o Wanderley Geraldi Campinas n 19 jul dez 1990 p 25 42 Rep res dans le champ du discours rapport L information grammaticale Paris n 55 jan1993 p 10 15 BAKHTIN M M Est tica da cria o verbal Tradu o por Paulo Bezer
60. discurso citado mas na pr pria constru o do discurso citado que recebe por parte do aluno produtor toda uma carga de elementos emocionais uma vez que se trata de duas vozes aluno produtor e autor fonte que se interligam sem que se desconhe a os limites de cada uma Conforme verificamos nos fragmentos acima em que o aluno produtor demarca atrav s da pr pria forma de enunciar que se trata de um discurso citado e n o de seu pr prio discurso No tocante ao discurso direto verificamos que aparece com um percentual de 34 de ocorr ncias na monografia de especializa o n o evidenciando diferen a consider vel se comparado ao percentual obtido na monografia de gradua o que foi de 35 A partir dessa compara o podemos observar que o aluno produtor especialista apesar da experi ncia tamb m demonstra a mesma dificuldade do aluno produtor de MG em usar o DD Esse fato deve se porque nessa estrat gia ambos reconhecem com mais facilidade a utiliza o do DD colocando se como mediador e articulador do discurso do outro n o se aventurando em realizar por meio do DD um di logo com o autor fonte No que se refere ao uso das modaliza es vemos que o percentual geral caiu expressivamente de 34 na MG passando para o percentual geral de 28 ocorr ncias sendo 13 de modaliza es diretas 9 de modaliza es indiretas e apenas 5 de modaliza es apreciativas l gicas dentre outras na monografia de especializa
61. do discurso do outro representa uma dificuldade vivenciada tamb m pelo especialista Percebemos ainda que a escrita dos alunos produtores de gradua o e especializa o comp e se de uma sequ ncia de discurso do outro denunciando que al m de citarem muito as cita es especialmente as diretas s o enormes ocupando s vezes metade de uma p gina Al m disso em poucos momentos percebemos di logo efetivo com o autor fonte de modo que muitas vezes h apenas a transcri o ipsis litteris do texto fonte como uma forma de dizer o seu pr prio discurso prevalecendo a perspectiva do outro sobre a sua Observamos que o aluno produtor de gradua o e de especializa o utiliza se de v rias formas para introduzir o discurso citado sendo divida de duas maneiras as formas subsidiadas por verbos dicendi cujas fun es indicam acerca da compreens o do pr prio discurso citado e as formas sem o aux lio do verbo nas quais o discurso citado reconhecido pelo uso das aspas por isso em tais formas a dificuldade reside em diferenciar quem o enunciador uma vez que somente pelas aspas que se pode saber de fato quem enuncia o aluno produtor ou o autor fonte Em vista disso percebemos ainda que as formas de introdu o do discurso do outro que n o t m o aux lio do verbo s o afetadas diretamente no sentido do texto apresentando falta de articula o entre o discurso citante e o discurso citado j as for
62. do mundo subjetivo da voz que a fonte do julgamento As modaliza es pragm ticas contribuem para a explicita o de alguns aspectos da responsabilidade de uma entidade constitutiva do conte do tem tico em rela o s a es de que o agente e atribuem a esse agente inten es raz es ou ainda capacidades de a o A classifica o dada por Bronckart 1999 para modaliza es ocorre diferentemente da que abordada por Koch 2004 pois Bronckart 1999 estipula somente quatro fun es enquanto que a autora nos apresenta cinco fun es sendo duas dessas cinco compiladas em apenas uma fun o que determinada por Bronckart como modaliza o l gica referindo se aos modalizadores al ticos e epist micos Entendemos pois que tal compila o ocorre como uma forma de facilitar a identifica o desses modalizadores textuais apesar de que esses modalizadores s o menos recorrentes em textos acad micos cf RIBEIRO 2002 As modaliza es l gicas e de nticas manifestam se no texto por meio de unidades de marca o de tempo verbos que expressam id ia de condi o e auxiliares de adv rbios e ora es impessoais J a modaliza o apreciativa marcada de forma preferencial por adv rbios ou ora es adverbiais enquanto s pragm ticas s o traduzidas pelo uso dos verbos auxiliares de modo Essas duas ltimas s o mais frequentes em textos cient ficos sendo as apreciativas ligadas mai
63. do seu contexto social DD p 21 Como enfatiza Travaglia A linguagem pois um lugar de intera o humana de intera o comunicativa pela produ o de efeitos de sentido entre interlocutores em uma dada situa o de comunica o e em contexto s cio hist rico ibid p 23 DD p 21 Como destaca Alves 2001 p 85 A intera o verbal respons vel pela produ o de sentidos constitui a realidade fundamental da l ngua por ser sua verdadeira substancia O sentido da intera o verbal outra denomina o para dialogo no sentido de discurso entre o eu e o tu o locutor e o interlocutor Ela determinada por dois fatores o contexto s cio hist rico e a atividade mental DD p 22 Koch e Travaglia 1999 p 10 ao tratar sobre a constitui o de um texto e suas defini es afirma Texto ser entendido como uma unidade ling stica concreta percept vel pela vis o ou audi o que tomada pelos usu rios da l ngua falante escritor ouvinte leitor em uma situa o de ointera o comunicativa como uma unidade de sentido e como preenchimento de uma fun o comunicativa reconhec vel e reconhecida independentemente de sua extens o DD p 22 Outro fator destacado pelos autores acima citados como respons vel pelo sentido de um texto a continuidade que d unidade ao mesmo como apreendemos no trecho seguinte a continuidade representada por uma id ia unificador
64. es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LL LL LLL 199 DI p 32 Giles considera a motiva o como sendo um reflexo de como os aprendizes individualmente definem eles mesmos em termos tnicos em rela o ao grupo da l ngua que se pretende aprender DI p 33 A seguir apresentaremos como Giles apud ELLIS 1987 p 257 descreve seu modelo pois ele faz um paralelo entre os determinantes de aprendizado com sucesso e sem sucesso de acordo com a teoria de acomoda o DI p 34 Ainda em Giles apud ELLIS 1987 h dois tipos distintos de mudan as ocorrentes em falantes de uma segunda l ngua MG7 MI p 12 O que se percebe que o professor de l ngua inglesa muitas vezes parece demonstrar uma compreens o equivocada do ensino de l nguas como aquisi o de habilidades e do conceito de leitura que este ensino traz De acordo com Totis 1991 muitos professores Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL LLL 200 ainda s o influenciados por uma vis o tradicional que traz concep es err neas sobre o ensino de leitura Como exemplo de algumas dessas concep es podemos citar a a leitura como a aprendizagem literal antes da aprendizagem da compreens o por infer ncia b o significado deve ser extra do somente do texto c o indiv duo deve ser proficiente na l ngua alvo antes de aprender
65. es pelas quais a intertextualidade se apresenta pois v m responder a questionamentos mais variados Como vemos a intertextualidade tem a ver com as rela es de atrelamento ou de outro modo constitui uma forma de identificar os caminhos percorridos pelo escritor e os la os estabelecidos com outros textos Na verdade utilizar se de fatores como a intertextualidade constitui tamb m uma opera o que requer do pesquisador escritor um maior envolvimento com o texto para poder detectar as rela es estabelecidas com outros textos Diferentemente da postura adotada por Beaugrander e Dressler 1981 e por Bazerman 2006 Koch 2004 afirma que o conceito de intertextualidade pode ser dividido em sentido amplo e sentido estrito Em sentido amplo refere se rela o mantida com outros textos enquanto parte constitutiva de maneira impl cita j em sentido estrito ocorre de forma expl cita ou seja quando h presen a de um outro texto de modo marcado por exemplo par frases estiliza o e na tradu o Em outras palavras essas duas formas podem ser descritas da seguinte maneira a primeira ocorre entre o texto em constru o a partir do texto fonte estendendo se em volta de todo o conjunto textual implicitamente J a segunda forma de intertextualidade d se entre o texto fonte e o texto em constru o de forma expl cita Sendo assim podemos dizer que a intertextualidade designa um Cr gna CibdlePeera Disseta o de Me
66. fixos constantes no site e moveis variam a sua apari o conforme a conveni ncia do enunciador MI p 26 Segundo koch 2005 p 64 o hipertexto apresenta algumas caracter sticas que se definem pela n o linearidade volatilidade devido a natureza virtual especialidade topogr fica por se tratar de um espa o de escrituraleitura sem limites definidos fragmentariedade DD p 27 Tomemos agora como exemplo o e mail que uma forma de comunica o escrita normalmente ass ncrona de remessa de mensagens entre usu rios do computado MARCUSCHI 2004 p 39 MG9 DI p 14 Faremos aqui uma breve reflex o a respeito da intera o verbal em Bakhtin 1995 Assim como Souza especificando as no es de dialogia ideologia e g neros do discurso que na concep o de linguagem como sendo de natureza s cio interacionista estes s o fatores constitutivos MI Para Bakhtin 1995 a palavra possui uma dimens o hist rica ideol gica e interativa DI p 14 Bakhtin 1995 diz ser o signo ling stico de natureza essencialmente ideol gico cujo efeito ideol gico se d justamente quando a linguagem posta em uso em que a linguagem MD de acordo com Souza 2003 se efetiva no processo de enuncia o Isso porque como j foi destacado a linguagem reflete o contexto hist rico social de onde produzida afinal l ngua e sociedade n o se separam DD A respeito desse fato Orlan
67. fun o uma das mais recorrentes principalmente entre alunos produtores de gradua o pois por se tratar de Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 112 um iniciante na produ o cient fica n o se sente com autoridade suficiente para fazer afirma o o que o leva a usar o discurso do outro como recurso de autoridade o Fun o II Introduzir um ponto de vista 29 Trabalhar a l ngua apenas como exterioriza o de pensamentos e id ias desconsiderar o conjunto de conhecimentos ling sticos que o usu rio da l ngua tem internalizado os quais ser o usados em situa es concretas de intera o Neves 2003 condena a forma tradicional de como a gram tica apresentada ao aluno impossibilitando uma reflex o e um pensar sobre a l ngua Segundo ela Pouco a pouco uma sistematiza o mec nica e alheia ao pr prio funcionamento ling stico oferecida com o universo a que se resume a gram tica da l ngua de tal modo que a gram tica vai passando a ser vista como um corpo estranho divorciado do uso da linguagem e as aulas de l ngua materna s passam a fazer sentido se a gram tica for eliminada NEVES 2008 p 18 MG5 p 25 30 Cunha e Cintra 2001 a exemplo das gram ticas j citadas explicitam as mesmas normas em rela o a concord ncia com o sujeito composto contu
68. gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 134 todos dom nios da vida e da cria o ideol gica nossa fala contem em abundancia palavras de outrem transmitidas com graus vari veis de precis es e imparcialidade Ibid p 139 M p 46 justamente nesse discurso onde reside a nega o ou contradi o da objetividade da ci ncia visto que ela feita por seres humanos e em tese n o poder haver impessoalidade M p 46 necess rio consideramos o que concerne nos discursos e sua a o pr tica na arte liter ria seja eles cotidiana pol tica cientifica religioso jur dico ou romanesco DI p 47 Enfim o romance o g nero da literatura onde os significados s o recriados e reestruturados pelo escritor cf BAKHTIN MI p 49 Conforme Candido 2000 a jun o dos aspectos acima frisada forma o conte do tem tico em que a arte liter ria se ap ia para abordar atrav s de seus processos estil sticos temas extra dos pelo autor das rela es sociais e seus valores ideol gicos DD p 49 Essa composi o tecida pela linguagem cujos fios s o adquiridos no tecido social e a obra de arte romance a matriz que faz repercutir id ias e valores na sociedade isto o veiculo de divulga o e repercuss o no contexto social como pondera o cr tico Anton
69. gradua o buscou durante a progress o discursiva expor o discurso do outro como forma de complementar a discuss o sobre a linguagem de maneira que pudesse transmitir no decorrer do texto a id ia de continuidade No fragmento 13 o verbo comentar tem a fun o de sustentar a partir da posi o de Voese 2004 a postura adotada pelo autor produtor de especializa o de que a escola prepara unicamente para o mercado de trabalho tomando assim a posi o colocada por Voese 2004 que aponta essa realidade como um problema Podemos constatar pelas passagens como os verbos representam um papel importante na inser o do discurso citado de forma a poder antecipar a compreens o de que trata a cita o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 103 Al m disso os fragmentos transcritos demonstram que o discurso direto quando introduzido por um verbo demarca explicitamente as vozes a serem enunciadas na constru o do texto isto o aluno produtor independente do n vel de forma o n o tem como apropriar se do discurso citado pois esse vem destacado pelas aspas e pelo verbo que o introduz deixando evidente quem o enunciador do discurso gt Inser o do discurso citado com VERBO DICENDI CITA O sem aspas Discurso Indireto DI O uso do discurso indireto transcrito com o aux lio dos verbos sem as a
70. gramaticais mas tamb m e sobretudo por sua constru o composicional Estes tr s elementos conte do tem tico Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 2222222222 L LLL 171 estilo e constru o composicional fundem se indissoluvelmente no todo do enunciado e todos eles s o marcados pela especificidades de uma esfera de comunica o Qualquer enunciado considerado isoladamente claro individual mas cada esfera de utiliza o da l ngua elabora seus tipos relativamente est veis de enunciados sendo isso que denominamos g neros do discurso DD p 40 Da mesma forma que as esferas sociais s o heterog neas heterog neos s o tamb m os g neros realizados nessa esfera como observou Bakhtin 1997 p 279 Todas as esferas da atividade humana por mas variadas que sejam est o sempre relacionadas com a utiliza o da l ngua N o de surpreender que o car ter e os modos dessa utiliza o sejam t o variados como as pr prias esferas da atividade humana o que n o contradiz a unidade nacional de uma l ngua DD E refor a ainda A riqueza e a variedade dos g neros do discurso s o infinitas pois a variedade virtual da atividade humana inesgot vel e cada esfera dessa atividade comporta um repertorio de g neros dos discursos que vai diferenciando se e ampliando se a medida que a pr pria esfera se desenvolve e fica mais comp
71. grandes momentos da historia da ling stica invariavelmente foram aqueles nos quais houveram intensos di logos inter e transdisciplinares em torno de quest es mais amplas envolvendo a linguagem Foi sem duvida consegii ncia direta das propostas de Saussure e Chomsky dois importantes da historia DI p 13 Pennycook 1998 apud SIGNORINI 1998 defende a sua transforma o numa disciplina cr tica e transformadora rompendo definitivamente com os modos de investiga o tradicionais uma vez que estes inibem o homem de participar de estudos que o possam levar a contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento de mudan as no seu meio DD p 13 A ling stica cr tica nasceu A partir da conscientiza o de que trabalhar com a linguagem necessariamente intervir na realidade social da qual ela faz parte Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 212 RAJAGOPALAN 2003 p 126 Sobre ling stica cr tica DI Rajagopalan 2003 ainda nos diz que para que o trabalho do professor tenha alguma influencia junto sociedade e nas nossas vidas se deve pensar diferente de uma ling stica tradicional e desprovida de sentimento PAREI AQUI MD p 14 Segundo Clark et Al 1996 p 44 O Estudo Ling stico prop e se a explicar e n o apenas a descrever o discurso de uma sociedade o
72. humana onde o individuo que fala tenta convencer o seu interlocutor e para isso faz uso dos diversos recursos e estilos dispon veis em nossa l ngua considerando sempre seu interlocutor usando as palavras de Bakhtin qualquer que seja o aspecto da expressao enuncia o considerando ele ser determinado pelas condi es reais da enuncia o em quest o isto antes de tudo pela situa o social imediata 1995 p 112 MD p 19 O que inviabiliza o conceito de linguagem como express o de id ias segundo Bakhtin ibid p 112 n o a atividade mental que organiza a express o mas ao contrario a express o que organiza a atividade mental que modela determina sua orienta o MD p 20 Para Faraco N o o di logo enquanto conversa espont nea que caracteriza a intera o mas o di logo entre seres situados marcados pela historia o di logo que travamos entre locutor e interlocutor em qualquer enuncia o seja ela falada ou escrita dirigida ou n o a um p blico imediato a intera o social 2001 p 04 MD p 20 O di logo condi o essencial para comunica o verbal segundo Bakhtin pode se compreender a palavra di logo num sentido amplo isto n o apenas como a comunica o em voz alta de pessoas colocadas face a face mas toda comunica o verbal de qualquer tipo que seja 1995 p 123 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL F
73. importante que se considere como preparar os jovens para responderem as exig ncias do novo mundo DI p 23 Destaca se tamb m nos PCNs 1998 p 39 a import ncia da l ngua estrangeira para as pessoas aprenderem a escolher entre as possibilidades que se apresentam por exemplo as pessoas podem livrar se de qualquer tipo de falso nacionalismo que impede o desenvolvimento pleno do cidad o no seu espa o social e no mundo MD p 24 Segundo os PCNs 1998 p 40 A posi o do ingl s nos campos dos neg cios da cultura popular e das rela es acad micas internacionais coloca o como a l ngua do poder econ mico e dos interesses de classes construindo se em poss vel amea a para outras l nguas e em guardi o de posi es de prest gio na sociedade Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL LLL 197 MD p 24 e 25 De acordo com os PCNs 1998 p 49 esta concep o que se deve ter da aprendizagem de uma l ngua estrangeira notadamente do ingl s usa lo para se ter acesso ao conhecimento em v rios n veis nas reas cientificas nos meios de comunica o nas rela es internacionais entre indiv duos de v rias nacionalidades no uso de tecnologias avan adas etc DD p 25 Referente a Pluralidade Cultural os PCNs 1998 p 50 relatam que a consci ncia dessas quest es deve ser tratada ped
74. interg nero e a heterogeneidade tipol gica MARCUSCHI 2003 p 31 DD p 43 Nesse sentido os textos dados por meio do movimento da constru o intertextual configuram se como polif nicos fen meno esse a polifonia da pr pria heterogeneidade mostradas o que refor amos ser as manifesta es expl citas recuper veis a partir de uma diversidade de fontes de enuncia o MAINGUENEAU 1993 p 75 DI p 45 Embora o PCN de L ngua Portuguesa 1997 coloquem os g neros da imprensa como um dos principais conte dos dos curr culos escolares sabe se muito pouco sobre quais s o esses g neros DI p 45 Bonini objetiva determinar quantos e quais s o os g neros do jornal como se constituem e como funcional o jornal DI p 46 Bonini 2003 acredita na necessidade de se ter um invent rio de quais s o possivelmente os g neros do jornal apresentando assim duas justificativas DI p 46 e 47 Melo 1985 numa perspectiva mais descritiva se prop e classificar os g neros a partir das trocas sociais jornal sociedade DI p 47 A classifica o de Melo criticada por Chaparro 1998 apud BONINI 2003 ancorado a uma perspectiva pragm tica com base em dois posicionamentos Pelo contr rio para o autor o fazer jornal stico est imerso em uma teia de processos e raz es sociais de modo que a opini o e informa o se imbricam e evide
75. mas a inadequa o da variedade ling stica utilizada em uma determinada situa o de intera o comunicativa DD p 28 e 29 No entanto como aborda Travaglia 2001 p 41 ao mesmo tempo em que reconhece a varia o ling stica como um fato observa se que a nossa sociedade tem uma longa tradi o em considerar a varia o numa escola valorativa Por m se acredita que se deve adequar o uso da linguagem as diferentes situa es de comunica o n o h como nas atividades de ensino aprendizagem trabalhar apenas com uma das variedades MD a culta pois conforme Neves 2003 p 35 a heterogeneidade n o advent cia a linguagem pelo contrario fator de adequa o e efici ncia e afinal qualidade e n o defeito solu o e n o problema MD p 29 Segundo Neves 2003 p 94 cabe a escola dar vivencia plena da l ngua materna todas as modalidades tem de ser valorizadas faladas e escrita padr o ou n o o que em ultima an lise significa que todas as pr ticas discursivas devem ter em seu lugar na escola MI p 32 De acordo com Castilho 1998 o professor de l ngua portuguesa se defronta em seu dia a dia com tr s grandes dilemas a crise social a crise cientifica e a crise do magist rio DI p 32 A segunda crise apontada por Castilho configurou se basicamente pela exist ncia de correntes diferenciadas em torno da linguagem DD p 33 C
76. monografias de conclus o de curso de gradua o e de especializa o Sendo que para isso estruturamos esse capitulo essencialmente em dois momentos No primeiro retomaremos quest es relativas estrutura da se o de fundamenta o te rica Quadros 1 e 2 sobre as quais faremos algumas considera es Trataremos ainda de expor as ocorr ncias das formas de cita o discurso direto discurso indireto e modaliza es no texto monogr fico estabelecendo compara o entre os dois n veis gradua o e especializa o E no segundo faremos a descri o e interpreta o do modo como o aluno produtor faz uso da cita o na constitui o da fundamenta o te rica 4 1 A manifesta o do discurso do outro em MG e ME relacionando os dados Inicialmente ressaltamos que a perspectiva do processo de retextualiza o adotada neste trabalho configura se como uma atividade que busca analisar a constru o da escrita do aluno concluinte de curso de gradua o e de especializa o representado por um contexto diferenciado que se caracteriza por um outro tipo de aluno que n o o ingressante e sim Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 84 aquele que supomos j ter um conhecimento acerca de teorias cient ficas e do fazer cient fico Pensando nisso propomo nos a tecer algumas interpreta es sobre a estrutura
77. motivo sen o o de dom nio cultural Tal atitude de imita o perfeita o primeiro sintoma de aliena o a se detectar j que se trate de uma identifica o total com o outro com o consequente abandono de sua pr pria identidade cultural MI p 32 Portanto segundo Geles a Teoria da Acomoda o passou a ser conhecida como a vis o resultante da aquisi o de uma segunda l ngua DI Assim como Schumann Giles tamb m faz alguns relatos referentes a aquisi o da l ngua com sucesso DI Entretanto Schumann explora estas rela es em termos de vari veis que criam uma certa distancia social atual enquanto que Giles faz o mesmo em termos de distancia social percebida DI p 32 Desse modo Schumann aparece para argumentar sobre a distancia social e psicol gica como fen meno absoluto que determina o n vel de intera o entre o individuo no papel de aprendiz e os falantes nativos DI J em Giles percebe se que as rela es de intergrupo s o vistas como material para uma constante negocia o durante todo o curso de cada intera o Portanto enquanto que para Giles as rela es de intergrupo s o din micas e flutuam de acordo com as vis es de mudan as de identidades de cada grupo MI para Schumann a distancia social e psicol gica s o vistas como est ticas em outras palavras mudam bem devagar Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun
78. n o pode estudar o texto de forma diferenciada em que qualquer que seja o texto vale o mesmo modo de aproxima o Uma abordagem que privilegie a intera o deve reconhecer tipos diferentes de textos com diferentes formas de textualiza o visando a diferentes situa es de interlocu o DD p 42 Para compreender as significa es da l ngua socialmente constitu da necess rio levar em conta os aspectos internacionais convencionais e ativos pois os g neros textuais mesmo atendendo as exig ncias comunicativas t m uma organiza o pr pria para cada tipo O estudo do funcionamento dos discursos constituir uma das vias de abordagem poss veis de uma concep o de significados que integra o uso e os fatores ling sticos BRAND O 2001 p 25 DD p 42 Considerando que a l ngua funciona atrav s de textos e que existe uma variedade textual representativa de necessidades reais de comunica o o conhecimento dos g neros textuais permitem a inser o social do homem criando possibilidades concretas que para os alunos nas suas pr ticas cotidianas usem a l ngua tendo consci ncia da estrutura textual e discursiva que comp em a tecitura de cada g nero como confirma Bakhtin 1992 p 279 apud BRAND O 2001 p 43 A riqueza e a variedade dos g neros do discurso s o infinitas pois a variedade virtual da atividade humana inesgot vel e cada esfera dessa atividade comporta um repert rio
79. no plano plurilinguistico onde ele vive e age em um mundo completamente marcado por ideologias Fica nesse sentido claro o papel que o autor atribui as suas personagens dentro do romance DD p 45 Assim o romance um veiculo de influencias bastante poderoso no processo de difus o das palavras do outro e esse sentido significativo a coer ncia do racioc nio bakhtiniano Qualquer conversa repleta de transmiss es e interpreta es das palavras dos outros A todo instante se encontra nas conversas uma cita o ou uma referencia aquilo que disse a uma determinada pessoa ao que se diz ou aquilo que todos dizem as palavras de um interlocutor as nossas pr prias palavras anteriormente ditas a um jornal a um decreto a um documento a um livro etc Ibid p 139 40 M p 46 pertinente notarmos que o romance apenas uma das possibilidades de representa o das palavras do outro na comunica o humana tamb m entre uma gama de discursos socialmente difundidos o que mais se destaca em termos de elabora o e de estilos na est tica verbal DI Assim Bakhtin al m de enfocar as vozes que orquestram o romance ainda levanta uma empolgante discuss o acerca do discurso cotidiano este claro tamb m perpassa os fios internos de uma obra liter ria imbu do na fala e mon logos dos personagens que uma maneira corriqueira de transmiss o da palavra do outro DD Assim Cr
80. o DD no caso de uma palavra amb gua a sua categoria gramatical pode permanecer sem especifica es at que essa informa o seja processada GOUGH 1976 apud KLEIMAN 1989 p 24 DI p 16 Totis 1991 baseada nas teorias de Goodman 1976 Smith 1991 entre outros apresentam a leitura como um processo psicoling stico no qual a mente do leitor interage com o texto Nesse processo o leitor constr i um significado do texto atrav s da intera o do seu conhecimento conceptual com pistas existentes no texto MD p 17 De acordo com a autora ele prediz estruturas testa as de acordo com o conte do sem ntico constru do a partir da situa o e do discurso em progresso e por fim confirma se ou n o ao continuar a leitura TOTIS 1991 p 34 MI p 17 Segundo Smith 1973 apud TOTIS 1991 a leitura envolve um balan o entre informa o visual e n o visual A utiliza o das informa es visuais pelo leitor depende do seu conhecimento pr vio Quanto mais conhecimentos pr vios o leitor possuir sobre o texto menos informa es visuais ser o necess rias na constru o do significado MI De acordo com Fulg ncio e Liberato 1992 quanto mais informa o visual o leitor precisar mais dif cil ser a leitura do texto As autoras afirmam ainda que a compreens o pode ser imposs vel se o leitor ficar excessivamente dependente de informa es visuais Isso porque a quantidade de informa
81. o Essa queda de uso da modaliza o demonstra que o aluno produtor de especializa o explicita menos suas opini es julgamentos pois a modaliza o tem como fun o fazer denunciar os posicionamentos do aluno produtor Sendo assim evidente o pouco uso desse recurso na ME uma vez que das tr s formas de Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 98 modaliza es as menos explicitadas foram as modaliza es apreciativas e l gicas cuja fun o revela o posicionamento enunciativo do aluno produtor Em geral constatamos que o uso da cita o constitui uma pr tica bastante recorrente na constru o da se o de fundamenta o te rica Vimos ainda que o aluno produtor de monografia de gradua o cita mais que o de especializa o sendo as formas de discurso do outro utilizado por ambos os n veis tais como discurso direto discurso indireto modaliza es modaliza es diretas modaliza es indiretas e modaliza es apreciativas l gicas de nticas e pragm ticas Dentre esses formas destacaram se como mais recorrentes conforme a ordem a seguir discurso direto discurso indireto e modaliza es diretas A partir dessas formas de manifesta o discursiva entendemos que o texto cient fico caracteriza se por rela es discursivas que mant m com outros discursos nos quais dialoga e interage atrav s do jogo polif
82. o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L L LLL 186 DD p 32 Said Ali assim se manifesta sobre o uso da concord ncia Estas regras d o id ia de pr tica da concord ncia em tra os muitos gerais N o se aplicam a todos os casos e quando aproveit veis n o podem ter a pretens o de valerem sempre o rigor pr prio das formulas matem ticas Notaremos para alguns deles n o uma mas duas concord ncias que se contrariam e que se justificam em pocas sucessivas De ordenario quando se diz que certo termo deve concordar com outro tem se em vista a forma gramatical de referencia D zia povo embora exprimam pluralidade multid o de seres considera se por causa da forma como nomes no singular H contudo condi es em que se despreza o crit rio da forma e atende n o apenas a id ia representada pela palavra se faz a concord ncia com aquilo que se tem em mente 1971 p 280 DI p 33 A partir da reflex o propiciada por Baccega atrav s de suas investiga es reafirma se a import ncia da escola trabalhar com as diferentes modalidades e registros As tend ncias da norma padr o como as outras possibilidades efetividades pelos usu rios no seu dia a dia precisam fazer se presentes na sala de aula Esse princ pio compartilhado por Travaglia 2003 DD p 34 Bastos comenta sobre esta influencia A preocupa o dos primeiros gram ticos
83. o em grande n mero agem simultaneamente e surgem de dentro e de fora do sistema ling stico A altura d muita nfase ao conceito de vari vel dependente tendo em vista que esta vari vel s possui exist ncia porque condicionada por fatores de ordem interno e externo ao sistema ling stico DD Uma vari vel concebida como dependente no sistema que o emprego das variantes n o aleat rio mas influenciado por grupos de fatores de natureza social ou estrutural Assim as vari veis independentes ou grupos de fatores podem ser de natureza interna ou externa a l ngua e podem exercer press o sobre os usos aumentando ou diminuindo sua fregii ncia de ocorr ncia MOLLICA 2003 p 11 DI p 25 Dessa forma partindo de um esquema geral Mollica 2003 classifica os condicionadores da seguinte forma DI p 25 Por sua vez Travaglia 2001 diz que podemos ter dois tipos de variedades ling sticas os dialetos e os regionais DI p 26 Monteiro 2000 assinala que as varia es ocorrem quando duas ou mais formas est o em concorr ncia num mesmo contexto e a escolha de uma depende de uma serie de fatores DI Labov coloca a varia o como requisito ou condi o para o pr prio sistema ling stico DI p 26 Monteiro 2000 considera a l ngua como um todo faz uma distin o entre as regras ditas categ ricas e as regras variantes DI p 26 Tendo destaca
84. o exercem a a o direta de sentido do discurso relatado Esclarecemos pois que essas formas de heterogeneidade mostrada marcada designam se como exemplos de tipo de discurso relatado em que o enunciador ora utiliza recortes de palavras do outro discurso direto ora faz uso de suas pr prias palavras para transmitir o discurso do outro discurso indireto No que se refere heterogeneidade mostrada n o marcada designam como maneiras de dizer o outro sem necessariamente explicit lo J nas estrat gias modalizadoras o enunciar utiliza se das palavras dos outros para fazer julgamentos de forma que ocorre uma intercala o de discursos Para tratar das estrat gias modalizadoras buscamos respaldo te rico nos estudos de Bronckart 1999 Maingueneau 2001 e Koch 2004 os quais nos v m mostrar que diferentemente do que ocorre com o uso do discurso direto e indireto que demonstram a voz do autor do texto fonte inserida no discurso as modaliza es traduzem de forma direta o di logo estabelecido entre as vozes do autor produtor e as do autor fonte sendo mais vis vel a primeira j que as modaliza es t m como fun o fazer aparecer as especula es e julgamentos do autor produtor Assim nos diz Bronckart 1999 p 330 as modaliza es t m como finalidade geral traduzir a partir da voz enunciativa os diversos coment rios ou avalia es grifo do autor formulados a respeito de alguns elementos do co
85. o h interlocutor real este pode ser substitu do pelo grupo social do qual o locutor faz parte DD De acordo com Bakhtin toda palavra direcionada a um interlocutor toda palavra comporta duas faces ela determinada tanto pelo fato de que procede de algu m como pelo fator de que se dirige para algu m Ela constitui justamente o produtor da intera o do locutor e do ouvinte Toda palavra serve de express o a um em rela o a outro Ibid 1995 p 113 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L L LLL 150 DD p 13 O sujeito que utiliza a l ngua n o um ser passivo mas algu m que interfere na constitui o do significado da comunica o uma vez que sendo a linguagem uma constru o social os sentido variam de acordo com suas condi es de produ o dos discursos A esse respeito os PCNs L ngua Portuguesa do Ensino M dio revelam A linguagem verbal representa a experi ncia do ser humano na vida social sendo que essa n o uniforme A linguagem constructo e construtora do social e gera sociabilidade Os sentidos e significados gerados na intera o social produzem linguagem que apesar de utilizar uma mesma linguagem varia na intera o 1998 p 142 DI p 13 Bakhtin 1995 acredita que a apreens o da realidade acontece atrav s da linguagem e que o social representado a medida que se toma
86. o se constituindo diferen as polares Nessa perspectiva Marcuschi 2001 p 46 buscou construir um modelo para analisar o que chama de o n vel de consci ncia dos usu rios da l ngua na atividade de transforma o da fala para escrita denominado o de retextualiza o O autor explicita que a retextualiza o n o um processo mec nico j que a passagem da fala para a escrita n o se d naturalmente no plano dos processos de textualiza o Trata se de um processo que envolve opera es Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 53 complexas que interferem tanto no c digo como no sentido e evidenciam uma s rie de aspectos nem sempre bem compreendidos da rela o oralidade escrita Como vemos o processo de retextualiza o na perspectiva de Marcuschi 2001 ocorre durante a mudan a da modalidade falada para a escrita constituindo se numa atividade complexa que implica v rias outras atividades inclusive a de compreens o que acontece no processo anterior a transforma o textual retextualiza o Dada a complexidade do processo isto a passagem da fala para a escrita o autor deixa claro a sua preocupa o em se compreender o processo n o como a passagem do caos para ordem mas de uma ordem para outra ordem em que nenhuma das modalidades oralidade e escrita merece maior destaque do que outra m
87. p 108 DI p 34 Outras tend ncias que n o se preocupam somente com a rela o entre linguagem e pensamento e as quais acreditam na exist ncia de um falante real e n o ideal com defendia Chomsky desenvolveram se com princ pios voltados para heterogeneidade e dialogicidade da l ngua MD p 34 De acordo com os PCNs 2001 p 29 o desempenho dos alunos remete nos diretamente a necessidade de considerarem aspectos relativos a forma o do professor DD p 35 Essa id ia refor ada por Apar cio na tentativa de compatibiliza o entre a pr tica e as novas orienta es te rico metodol gicas os professores promovem confus es e equ vocos em suas interven es em sala de aula constroem conceitos n o previstos pelas orienta es te rico metodol gicas 2001 p 182 MD p 35 Travaglia faz considera es relevantes sobre o trabalho da Universidade Para o autor A Universidade al m de atuar na educa o lingii stica como formadora de usu rios tem dois compromissos complementares como perspectiva de desafio primeiro o de por meio da pesquisa em Ling stica Aplicada desenvolver e divulgar conhecimentos que representem subs dios para o trabalho de educa o ling stica e segundo o de formar educadores para realizar e a desejada e competente educa o ling stica das pessoas dentro de uma cultura 2003 p 30 DI p 35 Neves 2003 de
88. p 151 DD p 67 Na quarta contribui o a no o de polissemia e na quinta a referencia ao exerc cio da par frase processos pelos qual o funcionamento da linguagem se estabelece onde o primeiro representa simultaneidade de movimentos distintos de sentido no mesmo objeto simb lico ORLANDI 2002 p 38 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LL LLL 176 MG5 DI p 18 Parafraseando as palavras de Franchi 1977 a linguagem n o simplesmente transmissao de mensagem de id ias nem transmiss o de sentimentos e aspira es ela um processo criador no qual organizamos nossas informa es pensamentos e experi ncias DI p 19 Para ela a l ngua um fato social sua exist ncia constitu da em meio e por razoes comunicativas voltados para o processo dial gico considerando a exist ncia das varias falas que permeiam nosso discurso DD Desconsiderando a l ngua apenas como instrumento de comunica o conjunto de signos que se combinam segundo regras compartilhamos as id ias de Travaglia 2001 p 23 quando este coloca que O que o individuo faz ao usar a l ngua n o t o somente produzir e exteriorizar um pensamento ou transmitir informa es a outrem mas sim realizar a es agir atuar sobre o interlocutor DD p 19 A linguagem um lugar de intera o
89. p 20 a leitura atende por um lado as necessidades da educa o formal e por outro a habilidades que o aluno pode usar em seu contexto social imediato Cr gna CibdlePedra Disserta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LL LLL 191 MI p 19 Segundo Moita Lopes 1996 comum que mesmo os alunos das classes m dia e alta que normalmente frequentam cursos particulares percam a flu ncia alcan ada no curso por n o terem a oportunidade de uso efetivo MD Segundo Moita Lopes 1996 p 131 A leitura a nica habilidade que o aprendiz pode continuar a usar automaticamente Ainda em Totis 1991 p 23 saber ler em ingl s ajuda a aprofundar conhecimentos anteriores e permitir a aquisi o de informa es novas que a maioria das vezes como j foi mencionada n o s o veiculados em portugu s DI p 20 Dessa forma a necessidade de um programa de ensino de l nguas estrangeiras voltado para o ensino de leitura derivada da justificativa social do ingl s no pa s e do fato de que um programa de ensino centrado nas quatro habilidades ling sticas ouvir falar ler e escrever concebidas como objetivos de ensino irrealiz vel no contexto das escolas p blicas brasileiras como apresenta Moita Lopes 1996 DD p 20 Contudo de grande relev ncia refletir a seguinte afirma o de Almeida F
90. p 43 Essa representa o para Bakhtin envolve aquilo que por ele chamado de sujeito que fala e faz de suas palavras um ideologema MI Nesse sentido e conforme o filosofo a pessoa que fala no romance e o seu discurso respons vel pela sua originalidade est tica e ao mesmo tempo assume uma posi o ideol gica definida MI p 44 Este procedimento de acordo com Bakhtin decorre do que representado pela linguagem nas diversas forma es ideol gicas que influenciam a maneira de escrever do escritor e tamb m sua recria o e reestrutura o de significados partilhados Por esse vi s poss vel inferirmos que a sua experi ncia social e hist rica o tra o que caracteriza sua t cnica art stica a qual simbolicamente elaborada com a linguagem e pela linguagem DD p 44 A a o do homem que dialoga essencialmente ideol gica sempre associada ao discurso BAKHTIN Ibid p 136 MI Assim para o fil sofo da linguagem o comportamento e a a o do personagem na trama romanesca pressuposto fundamental isto o ponto chave onde ele pode se revelar a partir da sua experi ncia na sociedade e da sua posi o ideol gica definida MI p 44 O her i do romance segundo Bakhtin um ser pensante que age de acordo com seus atributos pessoais claro esses atributos s o des gnios que o autor confere ao personagem do romance cuja a o encontra respaldo
91. palavra marcada por uma ideologia quando usada nas pr ticas discursivas j que mostram a heterogeneidade do sujeito falante e da enuncia o como verificamos DD a palavra como signo retirado pelo locutor de um estoque social de signos dispon veis a pr pria realiza o deste signo na enuncia o concreta inteiramente determinada pelas rela es sociais Ibid p 113 DD p 15 H pois uma liga o entre o ling stico e o social sendo uma l ngua portanto um fator sociol gico cuja exist ncia prov m da necessidade de comunica o Como diz Geraldi 1999 p 14 A l ngua produzida socialmente Sua produ o e reprodu o fato cotidiano localizado no tempo e no espa o da vida dos homens DD p 16 Atrav s da apreens o do mundo que nos cerca e utilizando as palavras para represent los como destaca Geraldi 1996 p 67 a linguagem uma atividade constitutiva pelo processo de internaliza o do nosso exterior que nos constitu mos como sujeitos que somos e com as palavras de que dispomos trabalhamos na constru o de novas Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 LL LL LLL 151 palavras Por isso a l ngua n o um sistema fechado pronto acabado de que poder amos nos apropriar No pr prio ato de falarmos de nos comunicarmos com os outros p
92. paralelo destas quest es Pennycook 1991 p 31 conclui com nfase Portanto se ensinarmos tendo como meta a compet ncia comunicativa e n o explorarmos como o uso da linguagem foi historicamente constru da em torno das quest es de poder e de domina o ou como nos seus usos cotidianos a linguagem esta sempre envolvida em quest es de poder estaremos uma vez mais desenvolvendo uma pr tica de ensino que tem mais a ver com acomoda o do que com acesso ao poder MD p 30 Para Kincheloe 1997 p 81 o surgimento de nossa consci ncia moral e cognitiva uma caracter stica revolucionaria do pos modernismo cr tico Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 217 MES DD p 10 Inicialmente localizamos a express o g nero textual a partir do conceito referencial de Marcuschi apud ROJO em trabalho n o publicado textos materializados que encontramos em nossa vida di ria e que apresentam caracter sticas s cio comunicativas definidos por conte do propriedades funcionais estilo e composi o caracter stica DD p 11 Considerando o nosso objetivo de estudo importante citar dentro desse contexto de g nero o que diz Bakhtin apud ROJO texto n o publicado cada poca e cada grupo social tem seu repertorio de formas de discurso na comunica o s cio ideologica MD p 11
93. particulares inseridas na ideologia geral aquelas repousam na historia das formula es sociais em ultima an lise nos modos de produ o das lutas de classe que se desenvolve na conjuntura social O te rico afira que as ideologias perpassam a hist ria das forma es sociais evidentemente comungam uma rela o dupla no seu interior J a ideologia geral um suporte do qual dependem todas as ideologias comportando tudo que concerne a hist ria que se encontra fora dela Em s ntese as ideologias de com o fil sofo Althusser n o t m historia elas s o um pouco coerente de id ias que se concretizam na materialidade dos fatos e na luta social DI p 33 Essa invers o de papel condicionada pela ideologia que cria imagens e id ias que representam a realidade O que na verdade s o imagens formadas pelo imagin rio social invertido num conjunto de representa es em torno dos indiv duos e suas pr ticas sociais Esse imagin rio constitui a ideologia CHAUI 2001 DI p 34 Essa naturaliza o surge atrav s das id ias que se fixam no coletivo imagin rio da sociedade isto na classe dominante dona do capital que a faz emergir como uma for a natural estranha e poderosa fazendo com que tudo seja necessariamente como CHAUI 2001 DI p 34 Em linhas gerais a ideologia portanto convers o e conserva o de id ias e valores que opera como um terreno movedi o entre as possibilid
94. pelo n mero de tend ncia ilimitado ora pecam por crit rios de classifica o pouco delimit veis e em constante intera o e sobretudo por uma classifica o n o poder basear se no nico crit rio facilmente objetiv vel Percebemos que algumas das defini es e distin es de Bakthin 2000 acerca dos g neros do discurso s o fortemente criticadas por Bronckart 1999 A esse respeito a sua proposta te rica diverge se em alguns aspectos a de Bakhtin no que se refere aos aspectos da distin o entre g nero prim rio e secund rio da defini o de g neros discursivos como tipos relativamente est veis de enunciados conforme s o delineados nas seguintes passagens A distin o operada por Bakthin nos leva retomar e a contestar entre discursos prim rios e discursos secund rios que nos parece estar fortemente relacionada a essa concep o impr pria das rela es entre oral e escrito BRONCKART 1999 p 63 A terminologia de Bakthin muito flutuante devido a evolu o interna de sua obra e tamb m sem d vida a problem tica de Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 40 tradu o Os termos enunciados enuncia o e texto concorrem claramente para designar o g nero BRONCKART 1999 p 143 Apesar do posicionamento contr rio Bronckart 1999 prop e algumas equival ncias terminol gicas ta
95. permite falar do car ter ideol gico e dial gico da linguagem MI p 16 O dialogismo fruto da intera o verbal Para Bakhtin no processo de enuncia o o locutor mant m di logo com os discursos que circulam na sociedade e com o seu interlocutor concebendo por isso o dialogismo como um elemento imprescind vel para o estabelecimento do sentido do discurso MI p 16 Para Bakhtin assim como ao enunciar o falante dialoga com outros discursos tamb m ir dialogar com o seu interlocutor DD um di logo entre um eu e um tu o outro que em ltima instancia tamb m determinante junto com a situa o concreta de uso da l ngua do ato de enuncia o SOUZA 2003 p 04 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LL LLL 221 MI p 16 De acordo com Orlandi 1999 o discurso constitu do pela hist ria pela mem ria pelas filia es de sentido constitu dos em outros dizeres Por isso o dizer n o propriedade privada As palavras n o s o nossas DD Vejamos As palavras n o s o nossas Elas significam pela historia e pela l ngua O que dito em outro lugar tamb m significa em nossas palavras O sujeito diz pensa que sabe o que diz mas n o tem acesso ao controle sobre o modo pela qual os sentidos se constituem nele Por isso in til do ponto de vista discursivo perguntar para
96. perspectiva de Marcuschi 2002 sobre g neros que revisita trabalhos de v rios autores entre eles Bakhtin 2000 Maingueneau 2001 para tecer suas considera es sobre a no o de g nero Desde j salientamos que a nomenclatura proposta por ele n o g nero discursivo mas g neros textuais Apesar disso ele revela n o ser pertinente para o seu trabalho atentar para a diversidade terminol gica existente e sim expor a id ia de que a comunica o verbal s poss vel por algum g nero para ele textual Assim como em Bronckart 1999 Marcuschi 2000 admite que a classifica o uma quest o muito controversa sob v rios pontos de vista no entanto necess ria quando se busca delimitar campo de an lise No arcabou o de sua proposta a l ngua concebida como uma atividade de car ter social hist rico e cognitivo Nessa postura Marcuschi 2002 p 22 entende que os g neros textuais constituem se como a es s cio discursivas para agir sobre o mundo e dizer o mundo constituindo o de algum modo Para o autor preciso deixar clara a distin o entre tipos textuais 8 e g nero textual de modo que a express o tipo textual serve para designar sequ ncias de natureza ling stica narra o argumenta o descri o injun o e exposi o que s o materializadas nos g neros consideradas como constructos te ricos definidos por propriedades intr nsecas enquanto os g neros textuais s o re
97. por p gina e linhas por cita es para que numa correla o entre esses dados quantificados pud ssemos observar de fato como se efetivou no corpus quantitativamente as formas de cita o do discurso do outro Consideramos que com uma s ntese desses dados quantitativos ter amos uma vis o mais definida em termos proporcionais para sabermos com que frequ ncia o aluno produtor est fazendo refer ncia ao discurso do outro conforme apresentamos nos quadros a seguir Quadro 1 Descrevendo a constitui o do cap tulo de Fundamenta o Te rica MG DESCREVENDO A CONSTITUI O DOS CAP TULOS DE FUNDAMENTA O TE RICA MG Estrutura da Monografia Relacionando as cita es Total de Total Total de Total de Total de Total de C digo p ginas geral de linhas por cita es linhas de cita es por linhas p gina cita o p gina MG1 15 393 26 2 36 145 2 4 MG2 20 471 23 5 38 151 1 9 MG3 33 784 23 7 112 416 3 4 MG4 23 488 21 2 52 188 2 2 MG5 21 542 25 8 55 208 2 6 MG6 20 434 21 7 36 111 1 8 MG7 20 452 22 6 59 246 2 9 MG8 22 502 22 8 68 261 3 0 MG9 26 693 26 6 85 397 3 3 TOTAL 6 200 4759 214 1 541 2123 23 5 M DIA 22 2 528 7 23 7 60 1 235 8 2 6 GERAL 17 Quadro 2 Descrevendo a constitui o do cap tulo de Fundamenta o Te rica ME 14 Para obter o total de linhas por p ginas dividimos o total de p ginas pelo total geral de lin
98. rela o obra ou mesmo sobre determinada cita o Com rela o a isso Bakhtin 2004 p 153 afirma que quanto mais forte for o sentimento de emin ncia hier rquica na enuncia o de outrem mais claramente definidas ser o as suas fronteiras e menos acess vel ser penetra o por tend ncias exteriores de r plica e coment rio Para mostrar como funcionam essas duas orienta es Bakhtin 2004 destaca algumas formas de manifesta o do discurso do outro denominadas por ele de esquemas de transmiss o que foram estabelecidos a partir de textos liter rios Esclarece ainda que imposs vel demarcar uma fronteira n tida entre esquema gramatical e variante ling stica j que em seus estudos gram tica e estilo s o extremante interligados Desse modo Bakhtin assevera que cada forma de manifesta o do discurso do outro restabelece a seu modo a enuncia o o discurso de outrem podendo materializar se de tr s formas diferentes de discurso citado o discurso direto o discurso indireto discurso indireto livre Nessa perspectiva Bakhtin 2004 p 159 define o discurso direto como uma esp cie de cita o textual de um discurso de outrem e o discurso indireto livre funciona na trama discursiva como uma esp cie de marca ling stica que se insere no discurso do outro sendo o resultado da inter rela o completamente nova entre o discurso narrativo e o discurso citado J o discurso indireto
99. se compara ao estudante B e aqueles que se destinam a responder quest es como quanto o estudante A tem que aprender Quanto o estudante B sabe DD p 21 Embora os testes venham sendi usados como instrumentos de amea a e fracasso eles podem ser experi ncias positivas e construtivos instrumentos de feedback podendo ajudar no desenvolvimento dessa intera o Bons testes promovem a oportunidade para os estudantes mostrar quanto eles sabem sobre a estrutura da l ngua e vocabul rio e tamb m mostrar se eles s o h beis para usar essas caracter sticas ling sticas formais para transmitir significados nas atividades de l ngua em sala de aula atrav s de compreens o fala leitura e escrita Testes desse tipo podem ser usados como parte de um sistema de avalia o integrado HEDGE 2000 p 378 DI p 22 Baxter 1997 afirma que muito dif cil escrever um bom teste e acrescentar que este deve apresentar algumas qualidades como validade credibilidade e praticidade e n o ter efeitos negativos no programa de ensino MI p 22 De acordo com Brown 1994 os testes podem Melhorar a motiva o Estimular os alunos a estabelecer seus pr prios objetivos Dar informa es sobre a compet ncia dos alunos Promover a autonomia dos alunos Encorajar os alunos a uma auto avalia o Ajudar na avalia o do ensino e da go DO DI p 22 Brown 1994 nos mostra ainda a import ncia de testes mot
100. ticos MOITA LOPES 1996 p 143 MI p 20 Ao considerar portanto a leitura como um ato comunicativo este modelo traz um conceito de leitura diferente da vis o psicolingii stica que de acordo com Goodman 1976 apud TOTIS 1991 v a leitura como um jogo ling stico de adivinha o que utiliza informa es m nimas do texto MD p 20 De acordo com este modelo ler Saber se envolvido em uma intera o com algu m em um momento s cio hist rico especifico e que o escritor como qualquer interlocutor usa a linguagem a partir de um lugar social marcado Ler se envolver em um pr tica social MOITA LOPES 1995 apud MOITA LOPES 1996 p 142 MI p 21 Segundo Silva 1993 muito dif cil refletir sobre o trabalho escolar em qualquer aspecto sem associa lo busca e a produ o do conhecimento e nesse processo de cria o e recria o de conhecimento a leitura ocupa um lugar de grande destaque na escola Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LLL 203 n o somente pelo que a escola deseja atingir mas confunde se a caracteriza o dos atos de educar e de ler DD p 21 Por ser a leitura uma parte indissoci vel do ensino realizado na escola preciso discutir as condi es concretas de produ o de leitura nesse contexto MI p 22 A inclus o de uma l ngua estrangeira no curr
101. um pesquisador experiente ou seja que nesse caso por j ter passado por um processo de produ o escrita na gradua o revela usar o discurso do outro com menos frequ ncia do que no discurso utilizado durante a monografia de gradua o Apesar disso o aluno produtor de especializa o apresenta as mesmas dificuldades encontradas pelos graduados quanto ao gerenciamento enunciativo Compreendemos pois que as compara es entre o total de linhas e o total de cita es e por conseguinte com a m dia de cita es por p gina fizeram nos entender que a dificuldade no uso da cita o n o reside na quantidade de cita es existentes numa p gina mas na forma como o aluno produtor insere o discurso do outro sem assumir uma posi o diante do discurso citado Em consequ ncia disso observamos o uso de cita es longas que indicam o pouco di logo entre o discurso citante e citado Na verdade o aluno produtor cita uma m dia de duas a tr s vezes por p gina entretanto n o somente isso que ocorre percebemos que em alguns casos o discurso citado toma metade da p gina Essa recorr ncia constante ao discurso do outro se d tamb m pela fun o comunicativa da monografia Na se o de fundamenta o te rica contudo observamos que muitas vezes essa necessidade de recorrer s palavras do outro faz com que o aluno produtor na constru o de seu texto use o discurso de outrem para dizer o seu pr prio discurso se
102. 01 p 174 MI p 36 Segundo Chau 2002 ideologia faculdade de pensar do homem trata se de um corpo de id ias que exprimem a rela o do corpo com o meio ambiente Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LL LLL 140 DI p 36 Desse modo toma consist ncia a tese de Althusser 1985 em Aparelhos Ideol gicos de Estado quando afirma que a ideologia permeia tr s universos comuns Primeiro representa a rela o imaginaria dos indiv duos com suas reais condi es de exist ncia segundo a ideologia tem uma exist ncia porque sobrevive sempre num aparelho e na sua pr tica social e terceiro interpela indiv duos concretos em sujeitos para refor ar essa compreens o DD Brand o diz Nesse processo de constitui o a interpela o e o re conhecimento exercem papel importante no funcionamento de toda ideologia atrav s desses mecanismos que a ideologia funcionando nos rituais materiais da vida cotidiana opera a transforma o dos indiv duos em sujeitos p 23 1991 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 141 MG2 DI p 11 Mediante Sch n 1995 quando estamos em meio a uma crise geralmente procuramos novos caminhos para melhorar a pr tica profissional e no caso da Educa o o conf
103. 083 p 03 o recurso ao discurso do outro pode revelar o modo como opera o aluno produtor no processo de retextualiza o na academia conforme segue pode se dizer que o recurso ao discurso do outro tem nas pr ticas acad micas i tanto a fun o de indicar o conhecimento que se tem do campo te rico o qual fundamenta a sele o ou n o de autores com os quais interagir e ou se basear quanto a de ii mostrar a ades o ou n o ao s autor es com o s qual is dialoga pensando nessas fun es de utiliza o do discurso do outro que nos propomos a investig lo j que sua identifica o se d atrav s do jogo polif nico manifestado na materialidade textual por meio de v rias formas ling sticas marcando a presen a de vozes no texto denominadas de mecanismos enunciativos que de acordo com Bronckart 1999 p 319 contribuem para esclarecer os posicionamentos enunciativos no texto a partir de quest es como quais s o as inst ncias que assumem o que enunciado no texto Quais as vozes que a se expressam E traduzem as diversas avalia es julgamentos opini es sentimentos As vozes atuam no texto como entidades sobre as quais s o atribu das responsabilidades ao enunciado Nessa perspectiva os mecanismos enunciativos s o aspectos essenciais no processo de retextualiza o pois orientam o produtor na constru o do novo texto Esses mecanismos revelam o di logo entre o produtor e o autor do
104. 1 na progress o discursiva como podemos comprovar quando verbos como defender revelam se como um dos mais recorrentes tanto em monografias de gradua o MG2 MG4 MG5 MG8 quanto em monografias de especializa o ME1 ME2 ME5 ME6 ME7 al m de comentar ME2 ME4 ME5 e reafirmar ME6 ME4 Este uso demonstra que ambos buscam demarcar uma postura apesar de que o especialista enfatiza mais intensamente essa necessidade N o poder amos deixar de mencionar o verbo dizer que segundo Marcuschi 2007 atua como um coringa ou seja um verbo que manifesta muitas acep es dependendo do seu uso Dessa forma pode ser visto como um verbo que n o carrega uma fun o definida tendo em vista que est ligado ao contexto de manifesta o Dado esse car ter peculiar o verbo dizer foi usado em grande parte das monografias de gradua o e de especializa o acompanhando discursos direto indireto e modaliza es Uma vez indicada as formas de introdu o do discurso citado e indicado os verbos mais utilizados na inser o desse discurso exemplificaremos a partir de fragmentos como tais formas se manifestam no nosso corpus gt Inser o do discurso citado com VERBO DICENDI CITA O seguida de destaque como aspas Discurso Direto DD 11 Nesse sentido em que a arte se porta como um sistema simb lico que representa as rela es dos seres humanos e faz com que estes reflitam a sua posi o na
105. 1978 apud ELLIS 1987 p 252 esses fatores a distancia social e a distancia psicol gica DI p 30 Construindo por Andersen apud ELLIS 1987 p 253 o modelo de nativiza o atrav s do modelo de acultura o promove uma dimens o cognitiva n o encontrada em Schumann DI Como vimos descritos no Modelo de Acultura o Schumann apud ELLIS 1987 n o concorda com os mecanismos de processos internalizados do aprendiz DI p 30 Andersen considera essencialmente duas for as contrarias a nativiza o e a desnativiza o para que o individuo consiga a assimila o de uma nova l ngua DI p 31 Encontramos em Moita Lopes 1996 o qual defende uma abordagem instrumentalista que define os termos do objetivo alvo do aprendiz M Segundo o autor para que o aprendiz possa adquirir uma pronuncia ling stica de um nativo faz se necess rio que o mesmo torne se um individuo desnativizado dos tra os de sua nacionalidade aparentes em seu discurso DI Dessa modo Moita Lopes desconsidera a necessidade de se ter uma pronuncia perfeita pois para ele a procura de uma imita o perfeita isto a busca pela perfei o da fala na l ngua alvo sintoma primordial da aliena o DD p 31 Como encontramos justificado em Moita Lopes 1996 p 43 A exig ncia de uma pronuncia t o perfeita quanto a do nativo e a incorpora o de h bitos culturais ou sejam a c pia x rox do falante nativo n o podem ter outro
106. 3 2 1 O discurso do outro e suas manifesta es na escrita acad mica 69 CAP TULO IV REPORTANDO SE AO DISCURSO DO OUTRO AN LISE DE DADOS aE EEEE E eia EEE E EE OO E E E E K iik 82 4 1 A manifesta o do discurso do outro em MG e ME relacionando os dados Prq E AEREE EEE EEEREN 82 4 1 1 Formas de introdu o do discurso do outro sseseesseseersseseessesesseesee 97 4 1 2 Fun es do discurso do discurso do outro ssessesseseeseeseeseeseeseesee 108 CONSIDERA ES FINAIS cia nadano 117 REFERENCIA cassio nie E E OC O a o o 122 SUM RIO DE FIGURA S Figura l Etapas de uma monografia sssesessseseseeessesesosesererereresesesesesee 27 Figura 2 Coordenadas gerais dos mundos eessseseseseeesssesesrererererererererereres 40 Figura 3 Rela o hier rquica do g nero monografia eeeeseeessereseeresesse 45 Figura 4 As opera es de retextualiza o eesesseseseresserreerererererererererereres 57 Figura 5 Formas de refer ncia ao discurso do Outro ssseseesesessereseeresesse 72 SUM RIO DE QUADRO S Quadro 1 Descrevendo o cap tulo de Fundamenta o Te rica MG 32 Quadro 2 Descrevendo o cap tulo de Fundamenta o Te rica ME 33 Quadro 3 Abordagens te ricas sobre retextualiza o sssesesessesesessesesese 56 Quadro 4 Classifica o dos verbos pela fun o sessssesessesesesseresessese
107. 9 destaca que para o ensino da l ngua materna ser eficiente a concep o que o professor tem de educa o e de linguagem imprescind vel Essa autora afirma que a linguagem deve ser concebida como forma de intera o verbal Nessa perspectiva a l ngua s ganha sentido no uso ou seja em funcionamento MI p 26 Segundo Koch Ibid a escola deveria privilegiar a perspectiva textual interacional j que por meio de texto que a l ngua funciona DD p 27 A esse respeito afirma Temos que ser seguros e claros em nosso procedimentos de solicita o ao aluno para que produza um texto inserido o em contextos reais de intera o comunicativa para que nossos crit rios de avalia o tenham validade KOCH 1999 p 89 DI p 27 Barros 1999 afirma que a aquisi o da escrita deve levar em conta as pr ticas discursivas e o meio sociocultural nos quais o individuo est envolvido DI p 27 Geraldi 1998 defende a integra o entre produ o de textos e a leitura de textos para que o ensino n o seja apenas reprodu o de conhecimentos O referido autor acredita que o acesso a escrita est diretamente relacionado ao estabelecimento de estrat gias que facilitem o processo interlocutivo e permitam ao aluno alcan ar seus objetivos DI p 28 Os PCNs L ngua Portuguesa 1998 afirmam que o desenvolvimento de compet ncias referentes a escrita no educando depende de uma pr tica
108. 995 p 97 A racionalidade t cnica imp e pela pr pria natureza da produ o do conhecimento uma rela o de subordina o dos n veis mais aplicados e pr ximos da pr tica aos n veis mais abstratos de produ o do conhecimento ao mesmo tempo em que as condi es para o isolamento dos profissionais e para sua confronta o corporativa MD p 22 Conforme Pimenta 2002 p 22 O ensino como pr tica reflexiva tem se estabelecido como uma tend ncia significativa nas pesquisas em educa o apontando para a valoriza o dos processos de produ o do saber docente a partir da pr tica e situando a pesquisa como instrumento de forma o de professores em que o ensino tomado como ponto de partida e de chegada da pesquisa MD p 23 De acordo com Ghedin 2002 p 147 O processo reflexivo n o surge por acaso Ele resultado de uma longa trajet ria de forma o que se estende pela vida Pois uma maneira de se compreender a pr pria vida em seu processo N o algo imposs vel de realizar se dif cil porque a sociedade em que nos encontramos de modo geral n o propicia espa os para exist ncia da reflex o e educa o em particular n o raro reduz se a transmiss o de conte dos mais do que a reflex o sobre eles e as suas causas geradoras DD p 23 Krogh amp Crews 1989 apud GARCIA 1995 p 62 identifica basicamente tr s tipos de atitudes necess rias ao ensino reflexivo 1 Mentalidade ab
109. Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo Monografis de Especializa o ME FALC O Jacicleide Alves An lise de aspectos discursivos da concord ncia verbal na vis o funcionalista Pau dos Ferros 2005 93 p Monografia P s Gradua o em Ling stica Aplicada Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo LIMA Eliete Alves de Reflex o sobre o ensino de literatura juvenil Pau dos Ferros 2006 62 p Monografia Especializa o em Ling stica Aplicada Departamento de Letras Campus Avan ado Profl Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo LINS L via Mikaela Carvalho Pinheiro Um estudo sobre a aliena o do professor de l nguas no Brasil Pau dos Ferros 2005 56 p Monografia de Especializa o em L ngua Inglesa Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo MORAIS Maria das Candeias Silveira de Chats hipertexto e a sua rela o com o conceito de g neros textuais Pau dos Ferros 2006 Monografia Especializa o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo OLIVEIRA Maria Lidin ia A de O tratamento dado varia o
110. CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 157 DD p 35 Como destaca Geraldi 1999 p 24 na escola os alunos n o escrevem livremente fazem reda es segundo determinados moldes DI p 35 Ericone 2002 enfatiza que os docentes devem refletir constantemente sobre sua pr tica e demonstrem disponibilidade para uma aprendizagem continuada M p 35 imprescind vel que a escola reformule sua metodologia sem fundamenta o te rica e aproxime a escrita da realidade do discente MI p 36 De acordo com Dion sio 2002 os g neros textuais s o entidades s cio discursivas e formas de a o social incontorn veis em qualquer situa o comunicativa partindo dessa defini o de g neros poss vel considera los como textos diversos que cumprem fun es comunicativas DD p 36 A caracteriza o dos g neros textuais n o acontece atrav s de seus elementos ling sticos mas principalmente da sua condi o de atividade s cio discursiva Dion sio Ibid p 30 afirma que os g neros textuais s o artefatos culturais constru dos historicamente pelos ser humano DI p 36 Os PCNs da L ngua Portuguesa do Ensino Fundamental 1998 destacam que os g neros apresentam certa instabilidade quanto a forma dos enunciados e t m tr s elementos caracter sticos a sab
111. Dessa forma o discurso citado preserva desde suas caracter sticas constitutivas isto sem ntica estrutural at as que dizem respeito ao contexto de transmiss o Outro aspecto enfatizado por Bakhtin 2004 p 146 refere se transmiss o do discurso de outrem para o interior de outro contexto isto todo discurso transmitido sob forma escrita tem seu fim espec fico Nesse sentido o autor quer mostrar que o discurso citado vai adaptar se particularidade do g nero portanto ao modo de transmiss o ou seja a forma de refer ncia utilizada pelo produtor seja ela discurso indireto evoca o ou qualquer outra O modo de transmiss o para determinado contexto deve tamb m levar em conta o que o autor chama de uma terceira pessoa a pessoa a quem est o sendo transmitidas as enuncia es citadas Bakhtin 2004 p 148 alerta nos ainda para o fato de que necess rio pensarmos na integra o do discurso citado ao contexto narrativo chamado de novo discurso pois seria imposs vel compreender qualquer forma de discurso citado sem levar em conta as rela es din micas complexas e tensas que os unem Nesse sentido ressalta a necessidade de uma rela o din mica quando se visa transmiss o do discurso citado Para isso Bakhtin 2004 estabelece duas orienta es 1 Estilo Linear busca se conservar a integridade e a autenticidade do discurso citado em que a l ngua vai procurar determinar barreira fixas com
112. Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 222222222 L LLL 51 processo de tradu o visto enquanto atividade de produ o de texto e n o apenas como tradu o sistem tica da l ngua O processo de tradu o de um texto entendido por Travaglia 1992 p 94 como uma atividade de produ o textual por isso a tradu o deve ser realizada seguindo as mesmas caracter sticas comuns de uma produ o de texto ou seja as quest es de textualidade que envolvem uma inten o comunicativa sendo a partir dessa inten o que o produtor realiza as opera es necess rias para constru o do texto O autor mostra assim que as etapas da tradu o v o ser semelhantes s etapas da produ o mesma de um texto a inten o de comunicar levar em conta a situa o realizar opera es para transformar o texto num produto verbal Para que a tradu o seja entendida enquanto retextualiza o necess rio segundo Travaglia 1992 p 88 considerar v rios outros conceitos que subentendem todo o processo e servem de guia para compreender a tradu o citemos por exemplo a l ngua enquanto conjunto de regularidades discursivamente constitu das as condi es de produ o do texto como unidade discursiva de sentido e o sistema ling stico que n o visto como um c digo fixo e imut vel Assim Travaglia 1992 define que o processo de tradu o ocorre m
113. Hist rica Cr tica ressalta que O conhecimento te rico adquirido pelo educando retorna a pr tica social de onde partiu visando agir sobre ela com entendimento mais cr tico elaborado e consistente intervindo em sua transforma o DI p 20 Por isso a participa o de professores e da sociedade imprescind vel para que o aluno possa oferecer um retorno que constitui a verdadeira pr xis do conhecimento Mas deve se ficar atenta as quest es da linguagem dos estudos educacionais como lembra Giroux 1997 DD p 21 Os PCNs 1998 p 9 dentre os objetivos para o Ensino Fundamental despertam nos para Questionar a realidade formulando se problemas e tratando de resolve los utilizando para isso o pensamento l gico a criatividade a intui o a capacidade de an lise cr tica selecionando procedimentos e verificando sua adequa o DD p 21 e 22 Neste sentido Pode se considerar o desenvolvimento de uma consci ncia cr tica sobre a linguagem como parte dessa vis o ling stica como liberta o BRASIOL 1998 p 39 M p 23 Infelizmente negado a l ngua estrangeira a sua inser o de forma a contribuir com o desenvolvimento social DI p 23 De um modo geral o ensino de l ngua estrangeira n o tem lugar assegurado no curr culo das escolas p blicas BRASIL 1998 p 24 DD Apesar do que observa a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o lei 9 394 96
114. I p 24 Quer dizer a FD um universo constitu do por um vasto campo configurado por interdiscursos polifonia dialogismo enuncia o e enunciados BAKTHIN 1995 Os termos Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL LLL 137 enunciado e enuncia o fundamentais a AD tamb m foram estudados por Foucault 2003 a partir de hip teses variadas referindo se a interdiscursividade a dispers o a ruptura a descontinuidade a enunciados ininterruptos DD ou a introdu o de um mesmo tema em conjuntos diferentes op cit p 43 DD p 25 A prop sito de tais observa es pode se inferir as disposi es que os discursos convivem e se entrela am em v rios e semelhantes enunciados Os temas os conceitos e as escolhas seguem uma regularidade de posi es e funcionamentos que constituem uma FD As regras de forma o s o condi es de exist ncia mas tamb m de coexist ncia de manuten o de modifica o e de desaparecimento em uma dada reparti o discursiva Idem p 43 44 DI p 25 Orlandi 1991 ao discorrer sobre os mecanismos conceitos piv s da AD aborda a forma o ideol gica DI p 25 Discorrendo acerca do conceito da FI constitu do por Orlandi 1991 pontua que nas instancias da materialidade ideol gica que o discurso se concretiza isto atrav s da exist ncia material
115. L LLL LLL 228 Principalmente conscientizar se de que professor de l ngua portuguesa n o s ser professor e polivalente Por tal entenda se relacionar se bem com a leitura literatura filosofia filologia geografia porque efetivamente uma l ngua viva se funda em tudo isso denominador comum fator de unidade polariza congrega instiga enfim agente de cultura PEREIRA 2000 p 244 DI p 38 Marcuschi 2002 diz que os LDs usados no ensino fundamental e m dio n o atendem mais as necessidades atuais do ensino de l ngua materna pelo fato de estarem desatualizados em rela o as teorias existentes hoje a l ngua MI Segundo este autor muitos autores dos LDs embora n o explicitem a concep o de l ngua da qual se fundamentam e deixam subjacente em suas propostas de trabalho ME9 DI p 13 Nas palavras de Mussalim 2001 o termo socioling stico referente a uma rea da ling stica surgiu em 1964 por ocasi o de um congresso organizado por William Bright na Universidade da Calif rnia em Los Angeles UCLA MI p 13 De acordo com Mussalim 2001 Bright diz que a socioling stica vai estudar a covaria o sistem tica das varia es ling sticas e sociais MI Segundo este autor o objeto de estudo dessa rea consiste na diversidade ling stica MI A varia o segundo Bright vai est ligada a particularidade do emissor e do receptor ao co
116. Lingii stica no manual did tico portugu s linguagens Pau dos Ferros 2006 51 p Monografia Especializa o em Ling stica Aplicada Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo PEREIRA Iza Maria A an lise do discurso descortinando as marcas do in vis vel em textos imag ticos verbal n o verbais Pau dos Ferros 2003 100 p Monografia P s Gradua o em Ling stica Aplicada Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 22222222222 L L LLL 130 SOUZA Ana Keila Tavares Os largos v os do discurso de Br s Cubas uma abordagem s cio ideol gica Pau dos Ferros 2006 95 p Monografia Curso de p s gradua o em Ling stica Aplicada Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo SILVA Cira Magda de Souza A pr tica reflexiva do professor de l nguas Pau dos Ferros 2006 56 p Monografia Curso de especializa o Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do norte SILVA Maria ngela A avalia o da aprendizagem no
117. Norte M meo PEREIRA Iza Maria A varia o ling stica na marca o do ger ndio do portugu s nos falares dos habitantes das comunidades Pega Arrojado e Engenho Novo do munic pio de Portalegre RN Pau dos Ferros 2003 53 p Monografia Gradua o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo SOUZA Ana Keila Tavares O discurso personalista em Mem rias P stumas de Br s Cubas Pau dos Ferros 2004 90 p Monografia Gradua o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof2 Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo SILVA Cira Magda de Souza A diversidade de conhecimento na sala de aula de l ngua de l ngua estrangeira uma reflex o sobre a pr tica do professor Pau dos Ferros 2003 45 p Monografia Gradua o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL LLL 129 Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo SILVA Maria ngela O ensino de leitura na sala de aula de L ngua Inglesa teoria x pr tica Pau dos Ferros 2003 47 p Monografia gradua o em Letras Estrangeiras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de
118. PGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L L LLL 206 MI p 30 De acordo com os PCNs um ensino voltado para o desenvolvimento da habilidade de leitura deve ter a avalia o centrada nessa habilidade n o levando em considera o fatores como pronuncia ou aspectos do uso oral da l ngua Essa avalia o pode ser feita em l ngua materna para que a concentra o na tarefa seja facilitada DD p 30 e 31 importante ressaltar ainda que Testes que tenham como objetivo apenas verificar o dom nio do conhecimento sistem tico pelo aluno e as tradicionais quest es de compreens o escrita que s fazem o aluno procurar no texto a resposta usando estrat gias de decodifica o n o s o formas adequadas de avalia o de compreens o escrita por n o envolverem a colabora o do leitor na constru o do significado BRASIL 1998 p 82 ME7 DD p 12 De acordo com Guba e Lincon apud Kraemer 2004 as gera es se dividem em 1 Mensura o n o distinguia avalia o de medida Nessa fase era preocupa o dos estudiosos a elabora o de instrumentos para a verifica o do rendimento escolar O papel do avaliador era eminentemente t cnico e nesse sentido testes e exames eram indispens veis na classifica o de alunos para se determinar seu progresso 2 Descritiva em busca do melhor entendimento do objetivo da avalia o Para os estudiosos a gera o anterior s oferecer
119. Para que estes indiv duos se sintam t o livres quanto os demais elementos da natureza deve domina la completamente e atrav s dela dominar os homens como enfatiza Pucci 1995 MI p 11 Para que as pessoas se tornem agentes da sociedade necess rio que a linguagem meio de comunica o entre os homens venha a ser usada de forma livre e difundida em todos os cantos para que democraticamente todos possam tornar p blico as suas manifesta es e assim a linguagem possa cumprir o seu papel social DD p 12 A esse respeito diz Rajagopalan 2003 p 125 a linguagem se constitui em importante palco de interven o pol tica onde se manifestam as injusti as sociais pelas quais passa a comunidade em diferentes momentos da sua historia e onde s o travadas constantes lutas M p 12 Assim esse autor torna p blico que necess rio agir dentro de uma linha cr tica pol tica tica e respons vel fazendo perceber ser este a nica forma de intervir nas rela es e decis es que se processam no mundo externo DD p 12 Neste sentido permite que o ling ista v recuperando seu verdadeiro papel enquanto cientista social com um importante servi o a prestar a comunidade e com isso contribuir para a melhoria das condi es de vida dos setores menos privilegiados da sociedade a qual pertence RAJAGOPALAN 1999 p 123 MI p 12 Segundo Rajagopalan 2003 os
120. Sherre 2002 quando diz que a varia o da concord ncia parte inerente de nosso sistema ling stico como tamb m do franc s ingl s espanhol e de tantas outras l nguas MI p 25 Em se tratando do sistema de concord ncia respaldados em pesquisadores como Lapa 1991 que nos permite refletir questionar e argumentar sobre as verdades absolutas expostas pela gram tica tradicional MI Segundo este autor os exemplos da l ngua antiga autorizam as maiores irregularidades da l ngua moderna DD p 27 Com rela o a este assunto posicionam se Berlinck Augusto e Scher Nossas gram ticas se mostram por vezes distantes da realidade ling stica porque seu objetivo n o em geral descrever a l ngua em toda sua complexidade Elas pretendem apresentar as regras que caracterizam uma das modalidades da l ngua a norma culta ou seja aquela variedade utilizada em contextos de maior formalidade que principalmente escrita e que na vis o tradicional corresponde a manifesta o mais correta da l ngua 2004 p 209 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L L LL LLL 185 DI p 28 Partindo do pressuposto de que a concord ncia uma das principais dificuldades do usu rio da l ngua portuguesa a professora Baccega no livro intitulado Concord ncia Verbal apresenta e discute procedimentos e possibil
121. a o ao seu resultado mas a utiliza o como fundamento para nossa a o educativa Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LL LLL 209 DD p 20 A avalia o torna se formativa quando a informa o usada para adaptar o ensino e aprendizagem para encontrar as necessidades de estudante BASTOS 2002 DD p 20 Com rela o a aplica o de testes Black e Wiliam 1998 apud BOSTON 2002 recomendam Testes curtos e freq entes s o melhores de que os infrequentes e longos A nova aprendizagem deveria ser testada dentro de aproximadamente uma semana da primeira exposi o Seja zeloso com a qualidade dos itens do teste e trabalhe com outros professores e fontes exteriores para coletar bons testes MI p 21 De acordo com os PCNs de L ngua estrangeira deve ficar claro que os testes constituem meios de se avaliar um aspecto apenas do processo de aprendizagem tendo em vista determinados conte dos ou objetivos n o podendo constituir se de instrumento de amea a para mostrar o que o aluno n o sabe DI Como nos prop em uma avalia o denominada formativa os PCNs enfatizam a import ncia da intera o professor aluno na busca de melhorias do conhecimento MI p 21 De acordo com Byon 2001 existem dois tipos de testes aqueles desenvolvidos para responder quest es como como o estudante A
122. a o e transforma o de possibilidades DI p 18 Referente a isso Giroux 1997 coloca que a pedagogia deve ir al m do seu papel e envolver se numa luta pol tica e social enfatizando de modo especifico que o conhecimento onde quer que ele seja produzido n o deve de forma alguma se afastar dos interesses humanos levando o estudante a pensar criticamente DD Nesse sentido Giroux 1997 p 99 diz O pensamento cr tico aqui entendido com a capacidade de tornar problem tico o que havia at ent o sido tratado como dado trazer a reflex o o que anteriormente s havia sido usado examinar criticamente a vida que levamos Esta vis o da racionalidade situa a mesma na capacidade de pensar sobre nosso pensamento DI p 18 Giroux 1997 preocupado com isso conclui que rodas as rela es de sala de aula devem ser consideradas no mbito de uma pedagogia do pensamento cr tico para que possa integralmente cumprir a sua fun o e tornar v lido os seus id ias construindo a verdadeira intera o que leve em conta os conte dos expostos e sua rela o com os sujeitos ali envolvidos MI p 19 Para Giroux 1997 p 137 quando uma pedagogia cultural desenvolvida dentro de uma linguagem cr tica ela vai proporcionar aos educadores uma maior compreens o de como se produzem subjetividades em torno de aspectos sociais nos quais as pessoas se deslocam e n o s o compreendidas totalmente M p 19 D
123. a Textual M p 18 Obviamente existem as produ es designadas exclusivamente a um p blico nico com suas peculiaridades e contextos nos quais tal p blico j munia se de estruturas de interpreta o MD p 18 De acordo com L vy 1999 p 119 a participa o nesse espa o assinala um direito e que sua constru o se parece com uma esp cie de imperativo moral DD p 20 e 21 Em suma L vy 1999 p 222 apresenta um caminho bastante inovador perante o destrutivismo da cr tica Quando a cr tica nada mais faz al m de colocar em cena os espantalhos desmoralizantes de sempre e deixa passar em silencio o movimento social ignorando o ou caluniando o temos o direito de duvidar de seu car ter progressista MD p 21 Para L vy 1999 p 224 o ciberespa o prop e um estilo de comunica o n o midi tica por constru o j que comunit rio transversal e rec proco DI p 21 L vy 1999 ainda observa que na m dia televisiva h uma grande percep o compartilhada da realidade porque os sujeitos ouvem v em e estabelecem uma percep o comum M p 21 No entanto tamb m compreens vel que sendo amplo e ilimitado pass vel de manipula es logo n o se deve esquecer que virtual ficcional e algumas vezes tomado pelo achismo dos participantes do que pela raz o conceitual Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN
124. a forma um discurso constr i uma esp cie de mesmo que possa ser constantemente retomado e isso deve ser poss vel sem que um enunciado tenha um sentido independente do discurso a que pertence p 378 DI p 29 O significado evidente da linguagem decorrente dos efeitos ideol gicos fruto do reconhecimento do sujeito na hist ria Por isso o eu ou o voc individuo como afirma Althusser 1985 somente reconhecido como sujeito nas pr ticas sociais cotidianas Assim na exist ncia ideol gica que o individuo interpelado como sujeito DI p 30 Quer dizer a AD institu da nas formula es de Althusser institui tamb m a sua no o de sujeito e rompe com as concep es imanentes que o limitavam a um simples falante locutor emissor MD p 30 Ideologicamente o sujeito tomado na sua incompletude e no sentido que pode provocar por isso segundo Orlandi O desejo de completude que permite ao mesmo tempo o sentido de identidade assim como paralelamente o efeito de literalidade unidade no dom nio do sentido o sujeito se lan a no seu sentido paradoxalmente universal o que lhe d o sentimento de que este sentido uno p 81 1995 DI p 31 Em s ntese parafraseando Althusser 1985 a ideologia um sistema de id ias e de representa es que dominam o homem ou um grupo social DI p 31 A clareza dessa possibilidade de um todo pertinente haja vista que
125. a fun o da escrita no conjunto das a es sociais DI p 33 Mussalin e Bentes 2001 destacam que faltam nas produ es de textos escolares a interlocu o do aluno com o outro DI p 33 Matencio 1994 afirma que a escola quando trabalha a produ o utiliza uma metodologia inadequada impondo a cria o de textos que desconsidera as experi ncias previas dos alunos seus conhecimentos e expectativas em rela o a palavra escrita DD p 34 A referida autora enfatiza Frequentemente o aprendizado do aluno fora dos limites da institui o escolar lhe muito mais motivador pois a linguagem da escola nem sempre a do aluno Ibid p 15 DD p 34 A esse respeito os PCNs L ngua Portuguesa 1998 p 24 destacam em fun o dos compromissos de assegurar ao aluno o exerc cio pleno da cidadania preciso que as situa es escolares de l ngua portuguesa priorizem textos que caracterizam os usos p blicos da linguagem MI p 34 A pr tica de produ o de textos na escola al m de n o considerar a variedade textual os temas propostos conforme afirma Geraldi 1999 s o repetitivos e desmotivadores dando a impress o de que s se escreve sobre as mesmas coisas DD p 34 A esse respeito diz Geraldi Ibid p 120 O aluno obrigado a escrever dentro de padr es previamente estipulados e al m disso seu texto ser julgado avaliado Cr gna
126. a ler DD p 13 Numa defini o geral de leitura Leff 1996 p 10 afirma que ler na sua ess ncia olhar numa coisa e ver outra ou seja usar elementos da realidade que podem ser a palavra escrita ou sinais n o ling sticos como intermedi rios para chegar a outros elementos DI p 13 De acordo com essa concep o olhar nem sempre sin nimo de ver ou seja poss vel que o leitor diga que leu o texto mas n o entendeu Podemos dizer que ele tentou ler mas n o houve leitura pois a triangula o condi o b sica para a ocorr ncia do ato da leitura n o foi poss vel DI p 13 em uma defini o mais restrita Leffa 1996 apresenta duas vis es contr rias do processo de leitura Na primeira a leitura vista como o ato de extrair significado do texto Na outra ler atribuir significado ao texto DI p 13 A leitura como extra o do significado do texto como Moita Lopes 1996 chama de modelo de fluxo ascendente pois as informa es fluem do texto para o leitor O modelo classificado como ascendente aquele identificado com teorias de decodifica o onde o leitor utiliza exclusivamente as informa es contidas no texto para compreend lo MI p 14 Segundo Kato 1999 o leitor idealizado pelo modelo ascendente aquele que se utiliza basicamente dos dados do texto para a constru o do significado fazendo pouca leitura nas entrelinhas analisa cuidadosament
127. a maioria das vezes o DD inserido se constitui de uma enorme quantidade de linhas conforme constatamos na MG8 considerada uma das MG que mais fizerem uso do DD tendo sido identificadas 47 recorr ncias deste tipo de discurso No que se refere representa o das formas de refer ncia na monografia de especializa o ME demonstramos no gr fico a seguir Gr fico 4 Formas de discursos reportados nas Monografias de Especializa o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LLL 96 FORMAS DE DISCURSOS REPORTADOS NAS MONOGRAFIAS DE ESPECIALIZA O 5 9 D discurso direto E discurso indireto Podemos verificar que o gr fico traduz uma outra realidade na monografia de especializa o ME diferente da situa o observada na monografia de gradua o MG Sendo evidente de imediato que na ME o modo de refer ncia mais utilizado foi o discurso indireto obtendo um percentual de 39 de ocorr ncias Isso quer dizer que o aluno produtor de especializa o certamente j se sente com maturidade para parafrasear o discurso do autor fonte optando por ser mais do que um intermedi rio que se submete emotividade e s palavras do discurso do outro O aluno produtor apresenta se como selecionador interpretador da fala e ou pensamento do outro operando sobre uma cadeia de transforma es ling sticas tempos verbais
128. a perspectiva de modelo defici ncia DI p 25 Mussalim 2001 destaca que no Brasil a Escola usa o argumento de que igual e aberta a todas as classes sociais para atribuir o fracasso de boa parte dos alunos de ordem estritamente individual no entanto os dados da realidade emp rica mostram o contr rio DI p 26 Consideramos de extrema relev ncia as discuss es que s o travadas hoje acerca do livro did tico tendo em vista se considerarmos o pensamento de Marcuschi 2000 apesar de toda tecnologia advinda com este s culo o livro did tico constitui o principal recurso did tico utilizado pelo professor e alguns casos o nico recurso dispon vel para o professor e os alunos DI p 27 De acordo com Rangel 2002 s apenas em 1993 o livro did tico foi objeto das primeiras avalia es superando uma longa tradi o de descompromisso com a sua qualidade DI p 27 Considerando a coloca o de Savioli 1997 podemos constatar que a fun o atribu da ao LD totalmente equivocado e deturpada DD p 27 Nesse sentido Savioli 1997 p 119 faz uma coloca o pertinente O livro did tico nessa posi o passa de instrumento a ator substituindo o professo as aulas passam a funcionar como uma mera reprodu o mec nica de um manual de instru es normalmente mal executada por um monitor que n o tem o menor envolvimento com o desempenho dos alunos MI p 29 Como deixa
129. a que cria uma rela o entre os elementos que a constituem o texto a medida que cada um desse elementos palavras frase nomes etc se torna um exemplo do elemento unificador Ibid 1999 p 28 DI p 22 Como destaca Koch 1991 um texto sempre preenche uma fun o comunicativa ou seja atende a uma necessidade dos usu rios da l ngua de modo que o sentido de um texto depende da rela o entre sujeitos cujo sentido constr i se na recep o dos textos A constitui o de um texto uma atividade interacional na qual indiv duos cooperativos utilizam a l ngua para atenderem a seus prop sitos DD p 23 A esse respeito Koch 1999 p 49 ressalta os que interagem numa situa o comunicativa sempre se tornam como mutuamente cooperativos isto como querendo consumar uma inten o comunicativa por isso o receptor interpretador far todo poss vel para estabelece um sentido para a segii ncia que recebe por absurdo incoerente sem sentido que ela possa parecer DD p 23 Com o avan o desses estudos deixou se realizar a an lise transfrasticas e o texto passou a ser considerado com destaca Koch 1991 p 14 a unidade b sica da manifesta o da linguagem visto que o homem se comunica por meio de textos DI p 23 Mussalin e Bentes 2001 destacam que o texto deve ser analisado a partir do seu processo produtivo e dos elementos estruturais DD p 23 O sentido de um texto s p
130. a social sendo que essa n o uniforme A linguagem construto e construtora do social e gera sociabilidade Os sentidos e significados gerados na intera o social produzem linguagem que apesar de utilizar uma mesma linguagem varia na intera o 1998 p 142 MG2 p 13 08 A import ncia da atitude dial gica ressaltada por Martins 1992 p 123 O professor que assume a postura transformadora trata seus alunos como sujeitos cr ticos questiona e forma de constru o do conhecimento utiliza o di logo com pr tica de seu ensino e nesse di logo n o apenas investiga e reconhece mas tamb m respeita a subjetividade de cada um O posicionamento do docente frente s novas perspectivas educacionais de um mediador favorecendo a intera o e a autonomia dos discentes Ericone 2002 enfatiza MG3 p 35 Percebemos nessas passagens que o aluno produtor usa o DD nas monografias de gradua o para introduzir uma id ia conceito sendo que faz isso como forma de sustentar seu dizer que assim transcrito e ao final da transcri o o aluno produtor tece pequenos coment rios restringindo se a poucas linhas Dessa forma entendemos que o DD apesar de se configurar um recurso importante d nos a impress o que serve apenas para preenchimento de p gina pois o aluno produtor n o consegue manter um di logo efetivo nem t o pouco posicionar se com seguran a diante das palavras do outro e n
131. a teoria cr tica que repensasse o significado hist rico pol tico social e cultural da racionalidade moderna esses autores em cujos escritos se notam influencias de Nietzsche Hegel Freud e Marx realizaram um trabalho de Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 211 desmistifica o do ide rio racionalista ocidental abordado o nas suas origens e nas suas consegii ncias HORKHEIMER ADORNO 1991 DD p 11 Pucci 1995 p 20 fez um resgate hist rico mais objetivo das teorias cr ticas no que dizia que A Raz o a Ci ncia a Tecnologia desenvolvidas por Galileu Bacon Descartes no inicio da era moderna tinham como finalidade prec pua servir para a liberta o e a emancipa o do homem M Essa emancipa o n o tem espa o assegurado necess rio conquista lo atrav s da ousadia e da vontade pol tica do homem DI p 11 Por outro lado Adorno 1991 lembra que a ideologia capitalista c mplice da industria cultural contribui eficazmente para falsificar as rela es entre os homens bem como dos homens com a natureza de tal forma que o resultado final constitui uma esp cie de antiluminismo DD Verificando ainda com Adorno 1991 que a industria cultural impede a forma o de indiv duos aut nomos independentes capazes de julgar e de decidir conscientemente DI
132. abalhar DI p 49 A caricatura se estabeleceu na imprensa dentro de duas concep es socioculturais mencionadas por Melo 1994 apud NOGUEIRA 2003 DD p 50 Luis Fernando Ver ssimo apud MIANI 2003 fala da potencialidade da charge Vejamos Os arque logos desvendam o passado remoto a partir de coisas como moringas e fezes cristalizadas Desconfio que quando esta fase da vida brasileira que atravessamos com lama pelas canelas tamb m for historia remota os pesquisadores a reconstituir o a partir do trabalho dos seus chargistas os nicos que chegaram perto do absurdo reinante com o instrumental apropriado um olho c tico uma m o ligeira e o gosto pelo exagero revelador Esque a os relat rios e os editoriais A verdade est no detalhe nos desenhos na margem e no absurdo DD p 51 A efemeridade da charge como produto comunicativo pois ela geralmente esquecida quando o acontecimento a que se refere se apaga de nossa mem ria individual ou social MIANI 2003 s p justamente um dos mais fortes argumentos para consolida la como uma fonte hist rica de riqueza inestim vel a produ o de uma charge est necessariamente vinculada ao contexto s cio hist rico imediato e portanto apresenta elementos concretos para an lise do seu respectivo tempo hist rico DI p 51 A charge como forma de express o visual s pode ser compreendida socialmente pelo uso da palavra como diz Bakhtin
133. ada esquerda discurso direto e ou modaliza o direta SEM verbo CITA O sem aspas nesse tipo de constru o o discurso citado somente reconhecido pela a bibliografia colocada entre par nteses ao final do discurso indireto Depois disso fundamentado nos estudos de Boch e Grossmann 2002 come amos a identificar algumas fun es do discurso do outro nas monografias de gradua o e de especializa o das quais destacamos cinco fun es Dessas cinco fun es apenas as duas primeiras s o de Boch e Grossman 2002 as ltimas foram constatadas no nosso corpus e se fizeram frequentes tanto na escrita do graduado quanto na do especialista V Fundamentar uma afirma o o aluno produtor lan a m o do discurso do outro para d sustentabilidade ao seu dizer Introduzir o ponto de vista do autor fonte o aluno produtor refere se s palavras dos outros unicamente para reafirmar a id ia expressa pelo pr prio outro autor fonte Complementar o dizer o aluno produtor reporta se s palavras dos outros para complementar o seu dizer na progress o discursiva Definir uma id ia conceito o aluno produtor utiliza se do discurso citado para definir uma id ia uma express o Finalizar uma id ia o aluno produtor faz uso das palavras dos outros para finalizar a tem tica discuss o Etapa 4 Interpreta o e an lise dos dados A interpreta o e an lise dos dados foram feitas sob o pris
134. ades de interpreta o e reflex o dos acontecimentos s cio hist ricos levando nos ao enclausura mento e a cegueira ideol gica BRAND O 1993 DI p 34 As formula es de Althusser na perspectiva de uma ideologia geral d nfase a seu projeto de ideologia retomando as formulas de ideologia alem de Marx e Engels 1991 concebida como pura ilus o ou seja como nada DD p 34 e 35 A rela o das condi es reais de exist ncia o lugar de inscri o da ideologia Leiamos Toda ideologia representa em sua deforma o necessariamente imagin ria n o as rela es de reprodu o e as outras rela es delas derivadas mas sobretudo a rela o imagin rio dos indiv duos com as rela es de produ o e demais rela es da derivadas ALTHUSSER 1985 p 88 DD p 35 Outrossim a principal fun o da produ o ideol gica fazer com que todas as classes sociais aceitem as condi es de exist ncias em que vivem sem levar em conta as contradi es idelogicas em que se vive sem que se possa transcender o cimento ideol gico que reveste as id ias que oprimem os indiv duos A esse respeito Chau esclarece que A maioria por m acredita que o fato de ser eleitor pagar as d vidas e contribuir com os impostos j nos faz cidad os sem considerar as condi es concretas que fazem alguns serem mais cidad os do que outras A fun o da ideologia impedir nos de pensar nessas coisas 20
135. agogicamente na sala de aula ou se chamar a aten o para a utiliza o do ingl s no mundo contempor neo nas varias reas da atividade humana MD p 25 Ainda conforme os PCNs 1998 p 50 Solicitar que os alunos atuem como etn grafis em suas pr ticas sociais fazendo anota es dos usos de ingl s ao mesmo tempo em que toma consci ncia de v rios pa ses que usam esta l ngua como l ngua oficial ou l ngua materna parece ser essencial para sua conscientiza o de aspectos de natureza s cio pol tica relacionadas a aprendizagem dessa lingua MI p 25 Pois segundo um dos objetivos ressaltados pelos PCNs 1998 referente ao tema Pluralidade Cultural vimos que os alunos devem ser capazes de conhecer e valorizar a pluralidade cultural do patrim nio sociocultural brasileiro bem como aspectos socioculturais de outros povos e na es M p 26 percept vel que a economia tem papel relevante nesses aspectos pois em nosso pa s por exemplo desde a poca que engloba a coloniza o at meados da independ ncia a l ngua francesa era muito estudada e conhecida como uma l ngua de grande status na sociedade MI p 27 Segundo Moita Lopes 1996 p 38 faz se necess rio explica esse comportamento de professores e consequentemente dos alunos de ingl s no Brasil ou melhor o que est sendo sugerido com a afirma o da glorifica o da cultura estrangeira MI p 28 Percebe
136. aldi 1999 mostram que algo est faltando MI p 30 A linguagem de acordo com Geraldi Ibid marcada pela interlocu o por isso toda produ o oral ou escrita tem um interlocutor determinado o qual respons vel pela organiza o do texto DI p 30 Ainda tratando sobre a produ o textual Geraldi 1999 coloca que as reda es escolares n o permitem um uso efetivo da l ngua pois artificial e n o favorece o car ter din mico da linguagem como vemos no trecho que segue DD a produ o de textos por estudantes em condi es escolares j marcada em sua origem por uma situa o muito particular onde s o negadas a l ngua algumas de suas caracter sticas b sicas de emprego a saber a sua funcionalidade a subjetividade de seus interlocutores e o seu papel mediador do homem mundo O car ter artificial desta situa o dominar todo o processo de produ o da reda o sendo fator dominante de seu resultado final Ibid 1997 p 120 MI p 31 Na escola segundo Geraldi 1999 o aluno tem que escrever seguindo os padr es r gidos da l ngua culta al m disso sua reda o ser avaliada pelo professor seu nico interlocutor Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LL LLL 156 DI Para realizar um ensino coerente necess rio conforme destaca Geraldi 1999 u
137. algo como o qual j esteja familiarizado Isso pode ajudar a compreender a aus ncia de conhecimento sistem tico da parte do aluno al m de faze lo sentir se mais seguro para come ar a arriscar se na l ngua estrangeira BRASIL 1998 p 33 MI p 26 Para Moita Lopes 1996 a melhor maneira de desenvolver o ensino colocando nfase no pr conhecimento do aprendiz na sua contribui o para o ato comunicativo da leitura DI Um desses artif cios o que Moita Lopes chama de indu o do conhecimento esquem tico que pode ser feita atrav s de explora o do t tulo e ilustra es colaborando para criar expectativas no aluno que poder o ser confirmadas ou n o DI Um outro artif cio citado por Moita Lopes a utiliza o ret rica do texto como fornecedora de pistas para alcan ar o significado isso feito atrav s da familiariza o do leitor com marcadores de discurso conectores itens textuais etc MI p 27 De acordo com os PCNs de L ngua estrangeira que adotam uma vis o de leitura diferente daquela tradicionalmente seguida em algumas salas de aula e tamb m na maioria dos livros did ticos que est o centrados em aspectos de decodifica o em que necess rio que o aluno utilize apenas o conhecimento sistem tico o ensino dever ser pensado em fases que se dividem em pr leitura leitura e p s leitura MI p 27 Outro fator importante a ser observado para garantir o desenvolvimento
138. alho O aluno ter tamb m 15 quinze dias para implantar as sugest es da banca Para a monografia de especializa o o processo de elabora o e entrega ocorre de maneira quase id ntica monografia de gradua o tendo algumas diferen as concernentes constru o do projeto de pesquisa e apresenta o desse projeto para uma banca examinadora Quanto ao orientador este deve ter como titula o m nima o grau de mestre 1 2 1 Caracteriza o do objeto de pesquisa monografias de curso de gradua o e de especializa o Tendo em vista a import ncia da monografia para a forma o do aluno concluinte do Ensino Superior ou de Especializa o propomo nos nessa se o a discutir o seu conceito a partir de autores de comp ndios de metodologia da pesquisa entre eles Lakatos e Marconi 1992 Geraldo 1995 Medeiros 2000 Salomon 2001 Tachizawa 2001 Santos 2001 bem como buscaremos destacar as caracter sticas mais relevantes da monografia Ao longo dos anos muitas mudan as significativas ocorreram no Ensino Superior para melhorar a qualidade dos formandos dentre elas ressaltamos a implanta o no curr culo da monografia que em algumas universidades o trabalho de conclus o de curso TCC Anteriormente a monografia era um trabalho destinado somente aos cursos de p s gradua o lato sensu e stricto sensu Atualmente a monografia configura se como uma pr tica do mundo acad mico basta
139. aliosas na concretiza o deste trabalho Sei dos muitos compromissos acad micos que tinham mas nem isso impediram nas de ajudar a fazer os c lculos t o dif ceis Quero destacar em especial Edneide que t o prontamente me auxiliou na constru o dos gr ficos s minhas eternas amigas Que torceram por mim durante toda a minha vida na academia mostrando me que a vit ria s conseguida ap s muitas derrotas e que somente atravessando as se consegue alcan ar o xito Ana Paula Suzy Vane a Ione voc s estar o sempre comigo Ao CAMEAM UERN Especialmente professora Maura Cavalcante diretora do Campus que se empenhou bravamente para que n s Cezinaldo e eu pud ssemos concluir esse trabalho Obrigada a todos os funcion rios do CAMEAM Valdir Marquinhos Tet Erimar Fabiano Dona Iara Viviane Simone Iza Risonete Meirinha Gladys Cl udia Nilma Delt nia Preta Deusiene Auric lia F tima Ao Departamento de Letras CAMEAM Agrade o a todos deste Departamento especialmente aos professores Nilson Roberto Charles Deni e ao professor Jailson que t o eficientemente fez o meu abstract Obrigada ainda s professoras Adriana Edileuza e particularmente professora Dalvinha pessoa rara voc muito especial para mim Voc s foram fundamentais para que este sonho se concretizasse iz E i u i fizeram me enxergar a necessidade de sempre buscar o conhecimento Ao Departamento de Educa
140. alista e n o de um m dico Feitas as considera es necess rias no que diz respeito ao dom nio discursivo em que o g nero se enquadra trazemos ainda uma quest o bastante complexa pois ao conceber um g nero preciso entender o suporte desse g nero Assim mostra Marcuschi 2003 p 11 que o suporte imprescind vel para que o g nero circule na sociedade e deve ter alguma influ ncia com a natureza do g nero suportado Mas isto n o significa que o suporte determine o g nero e sim que o g nero exige um suporte especial Nesse sentido compreendemos que seria imprescind vel tecer algumas reflex es sobre suporte de texto luz dos estudos de Marcuschi 2003 visto que necessitamos entender melhor de que forma o g nero pode ser relacionado com o suporte Para isso discutiremos a defini o de Marcuschi 2008 p 11 sobre a rela o texto suporte Intuitivamente entendemos como suporte de um g nero um l cus f sico ou virtual com formato espec fico que serve de base ou ambiente de fixa o do g nero materializado como texto suporte de um g nero uma superf cie f sica em formato especifico que suporta fixa e mostra um texto A partir dessa defini o compreendemos que o suporte de um g nero configura se segundo alguns crit rios tais como lugar f sico ou virtual os suportes aparecem em um formato f sico e por ltimo o suporte tem a fun o primordial de tornar o g nero vis vel e a
141. aliza es ling sticas concretas definidas por propriedades s cio comunicativas cf MARCUSCHI 2002 p 22 23 Desta forma esse autor declara que os g neros textuais fundem se em crit rios externos s cio comunicativos enquanto os tipos textuais fundem se em crit rios internos ling sticos funcionais MARCUSCHI 2002 p 34 Ap s entendermos que g nero e tipo textual designam aspectos diferentes dentro do texto destacamos a express o dom nio discursivo que frequentemente utilizada de maneira um tanto vaga Por isso tomamos a 18 Tipo textual na perspectiva de Marcuschi tem outra defini o que n o a mesma de Bronckart 19 Outros te ricos trazem a exist ncia de mais tipos textuais Cr gna CibdlePedra Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 44 defini o de Marcuschi 2002 p 23 que designa a express o dom nios discursivos como uma esfera ou inst ncia de produ o discursiva ou de atividade humana Esses dom nios n o s o textos nem discursos mas propiciam o surgimento de discursos bastante espec ficos Observamos que a defini o dada ao termo dom nios discursivos indica que estes n o s o os discursos propriamente ditos mas as inst ncias em que os discursos s o produzidos Por exemplo o jornal produzido dentro do universo jornal stico pois aqueles que o produzem mant m o discurso de um jorn
142. am sobre a compreens o deste discurso 3 Verbos que podem ser eles pr prios o relato da forma como o discurso relatado atuou ou deve atuar Como vemos a a o dos verbos introdutores de opini o significativa no momento de inser o do discurso citado uma vez que indica tanto em rela o compreens o do discurso citado como eles pr prios podem representar a a o do discurso relatado Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 75 Pensando na a o dos verbos introdutores de opini o sobre o discurso citado Marcuschi 2007 p 163 classificou os verbos em sete classes gerais de fun es organizadoras conforme apresentamos no quadro a seguir Quadro 4 Classifica o dos verbos pela fun o CLASSIFICA O DOS VERBOS PELA FUN O FUN ES VERBOS Indicadores de posi es Declarar afirmar comunicar anunciar oficiais e afirmativas informar confirmar assegurar positivas Indicadores de for a de Frisar ressaltar sublinhar acentuar argumento enfatizar destacar garantir Indicadores de Desabafar gritar vociferar esbravejar emocionalidade apelar ironizar circunstancial Organizadores de um Iniciar prosseguir introduzir concluir momento argumentativo no inferir acrescentar continuar finalizar conjunto do discurso explicar Indicadores de retomadas Comentar
143. amente essa exig ncia n o muito vi vel pois da mesma forma que ningu m termina o ensino m dio sendo matem tico filosofo ge logo ou historiador ningu m precisa ao t rmino deste ter dom nio completo de uma l ngua estrangeira Na verdade ningu m conclui o ensino m dio com o mesmo n vel de dom nio de outras mat rias que se exige das l nguas estrangeiras MOITA LOPES 1996 MG6 p 16 25 O professor precisa dispor de muito tempo acompanhar e sustentar todo um processo de transforma o e esse de dif cil execu o por raz es de ordem pr tica e econ mica Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 108 Fullan 1991 apud CELNI 2001 p 23 o que motivo de frustra o para os educadores e um desperd cio do ponto de vista econ mico ver centenas de oficinas palestras e cursos de extens o que n o levam a uma transforma o eficaz na pr tica quando os professores voltam as suas salas de aula ME2 p 17 Esses dois exemplos retratam como a aus ncia de uma marca introdut ria do discurso citado pode provocar a perda da autonomia enunciativa2s o que pode ser chamado de discurso citado em detrimento do discurso citante No fragmento 24 temos uma passagem que comprova o que dissemos anteriormente O aluno produtor de gradua o discute acerca da falta de habilita o p
144. apassam os conhecimentos j elaborados pela ci ncia e as respostas que poderiam aparecer ainda est o formuladas MD p 18 Segundo Zeichner amp Liston 1996 apud MONTEIRO 2002 p 118 A reflex o n o consiste em uma serie de passos ou procedimentos para serem usados por professores Mas do que isso ela uma forma integrada de perceber e responder a problemas uma forma de ser professor A o reflexiva envolve tamb m mais do que solu o de problema por procedimento l gico e racional Reflex o envolve intui o emo o e paix o e n o algo que pode ser acondicionado em pacotes como um programa de t cnicas para professores usarem DI p 18 Devido a tudo isso Sch n 1995 defende a forma o profissional a partir de uma epistemologia da pr tica a valoriza o da pr tica profissional da constru o de conhecimento MI p 19 Segundo Sch n 1995 o professor enquanto reflexivo tem a tarefa de encorajar e reconhecer e mesmo de dar valor ao que denominamos de confus o dos seus alunos e encoraja los a dar valor a sua pr pria confus o pois imposs vel aprender sem ficar confuso MI p 19 De acordo com Zeichner 1992 apud MONTEIRO 2002 p 119 muito do ensino est enraizado em que n s somos e como n s percebemos o mundo ent o voltamos nossa aten o as cren as e entendimentos dos professores e como entender a rela o entre esses entendimentos e suas p
145. ar frase do discurso do outro ou como afirma Maingueneau 2001 sem ter que pensar pois o aluno produtor reproduz simplesmente as palavras do autor fonte Outro aspecto importante que consideramos para essa recorr ncia freq ente ao DD pelo aluno produtor de gradua o diz respeito falta de maturidade cient fica pois a monografia o primeiro trabalho de inicia o cient fica desenvolvido pelo graduado assim n o apresenta tanta habilidade com a escrita acad mica de maneira que reconhece o DD como um recurso Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LLL 93 que n o exige tanto quanto o DI uma vez que conforme aponta Bakhtin 2004 o discurso indireto necessita de outros elementos para sua concretiza o deixando de lado outras formas de refer ncia Em princ pio o aluno produtor utiliza o DD pois compreende que necessita apenas da coer ncia entre o discurso citante com o discurso citado Constatamos tamb m que o discurso indireto DI foi um recurso bastante recorrente nas MG atingindo uma m dia de 170 ocorr ncias obtendo o percentual de 31 apenas 4 a menos que DD Isso evidencia que mesmo com pouca maturidade cient fica o aluno produtor de gradua o demonstra em termos quantitativos que consegue fazer uso do DI com frequ ncia Quanto utiliza o de modaliza es percebemos que este um modo de ref
146. ar se sobre o mundo e a cultura dos adolescentes para promover o conhecimento mutuo de dois universos sobrepostos mas que n o se conhecem DD p 16 Nota se que para desenvolver uma aprendizagem significativa preciso que o professor busque uma pr tica criativa para mostrar o aluno todo um contexto da l ngua em estudo Demo 2000 apud CELNI 2001 p 34 afirma a transversalidade Deve ver se como um trabalhador do conhecimento um profissional da aprendizagem mas de uma aprendizagem criativa e reconstrutiva n o reprodutiva e circular MI p 17 A forma o profissional continua n o pode ver vista em termos apenas de produtos resultados de cursos mas deve ser entendida em termos de um processo que possibilita ao professor educar a si mesmo medida que caminha como educador Segundo Celani 2002 a forma o profissional cont nua dos professores uma forma de educa o que n o tendo data fixa para terminar permeia todo o trabalho do individuo eliminando consequentemente a id ia de um produto acabado DI p 17 O professor precisa dispor de muito tempo acompanhar e sustentar todo um processo de transforma o e esse de dif cil execu o por raz es de ordem pr tica e econ mica Fullan 1991 apud CELNI 2001 p 23 o que motivo de frustra o para os educadores e um desperd cio do ponto de vista econ mico ver centenas de oficinas palestras e cursos de extens o que n o leva
147. ara o ensino de l nguas e para isso exemplifica dizendo que a conclus o do ensino m dio n o habilita ningu m para ser matem tico ge logo No entanto ao concluir a exposi o o aluno produtor coloca no final a refer ncia do texto de Moita Lopes 1996 Isso revela que o dito n o do aluno produtor mas do autor fonte Moita Lopes Dessa forma compreendemos que a aus ncia do verbo introdutor e das aspas fazem com que o discurso citado n o seja parcialmente reconhecido uma vez que a refer ncia colocada no final do enunciado indica apenas que se trata de um discurso citado Nesse sentido indagamos at que ponto podemos denominar de discurso citante e discurso citado N o se tem como determinar os limites de um em detrimento do outro O que ocorre um imbricamento de vozes que sugere expressar a perda da autonomia enunciativa ou da ades o do aluno produtor ao que pode ser chamado como dito do autor fonte O fragmento 25 tamb m indica que a falta de marca introdut ria no discurso provoca perda de autonomia sobre o dito uma vez que n o se evidencia quem realmente o enunciador do discurso o aluno produtor ou autor fonte Nesse fragmento algumas mudan as s o reconhecidas por exemplo a refer ncia ao texto do autor fonte vem demarcada no in cio do discurso bem como esse fragmento colocado como um par grafo e n o ao final da discuss o como no fragmento anterior Apesar disso a passagem retrata a falta de a
148. ares No fragmento 32 o discurso citante destaca a dificuldade que o professor tem em realizar teste O discurso indireto em sequ ncia reafirma a dificuldade do professor acrescentando as qualidades que devem estar contidas em um bom teste A modaliza o que segue ap s o discurso indireto tamb m tem a fun o de complementar o discurso que a antecede apontando aspectos que validam a import ncia do teste Como vemos s o sequ ncias de discursos que atuam como complementares um do outro Nesse sentido o aluno produtor de gradua o e especializa o tem no discurso indireto e na modaliza o indireta uma forma de deixar se complementar atrav s das palavras do outro o Fun o IV Definir uma id ia 33 O her i do romance segundo Bakhtin um ser pensante que age de acordo com seus atributos pessoais claro esses atributos s o des gnios que o autor confere ao personagem do romance cuja a o encontra respaldo no plano pluriling stico onde ele vive e age em um mundo completamente marcado por ideologias MG1 p 44 34 A enuncia o na AD de acordo com P cheux 1975 um processo constitu do por enunciados que selecionam atrav s de marcas ling sticas o que discursivo ideol gico por meio do expresso do j dito rejeitando nesse sentido o n o expresso o n o dito MEI p 28 35 Em s ntese parafraseando Althusser 1985 a ideologia um si
149. as ambas s o iguais em termos de relev ncia Al m disso percebemos algumas vari veis concebidas por Marcuschi 2001 para a atividade de retextualiza o entendendo que essas vari veis n o se restringem apenas ao mbito da retextualiza o enquanto passagem da fala para a escrita As quatro vari veis postuladas por Marcuschi 2001 p 53 s o o prop sito ou objetivo da retextualiza o significando que o retextualizador procura determinar o conte do tem tico do texto fonte e as quest es que busca preservar a rela o entre o produtor do texto fonte e o transformador sendo concebida de dois modos a quando o retextualizador tamb m produtor do texto fonte as mudan as s o muito mais rigorosas de forma que o mesmo se sente vontade para redigir um novo texto acrescentando novas informa es a partir do que j est postulado no texto fonte b quando o retextualizador n o o produtor do texto fonte as altera es no texto s o mais discretas de modo que atribui valor documental ao texto fonte As outras vari veis s o a rela o tipol gica entre o g nero textual original e o g nero da retextualiza o significando que pode acarretar uma mudan a tipol gica com rela o ao novo texto como tamb m g nero da retextualiza o e os processos de formula o t picos de cada modalidade Essa ltima assim como na vari vel antecedente revela que pode ocorrer mudan a da modalidade ling stica do texto fo
150. as efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L L LLL 233 desatualizados em rela o as teorias existentes hoje a l ngua MI Segundo este autor muitos autores dos LDs embora n o explicitem a concep o de l ngua da qual se fundamentam e deixam subjacente em suas propostas de trabalho Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL
151. ativos que demonstram a forma como o produtor gerencia as vozes no texto Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 72 compreendendo portanto estrat gias reveladoras tanto a voz do outro como a voz daquele que assume a autoria do discurso em atualiza o Dada a variedade de formas de refer ncia ao discurso do outro destacadas por Mat ncio 2003 explicitaremos a seguir atrav s da figura abaixo as estrat gias discursivas que subsidiar o a an lise do corpus Figura 5 Estrat gias discursivas Estrat gias discursivas Discurso direto Discurso indireto Modaliza es Tais escolhas justificam se pelo fato de que cada uma far nos perceber diferentes aspectos dentro da constru o textual assim pois as duas primeiras o discurso direto e o discurso indireto t m como fun o fazer nos reconhecer na tessitura do texto a postura enunciativa assumida pelo aluno ao mencionar ou fazer refer ncia ao discurso do outro Al m disso procuramos detectar o porqu do uso do discurso do outro se serve apenas como recurso de autoridade ou se usado pelo aluno ao citar opinando apreciando comentando diante do discurso de outrem E por ltimo evidenciaremos o uso das modaliza es que diferentemente das formas de refer ncias destacadas t m uma outra postura ou seja revelam tanto a voz do outro discurso d
152. ceito de l ngua como sistema est vel de forma normativamente id ntica e de explicar a evolu o da l ngua que se d atrav s da intera o verbal social dos interlocutores a que se refere Bakhtin nessa cita o DD p 20 Chomsky produziu uma gram tica de base fundamentalmente sint tica A teoria gerativista parte de um sistema de regras impl citas inatas na mente de todo falante e chega a produ o das frases Vejamos o que nos diz Mussalim 2001 p 62 a respeito dessa teoria ling stica formulada por Chomsky Quando dizemos que duas pessoas falam a mesma l ngua estamos necessariamente fazendo abstra o de todas as esp cies de diferen as de sua fala para simplicidade de nosso exposi o admitiremos que a l ngua que descrevemos uniforme entendendo por uniforme que ela indiferenciada dialetal e estilisticamente que logicamente uma idealiza o dos fatos e que todos os falantes nativos est o de acordo se um enunciado aceit vel ou n o DI p 20 e 21 Monteiro 2000 fazendo referencia a Labov enfatiza que a ling stica ci ncia que se dedica a descri o das l nguas excluiu do seu escopo os aspectos de natureza social DI De inicio com Saussure 1916 com sua dicotomia l ngua langue e discurso parole este visto pela ling stica como sendo de natureza multiforme e heterocl tica DI p 21 Ap s d nfase ao estruturalismo Monteiro 2000 passa pelo enfoqu
153. cess vel para fins 20 Nossas reflex es aqui apontadas sobre a quest o do suportes dos g neros do discurso n o ser o muito profundas pois conforme ressalta Marcuschi 2003 os estudos sobre suporte ainda est o no in cio Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 45 comunicativos Todavia esses crit rios nem sempre s o f ceis de serem atendidos e estabelecidos visto que a discuss o sobre o tema ainda est engatinhando Isso impede que outros aspectos tamb m importantes sejam definidos com seguran a como o canal o servi o e o meio em que o g nero se materializa Para Marcuschi 2002 2003 o g nero mant m uma rela o hier rquica com algumas categorias estabelecida da seguinte forma primeiro quanto ao dom nio discursivo depois no que se refere ao suporte a forma o discursiva que subentende a circula o do g nero e por fim a tipologia Considerando essa rela o hier rquica que o g nero mant m com esses crit rios de classifica o estabelecemos a seguinte rela o a partir do g nero monografia desenhada na figura abaixo Figura 3 Rela o hier rquica do g nero monografia Forma o discursiva IDEOL GICA Tipologia G nero Dom nio discursivo ARGUMENTA O MONOGRAFIA CIENT FICO Suporte REVISTA CIENT FICA A rela o hier rquica do g nero monografia ocorre um pouco difer
154. ciais Infelizmente os professores ao longo de sua vida profissional t m poucas oportunidades de aperfei oamento ficando apenas com a forma o acad mica ME2 p 18 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 94 Nesses fragmentos observamos o uso das modaliza es apreciativas cuja fun o traduzir a voz do autor fonte tecendo coment rio e avalia es que s o as mais frequentes na se o de fundamenta o te rica de graduados O fragmento 05 traz o coment rio do aluno produtor ressaltando a import ncia de formar discentes com habilidade na produ o de texto e n o na an lise ling stica apesar de tecer essas considera es o aluno produtor n o se sente com autoridade suficiente e reporta se a Travaglia 2001 que destaca a defini o de texto como forma de permear a forma o do aluno J no fragmento 06 vemos de outro modo como a modaliza o inserida ap s o DI indireto como coment rio acerca da posi o de Almeida Filho sobre o ensino de LE a modaliza o neste caso serve para ressaltar o ponto de vista exposto do autor fonte Em suma podemos dizer que o aluno produtor de gradua o cita com frequ ncia as diferentes formas de refer ncia ao discurso do outro e com uma certa regularidade j que o percentual obtido por ambas as formas de refer ncia evidencia que n o h uma dist ncia m
155. clara e ao mesmo tempo abrangente da Socioling stica A socioling stica uma rea das sub reas da ling stica e estuda l ngua em uso no seio das comunidades de fala voltando a aten o para um tipo de investiga o que correlaciona aspectos interdisciplinar na fronteira entre l ngua e sociedade focalizando precipuamente os empregos ling sticos concretos em especial os de car ter heterog neo p 09 DI p 15 Camacho 2001 tamb m manifesta uma preocupa o em delimitar o campo de estudo da socioling stica uma vez que ela toma para si muitos assuntos que tem rela o com a linguagem em uso no contexto social DI Ap s d nfase aos variados enfoques Camacho exemplifica a socioling stica variacionista afirmando que necess rio recorrer as varia es derivadas do contexto social para encontrar respostas para os problemas que surgem da varia o inerente ao sistema ling stico DI p 15 Mussalim 2001 ao falar de varia o em si destaca que a principio todas as l nguas do mundo s o continua es hist ricas DI p 16 Mollica 2003 falando de uma forma mais sistematizada e sint tica diz que os condicionamentos que geram as variantes ling sticas s o em grande n mero agem simultaneamente e surgem de dentro e de fora do sistema ling stico A altura d muita nfase ao conceito de vari vel dependente tendo em vista que esta vari vel s possui exist ncia porque co
156. claro Savioli na cita o anterior o professor que utiliza o manual did tico nessa perspectiva n o revestido com as compet ncias necess rias para o exerc cio da atividade em que atua DI Falando especificamente do professor de L ngua Portuguesa Bagno 2002 afirma que o material did tico deve ser usado de uma forma cr tica e o professor deve ter a vis o de que a l ngua e a linguagem s o muito mais abrangentes do que como diz o autor reportando se a varia o ling stica uma velha distribui o de r tulos de certo e de errado para a produ o ling stica dos cidad os DD p 29 A esse respeito concordamos com Bagno 2002 p 70 Para empreender esse tipo de trabalho evidentemente necess rio que o professor tenha recebido e continue a receber uma forma o cientifica consistente que se apodere dos resultados da pesquisa ling stica que tome consci ncia das etapas de evolu o e progresso do campo cient fico ao qual pertence que o das ci ncias da linguagem e da educa o Um professor de l ngua portuguesa que n o for em tempo integral um pesquisador um curioso um ling ista um teorizador enfim n o poder empreender essa transforma o DI p 29 Marcuschi 2002 diz que os LDs usados no ensino fundamental e m dio n o atendem mais as necessidades atuais do ensino de l ngua materna pelo fato de estarem Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Form
157. conhecimentos necess rios para usa los quanto em rela o ao uso que fazem desses conhecimentos para construir significados no mundo social DI p 13 Ainda com base nos PCNs 1998 importante que o professor aprenda a compartilhar seu poder e dar voz ao aluno de modo que esse possa se constituir como sujeito do discurso e portanto sujeito atuante no seu processo de aprendizagem DI p 13 Celani 2001 expressa o perfil do professor de l nguas estrangeiras como graduado com habilidades para manusear o conhecimento de maneira definidas atrav s de uma pr tica reflexiva constru da ao longo de um processo DI p 14 Almeida Filho 1999 afirma que n o basta formar o professor para transformar a cena profissional como um todo de uma regi o ou pa s preciso prepara formadores que trabalham com os professores postos em an lises bem como formar as autoridades legisladores e os pol ticos que juntos entoam um acompanhamento nem sempre bem sonante para o ensino das l nguas no curr culo escolar z MI p 14 Segundo Moita Lopes 1996 o conhecimento um processo para o qual colaboram aqueles envolvidos na pr tica social de sala de aula ou seja compartilha se a id ia de que o conhecimento uma constru o social DI p 15 Com o intuito de favorecer a aprendizagem em l ngua inglesa e promover uma maior aceita o da disciplina os PCNs enfatizam alguns pontos relevantes que ser o
158. conjunto de normas com respeito aos usos ling sticos Em outras palavras uma comunidade de fala se caracteriza n o pelo fato de se constituir por essas que falam do mesmo modo mas por indiv duos que se relacionam por meio de redes comunicativas diversas e que orientam seu comportamento verbal por um mesmo conjunto de regras DD p 22 Labov como iniciador do modelo te rico metodol gico quantitativo mais precisamente a Socioling stica Variacionista nessa mesma concep o diz que seria falso conceber a comunidade ling stica como um conjunto de falantes empregando as mesmas formas Ela a melhor descrita como um conjunto que compartilha as mesmas normas quanto a l ngua apud CALVET 2002 p 96 Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 166 DD p 22 H nesse modo a confirma o da exist ncia da diversidade ling stica ou variantes ling sticas que segundo Tarallo 1999 p 8 s o diversas maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade DD p 22 Alkimin op cit vem reafirmar a exist ncia da varia o ling stica dizendo Qualquer l ngua falada por qualquer comunidade exibe sempre varia es Pode se afirmar mesmo que nenhuma l ngua se apresente como entidade homog nea Isso significa dizer que qualquer l ngua representada por um conj
159. consci ncia das peculiaridade da linguagem Este autor destaca que a forma o do pensamento humano acontece conforme vamos interagindo com as formas de express o verbal j existentes Assim compreender a linguagem como meio de para o desenvolvimento do homem fundamental pois atrav s da mesma e do processo interlocutivo cada indiv duo constr i seus discursos e representa seu dia a dia MI p 14 As intera es verbais conforme destaca Geraldi 1996 acontecem dentro de um contexto social e hist rico por isso est o sujeiras as interfer ncias impostas pelos mesmos E s o hist ricas porque resultam de acontecimentos da sociedade e da rela o entre sujeitos cujos acontecimentos geram novas formas de comunica o e de interlocu o entre indiv duos DD p 14 por meio da l ngua em uso que se criam referencias culturais e ideologias como ressalta os PCNs L ngua Portuguesa do Ensino Fundamental 1998 p 20 pela linguagem se expressam id ias pensamentos e inten es se estabelecem rela es interpessoais anteriormente inexistentes e se influencia o outro alterando suas representa es da realidade e da sociedade e o rumo de suas re a es DI p 15 Geraldi 1999 defende que o uso da linguagem varia em conformidade com os grupos sociais e suas diferentes instancias MI p 15 Toda forma ling stica insepar vel do seu contexto ideol gico Segundo Bakhtin 199 toda
160. consciente e auto suficiente ou seja um sujeito que nunca estar na origem do seu dizer a cada novo dizer a sua palavra determinada social e ideologicamente GRIGOLETTO 2005 p 120 O sujeito ent o configurado numa rela o de intersubjetividade com a realidade que o rodeia disso resulta a palavra que o precede e o antecede como express o de um em rela o ao outro ambos exercem a fun o de figuras essenciais na constitui o da palavra e do discurso Assim reafirma Cazarin 2005 p 137 que o discurso sempre o discurso citado e o texto se constr i como um mosaico de cita es Nas palavras de Bakhtin 2004 p 146 o discurso citado deve ser compreendido conforme transcrevemos Um documento que quando sabemos t lo dar nos indica es n o sobre os processos subjetivos psicol gicos passageiros e fortuitos que se passam na alma do receptor mas sobre as tend ncias sociais est veis caracter sticas da apreens o ativa fala do discurso de outrem que se manifestam nas formas da l ngua 23 Ibidem p 145 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 63 Assim sendo o discurso citado representa as caracter sticas do modo como o discurso enunciado ou seja revela o contexto de transmiss o do discurso que diz respeito l ngua enquanto mecanismo de manifesta o da linguagem
161. crever um bom teste e acrescentar que este deve apresentar algumas qualidades como validade credibilidade e praticidade e n o ter efeitos negativos no programa de ensino De acordo com Brown 1994 os testes podem Melhorar a motiva o Estimular os alunos a estabelecer seus pr prios objetivos Dar informa es sobre a compet ncia dos alunos Promover a autonomia dos alunos Encorajar os alunos a uma auto avalia o Ajudar na avalia o do ensino ME7 p 22 O GURI Mm Diferentemente do que ilustramos nos fragmentos anteriores o discurso citado n o visa sustentar uma afirma o anterior ou expor um ponto de vista mas demarcar no decorrer da progress o tem tica o surgimento de uma nova id ia No fragmento 31 a modaliza o indireta tem a fun o de complementar o dizer do aluno produtor marcar uma Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 114 mudan a de tem tica de um par grafo para outro considerando a rela o de sentido entre os par grafos o par grafo com o discurso citante exp e sobre o professor de l ngua inglesa que parece ter uma vis o distorcida do ensino de l nguas e do conceito de leitura O par grafo da modaliza o indireta destaca as concep es do ensino de leitura Sendo assim observamos que os par grafos discorrem de uma mesma tem tica e atuam como id ias complement
162. culo uma coisa muito discutida deste muito tempo De acordo com os PCNs de L ngua Estrangeira um dos principais fatores observados para que essa inclus o aconte a a fun o que esta desempenha na sociedade e o seu uso pela popula o DD p 22 os objetivos tradicionais do ensino de L ngua Estrangeira isto o foco nas chamadas quatro habilidades orais precisam ser alternados j que n o tem nenhuma Justificativa social no contexto brasileiro isto n o s o apropriados MOITA LOPES 1996 p 132 MI p 22 A nica habilidade que o aluno pode usar em seu contexto social em vestibulares admiss o a cursos de p s gradua o a leitura Pode se dizer de acordo com 2 Moita Lopes 1996 que a leitura a nica habilidade em l ngua inglesa justificada socialmente A leitura tem fun o primordial na escola DD A leitura atende por um lado as necessidades da educa o forma o e por outro a habilidade que o aluno pode usar em seu contexto imediato BRASIL 1998 p 20 DD p 23 De acordo com Moita Lopes esse ensino Centra se na aprendizagem de uma habilidade que til para os aprendizes que podem continuar a aprender em seu pr prio meio e que fornece a possibilidade de aumentar seus limites conceituais a aprendizagem da leitura me l ngua estrangeira fornece ao aprendiz uma base discursiva atrav s de seu engajamento na negocia o do significado via discurso escr
163. da exist ncia social 1981 p 46 DI p 21 Bakhtin faz uma esp cie de diferen a entre o signo ling stico e a palavra C MD p 22 Para Bakhtin A palavra n o somente o signo mais puro mais indicativo tamb m um signo neutro Cada um dos signos especifico de algum campo particular da cria o ideol gica Cada dom nio possui seu pr prio material ideol gico e formula signos e s mbolos que lhes s o aplic veis a outros dom nios O signo ent o cuidado por uma fun o ideol gica precisa e permanece insepar vel dela A palavra ao contrario neutra em rela o a qualquer fun o ideol gica especifica Pode preencher qualquer esp cie de fun o ideol gica est tica moral religiosa 1995 p 36 37 DD p 23 Bastos faz coment rios pertinentes sobre essa influencia A preocupa o dos primeiros gram ticos da l ngua portuguesa assim como a dos que as seguiram era a imposi o de um falar popular isto da nova l ngua do L cio que deveria ser imposta em lugar do latim porem pautado no falar dos homens doutos da poca o que de acordo com as nossas id ias atuais a respeito do ensino de l ngua a falantes nativos 1999 p 258 MD p 23 Para Perini 2000 p 11 Essa convic o t o generalizada se deve ao fato de que falamos com uma facilidade muito grande de certo modo sem pensar estamos acostumados a associar conhecimento a uma reflex o c
164. da intera o do locutor e do ouvinte Toda palavra serve de express o a um em rela o a outro Ibid 1995 p 113 MG3 p 12 02 Cunha e Cintra 2001 iniciam suas explica es e exposi es de regras em rela o a concord ncia verbal fazendo uma esp cie de coment rio A solidariedade entre o verbo e o sujeito que ele faz viver no tempo exterioriza se na CONCORDANCIA isto na variabilidade do verbo para conforma se ao n mero e a pessoa do sujeito 2001 p 496 Estes muitos autores 2001 acrescentam ainda que a concord ncia evita a repeti o do sujeito que pode ser indicada pela flex o verbal a ele ajustada J na gram tica de Pasquale e Ulisses o discurso em rela o a esse fen meno da concord ncia altamente prescritiva o verbo e o sujeito se ligam pelo mecanismo da concord ncia o sujeito verbo singular sujeito no plural verbo no plural 2003 p 466 MES p 16 Dessa forma constatamos nesses fragmentos que a quantidade de linhas de cita o realmente muito elevada pois nas passagens observamos um aglomerado de cita es o que nos permite afirmar que o discurso do aluno produtor ficou invis vel ou seja o aluno produtor passou a um simples articular do texto respons vel pela organiza o pela tessitura das vozes e pela coer ncia e coes o apagando e ou ocultanto seu papel de retextualizador No fragmento 01 h explicitamente quatro ocorr ncias de discurso re
165. da l ngua portuguesa assim como a dos que os seguiram era a imposi o de um falar popular isto cada nova l ngua do L ncio que deveria ser imposta em lugar do latim porem pautada no falar dos homens doutos da poca o que est de acordo com as nossas id ias atuais a respeito do ensino de l ngua a falantes nativos 1999 p 258 MI p 34 Segundo as pesquisa de Neves 2003 primordialmente se organizam atividades de simples rotula o reconhecimento e subclassifica o de entidades classes e fun es o que fica entendido que a gram tica acionada pelo falante de uma l ngua ao organizar a sua linguagem se esgota na organiza o da ora o DI p 34 A partir dessa concep o de l ngua e dos m todos utilizados configura se o ensino de gram tica como bem lembra Neves 2003 em imposi o de par metros os quais servem para sistematiza o segundo prescri es mec nicas ora es artificiais especialmente constru das para tal exercita o DD p 35 Prestes declara O ensino de gram tica contudo n o deve permanecer na base da regra pela regra explicada e exercitada com palavras e frases soltas N o adianta tamb m utilizar textos apenas como pretextos ou seja apenas retirando se deles palavras ou frases e continuando se com um ensino meramente normativo e classificat rio 1996 p 25 DD p 35 Ensinar e estudar gram tica n o exaltar regras e estru
166. da se o de fundamenta o te rica Quadros 1 e 2 analisando de um lado aspectos que se referem ao total de p ginas total de linhas e total de linhas por p ginas e de outro os dados referentes s cita es contidas na se o tais como total de cita es total de p ginas por cita o e total de linhas por cita o Na an lise estes dados ser o comparados com os primeiros referentes estrutura o da monografia j que precisamos verificar as poss veis diferen as entre o TCC de gradua o e a monografia de especializa o Analisando a composi o das monografias de gradua o e especializa o percebemos que a m dia de p gina escrita entre graduados e especialistas n o muito diferente tendo em vista que a m dia fica em torno de 15 a 25 p ginas A partir disso constatamos que em termos de quantidade os alunos produtores dos dois n veis est o escrevendo a mesma quantidade Com exce o de tr s monografias por exemplo em MG8 o graduado escreveu mais no TCC diminuindo de forma significativa para a metade do que escreveu Isso pode estar relacionado a dois fatores o primeiro porque se trata de monografias cujo orientador foi diferente e o segundo deve se ao fato de que as tem ticas s o diferentes nos dois momentos de escrita J nas monografias respectivamente MG4 e ME4 MG5 e ME5 aconteceu o contr rio a produ o se deu de forma maior na monografia de especializa o em rela o de
167. de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL LLL 181 antenado a vida comprometido tanto com a tradi o quanto a modernidade evoluindo sem temer o novo fiel a sua consci ncia sempre e preocupado em dar e fazer melhor 2000 p 247 MD p 37 E para desenvolver um trabalho consistente importante conhecer e nos relacionamentos bem com esse objeto de representa o da l ngua conforme as palavras de Orlandi Conhecer esta hist ria permite nos formar quadros capazes de compreender os processos de constru o da l ngua nacional para ensin la e tornar nos aptos a compreender a natureza e extens o das pol ticas ling sticas que dizem respeito a l ngua nacional e as outras faladas no Brasil considerando a pr pria produ o de um conhecimento sobre essas l nguas 2002 p 162 DD p 37 Bagno faz um coment rio acerca da ess ncia do professor nesta mudan a Da parte do professor em geral e do professor de l ngua em particular essa mudan a de atitude deve refletir se na n o aceita o de dogmas na ado o de uma nova postura cr tica em rela o a seu pr prio objeto de trabalho a norma culta 2002 p 115 DD p 38 Sob essa perspectiva Bagno ressalta indispens vel que o professor procure tanto quanto poss vel estar sempre a par dos avan os das ci ncias da linguagem e da educa o lendo literatura cien
168. de g neros do discurso que vai diferenciando se a medida que a pr pria esfera se desenvolve e fica mais complexa M p 43 Segundo a autora supracitada a variedade dos g neros textuais muito grande pois corresponde as m ltiplas atividades dos indiv duos e cada esfera social muito diversa possibilitando a exist ncia de diferentes g neros para pode representa la DI p 43 Citelli 2001 afirma que toda produ o escrita pertencente a qualquer g nero deve ter como principio orientador a atividade oral MI p 43 O trabalho com a diversidade textual de acordo com Bakhtin 1992 apud Citelli 2001 precisa considerar a palavra como fruto de trocas sociais e o enunciado como consolida o de uma situa o material real DI p 44 Travaglia 1996 p 96 destaca que o ensino de l ngua materna baseado nos g neros textuais deve capacitar o aluno para poder compreender se um texto est bem formado MD Para isso necess rio levar em conta os objetivos comunicativos conforme verificamos Uma abordagem volarativa do texto interessa que o aluno seja capaz de Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 160 julgar a boa forma o de um texto enquanto adequado a consecu o de determinadas inten es comunicativas DD p 44 Permitir que os discentes entrem em contato com a variedad
169. de produ o de textos em sala de aula e de uma aproxima o das condi es reais de produ o as circunstancias nas quais se produzem esses textos DD p 28 A refac o uma atividade que deve ser trabalhada com frequ ncia na escola para tornar o aluno atencioso quando for produzir seu texto a reflex o faz arte do processo de escrita durante toda a elabora o de um texto se rel trechos para prosseguir a reda o se formulam passagens Um texto pronto ser quase produto de sucessivas vers es Tais procedimentos devem ser ensinados e podem ser aprendidos BRASIL 1998 p 77 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LL LLL 155 DI p 28 Cagliari 1990 ao se referir a escrita evidencia que a escola costuma dar nfase ao ato de escrever sem justificar os motivos pois n o tem objetivos definidos DD p 29 Assim sendo afirma Partindo das expectativas dos alunos a escola pode discutir com eles outros aspectos da escrita que talvez ao tenham visto ou que nem sequer pensaram As crian as podem ficar motivados para escrever pp 101 102 MI p 29 A escola segundo Cagliari Ibid usa uma metodologia rigorosa ao trabalhar a escrita uma vez que n o d liberdade para que o aluno erre corrija e v de uma forma gradativa conhecendo os pressupostos da l ngua escrita DD O
170. de tem ticas diferenciadas a mesma estrutura nos t picos quando na ME mudando apenas as palavras sendo o conte do o mesmo Isso vem a demonstrar o desinteresse do aluno produtor em aprofundar o tema implicando na repeti o do mesmo conte do da gradua o na especializa o tendo como consequ ncia a falta de embasamento te rico nas duas produ es escritas Esse fato ocorreu em outras monografias MG5 e ME5 MG9 e ME9 em que o aluno produtor utilizou parte da discuss o estabelecida na primeira produ o para compor a segunda produ o especializa o interessante observar nos quadros 1 e 2 tanto de gradua o quanto de especializa o que o n mero de cita es bastante representativo principalmente se comparados Dentre as quais destacaram se a MG3 com 112 cita es MG5 com 55 MG7 com 59 MG8 com 68 e MG9 com 85 J nas monografias de especializa o destacam se apenas quatro das nove monografias ME4 ME5 ME6 e ME9 que est o com uma m dia acima de 50 cita es Um aspecto bem representativo a quantidade de linhas de cita o contida na se o de fundamenta o te rica Comparando o total geral de linhas e total de linhas de cita o verificamos que o aluno produtor tanto de gradua o como de especializa o est citando muito e s o cita es longas deixando evidenciar uma escrita que se d pela sobreposi o de cita es conforme podemos visualizar a seguir no gr fico Cr gna
171. deiras que recuperem a espontaneidade e o comprometimento dos jogos que provoquem desafios a partir dos sentidos dos textos e sobretudo que estimulem a participa o do leitor Cada um vai ter em vista o conte do do objeto textual e ao mesmo tempo atender para sua pr pria a o descobrir seu papel no da leitura EVANGELISTA 1999 p 256 DI p 26 Cunha 1989 tratando sobre o ensino de literatura infanto juvenil diz que este muito r gido e inadequado no que se refere a utiliza o do livro MI p 27 A desmotiva o pela leitura segundo Evangelista 1999 n o acontece em muitos casos nas dificuldades pr prias da decifra o dos c digos da l ngua pelo aluno ou na aus ncia de conhecimentos pr vios mas na inabilidade do professor em escolher obras M p 27 Ao escolher um livro preciso ter certeza de que os jovens t m compet ncia liter ria e ling stica para compreende lo E necess rio ficar atento para n o solicitar uma leitura de um texto muito complexo para o n vel do leitor em forma o MD Para Faria 1999 p 104 O importante estabelecer uma progress o partindo de textos aceitos pelos alunos pois mesmo partindo de literatura trivial podemos inicia los na estrutura narrativa e na linguagem liter ria mostrando ao mesmo tempo a pobreza ou inadequa o desses textos ao tratar de certos temas a es ambientes e personagens Eles estabelecem uma liga o entre o coti
172. der HOFFMANN 1991 p 19 MI p 16 De acordo com Luckesi 2001 essa pr tica tem por objetivo aprovar ou reprovar o estudante levando em considera o somente aquilo que ele souber responder no momento da prova n o importando se o educando sabia antes e confundiu se no momento da prova ou se ele poder vir a saber depois DD p 16 Contr rio a este tipo de pr tica Luckesi 2001 defende a avalia o como um recurso de cuidar da vida como um todo como um permanente processo de crescimento integral do ser humano M p 16 e 17 Para tanto preciso que o professor se aprofunde em teorias do conhecimento que lhe permitam estabelecer rela es entre as hip tese formuladas pelos alunos e a base cientifica do conhecimento e lhe permita tamb m vislumbrar novas quest es e possibilidades de investiga es a serem sugeridas para o educando MD Segundo Luckesi 2002 apud KRAEMER 2004 os modelos que indicam passos para a progress o na Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 208 aprendizagem como a Taxonomia dos Objetivos Educacionais de Benjamim Bloom auxilia muito na pr tica da avalia o e a orienta o dos alunos DI Enquanto Hoffmann 1991 nos fala da import ncia do aprofundamento em estudos de natureza psiconegetica como os de Jean Piaget para a promo o de uma pr tica construtiv
173. deve sempre estar pronto a albergar o g nio E o lugar de onde ele surge quase sempre uma surpresa DI p 33 Um dos objetivos da forma o dos professores justamente leva los a uma reflex o sobre sua pr pria pr tica bem como usar as experi ncias de socializa o que envolve os participantes do contexto escolar para atender os significados do ensinar e aprender j que estes influenciam as pr ticas na sala de aula CRISTOV O 2002 M p 34 E imposs vel se trabalhar de maneira adequada uma l ngua estrangeira sem a experi ncia de livros fitas de v deo e udio enfim sem um laborat rio onde os alunos possam ter um contato mais direcionado com o modo de falar de alguns falantes da l ngua em estudo ME6 DI p 12 N o podemos deixar de mencionar o nome de Paulo Freire que certamente um dos pensadores seminais de pedagogia cr tica Para ele a pedagogia cr tica tem um sentido existencial profundo essencial M Freire internacionalmente conhecido como pedagogo dos oprimidos DD Incansavelmente Freire 1996 apud COX e PETERSON 2001 p 13 reafirma que a educa o um ato pol tico e n o encara lo como tal permitir que ele sub repticiamente legitime e reproduza a pol tica das classes dominantes perpetuando as desigualdades sociais DD p 13 Como encontramos justificado em COX e PETERSON 2001 p 14 Nunca se falou tanto em cr tica consci ncia cr
174. di 1999 p 43 acrescenta Consequentemente podemos dizer que o sentido n o existe em si Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL LLL 220 mas determinado pelas posi es ideol gicas colocadas em jogo no processo s cio hist rico em que as palavras s o produzidas As palavras mudam de sentido as posi es daqueles que as empregam Elas tiram seu sentido dessas posi es isto em rela o as forma es ideol gicas nas quais essas posi es se inscrevem DI p 14 Pelo fato das palavras mudarem de sentido de acordo com as posi es ideol gicas do que as assumem no processo de enuncia o que Bakhtin confere uma particularidade espec fica ao signo ling stico DD p 15 Para esclarecer melhor essa afirma o vejamos nas palavras de Souza 2003 p 01 Nele n o h uma vincula o ideol gica direta entre o dom nio campo ao qual se refere e o pr prio signo Assim para n s a foice e o martelo por exemplo t m um significado ideol gico ligado ao partido comunista e especialmente no Brasil ao MST Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e a luta por uma melhor distribui o de terra pela reforma agr ria MI p 15 A ideologia inerente ao signo por m de acordo com Souza 2003 que vai ao encontro ao que diz Bakhtin 1995 o signo tamb m neutro ao considerar que cada campo pa
175. diano dos alunos colaborando por meio de uma leitura cr tica com a sua forma o para cidadania e ao mesmo tempo elevando seu n vel de leitura DD p 28 Quando na verdade a reflex o e a intera o deveriam ser os pontos principais para a realiza o de an lises como afirma Faria ibid p 114 Valorizar a reflex o e a intera o sobre o livro torna a avalia o mais flex vel No decorrer da conversa o professor pode observar a participa o do aluno e particularmente seu crescimento em termos intelectuais e afetivos a amplia o de seu horizonte de expectativa quanto leitura em geral e no que toca mais de perto o texto liter rio a assimila o dos elementos espec ficos da linguagem liter ria Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL LLL 163 MI p 28 A avalia o segundo Villardi 1997 o momento de verificar se o aluno leu e a escola quase sempre emprega instrumentos ortodoxos como prova ou teste No entanto o processo avaliativon o pode ser t o inadequado E preciso verificar se os alunos s o capazes de interpretar que leram e se desenvolveram habilidade e atitudes necess rias para a compreens o da leitura MG4 DD p 13 O estudo sobre a linguagem nasce acompanhado e se desenvolve junto hist ria contempor neo a historia da humanidade Podemos assim dizer que indubitavel
176. dica e sistem tica por um pesquisador que relata a um ou mais destinat rios um determinado escrito que seja o resultado de suas investiga es as quais por sua vez t m origem em suas inquieta es acad micas Nesse sentido a monografia configura se como uma pr tica de reflex o do pesquisador ou seja a investiga o ocorre como um processo de amadurecimento do tema a partir de leituras passando para o momento de observa o da problem tica at chegar reflex o portanto desse processo reflexivo que nasce a monografia seguindo alguns princ pios metodol gicos pr estabelecidos evidentes aos olhos do pesquisador Para Lakatos e Marconi 1992 a monografia define se como g nero discursivo de natureza cient fica que possui um tema espec fico ou particular com metodologia rigorosa Apesar de seu car ter de originalidade a monografia tem como requisito b sico fazer refer ncia a pesquisas j Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 22222222 L LLL 25 realizadas na rea como forma de ressaltar e ou justificar o dizer do autor da monografia Al m dessas defini es Tachizawa 2001 p 16 diz que a monografia um trabalho destinado a cumprir uma obriga o acad mica e de car ter de inicia o cient fica que se d como um processo de amadurecimento ao longo do curso j que no decorrer do curso que se escolhe
177. dico AGRADECIMENTOS Ao meu Deus Meu ref gio e fortaleza nos momentos de ang stia e desespero Apoiei me sempre pela f em ti Senhor e hoje chego ao fim de uma luta agrade o pela for a a mim concedida em todos os instantes A sua grandeza espiritual a gl ria que reside em minha alma A minha ador vel fam lia Meus queridos pais Raimundo e Arielda pessoas insubstitu veis em minha vida que nunca mediram esfor os para ajudar me nessa luta encorajando me a buscar o melhor mesmo com os obst culos Agrade o aos meus irm os Raeudo Raimundo Filho e em especial as minhas queridas irm s Car gina e Caionara que apesar de pouca paci ncia souberam apoiar me nas horas de afli o Ao meu Amor Raimundo os percal os foram muitos at esse momento mas voc mostrou se atencioso e presente nos bons e principalmente nos momentos ruins em que pensei n o chegar ao fim Agrade o por ter se mostrado sempre comigo apesar dos contratempos A minha orientadora Pelo acompanhamento e orienta o segura Foram muitos os instantes de ang stia e desespero mas voc ajudou a contorn los como muita sabedoria Obrigada principalmente por ter se colocado sempre disposi o mesmo com os in meros compromissos Ao meu eterno orientador Gilton Sampaio n o tenho palavras para expressar o quanto voc especial para mim Agrade o por me incentivar constantemente a buscar o conhecimento e por se fazer pre
178. digma modernista e ver a d ade temporalidade intelig ncia de uma variedade de marcos referencias Os estudantes que n o pertencem a cultura dominante s o vistos de novas formas quando os professores descobrem formas de intelig ncia n o percebidas anteriormente Emancipados pela diferen a e baseados na solidariedade os professores cr ticos p s modernos aprendem com as peculiaridades de seus alunos DD p 29 O que os ling istas sugerem que sejam trabalhados conte dos pedag gicos que se liguem ao campo pol ticos e gerem essa discuss o provocando a vontade de lutar pela constru o de um mundo diferente sem seguir a cultura do outro e sem ocultar a nossa Mukherjee 1986 apud PENNYCOOK 1998 p 30 aponta para esta concep o Na rea de Ingl s como segunda L ngua a estrutura ing nua do conte do n o tinha e n o tem a ver com a transforma o de habilidades ou com a compreens o cr tica dos conceitos Ela est direcionada para a recep o de instru es situacionais e a aprendizagem de como incorporar se como um objeto a uma ordem cultural a uma ordem ling stica e acima de tudo a uma ordem racista grifo meu DI p 29 Pennycook 1998 formata esta cita o afirmando que se o ensino de l ngua se recusar a explorar aspectos pol ticos e culturais da aprendizagem de l ngua ele estar favorecendo a acomoda o colaborando assim para a aliena o DD p 30 Tra ando um
179. discursivo em que o outro se insere e se manifesta atrav s de diferentes formas percebidas na materialidade do discurso O outro ressalta Authier Revuz 2004 n o objeto exterior fala mas condi o constitutiva do discurso de um falante que n o fonte primeira do discurso pois sobre o outro marcado visivelmente na sequ ncia do discurso que se apresenta a heterogeneidade mostrada sob diferentes mecanismos enunciativos que denunciam imbricamento discursivo Apesar da heterogeneidade mostrada ser concebida por meio de formas de materializa o do discurso do outro que se relacionam com a heterogeneidade constitutiva representa marcas do discurso que est inerente cadeia discursiva isso n o quer dizer que haja uma atitude de independ ncia entre ambas pelo contr rio as duas formas de heterogeneidade mant m se ligadas assim esclarece Authier Revuz 2004 p 71 72 quando sistematiza a seguinte hip tese A heterogeneidade mostrada n o um espelho no discurso da heterogeneidade constitutiva do discurso ela tamb m n o independente ela corresponde a uma forma de negocia o necess ria do sujeito falante com essa heterogeneidade constitutiva inelut vel mas que lhe necess rio desconhecer assim a forma normal dessa negocia o se assemelha ao mecanismo de denega o Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso d
180. discursos por um interacionismo s cio discursivo Tradu o por Anna Raquel Machado e P ricles Cunha S o Paulo EDUC 1999 CARDOSO S lvia Helena Barbi Discurso e ensino 2 ed Belo Horizonte Aut ntica FALE UFMG 2005 CAZARIN Erc lia Ana Da polifonia de Bakhtin heterogeneidade discursiva da An lise do Discurso In ZANDWAIS Ana Mikhail Bakhtin contribui es para a filosofia da linguagem e estudos discursivos S o Paulo Sagra Luzzatto 2005 CHARROLES M Introdu o aos problemas da coer ncia dos textos In GALVES C et al org O texto leitura e escrita Campinas Pontes 1997 CHIZZOTTI Antonio Pesquisa em ci ncias humanas e sociais 2 ed S o Paulo Cortez 1995 FELISPINO Felipe Avalia o de produ o textual crit rios textuais Revista Linguagem em Dis curso v 1 n 1 Tubar o Ed Unisul 2000 FIAD Raquel Salek Re escrevendo o papel da escola In ABAURRE M B M et al Cenas de Aquisi o da escrita o sujeito e o trabalho com o texto Campinas SP Mercado das Letras 1997 FIORIN Jos Lu s Polifonia textual e discursiva In BARROS Diana Luz Pessoa de FIORIN Jos Lu s org Dialogismo polifonia intertextualidade em torno de Bakhtin 2 ed S o Paulo Edusp 2008 p 29 36 FEITOSA Vera Cristina Reda o de textos cient ficos Campinas Papirus 1995 GARCEZ Luc lia Helena do Carmo A escrita e o outro os modos de participa o na constru o do
181. do esse postulado este autor fala a respeito das varia es de ordem social DD p 27 Tendo destacado esse postulado este autor a respeito das varia es de ordem social enfatizando que a prnc pio comum que a varia o ocorra em virtude de faotres de ordem puramente interna ao sistema ling stico no entanto na maioria dos casos a varia o acontece exclusivamente em virtude de fatores externos ao sistema ling stico ou seja bastante comum que certos fen menos de varia o sejam regulados apenas por press es do pr prio ambiente ling stico em que se realizam Mas inversamente h casos em que o uso de certas estruturas ling sticas depende quase que exclusivamente das press es de ordem externa ou social MONTEIRO 2000 p 68 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 225 DD p 27 mas como destaca Bagno 2000 p 26 doutrinal e preconceituoso DD As classes econ micas mais favorecidas criam mecanismos veiculados de id ias e aqui se destaca a gram tica normativa para perpetuarem a sua ideologia A respeito desse fato Bagno 2000 p 26 discorre muito bem Embora a ling stica e mais precisamente a socioling stica h muito tenha postulado a exist ncia no universo particular de toda e cada l ngua viva de m ltiplas variedades ling sticas associadas a dif
182. do fazem uma reflex o mais pertinente Em sua vis o Na l ngua corrente do Brasil evitem se as formas do sujeito composto que levam o verbo a 2 pessoa do plural em virtude do desuso do tratamento v s e tamb m da substitui o do tratamento tu por voc na maior parte do pa s 2001 p 498 MES p 19 Nesses fragmentos temos o discurso direto e a modaliza o direta ambos s o usados com a fun o de introduzir um ponto de vista de uma autoridade da rea acerca da discuss o em pauta O intuito dessa fun o unicamente destacar o posicionamento do estudioso da rea sobre a tem tica que discorre o aluno produtor de gradua o e ou especializa o No fragmento 29 o discurso indireto em conjunto com a modaliza o direta apresenta a posi o de Neves sobre a tem tica abordada pelo aluno produtor de gradua o Anunciado pelo discurso indireto e revelado pela modaliza o direta Neves 2003 coloca em cena atrav s de suas palavras a posi o contr ria sobre a maneira como apresentada a gram tica tradicional ao aluno sendo totalmente descontextualizada e fora do uso da linguagem implicando aulas enfadonhas e sem sentido Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 113 J no fragmento 30 temos o uso do discurso direto e indireto pelo aluno produtor de especializa o tamb m com a fun o de e
183. dutor dirige se literalmente s palavras do autor fonte para dar sustenta o ao dizer conforme ilustramos no fragmento abaixo 28 Para que as pessoas se tomem agentes da sociedade necess rio que a linguagem meio de comunica o entre os homens venha a ser usada de forma livre e difundida em todos os cantos para que democraticamente todos possam tornar p blico as suas manifesta es e assim a linguagem possa cumprir o seu papel social A esse respeito diz Rajagopalan 2008 p 125 a linguagem se constitui em importante palco de interven o pol tica onde se manifestam as injusti as sociais pelas quais passa a comunidade em diferentes momentos da sua historia e onde s o travadas constantes lutas MG8 p 11 12 Nesse fragmento 28 o discurso direto inserido com a fun o de autorizar com as palavras do autor fonte o discurso do aluno produtor de gradua o que se reporta ao estudioso da rea Rajagopalan 2003 para sustentar a afirma o de que a linguagem o principal meio de comunica o entre os homens e cumpre um papel social Essa afirma o vem ao encontro da posi o de Rajagopalan 2003 de que a linguagem constitui o principal meio de interven o p blica Dessa forma compreendemos que tanto o discurso direto como a modaliza o indireta configuram se como recursos imprescind veis para fundamentar uma afirma o como ilustram os fragmentos acima Al m disso essa
184. e fazer uso de cita es longas ocorre de forma igual nos n veis de gradua o e de especializa o isso indica em parte a falta de amadurecimento do aluno produtor em saber usar o discurso do outro Sendo assim verificamos que o aluno produtor tanto da monografia de gradua o como da monografia de especializa o recorre ao discurso do outro como recurso para dizer o seu pr prio discurso pois ambas situa es o aluno produtor demonstra fazer bastante uso da cita o denunciando a pouca autonomia enunciativa Observamos ainda que o uso das formas de cita o revelou uma outra situa o em que o aluno produtor de ME n o consegue operar sobre o discurso do outro de forma adequada em compara o com o aluno produtor de gradua o Nesse sentido apresentamos as recorr ncias das formas de cita o discurso direto discurso indireto e das modaliza es nas monografias de gradua o e de especializa o Antes disso salientamos que no discurso direto ocorre a transcri o total do discurso citado j no discurso indireto tem se a reprodu o parafraseada do discurso citado juntamente com altera es estruturais do discurso do autor fonte e por ltimo as modaliza es que revelam as duas posturas enunciativas a do autor fonte e a do aluno produtor Al m disso classificamos as modaliza es em tr s categorias de um lado as modaliza es em discurso segundo designa o de Authier Revuz 1993 e denom
185. e os professores cr ticos p s modernos aprendem com as peculiaridades de seus alunos MG8 p 28 04 Desde o s culo XX quando se iniciou o estudo sobre avalia o at o presente esta vem atravessando algumas gera es ou seja ao longo do tempo foram sendo atribu dos diferentes significados De acordo com Guba e Lincon apud Kraemer 2004 as gera es se dividem em Mensura o n o distinguia avalia o de medida Nessa fase era preocupa o dos estudiosos a elabora o de instrumentos para a verifica o do rendimento escolar O papel do avaliador era eminentemente t cnico e nesse sentido testes e exames eram indispens veis na classifica o de alunos para se determinar seu progresso Descritiva em busca do melhor entendimento do objetivo da avalia o Para os estudiosos a gera o anterior s ofereceria informa es sobre os alunos Era preciso dados em fun o dos objetivos estabelecidos O avaliador estava mais concentrado em desvendar padr es e crit rios Julgamento questionava os testes padronizados e reducionismo da no o de avalia o como sin nimo de medida Tinha a preocupa o passou a ser elemento crucial do processo avaliativo pois n o s importava medir e descrever era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimens es do objeto inclusive sobre os pr prios objetivos Negocia o a avalia o um processo interativo negociado que se fundamenta num paradigma construtiv
186. e a atividade de retextualiza o de fundamental import ncia na forma o desse aluno uma vez que envolve as pr ticas de leitura e da produ o de textos Na proposta formulada por Mat ncio 2002 2003 e por Mat ncio e Silva 2003 sobre a retextualiza o destacam se os principais aspectos que a caracterizam Mat ncio 2003 p 04 define a atividade de retextualizar nos seguintes termos retextualizar envolve a produ o de um novo texto a partir de um ou mais textos base o que significa dizer que o sujeito trabalha sobre as estrat gias ling sticas textuais e discursivas identificadas no texto fonte para ent o projet las tendo em vista uma nova situa o de intera o portanto um novo enquadre e um novo quadro de refer ncia Entendida desse modo a retextualiza o uma atividade que possibilita ao aluno seja ele ingressante ou n o no universo da academia a oportunidade de construir o conhecimento por meio de pr ticas de Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 55 elabora o de textos cient ficos como teses disserta es monografias e no caso proposto por Mat ncio 2002 2003a e Mat ncio e Silva 2003 na constru o de g neros como resenhas resumos artigos que t m um car ter mais desafiador uma vez que s o tarefas realizadas tanto para alunos ingressantes como aos veteranos A pr
187. e das modaliza es pois compreendemos que dessa maneira poderemos observar a forma como o aluno universit rio faz refer ncia ao discurso do outro Tais prefer ncias se d o uma vez que poderemos vislumbrar aspectos diferentes para essas estrat gias isto o uso do discurso direto e o uso do indireto Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 17 ir o nos revelar a forma como o aluno evoca o discurso do outro para justificar e ou sustentar o seu dizer enquanto as modaliza es poder o nos esclarecer sobre a forma como o aluno assume seu pr prio discurso a partir do discurso do outro Em vista disso compreendemos que pesquisar sobre atividades de retextualiza o em pr ticas acad micas uma forma de conhecer a constru o de um novo texto a escrita do aluno e a maneira como ele se utiliza de outros autores para elaborar seu texto bem como contribuir para que professores enquanto orientadores revejam seus procedimentos de orienta o Al m disso constitui uma maneira de refletir sobre a forma o profissional desses alunos professores que concluem o Curso de Letras e posteriormente se especializam na rea Para realizar nossa investiga o estabelecemos como objetivo geral estudar no processo de retextualiza o estrat gias discursivas de gerenciamento de vozes contidas na se o de fundamenta o te rica de mo
188. e de Bloomfield a glossem tica de Hjelmslev e chega ao modelo gerativista de Chomsky que estabeleceu como objeto de sua teoria e compet ncia de um falante ouvinte ideal membro de uma comunidade lingii stica homog nea possuidor de um conhecimento excelente de l ngua DD Vejamos como o pr prio Labov 1968 apud MONTEIRO 2000 p 13 fala a respeito dessas teorias ling sticas Os procedimentos da ling stica descritiva baseiam se no entendimento de que a l ngua um conjunto estruturado de normas sociais No passado foi til considerar que tais normas eram invariantes e compartilhadas por todos os membros da comunidade ling stica Todavia as an lises do contexto social em que a l ngua utilizada vieram demonstrar que muitos elementos da estrutura ling stica est o implicados na varia o sistem tica que reflete tanto a mudan a no tempo quanto os processos extralingii sticos DI p 21 Nas palavras de Mussalim 2001 o termo socioling stico referente a uma rea da ling stica surgiu em 1964 por ocasi o de um congresso organizado por William Bright na Universidade da Calif rnia em Los Angeles UCLA Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 223 MI p 22 De acordo com Mussalim 2001 Bright diz que a socioling stica vai estudar a covaria o sistem tica das varia es ling sticas
189. e de g neros do discurso que representam as atividades humanas desde a curta r plica do di logo cotidiano at exposi es cientificas e cria possibilidades para que este possa entender o mundo que o cerca Cf BAKHTIN 1997 p 281 MD p 44 Conforme considera o autor acima mencionado preciso respeitar as caracter sticas dos g neros para compreender sua ess ncia e suas rela es hist ricas e sociais ignorar a natureza do enunciado e as particularidades de g neros que assinalam a variedade do discurso em qualquer area do estudo ling stico leva ao formalismo e a abstra o desvirtua a historicidade do estudo enfraquece o v nculo existente entre a l ngua e a vida BAKHTIN 1997 p 282 MES DI p 17 A literatura tem uma rela o direta com a fic o e a escrita criativa Eagleton 1983 afirma com base no formalismo que a defini o de literatura tem como fundamento o fato desta empregar a linguagem de maneira particular DD p 17 No texto liter rio as palavras ganham significado abstrato ritmo e resson ncia Trata se de um tipo de linguagem que chama aten o sobre si mesma e exibe sua exist ncia material Ibid p 23 MI p 17 Segundo o autor supracitado a literatura n o pode ser vista como uma categoria objetiva ou descritiva Ela se constitui historicamente e traz as marcas das ideologias sociais MD p 17 O termo literatura de acordo com Silva 1988 p 9 n
190. e humana de articular significados coletivos e compartilha los em sistemas arbitr rios de representa o que variam de acordo com as necessidade e experi ncias da vida em sociedade p 125 DD Face ao exposto h a relev ncia de dois caracteres da linguagem o social e o criativo um estabelecendo a partir do outro bem como mostra o PCN Produto e produ o cultural nascida por for a das pr ticas sociais a linguagem humana e tal como o homem destaca se pelo seu car ter criativo contradit rio pluridimensional m ltiplo e singular a um s tempo p 125 DD p 27 Isso significa dizer que n o h linguagem no vazio idem ela s se efetiva na intera o na comunica o com o autor ela uso e tamb m resultado do uso BRAGNO 2002 p 26 pois a criamos a partir do momento que a usamos DD p 28 Bem como a linguagem a varia o s se apresenta na sua utiliza o sendo reflexo da variedade sociais acrescenta o PCN p 138 A linguagem verbal representa a experi ncia do ser humano na vida social sendo que essa n o uniforme A linguagem construto e construtora do social produzem uma linguagem que apesar de utilizar uma mesma l ngua varia na produ o e interpreta o DD p 28 Quando nos dirigimos a outro temos a inten o ou desejo de mantermos um contato s cio comunicativo O ato de fala pressup e uma compet ncia de utilizar a l ngua de acordo com as exp
191. e os detalhes vagaroso e pouco fluente n o consegue distinguir o que mais importante no texto o que dificulta a sintetiza o das id ias Esse tipo de leitor n o tira conclus es apressadas DI p 14 Por outro lado a concep o de leitura como atribui o do significado ao texto p e a origem do significado n o no texto mas no leitor Essa concep o o que Moita Lopes 1996 chama de modelo de fluxo descendente onde o elemento mais importante a contribui o do leitor para o ato de ler as informa es que traz MI p 15 De acordo com Kato 1999 o leitor idealizado pelo modelo descendente aquele que se ap ia em seus conhecimentos pr vios para prever o que o texto dir DI p 15 As concep es citadas acima encontradas em Kleiman 1989 chassificadas como pr interativas que se dividem em modelos de processamento como os de Gough 1976 apud KLEIMAN 1989 Le Berge e Samuels 1976 apud KLEIMAN 1989 em que a leitura consiste na an lise e decodifica o de um objeto e modelos psicolingii sticos como os de Goodman 1976 apud KLEIMAN 1989 E Ruddell 1976 apud KLEIMAN 1989 que apresentam caracter sticas dos modelos de inten o DD Os modelos de processamento s o altamente espec ficos enquanto que os modelos psicolingi sticos n o pretendem caracterizar cada estagio envolvido na leitura Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun
192. e outrem como daquele que assume a autoria do texto em constru o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 73 Disso depreendemos que durante o processo de retextualiza o o aluno produtor precisa saber gerenciar as vozes que se manifestam no texto de forma a construir seu texto n o unicamente com as id ias do autor do texto base mas realizando um imbricamento das vozes de modo que n o se aproprie apenas do discurso do autor e deixe de evidenciar o seu pr prio discurso Na verdade o texto do aluno deve propor um entrela amento de vozes que se coadunem entre si para formar o todo do texto Inicialmente trataremos do que Authier Revuz 2004 p 12 designa como discurso direto e discurso indireto que em suas palavras revelam de maneira un voca o outro no ato da enuncia o I DISCURSO INDIRETO o locutor se comporta como tradutor fazendo uso de suas pr prias palavras ele remete a um outro como fonte do sentido dos prop sitos que ele relata HI DISCURSO DIRETO s o as pr prias palavras do outro que ocupam o tempo ou o espa o claramente recortado da cita o na frase o locutor se apresenta como simples porta voz Sendo assim para Authier Revuz 2004 o discurso direto e o indireto que caracterizam toda situa o de enuncia o sendo constitu dos por formas sobre as quais o autor p
193. e sociais MI Segundo este autor o objeto de estudo dessa rea consiste na diversidade ling stica MI A varia o segundo Bright vai est ligada a particularidade do emissor e do receptor ao contexto social e ao valor das formas ling sticas atribu das pela comunidade de fala DI p 22 Por seu turno Monteiro 2000 diz que as primeiras inten es que tinham por objetivo definir o campo da Socioling stica foram imprecisas MI Segundo o autor Bright 1966 e Fishmen 1972 foram os primeiros nessa empreitada por m n o conseguiram estabelecer uma disciplina com rigor te rico MI De acordo com Monteiro 2000 Bright teria formulado uma s rie de vagas id ias sobre a rela o entre a l ngua e a sociedade e acabou chegando a conclus o que o objeto de estudo da Socioling stica deveria ser a diversidade ling stica DD Vejamos nas palavras de Monteiro 2000 p 18 como Bright chegou a conclus o desse fato A tese fundamental de Bright a de que um sistema ling stico monol tico realizado sem varia es ou com varia es fortuitas e imotivadas incapaz de explicar toda uma gama de associa es com a estrutura social Em seu estudo ele tenta estabelecer varias dimens es das quais a de maior import ncia a diversidade percebida sob tr s ngulos principais a identidade social do emissor a identidade social do receptor e as condi es das situa es comunicativas DI p 22 e 23
194. ecializa o para introduzem os discursos citados obedecendo em parte a essa classifica o e s fun es que consideramos mais comuns dada a especificidade do g nero monogr fico Quadro 7 Verbos mais utilizados de acordo com a fun o OS VERBOS MAIS UTILIZADOS DE ACORDO COM A FUN O N CLASSIFICA O DAS VERBOS FUN ES I Indicadores de posi es oficiais e Declarar afirmar comunicar anunciar afirmativas positivas informar confirmar assegurar II Indicadores de for a de argumento Frisar ressaltar sublinhar acentuar enfatizar destacar garantir HI Organizadores de um momento Iniciar prosseguir introduzir concluir argumentativo no conjunto do inferir acrescentar continuar finalizar discurso explicar IV Indicadores da provisoriedade do Achar julgar acreditar pensar imaginar argumento Indicadores de retomadas opositivas Comentar reiterar reafirmar negar organizadores dos aspectos discordar temer admitir apartear V conflituosos revidar retrucar responder indagar defender reconhecer reconsiderar reagir Ao procedermos an lise destacamos em negrito os verbos que foram mais recorrentes nas monografias de gradua o e especializa o Sabemos que os verbos mais utilizados t m como fun o conforme prop e Marcuschi 2007 indicar a autoridade do autor fonte do qual est sendo explicitado na cita o Dentre esses
195. ectativas em jogo op cit p 126 DD p 28 Nesse contexto ressaltamos o car ter dial gico da linguagem que segundo os PCNs imp e uma vis o muito al m do ato comunicativo p 126 DI p 28 A proposta de ensino trazida no PCN aquela que a escola organize o ensino de modo que o aluno possa desenvolver seus conhecimentos discursivos e ling sticos e que compreendam a l ngua como um fator de intera o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L L L LLL 168 DI p 31 Como possibilitador desse processo o professor de L ngua Portuguesa se depara com tr s distintas crises a crise social a crise cientifica e a crise do magist rio cf CASTILHO 2001 DD p 32 Acerca dos primeiros modelos acima explicitados podemos adiantar que a maioria dos professores advindos de uma forma o quando muito acad mico conservadora aprenderam na Universidade a considerar a l ngua como um fen meno homog neo iniciando se numa gram tica forma sobretudo estrutural e tomando senten a como territ rio m ximo CASTILHO apud BAGNO 2002 p 15 DI p 33 preciso que of cios ling sticos ainda arraigados em nossas escolas sejam redimensionadas Que o ensino de l ngua n o seja movido apenas na transmiss o reprodu o das regras impostas pela GT mas num ensino que propicie o desenvolvimento pl
196. ediante a transforma o que se d por meio da passagem de um texto original numa determinada l ngua para outro texto em outra l ngua portanto um processo de mudan a que ocorre da modalidade escrita de uma l ngua para a modalidade escrita de outra l ngua o que denominado retextualiza o O processo de tradu o enquanto retextualiza o de acordo com Travaglia 1992 p 84 constitui um evento singular e por isso tem um car ter particularizado e individual como um processo de produ o textual que pressup e a exist ncia de uma inten o comunicativa do escritor isto o produtor opera sobre uma inten o que serve possibilidade de cria o do texto Dessa forma a atividade de tradu o concebida como uma produ o textual que gira em torno de v rias opera es at chegar ltima vers o do texto Assim mostra Travaglia 1992 p 86 que Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 22222222 L LLL 52 O processo de produ o de um texto parte sempre de uma inten o de comunicar de fazer passar um conhecimento uma experi ncia algo que se tem a dizer e chega a um texto estruturado observ vel N o dizemos que este processo termina se congela no texto uma vez escrito pois ele resolvido a cada vez que o texto lido A fase ativa do produtor termina com a ltima revis o mas o proces
197. eitura n o deve ser feito atrav s da chamada leitura linear seguida de tradu o de cada palavra do texto Essa leitura linear seguida de tradu o linear consumidora de tempo al m de nada contribuir para a melhoria das habilidades de leitura Ao contrario a autora apresenta um processo de leitura que engloba varias estrat gias e t cnicas DI Totis 1991 ressalta que uma das primeiras tarefas do professor fazer com que o aluno tenha uma aproxima o com o texto de l ngua estrangeira da mesma forma que ocorreria em l ngua materna fazendo uso do seu conhecimento de mundo atrav s da predi o DI Portanto para a autora o objetivo da predi o de textos preparar o aluno mentalmente para a leitura estimulando o a pensar sobre o prov vel assunto do texto antes do inicio da leitura DI p 26 Moita Lopes 1996 tamb m apresenta um modelo de leitura que se diversifica dos demais DI O autor define um modelo de leitura que considera o processo de leitura envolvente tanto no que se refere as informa es encontradas nas p ginas impressas quanto nas informa es que o leitor traz para o texto DI p 26 Moita Lopes 1996 seguindo a teoria de linguagem de Widdowaon define tipos de conhecimentos que devem ser utilizados pelo leitor para interpretar o discurso do escritor atrav s de instru es dadas no texto criando uma intera o entra o seu mundo e o mundo do escrito expresso no texto DI p 27 Mo
198. ela DD p 64 Ao privilegiar uma modalidade da l ngua A escola assume pois a fun o justificar e valorizar a maneira como o segmento social hegem nico interpreta a realidade e hierarquiza os lugares sociais Em outros termos sabendo se que entre a l ngua e cultura se estabelece uma rela o de interdepend ncia j n o t o dif cil entender que o uso correto da l ngua se alinha com a id ia de corre o do que pensa fala e faz o segmento social que na hierarquia social ocupa um lugar privilegiado VOESE 2004 p 135 136 DD p 64 Falar em pr tica libertadora tente a An lise ao Discurso como mediadora fica imposta uma quest o fundamental Por exemplo quais as condi es de apropria o que podem ser constru dos para que junto com o professor o aluno possa encontrar na sua atividade a oportunidade e as media es para viabilizar sua insen o no meio social VOESE op cit p 149 DI p 64 Voese 2004 p 149 154 motivado por esta pergunta alguns efeitos e contribui es poss veis DD p 66 Na segunda contribui o conceber a l ngua como reflexo da realidade social facilitar entender a aula de L ngua portuguesa como uma atividade cujo objetivo aprender a produzir um instrumento meio que a cada situa o ou necessidade diferente requer reconfigura es que representam sempre apropria es de novas referencias que produzem novas objetiva es VOESE 2004
199. ela o que estabelece com seu leitor convertendo o num ser cr tico perante sua circunstancia de outro do papel transformador que pode exercer dentro do ensino trazendo o para a realidade do estudante e n o submetendo este ultimo a um ambiente rarefeito do qual foi suprimida toda a referencia concreta DD p 22 Esse tipo de rela o pode motivar o discente fazendo o gostar de ler Por isso o professor n o pode limitar a leitura de um livro ao preenchimento de uma ficha de leitura privilegiando uma nica interpreta o Ao professor cabe o detonar das m ltiplas vis es que cada crian a liter ria sugere enfatizando as variadas interpreta es pessoais porque estas decorrem da compreens o que o leitor alcan ou do objeto art stico em raz o de sua percep o singular do universo representado ZILBERMAN 1985 p 24 M p 22 preciso perceber o significado s cio hist rico cultural das obras trabalhadas estabelecendo uma ponte entre a fic o e o mundo real compreender a linguagem utilizada pelos autores os di logos travados ao longo do texto com outros textos DD p 23 Penetra surdamente no reino das palavras L est o os poemas que esperam ser escritos Est o paralisados mas n o h desespero H calma e frescura na superf cie inata Ei los s s e mudos em estado de dicion rio Chega mais perto e contempla as palavras Cada uma Tem mil faces secretas sob a face neutra
200. ela forma como fazemos estamos participando queiramos ou n o do processo de constitui o da l ngua DD p 16 na interlocu o que se produz os elementos fundamentais da linguagem dos sujeitos e do pr prio universo do discurso a l ngua e o sujeito se constituem nos processos interativos N o se pode desconhecer na fluidez deste processo espa os de estabiliza es reconhec veis somente porque correlacionados as instabilidades da linguagem e do sujeito Neste processo o sujeito constitui se pela internaliza o dos signos que circulam nas intera es n o s verbais de que participa GERALDI 1996 p 19 DI p 16 Considerando a heterogeneidade da linguagem Bakhtin 1995 ressalta que um enunciado n o reflete somente algo que j existe um enunciado sempre cria algo novo e irrepetivel resultado dos valores e rela es dos seus produtores MI p 17 Segundo Bakhtin ibid as condi es sociais determinam a atividade mental e suas formas de manifesta es de modo que as express es interiores s o condicionadas pelas possibilidades oferecidas pelas circunstancias que envolvem a vida cotidiana DD p 17 Assim sendo o centro de toda enuncia o est no exterior ou seja por isso a atividade do sujeito assim como a express o exterior marcada pelo contexto situacional A atividade mental do sujeito constitui da mesma fora que a express o exterior um territ rio social Em consegii nc
201. elemento recorrente no processo de retextualiza o bem como um caminho que permite ao pesquisador reconhecer o discurso do outro e as rela es dial gicas estabelecidas pelo escritor com outros textos Conforme coloca Beaugrande e Dressler 1997 p 249 a intertextualidade se refere rela o de depend ncia que se estabelece entre por um lado os processos de produ o e de recep o de um texto determinado e por outro lado o conhecimento Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 59 que tem os participantes na intera o comunicativa de outros textos relacionados com ele anteriormente Isso nos permite dizer que a intertextualidade representa os v nculos que um texto mant m com outros textos tanto durante o processo de constru o do texto idas e vindas em outras fontes como tamb m por meio da intera o comunicativa que os textos estabelecem com outros entre si J para Bazerman 2006 p 10 o conceito de intertextualidade envolve quest es mais amplas ou seja n o se limita apenas a responder as seguintes indaga es a que outros textos voc se refere mas de como voc os utiliza para que voc os utiliza e ultimamente de como voc se posiciona como escritor perante eles para fazer a sua pr pria declara o Essas indaga es representam na perspectiva de Bazerman 2006 as verdadeiras quest
202. elos textos pertencentes ao g nero forma composicional e as configura es especificas das unidades de linguagem tra os da posi o enunciativa do locutor e da forma composicional do g nero marcas ling sticas ou estilo MES p 11 O fragmento 22 um exemplo de modaliza o direta Neste caso a aus ncia do verbo compensada pelo uso do modalizador conforme que introduz o discurso do outro atuando como conectivo que liga os discursos citante e citado Percebemos que o uso do modalizador para introduzir o discurso citado faz com que n o ocorra um imbricamento discursivo de vozes ou seja os discursos s o delineados claramente tanto do aluno produtor de especializa o como do autor fonte No fragmento 23 apesar do aux lio do modalizador segundo para inserir o discurso do outro percebemos que ocorreu um problema de sentido pois o aluno produtor inicia a discuss o expondo sobre os g neros contudo no momento em que insere o discurso citado h uma perda de sentido pela falta de um conectivo que possa ligar os dois discursos tornando assim o enunciado confuso e de dif cil compreens o Dessa maneira entendemos que os alunos produtores de gradua o e de especializa o devem observar com mais aten o a forma de inser o do discurso citado para que n o se construam enunciados sem sentido podendo comprometer todo o texto gt SEM verbo CITA O sem aspas Discurso indireto 24 Cert
203. em nossa sociedade 2003 p 151 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL LLL 190 MG6 M p 16 Infelizmente esse conceito n o bem aceito por uma quantidade consider vel de pessoas pois estas desqualificam o ensino de l nguas especificamente a l ngua inglesa como sendo uma disciplina totalmente desnecess ria para a forma o do individuo DD p 16 Segundo Moita Lopes 1996 p 127 as l nguas estrangeiras sai frequentemente apontadas como desnecess rias na forma o do aprendiz da escola p blica DI p 16 Na verdade ningu m conclui o ensino m dio com o mesmo n vel de dom nio de outras mat rias que se exige das l nguas estrangeiras MOITA LOPES 1996 MI p 17 Segundo Costa 1987 not rio que ao mesmo tempo que as l nguas estrangeiras foram desvalorizadas nos curr culos das escolas p blicas no setor particular a procura aumentou de forma significante crescendo o n mero de cursos em l ngua estrangeiras MI p 18 O Fato que as l nguas estrangeiras est o no curr culo oficial e responsabilidade dos especialistas torna las poss veis de serem aprendidas no contexto escolar para que os setores da sociedade que n o disponham da oportunidade de frequentar cursos de l nguas estrangeiras possam aprend las Assim de acordo com as afirma es menci
204. emidades De um lado no dialogismo bakhtiniano que toma o discurso como produto das rela es dial gicas e de outro na releitura que Lacan faz da obra de Freud sobre a psican lise em que a presen a do outro no discurso d se de forma inerente A partir disso Authier Revuz 2004 p 68 vai destacar as linhas diretrizes que se ap iam para construir a articula o entre a no o de heterogeneidade constitutiva e as formas de heterogeneidade mostradas Do dialogismo do c rculo de Bakhtin 2004 p 144 abstraem se diferentes perspectivas que marcam a inser o da palavra dos outros no discurso 1 a l ngua se concretiza pela multiplicidade de discursos atrav s de um jogo demarcado por fronteiras e interfer ncias n o existe palavra neutra nem mesmo as dicionarizadas as palavras dos outros inserem se dialogicamente em qualquer discurso 2 as palavras adquirem vida pelo discurso e o discurso se edifica por um encaminhamento dial gico feito de acordo e recusas conflitos compromissos pelo meio de outros discursos Amparada nas reflex es de Bakhtin 2004 Authier Revuz 2004 vem reafirmar a dupla perspectiva do discurso dizendo que a rela o dial gica tomada primeiramente na ordem do j dito em que as palavras dos outros penetram no discurso e ganham vida e no segundo momento o dialogismo orientado na ordem do ainda por dizer ou seja na resposta antecipada Nessa perspectiva Authie
205. eno da educa o lingii stica termo esse usado por Bagno 2002 como sendo a adequa o da fala nos diferentes contextos de fala sabendo quando e como empregar determinadas formas ling sticas de modo adequando e competente DI p 34 Os modos de fala constituem um conjunto de padr es que correlacionam maneiras de falar e contextos de situa o referentes a uma pessoa um grupo ou uma comunidade cf CAJAL 2001 DD p 35 e 36 Corroborando essa vis o Lemle op cit p 62 diz que A sua miss o n o a de fazer com que os educandos abandonem o uso de sua gram tica errada para a substitu rem pela gram tica certa e sim a de auxilia los a adquirirem como se fora uma segunda l ngua compet ncia no uso das formas ling sticas de norma socialmente prestigiada a guisa de um acr scimo aos usos ling sticos regionais e coloquiais que j dominam ME4 DD p 27 A interpreta o da imagem do ponto de vista ideol gica pode se dar a partir da aus ncia de elementos pr prios da imagem ou a partir tamb m do simb lico Ler uma imagem portanto diferente de ler a palavra a imagem significa n o fala e vale enquanto imagem que SOUZA 2001 s p DD p 28 Orlandi 1995 p 67 observa que a no o de silencio n o pode ser confundida com o de impl cito E preciso diferenciar conceitos que est o pr ximos mas que t m naturezas diferentes DD p 28 Ao con
206. ensino de l ngua inglesa Pau dos Ferros 2006 42 p Monografia Curso de Especializa o Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL ANEXO Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L L LLL 132 MG1 DI p 39 Assim o car ter hist rico social da linguagem tem efeitos de sentido ideologicamente marcados por rela es condicionais por um contexto repleto de signos cujo funcionamento encontra respaldo nos condicionais nos discursos infiltrados no interior da sociedade sob os diferentes processos enunciativos cf BAKHTIN 1995 MI p 39 Nesse sentido o dialogismo bakhtiniano entendido como uma forma de intera o comunicativa que mediada pelas vozes que se orquestram na sociedade as quais est o infiltradas social e ideologicamente num contexto amplamente heterog neo M p 40 Claro que essa postura vai depender da natureza tipol gica discursiva expressa na situa o comunicativa nesse sentido a plat ia acata acordo ou descarta desacordo o que est sendo discursado DI p 40 Nesse jogo de acordos e desacordos o que Bakhtin chama de polival ncia discursiva cuja fun o provocar discuss o entre as classes pois cada discurso traz as marcas da classe a qual pertence o suje
207. ente do que aponta Marcuschi 2003 porque inicialmente se tem a forma o discursiva pois a partir desse crit rio que se chega ao dom nio discursivo o qual o sujeito pretende abordar no g nero em elabora o e consequentemente a tipologia apropriada ao g nero Por fim o suporte ou local em que se fixa o g nero como ve culo de transmiss o Em s ntese caracterizamos o g nero monografia de forma o discursiva ideol gica tendo em vista que est ligado escolha por determinada teoria em detrimento de outra o dom nio discursivo Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 46 caracteriza se como o cient fico uma vez que trata de um trabalho de pesquisa desenvolvido no mbito acad mico a monografia como g nero caracterizado pela predomin ncia de sequ ncias argumentativas mas se percebem outras como descritivas expositivivas dentre outras E por ltimo consideramos que o suporte da monografia configura se como uma quest o bastante relativa j que depende da condi o de divulga o e ou apresenta o optada pelo aluno produtor ou seja o aluno produtor ir optar por diferentes suportes do dom nio cient fico para apresentar o g nero que no caso da monografia de acordo com Marcuschi 2003 pode ser o cd rom o congresso a palestra e a revista cient fica Sendo assim reconhecemos somente para fins i
208. er conte do tem tico constru o composicional estilo DI p 36 Dion sio 2002 afirma que para a escola desenvolver a compet ncia comunicativa preciso priorizar o trabalho com os g neros textuais j que estes s o respons veis pela articula o entre as pr ticas sociais e a escola n o pode reduzir o trabalho com g neros aos aspectos estruturais ou formais dos textos DD p 36 e 27 preciso partir dos aspectos interacionais e funcionais do mesmo tornando as aulas de l ngua materna mais interessantes e significativas como destaca o trecho seguinte O estudo de g nero pode ter consegii ncia positiva nas aulas de portugu s pois leva em conta seus usos e fun es numa situa o comunicativa Com isso as aulas podem deixar de ter um car ter dogm tico e ou fossilizado pois a l ngua a ser estudada se constitui de formas diferentes e especificas em cada objeto de estudo mediado por parceiros mais experientes Ibid 2002 p 11 DI p 37 Mussalin e Bentes 2001 enfatizam que os g neros variam de acordo com sua historicidade que envolve os sujeitos o contexto socioideol gico e sua rela o com outros g neros MI p 37 O contato do aluno com a diversidade textual segundo Mussalin e Bentes Ibid uma maneira eficaz para torna lo capacitado para usar e entender a l ngua e suas manifesta es DI p 37 Marcuschi 2000 ressaltando a import ncia dos genros textuais afirma que i
209. er ncia tamb m bastante frequente se somarmos todos os tipos de modaliza o obtivemos 10 de modaliza es diretas 17 indiretas e apenas 7 de modaliza es do tipo l gicas apreciativas totalizando um percentual geral de 34 de modaliza o Sendo assim entendemos que o aluno produtor de gradua o n o reconhece apenas o DD e DI como recursos de refer ncia ao discurso do outro mas tamb m tem nas modaliza es um recurso indispens vel de demonstra o tanto da voz do autor fonte com tamb m da pr pria voz Todavia os n meros revelam que esse recurso usado como modaliza o apreciativa n o t o requisitado pelo aluno produtor talvez porque o mesmo n o se sente com autoridade suficiente para tecer considera es por isso quando o faz utiliza o discurso citado como apoio conforme transcrevemos nos fragmentos a seguir 05 indiscut vel a import ncia de formar discentes capazes de produzir textos com efici ncia No entanto para desenvolver nos alunos essas habilidades ling sticas necess rio como destaca Travaglia 2001 ter uma boa defini o de texto MG3 p 31 06 Almeida Filho 1999 afirma que os resultados de muitas pesquisas j realizadas mostram que os professores foram os pr prios protagonistas do ensino experimental de LE e embora apresentem uma trajet ria de mudan as salientes rumo aos objetivos de ensino comunicativo proposto para situa es espe
210. er um recurso eficiente para o contato com o saber cient fico implica o dom nio de pr ticas de diversas atividades acad micas como resumir resenhar e fichar A produ o de um trabalho monogr fico uma tarefa que exige muito do aluno produtor pois n o representa uma simples produ o de textos mas um processo de escrita mais elaborado de constantes idas e voltas ao texto fonte a fim de garantir a fidelidade s palavras dos autores referenciados bem como a sustentatibilidade ao discurso em constru o Pensando nisso propusemo nos a focalizar o discurso do outro manifestado pelos mecanismos de gerenciamento de vozes os quais podem ser usados no texto de diferentes formas e fun es em pr ticas de retextualiza o De acordo com Mat ncio 2002 p 111 a tarefa de retextualizar produzir um novo texto a partir de um ou mais textos base o que implica a manifesta o de opera es ling sticas textuais e discursivas Entre elas elegemos as discursivas nosso foco de an lise pois nestas opera es temos as estrat gias discursivas de gerenciamento de vozes como modos de manifesta o do discurso do outro apresentados em forma de cita o alus o evoca o discurso direto discurso indireto e discurso indireto livre modaliza es reformula es imita o e par frase Dessas estrat gias discursivas restringir nos emos a investigar nas monografias o uso do discurso direto do discurso indireto
211. eras pesquisas Nesse mbito destacamos algumas das publica es mais significativas entre as quais verificamos Mat ncio 20034 2003b 2002 cujas investiga es tratam sobre a retextualiza o em pr ticas acad micas nos g neros resenha e resumo destacando a forma o de professores Reportar nos emos ainda ao trabalho de Boch e Grossmann 2002 cujo estudo muito contribuiu para o nosso trabalho pois se trata de uma pesquisa sobre cita o em textos te ricos de alunos universit rios graduandos e especialistas tendo como objetivo oferecer informa es acerca da forma como o aluno mobiliza fontes bibliogr ficas em suas produ es Dentro desse quadro de trabalhos recentes destacamos a pesquisa de Oliveira 2004 que tem como foco investigar os verbos dicendi em resenhas acad micas da revista Delta produzidas por especialistas da rea de Lingu stica Ressaltamos ainda a pesquisa de Ribeiro 2002 que investiga as formas usadas pelo aluno autor para citar os discursos de autores fonte em monografias de alunos especializados Al m desses estudos tamb m acompanharemos o trabalho de Zamboni 1997 que tem como proposta analisar artigos de revistas cient ficas tendo como referencial a teoria de Estamos usando a express o aluno produtor para identificar o aluno que realiza uma pesquisa e produz uma monografia Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro n
212. erbo ser e empregado impessoalmente nas indica es de horas datas distancias DI p 23 Rocha Lima 1999 prescreve essa mesma orienta o segundo ele quando o verbo ser usado impessoalmente a concord ncia efetiva se com o predicativo MI p 23 Tradicionalmente sabe se que o pronome se exerce diferentes fun es dentre as quais segundo a gram tica normativa como enfatiza Pasquale e Ulisses 2003 h duas de particular interesse para a concord ncia verbal DD p 24 Barros 1991 apesar de adotar os mesmos moldes tradicionais salienta sua fala atrav s das tend ncias das varia es existentes neste caso S o deles as palavras moeda corrente considerar o se do exemplo vendem se animais dom sticos de particular apassivadora Animais dom sticos sujeito do verbo passivo flexionando o verbo por for a de consegii ncia no plural concordando come esse sujeito a corrente mais vulgarizada Afirma se que a frase equivale a animais s o vendidos 1991 p 254 MI p 24 Segundo Rocha Lima 1999 merc aten o especial constru o do tipo regulam se rel gios DI p 24 A Moderna Gram tica Portuguesa de Bechara 1999 aborda esse mesmo caso sob o t tulo A concord ncia com o verbo na passiva pronominal explicitando que a l ngua padr o pede que o verbo com o termo que a gram tica aponta como sujeito DI p 25 Esse pensamento refor ado por
213. erencia es regionais etnias et rias de classe social etc as gram ticas normativas brasileiras permanecem apegadas ao mito de l ngua nica e se apresentam como descri o de uma variedade ling stica supostamente empregada pelas pessoas cultas do pa s isto pelas classes dominantes apresentando a sempre como o padr o a ser imitado DI p 27 Em outro trabalho Bagno 1999 d nfase ao mito que ele denomina A l ngua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente DI p 29 Considerando essa discuss o muito importante haja vista que assim como destaca Mussalim 2001 certas formas ling sticas podem estigmatizar e excluir socialmente seus falantes enquanto outras podem valorizar seus usu rios DD Marx e Engels 19911846 72 apud MUSSALIM 2001 p 69 disseram O dom nio de uma classe dominante n o se d apenas no plano material no dom nio dos meios de produ o do poder pol tico mas sobretudo no plano das id ias DD p 29 Veja o que diz Cegal na sua Nov ssima Gram tica de L ngua Portuguesa 1990 XVII apud BAGNO 2000 p 27 A gram tica segundo a conceituamos n o nem deve ser um fim sen o um meio posto a nosso alcance para disciplinar a linguagem e atingir a forma ideal Maldizer da gram tica seria tal desarrazoado quanto malsinar os comp ndios de boas maneiras s porque preceituam as normas de polidez que todo civili
214. erta que se define com a aus ncia de preconceitos de parcialidade e de qualquer coisa que limite a mente e a impe a de considerar novos problemas e de assumir novas id ias 2 Responsabilidade n o a moral e sim a intelectual quer dizer considerar as consequ ncias de um passo projetado e procurar os prop sitos educativos e ticos da pr pria conduta docente e n o apenas os utilit rios Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 LL LLL 148 3 Entusiasmo descrito como a predisposi o para afrontar a atividade com curiosidade energia capacidade de renova o e de luta contra rotina DI p 24 Sch n 1995 defende a forma o profissional a partir de uma epistemologia pr tica a valoriza o da pr tica profissional da constru o de conhecimento Desde ent o o cen rio educacional tem discutido sobre essa pr tica e sobre como o professor pode utilizar a reflex o como um instrumento de aprendizagem DI Assim Sch n 1995 defende a id ia de que a forma o de profissionais seguindo os moldes de um curr culo normativo n o apropriada MI p 25 Conforme Sch n 1983 apud G MRZ 1995 p 104 para que a compreens o sobre a atividade de um profissional pr tico seja mais f cil temos tr s conceitos DI p 25 Sch n 1995 diz que o professor quando reflexivo tem a tarefa de enco
215. es conforme descrevemos abaixo Etapa 1 Delimita o do objeto de an lise Ao buscar subs dio em Mat ncio 2002 para o fen meno da retextualiza o percebemos a necessidade de delimita o do objeto de an lise j que a retextualiza o pode operar de v rias formas sendo assim optamos por analisar algumas formas de materializa o do discurso reportado em monografias de gradua o e de especializa o discurso direto discurso indireto e modaliza es Tendo observado a materializa o de tais formas de discurso do outro nas monografias iniciamos o processo de identifica o dessas formas na se o de fundamenta o te rica Todos os enunciados em que ocorreram formas de discurso do outro foram separados e digitados em folha parte dos textos originais ver anexo como forma de organizar os dados seguindo um mesmo padr o gr fico a fim de possibilitar uma leitura mais r pida de tais formas Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 32 Etapa 2 Levantamento das ocorr ncias do discurso do outro Feita a identifica o das formas de discurso do outro passamos fase de quantifica o dessas formas nas monografias de gradua o e de especializa o Al m disso fizemos uma quantifica o do total de cita es por monografia contabilizando para isso o total de linhas escritas p ginas cita es
216. es universit rios e de especialistas Nesse trabalho foi constatado que estudantes universit rios e especialistas estabelecem fun es diferentes para utilizar o discurso citado e que tais fun es parecem menos variadas havendo casos mesmo de fun es que sequer ocorrem nos textos dos estudantes como marcar o pertencimento a uma corrente te rica ou escola usada no texto dos especialistas Ressaltamos ainda diferentemente do que tais autores apontam as fun es percebidas em nosso corpus conforme mostramos anteriormente para o discurso do outro na escrita de graduados e especialistas atendem s mesmas finalidades ou seja s o as mesmas fun es tanto para os graduados como para os especialistas pois consideramos o fato de que nosso corpus constitu do de um mesmo g nero monogr fico bem como analisamos a mesma parte da monografia a se o de fundamenta o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 110 Portanto compreendemos que tanto na monografia de graduados quanto na de especialistas a inser o do discurso do outro atende a finalidades iguais Vale ressaltar que as fun es de sustentar uma afirma o introduzir um ponto de vista complementar o dizer definir uma id ia conceito e concluir uma id ia podem ser atribu das aos diferentes modos de refer ncia ao discurso do outro Em outras palavras uma de
217. es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 LL LLL 201 DI p 15 Gough 1976 apud KLEIMAN 1989 apresenta um modelo de processamento serial que envolve uma sequ ncia do processo de decodifica o o que para o autor se define como leitura Esse modelo de leitura tem como objetivo DD descrever a sequ ncia de eventos que acontecem em um segundo de leitura a fim de sugerir a natureza dos processos que unem esses eventos GOUGH 1976 apud KLEIMAN 1989 p 23 DD p 16 S o eventos contemplados por processos de natureza menos espec ficos que envolvem o armazenamento das entradas lexicais na mem ria na qual a compreens o acontece atrav s da utiliza o de informa o fon mica sint tica e sem ntica das entradas lexicais A representa o fon mica abstrata atribu da a primeira entrada lexical que encontrada Quando essa primeira entrada localizada essa entrada aceita como a leitura da palavra at essa leitura se provar incompat vel com dados subsegiientes GOUGH 1976 apud KLEIMAN 1989 p 24 MI p 16 De acordo com Kleiman o modelo de processamento serial embora descreva a complexidade de um segundo de leitura desvirtua a natureza da leitura uma vez que n o considera a intera o entre o processamento visual e processamentos lingii stico cognitivos N o considera tamb m o papel desambiguador do contexto nem do conhecimento pr vio Isso fica claro na seguinte afirma
218. essa maneira diante do que vem sendo relatado percebemos que infelizmente a pedag gica cr tica no Brasil vista com um tipo de movimento sem nenhum significado us Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LLL 196 MI p 20 Conforme expresso na Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional de 20 de dezembro de 1996 Lei 9 394 96 LDB A aquisi o desse ensino tornou se obrigat rio a partir da quinta serie pretendendo possibilitar o aumento da autopercep o do aprendiz como ser humano e cidad o MI p 20 De acordo com os PCNs 1998 referentes a fun o social da aprendizagem de uma l ngua estrangeira no Brasil diante da condi es das escolas brasileiras M p 21 Desse modo inevit vel que a aquisi o de uma l ngua estrangeira desnecess ria para o crescimento do aprendiz pois fica claro que o papel educacional da mesma de fundamental import ncia para o desenvolvimento do individuo integralmente MD Conforme se apresenta justificado tamb m nos PCNs 1998 p 37 O desenvolvimento da habilidades de entender dizer o que outras pessoas em outros pa ses diriam em determinadas situa es leva portanto a compreens o tanto das culturas estrangeiras quanto da cultura materna Essa compreens o intercultural promove ainda aceita o das diferen as nas maneiras de express o e de
219. eto aluno produtor de especializa o elegeu o com uma pequena predomin ncia atingindo a marca dos 39 de ocorr ncias Com isso a nossa impress o que o especialista quando faz do DI n o demonstra tanta inseguran a nas suas palavras uma vez que a utiliza o desse recurso implica ter que parafrasear o discurso do outro necessitando de muito mais autonomia no dizer Nossas an lises mostraram que o entrecruzamento de vozes a partir de v rios textos fonte viabiliza a trama textual discursiva do texto elaborado pelo aluno produtor determinando a orienta o enunciativa de seu texto Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 120 Nessa perspectiva percebemos que o aluno produtor graduado cita mais devido falta de postura enunciativa diante do discurso do outro pois n o sente seguran a no seu dizer e como forma de sustent lo e ou reafirm lo faz refer ncia ao discurso do outro para dizer o seu pr prio discurso O corpus revela que a dimens o enunciativa do discurso do aluno produtor constitui se sobretudo a partir do recurso voz do outro mesmo nas monografias produzidas pelos especialistas considerados pesquisadores estabelecidos Esse fato demonstra que a dificuldade no gerenciamento enunciativo n o uma particularidade apenas do graduando enquanto iniciante na escrita cient fica mas que a inser o
220. exto ou como material an dino indiferenciado a ser trabalhado de forma homog nea nas pretensas atividades de leitura DD p 42 O g nero n o forma fixa portanto n o pode ser tratado como homog neo O sujeito aprendiz tem uma vis o de texto como um todo acabado talvez e mais precisamente pela pr pria forma de ensinar dos professore uma heran a pedag gica grifo nosso Sobre isso Brand o 2001 p 38 aprofunda um g nero n o uma forma fixa cristalizada de uma vez por todas e que deve ser tratado como um bloco homog neo E esse o equivoco que cometem algumas das abordagens pedag gicas O professor n o pode perder de vista a dimens o heterog nea que a no o de g nero implica DD p 42 Reconhecer o g nero como heterog neo primeiramente pela pr pria complexidade heterogeneidade do meio social no qual esse g nero foi produzido principalmente o professor como mediador do conhecimento contribuir na forma o de um Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 2222222222 L L LLL 172 cidad o no seu sentido pleno levando a ler as estrat gias discursivas com por exemplo o Jogo ideol gico a interdiscursividade com que se revestem os diferentes g neros discursivos mencionando tamb m um outro aspecto configuracional e constitutivo enquanto realiza o s cio discursiva que a intertextualidade
221. extos dispon veis na vida real livros revistas internet can es MD p 23 Segundo Celani 1995 apud MOITA LOPES 1996 p 131 a nica Justificativa social para a aprendizagem de l ngua estrangeira no Brasil especialmente do ingl s tem a ver com o uso do ingl s como um instrumento de leitura MI p 24 poss vel perceber em Totis 1991 v rios pontos de vista em rela o ao ensino de l nguas que desafiam a vis o tradicional que indubitavelmente continuam influenciando muitos professores em sala de aula MD p 24 Desse modo a leitura vista como um processo comunicativo complexo no qual a mente do leitor interage com o texto em uma determinada situa o ou contexto Segundo Totis 1991 p 34 Ao processar essa informa o o leitor efetua as predi es mais Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LL LLL LLL 192 confi veis por meio de processos c clicos de estrat gias de colheita de amostragem predi o testagem e confirma o DD p 25 Totis 1991 p 35 descreve Os alunos precisam se tornar menos dirigidos pelo texto e mais orientado para as estrat gias ao aprenderem a proceder a colheita de amostragem predi o confirma o e rejei o de hip teses que formulam ao ler MD p 25 Segundo Totis 1991 o desenvolvimento das habilidades de l
222. ez que a monografia se constitui num g nero do discurso cient fico O discurso te rico caracteriza se conforme exp e a figura a partir do verbo EXPOR Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 41 que se assinala por uma autonomia completa em rela o aos par metros f sicos da a o de linguagem de que o texto se origina Al m disso Bronckart 1999 p 171 173 acrescenta que o discurso te rico em princ pio monologado e escrito e esse car ter se traduz principalmente pela aus ncia de frases n o declarativas assinalando tamb m algumas propriedades para o discurso te rico em decorr ncia de uma an lise emp rica conforme se seguem A presen a de m ltiplos organizadores com valor l gico argumentativo e A presen a de numerosas modaliza es l gicas assim como a onipresen a do auxiliar de modo poder e A explora o de procedimentos de focaliza o de certos segmentos de texto assim como procedimentos de refer ncia metatextual intratextual intertextual a outras partes do texto ou intertexto cient fico e A presen a de muitas frases passivas a maioria do tipo passiva truncada e A grande frequ ncia ao lado das an foras pronominais de an fora nominais ou de procedimentos de refer ncia d itica intratextual De um modo geral essas propriedades operam como elementos
223. fende a constru o de um trabalho que tem como foco a linguagem em condi es reais de funcionamento e para isso necess rio que se finque a pesquisa ling stica na valoriza o do uso ling stico e do usu rio da l ngua DD p 36 A esse respeito pontua Neves Penso na constitui o de um material de referencia te rica e pr tica para an lise das rela es entre gram tica e uso ling stico e portanto entre organiza o ling stica e intera o na linguagem um material de base para uma gram tica escolar do portugu s assentada na assun o de que tratamento escolar da linguagem n o pode faltar a orienta o preparada pela ci ncia ling stica 2003 p 18 DD p 36 Al m desses aspectos Pereira acrescenta que o mais importante o entusiasmo a paix o por aquilo que se faz acreditar que se capaz pelo menos de mudar aquela turma as pessoas que est o ali naquele momento em algumas horas em um semestre em um ano porque naquele breve tempo poder al m de ensinar despertar o desejo por mais instigar a procura do conhecimento de pessoas especiais 2000 p 246 DI p 36 Ele deve dialogar e interagir com o aluno Pereira discute e apresenta uma vis o com a qual compartilhamos MD p 36 Para a autora o perfil do professor de l ngua portuguesa assim pode ser definido n o limitado ou escravo de livros e teorias mas Cr gna CibdlePeera Disseta o
224. formas de comunica o que podem designar que um fragmento heterog neo heterogeneidade mostrada expl cita l a realiza o do discurso em uma l ngua ou em uma variedade de l ngua 2 a concord ncia dos dois interlocutores quanto adequa o da palavra coisa situa o X se me permite a express o 3 a significa o da palavra normalmente bvia X no sentindo de p n o no sentido de p mas Na obra de Freud o termo usado para fetichismo e psicoses sendo uma forma de defesa por parte do sujeito em que se marca a penetra o do outro no discurso Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 69 4 a pertencer das palavras e das sequ ncias de palavras ao discurso em curso X como diz X para usar as palavras de X de acordo com a f rmula de X 5 auton mia e a conota o auton mica a presen a do outro marcada pelas aspas 6 o das outras palavras sob as palavras nas palavras modalidades expl citas da presen a do outro pois no dom nio da heterogeneidade mostrada que Authier Revuz 2004 demarcou sua teoria propondo a diferencia o de duas formas de enunciados enunciados em que se pode perceber ling isticamente a presen a do outro no um vistas como marcas expl citas de heterogeneidade podendo ser mostrada marcada e enunciados em que a heterogeneidade n o est
225. gem DD p 12 Na esfera da comunica o Bakhtin apud ARAUJO 2004 p 92 em Hipertextos e g neros digitais diz que a l ngua vista n o como um sistema est vel mas como um lugar da intera o humana DI Do ponto de vista ling stico Bakhtin no livro Est tica da Cria o Verbal 2003 apresenta esse processo interativo como g neros discursivos secund rios complexos que partem da natureza geral de dois tipos de g neros discursivos simples mut veis que adquirem um car ter especial MI p 13 Segundo Koch 2005 p 54 Bakhtin distingue os g neros prim rios dos secund rios DD p 13 Para Bakhtin 2003 p 264 em Est tica da Cria o Verbal todo trabalho de investiga o de um material ling stico concreto seja de historia da l ngua de gram tica normativa de confec o de toda esp cie de dicion rios ou de estil stica da l ngua etc opera inevitavelmente com enunciados concretos escritos e orais relacionados a diferentes campos da atividade humana e da comunica o anais tratados textos de leis documentos de escrit rios e outros diversos g neros liter rios cient ficos publici sticos Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 218 cartas oficiais e comuns replicas do dialogo cotidiano em todas as suas diversas modalidades etc de o
226. gradua o passando de 33 e 23 respectivamente na MG para 50 e 30 na ME Esse crescimento pode ter rela o direta com o fato de que apenas essas monografias tiveram a mesma orienta o durante os dois momentos de escrita Contudo parece n o ter semelhan a com a quest o de que abordaram tem ticas iguais nas duas produ es pois apenas MG5 e ME5 deram continuidade ao mesmo assunto tratado quando da gradua o J em MG4 e ME4 n o se adotou a mesma tem tica nos dois momentos de produ o na verdade o aluno produtor dessa MG buscou relacionar as Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 85 duas produ es pois a ME4 composta de parte do conte do da MG4 mudando somente t tulos das se es que comp em o cap tulo te rico conforme explicitamos abaixo Quadro 6 Representa o da estrutura da fundamenta o te rica REPRESENTA O DA ESTRUTURA DA SE O DE FUNDAMENTA O TE RICA T TULOS EM MG4 T TULOS EM ME4 Historicizando a l ngua gem gt Um perfil linguageiro A concep o de linguagem segundo os O PCN de l ngua portuguesa PCNs de L ngua Portuguesa gt concebendo e abordando a linguagem A re constru o do professor de l ngua A re constru o do professor de l ngua portuguesa gt portuguesa Como vemos pelo quadro o aluno produtor mant m mesmo em se tratando
227. gua estrangeira vem recebendo devido a um interesse te rico pelas regras sociais do uso da l ngua e suas aplica es no sentido de l nguas estrangeiras MD p 16 Segundo a defini o de Moita Lopes 1996 apud COX e PETERSON 2001 p 18 que diz O ensino com base na motiva o integrativa desejo de se identificar com pertencer a cultura do outro e com nfase na habilidade oral deve ser repensada no Brasil a leitura ancorada na suposta motiva o instrumental e pragm tica mais apropriada as necessidades dos aprendizes brasileiros que na sua maioria n o tem a oportunidade de fala ingl s com falantes nativos e precisam de ingl s principalmente para 29 ler MD p 17 Para Giroux 199 p 137 Uma pedagogia da pol tica cultural apresenta um conjunto duplo de tarefas para os educadores cr ticos Primeiro eles precisam analisar como a produ o cultural organizada dentro de rela es assim tricas de poder nas escolas Cr gna CibdlePedra Disseta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L L LLL 195 Segundo eles precisam construir estrat gias pol ticas de participa o nas lutas sociais destinadas a lutarem pelas escolas como esferas p blicas democr ticas MD p 17 Para Pennycook 1995 apud COX e PETERSON 2001 p 20 Quem ensina ingl s n o pode deixar de se colocar criticamente em rela o
228. guagem Pau dos Ferros 2003 85 p Monografia Gradua o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo LIMA Eliete Alves de O ensino de produ o de textos no terceiro ciclo do Ensino Fundamental Pau dos Ferros 2003 66 p Monografia de Gradua o Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo LINS L via Mikaela Carvalho Pinheiro L ngua Inglesa uma disciplina des necess ria para a forma o do individuo Pau dos Ferros 2003 62 p Monografia Gradua o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo MORAIS Maria das Candeias Silveira de Pedag gica cr tica uma vis o dos profissionais de Letras Pau dos Ferros 2003 52 p Monografia gradua o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do Norte M meo OLIVEIRA Maria Lidin ia A de O tratamento dado varia o Lingii stica presente no manual did tico Linguagem Nova Pau dos Ferros 2003 91 p Monografia Gradua o em Letras Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia Universidade do Estado do Rio Grande do
229. has Esse c lculo o mesmo estabelecido nas monografias de especializa o 15 Para o obter o total de cita es por p ginas dividimos o total geral de cita es pelo total de p ginas 16 O sub total representa a soma geral das monografias no que se refere ao n mero de p ginas cita o linhas linhas de p gina cita o por p gina 17 A m dia geral foi calculada dividindo o subtotal pelo n mero de monografias que nove Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no neo mon og fi co DESCREVENDO A CONSTITUI O DOS CAP TULOS DE FUNDAMENTA O TE RICA ME Estrutura da Monografia Relacionando as cita es Total de Total geral Total de Total de Total de Total de C digo p ginas de linhas linhas por cita es linhas de cita es p gina cita o por p gina ME1 21 651 31 49 181 2 3 ME2 18 439 24 3 40 187 2 2 ME3 14 334 23 8 26 99 1 8 ME4 50 1 117 22 3 61 336 1 2 ME5 30 741 24 7 78 360 2 6 ME6 24 593 24 7 58 282 2 4 ME7 13 330 25 3 36 188 2 7 MES 20 434 21 7 25 103 1 2 ME9 19 445 23 4 51 190 2 7 TOTAL 209 5084 220 2 424 1926 19 1 M DIA 23 2 564 8 24 4 47 1 214 2 1 GERAL Esses quadros representam uma vis o geral de como as se es de fundamenta o te rica das monografias de gradua o e de especializa o est o constru das em termos quantitativos Eles nos d o uma defin
230. i o exata das quantidades de p ginas de linhas de linhas por p ginas de cita es de p ginas por cita o e de linhas por cita o especificando cada uma monografia o que permite que se entenda com especificidade as particulares de cada monografia pois a partir dessas particularidades que refletiremos para desenvolver toda a an lise Etapa 3 Identifica o das formas e fun es de an lise do discurso citado Com as cita es identificadas e quantificadas o pr ximo passo foi descrev las e para isso procedemos inicialmente destacando as formas de introdu o do discurso citado Com base na discuss o de Marcuschi 2007 sobre os verbos introdutores de opini o identificamos quatro formas de introdu o de discurso do outro 1 VERBO CITA O seguida de destaque como aspas nesse caso o verbo aparece acompanhado do discurso citado que pode vir como discurso direto Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 34 2 VERBO CITA O sem aspas a constru o que representa essa forma de introdu o tipicamente de discurso indireto e ou modaliza o indireta pois o aluno produtor insere o discurso citado por meio do uso da par frase SEM verbo CITA O seguida de destaque como aspas a cita o colocada sem o aux lio do verbo destacada apenas pelas aspas e ou quando recu
231. ia todo o itiner rio que leva da atividade mental o conte do a exprimir a sua objetividade externa a enuncia o situa se completamente em territ rio social Quando a atividade mental se realizar sob forma de enuncia o a orienta o social a qual ela se submete adquire maior complexidade gra as a exig ncia de adapta o ao contexto social imediato do ato de fala e acima de tudo aos interlocutores conrcretos Ibid 1995 p 117 DI p 17 Tratando a respeito do car ter ideol gico da linguagem Souza 2003 afirma que este s evidenciado durante a enuncia o MI Segundo o autor o ato enunciativo revela as condi es s cio hist ricas do interlocutor assim sendo os efeitos de sentido s o concretizadas nas pr ticas discursivas DD Ao enunciar o falante reflete e refrata as suas condi es hist ricas e sociais a sua instancia de enuncia o por isso todo signo e ideol gico p 2 MI p 17 O subjetivismo individualista erra conforme destaca Bakhtin 1995 quando desconsidera a natureza social da enuncia o e da atividade mental DD Ao tomar como ponto de partida a enuncia o monol gica procura compreender a comunica o verbal desvinculada das situa es reais de produ o centrado portanto no psiquismos dos falantes O subjetivismo individualista ap ia se tamb m sobre a enuncia o monol gica como ponto de partida da sua reflex o sobre a l ngua A enuncia o mo
232. ia informa es sobre os alunos Era preciso dados em fun o dos objetivos estabelecidos O avaliador estava mais concentrado em desvendar padr es e crit rios 3 Julgamento questionava os testes padronizados e reducionismo da no o de avalia o como sin nimo de medida Tinha a preocupa o passou a ser elemento crucial do processo avaliativo pois n o s importava medir e descrever era preciso julgar sobre o conjunto de todas as dimens es do objeto inclusive sobre os pr prios objetivos 4 Negocia o a avalia o um processo interativo negociado que se fundamenta num paradigma construtivista A finalidade fornecer informa es que permitam aos agentes escolares decidir sobre as interven es que se fizerem necess rias definindo coletivamente e comprometido com a garantia da aprendizagem do aluno DD p 13 Assim Horrman 1993 p 14 15 ressalta A nfase cont nua na testagem e especificamente os testes de QI servem para legitimar um sistema de estratifica o nas escolas A testagem proporciona uma justificativa nica para as diferen as individuais a fim de manter uma provis o constante de m o de obra barata e manter a estratifica o de classe qualitativas ao contrario fizeram prevalecer procedimentos a partir da aplica o de testes padronizados para obter maior compreens o daquilo que o professor ensina e o que o aluno aprende DD p 13 Nesse contexto a avalia o tinha o papel de afer
233. ial sobre esta mesma pr tica onde os resultados s o incorporados no processo de pesquisa de modo que os professores pesquisadores estejam atuando sempre na produ o de conhecimento sobre sua pr tica DI p 29 Moita Lopes 1996 critica a forma o de professores de l nguas pois acredita que as universidades passam para seus alunos t cnicas m todos espec ficos de ensino que dever o ser usados em sala de aula sem que estes mesmos alunos tenham recebido do professor formador um conhecimento de natureza te rica sobre a linguagem em uso na sala de aula MI p 30 Segundo Moita Lopes 1996 no Brasil existem alguns programas ou projetos que trabalham para o melhoramento na forma o dos professores de l ngua o que est ligado diretamente ao crescimento do ensino de l ngua inglesa ME2 Cr gna CibdlePedra Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 145 MI p 13 De acordo com os PCNs 1998 a aprendizagem de uma L ngua Estrangeira uma possibilidade de aumentar a auto percep o do aluno como ser humano e como cidad o fundamental que o ensino de L ngua Estrangeira seja batizado pela fun o social desse conhecimento na sociedade brasileira MD p 13 Conforme os PCNs 1998 p 27 Ao ensinar uma L ngua Estrangeira essencial uma compreens o te rica do que a linguagem tanto do ponto de vista de
234. iante DD p 37 atrav s da hist ria que os dizeres se historicizam marcados sempre pela ideologia e pelas posi es assumidas Dessa forma as palavras n o s o nossas Elas significam pela historia e pela l ngua ORLANDI 2002 p 32 DD p 37 e 38 A esse respeito pertinente compreender se que As ideologias surgem nas sociedades caracterizadas por rela es de domina o com base na classe no g nero social no grupo cultural e assim por diante e a medida que os seres humanos s o capazes de transcender tais sociedades s o capazes de transcender a ideologia FAIRCLOUGH 2001 p 121 DI p 38 Baktin 1997 focaliza o car ter social da linguagem considerando o enunciado isto o discurso como produto da intera o social DD A utiliza o da l ngua efetua se em forma de enunciados orais e escritos concretos e nicos que emanam dos integrantes dumas ou doutras esfera da atividade humana BAKTHTIN 1997 p 279 DD p 39 Cada esfera de utiliza o da l ngua elabora tipos relativamente est veis de enunciados o que Bakhtin denominou g neros do discurso A esse respeito Bakhtin 1997 p 279 observa O enunciado reflete as condi es especificas e as finalidades de cada uma dessas esferas n o s por seu conte do tem tico e por seu estilo verbal ou seja pela rela o operada nos recursos de l ngua recursos lexicais fraseol gicos e
235. iba n o ser mais poss vel abandonar M rio Oz rio Marques A presente pesquisa se prop e a tomar o discurso do outro em atividades de retextualiza o como objeto de estudo pois reconhecemos que a partir dessas atividades teremos a oportunidade de compreender o modo como o aluno opera com os textos que cita Para tanto focalizaremos algumas estrat gias discursivas de gerenciamento de vozes utilizadas pelo aluno ao se reportar ao discurso do outro procurando conhecer os modos de introdu o e as fun es do discurso citado Consideramos que no processo de constru o de um texto o aluno da academia levado sempre a fazer uso do discurso do outro como recurso de constru o do pr prio texto dando assim sustentabilidade ao seu discurso uma vez que o princ pio de alteridade indicado no texto a partir das cita es representa uma forma de reconhecer a subjetividade pr pria do escritor e de fazer se aparecer o outro enquanto parte inerente constru o do texto Nesse sentido ressaltamos que a produ o escrita se configura como uma das preocupa es mais correntes de muitos professores e pesquisadores em geral que v em a constante desmotiva o do aluno para escrever assim como as reclama es dos professores sobre a baixa qualidade dos textos produzidos pelos alunos As dificuldades com a escrita s o resqu cios dos primeiros anos de estudos vindo desde as s ries iniciais at o n vel m dio e por ltimo
236. idades oferecidas pela l ngua a que esse aspecto da gram tica que se analisado e conscientizados contribuir o para os prop sitos de comunica o MD p 28 Segundo Roca Pons Se a concord ncia significa p r se ou esta em algum aspecto as condi es em que ela se realiza ser iguais para os termos que concordam No entanto um deles o que imp e a concord ncia a que tem de submeter se o termo menos importante 1976 p 335 MD p 28 Para Said Ali a concord ncia N o como parecer a primeira vista necessidade pela l gica Repetir um termo determinante ou informativo o g nero numero ou pessoa j marcados no termo determinado de que se fala antes uma redund ncia 1971 p 219 DI p 29 Baccega realiza algumas reflex es sobre essas indaga es e j ressalta que existe uma grande distancia entre as normas presentes nos comp ndios gramaticais e o seu uso concreto real DI p 29 Baccega na busca de mostrar que a linguagem um meio de intera o que al m de informar provoca mudan as nos interlocutores traz como suporte para suas investiga es sint ticas especificamente da concord ncia verbal ma ci ncia que analisa a linguagem do ponto de vista da expressividade a Estil stica Segundo as orienta es destes pesquisadores a concord ncia verbal comp e o estilo e este sup e escolhas que depender o das id ias do locutor os quais s o concretizados nos discursos
237. ilho 1998 p 36 O ensino comunicativo aquele que organiza as experi ncias de aprender em termos de atividades tarefas de real interesse e ou necessidade do aluno para que ele se capacite a usar a l ngua alvo para realizar a es de verdade na intera o com outros falantes usu rios dessa l ngua DD p 21 Conclui se ent o com base na afirma o apresentada por Moita Lopes 1996 p 134 que a aprendizagem da leitura em l ngua estrangeira fornece ao aprendiz uma base discursiva atrav s de seu engajamento na negocia o do significado via discurso escrito que pode ser ampliada mais tarde atrav s do discurso oral caso o aprendiz venha a precisar DD p 22 Como consta justificado nos PCNs BRASIL 1998 P 38 Essas caracter sticas do mundo moderno t m por certo implica es importantes para o processo educacional como um todo e particularmente para o ensino de l nguas na escola Se essas megatendencias forem descri es exatas do panorama futuro importantes que se considere como preparar os jovens para responderem as exig ncias do novo mundo MI p 22 Segundo os PCNs a maioria das propostas educativas no ensino de l nguas j oferece uma abordagem comunicativa mas as atividades em geral ainda exploram a estrutura gramatical fora de qualquer contexto Ou seja a gram tica vista como algo desvinculado das situa es de contado interpessoal e dos t
238. ilidade de leitura MOITA LOPES 1996 M N o t o critic vel esta atitude mas seria conveniente oferecer amplas possibilidades de reconhecimento das demais uma vez que n o limitaria o aluno no seu conhecimento DD Como diz Freire 1974 apud MOITA LOPES 1996 p 132 a educa o deve dar meios aos aprendizes de agirem sobre o mundo de modo a poder transforma lo de acordo com os seus interesses Las DI p 25 Faz se importante ter esse contexto considerado tamb m pela constru o do significado no mundo social BRASIL 1998 p 27 DD Al m do que A limita o de recursos dispon veis na escola para a pr tica de ensino e a reduzida carga hor ria da disciplina n o devem ser motivo para o professor abrir maio dos objetivos BRASIL 2003 p 61 grifo meu DI p 25 No fim dos anos 70 surge a necessidade de se ensinar uma habilidade funcional que inclua n o somente regras gramaticais mas tamb m de se ensinar uma habilidade funcional que inclua n o somente regras gramaticais mas tamb m uma compet ncia pragm tica exigida para a interpreta o express o e negocia o do sentido no contexto imediato da situa o de fala COX ASSIS PETERSON 2001 M p 26 ineg vel a participa o da l ngua inglesa no cen rio atual Seja atrav s do desenvolvimento tecnol gico seja pela divulga o de informa es imeg vel a sua expans o M p 26
239. inadas por n s de modaliza es diretas e indiretas acompanhando a mesma regra respectivamente do discurso direto e do discurso indireto acrescido apenas os termos de acordo com para x conforme x e de outro as modaliza es l gicas de nticas apreciativas e Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 92 pragm ticas que comportam toda a classifica o estabelecida por Bronckart 1999 Nesse sentido ilustramos a seguir como se deram as ocorr ncias dessas diferentes formas de discurso reportado nas monografias de gradua o conforme gr fico Gr fico 3 Formas de discursos reportados nas Monografias de Gradua o FORMAS DE DISCURSOS REPORTADOS NAS MONOGRAFIAS DA GRADUA O 7 O discurso direto E discurso indireto Evidenciamos pelo gr fico que o discurso direto DD um modo de refer ncia ao discurso do outro bastante utilizado pelo aluno produtor de gradua o atingindo uma m dia de 191 DD com um percentual de 35 nas monografias de gradua o A fun o do DD dar sustenta o e credibilidade ao discurso citante Entendemos pois que o uso freq ente desse recurso ocorre devido a pouca habilidade com outras formas de discurso tendo em vista que o DD configura se como um recurso em que o aluno produtor faz a transcri o fiel do discurso do autor fonte sem que para isso tenha que fazer p
240. inda de acordo com Kleiman 1989 a pr tica de leitura sob essa vis o que julgamos inadequadamente est baseada no uso de material did tico que apresenta concep es inadequadas de linguagem leitura e aprendizagem E muitas vezes o professor se baseia unicamente pelo livro did tico adotado tendo o como ponto norteador de sua pr tica DD Isso o que Silva 1993 denomina de car ter estritamente livresco do ensino que gera a obedi ncia cega aos referencias colocados nos livros e a reprodu o mec nica de id ias captadas pela leitura SILVA 1993 p 3 DI p 25 Silva 1993 compara esse ensino ao de Paulo Freira chama de educa o bancaria onde o aluno recebe passiva e mecanicamente do professor um conjunto de informa es muitas vezes sem significado para ele das id ias propostas no texto DD p 25 O aluno coloca o discurso direto no in cio do item sem nenhum coment rio Ensinar a ler ensinar o leitor aprendiz a relacionar os conhecimentos sistem tico e esquem tico atrav s de procedimentos interpretativos MOITA LOPES 1996 p 152 M p 26 Em seguida preciso tomar cuidado para n o trabalhar somente os aspectos sistem ticos mesmo que estes sejam os que os alunos encontrem mais dificuldades DD Com uma maneira de se desenvolver isso os PCNs apontam Para ensinar um aluno a se envolver no discurso em uma l ngua estrangeira aquilo do que trata a intera o deve ser
241. inv s das posturas da microlinguista DD p 31 A esse respeito Silva 2002 p 3 diz que Al m de enfocar a linguagem em seu uso concreto ou seja como pr tica social a An lise do Discurso contemplar forma e fun o pontos nucleares dos dois paradigmas do pensamento humano considerando pois a l ngua na sua dualidade e a produ o de sentidos s do discurso como resultante de processos de intera o social DI p 32 Ao se referir a linguagem Fairclough 2001 usa o termo discurso para deslocar do sentido at ent o impregnado pelos estudos desenvolvidos de uma linguagem a que se refere apenas a fala e a escrita que se inscrevem do quadro de uso da linguagem DD p 32 O termo discurso usado por Fairclough 2001 p 90 deve ser considerado como o uso de linguagem como forma de pr tica social e n o como atitude puramente individual ou reflexo de vari veis situacionais DD p 33 Para ressaltar a nfase no uso da linguagem no mbito da AD Foucault 1972 apud FAIRCLOUGH 2001 p 64 65 explicita que A An lise de Discurso diz respeito n o a especifica o das frases que s o poss veis ou gramaticais mas a especifica o s cio historicamente vari vel de forma es discursivas sistemas de regras por combina es de elementos discursivos e n o discursivos anteriores e o processo de articula o desses elementos faz do discurso sua pr tica social DI p 34
242. io Candido n o conv m separar a repercuss o da obra da sua feitura pois sociologicamente ao menos ela s est acabada no momento em que repercuta e outro porque sociologicamente a arte um sistema simb lico de comunica o inter humana e com tal interesse ao sociol gico 2000 p 21 DI p 49 O cr tico assinala que a feitura de uma obra liter ria passa necessariamente pela integra o entre o contexto s cio hist rico e os fatores est ticos DD p 50 Nessa perspectiva a literatura enquanto express o art stica assimila aspectos do meio e os transporta atrav s do seu plano estrutural lingii stico para a obra liter ria isto o fator social invocado para explicar a estrutura da obra e o seu teor de id ias fornecendo elementos para determinar a sua validade e o seu efeito sobre n s Ibid p 14 MI p 52 Assim de acordo com Candido todas as possibilidades de estudos pelos cr ticos apontadas s o fecundas desde que bem conduzidas mas ele argumenta que os referidos estudos podem ser fecundos do ponto de vista da cr tica sociol gica da literatura por outro lado se desejar estuda la sob um outro fen meno n o sociol gico a natureza da investiga o tomar outra perspectiva DI p 52 Por m Candido pondera para o fato de que mesmo sendo a literatura uma manifesta o da civiliza o e estando concomitantemente direcionada aos fatores sociais bas
243. io de Janeiro DP amp A editora 2001 SEVERINO Ant nio Joaquim Metodologia do trabalho cient fico 21 ed revis e ampl S o Paulo Cortez 2000 SCHNEUWLY B G neros e tipos de discursos considera es psicol gicas e ontogen ticas In SCHNEUWLY B DOLZ J colaboradores G neros orais e escritos na escola Campinas Mercado das Letras 2004 p 1 16 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L L LLL 127 TACHIZAWA Takeshy Como fazer monografia na pr tica Rio de Janeiro Ed FGV 2001 TRAVAGLIA Neuza Gon alves Tradu o numa perspectiva textual Tese de Doutorado USP S o Paulo 1992 UNIVERSIDADE ESTUADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE Departamento de Letras Campus Avan ado Prof Maria Eliza de Albuquerque Maia Projeto Pol tico Pedag gico 2006 VAN DIJK T A Estruturas y funciones del discurso 11 ed Madrid Siglo Veintiurno 1997 p 9 57 ZAMBONI Lilian M rcia Sim es Heterogeneidade e subjetividade no discurso de divulga o cient fica Tese de Doutorado IEL UNICAMP 1997 Bibliografia do corpus Monografias de Gradua o MG Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 128 FALC O Jacicleide Alves A concep o de gram tica no Ensino Fundamental uma an lise das pr ticas de lin
244. ir pontos ou o disciplinamento social dos alunos A fun o classificat ria da avalia o constitui se num instrumento est tico e frenados do processo de crescimento com a fun o diagnostica ao contrario ela constitui se num momento dial tico do processo de avan ar no desenvolvimento da a o do crescimento par a autonomia e compet ncia LUCKESI 1998 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL LLL 207 DD p 14 Na d cada de 90 surge no cen rio educacional brasileiro a epistemologia gen tica segundo a qual o conhecimento n o transmitido mas constru do progressivamente por meio de a es e coordena es de a es que s o introduzidas e se transformam O sentido fundamental da a o avaliativa o movimento a transforma o Os pesquisadores se satisfazem com a descoberta do mundo mas a tarefa do avaliador torna lo melhor O que implica num processo e intera o educador e educando num engajamento pessoal a que nenhum educador sob pena de ver completamente descaracterizada a avalia o em seu sentido din mico HOFFMANN 1991 p 110 MD p 14 Segundo Hoffmann 1991 avalia o educacional configurada num mito que decorrente de sua historia onde os fantasmas do controle e do autoritarismo est o presentes h muitas gera es Nesse sentido a autora mostra como desafia o compromisso de con
245. irma o feita pelo mesmo aluno produtor nas duas produ es quando da gradua o e da especializa o respectivamente Em ambos fragmentos o aluno produtor reporta se ao discurso do autor reconhecido na rea para sustentar o seu dizer No fragmento 26 o aluno produtor de gradua o para confirmar a afirma o de que a avalia o classificat ria realizada pelo professor constitui uma forma de reprimir os alunos insere o discurso difundido pelos PCNs documento da Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 111 rea reconhecido no pa s de que a avalia o deve ser feita de forma contextualizada e n o de forma classificat ria No fragmento 27 o aluno produtor de especializa o para sustentar a afirma o de que a forma o profissional deve ser cont nua reporta se ao discurso do autor fonte Celani 2002 estudiosa da rea a qual autoriza com suas palavras que a forma o profissional cont nua uma maneira do educador estar em constante aprendizado de forma que o discurso do autor fonte vem autorizar as palavras do aluno produtor Como vemos os fragmentos retratam que o uso da modaliza o indireta para sustentar um posicionamento configura se como um recurso necess rio para constru o do texto monogr fico mas vale ressaltar que essa fun o pode ser usada tamb m no discurso direto em que o aluno pro
246. is como formas e tipos de linguagem s o denominados de a es de linguagem g neros do discurso s o chamados de g nero de texto e os enunciados enuncia es e ou textos bakhtinianos s o chamados de textos A respeito da variedade de g neros do discurso o autor exp e que nenhuma das classifica es dadas ao g nero pode ser vista como modelo a ser seguido havendo portanto uma discrep ncia que n o contribui em nada para a conceitua o Nesse sentido prop e uma classifica o que n o tem seu fim em si mesma mas serve como instrumento de an lise sugerindo uma abordagem em tr s n veis as atividades de linguagem os textos os tipos de discurso considerados como mundos discursivos Sob essa id ia de mundos discursivos se definem as opera es constitutivas chamadas de arqu tipos psicol gicos esses por sua vez podem ser representados pelas coordenadas dos mundos surgidas na ordem do narrar e na ordem do expor conforme ilustra Bronckart 1999 p 157 na figura a seguir Figura 2 Coordenadas gerais dos mundos Coordenadas gerais dos mundos Conjun o Disjun o EXPOR NARRAR Rela o ato ao Implica o Discurso interativo Relato interativo de produ o Autonomia Discurso te rico Narra o portanto sob essas coordenadas que Bronckart 1999 p 157 institui crit rios de classifica o para a an lise do discurso interativo e te rico cujo destaque faremos do discurso te rico uma v
247. ista A finalidade fornecer informa es que permitam aos agentes escolares decidir sobre as interven es que se fizerem necess rias definindo coletivamente e comprometido com a garantia da aprendizagem do aluno ME7 p 12 Nessas duas passagens retiradas respectivamente da MG8 e da ME7 revelam que o aluno produtor usa o discurso direto para se fazer falar por ele de forma que sua posi o perante o texto em constru o deixa de ser a de aluno produtor de um novo texto e passa a ser de um simples articulador de id ias dos autores fonte que na verdade n o seu papel pois o processo de retextualiza o exige muito mais do que o recorte de cita es prescindindo da constru o de um novo texto a partir de um ou mais textos Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 91 cf MAT NCIO 2002 tratando se nesse caso de v rios textos que o aluno produtor toma por base para elaborar o seu pr prio texto interessante observar nessas passagens que o discurso do aluno produtor s aparece no momento de citar o discurso do outro e que essas cita es tomam praticamente a p gina inteira cujo poss vel coment rio do aluno produtor s surge no final da p gina entre tr s a cinco linhas que em parte n o contempla metade do discurso citado Os fragmentos 03 e 04 revelam que em termos comparativos a pr tica d
248. ista de educa o coerente com uma pedag gica libertadora conscientizadora das diferen as sociais e culturais DD p 17 Enquanto Hoffmann 1991 nos fala da import ncia do aprofundamento em estudos de natureza psiconegetica como os de Jean Piaget para a promo o de uma pr tica construtivista de educa o coerente com uma pedag gica libertadora conscientizadora das diferen as sociais e culturais Parece me que princ pios fundamentais da a o de avaliar encontram se subjacentes aos estudos sobre a g nese do conhecimento quais as condi es necess rias para a crian a o jovem o adulto alcance o conhecimento poss vel para ele e quais as formas como se d a intera o entre o organismo e o meio para que se desenvolva a pr pria capacidades de conhecer HOFFMANN 1991 p 22 M p 17 importante por m entender a diferen a entre avalia o e ensino uma vez que algumas vezes se confundem pois os professores julgam a compet ncia do aluno o tempo todo MI De acordo com Brown 1994 tal diferen a pode ser denominada avalia o formal e informal A avalia o informa o constitui se de a es n o planejadas realizadas ao longo do curso avaliando o processo de forma o da compet ncia dos alunos a fim de ajud los nesse processo MD p 18 Para Alan 1999 p 19 testes e avalia o deveriam ter ambos objetivos formativos e somativos MD p 18 Segundo Luckesi 2001 a esc
249. ita Lopes 1996 faz a descri o de artif cios que ativam a utiliza o do conhecimento esquem tico necess rio para a compreens o de um determinado texto MI p 27 not rio a exist ncia de semelhan as entre o modelo de leitura apresentado por Moita Lopes 1996 e as estrat gias e t cnicas mostradas por Totis 1991 DI p 28 Como se apresenta justificado em Costa 1987 o conhecimento em l ngua estrangeira considerado um direito um requisito para o exerc cio de uma cidadania plena n o apenas aos alunos em fase escolar mas para a maioria da popula o MI p 28 Segundo Totis 1991 poss vel detectar a falta de defini o dos objetivos da l ngua estrangeira enquanto componente curricular pois a Lei n 5 692 71 apesar de colocar a l ngua inglesa como primeira mat ria da parte diversificada do curr culo sugere que sua inclus o aconte a apenas na presen a de condi es materiais e humanas para ser ministrada com efici ncia DI p 28 e 29 A este respeito Almeida Filho 1998 apresenta duas modalidades ao ensino de l ngua estrangeira uma que busca o aprender consciente monitorado de regras e formaliza es t picas da escola enquanto institui o controladora do saber e outra que almeja a aquisi o subconsciente quando o aprendiz se envolve em situa es reais de constru o dos significados na intera o com outros falantes usu rios da l ngua Cr gna CibdlePeera Di
250. ital de Karl Marx 1948 afirma que no sistema capitalista o piv das for as produtivas reprodu o dos meios de produ o DI p 21 Com base nesse foco pertinente ressaltar que Althusser utiliza se para exemplificar sua tese a met fora do edif cio da teoria de Marx Assim denominou Estado de aparelho de estado isto todo o conjunto jur dico pol tico tribunais pris es exercito e o poder administrativo Althusser concebeu de aparelhos ideol gicos do estado doravante AETI e aparelho de estado doravante ARE DD A met fora do edif cio tem ent o como objetivo representar a determina o em ultima instancia pela base econ mica Esta met fora espacial tem ent o como resultado dotar a base de um ndice de efic cia conhecido nos c lebres termos determina o em ltima instancia do que ocorre nos andares da superestrutura pelo que ocorre na base econ mica ALTHUSSER op cit p 60 DI p 21 Althusser 1985 ressalta a distin o entre os AIE e ARE para este o Estado funciona atrav s da viol ncia enquanto para aqueles funciona por meio da ideologia Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 LLL 136 DD p 21 e 22 Continuando com essa mesma perspectiva althusseriana h naturalmente o principio da hegemonia cuja fun o apoiar se nos AIE e instaurar um poder que
251. ito que pode ser ampliada mais tarde atrav s do discurso oral caso o aprendiz venha a precisar MOITA LOPES 1996 p 134 MI p 23 Segundo Kleiman 1989 pesquisas desenvolvidas ultimamente na rea de ensino de leitura demonstram que as pr ticas utilizadas em sala de aula geralmente inibem o desenvolvimento da capacidade de compreens o Esse tipo de situa o tem muitas causas mas a principal delas pode se dizer a vis o dos professores e do material utilizado livro did tico centrada em um ensino tradicional que defende que a leitura implica a aprendizagem da compreens o liberal do texto e que o individuo deve ser proficiente na l ngua alvo antes de aprende a ler DD p 24 O tipo de leitura apresentado acima e que se apresenta em muitas salas de aula o que Totis 1991 chama de leitura linear Ela se refere a este tipo de leitura atrav s do trecho essa leitura linear seguida de tradu o linear consumidora de tempo al m de em nada contribuir para a melhoria das habilidades de leitura TOTIS 1991 p 36 MI p 24 De acordo com Kleiman 1989 as pr ticas de leitura que est o relacionadas a hip teses de linearidade n o se preocupam em criar condi es em que o aluno possa reconstruir o sentido global do texto Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 2222222222 L LLL LLL 204 MI p 24 A
252. ito falante ou orador DD p 40 Nessa perspectiva o discurso multifacetado e possibilita o di logo entre os indiv duos situados e inscritos historicamente no tempo e no espa o onde predomina a l gica da contradi o constitu da no seio de uma sociedade dividida em classes antag nicas e por isso mesmo heterog neas Assim preciso supor al m um certo horizonte definido e estabelece que determina a cria o ideol gica do grupo social e da poca a que pertencemos um horizonte contempor neo da nossa literatura da nossa ci ncia da nossa moral do nosso direito BAKHTIN 1995 p 112 MI p 40 Para Bakhtin a nossa vis o condicionada pelo meio social que nos engloba e quanto mais os indiv duos forem aculturados melhor de serem manipulados ideologicamente pelas for as opressoras dominantes Para o filosofo embora sejamos culturados por m somos socialmente definidos pela classe a qual pertencemos MI p 41 Assim os discursos representam as vozes ou ecos da sociedade cuja constitui o encontra se infiltrada nos di logos com as pr ticas sociais Nesse sentido o discurso para Bakhtin comporta duas facetas a primeira delas que se direcione a um p blico alvo a segunda a forma pela qual esse discurso proferido numa dada situa o social e historicamente demarcada MI Desse modo a enuncia o discursiva de acordo com a concep o bakhtiniana puro produto de in
253. ivadores que envolvem os alunos numa prepara o e aceita o dos testes como meio justo de medir suas compet ncias e que pode promover um feedback para eles pr prios Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL LLL 210 MI p 23 poss vel que o professor realize testes baseados nesse principio de motiva o se atentar para determinados passos MI p 23 A motiva o segundo Edge 2000 um fator importante tanto para o processo de avalia o quanto para a aprendizagem e por isso os professores precisam entender o que motiva seus alunos DD p 23 Isso poss vel a partir do feedback oferecido pela avalia o e pela variedade de instrumentos que avalia o oferece ao professor A avalia o efetiva do rendimento do aluno em programa de l ngua n o requer que os professores fa am uma escolha entre testes e avalia o mas ao inv s disso fa a uma combina o apropriada de ambos ALLAN 1999 p 20 MG8 DI p 09 V rios pensadores estudiosos e intelectuais nos quais se destacam entre outros Walter Benjamim Theodor Wiesenground Adorno e Max Horkheimer viram se diante do mais desafiador momento das suas vidas uma vez que a mente humana provou ser capaz de permitir e praticar atos irracionais e inimagin veis HORKHEIMER 1991 p VID DD p 10 Propondo se a elabora o de um
254. la deve ter como meta desenvolver a compet ncia ling stica do aluno M p 32 Para isso preciso que a Escola elimine a concep o de l ngua como sendo homog nea e a de gram tica como sendo descri o e julgamento da linguagem levando dessa forma o aluno a entender que a linguagem uma pr tica social e por isso diversificada DD Expor ao aluno os mais diferentes tipos de manifesta es ling sticas e possibilitar que ele vivencie experi ncias que ampliem a compet ncia na manifesta o das variedades podendo dessa forma fazer sele es diante do conjunto do sistema em fun o dos contextos de intera o VALENTE 2002 p 19 DI p 32 A principio os par metros destaca que o aluno obviamente j domina uma variedade a que aprendeu na sua comunidade DI p 33 Travaglia 2001 diz que para atingir esse objetivo preciso que a Escola se abra a pluralidade dos discursos DD Esse abrir a pluralidade dos discursos implica considerar a variabilidade dos discursos Travaglia ainda acrescenta Todavia si se acredita que em diferentes tipos de situa o tem se ou deve se usar a l ngua de modos variados n o h porque ao realizar as atividade de ensino aprendizagem da l ngua materna insistir no trabalho apenas com uma das variedades a norma culta discutindo apenas suas caracter sticas e buscando apenas o seu dom nio em detrimento das outras formas de uso da l ngua que
255. latado isso evidencia que o aluno produtor de gradua o tem problema de posicionar se com muita seguran a ocorrendo assim uma sobreposi o de discursos do outro em que o dizer do aluno produtor ficou inteiramente imerso no discurso do autor do texto base o que indica a dificuldade no gerenciamento enunciativo do aluno produtor No fragmento 02 temos uma sequ ncia de par grafos inteiramente constitu dos da sobreposi o de cita es em que o aluno produtor de especializa o inicia a discuss o inserindo o discurso indireto seguido do discurso indireto e Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no neo mon og fi co assim continua ao longo de toda a monografia sem contudo evidenciar a sua posi o frente ao dito Sabe se que a monografia mais especificamente no cap tulo de fundamenta o te rica tem se um prop sito comunicativo definido que o de demarcar posi es te ricas diversas sobre um determinado tema Em vista disso podemos entender que na produ o deste cap tulo o aluno produtor tem a necessidade de mostrar que conhece os te ricos da rea e que suas id ias est o respaldadas nesses te ricos Esse aspecto ajuda nos a entender o porqu do aluno produtor usar frequentemente discursos do outro como observamos nos fragmentos acima fazendo com que muitas vezes o seu dizer fique oculto diante das palavras dos outros Nes
256. levantados a seguir DI p 15 Por fim temos a avalia o Os PCNs afirmam que o uso incorreto da mesma pode desmotivar os alunos pois geralmente realizada de maneira classificat ria e em alguns casos como forma de reprimir os alunos DI p 16 Moita Lopes 1996 critica a forma o de professores de l nguas pois acredita que as universidades passam para seus alunos t cnicas m todos espec ficos de ensino que dever o ser usados em sala de aula sem que estes mesmos alunos tenham recebido do professor formador um conhecimento de natureza te rica sobre a linguagem em uso na sala de aula como se o conhecimento estivesse acabado e o m todo de aprendizagem ensinado pela universidade fosse eficiente em qualquer contexto educacional DI p 16 Celani 2001 assegura que o profissional de ensino de l nguas estrangeiras que queremos deve ser antes de tudo um educador isto significa que a partir da capacita o na rea especifica no nosso caso a l ngua estrangeira em quest o o professor deve se ver como algu m que tem um compromisso com seu aluno com a sociedade e consigo mesmo Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 222222222 L LL LL LLL 146 DI p 16 Morin 1999 apud CELANI 2001 p 34 comenta que o profissional de l nguas precisa al m de educar se sobre as culturas da l ngua que ensina tamb m educ
257. lexa 1997 p 279 DD p 40 Apesar dessa heterogeneidade Bakhtin 1997 p 28 acredita que n o h raz o para minimizar a extrema heterogeneidade dos g neros do discurso e a consegiiente dificuldade quando se trata de definir o car ter gen rico do enunciado DI p 41 Bakhtin considera como g neros prim rios todas as circunstancias em que a comunica o verbal realizada de forma espont nea aqueles da vida cotidiana por exemplo a r pida do di logo ou a carta DI p 41 Discuss es produ es propaga o foram feitas em torno de se ensinar ou melhor abordar trabalhar com g neros em sala de aula principalmente a partir da publica o dos PCNs 1996 Percebe se que em algumas pr ticas pedag gicas esse trabalho vem sendo feito de forma equivocadas Brand o 2001 p 17 reflete sobre essa problem tica DD Leiamos Para que se operam transforma es na rela o ensino aprendizagem necess rio se faz um redimensionamento na forma de trabalhar a linguagem Hoje que consensual que esse trabalho deve estar centrado no texto Desde a d cada de 80 todo um trabalho vem sendo feito nesse sentido n o s em termos de capacita o de treinamento de professores mas um conjunto de obras propondo mudan as relatando e discutindo experi ncias vem sendo publicado No entanto para muitos o texto ainda entendido como fonte ou pretexto para explora o das formas gramaticais isoladas do cont
258. linguagem n o um sistema convencionado menos ainda representa es de pensamentos A linguagem produ o de significados e comunica o DD p 20 Como destaca Travaglia 1996 p 21 o modo como se concebe a linguagem fundamental da l ngua altera em muito como se estrutura o trabalho com a linguagem em termos de ensino a concep o de linguagem t o importante quanto a postura que se tem relativamente de linguagem DD p 20 A enuncia o de acordo com essa tend ncia depende da capacidade individual do ser humano de organizar suas id ias A esse respeito Travaglia afirma As leis de cria o lingii stica s o essencialmente as leis da psicologia individual e da capacidade de o homem organizar de maneira logica seus pensamentos por meio de uma linguagem articulada e organizada 1996 p 21 DI Geraldi 1999 destaca que a abordagem que trata a linguagem como expressao do pensamento est ligada aos estudos tradicionais os quais priorizam as regras gramaticais do falar e do escrever bem Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL LLL 153 DD p 21 Como destaca Travaglia 1996 p 22 Essa uma vis o monologica e imanente da l ngua que a estuda segundo uma perspectiva formalista que limita esse estudo ao funcionamento interno da l ngua e que se separa o homem
259. lito se d entre o saber escolar e a reflex o na a o dos professores e alunos MD p 13 Para G mez 1995 p 97 A racionalidade t cnica imp e pela pr pria natureza da produ o do conhecimento uma rela o de subordina o dos n veis mais aplicados e pr ximos da pr tica aos n veis mais abstratos de produ o do conhecimento ao mesmo tempo que as condi es para o isolamento dos profissionais e para sua confronta o corporativa MI p 13 Considerando G mez 1995 certo que essa racionalidade diminui a atividade pr tica e assim reduz a a o profissional que pretende resolver problemas humanos DI p 13 Com base em Sch n 1995 o modelo de racionalidade t cnica pode distinguir dois tipos de situa es pr ticas e dois tipos de conhecimentos apropriados para atuar eficazmente MD p 14 Segundo Pimenta 2002 p 26 O papel da teoria oferecer aos professores perspectivas de an lise para compreenderem os contextos hist ricos sociais culturais organizacionais e de si mesmos como profissionais nos quais se d sua atividade docente para neles intervir transformando os MI p 14 Com base em G mez 1995 podemos compreender que existem duas razoes principais que impedem a racionalidade t cnica de ser uma solu o geral para os problemas educacionais MD p 15 Devido s cr ticas em rela o racionalidade t cnica outra concep o de ensino ve
260. lustrativos que o suporte da monografia a revista cient fica j que o suporte depende exclusivamente da forma de divulga o optada pelo aluno produtor 1 2 5 Perspectiva de Bazerman 2005 Al m das perspectivas j mencionadas acima Bazerman 2005 prop e uma outra que se dedica investiga o dos g neros na tica da intera o a partir da observa o da situa o hist rico cultural Esse estudioso entende g neros como tipifica es din micas interativas e hist ricas Assim ele define g neros como sendo fatos sociais sobre os tipos de atos de fala que as pessoas podem realizar e sobre os modos como elas se realizam 2 Essa compreens o de g nero ap ia se na teoria dos atos de fala e evidencia uma posi o te rica de base pragm tica diferentemente por exemplo da teoriza o sobre g neros desenvolvida por Bakhtin 2000 que compreende g neros numa dimens o discursiva A perspectiva adotada nos estudos de Bazerman 2005 para os g neros baseia se ainda numa abordagem anal tica a partir da jun o de v rios conceitos fatos sociais atos de fala sistemas de g neros e sistemas de atividades pois circunscrito nesses conceitos que surgem os g neros como fatos sociais Isso quer dizer que os g neros se manifestam pelos fatos sociais realizados pelas pessoas sendo produto de situa es reais de uso 21 Ibidem p 31 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL
261. lver se dentro de uma concep o de linguagem como forma de intera o entre sujeitos Nesse sentido Valente destaca um ponto importante em se tratando de produ o de texto ao enfatizar que ensinar e aprender a escrever textos n o podem ser tratada como uma quest o t cnica DD p 22 23 Nesse sentido o autor Valente destaca um ponto muito importante em se tratando de produ o de texto como enfatizar que ensinar a aprender a escrever textos n o podem ser tratada como uma quest o de t cnica mas como uma fun o social desse modo os agentes pedag gicos devem atentar para os diversos modos de funcionamento pedag gico da linguagem o que significa para o autor um salto na vis o da l ngua Na verdade trata se de ultrapassar a vis o da l ngua como um c digo elemento do processo comunicativo para cuja aprendizagem bastaria o dom nio de um conjunto de regras compreendendo sua natureza complexa e contradit ria suas rela es com as no es de registro e varia o seus aspectos s cio funcionais VALENTE 1999 p 197 DI p 23 O mesmo autor enfatiza que a Escola deve ter como meta desenvolver a compet ncia ling stica do aluno M p 23 Para isso preciso que a Escola elimine a concep o de l ngua como sendo homog nea e a de gram tica como sendo descri o e julgamento da linguagem levando dessa forma o aluno a entender que a linguagem uma pr tica social e por isso diver
262. m sendo seu ensino nunca poder ser algo que tem uma abordagem finalidade ou metodologia nica precisamos estar preparados com os muitos aspectos ideol gicos pol ticos educacionais envolvidos dentre outros 2003 p 09 MD p 26 Segundo o ponto de vista de Resende ensinar se um conjunto de regras que jamais ser o observadas transmitem se listas e mais listas que ser o felizmente esquecidas usam se textos para pretensos exerc cios de leitura dotam se livros did ticos convenientes com uma tradi o est tica e preconceituosa sem compromisso algum com o falar real do individuo 2003 p 06 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LL LLL 179 DI p 27 Travaglia 2001 faz a divis o de alguns tipos de gram tica que segundo ele s o refletidas nas aulas de l ngua portuguesa nas quais uma ir predominar DD p 27 No dizer de Travaglia 2001 p 31 a gram tica normativa mais uma esp cie de lei que regula o uso da l ngua em uma sociedade MD p 27 Nesse tipo de gram tica segundo Murrie 1994 p 72 n o h certo ou errado porem h diversas manifesta es ling sticas variando de acordo com as condi es de 29 uso MD p 28 Na concep o dessa gram tica conforme Travaglia 2001 p 29 n o h o erro ling stico
263. m sua natureza e funcionamento na sociedade e seus disc pulos mais conhecidos Eward Sapir 1980 DD que considerava a linguagem como uma atividade humana que varia sem limites previstos a medida que passamos de um grupo social a outro produto de um uso social prolongado p 12 DD p 19 e 20 Nesse sentido o que se inova a delimita o do objeto de estudo e a defini o do fen meno ling stico visto no contexto social como Alkimin 2001 p 29 afirma O que h de novo a defini o de uma rea explicitamente voltada para o trabalho do fen meno ling stico no contexto social no interior da Ling stica animada pela atua o de ling istas e particularmente de estudiosos formados em campos das ci ncias sociais DD p 21 Em se tratando da Socioling stica n o poder amos deixar de abordar a quest o da varia o uma vez que a condi o pr pria do sistema ling stico como pr prio afirma Molica 2003 ao dizer que todas as l nguas apresentam um dinamismo inerente o que significa dizer que elas s o heterog neas p 9 DD p 21 Essas diferen as acontecem porque todas as l nguas variam isto n o existe nenhuma sociedade ou comunidade na qual todos falem da mesma forma Possenti 1999 p 35 DD p 21 e 22 A comunidade ling stica caracterizada por Alkimin 2001 p 31 como Um conjunto de pessoas que interagem verbalmente e que compartilham um
264. m a uma transforma o eficaz na pr tica quando os professores voltam as suas salas de aula DI p 18 Almeida Filho 1999 afirma que os resultados de muitas pesquisas j realizadas mostram que os professores foram os pr prios protagonistas do ensino experimental de LE e embora apresentam uma trajet ria de mudan as salientes rumo aos objetivos de ensino comunicativo proposto para situa es especiais Infelizmente os professores ao longo de sua vida profissional t m poucas oportunidades de aperfei oamento ficando apenas com a forma o acad mica M p 18 extremamente necess rio um processo mais consciente para reconstruir a forma de ensinar a natureza de sua abordagem para permitir ao professor analisado uma tomada inicial de consci ncia para criticar a si mesmo e assim melhorar se MI p 19 De acordo com Moita Lopes 1996 os processos de pesquisa considerados tradicionais realizam trabalhos onde o processo ensino aprendizagem fica fora da realidade do pesquisador visando apenas os resultados quantidade DI p 19 Ferreira 2001 define esse processo de pesquisa a o como uma proposta envolvendo mais o profissional consciente do que est fazendo DI p 19 Moita Lopes 1996 v a pesquisa a o como um tipo de investiga o realizada por pessoas em a o em uma determinada pr tica social sobre esta mesma pr tica onde os resultados s o incorporados no processo de pesquisa
265. m deixar transparecer seu ponto de vista deixando prevalecer a voz do outro como podemos constatar nas seguintes passagens Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 90 03 Desse processo resulta a sua emancipa o Rifkin 1987 apud KINCHELOE 1997 p 78 traz um importante considera o sobre este fato E mais os pesquisadores t m descoberto a correla o entre classe s cio economica e a percep o de tempo Sem o desafio da diferen a os educadores da cultura modernista t m muita dificuldade de ultrapasse a unidimensionalidade epistemol gica e cognitiva Os pressupostos socioculturais ocultos tais como temporalidade permanecem ocultos Os alunos mergulhados nos valores modernistas de velocidade e efici ncia s o considerados lentos Portanto o status que perpetuado e a diferen a negada os diferentes econ mica e culturalmente s o condenados como fracassados pela escola Animados pela nossa tica cr tica p s moderna n s somos fortalecidos em poder para ultrapassar o limitado paradigma modernista e ver a d ade temporalidade intelig ncia de uma variedade de marcos referencias Os estudantes que n o pertencem a cultura dominante s o vistos de novas formas quando os professores descobrem formas de intelig ncia n o percebidas anteriormente Emancipados pela diferen a e baseados na solidariedad
266. m ocupando espa o e estimulando diversas discuss es o denomina de Racionalidade Pr tica Essa concep o ver o professor como pr tico aut nomo como artista que reflete toma decis es e que cria durante a sua pr pria a o Conforme Pimenta 2002 p 22 O ensino como pr tica reflexiva tem se estabelecido como uma tend ncia significativa nas pesquisas em educa o apontando para a valoriza o dos processos de produ o do saber docente a partir da pr tica e situando a pesquisa como instrumento de forma o de professores em que o ensino tomado como ponto de partida e de chegada da pesquisa MI p 15 Segundo Batista Serr o 2002 p 154 o conhecimento produto de experi ncia Ent o o sucesso profissional depende da capacidade de manejar a complexidade e resolver problemas pr ticos MD p 16 O professor reflexivo ultrapassa os conhecimentos da ci ncia e as respostas t cnicas que esta poderia oferecer s situa es emergentes do dia a dia profissional ou seja constr i seu pr prio conhecimento profissional o qual incorpora e ultrapassa o conhecimento emergente da racionalidade t cnica De acordo com Ghedin 2002 p 147 O processo reflexivo n o surge por acaso Ele resultado de uma longa trajet ria de forma o que se Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LL LLL 142 estende pela vida poi
267. m pouco menos da metade 13 treze graduados ingressaram em cursos de especializa o sendo que 12 doze conseguiram concluir o curso Desses doze concluintes foram exclu dos mais tr s por n o terem sido encontradas c pias do trabalho na biblioteca nem em outro local restando um total de 9 nove monografias de especializa o 5 cinco do curso de Ling stica Aplicada e 4 quatro do curso de L ngua Inglesa Portanto o corpus ficou constitu do de 18 monografias dividida em 9 nove monografias de conclus o de curso de gradua o e 9 nove de conclus o de especializa o conforme apresentamos na tabela a seguir Tabela 1 Rela o de monografias da gradua o e da especializa o RELA O DE MONOGRAFIAS DA GRADUA O E DA ESPECIALIZA O C DIGO T TULO DA ANO C DIGO T TULO DA ANO ORIENTA O MONONOGRAFIA MONOGRAFIA DE DE GRADUA O ESPECIALIZA O Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no hego mnog f o OO 30 MG 112 O discurso 2003 ME113 Os largos v os do 2005 Diferente personalista em discurso de Br s orienta o Mem rias Cubas uma quando da P stumas de abordagem s cio MG1 e MEI Br s Cubas ideol gica A diversidade de 2003 ME2 A pr tica reflexiva 2005 Diferente MG2 conhecimento na do professor orienta o aula de l ngua quando
268. m sistema est vel mas como um lugar da intera o humana MES p 12 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 105 No fragmento 18 o verbo dizer usado na acep o de mostrar denotar pois o sentido do verbo corresponde inten o do aluno produtor de gradua o em expor o pensamento de Travaglia 2001 sobre a gram tica normativa Nesse sentido o verbo dizer atua com a fun o de indicar a posi o de autoridade de Travaglia 2001 para sustentar o dizer do aluno produtor No fragmento 19 o verbo dizer aparece na acep o de enunciar declarar uma vez que o aluno produtor de especializa o porta se como apresentador do conceito de l ngua levantado por Bakhtin 2004 sem tecer nenhum coment rio Sendo assim entendemos que o verbo dizer apresenta se como um verbo cuja fun o ir depender da inten o do aluno produtor no momento de inserir o discurso do outro gt Inser o do discurso citado SEM VERBO DICENDI CITA O com aspas Discurso Direto e ou Modaliza o Direta 20 O sujeito nessa perspectiva se constitui na intera o com o outro internalizando a linguagem vai se constituindo como ser social e se completa a partir de suas falas e nas dos outros na interlocu o que se produz os elementos fundamentais da linguagem dos sujeitos e do pr prio universo do discurso
269. ma qualitativo e quantitativo pois consideramos com base no que coloca Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 35 Portela 2007 que atrav s da integra o entre esses m todos que se pode analisar com fidedignidade uma situa o dada fazendo uso da an lise qualitativa dos dados obtidos por meio de instrumentos quantitativos Nessa perspectiva procedemos inicialmente apresentando os dados referentes s ocorr ncias das formas de discurso citado conforme apresentamos nos quadros 1 e 2 exemplificando a partir de fragmentos retirados das monografia de gradua o e especializa o como as formas de cita es aparecem no texto do aluno produtor Depois disso fizemos a interpreta o das formas de introdu o de discurso citado e das fun es apresentado exemplo que indicassem como tais formas se manifestavam na monografia de gradua o e de especializa o Os resultados dessas etapas est o no cap tulo IV o qual exp e a an lise dos dados Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL CAP TULO II G NERO DO DISCURSO DISCUTINDO A TEORIA Certa palavra dorme na sombra De um livro raro Como desencant la a senha da vida A senha do mundo Vou procur la Vou procur la a vida inteira No mundo todo Se tarda o encontro se n o a encontro N o desanimo procuro sempre
270. ma mudan a de atitude do aluno de modo que o educador possa se tornar parceiro do discente colocando se na condi o de interlocutor e respeitando suas id ias M p 31 indiscut vel a import ncia de formar discentes capazes de produzir textos com efici ncia DI No entanto para desenvolver nos alunos essas habilidades ling sticas necess rio como destaca Travaglia 2001 ter uma boa defini o de texto M p 32 fundamental a que realiza o da produ o textual se organize de maneira que possibilite ao aluno a apropria o progressiva dos v rios procedimentos referentes a estrutura o do discurso a organiza o das id ias a defini o dos objetivos necess rios ao ato de escrever DD p 32 Valente 2002 ao tratar do ensino de l ngua materna afirma que o professor precisa se aperfei oar e buscar formas mais eficientes para trabalhar de maneira mais produtiva a despeito das in meras propostas t citas e dos avan os detect veis no ensino aprendizagem da leitura e da produ o de texto not rio a necessidade de aperfei oamento docente no que tange ao dom nio de instrumentais arrojados que lhe permita imprimir a suas aulas um modelo din mico e proficiente Ibid p 89 MI p 33 Ensinar e aprender a produzir textos conforme destaca Valente 2002 n o pode se limitar a uma quest o t cnica E preciso compreender por que e para que escrever considerando
271. mas de introdu o em que o verbo n o aparece a dificuldade reside em identificar at que ponto come a e termina o discurso do outro ocorrendo um imbricamento de vozes Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LLL 121 Al m disso reconhecemos na escrita do aluno produtor de gradua o e de especializa o diferentes fun es para as diferentes formas de manifesta o do discurso do outro no tocante aos dois n veis As an lises das fun es indicaram que das cinco fun es sustentar uma afirma o complementar o dizer introduzir um ponto de vista definir uma id ia conceito e finalizar uma id ia o privil gio se deu pela fun o de sustentar uma afirma o id ia revelando que o aluno produtor cita prioritariamente como um recurso de autoridade preterindo a pr pria palavra em detrimento voz de autoridades da rea Tais fun es denunciam a dificuldade que o aluno produtor tem em interagir com o outro que cita de maneira que muitas vezes apodera se das palavras do outro uma vez que ocorre uma forte incid ncia do discurso citado devido sobreposi o de cita es feitas pelo aluno produtor sem fazer nenhum coment rio o que nos leva a pensar na falta de autonomia enunciativa Nossas an lises revelam portanto que os alunos produtores de monografias de gradua o e de especializa o n o usam o discurso do ou
272. mente elas est o ligadas entre si s o dependentes uma da outra como bem afirma Alkimin 2001 p 21 ao dizer linguagem e sociedade est o ligadas entre si de modo inquestion vel pois a hist ria da sociedade a hist ria de seres organizados em sociedades e detentores de um sistema de comunica o oral ou seja de uma l ngua ibidem DI p 13 Matoso C mara 1975 identifica alguns fatores que condicionaram o estudo da linguagem DD p 13 Dessa forma o estudo da linguagem surge a fim de conservar se inalterada a linguagem correta das classes superiores em contato com os outros modos de falar dentro da sociedade op cit p 10 DI p 14 Calvet 2002 mostra que no mundo h entre 4 500 e 5 000 l nguas diferentes distribu das em cerca de 150 pa ses DD Pontos esses corroborados por Sapir 1980 p 153 ao dizer As L nguas como as civiliza es raramente se bastam a si mesmas As necessidades do intercambio p em os indiv duos que falam uma dada l ngua em contato direto ou indireto com os de l nguas vizinhas ou culturalmente dominantes DD p 14 e 15 Vis o essa confirmada por Alkimin 2001 p 22 ao dizer necess rio levar em conta que os estudiosos do fen meno ling stico como homens de seu tempo assumiram posturas te ricas em conson ncia com o fazer cientifico da tradi o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL
273. mente implicadas no percurso tem tico Sendo assim o discurso reconhecido como um construto aglomerado por uma multiplicidade de vozes de modo que os discursos entrela am se no interior do texto Nesses termos o discurso entendido como uma atividade social que se materializa ling isticamente no texto em cuja tessitura manifestam se di logos oriundos de outros discursos que interdiscursivamente p em mostra vozes MAT NCIO e SILVA 2008 p 12 Trataremos mais especificamente de dois desses tr s tipos de vozes a voz do autor produtor e a voz do autor fonte pois essas s o mais recorrentes em textos monogr ficos de car ter te rico podendo assim aparecer com mais frequ ncia nesse g nero textual j que segundo Bronckart 1999 o texto te rico est na ordem do EXPOR Assim veremos adiante que essas vozes podem aparecer de forma impl cita n o sendo manifestadas por marcas ling sticas especificas ou ainda serem expressas explicitamente atrav s do uso de marcadores ling sticos como pronomes sintagmas e outros pois considerando a marca o expl cita e impl cita das vozes no texto que Mat ncio e Silva 2008 p 12 chamam de estrat gias discursivas sendo a cita o a alus o a evoca o o discurso direto o discurso indireto o discurso indireto livre as modaliza es a ironia a imita o a reformula o e a par frase Esses s o alguns dos principais mecanismos enunci
274. mento de vozes discurso direto indireto e modaliza es destacando os modos de introdu o e as fun es do discurso citado Para tanto foram analisadas 18 monografias sendo 9 monografias de gradua o e 9 monografias de especializa o do mesmo aluno produtor entre o per odo de 2003 na conclus o da gradua o e 2005 no t rmino das especializa es Os dados revelaram que o aluno produtor das monografias de gradua o privilegia o discurso direto enquanto nas monografias de especializa o foi usado sobretudo o discurso indireto A an lise dos modos de introdu o do discurso citado apontou que o aluno produtor tanto de gradua o como de especializa o quando n o usa verbos de dicendi para introduzir a cita o faz constru es sem sentido pois demonstra dificuldade em articular o discurso citante com o discurso citado No tocante s fun es para o discurso citado verificamos que o aluno produtor de ambos os n veis privilegiam a fun o sustentar uma afirma o indicando assim que o discurso do outro serve principalmente como recurso de autoridade uma vez que essa fun o revela a aus ncia de di logo com o discurso citado De uma maneira geral as formas de discurso do outro denunciam uma escrita que se edifica a partir de uma sequ ncia de discurso citado em que a voz do aluno produtor de gradua o e especializa o surge poucas vezes e na maioria das vezes esse toma as palavras do outro como suas
275. mitada e localizada que ela possa ser seja poss vel desencadear mudan as sociais de grande envergadura e consequ ncia RAJAFOPALAN 2003 p 106 DI p 19 Quanto a isso Giroux 1997 coloca que a pedagogia deve ir al m do seu papel e envolver se numa luta pol tica e social Enfatiza de modo especifico que o conhecimento onde quer que seja produzido n o pode se afastar dos interesses humanos logo porque deve levar o estudante a pensar criticamente DD Giroux 1997 p 99 neste z sentido diz O pensamento cr tico aqui entendido como a capacidade de tornar Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL LLL 214 problem tico o que havia at ent o sido tratado como dado trazer a reflex o o que anteriormente s havida sido usado examinar criticamente a vida que levamos Esta vis o da racionalidade situa a mesma capacidade de pensar sobre nosso pensamento DI p 19 Giroux conclui que todas as rela es de sala de aula deve ser consideradas no mbito de uma pedagogia do pensamento cr tico para que possa integralmente cumprir a sua fun o e tornar v lidos os seus id ias constituindo a verdadeira intera o que leve em conta os conte dos expostos em sua rela o com os sujeitos ali envolvidos DD p 20 Gasparin 2002 p 8 ao propor uma Didatica para a Pedagogia
276. mo o e paix o e n o algo que pode ser acondicionado em pacotes como um programa de t cnicas para professores usarem DD p 27 Zeichner 1992 apud PIMENTA 2002 p 26 formulou tr s perspectivas a serem acionadas conjuntamente 1 A pr tica reflexiva deve centra se tanto no exerc cio profissional dos professores por eles mesmos quanto nas condi es sociais em que esta ocorre 2 O reconhecimento pelos professores de que seus atos s o fundamentalmente pol ticos e que portanto podem se direcionar a objetivos democr ticos emancipatorios 3 A pr tica reflexiva s pode se realizar em coletivos o que leva a necessidade de transformar as escolas em comunidade de aprendizagem nas quais os professores se ap iam e se estimulam mutuamente Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L L L LLL 149 DD p 27 Atualmente alguns estudiosos t m enfatizado a necessidade de se adotar uma postura reflexiva e critica onde se possa estudar e questionar tamb m as estruturas institucionais que determinam as suas pr ticas Contreras 1997 apud GHEDIN 2002 p 138 afirma que A reflex o cr tica n o se refere s aquele tipo de medita o que podem fazer os docentes sobre suas pr tica e as incertezas que estas lhes ocasionam sen o que sup em ademais uma forma de cr tica que lhes permite analisar e questionar a
277. modo um geral os g neros do discurso representam a variedade da l ngua pois atendem s especificidades de cada esfera da atividade humana de acordo com o dom nio discursivo Portanto compreender a fun o dos g neros do discurso significa tamb m entender o modo como se realizam atividades de produ o escrita uma vez que a pr pria estrutura do g nero indica as dire es a serem seguidas pelo aluno na produ o do g nero Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL CAP TULO III A RETEXTUALIZA O EM PR TICAS ACAD MICAS ALGUMAS ABORDAGENS TE RICAS As palavras me antecipam e ultrapassam elas me tentam e modificam meu enleio vem de que um tapete feito de tantos fios que n o posso me resignar a seguir um fio s meu enredamento vem de que uma hist ria feita de muitas hist rias Clarice Lispector Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 50 CAP TULO III A RETEXTUALIZA O EM PR TICAS ACAD MICAS ALGUMAS ABORDAGENS TE RICAS 3 1 O processo de retextualiza o considera es preliminares Ningu m capaz de escrever bem Se n o sabe o que vai escrever C mara J nior Os estudos no campo da Ling stica Textual estiveram em um primeiro momento de acordo com Van Dijk 1997 voltados para a superf cie do texto visando dar conta de fen menos que a gram tica da frase n o conseguia explicar Sob esse foco alguns
278. mportante da generidade humana DD p 63 Para esse redimensionamento Voese 2004 p 134 baseado em Freire 1991 prop e uma educa o dialogal e ativa sendo assim voltada para a responsabilidade social e pol tica Essa educa o portanto orientada por uma Teoria do Discurso deveria observar que 1 A pr tica pedag gica quando se prop e a se media o da constitui o de sujeitos deveria uma vez tomar como objetivo mediar reprodu o do institu do social teria pois um car ter conservador e num segundo momento construir meios de supera o desse institu do especialmente daquilo que impede os homens de serem sujeitos E por isso a pedagogia seria concomitantemente libertadora 2 N o existe uma pedagogia libertadora como pr tica do individuo encerrado em si mesmo porque ela como processo libertador prop e o desenvolvimento conjunto de todos em termos de pr tica em que a solidariedade se faz condi o do desenvolvimento individual e social 3 A virtude pedag gica dos professores n o est em cada individuo isolado mas depende de todo um conjunto social que determina a pr tica Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LL LLL 175 4 Uma pedagogia libertadora toma como orienta o que apesar da determina o social e hist rica da qual o individuo n o tem como esquivar se ele pode atuar sobre
279. mpossivel se efetuar a comunica o sem utilizar algum g nero M p 37 Assim fundamental se priorizar nas aulas de l ngua materna o estudo dos g neros textuais dando ao ensino um car ter s cio interacionista MD p 37 e 38 Conforme diz Marcuschi Ibid p 6 62 preciso considerar os g neros como eventos comunicativos Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 158 DD p 38 Considerando os g neros como formas particulares de se priorizar textos respons veis pelas representa es sociais Marcuschi Ibid p 6 destaca os g neros textuais operam em certos contextos como forma de legitima o discursiva j que se situam numa rela o s cio hist rica com fontes de produ o que lhes d o sustenta o para muito al m da justificativa individual MD p 38 Segundo o autor acima mencionado um texto precisa ser visto enquanto fen meno empiricamente realizado nos discursos cotidianos preenchendo condi es sociais e cognitivas particulares Ibid p 11 DI p 38 Baseados nos pressupostos definidos por Marcuschi 2000 a respeito dos crit rios de classifica o dos g neros textuais poss vel afirmamos que o agrupamento do texto deve acontecer com base nos seus elementos constitutivos e nos seus prop sitos comunicativos Essa classifica o deve considera
280. nado g nero mas indissoci vel do g nero do ponto de vista composicional Em termos gerais os g neros discursivos definidos por Bakhtin s o formas Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 39 distintas de enunciados que refletem a variedade da l ngua e manifestam o estilo pr prio do indiv duo que visto na multiplicidade de temas sendo portanto sob essa perspectiva que compreendemos os g neros do discurso 2 1 2 Perspectiva de Bronckart 1999 A defini o de g nero formulada por Bronckart 1999 p 75 parte da concep o baktniniana acerca de texto e de g nero Nesse sentido o texto compreendido como unidade comunicativa de n vel superior Esclarecemos que Bronckart 1999 p 75 n o usa a express o g nero do discurso como o faz Bakhtin 2000 emprega a express o g nero de texto evidenciando assim a rela o estabelecida entre texto e g nero asseverando que todo texto se inscreve necessariamente em um conjunto de textos ou em um g nero Na perspectiva de Bronckart 1999 p 138 a teoria dos g neros constitui se com base em uma abordagem epistemol gica do interacionismo s cio discursivo da linguagem Nesta dire o o autor postula que os s neros n o podem nunca ser objetos de uma classifica o racional est vel e definitiva apontado que as classifica es existentes ora pecam
281. ncia do verbo como recurso de introdu o faz com que as vozes do aluno produtor e a do autor fonte imbriquem se de forma que o reconhecimento dessas vozes somente seja poss vel em virtude da cita o ser aspeada e ou fora do texto pois possui mais de tr s linhas O aluno produtor insere a cita o de Geraldi 1996 para sustentar seu discurso no entanto ao se utilizar desse recurso o aluno produtor n o teve a preocupa o de usar nenhum conectivo o que prejudicou a progress o do discurso Al m disso percebemos que o discurso citante representa uma par frase do discurso citado por exemplo quando o aluno produtor diz o sujeito nessa perspectiva se constitui na intera o com o outro equivale ao primeiro per odo do discurso citado l ngua e o sujeito se constituem nos processos interativos ou seja o discurso direto acrescenta muito pouco diante do que o pr prio aluno produtor j havia dito O fragmento 21 foi transcrito de uma monografia de especializa o do mesmo aluno produtor da MES Com isso nossa inten o mostrar que o aluno produtor de especializa o n o utiliza nenhum elemento para ligar o discurso citado ao discurso citante O enunciado sugere expressar o pr prio dizer do aluno produtor imbricado no discurso do outro Observamos nesse fragmento que o aluno produtor discute sobre a pr tica pedag gica e a necessidade de aproximar aluno e texto contudo no momento de inserir o discurso direto n o usa
282. ncionalidade In DION SIO A P MACHADO A R BEZERRA M A orgs G neros textuais e Ensino 2 ed Rio de Janeiro Lucerna 2002 p 19 46 A quest o do suporte dos g neros textuais DLCV L ngua Lingu stica e Literatura Jo o Pessoa Id ia 2003 p 09 39 A a o dos verbos introdutores de opini o In MARCUSCHI L Ant nio Fen menos da linguagem reflex es sem nticas e discursivas S o Paulo Lucerna 2007 S ries Dispersos p 146 168 MAT NCIO Maria de Lourdes Meirelles SILVA Jane Quintilano Guimar es Retextualiza o movimentos de aprendizagem II ENCONTRO INTERNACIONAL LINGUAGEM CULTURA E COGNI O Belo Horizonte Campinas Faculdade de Educa o da UFMG Faculdade de Educa o da UNICAMP 2003 p 1 18 MAT NCIO Maria de Lourdes Meirelles Refer ncia o e retextualiza o de textos acad micos um estudo do resumo e da resenha ANAIS do III Congresso da ABRALIN Rio de Janeiro UFRJ 2008 p 1 10 Atividades de retextualiza o em pr ticas acad micas um estudo do resumo Revista Scripta v 6 n 11 Belo Horizonte PUC Minas 2002 p 109 122 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 LL LLL 126 MARTINS Marci Fiteli Divulga o cient fica e a heterogeneidade discursiva Dispon vel em http www discurso ufrgs br sead doc discurso marcifiteli pdf Acesso em 16 de mar
283. nde os pesquisadores haurem fatos ling sticos de que necessitam DI p 13 e 14 Por isso atribui se a texto uma entidade concreta e comunicativa componente de algum g nero textual e o discurso o resultado pr tico do texto logo o discurso se realiza nos textos DIONISIO 2003 p 22 25 MI p 14 Para ngela Dion sio em G neros Textuais e Ensino 2003 p 29 um elemento central da organiza o de textos narrativos a segii ncia temporal DD p 14 e 15 Os g neros textuais tamb m apresentam alguns aspectos na sua produ o que remete ao seu objetivo naquele instante ou seja a adequa o que se d visto que os g neros s o v rios como cita Dion sio 2003 p 34 natureza da informa o ou do conte do veiculado n vel de linguagem formal informal dialetal culta etc tipo de situa o em que o g nero se situa publica privada corriqueira solene etc rela o entre os participantes conhecidos desconhecidos n vel social forma o etc natureza dos objetivos das atividades desenvolvidas DI p 15 e 16 Como h muitos g neros produzidos de maneira sistem tica os que est o nas diversas m dias existentes inclusive a virtual se apresentam com um linguagem cada vez mais inovadora e construtora de g neros que permitem muta es que se aproximam do que lhe seja importante informar como enfatiza Koch 2004 p 161 em Introdu o a Lingii stic
284. ndicionada por fatores de ordem interno e externo ao sistema ling stico DD Uma vari vel concebida como dependente no sistema que o emprego das variantes n o aleat rio mas influenciado por grupos de fatores de natureza social ou estrutural Assim as vari veis independentes ou grupos de fatores podem ser de natureza interna ou externa a l ngua e podem exercer press o sobre os usos aumentando ou diminuindo sua fregii ncia de ocorr ncia MOLLICA 2003 p 11 DI p 16 Dessa forma partindo de um esquema geral Mollica 2003 classifica os condicionadores da seguinte forma DI p 17 Por sua vez Travaglia 2001 diz que podemos ter dois tipos de variedades ling sticas os dialetos e os regionais DI p 17 Monteiro 2000 assinala que as varia es ocorrem quando duas ou mais formas est o em concorr ncia num mesmo contexto e a escolha de uma depende de uma serie de Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 22222222222 LL LLL 230 fatores DI Labov coloca a varia o como requisito ou condi o para o pr prio sistema ling stico DI p 17 Monteiro 2000 considera a l ngua como um todo faz uma distin o entre as regras ditas categ ricas e as regras variantes DD p 18 Tendo destacado esse postulado este autor a respeito das varia es de ordem social enfati
285. ndo o atrav s das v rias formas de discurso citado Em segundo lugar observamos que o aluno produtor de especializa o apesar da sua condi o de n vel superior em rela o ao graduado ainda demonstra inseguran a frente ao discurso do outro optando por valer se da autoridade da rea para fundamentar seu dizer Cr gna CibdlePedra Disseta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 117 Quanto s demais fun es utilizadas nas monografias de gradua o e de especializa o n o foram percebidos graus t o elevados de ocorr ncias como na fun o anterior Todavia observamos que para ambos os n veis as ocorr ncias se deram do seguinte modo respectivamente complementar o dizer MG 18 x ME 16 introduzir um ponto de vista MG12 x 23 ME definir uma id ia conceito MG 10 x ME 12 e finalizar uma id ia MG2 x ME3 Entre ambas as fun es o privil gio pelas formas de discurso citado deu se pelo discurso direto e indireto respectivamente Tais fun es revelam de outro modo a postura enunciativa adotada pelo aluno produtor de gradua o e especializa o quando utilizam o discurso direto indireto e modaliza es com fun es como introduzir um ponto de vista e definir uma id ia conceito pois nesses casos esses alunos produtores apagaram se frente ao dizer do outro j que nessas fun es ambos reportam se posi o do discurso do o
286. nenhum conectivo implicando falta de sentido uma vez que o discurso direto trata de uma proposta de atividades l dicas mostrando como devem ser essas atividades Percebemos portanto que al m do aluno produtor n o apresentar nenhum recurso para inserir o discurso do outro tamb m falta coer ncia entre os discursos tornando o enunciado confuso 22 Para atingir o desej vel deve o professor promover a conscientiza o do comportamento dos alunos e ent o come ar a formar cidad os Conforme Moita Lopes 1996 p 59 aponta se que esta nova atitude deve ser incorporada atrav s da reformula o do trabalho que est sendo feito na forma o de professores de ingl s nas universidades brasileiras MGB8 p 24 23 Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 107 Interessa nos agora entender como se apresentam os g neros para que seja poss vel chegar ao centro da quest o que aqui se deseja Neste caso especificamente sabemos que g nero ocupa um lugar de enuncia es comunicativas e portanto apresenta dimens es essenciais e indissoci veis Segundo Bakhtin 1953 1979 apud ROJO texto n o publicado os temas conte dos ideologicamente conformados que se tornam comunic veis diziveis atrav s do g nero os elementos das estruturas comunicativas e semi ticos compartilhados p
287. neros do discurso Esses por sua vez s o compreendidos como enunciados que atendem a fins espec ficos de manifesta o da l ngua Assim nos coloca Bakhtin 2000 p 279 todas as esferas da atividade humana por mais variadas que sejam est o sempre relacionadas com a utiliza o da l ngua O enunciado reflete as condi es espec ficas e as finalidades de cada uma dessas esferas n o s por seu conte do tem tico e por seu estilo verbal ou seja pela sele o operada nos recursos da l ngua recursos lexicais fraseol gicos e gramaticais mas tamb m e sobretudo por sua constru o composicional Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no geo monogr fico 222222222 L LLL 38 Nessa perspectiva o enunciado entendido como manifesta o da l ngua em uso comportando formas padr o que por sua vez permutam de acordo com v rias tem ticas e estilos diferenciados S o exatamente essas formas que constituem os g neros tipos relativamente est veis de enunciados BAKHTIN 2000 p 279 que est o relacionados ao contexto s cio hist rico demarcados por diversas situa es que os determinam e os caracterizam enquanto materializa o da l ngua tem tica composi o e estilo Dado esse car ter de unidade real os g neros do discurso apresentam se pela sua condi o como sendo heterog neos por isso necess rio co
288. nido a variedade de prestigio e a n o prestigiada Gnerre afirma que uma variedade ling stica vale do valem na sociedade os Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 167 seus falantes isto vale como reflexo do poder e da autoridade que eles t m nas rela es econ micas e sociais Apud ALKIMIN 2001 p 39 DD p 26 Desse modo a variedade padr o o resultado de uma atitude social ante a l ngua que se traduz de um lado pela sele o de um dos modos de falar entre os v rios existentes na comunidade e de outro pelo estabelecimento de um conjunto de normas que definem o modo correto de falar ibidem p 40 DD p 26 N o poder amos deixar de enfatizar a concep o de linguagem trazida pelos PCNs Nesse documento 1997 p 132 a l ngua vista como um veiculo por excel ncia de comunica o de um povo e atrav s de sua express o esse povo transmite sua cultura suas tradi es e seus conhecimentos e como sistema de signos especifico hist rico e social que possibilita ao homem significar o mundo e a sociedade apud ROXANE ROJO 2000 p 17 DD p 27 A constru o de significados se d na pela linguagem Quer dizer condi o necess ria de qualquer ato de linguagem Essa considerada no PCN de L ngua Portuguesa 1999 como A capacidad
289. no texto DD p 17 Os g neros do discurso t m um papel importante no processo de enuncia o e v m sendo um assunto muito discutido pelos estudiosos da linguagem Bakhtin 1997 p 279 apud SOUZA 2003 p 05 conceitua g neros do discurso da seguinte forma O enunciado reflete as condi es espec ficas e as qualidades de cada uma dessas esferas n o s por seu conte do tem tico e por seu estilo verbal ou seja pela rela o operada nos recursos da l ngua recursos lexicais fraseol gicos e gramaticais mas tamb m e sobretudo por sua constru o composicional Esses tr s elementos conte dos tem tico estilo e constru o composicional fundam se indissoluvelmente no todo do enunciado e de todos eles s o marcados pela especificidade de uma esfera de comunica o Qualquer enunciado considerado isoladamente e claro individual mas cada esfera de utiliza o da l ngua elabora seus tipos relativamente est veis de enunciados sendo isso que denominamos g neros do discurso MI p 18 Conforme Souza 2003 o conte do tem tico o estilo e a constru o composicional s o elementos que constituem os g neros do discurso e estes possuem estabilidade em suas esferas de comunica o o que por sua vez pode se concluir que o interlocutor ao estabelecer di logo com o audit rio social e com os discursos que circulam socialmente DD tamb m est dialogando com os g neros dos discursos que s o caracter stico
290. nografias de conclus o de curso de gradua o e de especializa o Em decorr ncia estabelecemos como objetivos espec ficos descrever algumas estrat gias discursivas discurso direto indireto e modaliza es de gerenciamento de vozes usadas pelo autor produtor em cita es do texto fonte comparar a monografia de gradua o e a de especializa o produzidas pelo mesmo aluno produtor observando estrat gias discursivas mobilizadas por ele ao fazer refer ncia ao discurso citado Assim buscamos responder s seguintes quest es a Das estrat gias discursivas discurso direto indireto e modaliza es qual a mais recorrente Quem cita mais O aluno produtor de gradua o Ou o aluno produtor de especializa o b De que forma o aluno cita o autor do texto fonte na constitui o na se o de fundamenta o te rica em monografias de gradua o e de especializa o Qual a fun o da cita o usada Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 18 pelo aluno autor da monografia para opinar para comentar Ou apenas um recurso de autoridade c Como o aluno graduado cita o autor do texto fonte em trabalhos de curso de especializa o Utiliza se da mesma maneira as formas de cita o usadas na monografia de gradua o Este trabalho est organizado em quatro cap tulos No primeiro cap tulo
291. nol gica se apresenta como um ato puramente individual como uma express o da consci ncia individual de seus desejos suas inten es seus impulsos criadores seus gestos etc Ibid p 110 111 MI p 18 A enuncia o e a atividade mental de acordo com Bakhtin 1995 s o de natureza social de modo que toda a elabora o estil stica da enuncia o marcada pela Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LLL LLL 152 realidade hist rica e situacional da l ngua DD Dessa forma a comunica o verbal s pode ser entendida considerando se a situa o de uso e suas liga es com outros tipos de comunica o A comunica o verbal n o poder jamais ser compreendida e explicada fora desse vinculo com a situa o concreta A situa o verbal entrela se inextricavelmente aos outros tipos de comunica o e cresce com ela sobre o terreno comum da situa o de produ o N o se pode evidentemente isolar a comunica o verbal dessa comunica o global em perpetua evolu o Gra as a esse vinculo concreto com a situa o a comunica o verbal sempre acompanhada por atos sociais de car ter n o verbal gestos de trabalho atos simb licos de um ritual cerim nias etc dos quais ela muitas vezes apenas complemento desempenha um papel meramente auxiliar Ibid p 124 DI p 18 Mussalin e Bentes 2001 de
292. nsiderar a natureza do enunciado Levando em conta a diversidade existente entre os g neros Bakhtin 2000 diferencia g neros prim rios dos secund rios Para tal distin o explica que s o os prim rios di logo carta estando pois ligados a situa es espont neas do cotidiano J os g neros secund rios s o considerados esferas complexas como romance teatro discurso cient fico discurso ideol gico etc sendo decorrentes da transmuta o dos g neros prim rios Sobre essa diferencia o Bakhtin 2000 p 281 2 assim pontua a distin o entre g nero prim rio e g nero secund rio tem grande import ncia te rica sendo esta a raz o pela qual a natureza do enunciado deve ser elucidada e definida por uma an lise de ambos os g neros Pela sua singularidade a concep o de g nero de Bakhtin 2000 p 291 se configura de acordo com as transforma es sociais e di rias modificando sua arquitetura organiza o e estilo Nas suas palavras a variedade dos g neros do discurso pressup e a variedade dos escopos intencionais daquele que fala e escreve Dessa maneira podemos entender de acordo com esse autor que um g nero apresenta caracter sticas como forma conte do tem tico e principalmente estilo pois este se configura enquanto elemento constitutivo do g nero Assim postula Bakhtin 2000 p 286 289 quando h estilo h g nero Desse modo o estilo n o apenas uma marca para determi
293. nte do tem tico pertencem dimens o configuracional do texto contribuindo para o estabelecimento de sua coer ncia pragm tica ou interativa e orientando o destinat rio na interpreta o de seu conte do tem tico Percebemos nas palavras de Bronckart 1999 uma outra fun o das modaliza es que n o se restringe ao crit rio de avalia o ou coment rio mas contribui ainda para direcionar o leitor diante da compreens o que faz do texto fonte estabelecendo uma rela o interativa entre o coment rio e o texto fonte Bronckart 1999 p 331 prop e uma classifica o para as modaliza es tendo como base a proposta j desenvolvida desde a Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 77 Antiguidade grega que diz conservar quatro das fun es das modaliza es conforme explicitamos abaixo As modaliza es l gicas consistem na avalia o de alguns elementos do conte do tem tico apoiada em alguns crit rios ou conhecimentos elaborados e organizados no quadro das coordenadas formas que definem o mundo objetivo As modaliza es de nticas consistem em uma avalia o de alguns elementos do conte do tem tico apoiada nos valores nas opini es e nas regras constitutivas do mundo social As modaliza es apreciativas consistem em uma avalia o de alguns aspectos do conte do tem tico procedente
294. nte exigida nas universidades j que representa uma forma Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 24 de avalia o do aluno concluinte de diferentes reas de estudo al m de ser um mecanismo de forma o de pesquisador iniciante Dessa maneira compreendemos a monografia n o somente como um instrumento de avalia o mas como uma pr tica que revela o saber cient fico do aluno e que requer o dom nio de outras pr ticas tamb m importantes para efic cia do trabalho ou seja ser conhecedor de teorias n o suficiente escrever uma monografia uma tarefa que engloba outros saberes dentre esses resumir resenhar e fichar Segundo Salomon 2001 historicamente a origem da monografia encontra se no trabalho de Le Play 1806 1882 Les ouvriers europ ens publicado em 1855 No sentido etimol gico a monografia apresenta a defini o monos um s e grapheim escrever que quer dizer disserta o a respeito de algum assunto ou como se encontra mais corrente nos manuais de metodologia cient fica tratando se de um texto breve do tipo dissertativo com tema nico e de natureza cient fica Para Geraldo 1995 p 79 a monografia uma pr tica bem mais elaborada e n o se define somente como um texto dissertativo A monografia uma s ntese de leituras observa es reflex es e cr ticas desenvolvidas de forma met
295. nte para o novo texto Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LLL 54 Tais vari veis representam etapas e ou escolhas fundamentais realizadas implicitamente pelo autor produtor para concretizar a sua atividade de constru o de um novo texto Al m disso sustentam se segundo Marcuschi 2001 p 55 como atividades conscientes que seguem os mais variados tipos de estrat gias Vale frisar que os estudos de Marcuschi 2001 acerca da retextualiza o constituem se como fundamentos para outros trabalhos que apesar de n o adotarem de forma semelhante seus estudos citado como refer ncia em decorr ncia da contribui o que ele oferece ao tema Dentre tais trabalhos mencionamos Mat ncio 2002 2003 o qual discutiremos a fim delimitarmos o nosso campo de atua o A atividade de retextualiza o uma das pr ticas relacionadas produ o escrita mais desenvolvida na academia tendo se revelado um terreno f rtil e despertado o interesse de alguns estudiosos preocupados em focalizar a escrita como objeto de estudo MAT NCIO 2002 2003 MAT NCIO e SILVA 2003 Esses estudiosos demonstram um interesse pelo estudo de retextualiza o em pr ticas acad micas visando compreender como se d a apropria o e a express o dos saberes cient ficos por parte do aluno em fase inicial na gradua o Esses pesquisadores entendem qu
296. ntemente DD p 47 os ju zos de valor est o l impl citos nas intencionalidades das estrat gias autorais e expl citos nas falas escolhidas dos personagens as vezes at nos t tulos p 114 DI A segunda cr tica de Chaparro a de que as classifica es acad micas tradicionais com crit rios inadequados e insuficientes s o incapazes de classificar e explicar as esp cies utilit rias comumente rotuladas como servi o DI p 47 A partir destas cr ticas Chaparro recorre a v rios te ricos literatura da ling stica e da comunica o para justificar as categorias que ele elege como base de sua classifica o quadro 1 DI p 48 No trabalho de Medina 2001 h a utiliza o de um conceito de g nero de grande credibilidade entre os estudiosos que discutem este assunto como por exemplo Bakhtin 1997 DI p 49 Bonini 2003 comenta que no campo da ci ncia da comunica o h uma defasagem te rica quanto a discuss o da no o de g nero a partir dos pr prios exemplos mostrados Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LL LLL LLL 173 DI p 49 Bonini 2003 conclui que a literatura oferece uma rica quantidade de r tulos relativos aos g neros e as atividades com g neros embora se tenha que desenvolver crit rios de sele o para escolher com quais se quer tr
297. ntera o comunicativa 2001 p 29 DD p 37 No entanto como aborda Travaglia ao mesmo tempo em que reconhece a varia o ling stica com um fato observa se que a nossa sociedade tem uma longa tradi o em considerar a varia o numa escola valorativa 2001 p 41 MD p 37 pois conforme Neves a heterogeneidade n o advent cia a linguagem pelo contrario fator de adequa o e efici ncia e afinal qualidade e n o defeito solu o e n o problema 2003 p 35 MD p 37 Segundo Neves cabe a escola dar vivencia plena da l ngua materna Todas as modalidades t m de ser valorizadas 2003 p 94 MI p 39 De acordo com Castilho 1998 o professor de l ngua portuguesa se defronta em seu dia a dia com tr s grandes dilemas a crise social a crise cientifica e a crise do magist rio DI p 39 A segunda apontada por Castilho configure se basicamente pela exist ncia de 66 correntes diferenciadas em torno da linguagem DD Como assinala Castilho os professores que tem hoje trinta ou mais anos de idade aprenderam na Universidade a considerar a l ngua como fen meno homog neo iniciando se numa gram tica formal e tomando se a senten a como seu territ rio m ximo de atua o 1998 p 12 DD p 40 Castilho ainda ressalta os grandes problemas que a atual gera o de educadores precisam enfrentar reciclar se reagir contra o c
298. nterior e do exterior do discurso citado Com essas observa es sobre a forma de manifesta o do discurso do outro encerramos nossas considera es em torno do discurso citado postuladas por Bakhtin 2004 compreendendo que a l ngua existe n o por si mesma mas somente em constru o com a enuncia o concreta Em outras palavras atrav s da concretiza o da fala que o enunciado tem a possibilidade de registrar as impress es de outrem ou seja as caracter sticas pr prias do produtor sob a forma de discurso do outro Levando em conta as reflex es de Bakhtin 2004 conclu mos que o discurso marcado pelo princ pio da alteridade Nessa perspectiva inserimos o que Authier Revuz 2004 vem denominar de heterogeneidade discursiva caracterizadas de duas formas heterogeneidade constitutiva e heterogeneidade mostrada Para discutirmos a concep o de heterogeneidade discursiva atrav s dos estudos Authier Revuz 2004 1990 1993 estabelecemos di logos com outros autores como Amorim 2001 Bronckart 1999 Martins 2006 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 66 Cardoso 2005 Maingueneau 2001 cujas pesquisas tamb m versam sobre o tema referido no discurso cient fico Inicialmente propomo nos a refletir sobre a heterogeneidade constitutiva que de acordo com Authier Revuz 2004 se ap ia sob duas extr
299. ntexto social e ao valor das formas ling sticas atribu das pela comunidade de fala DI p 13 Por seu turno Monteiro 2000 diz que as primeiras inten es que tinham por objetivo definir o campo da Socioling stica foram imprecisas MI Segundo o autor Bright 1966 e Fishmen 1972 foram os primeiros nessa empreitada por m n o conseguiram estabelecer uma disciplina com rigor te rico MI De acordo com Monteiro 2000 Bright teria formulado uma s rie de vagas id ias sobre a rela o entre a l ngua e a sociedade e acabou chegando a conclus o que o objeto de estudo da Socioling stica deveria ser a diversidade ling stica DD Vejamos nas palavras de Monteiro 2000 p 18 como Bright chegou a conclus o desse fato A tese fundamental de Bright a de que um sistema ling stico monol tico realizado sem varia es ou com varia es fortuitas e imotivadas incapaz de explicar toda uma gama de associa es com a estrutura social Em seu estudo ele tenta estabelecer varias dimens es das quais a de maior import ncia a diversidade percebida sob tr s ngulos principais a identidade social do emissor a identidade social do receptor e as condi es das situa es comunicativas DI p 14 Monteiro 2000 tamb m diz que os objetivos de descrever a heterogeneidade ling stica e de encontrar um modelo capaz de dar conta da influencia de fatores sociais que aturam na l ngua se tornaram realmente eficazes a parti
300. nto manifesta o da linguagem deve tamb m dialogar com suas caracter sticas sendo assim o discurso marcado pela reconfigura o de outros discursos que se articulam em pr ticas discursivas consideradas heterog neas Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL CAP TULO IV REPORTANDO SE AO DISCURSO DO OUTRO AN LISE DE DADOS O discurso do outro ainda que se reduza a uma nica palavra que ter valor de enunciado completo abertamente citado e nitidamente separado entre aspas e em que a altern ncia dos sujeitos falantes e de sua inter rela o dial gica repercute claramente Bakhtin Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 83 CAP TULO IV REPORTANDO SE AO DISCURSO DO OUTRO AN LISE DE DADOS Todo enunciado contando que o examinemos com apuros descobriremos as palavras do outro ocultas ou semi ocultas Bakhtin Tomando como princ pio as palavras de Bakhtin 2000 expostas acima compreendemos pois que o discurso do outro manifesta se em todo enunciado mas que o outro somente pode ser identificado por meio de um estudo aprimorado desse enunciado no qual o outro pode aparecer explicitamente heterogeneidade mostrada ou implicitamente heterogeneidade constitutiva Pretendemos portanto apresentar nesse cap tulo a forma como o discurso do outro manifestado pelo aluno produtor na se o de fundamenta o te rica em
301. o ressaltamos o car ter dial gico da linguagem que segundo os PCNs imp e uma vis o muito alem do ato comunicativo p 126 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 174 DD p 56 pela linguagem que os indiv duos interagem se comunicam uns com os outros exp em e defendem pontos de vista O seu uso condi o de plena participa o social como aponta o PCN Atentemos para a cita o a seguir que refor a esses dizeres O dom nio da l ngua tem estreita rela o com a possibilidade de plena participa o social pois por meio dela que o homem se comunica tem acesso a informa o expressa e defende pontos de vista partilha ou constr i vis es de mundo produz conhecimento 1998 p 23 DD p 57 O termo efic cia se refere a usar a l ngua gem adequadamente de acordo com a situa o ou seja o padr o de fala ou escrita formal informal adequada ao momento considerado o s interlocutor es e n o os padr es normas ou regras estabelecidos pela gram tica tradicional GT Pr ticas que partem do uso poss vel aos alunos e pretendem prov los de oportunidades de conquistarem o uso desej vel e eficaz Em que a raz o de ser das propostas de leitura e escuta a compreens o ativa e n o a decodifica o e o silencio Em que a raz o de ser das propostas de uso da fala e da escrita a expre
302. o CAMEAM Pelos momentos a mim concedidos t o necess rios para a concretiza o deste trabalho Gostaria de agradecer em particular professora Vanja que sempre se mostrou atenciosa professora L cia pelas conversas t o valiosas e pela tranq ilidade que me repassou quando da qualifica o desta pesquisa Aos colegas de turma de mestrado Por todos os momentos de constru o de conhecimento e pelas amizades constru das s Residentes de P s Gradua o Pouso Ressalto algumas amigas com quem passei muitos momentos importantes e dif ceis de minha vida na resid ncia especialmente Ol via Auxiliadora e Miriam Voc s ficar o para sempre em meu cora o Secretaria do PPGEL Pelo servi o prestado sempre com simpatia e responsabilidade Em especial Bete e Pablo pelas d vidas tiradas quando necess rio A alteridade sob a forma de di logo e a cita o constitui tra o fundamental da linguagem que n o h linguagem sem que haja um outro a quem eu falo e que ele pr prio falante respondente tamb m n o h linguagem sem a possibilidade de falar do que o outro disse Amorim Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 22222222 L LLL 13 INTRODU O A chave do mist rio da signific ncia assim a presen a muda do ato de escrever de virtuais leitores Escrever iniciar uma aventura que n o se sabe onde nos vai levar ou melhor que depois de algum tempo se sa
303. o de 2006 MAZZOTTI Alda J GEWANDSZNAJDER Fernando O m todo nas ci ncias naturais e sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2 ed S o Paulo Pioneira 1998 MEDEIROS Jo o Bosco de Reda o cient fica a pr tica de fichamentos resumos resenhas S o Paulo Altas 2000 OLIVEIRA Sirdelene Muniz Os verbos de dizer em resenhas acad micas e a interpreta o do agir verbal Disserta o de mestrado S o Paulo PUC SP 2004 PORTELA Girlene Lima Pesquisa quantitativa ou qualitativa Eis a quest o Dispon vel em http www uefs br disciplinas let318 abordagens metodol gicas rtf Acesso em 20 02 07 POSSENTI S rio Observa es sobre interdiscurso Revista Letras n 6 especial Curitiba Ed UFPR 2008 p 253 269 KOCH Ingedore V Introdu o ling stica textual trajet ria e grandes temas 1 ed S o Paulo Martins Fontes 2004 TRAVAGLIA Luiz Carlos A coer ncia S o Paulo Contexto 2000 Cole o Repensando a l ngua portuguesa RAMIRES Vicentina Leitura e produ o escrita de universit rios Revista de Letras V 1 Fortaleza Edi es da Universidade Federal do Cear 2003 RIBEIRO Silvana da Silva As cita es em textos cient ficos Disserta o de Mestrado UFPE Pernambuco 2002 SALOMON D lcio Vieira Como fazer uma monografia 10 ed S o Paulo Martins Fontes 2001 SANTOS Ant nio Raimundo dos Metodologia cient fica a constru o do conhecimento 4 ed R
304. o de retextualizar conforme ilustramos no quadro abaixo Quadro 3 Abordagens te ricas sobre Retextualiza o ABORDAGENS TE RICAS SOBRE RETEXTUALIZA O TRAVAGLIA 1992 TRADU O gt NOVO TEXTO ESCRITO PRODU AO DE TEXTO MARCUSCHI 2001 TEXTO FALADO lt gt TEXTO ESCRITO MAT NCIO 2002 2003 TEXTO ESCRITO TEXTO ESCRITO Entendemos que as abordagens focalizadas demonstram que o fen meno da retextualiza o pode ser compreendido como um processo de mudan a que ocorre num texto seja ele falado ou escrito isto retextualizar independente da abordagem adotada significa transformar um texto em um novo texto 3 1 1 Opera es de retextualiza o polifonia intertextualidade discurso reportado intradiscursividade e interdiscursividade Durante o processo de retextualiza o o autor produtor realiza algumas opera es denominadas de polifonia intertextualidade discurso reportado e ainda a intradiscursividade e interdiscursividade conforme explicitamos na figura 3 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 57 Figura 4 As opera es de Retextualiza o RETEXTUALIZA O Intertextualidade Intradiscursividade Interdiscursividade Discurso reportado pensando em tais formas de opera es de retextualiza o que iremos compor esta se o com o intuito de apresen
305. o discurso concebido por Foucault 2002 como uma dispers o cabendo a AD encontrar meios para descrever ou explicar essa dispers o DI p 31 S o esses comportamentos que caracterizam a forma o discursiva em sua particularidade e possibilitam o percurso da dispers o para o estabelecimento da praxe discursiva ou seja da regularidade do discurso que atingida pela minuciosa an lise dos enunciados constituintes da FD BRAND O 1993 MI p 31 Para Foucault a an lise de uma FD resultar na descri o dos enunciados que a constituem DI p 31 Nessa perspectiva Foucault elenca uma s rie de caracteres que constituem o enunciado DI p 32 Fica compreendido assim que a concep o de discurso em Foucault se caracteriza como um jogo estrat gico e polemico num mesmo patamar de excel ncia Enfim o discurso um espa o em que poder e saber se articulam BRANDAO 1993 p 31 quer dizer a produ o e a consegiiente dissemina o dos discursos na sociedade passam por uma Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 LLL LLL 139 organiza o que redistribuem obedecendo a certos procedimentos que objetivam eliminar qualquer amea a ou suspeita a perpetua o do poder DI p 33 Althusser 1985 nas suas observa es sobre o papel das ideologias destaca que h as ideologias
306. o distribu do em Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 22 360 trezentos e sessenta horas aulas destinadas aos cr ditos das disciplinas te ricas e 90 noventa horas aulas destinadas elabora o da monografia de conclus o de curso O processo seletivo para essas especializa es ocorre de forma igual atrav s de prova escrita e an lise do curr culo No tocante distribui o das vagas s o oferecidas um total de 60 sessenta vagas sendo 25 vinte e cinco para Ling stica Aplicada e 30 trinta para L ngua Inglesa e 05 cinco vagas s o destinadas especificamente para concluintes do Curso de Letras O preenchimento dessas vagas ocorre atrav s de dois processos sele o interna e externa Na primeira participam alunos concluintes do Curso de Letras de 2003 que tenham obtido as melhores m dias com base no hist rico escolar e no caso espec fico dessa turma tamb m pela nota obtida no Exame Nacional do Ensino Superior PROV O de ambas as habilita es Lingua Portuguesa e L ngua Inglesa Dos candidatos selecionados o primeiro lugar isento de qualquer taxa de pagamento das especializa es Na segunda participam todos os candidatos que tenham gradua o em Letras e reas afins Vale ressaltar que a sele o interna dos concluintes do curso de Letras acontece anteriormente sele o geral dos candidat
307. o do verbo o verbo colocado antes do discurso direto colocado em ora o intercalada no interior do discurso citado e no final da cita o A escolha do verbo introdutor bastante significativa pois condiciona a interpreta o dando um certo direcionamento ao discurso citado MAINGUENEAU 2001 p 143 144 No que se refere ao uso do discurso indireto o locutor constr i seu texto com uso das palavras de outros com uma infinidade de formas para traduzir com suas palavras o dizer do outro pois de acordo com Maingueneu 2001 n o s o palavras exatas que s o relatadas mas sim o conte do do pensamento Por isso s se configura por discurso citado pelo sentido sendo a tradu o do texto base De outro modo Maingueneau 1996 p 109 diz que o discurso indireto n o reproduz um significante mas d um equivalente sem ntico integrado enuncia o citante Dentre essas formas de cita o destacamos ainda os verbos dicendi que atuam como recursos de cita o pois auxiliam o aluno produtor no momento de inser o do discurso citado Sobre isso Marcuschi 2007 p 166 classifica as formas de relatar opini o ressaltando que o discurso citado quando introduzido mediante um verbo tem a fun o de antecipar o car ter geral da opini o relatada indicando informa es do discurso citado operando sob o discurso de tr s maneiras 1 Verbos que agem diretamente sobre o discurso relatado 2 Verbos que atu
308. o geo monog fico 2222222222 L L LLL 15 Authier Revuz sobre heterogeneidade mostrada e constitutiva Acrescentamos tamb m a pesquisa de Cazarin 1998 que apesar de n o trabalhar diretamente acerca do discurso cient fico consideramos sua pesquisa bastante significativa porque se refere ao trabalho de Authier Revuz 1990 2004 cujo enfoque se d sobre o conceito de heterogeneidade discursiva Dada a complexidade que produzir textos cient ficos na academia o aluno produtor durante o processo de escrita disp e para realiza o de algumas atividades como por exemplo para a produ o da monografia de um interlocutor que o orientador cuja fun o o pr prio nome j evoca orientar o pesquisador no desenvolvimento do trabalho sobretudo quando da produ o escrita oferecendo sugest es apontando falhas dentre outras tantas tarefas Al m desse interlocutor o aluno produtor deve envolver se com outro que o autor fonte com o qual estabelece di logo No tocante escrita na academia Feitosa 1995 explica que a produ o cient fica um processo que requer muito mais do aluno produtor pois se configura como uma atividade que visa a apresentar resultados de pesquisas al m de ser uma oportunidade de divulgar suas id ias e conceitos Sendo assim concluir um curso de gradua o ou de especializa o tem um prop sito comunicativo reconhecido No processo de escrita cient fica uma das dificuldades do al
309. o lato Essa caracteriza o se d em virtude de sua origem hist rica e etimol gica como tamb m em decorr ncia do corrente uso do termo que se tem atualmente O primeiro em sentido estrito trata se de um trabalho mais elaborado por exemplo a tese doutorado que se caracteriza como uma pesquisa cujo tema apresenta se pela originalidade retorno s origens ess ncia verdade especificidade e natureza cient fica comprovada Al m disso deve ser uma pesquisa com o intuito de contribuir de forma significativa para a ci ncia SALOMON 2001 p 255 J em sentido lato considerado um trabalho de inicia o pesquisa como no caso das monografias de TCC especializa o disserta es cient ficas e disserta es de mestrado as quais se caracterizam por ser trabalhos de primeira m o 11 ou seja n o s o de natureza profunda te rica e original como uma tese 11 Ibidem p 254 Cr gna CibdlePedra Disseta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 28 mas s o pesquisas tamb m de enorme signific ncia para a ci ncia pois revelam os primeiros passos do pesquisador Apesar das monografias de TCC e de especializa o caracterizarem se em sentido lato isto num mesmo bloco ressaltamos que cada tipo tem suas especificidades Pensando nisso destacaremos a seguir as especificidades de ambas as monografias porque em noss
310. o ling sticas quanto n o ling sticas n o agem isoladamente mas operam num conjunto complexo de correla es que inibem ou favorecem o emprego de formas variantes semanticamente equivalentes p 27 DI p 25 Bagno 1999 conceitua o portugu s padr o como l ngua falada pelos que det m o poder pol tico e econ mico e est o nas classes mais privilegiadas que n s sabemos que s o uma pequena minoria na popula o do Brasil DD e o portugu s n o padr o como A l ngua da grande maioria pobre e dos analfabetos do nosso povo tamb m consequentemente a l ngua das crian as pobres e carentes que fregiientam as escolas Por ser utilizado por pessoas de classes sociais desprestigiadas marginalizadas e oprimidas pela terr vel injusti a social que impera no Brasil o portugu s n o padr o vitima dos mesmos preconceitos que pesam sobre essas pessoas Ele considerado feio deficiente errado rude tosco estropiado DD p 25 As variedades ling istas s o reflexos da variedade social e como em todas as l nguas existe alguma diferen a de status ou de papel entre os indiv duos ou grupos estas diferen as se refletem na l ngua assim sendo atrav s do modo de falar de cada um revela se o status social dos indiv duos e grupos sociais ficando definido o lugar de cada um na sociedade CAGLIARI 1989 p 81 DD p 25 Do mesmo modo revela se ficando defi
311. o o que representamos por palavra nacional pois esta alude a realidade mais evidente DI p 22 Ainda com base nas prescri es normativas de Cunha e Cintra 2001 se o sujeito for nome de pessoa ou pronome pessoal o verbo ser faz normalmente a concord ncia com ele qualquer que seja o numero do predicado Este caso abordado por Rocha Lima 1999 e Bechara 1999 atrav s das mesmas palavras DI p 22 Rocha Lima 1999 faz a discuss o referente a concord ncia especial do verbo ser atrav s de seis casos ou quais todos j foram aqui descritos sobre a tica de outros gram ticos Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 184 DI p 23 Atrav s de exemplos protot picos como Eram tudo travessuras de crian a Rocha Lima 1999 apresenta a sintaxe da concord ncia do verbo ser em ora es em que o sujeito um pronome interrogativo ou demonstrativo e o predicativo um substantivo plural Essa norma abordada por Cunha e Cintra 2001 DI p 23 Em exposi o Bechara 1999 estabelece alguns casos em que o verbo ser se acomoda ao predicativo especialmente quando se acha no plural dentre eles esta o sujeito formado por pronomes interrogativos discutidos por Rocha Lima 1999 j mencionado neste trabalho MI p 23 Segundo Bechara tendo a ir para o plural constru es em que o v
312. o outro no geo monog fico 22222222 L LLL 68 Nesses termos esclarecemos pois o tipo de rela o mantida entre a heterogeneidade mostrada e a heterogeneidade constitutiva revela se como uma forma de negocia o realizada a partir da figura do sujeito por um mecanismo denominado de denega o Significa dizer tamb m que ao marcar explicitamente o discurso diferentes formas de heterogeneidades delimitam o lugar do outro restringindo o e fazendo acreditar que o outro n o est em todos os discursos Essa restri o do outro na cadeia discursiva na verdade uma forma de diferenciar parte do discurso do resto da cadeia discursiva Assim podemos dizer que as marcas de heterogeneidade expl citas no discurso representam o limite entre o discurso do sujeito falante e o outro significa dizer que o discurso n o se constr i unicamente por esse sujeito mas pelas rela es dial gicas que esse faz com o s outro s na trama discursiva Para Authier Revuz 2004 p 74 s o atrav s dessas marcas designando o outro localizadamente que o sujeito empenha se em fortalecer o estatuto do um portanto dessa maneira que a heterogeneidade mostrada permite ser concebida como um modo de denega o no discurso mediada pela heterogeneidade constitutiva dependendo da rela o do outro no um ou seja numa esp cie de negocia o pr pria da constru o do discurso Nesse sentido Authier Revuz 2004 revela algumas
313. o se esgota nisso expressa se tamb m nas diferentes formata es do aparelho cultural necess rio a prescri o de certas representa es simb licas e a proscri o de outras atrav s de institui es nas quais se produzem legitimam e p em em circula o os discursos legitimadores das diferentes representa es simb licas 1997 p 86 ME1 DI p 18 Saussure construiu uma base te rica baseada no signo ling stico por excel ncia e resumida em duas dicotomias langue e parole extraiu o que para ele seria o objeto essencial das suas observa es a l ngua DI p 20 Nesta Althusser faz uma n tida distin o entre duas concep es acerca das ideologias teoria das ideologias particulares que representa posi es de classes teoria das ideologias em geral respons vel pelos mecanismos de reprodu o das rela es de produ o base comum a todas as ideologias particulares DD nessa perspectiva que se assenta o interesse do soci logo Todo mundo reconhece mesmo os economistas burgueses que cuidam da contabilidade nacional e os modernos te ricos macro economistas uma vez que Marx imp s a demonstra o no livro II de o capital que n o h produ o poss vel sem que seja assegurada a reprodu o das condi es materiais da produ o a reprodu o dos meios de produ o ALTHUSSER 1970 p 54 DI p 20 Althusser ao fazer a leitura da obra O Cap
314. o segunda em rela o a um outro discurso Para isso o enunciador ap ia se em tais modalizadores segundo x para x conforme x de acordo com x dentre outros Esse tipo de modaliza o pode indicar sobre a legitimidade do conte do atestado ou do emprego de uma palavra Levando em conta essas diferentes formas em que o discurso do outro pode ser manifestado no novo texto Boch e Grossmann 2002 p 103 104 em trabalho realizado sobre a refer ncia ao discurso do outro em textos de estudantes e especialistas chamam nos a aten o para as principais fun es que o discurso citado pode assumir nesse texto conforme destacamos abaixo Quadro 5 Fun es do Discurso do Outro FUN ES DO DISCURSO DO OUTRO Em artigos de especialistas Em relat rio de estudantes e Introduzir seu ponto de vista Desde e Fundamentar uma afirma o 1996 X assinalava que e Marcar o pertencimento a uma corrente a uma escola Meu estudo se situa no quadro da polifonia tal como foi desenvolvido por Oswaldo Ducrot 1984 e Introduzir seu ponto de vista e Referir se a trabalhos anteriores para tra ar o estado de uma problem tica e Sustentar uma defini o para sustentar uma defini o e Fundamentar uma afirma o A compreens o em leitura est ligada a automatiza o dos processos de baixo n vel Fayol 1998 e Justificar n o somente uma afirma o como fazem os especialis
315. o sujeito o que ele quis dizer quando disse x ilus o de entrevista in loco o que ele sabe n o suficiente para compreendermos que efeitos de sentidos est o ali presentificados ORLANDI 1999 p 33 DI p 16 Por isso mesmo que Orlandi 1999 afirma que a enuncia o resulta do modo de como somos afetados pela ideologia Bakhtin diz que o discurso reflete o percurso pelo qual o locutor enquanto sujeito discursivo situado historicamente e socialmente marcado interpelado pela ideologia que se inscreve nas diversa pr tica discursivas DD p 17 Da se explica o postulado do papel do outro na constitui o do discurso o qual afirma que nenhuma palavra nossa mas traz em si a perspectiva de outra voz de outro discurso As condi es de produ o que constituem os discursos funciona de acordo com certos fatores Segundo essa no o n o h discurso que n o se relacione com outros Em outras palavras os sentidos resultam de rela es um discurso aponta para outros que o sustentam assim como para dizeres futuros Todo discurso visto como um estudo de um processo discursivo mais amplo cont nuo N o h desse modo come o absoluto nem ponto final para o discurso Um dizer tem rela o com outros dizeres realizados ORLANDI 1999 p 39 M p 17 contudo preciso considerar que a intertextualidade vista por Bahktin uma intertextualidade interna de vozes que estabelecem o di logo
316. o tem uma conceitua o uniforme pela polivalencia de sentido com que tomada Em sentido lato literatura o conjunto de produ o escrita ou toda e qualquer manifesta o do sentido ou pensamento por meio da palavra Em sentido restrito arte liter ria verdadeiramente a fic o de uma supra realidade com os dados profundos da intui o do artista MI p 18 Segundo Lajolo amp Zilberman 1985 a literatura infantil brasileira s se consolidou no s culo XX embora antes j houvesse surgido alguma produ o destinada a crian as DI p 18 A valoriza o da inf ncia como afirma Zilberman 1994 criou maior uni o familiar e meios para controlar o desenvolvimento intelectual do jovem e manipular suas emo es DD p 19 A rela o inicial entre a institui o e o g nero tem um car ter meramente pedag gico que o distanciava da arte e volta se apenas para quest es did ticas e a domina o da crian a atrav s de uma pedagogia autorit ria que n o dava oportunidade para o p blico infantil construir se enquanto sujeitos cr ticos Ocorreu apropria o brasileira de um projeto educativo e ideol gico que via no texto infantil e na escola e principalmente em ambos superpostos aliados imprescind veis para forma o de cidad os Esse fen meno que come ou a ser sistematicamente desenvolvido entre nos na Republica nasceu na Europa LAJOLO amp ZILBERMAN 1985 p 32 Cr gna CibdlePee
317. o trabalho partimos do princ pio de que o mesmo aluno envolvido nas duas situa es ou seja conclus o de curso de gradua o e t rmino de especializa o Dessa forma construiremos o perfil dos escritores que subentende cada uma das pr ticas para assim entendermos os aspectos que envolvem a constru o de cada um dos g neros Nesse sentido de acordo com Medeiros 2000 as monografias distinguem se em monografias escolares e em monografias cient ficas mestrado e doutorado Acrescentamos a estas a monografia de especializa o que possui caracter sticas comuns conforme veremos a seguir Compreendemos pois que o TCC um trabalho de pesquisa de car ter inicial que tem como fun o fazer o aluno despertar para o trabalho de pesquisa Em termos t cnicos no que diz respeito estrutura composi o normas dentre outras possui as mesmas caracter sticas de uma monografia de especializa o diferenciando se apenas pelo fato de que o aluno n o tem nenhuma experi ncia com atividade de pesquisa configurando se como principiante J na monografia de especializa o as exig ncias s o maiores pois al m de um requisito para conclus o do curso de especializa o a pesquisa possui um car ter mais aprofundado n o sendo suficiente a revis o bibliogr fica sendo preciso dominar o conhecimento do m todo de pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesquisa tamb m um trabalho de fichamento ma
318. obre diferentes aspectos estruturais e ling sticos do texto e dos mecanismos enunciativos22 de gerenciamento de vozes isto o discurso direto o discurso indireto e as modaliza es que se configuram como necess rios na constru o de um novo texto que n o apenas expor 2Bornckart 1999 p 319 diz que os mecanismos enunciativos contribuem para o estabelecimento da coer ncia pragm tica do texto explicitando de um lado as diversas avalia es julgamentos opini es sentimentos que podem ser formuladas a respeito de um ou outro aspecto do conte do tem tico e de outro as pr prias fontes grifo nosso dessas avalia es quais as inst ncias que as assumem ou que se responsabilizam por elas Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 56 id ias de outros autores mas estabelecer um elo de concord ncia ou discord ncia entre discursos e textos De um modo geral vimos que o processo de retextualiza o pode ser estudado sob tr s diferentes formas isto como tradu o que resulta na produ o de um novo texto escrito do texto falado para o escrito e vice versa e ainda do texto dentro da modalidade escrita para a escrita Constatamos assim que na ess ncia o conceito veiculado nas perspectivas n o t o diferenciado tendo em vista que ocorre uma mudan a apenas na focaliza o do process
319. ode ser apreendido considerando se a situa o Como confirmam as autoras acima citadas o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 154 texto passa a ser estudado dentro do seu contexto de produ o e a ser compreendido n o como um produto acabado mas como um processo resultado de opera es comunicativas e processos ling sticos em situa es s cio comunicativas p 247 DI p 23 Azeredo 2000 destaca que um texto constitu do nas suas rela es com o contexto no qual est inserido Esse autor enfatiza ainda que um texto se constr i na a o comunicativa dos falantes DD p 23 Schmit 1978 p 171 apud AZEREDO 2000 p 36 trata sobre o processo textual da seguinte forma Todo componente verbal enunciado de um ato de comunica o permite a um jogo de atua o comunicativa caracterizado por uma orienta o identific vel isto realizando um potencial ilocut rio determinado somente na medida em que o locutor realiza internacionalmente uma fun o ilocut ria s cio comunicativa identific vel por parte dos parceiros de comunica o envolvidos que o conjunto dos enunciados ling sticos vem constituir um processo textual coerente de funcionamento s ciocomunicativo eficaz e normalizado conforme as regras constitutivas uma manifesta o da textualidade DI p 26 Koch 199
320. ode se salientar que o centro organizador de todo e qualquer ato discursivo est no sentido que intencionalmente aferido em cada discurso historicamente determinado j que toda e qualquer enuncia o sup e uma posi o do sujeito do discurso a partir dessa posi o que os enunciados recebem sentido A esse respeito leiamos o que diz Mussalim A posi o assumida em rela o as palavras ou express es a mesma no dom nio dos enunciados Assim o sentido de um enunciado decorre de sua sustentabilidade por enunciados equivalentes na mesma FD p 373 2004 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L LLL 138 MI p 28 A enuncia o na AD de acordo com P cheux 1975 um processo constitu do por enunciados que selecionam atrav s de marcas ling sticas o que discursivo ideol gico ecr Z por meio do expresso do j dito rejeitando nesse sentido o n o expresso o n o dito DD p 29 Portanto s poss vel perceber esses aspectos porque a AD se preocupa justamente com an lises cr ticas acerca de todo e qualquer discurso Sen o vejamos o que diz Possenti 2004 Embora a quest o da enuncia o seja certamente complexa para a AD o mais problem tico acaba sendo por estranho que pare a definir o enunciado ou seja o que se repete nas diversas enuncia es na medida em que de algum
321. ogia ilus o isto abstra o e invers o da realidade por isso permanece sempre no plano imediato do aparecer social DI p 35 Ao conceber que a ideologia tem exist ncia material Althusser mostra que s poss vel reconhece la ou compreender o seu funcionamento mediante pr ticas discursivas interpeladas pois atrav s do sujeito inserindo ou representando uma institui o ou aparelho que somente nele a ideologia passa a existir DD p 36 Sendo assim j que as ideologias est o inseridas nas pr ticas discursivas dos sujeitos cabe t o somente refor ar que n o h discurso sem sujeito E n o h sujeito sem ideologia ORLANDI 2002 p 47 MI p 36 Segundo P cheux 1997 a forma o ideol gica FI quem regula o falar do sujeito no interior de uma forma o discursiva FD Notadamente que essas regras discursivas dentro das ordens dos discursos explicam a rela o contexto texto significado DD p 37 A esse respeito Fairclough 2001 p 91 diz que todo discurso previamente elaborado e por v rias influencias moldado O discurso moldado e restringido pela estrutura social no sentido mais amplo e em todos os n veis pela classe e por outras rela es especificas em institui es particulares como o direito ou a educa o por sistemas de classifica o por v rias normas e conven es tanto de natureza discursiva como n o discursiva e assim por d
322. ola hoje pratica exames ao inv s de avalia o De acordo com o autor os exames escolares tem por objetivo julgar classificar aprovando ou reprovando o aluno em sua trajet ria nas s ries escolares S o seletivos excluindo aqueles que n o sabem que n o est o dentro dos par metros considerados aceit veis pelas provas S o pontuais pois os alunos devem saber e responder s quest es no momento da prova n o importando se ele saiba antes ou se ele poder saber depois DI p 19 Na concep o de Hedge 2000 avalia o um termo mais amplo e inclusivo que se refere ao processo geral do monitoramento do progresso dos alunos DD p 19 e 20 Tomando por base as caracter sitcas expostas acima podemos concluir que para que se realize uma verdadeira avalia o da aprendizagem do aluno precisamso nos desligar dos velhos conceitos que t m como base da apenas a aplica o de testes e nos conscientizar que eles s o apenas instrumentos para avalia o e n o avalia o em si avalia o tem sua raz o de ser como processo de sustenta o do bom desempenho do aluno Da deprende se que a avalia o h de ser um processo permanente e di rio n o uma interven o ocasional extempor nea intempestiva amea adora DEMO 2001 p 41 apud CARNEIRO 2003 MD p 20 Fugindo assim a finalidade essencial do teste em educa o que segundo Hoffmann 1991 p 56 n o se resume a sua aplic
323. omo bem lembra Castilho 1998 p 12 os professores que tem trinta ou mais anos de idade aprenderam na Universidade a considerar a l ngua como fen meno homog neo iniciando se numa gram tica formal e tomando se a senten a como seu territ rio m ximo de atua o DD p 33 Castilho ainda ressalta os grandes problemas que a atual gera o de educadores precisam enfrentar reciclar se reagir contra o circulo de incompet ncia e de acriticismo que se fechou a volta do ensino brasileiro e lutar pela valoriza o da carreira 1998 p 13 DD p 34 Este pensamento est em conson ncia com os PCNs 2001 p 30 quando expressam al m de uma forma o inicial consistente preciso considerar um investimento Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 180 educativo continuo sistem tico para que o professor se desenvolva como profissional de educa o DD p 34 Mas como argumenta Foira o que de fato vem ocorrendo que mas uma vez o discurso liberal vem fazendo suas proclama es quanto a democratiza o e a moderniza o do ensino com vistas a erradicar o fracasso escolar da escola cujos ndices de repet ncia e evas o escolar v m se mantendo praticamente inalterado a varias d cadas sem no entanto investir de maneira sistem tica em uma melhor forma o dos professores 1996
324. onadas torna se explicito que a aus ncia de acesso a este tipo de conhecimento no curr culo contribui muito mais para a cria o de uma educa o para as classes oprimidas que certamente excluiria um tipo de conhecimento educacional supervalorizado socialmente DD p 18 A justificativa social para a aprendizagem de l nguas estrangeira no Brasil tem preocupado os que est o envolvidos com o ensino pois como consta nos Par metros Curriculares Nacionais BRASIL 1998 p 20 A inclus o de uma rea no curr culo deve ser determinada entre outros fatores pela fun o que desempenha na sociedade MD De acordo com os Par metros Curriculares Nacionais BRASIL 1998 P 20 considerar o desenvolvimento de habilidades orais como central no ensino de L ngua Estrangeiras no Brasil n o leva em conta o crit rio de relev ncia social para a sua aprendizagem DD p 18 e 19 Como se apresenta justificado tamb m em Moita Lopes 1996 p 130 considerar o ingl s no Brasil como um recurso para a comunica o oral parece negar qualquer relev ncia social para a sua aprendizagem DI p 19 Moita Lopes 1996 enfatiza que os nicos exames formais de l nguas estrangeiras envolvem nada mais que a habilidade de leitura e que em alguns exames de P sele o para programas de p s gradua o o conhecimento de uma l ngua estrangeira especifico DD Segundo os PCNs BRASIL 1998
325. onsciente laboriosa e por vezes dolorosa Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LL LLL 178 DD p 24 Como salienta Possenti 2001 p 27 o portugu s uma l ngua t o f cil que qualquer crian a que nasce no Brasil e em alguns outros lugares a aprende em dois ou tr s anos M p 24 necess rio que se tenha l cido o que seja gram tica qual seu objetivo e o que seu estudo deve propiciar DD p 24 Perini faz um coment rio muito importante sobre esse assunto Quando Justificamos o ensino de gram tica dizendo que para que os alunos venham ler ou falar melhor estamos prometendo uma mercadoria que n o podemos entregar Os alunos percebem isso com bastante clareza embora talvez n o o possam explicitar e esse um dos fatores do descr dito da disciplina entre eles 2000 p 50 DI p 24 Ainda a esse respeito Furtado 2001 aborda que quando o ensino prescritivo chega a ocupar a maior parte do tempo que dedicado ao estudo da l ngua DD p 24 e 25 O ensino de gram tica na escola deve ser realizado pois afinal atrav s dela que o aluno construir uma linguagem mais elaborada garantindo o acesso ao padr o mais valorizado da l ngua como enfatiza Lobato 1978 p 17 apesar de criticada como cientifica normativa atomista nacional n o expl cita entre
326. oposta de Mat ncio 2002 retoma alguns dos posicionamentos de Marcuschi 2001 quando o autor prop e a exist ncia de quatro vari veis para o processo de retextualiza o as quais foram citadas anteriormente Mat ncio 2002 p 112 diz que as vari veis revelam as muitas transforma es durante o processo de retextualizar um texto fonte Para tanto influenciam nas condi es de produ o e prop sitos comunicativos e esses constituem fatores determinantes no resultado obtido no novo texto de modo que s o justamente essas vari veis que s o respons veis pelo resultado final da retextualiza o Nesses termos portanto a retextualiza o implica mudan a de prop sito j que o produtor n o realiza a opera o de reescrita do texto operando sobre o mesmo texto mas produzindo um novo texto a partir de um ou mais textos fonte por isso o retextualizador ao construir seu novo texto pode ter em mente um outro prop sito a atingir que n o o mesmo do texto fonte Sendo assim do ponto de vista de Mat ncio 2002 p 114 a retextualiza o uma atividade que envolve um saber dizer e um saber fazer de modo que n o se restringe a uma simples opera o de reescrita de texto Al m disso promove tanto a rela o entre g nero e texto o fen meno da intertextualidade quanto a rela o entre discursos a interdiscursividade Em outras palavras a pr tica de retextualizar requer do aluno um conhecimento amplo s
327. oridade ou classe de produ o p 27 A l ngua marcar os indiv duos ou grupos que fazem uso dela atrav s do uso diferenciado MI p 19 Mas para Bright apud ALKIMIN p 29 essa defini o n o bastava ele ent o esclarece que uma das maiores tarefas da Socioling stica mostrar que a varia o ou a diversidade n o livre mas que correlata s diferen as sociais sistem ticas Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL LLL 165 DI p 19 Nesse sentido o referido autor define a diversidade ling stica como objeto de estudo da Socioling stica identificando tr s fatores socialmente definidos condicionadores dessa diversidade ling stica a identidade social do falante a identidade do destinat rio e o contexto M p 19 not rio lembrar que a Socioling stica se constitui e se desenvolveu no momento em que o formalismo da escola gerativo transformacional de Noam Chomsky tinha alcan ado grande repercuss o P 19 Lembramos que a Socioling stica se fixou como ci ncia em 1964 mas foi influenciada pelas concep es de v rios estudiosos e pesquisadores ling istas e antrop logos que consideravam linguagem cultura e sociedade como fen menos insepar veis como F Boas que se dedicou a descri o e a classifica o das l nguas ind genas americanas estudando a linguage
328. ormas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LL LLL 177 DD p 20 Como afirma Bakhtin 1995 p 112 n o pode haver interlocutor abstrato n o ter amos linguagem comum com tal interlocutor nem no sentido pr prio nem no figurado DD p 20 Como salienta Aldrigues 2001 p 85 o dialogismo um fen meno de valoriza o da linguagem em seu aspecto primordial a comunica o interativa DI p 21 Bakhtin entende que a linguagem n o autom tica mas intencional n o mero estoque de regras mas um modo de us las um trabalho DD p 21 Essa a concep o de linguagem abordada nos escritos de Bakhtin explorando o car ter social dos fatos da linguagem Na vis o bakhtiniana A verdadeira substancia da l ngua n o constitu da por um sistema abstrato de formas ling sticas nem pela enuncia o monol gica isolada nem pelo ato psicofisiologico de sua produ o mas pelo fen meno social da intera o verbal realizada atrav s da enuncia o ou das enuncia es A intera o verbal constitui assim a realidade fundamental da l ngua BAKHTIN 19995 p 46 DI p 21 Ao compreender que a linguagem ultrapassa o dom nio da iman ncia e caracteriza se pela reciprocidade pela dialogicidade Bakhtin afirma o discurso como lugar privilegiado das determina es sociais MD Para Bakhtin o discurso reflete as impercept veis altera es
329. os assim o aluno concluinte que n o for aprovado na sele o interna tem a possibilidade de fazer o processo seletivo regular e concorrer com outros candidatos 1 2 Do objeto de pesquisa Em 2008 a monografia passou a ser solicitada no Curso de Letras como Trabalho de Conclus o de Curso TCC e como forma de colaborar para a sistematiza o da inicia o cient fica Sendo portanto as monografias referentes a este ano que comp em o nosso corpus De acordo com o PPP 2006 a monografia desse curso versa como um trabalho de car ter individual sob a orienta o de um professor com titula o m nima de especialista devendo ser submetida exposi o e ao julgamento de uma banca devidamente composta de 02 dois examinadores Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LLL 23 e um presidente no caso o orientador A tem tica da monografia deve estar de acordo com as reas tem ticas dos Estudos Ling sticos e Liter rios O processo de avalia o da monografia segue alguns procedimentos como devem ser entregues tr s c pias da monografia ao professor da disciplina Semin rio de Monografia II este por sua vez deve repass las no prazo m ximo de tr s dias Banca Examinadora esta tem o prazo de 15 quinze dias para apresentar as sugest es de reformula o e tamb m estabelecer o novo prazo para apresenta o do trab
330. os do mesmo dom nio ocorre segundo o m todo de abordagem do tema da t cnica ou do grau de profundidade na abordagem adotada mas dificilmente ocorre em rela o estrutura que na maioria das vezes constitui a mesma em diferentes g neros sendo portanto introdu o desenvolvimento e conclus o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 26 A respeito disso salientamos que nos manuais de metodologia cient fica comum se reconhecer a presente estrutura podendo variar somente a denomina o de acordo com autor adotado Vejamos ent o como se define cada uma das estruturas em conson ncia com a postura de Geraldo Filho 1995 p 92 93 1 INTRODU O uma apresenta o do trabalho que consta de uma caracteriza o de forma clara do tema abordado escrita pelo pr prio autor da monografia Nela pode aparecer uma revis o bibliogr fica cujo objetivo situar o leitor quanto ao estado de desenvolvimento do estudo do problema 2 DESENVOLVIMENTO a parte que compreende os cap tulos isto a fundamenta o e a exposi o do assunto onde se analisa e se discute o problema principal e o secund rio decorrentes da sua coloca o 3 CONCLUS O a parte final do trabalho que cont m a s ntese da discuss o a avalia o do trabalho e as propostas de novos problemas novas quest es que po
331. outros ep tetos temos de admitir que devemos a tradi o gram tica que remonta a antiguidade grego romana boa parte da nossa informa o gramatical Para que esse ensino venha realizar se se faz necess rio que os objetivos escolares estejam voltados para a funcionalidade da l ngua que esta esteja em intera o DD p 25 Neves 2003 p 22 aponta um posicionamento referente ao ensino de gram tica na sala de aula a natureza da gram tica que se defende para uso escolar pois a de uma gram tica n o desvinculada dos processos de constitui o do enunciado ou seja dirigida pela observa o da produ o ling stica efetivamente operada DI p 25 Neves 2003 condena a forma tradicional de como a gram tica apresentada ao aluno impossibilitando uma reflex o e um pensar sobre a l ngua MD p 25 Segundo ela Pouco a pouco uma sistematiza o mec nica e alheia ao pr prio funcionamento ling stico oferecida com o universo a que se resume a gram tica da l ngua de tal modo que a gram tica vai passando a ser vista como um corpo estranho divorciado do uso da linguagem e as aulas de l ngua materna s passam a fazer sentido se a gram tica for eliminada NEVES 2003 p 18 DD p 26 Para Travaglia o trabalho com a gram tica deve ser abordado considerando sua pluralidade vez que A gram tica n o um fato ou fen meno singular mas um fato ou fen meno plural Assi
332. padr o a ser imitado DI p 19 Em outro trabalho Bagno 1999 d nfase ao mito que ele denomina A l ngua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente DI p 20 Considerando essa discuss o muito importante haja vista que assim como destaca Mussalim 2001 certas formas ling sticas podem estigmatizar e excluir socialmente seus falantes enquanto outras podem valorizar seus usu rios DD Marx e Engels 19911846 72 apud MUSSALIM 2001 p 69 disseram O dom nio de uma classe dominante n o se d apenas no plano material no dom nio dos meios de produ o do poder pol tico mas sobretudo no plano das id ias DD p 20 Veja o que diz Cegal na sua Nov ssima Gram tica de L ngua Portuguesa 1990 XVII apud BAGNO 2000 p 27 A gram tica segundo a conceituamos n o nem deve ser um fim sen o um meio posto a nosso alcance para disciplinar a linguagem e atingir a forma ideal Maldizer da gram tica seria tal desarrazoado quanto malsinar os comp ndios de boas maneiras s porque preceituam as normas de polidez que todo civilizado pode acatar DD p 21 A gram tica de Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante 1997 p 16 apud BAGNO 2000 p 27 tamb m segue a mesma linha As l nguas que t m forma escrita como o caso do portugu s necessitam da gram tica Normativa para que se garanta a exist ncia de um padr o ling stico uniforme no qual se registre a produ
333. passa assegurar uma hegemonia ideol gica indispens vel a reprodu o das rela es de produ o capitalista ALTHUSSER 1985 P 77 DI p 22 Por outro lado pertinente ressaltar que as condi es de reprodu o social e capitalista para Althusser baseiam se em pressupostos de que as ideologias t m exist ncia nas pr ticas sociais dos indiv duos pois um conjuntos de pr ticas materiais que reproduzem as rela es de produ o Esta materialidade resultante das condi es hist ricas que Althusser denominou de superestrutura base material econ mica haja vista que o funcionamento da base econ mica que faz funcionar as outras instancias da sociedade DI p 22 nesse contexto que Maingueneau 1993 apresenta seu projeto na AD e os m ltiplos fen menos nos quais a disciplina se instaura DI p 22 importante lembrar tamb m que Althusser 1985 defende a tese de que toda formula o ideol gica voltada para o sujeito DI p 23 Observando as concep es de sujeito apontadas por Orlandi 1991 e Chau 2001 a principal id ia de sujeito a centrada na intera o isto numa vers o conversacional na troca entre o eu e o tu A segunda id ia est centrada na rela o conflituosa governada por uma tens o em que o tu determina o que o eu deve dizer M Esta concep o segundo Orlandi fora fortemente alimentada nos primeiros momen
334. pecializa o Qual a fun o da cita o usada pelo aluno produtor da monografia para opinar para comentar Ou apenas um recurso de autoridade 3 Como o aluno graduado cita o autor do texto base em trabalhos de curso de especializa o Ele utiliza se da mesma maneira as formas de cita o usadas na monografia de gradua o Tomando por base a fundamenta o te rica e a an lise do corpus responderemos s quest es formuladas como orienta o de pesquisa tecendo algumas considera es sobre os resultados obtidos no processo de an lise dos dados Inicialmente constatamos que entre as formas de discurso citado discurso direto indireto e modaliza es o aluno produtor de gradua o utilizou com mais frequ ncia foi o discurso direto atingindo o percentual de 35 das ocorr ncias Compreendemos pois que essa prioriza o pelo discurso direto d se sobretudo pela simplicidade que tem o graduado de utiliz lo demonstrando que n o necessita de uma par frase como no discurso indireto mas em princ pio somente de articula o entre o discurso citante com o discurso citado pois o discurso direto traz literalmente as palavras do autor fonte para o texto contudo n o impede que esse aluno produtor fa a constru es sem sentido Vale ressaltar que o uso do DD deu se de forma semelhante entre especialistas e graduando indicando que ambos vivenciam a mesma dificuldade Com rela o ao uso do discurso indir
335. podem ser mais adequadas a determinadas situa es TRAVAGLIA 2001 p 41 DI p 34 No entanto como afirma Mussalim 2001 a l ngua ainda ensinada na Escola dentro de uma perspectiva de modelo defici ncia DI p 34 Mussalim 2001 destaca que no Brasil a Escola usa o argumento de que igual e aberta a todas as classes sociais para atribuir o fracasso de boa parte dos alunos de ordem estritamente individual no entanto os dados da realidade emp rica mostram o contr rio DI p 36 A discuss o que hoje feita em torno do livro did tico muito pertinente se considerarmos assim como Marcuschi 2000 que apesar de toda tecnologia e comunica o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 22222222222 L LL LLL 227 eletr nica advinda com este s culo o livro did tico se apresenta como principal sen o em muitos casos como nico instrumento did tico dispon vel para o professor e os alunos DI p 36 De acordo com Rangel 2002 s apenas em 1993 o livro did tico foi objeto das primeiras avalia es superando uma longa tradi o de descompromisso com a sua qualidade DI p 36 Considerando a coloca o de Savioli 1997 podemos constatar que a fun ao atribu da ao LD totalmente equivocado e deturpada DD p 37 Nesse sentido Savioli 1997 p 119 faz uma coloca o pe
336. prender em torno de temas de interesses e interagir de forma cooperativa com os colegas MI p 25 26 A maioria dos professores faz uso incorreto da avalia o pois realizam na de maneira classificat ria e em alguns casos como forma de reprimir os alunos Conforme os PCNs a avalia o deve ser feita sempre de forma contextualizada continua e considerando sua relev ncia na constru o do aluno como ser discursivo em l ngua estrangeira MD p 26 De acordo com os PCNs BRASIL 1998 p 27 Ao ensinar uma L ngua Estrangeira essencial uma compreens o te rica do que a linguagem tanto do ponto de vista de conhecimentos necess rios para usa los quanto em rela o ao uso que fazem desses conhecimentos para construir significados no mundo social MI p 27 Conforme Moita Lopes 1996 o conhecimento um processo para o qual colaboram aqueles envolvidos na pr tica da sala de aula ou seja compartilha se a id ia de que o conhecimento uma constru o social DI p 29 Ferreira 2001 define esse processo de pesquisa a o como uma proposta envolvendo mais o profissional e a capacidade consciente do que est fazendo A pesquisa a o mostra que o aluno um individuo reflexivo que age de maneira atuante participativa e cooperativa DI p 29 Moita Lopes 1996 v a pesquisa a o como um tipo de investiga o realizada por pessoas em a o em uma determinada pr tica soc
337. prevalecendo a voz do autor fonte PALAVRAS CHAVE Retextualiza o g nero monogr fico discurso citado PEREIRA C C Forms and functions of the other s discourse in monographic genre Natal RN 2007 223 p Master Course Dissertation Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN ABSTRACT The present work investigates related discourse in rewriting discursive practices at monographic works specifically at the theoretical foundation section Focalizing some discursive strategies of voice management direct and indirect discourse and modalization voice we detach the introduction way and function of cited discourse To do so it were analyzed eighteen monographic works nine of them final graduation works and other nine specialization works seeing that each works belonging to the same student in two different stages in the period from 2003 in graduation conclusion to 2005 in the end of specialization course The data reveal that the monographic writer student emphasizes the use of direct discourse in graduation works while in specialization works there was an emphasis at indirect speech The analysis the way they introduce cited discourse pointed out that writer student in graduation course such as specialization student make meaningless constructions when they do not use discendi verbs they demonstrate difficulties inarticulate citing discourse with cited discourse In what is related to functions of cited discourse we verif
338. que organizam o discurso te rico e tamb m caracterizam o g nero monogr fico uma vez que se constitui basicamente do discurso te rico Quanto defini o de g nero proposta por Bronckart 1999 p 137 vemos que texto e g neros atuam como termos semelhantes ou seja s o produtos de atividades de linguagem em funcionamento que apresentam caracter sticas relativamente est veis 1 2 3 Perspectiva de Maingueneau 2001 Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 42 Sob a tica de Maingueneau 2001 os g neros do discurso apresentam se segundo categorias de discurso pois para ele o indiv duo disponibiliza uma variedade de termos para categorizar o texto Assim o texto constru do de acordo com categorias comunicacionais em que se enquadram de forma que cada categoria corresponde a uma das necessidades di rias que todo ser humano tem de se comunicar uma vez que para Maingueneau 2001 p 61 os g neros do discurso s o manifestados pelo discurso e em vista disso prop e a seguinte defini o S o dispositivos de comunica o que s podem aparecer quando certas condi es s cio hist ricas est o presentes Os g neros do relat rio por exemplo sup e a exist ncia de empresas e de estudantes que buscam experi ncia profissional e acima de tudo e de todo um sistema de ensino aberto ao mundo do
339. r gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 2222222222 L L LLL LLL 189 DD p 44 Bagno faz um coment rio acerca da ess ncia do professor nesta mudan a Da parte do professor em geral e do professor de l ngua em particular essa mudan a de atitude deve refletir se na n o aceita o de dogmas na ado o de uma nova postura cr tica em rela o a seu pr prio objeto de trabalho a norma culta 2002 p 115 DD p 44 Sob essa perspectiva Bagno ressalta indispens vel que o professor procure tanto quanto poss vel estar sempre a par dos avan os das ci ncias da linguagem e da educa o lendo literatura cientifica atualizada assinando revistas especializadas filiando se a associa es profissionais frequentando curso em universidades aderindo a projetos de pesquisa participando de congressos levantando suas d vidas e inquieta es em debates e mesas redondas 2002 p 16 DI p 44 Como lembra Bagno 2003 a mudan a ling stica inevit vel como pr pria mudan a de tudo o que existe no universo MD p 44 e 45 De acordo com as palavras desse ling ista para desatar esses muitos n s necess rio que os resultados das investiga es ling sticas ultrapassem a esfera acad mica e se tornem instrumentos sociais efetivos para a mudan a das concep es de l ngua que vigoram
340. r ticas atuais ou prov veis M p 19 preciso que se entenda que o professor dever ser tratado como sujeito e reconhecer que este n o est buscando respostas f ceis ou receitas prontas mas est desejando ser desafiado intelectualmente e reconhecido pelo que sabe fazer Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 143 MD p 20 Conforme Pimenta 2002 p 39 Realizar um trabalho de an lise cr tica da informa o relacionada a constitui o da sociedade e seus valores trabalho para professor e n o para monitor Ou seja para um profissional preparado cientifica t cnica tecnol gica pedag gica cultural e humanamente Um profissional que reflete sobre seu fazer pesquisando o nos contextos nos quais ocorrem MD p 20 Desta forma resslata se ainda a import ncia da constru o do conhecimento atrav s da intera o professor aluno Segundo Smolka 1991 p 16 importante analisar a constru o do conhecimento na diversidade dos valores no conflito dos pontos de vista na disputa dos lugares que se ocupa socialmente no movimento de negocia es pol ticas e das transforma es pol ticas e das transforma es s cio hist ricas DI p 20 Pode se confirmar nos pr prios PCNs 1998 que a heterogeneidade pode ser trabalhada a favor do professor basta que o trabalho seja desenvolvido de forma coope
341. r Revuz 2004 mostra a vertente da psican lise postulada por Freud que se ap ia na heterogeneidade constitutiva em que apresenta uma abordagem n o ling stica da palavra postulando que sob nossas palavras outras palavras s o atravessadas Nessa linearidade faz se ressoar uma polifonia como parte inerente do discurso Desse modo configura se como id ia central da heterogeneidade constitutiva a de que todo discurso apresenta se constitutivamente Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 67 atravessado por outros discursos pelo discurso do outro entendida como manifesta o de diversos tipos de negocia o do sujeito falante AUTHIER REVUZ 2004 p 11 A autora evidencia a no o de heterogeneidade constitutiva postulando que n o h sujeito sem essa dimens o Ela n o se manifesta por meio de marcas expl citas por m orientada pela rela o dial gica de que todo o discurso ligado aos processos reais de constitui o do discurso bem como concebido enquanto princ pio de ancoragem da outra forma de heterogeneidade a mostrada marcada e n o marcada Neste tipo consideram se nas formas as marcas expl citas manifestadas atrav s do discurso reportado em que os processos de representa o do discurso tamb m s o constitutivos A heterogeneidade mostrada aparece na linearidade do fio
342. r de Labov MD Para Labov 1972 apud MONTEIRO 2000 p 26 o termo socioling stica soava redundante uma vez que n o se pode conceber uma ling stica que n o seja social Durante muitos anos relutei em aceitar o termo socioling stico porque ela d a entender que pode existir uma bem sucedida teoria ou pr tica ling stica que n o seja social Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L L LL LLL 229 M p 14 uma constata o evidente bvia de que a l ngua condicionada pelo social a come ar por aspectos de natureza do ambiente f sico que s o refletidos no sistema lingii stico DD Aqui tomamos emprestado um exemplo de Monteiro 2000 p 18 para exemplificar o que dissemos Enquanto o portugu s tem apenas uma palavra para neve o esquim tem varias As razoes para esse fato s o obvias essencial para o esquim saber discernir eficientemente entre os diferentes tipos de neve claro que o portugu s disp e de recursos para se fazerem as mesmas distin es neve fina neve seca neve macia mas para o esquim esse tipo de distin o lexicalizada DD p 15 Considerando o que a Socioling stica tem muitas reas de interesse contatos entre as l nguas est o relativas ao surgimento da extin o ling stica multilinguistica varia o e mudan a Mollica 2003 p 09 d uma defini o
343. r os aspectos usuais da l ngua DD Vejamos Metodologicamente podemos partir do conhecimento comum no uso da l ngua e agrupar os fen menos com um outro r tulo Em seguida podemos dissecar esses fen menos e passar a ver as caracter sticas ou os tra os comuns que os tornam iguais ou distintos notaremos sem duvida que os textos agrupados sob uma designa o ter o certos tra os comuns e marcantes e at formulaicos sob o ponto de vista de rotinas ling sticas desenvolvidas Este car ter formulaico d a primeira porta de entrada para uma rela o de materiais ling sticos para a an lise Ibid p 12 DD p 39 Como destaca Dion sio 2002 p 40 Qualquer contexto social ou cultural que envolva leitura e ou escrita um evento de letramento o que implica a exist ncia de in meros g neros textuais culturalmente determinados de acordo com diferentes institui es comunicativas reais Sendo culturalmente determinados os g neros textuais aprendidos e usados igualmente por todos aqueles que s o rotinizados por grupos sociais influentes n o chegam a popula o em geral M p 40 Mesmo assim poss vel estudar de maneira sistem tica os g neros textuais considerando seus aspectos funcionais MI p 40 De acordo com Marcuschi 2000 o conhecimento a respeito da organiza o textual contribui para que seja um texto como uma unidade ling stica e n o como enunciados soltos
344. ra Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L L LL LL LLL 161 DI p 20 Obras infantis constituem contemporaneamente como destacam Lajolo amp Zilberman 1985 um mercado muito prospero e a circula o do livro na institui o escolar beneficiou muito esse campo DI p 21 Villardi 1997 destaca que o desenvolvimento do gosto pela leitura se reflete em todas as reas de conhecimento mas necess rio que o discente passe a ver o texto como uma linguagem carregada de sentido DI p 21 Discutindo sobre a import ncia do ensino de literatura e suas peculiaridades Coelho 1981 enfatiza que a fun o principal de tal ensino fazer com que os alunos brincando sem tens es ou traumas consigam estabelecer rela es produtivas entre o universo liter rio e seu mundo interior para formar assim uma consci ncia que aumente suas rela es com a realidade e poder se localizar com seguran a nela MI p 21 O texto liter rio deve ser prioridade na escola pela especificidade de sua linguagem De acordo com Villardi ibid por ser fic o a literatura aumenta no leitor a curiosidade e o interesse pela descoberta DD p 21 Zilberman 1994 p 26 focaliza a import ncia do livro liter rio na escola e seu papel na forma o do educando A justificativa que legitimam o uso do livro na escola nasce de um lado da r
345. ra S o Paulo Martins Fontes 2000 Problemas da po tica de Dostoievski Tradu o por Paulo Bezerra Rio de janeiro Forense Universit ria 1981 Marxismo e filosofia da linguagem Tradu o por Michel Laud Yara F Vieira 11 ed S o Paulo Hucitec 2004 BAZERMAN Charles G nero ag ncia e escrita Tradu o por Angela Paiva Dion sio Judith Chambliss Hoffnagel org S o Paulo Cortez 2006 G neros textuais tipifica o e intera o Tradu o por Angela Paiva Dion sio Judith Chambliss Hoffnagel org S o Paulo Cortez 2005 BARROS Diana Luz Pessoa de FIORIN Jos Lu s orgs Dialogismo Polifonia Intertextualidade em torno de Bakhtin 2 ed S o Paulo Edusp 2003 BEAUGRANDE Robert de DRESSLER Wolfgang Introducci n a la linguistica del texto Tradu o por Sebasti n Bonila Barcelona Ariel 1997 1981 Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 222222222 L LL LLL 124 BENITES Sonia A L Contando e fazendo hist ria a cita o no discurso jornal stico S o Paulo Arte amp Ci ncia 2002 BOCH F amp GROSSMANN F Referir se ao discurso do outro alguns elementos de compara ao entre especialistas e principiantes Tradu o Maria de Lourdes Meirelles Mat ncio Revista Scripta v 6 n 11 Belo Horizonte PUC Minas 2002 p 97 108 BRONCKART Jean Paul Atividade de linguagem textos e
346. radiscurvidade atua conforme a no o de intradiscurso sendo este atravessado pelo interdiscurso cf POSSENTI 2003 ou seja opera como o fio do discurso que marca a rela o entre o sujeito com as suas enuncia es passadas e futuras Dessa forma n o se estabelece na intradiscursividade formas de manifesta o do discurso outro pois o discurso outro j aparece na interdiscursividade Sendo portanto nessa apari o que se deixam transparecer elementos do j dito referente interdiscursividade e aos elementos do que se tem a dizer referente intradiscursividade E por ltimo apresentamos mais uma das quest es estudadas por Bakhtin 2004 que o discurso reportado caracterizado como uma opera o de retextualiza o em que o produtor escritor se utiliza do recurso ao discurso do outro quando busca construir um texto em que se enuncia uma multiplicidade de vozes no interior do discurso Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L LLL 61 Para Bakhtin 2004 p 144 o discurso citado o discurso no discurso a enuncia o na enuncia o mas ao mesmo tempo um discurso sobre o discurso uma enuncia o sobre uma enuncia o Assim deixa evidente que o discurso reportado e ou discurso citado revela se no interior do pr prio discurso numa rela o intr nseca de intercala o do discurso
347. raduados em 2003 um pouco diferente da grade vigente especialmente porque n o exige o cumprimento das 200 horas de atividades acad mico cient ficas e culturais 1 1 2 O Curso de Especializa o em Ling stica Aplicada e o Curso de Especializa o em L ngua Inglesa O Curso de Especializa o em Ling stica Aplicada foi implantado em 1998 em raz o da busca constante da melhoria da qualidade do fazer pedag gico dos egressos e dos profissionais de educa o da regi o do Alto Oeste Atualmente o Curso desenvolve tr s linhas de pesquisa 1 Ensino leitura e produ o de textos 2 Descri o e ensino aprendizagem de l nguas 3 Cr tica liter ria e ensino de leitura O referido curso j formou seis turmas sendo a quinta referente ao ano de 2004 a qual nos propusemos a investigar as monografias por se tratar dos mesmos concluintes do curso de Letras do ano de 2008 J o Curso de Especializa o em L ngua Inglesa foi implantado em 2004 tendo formado duas turmas Esse curso oferece duas linhas de pesquisas Ensino e aprendizagem de l nguas e Literatura e ensino Para a realiza o dessa pesquisa escolhemos a primeira turma relativa ao ano de 2004 uma vez que se refere tamb m a mesma turma concluinte de 2008 O per odo de dura o dos cursos de especializa o em Ling stica Aplicada e em L ngua Inglesa de 01 um ano para cada curso perfazendo um total de 450 horas aulas incluindo monografia send
348. rajar reconhecer e mesmo de dar valor a sua pr pria confus o pois imposs vel aprender sem ficar confuso DI Ainda Sch n 1995 cita o practium que um modo virtual o que representa o mundo da pr tica ou seja qualquer cen rio que representa o mundo real que nos permite fazer experi ncias cometer erros tomar consci ncia dos nossos erros e tentar de novo de outra maneira M p 26 importante que professores e gestores trabalhem em conjunto procurando produzir um tipo de experi ncia educacional e a pr pria escola pode torna se um practicum reflexivo para professores DI p 26 Logo Sch n 1995 valoriza a pr tica profissional atrav s da reflex o an lise e problematiza o como possibilidade da constru o de conhecimento MI p 26 Conforme Rocha 1999 apud PIMENTA 2002 p 22 23 a reflex o apresentada por Sch n 1995 aplica se a profissionais individuais ou seja n o conseguem alterar as situa es alem das salas de aula S a reflex o n o basta necess rio que o professor seja capaz de tomar posi es concretas para reduzir tais problemas MD p 26 Segundo Zeichner amp Liston 1996 apud MONTEIRO 2002 p 118 A reflex o n o consiste em uma serie de passos ou procedimentos para serem usados por professores Mais do que isso ela uma forma integrada de perceber e responder os problemas uma forma de ser professor A o reflexiva envolve tamb m intui o e
349. rativa io DI p 21 Moita Lopes 1996 afirma que o processo de pesquisa faz com que o professor construa uma compreens o mais perspicaz sobre sua sala de aula e acumule evidencia para teoriza o MI p 22 Conforme Moita Lopes 1996 a L ngua Estrangeira n o atende as necessidade dos alunos pois ela vista como s mbolo de status social DI p 22 Os PCNs 1998 consideram pelo menos tr s fatores que influenciam a escolha de uma l ngua estrangeira levando em considera o que nem sempre h a possibilidade de se incluir mais do que uma l ngua no curr culo S o eles fatores hist ricos fatores relativos as comunidades locais e fatores relativos a tradi o M p 23 importante ressaltar que apesar do dom nio da l ngua inglesa a l ngua espanhola vem demonstrando um importante crescimento principalmente em fun o das trocas econ micas entre os paises que integram o Mercosul mercado Comum do Sul MI p 24 Dentre as quatro habilidades ling sticas ler ouvir escrever falar uma delas vem se destacando por ser mais praticada a leitura Conforme Moita Lopes 1996 p 131 a leitura a nica habilidade que atende as necessidade educacionais do aprendiz pois oferece condi es de usa la em seu pr prio meio E assim a nica habilidade que o aprendiz pode continuar a usar automaticamente ao termino de seu curso de l ngua estrangeira M p 24
350. rculo de incompet ncia e de acriticismo que se fechou a volta do ensino brasileiro e lutar pela valoriza o da carreira 1998 p 13 DD p 40 Este pensamento est em conson ncia com os PCNs quando expressam al m de uma forma o inicial consistente preciso considerar um investimento educativo continuo sistem tico para que o professor se desenvolva como profissional de educa o 2001 p 30 DD p 40 Mas como argumenta Foina O que de fato vem ocorrendo que mais uma vez o discurso liberal vem fazendo suas proclama es quando a democratiza o e a moderniza o do ensino com vistas a erradicar o fracasso escolar da escola cujos ndices de repet ncia e evas o escolar v m se mantendo praticamente inalterados a v rias d cadas sem no entanto investir de maneira sistem tica em uma melhor forma o dos professores 1996 p 108 Cr gna CibdlePedra Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L LLL LLL 188 DD p 41 De acordo com os PCNs o desempenho dos alunos remete nos diretamente a necessidade de considerarem aspectos relativos a forma o do professor BRASIL 2001 p 29 DD p 41 Essa id ia refor ada por Aparicio na tentativa de compatibiliza o entre a pr tica e as novas orienta es te rico metodol gicas os professores promovem confus es e equ vocos em s
351. re a l ngua oral pois o fluxo de pensamento muito grande e instant neo n o tendo muitas vezes tempo para estruturar a ora o DI A l ngua escrita segundo Bechara 1999 mais formalmente elaborada dispondo de meios para evitar certas discord ncias DI p 18 Neste caso Bechara 1999 ressalta que a l ngua moderna imp e apenas a condi o est tica soando desagrad vel ouvirmos constru es do tipo A gente vamos MD p 18 Segundo Pasquale e Ulisses 2003 a concord ncia deve ser feita no plural obedecendo ao seguinte esquema a primeira pessoa prevalece sobre a segunda pessoa que por sua vez prevalece sobre a terceira DI p 18 e 19 Ainda com base esses autores existe dentro deste mesmo espectro uma particularidade quando o sujeito composto formado por um elemento de segunda e um de terceira pessoa poss vel empregar o verbo na terceira pessoa do plural pois se encontram casos como estes em muitos dos bons escritores Pasquale e Ulisses 2003 DI p 19 Savioli 1989 p 478 adota de forma mais esquematizada a mesma posi o sobre esta norma quando diz o verbo vai para o plural na pessoa gram tica de numero mais baixo DI p 19 Nessa gram tica encontramos com rela o a esta mesma regra uma exce o pois menciona assim como a gram tica de Pasquale e Ulisses 2003 uma observa o referente a constitui o do sujeito com os pronomes de 2 e 3 pessoa
352. rente culto assim oral como escrito parece inclinar para a concord ncia na 3 pessoa do plural 1999 p 389 DD p 20 Em rela o a este caso Bechara 1999 manifesta a mesma postura expressa pelos outros gram ticos e a esse respeito faz a seguinte observa o Ou porque avulta como id ia principal o ultimo sujeito ou porque na l ngua contempor nea vai desaparecendo o tratamento v s nestes casos a norma consagrou o verbo na 3 pessoa do plural 1999 p 556 DI p 20 Este tipo de concord ncia como os pr prios Pasquale e Ulisses 2003 salientam absolutamente particular rica em detalhes DI p 21 Dentre estas varias constru es destacam se na Gram tica da L ngua Portuguesa de Pasquale e Ulisses 2003 as constitu das com base nos seguintes casos DI p 21 Estes mesmos casos s o ressaltados por Savioli 1989 sendo modificados apenas os exemplos que os ilustram DI p 21 Barros 1991 exp e situa es bastantes fragmentas ele faz referencia apenas ao modo como deve ser feita a concord ncia do verbo ser nas express es que indicam tempo o verbo ser nas express es indicativas de datas ou horas se torna impessoal mas concorda com o voc bulo horas ou dias ou com o numeral que acaso o representa 1991 p 256 DI p 22 Cunha e Cintra 2001 argumentam que tal concord ncia explica se pela tend ncia que tem nosso esp rito a preferir destacar como sujeit
353. rma o de profissionais seguindo os moldes de um curr culo normativo n o apropriada ME2 p 24 17 Bonini 2003 acredita na necessidade de se ter um invent rio de quais s o possivelmente os g neros do jornal apresentando assim duas justificativas ME4 p 46 No fragmento 14 o discurso indireto inserido por meio do verbo destacar cuja fun o nesse caso de mostrar a postura de Koch 1999 em rela o ao ensino de l ngua materna pois como se pode ver o aluno produtor elenca v rias personalidades da rea de ensino de L ngua Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L L LLL 104 Portuguesa para depois apresentar a postura adotada por cada um deles Sendo que para dar sustentabilidade postura o aluno produtor de gradua o insere outro discurso indireto seguido do verbo afirmar cuja inten o n o se resume a apenas demarcar a postura de Koch 1999 mas afirmar seu posicionamento sobre a linguagem No fragmento 15 o verbo enfatizar revela a for a do dizer do autor fonte em detrimento do dizer do aluno produtor de gradua o quando diz que o exame de l ngua estrangeira tem como finalidade princ pio o dom nio da leitura ou seja o discurso indireto atua como um suporte para a postura desse aluno produtor e para isso esse introduz o DI seguido do verbo enfatizar que d mais
354. rminadas modaliza es do que outras ou seja do grau de avalia o expressado pelo autor sobre o conte do Para Koch 2004 p 135 que denomina de estrat gias modalizadoras ou metapragm ticas as modaliza es t m como fun o indicar o grau de certeza de ades o preservar a face do locutor autor produtor para isso insere no texto atenua es ressalvas como forma de estabelecer o comprometimento o engajamento do autor produtor com o que est sendo dito ou seja com seu discurso As modaliza es s o ainda classificadas como marcadores metadiscursivos que servem para introduzir coment rios sobre a forma ou modo de formula o do enunciado como tamb m sobre a pr pria enuncia o Al m disso Koch 2004 p 139 destaca os modalizadores dos comentadores que se referem forma como o enunciador se representa perante o outro no ato enunciativo cuja inten o tecer coment rios perante o interlocutor demonstrando o grau de compreens o do que est sendo enunciado Ainda sobre modaliza o Authier Revuz 1993 indica a exist ncia de um outro tipo modaliza o denominado de modaliza o em discurso segundo Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 79 no qual o enunciador aponta de forma menos vis vel que n o dono do discurso podendo tamb m o enunciador modalizar sua pr pria fala indicando a com
355. rodutor possui para poder utilizar dar lugar explicitamente ao discurso de outro em seu pr prio discurso Da mesma forma que a autora Maingueneau 2001 coloca o discurso direto como a reprodu o exata das palavras do enunciador citado Al m disso Maingueneau 2001 p 142 destaca que o uso do discurso direto ocorre em detrimento da escolha do g nero de discurso em quest o ou s estrat gias de cada texto O autor produtor pode procurar tamb m atrav s do uso do discurso direto apresentar fidelidade s palavras citadas mostrando que s o realmente as proferidas pelo autor do texto base ou pode procurar distanciar se seja por n o ader ncia ao dizer do autor do texto fonte e ainda pode simplesmente querer mostrar objetividade e seriedade em seu texto Ainda sobre discurso direto dizemos que essa forma de discurso do outro vem sempre marcada no texto seja atrav s de dois pontos travess es aspas it lico seja destacada no texto atrav s do uso do recuo esquerda e com letra menor cf NBR 10520 2002 Al m disso a cita o em discurso Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 74 direto pode diferenciar se tamb m pela forma como colocada no texto ou seja a forma como enunciada pelo uso do verbo podendo vir de diferentes maneiras Conforme destaca Maingueneau 2001 h tr s formas de coloca
356. rspectiva vista pelo ngulo da Pragm tica uma vez que enfoca tamb m os atos de fala que s o a es que acontecem tendo em vista a atitude do falante Por isso para Bazerman 2005 p 31 o conceito de g nero n o deve ser entendido apenas como um conjunto de tra os textuais que ignora o papel do indiv duo no uso mas como produto das a es humanas Al m disso Bazerman 2005 aponta alguns direcionamentos metodol gicos para reconhecimento de determinado g nero Segundo ele o reconhecimento de um g nero est intimamente ligado s atividades realizadas pelo g nero e ao conhecimento de mundo do indiv duo ou seja s o as caracter sticas peculiares e pr prias de cada g nero por exemplo como o formato da letra referente a uma manchete de jornal o papel do jornal as imagens e figuras s o sempre grandes e demonstrativas de forma que possibilita a todos reconhecerem um g nero Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LLL 48 Sendo assim a proposta de Bazerman 2005 vem revelar que os g neros s o resultados das a es dos indiv duos envolvidos nas situa es di rias Al m disso prop e que os g neros n o podem ser concebidos segundo formatos textuais fixos mas que representam o indiv duo e a realidade que os rodeiam sendo portanto esse indiv duo que tem a capacidade de reconhecer ou n o um g nero De
357. rticular possui seu conjunto de signos que lhes s o pr prios e que n o podem ser transferidos para outro campo ideol gico DI p 15 Orlandi 1999 ao destacar a import ncia da no o da forma o discursiva para a compreens o do processo de produ o de sentidos diz que as forma es discursivas representam no discurso as forma es ideol gicas DI nesse sentido que Bakhtin concebe o signo ling stico como arena da luta de classes DD Vejamos a coloca o de Barros e Fiorim 1994 p 08 Nesse caso deve se reconhecer que os tra os impressos na l ngua a partir do uso discursivo criam em seu interior choques e contradi es que fazem Bakhtin afirmar que em todo signo se confrontam ndices de valor contradit rio e que em suma o signo se torna a arena onde se desenvolve a luta de classes caracterizada dessa forma a l ngua n o neutra e sim complexa pois tem o poder de instalar uma dial tica interna em que se atraem e ao mesmo tempo se rejeitam elementos julgados inconcili veis DI p 15 e 16 Souza tamb m destaca os tr s aspectos constitutivos da palavra MI segundo Bakhtin 1997 que s o a palavra neutra enquanto pertencente ao sistema langue a palavra do outro quando o signo pertence a outros discursos e a minha quando a uso na minha pr tica discursiva portanto a palavra carrega ao ser enunciada as marcas da hist ria do seu falante e ao eco dos outros discursos o que nos
358. rtinente O livro did tico nessa posi o passa de instrumento a ator substituindo o professo as aulas passam a funcionar como uma mera reprodu o mec nica de um manual de instru es normalmente mal executada por um monitor que n o tem o menor envolvimento com o desempenho dos alunos MI p 37 Como deixa claro Savioli na cita o anterior o professor que utiliza o manual did tico nessa perspectiva n o revestido com as compet ncias necess rias para o exerc cio da atividade em que atua DI Falando especificamente do professor de L ngua Portuguesa Bagno 2002 afirma que o material did tico deve ser usado de uma forma cr tica e o professor deve ter a vis o de que a l ngua e a linguagem s o muito mais abrangentes do que como diz o autor reportando se a varia o ling stica uma velha distribui o de r tulos de certo e de errado para a produ o ling stica dos cidad os DD p 38 A esse respeito concordamos com Bagno 2002 p 70 Para empreender esse tipo de trabalho evidentemente necess rio que o professor tenha recebido e continue a receber uma forma o cientifica consistente que se apodere dos resultados da pesquisa ling stica que tome consci ncia das etapas de evolu o e progresso do campo cientifico ao qual pertence que o das ci ncias da linguagem e da educa o Um professor de l ngua portuguesa que n o for em tempo integral um pesquisador um curioso um ling ista um
359. s uma maneira de se compreender a pr pria vida em seu processo N o algo imposs vel de realizar se dif cil porque a sociedade em que nos encontramos de modo geral n o propicia espa os para exist ncia da reflex o e educa o em particular n o raro reduz se a transmiss o de conte dos mais do que a reflex o sobre eles e as suas causas geradoras MI p 16 Conforme Sch n 1983 apud GOMEZ 1995 p 104 para que a compreens o sobre a atividade de um profissional pr tico seja mais f cil temos tr s conceitos o conhecimento na a o que o componente inteligente que orienta toda a atividade humana e se manifesta no saber fazer MI p 17 De acordo com Garrido Pimenta amp Moura 2000 apud MONTEIRO 2002 p 125 a pr tica do professor estaria sendo constantemente re elaborada pela reflex o sobre a a o isto pela reflex o empreendida antes durante e depois da sua atua o tendo em vista a supera o das dificuldades experienciadas no cotidiano escolar DI p 18 Nos ltimos anos o cen rio educacional tem comentado muito sobre o conceito professor reflexivo Muitos autores entre eles Sch n 1995 v m defendendo a id ia de que a forma o de profissionais seguindo os moldes de curr culos normativos s o apropriados MI Conforme Sch n 1995 o profissional assim formado n o consegue dar respostas s situa es que aparecem no dia a dia profissional porque estas ultr
360. s de certas esferas de comunica o em suas formas conte dos tem ticos e estilos SOUZA 2003 p 05 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L LL LLL 222 DI p 18 Encerramos essa discursao fazendo referencia a uma coloca o de Bahktin 1995 quando ele ap s ter falado de estrutura sociol gica da enuncia o retoma as duas orienta es do pensamento filos fico linguistico e as cr ticas por n o darem conta da verdadeira natureza da l ngua proferindo as seguintes proposi es DD 1 A l ngua como sistema est vel de forma normativamente id nticas apenas uma abstra o cientifica que s pode servir a certos fins te ricos e pr ticos particulares Essa abstra o n o da conta da maneira adequada da realidade concreta da l ngua 2 A l ngua constitui um processo de evolu o ininterrupto que se realiza atrav s da intera o verbal social dos interlocutores 3 As leis da evolu o ling stica n o s o de maneira alguma as leis da psicologia individual mas tamb m n o podem ser divorciadas da atividade dos falantes As leis da evolu o ling stica s o essencialmente leis sociol gicas BAKHTIN 1995 p 127 MI p 18 A socioling stica ci ncia que de acordo com Musselim 2001 surgiu em 1964 e de uma forma geral vai tratar da rela o entre linguagem e sociedade ocupando se de desmistificar o con
361. s diretamente ao conte do tem tico a fonte te rica e as pragm ticas referem se ao autor respons vel por esta fonte te rica ou seja para n s o autor respons vel pelo texto em constru o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 78 Apesar de um tipo de modaliza o ser mais recuper vel em um determinado tipo de discurso isso n o determina a frequ ncia com que as modaliza es poder o ser observadas em diferentes textos sendo na verdade o g nero a que o texto pertence o fator decisivo para determinar essa frequ ncia Assim defende Bronckart 1999 quando diz as unidades de modaliza o poder o por exemplo estar quase ausentes em algumas enciclop dias em alguns manuais cient ficos na medida em que os elementos constitutivos do conte do tem tico desses textos podem ser apresentados como dados absolutos ou subtra dos avalia o grau zero de modaliza o ao contr rio essas poder o ser frequentes nos artigos de cient ficos nos manuais etc j que nestes os elementos do conte do tem tico s o objeto de debate de discuss o e portanto de avalia o Assim sendo as modaliza es n o est o diretamente ligadas ao tipo de discurso mas ao g nero pois conforme assinala Bronckart 1999 alguns g neros dependendo do conte do tem tico podem apresentar mais recorr ncia de dete
362. s estruturas institucionais em que trabalham M p 28 E necess rio que os professores tenham um maior conv vio para que apare a oportunidade de trabalho conjunto onde coletivamente as decis es possam ser planejadas e quando colocadas em pr tica possam refletir positivamente em toda a comunidade escolar o M p 28 Logo importante que saibamos que a reflex o cr tica tem cunho social busca tornar a institui o escolar mais ativa e comprometida com um interesse coletivo n o compactuando com grupos que buscam alcan ar seus pr prios interesses muitas vezes ligados a pol tica MI p 29 Existem muitas teorias que dissertam sobre o como ensinar Segundo Richards and Lockhart 1996 p 3 a 4 no ensino reflexivo certas caracter sticas s o necess rias para proporcionar um melhor desenvolvimento do professor MG3 DI p 12 Bakhtin 1995 afirma que a caracter stica principal da linguagem a intera o verbal concretizada atrav s da enuncia o apresenta uma forma de conceber a linguagem que se op e ao subjetivismos individualista a qual enfatiza que toda enuncia o se organiza no interior da menta DD Assim Bakhtin Ibid p 112 defende que a a express o enuncia o determinada pela situa o social mais imediata portanto a enuncia o segundo o autor resultado da intera o entre indiv duos que est o inseridos em um meio s cio hist rico determinado E quando n
363. s pr vios uso de informa es n o lingii sticos como dados iconogr ficos e n o apenas por interm dio da soma de significados de todas as palavras do texto TOTIS 1991 p 37 DI p 18 Leffa 1996 ao mencionar os problemas encontrados no processo de leitura centrados no texto ou no leitor afirma que se fixar em um desses p los n o o bastante DD para compreender o ato da leitura temos que considerar a o papel do leitor b o papel do texto e c o processo de intera o entre o leitor e o texto LEFFA 1996 p 17 DI p 18 O modelo de leitura apresentado por Moita Lopes 1996 diferencia se dos modelos de decodifica o centrado no texto e psicoling stico centrado no leitor DI p 19 A estrutura geral do modelo internacional apresentado p Moita Lopes 1996 baseado nas teorias de Widdowaon 1983 que define dois tipos de conhecimentos que o leitor utiliza conhecimento sistem tico e conhecimento esquem tico DD p 19 Esse modelo interacional envolve n o s os tipos de conhecimentos que o leitor deve ter como tamb m os procedimentos interpretativos utilizados na negocia o do significado na sociedade pois Moita Lopes Para aprender a ler n o suficiente ter se conhecimento sistem tico e esquem tico mas tamb m importante saber se usar esse conhecimento ou seja ter dom nio dos procedimentos interpretativos que recuperam o discurso de elementos sistem
364. s sem a preocupa o de apresentar novidades quanto as descobertas pois o pesquisador exp e novas formas de ver a realidade j conhecida MEDEIROS 2000 p 190 As poss veis diferen as da monografia de TCC e de especializa o poder o ser notadas mais intensamente na pr pria escrita do aluno pois s o Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 29 n veis diferentes de trabalhos que se caracterizam segundo as suas especificidades de elabora o Em s ntese podemos dizer que a monografia um g nero cient fico bastante utilizado no meio acad mico e que se caracteriza por ser um trabalho de produ o escrita relativamente simples e de extrema relev ncia no mundo acad mico j que representa os primeiros passos do aluno em dire o pesquisa cient fica e por isso deve ser um trabalho bem elaborado coerente e coeso Enfim pela forma como se faz presente nos curr culos das universidades revela ser um instrumento importante de avalia o e de produ o de conhecimento 1 3 Constitui o do corpus Para a sele o da amostragem tivemos que estabelecer crit rios dada quantidade de monografias que comp em o nosso universo de pesquisa Dentre 32 monografias todas do ano de 2003 selecionamos aquelas cujos alunos produtores ingressaram em curso de especializa o Desse universo de 32 trinta e dois u
365. saber se um conhecimento verdadeiro ou n o Augusto N S Trivi os Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 20 CAP TULO I ASPECTOS METODOL GICOS DA PESQUISA O homem cresce intelectualmente quando enfrenta os problemas de maneira cient fica A pesquisa uma fonte de esclarecimento ao educador Gressler Neste cap tulo discutimos os procedimentos metodol gicos utilizados nessa pesquisa apresentando a seguir os caminhos percorridos para a realiza o do trabalho relacionados aos objetivos de pesquisa demarca o do corpus e do objeto de an lise Essa uma pesquisa documental pois nosso objeto de estudo trata de monografias de gradua o do Curso de Letras e de Cursos de Especializa o Ling stica Aplicada e L ngua Inglesa do Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte UERN Utilizamos como instrumentais de pesquisa para a coleta de dados monografias do Curso de Gradua o em Letras do ano de 2003 e monografias dos cursos especializa o do ano de 2004 dos mesmos alunos Optamos por adotar monografias das duas especializa es uma vez que se nos restring ssemos a apenas uma delas o corpus n o seria suficiente para o nosso prop sito especialmente porque os alunos que conclu ram a gradua o em 2003 fizeram sele o e se matricularam em cursos de especializa o diferentes 1 1 Carac
366. scurso argumentar em favor do que enuncia Os verbos iniciar acrescentar e concluir considerados como organizadores do momento argumentativo tamb m foram bastante recorrentes nas MG5 MG9 ME4 ME5 ME8 uma vez o aluno produtor subsidiado pelo verbo indica em que momento encontra se sua discuss o e tamb m insere ou n o uma cita o para finalizar seu discurso J verbos indicadores da provisoriedade do argumento foram menos usados por exemplo encontramos com essa fun o apenas o verbo acreditar pouco utilizado pelo aluno produtor de especializa o ME4 e de gradua o MG3 Isso nos indica que o aluno produtor n o demonstra estado provis rio em seu discurso como prop e Marcuschi 2007 para a fun o do verbo sendo a inten o expor de forma segura a autoridade do discurso citado E por ltimo os verbos indicadores de retomadas opositivas cuja fun o demonstrar discursos conflituosos Entendemos que essa fun o n o traduz o que observamos no corpus pois verbos como comentar reafirmar e defender ao nosso ver indicam uma postura adotada pelo aluno produtor que busca demarcar tal postura com o subs dio de verbos fortes e determinadores Portanto a fun o VI classificada por Marcuschi 2007 tem na verdade a fun o de demarcar uma postura argumentativa Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 10
367. se que algumas dessas teorias s o modelos bem conceituados e conhecidos por muitos profissionais da rea Essas teorias de aquisi o da l ngua estrangeira segundo Ellis 1987 s o conhecidas como acultura o nativiza o e acomoda o DD p 28 Brow 1980 p 129 define acultura o como o processo de tornar se adaptado a uma nova cultura MD p 29 De acordo com a id ia central do modelo de acultura o definido por Schumann 1978 apud ELLIS 1987 p 251 a aquisi o de uma nova l ngua somente um aspecto de acultura o e o grau para qual um aprendiz se acultura em rela o ao grupo de l ngua alvo controlar o grau ao qual ele adquire a segunda l ngua M Percebe se ent o que o individuo passa a ter contato com a comunidade da l ngua que ele tem como alvo afastando se de sua identidade cultural ele certamente encontrar mais facilidade em compreender o que a l ngua estrangeira ir propor Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L L LLL 198 DD p 29 Ainda em Schumann 1978 apud ELLIS 1987 p 252 podemos ver a seguinte coloca o o grau de distancia psicol gica e social entre o aprendiz e a l ngua alvo o que determina a acultura o Tais fatores influenciam diretamente no processo de aquisi o de uma segunda l ngua DI p 29 Encontramos tamb m em Schumann
368. se sentido apresentamos no pr ximo gr fico o percentual de cita es entre especialista e graduados reafirmando a id ia de que o especialista cita menos do que o graduando Gr fico 2 Percentual geral das cita es em MG e ME Percentual geral das cita es em monografias de gradua o e de especializa o Assim verificamos pelo gr fico que as cita es s o mais freq entes na monografia do graduado que aparece com uma m dia de 56 das cita es representando o total geral de 541 cita es nas nove se es de fundamenta o te rica que comp em nosso corpus Al m disso o fato de o aluno produtor de gradua o citar mais pode estar ligado quest o de que Cr gna CibdlePedra Disserta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 89 durante o processo de retextualiza o da constru o da se o de fundamenta o te rica o aluno produtor pode atribuir um valor documental ao autor fonte provocando que seu discurso seja citado com mais frequ ncia cf MARCUSCHI 2001 Isto o aluno produtor n o sente confian a no seu discurso e por isso cita o discurso do outro Quando observamos o percentual de 44 de cita es contidas na monografia de especializa o constatamos que o aluno produtor especialista n o cita com tanta frequ ncia como aluno produtor graduado Isso indica que o especialista possivelmente se configura como
369. sente neste trabalho acompanhando o do in cio ao fim Obrigada especialmente por tido o privil gio de ter sido sua primeira pibica t tulo que jamais esquecerei pois foi atrav s dele e sem d vida do seu incentivo que cheguei at aqui Ao Professor Jo o Neto Que muito contribuiu j no momento da qualifica o apresentando sugest es significativas para a finaliza o deste trabalho Meu amigo Cezinaldo E dif cil expressar em palavras o meu agradecimento a voc tendo em vista que nossa rela o vem de muitos anos Come amos e terminamos juntos a gradua o tivemos o mesmo orientador al m de termos entrado no mestrado conjuntamente Vivemos uma das maiores experi ncias da vida por isso temos in meras hist rias para contarmos juntos Contudo gostaria de dizer que n o simplesmente por esses momentos juntos que devo agradec lo mas por ter tentado passar seguran a para mim ainda que muitas vezes n o tenha conseguido Voc muito importante L lian e Fran ois Pessoas inconfund veis pela generosidade Voc s foram pe as fundamentais para que eu chegasse at esse momento pois sem a acolhida na casa de voc s n o teria conseguido ficar em Natal Voc s fizeram com que me sentisse em casa apesar de est a quil metros de dist ncia Jamais esque o daqueles momentos de muito choro em que voc Lilian especialmente esteve comigo As amigas pibicas Edneide Ros ngela e Lucineide que foram v
370. sesee To Quadro 5 Fun es do discurso do outro ssessesessessessereessereeseeseeseeseesee 79 Quadro 6 Representa o da estrutura da Fundamenta o Te rica 84 Quadro 7 Verbos mais utilizados de acordo com a fun o 98 SUM RIO DE TABELA S Tabela 1 Rela o das monografias de Gradua o e Especializa o 30 SUM RIO DE GR FICO S Gr fico 1 Comparando dados total de linhas e linhas de cita o em MG e ME us cssenssissapunos cascas saniancas seas en usa dandnas cassannaga cas das casa an san asse dnaas cando sense an anss danado 85 Gr fico 2 Percentual geral das cita es em MG e ME 87 Gr fico 3 Formas de discursos reportados nas Monografias de Gradua o e E E E CERA rE T EESE nina 91 Gr fico 4 Formas de discursos reportados nas monografias de ESPECIALIZA O riiin e ea e C ERES PE REBECCA ERES CERA ERES 94 Gr fico 5 As fun es do discurso do outro em MG e ME 115 PEREIRA C C Formas e fun es do discurso do outro no g nero monogr fico Natal RN 2007 223 p Disserta o de Mestrado Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN RESUMO O presente trabalho investiga o discurso relatado em pr ticas discursivas de retextualiza o na se o de fundamenta o te rica de monografias produzidas por graduandos e especializados focalizando algumas estrat gias discursivas de gerencia
371. sificada DD Expor ao aluno os mais diferentes tipos de manifesta es ling sticas e possibilitar que ele vivencie experi ncias que ampliem a compet ncia na manifesta o das variedades podendo dessa forma fazer sele es diante do conjunto do sistema em fun o dos contextos de intera o VALENTE 2002 p 19 DI p 24 A principio os par metros destaca que o aluno obviamente j domina uma variedade a que aprendeu na sua comunidade DI p 24 Travaglia 2001 diz que para atingir esse objetivo preciso que a Escola se abra a pluralidade dos discursos DD Esse abrir a pluralidade dos discursos implica considerar a variabilidade dos discursos Travaglia ainda acrescenta Todavia si se acredita que em diferentes tipos de situa o tem se ou deve se usar a l ngua de modos variados n o h Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LL LLL 232 porque ao realizar as atividade de ensino aprendizagem da l ngua materna insistir no trabalho apenas com uma das variedades a norma culta discutindo apenas suas caracter sticas e buscando apenas o seu dom nio em detrimento das outras formas de uso da l ngua que podem ser mais adequadas a determinadas situa es TRAVAGLIA 2001 p 41 DI p 25 No entanto como afirma Mussalim 2001 a l ngua ainda ensinada na Escola dentro de um
372. so textual continua nas suas m ltiplas e variadas leituras Essas coloca es sobre a produ o textual configuram se como uma maneira de compreender a atividade de retextualizar na tradu o atrav s do prisma da produ o de texto em que o papel do escritor nunca termina mas continua a cada novo olhar sendo uma a o ininterrupta de reconstru o do texto apoiando se nas v rias vozes que constituem refer ncia no trabalho Dessa forma o papel do tradutor fica sendo o de um produtor de texto empenhado em construir um texto coerente e coeso segundo os princ pios da textualidade e da inten o comunicativa Consideramos pois que a abordagem defendida por Travaglia 1992 p 87 delineia uma das poss veis perspectivas estabelecidas sobre o fen meno da retextualiza o servindo assim como fundamento para os estudos posteriores pois conforme prop e a abordagem da tradu o como retextualiza o n o descarta ou anula as outras abordagens Al m do enfoque de Travaglia 1992 focalizaremos a proposta de Marcuschi 2001 sobre a retextualiza o Os estudos realizados por Marcuschi 2001 p 46 partem da transforma o da l ngua falada para a l ngua escrita ou vice versa ou ainda da transforma o dentro da mesma modalidade Al m disso buscam descartar a id ia dicot mica existente entre as duas modalidades postulando que fala e escrita s o diferentes por m as diferen as s o graduais e cont nuas n
373. sociedade enquanto homem historicamente situado ela est cumprindo uma importante fun o social Assim encerramos nossas considera es com as palavras de Lajolo que afirma a rela o entre a sociedade e a literatura al m de exprimir se nas representa es do social presente no texto liter rio n o se esgota nisso expressar se tamb m nas diferentes formata es do aparelho cultural necess rio a prescri o de certas representa es simb licas e a proscri o de outras atrav s de institui es nas quais se produzem legitimam e p em em circula o os discursos legitimadores das diferentes representa es simb licas 1997 p 86 MG p 54 12 Bem como a linguagem a varia o s se apresenta na sua utiliza o sendo reflexo da variedade sociais acrescenta o PCN p 138 A linguagem verbal representa a experi ncia do ser humano na vida social sendo que essa n o uniforme A linguagem construto e Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 102 construtora do social produzem uma linguagem que apesar de utilizar uma mesma l ngua varia na produ o e interpreta o MG4 p 28 13 Preparar o individuo para a vida para a escola com algumas exce es lev los apenas a conquistar o mercado de trabalho influencias esta principalmente pelo modo de produ
374. spas ou qualquer destaque a n o ser pela refer ncia bibliogr fica que geralmente colocada no final do discurso entre par nteses 14 Nossas discuss es ser o baseadas em v rios estudiosos entre os quais destacamos Koch 1999 Barros 1999 Travaglia 2001 Koch 1999 destaca que para o ensino da l ngua materna ser eficiente a concep o que o professor tem de educa o e de linguagem imprescind vel Essa autora afirma que a linguagem deve ser concebida como forma de intera o verbal Nessa perspectiva a l ngua s ganha sentido no uso ou seja em funcionamento MG3 p 26 15 O que se percebe na maioria das vezes que os nicos exames formais em l nguas estrangeiras requerem principalmente o dom nio da habilidade de leitura Moita Lopes 1996 enfatiza que os nicos exames formais de l nguas estrangeiras envolvem nada mais que a habilidade de leitura e que em alguns exames de sele o para programas de p s gradua o o conhecimento de uma l ngua estrangeira especifico MG6 p 19 16 Sch n 1995 defende a forma o profissional a partir de uma epistemologia pr tica a valoriza o da pr tica profissional da constru o de conhecimento Desde ent o o cen rio educacional tem discutido sobre essa pr tica e sobre como o professor pode utilizar a reflex o como um instrumento de aprendizagem Assim Sch n 1995 defende a id ia de que a fo
375. ss o e a comunica o por meio de textos e n o a avalia o da corre o do produto Em que as situa es did ticas t m como objetivos levar os alunos a pensarem sobre a linguagem para poderem compreend la e utiliza la adequadamente PCN 1998 p 22 DD p 57 Com base nessas no es o ensino aponta para a o metodol gica que tem como objetivo o desenvolvimento da compet ncia ling stica e s cio comunicativa do aluno partindo do estudo an lise do texto A unidade b sica da l ngua verbal o texto compreendido como a fala e o discurso que se produz e a fun o comunicativa o principal eixo de sua atualiza o e a raz o do ato ling stico PCN 1999 p 193 DD p 62 Preparar o individuo para a vida para a escola com algumas exce es leva los apenas a conquistar o mercado de trabalho influencias esta principalmente pelo modo de produ o capitalista que vivemos Para isso a escola busca proporciona ou pelo menos tenta d uma certa compet ncia para essa conquista como forma de sobreviv ncia Sobre isso Voese 2004 p 132 comenta Creio que as constantes cr ticas que se fazem ao Ensino Fundamental e M dio apontam para o problema de a escola em geral limitar se a objetivos que resultam de um olhar equivocado que v o homem apenas como uma particularidade que precisa encontrar meios de sobreviv ncia num mercado cada vez mais restrito e exigente como se esse fosse o tra o mais i
376. ssalim 2001 para refletir sobre o tipo de ensino de l ngua materna que se desenvolve na Escola Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L L L LLL 226 DI p 31 Por isso nas palavras de Valente 2000 o ensino de l ngua materna deve desenvolver se dentro de uma concep o de linguagem como forma de intera o entre sujeitos Nesse sentido Valente destaca um ponto importante em se tratando de produ o de texto ao enfatizar que ensinar e aprender a escrever textos n o podem ser tratada como uma quest o t cnica DD p 32 Nesse sentido Valente destaca um ponto muito importante em se tratando de produ o de texto como enfatizar que ensinar a aprender a escrever textos n o podem ser tratada como uma quest o de t cnica mas como uma fun o social desse modo os agentes pedag gicos devem atentar para os diversos modos de funcionamento pedag gico da linguagem o que significa para o autor um salto na vis o da l ngua Na verdade trata se de ultrapassar a vis o da l ngua como um c digo elemento do processo comunicativo para cuja aprendizagem bastaria o dom nio de um conjunto de regras compreendendo sua natureza complexa e contradit ria suas rela es com as no es de registro e varia o seus aspectos s cio funcionais VALENTE 1999 p 197 DI p 32 Valente enfatiza que a Esco
377. ssam surgir no desenrolar da pesquisa Em termos gerais o g nero monografia constitui se da jun o dessas partes de modo que se d numa discuss o em continuidade ou seja deve haver entre as partes um elo de unidade tem tica e uma sequ ncia na exposi o das id ias Al m disso a monografia desenvolve se por fases que de acordo com Tachizawa 2001 p 16 s o etapas que est o logicamente encadeadas conforme transcreve na figura abaixo Figura 1 Etapas da Monografia transcrita de Tachizawa 2001 p 16 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 27 PROFESSOR ORIENTADOR Tipo Proposi o de aprova o Monografia Banca Examinadora Defini o Elabora o Projeto do assunto do projeto Final Apresenta o monografia Levantamento Levantamento pr vio detalhado BIBLIOGRAFIA Fontes convencionais acervo digital Internet A figura elaborada por Tachizawa 2001 vem evidenciar as fases e ou etapas da elabora o de uma monografia dentre as quais destacamos como elemento fundamental o papel do orientador porque atrav s de suas sugest es que o orientando d in cio fase de escrita tendo como momento pr vio defini o do assunto Al m das fases do estudo monogr fico destacamos de acordo com Salomon 2001 que a monografia caracterizada em sentido estrito e em sentid
378. sse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 LL LLL 193 MI p 29 Segundo Freitas 2003 outros aspectos a serem ressaltado em rela o a aprendizagem de uma l ngua estrangeira s o justamente o contato com a complexidade de uma cultura diferente da sua pr pria evitando dessa forma uma limita o a uma s cultura ajudando ambos educador e educando a n o viverem sua cultura isoladamente e sem d vida o desenvolvimento de certos processos cognitivos t picos da aprendizagem de uma l ngua que podem servir de subs dios para um melhor desempenho nas demais reas do conhecimento MI poss vel notar que Totis 1991 trata tamb m desses aspectos quando relata que a aprendizagem de uma l ngua estrangeira propicia ao educando uma reflex o cr tica al m de levar o aprendiz a ter contato com a complexidade de uma cultura diferente da sua pr pria evitando a limita o a uma s cultura DI p 30 Em outras regi es a mesma foi e continua sendo classificada como simples atividade sem nenhum car ter de promo o ou reprova o geralmente ministrada fora do hor rio regular e fora do contexto de educa o em que se enquadra o educando BRASIL 1998 MD p 32 Segundo Celani 1984 apud TOTIS 1991 p 15 atitude arbitr ria e discriminat ria excluir alguns indiv duos da alegria do encontro com o outro a sociedade
379. stacam que h necessidade de se considerar a heterogeneidade da l ngua j que a polifonia constitutiva dos discursos j existentes e dos valores socialmente constitu dos Essa forma de conceber o sujeito se opoe ao monologismo MI conforme enfatiza Bakhtin 1995 DD Segundo esse autor o monologismo v o sujeito como um ser passivo que n o responsabel pela constitui o do discurso Mas a enuncia o monol gica n o constitui a substancia da l ngua Sua verdadeira ess ncia est na comunica o A intera o verbal constitui assim a realidade fundamental da l ngua Ibid p 123 DI p 18 Alves 2001 referindo se a polifonia diz que esta marcada pela uni o de varias manifesta es da l ngua que juntas comp em uma unidade tornando o uso da linguagem sujeito a interfer ncia de outros enunciados DD A polifonia se caracteriza pela multiplicidade de vozes independentes no discurso que se combinam compondo uma nica unidade de acontecimento mas n o se mistura mantendo uma rela o de absoluta igualdade na participa o do ideol gico car ter polif nico da enuncia o um fen meno dial gico onde ocorre intera o entre varias vozes ou entre textos Ibid p 83 MD p 19 Assim sendo o discurso polif nico apresenta diversas vozes sociais e suas manifesta es sendo segundo Alves 2001 p 85 um discurso bivocalizado DI p 19 Como observa Geraldi 1999 a
380. stema de id ias e de representa es que dominam o homem ou um grupo social MEI p 31 Os fragmentos acima ilustram o uso da modaliza o indireta com a fun o de definir uma id ia conceito Nesses casos o aluno produtor recorre s palavras do outro atrav s de qualquer forma de discurso citado para definir uma express o ou um termo utilizado pelo autor fonte evocada Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 115 pelo aluno produtor No fragmento 33 a modaliza o indireta utilizada para apresentar a defini o do her i do romance bakhtiniano e tamb m para mostrar o conceito de atributos que inserido como forma de compreender o her i do romance J nos fragmentos 34 e 35 respectivamente a modaliza o indireta e o discurso indireto s o usados para definir os termos enuncia o e ideologia a partir da tica de te ricos renomados como P cheux 1975 e Althusser 1985 Ao se reportar s palavras do outro para apresentar uma defini o o aluno produtor demonstra sua ades o ao discurso do autor fonte com o qual faz refer ncia o Fun o V Finalizar uma id ia 36 As variedades ling istas s o reflexos da variedade social e como em todas as l nguas existe alguma diferen a de status ou de papel entre os indiv duos ou grupos estas diferen as se refletem na l ngua assim sendo a
381. strado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 60 conjunto das rela es que ocorre entre textos e portanto est estritamente relacionada com a textualidade isto com a pr pria tessitura do texto A partir da no o de intertextualidade estabelecida neste trabalho inserimos ainda a no o de interdiscursividade e intradiscursividade j que s o opera es interligadas ou seja ao se explicar como ocorre o interdiscurso temos implicitamente que mencionar o intradiscurso ambos como partes inerentes constru o de discursos Sobre essa rela o Fiorin 20083 p 30 estabelece que a atua o de ambas as opera es tamb m situa sobre a rela o de consequ ncia que a intertextualidade implica a interdiscursividade mas a rela o inversa n o poss vel pois como destaca Possenti 2003 p 254 o texto mais que a materialidade ling stica fazendo parte da pr pria discursividade Nestes termos podemos dizer que o processo interdiscursivo atua como uma opera o que intr nseca constitui o do discurso dizer que a interdiscursividade constitutiva tamb m dizer que um discurso n o nasce como em geral ele o pretende de algum retorno s coisas mesmas mas de um trabalho sobre outros discursos FIORIN 2003 p 35 Sendo assim o discurso n o singular mas repet vel pois o discurso cont m outros discursos A no o de int
382. struir outra historia para as gera es futuras descaracterizadas da a es autorit ria em busca de uma a o libertadora DD p 14 a partir dessa busca por uma a o avaliativa que seja capaz de melhorar o processo de ensino e aprendizagem que fazemos um paralelo entre o modelo de avalia o tradicional e um modelo considerado mais adequado que pode ser denominado avalia o mediadora HOFFMANN 1993 avalia o formativa PCNs DD p 14 e 15 Ambos estas pedagogias criam uma educa o assim descrita por Luckesi 2001 Centrada no professor como autoridade pedag gica e moral nos conte dos human sticos cl ssicos na constru o de uma mente l gico discursivo tendo como objetivo construir no educando um ser humano obediente e conformado a vida social e religiosa mas brilhante do ponto de vista da posse de uma cultura geral e da capacidade de argumentar DD p 16 tamb m sentenciva de julgamento de resultados Exercendo se a avalia o como uma fun o classificat ria e burocr tica persegue se um principio claro de descontinuidade de segmenta o de parcelariza o do conhecimento Registros de resultados bimestrais trimestrais ou semestrais estabelecem uma rotina de tarefas e provas peri dicas desvinculados de sua raz o de ser no processo de constru o do conhecimento O grau nota conceito s o conferidos ao aluno sem interpreta o ou questionamento quanto ao seu significado e po
383. tante suspeito inferimos que o elemento social diretamente est voltado para a obra isto social vier manifestado na mesma de forma mec nica numa posi o explicitamente determinada DI p 53 Assim percebemos a exist ncia e a fus o entre os m todos est ticos em conson ncia com os processos hist rico sociol gicos Cf CANDIDO 2000 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 2222222222 L L LLL LLL 135 DD p 54 Assim a arte enquanto fic o a express o da sociedade portanto ela real do ponto de vista da conson ncia social a qual agrega na sua composi o Nesse sentido os fatores do meio que se exprimem na obra em graus diversos de sublima o e produz sobre os indiv duos um efeito pr tico modificando a sua conduta e concep o do mundo ou refor ando neles o sentimento dos valores sociais CANDIDO 2000 p 20 DD p 54 Nesse sentido em que a arte se porta como um sistema simb lico que representa as rela es dos seres humanos e faz com que estes reflitam a sua posi o na sociedade enquanto homem historicamente situado ela est cumprindo uma importante fun o social Assim encerramos nossas considera es com as palavras de Lajolo que afirma a rela o entre a sociedade e a literatura al m de exprimir se nas representa es do social presente no texto liter rio n
384. tar de forma sucinta o conceito geral de cada um das opera es que materializam o processo de retextualizar destacando dentre elas o campo de atua o de nossa pesquisa uma vez que conforme se apresenta na figura a retextualiza o configura se como um processo amplo e por isso deve ser estudado dentro dos limites de cada uma das opera es para que n o se perca o foco da pesquisa Interessa nos expor portanto como se realiza cada opera o durante o processo de retextualiza o para isso retomaremos algumas das discuss es dos estudiosos j apresentados como tamb m acrescentaremos outras discuss es sob a luz de pesquisadores como Bakhtin 2004 Beaugrande e Dressler 1997 e Bazerman 2006 Koch 2004 Barros e Fiorin 2003 dentre outros autores Inicialmente debateremos sobre a no o de polifonia advinda de Bakhtin 2004 pois se entende nela a quest o das rela es dial gicas enquanto princ pio constitutivo da linguagem e a id ia de vozes que se instauram no discurso Apesar do conceito apresentar se na amplitude da obra de Bakhtin salientamos que precisamente em Dostoi vsky quando Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 58 se procurava caracterizar a especificidade do romance ou no livro Problemas da po tica de Dostoi vsky que se tem mais aflorado o debate sobre a polifonia que segundo Brait
385. tas mas sobretudo um comportamento e Discutir uma afirma o se afastar de uma posi o Se se pode admitir com D V ronique que outros morfemas al m dos adjetivos podem aparecer em condi es comparativas 1963 p 204 o exemplo que o autor d apresenta alguns problemas e A introdu o de uma id ia nova Conforme demonstrado no quadro a compara o proposta por Boch e Grossmann 2002 indica que estudantes e especialistas t m prop sitos Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 2 2222222222 L LLL 80 diferentes para inser o do discurso do outro ou seja cada um apresenta finalidades distintas Nesse sentido podemos dizer que o uso ao recurso do discurso do outro deve ser entendido como uma pr tica que requer do produtor um mergulhar entre vozes pois caso isso n o ocorra submeter se ao discurso do outro pode significar somente uma apropria o sem poder indicar na escrita de estudantes o conhecimento que se tem da rea e a ades o ou n o a determinado ponto de vista MAT NCIO 2008 p 03 Sendo assim podemos dizer que o discurso heterog neo por excel ncia desde que n o se conceba a linguagem enquanto entidade morta monol tica n o articul vel com a realidade e com o sujeito mas como institui o vari vel em constante mudan a De outro modo o discurso enqua
386. teorizador enfim n o poder empreender essa transforma o DI p 38 Pereira 2002 ao falar do professor de lingua portuguesa modos de ensinar e aprender onde privilegia o enfoque da postura do professor de L ngua Portuguesa em contrapartida ao tipo de conhecimento que l deve dominar por considerar que este ultimo assunto j foi exaustivamente discutido diz que n o existem f rmulas ou receitas prontas e acabadas para que o aluno assista as aulas com empolga o DI p 38 A autora destaca que o professor n o deve ser um acomodado e conferir ao livro did tico a fun o de muleta ao inv s de complemento DD Em sua opini o n o se pode chegar em sala de aula e dizer hoje iremos aprender sujeito e predicado DD p 38 O professor de L ngua portuguesa n o necessariamente professor de gram tica Pereira 2000 p 244 MI Ensinar gram tica preciso por m somente necess rio para refletir o sistema ling stico revelando a tradi o da l ngua no que ela tem de verdadeiro universal e eterno DI A autora diz que o professor de L ngua Portuguesa deve ser consciente que n o professor de gram tica e deve possuir uma serie de conhecimento at mesmo de outras reas DD p 39 Vejamos em suas pr prias palavras Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L
387. tera o social cuja forma ling stica n o pode ser isolada do conte do ideol gico DI p 42 Cabe salientar que o romancista se ap ia nas linguagens do c digo ling stico para discorrer sobre uma tem tica e nesta implementa um estilo peculiar ao aborda la DD p 42 Nesse sentido s o pertinentes as palavras de Bakhtin que afirma uma orienta o toda especial contest vel e contestadora do discurso romanesco ele n o pode esquecer ou ignorar de maneira ing nua ou convencional as l nguas m ltiplas que o circundam Ibid 1998 p 134 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222222 L L LL LLL 133 MD p 42 E essencialmente esse ser que se materializa atrav s das personagens que cria discorre pensamentos e id ias por meio delas DD p 42 e 43 Pois nas palavras do filosofo O homem no romance essencialmente o homem que fala o romance necessita de falantes que lhe tragam seus discurso original sua linguagem BAKHTIN Ibid p 134 M p 43 pertinente percebemos que o principal eixo mobilizador da energia mim tica no romance a originalidade e estilo do homem que preconiza sua representa o verbal e liter ria num plano extremamente rico de significados e artisticamente elaborado por ele isto pelo homem que fala na express o de Bakhtin MI
388. terizando nosso campo de pesquisa 1 1 1 O Curso de Letras CAMEAM Com base no Projeto Pol tico Pedag gico PPP 2006 recentemente modificado o Curso de Letras possui atualmente tr s habilita es L ngua Portuguesa e respectivas Literaturas L ngua Inglesa e respectivas Literaturas e L ngua Espanhola e respectivas Literaturas sendo duas modalidades licenciatura com rea de conhecimento em Ling stica Letras 4 Daqui adiante iremos adotar apenas a sigla PPP para Projeto Pol tico Pedag gico do Curso de Letras 10 A habilita o em L ngua Espanhola foi implantada recentemente com ingresso da primeira turma no segundo semestre do ano de 2005 Cr gna CibdlePedra Disseta o de Metrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 21 e Artes e Bacharelado com habilita o para revisor preparador de textos e tradutor int rprete cuja estrutura curricular encontra se em fase de elabora o Ao longo dos anos a estrutura curricular desse curso sofreu consider veis mudan as em virtude da oferta de uma nova habilita o L ngua Espanhola e de uma nova modalidade Bacharelado Assim as disciplinas precisaram se adequar s mudan as al m disso o aluno necessita de 200 horas aulas pr ticas com atividades acad mico cient fico culturais apresenta o de trabalho e participa o em eventos No entanto a estrutura curricular dos nossos informantes alunos g
389. terminada fun o pode aparecer tanto quando o aluno produtor pretende utilizar o discurso direto como o discurso indireto e as modaliza es Logo pode se dizer ainda que uma determinada fun o pode ser mais recorrente em uma forma de discurso citado do que em outro modo de refer ncia Sendo assim mostremos a partir de alguns fragmentos como as fun es do discurso do outro manifestam se em monografias de graduados e especialistas o Fun o I Sustentar uma afirma o 26 A maioria dos professores faz uso incorreto da avalia o pois realizam na de maneira classificat ria e em alguns casos como forma de reprimir os alunos Conforme os PCNs 1998 a avalia o deve ser feita sempre de forma contextualizada continua e considerando sua relev ncia na constru o do aluno como ser discursivo em l ngua estrangeira MG2 p 25 26 27 A forma o profissional continua n o pode ver vista em termos apenas de produtos resultados de cursos mas deve ser entendida em termos de um processo que possibilita ao professor educar a si mesmo medida que caminha como educador Segundo Celani 2002 a forma o profissional cont nua dos professores uma forma de educa o que n o tendo data fixa para terminar permeia todo o trabalho do individuo eliminando consequentemente a id ia de um produto acabado ME2 p 17 Nesses dois fragmentos a modaliza o indireta usada para fundamentar uma af
390. texto Bras lia UNB 1998 GERALDO FILHO In cio A monografia na universidade S o Paulo Papirus 1995 Cole o Magist rio Forma o e trabalho pedag gico GERALDI Jo o Wanderley org O texto em sala de aula 3 ed S o Paulo tica 2002 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 22222222222 L L LLL 125 CITELLI Beatriz Aprender e ensinar com textos de alunos 2 ed S o Paulo Cortez 2001 GRIGOLETTO Evandra Reflex es sobre o funcionamento do discurso outro de Bakhtin An lise do Discurso In ZANDWAIS Ana Mikhail Bakhtin contribui es para a filosofia da linguagem e estudos discursivos S o Paulo Ed Sagra Luzzatto 2005 p 117 147 LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do trabalho cient fico procedimentos b sicos pesquisa bibliogr fica projeto e relat rio publica es e trabalhos cient ficos 4 ed S o Paulo Atlas 1992 MAINGUENEAU Dominique An lise de textos de comunica o Tradu o por Maria Cec lia P de Souza e Silva e D cio Rocha 2 ed S o Paulo Cortez 2001 Elementos de ling stica para o texto liter rio Tradu o por Maria Augusta de Matos e Marina Appenzeller 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1996 MARCUSCHI L Ant nio Da fala para a escrita atividades de retextualiza o 2 ed S o Paulo Cortez 2001 G neros textuais defini o e fu
391. texto base caracterizando um processo polif nico atrav s do qual manifesta se a multiplicidades de vozes contidas no texto Sendo assim o recurso ao outro revela se fundamental pois de acordo com Mat ncio 2003 visto como mecanismo de avalia o j que evidencia os avan os do aluno n vel de aprendizagem e a forma com que desenvolve no texto o di logo com os outros discursos propostos a partir do texto base Significa dizer que o uso do discurso do outro uma maneira de reconhecer na escrita do aluno universit rio a forma como esse aluno estabelece rela es com outros autores Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 71 Para Bronckart 1999 p 326 a marca o do posicionamento enunciativo pelas vozes pode ser expresso no texto de tr s formas a voz do autor emp rico a voz que emana diretamente da pessoa que est na origem da produ o textual e que interfere como tal para avaliar alguns aspectos do que enunciado que chamaremos de a voz do autor produtor as vozes sociais s o as vozes de outras pessoas ou de institui es faculdades centros exteriores ao conte do tem tico do texto estas denominamos de vozes dos autores fonte uma vez que se tratam das vozes cujos autores produtores fazem refer ncia e as vozes de personagens as vozes de pessoas ou de institui es que est o direta
392. tico ou intelectual TOTIS 1991 p 37 MD p 28 De acordo com os PCNs a compreens o uma atividade com prop sito definido pois aqueles envolvidos nesse processo estabelecem objetivos quanto a finalidade do ato de compreender em que est o engajados BRASIL 1998 p 89 MI p 29 Para Totis 1991 uma das primeiras tarefas do professor nesse processo envolver o aluno em exerc cios de predi o com o objetivo de prepar lo mentalmente para a leitura estimulando o a pensar sobre o poss vel assunto do texto DD Totis destaca ainda quatro tipos de estrat gias explicitadas por Clark e Silberstein 1997 apud TOTIS 1991 que podem ser utilizadas pelos alunos a partir do estimulo e da ajuda do professor dependendo do prop sito que se tem em mente Os quatro tipos de estrat gias podem ser resumidas como Skimming leitura r pida para a obten o do sentido global do texto Scanning leitura no qual o leitor busca uma informa o bastante especifica por exemplo uma data um nome um n mero Compreens o total do texto leitura usando a compreens o da mensagem do texto tanto em seus aspectos essenciais quanto nos detalhes Cr tica leitura no qual o aluno solicitado a apresentar sua opini o e julgamento sobre aquilo que leu e estimulado a reagir ao texto em l ngua estrangeira do mesmo modo como reagiria a um texto apresentado em sua l ngua materna TOTIS 1991 p 40 MI p
393. tifica atualizada assinando revistas especializadas filiando se a associa es profissionais frequentando curso em universidades aderindo a projetos de pesquisa participando de congressos levantando suas d vidas e inquieta es em debates e mesas redondas 2002 p 16 DI p 38 Como lembra Bagno 2003 a mudan a ling stica inevit vel como a pr pria mudan a de tudo o que existe no universo DI p 38 Ainda com influencia nos estudos de Bagno quando este relata sobre as tarefas do ensino de l ngua na escola destacamos a passagem em que o autor discute nos mostra o uso efetivo das pesquisas ling sticas como eixo de uma pr tica pedag gica mais pr xima da realidade do aluno MD p 38 De acordo com as palavras desse ling ista para desatar esses muitos n s necess rio que os resultados das investiga es ling sticas ultrapassem a esfera acad mica e se tornem instrumentos sociais efetivos para a mudan a das concep es de l ngua que vigoram em nossa sociedade 2003 p 151 MES DD p 16 Cunha e Cintra 2001 iniciam suas explica es e exposi es de regras em rela o a concord ncia verbal fazendo uma esp cie de coment rio A solidariedade entre o verbo e o sujeito que ele faz viver no tempo exterioriza se na CONCORDANCIA isto na variabilidade do verbo para conforma se ao n mero e a pessoa do sujeito 2001 p 496 DI p 16 Estes muitos
394. tos da AD DD Ou seja o sujeito n o nada mais nada menos do que a complementa o do outro Portanto o elo que liga o eu e o tu est no espa o discursivo criado por ambos Logo o sujeito s se completa na intera o com o outro ORLANDI 1991 p 46 MI p 23 Ainda segundo Chau o ser humano al m da consci ncia ps quica que o comanda existe tamb m o ps quico inconsciente por o fragmentada que fica fora da consci ncia do homem e que est a desconhecer DI p 23 Dessa forma a constitui o do objeto na AD parte de uma compreens o do fen meno ling stico como algo din mico vivo e dial tico Isto a linguagem nesta perspectiva compreendida enquanto produtora de sentidos ou como pontua Brand o 1995 o lugar em que a ideologia se manifesta concretamente DD p 24 nessa inst ncia da linguagem que o discurso visto como uma possibilidade que opera entre o ling stico e o extralingii stico numa rela o que interpela significa es atrav s dos processos ideol gicos e dos fen menos ling sticos A linguagem enquanto discurso n o constitui um universo de signos a linguagem enquanto discurso intera o e em modo de produ o social lugar de conflito de confronto ideol gico n o podendo ser estudada fora da sociedade uma vez que os processos que a constituem s o hist rico sociais BRAND O 1993 p 12 D
395. tr rio do impl cito n o dito que significa por referencia ao que foi dito o silencio n o precisa ser referido ao dizer para significar O silencio significa n o fala O silencio n o vazio o sem sentido ao contr rio ele o indicio de uma totalidade significativa Isto nos leva a compreens o do vazio da linguagem como um horizonte e n o como falta ORLANDI 1995 P 70 DD p 28 Portanto o silencio continuo e h sempre ainda sentidos a dizer ORLANDI 1995 p 73 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L L L LLL LLL 169 DI p 29 O conceito de polifonia DUCROT 1980 apud SOUZA 2001 pressup e que todo texto traz em sua constitui o uma pluralidade de vozes que podem ser atribu das ou a diferentes locutores caso dos discursos relatados ou a diferentes enunciadores quando se atesta que o locutor pode se inscrever no texto a partir de diferentes perspectivas ideol gicas nessa perspectiva que se define o dito e o n o dito a voz impl cita DI p 29 Essa pluralidade de vozes imprime ao texto o car ter de heterog neo ou heterogeneidade que Authier 1990 define como heterogeneidade s enunciativa s DI p 30 A guinada pragm tica WEEDWOOD 2002 p 133 134 faz com que muitos ling istas se debrucem sobre os fen menos que marcam o uso da l ngua ao
396. trabalho Dessa forma percebemos que os g neros do discurso s o entendidos enquanto inst ncias da comunica o sendo produtos da fala que buscam atender s necessidades di rias do ser humano de se comunicar socialmente e s especificidades de cada categoria por exemplo o jornalista pode comunicar se atrav s de um artigo de jornal ou de outro g nero no entanto sempre atendendo a finalidades espec ficas que de informar e ou denunciar algo para a sociedade Assim sendo para o autor g nero e tipo de discurso s o mecanismos distintos e n o indiferentes pois coloca que os g neros do discurso pertencem a diversos tipos de discursos associados a vastos setores de atividade social p 61 Significa dizer que os g neros s o representa es das atividades di rias em que o indiv duo tem a necessidade de se comunicar por isso est relacionado especificidade situa o de uso Entendemos pois que as reflex es de Maingueneau 2001 prop em que se compreendam os g neros do discurso a partir da abordagem comunicacional ou seja que os g neros servem como mecanismo de manifesta o e transmiss o da linguagem considerando as necessidades da vida cotidiana de comunica o Cr gna CibdlePeera Disse ta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 43 1 2 4 Perspectiva de Marcuschi 2002 Dando continuidade as nossas reflex es trazemos a
397. trav s do modo de falar de cada um revela se o status social dos indiv duos e grupos sociais ficando definido o lugar de cada um na sociedade CAGLIARI 1989 p 81 MG4 p 25 37 A no o da exist ncia do interdiscurso permite nos a identifica o das repeti es S o essas repeti es que abrem caminho para as regularidades o que envolve a rela o sentido e contexto atrav s da hist ria que os dizeres se historicizam marcados sempre pela ideologia e pelas posi es assumidas Dessa forma as palavras n o s o nossas Elas significam pela historia e pela l ngua ORLANDI 2002 p 32 ME4 p 37 Os fragmentos em destaque evidenciam casos menos freq entes de fun o do discurso do outro Trata se nesses fragmentos do discurso direto com a fun o de finalizar uma id ia em que o aluno produtor ao discutir sobre determinada tem tica reporta se s palavras do outro uma autoridade da rea para concluir seu dizer No fragmento 36 o aluno produtor de gradua o discute a quest o da variedade ling stica e que esta atua como reflexo da variedade social e finaliza com as palavras de Cagliari 1989 sobre o fato de que o modo de falar de cada indiv duo denuncia o status social No fragmento 37 o aluno produtor de especializa o discorre sobre a id ia de que o interdiscurso permite a identifica o dos j ditos Em seguida conclui com o discurso de Orlandi 2002 de que as pala
398. tro como base para constru o de seus pr prios conceitos mas como mera apropria o constituindo se no principal problema que o aluno produtor enfrenta ao usar o discurso do outro uma vez que envolve um saber fazer e o saber dizer MAT NCIO p 17 2003 Dessa forma necess rio que o aluno produtor reconhe a efetivamente o professor orientador como interlocutor real de sua produ o escrita pois o trabalho de produ o escrita de uma monografia deve ocorrer com a participa o ativa desse professor orientador Como forma de perceber que as dificuldades vivenciadas pelo aluno produtor s o tamb m responsabilidade do orientador uma vez que a escrita acad mica se constr i em comum acordo com o orientador preciso que se fa a reconhecer realmente o prop sito do g nero monografia e especificamente da se o de fundamenta o te rica para que assim a produ o na academia n o se limite a constru es feitas de recortes de palavras dos outros mas que o aluno produtor de diferentes n veis perceba a fun o dos mecanismos enunciativos de gerenciamento de vozes implicados na organiza o e constru o do texto a fim de garantir Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2 222222222 L LLL 122 autonomia ao pr prio discurso sem perder de vista a refer ncia ao discurso do outro Sendo assim entendemos que a produ o
399. turas considerando as nicas e imut veis devemos estar atentos quanto as diferen as entre a regra e o uso a norma e a funcionalidade como assinala Dik Se quisermos que as crian as falem e escrevam melhor queremos que elas exer am plenamente sem bloqueios sua capacidade natural de falantes queremos que elas obtenham o dom nio da l ngua particular que falam o portugu s queremos que nas suas atividades interlocutivas elas consigam que as interpreta es recuperem na melhor medida poss vel as inten es j que essa a meta de efici ncia do processamento da intera o verbal 1997 p 35 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monogr fico 222222222 L LLL LLL 187 DD p 35 Essas pr ticas s o vivenciadas regularmente nas escolas ano ap s ano como diz Resende o ensino de l ngua portuguesa que ainda campeia em nosso sistema de ensino na sua maior parte que se apresenta como algo realmente dif cil de se compreender 2003 p 4 5 MD p 36 Nesse tipo de gram tica segundo Murrie n o h certo ou errado por m h diversas manifesta es ling sticas variando de acordo com as condi es de uso 1994 p 72 MD p 36 Na concep o dessa gram tica conforme Travaglia n o h erro ling stico mas a inadequa o da variedade ling stica utilizada em uma determinada situa o de i
400. u de uma institui o social DD p 14 Ainda para Clark et Al 1996 p 46 O Estudo Cr tico da Linguagem um recurso para desenvolver a consci ncia e a auto consci ncia dos povos dominados O termo consci ncia usado para fazer referencia ao modo como as pr ticas sociais s o moldadas em suas dimens es ling sticas pelas rela es explorat rias de poder O pressuposto de que a consci ncia uma condi o necess ria por m n o suficiente para a emancipa o social S o este pressuposto e este comprometimento com a emancipa o os que subjazem a no o de tornar cr tica a conscientiza o da linguagem M p 14 E necess rio enfatizar que a consci ncia sozinha n o conduz a emancipa o Se o interesse do leitor atingir um estudo libert rio ele tem de mostrar a sua a o contributiva para chegar a isto MD p 15 Para Clark et Al 1996 p 43 Todos os professores de l nguas deveriam ter como objetivo a longo prazo uma agenda de conscientiza o da linguagem e sem d vida todos os professores deveriam visar a desenvolver em seus alunos uma conscientiza o cr tica da linguagem da aprendizagem em seu campo de ensino MI Nesse processo de conscientiza o cr tica dentro do ambiente escolar deve haver necessariamente esse objetivo emancipador de acordo com Clark et Al 1996 DD p 15 Discutindo o construtivismo de Jean Piaget Kincheloe 1997 p
401. uas interven es em sala de aula constroem conceitos n o previstos pelas orienta es te rico metodol gicas 2001 p 182 MD p 41 e 42 Travaglia faz considera es relevantes sobre o trabalho da Universidade Para o autor A Universidade al m de atuar na educa o ling stica como formadora de usu rios tem dois compromissos complementares como perspectiva de desafio primeiro o de por meio da pesquisa em Ling stica Aplicada desenvolver e divulgar conhecimentos que representem subs dios para o trabalho de educa o ling stica e segundo o de formar educadores para realizar e a desejada e competente educa o ling stica das pessoas dentro de uma cultura 2003 p 30 DI p 42 Neves 2003 defende a constru o de um trabalho que tem como foco a linguagem em condi es reais de funcionamento e para isso necess rio que se finque a pesquisa ling stica na valoriza o do uso ling stico e do usu rio da l ngua DD p 42 A esse respeito pontua Neves Penso na constitui o de um material de referencia te rica e pr tica para an lise das rela es entre gram tica e uso ling stico e portanto entre organiza o ling stica e intera o na linguagem um material de base para uma gram tica escolar do portugu s assentada na assun o de que tratamento escolar da linguagem n o pode faltar a orienta o preparada pela ci ncia ling stica 2003 p 18 DD p 42
402. uistica varia o e mudan a Mollica 2003 p 09 d uma defini o clara e ao mesmo tempo abrangente da Socioling stica A socioling stica uma rea das sub reas da ling stica e estuda l ngua em uso no seio das comunidades de fala voltando a aten o para um tipo de investiga o que correlaciona aspectos interdisciplinar na fronteira entre l ngua e sociedade focalizando precipuamente os empregos ling sticos concretos em especial os de car ter heterog neo p 09 Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L L L LLL 224 DI p 24 Camacho 2001 tamb m manifesta uma preocupa o em delimitar o campo de estudo da socioling stica uma vez que ela toma para si muitos assuntos que tem rela o com a linguagem em uso no contexto social DI Ap s d nfase aos variados enfoques Camacho exemplifica a socioling stica variacionista afirmando que necess rio recorrer as varia es derivadas do contexto social para encontrar respostas para os problemas que surgem da varia o inerente ao sistema ling stico DI p 24 Mussalim 2001 ao falar de varia o em si destaca que a principio todas as l nguas do mundo s o continua es hist ricas DI p 24 e 25 Mollica 2003 falando de uma forma mais sistematizada e sint tica diz que os condicionamentos que geram as variantes ling sticas s
403. uito grande entre elas mas que o aluno produtor as utiliza de forma regular sem privilegiar necessariamente uma em detrimento de outra mas que tanto o DD como DI e as modaliza es s o utilizadas igualmente Apesar disso ressaltamos que o DD foi um dos recursos mais manifestados em todas as monografias de gradua o sendo que das 9 monografias de gradua o analisadas 5 delas optaram pelo uso do discurso direto um pouco mais da metade do corpus analisado Desse modo percebemos que o aluno produtor de gradua o ainda se mostra preso s palavras do autor fonte j que os discursos diretos al m da frequ ncia com que s o utilizados s o tamb m citados fora do texto tomando grande parte de uma p gina sendo que o coment rio do aluno produtor se restringe a algumas linhas Vejamos abaixo alguns exemplos do uso do discurso direto que traduz o que estamos afirmando 07 O sujeito que utiliza a l ngua n o um ser passivo mas algu m que interfere na constitui o do significado da comunica o uma vez que sendo a linguagem uma constru o social os sentidos variam de acordo com suas condi es de produ o dos discursos Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 22222222 L LLL 95 A esse respeito os PCNs L ngua Portuguesa do Ensino M dio revelam A linguagem verbal representa a experi ncia do ser humano na vid
404. uno produtor mais frequentes reside no modo como faz uso do discurso do outro para construir seu texto colocando se frente a exig ncias acad micas conflitantes tais como citar mas n o exagerar mostrar originalidade sem perder de vista a refer ncia permanente ao discurso do outro O recurso ao discurso do outro um mecanismo enunciativo utilizado em diferentes g neros cient ficos como resenha artigo cient fico resumo dentre outros Neste estudo deter nos emos especialmente em investigar as se es de fundamenta o te rica de monografias de conclus o de curso8 e de monografias de especializa o pretendendo comparar a escrita nos dois 7 Chamamos de autor fonte o estudioso e ou te rico que citado 8 TCC Trabalho de Conclus o de Curso Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas e fun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LL LLL 16 n veis tendo em vista que se trata do mesmo aluno produtor nas duas monografias Escolhemos o g nero acad mico monografia por se constituir como um dos trabalhos mais solicitados no ambiente acad mico uma vez que a grande maioria das institui es de ensino superior seja privada e p blica exige a monografia como trabalho de conclus o de curso TCC e em muitas especializa es a monografia configura se como trabalho necess rio para a obten o do t tulo de especialista Entendemos que a monografia al m de s
405. unto de variedades DI p 22 As diferen as que existem numa l ngua n o s o casuais As variedades ling sticas s o condicionadas por agentes externos e internos l ngua Mollica 2003 confirma esse ponto de vista e acrescenta aparentemente ca tica e aleat ria a face heterog nea imanente da l ngua regular sistem tica e previs vel porque os usos s o controlados por vari veis estruturais e sociais p 27 DI p 23 Sob esse olhar registram se ainda os marcadores regionais que Calvet op cit classifica como varia o diat pica predominante em comunidades facilmente edificadas geometricamente por exemplo pessoas que moram em lugares diferentes acabam caracterizando se por falar de um modo diferente em rela o ao outro grupo como os sotaques dos cariocas em contraponto com a g ria dos baianos DI p 23 Os marcadores ling sticos regionais s o mais precisamente os dialetos termo esse surgido pela primeira vez na literatura francesa em 1564 num texto de Ronsard como o sentido de falar de uma regi o IN MONTEIRO 2000 p 45 Para os ling istas o termo mais abrangente pode referir se a todos os tipos de variedade Ent o consideremos os exemplos supracitados como dialetos DI p 23 Burgierman 2000 mostra os fatores que condicionaram o surgimento das diferen as regionais do portugu s brasileiro DD p 24 Mollica 2003 diz que as vari veis tant
406. utonomia enunciativa pois vemos que no trecho Fullan 25 Termo emprestado de Mat ncio e Silva 2002 e que se refere ao posicionamento enunciativo do aluno produtor em rela o ao dito pelo outro Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 109 1991 apud CELNI 2001 p 23 o que motivo de frustra o h um rompimento de sentido uma lacuna deixada pela aus ncia do conector para ligar os discursos de forma que n o h nada que atrele o enunciado anterior dito pelo aluno produtor o que antecede o par grafo de Fullan ao enunciado expressado ou n o por Fullan ou seja ao introduzir o discurso citado n o se sabe qual a finalidade pretendida pelo aluno produtor de especializa o Mediante a an lise dos dados que comp em o corpus desta pesquisa pudemos averiguar que o aluno produtor de gradua o e de especializa o usou v rias formas para introduzir o discurso citado Na se o a seguir apresentamos as diferentes fun es que o aluno produtor estabelece para o discurso do outro no novo texto 4 1 2 Fun es do discurso citado Nossa an lise sobre as fun es do discurso do outro na escrita de graduados e especialistas inspira se no estudo comparativo realizado Boch e Grosmann 2002 que versa sobre a refer ncia ao discurso do outro cujo foco de an lise foi o fen meno da cita o em textos te ricos de estudant
407. utro Ao fazer isso o aluno produtor de ambos os n veis n o tece coment rio ou di logo acerca do dizer do outro mas apenas toma para seu discurso as palavras do outro sem manifestar se frente ao dito Essa atitude frente ao dizer do outro revela a pouca autonomia enunciativa do aluno produtor diante do discurso do outro Percebemos tamb m que os alunos produtores de gradua o e especializa o ao fazerem uso do discurso citado com as fun es de complementar o dizer e finalizar uma id ia n o se posicionam em detrimento das palavras do outro evidenciando assim um afastamento do dizer ou seja o aluno produtor de ambos os n veis deixa prevalecer a voz do outro sobre a sua pois para ele sem as palavras desse outro da voz autoridade da rea seu dizer n o se realiza em sua plenitude Nestas condi es o aluno produtor assume as palavras do outro no lugar das suas como forma de consolida o de seu dizer Sendo assim em termos comparativos o aluno de especializa o utiliza com mais frequ ncia a fun o complementar o dizer que denota maior distanciamento frente ao seu discurso Ao tomar essa atitude o aluno produtor de especializa o coloca o discurso do outro sobre o seu Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 222222222 L LLL 118 pr prio discurso pois considera essa posi o frente ao discurso do outro a
408. vras significam a hist ria e a l ngua Cr gna CibdlePeera Disseta o de Mestrado 2007 UFRN PPGEL Formas efun es do discurso do outro no geo monog fico 2222222222 L LLL 116 Portanto compreendemos que essas fun es do discurso citado seja atrav s do discurso direto indireto ou das modaliza es diretas e indiretas revelam os movimentos realizados na escrita pelo aluno produtor de gradua o e de especializa o para a constru o da se o de fundamenta o te rica Sendo assim ilustramos a partir do gr fico abaixo como se deram as ocorr ncias das fun es do discurso do outro de forma a compreender o que nos indicam tais fun es na escrita de graduandos e especialistas Gr fico 5 As fun es do discurso do outro em MG e ME Percentual das fun es do discurso do outro em MG e ME E Sustentar uma afirma o E introduzir um ponto de vista No que se refere s fun es do discurso do outro o gr fico aponta que a maior recorr ncia foi a fun o sustentar uma afirma o representando 58 das ocorr ncias utilizadas pelo aluno produtor de gradua o e 46 pelo aluno produtor de especializa o Com isso entendemos que o privil gio dado a essa fun o indica em primeiro lugar que o aluno produtor de gradua o na condi o de iniciante na escrita acad mica sente mais necessidade de usar o discurso do outro para dar sustenta o ao seu dizer faze
409. xpor o ponto de vista de Cunha e Cintra 2001 sobre a concord ncia com o sujeito composto ressaltando atrav s do discurso direto que demarca literalmente o ponto de vista do autor fonte sobre a forma como a linguagem corrente do Brasil opera acerca do sujeito composto Nesses fragmentos o uso do discurso indireto seguindo do discurso direto e da modaliza o direta acaba portanto sendo recursos necess rios para que o aluno produtor exponha o ponto de vista do autor fonte o Fun o III Complementar o dizer 31 O que se percebe que o professor de l ngua inglesa muitas vezes parece demonstrar uma compreens o equivocada do ensino de l nguas como aquisi o de habilidades e do conceito de leitura que este ensino traz De acordo com Totis 1991 muitos professores ainda s o influenciados por uma vis o tradicional que traz concep es err neas sobre o ensino de leitura Como exemplo de algumas dessas concep es podemos citar a a leitura como a aprendizagem literal antes da aprendizagem da compreens o por infer ncia b o significado deve ser extra do somente do texto c o indiv duo deve ser proficiente na l ngua alvo antes de aprender a ler MG7 p 12 32 Por isso os professores acabam por medir e testar o que facilmente mensur vel deixando de lado at mesmo id ias importantes e n o avaliam a performace que deveriam avaliar Baxter 1997 afirma que muito dif cil es
410. y that the student writer in both stages or levels give emphasis to the function maintain an assertion indicating that other s discourse serve mainly as a resource of authority just because that this function reveals the absence of a dialog between student writing and cited discourse In a general way the forms of other s discourse claim a form of writing that is found starting from a sequence of cited discourse in what student writer voice in graduation and specialization comes to text surface just few times but most of the times the student takes other s words as they were themselves every time there is an overlap of author source KEY WORDS Rewriting monographic genre cited discourse LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS AD An lise do Discurso Cf Conferir CAMEAM Campus Avan ado Prof Maria Elisa de Albuquerque Maia DD Discurso Direto DI Discurso Indireto LT Ling stica Textual M Modaliza o MG Monografia de Gradua o ME Monografia de Especializa o MD Modaliza o Direta MI Modaliza o Indireta PPP Projeto Pol tico Pedag gico TCC Trabalho de Conclus o de Curso UERN Universidade do Estado do Rio Grande do Norte minha m e Pela grandeza do seu amor e por ter se colocado sempre ao meu lado apoiando me nos momentos dif ceis A quem sempre acreditou em mim e lutou bravamente comigo para que este trabalho se concretizasse Voc o meu porto seguro De
411. zado pode acatar DD p 30 A gram tica de Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante 1997 p 16 apud BAGNO 2000 p 27 tamb m segue a mesma linha As l nguas que t m forma escrita como o caso do portugu s necessitam da gram tica Normativa para que se garanta a exist ncia de um padr o ling stico uniforme no qual se registre a produ o cultural conhecer a norma culta portanto uma forma de ter acesso a essa produ o cultural e a linguagem oficial grifos do autor DD p 30 A respeito dessa ideologia gramatical manifestada por esses dois autores Bagno 2000 p 22 posiciona se de uma forma muito significativa J se viu de que modo a ideologia usada para se contrapor a ci ncia isto a investiga o emp rica da realidade real Vimos tamb m na cita o de Cipro amp Neto de que modo a Gramtica Tradicional empreende a invers o da rela o id ias realidade a exist ncia de um padr o uniforme garantida pela Gram tica Normativa Essa invers o not vel quando se trata da rela o entre escrita e fala O certo falar assim porque se escreve assim a forma gr fica das palavras que nos deve guiar no momento de pronunci las a l ngua oral que deve respeitar a ortografia enquadrar se em seus moldes caber na roupagem gr fica e n o o contr rio DI p 30 Diante dessa realidade de discrimina o social pela linguagem tomamos emprestado o questionamento de Mu
412. zando que a princ pio comum que a varia o ocorra em virtude de faotres de ordem puramente interna ao sistema ling stico no entanto na maioria dos casos a varia o acontece exclusivamente em virtude de fatores externos ao sistema ling stico ou seja bastante comum que certos fen menos de varia o sejam regulados apenas por press es do pr prio ambiente ling stico em que se realizam Mas inversamente h casos em que o uso de certas estruturas ling sticas depende quase que exclusivamente das press es de ordem externa ou social MONTEIRO 2000 p 68 DD p 18 mas como destaca Bagno 2000 p 26 doutrinal e preconceituoso DD As classes econ micas mais favorecidas criam mecanismos veiculados de id ias e aqui se destaca a gram tica normativa para perpetuarem a sua ideologia A respeito desse fato Bagno 2000 p 26 discorre muito bem Embora a ling stica e mais precisamente a socioling stica h muito tenha postulado a exist ncia no universo particular de toda e cada l ngua viva de m ltiplas variedades ling sticas associadas a diferencia es regionais etnias et rias de classe social etc as gram ticas normativas brasileiras permanecem apegadas ao mito de l ngua nica e se apresentam como descri o de uma variedade ling stica supostamente empregada pelas pessoas cultas do pa s isto pelas classes dominantes apresentando a sempre como o

formas e funções do discurso do outro no gênero monográfico

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