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Revista Parcerias Estratégicas Versão integral em PDF

1. D a a necessidade da reflex o sobre valores de refer ncia que informem e orientem a ci ncia de uma tica que atenda ao sentimento de responsabili dade social D a a demanda de uma tica da responsabilidade que vincule todos especialmente os cientistas e os profissionais que aplicam os resulta 7 Schwartzman 1995 p 71 Bonavides 2002 p 73 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 17 dos da ci ncia Nessas condi es coloca se a quest o fundamental da con cep o de um projeto tico e de uma estrutura jur dica que busquem a me lhor concilia o entre progresso t cnico cient fico e a capacidade de aperfei coamento do esp rito humano O avan o das pesquisas gen ticas promovem portanto a crescente mobiliza o social com respeito absor o dos resultados dessas pesquisas rea es positivas com respeito aos benef cios aportados e rea es negati vas quanto aos riscos Quando se tratam de riscos n o se est lidando ape nas com a incerteza cient fica e tecnol gica mas tamb m com a incerteza tica e moral Com respeito primeira ordem de incertezas a sociedade responde com o estabelecimento de regula o t cnica e jur dica mais restri ta como no campo da biosseguran a e da propriedade e com rcio desses bens de alto conte do tecnol gico que resultam da biotecnologia Relativa mente segunda categoria de incertezas verifica se a necess ria inten
2. C LULAS TRONCO A c lula tronco protot pica o vulo fertilizado ou zigoto Esta nica c lula capaz de gerar todas as demais c lulas de um organismo adulto inclusive os gametas vulos e espermatoz ides que dar o origem a novos zigotos A incr vel capacidade de gerar um organismo adulto completo a partir de uma nica c lula tem fascinado os bi logos A c lula tronco uma c lula indiferenciada e capaz de se auto regenerar e de produzir um grande n mero de c lulas diferenciadas funcionais O conhecimento da pluripotencialidade das c lulas embrion rias j bastante antigo Em 1981 dois grupos de pesquisa independentes conseguiram imortalizar c lulas deri vadas da massa celular interna de blastocistos de embri es de camundongos Estas c lulas s o capazes de proliferar indefinidamente em culturas in vitro sem se diferenciarem mas tamb m podem diferenciar se em v rios tipos celulares dependendo das condi es de cultivo Uma via alternativa foi vislumbrada com estudos recentes que demons traram a presen a de c lulas tronco progenitoras pluripotentes no organismo adulto Aparentemente fonte mais ampla destas c lulas a medula ssea onde as c lulas tronco mostram a capacidade de diferencia o em uma ampla gama de c lulas de origem mesenquimal endod rmica e ectod rmica Como essas c lulas podem ser facilmente colhidas e potencialmente cultivadas ex vivo esse novo conceito abre amplas possibilida
3. No entanto n o h evid ncias cient ficas at o presente momento de preju zos de qualquer natureza causados por esses novos desenvolvimentos da biotecnologia vegetal em pa ses que exercitam adequadamente os proce dimentos de avalia o e gerenciamento de risco fundamentados em procedi mentos de biosseguran a e orientados pelos princ pios da bio tica Royal Society 2001 Royal Canadian Society 2002 European Commission 2002 necess rio no entanto realizar estudo em profundidade sobre as poss veis novas demandas que os diferentes est gios inovativos da biotecnologia vegetal ou ondas vir o colocar para a biosseguran a e a bio tica BIOTECNOLOGIAS VEGETAL E FARMAC UTICA DILUI O DAS FRONTEIRAS No mundo contempor neo novos desenvolvimentos da biologia molecular e da engenharia gen tica resultantes da revolu o introduzida tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 170 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno pela nova biotecnologia est o rompendo com concep es cient ficas at bem pouco tempo dominantes e reestruturando a ci ncia e a tecnologia em sa de em dire o anovos paradigmas desdobrando se em processos e produ tos diversos com fant stico potencial em diversas reas da atividade humana Na rea farmac utica o impacto dessas transforma es tem sido ex traordin rio Modelos animais de modifica o gen tica com vacinas recombinantes f
4. Problemas A tuais de Bio tica 32 ed S o Paulo Edi es Loyola 1996 Rem dio Marques J P A comerdaliza o de organismos geneticamente modificados eos direitos dos consumidores alguns aspectos substantivos procedimentais e processuais In Estudos de Direito do Consumidor n 1 Coimbra Centro de Direito do Consumo 1999 Renaud Michel A D eds o tica fatores particularmente relevantes da problem tica contempor nea Lisboa Brot ria 1997 Riechmann Jorge Cultivos e A limentos Transg nicos Petr polis E ditora Vozes 2002 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 114 Adriana Diaf ria Sgreccia Elio M anual de Bio ica I Fundamentos e tica Biom dica S o Paulo Edi es Loyola 1996 Uranga Am lia Martin La normativa en E uropa sobre los organismos modificados geneticamente In Revista de Derecho y Genoma Humano n 5 Bilbao Funda o BBV 1996 p gs 217 238 Resumo O presente artigo objetiva apresentar algumas no es de natureza tica e jur dica acerca dos crit rios que poder o estar sendo adotados para a regulamenta o do C digo de tica de Manipula o G en tica a ser proposto pela Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CT N Bio a partir da an lise dos dispositivos legais que regulamentam a biosseguran a no Brasil Abstract This article aims to present ethical and legal comments about criteria that could be adopted for the
5. PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 27 b N a E uropa e Comiss o Warnock sobre fecunda o e embriologia humana na Inglaterra em 1982 Comiss o Benda sobre fecunda o in vitro an lise do genoma e terapia gen tica na Alemanha em 1985 e Comiss o Santossuosso sobre fecunda o artificial humana e tratamento do embri o na Italia Comiss o do Legislativo da Espanha que elaborou um informe sobre fe cunda o in vitro e insemina o artificial humanas em 1986 Na Fran a foi institu do por decreto presidencial de 1983 o Comit Con sultivo Nacional de tica para as Ci ncias da Vida e da Sa de da Fran a ena Inglaterra onde a id ia de institucionalizar um comit governamental de tica pareceu inoportuna a Funda o Nuffield de natureza privada criou o Conselho de Bio tica em 1988 Ambos emitem pareceres proposi es e re comenda es mas n o s o inst ncias decis rias com qualquer esp cie au toridade pol tica formal tampouco formulam leis No contexto europeu o Conselho da Europa por interm dio do Parlamen to Europeu e do Comit ad hoc d Experts pour les Sciences Biom dicales criado em 1985 e transformado em Comit D irecteur sur la Bio thique CD BI em 1992 Em setembro de 1996 o Conselho da Europa reunido em Estrasburgo aprovou a primeira normativa europ ia sobre manipula o gen tica humana Em fevereiro de 2002 a C mara dos Lordes brit nica
6. Siqueira Jos Eduardo de E tica e temod nda uma abordagem segundo o prindpio da responsabilidade de H ans Jonas Editora UEL Londrina 1998 Resumo A euforia cientificista que caracterizou os ltimos s culos de nossa hist ria n o re presentou a revolu o social unidirecional esperada que culminaria com a constru o de uma sociedade ideal Em pleno apogeu do ideal cientificista onde maravi lhosas conquistas foram alcan adas por meio do desenvolvimento cient fico e tecnol gico a humanidade presenciou em um nico s culo dois grandes massacres mundiais v rias guerras regionais que fizeram um n mero consider vel de v timas e alguns graves acidentes sendo que alguns desses fatos s se realizaram devido a t cnica moderna Diante do potencial devastador que a ci ncia pode proporcionar ao ser humano e que j foi provado pela f sica a preocupa o com a orienta o respons vel do comportamento humano no momento da produ o do conheci mento e do uso da tecnologia visando garantir as gera es futuras as condi es necess rias para se ter uma vida digna come ou a chamar a aten o das pessoas a partir das ultimas d cadas do s culo XX Abstract The scientific euphoria that characterised the last years of humanity history did not represent the unidirectional social revolution which it would culminate with the construction of a ideal society D uring the scientific apogee when important conquests
7. es de semelhan as de personalidade registradas em g meos univitelinos uma mesma identidade gen rica gen ti ca acompanhada de diferente identidade espec fica Eu sou eu e minhas circunst ncias Jos Ortega y Gasset fil sofo espanhol Confundir iden tidade biol gica com identidade pessoal um abuso l gico trata se de mero reducionismo biol gico que confunde identidade com especificidade tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 118 Volnei Garrafa Essa argumenta o n o pretende defender a moralidade da clonagem reprodutiva de seres humanos mas ao contr rio criticar a intoler ncia dos argumentos e das respostas al m da pobreza filos fica constatada nas dis cuss es que em geral t m acontecido no Brasil eno mundo sobre o tema Pelo contr rio tenho defendido que temas como os limites da manipula o da ci ncia requerem al m de uma profunda dose de toler ncia sobretudo prud ncia e senso de responsabilidade Em artigo publicado no jornal fran c s Lib ration o fil sofo Jean Baudrillard considerou o clone um crime perfeito O conflito entre o original e sua c pia n o est perto de termi nar nem aquele entre o real e o virtual ENTENDENDO MELHOR A CLONAGEM HUMANA Institutos de pesquisa de diversos pa ses j v m trabalhando h v rios anos com a clonagem de esp cies vegetais sem grandes perturba es or dem das coisas no seio da s
8. o de novos medicamentos vacinas ou procedimen tos m dicos n o podemos propor essa modalidade de reprodu o para seres humanos importante notar tamb m que a id ia da utiliza o da clonagem como forma de reprodu o em seres humanos repudiada por toda a comu nidade cient fica internacional Tanto que a O rganiza o das Na es Unidas O NU decidiu criar uma Conven o Internacional para o final de 2003 proi bindo a clonagem reprodutiva de seres humanos O objetivo principal da conven o ser deixar claro que a clonagem como forma de reprodu o de seres humanos internacionalmente repudiada e uma amea a dignidade do ser humano da mesma forma que a tortura a descrimina o racial o terrorismo etc Essa conven o dever discutir m todos de preven o e de monitoramento da clonagem humana assim como san es para pa ses que violarem a conven o Em suma a clonagem como forma de reprodu o um procedimento caracterizado pelo desconhecido comprovadamente perigoso e que n o deve ser realizado em seres humanos 3 CLONAGEM TERAP UTICA HUMANA A chamada clonagem terap utica envolve as aplica es das t cni cas de clonagem sem o objetivo de reprodu o Ela se inicia como uma clonagem reprodutiva por m em vez de o embri o clonado ser transferido para o utero de uma mulher o que caracterizaria a clonagem reprodutiva o embri o dissociado no laborat rio para se extrair as cham
9. o de saber entre uma s rie de coisas dentre as quais aorigem Quando o C digo foi feito em 1990 n o existia a lei de Biosseguran a e a origem do C digo geogr fica e n o tecnol gica Archimedes Pedreira Franco N o respondemos obviamente pelo Mi nist rio P blico nem pelo IDEC Os rg os de defesa do consumidor s o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 243 rg os oficiais ou melhor refiro me aos rg os oficiais que n o s o enti dades civis N o conhe o os argumentos que est o sendo utilizados O que posso afirmar que o artigo 6 do C digo e o artigo 31 se complementam eo artigo 6 diz respeito aos direitos b sicos do consumidor e dentre esses direitos b sicos est o direito informa o O questionado o fato de que o decreto estabeleceu um limite para a informa o o decreto estabeleceu como limite 4 O que o C digo preconiza a informa o objetiva clara precisa os poss veis riscos a seguran a etc Na interpreta o legitima do C digo o que o Decreto deveria ter estabelecido era de que contendo organismos geneticamente modificados o r tulo contivesse esta informa o independentemente do percentual que fosse contido N o conhe o realmente preciso ver qual o objeto da contesta o mas imagino que tenha sido este o fato Sabemos que h muitas situa es em que o consumidor n o estar devidamente informado como assinalou
10. tica tenha pelo menos o esp rito semelhante ao esp rito que tem a resolu o 196 que n o engessa que n o impede a pesquisa com seres humanos mas sim que exp e o pesquisador para ele apresentar a seus pares e n o s aos pares mas apresentar tamb m sociedade Cada um dos Comit s de tica em Pesquisa tem representantes dos usu rios do servi o e da socieda de e cabe ao pesquisador apresentar seus projetos de pesquisa num formato que fique claro e expl cito n o s a metodologia mas toda a literatura existen te H clareza tamb m quando colocado o termo de consentimento escla recido de que o pesquisador se compromete por escrito com sua assinatura com seu telefone com seu endere o de que o sujeito da pesquisa vai ser respeitado na sua integridade do in cio ao fim da pesquisa E mais ainda que ter o direito de se retirar daquela pesquisa no momento que achar adequado Acredito que se conseguirmos encaminhar nosso C digo dentro des se esp rito poder amos ter uma rede espalhada pelo pa s Dentro de cada institui o de pesquisa que tem o CQB Certificado de Qualidade de Biosseguran a aprovado pela CT NBio j existem as Comiss es Internas de Biosseguran a que fazem o acompanhamento desses projetos de pesquisa do ponto de vista t cnico Do ponto de vista da tica poss vel e desej vel que possamos encontrar caminhos para haver a incorpora o contribui o adi o da avalia o da pr
11. um mero amontoado de c lulas a ser manipulado D eve ser tratado com digni dade de pessoa humana Existem j ind cios de se encontrar c lulas tronco adultas na medula ssea no sangue do cord o umbilical e no c rebro por exemplo Seria timo porque dispensa a manipula o do embri o Surge a chamada medicina regenerativa A Pontif cia Academia da Vida v a clonagem terap utica com c lulas adultas como a via mais humana a percorrer para um progresso correto e v lido neste novo campo que se abre pesquisa e a pro missoras aplica es terap uticas Estas representam sem d vida uma grande esperan a para um n mero consider vel de pessoas doentes Enfim para al m do imperativo tecnocient fico precisamos intro duzir o imperativo tico da sabedoria de como usar o conhecimento cientifi co Nesta perspectiva o ser humano continua a cria o co criadorno exerc cio da responsabilidade criativa que preserva a dignidade humana e fator de constru o de um mundo mais saud vel e de um ser humano mais feliz Resumo O autor escreve que os jornais notici rios de TV e r dio a m dia em geral com frequ ncia noticiam as importantes descobertas na rea da gen tica e at a possibi lidade de se clonar gente Por exemplo no ano 2000 o ent o presidente dos Esta dos Unidos Bill Clinton anunciava oficialmente a decifra o do rascunho do genoma humano Estamos aprendendo a decifrar
12. Molecular foi presidente da CTNBio e secret rio executivo do Programa de Apoio ao D esenvolvimento Cient fico e Tecnol gico PADCT As primeiras regras de Biosseguran a surgiram em 1974 depois da primeira experi ncia feita por cientistas americanos no ano anterior A Biotecnologia tem sido utilizada com cuidados de Biosseguran a que acredito nenhuma outra tecnologia experimentou Assim como n o h casos relatados na literatura cient fica que produ tos de engenharia gen tica tenham provocado efeito negativo ao homem tamb m n o h relatos de problemas com o meio ambiente Esses dados refor am que a Biosseguran a deve continuar sendo aplicada com rigor O Brasil foi o nico pa s que prop s um monitoramento comercial de um produto da agropecu ria geneticamente modificado que o caso da soja geneticamente modificada O fato da Biotecnologia estar parada no seu caminho comercial pode estar relacionado falta de um rigor tico a ser exercido por todos os segmen tos da sociedade envolvidos industriais advogados jornalistas cientistas sem esquecer aqueles que perdem com a Biotecnologia o caso da ind stria de agrot xicos que movimenta um mercado de US 34 bilh es dos quais estima se que 6 a 10 j tenha sido substitu do Assim a Biotecnologia afeta merca dos intensamente e se a tica n o for exercida com rigor seu exerc cio espon t neo sera dif cil Por outro lado os agricultores
13. cou uma s rie de artigos baseados na opini o p blica a respeito de algumas tecnologias A opini o p blica favor vel a respeito do desenvolvimento da biotecnologia tem ca do ao longo dos ltimos anos nos Estados Unidos Num primeiro levantamento em 1997 a aceita o foi de 78 dos entrevistados enquanto neste ltimo foi de 52 8 Al m disso 30 1 dos entrevistados cr em na possibilidade de que ela tome as coisas piores Na Europa pes quisa realizada em 16 pa ses da Uni o Europ ia chegou mesma conclus o Em uma outra pesquisa de opini o houve um padr o inesperado Os alimentos transg nicos s o percebidos como pouco teis muito arriscados pouco aceit veis e indignos de apoio enquanto a biotecnologia agr cola pos sui aceita o mais favor vel embora n o receba apoio Parece que o p blico est mais preocupado com a seguran a alimentar do que com o meio ambiente A sociedade americana mais pragm tica tecn fila e confiante nas autoridades reguladoras enquanto a europ ia mais filos fica tecnof bica e desconfiada de suas autoridades D iante desse quadro enquanto a rea o da sociedade brasileira for interpretada unicamente com base nessa dicotomia em que ou se contra ou a favor dos transg nicos sem alternativas o debate arespeito de biotecnologia n o avan ar N este sentido o jornalismo cienti fico tem a responsabilidade de fornecer informa es b sicas para a compre ens
14. micas envolvendo a tica a bio tica e a biosseguran a Na biotecnologia vegetal da mesma forma a velocidade dos seus pro cessos inovativos cujo impacto global vem suscitando quest es novas e sens veis do ponto de vista cultural social e pol tico relacionadas a mudan as expressivas em pr ticas agr colas tradicionais o que tem resultado em considera es cient ficas diversas sobre seus potenciais riscos vida sa de humana e animal e ao meio ambiente Tais transforma es v m tamb m suscitando controv rsias na rela o entre a sociedade e a ci ncia e quest es envolvendo a percep o p blica da atividade cient fica no campo da engenharia gen tica pela natural preocu pa o do p blico no Brasil e demais pa ses quanto aos riscos que esses no vos avan os sobretudo no que diz respeito aos alimentos geneticamente modificados ou n o poderiam eventualmente acarretar Tais dificuldades t m contribu do para o entendimento pelo p blico no Brasil e outros pa ses de que a atividade cient fica no campo da engenha ria gen tica estaria levando a um progressivo distanciamento e artificialismo 164 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno na rela o do homem com a natureza com importantes implica es ticas legais e sociais na vida cotidiana o que tem levado alguns a condenar os cientistas por excessiva ousadia e estarem brincando de D eus Esta percep o social de separa o e rup
15. o de f rmacos ou medicamen tos deve se obter o consentimento livre e informado da pessoa antes da extra o de uma amostra contendo sua mol cula de DNA ou RNA em respeito a sua individualidade e autonomia quando da utiliza o de material gen tico animal para a produ o de animais transg nicos ponderar os interesses envol vidos de forma a n o causar sofrimento desnecess rio ao animal produzido quando da utiliza o de material gen tico de plantas para a introdu o de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 111 novas esp cies no meio ambiente levar em considera o os potenciais proble mas de eros o gen tica diminui o da biodiversidade e dos potenciais impac tos que podem ser causados no meio natural quando da utiliza o de material biol gico de microorganismos atentar para os procedimentos internos no labo rat rio para garantir a salubridade do meio ambiente de trabalho dos cientis tas entre tantos outros que aqui poderiam ser enumerados Como se sabe hoje as atividades de engenharia gen tica utilizam mo l culas de D NA RNA recombinante para a produ o de uma gama variada de novos produtos com poss veis aplica es no meio ambiente na agricultu ra na pecu ria e na medicina O corre que esta interfer ncia nos processos naturais da vida ainda suscita uma s rie de medos e d vidas quanto potencialidade dos riscos decorrentes da libera o destes organismos
16. o gen tica Assim procurei dar s minhas considera es car ter mais geral Em primeiro lugar imp em se algumas tomadas de posi o como pres supostos para o encaminhamento desejado sem o que ameu ver poderemos correr o risco de estarmos falando coisas diferentes pensando que s o iguais e coisas iguais pensando que s o diferentes ou ainda estarmos repetindo o que outros j disseram as vezes sem a devida sustenta o sobretudo cient fica sob forma de impress es pessoais como se fossem conceitos Estou convicto do fato de que a an lise da quest o dos transg nicos s pode ser feita sob a gide da bio tica qualquer outra orienta o setorial ou sect ria por mais bem intencionada e competente que seja poder acar retar profundos e s rios equ vocos Em consegu ncia dessa tomada de posi o surge uma outra de im port ncia fundamental por mais que primeira vista possa parecer trivial situar a tica e a bio tica isto do que realmente estamos falando e pensan do quando a elas nos referimos Vale lembrar que o neologismo bio tica criado h 30 anos visava basicamente aplacar uma ang stia suscitada pela preocupa o com eventual mau uso dos avan os da biologia molecular unindo bios vida e tica pretendeu se criar basicamente um movimento para impedir a inadequada utiliza o dos conhecimentos advindos de revolu o biol gica ou revolu o 66 William S Hossne molecular A
17. o legal da Comiss o No evento discutiu se temas como impacto de transg nicos na sa de huma na e na agricultura a tica das inova es diagn sticas e terap uticas e a vis o jur dica pol tica religiosa e do consumidor em rela o engenharia gen tica Um dos objetivos do semin rio foi identificar linhas gerais para o proces so de consolida o de um documento que ir traduzir os anseios da sociedade nos seus v rios segmentos representativos como o civil e o cient fico que nortear a proposi o do c digo Neste evento identificou se a necessidade premente de estrutura o no Brasil de um c digo que atenda complexidade do tema moderna biotecnologia suas inter rela es e fluxo de informa o entre os diversos segmentos do governo Uma das caracter sticas do sistema de gest o da biosseguran a no Bra sil ressaltadas no evento o papel das Comiss es Internas de Biosseguran a CIBios que representam a compet ncia institucional e t cnica para o de senvolvimento de atividades com O G Ms Tais Comiss es arbitram diversas atividades com O G Ms no seio dom stico e permutam informa es impor tantes com a CTNBio de forma que o fluxo de informa es constante Tal estrutura necessita de um roteiro relativo a tica para que a capacidade de ju zo seja otimizada e por consegu ncia o pleno desenvolvimento do setor tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 200 L
18. para deliberar sobre a situa o Ap s esta experi ncia outros comit s foram organizados para refletir ou tomar decis es acerca de situa es dif ceis Como foi o caso ocorrido nos EUA no ano de 1969 quando o fil sofo Daniel Callahan e o psiquiatra Wilard G aylin motivados pelas den ncias e processos acerca de abusos no campo da experimenta o com o ser humano tomaram a iniciativa de reunir cientistas pesquisadores e fil sofos para discutirem a respeito dos procedi mentos em pesquisa com seres humanos Todavia a senten a da Corte Suprema do Estado de New Jersey EUA no caso Karen Ann Quinlan em 31 de mar o de 1976 representa a institui o oficial do primeiro comit interdisciplinar de tica K aren devido a um grav ssimo traumatismo neurol gico estava em coma havia um ano e na quele momento a pergunta que se fazia opini o p blica era se a sobrevi v ncia a todo custo de uma pessoa naquelas condi es era l cita ou se era mais justo ao contr rio deixar que a natureza seguisse seu curso normal Posteriormente ao caso Karen outros comit s foram formados para o estudo de situa es diversas como avaliar protocolos de experimenta o com doentes e outras situa es especiais no mbito da assist ncia sa de Firmou se ent o as fun es de apoio e de ponto de refer ncia e delibera o dos comit s de tica Diante do que at aqui foi exposto podemos tranquilamente verificar que a di
19. para tratamento de defei tos gen ticos respeitando se princ pios ticos tais como o princ pio da auto nomia e o princ pio de benefic ncia condicionando esta possibilidade a aprova o pr via da CTNBio Em termos do debate e das proposi es de mbito internacional refe rentes bio tica o International Bioethics Committee da Unesco sediado em Paris lidera as a es no sentido da harmoniza o internacional das ques toes ticas apresentadas pelo Projeto do Genoma Humano A Uni o Euro p ia por sua vez j colocou em pauta a Conven o Europ ia de Bio tica visando subsidiar legalmente os estados membros para tratar das quest es tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 202 L M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa urgentes advindas do processo biotecnol gico e suas demandas comerciais relativas s patentes fato que se mescla diretamente com as urg ncias da elabora o das diretivas dadas pela bio tica em especial para biotecnologia voltada para os projetos de pesquisas em sa de Um dos enfoques dos deba tes no seu n vel internacional refere se aos limites amplitude e efic cia da participa o do poder p blico nas quest es que fazem interface direta mente entre ci ncia e tica Perspectivas diferenciadas sobre bio tica s o apontadas com nuances nos pa ses desenvolvidos mais especificamente nos Estados Unidos no Jap
20. reas de aplica o da biotecnologia biotecnologia vegetal e farmac utica entre outras tornar a tarefa de discuss o e defini o dos princ pios da bio tica que se aplicar o a cada situa o ainda mais complexa e seria certa mente imposs vel enfrent la nos limites desse artigo Tais desafios ir o portanto exigir do debate p blico no mundo con tempor neo e no Brasil em particular pelo seu grande potencial de partici pa o na biotecnologia vegetal postura mais rigorosa fundamentada no Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 179 conhecimento cient fico e referidos princ pios da bio tica que dever o cada vez mais orientar as novas atividades de manipula o gen tica Para tanto ser necess rio assegurar ao consumidor por meio de pro cedimentos diversos rotulagem e outros pleno acesso n o apenas s infor ma es sobre caracter sticas relevantes dos produtos geneticamente modi ficados que n o estejam presentes no produto convencional mas tamb m so bre seus potenciais riscos sa de humana animal agricultura e meio ambiente Para concluir cabe destacar que os processos inovativos aqui descri tos v m impondo pelo seu enorme potencial a necessidade de profunda revis o de prioridades na pesquisa biotecnol gica uma vez que ir exigir investimentos estrat gicos de vulto em infra estrutura redes de informa o e capacita o de recursos humanos apoiados por
21. submetido para publica o Pittenger MF Mackay AM Beck SC Jaiswal RK Douglas R Mosca JD Moorman MA Simonetti Dw Craig S Marshak DR Multilineage potential of adult human mesenchimal stem cells Science 284 143 1999 Potten CS Stem cells Academic Press NY 1996 Scorsin M Hagege A Marotte F Mirochnik N Bamoux M Sabri A Samuel J L Rappaport L Menasch P Does transplantation of cardiomyocytes improve function of infarcted myocardium Circulation 96 suppl II 188 1997 Soares MBP Pontes de Carvalho L Ribeiro dos Santos R The pathogenesis of Chagas disease when autoimmune and parasite specific immune responses meet An Acad Bras Cienc 73 547 559 2001 Soares MBP Lima RS Takyia CM Mengel JO Pontes de Carvalho LC tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 160 Milena Soares amp Ricardo dos Santos Carvalho ACC and Ribeiro dos Santos R Transplanted bone marrow cells repair heart tissue and reduce inflammation in mice with protozoan infection associated cardiomyopathy submetido para publica o Thomson J Eldor JI Shapiro SS Waknitz MA Swiergiel JJ Marshall VS Jones JM Embryonic stem cells lines derived from human blastocysts Science 282 1145 1998 Tomita S Li R K Weisel RD Mickle DAG Kim E J Sakai T Jia Z Q Autologous transplantation of bone marrow cells improves damaged heard function Circulation 100 247 1
22. 95 que regulamenta incisos do 1 do art 225 da Constitui o Federal ou seja normas de seguran a e mecanismos de fiscaliza o no uso das t cnicas de engenharia gen tica na constru o cultivo manipula o transporte comercializa o consumo libera o e descarte de OGMs vi sando prote o da vida e da sa de do homem dos animais e das plantas bem como o meio ambiente E nesse aspecto cuidado especial deve ser tomado no sentido de n o se confundir normas t cnicas de biosseguran a com a conduta tica das pesquisas que envolve manipula o gen tica Esse terreno requer grande cuidado pois nele as normas t cnicas regidas por fa tores l gicos coexistem com as normas ticas regidas por fatores axiol gicos Note se portanto que a Lei de Biosseguran a trata de pesquisas afe tas s reas humana animal e vegetal Haveria portanto que delimitar com clareza as considera es ticas a serem focalizadas com rela o a cada uma dessas categorias de pesquisa e precisar quais estariam fora do escopo do C digo Considera es ticas sobre manipula o gen tica de material humano No que diz respeito ao status jur dico do corpo humano em oposi o vis o dualista de um corpo objeto submetido vontade racional que seria sujeito a concep o ocidental do direito afirma a indivisibilidade entre corpo e esp rito O homem entidade f sica e ps quica que forma um todo indissoci v
23. Antonia Paula Marques de Faria m dica mestre e doutora em G en tica M dica e Antropol gica na UNICAMP especialista em Gen tica Cl nica professora do D epartamento de G en tica M dica e respons vel pelo servi o de Gen tica Cl nica da Faculdade de Medicina da Unicamp presidente da Sociedade Brasileira de G en tica Cl nica membro da Comiss o de G en tica Cl nica e Molecular do Conselho Federal de Medicina Em sua palestra Dra Antonia falou sobre a Comiss o de G en tica Cl nica e Molecular do Conselho Federal de Medicina e ainda sobre os desa fios da gen tica na comunidade m dica e no pa s frente aos avan os tecnol gicos na rea A gen tica oferece comunidade geral novos conhecimentos e t cni cas e essa pr pria comunidade incluindo os detentores do conhecimento m dico e biol gico que deveria decidir quanto utiliza o apropriada des se saber A sociedade ideal seria aquela capaz de se organizar em diversos segmentos agindo de forma colaborativa e caso poss vel seguindo regula menta o semelhante nos diversos pa ses resguardadas as diferen as cultu rais s cio econ micas etc O governo eleito por essa sociedade seria res pons vel pelo financiamento dos projetos as empresas desenvolveriam seus produtos atendendo s necessidades da comunidade geral O Conselho Federal de Medicina considera que no interesse da socie dade seria fundamental que a mesma fosse devidamente esclarecida
24. L B Biotecnologia Ci ncia e Desenvolvimento n 8 80 84 1999 16 Sa de e Ci ncia 13 de Setembro 2000 Sociedade Brasileira de Cardiologia http www cardiol br noticias 17 Bigam D Zhong R Levy G Grant D X enotransplantation Can J Surg 42 12 6 1999 Dispon vel em http www cma ca 18 Reich W T Encydopedia of Bioethics 2 Edi o Macmillan Press Nova Torque 1995 19 Beauchamp T L Childress J F Principles of Biomedical E thics 4 Edition New York Oxford University Press 1994 20 Schramm F R Bio tica e Biosseguran a in Inicia o a Bio tica Conselho Federal de Medicina 1998 21 Lei de Biosseguran a Lei 8974 95 Dispon vel em http www ctnbio gov br 22 Medida Provis ria 2 191 9 01 Dispon vel em http www ctnbio gov br 23 Resolu o 196 96 Conselho Nacional de Sa de Dispon vel em http conselho saude gov br 24 Conselho Federal de Medicina Dispon vel em http www cfm org br Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouruBRO 2002 55 Resumo S o v rias as mudan as ocasionadas e vislumbradas pelo avan o da tecnologia do DNA recombinante seja na rea de sa de humana e animal como a possibilidade de transplantes sem rejei o e a produ o de novos medicamentos seja na rea agr cola como a possibilidade de aumento de produ o de alimentos sem necessi dade de aumentar a rea de cultivo Entretanto este ava
25. Nesses ltimos anos temos implementado uma pol tica de propriedade intelectual e transfer ncia de tecnologia e participa do da elabora o e implementa o de pol ticas p blicas no Brasil nessas reas da Biotecnologia Eu teria uma s rie de perguntas e coment rios a fazer a praticamente todos os palestrantes do dia mas no momento vou me limitar a comentar o estado da arte dessa discuss o na Fiocruz desde 94 95 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 260 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas e atualmente a estrat gia do pr prio Minist rio da Sa de al m da discuss o do Conselho Nacional de Sa de atrav s da Conep A Fiocruz aqueceu esse debate discutindo na poca o projeto de lei do Senador Marco Maciel que veio gerar essa Lei de Biosseguran a em 95 No final de 94 o projeto de lei da Senadora Marina Silva que propunha regulamentar o acesso ao uso dos recursos gen ticos no Brasil esse projeto trazia em algum artigo a exclus o daregulamenta o que ent o chamava se recursos gen ticos humanos e atra v s desse projeto de outros substitutivos e outros projetos que entraram no Congresso Nacional essa exclus o era feita de forma bastante complexa do nosso ponto de vista de uma institui o vinculada ao Minist rio da Sa de sempre excluia mas trazia ressalvas ao poder p blico que entendiamos bas tante complicadas de serem exercidas sem
26. Sciences de la vie de I tique au droit Etudes du Conseil d Etat 2 ed Paris La Documentation Francaise 1988 Freitag B e Rouanet S Habermas S o Paulo Editora Attica 1993 Habermas J Teoria anal tica da ci ncia e dial tica In Walter Benjamin al Textos escolhidos Os Pensadores vol XLVIII S o Paulo Abril Cultural 1980 ees The theory of communicative action reason and the rationalization of society Massachusetts Beacon Press 1984 v 1 PRI Moral consciousness and communicative action Massachusetts The MIT Press 1996 5th printing Lavialle C De la difficult legiferer sur le vivant In NEIRINCK C Dela bio thique au bio droit Paris LG DJ 1994 Introdu o Lenoir N La tica de la ciencia entre humanismo y modernidad In UNESCO Informe Mundial sobre la Ciencia 1996 Paris Santillana Ediciones UNESCO 1996 p 206 215 Marchetti C Society as a learning system discovery invention and innovation cycles revisited Austria IIASA 1981 reprinted from T echnological forecasting and sodal change 18 1980 Neirinck C De la bio thique au bio droit Paris LGDJ 1994 Patr o Neves M C A Fundamenta o Antropologica da Bio tica Bio tica Conselho Federal de Medicina 4 1 1996 Pena S D J O Projeto Genoma Humano e o Terceiro Mundo Caminhos 3 junho 72 79 1991 Potter V R Bioethics a bridge to the future Englewood Cliffs Prentice Hall 1971 Rabotnikof
27. Soares amp G D de Sousa Nas institui es brasileiras consensual a import ncia do documento cujo temas basilares estao expressos nos capitulos Dignidade humana e 0 genoma humano Direitos do individuo Pesquisa sobre o genoma humano d Regras para o exerc cio de atividades de pesquisa e Solidariedade e coopera o internacional f Promo o dos princ pios constantes da declara o a b c O relat rio brasileiro relativo XXIX Assembl ia G eral da Unesco realizada em Paris em 1997 convocada para discutir a ado o da D eclara o Universal do G enoma Humano e dos Direitos Humanos destacou a alta qualidade dos debates que orientaram os temas em pauta em especial as discuss es que nortearam os itens que suscitaram mais controv rsias O tema Terapia G nica G erminal evidenciou na poca dificuldades de compreen s o t cnica o que expressa a real seriedade do forum em estabelecer diretivas claras mesmo para os campos cient ficos que trabalham com a perspectiva da repeti o que carateriza o m todo experimental As preocupa es apre sentadas relativas a experimentos de eugenia positiva colocados em dis cuss o est o tamb m expressas na legisla o brasileira em vigor Com rela o ao patenteamento do G enoma a Lei de Patentes brasi leira n o reconhece m rito inventivo e portanto n o concede direitos pro priet rios a mol culas n o recombinantes ou a mol culas cuja
28. ados h a necessidade de normas Norma uma diretriz de comportamento que visa realizar um valor A obedi ncia s normas permite o conv vio e a realiza o de valores Assim tica ou moral est o relacionadas com valores e normas N o h sociedade humana sem normas e sem valores que s o fundamentais para o conv vio social Estas normas e valores s o socialmente aprendidos modificados e transmitidos ao longo das gera es Um ponto importante que esse conjunto denormatividade varia de sociedade para sociedade e ao longo do tempo estando em cont nua altera o As diferentes sociedades possuem seus pr prios rituais de acordo com seus costumes Alguns deles para nossa sociedade geram desconforto e at mesmo horror No entanto as pessoas geralmente tendem a ter uma atitude relativista diante de culturas com valores diferentes o chamado relativismo 224 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas moral cada sociedade tem sua cultura e respeitada nisso Todavia o relativismo moral apresenta algumas dificuldades quando apenas uma socie dade respeita a cultura alheia mas a sua cultura n o respeitada O utra dificuldade respeitar uma cultura cuja base discriminat ria como por exemplo a opress o mulher e o assassinato de advers rios Este plano social que engloba os h bitos sociais chamado moral o primeiro plano que deve ser consider
29. blica e falei desse problema dos genes obtidos por radia o e falei desses genes ent o precisaria dessas centenas de materiais de variedades que precisariam tamb m ser submetidos a uma avalia o Ela me disse que s agora recentemente que estamos nos dando conta de que isso tudo precisa ser avaliado estamos correndo atr s do preju zo e que preju zo preciso que os pesquisadores n o sejam cerceados O s pesquisado res n o s o pessoas irrespons veis Na verdade toda qualidade de vida que desfrutamos hoje consequ ncia de progresso cient fico e qualquer cercea mento pode ter efeitos prejudiciais Por exemplo estamos vivendo hoje a proi bi o legal jur dica de at fazer experimentos com os transg nicos e muito mais ainda de comercializar Algu m deveria ser responsabilizado pelos aci dentes com esses agricultores que poderiam ser evitados e finalmente acho que leis e tudo mais muito importante mas ser que n o importante verifi car a exequibilidade da lei Costumo dizer que uma lei cuja desobedi ncia n o tem consequ ncia in cua Parece que temos leis no Brasil e at na Constitui o controlando juros de 12 ao ano Os EUA durante 13 anos tiveram uma lei seca Nunca se bebeu tanto quanto nesse per odo com todo o respeito que Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 271 tenho para a rea jur dica sem d vida mas ser que n o importante pensar um pouc
30. capazes de gerar alguns tecidos mas n o todos Se as pesquisas com c lulas tronco de cord o derem os resultados esperados este ser certamente o material ideal porque n o envolveria quest es ticas O pr ximo passo seria a cria o de bancos p blicos de cord o Por outro lado se c lulas tronco de cord o n o forem totipotentes a sa da ser o uso de c lulas tronco embrion rias ASPECTOS TICOS O maior problema tico relacionado hoje com a clonagem reprodutiva o enorme risco biol gico de que sejam gerados embri es malformados ou indiv duos com doen as gen ticas graves Mas imaginemos que estas ques t es sejam resolvidas e que no futuro seja poss vel a clonagem reprodutiva humana Surgem ent o as quest es ticas Por que clonar e Quem deveria ser clonado Que caracter sticas escolher Quem decide O que ser feito com os clones que nascerem defeituosos Pessoas dispostas a se auto clonar a tentar clonar um filho ou um ente querido falecido ou casais sem filhos est o conscientes acerca do risco enor me de doen as gen ticas que podem aparecer no clone E seocorrerem problemas mais tarde na segunda ou terceira d cada quem se responsabiliza E em rela o clonagem terap utica quais seriam os argumentos contra Isto pode abrir caminho para clonagem reprodutiva humana Geraria um com rcio de vulos Haveria destrui o de embri es humanos e n o tico d
31. cnicas de manipula o gen tica constituem assunto que pela relev ncia e abrang ncia necessita a refer ncia de toda a sociedade em oportunidades a serem criadas a cada passo culminando em audi ncia p blica Somente um processo inclusivo dentro das pr ticas da democracia participativa sem prescindir da aprova o final no Congresso Nacional pode respaldar pol ticas p blicas que levem equidade e ao respeito vida valo rizando os interesses e demandas da sociedade os requisitos da comunidade cient fica a responsabilidade dos rg os reguladores e o controle social na sua efetiva aplica o REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Conselho Nacional de Sa de Res 196 96 de 10 de outubro de 1996 DOU Bras lia n 201 p 21082 16 Out 1996 Se o 1 Declara o Universal Sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos Unesco 1997 Cadernos de tica em Pesquisa Ano III N 5 Jul 2000 D eclara o Ibero Latino Americana Declara o de Manzanillo 1998 Cademos de Etica em Pesquisa Ano II N 2 Fev 1999 Francisconi C F Kipper D J Oselka G Clotet J Goldim JR Comit s de Eticaem Pesquisa Levantamento de 26 Hospitais Brasileiros Bio tica 1995 3 61 67 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 86 Corina B de Freitas Freitas CBD e Hossne WS Pesquisa com Seres Humanos Inicia o Bio tica Conselho Federal de Medicina 1998 p 193 204 Freitas CBD tica Comu
32. de Ao exigir que soldados executem civis inocentes muitos ex rcitos con trap em c digos militares que s o parte dos respectivos sistemas de D irei to a valores e normas sustent veis por meio da argumenta o tica Portan to apesar de eventuais e mesmo frequentes intersec es entre eles existen tes moral D ireito e tica s o tr s itens distintos Os diversos tipos de moral social e os diferentes sistemas de Direito est o em constante evolu o en quanto que a tica tende a ser mais est vel Princ pios ticos como respeita o teu pr ximo ou cumpre as tuas promessas mesmo sem pretens es de eternidade ao que tudo indica s o admitidos como corretos ao longo do tempo ao menos no contexto de certos limites 2 C DIGOS DE TICA PROFISSIONAL Em meio a todo esse quadro o que dizer de um c digo de tica para certas atividades profissionais Ser o eles como os c digos militares inseri 58 Nelson G Gomes dos no assim chamado Direito Positivo a ser cumprido sob pena de coa o Ou ser o conjuntos de valores e normas que em virtude da sua dignidade espec fica estar o mesmo acima da lei Em outras palavras um c digo de tica profissional define os grandes valores e normas que t m a ver com uma forma organizada de trabalho Nas ltimas d cadas o mundo passou por um processo de democratiza o cuja consequ ncia natural o desejo de cada cidad o de participar da vida p blica N esse
33. defende a liberdade para a ci ncia na busca do conhecimento e o controle democr tico participativo tico e legal sobre suas aplica es t cnicas Abstract Since early ages of civilisation human species is searching for immortality and perfect health The debates on human cloning are included in this context In that sense the author analyses therapeutic cloning in a positive point of view including the use of stem cells from human embryos The author critically analyses the arguments related to the demonization of cloning that emerge from sensationalism superficially posed arguments of moral absoluteness On the other hand the author sees reproductive cloning as morally questionable at the present historical moment because of technical insecurity lack of moral discussion or due to evolution of researches in the field of assisted reproduction that are far from coming to an end Considering the ethics of responsibility scientific and social the author defends liberty to science in the search for knowledge and the democratic control ethical and legal over its technical applications O Autor VoLNEI GARRAFA p s doutor em Bio tica pela Universidade de Roma presidente da Sociedade Brasileira de Bio tica gest o 2001 2004 e professor titular e coordena dor do N cleo de Estudos e Pesquisas em Bio tica da Universidade de Bras lia UnB tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de cond
34. dela ter recebido um n cleo de c lula adulta O contr rio tamb m verda deiro Se fizermos o tratamento de um animal velho com c lulas tronco de um animal jovem ele rejuvenesce H os dois lados da medalha com c lulas tronco rejuvenesce e a atividade de um camundongo de um ano e meio Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 253 recebendo c lula tronco de um animal rec m nascido passa a ser de um animal de tr s meses inclusive a sexual A terapia com c lulas tronco substituir os transplantes Criam se di ferentes perspectivas e havendo fronteiras para uma nova terapia h tam b m uma s rie de problemas ticos a serem discutidos Genaro Paiva doutor em Biologia Molecular pela University of California Pesquisador do Centro Nacional de Pesquisa e Recursos G en ticos e Biotecnologia da Embrapa O palestrante iniciou sua fala esclarecendo que um C digo de tica em Manipula es G en ticas poderia ser ampliado a v rios cen rios e n o apenas ser restrito esp cie humana Em ltima inst ncia me parece que objeto de debate o ser humano na fronteira do conhecimento enquanto agente da transforma o ou ent o como elemento potencialmente beneficiado pela transforma o ou eventualmente preocupado com suas decorr ncias Partindo desse debate o palestrante chamou a aten o para alguns pontos Primeiramente um documento de tica s poss vel a partir do pre
35. devem ser as normas de direito civil e de direito administrativo na esfera do ressarcimento civil ou da san o administrativa No entanto nem toda mudan a que resulte das novas conquistas no campo biotecnol gico e da pesquisa biom dica tem pronta recep o pelo direito E essa essencialmente a advert ncia de Alberto Silva Franco o Direito encontra se aprisionado ao dogma da efici ncia de seu equipamento conceitual toda e qualquer mudan a no mundo da realidade qualquer que seja o setor ser absorvida sem precipita es na teia jur dica Nada mais incorreto O bstinar se em n o ver fechar os olhos enterrar a cabe a na areia s o posicionamentos que n o acarretam nem o desapareci mento das inumer veis quest es provocadas pela reprodu o assistida ou pela engenharia gen tica nem servem para paralisar as descobertas cientifi cas que j se extravasam para enfoques que poem em risco a pr pria esp cie humana Al m disso a insemina o artificial a fecunda o in vitro e a enge nharia gen tica versam sobre problemas que afetam direta e imediatamente os pr prios fundamentos da sociedade atual e os conceitos constru dos pelo Direito se revelam de todo ultrapassados Naturalmente o direito n o pode prever o progresso das pesquisas tampouco suas consequ ncias Assim muitas vezes em reas de fronteira do conhecimento o direito n o est em condi es de oferecer respostas imedia tas adequad
36. es Silvio Valle Percebi no discurso do Vin cius uma preocupa o com a ques t o do nosso dia a dia Ele usou a palavra burocratizar mas tenho certeza que n o estava usando a palavra de forma pejorativa do estado atual da biotecnologia vegetal no Brasil Estamos com uma s rie de problemas mo rat ria no plantio comercial problemas no plantio experimental isso todo um contexto social A 196 foi discutida mas antes j existia a resolu o n mero 1 Durante a constru o da 196 as pesquisas com seres humanos continuavam M rio Toscano Talvez n o tenha a percep o adequada para a coloca o do Vin cius mas esse trabalho que estamos fazendo j h algum tempo com rela o ao C digo de tica em Manipula o G en tica um trabalho que vem sendo feito al m de todo o trabalho rotineiro e burocr tico da Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a que continua ocorrendo e vai continuar ocorrendo apesar de termos alguns membros da CTNBio como eu que vou me dedicar al m desse trabalho tamb m ao trabalho de divulga o de esti mular essa discuss o da tica em Manipula o G en tica pelo Brasil a fora que esse nosso desejo nosso trabalho Todas as outras ocorr ncias com rela o ao plantio comercial por exem plo ao embargo judicial existem inst ncias dentro do Minist rio dentro da pr pria Advocacia G eral da Uni o que s o as inst ncias adequadas ao enca minhamento dessas quest es e e
37. es em outras partes do mun do predominantes no sentido de que n o apenas no que se refere manipu la o de humanos ou embri es humanos mas tamb m no que se refere alimenta o possa haver aspectos de biotecnologia de plantas transg nicas que acabam ferindo cren as ferindo dogmas ferindo percep es do mundo E um exemplo que sempre vem CT NBio exatamente o da possibilidade bas tante real de que por exemplo exista um gene de um su no numa planta e que tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 242 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas o produto desta planta possa ainda conter um gene de um su no e que crie uma d vida muito grande para o consumidor se ele estaria de fato consumindo um alimento que pode representar algo como came de porco ou n o H duas maneiras pelas quais a CTNBio poderia processar esse tipo de informa o Um o tratamento da regulamenta o o direito informa o As prateleiras dos supermercados teriam a informa o que cont m um gene oriundo de um su no S que 0 que se nota que a preocupa o continua e foi isso que me pediram para transmitir essa pergunta ao senhor no sentido de que ainda poss vel que a pessoa acabe consumindo inadvertidamente e portanto talvez o C digo de tica devesse refletir isso Ent o como preservar esse direito n o s como a informa o de um produto na pratelei
38. gra as a projetos extraordin rios como o desejo de o homem alcan ar Marte e outras paragens do sistema planet rio procura de novidades e melhorias O pesquisador franc s Lucien Sfez no livro A sa de perfeita cr tica de uma nova utopia registrou o fim da ret rica p s moderna Essa boa noti cia entretanto foi apagada pelo alvorecer de uma ideologia ainda mais tem vel e j consistente neste final de mil nio Utilizando tr s projetos cient ficos em desenvolvimento avan ado no mundo contempor neo Genoma Humano Biosfera II e A rtifidal L ife Sfez abordou a quest o do corpo virtual n o se trata de uma mera reconstru o anat mica abstrata que existe e n o existe mais rica mais informal mais perfeita que nosso pobre corpo que oculta suas mis rias sem ser puro esp rito mas um corpo conceito mais elevado mais limpo mais complexo que o corpo carne Que pensar desse objeto sen o que da al ada da utopia e da ideologia ao mesmo tempo questiona Ele refere se utopia pois as met foras est o presentes em todo seu pensamento de forma imperiosa racional sondar rins e cora es que era atributo de D eus n o basta pois os tecnocientistas necessitam de um corpo inteiro calculado que tende a substituir moralmente nossa pobre e imper feita realidade pela raz o todo poderosa E essa raz o n o pode atingir a perfei o sen o por meio das m os dos s bios Menciona a ideol
39. m com rela o aos OG Ms apesar do impedimento judicial sua libera o em escala comercial que h raz es para crer ser o em breve removidos a avalia o e o monitoamento cient fico t m sido conduzidos com compet ncia e precau o por meio da CTNBio O Brasil tem especial interesse e est apto a participar da revolu o biotecnol gica mundialmente em curso principalmente nos campos da pes quisa agr cola e da sa de Al m dos esfor os da Embrapa Fiocruz universi dades e institutos federais e estaduais de pesquisa o Programa de Biotecnologia e Recursos G en ticos do Minist rio da Ci ncia e Tecnologia e dos Fundos Setoriais de Sa de e de Agroneg cios investem consider veis e crescentes volumes de recursos humanos e materiais O Programa G enoma Brasileiro e as redes nacional e regionais de pesquisas gen micas e prote micas foram esta belecidos nos ltimos dois anos a fim de incrementar a compet ncia nacional nesse dom nio A rede nacional inclui 25 laborat rios em todas as regi es do Brasil e seu primeiro projeto permitiu a conclus o do sequenciamento da C hromobacerium violaceum microorganismo somente encontrado no Rio Negro na Amaz nia cujo estudo promissor n o apenas no tratamento da Leishmaniose e da doen a de Chagas como tamb m no uso para desenvolvi mento de pol meros biodegrad veis Al m disso foram estabelecidas sete Re des Regionais de G enoma para sequenciamento de fungos e bac
40. ncia a estresses abi ticos como seca Nepomuceno et al 2001 A dita segunda onda dos transg nicos j come a a apresentar ao mercado seus primeiros produtos Nessa onda tem se a incorpora o de ca racter sticas que adicionam qualidades f sico qu micas que aumentam o va lor agregado do produto final Caracter sticas que aumentam o valor nutricional na soja e g gene GmFad2 1 que confere soja altos teores de cido oleico high oleic soybean do girassol e g com baixos teores de cidos graxos saturados mid oleic sunflower do trigo exemplo altera o nos teores de gl tem e amido e da canola e g High laurate 12 0 and myristate 14 0 canola j est o dispon veis comercialmente em alguns pa ses D ellapenna 2001 A segunda onda inovativa introduzir no mercado produtos que dife rem dos obtidos de forma convencional Esses novos desenvolvimentos da biotecnologia na agricultura permitir o disponibilizar gr os com maior valor nutricional e desenvolver cultivos orientados para um mercado crescente em busca de produtos mais saud veis G rusak e D ellapenna 1999 Ali mentos mais saud veis com caracter sticas que reduzem por exemplo a alergenicidade que certas subst ncias e g soja com o silenciamento da Pro teina P34 causam em alguns grupos de pessoas sens veis Entretanto caracter sticas que buscam a prote o do meio ambiente tamb m est o sendo disponibilizadas O milho com baixos
41. no trabalho em segu ros de sa de etc a partir da heran a gen tica As pessoas que vivem no mundo da exclus o seriam tamb m beneficiadas com estas descobertas N o CLONAGEM HUMANA E A ESPERAN A DASC LULAS TRONCO O an ncio da clonagem da ovelha Dolly no in cio de 1997 causou um grande impacto na humanidade em geral Esta descoberta situa se entre Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 149 os acontecimentos cient ficos mais importantes da segunda metade do s culo XX Com este acontecimento surgiu na agenda da m dia internacional e nas preocupa es pol ticas de in meros governos a quest o da bio tica ligada aos extraordin rios desenvolvimentos na rea da biologia e gen tica Surgiu a necessidade de se estabelecer diretrizes e normas ticas que prote gessem a dignidade do ser humano frente a fant sticas possibilidades de re cria o e manipula o da vida humana Muitas vozes por medo de ressus citar velhas ideologias eugenistas condenaram tudo Hoje a ovelha ama nh ser o pastor at aquelas mais liberais que aprovaram tudo se a ci n cia pode criar por que n o faz lo Afinal clonar ou n o o ser humano Esta a quest o crucial Existe um encanto de alguns cientistas aventureiros James Reed 1997 Severino Antinori Zavos 2001 2002 que mais do que fazer pesquisa tica bus cam projecao na midia anunciando que farao
42. o da biotecnologia e ao mesmo tempo uma vis o mais pol tica e com plexa da quest o que a ado o dessa tecnologia representa para a sociedade Entretanto fato que a situa o de ignor ncia da popula o brasileira dificulta esse trabalho Como exemplo o caso citar que apenas 4 dos entre vistados de uma pesquisa do Instituto D atafolha souberam definir genoma e dentre aqueles de n vel superior de escolaridade somente 17 deram res postas aceit veis Diante disso m nima a condi o do p blico brasileiro participar de maneira informada e democr tica de um debate como o dos alimentos transg nicos ou das implica es da pesquisa gen mica Isto no entanto n o diminui seu direito de participar da discuss o D esta forma cabe a todos os segmentos envolvidos a come ar pelos jornalistas e pelo poder p blico fornecer informa o compreens vel qualificada e contextualizada sobre as biotecnologias O desafio ultrapassar as barreiras da ignor ncia a ignor ncia de base esclarecimento de conceitos b sicos de biologia e gen tica a ignor ncia tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 234 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas sobre o que est acontecendo acompanhamento jornal stico criterioso so bre a pesquisa gen tica e a ignor ncia das implica es investiga o e ex posi o das consequ ncias
43. os ou tecidos que s o transplantados entre dife rentes esp cies X enotransplantes de rg o total s o classificados como con tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 48 M rio Brito amp Ednilza Dias cordantes transplantes entre esp cies proximamente relacionadas ou discor dantes transplante entre esp cies distantemente relacionadas Esta alternati va esta na pauta de discussao da sociedade canadense em virtude de que em 1997 quase tr s mil pessoas estavam na lista de espera de rg o para trans plante naquele pa s Esta lista aumenta a cada ano e as doa es permanecem praticamente constantes O autor ressalta que mesmo na Espanha que o pa s com a maior taxa de doadores no mundo 38 doa es por milh o de habi tante por ano bem maior do que a do Canad 14 doa es por milh o de habitante por ano ainda n o o bastante para as necessidades de transplante daquele pa s No Brasil a propor o significativamente mais modesta na casa de unidades pormilh o de habitantes Tem se investido em xenotransplante discordante porco nomem por causa da semelhan a de dimens es dos r g os entre essas esp cies da facilidade de cria o deste animal e da experi n cia j acumulada na utiliza o da insulina de porco de enxertos de pele e de implanta o de valvas card acas de porco em humanos X enotransplante inclui tamb m outras aplica es tais como c lulas
44. pesquisas gen ticas protocolos de pesquisas gen ticas diagn sticos pr na tais terapia gen tica uso de informa es gen ticas e confidencialidade ge n tica comportamental etc Identifica o defini o e considera o das quest es ticas desses desen volvimentos Provid ncias decorrentes do exame de tais quest es com vistas promo vero debate p blico seu melhor entendimento e eventualmente formula o de novas diretrizes pelos rg os reguladores e formuladores de pol ticas p blicas Considera es ticas sobre manipula o gen tica nas reas animal e vegetal As preocupa es ticas espec ficas levantadas acerca das pesquisas com animais e plantas dizem respeito sobretudo aos eventuais impactos das modifica es gen ticas sobre a sa de humana e animal e o meio ambiente Uma obje o comum diz respeito ao antigo e permanente debate acerca do lugar do homem na natureza particularmente a atitude antropoc ntrica de dom nio da natureza e de sua transforma o em fator de produ o Esse certamente n o um problema do ponto de vista da tradi o filos fica do positivismo ainda prevalecente nos meios cient fico e industrial onde essas pesquisas s o vistas como oportunidades de avan os sociais e econ micos J outras linhas de pensamento integradas por grupos ambientalistas de defesa dos animais religiosos e outros n o compartilham este ponto de vis ta e consideram per
45. pria sociedade no encaminhamento dos pro jetos de pesquisa que est o sendo desenvolvidos no Brasil E n o s os pro jetos de pesquisa restritos s institui es de pesquisa mas os pr prios proje tos que est o sendo desenvolvidos nas empresas de biotecnologia no Brasil Genaro Paiva tica basicamente um conjunto de valores que permitem distinguir entre o bem e o mal A moral varia com o tempo A tica em tese tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 268 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas e pr tica deve variar com o tempo H um ditado popular que acho fenome nal nasci devagar sou muito cauteloso Isso quer dizer o seguinte eu acho que essa miss o hist rica ligada CT N Bio tem de ser exercida e toda busca da tica mais que fundamental A CTNBio que trilha o caminho da tica desde sua inspe o deve desenhar com a consulta ampla geral e irrestrita todas as partes interessadas Por m com a cautela de n o permitir a nin gu m rimar o esfor o hist rico da CTNBio com a elabora o de C digos de tica que outras inst ncias do Poder Executivo Legislativo e Judici rio como necess rios para coibir corrigir distor es s rias de a o do administrador A elabora o do C digo da CTNBio deve se afastar um pouco da percep o p blica que a tica manifesta nas outras reas do poder essencial para corrigir distor
46. que a discuss o e a pr pria natureza do documento a ser elaborado deve r o se revestir das caracter sticas da bio tica sobretudo no sentido da multi e transdisciplinaridade b n o se deve iniciar o trabalho com um documento de base ab initio mas se iniciar a discuss o de modo a permitir que se externem todos os proble mas de todas as gamas O bviamente h necessidade de se colocar apenas t picos dando se a mais ampla liberdade para que aflorem os dilemas as diverg ncias e as con cord ncias 5 Com tais caracter sticas o trabalho a ser desenvolvido exige a participa o constante e continua de uma comiss o coordenadora e de seu coordenador A Comiss o dever estar preparada para sem pr estabelecer o cami nho saber conduzir os trabalhos para o caminho mais adequado o qual de ver ser constru do durante o processo como se fosse pesquisa a o a exemplo do que fizemos com os trabalhos da Cinaem que tive a honra de presidir Com esta pequena introdu o encaminho o esquema repito absoluta mente preliminar baseado nos pontos acima referidos As diretrizes devem conter pelo menos os seguintes cap tulos I Pre mbulo invocando disposi es legais j existentes e que d em for a legal resolu o tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 76 William S Hossne II Termos e defini es bem claras a fim de evitar confus es e subterf gios H
47. que n o foram programadas para gerar um novo ser humano Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 139 Depois de todos estes argumentos contra a clonagem humana quais s o os aspectos positivos O lado bom que experi ncias com animais clonados t m nos ensinado muito acerca do funcionamento celular e abrem novas perspectivas terap uticas O QUE CLONAGEM TERAP UTICA Se pegarmos este mesmo vulo cujo n cleo foi substitu do por um de uma c lula som tica e ao inv s de inseri lo em um tero deixarmos que ele se divida no laborat rio teremos a possibilidade de usar estas c lulas que s o totipotentes para fabricar diferentes tecidos Isto abriria perspectivas fant sticas para futuros tratamentos porque hoje s se consegue cultivar em laborat rio c lulas com as mesmas caracter sticas do tecido onde foram reti radas Porisso o grande alarde da empresa americana A dvanced Cell Therapy quando noticiou no fim de 2001 que havia conseguido em laborat rio o primeiro clone humano Infelizmente a experi ncia divulgada por estes pes quisadores n o foi nenhum sucesso porque o embri o parou de dividir se com seis c lulas importante que as pessoas entendam que na clonagem para fins terap uticos ser o gerados s tecidos em laborat rio sem implan ta o no tero N o se trata de clonar um feto at alguns meses dentro do tero para depois retirar lhe os rg os como alguns acred
48. que regulamenta incisos do 1 do art 225 da Consti tui o Federal relativamente ao uso de t cnicas de engenharia gen tica e libera o de organismos geneticamente modificados no meio ambiente e cri a o da Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CT N Bio respons vel pela biosseguran a de O G Ms e pela elabora o do C digo de tica das Manipula es G en ticas Resolu o n 196 96 do Conselho Nacional de Sa de que estabelece nor mas sobre pesquisas envolvendo seres humanos e que cria o Comit Nacio nal para Etica em Pesquisa vinculado ao Minist rio da Sa de Conep Lei n 9 279 96 que regula direitos e obriga es relativas propriedade industrial incluindo a proibi o de patenteamento de seres vivos exceto os microorganismos geneticamente modificados Instru es Normativas da CTNBio n 8 1997 regula o de manipula es gen ticas e clonagem de seres humanos e 9 1997 sobre interven es gen ticas em humanos Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Resolu o N 18 99 que cria o Conselho Brasileiro de Bio tica junto Comiss o de Assuntos Sociais do Senado PLS 285 99 de autoria do Senador Sebasti o Rocha que regulamenta a experimenta o t cnico cient fica na rea da engenharia gen tica vedando os procedimentos que visem duplica o do genoma humano com a finali dade de obter clones de embri es de seres humanos Edi o Especial
49. rio por interesses diversos de orienta o pol tica ideol gica e de mercado Os oponentes da modifica o gen tica na biotecnologia vegetal t m invocado como postura tica a suposta necessidade de respeito ao chama do princ pio da precau o baseado na no o incompat vel com a nature za da atividade cient fica de garantia de risco zero para aprova o de atividades com organismos geneticamente modificados O Anexo I do documento final da Confer ncia das Na es Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento D eclara o do Rio sobre Meio Ambiente e D esenvolvimento Na es Unidas 1992 adota o princ pio da precau o princ pio 15 com a observa o de que quando houver perigo de dano grave ou irrevers vel a falta de certeza cient fica absoluta n o deve r ser utilizada como raz o para se adiar a ado o de medidas eficazes em fun o dos custos para impedir a degrada o do meio ambiente A legisla o brasileira de biosseguran a embora tamb m se caracteri ze pelo esp rito precaut rio busca orientar se pelo que h de mais recente e avan ado no que diz respeito regulamenta o da atividade cient fica Pre v a orienta o do comportamento na pesquisa pelos procedimentos de biosseguran a e pelos princ pios da bio tica como neste caso o princ pio da prud ncia fundamentando se no que h de mais atual no conhecimento cien t fico quanto aos poss veis riscos
50. thique Universelle D pistage g nethique et technologies Resolution 29 C 17 UNESCO Conference G nerale 29 me session Paris Martinez S M 1997 Qui n es el Due o del Genoma Humano Rey Bio tica CFM 97 http www cfm org br bio tica Organisation des Nations Unies ONU 1997 Comiite d Experts G ouvernamentaux pour la mise au point d une D eclaration Sur Le Genome Human Projet de D eclaration Universelle sur le G enome Humain et les D roits de Homme Paris FR Schramm F R 1999 Moralidade das Biotecnologias I Congresso Brasileiro de Biosseguran a ANBIO Rio de Janeiro RJ Stewart E et al 1997 An STS based radiation hybrid map of the human genome Genome Re 7 422 433 Taylor A L 1999 Globalization and Biotechnology UNESCO and an International Strategy to Advance Human Rights and Public Health A merican Society Law Medicine amp Ethics http www bostonlaw edu aslme htm Toscano M B 1999 Bio tica e Biosseguran a Perspectivas Bol C onsdho Fed Medicina XIV_ 101 8 9 National Institutes of Health NIH USA 1998 New Goals for the U S Human Genome Project 1998 2003 Science 282 682 689 Resumo A manipulacao e alteracao dos diversos processos relacionados a vida permite transformar a informa o respons vel pelas caracter sticas dos organismos e seu meio ambiente reportando se a todas as formas de vida e a biosfera O controle Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT
51. ticas proposta para um c digo de conduta 68 William S Hossne Podemos optar por dizer por exemplo vedado tal e tal procedimento nos transg nicos Ou ent o dizer cada procedimento deve ser analisado luz da bio tica obedecendo aos referenciais principios b sicos n o malefic ncia benefic ncia autonomia justi a equidade solidariedade D efendo a segunda alternativa Creio que o sucesso da Resolu o 196 96 sobre a tica envolvendo seres humanos se deve em grande parte a esta tomada de posi o A bio tica hoje n o est restrita a um movimento para impedir o eventual mau uso dos avan os da Biologia molecular Sua ess ncia e sua atua o s o bem mais abrangentes A bio tica n o mais apenas um movimento ela tem outra consist n cia conceitual Tentarei caracterizar a bio tica muito mais do que defini la Uma primeira caracter stica A bio tica a tica nas e das ci ncias da sa de da vida e do meio ambiente no sentido mais amplo da palavra inclu indo se ambiente f sico cultural social etc As quest es surgidas nesse mbito s o de interesse da bio tica sejam elas de fronteira avan os sejam do cotidiano Segunda caracter stica fundamental a bio tica al m de se preocupar com os aspectos ticos no Campo das ci ncias da sa de da vida e do meio ambiente procura analisar cada quest o em qualquer um desses campos n o isoladamente no seu campo mas na s
52. tronco indiferenciada dele pr prio ou proveniente de placenta cord o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 119 umbilical ou mesmo de embri es D a mesma forma a esperan a de controle para doen as como as s ndromes de Parkinson ou Alzheimer ou ainda o dia betes repousam em grande parte nas possibilidades do desenvolvimento futu ro da chamada clonagem terap utica Para uma melhor compreens o e entendimento de toda quest o in dispens vel fazer inicialmente uma separa o entre o que significa moral mente a clonagem vegetal a qual sendo corretamente conduzida acarreta menos questionamentos a animal e a humana A clonagem animal manti dos os par metros ticos internacionalmente requeridos permite que as in vestiga es avancem sem perigo direto para a esp cie humana para a pr pria biodiversidade e o futuro do planeta Como j se sabe D olly foi a con sequ ncia exitosa de 277 tentativas anteriores aberrantes apesar de uma grande quantidade de d vidas ainda persistir com rela o a diversos aspec tos t cnicos para exemplificar sua idade at hoje discutida parecendo ter incorporado os sete anos de vida da ovelha doadora da c lula mam ria origi nal O dom nio dessa t cnica ou varia es da mesma adaptadas esp cie humana no sentido terap utico como j foi dito poder trazer benef cios extraordin rios para diversos problemas de sa de contribu
53. vel a argumentos ditos emocionais esgrimidos por organiza es ambientalistas e de consumido res supostamente mais interessadas em confundir do que explicar Esse modo de explica o o que se convencionou chamar de modelo de d ficit centrado na convic o de que uma vez suprida a car ncia de informa o desaparece ria toda a resist ncia da parcela do p blico tecnologia em quest o Sem negar algum papel falta generalizada de conhecimentos cientifi cos b sicos em particular num pa s como o Brasil necess rio problematizar essa vis o um tanto m ope e indic la como uma das importantes raz es pelas quais a biotecnologia agr cola encontra tanta dificuldade para tornar se aceit vel para o p blico seja ele brasileiro japon s europeu ou mesmo norte americano A divulga o cient fica tem papel relevante a cumprir na abertura de um terreno comum de neutralidade e racionalidade poss veis entre os campos opostos e extremados mas n o pode por si s gerar o con senso necess rio seja pelas limita es institucionais da imprensa e dos cen Vers o reduzida revisada e adaptada do artigo Biotecnologias clones e quimeras sob controle social miss o urgente para a divulga o cient fica S o Paulo em Perspectiva v 14 n 3 jul set 2000 p 40 46 214 Marcelo Leite tros produtores de pesquisa que n o s o rg os pol ticos de representa o seja por encontrar se a pr pria impren
54. vel definir a ci ncia como sendo um sistema autocorretivo Um sistema de teologia por exemplo n o pode admitir a possibilidade de ser err neo e suas verdades uma vez reveladas devem permanecer acima de quaisquer d vidas A ci n cia ao contr rio convida d vida Ela pode se desenvolver e progredir n o s por ser fragment ria mas tamb m por nenhuma das suas proposi es sere em si mesma absolutamente certa podendo o processo de corre o atuar assim que for encontrada uma evid ncia mais adequada Argumentou tam b m que a autocorrigibilidade se caracteriza pela possibilidade de ao se provar falsa uma afirma o substitu la por outra afirma o ainda n o pro vada como falsa corretiva da primeira Salientou que a d vida e a corre o devem estar de acordo com os c nones da ci ncia de modo a assegurar o liame de continuidade Seguindo por um caminho semelhante ao de Cohen Karl Raimund Popper em sua obra A l gica da pesquisa cient fica observa que o velho ideal cient fico do conhecimento absolutamente certo e demonstr vel mos trou n o passar de um dolo e que apenas em nossas experi ncias subjetivas de convic o ou seja em nossa f subjetiva podemos estar absolutamente certos Reconhece que o experimentador em sua luta para retirar fatos interpret veis de uma natureza fechada que sabe muito bem como enfrentar nossas teorias com um decisivo n o ou com um inaud vel sim realiza um trabalh
55. volver Isso tem acontecido com a biotecnologia no Brasil Nunca criamos nada recebemos receitas desenvolvidas no primeiro mundo e aprendemos a ler As universidades brasileiras nunca criaram transg nicos A E mbrapa cons tr i transg nicos a Fiocruz constr i transg nicos e n s nunca criamos porque um pa s que n o investe dinheiro em Ci ncia e Tecnologia sempre anda na rabeira desse processo Vou usar um termo um pouco antigo mas n o ultra passado que o neocolonialismo Essa quest o mais um processo dentro do neocolonialismo onde importamos receitas aprendemos a ler e sa mos cons truindo Esse C digo de tica mais uma maneira de n s legalizarmos como vamos passar para nossa sociedade os transg nicos que est o chegando em nome de um progresso nunca vamos deixar de ser terceiros mundistas Marcelo Leite Acho que na verdade voc fez uma manifesta o de opi ni o que respeito Permita me pronunciar sobre ela no sentido de que talvez discorde em alguns aspectos de voc porque pelo menos a ci ncia de ponta uma atividade fundamentalmente internacional e acho que o Brasil ainda que de forma diferenciada e subalterna em muitos aspectos participa dessa atividade mundial de produ o de conhecimento cient fico Inclusive talvez seja o exemplo mais feliz justamente o da gen tica atrav s dos projetos genoma que v m sendo feitos no Brasil O pa s adquiriu com isso uma posi o consider vel pelo me
56. 127 153 Secretaria del convenio sobre la diversidad biol gica 2000 Protocolo de Cartagena sobre Seguridad de la Biotecnologia del convenio sobre la Diversidad Biologica texto y anexos Montreal Secreta Secretaria Del Convenio Sobre La Diversidad Biol gica Shrader Frechette K Ethics of scientific research Boston Rowman amp Littlefield 1994 105 Resumo Os autores realizam neste artigo uma reflex o sobre o princ pio tico da prud ncia ou precau o na atividade cient fica em engenharia gen tica e suas poss veis implica es para a sa de humana e o meio ambiente com o objetivo de contribuir para o aprofundamento deste debate no campo da bio tica tendo em vista o novo C di go de Etica das Manipula es G en ticas a ser elaborado pela Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio ap s amplas consultas e audi ncias p blicas Procuram examinar do ponto de vista conceitual os fundamentos te ricos que deram origem a esses princ pios e suas implica es para a atividade cient fica no mundo contempor neo com base na produ o filos fica e em bio tica existente Abstract The authors provide in this article some considerations on the precautionnary or prudence principle in ethics examining possible implications for health and the environment in order to stimulate this debate in bioethics and to contribute to the elaboration of the new Code on Ethics for Genetic Manipulations which will be conceived a
57. A comercializa o de organismos geneticamente modificados e os direitos dos consumidores alguns aspectos substantivos procedimentais e processuais In E studos de Direito do Consumidor n 1 Coimbra Centro de Direito do Consumo 1999 p g 218 2 At porque o universo de rela es que decorre destas atividades ultrapassa o mbito restrito da rela o entre Administra o P blica e geradores e utilizadores das tecnologias H uma gama de outros interesses que tamb m merecem uma adequada regulamenta o principalmente nas situa es em que envolvem diretamente a vida e a pessoa humana 2 Levando em considera o tamb m a Medida Provis ria n 2 191 9 de 23 de agosto de 2001 o D ecreto regulamentador e todas as instru es normativas da CTNBio 3 Este o conceito trazido no artigo 3 inciso V da Lei n 8 974 95 2 Gafo Javier 10 palavras chaves em bio tica Coimbra Gr fica de Coimbra Ltda 1996 pags 216 217 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 110 Adriana Diaf ria par metros ticos para a produ o de organismos geneticamente modifica dos E o que s o organismos geneticamente modificados 3 2 ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS CONCEITO POSS VEL CLASSIFICA O DIMENS ES TICASE JUR DICAS A SEREM CONSIDERADAS D e acordo com o artigo 3 inciso IV el da Lei n 8 974 95 organismo geneticamente modificado todo organismo cujo material gen tico AD
58. A id ia de patrim nio nos parece ligada a propriedade heran a Mas quanto ao projeto da Consti tui o Brasileira de 88 a id ia n o era visar o patrim nio gen tico humano embora tivesse colocado o patrim nio gen tico da humanidade Da mesma forma essa express o colocada no artigo 225 nos seus incisos II III IV V VI e est o definidas indicadoras comp em se de 5 temas interessante porque come amos pensando inicialmente na dignida de do homem que um dos primeiros artigos artigo 1 inciso III da Consti tui o Federal e vamos passando desde os direitos individuais at aqueles direitos difusos O importante desse C digo que vamos propor que tipo de direitos pretendemos num C digo de tica Ser que vamos pretender um direito cujos princ pios fundamentais solidariedade igualdade liberdade ser o consagrados Claro que princ pios ticos e jur dicos est o recepcionados na lei maior Temos de definir realmente qual vai ser a linha mestra de diretriz que vamos considerar enquanto patrim nio gen tico da humanidade O que vamos considerar por humanidade o que consideramos humano at que ponto o ser humano futuro ser humano e tentei falar do direito das gera es futuras e dos direitos daquele que n o nasceu isso me parece fundamental G ostaria de colocar uma posi o minha que estava me incomodando e quando o Excelent ssimo Dom Bosco falou na parte da manh na des trui o dos embri es o
59. Biosseguran a a CTNBio est incumbida da proposi o do C digo de tica das Manipula es G en ticas Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 25 4 BIO TICA E NORMAS REGULAT RIAS RACIONALE DO C DIGO DE TICA DAS MANIPULA ES GEN TICAS NO BRASIL A sociedade percebe o qu o necess rio tornou se a identifica o de princ pios orientadores e o estabelecimento de normas legais relativas aos r pidos avan os da ci ncia nesse campo do conhecimento E nesse aspecto algumas quest es sobrelevam quais seriam os limites de tais normas e es truturas institucionais e regulat rias Em que medida estaria a comunidade disposta a segui las e observ las Qual seria o papel dos poderes p blicos e dos especialistas e da pr pria sociedade organizada A Conven o sobre D ireitos Humanos e Biomedicina do Conselho da Europa aprovada em 1997 claramente demonstra os benef cios que podem representar para a comunidade internacional a ado o de um instrumento obviamente n o vinculante que abranja os campos da bio tica A Unesco tamb m recebeu da Assembl ia G eral das Na es Unidas a miss o de elabo rar e propor um instrumento universal de bio tica que permita aos Estados Membros construir consensos sobre princ pios ticos e que consequente mente possa se refletir nas respectivas legisla es nacionais A presenta se a seguir breve sum rio no contexto nacional e inter nacional dos in
60. Em outras palavras esta legisla o brasi Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 177 leira tem o m rito da flexibilidade e do necess rio cuidado que deve acom panhar todo o processo de regulamenta o da atividade cient fica O uso experimental e comercial de plantas geneticamente modifica das tem sido alvo de intenso debate nacional e internacional onde posi es acirradas t m sido apresentadas D iscutem se poss veis efeitos das plantas geneticamente modificadas no ambiente e na sa de humana e animal exa minando se como genes introduzidos poder o modificar o metabolismo de determinada planta e tamb m como aquela planta poder modificar o ambi ente no qual se pretende introduzi la Entretanto parte da pol mica talvez resulte do fato de que a primeira onda de transg nicos tenha se caracterizado pela maneira extremamente com petitiva utilizada pelas grandes empresas de biotecnologia para conquistar novos mercados em setores ocupados por segmentos empresariais j conso lidados concentrando se nesse est gio inovativo na introdu o de caracte r sticas agron micas espec ficas desejadas por estas empresas Isto certa mente dificultou a percep o pelos consumidores dos eventuais benef cios que os alimentos derivados desses plantios poderiam trazer No entanto como mencionado anteriormente esta somente a pri meira onda de plantas modificadas geneticamente A engenharia gen tic
61. Em resumo uma vez que nada menos que a pr pria natureza que est em causa a prud ncia se torna por si s nosso primeiro dever tico Em outras palavras aquilo que devemos evitar a todo custo deve ser determinado por aquilo que devemos preservar a qualquer pre o Um aspecto essencial no debate sobre a moralidade da clonagem em humanos se refere vulnerabilidade que se criar a partir do fato de todos indiv duos passarem a ser biologicamente iguais j que uma das maiores riquezas da ra a humana est exatamente na sua variedade gen tica na sua diversidade Uma filosofia da natureza dever articular o que cientificamente v lido com o deve das injun es morais Entre os grandes problemas pr ticos da bio tica est a dificuldade em trabalhar a rela o entre a certeza e a d vida Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 121 A pesar de alguns cr ticos radicais considerarem grande parte dos avan os da ci ncia como perigosos imposs vel imaginar a atual estrutura societ ria ou biol gica como eterna e imut vel compromisso da ci ncia pois preparar o futuro antecipando se a ele por meio de descobertas que venham trazer benef cios esp cie humana A mutabilidade da sociedade e do mundo uma certeza a d vida reside em estabelecer o limite concreto at onde os avan os da ci ncia devam se verificar Mais uma vez parece me cla
62. Existe ent o a possibilidade de que essas CT adultas sejam uma alternativa para o uso das CT embrion rias com a vantagem de n o envolverem a destrui o de embri es Por m importante frisar que esses estudos s o muito recentes e preliminares ainda n o conhecemos todo o potencial e as limita es do uso das CT adultas para fins terap uticos e por isso n o sabemos se elas de fato poder o substituir completamente o uso das CT embrion rias para esses fins Estamos vivendo um momento de intenso desenvolvimento cientifi co com potencial de melhora significativa da qualidade de vida humana A hora de abrirmos o leque e investir em todas as linhas de pesquisa em c lulas tronco embrion rias e adultas at determinarmos a real capacidade de cada uma de regenerar rg os humanos Para isso fundamental que as pesquisas com CT embrion rias sejam permitidas Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 131 4 CONCLUS ES O poss vel mal uso de uma nova tecnologia n o deve ser argumento definitivo para a proibi o total desta Assim em vez de proibirmos qual quer uso das t cnicas de clonagem por medo que essas sejam utilizadas para a tentativa de clonagem reprodutiva humana precisamos urgentemente de vigil ncia e legisla o Recentemente para desvincular a clonagem tera p utica da t o repudiada clonagem reprodutiva foi proposto que o termo seja substitu do simplesmente por tra
63. GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 211 monitoramento e pondera o de riscos e benef cios advindos da biotecnologia cons tituem o campo de atua o da biosseguran a com suas consequentes implica es morais e atitudes a serem tomadas que dizem respeito bio tica no seu latu sensu Este artigo buscou fazer uma breve revis o hist rica e cient fica das diversas implica es ticas e sociais que a biotecnologia vem representando para a sociedade ponde rando sobre as fronteiras do limite tico de cada situa o peculiar a este campo de conhecimento Abstract The manipulation and modification of process related to life allow to transform the information responsible for the characteristics of the organisms and of their environment considering all forms of life and the planet The control surveillance and evaluation of risks and benefits posed by biotechnology are the focus of biosafety and their moral implications and attitudes which are in respect with bioethics in its broad sense This article aims to make a brief historical and scientific review of the various possible ethical and social implications of the introduction of new biotechnology to the society making analyses of the frontier of the principals of ethics for each particular case in this field of knowledge Os Autores Leia Macepo Opa pesquisadora titular da Funda o Oswaldo Cruz Fiocruz doutora em Microbiologia e Imunologia especialista em Biosseguran a e p
64. M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa grande complexidade envolvendo os temas referentes a biodiversidade aces so a recursos gen ticos privatiza o da vida por meio da utiliza o das dife rentes formas de prote o legal propriedade intelectual relativa mat ria viva tais como as patentes de sequ ncias de DNA patentes de microorganismos patentes de cultivares e de animais transg nicos confor me disposto na Lei 9 279 de 14 de maio de 1996 Brasil Esta abrang ncia dos processos biotecnol gicos estendeu o campo conceitual da biotecnologia incluindo qualquer t cnica que utilize organismos vivos ou partes de orga nismo com o objetivo de produzir ou modificar produtos aperfei oar plan tas ou animais e a descoberta de microorganismos para usos espec ficos Essa complexidade t cnica e cient fica foi constru da a partir da con verg ncia da biologia molecular da qu mica e da gen tica permitindo enor mes possibilidades para a pesquisa cient fica na perspectiva de aprofundar investiga es no campo da gen tica alcan ando assim grandes possibilida des no campo da manipula o dos genes fato que projetaria o s culo XXI como a era do paradigma biotecnocient fico Um dos fatos cient ficos mais relevantes que marcaram o in cio da configura o desse paradigma foi a iniciativa lan ada em 1990 pelo Projeto G enoma congregando cientistas de v rios pa ses objet
65. N MERO 16 OUTUBRO 2002 257 uma vez que a responsabilidade da Vigil ncia Sanit ria garantir a seguran a dos produtos que s o consumidos pela popula o A partir da promulga o da lei que cria a CTNBio a Vigil ncia Sanit ria passa a ter uma posi o muito tranquila em rela o a qualquer tipo de manipula o gen tica A Vigil ncia Sanit ria executora das delibera es da CTNBio e isto trouxe alguns conflitos e desconfortos como foi o caso da soja transg nica Este um exemplo de quanta ignor ncia aflorou nessa discuss o E isso traz consequ ncias para o rg o regulador da vigil ncia sanit ria Partindo desse princ pio Dr Gonzalo explicou que o modelo brasileiro de uma comiss o interdisciplinar como a CTNBio adequado por m preciso ainda criar uma metodologia que a CTNBio represente a sociedade no que diz respeito as decis es que ela respons vel e que deve tomar Atualmente h muitos produtos engenheirados fartamente usados pela popula o como 0 caso de v rias vacinas engenheiradas que s o utilizadas por 100 da popula o Ao encerrar sua fala o palestrante disse que o funcionamento adequa do da CTNBio fundamental para a Vigil ncia Sanit ria uma vez que ela tem necessidade de utilizar os resultados da CTN Bio para sua a o de garan tir a seguran a sanit ria no consumo de produtos pela popula o DEBATE M rio Toscano Em primeiro lugar essa id ia
66. N Max Weber desencanto politica y democracia M xico Universidad Nacional Aut noma de M xico 1989 Reale M Introdu o filosofia 3ed S o Paulo Saraiva 1994 Filosofia do Direito 17 edi o Saraiva 1996 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 40 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro a Li es Preliminares de Direito 25 edi o 2 tiragem Saraiva 2001 Rodriguez R V Bio tica poder e direito Boletim Cient fico da Universida de Gama Filho Anol 1 17 20 1994 Schomberg R von The erosion of our valuespheres The ways in which societies copes with scientific moral and ethical uncertainty In Contested technology ethics risk and public debate Social Studies of Science and Technology The Netherlands Tilbur University 1995 p 13 28 Scholze S H C Os direitos de propriedade intelectual e a biotecnologia aspectos ticos e jur dicos do controle t cnico da vida Disserta o de mestrado Faculdade de Direito da Universidade de Bras lia Bras lia 1997 no prelo Editora da UnB Schwartzman et al Ci ncia amp tecnologia no Brasil politica industrial merca do de trabalho e instiuti es de apoio S o Paulo Funda o G et lio Vargas 1995 Silva Franco A Gen tica Humana e Direito Bio tica Conselho Federal de Medicina 4 1 1996 Unesco Comit Intemational de Bio thique CIB Troisi me Session Paris septembre 1995 Actes UNESCO
67. OUTUBRO 2002 219 partir de um patamar muito baixo Se nos Estados Unidos j alto o grau de desinforma o sobre as bases da gen tica a ponto de apenas 21 de seus cidad os serem capazes de dar uma defini o de DNA Augustine 2000 p 1640 no Brasil se pode afirmar com seguran a que a ignor ncia cient fica ainda mais chocante Basta mencionar que segundo pesquisa de opini o do instituto D atafolha realizada com paulistanos poucos dias depois do an n cio da finaliza o do rascunho do genoma humano um evento que foi man chete dos principais jornais brasileiros e do mundo em junho de 2000 ape nas 4 dos entrevistados souberam definir com alguma corre o o que genoma Aqui tamb m o grau de instru o n o melhora muito o quadro de desconhecimento mesmo entre paulistanos com n vel superior de escolari dade meros 17 foram capazes de oferecer respostas aceit veis o caso de perguntar diante desses dados desalentadores que condi es o p blico brasileiro teria de participar de um debate p blico sobre a pesquisa gen mica se fosse chamado a isso Ou pior ainda se fosse relega do aacompanhar dist ncia impotente e atordoado um debate t o confuso e fechado quanto tem sido o da regulamenta o das culturas transg nicas que s ultrapassou as paredes acanhadas da CTNBio porque ONGs como o Instituto Brasileiro de D efesa do Consumidor Idec e o Greenpeace decidi ram furar o monop lio tecnocienti
68. Par que obviamente vai comprometer uma determinada po pula o que al rgica prote na da Castanha do Par bem como ha pes soas que s o al rgicas a crust ceos mas isso uma quest o espec fica um estudo espec fico um dos par metros que utilizado para avalia o da seguran a muito importante que se diga que j dif cil e n o desej vel se ter um consenso em n vel de Ci ncia em um pa s Imagine quando se juntam 150 pa ses para discutir a quest o de seguran a alimentar Real mente bastante dif cil bastante complexo e exige um aprofundamento t cnico cient fico bastante grande Mas acredito que o Codex est avan cando muito nisso tanto que existe praticamente j consensuado um do cumento em algumas quest es que est o pendentes mas o documento de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 235 seguran a alimentar do Codex j est em fase de finaliza o e deve ser conclu do no pr ximo ano C sar Grisolia Minha pergunta para o jornalista Marcelo Leite onde mi nha abordagem com rela o informa o ultrapassa a quest o de aceita o dos transg nicos Vou dar alguns exemplos os carros que temos s o receitas que vieram do primeiro mundo N o criamos carros constru mos carros os instrumentos eletr nicos que temos at a TV digital n o foram criadas por n s S o receitas que vieram do primeiro mundo e aprendemos a ler e desen
69. Posteriormente o assunto foi objeto de semin rio realizado na Fran a no ano 2000 Institut Servier 2001 que discutiu sua aplica o em di versas reas do conhecimento Neste semin rio chamou se a aten o para o fato de que o risco des conhecido n o pode ser considerado como sendo inexistente e lan ou se as bases para a consolida o internacional do princ pio da precau o que foi posteriormente incorporado ao Protocolo de Cartagena de Seguran a em Biotecnologia firmado em Montreal em 2000 CBD 2000 O artigo 1 deste Protocolo refere se conformidade ao enfoque da precau o que figura no Princ pio 15 da Declara o do Rio sobre o Meio Ambiente e o D esenvolvimento assumindo portanto a defini o da Confe r ncia RIO 92 e colocando desde ent o o Princ pio da Precau o no cerne dos intensos debates internacionais sobre a regula o dos movimentos transfronteiri os de organismos modificados vivos No cen rio internacional caso este princ pio da precau o ou da pru d ncia seja identificado com a exig ncia de certeza cient fica formal e Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 187 risco zero na manipula o de organismos geneticamente modificados e nas transa es comerciais internacionais poder constituir importante obs t culo ao desenvolvimento da pesquisa em engenharia gen tica e eventual mente ser invocado em nome de interesses comer
70. Science 1999 vol 283 pg 184 185 2 Harmful Moratorium on Stem Cell Research Janet D Rowley Elizabeth Blackbum Michael S G azzaniga and D aniel W Foster Science 2002 vol 297 pg 1957 L eituras adicionais Clonagem Fatos amp Mitos Lygia da Veiga Pereira Editora Moder na S o Paulo 2002 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 132 Lygia V Pereira Sequenciaram o Genoma Humano E Agora Lygia da Veiga Pe reira Editora Moderna S o Paulo 2001 Resumo Em 1997 Dolly foi a primeira demonstra o de que a vida animal pode surgir n o s pela fus o de um vulo com um espermatoz ide como pela clonagem a partir de uma nica c lula de qualquer parte do corpo de um indiv duo adulto A id ia da utiliza o da clonagem como forma de reprodu o em seres humanos repudiada por toda a comunidade cient fica internacional ao inv s de miraculosa essa forma de reprodu o desastrosa em todas as esp cies animais na qual foi aplicada No entan to a aplica o das mesmas t cnicas para fins terap uticos tem o potencial de revoluci onar a medicina criando uma fonte ilimitada de tecidos para transplantes que aliviar o as mais diversas doen as Mesmo assim essa chamada clonagem terap utica esbarra em dilemas ticos morais que devem ser amplamente discutidos pela sociedade para que possamos usufruir as maravilhas da nova medicina Abstract I
71. a capacidade de avalia o critica criando condi es para elabora o da an g stia constitui excelente meio para a evolu o pessoal Todas essas considera es se aplicam bio tica enquanto tica Seguindo essa linha de pensamento se a tica um ju zo sobre valores humanos exigindo liberdade para as op es parece me at paradoxal falar se em C digo de tica A palavra c digo cole o de leis conjunto de disposi es legais ou cole o de regras associa se anormas estabelecidas que devem ser cumpridas e se assim se aplica a disposi es morais e ou legais Reconhe o que o uso da express o j est consagrado como por exemplo quando se fala tradicionalmente em C digo de tica M dica Na realidade no C digo de tica M dica em vigor dos 145 artigos 126 artigos s o de deontologia e de diceologia calcados em reflex o tica verdade deontologia e diceologia enquanto deveres e diretos devem ter fundamentos eticamente adequados est o relacionados tica Mas eles se cumprem ou n o Mas n o permitem ju zo de valores eles s o consequ ncia aprior stica desse ju zo de valores Creio pois oportuno definir se o que se pretende elaborar um C di go norma estabelecida de direitos e deveres ou o que me parece mais ade quado estabelecer diretrizes para que se possa eticamente proceder an lise e equacionamento dos conflitos de valores tica das manipula es gen
72. a outras legisla es nacionais o CFM vem edificando a sua discuss o sobre os novos desafios ticos decorrentes dos avan os da Engenharia G en tica 8 CONSIDERA ES FINAIS As quest es levantadas n o esgotam mas apontam as iniciativas de discuss o no mbito do territ rio nacional A modema biotecnologia segu ramente aquela que vem sendo mais bem acompanhada e avaliada pela civi liza o O xal outras tecnologias tais como a da agricultura convencional dos f rmacos dos antibi ticos e a da telefonia celular para citar algumas tivessem tido a mesma aten o relativa aos riscos para a sa de humana e ao meio ambiente que vem tendo ado DNA recombinante Certamente mais um passo firme que a civiliza o contempor nea d em dire o consolida o da cidadania em cada uma das na es e sobretudo uma op o decidida pelo respeito dignidade humana A bio tica desempenha um papel importante ao amalgamar esta cons tru o permeando todas as grandes quest es propostas atrav s de seu prin c pio de an lise caso a caso para n o correr o risco de generaliza es est reis e vazias por um lado ou maniqueistas e arriscadas por outro Al m disso constitui se raz o de questionamento bio tico a ci ncia deixar de investigar e buscar respostas s quest es novas que ela mesma tem por princ pio a atribui o de propor para que a humanidade possa avan ar em seu patrim nio de conhecimento a ser u
73. acesso ao conhecimento e ao trata mento m dico em n vel pessoal nacional e internacional No plano tico basta referir a discuss o j em curso acerca do que permitido globalmente e em cada regi o ou cren a o que moralmente re prov vel e o que aceit vel Esses exemplos poem em evid ncia as interfer ncias rec procas entre avan o do conhecimento apropria o econ mica e legal de seus resultados impacto da ci ncia na sociedade e debate tico A complexidade da quest o n o poderia ser maior e seus impactos de maior interesse Por isso mesmo sa do a realiza o no Brasil de 30 de outu bro a 3 de novembro do VI Congresso Mundial de Bio tica dedicado ao tema Poder e Injusti a um convite ao debate democr tico que permitir que temas fundamentais da ci ncia e da tica possam ser expostos e amplamente analisados de maneira associada e ao mesmo tempo isenta e racional A reflex o bio tica funda se sobre fatos princ pios e regras N o se trata de um sistema de princ pios abstratos impostos realidade a partir de normas proibit rias inquestion veis Cada poca tem o desafio de dirigir se aos fatos e de construir a conviv ncia a partir deles A pluralidade de opini es sobre os eventos da vida sa de e morte traz luz o pluralismo moral da sociedade perante as novas pesquisas e explicita a necessidade da reflex o coletiva diante das dificuldades inerentes ao processo de elabora o le
74. ao indiv duo doador da c lula adulta n o correm o risco de serem rejeitadas ap s o transplante Essa a chamada clonagem terap utica Obs Para a obten o das CT embrion rias necess ria a destrui o do blastocisto 2 CLONAGEM REPRODUTIVA HUMANA Desde a cria o da D olly j foram gerados com sucesso clones bovi nos de camundongos de porcos de cabras e outros cada um deles com um objetivo espec fico seja a produ o de animais comercialmente interessan tes ou a de modelos animais para pesquisa b sica Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 127 Clonagem terap utica vulo enucleado n cleo Q OO p c lula adulta iii E a D a blastocisto ENS coco 00055 ch c lulas ES diferencia o em novo tipo celular transplante Inicialmente a clonagem de seres humanos foi apresentada de forma fantasiosa para produzir ex rcitos de indiv duos superiores ou para res suscitar um ente querido fundamental ficar claro que indiv duos geneti camente id nticos possuem individualidade pr pria vide g meos id nticos os clones naturais e que o meio ambiente exerce papel decisivo em diversas das nossas caracter sticas Assim n o podemos esperar que o clone de fato reproduza todas as caracter sticas de sua matriz Atualmente os defensores da clonagem humana apresentam essa t c nica como uma op o reprodutiva para casais est reis Assim
75. ao termo por S o Paulo quan do o mesmo o empregou pela primeira vez ou seja designando com o termo a aus ncia do esp rito de competi o e de vangl ria Diante da pluralidade complexa que a multiplica o das disciplinas colocou o ser humano contempor neo e principalmente da capacidade de interven o no mundo vivo que a bioci ncia e a biotecnologia tem proporcio nado ao homem contempor neo a humildade para reconhecer que a proba bilidade de estar certo n o t o grande e que necess rio compreender melhor de fundamental relev ncia J o termo responsabilidade do ingl s responsibility indica a possibili dade de prever os efeitos de um comportamento e de corrigi lo antes de sua realiza o com base na previs o Por exemplo elogia se o senso de respon sabilidade quando se pretende dizer que uma pessoa inclui nos motivos de tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 94 Reginaldo L Minar seu comportamento a previs o dos poss veis efeitos do pr prio comporta mento Inscreve se com essa preocupa o final stica um conceito de liber dade tamb m limitado Importante observar que no sentido acima descrito o significado da palavra responsabilidade n o se confunde com o significado da palavra im puta o pois embora seja utilizado com frequ ncia como sin nimo desta existe uma diferen a entre os significados dos termos A palavra imputa o oriunda do latim
76. biotecnologia e engenharia gen tica A no o de certeza absoluta j foi h muito superada pela ci ncia moderna como mostram os principais te ricos do conhecimento para o que contribu ram as grandes descobertas cient ficas do s culo passado como entre outras a teoria da relatividade que colocou em xeque os fundamentos da f sica cl ssica de que as leis da natureza seriam universais e imut veis e que a ci ncia poderia antecipar todos os fatos com exatid o importante portanto regular a atividade cient fica com crit rio e esp rito precaut rio como estabelece a legisla o brasileira de biosseguran a mas este cuidado n o deve impedir que o conhecimento e as t cnicas avan cem mas sim contribuir para o seu aperfei oamento Uma pol tica excessivamente restritiva do ponto de vista regulat rio em nome do princ pio da precau o ou da prud ncia poder ser danosa ao desenvolvimento da biotecnologia rea estrat gica para a inova o tecnol gica e o desenvolvimento de nosso pa s Considerando o excelente aparato regulat rio e estrutura institucional do Brasil para o desenvolvimento da biotecnologia e da engenharia gen tica em bases cient ficas s lidas fundamentadas em procedimentos de biosseguran a e respeito aos princ pios da bio tica bastaria assegurar s universidades institutos de pesquisa e empresas credenciados e autoriza dos condi es para que realizem pesquisas e ampliem o conhecime
77. boas pr ticas de laborat rio Os novos desenvolvimentos na biotecnologia vegetal apoiados por procedimentos regulat rios adequados nos campos da biosseguran a e da bio tica poder o ser instrumentos poderosos para mudar a presente situa o em escala global particularmente nos pa ses em desenvolvimento como o Brasil ajudando os a melhorar sua capacidade de lidar com os problemas de sa de de suas popula es e a proteger o meio ambiente REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS 1 Amtzen CJ 1998 Pharmaceutical foodstuffs O ral immunization with transgenic plants N ature M edidne V acine Supplement 4 502 503 _ 2 Atlan H ET AL 1999 Le clonage humain Paris Editions du Seuil 3 Bergson H 1992 Cours II Le ons d esth tique a Clermont Ferrand Lecons de morale psychologie et m taphysique au Lyc e Henri IV Edition de Henri Hude avec la collaboration de Jean Louis D umsa Paris PUF 4 Bergson H 1995 Cours III Le ons d histoire de la philosophie modeme Theorie de l me Edition de Henri Hude Paris Epimet e 5 Dellapenna D 2001 Plant Metabolic Engineering Plant Physiol 125 160 163 4 6 Englehart Jr H T 1986 The Foundations of Bioethics Oxford University Press New Y ork 7 European Commission 2002 GMO research in perspective Report of a workshop held by External Advisory G roups of the Q uality of Life and Management of Living Resources Research Programme tica das manipula es gen
78. cen rio de identifica o e patenteamento de genes humanos que h alguns anos era quase sin nimo de fic o aproxima se mais e mais da reali dade Estudos apontam que as popula es ind genas amaz nicas est o en tre as mais investigadas do mundo em termos gen ticos G rande parte dos estudos realizados entre popula es ind genas baseia se nas amostras de san gue que se constituem em material fundamental para caracterizar o perfil gen tico dessas popula es Hoje o avan o da biotecnologia permite a iden tifica o dos genes coletados que s o patenteados legalmente em outros pa ses Situa es em que ndios concordam em prover amostras de sangue para gru pos de pesquisa estrangeiros por meio de contratos relativamente infor mais sem que tal pesquisa reverta em benef cios para a na o de origem do material gen tico s o um exemplo de quest es relevantes para a tica da Era Gen mica O Brasil participa no mbito internacional dos debates e formula es destinadas a assegurar os direitos humanos e do genoma humano afirmando sua posi o nas discuss es lideradas pela Unesco relativas D eclara o Uni versal do G enoma Humano e dos Direitos Humanos posi o esta que com p e a esfera de preocupa es da comunidade cient fica e de segmentos da sociedade civil brasileira tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 204 L M Oda M B M de Albuquerque B E C
79. cient fica mesmo porque muitos de seus aspectos s o de especial interesse para a popula o As pesquisas gen micas j apresentam not rios xitos no Brasil apon tam caminhos e indicam desafios para al m de aspectos t cnicos em especi al os que dizem respeito tica e rela o entre o acelerado avan o cienti fico tecnol gico e o com rcio A exemplo das tecnologias da informa o e outras reas na fronteira do conhecimento os avan os da biotecnologia e suas aplica es sobretudo no que respeita sa de humana demandam cuidados que devem estar em sintonia com princ pios universalmente reconhecidos Requerem estrat gia de implementa o que respeitem e promovam entre outros objetivos ainclu 6 Ronaldo Mota Sardenberg s o e a equidade social e econ mica al m de garantias para a democracia e para os direitos do indiv duo como os relativos privacidade e ao livre de senvolvimento da personalidade Como em outros casos a utiliza o per versa ou indevida dos avan os deve permanecer sob permanente escrut nio p blico e sob aten o do sistema pol tico com a plena observ ncia das re gras b sicas da democracia e da representatividade J no campo jur dico podem se identificar temas relevantes como a prote o aos direitos da pessoa humana D iscutem se tamb m os poss veis impactos do uso dessas informa es face ao direito privacidade dos indivi duos o regime de patente a equidade no
80. civil pode ser implementada na forma do C digo Civil art 159 mediante a obriga o de repara o de even tuais danos relativamente quele que por a o ou omiss o volunt ria negli g ncia ou imprud ncia violar direito ou causar preju zo a outrem Ao Minist rio P blico da Uni o e dos Estados caberia a legitimidade para propor a o de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao homem aos animais s plantas e ao meio ambiente na medida em que esses danos atingirem a coletividade ficando o autor do dano ao meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade independentemente da exist ncia de culpa e sem obstar a aplica o das penalidades obrigado a indeniz lo ou repar lo Por fim a san o tico administrativa poderia ser estabelecida mediante a comunica o do fato aos rg os de classe associa es profissionais ou de registro profissional para apura o e aplica o de san o administrativo profissional das respecti vas categorias conforme as san es disciplinares pr prias Resta a quest o de quem aplica a san o Haveria que avaliar a opor tunidade da cria o de um Comit de tica composto n o apenas por cien tistas mas por especialistas de outros campos do conhecimento fil sofos bioeticistas e representantes das popula es ou grupos sociais envolvidos nas pesquisas de modo que possa avaliar as ofensas ao C digo de tica e sugerir a aplica o das penalidades
81. clonagem reprodutiva de seres humanos com a qual n o se devem confundir Nesse cen rio em decorr ncia tanto do progresso cient fico etecnol gico predomina certo sentimento de incerteza quanto ao futuro de um mundo em constante transforma o e da dimens o do risco tecnol gico da inseguran a jur dica e da insufici ncia da abordagem tica Os cientistas tornaram se protagonistas das transforma es sociais e o bin mio C amp T tem profundas repercuss es em todas as dimens es da atividade humana A ci ncia n o se associa apenas s inova es tecnol gicas que promove mas gera tamb m o fato econ mico Ci ncia tecnologia e economia s o cada vez mais interdependentes A necessidade de alcan ar rendimentos com os investi mentos em inova o passou a exercer press o sobre a conduta seguida no campo da pesquisa cient fica Com efeito na avalia o do eminente Paulo Bonavides j acolhendo o neologismo biodireito vida tica e direito s o as tr s facetas desta larga problem tica que se torna cogente e imperativa em busca de solu es imposterg veis ante os desafios as amea as as incertezas as apreens es cau sadas no mundo moral ejur dico pelos avan os materiais da ci ncia etecnologia da vida desde o advento da engenharia gen tica da medicina gen mica da gen tica molecular das eventuais manipula es de D NA da clonagem de se res vivos na qual se insere potencialmente o ser humano
82. das diverg ncias sobre a quest o nenhum dirigente deseja estagnar o progresso D eseja se um futuro melhor que justifique o empe nho em melhorar a sociedade do ponto de vista moral e tico mas tamb m do ponto de vista social DEBATE Thomas Langenbach Queria fazer apenas dois pequenos coment rios sobre a quest o da verdade que importante ser veiculada Trabalho com agrot xicos e olhando para tr s na hist ria vemos que isso come ou a surgir em 1940 e da para frente tem uma s rie de novos fatos que foram percebi dos e foram grande surpresa para a ci ncia Hoje pelo contr rio proibimos muitos desses produtos de alguma forma evitamos utiliz los Hoje com os agrot xicos vive se o problema de micropoluentes que funcionam e atuam Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 241 em sistemas end crinos com a redu o da fertilidade em animais inclusive do homem H muitas surpresas e h um risco que n o conhecemos N o podemos mesmo dentro de uma perspectiva de querer chegar pr ximo verdade absolutizar tanto as informa es que temos em certo momento Precisamos ser um pouco mais modestos e humildes em rela o a isso O segundo ponto a quest o da seguran a para mim muito mais abrangente Se olhamos por exemplo os transg nicos e a soja que foi mais discutida verificamos que como um produto de alta tecnologia foi desen volvido por empresas muito a
83. de alguns indiv duos j est o sendo mantidas por meio de criopreserva o em bancos de c lulas No futuro poss vel que os bancos de c lulas tronco de cord o umbilical se tornem uma fonte de c lulas tronco a serem utilizadas n o s para o tratamento do pr prio indiv duo doador mas tamb m de ou tros indiv duos que apresentem histocompatibilidade com doadores de c lu las ali armazenadas Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 157 Outra poss vel aplica o das c lulas tronco embrion rias na clonagem terap utica Esta t cnica baseia se na introdu o de n cleos de c lulas adultas de pacientes em citoplasmas de c lulas embrion rias gerando uma c lula com potencialidade de diferencia o e regenera o contendo o mesmo material gen tico do indiv duo receptor A clonagem de animais tem demonstrado uma elevada incid ncia de aparecimento de anomalias gen ticas indicando que o mesmo ocorrer com a clonagem terap utica Segundo o pesquisador escoc s Ian Wilmut criador da ovelha D olly todos os clones de animais j obtidos at o momento apresentam algum tipo de defeito gen tico ou f sico Todos estes fatos demonstram que independentemente do plano reli gioso ou filos fico cientificamente ainda estamos longe de dominarmos a clonagem terap utica e mesmo a utiliza o de c lulas tronco embrion rias Recentemente um artigo publicado na revista Nature por Jiang e colabo
84. de c lulas progenitoras embrion rias totipotentes clonagem terap utica QUEST ES TICAS NA UTILIZA O DE CELULAS TRONCO A utiliza o de c lulas tronco embrion rias para tratamento de doen as cr nico degenerativas tem sido amplamente debatida em todo o mundo gerando a es e rea es variadas a depender das leis de cada pa s da religi osidade da popula o e da tecnologia dispon vel Em alguns pa ses onde o aborto permitido como a Su cia pacientes com mal de Parkinson se bene ficiaram desta terapia onde c lulas embrion rias obtidas de fetos foram in jetadas intracerebralmente com resultados bastante satisfat rios Entretan to esta mesma metodologia n o trouxe nenhum benef cio para pacientes com mal de Alzheimer A ci ncia ainda n o conhece inteiramente as propri edades das c lulas tronco embrion rias tanto em rela o sua capacidade regenerativa de tecidos lesados quanto ao seu potencial em gerar teratocarcinomas No Brasil devido proibi o do aborto n o permitido o uso de c lulas tronco embrion rias exce o feita s c lulas tronco embri on rias descartadas na reprodu o assistida onde a legisla o a respeito de sua utiliza o ainda n o clara Algumas quest es tico religiosas poder o ser solucionadas por meio da utiliza o de c lulas do cord o umbilical que possuem uma totipot ncia semelhante aquelas das c lulas embrion rias C lulas do cord o umbilical
85. de uma vida humana aut ntica Embora a observ ncia do princ pio da responsabilidade se mostre ne cess rio a intensidade de sua aplica o como princ pio de prud ncia ou precaut rio vem provocando pol mica E considerando que se trata de uma reflex o que permite a exist ncia de dois extremos e que nenhum deles Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 95 razo vel tanto o que preconiza a liberdade total sem precau o ou prud ncia quanto o que imp e precau o ou prud ncia exagerada a busca de uma orien ta o amadurecida que ofere a a maior seguran a e esteja direcionada reali za o do fim da bio tica pode ser reconhecida como a melhor alternativa O INTERDISCIPLINAR E O INTERCULTURAL COMO PONTE ENTRE OS RAMOS DO CONHECIMENTO HUMANO A palavra interdisciplinaridade tem sua origem na jun o do prefixo latino inter que designa uma posi o intermedi ria ou uma reciprocidade com a palavra latinadisaplina que designa um ramo do conhecimento huma no e representa uma modalidade de relacionamento disciplinar que permite o di logo mais aprofundado entre as disciplinas e at mesmo a transfer ncia de m todos entre elas Nainterdisciplinaridade a pluralidade disciplinar subsiste e cada disci plina preserva sua pr pria identidade mas realiza procedimentos comuns que possuem um car ter original visto que as contribui es de cada disciplina compenetram se intimamente
86. desejos assumida por uma categoria de prestadores de servi o ele tende a ser um documento bem intencionado por m ineficaz e in cuo mes mo porque o seu cumprimento depender da boa vontade de cada um N o obstante quando o c digo um ato emitido pela autoridade p blica e devi damente divulgado ele uma parte do Direito e deve ser posto em pr tica assim como outras normas jur dicas tamb m o devem D e fato infelizmen te ele reduzido a um repert rio de itens pouco relevantes mas n o existe qualquer raz o por que isso deve ser assim D evidamente pensado elabora do divulgado e controlado na sua execu o um c digo de tica pode ter a elasticidade e a din mica que dele se deseja Fixemos bem essa caracter stica de todos os c digos de tica eles t m a pretens o de articular valores e de definir normas capazes de beneficiar a sociedade por meio da presta o de servi os profissionais de alto n vel De alguma forma os c digos devem capturar as nossas intui es sobre o que sejam o Certo e o Errado de modo a que as pessoas no desempenho das suas profiss es ajam de modo correto Num sentido n o t cnico da expres s o 0S c digos podem tirar proveito da vasta tradi o que a filosofia legou sobre o assunto Muitos dos textos e sobretudo dos argumentos dos fil so fos podem ser teis na elabora o de sistemas normativos 3 C DIGOS DE TICA PARA MANIPULA ES GEN TICAS No caso espec
87. deve ser assegurado desde a elabora o do do cumento at a operacionaliza o das diretrizes Assim progressivamente dever o ser envolvidos novos atores Por esta raz o no esquema a seguir apresentado s o mencionadas apenas as entidades a serem mobilizadas de in cio o c rculo dever cada vez mais ser ampliado 3 Por quest es conceituais e com base na experi ncia colhida com a Resolu o 196 96 conforme j referido o C digo de tica de Manipula o G en tica embora deva ter essa denomina o n o deve ter caracter sticas de um c digo de moral ou se revestir de caracter sticas jur dicas O documento n o deve e n o pode ter cunho cartorial ou burocr ti co auto aplic vel Assim por exemplo n o deve ter artigos com dizeres do tipo vedado proibido permitido a n o ser em algumas situ a es se necess rio Proibi o ou permiss o dever o ter a devida justificativa tica da pro posi o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 75 Em outros termos o documento deve ser um instrumento ou uma pe a de natureza tica para permitir a devida an lise tica 4 Outro ponto que a meu ver deve ser levado em alta conta refere se abrang ncia de tal c digo alcan ando desde seres unicelulares animais ou vegetais at seres humanos com profundas implica es m tuas em senti do ecol gico Da se infere a
88. dignidad de la persona Madrid Editorial Tecnos 1998 Archer L U ma temologia nas fronteiras do humano In G en tica e Pessoa Huma na Cole o Temas de Bio tica Coimbra Centro de Estudos de Bio tica 1991 3 Archer Luis tica e microorganismos modificados In tica da vida e vitalidade da tica Porto Universidade Cat lica Portuguesa 1997 p gs 135 143 em especial p g 139 3 Sgreccia Elio Ob cit pags 231 237 32 Casabona Carlos Maria Romeo E1 D erecho y la bioetica ante los limites de la vida humana Madrid Editorial Centro de Estudos Ram n Areces S A 1994 p g 8 9 3 Andomo Roberto Ob cit pag 51 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 113 E tica e microorganismos modificados In tica da vida e vitalidade da tica Porto Universidade Cat lica Portuguesa 1997 p gs 135 143 Beck Ulrich La sodedade del riesgo global Madrid Siglo Veintiuno de Espanha Editores 2002 Barretto V Problemas e Perspedivas da Bio tica in Bio tica no Brasil Rio de Janei ro Cole o Brasil Hoje 1999 Bor m A amp Santos F R Biotemologa simplificada Vi osa Universidade Fede ral de Vi osa 2001 Carneiro Fernanda e Emerick Maria Celeste A E tica eo D eate Jur dico sobre o A cesso e Uso do G enoma H umano Rio de Janeiro Fiocruz 2000 Casabona Carlos Maria Romeo E 1 D ereho y la bioetica ante los limites de la
89. disciplinar a mat ria como um todo Queria apenas deixar claro isso Seria irresponsabilidade tentarmos fechar posi es hoje Cristina Possas Apenas um esclarecimento com rela o abrang ncia desse C digo Entendemos que o produto desse semin rio ser encaminha do CTNBio que de posse dessas sugest es dessas possibilidades exami nar como pretende a formata o desse C digo Como foi colocado pela Dra Celeste ainda est prematuro Estamos num momento de debate de reflex o sobre um tema extremamente complexo na sua abrang ncia Ent o a Comiss o soberana para decidir o processo como ela pretende encami nhar o processo a formata o e a abrang ncia desse C digo de tica Archimedes Pedreira Franco Entendo que esse C digo para obrigar a coletividade n o poderia sair da CTNBio Obviamente teria que sair do Congresso Nacional e ser transformado em Lei Isso n o t o simples assim Para chegar no Congresso Nacional levar n o sei quantos anos Por exem plo um lei para planos de sa de levou 7 anos no Congresso Nacional foi publicada e no dia seguinte saiu uma Medida Provis ria modificando a Lei Vivemos um momento complicado do ponto de vista jur dico Horauma MP adotada por um n mero e em seguida por outro O mais interessante des sas Medidas Provis rias que de uma para outra s vezes s o alteradas subs tancialmente O que est em uma MP amanh pode estar revogado pela tica das m
90. do exerc cio de direitos do exerc cio do monop lio mesmo que tempor rio sobre seres vivos ou mat ria biol gica podem consolidar mecanismos de comercializa o e a consequente co bran a de royalties sobre a biodiversidade considerada hoje o principal patrim nio do planeta A manipula o do fen meno da vida permite transformar a informa o respons vel pelas caracter sticas dos organismos e seu meio ambiente reportando se a todas as formas de vida e a biosfera O controle monitora mento e pondera o de riscos e benef cios advindos da manipula o da in forma o gen tica constituem o campo de atua o da biosseguran a com suas consequentes implica es morais e atitudes a serem tomadas que di zem respeito bio tica Isto nos remonta quest o dacompet ncia biotenocien t fica que est tornando o homo sapiens um aprendiz de homo creator com al guns ind cios de homo demens e cada vez mais homo economicus Uma revis o dessas quest es baseadas em gen tica moderna traz no vas id ias sobre leis e pol ticas p blicas principalmente sobre sustentabilidade e comercializa o As inova es tecnol gicas requerem diferentes estrat gi as para as demandas sociais considerando os debates sobre direitos huma nos regulamenta o administra o e opini o p blica A pesquisa b sica conduzida por v rios laborat rios resultou em produtos de desenvolvimento comercial que indubitavelmente aumentou a
91. e colaboradores do Instituto Nacional de Pesquisa Agron mica da Fran a buscando desen volver lactobacilos geneticamente modificados para a produ o de vacinas gen ticas vivas visando obten o de imunidade brucelose A vacina teria como ve culo o iogurte oferecido por via oral ao paciente com a van tagem bvia da via de administra o al m do fato de serem os lactobacilos inofensivos ao ser humano Outro projeto 16 desenvolvido em conjunto com cientistas da Embrapa Recursos G en ticos e Biotecnologia tem como objetivo produzir uma alface geneticamente modificada que recebeu genes para produzir uma prote na da Leishmania protozo rio que causa a leishmaniose doen a que afeta 12 milh es de pessoas em pa ses do Terceiro Mundo Em fase de teste com animais isto ser feito em colabora o com o pesquisador S rgio Costa Oliveira da UFMG e tamb m membro da CTNBio Os benef cios carreados pelas vacinas j est o presentes no dia a dia das popula es de todos os pa ses e a sua produ o pelas t cnicas da moder na tecnologia n o encontra reservas Todas as quest es ticas relacionadas dizem respeito ao processo de vacina o em si benef cio pessoal e social obrigatoriedade e n o relativas ao processo de produ o 4 XENOTRANSPLANTE Uma das reas promissoras das t cnicas de engenharia gen tica na Me dicina a do xenotransplante Bigam e colaboradores 17 definem xenotransplante como rg
92. e no Mundo apresenta o da EMBRAPA Seminario Clonagem e Transgenia Riscos e Benef cios Senado Fe deral junho de 1999 9 Leite M Plantio de transg nicos cresce 44 Jornal Folha de S o Paulo 20 de janeiro de 1999 10 Royal Society of London Academia Nacional de Ci ncias dos Estados Unidos Academia Brasileira de Ci ncias Academia de Ci ncias da China Acade mia Nacional de Ci ncias da ndia Academia de Ci ncias do M xico e Academia de Ci ncias do Terceiro Mundo Plantas T ransg nicas na A gricultura Royal Society of London February 2000 http www mct gov ctnbiotec 11 Krebs J Chairmans s Report GM Food Safety Fads U nortaintie and A ssessmant The OECD Edinburgh Conference on the Scientific and Health Aspects of Genetically Modified Foods March 2000 http www oecd org 12 Smith N Chairman s Report Smith releases report on genetically modifies plants United States House of Representatives Committee on Science Subcommittee on Basic Research A pril 2000 http www house gov science 13 Cambridge Biomedical Consultants BA BA S Bioethical A spects of Biothemology in A grofood Sector E thical A specs of A gricultural Biothemology European Federation of Biotechnology Task Group on Public Perceptions of Biotechnology 1999 14 Biobr s Dispon vel em http wwwbiobras com br 15 Piard J Le Loir Y Poquet I Langella P Baderias L cicas Traduzido por Azevedo V Godard A
93. econ mico acad mico pol tico social etc em fun o da necessidade de as segurar um adequado desenvolvimento dos atuais avan os cient ficos em vis ta das responsabilidades assumidas perante as gera es futuras A codifica o nesse sentido poder dar uma maior efetividade aos princ pios ticos e uma maior seguran a a toda sociedade pois nem sempre a tica capaz de garantir o respeito e a preserva o da dignidade da pessoa humana Conclu mos com Andomo no sentido de que el derecho est llamado a desempenar un papel fundamental en bio tica Se quiera o no la tarea de conjurar los nuevos peligros para la dignidad humana recae principalmente sobre en raz n de quela tica por s sola no tienela fuerza suficiente para asegurar o respeto dela persona E sala ley a quien incumbe la tarea de ejercer el poder pol tico de defender el hombre de las manipulaciones que lo amenazan desde el comienzo mismo de su existenda es a dla a quien corresponde evitar que el ser humano sea reducido a puras relaciones de utilidad y rentabilidad S lo el poder politico posee la fuerza necesaria para resistir a los nuevos poderes emergentes temocientificos ideol gicos o econ micos 3 REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Andomo Roberto La dignidad humana como nodon dave en la D edarad n de la UNESCO sobre d gnoma humano In Revista de D erecho y G enoma Humano n 14 BBV Foundation Espanha 2001 p gs 41 53 RR Bio tica y
94. em tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 166 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno fase muito inicial de desenvolvimento pois a tradu o do conhecimento gerado pelo desenvolvimento da gen mica para a identifica o e o mapeamento de genes e sua modifica o ainda um processo relativamente recente A engenharia gen tica aplicada ao melhoramento gen tico vegetal j vem provocando enormes mudan as nos sistemas de produ o agr cola possibilitando o aumento da produtividade na produ o de alimentos com seguran a ambiental e redu o dos custos de produ o James 2001 A competitividade da agricultura mundial em um mercado globalizado est portanto diretamente vinculada capacidade de se incorporar os avan os da biotecnologia vegetal ao processo produtivo reduzindo custos de produ o e assegurando o aumento da produtividade agr cola em condi es adversas de clima e solo Nepomuceno 2001 Esta incorpora o dos avan os da biotecnologia requer a necess ria regulamenta o nos campos da biosseguran a e da bio tica permitindo com que esses novos avan os se d em de forma segura e sustent vel para a vida humana e o meio ambiente Possas 2002 Assistimos na atualidade chamada primeira onda do processo inovativo da biotecnologia vegetal que se caracteriza pela incorpora o das caracter sticas dos produtos convencionais nos produtos geneticamente mod
95. envolvendo tantas vis es tantos interesses G ostaria de cumpriment los e cumprimentar a todos pelo alto n vel dos debates J estamos preparan do a Revista mas o nosso interesse que o debate continue imediatamente pois isso ser fundamental para subsidiar a formata o desse C digo Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 285 Dirce Guilhem Trabalho no N cleo de Estudos e Pesquisas em Bio tica e fa o parte do Comit de tica em Pesquisa da Faculdade de Ci ncias da Sa de Quando vi a quest o do C digo de tica em Manipula es G en ti cas a minha preocupa o agora depois de toda a discuss o perceber que n s do Comit de tica em Pesquisas e a Conep j estamos trabalhando com quest es como essas nas pesquisas que chegam aos comit s e temos que dar um parecer de como conduzir essas pesquisas Minha sugest o que sejam envolvidos n o somente a Conep mas que esses documentos sejam encami nhados aos Comit s de tica em Pesquisa ou atrav s da Conep ou atrav s das institui es de pesquisa porque isso de fato j uma realidade que estamos vivenciando Fica como sugest o M rio Toscano Com certeza D outora esteja certa que essa solicita o j foi feita Dra Corina e ela j se comprometeu fazer presente cada um dos 310 Comit s de tica em Pesquisa na discuss o desse tema da mesma for ma que as Comiss es Internas de Biosseguran a N o havendo mai
96. es novas decorrentes dos avan os cient ficos e tecnol gicos seja em seus desdobramentos nos sistemas de controle e produ o de bens e servi os e das rela es econ micas seja nas transforma es das rela es interpessoais Muitas vezes sua resposta consiste em avocar as rela es sociais emergentes positivando regulando ou reconhecendo judicialmente tais rela es O u ainda aplicando a essas novas situa es sociais os princ pios gerais do direito como a autonomia individual e a dignidade da pessoa Em uma terceira situa o menos frequente a norma jur dica pode se configurar de tal forma flex vel a permitir sua incid ncia sobre concep es sociais inova doras refletindo novos princ pios axiol gicos O recurso interven o do direito positivo todavia deve levar em considera o diversos cuidados Cabe instrumentaliza o jur dica resolver essencialmente os problemas que n o podem prescindir de tal interven o e sobre os quais n o exista qualquer possibilidade de acordo deve apresentar se flex vel e aberta a valores inovadores e novas mat rias de modo a n o abordar com crit rios r gidos as perspectivas e situa es associadas s pr ti cas e pesquisas biom dicas e biotecnol gicas h por fim que ser diversificada para n o recorrer unicamente regula o positivada mas tamb m cons tru o jurisprudencial conferindo preponder ncia fun o de interpretar e aplicar aos no
97. formaliza o e finalmente que sejam mapeados instrumentos intemacionais que versem so bre mat ria semelhante Archimedes Pereira Franco O texto refere se somente rea vegetal M rio Toscano O texto incluiria as 4 reas Inclusive queria fazer um esclarecimento que al m das 4 reas citadas pela CTN Bio foi levantado que deveria haver um item espec fico de microorganismo dentro desse con texto Silvio Valle Com rela o a toda essa quest o do pre mbulo e introdu o do C digo me passou que seria um C digo para pesquisas com OGMs quando vejo que um dos bra os de implementa o do C digo a CTNBio Ent o n o seria um C digo de Manipula o G en tica amplo e sim para a CTNBio um recorte que queria entender at porque tenho que dar res postas para o Conselho Com rela o ao que o S rgio citou de que o C digo ter essas normas gerais e as Instru es Normativas da CTNBio d o conta dos detalhes colo quei nos nossos trabalhos que do ponto de vista da tica bem estar animal nenhuma das Instru es Normativas da CTNBio atendem s quest es colo cadas pelos veterin rios M rio Toscano Com certeza Silvio e a id ia seria essa Todo esse material que for produzido ser integrado e apresentado em cada uma das reas V ege tal Meio Ambiente e as outras Silvio Valle Est claro que um C digo de tica das Manipula es G en ti cas para condutas da CTN Bio Isso tem uma d
98. geneti camente modificados no meio ambiente ou relativamente a sua introdu o em outros organismos vivos n o obstante o reconhecimento de todos os esfor os que est o sendo empreendidos para demonstrar o potencial ben fi co destes organismos o que acaba por resultar numa maior regulamenta o e controle por parte do Poder P blico Portanto podemos concluir que a preocupa o maior poder nortear se pela defesa da vida e da sa de do homem e pela preserva o do meio ambiente e nestes casos poderiam ser enunciados como princ pios ticos promover a correta avalia o dos potenciais riscos proteger a vida e a iden tidade gen tica de todo indiv duo para evitar a instrumentaliza o da pessoa humana garantir o consentimento livre e informado para utiliza o das in forma es gen ticas humanas identificar a verdadeira utilidade para o bem da sociedade atual sem preju zo da futura fornecer adequada informa o 2 Uranga Am lia Martin La normativa en Europa sobre los organismos modificados geneticamente In Revista de Derecho y Genoma Humano n 5 Bilbao Funda o BBV 1996 p g 218 219 2 Do ponto de vista de Riechmann podem ser identificados quatro grandes tipos de riscos nas atividades envolvendo organismos geneticamente modificados a Riscos sanit rios por exemplo potencial alerg nico dos novos alimentos recombinantes ou difus o de novas infec es por meio de xenotransplantes b Riscos
99. go de tica para manipula es gen ticas n o deve ser elaborado apesar do temor popular mas sim como resposta a ele O p blico deve saber que a ci ncia n o infal vel e que a tecnologia pode errar e erra muitas vezes Nesse contexto de condi o humana podemos tentar fazer o melhor possi vel na presente situa o do conhecimento O que manipula o gen tica Quevalores podem estar a ela associados Q ue regras podem ser estabelecidas para normatizar essa manipula o Como proteger a sa de das pessoas e dos animais no contexto de manipula es gen ticas Como garantir s pessoas o direito a informa o sobre esse tipo de assuntos Como partilhar informa es relevantes entre cientistas nesse mbito de pesquisa Estas e v rias outras s o quest es te ricas cabem ao c digo tentar responder N este ponto quanto mais simples e curto for o elenco de defini es valores e normas b sicas tanto melhor Entretanto a teoria assumida pelo c digo ser mera letra morta se as pessoas profissionalmente envolvidas n o a conhecerem nem forem nelas treinadas Conhecer o c digo de tica e receber instru es a seu respeito deve ser parte da forma o de todos os que militam na rea um lugar comum em qualquer ambiente de trabalho a tese de que s se pode pedir ao empregado aquilo que lhe foi ensinado Curiosamente por m muitos enten dem que tica algo que se traz de casa e coisas semelhantes O papel da
100. j existem alguns documen tos Outras reas n o t m documento em termos legais ou mesmo informal mente constitu do Alguns que j existem indicamos para pesquisa e at ex pandimos que aqueles princ pios n o necessariamente podem servir apenas para pesquisa com seres humanos podendo ser expandidos para pesquisa na rea animal Assim a Resolu o do Conselho Nacional de Sa de seria um documento de base Todavia n o contempla a quest o da comercializa o contempla a quest o da tica e da pesquisa mas n o contempla a quest o da Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 219 comercializa o J identificamos que existe um vazio Os outros documentos que existem s o as pr prias Instru es Normativas da CNT Bio Seriam as instru es n 08 12 13 e 15 que englobam a quest o animal e humana embo ra o grupo tamb m identificou que esses documentos n o enfocam a quest o tica propriamente mas enfoca princ pios de Biosseguran a Portanto sob o ponto de vista tico h tamb m essas Instru es Normativas Embora a da clonagem e a da terapia g nica apontem para uma quest o tica quando veda a clonagem a manipula o de c lulas germinativas a clonagem radical Mas o princ pio dessas Instru es N ormativas um princ pio de biosseguran a e n o de tica propriamente dita Assim ter amos que aprimorar e olhar essas instru es com a vis o da quest o tica Embora se
101. mente incapacitados para uma vida normal e produtiva Em popula es urba nas do Brasil as les es traum ticas s o a primeira causa tanto da interna o hospitalar quanto da morte na segunda e terceira d cadas da vida dos jovens Ambas as situa es exigem terapias que possam preservar melhorar e ou restaurar as fun es teciduais Contrastando com a produ o de f rmacos antibi ticos ou vacinas que podem ser usados indistintamente por um grande n mero de habitantes amedicinaregenerativa individual dirigida especificamente a cada um dos casos atendidos no seu contexto particular Trata se portanto de uma medicina individualizada cuja a o pode envol ver duas etapas independentes ou associadas A manipula o ex vivo de c lulas do pr prio paciente sua expans o dife rencia o e integra o potencial em estruturas ordenadas superiores que ser o re intro duzidas nas regi es lesadas e integradas no processo de regene ra o bioengenharia ou engenharia tecidual A introdu o nas regi es lesadas de estruturas supramoleculares seme lhantes aos elementos de matriz extracelular e mediadores intercelulares as Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 155 sociados facilitando a mobiliza o expans o e integra o de popula es de c lulas regenerativas internas fomentando o reparo de les es ou de regene ra o e renova o de tecidos degenerados biomim tica
102. mios da Academia Nacional de Medicina O palestrante iniciou com a pergunta o que distingue o homem dos outros animais Seria a capacidade de fazer perguntas Ao perguntar busca respostas e torna se pesquisador no sentido mais amplo da palavra A seguir toma conhecimento do outro e consequentemente de valores humanos quando passa a ter responsabilidade tica de estilo inexor vel do homem aumentar e buscar conhecimento O que interessa que esse conheci mento seja obtido e utilizado de maneira eticamente adequada O termo bio tica surgiu h 30 anos com um cancerologista Von Potter a partir de sua preocupa o com o mau uso dos avan os da Biologia Molecular Hoje bio tica diz respeito a toda tica de ci ncias da vida da sa de e do meio ambiente A bio tica pressup e multidisciplinaridade e interdisciplinaridade total exigindo ainda uma transdisciplinaridade ou seja a influ ncia de v rias disciplinas num dado processo O C digo de tica n o deve ser um documento de natureza cartorial n o deve ser auto aplic vel nem limitante permitindo a an lise de cada caso o que seria responsabilidade da CTNBio Neste sentido um procedimento n o consagrado deve ser considerado como pesquisa e deve obedecer s diretrizes da resolu o 196 da Conep contempladas de alguma forma nas Instru es Normativas 8 e 9 da CTNBio Algumas sugest es foram dadas para a elabora o do C digo de tica
103. na massa no pa s sem uma devida normatiza o uma devida organiza o eram esses coment rios que gostaria de fazer para colocar a Fiocruz essa parte Al m da Conep no Minist rio da Sa de para somar esses esfor os que s o o que entendemos extremamente complexos o processo de elabora o de qualquer regulamenta o muito mais nessas reas que estamos tratando O brigada Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 261 S lvio Valle Minha observa o com rela o ao conte do da lei de Biosseguran a espec fica de uma t cnica Genaro abordou muito bem a quest o da import ncia da CTNBio estabelecer um C digo de tica das Manipula es G en ticas vegetais Tem toda a rea de tica ambiental que temos de trazer para essa discuss o que n o veio por alguma falta de espa o a quest o da tica e do bem estar animal e a import ncia da CTNBio nessa discuss o que ela vai al m da pesquisa A CTNBio tamb m tem de ter um C digo de tica em Manipula o Gen tica para uso comercial da biotecnologia porque uma das atividades da CTNBio toda rea de mani pula o gen tica e nesse ponto amanh vamos ter os grupos de trabalho Minha opini o pessoal que a CTNBio deveria ficar na quest o da engenha ria gen tica Tivemos uma s rie de exemplos O evento hoje foi muito rico na rea de sa de humana de c lulas tronco manipula o de c lulas tronco Podemos entrar na rea de
104. ncia e n o mencionar o termo precau o embora toda sua fundamenta o se oriente claramente por esp rito precaut rio tem suscita do questionamentos sobre a mat ria Esses questionamentos costumam com frequ ncia resultar da falta de compreens o quanto s condi es e procedimentos mais adequados regula o da ci ncia moderna e ao nosso ver como veremos mais adiante numa inter preta o incorreta do princ pio da prud ncia ou da precau o tema que vem assumindo destaque na comunidade internacional especialmente como uma preocupa o com os pa ses detentores de megabiodiversidade como o caso do Brasil Nesse artigo com o objetivo de estimular e contribuir para o aprofundamento desse debate procuramos examinar do ponto de vista conceitual com base na produ o filos fica e em bio tica existente o prin c pio da precau o Este princ pio tem sido definido por alguns autores no campo da bio tica como conceitualmente equivalente ao princ pio da pru d ncia No mbito do Direito ambiental dom stico e internacional alguns autores tamb m adotam esse entendimento conceitual Machado 2002 O PRINC PIO DA PRECAU O OU PRUD NCIA CONSIDERA ES CONCEITUAIS O princ pio da precau o foi proposto formalmente na Confer ncia RIO 92 no artigo 15 da D eclara o do Rio sobre Meio Ambiente e D esen volvimento Confer ncia das Na es Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 1992 Sua defi
105. norteiam a Bio tica e em sintonia entre outras com a Resolu o 196 96 23 do Conselho Nacional de Sa de que trata das normas de pesquisa em seres humanos Dentro desse contexto legal a CTNBio designou um grupo de traba lho encarregado de elaborar o C digo de tica de Manipula es G en ticas conforme dispositivo legal tendo j este grupo iniciado criteriosa revis o da literatura mundial relativa a normas ticas em manipula es gen ticas con siderando todas as reas de interesse da biosseguran a a saber humana animal vegetal e meio ambiente Este trabalho vem buscando seguir o bem sucedido modelo de elabora o da Resolu o 196 96 que congregou nesta constru o toda a comunidade envolvida com a pesquisa em seres huma nos inclusive representantes dos usu rios tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 52 M rio Brito amp Ednilza Dias O Conselho Federal de Medicina CFM 24 atento s grandes trans forma es que ocorrem na Medicina decorrentes do Projeto Genoma Hu mano e de outros avan os da Engenharia G en tica tomou a iniciativa de instituir uma Comiss o de tica de Manipula o G en tica para tratar das quest es ticas ligadas ao tema Al m disso em permanente articula o com a CTNBio vem apoiando os trabalhos de elabora o do C digo de tica de Manipula es G en ticas no cap tulo relativo sa de humana Sobre este alicerce legal aliado
106. o das a es ticas est dirigida para as pesquisas financiadas pelo Estado por meio dos rg os p blicos sem impedir que as regras sejam aceitas pelas pesquisas desenvolvidas e apoiadas pelo setor privado Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 203 No Brasil as inst ncias relacionadas s pesquisas em sa de est o acor dadas pela posi o de que o pa s deve construir um instrumento de car ter regulat rio com for a legal para opinar avaliar e arbitrar sobre quest es que traduzam as complexidades das rela es entre o campo das ci ncias biom dicas e o campo da tica Os debates indicam que este instrumento dever ter abrang ncia nacional e dever construir ampla legitimidade e repre senta o sendo tamb m fundamental acentuar seu car ter independente A tend ncia dos encaminhamentos para esta constru o tem se pauta do no modelo legal franc s pois historicamente o Brasil possui uma tradi o de referendar as bases institucionais concebidas segundo o ide rio de mocr tico da Fran a Se esta tend ncia se confirmar estaremos optando por um modelo que prev a cria o de uma estrutura descentralizada apoiada pelas comiss es regionais de bio tica Essas iniciativas est o caminhando a passos largos quest es de or dem tica se apresentam quase sempre correlatas s pesquisas biom dicas envolvendo seres humanos No Brasil em especial temos uma urg ncia pois o
107. o de seres vivos seja movimentando e alterando as meno res estruturas moleculares onde ficam encerrados os segredos da vida seja combinando material biol gico para produ o de eventos com resultados que por meios tradicionais jamais seriam poss veis de serem alcan ados Este poder atingido pelo aprimoramento do conhecimento humano aplicado ao campo das ci ncias biol gicas esta revolu o propulsionada pela inser o das bio tecnologias nas atividades de investiga o cientifi ca transmutando a ci ncia em tecnoci ncia voltada satisfa o de ob jetivos utilit rios imediatos imp em uma s rie de questionamentos im portantes uma vez que a decis o de se utilizar ou n o os resultados alcan ados para o bem ou para o mal n o depende dos laborat rios mas de um op o consciente ou de um consenso social Segundo Sgreccia ja mais a tica foi t o importante na medicina na biologia e na sociedade as descobertas cient ficas fizeram com que a moral a que se preocupa com a Andorno Roberto Bio tica y D ignidad de la persona Madrid Editorial Tecnos 1998 p g 19 20 102 Adriana Diaf ria vida se tornasse de interesse para todos problema de import ncia priorit ria na sociedade e da sociedade em n vel mundial A civiliza o tecnol gica emerge neste contexto impondo a necessi dade de uma reflex o desvelada acerca dos par metros ticos que dever o estar pressupondo o agir do
108. oferecida a informa o rigorosamente cient fica adequada para suas considera es e julgamentos e finalmente pela discus s o plena por toda a sociedade brasileira A tica n o apan gio do cientista ou do fil sofo ou da elite intelec tual de um povo mas espa o da cidadania cabendo ao cidad o discuti la e definir junto aos outros o perfil de seu povo REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS 1 Bernard J D a Biologia tia Editorial Psy II Campinas S o Paulo 1994 2 Oliveira F Medicina Preditiva Temores e A lerta Jornal do Conselho Federal de Medicina Julho A gosto 2000 n 119 120 8 9 3 Simpson A J G The H uman G mome Project and its Implication For H uman Health Anais do I Congresso Brasileiro de Biosseguran a no Rio de Janeiro RJ setembro de 1999 4 Simpson AJ G Reinach F C Arruda P Abreu F A Acencio M Alvarenga R et al The gnome sequence of the plant pathogen X yldla fastidiosa Nature 2000 406 151 157 5 Pena S Clonagem H umana Biotecnologia Ci ncia e D esenvolvimento 1999 11 113 122 6 Donaldson L et al Sten Cdl Research Medical Progress with R esponsability Department of Health UK 16 August 2000 _http www doh gov uk tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 54 M rio Brito amp Ednilza Dias 7 Nuffield Council on Bioethics Dispon vel em http www nuffield org 8 Portugal A D Panorama da Biotemologia no Brasil
109. ontenpo de Frats ra A mannan nena snadin Bio tica Reginaldo pes Minare aaa C digo de tica de manipula o gen tica alcance e interface com regulamenta es correlatas A Gila tis BATTE tT no ncn desc da See E dd Clonagem e uso de c lulas tronco Critica bio tica a um nascimento anunciado Vona Garrafas ate cco a asta ka DAE aha ose Ne ol TAR Parecer sobre clonagem humana reprodutiva e terap utica Lyga V o Bro iia i i EE N 125 Clonagem humana contras e pr s Mayana Z arniarna ieni aT i EE RO REEERE 133 G en tica clonagem e dignidade humana LPE arianna e an aT A tach ee 145 Terapia com c lulas tronco a medicina do futuro Milena B P Soares Ricardo Ribero dos Santos ssssssscssssseeescsssssssessessessssssessssssssssnseeseseess 153 Bio tica na biotecnologia vegetal Bio tica nas atividades com plantas geneticamente modificadas contribui o ao c digo de tica das manipula es gen ticas Cristina de A lbuquerque P ossas A lex andre L ima N epomuano rsrsrsrs 163 Bio tica princ pios O princ pio tico da prud ncia ou precau o na engenharia gen tica implica es para a sa de humana e o meio ambiente Cristina A Possas Reginaldo L Minas acres iota ieuataoucadtushdatalant 183 Genoma humano e tica Patenteamento e licenciamento do genoma humano e perspectivas para a elabora o de um c digo de tica em manipula es gen ticas Leila Ma do Oda Marli B M de A
110. pelos rg os e conselhos de classes Cumpre ainda ressaltar que do ponto de vista da tica principialista a cada fato cient fico correspondente ao comportamento a ser regulado deve riam ser identificados os respectivos princ pios valorativos No entanto a eventual necessidade da resolu o de controv rsias e conflitos remete ao uso da tica comunicativa como instrumento mais eficaz no mbito do de bate pluralista Da a preocupa o em criar se um Grupo de Trabalho multidisciplinar sob a supervis o e coordena o da Comiss o T cnica Na cional de Biosseguran a que atuar na elabora o proposi o e acompa nhamento da implementa o do C digo de tica D a tamb m a previs o de que o Grupo de Trabalho submeter o resultado de suas atividades a uma audi ncia p blica aberta a todos os segmentos interessados da sociedade 5 CONSIDERA ES FINAIS Em todo o mundo os legisladores s o diariamente confrontados com aregula o de quest es atinentes bio tica O debate frequentemente orbita tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 38 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro no n vel da a o legislativa e regulat ria Se o escopo legal demasiado geral pode n o ser til em termos de aplica o sobre pr ticas espec ficas Por outro lado se demasiado detalhado pode tornar se rapidamente ob soleto em face dos r pidos avan os da ci ncia necess rio buscar
111. pessoas atiravam de todos os lados Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 263 O medo tra ava toda mesa Eu ficava at nito e falava que diabos est acontecendo aqui Eu era um dos poucos cientistas tomei a palavra antes da luz se apagar naquela reuni o G ostaria de apresentar a todos os delega dos de todas as na es uma indaga o o que o genoma Foi aquele sil ncio e aquela gargalhada Porque minha sensa o que as pessoas estavam com medo seja l do que for querendo regulamentar um objeto que eles n o conheciam Isso assusta um pouco Como regulamentar uma realidade que desconhe o da que vem o preceito que sempre venho advogando o da responsabilidade imposs vel que a CTNBio exer a 0 preceito da legalidade em desco nhecimento da lei que a estabelece O C digo de Etica em Manipula o G e n tica tem que ser criado no mbito da produ o uso e manipula o de genes Eliane Moreira Primeiro gostaria de pedir que a Dra Adriana e Dra Maria Celeste fizessem algumas considera es sobre a terminologia Patrim nio G en tico que come ou a crescer e solidificar e finalmente veio a ser transcrita numa legisla o que a medida provis ria que trata hoje sobre o Patrim nio G en tico e que regulamenta o fluxo de desse mate rial no mbito das pesquisas e vem pela primeira vez falando de Patrim nio G en tico humano excluindo do mbito da legisl
112. pessoas em geral onde as informa es apresentadas pelos pesquisadores passam por uma an lise criteriosa e espe cializada o que proporciona s pessoas condi es para basear suas delibera es em informa es sustentadas pelo melhor conhecimento Esse filtro funciona como um instrumento de an lise e reflex o no mo mento da delibera o acerca da orienta o a ser seguida ou da tomada de decis es opon veis s tenta es dos excessos dos representantes do Estado dos poderes difusos de press o pol ticos econ micos religiosos ou ideol gi cos e se necess rio for dos institutos de pesquisas e dos pr prios pesquisa dores Constitui portanto um mecanismo de reflex o que a comunidade cien t fica deve cuidar com muita aten o pois cada orienta o segura certamente estar contribuindo para criar um sentimento coletivo de confian a no avan o da bioci ncia e da biotecnologia e confian a n o algo que se imp e mas se conquista por meio da honestidade dispensada no trato di rio com as pessoas Ap s a argumenta o apresentada podemos concluir que o elemento tica que comp e o voc bulo bio tica est na base de uma preocupa o que o faz ser identificado com a concep o que considera a tica uma ci ncia dos fins visto que o objetivo maior a manuten o das condi es necess rias para a sobreviv ncia da esp cie humana no planeta e que esta sobrevi Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT
113. pico de urina por exemplo a partir do qual faz um diagn stico iniciando um tratamento e modificando o fen tipo de doente para saud vel J a medicina gen mica permite diagn sticos antes que o indiv duo fique doente Uma doen a ge n tica seria aquela em que uma altera o gen mica ocorre na qual inde pendente do ambiente haver desequil brio e doen a Uma doen a ambiental entre aspas n o h doen a puramente ambiental nem puramente gen tica tudo depende dos dois seria aquela que um insulto ambiental levar a uma doen a independente do genoma Por exemplo queimadura H ainda as doen as chamadas multifatoriais que compreendem a maioria das doen as Para que uma doen a multifatorial seja desencadeada preciso ter algumas altera es gen micas genes de predisposi o e gatilhos ambientais Neste Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 245 tipo de doen a h muta es em v rios genes e os padr es de heran a s o irregulares Ao se utilizar a medicina gen mica no diagn stico de predisposi o preciso prever a possibilidade de interven o ambiental Alguns casos s o complicados como o c ncer de mamae o c ncer de c lon retal heredit rio J no caso da Doen a de Alzheimer n o h a menor possibilidade de interven o ambiental Que vantagem h em fazer o diagn stico O palestrante falou ainda da import ncia da m dia e dos cientis
114. pode ser aprovado por interpreta es autorit rias no contexto de biomedicina Rotineiramente a O rganiza o das Na es Unidas tem questionado muitas declara es concernentes bio tica e tecnologia gen tica Esse panorama indica rotas para a consolida o de um c digo de tica voltado para a manipula o gen tica da vida Com a conclus o do Projeto G enoma Humano chegou se a uma com pleta elucida o das sequ ncias do DNA humano revelando a hist ria evolucion ria gen tica da esp cie A infra estrutura e a capacidade desen volvida pelos cientistas mundiais provou uma oportunidade mpar no pro gresso biol gico e na sua aplica o na medicina Os pesquisadores podem imediatamente aplicar o conhecimento dessas sequ ncias no isolamento de genes que s o respons veis diretamente ou contribuem para a suscetibilidade a diversas doen as Embora acreditemos que a implementa o de um documento de car ter universal ainda esteja em fase de amadurecimento da discuss o a D ecla ra o Universal do Genoma Humano reflete o come o da mobiliza o glo bal que em car ter preventivo aproxima a ci ncia da sociedade na busca de mecanismos que possibilitem ao Homem advir dos benef cios do desenvol vimento cient fico A aplica o dos princ pios basilares desta D eclara o Universal envolve extrema complexidade e dever ser considerada como ins trumento norteador no processo de globaliza o da biotecnologia e se
115. proposta para um c digo de conduta 18 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro Conceitos b sicos e sua prote o legal como dignidade humana au tonomia liberdade de escolha integridade da pessoa humana igualdade equidade e n o discrimina o justi a e solidariedade precau o responsibilidade e direito privacidade s o tamb m essenciais para esta belecer a base principial stica de uma agenda bio tica Como foi ressaltado durante a mesa redonda de ministros da Ci ncia em Bio tica Implica es Internacionais realizada pela Unesco em outu bro de 2001 devem ser consideradas a diversidade e a pluralidade dos valo res humanos que orientam o debate tico Cada uma dessas dimens es deve ser levada em considera o sem discrimina es ou privil gios D etermina dos princ pios n o devem ser adotados em detrimento de outros 2 TICA MORAL E DIREITO O uso e a hist ria conferem s palavras um sentido espec fico que lhes agrega conota es pr prias N o o caso de adentrar em uma discuss o etimol gica demasiado extensa No entanto para a melhor compreens o do significado que o termo bio tica comporta contemporaneamente necess rio recorrer compreens o de sua g nese e distin o essencial entre moral e tica de um lado e direito de outro A palavra bio tica primeiramente usada pelo m dico oncologista V an Rensselder Potter da Universidade de Winsconsin na obra Bioeth
116. qualidade da vida humana Marcos legais podem suportar valores sociais nos quais a popula o frente a decis es possa ter instrumentos que respeitem os padr es regionais No Brasil o debate em torno da Lei de Propriedade Industrial Lei 9 279 96 fez emergir quest es como a defini o de microrganismos para efei tos de patenteamento a necessidade de salvaguardas para proteger os recur sos gen ticos localizados em reas ind genas e os direitos relativos ao conhe cimento acumulado das chamadas comunidades locais ou tradicionais V rios projetos de Lei foram criados no mbito do legislativo brasilei ro no intuito de elaborar medidas de prote o das informa es e acesso aos recursos gen ticos vegetais e animais excluindo os humanos Durante a tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 196 L M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa tramita o desses projetos os debates refor aram a id ia de implementar uma emenda Constitui o Federal que considera como melhor op o para o Brasil declarar o Patrim nio G en tico como bem da Uni o porque so mente este tratamento permitir adequado controle sobre o acesso aos re cursos gen ticos e sobre a reparti o de benef cios oriundos de sua utiliza o tomando se o cuidado de n o confundir com os direitos j estabelecidos pela legisla o brasileira sobre a propriedade material
117. que se perca a reflex o para dar lugar a normas de envio de materiais e de consentimento para popula es vulner veis Iniciativas internacionais procuram estabelecer consensos b sicos como os acordados na D eclara o sobre Direitos Humanos e G enoma Humano da Unesco e na Declara o de Manzanillo entre outros Varios pa ses legislaram e continuam buscando bases gerais para a a o e a regula o das novas pr ti cas A variedade de abordagens demonstra bem a dificuldade no estabeleci mento de regras mas ressalta a necessidade de articula o entre pa ses e res peito s perspectivas locais num contexto mundial tido como de globaliza o mas com tend ncias bem contr rias de aumento das diferen as entre os povos Em bio tica surgiu mesmo nos pa ses centrais uma defesa de duplo standard isto crit rios de defesa dos sujeitos de pesquisas v lidos naqueles pa ses tidos como dispens veis para a popula o de pa ses mais pobres No Brasil a Lei de Biosseguran a foi um marco e a CTNBio tem sido um ponto de converg ncia para an lise e reflex o de novas pr ticas na gen ti ca Vejam se por m os inumer veis projetos de lei em tramita o na C mara tratando de assuntos correlatos e com olhares e proposi es diferentes Esta realidade aponta portanto para a necessidade de articula o com os diversos setores da sociedade primeiro para conhecer os posicionamentos depois para estabelecer preocup
118. que tivesse alguma regulamenta o que tivesse alguma for a no seu cumprimento Portanto a Fiocruz a partir de 96 realizou duas oficinas que geraram duas publica es e conseguiu com isso estabelecer uma rede de pensadores pesquisadores pessoas do legislativo executivo e diversas institui es de pesquisa e O NG ss desse pa s Ent o estamos com bastante responsabilidade na participa o desse debate e quer amos explicitar essa estrat gia e colocarmo nos disposi o para somar esses esfor os que a CTNBio vem fazendo Essa discuss o gerou duas estrat gias Um projeto institucional que estamos no momento negociando com v rias ag ncias que um instituto virtual de estudos t cnicos ticos e jur dicos de acesso e uso do genoma humano compondo essa rede de pessoas e a maior parte delas est nessa sala E outra estrat gia o pr prio entendimento dos atores do Minist rio da Sa de na sua responsabilidade quanto condu o deste tema Nosso Mi nistro montou uma portaria com uma comiss o de trabalho que foi implan tada no dia 1 de agosto deste ano que vem estudar uma s rie de quest es relacionadas ao acesso e uso do genoma humano e uma das primeiras tarefas que todos os rg os vinculados ao Minist rio da Sa de tem exatamente fazer o exerc cio daquilo que hoje executamos para tentar estabelecer uma s rie de prioridades de temas vinculados ao acesso e uso do genoma huma no que estamos hoje com a m o
119. querem essa tecnologia A queles que s o impedidos de utiliz la o fazem ilegalmente A Embrapa a favor de que material geneticamente modificado concorra no mercado e se a morat ria continuar daqui a cinco anos esse mercado n o mais existir ou estar reduzido metade Boa parte desse problema devido falta de tica na informa o Os jornais veiculam informa es inadequadas a respeito da biotecnologia que o p blico l e acredita O objetivo da CTNBio garantir que a Biotecnologia possa ser feita com seguran a tecnol gica servindo sociedade da melhor maneira Todos os segmentos da sociedade envolvidos devem garantir pelo menos a infor ma o adequada ao consumidor Leila Macedo Oda doutora em Microbiologia e Imunologia especialista em avalia o de risco transg nico pelo ICG EB Triste It lia foi represen tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 230 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas tante do Minist rio da Sa de na CTNBio por cinco anos e presidente da CTNBio E coordenadora do N cleo de Biosseguran a da Fiocruz e presi dente da Anbio A palestrante escolheu os temas tica na Informa o e A dicotomia entre o risco real e o risco imagin rio na biotecnologia modema Risco uma probabilidade de um determinado evento indesej vel acontecer O risco real tem base cient fica e concebid
120. recomenda o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 281 O documento deve contemplar princ pios gerais para atender aos avan os cient ficos e tecnol gicos O C digo de tica das Manipula es G en ti cas deve contemplar n o somente tica na pesquisa mas tamb m na comercializa o Propomos CTNBio avaliar as Instru es N ormativas especificamente a IN 08 talvez a IN 09 luz desses novos avan os cient ficos especifica mente a quest o de c lulas tronco Propomos a articula o da CTNBio tan to com o Conselho de Medicina Veterin ria quanto com o Conselho Federal de Medicina para discutir o C digo de tica de forma mais ampla onde o C digo de tica das Manipula es G en ticas se insere num C digo de tica mais amplo Maria Celeste Emerick Gostaria de pedir que fosse revisto o Art 13 pois foi motivo de cr tica Estamos regulamentando uma Lei vamos nos centrar um pouco na lei e o Art 13 no mundo jur dico objeto de muitas quest es e controv rsias j que se refere a esse aspecto Talvez fosse impor tante nesse momento rever o Art 13 da Lei M rio Toscano Creio que isso deve ser levado plen ria da CTNBio mas com o entendimento que seria um trabalho adicional talvez at esta belecido algum grupo para estudar No entanto a modifica o da lei algo mais complexo Isso ter que ser remetido ao pr prio Congresso Nacional e me parece que o p
121. regulation of an ethical code for genetic manipulation to be proposed by the National Technical Commission of Biosafety CTNBio from the analysis of legal provisions that regulate the biosafety of Brazil A Autora ADRIANA Diar ria doutoranda em Direito das Rela es Sociais no curso de p s gradua o da Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo PUC SP mestre em Direito das Rela es Sociais pela mesma universidade e especialista em Direito Ambiental pela Faculdade de Sa de P blica da USP SP Foi professora de D ireito Ambiental na PUC SP atualmente est concluindo um est gio de 11 meses de investiga o na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra Portugal advogada em S o Paulo Autora dos livros Clonagem H umana A spectos Jur dicos e Bio ticos Bauru E dipro 1999 e em co autoria Biodiversidade e Patrim nio G en tico no D ireito A mbiental Brasileiro S o Paulo Max Limonad 1999 Edi o Especial Cr tica bio tica a um nascimento anunciado V olna Garrafa Poucas not cias causaram tanto alvoro o na m dia internacional quan to o nascimento da ovelha D olly divulgado pelo jornal norte americano The New York Times de 23 de fevereiro de 1997 antecipando se ao artigo pu blicado pelo pesquisador escoc s Ian Wilmuth e sua equipe na revista brita nica Nature 27 02 97 Parte da surpresa ficou por conta do grande p bli co pois se tratava de um fato previsto de um nascime
122. resultante da fus o do vulo e do espermatoz ide Logo ap s a fecunda o ela come a a se dividir uma c lula em duas duas em quatro quatro em oito e assim por diante Na fase de 8 a 16 c lulas as c lulas do embri o se diferenciam em dois grupos um grupo de c lulas externas que v o originar a placenta e anexos embrion rios e uma massa de c lulas internas que vai originar o embri o propriamente dito Ap s 72 horas este embri o agora com cerca de 100 c lulas chamado de blastocisto nesta fase que ocorre a implanta o do embri o na cavida de uterina As c lulas intemas do blastocisto v o originar as centenas de tecidos que comp em o corpo humano S o chamadas de c lulas tronco totipotentes A partir de um determinado momento estas c lulas som ticas que ainda s o todas iguais come am a diferenciar se nos v rios tecidos que v o compor o organismo sangue f gado m sculos c rebro ossos etc Os genes que controlam esta diferencia o e o processo pelo qual isto ocorre ainda um mist rio O que sabemos que a partir da as c lulas som ticas diferenciadas perdem a capacidade de originar qualquer tecido As c lulas descendentes de uma c lula diferenciada v o manter as mesmas caracter sti cas daquela que as originou isto c lulas de f gado v o originar c lulas de f gado c lulas musculares v o originar c lulas musculares e assim por dian te Apesar do n mero de genes e do DN
123. rmacos medicamentos e terapia g nica indicam que essas novas tecnologistas v m emergindo como uma possibilidade muito promis sora para a preven o e tratamento de amplo espectro de doen as desde as infecciosas at as cr nico degenerativas Possas 1996 2002 Alguns estudos referentes s tend ncias do mercado global de f rmacos e medicamentos bioengenheirados chegam mesmo a estimar cifras gigantes cas Um desses estudos projetou que em 2003 o mercado norte americano para esses produtos alcan ar a cifra de US 3 35 bilh es de d lares Silverstein 1995 Vacinas f rmacos medicamentos e kits para diagn stico baseados na tecnologia do DNA recombinante j est o sendo crescentemente incorpora dos s rotinas m dicas em todo o mundo na preven o no diagn stico e na terap utica de doen as diversas inclusive em pa ses em desenvolvimento como o Brasil Uma caracter stica importante desta revolu o biotecnol gica que a flexibilidade de seus procedimentos tecnol gicos acaba rompendo com os limites tradicionais que costumam demarcar setores como a sa de humana a sa de animal e a agricultura Um bom exemplo nos setores da sa de huma na e animal o desenvolvimento de plantas com propriedades diversas imunizantes as chamadas plantas vacina como a alface Amtzen 1998 e terap uticas plantas engenheiradas para suprir car ncias alimentares No setor da agricultura o desenvolvimento de plantas com prop
124. sentido m ltiplas categorias profissionais decidiram aprovar em suas assembl ias c digos auto impostos nos quais os respectivos associados voluntariamente assumem o compromisso de prestar excelentes servi os ao p blico ainda que s custas de significativos sacrif cios pessoais e mesmo que isso exceda as obriga es legais de cada um Esses documentos seriam c digos de ica fundamentados na boa vontade de quem os subscreve caudat rios de ele vados valores e portadores de normas de conduta bastante estritas Em geral c digos de tica proclamam altos valores e diretrizes linearmente corretas Mas os grupos profissionais privados n o s o os nicos a estabelecer tais documentos Em muitos casos a pr pria autoridade tem tomado a inici ativa de decretar c digos de tica para funcion rios publicando os no res pectivo Di rio O ficial como anexos de decretos Usualmente esses c digos tamb m assumem compromissos com valores e normas eticamente superio res mas por outro lado cingem se a tratar de quest es menores como 0 dever de pontualidade e cortesia para com o p blico por exemplo Em geral tanto os c digos provenientes de setores privados quanto aqueles que v m do servi o p blico definem comiss es de tica forma das por pessoas que trabalhem nas reas abrangidas pelo respectivo docu mento A sua fun o apreciar eventuais infra es O s ritos s o sum rios e os trabalhos sigilosos Se uma com
125. sobre o assunto que deve ser balizado por normas reguladoras sugeridas por organi za es cient ficas e ou institui es de classe Al m disso importante uma intera o entre os diversos segmentos da sociedade por meio de por exemplo comiss es inter multi e transdisciplinares uma vez que o objetivo final o bem estar da popula o de um modo geral A Comiss o de G en tica Cl nica e Molecular do Conselho Federal de Medicina foi criada recentemente e uma das iniciativas foi a colabora o com a CTNBio pela an lise dos temas voltados para a sa de humana na elabora o do C digo de tica de Manipula es G en ticas A pr tica da Medicina frente aos novos conhecimentos gerados pela tecnologia gen tica precisa ser reavaliada Vamos deixar de pensar genetica mente a sa de de alguns para pensar geneticamente para a sa de de muitos Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 251 e com perspectivas de atuar melhor n o apenas na terap utica mas de forma preventiva e preditiva preciso rever desde a aten o prim ria sendo ne cess rio educar os m dicos em geral no sentido de reconhecer a natureza gen tica das afec es com que lidam Al m disso alguns procedimentos es pec ficos da G en tica M dica precisam ser revistos O aconselhamento ge n tico por exemplo vem sendo realizado no pa s h muito tempo mas n o h regulamenta o nem cursos espec fi
126. tem uma decis o certa ou errada pouco importa Nesse sentido a relatividade diminui e quando voc passa ao plano da tica filos fica da argumenta o a relatividade diminui radicalmente O que posso dizer que cada cultura tem um modo de cumprir promessas mas n o que haja uma cultura na qual promessas n o se cumprem Ent o n o assim que o certo e o errado sejam relativos S o relativos no plano antropo l gico societ rio mas n o no plano da argumenta o racional A voc tem a universalidade que procura Lu s Ant nio Barreto de Castro O senhor acha que o direito intrinse camente tico D ependendo da sua resposta seria importante ter um C di go de Etica tamb m do direito Nelson Gon alves Gomes O direito n o intrinsecamente tico Temos um sistema jur dico abomin vel e h exemplos hist ricos como o nazismo D e qualquer maneira o direito n o precisa ser n o intrinsecamente moral n o intrinsecamente tico H um progresso civilizat rio quando o direito se torna moral e tico O fato de voc s estarem aqui para elaborar um C di go de tica um progresso civilizat rio Mostra que nossa sociedade tem a preocupa o n o apenas de ter leis Br ulio Dias O senhor mencionou o professor da Matta Uma das teses caras ao professor justamente a dualidade da moral da casa e darua eo Dr tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 226 S ntese
127. ter uma atitude de reserva e dist ncia frente s manipu la es gen ticas dos mais diversos tipos Ao fim e ao cabo o cientista mani pula mecanismos delicados e ao faz lo d in cio a processos cujas conse qu ncias s o ainda amplamente desconhecidas Talvez s ao longo de v ri as gera es ser o detectados efeitos de manipula es presentes mas que hoje s o amplamente imprevis veis A pergunta parece ser plenamente legiti ma quem tem o direito de interferir de modo decisivo no futuro de tantas pessoas e organismos As poss veis respostas a esse tipo de quest o s o complexas mas uma coisa parece ser razoavelmente segura uma vez conhecidos os mecanismos gen ticos fundamentais eles s o e continuar o a ser cada vez mais estuda dos e dar o origem a um n mero crescente de manipula es D e nada adian ta a atitude daqueles que acusam a ci ncia de querer assumir o papel de D eus Como agen tica e os seus mecanismos ser o intensamente pesquisados e testados cabe assegurar que eles venham a ser sensatamente aplicados Bons c digos de manipula o gen tica podem dar uma contribui o promis sora nessa dire o O que fazer de modo a que bons c digos de tica sejam elaborados e corretamente aplicados Uma boa pista para responder a esta quest o seria olhar os fracassos alheios de sorte a tudo fazer para evit los Um bom c di Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 61
128. ticas com 25 000 genes de outro produziram algo novo e est sendo utilizado Em 1930 dois pesquisadores descobriram que irradiando as plantas e tam b m animais poderemos produzir genes novos artificiais e obter muta es geneticamente obtidas por radia es G anharam o pr mio Nobel de Medici na por isso Temos hoje centenas de produtos que estamos comendo diaria mente com genes artificialmente produzidos por muta es por radia es O que uma muta o artificial Se irradia e se produz algo totalmente ao aca so 99 9 das muta es produzidas s o delet rias prejudiciais mas o geneticista reavalia e eventualmente aparece uma boa seleciona reproduz multiplica e temos centenas temos frutas hortali as cereais e tudo mais H uns dois meses atr s na It lia algu m descobriu que existe um trigo produzido h 25 anos por muta o artificial com excelentes proprieda des e desse trigo originaram centenas de variedades Algu m est propondo que se retire todo o macarr o das prateleiras da It lia porque essa variedade n o foi submetida a uma avalia o de Biosseguran a Porque est aconte cendo isso Os geneticistas s o respons veis Uma vez obtida uma nova variedade essa variedade n o colocada no mercado de imediato Ela avaliada da melhor maneira poss vel por isso que n o tem havido problema H pouco tempo eu estava conversando numa reuni o mais ou menos como essa e tinha uma promotora p
129. tico O m todo cient fico que levou domina o cada vez mais eficaz da natureza passou assim a fornecer tanto os conceitos puros como os instrumentos para a domina o cada vez mais eficaz do homem pelo homem atrav s da domina o da natureza Hoje a domina o se perpetua e se estende n o apenas por meio da tecnologia mas enquanto tecnologia e esta garante formid vel legitima o do poder pol ti co em expans o que absorve todas as esferas da cultura Para Habermas o desafio colocado pela t cnica somente pode ser enfrentado mediante o debate pol tico eficaz que ponha em rela o de modo racionalmente vinculante o potencial social do saber e do poder t cnicos Weber 1957 p 323 359 A no o de desencanto em Weber significa a ruptura com a vis o m gica ou religiosa e a correspon dente ruptura entre fato e significado fato e valor Representa tamb m a separa o entre ju zo de fato e ju zo de valor ser e dever ser sentido particular da neutralidade valorativa Esse processo conduz separa o desarticula o e autonomia das esferas economia pol tica ci ncia arte erotismo Rabotnikof 1989 p 137 138 Habermas 1980 Ver tamb m Freitag e Rouanet 1993 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 15 com o saber e o querer pr ticos necess rio real ar o interesse e o controle crescente da cidadania com respeito ci ncia seus li
130. ticos que a CTN Bio tem buscado em cada emiss o de parecer normativo e de documentos p blicos Tem buscado se pautar por princ pios ticos que est o colocados No entanto entendemos que chegou o momento de integrar todo esse trabalho lendo a Instru o Normativa n 09 tem expl cita a refer ncia Resolu o 196 96 que trata da norma de pesquisa em seres humanos Existem em outros documentos refe r ncias explicitas a esses princ pios ticos Chegou o momento de colocar numa carta o que seria observado pela CTNBio na avalia o de todos os projetos que ali chegarem N o basta mais que tenha um projeto que seja adequado do ponto de vista de Biosseguran a mas tamb m ter que ser um projeto adequa do conforme esse C digo que ser elaborado dentro de um processo seme tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 278 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas lhante ao que foi feito da Resolu o 196 96 Fizemos esse primeiro semin rio e levaremos todas essas conclus es para um encaminhamento posterior inclu sive at a sugest o de alguns ajustes legais de estabelecimentos de comiss es mas dentro desse esp rito para que qualquer pesquisador brasileiro que venha a apresentar um projeto de manipula o gen tica seja ele em qualquer das reas que constam da legisla o de Biosseguran a e al m dessas quatros reas Sa de Animal Vegetal Humana e Meio
131. torna uma discuss o pol tica e social ao lidar com a tica da pesquisa em c lulas tronco mostrando que a preocupa o tica permeia toda a socie dade A Bio tica caiu em escrut nio nos Estados Unidos sendo condena da como profiss o O autor do artigo publicado no The New York Times e traduzido pela Folha de S o Paulo protestou contra segmentos da sociedade americana que querem a bio tica no dom nio p blico A medicina gen mica em especial a parte diagn stica diferente da medicina tradicional a ponto de merecer preocupa es ticas especiais Para responder esta quest o Dr Pena explicou primeiramente que um ser vivo existe em dois n veis um fenot pico e um gen mico O n vel gen mico a forma o do genoma O n vel fenot pico resulta da intera o genoma ambiente Uma crian a ao nascer possui um fen tipo que depende do seu genoma herdado metade do pai e metade da m e do ambiente intra uterino e posteriormente do ambiente extra uterino Assim o fen tipo dos pais molda o fen tipo da crian a O pai d o ambiente p s natal e a m e d o ambiente pr e p s natal No plano genot pico est o DNA e ocorrem muta es o tempo inteiro No fenot pico encontra se o RNA mensageiro e as prote nas que est o sob a a o da Sele o Natural A medicina tradicional baseia se em fen tipos A pessoa que exibe um fen tipo doente procura um m dico que pede um teste fenot
132. um homem que n o produz espermatoz ides poder ter uma c lula sua de pele fundida com um vulo esvaziado de sua mulher e esse embri o ser transferido para o tero da mulher que apesar de n o contribuir com sua carga gen tica contribuir com o vulo e o ventre Ora por que n o Qualquer medicamento ou pr tica m dica antes de ser aplicado em seres humanos passa por diversos testes em modelos animais para que sua seguran a seja comprovada Este rigor existe para nos proteger de situa es como a da talidomida droga popular nos anos 60 entre mulheres gr vidas para curar enj o que causava o encurtamento dos membros dos fetos na barriga destas mulheres tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 128 Lygia V Pereira Pois bem o mesmo se aplica clonagem se a mesma vai ser proposta como uma forma de reprodu o humana Conhecemos muito pouco sobre a clonagem como forma de reprodu o e o pouco que conhecemos demonstra que essa forma de reprodu o desastrosa em todas as esp cies animais na qual foi aplicada Para cada clone aparentemente normal s o geradas deze nas de clones mal formados abortados nos mais diversos est gios da gesta o mortos ao nascimento ou alguns dias ap s por problemas respirat rios ou card acos Al m disso j aprendemos com clones animais que mesmo aqueles normais vivem menos e s o obesos Assim utilizando os mesmos crit rios para a libera
133. vel autonomia No pronunciamento feito por Potter e que ora analisado ficou claro que a bio tica foi pensada como uma nova disciplina com car ter interdisciplinar E o elemento interdisciplinar da bio tica n o indica outra caracter stica sen o a de ser esta uma disciplina origin ria e dependente da inter rela o entre bioci ncia e tica possuindo embora dependente das dis ciplinas origin rias seu campo bem delimitado e uma relativa autonomia O elemento intercultural por sua vez proporciona uma aproxima o efetiva dos sistemas de id ias conhecimentos padr es de comportamento e atitudes que caracterizam as diversas sociedades do planeta e tamb m a aproxima o entre ci ncia e cultura que na era das especialidades seguiram caminhos separados Atualmente o processo intercultural claramente faci litado pelo desenvolvimento dos meios de transporte comunica o pela globaliza o econ mica e o di logo entre as diferentes culturas mesmo quan do n o visa uma comunica o efetiva entre elas muito enriquecedor pois a descoberta de culturas outrora desconhecidas faz brotar potencialidades tamb m desconhecidas em nossa pr pria cultura No campo da bio tica o intercultural desempenha um papel funda mental no processo de reflex o pois busca se a orienta o para o comporta mento humano no momento da realiza o de atividades que ao mesmo tempo que s o desenvolvidas em um local isolado dizem respei
134. 02 181 Resumo Os autores destacam neste trabalho a import ncia especialmente em pa ses como o Brasil onde a biotecnologia na agricultura bastante desenvolvida do fortalecimen to da infra estrutura institucional e do arcabou o regulat rio para o exerc cio da bio tica e da biosseguran a nas atividades com plantas geneticamente modificadas O bservam que embora as quest es de bio tica envolvendo pesquisas de engenharia gen tica com seres humanos e animais como entre outras as relativas clonagem e c lulas tronco sejam mais conhecidas e debatidas Existem da mesma forma im portantes quest es de bio tica envolvendo a modifica o gen tica de plantas e ati vidades correlatas que devem ser consideradas e aprofundadas na elabora o do futuro C digo de tica das Manipula es G en ticas pela Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio com ampla consulta aos diversos segmentos da socieda de brasileira Abstract The authors emphasize in this article the importance of strengthening the institutional infra structure and the regulatory framework in biosafety and bioethics in activities with genetically modified plants particularly in developing countries like Brazil They note that in spite of the focus of the public debate on bioethic issues permeating genetic engineering researches with humans and animals such as cloning stem cells and other there are as well important bioethic issues concerning gene
135. 2 283 Grupo D efesa do consumidor Archimedes Pedreira Franco O grupo tomou como refer ncia os deba tes verificados na reuni o plen ria do dia anterior mais precisamente a se gunda mesa redonda que teve a participa o do D eputado Ronaldo Vascon celos e de Dom Jo o Bosco Oliver de Farias representante da CNBB al m de Archimedes Pedreira Franco A preocupa o do grupo diz respeito aos preceitos do C digo de De fesa do Consumidor Nele ressalta os chamados D ireitos B sicos do Consu midor nos quais se inclui prote o vida sa de e seguran a contra riscos provocados por pr ticas no fornecimento de produtos e servi os considerados perigosos ou nocivos a educa o e a divulga o sobre o consumo adequado dos servi os e pro dutos assegurando liberdade de escolha ainformacao adequada e clara sobre os diferentes produtos e servi os com especifica o correta de quantidade caracter sticas composi o qualidade bem como riscos que apresentem prote o contra a publicidade enganosa e abusiva contra m todos comerci ais coercitivos ou desleais bem como contra a pr tica e cl usulas abusivas impostas no fornecimento de produtos e servi os efetiva preven o e repara o de danos patrimoniais e morais individuais coletivos e difusos O bservadas essas normas previstas na legisla o as experi ncias nas diversas reas de atua o cient fica n o devem proporcionar riscos impre
136. 82 2 Idem 14 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro De acordo com Weber no ensaio Religious rejections of the world and their directions a modernidade consiste na diferencia o de esferas de valor que incluem ci ncia lei e moralidade geradas em um processo cultural de racionaliza o paralelamente racionaliza o compreendida nos sistemas de Estado e da economia A vis o da fragmenta o da realida de em esferas espec ficas em campos de experi ncia separados remete a diferentes valores a partir dos quais confere se sentido a esses fragmentos de realidade A tentativa de recuperar a unidade perdida entre as esferas em decorr ncia do desencanto levar a buscar se na ci ncia o substituto do elemento agregador divino teodic ia A ci ncia transforma se ent o na religi o de uma poca desencantada A esse prop sito retomando a abordagem que Marcuse anteriormente oferecera sobre as rela es entre ci ncia e sociedade Habermas tamb m entende que ci ncia e tecnologia assumem o papel de ideologia e de for a legitimadora de um sistema de domina o estatal na medida em que se tornam for a produtiva preponderante no contexto do capitalismo tardio Os princ pios da ci ncia moderna foram estruturados a priori de modo a poderem servir de instrumentos conceituais para um universo de controle produtivo que se perfaz automaticamente o operacionalismo te rico passou a corresponder ao operacionalismo pr
137. 999 Weissman IL Translating stem and progenitor cell biology to the clinic barriers and opportunities Science 287 1442 2000 Resumo A recente identifica o de c lulas tronco capazes de se auto regenerar e de se dife renciar em um grande n mero de c lulas especializadas no organismo adulto est abrindo um novo campo de conhecimento a medicina regenerativa Por meio da aplica o destas c lulas j poss vel induzir a regenera o de um rg o ou tecido lesado como por exemplo o cora o ap s um infarto do mioc rdio Espera se que no futuro os transplantes de rg os sejam substitu dos por auto transplantes de c lulas tronco ou terapias com horm nios celulares que potenciem o reparo tecidual A potencial aplica o destas terapias discutida assim como quest es ticas sobre a utiliza o de c lulas tronco na medicina Abstract The recent identification of pluripotent adult stem cells self renewal and capable of differenciating in a variety of cell types is opening a new area of research the regenerative medicine Through the application of stem cells it is already possible to repair a damaged tissue or organ such as the heart after an infarct Scientists hope that in a near future the organ transplants will be replaced by auto transplants of stem cells or therapies using cellular hormones to increase or accelerate the repairment The potential use of these therapies is discussed along with ethical issues a
138. A ser igual em todas as c lulas do nosso corpo os genes nas c lulas som ticas diferenciadas se expressam de maneiras diferentes em cada tecido isto a express o g nica espec fica para cada tecido Com exce o dos genes respons veis pela manuten o do metabolismo celular housek eeping genes que se mant m ativos em todas as Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 135 c lulas do organismo s ir o funcionar em cada tecido ou rg o os genes importantes para a manuten o deste Os outros se mant m silenciados ou inativos A grande not cia da D olly foi justamente a descoberta que uma c lula som tica de mam fero j diferenciada poderia ser reprogramada ao est gio inicial e voltar a ser totipotente Isto foi conseguido por meio da transfer ncia do n cleo de uma c lula som tica da gl ndula mam ria da ove lha que originou a Dolly para um vulo sem n cleo Surpreendentemente este come ou a comportar se como um vulo rec m fecundado por um espermatoz ide Isto provavelmente ocorreu porque o vulo quando fecun dado tem mecanismos para n s ainda desconhecidos para reprogramar o DNA de modo atornar todos os seus genes novamente ativos o que ocorre no processo normal de fertiliza o A diferen a entre clonagem para fins reprodutivos e clonagem para fins terap uticos come a agora O QUE CLONAGEM REPRODUTIVA Na clonagem reprodutiva este vulo agora com o
139. Ambiente j acrescentamos uma que seria D efesa do Consumidor e uma outra que foi apresentada agora que seria Microorganismos Tudo isso no sentido de que tenhamos uma abrang ncia bastante ampla em termos dos projetos de manipula o gen tica que venham a ser apresentadas para as diferentes Comiss es Internas de Biosseguran a e que ser o levados Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a Como j foi explicitado j tivemos a preocupa o no nosso grupo de verificar como seria esse grande C digo de tica que ser constru do e ter a participa o de toda a sociedade brasileira como seria feita a fiscaliza o se esse C digo estaria sendo levado a efeito ou n o em cada um dos projetos de pesquisa Foi colocado que em primeiro lugar a CTNBio tem essa atri bui o de avaliar biosseguran a e ter que avaliar essas quest es ticas Se gundo que aos bra os da CT NBio dentro dessas institui es que trabalham com OGM s o as Comiss es Internas de Biosseguran a que ter essa Carta Magna do ponto de vista da tica para observar al m de todas as Instru es que tratam de Biosseguran a Creio que com esse esclarecimento podemos retomar a discuss o nas outras reas Grupo Sa de humana e sa de animal Leila Oda Tentamos identificar quais seriam os documentos basilares j existentes que poderiam subsidiar a elabora o dessa proposta do C digo de tica na rea humana e animal Ent o identificamos que
140. Bio tica R eginaldo L opes M inar A PREOCUPA O DE VAN RENSSELAER POTTER D e origem recente o voc bulo composto bio tica cuja etimologia dos radicais gregos que formam a palavra bios vida e thos comportamento tica conduta 3 4 j revela o campo de reflex o que o onc logo americano Van Rensselaer Potter buscou alcan ar percorreu o mundo e foi aceito pra ticamente em todas as regi es do planeta Sua velocissima propaga o e grande aceita o seguramente n o deve ser creditada apenas ao xito de marketing de uma palavra bem escolhida Esse grande acolhimento certa mente se deve ao fato de que a mensagem que veiculada com o voc bulo ganhou a simpatia da popula o de uma forma geral Em que pese o fato da forma o desse novo voc bulo ter envolvido a combina o de duas palavras com significados pr prios permanentemente discutidos pela humanidade e que atualmente tem instigado grandes debates envolvendo a comunidade internacional a significa o nova que o criador do voc bulo buscou noticiar n o deve ser confundida com os significados tradicionais dos radicais usados na sua forma o sob pena de se estar discu tindo preocupa es j milenares usando um neologismo para sintetizar refle x0es atuais sobre temas antigos Por m a significa o nova que Potter bus cou noticiar n o conseguiu o mesmo xito de propaga o do voc bulo cria do que ganhou a simpatia mais por associa o aos signi
141. Biotechnology v 18 set 2000 p 935 947 No caso dos Estados Unidos Priest 2000 em que pese o fato de haver ainda maioria de entrevistados 59 favoraveis a biotecnologia observou se entao uma continua erosao desse apoio Segundo o levantamento do International Food Information Council IFIC citado no artigo ele era de 63 em outubro de 1999 de 75 seis meses antes e de 78 em 1997 Em seu proprio levantamento a autora do trabalho na Nature Biotechnology encon trou 52 8 com uma visao positiva dos desenvolvimentos na biotecnologia mas chama a aten o para o contingente nada desprez vel 30 1 daqueles que acreditam na possibilidade de que ela tome as coisas piores Somente a energia nuclear entre os campos tecnol gicos submetidos avalia o dos en trevistados obt m tal grau de desconfian a veja gr fico 1 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 215 Prejudicial EE Melhorias EE Sem efeito ME N o sabe recusou Em Engenharia Explora o Internet Energia Gen tica do Espa o Nuclear Gr fico 1 O pini es sobre Tecnologia Estados Unidos 2000 Tamb m parece carecer de fundamento emp rico a julgar pelo perfil de opini es coletadas a convic o de que n veis maiores de informa o cient fica ou de escolaridade assim como a de que os norte americanos t m alto grau de confian a nas autoridades governamentais reguladoras s 39 5 disseram que elas estavam f
142. GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 93 v ncia ocorra numa forma decente e sustent vel de civiliza o D iante des se objetivo maior o m vel da conduta humana isto os meios utilizados para a produ o do conhecimento cient fico e tecnol gico devem estar a ele subordinados Representa portanto um mecanismo que impede o uso de t cnicas comerciais de venda como por exemplo a maximiza o dos pontos fortes de um produto e a minimiza o de seus pontos fracos no momento da apresenta o e avalia o de um projeto cient fico edificando se assim um conceito limitado de liberdade HUMILDADE E RESPONSABILIDADE COMO ELEMENTOS ESSENCIAIS DA BIO TICA A palavra humildade oriunda do latim humilitas designa a virtude que nos d o sentimento de nossa fraqueza e que informa a atitude do ser humano consciente dos seus limites Importante observar que o termo empregado por Potter ao analis lo no contexto ao qual foi inserido n o apresenta nenhuma semelhan a com o sentido que o acompanhou durante a religiosidade medie val Este sentido foi duramente combatido por Espinosa que negava que humildade fosse uma virtude e a julgava uma emo o passiva visto que nasce do fato de que o homem contempla sua pr pria impot ncia e por Nietzsche que via na humildade simplesmente um aspecto da moral dos escravos O sentido ao qual o contexto em que Potter inseriu o termo o remete a um signi ficado que mais se assemelha quele atribu do
143. I Protocolo da proposta contendo os dados que devem ser apresentados na proposta bem como sua ordena o IV Diretrizes bio ticas V O peracionaliza o VI Responsabilidades VII Outros t picos ESQUEMA INICIAL 1 Id as prdiminares 1 1 Compor Comiss o para coordena o do trabalho A Comiss o inicial dever ter 7 9 membros e medida que os trabalhos evoluam ser ampliada 2 Sistematiza o dos trabalhos 2 1 Mapeamento de Institui es sociedades organiza es entidades pes soas etc 2 1 1 Fontes para mapeamento 12 etapa Minist rio da Sa de Minist rio da Educa o Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Minist rio da Agricultura Minist rio do D esenvolvimento CNPq Capes Finep Fapesp Anvisa Conep As entidades citadas servem apenas para exemplificar as atividades a rela o poder ser alterada acrescida etc Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 71 2 1 2 Fontes para mapeamento 22 etapa Ap s elabora o do desenho inicial Federa o da Ind stria Federa o da Agricultura Abifarma Outras O mapeamento deve conter Nome do respons vel ou dirigente Cargo ou fun o Endere o Telefone Fax e mail 2 1 3 Sele o dos dados do mapeamento comiss o coordenadora 2 2 Envio do material b sico para os entes mapeados 2 2 1 0 ficio de encaminhamento pelo presidente da CTNBio e pel
144. Joaquim Machado Muitas est o na prateleira e independentemente do que est escrito o consumidor toma ou n o conhecimento S h interesse na m dia em not cia ruim e na hora tive vontade de explicar Porque not cia boa n o vende o que vende not cia ruim A informa o que preconizamos dentro do C digo de que seja a informa o n o s de r tulo porque o r tulo o m nimo mas que socie dade sejam passadas as informa es adequadas pelos meios pr prios sobre tudo pela m dia PALESTRA ETICA DAS INOVA ES DIAGN STICAS E TERAPIAS EM GEN TICA CL NICA E MOLECULAR S rgio Danilo Pena m dico doutor em G en tica Humana professor titular do Depto de Bioqu mica e Imunologia da UFMG foi membro da CTNBio na rea de Sa de Humana membro titular da Academia Brasileira de Ci ncias e membro da Comiss o de tica em G en tica Cl nica e Molecular do Conselho Federal de Medicina O palestrante iniciou esclarecendo que sua nfase seria em diagn sti co uma vez que este encontra se frente da terap utica tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 244 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas Dr S rgio Pena salientou que ningu m poderia atuar em diagn stico gen tico sem uma profunda reflex o tica constante Al m disso tica a palavra de ordem neste in cio de s culo Repentinamente a pesquisa m dica se
145. Legal and Social Implications Research Program Elsi que ap ia pesquisas b sicas e aplicadas para analisar quest es ticas legais e sociais envolvendo a investiga o gen tica humana Em outubro de 1995 o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton insti tuiu a National Bioethics Advisory Commission NBAC com as fun es de assessorar e emitir recomenda es ao National Science and Technology Council a respeito de pol ticas diretrizes e regula es relativas bio tica resultantes de pesquisas e pr ticas cl nicas na rea da biologia humana e comportamental e suas aplica es bem como de identificar os princ pios que governam a conduta tica na pesquisa Os 18 membros da NBAC nomea dos representam as reas da filosofia teologia direito medicina biologia e outras ci ncias sociais e comportamentais tendo se fixado como primeiro tema a abordagem da prote o dos direitos e do bem estar de seres humanos sujeitos pesquisa e quest o do gerenciamento e uso das informa es gen ticas e Em agosto de 2001 o Presidente George W Bush criou o Conselho de 15 Endere o na Internet http www nih gov nbac nbac html Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS NUMERO 16 OUTUBRO 2002 29 Bio tica para assessoramento Casa Branca seus 18 membros foram no meados em janeiro de 2002 d N o contexto multilateral Declara o de Helsinque da Associa o M dica Mundial recomenda es para ori
146. Levantam se quest es de ordem pol tica em que a ci ncia produzida O que aconteceria se este conhecimento para mudar a natureza humana ca sse nas m os de um Hitler por exemplo ou ent o a possibilida de de se clonar gente 4 A ci ncia tem o direito de incentivar o aperfei oamento de caracter sticas humanas de valor e eliminar aquelas que s o prejudiciais Esta perspectiva exige discuss o tica que leve em conta os valores culturais sociais e religiosos entre ou tros A motiva o b sica atingir um certo controle sobre os processos que afetam o desenvolvimento da vida humana O objetivo continuar a melho rar a qualidade de vida diminuir o sofrimento e erradicar doen as que infernizam a humanidade Precisamos estar conscientes dessas vis es para avaliar criticamente quando a utiliza o do conhecimento cient fico beneficia ou n o a humani dade N o se trata de pura e simplesmente satanizar a ci ncia de forma ing nua tica e ci ncia precisam andar juntas e se iluminar mutuamente no objetivo maior de preservar e aperfei oar a vida e dignidade do ser humano Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 147 A ERA GENOMICA INQUIETUDESE ESPERAN AS Estamos definitivamente iniciando o chamado s culo da biotecnologia Ap s convivermos s culos com uma medicina curativa bastante rude sur giu a medicina preventiva vacinas antibi ticos saneamento b si
147. M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa As diversas instituicoes brasileiras que operam o sistema de biosseguran a primam pelo constante aperfei oamento de identifica o ava lia o gest o e comunica o de riscos resultantes das atividades que envol vam organismos geneticamente modificados Esse processo de produ o de dados necessita ser fortalecido no intuito de desenhar cen rios onde a biotecnologia possa ter um avan o significativo e seguro para a popula o e o meio ambiente A constante demanda por produtos revestidos de confiabilidade por parte da sociedade civil e dos meio produtivos indica a necessidade de poli ticas integradas A tecnologia calcada em preceitos ticos permite desenhar um sistema qualitativo com o uso apropriado de tecnologias o que contri bui efetivamente para o sucesso de empreedimentos Sendo assim a lacuna tica no Brasil representa um diferencial nega tivo no desenvolvimento pleno da moderna biotecnologia Neste campo a tica estaria envolvida na avalia o potencial de riscos da modifica o gen tica seus benef cios e preju zos Invariavelmente este ramo da ci ncia cami nha para uma moderniza o uma vez que as descobertas no campo gen tico s o rotineiras no atual panorama mundial No campo da pesquisa aplicada um crit rio que estabelece princ pios ticos para os limites do exerc cio da autonomia cient fica e sua rela o com a possi
148. Medida Provis ria n 2 191 9 de 23 de agosto de 2001 que acrescenta e altera dispositivos na Lei n 8 974 95 Lei da Biosseguran a compete Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CT NBio propor o C digo de tica de Manipula es G en ticas Portanto caber aos integrantes da CT N Bio proporem diretrizes ticas para as atividades da manipula o gen tica no Brasil a serem posterior mente institu das por meio da regulamenta o de um c digo Mas qual o alcance e o mbito de incid ncia deste c digo 3 1 MANIPULA O GEN TICA CONCEITO CLASSIFICA O LIMITA O LEGAL DO CONTE DO TICO A SER PROPOSTO PELA CTNBio N o h um consenso claro acerca da acep o completa do termo ma nipula o gen tica Segundo Sgreccia a express o manipula o gen tica muito gen rica e n o pode significar outra coisa sen o uma interven o qualquer manipular manusear transformar com as m os sobre o patrim nio gen tico O que significa dizer em outras palavras que todo e 19 Sgreccia Elio Manual de Bio tica I Fundamentos e tica Biom dica S o Paulo Edi es Loyola 1996 p g 213 e seguintes tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 108 Adriana Diaf ria qualquer tipo de a o humana que provoque uma modifica o ou qualquer outro tipo de interven o que possa resultar em altera o das condi es naturalmente existentes
149. N ARN tenha sido modificado por qualquer t cnica de engenharia gen tica e organismo toda entidade biol gica capaz de reproduzir e ou de transferir material gen tico incluindo v rus prions e outras classes que venham a ser conhecidas Uma vez que a entidade biol gica pode se reproduzir ou auto replicar em qualquer um dos sistemas biol gicos existentes podemos con cluir ent o que os organismos geneticamente modificados tratados na lei podem ser classificados em a OGMs a partir de material biol gico humano b OGMs a partir de material biol gico animal c OGMs a partir de material biol gico vegetal natural ou h brido d OGMs a partir de material biol gico de microorganismos bact ria bacteri fagos v rus prions organismos eucari ticos unicelulares como fun gos protozo rios algas e outras classes que venham a ser conhecidas A partir da identifica o do universo de atividades que pode ser agrupa do em cada um destes itens deve se levar em conta n o somente os procedi mentos preliminares e posteriores realiza o da t cnica em si mas principal mente a finalidade que se almeja com a referida atividade de forma a possibi litar um dimensionamento adequado dos aspectos ticos a serem propostos pela CTNBio Por exemplo quando da utiliza o de material gen tico humano para a produ o de um organismo geneticamente modificado com uma finali dade terap utica espec fica ou para a produ
150. RIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 105 8 Em 1990 a Comunidade Europ ia regulamenta o emprego confinado dos organismos geneticamente modificados por meio da Diretiva 90 219 9 Em 1993 s o aprovadas as diretrizes ticas internacionais em pesquisas envolvendo seres humanos Genebra 10 Em 1997 A Unesco emana a Declara o Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos 11 Em 1997 o conv nio do Conselho da Europa para a Prote o dos Direi tos Humanos e a Dignidade do Ser Humano em rela o s aplica es da Biologia e a Medicina Conv nio sobre Direitos Humanos e Biomedicina 12 Em 1998 a Comunidade Europ ia regulamenta a prote o jur dica das inven es biotecnol gicas por meio da Diretiva 98 44 CE 13 Em 1998 revisada a D eclara o Ibero Latina Americana sobre tica e Gen tica D eclara o de Manzanillo de 1996 2 FORMACAO DA BIOETICA E A ETICA APLICADA A MANIPULACAO GENETICA DA MOLECULA DE DNA A bio tica um movimento social direcionado ao reconhecimento de uma tica s ci ncias biol gicas e reas afins Seu objetivo segundo Oli 1 Existem ainda as seguintes Recomenda es do Conselho da Europa R ecomenda es aprovadas pda A ssembl ia do Conselho da E uropa a Recomendacao 934 3n de 26 01 82 relativa a engenharia gen tica solicita que se inclua entre os Direito Humanos a intangibilidade da heran a gen tica frente s interven es artificiais e 0 a
151. Revista Parcerias Estrat gicas Publica o do Centro de Gest o e Estudos Estrat gicos CGEE Numero 16 Outubro 2002 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta cgee Centro DE GEst o E Esrupos Esrrat cicos CGE E Presidente Evando Mirra de Paula e Silva Diretores L cia Carvalho Pinto de Melo Marcio de Miranda Santos Marisa Barbar Cassim Roberto Vermulm Revista PARCERIAS ESTRAT GICAS E DI O ESPECIAL OuTuBR O 2002 CONSELHO EDITORIAL Alice Rangel de Abreu Carlos Henrique de Brito Cruz Carlos Henrique Cardim Cylon Gon alves da Silva Evando Mirra de Paula e Silva E ditor L cio Alc ntara Nelson Brasil de Oliveira EDITORA EXECUTIVA Tatiana de Carvalho Pires Esra EDI O FOI ELABORADA JUNTAMENTE COM A Comiss o T cnica N acionar DE Biossecuranca CTN Bio Coordena o dos trabalhos Cristina de A Possas Organiza o e revis o dos textos V nia Gomes da Silva EXPEDIENTE Editora Assistente Nath lia K neipp Sena Editora o Gr fica Eug nia D Carli de Almeida Capa Anderson Moraes Impress o Servi o de reprografia Minist rio da Ci ncia e Tecnologia E ndere o para correspond nda Centro de Gest o e Estudos Estrat gicos CG EE SCN Quadra 2 Bloco A Edif cio Corporate Financial Center salas 1002 1003 70712 900 Bras lia D F Tel xx61 424 9600 411 5112 Fax xx61 424 9671 e mail editoria cgee org br URL http
152. a es comuns e consensos m nimos A Conep se torna poss vel parceira tanto pela experi ncia relatada como pelas suas atribui es atuais especialmente para a coordena o de um proces so construtivo Mas como isso se dar Talvez tenhamos que responder pri Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 85 meiro quem deve opinar Vale a pena referir a Noelle Lenoir ex presidente da Comiss o Internacional de Bio tica da Unesco ao ressaltar o papel do cientista e o papel da sociedade Relata que muitas vezes tem visto os cien tistas serem convocados para tomarem decis es que transcendem a sua mis s o pois considera que esse papel da sociedade como um todo O papel do cientista mais descritivo colaborando com o discernimento apresentando achados concretos e explicitando fatos e poss veis consequ ncias ben ficas ou n o Mas sociedade cabem as escolhas seja atrav s de processos participativos ou representativos Portanto considerando a complexidade do tema e a responsabilidade da CTNBio estaria apontado um processo articulado e de necess rias parce rias possivelmente inclusive com a Conep pelas suas atribui es e experi n cia com consulta ampliada aos diversos grupos das ci ncias da defesa dos direitos humanos da sociedade civil organizada e de todos quantos se inte ressem Os crit rios para avalia o das quest es ticas relacionadas ao de senvolvimento e aplica o de t
153. a o mas vem cristalizando essa denomina o dentro de um instrumento jur dico A segunda quest o gostaria que a senhora tomasse o tempo da respos ta tamb m para falar sobre a brecha na legisla o de patentes N o sei bem como a parte din mica propositiva dessa reuni o mas gostaria de propor que observ ssemos nos grupos de trabalho amanh a necessidade de nesse C digo de tica em Manipula o G en tica estar recepcionando as disposi es da resolu o 196 do Conselho Nacional de Sa de que al m de ter uma experi ncia tem uma boa tradi o no mbito das pesquisas traz alguns prin c pios que s o basilares Como esse C digo de tica uma lei posterior ou uma lei que como instrumento vai estar solidificando mas posterior e espec fico essencial que a gente zele para que ele n o venha a ter discord ncias com os aspectos gerais que a resolu o 196 j prop s Isso uma proposta n o sei se Dra Corina concorda Acho que t nhamos de ab sorver 0 que ja existe o que j foi proposto pelo Conselho Nacional de Sa de que j vigora que cada vez vem se aprimorando de uma forma me lhor ainda isso obrigada tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 264 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas Maria Celeste A express o patrim nio surge com Hector Gross Spingel em uma legisla o relacionada com o mar territorial
154. a o para as atividades visando a elabora o de um C digo de Etica em Manipula o G en tica Tomei por base alguns elementos O que me foi poss vel obter da literatura O que est ocorrendo na rea tanto no pais como no exterior a viv ncia e a experi ncia obtidas com a coordena o do grupo que elabo rou a 196 96 e com a coordena o da Conep tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 74 William S Hossne Quero crer que alguns topicos devem ser aceitos como ponto de parti da e que serviram para a elabora o do esquema anexo 1 Das quest es envolvidas algumas despertam poucas controv rsias e ou tras suscitam amplas diverg ncias e ou controv rsias profundas Umas e ou tras afetam e s o afetadas por v rios setores ou segmentos da sociedade Destemodo os pontos convergentes dever o ser evidenciados bem como o equacionamento e a reflex o sobretudo de natureza tica dos pontos divergentes 2 Em consequ ncia estou convicto da necessidade de se trabalhar de modo abrangente de modo a mobilizar todos os atores envolvidos Toma se assim de fundamental import ncia a identifica o dos ato res devendo se recorrer para isso a todas as fontes fidedignas e representa tivas poss veis E de fundamental import ncia a participa o efetiva de todos os seg mentos da sociedade e dos poderes constitu dos sobretudo o Congresso Nacional O controle social
155. a o da dignidade e da liberdade humana estabelecendo mecanismos que possam detectar as pr ticas de discrimina o dos indiv duos baseadas nas suas caracter sticas gen ticas colocando para o mbito do livre consenti mento a decis o pessoal frente solicita o para realiza o de testes avali adores da qualidade gen tica A regulamenta o do acesso aos recursos gen ticos vem sendo modificada em todo o mundo especialmente nas na es detentoras de megabiodiversidade A coopera o internacional hoje umanecessidade para permitir a realiza o de pesquisas e a comercializa o desses produtos por meio da investiga o sustent vel da natureza com justo retorno para a Na o de origem desses O projeto regulat rio internacional precisa de diretrizes que garantam o desenvolvimento da ci ncia e os benef cios sejam avaliados de maneira a promover a sa de mundial O suporte das a es globais para o desenvolvi tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 208 L M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa mento de instrumentos de acesso e uso do genoma humano considera es sobre o direito humano sele o de testes e estudos do funcionamento dos milh es de genes desenvolvimento de chips de D NA s o alguns dos desafios conquistas j materializados no cen rio cient fico Esses avan os permitem que os pesquisadores produzam sinteticamente su
156. a Celeste e tamb m da Dra Adriana quanto natureza jur dica desse texto que se trata na verdade de um texto de orienta o com base em princ pios Entendemos esse debate como um processo importante e aqui nos beneficiamos da experi ncia anterior da Conep Tive a oportunidade de par ticipar de algumas reuni es naquele momento t o importante da elabora o da Resolu o 196 96 Pudemos aprender muito com aquela experi ncia Foi uma experi ncia de debate nacional com ampla participa o dos profissio nais e da sociedade Isso resultou num texto de extrema import ncia para a tica na pesquisa com seres humanos O nosso processo na CTNBio mais complexo pelas diferentes interfaces que ele estabelece entre a pesquisa em engenharia gen tica e a sa de agricultura e o meio ambiente Ser necess tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 266 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas rio processo semelhante ao que foi feito pela Conep articulando o debate com a sociedade e rg os os mais diversos como o Conselho Federal de Medicina e outras inst ncias que possam nos ajudar a tornar esse processo transparente com ampla participa o para que realmente possamos elaborar um texto que tenha for a legal Estamos interessados nessa transpar ncia nesse debate p blico em aprimorar essa interface com a Sa de o Minist rio do Meio Ambiente Minist rio d
157. a ria a produtividade e as plantas utilizariam menor conte do de gua Alguns exemplos importantes s o a Argentina e a China Quase 100 da produ o de soja argentina geneticamente modificada e a economia com agroqu micos foi de US 350 milh es desde quando come ou a produ o de transg nicos A China reduziu o custo de produ o de algod o em 25 a 30 depois que come ou a plantar algod o Bt Al m disso os casos de envenenamento de trabalhadores diminuiu quatro vezes Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 231 G ovemos e ind stria devem fornecer informa es coerentes para a so ciedade A m dia neste sentido tem um papel fundamental pois o jornalismo cient fico importante na tradu o da ci ncia para a sociedade Absor o e incorpora o de modernas t cnicas da biotecnologia no desenvolvimento das ci ncias da vida s ser o fact veis e apoiadas por programas de informa o e esclarecimento da sociedade Francois G ros secret rio da Academia Perma nente de Ci ncias da Fran a Os cientistas t m o compromisso de avaliar os riscos da tecnologia mas a sociedade precisa ter compet ncia e informa o para decidir se aceita ou n o alimentos geneticamente modificados William Saad Hossne m dico presidente e fundador da Sociedade Brasi leira de Bio tica diretor cient fico da Fapesp 1964 68 e 1975 79 presi dente da Conep foi reitor da UFSCar e recebeu 12 pr
158. a dentro desse proje to de lei que est tramitando Concordamos com a proposta do primeiro grupo de que esse docu mento deveria apontar princ pios gerais de modo a n o engessar diante dos tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 280 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas avan os tecnol gicos e que isso teria que ter diretrizes que permitissem com avan o que vi ssemos detalhando isso no n vel de Instru es Normativas ou outros instrumentos do que se chame legalmente na rea jur dica Como princ pios gerais o que destacamos no documento da Conep que poderia ser incorporado para essa proposta de C digo de tica na rea Humana e Animal seriam os seguintes princ pios a pondera o Risco Be nef cio a garantia de que danos previstos sejam evitados e considerar a dis ponibilidade de m todos alternativos Discutimos ainda a quest o da D olly se estava ou nao dentro da lei e chegamos conclus o atrav s da IN 08 que a Dolly estava dentro da lei de biosseguran a Hoje pela lei brasileira de Biosseguran a e pela IN 08 nin gu m pode fazer manipula o de c lulas germinativas ou de c lulas totipotentes a IN 08 coloca claramente que vedada Portanto por essa an lise da IN 08 ningu m pode quer seja para fins terap uticos ou para qualquer situa o trabalhar com c lulas tronco no Brasil Analisamos que o objetivo da IN 08 foi dar re
159. a pois os conjuntos acima referidos e outros fazem todos eles par te das caracter sticas essenciais da bio tica A rigor n o existe bio tica jur dico filos fica ou jur dico biol gica ou social s o fragmenta es indevidas da bio tica que abrange todas as reas do conhecimento que possam estar envolvidas com a vida e porisso pode se dizer todas as disciplinas em maior ou menor grau de acordo com as quest es em an lise e todas os segmentos da sociedade Podem existir as pectos jur dico filos ficos ou jur dico sociais da bio tica tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 70 William S Hossne A meu ver as diretrizes ou codigo se assim prevalecer a terminolo gia sobre tica da manipulacao gen tica devem ser essencialmente de natu reza bio tica desde a sua g nese e elaboracao at sua operacionalizacao calcada em conte dos de bio tica O desafio para a elabora o de c digo ou diretrizes de manipula o gen tica grande sem d vida Creio por m que passo decisivo ser dado ao se assumir que o mesmo ser necessariamente de natureza bio tica Se atentarmos para as caracter sticas acima apresentadas da bio tica teremos que reconhecer que o C digo de Manipula o Gen tica por es s ncia um exerc cio concreto de bio tica Se alguma atividade se encaixa plenamente na conceitua o de bio tica exatamente a manipula o gen tica Vejamo
160. a tem propiciado ir muito al m da introdu o de simples caracter sticas agro n micas como resist ncia a herbicidas e insetos Uma segunda onda de plantios geneticamente modificados j est em fase de testes em n vel de campos experimentais e pequenas lavouras Nesta segunda onda genes que conferem caracter sticas de interesse mais direto aos consumidores finais est o sendo incorporadas como por exemplo o au mento da qualidade nutricional em soja canola milho e girassol N essa onda ficando mais evidentes os benef cios para os consumidores as quest es de bio tica envolvidas nas atividades experimentais assumir o maior destaque Contudo como vimos anteriormente ser principalmente na chama da terceira onda dos processos inovativos da biotecnologia vegetal que quest es de bio tica relacionadas a atividades com plantas geneticamente modificadas como plantas expressando vacinas f rmacos e outros produtos de interesse comercial ganhar o maior visibilidade social D e um lado pelos tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 178 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno evidentes benef cios para a sa de humana e animal pelo desenvolvimento de novas vacinas e f rmacos e produtos de interesse comercial De outro pelas novas quest es ticas envolvendo a transfer ncia de genes humanos e animais e a modifica o dessas plantas Neste est gio inovativo dever ocorrer a maior
161. a Agricultura Pecu ria e Abastecimento e fazer com o que esse processo realmente seja um processo que tenha capilaridade e que realmente penetre na sociedade brasileira porque nenhum documento legal ter for a se n o for entendido por aqueles que sofrer o o seu impacto Muito obrigada Maria Celeste Dr Rubens Aprobato Machado presidente da O rdem dos Advogados do Brasil pediu que seu nome ficasse constando como apoio integral a toda essa iniciativa Este um momento hist rico muito impor tante Esse documento fundamental pedido por todos os segmentos da sociedade principalmente pela inquietude dos pr prios cientistas que v em com muita preocupa o o que eles realizam Eles sabem que as fronteiras da ci ncia e cada vez o tempo nos permite tecnologia a inform tica nos permi te cada vez mais esse acesso e eles sempre dizem assim se cient fico tico Muito obrigada Vin cius Carvalho A pergunta para o Dr M rio O ponto de vista de quem acompanha esse processo desde o in cio pode estar equivocado Tal vez a CTNBio esteja se deparando nesse momento com sua atividade mais dif cil mais custosa que de elaborar e propor esse C digo de tica em Manipula o G en tica Entendo tica como uma quest o subjetiva e varia com o decorrer do tempo ou seja n o est tica Ela pode mudar conforme a humanidade vai evoluindo nos seus conceitos e seus valores e estamos vivendo dentro da legisla o de Biosseg
162. a de t cnicas de fecunda o assistida cada dia mais aprimoradas Casos espec ficos de absoluta impossibilidade reprodutiva poder o quem sabe ser discutidos caso a caso no futuro No entanto a duplica o vulgar de milion rios exc ntricos que desejam perpetuar se ou de superatletas que venham tirar o brilho da competitividade ol mpica ou ainda simplesmente de esp cimes femininos ou masculinos com invulgar beleza para fins est ticos ou mesmo de apetite sexual n o pode e n o deve ser aceita Al m disso tudo o atual est gio de aprofundamento das discus s es morais a respeito da clonagem reprodutiva apenas inicial estando longe da obten o de respostas prudentes e seguras RESPONSABILIDADE FUTURA Nos dias atuais o H omo sapiens se transforma em H omo faber Frente ao poder e velocidade do processo cient fico e tecnol gico quenos atropelatodos os dias indispens vel substituir as antigas ticas da contemporaneidade ou do imediatismo por uma nova tica da prospectiva ou da responsabilidade futura Em busca da tica na era da t cnica Hans Jonas apresentou entre outras as seguintes proposi es 1 Toda a o deve se transformar em lei universal 2 Todo semelhante deve ser tratado como um fim em si e n o como um meio 3 Os efeitos da a o devem ser compat veis com a perma n ncia da vida humana genu na 4 Nenhuma condi o de continua o inde finida da humanidade na Terra deve ser comprometida
163. a e a preserva o do patrim nio gen tico estariam se inserindo nessa nova cate goria do direito que seriam os direitos de solidariedade Um ponto impor tante a dificuldade de se definir o que s o benef cios e malef cios dessa atividade uma vez que os resultados ainda n o est o claros o suficiente para se estabelecer um crit rio legal Por isso preciso fazer uma remiss o com os princ pios b sicos da pessoa humana A Constitui o Brasileira enuncia o princ pio da dignidade humana e o artigo 225 menciona a prote o do patrim nio gen tico do pa s poss vel ainda definir patrim nio gen tico do pa s como o patrim nio gen tico das pessoas que nele residem O Brasil j come ou a estruturar normas relativas t cnica do DNA recombinante e diante de tantas possibilidades ofereci das por esta t cnica dif cil estabelecer um crit rio legal para a regulamen ta o dessa pr tica A regulamenta o de O G Ms no pa s trouxe repercuss es sociais e o estabelecimento de crit rios ticos requer uma participa o democr tica com envolvimento de diversos segmentos da sociedade Um debate democr tico fundamental para estabelecer primeiramente um contexto tico e posterior mente facilitar a regulamenta o atrav s de normas legais tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 250 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas
164. a espec ficos e t cnicos que dever o estabelecer o limite aceit vel Existem cen rios como a op o europ ia em que C digos de tica s o estabelecidos A qui j a estrutura do direito romano Cria se um arcabou o legal pretendendo evitar que eventu ais excessos sejam cometidos O palestrante chamou a aten o para a velocidade com que t m ocor rido os avan os cient ficos na rea da gen tica Para Dr Paiva a possibili dade de se ouvir o canto de um p ssaro mediante sele o de genes antes do p ssaro sequer existir n o algo para o futuro algo imediato Ele sugeriu que a CTNBio ao elaborar o C digo de tica das Manipula es G en ticas trabalhe nos limites do mandato legal emanado do Congresso Nacional O desafio central a tica se manifesta apenas quando optamos pela manipula o direta seja pelas duas modalidades de terapia g nica ou queremos regulamentar enquanto na a o a quest o de acesso informa o gen tica de cada indiv duo Que poder a tipagem molecular nos traz Tipagem molecular n o manipula o gen tica O desafio central ao que me parece seria aquele equil brio fascinante entre a regra que estabelece que somos todos iguais perante a lei e se posso usar a informa o gen tica para discriminar fraturo um conceito b sico do mundo civilizado que nin gu m pr julgado sob nenhuma circunst ncia D esta forma fundamen tal controlar o aces
165. a linguagem com que Deus escreveu a vida Trata se de uma das conquistas mais significativas da nossa hist ria a decifra o do livro da vida que segundo Francis Collins pela primeira vez na hist ria da ci ncia caminhamos com nosso manual de instru es na m o e estamos apenas come ando a ter id ia do seu impacto efetivo na nossa vida Segun do o autor os cientistas da rea da biologia e gen tica dizem que este feito vai revolu cionar completamente a vida do ser humano Para se ter uma id ia do volume de informa es que o genoma humano conjunto completo de genes de uma esp cie tem os geneticistas falam que equivale a uma estante de 60 metros de altura repleta de livro ou 200 listas telef nicas de 500 p ginas cada Estamos de acordo com ele no in cio do processo de compreens o da leitura deste fant stico livro da vida Abstract The author describes that the media journals TV and radios news frequently comments about important discoveries in genetics and the possibility to clone people For example in the year 2000 the presidente Bill Clinton officially announced the Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 151 draft of human genome was deciphered we are leaming to decipher the God s language to write the life According to the author this is one of the conquests most significant of our history the decipher of the book of the life Accor
166. a necessariamente clonagem reprodutiva No campo jur dico identificam se temas de relevantes interface como a prote o aos direitos da pessoa humana que compreende aspectos ligados inviolabilidade dignidade livre e informado consentimento privacidade n o discrimina o discutem se tamb m os poss veis impactos do uso des sas informa es face ao direito privacidade dos indiv duos regimes de patente equidade no acesso ao conhecimento e ao tratamento m dico em n vel pessoal nacional e internacional De grande import ncia e atualidade no Brasil esses temas em boa medida v m sendo objetos de pol ticas p blicas O governo brasileiro atua nesse campo por interm dio da legisla o de biosseguran a e da Comiss o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 23 T cnica Nacional de Biosseguran a CTN Bio vinculada ao Minist rio da Ci ncia e Tecnologia bem como por meio do Conselho Nacional da Sa de e do Comit Nacional para tica na Pesquisa Conep no mbito do Minis t rio da Sa de e das resolu es com for a legal do Conselho Federal de Medicina A legisla o federal de biosseguran a e as Instru es Normativas da CTNBio estabelecem condi es para a realiza o de terapia gen tica e a proibi o legal para a clonagem humana e o uso de c lulas tronco em pes quisa exceto para prop sitos terap uticos mediante aprova o da CTNBio e sua supervis o Tamb
167. adas c lulas tronco CT embrion rias Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 129 De uma forma geral c lula tronco CT uma c lula que tem a capacidade de se transformar em diferentes tipos de c lulas Por exemplo as CT do sangue encontradas na medula ssea produzem todos os tipos de c lulas sangu neas os gl bulos brancos os gl bulos vermelhos plaquetas e assim por diante Uma classe muito especial de c lulas tronco s o as CT embrion rias derivadas de embri es de cinco dias que v o dar origem a TODOS os tecidos do indiv duo adulto E ssas c lulas sao multiplicadas no laborat rio e podem ser induzidas a se desenvolverem em diferentes tecidos como m sculo neur nios sangue tecido hep tico etc Assim as CT embrio n rias s o uma fonte preciosa de material para transplantes para o tratamen to das mais diversas doen as humanas Al m disso como as CT embrion ri as geradas atrav s da clonagem s o geneticamente id nticas ao doador da c lula adulta podem ser utilizadas nesse indiv duo sem o risco da rejei o bem poss vel que daqui a alguns anos por meio das t cnicas de clonagem cada um de n s preventivamente tenha suas linhagens de CT embrion rias particulares estabelecidas Essas c lulas ficar o guardadas con geladas em um laborat rio Ao longo de sua vida caso voc precise de algum transplante suas CT embrion rias ser o descongeladas multiplicad
168. ado ao se elaborar um C digo de tica Este plano moral pode ser insuficiente na vida social principalmente em sociedades complexas Nestas sociedades h a necessidade de normas explicitamente estabelecidas por uma autoridade e este o segundo plano o direito A palavra direito est associada ao que certo ao que bom mas tamb m justi a e ao Poder Judici rio O judici rio uma forma de tornar poss vel a vida societ ria pois os problemas de uma sociedade complexa t m de ser resolvidos poss vel entretanto que o direito nada tenha a ver com moral no sentido popular e no sentido societ rio ou no sentido das institui es do que certo ou errado passado ao longo das gera es O direito simplesmente a lei e por estar relacionado ao que o estado imp e est em constante mudan a O terceiro plano a ser considerado ao se elaborar um C digo de tica o plano da tica da argumenta o moral a capacidade racional de esta belecer um princ pio e justificar uma decis o Assim o plano da tica o plano da justifica o do racioc nio com argumentos racionais Dentro da tem tica proposta um C digo de tica seria um entrelaca mento destes tr s planos Ao se estabelecer um C digo de tica na rea de Biotecnologia especificamente deve se considerar a realidade psicossociol gica da sociedade brasileira primeiro plano a legisla o segundo plano e a norma estabelecida na
169. agora uma crian a com aspecto e doen as de um velho Quem j viu uma crian a afetada por progeria uma doen a gen tica rara que causa um envelhecimento precoce e morte em m dia aos 13 anos de idade sabe que isto representa uma trag dia COMO IR O COMPORTAR SE OS GENES DE IMPRINTING OU SEJA GENES QUE SOFREM UMA EXPRESS O DIFERENTE DE ACORDO COM A ORIGEM PARENTAL Sabemos que existem alguns genes ou regi es cromoss micas que ficam normalmente silenciadas inativas e que este processo de silenciamento que muito bem controlado depende da origem parental as vezes materna e s vezes paterna Isto em rela o a estes genes o normal ter se somente uma c pia funcional e a outra silenciada n o funcional Se por um erro Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 137 gen tico uma crian a receber duas c pias de um s genitor e nenhuma do outro ter duas c pias n o funcionais para esta regi o e isto poder causar uma malforma o ou doen a gen tica Podemos citar como exemplos a sindrome de Prader Willi caracterizada por dist rbios de comportamento e uma obesidade m rbida ou a s ndrome de Angelman que causa um retardo mental profundo e aus ncia de linguagem que podem ser causadas se uma crian a receber duas c pias do cromossomo 15 de um s progenitor dissomia uniparental o que seria de se esperar no caso de uma clonagem Estima se que temos cerca de 30 gene
170. air na figura de Manuel Bandeira o caminho era t o largo a estrela t o clara que me espantei e me perdi Assim preciso fazer com responsabilidade capturando o que est pre visto na nossa lei que n o apenas sobre O G Ms de aplica o na sa de ou O GMs vegetais ou microorganismos OGM de car ter amplo todo e qual quer organismo que tem o seu material gen tico ARN AD N manipulado por t cnica de DNA recombinante Portanto teremos de capturar os impactos seguramente ambientais dessa quest o H alguns que advogam basicamente o seguinte intrinsecamente inadequado manipular molecularmente a vida Ent o nesse particular jamais ser aceit vel para aqueles que esposam essa vis o a libera o de qualquer O G M no ambiente Temos de trabalhar raz o e a quest o ambiental como O G Ms impactam eventualmente o meio ambien te contando que julgados sob o senso da raz o tem de naturalmente estar capturado Por m sempre menciono essa linha vamos trabalhar o esfor o de regras principialistas em contraposi o s minimalistas DIA 10 08 2001 Grupos de Trabalho Propostas apresentadas pelos grupos de trabalho Grupo Estrutura e forma do documento e pre mbulo e princ pios gerais S rgio D anilo Pena A CTNBio aprovaria projetos que seriam de acordo com esse docu mento e tamb m passaria a ter uso geral A id ia de fazer um documento simples para enunciar princ pios gerais pois as Instru es Normati
171. al Ariel S A Espanha 1987 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 103 conforme podemos identificar na D eclara o Universal dos Direitos Huma nos 1948 onde est previsto que o reconhecimento da dignidade inerente atodos os membros da fam lia humana e seus direitos iguais e inalien veis o fundamento da liberdade da justi a e da paz do mundo Portanto todo e qualquer aprimoramento cient fico e tecnol gico que objetive manipular genes dever ter como pressuposto fundamental a dignidade da pessoa humana E pela necessidade de preserv la e defend la come aram a surgir os primeiros questionamentos relativos aos poderes e os limites dessas ativi dades cient ficas e tecnol gicas no campo da ci ncia e da medicina a partir da d cada de 60 culminando na d cada de 70 em diversos movimentos e do cumentos que definiram as primeiras diretrizes relativamente ao controle dos potenciais riscos advindos das atividades de engenharia gen tica dentre eles 1 Em 1973 Confer ncia de Asilomar I alertando para os riscos das mani pula es do DNA 2 Em 1973 Confer ncia de Gordon destacando os riscos das pesquisas com DNA recombinante 3 Em 1975 Confer ncia de Asilomar II que resultou na suspens o da mo rat ria que durou de julho de 1974 a fevereiro de 1975 a libera o das pesquisas e a elabora o de normas r gidas de seguran a para os laborat rios de DNA recombi
172. alhista Se a op o for detalhista corre o s rio erro de n o antever avan os e nesse meca nismo evitar a sele o dos avan os centrais da nossa sociedade N esse caso o C digo serve como inibidor dos avan os e o estado portanto n o exerce sua fun o de promulga o dos avan os cient ficos tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 262 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas Fui durante muitos anos um membro f ssil da CTNBio sa h 5 ou 6 meses atr s vi a CTNBio do in cio ao fim e sempre me intrigou o seguinte cen rio quem vigia o vigia Quem o cidad o que vai controlar o vigia Que estruturas vamos montar para controlar o vigia Com que autoridade tal estrutura de poder vai atuar E como cientista uma das coisas que me fascina o seguinte h uma intr nseca desconfian a quanto capacidade do cientista de avaliar entre o certo e o errado entre o tico e o pouco tico e cria se ent o todo um mecanismo regulat rio sobre as atividades desses pro fissionais sem levar em considera o que a ci ncia uma inven o humana e quem executa as ci ncias s o seres humanos Como assegurar que esses indiv duos num contrap sejam absolutamente criativos e simultaneamente fa a o respeitar os limites da tica O que o significado do termo Biosseguran a como ele surgiu A defini o formal de Biosseguran a a busca de seguran a pe
173. alho composto por membros oriundos de v rios segmentos tanto cient fico quanto jur dico com o apoio t cnico e administrativo da CTNBio que deve no prazo de seis meses elaborar uma proposta a ser submetida ao Plen rio da Comiss o que o encaminhar aprova o do Mi nistro da Ci ncia e Tecnologia Cumpre ressaltar que passo necess rio das atividades do Grupo de Trabalho a realiza o de audi ncia p blica com vistas ampla aprecia o e debate da proposta Com vistas ao mais claro e objetivo encaminhamento o trabalho de elabora o do C digo de Etica deve ser precedido da formula o de Termos de Refer ncia que contemplariam entre outros os seguintes elementos a Natureza das normas de um C digo de tica Sem a pretens o de entrar no cl ssico e ancestral embate jus positivismo versus jus naturalismo ou apresentar li o mais profunda de Introdu o ao Direito mas tendo unicamente em vista a funcionalidade para os fins deste breve estudo conviria recordar de forma sucinta algumas distin es entre as normas que integram a esfera moral e as que conformam o mundo jur di co Para isso entre o numerosos juristas que abordam o tema recorremos ao ensinamento de Miguel Reale Reale 1996 p 620 e seguintes Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 31 A primeira dessas reflex es indica que na estrutura de qualquer norma tica est o expressos ju zos de valor a
174. am ent o destacados embora seja acorde que tais esfor os n o devam representar um ponto de dissenso neste momento acreditou se tal qual formalmente representado pela Proposta de Resolu o encaminhada s Na es Unidas que os pontos descritos deveriam ser considerados para os trabalhos de consolida o da D eclara o e que tamb m s o perfeitamente aplic veis proposi o brasileira do c digo de manipula es gen ticas Primeiro uma defini o precisa e abrangente do Genoma Humano est ainda por ser feita no presente texto da D eclara o tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 206 L M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa Segundo o Artigo 3 est redigido de modo a n o empregar conceitos biol gicos aceitos Terceiro o Artigo 4 esta no atual formato a n o evoca com precis o a quest o da apropria o do G enoma e b generalizado n o aceitando pr ticas j em uso e as quais servem ao interesse de indiv duos e comunidades em todo o mundo Mais pontualmente a representa o brasileira sugeriu a amplia o das discuss es nos f runs nacionais destacando os seguintes itens 1 Defini o precisa do que Genoma Humano 2 Discutir a quest o da apropria o de sequ ncias gen micas no seu estado natural 3 Discutir as possibilidades de equacionar a Declara o Universal do Genoma Humano e Direitos Humanos de
175. amenta o das atividades com organismos geneticamente modificados com base nas infor ma es cient ficas dispon veis e n o certeza relativa o que na verdade imposs vel dada a provisoriedade do conhecimento Algumas manifesta es sociais demonstrando apego ao mito da cer teza absoluta no campo da ci ncia experimental procuram fazer com que aqueles que realizam pesquisano campo da engenharia gen tica possam com provar de forma absoluta que o que avaliado como seguro agora n o causar nenhum dano no futuro Mas no entanto os cientistas s podem afirmar que dado o est gio atual do conhecimento n o h risco n o sendo poss vel predizer o futuro com precis o absoluta dados os constantes avan os do conhecimento cien t fico E sta atitude cautelosa dos cientistas muitas vezes interpretada pelos menos informados como desconhecimento ou descaso da comunidade cien t fica com rela o ao bem estar da sociedade e com o meio ambiente Na verdade mesmo nos pa ses mais desenvolvidos esta revolu o cient fica ainda n o foi adequadamente assimilada pelas sociedades contem por neas pelo dif cil entendimento dos conceitos e dos novos desenvolvi mentos tecnol gicos o que tem contribu do em muitos casos para o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 189 distanciamento social com rela o s conquistas e contribui es da ci ncia e inseguran a com rela o
176. aneta as quest es ambientais relaci onadas modifica o gen tica despertam especial preocupa o e interesse Por esta raz o a sociedade brasileira a partir de ampla consulta aos seus diferentes segmentos por interm dio do Congresso Nacional elaborou em 1995 legisla o bastante inovadora no campo da engenharia gen tica interessante observar que as tecnologias da modifica o gen tica e os es tudos de seus impactos ainda eram bastante recentes Esta legisla o brasileira em biosseguran a de organismos genetica mente modificados O G Ms nas reas de sa de humana animal agricultura Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 173 e meio ambiente trata entre outras quest es dos poss veis da seguran a alimentar e ambiental dos OG Ms e reconhecida no plano internacional como das mais avan adas e completas do mundo Lei 8 974 95 que regula menta o artigo 225 da Constitui o Brasileira modificada pela Medida Provi s ria 2 191 9 01 e seus D ecretos regulamentadores 1 752 95 e 2 577 98 Esta legisla o criou a CTNBio como comiss o supraministerial de natureza transdisciplinar e intersetorial com a participa o de seis minist ri os Sa de Agricultura Pecu ria e Abastecimento Meio Ambiente Rela es Exteriores Ci ncia e Tecnologia e Educa o e representa o dos con sumidores dos rg os de sa de do trabalhador e do segmento empresarial da biotecn
177. anipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 276 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas reedi o da mesma MP Entendi e continuo entendendo que esse C digo de tica nortear a nossa conduta dentro da CTNBio at porque n o somos os luminares da Ci ncia N o podemos estabelecer um C digo de tica que venha a ser imposto para o mundo Existem conven es internacionais que ditam essas normas e deveriam ser respeitados entre os diversos pa ses Ent o entendo que est restrita nossa conduta dentro da CTNBio e como tal nada impede que seja editada atrav s de uma Resolu o da CTNBio Leandro Logu rcio Lamento por um lado que essa discuss o vital esteja acontecendo agora pois do grupo que participei Plantas e Meio Ambiente discutimos as coisas no mbito de princ pios ticos que norteassem pesqui sa agricultores consumidores estados O t tulo inicial do Semin rio C digo de tica das Manipula es G en ticas A CTN Bio n o faz manipula es gen ticas At o que me consta ela avalia fiscaliza todas as coisas relacionadas a manipula es gen ticas N o estou querendo ser pol mico a nica coisa que quero o esclarecimen to exato do que esse C digo ser Se ser para a conduta nacional da CTNBio nas suas fun es estabelecidas ou se ser para a sociedade que manipula genes Como o colega havia colocado aqui totalmente diferente Elia
178. as de DNA sendo 1 Em 1982 a Assembl ia Parlamentar do Conselho da Europa estabeleceu a recomenda o 934 relativamente s t cnicas de engenharia gen tica 2 Em 1984 houve uma atualiza o das guidelines do NIH com a previs o de tarefas e processos bem espec ficos para o Recombinant A dvisory Committee RAC e para o Federal Register 3 Em 1985 o NHI publicou points to consider in the design and submission of human somatic cell gene therapy protocols para institui es que j recebem financiamento para as pesquisas com o DNA recombinante por parte do NIH 4 Em 1986 o relat rio da Comiss o de Inqu rito do Parlamento da Alema nha Federal sobre as perspectivas e os riscos da engenharia gen tica 5 Em 1987 outra Comiss o ministerial italiana foi institu da ligada ao Mi nist rio da Sa de para avalia o dos problemas de ordem tica cient fica e assistencial relativos engenharia gen tica 6 Em 1989 o Parlamento Europeu publicou a Resolu o sobre os proble mas ticos e jur dicos da manipula o gen tica A 2 327 88 7 Em 1990 a Alemanha Federal regulamentou a pr tica da engenharia gen tica Cf Barretto V Problemas e Perspectivas da Bio tica in Bio tica no Brasil Rio de Janeiro Cole o Brasil Hoje 1999 p g 67 12 Sgreccia Elio M anual de Bio tica I Fundamentos e tica biom dica S o Paulo E di es Loyola 1996 p gs 216 219 Edi o Especial PARCE
179. as divis es celula res o n mero de cromossomos fica reduzido metade Entre o terceiro e quinto m s da vida fetal as oogonias c lulas que v o originar os vulos come am a primeira divis o mei tica Entretanto ap s este per odo entram em um estado de dorm ncia que persiste at a puberdade Os vulos s v o completar o processo de meiose transformando se portanto em um vulo maduro somente ap s a fertiliza o pelo espermatoz ide Por isso a per tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 138 Mayana Zatz gunta ser que todo este processo n o protege as c lulas reprodutoras con tra muta es delet rias O DIAGN STICO PR NATAL PERMITIR QUE SEJAM IDENTIFICADOS FETOS MALFORMADOS OU PORTADORES DE MUTA ES DELET RIAS Segundo os defensores da clonagem humana ser poss vel identificar fetos defeituosos ou com muta es patol gicas logo no in cio da gesta o e evitar assim o seu nascimento De fato a ultrosonografia e a an lise dos cromossomos permite hoje identificar a maioria das malforma es fetais Entretanto sabemos que existem mais de sete mil doen as gen ticas As malforma es cong nitas ou as aberra es cromoss micas no n mero ou estrutura dos cromossomos representam uma propor o pequena entre elas A grande maioria das doen as gen ticas causada por muta es em um ou mais genes e esta a grande dificuldade Como detectar muta es de
180. as e induzidas a se diferenciarem de acordo com a sua necessidade se for um caso de queimadura faremos c lulas da pele doen a de Parkinson ou Alzheimer neur nios cirrose hep tica c lulas do f gado diabetes c lulas do p ncreas e assim por diante Assim quando transplantadas poder o re generar aquele rg o tecido danificado sem o risco da rejei o Essas previ s es se baseiam em trabalhos cient ficos em modelos animais publicados nos ltimos cinco anos onde CT embrion rias foram capazes at de regene rar traumas de medula ssea recuperando o movimento dos animais lesa dos O potencial terap utico das CT embrion rias tal que em 1999 um grupo de 73 cientistas 67 deles pr mios Nobel publicaram uma declara o de apoio permiss o pelo governo norte americano do uso das CT embrio n rias para pesquisa 1 A grande pol mica em rela o clonagem com fins terap uticos en volve a quest o da vida Para se extrair as CT embrion rias necess rio destruir o embri o para algumas pessoas isso significa destruir uma vida e por isso inaceit vel Esta uma quest o delicada que envolve aspectos morais culturais e religiosos Vale aqui lembrar que estamos falando de um embri o de cinco dias basicamente um conglomerado amorfo de aproxi tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 130 Lygia V Pereira madamente 100 c lulas que se fosse gerado naturalmente no v
181. as e v lidas para realidades ou fen menos sociais novos como as pesquisas no campo das ci ncias da vida Logo adverte Jean Bernard Ao 2 Silva Franco 1996 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 21 lado da bio tica a jurisprud ncia parece dever ser preferida as leis Esta prefer ncia justificada pela rapidez dos progressos da pesquisa que tornam obsoleta tal lei relativamente recente Tendo em vista que a norma legal resulta da intera o entre fato e valor Em primeiro lugar para que haja consist ncia essa rela o causal deve ter base em fatos s lidos e fundamentados Como ressaltado pelo estu do Transgenic Plants and World Agriculture preparado sob os ausp cios das Academias Nacionais de Ci ncia e da Academia de Ci ncias do Terceiro Mundo os avan os cient ficos requerem um sistema aberto de interc mbio de informa es no qual os argumentos s o estabelecidos por evid ncias verific veis A ci ncia precisa ser parte das solu es e n o dos problemas Com ci ncia e tecnologia h maior probabilidade de se adotarem pol ticas p blicas bem orientadas sem C amp T tais pol ticas seguramente n o ser o efi cazes Em segundo lugar a proposi o de novas leis para controle de novos avan os cient ficos necess rio percorrer a fase crucial de debates ticos Finalmente a proposi o do elemento normativo deve focalizar quest es de contomo como apro
182. as pessoas entendam a diferen a entre clonagem humana e clonagem terap utica antes de se posicionar contra as duas tecnologias A comunidade Europ ia o Canad e a Calif rnia EUA acabam de aprovar pesquisas com c lulas embrion rias de embri es at 14 dias fundamental que nossa legisla o ap ie tamb m estas pesquisas porque elas poder o salvar milhares de vidas REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Ashworth D Bishop M Campbell K Colman A Kind A Schnieke A Blott S Griffin H Haley C McWhir J amp Wilmut I 1998 DNA microsatellite analysis of D olly Nature 394 329 Evans M J Gurer C Loike J D Wilmut I Schneike A E amp Schon E A 1999 Mitochondrial DNA genotypes in nuclear transfer derived cloned sheep Nature G enetics 23 90 93 Tan Wilmut 2002 Are there any normal cloned mammals Nature Medicine 8 215 216 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 142 Mayana Zatz Kang Y K Koo D B ParkJ S Choi Y H Chung A S Lee K K amp Han Y M 2001 Aberrant methylation of donor genome in cloned bovine embryos Nature Genetics vol 18 173 177 Sheils P G Kind A J Campbell K H S Waddington D Wilmut I Colman A amp Schnieke A E 1999 Analysis of telomere length in cloned sheep Nature 399 316 317 Wilmut I Schnieke A E McWhir J Kind A J amp Campbell K H S 1997 Viable offspring derived from fetal and adult ma
183. avril 1996a v 1 e v 2 Watson J amp al Recombinant DNA a short course New York Scientific American Books 1983 Weber M Essays in sociology London Routledge amp Kegan Paul Ltd 1957 Resumo D esenvolvimentos cient ficos recentes frequentemente representando a interven o humana direta sobre a ess ncia da vida deram ensejo a debates ticos e legais tomando expl cito que o avan o do conhecimento fortemente associado apro pria o econ mica de seus resultados esfera regulat ria e legal s consequ ncias sociais e ambientais bem como dimens o tica No Brasil a biotecnologia mo dema e o respectivo debate tico e legal foram estimulados pela expans o das pesquisas e pelo necess rio controle t cnico e social As quest es atuais que interes sam bio tica abrangem vasto dom nio que inclui os organismos geneticamente modificados O G Ms No in cio da d cada de 90 a Lei de Biosseguran a foi apro vada pelo Congresso Nacional n o tendo sido antecedida por debates ticos mais aprofundados Embora tenha se subvertido o processo normal fato cient fico debate tico formula o legal a nova legisla o corretamente prev a discuss o e a ado o de um C digo de tica das Manipula es G en ticas Atualmente con siderando se n o apenas os progressos alcan ados pela comunidade cient fica nacio nal mas tamb m pelas crescentes demandas sociais hora de enfrentar ess
184. azendo um bom trabalho em rela o biotecnologia o ndice mais reduzido entre as v rias institui es menciona das na pesquisa menos at do que a imprensa com 44 4 A conclus o que mesmo na p tria da biotecnologia ela ainda pode r enfrentar tempos dif ceis O quadro apresentado por esses dados o de um p blico algo dividido nos Estados Unidos Embora ao se olhar apenas para n meros acumulados seja poss vel argumentar que os Estados Unidos permanecem positivos sobre a biotecnologia de uma maneira geral tamb m n o incomum a resist ncia O progn stico de um debate p blico mais acalorado sobre essas quest es nos Estados Unidos parece consistente com tais resultados Priest 2000 p 942 O artigo que relata a sondagem realizada no Canad chega a conclu s es similares no que se refere ao mito de que uma atitude negativa em rela o biotecnologia seja fruto necessariamente de desinforma o H controv rsia sobre o papel da informa o cient fica scientific literacy em julgamentos sobre ci ncia e tecnologia alguns sustentam que ela leva a julga tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 216 Marcelo Leite mentos positivos enquanto outros sugerem o contr rio Os resultados deste estudo sugerem que a posse de conhecimento sobre gen tica nem mesmo participa desse c lculo um ponto importante a ter em mente no contexto da cren a
185. base de um argumento terceiro plano necess rio ainda que o C digo de tica possua fiscaliza o independente para ser efe tivamente cumprido e evitar a tend ncia ao corporativismo DEBATE Leandro Logu rcio Parece que n o h solu o para a conduta humana no momento em que estamos irremediavelmente atrelados quest o da re latividade das coisas Existem culturas existem sociedades existem esses Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 225 tr s planos que v o se entrela ar e v o definir coisas sempre relativas ao seu contexto N o seria importante necess rio se trabalhar em prol de uma o que eu diria moral universal planet ria Nelson Gon alves Gomes Voc tocou numa das quest es quentes em pesquisa tica que exatamente a quest o da universalidade G ostaria de chamar a aten o sob um ponto Se voc conversa com um antrop logo o antrop logo se preocupa exatamente com a moral societ ria com a relativi dade da moral At o livro do professor da Matta que um grande antrop logo brasileiro um dos maiores cujo t tulo precisamente Relativizando O t tulo diz tudo as diferen as sociais Eu partilharia da sua ang stia quanto moral se a relatividade social fosse a ltima palavra Mas observem uma coisa na medida em que se passa do plano das morais sociais para o plano do direito a relatividade diminui porque no plano jur dico voc j
186. benef cios em cada caso O apoio maior para clonagem de c lulas e tecidos humanos em rela o clonagem de animais sugere que considera es morais se aplicam especificamente a aplica es particulares e n o necessariamente s t cnicas de biologia molecular subjacentes Mais ainda a maior oposi o a alimentos transg nicos em com para o com culturas transg nicas sugere que para o p blico a seguran a alimentar pesa mais que preocupa es ambientais G askellet al 2000 935 Recapitulando mais que question vel a dicotomia que op e um con senso norte americano em favor da biotecnologia a um consenso europeu contra ela assim como interpreta es de fundo culturalista segundo as quais por um lado os Estados Unidos seriam mais pragmaticos tecnofilos e confi antes em suas autoridades reguladoras e a Europa por outro mais filos fi ca tecnof bica e desconfiada de seus representantes por conta dos traumas como nos casos de contamina o de alimentos por dioxinas e pela chamada doen a da vaca louca ou BSE Isso para n o falar do contra senso evi dente de imaginar que o p blico europeu seja mais desinformado e manipul vel por organiza es n o governamentais ambientalistas do que o norte americano ou que tudo se resume a uma conspira o protecionista apenas um cap tulo a mais na guerra tarif ria movida por um continente que n o avan ou tanto na tecnologia dos O G Ms e teme por sua compe
187. bilidade do consentimento dos indiv duos bem estabelecido Assim no enfoque humano estabelecido que o consentimento deve ser livre e esclarecido definindo o com a anu ncia do sujeito que ser pesquisado ou de seu representante legal livre de qualquer depend ncia press o intimida o e ap s explica o completa e pormenorizada sobre a natureza da pes quisa seus objetivos m todos benef cios e ou potenciais riscos A resolu o prop e e estabelece a prem ncia institucional da cria o das Comiss es e de Comit s de tica em Pesquisa CEPs de composi o heterog nea congregando especialistas de v rios campos do conhecimento representantes de associa es ou de grupos sociais que se expressam como benefici rios potenciais dos estudos e das pesquisas cient ficas que encon tram se em fase experimental nos centros de investiga o cient fica que de senvolvem experimentos com seres humanos Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTuBRO 2002 201 Estas inst ncias acompanham tamb m a qualidade da rela o entre a quest o tica e a quest o t cnica pontuando a import ncia da clareza dos procedimentos t cnicos relacionados com os de car ter tico cujo prop sito fundamental deve ser o de assegurar a confiabilidade a privacidade a prote o da imagem a n o estigmatiza o dos indiv duos e o compromisso de facilitar o retorno dos benef cios no mbito individual ou col
188. bout the use of stem cells in medicine Os Autores Mirena BoreLHo PEREIRA SOARES pesquisadora e coordenadora do biot rio ge ral e de camundongos mutantes e transg nicos do Centro de Pesquisas Gon alo Moniz Funda o Oswaldo Cruz BA Concluiu o doutorado em imunologia Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 161 pelo Instituto de Biof sica Carlos Chagas Filho UFRJ e foi pesquisadora visitante na Harvard University EUA Ricarpo RIBEIRO DOS SANTOS pesquisador titular do Centro de Pesquisas G on a lo Moniz Funda o O swaldo Cruz BA e coordenador do Instituto do Mil nio de Bioengenharia Tecidual IMBT Concluiu o doutorado em Cl nica M dica doen as transmiss veis pela Universidade Estadual de Campinas Unicamp e foi pro fessor titular de Imunologia na Faculdade de Medicina de Ribeir o Preto USP tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Bio tica nas atividades com plantas geneticamente modificadas contribui o ao c digo de tica das manipula es gen ticas Cristina de A Ibuquerque P ossas A lexandre L ima N epomuceno INTRODU O No cen rio internacional os r pidos avan os da biotecnologia intro duzidos pela revolu o gen tica v m exigindo das sociedades e dos gover nos desenvolvidos e em desenvolvimento crescente esfor o reflexivo e regulat rio visando o equacionamento de quest es novas complexas e pol
189. bst ncias bioquimicamente importantes para o ser humano ou tamb m estrat gias para o uso em terapia g nica A Moderna Biotecnologia pode proporcionar o tratamento e cura para muitas doen as graves e n o apenas erros gen ticos Est o inclu dos no qua dro de perspectivas tratamentos para c ncer doen as coronarianas ou correlatas e at mesmo para tratamentos psiqui tricos Outra vantagem associada a previs o de tratamentos diferenciados para pessoas ou grupos de doentes O potencial de aplica o da pesquisa gen mica considera o desenvol vimento de novas drogas e estrat gias para sa de p blica correlacionando esse conhecimento descoberta de genes de interesse O crescimento da id ia de prote o da privacidade de direitos de grupos que forneceram D NA para sequenciamento em larga escala presente em diversos grupos forma dores de opini o Outras importantes quest es radicam se no uso indevido da informa o gen tica para conceituar ra as e etnias identifica o em lo cais de trabalho escolas e tribunais Quest es baseadas na integra o da tecnologia gen tica e o desenvolvimento de informa es para a sa de indi vidual e sa de p blica podem esclarecer a intera o do conhecimento gen tico com variedade filos fica teol gica e perspectivas ticas A possibilidade de ocorr ncia de doen as infecciosas que afetam mi lh es de pessoas em pa ses em desenvolvimento pode ser debelada em face ao desenv
190. buiu ainda com normas espec ficas A resolu o 251 que contempla a rea dos novos f rmacos surgiu como quest o priorit ria uma vez que uma norma da Secretaria de Vigil ncia Sanit ria estabelecia que projetos dessa rea deveriam passar pela aprova o de um comit A resolu o 292 trata da coopera o estrangeira A norma cont m pontos im portantes tais como comprovar a participa o brasileira e identificar os pes quisadores de institui es nacionais co respons veis A resolu o 303 trata da reprodu o humana sendo que algumas reas de interesse especial ficam a cargo da Conep Essas reas seriam da anticoncep o manipula o de embri es fetos e reprodu o assistida A palestrante encerrou sua participa o dizendo que nosso interesse que continuemos crescendo sendo foco sendo alvo de grandes parcerias e interesses para a humanidade como um todo Mas que realmente sejam por m rito de toda a sociedade especialmente da comunidade cient fica que pode contribuir tanto com seu trabalho espec fico quanto com uma partici pa o social maior que valide e aceite seu trabalho como um trabalho de engrandecimento da humanidade Gonzalo Veccina Neto coordenador da Ag ncia Nacional de Vigil ncia Sanit ria Dr Gonzalo iniciou sua fala dizendo que a Vigil ncia Sanit ria tem grande parte da responsabilidade em utilizar os produtos que saem da CT NBio Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS
191. ceito da responsabilidade Reza nas cartas das Na es Unidas que todo ser humano tem direito aos avan os cient ficos que uma perspectiva dis tinta e que o estado respons vel pela aplica o dos avan os cient ficos e sua disponibiliza o em benef cio dos indiv duos da sociedade Assim o desafio central em ltima inst ncia como regular sem inibir as responsabi lidades daqueles que a sociedade define mediante aloca o de recursos p blicos como os respons veis por gerar a informa o cient fica que pode trazer solu es para os avan os Por outro lado h a necessidade de mecanismos punitivos e todos sabemos que uma das dificuldades enfrentadas pela CTNBio a falta de mecanismos punitivos objetivos O cidad o tem a responsabilidade de gerar conhecimento e o desafio futuro ter ou n o limite cient fico Em plantas poss vel fazer manipula es ainda n o permitidas em seres humanos devi do aum limite tico do que seria aceit vel ou n o fazer com um ser humano Ha dois cen rios no tratamento tico no mundo moderno Um o de natureza numa sociedade baseada num direito jurisprudente como o norte tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 254 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas americano Basicamente estabelece que nenhum C digo criado A cada avan o cient fico s o constitu dos comit s de tic
192. ciais como barreira en trada de produtos geneticamente modificados no mercado internacional ETIMOLOGIA E SIGNIFICADO De origem grega a palavra princ pio foi introduzida em filosofia por Anaximandro e designa o ponto de partida e o fundamento de um processo Abbagnano 1970 O termo que foi muito utilizado por Plat o e Arist teles ganhou prest gio na filosofia e sempre que utilizado pelos mais variados au tores e em diferentes momentos hist ricos apresenta uma caracter stica co mum ou seja indica aquilo que ponto de partida Atualmente em reas como Direito tica e Bio tica o uso do termo em express es como princ pio da prud ncia do consentimento de benefi c ncia etc bastante comum Todavia pelo fato da exist ncia de sinon mia entre as palavras em alguns casos utilizam se termos com o mesmo signifi cado em express es como princ pio da precau o princ pio da prud ncia e princ pio de cautela Machado 2002 Constata se com uma simples consulta aos dicion rios que as pala vras prud ncia precau o e cautela s o palavras de origem latina que desig nam a a o que nos faz prever e evitar inconvenientes dificuldades ou danos Conclui se portanto com base nestas considera es quanto etimologia e significado dos termos empregados que ao utilizar express es como princ pio da precau o princ pio da prud ncia ou princ pio de caute la n o estamos empregando conceitos com si
193. co etc Mais recentemente nasceu a medicina paliativa que cuida dos pacientes terminais doentes fora de possibilidades terap uticas Agora est chegando a medicina gen mica ou p s gen mica ou preditiva estreitamente ligada aos progressos e pesquisas do genoma e que mais do que intervir a partir de sintomas de doen as j instaladas no corpo vai atuar na raiz das predisposi es gen ticas das doen as Conhecendo se o mapa das predisposi es gen ticas ser poss vel alterar o estilo de vida da pessoa para evitar o aparecimento de uma determinada doen a por exemplo Qual a grande novidade anunciada Uma das principais e que tem at um impacto decepcionante que os seres humanos t m entre 30 e 40 mil genes e n o o que se dizia antes em torno de 80 a 100 mil genes muito pouco gene para tanta diversidade A quantidade de genes n o o mais importante mas sim a fun o de cada um o que realmente interessa O gene uma pequena parte de um imenso processo que envolve milhares de subst ncias e rea es org nicas A complexidade do ser humano n o est na quantidade de genes mas sim na capacidade do organismo humano de combin los e transformar se numa usina bioqu mica produtora de protei nas Estima se que temos no nosso organismo entre 300 000 e 1 milh o de prote nas A prote nica ou seja o estudo das prote nas se transforma no maior desafio de estudo dos cientistas Como isso praticament
194. colocando novos problemas e criando uma for ma de relacionamento mais profundo entre elas onde o simples fato de reunir euforicamente os especialistas para a troca de informa es n o a caracteriza Com o relacionamento interdisciplinar a intera o comunicacional que ocorre entre as disciplinas al m de proporcionar que o debate cient fico seja realizado num meio pluralista e aberto cr tica esta entendida no sentido da concep o da Escola de Frankfurt ou seja como a possibilidade de apre senta o e manuten o de um reservat rio de possibilidades atitudes e id i as evitando o caminho unidirecional viabiliza o ajustamento de lingua gem entre as especialidades Cada vez mais os especialistas passam a ter acesso ao que ocorre no interior dos fragmentos do saber e a conhecer o significado conceitual dos termos t cnicos que muitas vezes representam uma barreira para 0 processo comunicacional Outra caracter stica da interdisciplinaridade o fato de que a mesma constitui uma modalidade que pode ser adaptada complexidade e necessi dade do campo para o qual estabelecida Ou seja pode ocorrer em campos limitados em setores abrangentes em ocasi es tempor rias e pode tamb m tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 96 Reginaldo L Minar determinar a origem de uma nova disciplina que mesmo permanecendo de pendente das disciplinas das quais se originou mant m uma vis
195. comum de que elevar a informa o v render apoio diz a auto ra E acrescenta Ao fiar se numa avalia o de risco com base cient fica estreitamente definida as institui es reguladoras existentes tendem a des cartar peremptoriamente essas preocupa es mais amplas do p blico e ou a encontrar dificuldades para enfrent las quando emergem Einsiedel 2000 p 944 Pesquisas de opini o coordenadas em 16 pa ses da Uni o Europ ia entre 1993 e 1999 revelam igualmente como seria de esperar uma queda continuada no otimismo quanto biotecnologia em geral D e 53 otimis tas em 1993 passou se a 50 em 1996 e a 46 em 1999 G askell et al 2000 Os dados mais relevantes contudo prov m de um distin o antes insuspeitada entre biotecnologia aplicada agricultura e biotecnologia apli cada alimenta o diferencia o de todo cab vel uma vez que plantas transg nicas podem ser criadas para produzir subst ncias de interesse vale dizer para que funcionem como biorreatores secretando em suas c lulas prote nas e horm nios humanos ou que sirvam para a produ o de pl sti cos por exemplo Convidados a julgar sete aplica es biotecnol gicas tes tes gen ticos pr natais terapias gen ticas biorremedia o ambiental clonagem de c lulas humanas clonagem de animais culturas transg nicas e alimentos transg nicos sob quatro par metros utilidade risco aceitabilidade e apoio os entre
196. cos nessa rea feito muitas vezes de maneira n o muito adequada nem tica Os testes preditivos ou pr sintom ticos tamb m n o possuem regulamenta o e em diversas ocasi es n o h qualquer orienta o pr ou p s teste o que pode ter um efeito catas tr fico em v rias fam lias As atividades de muitos laborat rios de gen tica s o desconhecidas do Conselho Federal de Medicina e da Conep Progra mas como triagem neonatal populacional detec o de suscetibilidade gene ticamente determinada para doen as comuns s o temas que merecem an lise cuidadosa pelo envolvimento de fatores como sa de ocupacional pla nos e seguros de sa de risco de discrimina o e estigmatiza o etc H uma preocupa o com os servi os de gen tica m dica oferecidos popula o A demanda reprimida muito grande a popula o n o tem aces so equitativo a esses servi os que em sua maioria n o est o inseridos no Sistema nico de Sa de Al m disso o Conselho Federal de Medicina preo cupa se com temas como m todos de identifica o humana acesso e uso do genoma humano cria o de banco de c lulas e DNA terapia g nica mani pula o e utiliza o de c lulas tronco clonagem terap utica e utiliza o de produtos m dicos derivados de plantas e animais transg nicos Dra Antonia encerrou sua fala dizendo sinto que os caminhos na nossa comiss o do Conselho Federal de Medicina devem ser semelhan
197. cotomia reconhecida por Potter efetivamente ocorreu visto que o tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 98 Reginaldo L Minar campo de reflex o que envolve o significado original do termo bio tica dife re daquele que caracteriza o campo da tica m dica O campo de reflex o da bio tica est comprometido com a elabora o de crit rios de orienta o para o comportamento humano no momento da realiza o da produ o do co nhecimento no campo da bioci ncia e do uso da nova biotecnologia infor mada pelo conhecimento desenvolvido uma reflex o e orienta o compro metida com a manuten o das condi es necess rias para a exist ncia de uma vida humana com dignidade para as futuras gera es Trata se de um pensamento preocupado com o futuro com a responsabilidade para com os descendentes que tem em seu mago a convic o de que a Terra est sem pre emprestada gera o viva que tem a responsabilidade de administrar e proteger de forma cuidadosa a heran a que cada gera o deve seguinte No mago da reflex o bio tica est a consci ncia ecol gica que exige a vi s o das gera es futuras e a preocupa o respons vel com a qualidade de vida da humanidade de amanh Podemos portanto verificar que as reflex es e as orienta es da bio tica em algumas situa es podem at adentrar ao campo da tica m di ca como 0 caso do experimento com vacinas ou terapias q
198. cou dis posi o um n mero especial da Revista Parcerias Estrat gicas para serem distribu dos n o somente para todas as CIBios mas para todas as comunida des cient ficas que est o intimamente relacionadas com a CTNBio no senti do de termos um texto que pudesse subsidiar as discuss es que desejamos que sejam estimuladas e as Comiss es Internas de Biosseguran a certamen te ir o nos ajudar na discuss o desses temas pelo Brasil Al m disso preten demos realizar e ser um trabalho que ir demandar um pouco mais de tem po a degrava o de todo o material gravado retirarmos o que tiver de essen cial e tentarmos levar aos seus autores para suas corre es que se fizerem necess rias para tamb m distribuir esse material para todo o pessoal Consi deramos que todos os integrantes desse Primeiro Semin rio s o as pessoas que iremos contar prioritariamente e um trabalho de formiga iremos carre gar piano nas costas e certamente n o ser uma pessoa apenas n o ser apenas a plen ria da CTN Bio que conseguir fazer esse trabalho de divulga o e de estimular a discuss o desse tema por todo o pa s e pelos v rios segmen tos interessados De in cio j contamos com voc s para esse trabalho Cristina Possas Em nome do Presidente da CTNBio que infelizmente n o pode estar presente nesse momento gostaria de cumprimentar em pri meiro lugar ao Dr M rio pelo brilhantismo com que conduziu um processo t o dif cil
199. da ilhota pancre tica de porcos transplantadas para humanos com diabetes tipo I c lulas do c rebro de feto de animais usadas para produzir dopamina em paci entes com D oen a de Parkinson medula ssea de macacos transplantada para ajudar a recuperar um sistema imunol gico deficiente e a aplica o de pele de animais como curativo tempor rio Com rela o aos riscos a quest o chave diz respeito possibilidade de infec o pr pria de animais surgindo em huma nos a partir do xenotransplante particularmente as infec es virais pois os v rus podem causar s rias doen as se transmitidas a novas esp cies Assim as quest es ticas relativas ao xenotransplante ainda s o con sider veis n o pela t cnica de Engenharia G en tica utilizada mas pelos riscos de contamina o que ainda n o est o controlados 5 CONSIDERA ES FILOS FICAS tica Bio tica e Biosseguran a para refletir sobre estas quest es ire mos situ las no contexto da tica da bio tica e da biosseguran a tica pode ser usualmente definida como o ramo da filosofia preocu pada com a quest o de como n s podemos decidir o que moralmente erra Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 49 do e o que moralmente certo Ou segundo Jean Bernard 1 filho de Claude Bernard um dos pr ceres da Ci ncia e mais especificamente da Fisiologia Humana A tica a express o da medida a garantia da harmon
200. da pelo representante do Minist rio do Meio Ambiente e cientistas da rea ambiental 2 riscos para a Agricultura e Sa de Animal que s o examinados pelas comiss es setoriais espec ficas das reas vegetal e da sa de animal presididas por representante do Minist rio da Agricultura e cientistas com atua o nessas reas 3 riscos para a sa de humana examinados pela comiss o setorial espec fica da sa de humana presidida pelo representante do Minist rio da Sa de e cientistas dessa rea O detalhado e cuidadoso aparato jur dico em vigor embora nem sem pre compreendido por se referir a tecnologias ainda relativamente recentes estabelece com nitidez as interfaces necess rias para a adequada articula o da legisla o de biosseguran a de organismos geneticamente modificados e derivados por interm dio da CTNBio com as legisla es setoriais espec fi cas da sa de da agricultura e do meio ambiente o que ocorre em um sistema bastante coerente e com clara divis o interinstitucional do trabalho No que diz respeito especificamente bio tica a legisla o brasilei ra Lei 8 974 95 e seus decretos regulamentadores que criou a CTN Bio e definiu suas atribui es conferiu tamb m a esta comiss o a responsabili Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 175 dade de elaborar o C digo de tica de Manipula es G en ticas tarefa que a comiss o est realizando no momento com o apoi
201. dade dos cientistas no assessoramento t cnico cient fico aos rg os regulat rios governamentais e s organiza es n o governamentais tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 36 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro c E strutura do C digo de E tica A clara delimita o da estrutura do C digo de tica deve levar prelimi narmente em considera o o quadro cient fico atual e potencial o quadro jur dico vigente as quest es ticas identificadas os princ pios ticos a serem protegidos e as normas de conduta a serem resguardadas al m da explicita o dos atos reprov veis Algumas quest es desde j se colocam a esse prop sito O que se busca obviamente a regula o do poss vel e razo vel n o o disciplinamento indiscriminado de condutas ou o cerceamento irrazo vel da liberdade profissional Mais do que punitivo o objetivo a normaliza o de condutas Quer se estabelecer padr es de comportamento delimita o de pr ticas aceit veis trazer para a legitimidade aquelas a es pass veis de compreens o estabelecendo o que reprov vel e aquilo que esperado equilibrando os conceitos para que se evite a clandestinidade de condutas anti ticas Na fronteira entre o reprov vel e o aceit vel com toda a certeza existe o experimento cient fico que deve ser graduado para viabilizar o avan o do processo cient fico na rea da gen tica Deve ser tamb m valorizado o asp
202. das informa es gen ticas dos genomas de todas as esp cies Todas estas atividades tiveram um grande desenvolvimento em decor r ncia da utiliza o das t cnicas de engenharia gen tica que n o somente permitiram a expans o do conhecimento no campo da G en tica Molecular como tamb m possibilitaram a expans o das atividades econ micas para novos setores de mercado principalmente porque sua utiliza o segundo 2E aqui entendendo patrim nio gen tico como o conjunto de todos os genes conformadores do complexo bioqu mico que sustenta os bilh es de pares de bases de DNA organizados em pares de cromossomos onde est o armazenadas as informa es gen ticas que expressam as fun es e caracterizam um ser vivo Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 109 Archer permite transferir com extremo rigor genes de um dado organismo para outro mesmo quando dador e receptor perten am a esp cies muito afastadas Hoje a engenharia gen tica integra o rol das biotecnologias modemas que promovem a manipula o da mat ria biol gica com vistas fabrica o de produtos processos ou usos suscept veis de aplica o indus trial em qualquer ramo das atividades econ micas 2 O corre que no Brasil a regulamenta o das atividades de manipula o gen tica ainda encontra se no nosso modo de ver em fase embrion ria tendo em vista o fato de que apenas a Lei n 8 974 de 5 de janeiro d
203. de resolu o Com este exemplo o deputado concluiu que um C digo de tica n o se vota rapidamente A consultoria do deputado listou um total de 16 problemas ticos pro vocados pelas tecnicoci ncias biom dicas cinco ou seis na rea de seguran a biol gica tendo sido listados ainda estudos de impactos s cio econ mi co ambientais problemas de degrada o do meio ambiente e desequil brio ecol gico e uso de armas qu micas Ao se elaborar um C digo de tica preciso em primeiro lugar pen sar em segundo debater em terceiro argumentar A Dra Leila O da falou tudo verdade mas qual a verdade As vezes a verdade est na concep o da pessoa D esta forma quatro verbos s o muito importantes na elabo ra o do C digo de tica ouvir pensar debater argumentar O Deputado falou ainda a respeito de sua experi ncia com a m dia e concluiu que mesmo que as pessoas estejam certas h toda uma informa o desinforma o ponto contraponto plano contraplano tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 238 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas Ao encerrar o palestrante lembrou Leonardo Boff precisamos bus car um consenso m nimo entre os humanos que nos leve tica do cuidado da solidariedade das responsabilidades do di logo da compaix o e daliber ta o uma tica holista Dom Jo o Bosc
204. de se trabalhar o C digo de tica de Manipula o G en tica vem sendo discutida no mbito da CTNBio h muito tempo praticamente desde a primeira gest o da presid ncia da CTNBio Posso fazer um resgate hist rico disso porque sou membro da CTNBio desde mar o de 1997 Na primeira fase da minha participa o era como representante do Minist rio da E duca o D epois terminou meu man dato e fui reintegrado CTNBio como membro da comunidade cient fica a partir do ano passado D esde a minha primeira participa o vinhamos dis cutindo a forma de conduzir esse trabalho de elabora o do C digo de tica das Manipula es G en ticas que uma atribui o legal da CTNBio Temos uma comiss o que pela pr pria defini o legal voc s podem ver muito bem na lei 8 974 95 com o decreto 1752 e na medida provis ria 2 137 2000 definem claramente a Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a como tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 258 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas uma comiss o t cnica uma comiss o que tem atribui o de avaliar condi es de risco de Biosseguran a em todos os projetos de engenharia gen tica que s o a ela apresentados e quero dizer aos senhores que como tenho uma hist ria dentro da CTNBio tenho visto exemplos como o que foi citado aqui o do Prof Ernesto Patterniani que foram pessoas que se dedicaram duran
205. de usu rios do sistema de sa de do movimento de mulheres e de institui es religiosas da rea jur dica e de direitos humanos da ind stria e de rg os respons veis do Minist rio da Sa de Vale lembrar que desde 1988 a pesquisa no Brasil vem sendo regulada com a tica do controle social sa da do CNS rg o com representa o parit ria de gestores e trabalhadores da rea da sa de com representantes de usu rios Portanto trata se de uma regula o gerada em parceria do governo com a sociedade civil A nova norma procurou abranger toda a pesquisa envolvendo seres humanos e portanto sua aplica o se d nas pesquisas das v rias reas do conhecimento e n o apenas nas geradas nos rg os de sa de como a anteri or Estabelece as exig ncias ticas e cient ficas fundamentais para garantia dos direitos dos sujeitos da pesquisa sob o enfoque de que toda pesquisa envolve riscos sejam eles f sicos ou psicol gicos individuais ou coletivos e deve haver um controle para a preserva o da sa de f sica mental ou social dos envolvidos Buscando a legitima o das propostas a fundamenta o nos concei tos atuais da bio tica a considera o das perspectivas da sociedade brasilei rae a adequa o aos setores de ponta da ci ncia respons veis pela execu o das pesquisas foi definida uma metodologia de trabalho que incluiu ampla consulta comunidade cient fica e sociedade solicitando an lises e suge
206. decidiu permitir a produ o de embri es humanos para pesquisa cient fica c Nos E stados Unidos Informe Belmont de 1978 resultado dos trabalhos da National Commission forthe Protection of Human Subjects of Biomedical and Behavioral Research criado no ano anterior pelo Congresso norte americano O Informe Belmont tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 28 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro orientado pelos tradicionais princ pios da autonomia da benefic ncia e da justi a fundou a metodologia da bio tica estabelecendo normas de conduta m dica e de prote o de seres humanos em atividades de experimenta o e para a aplica o do C digo de Nuremberg de 1947 e da D eclara o de Hel sinque de 1964 No setor nao governamental destacam se duas institui es pioneiras nos estudos bio ticos o Joseph and Rose Kennedy Institute for the Study of Human Reproduction and Bioethics vinculado Universidade de G eorgetown em Washington D C fundado em 1971 eo Institute of Society Ethics and Life Sciences mais conhecido como Hasting Center criado em 1969 em Nova Y ork Tamb m ressaltam se no cen rio norte americano as atividades do Council for Responsible G enetics criado em 1983 em Massachusetts por cientistas preocupados com o desenvolvimento e o uso descontrolado da biotecnologia Projeto Genoma Humano em 1990 estabeleceu uma inst ncia de estudos ticos o Ethical
207. des de sua utiliza o na medi cina regenerativa como sistemas aut logos c lulas do pr prio indiv duo e portanto isentos de problemas de rejei o imunol gica Al m das c lulas progenitoras medulares v rios tecidos guardam a reserva interna de c lulas pouco diferenciadas com capacidade de regenera o Nos ltimos anos a introdu o do conceito do potencial de uso da c lu la tronco seja de origem embrion ria ou proveniente de organismo adulto abriu novas perspectivas para o tratamento celular de patologias teciduais A possibilidade de cultivo de c lulas progenitoras embrion rias humanas a par tir de blastocistos obtidos por fecunda o in vitro permitiu propor transplantes tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 156 Milena Soares amp Ricardo dos Santos de c lulas embrion rias totipotentes em tecidos degenerados levando auma regenera o in situ de popula es celulares funcionais Aplica es cl nicas j foram obtidas no tratamento de doen as degenerativas do sistema nervoso central Enquanto os implantes nos s tios imunologicamente privilegiados n o encontram obst culos maiores o uso de c lulas embrion rias alogen icas enfrenta o problema de rejei o imunol gica Uma das solu es atualmente estudadas o transplante do n cleo de c lulas do receptor para as c lulas embrion rias cultivadas gerando assim clones de c lulas aut logas com caracteris ticas
208. descarte desses embri es tenho uma proposta mui to antiga desde 78 79 Entre voc descartar porque n o mudar a lei de ado o Porque n o adotar um ser que n o nasceu poss vel Tudo possi vel no direito Basta que entremos em consenso Quanto quest o da patente temos a lei de propriedade industrial Por se tratar de um ser humano n o patente vel bem como nenhum gene humano Mas existem brechas na legisla o A id ia que o direito engessa uma id ia que me parece mal interpretada O direito uma ci ncia interpretativa Cada caso um caso completamente diferente A interpreta o jur dica diversa da interpreta o do leitor A patente de procedimentos poss vel Sim ent o a brecha est a patente de produto n o patente de procedimento sim Genaro Paiva O Brasil n o pr digo na gera o de insumos moleculares de processos que possam ser preservados por patentes e esse o grande Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 265 desafio tecnol gico dessa na o Patrim nio gen tico pode ser sumarizado como toda a riqueza gen tica dessa na o que est entre as 10 na es do mundo e maior diversidade biol gica do planeta Como o Brasil pode preser var essa riqueza e agregar valor a ela num mecanismo de preserva o a onde entra a biologia molecular e vou mostrar uma tabela valor de uma comodite de origem biol gica dada em litr
209. dingto Francis Collins this is the first time in the history of science we walk with our manual of instructions in the hand and we are only starting to have idea of its effective impact in our life According to biologists and geneticists this fact will completely revolutionize the life of the human being Having and ideia of the volume of information that the human genome complete joint of genes of a species has the geneticists speak it is equivalent to a bookshelf of 60 meters of height replete of books or 200 telephonic list of 500 pages each We are in the beginning he said of the process of understanding of the reading of this fantastic book of the life O Autor L o Pessint camiliano coordenador do N cleo de Estudos e Pesquisas em Bio tica no Centro Universit rio S o Camilo em S o Paulo Vice presidente da Sociedade Brasileira de Bio tica e membro do Board da International Association of Bioethics tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Terapia com c lulas tronco a medicina do futuro Milena B P Soares Ricardo Ribaro dos Santos INTRODU O Uma nova era na medicina est sendo iniciada Novos conhecimentos sobre c lulas tronco c lulas indiferenciadas com capacidade de regenera o tecidual abrem caminhos para a sua utiliza o no reparo de tecidos e rg os lesados Embora s recentemente os pesquisadores tenham identificado es tas popula es celulares
210. do direito e este se concentrava ou nas m os do rei ou da Igreja At ent o os direitos das pessoas n o eram reconhecidos Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 249 Foi a partir da Revolu o Francesa que os interesses da pessoa hu mana ou seja a preserva o das liberdades fundamentais da pessoa huma na come aram a ter um reconhecimento Este per odo visto como a pri meira grande rela o de direitos conhecida como direitos de liberdade Com a Revolu o Industrial surgiram os direitos de igualdade de correntes das rela es comerciais pelas quais estabeleceu se uma nova clas se social a burguesia que come ou a pleitear direitos trabalhistas Esta a segunda grande rela o de direitos A terceira grande rela o de direitos surgiu a partir da d cada de 70 e conhecida como direitos de fraternidade ou direitos de solidariedade N esta rela o os interesses dizem respeito a praticamente toda a humanida de e a partir de ent o surgem as primeiras dificuldades de se estabelecer regras Essas dificuldades s o decorrentes da impossibilidade de avaliar as dimens es daquele interesse Foi o que ocorreu com o Direito Ambiental a es foram tomadas inconscientemente ou talvez porque voltadas para um desenvolvimento econ mico desenfreado acabaram refletindo consegu n cias para toda a humanidade Nesse contexto hoje a manipula o gen tic
211. do no tratamento do Mal de Parkinson Essas c lulas s o toleradas pelo sistema nervoso e se diferenciam em neur nios funcionais Uma das utilidades mais importantes dessas c lulas no tratamento de doen as que envolvem transplante de medula ssea O sangue do cord o umbilical de rec m nascidos rico em c lulas tronco que s o capazes de originar tecido hematopo tico No entanto preciso ainda compreender os mecanismos e fatores que influenci am nessa diferencia o Num futuro pr ximo os bancos de c lulas de cord o umbilical poder o ser comercializados para terapia g nica Em rela o aos animais transg nicos qual benef cio nos trazem As bases gen ticas de doen as humanas s o obtidas atrav s de estudos utilizan do esses animais como modelo Para se obter um animal transg nico coleta se o embri o na fase em que os dois pr n cleos ainda n o se fundiram injeta seo DNA de interesse e alguns animais da prole v o expressar a con di o gen tica que foi introduzida C lulas totipotentes in vitro mant m a potencialidade de quando colo cadas no tero gerarem um organismo completo Essa a base da clonagem quando se utiliza c lulas totipotentes retira seu n cleo e coloca um n cleo maduro de um indiv duo O problema da clonagem a gera o de animais defeituosos e mudan as na cronobiologia A D olly tem uma idade f sica que o dobro da m e tem um envelhecimento precoce muito maior em fun o
212. do realizadas Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 73 Quais as bases que levaram a estabelecer que a taxa de 4 deve ser o divisor quanto rotulagem obrigat ria Isso significa que o teor abaixo de 4 n o ocasiona problema sa de e que acima de 4 sim Revendo a literatura Medline Lilacs quanto s publica es biom dicas referentes aos transg nicos na sa de humana e mesmo em ani mais de experimenta o 0 que se encontra muito pouco quase nada Isso significa que n o h eventos adversos ou que n o h estudos nesse sentido Por isso com os elementos dispon veis hoje quero crer que a quest o dos transg nicos deve ser considerada at prova em contr rio como sendo ainda de pesquisa e n o de procedimento consagrado E a pesquisa deve ser apoiada por m conduzida e aplicada de forma eticamente adequada O eticamente adequado o que as diretrizes bio ticas sobre manipu la o gen tica devem criar condi es para ocorrer Invoquei a quest o dos transg nicos apenas porque considero um bom exemplo para fundamentar a proposta da vis o bio tica na formula o dos problemas da manipula o gen tica Com efeito a quest o dos transg nicos interessa as ci ncias da vida da sa de e do meio ambiente e ao mesmo tempo exige an lise global interface multi e transdisciplinar Apresenta se a seguir um esquema preliminar e porisso sujeito a total reformul
213. do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas S rgio Buarque de Hollanda tamb m chamando a aten o de que o brasilei ro na ess ncia um ser cordial O senhor mencionou um exemplo de que c digos de tica no fundo no Brasil seriam utilizados apenas para defesa de direitos corporativistas O lhando o Brasil dentro desse contexto luz dessas id ias do professor da Matta e do professor Buarque de Hollanda o que teriamos de fazer para superar essa dificuldade intr nseca que n s temos numa sociedade que o p blico ainda n o prevalece como regra geral para os amigos tudo para os inimigos a lei isso a frase comum O que senhor teria a nos dizer Nelson Gon alves Gomes O que voc s devem fazer elaborar um C di go de tica bem estruturado coerente que responda s perguntas do nosso tempo Porque n o nos esque amos que muitas das perguntas que voc s v o examinar ali s creio que as mais relevantes mais significativas s o pergun tas universais pois os problemas de gen tica hoje s o universais Como re solver esses problemas nesse contexto de uma sociedade pobre corrompida deficiente que justamente S rgio Buarque muito bem lembrado definiu o homem brasileiro como cordial e mais tarde ele reconheceu que isso n o bem verdade Hoje o homem brasileiro tudo menos cordial Mas n s podemos ajudar a melhorar as institui es e eu diria o que voc s podem fazer nesse mbi
214. e o dos investimentos pela via da concess o de patentes ou outros mecanismos de apropria o legal do conhe cimento Sob essa tica a vida humana torna se um produto sujeito ao di reito das coisas e s l gicas do com rcio A propriedade intelectual sobre seres vivos instrumento inexor vel j amplamente instaurado e aceito principalmente nos pa ses de economia mais avan ada por meio do patenteamento de novas variedades vegetais de microorganismos e mais recentemente de animais modificados pela engenharia gen tica Atualmen te com a possibilidade em alguns pa ses do patenteamento de sequ ncias do DNA humano na avalia o de G arrafa e Berlinguer parece cada vez mais dif cil defender por exemplo a id ia de que o corpo humano permaneceria absolutamente fora do com rcio Seria assim necess rio identificar com precis o os elementos inte grantes do Termo de Refer ncia relacionados manipula o gen tica de material humano de modo a incluir entre outros Revis o dos desenvolvimentos das pesquisas gen ticas com seres humanos e seu impacto sobre a sa de entre outras quest es procria o assistida Berlinguer e G arrafa 1996 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 34 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro xenotransplantes manipula es gen ticas envolvendo c lulas embrion rias e c lulas tronco clonagem humana experimenta o com seres humanos em
215. e o individual e coletiva no ambiente de trabalho visando a preserva o da sa de huma na animal e do meio ambiente Pelas raz es at aqui apontadas crescente no mundo contempora neo a preocupa o dos governos das sociedades e tamb m das empresas quanto aos procedimentos s quest es de bio tica e os procedimentos de biosseguran a envolvendo os organismos geneticamente modificados Procurando antecipar se a essa tend ncia no sentido de aperfei oa mento dos procedimentos regulat rios pelos pa ses algumas empresas de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 165 biotecnologia t m se manifestado publicamente quanto s quest es ticas e de responsabilidade social e ambiental no campo da biosseguran a assu mindo compromissos diversos entre os quais n o desenvolver pesquisas tecnol gicas com genes est reis n o usar genes humanos ou animais em plantas geneticamente modificadas e de criar conselhos consultivos com a atribui o de examinar e se pronunciar sobre quest es de natureza social ou ambiental no campo da biotecnologia Alguns desses compromissos envolvem quest es ticas pol micas como por exemplo o uso de genes humanos ou animais em plantas geneti camente modificadas como discutiremos mais adiante Essas quest es ti cas referem se na verdade revolu o j iniciada nos sistemas de produ o agr cola com perspectiva de ampla aplica o no mercado mund
216. e tica capaz de prover diretrizes para uma atua o respons vel do ser humano em rela o ao futuro Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 89 Argumentando sobre o que o levou a propor a bio tica como uma nova ci ncia Potter fala que a teoria original da bio tica foi a intui o da sobreviv ncia da esp cie humana numa forma decente e sustent vel de civi liza o motivada pelo questionamento do progresso e a reflex o sobre o futuro do avan o materialista da ci ncia e tecnologia especialmente o avan o da bioci ncia e da biotecnologia para onde caminha a cultura ocidental e que tipo de futuro estamos construindo para nossas futuras gera es Vinte e oito anos ap s a cria o do neologismo bio tica e da formula o de seu significado mesmo com a explora o e redefini o de seu significado original pelas rela es p blicas e especialistas em tica m dica Potter ainda afirmava entender a bio tica como uma ci ncia da sobreviv ncia humana e pedia que se pensasse bio tica como uma nova ci ncia tica que combina humildade responsabilidade e uma compet ncia interdisciplinar e intercultural potencializadora do senso de humanidade Essa defini o proposta por Potter envolve diversos termos conceituais complexos e para bem compreend la faz se necess rio realizar uma refle xao sobre cada termo em separado A BIO TICA COMO CI NCIA A pala
217. e 19952 trata desta tem tica estabelecendo normas para o uso de t cnicas de engenharia gen tica no mbito das atividades de manipula o de mol cu las de AD N ARN recombinante para a constru o de organismos geneti camente modificados o que importa dizer que no territ rio brasileiro a regu lamenta o apenas diz respeito s atividades que envolvem a manipula o de mol culas de ADN ARN recombinante que s o aquelas manipuladas fora das c lulas vivas mediante a modifica o de segmentos de AD N ARN natural ou sint tico que possam multiplicar se em uma c lula viva ou ainda as mol culas de AD N ARN resultantes dessa multiplica o n o obstante existirem dispositivos nesta mesma lei que fazem refer ncia a outros tipos de atividades de manipula o gen tica Isto posto denota se que ainda h muito por fazer para uma adequada regulamenta o de todas as atividades de manipula o gen tica em nosso pa s D iante desta realidade jur dico normativa entendemos que a proposi o de um c digo de tica de manipula o gen tica pela CTNBio dever estar restrita somente s atividades que a Medida Provis ria n 2 191 9 de 23 de agosto de 2001 lhe legitima para agir ou seja somente poder propor 21 Archer Lu s U ma tecnologia nas fronteiras do humano In Gen tica e Pessoa Humana Cole o Temas de Bio tica Coimbra Centro de Estudos de Bio tica 1991 p g 5 2 Rem dio Marques J P
218. e derrubou por terra o determinismo gen tico que dizia que tudo o que o ser humano pode ser explicado pelo que est inscrito no DNA Adeus portanto a estanova forma de materialismo biol gi co gen tico refinado defendido por alguns geneticistas radicais As influ ncias do meio ambiente dietas pr tica de exerc cios s o t o importantes quanto os genes no funcionamento do organismo Por exemplo c ncer mal de Alzheimer mal de Parkinson diabete e hipertens o entre outras doen as s o resultado da intera o entre genes e destes com o ambiente Estilo de vida e ambiente s o fatos fundamentais no desencadeamento de doen as complexas Al m dis so O projeto genoma humano revelou que todos os seres humanos s o 99 99 iguais biologicamente falando A diferen a entre um ndio e um negro por tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 148 L o Pessini exemplo al m da que percebemos fisicamente est apenas em um letratrocada a cada conjunto de mil entre todas que formam nosso c digo gen tico Portan to n o se justificam as diferen as ou mais precisamente discrimina es raci ais de fundo gen tico de que temos exemplos aberrantes na nossa hist ria claro que o empreendimento do genoma um grande lance de espe ran a para a humanidade se livrar de centenas de doen as gen ticas Mas a terapia gen tica continua ainda como promessa para o futuro n o um rem dio para hoje No
219. e desafio e intensificar os entendimentos para proposi o desse novo instrumento da bio tica Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 41 Abstract Recent scientific developments often representing human direct intervention on the essence of life have entailed ethical and legal debates These have made explicit that the advancement of knowledge is strongly linked to the economic appropriation of its results to the legal and regulatory framework to social and environmental consequences and to ethics In Brazil both modem biotechnology and the correspondent ethical and juridical debate have been stimulated by the expansion of research and by the necessary technical and social control Current bioethical dilemmas covering a rather wide field also includes genetically modified organisms G MOs In the beginning of the 90 the G MO Biosafety Law had already been approved by the National Congress and was not preceded by profound ethical debates Even though the normal sequence scientific fact ethical debate legal making was subverted the new law settles the discussion and the adoption of a Code of Ethics of Genetic Manipulations Taking into account the progress achieved by national scientific community and the increasing social demands it is time to face the challenges and open the discussion on this new bioethics instrument Os Autores Simone H C Scuoize advogada analista de ci ncia e t
220. e imaterial dos recur sos biol gicos que s o comumente utilizados nas atividades que envolvam a sua explora o econ mica como a agropecu ria agroind stria ou agroneg cio em geral Este texto integra a proposta de Emenda Constitu cional 618 88 que acresce inciso ao artigo 20 da Constitui o Federal adicionando o patrim nio gen tico exceto o humano ao acervo da Uni o Esta proposta considera as diferencia es entre as formas de prote o legal propriedade intelectual sobre a mat ria viva distinguindo os par metros que definem para fins de restri o ou n o o patenteamento de DNA o patenteamento de microrganismos e o patenteamento de cultivares sem considerar as c lulas humanas Um marco importante desses debates foi sem d vida a Confer ncia das Na es sobre Meio Ambiente e D esenvol vimento ocorrida no Rio de Janeiro em 1992 cujo tema central foi a conser va o da diversidade biol gica como preocupa o comum da humanidade enfatizando que os Estados t m direitos soberanos sobre seus pr prios re cursos biol gicos O avan o das discuss es realizadas no Brasil contribui para a orienta o de v rios projetos biotecnol gicos considerando que os pa ses que ap iam projetos de pesquisa gen mica devem ter a exata no o de que estes estudos podem levar descoberta de grupos de genes impor tantes com aplica es m dicas e industriais dos resultados significando passos importantes para o desen
221. e pretende preciso transformar primeiramente seu habitat e a palavraE thos significa lugar de morada Dra Celeste distinguiu os termos informa o gen tica e saber gen tico informa o gen tica aquela constitu da pelos genes que opera em escala molecular saber gen tico um conjunto de representa es simb licas cient ficas e t cnicas que d o acesso informa o gen tica e permitem sua apreens o A Constitui o Federal garante liberdade cient fica e as normas s o estabelecidas conforme uma escala hier rquica a partir da Constitui o Fe deral at o C digo de tica das Manipula es G en ticas como documento jur dico Conforme o uso destas normas pode ocorrer discrimina o de pes soas devido a seu patrim nio gen tico tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 248 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas Dra Maria Celeste lembrou ainda a quest o da eugenia lembrando dois fatores a serem considerados o problema da identidade gen tica germinal do ser humano que representa uma enorme viola o da ordem p blica e o problema de que as provas gen ticas podem afetar o DNA n o modificando o mas poder se ia adquirir informa es sobre um indiv duo ou grupo e preciso pensar no direito daqueles que n o nasceram A palestrante chamou aten o para brechas na legisla o que acabam por possibilitar o patentea
222. e que s o id nticas c lula original e entre elas A clonagem um mecanis mo comum de propaga o da esp cie em plantas ou bact rias Em humanos os clones naturais s o os g meos id nticos que se originam da divis o de um vulo fertilizado A grande novidade da D olly que abriu caminho para a possi bilidade de clonagem humana foi a demonstra o pela primeira vez que era Este artigo foi publicado no suplemento especial da revista pesquisa Fapesp mar o de 2002 134 Mayana Zatz poss vel clonar um mam fero isto produzir uma c pia geneticamente id n tica a partir de uma c lula som tica diferenciada Para entendermos por que esta experi ncia foi surpreendente precisamos recordar um pouco de embriologia Todos n s j fomos uma c lula nica resultante da fus o de um vulo e um espermatoz ide Esta primeira c lula j tem no seu n cleo o DNA com toda a informa o gen tica para gerar um novo ser O DNA nas c lulas fica extremamente condensado e organizado em cromossomos Com exce o das nossas c lulas sexuais o vulo eo espermatoz ide que tem 23 cromossomos todas as outras c lulas do nosso corpo tem 46 cromossomos Em cada c lu la temos 22 pares que s o iguais nos dois sexos chamados autossomos e um par de cromossomos sexuais XX no sexo feminino e XY no sexo masculino Estas c lulas com 46 cromossomos s o chamadas c lulas som ticas V ol temos agora a nossa primeira c lula
223. ecnologia mestre em Direito pela Universidade de Bras lia UnB com a tese Os direitos de proprieda de intelectual e a biotecnologia implica es jur dicas e ticas do controle t cnico da vida e assessora especial do Ministro da Ci ncia e Tecnologia para assuntos rela tivos bio tica biosseguran a propriedade intelectual e acesso biodiversidade e ao conhecimento tradicional associado Representou o MCT na elabora o entre outras das Leis de Biosseguran a Propriedade Industrial Prote o a Cultivares Prote o ao Software Acesso ao Patrim nio Gen tico do PL sobre o Uso de Animais em Laborat rio e nas negocia es internacionais sobre Conven o da Biodiversidade Protocolo de Cartagena e do Acordo Trips da OMC M rcio Ant nio T Mazzaro advogado p s graduado em Direito Processual Civil e Penal Icat UD F assessor do Ministro da Ci ncia e Tecnologia e conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente Conama e do Conselho de G est o do Patrim nio Gen tico procurador da Companhia Nacional de Abastecimento e membro da Comiss o de Direito Ambiental da Ordem dos Advogados do Brasil Se o do DF da Comiss o Nacional de Rotulagem de OGMs e da Comiss o Coordenadora do Zoneamento Ecol gico E con mico do Territ rio Nacional tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta A bio tica nos processos biotecnol gicos M rio Toscano de Brito Filho E dnilza Pe
224. ecol gicos por exemplo redu o da biodiverisdade silvestre ou contamina o de solos ou len is aqu feros por bact rias geneticamente manipuladas para expressarem subst ncias qu micas c Riscos sociopol ticos por exemplo redu o da biodiversidade agropecu ria ou aumento das desigualda des Norte Sul em decorr ncia de uma terceira revolu o verde com base na engenharia gen tica e d Riscos para a natureza humana por exemplo difus o de ideologias e pr ticas eug nicas ou cria o de novas ra as de seres humanos para fins espec ficos Cfr Riechmann Jorge Cultivos eA limentos Transg nicos Petr polis Editora Vozes 2002 p gs 53 76 em especial p g 58 2 Diaf ria A amp Fiorillo C A P Biodiversidade e Patrim nio G en tico no D irato A mbiental Brasileiro S o Paulo Max Limonad 1999 p gs 89 90 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 112 Adriana Diaf ria ao p blico no sentido de se eliminar os temores e demonstrar as vantagens destas biotecnologias amenizar a preocupa o com a conserva o das esp cies em extin o e a preserva o da biodiversidade disponibilizar tecnologias em favor dos Pa ses em desenvolvimento para a solu o de seus problemas de alimenta o e de sa de publica O fato que hoje os aspectos ticos do agir humano na manipula o da vida assumiram um papel decisivo em qualquer setor das atividades humanas
225. ecto educativo de um instrumento dessa natureza ao se explicitar o que n o deve ser feito e incentivar aquilo que deve ser adequadamente realizado Outro aspecto que se deve receber aten o relativamente incid ncia do C digo de tica diz respeito ao sujeito ativo da rela o prevista pela norma nesse aspecto deve se observar a analogia com instrumentos se melhantes como os C digos de tica do Conselho Federal de Medicina e da Ordem dos Advogados do Brasil Al m da pessoa f sica deve tamb m incidir sobre a jur dica na medida em que esta contribua e estimule a pr tica de a es anti ticas em decorr ncia de conduta eivada de neglig ncia impru d ncia ou imper cia de modo a subordinar organiza es empregadoras e seus respons veis s normas ticas A tipifica o das condutas pass veis das distintas esp cies de san o deve levar em conta a clara responsabiliza o dos atores envolvidos na condu ta reprov vel seja do pesquisador do patrocinador e at mesmo da pr pria institui o de pesquisa bem como agravidade do ato praticado Sob essa pers pectiva importante aspecto a ser examinado diz respeito a eventuais reflexos sobre conselhos de classe ou associa es profissionais A san o administrati va est prevista na Lei de Biosseguran a art 7 inc IX par grafos 11 e 12 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 37 por meio da aplica o de multas A san o
226. educa o dom stica insubstitu vel mas n o se deve confundir a moral familiar com a tica de assuntos especificamente tecnocient ficos Assim como um colaborador aprende a usar um equipamento de laborat rio ele deve tamb m ser ensinado a partilhar informa es relevantes com as pessoas s quais tais informa es possam dizer respeito Outros itens do presente quadro t m a ver com a mesma id ia de um trabalho executado numa sociedade democr tica o empregado deve sentir se livre para fazer cr ticas e apresentar sugest es e o p blico deve estar infor mado ao menos sobre os itens mais importantes o trabalho de manipula o gen tica e suas regras ticas Sem esse ponto essencial qualquer c digo trans forma se em instrumento de prote o corporativa independentemente da boa vontade das pessoas envolvidas Dois ltimos t picos devem ainda ser mencionados para evitar que um c digo de manipula o gen tica caia no lugar comum das quest es con sideradas irrelevantes tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 62 Nelson G Gomes a preciso que haja um fiscal independente com a fun o de verificar se o c digo de fato est sendo cumprido Esse fiscal n o deve pertencer aos quadros da respectiva empresa embora deva ter a forma o cient fica neces s ria Ele deve ter acesso s pessoas e aos documentos relevantes assim como deve ter a liberdade de escrever relat rios s
227. eguran a num momento bom lembrar em que muitos dos novos desenvolvimentos no campo da engenharia gen tica ainda eram relativamente recentes A Lei de Biosseguran a brasileira que tra a as diretrizes e serve de base para a constru o do sistema nacional de biosseguran a internacio nalmente reconhecida como das mais abrangentes e completas do mundo Trata se de uma lei que procura articular de forma inovadora procedi mentos de biosseguran a e princ pios de bio tica na regula o e orienta o da conduta nas atividades experimentais envolvendo t cnicas e m todos de engenharia gen tica Outro ponto inovador que a lei apresenta observando a tradi o jur dica no Pa s diz respeito ao abandono da pretens o dogmatizante e 10 Esper Abr o Cavalheiro aprior stica ao prever que as an lises e orienta es da CT NBio se fazem caso a caso Al m de bem ocupar o espa o jur dico que foi criado devido ao avan o do conhecimento no campo da engenharia gen tica o legislador traduzindo a preocupa o da sociedade brasileira com as implica es ticas desses novos desenvolvimentos fez prever no texto legal a compet ncia da CTNBio para elaborar a proposta de um C digo de tica das Manipula es G en ticas J em seu texto a referida lei sinaliza para a necess ria observ ncia dos princ pios orientadores da bio tica como os princ pios da responsabili dade da prud ncia da benefic ncia e do consentim
228. el Ao proclamar a unidade do homem o direito afirma tamb m a inviolabilidade e intangibilidade do corpo humano D essa condi o opon vel 18 Idem p 451 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 33 a terceiros decorrem o direito vida integridade f sica e mental segu ran a liberdade de ir e vir expressos nas normas jur dicas Outra decor r ncia refere se prote o da pessoa contra si mesma os limites colocados faculdade de dispor de seu pr prio corpo porque este n o pode ser objeto de um direito de propriedade que comporte usus et abusus A comercializa o do corpo humano por exemplo geralmente condenada exce o de casos l citos devido integridade utilidade direta e proporcionalidade do ato praticado como no caso de procedimentos m dicos justific veis pela necessidade terap utica No entanto verifica se que a estreita rela o entre pesquisa cient fica desenvolvimento tecnol gico e aplica o industrial leva para o dom nio das ci ncias da vida t cnicas comerciais e jur dicas inerentes s pr ticas de mer cado dada a necessidade de tornar rent veis os investimentos no campo da sa de como para a obten o de produtos fabricados a partir de tecidos e c lulas animais e humanas comercializa o de sangue humano e seus com ponentes de rg os e de processos e produtos associados terapia g nica Nessa mesma categoria insere se a prot
229. elece um fluxo de acompanhamento dos projetos e define as atribui es dos Comit s e o papel da Conep Ressalta a miss o de garantir e resguardar a integridade direitos e liberdades fundamentais dos volunt rios participantes da pesquisa protegendo os de poss veis danos e assegurando sociedade que a pesquisa estar sendo feita de forma eticamente correta e que o interesse e o bem estar do ser humano prevale a sobre o interesse da sociedade e da ci ncia Um ponto importante que a norma prev que um projeto deve ser adequado aos princ pios cient ficos e deve ter relev ncia social que o justifi que A pesquisa analisada do ponto de vista t cnico e tem de estar fundamentado em experimenta o pr via realizada em laborat rio em ani mais e em fatos cient ficos que apontem para um poss vel benef cio Pode ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter n o possa ser obtido por outro meio Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 83 Entre as diretrizes ticas fundamentais especifica o consentimento livre e esclarecido dos sujeitos envolvidos o retorno de informa es de inte resse aos indiv duos e coletividade a prote o da privacidade e garantia de confidencialidade a continuidade de benef cios a prote o de grupos com autonomia reduzida para a decis o de participa o etc Quanto estrutura o sistema se implantou e hoje h 327 CE Ps f
230. em Manipula es G en ticas A primeira delas seria uma reuni o como este semin rio em que v rios segmentos da sociedade sociedades cient ficas dirigentes conselhos profissionais formulassem uma tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 232 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas proposi o Esta proposi o teria um pre mbulo j que o C digo precisa ter for a legal A segunda sugest o seria a elabora o de um cap tulo de defini o e termos Outra sugest o dada foi que o C digo n o seja elaborado sob a forma de artigo mas que permita ao pesquisador apresentar as bases cien t ficas do processo de modo a n o dificultar os tr mites D eve se considerar alguns aspectos b sicos da bio tica n o malefic ncia benefic ncia autono mia justi a e pode se acrescentar equidade e solidariedade Marcelo Leite editor de Ci ncia da Folha de S o Paulo jornal do qual foi ombudsman 1994 96 e autor dos livros Os alimentos transg nicos 2000 e A Floresta Amaz nica 2001 da s rie Folha Explica Publifolha Nieman Fellow 1997 98 da Universidade de Harvard EUA O palestrante iniciou declarando n o ser uma pessoa especializada tec nicamente para contribuir na elabora o de um C digo de tica No entanto p de contribuir nas quest es de reflex o propostas nos n veis abordados pelo professor Nelson Gon alves Al m dos tr
231. em profun didade as solicita es que recebe e n o emite pareceres gen ricos mas somen tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 174 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno te se pronuncia sobre eventos de transforma o espec ficos sobre determi nada linhagem modificada para expressar determinada caracter stica Cabe ao solicitante o nus de demonstrar a biosseguran a do O GM fornecendo todos os dados necess rios para a avalia o da CTNBio sendo que a Comis s o pode exigir informa es e testes adicionais A CTNBio em suas reuni es mensais j elaborou com agilidade e crit rio normas de biosseguran a necess rias ao cumprimento e exerc cio da legisla o em vigor Lei 8 974 95 J analisou mais de mil processos no campo da engenharia gen tica e autorizou com base nestas normas cerca de 900 testes de campo com plantas geneticamente modificadas credenciando ainda como determina a lei institui es e laborat rios p bli cos e privados para atuar em diversos campos da engenharia gen tica Por lei apenas os laborat rios que atuam em engenharia gen tica credenciados pela CTNBio podem receber financiamento de rg os oficiais O Parecer T cnico Pr vio Conclusivo da CTNBio contempla neces sariamente os seguintes aspectos da seguran a do OGM 1 riscos para o meio ambiente que s o examinados e avaliados pela comiss o setorial espe c fica da rea ambiental presidi
232. enta o de m dicos quanto pesquisa biom dica envolvendo seres humanos adotada pela 18 Assembl ia M dica Mundial em junho de 1964 e sucessivas revis es O Comit Internacional de Bio tica CIB eo Comit Intergovernamental de Bio tica CIG B da Unesco instalados em 1993 s o as mais importantes inst ncias multilaterais dedicadas ao debate tico de alcance mundial Seus 50 membros representantes das mais diversas reas do conhecimento pertencem a 35 nacionalidades A miss o principal do CIB de ndole jur dica funda mentada no mandato atribu do ao diretor geral pela Resolu o 27C 5 15 da Confer ncia G eral da Unesco de 15 11 93 que determinou a prepara o de um instrumento internacional para a prote o do genoma humano Declara o Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos da Pessoa Humana adotada unanimemente e por aclama o pela Confer ncia G eral da Unesco em novembro de 1997 e pela Assembl ia G eral da O NU no ano seguinte Funda se sobre o conceito genoma humano como patrim nio co mum da humanidade Mesa redonda de ministros da Ci ncia em outubro de 2001 convidou a UNESCO a examinar a possibilidade de desenvolver a partir da D eclara o Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos da Pessoa Humana um instrumento universal sobre bio tica A 562Assembl ia G eral das Na es Unidas em novembro de 2001 aprovou mediante recomenda o de seu Comit Legal reso
233. ente aos organismos envol vidos H obviamente intensa demanda social por novos e mais eficientes instrumentos para diagn stico terapia produ o agr cola e h interesse eco n mico em tecnologia avan ada mas o ponto de vista da ind stria biotecnol gica deve ser integrado busca de distribui o equitativa dos be nef cios advindos dos avan os tecnol gicos A inova o um dos mais im portantes fatores para a conforma o do futuro dos pa ses Todos que atuam no processo de inova o deveriam ser respons veis por seus efeitos e impli ca es por pontos de vista e interesses que podem nem sempre estar pre sentes nos laborat rios Este um importante aspecto tico do patenteamento da biotecnologia tom la como oportunidade para integrar necessidades cient ficas industriais ticas e sociais Pode ser um importante passo em dire o ao desenvolvi mento sustent vel e respons vel Nesse sentido os elementos integrantes do Termo de Refer ncia rela cionados manipula o gen tica de animais e vegetais compreenderiam Revis o dos desenvolvimentos das modifica es gen ticas envolvendo uso de animais e vegetais e o respectivo impacto sobre o consumo humano sa de da popula o e o meio ambiente Identifica o e considera o das implica es ticas desses desenvolvimen tos inclusive adequabilidade dos crit rios da Lei de Biosseguran a e dos rg os regulat rios responsabili
234. entes comuns a probabilidade dos riscos e de degrada o da qualidade de vida de indiv duos e de popula es e leg timos a aceitabilidade das novas pr ticas mas a biosseguran a o faz quantificando e ponderando riscos e benef cios ao passo que a bio tica analisa os argumentos racionais que justificam ou n o tais riscos 6 RECOMENDA ES NUFFIELD E BABAS Nuffield afirma que n o h evid ncia bastante de real ou potencial risco que justifique uma morat ria tanto em pesquisa com cultivares GM ensaios de campo ou libera o limitada no meio ambiente neste est gio E conclui que os alimentos GM at agora no mercado no Reino Unido s o seguros para o consumo humano Aquele grupo de trabalho insistiu com o governo e com a comunidade cient fica no sentido de dividirem suas responsabilidades em disseminar in forma o fidedigna sobre a ci ncia estabelecida e em responder s preocu pa es p blicas Uma escolha genu na de alimentos n o G M deve permane cer dispon vel com alimentos que cont m material GM identific vel com rotulagem adequada A aplica o de modifica o gen tica para cultivares tem o potencial de ocasionar significativos benef cios tais como maior poder nutritivo au mento da resist ncia a pestes incremento na produtividade e novos produ tos como vacinas O imperativo moral para plantar cultivares G M facilmen te e economicamente dispon veis para desenvolver os pa ses que os quei ram
235. ento sob pena nos ca sos previstos de manipula es gen ticas em humanos e animais de severas san es penais Tamb m s o previstas pela lei san es civis em situa es que causem danos pessoa propriedade e natureza campo onde a res ponsabilidade civil objetiva Para que o processo de elabora o desse C digo seja bem sucedido e represente uma efetiva contribui o ao avan o das rela es entre a ci ncia e a sociedade em nosso Pa s assim como observ ncia do processo participativo que caracteriza os melhores textos legitimados pela democracia ser neces s rio estabelecer estrat gias de atua o que proporcionem a participa o social numa perspectiva pluralista e aglutinadora dos mais diversos seg mentos da sociedade Um dos objetivos a ser alcan ado e que certamente representar o ceme da proposta de C digo a ser elaborada diz respeito ao necess rio aprofundamento do debate em torno da defini o do significado dos termos conceituais e princ pios que nortear o o referido C digo importante destacar que esse esfor o coletivo e interdisciplinar de defini o conceitual dever procurar orientar se pela concep o flex vel que se espera de um sistema de tica fundamentado em princ pios Cabe obser var que qualquer engessamento das defini es incorporadas ao C digo po der levar dogmatiza o da conceitua o empregada inviabilizando a ne cess ria articula o entre os pri
236. entre de uma mulher teria somente 20 de chance de se desenvolver em um beb Sendo gerado pela transfer ncia nuclear essa chance de menos de 1 funda mental fazer a distin o entre a destrui o deste embri o e um aborto de um feto de 3 4 meses Al m disso h anos que as cl nicas de reprodu o assistida descartam diariamente dezenas desses embri es os excedentes de processos de fertili za o in vitro Ao utilizarmos o argumento da n o destrui o de uma vida para impedir as pesquisas com CT embrion rias por coer ncia ter amos que proibir tamb m os m todos de reprodu o assistida que de uma forma geral envolvem a destrui o desses mesmos embri es Finalmente precisamos levar em considera o as vidas j existentes que podem ser salvas com o uso desses embri es Estima se que nos Estados Unidos mais de 120 milh es de pessoas entre queimados diab ticos doentes card acos hep ticos etc podem se beneficiar de pesquisas utilizando CT embrion rias No indiv duo adulto existem outros tipos de c lulas tronco como por exemplo as CT da medula ssea ou do sangue do cord o umbilical que d o origem a todos os tipos celulares do sangue Nos ltimos anos vem se des cobrindo que essas CT adultas parecem possuir um potencial de diferencia o maior do que o imaginado ou seja de forma semelhante s CT embrio n rias elas parecem ser capazes de se transformar em c lulas de m sculo neur nios etc
237. epend ncia de aprova o final da Conep Transferindo agora o enfoque para a proposta de elabora o do C di go de tica das Manipula es G en ticas faz se necess rio preliminarmente responder do que exatamente se trata Para qu Para quem Como cons truir sobre que bases Sem d vida a sociedade necessita de crit rios para nortear a aplica o do conhecimento de gen tica com vistas busca de efeitos ben ficos para as pessoas e consequentemente para todo o imbricado ciclo de vida no planeta e para a esp cie humana considerando ainda os benef cios atuais e futuros tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 84 Corina B de Freitas Inclui necessariamente formas de evitar os riscos de danos que pudes sem invalidar os potenciais benef cios esperados E constitui preocupa o atual de grupos em quase todo o mundo sejam cientistas governantes ONGs le gisladores fil sofos bioeticistas juristas etc e mesmo de pessoas comuns cidad os atentos s conquistas e avan os da ci ncia Em um mundo marcado pelas desigualdades dentro dos pa ses e entre os pa ses cabe questionar a capacidade de se assegurar benef cios que n o sejam espec ficos para uns poucos e que n o se tornem novos fatores de privi l gios e discrimina o Cabe tamb m colocar a quest o pol tica do papel dos pa ses menos desenvolvidos e sua capacidade de estabelecer parcerias com os pa ses centrais sem
238. er mite Ter feito este C digo estritamente no mbito da CTNBio a Plen ria ter se reunido ter elaborado um texto ter apresentado esse texto seria apre sentado no Di rio O ficial e teria a for a de lei A CTNBio entendeu que nao o momento de se ter um encaminhamento dessa forma e que o adequado no momento atual at mesmo no sentido e vou concordar com o Dr Gonzalo no sentido de buscar uma maneira uma forma de se ter uma participa o mais efetiva da sociedade no sentido de escutar a sociedade n o s no ambito desse semin rio porque este aqui apenas o primeiro passo da ela bora o deste C digo de tica em Manipula o G en tica mas vamos levar isso a todas as sociedades cient ficas relacionadas a rea vamos levar essa Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 259 quest o s inst ncias de pesquisa religiosas ONGs no sentido de trazer essas contribui es para que possamos elaborar um pr texto que seria co locado disposi o da sociedade numa audi ncia p blica e no pr prio site da CTNBio Com rela o ao pr prio termo C digo de tica das Manipula es G en ticas este o termo que est colocado na lei e n o podemos fugir dele mas podemos buscar o entendimento que se tem na atualidade de algo que seja um texto bastante din mico que jamais venha a engessar a ci ncia bra sileira e que possa traduzir os anseios da sociedade esse justamente o grande t
239. er do Ano 2001 em Ci ncias homenagem do Conselho Nacional das Mulheres do Brasil Edi o Especial Clonagem humana contras e pr s Mayana Zatz INTRODU O Desde o an ncio do nascimento da ovelha D olly em 1997 o assunto de clonagem n o sai da m dia Entretanto ele realmente pegou fogo no ano pas sado com dois an ncios bomb sticos O primeiro divulgado pelo m dico ita liano Salvatore Antinori e pela bioqu mica francesa Brigitte Boisselier fala em recrutar casais para clonar seres humanos O segundo do laborat rio america no Advanced Cell Therapy divulga ter conseguido produzir o primeiro clone humano para fins terap uticos nesse laborat rio A tecnologia de clonagem para gerar c pias de seres humanos a clonagem reprodutiva ou para fabri car tecidos ou rg os a clonagem terap utica t m muito em comum En tretanto enquanto a primeira condenada pelos cientistas e pela sociedade em geral a clonagem para fins terap uticos apoiada pela maioria dos pesqui sadores Por que isto Q ual a diferen a entre clonagem reprodutiva e clonagem terap utica Quais s o os riscos e os poss veis benef cios nos dois procedi mentos o que vamos tentar entender a seguir O QUE UM CLONE E QUAL FOI A GRANDE REVOLU O TRAZIDA PELA DOLLY D e acordo com Webber 1903 um clone definido como uma popula o de mol culas c lulas ou organismos que se originaram de uma nica c lu la
240. eres humanos Para sua elabora o foi formado um grupo multi e interdisciplinar com participa o de pessoas da rea de pesquisa e de sa de do direito representa o de minorias da sociedade rea teol gica e ci ncias sociais Essa norma procura esclarecer a quest o da pesquisa em seres hu manos e portanto deve ser aplicada em v rias reas do conhecimento Ela coloca as exig ncias ticas cient ficas fundamentais para a garantia dos direi tos dos sujeitos da pesquisa A resolu o 196 96 traz uma s rie de diretrizes Entre elas o consen timento livre esclarecido al m de uma base forte quanto a riscos e benefici os Ela cria Comit s de tica em Pesquisa CE Ps nas institui es deter mina como devem ser e cria uma Comiss o Nacional de tica em Pesquisa Conep para acompanhar e coordenar esse processo Estabelece um fluxo de acompanhamento dos projetos e define atribui es desses comit s e esta belece o papel da Conep Al m disso tem a miss o de garantir e resguardar a integridade direitos liberdades fundamentais dos volunt rios participan tes da pesquisa protegendo os de poss veis danos e assegurando socieda de que a pesquisa estar sendo feita de forma eticamente correta e que o interesse e o bem estar do ser humano prevale a sobre o interesse da socie dade e da ci ncia Um ponto importante que a norma prev que um projeto deve ser adequado aos princ pios cient ficos
241. es humanos para fins de material biol gico dispon vel prevendo penas de deten o que vari am de tr s meses a vinte anos Apesar de ser um instrumento legal para regulamentar horizontalmen te o tratamento e a implementa o da engenharia gen tica no pa s a Lei de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 199 Biosseguran a abre espa o para a verticaliza o de alguns pontos referentes ao processo biotecnol gico brasileiro adentrando nas quest es complexas colocadas pela bio tica no que se relaciona com os seres humanos Neste aspecto a Lei de Biosseguran a fortalece outros instrumentos normativos no campo da bio tica tal como a Resolu o 196 96 Esta Resolu o define como pesquisa envolvendo seres humanos todo trabalho cient fico que de senvolve pesquisa que individual ou coletivamente envolva o ser humano de forma direta ou indireta em sua totalidade ou partes dele incluindo o manejo de informa es materiais Ainda no mbito da Lei de Biosseguran a brasileira compete Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CT N Bio a elabora o de um c digo de tica de manipula es gen ticas A CTNBio no intuito de iniciar o debate democr tico sobre a mat ria de bio tica em manipula es gen ticas promoveu o Semin rio C digo de tica em Manipula es G en ticas que identificou e prop s linhas gerais que devem compor o c digo brasileiro que atribui
242. es nativas Ou da transfer ncia g nica horizontal de plantas para microrganismos O que se tem verificado que mesmo ocor rendo a heran a est vel muito baixa Quanto aos animais n o haveria tanto risco com rela o ao meio am biente Quanto ao risco para a sa de humana existem testes rigorosos para tais drogas que s podem ser liberadas para o mercado na Uni o Europ ia quando licenciadas pela Ag ncia Europ ia de Avalia o de Medicamentos nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration FDA e no Brasil pela Ag ncia Nacional de Vigilancia Sanitaria Anvisa No entanto para a maioria da populacao em vista dos beneficios auferidos pelos medicamentos assim produzidos como a insulina huma na a partir de bact rias e leveduras que podem prevenir o sofrimento humano e salvar vidas estes s o argumentos poderosos contra a proibi o de seu uso Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 47 3 VACINAS A tecnologia do DNA recombinante possibilitou a cria o de organis mos por manipula o molecular deliberada e a clonagem e express o de genes que codificam prote nas imunog nicas para uso em vacina o interessante assinalar dois exemplos de pesquisa neste campo que est o sendo desenvolvidas no Brasil ambas na Universidade Federal de Mi nas Gerais UFMG A primeira delas um projeto 15 liderado pelo Dr Vasco Ariston de Carvalho Azevedo membro da CTNBio
243. esenta cerca de 40 do PIB nacional Como vimos at aqui no Brasil o quadro institucional e regulat rio da biosseguran a e da bio tica com rela o aos organismos geneticamente mo dificados foi bem definido e implantado de forma pioneira e inovadora sen do a legisla o brasileira neste campo considerada das mais completas e avan cadas do mundo No tocante especificamente bio tica esta legisla o deixa claro que a CTNBio dever fundamentar suas decis es em conson ncia com os princ pios tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 176 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno centrais da bio tica princ pios da prud ncia da autonomia responsabilida de e benefic ncia e que dever elaborar o C digo de tica das Manipula es G en ticas com esta finalidade abrangendo n o apenas a sa de humana e animal mas tamb m a agricultura e o meio ambiente Por outro lado tamb m verdade que as quest es de bio tica relacio nadas s plantas geneticamente modificadas e aos produtos delas derivados constituem ainda um campo de conhecimento recente e pouco explorado e n o mereceram at o momento na literatura nacional e internacional a ne cess ria aten o e aprofundamento em contraste com a intensa pol mica referente s pesquisas com seres humanos e animais como as que envolvem as c lulas tronco e a clonagem O debate na biotecnologia vegetal tem se caracterizado ao contr
244. ess may contribute to enhance the objective content of the debate but finds itself constrained by various defficiencies from low levels of scientific literacy on the side of the public to science journalism s inability to disentangle the ideological presentations of biotechnology O Autor MarcgLo Lerte editor de Ci ncia da Folha de S Paulo jornal do qual foi tamb m ombudsman 1994 1996 e autor dos livros Os alimentos transg nicos 2000 e A floresta amaz nica 2001 da s rie Folha Explica Publifolha Foi Nieman Fellow da Universidade Harvard EUA tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta S ntese do semin rio sobre o C digo de Etica das Manipula es Gen ticas PALESTRA O QUE UM C DIGO DE TICA Nelson Gon alves Gomes doutor em Filosofia pela Universidade de Mu nique Alemanha 1976 E professor titular de Filosofia desde 1993 na Universidade de Bras lia UnB Primeiramente o palestrante discutiu a diferen a entre as palavras ti ca e moral Etica uma palavra de origem grega Ethos que significa costume Moral do latim M os tamb m significa costume Ambas palavras est o relacionadas com o certo e o errado A Ci ncia em ltima an lise busca a verdade e afasta se da falsidade Conceitos como estes certo e errado bom e mau s o valores Pode se definir valor como tudo aquilo que d car ter positivo a algo Para que valores sejam alcan
245. est colocado O grupo de trabalho recomendou um maior aumento no Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 51 suporte financeiro para pesquisas com cultivar GM dirigida produ o de alimentos de consumo b sico juntamente com a implementa o de salva guardas internacionais O Babas relacionou algumas aplica es tamb m em Medicina damo derna biotecnologia e avaliou as quest es ticas envolvidas a uma tecnologia promissora para a melhoria da sa de humana e animal b a desvantagem do uso da biotecnologia n o deve ser subestimada em bora a regula o de seguran a exista consegu ncias imprevistas e indesej veis ainda podem ocorrer devendo portanto haver uma monitora o ativa por um certo per odo de suas aplica es 7 PRINC PIOSDE BIO TICA NA LEGISLA O DE BIOSSEGURAN A BRASILEIRA No Brasil a Lei 8 974 21 de 5 de janeiro de 1995 alterada pela Medida provis ria 2 191 9 01 22 que regula o Artigo 225 da Constitui o Federal autorizou o Poder Executivo a criar a Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio rg o encarregado de propor a Pol tica N acio nal de Biosseguran a estabelecer normas e mecanismos determinados na Lei e de propor o C digo de tica de Manipula es G en ticas Assim estruturado o Brasil est entre os pa ses que t m legisla o pr pria em biosseguran a e est em perfeita harmonia com os princ pios que
246. estruir uma vida para salvar outra Apesar destes argumentos a clonagem para fins terap uticos apoia da pela maioria dos cientistas e principalmente pelas pessoas que poder o se Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 141 beneficiar por esta t cnica Em rela o a abrir caminho para a clonagem reprodutiva devemos lembrar que existe uma diferen a intranspon vel entre os dois procedimentos a implanta o ou n o em um tero humano A cultu ra de tecidos uma pr tica comum em laborat rio apoiada por todos A nica diferen a no caso seria o uso de vulos que quando n o fecundados s o apenas uma c lula que permitiria a produ o de qualquer tecido no laborat rio Quanto ao com rcio de vulos n o seria a mesma coisa que ocorre hoje com transplante de rg os N o mais f cil doar um vulo do que um rim Cada uma de n s pode se perguntar voc doaria um vulo para ajudar algu m Para salvar uma vida Em rela o destrui o de embri es humanos novamente devemos lembrar que estamos falando de cultivar tecidos ou futuramente rg os que nunca ser o inseridos em um tero Se pensarmos que qualquer c lula hu mana pode ser teoricamente clonada e gerar um novo ser poderemos chegar ao exagero de achar que toda vez que tiramos a cut cula ou arrancamos um fio de cabelo estamos destruindo uma vida humana em potencial Em resumo extremamente importante que
247. esvendar o funcionamento da natureza do pr prio homem como ser vivo e da sociedade como organismo complexo em um processo permanen te de acumula o de conhecimento Parece evidente que esse processo gera tens es na medida em que a cada nova camada de conhecimento agregada ao acervo da humanidade corresponder mais cedo ou mais tarde a alguma aplica o pr tica pass vel de explora o econ mica O novo conhecimento com frequ ncia abala valores vigentes que se contraponham sua aplica o pr tica ensejando um embate no qual as for as inerciais de preserva o de valores modular o a inser o econ mica da inova o enquanto os agentes sociais e econ micos pressionar o para ajus tar a escala de valores aos seus interesses E ssa tens o acentuada pelo cada vez menor tempo decorrente entre a revela o do novo conhecimento e sua aplica o a not ria redu o da vida til dos paradigmas O diagrama de for as dessas tens es antag nicas ter como resultante nova normatiza o no ordenamento legal que buscar conciliar interesses e valores Trata se de processo din mico cuja derivada crescente uma vez que a produ o cient fica mundial crescente ao gerar novos conhecimen tos que levam a aplica es inusitadas e induzem o debate tico e a regula o normativa O corre que neste processo o fato econ mico per se em princi pio desvinculado do exame moral 1 Marchetti 1981 p 2
248. etivo no estabe lecimento de conclus es do trabalho cient fico em especial aqueles direta mente ligados s novas tecnologias da gen tica A ordena o das preocupa es ticas presentes nas pesquisas do dom nio da gen tica tem a inten o clara de estabelecer o campo de responsabilidade de cada um dos atores envolvidos ou seja o cientista a institui o e a ag ncia de financiamento da pesquisa ou o patrocinador A especifica o dos campos de responsabilidade evidencia na resolu o o princ pio da precau o que indica como uma das finalidades relevan tes estabelecer par metros para an lises referentes rela o risco benef cio explicitadas pelas pesquisas cient ficas e pela aplica o de novas tecnologias de car ter experimental sublinhando que as pesquisas em seres humanos se justificam a partir da qualidade cient fica de seus objetivos e de seu desen volvimento na medida em que propicia um avan o real e significativo do conhecimento cient fico A op o experimental sobre seres humanos poder ser compreendida como recurso indispens vel desde que sejam apresenta das justificativas cient ficas que comprovem a inefic cia do uso de animais ou de bibliografia para subsidiar as investiga es e os estudos Ainda no que tange as an lises sobre risco beneficio do trabalho cien t fico a Lein 8974 95 concede par metros claros ao permitir como vimos ainterven o em material gen tico humano in vivo
249. ever it is important to emphasize the need to create an atmosphere of serenity and criticism avoiding prejudgements and maniqueism O Autor WiLLiam Saan HossnE professor em rito da Faculdade de Medicina de Botucatu e coordenador da Comiss o Nacional de tica em Pesquisa Conep Minist rio da Sa de Edi o Especial Regula o com parcerias Corina Bontempo de Freitas A recente estrutura o do sistema de acompanhamento da tica nas pesquisas no Pa s constituiu um esfor o em preparar a comunidade cientifi ca e a sociedade em geral para participar responsavelmente nas decis es sobre os avan os da ci ncia Sem d vida a regula o alcan ada de forma participativa entre governo e sociedade civil consolidou uma experi ncia cuja an lise pode contribuir para definir um processo de constru o do C digo de tica das Manipula es G en ticas e dar subs dios ao estabelecimen to de uma poss vel parceria da Conep com a Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a para coordena o da tarefa de suma import ncia no mo mento atual para o Brasil e para a sua rela o com os outros pa ses A primeira tentativa de regulamentar a avalia o das pesquisas cienti ficas do ponto de vista da tica no Brasil concretizou se na elabora o da Res N 01 de 1988 pelo Conselho Nacional de Sa de logo ap s sua instala o em cumprimento nova Constitui o ressaltando assim a relev ncia do assunto dentro dos
250. everia Atualmente a decis o mais correta de se fazer quando voc tem um feto afetado com Sindrome de D own vira para o casal e fala minha reco menda o se voc s querem estar estritamente dentro da lei e da tica pega um avi o vai para Miami interrompe a gravidez e volta Basicamente n o v o estar cometendo crime em lugar nenhum e v o estar perfeitamente den tro da lei e da tica Posso dizer que a maior parte dos casais n o utiliza esse conselho e toma outras medidas o que muito infeliz que sejam for ados a fazer isso na ilegalidade dentro do Brasil MESA REDONDA C DIGO DE TICA E MANIPULA O GEN TICA ALCANCE E INTERFACE COM REGULAMENTA ES CORRELATAS Coordenador M rio Toscano de Brito Filho Maria Celeste C Leite Santos membro da Sociedade Internacional de Bio tica presidente do Instituto de Pesquisa em Teoria Geral de Direito e Biodireito professora associada livre docente em Direito Penal da Faculda de de Direito da USP professora doutora em Filosofia do Direito Bio tica e Direito da PUC SP e membro fundador da Comiss o Especial de Bio tica e Biodireito da OAB SP Est lan ando o livro Biodireito Ci ncia e Vida Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 247 A palestrante iniciou esclarecendo que fil sofa e jurista e que se beneficiaria de n o ser bioeticista nem geneticista Primeiramente explicou que para os juristas o direito um
251. fase com a an lise das sugest es recolhidas nos eventos e nas correspond ncias recebidas elaborou se um documento pre liminar que foi enviado novamente a um grande n mero de entidades e espe cialistas e apresentado em audi ncia p blica onde foram ouvidas as mani festa es dos diversos interessados e de entidades de repercuss o nacional especialmente convidadas A tica em pesquisa foi tamb m tema inclu do na 102 Confer ncia Nacional de Sa de e a aprova o pelo CNS em outubro de 96 das D iretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos por meio da Resolu o 196 96 conclui a primeira etapa do processo D esta forma acredita se que estas normas realmente s o resultado do que pensa a sociedade brasileira constru da a partir de requisitos dos rg os de governo da comunidade cient fica dos sujeitos de pesquisa e da socieda de constituindo efetivo instrumento de concretiza o da cidadania e de defesa dos direitos humanos A nova resolu o traz uma s rie de diretrizes para an lise tica das pes quisas a ser feita inicialmente pelo pr prio autor do projeto e depois tamb m pelo Comit de tica em Pesquisa CEP orientando uma reflex o quanto a riscos e benef cios D etermina tamb m a cria o desses Comit s ao n vel das institui es define como devem ser constitu dos e cria a Comiss o Nacional de tica em Pesquisa Conep para acompanhar e coordenar esse processo Estab
252. ficados dos radicais usados na sua forma o do que pela identifica o das pessoas com a preocu pa o daquele que elaborou o termo Se perguntarmos s pessoas em geral inclusive a n s mesmos sobre a defini o do significado conceitual de uma palavra t o conhecida e falada constataremos que a elabora o de uma conceitua o pr pria de bio tica ou a explica o daquela com a qual nos identificamos n o uma tarefa f cil 88 Reginaldo L Minar Indubitavelmente a palavra bio tica representa uma daquelas palavras que as pessoas acostumam com o seu uso mas n o se preocupam muito com a defini o de seu significado e quando s o solicitadas a apresentarem uma defini o constatam que n o possuem grande seguran a para discorrer sobre o tema Esta situa o semelhante ao que ocorre com palavras como justi a liberda de amor felicidade D eus tica e outras que tamb m s o termos conceituais et m provocado ao longo da hist ria prolongadas reflex es e grandes discus s es filos ficas em torno de seus significados onde o problema da integra o comunicacional das pessoas diante da variedade de significados que as pala vras conceituais possibilitam tem sido uma constante N o tenho a inten o de apresentar que no presente trabalho uma conceitua o pr pria para o voc bulo bio tica O objetivo a realiza o de um breve estudo sobre o pronunciamento feito por Potter no IV Congresso Mundia
253. ficista e se dirigir diretamente opini o p blica sendo por isso tachadas paradoxalmente de obscurantistas A resposta at certo ponto bvia m nima a condi o do p blico brasileiro de participar de maneira informada e democr tica em um debate como os dos alimentos transg nicos ou das implica es da pesquisa gen mica pois sem uma base referencial m nima sobre a natureza f sica do que est em jogo at mesmo as considera es ticas se ap iam sobre o vazio Seria uma fal cia no entanto concluir que essa constata o diminui por menos que seja seu direito de tomar parte nessa discuss o Seria antes o caso de dizer que esse estado de coisas cria uma obriga o para todos os atores do processo a come ar pelos jornalistas fornecer informa o com preens vel qualificada e contextualizada sobre as biotecnologias da enge nharia gen tica transgenia da gen mica eugenia Esse desafio est posto para a divulga o cient fica mas n o s para ela Especial aten o deveriam ter para com ele as autoridades reguladoras encarregadas que s o de defender o interesse difuso pois dos interesses par tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 220 Marcelo Leite ticulares da ind stria biotecnol gica pode cuidar ela mesma Sem uma inter ven o esclarecida e decidida da imprensa e do Estado a quest o da biotecnologia continuar extraviada numa algara
254. fico das manipula es gen ticas torna se absolutamente necess ria a exist ncia de um documento que consolide itens desse tipo tendo em vista a juventude dessa rea tecnol gica os perigos que a envolvem e o tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 60 Nelson G Gomes v cuo legal que reconhecidamente existe em tomo dos seus t picos Um c digo pode ser elaborado com a colabora o de representantes da comunidade cient fica de t cnicos da rea de assessores governamentais de pessoas liga das a outros ramos da ci ncia da cultura e a setores da opini o p blica A elabora o de um c digo pode ser feita de modo din mico evitando os proce dimentos lentos e formais que caracterizam os parlamentos Por isso mesmo tamb m a eventual revis o de um c digo muito mais f cil E ssas s o as suas vantagens Infelizmente por m mesmo um c digo de manipula es gen ticas pode ter o destino de tantos outros tornando se in cuo ou pior servindo de prote o para interesses corporativos inconfessos As diversas formas de manipula o gen tica provocam desconfian a quando n o temor na opini o p blica H algumas d cadas tais avan os tecnol gicos foram anunciados com otimismo at que certos problemas co me aram a aparecer e com eles as suspeitas de que interesses comerciais e vaidades pessoais estariam sendo colocados acima dos valores da vida Hoje as pessoas tendem a
255. geiras geneticamente modificadas cujos genes introduzidos expressam prote nas que imunizam os su nos que se ali mentam destas plantas A viabiliza o desta tecnologia que vem sendo cha mada de Vacinas Comest veis provavelmente facilitar e ampliar a imu niza o do rebanho su no canadense A mesma estrat gia j vem sendo tra balhada por diversos grupos visando a vacina o de humanos contra hepati tes e desinterias Giddings et al 2000 No Brasil pesquisas desenvolvidas em parceria entre a Embrapa e a Unicamp t m demonstrado a viabilidade da produ o de insulina humana e horm nio humano de crescimento em sementes de soja e milho Hoje apro ximadamente 60 da insulina e boa parte do horm nio humano de cresci mento vendido nas farm cias s o produzidos por meio de t cnicas de DNA recombinante em que essas subst ncias s o produzidas em bact rias e leve duras Essa tecnologia permitiu reduzir custos e aumentar a qualidade do produto A proximidade evolucion ria entre plantas e seres humanos em compara o entre bact rias leveduras e seres humanos permite transfor mar plantas em timas biof bricas que podem produzir f rmacos com efici n cia maior ainda Leite et al 2000 Um outro exemplo do potencial do uso de plantas para produ o de diversos compostos o trabalho da equipe do Dr Kenneth Gruys publica do narevista Nature Biotechnology Slater et al 1999 Neste trabalho o autor mostra
256. gislativa Na perspectiva da pesquisa cabem comunidade cient fica as tarefas prementes de esclarecer e orientar o debate assim como de colaborar na Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 7 elei o de crit rios bio ticos socialmente relevantes para o exame dos avan os das ci ncias da vida Desta forma o di logo na sociedade se radicar num plano racional interdisciplinar prospectivo global e sistem tico No Brasil o governo em todas as suas esferas desempenha papel fun damental com rela es s chamadas Ci ncias da Vida Cabe s distintas ins t ncias de governo harmonizar diferentes ordens de considera o como o avan o da C amp T a garantia de alimentos e medicamentos adequados e saud veis e a preserva o da sa de p blica e da sustentabilidade do meio ambiente Nos sa miss o fixa se em um objetivo central representativo do desafio contempo r neo estimular a sociedade a encarar de forma estrat gica o futuro e refletir sobre o papel da ci ncia e tecnologia na constru o do presente e do futuro do pa s Nossa trajet ria passa pela amplia o do di logo e pela disposi o de ouvir de modo que nosso pr prio enfoque se enrique a nessa discuss o Com alucidez e o discernimento resultar o desses debates os par metros fundamentais que orientar o a trajet ria das pesquisas e inova es no cam po da sa de humana e assegurar o que o Pa s continue entre os
257. gnificados distintos CONSIDERA ES FINAIS O Princ pio da Precau o n o deve constituir barreira pesquisa cien t fica e s atividades que envolvam a manipula o de organismos genetica mente modificados e seus derivados Se de um lado necess rio reconhecer tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 188 Cristina Possas amp Reginaldo Minar a possibilidade de danos ainda n o conhecidos e procurar antecip los e dimension los com base nos conhecimentos cient ficos existentes resguar dando os legitimos interesses do conjunto da sociedade de outro necess rio criar os mecanismos e procedimentos regulat rios capazes de assegurar a atividade cient fica com o m nimo de risco Ao longo da hist ria da humanidade as inova es cient ficas sempre foram objeto de indaga es sobre os seus poss veis riscos No entanto esta preocupa o numa vis o prospectiva de longo prazo com riscos futuros um fen meno relativamente recente No ltimo s culo os avan os no cam po da f sica e mais recentemente no campo da engenharia gen tica com o desenvolvimento de terapias ou alimentos oriundos de plantas geneticamen te modificadas t m resultado em questionamentos sobre seus poss veis efei tos nocivos no futuro para a sa de ou para o meio ambiente Atualmente em algumas argumenta es podemos constatar que de forma equivocada procura se exigir certeza absoluta na regul
258. go de conduta 158 Milena Soares amp Ricardo dos Santos versas doen as cr nico degenerativas constituindo um instituto virtual o Instituto do Mil nio de Bioengenharia Tecidual IMBT Este projeto fi nanciado pelo Minist rio da Ci ncia e Tecnologia e vem possibilitando a realiza o tanto de estudos em modelos experimentais quanto ensaios preli minares em pacientes por interm dio da integra o com hospitais e centros especializados em v rios estados do Brasil Nestes estudos j est o sendo utilizadas c lulas tronco adultas retiradas do pr prio indiv duo para o trata mento de doen as card acas Trabalhos experimentais de pesquisadores do exterior e da Universi dade Federal do Rio de Janeiro UFRJ demonstraram a capacidade de rege nera o de cora es lesados por infarto do mioc rdio ap s tratamento com c lulas tronco de medula ssea Baseados nestes resultados um primeiro estudo j vem sendo realizado no Rio de Janeiro em uma colabora o da UFRJ e do Hospital Pr Cardi co Neste estudo 10 pacientes com cardiopatia grave de origem isqu mica sem nenhuma possibilidade terap utica recebe ram transplante aut logo de medula ssea no cora o Em 80 dos casos observou se uma melhora cl nica total ou parcial que p de ser observada poucos meses ap s o transplante Estudos sobre o uso de c lulas tronco de medula ssea no tratamento da cardiomiopatia chag sica cr nica experimental v m sendo desen
259. guel onde ele se desenvolver at o nascimento Essa a chamada clonagem reprodutiva Alternativamente o embri o clonado no est gio de blastocisto pode ser utilizado para a obten o das chamadas c lulas tronco CT embrion ri as E ssas c lulas podem ser multiplicadas no laborat rio e possuem a capaci 126 Lygia V Pereira dade de se diferenciar em qualquer tipo de tecido Assim a partir de CT embrion rias de camundongos j foram derivadas c lulas hep ticas do m s culo card aco do p ncreas neur nios etc Quando transplantadas em mode los as c lulas diferenciadas s o capazes de regenerar os respectivos rg os afetados e aliviar os sintomas dos animais Clonagem reprodutiva vulo de doadora vulo enucleado NV transfer ncia nuclear embri o clonado clone M e de aluguel c lula humana CT embrion rias humanas tamb m s o capazes de se diferenciar em v rios tipos celulares Essas c lulas representam uma fonte de tecidos para transplantes que podem aliviar as mais diferentes doen as em seres huma nos Por exemplo neur nios poderiam ser gerados e transplantados no c re bro de pacientes com doen as neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer c lulas secretoras de insulina para indiv duos com diabetes c lulas do m sculo card aco para tratar infarto c lulas hep ticas poderiam regenerar um f gado cirr tico Al m disso como s o geneticamente id nticas
260. humano n o raramente pode ser extremamen te angustiante entendendo se por ang stia o sentimento decorrente de precisar saber o que n o se sabe A op o pode suscitar tal grau de ang stia que o ser humano pode at chegar ao ponto de preferir em determinadas situa es que n o haja op o ou que a op o seja feita por outrem e assim se desvencilha da ang s tia e eventualmente do sentimento de culpa e com o acr scimo de poder culpar os outros O mais comum por m que muitos diante do dilema da Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 67 op o fogem ao ju zo cr tico e reflex o buscando comodamente sa da em c digos de moral ou disposi es legais j estabelecidos bvio que ao se fazer o ju zo cr tico sobre valores isto ao se praticar o exerc cio tico cada um de n s vai p r em jogo sua racionalidade suas emo es seu patrim nio gen tico e tamb m os valores morais Esse exerc cio tico pressup e como elemento indispens vel a liber dade sem a qual n o se pode falar nem em op o nem em responsabilidade Outros elementos ou condi es ao lado da liberdade precisam estar assegurados n o coa o nem coer o n o preconceito na medida humana do poss vel humildade para respeitar o ju zo do outro e grandeza para mu dar a op o reconhecendo o equ voco Convenhamos que em assim sendo o exerc cio da tica mobilizando
261. i ncia e Tecnologia Que dever se guiar pela concep o doutrin ria abrangente do conceito de C digo traduzida pela D ra Maria Celeste Cordeiro como o conjunto de nor mas estabelecidas por lei que se caracteriza pela regula o unit ria de um ramo do direito ou da tica atendendo a crit rios Tr s caminhos iniciais primeiro que fosse um documento de princ pios com car ter educativo Segundo que fosse um documento vinculativo com san es ticas Terceiro que fosse um C digo de tica que respalde as deci soes da CTNBio e portanto vincularia os componentes da CNTBio e condicionaria a aprova o dos projetos apresentados bem como condicionaria a atua o das Comiss es Internas de Biosseguran a Entendemos que essa terceira proposta seria a melhor Sendo assim como j exposto pelo Dr Pena a forma do documento seria parte geral com Pre mbulos e Princ pios e uma parte Geral com quest es referentes a seres humanos animais plantas microorganismos meio ambiente e direitos do con sumidor Nesse contexto as Comiss es Internas de Biosseguran a seriam os bra os de atua o os bra os executores das determina es desse C digo tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 274 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas Finalmente propomos a formaliza o da Comiss o e incumbir CTNBio definir qual a forma para propor ao Ministro essa
262. ia que resulta da boa conduta da alma e que determina o lugar certo de qualquer coisa e de qualquer ato no mundo Assim e mais esquematicamente a tica tem por objeto a rela o da alma com o meio Para tratar de quest es relevantes para a pessoa e para a humanidade valemo nos da tica Aplicada cujo exemplo mais bem acabado a Bio tica 18 neologismo derivado das palavras gregas bios vida e ehike tica o estudo sistem tico das dimens es morais incluindo vis o decis o condu ta e normas morais das ci ncias da vida e da sa de utilizando uma varie dade de metodologias ticas num contexto interdisciplinar O progresso biotecnol gico se por um lado contribui para o bem estar humano por outro levanta quest es tais como a seguran a biol gica e os limites ticos de seus avan os este espa o que a Bio tica vem ocupando de forma crescente cujo paradigma mais difundido o principalista 19 Foram propostos quatro princ pios como orientadores da a o autonomia benefic ncia n o malefic ncia e justi a Estes princ pios n o teriam qual quer disposi o hier rquica e seriam v lidos prima facie Havendo conflito entre eles proceder se ia a an lise caso a caso O princ pio da autonomia preserva o direito da pessoa decidir seu destino a capacidade da pessoa governar se a si mesma O princ pio da jus tiga norteia o dever da sociedade de garantir distribui o equitativa dos bene f cio
263. ial com a chamada terceira onda do processo inovativo na biotecnologia vegetal em que plantas geneticamente modificadas passam a ser desenvolvidas para atuar como biof bricas na produ o de produtos de interesse da ind stria de medicamentos produ o de f rmacos como a insulina e horm nio do cres cimento e vacinas entre outros de alimentos e de ra es Portanto embora a literatura cient fica internacional e os meios de comunica o de massa tendam a se concentrar nas quest es de bio tica en volvendo pesquisas de engenharia gen tica com seres humanos e animais como entre outras as que envolvem a clonagem e a utiliza o de c lulas tronco importante ressaltar que tamb m existem importantes quest es de bio tica envolvendo a modifica o gen tica de plantas e que devem ser con sideradas no futuro C digo de tica das Manipula es G en ticas que deve r ser elaborado pela Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CT N Bio a partir de ampla consulta sociedade brasileira Pelas raz es apontadas a seguir ser nos est gios mais avan ados do pro cesso inovativo na biotecnologia agr cola que as quest es de bio tica se far o ainda mais evidentes para a comunidade cient fica e o conjunto da sociedade EST GIOS INOVADORES DA BIOTECNOLOGIA VEGETAL importante destacar de in cio que a engenharia gen tica aplicada agricultura em que pese as conquistas j alcan adas encontra se ainda
264. ica outros pa ses da Am rica Latina Temos de reconhecer que os pesquisadores brasileiros apesar dos proble mas agr colas tropicais serem muito mais numerosos e mais complexos que aqueles que existem no clima temperado e das limita es existentes para a pesquisa brasileira os pesquisadores brasileiros conseguiram levar a agricul tura do Brasil numa situa o de muita superioridade em rela o ao resto do mundo tropical Luiz Ant nio Barreto de Castro Tamb m quero discordar desse discurso um discurso velho diz sempre que n o nos resta fazer nada sen o chorar sob o cobertor que n s n o temos capacidade de inventar nada n o temos capa cidade de criar nada Francamente convido voc s a pensarem sobre uma rea lidade um pouco diferente As informa es mostram que a ci ncia brasileira tem melhorado nos ltimos 25 anos Acabei agora um concurso dentro da Embrapa em que os candidatos todos por exemplo que chegaram na rea de an lise gen mica v m de S o Paulo com dois p s doutorados D epois de ter minar o doutorado temos avan os extraordin rios na rea gen mica Ou n o fizemos isso foi copiado dos outros Ou ser que os EUA pediram ao Brasil para fazer o sequenciamento daX ylda da uva ou ser que as 25 patentes que depositamos no Inpi na rea de tecnologia de engenharia gen tica em plantas n o vale nada roubamos de algu m A tecnologia de engenharia de plantas usa 10 genes Tudo est para ser descobert
265. ics bridge to the future publicada em janeiro de 1971 Potter quem primeiro pro p e uma nova disciplina chamada bio tica que se converteria em uma pon te entre duas dimens es da cultura a cient fica e a human stica Por outro lado relativamente tica e moral hoje seria razo vel conceber essa distin o qualificando a primeira como a ci ncia dos funda mentos ou princ pios da a o e a segunda como o conjunto de normas que regulam a a o humana tica seria ent o consoante concep o axiol gica que se adote a ci ncia do bem e do mal a ci ncia da moral o estudo dos fundamentos da moral o conjunto de princ pios que guiam as a es huma Vide Scholze 1997 Para conhecer detalhadamente a disputa pela paternidade do termo bio tica Cf Reich Warren T Il termine bioetica nascita provenienza forza Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 19 nas os crit rios e teorias sobre o comportamento correto Moral por sua vez um imperativo de conduta individualmente assumido cuja observ n cia n o est condicionada coer o externa Assim como a moral e a tica tamb m o direito se desenvolve na esfera axiol gica No entanto vai se distinguir conceitualmente daquelas seja por seu car ter coercitivo seja pela forma de manifestar se a lei N o raro mas com especial intensidade no s culo XX o direito con frontado com situa
266. ido desoxirribonucl ico recombinante AD N c Recomenda o de 21 06 90 R 90 1 relativa detec o diagn stico e conselho tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 106 Adriana Diaf ria veira a busca de benef cios e da garantia do ser humano tendo como fio condutor o princ pio b sico da defesa da dignidade humana J h algu mas d cadas tem servido como ponto de refer ncia nas discuss es no mbi to das ci ncias biol gicas e afins contribuindo com a formula o de politi cas p blicas e encontrando na seara jur dica a sua consagra o final Conforme nos ensina Pessini e Barchifontaine a bio tica teve sua express o origin ria nos Estados Unidos e posteriormente na Europa den tro de uma abordagem voltada defini o de novos conceitos nos casos de situa es limites ou de fronteiras decorrentes dos avan os cient ficos e tecnol gicos voltados a rea da medicina e da sa de Relativamente s atividades de manipula o gen tica de mol culas de DNA a aplica o dos conceitos ticos ou bio ticos enquadra se num novo contexto tendo em vista o momento hist rico e a rede de interesses que possibilitaram a proje o das t cnicas para a realiza o de tal feito Desde a revolu o industrial o Homem tem experimentado o seu po der de interfer ncia nos processos naturais da vida seja atrav s do extraordi n rio desenvolvimento econ mic
267. idos esfera p blica mais pragm tica tecn fila e confiante nas autoridades reguladoras e da Europa mais filos fica tecnof bica e desconfiada ou sob o paradigma racionalidade vs irracionalidade Algumas pesquisas de opini o revelam no entanto um quadro mui to mais matizado tornando essas categorias de interpreta o em grande medida irrelevantes para a compreens o da controv rsia brasileira A divulga o cient fica pela imprensa pode contribuir para aumentar o grau de objetividade desse debate mas se encontra tolhida por defici ncias diversas do baixo grau de informa o cient fica do p blico a sua pr pria incapacidade de problematizar as apresenta es ideol gicas da biotecnologia Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 221 Abstract The debate around Brazilian regulations of transgenic foods genetically modified organisms or G MOs is usually interpreted with the aid of a dichotomy of attitudes which supposedly opposes the A merican public a more pragmatic and technophilic public sphere also more confident in regulating authorities to the European public more philosophic technophobic and distrustful or under the paradigm rationality vs irrationality However some opinion polls reveal a more nuanced picture one wich renders those interpretation categories irrelevant to a great extent for the understanding of the controversy in Brazil Popularization of science through the pr
268. iferen a de um C digo de tica de Manipula o para toda a sociedade como foi colocado aqui ontem C digo de tica de Manipula o G en tica para a conduta da CTNBio assim e um C digo de tica de Manipula o G en tica para a sociedade tem uma diferen a enorme Maria Celeste Entendo que um C digo geral e abrangente Como o senhor teve essa impress o ele nacional mas direito da CT N Bio restrin Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 275 gir Entendo que ele ter um impacto muito grande em todas as areas inclusi ve na jur dica at pode ser guia de uma futura legisla o n o tica mas jur dica No contexto inicial desse Semin rio parece que os componentes da CTNBio preferem que eles sejam mais restritos Maria Celeste Emerick Acho extremamente prematuro descer hoje a qualquer n vel de detalhe N o temos nenhuma condi o amadurecida para definir detalhes Tivemos uma dificuldade enorme de entendimento da for ma como estava na lei Significava propor que nivel de compet ncia ou seja n o s o coisas simples extremamente prematuro Acho que o grupo na hora de redigir tentou delinear uma primeira id ia de possibilidade de se ter um C digo que juntasse princ pios gerais e fosse o mais abrangente poss vel com alguma forma de implementar da uma vincula o e entender que a forma de estabelecer Instru es Normativas teria amparo legal Seria uma forma de
269. ificados e seus derivados como o caso da soja resistente ao herbicida glifosato soja Roundup Readya Portanto nesta primeira onda est o sendo introduzidas em plantas principalmente caracter sticas que permitem toler ncia a o de herbicidas e g Glifosato gene CP4 E PSPS Glufosinato de am nia genes bar e par Imidazolinonas gene ahas etc caracter sticas que impedem o ataque de insetos e g plantas Bt com os genes Cry1 Cyr2 Cry3 Cry4 e Cry9 caracte risticas que retardam a matura o de frutos e g genes ACC A minocydopropane gene SAM S A denosylmethionine gene PG Polygalacturonase e caracter sti cas que conferem resist ncia a virus e g gene CMV CP Cucumber M osaic V irus Coat Protein genePRV CP Papaya Ringspot V irus C oat Protein gene CP VMDE Capa Prot ica do Virus do Mosaico Dourado do Feij o onde a inser o de DNA que codifica para a CP Capa Prot ica do v rus reduz a reprodu o do v rus Miflin 2000 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 167 Estas caracter sticas s o importantes agronomicamente podendo fa vorecer o manejo das lavouras e em muitas situa es reduzir os custos de produ o Dentro de um curto prazo ainda veremos nesta primeira onda outras caracter sticas de toler ncia a diferentes mol culas de herbicidas in setos v rus e outros pat genos como fungos e bact rias assim como carac ter sticas que conferem toler
270. igosa a disponibilidade ilimitada da natureza pelo ho mem ou sua modifica o por meio de t cnicas de engenharia gen tica fo mentando a desconfian a intuitiva da popula o notadamente na Europa com respeito s pol ticas p blicas acerca da manipula o gen tica Relativamente aos animais os temores s o no sentido de que com as pesquisas para a produ o de animais transg nicos venha ampliar seu uso instrumental reifica o indiferente considera o de sua natureza n o objetual Poderia incentivar a tend ncia a considerar os animais na catego ria das coisas inventadas e disposi o do homem em geral aceito o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 35 ponto de vista de que o sofrimento animal deve ser evitado tanto quanto pos s vel No Brasil est em debate no Congresso Nacional o Projeto de Lei PL 1153 95 relativo ao uso de animais para ensino e pesquisa elaborado em conjunto pelo Minist rio da Ci ncia e Tecnologia Academia Brasileira de Ci ncias Fiocruz com a participa o de sociedades de prote o dos animais a fim de estabelecer crit rios para a cria o e o uso de animais em atividades de ensino e pesquisa de modo a assegurar lhes tratamento adequado Especificamente com rela o s pesquisas agr colas as implica es ticas tamb m referem se mais aos efeitos socio econ micos particularmente nos pa ses do Terceiro Mundo do que propriam
271. ilidade de nossa con di o social e humana A MORALIDADE DA CLONAGEM O fil sofo Hans Jonas foi um dos primeiros pensadores a detectar a caducidade dos termos em que tradicionalmente se exprimiam os questionamentos dirigidos pela tica ao progresso tecnocient fico Conti nuamos a discutir a t cnica do ponto de vista da verdade antropol gica quer no sentido de ela realizar o verdadeiro sentido do humano quer opostamente no sentido de ela constituir a pr pria nega o do ser humano ou da nature za Ora a t cnica n o pode ser nem eticamente submissa nem histerica mente dominadora Nessa discuss o podem ser indicados dois caminhos de an lise um tecnocient fico e outro bio tico Como n o sou especialista em gen tica prefiro ater me a uma reflex o epistemol gica Parece me que nesse campo t o complexo a quest o de fundo a ser discutida a moralidade da clonagem E moral clonar seres humanos Se usarmos exclusivamente a emo o nos sa resposta imediata ser n o Se por outro lado o argumento for racio nal seremos obrigados a interpretar duas identidades para o novo ser uma gen tica biol gica e outra pessoal antropol gica O clone pode perfeitamente ser id ntico do ponto de vista biol gico mas ser sempre diferente do ponto de vista pessoal Ao clonar as caracteris ticas gen ticas clona se a biologia de um indiv duo n o sua personalidade Apesar de algumas poucas constata
272. imputatione designa o ato ou efeito de imputar ou atribuir a algu m a autoria de uma a o ou omiss o Com o que foi exposto e ap s analisar o contexto do pronunciamento feito por Potter podemos concluir que o significado que o palestrante bus cou transmitir com o emprego da palavra responsabilidade n o pode ser outro sen o aquele que exprime uma preocupa o com o resultado final do comportamento E com esse significado que empregaremos o termo res ponsabilidade no presente trabalho Assim acreditamos ter deixado claro que o elemento responsabilida de ao permear a reflex o no campo da bio tica exige o agir com modera o com prud ncia ou precau o buscando evitar ao m ximo as condutas que apresentam uma probabilidade relevante de inseguran a Argumentando acerca de uma preocupa o semelhante a de Potter o fil sofo judeu alem o Hans Jonas em sua obra O princ pio da responsabili dade apresentou uma das melhores contribui es para o campo da bio tica Preocupado n o s com um apocalipse brusco oriundo dos riscos do progresso t cnico cient fico global e de seu uso perverso mas tamb m com a possibilida de de um apocalipse gradual decorrente do efeito cumulativo das a es huma nas Jonas apresenta paralelamente ao princ pio kantiano de tica cl ssica um imperativo para uma tica da civiliza o tecnol gica age de tal maneira que os efeitos de tua a o sejam compat veis com a perman ncia
273. inada por condi es ambientais e sociais nas quais o indiv duo se encontra incluin do o seu estado de sa de condi es de vida nutri o e educa o Acreditamos que a posi o brasileira refletiu tamb m uma preocupa o interna da pr pria atividade cient fica ou seja a busca da adequa o conceitual aos objetivos humanos da atividade cient fica evitando interpre ta es ideol gicas no exerc cio do trabalho cient fico importante acentu ar que a ci ncia n o est fundamentada em bases ideol gicas a ci ncia deve ser livre para estruturar suas linhas de investiga o e hip teses pois este 0 caminhar do avan o cient fico No entanto devemos estar atentos para o uso que dela se faz devemos voltar nossas preocupa es para analisar as formas e as inten es da aplica o dos resultados geridos pela ci ncia Em termos objetivos a posi o brasileira firmou se nos seguintes ter mos W e understand the H uman G enome as one of the ultimate translators of our species W e certainly hope that this D edaration and its implementation will succeed in presenting the H uman G enome as a fundamental point of unity among individuals communities and nations as well as a biological structure reminding us all to celebrate cultural and ethnical diversities O Brasil foi um dos paises que submeteu proposta de resolucao ao atual texto da Declara o Universal do Genoma Humano Alguns pontos relevantes for
274. indo para a melhoria da qualidade de nossa vida Partindo da premissa aristot lica de que a vida o bem maior e de que diante de conflitos polarizados entre um problema pr tico como a preserva o da vida de uma pessoa e um problema moral religioso deve se optar antes de tudo pela resolu o do problema pr tico a utiliza o de c lulas tron co de embri es passa a ser entendida como eticamente aceit vel Caso na compara o entre a a utiliza o terap utica de c lulas tronco de pessoas adul tas b obtidas de cord o umbilical ou c provenientes de embri es humanos fique comprovada a maior potencialidade duplicativa e adaptativa das lti mas torna se eticamente aceit vel a manipula o gen tica das mesmas A chamada clonagem reprodutiva humana por sua vez pelo me nos neste in cio do s culo XXI n o encontra nenhum amparo tico ou moral para sua realiza o Al m de pessoalmente n o acreditar que nenhum cientista ou empresa esteja hoje capacitado a dominar com absoluta segu ran a todas as vari veis t cnicas envolvidas na sua complexa execu o no atual momento hist rico indispens vel levar em considera o a quest o da diversidade humana um dos nossos mais valiosos patrim nios naturais tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 120 Volnei Garrafa A maioria dos casos de casais que n o conseguem ter filhos j pode hoje ser resolvida com a ajud
275. interrup o de gravidez acho que fica melhor a cargo de cada casal Mas essa pergunta levanta uma coisa que hoje de manh j foi debati do nem tudo que tico legal e nem tudo que legal tico Por exemplo a interrup o de gravidez por anomalia fetal grave e incur vel como a tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 246 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas S ndrome de D own uma coisa que no Brasil n o legal uma coisa que medicamente considerada tica embora no Brasil o C digo de tica M di ca seja muito atrelado legisla o Mas porque n o legal no Brasil Porque o C digo Penal no seu artigo 124 se n o me engano diz que as nicas con di es que se pode interromper uma gravidez sao morte materna iminente ou quando a gravidez produto de um estupro e n o contempla a possibili dade de doen a fetal Quando Jo o Figueiredo era presidente da Rep blica e era o Ministro da Justi a Ibrahim Abi Ackel que encaminhou ao Congresso um projeto de reforma do C digo penal que inclu a no seu artigo a permis s o de que isso fosse feito S que desde aquela poca v rios projetos de reforma do C digo penal incluindo isso j foram apresentados e simples mente o Congresso n o vota uma situa o na qual continua n o sendo permitido pela lei mas por qu Porque o Congresso n o vota as leis com a agilidade que d
276. iss o entende que algu m culpado de ter cometido algum deslize contra as normas do c digo no mais das vezes ele objeto de advert ncia ou de censura Em geral o p blico nem sequer sabe da exist ncia de tais c digos comiss es ou processos internos Mesmo entre funcion rios quase sempre desconhecida a exist ncia desse tipo de docu mento normativo Porisso mesmo n o se deve confundir os c digos de tica com as leis disciplinares vigentes no servi o p blico Embora na maioria das empresas p blicas ou particulares c digos de tica n o desempenhem papel importante h caso de categorias dotadas de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 59 vasto prest gio social n o necessariamente dentro do servi o p blico que tratam os seus c digos de tica como se fossem normas mui especiais e restritivas t o fortes quanto a lei O usu rio de certos servi os levado a pensar que nada pode fazer quando o profissional que o atende em quest es cruciais apela para o assim chamado foro ntimo isto para um suposto direito de decis o puramente pessoal que o seu c digo lhe garantiria f cil perceber que em tais situa es as pretensas normas de tica profissional s o meros instrumentos corporativos que servem isto sim para proteger indiv duos e grupos contra o descontentamento do p blico Quando um c digo de tica t o somente uma declara o de princi pios e de
277. itam A clonagem terap utica teria a vantagem de evitar rejei o se o doa dor fosse a pr pria pessoa Seria 0 caso por exemplo de reconstituir a medu la em algu m que se tomou parapl gico ap s um acidente ou para substituir o tecido card aco em uma pessoa que sofreu um infarto Entretanto esta t cnica tem suas limita es Ela n o serviria para portadores de doen as gen ticas como por exemplo um afetado por distrofia muscular progressiva que necessita substituir seu tecido muscular Al m disso se houver redu o no tamanho dos tel meros as c lulas clonadas teriam a idade do doador e n o seriam necessariamente c lulas jovens Uma outra quest o em aberto seria o comportamento dos genes de imprinting que poderiam inviabilizar o processo dependendo do tecido ou do rg o a ser substitu do Em resumo por mais que sejamos favor veis clonagem terap utica trata se de uma tecnologia muito cara e com limita es importantes Por este motivo a gran de esperan a vem n o da clonagem mas da utiliza o de c lulas tronco de outras fontes que podem ser obtidas de a indiv duos adultos b sangue do tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 140 Mayana Zatz cord o umbilical e placenta c embri es n o utilizados que s o descartados em cl nicas de fertiliza o Em rela o s c lulas tronco de adultos e de cord o umbilical ainda n o sabemos se s o totipotentes ou pluripotentes
278. ivando o mapeamento e an lise do c digo gen tico humano em sua totalidade E ste Projeto coloca em pauta quest es capazes de interligar os campos de reflex o nos dom nios das Ci ncias da Vida das Ci ncias Humanas e Sociais das Ci ncias Pol ticas e Econ micas do Direito da Filosofia e da tica A corrida para o registro de patentes de mais de 300 genes pelos Insti tutos Nacionais de Sa de dos Estados Unidos em 1991 desencadeou deba tes sobre os direitos comerciais sobre o DNA humano cujos enfoques pas saram a expressar profundas preocupa es sociais filos ficas e cient ficas diante das possibilidades de privatiza o da vida A Hist ria registra que a primeira patente autorizada para um organis mo vivo foi resultante das pesquisas empreendidas por Louis Pasteur refe rente a uma levedura livre de germes patog nicos agentes adventicios o que permitiu o avan o do processo de fabrica o da cerveja A diretiva con siderada para a aprecia o das quest es ligadas aos direitos de propriedade intelectual sobre seres vivos ou material biol gico considera fundamental Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 195 mente a informa o contida nos genes do organismo e n o o organismo em si estabelecendo assim crit rios de diferencia o daquilo que a proprieda de f sica ou corp rea de uma determinada esp cie vegetal ou animal Estes instrumentos legais que visam o ajuste
279. ja elaborado seguindo em linhas gerais a sistem tica adotada para a Resolu o 196 96 Nesse sentido apresenta um esquema de trabalho ressaltando a necessidade de participa o de pessoas de diferen tes reas do conhecimento e dos diversos segmentos da sociedade Considera o mo mento oportuno para elabora o do c digo ou diretrizes alertando por m para a necessidade de se criar um clima de serenidade e de esp rito cr tico evitando se a interfer ncia inadequada de maniqueismos e de preconceitos Abstract Initially this article considers the conceptual aspects of bioethics with an analysis of its doctrine and the related transdisciplinary relationships The Code of Ethics in Genetic Manipulations should be elaborated according to the characteristics of Bioethics and should be conceived in the format of D irectives providing the flexibility of the ethic exercise avoiding both rigid and permissive procedures The author co ordinated the elaboration of the Ethic Norms on Researches with Human Beings CNS MS Resolution 196 96 and suggests that the document of the code on genetic manipulations should be elaborated using the systematic procedures and strategies adopted in the process of the resolution 196 96 A work scheme is presented stressing the need to involve people from different knowledge areas and several society segments participation This moment is opportune for elaborating the code or directives How
280. jam de princ pios para a rea animal as normas do COBEA apontam algumas diretrizes para a quest o da tica com animais No campo dos animais foi feita uma proposta pelo representante do Conselho de Medicina Veterin ria do Rio de Janeiro da preocupa o do Conselho que o C digo de tica das Manipula es G en ticas de Animais obviamente englobando animais no escopo da lei ou seja de O G Ms deve ria contemplar a tica e o bem estar desses animais Identificamos a inexist ncia de um C digo de tica Animal mais am plo porque se houvesse um C digo de tica de Manipula o Animal sem ser gen tica mas de um trabalho com Animal mais amplo certamente muita coisa ou quase tudo poderia ser incorporado para a manipula o de animais transg nicos Mas esse documento n o existe Houve a recomenda o que houvesse uma articula o da CTNBio com o Conselho Federal de Medicina Veterin ria para a discuss o pois parece que o Conselho tem essa proposta de elabora o de um C digo de tica de trabalho com animais para que ent o se incorporasse essa quest o com trabalho de transg nicos dentro desse C digo mais amplo de tica de trabalho com animais Levantou se tamb m a exist ncia de uma lei tramitando parece me que h cinco anos para uma proposta de um C digo de tica de animais em geral O projeto de lei est tramitando e importante que a CT N Bio recupe rasse esse texto para trabalhar dentro dessa perspectiv
281. l de Bio tica que foi realizado em T quio no ano de 1998 analisan do os termos utilizados pelo mesmo na conceitua o que apresentou e sua preocupa o com a redefini o do significado original da palavra bio tica Nesse pronunciamento Potter argumentou sobre o significado original do termo e chamou a aten o para o fato de que at o momento que a revista Time lhe deu destaque em 1971 um ano ap s a palavra bio tica ter sido publicada pela primeira vez Nesta poca poucas pessoas estavam alertas para a sua exist ncia e significado e praticamente ningu m a associava com uma preocupa o para o futuro Mas ap s a palavra emplacar na m dia e se tornar parte da linguagem seu significado original foi explorado e redefinido pelas rela es p blicas e especialistas em tica m dica e passou a ser vista ampla mente de forma equivocada como sin nimo de tica m dica Potter lembrou que j em 1975 havia alertado para a dicotomia entre a concep o original de bio tica e a dos eticistas m dicos argumentando que em sua preocupa o inicial a bio tica foi pensada como uma nova ci ncia que construiria uma ponte entre ci ncia e humanidades mais precisamen te uma ponte entre a ci ncia biol gica e a tica bio tica portanto Uma preocupa o com o fato de que a tica deve estar presente nos limites das observa es biol gicas emp ricas e experimentais e com a necessidade de se elaborar um sistema d
282. las devem estar sendo encaminhadas de for ma adequada Nosso trabalho da CTNBio continuar com suas reuni es ordi n rias e extraordin rias quando necess rio Mas al m desse trabalho quere Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 269 mos dar uma nfase muito grande elabora o desse C digo para que seja feita da melhor forma poss vel e com a mais ampla participa o poss vel da sociedade brasileira E esse nosso desejo Corina Bontempo S queria comentar que realmente essa quest o da burocratiza o frequentemente colocada no momento da regulamenta o ou no momento em que h algum cerceamento de algumas situa es Segu ramente a id ia de uma norma contribui e est se discutindo isso aqui no sentido da contribui o A contribui o de uma norma ter uma regulamenta o um valor e como valor significa uma coisa que se paga algo por isso Temos de ter isso em mente com clareza Paga se alguma coisa um esfor o grande de toda essa mobiliza o das pessoas tanto da rea cient fica da socie dade governo respons vel pela regulamenta o Na poca da implementa o o valor tamb m ter custos Se a regulamenta o um valor definido e isso importante ter clareza haver custos de tempo espera esfor o avalia o situa es que n o podem exceder o benef cio que pode trazer Genaro Paiva A elabora o do C digo de tica ser central para criar pon
283. lbuquerque Bernardo E C Soares G utenberg Daio de S osa inar AAR EE AE ai 193 tica e percep o p blica As biotecnologias e suas quimeras Mareld RE USAR RD PRN DIR E A meneta nae 213 Documento S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es G en ticas 223 Apresenta o O avan o da ci ncia envolve o debate e por vezes a reavalia o de conceitos ticos e legais de interesse para a sociedade A hist ria oferece numerosos exemplos em que avan os cient ficos deram margem ao debate tico e revis o do quadro normativo citem se apenas os casos de Cop rnico Galileu D arwin e neste s culo as consequ ncias b licas da f si ca nuclear Muitas vezes as aplica es b licas polarizaram as aten es isso acontece justamente no dom nio nuclear ao mesmo tempo em que ganham relevo as preocupa es com as armas qu micas e biol gicas Por isso mesmo as aten es internacionais t m sido focadas nestas quest es com conheci dos e preocupantes desenvolvimentos Hoje a biotecnologia est na berlinda E quanto mais veloz e profun da a mudan a do paradigma biotecnol gico e quanto mais a biotecnologia torna se central na pesquisa cient fica e no debate pol tico maior a trans forma o de nossas pr prias vis es do mundo A biotecnologia aplicada sa de humana um universo explorado de forma ainda insuficiente no pa s mas certamente cresce a aten o de nossa comunidade
284. let rias nos mais de 30 mil genes humanos Algumas doen as como a fibrose c stica podem ser causadas por cerca de mil muta es diferentes em um nico gene Al m disso existem centenas de doen as graves como as distrofias muscu lares progressivas causadas por muta es g nicas e que s aparecem ap s 0 nascimento Dizer portanto que ser poss vel evitar o nascimento de crian as com doen as gen ticas uma utopia porque hoje tecnicamente impos s vel detectar todas estas muta es em um feto E A FERTILIZA O IN VITRO N O A MESMA COISA De acordo com Brigitte Boisselier a t cnica de fabricar c pias huma nas seria um m todo altemativo reprodu o assim como a fertiliza o assistida adotada por casais inf rteis ou homossexuais Os defensores da clonagem humana argumentam que a fertiliza o in vitro quando iniciada h 20 anos tamb m gerou protestos mundiais e hoje temos milhares de cri an as que nasceram gra as a esta tecnologia Entretanto a grande diferen a entre as duas tecnologias que na reprodu o assistida utilizam se as c lulas sexuais o vulo e o espermatoz ide que foram programados para esta fun o e passaram pelo processo da gametog nese forma o de gametas e da meiose A fertiliza o assistida simplesmente facilita o encontro do vulo e do espermatoz ide quando isto n o ocorre naturalmente e n o pressup e o uso de outras c lulas como as c lulas som ticas
285. lidade de ocorr n cia e magnitude introduzindo uma perspectiva coletiva do dano a no o matem tica do risco Bernstein 1997 possibilitando fundamento cient fico para sua antecipa o No entanto foi somente na segunda metade do s culo XX que Potter autor que definiu pela primeira vez o conceito e os fundamentos da bio tica passou a utilizar o conceito de conhecimento que pode ser perigoso defi nindo o como aquele ainda n o bem compreendido e cujas consequ ncias ainda n o s o totalmente conhecidas No entanto importante destacar que na vis o de Potter para enfrentar esta situa o necess rio gerar mais co nhecimento e n o tentar impedi lo Potter 1970 Com o surgimento da engenharia gen tica no in cio dos anos 1970 os pr prios pesquisadores passaram a se preocupar com a utiliza o deste novo conhecimento como potencialmente perigoso estabelecendo morat ria vo lunt ria para a pesquisa neste campo A Confer ncia de Asilomar em 1975 possibilitou a elabora o de diretrizes para a utiliza o adequada e segura do conhecimento cient fico na engenharia gen tica Berg et al 1975 A postura precaut ria assumida pela Confer ncia de Asilomar certamente contribuiu para a orienta o do comportamento na atividade da pesquisa em engenharia gen tica que fundamentaria o princ pio da prud ncia ou precau o que seria posteriormente objeto de reflex o te rica por diversos autores fundamenta
286. life ra o e diferencia o celular que podem garantir a gera o de quantidade 154 Milena Soares amp Ricardo dos Santos suficiente de c lulas novas e das estruturas supramoleculares que providen ciam a organiza o espacial plenamente funcional de novos tecidos gerados e sua integra o sist mica A import ncia crescente da medicina regenerativa devida s modifi ca es demogr ficas e sociais O aumento progressivo da idade m dia das popula es humanas e em particular das popula es urbanas gera a neces sidade de garantir cada vez mais a qualidade da vida compat vel com um custo e uma carga social aceit veis Calcula se que o n mero de habitantes de terceira idade 65 85 anos triplicar nos pr ximos 50 anos e o n mero de habitantes em senectude crescente gt 85 anos ser multiplicado por seis O segundo desses dois grupos consome vinte vezes mais custos da assist n cia m dica e duas vezes mais interna o hospitalar do que o primeiro As doen as degenerativas s o a causa essencial e crescente dessa carga social levando deteriora o da qualidade de vida e aumento dos custos da assis t ncia m dica Por outro lado as popula es jovens vivendo em aglomera es de alta densidade est o mais expostas a les es traum ticas Embora nu mericamente menos significativas as les es traum ticas t m um alt ssimo custo social gerando frequentemente indiv duos jovens debilitados ou permanente
287. lma espiritual de responsabilidade moral O direito vida do ser humano inocente e a originalidade de sua transmiss o s o valores que devem ser preservados A procria o humana um ato corp reo ps quico e espiritual que exige uma coopera o respons vel dos esposos com o amor fecundo de Deus O uso da t cnica n o condenado mas sim a separa o entre a dimens o biol gica fecundativa e a dimens o espiritual do eu O palestrante falou sobre algumas situa es sobre as quais a Igreja Cat lica se manifestou a saber Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 239 O embri o humano o embri o humano ser uma pessoa adulta Inter ven es no embri o humano que respeitem a vida e a integridade deste ser orientadas para a melhoria das condi es de sa de e sobreviv ncia s o con sideradas l citas A produ o de embri es humanos como material biol gico dispon vel considerada imoral bem como a obten o de embri o humano sem conex o com a sexualidade A diagnose pr natal visando a cura indivi dual respeitando a vida e a integridade do embri o ou feto vista como atitude correta mas torna se uma quest o problem tica quando visa apenas o comodismo e o bem estar do casal O termo pr embri o usado para definir o embri o antes do pro cesso de organog nese No entanto h uma unidade viva anterior organog nese e desta forma pr embri o seria
288. lo equacionamento de risco de que t cnicas modernas de biotecnologia pos sam representar Sa de P blica meio ambiente e agricultura O central a essa defini o s o as palavras seguran a e risco Seguran a vem do latim e significa seguro confi vel correto reto adequado E o que risco Risco vem do espanhol e significa penhasco alto escarpado Como posso chegar ao seguro ao nirvana se tenho de subir um penhasco alto escarpado No penhasco alto escarpado eu caio morro me fraturo O conceito surge a par tir de 1974 quando Herbert e Stanley produzem a primeira mol cula recombinante ent o vem toda essa alegoria Brincando de D eus o ser hu mano agora tem poderes absolutos Elementos t o respons veis como The N ew York Times pediram em editorial que jamais os cidad os cogitassem premiar qualquer cientista que trabalhasse na rea de DNA recombinante Eles pediram formalmente que o comit Nobel nunca desse um Nobel a cientistas que trabalhassem na rea Biosseguran a a uma certa altura esqueceram que foi esse m todo que per mitiu muita coisa maravilhosa como a compreens o da mec nica do c ncer N o podemos cur lo ainda mas entendemos um pouco mais dele A Aids foi um v rus cujo processo foi mapeado a partir dessas t cnicas Participei como representante do Brasil na elabora o da D eclara o Universal do Genoma Fiz uma pergunta a todos eles Como eu estava no comit de reda o eu verificava que as
289. lu o para estabelecimento de grupo de trabalho que realizar estudos sobre clonagem humana reprodutiva sob coordena o da Unesco juntamente com outras ag ncias das Na es Unidas Como resultado come a a ser examinada a elabora o de uma nova conven o internacional para banimento da clonagem reprodutiva humana 16 Endere o na Internet http www Unesco org ibc uk genome index html tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 30 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro 4 1 CONSIDERA ES RELATIVAS ELABORA O DO C DIGO DE TICA DAS MANIPULA ES GEN TICAS No Brasil a elabora o de normas para a biotecnologia na primeira metade da d cada de 90 n o foi precedida por debates ticos aprofundados em decorr ncia da pr pria acelera o das pesquisas nesse campo e da neces sidade de sua r pida regula o t cnica Embora tenha se subvertido o pro cesso normal em que o debate tico em sociedade antecede a produ o le gal a nova legisla o corretamente prev a discuss o e a ado o de um C digo de tica das Manipula es G en ticas Atualmente considerando se n o apenas os progressos alcan ados pela comunidade cient fica nacional mas tamb m pelas crescentes demandas sociais hora de enfrentar esse desafio e intensificar os entendimentos para proposi o desse instrumento Com esse prop sito o Minist rio da Ci ncia e Tecnologia instituiu Grupo de Trab
290. luem desde a procria o assistida diagn sticos pr implanta o clonagem e pesquisas com c lulas tronco embrion rias clonagem terap utica e clonagem reprodutiva doa o de rg os participa o de seres humanos em protocolos de experi menta o e em testes cl nicos terapias g nicas sequenciamento gen tico e uso dos dados gen tica comportamental e neuro tica at quest es relativas ao fim da vida Organismos geneticamente modificados O G Ms configu ram uma das mais instigantes quest es contempor neas relacionadas aos progressos da pesquisa e um dos temas centrais da bio tica Entre esses avan os as pesquisas com c lulas tronco embrion rias incluem se tamb m entre as quest es mais pol micas Tais pesquisas permi tir o num futuro n o distante criar rg os e tecidos para transplantes por exemplo Mas essa perspectiva ben fica sociedade confronta se com ques t es complexas como a relativa gera o de embri es para uso exclusivo em pesquisa Com rela o clonagem humana reprodutiva definida na D eclara o Universal do G enoma Humano e dos Direitos Humanos como pr tica contr ria dignidade humana art 11 seria realmente uma quest o crucial o argu mento de que envolve uma inaceit vel instrumentaliza o do ser humano Seria a clonagem terap utica procedimento aceit vel sobretudo ao conside rar se a possibilidade de tratamento de doen as incur veis e incapacitantes Conduziri
291. m Medicina 1997 Mar Ano X 79 Freitas CBD Os Comit s de tica em Pesquisa Bio tica 1998 6 189 195 Guttman A amp Thompson D Democracy and Disagreement Cambridge MA Harvard University Press 1997 55 Resumo A recente experi ncia de um grupo designado pelo Conselho Nacional de Sa de para elabora o das normas de tica em pesquisa envolvendo seres humanos apresenta da como subs dio defini o de estrat gias para a organiza o do C digo de Etica das Manipula es G en ticas no Brasil E sugerido um processo participativo com oportunidades de ouvir a comunidade cient fica e a sociedade em geral por meio de grupos organizados e de representantes no Congresso Abstract Regulation in partnership The experience in constructing rules for ethic evaluation of research involving human subjects a recent enterprise held by a group designated by National Health Council is presented in order to help defining strategies to organise ethics guidelines to genetic manipulation in Brazil A participative process is suggested to permit opportunities to hear the scientific community and society in general through organized groups and citizen representatives A Autora Corina BONTEMPO DE FREITAS m dica pediatra sanitarista com especializa o em Sa de P blica e G est o P blica e Qualidade Secret ria Executiva da Comis s o Nacional de Etica em Pesquisa Conep do Conselho Nacional de Sa de Edi o Especial
292. m bases pluralistas e democr ticas REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Berlinguer G amp Garrafa V O Mercado Humano Estudo bio tico da com pra e venda de partes do corpo Editora UnB Bras lia 2000 22 ed 252 p Garrafa V amp Costa SF orgs A Bio tica no S culo XXI Editora UnB Bras lia 2000 160 p Jonas H Il Principio Responsabilit Einaudi Ed Torino 1990 291 p Sfesz L A Sa de Perfeita cr tica de uma nova utopia Ed Loyola S o Paulo 1996 357 p Resumo D esde os prim rdios da civiliza o a esp cie humana est busca da imortalidade e da sa de perfeita As discuss es sobre a clonagem humana est o inclu das neste contexto Neste sentido o autor analisa positivamente a clonagem terap utica incluin do a utiliza o de c lulas tronco de embri es humanos Procura des construir os argumentos relacionados com a demoniza o da clonagem que partem do sensacio nalismo da superficialidade argumentativa ou de absolutos morais Por outro lado entende como moralmente question vel no presente momento hist rico a clonagem reprodutiva seja por raz es de inseguran a t cnica de insuficiente aprofundamento das discuss es morais ou pela pr pria evolu o das pesquisas no campo da reprodu o assistida que ainda est o longe de esgotar se A partir da Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 123 tica da responsabilidade cient fica e social
293. m d vida ser basilar para a constru o de um c digo de tica abrangente e que atenda aos anseios de todos os segmentos da sociedade brasileira REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS C mara dos D eputados Brasil 1998 Proposta de Emenda Constitui o n 618 A mensagem 977 98 Poder Executivo Bras lia DF tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 210 L M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa Clarke D L Johansson C B Wilbertz J Veress B Nilsson E Karlstrom H Lendahl U Fris m I 2000 G eneralized Potential of Adult Neural Stem Cells Sdence Jun 2 1660 1663 Dicson D 1996 Whose genes are they anyway Nature 381 11 14 Garrafa V 1995 A Dimens o da Etica em Sa de Publica Faculdade de Sa de P blica Universidade de S o Paulo Hanna K E Cook D eegan R M amp Nishimi R 1993 Finding a forum for bioethics in U S Policy Politics and the L ife Sdenoss 12 205 219 Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI 1996 Lei da Proprie dade Industrial Minist rio da Ind stria Com rcio e Turismo Bras lia DF International Centre for Genetic Engineering amp Biotechnology ICGEB 1999 Activity Report Trieste Italy http www icgeb trieste it Lenoir N 1991 Aux fronti res de la vie une thique biom dicale la fran aise Paris la Documentation Fran aise Macer D J 1997 G netique et Bio
294. m diretrizes para a CTNBio come ar a nortear esse trabalho Seria um documento intemo de trabalho mas o produto final seria uma pro posta de C digo de tica para todos aqueles que fazem manipula es nessas diferentes reas Maria Celeste Emerick O tempo todo estou entendendo que estamos pensando num C digo de tica de Manipula es G en ticas para diversas reas que executam manipula es gen ticas seja pesquisa ind stria com r cio enfim onde aparecer Tenho a impress o que o que est gerando confus o no nosso discur so o fato de termos tentado pensar um pouco que vamos ter que criar uma inst ncia espec fica que ter que implementar esse C digo Esse gru po entendeu e come ou a tentar simplificar e ver se a CTNBio seria o canal poss vel para tentar implementar algum procedimento atrav s de Ins tru es Normativas portanto com for a de Lei um exerc cio que fize mos de tentar pensar numa operacionaliza o que est gerando talvez a forma de expressar certas coisas que talvez tenham gerado confus o mas acho que o entendimento geral o mesmo M rio Toscano A Plen ria da CTNBio tem atribui o legal de elaborar o C digo de tica das Manipula es G en ticas como est no escopo da Lei A CTNBio vem sempre fazendo avalia o de Biosseguran a porque isso est no escopo da Lei que atribui o legal da mesma Portanto existe no texto da pr pria lei refer ncia a alguns princ pios
295. ma o do consumidor embora n o haja consenso quanto extens o da exig ncia atecnologia do DNA recombinante no mundo em desenvolvimento dever ser levada adiante por uma parceria de fundos p blicos e privados a primeira gera o de sementes e alimentos geneticamente modificados trouxe pouca percep o de benef cio ao consumidor mas esta percep o pode mudar para melhor se forem oferecidos novos produtos com maiores benef cios de qualidade sa de e pre o A popula o tamb m vivencia inquieta es decorrentes de sua vulnerabilidade frente aos avan os da ci ncia e da t cnica O Nuffield Council on Bioethics 7 fundamenta se em tr s princ pios ticos principais 1 princ pio do bem estar da humanidade 2 manuten o dos direitos da popula o e 3 princ pio da justi a Baseado nestes postulados o Nuffield publicou um relat rio avalian do quest es ticas relativas ao cultivo e uso de alimentos G eneticamente Modificados G M 1 poss vel preju zo sa de humana 2 prov veis danos ao meio ambiente e 3 desconforto com o status n o natural dessa tecnologia O Bioethical Aspects of Biothecnology in Agrofood Sector Babas ao abordar Aspectos ticos da Biotecnologia na Agricultura salientou ques toes ticas gerais semelhantes incluindo o seguinte ponto Assinalar se iam diferen as ticas entre a moderna biotecnologia e as t cnicas mais tradicionais O Babas incluiu em
296. maneira a respeitar prerrogativas propriet rias como previstas na Lei de Patentes brasileira 4 Ampliar os f runs cient ficos com a finalidade de assegurar a precis o conceitual evitando erros basilares no texto da D eclara o Em termos gerais as quest es mais evidentes que saem do documen to proposto pela ONU baseiam se em dois princ pios um que estipula o genoma como patrim nio comum da humanidade e outro que se preocupa com a prote o da dignidade humana Segundo nossa aprecia o o entendi mento do primeiro princ pio vincula se s regras do direito internacional no que se aplica regulamenta o da explora o de recursos visando o interes se de toda a humanidade entendimento que deve ter a preocupa o com tudo que est ligado diretamente defesa e prote o da dignidade dos seres humanos e de seus direitos individuais Existe o risco iminente de se consolidar uma l gica instrumentalizada para justificar a associa o da pesquisa do genoma humano l gica condi cionada a disponibilidade dos recursos econ micos e sua utiliza o o que levanta em car ter urgente a necessidade da formula o de uma proposta cujo objetivo tra ar um plano capaz de rever a quest o da explora o in Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 207 ternacional dos recursos mundiais com a participa o decisiva das institui es cient ficas em sintonia com representa o dos mais
297. mecanismo de controle um conjunto de normas E o objetivo do semin rio propor a elabora o de um C digo de tica de Manipula es G en ticas O C digo traz exatamente um conjunto de normas estabelecidas por lei Caracteriza se pela figura o unit ria de um ramo do direito e a compet ncia deste C digo da CTNBio Se esta pro posta for aprovada vigorar em territ rio nacional Trata se de uma legisla o com conota es amplas que envolve todas as pessoas que pretendem fazer uso de t cnicas de manipula o gen tica Dra Maria Celeste explicou que o primeiro sentido jur dico de mani pula o gen tica que seria aquela feita atrav s de t cnicas de transfer ncia de segmento espec fico de DNA A manipula o de gametas e embri es nem sempre dirigida modifica o do patrim nio gen tico seria o segundo sentido amplo que envolveria uma manipula o germinal e obst trica na qual estariam inclu dos an lises de genes na consulta gen tica de diagn sti cos pr implantat rios pr ou p s natais A nova gen tica nos leva a crer que todos os seres vivos incluindo o homem fazem parte da mesma biosfera e t m um destino comum Por m a liberdade de investiga o n o absoluta tem como limite o bem da huma nidade j que a responsabilidade do homem e da ci ncia constituem uma exig ncia tica fundamental Para que a exist ncia terrena se perpetue para um novo homem que s
298. mento do ser humano proibido por lei preciso refletir a quest o bio tica quanto ao projeto genoma e terapia g nica pois tratam se de bens de interesse p blico As lacunas legais permitem que a ci ncia fa a tudo sendo necess rio estabelecer limites que dever o ser im postos no estatuto do homem Ao terminar Dra Maria Celeste mencionou os gregos o abuso n o pode eliminar o uso A possibilidade de um uso eticamente inaceit vel de uma t cnica fruto do saber humano n o pode eliminar o seu uso se ben fi ca para os demais membros dessa sociedade O que procede ser estrito regulamento no marco do bem comum e esse marco a lei Adriana Diaf ria doutoranda em Direito das Rela es Sociais pela PUC SP mestra em Direito das Rela es Sociais pela PUC SP especialista em Direito Ambiental Faculdade de Sa de P blica da USP professora de D i reito Ambiental na PUC SP advogada e autora do livro A clonagem Huma na Aspectos jur dicos e Bio ticos Inicialmente a palestrante esclareceu que seu enfoque seria sobre o contexto hist rico da evolu o dos direitos O direito romano era baseado em rela es de poder visando regula mentar rela es sociais Estas por sua vez s o movimentadas por interesses de toda ordem Naquela poca no come o do direito o direito tinha uma concep o de estado Posteriormente na Idade M dia com a ascens o do Cristianismo a Igreja tomou a for a
299. mites e sua transforma o em instrumento ideol gico No mundo contempor neo a pesquisa gen tica e a biotecnologia es t o a demandar a reavalia o de valores e a revis o do quadro normativo O avan o da ci ncia e tecnologia no Brasil bem como o correspon dente debate tico e jur dico vem sendo estimulado desde o in cio da ltima d cada pela acelerada expans o da pesquisa gen tica e a correspondente regula o legal Por essa raz o tornou se premente o exame dos respectivos aspectos factuais legais e valorativos Um importante desafio para bioeticistas cientistas legisladores governos e para a sociedade brasileira em geral explorar as inter rela es entre o avan o das ci ncias da vida que s o fatos concretos o respectivo escopo normativo representado pelas normas legais e a auto regula o profissional e a tica que pertence esfera axiol gica A din mica expans o do conhecimento cient fico mostra que os dom nios legal e tico apresentam car ter provis rio e em constantes transforma es Vivenciamos essas influ ncias rec procas em diversas ocasi es recentes A clonagem da ovelha D olly na Esc cia em 1996 deu margem a intensos debates com especula es metaf sicas que s vezes extrapolam suas conse qu ncias Representou no imagin rio coletivo a interven o direta do ho mem sobre a pr pria ess ncia da vida Esse foi na verdade um importante passo dado pela ci
300. mmalian cells Nature 385 810 813 Resumo D esde o an ncio da Dolly o primeiro mam fero clonado a partir da transfer ncia do n cleo de uma c lula som tica para um vulo sem n cleo assuntos relaciona dos com clonagem humana t m sido publicados constantemente pela imprensa A maioria dos cientistas contra a clonagem reprodutiva considerando se o risco gigantesco de se gerarem fetos anormais ou crian as com doen as gen ticas graves Entretanto o uso desta tecnologia para fins terap uticos a clonagem terap utica ou tecnologia de transfer ncia de n cleos poder ser altamente ben fica para tratar in meras doen as degenerativas como as distrofias musculares doen a de Alzheimer ou diabete Neste artigo estamos explicando de maneira resumida as diferen as entre clonagem reprodutiva e clonagem terap utica quais s o as diferentes fontes de c lulas tronco e porque a nossa legisla o deveria apoiar pesquisas com c lulas tronco embrion rias para o tratamento de doen as neurodegenerativas Abstract H uman Cloning Cons and Pros Since the announcement of D olly the first mammalian cloned by the nucleus transfer of a somatic cell to an enucleated ovum issues related to human cloning have been constantly in the press Most researchers are against reproductive cloning due to the enormous risk of generating abnormal fetuses or children with severe genetic disorders However the use of this technology for therapeutic pur
301. n a pesquisas envolvendo povos ind genas novos medi camentos e vacinas novos dispositivos e equipamentos para a sa de etc Foram encaminhadas 2 300 correspond ncias solicitando sugest es e enviando material b sico para subs dio inclusive por meio da revista Bio tica do Conselho Federal de Medicina contendo as diretrizes nacionais vigentes e normas internacionais O Informe Epidemiol gico do SUS com distribui o de 20 mil exemplares publicou tamb m os documentos de subs dio e as etapas do processo de revis o solicitando sugest es Esta divulga o provo cou o desencadeamento de discuss es e do interesse de aprofundamento sobre bio tica em diferentes grupos o que constituiu per se um dos resulta dos mais importantes do trabalho Semin rios institucionais e locais foram realizados por v rias entidades cient ficas associa es da sociedade civil e universidades para organiza o de pontos de vista coletivos a respeito do tema Algumas institui es defini ram grupos de trabalho para posicionamento e elabora o de sugest es Os membros do grupo de coordena o mobilizaram seus pares visan do incentivar as discuss es e participaram de diversos eventos cient ficos em apresenta es sobre o tema Bio tica tendo sido percept vel a mobiliza o da sociedade inclusive pela imprensa tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 82 Corina B de Freitas Ap s essa primeira
302. n cleo da c lula som tica tem que ser inserido em um tero como aconteceu com a Dolly No caso da clonagem humana a proposta seria retirar se o n cleo de uma c lula som tica que teoricamente poderia ser de qualquer tecido de uma crian a ou adulto inserir este n cleo em um vulo e implant lo em um tero que funcionaria como uma barriga de aluguel Se este vulo se desen volver teremos um novo ser com as mesmas caracter sticas f sicas da crian a ou adulto de quem foi retirada a c lula som tica Seria como um g meo id ntico nascido posteriormente J sabemos que n o um processo f cil Dolly s nasceu depois de 276 tentativas que fracassaram Al m disso dentre as 277 c lulas da m e de Dolly que foram inseridas em um vulo sem n cleo 90 n o alcan aram nem o est gio de blastocisto A tentativa posterior de clonar outros mamife ros tais como camundongos porcos e bezerros tamb m tem mostrado uma efici ncia muito baixa e uma propor o muito grande de abortos e embri es malformados O utro fato intrigante que ainda n o se tem not cias de maca co ou cachorro que tenha sido clonado Mesmo assim o italiano Antinori ea francesa Brigitte defendem a clonagem humana para gerar herdeiros para tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 136 Mayana Zatz quem n o pode ter filhos pelo m todo natural um procedimento que tem sido proibido em todos os pa ses Al m disso a sim
303. n o vem sendo discutido por toda a sociedade considerando as quest es ticas que envolvem a tecnologia do DNA recombinante A CTNBio devido a sua compet ncia legal de propor um C digo de Etica das Manipula es G en ticas vem dirigindo este debate conside rando sempre os princ pios da bio tica Ao elaborar este c digo a CTNBio trilha um caminho de transpar ncia propiciando informa o cient fica precisa e acess vel ao p blico leigo favorecendo a discuss o plena de toda a sociedade Abstract There are several changes anticipated by the advance of recombinant DNA technology In human and animal health good examples are the possibility of organ transplants without rejection and production of new drugs In agriculture the main example is the possibility of increase the food production without expansion of the cultivated area However the society is discussing these advances considering the ethic issues involved resulting from the recombinant DNA technology CTNBio has a legal attribution to propose a Code of Ethics in Genetic Manipulations and is heading this discussion considering the Bioethics principles In the process of elaborating this code CTNBio will contribute to na avenue of transparency providing precise and accessible scientific information to the population favouring broad and in depth discussion by all society Os Autores M rio Toscano DE Brito Fito m dico doutor em Cardiologia e professor da Univer
304. n 1997 Dolly was the first demonstration that mammalian life can start not only from the fusion of a sperm with an egg but from any single cell from an adult through a process called cloning The idea of human reproductive cloning is rejected by all international scientific community this kind of reproduction is not miraculous it is a disaster in every mammalian species where it has been used Nevertheless the use of the same techniques for therapeutic purposes has the potential of revolutionizing medicine creating an unlimited source of tissues for transplants for a number of diseases However the so called therapeutic cloning involves a series of ethical moral dilemmas which must be thoroughly discussed by society so that we can profit from the wonders of the new medicine A Autora Lycra pa Veica Pereira formada em Fisica pela PUC RJ mestre em Biof sica pelo Instituto de Bioci ncias Carlos Chagas Filho UFRJ e doutora em G en tica Molecular Humanano Mount Sinai Medical Center EUA E pesquisadora e coorde nadora do Laborat rio de G en tica Molecular no D epartamento de Biologia USP Em 2001 seu grupo anunciou a produ o do primeiro camundongo transg nico no Brasil Em 1997 iniciou uma linha de pesquisa sobre clonagem e desde ent o vem ministrando palestras sobre a clonagem Condena a clonagem como forma de repro du o humana e enaltece os potenciais terap uticos dessa mesma tecnologia Recebeu o t tulo de Mulh
305. nante 4 Em 1976 o Relat rio Williams no Reino Unido classificando as experi n cias segundo o grau de risco 5 Em 1977 Movimento Universal da Responsabilidade Cient fica que aglutinou cientistas preocupados com os avan os da biologia 6 Em 1977 as Guidelines for Research Involving DNA Molecules publicada pelo National Institute of Health NIH nos Estados Unidos para a concess o de financiamentos s institui es de pesquisa nesta rea de acordo com o atendimento destas regras Andorno Roberto L a dignidad humana como noci n dave en la D edaraci n dela UNESCO sobre d genoma humano In Revista de Derecho y Genoma Humano n 14 BBV Foundation Espanha 2001 p gs 41 53 10 Oliveira F tima de Bio tica uma face da cidadania S o Paulo Editora Moderna 1997 pag 55 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 104 Adriana Diaf ria 7 Em 1977 institu da a primeira Comiss o ministerial na It lia no Instituto Superior de Sa de para a avalia o dos problemas decorrentes da manipula o gen tica in vitro 8 Em 1978 os princ pios bio ticos foram consagrados pela comiss o nor te americana para a prote o da pessoa humana na pesquisa m dica comportamental por interm dio do Relat rio Belmont Na d cada de 80 e 90 estes movimentos se intensificaram e novos documentos surgiram delineando novos direcionamentos s atividades en volvendo mol cul
306. nc pios previstos no sistema de tica articu la o essa que fundamenta a capacidade do mesmo de se adaptar s cons tantes mudan as na ci ncia e na sociedade Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 11 Diferentemente dos C digos jur dicos esse C digo de tica das Ma nipula es G en ticas n o possui natureza coercitiva Trata se ao contr rio de um instrumento destinado a orientar a reflex o tica caso a caso sobre os procedimentos que ser o adotados nos processos necess rios ao desen volvimento e inova o no campo da engenharia gen tica O trabalho de elabora o da proposta para o referido C digo vem sen do objeto de reflex o na CT N Bio e foi oficialmente iniciado com publica o de Portaria ministerial constituindo Grupo Executivo de Trabalho com esta finalidade Este suplemento especial que conta com a participa o de auto res com atua o em diversas reas do conhecimento certamente contribuir para fundamentar esse processo de constru o Esper A BR O CAVALHEIRO Presidente da Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Bio tica e normas regulat rias reflex es para o c digo de tica das manipula es gen ticas no Brasil Simone H C Scholze M rcio A nt nio T Mazzaro 1 INTRODU O A sociedade um sistema em aprendizagem onde a ci ncia permi te d
307. ncia em dire o compreens o dos mecanismos que regem a vida e consistiu de fato na quebra de um dogma da biologia A discuss o sobre o patenteamento de seres vivos por ocasi o da tramita o da Lei de Propriedade Industrial refletiu a preocupa o com a apropria o econ mica e legal da vida com vastas implica es ticas e apreens es quan to a eventuais deforma es do processo de gera o do conhecimento e suas aplica es O debate sobre alimentos transg nicos deu relevo a questionamentos rela tivos ao controle dos desenvolvimentos cient ficos mas igualmente indicou a necessidade de melhor percep o p blica da ci ncia O xito ea ampla repercuss o internacional do sequenciamento gen tico por tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 16 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro cientistas brasileiros da bact ria X ylella fastidiosa a primeira praga agr cola a ter o genoma sequenciado demonstrou que a ci ncia brasileira nada deixa a dever s realiza es dos grandes centros internacionais A expans o dessas pesquisas tornam o Brasil um pais de reconhecida import ncia nesse campo Recentes not cias sobre pesquisas que fazem uso de c lulas tronco de embri des humanos para desenvolvimento de tecidos e rg os v m suscitando a re flex o sobre tais interfer ncias tendo em vista sobretudo o impacto na cons ci ncia coletiva e individual da possibilidade de
308. nd formulated by the National Technical Biosafety Commission CTNBio after extensive consultations and public audiences They try to examine from a conceptual perspective the theorethical foundations in the origin of these Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 191 principles and their implications for the scientific activity in the contemporary world referring to the existing literature on philosophy and bioethics Os Autores Cristina De ALBUQUERQUE Possas secret ria executiva da Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio professora e pesquisadora da Funda o Oswaldo Cruz Fiocruz onde foi coordenadora da p s gradua o strido sensu em Sa de Publica E doutora em Sa de P blica pela Escola Nacional de Sa de P blica ENSP da Fiocruz com p s doutorado em Popula o e Sa de Internacional na Universidade de Harvard onde ainda atua como pesquisadora visitante no Harvard New Diseases Group REGINALDO Lopes MiNar assessor jur dico da CTNBio graduado em Direito pela Unimep e mestre em Filosofia do Direito pela mesma universidade tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Patenteamento e licenciamento do genoma humano e perspectivas para a elabora o de um c digo de tica em manipula es gen ticas L eila M acedo O da Marli B M de A Ibuquerque Bernardo E C Soares G utemberg D elfino de Sousa As grandes rupturas ocor
309. ndo posteriormente no cen rio internacional a atividade dos r gaos regulamentadores da atividade cient fica neste campo em todo o mundo No final da d cada de 1970 Jonas 1979 considerando n o s a bioci ncia mas todo o conhecimento cient fico que possa implementar uma tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 186 Cristina Possas amp Reginaldo Minar t cnica conceituou o princ pio da responsabilidade chamando a aten o para a necessidade de valoriza o do conceito do risco e da import ncia de sua utiliza o respons vel pela comunidade cient fica antecipando os riscos e resguardando a humanidade de situa es de riscos previs veis Esta vis o de Potter e Jonas certamente bastante distinta da vis o aprior stica r gida e excessivamente impeditiva do princ pio da prud ncia ou da precau o que vem sendo disseminada pelos meios de comunica o de massa e mesmo em alguns meios acad micos Para esclarecer as origens destes equ vocos necess rio realizar an li se retrospectiva dos fundamentos do entendimento aprior stico desse princi pio na regula o da atividade cient fica na engenharia gen tica O Princ pio da Precau o proposto na Confer ncia Rio 92 foi discu tido posteriormente no mbito internacional por autores diversos como Shrader Frechette 1994 que retomaram abordagem semelhante de Potter sobre o conhecimento potencialmente perigoso
310. ne Moreira Fizemos um exerc cio reflexivo N o se trata de propor o que certo Segundo que bvio que n o s o para as condutas da CTNBio mas s o as diretrizes que ela estar observando na an lise dos processos que lhe forem submetidos Por isso esse C digo de tica conteria as diretrizes que ela deveria verificar nos projetos que lhe chegassem m o Existiu consenti mento pr vio informado Se n o existiu o projeto n o aprovado seria esse direcionamento bvio que voc pode discutir a abrang ncia disso e como est vamos dizendo ainda tudo muito prematuro mas a reflex o que seriam diretrizes que ela analisaria Seria um check list do projeto a ser submetido Leila Oda Entendemos que o papel da CTNBio atribu do em Lei de propor um C digo de tica em Manipula es G en ticas ou seja seria de pre ceitos que deveriam ser perseguidos por todos aqueles que fizessem manipula es gen ticas nas diferentes reas vegetal animal humana e ambiental Entendo que nesse momento a coisa ainda est muito embrion ria N o ter amos como encaminhar um documento como esse j para uma discuss o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 277 ampliada da sociedade como um todo Essas diretrizes serviriam para nortear o trabalho que a CTNBio faria daqui para frente para ent o elaborar uma proposta para ser discutida amplamente pela sociedade Entendi que nesse momento seria
311. ni o nesta confer ncia foi a de que O princ pio da precau o a garantia contra os riscos potenciais que de acor do com o estado atual do conhecimento n o podem ser ainda identifica dos Segundo este princ pio na aus ncia da certeza cient fica formal a exist ncia de um risco de um dano s rio ou irrevers vel requer a implementa o de medidas que possam prever este dano grifo nosso Como se pode verificar esta defini o da Confer ncia RIO 92 invoca as no es de certeza cient fica e de risco potencial o que na aus ncia de adequada fundamenta o cient fica na identifica o e dimensionamento do risco poder levar a equ vocos de interpreta o do princ pio da precau o Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 185 Esta reda o do princ pio da precau o ou prud ncia n o implica necessariamente numa leitura literal o impedimento da atividade e sim a implementa o de procedimentos ou medidas que efetivamente assegurem a execu o da atividade dentro de condi es suficientemente necess rias preven o do potencial risco de dano j previsto e dimensionado Neste plano conceitual importante inicialmente observar que a no o de risco relativamente recente na hist ria da filosofia e da metodologia cient fica tendo surgido somente com Pascal em meados do s culo XVII Pascal associa pela primeira vez o dano com sua probabi
312. no patrim nio gen tico de um determinado ser vivo seja em car ter definitivo ou tempor rio poder ser considerada como manipula o gen tica D entro desta categoria ampla de manipula o gen tica e com a r pida expans o e aperfei oamento das descobertas cient ficas identificamos uma s rie de atividades que envolvem a manipula o de genes podendo ser clas sificadas da seguinte forma a biom dica diagn sticos moleculares pr implantat rios ou para as confirma es de doen as pr matrim nio ou pr concepcional terapias g nicas em c lulas som ticas e em c lulas germinais terapias g nicas em embri es acentua o de caracter sticas desejadas ou melhoramento gen tico screening gen tico identifica o de r u em delitos etc b cient fica mapeamento isolamento e sequenciamento do genoma humano objetivando o conhecimento das causas das doen as heredit rias conhecimento da fun o das proteinas que s o expressas pelos genes trans fer ncia de genes para estudar o comportamento dos mesmos quando inseri dos em c lulas e tecidos diferentes daqueles em que normalmente agem clonagem para a multiplica o de genes para diversas finalidades etc c eon mica desenvolvimento das biotecnologias objetivando a produ o de alimentos transg nicos animais transg nicos f rmacos medicamen tos vacinas sondas e marcadores gen ticos e outros fins industriais a partir da manipula o
313. nos do ponto de vista de pat genos de plantas tendo acho que Simpson pode confirmar isso o primeiro genoma de pat geno de planta publicado no mundo fatalmente uma posi o pioneira ainda que nao seria provinciano e pretensioso querer comparar o projeto genoma da Fapesp com o projeto de genoma humano S o realmente escalas diferen tes N o sei se bem a no o mais correta para descrever essa din mica de intera o entre a ci ncia brasileira e a ci ncia internacional necessariamente adereceita e c pia Acho que existem alguns nichos de atividade cient fica em que poss vel ainda assim um pa s de Terceiro Mundo especialmente com as tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 236 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas condi es do Brasil ou da ndia ou China ou mesmo do M xico de participar com voz ativa nessa produ o de conhecimento cient fico E mesto Patterniani G ostaria apenas de dizer que na agricultura o Brasil n o copia receitas faz suas pr prias receitas Agricultura essencialmente dependente do clima N o podemos comparar agricultura brasileira com cli ma temperado A compara o correta agricultura brasileira com o resto do mundo tropical e nesse particular a agricultura brasileira ocupa uma posi o de lideran a Temos inclusive exportado tecnologia para reas tropi cais exportamos tecnologia para a fr
314. nsplante nuclear A meu ver na ela bora o de leis que regulem a realiza o de transplante nuclear fundamen tal diferenciar o objetivo final do uso dessa t cnica as leis devem nos prote ger de tentativas de clonagem reprodutiva de seres humanos sem impedir o uso dessa mesma tecnologia para fins terap uticos Uma sugest o seria proi bir a transfer ncia para o tero de uma mulher de um embri o gerado a partir da t cnica de transplante nuclear de forma que somente a clonagem com fins reprodutivos seria proibida Nos Estados Unidos atualmente com um governo extremamente con servador no poder foi imposta uma morat ria para as pesquisas com CT embrion rias a id ia que essas pesquisas sejam suspensas at que esteja claro o potencial terap utico das CT adultas E sta decis o desagradou co munidade cient fica e principalmente aqueles indiv duos paral ticos diab ticos com alguma doen a degenerativa etc que t m a maior urg ncia que alguma terapia eficaz para sua condi o seja desenvolvida 2 J outros pa ises como o Reino Unido Israel e China permitem e est o investindo inten samente nas pesquisas com as CT embrion rias O Brasil precisa tomar uma posi o clara quanto ao uso da transfer ncia nuclear para fins terap uticos permitir Temos todas as condi es e n o podemos perder a oportunidade de participar ativamente dessa revolu o da biomedicina REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS 1
315. nto amplamente anun ciado pelo menos para aqueles que l em ou lidam com ci ncia Uma coincid ncia a ser analisada inicialmente que a clonagem animal veio por meio da ovelha s mbolo da reden o humana no imagin rio crist o Jesus Cristo se refere ao rebanho in meras vezes conforme as narra es dos evangelhos A anuncia o de um novo tempo portanto se deu por interm dio de D olly produzida operacionalmente desde julho de 1996 nos laboratori os da Universidade de Edimburgo na Esc cia Esse fato gerou rea es con tradit rias que foram desde o enaltecimento da ci ncia at sua completa rejei o Repentinamente a clonagem ficou polarizada entre manifesta es de endeusamento ou de demoniza o O MITO DA IMORTALIDADE Ad o foi instigado por Eva clonada pelo Criador a partir de c lulas de uma costela do primeiro a comer o fruto da rvore da sabedoria aquela que se referia ao bem e ao mal Repentinamente Ad o descobre se um ser nu fr gil prec rio E Deus expulsa o do para so antes dele provar o fruto da segunda rvore a da vida que lhe daria a imortalidade Desde ent o Ad o e seus descendentes perseguem o mito da imorta lidade tentando contornar a transitoriedade da exist ncia humana As ten 116 Volnei Garrafa tativas v m desde a antiguidade passando por Ren D escartes que em 1630 ja perseguia o sonho da medicina infal vel at o limiar do s culo XXI
316. nto dis pon vel na engenharia gen tica evitando se com isso o atual risco de atraso e a defasagem da biotecnologia brasileira a exemplo do que ocorreu no campo da inform tica REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Abbagnano N Dicion rio de filosofia E ditora Mestre Jou S o Paulo 1970 Bernstein PL Desafio aos deuses a fascinante hist ria do risco S o Paulo Campus 1997 17 57 71 Berg P Baltimore D Brenner S Roblin RO Singer MF Summary statement of the Asilomar conference on recombinant DNA molecules Proc Natl Acad Sci 1975 Jun 72 6 1981 4 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 190 Cristina Possas amp Reginaldo Minar Confer ncia das Na es Unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento D eclara o do Rio sobre o Meio Ambiente e o D esenvolvimento Rio de Janeiro 1992 Institut Servier La pr vention et la protection dans la soci t du risque le principe de pr caution Amsterdam Elsevier 2001 15 16 23 34 Jonas H Das Prinzip Verantwortung Versuch einer Ethik fuer die technologischen Z ivilisation Insel Verlag Frankfurt am Main 1979 2 1984 ed it a cura di Pier Paolo Portinaro Il principio responsabilit Un etica per civilt tecnologica Einaudi Torino 1990 Machado P A L Direito ambiental brasileiro 102 edi o Malheiros E dito res S o Paulo 2002 Riter VR 1970 Bicethics the xime arvisal Perspectives in biology and medidne 14
317. o O que vai ser descoberto agora exatamente o mais importante da biologia do futuro da agricultura do futuro como funcionam os processos de fixa o de nitrog nio e fotoss ntese como funcionam os processos de resist ncia seca como funcionam os processos de resist ncia a condi es adversas como funcionam os processos de resist n cia a fungos bact rias Como Conhecendo genes fazendo genomas O que estamos fazendo Precisamente isso N o nos resta sen o essa possibilidade Agora que temos a biodiversidade temos uma forma o de massa cr tica de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 237 bom n vel gra as a um forte esfor o que foi feito nos ltimos 25 anos na forma o de recursos humanos preciso trabalhar pois o trabalho mais importante que tudo o trabalho que vai nos levar a algum lugar e n o o lamento O lamento n o nos leva a lugar algum MESA REDONDA ENGENHARIA GEN TICA SOCIEDADE VIS O JUR DICA POL TICA RELIGIOSA E DO CONSUMIDOR Coordenadora L da Mendon a Deputado Federal Ronaldo Vasconcelos engenheiro eletricista membro titular da Comiss o de D efesa do Consumidor e Meio Ambiente e Minorias da C mara dos D eputados O deputado iniciou a palestra fazendo um paralelo com a C mara dos Deputados cujo C digo de tica e D ecoro Parlamentar de autoria da mesa de 1992 estava para ser votado em agosto ou setembro de 2001 atrav s de um projeto
318. o a partir da avalia o do hist rico do produto Como o risco zero inexistente necess rio prever os mecanismos de manejo desse risco e a avalia o de seguran a hu mana animal e ambiental A tentativa de se construir um padr o de normas internacionais para avalia o de seguran a de alimentos transg nicos est se definindo no docu mento Codex que entrar em vigor a partir do pr ximo ano O Brasil um dos pa ses signat rios que seguir o as normas Os princ pios da an lise de risco definidos neste documento consideram o conceito da equival ncia subs tancial Apesar de n o ser um conceito v lido a equival ncia substancial compara um produto OGM com o produto convencional e verifica se s o equivalentes ou n o O princ pio fundamental da avalia o de seguran a do Codex que o alimento n o pode causar dano ou efeito indesej vel O risco imagin rio varia conforme diferentes culturas sociedades acesso informa o e tipo de informa o Neste sentido o papel da m dia alimentar o imagin rio humano Por isso a m dia busca not cias que n o s o boas Cabe ent o comunidade cient fica governo empresariado ONGs o compromisso de difundir informa es verdadeiras A revista Science do m s de junho prev que o uso de biotecnologia na melhoria dos processos agr colas reduziria a quantidade de gua gasta na agricultura Al m disso a produ o de plantas resistentes a pragas aument
319. o admir vel Considerando que a bio tica conforme o entendimento de Potter est destinada a proporcionar a orienta o da conduta humana direcionada busca do avan o da bioci ncia e da biotecnologia que um campo onde predomi na a experimenta o e a fundamenta o pelo probabilismo a garantia de validade de uma orienta o bio tica certamente n o ser aquela esperada pelos defensores do ideal cl ssico de ci ncia Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 91 O COMPONENTE TICA NO VOC BULO BIO TICA Oriundo do grego thos conduta h bito ou comportamento o ter mo tica designa em geral a ci ncia da conduta Para melhor estudar o significado do termo acreditamos que uma abordagem sobre as duas con cep es fundamentais sobre o tema se faz necess ria A primeira aquela que considera a tica como ci ncia do fim a que a conduta dos seres huma nos deve se dirigir e dos meios para atingir tal fim A segunda a que consi dera a tica uma ci ncia do m vel do que n o est fixo destinada a dirigir ou disciplinar a conduta humana S o portanto duas concep es profunda mente diferentes e fundamentam reflex es diversas A primeira prop e uma reflex o acerca do ideal a que o homem pela sua natureza ou ess ncia deve se dirigir a segunda sobre os motivos ou as causas que determinam a condu ta e se restringe ao conhecimento dos fatos Visando a reflex o acerca d
320. o clone humano e nao faltam clientes volunt rios importante assinalar que todas as inst ncias ticas e bio ticas maiores do mundo reprovam Temos entre outras o Parlamento Europeu igrejas crist s em geral Organiza o Mundial da Sa de e comis s es nacionais de bio tica de v rios pa ses entre outros os Estados Unidos a Fran a e a It lia Uma iniciativa neste cen rio de singular import ncia Trata se da D eclara o Universal do G enoma humano e dos direitos humanos Unesco 1997 que atualiza a D eclara o Universal dos Direitos Humanos para a era gen mica Infelizmente este documento ainda bastante desconhecido entre n s Este documento no artigo 11 diz que N o ser o permitidas pr ticas contr rias dignidade humana tais como a clonagem reprodutiva de seres humanos O pr prio criador de Dolly Ian Wilmut contra a clonagem humana Diz ele N o clonem seres humanos A expectativa em torno da clonagem humana abortos tardios crian as mortas e sobreviven tes com anomalia Quanto clonagem terap utica traz a esperan a de cura de doen as com a produ o de rg os e tecidos humanos Existe contudo a problem tica tica da utiliza o de c lulas tronco embrion rias com a consequente destrui o do embri o Para os crist os cat licos o embri o n o coisa ou tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 150 L o Pessini
321. o comportamento humano no mundo e a possibilidade de orientar as pessoas acerca da conduta a ser adotada diante do meio que as cercam ora seguindo a primeira concep o ora a segunda v rios princ pios teorias e exemplos ilustrativos foram desenvolvidos e objetivam considerando as experi ncias j realizadas pelas pessoas propor cionar ao ser a possibilidade de evitar a realiza o de condutas indesej veis que poderiam prejudic lo ou prejudicar a outrem Trata se sem d vidas de uma reflex o e uma preocupa o com objetivo nobre principalmente quan do consideramos a transitoriedade e a facticidade de cada ser humano ou seja um ser cujo ciclo vital deveras curto e que j nasce comprometido com situa es que n o foram por ele escolhidas Nesse campo considerando o relacionamento humano com o pr ximo momento presente sem incluir o elemento pesquisa cient fica e uso de no vas t cnicas as experi ncias realizadas os princ pios e as teorias ticas de senvolvidas ao longo da hist ria embora n o esgotadas todas as possibilida des de experi ncias podem oferecer ao ser a possibilidade de se orientar e deliberar com convic o e at reduzir ou evitar a pr tica de a es que n o seriam desej veis e tamb m reduzir ou evitar o aprendizado por meio de erros em situa es desnecess rias Por m quando consideramos o elemento pesquisa cient fica ou uso de novas t cnicas principalmente o conhecimento que est
322. o conhecimento do reparo tecidual bastante anti go Poucos dias depois de um corte superficial a pele se regenera e o machu cado desaparece Esse fen meno se deve em grande parte presen a de c lulas tronco capazes de se auto regenerar e de se diferenciarem em um grande numero de c lulas especializadas Estas popula es celulares n o est o presentes somente na pele mas tamb m se encontram em v rios tecidos e rg os do corpo humano como descoberto recentemente Este novo campo de conhecimento chamado de medicina regenerativa a aplica o destas c lulas com o objetivo de regular o processo regenerativo do corpo humano A medicina regenerativa procura controlar e ampliar a capacidade na tural de regenera o de tecidos lesados A regenera o natural mant m a homeostasia tecidual substituindo continuamente as c lulas mortas do or ganismo Os tecidos altamente expostos ao estresse externo s o intensamen te regenerados como o epit lio intestinal ou cut neo assim como ostecidos caracterizados pela alta taxa de renova o continua como as c lulas sangu neas Por outro lado pode ocorrer eventualmente o reparo de tecidos lesados por trauma doen a ou senesc ncia A medicina regenerativa tem como objetivo o direcionamento e amplia o do processo de reparo e a subs titui o de tecidos lesados Esta potencia o do reparo pode ser realizada pelo fornecimento de elementos celulares requeridos dos fatores de pro
323. o coor denador 2 2 2 Material a ser enviado com o of cio Composi o e atribui es da CTNBio Composi o da comiss o de coordena o C pia das resolu es da CTNBio relacionadas quest o Destaques da lei 8974 1995 C pia da resolu o 196 96 Roteiro b sico comiss o coordenadora Nota t cnica E ste artigo desdobramento de palestra proferida no Simp sio C di go de E tica eM anipula o G en tica subtema Transg nicos realizado pela CT N Bio Bras lia 2001 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 78 William S Hossne Resumo O autor de in cio tece considera es quanto a aspectos conceituais que caracterizam a bio tica analisando a abrang ncia doutrin ria e as inter rela es transdisciplinares en volvidas Dentro dessa tica defende o ponto de vista de que o C digo de Etica de manipula o gen tica deve ser elaborado obedecendo s caracter sticas da bio tica manifesta se no sentido de que o documento a ser elaborado deva ter o car ter de diretrizes constituindo se em pe a que permita o exerc cio tico com a devida flexibi lidade sem rigidez e sem permissividade Apoiado na experi ncia colhida com a elabora o das Normas ticas sobre pesquisas envolvendo seres humanos Resolu o 196 96 CNS MS da qual foi o coordenador presidente do Grupo Executivo de Trabalho sugere que o documento pretendido se
324. o de Grupo de Traba lho constitu do por portaria ministerial com esta finalidade Esta proposta de c digo uma vez aprovada pela CTNBio ser objeto de amplo processo de consultas e audi ncias p blicas e depois submetida aprecia o do Ministro da Ci ncia e Tecnologia O processo de elabora o desse C digo poder al m de favorecer o aprofundamento do debate das diversas quest es envolvendo a manipula o gen tica no pa s contribuir para orientar a comunidade cient fica e a popula o e tamb m para mostrar sociedade que a CTNBio vem funda mentando suas decis es em conson ncia com os princ pios centrais da bio tica princ pios da prud ncia da autonomia responsabilidade e benefic ncia D esta forma estabeleceu se no pa s a necess ria infra estrutura legal e institucional para assegurar o adequado exerc cio das normas de biosseguran a e respeito aos princ pios de bio tica que devem regular as atividades com organismos geneticamente modificados CONSIDERA ES FINAIS A CTNBio vem contribuindo para a implanta o no pa s de procedi mentos que viabilizam o uso seguro e sustent vel da engenharia gen tica na biotecnologia vegetal contribuindo junto com a Embrapa universidades e institui es p blicas e privadas de pesquisa para consolidar as atividades de pesquisa e desenvolvimento nesta rea cuja import ncia econ mica e social indiscut vel Com efeito estima se que o agroneg cio j repr
325. o de Oliver Faria Bispo de Patos de Minas mestre em Teologia Moral curso de Bio tica para bispos em Roma Professor de Deontologia M dica O palestrante iniciou com as palavras do te logo Beckle chegamos claramente a um ponto em que somos capazes de fazer mais do que somos permitidos fazer e por isso que n o nos permitido fazer tudo o que somos capazes enfatizando a coragem de se elaborar um C digo de tica O C digo de tica traz medidas traz seguran a prote o para o cientista e seguran a para a popula o D liberdade n o tira liberdade O homem esta se tornando capaz de manipular sua forma o biof sica e a que come am os problemas ticos pois o filho ser amado porque foi programado e n o por ser filho A doutrina cat lica fundamenta se numa concep o filos fica personalista do homem enquanto pessoa nica n o repet vel e insubstitu vel D eus o criador da vida e nenhum cientista con seguir produzir vida sem partir de for as divinas presentes na mat ria orga nica A vida humana sagrada porque desde o seu in cio comporta a a o criadora de D eus e permanece sempre em especial liga o com seu criador O corpo humano um sujeito e a alma que viv ncia e estrutura o corpo A Igreja pretende propor uma doutrina moral cujos crit rios s o res peito defesa e promo o do homem seu direito prim rio a vida sua digni dade de pessoa dotada de uma a
326. o e nos pa ses do continente europeu N esses pa ses as pesquisas cienti ficas est o ajustadas a import ncia econ mica pol tica e social acopladas a uma pol tica de desenvolvimento tecnol gico bem definida onde a regula o dos procedimentos ticos voltados para pesquisas cient ficas e tradi es pol ticas dos Estados Na Europa por exemplo a Fran a se constituiu historicamente como Estado centralizador onde a es formuladas sobre bio tica exigem a apro va o ministerial diferenciando se da Inglaterra que possui uma tradi o de auto regula o de car ter profissional Salientamos no entanto que a Fran a foi o primeiro pa s europeu que liderou a iniciativa de criar um colegiado nacional o National Consultative Committee on Ethics for the Life Sciences and Health CCNE 1983 para contemplar mais amplamente os debates de car ter tico relacionados com as pesquisas voltadas para as ci ncias da vida No Jap o e em alguns pa ses europeus como a Alemanha e a Inglater ra as avalia es das proposi es que envolvem pesquisas com seres huma nos e as normas ticas formuladas est o a cargo das corpora es m dicas e cient ficas ficando as recomenda es do Estado no mbito dos ensaios de medicamentos e n o sobre a pesquisa biom dica em geral sendo que a bio tica em seu sentido amplo conta com poucas normativas e sua aplica o fica cargo dos pesquisadores Nos Estados Unidos a regulamenta
327. o equil brio de modo a elaborar normas e introduzir mecanismos institucionais ade quados que possam simultaneamente resistir ao teste do tempo e n o criar obst culos excessivos e indesej veis do ponto de vista da sa de humana e do bem estar social sendo justamente esse o grande desafio de conciliar a rigidez da lei com a din mica do avan o cient fico tecnol gico Est o a sociedade brasileira e a comunidade internacional a demandar pelo claro estabelecimento de princ pios orientadores e mesmo de legisla o mundialmente harmonizada que promova a pesquisa eticamente orientada e que estabele a limites adequados para coibir os maus usos N esse caso quais seriam os limites de tais normas e quais os contornos do escopo institucional e regulat rio Em que medida estariam aptos a garantir a efetiva aplica o de tais normas Qual seria o papel n o apenas dos especialistas mas tamb m das inst ncias decis rias p blicas e privadas e da sociedade civil Por um lado os cidad os est o cada vez mais conscientes da necessi dade de informarem se sobre as escolhas que est o sendo feitas D esejam participar mais ativamente no processo decis rio Por outro lado tamb m cresce a consci ncia de parte dos setores p blico e privado de que inevit vel instaurar um debate inclusivo em que os cidad os diretamente ou por interm dio de seus representantes possam participar ativamente da cons tru o de mecanismos que pe
328. o na exequibilidade porque muito f cil elaborar uma lei S queria deixar esse coment rio e principalmente minha preocupa o como cientista que os pesquisadores n o sejam cerceados porque se isso acontecer realmen te vamos fazer com o que o pa s deixe de aproveitar o progresso da ci ncia Frederico Gon alves C zar Dr Genaro tendo em vista a preocupa o em tica ambiental e o texto da lei que fala em C digo tica em Manipula o Gen tica e n o C digo tica na Utiliza o dos Avan os Biotecnol gicos na vis o do senhor como esse C digo pode atender tica ambiental poss vel Genaro Paiva Essa quest o fascinante porque trabalha o conceito da eventualidade Os organismos gen ticos s o de fato desafiadores ao meio ambiente Existe a possibilidade que eles n o sejam n o obstante aplica mos o preceito da cautela e trabalhamos sob a tica da prote o de que eles possam vir a s lo Portanto mecanismos protetores devem ser elabo rados A Lei 8 974 95 o melhor registro no Brasil de uma a o preventi va A mera exist ncia da elabora o da legisla o de Biosseguran a em div rcio de qualquer evento mapeado por n s cidad os ou cientistas de que O G Ms impactam negativamente o meio ambiente a sa de ou agricul tura algo que estabelece a pr tica do preceito da cautela Em tese temos a quest o do princ pio da cautela ambiental O princ pio da cautela ambiental ado
329. o ou em kg valores de 1999 em d lar 1 litro de leo bruto 1 d lar em 1999 1 kg de semente qualquer semente menos de 10 d lares 1 kg de trufas italianas 150 d lares 1kg de barbatana de tubar o 550 d lares 1kg de farinha de osso de tigre 3 mil d lares Como exemplo n o h nenhuma mol cula isolada apenas m dulos da diversidade biol gica Coca na por exemplo agora j come amos a en trar em mol culas 1kg 150 mil d lares Vicristina em condi es de concen tra o usada fisiologicamente na medicina 1 litro 10 8 milh es de d lares horm nio de crescimento humano 1 litro 22 milh es de d lares Est aqui a raz o porque biosseguran a objeto de debate Patentear n o ileg timo O Brasil foi uma das na es que assinou a conven o de Paris no final do s culo passado Patente antes de ser um n cleo de apropria o dispositivo estimulador de atividade E sob essa tica que patentes deveriam ser vistas por todos n s H genes talvez seja um dos mecanismos mais fundamentais para programas de preserva o ambiental nesse pa s n o destrua uma rvo re porque ali podem conter genes de fundamental interesse Cristina Possas Estamos entendendo que este momento um momento fundamental na medida que vamos permitir equacionar melhor quais as for mas mais adequadas de tratamento no Pa s dessa rela o entre as quest es de bio tica e de biosseguran a Achei muito interessante a coloca o da Dr
330. o promovido nas ltimas d cadas mediante a utiliza o intensa dos recursos naturais o que acabou por escassear uma s rie de bens ambientais que hoje j n o s o mais capazes de cumprir o seu papel no equil brio ecol gico do ecossistema planet rio seja atrav s do ac mulo de despojos resultantes das atividades industriais e comerciais levantando uma s rie de preocupa es com rela o ao destino e o futuro da Humanidade e um necess rio repensar acerca da atitude humana em rela o natureza Nesta perspectiva a manipula o do material gen tico derivado de microorganismos de vegetais de animais ou de seres humanos p e em gen tico pr natais d Recomenda o de 10 2 92 R 92 1 relativa ao uso das provas de ADN no mbito da justi a penal e Recomenda o de 1992 R 92 3 relativa s provas gen ticas e detec o com fins de assist ncia sanit ria Segundo Sgreccia a bio tica deve se ocupar de unir a tica ea biologia os valores ticos e os fatos biol gicos para a sobreviv ncia do ecossistema todo a bio tica tem a tarefa de ensinar como usar o conhecimento knowledge how to use knowledge em mbito cientifico biol gico O instinto de sobreviv ncia n o basta preciso elaborar uma ci ncia da sobreviv ncia que o autor identifica com a bio tica Sgreccia Elio Ob Cit pag 24 5 Ob cit p g 47 6 Pessini L e Barchifontaine C P Problema
331. o qual se liga uma san o isto uma forma de garantir se a conduta que em fun o daquele ju zo declarada permitida obrigat ria ou proibida A possibilidade de incid ncia de uma san o sobre a conduta j bastaria para conferir imperatividade norma tica posto que esta integra o mundo do dever ser em oposi o ao mun do do ser que pertence o fato cient fico No entanto a despeito dessa regra comum a norma jur dica e anorma moral ambas inseridas no mundo da tica podem ser distinguidas com base em tr s perspectivas essenciais quanto natureza do ato quanto forma e quanto ao objeto ou conte do Esquematicamente conforme a primeira dessas perspectivas a nor ma moral caracteriza se como bilateral no sentido de intersubjetividade ao passo que o direito essencialmente bilateral atributivo ou seja requer que exista uma certa ordem objetiva de exigibilidade da conduta que autori za os sujeitos de uma rela o a pretender exigir ou a fazer garantidamente algo Al m disso ainda sob a tica da natureza do ato a norma moral visa mais a inten o partindo da exterioriza o ao passo que a norma jur dica visa predominantemente ao ato exteriorizado em si Relativamente forma a norma moral nunca heter noma mas au t noma ou seja n o tem validade objetiva independentemente que se situe revelia da opini o e da vontade dos obrigados a norma jur dica heter noma is
332. o tecnol gico os leigos manifestam uma tend ncia lastim vel a pensar menos nas baix ssimas quase zero probabilidades de desastres e mui to mais na escala na difus o espacial incontrol vel na dura o transgeracional e nocividade horrorosa carcinog nica mutag nica teratog nica dos efeitos nas pessoas e nos animais no caso extremamente improv vel dum acidente catastr fico Em poucas palavras os defensores dos O G Ms t m muito ainda a aprender com o fracasso dos lobbistas da energia nuclear Enquanto essas categorias do paradigma EUA vs Europa ou racionalidade vs irracionalidade forem aplicadas para tentar explicar ou re solver o amarrado debate brasileiro sobre a biotecnologia agr cola h quase quatro anos paralisado nas garras da Justi a pouco se avan ar Q uantifica o e estat stica n o s o sin nimos exclusivos de racionalidade assim como va lores tradicionais e considera es ticas qualitativas n o s o necessariamen te irracionais tarefa do jornalismo cient fico al m de fornecer as informa es b sicas para entender a tecnologia livrar se ele mesmo dessas imagens simplificadoras e oferecer ao p blico um quadro mais matizado e pr ximo da complexidade social e pol tica da quest o Uma das raizes da defici ncia desse trabalho se encontra por certo na realidade educacional brasileira O jornalismo cient fico por aqui tem de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16
333. o uma quest o tica que transcende a ci n cia ou Seja para que se concretize a medicina regenerativa dever haver o sacrif cio de blastocistos clonados que levam a linhagens de c lulas tronco em cultura Na agricultura os avan os da biotecnologia buscam contribuir para o aumento da produtividade a redu o dos custos de produ o a colabora o com a implanta o de sistemas produtivos ambientalmente sustent veis e o aumento da efici ncia da pesquisa A revolu o nessa rea iniciou se com a busca de altera es das caracter sticas agron micas das sementes para a ob ten o de novas variedades procurando alterar adicionar ou remover deter minada caracter stica em uma planta Dos dados t cnicos e pol ticos a serem avaliados destacam se a neces sidade de livrar da fome uma popula o mundial crescente e a redu o dos impactos ambientais O desenvolvimento e a supervis o da tecnologia do DNA recombinante aplicada s plantas e microrganismos devem convergir para estas necessidades e a implanta o de sistemas reguladores de sa de p blica para monitora o de potenciais efeitos adversos consenso na comunidade cient fica e entre os rg os regulat rios que Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 45 a avalia o de seguran a permanece um processo essencialmente t cnico e cient fico a rotulagem de alimentos geneticamente modificados importante para a infor
334. obre os assuntos da sua compet n cia O fiscal deve ter um contrato tendo a garantia de que n o ser demitido durante o respectivo per odo Sem essa forma de fiscaliza o o c digo de tica torna se mais uma vez in cuo ou ent o protetor de interesses il citos b as comiss es de tica devem ser compostas de forma ampla de modo a evitar que os seus assuntos se transformem em coisas de colegas Qualquer acusa o contra algu m por suposta infra o do c digo deve ser encaminhada por escrito O acusado deve ter amplo direito defesa A decis o da comiss o deve ter efeitos curriculares significativos conforme for o caso Atos il citos que firam a lei comum devem ser encaminhados s autoridades competentes Como a manipula o gen tica evolui com grande rapidez tamb m os seus c digos devem ser sistematicamente revistos ouvidos os interessados de modo abrangente aconselh vel que cada c digo seja revisto uma vez a cada quatro anos Com isso tanto a experi ncia do passado como as cons tantes inova es podem ser devidamente incorporadas um fato impressionante que os c digos de tica sejam usados para acobertar coisas il citas e n o para elevar o padr o de certo tipo de servi o em termos de normas e valores N o h solu o perfeita para esse tipo de proble ma mas a inclus o da opini o p blica nesse contexto de grande valia Quan do um c digo conhecido pelo p blico ainda que de m
335. ociedade mundial J o nascimento de Dolly assim como a inten o do m dico italiano Severino Antinori de proceder a clonagem reprodutiva humana at novembro de 2001 prazo ali s j expi rado causou rea es que variaram do fasc nio de algumas pessoas per plexidade e ao medo da maioria O cientista norte americano Richard Seed j havia feito a mesma amea a de Antinori h cinco anos n o conseguindo concretizar tamb m sua pretendida obra O tema da clonagem portanto vem fazendo parte obrigat ria da pauta cient fica e jornal stica mundial dos ltimos anos Al m de um not rio acodamento da parte de alguns cientistas mais preocupados com promo o pessoal existe tamb m uma imprensa avi da por not cias sensacionalistas para que seus ve culos sejam mais vendidos Tudo isso gerou naturais preocupa es por todo mundo e algumas distor es que necessitam ser melhor entendidas Uma d vida a ser equacionada com rela o ao assunto aquela que diz respeito diferen a entre o que se denomina de clonagem reprodutiva e clonagem terap utica A clonagem reprodutiva se refere duplica o di reta de representantes de uma mesma esp cie sejam vegetais animais ou hu manos A outra situa o acima descrita por sua vez significa a possibilidade da ci ncia vir a construir por exemplo um novo f gado imunologicamente compat vel para um doente necessitado de transplante a partir de uma c lula
336. ocruz 17 Possas C A 2002 The Future of Agricultural Biotechnology Prospects for Brazil Agricultural Outlook Forum Sp ch Booklet 1 February 21 22 Arlington VA 18 Possas C A 2002 Biosseguran a e Bio tica na Area Farmac utica Revista F rmacos e Medicamentos 16 24 28 19 Potter V R 1970 Bioethics the science of survival Perspedives in biology and medidne 14 127 153 20 Slater S Mitsky T A Houmiel K L Hao M Reiser S E Taylor N By Tran M Valentin H E Rodriguez D J Stone D A Padgette S R Kishore G Gruys K J 1999 Metabolic engineering of A rabidopsis and Brassia for poly 3 hydroxybutyrate co 3 hydroxyvalerate copolymer production N ature Biotechnology 17 1011 1016 21 The Royal Society 2002 Genetically modified plants for food use and human health an update Policy document 4 02 UK 22 Royal Canadian Society 2001 Groupe d Experts surl A venir dela Biotechnologie Alimentaire CA 23 Na es Unidas Confer ncia para o Meio Ambiente e D esenvolvimento 1992 D edara o do Rio sobre M do A mbiente e D esenvolvimento Rio de Janeiro 24 Richter L Kipp P B 1999 Transgenic Plants as Edible Vaccines Curr Top Mianvbiol Immund 240 159 176 25 Silverstein S C 1995 Speech of FASEB President before the Congressional Biomedical Research Caucus on Capitol Hill Washington D C Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 20
337. odo simples e quando h uma fiscaliza o independente os valores e as normas que foram abstrata mente proclamados passam a ter relev ncia Se o servidor for devidamente treinado tamb m nessa rea pouco a pouco um novo ethos ir firmar se e aprofundar se com as revis es peri dicas de novos documentos Num c digo assim entendido n o h qualquer lugar para supostas decis es de foro ntimo nele tudo p blico tudo se baseia em valores em normas e em argumentos Quem conhece a literatura sobre esse assunto sabe o quanto o autor des tas linhas deve ao trabalho de Lord Nolan A an lise por ele feita pode adaptar 1 NOLAN Lord N ormas de conduta para a vida p blica Bras lia Cadernos Enap no 12 1997 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 63 se perfeitamente ao caso da manipula o gen tica respeitadas algumas bvias peculiaridades deste campo Em qualquer hip tese a id ia apenas essa elabo rar um c digo simples e adequado treinar servidores para cumpri lo torn lo de conhecimento p blico encarregar algu m de verificar o seu cumprimento e por fim estabelecer uma comiss o imparcial capaz de examinar den ncias Se esse tipo de esfor o for cont nuo e se o c digo for periodicamente revisto razo vel esperar que benef cios significativos sejam alcan ados Resumo Este trabalho estabelece que c digos de tica profissional s o parte da legisla o ao men
338. ogia pois seria inimagin vel toda essa reconstru o acontecer sem a for a determinante e infatig vel de uma base conceitual de sustenta o poderosa a da tecnoci ncia Sua radicalidade cr tica unilateral e arrasadora alerta positi vamente sobre instigadores desafios do terceiro mil nio tendo o efeito tam b m de reabilitar o papel ou a necessidade das ideologias e utopias pelas quais grande parte das pessoas hoje j n o nutre muito entusiasmo Para Sfez existe o perigo real de a t cnica vir a dominar o mundo a sociedade a natureza sem media o cient fica nem conflitos sociais To mando o vi s tecnocient fico como instrumento de apoio fuzila as id ias do pesquisador norte americano Francis Fukuyama e sua teoria do fim da his t ria As mudan as gen ticas poss veis vegetais animais e humanas alteraram o curso da hist ria Esta que tinha uma narrativa longa foi subs titu da por pequenas narrativas fragmentadas A engenharia gen tica trouxe nos uma nova hist ria Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 117 Trata se assim de superar o esgotamento dos mitos o envelhecimen to irrevers vel do mundo e das pessoas e de voltar ao essencial subst ncia de nossa vida Contra o fracasso da hist ria e a precariedade da vida somen te a ideologia pode recriar a imagem do eterno retorno e da eterna perma n ncia em uma esp cie de megaprotesto contra a frag
339. ole e fiscaliza o da atividade cient fica e tecnol gica no campo da engenharia gen tica Ela busca com seu esp rito precaut rio e respons vel fundado nos princ pios da bio tica assegurar o avan o cient fico nesta rea e ao mes mo tempo preservar a sa de humana animal a agricultura e o meio ambiente Constituiu com esta finalidade uma comiss o interdisciplinar e intersetorial a Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio com poder ordenador e supra ministerial Nesta concep o a legisla o criou uma estrutura altura das exig ncias que a mat ria suscita no que diz respei to an lise cient fica normatiza o e fiscaliza o colocando esta estrutura como um referencial de qualidade na regulamenta o da atividade cient fica no mundo contempor neo Estabelece para tanto an lises caso a caso em profundidade para os pareceres da CTNBio procedimento este adequado ao exame da complexi dade e diversidade das quest es envolvidas na engenharia gen tica Esta legisla o tamb m prev a proposi o pela CTNBio do C digo de tica das Manipula es G en ticas e vincula a biosseguran a na manipula o dos or ganismos geneticamente modificados observ ncia de princ pios ticos da autonomia da benefic ncia da prud ncia e da responsabilidade 184 Cristina Possas amp Reginaldo Minar Esse texto legal no entanto pelo fato de fazer refer ncia expl cita ao princ pio da prud
340. ologia com um total de 36 membros 18 titulares e 18 suplentes A CTNBio foi concebida por esta legisla o como uma comiss o com poder ordenador cujas decis es vinculam os minist rios setoriais no tocante biosseguran a ficando esses minist rios respons veis pelas atividades de registro e fiscaliza o tamb m importante destacar que esta legisla o n o concebeu a CTNBio como uma comiss o isolada ela coordena hoje uma rede de 170 CIBios comiss es internas de biosseguran a nas principais universidades institutos de pesquisa e empresas em todo o pa s A CTNBio dentre outras atribui es tem como responsabilidade cer tificar e monitorar a qualidade da infra estrutura e capacita o t cnica das institui es de pesquisa de desenvolvimento tecnol gico e de ensino que desenvolvem atividades com organismos geneticamente modificados no pa s cujo funcionamento legal depende da implanta o de Comiss o Interna de Biosseguran a Cibio e da obten o do Certificado de Qualidade de Biosseguran a CQB A CTNBio respons vel ainda por analisar caso a caso toda e qual quer solicita o de atividades que envolvam organismos geneticamente mo dificados emitindo parecer t cnico pr vio conclusivo e encaminhando o aos minist rios da Sa de do Meio Ambiente e da Agricultura Pecu ria e Abas tecimento para as atividades de registro e fiscaliza o A CTNBio analisa portanto caso a caso com detalhe e
341. olvimento de vacinas gen ticas logrando assim uma melhoria no status de sa de das na es pobres e ricas Mudan as globais sociais pol ticas e fatores ambientais t m influenciado o mercado e com rcio criando reas para a interdepend ncia da sa de p blica A situa o de sa de de um pa s n o pode ser isolada das demais na es Quest es relacionadas ao consenti mento informado privacidade e discrimina o surgem na rea dos Direitos Humanos e s o inerentes a todos os pa ses correlacionando se com os servi os de informa o sobre gen tica que podem ter influ ncia do poder social O r pido desenvolvimento da ci ncia gen tica mostrou as dificulda des referentes exist ncia de marcos legislativos adequados Um exemplo a possibilidade do uso de c lulas germinais para fins eug nicos voltados para Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 209 a esp cie humana Muitas na es incluindo o Brasil e a Su a desenvolve ram regulamenta o que rejeita este tipo de procedimento Recentemente adotada a Conven o Europ ia dos Direitos Humanos e Biomedicina tam b m pro bem a terapia g nica com c lulas germinais A exist ncia de marcos legais reflete o envolvimento do consenso global e os princ pios bio ticos Por outro lado a principal base legal dos direitos humanos em rela o ci ncia gen tica perece a uma quest o de Direito Internacional Humano Nenhum documento
342. os quando promulgados pela autoridade Nomeadamente isso vale no caso de um c digo sobre manipula es gen ticas Para ser efetivo um c digo deve ser simples os servidores t m de ser treinados para us lo ele precisa ser bem conhe cido pelo p blico e h que contratar algu m para verificar o seu real cumprimento Uma comiss o imparcial deve examinar conflitos A cada quatro anos o c digo carece de revis o Abstract This paper claims that professional codes of ethics are part of legislation at least when they are enacted by the authority This holds especially in the case of a code about genetic manipulations In order to be effective a code has to be simple employees have to be trained to use it it has to be well known by the public and someone has to be hired to verify its actual enforcement An impartial committee should access conflicts Every four years a code is supposed to be revised O Autor NeLson Goncatves Gomes doutor em filosofia pela Universidade de Munique Alemanha 1976 e professor titular de filosofia da Universidade de Bras lia UnB tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta C digo de manipula o gen tica W illiam Saad H ossne Quero crer que a mesa redonda Transg nicos foi planejada como meio etapa ou instrumento para levantar quest es que possam levar ao ob jetivo b sico do Semin rio qual seja a elabora o de C digo de tica de manipula
343. ouxe in meros benef cios Resumindo defendo o discurso da liberdade para a cria o no campo cient fico com controle sobre suas aplica es pr ticas sobre a tecnologia CONSIDERA ES FINAIS importante que se entenda que a clonagem uma t cnica Sendo t cnica seu uso tem indica es e contra indica es necess rio assim que se quebre o mito o medo da palavra tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 122 Volnei Garrafa Seguindo essa linha de pensamento portanto n o moralmente conde n vel o fato de cientistas trabalharem com seguran a sobre variedades vege tais animais e mesmo em seres humanos clonagem terap utica por meio de clonagem ou de outras t cnicas na busca de benef cios futuros para a humani dade O grande n da quest o n o est na utiliza o das t cnicas de clonagem em si mas no seu controle E este controle deve se dar em um patamar diferenciado dos planos cient fico e tecnol gico O CONTROLE TICO Assim resta nos dirigir nosso fazer mais uma vez com prud ncia e toler ncia entre os apertados limites do necess rio e do poss vel A sofisti cada interven o tecnocient fica em um meio n o s natural como cultural atravessado por atos de vontade e escolha apaixonada tao humana quanto a tica com a qual nesse p pode estabelecer di logo Tudo isso permeado por legisla es constru das e
344. pacote de novidades est sendo anunciada a farmacogen mica que indicar com precis o rem dio adequado para cada organismo doente Um determinado rem dio utilizado para todos que t m a mesma doen a est com seus dias contados A medicina vai se tornar mais personalizada passan do a levar em conta o conhecimento das varia es gen micas de cada pessoa Uma not cia boa que o ser humano poder viver mais Aten o n o nos tornaremos imortais aqui na terra continuaremos a morrer sim mas so mente ap s termos vivido muito A expectativa de vida dever ser superior a cem anos e a qualidade de vida na velhice muito mais aperfei oada Enfim vivemos num clima marcado pela inquieta o do novo e espe ran a Ainda n o conseguimos definir bem os limites entre o que seria mera mente fic o proje o de nossos sonhos e o que pode ser ou ent o j realidade O que seria realmente um perigo ou uma amea a a ser evitada e o que seria um benef cio ou uma conquista de fato em termos de sa de para a humanidade Neste contexto temos a mat ria prima que impulsiona o crescimento fant stico da bio tica em todos os quadrantes do planeta que levante quest es cruciais tais como quem o dono do patrim nio gen ti co Seria eticamente correto patentear os genes economia e comercializa o Em rela o aos dados gen ticos a informa o acesso e controle pertencem a quem Como evitar novas formas de discrimina o
345. paradigmas do controle social e da participa o da co munidade A Resolu o n 01 contendo as Normas para Pesquisas em Sa de determinava inclusive a cria o de comit s de tica para avalia o dos pro jetos da rea da sa de Entretanto levantamento realizado em 1995 mos trou a inexist ncia desses comit s o quase desconhecimento da norma pela comunidade cient fica e a completa falta de informa es a respeito socie dade Na verdade essa norma tinha algumas lacunas principalmente no sen tido de n o ter previsto uma estrutura que promovesse a implanta o desses comit s e os capacitasse para o desenvolvimento da sua fun o Al m disso o avan o cient fico e a crescente inser o da comunidade cient fica brasilei ra em parcerias internacionais trouxeram novas situa es e dilemas ticos que a Resolu o n o contemplava Baseada em credenciamento de centros de pesquisa evidenciou se tamb m dificuldades na determina o de res ponsabilidades tanto dos interessados diretos nas pesquisas quanto das 80 Corina B de Freitas autoridades encarregadas do controle Assim surgiu a necessidade de revis o daquela norma que culminou na publica o um ano depois da Resolu o 196 de 1996 em que se procurou sanar as insufici ncias da norma anterior Para sua elabora o o CNS designou um grupo multi e interdisciplinar com representa o da comunidade cient fica de setores espec ficos ligados Bio tica
346. ples possibilidade de clonar humanos tem suscitado discuss es ticas em todos os segmentos da sociedade Mas antes de pensar se nos aspectos ticos vale a pena discutir quais s o as dificuldades t cnicas quais s o os grandes riscos quantas ques t es ainda n o s o conhecidas tais como QUAL VAI SER A IDADE DO CLONE QUANDO NASCER TER A MESMA IDADE DE UM REC M NASCIDO Esta preocupa o surgiu ao verificar se que o tamanho dos tel meros as extremidades dos cromossomos que diminuem de tamanho com o enve lhecimento celular estavam encurtados na ovelha D olly figura Recente mente descobriu se que D olly est com artrite uma doen a que s aparece em animais mais velhos confirmando portanto que ela est realmente com um envelhecimento precoce Al m disso pesquisadores do Jap o acabam de relatar que camundongos clonados tamb m t m vida mais curta e apresen tam problemas como les es hep ticas pneumonia grave tumores e baixa imunidade O utros pesquisadores n o observaram uma redu o no tamanho dos tel meros em bezerros clonados apesar de que estes animais ainda n o viveram o suficiente para verificar se poss veis consequ ncias da clonagem alongo prazo D e qualquer modo isto mostra que esta quest o que extre mamente importante continua em aberto Sugere que existem diferen as de acordo com a esp cie animal e que portanto n o podemos extrapolar acha dos em modelos animais para os humanos Imagine se
347. poses the so called therapeutic cloning or technology of nucleus transfer may be highly beneficial to treat numerous degenerative disorders such as muscular dystrophies Alzheimer disease or diabetes In this article we summarize the difference between reproductive and therapeutic cloning the different sources of stem cells and why we should have a legislation allowing researches with embryonic stem cells for the treatment of neurodegenerative disorders Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 143 A Autora Mayana Zatz professora titular de G en tica coordenadora do Centro de Estu dos do Genoma Humano D epartamento de Biologia Instituto de Bioci ncias e presidente fundadora da Associa o Brasileira de Distrofia Muscular D edicou a sua vida cient fica a pesquisas relacionadas com doen as neuromusculares princi palmente distrofias musculares progressivas Entre os pr mios recebidos desta cam se a medalha de m rito cient fico e tecnol gico do Estado de S o Paulo 2000 a Ordem Nacional de Gra Cruz do M rito Cient fico por contribui es na rea de Ci ncia e Tecnologia e o pr mio Unesco L oreal Women in Sciences como a melhor cientista da Am rica Latina em 2001 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Gen tica clonagem e dignidade humana L Pessini Jornais notici rios de TV e r dio a m dia enfim comenta com fre q ncia
348. preocupa o estava voltada exclusivamente para os aconteci mentos de fronteira da ci ncia surpreendente como rapidamente o neologismo ganhou corpo se desenvolveu cresceu a ponto de se tornar dif cil definir bio tica fato esse consubstanciado at mesmo em enciclop dias de bio tica nas quais o ver bete bio tica n o definido mas felizmente descrito Bio tica tem os mesmos princ pios prefiro denominar referenciais da tica e com ela se identifica neste sentido O importante procurar caracterizar a rea de atua o e a forma de atua o da tica quando se fala em bio tica A ticae portanto a bio tica assim como amoral lidam com valores valores humanos No caso da moral trata se de valores consagrados pelos usos e costu mes do latim mores de uma determinada sociedade podem pois variar de uma sociedade a outra e no tempo Os valores ditos morais n o s o escolhidos ou eleitos pelo indiv duo s o valores que escolhidos coletivamente nos atingem vindos de fora para dentro de cada um de n s enquanto cidad os daquela sociedade Ao passo que a tica muito mais uma reflex o ou um ju zo cr tico sobre valores e que exige uma escolha uma op o de cada um de n s frente aos conflitos entre valores Vem de dentro para fora A tica lidando com dilemas di dois lema caminho implica em an lise profunda e posicionamento de op o A op o para o ser
349. pria o e controle legais do conhecimento biol gico prote o dos direitos humanos propriedade intelectual biosseguran a al m dos riscos associados aos progressos cient ficos e tecnol gicos Para esse fim n o apenas v lido mas recomend vel que se examinem comparativa mente as legisla es nacionais bem como os acordos internacionais Al m disso os valores inerentes pesquisa biol gica devem ser consi derados luz das correntes discuss es da bio tica e no contexto dos debates conduzidos por comit s cient ficos e organiza es nacionais e internacio nais Tais debates incluem a emerg ncia do chamado biodireito das declara es internacionais de direitos bem como das normas de conduta profissio nal que regem a deontologia Vale reproduzir a advert ncia de No lle Lenoir no sentido de que a bio tica n o substitui mas antes assiste e orienta o direito na produ o de normas legais relativas s ci ncias da vida Posteriormente ao fato cient fico aregula o tica leg tima e fundamental embora n o exclusiva medida de controle social O passo seguinte e por vezes necess rio representado pela formula o e aplica o da norma jur dica 13 Bernard 1990 p 249 1 Lenoir 1996 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 22 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro 3 QUEST ES ATUAIS EM BIO TICAS A bio tica cobre uma ampla gama de quest es que inc
350. prio futuro uma vez que o que antes era atribu do ao acaso natureza ao destino vontade de D eus passa doravante a ter a interfer ncia direta da a o humana 146 L o Pessini Basicamente existem quatro atitudes fundamentais quando entramos na discuss o tica e tecnoci ncia em rela o natureza humana 1 A ci ncia tem o direito de fazer tudo o que poss vel N essa vis o o nico limite aquele imposto pela capacidade t cnica e imagina o humana O direito de conhecer uma liberdade humana b sica e qualquer cerceamento visto como uma viola o dos direitos do pesquisador Caso se tenha a capacidade de fazer algo assume se que se tem o direito de faz lo 2 A ci ncia n o tem o direito de intervir no processo da vida pois este sagrado Popularmente dito que os cientistas n o deveriam querer ser D eus D eus o dono da vida a Ele a vida pertence como dom sagrado considerada intang vel Submiss o e obedi ncia cega aos processos biol gicos o que se espera do ser humano obvio que esta atitude radicalizada n o favorece nenhum tipo de progresso cient fico que acaba sempre visto como usurpador dos direitos de D eus 3 A ci ncia n o tem o direito de mudar as qualidades humanas mais caracter sticas E ssa abordagem insiste que h um limite para a interven o cient fica e que este limite a natureza da pessoa humana como ela atualmente entendida e valorizada
351. que poss vel a produ o de biopl stico por interm dio das plantas O biopl stico um excelente concorrente do pl stico produzido a Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 169 partir do petr leo pois al m das caracter sticas b sicas de maleabilidade e resist ncia do pl stico comum o biopl stico biodegrad vel N essa pesqui sa foram introduzidos quatro genes retirados originalmente da bact ria Ralstonia eutropha que vem sendo utilizada desde os anos 80 para a produ o de biopl stico A introdu o desses genes induziu a express o de cristais de biopl stico em folhas de tabaco A tecnologia ainda necessita de refinamen to mas nos indica um grande potencial medida que estas tecnologias tornam se mais aceitas pela socieda de existe otimismo no sentido de que o baixo custo de produ o de subst n cias terap uticas livres de pat genos e toxinas ou a produ o de mat rias primas importantes para a ind stria por meio de plantas geneticamente mo dificadas ser uma importante ferramenta na manuten o da sa de p blica no futuro e ou fator agregador de valor ao produto agr cola A quest o da seguran a alimentar relacionada ao consumo de alimen tos provenientes de plantas geneticamente modificadas tem sido alvo de muita pol mica em n vel mundial especialmente na Europa questionando se eventuais riscos sa de humana e animal e seus efeitos sobre o meio ambiente
352. que efetiva mente contribuem para o avan o da ci ncia e da tecnologia mundiais A publica o deste n mero especial da Revista Parcerias E strat gi cas na oportunidade dos trabalhos de proposi o pela Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a do C digo de tica das Manipula es G en ti cas momento valioso para levarmos adiante esse intento E MBAIXADOR RONALDO MOTA SARDENBERG Ministro da Ci ncia e Tecnologia Brasilia outubro de 2002 tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Pref cio Esta publica o marca um momento importante de possibilidade de constru o pela sociedade brasileira do C digo de tica das Manipula es G en ticas cuja proposta inicial ser elaborada pela CT N Bio Comiss o T c nica Nacional de Biosseguran a com ampla participa o da sociedade por meio de consultas e audi ncias p blicas e que ser posteriormente encami nhada ao Ministro de Estado da Ci ncia e Tecnologia A produ o do conhecimento no campo da bioci ncia tem suscitado a preocupa o com situa es at ent o n o experimentadas pela humanidade Essa preocupa o vem ao longo das ltimas d cadas permeando e influen ciando o pensamento n o s dos cientistas dedicados produ o nesse cam po mas tamb m do conjunto da sociedade Essa preocupa o foi expressa em 1995 pela sociedade brasileira re presentada pelo Congresso Nacional na legisla o de bioss
353. que o justifique ana lisado do ponto de vista t cnico e tem de estar fundamentado em expe rimenta o pr via realizada em laborat rio em animais e em fatos cientifi cos que apontem para um poss vel benef cio Tem de ser realizada so mente quando o conhecimento que se pretende obter n o possa ser obtido por outro meio O sistema se estruturou e hoje h cerca de 310 CEPs funcionando nas principais institui es de pesquisa do pa s Esses comit s devem ter em sua tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 256 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas composi o profissionais da rea de sa de assistentes sociais cientistas so ciais advogados juristas fil sofos te logos educadores al m de uma pes soa leiga representante dos usu rios Estima se que nesses comit s estejam tramitando em torno de 10 mil projetos de pesquisa enquanto que ao Conep foram apresentados at o presente mil projetos D estes projetos a rea de gen tica humana tem crescido bastante sendo que a maioria dos projetos envolve usos de testes preditivos e procura de polimorfismos em determina das popula es Outra quest o importante levantada pela Conep o patrim nio das popula es ind genas que s o popula es vulner veis que necessitam de uma proposta que assegure seus direitos ou mesmo que as proteja nessa vulnerabilidade A Conep contri
354. ra dores demonstrou a presen a de uma popula o celular na medula ssea adulta com um potencial de diferencia o id ntico ao de c lulas embrion ri as indicando que sua utiliza o pode ter aplica es mais amplas do que inicialmente imaginado A pluripotencialidade das c lulas tronco adultas recoloca a quest o da utiliza o terap utica das c lulas tronco em bases totalmente novas N o apenas nos vemos livres das quest es tico religiosas que cercam a utiliza o das c lulas tronco embrion rias na medicina mas tamb m nos livramos dos problemas de rejei o imunol gica ao podermos utilizar c lulas tronco do pr prio paciente adulto na regenera o de seus tecidos ou rg os lesados Pode se vislumbrar que em breve n o haver mais filas para transplantes de rg os levando a fim a afli o das fam lias na busca de doadores imunocompat veis No lugar dos transplantes de rg os estar o sendo reali zados transplantes de c lulas retiradas do pr prio paciente ou mesmo ape nas 0 tratamento com fatores celulares estimuladores da prolifera o e dife rencia o destas c lulas N o h d vidas de que a terapia com c lulas tron co ser a medicina do futuro A TERAPIA COM C LULAS TRONCO NO BRASIL Alguns grupos de pesquisa brasileiros v m realizando de forma inte grada estudos do potencial uso de c lulas tronco para o tratamento de di tica das manipula es gen ticas proposta para um c di
355. ra mas o direito de que a pessoa n o se sinta violando algo que de fato cr e que importante como base na sua vida pessoal e comunit ria Dom Jo o Bosco Penso que esse assunto pode entrar um pouco de precon ceito e ali s a quest o j teria sido respondida nas exposi es anteriores quando os genes podem existir em v rias categorias na natureza vegetal animal e humana E essas quest es religiosas algumas delas s o fruto de preconceito e n o t m uma fundamenta o muito objetiva Rodrigo Almeida Queria perguntar ao Dr Archimedes O Idec e o Minist rio P blico entraram com uma a o contra as normas de rotulagem que foram publicadas recentemente que era o anseio da sociedade brasileira e cita nessa a o civil p blica algumas coisas interessantes que o consumidor tem direito de saber se o produto vai trazer algum risco a ele e menciona basicamente que a prote o da vida sa de seguran a contra os riscos provocados por pr ticas de fomecimentos de produtos e servi os considerados perigosos ou nocivos Est no C digo de D efesa do Consumidor Por m esquece se que os produ tos da biotecnologia antes de chegar s prateleiras ter o sido analisados Acho que uma considera o que a CT NBio teria de esclarecer junto ao Minist rio P blico e tamb m ao IDEC que os produtos n o chegar o s prateleiras se tiverem algum tipo de risco Outra coisa cita o artigo 31 quando fala que o consumidor tem obriga
356. rabalho que queremos desejamos e que estamos buscando fazer dentro do mbito da CTNBio assim que queremos trabalhar porque tal vez possamos buscar corrigir de uma certa forma inclusive algo que n o seria atribui o nossa mas estamos buscando nesse caminho trazer a socie dade brasileira a interagir no dia a dia conosco nessas quest es ticas que s o colocadas pela incorpora o das novas tecnologias no caso espec fico da CTNBio pela incorpora o dos avan os da engenharia gen tica assim que pretendemos trabalhar assim que a CTNBio sempre pretendeu trabalhar e se angustiou muito porque n o tinha espa o O espa o era estritamente t cnico pela pr pria defini o legal e que talvez agora se vislumbre uma forma de termos essa intera o maior e esse entendimento Quero dizer Dr G onzalo que de fato observamos o empenho do Dr Esper Cavalheiro mas esse entendimento j consegui perceber na administra o e gest o da Dra Leila Oda e ainda na pr pria gest o do Dr Lu s Ant nio Barreto de Castro Isso uma coisa muito antiga ainda n o t nhamos encon trado qual seria o caminho e a plen ria entendeu que talvez com essa atribui o legal de elaborar este C digo possamos encontrar uma forma de fazer essa integra o Eu me penitencio por ter tomado todo esse tempo dessa nossa primeira discuss o e abriria ent o o debate Dra Maria Celeste Dr S lvio Valle e Dr S rgio Pena Maria Celeste Emerik
357. reira de F arias D ias As mudan as ocorridas nas ltimas d cadas em todos os campos de atividade humana sobretudo na Agricultura e na Medicina podem ser con sideradas extraordin rias tal a velocidade como v m ocorrendo O aprimo ramento da metodologia cient fica nas pesquisas biol gicas tem tornado pos s vel a pr tica da Medicina Preventiva seguida pela Medicina Preditiva e Regenerativa possibilidade que se concretiza com o mapeamento e sequenciamento do genoma humano 2 De acordo com Simpson 3 a solu o da estrutura do DNA coroou a pesquisa biol gica em meados do s culo XX enquanto a decifra o de seu conte do informacional a grande aventurano in cio deste mil nio O genoma humano composto por mais ou menos 3 bilh es de nucleot deos distribui se em aproximadamente 100 mil genes um para cada diferente proteina hu mana respondendo por cerca de 5 do genoma humano O restante consti tui longas regi es de DNA n o codificado Simpson e colaboradores propu seram uma nova t cnica de identifica o da sequ ncia de nucleot deos e tomaram a iniciativa de organizar uma rede brasileira de cientistas compos ta por 33 laborat rios Pena 5 considera que a clonagem da ovelha D olly em fevereiro de 1997 iniciou um grande debate mundial em virtude da perspectiva real da clonagem de seres humanos Segundo ele desenvolvimentos cient ficos mais recentes vislumbram uma rea de aplica o interessante e promis
358. reprodu o assistida por exemplo Temos legisla o no Congresso tramitando nessa rea G ostaria que Genaro e Adriana que colocaram essa quest o da CTNBio ficar num C digo de tica em Ma nipula o G en tica que veja a pesquisa mas que veja o uso comercial tam b m Por exemplo a Conep v s a quest o humana e pesquisa precisar a mos ver a parte de humana e pesquisa N o do ponto de restringir mas de ficar no escopo da legisla o que realmente a quest o da manipula o gen tica e uma outra coisa que j falei num outro momento ampliarmos o debate numa das reas da CTNBio que a rea ambiental Precisamos tra zer a quest o da tica ambiental porque uma das vertentes da CTNBio tem uma comiss o setorial espec fica para isso e volto a afirmar do bem estar animal tanto na rea da pesquisa quanto como o colega Ricardo colo cou na rea do uso comercial pois acredito estamos prestes a ter animais para uso comercial no mbito da engenharia gen tica O brigado Genaro Paiva S lvio vou s pegar alguns pontos Acho que o C digo de tica em Manipula o G en tica estabelecido num dos artigos da lei 8 974 95 que muito claro O mandato da CTNBio deve versar sob o escopo da lei que trata especificamente sobre O G Ms Enquanto tratando sobre OGMs o desafio agora passa a ser a CTN Bio elaborar um C digo O grande desafio saber se a CTNBio elaborar um C digo principialista ou det
359. residen te da Associa o Nacional de Biosseguran a MARLI DE ALBUQUERQUE Navarro pesquisadora titular da Casa de O swaldo Cruz da Fiocruz doutora em Hist ria da Ci ncia e colaboradora do N cleo de Biosseguran a da Fiocruz BERNARDO ELIAS Correa Soares pesquisador s nior do N cleo de Biosseguran a da Fiocruz mestre em Microbiologia e especialista em Biosseguran a GUTEMBERG D ELFINO DE Sousa doutorando da Universidade de S o Paulo USP no Programa de p s gradua o em Biotecnologia tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta As biotecnologias e suas quimeras Marcelo L ate A repulsa aos alimentos transg nicos parece ser apenas o topo vis vel de uma profunda desconfian a alimentada pela percep o de que a frontei ra entre natureza e cultura que sempre foi m vel e historicamente determi nada diga se est sendo retra ada n o tanto sob os ditames de uma ci ncia pura e desinteressada mas sim predominantemente pelos interesses do que se poderia denominar complexo industrial biotecnol gico a exemplo do complexo industrial militar que movia economia e pesquisa nos pa ses mais desenvolvidos durante os anos 60 e 70 D efensores das biotecnologias en tre eles autoridades reguladoras que deveriam observar mais suas fun es de Estado do que de govemo no entanto tendem a atribuir a resist ncia da opini o p blica ignor ncia o que a tornaria vulner
360. revolu o nos siste mas de produ o agricola nas pr ximas d cadas introduzindo caracteristi cas inimagin veis at ent o plantas geneticamente modificadas desempe nhar o o papel de vacinas alimentando e ao mesmo tempo combatendo doen as ou atuar o como biof bricas com aplica o nas ind strias de medi camentos plantas geneticamente modificadas expressando insulina horm nios de crescimento e outros produtos de aplica o farmac utica alimentos e ra es al m da produ o de biopl sticos Diante deste quadro a conceitua o a partir da literatura nacional e internacional existente dos princ pios da bio tica que dever o nortear essas novas atividades de modifica o gen tica no campo da biotecnologia vege tal ainda s o um campo aberto a ser devidamente explorado e debatido em profundidade pela CTN Bio em seu processo de consulta para elabora o do C digo de tica das Manipula es G en ticas Neste debate a CTNBio dever aprofundar a defini o segundo os diversos autores dos princ pios centrais da bio tica referidos pela legisla o em vigor princ pios da da autonomia da benefic ncia da prud ncia e da responsabilidade Como bem ressalta Englehart 1986 a capacidade e li berdade de escolha e responsabilidade s o o pr prio mago da tica e a condi o sine qua non para o verdadeiro status moral do homem A j mencionada tend ncia dilui o das fronteiras entre as distintas
361. ridas na sociedade ocidental moderna expres saram a necessidade imediata de se conceber o novo homem cujos direi tos e deveres deveriam estar formalizados em uma D eclara o de D irei tos com a finalidade de conjugar os limites impostos pelo Estado e as liber dades individuais A D eclara o de Direitos do Homem condiciona obje tivos capazes de controlar a difus o de novos valores estabelecendo pri meiro pelo Direito um conceito de homem constru do a partir de sua inte gridade enquanto cidad o Foi assim no estabelecimento do Estado Revolucion rio Franc s no s culo XVIII Foi assim tamb m ap s a cat strofe mundial gerada pela Se gunda Guerra quando ent o foi criada a Organiza o das Na es Unidas que em nome dos povos reeditou a id ia da D eclara o dos Direitos do Homem motivada tamb m pelo exterm nio de milhares de civis grande parte v timas da guerra e do racismo fundamentado no estabelecimento da superioridade do homem geneticamente identificado como pertencente ao um grupo puro enquanto ra a Essa id ia argumentada por meio de um discurso ideol gico embasado na ci ncia Nosso momento nos imp e uma profunda reflex o sobre a D eclara o Universal Sobre o G enoma Hu mano e os Direitos do Homem Hoje a realidade imperativa dos processos cient ficos est ancorada nas possibilidades da biotecnologia que por sua vez faz emergir quest es de 194 L
362. riedades bioinseticidas e resistentes a herbicidas vem se expandindo rapidamente ampliando de forma significativa o mercado para as empresas biotecnol gicas e reduzindo drasticamente a utiliza o de defensivos qu micos Esse cen rio vem exigindo crescentemente tanto dos pa ses desen volvidos quanto dos pa ses em desenvolvimento como o Brasil que v m Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 171 investindo na engenharia gen tica prioridade para novas quest es regulat rias que resultam dessas novas tecnologias relacionadas biosseguran a e bio tica Tais quest es v m emergindo como importantes desafios e certa mente ir o introduzir dr sticas mudan as nos sistemas de aten o sa de em todo o mundo O s governos ser o crescentemente pressionados para mudar o foco de seus projetos de reforma da sa de deslocando suas preocupa es das dis cuss es tradicionais voltadas organiza o da estrutura institucional e dis putas entre os setores p blico e privado para o desenvolvimento de novos processos e produtos mais efetivos buscando maior impacto na sa de de suas popula es Quanto aos f rmacos e medicamentos projet los e saber exatamente como funcionam est se tornando cada vez mais f cil Novos m todos de imagem das mol culas individuais de DNA tais como microsc pios mais potentes com capacidade de scanning em aplica es farmacol gicas pro jetando nova
363. rmitam o controle social mas n o o cercea mento irrazo vel dos avan os da ci ncia REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Apel K O tica normativa y racionalidad estrat gica el problema filos fico de uma tica pol tica Revista de Filosofia y Teoria Pol tica 25 23 32 1985 ae Podia Como fundamentar uma tica universalista de corresponsabilidade que tenha efeito sobre as a es e atividades coletivas Ethica Cademos A cad mi cos 4 4 24 1996 Arag o L M C Raz o comunicativa e teoria social cr tica em J rgen Habermas Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1992 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 39 Bertomeu M J Implica es filos ficas na reflex o discurso e a o dos co mit s de tica Bio tica Conselho Federal de Medicina 4 1 1996 Bobbio N A era dos direitos Rio de Janeiro Editora Campus 1992 Bonavides P Introdu o ao Biodireito Carta Mensal Rio de Janeiro v 47 n 563 p 73 81 fev 2002 Durand G La bio thique nature principes enjeux France Cerf 1989 Eisenberg R Genes patents and product development Science 257 903 907 1992a Sd DA ni Patent Rights in the Human Genome Project In ANNAS J e SHERMAN E Gene mapping using law and ethics as guides New Y ork Oxford University Press 1992b Engelhardt H T Jr The foundations of bioethics 2 ed New Y ork Oxford University Press 1996 1 publicacao 1986 France
364. ro o caminho est no equil brio na busca de solu es moralmente aceit veis e praticamente teis Para isso indispen s vel que as novidades sejam analisadas caso a caso em cada contexto social com responsabilidade e bom senso respeitando se certos valores societ rios e o pluralismo moral que queiramos ou n o marca registrada dos dias atuais Neste sentido alguns valores nos quais a humanidade e a ci ncia v m se pautando nos ltimos tempos dever o ser transformados Seria prefer vel que a responsabilidade tica fosse tatuada indelevelmente na equa o que deter mina a liberdade cient fica e que a tecnocracia e a mercantiliza o desenfrea da que submetem a sociedade s suas leis insens veis se transformassem ex clusivamente em tecnologia saud vel a servi o da humanidade Em outras palavras trata se de estimular o desenvolvimento da ci ncia dentro das suas fronteiras humanas e ao mesmo tempo de desestimul la quando passa a avan ar na dire o de limites desumanos e possivelmente iatrog nicos Trata se assim n o de fazer tudo aquilo que possa ser feito mas ao contr rio de fazer aquelas coisas que devam ser feitas Hoje diversos pa ses det m a tecnologia para constru o da bomba at mica mas nem por isso depois da dolorosa li o de Hiroshima e Nagasaki imagina se a possi bilidade dela ser acionada Al m do mais a descoberta da energia at mica e sua utiliza o pac fica tr
365. ro de cardiomi citos e consequente melhora da fun o ventricular e capacidade funcional da insufici ncia card aca cr nica O IMBT investiga tamb m a utiliza o de c lulas tronco no tratamento de doen as neurodegenerativas e no transplante de pele de osso e de cartila gem Com resultados bastante promissores em modelos experimentais e em alguns casos at aplica es em pacientes estes estudos trazem novas esperan as para pacientes e familiares em busca de tratamento para suas doen as REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Bjorson CRR Rietza RL Reynolds BA Magli MC Vescovi AL Tuming brain into blood A hematopoietic fate adopted by adult neural stem cells in vivo Science 283 534 1999 Jiang Y Jahagirdar BN Reinhardt RL Schwartz RE Keene CD Ortiz Gonzalez XR Reyes M Lenvik T Lund T Blackstad M Du J Aldrich S Lisberg A Low WC Largaespada DA Verfaillie CM Pluripotency of mesenchymal stem cells derived from adult marrow Nature 418 41 49 2002 Makino S Fukuda K Miyoshi F Kodama H Pan J Sano M Takahashi T Hori S Abe H Hata J i Umezawa A O gawa S Cardiomyocytes can be generated from marrow stromal cells in vitro J Clin Invest 103 697 1999 Olivares EL Ribeiro VP de Castro JPSW de Mattos EC Goldenberg RCS Dohmann HF Ribeiro dos Santos R Campos de Carvalho AC Masuda MO Bone Marrow Stromal Cells Improve Cardiac Performance in Healed Infarcted Rat Hearts
366. rodutividade O princ pio da precau o deve ser considerado bem como a informa o ao p blico parece que estar cada vez mais evidente que h uma grande falta de informa o por parte da sociedade com rela o manipula o gen tica e seus efeitos Portanto esse ponto deve ser considerado O princ pio da responsabilidade esta meio repetido com o anterior A pes quisa deve considerar a possibilidade de melhorar a qualidade de vida Q uais os atores a quem se destina o C digo de tica Os pesquisadores e tamb m outro extremo que o agricultor o produtor e tamb m o consumidor Problema de risco zero e o principio da precau o est o muito relaciona dos Tamb m foi levantado que frequentemente se exija uma unanimidade de posicionamento da rea cient fica relacionada com o Minist rio P blico lembrando que nunca existe unanimidade e nunca vai existir principalmente na rea cient fica e tamb m que n o existe risco zero O principio da equival ncia substancial bastante utilizado principalmen te em pa ses de primeiro mundo e muitas vezes questionado como princi pio para considerar manipula o gen tica Os atores s o os cientistas e a responsabilidade e direitos dos cientis tas dos agricultores e consumidores tamb m e finalmente uma harmoniza o do C digo de Etica com a Legisla o de Biosseguran a e outras eventuais Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 200
367. roposto no sentido dessa nova evid ncia das c lulas tronco de uma revis o das Instru es Normativas que estaria no mbito intemo da CTNBio Grupo Vegetal e meio ambiente E mesto Pattemniani Procurou se identificar quais os pontos onde possi velmente existam problemas tanto relativos rea vegetal quanto ambiental pensando estabelecer aquilo que deve ser certo e aquilo que pode ser errado Os pontos foram Preserva o e valoriza o da Biodiversidade tamb m relacionado com o fluxo g nico que a possibilidade de contamina o das culturas por poliniza o com genes transg nicos e que possivelmente podem afetar a biodiversidade tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 282 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas Responsabilidade social responsabilidade econ mica ou seja pensar na pesquisa de transg nicos sempre com vistas a uma responsabilidade social e econ mica Considerar o desenvolvimento s cio econ mico no pa s Na verdade as pesquisas sempre devem visar essa finalidade Preserva o de identidade gen tica das lavouras Esses itens est o muito ligados ao item 1 alguns t picos poder o estar sobrepostos id ia que se considere que os polinizadores insetos por exemplo nao sejam afetados pois representam um componente importante e em muitas culturas a presen a de insetos importante para a p
368. s a quest o afeta as ci ncias da vida da sa de e do meio ambiente ao mesmo tempo e exige pela sua ess ncia a an lise de interface entre os tr s campos e exige ainda participa o multi e transdisciplinar desses mesmos tr s campos simultaneamente Estou convicto que esta tomada de posi o a nica adequada ao tratamento e equacionamento da quest o Acresce que a quest o da manipula o gen tica exige tratamento e elabora o profundos e flexibilizados conduzidas com a ampla liberdade de an lise e discuss o o que assegurado pela vis o bio tica sob a forma pre ferencial de diretrizes As diretrizes n o devem se confundir com disposi es cartoriais auto aplic veis pelo contr rio devem n o s permitir como obrigar a reflex o cr tica de valores luz da bio tica desde a pr pria formula o da quest o at a sua avalia o final A experi ncia vitoriosa colhida com a Resolu o 196 96 neste sentido constitui forte sustent culo e est mulo para a orienta o que se est propondo D eve se reconhecer ali s que os organizadores do Simp sio e em par ticular seu coordenador assumiram tal tomada de posi o a come ar pela maneira como se est procedendo a discuss o pelas personalidades convida Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 71 das e at pela propria carta convite dirigida a Conep em que se declara a inten o de se inspirar na
369. s es quentes que realmente importam s o objeto de vivo debate Acho que realmente em uma sociedade democr tica te mos que evitar a tenta o de apelar para no es como unanimidade e con senso O consenso uma esp cie de opini o geralmente aceita n o o mes mo que unanimidade Consenso esse estado de esp rito globalizado geral de aprova o com respeito a algo H uma tend ncia a valorizar o consenso Por m numa sociedade democr tica o consenso n o a regra Seria desej vel numa sociedade democr tica que houvesse consenso pelo menos quan to s regras fundamentais de conv vio Evito trabalhar com a id ia de con senso porque significa um apelo psicol gico e acabamos em um certo relativismo Consegui convencer o outro mas posso t lo convencido de algo errado Temos de fazer um esfor o para procurar a verdade Isso um esfor o que o homem de ci ncia faz e o homem que trabalha com quest es de tica vai procurar o certo e o errado que n o coincide necessariamente com o verdadeiro e o falso mas devemos de alguma maneira emparelhar as coisas levar em conta certos fatos e saber respeitar os fatos nessas quest es MESA REDONDA TRANSG NICOS IMPACTO NA SA DE HUMANA E NA AGRICULTURA E ASPECTOS BIO TICOS DE BIOSSEGURAN A E DE INFORMA O AO P BLICO LEIGO Coordenador Emesto Pattemiani Andrew Simpson coordenador do Projeto G enoma da Fapesp doutor em Biologia Molecular representante da com
370. s o clara na sociedade em rela o s quest es cient ficas Essa divis o existe devido falta de informa o adequada e porque n o dizer pela falta de informa o tica A m dia frequentemente transmite informa es distorcidas de modo que o consumidor desconhece a realidade em que vive A tica o assunto mais discutido atualmente na sociedade brasileira e na CTNBio inicia se um processo de discuss o preciso verificar a quem o C digo de tica da CTNBio vai obrigar qual ser sua amplitude O palestrante citou que dois cientistas italianos clonar o um ser humano Se na Italia existir alguma lei que os proiba eles far o seu experimento em qual quer lugar que n o lhes sejam defeso N o h como condenar isso Do ponto de vista do consumidor preciso que ele esteja informado sobre o que est utilizando ingerindo consumindo Os alimentos transg nicos s o contestados mas n o os medicamentos derivados de O rganismos G ene ticamente Modificados preciso buscar conhecer tudo o que possa trazer benef cio para a humanidade O consumidor quer uma informa o precisa clara objetiva O que os rg os de defesa do consumidor do Brasil querem o cumprimento da lei publicada no Di rio Oficial que representa o consenso da sociedade brasileira com a devida qualifica o dos produ tos e dos servi os que lhes s o oferecidos e poss veis riscos sa de e seguran a Apesar
371. s Atuais de Bio tica 32 ed S o Paulo Edi es Loyola 1996 p gs 34 a 38 Garrafa Volnei Bio tica Texto do N cleo de Estudos e Pesquisas em Bio tica 18 Cfr Beck Ulrich La sodedade dd riesgo global Madrid Siglo Veintiuno de Espanha E ditores 2002 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 107 evid ncia quest es como a preserva o do equil brio ecol gico ambiental preserva o dos animais preserva o da sa de humana promo o do de senvolvimento econ mico e qualifica o da salubridade da vida Pela primeira vez na hist ria humana tecnologias foram capazes de revelar e alterar a din mica espacial e temporal das estruturas moleculares de todo e qualquer ser vivo modificando as regras naturais de composi o dos sistemas biol gicos para promo o de eventos que talvez nem o pr prio imagin rio humano fosse capaz de projetar Mas ser que de fato po demos modificar a composi o gen tica dos seres vivos Ser que deseja mos assumir os riscos decorrentes das atividades de engenharia gen tica Ser que realmente existem perigos ou riscos nestas atividades Ou ainda ser que devemos acreditar nos benef cios dessas referidas atividades e acei tar esta realidade como um marco de transi o na hist ria da humanidade 3 PROPOSTA DE ELABORA O DO C DIGO DE TICA DE MANIPULA ES GEN TICASNO BRASIL D e acordo com o artigo 1 D inciso VII da
372. s cientistas objetivando o direcionamento dos resultados para o progresso de toda a humanidade O que significa dizer em outras palavras que o reconhecimento e a constru o de uma nova ti ca fundamental nesse momento hist rico pois ela que auxiliar o ser humano a viver em harmonia com os resultados da ci ncia e da tecnologia na atual sociedade estabelecendo par metros de respeito ao pr ximo embasados em valores morais que possam conduzir uma realiza o satisfat ria dos anseios humanos Sem um minimum ethicum voltado para a avalia o dos avan os cientifi cos e tecnol gicos no mbito das inova es trazidas pelas ci ncias biom dicas pela engenharia gen tica pela embriologia e pelas diversas tecnologias aplica das rea de sa de torna se invi vel a preserva o da dignidade da pessoa humana A dignidade da pessoa humana representa a parcela mais sagrada ou mais essencial do Ser Humano enquanto vetor que garante a express o de sua condi o humana por meio da manifesta o da intelig ncia e da vontade Atual mente considerada como o pilar b sico dos direitos humanos fundamentais Sgreccia Elio M anual de Bio ica I Fundamentos e tica Biom dica S o Paulo E di es Loyola 1996 p g 215 3 Jonas Hans E l principio de responsabilidad ensayo de una tica para la civilizacion tecnol gica Barcelona Editorial Herder 1995 O que segundo Andorno representa
373. s dos avan os tecno cient ficos e da assist ncia sa de O s princ pios da benefic ncia e o da n o malefic ncia s o os mais antigos na hist ria da assis t ncia sa de e s o propostos como princ pios universais a serem conside rados na an lise bio tica de impactos dos avan os da biotecnologia O pri meiro tem origem na express o bonum facere que a pedra fundamental tanto da medicina quanto da pr pria hist ria da civiliza o onde o homem busca produzir benef cios para si quando de seus avan os tecnol gicos Este prin c pio remete sempre ao da n o malefic ncia non nocere pois n o bastante fazer o bem mas objetivar sempre se assegurar de que o mal ser evitado ou no contexto da moderna biotecnologia de que os riscos ser o sempre avalia dos e minimizados tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 50 M rio Brito amp Ednilza Dias Outro conceito basilar o da biosseguran a e segundo Schramm 20 0 conjunto de a es voltadas para a preven o minimiza o ou elimi na o de riscos inerentes s atividades de pesquisa produ o ensino desen volvimento tecnol gico e presta o de servi os riscos que podem compro meter a sa de dos homens dos animais do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos E como se articulam essas duas disciplinas Ainda Schramm A biosseguran a e a bio tica preocupam se com uma s rie de refer
374. s drogas anti virais est o surgindo e s o bem mais r pidos que os m todos tradicionais possibilitando informa es valiosas sobre como as drogas se ligam aos genes Especificamente no que diz respeito s vacinas a tecnologia do DNA recombinante vem possibilitando vacinas mais seguras eficazes e poliva lentes entre as quais destacam se vacinas recombinantes de subunidades de segunda gera o vacinas g nicas vacinas vetorizadas por microorga nismos de terceira gera o gens carreados por plasm deos de DNA Essas novas tend ncias certamente est o tendo significativo impacto no setor farmac utico Neste setor quest es de biosseguran a diversas en volvendo o uso de organismos geneticamente modificados O G Ms est o requerendo cada vez mais abordagens apropriadas e vi veis para a antecipa o avalia o monitoramento e gest o dos riscos bem como a sua classifi ca o no que se refere aos riscos potenciais sa de humana animal agricul tura e meio ambiente Os organismos geneticamente modificados O G Ms abrangem al m dos microorganismos animais transg nicos plantas e pragas agr colas Por tanto os esquemas de monitoramento e gest o dos riscos n o podem ser tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 172 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno restritos ao laborat rio Medidas devem ser adotadas no sentido de evitar o poss vel escape de O G Ms no meio ambien
375. s n veis intercalares citados pelo professor um quarto n vel poderia ser acrescentado o n vel t cnico da biosseguran a o n vel da comunidade cient fica que trabalha com atecnologia da engenharia gen tica que tem seus pr prios valores e de algum modo tem de adequa los ou adequar os da sociedade aos seus ou vice versa A repulsa aos alimentos transg nicos alimentada pela percep o por parte do p blico de interesses econ micos de um complexo industrial biotecnol gico A resist ncia da opini o p blica aos alimentos transg nicos justificada pelos defensores da biotecnologia como sendo resultado unica mente da ignor ncia o que tornaria as pessoas vulner veis a organiza es mais empenhadas em confundir do que explicar sejam elas contra ou a favor da biotecnologia D esta forma a divulga o cient fica tem papel relevante a cumprir na abertura de um terreno comum de neutralidade e racionalidade entre os campos opostos e extremados Por outro lado tem seu potencial reduzido por encontrar se muitas vezes prisioneira de mecanismos de reprodu o de uma ideologia cientificista O quadro brasileiro em rela o aceita o da biotecnologia pelo p blico explicado condicionado pela ant tese entre as opini es europ ias e Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 233 norte americanas A revista Nature Biotechnology v 18 set 2000 publi
376. s nenhuma manifesta o s queria dizer que sentirei saudades de voc s e agradecer a participa o de todos e dar por encerrado esse evento tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta WY eclitoragaocgee
377. s os aspectos inclusive os econ micos devem ser levados em conta contudo a an lise de riscos benef cios deve merecer especial aten o e estar voltada para a prote o do ser humano e da natureza N o pode o interesse cient fico e muito menos o econ mico financeiro embora ambos importantes prevalecer sobre os valores humanos Na segunda hip tese isto se a resposta no sentido definido no item HI 2 da Resolu o a quest o deve ser submetida an lise da Conep e ser apresentada nos termos da Resolu o 196 96 E a Conep com a devida an li se Bio tica poder ou n o aprovar com ou sem reformula es a execu o da proposta como pesquisa isto devidamente conduzida e acompanhada No exemplo dos transg nicos no momento assistimos por falta de infor ma es adequadas por raz es de boa ou de m f aum maniqueismo perigoso ou se a favor ou se contra os transg nicos V ale lembrar que a transgenia n o se aplica apenas a alimentos mas a animais e plantas com outra finalidade e que a transgenia atinge n o apenas o indiv duo mas se transmite s gera es Para ficarmos apenas em alguns exemplos presentes no notici rio da m dia aumenta ou reduz a colheita s as borboletas monarcas s o afetadas verdade que a constata o de altera es cerebrais em ratos com alimentos transg nicos ocorre com fregu ncia Enfim quais estudos e pesquisas em seres humanos foram ou est o sen
378. s pontos consensuais De imediato a an lise de qualquer proposta por exemplo de produ o e ou de introdu o de transg nicos vegetal ou animal deve antes de mais nada ser inequivocamente caracterizada no sentido de ser enquadrada como procedimento consagrado cientificamente ou como pesquisa Invoco aqui como subs dio o estipulado na Resolu o 196 96 item HI 2 Todo procedimento de qualquer natureza envolvendo o ser humano cuja aceita o n o esteja ainda consagrada na literatura cient fica ser con siderado como pesquisa e portanto dever obedecer s diretrizes da presen tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 72 William S Hossne te Resolu o Os procedimentos referidos incluem entre outros os de natu reza instrumental ambiental nutricional educacional sociol gica econo mica f sica ps quica ou biol gica sejam eles farmacol gicos cl nicos ou cir rgicos e de finalidade primitiva diagn stica ou terap utica Assim caberia CTNBio antes de mais nada qualificar a proposta como processo suficientemente embasado cientificamente em todos os as pectos e n o apenas ambiental ou se trata ainda de procedimento em fase de pesquisa Na primeira situa o caberia CTNBio avaliar a proposta em termos sobretudo de biosseguran a e embasamento cient fico equacionando a deci s o com base nos referenciais da Bio tica Vale lembrar que todo
379. s que sofrem este processo de imprinting apesar do n mero exato ainda n o ser conhecido SER QUE AS C LULAS SEXUAIS FEMININAS N O S O MAIS PROTEGIDAS CONTRA MUTA ES DELET RIAS DO QUE NOSSAS C LULAS SOM TICAS Nossos genes sofrem muta es espont neas o tempo todo Estas ocor rem durante a replica o do DNA antes da divis o celular Entretanto como a maioria das nossas c lulas som ticas se divide continuamente esta muta o se for prejudicial c lula ser provavelmente rapidamente eliminada Al m disso se a muta o ocorrer em um gene que n o se expressa naquele tecido ela permanecer neutra Por exemplo se ocorrer uma muta o em um gene que est em uma c lula muscular mas cuja fun o fabricar uma enzima hep tica ela ser in cua pois n o ir interferir no funcionamento do m scu lo Entretanto se esta mesma muta o estiver presente agora em um vulo fecundado ou clonado ela ser delet ria porque ir se espalhar por todos os tecidos inclusive o f gado Ao contr rio das c lulas som ticas que se dividem constantemente isto n o ocorre com os vulos nas mulheres Elas j nascem com o n mero total de vulos apesar de que normalmente s um amadurece por m s du rante o per odo reprodutivo A outra diferen a em rela o s c lulas som ticas do resto do corpo aquelas que v o originar os gametas masculino e femini no sofrem um processo chamado meiose onde ap s du
380. sa prisioneira de mecanismos de re produ o do que caberia chamar de ideologia cientificista O contraste entre os paradigmas norte americano e europeu no que respeita intensidade regulat ria e aceita o pelo p blico tem sido empre gado com frequ ncia para tentar explicar e influenciar o panorama brasi leiro Tal dicotomia padece entretanto de um defeito crucial falta lhe o elemento din mico ou seja ela pouco tem a dizer sobre a evolu o dessas tend ncias de um e de outro lado do Atl ntico Norte Aqueles que se comprazem em anotar uma atitude mais favor vel dos reguladores e do p blico norte americano aos alimentos transg nicos podem deixar escapar que esse comportamento parece estar em transforma o em preju zo das cultu ras geneticamente modificadas como fica patente nas controv rsias suscita das no caso do vazamento do milho geneticamente modificado StarLink para a cadeia de alimenta o humana Por outro lado engana se provavelmente quem concluir que europeus t m uma opini o contr ria por princ pio a manipula es gen ticas ou que s eles v em com desconfian a o desempe nho de seus representantes no Estado encarregados de zelar pela sa de hu mana e do ambiente na introdu o de novos alimentos Um quadro muito mais matizado emerge na realidade de uma s rie de quatro artigos baseados em extensas sondagens de opini o p blica que foi publicada em 2000 pela revista especializada Nature
381. sendo produzi tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 92 Reginaldo L Minar do a grande maioria das pessoas mesmo aquelas conhecedoras das teorias da tica cl ssica n o possuem as condi es necess rias para uma delibera o segura acerca da viabilidade e da seguran a de determinadas pesquisas ou uso de novas t cnicas Visto ser condi o sine qua non para uma boa deli bera o a boa compreens o da disciplina onde o conhecimento est sendo produzido e na maior parte das situa es para n o dizer em todas as situa es a grande maioria das pessoas precisa ser informada pelos cientistas especialistas da rea para assim poderem realizar qualquer delibera o Con tudo mesmo quando as pessoas s o informadas elas continuam n o possu indo a capacidade para analisar as informa es prestadas pelos especialistas de forma cr tica Nesse momento da argumenta o podemos constatar a fragilidade das pessoas n o especializadas na rea cient fica que est produ zindo o conhecimento no processo de forma o da convic o de consci n cia que fundamentar o ato deliberativo E nesse momento tamb m que constatamos a relev ncia da preocupa o e da id ia de Potter pois ele orien ta para que se pense a bio tica como uma ci ncia interdisciplinar E ssa dina mica interdisciplinar atua sem d vidas como um filtro entre as informa es apresentadas pelos especialistas e as
382. sidade Federal da Paraiba UFPb E membro do Comit de Bio tica do Conselho Federal de Medicina e da UFPb EpniLza PEREIRA DE Farias Dias farmac utica mestre em Toxicologia profes sora da Universidade Federal da Para ba UFPb e coordenadora do Centro de Assist ncia Toxicol gica da Para ba E membro da Comiss o Nacional de Etica na Pesquisa Envolvendo Seres Humanos do Conselho Nacional da Sa de MS e mem bro da CTNBio MCT tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Sobre um c digo de tica para manipula es gen ticas N dson G oncalves G omes 1 Morar DIREITO E TICA G rande parte dos mal entendidos que tem lugar em discuss es sobre assuntos normativos deriva se de uma confus o entre moral D ireito e tica de modo que vale a pena dizermos uma palavra preliminar a respeito Enten demos que moral o conjunto de valores e normas admitidos e praticados pela sociedade no contexto da sua tradi o Direito por sua vez a classe de valores e normas explicitamente estabelecidos pelo Estado postos em pr tica por meio de coa o p blica organizada tica finalmente a refle x o racional sobre valores e normas Moral Direito e tica em geral parti lham m ltiplos princ pios mas isso n o ocorre em todos os casos Ao mudar for a muitos dos usos e costumes da sociedade otomana entre 1923 e 1938 Kemal A tattirk op s o Direito por ele ditado moral da sua socieda
383. sifica o do debate tico Tal fen meno pode ser claramente observado seja no mbito pol tico dos pa ses e no contexto acad mico e do Terceiro Setor com a crescente forma o de comit s conselhos associa es e grupos de estudos bio ticos seja ainda no campo internacional no seio dos organismos multilaterais com anegocia o de declara es de direitos e de diretrizes espec ficas sobre a mat ria no quadro de tratados internacionais Nesse sentido n o s os debates em comit s e outras inst ncias de reflex o e normatiza o fornecem subs dios bio tica mas tamb m de forma rec proca esta fornece elemen tos para fomentar o debate por meio da elei o de princ pios e da constru o de modelos te ricos para a resolu o de conflitos Entre os mecanismos para essa resolu o de conflitos bio ticos propos tos na literatura especializada analisados sob a perspectiva te rica por mui tos autores considerado promissor o recurso Teoria da tica Comunicativa de Jurgen Habermas e Karl Apel Trazida para o campo do direito a tica comunicativa pode ser um instrumento til para restabelecer por meio da norma jur dica o biodireito o valor moral bio tica do fato o avan o do conhecimento biol gico e suas aplica es D essa maneira restaura se a vis o integrada do mundo rompida pelo conflito entre o fato e a abordagem tica Habermas 1984 tica das manipula es gen ticas
384. sistem tica de elabora o da Resolu o 196 96 Julgo que s assim conseguiremos criar condi es efetivas para de um lado permitir os avan os cient ficos tecnol gicos e de outro proteger a digni dade do ser humano E destino inexor vel do ser humano buscar novos conhecimentos permanentemente O inimigo n o o conhecimento a ignor ncia e o obscurantismo O corre que o conhecimento deve ser buscado por meios eti camente adequados e sua aplica o tamb m deve ser adequada eticamente No caso dos transg nicos por exemplo vivemos merc de informa es fragment rias distorcidas de boa ou de m f que levam a formula es do tipo voc a favor ou contra os transg nicos Os transg nicos devem ser proibidos ou devem ser permitidos N o o caso nem se acender a luz verde nem a vermelha A resposta deve ser depende e depende do qu D as premissas cient ficas dos ris cos benef cios do respeito autodetermina o do ser humano e da adequa dos referenciais da justi a da equidade da solidariedade e da igualdade As diretrizes bio ticas devem permitir a an lise tica de caso a caso estabelecendo as devidas responsabilidades ticas e legais se preciso for A meu ver as diretrizes n o devem de in cio ser promulgadas como lei mas devem ter for a legal D evem sim permitir que a experi ncia tica acu mulada possa levar a estipular a posteriori em lei algun
385. so informa o gen tica Por outro lado h vantagens em se fazer a tipagem molecular As poli ticas previdenci rias poderiam ter uma aloca o de recursos p blicos mais eficiente a partir do conhecimento da cole o de genes que define a popula o O grande desafio assegurar que um indiv duo nico nas suas carac ter sticas gen ticas e que cada cidad o tenha sua gen tica preservada no que tange ao acesso informa o O palestrante encerrou sua fala dizendo que a quest o central para a elabora o de um C digo de Etica o conceito da responsabilidade Corina Bontempo m dica pediatra sanitarista com especializa o em sa de p blica e Secret ria Executiva da Comiss o Nacional de Etica em Pes quisa Conep do Conselho Nacional de Sa de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 255 A palestrante iniciou sua palestra dizendo que seu objetivo era mos trar a estrutura do sistema de acompanhamento de tica em pesquisa no pa s no sentido de construir uma parceria da Conep com a CTNBio Umanorma de 1988 determinava a exist ncia de Comit s de tica em Pesquisa e em 1995 verificou se a inexist ncia desses comit s Essa norma era falha e n o delegava uma estrutura que capacitasse a implanta o desses comit s e o desenvolvimento do conhecimento Assim surgiu a Resolu o 196 96 que estabelece diretrizes para a realiza o de pesquisas envolvendo s
386. sobre importantes descobertas na rea da gen tica e at a possibili dade de se clonar gente Em 26 de junho de 2000 o ent o presidente dos Estados Unidos Bill Clinton anunciava oficialmente a decifra o do ras cunho do genoma humano Estamos aprendendo a decifrar a linguagem com que D eus escreveu a vida Trata se de uma das conquistas mais significativas da nossa hist ria a decifra o do livro da vida que segundo Francis Collins pela primeira vez na hist ria da ci ncia caminhamos com nosso manual de instru es na m o e estamos apenas come ando a ter id ia do seu impacto efetivo na nossa vida Segundo os cientistas da rea da biologia e gen tica este feito vai revo lucionar completamente a vida do ser humano Para termos uma id ia do volume de informa es que o genoma humano conjunto completo de genes de uma esp cie tem os geneticistas falam que equivale a uma estante de 60 metros de altura repleta de livro ou 200 listas telef nicas de 500 p ginas cada Estamos no in cio do processo de compreens o da leitura deste fant s tico livro da vida TICA E TECNOCI NCIA UM ENCONTRO NECESS RIO Em nenhum outro momento da hist ria humana a ci ncia e a t cnica colocaram tantos desafios para o ser humano quanto hoje Fala se que a medici na mudou mais nos ltimos 50 anos que nos 50 s culos precedentes Aumentou espantosamente a responsabilidade do ser humano em rela o ao seu pr
387. sora da biotecnologia moderna a clonagem humana para a produ o de tecidos humanos para autotransplantes utilizando c lulas tronco embrion rias pro duzidas a partir de blastocistos humanos embri es com at 14 dias de vida 44 M rio Brito amp Ednilza Dias As c lulas tronco sob est mulo qu mico adequado s o capazes de se diferenciar em qualquer tipo de tecido As pessoas poderiam fornecer suas pr prias c lulas e ao us las para substituir os n cleos de seus pr prios ov citos ou ov citos de doadores criar embri es clonados e obter c lulas tronco em cultura Essas c lulas poderiam ser induzidas a se diferenciarem em cultura permitindo o implante de c lulas e tecidos individualmente de senhados sem os problemas atuais de rejei o que afetam o transplante Este protocolo constitui a clonagem terap utica clinicamente chamada de medicina regenerativa A adequa o da clonagem terap utica come a pela identifica o de c lulas com potencialidade para a sua execu o a exemplo de c lulas germinais ou rg os de fetos abortados c lulas sangu neas do cord o umbi lical no momento do nascimento e alguns tecidos adultos como medula ssea O N uffield C ouncil on Bioethics do Reino Unido um dos mais respeita dos grupos de consultores em bio tica do mundo fez nove recomenda es entre as quais se destacam a proibi o de cria o de embri es h bridos e a clonagem reprodutiva propond
388. spostas quele desenvolvimento cient fico na quele momento que foi a quest o da D olly da t cnica da D olly que j sabe mos que est ultrapassada nesse momento Portanto a primeira conclus o que o grupo chegou que a IN 08 tem que ser revista luz dessa perspectiva que surge na ci ncia de alternativa terap utica que a c lula tronco Propomos que a CTNBio j partisse como conclus o desse Semin rio sendo entendimento do grupo que se fa a uma revis o da Instru o N ormativa 08 particularmente o Art 2 que veda o trabalho com c lulas totipotentes e com c lulas germinativas Teria que se fazer um corte uma diferencia o do trabalho com c lulas germinativas e do trabalho com c lulas totipotentes criar se um novo inciso e colocando a perspectiva que o trabalho com c lula totipotente Isso permitido pela Lei pois resgatamos na Lei o Art 8 inciso HI que diz que o trabalho de c lulas germinativas humanas permitido para o caso de tratamento de doen as gen ticas Com esse exceto que alei abre no Art 8 entendemos que ter amos uma abertura no trabalho com c lulas totipotentes para situa es terap uticas Nesse caso j como proposta do grupo a IN 08 poderia ser revista cortando o trabalho com c lulas germinativas e o trabalho com c lulas totipotentes e permitindo o trabalho com c lulas totipotentes no que diz respeito a tratamento humano com base no Art 8 inciso III Essa seria uma primeira
389. sseguramento de sua prote o mediante normativas adequadas b Recomenda o 1046 de 24 09 86 relativa a utiliza o de embri es e fetos humanos com fins diagn sticos terap uticos cient ficos indus triais e comerciais c Recomenda o 444 de 2 2 89 sobre a evolu o no tratamento de embri es e fetos e na bio tica em geral d Recomenda o 1100 de 2 2 89 sobre a utiliza o de embri es e fetos humanos na investiga o cient fica e Recomenda o 1160 de 28 06 91 relativa celebra o de uma Conven o sobre Bio tica A aprova o desta Recomenda o converteu a Assembl ia do Conselho da Europa na primeira organiza o internacional que se comprometeu a elaborar uma Conven o sobre Bio tica O projeto de Conven o que se fez p blico em 1994 foi assinado em abril de 1997 por representantes de vinte pa ses A import ncia do documento o fato de ser o primeiro escrito com car ter vinculante a comunidade internacional f Recomenda o 1213 de 1993 relativa prote o da biodiversidade e dos ecossistemas de todas as influ ncias negativas que podem ser originadas por inven es biotecnol gicas e ainda as R eoomenda es aprovadas pelo C omit de M inistros do C onsdho da E uropa a Recomenda o de 23 01 81 R 81 1 relativa regulamenta o aplic vel aos bancos automatizados de dados b Recomenda o de 25 09 84 R 84 16 relativa notifica o dos trabalhos que comportem o uso de c
390. st es para aprimoramento da norma existente divulga o de documentos internacionais de diretrizes ticas para pesqui sas biom dicas est mulo realiza o de semin rios institucionais para discuss o aprofundada do assunto consolida o das propostas e sugest es e apresenta o de minuta do novo documento em audi ncia p blica Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 81 apresenta o da proposta preliminar das novas normas no Congresso Bra sileiro de Bio tica apresenta o final e aprova o no Conselho Nacional de Sa de O trabalho desenvolveu se dessa forma em duas vertentes consulta sociedade e revis o cuidadosa da literatura inclusive documentos legais de diversos pa ses Esse processo pioneiro no Brasil com metodologia de ampla consulta teve como primeira etapa a identifica o de entidades e pessoas envolvidas com a pesquisa a bio tica e as pol ticas p blicas inclu indo as associa es cient ficas universidades institui es de pesquisa enti dades profissionais entidades da sociedade civil da rea de direitos huma nos direito sanit rio defesa do consumidor movimento de mulheres asso cia es de portadores de patologias institui es religiosas e outras Procu rou se tamb m abranger representantes de v rias reas especiais no sentido da frequ ncia de dilemas ticos envolvidos como reprodu o humana ge n tica biossegura
391. strumentos legais afetos bio tica e institucionaliza o dos principais mecanismos colegiados de debate e delibera o a N o Brasil Constitui o Federal de 1988 art 1 e art 5 IX prote o dignidade humana foram recepcionadas as disposi es legais sobre os direitos da per sonalidade admitiu se a autonomia do sujeito para tomar decis es sobre seu corpo e permitiu somente a disposi o do corpo orientada pela solidarieda de social art 199 4 vedada em lei ordin ria a aliena o onerosa de partes tecidos e rg os humanos ainda que para fins terap uticos diante de poss veis riscos da biotecnologia o texto constitucional tamb m trabalha com a perspectiva da prote o sa de e ao meio ambiente art 225 inc II eV do 1 C digos Civil e Penal em numerosos dispositivos Deontologia normas profissionais institui es reguladoras e institui es tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 26 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro de classes como os Conselhos Federal e Regionais de Medicina a Sociedade Brasileira de Bio tica etc Conselho Nacional de Sa de Decreto n 93 933 de 14 01 1987 Lei n 8 489 1992 e D ecreto n 879 1993 sobre remo o de tecidos rg os e outras partes do corpo humano para prop sitos humanit rios e cient ficos Lei n 8 501 1992 sobre a utiliza o de cad veres Lei n 8 974 1995
392. sua an lise algumas aplica es da biotecnologia moderna em Medicina e avaliou as quest es ticas envolvidas e a percep o da popula o tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 46 M rio Brito amp Ednilza Dias 1 PRODUTOS ORIGINADOS DE ANIMAIS GENETICAMENTE MODIFICADOS Numerosos produtos j encontram se no mercado ou est o pr ximos a serem nele introduzidos tais como Fator VIII e Fator IX para hemofilia tipos A e B Alfa 1 Antitripsina para fibrose c stica fibrinog nio para cirur gia insulina para diabetes e horm nio do crescimento humano Al m disso produtos do leite de animais transg nicos podem se tornar uma importante fonte de prote nas recombinantes no s culo XXT 2 EXPRESS O DE SUBST NCIAS FARMAC UTICAS EM PLANTAS A aplica o da Engenharia G en tica em plantas est criando uma al ternativa efetiva e de baixo custo para a produ o de biomol culas Por exem plo a alfa 1 antitripsina pode ser produzida por arroz engenheirado e vaci nas podem ser introduzidas em frutas de uso humano ou animal J est o em escala comercial h alguns anos enzimas industriais para a produ o de sa b o em p e cerveja produtos que compramos rotineiramente em supermer cados para nosso consumo di rio al m de carboidratos e lip dios constru dos para prop sitos particulares O risco percebido estaria na possibilidade de haver fluxo g nico des sas plantas para as esp ci
393. t rias rela cionadas pesquisa em sa de e agricultura tropical E ssas redes envolvem 42 institui es e mais de 220 pesquisadores de diferentes partes do pa s incluin do os estados menos avan ados em C amp T A biotecnologia e as manipula es gen ticas compreendem um con junto de t cnicas que certamente influenciar o o futuro direcionamento das pesquisas No entanto necess rio reconhecer que no mundo contempora tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 24 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro neo verifica se substancial desconfian a p blica na ci ncia Os governos muitas vezes carecem de coer ncia nas pol ticas p blicas adotadas com rela o ao resultado do uso dessas t cnicas e ainda n o elaboraram ou implementaram instrumentos legais adequados e infra estruturas institucionais adequadas Como resultado na maioria dos pa ses n o h consenso acerca de como a biotecnologia e em particular os OG Ms podem ser teis na su pera o dos desafios chave relativos sa de alimenta o agricultura e meio ambiente Por essa raz o necess rio intensificar os debates relativos biosseguran a seu fortalecimento no contexto institucional e criar condi es adequadas de implementa o da biotecnologia modema tanto com re la o a experimentos laboratoriais e testes de campo que possam envolver riscos biol gicos quanto seu uso em escala comercial de modo a evi
394. t rio da Sa de e Presidente da Sociedade Brasileira de Bio tica que orientou as discuss es no sentido da necessidade de ouvir e considerar as expectativas sociais por interm dio das institui es represen tativas da sociedade civil associa es de direitos humanos associa es de defesa do consumidor associa o de portadores de patologias entre outras e da comunidade cient fica universidades e centros de pesquisas As refle x0es que subsidiaram a elabora o da Resolu o 196 96 tenderam a valori zar experi ncias hist ricas retomando as regulamenta es surgidas no perio do p s guerra levantando e analisando legisla es e normas internacionais e nacionais como por exemplo o C digo de Nuremberg 1947 documento que estabeleceu originalmente a quest o do consentimento informado e vo lunt rio da pessoa ou dos indiv duos alvos das experi ncias biom dicas Um outro documento basilar das discuss es brasileiras foi a D eclara o de Helsinque de 1964 e as suas posteriores revis es T quio 1975 ela borada pela Associa o M dica Mundial que estabeleceu enquanto campo tico do trabalho cient fico a revis o da norma associada quest o do con sentimento colocando pela primeira vez a proposta da revis o tica dos protocolos considerando enfaticamente independente dos objetivos e dos interesses da pesquisa a avalia o das rela es entre o pesquisado e o pes quisador percebendo as duas par
395. tado por v rios como merit rio e de fato tem m rito mas s vezes cai numa incongru ncia de ordem cient fica porque demanda por absoluta certeza cient fica fato esse que n o existe J est capturado na organiza o da mat ria e no princ pio da incerteza que um el tron n o pode ser mapeado no espa o como uma onda ou como uma part cula Como buscar certeza O princ pio da cautela tica basicamente diz na d vida proceda com cautela Proceder com cautela significa interromper atividades ou desenhar estrat gias que minimizem eventuais impactos ne gativos enquanto maximizamos os impactos positivos O desafio agora saber se vamos fazer o C digo tica em Manipula o G en tica para seres humanos bact rias plantas leveduras microrganismos considerando ou n o o meio ambiente O grande desafio saber se produziremos um docu mento minimalista ou um documento principialista Se for minimalista o trabalho que vamos ter de adotar absolutamente herc leo pass vel de todo erro Se trabalharmos principialistas vamos poder sempre rever aquele tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 272 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas C digo medida que os avan os cient ficos nos projetem eventuais im pactos negativos seremos capazes de retornar quele C digo e adequ lo Por m se detalharmos aquele C digo em n vel quase microsc pico vamos c
396. tar consequ ncias negativas para a sa de humana ou impactos ambientais inde sejaveis D esde a d cada de 70 procedimentos e normas t cnicas de segu ran a biol gica v m sendo definidas e aplicadas em decorr ncia da press o dos pr prios cientistas e de organiza es ambientais bem como por for a de interesses cient ficos tecnol gicos ou econ micos dos pa ses Nesse sentido considerando a necessidade de preservar a sa de da popula o o meio ambiente e a biodiversidade de modo a garantir a ade qua o dos procedimentos envolvendo a biotecnologia e a engenharia gen tica por iniciativa do Poder Executivo o Congresso Nacional aprovou em 1995 a Lei de Biosseguran a Lei n 8 974 95 ap s cinco anos de debates Essa lei criou a CTNBio integrada por representantes do MCT dos minist rios que det m compet ncias na rea de fiscaliza o Sa de Agricultura e Meio Ambiente Educa o e Rela es Exteriores de representantes da co munidade cient fica rg os de defesa do consumidor de prote o sa de do trabalhador e do setor produtivo Entre outras compet ncias a CTNBio respons vel pela elabora o e fiscaliza o do cumprimento de normas e regulamenta o de atividades envolvendo constru o cultivo manipula o uso transporte armazenagem comercializa o consumo libera o e descarte de O G Ms num esfor o de prote o vida sa de e ao meio ambiente Nos termos da Lei de
397. tas na alfabetiza o gen tica da popula o Precisamos de uma nova gera o de jornalistas de ci ncia que podem falar sobre gen tica de uma maneira correta e bem informada Precisamos de melhorar essa capacidade de comunica o de nossos cientistas e m dicos Ainda incerto qual ser o impacto da gen tica na sa de humana nos servi os de sa de Alguns acreditam que mecanismos gen ticos e celulares s o complexos demais para permitir a predi o de doen as comuns no futu ro e a vis o otimista de que a ci ncia gen tica vai dar frutos em breve Ningu m pode prever o futuro mas temos a obriga o como uma na o como uma comunidade m dica comunidade cient fica de nos prepa rar para este futuro DEBATE Alessandra Santana G ostaria de saber como deve se posicionar a ponde ra o bio tica frente quest o do diagn stico pr natal quando considera do que a chave de cromossomopatias ou sindromes mal formativas graves nos fetos por exemplo n o permitiriam interven o uma vez que n o h tratamento nem a permiss o da nossa legisla o brasileira para o aborto S rgio Pena uma preocupa o de todos n s n o diretamente ligada gen tica molecular porque o diagn stico pr natal pr gen tica molecular Voc citou especificamente o diagn stico feito com base em citogen tica Fazemos diagn stico pr natal desde a d cada de 70 A decis o quanto moralidade da
398. te aqu tico e terrestre No que diz respeito especificamente sa de humana as normas e os procedimentos devem se referir n o apenas s popula es saud veis expos tas aos riscos mas sobretudo queles que podem ser mais severamente afe tados por condi es diversas como baixa imunidade doen as pr existen tes gravidez ou efeitos colaterais de medicamentos inclusive antibi ticos Como rea de fronteira entre a biotecnologia vegetal e a farmac utica destaca se o desenvolvimento de plantas vacina que s o plantas conten do vacinas recombinantes que assegurem imuniza o oral contra doen as diversas como c lera Hepatite B Caries dent rias S mutans como mostram Richter e Kipp 1999 al m do desenvolvimento de plantas transg nicas para imuniza o oral contra diarr ias de origem bacteriana que matam mais de 1 milh o e meio de crian as por ano no mundo tais como a batata transg nica contendo subunidade LT B de E ooli enterog nica induzindo resposta imune Amtzen 1998 A LEGISLA O BRASILEIRA DE BIOSSEGURAN A E O C DIGO DE TICA DAS MANIPULA ES GEN TICAS Em todo o mundo e no Brasil n o diferente as sociedades e os consumidores t m manifestado preocupa o quanto aos poss veis riscos que as atividades de manipula o gen tica poder o eventualmente acarretar para a sa de humana e dos animais e para o meio ambiente No Brasil por se tratar do pa s com a maior biodiversidade do pl
399. te todo esse tempo na comiss o com a compet ncia que reconhecida n o s em mbito nacional mas mbito internacional e que este um exem plo que se repete nos v rios membros que comp em a Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a O trabalho da comiss o um trabalho de exce l ncia do ponto de vista t cnico O que temos observado e em parte vou concordar com o Dr G onzalo Veccina e em parte vou discordar frontalmen te a comiss o tem trabalhado sim de uma forma muito adequada na avali a o de risco de Biosseguran a N o atribui o da CTNBio trabalhar en quanto uma grande inst ncia colegiada que at poderia ter sido se a legisla o nos tivesse designado dessa forma com representa o de toda socieda de apesar de termos a representa o da sa de do trabalhador do consumi dor das empresas de tecnologia de uma certa forma o pr prio governo est representado em minoria dentro da CTNBio Do ponto de vista t cnico a minha considera o que esse trabalho feito de uma forma bastante adequada dentro do mbito legal da CTNBio Talvez a CTNBio pudesse participar de uma discuss o mais ampla dos as pectos s cioecon micos aspectos em que a sociedade pudesse participar mais ativamente e que se pudesse ter ent o essa discuss o de uma forma mais ampla A CTNBio jamais ficou parada e poderia ter feito esse C digo de Eti ca das Manipula es G en ticas de uma forma que a atribui o legal lhe p
400. teores de cido f tico um exemplo low phyticacid corn Nesse milho h uma redu o dos teores de f sforo o que reduz a quantidade de f sforo nos dejetos animais diminuindo a polui o ambiental A maior revolu o nos sistemas de produ o agr cola vir nas pr xi mas d cadas com a chamada terceira onda introduzindo caracter sticas talvez inimagin veis at ent o Plantas geneticamente modificadas desem tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 168 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno penhar o o papel de vacinas alimentando e ao mesmo tempo combatendo doen as ou atuar o como biof bricas com aplica o nas ind strias de medi camentos plantas geneticamente modificadas expressando insulina horm nios de crescimento e outros produtos de aplica o farmac utica alimentos era es Nesta terceira onda as plantas passam a ser biof bricas e biorreatores o que poder colocar como se ver mais adiante importantes desafios de natureza tica por envolverem a transfer ncia de genes humanos e animais para plantas geneticamente modificadas A gastroenterite su na por exemplo causada por uma esp cie de virus Transmissible G astroenteritis Virus TGEV e tem causado per das de mais de U 10 milh es anuais na suinocultura canadense Pesquisa dores da Universidade de G uelph no Canad iniciaram trabalhos visando o desenvolvimento de plantas forra
401. tes aos da CTNBio e acho que todos nossos esfor os t m que convergir para que tenhamos condi es de oferecer nossa popula o essa tecnologia de uma maneira tica e respons vel Ricardo Ribeiro dos Santos professor titular de Imunologia aposentado da Faculdade de Medicina da USP de Ribeir o Preto atual pesquisador titu lar da Fiocruz BA coordenador do Biot rio de camundongos transg nicos e coordenador do Laborat rio de Imunofarmacologia e Bioengenharia Ex perimental tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 252 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas O palestrante iniciou sua fala apresentando o objetivo de sua palestra mostrar o estado da arte do que feito no Brasil em rela o pesquisa e manipula o gen tica na rea da sa de principalmente uso de c lulas tron co e animais transg nicos Tudo a respeito de c lula tronco come ou em 98 A c lula tronco prim ria c lula ovo totipotente indiferenciada capaz desse proliferar se auto regenerar e produzir c lulas diferenciadas funcionais Pode ainda originar um novo ser vivo se colocada num tero no caso dos mam feros se colocada em outros tecidos capaz de regener los ap s uma inj ria ou doen a qual quer Umametodologia comum do uso dessas c lulas tronco implica no uso do extrato de embri es em pa ses onde o aborto permitido Este m todo utili za
402. tes como sujeitos retirando portanto do pesquisado o car ter de objeto de investiga o Verificou se que os interes ses dos indiv duos devem prevalecer sobre os interesses da ci ncia mesmo que este interesse seja comum sociedade Assim o papel dos comit s inde pendentes de tica ficou fortalecido com a fun o primordial de avaliar os protocolos de pesquisa A Declara o de Manila 1981 proposta e elaborada conjuntamente pela Organiza o Mundial de Sa de e pelo Conselho das Organiza es In tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 198 L M Oda M B M de Albuquerque B E C Soares amp G D de Sousa ternacionais das Ci ncias M dicas acrescentou quest o uma vis o mais contundente afirmando a impossibilidade de separar a avalia o cient fica da avalia o tica quando as pesquisas envolvem seres humanos Este c di go deu um grande salto ao homogeneizar as regras ticas a serem observadas pelos pesquisadores e institui es estrangeiras nos paises em desenvolvi mento Contudo nos diversos foros internacionais de negocia o comercial cada vez mais est inserida a quest o do patenteamento da vida gerando grandes controv rsias principalmente com rela o aos direitos patent rios dos pa ses em desenvolvimento e de popula es nativas O Brasil pa s com enorme potencial biotecnol gico e territ rio que guarda grande parte da biodiversidade do planeta par
403. tic modification of plants and related activities Os Autores CRISTINA DE ALBUQUERQUE Possas secret ria executiva da Comiss o T cnica Na cional de Biosseguran a CTNBio e professora e pesquisadora da Funda o Oswaldo Cruz Fiocruz onde foi coordenadora da p s gradua o Stricto Sensu em Sa de P blica Doutora em Sa de P blica pela Escola Nacional de Sa de P blica EN SP da Fiocruz tem p s doutorado em Popula o e Sa de Internacional da Universidade de Harvard onde ainda atua como pesquisadora visitante no Harvard New Diseases Group ALEXANDRE Lima NEPOMUCENO pesquisador da Embrapa e membro da CTNBio Doutor pela University of Arkansas EUA em Fisiologia Vegetal e Biologia Molecular em 2000 recebeu o Pr mio Jovem Santista da Funda o Bunge na rea de Biotecnologia Agropecu ria Atualmente coordena o laborat rio de biotecnologia da Embrapa Soja em Londrina PR e projetos no CNPq IFS PAD CT e Prodetab Sua linha de pesquisa envolve prospec o g nica transforma o de plantas e fisiologia vegetal tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta O princ pio tico da prud ncia ou precau o na engenharia gen tica implica es para a sa de humana e o meio ambiente Cristina A Possas Reginaldo L Minar INTRODU O A legisla o brasileira de biosseguran a considerada das mais com pletas e avan adas do mundo no que diz respeito regula o contr
404. ticas jur dicas e sociais das biotecnologias DEBATE Vin cius Carvalho Minha pergunta para a Dra Leila O da A senhora mostrou em algum momento na transpar ncia uma cita o do Codex di zendo que os alimentos n o podem causar danos ou efeitos indesej veis Onde estaria o limiar no estabelecimento de regras do Codex consideran do a tica e o que seria mensur vel em termos de dano ou efeito indesej vel Por exemplo o camar o n o poderia servir como alimento porque algu mas pessoas t m alergia a camar o Leila Oda O Codex parte do princ pio da equival ncia substancial O que significa isso Temos o produto convencional vamos supor a soja obtida convencionalmente e a soja obtida pela engenharia gen tica e que resisten teaum herbicidaX Ent o todos os par metros anal ticos devem ser pareados do ponto de vista da seguran a daqueles produtos Essa soja modificada tem de ser t o segura quanto a soja convencional N o pode ter vari vel que venha a comprometer o aspecto nutricional ou o aspecto de seguran a por isso que se parte da an lise do princ pio da equival ncia substancial Com rela o quest o espec fica que voc citou a quest o da alergenicidade um t pico espec fico na discuss o do Codex obvio que aqueles produtos que em sua composi o venham expressar alguma prote na e temos o exemplo que citado sempre da introdu o do gene da Castanha do
405. ticas proposta para um c digo de conduta 180 Cristina Possas amp Alexandre Nepomuceno 8 Giddings G Allison G Brooks D Carter A 2000 Transgenic plants as factories for biopharmaceuticals N ature Biotechnology 18 1151 1155 9 Grusak M A Dellapenna D 2001 Improving The Nutrient Composition Of Plants To Enhance Human Nutrition And Health A nnu Rev Plant Physid Plant Mol Bio 50 133 161 10 James C 2001 Global Review of Commercialized Transgenic Crops Intemational Service for the Acquisition of Agri Biotech Applications ISA A A Brids n 23 11 Landim ML P 2001 tica e Natureza no Pensamento de Bergson Rio de Janeiro Uap 12 Leite A Kemper E L Silva MJ Luchessi A D Siloto R M P Bonaccorsi E D El Dony H F Arruda P 2000 Expression of correctly processed human growth hormone in seeds of transgenic tobacco plants M oleailar Breeding 6 47 53 13 Miflin BJ 2000 Crop Biotechnology Where Now Plant Physiol 123 17 28 14 Nepomuceno A L 2001 Transg nicos Pr ximas Ondas In AgroCast Ru mos e Debates www agorcast com br 11 de abril 15 Nepomuceno A L Neumaier N Farias J R B Oya T 2001 Toler ncia seca em plantas Biotemologia C i nda eD envolvimento 23 12 18 16 Possas C A 1996 Drugs and Vaccines in Evolution for Old and New Diseases in O DA L M ed Biosafety of Transgenic O rganismsin Human Health Products Rio de Janeiro Fi
406. ticipa ativamente das discuss es que abordam quest es altamente complexas sobre recursos gen ticos humanos e as quest es ticas relevantes colocadas neste campo A comunidade cient fica brasileira especialmente a que atua no campo das ci ncias biom dicas tem demonstrado bastante familiaridade com as reco menda es expressas em documentos e instrumentos legais tais como as Diretivas ticas Internacionais Envolvendo Seres Humanos CIO MS O MS e a Lei de Biosseguran a brasileira Lei n 8 974 de 5 de janeiro de 1995 Estes recursos normativos e legais definem os limites e as possibilidades para manipula o gen tica abordando os aspectos relativos a gen tica hu mana quando envolvem t cnicas de engenharia gen tica e ampliam a discus s o tica para as demais formas de vida Os debates brasileiros sobre os t picos levantados pela rela o entre ci ncia e tica indicam uma compatibiliza o das a es interventivas e regulat rias no campo da bio tica com a Lei 8 974 95 pois a Lei de Biosseguran a brasileira contempla aspectos importantes que perpassam as preocupa es apontadas pela tica exigida no labor cient fico visto que esta lei veda criminalmente a interven o em material gen tico humano in vivo abrindo exce o para tratamentos de deforma es gen ticas ap s avalia o caso a caso pela Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a CTNBio pro be igualmente a manipula o e estocagem de embri
407. tilizado para construir seu bem maior E com esta fei o bio tica que a CTNBio carrega em sua pr pria defi ni o legal os princ pios ticos da autonomia da benefic ncia da responsa bilidade e da prud ncia Como pode ser verificado no Artigo 8 da Lei 8974 95 que tem exercitado estes princ pios em suas instru es normativas Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 outuBRO 2002 53 exemplificaria com as de n mero oito e nove respectivamente a de manipu la o gen tica e clonagem em seres humanos e a de interven o gen tica em seres humanos Al m disso a CTNBio tem buscado um di logo permanente com entidades como a Comiss o Nacional de tica em Pesquisa Conep tem ouvido com respeito as pondera es da sociedade civil organizada por interm dio de suas representa es tem se desdobrado com a participa o ativa de seus membros na promo o de eventos para a divulga o e a dis cuss o do tema biosseguran a e t m seus membros se multiplicado para estarem presentes em outros com o objetivo de prestarem esclarecimentos popula o sobre a mat ria que lhes afeta O caminho a ser trilhado passa necessariamente pelo adequado escla recimento da sociedade por meio de informa es cient ficas precisas e traduzidas em uma linguagem acess vel ao leigo sendo para isso fundamen tal o papel da imprensa sobretudo do jornalismo cient fico o dos represen tantes das leis que deve ser
408. titividade tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 218 Marcelo Leite Cabe lembrar que nos Estados Unidos se iniciaram muitas das tend nci as de questionamento sobre os efeitos nocivos das tecnologias como por exem plo a publica o pioneira da obra da bi loga Rachel Carson Primavera silenci osa 1962 sobre os efeitos do DDT e outros pesticidas na vida silvestre Foi ali tamb m que primeiro se abandonou a constru o de usinas nucleares para gera o de energia el trica quando essa ind stria ainda estava a pleno vapor na Europa Em grande medida foi da press o desses movimentos que surgiu e se sofisticou nos EUA a an lise e a avalia o estat stica de riscos como tenta tivade conferir um apoio racional cient fico sucess o tida como inexor vel de tecnologias cada vez mais impactantes Mesmo com toda a sua objetivida de nem sempre a an lise estat stica de risco tem sido capaz de garantir a introdu o de tecnologias quando seus pr prios c lculos a definem como a decis o mais racional a tomar ou seja quando os riscos envolvidos s o mini mos e apresentados como insignificantes diante do benef cio quantificado O corre que boa parte do p blico tende a encarar essas situa es dentro do que ficou conhecido como dilemas zero infinito como ensina Herm nio Martins 1996 p 109 Infelizmente para o papel tutelar dos praticantes da ART an lise de risc
409. to vale objetiva e transpessoalmente ou seja posta por terceiros e os sujeitos da rela o est o obrigados a cumprir Ainda quanto forma outra caracter stica que constitui marco distintivo fundamental entre direito e moral diz respeito coercibilidade a norma jur dica coerc vel a moral incoerc vel A coercibilidade a express o t cnica que designa a plena compatibilidade do direito com a for a embora essa coa o n o seja efetiva mas potencial e se exer a em decorr ncia entre outros fatores da possibilidade de incid ncia da san o legal Por outro lado a norma moral funda se na espontaneidade e insuscet vel de coa o embora tamb m pos sa ser suscet vel san o na esfera moral Finalmente ainda na avalia o de Reale quanto ao objeto ou conte do a moral visa de maneira imediata e prevalescente ao bem individual ou tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 32 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro aos valores da pessoa a norma jur dica visa de maneira imediata e prevalescente ao bem social ou aos valores da conviv ncia Esta portanto uma das mais importantes li es a se ter em mente nas reflex es que antecedem elabora o do C digo de Etica b E soopo do C digo de tica A delimita o do escopo do C digo de tica deve tomar como par metro inicial a pr pria defini o de biosseguran a tal como previstana Lei n 8 974
410. to popula o de uma forma geral ou seja trata se de uma nova forma de pensar que j nasce com uma caracter stica interdisciplinar e planet ria e n o apenas disciplinar e regional A REDEFINI O DO SIGNIFICADO ORIGINAL DA PALAVRA BIO TICA Um dos pontos que foi destacado por Potter em seu pronunciamento foi a dicotomia existente entre a defini o de bio tica por ele apresentada e a dos especialistas em tica m dica Possivelmente essa dicotomia se deu devido ao fato de que a reflex o proposta por Potter ocorreu em um momento hist rico que no campo da Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 97 medicina e tamb m devido ao avan o tecnol gico situa es dif ceis esta vam sendo enfrentadas e a constitui o de comit s de tica para refletir acerca das decis es a serem tomadas come ava a se firmar J no ano de 1961 quando o m dico Scribner construiu a m quina que permite a realiza o da hemodi lise logo a demanda superou a oferta de tratamento e os m dicos se viram diante de uma situa o bastante delicada da tomada de decis o acerca de quem receberia o tratamento Procurando um meio para n o deixar apenas aos m dicos a dif cil tarefa de decidir quem tinha direito ao tratamento que poderia significar a tomada de decis o sobre quem iria continuar vivendo e quem morreria realizou se nos Estados Uni dos na cidade de Seattle Washington a constitui o de um comit
411. to Elaborar um c digo adequado ao nosso tempo que leve em conta de modo competente os grandes desafios que dizem respeito gen tica hoje em dia Elaborar um c digo inteligente coe rente e colocar esse c digo a servi o da sociedade isto torn lo p blico Informar a sociedade particularmente aos mais interessados sobre a exist n cia e os itens desse c digo e depois estabelecer uma est ncia de controle uma est ncia de verifica o sem a qual o c digo n o funciona Se voc s fizerem isso voc s estar o dando uma contribui o muito significativa N o v o re solver os problemas da sociedade brasileira mas v o dar um passo adiante Fausto Ant nio Kujavo G ostaria que o senhor fizesse uma an lise do que consenso do que unanimidade dentro do plano filos fico jur dico legal Nelson Gon alves Gomes Unanimidade claro de ser definido uma situa o na qual todos est o de acordo com uma determinada decis o Q uando uma medida aprovada em uma assembl ia por unanimidade significa duas coisas Primeiramente que n o houve por defini o sequer um voto con Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 227 trario nenhuma absten o A unanimidade exclui n o apenas o voto contr rio exclui tamb m a absten o Em segundo lugar isso significa que prova velmente essa decis o irrelevante S decis es irrelevantes s o tomadas por unanimidade As deci
412. tos que permitir o harmoniza o entre as decis es do poder Executivo CTNBio e outros na esfera de Biosseguran a e os pronunciamentos do po der Judici rio Esse C digo de tica o exemplo at para esse fim Do con tr rio estaremos sempre lidando com debates entre que preceito da precau o ser adotado coisas de princ pio t o diametricamente importantes de serem harmonizados quanto esse Assim o C digo de tica n o ser um instrumento que permitir o cerceamento das atividades cient ficas ou tecnol gicas mas sim um facilitador porque harmoniza as esferas do poder Ernesto Pattemniani Frequentemente se encontra na m dia uma s rie de acusa es aos cientistas considerando que s o pessoas irrespons veis e que muitas vezes se preocupam em criar produtos para a sociedade Isso tem sido escrito pelos opositores talvez numa tentativa de enfatizar o assunto o que n o me parece tico mas esse outro problema A manipula o gen tica feita pelos geneticistas no s culo passado du rante 100 anos foi extremamente intensa muito mais do que as pessoas imaginam No s culo passado os cientistas duplicaram o n mero de cromossomos e produziram novas variedades cruzaram esp cies diferentes e produziram uma nova esp cie misturaram 25 000 genes de um organismo tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 270 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen
413. tura na rela o homem natureza n o no entanto um fen meno novo e tem na verdade acompa nhado a atividade cient fica ao longo de sua hist ria desde os seus prim rdios constituindo um dos fundamentos da filosofia moderna Essa no o de separa o e ruptura que resultou de diversos proces sos convergentes de transforma o e inova o na filosofia e na ci ncia Landim 2001 vem contribuindo para a emerg ncia de uma rela o cada vez mais estreita entre tica e ecologia como antecipado por alguns fil so fos como Bergson 1992 1995 No entanto o mundo artificial n o deve ser apresentado como oposto ao mundo natural uma vez que o mundo dos artefatos um produto da liberdade e da criatividade do homem que descobre na tica um modo de intervir de forma adequada na natureza e consolidar a atividade cient fica Bergson 1992 1995 Como bem colocam autores como Henri Atlan 1999 eo pr prio Potter 1970 criador do conceito de bio tica esse conceito refere se orienta o do comportamento humano no momento da realiza o de pesquisas envolvendo a vida humana e extra humana plantas e animais no campo da bioci ncia diferenciando se pois da tica cl ssica A biosseguran a constitui um dos campos de aplica o da bio tica pois se refere aos procedimentos regulat rios que buscam assegurar nas atividades de pesquisa e desenvolvimento ne cess rias condi es de infra estrutura institucional para prot
414. u valor nutritivo o caso por exemplo da produ o de vitamina A em arroz que pode suplementar a dieta humana Terceiro por que plantas transg nicas podem eliminar o uso de agrot xicos diminuindo a exposi o de trabalhadores rurais a esses compostos H no entanto poss veis efeitos negativos A composi o do alimen to ser mudada pois ser o produzidas prote nas novas espec ficas Algumas podem ter efeito alerg nico nas pessoas e considerando essa possibilidade que existe a CT NBio para avaliar cada caso O produto tem de demons trar se est alterando ou n o a composi o do alimento A id ia que se preserve uma similaridade Outros dados devem ser considerados h quatro plantas transg nicas avaliadas e aprovadas para uso humano nos Estados Unidos N o foi encon trado um relato sequer relacionado a problemas de sa de por consumo de alimento transg nico Plantas transg nicas apresentam altera es m nimas em rela o s normais Embora n o existam relatos de efeitos delet rios de alimentos transg nicos sobre a sa de humana n o pode se descartar a possibilidade de que surjam efeitos a longo prazo N o se pode descartar tamb m novos ali mentos que devem ser avaliados Luiz Ant nio Barreto de Castro chefe do Centro Nacional de Recursos G en ticos em Biotecnologia Cenargen Embrapa doutor em Biologia Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 229
415. ua intera o interfaces com os outros campos abrangidos pela bio tica Terceira caracter stica Qualquer quest o em qualquer dos campos seja de fronteira seja do cotidiano al m do exame interfaces deve ser analisada luz da multidisciplinaridade e mais ainda da transdisciplinaridade Entende se por transdisciplinaridade n o apenas a vis o das disciplinas en volvidas mas a interfer ncia da vis o de cada disciplina na vis o das demais e vice versa Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 69 Quarta caracter stica a multidisciplinaridade deve ser entendida no seu sentido mais amplo isto devem ser envolvidas todas as disciplinas que atuam direta ou indiretamente em maior ou menor profundidade nos cam pos da ci ncia da sa de da vida e do meio ambiente Essa caracter stica n o tem sido s vezes devidamente assimilada e praticada surgindo distor es conceituais Ci ncias da sa de Ci ncias da vida Ci ncias do meio ambiente Reconhece se por exemplo a grande atua o da filosofia e do direito na reflex o tica das ci ncias da sa de da vida e do meio ambiente advinda com a cria o da bio tica a tal ponto que alguns dizem que a bio tica atual jur dico filos fica e que preciso desenvolver a bio tica s cio antropol gica s cio pol tica e teol gica Essa uma distor o equivocada da pr tica n o do conceito de bio tic
416. ue contenham algum tipo perigoso de v rus esp cie viva que atualmente representa o gran de predador dos seres humanos Por outro lado a reflex o acerca do abor to por exemplo n o estaria no campo da bio tica proposta por Potter visto que as t cnicas para a realiza o do aborto j s o conhecidas e sua realiza o n o compromete as condi es necess rias qualidade de vida das gera es futuras A delibera o acerca de uma legaliza o ou n o do aborto depende da cultura dos povos e n o de uma reflex o bio tica REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Abbagnano Nicola D idonario de filosofa 22 ed Mestre Jou S o Paulo 1962 Casabona Carlos Maria Romeo E 1 derecho y la bio tica ante los limites de la vida humana E ditorial Centro de Estudos Ram n Areces S A Madrid 1994 Denny Ercilio A Politica e E stado E ditora O pini o Capivari 2000 Nicolescu Basarab O manifesto da transdidplinaridade Triom S o Paulo 1999 Potter Van Rensselear Bio ia O mundo da sa de Ano 22 V 22 N 6 Nov Dez FISC S o Paulo 1998 Popper Karl Raimund A l gica da pesquisa dent fica 42 ed Editora Cultrix S o Paulo 1989 Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 99 Sgreccia Elio M anual de bio tica I fundamentos e ica biom dica Edi es Loyola S o Paulo 1996 Sgreccia Elio Manual de bio tica II aspectos m dico sodais Edi es Loyola S o Paulo 1997
417. um sofisma um eufemis mo para justificar sua manipula o A fecunda o artificial para a Igreja Cat lica filho um dom de D eus n o um direito A Igreja considera imoral toda e qualquer fecunda o artifi cial fora do matrim nio Segundo o cardeal de G nova h tr s crit rios para aplica o da fecunda o artificial respeito do direito vida do em bri o contexto propriamente matrimonial e presen a do ato conjugal A donagem considerada uma aberra o cient fica por entre outros reduzir a concep o do ser humano aos par metros admiss veis para animais e vegetais Manipula o de c lulas estaminais considerada l cita desde que n o provoque risco para a pessoa que cede Se o aborto provocado para tal fim al m da mal cia do aborto acrescenta se a maldade do sacrif cio de uma vida humana Dom Joao encerrou dizendo que o mapeamento do DNA e sua con sequente leitura nos trar o informa es deslumbrantes sobre a sabedoria divina na ordem da cria o Archimedes Pedreira Franco membro da CTNBio como representante dos rg os de defesa do consumidor Superintendente da Procuradoria do Procon da Bahia Secret rio Executivo do F rum Nacional de Procons tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 240 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas O palestrante iniciou relatando a experi ncia de uma divi
418. uma ruptura do paradigma positivista dominante h algumas d cadas em que se considerava a ci ncia e a t cnica como atividades neutras colocadas acima do bem e do mal Cfr Andomo Roberto Ob cit pag 19 e seguintes De acordo com Angela Aparisi Miralles la ciencia y la t cnica en virtud de las cuales es posible transformar el mundo se justifican por su servicio al hombre porque consiguen una mejora real para el ser humano y su entorno Es necesario por ello establecer criterios ticos que permitan encauzar la investigaci n cient fica en beneficio de la humanidad y non en su detrimento Miralles A A E 1 Proyecto G enoma H umano algunas reflexiones sobre sus relaciones com el Derecho Valencia Tirant lo Branch Universitat de Valencia 1997 p g 52 Renaud defende a forma o de uma tica da responsabilidade ou seja uma tica de responsabilidade que vise a autenticidade e n o o xito a todo o custo de uma tica apoiada sobre o desinteresse o qual nunca ser mensur vel pelas suas proclama es externas mas ser o garante da solidez de uma nova erana qual j entr mos Cfr Renaud Michel A D eds o tica factores particularmente relevantes da problem tica contempo ranea Lisboa Brot ria 1997 p g 56 7 Diaf ria A Clonagem Humana Aspectos Jur dicos e Bio ticos S o Paulo Edipro 1999 p g 94 8 Cfr Mateo Ram n Martin Bio tica y D recho Barcelona Editori
419. unci onando nas principais institui es de pesquisa do pa s Esses comit s devem ter em sua composi o profissionais da rea de sa de assistentes sociais cientistas sociais advogados juristas fil sofos te logos educadores al m de pessoa leiga representante dos usu rios Estima se que nesses comit s estejam tramitando em tomo de 10 mil projetos de pesquisa por ano en quanto que Conep foram apresentados cerca de mil projetos no ano de 2000 a maioria de novos medicamentos A rea de gen tica humana tem crescido bastante Grande parte desses projetos envolve uso de testes preditivos e procura de polimorfismos em determinadas popula es Conforme atribui o definida na resolu o 196 a Conep vem contri buindo com normas espec ficas de acordo com seu ac mulo de experi ncia sobre os dilemas ticos envolvidos e a demanda de pesquisas nas diversas reas Cont m diretrizes complementares resolu o 251 que contempla a rea dos novos f rmacos e a resolu o 292 que trata da coopera o estran geira E ssa ltima define pontos importantes tais como comprovar a partici pa o brasileira e identificar os pesquisadores de institui es nacionais co respons veis considerando a condi o de parceria A resolu o 303 trata da Reprodu o Humana sendo que algumas sub reas de grande frequ ncia de dilemas ticos como anticoncep o manipula o de embri es fetos e re produ o assistida ficam na d
420. unidade cientificana CT N Bio pelo Instituto Ludwig de Pesquisa para o C ncer O enfoque do palestrante foi o consumo de alimentos produzidos a partir de plantas transg nicas e impactos na sa de humana Houve um enorme desenvolvimento dos alimentos consumidos hoje em dia produzidos principalmente por melhoramento cl ssico E o caso do milho do tomate por exemplo O que consumido hoje em dia muito tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 228 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas diferente daquilo que o corpo humano est adaptado a consumir Por isso h tantos problemas de sa de como obesidade diabetes problemas card acos Vivemos uma poca em que os alimentos s o de certa maneira perigosos apesar de necess rios Tudo cont m toxinas e plantas naturais s o fontes potenciais de alimentos que estimulam c ncer H uma expectativa de que plantas transg nicas possam trazer impac to positivo na sa de humana Primeiro porque uma por o significativa da popula o humana n o tem comida suficiente e a tend ncia que a produ o de comida ter que dobrar nos pr ximos 50 anos N o se pretende ne cessariamente dobrar a rea de plantio do planeta D esta forma plantas transg nicas contribuiriam para a demanda de alimento tendo um papel fun damental na sa de humana Segundo porque plantas transg nicas podem ter altera o no se
421. uran a um sistema que est indefini do de certa forma at burocratizado Minha pergunta a indefini o desse C digo de tica em Manipula o G en tica pode gerar mais um entrave bu rocr tico e comprometer a experimenta o e o avan o da ci ncia no Brasil M rio Toscano Eu diria que sim um trabalho muito grande tanto que estamos nos preparando tantos anos para come ar esse processo na elabora o do C digo de tica em Manipula o G en tica Mas uma atividade tam b m extremamente prazerosa Venho trabalhando todos esses anos nesse sentido Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 267 de que a CTNBio a Plen ria da CTNBio encaminhe dessa maneira da for ma como foi encaminhado agora no sentido de levar essa discuss o a toda a sociedade brasileira para que de fato a sociedade se integre nessa discuss o dos princ pios ticos que vamos adotar dentro desse C digo Temos como modelo o processo que foi adotado para elabora o da resolu o 196 96 que trata das normas de pesquisas em seres humanos que foi muito bem apresentado aqui pela Dra Corina Bontempo N o s o processo que foi extremamente democr tico trazendo toda a sociedade brasileira para discu tir a quest o das normas de pesquisa envolvendo seres humanos mas diria tamb m que o pr prio modelo da resolu o um modelo que devemos ob servar como modelo extremamente interessante para que nosso C digo de
422. uta Parecer sobre clonagem humana reprodutiva e terap utica Lyga V Pereira L DEFINI ES O termo clonagem pode ser utilizado em diferentes contextos e com diferentes significados em biologia Esse artigo se refere clonagem como forma de reprodu o assexuada ou seja forma de reprodu o que n o en volve a uni o de um vulo com um espermatoz ide Estarei me referindo especificamente t cnica de transfer ncia nuclear utilizada pela primeira vez com sucesso em mam feros na gera o da ovelha D olly em 1997 Nessa t cnica uma c lula de um indiv duo adulto e aqui adulto refere se a um indiv duo de qualquer idade ap s o nascimento fundida com um vulo enucleado ou seja sem n cleo O embri o gerado possui como conte do gen tico aquele da c lula do indiv duo adulto e porisso geneticamente id ntico a ele um clone Alternativamente somente o n cleo da c lula adul ta onde est localizado seu conte do gen tico pode ser injetado no vulo enucleado para os fins deste texto n o h diferen a entre utilizar se a c lu la adulta inteira ou somente seu n cleo O embri o gerado pela transfer ncia nuclear inicia o desenvolvimento ainda no laborat rio dividindo se em duas c lulas quatro oito e assim su cessivamente at o est gio de blastocisto onde ele composto de 100 200 c lulas Nesse ponto ele pode ser transferido para o tero de uma f mea receptora barriga de alu
423. utiliza o n o represente uma real inova o Tal posi o por m n o regra entre as dife rentes na es particularmente em algumas na es que investem sistemati camente grandes recursos e esfor os no Programa do G enoma Humano Neste particular importante registrar que algumas destas na es optam pelo Di reito de Jurisprud ncia e que a quest o do Genoma Humano e Direitos Patent rios ainda est sendo objeto de disputa nas suas Cortes Na Assembl ia G eral da Unesco de 1997 o representante da CTNBio Dr Genaro Paiva acompanhou a posi o brasileira que se pautou em enca minhar a necessidade de uma defini o mais clara do Genoma Humano mais precisamente o Art 3 da vers o apresentada T he human genome which by its nature evolves is subject to mutations It contains potentialities that may be differentially ex pressed according to education living conditions food state of health of Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 205 each individual and in general his or her natural and social environment Sob o ponto de vista formal a representa o brasileira considerou a vers o da D e clara o Universal do Genoma Humano e dos Direitos Humanos conceitualmente e cientificamente pouco eficaz para o est gio do desenvol vimento cient fico atual considerando que o referido artigo refletia um con ceito lamarckiano no qual a express o diferencial de genes determ
424. van adas Elas est o se apossando de toda uma produ o de sementes e com isso re nem um poder enorme em suas m os Ser que esse impacto na sociedade no sentido dos agricultores que v o ter de comprar essas sementes e possivelmente com um produtor s como esse impacto Na verdade temos de considerar tamb m os diversos aspectos dessa quest o de seguran a que n o um aspecto s da economicidade na agricultura mas sim outras quest es de qualidade de vida e tica que fundamental Archimedes Pedreira Franco G ostaria de responder se que isso uma resposta uma situa o relativa o que se tem hoje como verdade o que hoje se tem como seguran a A seguran a relativa mas o que o senhor talvez n o percebeu na minha explica o que estou me atendo lei n o ao Di rio Official A seguran a a que se tem hoje O Dr Simpson fez uma exposi o e sustentou que nesses 25 anos nenhum caso sobre transg nicos foi atribu do com efeito negativo Nesses 25 anos n o existe nenhuma pro va o que n o impede que amanh apare a alguma coisa em sentido contr rio Joaquim Machado Fui feito porta voz de alguns colegas que j n o est o mais aqui mas que representam o Ibama e gostaria de solicitar que Dom Jo o Bosco se tornasse porta voz tamb m de outros grupos religiosos no seguinte sentido h preocupa es de religi es que n o s o apenas represen tadas por pequenos grupos mas tamb m religi
425. variados segmentos da sociedade incluindo a representa o das chamadas minorias culturais e sociais Para viabilizar tal debate abre se uma outra quest o de import ncia fundamental a no o do genoma humano como patrim nio da humanidade alcan ar maior amplitude na medida em que crie instrumentos que propiciem benef cios a todos a partir do desenvolvimento dos debates em tomo do livre acesso aos resultados das pesquisas Uma das dificuldades do livre acesso est na inten o do sigilo em torno das pesquisas como op o colocada para os cientistas ou para as ins titui es Um outro problema aparentemente de car ter mais pr tico indica alguns embara os relativos ao respeito ao direito da propriedade intelectual Antes de tudo coloca se em debate as regras que est o estabelecidas para o patenteamento de qualquer coisa que aplica se a este fim Segundo a distin o cl ssica o direito de patente recai sobre as inven es A partir da os resultados das pesquisas relativas aos genes humanos como patente veis resulta em uma quest o extremamente complexa Nessa malha de preocupa es come a a se arquitetar os princ pios dos direitos da pessoa relacionados gen tica humana Um consenso parece estar se desenhando no sentido de objetivar o enfrentamento de novas ques t es ligadas aos processos cient ficos que investem no desenvolvimento ge n tico humano Um dos pontos desse consenso est fundado sobre a preser v
426. vas to mam conta dos detalhes e s o din micas podem ser modificadas na medida que a Ci ncia avan a e de acordo com as necessidades D essa maneira quando um projeto fosse enviado CT NBio seria avaliado do ponto de vista t cni co de Biosseguran a que a fun o primordial mas ele teria que estar de acordo com essas normas Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 273 Eliane Moreira A relatoria da Dra Maria Celeste que reduziu a termo as nossas considera es ent o o documento inicia se da seguinte forma Os participantes do grupo de trabalho do Semin rio C digo de tica das Manipula es G en ticas organizado pela CTN Bio reunidos nos dias 09 e 10 de agosto de 2001 em Bras lia Profa Maria Celeste C Leite dos San tos Adriana D iaf ria Maria Celeste Emerick juntamente como grupo en carregado do Pre mbulo e Princ pios G erais Dr M rio Toscano e Dr S rgio Danilo Pena considerando a atribui o legal conferida pela Lei 8 974 de 1995 devidamente regulamentada pelo D ecreto 1 752 95 em seu Art 2 inciso IV modificado pela MP 2191 2001 em cumprimento ao disposto na Constitui o Brasileira especialmente no Art 225 12 incisos II IV V e VI de propor o C digo de tica das Manipula es G en ticas decidem pro por o que seguem Que o denominado C digo de tica das Manipula es G en ticas seja en caminhado ao Excelent ssimo Sr Ministro de C
427. via de fundamentalismos e cada vez mais distante do controle social que sobre ela deveria ser exercido REFER NCIAS BIBLIOGR FICAS Einsiedel Edna F Cloning and its discontents a Canadian perspective N ature Biotechnology Washington Nature America Inc v 18 set 2000 p 943 944 Gaskell George amp al Biotechnology and the European public N ature Biotechnology Washington Nature America Inc v 18 set 2000 p 935 938 Martins Herminio Risco incerteza e escatologia Reflexao sobre o ex perimentum mundi tecnol gico em curso E pisteme Lisboa Universidade T cnica de Lisboa v 1 n 1 dez 1997 ja 1998 p 99 121 Leite Marcelo Os alimentos transg nicos S o Paulo Publifolha 2000 Folha Explica dat Os genes da disc rdia Alimentos transg nicos no Brasil Pol tica E xterna S o Paulo Paz e Terra v 8 n 2 set 1999 p 3 14 fede Do Biotecnologias clones e quimeras sob controle social miss o ur gente para a divulga o cient fica S o Paulo em Perspectiva S o Paulo Funda o Seade vol 14 n 3 jul set 2000 p 40 46 Priest Susanna H U S public opinion divided over biotechnology N ature Biotechnology Washington Nature America Inc v 18 set 2000 p 939 942 Resumo A pol mica no Brasil sobre a regulamenta o dos alimentos transg nicos organis mos geneticamente modificados ou OGMs costuma ser interpretada luz da dicotomia de atitudes entre os p blicos dos Estados Un
428. vida humana Madrid Editorial Centro de Estudos Ramon Areces S A 1994 Diniz M H O E stado A tual do Biodireito S o Paulo Saraiva 2001 Engelhart H T The foundation of Bioethics New York Oxford University Press 1993 Gafo Javier 10 palavras chaves an bio ica Coimbra Gr fica de Coimbra Ltda 1996 Grande L F E studios de Biodica Madrid D ykinson 1997 Jonas Hans E Prindpio de Responsabilidad Barcelona Editorial Herder 1995 Loureiro Jo o Carlos G on alves O D ireito Identidade G en tica do Ser H umano Coimbra Boletim da Faculdade de Direito Studia Iuridica 40 Colloquia 2 Sepa rata de Portugal Brasil Ano 2000 Coimbra Editora Portugal 2000 Mantovani Ferrando G enetic manipulation legal interests under threat control systems and techniques of protection In Revista de Derecho y Genoma Humano n 1 BBV Foundation Espanha 1994 p gs 91 117 Mateo Ramon Martin Bio tica y Derecho Barcelona Editorial Ariel S A Espanha 1987 Miralles A A E 1 Proyecto G moma H umano algunas reflexiones sobre sus rdaciones com D erecho Valencia Tirant lo Branch Universitat de Valencia 1997 Oliveira G F Implica es Jur dicas do conhedmento do genoma In Temas de D ireito da Medicina Coimbra Coimbra Editora 1999 pags 101 163 Oliveira F Bio tica uma face da ddadania S o Paulo E ditora Moderna 1997 Pessini L e Barchifontaine C P
429. vis veis ou desproporcionais mas orientados para a cura sobreviv n cia e melhoria das condi es individuais da sa de M rio Toscano N o havendo mais manifesta es gostaria de agradecer a todos os presentes nesse evento agradecer a todos os convidados que res ponderam as nossas solicita es de participa o aos integrantes da mesa s sociedades Conselhos que foram os nossos parceiros para a viabiliza o tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 284 S ntese do semin rio sobre o C digo de tica das Manipula es Gen ticas desse nosso encontro e dizer que vamos encaminhar tudo isso Plen ria da CTNBio com todas as recomenda es que emanaram desse f rum no sen tido de que venhamos a viabilizar essa estrat gia que ficou definida por esse Semin rio no intuito de ampliar tanto quanto poss vel essa discuss o Na medida que tivermos uma minuta como foi uma recomenda o aqui vamos tentar identificar qual o momento mais adequado de realizar um outro semi n rio para analisar essa minuta com todas as contribui es para que depois pud ssemos colocar isso considera o da sociedade brasileira como um todo Finalmente agradecer Secretaria Executiva da CTNBio Comprometemo nos a recolher todo esse material exposto nas pales tras inclusive pedi a cada um dos palestrantes que trouxesse suas contribui es por escrito porque o Minist rio da Ci ncia e Tecnologia colo
430. vistados fizeram emergir um padr o inusitado em que a biotecnologia agr cola aparece sob uma luz bem mais favor vel que os ali mentos transg nicos em si enquanto estes s o percebidos como pouco teis muito arriscados pouco aceit veis e indignos de apoio aquela tem sua utili dade concebida como ligeiramente superior ao risco que engendra e algo aceit vel ainda que n o chegue a despertar apoio veja gr fico 2 Dissocia o compar vel ocorre entre a clonagem de c lulas embrion rias humanas c lu las tronco para fins terap uticos tida como aceit vel em raz o de potenci ais benef cios como a esperada s ntese em laborat rio de rg os para trans plante ou o tratamento de doen as degenerativas e a clonagem de animais inteiros considerada inaceit vel Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 217 Utilidade Wi Risco W Aceitabilidade IH Apoio Teste Gen tico Medicina Biorremedia o Clonagem de Culturas Clonagens de Alimentos Pr Natais Ambiental C lulas Transg nicas Animais Transg nicos Humanas Fonte N ature Biotechnology vol 18 2000 p 936 Gr fico 2 O pini es sobre Biotecnologia Uni o Europ ia novembro de 1999 Para os autores do trabalho esses dados indicam que a imagem mais problem tica da biotecnologia na Europa parece decorrer n o de uma obje o de princ pio apenas e t o somente moral mas sim de uma pondera o qualitativa e tica de riscos e
431. volvidos no Centro de Pesquisas Gon alo Moniz Fiocruz BA no modelo de ca mundongos infectados por Trypanosoma cruzi o agente etiol gico da doen a de Chagas O s resultados obtidos demonstraram que camundongos chag sicos cr nicos apresentaram uma significativa diminui o da inflama o e regres s o da fibrose dois meses ap s o tratamento com c lulas de medula ssea adultas Estes resultados juntamente com os dados j mencionados para cardiopatia isqu mica sugerem que o uso de c lulas tronco aut logas no trata mento de pacientes com cardiopatia chag sica cr nica trar enormes benef cios Cerca de 30 dos indiv duos portadores de doen a de Chagas desen volvem a cardiopatia chag sica cr nica em algum per odo de suas vidas A t o presente momento nenhum tratamento se mostrou eficaz para o controle do processo evolutivo da miocardite de pacientes com insufici ncia card aca de etiologia chag sica permanecendo como problema de sa de p blica dos mais relevantes no pa s No IMBT visamos avaliar os efeitos agudos e cr ni cos do transplante aut logo de c lulas tronco de medula ssea em pacientes Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 OUTUBRO 2002 159 portadores de insufici ncia card aca de etiologia chag sica Esperamos que os benef cios do transplante de c lulas tronco se far o pela redu o do pro cesso inflamat rio card aco regenera o do tecido card aco com aumento do n me
432. volvimento sustentando e formulando es trat gias para garantir a preserva o do ambiente A comunidade empresa rial e as institui es p blicas em especial as cient ficas poderiam unir se por meio da formula o de projetos planejamentos e objetivos que conte nham uma margem destinada s negocia es Para tanto faz se necess rio a mudan a da cultura empresarial local e sobretudo a valoriza o da ci ncia e datecnologia como suporte incontest vel para o desenvolvimento susten tado Tais perspectivas por m est o ajustadas para os projetos biotecnol gicos e n o podem ser extensivas s pesquisas cient ficas que tratam de recursos gen ticos humanos A aplica o dos resultados demanda discuss es de te mas de enormes complexidades sugerindo a elabora o de um c digo de Edi o Especial PARCERIAS ESTRAT GICAS N MERO 16 ouTUBRO 2002 197 bio tica capaz de estabelecer crit rios limites e san es para as quest es advindas da apropria o do genoma humano bem como a manipula o ge n tica de quaisquer formas de vida No Brasil o enfoque principal dessa quest o esta bem definido para as pr ticas com humanos e est apoiado na D eclara o de Helsinque por meio da Resolu o n 196 96 do Conselho Nacional de Sa de criada a partir da constitui o de um Grupo Executivo de composi o heterog nea multiprofissional coordenado pelo Presidente da Comiss o Nacional de tica em Pesquisa do Minis
433. vos conflitos as disposi es normativas e jurisprudenciais j existentes suscitando novas possibilidades interpretativas e regulat rias Com respeito especificamente aos procedimentos do direito no mbi to das ci ncias da vida devem ser consideradas escalas de regula o de dife rentes graus desde o tradicional controle deontol gico da comunidade cien t fica e m dica as garantias administrativas procedimentais os tipos civis de prote o at as disposi es de car ter penal Tal forma de regula o hierarquizada com diferentes graus de intensidade a exemplo de outros se tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 20 Simone Scholze amp M rcio Mazzaro tores da atividade humana tamb m aplica se biotecnologia e s ci ncias biom dicas No entanto necess rio flexibilizar adequadamente sua inci d ncia para permitir a maior liberdade poss vel dos agentes sem preju zo da preven o de desvios socialmente indesej veis Notadamente com respeito ao direito penal dada a gravidade do pro cesso criminalizador a interven o deve orientar se pelos princ pios tradicio nais desse dom nio quais sejam de interven o m nima e ultima ratio isto apenas quando instrumentos jur dicos extrapenais se revelem insuficientes ou quando se trate de conduta particularmente ofensiva frente a bens e valo res dignos de prote o especial Logo o primeiro filtro limitador e sancionador
434. vra ci ncia do latim scientia usada para designar um conheci mento sistematizado que permite compreender um determinado fen meno ou grupo de fen menos e em certos casos at control los Em uma primeira an lise a palavra at parece ter uma conceitua o desprovida de pol micas Todavia a interpreta o acerca do grau de garan tia de validade que se pode esperar de um conhecimento considerado cienti fico representa um ponto que tem suscitado grandes discuss es Sobre o tema duas concep es podem ser consideradas com maior destaque Uma a que predominou na Gr cia Antiga na Idade M dia e em boa parte da Modernidade que considera as afirma es cient ficas como verdades absolutas e universais unindo as em um sistema unit rio fechado e n o contradit rio o ideal cl ssico de ci ncia Outra a que surgiu a partir do come o do s culo XX e vem sendo desenvolvida pela vanguarda tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta 90 Reginaldo L Minar mais cr tica ou menos dogm tica da comunidade cient fica contempor nea Esta concep o se caracteriza pelo abandono da pretens o de atribuir ao conhecimento cient fico aquela garantia universal e absoluta Morris Raphael Cohen 1880 1947 em suaobra Studies in philosophy and science argumentou que se fosse feita uma distin o entre as verdades verific veis da ci ncia e as opini es fal veis dos s bios seria poss
435. were reached through scientific and technological development humanity saw two vast world massacres and several regional wars with a large number of victims and some grave accidents The modem technology was the responsible by some of them Physics has already demonstrated the destroyer power that science may give to human being In the last decades of century XX people became worried if human conduct was responsible in the moment of the production of knowledge and use of technology aiming at warrantee to the future generations the necessary conditions to a worthy life O Autor REGINALDO Lopes Minar assessor jur dico da CTN Bio graduado em Direito e mestre em Filosofia do Direito pela Unimep tica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta C digo de tica de manipula o gen tica alcance e interface com regulamenta es correlatas A driana D iaf ria 1 INTRODU O O PRIMADO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA MOVIMENTOS E DOCUMENTOS INTERNACIONAIS RELATIVOS MANIPULA O DE MOL CULAS DE DNA E BIO TICA A din mica da hist ria humana ganha uma nova express o com a in tensifica o e aperfei oamento dos avan os cient ficos e tecnol gicos no campo da gen tica e da biologia molecular O Homem tornou se capaz de interferir nos processos naturais dos sistemas biol gicos mediante a utiliza o de t cnicas modemas e altamente sofisticadas que possibilitam a trans forma o e cria
436. www cgee org br Parcerias Estrat gicas Centro de Gest o e Estudos Estrat gicos n 16 outubro 2002 Bras lia CGEE 2002 Trimestral ISSN 1413 9375 1 Inova o tecnol gica Brasil 2 Bio tica 3 Biotecnologia 4 Gen tica 5 Etica 6 Pol tica tecnol gica I Comiss o T cnica Nacional de Biosseguran a II Minist rio da Ci ncia e Tecnologia CDU 323 5 6 81 05 PARCERIAS ESTRATEGICAS Outubro 2002 N mero 16 ISSN 1413 9375 Etica das manipula es gen ticas proposta para um c digo de conduta Sum rio Apresenta o Ministro da Ci nda e T emologia Ronaldo Mota Sardenberg sssssscssssessessssssssssssssn Pref cio Presidente da C omiss o T mica N adonal de Biosseguran a CTN Bio sper A br o aa NO as pl oadteadsesalearstniadacedtal Conceitos e campo de abrang ncia Bio tica e normas regulat rias reflex es para o c digo de tica das manipula es gen ticas no Brasil Simone H C Scholze M rdo A nt nio T Mazzaro ws eessssssssssssssesssssssescesssseseessnees A bio tica nos processos biotecnol gicos M rio Toscano de Brito Filho E dnilza Pereira de Farias Dias Sobre um c digo de tica para manipula es gen ticas N dson GO GES OM Ss ninnan AR a el ated eal a C digo de manipula o gen tica William Saad H ossme w cesscsssssssssscsssscsssscsssscsssscsssscssvssssvcsssscsssscssssesssscsssscsssssssscasssesssees Regula o com parcerias Gonna B

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