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2014 Rafaela dos Santos A FACE DAS LETRAS: Pereira Garcez

1. RHS JU 3 8 Alma decorativa Persona Direc o de arte Fotografia Modelo Processo LOVRENC Rafaela Garcez Rafaela Garcez Raquel Santos Fotografia tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Devo fazer da minha alma uma coisa decorativa um verso do heter ni mo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 O conceito de decora o foi explorado atrav s do movimento de algo cintilante e ef mero transposto para a imagem jogando com caracteres que acompanham o movimento e se encaixam de forma saltitante na fotografia Fig 17 Alma decorativa 92 3 9 Longe das emo es a LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Viver essa vida longe das emo es e dos pensamentos s pensamento das emo es e na emo o dos sentimentos um verso do heter nimo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 A composi o apresentada resulta num olhar com inten o introspectiva da modelo caracterizan do este momento racional de escolhas e op es O escritor transmite dilemas entre a emo o emocional e o pensamento racional expostos nesta imagem atrav s de uma fotografia que nos leva a um momento ligado a um imagin rio da persona com p ssaros que c
2. ECO H 2004 Historia da Beleza Alg s Difel EWING W A 1994 The body Londres Thames and Hudson FAWCETT TANG R amp JURY D 2007 New Typographic Design Londres Yale University Press FERRAND M amp BICKER J M 2000 A forma das letras um manual de anatomia tipogr fica Coimbra Almedina FLUSSER V 1998 Ensaio sobre a Fotografia para uma filosofia da t cnica Lisboa Rel gio D Agua FLUSSER V 2007 O mundo codificado S o Paulo Cosac Naify GALER M 2007 Photography foundations for art amp design the creative photog raphy handbook Oxford Focal Press GILL E 2003 Ensaio sobre tipografia Coimbra Almedina HEITLINGER P 2006 Tipografia origens formas e uso das letras Lisboa Di nalivro 243 HELLER E 2007 A psicologia das cores como actuam as cores sobre os sentimen tos e a raz o Barcelona Gustavo Gili HELLER S amp ILIC M 2012 Stop think go do How typography amp graphic de sign influence behavior Massachusetts Rockport HOLLIS R 2001 Design Gr fico Uma hist ria concisa S o Paulo Livraria Martins Fontes Editora JOLY M 1994 Introdu o An lise da Imagem Lisboa Edi es 70 JURY D 2000 O que a tipografia Barcelona Gustavo Gili KRESS G amp LEEUWEN T 1996 Reading Images The Grammar of Visual Design Londres Routledge LUPTON E
3. onde as fotografias funcionam Flusser 1998 p 67 Consequentemente os canais de distribui o t m import ncia para ditar o seu significado a mesma imagem pode ter diferentes significados estando inserida em contextos diferentes mudando o seu significado Flusser 1998 p 70 2 4 2 O ato de fotografar O ato de fotografar um momento composto por diferentes fatores tais como o instrumento descrito por Flusser 1998 p 24 como a simula o de um rg o do corpo humano que nos serve para determinada fun o o objeto algo contra o qual o homem esbarra o objeto cultural sendo um objeto portador de algum tipo de in forma o inserida pelo homem e finalmente a realidade sendo tudo aquilo ao qual vamos de encontro durante a nossa vida e que nos desperta interesse O instrumento um objeto que nos possibilita a realiza o de determinada fun o neste caso a m quina fotogr fica o instrumento e a fun o o registo fotogr fico que resultar na imagem de conceitos uma fotografia um objecto com uma complexa identi dade t cnica e cient fica mas n o deixa de ser simples de utilizar pelo mais ing nuo amador ou seja prop e um jogo estruturalmente complexo mas funcionalmente simples Flusser 1998 p 74 A imagem fotogr fica considerada um objeto cultu 68 ral visto ser portador de informa o impressa pelo homem essa informa o que come a o seu ciclo na realidade selecionada e enqua
4. plo de filmes que explicam quadros mas tamb m existem escritos que nos provam que as imagens alimentam a imagina o todo o conjunto palavras e imagens s o um complemento 2 1 5 An lise da imagem Na era atual cada vez mais ligada comunica o visual importante perceber a rela o do indiv duo com as imagens e como feita a an lise de uma imagem pelo Homem Na rea criativa ou n o o contacto permanente com imagens inevit vel o que obriga ao seu uso decifra o e interpreta o das mesmas Reconhecer formas visuais um processo natural intuitivo e pr prio Costa amp Raposo 2010 p 15 mas n o deixa de ser influenciado pelo contexto cultural onde o observador est in serido ou seja a nossa aprecia o de uma imagem depende da experi ncia do nosso olhar De acordo com Munari 1968 p 21 a nossa possibilidade de ver mais e con hecer mais est diretamente ligada nossa capacidade de conhecer as imagens que nos rodeiam alargando a possibilidade de contacto com a realidade O ser humano tem uma profunda necessidade de significado e a busca do mesmo cumpre uma fun o vital na nossa esp cie A interpreta o de signos crucial para o ser humano e com preender a forma como as pessoas os interpretam fundamental para se estudar a cultura visual formada a partir dos mesmos Por m por vezes como v rios autores t m defendido a ob sess o da interpreta o pode levar a que o inte
5. uma imagem as imagens s o signos inseridos num determinado contexto que lhes consequentemente confe rem significado O design gr fico produtor de comunica o visual respons vel por criar marcas gr ficas geradas de significados e ideias atrav s de qualquer suporte Hol lis 2001 p 1 Segundo Munari 1968 p 81 a linguagem visual ser talvez mais limitada do que a falada mas essencialmente mais direta e o seu conhecimento semelhante a conhecer uma l ngua neste caso composta por imagens Quando reconhecido e com preendido por v rias pessoas o seu significado mais abrangente do que todas as l n guas faladas no mundo O autor 1968 pp 87 90 afirma que todas as imagens t m um valor diferente e podem transmitir dois tipos de mensagens uma comunica o casual ou intencional distinguindo as pela atitude do recetor perante a interpreta o da mensagem No caso de uma comunica o casual o recetor interpreta livremente a mensagem caso seja uma comunica o intencional espera se que o recetor interprete a mensagem de acordo com o significado pretendido pelo emissor Dentro da comu nica o intencional o autor divide a entre dois tipos de abordagens o da informa o est tica e o da informa o pr tica A informa o est tica aquela em que quem re cebe a mensagem faz a descodifica o atrav s das linhas formas harmonia e cons tru es Na abordagem da informa o pr tica podemos referir nos a quest
6. VE CREATIVE UNIVERSITY 2014 Rafaela dos Santos A FACE DAS LETRAS Pereira Garcez Uma explora o atrav s de sinestesias visuais VE CREATIVE UNIVERSITY 2014 Rafaela dos Santos A FACE DAS LETRAS Pereira Garcez Uma explora o atrav s de sinestesias visuais Projecto apresentado ao IADE U Instituto de Arte De sign e Empresa Universitario para cumprimento dos requisitos necess rios obten o do grau de Mestre em Design e Cultura Visual op o de especializa o em De sign Visual realizada sob a orienta o cient fica do Profes sor Doutor Armando Vilas Boas Professor Auxiliar do IADE U Dedico este projecto Helena O j ri presidente arguente arguente orientador Doutor Eduardo Alberto Vieira de Meireles C rte Real Professor Associado e Presidente do Conselho Cient fico do Instituto de Arte Design e Empresa Universitario Doutor Jorge Manuel dos Reis Tavares Duarte Professor Auxiliar da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa Doutora Lu sa Maria Pires Barreto Professora Adjunta da Escola Superior de Artes e Design do Instituto Polit cnico de Leiria Doutor Armando Jorge Gomes Vilas Boas Professor Auxiliar do Instituto de Arte Design e Empresa Universitario agradecimentos Ao Professor Armando Vilas Boas pelo apoio constante amizade e paci ncia demonstrados ao longo do projecto Aos meus pais pelo apoio e incentivo em todas as de cis es da minha v
7. es visuais t cnicas como por exemplo um manual de instru es ou um sinal de proibi o que 33 transmitem uma mensagem a ser descodificada o que requer conhecimento da parte do recetor para as descodificar O recetor recebe a mensagem que o emissor trans mite contudo essa mensagem poder sofrer altera es perturba es e o recetor poder ou n o interpretar a mensagem como definida pelo emissor 2 1 1 Cultura Visual Vilas Boas 2010 pp 68 69 refere que a cultura visual n o consiste s no que vemos mas tamb m no que sabemos Ver algo implica descodificar esse algo o que fazemos contextualizando o Dito isto consideramos que o modo como o recetor recebe compreende e analisa algo estar intrinsecamente ligado sua cultura e expe ri ncia ou seja a mensagem que o emissor transmite ao recetor ser recebida con forme o contexto cultural deste ltimo A mensagem que o recetor recebe reme tendo para uma ordem mais visual ou cultural ou para ambas ser sempre recebida e interpretada conforme a sua bagagem cultural resultado da sua experi ncia e n o tanto como uma rece o apenas de um est mulo visual mas sim uma rece o que interpretada conforme o enquadramento cultural do indiv duo encarando este pro cesso como algo cultural e menos visual Vilas Boas 2010 p 68 A perspetiva e o ponto de vista individual crucial na era visual em que vive mos Os acontecimentos visuais tornaram
8. es visuais do homem foram feitas atrav s de imagens desenhadas em grutas ligadas a quest es m gicas e de so breviv ncia o que hoje denominamos de arte rupestre Consequentemente com o inventar da escrita o homem afastou se do mundo real e aproximou se de algo mais conceptual Esta conceptualiza o tamb m fez com que houvesse uma superioridade de poder vinda de quem tinha conhecimento da escrita Decifrar textos descobrir as imagens significadas pelos conceitos A fun o dos textos explicar imagens a dos conceitos analisar cenas Noutros termos a escrita o metac digo da imagem Flusser 1998 p 30 As imagens e os textos acabam por refor ar mutua mente o significado de ambos visto que o texto explica a imagem e a imagem repre senta o texto Certamente estas descri es e barreiras entre a imagem e o texto n o s o de extrema linearidade como est o apresentadas Hoje em dia um texto pode ser 38 extremamente imag tico pela sua complexidade e exatid o e uma imagem abstrata ter em si uma carga conceptual acentuada De acordo com Joly 1994 p 142 as imagens e as palavras complementam se entre si funcionando como alimento m tuo uma da outra n o existe qualquer ne cessidade de uma co presen a da imagem e do texto para que este fen meno se veri fique As imagens engendram palavras que engendram imagens num movimento sem fim As imagens tamb m podem ser alimentadas por outras imagens dando o exem
9. f ceis para os fot grafos precisamente porque as quest es complexas associadas s cores deixam de estar presentes O autor afirma ainda que a fotografia de nus acaba por ser mais aceit vel quando apresentada a preto e branco precisamente porque pelas cores n o estarem presentes o observador pode focar se e dar mais aten o ao tom ao contraste e textura do resultado Baetens descreve a cor como um elemen to de forte impacto na transmiss o de ideias e sensa es e atrav s de uma vis o mais t cnica sobre o uso da cor o autor refere que as cores fortes funcionam positivamente 67 com outras cores fortes ou se optarmos apenas por usar tons pastel a atmosfera que criada de algo mais fr gil e ainda caso queiramos destacar algum elemento pode mos faz lo atrav s do uso de uma cor mais forte entre outras neutras obtendo dessa forma a aten o do observador para determinado pormenor A fotografia como objeto em si acaba por resultar num objeto de valor des prez vel sendo que como objeto n o tem valor o que tem valor o significado que ela traduz significado conceptual adjacente imagem e informa o A fotografia por sua vez multiplic vel Distribu la multiplic la O aparelho produz pro t tipos cujo destino serem estereotipados O termo original perdeu sentido por mais que certos fot grafos se esforcem para transport lo da situa o artesanal situa o p s industrial
10. imprescind vel o tip grafo adaptar o tipo de letra ao fim a que se destina ou seja a sua fun o n o unicamente conceber carateres ele desenvolve espacejamentos que ir o definir o tipo de leitura dando textura letra tornando a mais coesa densa e escura em rela o a outras e com isto se cria uma problem tica Jury 2000 p 14 A escolha da fonte corpo ajus tamento e da disposi o n o podem ser op es arbitr rias cada caso um caso e con forme o problema ir ser aplicada uma solu o de acordo com a experi ncia limi ta es e conhecimento acerca da tipografia por m as escolhas realizadas s o por vezes deixadas a cargo da interpreta o do criador A interpreta o do criador tem vindo a ser explorada nas escolas de arte e design sendo os tip grafos e designers incentivados a darem uma maior abertura linguagem a ser empregue ou seja criar fontes que transportem em si um car ter de emo o e paix o dando personalidade e intencional idade tipogr fica aos textos finais Com isto n o podemos deixar de ressalvar sem d vida que a presen a da tecnologia foi algo de extrema import ncia para dar opor tunidade a este experimentalismo e independ ncia de cria o Centremo nos agora no momento da leitura enquanto a o O olhar do leitor um olhar irregular caracteriza se por movimentos oculares r pidos que n o se movimentam de forma regular e linear por segundos ocorrem momentos de fixa
11. procura estabelecer a rela o directa entre o significado da palavra com a imagem ou seja explorou se o conceito de pertencer a algu m e transportou se para a ti pografia atrav s de caracteres recortados e colados face da modelo A tipografia pertence face dependente da face face esta que apresenta uma express o ap ti ca de depend ncia ambas pertencendo mutuamente Fig 40 Pertence me 138 3 32 Depend ncia on LOWRELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop A composi o apresentada est na continuidade da composi o anterior Procura explorar o conceito de depend ncia a um outro algu m atrav s do uso de diferentes caligrafias e espessuras de linha para demonstrar essa instabilidade A defini o da face com linhas exteriores vem marcar a ideia de pouca liberdade emo cional domada e definida por um outro Fig 41 Depend ncia 140 3 33 Solid o on LOWRELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Carolina Teixeira Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Solid o nas minhas m os excerto escrito para o projecto continua a tra balhar o conceito de perten a a algo mas nesta situa o a uma componente mais abstracta imagem fotogr fic
12. t cteis e outras constru es sensoriais Dito isto descrevemos o significado do corpo nu como uma imagem estimulante que se traduz e possibilita uma variedade de explora es e reflex es utilizando o neste projecto como um objeto visual 2 2 2 Mulher Utilizando o corpo como tema imprescind vel referir as prefer ncias visuais em rela o ao g nero utilizado de forma mais frequente como escolha de modelo art stico O corpo feminino o eleito para as representa es no mundo visual em que estamos inseridos n o deixando para tr s a conclus o do nu visto como um objecto pois a mulher e o seu corpo s o vistos da mesma forma Diirer considerava que o nu ideal devia ser constru do a partir da cabe a de uma mulher os seios de outra as per nas de uma terceira os ombros de uma quarta as m os de uma quinta etc cit por Berger 1972 p 66 mais uma vez comprovando esta abordagem material do corpo feminino como tamb m uma indiferen a da pessoa em si sendo a mulher transfor mada pelo homem num objeto composto de pe as Vilas Boas 2009 p 137 referindo se ao tema das mulheres como elemento preferencial para a fotografia questiona esta prefer ncia com uma abordagem dife rente da mulher vista como objeto Ser que esta prefer ncia n o porque a cultura visual vigente reconhece o sexo feminino como visualmente mais apelativo Ou ser que as mulheres s o simplesmente mais f ceis de fotografar por serem
13. 71 Fig 4 Cradle of Toes 1987 Ernestine Ruben Imagem disponivel em http www ernestineruben com Fig 5 Dennis 1978 Robert Mapplethorpe Fig 6 Lisa Lyon 1981 Robert Mapplethorpe Imagem disponivel em Imagem disponivel em http www mapplethorpe org http www mapplethorpe org 72 Fig 7 Rody 2000 Jo Brunenberg Fig 8 Hands 1978 Arno Rafael Minkkinen Imagem dispon vel em Imagem dispon vel em http www jobrunenberg com http www arno rafael minkkinen com 78 3 1 Livro O design editorial da pe a final tem grande influ ncia na percep o das men sagens transmitidas visto ser um projecto que procura envolver o observador De forma a entrar no imagin rio de cada persona identidade hipot tica representada atrav s de um conjunto de caracter sticas e comportamentos inevit vel o uso de materiais e t cnicas que reforcem o pensamento de cada uma das 75 composi es Optou se pela escolha de um tipo de papel diferente para cada persona de modo a acentuar a diferen a estabelecida entre elas encontrando para refor ar a ideia de Noa mais emocional um papel mais rugoso e irregular Para Louren o uma identidade mais racional um papel com caracter sticas mais lisas e regulares Noa e Louren o s o as duas personas exploradas nas composi es a sua denomina o foi resultado de uma escolha e liga o pessoal com os nomes em si Foram recolhidos excertos
14. Adobe Photoshop Mem ria em n s um verso de Fernando Pessoa retirado do livro 4 Men sagem 1934 A imagem fotogr fica prop e um arrastamento visual da cabe a da modelo criando assim a ideia de algo que j passou que aconteceu mas se manteve em n s uma mem ria presente e marcada pelo tempo A escolha pelo preto e branco refor a o conceito Fig 68 Mem ria em n s 194 3 60 Sinto me longe Persona R Direc o de arte Rafaela Garcez Processo Digitaliza o tratamento e montagem em Adobe Illus trator e Adobe Photoshop Sinto me longe sinto me leve desenvolvida para o projecto representa a necessidade da persona racional se afastar do mundo para se sentir leve e na sua zona de conforto A composi o visual representa exactamente o que a frase exp e leveza Fig 69 Sinto me longe 196 aC Inton ronge 1e itt 3 61 Pequenas solid es II iii LOURELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Joana Duarte Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Pequenas solid es excerto criado para o projecto pretende representar uma vez mais os momentos ntimos de cada pessoa Na composi o apresentada procurou se transmitir um momento pessoal de total isolamento com o exterior em que na imagem a persona n o tem sons exteriores a intervir no seu espaco Man
15. O Sentir de Mario Perniola lan am um debate sobre a realidade social em que estamos inseridos a procura da individualidade e a experi ncia de uma interioridade partilhada uma quest o a ser explorada e percebida e at que ponto essa individualidade ou n o influenciada pelo mundo exterior sendo n s v timas do especularismo e da sensologia Percebemos que a dimens o es t tica contempor nea tem grande import ncia e efectividade e que o sentir poder mesmo sendo em forma do j sentido E tamb m que este j sentido nos transmiti do atrav s de modelos de um sentir baseado em experi ncias j definidas de sussur 53 ros e de confid ncias de tremores e de conson ncias de cont gios e de fus es de sil ncios eloquentes e de palavras c mplices de recorda es e de nostalgias de ang s tias de emo es de afectos de sensa es que se alimentam da reciprocidade das tro cas e do sentir o sentir Perniola 1993 p 52 2 2 1 Corpo Da mesma forma que houve necessidade de abordar a tem tica do sentir nesta investiga o n o podia deixar de ser entendida a perce o do corpo nu visto ser um elemento constante e apresentado na maioria das composi es A forma como en carado o corpo nu aqui feita atrav s da distin o entre nu e nudez tendo em conta as rela es e significados de cada um O corpo nu para se tornar um nu tem de ser visto por algu m enquanto ob jecto Berger 197
16. Tomm to Create the Most Famous Photography Book in the World Most Famous Photographers Must Have the Most Popular Photography Book of All Time They Said Nigel Tomm ARANTES P amp ANTONIO J L 2003 As fronteiras entre o design e a arte In FERLAUTO C Faces do Design pp 129 141 S o Paulo Edi es Rosari VILAS BOAS A 2006 A Cultura Visual Desportiva Porto Sa de amp Sa VILAS BOAS A 2008 Corpos de desejo In CORREIA A SACAVEM A amp COLACO C Eds Manual de Fitness amp Marketing pp 101 124 Lisboa Vis o e Contextos VILAS BOAS A 2009 O Estudo da Cultura Visual Desportiva Porto Multi tema VILAS BOAS A 2010 O que a Cultura Visual Porto Multitema VILAS BOAS A 2014 Para acabar de vez com o design gr fico Lisboa AVB 245
17. abordagens e t cnicas expressivas possibilitadas por uma liberdade criativa e resultando num reflexo pessoal atrav s da comunica o visual Devido ao seu car ter explorat rio tamb m existiu a necessidade de ir estabelecendo objectivos secund rios de acordo com a fase onde o projecto se encontrava indo de encontro a diferentes possibilidades de explora o medida que eram procurados novos est mulos para as composi es e nas tentativas de defini o final de projecto De acordo com Flusser 1998 p 29 as imagens s o media es entre o Homem e o mundo neste caso nada mais aplic vel ao processo e ao resultado do livro final As composi es apresentadas comunicam descri es visuais de rela es en tre o Homem e o que o rodeia a forma como reage ao que encara como pensa e como se articula com o mundo exterior e interior escolha dos autores e a explo ra o das tem ticas foi um processo estimulante pessoal e academicamente pois apro fundei conhecimentos nas tem ticas integradas e desenvolvi um pensamento cr tico ao expor e questionar conceitos adquiridos durante as leituras As diferentes tem ticas abordadas no momento da leitura ofereceram ao projeto em termos te ricos um conhecimento aprofundado sobre determinados conceitos que sustentam o projeto dissolvendo se em reflex es cr ticas e na compara o de ideias de diferentes autores Desta forma todo o processo de an lise e exposi o de conceitos apre
18. amp MILLER J A 1996 Design writing research writing on graph ic design Londres Phaidon LUPTON E 2010 Thinking with type A critical guide for designers writers editors and students Nova lorque Princeton Architectural Press MUNARI B 1968 Design e Comunica o Visual Lisboa Edi es 70 MIRZOEFE N 1999 An introduction to visual culture Nova Iorque Rout ledge PERNIOLA M 1993 Do sentir Lisboa Presen a POTTER N 2002 What is a designer things places messages Londres Hyphen Press REIS J dos 2001 Literacia Tipogr fica no Objecto Impresso Materiais para o Es tudo da Fun o Social da Letra Lisboa ISCTE Disserta o de Mestrado apresentada ao Instituto Superior de Ci ncias do Trabalho e da Empresa REIS J dos 2012 Tr s movimentos da letra O desenho da escrita em Portugal Lisboa Biblioteca Nacional de Portugal ROCHA C 2012 Novo projeto tipogr fico S o Paulo Rosari SANTAELLA L 2005 Por que as comunica es e as artes est o convergindo S o Paulo Paulus SCHIRATO T amp WEBB J 2004 Reading the visual Australia Allen amp Unwin 244 SOULAGES F 2010 Est tica da fotografia perda e perman ncia Sao Paulo Sao Paulo SPIEKERMANN E amp GINGER E M 2003 Stop stealing sheep amp find out how type works Sio Francisco Adobe Press TOMM N 2009 Famous Photographers Asked Nigel
19. car ter da pessoa em cena n o ten do necessariamente de estar a olhar para a camara a pessoa retratada deve estar ciente que est a ser fotografada A decis o de um enquadramento vertical e horizontal vai de encontro ao que queremos mostrar essa escolha ir tamb m refletir se no que queremos transmitir ao observador tal como noutras escolhas 2 4 3 Fot grafo Existem dois tipos de utiliza o de uma m quina a utiliza o como fot grafo que a pessoa que pretende inserir na m quina os seus conceitos e pensamentos e a utiliza o como funcion rios que a pessoa que age em fun o da m quina segundo Flusser 1998 p 23 que brinca com um aparelho O ato de fotografar realizado por um fot grafo um registo mec nico mas tamb m uma sele o da possibilidade de vistas poss veis escolhendo conscientemente determinado ponto de vista para trans mitir significado ao observador Por essa raz o podemos concluir que ao observar mos e decifrarmos uma fotografia estamos ao mesmo tempo a decifrar a intencionali dade do fot grafo e as condi es culturais do mesmo ou seja o seu modo de ver de terminada realidade pela qual foi confrontado O fot grafo at ao momento do dis paro obrigado a tomar um conjunto de pequenas decis es que refletem o seu pen samento e a sua inten o tendo de seguida de manipular o aparelho para ir de encon tro aos seus desejos e realizando as suas fun es mesmo testando o e quebra
20. criar rela es entre a voz tipogr fica com outros elementos tais como rostos vozes sons formas e texturas entre outros fazendo me concentrar em como criar grupos tipogr ficos e rela es formais com esses elementos O fator personalidade direcionou a investiga o num rumo que reca a sobre a psicologia mais precisamente os dist rbios de personalidade Foram um bom ponto de partida para a explora o visual sendo que inicialmente com v rias possibilidades explorat rias senti a necessidade de procurar uma base te rica onde fundamentar as composi es visuais encontrada aqui nas descri es cient ficas dos dist rbios de per sonalidade As composi es realizadas apresentaram um conjunto de rela es cons tantes de identidade nos resultados adquiridos criando a necessidade de transformar e agrupar os dist rbios de personalidade em tr s identidades distintas a serem explo radas a n vel do sentir a racional a emocional e a superficial O conceito do sentir em cada composi o automaticamente associado a uma identidade justamente porque transmite ideias e significados emocionais ou racionais determinantes em cada uma delas Na constru o de identidades acabei por criar uma marca individual associada a uma Persona identidades hipot ticas representadas atrav s de um conjunto de ca racter sticas e comportamentos deste modo comecei a criar uma s rie de imagens diferentes entre elas que representa
21. de arte Rafaela Garcez Fotografia In s Caramelo Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop E preciso um bocado de tristeza excerto criado para o projecto resulta da projec o de tipografia directamente no corpo da modelo para ganhar uma forma moldada pelo corpo S o palavras directamente relacionadas com a persona emo cional que procura sempre ligac es com um lado mais sens vel Fig 36 preciso um bocado de tristeza 130 3 28 Pequenas solidoes Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Pequenas solid es excerto criado para o projecto procura transmitir atrav s do uso da caligrafia um lado mais ntimo de busca pessoal em momentos de solid o O tratamento desfocado da imagem fotogr fica pretende criar esse isola mento e privacidade que o momento pede A escolha de brancos no interior dos caracteres caligr ficos vem representar esse interior isolamento necess rio Fig 37 Pequenas solid es 132 3 29 Dobras e quebras En LOURERCI Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Natacha Neves Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Dobras e quebras
22. do espelho era outra Era a de for ar a mulher a tratar se a si pr pria em primeiro lugar e essen cialmente como vis o Berger 1972 p 55 Apesar da cita o referida de Berger ter sido escrita na d cada de 1970 pode mos ainda utiliz la para uma justifica o referente aos dois temas O espa o que a mulher ocupa socialmente descrito de um modo completamente diferente do espa o que o homem ocupa Segundo o autor 1972 p 68 o papel do homem o do es petador enquanto a mulher desde que nasce e durante toda a sua vida educada e persuadida a ver o que faz 1972 p 50 tornando se ela pr pria a sua vigilante e ao mesmo tempo assumindo o papel de vigiada Estes dois pap is que a mulher as sume acabam por descrever a sua identidade como pessoa subconscientemente obri ga se a vigiar as pr prias a es atrav s de exig ncias expectativas e obriga es im postas pela sociedade de como uma mulher se deve ou n o comportar Estas a es principalmente centralizadas na sua imagem s o baseadas em como a mulher se apre senta socialmente e como essa presen a ir afetar o modo como os homens a v em e tratam muitas vezes esse resultado influenciador da sua defini o de xito na vida Berger 1972 p 50 A beleza aqui torna se um elemento fundamental a perceber segundo o autor um elemento de competi o entre as mulheres sendo mais um fac tor determinante do lugar que ocupam socialmente
23. epistemol gi cos Soulages 2010 p 14 Soulages na cita o transcrita diz nos que a arte fotogr fica existe e que exis tem desafios existenciais est ticos e epistemol gicos a serem confrontados Num pro jeto criativo neste caso de design a utiliza o de diversos meios de registo de ima gem torna o estimulantemente mais enriquecedor tanto em termos visuais como conceptuais Estamos a transmitir ideias visuais mas o facto de abordarmos a fo tografia como uma arte faz nos perceber o processo criativo de uma forma mais com plexa Flusser 1998 p 33 olhando para a fotografia pela sua perspetiva pessoal descreve a como uma imagem produzida por aparelhos um feitigo abstracto n o deixando de a encarar como algo complexo a ser decifrado As fotografias s o elemen tos dificilmente decifr veis ibidem justamente porque primeira vista e para quem olha sem ver n o necessitam de ser decifradas no entanto encontra se aqui um erro as fotografias sio um olhar do fot grafo um olhar que seleciona os elementos e o en quadramento que consequentemente conferem significado a uma imagem atrav s de perspetivas e possibilidades de reflex o O observador ter que entender a mensagem fazendo o processo de an lise necess rio atribuindo significados produzindo rela es e atribuindo sentidos atrav s de caminhos mentais e associa es resultantes de interpreta es Ainda encarando a fotografia como algo de m gico a s
24. eventualmente mais dispon veis e possu rem uma sensibilidade mais elevada que os homens O au tor descreve este processo cultural de sele o do corpo da mulher tanto pela quest o de ser mais apelativa corporalmente como tamb m devido maior sensibilidade das mulheres estando elas com maior predisposi o para a dedica o e envolvimento a que o momento fotogr fico obriga Por outro lado Vilas Boas 2009 p 137 ques tiona tamb m a possibilidade de esta escolha ser feita por uma mente moldada por conceitos de beleza impostos resultando nas escolhas feitas pelo fot grafo por mu lheres mais belas 55 Por outro lado Vilas Boas 2009 p 137 questiona se n o ser um processo natural de sele o influenciado pelos conceitos de beleza impostos moldando assim a mente do fot grafo a escolher as mulheres mais belas ou segundo o autor mais aptas para serem fotografadas Esta quest o da apar ncia social da mulher leva nos a explorar atrav s da seguinte cita o dois temas o espa o que a mulher ocupa social mente e o conceito de beleza da mulher O espelho foi muitas vezes utilizado como s mbolo da vaidade feminina A moraliza o to davia era basicamente hip crita Pintava se uma mulher nua por se gostar de olhar para ela colocava se lhe um espelho na m o e chamava se ao quadro Vaidade condenando moral mente por este meio a mulher cuja nudez se havia pintado por prazer A verdadeira fun o
25. explodir Relaciono a acc o visual com o significado do verso pois existe um outro lugar pessoal desco nhecido onde existimos e n o nos encontramos Fig 11 Existo onde me desconheco 80 3 3 Mem rias oa LOWRELC Ilustra o Rafaela Garcez Processo Fotografia pessoal desenho tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Mem rias apresenta aqui uma fotografia pessoal de 1956 da fam lia Pereira Garcez explorada atrav s de linhas a tinta da china que acompanham as formas do corpo de cada pessoa para representar como as mem rias e as experi ncias ocorri das durante a inf ncia t m grande impacto e influ ncia na pessoa adulta ficando como marcas pessoais absorvidas e tatuadas em n s No livro final a impress o desta composi o foi feita em papel vegetal para criar uma rela o com a com posi o posterior tamb m ela composta por linhas visuais Fig 12 Mem rias 82 j a 7 if aN DIE LS ERS Pa A AN gt PS a y RIS ER YI mo ii a ha 4 3 4 Solto o que h em mim Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Solto o que h em mim excerto escrito para O projecto vem contrapor se com a composi o anterior dando nos a ideia de liberta o de algo que est preso no inte
26. hist ria o es tudo e o seu desenvolvimento acabam por ficar difusos ou seja ao escolhermos um determinado tipo de letra estamos a dar prefer ncia a um certo tipo de formas re for ando alguma mensagem que queiramos transmitir encontrando a subentendida na express o tipogr fica que refor a determinada ideia importante que ela tamb m consiga falar por si s num mundo repleto de informa es visuais A legibilidade um dos mais importantes princ pios para a durabilidade da tipografia mas existe ainda um fator extra descrito por diferentes palavras serenidade vitalidade riso gra a ou alegria que representa a tipografia e a sua presen a e precisa de ser explorado na sua cria o Bringhurst 2005 p 15 A tipografia o of cio que d forma vis vel e dur vel e portanto exist ncia independente linguagem humana seu cerne a caligrafia a dan a da m o viva e falante sobre um palco min sculo e suas ra zes se encravam num solo repleto de vida embora seus galhos sejam car regados de novas m quinas ano ap s ano Enquanto a raiz viver a tipografia continuar a ser uma fonte de verdadeiras del cias conhecimento e surpresas Bringhurst 2004 p 15 A caligrafia um registo manual que transporta em si uma identidade pessoal de quem a faz seguindo um conjunto de regras e c digos para a sua correta realiza 58 o sem perder a sua personalidade nem as diversas possibilidades de e
27. mas reconhe o ao medir me que tudo isso pensamento que n o senti afinal um excerto retirado do livro Cancioneiro 1935 de Fernando Pessoa A composi o que se segue procurou estabelecer rela es visuais entre a face intros pectiva da modelo com uma caligrafia flu da Desta forma tenta apresentar aqui os diversos significados do excerto atrav s da conjuga o da imagem com a caligrafia Fig 62 N o senti afinal 182 3 54 Essa a minha natureza a LOURERCI Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Agrada me a mim mesmo essa a minha natureza um excerto escrito para o projecto A escolha pela montagem entre fotografia recortes de rostos ou parte deles e pela manualidade da caligrafia pretende transmitir um isolamento da identidade ao satisfazer se a si pr prio Fig 63 Essa a minha natureza 184 3 55 Estou sempre triste Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Verifico que tantas vezes alegre tantas vezes contente estou sempre triste um verso do heter nimo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 A composi o gr fica apresenta
28. o quando o olhar foca num ponto O momento de leitura das palavras n o feito pelas letras individualmente mas sim pela forma das palavras que elas comp em o olhar 60 est treinado para reconhecer a palavra pela sua forma total e n o s pela uni o das s labas e dos sons S o identific veis pelo olhar grupos comuns de letras e palavras inteiras mais curtas sobretudo pelos espacos internos e ascendentes e descendentes dos carateres Jury 2000 p 20 O uso da tipografia d se em diferentes campos da rea criativa tais como o design editorial o type design o brand design e a publicidade e o marketing tamb m fazem uso da mesma para refor ar ideias e valores Deste modo Reis 2012 p 21 refere se ao mediador gr fico como o elemento que ir produzir um objeto de design dentro de limites n o control veis objectivos de mercado e efic cia comunicativa que transmita a mensagem sem qualquer atrito para a perce o do recetor Para al m do uso funcional para o qual a tipografia se presta ela tamb m abordada e explorada atrav s de um cariz art stico onde a dimens o autoral e conceptual do objeto pro duzido tem prioridade sobre uma poss vel dimens o funcional Reis 2012 p 21 Atrav s deste cariz art stico a tipografia refor a ideias estimula sensa es e emo es e representa comportamentos quando utilizada de forma expressiva podendo tornar se at musical e dan ante Cada letra de uma fam lia t
29. palavra morta Procurou se atrav s da imagem evidenciar a textura de uma componente do corpo humano sem vida e atrav s da caligrafia bruta e irregu lar com uma simetria desalinhada testar o olhar do observador Fig 29 Vontade morta 116 3 21 Arrog ncia En LOUREN Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Filipa Lacerda Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Ir distrair te com arrog ncia Mas vai te fazer rir um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 onde o cineasta ingl s explora poemas em corpos humanos Na composi o apresentada pretende se expor um elemento de destaque numa superf cie mon tona para re for ar a ideia de algo que distrai chamando aten o para algo que sai da regra A manipula o e o desarranjo tipogr fico criado foram trabalhados com o mesmo ob jectivo visual de sair da regra e do habitual Fig 30 Arrog ncia 118 ate gt Ira Rn mas vai te fazer rir 3 22 Desarruma o emocional ii LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Carolina Teixeira Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Desarruma o emocional excerto criado para o projecto procura explorar visualmente a ideia de desarruma o atrav s de um dos enfoques do projecto o corpo Foi rea
30. recebermos conceitos e significados vindo do emissor teremos igual mente que analisar dentro de um contexto hist rico onde tal pe a foi criada Para re for ar a ideia da contextualiza o da imagem para a sua compreens o Joly 1994 p 155 afirma que a sua leitura mesmo que mais r pida e feita de forma inconsciente mant m em n s uma mem ria que apenas exige ser um pouco estimulada para se tornar num utens lio mais de autonomia do que de passividade como tamb m va mos compreendendo que necess rio conhecer o contexto de comunica o da histo ricidade da sua interpreta o assim como as especificidades culturais do autor da imagem e do observador Para concluir Flusser 1998 pp 24 25 descreve cinco conceitos com perti n ncia neste contexto de an lise sendo eles a idolatria a incapacidade de decifrar significados da ideia n o obstante a capacidade de a ler portanto adora o da ima gem a imagina o sendo a capacidade para compor e decifrar imagens a infor ma o situa o pouco prov vel traduzir descrito como mudar de um c digo 40 para outro portanto saltar de um universo para outros e v lido como algo que como deve ser Podemos descrever a comunica o visual como a transmiss o de uma men sagem feita a partir de um emissor para um recetor Deste modo estamos a estabele cer uma rela o comunicacional entre dois elementos um com intuito de transmiss o de
31. todo ou que tenha de corresponder a uma cren a ou seja exigido ao sentir que represente um conjunto de ideias corres pondentes a um interesse colectivo universal j definido O pathos e o cora o dis tinguem se entre o universal e o singular ou seja pathos representa o sentir a o influenciado por um aspeto espiritual enquanto o cora o influenciado por uma carga mais animal Perniola 1993 pp 60 61 Estas duas modalidades colocam se em diferentes posi es face ao saber que tem como objeto o sentir o primeiro universal e espiritual colocando se acima sendo uma experi ncia racional e o segundo posi cionando se abaixo podendo ser apenas um objeto de narra o justamente pela sua singularidade irrepet vel Assim o pathos desemboca numa filosofia do esp rito art stico que considera o sens vel s em fun o do racional o cora o pelo contr rio desemboca numa literatura que mostra dramaticamente ou narra factos particulares cujo significado escapa aos protagonistas e talvez at ao autor Perniola 1993 p 62 O autor afirma que o pathos e o cora o se distinguem pela experi ncia liber tadora de um e o condicionamento f sico do outro Se por um lado o pathos nos permite adquirir uma vit ria espiritual sobre um sentir universal e filos fico o cora o uma condi o animal algo que est preso dentro de quem o transporta Perniola 1993 p 65 Os conceitos adquiridos com
32. um tipo de letra duro que n o envolve o observador Fig 81 Envolvimento em algo que n o te quer envolver 220 3 73 Vida dividida Persona RI Ml Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop essa que dividida entre a verdadeira e a errada um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 Esta afir ma o referente vida verific vel na composi o uma agressividade apresenta da atrav s da ilumina o da fotografia juntamente com a for a das m os sobre o corpo e do papel amarrotado O papel trabalha em conjunto com a tipografia con trastante pelas suas formas extremamente arredondadas mas que se confundem com o papel com a palavra vida escrita Fig 82 Vida dividida 222 3 74 Necessidade de mudar e de as mudar Persona LOYREN Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Necessidade de mudar e de as mudar um excerto escrito para o projecto A composi o explora visualmente o conceito de mudan a as linhas no rosto dis postas de forma irregular e imprevis vel transmitem a ideia de metamorfose e alte ra o de pensamento A tipografia insere se entre a
33. um verso retirado dos poemas criados por Peter Green away no filme The Pillow Book 1996 Nesta combina o entre um corpo org nico e manipul vel com uma tipografia recta em bloco pretendemos transmitir um con traste visual entre os dois elementos tamb m conseguido atrav s da cor lisa bran ca que se torna agressiva sob a pele composta por diferentes tonalidades e texturas Fig 38 Dobras e quebras 134 3 30 Arranbe para entender Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Joana Duarte Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Arranhe para entender um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 A composi o comunica um simetria visual resultante da conjuga o do elemento fotografia com o elemento tipografia A fotografia aqui grosseiramente recortada pela tipografia transformando as li nhas naturais do rosto em linhas geom tricas O conceito por detr s da fotografia refor ar a ideia de esfor o referida pelas palavras Fig 39 Arranhe para entender 136 p 3 31 Pertence me ii LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Pertence me palavra seleccionada para o projecto A presente composi o
34. 2 p 58 O autor faz a distin o entre o nu e a nudez descreven do que estar nu ser se o pr prio e a forma como se visto pelos outros n o signifi cando que se veja como nu pois para se tornar num tem de ser encarado como um corpo objeto Esta distin o entre o nu e a nudez apresentada por Kenneth Clark em O Ny Berger 1972 p 57 onde o autor distingue o nu como algo abordado ar tisticamente e dependente da pintura para ter esse significado em oposi o nudez que o estado de estar despido Berger afirma que apesar de o nu art stico estar con vencionalmente relacionado a uma tradi o de arte tamb m existe o nu fotogr fico as poses de nu ou gestos de nu As rela es do corpo nu essencialmente com a arte e com a sexualidade con frontam nos com a quest o de o corpo ser uma manifesta o da nossa individuali dade distinguindo nos dos outros sendo encarado como um bem pessoal precioso e como cart o de visita perante o que nos rodeia Vilas Boas 2010 p 103 Assim o elemento corpo extremamente estimulante para a cria o art stica justamente pelo conjunto de est mulos visuais que oferece e todos os significados que podem ser ex plorados atrav s dele Segundo Norton amp Olds cit por Vilas Boas 2010 p 104 os elementos percetuais cognitivos e afetivos de como o corpo representado e encara 54 do por n s pr prios sio essencialmente visuais mas abrangem influ ncias sinest si cas
35. ES 46 2 1 8 Desenhd nass ss 47 N OL een erpresst 48 VOTA een AAA AA 49 DUO eek 50 22 1 AS ORO tates aaa ata asa asta aa ae aa ba aa haa aaa taba taba tat dae 54 2 2 2 M ller Pec LL 55 A cate A A CTA RATO ra Rara ora arara nara rear RONG 58 ER IE BY ES TO AD O gra A 59 DEDO NS ls ee ee ee 62 2 3 3 Influ ncia da tecnologia Dan a 63 2 4 AO ON 65 34 1 O preto BRANCO ana au aaa 67 DA DAY AAA AE 68 2498 PODEMOS 70 3 PROTEIN pa 75 A 77 E NAO A II A EN Or 237 5 BIBLIOGRAFIA sui ds 241 LISTA DE FIGURAS Fig 1 Ten Arms 1981 ia 71 A SECAS AGG GEG AGG GES AOR 71 Fig 3 Photoformance 1988 steel Zi Big E lO AE ae ae a a A 72 io Dennis 1078 nn ee 72 Fig 6 Lisa Lyon 1981 ne 72 Fig 7 Rody 2000 nn enuei iia E EEE E EEEE RERA 73 Fio 8 Hands 1978 O AEE AEE an ae ana nen ATARE 73 Fig 9 Livro final Erg 79 Fig 10 Livro final ar e dd a o cee ee 79 Fig 11 Existo onde me desconhe o miooo iii 81 Eier 12 gt Memo ana a A A A aa 83 Fig 13 Solto o que h em mim ssa NS SSNS aa So 85 A Na A O 87 Fig 15 P nto nal 89 PO PEO A A nee re 91 Fig 17 Alma decorativa 256 22 2 ena ttaeeaaShar Good a fon SfE 93 Bigs LS Longe das EMO COS ais 95 112319 SENSACIONAL Reh 97 HS 20 Espelho SEU added lea 99 Fig 21 Preciso de ser um Outro iia 101 Fig 22 SOSSE u aa Re 103 Fig 23 Quando arde na pele aaa aaa 105 Fig 24 Sem qualquer AVISO 2 od da ao ada iaa 107 Fig 25 A d
36. O Sa a o es 175 Eto 502m 3 030 802 177 OU Oalimento do pensar ana 179 6l Tenho tanto sentimento acacia 181 62 gt N o senti anal 183 co e nn anne ana 185 II A SEMPLE CSCS 5 304234 o RB 187 El 0 a SIA CA ae een 189 Fig 66 Tenho que escolher o que detesto ococccccccnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnonononononnnonoss 191 Fig 67 Tudo se me tornou insuport vel uccsssesssssnnnnnnnnnnnnennennnnnnnnnnnnnnen 193 Fig 68 Mem ria em N s uud 195 Fig 69 Sinto me longe 2 2a A IAS 197 Fig 70 Pequenas solid es Ve 199 Fig ZL Parecia m paraiso see a ae RA 201 Fig 72 OSO A 438243320 A A AA e e 203 Fig 73 O que vemos n o O QUE vemos cccccccononncnnnnnncnnnnnananoncanonnnannnnnananoo nacos 205 Fig 74 Existo onde me desconhe o Il ooonnninnnnncccnnncccnnnnnanonranonnnccnnnnnnanoncnnos 207 Hiro Morte de TINTO e gel 209 Fig 76 N o vale a pena rabiscar em cima do rabiscado ooocccccnnncnnnnnnnnnnnnnos 21 Fig 77 Palavras tamb m se reproduzem com prazer s s 213 F878 Abra me LOLA A ale 215 Fio AG NC Ap ae Ce isa aoc i a US hanna etait 217 Fig BO Regia DOR na ea EE 219 Fig 81 Envolvimento em algo que n o te quer envolver eccere 221 Fig 82 Vida dividida Rn re eae eee ee SEE SR 223 Fig 83 Necessidade de mudar e de as mudar nannte 225 Fig 84 S porque lembra o que esqueceu II uunneeeesssennnnnnennnnnennennnnnnn 227 Fig 85 Ambos sab
37. a o educando ou enganando o observador e transmitindo conhecimento uma forma de express o extremamente rica inesperada criativa e cognitiva estimulante para quem a observa ao n vel visual e intelectual Com a evolu o da tecnologia hoje em dia a possibili dade de criarmos imagens totalmente manipuladas e cada vez mais confund veis com a realidade permite brincar com a perce o do observador A rela o do homem com a imagem segundo Vilas Boas 2010 pp 62 63 uma posi o de voyeur visto estarmos numa posi o de observador nico e sabendo que a imagem n o nos observa ganhamos consci ncia cr tica e tiramos o prazer m xi mo da mesma sem que ela nos veja ou critique Podemos ter rela es intensas com as imagens precisamente por causa do poder que elas t m tanto de nos dar prazer como de nos permitirem articular os nossos desejos atrav s da observa o Vilas Boas 2010 p 61 Quando sentimos que a imagem corresponde a algum dos nossos pen samentos ou desejos fazemos parte do grupo de observadores a quem a imagem se dirige pois tal como os recetores compreendem conceitos e significados da imagem a imagem por si s tem j predefinido um p blico Vilas Boas 2010 p 72 Segundo Flusser 1998 p 28 a imagem uma superficie que pretende repre sentar alguma coisa num determinado espa o e tempo vista como s mbolos conota tivos as imagens s o o resultado do significado decifrado de duas intencion
38. a define literalmente as m os mas a solid o n o algo visualmente definido sendo que representado aqui pela tipografia uma ti pografia sem grandes altera es formais que transmite fragilidade Fig 42 Solid o 142 3 34 Ouietude Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo In s Caramelo e Natacha Neves Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop O cora o quase n o bate a quietude foi alcan ada um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 Para representar visualmente este excerto procurou se transmitir atrav s da imagem a ideia de repouso e atrav s da tipografia algo inquieta antes do foi alcan ada justamente para transmitir a mudan a de estado As cores neutras s o expostas propositadamente para o refor o do conceito tranquilidade Fig 43 Quietude 144 3 35 Espera oe LOWRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Ilustra o Rafaela Garcez Modelo Natacha Neves Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Espera Ainda n o chegou a tua vez excerto de Rita Couto A escolha de um retrato com a face da modelo sem express o procura contrastar com a agres sividade da frase Procurou se criar uma composi o visual que transmitisse a ideia de anula
39. alidades a do emissor e a do recetor dando espa o ao receptor para extrair os seus significados conforme a mensagem exposta enquanto reflexo do comportamento do emissor Ao receber a mensagem visual o recetor analisa a e o seu olhar diacroniza a sincronici 37 dade imag tica por ciclos Portanto o olhar percorre a imagem por ciclos sem pausas o que central num primeiro momento passa a secund rio e depois volta a central transformando se num jogo de antes e depois de momentos da superf cie visionada conforme as prefer ncias de elementos visuais do recetor Estes elementos da imagem estabelecem entre si rela es revers veis que se explicam umas s outras propondo ao recetor perceber as liga es entre significados 2 1 4 Imagem versus escrita Embora os textos expliquem as imagens a fim de rasg las as imagens s o ca pazes de ilustrar textos a fim de remagiciz los Flusser 1998 p 30 O autor refe re se s imagens como algo que adquire consci ncia m gica e apresenta v rias dimen s es enquanto os textos s o a representa o de algo de uma forma mais conceptual visto estarem mais afastados do real serem mais abstratas e limitarem se apenas a uma das dimens es do espa o tempo A rivalidade entre a imagem e a escrita tem vindo a sofrer altera es ao longo da hist ria dando mais ou menos import ncia a cada uma conforme o per odo hist rico onde est o inseridas As primeiras comunica
40. amb m relacionado com a persona racional Louren o sendo aqui explo rado o conceito de dualidade ou seja dois lados Encarando o significado do excerto transp em se aqui dois mundos atrav s do uso da cor da coloca o da tipografia surgindo o efeito espelhado Em rela o fotografia a modelo est coberta pelo ca belo relacionando com um mundo desconhecido a ser descoberto novamente a quest o da descoberta pessoal Fig 74 Existo onde me desconhe o II 206 3 66 Morte de um livro Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo In s Caramelo Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop A morte n o necessariamente um livro velho e usado com p ginas secas podem existir mil e uma p ginas com um texto forte e brilhante s o versos retira dos dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 O resultado da composi o considera um conjunto de elementos que exploram todos eles o mesmo conceito tipografia em it lico comunica movimento sendo ora alinhada ora desalinhada com a geometria formada pelas pe as recortadas da pr pria fotografia A ilumina o num foco espec fico transmite o brilho a que o excerto se refere Toda a imagem em conjunto pretende transmitir consist ncia Fig 75 Morte de um livro 208 3 67 Nao vale a pena rabiscar em cima do rabiscado Perso
41. aqui visualmente o que o excerto nos transmite ou seja atrav s de uma euforia de alegria expressa pelas serpentinas juntamente com a express o contente da modelo vem em con traste algo noutro plano uma realidade diferente algo mais real algo mais pr xi mo e que n o transmite a mesma energia tipografia representa a leveza e euforia de toda a fotografia apenas sendo modificada a palavra triste destacando se Fig 64 Estou sempre triste 186 3 56 Imagina o a LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Imagina o uma palavra escolhida para explorar a persona racional fazen do um jogo de palavras entre imagina imagina o e imaginar Na presente com posi o procurou se tirar partido da textura da pele com a textura dos caracteres em feltro recortados e colados assumindo a mesma forma que o corpo Fig 65 Imagina o 188 3 57 Tenho que escolher o que detesto Persona i Ml Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Tenho que escolher o que detesto ou o sonho que a minha intelig ncia odeia ou a ac o que a minha sensibilidade repugna ou a ac o para que n o nasci OU O SONO
42. as cenas a preto e branco n o existem Mas as fotografias a preto e branco essas sim existem Elas imaginam determinados conceitos de determinada teoria gra as qual s o produzidas automaticamente A necessidade de por vezes representar imagens a preto e branco tem a sua origem numa busca de significados sinceros e diretos quase como a representa o da imagem em cru algo de mais verdadeiro Flusser faz a descri o do branco como a cor que representa o conjunto total de todas as vibra es luminosas e do preto como a aus ncia total dessas mesmas vibra es e da fus o das duas resulta o cinzento que o tom que resulta quando misturadas Esse tom cinzento o incentivador de imagens de teorias a respeito do mundo esse mundo que n o a preto e branco a cores Estas imagens que nos fascinam a preto e branco resultam de um pensamento te ri co e conceptual e nos conceitos programados que as imagens fotogr ficas s o rele vantes O mundo a cores mas as fotografias a cores representam algo que n o real e quanto mais pr xima a cor estiver do real mais irreal a ideia que a fotografia transmite sendo ela resultado de uma complexidade t cnica Flusser 1998 p 60 Em contrapartida Baetens 2007 pp 40 42 afirma que para al m das fo tografias a preto e branco serem uma abstra o da realidade reduzindo a infinidade de cores poss veis a diferentes tons cinzentos numa imagem s o possibilidades mais
43. brigando a que o sistema utilizado pelo emissor n o fuja dos limi tes convencionais estabelecidos e que o recetor n o seja obrigado a pensar Noutra perspetiva se um emissor seguir todas as regras sem as quebrar n o estar a transmitir qualquer tipo de contributo ou inova o na comunica o visual dando o exemplo do trabalho tipogr fico se um tip grafo permanecer neutro e cumprir todas as regras es tabelecidas opini es deliberadamente vagas e pouco r gidas transmitidas por aqueles 41 que t m tempo e vontade para supor o interesse dos outros o seu trabalho final n o ser nada mais do que um acrescento impessoal e an nimo ao j existente A descodifica o de uma imagem feita pelo recetor um processo de produ o de significado por m consiste num acto simultaneamente consciente e inconsciente evocando mem rias conhecimento e enquadramento cultural para al m das carac ter sticas da pr pria imagem e dos significados dominantes que lhe est o associados Vilas Boas 2010 p 74 A influ ncia que a experi ncia do recetor tem na perce o da mensagem mesmo quando emitida pelo emissor de acordo com os fatores estabelecidos para o sucesso da comunica o de extrema import ncia na produ o de significado ou seja cada recetor possuidor de um conjunto de filtros que possibilitam determinada perce o e intera o com a imagem Estes filtros podem ser de car ter sensorial psicofisiol gico ou
44. com quest es e reflex es est a ver a ima gem como uma janela e n o como uma imagem exaltando se assim a import ncia que tem o deciframento das imagens pelo seu car ter objetivo e instant neo o obser vador confia nelas tanto quanto confia nos seus pr prios olhos Flusser 1998 p 34 Apesar de existir um confronto com d vidas temporais e existenciais a fo tografia um registo temporal de um acontecimento e esse momento quando visio nado em imagem t cnica pelo observador quer se acreditar que gra as a ela o obje to O sujeito o ato o passado o instante etc v o ser reencontrados por outro deve se saber que ela nunca os d novamente ao contr rio ela a prova de sua perda e de seu mist rio no m ximo ela os metamorfoseia Soulages 2010 p 14 Soulages 2010 p 227 afirma que existem tr s atitudes fotogr ficas perante a fotografia sendo a sua constata o ou seu registo ou sua transforma o em sentido ou sua transforma o em poesia ou seja o fot grafo pode tomar a atitude do dis paro e justific la por um interesse de registo moment neo como representa o de algo pode querer transform la em significado tendo uma abordagem mais concep 66 tual ou em poesia transcodificando conceitos em superf cies Flusser 1998 p 63 sendo que as tr s atitudes podem estar presentes num nico registo fotogr fico 2 4 1 O preto e branco Flusser 1998 p 58 escreve que
45. como representa es de coisas s o sinais convencionais e a sua origem pict rica est esquecida Gill 2003 p 148 2 1 9 Cor A escolha do uso da cor num projeto visual tem extrema influ ncia na pro du o de significado pretendido As cores mesmo sem se ter consci ncia de tal im pacto possuem intrinsecamente caracter sticas que nos afectam ao n vel psicol gico transmitindo nos diferentes tipos de sensa es Vilas Boas 2006 p 103 De acordo com Heller 2007 p 18 a cor transmite nos um infind vel n mero de sensa es visto existirem mais sentimentos do que cores e consequentemente o conjunto de sentimentos que poderemos sentir ao visualizar uma cor em determinado contexto poder espoletar diversos sentimentos podendo eles serem contradit rios entre si Mais uma vez o contexto um fator fundamental neste caso com o uso da cor visto resultar em sensa es diferentes conforme o contexto onde est inserida A autora de fende que as cores n o carecem de significados mas os significados que s o retirados ao visualizar as cores est o diretamente relacionados contextualiza o da cor pela liga o de significados na qual entendemos a cor Heller 2007 p 18 Em rela o criatividade Heller afirma que necess rio adquirir conhecimentos adicionais em re la o ao projeto onde estamos envolvidos pois sendo a criatividade o conjunto de tr s fatores talento influ ncias exteriores e conhecim
46. cultural influenciando assim o processo de descodifica o da mensagem recebida Munari 1968 p 92 afirma que a mensagem pode ser caracterizada por duas partes comunicacionais sendo elas a informa o transportada e o suporte visual A informa o transportada o conte do que o emissor pretende transmitir e o suporte visual a forma como ele o faz ou seja o conjunto de elementos que tornam poss vel a observa o da mensagem tais como a textura a forma a estrutura o m dulo e o movimento que permitem ao emissor refor ar e aprofundar a mensagem que pre tende transmitir 2 1 6 Semi tica Segundo Joly 1994 p 30 tendo em conta os complexos aspetos e aborda gens numa an lise de imagem podem ser utilizadas diferentes teorias para o procedi mento como por exemplo atrav s do olhar da matem tica da inform tica da est tica da psican lise da psicologia da sociologia da ret rica entre outros Apesar de todas as abordagens te ricas serem v lidas a mais geral no campo de an lise da imagem ser a teoria semi tica que estuda a imagem abordando certos fen menos para perceber o modo como produz sentido ou seja os seus significados e poss veis interpreta es 42 A semi tica surge no in cio do s c XX e designada como a ci ncia que estu da toda e qualquer linguagem atrav s da teoria dos signos tendo como precursores o su co Ferdinand de Saussure 1857 1913 e o norte americano Charles Sanders Pie
47. dade um sentir e um pen sar j sentido e j pensado retirando nos desse cargo e dessa responsabilidade de forma a anular o sentir interior pessoal e privado de cada indiv duo Vivemos numa poca est tica descrita por um sentir coletivo e j determinado pela mesma obrigando quem procure um sentir individual e pessoal a sentir se exclu do e discriminado Ora o j sentido uma esp cie de sensologia que se constitui com base no modelo da ideolo gia e que partilha com esta a atribui o de processos ps quicos vida colectiva ela n o assume no entanto o aspecto de um convite ou de uma exorta o dirigida a cada indiv duo em nome de qualquer valor ou ideal mas de uma intima o de uma imposi o no sentido de recalcarem o que j todos provaram e aprovaram e que n o tem outra legitimidade fora deste geral e an nimo consenso Perniola 1993 p 14 50 A sensologia algo j sentido aqui descrita pelo autor como uma socializa o dos sentidos 1993 p 15 n o um convite dirigido a cada indiv duo mas sim uma imposi o ao mesmo como algo j testado e aprovado por um consenso an nimo e que a sua experi ncia individual fora da norma n o ser legitimada pois j foi prova da Podemos ter facilidade em relacionar a sensologia com um falso sentir visto que nao descrita por nenhuma cobertura te rica Perniola 1993 p 14 por m nao ser v lido caracteriz la como falsa ou verdadeira simplesment
48. de cada indiv duo como tamb m dos valores adquiridos pelas experi ncias obtidas no decorrer da vida Our cultural history and trajectories naturalise certain values and ideas and effectively deter mine our worldview that is they predispose us to see and evaluate the world in certain ways Schirato amp Webb 2004 p 17 A experi ncia visual tamb m um momento de comunica o onde s o necess rias compet ncias de an lise e reflex o n o adquiridas apenas com os momen tos de observa o de elementos visuais a que estamos expostos diariamente Para percebermos melhor as rela es entre a representa o e a realidade da comunica o visual os autores abordam a literacia visual como um campo complexo que percebe as rela es visuais deste tipo de comunica o Schirato amp Webb 2004 p 57 impor tante perceber como reas como a pintura a fotografia o desenho e a escultura s o de extrema influ ncia para a compreens o da cultura visual percebendo a hist ria e con textualizando as comunica es visuais a que estamos expostos orienta nos para de terminada an lise ou reflex o sobre o que vemos e para determinadas experi ncias vi suais 2 1 2 Projetos visuais Os projetos graficos modernos traduzem a complexidade e 0 caos contemporaneos utilizando se de experi ncias que n o s o acess veis linguagem a n o ser atrav s da reconstru o de uma 35 s rie de eventos que possibilitam exp
49. drada pelo fot grafo para resultar em conceitos transcodificados em cenas No momento de decis o de disparo o fot grafo est tecnicamente a transformar a imagem em texto pois o aparelho algo cien t fico e engenhoso com a fun o de transformar a realidade em texto e o texto em imagem t cnica a fotografia uma realidade uma abstrac o de terceiro grau pelas fases do seu processo Flusser 1998 p 33 Cada vez que o fot grafo esbarra contra um limite de determinada categoria fotogr fica hesita porque est a descobrir a limita o inerente a qualquer ponto de vista porque est a descobrir que h outros pontos de vista dispon veis no programa a descoberta do facto de que qualquer situa o est cercada de numerosos pontos de vista equivalentes E que todos estes pontos de vista s o acess veis Com efeito o fot grafo hesita porque est a descobrir que o seu gesto de ca ar um movimento de escolha entre pontos de vista equivalentes e o que tem de resgatar n o determinado ponto de vista mas um n mero m ximo de pontos de vista Uma escolha quantitativa e n o qualitativa Flusser 1998 p 53 Contudo o ato de fotografar uma decis o quantitativa uma s rie de hesi ta es e decis es claras e distintas pois o fot grafo s tem dispon vel para fotografar o que se insere no aparelho sendo este ato compar vel a uma ca ada em que o fot grafo tenta ca ar a imagem e alcan a
50. e influenciando o resultado final 26 1 1 Metodologia O processo metodol gico aplicado no desenvolvimento do projeto foi essen cialmente uma metodologia n o linear onde os diversos momentos e fases de um tra balho desta ndole foram abordados em simult neo O projeto devido ao seu car ter explorat rio de liberdade criativa fez se acompanhar por uma constante investiga o de imagens e conte dos inspiradores para as diferentes fases onde se encontrava ten do com isto havido uma explora o mais diversificada resultante na interliga o de diferentes tem ticas A revis o da literatura teve dois momentos pertinentes para o projeto a recolha de novos pensamentos enriqueceu o pensamento cr tico estimulou an lises e reflex es sobre determinados conceitos e a descoberta de solu es aborda gens visuais a leitura sistematizada de teoria e conceitos contribuiu para o pensamen to conclusivo e a justifica o de escolhas projetuais Foi logo ao in cio definido o objetivo principal do projeto a descri o visual de sinestesias visuais que serviu como guia condutor no decorrer de todo o proces so No desenvolver do projeto fomos percebendo que existiam quatro tem ticas a serem exploradas continuamente tipografia comunica o visual sentir e corpo As tem ticas serviram n o s para o enquadramento te rico pr tico como tamb m para focalizar as leituras nessa dire o aprofundando e aplicando os conhecime
51. e como a pura efec tualidade do j sentido poss vel a censura ao indiv duo que est submisso e inseri do neste j sentido da sua poca Perniola 1993 p 15 questiona o e afirma que nada mais ser feito se n o se tomar nota desta indiferen a que a sensologia facilita tornando o indiv duo inocente na situa o em quest o Como a sensologia est para o j sentido a burocracia est para o j feito De acordo com o autor a burocracia pretende isentar o homem da alternativa entre agir e n o agir entre a a o pol tica e a tradi o ela fornece um conjunto de esquemas de comportamento j feitos que s o t o eficazes quantos as atividades pol ticas e t o se guros quanto os rituais Perniola 1993 p 15 A burocracia vista aqui como algo determinante no comportamento do homem e das suas decis es estando sujeito a uma predefini o de comportamentos poss veis e n o poss veis poss vel fazer o paralelismo com a mediacracia que transforma o pensar em sentir ou seja a carac ter stica emocional e individual que o sentir transportava em si adquire uma dimen s o efectiva quase um poder Perniola 1993 p 16 Vivemos numa poca em que damos mais import ncia a elementos materiais impessoais e est ticos do que damos aten o a interesses e necessidades do sentir Sentir que o oposto do agir um agir planeado pela tica burocr tica definido por rotinas di rias pr estabelecidas anula
52. e Pillow Book 1996 onde o cineasta in gl s explora poemas em corpos humanos Procurou se explorar o conceito de se du o atrav s da leveza provocada pela imagem que nos d a sensa o de suspen s o e sonho Esta ideia de ser encaminhado nas palavras de um outro algu m re for ada com o uso de um tipografia delicada linear e extremamente fina Fig 20 Espelho sedutor 98 3 12 Preciso de ser um outro Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Caligrafia Filipa Lacerda Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Preciso de ser um outro para ser eu mesmo verso retirado do livro de poemas de Mia Couto Raiz de Orvalho 1983 pretende apresentar um rela o mais pr xi ma mais pessoal da caligrafia directamente desenhada no corpo humano Usando como suporte o corpo algo male vel composto por formas imprevis veis a caligrafia enriquecida por estes factores e ambos os elementos corpo e caligrafia tiram vantagens do resultado final A escolha da ilumina o com extremo contraste entre o preto o branco e a pele real a a ideia de um outro lugar um outro al gu m Fig 21 Preciso de ser um outro 100 3 13 Sossego Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Ad
53. eenchimento da palavra e em contrapartida o resto das palavras n o est o preenchidas Fig 77 Palavras tamb m se reproduzem com prazer 212 3 69 Abra me a forca Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Natacha Neves Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop O polegar h mido do leito expectante ainda n o marcou os tecidos deli cados deste magro limpo sorridente volume Separe me e abra me for a um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 Todo o conjunto de elementos utilizados e compostos no resultado final aqui apresentado trabalha para o conceito de algo delicado prestes a ser corrompi do e violado A escolha de uma paleta de cores frias e esbatidas juntamente com uma tipografia inquietante e dura contribui para esse efeito Fig 78 Abra me for a 214 do lei a SUSI Oe ainda ndomr tides ANEA 4 lica ados destem a g rc limpo sorridente vo S e HD E E abra me f hs 3 70 Ele aparece Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Ele aparece s o palavras escritas por Rita Couto A composi o fotogr fica procurou fazer um enquadramento directo sinc
54. egue atrav s do movimento da cor e da ilumina o comunicar algo carnal animal real e cru Fig 72 Instinto 202 3 64 O que vemos n o o que vemos Persona N DA Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelos Joana Duarte e Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop O que vemos n o o que vemos se n o o que somos um verso do het er nimo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 A conjuga o de duas imagens uma montagem recortada e uma fo tografia forma uma composi o que pretende explorar o significado do excerto As duas imagens exploram a ideia de sermos feitos por um conjunto de influ n cias influ ncias essas que s o o que somos logo aquilo que vemos A tipografia apesar de estar composta de forma linear pretende ganhar movimento visual atrav s das diferentes espessuras e da varia o entre o preto e o branco Fig 73 O que vemos n o o que vemos 204 3 65 Existo onde me desconhe o II oa LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Existo onde me desconhe o um verso do livro de poemas de Mia Couto Raiz de Orvalho 1983 Nesta composi o o tema abordado de forma diferente da primeira t
55. em nada acontecer Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento em Adobe Photoshop Sem nada acontecer um excerto escrito para o projecto composi o pre tende passar a caligrafia para o plano da fotografia ou seja ao escrever directa mente no corpo da modelo as palavras ganham outra dimens o visual resultando num objecto s A plasticidade da tinta tamb m explorada ao criar diferentes volumes da linha Fig 34 Sem nada acontecer 126 3 26 Paci ncia reservada Persona LOURER I Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Processo Fotografia tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Talvez devesse haver paci ncia reservada para este idiota Mas tal simpatia e paci ncia s o aqui desperdi adas um excerto retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 onde o cineasta ingl s explora poemas em corpos humanos Pretende se com o registo fotogr fico de uma est tua sinal de sabedoria e honra transmitir a ideia de um pensamento da mesma explorada uma tipografia irregular indefinida e nervosa para contrastar com a ma terialidade da est tua algo bem definido pesado e marcado Fig 35 Paci ncia reservada 128 3 27 preciso um bocado de tristeza Persona N 0 A Direc o
56. emos que ja viveste tempo demais c oooooooccncccccnnnnncnannnnncnnn ns 229 Fig 86 Planos de p gina ASS 230 FG 87 Planos IE PALIAR 231 E88 Pano depa iaa DR dlls 232 Fig 89 Planos de p gina dA AE A 233 Fig 90 Planos de pasties er srsistierie 234 Fig 91 Planos de p gina enter 235 Fig 92 Planos de p ginas t r a r ee 236 Distribui o do tempo ao longo do projecto 650h amp Projeto visual 250h O Revis o da literatura 150h O Reda o 120h Pesquisa visual 25h Produ o do livro 1 Introdu o No contexto atual o designer como criador visual explora e desenvolve traba lhos a serem recebidos por um observador saturado e atingido por conte dos visuais a todo o momento O comunicador visual encontra aqui um desafio permanente e ne cessita de criar a sua pr pria identidade atrav s da individualidade para se destacar no mundo visual onde estamos inseridos importante compreender que o design visu al tem de deixar de ser s um transmissor de significados para passar a ser um constru tor de significados Vilas Boas 2014 p 157 A face das letras um projeto de comunica o visual que pretende explorar a individualidade atrav s de composi es que abordam e exploram uma sequ ncia de ideias e pensamentos recorrendo a sinestesias visuais Os conceitos s o transmitidos atrav s do uso da fotografia tipografia cor enquadramento montagem e tratamento de imagem resu
57. endidos se tor na num processo enriquecedor justamente pela articula o entre diferentes tem ticas e conceitos a relacionar 239 Em suma A Face das Letras foi um projecto de mestrado em comunica o visual que me sensibilizou a explorar um conceito a partir do zero atrav s de um dis curso verbal e n o verbal trabalhando a minha individualidade e criando conte do visual preenchido de significados sem impedimentos criativos ou conceptuais adquirindo compet ncias cr ticas em termos de pensamento bem como compet n cias criativas e t cnicas que permitiram uma explorac o mais abrangente para futuros desafios 240 5 Bibliografia BARRETO L 2011 Cartinha maternal de Joao de Deus um processo de apren dizagem Lisboa Jornal da Oficina do Cego n 3 BERGER J 1972 Modos de ver Lisboa Edi es 70 BAETENS P 2007 Nude photography The Art and the Craft Londres Dorling Kindersley BARTHES R 1984 A Camara Clara Nota sobre a fotografia Rio de Janeiro Nova Fronteira BRINGHURST R 2005 Elementos do estilo tipogr fico S o Paulo Cosac Naify CASTRO M D 2012 A tipografia na era da oralidade secund ria Uma digress o a partir de Walter J Ong In VELOSO A DIAS N MARTINS O AMADO P II Encontro Nacional de Tipografia Aveiro Universidade de Aveiro COSTA J amp RAPOSO D 2010 A rebeli o dos signos a alma da letra Lisboa Dinalivro
58. ensa o de desconfian a trabalhando o significado da mesma Para tal criou se uma imagem fotogr fica es cura em low key com o m nimo de ilumina o para criar um ambiente de certa forma obscuro Optou se por um tipo de letra tamb m ele desconfi vel e mal desenhado criando uma brincadeira visual com a letra o Fig 56 Desconfio de quem tem os olhos abertos 170 3 48 Singular Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Filipa Lacerda Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Nenhuma fun o do corpo singular um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 A no o de singularidade aqui dinamizada atrav s da repeti o da face humana ou seja procuramos criar contraste entre o significado do excerto com a composi o visual tornando a face em algo plural Fig 57 Singular 172 3 49 N o vejo sem pensar on LOWRELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop N o vejo sem pensar um verso do heter nimo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 aqui demonstrado pela composi o uma representa o da persona racional que transmite o conceito atrav s dos olhos fechado
59. ente humana pois na realidade eles n o existem na Natureza transformando assim o desenho num ato de pensamento abstrato Dito isto apontamos que ao desenhar estamos a pensar e a pensar estamos a desenhar duas formas de abstra o no ato de desenhar Acompanhando a ideia Mu nari 1968 p 39 determina a necessidade de estabelecer o desenho como algo com posto por sinais sendo sinal antes de desenho e n o uma representa o de algo rea lista Por exemplo os desenhos t cnicos ou esquemas de instala es el tricas repre sentam de forma objetiva uma realidade mas essa realidade est representada atrav s de sinais e s mbolos que apenas quem tem conhecimento dos c digos ir compreen der Munari 1968 p 78 47 Cada pintor cada desenhador quem quer que se interesse pela comunica o visual atrav s do desenho preocupou se em sensibilizar este sinal Sensibilizar quer dizer dar uma caracter stica gr fica visivel pela qual o sinal se desmaterializa como sinal vulgar comum e assume uma per sonalidade pr pria Munari 1968 p 39 O desenho tipogr fico em tempos representava a es atrav s de s mbolos esses s mbolos formavam o alfabeto alfabeto que no decorrer da hist ria foi se tornando cada vez mais abstrato e separado da realidade tornando se numa abstrac o cada vez mais simples e representando sons e n o a es E os desenhos deixaram ent o de ser desenhos Neste momento mal s o reconhec veis
60. entos adquiridos ao n o nos es 48 timularmos em termos de conhecimento estaremos sempre em desvantagem em re la o aos que trabalham esse fator 2 1 10 Livro De acordo com Bringhurst 2005 p 159 um livro o reflexo da mente e do corpo de quem o criou seja o seu significado te rico seja a sua constru o tipogr fica e f sica Ele o resultado de escolhas de pap is e texturas formatos e propor es tipos de letra espacejamentos e posicionamentos colas e tintas entre outros que chegam ao recetor com determinado objetivo Quando um livro constru do sem pormenores distintivos e individuais desenvolvido conforme a conveni ncia de m quinas destina se a um determinado tipo de recetor que n o pretende ser estimu lado O papel no qual os desenhos s o transpostos e impressos um elemento de extrema import ncia para o acabamento do objeto final ele mais um elemento de car ter t til com o qual o observador ir ter contacto e deixar estimular mais um dos seus sentidos Gill 2003 p 110 fala nos da import ncia do papel para o impressor e distingue dois tipos de papel feito m o e feito por matriz O primeiro como o pr prio nome indica o papel feito manualmente que segundo o autor o de me lhor qualidade sendo que duradouro o segundo chamado feito por matriz ofer ece in meras escolhas de qualidades diferentes mas n o ser o mais dur vel visto a sua fibra n o se
61. er decifrado Vilas Boas 2010 p 122 refere se ao uso da imagem fotogr fica como uma pe a chave para estabelecer significados cultu rais visto conseguir transmitir significados d bios e m ltiplos quando percebida e explorada pelo observador 65 A aparente objectividade das imagens t cnicas ilus ria pois na realidade s o t o simb licas quanto o s o todas as imagens Devem ser decifradas por quem deseja captar lhes o significado Com efeito elas sio s mbolos extremamente abstractos codificam textos em imagens s o metac digos de textos Flusser 1998 p 34 Quem deseja captar o significado da fotografia tem a sua frente um conjunto de dificuldades e desafios a ultrapassar Abordando a fotografia como uma imagem t cnica devido a origem t cnica pela qual realizada Flusser considera que a mesma transporta em si um conjunto de significados todo um universo conceptual a ser ex plorado e a descoberta de significados A imagem t cnica n o reproduz o mundo tal como ele ela reproduz o mundo com o olhar do fot grafo e atrav s de todo um conjunto de a es mec nicas a que o aparelho obriga para ser realiz vel resultando ent o numa imagem Esse mundo que o fot grafo representa atrav s de um aparelho pretende estimular emo es inquietantes e um fasc nio no observador que o fa a questionar sonhar e refletir sobre a imagem importante referir que o observador que apenas olhe a imagem sem a confrontar
62. erimentar e retrabalhar a realidade Tal tipo de comuni ca o n o permite que o observador se mantenha passivo ou contemplativo diante de seus yas f Suz pr prios sonhos e sim que se mantenha atento de modo que saiba que o que est vendo n o aquilo que j sabe colocando se assim como participante ativo e criativo no processo comunica cional Abs et al 2003 pp 68 69 Atualmente no contexto criativo em que vivemos necess ria a cria o de pe as visuais e comunicacionais que fa am o recetor questionar o que se apresenta para isso necess rio procurar estimular o maior n mero de sentidos do observador para que o mesmo estabele a liga es e desenvolva uma inquietude para explorar e compreender o observado De acordo com Costa amp Raposo 2010 p 14 a forma figurativa o desejo de representar elementos da realidade tratando se ela de uma realidade individual ou universal sendo que esta representa o poder ser uma ex press o abstrata e aqui representando realidades do imagin rio individual do autor realidades conceptuais a serem refletidas e interpretadas pelo recetor Por vezes essas realidades estabelecem uma comunica o confusa e ruidosa perante o recetor sendo possuidoras de uma complexidade abstrata e mas mais uma vez o grau de complexi dade e de informa es transmitidas ser compreendido ou n o conforme o contexto cultural do observador Por outro lado o conhecimento profundo de todo
63. ero e cru atrav s de uma tonalidade p lida e ap tica O que se pretende transmitir essa forma directa de representar um medo uma ansiedade e uma chegada esperada e evitada de algo bruto A caligrafia exposta de forma r pida e tremida intensifica o conceito Fig 79 Ele aparece 216 3 71 RealizaDOR Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Realiza DOR palavra selecionada para a composi o apresentada tem tr s sig nificados poss veis realiza dor e realizador Essas possibilidades s o apresentadas caligraficamente no corpo da modelo A modelo exp e um express o que transmite os tr s significados Fig 80 Realiza DOR 218 3 72 Envolvimento em algo que nao te quer envolver E LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Digitaliza o tratamento e montagem em Adobe Illus trator e Adobe Photoshop Envolvimento em algo que n o te quer envolver uma frase criada para o pro jecto A composi o explora visualmente o conceito atrav s de duas composi es gr ficas ambas resultado de montagem A da esquerda alinhada e regular apresen tada com recortes geom tricos e fotografia A da direita explora os mesmos recortes a mesma modelo com uma express o diferente mas adquire um elemento mais a tipografia
64. exterior se espelha Perniola 1993 p 20 De acordo com Perniola a burocracia faz com que o Homem afaste e isole todo o mundo que n o seja capaz da socializa o referindo se neste caso ao mundo ani mal e vegetal A Natureza torna se assim para o homem um elemento anti soci vel em vez de vivenciar o sentido de comunidade e socializa o Com isto o Homem elege se a si pr prio como superior em rela o s outras esp cies Perniola 1993 p 25 Ser ele superior quando troca o sentir pelo j sentido perante os animais seres que reagem da forma mais instintiva ao sentir mais um fator a questionar e a acres centar nesta transforma o resultante em sensologia Esta anula o de um sentir nti mo e individual corresponde a um alheamento do sentir no mbito da sensibilidade e da afetividade Dito isto faz nos comparar o homem a uma est tua visto tornar se num ser qualificado por uma tonalidade afectiva fria e ap tica Perniola 1993 p 29 tanto s emo es e aos afectos quentes quantos aos frios o fen meno do j sentido n o equivale totalmente a um arrefecimento a um enfraquecimento ou a um aligeiramento do sen 52 tir Ele consiste na socializa o da sensibilidade e da afectividade e por conseguinte na vinda de um modo diferente de sentir Perniola 1993 p 29 Vivemos numa poca ideol gica em que tudo o que sentimos mesmo que seja singular est perante uma intima o de um
65. ibidem 56 Poder se ia simplificar tudo isto dizendo os homens agem as mulheres aparecem Os homens olham para as mulheres As mulheres veem se a serem vistas Isto determina n o s a maioria das rela es entre homens e mulheres como tamb m as rela es das mulheres consigo pr prias O vigilante da mulher dentro de si pr pria masculino a vigiada feminina Assim a mulher trans forma se a si pr pria em objecto e muito especialmente num objecto visual uma vis o Ber ger 1972 p 51 57 2 3 Tipografia A tipografia pode ser descrita como a cria o de um conjunto de carateres que t m rela es formais de identidade entre si o que os une como um todo resultando num tipo de letra Esta familiaridade mantem se entre os diferentes carateres de forma inalter vel em qualquer situa o a que sejam expostos Segundo Reis 2012 p 23 a tipografia pode ser concebida nos mais variados materiais com diferentes t cnicas e para os mais variados fins desde que a sua natureza de entidade replic vel n o seja corrompida mesmo sofrendo por vezes situa es de rasura entupimento borr o ou fragmenta o de salientar que a personalidade tipogr fica resiste a estas altera es Bringhurst 2005 p 10 diz nos que a tipografia est presente para honrar o seu conte do e que representa algo visual e hist rico Ela pr pria exposta visual mente transporta em si a sua personalidade gr fica e formal Por m a
66. ida e acreditarem no que faco s mi nhas irm s e cunhados por estarem sempre presentes Aos meus amigos em especial 4 Ana Marta ao Joao ao David Andreia M nica e Rita pela contribui o e apoio ao projecto Susana Tatiana Filipa e Joana pela paci ncia e motiva o dada companhia do skippy palavras chave resumo Tipografia Comunica o visual Sentir Corpo Atualmente a individualidade um fator importante para a diferencia o no mundo do design Es tamos a todo o momento expostos e inundados por uma imensid o de informa es visuais e para nos diferenciar mos de forma criativa existe uma necessidade de procura interior e da exposi o da nossa individualidade Numa posi o de aluna de design visual foi pertinente como projeto de mestrado a explora o de um tema que possi bilitasse uma liberdade conceptual para resultados estimu lantes nessa dire o A face das letras um projeto de comunica o visual que tem como objetivo o estabelecimento de re la es entre diferentes elementos portadores de significa do sendo visuais tipogr ficos textuais ou sensoriais atrav s de um conjunto de composi es gr ficas que ex ponham esses resultados explorat rios com o uso de lin guagens e abordagens sobre o representar e O sentir Deste modo o projeto oferece uma diferente perspetiva sobre a comunica o visual atrav s de uma ex plora o pessoal de conce
67. ificando que o papel do designer passa por vezes pela sua capacidade e ne cessidade de um distanciamento perante o problema a trabalhar enquanto o artista se envolve de forma ntima com os seus projetos De acordo com o autor o designer 46 tem a capacidade de relacionar informa es referentes ao problema seguindo de uma habilidade de as criticar e julgar para depois desenvolver atrav s da imagina o uma resposta ao problema e este resultado da conce o conseguido atrav s da experi n cia compreens o conhecimento e criatividade em conjunto Munari 1968 p 39 refor ando a ideia de que o designer um criador multidisciplinar mais especifica mente o designer gr fico afirma que esta uma profiss o que requer uma elasticidade mental constante Por m tanto os artistas como os designers s o levados a reequacionarem o seu papel e a sua abordagem visual Vilas Boas 2010 p 46 devido ao crescimento comunicacional e prolifera o de imagens resultante da democratiza o e acesso aos meios tecnol gicos 2 1 8 Desenho O desenho o ato de representar algo atrav s de um material para uma super f cie Costa amp Raposo 2010 p 18 defendem que o desenho a forma mais madura e abstrata do pensamento simb lico o tra ar de algo uma abstra o feita atrav s de uma linha que define contornos o exterior e interior materializando uma reflex o da realidade O homem cria contornos atrav s da m
68. iga descrita por tr s elementos o significante representamen o que percet vel do signo o objeto referente aquilo que representa e o interpretante significado aquilo que significa Estes tr s elementos s o vari veis dependendo do contexto onde est o inseridos e do recetor cone ind cio e s mbolo s o tr s correspondentes da classe dos signos que mant m uma rela o direta com o mesmo ou seja de acordo com a teoria dos signos de Peirce o cone o referente que mant m uma rela o de analogia com o que rep resenta e a imagem do signo que n o necessariamente visual O ind cio como o pr prio nome indica algo que indicia e mant m uma rela o causal de contigui 43 dade f sica Joly 1994 p 39 com aquilo que o signo que representa O s mbolo faz correspond ncia por conven o ou seja a rela o que mant m com o signo justa mente por uma conven o definida Considerar a imagem como uma mensagem visual composta de diferentes tipos de signos equivale como j dissemos a consider la como uma linguagem e portanto como um instru mento de express o e de comunica o Quer ela seja expressiva ou comunicativa podemos ad mitir que uma imagem constitui sempre uma mensagem para o outro mesmo quando este outro o pr prio autor da mensagem por isso que umas das precau es necess rias a tomar para melhor compreender uma mensagem visual procurar para quem ela foi produ
69. informa o e outro com a rece o da mesma sendo que entre eles para al m da mensagem existe um c digo um canal e um referente Para a mensagem ser encami nhada para o recetor da forma pretendida pelo emissor ela necessita de um conjunto de fatores exactid o das informa es a objectividade dos sinais a codifica o unit ria e a aus ncia de falsas interpreta es Munari 1968 p 78 Contudo s ser poss vel alcan ar estes fatores se tanto o emissor como o receptor conhecerem estru turalmente o fen meno Segundo Jakobson a linguagem deve ser entendida em toda a variedade de suas fun es cit por Arantes amp Ant nio et al 2003 p 131 ou seja o autor vem refor ar a import ncia de ambas as partes tanto o emissor como o rece tor terem de conhecer o contexto a que a mensagem se refere o referente como tamb m que o c digo seja comum aos dois para que a codifica o descodifica o da mensagem seja conseguida Para a mensagem ser encaminhada ao destinat rio necess ria ainda a exist ncia de um canal entre os dois elementos f sico ou psicol gi co Jury 2000 p 72 defende que qualquer actividade relacionada com comuni ca o requer um meio para a transmiss o de ideias e para que tal actividade seja bem sucedida necess rio utilizar um sistema que seja entendido pelo receptor exempli ficando com a comunica o de massas onde a mensagem redundante e extrema mente previs vel o
70. ipogr fica transmite individual mente tom timbre e car ter falando por si e a sua personalidade pode ser explorada visualmente para transmitir significados ao recetor tal como quando exploradas de forma errada continuam a transmitir algo ao recetor de dissonante desonesto e desa finado Bringhurst 2004 p 29 A tipografia e a beleza dos caracteres tipogr ficos enquanto entidades puramente visuais e quase abstractas tem uma natureza verdadeiramente infecciosa que contagia sem qualquer possibilidade de resist ncia tanto o maior amante das artes gr ficas mais sofisticado ou mais ar reigadamente preso tradi o tipogr fica como o cidad o mais desprevenido e menos afecto a estas coisas algo eruditas da tipografia A for a da sua comunica o emocional transp e as dis t ncias hist ricas dispensa os c digos ergon micos de uma aprendizagem tipom trica atravessa barreiras de gosto de gera o seduz primeira vista Reis 2001 p 26 61 2 3 2 Constru o De acordo com Bringhurst 2004 p 43 o design tipogr fico uma disciplina praticada por poucos e dominada por muito poucos sendo que para a sua cons tru o preciso levar a cabo um conjunto de fatores estruturais da letra tais como o ritmo a propor o a legibilidade a leitura o branco as dimens es o espacejamento a textura e a sua prepara o O ritmo e a propor o s o dados pela densidade da letra a chamada cor n o literalme
71. itos pensamentos e ideias transmitidas por descri es visuais de Personas com base em textos de autores selecionados keywords abstract Typography Visual Comunication Emotion Body Individuality is a key factor for differentiation There s a growing need for inner self search and exposure of one s self This article is based on a MA in Design and Visual Culture second year project carried out at IADE by Rafaela Garcez supervised by Armando Vilas Boas that used great conceptual freedom in order to achieve stimu lating results in that direction The goal of the project was to establish links between different elements bearing significant meanings within themselves be they visual typographic textual or sensorial through a set of graphic compositions that ex posed those exploratory results using languages and ap proaches related to representation and feeling Therefore the project provides a different perspective on visual communication through personal exploration of concepts thoughts and ideas that are transmited by visual descriptions of Personas based on texts by selected authors SUM RIO To NERO DNC O nda nated A 23 TAl gt Metodoloe au versaute CR ete 27 LL PROCESSO CHATIVO an 29 2 REVIS O DA LITERATURA ts 31 2 1 Comunica o Visual a AI 33 A OO 34 2 1 2 Pro jeetos VISUAIS un idad 35 QS O 36 2 A Imagem versus SCA AAA 38 O as A OU 39 Mg STM OIA angemessener 42 HIER Deiner ee NIRO RENO EP
72. lecto se sobreponha a algo que remete predomi nantemente para a afectividade correndo se o risco de assim turvarmos a nossa sensibilidade Vilas Boas 2010 p 11 39 Segundo Vilas Boas 2010 p 12 as modalidades de an lise podem ser dividi das em dois g neros estruturantes as que se centram no conte do e as que se centram na forma fazendo com que o processo de an lise da parte do conte do se foque nos eventos cenas e pessoas reais conte dos factuais e imagina o humana conte dos ficcionais Quando existir uma mistura dos dois conte dos ter de ser conside rada fic o o que uma decis o controversa mas que cataloga todo o tipo de ima gens Tamb m para Vilas Boas existe a distin o entre o conte do de denota o e de conota o correspondentemente perce o literal da uma imagem ou seja de primeira ordem e perce o associativa de segunda ordem A denota o descreve ba sicamente aquelas imagens facilmente reconhecidas e percebidas enquanto a cono ta o descreve as imagens com maior dificuldade de perce o a assimila o Mesmo as imagens de f cil perce o obrigam a ter conhecimento do contexto para obter o seu significado e descodifica o A contextualiza o desempenha um papel central nos estudos de cultura visual Vilas Boas 2010 p 100 Esta afirma o vem abordar a perspetiva do criador num contexto hist rico pois ao analisarmos uma pe a visual para al m de
73. lizada uma brincadeira de repeti o e justaposi o de uma s ima gem e oferecendo composi o dos caracteres tipogr ficos a mesma textura Fig 31 Desarruma o emocional 120 3 23 Vis o e LOWRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Processo Fotografia tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Pacientemente aguardando irriga o por gua ou vis o um verso retira do dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 onde o cineasta ingl s explora poemas em corpos humanos Foi criada na com posi o visual uma rela o entre a fotografia e a caligrafia A caligrafia transp e para si a ideia de irregularidade inquietude e textura transmitidas pela fotografia Fig 32 Vis o 122 3 24 Pacientemente Dead LOURENCO Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Natacha Neves Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Optou se por n o explorar tipograficamente esta composi o mantendo apenas a fotografia por si s Ela funciona na continuidade da composi o anterior em que a persona aguarda por algo O conceito transposto o de uma express o tranquila e serena na face da modelo em contraste com o sufoco que criado pelo elemento que a envolve Fig 33 Pacientemente 124 3 25 S
74. ltando em imagens de reflex o identificativas de Personas O desafio de transmitir sensa es e pensamentos de cada Persona representa sempre uma duali dade entre as sensa es e pensamentos transmitidos pelo emissor com as sensa es e pensamentos recebidos pelo observador que v a imagem exposta num primeiro momento e ele tamb m sente e pensa atrav s dos est mulos visuais j explorados por outrem analisando de acordo com o seu contexto social hist rico e f sico Pretende se que este momento seja de interioriza o de uma experi ncia sens vel levando ao observador o imagin rio de cada Persona O interesse pela tipografia fez me ir de encontro a um tema que possibilitou estar em contacto permanente com fontes tipogr ficas caligrafia design tipogr fico e todo o universo ligado ao desenho da letra Esta abordagem foi explorada atrav s de sinestesias visuais entre a tipografia e os significados apresentados por um conjunto variado de elementos visuais e resultando num projeto de composi es gr ficas Todo o processo foi extremamente estimulante pela constante busca de elementos inspi radores e desafiadores que obrigaram o projeto a sofrer altera es significativas mas mantendo sempre o mesmo objetivo a explora o da comunica o visual de um con junto de sinestesias visuais atrav s do uso da imagem e da tipografia Diretamente ou 25 indiretamente todos estes est mulos recolhidos tiveram uma import ncia relevant
75. m sensa o de solid o e sobreviv ncia A combina o de dois tipos de letra que comunicam de duas formas substancialmente diferentes pretende transmitir a ideia de solidariedade em somos todos iguais e o restante do excerto desconfort vel frio e impessoal de acordo com o seu significado Fig 46 Somos todos iguais 150 3 38 Querer penetrar o interior Persona LOVRER I Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Querer penetrar o interior sem antes perceber a superf cie excerto desen volvido para o projecto A interpreta o retirada desta composi o efectivamente relacionar a escolha tipogr fica do interior versus exterior superf cie sendo a es colhida para representar o interior uma massa consistente e grossa e a superf cie uma linha fina e regular no seu contexto manual A escolha fotogr fica de um cor po definido por volumes vem aprofundar essa rela o de exterior e interior pele e OSSOS Fig 47 Querer penetrar o interior 152 3 39 Arrepio Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Arrepio palavra seleccionada para o projec
76. n do a possibilidade do sentir individual E como se a experi ncia do sentir em primeira inst ncia fosse deslocada para fora de n s para aquilo que reflectimos tacteamos ecoamos enquanto para n s estaria reservado um sentir sub stituto e que vem a seguir reflexo retoque e eco do primeiro O especularismo sensitivo pois uma esp cie de ressentir que diz respeito n o apenas s emo es psicol gicas e s representa es 51 culturais mas tamb m s sensac es mais primordiais do indiv duo enquanto natureza viva Perniola 1993 p 20 O narcisismo descrito pelo autor como uma orienta o de energia ps quica di recionada para a pr pria imagem do indiv duo substitu do pelo especularismo O especularismo faz com que a pr pria imagem do indiv duo deixe de pertencer ao mesmo e torna se num reflexo de identidades externas Perniola 1993 p 19 Percebemos que at esta experi ncia ntima do nosso corpo est directamente ligada ao sentir est tico atrav s da uma preocupa o inconsciente cosm tica terap utica e hedonista em rela o ao nosso pr prio corpo Perniola 1993 p 18 O especularis mo torna o Homem um ser hipocondr aco e autodestrutivo com maior preocupa o com a imagem do que com a realidade ps quica este fen meno de impacto exterior sobre a nossa imagem n o est directamente relacionado com uma ideia de imita o ou adequa o mas sim ligado ao sentir se o lugar em que o
77. na N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos e Carolina Teixeira Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop N o vale a pena rabiscar em cima do rabiscado um excerto escrito por Rita Couto Na apresenta o desta composi o pretendido expor se visualmente o resultado de duas imagens que caracterizam o mesmo excerto e que podem fun cionar em conjunto ou em separado A do lado esquerdo exp e o conceito mais levado letra do risco em cima de algo j impresso um risco que ganha volume e que se incorpora com a modelo Do lado direito a repeti o do rabiscar e voltar a rabiscar demonstrada atrav s da repeti o da m o e do uso de uma tipografia que imita a manualidade de um risco Fig 76 N o vale a pena rabiscar em cima do rabiscado 210 3 68 Palavras tamb m se reproduzem com prazer Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Andreia Guerra Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Palavras tamb m se reproduzem com prazer um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 A composi o apre senta aqui o conceito de prazer Um prazer ligado ao emocional um prazer ligado a express es s palavras Procura se destacar a palavra prazer com o uso da cor branca no pr
78. na Teixeira Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop A pr pria composi o mostra de forma clara directa e direcionada o signifi cado do excerto Faz uso de uma fotografia de modelo nu delimita o de forma a racionalizar a forma corporal tentando anular imperfei es naturais A manipu la o do mamilo com um elemento exterior tamb m vem refor ar essa ideia de controlo total da situa o algo caracter stico da persona racional O posicionamen to da tipografia linear quebrando de forma extremamente controlada a palavra simples para contrastar com o resto da linearidade Excerto escrito por Rita Couto Fig 15 Ponto final 88 3 7 Prioridade En LOURERCI Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Processo Fotografia tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Passamos muito tempo fora das nossas casas em lugares onde as nossas prioridades s o definidas por outras pessoas uma cita o do designer alem o Erik Spiekermann e vem deste modo transmitir visualmente a ideia de exterior de espa o comum e dos contextos a que somos expostos quando estamos fora das nossas casas fora do nosso espa o Feita atrav s da combina o de dois diferentes tipos de letra a composi o tipogr fica pretende mostrar precisamente a altera o de comportamento e ambiente que sofremos Fig 16 Prioridade 90
79. nais de cada uma composi o anterior ligada persona emocional tem uma linguagem diferente da presente composi o que ex plora uma tipografia inquietante e indefinida em conjunto com um objecto exteri or ef mero e igualmente inquietante Estas caracter sticas representam a persona racional que planeia todo o futuro e vive para o mesmo de forma nervosa Fig 50 Ansiando o futuro 158 3 42 Desgastar at ao limite Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Desgastar at ao limite excerto criado no desenvolvimento do projecto pretende com a composi o apresentada atrav s do ru do da pele e da cor vermel ha com inten o agressiva representar o significado do excerto Optou se por de senhar a caligrafia directamente no corpo da modelo para ganhar volume textura e movimento recriando a sensa o de brutalidade e desgaste Fig 51 Desgastar at ao limite 160 3 43 Gravida de culpa Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Processo Digitaliza o tratamento e montagem em Adobe Illus trator e Adobe Photoshop Gr vida de culpa apresenta visualmente uma explora o manual atrav s de recorte e montagem Os caracteres desenhados a tinta e recortados grosseira mente est o posicionado
80. ndo re gras operacionais e assim transcodifica a sua inten o em conceitos antes de poder transcodific la em imagens Flusser 1998 p 52 70 Para al m de nos proporcionarem uma visio renovada do que nos rodeia estes processos po dem tornar os seus motivos irreconhec veis criando um lapso temporal entre a percep o e a descodifica o dos mesmos e assim estimulando o prazer intelectual do observador Vilas Boas 2010 p 66 Segundo Flusser a filosofia da fotografia algo de extrema import ncia jus tamente porque na poca em que vivemos rodeados de aparelhos mec nicos cada vez mais pr ximos do Homem necess ria reflex o fotogr fica para percebermos a liber dade do Homem neste meio e como o mesmo poder explorar e desenvolver as suas inten es atrav s de uma m quina para chegar ao observador transmitindo a sua mensagem e para estimulando o prazer intelectual do recetor Com os exemplos expostos de seguida pretende se demonstrar sucintamente a explora o que os fot grafos fazem do corpo com a ilumina o da silhueta com a forma transmitindo assim emo es express es e ideias Fig 1 Teenage Arms 1981 Fig 2 Scar on Knee 1981 Fig 3 Photoformance 1988 Ernestine Ruben Ernestine Ruben Ernestine Ruben Imagem dispon vel em Imagem dispon vel em Imagem dispon vel em http www ernestineruben com http www ernestineruben com http www ernestineruben com
81. nte a cor mas sim a escurid o e homogeneidade da mas sa do tipo que constru da atrav s do desenho do espacejamento dado das palavras e das linhas trabalhados em conjunto e dependendo uns dos outros A legibilidade segundo Reis 2001 p 122 significa a possibilidade de um texto ser lido dependen do da perce o e rapidez com o que reconhecido no momento da leitura que obvi amente ser a sua fun o principal de efic cia e quando desenvolvido pretende se que seja transmitido ao leitor com evid ncia e claridade Para a escolha de um tipo para determinado suporte e finalidade segundo Bringhurst 2004 pp 105 106 necess rio ter em conta o meio para o qual o tipo foi desenvolvido e projetado como tamb m qual o suporte onde ser impresso e qual o destinat rio O espa o branco algo fundamental a ser estudado e explorado na cri a o de uma fonte ou na sua composi o pois a legibilidade n o depende apenas da tinta ou do suporte onde impressa mas tamb m dos espa os em branco presentes entre e dentro dos carateres Reis 2001 p 23 descreve nos a import ncia do espa o em branco exemplificando com determinado produto que se queira colocar como produto de qualidade sendo que o criador visual ir optar por beneficiar os espa os em branco para evidenciar aspetos de intelig ncia simplicidade e classe pois a aus ncia do mesmo transmite nos a ideia de vulgaridade e mau gosto Ele sim um espa o
82. ntos adquiridos com as mesmas Em termos pr ticos o processo para o resultado final do trabalho e de cada composi o distinguiu se por diferentes momentos decorridos ao longo do seu de senvolvimento Num primeiro momento recorreu se a uma pesquisa visual que procurou est mulos nos mais diferentes assuntos e suportes N o dada como termina da a pesquisa visual que acompanha todo o processo reuniram se ideias entre pos s veis rela es de excertos e palavras com possibilidades de imagens e fotografias Ap s esta conjuga o e planeamento para as futuras composi es foram realizadas sess es fotogr ficas com modelo em diferentes fases do projeto n o s com o objetivo de produzir as fotografias planeadas mas tamb m de procurar e experimentar novas solu es que posteriormente pudessem resultar visualmente Com as ideias esbo adas 27 e os registos fotogr ficos realizados segue se o momento de editar a imagem explo rando tipos de letra e criar ligac es com as palavras carateres e os seus significados resultando assim num conjunto de 75 composi es gr ficas 28 1 2 Processo criativo Para melhor compreendermos o processo criativo do projeto pertinente referir que devido ao seu car ter explorat rio o objetivo da comunica o visual de ideias pensamentos e conceitos foi sendo moldado e reajustado atrav s de influ ncias exteriores que acompanharam o desenvolvimento Numa fase inicial o tema procura va
83. o 109 Fig 26 Sensa es COMPOLCAS a IT Fig 27 S porque lembra O que esqueceu uni 113 ie PEDA O ein alae er RN Be A A dra 115 Fig 20 Vontade M ller 117 118230 Atos nr sans 119 Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig Fig SL Desarr mac i emotional io io ao 121 a MASAO A RR E E E EE E E 123 O 125 SE Saag ACOMLCCER e SS ASLAN ASA 127 0 Paciencia reservada Gs iso 129 36 preciso um bocado de tristeza c c cccccccsssssesesessscssesesesssestesesesesesees 131 37 Pequenas SOMO ODA 133 38 Dobras e quebras A 135 39 Arranhe para entender ee 137 40 Pertenee Me une E 139 Ae O A aa TS RS 141 42 SONO sade ese Attensa RAS CIDA RS SRU SR eae 143 A ee ee er dese oan ala 145 44 Espera esse E TFS 147 45 Todos estamos dividimos em vidas 149 46 Somos todos iguais ae ee 151 47 Querer penetrar o AO AA 153 A ee ON 155 49 Aguardo pelo passado AO 157 50 Ansiando o futuro AAA 159 51 Desgastar at ao limite usa EE EE REER aaa aa 161 a lA O Ce te ee nee ems ee ee ee 163 53 DCS CRY CRO OI NENNE RE 165 54 Branco empoeirado aan ee 167 55 Mesmo que em 1000 anos n o surja um leitor asenne 169 56 Desconfio de quem tem os olhos abertos coocccccccccccncnoncnncanannnnannnnnn nono 171 SS MID AE oh hare ai ee as 173 IE
84. o e de espera atrav s do uso de linhas sobre o rosto resultando num jogo de linhas em diferentes sentidos entre a imagem e a tipografia tamb m ela recortada por linhas mais grossas e espacejadas Fig 44 Espera 146 3 36 Todos estamos divididos em vidas Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Todos estamos divididos em vidas excerto escrito para o projecto Observa mos na composi o uma rela o entre as linhas do arame presente na fotografia com as linhas rectas presentes na tipografia A ideia desta rela o para al m da ex plora o visual dar a entender este corte em dois de cada caracter que vai de encontro ao significado do excerto a divis o de algo A fotografia refor a o con ceito criando peda os corporais divididos pelo arame Fig 45 Todos estamos divididos em vidas 148 3 37 Somos todos iguais Persa LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Natacha Neves Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Somos todos iguais sozinhos sobreviventes viventes sobrevive excerto de Rita Couto A presente composi o explora visualmente a ideia de estarmos to dos confinados a determinadas regras que nos fazem viver sob tens o resultando e
85. obe Illustrator e Adobe Photoshop Nao h sossego e al de mim nem sequer h desejo de o ter um verso do heter nimo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 Atrav s da utiliza o de uma ilumina o dura e crua na fotografia em combina o com uma tipografia recta e desarrumada com uma acentua o hist rica fazem contraste com a palavra desejo apresentada caligraficamente sugest o de algo mais pessoal pela sua manualidade o desejo sendo emocional Fig 22 Sossego 102 3 14 Quando arde na pele Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento em Adobe Photoshop Quando o frio arde na pele excerto de Rita Couto apresenta uma composi o que tira partido da plasticidade do corpo humano para criar formas sombras cur vas relevantes para o significado do excerto A caligrafia curvil nea desenhada no corpo da modelo pretende ir de encontro ao resto da imagem dentro do mesmo padr o apenas destacando a palavra frio que se encontra em MAI SCUIA atrav s de um desenho recto Fig 23 Quando arde na pele 104 3 15 Sem qualquer aviso Persona Direc o de arte Fotografia Caligrafia Modelo Processo NDA Rafaela Garcez Rafaela Garcez Rafaela Garcez Raquel Santos Fotografia de modelo tratamento em Ad
86. obe Photoshop Sem qualquer aviso excerto desenvolvido para o projecto pretende transmitir atrav s do rosto s rio e penetrante da modelo a ideia de chegada chegada de algo inesperado pela parte da persona emocional O uso propositado de uma caligrafia despreocupada com propor es dimens es MAI SCULAS ou min sculas fun ciona de forma a percebermos o acontecimento desprevenido que se sucede Fig 24 Sem qualquer aviso 106 3 16 Sil ncio Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Natacha Neves Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator Com uma abertura suspeita pressiona ao peito o que esconde E logo as promessas precisam de ser ouvidas se n o o silencio ser assustador um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 onde o cineasta ingl s explora poemas em corpos humanos A composi o apresenta uma fotografia na qual a modelo se exp e de uma forma curvada intro vertidamente protegendo algo que tamb m cobre representado aqui pela luz que funciona como algo que pode ser descoberto Optou se pela cor branca para a ti pografia compondo a em locais mais escuros do corpo da modelo justamente para refor ar a ideia de contraste entre escuro e claro Fig 25 Sil ncio 108 com uma e abertura suspeita ao peito QUe esconde E logo as promessas precisam de ser
87. om intui o espontaneidade e ousadia estimulando e influenciando a evolu o do design gr fico Maior liberdade de cria o a express o utilizada por Abs et al 2003 p 68 para descrever o movimento Punk que quebrou limites e barreiras separadoras entre a arte e o design Segundo Vilas Boas 2010 p 57 na d cada de 1980 gerou se uma esp cie de est tica industrial em que os mecanismos de produ o eram ex ibidos e claramente evidenciados sendo a tecnologia explorada de formas inesperadas e nas suas mais variadas vertentes Apesar de os criadores visuais terem acesso a novas ferramentas e formas de explorar a tipografia utilizando ferramentas tecnol gicas como meio de se expressarem artisticamente perdeu se de algum modo a atividade manual da composi o do texto como imagem e a plasticidade da manualidade Vilas Boas 2010 pp 57 58 A tecnologia possibilitou a exist ncia da quantidade e variedade de fam lias de tipos dispon veis atualmente permitindo a cria o de um discurso tipogr fico mais pessoal e peculiar 63 2 4 Fotografia Em todo o caso a fotografia uma oportunidade para o poeta uma chance para o artista um privil gio para o homem em geral As obras fotogr ficas por sua beleza e seu sublime demons traram que a arte fotogr fica existe portanto uma necessidade para o fil sofo confrontar se com ela um dia porque os desafios sio fundamentais s o existenciais est ticos e
88. ontrasta com a vertente racional da frase O uso de diferentes tonalidades e transpar ncias na composi o tipogr fica pretende refor ar este dile ma pessoal Fig 18 Longe das emo es 94 3 10 Sensa o de assombro Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop uma sensa o de al vio e ao mesmo tempo de assombro um ex certo retirado da obra de Samuel Beckett Espera de Godot 1952 A com posi o que se segue foi impressa em papel craft o que fez com que o branco da imagem se fosse desvanecendo pelo material A escolha do papel craft foi precisa mente pela sua fragilidade que est presente no excerto algo sens vel que se sente aliviado e ao mesmo tempo com medo vive um momento fr gil e desconfort vel A tipografia delicada e fina vem contrastar com a caligrafia grossa e bruta da palavra assombro Fig 19 Sensa o de assombro 96 3 11 Espelho sedutor on LOWRELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo In s Caramelo Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Seduz sendo um espelho de todas as vaidades um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme Th
89. ouvidas pressiona Se n o o sil ncia ser assustador 3 17 Sensa es corporeas Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia In s Caramelo Desenho Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo com projec o de diapositivos tratamento em Adobe Photoshop Sensa es corporeas apresenta aqui um trabalho de proje o de linhas no cor po da modelo para criar a sensa o de inquietude interior com concentra o de tens o no centro do corpo Esta inquietude e nervosismo s o transmitidos tanto pelos tra os grossos e irregulares como pelo tratamento da fotografia levadas as cores ao extremo entre o claro e o escuro perdendo a defini o da pele Fig 26 Sensa es corp reas 110 3 18 S porque lembra o que esqueceu Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop S porque lembra o que esqueceu um verso de Fernando Pessoa retirado do livro A Mensagem 1934 Pretende se com esta composi o realizar um discur so atrav s da fotografia e da tipografia de forma a transmitir a ideia de recorda o de algo O braco da modelo est marcado por linhas por algo que j esteve pre sente e j n o est mais Parte da tipografia colocada numa rea do corpo lisa sem marcas caracteriza O presen
90. para que ningu m nasceu um verso do heter nimo de Fer nando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 A com posi o gr fica prop e aqui transmitir uma confus o visual de texturas formas e cor A cor perturbante para intensificar o conceito a tipografia est desalinhada para o mesmo efeito o corpo est marcado de pensamentos e decis es Fig 66 Tenho que escolher o que detesto 190 3 58 Tudo se me tornou insuport vel Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Tudo se me tornou insuport vel excepto a vida um verso do heter ni mo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 Esta composi o pretende demonstrar visualmente o conceito de sabedoria n o de forma directa mas subtilmente ou seja conseguimos perceber que as formas do corpo com a tipografia comp e um c rculo harmonioso entre si transmitindo tranquilidade decis o e sabedoria como se a persona j tivesse vivenciado todas as experi ncias da vida Fig 67 Tudo se me tornou insuport vel 192 3 59 Mem ria em n s a LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e
91. r cruzada da mesma forma que no processo dos pap is feitos m o mais apertada Nota se por m que Eric Gill um purista escreveu esta opini o em 1931 49 2 2 Sentir A Face das Letras um projeto que pretende transmitir sensa es ao observador que o fa am questionar explorar significados apresentados pelas composi es visuais Houve a necessidade de recorrer a leituras que abordassem o sentir precisamente para explorar a tem tica percebendo que tipo de experi ncias o observador est exposto e de que forma as recebe sente e interpreta Num presente em que o sentir encarado de forma distinta dos nossos antepas sados Perniola 1993 p 12 afirma que as experi ncias vivenciadas por estes eram re sultantes de uma participa o sensorial emotiva e espiritual As rela es com objetos pessoas e acontecimentos entendiam se como algo para ser sentido e vivido como uma experi ncia interior resultando em alegria ou dor sem que existisse a necessi dade de compreens o das mesmas Contrariamente o presente descrito pelas mes mas experi ncias mas j sentidas e determinadas Atualmente n o vivemos o sentir da mesma forma sensorial emotiva e espiritual mas sim com indiferen a um sentir j sentido O que se altera n o apenas o objeto justamente o modo a qualidade a forma da sensibilidade e da afetividade do sentir atual Perniola 1993 p 11 Segundo o autor 1993 p 14 nos dado pela socie
92. r o m ximo de pontos de vista poss veis e equiva lentes para transmitir a sua mensagem atrav s de uma imagem imagem esta resultante de conceitos programados na mem ria do fot grafo e do aparelho Flusser 1998 p 55 Resumidamente a inten o do fot grafo a de transformar os conceitos que tem em mente em c digos utilizando a m quina fotogr fica para fixar os seus con ceitos no observador e a inten o da m quina ou do aparelho como Flusser refere utilizar o homem para realizar os seus modos e programas e com isto o seu aper fei oamento Apesar das limita es que o aparelho posso oferecer ao fot grafo n o deixa de ser uma m quina e podem ser realizadas decis es n o previstas pela mesma sendo enganada e com isto tirar o melhor partido das imagens e das possibilidades t cnicas 69 Abordando quest es mais pr ticas do ato de fotografar n o podemos deixar de referir a quest o de direcionar o modelo experi ncia tomada ao longo deste proje to Pelas palavras de Galer 2007 pp 90 96 imprescind vel ao fot grafo transmitir confian a enquanto dirige a sess o da mesma forma que transmite exatamente o que quer obter em cada fotografia para que o modelo se sinta mais confort vel e que este ja preparado para a sequ ncia de fotografias e se envolva com o momento Quando a fotografia um retrato importante perceber que estamos diante de uma tarefa com alguma complexidade a fotografia deve revelar o
93. rce 1839 1914 O linguista e o cientista desenvolveram uma ci ncia que estuda Os diferentes tipos de signos que interpretamos integrando os numa tipologia e en contrando as leis de funcionamento das diferentes categorias de signos Joly 1994 p 32 A sua designa o tem origem na palavra grega semeion que significa signo algo que entendido e a que atribu mos um significado e tendo como bases tanto a Antiguidade Grega como a medicina e a filosofia Saussure ocupou se em descrever a morfologia dos signos lingu sticos e a sua natureza a semiologia desta forma desen volvendo uma teoria forte e nova a volta da lingua que apesar de ser um sistema par ticular o mais complexo e mais vasto dos sistemas de expressio Joly 1994 p 33 Por outro lado Pierce antes de se dedicar apenas a lingu stica procurou inicialmente elaborar uma teoria geral dos signos para aplicar de forma mais vasta a todo e qual quer tipo de linguagem Para Peirce um signo algo que significa outra coisa para algu m devido a uma qualquer rela o ou a qualquer t tulo Joly 1994 p 36 ou seja segundo a au tora Peirce descreve o signo como algo que possui uma materialidade que vai de en contro aos nossos sentidos seja uma cor um gesto uma linguagem um grito uma m sica um cheiro uma sabor etc e esse fen meno ir ser percebido de acordo com a pessoa a sua cultura e o contexto onde est inserido Toda a din mica a que o signo obr
94. rior e atrav s da composi o fotogr fica conferindo al vio e liberta o pes soal escolha da fonte demonstra a serenidade e a sinceridade que o momento representa uma fonte clara em contraste com linhas desarrumadas num suporte corpo org nico e sens vel Fig 13 Solto o que h em mim 84 3 5 Vitima Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Filipa Lacerda Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Porque se n o fores v tima n o vais sentir um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 onde o cineasta in gl s explora poemas em corpos humanos Algumas das cenas e enquadramentos presentes no filme foram influentes para o conceito deste projecto visto abordarem de certa forma as mesmas tem ticas corpo e tipografia O resultado da composi o apresentada um conjunto de brincadeiras geom tricas atrav s de um alto contraste de preto e branco criado pelas sombras do objecto fotografado Com esta base fotogr fica encaix mos a tipografia tam b m ela geom trica e com linhas rectas e perpendiculares de duas formas dife rentes acompanhando as linhas naturais que os v rtices formam e sendo recortada pela imagem Fig 14 V tima 86 3 6 Ponto final a LOURELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Caroli
95. rir que para um tip grafo de senvolver uma fonte estar a criar s mbolos expostos a serem interpretados e com uma carga significante consequentemente ter que reconhecer as dimens es social moral e pol tica onde se insere para realizar o projeto e ir de encontro ao pretendido Jury 2000 p 73 Ao criar um tipo de letra o gr fico cal grafo tip grafo designer ou comunicador gr fico est a transformar tra os te desenhos em formas concretas que resultam em signos precisos cada tra o ou desenho uma unidade indivisa e irre dut vel O mesmo se aplica s palavras signos constru dos por letras infra signos e aos textos super signos constitu dos por palavras sendo que para a sua an lise pre ciso ter em mente estas unidades m nimas indivisas Costa amp Raposo 2010 pp 10 12 45 2 1 7 Designer Desde o in cio do s culo XX os artistas t m vindo a quebrar barreiras atrav s de novos meios e t cnicas de representa o com intuito de expressar os pensamentos dos movimentos vanguardistas pretendendo explorar novas perspetivas e questionar est ticas tradicionais de refer ncia Arantes amp Antonio et al 2003 p 133 Artistas vanguardistas tais como Pablo Picasso ou Marcel Duchamp tiveram pap is significa tivos na cria o de novos pensamentos culturais e visuais Conseguiram atrav s das obras criadas e dos manifestos escritos quebrar regras estabelecidas e fixar novas pers petivas no meio art
96. s de interpreta o mas todos eles podem ter uma defini o signo tudo aquilo que significa e podem ter diferentes ace es tais 44 como sinal marca ndice ind cio rasto impress o sintoma s mbolo selo etc Costa amp Raposo 2010 p 11 O signo escrito o da caligrafia e da tipografia letra ou desenho Puro sistema de nota o ou deslumbramento de arte gr fica Da escrita mecanizada de Gutenberg digitaliza o sobre o fundo do ciberespa o que o espa o cibern tico tudo rebeldia e ruptura A grande ruptura dos signos de escrita uma revolu o cultural dar forma vis vel e est vel s palavras e assim s ideias E desta maneira torn as comunic veis atrav s do tempo Costa amp Raposo 2010 p 12 Jury 2000 p 72 cita Saussure referindo se aos s mbolos tipogr ficos como formas de car ter abstrato sendo totalmente arbitr rias e injustificadas ou seja elas representam algo imagin rio a que foi dado um significado e aplicadas regras fonol gicas e de interpreta o Esta abstra o e transforma o em significado de qualquer signo faz da semi tica a ci ncia mais abrangente no mbito de m todos de an lise pois estuda todo e qualquer signo presente na sociedade O seu poder de abrang ncia faz com que se associe a outras ci ncias como a lingu stica a ret rica a sem ntica e a grafologia Relacionando com a tipografia pertinente refe
97. s de modo a dar entender que saem do preservativo Esta composi o pretende expor um acto sexual que resultou numa gravidez tipogr fi ca Fig 52 Gr vida de culpa 162 3 44 Descrever o corpo mom NOA Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelos Natacha neves e In s Caramelo Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Eu quero descrever o corpo como um livro um verso retirado dos poe mas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 O que obser vamos na imagem a procura de uma descri o visual do significado do excerto Deste modo a descri o foi obtida atrav s da simula o de uma p gina em branco com os caracteres caligr ficos sobre a mesma que passam da folha para o corpo A utiliza o do preto e branco marcado vem refor ar a dualidade entre corpo e livro Fig 53 Descrever o corpo 164 3 45 Branco empoeirado Persona Direc o de arte Fotografia Processo NDA Rafaela Garcez http the whiteness of milk tumblr com post 23810257643 flaking by caryndrexl on flickr Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Paginas empoeiradas um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 A proposta nesta composi o gr fica trabalha o conceito atrav s da il
98. s e de uma desarruma o da imagem com os pequenos peda os da pr pria espalhados pela composi o A ideia efectivamente transmitir que algu m racional n o v algo sem pensar ou questionar e quando n o o faz tudo se torna confuso Fig 58 N o vejo sem pensar 174 3 50 Mao sozinha n o sente Rs LOWRELC Direc o de arte Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Digitaliza o tratamento e montagem em Adobe Illus trator e Adobe Photoshop M o sozinha n o sente um excerto de Rita Couto A composi o apresen tada procura refor ar a rivalidade ou distin o entre as duas personas questio nando aqui factores ligados solid o ao sentir e ao corpo As tonalidades da ima gem est o de acordo com a sensa o de vazio e solid o e a caligrafia transmite nos algo de inconstante em que a solid o por vezes resulta Fig 59 M o sozinha n o sente 176 3 51 O alimento do pensar Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Carolina Teixeira Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Pensar viver e sentir n o mais do que o alimento de pensar um verso do heter nimo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desas sossego 1930 Verifica se na composi o em quest o a rela o da tipografia com o lado emocional um tipo de letra desenhado manualmente de
99. s linhas entrando no mesmo jogo desalinhado da ilustra o Fig 83 Necessidade de mudar e de as mudar 224 s ES iP pr N ie A 3 75 S porque lembra o que esqueceu II Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop S porque lembra o que esqueceu um verso de Fernando Pessoa retirado do livro A Mensagem 1934 A composi o exp e visualmente a ideia de recordar algo j esquecido mas entusiasmante As penas e a cor branca transmitem sen sa es de algo positivo Nesta situa o a caligrafia utilizada apesar de agressiva pretende ir de encontro textura e caracter sticas da pena Fig 84 S porque lembra o que esqueceu IT 226 que AN es quec eu 3 76 Ambos sabemos que ja viveste tempo demais Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Joana Duarte Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Ambos sabemos que ja viveste tempo demais um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 O conceito de morte representado aqui pela posi o da modelo e pela ilumina o dram tica da fotografia Foi planeada a escolha de um tipo de letra que fizesse contraste com o conceito da imagem para i
100. s os as petos de uma mesma coisa d ao operador visual a possibilidade de usar as imagens melhor adaptadas a uma determinada comunica o visual ou seja para o autor da comunica o visual chegar ao recetor da forma desejada necess rio um extremo conhecimento do que se est a desenvolver para conseguir transmitir e chegar ao re cetor com o objetivo desejado Munari 1968 p 85 2 1 3 Imagem As imagens s o aquilo que nos confronta visualmente dando nos a possibili dade de refletir sobre elas ou compreend las A vista chega antes das palavras A cri an a olha e v antes de falar Berger 1972 p 11 ou seja a vis o acaba por ser o sentido mais valorizado dos cinco visto que nos obriga a interagir com todos os con 36 frontos visuais que nos rodeiam durante o percurso da nossa vida Esta intera o fo menta sempre rela es com n s pr prios isto mesmo que fa amos a descri o de algo com a necessidade de verbalizar e transmitir metaforicamente ou literalmente esse algo n o deixa de existir visualmente A nossa vis o um sentido inquietante sempre em busca de absor o da realidade que nos rodeia Segundo Joly 1994 p 19 a imagem pode tamb m ser caracterizada como uma met fora que representa algo visualmente assemelha se ou confunde se com o objeto representado mas n o deixa de ser a sua representa o A imagem pode ser encarada como uma imita o do real ou um instrumento de comunic
101. sapegado e despre ocupado Pretende se com a desarruma o da face em formas geom tricas sem qualquer regra manter o esp rito de despreocupa o e casualidade refor ando a ideia de dois elementos fundamentais do viver pensar e sentir conceitos explo rados constantemente durante o projecto Fig 60 O alimento do pensar 178 sar a vive am E 3 52 Tenho tanto sentimento Persona N 0 A Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia In s Caramelo Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Tenho tanto sentimento um excerto retirado do livro Cancioneiro 1935 de Fernando Pessoa que traduzido pela composi o gr fica atrav s de um grande contraste entre o preto e branco observ vel no corpo humano esperando dar a perceber as complexas e poss veis sensa es que uma pessoa possa ter Opt mos pelo uso de uma caligrafia irregular e um tanto tremida para transmitir a ideia de emo o e imperfei o do ser humano Fig 61 Tenho tanto sentimento 180 3 53 Nao senti afinal Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Tenho tanto sentimento que frequente persuadir me de que sou senti mental
102. se de extrema e f cil visualiza o atrav s do uso da tecnologia De acordo com Mirzoeff 1999 p 1 relevante perceber as m ltiplas rela es que a tecnologia permite A mensagem que transmitida atrav s de um emissor para um recetor ganha uma outra dimens o quando exposto o signo atrav s de um ecr permitindo essa visualiza o resultando num evento visual de m ltiplas intera es Ainda no contexto da tecnologia o autor cit por Schirato amp Webb 2004 p 5 distingue a cultura visual da hist ria de arte referindo se cultura visual como um resultado do estudo e da pr tica da visualiza o da cultura moderna baseando se na rela o entre imagens e espetadores em vez de artistas e obras como decorre na hist ria de arte Refor a uma vez mais que a visualiza o ocorre atrav s 34 do uso da tecnologia quando o consumidor procura ou vai de encontro a determina dos tipos de eventos visuais Schirato amp Webb 2004 p 12 15 descrevem nos a importancia da cultura visual num contexto criativo dando nos o exemplo do momento em que o fot grafo planeia e dispara para captar o enquadramento fotogr fico pretendido Esta uma de cis o feita com consci ncia deliberada e de auto reflex o onde todos estes fatores de cisivos s o resultantes da cultura visual do fot grafo As perce es e significados que absorvemos de determinado acontecimento visual s o resultado do contexto f sico fisiol gico e cultural
103. sso optou se por uma fonte com um desenho simp ti co e algo musical Fig 85 Ambos sabemos que ja viveste tempo demais 228 demais yer gt ro i Wr 1 N Yi xs We No pS M tp a 3 77 Planos de p gina NDA LOUVRE Fig 86 Planos de pagina Fig 87 Planos de p gina 231 Fig 88 Planos de p gina 232 Fig 89 Planos de p gina Fig 90 Planos de p gina 234 Fig 91 Planos de p gina 235 NODA Cl Agradeco Fig 92 Planos de p gina 4 Conclus es No desenvolvimento do projeto foi not vel uma procura pelo lado mais nti mo e pessoal de poss veis identidades O interesse permanente durante todo o per curso explorat rio pelas pessoas e pelo sentir levou nos a questionar e a procurar a individualidade atrav s de outras identidades resultando num projeto metam rfico pelas diferentes fases que sofreu Ora explorando dist rbios ora explorando poemas ou personas Face das Letras manteve e cumpriu o objectivo geral estabelecido a descri o visual de sinestesias visuais contudo as descri es foram feitas atrav s de diferentes
104. stico gerando assim um enriquecimento da cultura art stica e da sociedade Na era atual existe uma fronteira movedi a entre a arte e o design sendo que a posi o que um designer ocupava como comunicador visual pragm tico pas sa a ter rela es diretas com o mundo art stico ou seja criar comunica o visual que se relaciona e que fa a interc mbio com a arte de forma a questionar o observador e a gerar cultura visual Esta rela o tanto com os meios art sticos como com um maior n mero de processos comunicacionais cinema imagem som di logo etc resulta num enriquecimento do projeto este resultante de uma malha cultural entre meios de comunica o Vilas Boas 2014 p 157 defende que devido s altera es da forma como o designer atua e da sua fun o devemos referir nos ao design como comuni ca o visual geradora de cultura visual deste modo o designer deixar de ser um transmissor de significados para passar a ser um construtor de significados O papel que o designer assume tende a ser uma posi o de explora o de novas linguagens experimentalismo e desconstru o de sistemas entre diversos multimeios comunica cionais resultando numa hibridiza o das formas de comunica o e da cultura com isto pretendendo transmitir ao receptor novas reflex es e experi ncias sens rio percetivas L cia Santaella 2005 Em contrapartida Potter 2002 pp 17 21 questiona se o designer um artista just
105. te enquanto a palavra esqueceu se coloca num in term dio entre a lembranga e o presente Fig 27 S porque lembra o que esquecen 112 3 19 Espaco Persona RI LC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo In s Caramelo Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Talvez dev ssemos virar lhe as costas poderemos encontrar espa o um verso retirado dos poemas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 onde o cineasta ingl s explora poemas em corpos humanos O conjunto de elementos visuais apresentados pretende em conjuga o com o significado do ver so transmitir a ideia de procura interior atrav s de um isolamento pessoal para o encontrar A inten o da fotografia foi transmitir algo indefinido em constante movimento e descoberta ao mesmo tempo que a tipografia fina e delicada refor a a ideia de tranquilidade e procura da mesma Fig 28 Espa o 114 3 20 Vontade morta dl LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Digitaliza o tratamento e montagem em Adobe Illus trator e Adobe Photoshop Vontade morta um verso do heter nimo de Fernando Pessoa Bernardo Soares retirado do Livro do Desassossego 1930 A mensagem que a composi o pretende transmitir visualmente a exposi o de algo morto levado no sentido literal da
106. teve se um ru do visual no interior da tipografia para destacar o contraste que existe com a fotografia serena Fig 70 Pequenas solidoes II 198 mo a 3 62 Parecia um paraiso o LOVRENC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Toda a minha vida sem querer parecia um para so foi um excerto escrito para o projecto e a composi o correspondente explora a mudan a repentina de cor Do lado esquerdo a cor vermelha destacada atrav s do papel representada como algo positivo e de novo est presente na pr pria fotografia na cabe a da modelo Do lado direito a cor vermelha sobreposta fotografia desatacando apenas a cor da pele O conceito a transmitir a mudan a de humor Fig 71 Parecia um para so 200 3 63 Instinto Persona Direc o de arte NDA Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop H muito tempo que n o sou eu excerto escrito para o projecto trans mite nos atrav s da composi o visual a ideia de liberta o pessoal Uma liberta o de algo que estava preso por regras definidas e impostas por um todo e agora sente a liberdade de se descobrir atrav s do instinto A imagem cons
107. to para transmitir atrav s do re gisto fotogr fico o conceito de delicadeza sensibilidade e fragilidade a que o corpo f sico se presta O arrepio uma manifesta o do mesmo quando exposto a algum fen meno exterior ou interior Foi relevante escrever directamente no corpo hu mano a palavra para refor ar a ideia de algo extremamente f sico e ntimo Fig 48 Arrepio 154 3 40 Aguardo pelo passado Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia In s Caramelo Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Aguardo pelo passado um verso retirado do livro de poemas de Mia Couto Raiz de Orvalho 1983 Com esta composi o pretende se transmitir visualmente a ideia de passado como algo desvanecido e perdido A escolha pela proje o cor poral peito e cora o da caligrafia precisamente para demonstrar uma espera pessoal que se dilui com o pr prio corpo Fig 49 Aguardo pelo passado 156 3 41 Ansiando o futuro En LOWRELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Anstando o futuro excerto escrito para o projecto para fazer uma dualidade com a composi o anterior Comparando as duas composi es percebemos vi sualmente as diferen as emocio
108. umina o desvanecida rosto infantil cor branca de forma a transparecer a ideia de penetrar algo virgem Fig 54 Branco empoeirado 166 A gt Y TAL 3 46 Mesmo que em 1000 anos nao surja um leitor Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Modelo In s Caramelo Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Mesmo que em 1000 anos n o surja um leitor um verso retirado dos poe mas criados por Peter Greenaway no filme The Pillow Book 1996 Verifica se nes ta composi o a apresenta o de uma imagem que leva os brancos ao extremo em high key perdendo toda a textura e volume da face e ganhando um conjunto de linhas pretas que se assemelham a um desenho A express o pretendida pela mo delo a de espera espera tranquila mas esperan osa por um leitor A tipografia mais um elemento que vem conjugar e refor ar o conceito de tranquilidade Fig 55 Mesmo que em 1000 anos n o surja um leitor 168 3 47 Desconfio de quem tem os olhos abertos Persona N D Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Rafaela Garcez Caligrafia Rafaela Garcez Modelo Raquel Santos Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Desconfio de quem tem os olhos abertos um excerto de Rita Couto A com posi o que se segue pretende transmitir ao observador a s
109. upadas resultam num report rio s gnico elementar ou seja ape nas se transformam em signo quando no seu desenho comp em a estrutura precisa da forma Tradicionalmente a tipografia estava associada ao design gr fico sobretudo ind stria da impress o Por m em virtude do acesso universal tecnologia digital a palavra tipografia cada vez mais usada para designar a disposi o de qualquer material escrito e j n o se aplica apenas ao trabalho dos tip grafos Hoje em dia qualquer pessoa tip grafa Jury 2000 p 8 59 De acordo com Jury 2000 p 8 a escrita e a tipografia est o permanente mente interligadas sendo que o tip grafo atua como intermedi rio entre o conte do da mensagem e os leitores da mensagem e necessita de ter conhecimento de quest es lingu sticas ligadas ao recetor e adaptar a fun o da letra a cada um dos v rios contextos sociais para onde a desenvolve O tip grafo desde h uns meros trinta anos para c devido evolu o tecnol gica veio a deparar se com mudan as n o s na forma como se desenvolvem tipos de letra mas tamb m com quest es que dizem respeito ao recetor com isto queremos dizer que o criador de fontes seja ele tip grafo designer ou qualquer pessoa necessitada de ter uma maior preocupa o em de safiar a forma da n o leitura e n o apenas a forma de leitura Que significados adja centes ter uma tipografia se n o a sua legibilidade
110. vam facetas pessoais todas elas com um ritmo e uma expressividade subjetiva seja com a tipografia cor enquadramento ou com a mensagem Uma das caracter sticas principais foi a inten o de manter o di logo iden tificativo entre todas as composi es que apesar de identificarem o mesmo objeto procuram diversas formas de linguagens ou t cnicas atrav s de realidades e aborda gens diferentes apelando a uma multiplicidade de significados em cada composi o A 29 observa o de cada composi o apesar da descri o de pensamentos e ideias pessoais oferece ao observador uma possibilidade vasta de interpreta es influenciadas pelo contexto onde o mesmo se insere 30 2 1 Comunica o Visual A comunica o visual no mbito deste estudo tudo aquilo com que somos confrontados intencionalmente sendo uma parte substancial de tudo o que vemos Com isto e a acrescentar a esta condi o cada recetor enquanto indiv duo nico interpreta esta informa o visual com diferentes significados conforme o seu contexto cultural hist rico social e f sico No sentido mais espec fico do termo a comunica o visual caracterizada por representa es gr ficas e est imanente na vida do homem desde sempre a pegada de um animal era um sinal gr fico para o homem primitivo Estas representa es gr ficas podem variar entre sinais letras signos ou conjunto de signos e fundamental ter em conta que um signo n o
111. vazio e negativo sem conte do mas pode transportar em si diversos significa dos quando utilizado propositadamente para transmitir alguma mensagem Em suma quando as escolhas s o realizadas de forma a obter a melhor proposta visual de legibil idade a mensagem ir ser compreendida como pretendido 62 2 3 3 Influ ncia da tecnologia A tecnologia uma relevante ferramenta para a evolu o hist rica da ti pografia discut vel at que ponto a tecnologia molda as a es dos tip grafos ou vice versa devido s limita es gr ficas que a tecnologia imp e uma mais valia para o desenvolvimento de uma fonte mas at que ponto molda e influ ncia o seu resulta do final A ferramenta digital apesar de flex vel e recetiva a experi ncias gr ficas n o tem que anular a experi ncia manual do uso da tipografia contudo com a facilidade e rapidez que a tecnologia oferece a arte manual da tipografia acaba por se perder Jury 2000 p 47 No contexto da tecnologia e do uso do computador a evolu o hist rica ti pogr fica sofre uma rutura emergente nos finais dos anos 1980 atrav s de uma nova gera o de designers como David Carson Neville Brody Peter Saville entre outros Fizeram uso da tecnologia para abordar a tipografia como arte expressiva explorando a comunica o atrav s da plasticidade e subjetividade da palavra questionando limi tes sem constrangimentos de legibilidade Estes criadores trabalhavam a letra c
112. versos e palavras de diferentes textos de diferentes autores de forma a conseguir para o projeto uma variedade de linguagens e significa dos que se adequassem a momentos diferentes do projeto e das duas personas Os au tores dos textos aqui apresentados s o Mia Couto com o livro de poemas Raiz de Orvalho 1983 Peter Greenaway com poemas do filme The Pillow Book 1996 Rita Couto com textos desenvolvidos para o projeto Erik Spiekermann com uma cita o do livro Stop stealing sheep amp find out how type works 2003 Fernando Pessoa com o Livro do Desassossego 1930 com A Mensagem 1934 e com Cancioneiro 1935 Samuel Beckett com a obra Espera de Godot 1952 Os excertos que n o s o assi nalados como pertencentes a algum autor nas mem rias descritivas s o resultado de uma escrita no mbito do projeto 77 Fig 9 Livro final Dimensio 200 mm larg x 250 mm alt Fig 10 Livro final 79 3 2 Existo onde me desconheco a LOVRELC Direc o de arte Rafaela Garcez Fotografia Andreia Guerra Modelo Rafaela Garcez Processo Fotografia de modelo tratamento e montagem em Adobe Illustrator e Adobe Photoshop Na composi o apresentada utilizado o verso do livro de poemas de Mia Couto Raiz de Orvalho 1983 Existo onde me desconhe o pretende com o uso de uma tipografia pesada encaixada grosseiramente nas linhas do arame da fotografia transmitir a ideia de sufoco de press o de algo prestes a
113. xplora o De acordo com Reis 2012 p 22 a caligrafia pode ser vista tanto como escrita automa tizada no quotidiano ou como pr tica art stica realizada por cal grafos Como escrita automatizada no quotidiano refere se a uma abordagem pr tica e informal de acordo com cada indiv duo e as suas necessidades sem preocupa o com crit rios est ticos estil sticos e de legibilidade transportando em si uma identidade pessoal Por outro lado quando desenvolvida por cal grafos e como disciplina a caligrafia necessita de seguir um conjunto de regras formais dentro dos padr es definidos para cumprir de terminado tipo de par metros visuais sendo desenvolvida com rigor e exigindo uma especializa o podendo ainda assim ter alguma liberdade formal para adquirir a sua personalidade gr fica 2 3 1 Design tipogr fico Gill 2003 p 49 refere se s letras como formas mais ou menos abstratas que n o s o representa es nem imagens de uma realidade Apesar de serem origin rias da escrita pictogr fica e dos hier glifos que em tempos passados representavam algo equiparado a imagens e a a es a escrita j n o o mais escrita apresenta signos e sons prontos a serem decifrados Podem ter um ou mais sons e os seus conjuntos ge ram palavras com outros sons As letras formam palavras e as palavras s o feitas de le tras um facto As letras segundo Costa amp Raposo 2010 p 12 s o infra signos vi suais que quando agr
114. zida Joly 1994 p 61 Analisando a afirma o de Joly necess rio compreender que n o apenas identificando o destinat rio da mensagem que vamos compreender o seu objetivo A sua fun o relevante para a compreens o do conte do que transporta e influenciada por um conjunto de intervenientes imprescind vel inicialmente conhecer o seu contexto ou referente um c digo comum entre o emissor e o recetor destinat rio e um canal o meio onde a mensagem ser encaminhada e que permite estabelecer a comunica o A semi tica estuda toda e qualquer linguagem atrav s da teoria dos signos referindo nos aos signos criados pelo Homem e pela Natureza pois todos eles trans mitem uma carga significante A semi tica a ci ncia que estuda qualquer fen meno que apare a nossa perce o atingindo os nossos sentidos tendo uma abrang ncia mais ampla do que outras formas de an lise na medida em que estuda a vida de todos os signos visuais na sociedade assumindo que qualquer processo comunicacional ou experi ncia de significado envolve signos Vilas Boas 2010 p 16 Segundo Costa amp Raposo 2010 p 10 apesar de vivermos num mundo de signos e um mundo de signos vive em n s nem sempre os compreendemos pois apresentam um car ter misterioso e enigm tico quando n o decifrados por falta de contextualiza o ou conhecimento De modo geral os signos podem significar um conjunto inesgot vel de possibilidade

2014 Rafaela dos Santos A FACE DAS LETRAS: Pereira Garcez

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