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Tecnologia social, economia solidária e políticas públicas

1. KOWARICK L cio O conceito de exclus o social In V RAS Maura Pardini Bicudo ed Por uma sociologia da exclus o social o debate com Serge Paugam S o Paulo EDUC 1999 LEBOUTTE Paulo Economia Popular Solid ria e Pol ticas P blicas A Experi ncia Pioneira do Rio Grande do Sul Rio de Janeiro COPPE UFRJ 2000 LISBOA Armando de Melo A socioeconomia solid ria diante da grande transforma o In CI NCIAS SOCIAIS UNISINOS Centro de Ci ncias Humanas Universidade do Vale do Rio dos Sinos S o Leopoldo Rio Grande do Sul UNISINOS V 37 n 159 2001 MELO NETO Joaquim Jo o e MAGALH ES Sandra Bairros Pobres Ricas Solu es Banco Palmas ponto a ponto Fortaleza Express o Gr fica 2003 MELO Alberto A a o local dos cidad os como forma de resist ncia nova onda de coloniza o global o caso da Associa o Local no Sul de Portugal In SANTOS Boaventura de Sousa org Produzir para viver os caminhos da produ o n o capitalista Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2002 NASCIMENTO Cl udio Hegemonia e Cidades In Economia Solid ria pol ticas p blicas e desenvolvimento solid rio Mimeo ENAP Minist rio do Planejamento Secretaria de Economia Solid ria Minist rio do Trabalho e Emprego 109 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS NISHIMURA Sandra Regina Grupos de gera o de trabalho e renda na constru o da economia solid ria em Londrina
2. Introdu o O projeto Inovar empreender e reciclar surgiu da chamada da RTS atrav s da FINEP e discute a organiza o dos catadores no cen rio das preocupa es ambientais como um projeto inovador que buscou utilizar os princ pios da economia solidaria para organizar e criar empreendimentos que pro movam transforma o social e inclus o e melhoria econ mica O projeto sempre teve como meta criar oportunidades para os catadores se organi zarem em rede de comercializa o A equipe do projeto realizou troca de saberes ao longo de dois anos e meio na territorialidade da cadeia de reciclados em Manaus Foram pesqui sadas as principais fontes geradoras o perfil dos catadores os atravessa dores e as empresas recicladoras Conseguimos trabalhar com mais de 200 catadores sendo que 109 deles participaram de nossas capacita es 68 realizam comercializa o em rede e 58 atualmente se encontram organiza dos em duas associa es a ARPA e a Alian a A sustentabilidade do planeta Terra depende do enfrentamento entre valores antag nicos De um lado os crit rios ligados dignidade humana e preserva o ambiental do outro o conceito de progresso da socie dade capitalista Membros da equipe da Incubadora de Empreendimentos Solid rios N cleo Unitrabalho ligada ao N cleo de Tecnologias Sociais da Universidade Federal do Amazonas 211 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS A evolu
3. es contempor neas o proletariado objeto de recomposi o As rela es sociais do capitalismo tardio redefinem as condi es de exist ncia global dos que vivem das novas formas de explora o A compra e venda da for a de trabalho se ampliam em fun o dos cen rios de informalidade subcontrata o e desencaixe O capitalismo global vem fragmentando a identidade do trabalho refor ando as clivagens e desqualifica es das classes trabalhadoras Nesse contexto de mudan a paradigm tica fica evidente a nova depend ncia do capital em rela o ao trabalho comunicativo e a sua coopera o flex vel em rede O social e o t cnico s o postos em tens o nos diferentes processos de reestrutura o empresarial e produtiva onde a desqualifica o e a desregulamenta o se fazem acompanhar da crise das formas de acumula o pol tica e dos regimes capitalistas programados ao lado do colapso do socialismo real e dos capitalismos autorit rios dos Estados perif ricos Nesse quadro emerge um conjunto de novos conflitos e faces do proletariado como precariado proletariado precarizado e como cognariado trabalhador conectado em rede de informa o e comunica o 2 Essa nova quest o da recomposi o social e da nova divis o do tra balho em escala mundial abre para a retomada do debate sociol gico cl ssico acerca da centralidade do trabalho preciso refletir sobre qual 32 A abordagem do trabalho imaterial e
4. es e conflitos entre patr es trabalhadores e Estado As conquistas advindas desse momento hist rico para os trabalhadores apresentaram fragilidades e foram facilmente perdidas A garantia de meca nismos de prote o social ao trabalhador deve ser pensada luz da crise da sociedade salarial Se admitirmos que a liberdade de express o t o necess ria quanto a liberdade econ mica se admitirmos tamb m que a liberdade de express o n o se resume ao exerc cio de uma democracia represen tativa mas sup e exercer uma democracia participativa capaz de contribuir para o desenvolvimento da delibera o da formula o e da express o das necessidades concluiremos que a responsabilidade de corrigir essas desigualdades de modo a possibilitar que o p blico tenha voz dos Estados Provavelmente a import ncia do Estado jamais foi t o essencial mas um Estado sob outras formas O futuro da Economia Solid ria depende precisamente de seu reconhecimento pelos Estados e pelas organiza es internacionais Cabe aos atores da economia solid ria perseguir suas a es suas reivindica es assim como seus esfor os de unidade mas atribui o das autoridades p blicas apoiar sem demora esses esfor os sem delas esperar resul tados concretos o que sup e reconhecer que as pr prias autoridades t m necessidade dessa for a de contesta o para serem ao mesmo tempo mais justas e mais eficazes Gu rin 2003 p 85 107
5. o com a crise e transi o da divis o social e t cnica se d sob o impulso das novas tecnologias de informa o e comunica o Esse enfoque remete s possibilidades de recomposi o das lutas em luga res de trabalho e a partir das posi es diante das pr ticas produtivas de resist ncia do trabalhado prec rio difuso no territ rio O tema da economia solid ria se d de maneira imediata na rela o com os elementos de crise que colocam a necessidade de emancipa o do trabalho e que se inscrevem nas potencialidades das novas tecnologias de organiza o social da produ o Esse aspecto fundamental mesmo em 296 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O se tratando do mundo em que a f brica n o tem a mesma centralidade na din mica produtiva onde as cidades s o como que territ rios produtivos articuladores do trabalho informal difuso e do trabalho conectado por rede No novo regime de acumula o capitalista flex vel a l gica da divis o do trabalho agencia subcontrata es em redes verticais de comando A produ o se difunde e se relocaliza nos diferentes pontos do globo O comando capitalista toma a iniciativa de dire o comunicacional de atividade de dire o pol tica onde se misturam as v rias faces da superestrutura das corpora es em intera o com os Estados como agentes internacionais com poder de decis o Os n cleos de poder de decis o v o
6. o de desigualdades e pobreza resultando em uma significativa exclus o social globalizada responsabilidade do sistema capitalista e n o pode ser resolvida por ele Assim a EPS em articula o com pol ticas p blicas e sociais e esferas de direitos e a o de cidadania comp e a busca de uma nova mundializa o Gaiger 2004 uma alterglobaliza o Arruda 1998 uma outra economia Cattani 2008 ou um novo modo de produ o Singer 2002 Uma vis o distinta que compreende a economia solid ria incorporada funcionalmente din mica capitalista como instrumento de inclus o social de segmentos margina lizados dos setores econ micos de ponta apresentada por Laville Fran a Filho e Laville 2004 192 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS A economia popular e solid ria diferencia se do capitalismo enquanto modo de produ o Singer 2002 O modo de produ o capitalista tem como princ pios o direito propriedade individual aplicado ao capital e o direito liberdade individual J a economia solid ria tem entre seus princ pios a propriedade coletiva ou associada do capital e a liberdade individual De acordo com estes princ pios as pessoas que produzem formam uma nica classe de trabalhadores que s o propriet rios de meios de produ o O sistema de uma classe produtora propriet ria de meios de produ o orga nizada em sociedades econ micas necessita de mecani
7. o de propriet rios dos meios de produ o Eles j possuem a terra e os instrumentos de trabalho Ou seja n o existe uma separa o pr via entre for a de trabalho e meios de produ o Os objetos de trabalho mat ria prima e os meios de trabalho ferramentas equipamentos pertencem ao agricultor familiar Nesta situa o n o se encontram apenas os agricultores familiares mas tamb m algumas modali dades de produ o de artesanato Quando os agricultores familiares organizam um empreendimento para a venda coletiva ou para beneficiamento da sua produ o estas novas 138 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS atividades diferem daquelas que j realizavam com os seus meios de pro du o individuais A atividade coletiva constitui se numa via natural para obterem um ganho maior A venda para um mercado mais amplo e n o para o atravessador pressup e a pr tica associativa como um meio para viabilizar tanto um maior volume como a regularidade do fornecimento O mesmo ocorre com o beneficiamento da sua produ o Sozinho o agri cultor familiar n o teria nem os recursos nem o volume de produ o que justificassem este investimento A compra de uma m quina s se viabiliza se for atrav s de uma atividade associativa E mais s vezes tanto a venda coletiva como o beneficiamento precisam da participa o de outros traba lhadores mesmo que n o sejam associados Nestas cir
8. o um eixo comum que ao mesmo tempo em que os capacita da a op o pelo formato das oficinas setoriais contribui na cria o de condi es para viabilizar a constitui o de la os de grupo que tornem imagin vel a organiza o coletiva voltada para ativi dade econ mica Acreditamos que isso modifica as condi es de escolha tornando mais prov vel a constitui o de empreendimentos vi veis apoiados e assesso rados pelo Programa possibilidade de articula o entre teoria e pr tica 55 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Estes projetos cumprem uma fun o estrat gica e metodol gica contribuindo para a estrutura o dos segmentos econ micos no munic pio e alavancando atividades por meio das a es e viv ncias pr ticas e laborais como pro cessos de capacita o integra o e articula o de atividades formativas e a aprendizagem pr tica em equipamentos organizados como oficinas incubadoras setoriais Para que isso fosse poss vel foram levantados na regi o segmentos econ micos que oferecem algum tra o de viabilidade O mapeamento foi feito a partir do cadastramento dos benefici rios dos programas sociais identificando os segmentos econ micos o perfil dos trabalhadores inseri dos nesses setores e o interesse em novas atividades O cadastramento e a elabora o de estudos socioecon micos ficaram sob a responsabilidade do Programa Osasco Digital Inicialmente optou se por
9. pecu ria plantio de verduras e frutas cria o de pequenos animais e venda de carne etc Tamb m existem empreendimentos posicionados 124 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS no limite entre o urbano e o rural como em Itagua Maric e Mangaratiba que se dedicam principalmente a atividades de cria o e comercializa o Para terminar observamos as formas de organiza o dos empreendi mentos que recebem apoio do Programa Nacional de Economia Solid ria Como pode ser visto no Mapa 5 estas formas s o basicamente fr geis e espont neas O grupo informal predomina na maioria dos munic pios da Regi o Metropolitana do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Mesquita Nova Igua u Belford Roxo Duque de Caxias S o Jo o de Meriti Itagua dentre outros Destacam se ainda as associa es como nos munic pios de Guapimirim Maric e Mangaratiba MAPA 5 Formas de organiza o dos Empreendimentos Econ micos Solid rios na metr pole do Rio de Janeiro Nova Igua u LET Paracambi a Japeri Queimados Belford Roxo J e Duque de Caxias ni Serop dica S o Jo o de Meriti ltaborai amp mi ENTRE gt S o Gon alo E LITE LELIPI Itagua CENTERS LEGO LELI re J Rio de Janeiro O Grupo informal O Associa o O Cooperativa O Outras Fonte Minist rio do Trabalho e Emprego SIES Relat rios Regionais Estaduais e Municipais Mapeamento 20
10. A aliena o que resulta da domina o e da hegemonia das grandes empresas transnacionais sobre as redes de produ o e consumo garante a reifica o dos resultados e das formas de implementa o do trabalho material no processo de valoriza o As novas tecnologias permitem elevar o desenvolvimento da acumula o capitalista ao reestruturar o processo de produ o Os mecanismos de subordina o da for a produtiva social do trabalho no plano da cria o imaterial subjetiva e lingu stica t m conse qu ncias graves no plano biol gico da reprodu o do corpo e da vida As popula es sofrem a desqualifica o o desencaixe e a desterrito rializa o como corros o e liquefa o dos modos de vida e trabalho tradi cionais com degrada o no plano tico Os efeitos est ticos e comporta mentais interagem com a nova base tecnol gica do sistema de comando imaterial informacional e comunicacional que d suporte para o novo quadro de guerra e competi o de todos contra todos No mundo dos simulacros e das virtualidades se amontoam as multid es de mulheres homens e crian as refugiados e prisioneiros da mis ria A teoria social cr tica da tecnologia a partir da economia pol tica e dos estudos do trabalho destaca as dimens es das transforma es de processo e produto na contemporaneidade que permitem desvendar os mecanismos da reestrutura o do capitalismo As transforma es no regime de acumu la o na sua rela
11. desemprego e aumento do trabalho informal A economia informal apresenta se como um campo de discuss o bas tante pol mico onde encontramos com frequ ncia abordagens baseadas em pelo menos uma das tr s no es apresentadas abaixo 13 O termo involu o metropolitana utilizado por Milton Santos 1993 para caracterizar uma deteriora o geral das condi es de vida e habitabilidade das duas metr poles nacionais Rio de Janeiro e S o Paulo e n o a uma redu o do tamanho destas 154 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS A id ia de descontinuidade sazonalidade das iniciativas a id ia da ida para a informalidade como resultado da impossibilidade de permanecer no mercado formal a id ia de que os que est o na economia informal est o fora do mundo do trabalho ou s o facil mente confund veis com os que desenvolvem pr ticas il citas ou ainda que as fronteiras entre ambos s o t nues Informalidade e Cidadania 1997 Apesar da frequ ncia com que estas no es s o utilizadas n o encon tramos na literatura socioecon mica consenso com rela o defini o significado natureza e composi o do setor informal Afinal a informalidade n o est presente somente no n vel das ativi dades econ micas mas permeia v rios aspectos da vida social especial mente entre os que moram em reas de favela Neste caso a informalidade tamb m existe no uso do so
12. domina o Habermas 1968 p 3 apud Santos 1999 p 230 O termo racionaliza o utilizado para designar a extens o dos dom nios da vida que se encontram submetidos aos crit rios de decis o racional ou seja imposi o de a o racionalmente dirigida a fins Para Milton Santos 1999 a constru o de um espa o racional ocorre a partir da constata o de m todos de planejamento e manipula o do espa o geogr fico que expressam dimens es de a o racional isto quando o espa o geogr fico encontra se submetido a concep es e a es que devem atender a objetivos previamente designados e anteci padamente calculados O predom nio deste tipo de a o interven o encontra apoio no desenvolvimento da ci ncia a partir da modernidade com a quebra dos v nculos entre saber cient fico e quest es ticas e morais seguindo o pen samento de Morin 1999 A partir deste momento observamos a evolu o de um conhecimento que avan a a partir dos m todos de manipula o Neste sentido a grande contribui o do autor consiste em a partir da valoriza o reflexiva de contextos sociais trazer a tica e a moral intrinse camente articuladas busca do conhecimento no per odo pr moderno A concep o de ci ncia para o autor complexa isto porque n o pode ser compreendida sem a an lise de contextos hist ricos e sociais A ci ncia moderna que emerge a partir do s culo XVII possui uma rela o diret
13. mbito da vida cotidiana relaciona se com os modos de organiza o social e a maneira de construir institui es O que pr prio da din mica de produ o tecnol gica sua implemen ta o e inova o voltada para atender principalmente o regime de acumu la o produtividade competi o e extra o de mais valia que articula as exig ncias de comando e controle do regime de produ o e reprodu o ampliada do capital na intera o social e hist rica espec fica entre for as produtivas e rela es de produ o mediadas pela divis o social do trabalho O sistema produtivo e sua base t cnica material e imaterial de produ o e de controle acabam tendo um impacto decisivo nas rela es de poder e na apropria o do excedente na constitui o da posi o e situa o dos sujeitos sociais Desvendar as intera es entre controle e materialidade na ossatura t cnica material e no sistema de atribui es profissionais e de saber que definem posi es colocando em quest o a divis o social e t c nica do trabalho uma preocupa o das formula es estrat gicas da economia solid ria A economia solid ria apoiada na no o de tecnologia social coloca em pauta uma perspectiva de transi o e transforma o no paradigma produ tivo com destaque para uma agenda que tem por base as formas de orga niza o do trabalho adequadas a um modo de produ o associado que articule a autogest o e a coopera o co
14. nada combina o de rela es t cnicas e rela es sociais de produ o Concretamente um mesmo conte do t cnico assume diferentes formas sociais de produ o que expressam diferentes rela es de propriedade dos meios de produ o e de apropria o do resultado do trabalho As rela es t cnicas descrevem o processo de produ o em seu sentido formal 132 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS como inter rela es entre o ser humano e a natureza para mudar a forma desta As rela es sociais de produ o d o conta da trama que se esta belece entre seres humanos no processo produtivo como resultado da maneira como est o distribu dos os meios de produ o Foladori 2001 Na empresa capitalista o processo de trabalho manifesta se como um meio do processo de valoriza o do capital o lugar no qual o capital produz e produzido e por isso mesmo requer o controle imposto abusivo ou refinado sobre os trabalhadores O processo de trabalho ocorre entre coisas que pertencem ao capitalista Ele compra os meios de produ o mat rias primas m quinas equipamentos e contrata os trabalhadores A for a de trabalho uma mercadoria cujo uso o empres rio compra em troca de um sal rio O empres rio decide sobre as t cnicas de produ o os mecanismos de controle e de gest o que vai utilizar As decis es s o tomadas visando o maior lucro As grandes empresas possue
15. o do projeto Fortalecimento de Empreendimentos Produtivos Familiares Inte grantes do Arranjo Produtivo Local da Fruticultura no Munic pio de Igarap Miri Novamente recorreu se ADA para mediar a elabora o e an lise da proposta que envolvia tamb m o Fundo das Na es Unidas para a Fome FAO Identificou se no Programa Nacional de Gera o de Emprego e Renda PRONAGER Amaz nia a condi o para financi lo Essa iniciativa convergia com os interesses da incubadora universit ria em viabilizar mecanismos de acesso ao fundo p blico para financiar as atividades produtivas e de organiza o social dos grupos de economia solid ria Tinha se conhecimento por meio de alguns estudos sobre a tra jet ria dos arranjos produtivos da fruticultura na regi o do Baixo Tocantins particularmente no munic pio de Igarap Miri do reduzido grau de especia liza o da baixa diversifica o e produtividade e da defici ncia na infra estrutura econ mica e social O anseio de inovar e criar novos caminhos foi coroado com xito no momento em que a coopera o t cnica entre incu badora universit ria e o comit t cnico do arranjo institucional do munic pio de Igarap Miri recebeu parecer favor vel para a execu o do projeto resul tante do curso de elabora o de projetos sociais do PRONAF Capacita o Observa se no processo de incuba o a tend ncia de fortalecer o empreen dimento solid rio algo que j vinha sendo realiza
16. o no modo de produ o A ponte nas pol ticas p blicas do trabalho para criar o substrato desta transi o ou mudan a estrutural no regime de acumula o tem como base um novo social meta bolismo que parte das resist ncias e movimentos sociais capazes de disputar os fundos p blicos o acesso a direitos e distribui o da riqueza alargando a fun o p blica da propriedade A teoria cr tica da ci ncia e da tecnologia leva em conta a desnaturali za o da ideologia da economia pol tica tomando por objeto os aspectos coisificados da experi ncia dos sistemas de m quinas e de instrumentali za o existentes Romper com estrat gias de subordina o significa romper com a l gica presidida pelo capital com seus dispositivos tecnoburocr ticos que legitimam seu poder ideol gico com a sua ret rica do determinismo e o essencialismo que preside os discursos da economia pol tica e de sua racionalidade tecnicista A teoria cr tica traduz no plano intelectual a necessidade de sustentar as a es coletivas de luta pela autogest o para fazer frente aos fluxos verticais e aos processos de burocratiza o Assim como exerce um papel fundamental no rompimento com a tecnosfera que se ap ia na ret rica legitimadora do saber t cnico e cient fico dominante Nesse sentido a cr tica da tecnologia se liga a uma cr tica dos disposi tivos e dos modos de organiza o do poder do Estado e das empresas Os pensadores ligados teoria
17. o unificada de uma rede nacional de incubadoras universit rias torna se central enquanto constitui o de uma rela o de hegemonia entre os representantes das Institui es de Ensino Superior atuantes no campo da economia solid ria Isso somente iria assumir uma configura o mais definida com a mudan a no panorama macropol tico com a elei o do Presidente Luiz In cio Lula da Silva algo at ent o fora dos progn sticos dos atores pol ticos ligados ao campo progressista e com a cria o em 2008 da Secretaria Nacional de Economia Solid ria SENAES no interior do Minist rio do Trabalho e Emprego MTE Sa a se dos limites do espa o local exemplificado pelas experi ncias de governos do Partido dos Trabalhadores e de algumas outras poucas siglas partid rias que assumiram a economia solid ria e as pol ticas de gera o de trabalho e renda como uma das suas principais pol ticas governamentais Kapron amp Fialho 2003 Agora abria se espa o para uma a o integrada nacional capitaneada pelo governo federal Percebe se que as incubadoras universit rias j possu am know how porque em 1997 o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares PRONINC criado na parceria entre a Financiadora de Estudos e Projetos FINEP o Comit de Entidades no Combate Fome e pela Vida COEP o Banco do Brasil BB e a Funda o Banco do Brasil FBB alimentou o embri o desse novo paradigma da extens o universit ria ao dar
18. 2 Incubadoras universit rias inova o social desenvolvimento iiecassesassaessasonzessa adsnip asa ia Eiana doa alga praga 3 Incuba o de empreendimentos solid rios elementos para uma abordagem te rico metodol gica da tecnologia de organiza o do trabalho associado na perspectiva da constru o de pol ticas p blicas para a economia solid ria APRESENTA O Tecnologia e transi o paradigm tica Pedro Claudio Cunca Bocayuva Ana Paula de Moura Varanda A publica o deste livro complementa as atividades do Projeto de Acompa nhamento da Rede de Tecnologia Social desenvolvido pela FASE Nacional no per odo de dezembro de 2006 a abril de 2009 atrav s de um Conv nio com a FINEP Financiadora de Estudos e Projetos O Conv nio teve por objetivo a realiza o de a es de acompanhamento e avalia o de um conjunto de projetos que envolvem a reaplica o da metodologia de incu ba o de empreendimentos solid rios apoiados atrav s de um Edital arti culado no mbito da Rede de Tecnologia Social Al m desta colet nea de artigos o Projeto de Acompanhamento da Rede de Tecnologia Social tamb m produziu o livro Tecnologia Social Autogest o e Economia Solid ria o DVD Conversas sobre Tecnologia Social e Economia Solid ria e o site www incubadoras ts org br A Rede de Tecnologia Social abrange cerca de 600 institui es distribu das em v rios estados do pa s e que atuam segundo o m
19. Construindo uma Economia Mais Justa e Solid ria Osasco 2008 GUERRA Alexandre CAZZUNI Dulce amp COELHO Rodrigo Orgs Atlas da Exclus o Social de Osasco alternativas de desenvolvimento trabalho e inclus o Osasco SDTI PMO 2007 NASCIMENTO Cl udio Do beco dos sapos aos Canaviais de Catende Bras lia Secretaria Nacional de Economia Solid ria Minist rio do Trabalho e Emprego 2005 Incuba o de Cooperativas Populares ITCP COPPE UFRJ Rio de Janeiro ITCP COPPE UFRJ s d POCHMANN Marcio Outra cidade poss vel Alternativas de inclus o social em S o Paulo S o Paulo Cortez Editora 2008 TQ Tecnologias sociais e economia solid ria diretrizes desafios e perspectivas para pol ticas p blicas Roberto Marinho Alves da Silva e Maur cio Sard de Faria Introdu o Nos ltimos anos houve um significativo aumento no n mero das iniciativas socioecon micas coletivas que visam promover a coopera o ativa entre trabalhadores ou produtores aut nomos e familiares nas reas urbanas e rurais para viabilizar atividades de produ o de presta o de servi os de cr dito de comercializa o e de consumo Essas iniciativas referenciadas no chamado campo da economia solid ria s o fomentadas em sua maioria como alternativas ao desemprego oportunidades de inclus o social e estra t gias de dinamiza o de cadeias produtivas no mbito de processos de desenvolvimento local ou
20. Dicion rio de Trabalho e Tecnologia Porto Alegre UFRGS 2006 KAPRON Sergio e FIALHO A L Pol ticas p blicas para a economia solid ria In CATTANI A D Org A outra economia Porto Alegre Veraz Editores 2008 KUMAR Krishan Da Sociedade p s industrial p s moderna novas teorias sobre o mundo moderno Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 1998 LEBOUTTE Paulo Economia popular solid ria e pol ticas p blicas a experi ncia pioneira do Rio Grande do Sul Rio de Janeiro ITCP COPPE 2008 LIPIETZ Alain Fordismo e p s fordismo In OUTHWAITE Willian amp BOTTOMORE Tom Org Dicion rio do pensamento social do S culo XX Rio de Janeiro Jorge Zahar Ed 1996 Miragens e milagres S o Paulo Nobel 1988 MANCE Euclides Andr A revolu o das redes a colabora o solid ria como uma alternativa p s capitalista globaliza o atual Petr polis RJ Vozes 1999 Redes de colabora o solid ria aspectos econ mico filos ficos complexidade e liberta o Petr polis RJ Vozes 2002 MARQUES Ivan da Costa O Brasil e a abertura dos mercados o trabalho em quest o S o Paulo Associa o Brasileira de Estudos do Trabalho ABET 1998 MATOSO Jorge A desordem do trabalho S o Paulo Scritta 1995 POCHMANN M Mudan as estruturais e trabalho no Brasil In Economia e sociedade Campinas SP Editora da Universidade Estadual de Campinas n 10 junho 1998 209 TECNOLOGIA SO
21. Ent o quando se pensa a economia solid ria como uma nova perspectiva de desenvolvimento h que se pensar tamb m novas formas de se fazer pesquisa e gerar tecnologia FBES 2008 p 24 26 A constru o da Plataforma da Economia Solid ria foi iniciada na Plen ria Nacional em dezembro de 2002 em S o Paulo passando pelas duas plen rias seguintes em 2008 em Porto Alegre e Bras lia As propostas foram retomadas na IV Plen ria Nacional de Economia Solid ria realizada em 2008 em Luzi nia GO 27 Plataforma da Economia Solid ria Acesso em www fbes org br biblioteca docs e artigos 74 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Nessa perspectiva as pol ticas p blicas deveriam proporcionar os meios necess rios para que as novas tecnologias se tornem acess veis aos empreendimentos solid rios valorizando sua fun o social em rela o vis o predominante que dada sua fun o econ mica Com essa fina lidade deveriam ser criadas e ampliadas as pol ticas programas e a es de financiamento p blico para desenvolvimento e dissemina o de pesquisas e tecnologias de democratiza o das tecnologias da informa o nfase no software livre de identifica o resgate e valoriza o do conhecimento acumulado pelas iniciativas de Economia Solid ria de cria o de Centros Tecnol gicos de Economia Solid ria de amplia o da participa o em f runs
22. Esse objetivo representa o passo principal com vistas a uma eco nomia verdadeiramente solid ria ultrapassando os aspectos econ micos e avan ando para o conjunto complexo da vida das pessoas Assim podem se observar os seguintes resultados acesso ao cr dito popular por parte das mulheres empreendedoras fortalecimento da Associa o das Mulheres Unidas de Pi arra AMUP como lideran a no desenvol vimento da economia solid ria em Pi arra protagonismo das mulheres nas redes municipais e regional de EPS levando ao empoderamento das empre endedoras que s o a maioria nos empreendimentos apoiados discuss o com a Associa o dos Hortifrutigranjeiros e Moradores do Setor Ch caras APAHMOC sobre produ o sem agrot xicos e conv vio saud vel com o meio ambiente protagonismo dos as empreendedores as em todo o pro cesso autonomia poder p blico assumindo a es de economia solid ria sustentabilidade pol tica Nas dificuldades se observa o fato de que dif cil mensurar a es concretas de g nero e sustentabilidade pois os empreendimentos est o apenas iniciados tamb m que a luta pelo cr dito popular microcr dito ainda o principal foco dos as empreendedores as temas como g nero e sustentabilidade est o pouco presentes nas pautas das organiza es populares e pol ticas locais h press o da m dia e dos grupos pol ticos para apoiar os grandes projetos de minera o e agroind strias de bovinos como f
23. Esta a forma deles chegarem ao processo de ino va o tecnol gica t o necess ria para consolida o da economia solid ria como uma economia alternativa ao capitalismo excludente Outra fun o das incubadoras a forma o de recursos humanos para a sustentabilidade da agenda da pesquisa universit ria para interesse social Os acad micos em sua forma o complementar ou como bolsistas de extens o tamb m s o acompanhados por t cnicos e orientados pelos docentes de diversas reas de conhecimento O processo mais importante talvez seja o da desincuba o que se inicia no momento em que a incubadora capacita os grupos com forma es em fluxo de caixa legisla o gest o e em mat rias espec ficas de suas atividades No dia a dia os associados entram em contato com o mundo dos neg cios e da produ o aprendem em contato com a incu badora a necessidade de manter sempre atualizados o livro caixa o inven t rio dos bens e o registro de produ o e principalmente a elaborar e gerenciar os projetos A incubadora possui o entendimento de que a associa o um est gio intermedi rio que capacita os empreendimentos para se tornarem coopera tivas A experi ncia nos indica que a metodologia mais vi vel o aprender fazendo Atrav s das constantes visitas se transfere a tecnologia de gest o no in cio fazemos para eles e depois com eles os livros caixas registro do volume de produ o e posteriormente
24. Na Plataforma da Economia Solid ria que orienta as a es do F rum Brasileiro de Economia Solid ria FBES as quest es relativas s Tecnolo gias Sociais TSs est o presentes no Eixo Democratiza o do Conheci mento e Tecnologia Ao enfatizar a necessidade de desenvolvimento e o acesso s tecnologias apropriadas Economia Solid ria a Plataforma estabelece como finalidade o aprimoramento dos sistemas produtivos baseados nos princ pios do conhecimento livre e da democratiza o da informa o Desta forma os documentos das Plen rias Nacionais de Eco nomia Solid ria qualificam as tecnologias apropriadas ES como aquelas que respeitando a cultura e os saberes locais agregando lhes maior valor e garantindo a melhoria das condi es de trabalho de sa de e de sustentabilidade ambiental dos empreendimentos Ou seja a TS referenciada como importante fundamento e instrumento para a viabilidade dos empreendimentos Essa perspectiva foi refor ada no documento final da IV Plen ria Nacio nal de Economia Solid ria que assumiu como bandeira de luta o financia mento p blico a pesquisas e tecnologias para melhoria da produ o e atendimento de outras demandas dos EES A tecnologia fundamental para a sustenta o da economia soli d ria sobretudo porque se percebe que dela depende todo um padr o de avan o tecnol gico que garante e d sustentabilidade aos bens e servi os por ela produzidos
25. O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS com migra o de popula es do campo para as cidades de esgota mento de recursos naturais como ouro e madeira e consequentemente a escassez de postos de trabalho para suprir a demanda de trabalhadores as desocupados as Assim que o MEB e o PDH iniciam um programa de gera o de renda estimulando grupos de empreendedores as a implantarem alternativas gera doras de postos de trabalho Exemplos dessas experi ncias ainda existem como a Piscicultura Comunit ria de Associa o de Agricultores For a da Uni o em Pi arra e a Cer mica Comunit ria de Rio Maria Al m das expe ri ncias urbanas o PDH tamb m estimulava iniciativas solid rias por parte de agricultores familiares como a Cooperativa Mista dos Agricultores Fami liares de Xinguara e Regi o COOPAX com sede em Xinguara A primeira dificuldade para desenvolver essas experi ncias era a falta de recursos financeiros para inici las bem como a falta de op es de cr dito atrav s dos bancos locais Com isso se fez necess rio buscar parcerias alter nativas para apoiar financeiramente a implanta o dos empreendimentos Esse apoio veio de entidades como a C ritas FASE CESE e de entidades da coopera o internacional como Misereor e P o Para o Mundo PPM Com o apoio da Diocese das entidades acima citadas e com o empenho dos t cnicos do MEB e do PDH tornou se poss vel concretizar a implanta o dos primeiros empreend
26. RICS Emrede A constru o de uma rede de economia solid ria Milton Jos Pantale o Junior Sergio Roberto Kapron Ilma Gladis Souza Borges Vana Denise da Silvausc 1 A RICS Emrede e as atuais mudan as no capitalismo O projeto de incuba o da Rede Industrial de Confec o Solid ria RICS segmento da EMREDE comp e o conjunto de experi ncias da Economia Popular e Solid ria fen meno social e econ mico que embora tenha ra zes hist ricas apresenta caracter sticas novas de acordo com as mudan as por que passa a sociedade A Economia Popular e Solid ria EPS est inserida nas significativas mudan as ocorridas na sociedade capitalista contempor nea Harvey 1994 em particular no mundo do trabalho Antunes 2005 nas ltimas d cadas Em meio precariza o do trabalho e ao desemprego estrutural a EPS tem se expandido em n vel nacional e internacional e cada vez mais ocupado espa o Apresenta se como um dos tipos de estrat gia dos trabalhadores que tem sua origem e contingenciamento na reestrutura o produtiva e no novo ambiente neoliberal A hist ria capitalista pode ser analisada por per odos Lipietz 1996 considerando as mudan as que ocorrem na organiza o do trabalho e na rela o entre sal rios e pre os Desse modo de meados do s culo XIX at 1914 Primeira Guerra Mundial est configurado um per odo de regime extensivo de acumula o em que o crescimento da produ o
27. agregando pro fissionais das reas de administra o e engenharia a contrata o de consul torias na rea de produ o e qualidade e maior agilidade nos processos de legaliza o dos empreendimentos Por outro lado esta parceria tamb m possibilitou a informatiza o do Centro Gestor com a aquisi o de tr s com putadores e o aprimoramento da gest o da rede e das informa es com o uso do Software Livre bem como qualifica o em inform tica para as trabalha doras dos empreendimentos Durante este per odo a rede foi ampliada com a inclus o do empreendimento Shaloom Costura em Rede localizado na cidade de Cachoeirinha regi o metropolitana de Porto Alegre Os empreendimentos integrantes da RICS est o a seguir descritos Costura Solid ria da Tuca Ltda formalizada como microempresa solid ria sistema societ rio similar cooperativa mas com o formato de microempresa Formada por dois segmentos um de corte e outro de costura que funcionam junto Associa o Comunit ria Campo da Tuca S o seis trabalhadoras dedicadas costura e tr s ao corte constituem uma Coordena o Geral de duas pessoas respons vel pela administra o e comercializa o e uma Coordenadora de Produ o O empreendimento 202 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS possui atualmente 11 m quinas sendo duas Overlock 5 fios uma Overlock 3 fios quatro Retas Industriais uma Galoneira 5 fios
28. assume grande relev ncia como referencial anal tico para a compreens o das rela es evidenciadas na configura o do trabalho informal neste estudo Neste sentido poss vel identificar nas formas de organiza o dos tra balhadores da economia popular e informal elementos da inser o destes grupos no espa o urbano a partir de normas baseadas na informalidade que constitui uma condi o essencial inscri o e perman ncia de deter minadas presen as sociais A percep o do trabalho por parte desses segmentos nos mostra trajet rias que escapam l gica racionalizante e planejada do espa o que orienta o planejamento urbano Para os processos 151 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS em an lise aspectos relacionados cultura aos sistemas de apropria o simb lica do lugar assumem grande import ncia As representa es sociais manifestam se em sua exist ncia material traduzindo se em atos e pr ticas como por exemplo na delimita o e defesa de territ rios No espa o urbano podemos identificar reas onde predominam intera es mediadas pelas t cnicas e pela racionalidade de que porta dora e espa os onde as intera es s o mediadas por s mbolos e pela a o comunicacional como concebidas por Habermas 1987 neste sen tido que Milton Santos 1999 distingue no espa o urbano reas consti tu das segundo a l gica da modernidade como espa os da exatid
29. capaz de gerar novos empregos processos e produtos para melhorar as condi es de vida em geral Quando a comunidade de pesquisa se volta para a agenda dos movimentos sociais h uma perspectiva de constru o de um modelo cognitivo que efetiva um processo de desenvolvimento social embasado em valores como a solidariedade a coopera o e a sustentabilidade Neste sentido a comunidade de pesquisa influencia a PCT estabelecendo regras e conte dos que correspondam ao processo de trans forma o das estruturas socioecon micas e educacionais excludentes Ao atender s demandas do governo ou da pr pria comunidade de pesquisa a agenda se centra na busca de condi es materiais financeiros e procedi mentais que ilustram os interesses das a es de governos e ou restrita mente os problemas inerentes comunidade de pesquisa construindo uma PCT autocentrada 3 Modelo cognitivo alternativo e mudan as na pol tica cient fica e tecnol gica Para a compreens o da necessidade de mudan as na PCT Pol tica Cien t fica e Tecnol gica com a mudan a do modelo cognitivo vamos apresentar e acompanhar a exposi o presente na obra Neutralidade da Ci ncia e Determinismo Tecnol gico Dagnino 2008 que apresenta dois grandes focos para a discuss o da C amp T da Ci ncia e da Tecnologia A primeira est centrada na estrutura e na funcionalidade interna da ci ncia e da tecnologia e a segunda est focada na sociedade Estas
30. cia de poucas alternativas de cr dito popular microcr dito bancos oficiais dificultam o acesso ao cr dito popular falta de uma pol tica de cr dito popular adequada s faixas de empreendedores as no Sul do Par e nas regi es vizinhas ainda existem poucas iniciativas de economia solid ria pouco tempo para concluir o processo de incuba o dos empreendi mentos dois anos s o insuficientes falta de pol tica p blica de capacita o e acompanhamento t cnico aos s empreendedores as pouca expe r ncia dos as empreendedores as com atividades econ micas coletivas o que gera desconfian a de muitos as empreendedores as e dificulta a convi v ncia entre os mesmos Contudo nesse objetivo de incubar e implantar empreendimentos popu lares ap s o t rmino do projeto IEPSULPA ficam boas perspectivas tais como expandir o acesso dos as empreendedores as ao cr dito popular viabilizar capacita o t cnica e gerencial para todos as os as empreende dores as populares fortalecer os grupos de empreendedores as j existentes e constituir novos grupos iniciar a formaliza o dos empreendimentos asso cia es e cooperativas a partir dos grupos de empreendedores as O segundo objetivo referia se constitui o de redes locais de empre endedores as populares em cada um dos cinco munic pios onde atuou o Projeto IEPSULPA Os resultados visualizados s o os seguintes articula o entre os grupos de empreendedores as em to
31. de qualifica o forma o dos as trabalhadores as parte integrante da estrat gia de desenvolvimento dessa nova matriz tecnol gica A inten o consolidar um quadro conceitual de refer ncia e os instrumentos para a identifica o registro e desenvolvimento de solu es tecnol gicas para os empreendimentos redes e cadeias solid rias de produ o Parece nos que exatamente este o campo em que as institui es de ensino superior universidades e centros tecnol gicos podem desempenhar um papel central O apoio s a es dessas institui es deve buscar a liga o entre o conhecimento cient fico com os valores ticos sociais ambientais etc Trata se como ponto de partida de amplificar o apoio e as rela es com as reas de extens o das institui es de ensino superior priorizando aque las que buscam relacionar Tecnologia Social e Economia Solid ria Como possibilidade de modelo para a pol tica p blica de Economia Solid ria na rea da Tecnologia Social deve se observar o desenho do Programa Fuerza Solid ria da Prov ncia de Buenos Aires Neste caso a 32 Consulta em http Avww fuerzasolidaria gov ar 89 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS constitui o de um fundo para o fornecimento de cr dito e fomento aos empreendimentos econ micos articula se com um conjunto de pol ticas voltadas forma o qualifica o social e profissional assist ncia t cnica forma
32. de um desenvolvimento que ultrapassa as fronteiras de cada grupo pro dutivo alcan ando territ rios e o Estado Os Centros P blicos e Incubadoras em conjunto s o a es que atendem a grandes necessidades e demandas dos empreendimentos eco n micos solid rios tais como espa o de comercializa o de acesso ao cr dito de assist ncia t cnica de forma o t cnica gerencial e socio pol tica entre outros No entanto importante frisar que os mesmos n o respondem por todas as demandas da totalidade de empreendimentos de economia solid ria da Bahia mas s o partes fundamentais de uma pol tica p blica estadual de car ter estruturante para o setor permitindo maior participa o da sociedade civil no processo de formula o desta pol tica p blica estadual e controle social sobre a mesma A Bahia avan a para consolida o desse novo momento na confian a de conferir solidez a essa outra economia e garantir o leg timo espa o para que prospere a vida digna num mundo do trabalho onde as oportunidades decentes se revelem n o apenas pelas garantias da formalidade carteira de trabalho assinada seguridade social etc mas principalmente pela via da l gica inclusiva e libertadora do Trabalho Solid rio 39 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Refer ncias bibliogr ficas FRAN A FILHO Genauto Terceiro Setor Economia Social Economia Solid ria e Economia Popular tra ando fro
33. e espa os de gest o da pol tica de ci ncia e tecnologia de desenvolvimento de ferramentas de com rcio eletr nico de produtos da economia solid ria e gest o financeira dos EES e de forma o em tecnologias sociais Em 2006 foi realizada a Confer ncia Nacional de Economia Solid ria CONAES mobilizando mais de 15 mil pessoas em suas etapas prepa rat rias estaduais e micro regionais e 1200 pessoas na etapa nacional No contexto de cr tica ao atual modelo de desenvolvimento a Confer ncia reconhece que o desemprego e a precariza o nas rela es de trabalho s o consequ ncias de mudan as estruturais de ordem econ mica social e tecnol gica ocorridas no mundo nas ltimas d cadas que fragilizaram o modelo tradicional de rela o capitalista de trabalho CONAES n 26 Ao mesmo tempo nesse contexto de crise a ES vem se afirmando a partir do fortalecimento de a es de coopera o com vistas a fortalecer os processos solid rios de produ o comercializa o consumo financiamento interc m bio capacita o e desenvolvimento tecnol gico CONAES n 31 No documento final da Confer ncia o tema das tecnologias foi con templado A Confer ncia reconhece portanto a ES como estrat gia para constru o de um novo modelo de desenvolvimento que requer uma matriz cient fica e tecnol gica que esteja comprometida com o desenvolvimento sustent vel e solid rio CONAES n 2 Isso signif
34. forma o e incuba o apoio capacita o t cnica tecnol gica e profissional apoio consti tui o de espa os de interc mbio e de redes solid rias de produ o con sumo e comercializa o conhecimento e informa o apoio pesquisa inova o desenvolvimento e transfer ncia de tecnologias finalidade do neg cio assessoria t cnica nas reas de gest o financeira cont bil eco n mica e jur dica apoio ao acesso de linhas de cr dito e s pol ticas de investimento social Podemos dizer portanto que a cria o da Incubadora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios IPEPS como parte de uma pol tica p blica de desenvolvimento e gera o de trabalho e renda encontra seu 47 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS sentido no momento em que o mundo do trabalho tal qual o conhec amos deixa de existir certo que ainda existem empregos mas ainda mais certo que existem em n mero insuficiente para incluir toda a popula o em idade de trabalhar Ent o qual alternativa resta queles que n o encontram emprego A aposta da Prefeitura Municipal de Osasco a de que espa os no mercado de produtos bens e servi os podem ser ocupados por empreen dimentos populares e empreendimentos econ micos solid rios EES Mas as chances dessa inser o aumentam quando estes trabalhadores t m a possibilidade de acessar instrumentos como capacita o t cnica e em g
35. lento com regula o competitiva O per odo entre as guerras considerado uma Membros da OSCIP Guay 187 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS fase de transi o na qual implantada uma organiza o do trabalho conhecida como administra o cient fica ou taylorismo Holzmann e Cattani 2006 que se generaliza nos Estados Unidos e parcialmente adotada na Europa Ocorre tamb m a generaliza o do sistema autom tico de produ o conhecido como fordismo Antunes 2005 Harvey 1994 Lipietz 1988 Guimar es 2006 As r pidas taxas de crescimento da produtividade alcan adas desta forma n o foram estendidas ao poder de compra do sal rio cujo crescimento era relativamente modesto As crises econ micas que caracterizaram o capitalismo mundial depois de 1929 n o podem ser vistas como resultantes do convencional ciclo de neg cios mas antes como um colapso estrutural o desenvolvimento do regime intensivo de acumula o n o p de estabelecer se apropriadamente na base da regu la o competitiva mas exigiu uma pol tica de regula o ativa da pr pria rela o salarial Isso foi realizado ap s a Segunda Guerra Mundial no per odo de reconstru o e pelo prolongado boom econ mico subsequente Os m todos fordistas de produ o em massa puderam estabelecer se como organiza o de trabalho preponderante em um ambiente de expans o do consumo em massa Esse per odo de 30 anos dou
36. mentos saiam da incuba o com experi ncias concretas Desta forma tamb m tenham como perspectiva estrat gias coletivas de produ o e comercializa o aumentando a viabilidade econ mica dos EES e visando o desenvolvimento local sustent vel 48 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Como vimos anteriormente o objetivo da incuba o apoiar os empre endimentos econ micos solid rios de modo que eles alcancem a viabili dade em duas dimens es a associativa e a econ mica Ambas as dimens es s o fundamentais para a estrutura o do empre endimento j que estamos tratando aqui de iniciativas que s o econ mi cas mas que tamb m devem ser autogestion rias N o adianta colocar todas as fichas em apenas uma dessas dimens es sem produzir e comercializar o empreendimento n o gera trabalho nem renda e est fadado a fechar Por outro lado sem o trabalho de forma cooperativa no grupo discutindo seus problemas zelando para as rela es serem de con fian a e di logo o empreendimento pode at ter viabilidade econ mica mas n o se construir dentro dos valores e princ pios propostos pela Eco nomia Solid ria e a tend ncia nesses casos o grupo ir desaparecendo Todo o processo tem como refer ncia alguns pressupostos que embasam a metodologia de incuba o da IPEPS s o eles o EES o n cleo gerador de todas as atividades de incuba o a unidade de int
37. ncia Tecnologia e Inova o para a Economia Solid ria com a finalidade de fomentar projetos de ci ncia tecnologia e inova o voltados para o fortalecimento das iniciativas de gera o de trabalho e renda em atividades de Economia Solid ria Essas duas a es carecem ainda de aporte adequado de recursos para realizar suas finali dades tendo inexpressiva participa o no montante do or amento anual de 2008 e nas previs es do Plano Plurianual at 2011 4 Desafios e perspectivas para as tecnologias sociais e a economia solid ria Tecnologias sociais e Economia Solid ria s o frutos e herdeiras do mesmo processo recente de democratiza o da sociedade Nesse processo novos sujeitos sociais ocupam espa os socioculturais de forma o da opini o p blica pautando a necessidade de constru o de estrat gias alternativas de desenvolvimento al m de apresentarem demandas e se posicionarem 86 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA como atores pol ticos para a formula o e execu o de pol ticas p blicas Nos dois casos tanto para a Economia Solid ria como para a Tecnologia Social existe atualmente o questionamento sobre a insufici ncia de escala das a es ainda experimentais e a fragilidade institucional das conquistas realizadas at o momento espa os de participa o programas formula dos e fundos p blicos acessados A busca por pol ticas p blicas peren
38. o racionalizados e racionalizadores e espa os que escapam a esta l gica Estes s o os espa os onde vivem e sobrevivem os pobres Os pobres com pouca mobilidade espacial e enormes car ncias atuam no sentido de driblar os des gnios da a o hegem nica e de encontrar formas criativas e alternativas organiza o e delimita o dominante dos usos do espa o Milton Santos 1999 tamb m acredita ser poss vel a partir dos espa os marcados por rela es de proximidade e constitu dos ativamente pela esfera comunicacional se chegar concep o de transfor ma es sociais mais amplas Diante das redes t cnicas e informacionais pobres e migrantes s o passivos na esfera comunicacional que eles diferente mente das classes ditas superiores s o fortemente ativos Santos 1999 p 261 O excesso de informa o no mundo atual contribui para o risco de aliena o tal como proposto por Morin 1999 Isto porque a sobrecarga informacional pode conduzir ao desconhecimento e reifica o da vida social na medida em que falta ao indiv duo capacidade reflexiva para assi milar e posicionar se frente ao elevado n mero de informa es que recebe 12 Para a reflex o desejada dos processos considerados nesse estudo podemos seguir uma das vertentes do conceito de cultura proposta por Bourdieu 1999a na qual esta pode ser compreendida em sua qualidade de instrumento de comunica o e conhecimento respons
39. o capitalista utiliza plenamente as tecnologias como instrumentos de controle do processo de trabalho subordinando e desqualificando os trabalhadores e estabelecendo as con di es sociais e pol ticas para reprodu o da domina o econ mica Dessa forma as tecnologias desenvolvidas no capitalismo buscam sobre tudo maximizar a produtividade reduzindo o tempo e os custos de produ o muitas vezes intensificando os processos de trabalho da mesma forma que reduz a quantidade de postos de trabalho necess rios realiza o dos produtos e servi os Com base no interesse maior das empresas privadas em permanecer competitivas no mercado e ampliar suas margens de lucro 1 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS imp em se sacrif cios dos bens naturais e do trabalho humano al m de n o raras vezes amea ar a qualidade de vida dos consumidores dos pro dutos e servi os Al m disso as tecnologias convencionais consideram apenas parcelas do saber cient fico e tecnol gico desconsiderando as realidades locais e espec ficas onde incidem Na contram o desse processo a Economia Solid ria surge tamb m de uma atitude cr tica frente ao modelo de desenvolvimento que produz rique zas gerando mis ria subordinando e explorando o trabalho e a natureza Tendo por orienta o valores n o mercantis como a solidariedade e a democracia incorpora as dimens es culturais tnicas e ecol gicas da sustentab
40. o do capitalismo ap s a primeira revolu o industrial gerou uma recorrente assimetria na divis o internacional do trabalho A capaci dade de absorver maior ou menor quantidade de trabalhadores embora esteja subordinada ao desenvolvimento das atividades produtivas n o depende apenas do grau de expans o da economia de cada pa s mas tamb m do modelo de desenvolvimento adotado Da mesma forma a qualidade dos postos de trabalho existentes em um pa s depende tanto do desenvolvimento tecnol gico e organiza o do trabalho quanto das condi es impostas pela regulamenta o trabalhista Assim os pa ses perif ricos no intuito de oferecer condi es mais satisfat rias atra o de novos investimentos aceitam programas de ag ncias multilaterais como FMI e BIRD que utilizam recursos p blicos para qualificar a m o de obra criar contratos de trabalhos especiais amplia o da jornada de trabalho entre outros o que resulta no rebaixamento ainda maior do custo do traba lho com a sua desregulamenta o no mercado Em outras palavras o dinheiro do povo usado contra o povo Esse tipo de comportamento al m de piorar a distribui o da renda n o garante o n o deslocamento do processo produtivo para outras localidades Enquanto os meios de produ o ocupam o espa o global os trabalhadores s o confinados em seus espa os geogr ficos criando uma l gica perversa Sob esse paradigma ocupacional segundo o qual o trabalho se de
41. o solid ria que a sua base de constru o est no consumo soli d rio Mance 1999 2002 Arruda 1998 As bases do consumo solid rio est o em consumir um produto que possui as mesmas qualidades mesmo sendo um pouco mais caro ou um produto que tenha uma qualidade infe rior sendo tamb m um pouco mais barato em rela o aos similares com a finalidade indireta de promover o bem viver da coletividade manter empre gos reduzir jornada de trabalho preservar o ambiente garantir servi os p blicos n o estatais Assim possibilita a perspectiva da constitui o de uma sociedade p s capitalista Isoladamente os exclu dos n o t m como competir com o capital Por m um movimento de redes que integre essas novas unidades produtivas prec rias e de pequenas propor es que agen ciam o consumo solid rio tende a gerar uma produ o de riqueza progres siva em raz o da incorpora o ao processo produtivo dos trabalhadores exclu dos Essas redes conectam se em cadeias produtivas consumindo e produzindo prioritariamente para ampliar a pr pria rede que se expande multiplicando se em novas c lulas Uma nova sociedade estar surgindo centrada no consumo solid rio em raz o do bem viver Essa concep o de rede fechada autoconsumidora e autoprodutora baseada em um sistema aberto que se autorreproduz como um sistema autopoi tico Mance 1999 2002 Essas redes orientam se pelos princ pios da intensividade ou seja c
42. para os movimentos sociais e os diversos grupos sociais populares uma atitude de n o perceber a ci ncia e a tecnologia como conhecimentos e pr ticas prontas que carregam respostas acabadas que possam ser replicadas de forma auto m tica e a cr tica mas como processos gnosiol gicos que podem e devem ser testados em ambientes ecol gicos e culturais distintos que requerem a capacidade inovadora e criativa dos atores sociais e acad micos que se implicam na constru o da ci ncia e da tecnologia que tem ader ncia com as situa es e as condi es vivenciadas concretamente pelos grupos sociais Ao se implicar os processos de constru o da ci ncia e da tecnologia urge a necessidade de participar e de aprofundar a capacidade de mobiliza o e de intera o nas redes de atores que se comunicam para o interc mbio dos conhecimentos produzidos Neste sentido a experi ncia da Rede de Tecnologia Social dever ser ampliada e aprofundada por ser uma experi n cia de testagem de conhecimentos comprometidos com o povo brasileiro 258 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Refer ncias bibliogr ficas DAGNINO Renato A Rela o Pesquisa Produ o em busca de um enfoque alternativo In SANTOS Lucy e outros Ci ncia Tecnologia e Sociedade o desafio da intera o Londrina PR IAPAR 2004 Ci ncia e Tecnologia no Brasil o processo decis rio e a comunidade de pesquisa Cam
43. prio Suponhamos tamb m que a equipe perceba que al m de todo o empreendedorismo a concentra o de responsabilidades num nico membro uma caracter stica do grupo Diante desse quadro muito pro v vel que o cronograma formativo proposto ao grupo inclu sse al m dos m dulos de Formaliza o das Rela es e Plano de Neg cios o m dulo de Coletivos de Trabalho e Autogest o importante sublinhar que o cronograma proposto ao grupo e ap s apresenta o e debate pactuado com ele n o definitivo O monitora mento deve ser constante de maneira a permitir a corre o de rumos O projeto alimenta o ciclo de monitoramento e avalia o permitindo que a Incubadora intervenha sobre o grupo de maneira a favorecer o pro cesso que este vem passando De todo modo quando houver a avalia o ao final das etapas fica mais f cil identificar as raz es pelas quais as metas foram ou n o alcan adas e de reconhecer o que de fato foi estruturado Sem esse norte inicial as a es de incuba o correm o risco de perder o sentido pois o grupo fica numa posi o c moda de dizer n o avan amos porque o que voc s trouxeram para n s em termos de atividade e conte do n o 24 Apresentaremos os conte dos dos m dulos mais frente 54 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA foi adequado O momento de elabora o do projeto portanto um momento inclusiv
44. tais como exclus o do mercado de trabalho desemprego exclus o do trabalho regular tendo acesso ao trabalho tempor rio prec rio e parcial exclus o do acesso moradia digna exclus o do acesso a bens e servi os b sicos exclus o dentro do pr prio mercado de trabalho cujas exig ncias dificultam o acesso a bons empregos o que pode estar relacionado ao precon ceito racial sexual e at de nacionalidade exclus o da possibilidade de garan tir sobreviv ncia exclus o do acesso terra exclus o seguran a f sica de sobreviv ncia prote o contra conting ncias exclus o dos direitos humanos Desemprego por exemplo o contr rio de cidadania n o no seu aspecto formal mas na sua realiza o substantiva o que significa dizer que a quest o da exclus o ou marginaliza o social e econ mica est diretamente ligada ao tema das lutas sociais da capacidade que certos grupos t m de se organizar e de levar adiante suas reivindica es para a conquista de benef cios Da as lutas sociais estarem ligadas ao tema exclu s o e consolida o da cidadania Kowarick 1999 p 139 Percebe se que o poder do mercado n o absoluto faz emergir o seu contr rio nas pr ticas de resist ncia que buscam construir alternativas diferentes das institu das buscando outra l gica de desenvolvimento baseada na inclus o social na garantia dos direitos e na justi a social Assim a Economia Solid ria uma estrat
45. tanto produtivo quanto tecnol gico 31 Em RIBEIRO Ana Clara Torres Natureza do poder t cnica e a o social dispon vel em http www interface org br revista7 ensaio1 pdf temos uma abordagem onde s o sugeridas as condi es para a apropria o das t cnicas pelas redes sociais numa perspectiva original de rela o entre cotidiano territ rio e classes populares O objeto t cnico como dispositivo e rela o pol tica se coloca no horizonte estrat gico das formas de resist ncia dos movimentos sociais essa orienta o da pesquisa pode ser observada pela metodologia de cartografias da a o utilizada pelo LASTRO IPPUR UFRJ 298 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS dos fluxos globais se d atrav s de uma nova base t cnica sist mico ciber n tica sobre a qual se sustentam as pr ticas transnacionalizadas da pol tica da cultura e da economia As redes verticais corporativas as institui es estatais e os atores sociais dividem o espa o das pr ticas tecnificadas do capitalismo global que interage na a o territorial direta e na produ o imag tica As novas subjetividades se constituem em intera o social com a produ o e reprodu o social impactada pelo meio ambiente tecnificado onde o comando da comunica o e a mercadoria informa o rearticulam o material e o imaterial no modo de produ o capitalista agenciado pelas pol ticas neoliberais em crise No cora o das transforma
46. BLICAS Refer ncias bibliogr ficas BOCAYUVA Pedro Cl udio Cunca As metamorfoses do trabalho e da coopera o produtiva a economia popular e solid ria na perspectiva da nova centralidade do trabalho Rio de Janeiro FASE 2007 BOTTOMORE Tom Dicion rio do pensamento marxista Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 1988 BRAVERMAN Harry Trabalho social e capital monopolista Rio de Janeiro Editora Guanabara 1987 CASANOVA Pablo Gonz lez As novas ci ncias e as humanidades da academia pol tica S o Paulo Boitempo Editorial 2006 DAGNINO Renato Neutralidade da ci ncia e determinismo tecnol gico Campinas Editora UNICAMP 2008 KUMAR Krishan Da sociedade p s industrial p s moderna Novas teorias sobre o mundo contempor neo Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 1997 LABICA e BENSUSSAN Dictionnaire critique du marxisme Paris Quadrige Presses Universitaires de France 1992 ARCUSE Herbert Algumas implica es sociais da tecnologia moderna in KELLNER Douglas editor Tecnologia guerra e fascismo colet nea de artigos de Herbert Marcuse S o Paulo UNESP 1999 OVAES Henrique O fetiche da tecnologia a experi ncia das f bricas recuperadas S o Paulo Express o Popular 2007 PATEZ Alexander Galv o SILVA Gerardo COCCO Giuseppe Capitalismo cognitivo trabalho redes e inova o Rio de Janeiro DP amp A 20083 RIBEIRO Ana Clara Torres Natureza do poder t cnica e a
47. CT AGRO Edital 2005 Incuba o de Empreendimentos Solid rios e Incuba o de Incubadoras Finep CNPq Edital 2005 Incuba o de Empreendimentos de Economia Solid ria Agroalimentar Finep MDS Fome Zero Edital 2004 2005 2006 MEC Proext Edital 2005 MDS PNUD Sele o de Entidades Edital 2005 MCT MMA SEAP SEPPIR CNPq Sele o para Projetos de Tecnologia Social para comunidades Tradicionais e Povos Ind genas 210 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O organiza es n o governamentais que atuavam no campo da forma o profissional e incuba o de empreendimentos solid rios se envolvessem em novos projetos Nesse per odo a incubadora universit ria da UFPA obteve a aprova o de tr s projetos importantes o primeiro foi o projeto de pesquisa aprovado em 2008 financiado a partir de 2004 pelo CNPq intitulado Desenvolvimento Local e Empreendimentos Comunit rios An lise de Experi ncias na Regi o Metropolitana de Bel m e Mesorregi o do Nor deste do Par o segundo foi o projeto de extens o universit ria deno minado incuba o de Empreendimentos Solid rios na Regi o do Baixo Tocantins que obteve aprova o no Edital 2004 Extens o MDA MCT CNPq Tecnologia Apropriada Agricultura Familiar CT TAGRO o terceiro projeto com o apoio do CNPq denominado Transfer ncia de Tecnologia Social e Capacita o para Gest o Sol
48. ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS agenda A n o separa o entre a politics e a policy como j demonstramos acima leva a um quadro interpretativo que avalia que a ci ncia e a tecnolo gia n o s o neutras H portanto a a o de atores que est o em disputa pelas pol ticas p blicas e que marcam as agendas de pesquisa Estas s o elaboradas em conformidade com os interesses dos atores sociais envolvi dos e que optam por determinadas estrat gias em conformidade com os modelos cognitivos que orientam as suas defini es Neste sentido temos na hist ria da pol tica cient fica brasileira um ator que hegem nico na defini o da agenda Este ator a comunidade cien t fica O predom nio deste ator est fortemente assentado na perspectiva da ci ncia neutra e no modelo linear e ofertista da ci ncia isto avalia se que sendo a ci ncia neutra e universal ela influenciar como uma conse qu ncia autom tica na gera o e no desenvolvimento de tecnologia que ir proporcionar maior desenvolvimento econ mico que por sua vez ter como consequ ncia o bem estar social Este formato pol tico est orientado por um modelo cognitivo que d comunidade de pesquisa o poder de decis o no sentido da policy e da politics Constitui se no paradigma hege m nico e que liga a comunidade de pesquisa a agendas que supostamente neutras s o formadoras de determinadas estruturas e rela es sociais Neste sentido t
49. P blicos de Economia Solid ria CESOL uma proposta que visa atender a uma das principais demandas do F rum Baiano de Economia Solid ria ao Governador Jaques Wagner Seu conte do baseado em diretrizes da Secretaria Nacional de Economia Solid ria SENAES atrav s do seu Termo de Refer ncia e na proposta feita a partir do F rum Baiano de Economia Solid ria para a Prefeitura de Salvador O Governo da Bahia aposta no grande potencial destes espa os no tocante ao enfrentamento das mais variadas dificuldades de sustentabili dade nos empreendimentos como o primeiro passo para a cria o de uma rede de centros integrados s outras a es de uma Pol tica Estadual de Economia Solid ria criando condi es estruturais e subsidiando as inici ativas da sociedade civil organizada Ao todo ser o nove Centros P blicos at 2011 conforme previsto no PPA sendo um Centro Estadual localizado em Salvador e oito Centros territoriais 2 2 Metodologia 2 2 1 Processo de constru o e consolida o da proposta do CESOL enquanto pol tica p blica A constru o de uma pol tica p blica capaz de fortalecer a EcoSol na Bahia e coloc la na agenda permanente do Estado ainda est em pro cesso de consolida o Os Centros P bicos de Economia Solid ria s o meios eficazes para o alcance deste objetivo e para tanto foi necess rio a 22 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA pa
50. SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS MAPA1 N mero de trabalhadores com registro no Minist rio do Trabalho e trabalho informal na metr pole do Rio de Janeiro E x Nova Igua u Mag FAT Paracambi q W Guapimirim Duque de Caxias de Belford Roxo L A S o Gon alo r S q o 5 s a Serop dica S o Jo o de Meriti a KELCES Ea e A a O ee e ALETE q BE Tangu Nil polis A a Niter i Rio de Janeiro Oceano Atl ntico Metr pole do Rio de Janeiro Popula o em rela o a UF N mero de trabalhadores E 0 a09 W 5 01 a10 E 20 01 a40 O Formal E 1 as E 10 01 a20 IE 40 01 ou mais O informal E Sem informa o Fonte Minist rio do Trabalho RAIS on line e IBGE Censo Demogr fico 2000 O Programa Nacional de Economia Solid ria institu do em 2003 no bojo do Sistema Nacional de Emprego Trabalho e Renda promove pol ti cas integradas dirigidas gera o de trabalho e renda inclus o social e promo o do desenvolvimento justo e solid rio O Programa tem por objetivo elaborar e propor medidas para a articula o de pol ticas de finan as solid rias em suas m ltiplas modalidades ampliando a escala de suas opera es e os servi os financeiros prestados e ainda legitimando novas institucionalidades econ micas intervir na reformula o do arcabou o legal que regula as cooperativas e propor a ado o de um Estatuto do Empreenai mento Autogestion rio que permit
51. TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Para Singer 2004 papel do Estado como representante democr tico da sociedade dispor de instrumentos como os impostos sobre a renda a propriedade e a transfer ncia do tesouro p blico aos pobres para esta belecer limites desigualdade econ mica e interferir nos mercados para impedir o dom nio por parte de algumas empresas O Estado solid rio tem por miss o tributar os ganhadores e subvencionar os perdedores para que a desigualdade entre eles n o se perpetue Singer 2004 p 12 A Economia Solid ria em seu processo hist rico enquanto um movi mento de resist ncia de oposi o ao institu do de proposi es concretas alternativas ao sistema excludente traz a perspectiva de um desenvolvi mento includente e a articula o entre o exerc cio da organiza o pol tica e de uma nova forma de trabalho Dessa forma o que est em jogo tamb m a possibilidade de o Estado ser capaz de estabelecer proposi es diferenciadas da perspectiva neoli beral capaz de assumir a tecnologia social como estrat gia de desenvolvi mento e a Economia Solid ria no campo n o s da pol tica de desenvolvi mento econ mico na medida em que vislumbra nova gide de produ o e consumo de bens para a sociedade mas tamb m capaz de assumi la no mbito das Pol ticas P blicas Refer ncias bibliogr ficas ARRUDA Marcos A Cultura da Socioeconomia Solid r
52. TICAS P BLICAS das estruturas da desigualdade Os elementos tecnol gicos e organiza cionais das empresas e das institui es podem ser considerados enquanto formas sociais constitutivas do modo de produ o e reprodu o da forma o econ mico social historicamente determinada A tecnologia social s pode ser posta como quest o dentro de uma abordagem do car ter social hist rico e transit rio das estruturas sociais das rela es de produ o e das for as produtivas O car ter imediatamente social das novas tecnologias de informa o e comunica o s refor a essa perspectiva que se materializa nos ambientes de trabalho e fomento nos movimentos sociais e nas pol ticas p blicas voltadas para a constru o de empreendimentos coletivos e solid rios A luta pela emancipa o do trabalho nos momentos de crise pode se traduzir em vontade e em consci ncia pol tica A reuni o de um conjunto de iniciativas sob a concep o de economia solid ria tem como perspectiva a constru o de uma determinada forma o econ mico social Na atualidade representa uma plataforma de mobiliza o democr tica e produtiva para atuar nas redes e nos territ rios pela via da organiza o aut noma das produtoras e produtores associados atrav s da coopera o da associa o e da autogest o 1 Tecnologia e modo de produ o Temos duas chaves para abrir o debate acerca da rela o entre o conceito de tecnologia social e a
53. a es no n vel micro sejam articuladas ao n vel macro numa a o coletiva mais ampla voltada para a transforma o das macroestruturas Para come ar suficiente que se viabilizem e se apliquem os recursos existentes redirecionando recursos p blicos Al m de desenvolver uma revo lu o moral incentivar toda a sociedade a investir na economia popular articular a diversidade de organiza es n o capitalistas atrav s de redes mercados com concorr ncias cooperativas ou solid rias construir um novo conceito de mercado com justi a social e democracia participativa A atua o deve se dar nos n veis local e global superando os limites as hostilidades do local disputando as id ias o Estado a sociedade a eco nomia o poder democr tico 172 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS Nesse sentido a economia solid ria um processo de luta cont nua da mesma forma que a luta pela democracia Se n o houver um trabalho de regenera o peri dica desses princ pios e valores as pessoas os v o esque cendo uma vez que n o est o profundamente enraizados nas consci ncias Deve ser superado o conceito de que a economia solid ria uma ativi dade de pobre de microempresa de pequenas cooperativas do pequeno Quem pobre j pratica a solidariedade se n o solid rio n o sobrevive As dificuldades s o muitas faltam fontes de cr dito capacidade empresarial e a
54. a busca da susten tabilidade descoladas dos processos de trabalho concretos peculiares a cada empreendimento e dos espa os nos quais os mesmos se situam constituem se numa abstra o O texto est organizado em torno de tr s quest es Qual a rela o entre processo de trabalho viabilidade econ mica e a forma de gest o dos empreendimentos associativos denominados de economia solid ria Quais as condi es de sustentabilidade destes empreendimentos conforme os diferentes espa os nos quais os mesmos se situam Como equacionar a rela o entre sustentabilidade da economia solid ria e desenvolvimento local O ponto de partida para o exame destas quest es consiste numa caracteriza o dos empreendimentos da economia solid ria tal como eles existem hoje 1 Um perfil dos empreendimentos da economia solid ria Uma primeira informa o mais abrangente sobre o estado da arte dos empreendimentos da economia solid ria foi proporcionada pela pesquisa realizada pela Secret ria Nacional de Economia Solid ria do Minist rio do Professor Titular da Universidade Cat lica do Salvador UCSAL Colaborador da Coopera o e Apoio a Projetos de Inspira o Alternativa CAPINA 129 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Trabalho e Emprego SENAES com a participa o do F rum Brasileiro de Economia Solid ria Conforme indica o Termo de Refer ncia do Sistema Nacional de Informa es em Eco
55. a popula o carente cr dito produtivo a e orientado Realiza o de eventos sobre economia solid ria Capacita o gerencial de empreendedor de micro Forma o de educadores para e pequeno neg cio atua o em economia solid ria Atualiza o do sistema estadual de informa o em economia solid ria Marco legal ref Pol tica Estadual de Fomento Economia Solid ria no Estado da Bahia e do Conselho Estadual de Economia Solid ria TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O Programa prev a es de fomento forma o divulga o e cr dito produtivo aos trabalhadores e trabalhadoras da economia solid ria da Bahia promovendo a es e instrumentos para a organiza o e sustentabilidade de empreendimentos econ micos solid rios Ao lado disto tamb m v m sendo realizados trabalhos no sentido da implementa o de um Marco Jur dico espec fico para a economia solid ria atrav s da elabora o do Projeto de Lei que cria a Pol tica Estadual de Fomento Economia Solid ria no Estado da Bahia e o Conselho Estadual de Economia Solid ria A operacionaliza o do Bahia Solid ria feita atrav s das tr s coorde na es que comp e a SESOL a Coordena o de Fomento COFES a Coordena o de Forma o e Divulga o COFD e a Coordena o de Microcr dito e Finan a Solid ria COMFIS A equipe t cnica da nova estru tura conta com 55 servidores p blicos entre integrante
56. a se traduzir em a es estrat gicas que j afetam contextos locais e modi ficam institui es e mentalidades Existe uma coer ncia e refinamento cres cente nos modos de articula o entre as incubadoras e os setores populares com os quais se compromete Existe um impacto significativo em diversas reas da Universidade e na constru o de conhecimentos e no aprimora mento das t cnicas aplicadas para a forma o no mbito do trabalho asso ciado e da mobiliza o cooperativa dos grupos sociais nos territ rios H uma narrativa que une a trama dos v rios significados que o processo real de emerg ncia de a es integradas constituintes de circuitos de coope ra o real no mbito das redes sociais com um salto significativo no di logo implicado com setores da academia as reflex es sobre as regi es norte e centro oeste No mbito das formas de controle e participa o social s o apresenta das as reflex es sobre a hist ria das pol ticas de inclus o e mobiliza o social reconhecendo e reaplicando ac mulos com um salto de qualidade que poder ser til para a solu o de desafios como os que s o apontados para o espa o urbano metropolitano do Rio de Janeiro Percorrendo uma vastid o de espa os de segrega o se aproximando de grupos que desenvolvem atividades em circuitos quase sempre subordi nados e marginais em rela o aos circuitos dominantes os sujeitos sociais que nascem do movimento e do campo del
57. agilidade pois eram materiais bastante complexos Era um mart rio compa tibilizar informa es Assim investiu se na forma o da equipe para com preender os processos burocr ticos impostos pelas institui es respon s veis pela transfer ncia dos recursos financeiros Ap s meses de d vi das e aprendizagem conseguiu se dominar o aparato burocr tico f sico e financeiro No entanto isso n o possibilitou agilidade na avalia o dos rela t rios pela CEF Percebeu se que a pr pria CEF n o estava preparada para administrar um recurso para projetos sociais que implicam em atender popula es de baixa renda produtores rurais localizados em reas de dif cil acesso como na regi o Amaz nica A incubadora universit ria da UFPA j havia vivenciado uma outra situa o semelhante com a CEF no conv nio com a SESAN que atendia aos trabalhadores do aterro sanit rio do Aur na RMB Vencidos os obst culos mesmo que parcialmente o projeto PRONAF Capacita o no Baixo Tocantins nos permite demonstrar um exemplo de replica o do processo de incuba o Um primeiro aspecto importante que esse projeto garantiu a continuidade e o fortalecimento do processo de incuba o que vinha sendo realizado no projeto Incuba o de Empreendi mentos Solid rios Agroalimentares na Amaz nia apoiado pela FINEP MCT 20 O conv nio envolvia a UFPA a Rede Unitrabalho a Caixa Econ mica Federal o Minist rio do Desenvolvimento Agr r
58. alenses na d cada de 1990 Monografia de final de curso S o Gon alo Geografia Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2005 GIANNOTTI J A Trabalho e reflex o ensaios para uma dial tica da sociabilidade 2a ed S o Paulo Brasiliense 1984 HARVEY D Condi o P s moderna S o Paulo Loyola 1992 HOBSBAWN E Mundos do trabalho Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 LIPIETZ A New tendencies in the international division of labour regimes of accumulation and modes of regulation In SCOTT A e STORPER M eds Production work territory the geographical anatomy of industrial capitalism Londres HarperCollins Publishers Ltd 1986 LIPIETZ A e LEBORGNE D O p s fordismo e seu espa o Espa o e Debates S o Paulo V 8 n 25 1988 127 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS ACHADO L R de S Qualifica o do trabalho e rela es sociais In FIDALGO Fernando Selmar org Gest o do trabalho e forma o do trabalhador Movimento de Cultura Marxista Belo Horizonte 1996 ARX K Id ia geral das infra estruturas a natureza e o trabalho a natureza e a t cnica o trabalho humano import ncia da tecnologia Textos Filos ficos Lisboa S o Paulo Mandacaru 1975 p 69 81 ARCUSE H Sobre os fundamentos filos ficos do conceito de trabalho na ci ncia econ mica In Cultura e sociedade S o Paulo Paz e Terra 1998 p 5 50 INIST RIO DO TRABALHO Pol ticas de empre
59. ao mesmo tempo os processos constituintes um conceito que traduz as configura es de saberes e de atitudes dos atores sociais em contextos e projetos societais e epistemol gicos diferen ciados e muitas vezes contradit rios As diferencia es e as contradi es representam os modelos te ricos distintos que produzem e s o produzidos por contextos e projetos sociais diferenciados H neste sentido uma corre la o entre a ci ncia a tecnologia e o projeto de sociedade 234 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Nestes termos fica a quest o da possibilidade de experimentar proces sos cient ficos e tecnol gicos que estejam em rela o com as perspectivas do modelo cognitivo denominado por Dagnino de Adequa o Sociot cnica Este conceito visualiza as pr ticas sociais e as formas de conhecimento que s o produzidas e socializadas com os atores sociais O conhecimento est em adequa o ou poder amos dizer ligado grudado vinculado aos grupos sociais com os quais as ci ncias e as tecnologias s o constru das Os conhecimentos n o s o estranhos n o s o de fora mas s o resultantes da intera o dos atores sociais nos contextos vividos A ci ncia e a tecno logia s o um des cobrir e um des envolver de saberes e de fazeres pr prios dos atores sociais neste sentido que a atitude do cientista passa a ser engajada e comprometida e a ci ncia e a tecnologia toma
60. atrav s do refor o ao enfoque abrangente da tecnologia social PEDRO CLAUDIO CUNCA BOCAYUVA ANA PAULA DE MOURA VARANDA ORGANIZADORES 1 edi o Janeiro Brasil IPPUR 24 LASTRO Seen Nigeria Tecnologia Social Economia Solid ria e Pol ticas P blicas O 2009 FASE Federa o de rg os para Assist ncia Social e Educacional Rua das Palmeiras 90 Botafogo CEP 22270 070 Rio de Janeiro RJ Tel 21 2536 7350 Fax 21 2536 7379 www fase org br EDI O FASE Federa o de rg os para Assit ncia Social e Educacional LASTRO Laborat rio da Conjuntura Social Tecnologia e Territ rio IPPUR Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional UFRJ AUTORES Pedro Claudio Cunca Bocayuva organizador Ana Paula de Moura Varanda organizadora Adebaro Alves dos Reis Ana Clara Torres Ribeiro Armando L rio de Souza Antonieta do Lago Vieira Catia Antonia da Silva Cl udio Elias Marques Dulce Helena Cazzuni Edie Martins Gabriel Kraychete Geraldo Pereira Teixeira Helbeth Oliva Karine Oliveira Lara Matos Laudemir Zart Ludmila Meira Maria Jos de Souza Barbosa Maria Paula Patrone Regules Maur cio Sard de Faria Roberto Marinho Alves da Silva Sandra Fa Praxedes Silva Sandra Regina Nishimura Simone Rage Pereira Sonia Maria P Nascimento e Tatiana Reis REVIS O Liliane Costa Reis CAPA Arte sobre foto de CGTextures PROJETO GR FICO Mais Programa o Visual Www
61. avalia o incluindo subsidiar capacitar e supervisionar a execu o das atividades bem como o desenvolvimento da metodologia de incuba o Comit Gestor do Centro P blico e da Incubadora P blica Para a implementa o controle acompanhamento monitoramento e avalia o dos equipamentos p blicos foi criado e institu do o Comit Gestor do Centro P blico de Economia Solid ria e da Incubadora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios Decreto n 9 822 de 4 de outubro de 2007 constituindo se como unidade colegiada com fun es propositivas consultivas e ou deliberativas F runs Brasileiro Estadual e Regional de Economia Solid ria Outros espa os importantes de participa o e de forma o s o os F runs Regional Estadual e Brasileiro com reuni es semin rios e outras 62 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA iniciativas que visam promover o fortalecimento dos atores que integram a economia solid ria empreendedores solid rios gestores p blicos e enti dades parceiras Rede de Gestores de Pol ticas P blicas de Economia Solid ria Osasco integra a Rede que uma articula o de gestores e gestoras de pol ticas de economia solid ria de Prefeituras e Governos Estaduais e existe para proporcionar interc mbio interlocu o intera o sistemati za o proposi o de pol ticas p blicas governamentais e realiza o de projetos c
62. carro entre outras todas elas se desenvol veram no espa o da rua Nessa pesquisa a m dia de filhos entre os catadores de Manaus quatro 69 dos catadores t m entre 1 e 4 filhos e 4 t m acima de nove filhos Esses dados s o preocupantes pois 70 dos catadores possuem idade at 35 anos biologicamente a idade f rtil Em rela o educa o 60 n o possuem o primeiro grau completo e 7 nunca foram escola dos 26 que chegaram ao ensino m dio 19 o conclu ram Entretanto quando a pergunta sobre o grau de escolaridade dos pais 50 declararam que os pais nunca foram escola Em rela o aos filhos 78 os mant m nas escolas todos estudam na rede p blica 12 declaram que os filhos j conclu ram o segundo grau para 9 os filhos ainda n o est o na idade escolar e somente 1 declara que os filhos n o estudam O grau de escolaridade vem crescendo substancial mente gera o ap s gera o como resultado direto do investimento p blico no setor educacional nas periferias das cidades e nas zonas rurais da Amaz nia 225 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Em rela o leitura e c lculos de matem tica para o exerc cio do tra balho conforme tabela 1 43 declaram que sentem dificuldade de leitura e 69 possuem dificuldade com a matem tica Esse dado muito impor tante pois a matem tica a base de toda transa o comercial A falta de dom nio das opera es b sica
63. co nhecimento e experi ncia acumulada s o valorizados caracteriza se como um modelo flex vel que depende de cada realidade o que pressup e um processo inovador Compreender a Economia Solid ria como estrat gia e pol tica de desen volvimento solid rio pressup e conceb la com instrumentos e ferramentas institu das como direitos perenes dos trabalhadores e trabalhadoras e dever de um Estado republicano e democr tico Para a Rede de Gestores a Economia Solid ria comp e uma agenda nessa perspectiva o que signi fica o reconhecimento de novos sujeitos sociais e novos direitos de cida dania o reconhecimento de novas formas de produ o reprodu o e distribui o social propiciando acesso aos bens e recursos p blicos Segundo o Secret rio Nacional de Economia Solid ria Paul Singer 2002 a participa o do Estado o vetor principal para a Economia Solid ria sem o qual esta poderia ser apenas um paliativo para amenizar o desemprego e a exclus o social para enfrentar a pol tica recessiva do plano nacional e lograr uma redu o significativa do desemprego a 98 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA luta pela organiza o dos exclu dos ter que alcan ar o plano pol tico Singer apud Singer 1998 p 9 Ao entender a import ncia da luta hist rica dos trabalhadores para a conquista dos direitos sociais o papel e a responsabilidade do Estado para c
64. continuidade do trabalho assumindo um contorno de incuba o A defini o dos locais onde ser o instaladas estas incubadoras no ano de 2008 leva em conta considera es do Bahia Pesca e da sociedade civil a exemplo da Rede MangueMar e das comunidades locais priorizando as Reservas Extrativistas Resex J com rela o ao Instituto Mau foram reali zadas em 2007 a es com a Comunidade quilombola de Dand e com os grupos de Fundo de Pasto de Oliveira dos Brejinhos Canudos Jaguarari e Senhor do Bonfim atendendo a demandas dessas comunidades voltadas para a forma o em economia solid ria Diante da necessidade de continuidade ser o operacionalizadas incubadoras tem ticas no segmento artesanato Modalidade C Incubadora Territorial de EES Estas incubadoras ter o como foco a incuba o de empreendimentos econ micos solid rios de um determinado Territ rio de Identidade que visa aproximar a voca o e estrat gia territorial com o objetivo de desen volver a cadeia produtiva caracter stica da regi o benefici ria e estimular a forma o de redes 34 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Estas incubadoras poder o estar articuladas ou n o aos Centros P blicos de Economia Solid ria a serem instalados em Salvador e nos munic pios de Vit ria da Conquista Territ rio de Vit ria da Conquista e de Feira de Santana Territ rio Portal do Sert o Outros munic pios
65. dades de incuba o da RMB do Baixo Tocantins do PRONERA na regi o do Tapaj s e dos interc mbios nacionais al m das atividades cotidianas de ensino e pesquisa No segundo semestre de 2005 apresentou se para a Ag ncia de Desenvolvimento da Amaz nia ADA o projeto Incuba o de Incubadoras 218 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Universit rias na Amaz nia Legal o que possibilitou a abertura de um canal de articula o regional a partir de dois fatores primeiro a experi n cia da incubadora universit ria da UFPA no processo de incuba o de empreendimentos solid rios e na execu o de projetos sociais o segundo fator se refere responsabilidade de coordena o da Regional Norte da Rede UNITRABALHO no mbito da UFPA sediada no Centro S cio Econ mico mais precisamente na coordena o da incubadora Portanto isso facilitou a coopera o t cnica e institucional entre as universidades da Regi o Norte incluindo se a Universidade Federal do Amazonas UFAM a Universidade Estadual do Amazonas UEA a Universidade Federal de Rond nia UNIR a Universidade Estadual do Tocantins UNITINS a Uni versidade Federal do Amap UNIFAP e Universidade Federal Rural da Amaz nia UFRA Em 2006 o projeto Incuba o de Incubadoras na Amaz nia Legal foi aprovado e financiado pela ADA No entanto com os recursos financeiros restritos a tr s Universidades da Regi o Norte UFPA UFAC e UFRR
66. de forma o S o Leopoldo Oikos Rio de Janeiro Capina 2007 TE SENAES Sistema nacional de informa es em economia solid ria Termo de refer ncia 2004 Dispon vel no site lt http www mte gov br gt Acesso em 20 07 2006 TE SENAES Sistema nacional de informa es em economia solid ria Relat rio nacional 2005 Dispon vel no site lt http www mte gov br gt Acesso em 20 07 2006 SANTOS M O Espa o dividido os dois circuitos da economia urbana dos pa ses subdesenvolvidos S o Paulo Editora da Universidade de S o Paulo 2004 142 Espa o e trabalho autogestion rio nas periferias das grandes cidades Ana Paula de Moura Varanda As interven es n o deveriam ocorrer sem considerar o valor que os lugares t m como referenciais para as pessoas que lhes d um sentido de territ rio com base em sua cultura e em sua hist ria esses referenciais vinculam o cidad o ao lugar e criam identidades variadas n o necessariamente uma identidade nacional Lia Motta 2000 Introdu o O artigo busca contrapor concep es te ricas e estrat gias orientadoras de interven es racionalizadoras sobre o espa o urbano ao resgate da no o de espa o enquanto categoria que emerge da pr pria configura o social e portanto como express o da estrutura social em seus v nculos com a centralidade do trabalho e da a o social Apresentamos as contri bui es de alguns autores cr ticos aos di
67. de pertencimento Fundamentalmente a cons tru o dessa tecnologia apropriada tem que levar em considera o o conhe cimento popular e interagir com a realidade distinta de cada grupo social Dagnino 2004 Assim percebe se claramente que a pr pria tecnologia convencional uma constru o social pensada no seio das rela es de poder da sociedade capitalista Utiliza se dela para expressar graus de desenvolvimento social com o objetivo de demonstrar os desn veis de desenvolvimento entre pa ses e comunidades Entretanto nunca se revela o porqu dessas desigualda des de desenvolvimento que sempre est centrado no processo hist rico e no padr o de desenvolvimento da reprodu o material de cada sociedade A tecnologia convencional na sociedade contempor nea acelerou o pro cesso de produ o em massa e o consumo em massa baseando se no uso intensivo dos recursos naturais Contudo hoje ela se faz poupadora de m o de obra e especializa sua oferta somente para aqueles que t m poder de compra de produtos sofisticados Isso tem sido uma das principais causas do desemprego estrutural Pensar a constru o de um conceito de inova o social capaz de questionar a matriz tecnol gica hegem nica e propor algo que consiga atender aos interesses n o somente dos grupos dominantes mas dos setores populares Trata se de uma tarefa essencial das universidades p blicas Assim identifica se nas incubadoras universi t rias a possibilid
68. dela as diferentes categorias profissionais agricultores familiares camponeses pesca dores catadores extrativistas oper rios estudantes professores gestores p blicos etc Haveremos ainda de lembrar da diversidade ligada sexuali dade s diferen as geracionais e outras A indica o destas diferen as entre os seres humanos que n o exaus tiva tem o objetivo de evidenciar que a ci ncia e a tecnologia que estamos propondo a desenvolver nos espa os das incubadoras universit rias vol tam se para os atores sociais que historicamente foram marginalizados e ex clu dos nos espa os acad micos N o s o atores definidores das pol ticas p blicas n o t m a cultura da reivindica o da ci ncia como algo que lhes pr pria que deve e pode lhes pertencer Ali s ao olharmos para a hist ria do Brasil iremos reconhecer din micas de poder proposi es e pol ticas p blicas que optaram oficialmente pela exclus o do povo da ci ncia e da tecnologia Estas s o formas de domina o e n o de emancipa o Eis que o desafio se agiganta Nas universidades estamos agora pro pondo que a ci ncia e a tecnologia devem ser do povo N o poder ser para o povo mas com o povo Como vamos realizar isto Quem tem respostas Quem tem experi ncias Podemos perceber que ao mesmo tempo em que a es de processos cient ficos e tecnol gicos v o se aproximando do campo 257 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TIC
69. desarticula o e de pouca viv ncia por parte dos as trabalhadores as desses empreendimentos populares e solid rios em rela o aos processos mais sistem ticos de planejamento e gest o E por isto requerem uma temporalidade pr definida de acompa nhamentos mais pr ximos e sistem ticos para que de fato as a es plane jadas e necess rias para a execu o do processo de incuba o possam se efetivar em sua quase totalidade O processo que envolve esse tema no Sul do Par como se v a seguir em um breve hist rico demonstra que o mesmo se faz com avan os e recuos e que o mais importante manter com firmeza o horizonte de uma realidade melhor As a es com vistas constru o da economia popular e solid ria no Sul do Par se iniciaram ainda na d cada de 1990 a partir de experi ncias estimu ladas pela Igreja Cat lica Esse trabalho era desenvolvido principalmente pelo Movimento de Educa o de Base MEB e pelo Projeto de Desenvolvi mento Humano PDH ambos inseridos na Diocese de Concei o do Ara guaia que abrange os munic pios de Concei o do Araguaia Reden o Rio Maria Xinguara Pau D arco Floresta do Araguaia Santa Maria das Barreiras Santana do Araguaia Cumaru do Norte Pi arra e S o Geraldo do Araguaia Nestes anos iniciais os trabalhos ainda eram pouco sistematizados Tinha se um diagn stico de aumento populacional nas cidades inclusive 174 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA
70. dificulda des e limites Contudo no caso da incubadora universit ria o cr dito maior est expresso em condi es internas aos projetos de extens o universit ria Haveria um limite natural no que diz respeito pr pria natureza da universi dade brasileira Qual o seu papel Somos capazes de atender demandas t o ampliadas que parecem n o ter fim pois h uma lacuna no atendimento aos direitos sociais no pa s Quais os limites da extens o universit ria quando se percebe que a finalidade da Universidade prioritariamente o ensino e a pesquisa uma vez que a universidade se configura como uma pol tica p blica de educa o e ci ncia e tecnologia Ser que a extens o universit ria cumpriria meramente o papel de um campo experimental e portanto teria prazo de validade Quais as respostas da universidade s expectativas criadas pela sociedade medida que um programa de exten s o se consolida portanto se fortalece institucionalmente e passa para o campo de proposi es Como manter minimamente do ponto de vista finan ceiro f sico e com pessoal os projetos de extens o com recursos pr prios das universidades pois isso significaria compreender a extens o univer sit ria com algo de grande import ncia acad mica Esse conjunto de quest es poder servir como orientador para uma reflex o de qualidade sobre o papel e limites da incubadora universit ria no Brasil No caso da incubadora da UFPA h a consolida o de
71. din mica do trabalho associado A primeira chave hist rico antropol gica que identifica na funda o forma o e orga niza o de institui es a principal tecnologia humana Essa a primeira capacidade criativa que impulsiona as formas hist ricas de organiza o humana o impulso de constitui o de estruturas de media o social atrav s da a o individual e coletiva por meio de institui es Desta forma a tecnologia pode ser percebida como modo de construir rela es sociais regulares reguladas repetitivas ou institucionalizadas Ou seja como modo de reprodu o social e constru o de estruturas de media o e objetiva o temporal sendo atravessada pela segunda dimens o chave a do modo t cnico produtivo 290 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O O modo de produ o como categoria de an lise social e hist rica define a segunda chave com o primado ontol gico para formular uma vis o sobre o car ter social da tecnologia Esta perspectiva justifica a constru o de uma abordagem ou defini o da tecnologia social como instrumento neces s rio para o projeto da luta pela economia solid ria A tecnologia social se articula com a formula o estrat gica da transi o para um novo modo de produ o ligado ao contexto de emancipa o do trabalho e redu o de desigualdades Para a supera o do modo de produ o capitalista de suas bases
72. direcionados para o fortalecimento da a o de extens o universit ria do Projeto Alfabetiza o Cidad na Transamaz nica do PRONERA 269 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS incubadora universit ria da UFPA na coordena o do Programa Educa o Cidad ampliou consideravelmente a articula o com outras reas do conhecimento neste caso as reas de educa o e ci ncias agr rias inclusive permitiu uma elabora o conceitual e te rica sobre a rela o trabalho e educa o Neste caso com nfase na educa o do campo desenvolvimento rural e economia solid ria As tem ticas do cooperati vismo e do desenvolvimento passaram a compor o conte do curricular das forma es de formadores e da forma o dos educandos dos projetos de alfabetiza o de escolariza o de 1 a 4 s ries e do n vel m dio Magist rio da Terra T cnico em Sa de e T cnico em Ci ncias Agr rias A partir de 2004 2005 o governo federal iniciou uma pol tica de finan ciamento por meio de editais do Minist rio da Ci ncia e Tecnologia MTC Conselho Nacional de Pesquisa CNPq MDA Minist rio do Desenvolvi mento Social e Combate Fome MDS Minist rio do Meio Ambiente MMA voltada para a es de extens o rural e economia solid ria S Essa pol tica colocou em evid ncia a economia solid ria e a incuba o de empreen dimentos solid rios permitindo que v rias incubadoras universit rias e 14
73. direm trilhar A equipe multidisciplinar cumpre um importante papel tanto para os grupos e EES quanto para os pr prios t cnicos a metodologia de incuba o procura estabelecer a partir da maneira com que est estruturada que a rela o com o grupo se d com a equipe da incubadora e n o com este ou aquele t cnico O esfor o por definir que a rela o se d entre grupo e equipe da incu badora se justifica porque a personaliza o da incubadora em um nico t cnico certamente complicaria a pactua o da divis o de responsabili dades entre Incubadora e EES sobre o processo de incuba o O t cnico ficaria sobrecarregado por um olhar global sobre a estrutura o do EES e sabemos que por mais experi ncia que se tenha como t cnico de incuba o h limites para o que uma nica pessoa pode perce ber estando envolvida na rela o com o grupo Assim a partir do projeto do EES a equipe desde o in cio tem a chance de funcionar de maneira multidisciplinar construindo coletivamente um diagn stico conjunto sobre os grupos e EES incubados E cada t cnico em suas atividades est res paldado por um olhar coletivo sobre o desenvolvimento daquele EES Em outras palavras o rod zio de t cnicos em suas idas aos EES fun ciona para que a rela o com o grupo nem seja t o distante que inviabilize o acompanhamento nem seja t o pr xima que impossibilite que o t cnico mantenha sua perspectiva de formador E com est
74. do trabalho e s o os poten ciais para a constru o e viv ncias de novos princ pios de expans o da solidariedade coopera o e justi a para uma Economia Popular em favor da reprodu o da vida individual familiar ou associativa S o experi ncias ainda dispersas e fragmentadas A supera o disso est relacionada reprodu o de novos aportes econ micos e sociais que n o est o presentes hoje Nesse caso o econ mico n o deve ser o fator preponderante mas a converg ncia deste com o pol tico social e tecnol gico entre diversos atores da sociedade e governamentais condi o de resist ncia e proposi es a partir de dentro da economia de mercado a favor de uma ordem econ mica de inclus o de todos N o ser o caracte rizadas como alternativas compensat rias l gica da exclus o mas de interven es p blicas de fortalecimento da cidadania devendo ser regula das prioritariamente pelos direitos sociais As perspectivas s o as de que sejam trabalhadas nas contradi es da globaliza o capitalista a partir das diferen as que aumentam entre os ricos e pobres ao mesmo tempo em que se desenvolve uma ideologia enganadora Al m disso considera que a m dio e longo prazo n o se vislumbram condi es de ruptura desse modelo As proposi es existentes no sentido de apontar mudan as no plano econ mico s o ainda de fundamentos capitalistas Mas a aplicabilidade das mesmas uma quest o de pode
75. e din micas territoriais Metr pole trabalho e contextos da vida coletiva algumas reflex es sobre a dimens o espacial da tecnologia social e da economia solid ria Catia Antonia da Silva Ana Clara Torres Ribeiro Introdu o A metr pole pode ser compreendida atrav s de suas rela es espaciais e dos contextos de sociabilidade que constroem a vida coletiva A compreen s o das rela es espaciais inclui a conurba o entre cidades derivada do fato de que a expans o metropolitana relaciona se diretamente com o processo de moderniza o capitalista calcado na rela o de interde pend ncia entre lugares Neste sentido a metr pole formada por um munic pio n cleo e munic pios perif ricos que experimentam uma vida de rela es cotidianas determinada quer seja pela l gica econ mica quer seja pela l gica societ ria No que concerne a vida coletiva a metr pole a demonstra o de que a quantidade altera a densidade das rela es sociais Por ser resultado da reprodu o social ampliada a metr pole territ rio da diversidade e de m ltiplos usos e conflitos relacionados con tradi o entre inova es tecnol gicas e pobreza urbana Esta contradi o remete diretamente problem tica do trabalho Na metr pole a diversi dade das ocupa es manifesta se de forma mais intensa as muta es nos Docente Adjunto FFP UERJ Coordenadora do Grupo Urbano Territ rios e Mudan as Contempor ne
76. e introduz algumas inova es como os empreendimentos familiares ou individuais mais adequados cultura de muitos grupos de trabalhadores as do Sul do Par Houve ainda outras inova es como o est mulo integra o entre empreendedores urbanos da economia solid ria e agricultores familiares que desenvolviam a es de 176 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS agroecologia o que contribuiu principalmente para fortalecer as no es de sustentabilidade ambiental e agricultura familiar como indispens veis no processo da economia solid ria Outra a o estimulada pela Copatior foi a integra o entre os as empreendedores as de v rios munic pios e sua interlocu o com organiza es mais amplas como o F rum Paraense de Economia Popular e Solid ria Ao mesmo tempo os t cnicos da Copatior sa am de uma condi o de isolamento e buscavam interagir com outras assessorias do campo da eco nomia solid ria como a ABCRED a FASE Amaz nia o F rum Brasileiro de Economia Solid ria e outros Nesse momento foi marcante o Semin rio sobre Economia Popular e Solid ria do Sul do Par realizado em Xinguara no ano de 2004 que teve a participa o de mais de cem pessoas de dezenas de munic pios Essa nova fase de est mulo economia solid ria teve resultados ime diatos tanto pela implanta o de v rios empreendimentos populares como pelo aprimoramento te rico e conceitual por
77. e redes 3 desenvolver a es de assessoria aos s empreendedores e de interven o na realidade local tendo como elemento norteador a reflex o e capacita o constante das equipes t cnicas tendo em vista a realiza o de um trabalho sistem tico metodol gico e reaplic vel Partindo desta compreens o t m se desenvolvido no Sul do Par pro cessos estrat gicos metodol gicos tecnol gicos educativos pol ticos organizativos e articula es de constru o de uma nova l gica econ mica partindo do grande potencial da economia popular com bases na distribui o das riquezas e na justi a social e ampliando se para os campos das rela es propondo viv ncias solid rias a partir dos trabalhadores as auto gestion rios as empreendedores e empreendedoras envolvendo articula o de produtores as urbanos e agricultores as familiares consumidores as e sociedade em geral para a constru o deste processo de desenvolvi mento humano e sustent vel que garanta a rela o de equil brio do ser humano com o meio ambiente com a sua cultura e com a vida plena A principal estrat gia no sentido de somar esfor os para as a es de incuba o de empreendimentos populares e solid rios em conjunto com organiza es populares e sociais nos munic pios do Sul do Par proporcionando diagn sticos planejamentos articula es e condi es de implanta o e fortalecimento dos diversos tipos de empreendimentos de econ
78. e somar for as com a cons tru o estadual na Amaz nia e Brasil Partindo destes conceitos estrat gicos a metodologia proposta pela Copatior considera como seu p blico alvo as fam lias empreendedoras de atividades econ micas populares que se encontram em situa o de baixa renda que residam nas periferias urbanas das dezenas de pequenas cidades situadas no sul do Par Proporciona portanto que estas fam lias trabalhadoras possam qualificar fortalecer e garantir a viabilidade e susten tabilidade dos empreendimentos familiares e ou coletivos geradores de trabalho e renda Busca se desta forma garantir os meios necess rios para o sucesso deste processo com os empreendimentos populares e solid rios geradores de trabalho e renda tais como a aquisi o dom nio e aperfei oamento de tecnologias adequadas dos mecanismos produtivos de servi os e de comercializa o E tamb m do dom nio dos diversos instrumentos de planejamento e monitoramento das formas de gest o e administra o que envolvem as a es do empreendimento popular e solid rio principalmente em seu aspecto de autogest o visto que s o em geral empreendimentos familiares coletivos com tr s ou mais empreendedores as de uma mesma fam lia e ou empreendimentos coletivos suprafamiliares com tr s ou mais empreendedores as de diferentes origens familiares Outros meios necess rios e metodologicamente trabalhados nestes processos com os empreendimentos p
79. estadual ou municipal e com a sociedade civil organizada atrav s de entidades de assessoria e fomento e de empreendimentos coletivos al m de F runs Nacionais e Estaduais Pode se constatar tal prioridade no Plano Plurianual PPA 2008 2011 onde est inscrito o Programa Bahia Solid ria com as suas diversas a es de forma o e fomento a empreendi mentos econ micos solid rios As linhas e diretrizes gerais do Programa Bahia Solid ria com destaque para duas de suas a es os Centros P blicos de Economia Solid ria e o Projeto de Incubadoras de Empreendimentos Econ micos Solid rios s o apresentados a seguir 1 O Programa Bahia Solid ria A Superintend ncia de Economia Solid ria em conson ncia com a sua miss o de construir e implementar as pol ticas p blicas de Economia Soli d ria na Bahia criou o Programa Bahia Solid ria Mais Trabalho e Renda com o objetivo de promover o fortalecimento e a divulga o da economia solid ria mediante pol ticas integradas visando gera o de trabalho renda inclus o social e promo o do desenvolvimento justo e solid rio Os recursos destinados ao programa no exerc cio do PPA est o na ordem de R 157 6 milh es um valor expressivo levando em conta o que vem sendo direcionado a pol ticas de apoio e fomento economia solid ria seja no mbito nacional estadual ou municipal Vale ressaltar que a SESOL no ano de 2007 quando da sua cria o contava
80. estar social o cooperativismo reduziu sua penetra o entre os trabalhadores Recentemente nos ltimos trinta anos a precariza o do trabalho o desem prego estrutural e o crescimento da pobreza resultante das mudan as ocor ridas constitu ram se na base social de um novo tipo de cooperativismo a economia popular e solid ria EPS com um perfil urbano e rural e de contes ta o social Pinho 2004 A EPS um acontecimento de escala mundial com incid ncia tanto nos pa ses centrais da Europa e da Am rica como na Am rica Latina na frica e na sia Santos 2002 Singer 2002 No Brasil o novo cooperativismo que rompe com a tradi o do coope rativismo rural associado a uma gest o capitalista abriga se sob o conceito de economia popular e solid ria Configura se na articula o de trabalha dores urbanos e rurais de cooperativas associa es de trabalho microem presas solid rias grupos informais e artes os com ONGs entidades de apoio sindicatos universidades e pol ticas de governos Tomam a forma de empreendimentos solid rios redes de coopera o solid ria e pol ti cas p blicas Segundo o Sistema Nacional de Informa es em Economia 191 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Solid ria SIES 2006 foram identificados 21 857 empreendimentos soli d rios no Brasil perfazendo um total de mais de 1 milh o e 751 mil traba lhadores associados No Rio Grande do Sul o mapeam
81. exclu dos da moderniza o que criam estrat gias de apropria o de recursos concentrados na metr pole Por esta raz o pensamos que a reflex o da tecnologia social deva incorporar a din mica da vida coletiva o que no contexto metropolitano pressup e o reconhecimento da complexidade gerada pela difus o do meio t cnico cient fico informacional pela acelera o do ritmo da vida coletiva e pela crise social Nestas circunst ncias acreditamos que a tecnologia social possa ser compreendida como um conjunto de possibilidades t cni cas novas expressivas de saberes orientados por comportamentos a es e pr ticas que procuram transformar o ambiente e o sentido do trabalho tornando o mais igualit rio justo e solid rio Por m vale enfatizar neste momento a necessidade de di logo entre a inova o t cnica no ambiente do trabalho formal que constitui o reinado de orienta es econ micas voltadas qualifica o profissional envolvendo o uso de equipamentos p blicos e privados na organiza o da nova divi s o social e territorial do trabalho e o ambiente do trabalho informal definido por rela es de trabalho marcadas pela precariedade por tempos lentos pelo n o reconhecimento de v nculos trabalhistas e pelo uso de t cnicas tradicionais A tecnologia social como inova o requer assim 117 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS pensamos um esfor o de articula o entre
82. formas coletivas e populares de produ o b a constitui o de um empreendimento popular n o precedida por estudos ou consultorias A crise do trabalho formal for a seu surgimento de maneira prec ria c os centros atendem diretamente s principais demandas dos empreendimentos contribuindo assim para o alcance da sua sustentabilidade N o h uma rela o de tutela mas de orienta o e qualifica o t cnica A partir da realidade acima exposta come ou se a entender o papel e onde se inserem os Centros P blicos de EcoSol H no Brasil cerca de 20 iniciativas de centros p blicos de economia solid ria funcionando ou em 21 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS fase de implementa o De forma geral os centros s o espa os multifun cionais que oferecem aos empreendimentos coletivos e solid rios consul toria p blica com cursos de capacita o orienta o jur dica administrativa e cont bil financeira espa o de comercializa o e divulga o dos produtos dos empreendimentos espa o para eventos como reuni es dos f runs e redes locais atividades culturais e de fortalecimento da identidade dentre outros servi os Al m de oferecerem estes servi os objetivo dos Centros P blicos transformar a economia solid ria em uma alternativa aut noma e decente de trabalho al m de promover o desenvolvimento enviesado numa l gica mais justa e solid ria O projeto de cria o de Centros
83. formas de compreender t m implica es n o s explicativas do fen meno mas tamb m consequ ncias para o campo das pol ticas p blicas e das a es dos diversos atores sociais que participam da constru o dos referenciais e das configura es da C amp T Na centralidade do foco na C amp T h duas vertentes interpretativas que caracterizam esta abordagem A primeira a da neutralidade da ci ncia Esta afirma a universalidade da ci ncia a neutralidade axiol gica e a objeti vidade do conhecimento cient fico como premissas b sicas para tornar o conhecimento v lido leg timo e verdadeiro Podemos deduzir destas premis sas que a ci ncia a hist rica livre das impurezas dos contextos culturais 248 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O das rela es de poder pol tico dos construtos econ micos e das subjetivi dades dos cientistas A ci ncia ganha uma configura o esot rica est acima das conting ncias humanas Os cientistas que se identificam com esta abordagem consideram que tanto a ci ncia quanto a tecnologia s o transfer veis do local onde foram descobertas e elaboradas para outras localidades distantes e distintas em termos culturais econ micos e sociais porque se acredita nas possibilidades de aprend las e aplic las A ci ncia geraria respostas para os problemas da humanidade e estas respostas viriam quando da transmuta o do conhecimento cient
84. fundas desigualdades internas exemplar para a investiga o de inova es tecnol gicas A difus o de inova es econ micas condizentes com a ltima modernidade concentra se no munic pio n cleo o que n o impede que este munic pio tamb m apresente grande dinamismo no que se refere proposi o dos empreendimentos solid rios Entretanto necess rio reconhecer outras tend ncias Os munic pios da Baixada Fluminense t m uma longa hist ria de luta pol tica pelo reconhecimento da identidade e dos direitos das classes populares como demonstram as lutas travadas desde os anos 1970 pelo direito cidade e pela garantia dos direitos humanos dignidade contra a viol ncia pelo acesso ao trabalho habita o edu ca o sa de Nos munic pios do Leste Metropolitano a intensifica o destas lutas mais recente mas adquire grande for a a partir dos anos 1990 Existem assim novos elos pr ticos e aprendizados latentes entre segmentos das classes populares na escala metropolitana o que pode per mitir o desdobramento de iniciativas pol ticas favor veis expans o dos empreendimentos solid rios e consolida o da tecnologia social Refer ncias bibliogr ficas ANTUNES R Adeus ao trabalho Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho 4 ed S o Paulo Cortez 1997 BATISTA JUNIOR G Cooperativas uma das alternativas para a gera o de ocupa o e de renda para os gon
85. gastos do poder p blico com a coleta e destina o dos res duos atrav s da redu o do volume de res duos s lidos produzidos e encaminhados a aterros atrav s do aprovei tamento de res duos com potencial recicl vel a redu o dos gastos com remedia es de reas degradadas pelo mau acondicionamento de lixo a promo o da educa o e conscientiza o ambiental da popula o asses soria e apoio na implanta o das centrais de triagem e dos processos de gest o a identifica o de oportunidades socioecon micas com vistas a orientar a amplia o dos neg cios das cooperativas incentivando por exemplo a es de reciclagem beneficiamento comercializa o identificar instrumentos que possam ser gerados por pol ticas p blicas para ampliar a viabilidade e a sustentabilidade dos empreendimentos criados pela Incuba dora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios 6 Monitoramento avalia o e cria o de indicadores A metodologia de incuba o conta com uma importante ferramenta de monitoramento e avalia o dos EES que o SIG Sistema Integrado de Gest o Indicadores conforme citado anteriormente implementado no mu nic pio em parceria com a ITCP COPPE UFRJ e o Instituto de Tecnologia Social lTS O sistema tem como objetivo um movimento permanente de monito ramento avalia o e planejamento do processo de incuba o Utiliza se de pesquisa quantitativa permitindo uma coleta de dados mais com
86. j que define alguns dos termos da rela o com a Incubadora Para participar do Edital o grupo precisa se organizar cumprir alguns requisitos estar presente em atividades Al m disso por se tratar de uma pol tica p blica o Edital P blico confere credibilidade e transpar ncia ao processo de escolha dos que ser o atendidos conforme a capacidade da Incubadora Ap s a inscri o no Edital os grupos participam de uma reuni o junto Incubadora O objetivo desta reuni o esclarecer os passos do edital explicando a raz o de cada uma de suas etapas nesta reuni o que s o agendadas as entrevistas com os grupos As entrevistas consistem em visitas realizadas por no m nimo dois t c nicos de incuba o e seguem um roteiro pr definido pela equipe que tem como objetivo realizar um primeiro diagn stico do grupo Os aspectos principais que s o avaliados a exist ncia efetiva de um grupo disposto a trabalhar de forma autogestion ria e a defini o da atividade econ mica a ser desenvolvida Ap s as entrevistas os t cnicos elaboram um parecer que subsidia o trabalho da Comiss o de Sele o importante dizer que os grupos que n o s o selecionados para a incuba o n o s o simplesmente despachados de volta para casa eles podem ser encaminhados para a pr incuba o ou para outros progra mas mais adequados como o de Economia Popular ou Microcr dito por exemplo A Comiss o de Apoio e Sele o c
87. lhadoras mais capacitadas para a supervis o de toda a rede A Comiss o de Comercializa o forma se para atender diretriz de diversifica o de mercado e clientes Desde o final do primeiro ano de exis t ncia j ficou n tido para os as trabalhadores as que a demanda dos tr s hospitais deveria servir para alavancar a RICS em outras parcerias e mercados A realiza o dessa tarefa mostrou se bem mais complexa que seu enunciado tanto do ponto de vista da diversifica o da produ o novos produtos como da conquista de novos compradores Cada mudan a pro dutiva ou comercial implica n o s em altera es t cnicas mas principal mente em mudan as organizacionais tecnologias e culturais A Comiss o de Comercializa o definiu tr s campos de atua o para o desenvolvi mento e diversifica o da RICS O primeiro campo o que conceituamos de mercados socialmente orientados MSO O MSO formado por insti tui es que possuem demandas de confec o sistem ticas ou peri dicas e que est o sensibilizadas para projetos de EPS Este o caso dos hospitais do GHC como tamb m podem ser as demandas de sindicatos escolas universidades institui es p blicas e empresas com demandas sociais O segundo campo de atua o o mercado de consumo aberto composto por pe as de roupa pronta para venda em lojas e feiras Assim a RICS lan ou no segundo semestre de 2008 a sua primeira cole o de roupas para venda direta na
88. maisprogramacao com br CIP BRASIL CATALOGA O NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS RJ T253 Tecnologia social economia solid ria e pol ticas p blicas Pedro Claudio Cunca Bocayuva Ana Paula de Moura Varanda organizadores 1 ed Rio de Janeiro FASE IPPUR UFRJ 2009 il Inclui bibliografia ISBN 978 85 86471 44 5 Economia social 2 Brasil Pol tica social 3 Cooperativas 4 Cooperativismo 5 Tecnologia e civiliza o Bocayuva Pedro Claudio Cunca Il Varanda Ana Paula de Moura Ill Federa o de rg os para Assist ncia Social e Educacional IV Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional 09 2220 CDD 334 CDU 334 73 12 05 09 14 05 09 012586 Indice Apresenta o Tecnologia e transi o paradigm tica 5 Incubadoras tecnologia social e pol ticas p blicas de economia solid ria essescciectesasisasastoosocarcurerasiciiosaa stumanedansodicicara nanda 11 1 O centro p blico e as incubadoras de empreendimentos econ micos solid rios no mbito do Programa Bahia Solid ria terre 13 2 Tecnologia social e incubadoras p blicas a experi ncia do Programa Osasco Solid ria 41 3 Tecnologias sociais e economia solid ria diretrizes desafios e perspectivas para pol ticas p blicas 11 4 Economia solid ria tecnologias sociais e pol ticas p blicas sr
89. n o foi contemplada a id ia original de projeto regional de incubadoras Em termos de resultados favor veis auxiliou na cria o da incubadora universit ria da UFRR e no fortalecimento das Incubadoras da UFAC Al m disso havia no corpo do projeto um recurso destinado ao subprojeto de pesquisa Desen volvimento Regional e Arranjos Produtivos de Economia Solid ria na Ama z nia mobiliza o forma o e inova o de empreendimentos solid rios Havia nessa proposta a integra o de ensino pesquisa e extens o traduzida no acompanhamento de empreendimentos solid rios incuba o de incu badoras e na pesquisa sobre redes de economia solid ria Soma se a isso tudo a participa o de pelo menos 15 docentes seis discentes de gradua o e 10 t cnicos das tr s universidades federais Sabe se que o arranjo institucional para gerenciar essa proposta n o foi dos mais tranquilos contudo ampliou se consideravelmente o significado da incubadora universit ria para o movimento social da economia solid ria na Amaz nia e foi criada uma rede de incuba o que extrapolou o formato da incubadora universit ria A capilaridade assumida pelas incubadoras universit rias nos seus Estados e munic pios viabilizou o interesse de outras organiza es governos estaduais e municipais na constru o de 214 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O uma pol tica p blica de economia solid ria
90. nesta constru o bem como das entidades parceiras que ap iam e fomen tam a economia solid ria no munic pio 63 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Para a realiza o das atividades a incubadora conta com importantes parceiros locais e nas regi es onde os processos de incuba o acontecem buscando a articula o e espa os para forma o capacita o reuni es e realiza es de eventos Atrav s do v nculo com a Secretaria de Desenvolvimento Trabalho e Inclus o de Osasco o Programa Osasco Solid ria estabeleceu parceria com a ITCP COPPE UFRJ Incubadora Tecnol gica de Cooperativas Popu lares da Universidade Federal do Rio de Janeiro para a transfer ncia da metodologia de incuba o a partir do SIG Sistema Integrado de Gest o composto por um conjunto de indicadores e um sistema de monitoramento e avalia o do processo de incuba o Sistema este que traz na sua elabo ra o e constru o o ac mulo das discuss es de um conjunto de entida des Parceiras do Programa Oportunidade Solid ria de S o Paulo do Insti tuto de Tecnologia Social juntamente com a ITCP COPPE UFRJ A Incubadora Tecnol gica de Cooperativas Populares da Universidade Federal do Rio de Janeiro est transferindo sua tecnologia de monitora mento e avalia o da incuba o por meio de um projeto financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos FINEP Esta tem sido uma troca muito rica que sem d vid
91. o ser geridos con forme sugere o Termo de Refer ncia da SENAES por duas estruturas de gest o uma de car ter consultivo e fiscalizador Comiss o Geral de Gest o e outra de car ter executivo e administrativo Coordena o Executiva A Comiss o Geral de Gest o CGG deve estabelecer seu regimento interno definir o papel dos seus membros e se for o caso constituir outras 11 O CESOL Estadual funciona de maneira provis ria at a conclus o das obras do pr dio definitivo Apesar disso a CGG ainda n o foi formada 26 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA inst ncias subordinadas a ele Os atores envolvidos na constru o e implan ta o da proposta de cada CESOL indicar o e definir o como se dar a composi o e o funcionamento de cada Comiss o Na Comiss o Geral CGG haver forte participa o dos movimentos sociais em especial o de Economia Solid ria por meio do seu F rum Baiano As atribui es da Coordena o Executiva dever o convergir para con trole e avalia o das atividades fins e atividades meio do Centro junto s entidades conveniadas controle de gastos e uso dos recursos executar as delibera es do CGG prestar contas ao CGG mensalmente dentre outras a serem regulamentadas 2 3 Perspectivas Nos primeiros meses de atua o do CESOL foram realizados 52 atendi mentos entre oficinas consultorias e diagn sticos organiz
92. o centro das a es de desenvolvimento num processo de constru o de uma nova economia popular e solid ria 5 Paul Singer Economia dos Setores Populares propostas e desafios In KRAYCHETE G COSTA B LARA F org Economia dos Setores Populares Entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 178 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS A partir deste contexto s o constru das as bases do movimento popular para a promo o da gera o de trabalho renda e qualidade de vida para as fam lias em situa o de baixa renda nos munic pios no sul do Par referenciadas pelas estrat gias da economia popular e solid ria Compreende se portanto que a economia popular dita economia informal n o trata da escala pequena pobre perif rica mas sim da parte majorit ria da riqueza do pa s pois constitu da e desenvolvida pela maioria da popula o trabalhadora A economia popular diretamente vinculada qualidade de vida da popula o trabalhadora no atendimento de suas neces sidades b sicas e vitais se diferenciando da l gica capitalista de acumula o do grande capital Por m de se considerar que historicamente a economia popular tem ra zes e fundamentos nos princ pios capitalistas que sufocam os princ pios e viv ncias de autogest o cooperativas coletivas e solid rias Outra situa o o pr prio est gio de
93. o de riquezas assim como uma capacita o t cnica e gerencial que sustentem o funcionamento dos grupos produtivos solid rios A pol tica p blica desenvolvida pela SETRE SESOL o Programa Bahia Solid ria prev a es de forma o divulga o fomento e cr dito 15 O edital est dispon vel no site da FAPESB www fapesb ba gov br 38 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA produtivo aos trabalhadores e trabalhadoras da economia solid ria da Bahia promovendo a es e instrumentos para a organiza o e sustentabilidade de empreendimentos econ micos solid rios em suas diversas dimens es social pol tica econ mica e de gest o A estrat gia de a o adotada pela SETRE SESOL tem como elementos fundamentais a constru o democr tica e execu o articulada em parceria com outras institui es do Estado seja na esfera federal estadual ou municipal e com a sociedade civil organizada atrav s de entidades de assessoria e fomento e de empreendimentos coletivos al m de F runs Nacionais e Estaduais Sabe se que o todo sempre maior que a soma das partes pois outros elementos dinamizadores s o agregados a esta opera o como a partici pa o sociopol tica dos trabalhadores que decidem a respeito dos seus pr prios destinos e por isso as incubadoras centros p blicos e demais a es do Bahia Solid ria poder o ser a motiva o e elemento catalisador
94. o do Desenvolvimento Solid rio ou seja o foco econ mico social cultural educacional pol tico cient fico e tecnol gico 34 Termo de Refer ncia do Programa de Economia Solid ria em Desenvolvimento 2004 95 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Ainda no que se refere ao Desenvolvimento Solid rio h que se consi derar tr s dimens es que a englobam 1 Dimens o territorial no territ rio que ocorrem as rela es hist ricas pol ticas culturais que configuram determinada identidade e que se fortalecem e desenvolvem novos v nculos nele que est o presentes sujeitos e protagonistas que articulados podem participar nos processos de mobiliza o para o envolvi mento nas tomadas de decis es coletivas Este se configura enquanto um espa o que apresenta necessidades dificuldades mas sobretudo poten cialidades Potencialidades que se expressam nas diversas experi ncias das pessoas nos saberes acumulados ao longo de suas vidas nos conhe cimentos adquiridos pela conviv ncia intergeracional e que trazem consigo toda a riqueza do contexto hist rico vivido de capacidades e habilidades que cada um e cada uma possui no que se refere ao desenvolvimento de atividades pessoais familiares profissionais comunit rias e de partici pa o pol tica 2 Desenvolvimento local O desenvolvimento local trata se de um processo end geno isto de valoriza o dos aspectos e realidades l
95. o e repro du o social das estruturas sociais excludentes ou um processo de politics para induzir a polity para as a es de governo que possam induzir as trans forma es sociais Para uma compreens o mais ampla da quest o das pol ticas segui remos os escritos de Dagnino 2002 p 10 11 explicitando as diversas vis es sobre o processo de An lise de Pol ticas a pluralista a elitista a marxista e a corporativista Acreditamos que a vis o elitista caracteriza melhor todos os tempos e os quinhentos anos da constru o do Estado brasileiro resultante do exerc cio do poder por um pequeno n mero de bem organizados interesses societais e a habilidade dos mesmos para alcan ar seus objetivos As formas de Estado apresentadas no come o do texto s o a express o cl ssica do elitismo reinante no Brasil A vis o pluralista que afirma a exist ncia de um grande espectro de grupos de press o dotados de poder diferenciado nas diversas reas onde se conformam as pol ticas p blicas embora nenhum possa ser conside rado dominante sendo estas um resultado das prefer ncias destes grupos sociais Avaliamos que podemos inferir que o Estado brasileiro a partir da constitui o de 1988 est sendo gerido pela concep o de pol tica p blica presente na concep o pluralista Encontramos espa os no Estado nas metodologias adotadas que tentam demonstrar a possibilidade de partici pa o e de inser o dos cidad os na
96. o no terreno das resist ncias das experi ncias alternativas e de sua transforma o em pol ticas p blicas 6 Teoria cr tica da ci ncia e da tecnologia O debate sobre ci ncia e tecnologia e mudan a no paradigma do trabalho pela tica da tecnologia social implica na implementa o da teoria cr tica da tecnologia entendida como aquela que mostra a desigualdade como resultado de uma fabrica o ou constru o social interessada A cr tica da neutralidade da tecnologia desvendada na identifica o dos modos de racionaliza o na manifesta o e identifica o dos interesses e posi es de classe como dispositivos da divis o do trabalho A teoria cr tica da tecnologia remete an lise integrada da apropria o privada dos excedentes sob forma de mais valia com base no regime de propriedade privada O sistema das rela es de produ o se coloca em tens o com uma base social e t cnica de hierarquia e comando das for as sociais produtivas do capital A economia pol tica do capital propriedade privada dos meios sociais de produ o divis o do trabalho comando e controle do processo de valo riza o fetichismo das rela es sociais produ o de mais valia disp e sobre a divis o do trabalho Isto sobre para quem vai a abund ncia e para quem vai a escassez em mat ria de riqueza nas sociedades Na ideologia economicista vulgar o poder ideol gico e a reprodu o ampliada do capital se afirmam c
97. o projeto de constru o do primeiro Centro P blico de Economia Solid ria Estadual CESOL experi ncia pioneira no Brasil que ser apresentado neste artigo Os centros p blicos territoriais vieram para complementar as a es do CESOL estadual e ter o como abrang ncia o territ rio de identidade em atendimento pol tica estadual de territorializa o 6 Entende se como territ rio de identidade o espa o onde h o reconhecimento coletivo Pessoas Organiza es e Institui es de uma trama de significados e sentidos pr prios de um tecido social espec fico que foram sendo adquiridos historicamente por media o entre natureza e sociedade como condi o de habitante de um lugar numa unidade espacial condicionada por recursos particulares a identidade se expressa em diferentes dimens es sociocultural geo ambiental pol tico institucional econ mica SDT MDA 7 A pol tica de territorializa o uma proposta que se iniciou com o Minist rio de Desenvolvimento Agr rio adotada como estrat gia de desenvolvimento no Estado da Bahia 28 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 2 2 2 A constru o coletiva das propostas de cada CESOL A implanta o de cada Centro envolve ampla participa o dos atores territoriais como as prefeituras os empreendimentos de assessoria e fomento universidades sindicatos escolas e rg os p blicos das tr s esferas do governo H uma dupla p
98. o status quo adequado s rela es sociais e culturais que estejam em acordo com as normas dominantes Desta forma as rela es pol ticas tornam se priorit rias e o privil gio de estar neste grupo significa poder usufruir as condi es reais e os benef cios do Estado Distinta por m associado ao patrimonialismo est a concep o do paternalismo O paternalismo uma forma pol tica muito presente nas rela es de poder que configuram a cultura pol tica da sociedade brasileira Pela presen a da elite pol tica vinculada aos preceitos da desigualdade social o paternalismo uma metodologia de exerc cio do poder legitimadora das estruturas que reafirmam e reproduzem socialmente as desigualdades sociais O paternalismo n o possui o car ter autorit rio no sentido da coer o direta do Estado sobre o indiv duo Diferentemente o dominante exer cita o papel de pai portanto de protetor daquele que indispens vel para que os pobres possam ser protegidos e a vida possa ser reproduzida 236 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O socialmente As rela es de autoridade se d o a partir das rela es de compadrio portanto de pessoalidade Aqui h uma semelhan a com o patrimonialismo Por m estes logo se distanciam nas pr ticas sociais do poder porque o patrimonialismo atende aos desejos insaci veis dos ricos que se mant m no topo da pir mide da domina
99. operam com uma caixa de ferramentas que cont m saber fazer t cnicas e modelos de a o pr prios ao contexto Idem p 32 A orienta o te rico anal tica de Zauoal contribui para a nossa com preens o da necessidade de reconhecimento e valoriza o do saber de grupos sociais locais na escala metropolitana A composi o e a afirma o do s tio acontecem na escala local mas n o de forma isolada O s tio re ne rela es hist ricas e atuais a aprendizados que ocorrem entre grupos institui es e experi ncias das escalas regional nacional e internacional S o muitos os exemplos dessas experi ncias Silva 2008 apresenta nesta dire o a experi ncia dos catadores de materiais recicl veis de 118 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS Gramacho munic pio de Duque de Caxias Regi o Metropolitana do Rio de Janeiro que ao reconhecerem suas car ncias relativas ao conheci mento de direitos passaram a lutar junto com catadores de outras cida des e metr poles criando o Movimento Nacional dos Catadores que hoje participa da constru o de pol ticas p blicas voltadas para esta categoria ocupacional 3 Metr pole do Rio de Janeiro trabalhadores informais e economia solid ria Nesta se o procuraremos com base em informa o referida metr pole do Rio de Janeiro refletir sobre empreendimentos vinculados ao Programa Nacional de Economia Solid ria identif
100. os aspectos envolvidos nos servi os e na propriedade intelectual A produ o do capital como reprodu o da explora o do chamado capital humano habilita es qualifica es e conhecimento formal dos 297 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS trabalhadores de modo a ser mais bem utilizado pela empresa ou pela rela o capital trabalho a produ o imaterial como explora o do patri m nio das pessoas e lugares se articulam na forma de comando informa cional em rede Estes processos atingem at mesmo a gram tica da guerra e dos modos de gest o dos conflitos Todas essas transforma es acentuam o potencial da rearticula o e recomposi o das condi es das lutas e da afirma o do potencial emancipat rio do trabalho O destaque nesse novo contexto da economia pol tica vai para os fato res culturais e intang veis do conhecimento da organiza o e da comuni ca o sem desprezo dos embates pelo reconhecimento e acesso a direitos O capital simb lico parte da rela o com o capital material definindo o status e as rela es de saber poder entre classes e grupos O chamado capi tal humano traduz as necessidades de reprodu o da ponta do sistema onde o valor definido pelas intera es de informa o conhecimento e comunica o com peso destacado na reprodu o social na era da moder nidade reflexiva e na subjetividade A condi o p s moderna o efeito ideo l gic
101. os recortes parciais das estrat gias de sobreviv ncia de complementa o de renda Estamos pr ximos de um enfoque de retomada e defesa do circuito da economia popular Mas existe um horizonte estrat gico mais amplo e de longo prazo para uma supera o com conserva o dial tica desse circuito de modo a gerar novas formas sociais de produ o que combinem uso intensivo de tecnologia e uso intensivo de trabalho via intensifica o da organiza o de empreendimentos solid rios N o est dada nenhuma imposi o hist rica pr via de determinismo do futuro do capitalismo para a humanidade at porque o capitalismo se define como sendo de risco de guerra ilimitada e de incerteza Hoje a maior na o do mundo capitalista global funciona pela gest o da sua d vida pelo sistema de desequil brio dos mercados financeiros autonomizados N s temos que sair da minoridade das pequenas escalas o que traz um desafio grande para as universidades e as incubadoras que devem preparar o ambiente sociot cnico para esse processo de transi o pelo avesso Para essa modifica o paradigm tica do mundo do trabalho preciso que a elabora o que articula tecnologia social e economia soli d ria identifique o potencial de modifica o dos usos das redes imateriais telem ticas modificando a dire o dos processos que comandam e orga nizam os fluxos produtivos no s culo XXI 311 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P
102. ou o modo de regula o s o decisivos para promover qualquer mudan a no regime de acumula o Quais s o os elementos que permitiriam pensar uma tecnologia de organi za o do trabalho nas condi es e exig ncias de coopera o e autogest o para um novo modo de produ o preciso responder a essa quest o tendo em vista a ambival ncia inscrita no pr prio c digo e desenho das tecnologias dos meios e instrumentos de trabalho Por exemplo o software propriet rio que usado por milh es de pessoas tem uma conex o de subordina o e aprendizagem mas tamb m tem de depend ncia da colabora o e de inter faces abertas O que n o dizer das formas ligadas ao c digo fonte aberto Nestes casos a coopera o est presente na escritura contradit ria do pr prio processo de trabalho e na formula o do regime de propriedade O traba lho colaborativo incorporado na concep o do programa enquanto produto As novas tecnologias de processo e produto se relacionam com o enten dimento de que as revolu es industriais s o revolu es da organiza o e da informa o A transforma o na divis o social e t cnica do trabalho por uma revolu o industrial antes de tudo uma revolu o social S o as 308 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O necessidades sociais que determinam os processos de inova o de reestru tura o e de revolu o t cnico organizacio
103. outras que precisam ser tomadas na hora sob o risco de um preju zo maior Um exemplo ilustra o que quero dizer um empreendimento associativo do setor mec nico produzia pe as que antes de serem entregues ao cliente necessitavam passar por um controle de qualidade para ter a garantia de que n o estavam com defeito Como fazer este controle de qualidade Todos s o respons veis Haver uma pessoa respons vel Uma equipe Este grupo decidiu que haveria uma pessoa respons vel Ora a fun o desta pessoa no processo de trabalho expressa um ato de poder sobre os demais associados encarregados da produ o E ao vetar uma pe a poderia gerar tens es ou conflitos com os outros trabalhadores A decis o 135 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS do grupo foi que o encarregado de controle teria o poder de vetar ou liberar a pe a mas a sua decis o estaria sujeita a avalia o nas reuni es sema nais do conjunto dos trabalhadores Esta foi a regra do jogo do trabalho associativo estabelecida por aquele grupo O que quero acentuar exatamente o fato de que n o exis tem receitas e de que in cua uma declara o de princ pios descolada do processo de trabalho peculiar a cada grupo No caso dos empreendimentos associativos portanto a organiza o e o processo de trabalho espec fico de cada empreendimento a efici ncia econ mica e a forma de gest o democr tica n o podem ser pensadas separadam
104. por Raimundo Faoro 1958 a partir da leitura weberiana das estruturas de poder do Estado brasileiro demonstrou a capa cidade de absor o do significado de p blico para as rela es do campo do privado Neste sentido o Estado n o um ente que possui governabili dade para o atendimento das demandas sociais Ali s estas n o est o na agenda dos policy makers dos fazedores de pol ticas O Estado concebido e gerenciado para o atendimento das necessidades privadas dos grupos sociais dominantes que al m de possu rem o dom nio sobre os meios de produ o terras ind strias bancos tornam privado o Estado Podemos dizer que o Estado um ente privado da o comando direto e objetivado sobre o judici rio o legislativo e o executivo Os dominantes econ micos associam este dom nio ao pol tico e o poder decidido e executado a partir das rela es de classe social somadas aos benef cios de conhecer ao outro nas rela es pessoais a forma o de uma rede de amigos que usam do Estado para o seu pr prio bem atendendo s necessidades eco n micas e pol ticas da elite pol tica Neste caso o conceito de elite pol tica mais adequado do que o conceito de classe social apesar de termos expresso em primeiro lugar o conceito econ mico consideramos que para fazer parte da reuni o dos agentes controladores do Estado necess rio possuir riqueza privada mas n o necessariamente capital no sentido de ser produtivo mas
105. pr prios recursos exce o do apoio pontual e localizado das insti tui es de assessoria e fomento com alcance reconhecidamente limitado Neste passo podemos formular a seguinte quest o como equacionar a rela o entre desenvolvimento local e economia solid ria Em geral esta rela o colocada nos seguintes termos como os empreendimentos da economia solid ria podem promover o desenvolvimento local Os empreendimentos da economia solid ria apresentam uma escala de produ o reduzida e concentrada em poucas atividades agropecu ria extra tivismo pesca alimentos e bebidas e produ o de artesanato As condi es de investimento e produ o s o bastante adversas Os empreendimentos n o disp em de cr dito os recursos para iniciar a atividade prov m sobre tudo dos pr prios associados e de doa es Boa parte dos empreendi mentos funciona em locais emprestados S o problemas que n o se resol vem apenas a partir do desejo dos trabalhadores em produzirem de forma associada O n vel de remunera o muito baixo e muitos trabalhadores n o ingressam no empreendimento por op o mas constrangidos pelo desemprego Nestas circunst ncias quais as condi es destes empreendi mentos promoverem um processo de desenvolvimento local Nas condi es atuais parece que seria mais apropriado inverter os termos da rela o entre desenvolvimento local e empreendimentos econ micos solid rios ou seja n o s o os
106. que deu origem a in meras iniciativas solid rias influenciadas pela id ia da ajuda m tua da coopera o e da associa o Estas a es com o tempo foram reconhecidas pelo Estado gerando um arcabou o jur dico que como resultado separou o movimento associativista original em organiza es cooperativas mutualistas e associativas Isto consolidado no tempo e cada grupo passa a se isolar devido a seu estatuto lei espec fico Ao perder a dimens o pol tica as iniciativas antes consideradas como economia solid ria passam a ser consideradas economia social O retorno da dimens o pol tica na a o da economia social faz retornar a Economia Solid ria 2 ITCPs s o entidades pertencentes s universidades formadas por equipes multidisciplinares compostas por professores alunos de gradua o e de p s gradua o funcion rios com forma o em diferentes reas dedicados organiza o da popula o mais pobre em cooperativas de produ o ou de trabalho s quais d o pleno apoio administrativo jur dico legal ideol gico na forma o pol tica entre outros SINGER 2008 p 25 14 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA No mbito estadual de forma igualmente inovadora foi criada a Supe rintend ncia de Economia Solid ria SESOL vinculada Secretaria do Tra balho Emprego Renda e Esporte SETRE Sua cria o parte de uma mani festa o encam
107. que o grupo tem em comum economia solid ria e autogest o viabilidade eco n mica defini o de produto servi o entre outros A id ia ao final do processo que o grupo ao ter obtido mais informa es e exercitado a elabora o de um trabalho comum o projeto tenha mais condi es de escolher investir tempo e dinheiro na estrutura o de um empreendimento econ mico solid rio A pr incuba o realizada em tempo vari vel a depender da dis ponibilidade do grupo para a realiza o dos encontros e atividades Isto significa dizer que ao menos um encontro semanal deve estar assegurado com o grupo Em alguns casos a pr incuba o pode ser realizada com turmas que se encontram em forma o sendo constitu das por benefici rios de Programas Redistributivos e ou Programa de Capacita o Ocupacional Os conte dos s o ent o adequados realidade da turma Por exemplo se a economia popular e solid ria faz parte dos conte dos a nfase maior das atividades realizadas pela Incubadora ser nos passos para a constru o do projeto e nos elementos de viabilidade econ mica e plano de neg cios 3 3 Incuba o Um dos principais desafios enfrentados pela Incubadora na constru o da metodologia garantir que a mesma permita atender s demandas que chegam especialmente porque estamos tratando de uma Incubadora P blica e que seja flex vel o suficiente para dar conta das necessidades espec ficas dos empr
108. respons vel pelas compras licita es acompanhamento de processos administrativos e gest o do conjunto das atividades formativas etc Final mente a Supervis o Metodol gica a respons vel pelo acompanha mento das atividades realizadas pela equipe t cnica suporte metodol gico aos t cnicos de incuba o interface metodol gica com demais programas e projetos e representa institucionalmente a IPEPS em espa os de decis o sobre aspectos metodol gicos de percursos cronogramas e itiner rios formativos A Equipe Multidisciplinar formada por t cnicos de incuba o de diferentes reas de forma o A proposta ter na equipe profissionais que cubram as diferentes dimens es envolvidas na estrutura o de um EES constitui o do grupo forma o em economia solid ria e auto gest o defini o de produto servi o desenvolvimento de produto servi o viabilidade econ mica aspectos jur dicos e legais aspectos tribut rios gest o financeira gest o de recursos humanos etc Essa diversidade de forma es e olhares sobre a estrutura o do EES fundamental pois o que permite compreende lo de maneira complexa sem simplificar sua estrutura o como uma quest o simples de dar acesso 59 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS s informa es corretas o olhar multidisciplinar que permite IPEPS efetivamente apoiar sua estrutura o acompanhando o caminho que deci
109. ria Os restantes continuam na informa lidade na m o dos atravessadores e na rela o do l der patr o a quem eles devem equivocadamente eterna gratid o Mesmo realizando pesquisas para o incremento de produtos proces sos servi os como por exemplo a retirada das etiquetas e a separa o dos pl sticos somente a ARPA e Alian a as executam A ARPA foi a pri meira associa o em Manaus a retirar as crian as do espa o de trabalho embora nunca tenha utilizado trabalho infantil mas permitia que crian as estivessem nesse espa o Infelizmente n o conseguimos sensibilizar a totalidade dos catadores sobre a import ncia da qualidade do produto e 221 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS do respeito inf ncia A Alian a bem mais nova vem se esfor ando para conseguir a respeitabilidade da ARPA No Gr fico 1 podemos visualizar um dos indicadores de qualidade de vida analisada pela pesquisa Pode se observar que 100 dos catadores residem em locais com coleta de lixo e energia el trica mas somente 71 possuem em suas casas gua tratada e em percentagem ainda menor 55 possuem o beneficio da rede de esgoto a epidemia surda da car ncia de saneamento que pune e mata num pa s sem lutas nem guerras principalmente as popula es de baixa renda marginalizadas no processo econ mico Com rela o exist ncia de bens dur veis em seus domic lios 100 dos catadores pesquisados decl
110. rios Regionais Estaduais e Municipais Mapeamento 2005 2007 acessado em 2008 128 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Outro aspecto interessante desses empreendimentos a ser destacado refere se sua concentra o em atividades urbanas tendencialmente tradi cionais tais como comercializa o de bens presta o de servi os pequena oficina de consertos produ o de roupas artesanato bijuteria produ o de alimentos cata o de res duos s lidos recicl veis Mapa 4 MAPA 4 rea de atua o dos Empreendimentos Econ micos Solid rios na metr pole do Rio de Janeiro WENG Nova Igua u Paracambi Duque de Caxias a Japeri Queimados Belford Roxo Serop dica S o Jo o de Meriti ETAT Mesquita Ma q S o Gon alo Ed Nil polis LELIE Rio de Janeiro O Rural O Rural e urbana O Urbana Fonte Minist rio do Trabalho e Emprego SIES Relat rios Regionais Estaduais e Municipais Mapeamento 2005 2007 acessado em 2008 Os empreendimentos envolvidos em atividades urbanas destacam se como esperado pela intensidade de sua urbaniza o na cidade do Rio de Janeiro e nos munic pios de Nil polis S o Jo o de Meriti Mesquita Duque de Caxias Niter i e Queimados Em contrapartida chamamos a aten o para o fato de que nos munic pios de Serop dica Guapimirim Paracambi e Japeri que t m franjas rurais encontram se empreendimentos dedicados agricul tura e
111. se compensam e se combinam apesar das estrat gias de poder que decorrem das perspectivas totalizadoras do espa o por este caminho que o autor questiona o car ter redutor e abstrato da operacionaliza o do conceito de cidade concebida pelo planejamento Planejar a cidade ao mesmo tempo pensar a pr pria pluralidade do real e dar efetividade a este pensamento do real saber e poder articular Certeau Op cit p 172 A no o de espa o que orienta e decorre das iniciativas de planeja mento dos usos das reas favelizadas na cidade do Rio de janeiro por 11 Podemos citar as experi ncias do Projeto Rio 1979 e do Projeto Favela Bairro 1994 onde a nfase dada melhoria f sica das favelas deixou em segundo plano outras necessidades sociais como a gera o de renda por exemplo que permitem compreender a pobreza em sua dimens o mais ampla 148 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS exemplo enquadra se na concep o de espa o absoluto analisada por Santos 1988 p 26 que obedece a uma l gica geom trica expressiva de um quadro de refer ncias que tem por objetivo otimizar a es que muitas vezes desconhecem pr ticas orientadas por normas de conviv ncia entre grupos sociais Por outro lado autores como Habermas 1987 entendem que o equil brio entre sistema capitalista e Estado democr tico pode ser restabelecido a partir do embate entre a esfe
112. sem a reflex o cr tica de seu conte do se imp e ao movimento da vida quando aliena o Lef bvre Op cit sustenta que apesar da for a da burocratiza o a verdadeira pot ncia de transforma o social pode estar na esfera da vida cotidiana Lef bvre 1967 desenvolve uma extensa reflex o cr tica vis o tecno cr tica e redutora comumente empregada nas estrat gias urban sticas e de planejamento urbano e observa uma crise na operacionaliza o do conceito de cidade Esta crise abre a possibilidade de emerg ncia da cotidianeidade e da passagem de um sistema ordenado para uma explo s o Op cit p 175 possibilitando a cria o de novas institui es e rela es de media o O lugar possui fundamental import ncia na configura o deste processo Ao mesmo tempo em que acolhe os vetores do modelo hegem nico de planejamento urbano que lhe imp e uma nova ordem o lugar palco para a produ o de resist ncias de grupos marginalizados que buscam sua sobreviv ncia no cotidiano 158 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 3 A espacialidade do trabalho informal urbano De uma maneira geral o trabalho popular e informal tem sido abordado como exemplo de subemprego urbano e as suas formas de organiza o espacial vinculadas desordem dentro da ordem capitalista O contingente de trabalhadores da economia informal aproxima se do conceito de super popula o relativa proposto por Mar
113. ser concretizado em cada per odo pr estabelecido o projeto est formatado pois os catadores ao conhecer o objeto os objetivos e as metas a partir da realidade vivenciada constroem seus projetos Nos cursos e oficinas de contabilidade b sica e gest o eles aprendem a compreender os planos de aplica o A equipe de tecnologia foi respons vel pela transfer ncia de tecnologia atrav s de assessoria nas reas de planejamento cont bil e administra tiva para assegurar a gest o do empreendimento solid rio e desenvolvi mento de tecnologias sociais detectadas como necess rias assim como a sua implanta o nos empreendimentos importante que os empreendimentos de economia popular aprendam a elaborar projetos pois s assim eles poder o se empoderar com o aux lio dos programas de governo Mesmo que os projetos inicialmente sejam elaborados pela incubadora faz se necess rio que eles possuam o seu entendimento para alcan ar o sucesso nas suas implanta es Toda incuba o um processo que tem como finalidade captar e ana lisar as caracter sticas dos v rios m todos dispon veis avaliar suas capaci dades potencialidades limita es ou distor es e criticar os pressupostos ou as implica es de sua utiliza o Podemos informar que a incuba o 222 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS realizada pela Universidade Federal do Amazonas tem como meta principal a transfer
114. servi os de assist ncia t cnica produ o e disse mina o de tecnologias apropriadas Economia Solid ria a difus o e a acessibilidade s novas tecnologias inclusive o acesso a equipamentos e 97 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS programas de inform tica priorizando o uso e o desenvolvimento de softwares livres em sistemas de informa o em Economia Solid ria Assim o desenvolvimento de tecnologias que respondam realidade e necessidades dessas organiza es torna se fundamental para o in cio de uma atividade econ mica dos empreendimentos econ micos solid rios seu desenvolvimento e sua continuidade Partindo desse entendimento no Brasil constituiu se com diferentes organiza es preocupadas e compromissadas com essa proposi o a Rede de Tecnologias Sociais RTS enquanto um destes espa os A RTS tem a seguinte defini o com rela o s Tecnologias Sociais compreen dem produtos t cnicas ou metodologias reaplic veis desenvolvidas na intera o com a comunidade e que representam efetivas solu es de trans forma o social Para o desenvolvimento das metodologias e instrumentos no campo das tecnologias sociais o contexto socioecon mico e cultural deve ser respeitado Na produ o de tecnologias sociais v rios aspectos devem ser considerados como a participa o co respons vel democr tica compartilhada e aut noma dos sujeitos envolvidos no processo cujo
115. solid rios Estamos portanto muito longe da constru o de redes e Apenas 38 dos empreendimentos conseguem pagar as despesas e ter alguma sobra Entre os empreendimentos que declararam o ganho dos associados mais de 50 recebem o equivalente a at meio sal rio e 26 entre meio e um sal rio m nimo Embora a obten o de uma fonte complementar de renda apare a como um dos principais motivos para a organiza o dos empreendimentos plaus vel supor que esta renda seja a complementa o de outra igualmente prec ria e 60 dos empreendimentos t m alguma rela o ou participam de movimentos populares destacando se os movimentos comunit rios sindical de luta pela terra e de agricultores familiares Estes dados revelam que apesar dos avan os e da maior visibilidade adquirida pelos empreendimentos da economia solid ria os mesmos apre sentam grandes dificuldades e fragilidades ainda pouco analisadas 2 Processo de trabalho viabilidade econ mica e gest o democr tica Qualquer processo de trabalho seja numa empresa privada na agricultura familiar ou num empreendimento da economia solid ria possui os mesmos elementos constitutivos ou seja i a for a de trabalho ii o objeto de trabalho mat rias primas sobre o qual o trabalho atua e iii os meios de trabalho instrumentos de trabalho atrav s dos quais o trabalho atua Na realidade o que existe s o formas concretas de produ o que sup em uma determi
116. sozinhos os recursos necess rios para a produ o de pol ticas p blicas Sendo assim s o cada vez mais depen dentes da coopera o e da mobiliza o coletiva de recursos de atores n o estatais e privados submetidos a processos negociais com grupos sociais de poder Matoso 1995 Matoso e Pochmann 1998 Schneider 2005 190 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS Este ambiente de mudan as no capitalismo abre um novo est gio de acumula o flex vel onde a acumula o do capital ocorre a partir de intensa flexibilidade tendo como alicerce as transforma es no mundo do trabalho nas estruturas do Estado no ide rio pol tico e nas inova es tecnol gicas e organizacionais Neste novo ambiente a a o estatal em conjunto com a a o de ONGs Sobottka 2002 vinculadas a movimentos sociais estabelece condi es para o crescimento e fortalecimento que vem apresentando a EPS 2 RICS Emrede e a economia popular e solid ria EPS As origens cooperativistas est o associadas intensa explora o do tra balho originadas na revolu o industrial do in cio do capitalismo do s c XIX Singer 2002 Souza et al 2003 O cooperativismo em sua express o inicial assumiu uma conota o cr tica vinculada organiza o do movi mento oper rio anticapitalista J no per odo da estrutura o fordista da pro du o com crescimento econ mico e constru o de um Estado de bem
117. territorial sustent vel Sendo essas suas caracter sticas principais poss vel afirmar que a Economia Solid ria ES expressa um novo modo de organiza o da pro du o comercializa o finan as e consumo que privilegia a autogest o e a coopera o em empreendimentos coletivos redes e cadeias solid rias articuladas no mbito de segmentos econ micos Ao considerar o ser humano na sua integralidade como sujeito e finalidade da atividade econ mica a economia solid ria desenvolve as capacidades dos trabalhadores e trabalhadoras valoriza o associativismo comunit rio o trabalho familiar das mulheres e de outros setores exclu dos da sociedade expressando um novo modelo de desenvolvimento sustent vel e solid rio Membros da Secretaria Nacional de Economia Solid ria SENAES ligada ao Minist rio do Trabalho e Emprego 71 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O mapeamento da economia solid ria no Brasil identificou at agosto de 2007 a exist ncia de quase 22 mil Empreendimentos Econ micos Soli d rios EES com cerca de um milh o e setecentos mil homens e mulheres que realizam uma extensa variedade e expressiva quantidade de produtos e servi os Apesar da import ncia que v m adquirindo esses empreendi mentos apresentam grandes fragilidades tais como dificuldades na comer cializa o para acesso ao cr dito fomento conhecimentos e assist ncia tecnol gica Essa real
118. trabalhar com as seguintes reas reciclagem agricultura urbana t xtil costura e confec o alimenta o artesanato comunica o e cultura e servi os Importante ressaltar que para cada segmento a estrutura o do equi pamento pode se diferenciar Do ponto de vista metodol gico apresentamos tamb m outros obje tivos para as Oficinas Setoriais enquanto espa os de experimenta o O desafio principal desses espa os conciliar a temporalidade e a din mica de processos t o diferentes como a constitui o de v nculos grupais o conhecimento do mercado e a estrutura o de um plano de neg cios com os grupos Por essa raz o a capacita o e a assessoria est o sempre de m os dadas e a aprendizagem a partir da problematiza o da pr tica tem se mostrado bastante eficaz para que os empreendimentos ao mesmo tempo se apropriem de conhecimentos j acumulados sobre a gest o de neg cios e tamb m reconhe am as especificidades das decis es que tomam em seu exerc cio de autogest o Desta forma os objetivos funda mentais das atividades laborais s o realizar junto aos integrantes dos empreendimentos capacita es espec ficas para identifica o e aprimo ramento de produtos e ou servi os trabalhar atividades de incuba o assessorias e cursos a partir das viv ncias concretas atividades laborais dos empreendimentos incubados desenvolver atividades que fomentem a organiza o do trabalho coletivo e o
119. vel pela forma modal de consenso qual seja o acordo quanto ao significado dos signos e quanto ao significado do mundo 152 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS por este caminho que Milton Santos 1999 reconhece grande potencial de transforma o em indiv duos e grupos sociais colocados margem da esfera da informa o entretanto profundamente envolvidos na esfera comunicacional j que dela dependentes para a preserva o de suas t ticas de sobreviv ncia Ao analisar a sociedade moderna Lef bvre 1991 investiga as formas de opress o que se manifestam nas institui es que atuam no sentido da burocratiza o da vida mas que convivem com pr ticas sociais que escapam a este sentido alimentador da a o hegem nica A grande fun o da burocracia para este autor pode ser reconhecida na demar ca o de espa os disciplinados por uma rela o de poder cujo resultado a extra o de uma ordem moral Cabe destacar que o espa o urbano n o se submete exist ncia desejada pela a o hegem nica de unidade disciplinarizada Existem os espa os aliados da a o t tica e resistente que contraria os interesses hegem nicos preocupados com a institui o de uma racionalidade invasora de todas as esferas da vida De fato a burocratiza o da vida cotidiana pode levar ao dom nio da forma sobre os processos que para Lef bvre 1991 acontece quando a regra assumida
120. 05 2007 acessado em 2008 O pequeno n mero de cooperativas e a grande incid ncia de grupos informais demonstram os obst culos enfrentados na organiza o do trabalha dor ocupado em condi es muito prec rias Estas informa es evidenciam 125 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS sem d vida o grande esfor o de engajamento exigido deste trabalhador para o alcance de uma forma de organiza o que efetivamente melhore as suas condi es de vida e a necessidade de apoio de entidades especializadas na cria o e na gest o de empreendimentos solid rios Considera es finais Nos limites dessas linhas este texto teve a inten o de trazer alguns ele mentos para a reflex o de rela es entre economia solid ria e estrutura o da vida metropolitana Nesta dire o procuramos indicar que a tecnologia social inscreve se no mago de fen menos mais largos expressivos de transforma es na tecnoci ncia e da desigual instaura o do meio t cnico cient fico informacional Uma instaura o que encontra o seu impulso expan sivo na metr pole em decorr ncia da hist rica superposi o de processos de moderniza o Entretanto compreendemos que a tecnologia social tamb m precisa ser pensada a partir do s tio conhecimentos populares enraizados e saberes constru dos na e pela pr tica cotidiana e em contexto Na metr pole onde se multiplicam as atividades os agentes e os projetos e
121. 12 Em 2002 segundo informa es obtidas na SECON a a o de qualifica o profissional por meio da utiliza o da metodologia massiva do Laborat rio Organizacional de Terreno LOTE atendeu mais de 2 500 pessoas principalmente membros das fam lias beneficiadas pelo Programa Bolsa Escola Municipal Houve atua o na maioria dos distritos administrativos de Bel m prioritariamente nos bairros de maior vulnerabilidade social como Terra Firme Sacramenta Paracuri e tamb m conseguiu atender as fam lias residentes na rea do aterro sanit rio de Santana do Aur Santos amp Souza 2006 268 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O renda e permitiu aos docentes t cnicos e discentes da incubadora univer sit ria da UFPA a oportunidade de um novo momento de aprendizagem pois as demandas dos empreendimentos tornavam se desafios para a constru o de novos conhecimentos t cnico organizacionais articulados a novas pr ticas sociais Portanto no per odo de 2001 2008 o processo de incuba o de empre endimentos solid rios realizado pela incubadora universit ria da UFPA no munic pio de Bel m envolveu duas parcerias de grande relev ncia primeiro a partir do segundo semestre de 2001 com a SECON e Banco do Povo visando ao acompanhamento de dois empreendimentos a Cooperativa de Servi os Gerais Esperan a COOSEGE e a Cooperativa de Servi os Gerais COOPSEG segundo em 2002
122. 218 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS E Visita de rotina casa de uma l der de grupo mar o de 2007 Fonte Projeto Inovar empreender e reciclar FINEP RTS e Unitrabalho UFAM Capacita o para organiza o do trabalho coletivo durante o evento do anivers rio da cidade Audit rio da Prefeitura Manaus outubro de 2007 Fonte Projeto Inovar empreender e reciclar FINEP RTS e Unitrabalho UFAM 219 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Ap s a capacita o em associativismo e cooperativismo foi iniciada a legaliza o do grupo em associa o Essa capacita o foi realizada duas vezes por semana durante uma hora e meia e nos grupos que ficaram com a incubadora se prolonga at os dias atuais Ap s um ano diminuiu se a frequ ncia mas necess rio o eterno retorno pois sempre h catadores entrando ou saindo de um dos grupos A VA A Cata o em conjunto entre v rios grupos durante o evento do anivers rio da cidade Samb dromo de Manaus outubro de 2007 Fonte Projeto Inovar empreender e reciclar FINEP RTS e Unitrabalho UFAM A capacita o de como elaborar um projeto iniciou se depois da forma o em associa o Nesse momento j capacitados em economia solid ria associativismo cooperativismo e custos realizou se a oficina de vis o do futuro Nessa oficina os catadores foram expondo os seus problemas pois somente eles co
123. 45 36 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA FAPESB SECTI deve se ao fato de que a atividade de incuba o relacio na se e implica no desenvolvimento e difus o de tecnologias sociais e a FAPESB uma funda o que tem por miss o viabilizar a es de ci ncia tecnologia e inova o para o desenvolvimento sustent vel da Bahia Ao lado disto est a experi ncia da FAPESB quanto realiza o de cha madas p blicas atrav s de edital A parceria visa apoiar a gera o de trabalho e renda em atividades de Economia Solid ria por meio da implan ta o apoio fortalecimento e funcionamento de Incubadoras de Empreen dimentos Econ micos Solid rios e fomentar a es de melhoria da infra estrutura e da gest o de Empreendimentos Econ micos Solid rios o que dever ser operacionalizado atrav s da sele o de propostas O outro conv nio firmado envolve a a o articulada com o Instituto de Artesanato Visconde de Mau institui o vinculada Secretaria do Traba lho Emprego Renda e Esporte e relaciona se com a finalidade desse Instituto de executar a pol tica de preserva o fomento promo o e comercializa o do artesanato baiano Sua rea de atua o envolve o fomento produ o atrav s da organiza o e fortalecimento dos n cleos de produ o associa es e cooperativas promovendo um est mulo a qua lifica o dos artes os apoio e incen
124. 8 No livro Outra cidade poss vel Alternativas de inclus o social em S o Paulo organizado por Marcio Pochmann o leitor encontra uma descri o cuidadosa da estrat gia adotada em S o Paulo O livro foi publicado em S o Paulo pela Cortez Editora em 2008 43 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS tratam se principalmente de a es de transfer ncia de renda al m de seu pr prio programa o munic pio trabalha em parceria com os governos estadual e federal Os programas emancipat rios como o nome sugere s o os que buscam alavancar a independ ncia e a sustentabilidade dos benefici rios de maneira a que ap s receberem alguma forma de apoio capacita o cr dito e ou assessoria possam gerar trabalho e renda suficiente para garantir seu sustento Finalmente os programas de desenvolvimento visam organizar a es no territ rio como a intermedia o de m o de obra realizada pelo Pro grama Osasco Inclui por exemplo e as a es pertinentes gest o da informa o e desenvolvimento de sistemas elabora o de estudos e pesquisas bem como implanta o de Centros de Inclus o Digital atrav s do Programa Osasco Digital 1 O Programa Osasco Solid ria Dentre os programas emancipat rios encontra se o Programa Osasco Solid ria institu do pela Lei Ordin ria n 3 978 de 27 12 2005 que esta belece princ pios fundamentais e objetivos da pol tica de fomento econo m
125. AS P BLICAS popular faz se mister questionar as estruturas institucionais os crit rios de avalia o dos pesquisadores e as formas consideradas acad micas para a aprova o de programas e projetos de pesquisa e de p s gradua o Passa por esta ambi ncia o questionamento das concep es e das pr ti cas relativas s ci ncias para podermos perceber os estilos diferentes de faz la e defini la Esta quest o ainda merece a reflex o para a compreens o das intera es e das interdepend ncias entre a maneira de fazer ci ncia e tecnologia as estruturas e as rela es sociais Afirmamos que a ci ncia e a tecnologia est o implicadas com determinados projetos sociais Ao ser aceito este pressuposto decorre a necessidade de questionar o projeto social e a ci ncia e tecnologia que temos e propomos desenvolver nas incubadoras universit rias Qual rela o estabelecida entre a comu nidade de pesquisa engajada e os grupos sociais Como as universidades percebem esta forma de fazer e conceber a ci ncia e a tecnologia Ou mais como os movimentos sociais e a comunidade de pesquisa engajada neces sitam se articular para gerar uma ambi ncia de legitimidade institucional e poder influir nas formas de organiza o e nas maneiras de conhecer Ao mesmo tempo como as ci ncias e as tecnologias influenciam na forma de organiza o e na maneira de conhecer dos grupos sociais Estas quest es devem ser para a comunidade de pesquisa engajada
126. By Eme nadie Pg Tin j w I DS ya i VV Vo a ca a ao ry ah kar a a 4 s p k x ETR La TEN PE bd Aa RS WA Et gt RR SY i ops ITS E RAN LiG ASa ORGANIZADORES E 1 j y f Dr E 4 a J ido e ci PEDRO CUNCA BOCAYUVA ANA PAULA DE MOURA VARANDA MSL O IPPUR O Po iedade A i EU E egional a o A presente publica o permite sistematizar o estado da arte dos processos de incuba o de empreendimentos e redes de economia solid ria Os artigos aqui apresentados focalizam as tecnologias de gest o processo e produto como dimens es que se articulam s tecnologias sociais de organiza o do trabalho associado A tecnologia social rompe com o modelo convencional e dominante ao incluir a centralidade dos atores sociais do campo popular na qualidade de sujeitos produtivos Os aparatos dispositivos pol ticas t cnicas e os processos de aprendizagem s o vistos a partir de diferentes recortes de experimenta o por parte dos grupos associa es e cooperativas populares As iniciativas objetivam a montagem e a reaplica o de redes de empreendimentos e incubadoras com destaque para a constru o de incubadoras p blicas No livro podemos observar a quest o das a es de incuba o no mbito das pol ticas de economia solid ria e do seu potencial de mudan a qualitativa na orienta o da pol tica de ci ncia e tecnologia
127. CIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS PINHO Diva Benevides O cooperativismo no Brasil da vertente pioneira vertente solid ria S o Paulo Saraiva 2004 POCHMANN Marcio O trabalho sob fogo cruzado exclus o desemprego e precariza o no final do s culo S o Paulo Contexto 1999 O emprego na globaliza o a nova divis o internacional do trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu S o Paulo Boitempo Editorial 2001 OLIVEIRA Manfredo A A nova problem tica do trabalho e a tica In TEIXEIRA Francisco e outros Org Neoliberalismo e reestrutura o produtiva S o Paulo Cortez Fortaleza UECE 1996 SABEL C e PIORE M The second industrial divide Nova lorque Basic Books 1984 SANTOS Boaventura de Souza Org Produzir para viver os caminhos da produ o n o capitalista Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2002 SIES Sistema Nacional de Informa es em Economia Solid ria Economia Solid ria Mapeamento Rio Grande do Sul Minist rio do Trabalho e Emprego Secretaria Nacional de Economia Solid ria 2006 SCHNEIDER Volker Redes de pol ticas p blicas e a condu o de sociedades complexas In Pol ticas p blicas Estado e sociedade Civitas Revista de Ci ncias Sociais Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul Volume 5 n 1 jan jun 2005 Porto Alegre EDIPUCRS 2005 SILVA Luiz A M Mercado de tra
128. DIN MICAS TERRITORIAIS econ micos solid rios 7 do total da BA reunindo cerca de 3 000 pessoas Isto corresponde a menos de 1 apenas dos desempregados na RMS e a 0 003 do conjunto dos trabalhadores com trabalho prec rio Mesmo admitindo se que o n mero de empreendimentos solid rios seja maior do que os identificados no mapeamento as caracter sticas destes empreendimentos tal como eles existem hoje sugerem conclus es caute losas sobre as expectativas de representarem uma alternativa em larga escala para o desemprego e para o trabalho prec rio Sobretudo quando se consi dera a dimens o e o perfil da PEA localizada nos espa os urbanos Num pa s como o Brasil preciso indagar sobre a situa o de milh es de pessoas que vivem de ocupa es prec rias e sobretudo do trabalho realizado de forma individual ou familiar Aqui o emprego regular assalariado nunca foi uma perspectiva realista para um grande n mero de trabalhadores Em 1980 ap s cinquenta anos de industrializa o e urbaniza o aceleradas o emprego regular assalariado somado aos aut nomos contribuintes para Previd ncia Social aos funcion rios p blicos e aos empregadores n o atingia 56 da PEA Delgado 2004 At os anos 1970 predominava a vis o que explicava a pobreza sobretudo a pobreza urbana como algo residual ou transit rio a ser supe rado pelo desenvolvimento da economia capitalista Desse ponto de vista n o haveria raz o para se perder
129. DORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Houve uma diversidade de grupos e sujeitos que demandaram o apoio da extens o universit ria Contudo a Incubadora Tecnol gica de Coopera tivas Populares e Empreendimentos Solid rios da UFPA buscou desen volver uma extens o universit ria estreitamente vinculada s lutas sociais valorizando a educa o popular a pesquisa a o priorizando ainda a rela o entre saber popular e saber cient fico de uma maneira equ nime Isso exigiu repensar e qualificar a extens o universit ria por isso as incubadoras universit rias de economia solid ria podem ser consideradas uma inova o institucional Ao privilegiar o trabalho coletivo e os grupos sociais de baixa renda e escolaridade torna se a a o de incuba o um instrumento pedag gico do acesso Pesquisa e Desenvolvimento P amp D Insere se a universidade no interior de bairros e comunidades ou seja estimulam se pr ticas de campo com vistas democratiza o do conhe cimento ao mesmo tempo em que fortalecida a forma o profissional dos discentes de gradua o e p s gradua o Proporciona se aos docen tes e t cnicos das universidades a releitura e reflex o das suas pr prias concep es te ricas Isso aproxima o conhecimento t cnico cient fico da realidade social brasileira No entanto isso ainda bastante embrion rio no interior da universi dade brasileira conforme se observa c
130. E 13 de agosto de 2008 Participaram da Oficina as seguintes institui es SENAES CTFAT CNES Rede Unitrabalho SOLTEC UFRJ CDS UNB GAPI UNICAMP FINEP Rede de ITCP s FASE e RTS 88 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA uma pol tica p blica de tecnologia social para o campo da economia soli d ria no sentido de articular se ao conjunto de a es e pol ticas que integram o Programa Economia Solid ria em Desenvolvimento Como orienta o geral para essa pol tica as a es no campo da tecnologia social voltadas economia solid ria devem ter como foco priorit rio os empreendimentos econ micos solid rios e contemplar as di mens es da gest o da produ o da comercializa o etc e que essas tecnologias considerem como elemento fundamental a quest o ambiental Neste mesmo plano coloca se como fundamental o desenvolvimento de tecnologias sociais que fortale am a constitui o de redes e cadeias produtivas entre os empreendimentos No mbito do CTFAT Comit Tem tico de Forma o e Assist ncia T cnica do Conselho Nacional de Economia Solid ria desenha se como possibilidade a articula o entre as a es de forma o em economia soli d ria assist ncia t cnica e tecnologia social Sendo a tecnologia social com preendida como processo de transforma o social a partir da organiza o do processo de produ o material e social o investimento em processos
131. EPS objetiva trabalho e renda na perspec tiva de mudan a social 4 Mudan a social hegemonia e trabalhadores intelectuais org nicos No contexto das mudan as sociais da reestrutura o econ mica e das pol ticas neoliberais a a o das ONGs e entidades de apoio constitui se em elemento fundamental Elas s o participantes da economia solid ria e podem ser compreendidas a partir da vis o de luta social Nessa concep o apresentam novos elementos que estruturaram um conceito central hege monia Gramsci 1981 1996 A EPS re ne um conjunto de ONGs ligadas a uma vis o de mundo principal elemento respons vel pela emerg ncia de uma nova hegemonia al m da dire o pol tica a dire o cultural abrangendo as institui es da sociedade civil que se relacionam com o processo de elabora o e de difus o da cultura A nova hegemonia implica tanto a forma o de uma nova vontade coletiva como a forma o e a difus o de uma nova vis o de mundo tendo como base os princ pios da autogest o da coopera o e da solidariedade O papel dos intelectuais central na concep o de hegemonia Citando Gramsci todos os homens s o intelectuais mas nem todos os homens desempenham na sociedade a fun o de intelectual 1979 Um tipo de forma o de intelectuais origina se de fun es essenciais no mundo da produ o econ mica cria para si de um modo org nico uma ou mais camadas de intelectuais que lhe d o ho
132. Entre 2002 2005 a coordena o do Programa Educa o Cidad foi compartilhada pela incubadora universit ria da UFPA com professores do Centro de Educa o do Campus Universit rio de Altamira e do Centro Universit rio da UFPA em Itaituba Houve a participa o de mais de 100 bolsistas de gradua o mais de 100 coordenadores locais oriundos do movimento social do campo cerca de 600 educadores e mais de 13 000 educandos trabalhadores e trabalhadoras assentados da reforma agr ria e aproximadamente 100 t cnicos de n vel superior de diversas reas de conhecimento como pedagogos administradores economistas cientistas agr rios licenciados em letras e outras Os projetos de alfabetiza o escolariza o e n vel m dio do PRONERA foram executados na Regi o da Transamaz nica e na Regi o do Tapaj s no Oeste do Par em treze munic pios Altamira Anapu Aveiro Brasil Novo Itaituba Medicil ndia Pacaj Placas Rur polis Senador Jos Porf rio Trair o Uruar e Vit ria do Xingu Atualmente a incubadora universit ria da UFPA coordena um projeto do PRONERA de escolariza o de 1 a 4 s rie na Regi o do Tapaj s que atende cerca de 2 200 assentados da reforma agr ria 15 Pode se verificar a seguir o conjunto de editais lan ados pelos rg os federais que ampliou consideravelmente os recursos destinados economia solid ria no Brasil Edital 2004 Extens o MDA MCT CNPq Tecnologia Apropriada Agricultura Familiar
133. Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS FE PGDR vice l der do Diret rio de Pesquisa do CNPq Trabalho e Desenvolvimento na Amaz nia GPTDA e membro do Programa Incubadora de Empreendimentos Solid rios e Cooperativas Populares PITCPES UFPA PROEX ICSA UNITRABALHO Assistente Social Professora Adjunta da Faculdade de Servi o Social do Instituto de Ci ncias Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Par FE ICSA UFPA Doutora em Servi o Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro l der do Diret rio de Pesquisa do CNPq Trabalho e Desenvolvimento na Amaz nia GPTDA e membro do PITCPES UFPA PROEX ICSA UNITRABALHO Economista mestrando do Programa em Planejamento do Desenvolvimento PLADES NAEA UFPA e Coordenador T cnico do PITCPES UFPA PROEX ICSA UNITRABALHO 260 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O rela o direta com a organiza o da unidade dom stica UD inserida no contexto da economia solid ria e inova ainda na rela o entre os pr prios empreendimentos econ micos solid rios Gaiger 2003 Pode se afirmar que a incuba o como alternativa de gera o de trabalho e renda em mbito urbano e rural contribui ainda para a recupera o de empresas massas falidas al m de potencializar atividades socioprodutivo culturais de grupos oriundos do trabalho informal economia popular na rela o com programas de re
134. GIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS alguns casos do conte do da doc ncia universit ria ao ambiente social e produtivo de nossas economias p 29 Mas a universidade s ser aberta se a concep o da comunidade de pesquisa estiver em conson ncia com a concep o de ci ncia como constru o de um processo cognitivo demo cr tico em que os sistemas os conte dos as metodologias e as a es possam ser elaborados implementados e avaliados colaborativamente c Di logo de saberes a ci ncia adquiriu um status de produtora de um conhecimento verdadeiro que tem uma rela o direta entre o enunciado e o objeto Neste sentido n o h a possibilidade do erro Esta vis o cl ssica fora questionada j pelos neopositivistas que colocaram como pressuposto para a ci ncia a possibilidade de sua falsea o sua capacidade de resistir a provas para poder ser considerada como um conhecimento cient fico Esta assertiva ainda tem como fundamento o fato de que a ci ncia traz uma racionalidade que a torna um conhecimento verdadeiro Est ligada a esta assertiva a premissa que afirma que a ci ncia um conhecimento superior aos demais conhecimentos Assim ele est al m do conhecimento m stico teol gico e filos fico sem considerar a validade e legitimidade do conheci mento do senso comum observado e testado no cotidiano das experi n cias emp ricas das pessoas envolvidas em suas atividades Uma pol tica cien
135. ITCP acompanhando a nomenclatura cl ssica advinda do conhecimento e contato com a ITCP criada em 1995 pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de P s Gradua o e Pesquisa de Engenharia COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ e a inser o no Programa Economia Solid ria da Rede Unitrabalho al m de acompanhar as primeiras publica es sobre o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares PRONINC criado em 1997 Em 2002 a coordena o do projeto de extens o promoveu uma atividade interna de planejamento estrat gico na oportunidade abriu se uma discuss o sobre a denomina o do projeto em face das novas articula es e compreens o sobre a abrang ncia da economia solid ria Optou se por estruturar o t tulo do projeto e submet lo aprecia o da C mara de Extens o da UFPA Assim surge uma nova nomenclatura Projeto de Extens o Incubadora Tecnol gica de Empreendimentos Solid rios e Cooperativas Populares ITCPES Essa nova roupagem recebeu influ ncia da participa o no Programa de Economia Solid ria da Rede Unitrabalho que propunha a defini o de empreendimentos solid rios Em 2003 a C mara de Extens o aprovou o projeto de extens o universit ria ITCPES por meio da Portaria 3070 03 Souza et alli 2004 Em 2005 inaugura se um novo momento da incubadora universit ria da UFPA O envolvimento de novos professores e a amplia o do n mero de conv nios e contratos projetou a ITCPES a um p
136. L TICAS P BLICAS das rela es apontadas acima se somam os segmentos urbanos que jamais haviam se inserido de forma regulamentada pelo Estado no circuito econ mico Os processos de informaliza o no Brasil n o s o um fen meno recente as rela es de trabalho n o assalariadas e n o regulamentadas formam parte da hist ria do mercado de trabalho brasileiro assim como da rela o entre Estado economia e sociedade Na perspectiva de diversos autores o trabalho regulamentado com preendido como crit rio de exclus o inclus o social Esta concep o tem ra zes em antecedentes te ricos como a Teoria da marginalidade e a Teoria da moderniza o ambas fundamentando se impl cita ou explicitamente em uma no o dualista de sociedade Ribeiro 2000 recupera a no o em v rios autores da marginalidade enquanto n o participa o em uma ou mais ordens institucionais da sociedade Neste caminho poss vel com preender o trabalho n o regulamentado afirmando se como condi o e indicador de marginalidade social a partir do processo de industrializa o No caso em an lise este recorte temporal apresenta limita es pois a ampla exist ncia de trabalhadores dedicados a atividades econ micas informais anterior Cabe recordar que at a primeira metade do s culo XIX praticamente n o havia proletariado na cidade do Rio de Janeiro e o trabalho ambulante configurava se j naquela poca como alternativa para a sobr
137. NCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Desenbahia Ag ncia de Fomento do Estado da Bahia com o objetivo de promover acesso ao cr dito de forma gil e desburocratizada aos empreendedores de pequenas unidades produtivas com juros abaixo do mercado estimulando assim a gera o de ocupa o e renda Ao lado disto a COMFIS tem trabalhado no desenvolvimento de linhas espec ficas de Finan as Solid rias voltadas aos empreendimentos baianos Dentre as diversas a es do Programa Bahia Solid ria apresentare mos no mbito deste artigo os Centros P blicos de Economia Solid ria e o Projeto Estadual de Incubadoras de Empreendimentos de Economia Solid ria Ressalte se que apesar de apresentadas de forma separada tais a es apresentam diversos elementos intercalados e articulados em sua operacionaliza o 2 Os Centros P blicos de Economia Solid ria 2 1 Antecedentes Para se pensar numa pol tica p blica de implanta o de Centros P blicos de Economia Solid ria partiu se de algumas premissas 1 a economia popular e solid ria pode efetivamente gerar trabalho renda e desenvolvi mento 2 as pol ticas p blicas possuem papel fundamental no apoio ao desenvolvimento dos grupos produtivos Somadas a essas premissas h um cen rio composto por alguns ele mentos que mais uma vez orientam as a es a necessidade de um equi pamento p blico para atender aos trabalhadores que optam pelas
138. Paran Tese de Mestrado UEL Londrina 2005 OLIVEIRA Francisco Privatiza o do p blico destitui o da fala e anula o da pol tica o totalitarismo neoliberal In Os sentidos da Democracia Rio de Janeiro Editora Vozes 1999 PEDRINI Dalila Maria Bruscor uma experi ncia que aponta caminhos In SINGER Paul SOUZA Andr Ricardo de orgs A Economia Solid ria no Brasil A autogest o como resposta ao desemprego S o Paulo Editora Contexto 2000 PLANO DE A O MINIST RIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLID RIA 2003 RAZETO Luis Economia de solidariedade e organiza o popular In GADOTTI Moacir GUITI RREZ Francisco orgs Educa o Comunit ria e Economia Popular S o Paulo Cortez Editora 3 edi o 2001 SCHMIDT Derli e PERIUS Verg lio Cooperativismo e cooperativa In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2008 SEN Amartya Desenvolvimento como liberdade S o Paulo Companhia das Letras 2000 SINGER PAUL Economia Pol tica do Trabalho elementos para uma an lise hist rico estrutural do emprego e da for a de trabalho no desenvolvimento capitalista S o Paulo Editora HUCITEC 2 edi o 1979 Trabalho Informal origens e evolu o In JAKOBSEN Kjeld MARTINS Renato e DOMBROWSKI Osmir orgs Mapa do Trabalho Informal Perfil socioecon mico dos trabalhadores informais na cidade
139. Planejamento 2007 BUARQUE Cristovam A Revolu o nas Prioridades da modernidade t cnica modernidade tica Rio de Janeiro Paz e Terra 1994 CONAES Confer ncia Nacional de Economia Solid ria Anais Bras lia SENAES MTE 2006 Anais DAGNINO R Autogest o Adequa o S cio T cnica e Economia Solid ria 2001 Dispon vel em lt www itcp unicamp br gt Acesso em 10 fev 2002 FBES F rum Brasileiro de Economia Solid ria IV Plen ria Nacional de Economia Solid ria outra economia construindo outros desenvolvimentos Bras lia FBES 2008 FBES F rum Brasileiro de Economia Solid ria Plataforma da Economia Solid ria Acesso no www fbes org br NOVAES H T O Fetiche da Tecnologia a experi ncia das F bricas Recuperadas S o Paulo Express o Popular Fapesp 2007 Rede de Tecnologias Sociais Empreendimentos Solid rios Acesso em http Anww rts org br tecnologias priorizadas empreendimentos solidarios SCHUMACHER Ernst Friedrich O Neg cio ser pequeno um estudo de economia que leva em conta as pessoas 4 ed Rio de Janeiro Zahar 1983 SINGER Paul e KRUPPA S nia Maria Portella SENAES e a Economia Solid ria democracia e participa o ampliando as exig ncias de novas tecnologias sociais In Tecnologia Social uma estrat gia para o desenvolvimento Rio de Janeiro Funda o Banco do Brasil 2004 VARANDA Ana Paula de Moura e CUNHA Pedro Cl udio Cunca Bocayuva orgs Diag
140. RUTA Associa o de Desenvolvimento Agr cola de Mini e Pequenos Agricultores ADEMPA Cons rcio da Juventude Associa o de Remanescentes Quilombolas de Abaetetuba ARQUIA Grupo de Mulheres de Bijuteria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais no munic pio de Igarap Miri abrangeu Cooperativa de Desenvolvimento do Munic pio de Igarap Miri CODEMI Associa o dos Minis e Pequenos Produtores Rurais de Igarap Miri Mutir o Associa o Progresso da Esperan a Associa o de Mulheres de Igarap Miri Associa o Boa Esperan a do Munic pio de Igarap Miri Associa o dos Moradores e Produtores Rurais do Igarap Santana e seus Arredores Associa o dos Produtores Geradores de Alimentos e Artes os do Rio Igarap Miri e suas Abrang ncias munic pio de Barcarena abrangeu Associa o dos Produtores Rurais de Barcarena ASPRUB Cooperativa de Produtores Rurais da Agricultura Familiar de Barcarena COOPBAB Associa o de Mulheres da Cidade e do Campo de Barcarena AMCCB Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Barcarena Associa o Natureza e Arte do Cafezal Natur Art no munic pio de Moju abrangeu Calmaria 2 Cons rcio da Juventude Quilombolas Assentamento Olho D gua 1 e 2 Comunidade do Arauai Comunidade gua Preta e Associa o do Vale do Piri PROGRAMA 2006a 219 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS de economia solid ria municipal Dessa mobiliza o resultou a elabora
141. TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Tocantins com a possibilidade de abranger pelo menos cinco munic pios Abaetetuba Barcarena Camet Igarap Miri e Moju e a extens o para o munic pio de Terra Alta Entretanto esse quadro n o era suficientemente satisfat rio para manter uma tend ncia de expans o e credibilidade na incubadora universit ria Em 2008 iniciou se na cidade do Rio de Janeiro a mobiliza o capitaneada pela Secretaria Nacional de Economia Solid ria SENAES Financiadora de Estudos e Projetos FINEP Funda o Banco do Brasil FBB Banco do Brasil BB Comit de Entidades no Combate Fome e pela Vida COEP Rede Unitrabalho e Rede de ITCP s para a reedi o do PRONINC A partir de 2004 2005 o novo PRONINC financiou 33 incubadoras universit rias dentre elas a incubadora de economia solid ria da UFPA Partiu se para uma maior visibilidade nacional agora articulada com institui es federais e organiza es n o governamentais de porte nacional como a FASE Nacional e o COEP 16 importante registrar com destaque a atua o da incubadora universit ria da UFPA no munic pio de Terra Alta na regi o do Salgado do Estado do Par Trata se da primeira experi ncia de incuba o de empreendimento solid rio coordenado pela equipe da incubadora em que houve as etapas normalmente previstas nas metodologias de incuba o ou seja identificar o grupo realizar a forma o coope
142. UR UFRJ 2002 Disserta o Mestrado VELHO Gilberto A utopia urbana um estudo de antropologia social Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 1989 WEBER Max Ci ncia e Cultura duas voca es S o Paulo Editora Cultrix 1970 166 PARTE III Incubadoras e estrutura o de redes e segmentos produtivos Reorientar os valores econ micos para construir uma nova sociedade mais justa e solid ria Cl udio Elias Marques e Geraldo Pereira Teixeira Copatior O presente texto pretende apresentar algumas concep es da Copatior sobre a economia popular e solid ria EPS bem como refletir a luta dos modelos econ micos pela hegemonia no cen rio contempor neo Pretende tamb m situar historicamente a economia popular e solid ria no contexto da regi o Sul do Par e explicitar os importantes passos viabilizados pelo Projeto IEPSULPA Iniciamos com algumas considera es te rico metodol gicas sobre a EPS lembrando que a globaliza o do capital sustentada pela monopo liza o dos neg cios e dos lucros nas m os de uma minoria poderosa global se afirma como um sistema insuficiente no que tange capacidade da economia capitalista em absorver parcelas crescentes da popula o como m o de obra assalariada Esta situa o gera a crise do trabalho e a consequente exclus o de parcelas da sociedade que se refugiam nos Pedagogos Educadores Populares membros da Copatior Atuaram como t cnicos ex
143. a os do aproximativo e n o como as zonas luminosas espa os da exatid o s o espa os inorg nicos abertos e n o espa os racionali zados e racionalizadores s o espa os da lentid o e n o da vertigem Santos 1994 p 83 A ci ncia que avan a por meio da t cnica respons vel pela vis o altamente racionalizadora do espa o orientadora em geral das inter ven es urbanas E partindo desta premissa que Certeau 2000 de monstra como o dom nio da cidade panorama como simulacro te rico pode levar ao desconhecimento e ao esquecimento das pr ticas s cio espaciais Constr i se assim uma dupla cegueira aquela dos governos e a dos praticantes que s o afastados do acesso compreens o da cidade em que vivem Os praticantes da cidade escrevem o texto urbano sem poder l lo Numa cegueira que caracteriza as pr ticas organizadoras da cidade habitada Certeau Op cit p 171 A cidade transumante e vivida escondida por uma cidade planejada e vis vel O autor supracitado nos mostra como a valoriza o das pr ticas permite apreender o momento da transforma o que aquele da hege monia da a o racional do fato urbano em conceito de cidade que orienta a busca da supera o e da articula o das contradi es nascidas da aglomera o urbana em projetos normatizadores do espa o A cidade como unidade anal tica tribut ria da racionalidade urban stica e esta que cria um sujeit
144. a o que se articulam com sistemas complexos Isto coloca para os novos sujeitos produtivos e do trabalho a necessidade de que os atores sociais sejam cooperativos capazes de colocar as necessidades materiais ao lado do projeto de construir rela es sociais no plano da intelig ncia coletiva em rede na forma o de novas din micas produtivas com base na horizontalidade A partir das condi es de desigualdade e dos circuitos populares da economia esse processo s pode ser realizado na forma de intensifica o de pol ticas p blicas e de sistemas de apoio com ambientes de forma o difus o t cnica e financiamento 4 Incubadoras e pol ticas p blicas As pol ticas p blicas de economia solid ria t m um bra o experimental tecnol gico e organizacional nas Incubadoras Tecnol gicas de Cooperativas Populares As incubadoras lan am os dispositivos iniciais de adequa o organizacional inova o jur dica e conex o institucional para futuros avan os na adequa o e na transforma o sociot cnica O movimento social se recomp e na luta por uma nova economia do trabalho com destaque para a organiza o dos produtores associados e os programas de renda b sica de cidadania como resposta ao capitalismo que se reestrutura O ponto de vista do capital e do trabalho coincide em assumir que vivemos em um sistema de desequil brios para o qual as cha madas novas ci ncias desenvolvem t cnicas que lidam com os sistemas de ling
145. a o correta do espa o social o autor citado prop e uma leitura relacional entre posi es sociais por si um conceito j rela cional de disposi es habitus e de tomadas de posi o Seguindo esta leitura as compara es e o estabelecimento de diferen as na composi o do espa o social devem ser analisados tendo por refer ncia os sistemas formados a partir da rela o entre posi es disposi es e tomadas de posi o Bourdieu 1996 Cabe destacar ainda que espa o social segundo Bourdieu Op cit possui uma dimens o f sica da localiza o e mental das representa es sociais O espa o f sico reflexo de sua apropria o pelas estruturas sociais as quais se transformam progressivamente em estruturas mentais e em sistemas de prefer ncias A constru o do espa o social pode ser analisada por meio de dois princ pios de diferencia o o capital econ mico e o capital cultural Neste espa o os agentes s o distribu dos inicialmente de acordo com o volume total de capital que possuem e num segundo momento de acordo com o 150 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS peso relativo de cada tipo de capital no volume total Tais diferencia es est o no fundamento das disposi es e das tomadas de posi o nas intera es sociais o que envolve a desigual distribui o social do poder Atrav s deste caminho te rico anal tico podemos comp
146. a o pessoal aquisi o de bens de consumo auto estima inclus o digital participa o em atividades culturais e de lazer Por fim o Indicador Participa o Pol tica tem como conceito chave o protagonismo do grupo analisando os seguintes aspectos participa o em grupos movimentos associa es participa o e grau de participa o participa o em a es coletivas na comunidade exig ncia de direitos empresas e rg os p blicos acesso a programas governamentais Para gerar os indicadores s o necess rias algumas etapas a primeira a aplica o do question rio individual e do empreendimento a todos os EES incubados a segunda consiste em checar as informa es e a corre o de poss veis erros no preenchimento dos question rios a terceira compreende a digita o de todos os dados no sistema e a quarta a formula o dos indicadores Com os EES em processo de incuba o em Osasco o SIG IND vem sendo aplicado de seis em seis meses para contribuir na avalia o De modo geral podemos citar alguns dos principais avan os para assegurar a continuidade da pol tica p blica com que em conjunto com outras a es do Programa Osasco Solid ria a implanta o da IPEPS vem contribuindo e Cria o do Marco Legal a consolida o da pol tica p blica de incuba o a partir da cria o do Marco Legal representado pela pol tica de fomento economia solid ria regulamentada no munic pio de Osasco em 27 d
147. a Isto as ci ncias e as tecnologias modernas s o frutos do capitalismo que capturou o sistema de conhecimento e de artefatos para aplicar na produ o e empoderar os propriet rios dos meios de produ o criando um sistema social de dom nio do capitalista sobre os trabalhadores Como uma refer ncia da tese forte da n o neutralidade a teoria da economia da inova o traz como referencial n o o sentido cr tico da C amp T mas a apologia da aplicabilidade dos conhecimentos cient ficos e tecnol gicos nos sistemas de produ o controlados pelas empresas capitalistas O sistema de C amp T associado inova o necess rio para a potencializa o da produ o e a efetividade de rela es econ micas que se assentam na concorr ncia entre os empres rios para elevar a produtividade do trabalho o aumento da qualidade e um processo cont nuo de redu o dos pre os dos produtos Entra nesta perspectiva um ator importante na defini o da PCT que o setor empresarial A C amp T se volta para a empresa porque este o ator privilegiado da inova o e para este ator est o orientadas as pol ti cas p blicas que desenham e desenvolvem a ci ncia e a tecnologia Distintamente da economia da inova o e na perspectiva cr tica temos a abordagem denominada de substantivismo ligada aos referenciais da 250 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Escola de Frankfurt que elabo
148. a com a evolu o da t cnica transformando se no que Morin denomina tecnoci ncia A tecnoci ncia influencia v rias esferas como as universi dades as empresas os Estados assim como decorre da interfer ncia destas institui es e de contextos sociais espec ficos No momento atual Morin 1999 identifica mudan as na estrutura o do saber especialmente devido s velozes e amplas transforma es pelas quais passa a sociedade contempor nea gerando a necessidade de um saber mais amplo que possa dizer da complexidade do mundo Estas transforma es revelam a car ncia de um pensamento que reconhe a a 9 Assim como afirma Edgar Morin a t cnica produzida pelas ci ncias transforma a sociedade mas tamb m retroativamente a sociedade tecnologizada transforma a pr pria ci ncia Morin 1999 p 24 145 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS complexidade sobretudo porque estas mudan as ocorrem num cen rio de crise das grandes institui es reguladoras do corpo social da moderni dade O progresso de um conhecimento fragmentado que ignora quest es ticas e morais pode conduzir a uma situa o de indiferen a social Sobre este aspecto Morin 1999 prop e uma distin o entre conhecimento e saber fundamental sua proposta de reforma no ato de pensar a ci ncia com consci ncia O conhecimento na sua concep o unidimensional e progride isoladamente enquanto o saber comporta
149. a com metas futuras de reciclar o pl stico em Manaus A outra associa o ALIAN A mais recente tem somente 15 catadores que aos poucos est conquistado o mercado Refer ncias bibliogr ficas PEREIRA Simone Perfil socioecon mico dos catadores de materiais recicl veis organizados em Manaus Trabalho de conclus o do curso de Economia UFAM 2007 SANTOS Maria TOPAN Claudia LIMA Ellen Lixo curiosidades e Conceitos Manaus Editora da Universidade Federal do Amazonas 2002 VELLOSO Martha Pimenta Os catadores de lixo e o processo de emancipa o social Revista Ci ncia e sa de coletiva vol 10 suppl 0 Rio de Janeiro Sept Dec 2005 FONSECA Jairo Simon MARTINS Gilberto de Andrade Curso de estat stica 6 ed S o Paulo Atlas 1996 230 PARTE IV Incubadoras de empreendimentos solid rios tecnologia social e reaplica o Estado comunidade de pesquisa e atores sociais a constru o da agenda de pol ticas p blicas e os modelos cognitivos para a ci ncia e a tecnologia Laudemir Luiz Zart Introdu o O presente ensaio resulta da nossa experi ncia de doc ncia de pesquisa e de extens o no ensino superior na Universidade do Estado de Mato Grosso enquanto trabalho e reflex o na rea da educa o e da socioeco nomia solid ria Esta forma o intelectual est sendo complementada e aprofundada no curso de doutoramento na Universidade Estadual de Cam pinas no Programa d
150. a que se possa construir pol ticas voltadas para as classes populares Para desencadear as pol ticas p blicas do trabalho associado da eco nomia solid ria no territ rio usado cabe fortalecer o potencial emancipat rio das din micas comunit rias da chamada economia popular O circuito infe rior popular da economia destacado na genealogia da economia solid ria com suas dezenas e dezenas de estrat gias de sobreviv ncia cotidiana Na articula o com o consumo as multid es reproduzem suas condi es de exist ncia na cidade onde funcionam formas institucionais jur dicas e culturais pr prias Muitas redes informais de circula o localizadas e de vizi nhan a atravessam os territ rios usados gerando circuitos de produ o e consumo onde o pr prio capital tamb m exerce sua pr tica de acumula o primitiva permanente Nesses territ rios onde os atores se movem no ritmo e nos modos de reprodu o social popular existem compromissos apropria es do espa o por iniciativas variadas e conflitantes As formas de solida riedade comunit ria se chocam e interagem com desvios e corruptibilidade com processos de criminaliza o engendrados pelos agentes do privado A for a dos fluxos verticais das finan as e dos objetos acionados pelo sis tema de comando global desarticula ciclicamente os sistemas de prote o e as pr ticas de resist ncia criadas pelas classes populares no territ rio No cotidiano popular es
151. a Bahia a equipe t cnica da incubadora central vem atuando tamb m na realiza o de oficinas tem ticas atendendo s demandas dos empreendimentos solid rios baianos Tais oficinas envolvem conte dos como contabilidade gest o rela es interpessoais economia solid ria elabora o de projetos entre outros Estas a es tamb m v m sendo desenvolvidas pela equipe do CESOL 3 2 Estrat gia de implementa o 2008 O formato assumido pelas Incubadoras de Empreendimentos de Economia Solid ria ser moldado de acordo com as especificidades do locus de imple menta o Neste sentido diversos formatos s o poss veis tendo em conta a participa o do trip Estado Sociedade Civil e Universidades Portanto para a execu o desta pol tica poder o se candidatar institui es p blicas ou privadas de pesquisa e ensino superior centros tecnol gicos e enti dades da sociedade civil sem fins lucrativos com not rio conhecimento em economia solid ria desde que estejam em conson ncia com as diretrizes do Projeto Estadual Em 2008 duas parcerias foram oficializadas por meio de dois conv nios um com a Funda o de Amparo Pesquisa do Estado da Bahia FAPESB e a Secretaria de Ci ncia e Tecnologia SECTI e outro com o Insti tuto de Artesanato Visconde de Mau A parceria estabelecida com a 12 MANCE E Economia do trabalho In CATTANI Antonio David Org A outra economia Porto Alegre Veraz 2008 p 35
152. a Solid ria Qual o acesso a tecnologias disponibilizado para os trabalhadores e trabalhadoras da Economia Soli d ria Tais preocupa es apontam para a necessidade da concentra o de esfor os multi e interdisciplinares e intersetoriais na Economia Solid ria Somam se s articula es num mesmo n vel de governo as integra es entre os entes federados a defini o de co responsabilidades com a distri bui o de responsabilidades para identificar elaborar e fomentar a pol tica p blica de Economia Solid ria 2 Articula es com as organiza es da sociedade civil No contexto hist rico do surgimento da Economia Solid ria n o se pode deixar de fazer refer ncia a sua estreita rela o com o movimento social Numa realidade marcada por fortes tens es decorrentes da situa o de mis ria e desemprego aliado falta de perspectivas e inseguran a os trabalhadores estabelecem formas de defesa que lhes possibilitem recu perar o trabalho o sal rio e a dignidade Portanto a cria o de alternativas de supera o dessa condi o im posta faz com que as organiza es da sociedade civil constituam se em importantes canais para o fortalecimento da Economia Solid ria no campo da pol tica p blica Se as parcerias intra governamentais se apresentam hoje muito mais como uma voca o de tais pol ticas as articula es com enti dades da sociedade civil por outro lado representam uma condi o mesmo para e
153. a ajuda a IPEPS a n o ter que reinventar a roda O Instituto de Tecnologia Social ITS por sua vez tem contribu do para a identifica o de tecnologias sociais que melhorem a qualidade dos pro dutos e ou servi os ou que colaborem com a melhoria da organiza o e gest o do processo produtivo O sistema envolve a aplica o de question rios individuais e por grupos a todos os benefici rios envolvidos nas atividades de incuba o alimenta o de bancos de dados para a constru o dos indicadores e avalia o dos indicadores por todos os envolvidos Programa Osasco Solid ria ITS e benefici rios da pol tica para o aperfei amento das atividades de incu ba o dos empreendimentos econ micos e solid rios Com o Instituto de Tecnologia Social ITS a proposta desenvolver tecnologias sociais congregar conhecimentos para a constru o de pro cessos coletivos eficazes para o desenvolvimento Nesta perspectiva que as parcerias com organiza es da sociedade civil buscam elaborar coleti vamente o planejamento a metodologia de implanta o o monitoramento 64 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA e avalia o reconhecendo e valorizando a intera o com as comunidades locais e sistematizando os conhecimentos produzidos por elas Esta gest o compartilhada tem um vi s de democratizar a gest o p blica contribuindo para a efetividade e a sustentabilidade de
154. a capacidade de inova o das empresas e expans o das exporta es brasileiras Brasil 2007 p 106 Para atender tais orienta es os fundos setoriais e as subven es governamentais para financia mento de inova o cient fica e tecnol gica s o direcionados em grande parte para atender s demandas dos segmentos econ micos onde a ES n o tem participa o significativa O desafio principal portanto ampliar os espa os de disputa de hege monia na sociedade e de participa o na estrutura do Estado para influir 87 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS na formula o e execu o de pol ticas de apoio ao desenvolvimento e dissemina o de conhecimentos e tecnologias para um outro modelo de desenvolvimento Para isso preciso ampliar os mecanismos e canais de acesso subven o para inova o cient fica e tecnol gica direcionada aos Empreendimentos Econ micos Solid rios Uma das alternativas por exemplo pode ser a amplia o do Proninc incuba o de EES articulando e aproximando as institui es de ensino e pesquisa das demandas da ES ampliando quantitativamente essas inici ativas solid rias que geram trabalho complementam e melhoram a renda de milhares de pessoas em situa o de vulnerabilidade social Al m disso o acesso a conhecimentos e tecnologias apropriadas pode alavancar quali tativamente esses EES incubados com base em solu es que permitam agregar mai
155. a compreens o dos contextos que envolvem as rela es de poder impli cadas na elabora o e implementa o da PCT Pol tica Cient fica e Tecno l gica vamos nos questionar sobre o modo de atua o da comunidade de pesquisa Acreditamos que esta problematiza o relevante porque a comu nidade de pesquisa definidora em grande medida dos rumos das pol ti cas de ci ncia e tecnologia Evidenciar as marcas produzidas pela organi za o e a a o dos cientistas no campo da pol tica significa a possibilidade de avan ar ou a compreens o dos limites para a amplia o e o aprofunda mento das pr ticas e das teoriza es nas e das incubadoras populares nas universidades Para esta quest o indicamos que no texto Perspectivas da Pol tica de C amp T Dagnino 2007 h o reconhecimento da exist ncia de quatro atores formadores das agendas de ci ncia e tecnologia no Brasil a comunidade de pesquisa o governo os empres rios e os movimentos sociais Queremos registrar que s o poucos os autores universit rios que escrevem e reconhecem os movimentos sociais como ator social importante para a discuss o e elabora o de pol ticas p blicas para a ci ncia e a tec nologia No contexto da pol tica necess rio ter a clareza metodol gica que a intera o entre estes e a participa o est em correspond ncia com o grau de poder que cada qual tem e ou adquire para influenciar a constru o da 243 TECNOLOGIA SOCIAL
156. a consolidar sua identidade implementar um sistema de prote o dos trabalhadores e orientar a fiscaliza o difundir e fortalecer os empreendimentos autogestion rios com a promo o do 120 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS desenvolvimento de tecnologia adequada apoiar materialmente as ag ncias de fomento da economia solid ria articular cadeias produtivas ampliando a produ o distribui o e consumo dos produtos da economia solid ria e apoiando o consumo tico e o com rcio mais generoso que tenha como refer ncia o valor de uso Minist rio do Trabalho 2008 No cerne de sua estrutura o Programa de Economia Solid ria demonstra a import ncia atribu da tecnologia social ou seja a t cnicas que expres sam e resultam da altera o em mentalidades comportamentos e a es dos e para os trabalhadores informais No princ pio esta altera o pode ser compreendida ao nosso ver como uma verdadeira pr tese cujos impactos s podem ser apreendidos atrav s da observa o do cotidiano e de mudan as na cultura Trata se realmente de aprendizados que depen dem de contextos de sociabilidade e da rela o entre saberes Frente a acelera o contempor nea acreditamos que a difus o da tecnologia social depender de um profundo trabalho de base que dialogue com as realidades locais os s tios no sentido proposto por Zauoal op cit e que reconhe a influ ncias ide
157. a e economia solid ria 10 O governo municipal da cidade de Bel m na gest o do Prefeito Edmilson Rodrigues criou o Fundo Municipal de Solidariedade para Gera o de Emprego e Renda Ver o Sol por meio da Lei Complementar n 1 de 20 de outubro de 1997 Este dispositivo fundamentou a organiza o do Banco do Povo Definiu se uma transfer ncia mensal de 1 do Fundo de Participa o dos Munic pios FPM e 0 64 do Imposto sobre Circula o de Mercadoria e Servi o ICMS O objetivo era atender pequenos empreendimentos populares formais e informais por meio de uma pol tica de microcr dito que utilizava taxas de juros que n o excediam 3 ao m s Entre 1998 e 2004 o Banco do Povo realizou cerca de 20 000 opera es representando um valor de R 24 881 889 19 Segundo Arroyo 2004 s o n tidos os efeitos dessa pol tica ativa na gera o de trabalho e renda em Bel m porque foram criadas 13 703 ocupa es diretas e 76 912 ocupa es indiretas al m de garantir a manuten o nos empreendimentos populares de 23 742 ocupa es 266 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O e estrat gia de desenvolvimento local Paralelamente iniciaram se as primeiras inser es do projeto por meio de visitas t cnicas estudos e diagn sticos em outros munic pios particularmente na regi o nordeste do Par como por exemplo a participa o em reuni es promovidas pela Organiza o das Coope
158. a passam a ser fatores de constru o de uma sociedade justa Busca se desta forma influenciar na configura o pol tica e econ mica de estruturas voltadas afirmativamente aos grupos sociais dominados objetivando a subvers o da ordem estabelecida que por sua natureza hist rica desigual No Brasil podemos perceber que a agenda dos empres rios introduzida explicitamente na PCT a partir dos anos 90 pelos pesquisadores mais do que pelos empres rios traduz um cen rio que ilustra a pouca presen a e demanda por ci ncia e tecnologia do empresariado brasileiro A marginali dade do setor de ci ncia e tecnologia na economia brasileira consequ ncia 245 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS de um modelo de desenvolvimento que historicamente foi prim rio expor tador e depois se embasou na pol tica de industrializa o para substituir as importa es mas orientado e realizado pela presen a efetiva das multina cionais O empresariado brasileiro assenta a sua sobreviv ncia empresarial na capacidade de superexplora o do trabalho vivo e na abund ncia de mat rias primas presentes nos estoques de recursos naturais no territ rio brasileiro que s o explorados de forma predat ria Esta tese demonstrada na obra de Picoli 2006 evidenciando os processos de extra o dos recursos naturais bem como a submiss o dos povos aut ctones aos interesses dos grupos capitalistas estrangeiros Com a globa
159. a pode ganhar mais consist ncia como refer ncia estrat gica de organiza o de sa das de gera o de tra balho e renda para as classes populares com outros efeitos em mat ria de afirma o de direitos e organiza o dos grupos de produ o de bens e servi os nas periferias e favelas J podemos afirmar com base nos v rios levantamentos que realizamos e sustentados pelas observa es e sistematiza es realizadas que 1 A economia popular e solid ria se refor a na conex o entre os saberes e as redes sociais nos circuitos populares pelas din micas de organiza o e resist ncia socioespacial pelas for as de impulso horizontal derivadas da pot ncia da conex o entre vizinhos e da articula o entre atores e movimentos na luta por reconhecimento e direitos 2 A identifica o de trajet rias e movimentos de incuba o de redes sociais cuja for a subjetiva se relaciona com as lutas das mulheres como no sul do Par A for a da luta dos catadores e seu reconhecimento fazem com que sejam a express o de uma invers o necess ria que vai dos direitos para o trabalho da cidadania para a pol tica colocando em quest o os limites do assistencial e as fronteiras da divis o entre economia meio ambiente e direito cidade 3 As redes sociais e os movimentos sociais se combinam como for as de organiza o produtiva enfrentando a dupla adversidade do TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS ca
160. a solid ria com a inser o das universidades brasi leiras proporcionaram um impacto significativo na qualifica o da extens o universit ria permitindo definir a economia solid ria como campo de pes quisa de institui es nacionais de fomento O segundo momento observado pela experi ncia das incubadoras universit rias que elas ampliaram seu raio de a o Hoje desenvolvem projetos voltados a uma diversidade de cadeias produtivas ou atividades econ micas dos empreendimentos solid rios e projetos sociais Um exemplo disso a atua o no campo da reciclagem de res duos s lidos fruticultura piscicultura constru o civil t xteis etc Nesse contexto as incubadoras universit rias se fortalecem e incorporam equipes multidisciplinares para atender novas demandas da organiza o econ mica e social dos empreen dimentos de economia solid ria As incubadoras universit rias se estruturam na rela o direta com o movimento social da economia solid ria que vem ganhando novas dimen s es por meio dos f runs de economia solid ria municipal estadual e nacional As reivindica es ou direitos sociais deste movimento sem d vi da nenhuma t m contribu do para a renova o constante das a es de incuba o ao mesmo tempo em que promovem maior intera o entre as universidades e a sociedade civil organizada Os movimentos de econo mia solid ria e de economia popular reivindicam das universidades n o somente a tecnol
161. acambi Itabora Serop dica O ar E 22 4 S o Jo o de Meriti SENTE 87 S o Gon al ta S o Gon alo D U Nil polis tagua 6 201 Nite Maric f zar Rio de Janeiro Fonte Minist rio do Trabalho e Emprego SIES Relat rios Regionais Estaduais e Municipais Mapeamento 2005 2007 acessado em 2008 Chamamos a aten o para um outro fato relevante Em pesquisas monogr ficas realizadas por alunos da Faculdade de Forma o de Profes sores da UERJ foi identificada por exemplo a exist ncia entre os catadores de materiais recicl veis do munic pio de S o Gon alo das denominadas coopergatos O termo se refere a associa es registradas como coope rativas onde s o divididas as despesas e n o as receitas A rela o de trabalho estabelecida a rela o patr o empregado mas este n o tem nenhum direito trabalhista reconhecido Batista Junior 2005 Na metr pole a tecnologia social a depender do lugar e dos rumos assumidos por sua efetiva realiza o pode ser nova ou antiga pois esta mos falando de hist rias experi ncias e pr ticas culturais diferenciadas Neste espa o experi ncias sociais v lidas e profundamente enraizadas s o por vezes confundidas com inova es descoladas dos fundamentos ticos da economia solid ria que transformam trabalhadores informais em ref ns 122 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS de l gicas anti
162. acionais Foram atendidas direta e indiretamente cerca de 1 500 pessoas em v rios munic pios do Estado da Bahia al m da pr pria capital Tais atendimentos foram categorizados em demanda espont nea aquela em que o empreendimento procura o CESOL e demanda induzida quando o CESOL oferece e divulga oficinas cursos de forma o nas diversas reas de atua o do Centro O que j se p de perceber durante este per odo de funcionamento do CESOL que o Centro tem sido requisitado a dar suporte a outras a es da pr pria SETRE assim como a outros rg os do Estado tais como a Companhia de A o e Desenvolvimento Regional CAR atrav s do Programa de Combate Pobreza Rural PCPR e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano SEDUR atrav s da sua pol tica de tratamento de res duos s lidos Um aspecto fundamental dos Centros sua capacidade de articular se com outros atores j que possui participa o decisiva de grupos organi zados que desenvolvem um conjunto de atividades e interfaces com o setor p blico e outros setores de forma geral Tais caracter sticas tornam os Centros P blicos de Economia Solid ria CESOL uma estrutura p blica capaz de dialogar com diversas pol ticas de gera o de trabalho e renda tendo como vi s fundamental a tem tica da Economia Solid ria 21 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Fluxograma do funcionamento do CESOL ADMINISTRA O Empreendimen
163. ada unidade da rede deve envolver um maior n mero de pessoas no local onde atua e o da extensividade isto expandir a rede para outros territ rios colaborando no surgimento de novas unidades ampliando sua abrang ncia e fortalecendo seu conjunto As caracter sticas que fundamentam esse tipo de rede s o a diversidade incorporando ONGs organiza es populares associa es e movimentos a integralidade significando que todos os objetivos da colabora o soli d ria defendidos nos diversos n dulos da rede sejam assumidos pelo conjunto e a realimenta o incentivando que as a es desenvolvidas pela rede agenciem novas a es da pr pria rede ampliando a em um c rculo virtuoso com mais pessoas em espa os e objetos mais diversificados 195 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Por desenvolver se em interst cios do sistema capitalista a EPS sofre permanente press o hegem nica para adapta o s rela es capitalistas de produ o como pode ser averiguado em v rias experi ncias As redes de economia solid ria pela sua constitui o papel e a o potencializam seus atributos como enclaves de autogest o coopera o e solidariedade nos interst cios capitalistas Nelas observa se a articula o dos trabalha dores precarizados e desempregados com ONGs e entidades de apoio cuja a o como trabalhadores intelectuais org nicos em espa os de incuba o de projetos estrat gicos de
164. ade de um exerc cio ou experimenta o capaz de atender aos anseios da economia solid ria Trata se de uma a o ainda t mida mas ganhando a devida propor o e valor que lhe devem ser destinados 285 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS No entanto desenvolver inova o social para os empreendimentos de economia solid ria n o pode ser visto como uma fun o strito sensu da universidade A dimens o dessa tarefa muito maior do que a pr pria ins titui o universit ria pois preciso considerar a d vida social existente h v rios s culos neste pa s Isso tudo requer o acesso aos direitos de univer saliza o da escolariza o sa de cultura trabalho renda etc Saber que os grupos sociais envolvem mulheres chefes de fam lia jovens homens negros mulheres negras pessoas com defici ncia pessoas com doen as mentais pessoas que viviam em lix es fam lias com altas taxas de desnu tri o infantil e mortalidade infantil popula es desprovidas de infraes trutura econ mica e de infraestrutura social ou seja o povo brasileiro Refer ncias bibliogr ficas ANDRADE Lucia Gama et alli Ado o de Novos Paradigmas na Organiza o e Gest o de Empreendimentos Solid rios um estudo sobre o processo produtivo do a a atrav s das associa es e cooperativas no Territ rio Rural do Baixo Tocantins Par Brasil Anais do XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e So
165. ado pela FASE entre 2005 e 200718 sistematizou algumas experi ncias em curso desenvolvidas por universidades 18 No per odo de mar o de 2005 a setembro de 2007 a FASE Nacional desenvolveu o Projeto de Acompanhamento de Proninc O projeto foi concebido a partir de uma demanda do Comit Gestor do Proninc para executar procedimentos de acompanhamento e sistematiza o das experi ncias de incuba o de empreendimentos solid rios a serem apoiadas mediante a reativa o do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares Maiores informa es podem ser obtidas em www acompanhamentoproninc org br 161 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS que sinalizam para o potencial de transforma es sociais mais amplas a partir da din mica social pr tica de espa os como loteamentos e favelas Nessas experi ncias poss vel identificar uma articula o importante realizada pelas Incubadoras com associa es de moradores e organiza es locais que at a d cada de 1990 atuavam sobretudo tendo como objetivo ampliar a participa o popular nas pol ticas p blicas destinadas principalmente melhoria da infraestrutura nas favelas e bairros perif ricos O potencial associativo desenvolvido por essas institui es tem sido crescen temente mobilizado para a incorpora o de estrat gias de gera o de traba lho e renda atrav s da cria o de grupos produtivos Em geral a organiza o produt
166. ados revelam tamb m processos e metodologias sociais que podem ser considerados como exemplos e multiplicados O mesmo ocorre nas a es da SENAES de apoio implanta o de Bancos Comunit rios tendo por base a metodologia desenvolvida no Banco Palmas em Fortaleza CE que deve tamb m ser reconhecida como mais uma tecnologia social no mbito das finan as solid rias Na articula o com a rede Casa Brasil a articula o entre a ES e as TS ocorre no 84 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA mbito do trabalho com a juventude no campo da inclus o digital utili zando se de plataformas tecnol gicas de softwares livres incluindo a demo cratiza o da forma o do desenvolvimento e do acesso dissemina o de novas tecnologias de comunica o e inform tica aos EES Tamb m merecem destaque as a es de apoio e assist ncia organi zativa jur dica e t cnica nos processos de recupera o de empresas por trabalhadores em regime de autogest o em coopera o entre a SENAES e a Associa o Nacional de Trabalhadores em Empresas de Autogest o Anteag e a Uni o e Solidariedade das Cooperativas e Empreendimentos de Economia Social do Brasil Unisol Brasil Nos processos formativos e de assessoria direta aos trabalhadores nas empresas recuperadas s o cons tru das coletivamente as orienta es estrat gicas quanto ao acesso s novas tecnologias e sobretudo nos pr
167. ados ao longo de dois anos as dificuldades enfrentadas e as perspectivas para continuidade mesmo ap s encerrado este projeto O primeiro objetivo voltava se para a implanta o propriamente dita dos empreendimentos populares e tinha como meta incubar 10 empreen dimentos individuais e ou coletivos em cada um dos cinco munic pios de abrang ncia do Projeto IEPSULPA Concei o do Araguaia Reden o Rio Maria Xinguara e Pi arra Neste objetivo se inclu am as a es para acesso ao cr dito e as atividades de forma o t cnica e gerencial dos as empreendedores as Dentre os principais resultados obtidos nesse objetivo est o o acesso ao cr dito popular para cerca de 200 empreendedores as em Rio Maria Xinguara e Pi arra mais de 600 mil reais constru o de projetos e ou 178 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS planos de neg cios de 55 grupos em total de 233 fam lias empreende doras capacita o t cnica para grupo de cabeleireiras de Rio Maria capa cita o gerencial e pol tica para cerca de 120 empreendedores as implan ta o de uma padaria comunit ria em Concei o do Araguaia cria o de uma cooperativa de catadores em Xinguara fortalecimento dos empreendi mentos coletivos em Pi arra AMUP e APMFU aumento da renda familiar e da capacidade de produ o dos as empreendedores as apoiados as As principais dificuldades identificadas nesse objetivo foram a exist n
168. al a linguagem que os grupos e EES melhor dominam e assim os t cnicos de incuba o podem funcionar mais como assessores do que como os donos do saber salvadores da p tria que ir o se responsabilizar pelo EES dar certo Nada disso no trabalhar que os conhecimentos s o trocados e produzidos numa rela o pedag gica que tanto visa aumentar os conhecimentos dos grupos no presente quanto estimular neles um olhar de aprendizagem constante constituindo uma verdadeira cultura de inova o H um outro ganho envolvido na participa o dos grupos nesses espa os de experimenta o ao entrar em contato com outros grupos e empre endimentos que podem inclusive estar em fases diferentes do processo de incuba o os grupos aumentam seu repert rio de refer ncias para o desenvolvimento de seu trabalho Al m disso a id ia de redes de compra ou comercializa o s ganha mesmo cara e corpo quando os EES est o reunidos em torno de um projeto comum e assim estas experi ncias fomentam a cria o de redes e f runs fortalecendo a economia solid ria como estrat gia eficaz de gera o de trabalho e renda 3 5 Constitui o de Redes e F runs de Economia Solid ria Esta a o estimulada durante o processo de incuba o j que existem diversos espa os estruturados para encontro dos EES a saber a Comiss o de Representantes as Oficinas Setoriais e as Reuni es por Segmento Eco n mico nos espa os para e
169. alho criou um grupo de discuss o em economia solid ria que resultou na pesquisa nacional sobre a economia solid ria no ano de 1999 Gaiger 2004 Em 2001 essa mobiliza o para a articula o entre pesquisa e extens o universit ria des pertou interesse de professores da UFPA na elabora o de um projeto inte grado de ensino pesquisa e extens o denominado naquele momento Incu badora Tecnol gica de Cooperativas Populares ITCP Logo depois sub meteu se o projeto ao edital 2001 do Programa Integrado de Ensino Pes quisa e Extens o PROINT UFPA cuja aprova o favoreceu a estrutura o 5 O evento de lan amento da Incubadora Universit ria da UFPA ocorreu em outubro de 2000 no audit rio do N cleo de Altos Estudos Amaz nicos NAEA e contou com a presen a do Diretor Executivo da Unitrabalho professor Sidney Lianza e do representante da coordena o do Programa Economia Solid ria da Unitrabalho Gon alo Guimar es tamb m Coordenador da ITCP da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ COPPE Naquele momento o N cleo Local da Unitrabalho na UFPA estava sob a Coordena o do professor Jos Roberto Marques Rodrigues do Departamento de Economia do Centro S cio Econ mico CSE 6 Uma s ntese do processo de experimenta o e depois institucionaliza o da incubadora universit ria da UFPA poderia ser descrita a seguir a primeira denomina o do projeto foi Incubadora Tecnol gica de Cooperativas Populares
170. alho enquanto uma componente estrat gica permanente da luta de classes na sociedade capitalista e suas implica es sobre o processo de produ o a divis o social e as transforma es tecnol gicas e organizacionais s o destacados por BRAVERMAN Harry Trabalho social e capital monopolista Rio de Janeiro Editora Guanabara 1987 310 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O O trabalho aut nomo est em disputa com a id ia do indiv duo autoem preg vel competitivo e subordinado que aceita a flexibilidade esp ria a servi o do capital frente ao trabalhador associado As novas tecnologias de informa o e comunica o podem ser manejadas pelo avesso Elas t m elementos imanentes ligados ao potencial de intelig ncia coletiva de subje tiva o de comunica o atrav s de m quinas digitais virtuais e progra m veis que operam por meio da linguagem humana e das suas formas de interpreta o varia o e poder de simboliza o e significa o O capital como rela o social tem um drama e uma limita o na difi culdade de produzir um referencial cooperativo para a produ o utilizando trabalho dependente atrav s de tecnologias de subjetiva o e comuni ca o Temos que inverter e colocar do avesso o debate da tecnologia numa perspectiva de transi o e de adequa o sociot cnica No momento o que est vencendo na defini o das pol ticas solid rias no Brasil s o
171. almente pol tica O que est em jogo n o s o iniciativas pontuais localizadas compensat rias dependentes de recursos residuais ou da benevol ncia empresarial tida como socialmente respons vel mas a es pol ticas comprometidas com um processo de transforma o social Refer ncias bibliogr ficas ASSMANN H e SUNG J M Compet ncia e sensibilidade solid ria Educar para a esperan a Petr polis RJ Vozes 2000 BRAUDEL F O tempo do mundo S o Paulo Martins Fontes 1996 CORAGGIO J Sobre la sostenibilidad de los emprendimientos mercantiles de la econom a social y solidaria Dispon vel no site lt http www coraggioeconomia org gt Acesso em 20 05 2006 DELGADO G O setor de subsist ncia na economia e na sociedade brasileira g nese hist rica reprodu o e configura o contempor nea In RAMALHO J e ARROCHELLAS M Desenvolvimento subsist ncia e trabalho informal no Brasil S o Paulo Cortez 2004 FOLADORI G Limites do desenvolvimento sustent vel Campinas SP Editora da Unicamp S o Paulo Imprensa Oficial 2001 IBGE Pesquisa Nacional por Amostra de Domic lios 2004 Dispon vel em lt http www ibge gov br KRAYCHETE G COSTA B LARA F orgs Economia dos setores populares entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 KRAYCHETE G AGUIAR K orgs Economia dos setores populares sustentabilidade e estrat gias
172. amp T vincula se desta forma premissa de que quanto mais as for as produtivas se desenvolverem mais rapidamente o socialismo ser implantado 1 Estas duas express es s o de Marx a forma de racioc nio n o Consideramos que Marx n o um marxista ortodoxo 249 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O segundo grupo interpretativo representado pelo foco na sociedade Este tem como centralidade interpretativa a conex o do processo de cons tru o da ci ncia com os contextos socioculturais Est o apresentadas duas correntes interpretativas A primeira denominada de tese fraca da n o netralidade Est identificada nesta corrente a escola denominada de cons trutivismo ou ainda da constru o sociot cnica Esta considera que os atores participam dos processos de constru o da ci ncia e da tecnologia A C amp T percebida como um processo que vai ser banhado pelos contextos culturais ela se localiza influenciada pela linguagem pelos gestos dos atores que configuram determinados conhecimentos e artefatos que se formam nas rela es Esta abordagem tem forte influ ncia dos estudos antropol gicos e da etnologia e visa compreender o sentido que os indiv duos atribuem s a es A tese forte da n o neutralidade a segunda corrente do foco na socie dade Esta interpreta criticamente o desenvolvimento da C amp T e demonstra a vincula o desta com o modo de produ o capitalist
173. andas ou direitos sociais Neste campo a articula o entre o conhecimento popular com as interpreta es t cnico cient ficas imprescind vel Isso proporciona uma via de m o dupla que garante a forma o continuada tanto dos professores pesquisadores t cnicos e bolsistas como dos trabalhadores e trabalhadoras Esse o con texto de uma outra economia que provoca altera es nas bases de mobili za o social retirando a economia solid ria de uma condi o subterr nea tematizada muitas vezes como economia informal como o caso da agri cultura familiar e da economia popular A incuba o prop e portanto ele mentos fundamentais para uma reflex o te rica sobre alternativas concre tas de inser o produtiva social e cultural dos trabalhadores 1 Extens o universit ria e inova o social Em outubro de 2000 iniciou se a participa o da Universidade Federal do Par UFPA no Programa de Economia Solid ria da Rede Interuni versit ria de Estudos e Pesquisa sobre o Mundo do Trabalho REDE 263 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS UNITRABALHO importante ressaltar que a UFPA uma das universida des fundadoras da Rede Unitrabalho em 1996 por meio da atua o de seu Reitor Marcos Ximenes Pontes Assim constitui se o n cleo local da UFPA que passou a centralizar suas a es nos estudos sobre qualifica o profis sional e reestrutura o produtiva Em 1998 a Rede Unitrab
174. ando a igualdade os descaracteriza Dessa forma a equipe sempre rejeitou trat los com outros nomes como agentes ambientais por exemplo pois o nosso objetivo sempre foi inclu los produtivamente em suas atividades realizando o resgate cultural e hist rico de sua profiss o Ao mesmo tempo valoriza a conquista pe rante o Minist rio do Trabalho e Emprego pelo reconhecimento da pro fiss o de catador possibilitando dessa forma a cria o de sindicatos ou movimento sociais como o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicl veis O trabalho parte da hip tese de que a realidade socioecon mica dos catadores de materiais recicl veis em Manaus necessita de uma inter ven o planejada na forma de uma pol tica p blica de todos os entes da federa o especialmente do munic pio pois o rg o institucio nalmente respons vel pela gest o dos res duos e capaz de olhar e trans formar o que parece ser um problema em oportunidade de inclus o eco nomicamente vi vel e sustent vel de uma grande parcela da popula o marginalizada os catadores A coleta seletiva uma vez assegurada por lei al m de fomentar a base da economia da cidade atrav s da inclus o produtiva desses catadores uma pol tica p blica respons vel e correta para o s culo XXI pois uma pol tica ambiental econ mica social e cultural sustent vel para um sistema fr gil como o amaz nico frente Agenda 21 Em meio a este quadro o prese
175. aneira totalizante nem permanente Nesse sentido o exemplo das incu badoras universit rias de economia solid ria bastante enriquecedor e emblem tico No primeiro momento elas representaram um acesso e inclu s o social para popula es pobres Mas atualmente elas se articulam com movimentos organizados da economia solid ria do porte da ANTEAG F rum Brasileiro de Economia Solid ria F rum de Empreendedores Popu lares entidades sindicais e outras entidades representativas que buscam das universidades repostas para a quest o tecnol gica que envolve desde uma cooperativa de produ o de alta escala oriunda de massas falidas 284 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O at grupos de artesanato e confec es que est o inseridos em cadeias produtivas Tauille 2005 A busca por tecnologias apropriadas que permitam valorizar a tecnolo gia tradicional tamb m diz respeito proposi o de uma pol tica cient fica e tecnol gica de melhoramento das t cnicas adapta o e aprimoramento das tecnologias modernas ao meio ambiente e a humaniza o dessa tec nologia Dagnino 2004 Essa proposi o requer entender a tecnologia apropriada no interior de um ambiente de mobiliza o social constitu da de participa o comunit ria baixo custo dos produtos e servi os finais e do investimento Portanto tem um significado para as pessoas e comuni dades fortalecer a rela o
176. anhos obtidos atrav s da negocia o coletiva e consequentemente com o aumento dos volumes negociados conquis tamos a sua confian a para a organiza o formal no mundo do trabalho Inicialmente quatro catadores depois de muito nos ouvir decidiram formar uma associa o e nos procuraram A orienta o tornou se mais direta esse grupo foi aumentando e quando chegou a nove foi constitu da a ARPA Associa o de Reciclagem e Preserva o Ambiental com a qual finalmente poder amos realizar a nossa metodologia de incuba o 217 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 2 1 Metodologia de incuba o Na incuba o da ARPA e dos outros grupos havia por parte da equipe o entendimento de que essa incuba o deveria ser sempre acompanhada de um processo cont nuo no crescimento econ mico com a finalidade de pro du o do desenvolvimento local sustent vel aliado a uma melhora siste m tica das condi es de vida nos grupos onde o projeto foi implantado Portanto al m do quantitativo envolveu tamb m aspectos qualitativos que foram avaliados durante o processo de incuba o atrav s de indicadores Para dar suporte a esses grupos a Incubadora de Economia Solid ria da Unitrabalho UFAM realizou t cnicas de sistematiza o e organiza o do processo de incuba o atrav s de tr s equipes equipe de mobiliza o equipe de capacita o e equipe de tecnologia A equipe de mobiliza o foi res
177. aniza o do livro Tecnologia Social Economia Solid ria e Pol ticas P blicas resulta das atividades realizadas no mbito do Projeto de Acompanhamento e Avalia o da Rede de Tecnologia Social executado pela FASE Federa o de rg os para Assist ncia Social e Educacional atrav s de um conv nio com a FINEP Financiadora de Estudos e Projetos A publica o estruturada em quatro eixos re ne artigos de pesqu OR gestores p blicos membros de Incubadoras de Cooperativas P Populares que a etem sobre quest es relativas s transforma es no mundo do trabalho e s alternativas de in inser o produtiva atrav s do apoio ao E popular As Incubadoras s o estruturas de forma o e assessoria constitu das por equipes multidisciplinares podem estar abrigadas em universidades organiza es n o governamentais e se configurarem como parte de e p blicas estaduais e municipais de economia solid ria Os textos reunidos neste livro apresentam reflex es que buscam fundamentar as rela es entre Tecnologia Social e Economia Solid ria a partir do lugar estrat gico que as pr ticas de autogest o e organiza o do trabalho associado devem assumir na constru o de um modelo de desenvolvimento que permita radicalizar a democracia e a distribui o da riqueza
178. anto em sua contribui o te rico conceitual a possibilidade de di logo entre forma espacial e forma social 149 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Entendendo o espa o enquanto uma dimens o da organiza o social Gottdiner 1998 retoma a perspectiva da produ o do espa o formulada por Lef bvre assinalando que um dos aspectos fundamentais de sua teoria a concep o da natureza multifacetada do espa o isto o espa o n o poderia ser reduzido a uma localiza o ou s rela es sociais de proprie dade O espa o representaria al m de localiza o f sica condi o existen cial e express o simb lica na medida em que influencia a constru o de imagens e representa es O espa o possui assim uma posi o amb gua j que significa o local geogr fico da a o e a possibilidade social de engajar se na pr pria a o Seguindo a perspectiva de Durkheim e Lef bvre quanto ao conte do simb lico da categoria espa o Bourdieu 1996 desenvolve o conceito de espa o social apresentando o como um campo de for a onde a pr pria configura o do espa o est em disputa O autor prop e uma an lise rela cional do espa o social na qual cada situa o espec fica enuncia um con junto de posi es sociais O conceito de posi es sociais tomado em sentido relacional e vinculado rela o de homologia entre conjuntos de pr ticas inclusive de consumo Para uma interpret
179. anto pela propriedade ou posse dos meios de produ o pelas trabalhadoras como pelo controle destes por meio da autogest o dos processos produtivos e financeiros dos empreendimentos e a partilha demo cr tica dos resultados da produ o podendo vir a constituir rela es n o capitalistas de produ o A efetividade da autogest o demonstrada pelo controle ativo dos trabalhadores sobre os processos produtivo e adminis trativo financeiro dos empreendimentos mobilizadora do sujeito da EPS e propicia um ambiente de cr tica radical 207 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS As redes de economia solid ria pela sua constitui o papel e a o potencializam seus atributos como enclaves de autogest o coopera o e solidariedade nos interst cios capitalistas A experi ncia tem demonstrado que a rede tem sido um instrumento de organiza o importante frente ao ambiente externo e interno No ambiente externo para enfrentar a press o permanente realizada pelas empresas tradicionais e pelos mecanismos centralizadores de mercado para uma adapta o ao sistema capitalista hegem nico e assim perder as caracter sticas de EPS No ambiente interno para superar a tend ncia cultural verticaliza o e identidade como empregado na busca processual e permanente pela horizontaliza o e constru o de uma cultura autogestion ria Este duplo desafio pode definir o resultado da experi ncia Na RICS ob
180. apoio a seis incubadoras universit rias Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Universidade Federal do Cear UFCE Universidade Federal de Juiz de Fora UFJF Universidade de S o Paulo USP Universidade Federal Rural de Pernambuco UFRPE e Universidade Estadual da Bahia UNEB Em 2004 2005 retoma se o PRONINC como uma nova configura o e articula se o apoio a 33 incubadoras universit rias O novo comit gestor do PRONINC contar com a participa o dos tradicionais estimuladores FINEP FBB COEP e BB contudo ser inserida em um primeiro momento a participa o da SENAES da Rede Unitrabalho e da Rede de Incubadoras Tecnol gicas de Cooperativas Populares Rede ITCP e logo depois amplia se o Comit Gestor com a participa o do Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS Minist rio da Educa o e Cultura MEC e Minist rio da Sa de MS Atualmente esse esfor o institucional ap ia mais de 60 incubadoras universit rias 265 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS com o apoio financeiro da ICCO 2002 2003 e 2003 2006 Isso possibilitou recursos financeiros para custeio das atividades de incuba o e permitiu o interc mbio com diversas incubadoras universit rias Nesta primeira etapa houve portanto a efetiva o de um grupo de professores e t cnicos da UFPA que passaram a acompanhar as discuss es relacionadas organi za o da economia solid ria no Br
181. ara como espa o de express o cultural e com rcio da economia solid ria Logicamente tamb m as dificuldades extrapolam o planejado no Pro jeto IEPSULPA como os limites financeiro e de pessoal da equipe t cnica da Copatior para atuar em todo o Sul do Par n o existindo outras orga niza es desenvolvendo a economia solid ria na regi o Do mesmo modo algumas perspectivas v o al m do inicialmente previsto no projeto como a busca para conseguir novos projetos alternati vos a exemplo do Projeto IEPSULPA e dar continuidade aos trabalhos ora desenvolvidos implantar algumas experi ncias alternativas de operadoras de cr dito popular como os bancos comunit rios a poupan a solid ria e os fundos solid rios Portanto o Projeto IEPSULPA produziu v rios e imediatos resultados inclusive aumentando consideravelmente a discuss o sobre economia po pular e solid ria no Sul do Par Esse processo embasou se em tr s pilares fundamentais 1 ter como base e protagonistas os pr prios sujeitos da economia solid ria os as empreendedores as populares 2 aumentar a for a pol tica desses sujeitos com o fortalecimento de organiza es popu lares cujos objetivos v o al m dos objetivos econ micos como as associa es de moradores e f runs de movimentos populares articulando os com 188 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS organiza es pr prias dos as empreendedores as populares como f runs
182. ara Bourdieu 1999 pode representar uma localiza o f sica ou uma posi o estabelecida na grada o que configura uma determinada ordem social 159 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS de um conjunto de normas configuradas no conv vio entre seus membros Neste sentido estes setores s o capazes de formular estrat gias de sobre viv ncia que escapam aos mecanismos de controle que Milton Santos 1999 re ne no conceito de totalitarismo da racionalidade 4 Autogest o e organiza o do trabalho informal urbano O crescimento do trabalho informal e aut nomo sobretudo nas periferias das regi es metropolitanas do pa s vem suscitando uma s rie de estudos acerca da nova centralidade assumida pela categoria trabalho e sobre abor dagens que sinalizam para o potencial de constru o de forma es sociais tendo como refer ncia estrat gias de coopera o produtiva via desenvol vimento do cooperativismo popular Estas estrat gias s o percebidas como indutoras de mudan as quali tativas nas rela es sociais onde a autogest o surge como um requisito fundamental O conceito de autogest o comumente associado ao pen samento dos chamados socialistas ut picos Owen Fourier e Proudhon para caracterizar um princ pio organizativo referente s cooperativas constitu das pela classe trabalhadora tendo por base a propriedade cole tiva dos meios de produ o e a gest o democr tica e participa
183. araram que possuem geladeira Mas o triste quadro cultural do nosso saneamento evidencia se quando percebemos que somente 86 declararam que possuem sanit rios O interessante notar a exist ncia dos bens de consumo tais como televisor 86 computador 14 e ar condicionado 14 Ver Gr fico 2 GR FICO 1 Servi os p blicos gua encanada Energia el trica Rede de esgoto Rua asfaltada Coleta de lixo 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Fonte Projeto Inovar empreender e reciclar FINEP RTS e Unitrabalho UFAM Ano da coleta de dados 2007 228 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS GR FICO 2 Bens dur veis Computador Ar condicionado Telefone Geladeira Televisor Sanitario 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Fonte Projeto Inovar empreender e reciclar FINEP RTS e Unitrabalho UFAM Ano da coleta de dados 2007 Considera es finais A an lise realizada atrav s da leitura dos dados revelou que os catadores mesmo sem a organiza o do mundo do trabalho ou seja sem o conhe cimento b sico de gest o e mercado para gerirem os seus empreendi mentos quando trabalham em grupo conseguem obter lucros acima da m dia brasileira para p blico com a mesma escolaridade Na pesquisa realizada a renda m dia obtida foi de R 532 00 por m s Entretanto 67 declararam que possuem abaixo de oito anos de escolaridade Dessa forma a atividade da cata o proporciona
184. arco te rico conceitual da Tecnologia Social compreendido como o desenvolvimento de produtos t cnicas e metodologias reaplic veis a partir de diferentes formas de intera o com as comunidades e que representem solu es para a dimi nui o das desigualdades sociais A constru o da Rede de Tecnologia Social RTS no Brasil pretende ser um marco para a reformula o e complexifica o da pol tica nacional de Ci ncia e Tecnologia C amp T A Rede articula um conjunto de iniciativas e tem como perspectiva atuar sob um enfoque cr tico da tecnologia buscando formar um bloco social e t cnico capaz de apoiar uma nova forma de pensar a din mica social e produtiva Coordenador do Projeto de Acompanhamento e Avalia o da RTS Conv nio FASE FINEP professor do Instituto de Rela es Internacionais da PUC RJ e pesquisador do Laborat rio da Conjuntura Social Tecnologia e Territ rio LASTRO IPPUR UFRJ Coordenadora T cnica do Projeto de Acompanhamento e Avalia o da RTS Conv nio FASE FINEP e pesquisadora do Laborat rio da Conjuntura Social Tecnologia e Territ rio LASTRO IPPUR UFRJ TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Desta forma o termo tecnologia social tem sido utilizado por pesqui sadores movimentos sociais gestores p blicos e diversas organiza es no intuito de demarcar um campo de iniciativas que atuam segundo uma vertente cr tica s vis es de neutralidade e de determinis
185. ares a capacita o para protagonizarem sua hist ria e darem os passos exigidos pela sequ ncia do processo Al m disso o trabalho das incubadoras embora n o seja uniforme busca a unidade entre os sujeitos da economia solid ria e isso essencial para que a mesma n o desvie sua trajet ria e siga para moldes da economia capitalista Todavia preciso ter claro que as incubadoras devem ter car ter tempor rio buscando sempre a autonomia dos as empreendedores as populares e das suas organiza es E tamb m que as pr prias incubado ras precisam evoluir em concep o e m todos na medida em que evoluam os empreendimentos por elas acompanhados para que haja permanente mente uma rela o dial gica e de m tua aprendizagem Refer ncias bibliogr ficas CORAGGIO Jos Luis Da economia dos setores populares economia do trabalho In KRAYCHETE Gabriel COSTA B LARA F org Economia dos Setores Populares Entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 KRAYCHETE Gabriel Economia dos setores populares entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 OLIVEIRA Francisco de A crise e as utopias do trabalho In KRAYCHETE G COSTA B LARA F org Economia dos Setores Populares Entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 186
186. aro Alves dos FERR O Euzalina CHELALA Fauze BARBOSA Maria Jos de Souza A Incuba o de Empreendimentos Comunit rios de Agricultores Familiares na Regi o do Baixo Tocantins do Estado do Par Anais do 2 Congresso Brasileiro de Extens o Universit ria 2004 7 p meio eletr nico TAUILLE Jos Ricardo Empreendimentos Autogestion rios provenientes de massas falidas relat rio final MTE IPEA ANPEC SENAES 2005 287 Incuba o de empreendimentos solid rios elementos para uma abordagem te rico metodol gica da tecnologia de organiza o do trabalho associado na perspectiva da constru o de pol ticas p blicas para a economia solid ria Pedro Cl udio Cunca Bocayuva Introdu o No per odo de mar o de 2005 a setembro de 2007 a FASE realizou um amplo trabalho de investiga o acerca da metodologia de incuba o de empreendimentos solid rios tendo como objeto as incubadoras apoiadas atrav s do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares Proninc Os resultados dessa pesquisa evidenciam as formas t cnicas e organizacionais do processo de produ o como objetos de constru o interativa entre sujeitos sociais nos ambientes de forma o capacita o e aprendizagem criados pelas incubadoras O contexto tecnol gico da incu ba o resulta em uma constru o social com base em saberes condi es Professor do Instituto de Rela es Internacionais da PUC RJ Assessor Na
187. as Pesquisadora FAPERJ Docente Adjunto IPPUR UFRJ Coordenadora do Laborat rio da conjuntura social tecnologia e territ rio LASTRO Pesquisadora CNPq e FAPERUJ 113 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS postos de trabalho s o mais percept veis e a amplia o da crise social e econ mica mais sentida como evidencia o crescimento do desemprego e do trabalho informal O presente artigo tem como inten o refletir brevemente a dimens o do territ rio metropolitano aqui compreendido como uma totalidade complexa definida por rela es de poder por agentes com diferentes inte resses projetos compartilhados e projetos em disputa Refletir o trabalho e as pol ticas relacionadas economia solid ria em espa os metropolitanos constitui se num real desafio j que a densidade da vida coletiva cria e desestabiliza rela es sociais e tamb m projetos coletivos Existe assim a tend ncia ao consumo no dia a dia de anseios desejos e sonhos de bem estar trazendo o risco de que projetos se tornem experi ncias ef meras ou apenas fugidios modismos Face a esta tend ncia o reconhe cimento do confronto entre racionalidades dominantes e dominadas formais e informais surge como um caminho para a compreens o das possibilidades e limites da expans o e consolida o da tecnologia social e do programa de economia solid ria 1 Metr pole meio t cnico cient fico e trabalho As
188. as sociais com a perspectiva da gera o e transfer ncia de tecnologias para atender a demandas sociais Para a Rede de Tecnologia Social RTS 2 a Tecnologia Social compreende produtos t cnicas e ou metodologias reaplic veis desenvolvidas na intera o com a comunidade e que representem efetivas solu es de transforma o social Dessa forma a aplica o de crit rios sociais culturais e ambientais suplementares aos crit rios t cnicos e aos interesses econ micos possibilita que uma tecno logia possa ser apropriada por determinados grupos sociais e selecionada de acordo com a adapta o ao contexto social e s capacidades culturais locais Percebe se ent o a proximidade das tecnologias n o convencionais intermedi rias apropriadas alternativas sociais com as perpectivas eman cipat rias da Economia Solid ria Considerando suas caracter sticas espe c ficas os empreendimentos econ micos solid rios demandam conheci mentos e tecnologias desenvolvidas ou adequadas a outras pr ticas de produ o cooperada de autogest o nos processos de trabalho e a outras finalidades orientadas pela efici ncia da atividade econ mica e pela solida riedade na partilha dos resultados Al m disso a adequa o das solu es 28 Acesso na p gina da Rede de Tecnologia Social http Avww rts org br tecnologia social em 02 10 08 79 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS tecnol gicas n o conven
189. asil mas tamb m o acesso s refer ncias internacionais Inicia se a forma o de uma massa cr tica sobre a tem tica da economia solid ria Isto culminou em estudos sobre mercado informal de trabalho e desigualdade de renda na Regi o Metropolitana de Bel m organiza o social das cooperativas populares em Bel m gest o e desen volvimento do cooperativismo no Estado do Par No per odo 2001 2008 v rios eventos contribu ram para a divulga o e amplia o das atividades da incubadora universit ria da UFPA Primeira mente percebeu se que a mobiliza o em torno da tem tica economia solid ria estava presente nas a es do governo municipal de Bel m na Gest o Frente Popular 1997 2004 na organiza o de um movimento social da economia solid ria por meio do F rum de Empreendedores de Economia Popular e Solid ria de Bel m e das atividades desenvolvidas por v rias Organiza es N o Governamentais como a Federa o de rg os para Assist ncia Social e Educacional FASE Amaz nia a Associa o Paraense de Apoio s Comunidades Carentes APACC e outras entidades que introduziam a economia solid ria como tem tica de forma o profissional 9 A Organiza o Intereclesi stica para a Coopera o ao Desenvolvimento ICCO uma institui o holandesa que financia projetos sociais no Brasil e em outras partes do mundo Nos ltimos anos passou a financiar projetos relacionados gera o de trabalho e rend
190. atamar mais complexo tanto do ponto de vista acad mico como de gest o Isso possibilitou a transforma o do projeto de extens o em Programa Integrado de Ensino Pesquisa e Extens o Incubadora Tecnol gica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solid rios PITCPES vinculado ao Departamento de Ci ncias Econ micas e Departamento de Pol ticas e Trabalhos Sociais do Centro S cio Econ mico e ao N cleo Local da Rede Unitrabalho assim como consolidou se a articula o Pr Reitoria de Extens o PROEX da UFPA e Rede de Incubadoras da UNITRABALHO 264 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O da primeira equipe da incubadora universit ria da UFPA com a participa o de quatro professores e quatro bolsistas de gradua o No mbito nacional e internacional a UFPA integrou se mediante con v nios de coopera o t cnica ao Projeto Incubadores 20018 Acordo ICCO BR 158011 e do Programa de Economia Solid ria da Rede Unitrabalho 7 A composi o da equipe original correspondeu a quatro docentes pertencentes ao Centro S cio econ mico da UFPA sendo um de Ci ncias Econ micas um de Servi o Social um de Administra o e um de Ci ncias Cont beis Os bolsistas tamb m em n mero de quatro pertenciam respectivamente s mesmas reas de conhecimento dos docentes Houve o compromisso de formar um grupo no campo da gest o econ mico financeira e social que paula
191. atividades laborais e de capacita o espec fica experi ncias de produ o e comercializa o t m como objetivo possibilitar um eixo con creto para a estrutura o do empreendimento e a organiza o coletiva do trabalho Trata se de verdadeiros ensaios que por serem orientados pelos t cnicos de incuba o visam preparar os empreendimentos econ micos solid rios para sua gradua o ao final do processo As experi ncias s o ainda oportunidades para trabalhar aspectos da viabilidade econ mica tais como identifica o de produtos oficinas de aprimoramento dos produtos gest o da produ o e estrat gias de comercializa o O ensino que se faz a partir da pr tica um dos princ pios mais estruturante da metodologia de incuba o Isso ocorre por duas raz es a primeira pelo reconhecimento de que n o adianta falar de autogest o e economia solid ria na teoria necess rio colocar estes valores em pr tica e mais do que isso preciso sensibilizar um olhar que o tempo 57 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS todo se pergunte se o caminho est correto afinal temos muito mais experi ncias com rela es hier rquicas e autorit rias do que com rela es participativas e autogestion rias A segunda raz o que o ensino pautado na pr tica mais eficiente A pr tica um eixo comum que permite rela es mais horizontais de ensino e aprendizagem A pr tica em ger
192. atrav s de um Conselho de Administra o e por N cleos Setoriais entre eles o de Confec o coordenado pela RICS 7 A forma o da Rede A Rede Industrial de Confec o Solid ria RICS surgiu em 2005 a partir da assinatura de um Termo de Parceria entre a Guay e o Grupo Hospitalar Concei o GHC formado por tr s hospitais p blicos Concei o Cristo Redentor e F mina para a confec o de roupas hospitalares A Rede constitu da por empreendimentos solid rios formados por trabalhadores exclu dos do mercado formal ou em situa o de trabalho prec rio e por apenadas do Pres dio Feminino Madre Pelletier de Porto Alegre O Termo de Parceria fruto de uma negocia o em longo prazo entre a Guay e o GHC poss vel devido ao compromisso do Governo Federal com as pol ticas p blicas de apoio para Economia Solid ria que priorizou o atendimento da demanda de roupa hospitalar ser realizado por empreendimentos solid rios em substitui o s empresas tradicionais Atualmente a RICS conta com quatro empreendimentos solid rios a Oscip Guay e o apoio t cnico da Escola Cal bria S o ao todo 40 traba lhadores diretos A estrat gia de constru o da RICS foi a identifica o de grupos pr existentes de a o comunit ria em vilas populares vinculadas a associa es comunit rias e pol ticas p blicas A dimens o dos grupos estava asso ciada demanda hospitalar e capacidade e racionalidade lo
193. avaliamos o trabalho realizado A capacita o uma constante e nessa troca de conhecimento entre incu badora e os empreendimentos v o sendo constru dos os conhecimentos criando o referencial conceitual sobre os meios de produ o mercado etc Nesse dia a dia os grupos aprendem a lidar com os custos fixos e vari veis e a buscar sempre novos mercados para o seu produto Quando 224 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS se alcan a o equil brio das finan as novos gastos s o introduzidos Ainda no est gio de associa o dever o adquirir registros da seguridade social como aut nomos A associa o tem o compromisso de reservar o recurso para o pagamento e realiz lo Isso importante para que o aumento do custo da cooperativa n o a inviabilize Consolidada a associa o como atividade econ mica hora de legaliz la em cooperativa e marcar a sua posi o no mercado nesse momento confeccionado o plano de neg cios 3 Resultados Atrav s do levantamento socioecon mico 21 das pessoas que exercem a profiss o de catador declararam que s o nativas de Manaus 50 t m origem no interior do estado do Amazonas e 29 em outros estados principalmente no Maranh o e interior do Par Os que aqui chegaram vieram procura de trabalho mas a pouca qualifica o profissional os empurrou para as ruas Muitos passaram por v rias ocupa es carrega dores nas feiras lavadores de
194. balho ontem e hoje informalidade e empregabilidade como categorias de entendimento In SANTANA Marco A e RAMALHO Jos R Org Al m da f brica trabalhadores sindicatos e a nova quest o social S o Paulo Editora Boitempo 2008 SINGER Paul Economia Solid ria gera o de renda e alternativa ao liberalismo In Revista Proposta n 72 p 6 13 1997 Globaliza o e desemprego diagn stico e alternativas S o Paulo Contexto 1998 e SOUZA A A economia solid ria no Brasil S o Paulo Contexto 2000 Introdu o economia solid ria S o Paulo Editora Funda o Perseu Abramo 2002 SINGER Paul Desenvolvimento local e Microcr dito Tecnologia Social uma Estrat gia para o Desenvolvimento Rio de Janeiro Funda o Banco do Brasil 2004 SOBOTTKA Emil A Organiza es civis Buscando uma defini o para al m da ONGs e terceiro setor In Organiza es e Movimentos Sociais Civitas Revista de Ci ncias Sociais Programa de P s Gradua o em Ci ncias Sociais Pontif cia Universidade Cat lica do Rio Grande do Sul Ano 2 n 1 junho 2002 Porto Alegre EDIPUCRS 2002 SOUZA Andr R CUNHA G C e DAKUZAKU R Y Org Uma outra economia poss vel Paul Singer e a economia solid ria S o Paulo Contexto 2003 210 Construindo rede de comercializa o com os catadores de materiais recicl veis de Manaus Antonieta do Lago Vieira Sonia Maria P Nascimento e Simone Rage Pereira
195. cam se alguns projetos nos quais existem rela es com as TS no apoio s Redes de Produ o e Comerciali za o nos projetos de finan as solid rias no apoio a Bancos Comunit rios no projeto Brasil Local com a articula o entre os agentes comunit rios de desenvolvimento e a rede Casa Brasil que atua com inclus o digital com base em softwares livres e nos projetos de apoio s empresas recuperadas em regime de autogest o Nesses projetos incorpora se a dimens o do acesso e desenvolvimento de TS apropriadas constitui o de redes para aperfei oamento e dissemina o de formas inovadoras de acesso a finan as solid rias e para viabilidade dos empreendimentos autogestion rios No caso das redes de produ o e articula o destaca se o caso da Rede Justa Trama que articula um conjunto de EES da cadeia do algod o agroecol gico A pr pria metodologia de organiza o de uma rede com abrang ncia nacional articulando diversos segmentos ou ramos produtivos do cultivo do algod o org nico fia o e tecelagem confec es serigrafia e sementes pode ser considerada uma tecnologia social Foi exatamente nessa dire o que a SENAES e as demais entidades parceiras concentraram o apoio viabilizando as articula es e arranjos que propiciaram a forma o e funcionamento da rede solid ria A concep o da marca Justa Trama o desenho art stico dos produtos e os v rios instrumentos de divulga o elabor
196. cas de comunica o com apoio na pedagogia para a autonomia A diversidade de linguagens aplicadas aos produtores associados parte da constru o da vis o de sistemas democr ticos de gest o e de formas 307 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS sociais de propriedade Sempre tendo em vista o avan o no dom nio tico pol tico dos valores e das pr ticas adequadas para a es coletivas hori zontais e dialogadas O trabalho associado leva em conta que na atualidade grande parte das separa es entre economia cultura e informa o s o atravessadas pela exig ncia de coopera o pr prias das novas for as produtivas do capital A transversalidade no plano produtivo implica em transversalidade no plano jur dico pol tico Para o desenvolvimento de formas de trabalho associado preciso levar em conta a perspectiva democr tica radical em teoria pol tica que se projeta no conjunto da sociedade atrav s da constru o de esferas de participa o de decis o e de controle popular Os produtores associados podem desenvolver a es estrat gicas de adequa o sociot cnica de resolu o parcial de problemas e de inser o no mercado Mas quando fazemos isso do ponto de vista do trabalho asso ciado temos que levar em considera o o conjunto amplo de quest es que nos remetem a processos da totalidade social A quest o do Estado e das pol ticas os mecanismos que definem as formas institucionais
197. cia o para o di logo de agendas e modelos cognitivos muito redu zida ou inexistente Aqui interessante destacar o estudo sobre as dimen s es do poder de S Lukes citado por Dagnino 2002 quando envolvem 246 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O diversos atores os conflitos abertos encobertos e latentes Os conflitos abertos s o constituintes de um cen rio em que os atores t m poder seme lhante possibilitam a elabora o de pol tica de ci ncia e tecnologia que engloba os interesses dos diversos atores Desta forma se a comunidade de pesquisa tem uma agenda que est pr xima agenda dos empres rios apesar das diferen as moment neas as negocia es gerar o a ambi ncia da aproxima o e a incorpora o dos interesses na agenda de pesquisa Este cen rio traduz a possibilidade dos conflitos abertos serem negociados e aproximados Os conflitos encobertos n o est o presentes de forma expl cita na constitui o da PCT Eles s o de grupos sociais com menor poder de influ ncia Os problemas s o percebidos pelos atores h um querer propor mas a n o evidencia o dos interesses dos atores faz com que permane am ocultos na defini o das prioridades das pol ticas A agenda dos atores com menos for a n o ser incorporada A aus ncia neste caso fator de decis o pol tica Se a comunidade de pesquisa n o eviden cia junto com os atores mais fracos a
198. ciologia Rural Rio Branco 2008 ARROYO Jo o Cl udio Org Solidariedade e sucesso a experi ncia do Banco do Povo de Bel m Bel m Prefeitura de Bel m 2004 CORAGGIO Jos Luis Economia do Trabalho In CATANI David Org A outra economia Porto Alegre Veraz Editores 2003 p 88 97 DAGNINO Renato Sobre o marco anal tico conceitual da tecnologia social In LASSANCE Jr Antonio et alli artic Tecnologia social uma estrat gia para o desenvolvimento Rio de Janeiro Funda o Banco do Brasil 2004 p 15 64 GAIGER Luiz In cio Empreendimentos econ micos solid rios In CATANI David Org A outra economia Porto Alegre Veraz Editores 2003 p 135 142 Sentidos e experi ncia da economia solid ria no Brasil Porto Alegre Editora da UFRGS 2004 KAPRON S rgio FIALHO Ana Lucia Pol ticas p blicas para a economia solid ria In CATANI David Org A outra economia Porto Alegre Veraz Editores 2008 p 215 219 LAVILLE Juan Louis et all Economia solid ria uma abordagem internacional Porto Alegre UFRGS 2004 PROGRAMA INCUBADORA TECNOL GICA DE COOPERATIVAS POPULARES E EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS DA UFPA Relat rio executivo do Projeto Capacita o de Agricultores Familiares e Assist ncia T cnica para Gest o de Empreendimentos Comunit rios na Regi o do Baixo Tocantins PRONAF Capacita o Minist rio do Desenvolvimento Agr rio e Secretaria da Agricultura Familiar 2006a Digi
199. cionais implica na valoriza o dos saberes e da cultura local como base de desenvolvimento As tecnologias sociais relacionadas s atividades produtivas em diver sos segmentos e ambientes urbanos e rurais de reciclagem de res duos s lidos de produ o agroecol gica em pequena e larga escala de cria o e dissemina o de softwares livres de manejo sustent vel da natureza nas atividades extrativistas de produ o de combust veis limpos e de fontes renov veis t m sido desenvolvidas e disseminadas com prioridade nas iniciativas de ES Na verdade a TS encontra na Economia Solid ria uma interessante alternativa para amplia o de seus horizontes como insumo fundamental para a multiplica o e a viabiliza o de milhares de iniciativas econ micas de gera o de trabalho e de melhoria da renda e das condi es de vida de uma parcela da popula o exclu da dos benef cios do progresso t cnico e do crescimento econ mico Por m apesar dessas constata es de proximidade entre a Economia Solid ria e as Tecnologias Sociais a quest o n o est ainda plenamente resolvida Resta a realidade que apresenta situa es bastante diversificadas onde as necessidades imediatas para viabilizar as atividades econ micas de EES nem sempre discriminam as fontes nem os tipos de tecnologias s quais seja como for acabam por ter raras oportunidades de acesso Sendo assim o debate assume outro rumo no sentido da realiza o de
200. cional de Economia Solid ria Minist rio do Trabalho e Emprego atribui o seguinte conceito ao Desenvolvimento Solid rio O desenvolvimento solid rio o desenvolvimento da comunidade como um todo n o de alguns de seus membros apenas Por isso ele n o pode ser alcan ado somente pela atra o de algum investi mento externo comunidade O investimento necess rio ao desen volvimento tem que ser feito pela e para a comunidade toda de modo que todos possam ser donos da nova riqueza produzida e benefi ciar se dela N o se trata tampouco de estimular pela competi o o empreendedorismo individual que inevitavelmente traz consigo a divis o da comunidade em ganhadores e perdedores Desenvolvi mento solid rio significa o desenvolvimento de todos seus membros conjuntamente unidos pela ajuda m tua e pela posse coletiva de certos meios essenciais de produ o ou distribui o Conforme a prefer ncia dos membros muitos ou todos podem preservar a auto nomia de produtores individuais ou familiares Mas os grandes meios de produ o silos ou armaz ns frotas de ve culos edifica es e equipamentos para processamento industrial redes de distribui o de energia etc t m de ser coletivos pois se forem privados a comunidade se dividir em classes sociais distintas e a classe pro priet ria explorar a n o propriet ria Soma se a esse conceito o car ter multissetorial que deve permear toda a proposi
201. cional do N cleo de Direitos da FASE onde Coordenador do Projeto de Acompanhamento da Rede de Tecnologia Social Pesquisador do LASTRO IPPUR UFRUJ 23 Os materiais relativos a esta pesquisa encontram se dispon veis em http www acompanhamentoproninc org br 288 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O instrumentais e institucionais transformadas continuamente a partir de uma nova forma de organiza o do trabalho Nesse artigo procuramos situar a metodologia de incuba o com destaque para a quest o orga nizativa do trabalho associado entendido como parte da tecnologia de processo indicando a amplitude do tema para a defini o institucional emergente da pol tica de economia solid ria A disputa sobre o futuro do trabalho implica pensar as tecnologias de organiza o social do trabalho como um campo espec fico dos processos de transforma o tecnol gica da transi o produtiva A an lise da atua o das Incubadoras Tecnol gicas de Cooperativas Populares ITCPs tem o foco no duplo aspecto instrumental e organiza cional dos procedimentos de incuba o fundamental constru o de um novo paradigma para o trabalho Essa perspectiva informa o potencial de desenho e implementa o das tecnologias em seu car ter de constru o social O vetor de organiza o das institui es do Estado do direito dos fundos p blicos das pol ticas p blicas dos aparelho
202. classes popu lares e dos produtores diretos de bens e servi os Cabe aos sujeitos coletivos que ap iam o projeto da economia solid ria desenvolver a capacidade de utilizar os sistemas e dispositivos as pol ticas e os instrumentos tecnol gicos e organizacionais assim como a capacida de de pesquisa e desenvolvimento para constru o de um novo modo de produ o associado O momento atual permite avan ar na dire o de uma transi o tecnol gica apoiada em pol ticas p blicas e infraestruturas de apoio ao potencial emancipat rio do trabalho para que o trabalho autogestion rio e cooperativo possa avan ar no uso dos sistemas abertos e complexos aplic veis a partir das diferentes modalidades tecnocient ficas A democratiza o do potencial t cnico e organizativo do trabalho asso ciado pode derivar de novos usos contra hegem nicos da cibern tica telem tica e da inform tica dos mecanismos de virtualiza o dos jogos interativos e das estrat gias e c lculos probabil sticos Todas essas experi ncias com ferramentas t cnicas inovadoras podem potencializar a busca da nova centralidade do trabalho vivo Nessa luta pelo conhecimento e apropria o de meios t cnicos e comunicacionais indispens vel uma pedagogia pol tica de aprendizagem coletiva com uma apropria o critica das tecnoci ncias N o h como se parar um modelo que opera din micas produtivas atuais das novas ferra mentas dos novos modos de gest o sis
203. clus o de curso de gradua o relat rios de inicia o cient fica monografia de espe cialza o e disserta es de mestrado nas diferentes reas de conhe cimento que hoje constituem a Incubadora seja na atua o como t cnicos e pesquisadores seja ao se aproximar e contribuir para estruturar uma siste matiza o sobre o movimento da economia solid ria no Estado do Par e na Amaz nia articulado com o cen rio nacional e internacional Chega se a uma conclus o mesmo que preliminar de que o papel da universidade na extens o universit ria construir sistematizar e difundir um conhecimento constru do na rela o entre teoria e pr tica a partir do envolvimento com a sociedade Esse conhecimento mostra se enquanto inova o social sob o car ter de pesquisa e desenvolvimento Normalmente as primeiras a es das incubadoras universit rias de economia solid ria estavam centradas na gest o e organiza o social dos grupos solid rios Por isso as a es das incubadoras universit rias se voltam necessaria mente para grupos residentes em reas com alto grau de pobreza favelas e outras reas urbanas de ocupa es com popula o de baixa renda reas de assentamento da reforma agr ria rea de popula es ribeirinhas e agroextrativistas popula es quilombolas grupos ind genas pessoas portadoras de HIV etc possibilitando lhes o acesso a condi es de seu pr prio desenvolvimento 282 PARTE IV INCUBA
204. cnol gica na quarta focaremos no modo de atua o do ator comunidade de pesquisa e a presen a do ator movimentos sociais na defini o do modelo cognitivo e por ltimo trataremos dos desafios para as incubadoras universit rias Temos o objetivo de fazer uma reflex o sobre o Estado as pol ticas p blicas e as a es de atores sociais para elabora o implanta o e avalia o das pol ticas de ci ncia e tecnologia O contexto que problema tizamos relativo possibilidade de democratiza o do Estado aplicando o referencial de An lise de Pol tica para podermos ter um movimento anal tico entre o momento da descri o da realidade e o momento prospectivo ou o normativo que por reconhecer que a ci ncia n o neutra e n o aceitar o determinismo tecnol gico aplica metodologias explicativas e de a o na dire o da compreens o do sentido e das pr ti cas dos atores sociais A esta quest o est associada a problematiza o sobre os modelos cognitivos que fundamentam as concep es e as a es dos atores sociais As atitudes diversas em rela o pol tica de ci ncia e tecnologia em rela o economia cultura educa o etc t m rela o com o modo de conheci mento os valores as op es a vis o de mundo que orientam os atores sociais nas suas escolhas nas estrat gias e nos compromissos O modelo cognitivo neste sentido um conceito pelo qual podemos explicar os fen menos existentes e
205. cobrindo o Brasil 500 anos depois Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1999 Metr pole trabalho e humanismo lutas do Movimento Nacional de Catadores de materiais recicl veis In SILVA C A da e CAMPOS A orgs Metr poles em muta o din micas territoriais rela es de poder e vida coletiva Rio de Janeiro Revan FAPERJ 2008 p 105 127 SILVA C A da RIBEIRO Ana C T Impulsos Globais na Periferia Capitalista In Territorios en Redefinici n lugar y Mundo en America Latina 60 ENCUENTRO DE GEOGRAFOS DE AMERICA LATINA Anais Buenos Aires Instituto de Geografia Universidad de Buenos Aires 1997 SILVA C A da RIBEIRO A C T BERNARDES J A amp ARRUZZO R C Formas em crises Utopias necess rias Rio de Janeiro Arquimedes 2005 SIMMEL G A metr pole e a vida mental In VELHO G org O fen meno urbano 4a ed Rio de Janeiro Ed Guanabara 1987 WACQUANT L Os condenados da cidade Rio de Janeiro Revan Observat rio das Metr poles 2001 ZAQUAL H Nova economia das iniciativas locais uma introdu o ao pensamento p s global Rio de Janeiro DP amp A COPPE 2006 128 Processo de trabalho territ rios e sustentabilidade dos empreendimentos da economia solid ria Gabriel Kraychete Este texto tem por objetivo destacar e examinar algumas condi es essen ciais sustentabilidade dos empreendimentos da economia solid ria Parte do pressuposto que as iniciativas direcionadas para
206. com a Secretaria Municipal de Saneamento SESAN por meio de conv nio envolvendo a Caixa Econ mica Federal CEF e a Cooperativa dos Trabalhadores Aut nomos do Aur COOTPA importante ressaltar que os dois primeiros empreendimentos envolviam aproximadamente 40 cooperados cada um a COOTPA possu a mais de 200 cooperados que atuavam no aterro sanit rio de Santana do Aur mas que compreendia mais de 1 000 fam lias articuladas com o projeto social para a estrutura o de um centro de reciclagem de res duos s lidos e coleta seletiva no munic pio de Bel m Santos amp Souza 2006 Em 2002 um outro evento importante implicou na amplia o das dimen s es do processo de incuba o de empreendimentos solid rios com a participa o na elabora o e execu o de Projeto de alfabetiza o e escolariza o de jovens e adultos do Programa Nacional de Educa o na Reforma Agr ria PRONERA em parceria com o Minist rio do Desenvolvi mento Agr rio MDA Coordena o Pedag gica Nacional do PRONERA as Superintend ncias do Instituto Nacional de Coloniza o e Reforma Agr ria INCRA de Bel m e de Santar m a Funda o de Amparo a Pesquisa FADESP e a Pr Reitoria de Extens o PROEX da UFPA S A atua o da 13 Em 2008 ap s sele o interna da PROEX a incubadora universit ria da UFPA conseguiu obter apoio financeiro do Minist rio da Educa o pelo Edital do Programa de Extens o PROEXT 2003 Os recursos foram
207. com base em objetivos e meios adequados para responder ao processo de emerg ncia do ator popular na redefini o dos rumos pol ticos da economia e do trabalho Nas reflex es cr ticas realizadas ao longo dos artigos desse livro aparecem as v rias tradi es do pensamento social e pol tico brasileiro em particular os atores identificam as contribui es de Paulo Freire Florestan Fernandes Darcy Ribeiro Paul Singer e muitos outros resgates para repensar o projeto de desenvolvimento sob a tica popular O alcance de conjunto dos materiais aqui contidos serve para um avan o significativo em in meras dire es constituintes da transi o paradigm tica com base na mobiliza o do potencial de coopera o produtiva das classes populares nos distintos contextos e lugares 10 PARTE Incubadoras tecnologia social e pol ticas p blicas de economia solid ria O Centro P blico e as Incubadoras de Empreendimentos Econ micos Solid rios no mbito do Programa Bahia Solid ria Tatiana Reis Edie Martins Ludmila Meira Helbeth Oliva Karine Oliveira e Lara Matos Introdu o Este artigo tem por finalidade apresentar a experi ncia de uma pol tica p blica de economia solid ria desenvolvida no mbito do Governo do Estado da Bahia Inicia se o texto abordando elementos contextuais rela tivos tem tica da economia solid ria e em seguida passa se a abordar a cria o de espa os institucionais no mbito
208. com um baixo or amentos da ordem de R 167 mil fato que dificultou a execu o das atividades propostas para aquele ano Nesse sentido 2007 foi um ano pr operacio nal e de estrutura o da Superintend ncia e funcionou para a contrata o 5 No ano de 2007 vigorava o PPA 2004 2007 no qual n o estavam previstos recursos para fomento e apoio economia solid ria 18 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA dos t cnicos planejamento das a es para o PPA 2008 2011 articula o de parcerias capta o de recursos e realiza o de a es diretas com a equipe de trabalho como por exemplo a realiza o de oficinas de sensibi liza o em economia solid ria e elabora o de projetos e o apoio a eventos de economia solid ria como a Feira Baiana de Economia Solid ria A ES DE FOMENTO Apoio gera o de trabalho e renda em atividades de economia solid ria Implanta o e funcionamento dos centros p blicos Apoio a cooperativas e associa es atuantes com res duos s lidos Apoio a trabalhadores organizados em autogest o para recupera o de empresa A ES DE ESTUDOS A ES DE MICRO CR DITO E DIVULGA O E FINAN AS SOLID RIAS Implanta o e Funcionamento Apoio implanta o de de Incubadoras P blicas de institui es de finan as Economia Solid ria solid rias Promo o de a es de gera o de Apoio concess o de renda para
209. conectando encaixando e especializando popula es e lugares ao mesmo tempo em que desencaixam excluem e descartam lugares e popula es A desterritorializa o das redes produtivas n o se concentra num mesmo modelo de comando espacial vertical mesmo nos processos industriais embora ainda tenhamos grande parte da ind stria organizada em modelos contempor neos com dimens o e peso de super organiza es No novo regime de acumula o flex vel e ilimitada de capital as redes empresariais e o comando vertical de decis o do capital afetam at mesmo as mega organiza es As redes verticais e os seus cruzamentos entre o comando pol tico econ mico e comunicacional podem produzir efeitos espaciais distintos de divis o produtiva e distributiva Os modos de luta e resist ncia do trabalho se inscrevem nos diferentes planos dessa duplicidade do capital que se apresenta como rede imaterial e como controle territorial redistribuindo fun es e consolidando os mecanis mos de decis o e comando nos espa os de dire o corporativa e pol tica A escrita t cnica da organiza o e da gest o e a articula o perma nente das estrat gias de inova o em processo e produto nas empresas fazem parte do mesmo constructo sociopol tico que orienta os padr es das pol ticas de desenvolvimento e das pol ticas cient ficas e tecnol gicas Os sistemas de propriedade s o redefinidos com uma nova hierarquia entre os valores com destaque para
210. cr tica nas d cadas de 20 e 30 do s culo passado identificaram que os mega complexos que se constitu am no sis tema mundo internacional e do capital caracterizam se como dispositivos de poder Isto as organiza es s o hierarquizadas enquanto modelos decis rios Os instrumentos e medidas de c lculo e valor assim como as 304 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O formas verticais definem o fluxo dos processos e dos produtos Os tipos de institui es constru das no s culo XX e a defini o de paradigmas em C amp T foram vistos pela teoria cr tica como subsistemas da domina o formali zados a partir de quest es delimitadas No seu conjunto e diversidade os dispositivos institucionais de produ o econ mica se definem na correla o com o recorte da tecnologia como poder do capital A tecnologia percebida no plano te rico cr tico como aparato institu cional organizacional instrumental e produtivo direto voltado para agenciar o poder da estrutura do capital na apropria o das potencialidades do tra balho vivo O processo tecnol gico no capitalismo tamb m garantido pelas formas ideol gicas e de coer o que complementam a superestrutura insti tucional Os modos de subjetiva o possuem materialidade As institui es do Estado e as empresas s o o resultado da organiza o da cultura na dire o da obten o da efic cia do controle e do comando
211. cularidades importantes da realidade brasileira que incluem a experi ncia hist rica e a vis o de mundo de agen tes posicionados em diferentes espa os de poder e arenas pol ticas Com esta orienta o anal tica consideramos a metr pole como epi centro de mudan as culturais e t cnicas Nela a concentra o de amplos sistemas de objetos t cnicos cria como prop s Milton Santos 1996 uma tecnosfera a materialidade historicamente constru da e uma psicosfera sistema de a es orientadas por valores id ias projetos e ideologias caracter sticos da ltima modernidade A associa o entre estes sistemas transparece na diversifica o de atividades secund rias e terci rias e ainda na des qualifica o do trabalho formal e informal Neste sentido a escala metropolitana pode ser compreendida como uma constru o ins t vel e tensa diferencialmente atualizada pela seletividade social que acompanha cada impulso modernizador da materialidade e da sociabili dade Silva 1994 2002 Silva e Ribeiro 1997 Em nossas pesquisas Silva e Ribeiro 1997 procuramos n o limitar a reflex o da metr pole sua dimens o material Assim buscamos reconhe cer a metr pole como ocus de contradi es entre riqueza e pobreza como o cen rio mais vis vel da crise econ mica como territ rio da luta por oportunidades de integra o social e como local definido por fluxos inter nacionais criados pela articula o entre dife
212. culdades no Brasil de democratizar o Estado e as rela es sociais e econ micas Haveremos de nos questionar sobre as possibilidades e os limites de institucionalizar processos de democratiza o do Estado que fora historicamente dominado por m todos centralizados e autorit rios poss vel gerar uma cultura de participa o propositiva no Brasil 238 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Para refletir sobre esta quest o vamos fazer uma incurs o na teoria da An lise de Pol tica A pergunta que ir nos guiar sobre a possibilidade de a es para a democratiza o da cultura pol tica brasileira e dentro dessa pro blem tica quais as orienta es te ricas que conseguimos apreender como importantes para a supera o das caracter sticas das pol ticas p blicas centra lizadas nos t cnicos e nos grupos sociais hegem nicos Associadas a estas quest es necessitamos pensar a responsabilidade dos pesquisadores e por conseguinte da universidade para a democratiza o das pol ticas p blicas Para pensar estas quest es e problematizar o pr prio sentido das incu badoras nas universidades destacamos no primeiro momento a relev ncia te rica que indica que a ci ncia n o neutra Este fen meno interpretativo fundamental para discorrer sobre a responsabilidade de inser o do cientista no processo de elabora o de um projeto social que possa superar as contra d
213. cunst ncias o empreendimento associativo constitui se numa possibilidade real de melhoria do n vel de renda dos agricultores familiares Ou seja eles encontram motivos para a coopera o mesmo quando buscam o autointeresse Se nada mais funcionar eles t m a op o de retomarem a forma tradicional em que se inseriam no mercado nem que seja vendendo para o atravessador local Esta situa o bem diferente daquela que caracteriza a organiza o de empreendimentos associativos nos espa os urbanos Neste caso a obten o de resultados positivos adquire uma urg ncia bem mais intensa para os asso ciados sobretudo quando os mesmos n o possuem outra fonte de renda Diferentemente dos agricultores familiares os trabalhadores urbanos quando se prop em a organizar um empreendimento associativo n o possuem nenhum meio de produ o anterior Contam apenas com a sua for a de trabalho E normalmente a refer ncia de trabalho que possuem 7 Comorisco de reafirmar o bvio conv m insistir que n o se trata de idealizar os empreendimentos da economia popular solid ria como se fossem regidos por valores e pr ticas assentados exclusivamente em rela es de solidariedade e que estas se constituiriam na motiva o determinante dos seus integrantes para a organiza o e gest o destes empreendimentos Os seres humanos n o s o movidos apenas por necessidades mas tamb m por desejos E podem encontrar motivos para a coopera o mesm
214. dade de democrati za o do Estado e da Sociedade brasileiras Para problematizar mais esta quest o podemos aferir que os atores sociais que expressam o objetivo de transforma o do status quo ter o como desafio a inser o ativa na cons tru o de referenciais que consolidam a pluralidade pol tica a democratiza o da economia a participa o propositiva a gera o de conhecimentos comprometidos com a igualdade e a diversidade social a conserva o e o 242 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O equil brio da ecologia Esta lista poderia continuar mas destac vel que no Brasil nos ltimos anos o Estado est sendo democratizado Programas de pol ticas p blicas como o Pr ambiente resultante das lutas ecol gicas de movimentos populares do Estado do Par a SENAES Secretaria Nacional de Economia Solid ria resultante das proposi es do movimento da eco nomia solid ria o PRONERA Programa de Educa o do Campo para as reas de reforma agr ria resultante das lutas dos movimentos sociais do campo s o proposi es e a es da sociedade e do Estado que poder o ser exemplares para a An lise de Pol ticas que tem como finalidade a demo cratiza o das rela es socioecon micas e pol ticas no Brasil 2 Modo de atua o da comunidade de pesquisa e as influ ncias na PCT a intera o entre os atores as agendas e os modelos cognitivos Para
215. dade e desordem e falta de clareza O segundo mal entendido formulado pelo autor consiste na confus o entre complexidade e completude Morin Op cit assinala que o problema da complexidade n o o da completude mas o da incompletude do conhecimento Sendo assim o pensamento complexo procura abranger aquilo que os outros tipos de conhecimento denominados mutilantes pelo autor ignoram O esfor o do pensamento complexo n o consiste em uma luta contra a incompletude e sim contra a vis o redutora A complexidade consiste em um esfor o para articular as divis es entre disciplinas considerando as diversas dimens es que comp em um determinado fen meno Morin 1999 p 176 146 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS Morin 1999 a tecnoci ncia produz um novo meio organizado a partir de redes de informa o com grande interfer ncia da t cnica Este meio convive com espa os sociais constitu dos por rela es de proximidade intera es baseadas em valores simb licos comuns onde a a o e a comunica o s o determinantes para o estabelecimento de la os de socia bilidade Nas palavras de Milton Santos Na cidade hoje a naturalidade do objeto t cnico crava no organismo urbano reas luminosas constitu das ao sabor da moder nidade e que se justap em superp em e contrap em ao resto da cidade onde vivem os pobres nas zonas opacas Estes s o os esp
216. das explicita mente de valores e de orienta es para a constru o de determinados projetos sociais no caso uma sociedade que esteja fundamentada nos princ pios da solidariedade e da coopera o neste contexto que as incu badoras universit rias t m um sentido profundo experimentar e socializar as ci ncias e as tecnologias novas 1 A an lise de pol ticas e o processo de democratiza o do Estado Nesta primeira parte abordaremos a quest o do Estado brasileiro sob um olhar hist rico Avaliamos que a abordagem hist rica nos possibilita a com preens o das configura es que as rela es de poder pol tico e econ mico v o tomando e como os atores se comportam nestas rela es Para a nossa reflex o nos embasaremos na teoria da An lise de Pol ticas Ham e Hill 1993 para verificar a relev ncia desta para a compreens o do processo de democratiza o do Estado brasileiro Faremos primeiro uma incurs o em conceitos sobre o Estado para em seguida analisarmos a abordagem da An lise de Pol ticas e problematizar a possibilidade de democratiza o do poder pol tico nas rela es socioecon micas brasileiras Abordaremos tr s aspectos que consideramos importantes em rela o ao Estado brasileiro o patrimonialismo o paternalismo e o autoritarismo A quest o da democracia deixaremos para o final desta primeira parte 235 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O patrimonialismo analisado
217. de Estudos e projetos FINEP o Minist rio do Desenvolvimento Social e Combate Fome o Minist rio do Turismo o Minist rio da Educa o o Minist rio da Sa de o Banco do Brasil a Funda o Banco do Brasil FBB o Comit de Entidades P blicas COEP o F rum Nacional de Pr reitores de Extens o entre outros 81 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS de articula o de demandas dos EES por conhecimentos e tecnologias apropriadas e a potencial oferta de desenvolvimento ou de dissemina o dessas solu es por parte das institui es de ensino e pesquisa Al m disso ao fomentar o di logo duradouro entre as institui es de ensino superior e as comunidades nais quais est o inseridas as incuba doras o PRONINC pode ensejar o desenvolvimento de novas tecnologias apropriadas e metodologias de enfrentamento pobreza Por isso o pro cesso metodol gico de incuba o foi reconhecido como uma tecnologia social e sua replica o tem sido incentivada pelo Proninc e pela Rede de Tecnologia Social RTS a incuba o e apoio a empreendimentos solid rios uma metodo logia de ensino aprendizagem e transfer ncia de tecnologia de ges t o para a cria o de empreendimentos valorizando a autogest o e a inclus o social Os benefici rios tornam se sujeitos do seu pr prio desenvolvimento A incuba o possibilita a transforma o de poten ciais em oportunidades de neg cios ge
218. de S o Paulo S o Paulo Editora Perseu Abramo 2001 Globaliza o e Desemprego diagn stico e alternativas S o Paulo Editora Contexto 4 edi o 2001 Introdu o Economia Solid ria S o Paulo Editora Funda o Perseu Abramo 1 edi o 2002 Desenvolvimento Capitalista e Desenvolvimento Solid rio Estudos Avan ados 2004 A recente ressurrei o da economia solid ria no Brasil In SANTOS Boaventura de Souza org Produzir para Viver os caminhos da produ o n o capitalista Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2002 Economia Solid ria um modo de produ o e distribui o In SINGER Paul SOUZA Andr Ricardo de orgs A Economia Solid ria no Brasil a autogest o como resposta ao desemprego S o Paulo Editora Contexto 2000 Economia Solid ria In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2008 TAUILE Jos Ricardo e RODRIGUES Huberlan Economia Solid ria e Autogest o A Cria o e Recria o de Trabalho e Renda In Mercado de Trabalho Conjuntura e An lise n 24 Minist rio do Trabalho e Emprego IPEA agosto 2004 WAUTIEZ Fran oise SOARES Cl udia L cia Bisaggio e LISBOA Armando de Melo Indicadores da economia solid ria In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2003 110 PARTE IlI Tecnologia social organiza o do trabalho
219. de classe Na sua concep o conforme refer ncia anterior a capacidade de domi nar o espa o depende do capital de diferentes naturezas que se possui O capital permite manter dist ncia as pessoas e as coisas indesej veis ao mesmo tempo em que se aproximar de pessoas e coisas desej veis Bourdieu Op cit p 167 Assim aqueles que n o possuem capital ou n o s o desejados por quem o possui s o mantidos dist ncia do ponto de vista f sico e simb lico dos bens mais intensamente valorizados A falta de capital intensifica a experi ncia da finitude ela prende a um lugar Bourdieu Op cit p 167 A experi ncia da imobilidade destes indiv duos compreendida por Bourdieu 1999b de um ponto de vista negativo de reprodu o da desi gualdade e da mis ria Milton Santos 1999 no entanto identifica virtudes na fixidez dos pobres e na organicidade de cidade que produzem Na sua concep o os setores sociais mais fragilizados s o respons veis por divis es de trabalho t picas baseadas na informalidade e dotadas de grande poder de adapta o a conjunturas espec ficas A regula o destas formas social e espacial de coopera o fundamentada sobretudo por rela es de proximidade que permitem a forma o de redes sociais basea das na comunica o entre os seus integrantes Tais redes tamb m atuam no sentido de garantir certa coes o destes grupos especialmente por meio 16 Cabe destacar que lugar p
220. des de comercializa o 49 ter problemas com rela o ao acesso ao cr dito e 27 n o ter qualquer apoio ou assessoria A jornada frente a estes desafios n o solit ria na Bahia e no Brasil Oficialmente j s o nada menos que 1 611 empreendimentos mapeados na Bahia em apenas 55 dos munic pios o que significa cerca de 120 mil trabalhadores e trabalhadoras Certamente s o mais Tanto os caminhos trilhados pela Secretaria Nacional de Economia Solid ria quanto a sabe doria da sociedade civil organizada atrav s do F rum Baiano de Economia Solid ria e os demais espa os de constru o coletiva apontam para algumas estrat gias Nesse contexto a Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esporte por meio da Superintend ncia de Economia Solid ria definiu como uma de suas prioridades para o exerc cio do Plano Plurianual de A o Estadual a elabora o democr tica de uma pol tica p blica que contemplasse as reivin dica es hist ricas desse movimento na perspectiva de gera o de traba lho e renda Neste sentido destaca se tamb m o compromisso assumido pelo Governador atrav s da assinatura de uma agenda do trabalho decente 17 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS A Economia Solid ria portanto uma das prioridades do Governo do Estado da Bahia e suas a es s o desenvolvidas e realizadas pela SETRE SESOL em parceria com outras institui es do Estado seja na esfera federal
221. ditora Paz e Terra 3 edi o 2001 FRAN A FILHO Genauto In Pesquisa Nacional sobre Pol ticas P blicas de Economia Solid ria Mimeo Minist rio do Trabalho e Emprego Secretaria Nacional de Economia Solid ria e IPEA 2005 FRETELL Alfonso Cotera e ROCA Humberto Ortiz Com rcio Justo In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2003 GAIGER Luiz In cio As organiza es do Terceiro Setor e a economia popular solid ria In CI NCIAS SOCIAIS UNISINOS Centro de Ci ncias Humanas Universidade do Vale do Rio dos Sinos S o Leopoldo Rio Grande do Sul UNISINOS V 37 n 159 2001 GRZYBOWSKI C ndido Globaliza o e Desigualdades Sociais In PROPOSTA Revista Trimestral de Debate da FASE Ano 30 n 93 94 junho dezembro de 2002 GUERIN Isabelle Sociologia econ mica e rela es de g nero In EM LIO Marli TEIXEIRA Marilene NOBRE Miriam GODINHO Tatau orgs Trabalho e cidadania ativa para as mulheres desafios para as Pol ticas P blicas S o Paulo Prefeitura Municipal Coordenadoria Especial da Mulher 2003 GUIMAR ES Gon alo e SCHWENGBER ngela orgs Diretrizes para Pol ticas P blicas de Economia Solid ria A contribui o dos gestores p blicos Rio de Janeiro ITCP COPPE UFRJ 2004 JESUS Paulo de Desenvolvimento Local In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2008
222. do Par com as organiza es de economia solid ria no Brasil O quarto objetivo por sua vez referia se proposi o de pol ticas p blicas de economia solid ria por parte das organiza es de empreende dores as populares do Sul do Par Os resultados obtidos nesse objetivo podem ser assim resumidos articu la o com Banco do Cidad o Programa de Micro Cr dito do Governo do Par hoje CredPar e acesso a cr dito popular para cerca de 200 empreen dedores as decis o do antigo Banco do Cidad o CredPar de implantar ag ncias p lo em Xinguara e Concei o do Araguaia conv nio em fase de acertos finais entre a Prefeitura de Xinguara e Banco do Cidad o para implan ta o imediata de um posto do Banco do Cidad o cria o do FUNDOSOL em Xinguara Lei Municipal n mero 621 2006 que regulamenta a economia solid ria e cria um fundo de fomento mesma negocia es entre a Prefei tura de Xinguara e o Banco do Brasil para firmar conv nio que assegure aos pequenos empreendedores o acesso ao cr dito popular inser o do tema economia solid ria nos Planos Diretores de Pi arra e Xinguara a es da Prefeitura de Concei o do Araguaia apoiando a economia solid ria proposi es ao governo estadual para inclus o da economia solid ria no Planejamento Participativo do governo destina o de recursos nas leis or ament rias de v rios munic pios contemplando a economia solid ria inclus o de Xinguara no progra
223. do bloco social e hist rico do capitalismo financeiro Configuram se enquanto um tipo de bloco de classe com suas formas de atua o e manejo do saber poder do uso da sua tecnologia em tens o e orientando as escolhas de desenvolvi mento das aplica es cient ficas Na reflex o te rica da cr tica social a legitimidade derivada do discurso t cnico cient fico com todas as suas formas e especialidades vista como interagindo com a base material e a produ o cultural No mundo fetichizado o c lculo racional e a primazia do mercado se articulam sem abandonar a l gica seletiva e a perspectiva de controle e comando que acompanha o projeto de domina o da era moderna 7 Circuito popular Na constru o de um enfoque da reorganiza o do trabalho e das suas pol ticas com foco nas formas autogestion rias e associadas preciso levar em conta os processos reprodutivos e os conflitos nos territ rios As formas de saber e fazer existentes delimitam o desafio e o contexto de partida do poder de cria o social hist rica levando em conta sua inscri o e materializa o no territ rio usado As novas rela es de trabalho e produ o devem se dar a partir de quadros sociais de exclus o e escassez ordenados 305 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS numa dada estrutura espa o temporal fundamental partir do territ rio usado e habitado a morada do ser social geograficamente situado par
224. do governo federal e do governo estadual da Bahia resultando na cria o da Superintend ncia de Economia Solid ria vinculada Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esporte SETRE Depois apresentada a pol tica estadual de economia solid ria o Programa Bahia Solid ria e duas de suas a es o Centro P blico de Economia Solid ria e o Projeto Estadual de Incubadoras de Empreendimentos de Economia Solid ria Nas considera es finais o texto problematiza os desafios e perspectivas da pol tica p blica estadual de economia solid ria na Bahia A partir da d cada de 1980 h uma expans o acelerada do movimento associativo e comunit rio em todo o mundo que toma diversas conforma es a depender do contexto hist rico social e cultural em que se situa Membros da equipe t cnica da SESOL Superintend ncia de Economia Solid ria ligada ao Governo do Estado da Bahia TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O re surgimento da economia solid ria est relacionado a aspectos eco n micos pol ticos e sociais Do ponto de vista econ mico vincula se a fatores como a crise do emprego e a acentua o e exclus o econ mico produtiva Do ponto de vista pol tico relaciona se com a crise do Estado de Bem Estar decorrente da situa o de fal ncia de diversos Estados nacio nais e do modelo neoliberal implementado por muitos governos no qual o Estado deixa de se preocupar com pol tica
225. do na coopera o t cnica com MCT FINEP e MDA no projeto Incuba o de Empreendimentos Soli d rios Agroalimentares na Amaz nia Ao longo de 2007 manteve se a elabora o de novos projetos agora com nfase em fomento para os empreendimentos mas tamb m em garantir a sustenta o financeira da incubadora universit ria Normalmente a finaliza o dos projetos significa paralisa o das atividades de forma o e acompanhamento aos empreendimentos solid rios Entre 2001 e 2006 houve uma busca constante pela continuidade e consolida o do processo de incuba o no entanto nem sempre era poss vel manter uma expecta tiva favor vel pois a incerteza sobre novos recursos financeiros e sobre a possibilidade de manter a forma o continuada da equipe t cnica e de bol sistas de gradua o era algo bastante indefinido comum na estrutura da equipe das incubadoras universit rias a manuten o de um corpo t cnico 280 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O contratado temporariamente pois as universidades brasileiras n o disp em de um quadro t cnico administrativo capaz de suprir as demandas da incu ba o ou de quaisquer outras atividades de pesquisa e extens o Manter se por meio de conv nio contrato e coopera o t cnica tem sido a sa da No entanto isso expressaria um dos limites do processo de incuba o Normalmente buscam se em fatores externos as causas de
226. dos trabalhadores e trabalhadoras da Economia Solid ria 100 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Para a constru o da Economia Solid ria enquanto pol tica p blica quatro caracter sticas s o imprescind veis serem observadas na sua formata o 1 Articula es intragovernamentais A Economia Solid ria n o se restringe quest o econ mica mas inclui quest es como a sociabiliza o nos territ rios a participa o pol tica organiza o associativa o meio ambiente etc Isto porque conceitualmente em economia solid ria a economia entendida como as atividades associadas ao trabalho torna se um meio para a realiza o de outros objetivos n o econ micos como objetivos sociais atrav s da melhoria das condi es de sociabili dade entre as pessoas bem como o fortalecimento dos seus v nculos no territ rio ou objetivos pol ticos atrav s da considera o desses espa os de organiza o s cio produtivos como tamb m espa os p blicos em que as pessoas discutem seus problemas comuns liga dos s condi es de vida no bairro por exemplo encaminhando solu es at sob forma de iniciativas econ micas visando resolver problemas p blicos concretos Al m disso trata se de iniciativas pol ticas tamb m no sentido em que tais empreendimentos s o pen sados como formas associativas incitando uma din mica portanto de a o p blica que se combina
227. dos os munic pios participa o das organiza es populares nas articula es de todos os munic pios participa o das Prefeituras Municipais nas articula es de Xinguara e Concei o do Araguaia constitui o de F runs locais em todos os munic pios coordenados por empreendedores as e lideran as populares 179 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Dentre as dificuldades podem ser apontadas rela es de solidarie dade entre os as empreendedores as locais ainda s o fr geis s o criadas poucas oportunidades dos as empreendedores as se encontrarem em n vel municipal pouco tempo para fortalecer as redes e f runs municipais de economia solid ria J as perspectivas para esse objetivo s o as seguintes fortalecer a articula o local dos grupos de empreendedores as em cada munic pio concluir o planejamento dos f runs locais j constitu dos capacitar as coordena es dos f runs municipais para desenvolver a es de apoio aos s empreendedores as populares envolver o poder p bico de cada munic pio nas a es de economia solid ria fortalecer o tema economia solid ria na pauta dos movimentos populares de cada munic pio Com o terceiro objetivo a Copatior previa a constitui o de uma rede e f rum regional de economia solid ria no Sul do Par com a participa o de pelos menos 50 empreendedores as Neste sentido chegou se aos seguintes resultados articula o entre em
228. e rod zio estimula se que os grupos se organizem para al m dos espa os de encontro com a Incubadora pois n o preciso esperar chegar o t cnico de refer ncia para que as coisas aconte am Ao contr rio o fio vermelho do processo de incuba o constru do em grande parte pelo grupo em sua rela o institucionalizada com a Incubadora O papel do t cnico de incuba o portanto o de facilitar as infor ma es problematizar situa es ajudar a implementa o de instrumentos de gest o enfim acompanhar o desenvolvimento do grupo e a estrutu ra o do EES Mas sem nunca esquecer que ele a interface da Incuba dora frente ao grupo isto sem deixar de ter em perspectiva que ele n o 60 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA o nico respons vel pelo processo daquele grupo suas a es est o definidas e amparadas por objetivos metas e resultados esperados cons tru dos pela IPEPS e essa consci ncia que deve tornar mais f cil o encaminhamento de quest es e problemas que aparecem nos grupos de modo a contribuir para sua estrutura o sem cair na urg ncia t pica do p blico atendido O simples fato de reunir pessoas com diversas forma es n o garante a uma equipe sua multidisciplinaridade Para que os diferentes olhares concorram na constru o de diagn sticos e interven es sobre um EES necess rio ter alguns espa os de gest
229. e P s gradua o em Pol tica Cient fica e Tecnol gica Seguiremos as reflex es abordadas pelo Prof Dr Renato Dagnino na disciplina de Estudos Sociais em Ci ncia Tecnologia e Sociedade e que fundamenta referenciais te ricos e conceituais para a compreens o da ci ncia e da tecnologia para que um processo denominado de Adequa o Sociot cnica possa ser desenvolvido Queremos ressaltar que as interpre ta es contidas neste texto s o de total responsabilidade nossa embora tenhamos nos orientado e embasado nas reflex es das aulas e dos textos do referido professor Professor de Sociologia da Universidade do Estado de Mato Grosso Membro do N cleo UNEMAT UNITRABALHO e do PIESES Programa Institucional de Educa o e S cio economia Solid ria Doutorando na Universidade Estadual de Campinas no Programa de Pol tica Cient fica e Tecnol gica E mail laudemirzarti 3 yahoo com br 233 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O texto est organizado em cinco partes na primeira trataremos da an lise de pol ticas e o processo de democratiza o do estado na segunda refletiremos sobre o modo de atua o da comunidade de pesquisa e as influ ncias na pol tica de ci ncia e de tecnologia problematizando a intera o entre os atores as agendas e os modelos cognitivos na terceira parte teremos como objeto de reflex o o modelo cognitivo alternativo e as mudan as na pol tica cient fica e te
230. e Servidores Efetivos lan ado pelo Programa Osasco Solid ria SDTI 2005 a equipe incorporou gestores p blicos servidores municipais oriundos de diversas secretarias PMO que participaram de um processo de forma o em economia solid ria e incuba o de empreendimentos econ micos solid rios e que atualmente atuam como t cnicos de incuba o A capacita o dos servidores efetivos em economia solid ria com a participa o em cursos semin rios e f runs e a incorpora o na implementa o da IPEPS tem como proposta a valoriza o do quadro de servidores efetivos garantir o ac mulo de experi ncias e que tais capacidades estejam instaladas no aparelho estatal para a viabiliza o da perman ncia e continuidade da pol tica p blica no Munic pio Est mulo ao Controle Social Cabe destacar que n o basta estruturar equipamentos p blicos faz se necess rio criar mecanismos e estrat gias de est mulo sua apropria o pela popula o na constru o da pol tica p blica por esta raz o que foi criado Decreto n 9 822 o Comit Gestor bem como outros espa os como as reuni es internas Comiss o de Representantes reuni es por segmento econ mico e encontros externos como semin rios eventos e f runs 69 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Refer ncias bibliogr ficas Caderno CEBRAP 5 Participa o e Conflito Industrial Contagem e Osasco 1968 S o Paulo CEBRAP s d
231. e condicionamentos t cnicos de apropria o dos meios de produ o e dos produtos do trabalho se torna estrat gico o resgate da percep o do lugar da no o de for a social produtiva Esta se configura como um conceito que articula simultaneamente a dimens o material dos meios comando e controle da atividade social no ambiente organizacional de apropria o funcionamento e uso das capacidades do trabalho vivo em meio a uma divis o de trabalho dos saberes e da informa o As formas de propriedade e a intera o das rela es t cnicas de pro du o com a sua condicionante de rela es jur dicas pol ticas e ideol gi cas ampliam a complexidade social dos fatores e media es que articulam o car ter sociot cnico dos conceitos que definem o modo de produ o o de for as produtivas e o de rela es de produ o Ambas apresentam composi o social e t cnica retroativa e insepar vel estabelecidas no marco geral das forma es de classe e dos seus modos hist ricos de estrutura o O sistema tecnol gico se relaciona com a atividade direta do trabalho e com o regime de acumula o capitalista formas primitiva 26 A rela o entre divis o do trabalho modo de produ o forma de propriedade for a produtiva associativismo comunidade e revolu o aparece com for a nas p ginas de MARX K e ENGELS F A Ideologia Alem Cr tica da nov ssima filosofia alem em seus representantes Feuerbach B Bauer e Stir
232. e de combinar com o grupo o sentido que cada ativi dade tem para que os objetivos de estrutura o do EES que eles pr prios tra aram sejam alcan ados Esclarecido o Projeto do EES passamos exposi o dos M dulos o que s o como se desdobram em atividades etc Os M dulos Referenciais s o compostos por temas de capacita o em gest o do EES e assessorias que atuam no sentido de implantar as ferramentas de gest o apresentadas no curso no dia a dia dos EES Os m dulos ministrados s o Empreendedorismo Plano de Neg cios e Viabilidade Econ mica Gest o Financeira e Elementos de Contabilidade Coletivos de Trabalho Autogest o e Economia Solid ria Formaliza o das Rela es de Trabalho e Legaliza o do EES Comercializa o e Marketing e Identidade Visual A Incubadora disponibiliza um conjunto de informa es conhecimentos e instrumentos que reconhecemos como imprescind veis estrutura o de um empreendimento econ mico solid rio Mas a articula o entre estes m dulos dada pelas necessidades que o grupo reconhece como leg timas desta maneira que mesmo conhecimentos que primeira vista parece riam muito te ricos se tornam pr ticos pois respondem a uma falta que o EES identifica em si mesmo 3 4 Espa os de experimenta o da produ o e da comercializa o Os projetos oficinas setoriais t m o objetivo de oferecer aos benefici rios atendidos nos processos de incuba
233. e de duas organiza es produtivas articuladas com a rede do movimento social da Regi o do Baixo Tocantins A ADEMPA foi criada em 1996 e tem no seu quadro de associados mais de 1 500 pessoas A COFRUTA criada em 2002 com financiamento do Banco da Amaz nia por meio do Fundo do Norte FNO uma cooperativa de produ o no formato de uma agroind stria familiar que possui 131 cooperados e atua no processamento de polpa de frutas Possui uma capacidade instalada para o processamento de 800 kg dia de polpa A origem da COFRUTA era produzir xaropes e gel ia de frutas para merenda escolar do munic pio de Abaetetuba e munic pios circunvizinhos No entanto n o conseguiu xito e passou a atuar no mercado de polpas congeladas Atualmente possui sua produ o centrada no processamento de polpa do fruto do a a Andrade et alli 2008 267 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS FASE Amaz nia ou com outras organiza es sindicais e organiza es n o governamentais que realizavam h bastante tempo a estrutura o de unidades produtivas fundamentadas no trabalho coletivo e autogestion rio Trata se de uma transi o entre as lutas sindicais da d cada de 80 forte mente marcadas pelo conte do pol tico e contestador para uma nova fase nos anos 90 que implicar na constitui o de agroind strias familiares Este processo n o foi tranquilo pois as lideran as sindicais fortaleceram sua forma o e estrat g
234. e dezembro de 2005 pela Lei n 3978 A Lei regulamenta o Programa Osasco Solid ria e prev a estrutura o de dois equipamentos p blicos a Incubadora P blica e o Centro P blico de Economia Solid ria e Constru o de Equipamentos P blicos de Refer ncia em Economia Solid ria estrutura o de equipamentos p blicos com infraestrutura adequada para a realiza o das atividades formativas reuni es 68 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA semin rios CPEPS e IPEPS e das Oficinas Setoriais por Segmento Econ mico para a realiza o das atividades laborais e de capacita o espec fica usados como instrumento pedag gico no processo de incuba o fomentando a experi ncia concreta em autogest o negocia o de valores constitui o de v nculos do grupo produ o e comercializa o Desenvolvimento e sistematiza o da Metodologia de Incuba o com o objetivo de sistematizar e publicizar as metodologias e a estrat gia de interven o traduzindo as experi ncias em aprendizagens que podem aperfei oar a gest o p blica foi desenvolvida a metodologia de Incuba o pela equipe multidisciplinar e realizada a sistematiza o do Termo de Refer ncia de Metodologia materiais did ticos e de apoio para os t cnicos de incuba o e empreendimentos incubados reunidos em 11 cadernos Mobiliza o de Servidores Municipais por meio do Edital P blico de Sele o d
235. ealidade para apreender a natu reza e a sociedade que configuram as estruturas e as rela es sociais e culturais no Brasil e na Am rica Latina Uma pol tica cient fica e tecnol gica que promova um projeto de sociedade alternativo haver de ter uma agenda de investiga o e de desenvolvimento de temas relacionados emerg ncia dos grupos sociais subalternos 5 Desafios para as Incubadoras Universit rias Partiremos do pressuposto que as incubadoras universit rias s o espa os para a experimenta o da ci ncia e da tecnologia compromissadas com a transforma o das condi es socioecon micas e pol ticas da exclus o domina o e explora o do povo brasileiro S o necessariamente formas de conhecimento e de a o que s o constru das com os grupos sociais com a participa o efetiva dos atores sociais H uma implica o e um processo de intera o da universidade portanto da comunidade de pes quisa com a sociedade com os atores sociais que est o envolvidos na cr tica e na proposi o de estruturas e de rela es sociais alternativas Por que definimos as incubadoras universit rias como espa os de expe rimenta o Ao considerarmos que n o h neutralidade e sequer determi nismo na ci ncia e na tecnologia nos colocamos no campo de compreen s o que tem como tese a afirma o de que a ci ncia e a tecnologia s o constru das s o portanto resultantes de processos de inser o social que envolve atore
236. ecnicamente e na autogest o do processo produtivo al m de possibilitar o acabamento de pe as de alta qualidade O Centro tamb m sede do quinto empreendimento solid rio em processo inicial de incuba o o Grupo Aracaju que ingressou recentemente na RICS Esses parceiros empreendimentos solid rios e entidades de apoio atra v s de suas coordena es gerais formam o Comit Gestor da RICS rg o respons vel pelo planejamento gest o opera o log stica e resultados O Comit Gestor o espa o em que s o tomadas as decis es da rede constituindo uma escola de autogest o para al m dos empreendimentos solid rios As quest es tratadas s o de natureza produtiva log stica finan ceira comunit ria e de organiza o As tens es geradas no processo da rede tendem a fluir para uma constru o coletiva qualificada no Comit Gestor como espa o apropriado coletivamente A forma o propiciada pela experi ncia vivida e sistematizada nesse espa o tem a qualidade de supe rar a experi ncia local da comunidade gerando a din mica de rede de eco nomia solid ria Este Comit discute planeja e decide todas as quest es importantes e estrat gicas para a rede bem como as trabalhadoras dos empreendimentos solid rios participam de atividades operacionais da gest o da rede como organiza o e alimenta o de planilhas de produ o e finan ceiras rela o com os clientes e outras atividades O Comit Gestor possui i
237. economia solid ria O capitalismo em seu processo de reestrutura o conseguiu impor uma desqualifica o do trabalho mas ao mesmo tempo n o conseguiu resolver a quest o da crise de valoriza o e ainda precisa do trabalho vivo que enfrenta o choque brutal da precariza o Mas o sistema precisa incluir a dimens o social do trabalho vivo na medida da necessidade de transferir e gerar valor o que requer uma margem sist mica de comando sobre o traba lho socializado nos padr es e regimes de difus o em rede ou no territ rio Os instrumentos comunicativos e conectivos podem ser utilizados para disci plinar e mobilizar o trabalho e a opini o legitimando o comando do capital mas em muitas situa es podem gerar um efeito inverso de atividade de resist ncia de classe A rede de computadores ou a telefonia celular s o fatores de mobiliza o e de luta entre din micas de controle e domina o frente a din micas de emancipa o e autonomia O que est em quest o a possibilidade de pensarmos m ltiplos cen rios de constru o de uma estrat gia onde se valorize a autonomia do trabalho Esta hip tese parte do princ pio de que todas as rela es do trabalho t m no seu centro uma modalidade de orga niza o social um modo de gest o e dire o para o uso do potencial coo perativo e socializado da for a produtiva de capacidade de cria o de riqueza e valor pelo trabalho vivo 40 A desqualifica o do trab
238. ecutores do Projeto IEPSULPA Cooperativa de Servi o e Apoio ao Desenvolvimento e Humano e Sustent vel Atior Copatior Executou o Projeto IEPSULPA nos anos de 2005 a 2007 apoiado pela Chamada P blica 2005 da RTS MCT FINEP MDS CAIXA 1 Trata se de uma reflex o iniciada na Copatior em 2002 quando seus agentes t cnicos estudavam a busca de inova o estrat gica e metodol gica a partir dos fundamentos te ricos sobre Economia Solid ria 2 Gabriel Kraychete Economia dos setores populares entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 169 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS interst cios da economia de mercado exercendo a troca de bens e servi os a partir da l gica da necessidade e da luta pela vida Mesmo submetida s regras do sistema globalizado considera se a economia de mercado como condi o exist ncia dos empreendimentos informais sustentados principalmente pelas unidades familiares assegu rando postos de trabalho e gerando alguma renda para um grande n mero de pessoas Mas o resultado final desta informalidade tem sido o baixo n vel da renda m dia que se torna inferior aos trabalhadores assalariados e as prec rias condi es de trabalho al m do desamparo social pela aus ncia das pol ticas de prote o do Estado como o fim do acesso previd ncia p blica Mas o meio de sobreviv ncia crise
239. eendimentos incubados O caminho encontrado foi a co responsabiliza o dos grupos e EES em incuba o na constru o dos cronogramas formativos O instrumento pedag gico que permite esse trabalho o Projeto do Empreendimento Econ mico Solid rio A elabora o do Projeto a primeira atividade que os grupos realizam assim que se inicia o processo de incuba o elaborando o projeto que os grupos ir o definir seus objetivos metas formas de monitoramento e avalia o dos resultados A partir dessas defini es a IPEPS tem elementos 53 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS para selecionar os m dulos e atividades que contribuem para que o grupo alcance seus resultados no curto m dio e longo prazos Al m disso por ser um eixo de atividades bastante concreto o mo mento de elaborar o projeto tamb m possibilita que a equipe aprofunde o diagn stico sobre o grupo possibilitando um olhar sobre suas necessi dades que n o obrigatoriamente estar presente nas demandas e priori dades expressas pelo grupo O Projeto do EES um material de trabalho para a equipe da Incuba dora sendo tamb m um eixo que possibilita o trabalho multidisciplinar Cada projeto exposto em reuni es de equipe e o olhar conjunto gera a proposta de um cronograma formativo Vamos tomar um exemplo suponhamos que um grupo define que em seis meses estar legalizado e ter aberto o primeiro ponto de comercia liza o pr
240. em correla o com a configura o ecol gica dos territ rios com a diversidade cultural com os h bitos e costumes com a economia O desenvolvimento cient fico e tecnol gico nestes termos end geno a partir da realidade concretamente vivida pelos grupos sociais Desta forma n o ter amos uma ci ncia geral mas tantas ci ncias quantas forem as rea lidades a serem interpretadas Esta atitude a relativiza o da ci ncia e da tecnologia de saber que estas t m determinadas caracter sticas em confor midade com as especificidades s cio hist ricas do lugar de onde feita e Do mim tico ao aut ntico avaliamos que esta uma das teses centrais do PLACTS A cr tica direcionada s pol ticas cient ficas e tecnol gicas que reproduzem o escopo te rico e metodol gico da ci ncia do norte tem 255 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS um sentido de verificar a depend ncia econ mica e tecnocient fica causado pela reprodu o a cr tica dos fundamentos da ci ncia estrangeira Por outro lado h a proposi o de uma ci ncia que esteja ligada a um projeto de desenvolvimento que gostamos de chamar de aut ntico no sentido que traduz uma radical liga o do pensamento cient fico e tecnol gico com as realidades que formam os diversos cen rios dos contextos latino americanos Isto significa deixarmos de ser copiadores para aprender ci ncia fazendo e sermos inventores mergulhando na nossa r
241. em seus espa os de atua o No entanto os 4 Idem 16 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Empreendimentos da Economia Solid ria EES por n o terem como finali dade nica o alcance de resultados financeiros tamb m relevantes incorpo ram outras vari veis e objetivos no mbito de sua atua o inclusive aqueles desconsiderados pelas empresas estabelecendo um fator de consider vel amplia o da complexidade em termos de sua sustentabilidade que passa a ser n o somente econ mica como tamb m social pol tica e de operacio naliza o de processos e t cnicas de gest o que sejam convergentes com seus princ pios de atua o A sustentabilidade no mbito dos empreendi mentos solid rios portanto relaciona se com aspectos econ micos pol ti cos sociais e de gest o democr tica do empreendimento coletivo Ainda que os empreendimentos econ micos solid rios apresentem um grande potencial emancipador alguns problemas presentes no cotidiano de muitos grupos tais como capital de giro acesso ao cr dito comercializa o tecnologia insuficiente capacita o t cnica e gerencial e forma o sociopol ti ca insufici ncia de entidades de apoio falta de padr es gerenciais adequa dos incipiente atua o em rede dificultam a sua sobreviv ncia No mapea mento realizado pela SENAES 2006 por exemplo foi identificado que 61 dos EES afirmam ter dificulda
242. empreendimentos econ micos solid rios que promovem o desenvolvimento local mas o crescimento da econo mia solid ria pressup e uma ambi ncia e um processo de desenvolvimento que promova este tipo de economia A sustentabilidade dos empreendimentos da economia popular solid ria envolve tanto quest es internas como externas aos grupos Certamente nada substitui a necessidade de os trabalhadores associados saberem tocar e gerir os seus empreendimentos Mas a sustentabilidade dos mesmos enten dida como a capacidade de ampliarem continuamente o alcance de suas pr ticas depende de condi es culturais econ micas tecnol gicas sociais 8 Ver a respeito a an lise de Coraggio 2006 sobre a sustentabilidade dos empreendimentos da economia social e solid ria Mestre em Planejamento Urbano e Regional pesquisadora da FASE e do LASTRO IPPUR UFRJ 141 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS etc imposs veis de serem alcan adas apenas atrav s do empenho dos traba lhadores associados e de suas articula es em redes e f runs A emerg ncia destas condi oes requer a es convergentes e complementares de m ltiplas institui es a exemplo das organiza es n o governamentais sindicatos igrejas institui es de ensino e pesquisa rg os governamentais etc Entendida desta forma a sustentabilidade dos empreendimentos associativos n o uma quest o t cnica ou estritamente econ mica mas essenci
243. ende a se aprimorar a cada etapa com a participa o das pessoas e insti tui es envolvidas que carregam a mem ria os conhecimentos colhidos no percurso a intelig ncia coletiva que vai se construindo e reavivam a todo o momento o sentido p blico da pol tica sua raz o de ser Por isso a import ncia de garantir canais para que esse di logo aconte a O que se evidencia a vis o de que produzir conhecimento aplic lo geri lo adequa damente e avaliar o impacto e sua distribui o na sociedade s o elementos essenciais para o bem estar e a efetividade das pol ticas sociais Com objetivo de executar o Programa Osasco Recicla Coleta Seletiva e Reciclagem da Prefeitura Municipal de Osasco sob a coordena o da 65 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Secretaria de Desenvolvimento Trabalho e Inclus o SDTI e da Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Osasco foi estabelecida parceria com a Associa o Civil Cidadania do Brasil ACCB atrav s da implanta o de diversos mecanismos t cnicos de controle de dados e gerenciais para a execu o do Programa e a melhoria das condi es ambientais e da sa de p blica do munic pio No mbito dessa parceria tamb m s o desen volvidas a es voltadas para a promo o da inclus o social e melhoria das condi es de trabalho e sa de dos catadores informais que residem e operam no munic pio O Programa prev ainda a diminui o dos
244. endo o Brasil um modelo econ mico e pol tico perif rico e dependente conforme evidencia Marini 2000 e um processo de repro du o social da depend ncia e da condi o perif rica a agenda de pesquisa liga se a atores dominantes orientados por interesses e necessidades vin culados s organiza es multinacionais e ao capital nacional que se subor dina s orienta es normativas do capitalismo globalizado Podemos aferir que neste sentido h um desligamento da agenda de pesquisa e do desen volvimento isto se levado em considera o a agenda de grupos sociais n o hegem nicos representados neste contexto reflexivo pelos movimentos sociais Se acompanharmos ainda as proposi es te ricas de Marini perce beremos que o Brasil assim como a Am rica Latina n o alcan ar um est gio pleno de desenvolvimento porque o subdesenvolvimento dos pa ses latino americanos n o para este autor um est gio do desenvolvimento mas uma condi o necess ria para a reprodu o das estruturas econ micas e pol ticas do sistema capitalista globalizado Compreendendo a 244 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O quest o desta forma fica um desafio ainda maior para os movimentos sociais e a comunidade de pesquisa engajada para a constru o de pol ticas de ci ncia e tecnologia alternativas neste quadro que compreendemos a import ncia institucional e social das incubadoras po
245. ente Os empreendimentos entretanto n o levitam num espa o imagin rio mas localizam se em determinados territ rios Em que medida estes terri t rios como palcos de determinadas rela es sociais restringem ou potencializam as condi es necess rias sustentabilidade dos empreendi mentos que neles se situam 3 Os empreendimentos solid rios em seus espa os Ainda est por ser feita uma an lise dos empreendimentos econ micos solid rios conforme os espa os nos quais se situam O mapeamento em economia solid ria revela que a maior parte dos empreendimentos envolve atividades localizadas no meio rural Em todo o Brasil o n mero de trabalha dores dos empreendimentos econ micos solid rios corresponde a cerca de 1 2 milh o de pessoas Deve se observar entretanto que este total inferior ao n mero de desempregados apenas da Regi o Metropolitana de S o Paulo Na Regi o Metropolitana de Salvador RMS por exemplo a Popula o Economicamente Ativa PEA corresponde a cerca de 1 6 milh o de pessoas Deste total 330 mil est o desempregadas Considerando como trabalho prec rio os trabalhadores por conta pr pria que n o recolhem para a Previ d ncia Social os assalariados sem carteira e os empregados n o remune rados tem se um contingente de aproximadamente 1 milh o de pessoas Conforme os dados do mapeamento a RMS possui 82 empreendimentos 136 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E
246. ente para uma h bil utiliza o de fr geis e inst veis ocasi es favor veis a rapidez de movi mentos que mudam a organiza o do espa o Certeau Op cit p 102 No campo da estrat gia existe a possibilidade de circunscrever um lugar como pr prio que serve como base a uma gest o de rela es que lhe s o externas No entanto existe tens o entre as estrat gias desen volvidas pelas institui es e seus agentes que visam impor uma paisagem e as cria es estabelecidas no mbito das rela es sociais vividas por aqueles que n o det m tal poder e que configuram as t ticas de inser o no espa o constru o alternativa do lugar As caracter sticas de organiza o coes o e reprodu o de certas confi gura es socioespaciais assumem grande import ncia enquanto elementos norteadores da inser o de grupos sociais no espa o urbano bem como na constru o de propostas alternativas ao modelo de desenvolvimento econ mico imposto cidade A pr pria defini o de espa o tamb m surge como uma quest o fundamental para a compreens o da din mica urbana Outro ponto que emerge das quest es tratadas neste estudo consiste em compreender at que ponto poss vel obter um conhecimento integral da cidade A ado o de paradigmas globais com imagens que constituem ver dadeiras met foras da vida urbana muitas vezes se fundamenta numa abor dagem do espa o apenas do ponto de vista de um sistema de co
247. ento da EPS apon tou a exist ncia de 364 748 trabalhadores s cios 21 6 do pa s em 2 085 empreendimentos solid rios 9 5 do pa s sendo o estado com a maior participa o de trabalhadores e empreendimentos embora tenham sido mapeados apenas 58 dos munic pios Ainda no mapeamento foram identificadas 5 097 ONGs no Brasil e 625 no Rio Grande do Sul caracteri zadas como entidades de apoio e fomento economia solid ria O encontro dos trabalhadores precarizados e em situa o de desem prego resultado da reestrutura o produtiva com os movimentos sociais atrav s de ONGs e entidades de apoio articulados em redes de pol ticas p blicas com governos de oposi o hegemonia neoliberal foi o que possi biltou o despontar de um novo cooperativismo de cunho n o capitalista expresso no surgimento da EPS Os movimentos sociais as ONGs os sindicatos e as entidades civis que originalmente reivindicavam frente ao Estado demandas sociais do tipo sa de educa o e moradia passaram tamb m a enfrentar as demandas econ micas de trabalho e renda Diferentes vis es t m apresentado uma opini o aproximada quanto natureza n o capitalista da economia popular e solid ria e sua perspectiva em construir uma sociedade alternativa Singer 1997 1998 2002 Singer e Souza 2000 Souza et al 2003 Gaiger 2004 Leboutte 2003 Kapron e Fialho 2002 Cattani 2003 Santos 2002 Coraggio 1997 Arruda 1998 Mance 1999 2002 A produ
248. erven o da incubadora o grupo e n o o indiv duo a Incuba o um processo de educa o em que h troca ensino e aprendizagem o trabalho de facili ta o da forma o de grupos implica em possibilitar momentos rituais que possam referenciar a experi ncia do grupo grupos que t m metas defini das em conjunto visualizam com mais clareza suas conquistas e suas limi ta es e correm menos risco de desanimar frente aos per odos de dificul dade o monitoramento e a avalia o s o instrumentos fundamentais para a viabilidade econ mica e cooperativa dos empreendimentos o processo de incuba o fruto das responsabilidades assumidas tanto pela Incubadora quanto pelo Empreendimento Os grupos passam a fazer parte do processo de incuba o de duas maneiras 1 por meio do Edital de Sele o de EES e 2 oriundos de pr incuba es realizadas pela IPEPS junto a outros programas 22 Estas tamb m s o as duas dimens es que articulam as a es de incuba o da ITCP COPPE UFRJ Para mais detalhes ver o documento Incuba o de Cooperativas Populares ITCP COPPE UFRJ Rio de Janeiro ITCP COPPE UFRJ s d 23 At novembro de 2007 foram realizados dois editais a partir dos quais ingressaram 34 grupos na Incubadora 49 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O Edital P blico de Cadastro e Sele o de EES cumpre um papel impor tante na vincula o dos grupos ao trabalho de incuba o
249. es de Estado estruturadas e sistem ticas um elemento que aproxima a ES e a TS bem como um conjunto de outras pol ticas inovadoras recente mente incorporadas na estrutura governamental De fato no caso da TS deve se reconhecer que no atual governo foram produzidos alguns avan os em rela o incorpora o das dimen s es social cultural e ambiental para al m da econ mica na formula o de pol ticas de ci ncia e tecnologia No entanto as iniciativas de ci ncia e tecnologia para a inclus o social s o ainda subsidi rias e complementares nas pol ticas p blicas A amplia o quali e quantitativa das tecnologias sociais apropriadas ES limitada sobretudo pelas atuais diretrizes e orienta es estrat gicas da pol tica cient fica e de tecnologia no Brasil Os principais programas a es e o maior volume de recursos s o direcio nados prioritariamente para o setor empresarial de m dio e grande porte Assim por exemplo o Plano Plurianual PPA 2008 2011 define como uma das suas estrat gias a eleva o da competitividade sist mica da economia especialmente com acesso inova o tecnol gica Nesse sentido o Governo Federal vem realizando esfor os cont nuos para elevar a competitividade sist mica da economia com base nas diretrizes e medidas estabelecidas pela Pol tica Industrial Tecnol gica e de Com rcio Exterior PITCE que visam ao aumento da efici ncia da estrutura produtiva ao aumento d
250. es da Associa o de Fomento Economia Solid ria o BANSOL e da Incubadora Tecnol gica de Cooperativas Populares do Centro Federal de Educa o Tecnol gica o ITCP CEFET BA Esta hist ria e toda for a que ela traduz foi decisiva para o surgimento da Superintend ncia de Economia Solid ria a SESOL que representa um marco institucional da economia solid ria na Bahia Lei 10 549 2006 3 Mensagem apresentada pelo Excelent ssimo Senhor Governador Jaques Wagner Assembl ia Legislativa do Estado na abertura da 1 Sess o Legislativa da 16 Legislatura em 15 de fevereiro de 2007 15 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Elemento central nessa estrat gia a pol tica estadual de Econo mia Solid ria Em conson ncia com a Secretaria Nacional de Econo mia Solid ria SENAES MTE do Governo Lula e seguindo exemplo de outros estados da Federa o o Governo da Bahia buscar nos pr ximos anos realizar sua Pol tica P blica de Economia Solid ria consolidando um marco legal para atender a milhares de iniciativas espalhadas pelos seus territ rios A Economia Solid ria que vem se constituindo em uma alternativa estrat gica de desenvolvimento sustent vel est fortemente presente no estado A cria o da SESOL representa mais uma frente de luta pela economia solid ria que tem por princ pio a constru o democr tica das suas estra t gias e a es Essa forma de organ
251. espa o privilegiado para a forma o e consolida o de rela es mais solid rias e afetivas entre os grupos Os espa os f sicos utilizados foram os p bli cos pra as centro sociais da prefeitura com a qual mantivemos parceria O p blico atendido era muito vari vel os catadores sempre est o mudando de local Havia alguns grupos fixos mas a maioria eram catadores isolados que perambulavam pela cidade dentre os quais muitos moradores de rua Ap s oito meses de projeto eram atendidos semanalmente a cerca de 120 catadores mas conseguimos formar grupos com somente 64 em grupos ainda informais Nesse per odo j possu amos informa es de uma parte da cadeia ou seja foram identificados os atravessadores as f bricas de reciclados e os pre os dos materiais coletados Identificamos tamb m que v rios catadores s o atravessadores compram dos catadores isolados ou eventuais por menores pre os Tentou se agrup los nesse ou em um novo grupo mas a resist ncia era grande Os catadores atravessadores temiam a perda dos ganhos pela venda coletiva s grandes empresas atravessadoras A maioria das 216 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS empresas atravessadoras coleta o res duo diretamente dos pontos de armazenamento pesa se e paga se ao grupo ou ao catador Identificamos tamb m casos em que existem v rios atravessadores antes de chegar ao destino final ou seja a compra pelas empre
252. essa uma inova o metodol gica no campo da pol ticas p blicas A SENAES vem 85 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS experimentando novas formas participativas de formula o e execu o de pol ticas p blicas Na implanta o de uma pol tica p blica de ES exige se uma nova arquitetura na intera o entre Estado sociedade civil organizada e trabalhadores diretamente envolvidos com essa nova forma de produ o O xito da SENAES exige que sua equipe crie outra tecnologia de gest o da pol tica p blica atendendo a dois requisitos fundamentais supera o da condi o das pol ticas verticais e fechadas em si mesmas pela propositura de canais permanentes de comunica o com os trabalhadores com quem se relaciona e define seu modus operandi constru o de ferramentas de gest o capazes de possibilitar parce rias diversas e em planos diferentes Singer e Kruppa 2004 p 93 Finalmente deve se ressaltar que a SENAES incorporou no Programa Economia Solid ria em Desenvolvimento PPA 2008 2011 uma nova a o de Desenvolvimento e Dissemina o de Conhecimentos e Tecnologias Sociais Apropriadas Economia Solid ria incluindo o incentivo ao desen volvimento e dissemina o de inova es tecnol gicas sociais que se revelem apropriadas s demandas dos empreendimentos econ micos solid rios Al m disso o Minist rio de Ci ncia e Tecnologia prop s uma a o de Fomento Ci
253. essos t picos interagem nas a es por meio do projeto e da consci ncia dos sujeitos coletivos que forjam seu saber suas organiza es e suas pol ticas ao mesmo tempo em que formam seu bloco social alian as e t cnico mobiliza o de quadros e saberes Na constru o de uma for a social ativa cooperativa e cognitiva ser que poss vel o precariado se articular com as din micas de nova inteli g ncia coletiva do trabalho e definir um potencial de constru o de uma for a social A mobiliza o democr tica pode se articular com a mobiliza o produtiva nas redes nos territ rios A autogest o e o cooperativismo sup em uma rela o estrat gica de tipo novo em termos de pol ticas e de 309 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS mobiliza o de conhecimentos Situada historicamente a cria o de asso cia es de produtores surge como alternativa em momentos de crise das rela es capitalistas de produ o O trabalho social com seu poder de coopera o o mecanismo social b sico de gera o de valor que est contido na forma de uso alienada que vem sendo subsumido ao comando e controle da burguesia em toda a hist ria do capitalismo N s vivemos um momento em que existe a possibi lidade de emancipa o dos trabalhadores e do seu poder social de coope ra o produtiva A constru o de uma via para o modo de produ o coo perativo ou associado est posta pelo projeto de
254. est o tecnologias e microcr dito A id ia de incubadora de EES bastante nova para o p blico que vem sendo atendido e por isso numa das reuni es com os empreendimentos um membro de um dos grupos comentou estou muito feliz de estar aqui participando da estufa Todo mundo caiu na gargalhada Mas o fato que talvez a estufa seja mesmo uma imagem mais adequada para pensar mos sobre o papel de uma Incubadora de Empreendimentos EES Na Incubadora os EES recebem apoio Mas esse apoio n o total e irrestrito a responsabilidade compartilhada A Incubadora entra com a gua a terra mais rica em adubo a prote o contra as dificuldades de um pequeno neg cio em especial no que se refere gest o financeira e da produ o Mas cabe planta isto ao empreendimento a tarefa de apro veitar todo esse cuidado para se desenvolver o m ximo poss vel No caso da Incubadora de Empreendimentos Populares e Solid rios de Osasco o apoio consiste tanto na assessoria direta aos grupos empre endimentos econ micos solid rios quanto na qualifica o dos indiv duos que comp em esses grupos empreendimentos por meio de atividades de forma o socioeducativas capacita es oficinas e cursos para a gest o do empreendimento Al m dos cursos e assessorias desenvolvidos junto aos grupos a Incubadora tamb m procura estimular experi ncias de pro du o e comercializa o mais coletivas possibilitando que os empreendi
255. estabelecimento de v nculos de grupo 56 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA possibilitar a gera o de trabalho e renda por meio da comercializa o dos produtos e ou servi os desenvolver atividades que fortale am os v nculos de grupo possibilitando a experi ncia de trabalhos conjuntos negocia o de valores e constitui o de espa os democr ticos de gest o dar visi bilidade para os grupos criando oportunidade para novas articula es e espa os de comercializa o As oficinas t m constru do a metodologia conforme sua especificidade As oficinas e projetos setoriais j implantados s o 1 Oficina Setorial Con fec o Costura para os empreendimentos envolvidos em atividades de costura e confec o 2 Oficina Setorial de Alimenta o P o Sol locali zada no espa o Vila Mazzei e Caf Oficina no Centro P blico de Economia Popular e Solid ria para empreendimentos da rea de alimenta o em geral e panifica o 3 Loja Oficina no Centro P blico de Economia Popular e Solid ria para empreendimentos ligados aos segmentos de artesanato e t xtil 4 Centrais de Triagem para empreendimentos de coleta seletiva e reciclagem 5 Hortas para os empreendimentos de agricultura urbana 6 Feira M vel Solid ria para a comercializa o de produtos hortifrut colas e produtos beneficiados produzidos pela rede dos empreendimentos do segmento da alimenta o As
256. etrizes e prioridades A Economia Solid ria no Brasil est avan ando na sua organiza o pol tica constituindo f runs e redes tendo em vista a necessidade de ultrapassar a dimens o de iniciativas isoladas e fragmentadas Essas articula es ganha ram impulso no final da d cada de 1990 e se consolidaram com a cria o do Grupo de Trabalho Brasileiro de Economia Solid ria em 2001 e 2002 durante os F runs Sociais Mundiais Em 2002 foi realizada a Primeira Plen ria Nacional de Economia Solid ria com a elabora o de uma Plata forma Nacional de Economia Solid ria No ano seguinte foi realizada a Terceira Plen ria Nacional de Economia Solid ria criando o F rum Brasileiro de Economia Solid ria Nesse per odo tamb m foram fortalecidas redes ligas e uni es de EES e novas organiza es de abrang ncia nacional foram criadas a exemplo da Uni o das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solid ria UNICAFES e da Uni o e Solidariedade de Cooperati vas e Empreendimentos de Economia Social UNISOL Todo esse processo tem resultado em ac mulos significativos de debates interc mbios e cons tru o coletiva de proposi es que orientam as mobiliza es dos sujeitos 78 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS da Economia Solid ria no Brasil Empreendimentos Econ micos Solid rios Entidades de Apoio Assessoria e Fomento e Rede de Gestores Governa mentais de Pol ticas P blicas de ES
257. evando as a uma situa o de acomo da o e crescimento vegetativo Essa situa o pode inviabilizar a possi bilidade de transformar os empreendimentos solid rios em unidades pro dutivas competitivas capazes de alcan ar n veis de efici ncia na produ o e distribui o de mercadorias compar veis aos da economia capitalista e de outros modos de produ o mediante o apoio de servi os financeiros e tecnol gicos solid rios As redes de economia solid ria devem disputar os mercados de consumo de massas pelas estrat gias de mercados social mente orientados e mercados abertos 6 De projeto de incuba o a empreendimento sustent vel garantir a comercializa o Ap s o in cio de um projeto de produ o da economia popular solid ria o desafio posto sua consolida o enquanto empreendimento No ano de 2008 a iniciativa de forma o da ONG Guay contava com pessoas com experi ncias em pol ticas p blicas de apoio economia solid ria tanto em mbito municipal quanto estadual Tamb m traziam o conhecimento da realidade da popula o desempregada ou subempregada da periferia da grande Porto Alegre A proposta de constituir um trabalho de apoio forma o de empreendimentos de produ o e gera o de renda autogestion rios foi animada pelo p blico a ser apoiado e por alguns pressupostos sobre bases t cnicas que deveriam orientar sua sustentabilidade econ mica O primeiro pressuposto foi de garantir uma conti
258. eviv ncia da popula o pobre e livre na cidade O estabelecimento das primeiras ind s trias ocorre a partir da segunda metade do s culo XIX o que possibilitou a uma minoria um contrato regular de trabalho O Rio n o industrializado foi o espa o dos ambulantes dos empa lhadores dos Ilustradores dos reparadores de eletrodom sticos dos trapeiros e de tudo aquilo que Jo o do Rio chama de profiss es ignoradas da hist ria As ruas foram oficinas A pobreza dividiu a rua em lotes explor veis Hoje h a compra e venda de ponto por flanelinhas e vendedores ambulantes Lessa 2000 p 161 O processo de industrializa o e de institucionaliza o de benef cios sociais por parte do Estado garantiu a uma parcela da popula o certo grau de seguran a social Nesta nova conjuntura leituras acerca do trabalho informal dirigiam se s possibilidades ou n o de inclus o deste segmento 156 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS ao trabalho regulamentado Neste cen rio se inscreve a Teoria da Margina lidade em seus v nculos com a Teoria da Depend ncia A partir das mudan as atuais na organiza o industrial e nas rela es de trabalho as leituras sobre o setor informal passaram a enfocar princi palmente os processos de desregulamenta o do trabalho pelo Estado Robert Castel 1998 utiliza o termo desfiliados para se referir aos trabalha dores sem direi
259. executada pela FASE As reflex es estruturadas nos quatro eixos apresentados acima est o historicamente relacionadas ao ciclo de a es da Secretaria Nacional de Economia Solid ria SENAES ligada ao Minist rio do Trabalho e Emprego MTE no que diz respeito ao papel operacional e anal tico dado pela base do cadastro ou sistema que se constitui no Atlas da Economia Solid ria No seu conjunto este livro tamb m est ancorado no reconhecimento por parte da RTS de que a incuba o de cooperativas populares empre endimentos e redes de economia solid ria uma tecnologia social de mobi liza o produtiva O Mapeamento Nacional dos Empreendimentos de Economia Solid ria o resultado de uma mobiliza o que identificou na base social e organizacional real do tecido da economia popular as especificidades dessas organiza es As an lises aqui apresentadas se servem e dialogam com o perfil dos segmen tos sociais cadastrados no banco de dados do mapeamento Os enfoques estrat gicos dos projetos e an lises sobre a incuba o s o orientados pelos perfis ali estabelecidos procurando desenvolver e transmitir saberes conheci mentos e aplica es concretas na organiza o dos grupos populares voltados para uma outra via em termos de rela es de produ o Os segmentos sociais envolvidos nas experi ncias de incuba o possuem meios prec rios para a sustentabilidade de suas organiza es produtivas mas s o fortes em suas
260. experi ncias de luta pela sobreviv ncia As asses sorias e forma es dirigidas aos circuitos e redes de economia solid ria partem das conex es estabelecidas nas atividades produtivas informais e nas unidades dom sticas dos grupos de produtores e produtoras A emerg ncia do trabalho associado organizado em empreendimentos solid rios fortalece as op es as pr ticas de resist ncia social e pol tica no terreno produtivo desenvolvidas por uma parte do povo trabalhador que assim chamada a TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS protagonizar a transi o para um outro modo de produ o Os riscos dessa convoca o e tentativa de constru o de sa das de inclus o produtiva s o evidentes Os problemas de escala complexidade recursos e ambiente institucional s o elencados ao longo dos artigos mas no debate sobre a gest o p blica o marco jur dico os fundos e as pol ticas que observamos um salto na reflex o sobre a incuba o iniciada com a implanta o do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Proninc da SENAES MTE Os avan os na experimenta o das metodologias de incuba o e nas pol ticas de economia solid ria abrem um cap tulo novo na hist ria do coo perativismo popular O enfoque na autogest o e na autonomia das classes populares os compromissos tico pol ticos com as dimens es de aprendi zagem e a pr xis de uma cidadania plena fundada nos direitos j come am
261. fetividade de tais pol ticas como se dev ssemos afirmar que tais pol ticas n o se constroem ou podem ser imple mentadas prescindindo de um tal n vel de articula o As raz es 102 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA devem se pr pria novidade do tema relacionado ao fato dele representar uma emana o direta da sociedade civil e dos meios populares Fran a Filho 2005 p 32 S o as organiza es da sociedade civil as entidades de apoio e fomento e de organiza o dos trabalhadores e trabalhadoras da Economia Solid ria que acumularam conhecimento e experi ncia e que vivenciam os limites e se prop em a enfrentar os desafios em intera o com o poder p blico na implementa o da Pol tica P blica de Economia Solid ria Em um territ rio h diferentes segmentos que podem dar for a e visibi lidade Economia Solid ria ligados a organiza es comunit rias religiosas prestadoras de servi os entre outras 3 Pol tica propositiva de processos de organiza o e desenvolvimento Considerando o p blico alvo desta pol tica p blica cujos processos organizativos locais est o fragilizados em decorr ncia de todo contexto hist rico vivenciado o que resulta na dispers o desmobiliza o subalter nidade entre outros esta pol tica tem o intuito de estimular o processo de auto organiza o coletiva para a busca da constru o de processos mai
262. fico em conheci mento tecnol gico A aplica o da ci ncia neste caso n o um problema para o cientista mas um problema para a pol tica ou para aqueles que decidem os rumos que o conhecimento toma O sujeito dominante na propo si o e na tomada de decis o em conformidade com esta racionalidade a comunidade de pesquisa porque ao considerar que s o os cientistas os conhecedores da ci ncia tornam se eles da mesma forma os tomadores de decis o para a defini o da PCT A segunda vertente de interpreta o definida como determinismo tecnol gico Esta tem como fundamento a matriz te rica que se origina do marxismo ortodoxo Avalia que os avan os da C amp T ir o promover o pro gresso das for as produtivas e estas gerar o as condi es necess rias para a implanta o do socialismo A ci ncia e a tecnologia produzidas no capitalismo poder o ser transpostas para o modo de produ o socialista e passar o de for a motriz dominadora dos trabalhadores para uma for a capaz de libertar os trabalhadores de rela es de trabalho de explora o H uma demonstra o linear de efici ncia da tecnologia que se transp e do reino da necessidade para o reino da liberdade Os atores dominan tes neste modelo cognitivo continuam sendo os cientistas porque a capa cidade intelectual inerente ao sistema organizado da C amp T os levar pro du o da tecnologia necess ria para a supera o do capitalismo A C
263. fun o de fomentar e incubar a consti tui o e funcionamento de redes mas a gest o ser de responsabilidade daqueles que fazem parte de cada rede tendo em vista caracter sticas como descentraliza o gest o participativa coordena o e regionaliza o que visam assegurar a autodetermina o e a autogest o de cada organiza o e da rede como um todo A articula o de redes representa uma estrat gia de integra o entre empreendimentos econ micos solid rios de produ o comercializa o financiamento consumidores e outras organiza es populares em um movimento de realimenta o e crescimento conjunto 35 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS sustent vel Mance 2003 O objetivo b sico da rede remontar de maneira solid ria as cadeias produtivas integrando produtores de diversas etapas do processo produtivo de mat rias primas insumos produtos finais servi os etc corrigindo fluxos de valores nos produtos t picos do mercado capitalista evitando por exemplo a atua o dos atravessado res gerando novos postos de trabalho e distribuindo renda com a or ganiza o de novos empreendimentos para satisfazer s demandas gera das pela pr pria rede agregando valor produ o e estimulando o fortale cimento de cada empreendimento e da rede como um todo Ressalte se que at que seja efetuada a instala o das demais incuba doras apoiadas pelo governo do Estado d
264. funcionam como sistemas abertos cibern ticos e adaptativos As mudan as paradigm ticas j est o em curso no modo capitalista de lidar com a crise do mundo do trabalho como parte de uma crise mais geral no sistema mundo moderno ligada a um novo est gio da mundializa o integrada pelas redes de produ o informa o comunica o transportes e finan as A estrutura de distribui o e comando 30 Para uma reflex o que resgata criticamente os temas aqui abordados combinando reflex o te rica e pesquisa em empresas sob controle dos trabalhadores f bricas recuperadas e ou sob controle no Brasil Argentina e Uruguai vide NOVAES Henrique O fetiche da tecnologia a experi ncia das f bricas recuperadas S o Paulo Express o Popular 2007 O trabalho de Henrique Novaes dentro do campo de estudos sobre Ci ncia Tecnologia e Sociedade CTS consegue dar consist ncia para a abordagem da adequa o sociot cnica AST tanto no plano da qualifica o das a es no dom nio dos processos e circuitos produtivos e de circula o quanto para a formula o de um eixo orientador de pol ticas p blicas na intera o entre economia solid ria e a es tecnol gicas aplicadas Ou seja na liga o entre os produtores associados e suas organiza es apoiadas por diretrizes de C amp T que adotem uma virada no paradigma cognitivo Envolvendo nesse recorte de tecnologia social a comunidade cient fica e os agentes p blicos de fomento
265. g stica em um padr o de sustentabilidade A implanta o da rede inicia se com um empreendimento de corte e tr s de costura Hoje contamos com dois empreendimentos de corte e 201 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS costura dois de costura um novo empreendimento em forma o e um empreendimento com mulheres oriundas do regime prisional semiaberto est sendo projetado Inicialmente eram grupos informais hoje s o microem presas solid rias formalizadas Os grupos come aram sem capitais e fundos e hoje s o propriet rios das m quinas e equipamentos j constitu ram fundos para investimentos e para abono natalino e f rias Ap s tr s anos de rede j pr tica os empreendimentos financiarem reformas e investi mentos para melhorar as moradias de seus s cios propriet rios A rede possui um fundo coletivo que segundo decis o coletiva no comit gestor j financiou capital de giro para novos neg cios m quina de costura para o grupo Liberdade compensa o de remunera es e compra de microcom putadores para todos os empreendimentos No primeiro ano de funcionamento da RICS durante o processo de sua implanta o a rede recebeu apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos FINEP via sele o por edital para Incuba o de Empreendi mentos Solid rios Esta parceria foi estrat gica para sua consolida o e fortalecimento Possibilitou a amplia o da equipe t cnica
266. gia surgida no mago de resist ncias e lutas sociais contra o desemprego e a pobreza composta por atividades socioecon micas cujo primado do trabalho sobre o capital de car ter associativo e autogestion rio que tem garantido a reprodu o da vida de trabalhadores e trabalhadoras e que pode promover a inclus o social e o desenvolvimento econ mico social e cultural com maior susten tabilidade equidade e democratiza o Trata se nesse sentido da perspectiva de uma outra economia com an lise cr tica ao contexto hist rico vivido e com proposi o transforma dora pois sua pr tica est alicer ada numa atividade econ mica com exerc cio autogestion rio cooperativo e solid rio que busca contemplar todas as dimens es sociais voltada produ o de bens e servi os neces s rios vida e realiza o das pessoas 94 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA A Economia Solid ria coloca se no campo de um paradigma de desen volvimento que seja inclusivo distributivo democr tico acess vel sociali zado e sustent vel Denominamos esse desenvolvimento de Desenvolvi mento Solid rio O Desenvolvimento Solid rio deve respeitar alguns aspectos como a garantia de acesso de todas as pessoas aos bens e servi os o respeito ao meio ambiente o exerc cio de novas rela es com foco na solidariedade O Programa Economia Solid ria em Desenvolvimento da Secretaria Na
267. gias de planejamento centradas em processos de elabora o de planos que orientam as a es para a moder niza o do Brasil Pela caracter stica do Estado militar o planejamento foi centralizado nos rg os de Estado e nos t cnicos considerados como os conhecedores dos procedimentos de planejamento e portanto os nicos que possuem a racionalidade adequada para bem julgar e esco lher o que deve ser feito nas pol ticas p blicas O Estado autorit rio um Estado politicamente fechado e que usa da for a f sica coercitiva para pro mover a repress o al m da coer o psicoafetiva contra seus oponentes Os oponentes intelectuais s o considerados como irracionais ou como 237 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS inimigos da na o portanto n o queridos para viver no mesmo espa o dos gestores do Estado autorit rio Os instrumentos de confec o dos planos de a o dos governos autorit rios s o pe as que determinam as atividades dos planejadores e dos que recebem as pol ticas como instrumentos infal veis feitas racionalmente para conduzir as atitudes procedimentais para a adequa o aos objetivos maiores do Estado N o h portanto a possibi lidade de participantes outros a n o ser os t cnicos para poder modificar os rumos e as a es do Estado H somente a possibilidade da legitima o dos objetivos das metas e dos m todos pr estabelecidos O que tentamos demonstrar com estas t
268. go de trabalho emprego e renda est o dispon veis no site http Avww mte gov br imo default asp RIBEIRO A C T Rela es sociedade Estado elementos do paradigma administrativo in Cadernos IPPUR Rio de Janeiro IPPUR UFRJ ano XII N 2 ago dez 1998 P 107 125 Metr poles e presentifica o imagin rio necess rio In SILVA C A da FREIRE D G amp OLIVEIRA F J G de Metr pole governo sociedade e territ rio Rio de Janeiro DP amp A 2006 p 469 483 RIBEIRO A C T SILVA C A da e SILVA R C Muta es no trabalho na periferia capitalista Texto apresentado por ocasi o do VI Encontro da Associa o das Universidades de L ngua Portuguesa na Mesa Tem tica Ci ncia Tecnologia como determinantes dos processos de desenvolvimento mimeo Rio de Janeiro UFRJ 1997 SANTOS M Urbaniza o Brasileira S Paulo Hucitec 1998 T cnica espa o tempo globaliza o e meio t cnico cient fico informacional S o Paulo Hucitec 1994 A natureza do espa o t cnica e tempo raz o e emo o S o Paulo Hucitec 1996 SILVA C A da Qualifica o profissional na constru o do Brasil urbano moderno seculariza o e sociedade moderniza o e espa o Orientadora J lia Ad o Bernardes Coorientadora Ana Clara Torres Ribeiro Rio de Janeiro PPGG UFRJ 2002 Tese Doutorado Espa o t cnica e saber labirintos da qualifica o do trabalho In CASTRO In et al orgs Redes
269. ho Antunes 1997 a reorganiza o da economia Giannotti 1984 Lipietz 1986 Silva 1999 e investimentos em pol ticas p blicas de trabalho emprego e renda Concretamente o espa o metropolitano condensa muta es no mundo do trabalho novos objetos linguagens e formas de administra o da produ o da distribui o e do consumo que requerem altera es na qualifica o profissional que somam mudan as em procedimentos t cnicos e mudan as na subjetividade do trabalhador condicionadas pela vari vel articula o entre sistemas t cnicos e sistemas de a es Santos 1996 Essa articula o permite reconhecer a metr pole como totalidade em movimento que altera o sentido da qualifica o do trabalho e do saber profissional Esta totalidade incorpora o ambiente do trabalho formal e o setor informal da economia urbana em sistemas t cnicos que alteram o espa o transformando o cada vez mais em meio t cnico cient fico infor macional conforme ensina Santos 1994 Este meio imp e novas pr ticas sociais e o reajuste de velhas pr ticas consolidando formas de agir expres sivas da moderniza o da cultura e do ambiente constru do Traz em acr s cimo novas exig ncias at mesmo para o trabalho informal Nesta dire o cabe lembrar que esse meio multiplica os objetos e seus res duos modifi cando a composi o e a natureza do trabalho informal catadores ambu lantes trabalhadores em servi os de transporte e a
270. i es sociais de exclus o social ou mais efetivamente de transforma o da cultura formadora das rela es sociais capitalistas e do Estado autorit rio Neste sentido podemos aferir que o cientista na condi o de analista n o permanece distante da realidade vivida a fotografa com olhar curioso e a retrata sem perceb la na sua rudeza existencial No dizer de Ham e Hill 1993 p 18 a An lise de Pol tica ao mesmo tempo descritiva explicativa e prescritiva trabalhando com a perspectiva da resolu o de problemas sociais Ao negar a neutralidade a teoria da An lise de Pol ticas nos traz um desafio intelectual bastante significativo em termos metodol gicos vale dizer passaremos das an lises descritivas para as an lises normativas portanto de aceita o de que as rela es humanas por conseguinte as ci ncias s o guiadas por valores Se nos processos de planejamento e de an lise das pol ticas p blicas relativas ao modelo de Estado que acima descrevemos podemos aceitar o t cnico planejador distante de outros atores sociais o planejador e o analista do campo da An lise de Pol ticas torna se um ator ativo nas rela es de poder e participante dos processos p blicos de discuss o elabora o implementa o e avalia o das pol ticas p blicas Neste sentido a teoria nos mostra a viabilidade de an lise com prometida com processos societais e cognitivos que s o provocadores de conflitos ideol gicos e cien
271. i S o Paulo Abril Cultural Os pensadores 1983 1912 FOUCAULT Michel Microf sica do poder Rio de Janeiro Edi es Graal 1986 Vigiar e punir Petr polis Editora Vozes 1997 GOTTDINER Mark A produ o social do espa o urbano S o Paulo Unesp 1998 HABERMAS Juergen A nova Intranspar ncia A crise do Estado de Bem Estar Social e o esgotamento das energias ut picas Novos Estudos Cebrap n 18 setembro 1987 NFORMALIDADE e cidadania Empreendimentos informais no Rio de Janeiro Rio de Janeiro IBASE 1997 LEF BVRE Henri A vida cotidiana no mundo moderno S o Paulo tica 1991 LESSA Carlos O Rio de todos os Brasis S o Paulo Editora Record 2000 MARX Karl O capital cr tica da economia pol tica Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira Livro 1 V 2 1998 1867 MELLO Jo o Manuel Cardoso de O capitalismo tardio S o Paulo Brasiliense 1986 MORIN Edgar Ci ncia com consci ncia Rio de Janeiro Bertrand Brasil 1999 MOTTA Lia A apropria o do patrim nio urbano do est tico estil stico nacional ao consumo visual e global In ARANTES Ant nio org O espa o da diferen a S o Paulo Papirus 2000 NASCIMENTO Cl udio Socialismo autogestion rio In CATTANI Ant nio David org A outra economia Porto Alegre Veraz Editores 2008 PINHEIRO Di genes et all Segundo Relat rio parcial da an lise da segunda fase do Censo Mar 2000 Ceasm mimeo RIBEIRO Ana Cla
272. i ncia e da tecnologia Para a consolida o da pertin ncia da ci ncia h a necessidade de avan ar para a configura o de coletivos h bridos para a co produ o do conhecimento necess rio tomada de decis o acerca de quest es relativas ao campo cient fico e tecnol gico p 17 Interpretamos o coletivo h brido como um desenho institucional que aproxima atores para a elabora o de pol ticas e de a es que prop e a ci ncia e a tecnologia feita em processos interacionais de aprendizagens Nesta dire o a produ o e os significados da ci ncia e da tecnologia s o feitos coletivamente Propomos ainda a necessidade da supera o da id ia dominante de avalia o da pol tica de ci ncia e tecnologia medida pela quantidade de artigos publicados em revistas internacionais atitude cienciometrista con forme argumenta Velho no seu artigo publicado na revista Nueva Sociedad sem levar em considera o as implica es da ci ncia e da tecnologia nos contextos sociais onde ocorre a produ o e a socializa o do conhecimento Consideramos que uma mudan a neste caso fundamental A avalia o quantitativista no sentido restrito deve ser substitu da por um processo de avalia o que considere a qualidade social do sistema de ci ncia e tecnologia ou das respostas que o sistema de ci ncia e tecnologia consegue gerar para os problemas efetivos dos diferentes e diversos grupos sociais A pertin ncia da pesquisa t
273. ia In Socioeconomia Solid ria Construindo a Democracia Econ mica Rio de Janeiro PACS agosto 2000 Socioeconomia Solid ria In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2008 Trabalho Emancipado In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2008 BAVA Silvio Caccia Tecnologia Social e Desenvolvimento Local In Tecnologia Social Uma estrat gia para o Desenvolvimento Funda o Banco do Brasil Rio de Janeiro 2004 BERTUCCI Ademar Caso de Pol cia e Filantropia ou de Direito e Desenvolvimento Novembro de 2003 mimeo CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2008 COCCO Giuseppe Trabalho e Cidadania Produ o e Direitos na Era da Globaliza o S o Paulo Cortez Editora 2 edi o 2001 108 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA CORAGGIO Jos Luis Economia do Trabalho In CATTANI Antonio David org A Outra Economia Porto Alegre Rio Grande do Sul Veraz Editores 2003 CORTIZO Maria Del Carmen e OLIVEIRA Adriana Lucinda A Economia solid ria como espa o de politiza o In Servi o Social e Sociedade n 80 S o Paulo Cortez Editora novembro 2004 DUPAS Gilberto Economia Global e Exclus o Social Pobreza Emprego Estado e o Futuro do Capitalismo S o Paulo E
274. ia popular e solid ria do munic pio de Osasco Como n o poderia deixar de ser o marco legal nasce de debates e reflex es espec ficas do munic pio de Osasco mas tamb m fruto das discuss es de pol ticas p blicas de economia solid ria aprofundadas em programas que ao longo dos ltimos anos v m sendo executados em outros munic pios e estados Merece salientar a import ncia da Rede de Gestores de Pol ticas P blicas de Economia Solid ria na constru o em n vel nacional das Pol ticas P blicas de Economia Popular e Solid ria A Rede configura se como uma articula o de gestores e gestoras de governos municipais e estaduais criada para proporcionar a interlocu o intera o sistematiza o e proposi o de pol ticas p blicas governamentais al m de realizar projetos comuns para o fomento e o desenvolvimento da economia popular solid ria 19 O Programa Osasco Solid ria foi institu do pela Lei n 3978 de 27 de dezembro de 2005 44 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Assim foram constru dos os objetivos da Pol tica de Fomento Econo mia Popular e Solid ria de Osasco dentre os quais destacamos contribuir para a erradica o da pobreza e da marginaliza o reduzindo as desigualdades sociais no Munic pio de Osasco contri buir para o acesso dos cidad os ao trabalho e renda como condi o essencial para a inclus o e mobilidade socia
275. ias de organiza o produtiva e reprodutiva Esses aspectos implicam na exist ncia de uma disputa na sociedade para a reorienta o das trajet rias de organiza o de processo e de cria o de produtos visando a uma nova forma social de organiza o do trabalho e de apro pria o dos seus frutos 37 A adequa o sociot cnica AST tribut ria da teoria cr tica e do construtivismo valorizando a dimens o processual orientada por uma vis o ideol gica e tendo em conta novos elementos operacionais que superam os limites do movimento e da no o de tecnologia apropriada TA Para DAGNINO 2008 o conceito de AST implica na defini o da tecnologia como processo social na cria o de um substrato cognitivo tecnol gico que incorpore atividades de fora do circuito formal da economia O conceito implica na perspectiva de uma estrat gia de aprendizado de tropicaliza o etc Na p gina 257 sintetizada a defini o de AST Nesse sentido a AST pode ser entendida como um processo que busca promover uma adequa o do conhecimento cient fico e tecnol gico esteja ele j incorporado em equipamentos insumos e formas de organiza o da produ o ou ainda em forma intang vel e mesmo t cita n o apenas aos requisitos e finalidades de car ter t cnico econ mico como at agora tem sido usual mas ao conjunto de aspectos de natureza socioecon mica e ambiental que constituem a rela o ci ncia tecnologia e sociedade e que
276. ias organizativas na constitui o de uma identidade pol tica para os trabalhadores e trabalhadoras rurais No entanto a luta pol tica envereda pela reivindica o por cr dito assist ncia t cnica e melhorias de condi es de vida no campo Isso exigiria a introdu o de processos produtivos muito al m da unidade produtiva familiar rural Nesse nterim a Incubadora munida de um diagn stico b sico sobre a evolu o do cooperativismo no Estado do Par e sua configura o con tempor nea passou a desenvolver a extens o universit ria de incuba o de empreendimentos solid rios no campo e na cidade Um fator prepon derante foi a constitui o do governo da Frente Popular que favoreceu a articula o institucional da Universidade Federal do Par com a Prefeitura Municipal de Bel m Isto porque nas diversas atividades de forma o pro fissional oferecida pela Secretaria Municipal de Economia SECON e pelo Banco do Povo aos participantes de cooperativas populares surgiam reivin dica es por assessoria no mbito da gest o e organiza o social o que proporcionou v rias situa es importantes abriu espa o para a estru tura o de um campo de est gio acad mico possibilitou aos empreendi mentos o acesso ao conhecimento sistematizado sobre economia solid ria e cooperativismo criou um campo de forma o t cnica para os servidores da prefeitura de Bel m que atuavam na pol tica de gera o de trabalho e
277. ica do trabalho Coraggio 2003 H uma quest o paradoxal no contexto desse movimento no interior das universidades brasileiras Diz respeito pol tica acad mica fomentada com o aux lio de rg os nacionais visando estrutura o de incubadoras de base tecnol gicas as famosas incubadoras de empresas Um modelo voltado para pequenos empreendimentos individuais em que as universi dades e outras institui es concentram conhecimento t cnico cient fico para fortalecer projetos de baixa capilaridade social Portanto necess rio compreender a inova o institucional representada pelas incubadoras uni versit rias de empreendimentos econ micos solid rios como uma inova o de P amp D Afirma se categoricamente o impacto direto no processo produtivo com forte car ter de desenvolvimento local e desenvolvimento socioeco n mico baseado na inser o socioprodutivo cultural de sujeitos que at ent o n o possu am nenhum tipo de renda mais permanente eram desem pregados as viviam em lix es eram considerados um problema social para suas comunidade e localidades H um debate no sentido de caracterizar a incuba o de empreendi mentos solid rios como uma tecnologia social Contudo algumas refer n cias ao conceito de tecnologia social a colocam no campo de baixa intensi dade simplicidade voltada para os pobres algo que pode ser reaplicado com baixo custo Bem essa concep o pode ser utilizada mas n o de m
278. ica repensar o desen volvimento econ mico e tecnol gico n o como fins mas como meios de promover o desenvolvimento humano e social em todas as suas dimens es CONAES n 15 Enquanto uma pol tica de Estado para o desenvolvi mento sustent vel de toda a sociedade I CONAES n 50 a Economia 75 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Solid ria demanda a es transversais e parcerias em v rias reas de atua o inclusive na ci ncia e tecnologia com a finalidade de criar um contexto de emancipa o social e sustentabilidade do desenvolvimento Nesta medida um dos objetivos da pol tica p blica democratizar e promover o acesso da Economia Solid ria aos fundos p blicos e aos instrumentos de fomento cr dito forma o pesquisa assist ncia t cnica assessoria mecanismos de certifica o comercializa o etc aos meios de produ o e s tecnologias sociais necess rias ao seu desenvolvimento I CONAES n 53 A Confer ncia sugere as seguintes a es para fortalecer e articular as iniciativas de pesquisa e de tecnologias sociais apropriadas Economia Solid ria CONAES n 86 e Apoio ao desenvolvimento da pesquisa e extens o nas Universidades Escolas T cnicas Servi os de Assist ncia T cnica e Extens o Rural Institutos e Centros de Pesquisa para a produ o e dissemina o de tecnologias apropriadas Economia Solid ria e Amplia o do financiame
279. icando sua incid ncia por munic pio as caracter sticas desses empreendimentos o seu local de funcionamento o tipo de atividade e as formas de organiza o A leitura dos mapas apresentados a seguir visa contribuir na compreen s o da import ncia do territ rio para pesquisas dedicadas economia solid ria e tecnologia social Como o Mapa 1 permite observar elevada a presen a de trabalha dores informais em todos os munic pios metropolitanos Mesmo na cidade do Rio de Janeiro que concentra a popula o da regi o metropolitana e as atividades econ micas que garantem postos de trabalho diversificados elevada e complexa a presen a de trabalhadores informais o mesmo ocorrendo nos munic pios de Duque de Caxias S o Gon alo e Nova Igua u munic pios populosos com importante participa o no PIB fluminense e economias diversificadas Dentre os trabalhadores informais destacam se os ambulantes os catadores de materiais recicl veis os pescadores artesanais as costureiras os trabalhadores em transportes alternativos Por falta de uma pesquisa mais aprofundada para a compreens o da estrutura e da din mica desse mercado torna se dif cil uma an lise em profundidade desta informa o No entanto imposs vel desconhecer a import ncia de uma an lise deste tipo para a compreens o dos desafios enfrentados por projetos orientados pela economia solid ria e pela tecnologia social 119 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA
280. id ria e Participativa de Empreendi mentos Solid rios na Amaz nia A partir desse momento pode se afirmar que a incubadora universit ria da UFPA inaugurou de forma mais efetiva a articula o entre pesquisa e extens o O projeto de pesquisa aprovado junto ao CNPq criou condi es para a instala o do diret rio de pesquisa e do grupo de pesquisa Trabalho e Desenvolvimento na Amaz nia GTDA e o projeto de extens o do CT AGRO possibilitou maior capilaridade junto aos empreendimentos solid rios aos sindicatos de trabalhadores rurais aos governos municipais e ong s Definia se com maior seguran a o locus de pesquisa e extens o na Regi o do Baixo Tocantins Assim todos os esfor os acad micos e de recursos materiais e humanos seriam direcionados para a compreen s o da din mica do mundo rural e suas rela es com o desenvolvimento regional e a urbaniza o Grosso modo ao longo de 2004 2005 o processo de incuba o de empreendimentos solid rios foi mantido por meio do conv nio de coopera o t cnica da UFPA e o Programa de Economia Solid ria Projeto ICCO da Rede Unitrabalho o projeto com o MTC CNPqa MDA do edital CT TAGRO a aprova o de um novo PROINT UFPA 2004 e de um PROINT UFPA 2005 2006 al m de alguns recursos financeiros do conv nio com a SESAN e CEF Isso permitiu a consolida o do trabalho da incubadora universi t ria da UFPA no munic pio de Bel m a amplia o da atua o no Baixo 211
281. idade Cooperativa que avalia se o empreendimento corresponde aos princ pios cooperativistas e de autogest o No eixo Indiv duo temos os indicadores Inclus o Econ mica e Social que trata do desenvolvimento individual do cooperado Participa o Pol tica relacionado ao acompanhamento do protagonismo dos grupos quanto cidadania despertado ao longo do processo de incuba o Cada indicador citado desdobra se em sub indicadores que analisam diversos aspectos da estrutura o de um empreendimento econ mico solid rio O indicador Viabilidade Econ mica tem como conceito chave as caracter sticas econ micas do neg cio em aspectos como grau de legali za o e formaliza o comprometimento dos s cios estrutura de produ o garantia de direito renda e prote o social comercializa o melhorias tecnol gicas maior custo do empreendimento evolu o da receita No indi cador Viabilidade Cooperativa o conceito chave refere se aos princ pios do 67 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS cooperativismo identificando os seguintes aspectos instrumentos de ges t o gest o democr tica representatividade da dire o responsabilidade social do empreendimento solidariedade igualdade entre os cooperados O indicador Inclus o Econ mica e Social tem como conceito chave o desen volvimento do indiv duo monitorando os seguintes aspectos renda per capita escolaridade e qualifica o document
282. idade requer o fortalecimento do processo organizativo e a conquista de pol ticas p blicas de Economia Solid ria Entre as demandas e proposi es que v m sendo debatidas nos pro cessos organizativos e de mobiliza o dos atores da Economia Solid ria no Brasil est presente a quest o do acesso a conhecimentos e tecnologias para o fortalecimento dos EES Desde a sua cria o em junho de 2008 a Secretaria Nacional de Economia Solid ria SENAES participa dos debates sobre a quest o das Tecnologias Sociais na Economia Solid ria visando subsidiar as a es e projetos que s o realizados no Programa Economia Solid ria em Desenvolvimento Tr s quest es fundamentais est o presentes nos dialogos sobre as rela es entre as Tecnologias e a Economia Solid ria A primeira o reconhecimento do papel estrat gico do acesso desenvolvimento e dis semina o a conhecimentos e tecnologias apropriadas para o fortaleci mento e viabilidade dos Empreendimentos Econ micos Solid rios EES Em seguida h o desafio de construir novas matrizes de conhecimentos condizentes com a realidade e especificidades da Economia Solid ria nas suas v rias formas e express es considerando seus valores e princ pios autogestion rios de sustentabilidade e de solidariedade Em terceiro lugar est expl cita a necessidade de constru o de pol ticas p blicas de ci ncia e tecnologia adequadas s realidades e caracter sticas da Economia Soli d
283. ido da economia do trabalho e o aplicado ao sentido da economia solid ria O conjunto da economia visto a partir da l gica do trabalho e de sua reprodu o ampliada confrontando essa hegemonia e afirmando a primazia dos interesses do conjunto dos trabalhadores e de suas m ltiplas identidades e agrupamentos CORAGGIO 2008 p 88 Assim a unidade dom stica UD formada por uma ou mais pessoas ou grupos ligados por rela es de parentesco ou de diversos tipos de afinidade tica de vizinhan a ideol gica etc tem como objetivo a reprodu o ampliada da vida de seus membros CORAGGIO 2008 p 91 261 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Ensino Superior pelo menos 100 Incubadoras Tecnol gicas que atuam com empreendimentos de economia solid ria Trata se de uma inova o institucional iniciada em 1995 na Universidade Federal do Rio de Janeiro Sachs 2003 No primeiro momento a a o das incubadoras universit rias partia da necessidade de inclus o social e aprimoramento de uma inova o social denominada metodologia de incuba o que normalmente tinha como funda mento a gest o e organiza o social dos empreendimentos de economia solid ria em geral em comunidades pobres Dessa forma estruturou se uma ampla rede universit ria que se aproximou de maneira efetiva da din mica da economia solid ria no Brasil Essa mobiliza o e o fortalecimento do movimento da economi
284. ilidade do desenvolvimento no qual a produ o a distribui o e a preserva o dos recursos naturais e sociais sejam dimens es de um processo de emancipa o A Economia Solid ria vem ganhando express o e reconhecimento nas ltimas d cadas articulada a outros movimentos sociais culturais e ambien tais que criticam exatamente essa apropria o e o dom nio do saber cient fico e de suas aplica es tecnol gicas para atender determinadas finalidades privadas sobrepondo o crescimento econ mico aos valores e finalidades da vida humana Trata se da cr tica modernidade t cnica em que o avan o t cnico define a racionalidade econ mica e subordina os objetivos sociais ignorando os valores ticos BUARQUE 1994 Essa perspectiva cr tica abre a possibilidade de tratar a quest o a partir da compreens o de que poss vel e necess rio desenvolver conhecimentos e solu es tecnol gicas a partir de determinados objetivos e com base em valores que atendam s verdadeiras e leg timas aspira es da humanidade e n o apenas de alguns privilegiados Um dos marcos desse debate foi a publi ca o do livro Small is beautiful economics as if people mattered escrito pelo economista alem o Schumacher 1983 publicado na d cada de 1970 Schumacher utilizava o termo tecnologia intermedi ria que posteriormente foi difundido como tecnologia apropriada Para esse autor as tecnologias intermedi rias seriam
285. imentos e a partir dos mesmos diagnosticar com maior concretude os pontos fortes pontos fracos e sobretudo as dificuldades dos empreendimentos populares no Sul do Par Dentre essas dificuldades j citamos a falta de recursos financeiros para iniciar os empreendimentos mas tamb m outras se faziam not veis como as dife ren as culturais das fam lias migrantes o que dificultava a es coletivas tamb m as grandes limita es dos empreendedores no aspecto da gest o dos empreendimentos e se fazia clara a falta de apoio do poder p blico local que sempre apoiou financeira e politicamente atividades de grandes projetos mas n o simpatizava com iniciativas populares Diante desses limites muitos empreendimentos sucumbiram como a beneficiadora de arroz da Uni o de Movimentos Populares de Concei o do Araguaia a COOPAX em Xinguara e a Cantina Popular de Consumo em Rio Maria 175 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Com isso os t cnicos do MEB e do PDH passam a trabalhar junto aos empreendedores a supera o dessas dificuldades com capacita o gerencial atividades coletivas de forma o e di logo com o poder p blico na busca de apoio Todavia logo ocorre outros fatores limitantes e de retra o da economia solid ria na regi o em 1998 o MEB deixa de existir na Diocese de Concei o do Araguaia o mesmo acontecendo com o PDH no ano 2000 Entretanto antevendo a possibilidade de extin
286. imitado pela economia popular j come am a se apresentar no terreno das grandes pol ticas Como veremos as reflex es sobre a constru o dos Centros e Incuba doras P blicas representam iniciativas onde a pol tica p blica de economia solid ria experimenta avan os traduzindo de forma consistente as orien 8 APRESENTA O ta es que nascem dos f runs e encontros do movimento de economia solid ria Nos artigos podemos ver como a gest o p blica e a gest o de organiza es articulam se aos temas da supera o das desigualdades por meio das tecnologias sociais onde projeto processo e produto s o colocados diante do protagonismo estrat gico e da nfase numa perspectiva emancipat ria por parte das classes populares Mas todo o cuidado pouco nessas constru es que procuram n o descurar do detalhe na descri o da trajet ria de montagem de novos ambientes sistemas e organiza es As novas pr ticas derivadas da amplia o da no o de incuba o alimen tada pela for a da no o de tecnologia social abrem um leque de possibili dades o que torna esse livro um instrumento de consulta onde podemos encontrar um vasto painel de solu es e recomenda es Uma das formas de ler esse livro tendo em vista o fato de que ele permite vislumbrar imaginar e mesmo absorver o car ter vivo do experimen talismo de a es socioespaciais de pol ticas e programas inovadores que permitem afirmar que a economia solid ri
287. inhada atrav s de uma carta do F rum Baiano de Economia Solid ria ao ent o Governador eleito Jaques Wagner que reivindicava a cria o de uma esfera institucionalizada no Estado para assumir a respon sabilidade de implementar uma pol tica estadual de apoio e fomento econo mia solid ria na Bahia Surge ent o a SESOL tendo como foco destacado em seu planejamento potencializar a economia solid ria como estrat gia de desenvolvimento gera o de trabalho e renda e inclus o social A conjuga o de uma s rie de fatores sin rgicos contribuiu e contribui para que a SETRE SESOL tenha sido gerada no contexto em que se instala na Bahia em 2007 um Governo Estadual com n tido perfil democr tico e popular que aposta na Economia Solid ria e nos movimentos sociais em geral No estado da Bahia portanto a economia solid ria apresentada como uma das bases de desenvolvimento A Economia Solid ria vista como estrat gica para as pol ticas de trabalho e renda porque permite o desenvolvimento sustent vel com emancipa o humana e distribui o de renda Guardando uma estreita correla o com a estrat gia adotada pelo Governo Federal a SESOL foi instalada no ambiente da Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esporte do Estado da Bahia cujo secret rio Professor Dr Nilton Vasconcelos tem uma rica hist ria de vincula o estudos e milit ncia no movimento de economia solid ria sendo um dos fundador
288. integrada As universidades da Regi o Norte se tornaram o locus por excel ncia da sistematiza o do pro cesso de incuba o e das reflex es sobre poss veis caminhos da economia solid ria e do cooperativismo na Amaz nia Houve outras repercuss es como a cria o da incubadora universit ria da UFRA Universidade Federal Rural da Amaz nia por meio de recursos do PRONINC 2006 Ainda em 2006 a incubadora universit ria da UFPA conseguiu a transfer ncia dos recursos financeiros do projeto intitulado Incuba o de 17 18 O subprojeto de incuba o da UFPA atendeu sele o edital 01 2006 UFPA FADESP ADA 10 empreendimentos solid rios na Regi o Metropolitana de Bel m O processo seletivo ocorreu por meio de visitas e apresenta o do edital para diversas entidades como prefeituras ongs f rum de economia solid ria e empreendimentos Houve a inscri o de 24 empreendimentos Foram selecionados ap s visita de campo e entrevistas os seguintes empreendimentos Cooperativa de Presta o de Servi os Gerais COOPSEG Cooperativa do Ver o Rio COOPVE Cooperativa de Empreendedores Solid rios Produtores de Moda do Estado do Par ASCOOP PARAMAZONCOOP Associa o de Apoio aos Portadores de Transtorno Mentais e seus Familiares Brilho e Luz Cooperativa de Marceneiros e Moveleiros de guas Lindas COOPERMARLINDA Associa o Cer mica Chicano Grupo de Bombons Maguary Grupo de Artesanato Revela o Cooperativa de P
289. intera o do meio acad mico com a comunidade em atividades de economia solid ria e que visam efetivas solu es de transforma o social 33 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Modalidade B Incubadora Tem tica de EES As incubadoras tem ticas representam um tipo de incubadora dedicada incuba o de empreendimentos de economia solid ria que atuem em um segmento produtivo espec fico fomentando a sua articula o em cadeias produtivas locais ou redes de produ o de comercializa o e de consumo A proposta das incubadoras tem ticas surgiu a partir de um trabalho realizado em parceria da SETRE SESOL com duas institui es do Estado durante o ano de 2007 a Bahia Pesca empresa vinculada Secretaria de Agricultura Irriga o e Reforma Agr ria da Bahia Seagri e o Instituto de Artesanato Visconde de Mau autarquia vinculada SETRE Nesta atua o conjunta a SESOL atuava nos aspectos relativos economia solid ria e as outras institui es operavam a rea t cnica expertise das referidas institui es Com o Bahia Pesca foi feita uma parceria para forma o em economia solid ria para pescadores e marisqueiras baianos A avalia o das oficinas de forma o em economia solid ria a despeito de uma carga hor ria limitada aproximadamente 20 para cada comunidade totalizando 14 comunidades atendidas demonstrou um efeito positivo no p blico que manifestou o inte resse na
290. io e a Secretaria de Agricultura Familiar Um conjunto de institui es com perspectivas bastante diferenciadas Isso prejudicou bastante o di logo para a formata o de um padr o de gest o financeira e f sica do projeto pois cada institui o possu a procedimentos pr prios Inicialmente foi bastante complicado vencer os obst culos burocr ticos 2 Er Tra ar um perfil dos participantes dos cursos do PRONAF Capacita o importante para se ter no o da realidade das comunidades O grau de escolaridade dos participantes do curso realizado no primeiro semestre de 2006 31 com ensino fundamental incompleto 31 com ensino m dio completo 29 com ensino m dio incompleto 3 eram somente alfabetizados 3 possu am ensino fundamental completo e 3 ensino superior incompleto Em termos de renda monet ria a m dia era de um sal rio m nimo por m s PROGRAMA 2006 218 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O e MDS Ampliou se consideravelmente o p blico benefici rio das a es de economia solid ria e houve a possibilidade de se exercitar e aprimorar a estrutura metodol gica do processo de incuba o pois o PRONAF Capacita o exigia novas modalidades agora muito mais voltadas para uma forma o profissionalizante cuja carga hor ria era dividida entre a atividade de forma o e a assist ncia t cnica acompanhamento Isso exigia dos formadores que atuavam nas at
291. ior da Amaz nia brasileira Infelizmente o projeto n o foi aprovado No entanto isso motivou a equipe da incubadora da UFPA a manter a mobiliza o com as demais Universidades para a cria o de novas incubadoras universit rias Sabia se que investir nessa iniciativa representaria ganhar proje o regional e nacional pois a incubadora da UFPA passaria a incubar incubadoras universit rias e n o somente empre endimentos solid rios Contudo havia pr s e contras Isto se revelou um grande desafio insti tucional e a possibilidade de amadurecimento acad mico Portanto uma inova o institucional mesmo restrita a um determinado campo da exten s o e da pesquisa universit ria Na verdade tratava se de um desafio de duas ordens primeiro vencer as dist ncias e diversidade cultural e socioespacial na Amaz nia obst culos seculares integra o regional segundo fortalecer em pouco tempo e no interior do pr prio programa o conte do t cnico cient fico al m de estimular a autonomia o que impli caria mudan a de postura para uma equipe jovem e em processo de for ma o intelectual Isso resultou em um novo patamar profissional e acad mico na constru o social de grande impacto para a sociedade regional Havia a compreens o do grupo de que para enfrentar esse desafio seria exigido um n vel de dedica o sem precedentes pois todos os docentes t cnicos e discentes se encontravam bastante comprometidos com as ativi
292. ios cinco Retas Industriais uma M quina Zig Zag Guay A Guay uma organiza o n o governamental sem fins lucra tivos que possui o t tulo de OSCIP organiza o da sociedade civil de interesse p blico que tem por objetivos o apoio ao desenvolvimento da EPS via autogest o e gera o de trabalho e renda e trata de temas relacio nados quest o de g nero agroecologia viol ncia e seguran a coopera tivismo habitacional meio ambiente cultura e inclus o digital Na RICS a Guay a entidade de fomento forma o acompanhamento e assessoria que respons vel pelo apoio t cnico das inst ncias de execu o da gest o opera o log stica e o planejamento da RICS A equipe da Guay envolvida diretamente no projeto conta com 12 pessoas O perfil t cnico 208 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS da equipe conta com quatro economistas dois soci logos um t cnico industrial tr s agentes comunit rios e dois agentes administrativos Centro de Educa o Profissional S o Jo o Cal bria Escola t cnica que estabeleceu parceria com a Guay na constitui o de um centro de excel ncia para modelagem e acabamento final em pe as de confec o O Centro conta atualmente com um parque de 30 m quinas que comp em uma linha industrial que vai do planejamento da modelagem informatizado passando pelo corte costura e acabamento O Centro deve capacitar os trabalhadores as t
293. ios anteriormente listados PROGRAMA 2006b 216 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O A execu o do projeto possibilitou o crescimento do n mero de t cnicos e bolsistas do PITCPES UFPA assim como nos colocou de maneira efetiva na incuba o de empreendimentos solid rios na rea rural constituindo campo de extens o e pesquisa priorit rios no meio rural da regi o do Baixo Tocantins Um outro aspecto de destaque mais uma vez um movimento de amplia o das reas de conhecimento no processo de incuba o As caracter sticas dos projetos aprovados com o objetivo de atender siste mas agroalimentares nos proporcionaram a participa o de professores e t cnicos da rea de engenharia de alimentos e nutri o da UFPA Assim atende se o campo da gest o e organiza o social mas paulatinamente introduzida uma forma o no campo das ci ncias tecnol gicas Isso certa mente completa um circuito organizacional que envolve os processos de organiza o social organiza o do trabalho e organiza o da produ o com vista ao processo de comercializa o Cada vez mais observa se na a o da incubadora universit ria o po tencial articulador institucional nas microrregi es em que atua no Estado do Par em prol da economia solid ria Um exemplo cabal dessa capacidade de mobiliza o e anima o como agente de desenvolvimento ocorreu ao longo da execu o do
294. is e para a melhoria da qualidade de vida fomentar o desenvolvimento de novos mode los s cio produtivos coletivos e autogestion rios bem como a sua consolida o estimulando inclusive o desenvolvimento de tecnolo gias adequadas a esses modelos incentivar e apoiar a cria o o desenvolvimento a consolida o a sustentabilidade e a expans o de empreendimentos populares e solid rios organizados em coope rativas ou sob outras formas associativas compat veis com os crit rios fixados nesta lei estimular a produ o e o consumo de bens e servi os oferecidos pelo setor da Economia Popular e Solid ria fomentar a cria o de redes de empreendimentos populares e soli d rios e de grupos sociais produtivos assim como fortalecer as rela es de interc mbio e de coopera o entre os mesmos e os demais atores econ micos e sociais do territ rio onde est o inseri dos promover a intersetorialidade e a integra o de a es do Poder P blico Municipal que possam contribuir para a difus o dos princ pios e objetivos estabelecidos nesta lei criar e dar efetividade a mecanismos institucionais que facilitem sua implementa o 2 Para os efeitos da pol tica p blica de fomento Economia Popular e Solid ria ser o considerados empreendimentos populares e solid rios aqueles organizados sob a forma de cooperativas associa es grupos comunit rios para a gera o de trabalho e renda empresas que adotem o princ pio da a
295. issemina o de conhecimentos e tecnologias Algumas iniciativas recentes no Governo Federal buscam avan ar nessa dire o inclusive com a cria o de novos espa os institucionais no Minist rio de Ci ncia e Tecnologia na amplia o de Fundos Setoriais de fomento s pesquisas e de internaliza o da dimens o social em programas e projetos nessas reas Mesmo assim basta uma simples compara o entre volumes de recursos destinados s reas empresariais convencionais e s reas sociais para percebermos a dist ncia entre as demandas e as a es inovadoras Desse modo o desafio que se apresenta o da inclus o da dimens o cient fica e tecnol gica nas pol ticas de Economia Solid ria que est o sendo constru das bem como a internaliza o dos princ pios e valores da Economia Solid ria sobretudo do trabalho cooperado e da autogest o na pol tica de ci ncia e tecnologia No caso da SENAES entre as iniciativas em andamento a que mais absorveu a tem tica o apoio s Incubadoras de Economia Solid ria no mbito do Programa Nacional de Incubadoras Tecnol gicas de Coopera tivas Populares Proninc realizado por um conjunto significativo de rg os do Governo Federal As incubadoras universidades p blicas ou comunit rias e centros federais de educa o tecnol gica representam uma possibilidade concreta 29 Participam do PRONINC al m do MTE SENAES o Minist rio de Ci ncia e Tecnologia a Financiadora
296. itos s cio produtivos mais amplos que se articulem no espa o de um territ rio espe c fico com o fortalecimento das redes sociais e pol ticas Trata se de buscar operar novas institucionalidades ou marcos regulat rios territoriais re significando o sentido das pr ticas eco n micas que v o operar em rela o estreita com a pr pria vida social pol tica e cultural nos seus respectivos territ rios O econ mico passa a fazer sentido apenas em rela o s outras esferas na vida local mas tamb m como modo de articula o associativa entre produtores e consumidores locais a fim de evitar processos de exclus o Fran a Filho 2005 p 34 35 O ac mulo das experi ncias de pol ticas p blicas em Economia Soli d ria permite elencarmos um rol de constru es e ao mesmo tempo desafios desta pol tica e Gest o da Pol tica P blica tem ocorrido e deve ocorrer de forma a privilegiar a participa o e o controle social dos sujeitos sociais e pol ticos o que deve acontecer na formula o no desenvolvimento e na avalia o das pol ticas visando ao aperfei oamento constante e legisla o social destas e Cria o de legisla es locais de fomento Pol tica P blica de Economia Solid ria e Apoio ao fortalecimento de cadeias produtivas do campo da Economia Solid ria e Institui o de instrumentos que garantam o investimento social e A articula o com diferentes atores e atrizes em diversos e
297. iva acompanhada da atua o em f runs e redes onde a percep o de uma espacialidade autogestio n ria assume import ncia na cria o de canais de participa o popular O reconhecimento destas esferas de representa o torna se fundamental no contexto atual das grandes regi es metropolitanas do pa s ao possi bilitar a introdu o de elementos de democracia direta no interior da demo cracia representativa O fortalecimento desses canais levando a processos indutores do desenvolvimento end geno tal como proposto por Kropotkin apud Sousa 2006 baseado em organiza es territoriais locais pode de fato favorecer a participa o popular na gest o da cidade 5 O predom nio da a o sobre a t cnica resist ncias sociais O discurso da globaliza oy que fala da tica esconde por m que a sua a tica do mercado e n o a tica universal do ser humano pela qual devemos lutar bravamente se optarmos na verdade por um mundo de gente Gilberto Freire 1997 p 248 apud Arantes 2000 A sociedade contempor nea apresenta como um de seus principais tra os o grau com que as pr ticas sociais v m sendo permeadas por infor ma es princ pios ticos e argumentos constitu dos em espa os sociais mundializados Estes processos levam valoriza o de espa os que ocu pam um lugar de destaque na vida cotidiana e na economia na qualidade de pontos nodais de um sistema mundial de circula o de pessoa
298. ividades A obra de Certeau 2000 prop e a distin o entre estrat gias e t ticas espaciais Na concep o do autor a estrat gia compreendida como a es que orientadas pelo exerc cio do poder elaboram discursos e represen ta es te ricas sistemas e discursos totalizantes nos quais as rela es espaciais ocupam uma posi o fundamental Neste sentido poss vel admitir nessas estrat gias um tipo espec fico de saber aquele que sus tenta e determina o poder de conquistar para si um lugar pr prio Certeau 2000 A estrat gia consiste no c lculo e ou na manipula o de for as articuladas pelo isolamento de um espa o tomado como sujeito Este lugar constru do pelo agir dominante abordado como algo pr prio e serve como base para gerir rela es atrav s de determinantes externos situa o vivida Este pr prio na compreens o do autor marca a vit ria do espa o tornado absoluto sobre o tempo sendo ignoradas as rela es tempo ralmente conduzidas 163 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS A t tica definida por Certeau Op cit como uma a o calculada que determinada pela aus ncia de um pr prio A t tica n o tem por lugar sen o o do outro Tem que utilizar vigilante as falhas que as conjunturas particu lares v o abrindo na vigil ncia do poder propriet rio Certeau Op cit Nas t ticas o fator tempo de grande import ncia especialm
299. ividades de forma o que organizasse juntamente com a equipe de incuba o atividades de acompanhamento s comunidades ou aos empreendimentos para avaliar o processo de ensino aprendizagem O segundo aspecto relevante foram os resultados obtidos com o curso de elabora o de projetos sociais no munic pio de Igarap Miri Houve a constitui o de um comit t cnico composto por representantes do movi mento social dos empreendimentos solid rios da prefeitura dos rg os estaduais que atuam no munic pio como a EMATER representante da incu badora universit ria da UFPA e outras representa es que configuraram um arranjo institucional voltado formata o de um embri o de pol tica p blica 22 A dimens o de capilaridade desse projeto pode ser observada na amplia o de empreendimentos solid rios associa es de produtores cooperativas e grupos solid rios que passaram a compor o processo de incuba o S o pelo menos 23 grupos das mais diversas condi es socioculturais inclusive destaca se a presen a de comunidades quilombolas Mais uma vez isso exigiria redimensionar a forma o pol tico social dos profissionais respons veis pelo acompanhamento e formadores Tratava se de repensar o pr prio projeto pedag gico que nortearia as a es de incuba o A seguir h um demonstrativo dos benefici rios do projeto por munic pio no munic pio de Abaetetuba abrangia a Cooperativa de Fruticultores de Abaetetuba COF
300. iza o coletiva a economia solid ria por seu car ter eminentemente popular est na contram o da cultura insti tu da h d cadas no poder p blico e de todo o arcabou o estrutural e legal que se mostram muitas vezes inadequados para entender e atender s camadas mais pobres da sociedade Equipado de amplo e eficiente arsenal para operar e reproduzir o modo de produ o capitalista a inadequa o da legisla o nos imp e barreiras de variadas ordens e nos desafia a galgar conquistas que permitam por exemplo adquirir produtos e servi os dos empreendimentos solid rios atrav s das compras governamentais Apesar de ser um campo relativamente recente algumas dificuldades recorrentes dos empreendimentos solid rios t m sido levantadas especial mente quanto quest o da sustentabilidade que no mbito dos Empreen dimentos Econ micos Solid rios EES se coloca de forma distinta das organiza es empresariais Ao colocar o lucro como interesse essencial as empresas direcionam seus esfor os sua l gica de a o e seus processos de gest o em busca basicamente de objetivos instrumentais e pragm ticos de maximiza o do retorno sobre o investimento mesmo que custa da elimina o de postos de trabalho da explora o e discrimina o do trabalho feminino da elimina o das iniciativas concorrentes ou de preocupa es ticas com rela o ao meio ambiente e sa de de seus trabalhadores e das comunidades que vivem
301. l e Profissional em Economia Solid ria no mbito do Plano Nacional de Qualifica o PNQ Tais iniciativas realizadas em parceria com a Secretaria de Pol ticas P blicas de Emprego SPPE MTE visam favorecer o desenvolvimento de metodologias formativas e o acesso a conhecimentos e tecnologias na Economia Solid ria al m de estarem dire cionadas para a forma o e fortalecimento de redes e cadeias produtivas entre os empreendimentos econ micos solid rios Uma das refer ncias o PROESQ desenvolvido em rede e coordenado pela Associa o Nacional de Trabalhadores em Empresas de Autogest o Anteag que incorporou a quest o das tecnologias no projeto de desenvol vimento de metodologias e material did tico de qualifica o de trabalhado res em processos de recupera o de empresas em regime de autogest o A Anteag prop s o desenvolvimento de uma Metodologia Tecnol gica para Empreendimentos Autogestion rios Anteag 2004 2005 articulando posteriormente o tema da tecnologia com a gest o para qualidade dos produtos ou servi os das rela es de trabalho e da qualidade de vida dos trabalhadores as em empreendimentos autogestion rios Deve se destacar neste mesmo campo de a o o PROESQ de Eco nomia Solid ria na Cadeia Produtiva do Mel desenvolvido pelo Grupo Colm ias para o fortalecimento da Rede Abelha Esse PROESQ buscou a forma o de educadores as e multiplicadores de tecnologias sociais apro priada
302. lecer um sistema local de apoio Economia Solid ria No mbito do Projeto compreende se a Incuba o de Empreendi mentos Econ micos Solid rios como um processo educativo que visa transforma o de um grupo em um empreendimento sustent vel gerando trabalho e renda Este processo fundamentado em uma metodologia de 30 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA trabalho que toma por refer ncia a educa o popular e valoriza a coopera o e a autogest o busca oferecer e construir conjuntamente ferramentas para que os empreendimentos se tornem sustent veis nos aspectos eco n micos sociais pol ticos e de gest o As atividades formativas do processo de incuba o representam um processo de constru o conjunta das compet ncias individuais e coleti vas em que ao lado do conte do program tico regular representam um aprender fazendo propiciando viv ncias concretas de gest o do empre endimento econ mico solid rio em suas diversas faces tendo em vista a consolida o e emancipa o dos empreendimentos autogestion rios A a o do incubador pode reduzir substancialmente os problemas com forma o t cnica gerencial e sociopol tica acesso ao cr dito tecnologias e m todos de gest o dentre outros Por outro lado tal atividade se n o for executada de forma adequada pode interferir negativamente na auto nomia e na sustentabilidade das iniciativas de econ
303. lhadores e em cooperativas nas reas rurais especial mente decorrentes de assentamentos da reforma agr ria Nesses casos o acesso aos meios de produ o aparece como um fator decisivo para o desenvolvimento de estrat gias coletivas de produ o Ao pensarmos nos trabalhadores da economia informal e popular no contexto das periferias das grandes cidades os desafios se complexificam As iniciativas de apoio cria o de empreendimentos autogestion rios nessas situa es t m como base as condi es reais de sobreviv ncia da classe trabalhadora Parte se do conjunto da forma o social brasileira onde a maioria dos trabalhadores est fora do ambiente das f bricas e do trabalho formal e nem mesmo vivenciou os ambientes de aliena o cl ssicos da grande ind stria expressos pela divis o do trabalho intelectual e manual e pelas formas de subordina o No enfrentamento destas quest es as Incubadoras Tecnol gicas de Cooperativas Populares v m desenvolvendo iniciativas relevantes enfati zando a necessidade de se abordar o conjunto de caracter sticas relativas a um dado territ rio nas estrat gias de organiza o dos trabalhadores A dimens o espacial surge como um elemento fundamental na busca de alternativas de inser o produtiva aliada a um conjunto mais amplo de direitos relativos moradia cultura e educa o O processo de avalia o do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares Proninc realiz
304. lheres e sacolas para CDs para a videolocadora V deo Haus Esses novos clientes propiciaram uma comercializa o experimental em torno de 4 mil pe as com pre os variados A receita da RICS financia a renda dos trabalhadores dos empreendi mentos solid rios e dos trabalhadores t cnicos do suporte gest o opera cional da rede o custeio o investimento e os fundos dos empreendimentos e da rede a capacita o e qualifica o dos trabalhadores e as atividades de forma o N o existe separa o entre incubador e incubado pois as asses sorias a forma o e a qualifica o acontecem na pr tica da produ o e s o internas ao processo produtivo bem como a gest o da rede coletiva realizada por t cnicos da Guay e por trabalhadores via o Comit Gestor Portanto a incuba o da RICS se orienta pela inser o produtiva atrav s da autogest o e forma o de rede qualifica o profissional e de gest o aprimoramento e amplia o da produ o visando a aumentar o n mero de trabalhadores e empreendimentos beneficiados e a sustentabilidade da rede 206 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS Parte do princ pio de que a produ o em si n o suficiente para garantir a viabilidade econ mica e social sendo a realiza o venda da produ o condi o necess ria aliada s capacita es t cnicas e permanente forma o A RICS al m do funcionamento regular dos empreendimentos so
305. lho rela es sociais e com o meio em que est inserido ou seja autogest o produ o comercializa o distribui o dos ganhos entre os associados entre outros A equipe da incubadora reunida aprecia discute e avalia esse processo como orienta o para o retorno s associa es para continui dade das atividades com os grupos atendidos e nesse entrela amento de informa es vamos construindo o nosso referencial conceitual Consequentemente a import ncia das incubadoras universit rias est na capacidade de gerar e transferir conhecimentos principalmente os resul tantes da pesquisa cient fica para utiliza o nos empreendimentos e apli ca o no mercado Al m disto as incubadoras geralmente transferem credibilidade ao empreendimento incubado devido respeitabilidade das universidades e pesquisas nelas desenvolvidas 228 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Outros aspectos importantes relacionados coopera o universidade empreendimentos que ocorre atrav s da incubadora a inova o princi palmente a de cunho tecnol gico possibilitada pelas condi es existentes nas universidades que surge a partir da intera o entre os cooperados visando o aprendizado organizacional a gera o transfer ncia e dissemi na o do conhecimento Agindo desta forma a incubadora universit ria atua como centro de pesquisa e desenvolvimento para os empreendimentos de economia popular
306. lid rios e da equipe t cnica da Guay do Comit Gestor das Comiss es de Produ o e de Comercializa o e das oficinas de forma o tamb m realiza anualmente os Semin rios de Estrutura o da RICS atividade com a parti cipa o de todas as trabalhadoras da rede No semin rio momento impor tante de forma o precedido de reuni es preparat rias em cada unidade da rede realizado um processo de avalia o debate e sistematiza o de diretrizes para a constru o da RICS no pr ximo per odo O ltimo Semin rio de Estrutura o de julho de 2008 apontou com nitidez a diretriz de garantir a qualidade para diversificar os mercados e com isso viabilizar a autonomia e a sustentabilidade As trabalhadoras j perceberam com clareza a necessidade de qualifica o na produ o e na autogest o inclu sive com investimentos tecnol gicos Por m o caminho rduo e tortuoso para que a autogest o e a EPS possam superar a cultura do assalariamento e do autoritarismo paternalista caracter sticos da experi ncia de trabalho anterior o caminho a ser desbravado na pr tica com todos os apoios poss veis na constru o de uma nova economia solid ria e includente Considera es finais A constru o da Rede Industrial de Confec o Solid ria segmento da Associa o de Empreendimentos Solid rios Emrede do RS identificada como uma pr tica econ mica e social diferenciada do modo de produ o capitalista t
307. lidade dos empreendimentos econ micos solid rios Garantia e perman ncia de investimentos dos fundos p blicos para a Economia Solid ria Institui o de mecanismos vi veis que garantam o processo do com rcio justo e solid rio A institui o de estrat gias de fortalecimento da Economia Solid ria traz a afirma o da necessidade de avan os na defini o de marco legal para a Economia Solid ria nas tr s esferas de governo enfatizando a cria o de linhas de cr dito espec ficas e a cria o de canais de acesso dos empreendimentos de Economia Solid ria s compras p blicas As linhas de cr dito espec ficas para os empreendimentos j consti tu dos e em opera o t m acontecido atrav s da cria o de Bancos do Povo Municipais entidades que apresentam um perfil associacionista com a participa o de Prefeituras Universidades Sindicatos em geral de 105 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS trabalhadores cuja miss o de fornecer cr ditos baratos para micro e pequenos empreendedores com linha de cr dito especial para empreen dimentos associativos O cr dito oficial como j foi analisado anteriormente n o responde realidade dos empreendimentos ainda tema de debates a quest o do financiamento para a Economia Solid ria a exemplo da Plen ria Nacional de Economia Solid ria realizada em S o Paulo nos dias 9 e 10 de dezem bro de 2002 da proposi o do Prog
308. liza o e ainda a defini o que empresa brasileira toda aquela que est localizada em territ rio nacional a agenda da empresa come a a tomar corpo a partir dos anos 90 e h a mobiliza o de parte da comunidade de pesquisa para a constru o da agenda de pesquisa que incorpora diretamente os interesses da empresa Este ator social torna se hegem nico nas elabora es discursivas que s o influentes na defini o da pol tica de ci ncia Al m destas agendas permanecem presentes as demandas de governo Para a defini o de a es governamentais e a decis o por pol ticas p blicas o governo demanda por pesquisas e tecnologias que devem corresponder s necessidades das suas a es importante salientar que a agenda de pesquisa do governo definida em correspond ncia com as for as pol ticas ideol gicas portanto do modelo cognitivo que forma o staff governista Desta forma ela tende em conformidade com a capacidade de influ ncia dos atores que configuram o cen rio pol tico institucional e social e que revelam ou n o os seus interesses Na correla o de for as para constituir a agenda p blica de ci ncia e tecnologia e por haver interesses diferenciados h a gera o de um cen rio pol tico em que os atores v o propor as agendas particulares e da mesma forma tentar fazer predominar o seu modelo cognitivo Se um determinado ator impuser a sua agenda e o seu modelo cognitivo ent o a margem de nego
309. lizadas atrav s de sele o p blica edital por entidades da sociedade civil e universidades e uma atrav s de execu o direta pelo Estado Seria implantada tamb m uma modalidade de Incubadora P blica em articula o com as prefeituras a exemplo do que foi feito em Osasco e Londrina no entanto tendo em vista o fato de 2008 ser um ano de elei o munici pal o que dificulta a articula o e o conveniamento optou se por n o incluir estes entes como executores poss veis neste ano mas apenas a partir de 2009 Ressalte se que tendo em vista as demandas apontadas de investi mento direto nos empreendimentos econ micos solid rios o Projeto incor pora al m dos investimentos necess rios implanta o e funcionamento das incubadoras investimentos nos grupos econ micos solid rios Este um diferencial por exemplo com rela o ao PRONINC que foca sua a o no apoio exclusivo s incubadoras universit rias Apresentamos abaixo as modalidades de incubadora do Projeto Esta dual de Incubadoras de Empreendimentos Econ micos Solid rios Incuba doras Universit rias Tem ticas Territoriais e Central Modalidade A Incubadora Universit ria de EES uma organiza o pertencente Institui o de Ensino Superior e Pesquisa ou Centros Tecnol gicos p blicos ou privados formada por equipes multidisciplinares compostas por professores funcion rios alunos de gradua o e de p s gradua o que valoriza a
310. lo urbano e no acesso aos equipamentos e servi os urbanos Diante da dificuldade conceitual e operacional de trabalhar o inst vel e m ltiplo universo da informalidade Ribeiro 2000 constr i a no o de processos de informaliza o demonstrando ser imposs vel separar a reali dade do trabalho em setores rigidamente distintos em rela o norma e lei Os limites entre os setores formal e informal s o de fato eminentemente pr ticos din micos e complexos Ao se referir a processos de informaliza o do trabalho a autora supracitada considera dois aspectos fundamentais a regulamenta o do Estado sobre o trabalho e as mudan as que t m ocorrido nas rela es de assalariamento Trata se de fen menos que assinalam o rompimento do compromisso social e das rela es entre institui es econ micas sociais e pol ticas que se configuram no momento da constitui o e expans o do modelo industrial do p s guerra Este rompimento que corresponde ao esgar amento do tecido social vem ocorrendo a partir da d cada de 1980 nas sociedades capitalistas avan adas Sob o conceito de moderniza o conservadora tal rompimento indica um processo de transforma o respon s vel por maior fragmenta o e desestrutura o no mundo do trabalho No caso da Am rica Latina marginalizada e urbana esta problem tica pode ser evidenciada em momentos anteriores Na realidade ao rompimento 155 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E PO
311. lus o socioecon mica A motiva o que levou a equipe a essa realiza o foi a oportunidade de se consorciar a inclus o social dos catadores com o reaproveitamento dos recursos naturais ora escassos com o intuito de quebrar o paradigma da humanidade que sempre aliou o progresso destrui o dos recursos naturais e das rela es humanas Entretanto as cr ticas contidas na atual agenda da ci ncia ao ser apropriada pelo capital privado e as pesquisas voltadas para as tecnologias sociais nos permitem pressentir outras possi bilidades de progresso e desenvolvimento socioecon mico com a premissa de que todas as alternativas futuras devem impor um desenvolvimento sustent vel Em raz o disso faz se necess rio administrar os escassos recursos naturais em um planeta esgotado por sua explora o intensiva desde a primeira revolu o industrial A reutiliza o dos recursos ora explorados deve ser a o do coletivo Desta forma atrav s da transfer ncia de conhecimento aos catadores o projeto objetivou modelar os seus comportamentos atrav s de v rias discuss es no coletivo eliminando o trabalho isolado para libert los das m os dos atravessadores por meio de estruturas que lhes assegurem a dignidade humana e a sustentabilidade social e econ mica Os catadores de materiais recicl veis podem ser vistos dentro dessa nova ordem mundial como parte da solu o do problema que hoje nos aflige O caminho escolhido para modelar os se
312. m rica Latina Para nos colocar na perspectiva normativa e ampliar os espa os de a o dos movimentos sociais e da comunidade de pesquisa engajada apresentamos alguns aspectos para a nossa reflex o a Des hierarquizar a comunidade de pesquisa haveremos de passar da concep o de uma institui o cient fica que percebida como uma 252 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O sociedade ideal ou como uma elite profissional e ainda separada das conting ncias das press es e dos compromissos pol ticos ou econ micos 2007 p 10 2 Esta concep o elitista de ci ncia t o presente na comuni dade de pesquisa torna a uma institui o com um ethos que protagoniza os cientistas como os detentores exclusivos do conhecimento verdadeiro e portanto como os nicos poss veis definidores das pol ticas de ci ncia e tecnologia A comunidade de pesquisa torna se arrogante nos procedimentos e nos relacionamentos com outros atores que s o desprezados na possibi lidade de interpreta o da relev ncia da ci ncia e da tecnologia e na defi ni o e avalia o das agendas que os atores apresentam para a defini o de pol ticas p blicas A des hierarquiza o uma necessidade que deve ocorrer para dentro da universidade quanto ao seu relacionamento com os atores externos incluindo tanto os movimentos sociais quanto os empre s rios O desafio para uma ci ncia alter
313. m departa mentos e gerentes que decidem e prestam contas aos acionistas Para os empreendimentos associativos conceitos t picos da economia capitalista como sal rio e lucro tornam se inapropriados e perdem o seu significado pois n o expressam as rela es sociais de produ o que caracte rizam aqueles empreendimentos A racionalidade da economia dos setores populares est ancorada na gera o de recursos monet rios ou n o desti nados a prover e repor os meios de vida e na utiliza o dos recursos humanos pr prios englobando unidades de trabalho e n o de invers o de capital Em um empreendimento associativo instala es m quinas e equipa mentos pertencem ao conjunto dos associados bem como os resultados do trabalho Os ganhos econ micos s o distribu dos ou utilizados conforme as regras definidas pelos seus participantes As rela es que os traba lhadores estabelecem entre si s o diferentes daquelas existentes numa 2 No mbito dessa economia dos setores populares convivem tanto as atividades realizadas de forma individual ou familiar como as diferentes modalidades de trabalho associativo Essa designa o pretende expressar um conjunto heterog neo de atividades tal como elas existem sem idealizar os diferentes valores e pr ticas que lhe s o concernentes N o se trata portanto de adjetivar esta economia mas de reconhecer que os atores que a comp em e que a movem s o essencialmente populares Sobre o co
314. m disputa a transmiss o da inova o da tecnologia social n o pode ser considerada uma tarefa simples Esta inova o enfrenta a concorr ncia de outras inova es e tamb m a resist ncia de t cnicas valores bases culturais e princ pios que conformam sistemas de cren as pr existentes Deste modo tal transmiss o depender da permanente identifica o de possibilidades de ruptura com formas de conhecimento que n o apresentam o seu sentido e o seu prop sito e que trazem outras significa es para a mesma t cnica transformando em mecanismo de opress o social as metodologias que norteiam explicitamente a concep o da tecnologia social Recordamos por fim que a compreens o da metr pole como territ rio e assim como rela es de poder inscritas na produ o do espa o possi bilita o reconhecimento de sistemas de objetos e de sistemas de a es que interferem no desenho e nos prop sitos das pol ticas p blicas dirigidas ao trabalho Desta maneira a identifica o de tend ncias gerais e de carac ter sticas nicas dos lugares uma identifica o que tamb m reconhe a 126 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS os lugares como s tios permite aproximar a formula o de projetos dos desafios da exist ncia apoiando a percep o de possibilidades de afirma o de novas utopias Neste sentido a Regi o Metropolitana do Rio de Janeiro por suas pro
315. m opera o constitui se numa travessia no deserto e muitas iniciativas sucumlbem durante o percurso Predominam os empreendimentos que atuam exclusivamente na rea rural Os empreendimentos que atuam exclusivamente na rea urbana correspondem a 33 do total Os empreendimentos associativos no meio rural possuem caracter sticas peculiares em rela o aos tipicamente urbanos como veremos em seguida Predominam as atividades de produ o e comercializa o de produtos da agropecu ria extrativismo e pesca mais de 40 seguidas pela produ o e servi os de alimentos e bebidas e produ o de artesanatos Apenas 6 dos empreendimentos produzem exclusivamente para o auto consumo dos s cios Ou seja os empreendimentos associativos est o inseridos em pleno mundo do mercado e do c lculo econ mico por mais simples e modestos que sejam estes c lculos Os produtos e servi os dos empreendimentos destinam se predominantemente aos espa os locais venda direta para o consumidor no com rcio local e municipal Apenas 7 dos empreendimentos destinam seus produtos para o mercado nacional e 2 realizam transa es com outros pa ses 131 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS e Em 64 dos empreendimentos a mat ria prima prov m de empresas privadas e em 30 adquirida dos pr prios associados trata se certamente do beneficiamento de produtos agr colas Apenas 6 adquirem de outros empreendimentos
316. m rede se encontra em PATEZ Alexander Galv o SILVA Gerardo COCCO Giuseppe Capitalismo cognitivo trabalho redes e inova o Rio de Janeiro DP amp A 2008 294 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O o peso da capacidade produtiva transformadora como pr xis humana que define a constitui o do ser social e hist rico com suas divis es e diferen as Face ao processo globalizado de transforma o do per odo tecnol gico e dentro da pr xis humana entendida como atividade transfor madora do trabalho podemos identificar a nova centralidade do trabalho vivo para a cria o da riqueza nos processos pr ticos e lingu sticos pr prios do capitalismo contempor neo A partir da centralidade do trabalho na pr xis humana podemos situar a reflex o sobre a conceitua o e constru o da categoria tecnologia social em tempos de conex o e desenvolvimento desigual em rede A transi o no paradigma t cnico e organizacional do ponto de vista da classe traba lhadora considera sua manifesta o como sujeito social potencialmente ligado aos processos de luta contra a reestrutura o capitalista neoliberal na chave da autogest o e do cooperativismo na dire o da constru o de um modo de produ o com base no trabalho associado 3 A problem tica das redes A no o de rede que acompanha os processos de transforma o tecno l gica para al m da sua acep o t cnica ma
317. ma Bolsa Trabalho do governo do estado que j beneficiou cerca de 400 pessoas inclus o de Pi arra no PPDLES a Prefeitura de Rio Maria implantou programa de Capacita o a artes os a partir da experi ncia dos participantes do Projeto IEPSULPA As maiores dificuldades encontradas nesse quarto objetivo foram as prefeituras do Sul do Par desenvolvem pouqu ssimas a es de apoio aos s empreendedores as populares os f runs e redes de economia soli d ria ainda est o fr geis para reivindicar a implanta o de pol ticas pelos governos locais as organiza es populares como Associa es de Mora dores fazem pouco enfrentamento com os governos locais as a es dos governos Federal e Estadual chegam lentamente pois em sua maioria passam tamb m pelas Prefeituras existem poucas a es de pol ticos 181 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS paraenses defendendo a economia solid ria do Sul do Par junto aos governos Estadual e Federal Assim uma perspectiva capacitar os f runs municipais e regional para formular propostas concretas para desenvolver a economia solid ria no Sul do Par No quinto objetivo a Copatior atrav s do Projeto IEPSULPA tinha o objetivo de estimular a reflex o e a es concretas nos temas g nero e sustentabilidade ressaltando o entendimento de sustentabilidade em todos os seus aspectos ambiental ou ecol gica econ mica pol tica social ou cultural
318. maioria n o consegue dar certo do ponto de vista econ mico A crise do desemprego n o crise para o capitalismo crise para os trabalhadores E a economia solid ria considerada uma solu o efetiva para os trabalhadores mesmo sem qualquer apoio governamental No contexto regional sul paraense o modelo de desenvolvimento hege m nico implantado n o permitiu e continua n o permitindo que a abun d ncia dos recursos naturais seja distribu da de forma justa racional e sus tent vel para todos que aqui j viviam e para os que vieram Foi e continua sendo um desenvolvimento concentrador de riquezas e depredador do meio ambiente e dos recursos naturais Os est mulos para a gera o de emprego t m se resumido instala o de agroind strias como frigor ficos latic nios e curtumes em fun o do ciclo econ mico atual da pecu ria bovina Estas atividades n o t m sido suficientes para atender toda a m o de obra dispon vel na regi o Os dados do IBGE mostram que em m dia apenas 10 da popula o economica mente ativa do Sul do Par conseguem ingressar no mercado de trabalho formal com carteira assinada A maioria da popula o trabalhadora sobrevive por meio da economia popular economia informal Este segmento econ mico e social portanto torna se um potencial para efetivar se a constru o de um novo modelo de desenvolvimento de forma racional e com sustentabilidade onde o ser humano seja considerado
319. mais adequadas aos pa ses mais pobres do que as solu es tecnol gicas desenvolvidas nos pa ses centrais do capitalismo Em contraposi o s tecnologias convencionais de uso intensivo de capital e poupadoras de m o de obra as tecnologias apropriadas podem 78 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA ser desenvolvidas com baixo custo de capital possuem facilidades de implanta o manuten o e dissemina o e consideram o meio natural e os modos de vida dos seus habitantes Embora valorize as alternativas end genas e os conhecimentos das popula es tradicionais n o expressa uma postura de nega o da ci ncia nem de conserva o est tica de saberes e pr ticas tradicionais mas sim do melhoramento das t cnicas locais da adapta o dos conhecimentos e das tecnologias s condi es socioecon micas e ambientais locais A express o tecnologias alternativas tamb m tem sido disseminada nas ltimas d cadas como uma variante das tecnologias apropriadas mas agre gando significados pol ticos e culturais ao lado da perspectiva ambiental O car ter alternativo da tecnologia expressa a possibilidade de altera o do modelo de desenvolvimento dotando o de uma perspectiva tica ao incorpo rar os aspectos culturais socioecon micos e pol ticos ci ncia e tecnologia Mais recentemente tem sido desenvolvida uma concep o que utiliza o termo tecnologi
320. manda produtiva com requisitos contratuais estabelecidos preciso saber mediar os termos do acesso ao mercado nas formas da economia capitalista real O que deve ser produzido em um ambiente transformado pelo trabalho associado levar em considera o as disputas e media es do processo econ mico e do curso da transforma o Na a o junto aos circuitos populares a ativa o de meios de produ o as condi es t cnico produtivas e os aspectos jur dicos interagem com processos que implicam em requisitos de forma o informa o e aprendi zagem Operar no plano das for as produtivas insepar vel de intervir no plano das rela es de produ o as escalas de saber e poder se ampliam quando falamos de pol ticas p blicas Pensar na totalidade dos lugares pensar nas condi es e dimens es da mobiliza o de saberes e no acesso aos recursos dispon veis para fortalecer ampliar e transformar a qualidade dos circuitos complexos e cadeias produtivas 8 Cultura e revolu o t cnica Nenhuma ci ncia foi constitu da fora do universo cultural dos condiciona mentos e das press es das alian as e de din micas do ambiente herdado sobre o qual retroage A perspectiva da an lise cultural destacada na abordagem da pedagogia cr tica implicada na constru o de pr ticas de autonomia pelos sujeitos produtivos A economia solid ria se liga a estrat gias e processos de aprendizagem com nfase em formas democr ti
321. metr poles concentram o meio t cnico cient fico informacional devido aos patamares de moderniza o historicamente engendrados pela industria liza o e pela urbaniza o do territ rio e da sociedade O meio t cnico cient fico informacional importante conceito de Milton Santos refere se transforma o do espa o geogr fico decorrente da globaliza o da eco nomia e da expans o social e territorial das redes t cnicas e do saber cien t fico A ci ncia e a tecnologia neste sentido s o frutos e sustent culos das novas escalas de realiza o do lucro e do aumento da produtividade envolvendo capital e Estado na configura o de novos sistemas de a es e sistemas t cnicos atrav s da cria o de objetos valores culturais e neces sidades sociais nos e dos lugares Santos 1994 1996 A constitui o desse meio ocorre a partir dos vetores e da intensidade da moderniza o econ mica e tecnol gica Trata se da difus o espacial da inova o implementada pelo Estado por agentes econ micos e atores 114 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS sociais em articula o com a produ o a circula o e o consumo de mercadorias e informa o conhecimento saber instrumental e t cnico As caracter sticas mais atuais desse meio correspondem ao modelo mundial de desenvolvimento econ mico Entretanto ineg vel que na configura o deste meio tamb m interferem parti
322. mo fundamento de um novo meta bolismo social e produtivo 29 Para a refer ncia ao modo de produ o dos produtores associados que utilizamos aqui como modo de produ o do trabalho associado sugerimos a leitura do verbete sobre associa o cooperativa em BOTTOMORE Tom Dicion rio do pensamento marxista Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 1988 292 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Na implementa o de uma estrat gia da economia solid ria apoiada na cr tica ao padr o tecnol gico dominante o conceito de tecnologia social se desdobra nos debates sobre o car ter das institui es ambiente e pol ticas sobre as tecnologias e formas de organiza o e gest o das ativida des produtivas no tipo de conhecimento necess rio para as atividades produtivas diretas no conhecimento adequado ao manejo da posse e propriedade dos meios de produ o no dom nio das rela es de circula o e circuitos de intera o entre produ o e consumo As formas t cnicas e os meios t cnicos fazem parte da configura o tecnol gica que deve ser readequada inovada e transformada dentro de configura es de alian as compromissos e lutas com base num novo bloco social e t cnico que aposte no modo de produ o associado 2 Capitalismo e mudan a de paradigma O regime capitalista incorporou os processos de gest o e controle com base nos padr es tecnocient ficos que
323. mo tecnol gico que comumente influenciam os modelos de ci ncia e tecnologia hegem nicos nas institui es de ensino e pesquisa A presente publica o permite sistematizar o estado da arte dos pro cessos de incuba o de empreendimentos e redes de economia solid ria Os artigos aqui apresentados focalizam as tecnologias de gest o processo e produto como dimens es que se articulam s tecnologias sociais de orga niza o do trabalho associado A tecnologia social rompe com o modelo convencional e dominante ao incluir a centralidade dos atores sociais do campo popular na qualidade de sujeitos produtivos Os aparatos dispositivos pol ticas t cnicas e os processos de aprendizagem s o vistos a partir de diferentes recortes de experimenta o por parte dos grupos associa es e cooperativas popu lares As iniciativas objetivam a montagem e a reaplica o de redes de empreendimentos e incubadoras com destaque para a constru o de incu badoras p blicas No livro podemos observar a quest o das a es de incu ba o no mbito das pol ticas de economia solid ria e do seu potencial de mudan a qualitativa na orienta o da pol tica de ci ncia e tecnologia atra v s do refor o ao enfoque abrangente da tecnologia social Temos ao longo desse livro a possibilidade de indicar uma multiplicidade de aspectos concretos e reflex es que sistematizam experi ncias em curso no campo da constru o da economia popular e solid
324. mogeneidade e consci ncia da 196 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS pr pria fun o n o apenas no campo econ mico mas tamb m no social e no pol tico Gramsci 1979 O trabalhador intelectual org nico da economia popular e solid ria est inserido em uma forma de agir e pensar buscando a forma o cont nua e coletiva de lideran as para inaugurar uma hegemonia que assuma a gest o radicalmente democr tica popular coletiva do poder Assim busca uma sociedade autogestion ria No contexto da hegemonia capitalista ocorre o processo de constitui o dos trabalhadores intelectuais org nicos de um movimento de contra hegemonia da EPS frente s desigualdades da sociedade capitalista Aqui se inserem a atua o das ONGs e entidades de apoio como espa os de organiza o do trabalho org nico da EPS Sua a o na intera o com trabalhadores precarizados e desempregados est voltada para uma luta de contra negemonia orientada para a mudan a social Esta rela o trabalhadores empreendimentos trabalhadores ONGs constitui a economia popular e solid ria 5 Conceito teoria e pr tica na RICS Emrede Para a constru o da Rede Industrial de Confec o Solid ria segmento da Associa o de Empreendimentos Solid rios Emrede do RS assumiu se como orienta o b sica o conceito e os crit rios de economia popular e solid ria identificada como uma pr tica econ mica e s
325. n stico e Impactos do Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares Rio de Janeiro FASE 2007 91 Economia solid ria tecnologias sociais e pol ticas p blicas Sandra Regina Nishimura Introdu o O presente texto busca explicitar os ac mulos da Rede de Gestores de Pol ticas P blicas em Economia Solid ria referente aos conceitos de Eco nomia Solid ria de Tecnologias Sociais e de Pol ticas P blicas em Econo mia Solid ria as caracter sticas que envolvem essa constru o os avan os e os desafios As reflex es aqui apresentadas expressam o ac mulo das discuss es desencadeadas pela Rede de Gestores de Pol ticas P blicas em Economia Solid ria pelas organiza es governamentais e n o governamentais por estudiosos e militantes que tamb m est o no seu cotidiano envolvidos com essa tem tica Num primeiro momento discorreremos brevemente sobre a Rede de Gestores de Pol ticas P blicas em Economia Solid ria A constitui o da Rede de Gestores parte do debate entre gestores desse campo que estiveram reu nidos no Semin rio Nacional sobre a Sustentabilidade da Economia Solid ria no Brasil realizado em dezembro de 2002 em S o Paulo e do Encontro Nacional de Administra o P blica e Pol tica de Economia Popular e Soli d ria realizado no in cio de 2003 em Porto Alegre Os gestores p blicos presentes nesses espa os de discuss o compreenderam a import ncia de se constituir um f rum q
326. nal A componente cultural e com portamental e o capital simb lico se estruturam na rela o com as formas de organiza o da produ o que interagem com o aparato e as op es t cnicas Este fen meno ocorreu historicamente nas rela es que presidiram as inte ra es gen ticas entre artesanato manufatura e sistema fabril ao longo da transi o do feudalismo para o capitalismo no esquema cl ssico brit nico No processo contempor neo o capitalismo consegue recuperar e manejar as formas organizacionais artesanal manufatureira e fabril em intera o com a implementa o de novas tecnologias de comunica o e informa o Por meio delas o capital vai flexibilzando seu poder para fluidificar e manejar o desenvolvimento desigual social e territorial em pro veito da acumula o ilimitada no capitalismo tardo perif rico Todos os pro cesso em que vivemos continuam sendo determinados em grande parte atrav s de ambientes institucionais organizacionais e ou culturais em que os produtores n o d o conta do seu produto 9 Transi o sociot cnica O conte do de uma critica estrat gica da tecnologia voltada para fundar uma abordagem de tecnologia social passa por um pensar que leve em conta a rela o entre ambiente cultural conhecimento e ci ncia Numa abor dagem pela tica da autogest o esses elementos n o nascem e s o com preendidos da noite para o dia A reflex o precisa estar orientada por valores onde os proc
327. nativa aliada a um projeto social alternativo a sua horizontaliza o Nestes termos o princ pio de autori dade se constitui pelo compromisso dos cientistas com o desenvolvimento integral dos diversos grupos sociais b Abertura da universidade participa o interativa de grupos sociais na constru o da ci ncia e da tecnologia H a necessidade de supera o de dois fen menos identificados pelo PLACTS Pensamento Latino Ameri cano sobre Ci ncia Tecnologia e Sociedade O primeiro que denomi nado de obst culos estruturais configura a separa o entre a utiliza o do conhecimento produzido em ambientes precipuamente dedicados pesquisa e naqueles orientados produ o de bens e servi os p 28 E ainda os obst culos institucionais concebidos como o modelo institu cional ofertista linear p 28 Desta forma a universidade deixaria de ser uma institui o autocentrada e passaria a ser um espa o aberto democr tico e participativo para a discuss o das quest es que s o relativas aos problemas de uma determinada sociedade A abertura da universidade como espa o dial gico tem o desafio de superar a escassa ader ncia da agenda de pesquisa praticada pela comunidade de pesquisa e tamb m em 2 Palavras de Hebe Vessuri no pref cio ao livro de Dagnino 2007 3 As indica es desta parte do texto s o do livro de Dagnino 2007 As exce es ser o apontadas 258 TECNOLO
328. navam por um lado o direcionamento de recursos financeiros para melhoria da unidade produtiva da COOFRUTA por meio da compra de equipamento orienta o para atender s exig ncias da Ag ncia Nacional de Vigil ncia Sanit ria ANVISA reforma e adequa o do espa o f sico curso de Boas Pr ticas de Fabrica o BPF elabora o de manual t cnico para os manipuladores dos alimentos orienta o dos manipuladores de alimentos no cumprimento das normas de higiene alimentar vigente no pa s por outro lado havia um conjunto de atividades de forma o profissional que envolvia os cooperados dos empreendimentos mediante a realiza o de cursos oficinas semin rios e palestras Al m disso programou se a realiza o de oficinas de metodologia de incuba o para a equipe da Incubadora portanto mantendo de forma continuada com novas tem ticas e a constante avalia o do processo de incuba o a forma o da equipe respons vel pela incuba o O universo de pessoas filiadas s associa es de produtores e cooperativas de produ o era de aproximadamente 3 800 pessoas Pode se afirmar com bastante seguran a que as atividades de forma o visita de acompanhamento pesquisa de campo e outras mais abrangeram pelo menos 30 desse universo Trata se de uma estimativa de grande relev ncia pois a totalidade desses cooperados e associados reside em ilhas ou mesmo em reas de terra firme muito distante dos n cleos urbanos dos munic p
329. nceito de economia dos setores populares ver Kraychete 2000 3 Ocapital aqui entendido n o como a exist ncia de m quina e equipamentos mas como uma rela o social caracterizada pelas rela es de trabalho assalariado 138 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS empresa Para que a atividade funcione preciso que cada um dos traba lhadores assuma de comum acordo compromissos e responsabilidades S o estas regras de conviv ncia estabelecidas pelos pr prios associados que determinam a forma e a qualidade da gest o do empreendimento As condi es de viabilidade de um empreendimento associativo por tanto t m por substrato a reprodu o de uma determinada rela o social de produ o marcada pela condi o de n o mercadoria da for a de traba lho e pela apropria o do resultado do trabalho pelos trabalhadores asso ciados conforme as regras por eles definidas Esta forma social de produ o suscita e requer mecanismos democr ticos de controle e de gest o Disso resulta que um grande desafio enfrentado pelos empreendi mentos da economia popular solid ria o desenvolvimento de rela es de trabalho que sejam economicamente vi veis e emancipadoras Em termos pr ticos isto requer pol ticas e estrat gias de forma o que promovam simultaneamente a viabilidade econ mica e a gest o democr tica do empreendimento A efici ncia econ mica e o modo de gest o n o podem ser pensados
330. ncia de tecnologias conhecimentos Desta forma quando a equipe orienta o empreendimento em sua orga niza o funcional seja atrav s de cursos oficinas reuni es programadas e acompanhamento sistem tico aos livros controles internos e documenta o do empreendimento realiza a transfer ncia da tecnologia de gest o Da mesma forma al m dos cursos oficinas e reuni es programadas nas visitas aos grupos ou diretamente na unidade produtiva o t cnico respon s vel os orienta nos problemas espec ficos de produ o Nas reuni es internas da incubadora os problemas s o discutidos e se n o resolvidos procuramos outros especialistas dentro da pr pria universidade Nesse momento gera se a inova o N o raro nossos problemas entram na agenda de pesquisa de alguns professores O monitoramento e a avalia o aos grupos atendidos ocorrem por meio de observa o e do di logo estabelecido entre a incubadora e os grupos durante o desenvolvimento das atividades nas associa es e nas a es desenvolvidas nos grupos Tamb m nas associa es s o observados os documentos controles administrativos e financeiros as atas de reuni es e assembleias da associa o e outros registros Os dados obtidos s o siste matizados apresentados e discutidos no coletivo com o apoio da equipe da incubadora A sistematiza o procura levantar e apresentar pontos que s o avaliados relativamente ao desenvolvimento das rela es no traba
331. nda m nima criados por esferas governamentais e orga nismos n o governamentais dentre outros A diversidade dos empreendimentos econ micos solid rios exige a reno va o constante da incuba o a fim de dar conta n o somente de aspectos relacionados s din micas econ micas locais e territoriais dos aspectos sociais e culturais presentes em cada regi o microrregi o municipalidade e comunidade mas tamb m da transversalidade imanente pr pria economia solid ria entendida aqui enquanto um movimento de mobiliza o produtiva na constitui o de cidadania medida que articula um conjunto de pol ticas p blicas A economia solid ria torna se essencial por articular diferentes atores sociais em busca da reunifica o entre economia pol tica e sociedade Neste sentido congrega a es de trabalho mas tamb m de pol ticas p bli cas formulando a es para uma agenda governamental mas tamb m para a sociedade civil da o sentido p blico ampliado As universidades p blicas brasileiras nos ltimos 13 anos t m assumi do um papel importante na incuba o de empreendimentos solid rios Destacam se por atuar de modo a unificar a es junto pesquisa e ex tens o universit ria cujo enfoque centra se na economia solid ria e na economia popular Atualmente existem no interior das Institui es de 4 Utiliza se o conceito de unidade dom stica UD proposto por Coraggio 2003 como forma de fortalecer o sent
332. ndimentos a serem incubados Trata se de uma a o relativamente simples mesclando apresenta o de informa es sobre as estrat gias de inclus o da SDTI por meio do Pro grama Osasco Solid ria din micas sobre o mercado de trabalho e sobre economia solid ria apresenta o de dados sobre a economia solid ria hoje com nfase nas experi ncias brasileiras H tamb m um momento final de esclarecimento de d vidas e encaminhamentos por exemplo agendamento de uma nova reuni o caso haja interesse 3 2 Pr incuba o Por vezes Os grupos que chegam at n s em especial por meio do Edital n o se encontram preparados para o in cio imediato das atividades de incu ba o Isto porque em geral ainda n o apresentam clareza suficiente sobre as implica es de assumir um empreendimento coletivo e sobre a atividade econ mica a ser desenvolvida A principal a o da Incubadora nesses casos trazer informa es que contribuam para que o grupo se conhe a melhor e exercite a autogest o Al m disso s o trabalhados elementos de viabilidade econ mica O eixo a partir do qual as atividades s o realizadas o projeto de empreendimento ou pr projeto como dizemos a fim de diferenciar do projeto do empreendimento econ mico solid rio realizado na incuba o 52 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Para a elabora o do projeto s o trabalhados temas como o sonho
333. ner e do socialismo alem o em seus diferentes profetas 1845 1846 Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2007 27 Ao tratar da formula o de uma teoria sobre a constru o social da tecnologia devemos buscar sua flex o com as estrat gias de supera o das desigualdades a democratiza o social e mesmo a transi o para um outro modo de produ o para o que cabe a l cida reflex o de FEENBERG Andrew Transforming technology a critical theory revisited New York Oxford University Press 2002 28 Para os conceitos de for as produtivas e rela es de produ o recomendamos a leitura de LABICA e BENSUSSAN Dictionnaire critique du marxisme Paris Quadrige Presses Universitaires de France 1992 291 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS extensiva intensiva e flex vel de apropria o da mais valia Estas rela es manifestam se como transforma o da natureza e constru o de produtos como gera o de valor e de excedente atrav s das distintas formas hist ricas de fabrica o de bens e servi os atrav s de um modo operacional funcional instrumental espec fico Este definido e condicionado pelo modo de produ o dominante numa dada forma o social Por isso a esfera produtiva onde o conflito de classe define o campo pr tico operacional de atua o dimens o da a o humana que interage com os processos de reprodu o social e as media es culturais e pol ticas No
334. nhecem a pr pria realidade Uma vez exposta identificam se os pontos cr ticos de seu desenvolvimento Quando todos da equipe incu badora e catadores adquiriram conhecimento da realidade da territoriali dade a ser trabalhada e identificados n o somente os problemas mas as potencialidades passou se para a tomada de decis o atrav s da oficina sistem tica de formula o de um projeto 220 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS Triagem ap s o evento para a venda em conjunto Galp o da SEMULSP Manaus outubro de 2007 Fonte Projeto Inovar empreender e reciclar FINEP RTS e Unitrabalho UFAM Na oficina de vis o de futuro se manifestaram os tr s subconjuntos diferenciados nos anseios desses novos empreendedores o futuro dese jado objetivos e metas O primeiro apresenta o desejo do grupo no espa o atemporal totalmente livre de restri es onde simplesmente as coisas boas acontecem Os acontecimentos s o objetivos a serem perseguidos no plano de desenvolvimento constru do pelo coletivo nesse momento apare cem as restri es Eles descobriram que para viver no para so preciso superar muitos entraves Esses entraves s o a falta de investimento gover namental em educa o cr ditos etc Na continua o das discuss es descobriu se que a solu o tamb m passa por mudan as de comporta mentos por compromisso com o pr prio futuro Na realidade o objetivo descreveu qualita
335. nomia Solid ria MTE SENAES 2004 s o considerados como empreendimentos da economia solid ria as organiza es que possuam as seguintes caracter sticas a organiza es coletivas associa es cooperativas empresas autogestion rias grupos de produ o clubes de trocas etc suprafamiliares cujos s cios s o trabalhadores urbanos e rurais Os que trabalham no empreendimento devem ser na sua quase totalidade propriet rios ou co propriet rios exercendo a gest o coletiva das atividades e da aloca o dos seus resultados as atividades econ micas devem ser permanentes ou principais ou seja a raz o de ser da organiza o organiza es que podem dispor ou n o de registro legal prevalecendo a exist ncia real ou a vida regular da organiza o As primeiras tabula es desta pesquisa permitem delinear o seguinte perfil dos empreendimentos associativos Foram identificados cerca de 15 000 empreendimentos em 2 274 munic pios envolvendo mais de 1 2 milh o de pessoas possivelmente estes n meros s o maiores pois o mapeamento n o alcan ou todos os munic pios em v rios estados do pa s A maior parte dos empreendimentos est organizada sob a forma de associa o 54 seguida dos grupos informais 33 e cooperativas 11 A recupera o por trabalhadores de empresa privada que faliu foi citada por apenas 1 dos empreendimentos A maior parte dos grupos se estruturou tendo por principal m
336. nst ncias e tarefas executivas entre elas est o a Comiss o de Produ o e a Comiss o de Comercializa o A Comiss o de Produ o origina se da necessidade da profissionaliza o da supervis o da produ o constru da em bases autogestion rias Dois elementos essen ciais concorreram para essa necessidade Por um lado uma vis o coletiva mente constru da na busca pela diversifica o da produ o e de novos 204 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS clientes e parcerias o que implicava em mudan as importantes no pro cesso produtivo e na aquisi o de novos conhecimentos e compet ncias Por outro lado a necessidade de implanta o de um sistema de controle de qualidade apropriado EPS que fosse autogestion rio e ao mesmo tempo garantisse erro zero e alta qualidade Portanto n o se trata de importar modelos mas de formular um novo modelo adequado aos princ pios e obje tivos do projeto A Comiss o de Produ o composta pela Coordenadora de Produ o de cada empreendimento solid rio a T cnica Industrial e as Agentes Comunit rias As Coordenadoras de Produ o em cada empreen dimento solid rio foram eleitas de acordo com o crit rio de experi ncia quali dade e capacidade de relacionamento no processo produtivo Cada empreen dimento elege sua coordenadora A RICS debate atualmente a necessidade de constituir uma coordena o geral de produ o aproveitando as traba
337. nte trabalho para melhor conhecer os sujeitos do projeto elaborou um question rio para verificar como est o organizados No estudo dessa organiza o realizou se o levantamento do perfil socioecon mico buscando captar dados referentes idade renda escolaridade e composi o familiar Tamb m se buscou captar dados 215 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS referentes a indicadores tais como condi es de moradia e origem condi es de trabalho condi es de leitura e escrita Dessa forma foram utilizadas tamb m como referencial te rico no es b sicas de estat stica por ser esta a ci ncia que disp e de processos apro priados para recolher organizar classificar apresentar e interpretar conjun tos de dados fornecendo as t cnicas necess rias para extrair informa o dos dados captados pois a estat stica tem como objetivo encontrar leis de comportamento para todo o conjunto por meio da sinteriza o dos dados num ricos sob a forma de tabelas gr ficos e medidas Fonseca et alii 1996 p 111 2 Metodologia As primeiras abordagens sempre foram na rua A partir da rela o de v nculo criada nessas constantes abordagens receb amos informa es b sicas e preench amos se assim consentissem um question rio para a forma o da base de conhecimento sobre essa popula o O projeto tamb m propi ciou atrav s dos encontros de integra o a forma o cidad afora um
338. nteiras conceituais Bahia An lise amp Dados Salvador SEI v 12 n 1 p 9 20 jun 2002 MINIST RIO DO TRABALHO E EMPREGO Atlas da Economia Solid ria no Brasil 2005 Bras lia MTE SENAES 2006 MOURA Suzana MEIRA Ludmila Desafios da gest o em empreendimentos solid rios Bahia An lise amp Dados Salvador SEI v 12 n 1 p 77 85 jun 2002 SINGER P SOUZA A R Org A economia solid ria no Brasil a autogest o como resposta ao desemprego 2 ed S o Paulo Contexto 2008 SOUZA Gleide VASCONCELOS Nilton Desafio e Sobreviv ncia das Cooperativas Populares Estudo de caso de quatro empreendimentos em Salvador In Revista ETC n 2 Salvador CEFET 2004 REIS Tatiana A Sustentabilidade em Empreendimentos da Economia Solid ria Pluralidade e Interconex o de Dimens es 201f Disserta o Mestrado em Administra o Escola de Administra o Universidade Federal da Bahia Salvador 2004 40 Tecnologia social e incubadoras p blicas a experi ncia do Programa Osasco Solid ria Dulce Helena Cazzuni Sandra Fa Praxedes Silva e Maria Paula Patrone Regules Introdu o A proposta do texto tornar p blica a experi ncia que vem sendo cons tru da e acumulada pelo Programa de Economia Popular e Solid ria de Osasco com destaque para a experi ncia de incuba o atrav s da Incu badora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios IPEPS A Incu badora iniciou suas atividade
339. ntes com a perspecti va futura do bem estar das novas gera es Nessa tica h que se considerar os diferentes aspectos que a envol vem o econ mico social cultural pol tico e institucional a organiza o f sico territorial e a gest o ambiental Essa forma de exercitar o desenvolvimento que implica a mobiliza o e o envolvimento de lideran as pessoas institui es entre outras organiza es neste processo necessita da implementa o da gest o de pol ticas p blicas com um novo paradigma da rela o entre Estado e sociedade 3 Tecnologia social Esta terceira dimens o parte da compreens o de que o acesso s tecnolo gias deve ser socializado alcan ando de forma adequada os trabalhadores e trabalhadoras que se organizam coletivamente para produzir com base na autogest o A Confer ncia Nacional de Economia Solid ria realizada em Bras lia em junho de 2006 reafirma a posi o de que para se superar as principais dificuldades e entraves existentes para a consolida o dos empreendimentos redes e cadeias produtivas solid rias a divulga o das atividades realizadas a forma o assist ncia t cnica e o desenvolvimento tecnol gico s o imprescind veis Um dos eixos de discuss o e delibera o de propostas da referida Confer ncia foi o de forma o assist ncia t cnica e tecnol gica A propo si o deste eixo refere se garantia de a es de pesquisa e extens o das universidades para os
340. nto e acesso aos fundos setoriais de apoio pesquisa para inclus o social e Amplia o da representa o da ES nos F runs de Ci ncia e Tecnologia e Difus o e acesso s novas tecnologias inclusive a equipamentos e programas de inform tica priorizando o uso e desenvolvimento de softwares livres em sistemas de informa o de Economia Solid ria O que se percebe que os participantes nos espa os p blicos de debate sobre a ES no Brasil concentram suas quest es e proposi es em torno de tr s quest es fundamentais a o acesso aos conhecimentos e tecnologias b os conte dos finalidades e tipos de tecnologias que s o adequadas Economia Solid ria e c a constru o de pol ticas p blicas de ci ncia e tecnologia que considerem as necessidades e especificidades dos EES O fato que essas constata es e proposi es n o s o exclusivas da Economia Solid ria pois situam se em um contexto mais amplo de debate na sociedade sobre a quest o da fun o ou das finalidades das ci ncias e das tecnologias na constru o de processos civilizat rios 76 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA 2 Qual tecnologia para qual economia ineg vel a import ncia da ci ncia e da tecnologia na busca de supera o de limites ao desenvolvimento proporcionando a expans o das capacidades criativas e criadoras necess rias solu o de problemas ou satisfa o de neces
341. nuidade no fluxo produ o renda produ o seja para garantir a estrutura o da produ o seja para garantir renda cont nua aos trabalhadores como forma de est mulo perman ncia e consequente amplia o e consolida o do empre endimento Seu embasamento deu se sobre diversas experi ncias de 198 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS empreendimentos que consumiam esfor os e expectativas em torno da organiza o da produ o acumulando frustra es pela n o realiza o da produ o e n o obten o da renda A dificuldade da comercializa o via de regra espor dica na din mica de feiras acabava por limitar qualquer perspectiva de consolidar o empreendimento Ato cont nuo a garantia de comercializa o condi o para a acumula o e expans o do empreendi mento o cl ssico modelo de reprodu o ampliada D M D O segundo pressuposto estava em superar a dificuldade intr nseca de iniciativas n o governamentais Estas n o contam com fundos p blicos para garantir o custeio da estrutura o de um projeto da mesma forma os grupos de trabalhadores que n o possuem acumula o pr via Tal indisponibili dade de um fundo inicial acumula o primitiva se constitu a em limita o para iniciar uma produ o que exigisse significativos investimentos ou acesso a tecnologias de difus o restrita De sorte que o projeto deveria se autofi nanciar desde o princ pio Q
342. nvolvimento Para abordar o aspecto conceitual da Economia Solid ria temos que fazer refer ncia ao contexto s cio hist rico vivido em nossa sociedade A sociedade capitalista sempre enfrentou seus momentos de crise econ mica buscando no mercado de trabalho a forma para maximizar os lucros A forma de organiza o da sociedade e das rela es sociais imposta pela l gica do mercado onde impera a competi o e o individualismo As causas do desequil brio macroecon mico n o s o avaliadas em seu cerne adotando se a partir desse racioc nio alternativas para o seu enfrentamento que n o alcan am a sua causa Alinha se nessa forma de interpreta o o desem prego que na nossa hist ria sempre esteve associado desqualifica o profissional Assim tem se a equa o de que a qualifica o profissional resulta no emprego O tempo j mostrou que essa forma de resolu o n o supera o grave problema do desemprego e da exclus o A exclus o social deve ser considerada no seu aspecto multidimensional ou Seja em seus aspectos econ micos sociais culturais pol ticos e psico l gicos e compreendida como o ac mulo de vulnerabilidades econ micas sociais pol ticas culturais entre outras 93 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Para Dupas 2001 a exclus o social refere se falta de acesso a bens e servi os falta de seguran a justi a e cidadania O autor pontua n veis de exclus o
343. o N 9 823 constitui um espa o p blico destinado s a es de fomento ao processo de incuba o de apoio organiza o consolida o e sustenta bilidade de empreendimentos econ micos solid rios sediados no Munic pio de Osasco Artigo 2 Do in cio de 2006 at mar o de 2008 o Programa Osasco Solid ria atrav s da Incubadora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios j sensibilizou 10 087 pessoas do munic pio de Osasco atendeu em proces sos de pr incuba o aproximadamente 3 471 e em processos de incuba o 626 pessoas Atualmente a Incubadora ap ia e orienta 27 empreendi mentos Destes oito j est o constitu dos juridicamente dois como coope rativas do segmento da Reciclagem a Coopernatuz e a Coopermundi um empreendimento na rea cultural denominado Boca de Pano dois na rea da alimenta o Meninas do Quilombo e Camafeu Dourado dois na rea de costura e confec o a Unitrama e o C C O Cooperativa de Costura de Osasco e um na rea do artesanato rede Os demais empreendimentos encontram se em diferentes est gios no processo de Incuba o Portanto ao mesmo tempo em que existe o equipamento p blico enquanto espa o de refer ncia e de apoio aos Empreendimentos de Eco nomia Solid ria a a o de incuba o vem sendo desenvolvida de forma descentralizada em todo o territ rio do munic pio de Osasco com ativida des priorit rias organizadas nas seguintes reas
344. o a express o manifesta da cultura como mercadoria e da organiza o como tecnologia na era do capitalismo tardio globalizado O corpo produtivo das popula es nas bacias difusas de trabalho no arquip lago global apresenta um conflito direto entre a conex o e a intera o da coopera o produtiva do trabalho e as formas de controle e comando Como ultrapassar as dificuldades de organizar esse trabalho disperso e difuso no territ rio e nas redes comunicacionais que se v despojado de sua pot ncia social de emancipa o por n o se inscrever mais no espa o formal da f brica ou do v nculo empregat cio Como fazer frente ao fato de que em fun o das condi es culturais e dos modos de consumo os seg mentos populares t m um comportamento contradit rio na defini o da sua luta pelo direito ao trabalho O modo como se desenvolve a tecnologia dominante ultrapassa no plano pr tico o paradigma mec nico e a base produtiva e reprodutiva real na dire o do novo modo de comando e valoriza o do capital A acumula o 34 KUMAR Krishan Da sociedade p s industrial p s moderna Novas teorias sobre o mundo contempor neo Rio de Janeiro Jorge Zahar Editor 1997 298 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O flex vel e as novas tecnoci ncias atuam em intera o dentro da reestrutura o capitalista combinando estrat gias de guerra e de novas negocia es e coopt
345. o assessores qualificados A primeira tarefa foi identificar potenciais mercados para os quais pode ria se estruturar o futuro empreendimento Dadas as poucas aptid es t cni cas de produ o limitou se em prospectar atividades que permitiam uma r pida e acess vel capacita o t cnica No contexto de ent o 2003 perce beu se a abertura de organismos governamentais de n vel federal para apoiar e fomentar iniciativas de est mulo gera o de trabalho e renda As prospec es identificaram uma demanda potencial de confec o de roupas hospitalares por parte de um grande grupo hospitalar A atividade de confec o exigiria conhecimentos espec ficos de corte e costura indus trial mas que n o estava muito distante dos conhecimentos das mulheres da periferia com quem a Guay pretendia organizar empreendimentos Ao mesmo tempo o grupo hospitalar mostrou se disposto a construir um projeto de capacitar futuros grupos que lhe produzissem as pe as neces s rias Como se tratava de uma demanda cont nua abria a perspectiva de produ o continuada que poderia ser adquirida mensalmente pelo grupo hospitalar A restri o de realizar investimentos de pr produ o como a aquisi o de mat ria prima poderia ser contornada pela disposi o do grupo hospitalar de fornecer as mat rias primas tecidos e linhas Assim passou se ao processo de elabora o do projeto t cnico que demonstrasse a viabilidade de organiza o da p
346. o enquanto as rela es paternalistas se destinam satisfa o prec ria das necessidades imediatas e urgentes das classes sociais populares O paternalismo uma estrutura de poder que torna o pobre devedor pol tico do rico que controla o Estado Como o Estado n o concebido como ente p blico ent o a cultura pol tica dominante traduz uma pr tica social que afirma a d vida pessoal e o compromisso de obedi ncia pessoal pelo benef cio recebido e n o devido a um direito p blico afirmado e que deve ser implementado O terceiro aspecto a ser colocado o perfil do Estado autorit rio Aqui queremos destacar alguns aspectos que s o especiais nesta configura o do Estado Acentuam se as caracter sticas do Estado usar de instrumentos legais de coer o e de domina o pol tica Vale destacar as rela es de domina o saem da esfera das redes de rela es de pessoalidade para o campo das rela es institucionais H uma profissionaliza o e burocrati za o do Estado O planejamento e os planos tornam se os instrumentos de controle do Estado No Brasil a passagem para o Estado burocratizado e que incorpora t cnicos para o planejamento portanto uma cientificiza o da gest o da m quina p blica e da articula o das a es do Estado com os interesses econ micos da burguesia foi analisado por Octavio lanni 1991 o per odo do Estado militar Zart 2005 que reorganiza a gest o do Estado implantando as estrat
347. o instrutores auxiliadores dos EES na gest o legaliza o formaliza o 8 O quadro de t cnicos do CESOL conta com profissionais das reas de administra o contabilidade direito assist ncia social design turismo e pedagogia 24 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA desenvolvimento de produtos cria o de identidade visual H ainda a figura do agente de desenvolvimento que identifica as demandas atrav s de um diagn stico do empreendimento Os servi os de consultoria se diferenciam da incuba o por se tratar de atividade que n o tem uma din mica cont nua de acompanhamento quase di rio que o processo de incuba o pressup e 3 Incuba o a incubadora tem por objetivo a incuba o de redes de produ o comercializa o e consumo incorporando os empreendimentos econ micos solid rios bem como o acompanhamento e monitoramento das diversas incubadoras fomentadas e apoiadas pelo programa Bahia Solid ria 4 Tecnologia atrav s de uma parceria com a Secretaria Estadual de Ci ncia Tecnologia e Inova o SECTI utilizando a metodologia dos Centros Digitais de Cidadania CDC os Centros promover o o uso e a forma o em tecnologias livres al m de forma o no uso de softwares de gest o controle estoque numa perspectiva de inclus o sociodigital 5 Cr dito uma das maiores dificuldades dos EES o acesso ao cr dito Com o objetiv
348. o marco jur dico apropriado cr dito e finan as solid rias forma o assist ncia t cnica e tecnol gica comunica o e divulga o sa de do trabalhador e da traba lhadora sustentabilidade ambiental e institui o de mecanismos de partici pa o e controle social No documento das Diretrizes e Estrat gias para a Constru o e o Desenvolvimento das Pol ticas P blicas de Economia Solid ria uma pol tica p blica de fomento Economia Solid ria dever cumprir os seguintes objetivos contribuir para a concretiza o dos preceitos constitucionais que garantam aos cidad os e cidad s o direito a uma vida digna contribuir para a promo o e a amplia o das oportunidades e a melhoria das con di es de trabalho e renda contribuir para a erradica o da pobreza a inclus o social e a equidade de g nero e etnia reconhecer e fomentar as diferentes formas organizativas da Economia Solid ria contribuir para a promo o do desenvolvimento e da sustentabilidade socioecon mica e ambiental contribuir para dar visibilidade legitimidade da Economia Soli d ria ampliando a criar mecanismos legais que viabilizem o acesso dos sujeitos da Economia Solid ria aos instrumentos de fomento promover a integra o e a intersetorialidade das v rias pol ticas p blicas que possam fomentar a Economia Solid ria nos e entre os entes federados do Estado e fortalecer e estimular a organiza o e a participa o social e pol tica
349. o apenas a investimento na incubadora mas tamb m aos empreendimentos incub veis o que ser registrado no formu l rio on line da proposta A realiza o do Projeto Estadual de Incubadoras de Empreendimentos Econ micos Solid rios possibilitar a transfer ncia de conhecimento a setores historicamente exclu dos economicamente em uma escala maior do que as universidades e entidades da sociedade civil t m feito possibili tando a redu o da pobreza atrav s da forma o e inser o produtiva em empreendimentos econ micos sustent veis Considera es finais A cria o da Superintend ncia de Economia Solid ria SESOL no mbito da Secretaria do Trabalho Emprego Renda e Esportes SETRE do Governo da Bahia determina com concretude institucional a formula o e execu o de uma pol tica p blica voltada para outro modelo de desenvolvimento com princ pios e pr ticas que respeitam o trabalhador com base na pro du o coletiva propriedade comum dos meios de produ o autogest o respeito ao meio ambiente viabilidade socioecon mica respeito s minorias rela es democr ticas trabalho decente e livre O intento almejado n o se revela f cil no contexto de uma sociedade capitalista hegem nica o que significa ser imprescind vel uma intensa e continuada sensibiliza o e forma o derredor dos alicerces te rico e pr tico que fundamentam a transforma o do atual modo de produ o e distribui
350. o ator simboliza uma press o adicional na elabora o implementa o e avalia o da agenda p blica de pesquisa Neste sentido as PCT devem ser ampliadas e redesenhadas porque a agenda dos movimentos sociais n o suporta as perspectivas de ci ncia universal e neutra ou da tecnologia instrumentalista e determinista A agenda dos movimentos sociais inclui um processo de cons tru o participativa de intera o dos atores e da adequa o da agenda de C amp T para as demandas das diversidades dos grupos sociais populares que configuram os cen rios da Adequa o Sociot cnica 4 O modo de atua o do ator comunidade de pesquisa e a presen a do ator movimentos sociais na defini o do modelo cognitivo Para refletir sobre esta quest o levantamos algumas proposi es que consideramos importantes para a reflex o cr tica da ci ncia e da tecnologia e a constru o de referenciais alternativos para o desenvolvimento de um modelo cognitivo voltado para a transforma o do modelo de economia dependente em termos globais desigual em termos sociais e predat rio em termos ecol gicos Neste sentido os desafios que temos para pensar a ci ncia e a tecnologia no Brasil e na Am rica Latina devem ser provoca dores da nossa imagina o criativa e da inser o compromissada com a elabora o de pol ticas de ci ncia e tecnologia para a resolu o dos pro blemas configurados nas ambi ncias institucionais e sociais do Brasil e da A
351. o de grande porte como para um pequeno grupo de mulheres que se organiza numa associa o de costureiras As condi es concretas do processo de trabalho e das circunst ncias em que ele ocorre s o muito diferentes em cada um destes empreendimentos com evidentes implica es para a gest o cotidiana dos mesmos As atividades de forma o descoladas da organiza o e dos processos de trabalho concretos peculiares a cada empreendimento constituem se numa abstra o Se nos atemos apenas aos princ pios e n o nos deixamos interpelar pela realidade podemos enfrentar problemas incontorn veis Por exemplo o primeiro princ pio do cooperativismo a associa o livre e volunt ria Mas sabemos que numa realidade como a brasileira a busca de uma alternativa de trabalho face ao desemprego se constitui na principal motiva o para a organiza o dos empreendimentos associativos Deve se considerar tamb m que geralmente os empreendimentos s o formados por pessoas que j se conhecem Em princ pio ningu m manda em ningu m todos s o iguais Produzir quase todos sabem mas comum uns saberem mais do que outros Se h diferen a de saberes h diferen a de poderes Mas se todos s o iguais como lidar com isso insuficiente portanto afirmar que a gest o democr tica se caracte riza pela aus ncia de separa o entre os que decidem e os que executam H decis es que podem resultar de uma discuss o coletiva Mas existem
352. o de minimizar este entrave o CESOL oferece microcr dito atrav s do Programa de Microcr dito do Estado da Bahia CrediBanhia 6 Articula o uma das preocupa es da SETRE SESOL n o fazer sobreposi o de a es com outros rg os do Estado sendo ent o a transversalidade das a es uma busca incessante Nesse sentido cabe ao CESOL fazer a articula o com outros entes do Estado que realizam a es complementares s do Centro P blico promovendo a EcoSol como uma alternativa concreta de desenvolvimento atrav s de uma a o integrada Na pr tica poss vel por exemplo contatar outro rg o para que este disponibilize um Engenheiro Agr nomo 9 Conforme dados do SIES 10 Podemos citar como exemplo de institui es a Superintend ncia de Agricultura Familiar SUAF a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agr cola EBDA a Companhia de Desenvolvimento e A o Regional CAR 25 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O que podemos perceber conforme sugere a figura que h uma interarticula o e uma complementa o entre os servi os oferecidos pelo CESOL Para ilustrar um empreendimento que acessar o cr dito pode contar com o servi o do administrador consultoria para melhor organizar a produ o do grupo Desta forma os Centros P blicos buscam atuar e entender os EES na sua amplitude 2 2 2 Gest o do CESOL Os Centros P blicos de Economia Solid ria dever
353. o de redes e cadeias comercializa o etc No campo das prioridades para a pol tica de Tecnologia Social no campo da Economia Solid ria apontou se como demanda efetiva o desen volvimento de a es p blicas para os EES situados nos centros urbanos especialmente nas regi es metropolitanas Al m disso a pol tica de Tec nologia Social deve priorizar a constru o e o fortalecimento de redes e cadeias produtivas entre os empreendimentos econ micos solid rios como efeito demonstra o das possibilidades tecnol gicas que se apresentam apropriadas ao desenvolvimento da autogest o Finalmente considera se que o desenvolvimento e dissemina o das tecnologias sociais devem adquirir car ter estrat gico em algumas reas em que a ES est sendo fomentada e apoiada Entre esses setores destacam se a coleta e reciclagem de materiais a produ o de formas alternativas de energia renov vel bioenergia agroenergia o desenvolvimento de softwares livres no mbito da inclus o digital a produ o agroecol gica de base familiar e associativa e a adequa o sociot cnica nas empresas recuperadas Essas iniciativas devem ser articuladas com as a es de acesso ao cr dito e s finan as solid rias de organiza o da comercializa o de forma o e qualifica o social e profissional e de assist ncia t cnica e organizativa Nesse sentido a pol tica p blica de Economia Solid ria para as tecno logias sociais deve conter uma f
354. o dessa assessoria para os as trabalhadores as da regi o em 1997 t cnicos que atuavam no MEB no PDH na Comiss o Pastoral da Terra CPT e outras pessoas criaram a Cooperativa de Servi o e Apoio ao Desenvolvimento Humano e Sustent vel Atior Copatior com o objetivo de dar continuidade aos trabalhos j iniciados A Copatior uma cooperativa de presta o de servi os que centra sua atua o nos seguintes programas gest o institucional visando orga nizar e fortalecer a pr pria entidade forma o pol tica para contribuir no fortalecimento das organiza es populares produ o agroecol gica que estimula a pr tica da agroecologia junto aos agricultores familiares beneficiamento e comercializa o visando agregar valor aos produtos dos agricultores familiares g nero tendo em vista construir justas rela es de g nero entre o p blico acompanhado e economia popular e solid ria que visa melhorar a qualidade de vida dos as empreendedores as popula res e construir uma nova economia no Sul do Par O nome Copatior deriva da l ngua Karaj ndios que habitavam as margens do rio Araguaia Atior na l ngua Karaj significa novo dia ou amanhecer Assim que ap s um per odo de poucas atividades sistem ticas em 2001 a Copatior retoma os trabalhos anteriormente estimulados pelo MEB e pelo PDH Nesta nova fase a Copatior tenta reduzir as dificul dades anteriormente identificadas
355. o do Rio de Janeiro com a fuga de ind strias o aumento da pobreza absoluta e da indig ncia S nia Rocha 1996 o aumento da viol ncia e o crescimento das reas favelizadas Neste cen rio informa es sobre a din mica s cio produtiva nas reas favelizadas da cidade do Rio de Janeiro indicam uma tend ncia crescente de esses locais acumularem fun es de moradia e de gera o de trabalho e renda atrav s de atividades aut nomas e informais Tradicionalmente ocupadas como op o de moradia para uma popula o inserida produti vamente fora desses espa os as favelas re nem atualmente uma infini dade de atividades econ micas caracterizadas por rela es de proximi dade e informalidade Como exemplo dessa din mica podemos mencionar alguns dados relativos a comunidades que integram o Complexo da Mar na cidade do Rio de Janeiro tendo por base um Censo realizado em 2000 pelo CEASM Centro de Estudos e A es Solid rias da Mar De acordo com o levan tamento cerca de 30 das resid ncias na Vila do Jo o s comunidade que integra o Complexo apresentavam fun es m ltiplas de moradia e espa o produtivo S o pequenas confec es grupos de reciclagem pres tadores de servi os variados onde o modo de organiza o do trabalho em cooperativas populares pode representar uma alternativa ao encami nhamento de demandas para acesso aos meios de produ o e amplia o do potencial produtivo Em muitos casos podemos as
356. o em que essas perspectivas sejam expostas ouvidas debatidas O principal espa o para a avalia o planejamento troca debate e encaminhamento das quest es relativas incuba o a reuni o de equipe semanal Participam desta reuni o a equipe multidisciplinar e a Coorde na o da IPEPS Quinzenalmente ocorrem as reuni es de forma o momentos de troca aprofundamento e discuss o sobre textos artigos e refer ncias que podem ter como tema a incuba o metodologia educa o popular ou mesmo temas trabalhados junto aos grupos que merecem aprofundamento por parte da equipe como autogest o viabilidade econ mica etc A cada quinzena alternando com as reuni es de forma o tamb m ocorrem as reuni es dos n cleos por segmentos econ micos Tais reuni es t m um car ter mais estrat gico O objetivo n o tanto olhar os EES um a um e sim pensar estrat gias mais coletivas que fomentem a viabilidade econ mica o olhar aqui se dirige para o subgrupo dos EES incubados que tem atividade econ mica em comum Os projetos inclusive as oficinas setoriais com o est mulo experi n cia de produ o e comercializa o tamb m s o pensados neste foro Os n cleos t m representantes escolhidos pelos t cnicos que os comp em e que s o encarregados de representar inclusive institucionalmente a IPEPS frente a parceiros espec ficos na interface de cada projeto Conforme a demanda h tamb m reuni es semanais d
357. o m todo da heterogest o no qual se destaca a administra o hier rquica formada por n veis sucessivos de autoridade em que as informa es e consultas fluem de baixo para cima e as ordens e instru es de cima para baixo Os trabalhadores dos n veis mais baixos sabem muito pouco al m do necess rio para cumprir suas tarefas 198 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS repetitivas e rotineiras Os n veis mais altos t m a responsabilidade de administrar os conflitos entre competi o e coopera o dos distintos setores para extrair os melhores resultados para a empresa J na empresa solid ria que pratica a autogest o a principal caracter stica a demo cracia Em empresas de pequeno porte todas as decis es podem ser tomadas em assembl ias que ocorrem seguidamente Em empresas soli d rias de grande porte estruturas de coordenadores encarregados ou gestores s o eleitas diretamente pelos trabalhadores sendo que as ordens e instru es fluem de baixo para cima e as demandas e informa es de cima para baixo Nos empreendimentos solid rios a autogest o se expressa por um conjunto de pr ticas sociais que se caracteriza pela natureza democr tica das tomadas de decis o que propicia a autonomia de um coletivo abran gendo toda a empresa A ess ncia desta pr tica social est fundada na reparti o do poder na reparti o do ganho na uni o dos esfor os e no estabelecimento de um novo ti
358. o quando buscam o auto interesse A suposi o restrita e simplificadora de que os empreendimentos da economia popular solid ria assentam se num nico princ pio motivador e organizador gera a ilus o sedutora de aparentes solu es perfeitas mas frustrantes transformando paisagens socialmente vivas e fact veis em miragens Al m disso como observam ASSMANN e SUNG 2000 p 158 Quando se busca a solidariedade perfeita ou solu es definitivas imp e se sobre as pessoas e grupos sociais um fardo pesado demais para se carregar 139 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS n o a de uma atividade associativa mas a do emprego assalariado ou do trabalho por conta pr pria Em geral para os empreendimentos associativos de agricultores fami liares e modalidades de artesanato o aumento do n mero de s cios uma condi o para a sustentabilidade da atividade No caso dos empreen dimentos urbanos mais f cil ocorrer o inverso ou seja eles tendem a se viabilizar apenas com um n mero reduzido de s cios Vamos considerar por exemplo uma cooperativa de produ o de ali mentos com 20 associadas localizada na cidade Para cada associada receber R 400 00 m s a atividade teria que gerar um valor de R 8 000 00 m s apenas para remunerar as associadas Se produzir salgados vendidos a um R 1 00 e supondo uma margem otimista de R 0 50 por unidade vendida a cooperativa ter que produzi
359. o referencial impor tante desta enquanto interpreta o da C amp T conformada e condicionada pelos valores sociais A teoria da adequa o sociot cnica constr i nestes termos uma forma diferenciada de compreens o da C amp T que tem impli ca es relevantes para a configura o da PCT Primeiro h de se considerar que ela introduz a necessidade de consi derar atores sociais que historicamente estavam margem da agenda da PCT que s o os movimentos sociais Movimentos sociais definidos como os atores que representam o povo isto aqueles que se tornam atores a partir da inser o nas rela es de produ o da C amp T do controle dos meios de produ o como propriedade coletiva da constru o colaborativa das tecnologias sociais da forma o de redes de coopera o social de pro cessos pol ticos participativos Estas caracter sticas necessitam de uma C amp T que esteja em acordo com as diversidades dos grupos sociais Neste sentido n o poss vel criar e desenvolver a C amp T de forma unidirecional preciso 251 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS um movimento de constru o e desconstru o cont nua para adequar se aos contextos nos quais a C amp T recriada e readequada Com uma nova caracteriza o da C amp T e a inser o dos movimentos sociais no processo de orienta o da policy de C amp T configura se uma rela o da politics diferenciada porque a presen a de um nov
360. o saber do trabalhador infor mal que inclui a sua leitura do espa o urbano e o saber t cnico inovador em geral de difus o muito restrita que indispens vel melhoria das suas condi es de vida Sobre o saber dos grupos sociais que vivem da vira o cotidiana Zaoual 2006 aponta para a necessidade de novos recortes anal ticos que valorizem lugares e falas na proje o do futuro poss vel Diz o autor Na abordagem dos s tios o espa o pensado deve corresponder ao espa o em que os homens acreditam e vivem Essa exig ncia pressup e por si s o abandono do recorte tradicional das ci ncias sociais e uma orienta o conceitual muito mais flex vel e voltada para os imagin rios de situa o Esta uma maneira de repensar os lugares em sua especificidade levando em conta os sistemas de representa es dos atores Zaoual 2006 p 31 Para o autor O s tio n o simplesmente o espa o de ferrovias ou da internet isto um espa o determinado pelo mundo dos objetos sim uma entidade que material imaterial constitu da por um conjunto de cren as valores mitos e experi ncias passadas conscientes ou inconscientes E mais Ao lado desse aspecto feito de mitos e ritos o s tio possui tamb m uma caixa conceitual que cont m seus conhecimentos emp ricos e ou te ricos de fato um saber social acumulado durante sua trajet ria Enfim os atores em dada situa o
361. o social dispon vel em http Anww interface org br revista7 ensaio 1 pdf SANTOS Milton Da totalidade ao lugar S o Paulo Edusp 2005 SINGER Paul Economia Solid ria um modo de produ o e distribui o In SINGER P e SOUZA A Orgs A Economia Solid ria no Brasil S o Paulo Contexto 2000 TAUILLE Jos Ricardo Para re construir o Brasil contempor neo trabalho tecnologia e acumula o Rio de Janeiro Contraponto 2001 312 Temos ao longo desse livro a possibilidade de indicar uma multiplicidade de aspectos concretos e reflex es que sistematizam experi ncias em curso no campo da constru o da economia popular e solid ria que s o refor adas e ou desencadeadas pela Chamada P blica MCT FINEP MDS Caixa Incuba o de Empreendimentos Solid rios 01 2005 No seu conjunto este livro tamb m est ancorado no reconhecimento por parte da RTS Rede de Tecnologia Social de que a incuba o de cooperativas populares empreendimentos e redes de economia solid ria uma tecnologia social de mobiliza o produtiva Pedro Claudio Cunca Bocayuva e Ana Paula de Moura Varanda PUBLICA O FASE Soli ariedade e Educa o L IPPUR Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional FINANCIADORES FINEP FINANCIADORA DE ESTUDOS E PROJETOS MINIST RIO DA CI NCIA E TECNOLOGIA Pa Minist rio da Ci ncia e Tecnologia GOVERNO FEDERAL A org
362. o universal e an nimo adequado ao discurso t cnico 147 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS a cidade Desta perspectiva a constru o e a concep o do espa o rejeitam tudo aquilo que n o imediatamente trat vel por meio de uma concep o cient fica e sobretudo modelar Foucault 1997 destaca como ao final do s culo XVIII a perspectiva totalizadora e disciplinadora surge como um instrumento de exerc cio do poder normatizando a disposi o dos indiv duos no espa o A disciplina atende necessidade de regular a distribui o dos indiv duos especial mente com o prop sito de aumentar a produtividade nas atividades econ micas Neste momento tamb m se assiste ao surgimento de diversas t cnicas de esquadrinhamento do espa o O espa o urbano em especial condensava rg os e cargos da admi nistra o p blica respons veis pela aplica o de uma legisla o que possu a como principal objetivo o controle e a disciplina Este objetivo orientou sem d vida o amadurecimento t cnico do planejamento urbano De acordo com Certeau 2000 atualmente nos discursos hegem nicos a cidade concebida como marco totalizador e quase m tico para as estrat gias socioecon micas e pol ticas No entanto na pr tica a vida urbana revela se muito mais complexa do que a cidade que emerge dos projetos urban sticos A vida urbana cada vez mais se v entregue a movimentos contradit rios que
363. ocais o que significa a n o replica o de uma estrat gia bem sucedida externa quele local Isso pressup e a mobiliza o num esfor o que envolve diferentes sujeitos para supera o das dificuldades na realiza o de mudan as que visem favorecer mudan as nas condi es de produ o e comercializa o de bens e servi os para alcan ar a melhoria na qualidade de vida local Desenvolvimento Local entendido como um processo que mobi liza pessoas e institui es buscando a transforma o da economia e da sociedade locais criando oportunidades de trabalho e de renda superando dificuldades para favorecer a melhorias das condi es de vida da popula o local Assim se trata de um esfor o localizado e concentrado isto s o lideran as institui es empresas e habi tantes de um determinado lugar que se articulam com vistas a 96 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA encontrar atividades que favore am mudan as nas condi es de produ o e comercializa o de bens e servi os de forma a pro porcionar melhores condi es de vida aos cidad os e cidad s partindo da valoriza o e ativa o das potencialidades e efetivos recursos locais Jesus 2008 p 139 Para tanto necess rio tamb m ter como foco o desenvolvimento das comunidades de modo sustent vel a partir de suas potencialidades espe c ficas em suprir suas necessidades imediatas prese
364. ocessos de adequa o das tecnolo gias dispon veis equipamentos organiza o dos processos ou linhas de produ o gest o do neg cio etc s novas diretrizes do trabalho coope rado e da autogest o do EES Fruto das iniciativas de articula o entre esses empreendimentos abrem se possibilidades de interc mbios de conhe cimentos e tecnologias fortalecendo processos de atua o em rede Al m disso algumas empresas recuperadas est o desenvolvendo solu es tecnol gicas para reas de interesse social A t tulo de exemplo cita se o caso de uma miniusina de produ o de leo vegetal concebida e fabri cada pela Cooperativa de Trabalhadores da Metalurgia em Canoas CTMC Canoas RS que pode fortalecer a participa o da agricultura familiar no programa brasileiro de biod esel agregando valor ao produto beneficiado diretamente pelas organiza es solid rias desses agricultores aumentando a renda apropriada localmente e reduzindo a subordina o e a subalter nidade na rela o com as outras organiza es empresariais na cadeia produtiva Nesta mesma dire o situa se o Projeto de Micro Destilaria de Produ o de lcool Combust vel desenvolvido pela GERALCOOPY RS atrav s da Unisol Brasil em parceria com a Petrobras que busca conferir sustentabilidade s pequenas comunidades rurais e maior participa o na produ o nacional de lcool combust vel A pr pria forma de construir essas a es e projetos expr
365. ocial diferenciada do modo de produ o capitalista cujas principais distin es s o a proprie dade ou posse dos meios de produ o pelos trabalhadores o controle destes por meio da autogest o dos processos produtivos e financeiros dos empreendimentos e a partilha democr tica dos resultados da produ o podendo vir a constituir rela es n o capitalistas de produ o A efetividade da autogest o demonstrada pelo controle ativo dos trabalhadores sobre o processo produtivo e administrativo financeiro dos empreendimentos mobilizador do sujeito da EPS e propicia um ambiente de cr tica radical O projeto da RICS origina se da cr tica estrat gia de inser o econ mica de redes fechadas na constru o da economia popular e solid ria Em primeiro lugar a pr tica do consumo solid rio de pre os impratic vel entre trabalhadores exclu dos e precarizados em fun o do seu baixo 197 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS poder de compra n o sendo capazes de optar pela solidariedade no consumo O que implica a necessidade de os empreendimentos solid rios realizarem vendas prioritariamente na concorr ncia direta com as empresas capitalistas em termos de pre os e qualidade Singer 2004 O segundo elemento da cr tica refere se estrat gia de prote o das pequenas unida des produtivas solid rias frente s experi ncias de mercado poupando as de se atualizarem tecnicamente e l
366. ogia social normalmente compreendida como algo simpli ficado mas tamb m a pesquisa e desenvolvimento P amp D pois as cadeias 262 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O produtivas nas quais eles se inserem est o exigindo incorpora o tecno l gica inclusive desafiando a universidade a propor tecnologias apropria das pois n o se pode considerar a implanta o de uma matriz tecnol gica poupadora de m o de obra no sentido do desemprego estrutural ou ecologicamente incorreto em empreendimentos solid rios que t m como objetivo central a gera o de trabalho e renda e a melhoria das condi es de vida dos trabalhadores A universidade brasileira possui um papel muito importante na medida em que possui pessoal de elevada qualifica o profissional e acad mica professores pesquisadores alunos de gradua o e p s gradua o os quais precisam ser disponibilizados nas mais diversas reas de conhecimento para fazer valer a integra o ensino pesquisa e extens o como condi o de aprendizagem Neste sentido as incubadoras universit rias t m mos trado o caminho afirmando um novo paradigma da universidade p blica Isso seria um diferencial em rela o s demais entidades e organismos governamentais e n o governamentais Contudo o conhecimento cient fico n o pode se constituir em objeto de poder mas algo p blico de acesso a todos se constitu do a partir das dem
367. ol gicas escassez de auto estima dificul dades de compreens o tanto daquele que aprende a nova t cnica como daquele que a ensina obst culos com origem na falta de infraestrutura e na dist ncia entre local de trabalho e local de moradia bloqueios no uso efetivo de novas orienta es t cnicas por aus ncia de articula o com cadeias produtivas e formas de acesso ao mercado Vejamos mais um mapa O Mapa 2 permite reconhecer a concentra o dos empreendimentos que participam do Programa Nacional de Economia Solid ria na cidade do Rio de Janeiro com um total de 201 empreendimentos cadastrados A seguir encontram se Nova Igua u com 154 empreendimentos e Duque de Caxias com 88 empreendimentos Os demais munic pios t m um n mero muito pequeno deste tipo de empreendimento frente dimens o alcan ada pelo mercado informal de trabalho conforme antes apresentado no Mapa 1 Este fato demonstra a necessidade de que seja ampliado o acesso ao Programa para os trabalhadores informais tais como os pescadores artesanais os catadores de materiais recicl veis e os ambulantes de modo a permitir que apreendam e divulguem o sentido e a pr tica dos empreendimentos solid rios 121 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS MAPA 2 Total de Empreendimentos Econ micos Solid rios por munic pio da metr pole do Rio de Janeiro 4 Duque de Caxias 9 Japeri Nova Igua u Mag 5 16 Queimados Belford Roxo g Par
368. om a igualdade de oportunidades acesso ao trabalho e com o desenvol vimento social econ mico e pol tico a ser adotado faz com que a sua interven o na Economia Solid ria seja compreendida como crucial para o seu fortalecimento Direcionar ou redirecionar Pol ticas P blicas em curso com a es pautadas em um leque de possibilidades que se afirmem como garantia de direitos e que apontem para a autonomia dos trabalhadores e traba lhadoras fundamental O investimento do Poder P blico nessa rea constitui se um dever do Estado e direito do cidad o para que lhe sejam oportunizados meios para o efetivo acesso ao direito ao trabalho Alinhar esse dever com a Economia Solid ria demonstra um salto de qualidade na medida em que se prop e a desenvolv la como estrat gia e pol tica de desenvolvimento oportuni zando trabalho e renda por meio de uma nova constitui o do trabalho na produ o comercializa o consumo e financiamento Nesse sentido criar mecanismos que permitam atender s necessida des do investimento em Economia Solid ria um desafio que est posto para os governos seja na esfera municipal estadual ou federal que est o se propondo a implement la no mbito da pol tica p blica Para Singer 2001 trata se de uma forma de enfrentamento ao desemprego Ser preciso eleger governos municipais estaduais e federal que d em prioridade ao combate ao desemprego atrav s do apoio concreto a todas as fo
369. om clareza no mapeamento da eco nomia solid ria da SENAES Atlas 2006 Segundo os dados dispon veis sobre as entidades de apoio forma o social EAFS no mbito da eco nomia solid ria inclusive as universidades identifica se que a maioria das EAFS concentra suas a es em forma o e articula o mobiliza o Apenas 8 30 representam P amp D V rios fatores poderiam explicar essa participa o reduzida da contribui o das universidades e institutos de pesquisa com P amp D para a economia solid ria Dentre os fatores poderia se destacar a quase inexist ncia de financiamento para P amp D neste campo al m de um quadro reduzido de pesquisadores e t cnicos habilitados e envolvidos com o movimento de economia solid ria Nesse sentido reivin dicar o car ter de P amp D para a inova o social de incuba o imprescin d vel Isso ampliar a pr pria participa o da tem tica economia solid ria nas universidades tendo em vista que passa a envolver de maneira mais efetiva os rg os de fomento pesquisa no Brasil algo que j vem 283 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS ocorrendo de modo restrito extens o universit ria Portanto isso requer compreender a P amp D n o somente como a cria o de inova o para o setor produtivo capitalista centrado nas chamadas reas tecnol gicas ou hard s ou seja a economia do capital mas pensar na economia do trabalho volta da para a l g
370. omia popular desde as unidades familiares aos grupos de produ o servi os e comercializa o em condi es de constitui o em cooperativas e ou associa es articula es em redes e f runs municipais e intermu nicipais A outra condi o estrat gica nesse processo a permanente mobiliza o elabora o e efetiva o de pol ticas p blicas de incentivo aos empreendimentos populares e solid rios buscando envolver sensibilizar e reivindicar dos gestores p blicos das prefeituras e governo do estado as a es e mecanismos necess rios nesse sentido Qualitativamente esta a o possibilitar a amplia o das possibili dades e da for a pol tica por parte das fam lias trabalhadoras e autogestoras dos empreendimentos econ micos populares e solid rios para a constru o e efetiva o da estrat gia da Economia Popular e Solid ria nesta regi o sul do Par tornando a vis vel e como alternativa vi vel para uma 184 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS nova l gica de desenvolvimento com sustentabilidade econ mica social ambiental cultural e pol tica Articulados entre si organizados em redes e ou f runs locais e regional divulgando massivamente suas a es e seus resultados sem d vida acumular o for a pol tica para proposi es efetiva es de pol ticas p blicas e demais alternativas e parcerias poss veis para a expans o deste processo no mbito regional
371. omia solid ria tanto no surgimento como na sua perenidade importante portanto a an lise em torno das tecnologias sociais que t m sido utilizadas nos processos de incuba o bem como os resultados alcan ados pelos empreendi mentos em rela o principalmente aos aspectos de autogest o coopera o e coes o social al m das quest es tradicionais como efici ncia eco n mica dentre outras A incubadora uma das a es do Programa Bahia Solid ria que em sua estrat gia de implementa o tem primado pela articula o entre as diversas entidades p blicas e da sociedade civil para que os projetos tenham efici ncia efic cia e efetividade A concep o inicial do projeto vai ao encontro de uma nova estrat gia de incuba o que come ou a ser disponibilizada aos empreendimentos as Incubadoras P blicas desenvolvidas por meio de Prefeituras Municipais Este formato de Incubadora P blica j est sendo praticado em muni c pios de outros estados da Federa o como Pernambuco Rio de Janeiro e S o Paulo Considerando o car ter pioneiro e inovador da proposta no mbito de uma pol tica p blica estadual optou se pela forma o do que se con vencionou chamar de Comit Propositivo para a constru o democr tica 31 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS do projeto contando com representa es da SESOL SETRE Rede de ITCPs Funda o Banco do Brasil Rede UNITRABALHO F rum Met
372. omo processos a hist ricos A cr tica da economia pol tica com a qual se relaciona a cr tica da tecnologia desmascarada pela desmedida das crises de acumula o 38 Podemos considerar que a t cnica na ind stria no transporte e nas comunica es um aspecto parcial da tecnologia entendida como modo de produ o no sentido de totalidade dos instrumentos dispositivos e inven es da era maqu nica Ao mesmo tempo a tecnologia uma forma de organizar e perpetuar ou modificar as rela es sociais ou seja instrumento de controle e domina o Essa vis o seminal est no ensaio de MARCUSE Herbert Algumas implica es sociais da tecnologia moderna in KELLNER Douglas editor Tecnologia guerra e fascismo colet nea de artigos de Herbert Marcuse S o Paulo UNESP 1999 308 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Os limites c clicos do modo de produ o capitalista se manifestam com a contradi o entre as rela es de produ o e as for as sociais produtivas do trabalho Os momentos de crise abrem para a classe trabalhadora a possibilidade de lutar por uma nova dire o e utiliza o nos meios de pro du o e reprodu o social A luta pelo redesenho de trajet rias socioprodu tivas depende da constru o da autonomia do trabalho social e do resgate do seu poder de coopera o As pol ticas p blicas de economia solid ria s o a transi o para essa demanda pela transforma
373. omposta por representantes do poder p blico de outros programas e secretarias e representantes da sociedade civil organizada Esta Comiss o respons vel por definir os grupos que passam diretamente incuba o Finalmente depois de divulgados os resultados ocorre uma reuni o com os representantes dos empreendimentos selecionados para a exposi o mais detalhada do processo de incuba o e a defini o de datas e pr ximos passos H uma fun o pedag gica tamb m nesta reuni o em rela o escolha dos representantes que j come a a suscitar quest es sobre a representatividade a partilha de informa es a confian a etc Quest es intimamente relacionadas autogest o 50 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Antes mesmo de o processo de incuba o come ar os grupos e EES assinam o Termo de Anu ncia e Acompanhamento A assinatura um momento ritual importante para marcar o ingresso do grupo na Incu badora al m de simbolizar a co responsabilidade do grupo nos resul tados da incuba o Apresentaremos a seguir a forma de organiza o da Incubadora seus espa os de gest o e as a es que desenvolve junto ao p blico para al m da incuba o propriamente dita A incuba o n o a nica a o desenvolvida pela Incubadora junto popula o muitas vezes para chegarmos a ter grupos prontos para participar do processo de incuba o nece
374. omuns para o fomento e desenvolvimento da economia solid ria buscando qualificar a proposi o e a es desenvolvidas a partir dos rg os de governo para este segmento 5 Parcerias Desde a cria o de um marco legal com a elabora o da legisla o que regulamenta a pol tica de Economia Solid ria no munic pio Lei n 3978 de 27 de dezembro de 2005 at a constru o de equipamentos p blicos como a Incubadora e o Centro P blico de Economia Solid ria o que se evidencia a compreens o de que as pol ticas p blicas precisam ser pensadas por sua pertin ncia social e econ mica ou seja ter como refe r ncia as necessidades e demandas e portanto a legitimidade da popula o osasquense garantindo a continuidade da pol tica A parceria com organiza es da sociedade civil um dos aspectos que contribui n o apenas para que a pol tica chegue na ponta mas tamb m para sua efetividade e continuidade Essa articula o se d especialmente na cria o de uma metodologia de interven o refor ando a participa o das for as vivas da sociedade reconhecendo e valorizando a intera o com as comunidades locais seja por meio de Ongs ou diretamente utili zando metodologias participativas sistematizando conhecimentos oriundos das pr prias comunidades Um importante elemento para a continuidade e efetiva o da pol tica p blica de economia solid ria motivar a participa o dos benefici rios
375. onsolida o de empreendimentos de economia solid ria tendo em vista a realidade do trabalho no cen rio local e regional o qual nos imp e uma maneira diferenciada de perceber a viabilidade socioecon mica pautada nas rela es de trabalho associativista em que a propriedade coletiva d se de modo consuetudin rio podendo ser poten cializado para a gera o de trabalho e renda na Amaz nia sob o regime de organiza o autogestion rio 19 O projeto Incuba o de Empreendimentos Solid rios Agroalimentares na Amaz nia abrangeu os cinco munic pios da Regi o Nordeste do Par Abaetetuba Barcarena Camet Igarap Miri e Terra Alta Participaram como co executores e do processo de incuba o 11 empreendimentos solid rios listados a seguir Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba COFRUTA Associa o de Desenvolvimento dos Produtores de Abaetetuba ADEMPA Cooperativa Agr cola Resist ncia do Tocantins CART de Camet Cooperativa dos Agricultores Familiares de Terra Alta COAFTA Associa o Mutir o de Igarap Miri Associa o de Mulheres de Igarap Miri Cooperativa de Desenvolvimento do Munic pio de Igarap Miri CODEMI Cooperativa de Produtores Rurais da Agricultura Familiar de Barcarena COPEBAB Associa o Natureza e Arte de Cafezal Associa o dos Produtores Rurais de Barcarena ASPRUB Associa o de Mulheres do Campo e da Cidade de Barcarena As metas do projeto eram bastante audaciosas pois combi
376. onviveu com altas taxas de infla o aumento crescente das taxas de desemprego sucessivos planos econ micos que n o melhoravam em nada a situa o a n o ser pelo fato de que facilitavam as contas ao cortar os zeros que se somavam nossa moeda conforme ela se desvalorizava A situa o n o era nada boa e por essa raz o que se falou muito dos anos 80 como uma d cada perdida na qual o pa s cresceu quase nada e assistimos um pouco tontos as promessas de progresso serem desfeitas Ao longo dos anos 90 a crise pareceu estar sendo controlada veio o Plano Real e a estabilidade da moeda vieram as elei es que aumentaram as esperan as de que finalmente est vamos aprendendo a jogar conforme o jogo democr tico Mas o fato que tamb m veio a abertura econ mica e o aumento da concorr ncia para a ind stria nacional que j vinha sofrendo desde a d cada de 80 N o foram poucas as empresas que faliram fecha ram se mudaram para outro munic pio estado ou pa s enfim a crise econ mica ainda n o estava ultrapassada e para complicar mais a situa o as regras do jogo haviam se modificado Osasco n o escapou das consequ ncias destas crises Tendo uma economia baseada principalmente no setor industrial a cidade sofreu com os fechamentos e deslocamentos das ind strias que partiam em busca de maiores incentivos fiscais e de trabalhadores com menos cultura oper ria isto menos sindicalizados e menos o
377. opulares e solid rios s o em rela o proposi o elabora o e efetiva o de pol ticas p blicas envolvendo os governos nos tr s entes federativos municipal estadual e federal Pol ticas p blicas que possam compreender e desenvolver um conjunto de a es financiamento solid rio capacita o acompanhamento mobiliza o organiza o infra estrutura articula o e organiza o de arranjos produtivos locais e com rcio justo capazes de implementar a estrat gia 185 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS do fortalecimento dos empreendimentos populares e solid rios articulando o desenvolvimento econ mico social cultural e a sustentabilidade Espera se como um dos principais resultados a maior mobiliza o dentro dos governos municipais para elabora o e efetiva o de pol ticas p blicas que possam apoiar as estrat gias de economia popular e solid ria a partir do convencimento capacita o dos gestores p blicos e da orga niza o articula o proposi o e reivindica o por parte das fam lias empreendedoras da economia popular solid ria nessa regi o Assim v se que o desenvolvimento de uma nova economia e a constru o de uma nova sociedade um processo gradual que exige persist ncia e trabalho planejado Neste sentido a a o das incubadoras tecnol gicas de empreendimentos populares fator primordial visto que asseguram aos s empreendedores as popul
378. or valor aos seus produtos e servi os com apropria o da maior parte poss vel dos componentes das cadeias produtivas produ o beneficiamento distribui o e consumo nos quais est o inseridos A SENAES e os demais rg os governamentais que est o incorporando a Economia Solid ria como estrat gia de pol ticas ativas de trabalho e renda e de desenvolvimento enfrentam o desafio da amplia o dos recursos or a ment rios para supera o do experimentalismo e ganho de escala tendo em vista que os empreendimentos econ micos solid rios encontram hoje canais para expressarem suas demandas exigindo a integra o e internali za o das tecnologias sociais nos diversos programas e a es Em recente Oficina promovida pela SENAES sobre o tema das tecno logias sociais percebeu se a necessidade de que se avan e para um con senso m nimo em torno desse conceito a fim de se evitar a banaliza o do campo das tecnologias sociais e a perda do foco na transforma o social e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e trabalhadoras que produzem autogestionariamente os seus meios de vida Destacamos dos resultados da oficina indica es para o campo das pol ticas p blicas e os campos priorit rios de a o Na oficina procurou se identificar de forma bastante ampla os elementos principais para o desenvolvimento de 31 Oficina de Trabalho sobre Tecnologias Sociais e Economia Solid ria Bras lia SENAES MT
379. ordenadas e como mera localiza o ignorando as pr ticas organizadoras do cotidiano Neste sentido a sociabilidade urbana revela as t ticas de sobreviv ncia dos pobres negociadas no cotidiano assumido como uma teia de rela es flex veis adapt veis a novas circunst ncias e sempre em movimento assim que estes segmentos criam uma economia e uma cultura territorializadas Estas s o express es da escassez mas tamb m de formas espec ficas de cria o e inova o que constituem uma for a a riqueza e o movimento dos homens lentos na percep o de Milton Santos 2000 que constituem a organicidade dos seus territ rios 164 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS Refer ncias bibliogr ficas ARANTES Ant nio A org Produzindo o passado S o Paulo Brasiliense 1984 org O espa o da diferen a S o Paulo Papirus 2000 BOURDIEU Pierre Raz es pr ticas Sobre a teoria da a o S o Paulo Editora Papirus 1996 A economia das trocas simb licas S o Paulo Editora Perspectiva 1999a org A mis ria do mundo Petr polis Editora Vozes 1999b CASTEL Robert As metamorfoses da quest o social uma cr nica do sal rio Petr polis Vozes 1998 CERTEAU Michel de A inven o do cotidiano artes de fazer Petr polis Editora Vozes 2000 DURKHEIM mile As formas elementares da vida religiosa In Durkheim sele o de Jos Arthur Gianott
380. orte vertente de refor o institucional tanto no que diz respeito ao financiamento dispon vel para esse campo como tamb m para acesso aos instrumentos existentes fundos editais etc O fundamental ampliar o acesso dos empreendimentos econ micos solid rios sobretudo aqueles que enfrentam maiores dificuldades para viabilizar suas iniciativas sociais e econ micas em dire o a formas sus tent veis de produ o dos meios de vida e emancipa o social 33 Ver a esse respeito NOVAES H T O Fetiche da Tecnologia a experi ncia das F bricas Recuperadas S o Paulo Express o Popular Fapesp 2007 e DAGNINO R Autogest o Adequa o S cio T cnica e Economia Solid ria 2001 Dispon vel em lt www itcp unicamp br gt Acesso em 10 fev 2002 90 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Refer ncias bibliogr ficas ANTEAG Associa o Nacional dos Trabalhadores e Empresas de Autogest o e Participa o Acion ria Autogest o e Economia Solid ria uma nova metodologia Vol 1 S o Paulo Anteag 2004 ANTEAG Associa o Nacional dos Trabalhadores e Empresas de Autogest o e Participa o Acion ria Autogest o e Economia Solid ria uma nova metodologia Vol 2 S o Paulo Anteag 2005 BRASIL Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Secretaria de Planejamento e Investimentos Estrat gicos Plano plurianual 2008 2011 Bras lia Minist rio do
381. os t cnicos que estejam realizando atividades de pr incuba o para debate e encaminha mento das situa es vividas 61 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 4 Controle social A elabora o e implementa o do Programa Osasco Solid ria prev um conjunto de f runs de gest o e instrumentos de avalia o e monitoramento das atividades desenvolvidas no mbito do Programa no munic pio A gest o compartilhada objetiva garantir os resultados propostos e tam b m articular os v rios agentes e suas a es em torno de uma estrat gia p blica de enfrentamento pobreza e exclus o social ampliando com isto a sustentabilidade da pol tica p blica para al m do tempo de governo O Programa estimula os grupos a buscarem autonomia pol tica por meio de representa o social pr pria com a constitui o de f runs dos empreendedores populares e dos grupos de economia popular e solid ria para que possam articular formas de organiza o emancipadoras aut no mas e com capilaridade cada vez mais abrangentes Est o organizados os seguintes f runs que em n veis distintos cumprem a fun o de avaliar e monitorar o controle social para o bom desempenho da pol tica p blica que vem sendo implementada Comiss o de acompanhamento dos projetos e parcerias Integrada por membros da equipe base do Programa Osasco Solid ria e das parcerias com reuni es semanais para planejamento monitoramento e
382. otiva o a busca de uma alternativa de trabalho face ao desemprego seguida No final de 2003 a SENAES constituiu o Grupo de Trabalho de Estudos e Banco de Dados ou GT do Mapeamento que estabeleceu um consenso em torno das concep es b sicas sobre a economia solid ria O trabalho de campo foi realizado durante o ano de 2005 e os seus resultados foram divulgados no primeiro semestre de 2006 e encontram se dispon veis no site www mte gov br 130 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS pela busca de uma fonte complementar de renda pela possibilidade de obter maiores ganhos atrav s de um empreendimento associativo e pelo desejo de desenvolver uma atividade em que todos s o donos O trabalho associativo tem sido majoritariamente decorrente do esfor o e dos recursos exclusivos dos pr prios trabalhadores Esta depend ncia de recursos pr prios ou de doa es limita o surgimento e o desenvolvimento dos empreendimentos Diante da aus ncia de um sistema de financiamento adequado v rios grupos se organizam mas n o conseguem os recursos necess rios para o in cio da atividade Ou ent o conseguem recursos para os equipamentos mas n o disp em de capital giro A longa demora na obten o dos recursos necess rios ao in cio da atividade dilui a capacidade do grupo se manter coeso A dist ncia e os percal os entre os passos iniciais para a organiza o da atividade e a sua entrada e
383. p es de Espa o e Trabalho como dimens es da organiza o social tornam se fundamentais sobretudo atrav s do olhar sobre a expan s o do trabalho informal e aut nomo nas periferias urbanas das grandes cidades Ao final s o analisadas as possibilidades e limites de incorpora o destas din micas sociais e produtivas aos referenciais da autogest o e do cooperativismo popular 1 Concep es de espa o e planejamento urbano A racionalidade e a t cnica que aparecem de forma incisiva nos estudos sobre o espa o articulam se ao projeto moderno ao crescente papel desempenhado pela ci ncia na sociedade desde o s culo XVII A partir deste momento a evolu o do conhecimento cient fico articula se fortemente ao desenvolvimento das t cnicas Na perspectiva de Milton Santos 1999 o espa o pode ser caracterizado como um conjunto indissoci vel de objetos e de a es do qual se extraem categorias anal ticas tais como lugar paisagem territ rio No estudo des tas categorias torna se relevante refletir sobre o papel desempenhado pela t cnica na produ o e na apropria o racional do espa o A racionalidade compreendida neste trabalho tal como proposto pelo conceito weberiano isto para caracterizar a forma capitalista da atividade econ mica a forma burguesa das trocas ao n vel do direito privado e forma burocr tica de 144 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS
384. pap is cada vez mais ampliados que justificariam a preocupa o com o processo cons tante de inova o e autoavalia o das suas pr ticas sociais Ao longo de 2008 2009 2010 assume se compromisso com projetos de alta relev ncia como o Centro de Forma o em Economia Solid ria da Amaz nia em parceria com o MTE e SENAES o Centro de Agricultura Urbana e Periur bana CAAUP com o apoio do MDS a incuba o de empreendimentos solid rios da cadeia produtiva do turismo no Tapaj s FINEP 2007 2008 o PRONINC 2007 2008 que consolida a participa o no cen rio nacional das 281 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS incubadoras universit rias Tornar se refer ncia na constru o de uma pol tica p blica de economia solid ria implica em redimensionar sua capa cidade de gest o acad mica e organizacional portanto este parece ser o principal desafio da incubadora universit ria no Brasil 2 Rumo inova o social e inclus o socioprodutivo cultural dos trabalhadores O termo inclus o socioprodutivo cultural utilizado neste trabalho possui o car ter de iniciar uma reflex o mais aprofundada sobre o significado da eco nomia solid ria A experi ncia da UFPA nesses ltimos oito anos revela se primorosa pois deu a oportunidade para mais de 150 pessoas vinculadas universidade de experimentar e desenvolver novas pr ticas e aprendiza gens sistematizando o conhecimento gerado em trabalho de con
385. parte da Copatior acerca do que caracteriza a economia solid ria no Sul do Par e do processo para amplia o e expans o da mesma Neste sentido a Copatior entende que direito dos as empreendedores as protagonizarem seu desenvolvimento e que dever do poder p blico estimular e fomentar esse protagonismo Contudo vivia se um momento de retra o das organiza es populares dispers o da maior parte dos as empreendedores as investida de grandes projetos de cria o bovina minera o e gr os e ainda os poderes p blicos local e estadual contr rios s iniciativas da economia solid ria Fazia se necess rio ent o uma a o contundente e sistem tica que pudesse ao mesmo tempo vivenciar na pr tica as op es conceituais da economia solid ria causar mudan as no cen rio regional e estimular novas a es de economia solid ria principalmente por parte dos empreendedores as populares do Sul do Par Neste sentido que foi elaborado em 2005 o Projeto Incuba o de Empreendimentos Populares e Solid rios no Sul do Par IEPSULPA com o objetivo de expandir a economia solid ria no Sul do Par e tamb m de exercitar uma experi ncia de vivenciar sistematicamente os v rios est gios que a Copatior entende como fundamentais no processo de 177 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS desenvolvimento desta economia a diagn stico de empreendedores as populares e implanta o dos re
386. pensar suas estrat gias de enfrentamento da pobreza e da falta de trabalho Algumas experi ncias come aram ent o a surgir entre elas a de fomento Economia Solid ria como estrat gia de inclus o social e gera o de trabalho e renda Alguns munic pios foram pioneiros nessas pol ticas como Porto Ale gre RS Recife PE Guarulhos Santo Andr e S o Paulo na gest o Marta Suplicy 2000 2004 Este ltimo desenvolveu o Programa Opor tunidade Solid ria por meio da Secretaria de Desenvolvimento Trabalho e Solidariedade No caso de Osasco a gest o do prefeito Em dio de Souza 2005 2008 implementou uma estrat gia integrada de desenvolvimento social e econ mico por meio da Secretaria de Desenvolvimento Trabalho e Inclus o SDTI Esta estrat gia se desenvolve a partir de tr s linhas diferentes de a o que se complementam para alcan ar o objetivo de ruptura com o ciclo estru tural da pobreza 1 programas redistributivos 2 programas emancipa t rios e 3 programas de desenvolvimento Aos programas redistributivos cabe a tarefa de melhorar as condi es imediatas de vida da popula o em situa o de pobreza Por isso 17 Para uma descri o e reflex o sobre a situa o da popula o de Osasco ver os dados apresentados em GUERRA Alexandre CAZZUNI Dulce amp COELHO Rodrigo Orgs Atlas da Exclus o Social de Osasco alternativas de desenvolvimento trabalho e inclus o Osasco SDTI PMO 2007 1
387. pinas SP Editora da Unicamp 2007 e outros Gest o Estrat gica da Inova o metodologias para a an lise e implementa o Taubat SP Editora Cabral Universit ria 2002 Neutralidade da Ci ncia e Determinismo Tecnol gico um debate sobre a tecnoci ncia Campinas SP Editora da Unicamp 2008 FAORO Raymundo Os Donos do Poder Porto Alegre Globo 1958 HAM Christopher e HILL Michael O Processo de Elabora o de Pol ticas no Estado Capitalista Moderno Trad Renato Dagnino T tulo do Original The Policy in The Modern Capitalist State Londres Harvester Wheatsheaf 1993 ANNI Octavio Estado e Planejamento Econ mico no Brasil Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1991 MARINI Ruy Mauro Dial tica da Depend ncia uma antologia da obra de Ruy Marini Organiza o e apresenta o de Emir Sader Petr polis RJ Vozes Buenos Aires CLACSO 2000 MORIN Edgar A Cabe a Bem Feita repensar a reforma reformar o pensamento Trad Elo Jacobina Rio de Janeiro Bertrand do Brasil 2001 PICOLI Fiorelo O Capital e a Devasta o da Amaz nia S o Paulo Express o Popular 2006 RIBEIRO Darcy O Povo Brasileiro a forma o e o sentido do Brasil S o Paulo Companhia das Letras 1995 ROTH DEUBEL Andr No l Pol ticas P blicas formulaci n implementaci n y evaluci n Bogot Ediciones Aurora 2006 VELHO L ia Indicadores Cient ficos aspectos te ricos y metodol gicos In Eduardo Ma
388. pitalismo financeiro e do capitalismo selvagem e sociocriminal Precariza o e marginaliza o s o afetadas pelas for as de criminaliza o e controle que acompanham a disputa sobre o corpo produtivo das grandes multid es nas cidades 4 Nas cidades os desafios da gera o de trabalho e renda s o de escala e complexidade crescente implicando uma vis o de a o orientada pela economia solid ria que leva em conta a capacidade de a o direta a partir do estudo do cotidiano das classes populares Sendo assim do potencial de autonomia e emancipa o que pode brotar uma din mica favor vel a um novo modo de produ o associado a partir dos circuitos e modos de reprodu o social das periferias Por isso a experi ncia em curso aqui registrada mostra que os desafios para organizar um projeto de desenvolvimento nacional precisam levar em conta os distintos recortes e saberes locais que modifiquem e forcem uma invers o nos padr es de pol ticas ativas de desenvolvimento econ mico e de ci ncia e tecnologia 5 Para uma estrat gia de mudan a com base numa plataforma de economia solid ria preciso romper com o enfoque economicista que caracteriza as pol ticas tradicionais e o modelo cognitivo dominante nas institui es de ensino e pesquisa As duas rupturas s o opera o diferenciada e a o paralela necess ria para articular uma plataforma capaz de pressionar por um novo rumo no desenvolvimento Um desenvolvimento
389. pleta 66 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA A pesquisa feita atrav s da aplica o de question rios em sua maioria semi estruturados Os indicadores foram definidos de forma a avaliar o su cesso dos objetivos propostos a partir do entendimento do processo de incuba o Considerando os objetivos s o desdobrados os conceitos fundamentais definindo o alvo da aplica o dos instrumentos de coleta de dados e o conjunto de indicadores que pode ser extra do a partir deles O SIG IND permite verificar por incubadora os aspectos importantes da metodologia suas regi es de a o atividades econ micas dos em preendimentos grupos sociais envolvidos no processo de incuba o etc identificar as debilidades que atingem cada grupo de empreendimentos auxiliar na defini o dos rumos e decis es a serem tomadas durante todo o processo de incuba o Os eixos de an lise s o a Empreendimento s o os empreendimentos econ micos solid rios os neg cios o objeto sobre o qual desenvolvida a assessoria durante o processo de incuba o b Indiv duo s o os associa dos os cooperados os protagonistas do processo as pessoas atendidas durante o processo de incuba o Em cada eixo encontramos um conjunto de indicadores No eixo Empre endimento temos os indicadores Viabilidade Econ mica que verifica se o empreendimento tem potencial para deslanchar como neg cio Viabil
390. po de agir coletivo que tem na coopera o qualificada a implanta o de uma nova a o social A pr tica desse tipo de autogest o tende a levar seus participantes a um ambiente social de cr tica radical Albuquerque 2008 A partir da caracteriza o como modo de produ o alternativo ao capi talismo a possibilidade de consolida o da economia popular e solid ria pode ocorrer a partir da constru o de um meio social de coopera o e solidariedade que seja resultado de comportamentos racionais Singer 2002 Esses comportamentos devem se basear em regras de conv vio que produ zem e reproduzem a igualdade de direitos e de poder de decis o e a parti lha geral de perdas e ganhos da comunidade entre todos os seus membros Atualmente a economia solid ria um modo de produ o intersticial que est inserido no capitalismo atrav s de v cuos criados com as crises e as decorr ncias da reestrutura o econ mica Assim os empreendimentos solid rios tendem a estar dispersos territorial e setorialmente participando da competi o do mercado de compra e venda de forma isolada sem coo pera o estrat gias e coordena o comuns O problema a passagem de ruptura do modo intersticial para um modo de produ o dominante 194 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS 3 A EPS e as redes de economia solid ria Um ponto de vista difundido amplamente na concep o de redes de cola bora
391. pode negar que tamb m se tratava de uma aprendizagem claro que sim mas de outra natureza No caso espec fico da Cooperativa dos Agricultores Familiares de Terra Alta COAFTA a equipe da UFPA foi convidada pela coordena o de uma se o da Empresa de Extens o Rural EMATER de Terra Alta e contou por um momento na fase inicial com a parceria da Prefeitura Municipal de Terra Alta Assim deu se in cio discuss o com os membros da comunidade rural a possibilidade de constituir uma cooperativa de produ o nos moldes da economia solid ria Obteve se xito Isso criou as condi es para participa o ativa dos membros da cooperativa nas atividades de comercializa o e nas atividades pol ticas do movimento da economia solid ria tanto locais como nacionais 212 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Ao longo desse per odo manteve se a autonomia na elabora o de projetos para editais de institui es federais Em 2005 houve a aprova o de um projeto PRONAF Capacita o do MDA Secret ria de Agricultura Familiar SAF e CEF contudo os recursos somente seriam liberados no ano de 2006 Ainda em 2005 elaborou se um projeto para o Edital Incu ba o de Empreendimentos Solid rios e Incuba o de Incubadoras da FINEP e CNPq com o objetivo de incubar incubadoras universit rias na Regi o Norte O projeto previa estimular a articula o de nove Institui es de Ensino Super
392. pons vel pelo cadastramento dos parti cipantes levantando as necessidades dos grupos para identifica o do est gio de desenvolvimento conhecimento necess rio na elabora o do planejamento das a es que atendesse s suas realidades Durante a mobiliza o ap s as primeiras abordagens criou se v nculo de confian a com a realiza o de visitas domiciliares Para um grupo expressivo de catadores o local onde residem o mesmo onde armazenam o material coletado Para outros a casa do l der conforme a foto1 Nessas visitas realizava se o levantamento de como o material era armazenado se havia risco para os familiares al m da identifica o dos compradores Nota se nas informa es coletadas que existem v rios atra vessadores que compram esse material Na maioria das vezes v o at a resid ncia do catador e pagam qualquer pre o pelo lote n o fazem pesa gem s os grupos mais organizados vendiam por peso A equipe de capacita o da incubadora foi respons vel pela realiza o de palestras e oficinas de forma o cidad e de cursos para os grupos incubados Muitas vezes utilizamos eventos para capacit los na organi za o do trabalho em rede A economia solid ria foi apresentada como t pico transversal de todas as oficinas e cursos Os cursos ofertados foram Associativismo e coopera tivismo Contabilidade B sica com nfase em custos financeiros Ci ncias ambientais e Como elaborar projetos sociais
393. preendedores as de todos os munic pios em uma rede regional capacita es para constitui o de uma rede regional oficina com UFPA oficina com ISSAR visita ao Banco Palmas in cio da constru o de um plano de trabalho da rede regional de EPS Sul do Par reconhecimento do F rum Paraense de Economia Popular e Solid ria sobre a rede Sul do Par de EPS discuss o sobre bancos comunit rios como alternativa para desenvolver a economia solid ria na regi o As dificuldades nesse objetivo foram as seguintes as redes e f runs municipais ainda s o fr geis o que enfraquece a rede e o f rum regional s o criadas poucas oportunidades dos as empreendedores as se encon trarem em n vel regional alto custo das atividades em n vel regional pouco tempo para fortalecer a rede e o f rum regional de economia solid ria Dentre as perspectivas desse mesmo objetivo est o fortalecer a arti cula o regional dos f runs de economia solid ria construir um planeja mento para a es do f rum regional de economia solid ria constituir e capacitar uma coordena o do f rum regional de economia solid ria para desenvolver a es de apoio aos s empreendedores as envolver o poder p bico estadual e federal nas a es de economia solid ria fortalecer o 180 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS tema economia solid ria na pauta dos movimentos populares da regi o fortalecer a articula o do Sul
394. preendimento n o se separa da finalidade da unidade dom stica H na economia dos setores populares toda a sua forma de agrupa mentos agrega o organiza es e rede de rela es Faz se presente a feroz concorr ncia a viol ncia Rela es de explora o dentro das fam lias da mulher pelos homens das crian as pelos adultos Mas h tamb m as rela es de coopera o solidariedade O mundo da economia dos setores populares se subordina culturalmente no interior do sistema capitalista A tarefa da economia solid ria transform lo A economia dos setores populares um conjunto que inclui as diversas unidades dom sticas o informal e o formal Deve ser fortalecida e desen volvida enquanto sistema de economia do trabalho a ponto de confron tar se e manter se diante da economia do capital e da economia p blica N o poss vel esperar que a economia do capital entre em crise como condi o de fortalecimento da economia do trabalho N o deixar esse processo ser paralisado pelas interpreta es catastrofistas mas reagir de forma a poder imaginar outra realidade outras possibilidades conjecturar outros desenvolvimentos poss veis A principal l gica da economia do trabalho deve ser o capital humano pela reprodu o ampliada da vida dos trabalhadores Partindo de possibili dades reais que permitam avalia es dos resultados aprendendo com as experi ncias com as situa es concretas Tamb m que as
395. preendimentos e de uma pol tica de economia solid ria buscam as vias para lidar no mbito das pol ticas de ci ncia e tecnologia com os problemas de exclus o social e de desigualdade no trabalho O enfoque das tecnologias sociais busca superar a crise e o fracasso na promo o do desenvolvimento por parte dos mode los capitalistas tardo perif ricos com seu determinismo e mimetismo com a ideologia dominante em mat ria de tecnologia No plano do conjunto da sociedade o enfoque cr tico da tecnologia social busca formar um bloco social e t cnico capaz de apoiar uma nova forma de pensar a din mica social e produtiva Portanto a teoria da a o coletiva com o enfoque da tecnologia social enfrenta os problemas da desigualdade combinando diferentes quest es da pr tica emancipat ria alternativa dos sujeitos coletivos Atrav s da intera o da constru o de pr ticas saberes e dispositivos voltados para o primado do trabalho asso ciado desenvolvem metodologias voltadas para a coopera o e a auto gest o Desta forma a teoria da a o coletiva tem que lidar com o pensar 302 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O o criar o organizar os sujeitos sociais para romper com o desenvolvimento desigual e a l gica de acumula o ilimitada de capital Essa pr xis de cons tru o de projetos exige uma an lise e apropria o critica do saber nos mais variados planos e sua tradu
396. processos formativos que incorporem o desenvolvimento de conhecimentos cr ticos capacidades e habilidades t cnicas e metodologias para adequa o nos EES onde e quando isso for poss vel de tecnologias que foram concebidas a partir de outras l gicas sem perder de vista os valores e princ pios que orientam a Economia Solid ria Considerando esses desafios e prioridades no mbito da Secretaria Nacional de Economia Solid ria alguns passos est o sendo dados no sen tido de promover a articula o de iniciativas de TS sobretudo nas a es de incuba o de EES realizadas pelas Incubadoras Tecnol gicas de Coopera tivas Populares mas tamb m em outras a es de fomento a empreendi mentos e redes solid rias na forma o de agentes e na qualifica o social e profissional de trabalhadores dos EES 80 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA 3 Tecnologias sociais e pol ticas p blicas de economia solid ria Est cada vez mais clara a necessidade de pol ticas p blicas de ci ncia e tecnologia coerentes com as novas concep es e orienta es de um desenvolvimento sustent vel e solid rio A quest o n o se reduz portanto a medidas pontuais e paliativas de garantia de acesso s tecnologias adequadas realidade da Economia Solid ria preciso que se formulem e executem pol ticas p blicas permanentes que viabilizem a democrati za o do acesso ao desenvolvimento e d
397. projeto Capacita o de Agricultores Familiares e Assist ncia T cnica para Gest o de Empreendimentos Comunit rios na Regi o do Baixo Tocantins PRONAF Capacita o apoiado pelo MDA e pela Secretaria de Agricultura Familiar SAF no mbito no Programa Nacio nal de Apoio Agricultura Familiar PRONAF O sentido da inova o social pode ser visualizado em alguns resultados dessa experi ncia no Baixo Tocantins Primeiramente importante registra que se trata de um projeto aprovado no ano de 2005 conforme j se fez referencia anteriormente Os obst culos burocr ticos para executar o projeto expressaram o grau de imobilidade do Estado brasileiro na condi o de fomentador de proje tos sociais Ap s v rias dificuldades e indefini es conseguiu se garantir a transfer ncia financeira da CEF por meio de contrato que envolveu a Funda o Unitrabalho A gest o financeira do projeto teria que seguir os modelos propostos pela CEF Um material altamente complexo e que n o permitia agilidade na execu o das metas f sicas e financeiras um padr o fortemente engessado 211 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Havia constantemente um hiato entre a transfer ncia financeira e a realiza o das metas f sicas pois o processo de libera o das parcelas era t o demorado que comprometia a execu o das a es Muitas vezes n o se conseguia elaborar os relat rios f sico financeiros com a necess ria
398. pulares nas universi dades brasileiras e da rela o destas com os grupos sociais necess rio construir um conhecimento que responda s necessidades e aos desejos dos diversos grupos sociais que formam a sociedade brasileira Os movimentos sociais constituem um ator que influencia a agenda de pesquisa de forma contra hegem nica e ainda subalterna na dire o de afirmar um modelo cognitivo comprometido com a necessidade de trans forma o das estruturas sociais excludentes Aparecem valores ligados ao campo ambiental como o modelo de desenvolvimento sustent vel da socioeconomia solid ria da agroecologia das tecnologias sociais das quest es de g nero da diversidade cultural tnico raciais dos direitos humanos S o agendas que afirmam um desenvolvimento social que corres ponde estrutura o de uma sociedade embasada em valores como a solidariedade a sustentabilidade e a coopera o Requer esta agenda um novo modelo cognitivo que n o afirme a concorr ncia a competitividade e a empresa capitalista como fatores dominantes e exclusivos para a inova o e a incorpora o da ci ncia e da tecnologia nos processos produtivos e a transfer ncia dos resultados da PCT para a sociedade O modelo hege m nico defendido hoje em dia pelos te ricos da economia da inova o tamb m chamados de evolucion rios tem na agenda apresentada pelos movimentos sociais uma invers o da rela o de ordem onde a ci ncia e a tecnologi
399. que para o alcance da sustentabilidade em iniciativas da economia solid ria fundamental uma a o convergente e complementar de m ltiplos atores e iniciativas do campo pol tico econ mico e tecnol gico tais como universidades rg os governamentais e organiza es da sociedade civil Kraychete 2000 Singer 2002b Coraggio 2003 2004 apud REIS 2005 Diversos estudos e relatos t m apontado como relevante para a sustentabilidade de EES a disponibili dade de servi os de incuba o e ou assessoria de Entidades de Apoio e Fomento EAFs Neste sentido o Projeto estadual de incubadoras de empreendimentos de economia solid ria visa estimular a economia solid ria como estrat gia de desenvolvimento territorial por meio da cria o e fortalecimento de incubadoras que atuem na mobiliza o e forma o qualifica o dos traba lhadores as sob o eixo da economia popular e solid ria e desenvolver metodologias de incuba o que tenham efetividade principalmente na promo o dos aspectos econ micos pol ticos e sociais de sustentabili dade dos EES no estado A proposta de um projeto estadual de incubadoras vem ao encontro da necessidade de apoio a esses empreendimentos em expans o no Brasil e no estado da Bahia que aliada a outras iniciativas em an lise e implanta o como o Centro P blico de Economia Solid ria o est mulo agricultura familiar a rede de forma o de formadores pretende expandir e forta
400. que t m especial aten o s o os de Santo Antonio de Jesus por conta da problem tica dos fogos de artif cios e o de Senhor do Bonfim que constitui uma grande refer ncia em economia solid ria na Bahia Ressalte se que apesar do destaque destes Territ rios as propostas vir o da sociedade civil organizada e poder o con templar outros Territ rios de Identidade da Bahia Modalidade D Incubadora Central do Estado da Bahia Esta incubadora situa se no Centro P blico Estadual de Economia Solid ria CESOL no munic pio de Salvador mas assume uma abran g ncia de atua o em todo o estado da Bahia A operacionaliza o desta incubadora feita de forma direta pelo estado e para tanto foi contratada uma equipe formada por profissionais de contabilidade administra o ser vi o social pedagogia e de agentes de desenvolvimento de n vel m dio Esta incubadora assume prioritariamente dois focos de atua o a implan ta o acompanhamento e monitoramento das a es das incubadoras instaladas sejam elas universit rias tem ticas ou territoriais e a incuba o de redes solid rias A atua o da equipe dentro do primeiro foco de atua o incluir a mobiliza o forma o das equipes locais de incuba o acompanhamento e monitoramento das atividades e dos indicadores de incuba o avalia o dos resultados sistematiza o e dissemina o J com rela o ao segundo foco a Incubadora Central ter uma
401. quelas a es mais s cio produ tivas Al m de social e pol tico as iniciativas de economia solid ria podem tamb m mobilizar uma dimens o cultural e ambiental forte ao investir em iniciativas que contribuem para o resgate e afirma o de identidades culturais territoriais e preserva o do meio ambiente Fran a Filho 2005 p 31 A pol tica p blica de Economia Solid ria demanda a es transversais que articulem instrumentos das v rias reas de pol ticas p blicas como o desenvolvimento econ mico trabalho educa o sa de habita o assis t ncia social tecnologia meio ambiente etc Isso significa compreender como a Economia Solid ria estar presente no cotidiano das a es de planejamento execu o e avalia o dessas diferentes reas 101 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Nos incentivos ao desenvolvimento econ mico como est o pautados os incentivos para as iniciativas de Economia Solid ria Como est presen te nos temas transversais da educa o a quest o da Economia Solid ria Como os processos licitat rios respeitam os tr mites legais mas est o compromissados com processos que oportunizem a participa o dos em preendimentos econ micos solid rios Como a sa de do trabalhador da Economia Solid ria tem sido alvo de aten o Como os investimentos na rea de inclus o produtiva na pol tica p blica de assist ncia social est o canalizados para a Economi
402. r n o de id ias Tamb m tendo a clareza que a quest o de poder hoje uma quest o popular na redefini o radical dos objetivos estrat gicos de uma nova l gica de desenvolvimento 170 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS A desapari o do trabalho pelo pr prio capital a condi o de fim do sujeito classe organizada portanto lan ando o desafio de pensar a utopia por outras alternativas S o crescentes as formas de trabalho informal no contexto atual de desemprego Ocorre um processo perverso s pessoas cujo mercado informal exige do ser humano polival ncia flexibiliza o autonomia que tolhem a liberdade das mesmas assim como destroem as pr prias insti tui es de seguridade Tampouco a capacidade de crescimento da econo mia consegue atacar o desemprego Est em jogo a capacidade pol tica demonstrada pela sociedade orga nizada que at o presente momento hist rico se funda na condi o dos trabalhadores assalariados em tempos de trabalho formal Uma alternativa popular requer uma amplid o da proposta para al m do econ mico alcan ando principalmente o campo dos direitos O setor informal predominante no Brasil tamb m n o alternativa pois uma luta pela sobreviv ncia desesperada competitiva e violenta tendo muito pouco de solidariedade consequ ncia da profunda desigualdade brasileira vinda de cima para baixo As rea es de sobreviv ncia por pa
403. r s caracter sticas o n o exer c cio da democracia no Estado brasileiro Cronologicamente estamos na d cada de 1980 quando come a o per odo de abertura pol tica do Estado militar Vale dizer desde a coloniza o do Brasil em 1500 estamos cons truindo rela es de poder estruturantes de processos de um Estado autori t rio A primeira etapa da nossa hist ria mostra os portugueses dominando os ndios e explorando as riquezas naturais Soma se a este per odo a escraviza o dos negros mais de 300 anos deixados no pau de arara Constr i se a cultura da rela o da casa grande e da senzala cada qual no seu devido lugar A obedi ncia calada como fator essencial das rela es de poder Toda tentativa de liberta o como a forma o dos quilombos as guerras dos ndios s o reprimidas com total for a militar pelo Estado Este esp rito do Estado colonial n o foi modificado pela rep blica Os anti gos chefes de Estado deram continuidade s estruturas e cultura do poder dominante Os migrantes europeus s o trabalhadores que refor am a estrutura econ mica do Brasil Estes se inserem nas rela es de proprie dade e na concep o de Estado S o substitutos da for a de trabalho dos escravos e dos ndios que j n o serviam mais aos interesses econ micos e pol ticos da classe social dominante dentre estes os senhores das terras mas tamb m da ind stria nascente Esta digress o tem como objetivo ilustrar as difi
404. r e vender 16 000 salgados m s apenas para remunerar as 20 associadas Isto entre outros fatores explica a raz o pela qual muitos empreendimentos urbanos em seus momentos iniciais come am um treinamento com um grande n mero de pessoas e quando entram em opera o contam efetivamente com um reduzido n mero de participantes 4 Desenvolvimento local e economia solid ria problematizando a rela o Aos empreendimentos da economia solid ria faltam condi es m nimas das quais usufruem as grandes empresas capitalistas condi es apropriadas de financiamento tecnologia adequada pesquisa forma o e qualifica o dos trabalhadores infra estrutura saneamento urbaniza o seguran a vias de acesso etc Uma empresa s se instala numa regi o se existem determinadas condi es pr vias comum a constru o de infra estruturas com o objetivo deliberado de atrair investimentos de grandes empresas Como indica Braudel 1996 o entendimento entre capital e Estado atra vessa os s culos da modernidade O capital vive sem constrangimentos da complac ncia isen es aux lios e liberalidades proporcionadas pelo Estado Para o capital o Estado uma fonte ressurgente de recursos da qual nunca se mant m muito longe Mas no andar inferior da economia 140 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS os empreendimentos populares em sua maior parte est o reduzidos aos seus
405. ra T Muta es no tecido urbano ngulos da a o social In Revista Sociedade e Estado V XIII n 1 Jan Jul 1998 A cidade do Rio de Janeiro lembrando A jangada de pedra de Saramago In Rio de Janeiro perfis de uma metr pole em muta o Rio de Janeiro IPPUR UFRJ 2000 ROCHA S nia Pobreza no Brasil afinal do se trata Rio de Janeiro Funda o Get lio Vargas FGV 1996 165 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS SANTOS Milton Metamorfoses do espa o habitado S o Paulo Hucitec 1988 T cnica espa o tempo globaliza o e meio t cnico cient fico informacional S o Paulo Hucitec 1994 Salvador centro e centralidade na cidade contempor nea In GOMES M Pelo Pel Hist ria Cultura e Cidade Salvador UFBA 1995 A natureza do espa o T cnica e tempo Raz o e emo o S o Paulo Hucitec 1999 Por uma outra globaliza o do pensamento nico consci ncia universal Rio de Janeiro Record 2000 SANTOS Milton e SILVEIRA Maria Laura O Brasil territ rio e sociedade no in cio do s culo XXI Rio de Janeiro Record 2001 SOUZA Marcelo Jos Lopes A pris o e gora Reflex es em torno da democratiza o do planejamento e da gest o das cidades Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2006 VARANDA Ana Paula de M Planejamento e com rcio informal pr ticas de apropria o do espa o Orientadora Ana Clara Torres Ribeiro Rio de Janeiro IPP
406. ra feminina no mercado de trabalho Tem se como consequ ncia uma precariza o intensificada que marca o mundo do trabalho dual no capitalismo contempor neo caracteri zado por trabalhadores com prote es sociais e trabalhadores exclu dos dessas prote es O resultado mais significativo dessas transforma es sentidas em todo o mundo a expans o sem precedentes na era moderna do desemprego estrutural em escala global Antunes 2005 Clarke 1991 Oliveira 1996 Sabel e Piore 1984 Nesse cen rio a ado o de novas estrat gias de gest o acompanha das do incremento de novas tecnologias tende a tornar o n vel de emprego 189 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS cada vez mais sintonizado com o ritmo de uma produ o flex vel Isto gera um reduzido n cleo de empregados est veis em fun o das constantes varia es da produ o Essa situa o estimula as pol ticas de desregulamen ta o do mercado de trabalho e de flexibiliza o dos contratos O aumento da desregulamenta o do trabalho Silva 2003 e da participa o de ativi dades alternativas ao trabalho assalariado regulamentado no total da ocu pa o revela em certa medida o retorno s antigas formas de uso da for a de trabalho O desempregado exclu do e o precariamente inclu do tendem a ficar margem dos sindicatos dos sistemas p blicos de prote o social e de garantia de renda instrumentos e institui e
407. ra p blica e a sociedade auto organizada no campo do que o autor considera como mundo da vida dos cidad os A partir da crise do Estado intervencionista a extrema burocratiza o do mundo da vida experimentada no passado passa a dar lugar a orga niza es estruturadas a partir da comunica o Esta se configura como elemento fundamental na abordagem de Habermas Op cit sobretudo por permitir a constitui o de mecanismos de solidariedade substituindo o papel regulador do trabalho A partir destes elementos comunica o e solidariedade deveria brotar uma cultura pol tica dirigida para a demar ca o de espa os de embate entre as reas da vida comunicativamente estruturadas de um lado e o Estado e a Economia de outro 2 Espa o e trabalho dimens es da organiza o social Com o objetivo de reconhecer elementos universais respons veis pela estrutura o de diferentes sociedades Durkheim 1983 1912 elabora um conjunto de categorias que orientam a reflex o em ci ncias sociais Na sua concep o espa o e tempo s o categorias fundantes do social e emergem da pr pria forma de organiza o da vida social configurados em valores e representa es sociais A categoria espa o socialmente instaurada assim como projeta o social Na sua an lise uma determina da estrutura social pode ser compreendida a partir de uma dada morfo logia espacial que por sua vez re atualiza esta mesma estrutura social H port
408. rados do capitalismo de elevadas taxas de lucro e consumo gerou expans o do emprego e seguran a social com o Estado de bem estar A classe trabalhadora obteve conquistas salariais e sociais e organiza o sindical Por m o modelo fordista entrou em crise na d cada de 1970 enfrentando um per odo recessivo da economia e como consequ ncia de forte queda das taxas de lucro O pleno emprego a seguridade social as pol ticas p blicas do Estado e a forte organiza o sindical passaram a ser um pesado fardo para a retomada das taxas de lucro e do processo de acumula o A reestrutura o econ mica e a reorganiza o do Estado neolibera lismo Anderson 1995 Pochmann 1999 expande se dos pa ses centrais para os perif ricos a partir de inova es tecnol gicas e mudan as organi zacionais Braverman 1981 Castells 1999 Marques 1998 As experi n cias que possu am determinadas caracter sticas como o toyotismo Antunes 2005 Coriat 1992b Gounet 1999 t m servido como modelo para novos padr es produtivos 188 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS O novo est gio do capitalismo fruto das mudan as atuais tem carac ter sticas de uma acumula o flex vel Harvey 1994 marcado por um confronto direto com a rigidez do fordismo Ele se ap ia na flexibilidade dos processos de trabalho dos mercados de trabalho dos produtos e padr es de consumo Caracteriza se pelo su
409. rama da SENAES Programa Econo mia Solid ria em Desenvolvimento das Pol ticas de Finan as Solid rias debatidas na Confer ncia Nacional de Economia Solid ria e na Rede de Gestores em Pol ticas P blicas de Economia Solid ria Constitui alvo desse debate o investimento social para aqueles grupos mais vulnerabilizados que n o possuem condi es de acessar o cr dito mesmo que fosse facilitado pois este implica recurso financeiro que vai e volta O investimento social aquele que n o se caracteriza como empr stimo mas oportuniza o acesso a um recurso financeiro para gerar trabalho e renda considerado como um direito ou seja propicia um direito emancipa o direito esse que sempre foi negado popula o que se encontra mais fragilizada socialmente Um outro exemplo que pode ser destacado no rol dos desafios a necessidade de respaldo legal que impede que empreendimentos solid rios consigam se consolidar e se expandir S o v rios os limites detectados para os empreendimentos donde a import ncia da integra o de outros n veis de governo Entre esses limites est o a legisla o federal e as defini es das pol ticas macroecon micas Schwengber 2003 p 120 Para a autora esses limites compreendem as discuss es da previd n cia em que est o somente contemplados os empregados ou os trabalhadores informais a pol tica tribut ria n o prev tratamentos diferenciados de tribu tos e inves
410. rando trabalho e renda Avalia es sobre o Proninc realizadas sob a coordena o da Federa o de rg os para Assist ncia Social e Educacional FASE enfatizam a rela o pol tica estrat gica entre a Economia Solid ria e os processos de inova o tecnol gica em uma perspectiva mais ampla de fortalecimento de processos autogestion rios e apropria o de for as produtivas pelos trabalhadores as Na concep o da metodologia de incuba o de empreendimentos econ micos solid rios como tecnologia social est compreendido o processo de apropria o das for as produtivas tal como proposto por Marx e Engels Este processo envolve al m do acesso aos meios de produ o procedimentos voltados para o desenvolvimento das capacidades individuais e coletivas para uma interfer ncia nas formas de organiza o do trabalho nas t cnicas empregadas nos processos produtivos e nas rela es com o saber e as institui es de ensino Varanda e Cunha 2007 p 53 Al m do Proninc outro campo de iniciativas da SENAES relacionado s tecnologias sociais tem sido o da qualifica o social e profissional por meio 30 Pesquisa no site da RTS http www rts org br tecnologias priorizadas empreendimentos solidarios 82 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA de Projetos Especiais de Qualifica o Social e Profissional PROESQ e do Plano Setorial de Qualifica o Socia
411. raram uma cr tica contundente ci ncia e tecnologia modernas e s consequ ncias sociais causadas pela perspectiva da ci ncia neutra Consideram os autores desta abordagem que a C amp T influenciada pelos valores sociais e que expressam os interesses dos grupos sociais dominantes Associam a compreens o da ci ncia e da tecnologia aos valores sociais portanto a ci ncia n o meramente instrumental A obser va o feita por Dagnino que esta n o traduz uma possibilidade da C amp T poder ser um projeto social para o desenvolvimento de uma sociedade justa porque o pensamento cr tico franckfurtiano intrinsecamente pessimista Como modelo cognitivo alternativo apresentada por Dagnino a teoria da adequa o sociot cnica Atrav s desta prop e a partir dos referen ciais e como tribut ria da teoria cr tica da C amp T e da teoria da constru o sociot cnica embasando se ainda e compartilhando as proposi es da filosofia da tecnologia de Feenberg e da filosofia da ci ncia de Lacey a elabora o de um referencial que visualiza a constru o da C amp T a partir da estrutura da sociedade formada por classes sociais H a compreens o que os contextos da C amp T expressam interesses diversos e contradit rios Parte o autor para esta constru o da vis o n o determinista e n o neutra da ci ncia e da tecnologia da supera o do pessimismo da tend ncia do substancialismo cr tico da Escola de Frankfurt apesar d
412. rativas Brasileiras OCB Par na regi o do Baixo Tocantins em 2002 quando se elaborou um survey para a Central de Coo perativas Nova Amafrutas a fim de verificar as condi es de gest o e orga niza o social de empreendimentos comunit rios no nordeste paraense cujo resultado se tornou uma refer ncia sobre as cooperativas de produ o fomentadas por programas de combate pobreza rural no Estado do Par na d cada de 90 Isso resultou nos primeiros contatos com a Associa o de Desenvolvimento dos Mini e Pequenos Agricultores Rurais de Abaetetuba ADEMPA e a Cooperativa dos Fruticultores de Abaetetuba COFRUTA Souza et alli 2004 Assim os estudos preliminares da incubadora universit ria da UFPA passaram a abranger a no o de articula o e integra o entre urbano e rural como suporte para a compreens o da caracteriza o dos empreendi mentos de economia solid ria existentes tanto na RMB como no interior do Estado do Par Aproximar se dessas experi ncias de gest o p blica e do movimento da economia solid ria foi fundamental para fortalecer a compre ens o sobre uma nova din mica da organiza o do trabalho Sabe se que as organiza es associativistas e cooperativistas no Es tado do Par s o bem anteriores d cada de 90 particularmente quando se trata de empreendimentos rurais Por exemplo as a es desenvolvidas na regi o do Baixo Tocantins tiveram normalmente interlocu o com a 11 Trata s
413. rativista e em economia solid ria at o passo final de legaliza o e estrutura o da unidade produtiva da cooperativa O significado dessa experi ncia para a forma o e aprendizagem da equipe da incubadora universit ria da UFPA diz respeito oportunidade de vivenciar os conflitos dificuldades e a realidade de constru o de uma nova pr tica social no interior do grupo em processo de incuba o e na pr pria forma o pol tico social dos docentes discentes e t cnicos envolvidos com a elabora o e estrutura o dessa organiza o social e produtiva algo seminal at ent o para os docentes t cnicos e discentes Os demais processos de incuba o em andamento eram resultantes da indu o pela pol tica p blica municipal ou por atua o de organiza es n o governamentais Compreendiam se as experi ncias induzidas como algo em que n o havia um total conhecimento ou mesmo parcial sobre a hist ria do trabalho e da organiza o social e pol tica constru da pelos sujeitos sociais envolvidos no empreendimento solid rio inclusive nem sempre se contava com aqueles sujeitos origin rios do processo Assim a participa o da incubadora universit ria n o correspondia ao papel de protagonistas dessa constru o social origin ria mas sim sua inser o em um determinado momento na trajet ria desse empreendimento muita vezes com dificuldade de compreender sua din mica produtiva e a organiza o pol tico social N o se
414. reender que o espa o de posi es sociais se retraduz em um espa o de tomadas de posi o por meio do espa o de disposi es ou do habitus Ao estabele cermos diferencia es na composi o da natureza e do volume dos capitais envolvidos nas rela es e pr ticas sociais observamos tamb m diferen as nos bens que os agentes ou classes possuem A cada classe de posi es corresponde uma classe de habitus ou de gostos produzidos por condi cionamentos sociais relacionados com a posi o social correspondente e pela pr pria intermedia o do habitus em sua capacidade geradora de pr ticas entendidas como capazes de retratar as caracter sticas intr nsecas e relacionais de um estilo de vida ou seja de um conjunto de escolhas pessoais de bens e de pr ticas Os habitus s o interpretados como diferenciados e como diferencia dores na medida em que tamb m s o capazes de operar l gicas de distin es organizados por princ pios de classifica o de vis o e de divis o e gostos diferentes Bourdieu 1996 destaca a import ncia da constru o das categorias sociais que ordenam a percep o princ pios de vis o e de divis o na assimi la o das diferen as constitu das no mbito das pr ticas dos bens possu dos ou desejados das opini es expressas tornando as diferen as simb licas o que conforma uma verdadeira linguagem das pr ticas sociais A constru o do espa o social proposta por Bourdieu Op cit
415. ren aieea einan rui maia aa nada ara da 92 Tecnologia social organiza o do trabalho e din micas territoriais aaiasaspserecesacacanacaeacaniiiriiceriqaantocoseeiecnenanaicasaadacaes 111 1 Metr pole trabalho e contextos da vida coletiva algumas reflex es sobre a dimens o espacial da tecnologia social e da economia solid ria 113 2 Processo de trabalho territ rios e sustentabilidade dos empreendimentos da economia solid ria 129 3 Espa o e trabalho autogestion rio nas periferias das grandes Cidades z ssessasineme sendo cesiessicrasapegaiioFesgeadira sit aaia aasia 143 Incubadoras e estrutura o de redes e segmentos PrOdUIVOS s isemessicssscasecsesiacesiasiosiuosa ama staccada io sGenisadasanssa saio SAKSEN ENTARRA 1 Reorientar os valores econ micos para construir uma nova sociedade mais justa e solid ria sttii 2 RICS Emrede A constru o de uma rede de economia solid ria ss eeneneeeereeeereeereerererasanananananana 3 Construindo rede de comercializa o com os catadores de materiais recicl veis de Manaus iseemes Incubadoras de empreendimentos solid rios tecnologia social e reaplica o asso ossos rrresaasssasacanenea 1 Estado comunidade de pesquisa e atores sociais a constru o da agenda de pol ticas p blicas e os modelos cognitivos para a ci ncia e a tecnologia
416. rentes escalas da economia Entretanto este tamb m o lugar do homem lento Santos 1994 ou seja do portador de outras racionalidades que rejcria conhecimento como estrat gia de sobreviv ncia Neste mbito a vida metropolitana configu rada por contextos de sociabilidade e pr ticas complexas de sobreviv ncia que incluem a aceita o de mudan as e a vira o frente crise e a inova o Silva 2008 Simmel 1987 Wacquant 2001 Nos anos 90 a observa o da escala metropolitana possibilita reco nhecer dois fen menos articulados o primeiro refere se reestrutura o produtiva e desindustrializa o De fato a partir desta d cada pode ser 115 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS observada a tend ncia ao deslocamento da ind stria para outros pontos da rede urbana longe dos antigos limites metropolitanos Santos 1993 O segundo consiste no impacto territorial da crise econ mica vivenciada pelo pa s Nas ltimas d cadas cresce o n mero de desempregados principalmente nos espa os metropolitanos fazendo com que as regi es metropolitanas tradicionais apare am frequentemente na m dia como o espa o da manifesta o mais aguda da quest o social Silva 1999 A nossa inten o ao valorizar a escala metropolitana na verdade compreender a problem tica enfrentada pelo trabalhador entendendo que esta escala concentra simultaneamente a crise do mundo do trabal
417. reocupa o durante este processo 1 que a constru o se d de maneira coletiva e democr tica atentando para as especi ficidades da din mica de cada munic pio territ rio e 2 que haja empo deramento por parte dos atores locais com aquele equipamento p blico de modo a se evitar um distanciamento e desconhecimento daquela estru tura e fazer com que o Centro seja de fato um espa o disposi o da Economia Solid ria Nesse sentido a SESOL al m de ter como princ pio o cont nuo di logo com a sociedade aprende com experi ncias que j ocorreram no passado no Estado da Bahia num momento em que as pol ticas eram constru das de cima para baixo tornando a sociedade avessa quele equipamento p blico 2 2 3 Servi os do CESOL Os Centros disponibilizar o espa o f sico e servi os variados para o desenvolvimento e promo o da economia solid ria na Bahia Podemos destacar os servi os e atividades desenvolvidas pelo CESOL a partir de seis t picos fundamentais 1 Comercializa o em espa os de lojas solid rias os empreendimentos experimentar o as t cnicas comerciais numa perspectiva do com rcio justo e solid rio e desenvolver o alternativas sustent veis de estrutura o do com rcio Tais lojas far o parte de um sistema estadual de comercializa o integrado agricultura familiar e aos sistemas de compras p blicas 2 Consultoria uma equipe multidisciplinar de profissionais atua com
418. rganizados Ainda seguindo o movi mento mais geral da economia da Regi o Metropolitana de S o Paulo a diminui o dos postos de trabalho localizados na ind stria foi acompa nhada de um aumento no setor de servi os 16 A organiza o coletiva e a mobiliza o em torno de necessidades e demandas populares s o caracter sticas da experi ncia de cidadania da popula o de Osasco Sobre o tema ver NASCIMENTO Cl udio Do beco dos sapos aos Canaviais de Catende Bras lia Secretaria Nacional de Economia Solid ria Minist rio do Trabalho e Emprego 2005 e Caderno CEBRAP 5 Participa o e Conflito Industrial Contagem e Osasco 1968 S o Paulo CEBRAP sem data 42 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Por um lado essa era uma boa not cia afinal em algum lugar do mercado de trabalho ainda havia empregos Mas os trabalhadores em especial aqueles que tinham trabalhado em empresas grandes e ind strias sabiam na pr tica que se tratava de empregos de pior qualidade com sal rios mais baixos e menos direitos associados Toda essa hist ria fez com que a exemplo de outras cidades Osasco chegasse ao s culo XXI com diversas reas e setores da popula o margem do desenvolvimento econ mico e social Como n o poderia deixar de ser as consequ ncias das transforma es no mundo do trabalho para os cidad os provocaram as pol ticas p blicas municipais a re
419. rgimento de novos setores de produ o novas maneiras de fornecimento de servi os financeiros novos mercados e sobretudo taxas altamente intensificadas de inova o comer cial tecnol gica e organizacional Envolve r pidas mudan as dos padr es do desenvolvimento desigual tanto entre setores como entre regi es geo gr ficas Apresenta um crescimento significativo do emprego no chamado setor de servi os bem como a forma o de empresas industriais novas em regi es perif ricas A luta pelo controle da for a de trabalho leva ao nasci mento de novas estrat gias industriais ou integra o do fordismo a toda uma rede de subcontrata es e de deslocamento Ocorre a busca por maior flexibilidade diante do aumento da competi o e dos riscos Antunes 2005 Harvey 1994 Castells 1999 Kumar 1998 As mudan as atingem o mundo do trabalho resultando em uma multi plicidade de processos Entre eles ocorre a desproletariza o do trabalho industrial nos pa ses de capitalismo avan ado com repercuss o nas reas industrializadas dos pa ses perif ricos e diminui o da classe oper ria industrial tradicional Combinado com esse movimento ocorre uma expan s o do trabalho assalariado a partir da amplia o do setor de servi os Verifica se uma efetiva heterogeneiza o do trabalho identificada pela expans o do trabalho parcial tempor rio prec rio subcontratado terceiri zado e com o crescente ingresso de m o de ob
420. ria que s o refor adas e ou desencadeadas pela Chamada P blica MCT FINEP MDS Caixa Incuba o de Empreendimentos Solid rios 01 2005 Podemos apontar tr s dimens es da no o de tecnologia social enfatizadas ao longo dos diferentes artigos do livro 1 A tecnologia social como campo de experimenta o e aprendizagem que unifica as a es estrat gicas de supera o de desigualdades processo que representa uma aposta na transi o de paradigma em mat ria de pol tica cientifica e tecnol gica aplicada ao contexto de crise do trabalho assalariado 2 A tecnologia social como conjunto de dispositivos e conhecimentos aplicados ao processo de organiza o de associa es e cooperativas populares com primado nas formas autogestion rias APRESENTA O 3 A tecnologia social como forma de fortalecimento de pol ticas p blicas adequadas ao contexto de crise e transi o no modo de produ o dentro de diversas configura es sociais institucionais de identidade e de lugar A publica o encontra se dividida em quatro partes incubadoras tecno logia social e pol ticas p blicas tecnologia social organiza o do trabalho e din micas territoriais incubadoras e estrutura o de redes e segmentos pro dutivos e incubadoras de empreendimentos solid rios tecnologia social e reaplica o Esta organiza o reflete os principais eixos de atua o dos pro jetos apoiados atrav s do Edital avaliado pela pesquisa
421. ria como estrat gia de desenvolvimento sustent vel e solid rio Esse artigo busca contribuir nesse debate explicitando algumas das quest es que perpassam e orientam os processos de formula o e 25 Constante no Plano Plurianual 2004 2007 e no atual per odo PPA 2008 2011 2 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA experimenta o de a es que articulam estrat gias de acesso a conheci mentos e tecnologias para os EES O ponto de partida um breve resgate das principais diretrizes e proposi es que t m sido constru das ao longo da afirma o do processo de mobiliza o social da Economia Solid ria no Brasil tendo por base os documentos das Plen rias Nacionais de Econo mia Solid ria de 2002 a 2008 e da Confer ncia Nacional de Economia Solid ria realizada em junho de 2006 Na segunda parte do texto busca se identificar algumas das cr ticas formuladas s tecnologias consideradas con vencionais e compreender as formas de apropria o das chamadas tecno logias alternativas luz desse contexto a terceira parte do artigo apresenta um balan o das iniciativas da SENAES em parceria com outros rg os gover namentais e com organiza es da sociedade civil para ampliar as pol ticas p blicas e garantir o acesso dos Empreendimentos Econ micos Solid rios s tecnologias apropriadas ao seu desenvolvimento 1 Economia solid ria e tecnologias demandas dir
422. rigor ficos curtumes e latic nios em detrimento de a es sustent veis J em rela o s perspectivas quanto a esses temas transversais podem ser listadas o ide rio de alcan ar uma condi o em que a luta pelo cr dito n o demande a maior parte da for a articuladora das organiza es populares 182 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS e avan ar para a sequ ncia com cada grupo implanta o do empreendi mento capacita o t cnica e gerencial dos as empreendedores as formaliza o dos empreendimentos execu o de a es concretas de g nero e susten tabilidade fortalecer os temas g nero e sustentabilidade nas pautas das organiza es populares e inclu los nas pautas do poder p blico da regi o desenvolver a es concretas com os grupos j estruturados e formalizados como a APAHMOC a Cer mica Comunit ria de Rio Maria a APMFU e a AMUP Ao longo dos dois anos de dura o do Projeto IEPSULPA foram desen volvidas a es al m do previsto e consequentemente alcan ados resultados al m do planejado como por exemplo a aquisi o de um mini trator em articula o da APAHMOC a Secretaria de Desenvolvimento Econ mico de Xinguara prepara se para a constru o do plano de desenvolvimento do munic pio embasado na economia solid ria implanta o de um posto do SEBRAE em Xinguara cria o do Espa o do Artes o em Xinguara revitali za o da Feira da Lua em Xingu
423. rmas de economia solid ria Mas antes ser necess rio refor ar e multiplicar as iniciativas surgidas no seio da sociedade civil para que a proposta de economia solid ria ganhe visibilidade e possa atrair apoio das for as que se op em exclu s o social Singer 2001 p 135 A implanta o da Secretaria Nacional de Economia Solid ria e o movi mento crescente nas esferas estaduais e locais embora recentes s o fortes indicativos da amplitude que a Economia Solid ria vem adquirindo 99 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS o que pode impulsion la para que nesse cen rio tenha maior interlocu o e ganhe espa o e for a de uma proposi o que atenda realidade dos empreendimentos solid rios O eixo tem tico Ill da Confer ncia Nacional de Economia Solid ria realizada em junho de 2003 abordou as prioridades e estrat gias de atua o para as pol ticas e programas de Economia Solid ria assim como os mecanismos de participa o e controle social Nesse contexto est o elencados a educa o contextualizada o acesso infraestrutura para a produ o canais justos e solid rios de comercia liza o e distribui o da produ o e consumo acesso e organiza o dos servi os de cr dito reconhecimento jur dico de suas organiza es e ativi dades desenvolvidas divulga o forma o assist ncia t cnica e desen volvimento tecnol gico relacionados comercializa
424. rmazenagem Trata se de uma transforma o profunda nas rela es entre sociedade e espa o fundamentada na prec ria costura entre diferentes patamares da moderni za o brasileira e nas formas como segmentos sociais exclu dos relacio nam se com a materialidade e a sociabilidade urbanas 116 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS 2 Metr pole e tecnologia social A metr pole nesse sentido estimula a leitura da empiriciza o de rela es sociais e da moderniza o do trabalho e do espa o Santos 19983 1994 1996 Simmel 1987 Ribeiro 2006 Acreditamos que este espa o enquanto categoria da exist ncia condensa a acelera o do tempo social apresentando alta capacidade de express o da modernidade por meio de sua arquitetura dos fluxos de mercadorias de dinheiro pessoas e id ias Na metr pole a estrutura o do espa o e a organiza o social permitem a reprodu o das hierarquias sociais e tamb m a inven o de formas de apropria o da materialidade pelos exclu dos ainda que prec rias e com graves riscos de vida Ribeiro 1996 Silva 2002 Silva e Ribeiro 1997 Santos 1993 1996 Wacquant 2001 Neste recorte escalar privilegiaremos a metr pole do Rio de Janeiro Tal recorte baseia se no pressuposto de que a vida metropolitana abriga inten es projetos e estrat gias de agentes econ micos do Estado de organiza es da sociedade civil e de grupos
425. ro politano de Cooperativas Tal comit se reuniu a convite da SETRE SESOL por diversas vezes para discutir elementos conceituais metodol gicos e operacionais do Projeto Diante deste novo cen rio a equipe t cnica realizou pesquisas partici pou de semin rios a exemplo do Semin rio Tecnologia Social Incuba o de Empreendimentos Solid rios e Pol ticas P blicas realizado pela FASE e realizou visitas t cnicas para conhecer sobre pol ticas p blicas de econo mia solid ria concretizadas atrav s de Incubadoras e Centros P blicos tendo em vista o seu car ter inovador e pioneiro em mbito estadual Destaca se neste ponto a realiza o de visitas t cnicas de campo em dezembro de 2007 com o objetivo de conhecer duas experi ncias que v m se tornando refer ncia nacional em termos de Pol tica P blica de Economia Solid ria Osasco SP e Londrina PR Em Osasco est o em funcionamento duas estruturas p blicas de apoio e fomento economia solid ria o Centro P blico de Economia Solid ria e a Incubadora P blica de Economia Solid ria a es estas desenvolvidas no mbito da Secret ria de Desenvolvimento Trabalho e Inclus o J em Londrina o destaque em termos de apoio e fomento aos empreendimentos solid rios o Centro P blico de Economia Solid ria um projeto que envolve diversas secretarias municipais Uma outra iniciativa pesquisada foi a Incubadora Tecnol gica de Cooperativas Populares ITCP da Univer
426. rodu o da log stica necess ria e dos impactos s cio econ micos resultantes Este processo juntamente com o arranjo institucional de contratualiza o durou cerca de dois anos A condi o de OSCIP Organiza o Social de Interesse P blico por parte da Guay foi definidora para o contrato de produ o que resultaria na forma o da RICS Rede Industrial de Confec o Solid ria envolvendo trabalhadores da Guay e as trabalhadoras na sua maioria dos grupos de produ o A perspectiva de um contrato de produ o com remunera o men sal por pe a produzida permitiu organizar o processo produtivo com perspectiva de remunera o ininterrupta para todos os trabalhadores Com a realiza o da produ o garantida o projeto propiciava inicialmente a consolida o da capacita o t cnica de produ o log stica e gest o 200 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS E na sequ ncia garantiria uma base para a prospec o de novos merca dos desenvolvimento de novos produtos e forma o de capacita es produtivas espec ficas Esta perspectiva garantiria a transi o do inicial mente projeto RICS para um empreendimento autossustentado A RICS integra a Associa o de Empreendimentos Solid rios em Rede do RS a EMREDE A Associa o formada por empreendimentos solid rios e ONGs configurada como uma rede para melhor obter resultados econ micos A Rede organiza se
427. rofissionais Aut nomos e Confec es e Artesanato de Marituba COPROACAM No Acre a UFAC atendeu cinco empreendimentos Associa o de catadores de materiais reutiliz veis e recicl veis de Rio Branco CATAR Grupo Belo Jardim F brica de mandioca Grupo Belo Jardim F brica de Urucum Cooperativa de mulheres Mocinha Magalh es COOMAN Associa o de servi os e produtos Estrela da Terra ASPET e a UFRR incubou cinco empreendimentos Grupo Feras da Amaz nia Grupo de Mulheres do Bairro Cauam Grupo Alian a Grupo de Mulheres S o Jo o Batista Centro de Produ o Comunit ria Costureiras do Bairro Santa Tereza Os 20 empreendimentos solid rios que participaram do processo de incuba o abrangiam aproximadamente 500 pessoas Houve uma preocupa o da coordena o do projeto em promover eventos locais como curso e semin rios assim como encontros regionais em que participavam representantes dos empreendimentos e das incubadoras universit rias da regi o Norte PROGRAMA 2006c Na UFPA houve uma mobiliza o conjunta da coordena o da incubadora universit ria e da Pr Reitoria de Extens o com o objetivo de criar incubadoras de empreendimentos solid rios nos campi do interior Realizaram se reuni es nos campi de Abaetetuba Camet Soure Bragan a e Altamira para estimular docentes discentes e t cnicos no interesse pela tem tica da economia solid ria A maior dificuldade residia principalmente no acesso a recu
428. rsos financeiros e disponibilidade de um grupo de pessoas para elaborar e coordenar os projetos Observou se que o quadro docente e t cnico bastante reduzido nos campi da UFPA mas havia grande interesse do movimento social rural e de algumas prefeituras e organiza es n o governamentais em apoiar as propostas Na verdade n o foi poss vel criar nenhuma incubadora nova na UFPA pois n o havia recursos da pr pria universidade para tal finalidade e a tentativa no PRONINC 2006 n o foi coroada com xito pois o edital segundo informa es obtidas junto FINEP permitia a apresenta o de somente um projeto por universidade H ind cios no curto prazo de que poder o surgir pelo menos duas propostas uma no campus de Altamira e outra no campus de Bragan a 275 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Empreendimentos Solid rios Agroalimentares na Amaz nia apoiado pelo Minist rio da Ci ncia e Tecnologia MCT FINEP e MDS que havia sido aprovado na segunda metade de 2005 O objetivo principal era atender as associa es de produtores e cooperativas da regi o do Baixo Tocantins Pautou se em uma centralidade metodol gica voltada para identifica o an lise e apoio para a constru o de modelos autogestion rios que tivessem a propriedade coletiva como mago da forma de organiza o do trabalho Por isso defende se como ineg vel a import ncia de a es direcionadas ao est mulo forma o e c
429. rte das fam lias empobrecidas s o as mais diversas poss veis diante da escassez do mercado de trabalho e da falta de expectativa de mudan as procuram fazer qualquer coisa obter uma renda qualquer N o h preocupa o com a quest o legal ilegal mas em primeiro lugar com a sobreviv ncia Por parte do Estado s vezes sobram os pacotes assistencialistas e ou de renda m nima As unidades econ micas consideradas para a an lise do mundo da economia popular s o as unidades dom sticas compostas pela fam lia que unem seus recursos a fim de satisfazer coletiva e solidariamente as neces sidades de todo o conjunto Assim s o descartados os indiv duos que trabalham por conta pr pria e os microempres rios O objetivo destas uni 3 Francisco de Oliveira A crise e as utopias do trabalho In KRAYCHETE G COSTA B LARA F org Economia dos Setores Populares Entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 4 Jos Luis Coraggio Da economia dos setores populares economia do trabalho In KRAYCHETE G COSTA B LARA F org Economia dos Setores Populares Entre a realidade e a utopia Petr polis RJ Vozes Rio de Janeiro Capina Salvador CESE UCSAL 2000 171 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS dades n o o de acumula o mas de manter e melhorar a qualidade de vida dos membros dessa unidade Nesse caso o microem
430. rtinez org Interrelaciones entre la Ciencia la Tecnologia e El Desarollo Caracas Venezuela Nueva sociedad pp 307 348 ZART Laudemir Luiz Encantos Caminhos e Desencontros migra o coloniza o na Amaz nia matogrossense C ceres MT Editora Unemat 2005 259 Incubadoras universit rias inova o social e desenvolvimento Armando Lirio de Souza Maria Jos de Souza Barbosa e Adebaro Alves dos Reis necess rio que a revolu o democr tica se aprofunde para estabe lecer condi es de criar uma universidade capaz de servir aos traba lhadores sem submet los a condi es de escravo onde possam receber uma educa o instrumental til para sua auto emancipa o e sobretudo para que n o se desvencilhem em sua identidade e em seus pap is sociais dos objetivos que definem a rela o da classe trabalhadora com a transforma o da sociedade capitalista Florestan Fernandes Introdu o A incubadora universit ria da Universidade Federal do Par UFPA se apre senta como uma a o experimental na perspectiva de institucionalizar as inova es sociais da pesquisa do ensino e da extens o universit ria na x Economista Professor Adjunto da Faculdade de Economia do Instituto de Ci ncias Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Par FE ICSA UFPA Mestre em Planejamento do Desenvolvimento PLADES NAEA UFPA Doutorando do Programa de P s Gradua o em Desenvolvimento Rural da
431. rtir da realidade do Estado propor mudan as substanciais ao projeto de implanta o dos CESOL apresentado pela SENAES Para a SESOL dois grandes pontos poderiam p r em risco a sustentabilidade dos equipa mentos a gest o e a abrang ncia A primeira modifica o ficou no campo da gest o Compreendeu se que apenas seria poss vel garantir a perman ncia dos servi os oferecidos pelos CESOL se a sua ger ncia estivesse ligada administra o direta do Estado Justifica se esse entendimento pelo fato de atrav s da admi nistra o direta se tornar poss vel a contrata o permanente do quadro operacional al m de garantir recursos dentro do or amento do Estado para a manuten o do equipamento Como forma de avalia o da pro posta foram realizadas visitas a outras experi ncias que demonstraram maior capacidade de atua o quando vinculadas administra o p blica nesse caso municipal O segundo ponto abordado foi a abrang ncia da proposta dos Centros Para o Estado a mobiliza o dos recursos financeiros previstos no Pro grama Bahia Solid ria dentro do PPA 2008 2011 destinados instala o de Centros P blicos n o poderia ser direcionado unicamente ao atendi mento em mbito municipal Tais recursos deveriam estar dispon veis a a es que pudessem a principio atender todo Estado A partir da iniciou se o processo de constru o de uma nova metodologia que pudesse dar conta dessa investida que veio a gerar
432. s op o pelo trabalho associativo em vez da atividade individual ou familiar que j mais extensivamente utilizada como alternativa de trabalho Ainda mais considerando que o trabalho associativo pressup e um aprendizado e rela es mais complexas do que aquelas requeridas pela atividade por conta pr pria Certamente poss vel encontrar v rias respostas Embora a busca de trabalho face ao desemprego se constitua numa forte motiva o para a organiza o dos empreendimentos associativos existem outras motiva es poss vel identificar a busca de alternativas que permitam ganhos econ micos atrav s de pr ticas e rela es sociais que viabilizem uma reapropria o pelos trabalhadores das condi es de exist ncia do seu trabalho At agora entretanto esta busca acontece em condi es extre mamente adversas aos objetivos que pretende alcan ar As condi es de sustentabilidade dos empreendimentos associativos nos espa os urbano e rural s o bem diferentes A diferen a espacial a mais imediatamente vis vel mas esconde uma diferen a maior e mais fundamental ou seja a rela o entre o trabalho e os meios de produ o Os mecanismos de gest o e as condi es de sustentabilidade dos empre endimentos s o determinados pela rela o de propriedade pr existente dos trabalhadores com os meios de produ o Os agricultores familiares antes de iniciarem uma atividade associativa j exercem um trabalho na condi
433. s atividade ap cola sustent vel A metodologia desenvolvida e o material did tico elaborado lbuns seriados CD s com m sicas e programas de r dio cartilhas etc s o refer ncias para o Plano Setorial de Qualifica o Social e Profissional da Economia Solid ria Planseg Ecosol executado entre 2006 e 2008 e que tem o segmento da apicultura como uma de suas prioridades Al m das a es de qualifica o social e profissional a meto dologia e material did tico t m sido utilizados como refer ncia nas a es formativas em Projetos de Fomento Apicultura com a implanta o de Unidades de Beneficiamento da Produ o Ap cola No campo do conhecimento sobre a ES no Brasil com o apoio da SENAES foi desenvolvido e est em pleno funcionamento o Sistema de Informa es em Economia Solid ria SIES O Sistema pode ser tamb m 83 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS considerado uma tecnologia que foi desenvolvida para dar visibilidade ES e facilitar a formula o de pol ticas p blicas de fomento adequadas realidade dos EES O Sistema adota um modelo de gest o participativa e metodologias consideradas inovadoras nos processos de coleta das informa es de alimenta o das bases de dados e de dissemina o dos resultados sendo uma refer ncia no Brasil e em outros pa ses Alemanha Argentina etc para a organiza o de sistemas de informa es da ES Nas a es de fomento ES desta
434. s signos 162 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS e capitais No mago deste processo de valoriza o desigual de lugares ampliam se o volume e a mobilidade de pessoas em busca de trabalho de melhores condi es de vida de oportunidades e da realiza o de seus sonhos e anseios Ao se inserirem nos espa os luminosos constituem modos de vida em que as t ticas tendem a prevalecer sobre as bem plane jadas estrat gias de normatiza o da vida social As t ticas de inser o no mundo do trabalho acionadas por trabalha dores informais nas periferias urbanas muitas vezes para legais refletem as transforma es na economia evidenciadas a partir dos anos 80 e suas repercuss es negativas nas oportunidades de emprego mas tamb m s o fruto de rela es sociais historicamente constitu das As potencialidades do micro daquilo que Lef bvre 1991 denominou de vida cotidiana na qual os fen menos se materializam e s o constitu dos por pr ticas e modos de vida necessitam a nosso ver ser plenamente considerados Isto implica em investimentos em teoria e m todo com o objetivo de que seja atribu da devida aten o forma o socioespacial das cidades assim como forma pela qual v m ocorrendo os impactos da transforma o pela a o hegem nica Tais impactos ampliam a segre ga o desorganizam redes sociais atingem e esgar am o tecido social e criam novas selet
435. s sustent veis de desenvolvimento Reside precisamente neste aspecto a vis o estrat gica da passagem de uma condi o de simples reprodu o das condi es b sicas de vida para uma possibilidade de reprodu o ampliada das condi es de vida ou seja que permita transforma es institucionais nas condi es mais gerais de vida de pessoas num territ rio Esta tamb m a vis o estrat gica da passagem de um estado de subsist ncia das iniciativas empreendidas para um estado de sustentabilidade refle tindo o salto estrat gico necess rio que induzem tais pol ticas de uma condi o de economia popular apenas para uma condi o de econo mia popular e solid ria Um salto que pode ser ilustrado ainda atrav s da nfase no deslocamento das no es de assist ncia e compensa o para aquela de emancipa o por esta raz o que as pol ticas p blicas efetivas de economia solid ria v o atribuir grande nfase s dimens es n o econ micas como os aspectos de organiza o pol tica e social dos grupos nos seus territ rios Fran a Filho 2005 p 34 108 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 4 Pol tica de estrat gia coletiva Os trabalhadores e trabalhadoras sujeitos dessa pol tica p blica n o s o indiv duos isolados mas coletivos O objetivo das pol ticas p blicas de Economia Solid ria dar suporte s iniciativas coletivas que promovam a constitui o de circu
436. s caracteri zados pelas pol ticas neoliberais como elementos do atraso que impedem ou dificultam o livre jogo das for as do mercado As altera es no mercado de trabalho contribuem para al m de fragilizar a organiza o tradicional dos trabalhadores sindicatos favorecer mudan as na legisla o traba lhista e social Elas ampliam a competi o com a redu o dos postos de trabalho com o consequente enfraquecimento da solidariedade entre os trabalhadores e a percep o da empresa como uma corpora o capaz de atender plenamente os anseios de inser o social Se estiver dentro da empresa est inclu do Pochmann 1999 2001 Cardoso 2008 As mudan as atingem tamb m as condi es de organiza o e desenvol vimento de pol ticas p blicas por parte do Estado evidenciando um relativo enfraquecimento do seu papel de centralizador das a es organizadoras da sociedade Assim como a f brica deixa de concentrar todas as ativida des produtivas ap s a reestrutura o tamb m as estruturas e institui es estatais passam a compartilhar com as corpora es empresariais e institui es da sociedade civil a implanta o de pol ticas p blicas Isso devido nova condi o de agente de pol ticas e ideologia neoliberal com a redu o relativa de seu peso institucional e de seus recursos Com a redu o de recur sos pr prios e de capacidade organizacional os atores estatais e p blicos passam a ser incapazes de garantir
437. s do quadro efetivo e tempor rios com forma o em diferentes reas do conhecimento como administra o economia pedagogia contabilidade direito agronomia servi o social entre outros e tamb m profissionais de n vel m dio que atuam como agentes de microcr dito e de desenvolvimento As a es da Coordena o de Fomento est o relacionadas ao inves timento e assist ncia t cnica a empreendimentos solid rios e articula o setorial destes empreendimentos em redes de produ o e comer cializa o agregando valor aos produtos e escoando esta produ o incluindo no escopo de a o a Implementa o de Centros P blicos de Economia Solid ria No mbito da Coordena o de Forma o e Divulga o est o as a es relativas forma o dos trabalhadores gestores p blicos e entidades de apoio e fomento incluindo o Projeto de Incubadoras de Empreendimentos Econ micos Solid rios bem como a divulga o da economia solid ria e o mapeamento de empreendimentos econ micos solid rios Tamb m no escopo de atua o desta coordena o est o trabalho de apoio constru o do marco legal para a economia solid ria baiana A terceira coordena o de Microcr dito e Finan as Solid rias est dando continuidade ao Programa de Microcr dito do Governo do Estado da Bahia CrediBahia operacionalizado pela SETRE em parceria com o SEBRAE e as Prefeituras Municipais com recursos com origem no 20 PARTE I
438. s lojas da EPS e para encomenda nas lojas de varejo 205 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O terceiro campo de atua o o da capta o de projetos sociais e de qualifica o para a atividade econ mica junto a rg os p blicos e priva dos com o objetivo de qualifica o da rede O primeiro m s da RICS junho 2005 atingiu a produ o de 6 mil pe as para os hospitais do GHC Em dois meses a produ o atingiu 12 mil pe as m s A partir do segundo ano a demanda dos hospitais passou para 17 mil pe as m s chegando a 20 mil em determinados No terceiro ano houve oscila es entre 8 mil e 22 mil pe as m s estabilizando atualmente em 18 mil pe as m s Para a realiza o do objetivo de diversifica o da produ o e comer cializa o foram implantadas a es com resultados considerados acumulativos e experimentais para a organiza o e funcionamento da RICS Al m dos tr s hospitais do Grupo Hospitalar Concei o foram produzidas roupas hospitalares para o Hospital Porto Alegre o Hospital Divina Provi d ncia a lavanderia Ecoclean e para a cl nica DayClinic Foram produzidos uniformes da Guarda Municipal da Prefeitura de Porto Alegre e toalhas de mesa para o restaurante Riversides Tamb m foram produzidas bolsas para a cooperativa Girassol e para o sindicato dos trabalhadores na Justi a Federal Sintrajufe Al m disso foram confeccionadas camisetas para a Marcha Mundial de Mu
439. s no final de 2004 compreendendo parte de uma pol tica p blica o que refor a a responsabilidade de registro e divulga o dos conhecimentos acumulados potencializando os significados da interven o para al m do tempo e do espa o a que est o circunscritas Apresentaremos um breve relato sobre a implementa o da Pol tica e do Programa de Economia Solid ria com destaque para a Incubadora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios sua raz o de ser seus objetivos e os significados que espera ter para os cidad os de Osasco Fazendo parte da regi o metropolitana de S o Paulo o munic pio de Osasco apresenta uma din mica econ mica bastante marcada pelos movi mentos da industrializa o O munic pio experimentou um crescimento ace lerado durante a d cada de 1950 com a instala o de ind strias t xteis e metal mec nicas Na d cada de 1960 a cidade foi palco de lutas e reivindica es visando tanto emancipa o da cidade em 1962 quanto Gestores da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Trabalho e Inclus o de Osasco 41 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS promo o de melhoria das condi es da vida oper ria do qual o exemplo mais conhecido a greve de 1968 Como sabemos j no final da d cada de 1970 o milagre do cresci mento dava sinais de que estava chegando ao fim A crise que se iniciava ali duraria muitos anos durante os quais a popula o c
440. s privados de hege monia e das formas da atividade produtiva interage na abordagem cr tica da an lise sobre o futuro das rela es de trabalho do ponto de vista da totalidade do car ter social da tecnologia 5 Quando refletimos sobre tecnologia social tomamos como objeto a rela o entre as institui es e as organiza es na sua liga o ativa opera cional funcional e instrumental na conex o circular com os aspectos con cretos dos produtos processos meios e artefatos A a o humana t cnica na transforma o da natureza a pr xis humana no mundo do trabalho e no espa o das organiza es dentro de um contexto social e hist rico deter minado deve ser observada no interior de uma forma o econ mico social esse o ponto de vista te rico conceitual ligado ao processo hist rico a partir do qual poss vel um posicionamento cr tico para a supera o 24 A reflex o sobre o tema da organiza o e processo do trabalho na crise e reestrutura o do trabalho foi trabalhada por TAUILLE Jos Ricardo Para rejconstruir o Brasil contempor neo trabalho tecnologia e acumula o Rio de Janeiro Contraponto 2001 25 Para a rela o entre os tr s termos organiza o atividade e institui o ligada a no o de contra sistema vide LEFEBVRE Henri Position contre les technocrates en finir avec humanit fiction Paris ditions Gonthier 1967 289 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL
441. s resolu es decis rias que induzem s a es de governo Os espa os criados nos ltimos anos representam um processo cognitivo e pol tico importante para a democratiza o do Estado e da sociedade Esta conclus o quando defrontada com uma vis o de sociedade amplamente democr tica ter limites importantes de ser considerada t o relevante Ela ganha um grau maior de relev ncia quando comparada aos processos pol ticos institucionais e sociais elitistas que configuram a hist ria da sociedade brasileira Dito desta forma a interpreta o marxista do Estado ganha relev ncia para podermos compreender os limites do pluralismo ao verificarmos as estruturas de poder pol tico fortemente vinculadas aos processos de cons titui o das rela es econ micas da sociedade A vis o marxista aponta a 241 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS influ ncia dos interesses econ micos na a o pol tica e v o Estado como importante meio para a manuten o do predom nio de uma classe social particular Esta defini o poder fazer com que tenhamos a necessidade de compreendermos as influ ncias que os grupos econ micos fortemente organizados exercem sobre o poder de Estado Esta organiza o est pre sente n o somente nas decis es do executivo na tomada de decis es em diversos minist rios mas igualmente no legislativo e pouco discutido pela sua atmosfera aparente neutralidade no judici rio q
442. s sociais de interesses e de formas de pensar distintas e por vivermos numa sociedade constitu da por classes sociais por proposi es e concep es contradit rias O processo de fazer socializar e avaliar a ci ncia e a tecnologia ocorre no campo social simb lico e ideol gico que 256 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O a express o das diversidades e das desigualdades das forma es sociais que constituem a sociedade brasileira e latino americana Uma quest o que permanece e que intrigante para as universidades a necessidade e a possibilidade de desconstru o do paradigma da ci ncia moderna que orientada pelos princ pios do racionalismo e do positivismo al m de dominante no meio acad mico como modelo a ser replicado uma forma de fazer ci ncia e tecnologia distante das condi es socioecon micas e culturais do povo Compreendemos o conceito de povo na perspectiva de Darcy Ribeiro 1995 que associa a ele diversidade cultural do povo brasileiro considerando e reconhecendo a cultura ind gena a negra dos migrantes e as diversidades entre estes e dentro destes dos encontros e desencontros das guerras e das assimila es Al m da diver sidade cultural haveremos de reconhecer as posi es sociais dos atores sociais ligadas ao conceito de classe social Os atores efetivamente partici pantes da economia solid ria s o os as trabalhadores as e dentro
443. s sociais e com o pleno emprego A falta de esperan as de que sejam implementadas pol ticas que amenizem tal situa o contribui para o aumento de uma tend ncia solidariedade Ao lado disto cresce a import ncia das organiza es da sociedade civil acompanhando o surgimento de uma solidariedade civil que apesar de n o in dita historicamente apresenta um papel fundamental neste contexto Em contraposi o ao modelo de desenvolvimento econ mico que tem intensificado a amplia o estrutural do desemprego na economia brasileira e ao modelo neoliberal implantados por muitos governos algumas inicia tivas governamentais t m adotado a es estrat gicas que convergem para o fortalecimento da economia solid ria Em 2008 em iniciativa in dita em mbito mundial foi criada pelo ent o Ministro do Trabalho e Emprego Sr Jaques Wagner a Secretaria Nacional de Economia Solid ria com o intuito de apoiar essas a es E para a fun o de Secret rio assume o Professor Dr Paul Singer uma grande refer ncia em economia solid ria no Brasil e fundador da ITCP Incubadora Tecnol gica de Cooperativas Popu lares da USP Universidade de S o Paulo 2 1 As no es de Economia Social e Economia Solid ria segundo Fran a Filho 2002 v m de uma tradi o hist rica em comum que se relaciona com o movimento associativista oper rio da primeira metade do s culo XIX na Europa que representava uma forma de resist ncia da popula o e
444. s torna o catador muito dependente do l der do amigo em quem ele confia mas isso o impede de crescer e enra za os v nculos da depend ncia TABELA 1 Capacidade de leitura escrita e matem tica Qual sua capacidade de leitura Incapaz de ler 14 L com dificuldade 24 N o tem dificuldade 62 Qual sua capacidade de escrita Incapaz de escrever 10 Escreve com dificuldade 33 N o tem dificuldade 52 Assina apenas o nome 5 Qual sua habilidade com a matem tica Incapaz de lidar com n meros 29 Lida com dificuldade 38 N o tem dificuldade 26 N o opinou 7 Gosta de ler Gosta muito 29 Gosta um pouco 55 N o gosta 17 Gosta de escrever Gosta muito 24 Gosta um pouco 45 N o gosta 31 N o opinou 226 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS Gosta de fazer contas Gosta muito 21 Gosta um pouco 40 N o gosta 38 Ajuda muito 14 Ajuda um pouco 67 Indiferente 19 Ajuda muito 50 Ajuda um pouco 33 Indiferente 17 Ajuda muito 24 Ajuda um pouco 50 Indiferente 26 Total 100 Fonte Projeto Inovar empreender e reciclar FINEP RTS e Unitrabalho UFAM Ano da coleta de dados 2007 Trabalhou se ao longo de dois anos e meio com mais de 200 cata dores por m somente 58 desses catadores est o formalizados em asso cia es e atuam na economia solid
445. sas recicladoras As condi es de armazenamento s o p ssimas e h muitas perdas com as chuvas que em Manaus s o frequentes Atrav s deste projeto a incubadora desenvolveu um processo de orga niza o do trabalho no mundo dos catadores de material reciclado Nesse momento aprendemos que a din mica desse processo constante e que n o poder amos ficar atrelados somente ao planejamento pr esta belecido Dever amos sempre buscar alternativa e viabilidade para cumprir o que foi proposto ao financiador FINEP Financiadora de Estudos e Projetos do Minist rio de Ci ncia e Tecnologia Em nossas reuni es com os grupos inicialmente em logradouro p bli cos e posteriormente na universidade os orientamos sobre o manuseio dos res duos s lidos Optou se por repassar essa informa o por meio de encontros e oficinas devido dificuldade encontrada para realiza o da capacita o formal em sala de aula Entretanto nunca desistimos de realiz la esper vamos que com mais conviv ncia e confian a um dia consegui r amos capacit los para o mundo do trabalho de uma forma mais sistem tica Chegamos a trabalhar com mais de 200 catadores Desenvolvemos conhecimento das rotas de comercializa o dos pro dutos reciclados em Manaus incluindo a sua cadeia produtiva desde a cata o at a reciclagem assim como os pre os praticados e a sua cons tante varia o Os res duos s lidos s o commodities Com o aumento dos g
446. scursos t cnicos totalizadores sobre o espa o urbano e a perspectiva de projetos transformadores a partir da cidade vivida As an lises tamb m enfocam a contraposi o entre a vis o disciplinar sobre o espa o que emerge da divis o do conhecimento em disciplinas como heran a do projeto moderno e a possibilidade da constru o da rea de planejamento urbano como campo tem tico que permita o exerc cio de uma abordagem interdisciplinar n o s no sentido de articular disciplinas mas saberes e quest es ticas e culturais Mestre em Planejamento Urbano e Regional pesquisadora da FASE e do LASTRO IPPUR UFRJ 148 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Refletindo sobre a din mica da vida cotidiana em reas da periferia urbana do Rio de Janeiro o estudo aborda a perspectiva de atua o de organiza es sociais locais que pensam e implementam a es articulando diversas reas inser o econ mica educativa cultural tendo como referencial o territ rio vivido e a sinaliza o de par metros para a constru o e execu o de pol ticas p blicas Da observa o dos processos em an lise tamb m emerge uma no o de favela diferenciada da vis o tradicional de espa o de moradia para uma popula o que sobretudo se insere produtivamente fora destes espa os para uma abordagem da favela enquanto espa o produtivo que dentre outros aspectos marcam uma dada presen a social As conce
447. se da social democracia S o Paulo Lua Nova n 24 Cedec 1991 208 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS CORAGGIO Jos Luis Alternativas para o desenvolvimento humano em um mundo globalizado In Revista Proposta no 72 pp 30 38 1997 CORIAT Benjamin Pensar el reves trabajo e organizaci n en la empresa japonesa M xico Espanha Siglo XXI 1992b FRAN A FILHO Genauto Carvalho e LAVILLE Jean Louis Economia Solid ria uma abordagem internacional Porto Alegre Ed UFRGS 2004 GAIGER Luiz A Economia Solid ria e o Projeto de Outra Mundializa o In Revista de Ci ncias Sociais Rio de Janeiro Vol 47 n 4 Pp 799 a 834 2004 GOUNET Thomas Fordismo e Toyotismo na Civiliza o do Autom vel S o Paulo Boitempo 1999 GRAMSCI Antonio Os intelectuais e a organiza o da cultura Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1979 Concep o dial tica da hist ria Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 1981 Lettere dal carcere Org A Santucci Palermo Sellerio 1996 GUIMAR ES Sonia M Fordismo e p s fordismo In CATTANI Ant nio David e HOLZMANN Lorena Org Dicion rio de Trabalho e Tecnologia Porto Alegre UFRGS 2006 HARVEY David A Condi o p s moderna uma pesquisa sobre as origens da mudan a cultural S o Paulo Edi es Loyola 1994 HOLZMANN Lorena e CATTANI A D Taylorismo In CATTANI Ant nio David e HOLZMANN Lorena Org
448. se depreendem da an lise nas se es anteriores 301 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS O tema do desenvolvimento desigual e da acumula o capitalista ilimi tada coloca desafios para a emancipa o do trabalho vivo Atrav s da cria o de novas trajet rias sociais e t cnicas s o formuladas alternativas contra a desigualdade A economia solid ria via o processo de incuba o de empreendimentos solid rios desenvolve a tecnologia social Aplica um m todo de supera o de contextos de desigualdade atrav s da intera o com base no trabalho associado entre as dimens es produtivas e institu cionais t cnicas e organizacionais Nos pontos sens veis da divis o social e t cnica do trabalho nos elos entre atividade material e processos imateriais entre projeto decis o e organiza o se destaca um aspecto chave da tecnologia social o da orga niza o direta do trabalho em novas formas sociais e redes produtivas com base no trabalho cooperativo associativo e autogestion rio Na linha da constru o social e t cnica voltada para empreendimentos solid rios podemos situar a tecnologia social como um conjunto de a es e pol ticas de adequa o sociot cnica para transformar o ambiente pro dutivo das empresas existentes Partindo dos contextos restritivos at a formula o de um novo modelo cognitivo modificando a posi o da comu nidade cient fica As a es de incuba o de em
449. separadamente como se existisse uma forma o para o associativismo e outra para a efici ncia econ mica Se isto verdade seriam pouco eficazes as estrat gias de forma o que realizam os cursos de associativismo e em seguida tratam as quest es econ micas seguindo o modelo de um plano de neg cios como se o empreendimento associativo fosse uma pequena ou m dia empresa As organiza es econ micas populares possuem uma l gica peculiar N o podem ser avaliadas ou projetadas tomando se por refer ncia os crit rios de efici ncia e planejamento t picos empresa capitalista Tradicional mente os instrumentos de gest o planos de neg cio an lise de mercado e estudos de viabilidade reportam se s caracter sticas das empresas de m dio ou grande porte distanciando se das realidades encontradas nos empreendimentos associativos Em geral as atividades de forma o para o associativismo at m se aos princ pios do cooperativismo e do trabalho associativo Estes princ pios s o 4 Sobre as estrat gias de forma o direcionadas para os empreendimentos da economia dos setores populares ver Kraychete 2007 134 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS uma declara o do dever ser Expressam uma meta um ponto de chegada um enunciado com o qual todos concordam mas que vale tanto para as primeiras cooperativas na Europa do s culo XIX para um empreendimento associativ
450. servamos a articula o das traba lhadoras precarizadas e desempregadas com a Guay e entidades de apoio cuja a o como trabalhadores as intelectuais org nicos em espa os de incuba o de projetos estrat gicos de economia popular e solid ria objetiva trabalho e renda na perspectiva de mudan a social Refer ncias bibliogr ficas ALBUQUERQUE Paulo P Autogest o In CATTANI Antonio David Org A outra economia Porto Alegre Veraz Editores 2008 ANDERSON Perry Balan o do Neoliberalismo In SADER Emir e GENTILI Pablo Org P s neoliberalismo as pol ticas sociais e o Estado democr tico Rio de Janeiro Paz e Terra 1995 P g 9 23 ANTUNES Ricardo Adeus ao trabalho Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho Campinas SP Editora da Universidade Estadual de Campinas 2005 ARRUDA Marcos O Feminino Criador socioeconomia solid ria e educa o Rio de Janeiro nstituto de Pol ticas Alternativas para o Cone Sul 1998 BRAVEMAN Harry Trabalho e capital monopolista 3 ed Rio de Janeiro Zahar 1981 CARDOSO Adalberto M A d cada neoliberal e a crise dos sindicatos no Brasil S o Paulo Boitempo Editorial 2003 CASTELLS Manuel A sociedade em rede S o Paulo Paz e Terra 1999 CATTANI Antonio D A outra economia os conceitos essenciais In CATTANI Antonio D Org A Outra Economia Porto Alegre Veraz Editores 2008 CLARKE Simon Crise do fordismo ou cri
451. sidade Federal Rural de Per nambuco UFRPE que implantou incubadoras p blicas em tr s munic pios da regi o metropolitana de Recife Recife Olinda e Paulista Foi feito tamb m o levantamento de pol ticas p blicas correlatas e articula o com outras secretarias estaduais da Bahia tais como a Secre taria da Agricultura SEAGRI Secretaria de Ci ncia Tecnologia e Inova o SECTI e Secretaria de Ind stria e Com rcio SICM Paralelamente a equipe tamb m buscou realizar o levantamento de munic pios onde exis tissem m quinas e equipamentos j adquiridos pelo estado que poderiam ser reativados atrav s do Programa Os estudos e pesquisas realizados bem como as discuss es do Comit Propositivo aliados experi ncia pr tica da equipe t cnica convergiram 32 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA para a constru o do Projeto Em seguida a SETRE SESOL passou a trabalhar nas estrat gias de implementa o do ponto de vista formal institucional Neste momento foi necess ria a realiza o de alguns ajus tes na proposta inicial tendo em vista direcionamentos estrat gicos da SETRE e os limites do ponto de vista jur dico A partir de ent o ficou definida a classifica o e apoio s incubadoras em quatro modalidades para o ano de 2008 Incubadoras Universit rias Tem ticas Territoriais e a Incubadora Central do Estado da Bahia Destas tr s ser o operaciona
452. sidades O acesso a conhecimentos e tecnologias portanto uma condi o fundamental n o apenas para a economia solid ria mas para todas as formas e estrat gias de organiza o socioecon mica No entanto esse acesso desigual ou seja ele reproduz o pr prio padr o de desi gualdade socioecon mica com os fundos p blicos e as institui es de pesquisa direcionadas em sua maioria para atender s demandas de competitividade e de viabilidade dos setores empresariais privados As demais formas e modos de organiza o econ mica tanto a pequena produ o individual ou familiar quanto as formas econ micas associativas com raras exce es foram historicamente marginalizadas no processo de desenvolvimento e de dissemina o desses recursos e insumos que viabi lizam a melhoria das condi es de trabalho o acesso e perman ncia nos espa os comerciais cada vez mais marcados por crit rios de injusti a na concorr ncia econ mica O fato que quanto mais pobre e menos valori zado socialmente o empreendimento tem menores chances de acesso s tecnologias e saberes necess rios sua viabilidade Al m da desigualdade no acesso h questionamentos sobre os pr prios conte dos e significados inerentes s chamadas tecnologias convencionais ou que foram desenvolvidas com a finalidade de manter os setores empre sariais capitalistas atualizados frente s demandas e padr es da concor r ncia nacional e global O modo de produ
453. sistem em repensar o pro blema do lixo redu o do lixo recupera o de materiais reutiliza o e reciclagem Santos et alii 2002 Segundo Santos 2002 para compreendermos a reciclagem impor tante reciclarmos o conceito que temos de lixo modernamente chamado de res duo s lido deixando de enxerg lo como coisa suja e in til em sua totalidade pois o material descartado por um determinado indiv duo pode perfeitamente ter utilidade e valor comercial para outro Logo uma nova designa o para os res duos s lidos aquilo que foi descartado e que ap s o emprego de determinados processos ou n o pode ser til e aproveitado pelo homem Santos 2002 p 19 Quando reciclamos o conceito de lixo passamos ao mesmo tempo a reciclar a figura do catador de res duos s lidos pois ele o agente econ mico dos insumos para a cadeia produtiva da reciclagem Segundo Velloso 2005 a hermen utica diat pica visando escolha da cultura mais adequada deve adotar dois imperativos interculturais 214 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS 1 Das diferentes vers es de uma dada cultura deve ser escolhida aquela que representa o c rculo mais amplo de reciprocidade dentro dessa cultura a vers o que vai mais longe no reconhecimento do outro 2 Os grupos sociais ou a pessoa t m o direito de ser iguais quando a diferen a os inferioriza e o direito a ser diferentes qu
454. sitos e programas p blicos policy Por fim a polity concebida como a a o de governo e das sociedades humanas Esta distin o relevante para a clareza dos sentidos das pol ticas p blicas em dois aspectos primeiro para pensar a organiza o do Estado a neces sidade de participa o e as disputas que ocorrem na defini o dos objeti vos das metas da aloca o de recursos nas decis es a serem tomadas geradora da clareza que a ci ncia assim como o Estado portanto a pol tica n o s o neutras mas resultantes de inter rela es que ocorrem entre os atores e da sua capacidade propositiva A segunda nos guia na nossa aprendizagem para o cen rio que as policy s o resultantes da politics das rela es e dos conflitos entre os atores sociais na constru o das pol ticas p blicas Por isso mesmo a polity configurada como conse qu ncia da participa o ou da absten o de determinados atores sociais Podemos acrescentar que a participa o ou absten o dos atores favorecedor da tomada de decis es numa determinada dire o pol tica o que significa a n o tomada de decis o na dire o oposta portanto favorecedora de determinados grupos sociais em detrimento de outros 240 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O Bem numa sociedade de classes sociais portanto de desigualdade social o cen rio de elabora o das policy um processo de reafirma
455. sloca pelo mundo os pa ses perif ricos acabaram se transformando em feiras de concorr ncia das grandes corpora es transnacionais pela capta o de m o de obra com custos cada vez menores e preferencialmente desregulamentadas via terceiriza o e trabalho subordinado A m o de obra desocupada ocupa os espa os da rua pois na cultura brasileira a rua a terra de ningu m Por isso a equipe do presente traba lho foi estudar essa terra de ningu m e encontrou os catadores de mate riais recicl veis numa rela o delicada entre a imagem do profissional e o objeto trabalhado Embora a rela o do profissional com o objeto lixo tenha evolu do nas ltimas d cadas o catador em Manaus ainda convive com o estigma do catador de lixo e portanto a exclus o de um conv vio harm nico na sociedade Em outras palavras as rela es sociais que esses 212 PARTE Ill INCUBADORAS E ESTRUTURA O DE REDES E SEGMENTOS PRODUTIVOS profissionais possuem com o signo do objeto de suas atividades os colo cam como elementos marginalizados o inserv vel o lixo Quando notamos que a quase totalidade dos catadores de rua que atuam na cidade de Manaus exercia as suas atividades de coleta infor malmente a equipe se disp s a acompanh los visando conhecer melhor estes trabalhadores e suas atividades A partir de ent o os estudamos como integrantes do tecido social urbano com modo de vida pr prio e marcados por uma caracter stica a exc
456. smos estatais de redistribui o solid ria da renda Na organiza o e decis o da empresa sobre sal rios e lucros existem novas distin es entre o modo capitalista e a economia solid ria Singer 2004 Na empresa capitalista os empregados ganham sal rios desiguais de acordo com o valor de mercado determinado pela oferta e demanda de cada tipo de trabalho O contrato de trabalho livre tanto para o traba lhador pedir demiss o e procurar um emprego melhor quanto para o empre gador demitir dependendo das condi es das empresas e do mercado de trabalho O lucro excedente anual distribu do de acordo com a assem bl ia dos acionistas dominada pelo grupo controlador que direciona parte para os acionistas parte para os fundos de investimentos Na empresa solid ria no lugar de sal rios os s cios devem fazer retiradas ou partilhas que variam de acordo com a receita obtida A decis o sobre o valor das retiradas e seu grau de diferencia o deve ser constru da de forma coletiva em assembl ia Assim deve ocorrer tamb m com as sobras excedente anual Uma parte posta em fundo de educa o outra parte em fundo de investimentos produtivos na empresa e uma terceira parte distribu da como resultado do trabalho do ano entre os s cios O terceiro elemento de diferencia o que caracteriza a economia soli d ria a autogest o Singer 2004 Na economia capitalista as empresas s o administradas pel
457. sociar as pr ticas de montagem de pequenos neg cios junto aos locais de moradia em regi es favelizadas a uma estrat gia de resist ncia rotatividade entre os postos de trabalho somada aos baixos sal rios e s p ssimas condi es de exerc cio profis sional que caracterizam o mercado formal 15 O CEASM Centro de Estudos e A es Solid rias da Mar uma ONG fundada e dirigida por moradores e ex moradoraes que atua no Complexo da Mar no Rio de Janeiro e que em 2000 realizou um censo permitindo a organiza o de uma ampla base de dados sobre o perfil dos moradores e das din micas sociais e produtivas da regi o 158 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS Nos estudos sobre o trabalho informal urbano o conceito de redes sociais tamb m adquire extrema relev ncia especialmente por demonstrar de que forma o comportamento individual influenciado pelos contextos de rela es sociais Desta perspectiva torna se indispens vel an lise do modo como as rela es criam solidariedade e alian as expressando e configurando por fim os grupos sociais Neste sentido nos processos de forma o das din micas socioprodutivas das favelas h que se considerar as rela es sociais projetadas e envolvidas na sua configu ra o e apropria o No processo de apropria o do espa o Bourdieu 1999b reconhece a exist ncia de ganhos de localiza o e ganhos de posi o ou
458. solid rias como exemplificam as coopergatos Trata se neste caso do aprofundamento de formas de explora o capitalistas ocultas sob uma institucionalidade autogestion ria O acompanhamento cuidadoso de novas cooperativas constitui se portanto numa meta necess ria para os que realmente se preocupam com a preserva o dos valores ticos que sustentam e legitimam os empreendimentos solid rios Observando aspectos desses empreendimentos registrados no Mapa 8 verificamos que a grande maioria dos empreendimentos localizados nos munic pios do Rio de Janeiro de Nova Igua u e de Duque de Caxias possui sede pr pria Verificamos ainda que os im veis cedidos ou emprestados s o numerosos nos demais munic pios metropolitanos destacando se Tangu Itabora Maric S o Gon alo Mesquita e Serop dica Por fim cabe regis trar que o n mero de im veis alugados realmente insignificante MAPA 3 Situa o da sede ou local de funcionamento dos Empreendimentos Econ micos Solid rios na metr pole do Rio de Janeiro Nova Igua u Mag m Paracambi e Japeri Queimados Belford Roxo z A Duque de Caxias o Serop dica S o Jo o de Meri Itabora amp erros LEUT TE Mesquita Ri Nil polis S o Gon alo Itagua e is EUF ELELU Niter i i rem Rio de Janeiro BaL E PA O Cedida ou emprestada O Pr pria Alugada O Outras Fonte Minist rio do Trabalho e Emprego SIES Relat
459. spa os que possam fortalecer a Economia Solid ria enquanto pol tica p blica direito dos trabalhadores e trabalhadoras e dever do Estado e O incentivo s tecnologias sociais enquanto inova es em determinadas pol ticas setoriais a exemplo da Educa o com metodologia que aproxima os trabalhadores e trabalhadoras da escrita e da leitura e 104 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA facilite a apropria o dos instrumentos b sicos de gest o nos processos de incubagem de autogest o de forma o continuada etc Estabelecimento de parcerias que visem contribuir com o fortalecimento da Economia Solid ria Constitui o e forma o de equipes pr prias do quadro do funcionalismo p blico para atuar nesta rea Desenvolvimento de equipamentos p blicos como as incubadoras p blicas Centros P blicos Centros de Com rcio como forma de apoio acompanhamento e contribui o ao processo de sustentabilidade dos empreendimentos econ micos solid rios Apoio constitui o e fortalecimento das redes de produ o comercializa o e consumo Espacializa o da Economia Solid ria por meio da implanta o de espa os espec ficos da Economia Solid ria a exemplo dos Centros P blicos de Economia Solid ria Propiciar visibilidade Economia Solid ria Constitui o de um marco legal apropriado Avan ar no estabelecimento de investimento financeiro adequado rea
460. spectivos empreendimentos b coletiviza o dos empreendimentos atrav s da articula o e uni o dos as empre endedores as populares na fase de constitui o de grupos formais associa es cooperativas ou mesmo informais c fortalecimento organizativo dos as empreendedores as com a constitui o de redes e f runs locais e regio nais de economia solid ria d fortalecimento pol tico dos empreendimentos e da economia solid ria com a formula o de pol ticas p blicas e com interven o das redes e f runs junto ao poder p blico para executar as pol ticas propostas pelos as empreendedores as e solidariza o dos empreendimentos para que al m dos crit rios entendidos como pr prios da economia solid ria tamb m adotem medidas concretas com vistas a temas transversais como igualdade e equidade de g nero e sustentabili dade integral da economia e da regi o Apoiado pela Chamada P blica 2005 da RTS MCT FINEP MDS CAIXA o Projeto IEPSULPA trouxe as condi es financeiras e materiais necess rias para que fossem constru das no Sul do Par bases s lidas de desen volvimento da economia solid ria Esse projeto buscou em cinco objetivos interligados realizar integralmente o processo de solidariza o e de cons tru o de uma economia diferente Assim conforme segue abaixo o Projeto IEPSULPA pode ser sintetizado em um resumo de cada um desses objetivos onde se pode visualizar os resultados alcan
461. ss rio um trabalho anterior que chamamos de pr incuba o Al m disso h a preocupa o com a divulga o da Economia Solid ria e as pol ticas de Economia Solid ria no munic pio e assim s o realizadas palestras e atividades chamadas de sensibiliza o Finalmente como consequ ncia dos momentos que propi ciamos para o encontro dos grupos h o apoio s estrat gias coletivas desenvolvidas pelos EES em incuba o na perspectiva da constitui o de redes e f runs de economia solid ria A figura abaixo apresenta as a es desenvolvidas pela Incubadora Experi ncias de produ o e comercializa o Capacita o Avalia o Projeto do EES Cronograma eo gt e revis o AUH Assessoria do Projeto Monitoramento 51 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 3 Metodologia de incuba o 3 1 Sensibiliza o A palavra chave da a o de sensibiliza o dar acesso s informa es que despertem o interesse de indiv duos e grupos para a economia solid ria A sensibiliza o se destina a grupos de benefici rios identificados por Programas Sociais indiv duos que tenham sido encaminhados ap s atendi mento no Portal do Trabalhador turmas que estejam em atividades forma tivas e tenham sido identificadas como potenciais grupos a desenvolver atividades econ micas coletivas e ainda grupos que entrem em contato ou tenham sido identificados pelo Programa como potenciais empree
462. sta pol tica para al m do tempo de um governo O Instituto de Tecnologia Social ITS tem aportado seus conhecimen tos para a melhoria da qualidade dos produtos e servi os oferecidos pelos EES Identifica demandas tecnol gicas de produ o gest o organiza o do trabalho design e vem aperfei oando e desenvolvendo em parceria com o Programa o sistema de monitoramento e avalia o dos empreendi mentos e programas de desenvolvimento local com indicadores de tecno logia social Tecnologias sociais s o t cnicas m todos produtos servi os e processos desenvolvidos com o objetivo de melhorar as condi es de vida das pessoas Um aspecto determinante a produ o de conhecimento participativa e compartilhada Valoriza se a experi ncia e o saber de todos os envolvidos tanto gestores p blicos quanto o p blico benefici rio e os parceiros Desta forma Ci ncia Tecnologia e Inova o constituem se em instrumentos necess rios para alavancar o desenvolvimento e para uma inser o mais igualit ria no mundo A produ o de conhecimento permeia todo o processo de Incuba o que vai da identifica o das demandas sociais no munic pio defini o de prioridades neste caso a gera o de trabalho e renda e proposi o de a es organizadas na forma de um plano estrat gico at sua implanta o com o envolvimento de parceiros e um esfor o constante para avaliar e sistematizar o trabalho realizado Esse processo t
463. sua agenda ent o a comunidade de pesquisa influencia a constru o da PCT de forma a favorecer a agenda de pesquisa dos empres rios do governo e a sua pr pria Os conflitos latentes aqueles que n o s o revelados portanto com maior dificuldade de serem identificados s o exigentes de pesquisas mais detalhadas Os conflitos latentes s o a express o do sil ncio ou da aus ncia dos atores para a constru o da agenda da pol tica cient fica e tecnol gica Neste sentido podemos aferir que a comunidade de pesquisa ao assumir um compro misso com os atores mais fracos tem a demanda de evidenciar com suas pesquisas a demanda dos atores sociais subsumidos no caleidosc pio ideol gico da sociedade moderna Esta proposi o demanda que os atores descubram a exist ncia de direitos e portanto da possibilidade de estabe lecer uma agenda de pesquisa e de tecnologias que possam corresponder s suas necessidades e ao modelo cognitivo que a forma Compreendemos que quando a comunidade de pesquisa opta por uma teoria como a evolucion ria ela tem como perspectiva a consolida o da PCT que esteja voltada para os empres rios com o objetivo de incorpora o da ci ncia e tecnologia no desenvolvimento de uma economia reco nhecidamente competitiva e concorrencial A tese desta teoria a de que a 241 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS pesquisa voltada para o desenvolvimento torna o empres rio inovador e
464. t fica que se proponha a construir um modelo cognitivo alternativo ter que superar a percep o e as pr ticas da comunidade cient fica que hierarquiza os conhecimentos e passar para a perspectiva da democracia cognitiva conforme Morin 2001 em que haja o di logo dos diversos saberes O conhecimento cient fico e tecnol gico desenvolvido nas univer sidades precisa ser feito e refeito na intera o com o conhecimento dos grupos sociais ou do senso comum que se refaz na rela o dial gica que estabelece com o conhecimento cient fico Nesta rela o n o h um conhecimento superior o cient fico e outro inferior o senso comum mas uma rela o horizontal que p e em evid ncia dois saberes distintos e n o desiguais formando policy communities p 88 d Da cienciometria pertin ncia colocamo nos primeiro em rela o ao objeto da ci ncia que consideramos que n o algo distante neutro e racional como definia a ci ncia cl ssica mas um processo de intera o de subjetividades envolto por valores e de conflitos numa determinada 254 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O objetividade condi es materiais e culturais para a tessitura de conheci mentos Conhecimentos que na perspectiva da ci ncia pertinente devem se constituir em respostas aos problemas sociais por via de processos de cons tru o participada por isso de cultura aut ntica da c
465. t ficos que poder o em tese levar a um processo de democratiza o da Sociedade e do Estado brasileiro 239 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Isto implica na compreens o do sentido da pol tica Nestes termos encontramos tanto na l ngua portuguesa quanto na espanhola uma dificul dade de distin o dos sentidos sem nticos da palavra pol tica devido em primeiro plano mesma escrita ortogr fica o que n o ocorre na l ngua inglesa Vamos abordar esta diferen a utilizando a ortografia inglesa Mas queremos fazer a observa o antecipada que os mesmos signifi cados est o presentes na l ngua portuguesa mas que temos entre n s e consideramos este fator uma situa o pol tica ideol gica e um processo sociol gico de desmerecimento dos debates p blicos sobre a pol tica a n o clareza entre diferentes conota es do conceito O sentido da palavra pol tica est desvirtuado no imagin rio do grande p blico o que gera uma disposi o negativa para o debate avalia o e elabora o de pol ticas ficando estas se n o para um grupo reduzido de participantes efetiva mente para uma elite elaboradora das pol ticas Apresentamos os tr s sentidos de pol tica e a sua relev ncia elaborados por Roth Deubel 2006 p 25 26 A primeira o sentido de luta e de atividade organizativa ligada ao controle de poder ent o a escrita politics O segundo significado est ligado aos prop
466. t mica nos marcos da complexida de O que inclui o di logo dos saberes a intera o de linguagens e a trans versalidade na constru o do conhecimento 36 SINGER Paul Economia Solid ria um modo de produ o e distribui o In SINGER P e SOUZA A Orgs A Economia Solid ria no Brasil S o Paulo Contexto 2000 300 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O As redes de Incubadoras Tecnol gicas das Universidades seus Cen tros de Pesquisa Forma o e Extens o podem interagir com as ag ncias p blicas minist rios federais e os governos estaduais e municipais A me dia o das demandas precisa ser desenvolvida e fundamentada com a afir ma o das potencialidades e virtualidades do cooperativismo O associativismo deve ser fortalecido ao lado das novas estrat gias de traba lho colaborativo em rede apoiado nas institui es de ensino e pesquisa e na administra o p blica colocando em intera o os grupos e os empre endimentos solid rios e populares 5 Teoria da a o coletiva adequa o sociot cnica e constru o de alternativas Na constru o de um projeto de economia solid ria voltado para a cria o de um setor social da economia e para um novo modo de produ o asso ciado cabe formular uma reflex o sobre a teoria da a o coletiva A econo mia solid ria implica em sujeitos coletivos politicamente capazes de cons truir tecnolog
467. t o postas potencialidades que permitem certo aprendizado coletivo que deve ser levado em considera o na constru o de novas media es s cio metab licas do trabalho O circuito popular levado em considera o pelas novas trajet rias organizacionais e t cnicas de rede horizontal sob a gide do projeto da economia solid ria O conjunto de programas e pol ticas que traduzem a constru o do projeto da economia solid ria como impulso para transitar para um novo modo de produ o parte da base material real e trajet ria do poder e da cultura da resist ncia e mobiliza o produtiva nos territ rios A a o coletiva horizontal as solidariedades e as intera es de vizinhan a se 39 Para a tem tica dos circuitos na economia urbana vide SANTOS Milton Da totalidade ao lugar S o Paulo Edusp 2005 306 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O ap iam no circuito popular e ou inferior da economia para realizar os saltos na dire o das alternativas que fazem uso de todos os recursos das pol ticas ativas de desenvolvimento Quando medimos a escala de interven o dos empreendimentos de economia solid ria expressos em suas capacidades produtiva e t cnica lidamos com os processos de organiza o e de aprendizagem das classes populares Nesse sentido necess rio pensar no car ter t cnico e social das rela es de produ o Quando uma cooperativa tem uma de
468. tado no munic pio At ent o existiam no Brasil iniciativas semelhantes ligadas s uni versidades e ao terceiro setor com a fun o de apoiar e fomentar novos modelos visando gera o de trabalho e renda de forma coletiva Essas experi ncias demonstraram a necessidade de a es concretas do ponto de vista da gest o p blica desde a constru o de uma legisla o espec fica regula o de fundos est veis para financiamento das pol ticas mecanis mos para a participa o e o controle social at a cria o de espa os que possam ser refer ncia para a popula o E exatamente este o caminho que Osasco vem trilhando 2 Incubadora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios IPEPS A Incubadora P blica de Empreendimentos Populares e Solid rios IPEPS uma das a es da Prefeitura Municipal de Osasco atrav s da Secretaria de Desenvolvimento Trabalho e Inclus o que integra o Programa Osasco Solid ria Sua tarefa apoiar empreendimentos econ micos e solid rios de modo que se estruturem e alcancem viabilidade econ mica e associativa 21 Caderno Construindo uma Economia Mais Justa e Solid ria Osasco 2008 46 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA gerando trabalho e renda funcionando de acordo com os princ pios da economia solid ria Decreto N 9 823 Artigo 29 A Incubadora P blica criada no dia 4 de outubro de 2007 pelo Decret
469. talizado 20 p 286 PARTE IV INCUBADORAS DE EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS TECNOLOGIA SOCIAL E REAPLICA O PROGRAMA INCUBADORA TECNOL GICA DE COOPERATIVAS POPULARES E EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS DA UFPA Relat rio t cnico parcial do Projeto Empreendimentos Solid rios Agroalimentares Minist rio da Ci ncia e Tecnologia FINEP e Minist rio do Desenvolvimento Social 2006b Digitalizado 24 p PROGRAMA INCUBADORA TECNOL GICA DE COOPERATIVAS POPULARES E EMPREENDIMENTOS SOLID RIOS DA UFPA Relat rio parcial do projeto Desenvolvimento Regional e Arranjos Produtivos de Economia Solid ria na Amaz nia mobiliza o forma o e inova o de empreendimentos solid rios Ag ncia de Desenvolvimento da Amaz nia 2006c 215 p SACHS Ignacy Inclus o Social pelo Trabalho desenvolvimento humano trabalho decente e o futuro dos empreendedores de pequeno porte Rio de Janeiro Garamond 2008 SANCHEZ F bio Jos Bechara KRUPPA Sonia M Portela Metodologias de Incubagem uma tentativa de problematiza o Relat rio Projeto Incubadoras 2001 2002 digitalizado SANTOS Ricardo Bruno SOUZA Armando L rio de Pol ticas P blicas de Emprego Urbano em Bel m A Inser o de Trabalhadores em Cooperativas Populares Anais do XLIV Congresso da Sociedade Brasileira de Economias e Sociologia Rural Fortaleza 2006 SECRETARIA NACIONAL DE ECONOMIA SOLID RIA Atlas da Economia Solid ria 2006 SOUZA Armando Lirio de REIS Adeb
470. tamb m o ambiente a cultura e a sociedade onde se desenvolve este conhecimento Na sua concep o a no o de ci ncia sempre complexa isto porque insepa r vel de seu contexto hist rico e social Os princ pios que orientam o pensamento cient fico a partir da moder nidade est o presentes nas iniciativas de planejamento urbano em dife rentes est gios de desenvolvimento do capitalismo A partir desse momento a evolu o do conhecimento cient fico tem por suporte sobretudo a indu o a experimenta o e a manipula o de elementos articulando se crescente afirma o da t cnica Este processo leva especializa o e fragmenta o excessivas do conhecimento Ao n vel da an lise observa se sobretudo a constru o de discursos que visam apoiar e legitimar a es hegem nicas A constitui o do meio t cnico cient fico e informacional no per odo contempor neo surge como quest o central em diversas obras de Santos 1988 1994 1999 Nestas obras demonstrada a crescente interlocu o entre ci ncia e t cnica na configura o dos espa os sociais Tamb m para 10 Edgar Morin 1999 esclarece alguns mal entendidos observados com frequ ncia no pensamento acad mico associados no o de complexidade O primeiro seria a compreens o da complexidade como receita e resposta e n o como desafio e motiva o para o conhecimento cient fico Nesta dire o comum a associa o entre complexi
471. tempo discutindo se a situa o das pessoas n o integradas ao mercado capitalista de trabalho Tr s d cadas depois cresceu o n mero de trabalhadores imersos num circuito inferior da eco nomia do qual j nos falava Milton Santos 2004 abrangendo modalidades de trabalho que tendem a se reproduzir com a pr pria expans o dos setores modernos Por sua magnitude e car ter estrutural a reprodu o dessas formas de trabalho j n o pode ser explicada como um fen meno residual transit rio ou conjuntural A sua continuidade expressaria uma matriz de desigualdade e pobreza que se mant m ao longo da hist ria Em outras palavras parece que n o se trata de um contingente que algum dia ser 5 Este circuito inferior da economia possui ra zes hist ricas e foi amplificado como um fen meno urbano massivo pelas pol ticas econ micas implementadas a partir da d cada de 90 6 Vera respeito a instigante an lise de Delgado 2004 sobre a reprodu o e configura o contempor nea do setor de subsist ncia na economia brasileira 137 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS engatado ao processo de crescimento proporcionado pelos investimentos no circuito superior da economia mas da presen a de um futuro a ser recriado em escala ampliada Neste ponto entretanto cabe uma indaga o se o emprego regular apresenta se como uma possibilidade remota o que levaria sobretudo nos espa os urbano
472. terial funcional operacional e sist mica deve ser problematizada sob o ngulo da coopera o produ tiva do trabalho e da intelig ncia coletiva A coopera o como produto do poder do trabalho socializado sempre est presente no interior do processo de produ o alienado sob o comando do capital o que faz com que seu produto pare a um resultado imanente das rela es de produ o baseadas na forma capitalista de trabalho O poder da coopera o e da autonomia do trabalho no modo capita lista de produ o subsumido t cnica e socialmente ao comando do capital O trabalho social se converte em componente da for a social produtiva como for a de trabalho que se objetiva enquanto atividade subordinada 33 Para uma vis o de conjunto da quest o da economia solid ria sugerimos a leitura de BOCAYUVA Pedro Cl udio Cunca As metamorfoses do trabalho e da coopera o produtiva a economia popular e solid ria na perspectiva da nova centralidade do trabalho Rio de Janeiro FASE 2007 295 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS alienada e reificada A produ o do valor de troca e da mais valia no capi talismo resultado dessa utiliza o da for a de trabalho Nesse processo o resultado da expropria o do trabalho vivo pelo capital pelo regime de propriedade e apropria o privada resultado do comando e controle sobre o potencial criativo da riqueza social gerada pelo trabalho vivo
473. timentos para os empreendimentos solid rios A defini o de marcos legais espec ficos que possibilitem aos empre endimentos econ micos solid rios fornecer bens e servi os ao Estado uma necessidade Uma das a es inseridas nessa estrat gia implica na altera o da Lei 8666 a Lei das licita es 106 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA Um primeiro avan o foi conseguido atrav s da Lei Federal 11 445 2007 que possibilita ao Poder P blico contratar coleta processamento e comer cializa o de res duos s lidos urbanos recicl veis ou reutiliz veis em reas com sistema de coleta de lixo efetuadas por associa es ou cooperativas reconhecidas pelo Poder P blico Trata se sem d vida alguma de importante instrumento de inclus o social e de pol tica de desenvolvimento na rea de servi os e produ o relacionada ao meio ambiente Um segundo avan o foi conseguido atrav s da Lei Federal 11 448 2007 que introduz as sociedades cooperativas na Lei Geral das Pequenas e Micro empresas instrumento legal que cria facilidades na disputa da Lei 8666 Al m disso legisla es no mbito municipal e estadual t m sido criadas como forma de garantir aporte de recursos institucionalidade instrumentos e ferramentas de suporte aos empreendimentos econ micos solid rios Sabemos que a prote o social aos trabalhadores foi resultado de um processo de contradi
474. tinamente se especializaria na gest o cooperativista mas construindo um marco te rico que evidenciasse a controv rsia entre o cooperativismo tradicional e a emerg ncia da economia solid ria Portanto a nfase da pesquisa e extens o era a compreens o da din mica da organiza o do trabalho da organiza o social e dos processos de gest o compartilhados pelas experi ncias de economia solid ria identificadas na Regi o Metropolitana de Bel m RMB e logo depois na regi o do Baixo Tocantins no nordeste paraense 8 O projeto Incubadores 2001 resultou no relat rio Metodologia de incubagem uma tentativa de problematiza o Sanchez amp Kruppa 2002 Trata se de uma sistematiza o da metodologia de incuba o realizada por 21 incubadoras universit rias brasileiras Em termos gerais o relat rio constatou a diversidade dos processos metodol gicos aplicados assim como diferencia es no campo te rico e pol tico nas interpreta es sobre a a o das incubadoras universit rias portanto caminhos diferenciados contudo voltados para alcan ar objetivos comuns Na verdade essa conclus o j se constitui em uma problematiza o pela possibilidade de validade dessa assertiva na medida em que as experi ncias das universidades eram na grande maioria iniciativas recentes Observam se nessas premissas os elementos embrion rios de um novo paradigma da extens o universit ria cuja disputa pol tica em torno da coordena
475. tiva das unidades produtivas Nesse estudo refletimos sobre a autogest o tendo por base autores como Nascimento 2007 que a compreendem como uma categoria socia lista capaz de abarcar as dimens es pol tica econ mica e social Desta forma a perspectiva autogestion ria tomada n o s nos aspectos que se referem gest o democr tica do empreendimento cooperativo mas na amplia o de rela es de produ o que democratizam a rela o com o Estado Desta forma tem se como perspectiva a cria o e garantia ao acesso em esferas de representa o inclusive em estruturas voltadas para 17 assim que eles os pobres escapam ao totalitarismo da racionalidade aventura vedada aos ricos e s classes m dias Desse modo acusados por uma literatura sociol gica repetitiva de orienta o ao presente e de incapacidade de prospectiva s o os pobres que na cidade mais fixamente olham para o futuro Santos 1999 p 261 160 PARTE Il TECNOLOGIA SOCIAL ORGANIZA O DO TRABALHO E DIN MICAS TERRITORIAIS a inova o para a produ o de ci ncia e tecnologia para o acesso aos meios de produ o e de ensino A autogest o surge como uma resposta socialista e popular ao considerar o conjunto das rela es de produ o e de reprodu o sociais As reflex es e as experi ncias em curso no pa s trazem contribui es importantes no que se refere s iniciativas de autogest o em f bricas recu peradas pelos traba
476. tivamente o futuro desejado dentro de um tempo pr estabelecido em um determinado espa o foram imagem objeto do desejo daquilo que se deseja alcan ar Consequente mente foram formados estere tipos do futuro desejado Uma vez conhecidos os desejos pode se exprimi los em objetivos gerais e espec ficos a serem perseguidos dentro do plano de metas e que 221 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS servir o de base para a futura constru o do plano de neg cio As metas quantificaram os objetivos especificando a quantidade pretendida e tempo em que devem ser alcan adas Tanto os objetivos como as metas expressaram o futuro desejado o objeto do projeto Os objetivos gerais e seus desdobramentos os obje tivos espec ficos traduziram o resultado pretendido de forma concreta e espec fica Os catadores nessas oficinas a partir de sua pr pria realidade e dos questionamentos aprendem a entender um projeto Quando inda gam sobre o futuro desejado e separam os sonhos da fantasia constroem o objeto do projeto Definido o objeto do projeto passou se indaga o do que os impede de realizar os sonhos Nesse momento realiza se a discuss o sobre os pontos cr ticos as mazelas e chagas dos catadores Definidos os pontos cr ticos buscou se a solu o Nesse momento foram definidas as metas Identificados os objetivos e definidas as metas ou seja em quanto tempo e qual o percentual de cada objetivo
477. tivo a divulga o do artesanato baiano por meio da promo o e comercializa o de produtos sem perder de vista o resgate e a preserva o das ra zes culturais do artesanato Esta a o ser complementada com as atividades das incubadoras dando conti nuidade ao trabalho j realizado durante o ano de 2007 Ser o investidos com o Instituto MAU o montante de R 760 mil para aplica o nas incu badoras tem ticas e nos empreendimentos em processo de incuba o Uma vez definida a estrat gia a SESOL passou a divulgar a incubadora e a previs o de lan amento dos editais Foram realizadas apresenta es em munic pios de 14 Territ rios de Identidade do Estado tendo como p blico universidades e organiza es da sociedade civil 13 Dispon vel em http www maua ba gov br 14 Foram visitados os seguintes Territ rios de Identidade Irec Sert o do S o Francisco Semi rido Sisal Vit ria da Conquista Sert o Produtivo Rec ncavo Litoral Sul Piemonte do Paragua u Bacia Rio Corrente Portal do Sert o Extremo Sul e Oeste Baiano 37 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Em setembro de 2008 foi lan ado pela FAPESB um edital para sele o de propostas de incubadoras universit rias territoriais e tem ticas no segmento pesca no valor global de R 4 milh es O valor m ximo por pro posta submetida foi estipulado em R 235 mil com vig ncia de 24 meses Os recursos destinam se n
478. tos demanda espont nea ATENDIMENTO ANALISE SESOL SETRE demanda induzida Identifica o Protocolo da proposta N o se Se enquadra enquadra UER NIRINIE Mapeamento Direciona para Outras a es do rg o competente CEEE TE MICROCR DITO COMFIS CredBahia 28 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA CONSULTORIA P BLICA FORMULA O IMPLEMENTA O DA PROP TRAB DA PROP TRAB AVALIA O CONSULTORIA Planejamento Capacita o Aplica o de de atividades t cnica question rios Relat rio Monitoramento t cnico Acompanhamento LOJA SOLID RIA N o alinhados Comiss o de an lise dos produtos Prateleiras ou Controle e lista de espera avalia o Alinhados INCUBADORA SOLID RIA INCUBA O DE REDES PR INCUBA O INCUBA O P S INCUBA O Diagn stico Planejamento Encaminhamento Marco Zero Participativo para o Centro Incuba o de Sensibiliza o Aplica o incubadoras sobre Redes CERAH DEN Acompanhamento e avalia o 29 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 3 O Projeto Estadual de Incubadoras de Empreendimentos de Economia Solid ria 3 1 Antecedentes A id ia de formular um projeto estadual de apoio incuba o de empre endimentos econ micos solid rios parte da constata o apontada por diversos autores da rea de
479. tos reconhecidos e garantias previdenci rias do mundo atual Podemos considerar o trabalho informal como aquele que n o regula mentado pelo Estado no presente estudo lembrando que considerando a realidade brasileira existem limites para a compreens o do informal somente sob este ponto de vista Afinal existem especificidades de confi gura o do mundo do trabalho no pa s O n o enfrentamento de quest es sociais fez com que na cidade do Rio de Janeiro as camadas mais pobres que n o se inseriram de forma regulamentada no sistema econ mico estabelecessem formas de uso espe c ficas de espa o urbano que perpassam diferentes est gios de desenvol vimento do capitalismo Neste sentido n o podemos ignorar a percep o do trabalhador informal sobre o trabalho regulamentado Historicamente o trabalhador informal tamb m surge como uma forma de resist ncia ao trabalho assalariado com rela o ao qual imposs vel esquecer a opres s o representada pelos baixos sal rios Al m disso h que se valorizar as rela es estabelecidas entre segmentos da popula o que atuam na per man ncia deste tipo de ocupa o O denominado trabalho informal atual mente amplificado em fun o dos impactos da reestrutura o produtiva tem ra zes profundas na cidade do Rio de Janeiro 14 De acordo com Mello 1986 a Teoria da Depend ncia elaborada por Fernando H Cardoso e Enzo Falleto ap s o golpe de 64 com o prop sito de s
480. uagem com sistemas ca ticos auto poi ticos e dissipativos que per mitem atuar com a turbul ncia e a incerteza do per odo de crise e ruptura Mas como disputar a transi o produtiva e redesenhar as trajet rias tecno l gicas frente aos seus efeitos sobre a produ o de necessidades e moda lidades fict cias objetos e rela es reificadas 35 O livro de CASANOVA Pablo Gonz lez As novas ci ncias e as humanidades da academia pol tica S o Paulo Boitempo Editorial 2006 aborda de maneira brilhante a articula o entre novas ci ncias novos sistemas t cnicos e a capacidade estrat gica do capitalismo dos capitalistas e do poder hegem nico norte americano indicando in meras sugest es pol ticas que podem resultar dessa an lise em se tratando de pol ticas populares contra hegem nicas 299 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Nesse sentido est em jogo para a proposi o de alternativas por par te das classes trabalhadoras um conjunto de aptid es como a capacidade de criar rela es sociais e de mobilizar a reflex o cr tica para o redesenho das trajet rias tecnol gicas Os movimentos sociais e seus intelectuais que produzem alternativas produtivas precisam colocar em destaque a capaci dade de aprendizagem para compreender e se apropriar das intera es entre informa o conhecimento e comunica o As ITCPs desenvolvem e implementam meios de escuta adequada dos interesses das
481. uanto ao p blico o ac mulo de rela es apontava para diversos grupos de mulheres desempregadas ou subempregadas sem forma o t cnica incluindo jovens m es de fam lia e mulheres com mais de 40 anos que j vinham de algum processo organizativo e disposi o para o trabalho coletivo Outra caracter stica em comum era de residirem em diferentes comunidades da periferia urbana A estes pressupostos e p blico com quem trabalhar soma se o perfil das pessoas envolvidas em torno da Guay Forma o de n vel superior ou em curso e experi ncias na elabora o e execu o de pol ticas p blicas A disposi o foi de constituir uma rela o org nica com os trabalhadores que rompesse com a tradicional dicotomia entre assessores e p blico alvo Um empreendimento requer diversas capacidades e aptid es da produ o gest o e planejamento sendo todas fun es indissoci veis Ao mesmo tempo trabalhadores menos qualificados t m grande dificul dade de estruturar um empreendimento pela falta de determinadas com pet ncias ou ent o acabam por subordinar se a quem det m tais com pet ncias Deste cen rio orientou se estruturar um empreendimento com todas as compet ncias necess rias O que compreendia uma alian a de riscos e resultados entre trabalhadores tradicionalmente tratados como 199 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS benefici rios menos capacitados e trabalhadores categorizados com
482. ubstituir a abordagem centro e periferia formulada pela Cepal Comiss o Econ mica para Am rica Latina e Caribe nos anos 40 Com o objetivo de explicar as desigualdades entre pa ses ricos e pobres a perspectiva da Cepal desconsiderava a presen a de centros internos de decis o nos pa ses pobres al m de sustentar suas an lises somente na esfera econ mica No entanto ao realizarem a cr tica Cepal os autores reproduzem o mesmo crit rio de periodiza o hist rica cepalino economia colonial economia nacional crescimento para fora industrializa o por substitui o de importa es e industrializa o extensiva industrializa o intensiva Neste crit rio de periodiza o podemos observar a id ia de que existem dicotomias al m da impl cita no o de passagem de uma configura o social menos avan ada para uma mais avan ada uma esp cie de evolucionismo Neste contexto a Teoria da Marginalidade parte da prerrogativa de que o setor informal est estreitamente vinculado discuss o sobre o assalariamento como mecanismo de integra o social 157 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS A partir da d cada de 1980 as rela es entre transforma es econ micas e din micas socioespaciais na cidade e regi o metropolitana do Rio de Janeiro trazem a marca do processo de involu o metropolitana formulada por Milton Santos Observa se a deteriora o do quadro s cio econ mico do munic pi
483. ue compreendemos o local p blico de maior resist ncia dos grupos sociais dominantes e de menor visibilidade para a resist ncia e proposi o democratizante da Sociedade e do Estado brasileiros A vis o marxista ent o nos chama para a percep o das contradi es dos processos de elabora o da An lise das Pol ticas Ainda temos a vis o corporativista Esta nos prop e que os interesses de diversos grupos de press o organiza es de trabalhadores e patr es possam ser integrados no Estado a afirma o da relev ncia do Estado como mediador dos conflitos entre interesses sociais distintos Dirimindo os conflitos o Estado capaz de preservar os objetivos universais e along los no tempo n o permitindo a destrui o das institui es e das rela es sociais consideradas como leg timas para a reprodu o social das rela es sociais A distin o destas vis es nos proporciona a compreens o do sentido do Brasil Em certa medida todas elas sobrevivem n o somente em termos anal ticos mas em termos de formula o das pol ticas p blicas Avaliamos que o Brasil vive um momento especial para a democratiza o A passa gem de posi es tecnocr ticas de an lise e de gest o para processos pol ticos participativos no sentido da subvers o do status quo um desafio que permanece ativo e depender das a es dos atores sociais na constru o das pol ticas Ent o passamos para a quest o inicial da possibili
484. ue possibilitasse o interc mbio continuado entre eles Dessa forma em agosto de 2008 foi criada esta Rede de Gestores com os objetivos de contribuir para legitimar e consolidar pol ticas p blicas de Economia Solid ria para al m de iniciativas de governos fortalecer a Membro da Rede de Gestores de Pol ticas P blicas em Economia Solid ria 92 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA interlocu o entre os diferentes rg os das tr s esferas de governo compar tilhando estrat gias de integra o programas e instrumentos que possam ser multiplicados no mbito municipal e ampliados por pol ticas p blicas estaduais e nacionais ampliar a articula o com outros atores da Econo mia Solid ria contribuir para a consolida o de pol ticas p blicas efetiva mente emancipat rias e que fortale am a organiza o social entre outros Assim diante dos objetivos acima elencados a participa o da Rede de Gestores em espa os que agreguem diferentes atores na constru o da Economia Solid ria como Pol tica P blica tem sido pauta recorrente das a es desenvolvidas por esta Rede de Gestores A realiza o do Semin rio Tecnologia Social Incuba o de Empreendimentos Solid rios e Pol ticas P blicas constitui se num desses importantes momentos que congrega diferentes experi ncias sujeitos e realidades territoriais Economia solid ria e estrat gias de dese
485. uma Galoneira 3 fios uma M quina Corte Grande uma M quina Corte Pequena Costurando e Inovando A es Solid rias Ltda formalizada como microempresa solid ria formada por nove trabalhadoras da comunidade do Loteamento Cavalhada de Porto Alegre trabalham com corte e costura fun cionando junto Associa o Comunit ria Loteamento Cavalhada S o duas trabalhadoras na Coordena o Geral respons veis pela administra o e comercializa o e uma Coordenadora de Produ o O empreendimento possui atualmente 11 m quinas sendo 2 Overlock 5 fios 6 Retas Indus triais 1 Galoneira 5 fios 1 M quina Corte Grande 1 M quina Corte Pequena Costura em Rede Ltda formalizada como microempresa solid ria formada por quatro trabalhadoras da cidade de Cachoeirinha RS que trabalham exclusivamente com costura Uma trabalhadora coordena a produ o e outra trabalhadora coordena a comercializa o e adminis tra o O empreendimento possui atualmente seis m quinas sendo uma Overlock 5 fios tr s Retas Industriais uma Galoneira 5 fios uma M quina Corte Pequena Grupo Liberdade empreendimento solid rio informal por for a de lei formado por apenadas em regime fechado do Pres dio Feminino Madre Pelletier que trabalham exclusivamente com costura Neste grupo atuam cinco apenadas internas e uma coordenadora integrante da equipe da Oscip Guay O empreendimento possui atualmente oito m quinas sendo duas Overlock 5 f
486. uma renda maior que a obtida por um oper rio de ch o de f brica do p lo industrial de Manaus que necessitam do segundo grau completo para ingressar nas ind strias Entretanto ao analisarmos a distribui o de renda observou se que a renda real muito baixa os ganhos sempre ficam nas m os dos l deres 229 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS Essa pesquisa se confunde com a hist ria recente da ARPA Inicialmente eram quatro catadores com objetivos bem definidos quando chegaram a nove em mar o de 2007 foram formalizados como associa es Entretanto ap s dois meses de legaliza o havia 27 catadores associados e subiu at os 32 e a vieram os conflitos pelo sucesso recente Muitos esperavam que com o CNPJ o resultado em ganhos financeiros seria imediato aos poucos foram saindo e formando novos grupos informais na ARPA ficaram somen te 15 catadores e o projeto de se transformarem em cooperativa foi adiado A ARPA ganhou v rios pr mios ao longo de 200 Entre os pr mios est o uma prensa uma balan a digital e mais recentemente um galp o desmont vel pois se encontra em terreno alugado No come o de 2008 observou se um processo de volta de alguns catadores inicialmente para deixar o material coletado com a finalidade de agregar valor pelo volume de venda depois foram solicitando a volta Hoje a ARPA conta com 43 catadores que discutem em conjunto a formata o de uma cooperativ
487. us comportamentos passa pela economia solid ria Nesse modelo de desenvolvimento os catadores aprendem n o s a partilha dos ganhos obtidos pelo trabalho coletivo e a import ncia da reciclagem no gerenciamento dos recursos da natureza mas tamb m a cooperar para avan ar social e economicamente 213 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS 1 Referencial te rico Os res duos s lidos urbanos s o uma das maiores preocupa es da atuali dade e um desafio para os gestores p blicos Essa preocupa o adv m da constante amplia o da gera o de res duos s lidos consequ ncia do atual modelo capitalista de produ o e consumo que vem se acele rando no decorrer dos anos tomando dimens es preocupantes com o crescimento demogr fico Existe uma tend ncia mundial para diminuir o descarte de res duos s lidos no meio ambiente decorrente da consci n cia do esgotamento dos sistemas naturais que sustentam a vida pois nem todos s o renov veis O crescimento indefinido para o futuro im poss vel porque n o mais sustent vel um modelo de crescimento s para poucos N o se pode mais enfatizar a pr tica cultural onde na es se sobrep em s outras em busca dos recursos naturais sem se preo cupar com os danos causados s vidas humanas e das outras esp cies Pereira 2007 No entanto a maneira mais correta e r pida seria conscientizar a huma nidade para que pratique os cinco R que con
488. utogest o equitativa redes solid rias e outros grupos popu lares que preencham os requisitos legais necess rios formaliza o da pessoa jur dica e que possuam as seguintes caracter sticas serem organi za es econ micas coletivas e suprafamiliares permanentes compostas de trabalhadores urbanos ou rurais serem os membros do empreendi mento propriet rios do patrim nio caso exista serem empreendimentos 20 Objetivos da Pol tica e do Programa Osasco Solid ria Lei n 3 978 de 27 de dezembro de 2005 45 TECNOLOGIA SOCIAL ECONOMIA SOLID RIA E POL TICAS P BLICAS organizados sob a forma de autogest o garantindo a administra o cole tiva e soberana de suas atividades e da destina o dos seus resultados l quidos a todos os seus membros terem ades o livre e volunt ria dos seus membros desenvolverem coopera o com outros grupos e com empreendimentos da mesma natureza buscarem a inser o comunit ria com a ado o de pr ticas democr ticas e de cidadania desenvolverem a es condizentes com a fun o social da empresa e a preserva o do meio ambiente Osasco torna se uma das cidades no Pa s como o caso tamb m do munic pio de Santo Andr a estruturar uma Incubadora P blica de Empreendimentos Econ micos Populares e Solid rios IPEPS Sua cria o estrat gias e metodologia significaram um grande avan o no campo das pol ticas p blicas e uma das maiores conquistas do Programa implan
489. x 1998 p 732 1867 isto de uma popula o trabalhadora sup rflua relativamente din mica da economia pol tica e que portanto ultrapassa as necessidades m dias de expans o do capital transformando se desse modo em excedente Assumindo a forma de ex rcito industrial de reserva esta camada cumpria no per odo do capi talismo concorrencial uma importante fun o a de reduzir o valor da for a de trabalho Portanto poss vel compreender esta popula o como parte de uma ordem socialmente estabelecida que incapaz de realizar a incor pora o produtiva da totalidade da for a de trabalho dispon vel O desemprego em raz o de aspectos descritos anteriormente tem um papel fundamental na l gica da sociedade capitalista e de suas formas de expans o e indicativo do avan o das for as produtivas Este avan o reflete se na afirma o do meio t cnico cient fico e infor macional a partir da d cada de 1970 resultante da extrema intera o entre ci ncia e t cnica sob as diretrizes do mercado global Conformam se pro cessos de reestrutura o econ mica que influenciam a reorganiza o de rela es de trabalho e de estruturas espaciais e urbanas Como consequ ncia observamos um aprofundamento do car ter concentrador e excludente do desenvolvimento brasileiro decorrente de din micas de deslocamento territorial de atividades produtivas processos de desindustrializa o e involu o metropolitana
490. xperimenta o da produ o e comercializa o Mas a promo o de semin rios e atividades abertas no Centro P blico de Economia Solid ria tamb m consiste em atividades que resultam no fortalecimento da economia solid ria no munic pio e no est mulo consti tui o de redes 58 PARTE INCUBADORAS TECNOLOGIA SOCIAL E POL TICAS P BLICAS DE ECONOMIA SOLID RIA 3 6 F runs e espa os de gest o A Comiss o de Representantes dos Empreendimentos Econ micos Solid rios tem como objetivo tanto uma esp cie de supervis o pedag gica por parte da Coordena o da Incubadora j que a avalia o das atividades de incuba o entra frequentemente como um dos pontos de pauta como o exerc cio da representa o que envolve temas como confian a delega o de tarefas e poderes comunica o transpar ncia e fluxo de informa es do representante em rela o ao grupo reuni es de prepara o etc A Comiss o se re ne mensalmente com a participa o de todos os em preendimentos em incuba o independente da fase em que se encontrem Para dar conta deste desafio a Incubadora conta com uma coordena o e uma equipe multidisciplinar A Coordena o composta pela Coordena o Geral respons vel pela implanta o da Incubadora P blica de Empreendimentos Econ micos e Solid rios no munic pio de Osasco e sua representa o institucional Tamb m faz parte da Coordena o a Gest o Administrativa da IPEPS

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