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Dissertação Kaline Guedes

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1. VAS URL DAS OS ANOS D 1853 Como se pode constatar na PLANTA 01 p 89 na metade do s culo XIX a capital da Parahyba do Norte configurava se como uma cidade de pequeno porte que se espraiava pela faixa de terra pr xima ao atracadouro do Sanhau subindo as ngremes ladeiras e caminhos que se abriam para chegar ao planalto onde foi erguida a capela de Nossa Senhora das Neves e foram abertas as primeiras ruas da cidade Todavia a expans o ainda n o seguira os sentidos norte e oeste devido a obst culos naturais o rio Sanhau e os mangues A expans o para o leste em dire o aos mares do atl ntico tamb m acontecia timidamente pelo caminho que FIGURAS 24 e 25 Vista da Rua Nova atual General se abria em Tambi passando pelo s tio Osorio 1877 Antigo Beco da Miseric rdia atual p Peregrino de Carvalho ligando a Rua Direita Rua Nova Cruz do Peixe pois alagadi o da 1877 respectivamente FONTE RODRIGUEZ 1994 6 20 Lagoa dos tornara dif cil esse desbravamento Havia ainda caminho para sul em dire o ao Estado de Pernambuco seguindo pelas Trincheiras e pelo s tio Dois Caminhos Como dito anteriormente nesse per odo Cidade Baixa e Cidade Alta j eram os dois planos nitidamente separados em que o n cleo urbano se dividia A primeira tamb m conhecida por
2. Por m quando presidente Arthur Bernardes retirou o apoio or ament rio em 1923 a constru o prosseguiu de maneira muito espor dica As perdas dos recursos federais foram compensadas com recursos estaduais provenientes do maior volume de exporta o de algod o verificado a partir de 1920 mas esses recursos s puderam se alocados em 1923 1925 e novamente em 1928 1929 grifo nosso Severas inunda es em 1925 1926 e uma seca limitada em 1927 juntamente com a queda dos pre os do algod o reduziram os rendimentos a menos da metade dos n veis alcan ados no per odo 1920 1925 LEWIN 1993 83 Quando da suspens o desse aux lio durante o exerc cio de Arthur Bernardes percebe se claramente nas palavras de Solon de Lucena a import ncia que essa verba federal exercia sobre as finan as estaduais foi uma desventura que o actual governo da Republica se visse for ado a suspender a maioria dessas construc es Mensagem 1923 42 43 Ainda acerca dessa suspens o MARIZ 1939 54 55 coloca que no ano de 1922 por des gnio que merece um an tema ocorreu a suspens o das obras contra as secas que por sua vez acarretou o cancelamento dos contratos com os americanos o abandono das casas de for a el trica que se cobriram de p a interrup o das barragens dos estudos das fundi es cicl picas dos cortes e aterros da estrada de ferro enfim todas as esperan as e investimentos alocad
3. poca superintendente federal do Servi o do Algod o O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 21 rela o e grau de influ ncia que economia algodoeira exerceu sobre a remodela o capital n o esquecendo que o espa o urbano uma consegu ncia e tamb m um determinante na conforma o da vida em sociedade juntamente com fatores ideol gicos pol ticos sociais religiosos etc Ao se evidenciar a vertente econ mica na an lise pretende se n o olvidar as demais mas evidenciar a import ncia que o branco exerceu nesse momento da hist ria parahybana e principalmente na moderniza o de sua capital e por fim auxiliar no resgate da mem ria urbana de parte t o importante da hist ria parahybana O trabalho apresenta como delimita o temporal o per odo de 1850 a 1924 com destaque para o per odo de 1915 a 1924 escolhido sobretudo com base na intensidade que ocorreram as transforma es na capital pois foi exatamente nesse per odo e contexto do p s guerra e da grande demanda internacional por fibras que ocorreu uma radical mudan a na paisagem urbana da cidade da Parahyba onde suas principais ruas avenidas pra as edif cios p blicos e particulares e inclusive sua popula o adquiriram novas fei es e gostos amparados nos padr es modernos de ent o principalmente os praticados na Europa O intervalo de 1850 a 1
4. total O Sert o detinha cerca de 1 4 dessa popula o TARGINO apud MOREIRA 1990 09 49 A hist ria da cidade de Jo o Pessoa se inicia com o acordo firmado entre os ndios Tabajara e os portugueses na figura de Jo o Tavares em 5 de agosto de 1585 Passados cerca de tr s meses as terras parahybanas come aram a ser ocupadas O ouvidor geral Martim Leit o veio ent o fundar o novo n cleo urbano 26 12 1634 que recebeu a denomina o de Filip ia de Nossa Senhora das Neves em homenagem ao rei Filipe Il da Espanha A participa o espanhola nas lutas pela ocupa o da Parahyba ocorreu em raz o da Uni o das Coroas de Portugal e Espanha que nesse per odo encontravam se subordinadas a um mesmo soberano Felipe Il Antes que recebesse a atual denomina o de Jo o Pessoa concedida em 04 09 1930 a capital da Parahyba foi tamb m conhecida por Noss Senhora das Neves 05 08 1585 Filip ia de Nossa Senhora das Neves a partir de 26 12 1634 e cidade d Parahyba a partir de 01 02 1654 AGUIAR apud SARMENTO 2000 9 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 auxiliar de cr dito que facilitasse empr stimos descontos de letras ou outras transa es banc rias Para GALLIZA 1993 34 35 essa falta de dinheiro a estreiteza do mercado interno e o deficiente sistema vi rio bloquearam o processo de urbaniza o na cidade da Parahyba durante o Imp rio Mes
5. A p ssima condi o portu ria parahybana perdurou por longos anos per odo em que apenas coment rios promessas e projetos eram feitos visando solucionar as defici ncias estruturais e de depend ncia Durante os primeiros vinte e cinco anos de Rep blica somente no ano da Proclama o o Estado da Parahyba assume o controle sobre sua alf ndega a qual at ent o se encontrava subordinada ao porto pernambucano Este por oferecer melhores oportunidades de neg cio carga de retorno etc atra a os exportadores que por l faziam escoar grande parte da produ o parahybana Em 1888 antes mesmo da Proclama o da Rep blica o caes do Varadouro era ridicularizado quando classificado como um pequeno parapeito arruinado e dentro em pouco caindo aos peda os RETUMBA apud MARIZ 1939 204 Tal ancoradouro localizado no Sanhau um dos tribut rios do rio Para ba sofria com constantes assoreamentos e consequente forma o de bancos de areia em seu percurso at o mar impedindo que navios de maior calado nele chegassem Todavia dezoito quil metros rio abaixo a povoa o peninsular de Cabedelo apresentava se como uma localidade dotada de uma caracter stica potencialmente geradora de rivalidade LEWIN 1993 48 Possu a um ancoradouro mar timo natural localizado onde o rio Para ba se encontrava com o mar e n o sofria com os problemas comuns ao rio Sanhau O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza
6. Em 1903 um outro tipo de ilumina o alcan a a cidade da Parahyba Ainda n o era a vez da luz el trica mas sim das l mpadas a lcool instaladas no Pal cio do Governo na Imprensa Oficial na Escola de Aprendizes Marinheiros no Teatro Santa Rosa e em alguns edif cios particulares No mesmo ano de 1903 foram realizadas experi ncias com o g s produzido pelo carbureto de c lcio conhecido por acetileno Em 1908 quando muitos dos lampi es a querosene j haviam sido substitu dos pelas l mpadas de acetileno foi lan ado o edital de concorr ncia para servi o de ilumina o el trica da cidade da Parahyba Dois anos mais tarde durante a administra o de Jo o Machado 1908 1912 foi assinado o contrato pelos engenheiros Alberto San Juan e Tiago Monteiro No ano de 1911 chegaram os primeiros postes entre outros materiais para a ilumina o el trica FIGURA 42 Esta o da Ferro Carril no S tio Cruz do Peixe no bairro de Tambi Em segundo plano esta o da Ferrovia Tamba inaugurada em 1907 FONTE RODRIGUEZ 1994 21 FIGURA 43 Rua Duque de Caxias antiga rua Direita onde se observam os trilhos e os postes com fia o el trica para passagem dos bondes FONTE RODRIGUEZ 1972 FIGURA 44 Vista da Rua Maciel Pinheiro antiga rua do Comercio onde tamb m se observam os trilhos e os postes guia para passagem dos bondes el tricos FONTE http chip cchla ufpb br paraiwa 00 barreto htm
7. MARIZ 1939 57 GALLIZA 1993 35 Face ao exposto observa se que o algod o se firmou em toda a Parahyba do Norte como cultura dominante em produ o e arrecada o durante a Primeira Rep blica A necessidade de pouca chuva a possibilidade de ser implantada em v rias zonas do territ rio estadual sem maiores aplica es e investimentos tecnol gicos e a demanda relativamente pequena por m o de obra fez com que essa cultura se expandisse Durante a colheita da safra toda a fam lia dos pequenos produtores se mobilizava na atividade inclusive mulheres e crian as trabalhando por vezes em sistema de mutir o As condi es do mercado externo e o interesse de lucro tamb m foram determinantes para a amplia o das zonas de cultivo que se estenderam do litoral ao alto sert o Em 1923 em sua mensagem presidencial Solon de Lucena anunciava que a safra que se iniciava prometia ser vultosa e o algod o de boa qualidade principalmente pela diminui o dos estragos da lagarta rosada O rg o financeiro internacional de publicidade The Manchester Guardian divulgava em julho do mesmo ano de 1923 que a rea destinada ao algod o na Parahyba do Norte duplicara ou triplicara de extens o e fazia se notar as possibilidades extraordin rias do pa s como produtor privilegiado da fibra de que o mundo tanto carecia Mensagem 1923 28 Resumidamente pode se concluir que em 1915 o estado da Parahyba do Norte enfrentou um pe
8. Por volta de 1880 os bulevares parisienses de Napole o Haussmann eram reproduzidos em in meros pa ses e cidades de crescimento emergente sendo aclamados como o verdadeiro modelo do urbanismo moderno Os famosos bulevares intensamente citados pelo poeta Baudelaire representaram apenas uma parcela do amplo sistema de planejamento urbano desenvolvido para Paris que inclu a mercados centrais pontes esgotos abastecimento de gua monumentos art sticos e culturais e uma grande rede de parques BERMAN 1998 146 Guardadas as devidas propor es 1904 o Rio de Janeiro teve seu primeiro bulevar inaugurado a Avenida Central atual Rio Branco Este grande eixo da cidade tornou se tamb m o marco da Regenera o imposta sobre a rea central do Rio O ent o presidente Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Lauro M ller o m dico sanitarista Oswaldo Cruz e o engenheiro urbanista Pereira Passos para a reurbaniza o da capital do pa s Sob a tripla ditadura t tulo atribu do por NOVAIS 1998 26 ao time de t cnicos a avenida Rio Branco tornou se o eixo do projeto urban stico e foi contemplada com concurso de fachadas que a 3 Quando a liberdade completa concedida s iniciativas privadas limitada pela interven o da administra o sendo fixado com exatid o o limite de atua o entre os espa os da esfera p blica e da propriedade imobili ria BENEVOLO 2001 573 589 4 T tulo dado pela
9. a DEN E DAS ES GREADOS BOM ELE LYCEU DO COLEGIO E PAL CIO 8 ER BEADOTAISA PONTE SEBRE O RO EUA FURS TRAVESSAS 5 2T LADEIRA DES BENTO PORTODA GAMELA TE 1 4 TRANESSA DO TANDUE RAGOR F oro B RUADAS CONVERTICAS il 7 8 MADIGAN DO ROBAR j MAOO 11 9 RUA DAPOMEE TRAVESSA MESRIDOEDA ad i RUA DO LARGO DOPAC TRATES DO ROSARIO 48 RUA 4 FLA BAS TANCHERAS FE PUA DAS FLORES at 17 RUA DARDA 41 FLL OAS MERC S O A TRINCHEIRAS FULD CORED 4 RULDACADOA e A 4 TESOURA i a w 20 DOOUARTEL as PUA DAA 77 4 1 a a EN 4 LARGO DO MERCADO LAAGODEE FRANCESCO 98 LAR DA M E DOS GEN LIAGODES S linhas iniciais do bonde PRIMEIRA LINHA ip DAS 2 2 CAMINHOS ARGO SHEEP Re gs Fa on Er E d B a 33 Suit a BEREMEEER q 1 4 Na 3
10. es 1900 10 050 842 6 882 815 68 5 1 891 404 18 8 916 767 9 1 96 4 1905 9 574 138 6 151 402 34 3 2 118 435 22 1 665 396 6 9 93 3 1910 17 890 471 13 531 221 75 6 2 988 432 16 7 386 789 2 2 94 5 1915 23 498 661 13 776 979 58 6 7 601 585 32 3 540 035 2 3 93 2 1920 44 715 407 27 319 345 61 1 6 739 329 15 0 2 502 381 5 6 81 7 1925 87 934 876 69 427 809 79 5 8 457 721 10 1 2 961 029 3 4 93 0 1929 99 555 330 73 557 230 73 9 4 375 617 4 4 1 652 825 6 7 80 0 Fonte LEWIN Linda Politica Parentela na Paraiba estudo de caso da oligarquia de base familiar Rio de Janeiro Record 1993 p 377 Foi exatamente esse o intervalo de tempo 1915 1924 escolhido como base de estudo para a pesquisa visto que nele tamb m aconteceram importantes transforma es no espa o urbano da cidade da Parahyba a capital do estado Acredita se que a amplia o das arrecada es estaduais juntamente com a difus o dos ideais modernos e progressistas contribuiu na conforma o desse processo de remodela o da capital 1 2 O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA ALGODOEIRA 1850 1914 Antes que a cultura algodoeira conquistasse a hegemonia produtiva do territ rio parahybano outras atividades assumiram relevantes pap is em sua economia Objetivando uma melhor compreens o da expans o algodoeira e das demais atividades econ micas que a precederam necess rio fazer
11. es p blicas e particulares No momento em que gerava lucros e riquezas devido s altas cota es obtidas no mercado internacional permitia que se aplicassem valores e recursos mais altos para a obten o de cultura lazer e bens materiais A cidade da Parahyba se modernizava acompanhando o desenvolvimento cultural de sua sociedade Para contribuir na constru o desse cen rio modernizado e principalmente atra dos pelo progresso econ mico e pelas possibilidades de trabalho a partir de 1916 chegaram capital parahybana novos profissionais da engenharia e da arquitetura como Paschoal Fiorillo Hermenegildo Di Lascio Oct vio Gouveia Freire Raphael de Hollanda 35 0 Hippodromo Parahybano Gama Lobo foi constru do entre os anos de 1916 1917 no bairro de Jaguaribe Imitando os Jockey Clubs das grandes cidades brasileiras entre os seus frequentadores destacava se uma classe aristocr tica que n o economizava nos trajes e modelitos para assistir os Turfs Todavia essa pr tica n o durou muito na capital pois segundo SORIANO 2001 89 em meados de 1919 a pista das corridas a cavalo deu lugar um campo de futebol que se tornaria o campo de treino do Sport Club Cabo Branco O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 19 Matheus de Oliveira Francisco de Machado Giacomo Palumbo Clodoaldo Gouveia Neiva de Figueiredo entre outros Profissi
12. o d seus neg cios E esse nestes ltimos tempos um dos maiores servi os prestados nossa querida terra para intensifica o de seus neg cios econ mico financeiros mormente na poca de verdadeiro resurgimento porqu passamos isto sobre todos os pontos de vista O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Uma outra posi o tomada por rg os competentes e representativos do governo na cidade Parahyba zelando pela salubridade de sua popula o referiu se elabora o de decreto municipais regulamentando as constru es as quais deveriam ser dotadas de recuos laterais de amplas janelas para ilumina o e ventila o dos c modos da edifica o de pisos lav veis etc e regularizando a coleta do lixo a fiscaliza o de animais circulantes e est bulos urbanos a capina o da vegeta o de terrenos baldios e de ruas n o cal adas entre outras medidas de sa de p blica SORIANO 2001 77 Essa s rie de reformas urbanas empreendidas durante as d cadas de 1910 e 1920 na cidade da Parahyba ao mesmo tempo em que configuravam um aspecto mais apraz vel embelezado higienizado cidade destruiam importantes edif cios p blicos particulares e religiosos comprometendo seu patrim nio hist rico e art stico V rios intelectuais de ent o protestaram contra essas mudan as que se vinham empreendendo indiscriminadamente pelas cidades do pa
13. o da imagem colonial do car ter pitoresco de rua estreitas e desalinhadas que pareciam se estender medida que as casas iam sendo constru das VIDAL 2004 52 Enfim as obras do saneamento da cidade da Parahyba promoveram uma real reformula o do seu espa o p blico e tamb m do particular pois empolgados com as reformas e tamb m certas vezes for ados por decretos municipais a popula o estabeleceu modifica es em suas resid ncias e estabelecimentos comerciais atendendo aos anseios de uma sociedade que se modernizava e atestava esse processo em suas resid ncias seu gosto suas vestimentas e em tudo que pudesse retratar ares de civiliza o e progresso Direta ou indiretamente a economia algodoeira proporcionou a execu o de uma grande parcela dessas remodela es ocorridas no principal intervalo de tempo da pesquisa 1915 1924 pois permitiu a acumula o de capitais p blicos e particulares no Estado visto que permaneceu como principal fonte de riqueza durante todo o per odo correspondente Primeira Rep blica Ap s esse per odo a concorr ncia interna dos estados do centro sul do pa s se intensificou e progressivamente a Parahyba do Norte perdeu seu espa o de destaque nos mercados interno e externo pois pouco se investiu na melhoria e moderniza o de sua cultura quando comparado ao que se fez em outros estados e pa ses que representavam concorr ncia ao produto parahybano Quando perdeu espa
14. o do sistema de abastecimento d gua s seriam em sua totalidade conclu dos e inaugurados em 1927 durante a administra o de seu sucessor Jo o Suassuna Pode se afirmar todavia que essa realiza o imortalizou o nome de Solon de Lucena na cidade e trouxe in meros benef cios sua salubridade e est tica urbana pelo menos na rea central contemplada com o melhoramento Isso porque a popula o de mais baixa renda teve que se deslocar para reas afastadas do n cleo urbano em virtude da valoriza o dessa rea tratada e inclusive por representar um foco de epidemias e imoralidade Semelhantemente popula o mais pobre as institui es assistenciais que atendiam capital foram instaladas para al m da rea central da cidade tamb m como forma de deslocar os loucos mendigos e doentes do conv vio social afastando os da cidade remodelada e embelezada qual n o eram admitidos por representar um sociedade modernizada O sistema de saneamento da capital parahybana projetado pelo escrit rio Saturnino de Brito contemplou a reformula o de v rias reas urbanas Os objetivos do projeto firmavam se n o somente em enterrar tubula es e canalizar guas servidas e pluviais Ao contr rio partia se de uma concep o total da cidade com o remodelamento a abertura e o alinhamento de v rias ruas e avenidas da Cidade Alta e Cidade Baixa o tratamento e embelezamento de pra as e parques exist
15. 169 PRACAS Epitacio Pessoa Antiga Rua das Trincheiras Trincheiras do Antiga Rua da Beleza Trincheiras Gama e Melo Antiga Rua da Viragao Varadouro Branca Dias Antiga Rua do Cordao Azul Trincheiras Irineu Joffily Antiga Rua da Laranjeira Trincheiras Irineu Pinto Antiga Rua do Pau Quebrado Varadouro Joao Tavares Antiga Rua Quero Porque Quero 3 de Maio Antiga Rua do Juazeiro Lusitania Roger Maciel Pinheiro Rua das Convertidas Conde d Eu do Com rcio Varadouro Padre Rolim Antiga Rua do Grude Tambia Marcos Barbosa Antiga Rua do Amendoim Varadouro Almeida Barreto Antigas Travessas da Mangueira e Jaguaribe Jaguaribe Martim Antiga Rua do Cordao Encarnado Trincheiras Milagres Antiga Rua da Bica dos Milagres Varadouro Monsenhor Walfredo Leal Antiga Rua Cruz do Peixe Tambia Padre Ant nio Pereira Antiga Rua de Sao Pedro Gongalves Varadouro Sao Miguel Antiga Rua da Matinha Varadouro Riachuelo Antiga Rua da Raposa Varadouro da Reden o Roger Roger Tenente Retumba Rua do Jardim Varadouro da Federa o Antiga Rua do Gravat Varadouro Padre Azevedo Antiga Rua das Flores Varadouro da Concei o Jaguaribe ndio Piragibe Antiga Rua do Cajueiro de Cima Varadouro Padre I
16. costumes e trabalhos urbanos No processo de moderniza o das cidades brasileiras como um todo o Estado exerceu um papel determinante Influenciados por id ias higienistas republicanas e progressistas seus representantes impuseram grandes interven es sobre o espa o urbano das principais cidades brasileiras Acredita se que a elite pol tica intelectual e econ mica que representou o Estado agiu diretamente na produ o de seu espa o urbano GOTTDIENER 1997 13 Essa elite no estado da Parahyba do Norte foi caracterizada por MELLO 2002 143 como um grupo restrito tradicionalista e de base agr ria escorado no poder de umas poucas fam lias dominantes em seus munic pios que se apropriou do aparelho do Estado e dos seus poderes representativos Semelhantemente ao papel do Estado na moderniza o das cidades brasileiras cabe uma reflex o acerca do conceito de Espa o Acredita se n o se lhe poder atribuir apenas o status de recept culo Seguindo o pensamento de Henri Levebvre o espa o urbano converte se em elemento de an lise em conjun o com as atividades econ micas pol ticas e de valores ideol gicos O soci logo GOTTDIENER 1997 27 tamb m eleva o Espa o a um foco principal de an lise junto com as atividades da Economia e do Estado A ge grafa Ana Fani CARLOS 1994 84 seguindo o mesmo pensamento afirmar que o urbano mais que um modo de produzir tamb m um modo de consumir pensar s
17. das mais apreciadas por sua Em 1908 essa praia ja se encontrava ligada a cidade atrav s da via f rrea suburbana prolongamento dos trilhos a partir da esta o da Cruz Peixe em Tambi e a popula o podia encontrar em Tamba uma magn fica esta o balne ria para tonificar o organismo estiolado pela can cula e estimular as energias enfraquecidas na luta pelo trabalho ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1908 106 Esse t o citado anseio da popula o em geral por modernidade e progresso foi fortalecido pelo Movimento Republicano cujo partido foi fundado no Brasil em 1870 Sua base ideol gica centrava se principalmente nas diretrizes cient ficas e t cnicas disseminadas pelas pot ncias industriais capitalistas as quais se pautavam nas correntes cientificistas no darwinismo social no monismo alem o e no jacobinismo e no positivismo franceses Foi nesse per odo que se ampliava no Brasil uma elite de intelectuais artistas pol ticos e militares que propunham a aboli o da monarquia para instaura o do sistema federalista republicano A id ia dessa elite era promover al m do controle sobre as receitas e despesas dos seus estados uma 36 Esse objetivo p de se concretizar com a Constitui o Federal de 1891 que baseando se no princ pio federalista ampliava as prerrogativas dos estados garantindo a estes o direito de contrair empr stimos
18. es com os mercados extrangeiros vinha diminuir a importa o e paralyzar a exporta o Para aggravar ainda mais a situa o declarou se no corrente anno um novo per odo dessa calamidade meteorol gica que com o nome sinistro de secca opprime e apavora a nossa regi o Mensagem 1915 14 O algod o o elemento mais valioso da fortuna particular e fonte principal da receita p blica do Estado sofreu as consequ ncias da seca quando foram destru dos cerca de 2 3 de sua produ o Mesmo assim a valoriza o do produto no mercado externo compensou a menor produtividade gerando inclusive maiores receitas Todavia com a escassez de fibras nos dois anos seguintes teve in cio o processo de expans o da lavoura algodoeira em S o Paulo fazendo com que em 1916 quando a Parahyba do Norte se destacava como maior produtor nacional a cidade de S o Paulo j se aproximava com a quarta maior coloca o da produ o do pa s Nesse momento de dificuldades os Estados Unidos tamb m tentaram conquistar o mercado t xtil brasileiro Essa possibilidade foi no entanto refutada pela Sociedade Nacional de Agricultura por ocasi o da Primeira Confer ncia Algodoeira Nacional em 1915 na cidade do Rio de Janeiro CLEMENTINO 1987 83 N o fossem tantos incidentes j mencionados nos cap tulos anteriores as receitas do estado da Parahyba do Norte teriam sido bem maiores e certamente as implica es sobre o espa o urbano de su
19. fundo a esta o da Ferrovia Tamba condutores rede tronco que iam das cidade Esta juntamente com a torre hidr ulica foi situada na rec m inaugurada Avenida Central que posteriormente tornou se conhecida por Avenida Jo o Machado RODRIGUEZ 1994 121 123 A inaugura o do abastecimento d gua da cidade da Parahyba aconteceu no dia 21 de abril de 1912 ao som de discursos foguetes e banda de m sica Ao contr rio do mau press gio de alguns quando afirmavam que o Estado n o se encontrava naquele tempo financeiramente 26 Antes da realiza o desse grande empreendimento na capital houve tentativas em sua maioria frustradas de capta o e encanamento de gua na cidade Por exemplo ainda em 1895 durante o governo de Alvaro Machado foi publicado edital de concorr ncia para realiza o das obras do servi o de abastecimento da cidade da Parahyba Entretanto por raz es financeiras e certamente por desinteresse no tocante a investimento em localidade ainda t o pobre e inexpressiva o empreendimento n o obteve xito e teve de ser adiado Passada essa desilus o o mesmo governador resolveu trilhar outro caminho mandou perfurar um po o no qual instalou uma bomba e uma caixa d gua para armazenamento do l quido extra do que passou a abastecer o Pal cio do Governo e o Jardim P blico neste podia se observar um chafariz com gua jorrando do bico de uma guia ornamental J em 1905 o Dr Francisco
20. mais poderoso lastro econ mico financeiro que bem pode ser synthetizado no algod o N o se deve tratar apenas de dar combate funesta lagarta rosada que p e em perigo todos os nossos algodoaes imprescind vel trabalho de maior vulto na tentativa de se valorizar rica malv cea que tanto contribue para a nossa prosperidade grifo nosso Mensagem 1917 58 Em 1919 terceiro da administra o de Camillo de Hollanda uma grande seca novamente assolou o Estado sobre o qual instalou se uma outra crise financeira A administra o teve que mais uma vez driblar a crise e adaptar se s suas tristes consequ ncias A primeira medida tomada para a redu o de despesas centrava se exatamente na suspens o de algumas obras p blicas j encaminhadas e outras ainda por iniciar Quando os efeitos da estiagem se fizeram sentir sobre o cofre estadual estavam sendo conclu das as seguintes obras na capital todas iniciadas no ano anterior de 1918 a constru o da Escola Normal da Imprensa Oficial do trecho final da avenida General Os rio o cal amento das ruas Maciel Pinheiro Peregrino de Carvalho as pra as Conselheiro Henriques e Bela Vista a constru o da muralha de sustenta o e da balaustrada das Trincheiras existiam ainda outras obras em andamento que mesmo diante das dificuldades financeiras instaladas resolveu se dar prosseguimento como a avenida que faria a liga o da capital praia de Tamba o grupo es
21. o das tropas de burros e logo depois aparecia a madrinha do lote tilitando os guizos que pendiam dos arreios enfeitados Montando o ltimo animal vinha o tropeiro que descansava o chicote ao ombro para tirar o chap u e falar qualquer coisa depois ouvia se o grito de alerta aos animais e os dois metros de couros cru tran ado cortavam o ar jogando a ponta da linha que estalava como um tiro de manulicha nas quebradas da caatinga Eram tropas que j desciam afogadas nos grandes fardos de algod o mal imprensados amarrados com embirras deixando os gravetos dos caminhos flocados de l como se houvesse nevado JOFFILY 1977 13 14 inexist ncia de adequadas vias de acesso que permitissem a liga o dos centros produtores com o porto da capital contribuiu para o j mencionado desvio pelas barreiras dos produtos parahybanos especialmente o algod o cultura por excel ncia do estado durante toda a Primeira Rep blica Os g neros agr colas e industriais produzidos na Parahyba do Norte geralmente para exporta o eram transportados no lombo de animais de carga por longas dist ncias at chegar s pra as onde eram comercializados A essa altura as cargas perdiam parte do peso ou mesmo da qualidade ao enfrentar intemp ries e at trechos n o desbravados do territ rio Quanto menores se pudessem fazer essas dist ncias e obst culos at que se chegassem s casas exportadoras e posteriormente aos portos mais vantajos
22. o e tamb m se mostraram contr rios interven o do Estado nesse processo na inten o de um maior controle dos lucros e da redu o de impostos e obriga es tribut rias Dispon vel em www artehistoria com historia contextos 2473 htm www usp br fau docentes depprojeto c_deak CD 4verb liberal www ubm br ubm paginas cultura ref1 9 ensino arte htm Acessado em 18 10 2004 38 Acerca do Positivismo Comteano pode se afirmar que surgiu na Europa do s culo XIX num momento em que esta enfrentava grandes problemas econ mico sociais Ao mesmo tempo em que se ampliava a valoriza o atividade econ mica produtora de bens materiais procurava se uma base filos fica positiva naturalista materialista para as ideologias econ mico sociais O positivismo supria parte dessa busca quando acreditava firmemente no progresso e na sele o natural de seres e for as num combate pela exist ncia e supremacia www mundodosfilosofos com br comte htm www enciclopedia com br MED2000 pedia98a filo76ls htm www todoel derecho com Apuntes Varios Apuntes POSITIVISMO htm Acessado em 18 10 2004 O Ouro Branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 13 ideol gicos politicos para estabelecer um regime profundamente autorit rio CARVALHO apud S 1999 13 Apesar do intenso movimento que se presenciava nas principais cidades brasileiras Rep blica encontrou a Parahyba do Nor
23. salvo excep es muito raras a Parahyba tornou se republicana toda de uma vez no dia 16 de Novembro de 1889 REVISTA DO INSTITUTO HIST RICO E 3 Para Lenilde S 1999 91 os pontos de vista desses partidos acerca da monarquia eram os seguintes os Liberais viam a monarquia como uma usurpa o do direito do povo um regime fruto da trai o e n o o resultado da vontade espont nea da na o Confessavam se inimigos das velharias pol ticas e admitiam que a monarquia s servia para sugar o suor do povo Os Conservadores defendiam a monarquia com unhas e dentes Diziam que se alguma amea a de dissolu o havia ao edif cio social brasileiro como pregavam os inimigos da monarquia n o era essa postura respaldada pela verdade Concebiam o movimento republicano como farisaico patriotismo e a seus seguidores chamavam de falsos ap stolos da democracia brasileira OA servi o do Partido Conservador estava o Jornal da Parahyba Dentre os jornais liberais a Gazeta Parahyba se destacou como o nico a divulgar artigos com conte dos republicanos Lenilde SA 1999 88 afirma que no inicio do ano de 1889 abriu a Gazeta da Parahyba uma sess o denominada SECGAO REPUBLICANA cuja fun o era a de divulgar diariamente as not cias sobre o movimento que ocorria no pa s Essa atitude fez com que surgisse jornal dos Conservadores uma coluna denominada A PROPAGANDA REPUBLICANA Para uma melhor c
24. se mais sociais que econ micos O autor afirma isso porque conjugado com as obras contra as secas trem contribuiu para o urbanismo a moderniza o de costumes de v rias comunidades Dentre essas destacam se cidades como Campina Grande Itabaiana Bananeiras e Alagoa Grande Todavia a cidade da Parahyba foi pioneira na instala o e utiliza o da ferrovia no estado Teve desse modo retomado o com rcio na cidade baixa e a navega o de cabotagem ao longo do rio Sanhau Jos Oct vio MELLO 2002 161 relata que essa foi uma poca em que a capital regulava sua vida pelo tel grafo e hasteamento de bandeiras anunciando a chegada de embarca es ao Cais do Varadouro Coron is desembarcavam na esta o ferrovi ria com seus guarda p s para se hospedarem no Hotel Globo e falarem diretamente com o presidente do estado 1923 no entanto novamente as finan as do estado foram prejudicadas desta vez com a ferrovia que alcan ou o extremo ocidental do estado no esquema das obras contra as secas e por interm dio da Rede Via o Cearense chegando ao munic pio de Antenor Navarro Seguindo a mesma ramifica o em 1926 os trilhos chegaram cidade de Souza e em 1932 Pombal O tra ado dessas linhas f rreas revelou se outra vez economicamente desfavor vel Parahyba 31 Ainda sobre essa liga o ferrovi ria relata o ent o governador do estado que mais uns oitenta kilometros mais ou menos de estra
25. 1923 Ainda assim o tra ado original da maioria das ruas e quadras da capital foi conservado minimizando o processo das grandes destrui es das antigas estruturas urbanas que ocorriam em outras cidades do pa s A destrui o dessa antiga estrutura composta principalmente por igrejas edif cios antigos e ruas estreitas nas cidades brasileiras em processo de moderniza o representava a chegada do progresso que muitas vezes se apresentava como sin nimo de destrui o do patrim nio e da seculariza o assunto que ser melhor explorado adiante O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 194 No ano de 1922 tamb m tiveram inicio outras importantes obras do governo Solon de Lucena foi comprado vasto terreno em Tambia para constru o de uma pra a em comemora o ao Centen rio da Independ ncia ver PLANTA 07 p 142 cuja inaugura o ficou a cargo do prefeito da capital o Dr Walfredo Guedes Pereira Walfredo era m dico formado no Rio de Janeiro onde morou entre os anos de 1902 e 1908 per odo de intensa remodela o da capital carioca Certamente influenciado pela transforma o de car ter embelezador e sanitarista que contemplou na capital do pa s sob a dire o do prefeito Pereira Passos iniciou uma administra o municipal sem precedentes na cidade da Parahyba destacando se juntamente AMENTO DA PLANTA 0
26. AGUIAR Wellington e OCT VIO Jos Uma cidade de quatro s culos evolu o roteiro Jo o Pessoa Governo do Estado da Para ba 1985 ALBUQUERQUE Rui H P L de Capital comercial ind stria t xtil e produ o agr cola S o Paulo Bras lia HUCITEC 1982 ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 Parahyba do Norte Imprensa Official 1907 ALMANAK ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1908 Parahyba do Norte Imprensa Official 1908 ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1909 Parahyba do Norte Imprensa Official 1908 ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1910 Parahyba do Norte Imprensa Official 1910 ALMANACH DO ESTADO DA PARAHYBA PARA 1914 Parahyba do Norte Imprensa Official 1914 ALMANACH DO ESTADO DA PARAHYBA PARA 1918 Parahyba do Norte Imprensa Official 1918 ALMANACH DO ESTADO DA PARAHYBA PARA 1922 Parahyba do Norte Imprensa Official 1922 ANDRADE Ana Helena Ferreira de GARCIA Patr cia Maria Granville A evolu o urbana de Jo o Pessoa em fun o do sistema de transporte urbano o bonde Jo o Pessoa 1987 Trabalho de Gradua o em Arquitetura e Urbanismo Centro de Tecnologia Universidade Federal da Para ba ARANHA Gerv cio Sedu es do moderno na Parahyba do Norte trem de ferro luz el trica e outras conqui
27. Em 1921 esses intervalos j eram de 10 minutos entre cada partida Com a significativa redu o no tempo de sa da dos bondes agora movidos tra o el trica e n o mais animal deduz se que para atender crescente demanda por transporte o n mero de bondes precisou ser aumentado Deduz se ainda que o ritmo do cotidiano a necessidade da popula o parahybana por transportes coletivos aumentavam progressivamente o que n o deixava de ser um indicativo de uma nova realidade de progresso e de costumes distintos dos de outrora 4 3 ELETRICIDADE A cidade da Parahyba chega ao s culo XX ainda n o dispondo de energia el trica At que esta viesse iluminar suas ruas e edif cios p blicos e particulares um longo caminho teve de ser percorrido Foram diversas as etapas e formas de ilumina o adotadas pela popula o no extenso caminho at a conquista da almejada eletricidade Entretanto para os parahybanos que ainda n o haviam tomado conhecimento de tamanho invento comum em v rios pa ses da Europa desde o ltimo quartel do s culo XIX a falta de luz passava despercebidamente Era quase inexistente a vida noturna na cidade Ap s a longa jornada de trabalho geralmente a fam lia se reunia mesa iluminada lamparina abastecida com leo de mamona conversava sobre os acontecimentos do cotidiano e depois se recolhia aos seus aposentos Em 1822 ano da Independ ncia foram instalados na Cidade Alta quarenta lampi e
28. O crep sculo do s culo do regime pol tico era promissor trazer esperan a de que o pa s romperia com a letargia do seu passado alcan ando novas alturas no concerto das na e modernas Toda essa euforia do progresso era confirmada pelas realidades vis veis d urbaniza o do crescimento econ mico da industrializa o e do grande fluxo de imigrante estrangeiros reconfigurando o padr o demogr fico e cultural do pa s NOVAIS 1998 34 O peri dico Brazil Magazine relata inclusive que o Brasil caminhava a passos de gigante na via do progresso nada eguala va a expontaneidade desta renascen a a n o ser a sua rapidez BRAZIL MAGAZINE 1907 51 A Fran a era uma das principais fontes europ ias irradiadoras da cultura moderna no Brasil Para se ter uma id ia as v speras da Primeira Guerra Mundial as pessoas se cruzarem grande bulevar avenida Rio Branco no Rio de Janeiro n o se cumprimentavam mais brasileira mas uns aos outros Vive la France NOVAIS 1998 26 Esse pais europeu tamb m exerceu um importante papel sobre o processo de moderniza o dos espa os urbanos das cidades brasileiras E isso aconteceu principalmente em fun o da grande transforma o pela qual passou a capital da Fran a no per odo compreendido entre 1851 e 1870 durante o Segundo Imp rio A cidade de Paris foi remodelada demonstrando o poder da gest o p s liberal
29. Otto Kuhn para dirigir os servi os de levantamento daquela planta e de uma carta topogr fica Na mensagem administrativa de 1923 Solon de Lucena prestava a seguinte informa o Na parte referente ao servi o de escriptorio a commiss o j tem prompto um croquis para estudo havendo o sr cel Ott Kuhn chefe do servi o se entendido com o sr Dr Guedes Pereira prefeito da capital para poder projectar a modifica es necess rias ao desenvolvimento da cidade 1923 62 65 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 183 districtos de exgottamento em que se dividiu a capital em consideravel adeantamento os do 3 districto correspondente ao planalto superior da cidade Mensagem 1923 58 59 Contemporaneamente elabora o da planta foi formulado o C digo de Posturas Municipais para regulamenta o das edifica es e do tra ado urbano que assumia a capital Para a formula o e execu o do C digo foi organizado um corpo t cnico voltado especialmente para o controle e a regulamenta o urban stica da capital A aus ncia de uma legisla o espec fica que regulamentasse esses servi os permitiu uma ocupa o mais ou menos aleat ria na cidade executada por fiscais do governo geralmente leigos acerca das t cnicas e planos urban sticos o que resultou na necessidade de remodela o de in meros espa os pela cidade efetuando se pa
30. amp Di Lascio uma outra localizada no come o do bairro de Cruz das Armas antigo Cruz das Almas aproveitando trecho de linda perspectiva 2 492 250 e uma terceira a pra a Conselheiro Henriques 22 000 000 localizada em frente Igreja do Carmo ver FIGURA 48 ainda em 1918 foi realizada a doa o pelo governo estadual de um terreno na avenida Jo o Machado para a edifica o do grupo escolar Izabel Maria das Neves foram cal adas at junho de 1918 255 034 558 as ruas da Republica Amaro Coutinho parte da rua Formosa o entorno da pra a Ven ncio Neiva a Ladeira do Ros rio nas imedia es das pra as Aristides Lobo ver FIGURA 55 Pedro Am rico e ainda a rua Maciel Pinheiro ver PLANTA 04 p 125 Finalizando essa s rie de reformas e constru es em 1918 foi constru da a ponte sobre rio Gramame 78 168 000 nas proximidades da capital Mensagem 1918 22 46 Al m dessas reformas realizadas pelo governo no espa o urbano e nos edif cios p blicos tornando os mais embelezados modernizados agrad veis salubres e aptos ao conv vio e uso da sociedade as edifica es particulares tamb m tiveram que se adequar a algumas regras estipuladas muitas vezes pelo pr prio poder local contribuindo na conforma o de um cen rio mais elegante e moderno Em 1918 por exemplo as platibandas tiveram de ser acrescidas s fachadas das edifica es parahybanas que ainda despejavam as guas de seus telhado
31. m por conta da interrup o das obras depoi de 1922 durante a administra o de Arthur Bernardes GALLIZA 1993 112 113 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 10 0 ei pol ir get i INSTITUT BRASILEIRO DE E ESTAT STICA gt IBGE BASEADO DE FERNANDES f DA SLA COM RCIO E COMERCIAL PARAJINA PROCESSO HESTORICO MESTRADO RECIFE 1988 187 189971900 No ano de 1907 devido a influ ncia politica do prefeito Cristiano Lauritzen junto as autoridade federais Campina Grande estabeleceu liga o ferrovi ria atrav s de Itabaiana com a Capital e tamb m com Pernambuco pois como se pode observar ainda no MAPA 02 Itabaiana j estava ligada pra a do Recife desde 1901 Para Diana GALLIZA 1993 112 a ferrovia trouxe modifica es radicais ao munic pio de Campina Grande convertendo o em porta do Sert o e consolidando o como emp rio revendedor de algod o Esse fator trouxe no entanto preju zos pra a da Capital e aos portos do estado visto que a maioria das transa es comerciais campinenses foi estabelecida com a pra a de Pernambuco MELLO 2002 160 161 afirma inclusive que Campina se tornou uma cidade pernambucanissima e que os benef cios das estradas de ferro na Parahyba tornaram
32. m e Vigia da Alf ndega Capitania do Porto Trem de Guerra Matadouro Casa da P lvora e Guarda da Ponte Os edif cios particulares de maior porte eram apenas dois Esta o Ferrovi ria Conde d Eu e o pr dio do armaz m da mesma empresa ver FIGURA 30 Nesta parte da cidade encontrava se tamb m o Cemit rio P blico Senhor da Boa Senten a Em toda a capital existiam tr s conventos e onze igrejas distribu dos nos dois planos j citados REVISTA DO IHGP 1910 92 93 S 1999 28 29 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 FIGURAS 28 29 30 e 31 Vista da Rua Visconde de Inha ma atual Jo o Suassuna em 1880 Antigo Largo da Gameleira atual Pra a lvaro Machado em 1894 Esta es da Ferro Carril e da Estrada de Ferro Conde d Eu constru das em torno da pra a Alvaro Machado vista do Teatro Santa Rosa no Campo do Conselheiro Diogo em 1902 respectivamente FONTE RODRIGUEZ 1994 50 61 62 104 Ainda dentro do perimetro urbano da cidade da Parahyba existiam alguns largos pra as geralmente batizados com nomes de chefes das classes pol tica econ mica e religiosa Na Cidade Alta ver PLANTA 01 p 89 estavam localizavados o P tio do Pal cio atual pra a Ven ncio Neiva o Campo do Comendador Felizardo atual pra a Jo o Pessoa a Pra a do Comendador Silvino da Cunha o Campo do Conselheiro Henriques atual pr
33. o de Camillo de Hollanda FONTE REVISTA ERA NOVA 15 ago 1921 FIGURA 50 Edif cio do grupo escolar Isabel Maria das Neves localizado na avenida Jo o Machado cujo terreno foi doado pelo governo para edifica o por doa o testament ria de Al pio Machado FONTE REVISTA ERA NOVA 27 mar 1921 as reformas que se estabeleceram na capital de onde vieram os recursos Como o president O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 121 mesmo coloca dos cofres estaduais que se abasteciam dos impostos cobrados sobre a comercializa o dos g neros agr colas industriais produzidos no Estado dentre os quais o algod o que a todos sobrepujava Apoiando se no discurso acima colocado por Camillo de Hollanda tiveram in cio as in meras obras do seu governo na cidade da Parahyba exerc cio de 1917 iniciou a constru o da Mgt pra a Pedro Am rico Cidade Baixa Pr 0 contratada engenheiro Hermenegildo Di Lascio da Venancio Neiva na Cidade Hr Alta ver FIGURA 45 a reforma do Teatro Santa Rosa ver FIGURA 51 da Cadeia FIGURAS 51 e 52 Edificios do Teatro Santa Rosa e da Cadeia Publica localizados na Praga Pedro Publica ver FIGURA 52 e do pr dio onde Am rico na Cidade Baixa ambos reformados durante administra o de Camillo de Hollanda funcionava o Superior Tribunal de Justi a a FO
34. rapidamente refer ncia atual divis o geogr fica do Estado que se encontra dividido em 04 quarto mesorregi es geogr ficas segundo regionaliza o proposta pelo IBGE em 1988 Mata Paraibana Agreste Paraibano Borborema e Sert o Paraibano ver MAPA 01 A cidade de Jo o Pessoa localiza se na mesorregi o da Mata Paraibana Na regi o da Mata Paraibana caracterizada por um clima tropical mido de chuvas regulares a cana de a car desenvolveu se como atividade econ mica dominante que possibilitou inclusive sua ocupa o Desenvolveu se principalmente nas v rzeas dos rios Para ba Gramame Camaratuba e Mamanguape Quanto forma de utiliza o da terra predominou o latif ndio que conferiu aos seus propriet rios no per odo de opul ncia do a car condi es de riqueza e aristocracia O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 l F 27 MINIST RIO DO FUNDA O INSTITUTO BRASILEIRO PESSOA GRAFSET 2002 GEOGRAFIA E ESTAT STICA IBGE ANTONI S RGIO TAVARES qu AMBIENT AL No Agreste zona de transi o entre o litoral e o sert o clima caracteriza se como est vel variando entre o seco e mido Sua vegeta o rala e resistente uma regi o em que as chuvas s o escassas e irregulares sendo constantemente
35. ticos e comerciantes da capital estavam interessados em canalizar a produ o de g neros do interior do estado em benef cio da arrecada o desta cidade atrav s da exporta o pelos seus portos do Varadouro e de Cabedelo o que comumente n o acontecia A tentativa de conex o dos pontos mais remotos do territ rio parahybano atrav s da Estrada de Ferro Central foi por v rias vezes frustrada em preju zo do escoamento da produ o algodoeira e de outros g neros pela capital comprometendo seu com rcio e consequentemente seu progresso e desenvolvimento material ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 49 GALLIZA 1993 110 112 MELLO 2002 159 30 Grande projeto ferrovi rio que pretendia ligar Capital os centros de produ o algodoeira de al m Borborema Seus trilhos teriam in cio em Cabedelo no Litoral atravessaram zona do Brejo e chegariam cidade de Cajazeiras o extremo oeste do estado ligando assim o Litoral ao Sert o Imbuia se de grandes expectativas do ponto de vista s cio econ mico pois convergiria a produ o Capital ampliando seu com rcio e seu movimento portu rio e evitando a migra o dos flagelados da seca na medida em que o Brejo serviria de apoio a popula atingida por tal calamidade c clica Os planos de expans o da Estrada de Ferro Central da Parahyba foram frustrados primeiramente devido morosidade dos trabalhos e tamb
36. utilizados pela que por eles circulava enfim estas entre outras modifica es tinham objetivo alcan ar melhores condi es de higiene e de qualidade de vida para os moradores da cidade Todas essas reformas urbanas implementadas at 1914 na cidade da Parahyba inclusive sobre as edifica es p blicas e particulares de fam lias mais abastadas prenunciavam os modernos tempos vindouros Nesses termos a arquitetura e o urbanismo conjuntamente come avam a atribuir um novo cen rio paisagem citadina FIGURAS 37 e 38 Imagens de ngulos distintos parahybana agora dentro dos preceitos da do espelho d gua do Parque Arruda C mara onde se localiza a Fonte de Tambi ideologia higienista e de embelezamento e FONTE Revista ERA NOVA 01 08 1922 Revista ERA NOVA 07 09 1923 aformoseamento dos espa os urbanos p blicos garantindo aos poucos popula o um ambiente dotado de cones representativos dos ideais modernos e progressistas Dentre os cones que foram incorporados ao espa o urbano da Cidade da Parahyba at 1914 merecem destaque 4 1 O SISTEMA DE ABASTECIMENTO D AGUA Durante os seus quatro primeiros s culos de exist ncia abastecimento d agua da cidade da Parahyba provinha de bicas e cacimbas publicas ou mesmo particulares As principais fontes para consumo localizadas nas imedia es comunidade eram Tambia ver FIGURAS 37 38 Gravat Milagres
37. vez por outra um de calamidade TRIGUEIRO 1982 58 Essa instabilidade nordestina na produ o do algod o certamente contribuiu para a amplia o do mercado no centro sul do pa s onde se investiu em tecnologia para a produ o e beneficiamento garantindo safras e mercados regulares Ainda assim de 1916 a 1924 as condi es clim ticas e de com rcio pareciam favorecer as arrecada es parahybanas Os valores aproximados das arrecada es estaduais entre 1915 e 1924 est o demonstrados no QUADRO 07 A qualidade das fibras do algod o produzido no sert o e agreste do Estado da Parahyba j havia sido atestada por Arno Pearse representante da ICF e por v rios compradores nacionais e internacionais No QUADRO 06 pode se observar que por essa poca a produ o do centro sul diga se S o Paulo e Minas Gerais j era bem elevada superando inclusive a produ o de alguns estados do Nordeste Esse foi um dos fatores que acarretou mais adiante uma grande queda da produ o parahybana no momento em que este n o mais supria a demanda de fibras e caro o de algod o para a ind stria nacional afinal a mat ria prima era produzida bem pr xima s f bricas reduzindo inclusive as despesas tidas com o transporte A partir de 1916 o aumento crescente da produ o no centro sul come ou a inquietar a administra o do estado da Parahyba do Norte que ficou em estado de alerta 23 Os valores de exporta o do algod o na P
38. 15 391 16 Ainda acerca da prensa hidr ulica pertencente firma Kr ncke 8 CIA a mais importante do Estado e instalada na capital cuja produ o era de cerca de duzentos fardos por dia relatava o Almanaque Estadual de 1907 ser um grande estabelecimento de beneficiar o enfardamento do algod o em pluma redusindo os volumes melhorando as condi es de transporte e a import ncia dos fretes ALMANAK ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 49 7 De acordo com Maria do Livramento CLEMENTINO 1987 51 esse algod o atendia a todos os requisitos de comprimento resist ncia textura para a confec o de tecidos da melhor qualidade Ainda acerca desse tipo de algod o Jo o Maur cio inspetor geral do Servi o do Algod o na Parahyba fazia o seguinte relato em 1923 Variedade perenne o moc que s fructifica regularmente a partir do segundo anno de vegeta o offerece em compara o com as demais vantagens extraordin rias taes como a capacidade productora a excellencia do producto e a facilidade do trato uma vez que formado o algodoal pode este produzir durante vinte e mais anno consecutivos para que exige apenas a queda de algumas chuvas bem distribu das e uma ou duas capinas al m da poda imposta pelo dec n 1117 de 10 de maio de 1921 Mensagem 1923 26 27 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da P
39. 22 import ncia na formula o do texto que constitui a disserta o As imagens de um modo geral mapas plantas e fotografias foram imprescind veis para a compreens o das transforma e urbanas e para a complementa o do trabalho de pesquisa Grande parte dessas fontes de dados teve de ser re editada e ou digitalizada pela pesquisadora para garantir a qualidade d informa o prestada A maior parte do material utilizado na pesquisa foi encontrada nos acervos do Instituto Hist rico e Geogr fico da Para ba IHGP da Universidade Federal da Para ba UFPB e na Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Segunda esses diversos tipos de dados coletados passaram a ser trabalhados de forma qualitativa e sistem tica ou seja as informa es foram interpretadas na tentativa de se perceber as especificidades do fen meno a riqueza do processo as vari veis envolvidas e a inter rela o desses fatores Procurou se ainda correlacionar os dados textuais s imagens para se chegar a uma m tua comprova o da veracidade dos dados coletados as plantas digitalizadas pela pesquisadora com base nos documentos originais foram editadas para facilitar o processo geral de compreens o da pesquisadora e consequentemente do leitor Terceira sistematizados os dados necess rios e decididas as partes que constituiriam trabalho atrav s da elabora o de um sum rio explicado seguiu se ent o a elabora o do texto ilustrado e refe
40. 512 pr dios com taxa fixa e 327 pr dios com medidores Em 1921 essa diferen a torna se mais contundente o que se observar em cap tulo subsequente j que condiz a um outro per odo de an lise O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 114 4 4 INFLU NCIA DA ECONOMIA ALGODOEIRA NESSE INICIO DE MODERNIZA O At o ano de 1914 quando ocorreu a deflagra o da Primeira Grande Guerra Mundial as mais importantes obras realizadas sobre o tra ado urbano da capital parahybana foram as citadas nos t picos anteriores merecendo destaque as obras de infra estrutura urbana como o sistema parcial de abastecimento d gua os bondes e a eletricidade evidente que sobre a cidade incidiram outras modifica es como o cal amento e a arboriza o de v rias ruas e avenidas reformas e constru es de edif cios embelezamento de espa os p blicos como pra as fontes e parques entre outros pequenos reparos LEWIN 1993 77 relata inclusive que 1912 as principais ruas da Parahyba foram pavimentadas iluminadas e equipadas com servi o de bondes el tricos Um novo pal cio do governo uma escola normal estadual e uma ostentat ria esta o ferrovi ria encabe aram a lista de projetos de constru es importantes O famoso teatro Santa Rosa na capital foi inteiramente renovado e transformou se num monumento elegante para o orgulho c vico e as atividades
41. ADMINISTRA O DE SOLON DE LUCENA GUEDES PEREIRA 1920 1924 01 Constru o da Pra a da Independ ncia 17 Consertos na rua Padre Ant nio Pereira 02 Reforma do Parque Arruda C mara Bica 18 Constru o do edif cio da Academia de Com rcio 03 Reforma do edificio da Imprensa Oficial 19 Constru o do Hospital Oswaldo Cruz 04 Reforma do Palacio do Governo 20 Constru o da Col nia para Alienados 05 Reforma do Liceu 21 Constru o do Quartel Federal 06 Reforma da Cadeia P blica 22 Constru o do edif cio dos Correios e Tel grafos 07 Reforma da Escola Normal 23 Alargamento da rua Mons Walfredo Leal 08 Reforma da Biblioteca P blica 24 Alargamento da rua dos Bandeirantes 09 Reforma da Diretoria de Instru o e Higiene 25 Constru o da Estrada para Tamba 10 Reforma do Grupo Escolar Epit cio Pessoa 26 Reforma da Pra a Comendador Felizardo 11 Reforma do edif cio da Guarda Civil 27 Constru o da Pra a Vidal de Negreiros 12 Reforma do Tom s Mindello 28 Constru o da Pra a Ant nio Pessoa 13 Reforma do Grupo Escolar Antonio Pessoa 29 Abertura da rua Saturnino de Brito 14 Reforma do Grupo Escolar Izabel M das Neves Abertura alargamento e proje o de outras diversas 15 Reforma da Ponte do Sanhau 30 ruas como parte do Projeto de Saturnino de Brito para 16 Consertos na rua das Trincheiras a Cidade da Parahyba rua General Os rio Tabajaras Pedro I Almi
42. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 2 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA A 1 DE SETEMBRO DE 1921 PELO DR SOLON BARBOSA DE LUCENA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1921 MENSAGEM APRESENTADA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 3 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA 1 DE SETEMBRO DE 1922 PELO DR SOLON BARBOSA DE LUCENA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1922 MENSAGEM APRESENTADA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 4 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA A 1 DE SETEMBRO DE 1923 PELO DR SOLON BARBOSA DE LUCENA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1923 MENSAGEM APRESENTADA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 1 SESSAO ORDINARIA DA 9 LEGISLATURA 1 DE MARGO DE 1924 PELO DR SOLON BARBOSA DE LUCENA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1924 MENSAGEM APRESENTADA PELO PRESIDENTE DO ESTADO DA PARAHYBA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA NA ABERTURA DE SUA 2 SESSAO ORDINARIA DA 92 LEGISLATURA Parahyba do Norte Imprensa Official 1925 MOREIRA Em lia de Fernandes Processo de ocupa o do espa o agr rio paraibano Jo o Pessoa UFPB NDIHR 1990 MOURA FILHA Maria Berthilde O Cen rio da vida urbana a defini o de um projeto est tico para as cidades brasileiras na virada do s culo XIX XX Jo o Pessoa Univers
43. As oscila es na produ o e na comercializa o do algod o juntamente com outros fatores como migra es secas epidemias produziram efeitos imediatos na densidade populacional e no espa o edificado da capital do estado Por exemplo em 1872 a cidade registrava uma popula o de cerca de 24 714 habitantes J em 1890 essa popula o baixou para 18 645 habitantes voltando a crescer na virada do s culo e atingindo 28 793 habitantes MELLO 1990 92 As necessidades da popula o tamb m se ampliavam fazendo com que a iniciativa p blica agisse na realiza o de obras de car ter urbano e p blico P de se perceber especialmente a partir da d cada de 1910 nas edifica es nos principais logradouros e na pr pria sociedade um certo refinamento est tico seguindo geralmente os moldes europeus que em alguns momentos se mesclavam s caracter sticas locais para atender aos anseios da classe ascendente Pavimenta o de ruas melhorias no sistema de abastecimento de gua e quest es de higiene e salubridade s o exemplos dessas novas necessidades que v o aos poucos alterando a paisagem urbana o que se observar mais adiante At ent o ou seja nos primeiros vinte anos de Rep blica tanto a cidade da Parahyba como a sua sociedade retratavam atrav s de seus costumes sua apar ncia e estrutura realidades d velha Col nia e do Imp rio Apesar da capital ter sofrido algumas altera es em sua estrutur O Ouro Bran
44. Maximiano de Figueiredo 28 Substitui o do calgam da rua Bar o do Triumpho 14 Prolongamento da Avenida General Os rio 29 Reconstru o da pra a lvaro Machado 15 Praga Aristides Lobo 30 Cal amento da rua 13 de Maio RK Obras paralisadas em 1919 quando ocorr ncia de uma grande seca na regi o O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 129 Para realiza o de grande parte dessas obras de car ter p blico na capital do Estado foram efetuadas v rias desapropria es gastando se at exerc cio administrativo de 1917 torno de 109 300 000 Diante desse quadro torna se n tida a preocupa o de Camillo de Hollanda com o embelezamento da capital da Parahyba do Norte em detrimento das demai cidades do interior onde poucos foram os investimentos realizados Quanto mais Camillo de Hollanda empreendia remodela es e embelezamentos na capital mais necessitava de recursos financeiros para o seu custeio que ainda tinha como maior suporte as arrecada es com o com rcio do algod o produzido no Estado A aten o desdobrada pelo presidente do Estado sobre essa fonte de riqueza p blica era constantemente salientada em seus discursos quando incisivamente afirmava que de todos os servi os o que reclamafva immediata atten o de se tomarem s rias provid ncias no sentido de se valorizar o nosso
45. Ordem e Progresso Foi principalmente no per odo denominado de Rep blica Velha que ocorreu no Brasil a ascens o do positivismo e de seus ideais O Liberalismo tornou se a principal ideologia da sociedade capitalista e tamb m teve ampla aceita o num pa s como o Brasil de pouca tradi o e dominado por coron is em busca da satisfa o dos seus interesses pr prios Assim o Liberalismo adquiriu entre a elite brasileira dominante um car ter de consagra o da desigualdade da san o da lei do mais forte Acoplado ao presidencialismo ao darwinismo republicano tinha em m os os instrumentos seja foram transferidos aos estados e por conseguinte aos seus representantes maiores atribui es pol ticas e administrativas e dom nio mais amplo sobre suas receitas e despesas 37 A corrente Liberal preconizava a busca da verdade por parte do indiv duo dentro de um clima de toler ncia liberdade e f no progresso Centrava se no poder da raz o humana das constitui es e das leis escritas Entretanto na sociedade liberal apenas uma pequena minoria possu a direito ao voto Estando atrelado s propriedades e riquezas dos cidad os tornava reduzida a participa o popular nos movimentos revolucion rios e nas interven es sociais pol ticas e econ micas do pa s O dinheiro converteu se em um dos pilares fundamentais da ordem liberal seus seguidores acreditavam na amplia o ilimitada da ind stria da produ
46. SETEMBRO DE 1915 PELO SR CORONEL ANTONIO DA SILVA PESSOA VICE PRESIDENTE DO ESTADO EM EXERCICIO Parahyba do Norte Imprensa Official 1915 MENSAGEM APRESENTADA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 1 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA A 1 DE MARGO DE 1916 PELO SR CORONEL ANTONIO DA SILVA PESSOA VICE PRESIDENTE DO ESTADO EM EXERCICIO Parahyba do Norte Imprensa Official 1916 MENSAGEM APRESENTADA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 2 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA A 1 DE SETEMBRO DE 1917 PELO DR FRANCISCO CAMILLO DE HOLLANDA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1917 MENSAGEM APRESENTADA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 3 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA A 1 DE SETEMBRO DE 1918 PELO DR FRANCISCO CAMILLO DE HOLLANDA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1918 MENSAGEM APRESENTADA A ASSEMBL IA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 4 SESS O ORDINARIA DA 9 LEGISLATURA A 1 DE SETEMBRO DE 1919 PELO DR FRANCISCO CAMILLO DE HOLLANDA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1919 MENSAGEM APRESENTADA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 1 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA A 1 DE MARGO DE 1920 PELO DR FRANCISCO CAMILLO DE HOLLANDA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1920 MENSAGEM APRESENTADA A
47. Varadouro tinha como ocupa o principal o com rcio local quase sempre de portugueses com firmas de exporta o atacado e varejo a segunda destinava se exalta o de Deus e ao exerc cio do Poder atrav s de igrejas mosteiros pal cios e edif cios reais sempre em contraste com o casario mi do que descia pelas ladeiras e perdia se em s tios como Tambi e Jaguaribe RODRIGUEZ 1994 16 A expans o para o litoral e para o sul tamb m teve um t mido in cio nesse per odo mais precisamente a partir de 1855 Cerca de quarenta anos depois em 1889 enquanto em outras cidades do pa s disseminavam se ideais e esperan as que o regime republicano anunciava a imprensa da capital parahybana revelou se pelas severas cr ticas ao estado de atraso e abandono em que sua cidade 50 Essa caracter stica foi quase sempre comum nas cidades de coloniza o portuguesa Como exemplo dess separa o de planos ou seja cidade alta e cidade baixa t m se ainda as cidades de Natal Salvador Olinda entr tantas outras O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 encontrava se algumas de suas ruas ainda se mostravam desalinhadas e sujas os pr dios eram desobedientes a um plano arquitet nico enfim suas caracter sticas revelavam uma cidade de tr s s culos mas que ainda conservava em seu semblante n tidos tra os da antiga Freguesia de Nossa Senhora das Neves Fi
48. a Centro Art stico e Oper rio Societ Italiana de Beneficenza Gr mio Floriano Peixoto A Previdente Recreio Dram tico Familiar Sociedade dos Empregados do Com rcio Sociedade S o Vicente de Paula Sociedad Mocidade Cat lica e a 29 de Julho ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO D PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 249 250 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 n demonstrando suas novas pr ticas de consumo Tornou se comum ver senhores senhoras e senhoritas pelas pra as e ruas as conversas e galanteios contemplando os novos cen rios e formas de vida urbana ver FIGURAS 16 e 17 Uma outra pr tica que se fez comum foi a utiliza o das praias pr ximas capital e ao munic pio de Cabedelo para passeios domingueiros ou mesmo Se pouco tempo antes as guas do mar causavam medo de contamina o junto popula o agora elas eram juntamente com o banho de sol matinal e vespertino FIGURAS 16 e 17 Senhoritas frequentando o Jardim P blico da cidade da Parahyba espa o tamb m restabelecimento f sico e mental A pitoresca conhecido por Pra a Comendador Felizardo Leite atual Pra a Jo o Pessoa praia de Tamba distante apenas seis FONTE Revista ERA NOVA 01 1922 Revista ERA NOVA 15 jun 1921 respectivamente recomenda o m dica para quil metros do centro da capital era uma
49. algodoeira ainda n o gerava dividendos suficientes para maiores impulsos de progresso e moderniza o e n o existiam outras fontes de renda capazes de gerar saldo suficiente que custeassem outros grandes empreendimentos Desse modo os administradores p blicos pouco podiam fazer limitando se a pequenos consertos e a manuten o de pra as jardins e alguns pr prios do estado O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 116 Um fator negativo que contribuiu decisivamente na deprecia o das arrecada es da Parahyba do Norte at 1915 foi a evas o dos g neros produzidos em seu territ rio pelos seus limites fronteiri os tamb m conhecidos por barreiras conforme apresentado no CAP TULO I A parca ou quase inexistente fiscaliza o fazia com que os produtos parahybanos fossem exportados pelos portos dos estados vizinhos aumentando lhes a receita em detrimento da Parahyba At que fossem estabelecidos postos de fiscaliza o mais rigorosos nas fronteiras os produtores e comerciantes do interior teimaram em desviar a carga para serem exportados pelos portos vizinhos principalmente o de Pernambuco alegando obter melhores cota es e a possibilidade de cargas de retorno Nessas condi es o movimento portu rio na Capital tornava se menor do que o previsto e assim tamb m suas arrecada es Diante dessa constata o os melhoramentos urbanos efetuados concentra
50. analisado no CAPITULO Esses personagens que compunham parte da elite parahybana agora detentores de maior capital passaram a ostentar essa riqueza acumulando v rios im veis no interior e na capital projetados e decorados de acordo com os padr es est ticos de ent o autom veis maquin rios e tecnologias para o beneficiamento da produ o etc Ap s esse per odo ureo de produ o algodoeira na Parahyba do Norte a concorr ncia interna dos estados do centro sul do pa s se intensificou e progressivamente o Estado perdeu espa o nos mercados interno e externo pois pouco se investiu na melhoria e moderniza o da cultura algodoeira da regi o quando comparado ao que se fez em outros estados e pa ses que representavam concorr ncia ao produto parahybano Mesmo diante dessa situa o o algod o persistiu at meados da d cada de 1930 como elemento principal das arrecada es do estado da Parahyba do Norte mas este n o mais figurava como principal produtor do pa s A moderniza o da cidade da Parahyba tamb m seguiu um curso natural de desenvolvimento sem maiores retrocessos Nesse processo outras fontes econ micas foram surgindo sobrepondo se branco o que justifica encerramento da pesquisa em 1924 ltimo ano da administra o de Solon de Lucena O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 196 Bibliografia
51. atingida pelas secas Na localidades onde as chuvas se fizeram mais abundantes desenvolveu se a agricultura de subsist ncia Contudo o gado e o algod o constitu ram a base de sua economia GALLIZA 1993 26 afirma que a expans o do algod o introduziu novas maneiras de uso e propriedade da terra sobretudo no Agreste Paraibano Sendo inicialmente plantado em lotes pequenos e m dios e intercalado por lavouras de subsist ncia tornou se mais adequado economia do interior e permitiu a participa o de pessoas de poucas posses nessa atividade agr cola Nos Brejos da regi o acidentada da Borborema de temperaturas amenas mananciais de guas perenes e precipita es abundantes e frequentes desenvolveu se grande variedade de experi ncias agr colas como a cana de a car o algod o embora a regi o n o lhe fosse muito prop cia o fumo e a agricultura de subsist ncia Essa grande variedade de culturas fez com que os brejos paraibanos se tornassem conhecidos como celeiros do Estado O car ter h brido de sua agricultura favoreceu o estabelecimento da pequena e m dia propriedade No Sert o Paraibano de clima semi rido quente e de poucas precipita es se destacou a atividade criat ria Esta atividade surgiu inicialmente com o desmatamento que se fazia para suprir a necessidade de lenha dos engenhos e em fun o disso percorriam se dist ncias cada vez mais consider veis adentrando o interior do estado
52. com base planta de Alfredo Barros e Vasconcelos 1855 e nas informa es contidas na monografia da Cidade da Parahyba elaborada por Vicente Gomes Jardim 1889 Planta da Cidade da Parahyba Projeto de alguns melhoramentos por Francisco Saturnino R de Brito sobre uma planta apresentada pela Diretoria de Obras do Estado 1913 Planta da Cidade da Parahyba 1923 editada por Kaline Abrantes Guedes 2006 a partir da planta elaborada na administra o municipal de Guedes Pereira pelo engenheiro Otto Kuhn Detalhe para as principais interven es urbanas realizadas durante a administra o de Camillo de Hollanda 1916 1920 Planta do saneamento da Cidade da Parahyba elaborada pelo escrit rio Saturnino de Brito REDE DE DISTRIBUI O D AGUA Planta do saneamento da Cidade da Parahyba elaborada pelo escrit rio Saturnino de Brito REDE DE ESGOTOS Planta da Cidade da Parahyba 1923 editada por Kaline Abrantes Guedes 2006 a partir da planta elaborada na administra o municipal de Guedes Pereira pelo engenheiro Otto Kuhn Detalhe para as principais interven es urbanas realizadas durante a administra o de Solon de Lucena Guedes Pereira 1920 1924 Planta da Cidade da Parahyba 1923 editada por Kaline Abrantes Guedes 2006 a partir da planta elaborada na administra o municipal de Guedes Pereira pelo engenheiro Otto Kuhn 1923 Planta da Cidade da Parahyba 1923 editada por Kaline Abrantes Guedes 2006 a partir
53. condi es para o estabelecimento dessas vias as v rias discuss es e crises de interesses entre comerciantes da capital e do interior do estado e finalmente mostra a contribui o da economia algodoeira e das obras da Inspetoria Federal das Obras contra as Secas IFOCS na determina o dos tra ados dessas linhas sejam ferrovi rias rodovi rias ou portu rias CAP TULO III A sociedade parahybana em busca da modernidade aborda o in cio e a consolida o dos conceitos e cones representativos da moderniza o social e pol tica na Cidade da Parahyba ou seja relata como foram trazidos e assimilados pela elite local os ideais republicanos e progressistas os s mbolos dessa modernidade que se anunciava na imprensa jornais folhetins revistas etc e atrav s daqueles que retornavam de suas viagens pelo exterior ou mesmo pelas cidades mais desenvolvidas do Brasil repletos de novidades e ansiosos por v las em pr tica tamb m na capital parahybana que ascendi O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 24 economicamente nos cen rios nacional e internacional se mostrava financeiramente capaz de acomodar essas modernidades ao seu cotidiano PARTE II OS IND CIOS DE MODERNIZA O URBANA 1850 1924 Essa parte trata das implica es daqueles condicionantes analisados na primeira parte da disserta o e novamente com destaque para a economia alg
54. curta receita arrecadada em 1906 um valor total de 108 514 832 apenas p de ser retirada a import ncia de 25 049 256 para aplica o em alguns poucos benef cios p blicos limpeza da cidade servi o de remo o de lixo cal amento e constru o de passeios na rua General Os rio terraplenagem de ruas n o cal adas servi os de conserva o das pra as e da fonte do Tambi e desapropria es para alterar ou melhorar o tra ado das ruas da cidade O governo reconhecia e lamentava atrav s de seus relat rios e mensagens os poucos recursos dispostos aos servi os de utilidade p blica ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1908 255 Ainda assim Walfredo Leal trouxe importante contribui o no momento em que saldou as d vidas do Estado que h bastante tempo vinham se acumulando E isso certamente permitiu que no governo seguinte parte da receita arrecadada pudesse ser aplicada em benfeitorias e obras p blicas ao inv s de cobrir juros anteriores como de costume Segundo TRIGUEIRO 1982 24 Jo o Machado 1908 1912 fez um governo bastante operoso que sem contesta o poss vel marcou o in cio da moderniza o da Capital e da pol tica de melhoramentos p blicos a que os governos subsequentes tiveram de dar continuidade administra o de Jo o Machado a capital parahybana deveu a ilumina o e o bonde el tricos primeiro servi o de abastecimento de gua o Se
55. da Areia no ano de 1914 FIGURA 37 Imagens de ngulos distintos do espelho d gua do Parque Arruda 101 C mara onde se localiza a Fonte de Tambi FIGURA 38 Imagens de ngulos distintos do espelho d gua do Parque Arruda 101 C mara onde se localiza a Fonte de Tambi FIGURA 39 Pintura em Acr lico sobre tela de Rodrigues Lima retratando o 103 fornecimento de gua na Rua da Vira o atual Gama e Melo em 1910 FIGURA 40 Pintura em acr lico sobre tela de Rodrigues Lima retratando a sede da 104 esta o de bondes em Cruz do Peixe d cada de 1910 FIGURA 41 Pintura em acr lico sobre tela de Rodrigues Lima retratando a sede da 104 esta o de bondes em Cruz do Peixe d cada de 1910 FIGURA 42 Esta o da Ferro Carril no S tio Cruz do Peixe no bairro de Tambi 113 Em segundo plano esta o da Ferrovia Tamba inaugurada em 1907 FIGURA 43 Rua Duque de Caxias antiga rua Direita onde se observam os trilhos 113 e os postes com fia o el trica para passagem dos bondes FIGURA 44 Vista da Rua Maciel Pinheiro antiga rua do Comercio onde tamb m 113 observam os trilhos e os postes guia para passagem dos bondes el tricos FIGURA 45 Pra a Ven ncio Neiva reformada por Camillo de Holanda detalhe para 120 o coreto em segundo plano para a balaustrada os postes de ilumina o e arboriza o da pra a FIGURA 46 Edificio da Escola Normal constru do tamb m na administra o de 120 Camillo d
56. da planta elaborada na administra o municipal de Guedes Pereira pelo engenheiro Otto Kuhn 1923 Detalhe para a mancha de ocupa o na d cada de 1850 31 56 89 91 108 125 135 136 142 145 150 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Lista de Quadros Tabelas QUADRO 01 ARROBAS DA PROVINCIA DA DO 29 NOS GENEROS ABAIXO DECLARADOS 1862 1871 QUADRO 02 PRINCIPAIS EXPORTA ES DA PARAHYBA COM PERCENTAGENS DAS 30 EXPORTA ES TOTAIS 1900 1929 VALORES EM MIL REIS QUADRO 03 FIRMAS EXPORTADORAS E IMPORTADORAS DA CAPITAL E ARTIGOS 39 COMERCIALIZADOS ANO 1909 QUADRO 04 PRODU O ALGODOEIRA NA PARAHYBA POR REGI O NO ANO DE 40 1911 QUADRO 05 SA DA DO ALGOD O PARAHYBANO POR BARREIRAS NO DE 1913 41 QUADRO 06 PRODU O DE ALGOD O DOS ESTADOS BRASILEIROS ANO 1916 43 QUADRO 07 ARRECADACOES EM CONTOS DE R IS DO ESTADO DA PARAHYBA DO 45 NORTE ENTRE OS ANOS DE 1917 E 1924 QUADRO 08 PARTICIPA O DE V RIOS PORTOS BRASILEIROS NA EXPORTA O DE 49 ALGOD O EM PLUMA EM TONELADAS TOTAL DE CADA PERIODO QUADRO 09 ARRECADACOES EM CONTOS DE R IS DO ESTADO DA PARAHYBA DO 50 NORTE ENTRE OS ANOS DE 1891 E 1920 POR LUSTRO E COM PERCENTAGENS SOBRE O LUSTRO ANTERIOR TABELA 01 PANORAMA GERAL DAS OLIGARQUIAS PARAHYBANAS DOS 75
57. de 1920 comegaram a ser construidas as primeiras rodovias de liga o interestadual da Parahyba complementando os trechos do territ rio ainda nao ligado pela ferrovia ver MAPA 02 p 56 como se observar adiante Para isso contou se com o empenho do Presidente Epit cio Pessoa 1919 1922 atrav s do Projeto de Combate s Secas Essas estradas de rodagem na Parahyba como em outros in meros estados do Nordeste foram o resultado de um grande projeto adotado e desenvolvido por algumas administra es federais em parceria com as administra es estaduais Na Parahyba especificamente importava que essas estradas adentrassem suas zonas interligando as para o escoamento de seus principais g neros produzidos Em muitas dessas zonas o algod o j havia se instalado nas suas diversas variedades e figurava como principal produto dada a demanda dos mercados interno e externo e a sua f cil adapta o ao clima e solo locais 2 2 RODOVIAS Onde n o chegar o wag o que chegue o autom vel Mensagem 1915 18 Diante das consequ ncias das estiagens c clicas que assolavam o Estado o vice presidente do Estado Ant nio Pessoa j afirmava que este precisava de uma melhor organiza o econ mica e para isso O primeiro passo a ser dado centrava se na resolu o dos problemas enfrentados pela via o parahybana A facilidade e a rapidez dos transportes promoviam uma melhor circula o de riquezas o que diretamente incentivava
58. de Epit cio Pessoa por volta de 1921 Todavia essa obra mostrou se invi vel ap s terem sido gastos cerca de quatorze mil contos Observou se que em um curto espa o de tempo novamente o canal se obstru a tornando impratic vel a navega o MARIZ 1939 208 O desejo latente dos governadores e da popula o da cidade da Parahyba em geral por um porto de guas profundas para o escoamento de seus produtos e tamb m para que se estabelecessem mais e melhores rela es comerciais com outros povos era vis vel em mensagens relat rios e peri dicos locais onde se afirmava por exemplo que quando o Estado tiver um porto sufficientemente apparelhado a pujan a de sua ac o financeira como resultado do desdobramento dos valores econ micos latentes no solo e florescentes nas ind strias estar plenamente affirmada Mensagem 1918 07 Diante das frustra es com a dragagem do Sanhau Epit cio Pessoa enfim deu ouvidos s recomenda es dos engenheiros federais respons veis pela obra que j haviam conclu do que o custo da dragagem era proibitivo Partiu se ent o para implementa o do plano alternativo de converter o ancoradouro de Cabedelo num grande porto de guas profundas Desse modo entre os anos de 1920 e 1923 Cabedelo transformou se numa prioridade importante nos gastos do IFOCS O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 64
59. de lazer da elite olig rquica O conjunto dessas pequenas e m dias transforma es aos poucos estabelecia sobre a urbe uma nova fei o mesclando inten es modernas s suas caracter sticas coloniais de outrora Nessas obras realizadas at ent o especificamente na capital do estado inclusive o seu sistema parcial de abastecimento d gua foram aplicados recursos provenientes dos cofres estaduais e obtidos atrav s de arrecada es e impostos sobre produtos agr colas e industriais uso do solo atividade profissional e industrial entre outros Dentre essas citadas fontes de arrecada o os impostos sobre a exporta o de produtos locais exercia papel preponderante Desse modo merece o devido destaque a grande contribui o da economia algodoeira nessa arrecada o correspondendo a pelo menos metade da receita estadual desde os prim rdios da Primeira Rep blica como bem ilustrado no QUADRO 02 p 30 At 1915 ano em que uma grande seca assolou a regi o Nordeste n o foram encontrados registros de empr stimos para efetiva o de quaisquer empreendimentos na cidade da Parahyba Nesse per odo n o recorrer a esse tipo de medida administrativa era uma quest o de honra e de austeridade governamental o que comumente era atestado nas mensagens e relat rios administrativos pelos presidentes estaduais As verbas federais at 1915 tamb m foram escassas e insuficientes para se empreender melhoramentos na capital limit
60. de remodela o inevitavelmente rendeu algumas cr ticas que foram veiculadas pelos meios de comunica o local como foi o caso do artigo A nossa urbs e o modernismo de autoria de Alcides Bezerra publicado na revista quinzenal Era Nova de 1921 Lamentava se a perda das caracter sticas pitorescas da cidade de outrora incluindo suas ruas estreitas O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 193 desalinhadas igrejas e edif cios antigos etc ocorrida fun o do progresso Reconhecia se a import ncia e necessidade dos cones modernos mas criticavam se suas consequ ncias muitas vezes destruidoras Mas as cr ticas n o impediram que a Cidade da Parahyba acompanhasse dentro de suas propor es o processo de moderniza o que se delineava nas principais cidades brasileiras Comparando se as plantas e fotografias da cidade do in cio do s culo com as da metade da d cada de 1920 apresentadas na PARTE II do trabalho percebe se claramente que a cidade teve suas dimens es ampliadas e al m disso melhoraram se a qualidade de seus espa os p blicos e de suas edifica es particulares Nas reas reformuladas e de amplia o urbana Jaguaribe Montepio e Tambi adotou se o tra ado ortogonal como modelo A liga o entre os espa os antigos e os rec m abertos foi permitida atrav s da abertura de novos eixos vi rios ou do alargamento de antigo
61. do Estado SA 1999 118 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 19 de a politica da parentela estabeleceu se sobre a Republica teve inicio a mais duradoura oligarquia parahybana o grupo Neiva Pessoa Lucena desafet do grupo Machado Leal ver TABELA 01 este ltimo formado logo ap s a queda de Ven ncio Como se pode observar ainda na TABELA 01 Ven ncio Neiva permaneceu no governo do estado at dezembro de 1891 quando Floriano Peixoto assumiu a presid ncia da Rep blica Este nomeou Alvaro Machado como governador do estado Teve ent o in cio outra oligarquia parahybana que apenas se findaria em 1912 com a morte de seu l der lvaro Machado A morte de lvaro desestruturou a oligarquia por ele comandada e por for a do veto do Presidente da Rep blica re candidatura de Walfredo Leal o nome de Castro Pinto passou a ser mais indicado como elemento de concilia o pois ele inspirava plena confian a s duas correntes que compunham o situacionismo parahybano Entre os anos de 1915 e 1924 ver TABELA 01 a oligarquia Neiva Pessoa Lucena retomou o poder local promovendo uma s rie de transforma es sobre o estado da Parahyba do Norte e principalmente sobre sua capital Esse momento pol tico revelou administradores estaduais e municipais que se empenharam no desenvolvimento do estado da Parahyba d
62. do estado sendo o motivo maior de sua riqueza p blica e particular Al m do empenho e aux lio financeiro do governo federal ap s a frustra o com o problem tico ancoradouro do Varadouro foram utilizados recursos da Taxa Ouro advindos em sua grande maioria da produ o do algod o que se tornou conhecido tamb m por branco dada a sua import ncia na economia estadual O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Capitulo Ill A sociedade parahybana e a modernidade 1850 1924 3 1 BUSCA DA MODERNIDADE 1850 1914 redimensionamento da cultura algodoeira no Nordeste ocorrido a partir da segunda metade do s culo XIX aconteceu um consider vel crescimento econ mico uma expans o significativa da popula o das cidades nordestinas envolvidas nesse processo inclusive a Parahyba A partir da d cada de 1870 repercutia por todo pa s uma pol tica de moderniza o que com o est mulo do capital ingl s come ou a implantar na regi o Nordeste obras de infra estrutura como a ilumina o p blica as estradas de ferro e o aparelhamento dos portos al m das primeiras f bricas de algod o Ampliava se consequentemente a necessidade de m o de obra nessas empreitadas e no cultivo e beneficiamento do algod o As principais cidades nordestinas contemplavam essas inova es e cresciam como centros comerciais e culturais
63. e Cacimba do Povo Com o fim da escravid o tornou se comum pelas ruas da cidade a figura do aguadeiro Antes disso os escravos eram os respons veis pelo transporte da gua das fontes s resid ncias de seus senhores O aguadeiro ver FIGURA 39 transportava a gua armazenada em barris de madeira no lombo de burros s portas das casas e vendiam 20 vinte litros do precioso l quido ao pre o de 10 r is SA 1999 31 Tamb m foi comum a utiliza o das fontes durante um longo per odo para passeio e banho p blico Essa atividade tornou se inclusive uma esp cie de divers o domingueira at meados da d cada de 1910 especialmente para a popula o de renda mais baixa quando se O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 estabeleceram posturas municipais inibindo esse tipo de comportamento relatos de que aos domingos nas cacimbas da cidade baixa tomava se banho a dez r is RODRIGUEZ 1994 110 O estabelecimento de uma rede de distribui o de agua pot vel na cidade da Parahyba representava acima de outros fatores como moderniza o comodidade um cuidado necess rio com a salubridade de sua popula o Era um servi o de infra estrutura b sica h tempos desejado pelos v rios estratos de sua sociedade que garantiria melhores condi es higi nicas e de sa de A chegada do s culo XX e as expectativas inerentes a esse fat
64. e Christianne Finizola pela amizade e cumplicidade querida Nelci Tinem por desde cedo acreditar e incentivar meus estudos e pesquisas Aos meus colegas da Prefeitura Universit ria da UFPB pela contribui o e incentivo equipe do IHGP e das demais bibliotecas visitadas na cidade pela disponibilidade do material necess rio pesquisa Ao PPGAU e toda sua equipe docente pelos imensur veis ensinamentos Ao CNPq pela concess o da bolsa de pesquisa sem a qual a concretiza o desse sonho n o seria poss vel O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Resumo Esta disserta o enfatiza a moderniza o urbana da Cidade da entre os anos de 1850 1924 a sua rela o com a economia algodoeira fonte principal de acumula o de riqueza p blica e particular do Estado da Parahyba do Norte durante toda a Primeira Rep blica Esse estudo de hist ria urbana desenvolveu se atrav s de uma perspectiva historiogr fica de compreens o da forma o espacial Apesar da nfase sob o aspecto econ mico os outros fatores que contribuem conjuntamente na forma o da vida em sociedade n o foram deixados parte O processo de moderniza o da Cidade da Parahyba no per odo em quest o tamb m foi analisado segundo uma l gica cronol gica e tem tica estabelecendo se sempre que necess rio uma compara o direta com a situa o finan
65. foi aplicado nesta rea A implanta o dos melhoramentos urbanos se agilizou quando o algod o se tornou o suporte financeiro de tais empreendimentos grifo nosso GALLIZA 1993 119 121 A maioria das descri es acerca da capital durante o s culo XIX apresenta uma cidade dividida em dois planos nitidamente distintos Cidade Alta e Cidade Baixa Os arruamentos desta ltima eram descritos como se ainda n o obedecessem a nenhum plano tanto em rela o aos alinhamentos como ao nivelamento tamb m n o possuindo um tra ado regular que lhes desse a fei o de uma cidade modernizada A irregularidade da malha urbana da cidade baixa em parte justificada pela topografia local que impedia que os quarteir es assumissem um configura o quadricular ao terem que se submeter s sinuosidades do relevo A Cidade Alta O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 87 todavia edificada sobre um planalto possuia um tragado razoavelmente regular desde su implanta o Em alguns pontos Tambi Trincheiras as ruas assumiam uma forma sinuosa em virtude do pr prio terreno ou por deriva o de antigos caminhos ver PLANTA 01 p 89 A cidade da Parahyba adentrou o s culo XX com um abastecimento d gua ainda prec rio limitando se a algumas bicas fontes e chafarizes Faltava lhe uma canaliza o de esgotos de materiais fecais e de guas servidas e
66. governo de Camillo de Hollanda FIGURA 55 Vista da Pra a Aristides Lobo em 1921 Imediatamente direita 124 observa se o grupo escolar Tomas Mindello constru do no governo de Castro Pinto FIGURA 56 Pintura em acr lico sobre tela de Rodrigues Lima retratando a antiga 138 capela da M e dos Homens em Tambi demolida na d cada de 1920 para delineamento da rua Walfredo Leal e constru o da pra a Ant nio Pessoa FIGURA 57 Area de ocupa o espont nea indicada na Planta da Cidade 143 Parahyba 1858 FIGURA 58 Area tratada indicada na Planta da Cidade da Parahyba 1923 143 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Lista de Mapas Plantas MAPA 01 MAPA 02 PLANTA 01 PLANTA 02 PLANTA 03 PLANTA 04 PLANTA 05 PLANTA 06 PLANTA 07 PLANTA 08 PLANTA 09 Mesorregides do Estado da Parahyba do Norte Ferrovias e Rodovias da Parahyba do Norte d cada de 1920 Planta da Cidade da Parahyba 1855 editada por Kaline Abrantes Guedes 2006 Desenho elaborado a partir da da planta da Cidade da Parahyba levantada por Alfredo Barros e Vasconcelos em 1855 e reduzida por Artur Januario Gomes de Oliveira em 1905 Planta da Cidade da Parahyba 1889 editada por Kaline Abrantes Guedes 2006 Desenho elaborado a partir da planta da Cidade da Parahyba elaborada por Wylnna Vidal Alberto Souza
67. m dico e administrador a hygiene p blica as outras causas de mortandade a primeira causa citada no texto era a falta de aceita o d cil das vacinas por parte da popula o encontram se certamente nos defeitos architectonicos dos nossos FIGURA 45 Pra a Ven ncio Neiva reformada por Camillo de Holanda detalhe para o coreto em segundo plano para a balaustrada os postes de ilumina o e arboriza o da pra a FONTE REVISTA ERA NOVA 01 jul 1921 FIGURA 46 Edificio da Escola Normal construido tamb m na administra o de Camillo de Hollanda A direita observa se trecho da balaustrada da pra a Ven ncio Neiva FONTE REVISTA ERA NOVA 27 mar 1921 FIGURA 47 Edif cio do Pal cio do Governo direita observa se o poste de fia o da linha do bonde el trico esquerda a pra a Ven ncio Neiva FONTE REVISTA ERA NOVA 01 mai 1921 domic lios na ignor ncia hygienica do povo e especialmente na falt de uma rede de exgottos indispens vel ao asseio da cidade e d mesma popula o Mensagem 1917 10 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 120 Com aumento das arrecada es estaduais por motivos analisados no CAP TULO 1 Camillo de Hollanda p de saldar algumas d vidas contra das no governo anterior por conta da seca ocorrida em 1915 e de suas dr sticas financeiras consequ ncias para a Parahyba
68. moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 161 162 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 APENDICE TABELA NOMENCLATURA DOS PRINCIPAIS LOGRADOUROS DA CIDADE DA PARAHYBA NO ANO DE 1918 SEGUNDO RODRIGUEZ 1994 33 44 AVENIDAS Sanhaua Antiga Estrada do Aterro ao longo da via f rrea Varadouro Vasco da Gama Jaguaribe Vera Cruz Joao Machado Antiga Travessa do Sao Bom Jesus Trincheiras 1 de Maio Jaguaribe General Os rio Jungao das ruas Nova Medalha e dos Quintais N S das Neves 12 de Outubro Antiga Maria Eulina Jaguaribe Sao Paulo Trincheiras Maximiano Machado Antiga Rua do Meio Jaguaribe Beaurepaire Rohan Antiga Rua do Varadouro Peregrino de Carvalho Antigo Beco da Miseric rdia Varadouro 24 de Maio Antiga Rua do Mulungu Varadouro Rui Barbosa Antiga Rua do Norte Varadouro Saldanha da Gama Antiga Rua do Oriente Tambia Silva Jardim Antiga Rua da Palha do Gravat Travessa da Maca ba Varadouro Filip ia Antiga Rua da Palmeira Varadouro Rodrigues Chaves Antigo Passeio Geral Trincheiras da Independ ncia Tambi Floriano Peixoto Jaguaribe Minas Gerais Antiga Rua da Gl ria Jaguaribe Be
69. nessa regi o Por m n o cessaram as obras do Saneamento da capital parahybana as quais foram auxiliadas por meio do empr stimo das m quinas e aparelhos diversos utilizados naquelas obras paralisadas Em 1924 o ent o presidente relatava em sua mensagem presidencial que estava terminada a maior parte da rede dos esgotos p blicos com suas obras acess rias e a atual administra o fazia o poss vel para concluir toda a obra contratada no prazo contratual que expiraria nos primeiros meses de 1925 Esperava se por m a regulariza o do servi o de abastecimento d gua e sua execu o para que o cal amento fosse reposto nas reas cuja rede de esgotos j havia sido conclu da Os trabalhos de maior vulto dessa rede achavam se bem adiantados os quais compreendiam o grande t nel da Lagoa Pra a Aristides Lobo o emiss rio geral do O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 140 esgotos com os respectivos tanques finais de descarga grande sifao emissario do coleto geral do distrito de esgotos correspondentes a Cidade Alta que vertia para o porto as obras d esta o elevat ria do distrito de esgotamento correspondentes a Cidade Baixa a rea do porto com suas depend ncias e arruamentos projetados entre outros Enfim apesar das esperan osas palavras de Solon de Lucena em sua mensagem presidencial de 1924 o servi o de esgotos e a complementa
70. no estado entre os anos de 1915 e 1924 Entretanto o problema maior para o Estado era o fato de que os eventuais per odos de crise e instabilidade na produ o minavam a credibilidade parahybana no fornecimento internacional fazendo com que os mercados consumidores europeus procurassem fornecedores mais est veis ainda que a qualidade de sua fibra fosse inferior Como dito acima em fins da d cada de 1920 a produ o do centro sul elevou se sobremaneira se equiparando parahybana ver QUADRO 08 Essa situa o tornou se ainda mais cr tica na d cada de 1930 mesmo com a amplia o crescente da produ o do estado Toda essa movimenta o em torno da produ o algodoeira na Parahyba do Norte entre os anos de 1915 e 1924 gerou excedentes que foram promovendo o enriquecimento de alguns produtores e negociantes e a melhoria da qualidade de vida da popula o parahybana em geral Isso acontecia inclusive na medida em que se melhorava o ambiente urbano de algumas cidades inclusive a capital e algumas de suas edifica es eram dotadas de melhores condi es higi nicas est ticas de conforto e lazer benfeitorias que ser o abordadas com maiores detalhes nos cap tulos seguintes O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 92 Capitulo Il O algod o e as vias de comunica o 1850 1924 Um estalo de chicote anunciava de longe a aproxima
71. no exterior de decreta impostos de exporta o de elaborar e se reger por constitui es e por c digos eleitorais e judici rios pr prios Ou O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 industrializa o imediata e moderniza o do pa s Vinte e nove anos mais tarde mai precisamente em 15 de novembro de 1889 na capital federal diante de um povo bestializado a Rep blica Proclamada desfilou em meio a uma parada militar SA 1999 84 99 Dentre as principais correntes te ricas que orientaram as preliminares da Proclama o houve uma predomin ncia do Liberalismo Americano que primava pela reduzida participa o popular e do Positivismo Comteano Ambas tiveram guarida em meio elite cultural brasileira carente de uma ideologia apropriada aos seus anseios de desenvolvimento civiliza o e progresso A difus o do Positivismo no Brasil fez se atrav s dos escritos de Auguste Comte Littr Laffitte Robinet Audiffrent etc Suas obras repercutiram nos estabelecimentos de ensino secund rio e superior na imprensa e no parlamento agitando os principais centros intelectuais do pa s Pode se ressaltar a importante participa o dos positivistas no movimento republicano que culminou com a proclama o da Rep blica a influ ncia na elabora o da Constitui o de 1891 e na confec o da bandeira brasileira que passou a ostentar o lema Comteano
72. novidades eram assimiladas surgiam outras tantas que aceleravam cotidiano das sociedades em todo mundo logicamente com propor es bem distintas de acordo com a localidade dessa sociedade Esse dinamismo social ampliava as necessidades por conhecimento tecnologias e ideologias o que ap s esse primeiro grande impulso tomari um ritmo pr ximo do normal O primeiro impacto por m de tantas e novas informa es sobre a sociedade e seu espa o citadino provoca uma imensa curiosidade em parte saciada pela pesquisa hist rica acerca desses fatos e transforma es como posto adiante O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 84 O Branco abre caminhos O algod o moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Capitulo IV primeiras remodela es urbanas 1850 1914 Em seus dois primeiros s culos como cidade colonial portuguesa XVIl e XVIII a cidade da Parahyba pouco progrediu No per odo Imperial que se estendeu do princ pio do s culo XIX ao ano de 1889 poca em que as principais capitais brasileiras j mostravam sinais iniciais de desenvolvimento urbano arquitet nico os espa os p blicos e privados da cidade da Parahyba ainda possu am in meras caracter sticas do per odo colonial Subordinada econ mica e administrativamente ao vizinho estado de Pernambuco durante praticamente todo o s culo
73. o seu pre o decaiu de 11 500 para 7 000 por arroba Todavia em 1916 engarrafada a esquadra alem e feito o policiamento do mar pelas pot ncias da Entante abriu se a situa o para quem tinha o que vender pois houve grande escassez de mat rias primas para suprir as demandas das ind strias principalmente as europ ias MARIZ 1939 51 Apesar da grande seca que atingiu a Parahyba do Norte no ano de 1915 o estoque armazenado passou a ser largamente exportado e o algod o atingiu a cifra de 70 000 por arroba As consequ ncias da estiagem de 1915 no entanto foram desastrosas para a produ o em curso de algod o no Estado Para se ter uma dimens o da intensidade da crise provocada pela seca basta observar as palavras do ent o vice presidente em exerc cio Ant nio Pessoa 1915 1916 quando diante do quadro de dificuldades econ micas resolveu de imediato suspender as obras de melhoramento da capital Iniciados diversos melhoramentos ao tempo em que eram pr speras as condi es econ micas e financeiras do estado consumiram se de outubro de 1912 a junho de 1915 561 572 267 e succedendo que alguns como o do Pal cio do Governo ainda estejam por concluir pesando esmagadoramente nas minguadas rendas do Thesouro entendi acertado alvitre suspender ditos melhoramentos at que a normaliza o das finan as permitta recome al os com todo o methodo e economia Mensagem 1915 10 Atrav s desse pequ
74. o a car nem o propriet rio conseguiu exercer controle sobre a produ o agr cola e a industrial Houve uma separa o n o s econ mica como geogr fica entre a cultura agr cola e a ind stria processadora do algod o E isso aconteceu conforme foram surgindo modernas m quinas de beneficiamento e prensagem geralmente concentradas nos centros comercializadores da produ o O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 FIGURAS 08 09 e 10 Prensa Excelsior na usina de Soares de Oliveira e CIA Descarogadores Lumus da usina de Mulungu e fardos de fibra prensada aguardando lugar nos armaz ns capital respectivamente FONTE MARIZ 1939 FIGURA 11 Homens carregando barcagas com fardos de algod o no atracadouro do Sanhau com destino ao porto de Cabedelo FONTE LEWIN 1999 84 37 Na Parahyba do Norte durante toda Primeira Rep blica o algod o constituiu a principal fonte de renda do estado como ilustrado no QUADRO 02 p 30 e foi o maior respons vel pelo restabelecimento de suas finan as Ainda que submetida a processos rotineiros e prec rios de plantio e colheita a lavoura algodoeira se expandiu extensivamente Parahyba desde a Costa at o Alto Sert o ver QUADRO 03 p 39 A despeito da precariedade plantio do algod o o estado conheceu processos m rm neficiamen nfardamen n odernos de
75. o aumento da produ o e tamb m do consumo Augmentando a sua mobilidade aproximando os centros productores e os consumidores determinam o escoamento r pido da super produc o nos annos bons e permitem o f cil supprimento s necessidades locaes nos annos maus Mensagem 1915 17 Em 1915 ainda se lamentava o descuido com as vias de comunica o estadual A via o f rrea pouco havia se distanciado do litoral adentrando o interior e suas zonas produtoras contava se apenas com as velhas estradas coloniaes abertas ao acaso sem orienta o scient fica e sem cuidados technicos Mensagem 1915 18 Ao contr rio dessa realidade ainda enfrentada na Parahyba do Norte a imprensa nacional e local divulgava aos quatro cantos as not cias do progresso e das conquistas do automobilismo e das estradas de rodagem que agora disputavam lugar junto s ferrovias O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Principalmente d cada de 1920 como parte do projeto de combate as secas cabo pelo presidente Epit cio Pessoa que assumira governo no ano anterior as estrada de rodagem complementaram as ferrovias fazendo a liga o entre o Sert o e o Litoral Segundo GALLIZA 1993 116 o influxo de divisas externas permitiu lhe levanta empr stimos em bancos estrangeiros para investir em obras p blicas no Nordeste como rodovias c
76. o no com rcio de importa o e exporta o Estado viu se for ado a aliar economia algodoeira fontes alternativas de renda que aos poucos suplantavam a hegemonia do branco O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 144 L SEES HEED ERE A BALALTRADA DAS TEINCHEIRAS E ESDOLA ABEL WARIA DIS EYES 8 PRAGA BELA RRA 28 ESCOLA DE APREHINTES ARTINCES Consideracoes Finais Durante todo o processo de elabora o dessa disserta o procurou se compreender algum modo comprovar rela o intr nseca que existiu entre princ pio de moderniza o da Cidade da Parahyba e a economia algodoeira que no per odo estudado foi a principal fonte de riqueza p blica e particular do Estado como atestaram v rios de seus administradores Essa rela o espec fica apesar de comumente citada por estudiosos e historiadores locais n o havia sido sistematicamente estudada o que atesta a import ncia dessa pesquisa como registro escrito de parte da hist ria do estado da Parahyba do Norte e principalmente de sua capital a Cidade da Parahyba A moderniza o das cidades brasileiras durante a Primeira Rep blica tem sido amplamente estudada pela historiografia urbana do pa s todavia como cita VIDAL 2004 82 um tema ainda n o esg
77. ou agricolas recorrendo destarte aos portos estranhos provincia REVISTA DO 1912 166 167 2 1 FERROVIAS Parahyba somente em agosto 1880 foram iniciados os trabalhos de constru o da Estrada de Ferro Conde d Eu ao passo que as primeiras estradas de ferro brasileiras foram constru das em S o Paulo entre os anos de 1868 e 1875 pelos grandes fazendeiros de caf que segundo LEMOS 2003 114 eram ao mesmo tempo pol ticos banqueiros jornalistas magistrados profissionais liberais e tamb m industriais No nordeste os fatos ocorreram de um modo diferente as ferrovias foram constru das atrav s de concess o federal empresa de capitais ingleses Conde d Eu respons vel pelo assentamento dos primeiros trilhos da regi o H relatos de que no ano de 1881 o trem correu na Capital em setembro e novembro de 1883 chegou aos munic pios de Mulungu e Pilar respectivamente Como se pode observar no MAPA 01 p 31 esses munic pios se destacaram na cultura de algod o e certamente esses ramais foram inicialmente tra ados para que se efetuasse o transporte dessa produ o pra a da capital Em julho de 1884 os trilhos da ferrovia Conde d Eu chegaram Independ ncia atual Guarabira e em 1889 ao munic pio de Cabedelo ver MAPA 02 p 56 A cotonicultura sendo o foco agr cola do estado tornou se o elemento propulsor da abertura dessas ferrovias e esta ltima liga o tinha como principal finali
78. principais causas que condicionaram essa grande transforma o urbana cultural e pol tica A economia algodoeira certamente exerceu papel preponderante nesse processo quando atingiu altas cota es no mercado internacional e promoveu o ac mulo de riquezas p blicas e particulares Ap s essa data os administradores tiveram que manter uma relativa continuidade atendendo os anseios crescentes da popula o por tecnologias id ias e padr es modernos e de progresso econ mico e cultural No entanto como se observar adiante a produ o do centro sul do pa s em momento imediatamente posterior a data de encerramento da pesquisa 1924 ultrapassar a das regi es produtoras nordestinas enfraquecendo suas exporta es e importa es e fazendo com que fontes alternativas de receita sejam buscadas para cobrir as despesas p blicas N o tendo sido conclu das as obras do saneamento e a amplia o do sistema de abastecimento d gua durante a administra o de Solon de Lucena elas tiveram sua continuidade na administra o posterior de Jo o Suassuna 1924 1928 e ainda sob a responsabilidade t cnica do engenheiro Baeta Neves que estava disposi o do Estado da Parahyba do Norte Como colocado anteriormente em 1922 durante a administra o federal de Arthur Bernardes as Obras Contra as Secas espalhadas pelo interior da regi o Nordeste foram suspensas o que trouxe grandes preju zos ao desenvolvimento que vinha se desempenhando
79. propriedade do empres rio e defensor da bandeira progressista Manuel Garcia de Castro Antes desta data as se es de cinema da capital eram apresentadas no cinema Rio Branco que funcionava no Teatro Santa Rosa 5 Na Cidade da Parahyba o discurso sobre a necessidade de medidas sanit rias j podia ser identificado desde a segunda metade do s culo XIX Ocorria que atrav s da imprensa local muitas vezes dirigida por m dicos ou fazendo se ocupar por suas id ias apelava se s autoridades governamentais medidas para sanear a capital insalubre Dentre os pedidos mais comuns estavam o servi o de limpeza p blica a destrui o de bairros insalubres a aplica o de posturas com rela o aos animais circulantes o servi o de gua e esgoto e a ilumina el trica da cidade Era tamb m comum nesses artigos a indigna o da popula o quanto aos retirantes tangido pelas secas que acampavam em p ssimas condi es higi nicas em alguns trechos da capital tornando ainda mai feias algumas de suas ruas e contribuindo na dissemina o de pestes e outras doen as SA 1999 4 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Foi tamb m durante a primeira d cada do s culo XX que cidade da Parahyba teve alguma de suas institui es de ensino implementadas Al m dos cursos particulares ministrados nas resid ncias por homens e mulheres letrados funcionavam os seg
80. ruas Monsenhor Walfredo Leal dos Bandeirantes reconstru o dos muros e caia o do edif cio do grupo escolar Epit cio Pessoa 851 000 reconstru o de alpendre e repara o de instala o el trica do pr dio do Tribunal de Rela o 970 800 repara o do teto do pr dio localizado na rua Bar o da Passagem onde funcionava a Inspetoria Agr cola Federal 1 395 900 constru o de nova garagem para os autom veis da Chefatura de Policia 1 009 550 reconstru o da estrada de Tamba a partir da usina el trica localizada no bairro de Tambi 8 861 120 pintura do coreto e dos bancos da pra a Comendador Felizardo 380 000 realiza o de servi os diversos no Parque O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 138 Arruda C mara 3 505 750 remodelamento de diversas pra as jardins da capital 24 394 950 de julho de 1922 a junho de 1923 pagamento da m o de obra dos detentos qu realizavam servi os no bairro de Tambi demoli es transporte de madeiras terraplenagens etc 3 289 000 de julho de 1922 a junho de 1923 aterro do p ntano em frente e a ao norte da Usina Hidr ulica 2 707 000 de julho a outubro de 1922 entre outras in meras obras menores realizadas principalmente na capital Mensagem 1923 68 88 Nesse ano de 1923 quando se aceleraram as obras do saneamento e como parte do projeto elaborado pelo escrit rio de Sa
81. trabalhos monogr ficos Jo o Pessoa Editora Universit ria Universidade Federal da Para ba 1993 ERA NOVA Revista Quinzenal Ilustrada Parahybado Norte Imprensa Official 1921 1924 N meros pesquisados 1 71 EXPOSI O DE MOTIVOS E OCORR NCIAS DO QUADRI NIO ADMINISTRATIVO DE 1916 1920 DO ESTADO DA PARAHYBA APRESENTADA PELO DR FRANCISCO CAMILLO DE HOLLANDA AO SR DR SOLON DE LUCENA Parahyba do Norte Imprensa Oficial 1920 FERNANDES Irene Rodrigues da Silva Processo de ocupa o do espa o agr rio paraibano Jo o Pessoa UFPB NDIHR 1991 GALLIZA Diana Soares de Moderniza o sem desenvolvimento na Para ba 1890 1930 Jo o Pessoa Id ia 1993 GARCIA LAMAS Jos M Ressano Morfologia urbana e desenho da cidade Lisboa Funda o Calouste Gulbenkian 1993 GON ALVES Regina C lia et al A quest o urbana na Para ba Jo o Pessoa Universit ria 1999 GOTTDIENER Mark A produ o social do espa o urbano S o Paulo EDUSP 1997 JOFFILY Irineo Notas sobre a Parahyba Bras lia Thesaurus 1977 LAKATOS Eva Maria MARCONI Marina de Andrade Metodologia do Trabalho Cient fico 2 ed S o Paulo Atlas 1986 LEMOS Carlos A C Arquitetura brasileira 3 ed S o Paulo Melhoramentos 2004 LEWIN Linda Pol tica e Parentela na Para ba um estudo de caso da oligarquia de base familiar Andr Villalobos trad Rio de Janeiro Record 1993 LIRA Bertrand de Souza Fotografia na Para ba
82. transforma es f sicas descritas na PARTE II CAP TULO A economia algodoeira na Parahyba do Norte trata da amplia o e da consolida o da cultura do algod o na Parahyba do Norte da import ncia que alcan ou junto aos maiores produtores nacionais e mundiais em fun o da qualidade das fibras produzidas no agreste e sert o parahybanos das formas de trabalho utilizadas do beneficiamento do produto das principais dificuldades enfrentadas pelos produtores comerciantes e administradores locais da supervaloriza o das fibras do algod o no p s guerra do aumento da concorr ncia interna representada pelos estados do Sudeste dos incentivos e isen es concedidos pelos administradores parahybanos aos produtores e comerciantes do algod o no Estado e tamb m das obras de infra estrutura promovidas pela Uni o em terras nordestinas como forma de combate s secas Enfim mostra um panorama geral dando nfase para a import ncia que a economia algodoeira assumiu e das esperan as que trouxe ao povo parahybano no referido intervalo de tempo 1850 1924 CAPITULO II O algod o as vias de comunica o mostra a prec ria situa o inicial das vias de comunica o no Estado ferrovias rodovias e portos e as tentativas muitas vezes frustradas de amplia o e melhoramento das condi es de escoamento dos produtos parahybanos para os mercados do centro sul e do exterior Retrata o momento e as principais
83. trazidos pelas revistas e jornais da poca que por sua vez ilustravam a realidade das principais cidades brasileiras e europ ias as quais seguiam como par metro Toda essa agita o s cio cultural que a sociedade parahybana passou a vivenciar ap FIGURA 20 Imagem do Hippodromo Parahybano com maior intensidade a partir d cada tamb m conhecido como Park Gama Lobo que se de 1910 era da localizava no bairro de Jaguaribe q FONTE http chip cchla ufpb br paraiwa 00 barreto html seculariza o outorgada com FIGURA 21 Imagem team do Palmeiras Sport Club da Republica pela desvincula o da Igreja do Parahyba campe o da cidade em 1921 5 FONTE REVISTA ERA NOVA 1922 poder estatal que ampliava o convivio da sociedade em geral n o mais dentro dos espa os e festividades religiosos mas dentro dos novos espa os urbanos modernizados p blicos ou particulares que se proliferavam pela cidade como por teatros cinemas pra as parques praias etc O comportamento da parahybana seguia modelo das grandes cidades brasileiras nas quais propagava se ao inv s da Igreja o Pal cio no lugar do adro o jardim em vez das ladainhas as polkas dobrados das bandas oficiais BECHARA apud MELLO 1990 52 Como evid ncia dos novos costumes que remodelavam o cotidiano da sociedade parahybana em 1918 desfilavam pela capital vari
84. um sistema aperfei oado de ilumina o A tais desvantagens somava se uma popula o ociosa proveniente de constantes migra es provocadas pelas secas GALLIZA 1993 35 Na segunda metade do s culo XIX durante a administra o do franc s Henrique Beaurepaire Rohan o espa o urbano da cidade da Parahyba passou por uma interven o de dimens es n o observadas at ent o Os problemas de infra estrutura urbana acima citados apesar corriqueiros em seus discursos n o foram priorizados Ao contr rio foram minorados alguns problemas detectados no tra ado urbano da capital abertura das ruas Formosa atual Beaurepaire Rohan dos Quintais atual trecho sul da avenida General Os rio e do Imp rio atual Silva Jardim nivelamento da Ladeira do Ros rio facilitando a liga o entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta Essas interven es localizaram se num trecho da cidade de ocupa o aparentemente espont nea e desordenada delimitada pelas ruas do Fogo dos Quintais da Imperatriz e do Quartel ver PLANTA 02 p 91 onde predominavam pequenas casas de palha e prec rias condi es de salubridade Esse processo acontecido na d cada de 1850 foi considerado inclusive a primeira reforma urbana da capital idealizada pelo ent o presidente da prov ncia que talvez inspirado Haussmann tentando acabar com a confus o labir ntica em que se dispunham as ruas da cidade tomou provid ncias no sentido de alinh las ten
85. 0 No que diz respeito a ilumina o p blica e particular da capital parahybana a cargo da empresa Tra o Luz e For a a tabela acima ilustra bem o quantitativo e a amplia o desse sistema nos anos de 1913 1917 e 1921 De acordo com os dados apresentados nessa tabela e obtidos nos Almanaques do Estado pode se observar que entre 1917 e 1921 ocorreu significativo crescimento tanto da ilumina o p blica quanto da particular sendo esse o per odo central em an lise na pesquisa Curiosamente entre 1913 e 1917 aconteceu um decr scimo no quantitativo da ilumina o particular sem que fosse feita qualquer ressalva acerca dessa diminui o Ainda assim diante das citadas informa es pode se concluir que ocorreu uma amplia o do sistema pelo espa o urbano da cidade da Parahyba e consequentemente um aumento do n mero de resid ncias dispondo de liga o com a rede el trica as ruas avenidas pra as e edif cios p blicos antigos e rec m inaugurados tamb m demandaram maior e melhor ilumina o para que a popula o pudesse utiliz los tamb m nos turnos vespertino e noturno enfim a eletricidade sendo um importante cone representativo da modernidade agregada ao cotidiano da popula o da capital parahybana que cada vez mais e de forma acelerada quando comparada aos s culos anteriores e cidades de porte similar se incutia do desejo por melhoramentos similares tecnologias e outros diverso
86. 15 Outras atividades culturais tamb m O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 se destacaram cenario nacional estas geralmente importadas de paises europeus a pratic de esportes como o nata o e o boxe ado o de ritmos como marchinhas e maxixe a propaga o de dan as sensuais populares nos cabar s parisienses e a populariza o d cinema e da fotografia SORIANO 2001 23 Nessa nsia por ares de modernidade a grande maioria da popula o brasileira repudiava os modos provincianos de outrora e manifestava o desejo de assemelhar se realidade ilustrada nas revistas e jornais da poca uma realidade geralmente em nada condizente com o cotidiano da maioria das cidades brasileiras Alguns h bitos populares no pa s passaram a ser condenados e at perseguidos como por exemplo as serenatas o viol o tornou se sin nimo de vadiagem por ser instrumento frequente entre bo mios as festas de Judas do Bumba meu boi e as pr ticas religiosas das camadas mais pobres curandeiros feiti arias candombl etc As festividades ent o em voga tamb m se baseavam nas praticadas na Europa o carnaval por exemplo agora levava s ruas o estilo veneziano com seus arlequins pierr s e columbinas SORIANO 2001 38 39 H registros de que o primeiro carnaval de rua da Parahyba aconteceu de forma bastante t mida na Rua da Areia Desde a se
87. 1912 1919 gerava condi es de trabalho para aqueles atingidos pelo flagelo da seca evitando O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 43 migra o dessa popula o o consequente esvaziamento das zonas rurais Trabalhava se n constru o de estradas de rodagem ferrovias a udes prolongamento de linhas telegr fica etc A Parahyba do Norte nesse momento de crise tamb m contou com o aux lio monet rio de estados n o atingidos pela estiagem como S o Paulo e Rio Grande do Sul No entanto toda essas dificuldades enfrentadas pelos produtores de algod o em decorr ncia da grande seca de 1915 n o foram suficientes para intimid los No ano seguinte a produ o parahybana tomou novo impulso e alcan ou altos indices quando atingiu o primeiro lugar na produ o nacional ver QUADRO 06 As altas demandas e cota es do algod o principalmente no mercado externo fizeram com que a sua produ o se ampliasse em todo Estado Contudo permaneceu na maioria das lavouras a ado o de t cnicas rudimentares de poucos investimentos financeiros e cient ficos o que fez com que a cultura algodoeira assumisse um car ter bastante aleat rio estando eventualmente sujeito s pragas s secas e s oscila es de pre o Por isso trabalhava se e produzia se em permanente inseguran a Era comum ter se um ano de boa safra para tr s ou quatro de safras m dias e
88. 39 54 em 1924 o pre o do algod o em pluma atingiu valores nunca vistos at ent o no pa s nem registrados durante toda a Primeira Rep blica de 90 000 100 000 por arroba Esses altos valores foram obtidos mesmo ap s a relativa normaliza o dos pre os de cota o do algod o e passadas as turbul ncias do mercado no p s guerra 2 Nesse mesmo ano teve in cio a constru o da F brica de Tecidos Rio Tinto em Mamanguape pela fam lia alem dos Lundgren Em 1924 a f brica foi inaugurada e durante um bom tempo foi considerada como o complexo fabril mais importante do estado da Parahyba pois contava com se es de tecidos e de estamparias usina de for a olarias e caieiras serralharias fundi es vilas oper rias campo de avia o porto e at pequena ferrovia bem como cinema clubes campos de futebol e para produ o de palma forrageira para o gado orquid rio posto m dic e quadras de t nis MELLO 2002 167 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 46 A partir da administra o de Camillo de Hollanda 1916 1920 diante de fatores como a cota o do algod o no mercado externo os imprevistos per odos de grande seca e intensifica o da concorr ncia interna passaram a ser empregadas algumas tecnologias par a valoriza o e o aumento da produ o parahybana Preocupado com a seca ocorrida em 1919 e suas consequ
89. 5 Planta do saneamento da Cidade da Parahyba elaborada pelo escrit rio Saturnino de Brito REDE DE DISTRIBUI O D AGUA O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 189 com governador Solon de Lucena na moderniza o do cen rio urbano onde ruas avenidas foram abertas alargadas cal adas e arborizadas onde casebres e edif cios antigos foram demolidos para abertura dessas novas vias para constru o de pra as ou mesmo par afastar a popula o de baixa renda dessas reas centrais rec m tratadas Sob a dire o municipal do Dr Guedes Pereira foram empreendidos v rios melhoramentos nas terras que circundavam a fonte de Tambi tamb m em parceria com o governo municipal que resultaram no Parque Arruda C mara um dos mais po ticos e teis logradouros de nossa SANEAMENTO DA PARAHYBA PLANTA 06 Planta do saneamento da Cidade da Parahyba elaborada pelo escrit rio Saturnino de Brito REDE DE ESGOTOS O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 136 urbs ver PLANTA 07 p 142 Al m da fonte localizada em meio a reserva de mata atl ntica eram mantidos no parque grandes viveiros de plantas destinadas arboriza o da cidade podendo mesmo dentro em breve prover de mudas convenientemente tratadas as demai cidades e localidades do interior Mensagem 1
90. 6 a d vida passiva deixada pela administra o anterior atingia a cifra de 1 501 340 288 Todavia em janeiro do mesmo ano certamente quando melhoraram as condi es do mercado internacional colocou se em dia o pagamento do funcionalismo p blico que se encontrava em atraso h cinco meses tamb m foram saldadas outras d vidas oriundas de fornecimentos notas promiss rias entre outros encargos aos poucos ent o ia se se restabelecendo o equil brio financeiro da Parahyba do Norte de modo que em mar o de 1916 a d vida passiva j havia sofrido uma redu o de cerca de 700 000 000 QUADRO 06 PRODU O DE ALGOD O DOS ESTADOS BRASILEIROS 1916 ESTADOS PRODUTORES QUANTIDADE EM QUILOS Parahyba 20 600 000 Ceara 18 500 000 Rio Grande do Norte 17 700 000 Sao Paulo 17 613 000 Pernambuco 16 500 000 Maranh o 12 900 000 Minas Gerais 6 388 000 Alagoas 6 200 000 Piau 4 200 000 Sergipe 2 900 000 Bahia 2 500 000 Par 2 300 000 Rio de Janeiro 729 000 Paran 400 000 Goi s 320 000 Esp rito Santo 200 000 Amazonas 120 000 Outros estados 300 000 Fonte GALLIZA Diana Soares de Moderniza o sem desenvolvimento Para ba 1890 1930 Jo o Pessoa Id ia 1993 p 61 Enquanto n o melhoravam as condi es clim ticas e de comercializa o no Estado o poder p blico federal atrav s especialmente da representa o do senador Epit cio Pessoa
91. 87 segundo cartografia colonial FIGURA 24 Vista da Rua Nova atual General Os rio em 1877 93 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 FIGURA 25 Antigo Beco da Miseric rdia atual Peregrino de Carvalho ligando 93 Rua Direita Rua Nova em 1877 FIGURA 26 Antigo Beco do Carmo atual Travessa Conselheiro Henriques em 94 1877 FIGURA 27 Trecho da Rua da Areia na esquina com o antigo Beco do Tanque no 94 ano de 1895 FIGURA 28 Vista da Rua Visconde de Inha ma atual Jo o Suassuna em 1880 96 FIGURA 29 Antigo Largo da Gameleira atual Pra a lvaro Machado em 1894 96 FIGURA 30 Esta es da Ferro Carril e da Estrada de Ferro Conde d Eu constru das 96 em torno da pra a Alvaro Machado FIGURA 31 Vista do Teatro Santa Rosa na pra a Bento da Gama no ano de 1902 96 FIGURA 32 Vista do Pal cio do Governo rua Direita atual Duque de Caxias 97 ano de 1890 FIGURA 33 Vista geral da pra a Pedro Am rico no ano de 1903 97 FIGURA 34 Vista da antiga rua da Cadeia atual Visconde de Pelotas no ano de 98 1910 FIGURA 35 Vista geral da Rua Nova atual General Os rio ano 1914 98 Detalhe para a Catedral ao fundo para os largos passeios com arboriza o ainda ausente e para os postes de ilumina o centralizados na rua FIGURA 36 Vista da antiga rua Bar o da Passagem tamb m conhecida como rua 98
92. 914 contextualiza e introduz o per odo principal Devido abrang ncia do tema optou se por enfatizar os aspectos urbanos das transforma es ocorridas ou seja foram abordadas as modifica es impostas sobre o tra ado da cidade e sua infra estrutura remodela es de ruas avenidas pra as parques al m de outros logradouros Os aspectos arquitet nicos dessas transforma es ocorridas na Cidade da Parahyba de modo algum menos importantes foram apenas pincelados em consequ ncia de pr via escolha da pesquisadora e tamb m devido extens o que o trabalho assumiu PROCEDIMENTOS METODOL GICOS Para desenvolver o trabalho e alcan ar os objetivos anteriormente citados foram percorridas tr s etapas Primeira consistindo de um trabalho de hist ria urbana que busca explica es para uma determinada situa o do passado na inten o de preencher lacunas de fatos e acontecimentos a pesquisadora iniciou uma busca por informa es em diversas fontes documentais diretas e indiretas tais como livros monografias disserta es teses revistas almanaques jornais mapas plantas mensagens presidenciais gr ficos tabelas fotografias sites entre outros Os diversos textos gr ficos e tabelas pesquisados contribu ram para a compreens o do estado da arte do tema escolhido para a pesquisa e foram tamb m de sum O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924
93. 922 32 33 Ainda em 1922 foram realizados servi os de reparo conserva o e limpeza nos edif cios da Imprensa Oficial do Pal cio do Governo do Liceu do Tribunal da Rela o da Cadeia P blica da Escola Normal da Biblioteca P blica das Diretorias de Instru o e de Higiene da Guarda Civil e dos grupos escolares Epit cio Pessoa Thomas Mindello Ant nio Pessoa e Izabel Maria das Neves Fizeram se ainda consertos na Ponte do Sanhau nas ruas Epit cio Pessoa Trincheiras Bar o do Triumpho e Padre Antonio Pereira Mensagem 1922 40 42 ver PLANTA 07 No mesmo ano foi comprado um pr dio onde estava sendo constru da a sociedade dan ante Parahyba Club para a instala o da Academia de Com rcio do Estado cuja constru o foi contratada com o escrit rio Cunha amp Di Lascio O terreno juntamente com a parte da constru o iniciada custou ao governo a import ncia de 38 000 000 o projeto e o t rmino da obra foram contratados por 98 000 000 Mensagem 1922 57 58 ver PLANTA 07 142 Mediante a iniciativa e o apoio financeiro do governo federal algumas vezes em conv nio com governo estadual tiveram continuidade ou ainda se estabeleceram em 1922 in meras obras pela capital e pelo interior do Estado Por exemplo o Hospital Oswaldo Cruz a Col nia para Alienados os servi os de dragagem do ancoradouro do Sanhau o saneamento do Vale do Jaguaribe a reforma
94. A 2000 136 137 O processo de remodela o urbana na cidade FIGURAS 01 02 03 Vista da Avenida Central da Parahyba teve in cio nas primeiras d cadas Rio de Janeiro 1907 Vista da Avenida Paulista 1907 e vista da ponte sobre o rio Capibaribe na cidade do Recife 1907 respectivamente FONTE BRAZIL MAGAZINE 1907 do s culo XX e tamb m teve como base esses ideais que revigoravam as for as dos poderes pol ticos e econ micos na acolhida de novas pr ticas e na nega o das velhas estruturas sociais pol ticas e urbanas Segundo SORIANO 2001 81 viver em um espa o onde predominavam as modernas regras de higiene e est tica representava a esperan a de um povo que acreditava no potencial da modernidade do progresso e da civiliza o Essa nova ideologia e sua pr tica num estado como a Parahyba do Norte aconteceram especialmente quando o algod o tornou se o principal produto da economia do estado e ganhou proje o nos mercados nacional e internacional pela excelente qualidade de suas 5 Os voc bulos remodelar aformosear e embelezar foram largamente utilizados no per odo em an lise pelos administradores e pela imprensa nacional e local para indicar as reformas empreendidas nas principais cidades brasileiras Como exemplo de utiliza o do termo remodelar pode se citar um curto trecho da mensagem presidencial proferida por Camillo de Hollanda em 1917 restant
95. ARAHYBA 23 de mar o de 1889 O mencionado esquema de distribui o f sica das cidades em dois planos distintos Cidade Baixa e Cidade Alta por m integrados foi caracter stica comum e estrat gica nos pontos de coloniza o portuguesa Desse modo constitu am a Cidade Alta os bairros de Nossa Senhora das Neves Trincheiras e Tambi ver PLANTA 02 p 91 cujos limites eram a Cruz do Peixe leste os Dois Caminhos ao sul e ao norte o Zumbi ALMANAK ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 41 A parte baixa concentrava um nico bairro o Varadouro O per metro da cidade da Parahyba iniciando no Cais do Varadouro compreendia seguindo o sentido sudoeste at a ponte sobre o Rio Sanhau partia se pela rua da Imperatriz onde se localizavam as casas e os quintais das ruas das Trincheiras Matinha travessa da Matinha Formosa e Cajueiro at Dois Caminhos seguindo deste ponto pela rua das Palmeiras Alagoa de Frente e de Detraz e Tesoura Seguia se ent o pela rua S o Jos at a Igreja M e dos Homens e da at as estradas que seguiam para a praia de Tamba e a fazenda Boi S Dessas duas ruas de Tambi at o Cais do Varadouro dispunham se a Rua por tr s da Matriz a Ladeira do Tanque a rua do Zumbi e a rua S o Pedro Gon alves ver PLANTA 02 p 91 S 1999 28 29 Dentro do per metro anteriormente citado referente ao ano de 1889 distribufam se cinquenta e nove
96. Alves de Lima Filho atrav s de iniciativa e financiamento particulares canalizou a gua de um po o que por gravidade abasteceria sua resid ncia A canaliza o descia pela Ladeira de S o Francisco at a rua da Areia onde estava localizada sua moradia Durante algum tempo o empreendimento gerou lucro ao seu idealizador que vendia uma lata de 18 litros de gua por 40 r is Todavia certamente n o cobriu as despesas tidas com canaliza o e armazenamento pois a caixa d gua constru da n o suportou sua press o e arrebentou A gua er vista em c rregos pela vizinhan a que logo se apavorou RODRIGUEZ 1994 117 118 SORIANO 2001 45 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 104 forte para obra de tal envergadura governo assumiu a delibera o o encargo de t o grande melhoramento urbano e efetivou sua concretiza o RODRIGUEZ 1994 121 Antes do governo de Jo o Machado ou seja at o governo de Walfredo Leal a pobreza do Estado era comovedora e recursos extraordin rios originados de empr stimos ou aux lios da Uni o eram literalmente inexistentes salvo quando a seca se transformava em calamidade Desse modo pouco se podia fazer As arrecada es eram ex guas mal serviam para pagar seu pequeno e mal remunerado funcionalismo o que nem sempre podia ser feito com pontualidade TRIGUEIRO 1982 24 35 Por exemplo da
97. CIA DA PARAHYBA NOS G NEROS ABAIXO DECLARADOS EXPORTADOS DA PROVINCIA DA PARAHYBA NO DECENIO DE 1862 A 1871 Anos Algod o A car Couros 1862 216 468 683 081 9 600 1863 197 505 574 274 21 377 1864 397 728 432 318 22 259 1865 446 937 269 885 13 258 1866 542 133 400 047 19 938 1867 398 620 320 075 12 867 1868 569 893 300 937 27 817 1869 533 609 448 445 30 127 1870 377 178 268 205 17 202 1871 681 355 230 481 45 497 Fonte REVISTA DO INSTITUTO HIST RICO E GEOGR FICO PARAHYBANO 1912 208 O terceiro sendo o mais importante momento para a produ o algodoeira nordestina durante a Primeira Rep blica ocorreu nos anos subsequentes Primeira Guerra Mundial 1914 1918 Desde a Guerra da Secess o 1860 1865 a produ o do algod o parahybano permaneceu em ritmo razo vel como se pode observar no quadro acima apesar das prec rias condi es da forma de produ o e das eventuais secas e pragas Com a deflagra o da guerra 1914 a Parahyba do Norte teve seus estoques encostados num primeiro momento embora j houvesse conquistado merecido espa o nos mercados nacional e internacional pela qualidade de suas fibras Todavia a partir de 1916 o mercado externo passou a demandar uma grande quantidade de fibras e a ocorreram as mais altas cota es das safras nordestinas como se pode observar no QUADRO 02 Ainda de acordo com o QUADRO 02 entre os anos de 1915 e 1925 no estado
98. Companhia Ferro Carril Parahyba Teve como um de seus principais incorporadores a j referida empresa Cahn Fr res amp Cia com a subscri o de 100 a es Em 16 de junho do ano seguinte o Dr lvaro Lopes Machado presidente do Estado subscreveu 10 ap lices da referida companhia S ent o em 24 de agosto do mesmo ano sob a dire o do engenheiro Ant nio Augusto Figueiredo de Carvalho iniciou se a constru o da Esta o Ferro Carril Parahybana ao lado da Esta o Conde d Eu RODRIGUEZ apud ANDRADE 1987 16 Entretanto s em 20 de mar o de 1896 chegou em Cabedelo a bordo do navio LUNA o material encomendado na Europa para constru o da Companhia Ferro Carril Parahyba O trabalho de montagem dos trilhos teve in cio apenas um m s seguinte chegada do material e foi feito rapidamente de modo que em 6 de julho de 1896 foi inaugurado o tr fego provis rio do sistema de transporte urbano para passageiros tra o animal Em junho do ano seguinte passaram a trafegar os bondes de cargas precisamente s 8 da manh e s 4 da tarde A presid ncia da Companhia foi entregue ao tenente coronel Augusto Gomes a Aran Cahn e a Jos Ricardo de Castro Ferreira ANDRADE 1987 16 O trabalho de assentamento dos trilhos interligando a Cidade Alta e a Cidade Baixa movimentou o cotidiano da popula o local que se rendeu s curiosidades expectativas e divaga es Como prova desse burburinho registram se epis
99. Diogo Varadouro 94 Aristides Lobo Antigo Largo do Tesouro Varadouro O Ouro Branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 164 165 95 Santos Dumont Antigo Largo do Zumbi Varadouro 96 Arruda Camara Antigo Largo da Vira o Tambia Ladeira do Rosario Varadouro Ladeira de 5 Pedro Gon alves Varadouro Travessa do Liceu N S das Neves Travessa de Sao Francisco Tambia Travessa Barao da Passagem Antiga Travessa da Vira o Varadouro Travessa 7 de Setembro Antigo Beco de Jo o Carlos Tambi Travessa do Tambi Antigo Beco do Pau d Arco Varadouro Travessa de S Pedro Gon alves Antigo Beco de S Pedro Gon alves Varadouro Beco do Londres Antigo Beco das Cacimbas Varadouro Largo de S o Francisco Tambi Largo de S o Pedro Gon alves Varadouro 0n O am O lt O 0n O 2 O O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924
100. Hospital Oswaldo Cruz do Asilo para Alienados entre outras que se instalaram nos arredores do n cleo urbano Solon de Lucena salientava que n o demais insistir em nossa honra e em homenagem s nossas virtudes de povo trabalhador que tudo isto realizamos sem empr stimos externos sem immigra o sem um systema regular ou sequer mediano de via o p blica e de transportes sem o adminiculo de capitaes estrangeiros Mensagem 1923 23 24 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 194 Inclusive as obras do Saneamento da amplia o da rede de abastecimento d gua com sua in meras obras complementares que a princ pio seriam custeadas atrav s de empr stim interno na pra a do Rio de Janeiro foram pagas aos poucos pelo Estado diante do fracasso de suas negocia es na capital da Rep blica Por esse motivo certamente aconteceu um atraso na conclus o das obras prevista para o in cio de 1925 e acontecida apenas dois anos mais tarde em 1927 A execu o do projeto elaborado pelo engenheiro Saturnino de Brito sob a dire o de Baeta Neves pela primeira vez contemplava uma reforma urbana sob uma perspectiva globalizada e para tanto se procedeu a elabora o de uma planta atualizada da cidade Essa perspectiva englobava o tratamento das vias atrav s de cal amento arboriza o distribui o de coletores de guas pluviais esgotos e
101. Kaline Abrantes Guedes O ouro branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da Cidade da Parahyba 1850 1924 Disserta o apresentada ao Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em cumprimento s exig ncias deste para a obten o do t tulo de Mestre em Arquitetura e Urbanismo Orientador Dr Rubenilson Braz o Teixeira Natal 2006 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Kaline Abrantes Guedes O ouro branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da Cidade da Parahyba 1850 1924 Disserta o aprovada em Banca Examinadora Prof Dr Rubenilson Braz o Teixeira Orientador UFRN Prof Dr Nelci Tinem Examinadora UFRN Prof Dr Fernando Diniz Moreira Examinador UFPE O Ouro Branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Agradecimentos A Deus meu nico e fiel Senhor Aos meus pais Joel e F tima maiores incentivadores da minha vida Aos meus irm os Wagner e Joelma pela preocupa o e incentivo Ao professor Rubenilson Braz o Teixeira meu orientador por toda dedica o disponibilidade paci ncia e incentivo Ao meu esposo Andr Luiz pela compreens o Aos amigos Marise Correia Ana Laura Rosas Larissa Christinne Jairson Carmo
102. M CONTOS DE R IS DO ESTADO DA PARAHYBA ENTRE OS ANOS DE 1891 E 1920 POR LUSTRO E COM PERCENTAGENS SOBRE O LUSTRO ANTERIOR ANOS RECEITA ARRECADADA PERCENTAGEM DAS RENDAS DE CADA LUSTRO SOBRE AS DO LUSTRO ANTERIOR 1891 a 1895 4 492 447 532 1896 a 1900 6 481 034 762 Mais 46 1901 a 1905 8 998 172 496 Mais 38 1906 a 1910 10 374 640 957 Mais 16 1911 1915 17 225 255 661 Mais 66 1916 1920 29 017 324 808 Mais 59 No computo acima nao foi levado em conta os prejuizos em vidas e bens ocasionados pelas secas de 1898 1904 1915 e 1919 nem incluidos os anos de 1921 1922 assinalados no Estado pela maior intensifica o das obras federais do Nordeste Foram inscritos apenas valores realizados dados positivos de rendas arrecadadas Fonte MENSAGEM APRESENTADA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA PELO DR SOLON BARBOSA DE LUCENA PRESIDENTE DO ESTADO Parahyba do Norte Imprensa Official 1923 23 Levando em conta os altos valores de cota o do algod o no mercado externo muitos produtores viram se estimulados a aumentar a produ o e v rios dos que se ocupavam com outra cultura resolveram aderir ao plantio do algod o fosse ele da variedade moc herb cea arb rea quebradinho inteiro verd o ou de outras esp cies que se adaptaram na regi o Em cada zona do estado aplicava se a variedade que melhor se adaptasse s condi es clim ticas e de solo Dian
103. NTE REVISTA ERA NOVA 01 jul 1921 Revista ERA NOVA 15 ago 1921 respectivamente reconstru o da antiga resid ncia presidencial e da ponte sobre o rio Sanhau o alargamento da avenida Cruz das Almas atual Cruz das Armas a manuten o e recupera o das m quinas e dos po os do servi o de abastecimento d gua e a demoli o de seis casas da rua Maciel Pinheiro para a constru o de uma pra a atual Antenor Navarro a ser embellezada pelo futuro edif cio da Associa o Commercial foram estas al m de outras pequenas reformas para manuten o e conserva o dos Pr prios Estaduais as mais importantes realizadas no ano de 1917 Mensagem 1917 13 14 ver PLANTA 04 p 125 No exerc cio seguinte em 1918 aproveitando os super vits do or amento do Estado iniciou se a constru o da Escola Normal ver FIGURA 54 690 000 000 e dos grupos escolares Epit cio Pessoa 51 011 015 e Ant nio Pessoa ver FIGURA 49 estando o primeiro localizado no bairro de Tambi segundo projeto do arquiteto Paula Machado a constru o do pavilh o para o Grupo Escolar Modelo anexo Escola Normal at junho de 1918 15 000 000 a reforma e amplia o do edif cio da Imprensa Oficial ver FIGURA 53 60 O edif cio que se est acabando de construir na Pra a Comendador Felizardo desta Capital abrangendo uma superf cie de oitocentos e noventa e dois metros quadrados comp e se de dois pavimentos sup
104. OVA 15 abr 1921 oficial do Imp rio o Ecletismo tomou impulso na Primeira Rep blica Como os recursos materiais e a m o de obra local n o eram suficientemente qualificados para atender a constru o desses exemplares profissionais equipamentos e materiais construtivos foram trazidos de outras regi es do pa s ou mesmo do exterior Enfim diante dessa descri o percebe se que a capital da Parahyba passava por um processo bem mais intenso de remodela o urbana Grande parte da cidade convertera se em um canteiro de obras onde seus pr dios e espa os p blicos al m das resid ncias estabelecimentos de com rcio e servi os particulares eram transformados para atender aos novos costumes de uma sociedade que tamb m se modernizava e ampliava suas exig ncias por espa os e cen rios adaptados ao gosto em voga trazido por diversos e crescentes meios de comunica o como a imprensa escrita jornais revistas folhetins etc o tel grafo as rodovias as ferrovias e inclusive por viajantes t cnicos e profissionais de outras regi es que vinham cidade da Parahyba aplicar seus v rios conhecimentos na sua remodela o O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 PLANTA 04 Planta da Cidade da Parahyba 1923 editada Kaline Abrantes Guedes 2006 a partir da planta elaborada na administra o municipal de Guedes Pereira pelo engenheiro Otto Ku
105. PRESIDENTES DA UNIAO NO PERIODO CORRESPONDIDO PELA PRIMEIRA REPUBLICA 1889 1930 TABELA 02 QUANTITATIVO DA ILUMINA O P BLICA E PARTICULAR NA CIDADE DA 82 PARAHYBA NOS ANOS DE 1913 1917 E 1921 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Sumario Agradecimentos Resumo Abstract Lista de Siglas Lista de Figuras Lista de Mapas e Plantas Lista de Quadros e Tabelas INTRODU O 14 PARTE AS CONDI ES DE PARTIDA 1850 1924 27 Capitulo economia algodoeira na Parahyba do Norte 28 1 1 Fatos e etapas da evolu o da economia algodoeira 28 1 2 O desenvolvimento da economia algodoeira 1850 1914 30 1 3 A amplia o da economia algodoeira 1915 1924 42 Cap tulo Il O algod o e as vias de comunica o 53 2 1 Ferrovias 54 2 2 Rodovias 60 2 3 Portos 63 Cap tulo Ill A sociedade parahybana e a modernidade 67 3 1 Em busca da modernidade 1850 1914 67 3 2 modernidade em meio sociedade parahybana 1915 1924 76 PARTE Il IND CIOS DE MODERNIZA O URBANA 1850 1924 85 Cap tulo IV As primeiras remodela es urbanas 1850 1914 86 4 1 sistema de abastecimento d gua 101 4 2 Os bondes 109 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 4 3 Aeletricidade 112 4 4 A influ ncia da economia algodoeira nesse inicio de moderniza o 115 Capitulo V A Cidade da Parahyba re
106. SORIANO 2001 Dentre as ruas e avenidas abertas em bairros antigos ou novos na capital tamb m em 1923 podem ser citadas a rua Saturnino de Brito localizada na encosta das Trincheiras no bairro de mesmo nome as ruas Tabajaras Pedro e Almirante Barroso para al m da Lagoa no sentido leste no antigo bairro do Montepio iniciando o processo de ocupa o dessa rea abriu se a rua Caturit desfez se a viela que dava entrada para Tambi retirando se casas das esquinas da rua Direita e Visconde de Pelotas e do meio da pra a do Carmo delineando o in cio da rua Walfredo Leal MARIZ 1939 131 construiu se a rua Guedes Pereira no local onde se situava a ladeira do Ros rio tendo por continua o a antiga rua do Fogo descendo at o Quartel de Pol cia ver PLANTA 07 p 142 in meras outras ruas passaram por semelhante processo de remodela o quando correram por seu subterr neo os t neis do O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 139 saneamento e do abastecimento d gua por sua superf cie o cal amento os postes par ilumina o p blica e para a passagem dos bondes urbanos Esse surto de realiza es ocorrido na capital da Parahyba do Norte entre 1916 e 1924 n o foi verificado com tanta intensidade em momento anterior A especificidade e a dimens o desse recorte da hist ria urbana local levantou o prop sito de se conhecer as
107. XVIII pouco se sobressaiu no cen rio nacional Ocupado com o objetivo inicial de defesa do territ rio o n cleo urbano da capital serviu de palco at meados do s culo XIX para o exerc cio das fun es administrativas comerciais e religiosas do Estado Apesar de j possuir o t tulo de cidade desde sua funda o pode se afirmar que a capital Parahyba do Norte permaneceu at o referido per odo com o aspecto de uma vila pouco desenvolvida urbanisticamente e em cuja arquitetura destacava se quase que unicamente os monumentos religiosos em meio a algumas poucas resid ncias Em seus arredores existiam grandes reas ocupadas com o cultivo da cana de a car A situa o intensa de crise enfrentada pela prov ncia da Parahyba durante praticamente todo o per odo Imperial atingia comerciantes j bastante prejudicados pela depend ncia do com rcio da Parahyba em favor do de Pernambuco e pela aus ncia de uma linha regular de navios transoce nicos que fizesse interc mbio direto com os mercados europeus Tal situa o era ainda agravada pela falta de capitais pois n o existia na cidade nenhum banco ou caixa 48 segunda metade s culo XVIII estado Parahyba era fracamente povoado com uma estimada entre 30 50 mil habitantes Distribuida de forma irregular popula o concentrava se no litoral principalmente na rea sob jurisdi o direta da capital onde residia aproximadamente 1 3
108. a a Dom Adauto a Pra a do Coronel Luiz Ign rio o Largo do Er rio atual pra a Rio Branco o P tio das Merc s atual pra a 1817 FIGURAS 32 e 33 Vista do Pal cio do Governo na rua Direita atual Duque de Caxias no ano de 1890 Vista geral da pra a M e dos Homens atual pra a Pedro Am rico no ano de 1903 FONTE VIDAL 2004 14 o Largo da Mangueira o P tio da Ant nio Pessoa e o Largo da Matriz Na Cidade Baixa ou Varadouro situava se a Pra a Pedro Il o Largo da Gameleira o P tio de S o Frei Pedro Gon alves o Largo da Vira o o Campo do Conselheiro Diogo ver FIGURA 31 e 32 atual pra a Pedro Am rico o Largo da Cadeia Nova o P tio do Quartel de Pol cia atual Aristides Lobo o Largo do Sobradinho e o Largo do Sanhau Atrav s dessa descri o e das fotos at ent o apresentadas do espa o f sico da capital pode se perceber que em 1889 a cidade da Parahyba n o se inseria dentre as mais importantes e expressivas cidades brasileiras Seus edif cios particulares eram em sua grande maioria modestos e sem rigor arquitet nico suas ruas eram geralmente estreitas sem cal amento passeio arboriza o e asseio seus espa os p blicos em geral ainda n o dispunham de tratamento adequado sua utiliza o sua popula o era relativamente pequena o n cleo urbano condensava se nos quatro bairros citados Varadouro Tambi Nossa Senhora das Neves e Trincheiras e em seu entorno di
109. a da do produto pela alf ndega Contudo o ainda frequente desvio dos g neros produzidos no Estado pelas barreiras em especial o algod o em detrimento da pra a da capital e da economia parahybana continuava a ser uma preocupa o da administra o local que assumia o car ter meramente paliativo das provid ncias tomadas at ent o ao mesmo tempo em que justificava as in meras dificuldades de solucion lo radicalmente por raz es j colocadas Diante desse fato apelava se Uni o ao Estado aos Munic pios aos produtores e s casas comercializadoras de algod o a compreens o e o aux lio na solu o do problema que tanto defasava as arrecada es parahybanas Para minorar tais preju zos investia se na intensifica o da cultura na sele o de sementes por variedade e zonas de cultivo e na classifica o comercial do produto a fim de com essas medidas conquistar novos mercados e concorrer com as requisitadas variedades do Egito e da Am rica do Norte Solon de Lucena assim ratificava em 1922 O algod o continua ser e ser por muitos annos o principal elemento b sico de nossa fortuna p blica a fonte principal da riqueza privada e o producto para o qual nos devemos voltar com todo o senso commercial de que somos capazes grifo nosso para promover lhe o desenvolvimento que nossas terras comportam e por uma rigorosa classifica o de typos eleval o no conceito dos consumidores americanos e eu
110. a capital Tamanha turbul ncia econ mica e social justificou a divis o do trabalho em dois per odos distintos de 1850 a 1914 e de 1915 a 1924 Neste ltimo recorte temporal tendo novamente como meio a produ o algodoeira quando esta retomou o ritmo de suas exporta es a cidade da Parahyba teve sua rotina outra vez acelerada e grandes foram as interven es impostas sobre seu espa o f sico fato que se observar nos cap tulos seguintes deste trabalho O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 118 Capitulo V A Cidade da Parahyba remodelada 1915 1924 Foi especialmente durante as tr s primeiras d cadas do s culo XX que as principais cidades brasileiras transformaram se radicalmente O urbano central incluindo suas principais vias pra as passeios teve de adequar se para atender passagem perman ncia agora constantes da eletricidade dos autom veis bondes pedestres etc a arquitetura dos edif cios p blicos e particulares tamb m sofreu modifica es para atender aos novos anseios da elite a sociedade e sua vida cultural se modificavam agora amparadas nos ideais progressistas republicanos e modernistas divulgados pelas comunica es escritas e faladas jornais boletins almanaques revistas r dio e tel grafos A cidade da Parahyba tamb m passou por uma consider vel remodela o urbana e alguns f
111. a delimita o temporal dentro do per odo compreendido pel Primeira Rep blica optou se por utilizar a denomina o da poca O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Abstract The present research deals with the modernization process of the Cidade da Parahyba between 1850 and 1924 and its relation with the cotton economy which represented the main source of wealth accumulation for both the private and the public sectors throughout the First Republic This study on urban history was developed by focusing on the understanding of the city s spatial formation and despite its emphasis on the economic aspects involved other factors that also contribute to the development of the social life were not put aside The modernization process of the Cidade da Parahyba was also analyzed during the period established for the study according to a chronological and thematic approach that established comparisons with the financial situation of the State whenever this was necessary with special attention to the contribution of the cotton economy to the State s revenues It was possible to detect a lack of financial help and loans from the federal and municipal administrations for finishing several public works already underway in the capital since the federal funds allocated to the State of Parahyba do Norte were rather employed in emergency works against droughts and in agri
112. a maioria das culturas espalhadas por toda a extens o do estado ainda era comum a falta de sele o de fibras e sementes o descuido na colheita que era feita sem m todo e t cnicas apropriadas e no descaro amento que era realizado em m quinas de serras antigas e descuidadas enfim esses eram fatores que depreciavam o produto parahybano j reconhecido como um dos melhores do mundo e o nico que podia gerar concorr ncia ao algod o egypcio e avantajar se aos melhores americanos Mensagem 1922 33 34 QUADRO 08 PARTICIPA O DE V RIOS PORTOS BRASILEIROS NA EXPORTA O DE ALGOD O EM PLUMA EM TONELADAS TOTAL DE CADA PERIODO 5 1910 1919 1920 1929 TONELADAS NE BR EST NE TONELADAS NE BR EST NE Recife 57925 42 1 50 1 52954 19 8 28 1 Parahyba 26646 19 4 23 0 56601 21 2 30 0 R G do Norte 16944 12 3 14 7 29194 10 9 15 5 Ceara 14086 10 2 12 2 49849 18 7 26 4 Nordeste 115601 84 1 100 0 188598 70 7 100 0 Santos 6087 4 4 53239 19 9 Outros 15735 11 4 25031 9 4 Brasil 137425 100 0 266861 100 0 Fonte CLEMENTINO Maria do Livramento M Complexidade de uma urbaniza o perif rica S o Paulo 1999 Tese de Doutorado Instituto de Economia Universidade Estadual de Campinas p 52 Atestando a preocupa o do governador Solon de Lucena importante ressaltar o avan o da exporta o pelo porto de Santos entre os dois in
113. a n o beneficiaram a camada mais pobre de sua popula o que foi impelida a deslocar se para bairros perif ricos dando lugar elite urbana para instala o de seus casar es e palacetes nas reas urbanas centrais rec m tratadas e modernizadas Os bairros de Trincheiras Tambi e Varadouro que antes concentravam parcelas de diversos estratos sociais agora se reservavam camada mais abastada da sociedade parahybana Os menos providos financeiramente tiveram de ocupar bairros mais perif ricos como Jaguaribe Cruz das Armas Roger entre outros O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 117 Conforme mencionado no CAPITULO como consegi ncia direta da deflagra o Guerra Mundial Parahyba teve seus estoques encostados Nesse mesmo ano do algodao sofreu uma queda de cerca de 3 000 passando a valer 7 000 a arroba Ainda assim e apesar da seca ocorrida no ano seguinte as arrecada es do Estado foram de 3 560 3 666 5 em 1914 1915 respectivamente MARIZ 1939 51 53 Sobre esses acontecimentos vice presidente em exerc cio Ant nio Pessoa relata que o abundante e prolongado inverno do anno passado muito prejudic ra as culturas e reduzira as colheitas Tudo fazia prever a escassez dos viveres em consequ ncia desses factos anormaes Accrescia que irrup o da guerra europ a tolhendo as communica
114. a na Para ba um estudo de caso da oligarquia de base familiar Rio de Janeiro Record 1993 p 92 Em 1912 em virtude da boa produ o nordestina e da qualidade das fibras produzidas no estado a Parahyba do Norte dentre outros produtores da regi o recebeu a visita do representante da International Cotton Federarion o ingl s Arno Pearse que percorreu o estado avaliando a qualidade e condi es da cultura firmando compromissos e estabelecendo negocia es com os produtores e beneficiadores do algod o Todavia durante praticamente todo o per odo da Rep blica Velha dois aspectos mostraram se negativos ao desenvolvimento material da Parahyba do Norte e de sua economia a saber 18 Ao deixar o governo em 1908 p de ele Walfredo Leal jactar se de que o Tesouro nada devia e tinha em caixa cerca de duzentos cinquenta contos de r is Nas duas d cadas da domina o alvarista a Paraiba nunca levantou um empr stimo Hoje isso n o seria t tulo de gl ria mas naquele tempo era um atestado de austeridade certamente um dos tra os distintivos da pol tica paraibana na primeira Rep blica TRIGUEIRO 1982 36 19 H relatos de que Arno Pearse tenha ido at o munic pio de Pombal onde na ocasi o examinou fibras de Moc de 42 cent metros Retornou Inglaterra com excelente perspectiva das terras da qualidade e do futuro do algoda paraibano MARIZ 1939 57 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderni
115. ado e esse fator propiciava a evas o do algod o e demais produtos do estado para os estados vizinhos em geral melhor servidos por um sistema mais longo de linhas ferrovi rias GALLIZA 1993 113 Essa evas o por barreiras era tema corriqueiro nos discursos pronunciados por Epit cio Pessoa em defesa da economia parahybana A nossa exporta o e a nossa importa o t m passagem obrigat ria pelo porto do Recife Nas estradas de ferro que unem o interior da Para ba Capital pernambucana encontra esse estado de coisas as maiores facilidades Ora para nos libertarmos dessa tutela a primeira condi o evidentemente termos a nossa Capital ligada por navega o direta aos outros pontos do pa s e do estrangeiro de modo que as mercadorias que exportamos ou recebemos n o estejam sujeitas a nus superiores aos das que saem pelo porto do Recife PESSOA apud LEWIN 1993 82 Analisando as mensagens e os discursos proferidos pelos administradores estaduais e por outros representantes da Parahyba junto Uni o nesses primeiros anos de Rep blica percebe se facilmente a inten o do governo local de permitir um melhor escoamento de seus g neros agr colas e industriais pelos portos do estado Todavia observa se que por raz es de interesse de outros estados sobre nossas riquezas e certamente por estarem mais bem representados junto ao governo federal os tra ados da rede ferrovi ria estabelecidos sobre o territ rio parahyba
116. ado mediano de salubridade E a maior aspira o do meu governo e a obra que considero inadi vel maogrado a situa o prec ria das finan as do Estado Mensagem 1921 30 A concretiza o desse anseio parecia estar mais pr xima do que se imaginava Os peri dicos locais anunciavam com perspectivas esperan osas a sua realiza o j n o mais se limitando a declarar sua import ncia para a qualidade de vida da cidade e de seus habitantes mas prevendo sua realiza o em breves dias Por exemplo no BOLETIM INFORMATIVO DA 62 Esse n mero pode ser considerado insignificante diante dos 200 000 habitantes que possu a a cidade de Recife nos anos de 1920 ou mesmo dos 500 000 habitantes da cidade do Rio de Janeiro em 1890 Ainda assim com seu porte de cidade pequena a cidade da Parahyba apresentou crescimento significativo e adicionou v rios s mbolos d modernidade ao seu cotidiano ARANHA 2003 85 87 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 130 PARAHYBA DO NORTE de 1921 declarava se que Solon de Lucena pretendia reformar ainda no ano de 1921 os servi os sanit rios da cidade da Parahyba de modo corresponde s necessidades cada vez maiores e aos incontest veis progressos da metr pole parahybana Ainda segundo o boletim tanto a amplia o do sistema d gua como a instala o da rede de esgotos planejadas por Saturnino de Brito estavam p
117. ahyba seu estado natal N o precisando destinar grandes aplica es nas obras no interior do Estado alguns administradores estaduais declaradamente prestigiaram a capital que se tornou alvo de in meros remodelamentos segundo os conceitos modernos de ent o As administra es de Camillo de Hollanda 1916 1920 e de Solon de Lucena 1920 1924 ambos com forma o em medicina foram relevantes nesse aspecto e trouxeram benef cios ao ambiente urbano da Cidade da Parahyba que definitivamente abandonava a paisagem colonial que a configurava at a metade da d cada de 1910 O primeiro administrador investiu maci amente na cria o de cen rios urbanos modernizados ou seja cuidou do embelezamento da cidade atrav s do tratamento de v rias pra as e edif cios p blicos Os cen rios criados modificaram a paisagem da capital sem todavia modificar radicalmente seu tecido urbano Na administra o de Solon de Lucena principalmente por causa da execu o do Projeto de Saneamento elaborado por Saturnino de Brito as obras na capital assumiram uma dimens o mais ampla Apesar do projeto preservar boa parcela do tra ado urbano existente em alguns casos foram inevit veis as demoli es para o alargamento e ou alinhamento de vias e para a abertura de novos espa os p blicos como foi o caso das pra as Vidal de Negreiros Antonio Pessoa e 1817 que implicaram no arrasamento de igrejas hist ricas e de outras edifica es Esse processo
118. alisando amostras de algod o na pra a da 38 Parahyba em 1921 FIGURA 13 Imagem do Atracadouro do Sanhau tamb m conhecido como Porto 62 do Capim em 1920 FIGURA 14 Capa ilustrada da Revista Parahybana Era Nova uma publica o 69 quinzenal que circulou entre os anos de 1921 e 1924 no Estado FIGURA 15 Capa ilustrada da Revista Era Nova uma publica o 69 quinzenal que circulou entre os anos de 1921 e 1924 no Estado FIGURA 16 Senhoritas frequentando o Jardim P blico da cidade da Parahyba 72 espa o tamb m conhecido por Pra a Comendador Felizardo Leite atual Pra a Jo o Pessoa FIGURA 17 Senhoritas frequentando o Jardim P blico da cidade da Parahyba 72 espa o tamb m conhecido por Pra a Comendador Felizardo Leite atual Pra a Jo o Pessoa FIGURA 18 Encarte do jornal local Uni o com a programa o do Cinema Rio 77 Branco para dia 9 de fevereiro de 1918 FIGURA 19 Encarte do jornal local A Uni o com divulga o de grande temporada 77 da artista Fatima Miris no Teatro Santa Rosa FIGURA 20 Imagem do Hippodromo Parahybano tamb m conhecido como Park 78 Gama Lobo que se localizava no bairro de Jaguaribe FIGURA 21 Imagem do team do Palmeiras Sport Club da Parahyba campe o 78 cidade em 1921 FIGURA 22 Charge retratando Como se espera nesta cidade um bonde da 83 ELES FIGURA 23 Foz do rio Para ba s tio da cidade e Fortaleza de Santa Catarina
119. ando se ao aux lio aos flagelados das secas e a constru o de algumas ferrovias pelo territ rio nordestino No que tange ao socorro aos citados flagelados essas verbas s apareciam em per odos de calamidade por ocorr ncia das secas que assolavam os sert es e agrestes nordestinos e promoviam a migra o de sua popula o em O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 115 busca de melhores condi es de sobreviv ncia nas capitais onde amontoavam em p ssimas condi es de higiene e conforto Quanto execu o das linhas ferrovi rias no estado da Parahyba do Norte pode se afirma que foram utilizados essencialmente recursos de origem federal Como visto no CAP TULO II a inten o primordial dos administradores p blicos e comerciantes parahybanos era escoar atrav s dessas linhas f rreas a produ o do brejo agreste e sert o pelos portos da Capital e de Cabedelo Todavia em v rios momentos essa possibilidade foi frustrada quando se estabeleceram liga es diretas das regi es produtoras de algod o com os estados vizinhos refor ando a depend ncia econ mica e o escoamento dos produtos parahybanos por portos alheios Apesar de ora beneficiar ora desmantelar o esquema de arrecada es do estado pode se afirmar que no tra ado geral das linhas f rreas pelo territ rio estadual o algod o exerceu papel determinante levantando inclusive grande in
120. ante governo de Alvar Machado 1892 1896 a implanta o do seu primeiro sistema de bondes puxados por burros sob a responsabilidade da Companhia Ferro Carril Parahyba Coube iniciativa privada su idealiza o Ainda assim s quando o Estado tornou se o maior acionista da empresa foi qu ela passou a funcionar congregando interesses de v rios comerciantes da capital e de sua popula o Para uma melhor efici ncia dos servi os de transporte em agosto de 1902 ao som da banda de m sica da Escola de Aprendizes Marinheiros foi inaugurado com festa o trecho de prolongamento da linha das Trincheiras poucos anos ap s tendo em vista a pouca efici ncia da linha da Rua da Areia o ent o gerente da companhia mandou arrancar os trilhos dali e construiu um desvio em frente Igreja da M e dos Homens o que muito melhorou o percurso do Tambi tornando desnecess ria a espera dos bondes circulares na curva em frente ao Convento do Carmo em agosto de 1905 a capital teve sua topografia alterada quando o governo com o auxilio da prefeitura rebaixou a Ladeira do Ros rio e a Rua da Baixa facilitando a subida dos bondes cheios e puxados por apenas quatro burros o que anteriormente n o se dava sendo necess rio tr s parelhas de burros para os mesmos dezesseis passageiros ANDRADE 1987 27 RODRIGUEZ 1994 184 Entretanto apesar de tantos melhoramentos parece que a Companhia Ferro Carril Parahyba desde o seu inicio
121. ar que a cidade da Parahyba cresceu de modo ainda t mido No entanto estabelecendo essa compara o com os FIGURAS 34 35 e 36 Vista da antiga rua da Cadeia atual Visconde de Pelotas no ano de 1910 Vista geral da Rua Nova atual General Os rio no ano de 1914 Detalhe para a Catedral ao fundo para os largos passeios com arboriza o ainda ausente e para os postes de ilumina o centralizados na rua e vista da antiga rua Bar o da Passagem tamb m conhecida como rua da Areia no ano de 1914 respectivamente FONTE RODRIGUEZ 1972 seus s culos anteriores esse crescimento torna se bastante relevante O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 ano de 1907 em artigo do Almanaque do Estado as ruas da cidade da Parahyba ja descritas como largas arejadas em sua maioria cal adas E que para sua conserva o Prefeitura Municipal mantinha de um servi o regular de limpeza Quanto s edifica es eram descritas como s lidas com c modos confort veis sem contudo obedecer s regra arquitet nicas ALMANAK 1907 41 Essas informa es de car ter propagandista entanto n o correspondiam totalmente realidade Sendo o almanaque uma publica o de divulga o do Estado comumente pecava em alguns exageros Infelizmente at esse ano muitas das ruas da cidade da Parahyba ainda n o contavam com cal amento o servi
122. arahyba 1850 1924 sacos para Pernambuco 2 400 sacos para Bahia 400 sacos REVISTA DO IHGP 1907 186 inicio da d cada de 1910 do Estado apresentou uma alta significativa que contribuiu para que este se libertasse da divida que carregava ha muitos anos E 0 que pode ser observado no discurso de Celso MARIZ 1939 48 quando afirma que as rendas do Estado ainda em 1906 eram de 1 659 contos 1 890 em 1909 Em 1910 que se registra um pequeno pulo para 2 749 contos Quando esteve a frente do governo estadual Walfredo 1905 1908 se empenhou para saldar suas d vidas que se acumulavam desde o Imp rio S a partir de ent o p de se observar uma maior atua o da elite urbana sobre o espa o da cidade impondo relevantes interven es que alteraram sua paisagem QUADRO 03 PRODU O PARAHYBANA DE ALGODAO POR ZONA GEOGR FICA EM ANOS SELECIONADOS 1911 1921 REGI O 1911 1912 1913 1916 1921 Costa 1 757 000 1 242 000 1 290 000 1 318 000 224 000 Caatinga Agreste 5 232 000 6 484 000 4 710 000 8 670 000 2 983 000 Brejo 885 000 713 000 203 000 1 062 000 330 000 Cariri Sert o 5 676 000 7 537 000 4 361 000 6 630 000 4 198 000 Alto Sert o 6 161 000 7 317 000 5 649 000 11 050 000 14 902 000 N o Identificado 6 062 000 6 523 000 4 501 000 Zs TOTAL 25 773 000 29 816 000 20 714 000 28 730 000 22 637 000 Fonte LEWIN Linda Pol tica e Parentel
123. arahyba mostram que em 1913 com a sa da de 8 953 toneladas atingiu se um valor oficial 6 820 930 000 Em 1919 com a alta dos pre os a exporta o foi de 8 227 toneladas e esta atingiu o valor total de 18 740 000 000 Apesar da produ o em toneladas ter sido menor em 1919 outr ano de grande seca na regi o pode se observar a valoriza o que este alcan ou no mercado internacional quando a cifra arrecadada sobre uma quantidade menor de algod o quase triplicou MARIZ 1939 52 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 44 incentivando intensifica o melhoramento da produ o local o que confirmado na palavras de Solon de Lucena no ano de 1922 N o esque amos de que o algod o produzido no Estado mesmo no annos em que os pre os foram mais remuneradores nunca excedeu cifra de 18 296 080 kilos quando certo que S o Paulo com um clima impr prio e uma cultura de hontem somente de algod o em rama exportou no anno financeiro que se encerrou em 14 de julho de 1922 5 002 813 kilos de algod o de sua lavra no valor total de 10 991 321 n o levando em linha de conta o que consumiram suas f bricas cuja exporta o nesse anno se elevou a 12 060 337 kilos de tecido de algod o Conv m pois alargar a nossa produc o algodoeira e n o perder de vista que possu mos com o vizinho Estado do Norte melhor zona de alg
124. as ALMANAK ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANN DE 1908 106 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 102 parte da Cidade Alta foi contemplada 0 servi o de abastecimento que no dia oito de abril de 1911 teve a chamin da casa de m quinas inaugurada com festa O in cio das obras para o abastecimento da capital aconteceu em junho de 1909 e seguiu as diretrizes do projeto de Miguel Raposo Os recursos iniciais aplicados na limpeza FIGURA 39 em Acrilico sobre tela de men 4 ia do Jaguaribe Rodrigues Lima retratando fornecimento de gua escoamento das guas da bacia 9 na Rua da Vira o atual Gama e Melo em 1910 foram do pr prio Estado Seguiu se ent o a Detalhe para os aguadeiros com ton is no lombo de ua burros fazendo a venda d gua constru o do primeiro po o ainda existente S rie Parahyba Ontem e Hoje na Mata do Buraquinho cujas despesas somaram o valor de 5 303 820 Amostras da gua desse primeiro po o foram separadas e enviadas para testes laboratoriais no Rio de Janeiro e em S o Paulo Os resultados atestaram que a gua era de boa qualidade para o consumo humano o que foi celebrado dando se continuidade obra RODRIGUEZ 1994 120 Em janeiro de 1910 tiveram in cio os servi os de limpeza da bacia do Buraquinho e de abertura das
125. as em seu relat rio apresentado ao governo parahybano em 1924 Queixava se das ruas retas e ortogonais abertas nas reas de expans o em discrep ncia com o tra ado proposto no projeto de sua autoria quando de sua primeira visita ao Estado em 1913 Segundo o pr prio engenheiro as ruas e avenidas abertas prejudicavam o natural escoamento dos esgotos e guas pluviais obrigando a equipe a realizar modifica es onerosas sobre o plano anterior N o tendo sido localizadas as plantas originais do referido projeto de 1913 a equipe de Saturnino de Brito teve que elaborar plantas atualizadas para o Saneamento e a amplia o do Sistema de Abastecimento d gua ver PLANTAS 05 e 06 Tiveram de ser refeitos todos os perfis de loca o dos coletores de esgotos e dos demais equipamentos necess rios ao funcionamento da rede Na mensagem apresentada pelo presidente em 1923 constava a informa o de que estavam totalmente locados todos os collectores de exgottos do 1 e 2 63 Como dito uma das primeiras provid ncias tomadas pelo presidente Solon de Lucena diante da brevidade do servi o de esgotos capital foi proceder ao levantamento de uma planta atualizada da cidade da Parahyba com suas respectivas linhas topogr ficas Cometeu a superintend ncia administrativa desse servi o ao sr Dr Walfredo Guedes Pereira activo prefeito do munic pio Mensagem 1922 40 42 Nesse mesmo ano foi comissionado o engenheiro militar sr cel
126. aten o especial nessa pesquisa trata se de quantitativos de infra estrutura que indicam a amplia o do espa o urbano da popula o e de suas necessidades Por exemplo at junho de 1913 havia um total de 511 instala es d gua e 10 chafarizes distribu dos pelos seguintes logradouros Palmeira Independ ncia Mercez do Mercado S o O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 81 Francisco Mae dos Homens Thesouro Portinho Cadeia e Vira o ALMANACH DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANO DE 1914 175 Cinco anos mais tarde em junho de 1918 j existiam na capital 1102 instala es d gua sendo 1052 em edifica es particulares e 43 em reparti es p blicas incluindo pr prios do Estado e do Munic pio jardins e institui e pias e religiosas Mensagem 1918 37 TABELA 02 QUANTITATIVO DA ILUMINA O P BLICA E PARTICULAR NA CIDADE DA PARAHYBA NOS ANOS DE 1913 1917 E 1921 1913 1917 1921 L mpadas de 16 velas 11 Lampadas 32 velas 454 454 614 Lampadas 50 velas 146 146 199 L mpadas de 100 velas 5 50 2 Lampadas de 200 velas 22 12 5 Lampadas de 300 velas 2 Lampadas de 400 velas Ee E 48 L mpadas de 600 velas 12 TOTAL 600 627 948 A Taxa Fixa 628 512 800 15 6 5 Com Medidor 243 327 600 5 TOTAL 871 839 140
127. atores foram determinantes para que isso acontecesse o primeiro foi a ascens o de Epit cio Pessoa presid ncia da Rep blica um parahybano que muito fez pela regi o nordeste e principalmente por seu estado natal atrav s dos projetos elaborados pela IFOCS o segundo foi a determina o de alguns dos administradores estaduais e municipais que muito fizeram pela capital da Parahyba o terceiro e o mais importante foi a alta do algod o principal g nero produzido no Estado no mercado internacional em virtude da escassez de fibras por ocorr ncia da Primeira Guerra Mundial Quando a Parahyba do Norte teve suas arrecada es ampliadas principalmente pela economia algodoeira boa parcela de sua popula o p de agregar ao seu cotidiano in meros s mbolos e costumes modernos Outros fatores como os ideol gicos sociais culturais etc somados queles produziram uma nova fei o cidade da Parahyba distinguindo a da dos s culos precedentes Como defendido pela historiografia local o processo de moderniza o da cidade da Parahyba teve in cio na administra o de Jo o Machado 1908 1912 sendo dinamizado em escala e velocidade a partir do governo de Camillo de Hollanda 1916 1920 pai do radio brasileiro foi Edgard Roquete Pinto Ele Henry fundaram 20 de abril 1923 primeira esta o de r dio brasileira R dio Sociedade do Rio de Janeiro Foi ai que surgiu o conceito de radi so
128. atureza pois apesar da redu o verificada nos n veis de exporta o de algod o e de outros g neros produzidos e exportados pelo Estado e consequentemente de sua receita n o se reduziram as despesas obriga es e compromissos estabelecidos pelas administra es de Solon de Lucena e de seu antecessor Mensagem 1921 52 Desde ent o verificou se uma constante e percept vel preocupa o do presidente quanto s dificuldades que teve de enfrentar nesse primeiro ano de seu governo Tra ando um panorama das receitas do Estado Solon de Lucena afirmava que de 1 876 501 625 r is arrecadados em 1908 atingiu 3 560 267 241 r is ano de 1914 subiu 3 666 380 421 r is em 1915 para culminar no ano de 1917 em 6 973 162 102 r is e baixar em 1919 a 5 221 020 544 r is rendendo no quadri nio de 1916 a 1920 per odo administrativo de Camillo de Hollanda a importante soma de 24 351 984 329 r is Semelhantemente ao panorama da receita Solon de Lucena estabelecia um outro para a exporta o de algod o do Estado de 9 953 120 quilos obteve se 6 820 932 080 r is em 1913 de 8 227 276 quilos obtendo uma cifra quase triplicada de 18 740 480 370 r is em 1919 no ano seguinte de 1920 de 11 716 085 quilos obteve se um valor total proporcionalmente menor de 26 952 193 102 r is Mesmo diante dessas constantes altas e baixas na produ o e nos valores de cota o percebe se que a vida econ mica do estado se intensific
129. ava soffrendo comtudo a exporta o as oscila es naturaes a que est adstricta nos Estados do nordeste por causas climat ricas e ainda pela procura mais ou menos intensa de nossos productos nos mercados europeus O anno financeiro de 1921 vem se assignalando precisamente por essa tend ncia accentuada de nossa produc o a retomar a marcha normal que se fizera em linha ascendente de 1906 a 1914 quando nos colheu a febre de trabalho a que se deu logar a guerra europ a Mensagem 1921 39 41 Apesar do incessante lamento do ent o presidente no ano de 1921 foi efetuado o pagamento de cerca de 1 200 000 000 referente ao somat rio de v rias d vidas quais sejam a fundada O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 129 as contas de fornecimento as indeniza es rescis es de contratos entre outros t tulos de credores do Estado Solon de Lucena afirmava que se n o fossem as obriga es trazidas d administra o antecedente estar amos em regulares condi es financeiras porque vencer amos sem d ficit a phase de rendas mais escassas Mensagem 1921 56 58 No ano de 1921 a Parahyba do Norte j contava com uma popula o de cerca de 980 000 habitantes sendo aproximadamente 53 000 capital Esse ltimo n mero representava um aumento significativo da popula o da capital quando comparado ao n mero aproxi
130. axas de carga e descarga e ad valorem Al m disso n o contavam com despesas complementares de transporte para a esta o exportadora e desta aos armaz ns do destinat rio O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 62 Enfim durante administra o federal de Epit cio Pessoa 1919 1922 o Estado da Parahyb do Norte obteve constru o de cerca de mil quil metros de estradas de rodagem v rios a udes entre outras tantas obras realizadas sob sua iniciativa todas representando um grand benef cio ao com rcio da pra a parahybana e do interior Todo esse investimento do govern federal em obras no interior do Nordeste permitiu que boa parcela da receita estadual arrecadada especialmente com o algod o fosse destinada ao remodelamento e embelezamento da cidade da Parahyba atraindo investimentos externos e uma melhor qualidade de vida sua popula o No momento em que se encontrava dotada de via o interna o estado da Parahyba do Norte mostrava se apto para convergir sua produ o Capital e desta aos mercados internacionais Entretanto um outro problema impossibilitava esse ltimo fluxo a infra estrutura portu ria ainda era prec ria para atender aos interesses econ micos locais para libertar o estado de sua depend ncia secular para com Pernambuco e para realizar opera es comerciais diretas com o exterior GALLIZA 1993 116 117 2 3 PORTOS
131. beneficiamento enfardamento sendo FIGURA 12 Poss vel comprador analisando estabelecidas v rias prensas e usinas algodoeiras peed de algodao na da Parahyba Quanto as prensas hidr ulicas duas pertenciam s FONTE LEWIN 1999 84 firmas Kr ncke amp e Julius von S hsten amp CIA constru das na Capital e em Cabedelo respectivamente Dentre as usinas duas eram de propriedade da Sociedade Paraibana de Beneficiamento e Prensagem de Algod o estando uma localizada em Campina Grande e a outra em Alagoa Grande Outras pertenciam Sociedade Algodoeira do Nordeste e Empresa Trajano Medeiros GALLIZA 1993 35 Nos anos que se seguiram virada do s culo apesar da retomada norte americana no fornecimento algodoeiro para os mercados ingleses a Parahyba permaneceu com ndices de exporta o bastante altos por essa poca a ind stria t xtil nacional aliada ind stria de leos vegetais se expandiu absorvendo grande parte da produ o local Concomitantemente se expandiu o cultivo do algod o moc variedade caracter stica no Serid nordestino Acerca das exporta es parahybanas os bons indices de exporta o acima referidos podem ser observados em dados estat sticos fornecidos pela empresa exportadora Cahn Fr res 8 CIA onde se v que pelos portos da Capital e de Cabedelo entre os anos de 1905 e 1906 foram exportados com destino a Liverpool 94 674 sacos de algod o para o Rio de Janeiro
132. biapina Antiga Rua do Cajueiro de Baixo Varadouro Visconde de Pelotas Antiga Rua da Cadeia Velha das Neves S Andrade Antiga Rua da Boa Vista Varadouro Marechal Almeida Barreto Antiga Estrada de Jaguaribe da Mangueira Jaguaribe D Pedro 11 Antiga Estrada dos Macacos das Neves da Borborema Antiga Ladeira da Catedral Varadouro Feliciano Coelho Antiga Ladeira do G is Peregrino de Carvalho Antiga Ladeira das Pedras Varadouro Padre Meira Antiga Travessa das Merc s das Neves Dr Br s Florentino Antigo Beco da Companhia do Zumbi Antigo Beco do Tanque Varadouro 82 Firmino da Silveira Antiga Pra a da Cadeia Tambi 83 lvaro Machado Antigo Largo da Gameleira Varadouro 84 Caldas Brand o Antiga Pra a do Hospital Cruz do Peixe Tambi 85 General Jo o Neiva Antiga Pra a do Hip dromo atual Feira de Jaguaribe Jaguaribe 86 da Independ ncia Antigo Largo do Pal cio Tambi 87 Rio Branco Antigo Largo do Er rio Largo da Intend ncia N S das Neves 88 Coronel Ant nio Pessoa Antigo Largo da M e dos Homens Tambi 89 1817 Antigo Largo das Merc s N S das Neves 90 do Abiahy Antigo Largo do Mercado N S das Neves 91 Comendador Felizardo Antigo Largo do Palacio do Governo N S das Neves 92 15 de Novembro Antigo Largo do Porto Varadouro 93 Pedro Am rico Antigo Largo do Quartel Campo do
133. blico RODRIGUEZ 1994 104 105 Ao que tudo indica a empresa Tra o Luz e For a encarregada do servi o na cidade da Parahyba foi sem exagero uma das piores de seu tempo Ao que parece os empres rios que eram paulistas n o tinham experi ncia nem capitais e o neg cio em si n o era bom De resto n o sei de empresa do g nero no interior do estado que houvesse prosperado e servido a contento Nem tinham como prosperar porque os motores as pe as e o combust vel eram importados a pre os que subiam sempre enquanto as tarifas eram contidas em n veis populares TRIGUEIRO 1982 59 Cerca de dois anos ap s a inaugura o da eletricidade na capital os bondes at ent o puxados por parelhas de burros passaram a funcionar utilizando a for a da energia el trica Encerrando mais este t pico do trabalho ressalta se que no ano de 1913 a ilumina o p blica da capital era constitu da nas principais ruas de 454 l mpadas de 32 velas e nas pra as de 146 l mpadas de 50 velas J a ilumina o particular contemplava 628 pr dios com taxa fixa e 243 pr dios com medidor com l mpadas de diversas intensidades Em 1917 era pequena a diferen a na quantidade de l mpadas espalhadas pela cidade Permaneciam 454 l mpadas de 32 velas e 146 de 50 velas Foram acrescidas 5 de 100 velas e 22 de 200 velas todas essas distribu das pelas principais ruas e pra as p blicas A ilumina o particular contava com
134. ca assolou o Estado e provocou uma queda na sua produ o algodoeira diminuindo suas perspectivas de arrecada es Certamente esse foi um dos motivos do adiamento das atividades do escrit rio de Saturnino de Brito na cidade da Parahyba Quando Saturnino de Brito e sua equipe chegaram cidade da Parahyba em 1913 logo tiveram in cio os estudos para elabora o do projeto de saneamento e de complementa o do sistema de abastecimento d gua iniciado no governo de Jo o Machado Como parte importante para o bom funcionamento do projeto inseria se um tra ado vi rio em esquema radial e a arboriza o de parques e pra as pois nesse per odo acreditava se que o ar contaminado com gases mef ticos contribuia na dissemina o de doen as pestes Concentra es de reas verdes pela malha urbana responsabilizar se iam pela renova o desse ar insalubre Por isso a aten o dada por Saturnino de Brito ao tratamento da regi o alagadi a do S tio da Lagoa para onde convergia parte do esgoto da cidade como se pode observar na PLANTA 08 na p gina 108 SORIANO 2001 49 Al m do tratamento dessa rea alagadi a Saturnino de Brito prop s uma rea de expans o urbana no vazio gerado entre os bairros de Tambi e Jaguaribe aberto por volta de 1912 Nesse trecho concebeu um tra ado bastante diferenciado quando prop s quadras poligonais de angula es diversas bem diferentes das t o aplicadas quadr culas regulares Na parte mai
135. cando direita pela rua Direita e passando em frente ao Pal cio do Governo seguindo pela Rua Bom Jesus dos M rtires at a igreja do mesmo nome atual Igreja de Lourdes onde estavam as pontas dos trilhos no Bairro das Trincheiras Esta linha apresentava ainda uma outra pequena varia o partia da Igreja do Ros rio seguia pela Rua Direita curvando esquerda percorrendo a atual Galeria Augusto dos Anjos passando pela atual pra a 1817 curvando novamente esquerda no oit o da Igreja do Ros rio uma terceira linha de Tambi tamb m tinha in cio em frente Igreja do Ros rio na Rua Direita Partindo dessa bifurca o agora esquerda seguia at o Convento do Carmo Essas foram por cerca de dez anos as tr s linhas percorridas pelo bonde na capital at que proporcionalmente ao rendimentos da companhia foram prolongadas de acordo com a necessidade do tr nsito e da popula o ve PLANTA 01 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 110 aquisi o de animais e material para os bondes aparelhamento das oficinas com maquina aperfei oadas para executar qualquer tipo de trabalho e a amplia o da circula o pelas ruas bairros da cidade ALMANAK ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO D PARAHYBA PARA O ANNO DE 1908 106 Relata ainda o ent o governador do Estado que desde a data da encampa o a empreza de bonds tem dado sal
136. ceira vivenciada pelo Estado observando se especificamente a participa o do algod o nessa receita Constatou se a inexist ncia de empr stimos e de aux lios federais e municipais para a concretiza o das diversas obras empreendidas na capital os aux lios federais destinados Parahyba do Norte foram utilizados em obras emergenciais de combate seca e de desenvolvimento agr cola donde se conclui que foram utilizados recursos do pr prio tesouro estadual que em sua maioria provinham dos impostos arrecadados sobre a exporta o e comercializa o do algod o no Estado Al m desse fator um outro demonstrou a interdepend ncia entre a remodela o urbana e a economia algodoeira o fato de que nos anos de grande seca ou de acentuado ataque de pragas nos algodoais reduzia se sua produ o e em consequ ncia os n meros de receita Diante de tais circunst ncias a primeira atitude tomada pelos administradores estaduais era a suspens o dos servi os de remodelamento da cidade da Parahyba declaradamente privilegiada pelos presidentes estaduais do per odo em an lise cidade de Jo o Pessoa se chamava Cidade da Parahyba e assim ficou conhecida at setembro de 1930 quando teve seu nome alterado em homenagem ao presidente do Estado Jo o Pessoa Cavalcanti de Albuquerque assassinado na cidade do Recife em agosto do referido ano Nesse per odo o Estado da Para ba era conhecido po Parahyba do Norte Como este trabalho tem su
137. ciedade ou radio clube no qual os ouvintes eram associados e contribuiam com mensalidades para manuten o da emissora Dispon vel em http www microfone jor br historia htm Acessado em 23 00 2005 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 119 1916 ultimo ano do governo do vice presidente exerc cio Ant nio Pessoa as condi es financeiras do Estado ainda n o haviam sido normalizadas e dentre as obras paralisadas em 1915 por conta da citada seca que assolou a Parahyba do Norte apenas a reforma do Pal cio do Governo ver FIGURA 47 contratada com o arquiteto Paschoal Fiorillo foi retomada Este surto de moderniza o da cidade da Parahyba coincide temporalmente com o aumento da demanda internacional pela fibra do algod o parahybano conforme visto no CAP TULO No final de 1916 Camillo de Hollanda assumiu o governo do Estado e teve in cio o processo de remodela o da cidade da Parahyba Sua disciplina e consci ncia sanitarista adquiridas na forma o militar e m dica esta pela Faculdade de Medicina da Bahia certamente auxiliaram na administra o p blica do Estado Em seus discursos e relat rios de governo uma preocupa o sempre presente eram as condi es higi nicas da cidade e de sua popula o Um outro ponto da administra o que me merece cuidados especiaes no meu duplo car ter de
138. co abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 67 f sica durante s culo maior parte de suas ruas ainda nao eram cal adas contr rio sujas sem qualquer revestimento ou tratamento que as tornava ora empoeiradas or enlameadas e esburacadas nos periodos de estiagem e de inverno respectivamente Contudo com amplia o da cidade do estado a difus o dos ideais de modernidade progresso principalmente grande crescimento das atividades comerciais agr colas respirava se a esperan a de dias melhores e mais pr speros para a Parahyba do Norte A aspira o dos administradores e da popula o em geral por uma realidade diferente da precedente e a possibilidade de sua concretiza o pautava se sobretudo na prosperidade econ mica que o Estado come ou a apresentar a partir das primeiras d cadas do s culo XX O ac mulo de riquezas p blicas e particulares centrava se especialmente na economia algodoeira pois essa come ava a gerar dividendos e a sobressair como principal g nero cultivado no Estado e como maior respons vel no total de suas receitas ver QUADRO 02 p 30 O crescente n mero de mat rias publicadas em revistas jornais e almanaques demonstravam que o Estado e principalmente a cidade da Parahyba se encontravam em ritmo de progresso Ansiava se a possibilidade do estado tornar se mais pr spero
139. colar Ant nio Pessoa e o cal amento das ruas Epit cio Pessoa rua das Trincheiras e Beaurepaire Rohan Mensagem 1919 16 17 No ano de 1920 segundo as pr prias palavras do administrador do Estado da Parahyba do Norte os sintomas da crise financeira accentuaram se de forma t o radical que n o nos foi poss vel continuar a s rie de servi os materiaes que caracterizaram os dois primeiros annos do actual per odo administrativo A medida preliminar do governo estadual consistiu em sustar todos os trabalhos que n o representassem necessidade imediata dando prosseguimento O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 126 somente queles cuja paralisa o importasse em dano maior sociedade aos cofres p blicos Mensagem 1920 15 Como o pr prio Camillo de Hollanda citara o ritmo das obras e realiza es na capital teve de ser muito reduzido por conta da crise financeira gerada pela seca de 1919 Os aux lios enviados pelo governo federal foram em maior soma que os arregimentados pelo Estado Todavia esses recursos eram logicamente aplicados nas regi es mais carentes e diretamente atingidas pelo flagelo Lamentava se a n o realiza o do t o almejado servi o de esgotos da capital que teve de ser protelado para uma administra o posterior Ainda segundo Camillo de Hollanda o maior empecilho para a efetiva o da obra foi a guerra mu
140. continuaram a escoar o produto pelos limites fronteiri os da Parahyba durante toda Primeira Rep blica Segundo Walfredo Leal 1905 1908 imposto de exporta o era a principal das fontes de renda p blica segundo regime tribut rio adotado pelo governo estadual e era caracterizado como a pedra de toque para aferir se a b a ou m situa o da riquesa econ mica do Estado ALMANAK ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1908 262 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 41 1 3 AMPLIA O DA ECONOMIA ALGODOEIRA 1915 1924 Vivi no sert o t pico agora desaparecido nos velhos tempos algod o n o matara os ro ados e a gadaria se espalhava nos descampados reunida para as aparta es nas vaquejadas lacres Agora os plantadores de algod o v m vender os fardos nas capitais Tudo perto pelo auto Com a alta do algod o do a car os ex fazendeiros mandaram fazer resid ncias nas cidades do litoral V o para o interior no per odo das safras Toda essa revolu o veio depois de 1911 CASCUDO apud LEWIN 70 Em 1914 com a deflagra o da Primeira Guerra Mundial a Parahyba do Norte teve seus estoques de algod o encostados Nesse per odo em que permaneceu nos armaz ns do interior e da capital esperando hora mais prop cia para sua comercializa
141. cultural development One can then conclude that the financial resources required for the urban interventions were withdrawn from the State s treasury itself resources that were collected mainly from activities such as cotton exportation and cotton trading Another factor shows the interdependence between the urban remodeling and the cotton economy during the years marked by great droughts or by hard plagues on the cotton plantations cotton production decreased as well as the State s finances The first measures taken by the State s administrators were to halt all projects of urban remodeling in progress in the Cidade da Parahyba which was clearly the most privileged city by the State s presidents during the period analyzed 2 The city of Jo o Pessoa was named Cidade da Parahyba a designation that remained until September 1930 when it received its present day name in order to pay homage to the president of the State Jodo Pessoa Cavalcanti de Albuquerque murdered in the city of Recife in August of that same year At that time the State of Paraiba wa known as Parahyba do Norte Since this work is limited to a period of time comprised within the First Republic th names employed respect the terms used in those days O Ouro Branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Lista de Siglas CEFET Centro Federal de Educa o Tecnol gica CIA Companhia EUA Estad
142. d o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 20 econ mico representado pela atividade algodoeira assumiu nesta pesquisa foi tomado como ponto de partida para an lise a afirma o de Ana Fani CARLOS 1994 84 de que a id ia de urbano transcende a de mera concentra o do process produtivo stricto sensu O urbano um produto do processo de produ o num determinado momento hist rico n o s no que se refere determina o econ mica do processo mas tamb m as sociais pol ticas ideol gicas jur dicas que se articulam na totalidade da forma o econ mica e social JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS Atrav s de pesquisa bibliogr fica preliminar percebeu se uma lacuna no tratamento da correla o entre a economia algodoeira e o processo de amplia o urbana da cidade da Parahyba que aconteceram quase que concomitantemente no per odo correspondente ao p s Primeira Guerra Mundial Percebeu se ainda que a maioria dos trabalhos dispon veis acerca da Cidade da Parahyba nas primeiras d cadas do s culo XX de autoria de historiadores e desse modo a abordagem do espa o urbano geralmente n o o cerne dessas pesquisas Ainda assim p de se reunir um consider vel volume de informa es prop cias an lise e considera es Na referida bibliografia apresentavam se grandes passos evolutivos da cidade no in cio do s culo enfocando a import ncia do algod o como principal produto ag
143. da Parahyba do Norte o valor da produ o de algod o aumentou mais de cinco vezes atingindo 69 427 809 000 r is o que correspondeu a aproximadamente 80 da 11 No fim da d cada de 1880 o centro t xtil do Brasil deslocara se de Salvador para o Rio de Janeiro e S o Paulo Para o suprimento da mat ria prima as f bricas dessa regi o passaram a depender da produ o algodoeira do Nordeste al m da de S o Paulo A demanda internacional por outro lado era suprida ainda pelos Estados Unidos pelo vale do Nilo e pela India A forma de governo republicana no Brasil paralelamente ao surto cafeeiro do Centro Sul criou as condi es dom sticas favor veis expans o da produ o nordestina LEWIN 1993 58 59 12 Medida equivalente a 15 quilos da fibra prensada O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 29 arrecada o total do estado O algod o teve seus pre os elevados em raz o da escassez mundial da fibra e com isso aumentaram as receitas do estado QUADRO 02 PRINCIPAIS EXPORTA ES DA PARAHYBA DO NORTE COM PORCENTAGENS DO VALOR TOTAL DAS EXPORTA ES 1900 1929 VALORES EM MIL REIS Ano Valor total Algod o Gado e couro A car Algod o gado e a car das Valor Oficial do Valor Oficial do Valor Oficial do com a percentagem do exporta es Total Total Total total das exporta
144. da de ferro vieram melhorar os meios de communica o desta capital com o mais importante emp rio commercial do interior do estado que a cidade de Campina Grande Agora as nossas aspira es s o pelo prolongamento da linha para o alto sert o passando pela villa de Tapero e com destino florescente cidade de Patos Se pudermos realisar t o ingente empresa que ali s est nas raias do poss vel attendendo se ao plano concebido no programma do Governo Federal de executar as estradas de penetra o teremos avan ado muito na conquista dos meios civilisadores de que precisamos para a solidifica o do progresso moral e material do nosso torr o natal ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 258 a Enquanto Guarabira e Bananeiras passaram a gravitar na rbita de Natal a regi o de Souza e Catol tornava s tribut ria do Rio Grande do Norte a partir de onde a Rede de Via o Mossoroense posteriormente alcan ari O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Observando MAPA 02 56 v se claramente que os trilhos da ferrovia Great Western 50 se estenderam at Campina Grande servindo apenas uma ter a parte do territ rio parahybano O Brejo foi beneficiado com os ramais de Bananeiras e Alagoa Grande Entretanto o Sert o de al m Borborema n o contemplado com os trilhos tornou se marginaliz
145. da s cio cultural na cidade da Parahyba seguiu uma tend ncia natural de crescimento e diversifica o diante das novas informa es e de suas variadas formas de propaga o que tamb m se ampliavam dos cones da modernidade que passaram a fazer parte do cotidiano da maioria de sua popula o e diante especialmente do crescimento econ mico vivenciado no Estado principalmente por suas elites comerciais da capital e do interior importante relembrar que numa cidade do porte da capital da Parahyba do Norte a id ia de modernidade se cen rios urbanos configurou menos por marcados pela agita o fren tica no cotidiano CINEMA THEATRO RIO BRANCO musi LELLE F Porrera de Hm i ter r P SAGE ink J parts HST Waldemar Falla Ou uM j qem preso 1 CINEMA POPULAR Le moter LLE tha 1 Trine ie mm 1 lume bm tei ir Demi ibms E imagi Des FIGURA 18 Encarte do jornal local Uni o com a programa o do Cinema Rio Branco para o dia 9 de fevereiro de 1918 FONTE A UNIAO 9 fev 1918 das ruas com seu rush caracter stico a exemplo de Londres e Paris na metade do s culo XIX e mais por uma ou outra novidade vinda geralmente do
146. dade facilitar o escoamento da produ o pelo atracadouro de Cabedelo visto que estava situado mais pr ximo do oceano e comportava navios de maior calado Apesar do car ter alavancador que o algod o exerceu sobre esses melhoramentos realizados na interliga o das zonas produtoras com as casas de beneficiamento e comercializa o do estado da Parahyba essas estradas foram em sua maioria constru das com recursos federais como aux lio popula o atingida sendo parte do Projeto das Obras Contra as Secas Em um n mero reduzido geralmente em estradas pr ximas capital foram aplicados recursos do tesouro estadual provenientes de arrecada es e impostos diversos como os 28 Esta empresa inglesa obteve concess o da Uni o para instala o dos primeiros trilhos no Nordeste do Brasil 29 Esse s mbolo moderno tornou se um ve culo de propaga o r pida da imprensa e de outros tantos meios de comunica o provocando um profundo impacto na vida cotidiana que alcan ava A rigor pode se falar que o trem de ferro ao chegar em determinada comunidade se faz presente nos v rios mbitos da vida Da pr tica d medicina prostitui o do roubo aos jogos de azar das novidades da moda propaga o de novos ideais ARANHA 2003 102 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 94 aplicados sobre exporta es importa es d cima urbana ind s
147. de antigas ruas e avenidas ao alinhamento de edifica es ao longo das ruas constru o de espa os embelezados como pra as e jardins que por sua vez viriam valorizar edif cios p blicos e reas elegantes rec m tratadas da cidade Essas desapropria es na cidade da Parahyba assim como em outras cidades espalhadas pelo pa s que passaram por processo semelhante de remodelamento tamb m geraram in meros conflitos pois a popula o que habitava nessas edifica es geralmente de baixa renda teve que desocupar a rea central e deslocar se para bairros perif ricos que ainda n o contavam com quase nenhum dos melhoramentos acima citados 46 Em 1916 durante administra o de Camillo de Hollanda foi adquirido o primeiro autom vel para o servi o oficial do Pal cio do Governo 47 Acerca da t o esperada ag ncia do Banco do Brasil na capital o peri dico local ERA NOVA de 15 de abril de 1922 exibia a seguinte nota Espiritos clarividentes e operosos do commercio desta pra a acabam de fundar com todas as probabilidades de xito o Banco da Parahyba do Norte O commercio parahybano cujo desenvolvimento se tem ampliado gradativamente dia a dia vinha de bastante tempo alimentando o desejo de fundar uma sociedade banc ria constitu da exclusivamente de capitaes nossos e que nos mais cr ticos momentos em que lhe minguam recursos financeiros viesse facilitar as suas transac es e impedir a s bita paralysa
148. de seu per metro urbano com a abertura de v rias ruas e avenidas a entrega de parte do sistema de abastecimento d gua a eletricidade o sistema de bondes a tra o animal posteriormente substitu dos por linha eletrificada os passeios domingueiros pelas pra as jardim p blico e praias da cidade especialmente a j estimada Tamba Estas ltimas atividades passaram progressivamente a ser apreciadas pela popula o mostrando os tempos modernos e o novo cotidiano dos citadinos parahybanos Os edif cios p blicos e particulares da cidade da Parahyba tamb m sofreram transforma es nesses primeiros anos de Rep blica Os princ pios higienistas e saneadores que nortearam as primeiras modifica es impostas sobre o espa o urbano tamb m se aplicaram s edifica es que passaram a receber ventila o e insola o diretas atrav s de recuos laterais e frontais em rela o ao lote as esquadrias tamb m tiveram seu n mero e dimens es ampliadas ladrilhos azulejos e cimentados passaram a ser amplamente utilizados para revestimento de pisos e paredes internos e externos os telhados foram escondidos com platibandas e suas guas coletadas e transportadas atrav s de calhas industrializadas geralmente importadas O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 100 impedindo que agua das chuvas se derramassem sobre os passeios publicos entao bastante valorizados
149. di es f sicas no ano de 1889 o Jornal da Parahyba um dos mais influentes do Estado publicava a seguinte descri o Esta capital est bem situada sua posi o mais ou menos elevada seu terreno de optima qualidade e superficie de solo tapisado sempre 51 No ano de 1880 iniciaram se os servi os da Estrada de Ferro Conde d Eu Entretanto o trecho que faria a liga entre a capital e Cabedelo apenas teve in cio no ano de 1888 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 de abundante e vegeta o ainda mesmo em tempo secc como actualmente os seus declives naturaes podem dar facil esgoto as aguas pluviaes a seus p s correm os rios Parahyba e Sanhaua tem pois a cidade condi es essenciais para uma salubridade Entretanto esta longe de reunir a muitos respeitos as necessaria condi es hygienicas de offerecer por conseguinte aos seu habitantes aquellas vantagens e commodidades que seriam para desejar Quando olhamos para nossas habita es quer publicas quer particulares salvas poucas excep es vemos que elas s o constru das com esquecimento das leis de hygiene que determinam que em sua edifica o sejam observadas as seguintes regras bem constru das e arejadas bem esclarecidas enxutas aceiadas e de f cil acesso guardando em suas devidas dimens es aberturas correspondentes e regularmente dispostas JORNAL DA P
150. dios na imprensa parahybana especialmente entre os meses de instala o dos primeiros trilhos junho a agosto de casos fatos e travessuras com o material da obra Durante as obras da Ferro Carril tendo ficado um trole perto da Rua Direita no cimo da Ladeira do Ros rio noite um menino soltou o s cegas vindo ter ao Tesouro em risco de apanhar um transeunte O General Bento da Gama gerente da Cia Ferro Carril explicou que n o obstante os troles que ficam fora da linha do trabalho com as rodas acorrentadas com cadeados os meninos quebram noite e os na linha para verem descer a Ladeira do Ros rio Estava ele H rcules William da Companhia de Bem is que se apresentava no Teatro Santa Rosa que diziam ter a for a de 8 cavalos um dia em frente ao teatro quando caindo os tamancos de madeira que serviam de breque a um trole este desceu a Ladeira do Ros rio carregado de areia Logo tomou grande velocidade sem que os dois oper rios dirigentes pudessem paralis lo Nesta ocasi o subia um bonde pela estrada do carro quando de chofre antevendo o desastre ele p s a prova sua for a f sica paralisando com as m os o trole bem ali em frente ao Quartel da For a Federal RODRIGUEZ 1994 180 181 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 109 cidade da Parahyba teve princ pio do per odo republicano dur
151. do Norte Essa lisonjeira situa o econ mica todavia ainda n o era suficiente para levar frente o projeto desenvolvido por Saturnino de Brito em 1913 isso porque as condi es do com rcio mundial ainda eram bastante inst veis para a aquisi o do necess rio material espec fico empreendimento externa n o Enquanto a situa o melhorava o presidente do Estado dedicou se a outras obras p blicas principalmente na capital Justificando tal primazia o pr prio Camillo de Hollanda afirmava que tinha o conhecimento que a iniciativa da esth tica da cidade deveria estar a cargo por taxa o constitucional da Comuna No entanto pedia a compreens o da sociedade pois a capital encontrava se financeiramente desprovida para empreender obras de t o grande custo visto que os impostos arrecadados com a d cima urbana ainda eram insuficientes e geralmente pagos com atraso pela popula o contribuinte Mensagem 1917 13 E se como o pr prio Camillo de Hollanda afirmou o cofre municipal era incapaz de promover FIGURA 48 Pra a Conselheiro Henriques situada em frente ao conjunto arquitet nico da Igreja do Carmo e do Pal cio Arquidiocesano constru da na administra o de Camillo de Hollanda entre os anos de 1918 e 1919 FONTE REVISTA ERA NOVA 15 jul 1921 FIGURA 49 Edif cio do grupo escolar Ant nio Pessoa situado na avenida Beaurepaire Rohan e constru do na administra
152. do compensador com o qual o governo adquirio um excellente terreno em Tambi onde construio a esta o cocheira e officinas Este terreno foi adquirido ainda em 1906 no s tio Cruz do Peixe onde foram constru das as citadas instala es Desde a metade do s culo XIX a cidade j havia ultrapassado os limites do Convento do Carmo seguindo na dire o leste para o lado do bairro Tambi A principal rua desse bairro que tinha o mesmo nome de Tambi era caracterizada inicialmente pela presen a de s tios ch caras onde no in cio do s culo XX come aram a se instalar elegantes e ostensivas resid ncias pertencentes elite local Em 1905 os trilhos j haviam chegado ao adro da M e dos Homens No ano seguinte deu se o prolongamento da linha de Tambi desse ltimo ponto at o s tio Cruz do Peixe local escolhido para a sede da Ferro Carril e da Ferrovia Tamba essas duas empresas foram fundidas no ano da encampa o daquela pelo governo estadual Por essa poca as obras da ferrovia que ligaria o centro da cidade praia de Tamba j haviam sido iniciadas e um primeiro trecho de tr s quil metros e meio foi inaugurado em outubro do mesmo ano de 1906 Exatamente um ano ap s em outubro de 1907 foi aberto o tr fego da ferrovia que definitivamente chegou depois de ter sido aterrado o macei existente at o c moro da Praia de Tamba o que compreendeu uma dist ncia total de sete quil metros a conta
153. do o cuidado de ter encomendado antes uma planta necess ria ver PLANTA 01 p 89 a orientar a disposi o ordenada das ruas e a designa o das pra as servi os esses que at aquela poca n o tinham sido realizados SA 1999 63 64 S 1999 39 defende a hip tese de que os frequentes e tr gicos efeitos provocados pelo c lera e por outras doen as pestilenciais fizeram com que os administradores locais a exemplo de Beaurepaire Rohan na d cada de 1850 intervissem sobre o espa o urbano com medidas de salubridade p blica O discurso acerca do saneamento e da qualidade de vida nas cidades brasileiras foi intenso nesse per odo quando muitas pessoas de diferentes classes sociais vieram a falecer vitimadas por essas epidemias Dois anos ap s as medidas de Rohan em 1859 o presidente Ambr sio Leit o da Cunha seguindo certamente os preceitos da administra o anterior sancionou uma lei que objetivava al m de outras tantas medidas disciplinar a constru o de im veis no per metro urbano O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 E ALF MDEA PATS P LICA CADOANDA HOSTAGE LAHA 0 MAT 2 COMMENT FRANC BENTO L CONCENTODEN amp DICANO GPE N DEEH G N 5
154. do pr dio que abrigaria o Quartel Federal e a constru o do pr dio destinado aos Correios e Tel grafos na capital a desobstru o do porto de Mamanguape o acabamento e consolida o das grandes estradas de rodagem a constru o de pontes e At agora dos innumeros servi os prophylaticos tao solicitamente prestados pelo Dr Pires a Parahyba taes como a institui o de postos sanit rios em diversos municipios do interior j bem iniciado saneamento de Tamba e o Servi o de Prophylaxia s Mol stias Ven reas o que mais se salienta a recente inaugura o do hospital Oswaldo Cruz verificada no dia 21 de abril pr ximo passado ERA NOVA 01 maio 1922 65 Tamb m s expensas do governo federal mediante contracto com o governo do estado est o sr Dr Accacio Pires superintendendo a construc o de uma col nia para alienados cabendo a direc o technica ao sr Dr Heraldo Damasceno Os trabalhos iniciados h pouco tempo marcham com regularidade e rapidez Creio dentro em breve ter a Parahyba um estabelecimento de primeira ordem sen o pela vastid o das construc es e esthetica do pr dio ao menos pela posi o topographica amplitude dos terrenos que lhe foram marcados e pela organiza o interna que se lhe pretende dar Os terrenos onde fica situada a col nia s o uma doa o do Estado quella institui o Mensagem 1922 45 46 66 O local em
155. dos em 1890 tinha 18 645 habitantes 43 651 em 1910 52 990 em 1920 e 79 765 em 1930 Portanto nos anos de 1890 a 1910 houve um aumento populacional de 134 1 enquanto entre 1920 e 1930 ela cresceu em torno de 82 7 No que se refere ao Estado da Parahyba do Norte de acordo com recenseamento realizado em 1890 era apontado como o d cimo mais populoso do pa s com 457 23 habitantes Segundo c lculos do Dr Toledo Piza a popula o era de 596 000 hab J para a Diretoria Geral d Estat stica esse valor era de aproximadamente 490 784 hab ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 12 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 europeus Essa realidade tamb m passou ser cobi ada perseguida pela elite parahybana que cobrava aos seus administradores provid ncias para adequar a cidade da Parahyba aos novos moldes urbanos progressistas difundidos como cones da modernidade A incorpora o de parte desses cones representativos do progresso da modernidade trens de ferro gua encanada bondes eletricidade autom veis etc ao cotidiano da cidade da Parahyba s foi poss vel quando foram ampliadas as arrecada es estaduais que como dito provinham principalmente da economia algodoeira Outros s mbolos e objetos de uso particular tamb m foram assimilados pela popula o de renda mais
156. e frescura O morro do Castello depressa desapparecer e os bairros de Botafogo ser o ligados ao centro da cidade que actualmente quase toda iluminada a luz electrica e dentro em pouco sel o ha completamente As ruas s o cal adas segundo um systema novo que d excellentes resultados permitindo s carruagens e aos innumeros autom veis que j possue a bella cidade circular por toda a parte muito commodamente BRAZIL MAGAZINE 1907 40 41 Nesse curto trecho do artigo da Brazil Magazine percebe se o grande valor atribu do a alguns dos novos cones da modernidade as grandes avenidas a eletricidade e o autom vel que j eram realidade no cotidiano das principais cidades do pa s Seguindo o pioneirismo da ent o capital da Uni o em cada estado brasileiro ao seu modo particular e dentro das suas possibilidades procurou se colocar em pr tica o projeto de moderniza o delineado para o pa s Na grande maioria dessas cidades com o aux lio de capitais estrangeiros ampliavam se os investimentos voltados ao re aparelhamento da infraestrutura nacional com especial aten o para a melhoria dos portos a amplia o da rede de estradas inter regionais e a moderniza o dos principais centros urbanos do pa s MOURA FILHA 2000 136 137 Os governos nordestinos tamb m passaram a ter como uma de suas principais metas dotar as capitais dos seus estados com os melhoramentos materiais necess rios para transform la
157. e Hollanda A direita observa se trecho da balaustrada da pra a Ven ncio Neiva 3 FIGURA 47 Edif cio do Palacio do Governo direita observa se poste de fia o 120 da linha do bonde el trico A esquerda a pra a Ven ncio Neiva FIGURA 48 Pra a Conselheiro Henriques situada em frente ao conjunto 121 arquitet nico da Igreja do Carmo e do Pal cio Arquidiocesano constru da na administra o de Camillo de Hollanda entre os anos de 1918 e 1919 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 FIGURA 49 Edificio do grupo escolar Ant nio Pessoa situado avenida 121 Beaurepaire Rohan e constru do na administra o de Camillo de Hollanda FIGURA 50 Edificio do grupo escolar Isabel Maria das Neves localizado na avenida 121 Jo o Machado cujo terreno foi doado pelo governo para edifica o por doa o testament ria de Al pio Machado FIGURA 51 Edif cio do Teatro Santa Rosa reformado durante a administra o de 122 Camillo de Hollanda FIGURA 52 Edificio da Cadeia P blica reformado durante a administra o de 122 Camillo de Hollanda FIGURA 53 Antigo edif cio da Imprensa Oficial reformado no governo de Camillo e 123 posteriormente demolido para dar lugar a atual sede da Assembl ia Legistaliva FIGURA 54 Vista da Pra a Comendador Felizardo Leite Jardim P blico em 1921 124 Em segundo plano edif cio da Escola Normal constru do no
158. e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 14 transformar o modo de vida das sociedades tradicionais de modo instilar lhes os h bitos pr ticas de produ o e consumo conformes ao novo padr o da economia de base cient fico tecnol gica Foi durante esse momento e contexto que o Brasil reafirmou sua posi o de economia agroindustrial exportadora suprindo demandas do mercado externo e consumindo uma consider vel parcela dos produtos manufaturados por essas grandes pot ncias O in cio da moderniza o da economia brasileira aconteceu nesse per odo e primou pela gera o de melhores condi es para o desempenho das atividades agr colas ou seja atrav s da aquisi o de maquin rios para produ o e beneficiamento de produtos como o caf o a car caro o e a fibra do algod o etc Contemporaneamente Revolu o Cient fico Tecnol gica fundou se no Brasil o Partido Republicano 1870 constitu do principalmente por intelectuais artistas pol ticos e militares uma elite intelectual empenhada em adquirir atrav s da instaura o da Rep blica Federalista maior autonomia para seus estados a industrializa o e a moderniza o do pa s Dezenove anos ap s a funda o do partido o pa s conheceria um novo regime pol tico cujas fundamenta es pautavam se principalmente nas diretrizes cient ficas e t cnicas disseminadas pelas pot ncias industriais capitalistas Sob a ins
159. e da minha actividade governamental tem se empregado exclusivamente na remodela o da cidade na conserva o e reforma dos seus edif cios p blicos reconstruc o das suas pra as cal amento de certas vias de transito e outras provid ncias menores grifo nosso Mensagem 1917 13 O Branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 18 fibras Cabe ressaltar que a cultura do algod o bastante remota em solo brasileiro e que um das variedades arb reas do algod o Gossipium Brasiliense planta nativa do Brasil sendo utilizada pelos ndios no per odo pr colonial na fia o de tecidos especialmente a confec o de redes Quando o Brasil se tornou Col nia portuguesa o algod o passou a ser uma das ocupa es produtivas da popula o aqui instalada sendo parte integrante do setor de autoconsumo principalmente para a confec o de tecidos Na Parahyba do Norte o algod o se desenvolveu principalmente nas regi es compreendidas pelo Agreste e Sert o pois encontrou nessas partes do territ rio solo e clima prop cios para seu pleno desenvolvimento As faixas de terras cultiv veis pr ximas ao litoral regi o tamb m conhecida por Zona da Mata onde se localiza a capital parahybana encontravam se ocupadas com as lavouras de cana de a car mesmo estando essa cultura em decad ncia desde fins do s culo XIX Al m disso o algod o n o encon
160. e de suas cidades poderem ser equiparadas aos centros urbanos mais avan ados do pa s Nesses artigos apresentava se principalmente o progresso econ mico da regi o ilustrado atrav s do n mero de usinas engenhos alambiques f bricas e fabriquetas S 1999 205 A comercializa o da produ o de algod o na capital era respons vel por mais da metade da receita do estado o que lhe fazia merecer posi o de destaque nas v rias propagandas da prosperidade estadual veiculadas em revistas boletins e jornais da regi o As revistas nacionais e internacionais que circulavam na poca ilustravam cidades e cen rios onde se podia observar o glamour da modernidade com pessoas elegantemente vestidas circulando por ruas limpas alinhadas largas cal adas iluminadas ladeadas de arquitetura refinada com autom veis transitando em seu percurso ou estacionados nessas belas avenidas ao lado dos jardins e espa os p blicos embelezados segundo os crit rios burgueses 34 Desconhece se com precis o quantas pessoas residiam na cidade da Parahyba no ano da Proclama o da Rep blica DINIZ apud SA 1999 31 relata uma popula o de 18 645 habitantes enquanto que o jornal Gazeta da Parahyba de setembro desse mesmo ano assegura um n mero aproximado de 12 000 almas GALLIZA 1993 124 afirma que a cidade apresentou um crescimento demogr fico entre 1890 e 1920 de 327 8 Mais detalhadamente os valores s o assim apresenta
161. e mensagens proferidos por Solon de Lucena 1920 1924 foram observadas cr ticas bem mais incisivas sobre a administra o anterior de Camillo de Hollanda Tamb m se p de constatar um teor muito pessimista nas palavras proferidas em seu primeiro ano de administra o certamente por conta das consegu ncias da seca da lagarta rosada dos preju zos destas sobre as reas de produ o algodoeira e das d vidas adquiridas pelos governos anteriores Palavras como as colocadas logo em seguida foram marcantes e repetitivas nessas fala es dada a actual situa o financeira do Estado de ver a impossibilidade em que me acho de ir al m dos trabalhos de conserva o asseio e pequenas adapta es dos pr prios estaduaes do conserto de pontes estradas pra as e outros servi os urgentes e inadi veis Mensagem 1921 22 23 Por essas raz es no primeiro ano da administra o de Solon de Lucena as realiza es se limitaram ao que por ele foi afirmado gastando se em torno de 92 000 000 para sua concretiza o As obras foram basicamente o vigamento da ponte da Batalha o conserto da ponte sobre o rio Sanhau e da usina hidr ulica reformas e consertos no pr dio da Imprensa Oficial entre outros Pr prios Estaduais aterro do p ntano localizado em frente usina hidr ulica despesas com administra o conserva o e fiscaliza o das pra as e jardins da capital Mensagem 1921 22 23 O presidente Solon de L
162. e promovendo o seu povoamento entre os s culos XVII e XVIII A pecu ria percorreu o Agreste venceu os terrenos acidentados da Borborema e encontrou terras prop cias no Sert o onde se estabeleceram grandes fazendas de gado Pela impossibilidade de criar gado nos latif ndios a ucareiros e ao mesmo tempo pela necessidade de lenha carne couro e latic nios um processo de distanciamento dessas atividades foi desencadeado sem que no entanto houvesse sua desarticula o Foi nesse intuito que a Carta R gia de 1701 proibiu a cria o de gado numa faixa de dez l guas ao longo do litoral protegendo assim os interesses dos senhores de engenho e consequentemente os da pr pria Coroa Nos latif ndios pecuaristas a lavoura algodoeira veio aliar se constituindo o caro o e a rama uma excelente ra o para o gado nos per odos mais secos Nessa zona se desenvolveu a melhor variedade de algod o conhecido como moc cuja fibra longa foi considerada uma das melhores do mundo e assim bastante procurada pelos mercados externos GALLIZA 1993 29 complementa colocando que muitos criadores se sentiram estimulados a O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 dedicar se a cultura algodoeira pois mesmo tempo em que aumentavam seus lucros garantiam alimenta o dos rebanhos Essas diferentes atividades necessitavam de espa os pr prios e adequados ao seu desenvol
163. eda o do referido jornal em busca de maiores informa es No dia seguinte espalhava se a not cia de que Ven ncio Neiva um aut ntico Conservador havia sido nomeado para governar o estado da Parahyba do Norte Ap s algumas desaven as e atropelos somente em dezembro de 1889 Ven ncio Neiva foi efetivamente nomeado governador do estado da Parahyba do Norte 43 No ano de 1895 o ent o governador da Parahyba do Norte em seu primeiro mandato Alvaro Lopes Machado sancionou a lei n 27 de 2 de mar o instituindo no sistema administrativo do estado a fun o executiva da administra o municipal cujo representante que passava a exercer as fun es executadas pelo Presidente do Conselho Municipal por for a da Lei n 9 de 17 de dezembro de 1892 Em 25 de outubro de 1900 ocorreu a promulga o de um diploma legal que revogou a Lei n 27 de 2 de mar o de 1895 Com a revoga o dessa Lei voltaram os munic pios paraibanos a ser administrados pelos seus Conselhos Municipais Somente com a volta de lvaro Lopes Machado ao Governo do Estado foi restabelecida a fun o administrativa de Prefeito Municipal MAIA 1985 14 Outro fato curioso que durante os quarenta anos do per odo que se convencionou chamar de Primeira Rep blica os munic pios paraibanos n o elegeram seus prefeitos Estes eram designados por uma lei ordin ria fat que os transformava em funcion rios de livre nomea o e demiss o por ato do Presidente
164. edelo ter come ado a receber maior aten o or ament ria Enquanto a alf ndega permaneceu em Varadouro com a carga precisando ser transportada para Cabedelo os altos custos de O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 exporta o de mercadorias da Para ba tornaram porto de Recife uma destina o final mai econ mica para os exportadores de algod o do interior LEWIN 1993 83 O porto de Cabedelo foi inaugurado apenas na d cada de 1930 a investiga o e relato de sua hist ria nesse trabalho se encerra por aqui por n o ser essencial para essa pesquisa aprofundamento desse tema apesar do algod o estar lhe diretamente relacionado pois para concretiza o dessa grande obra foram utilizados recursos do produto da Taxa Ouro arrecadados pela alf ndega estadual entre 1924 e 1933 MARIZ 1939 209 Esse empreendimento apenas teve in cio no governo de Antenor Navarro 1930 1932 e sua conclus o aconteceria no governo de Argemiro de Figueiredo 1935 1937 Nessa importante obra que certamente trouxe in meros benef cios ao Estado da Parahyba os impostos alfandeg rios cobrados sobre a exporta o da fibra e do caro o do algod o parahybano foram diretamente os maiores financiadores pois como j dito e ilustrado o algod o ocupou entre as lavouras cultivadas em toda a Primeira Rep blica o primeiro lugar em produ o e exporta o
165. ela tenha abandonado os anseios de outrora mas a possibilidade de realiza o daquelas e de outras tantas reformas urbanas e O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 10 culturais se tornava mais provavel na medida em que se contemplava progresso do estado e a expectativa do novo s culo Tamb m nesse momento da hist ria local o n mero de clubes e associa es se fez crescente Para se ter uma id ia no ano de 1907 na capital do estado tais agremia es totalizavam treze Essas institui es exerceram papel determinante na dissemina o de correntes de pensamento e de ideais de modernidade e progresso em meio popula o parahybana Alteravam se os costumes p blicos e privados e dentre estes importa ressaltar a renova o dos conceitos de espa o urbano arquitetura cotidiano cultura arte m sica etc Era poss vel observar que o cotidiano da cidade passava por in meras transforma es As ltimas novidades chegavam da Europa principalmente de Paris a bordo dos navios que atracavam em Cabedelo Os jornais convidavam a popula o a participar de vez em quando de uma soir e chic no cinema Rio Branco L eram apresentadas fitas francesas claro Dentre essas destacamos fita de Therese Raquin baseada em um romance de Emile Zola Madames et mademoiselles tocavam piano e recendiam o marcante Roger Gallet Fleure d amou
166. elevada como modismos vestu rio acess rios mobili rios artigos de decora o entre outros Novamente importante ressaltar que para alcan ar qualquer parcela dessa modernidade era imprescind vel que houvesse condi es financeiras p blicas e particulares e que essas condi es s foram geradas quando a receita estadual teve seus valores ampliados com as arrecada es os impostos cobrados sobre a exporta o dos produtos estaduais dentre os quais sem sombra de d vidas o algod o figurou como principal durante toda a Primeira FIGURAS 14 15 Capas ilustradas da Revista Parahybana Era Nova uma publica o quinzenal que circulou entre os anos de 1921 e 1924 no Estado FONTE REVISTA ERA NOVA 1922 e A imprensa como um todo exerceu papel fundamental 1923 Rep blica na difus o de novos costumes e padr es materiais de progresso e modernidade A revista Brazil Magazine foi uma importante publica o nacional editada simultaneamente nas l nguas portuguesa e francesa Dentre os peri dicos locais merece destaque a revista quinzenal ilustrada Era Nova publicada entre os anos de 1921 e 1925 que trazia em seus expedientes not cias da elite social calend rio e divulga o dos eventos nacionais e locais mais significativos novelas poesias moda estilo de vida publicidade comercial imagens das cidades parahybanas calend rio de atividades desportivas entre outros informes ver FIGURAS 14 e
167. em diante foi conferida uma aten o jamai aplicada anteriormente ao algod o e sua cultura no Estado certamente em virtude das altas somas arrecadadas com sua produ o no p s guerra Retomando a discuss o acerca da execu o do sistema de esgotos e da amplia o do sistema de abastecimento d gua da capital parahybana ocorreu que na impossibilidade de Saturnino de Brito vir pessoalmente fiscalizar a obra na cidade visto que se encontrava frente de obras semelhantes no Rio de Janeiro encarregou Louren o Baeta Neves um profissional id neo de capacidade comprovada no assumpto para ocupar o seu lugar nas obras que se iniciaram na cidade da Parahyba Baeta Neves era engenheiro formado pela Escola de Engenharia de Belo Horizonte e ocupava naquela ocasi o o cargo de diretor da Via o e Obras P blicas de Minas Gerais que teve de abdicar momentaneamente ficando disposi o do Estado da Parahyba do Norte como engenheiro chefe da constru o dos citados sistemas de infra estrutura As primeiras provid ncias tomadas pelo engenheiro chegando cidade giraram em torno da execu o de um servi o topogr fico atualizado haja vista o projeto elaborado em 1913 ver PLANTA 03 achar se completamente desatualizado para o in cio das obras devido ao crescimento que a cidade apresentou nesse interst cio de cerca de uma d cada Acerca da forma como a cidade da Parahyba se expandira Saturnino de Brito teceu duras cr tic
168. enhos de madeira de dois cilindros bolandeiras acionados pelos p s ou m os humanos ou por for a motriz animal Posteriormente foram introduzidas as m quinas de serra que diminufam o tempo de beneficiamento quand trabalhavam mais rapidamente mas comprometiam a qualidade da fibra tornando se comum as queixas do mercad europeu CLEMENTINO 1987 50 52 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 sobre os pequenos produtores cobrando lhes uma esp cie de aluguel para sua utiliza o O pagamento deste servi o era geralmente realizado em dinheiro pluma ou caro o Al m das casas de beneficiamento surgiram as casas exportadoras que nada mais eram que estabelecimentos que faziam o com rcio do algod o em pluma produzido no Nordeste com as pra as consumidoras isto onde se localizasse a ind stria t xtil CLEMENTINO 1987 65 instala es o algod o passava por um novo Nessas processo de beneficiamento para que fossem atendidos os requisitos de exporta o e a especifica o exigida pelos compradores Essas firmas instaladas em v rios locais do Nordeste Pernambuco Parahyba Rio Grande do Norte e Cear tamb m denominados pra as mantinham entre si conex es CLEMENTINO 1987 66 Para Diana GALLIZA 1993 68 o algod o n o chegou a ser uma cultura predominantemente latifundi ria como ocorreu com
169. eno relato do ent o vice presidente do Estado pode se observar o grau de proximidade entre a economia algodoeira principal fonte de renda p blica e particular em todo o per odo da Primeira Rep blica e a remodela o urbana que acontecia na cidade da Parahyba Em um momento como esse vivido em 1915 quando ocorreu uma grande seca e 22 No mesmo ano 1915 foi realizada no Rio de Janeiro a Primeira Confer ncia Algodoeira Nacional Parahyb enviou como representantes os t cnicos Di genes Caldas e Rodrigues de Carvalho O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 42 cessaram temporariamente as exporta es dos g neros produzidos no Estado a primeir provid ncia diante da crise foi a suspens o dos melhoramentos urbanos que se vinham empreendendo na cidade Outras provid ncias tamb m foram tomadas para conten o d despesas do er rio como a diminui o do quadro de funcion rios p blicos e a redu o de gratifica es Todavia a paralisa o das obras p blicas foi a primeira medida adotada pelo governo e certamente uma das mais fortes pois teve como consequ ncia o retardamento do processo de moderniza o da cidade Como acima colocado a seca de 1915 trouxe muitos preju zos ao Estado Estes somados crise internacional desequilibraram a economia parahybana Tanto verdade que quando Camillo de Hollanda assumiu a presid ncia do Estado em 191
170. entes ou a construir e projetavam se reas de urbaniza o e saneamento futuros nos locais de prov vel expans o urbana Para o planejamento e execu o dessas obras uma outra importante contribui o foi dada capital a elabora o de uma planta atualizada da cidade com suas respectivas linhas topogr ficas executada pela equipe do engenheiro Otto Kuhn 1923 ver PLANTA 08 O espa o urbano da cidade da Parahyba nesse intervalo de cerca de sessenta e cinco anos 1858 1923 correspondente s datas das duas plantas oficiais que a cidade apresentou teve sua expans o marcada pela falta de um planejamento geral A abertura de ruas e loteamentos acontecia sem um maior rigor t cnico quase que aleatoriamente sem a compreens o da malha urbana como um todo O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 141 s j 2 2 75 1 PLANTA 07 Planta da Cidade Parahyba 1923 editada por Abrantes Guedes 2006 partir da planta elaborada na administra o municipal de Guedes Pereira pelo engenheiro Otto Kuhn Em AZUL algumas das principais interven es dos governos de Solon de Lucena e Guedes Pereira 1920 1924 sobre o espa o urbano da Cidade da Parahyba Em VERMELHO ruas projetadas pelo engenheiro Otto Kuhn e equipe 1923 QUADRO S NTESE DAS PRINCIPAIS INTERVEN ES URBANAS REALIZADAS DURANTE A
171. entir um modo de vida Para a autora a cidade ao mesmo tempo em que representa uma determinada forma do processo de produ o e reprodu o de um sistema espec fico tamb m uma forma de apropria o do espa o urbano produzido Para o desenvolvimento da pesquisa optou se por estabelecer uma investiga o sistem tica das rela es estruturais e din micas do desenvolvimento econ mico no caso a economia algodoeira com a forma o e o crescimento da cidade da Parahyba SINGER 1977 1 Todavia n o foram ignorados os demais fatores que dialeticamente contribu ram no processo de conforma o do espa o urbano Portanto apesar do relevante papel que o processo 8 0 espa o n o pode ser reduzido apenas a uma localiza o ou 45 rela es sociais da posse da propriedade ele representa uma multiplicidade de preocupa es sociomateriais O espa o uma localiza o fisica uma pe a de bem im vel ao mesmo tempo uma liberdade existencial e uma express o mental O espa o ao mesmo tempo local geogr fico da a o e a possibilidade social de engajar se na a o Al m disso o espa o possui m ltiplas propriedades num plano estrutural E ao mesmo tempo um meio de produ o como terra e parte das for as sociai de produ o do espa o o espa o um objeto de consumo um instrumento pol tico e um elemento na luta d classes GOTTDIENER 1997 127 O Ouro Branco abre caminhos O algo
172. entre eles pol ticos sociais culturais religiosos e econ micos um momento de muita agita o social pautado em princ pios higienistas progressistas e civilizat rios os quais promoveram reais remodela es no espa O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 191 urbano publico particular de varias dessas cidades O que houve de especifico no caso Cidade da Parahyba foi fato deste processo ter ocorrido gragas em grande parte ao branco Dentro de suas a Cidade da Parahyba tamb m contemplou a reforma abertura de varios espacos publicos como avenidas ruas parques al m disso incorporou varios icones que representavam a modernidade e o progresso de uma cidade o trem os bondes a eletricidade o autom vel a gua encanada etc Esses s mbolos eram cobi ados pelas elites locais que adquiriam o conhecimento de sua exist ncia em suas viagens pelas cidades mais desenvolvidas do pa s pelas refinadas paisagens europ ias ou ainda atrav s dos peri dicos que chegavam cidade repletos de novidades acerca dos costumes da moda dos desportos da m sica da arquitetura entre outros temas em voga V rias dessas informa es eram assimiladas e ansiadas pela elite parahybana certamente at antes mesmo da Proclama o da Rep blica como o caso do desejo por um sistema de ilumina o p bl
173. erior e inferior cada um com cinco metros de p direito no por o que habit vel acham se diversas salas para dep sito archivo e vestu rio para rapazes Os dois andares do edif cio communicam se por uma escadaria de m rmore branco situada na rea central e dois lan os de escada de madeira de lei na parte posterior do edif cio Foram gastos em torno de 690 000 000 para sua constru o 1918 37 38 61 Esses valores indicados entre colchetes indicam a quantia gasta aproximadamente nas referidas obras O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 122 50 000 000 foram iniciados os trabalhos de constru o de uma avenida de cerca de cinco quil metros de extens o por 36 metros de largura ligando a capital praia de Tamba onde se pretendia construir um ancoradouro externo visto que a dragagem do Sanhau mostrava se invi vel iniciou se tamb m a abertura de uma rua partindo do Hospital Santa Izabel avenida Jo o Machado atual Maximiano de Figueiredo ligou se a rua General Os rio pra a Ven ncio Neiva at junho 64 511 370 sacrificando a antiga rua da Medalha foram realizados ainda nessa ltima pra a alguns melhoramentos como a amplia o e o gradeamento da rea de patina o 6 377 985 foram edificadas tr s outras pra as a Aristides Lobo 50 971 600 ver FIGURA 55 atrav s de contrato firmado com a firma Cunha
174. estrangeiro que passaram ao imagin rio da popula o como signos modernos por excel ncia ARANHA 2003 87 ERRA ma ns SANTA ROSA ee ee ee eee mt I FATIMA a molo GOS A MIRIS FIGURA 19 Encarte do jornal local Uniao com divulga o de grande temporada da artista Fatima Miris no Teatro Santa Rosa FONTE A UNIAO 2 abr 1918 V rias manifesta es de car ter pol tico cultural passaram a ser realizadas com maior frequ ncia nos espa os p blicos da cidade da Parahyba que eram ornados e dotados de equipamentos apropriados como coretos bancos ilumina o gua encanada etc Tornaram se mais frequentes tamb m as apresenta es musicais as noites dan antes as exposi es art sticas teatrais e cinematogr ficas ver FIGURAS 18 e 19 o incentivo pr tica de exerc cios f sicos como o football a patina o o boxe a nata o o remo as caminhadas e as corridas de cavalo ver FIGURAS 20 21 No jornal local da poca Uni o como em outros O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 de conteudo semelhante eram comuns encartes de divulga o propaganda a para que participasse dessas atividades enfim sociedade parahybana objetivava a sua moderniza o e para alcan ar esse objetivo se espelhava nos exemplos
175. et rios como pelos foreiros e parceiros em associa o com outras lavouras de subsist ncia O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 34 O caro o do algod o passou ser utilizado como complemento alimenta o bovina tornando a cultura do algod o uma atividade complementar pecu ria motivo inicial de ocupa o dessas terras A cultura algodoeira propiciou a possibilidade de rendimento adicional ou suplementa o de ganhos para os grandes propriet rios dos engenhos de a car sobretudo em momentos de queda nos pre os dessa mercadoria No que diz respeito utiliza o de m o de obra escrava na economia algodoeira parahybana p de se observar diferentes pontos de vista Jos Ot vio MELLO 2002 131 afirma que durante o s culo XIX houve a fixa o do escravismo no sert o n o para obten o de prest gio social pelos propriet rios do complexo algodoeiro pecu rio mas como decorr ncia dos novos termos da cultura do algod o O autor coloca ainda que quando a produ o algodoeira na Parahyba alcan ou dimens es capitalistas e inseriu se no mercado externo a escravid o passou a fazer parte de sua estrutura cabendo ao escravo o trabalho de limpa e colheita das planta es Todavia para Diana GALLIZA 1993 29 o escravo negro n o foi elemento imprescind vel na lavoura algodoeira mesmo quando esta se desenvolveu em grande
176. gnia Comteana de ordem e progresso foi difundida junto popula o a id ia de que uma cidade moderna higienizada e embelezada era a fiel representa o do progresso e da civiliza o Nesse esfor o pela moderniza o a qualquer custo as elites urbanas procuravam enquadrar se nos padr es sociais europeus e norte americanos desprezando qualquer heran a ou estrutura colonial Para autores como ARANHA 2003 79 80 a princ pio imposs vel se falar em vida moderna nas regi es Norte e Nordeste do Brasil entre o fim do s culo XIX e in cio do s culo XX quando se toma como par metro o ritmo social caracter stico dos centros culturais europeus dos s culos XVIII e XIX Mais conveniente seria analisar o impacto provocado por certas conquistas materiais que passa ra m ao imagin rio urbano como s mbolos do moderno Essas conquistas ocorreram sobretudo na ado o e uso de equipamentos e t cnicas como os sistemas telegr ficos ferrovi rios sistemas de canaliza o de gua e esgotos de ilumina o p blica e privada e de tratamento de espa os urbanos p blicos destinados ao lazer como pra as parques e passeios Nas principais cidades brasileiras a incorpora o de um ou v rios desses cones tornou se sin nimo de civiliza o e modernidade A cidade da Parahyba n o foi exce o regra O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 19
177. gunda metade do s culo XIX o Carnaval era festejado em casa sendo uma festa familiar e de bairro muito pr xima do entrudo vindo de Portugal Mas no final do mesmo s culo XIX o Carnaval assume a forma de um encontro aberto podendo se identificar na imprensa da poca relatos dessa festividade O Carnaval No tradicional Domingo de entrudo como antigamente se chamava os foli es que desejavam quebrar um pouco a monotonia da vida divertindo a si mesmo e aos outros fiseram tudo esfor avam se para dar um ar alegre aquelle dia esquecendo um pouco as mis rias os passados presentes e futuros O Estado da Para ba 1 mar 1892 apud MAIA 2004 4 Nesse mesmo tempo a imprensa parahybana tinha por nfase outros assuntos o apelo da popula o junto s autoridades locais por medidas saneadoras Em geral os m dicos higienistas encabe avam tais den ncias e apelos cobrando um servi o de limpeza p blica a destrui o de bairros insalubres a aplica o de posturas proibitivas em rela o aos animais circulantes um servi o de gua esgoto ilumina o el trica etc Um segundo tema corriqueiro e que agredia a percep o da emergente elite urbana era a leva de retirantes que migravam rumo capital durante as inevit veis secas da regi o e traziam consigo um cortejo de mis ria imund cie e peste S 1999 65 Como se pode observar a passagem de s culo ocasionou uma mudan a de perspectivas na popula o N o que
178. hado para em muito breve tempo tornar em realidade semelhante melhoramento Quanto ao emprehendimento de dotar esta capital de um completo servi o de abastecimento d agua esgoto e ilumina o uma preoccupa o continua de minha administra o um compromisso de honra que me impuz e n o descansarei emquanto n o vil o tornado uma realidade Attenta a noticia da prosperidade de nosso estado e de seo credito t m apparecido diversos pretendentes execu o por meio de empresas particulares de taes servi os j relativos ao abastecimento d agua j ao esgoto e illumina o publica ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 42 43 260 261 A actual Administra o do Estado t o proveitosa e fecunda em sua pol tica econ mica acha se aparelhada para em muito breve tempo dotar a capital com o mais palpitante melhoramento como seja a canalisa o d agua pot vel e esgoto no intuito de conseguir um bom servi o desta naturesa e em resultado dos estudos technicos mandados proceder j fez aquisi o para o Estado de mananciaes abundantes e salubres onde ser o collectadas as guas reconhecidas de primeira qualidade para o consumo da cidade As plantas e or amentos organisados por peritos profissionaes j se ach o conclu dos aguardando apenas o resultado dos editaes aqui e na Europa mandados publicar chamando concurrentes pra contractar a execu o das referida obr
179. hn Em LIL S algumas das principais interven es do governo de Camillo de Hollanda 1916 1920 sobre o espa o urbano da Cidade da Parahyba Em VERMELHO ruas projetadas pelo engenheiro Otto Kuhn e equipe 1923 QUADRO S NTESE DAS PRINCIPAIS INTERVEN ES URBANAS REALIZADAS DURANTE A ADMINISTRA O DE CAMILLO DE HOLLANDA 1916 1920 01 Constru o da Pra a Pedro Am rico 16 Pra a Bela Vista 02 Constru o da Pra a Ven ncio Neiva 17 Pra a Conselheiro Henriques 03 Reforma do Teatro Santa Rosa 18 Cal amento da rua da Republica 04 Reforma do edificio da Cadeia Publica 19 Calgamento da rua Amaro Coutinho 05 Reforma do edif cio do Superior Tribunal de Justi a 20 Cal amento de parte da rua Formosa 06 Alargamento da Avenida Cruz das Armas 21 Cal amento do entorno da Pra a Ven ncio Neiva 07 Demoli o de casas na rua Maciel Pinheiro para futura 22 Calgamento da Ladeira do Ros rio constru o da pra a Antenor Navarro 08 Constru o da Escola Normal 23 Calgamento da rua Maciel Pinheiro 09 Construgao do Grupo Escolar Epitacio Pessoa 24 Calgamento da rua Peregrino de Carvalho 10 Constru o do Grupo Escolar Ant nio Pessoa 25 Construgao da balaustrada das Trincheiras 11 Reforma e amplia o do edif cio da Imprensa Oficial 26 Cal amento de parte da rua das Trincheiras 12 Constru o da Estrada para Tamba 27 Calgamento da rua Beaurepaire Rohan 13 Abertura da Avenida
180. ica mais eficiente reclamado pela popula o desde a metade do s culo XIX Todavia diante da inexpressiva receita estadual pouco se podia fazer pelo melhoramento da qualidade de vida da popula o Eram corriqueiras as reclama es na imprensa local acerca da sujeira e do descaso com as ruas e os espa os p blicos da falta de planejamento global da cidade onde se dispunham casas e edif cios pouco higi nicos e de modo desalinhado com gabaritos distintos geralmente autorizados por fiscais municipais leigos no assunto Somente quando houve um acr scimo significativo nas arrecada es estaduais p de se observar maior preocupa o com as fei es da Cidade da Parahyba Essas arrecada es por sua vez advinham no per odo em quest o quase que unicamente dos impostos cobrados sobre a exporta o dos g neros agr colas produzidos no Estado dentre os quais o algod o assumiu papel de destaque desde a decad ncia da cana de a car produzida nas terras pr ximas ao litoral parahybano O algod o representou uma excelente alternativa diante da demanda por fibras nos mercados nacional e internacional e sua produ o se intensificou concomitantemente ao afastamento dos Estados Unidos do posto de maior produtor mundial em momentos de crise interna e externa Algumas variedades do algod o por exemplo a Gossipium Brasiliense eram nativas em terras nordestinas e outras foram trazidas de fora se adaptando perfeitamente s condi e
181. icipal 1889 a 1891 F LUCENA onseca 1892 a 1896 lvaro Machado Conselho Municipal 1891 a 1894 Floriano Peixoto 1896 a 1900 Gama e Melo Jovino Limeira Dino 1894 a 1898 MACHADO oraes 1900 a 1904 LEAL Jos Peregrino Conselho Municipal 1898 a 1902 Campos Sales 1904 a 1905 Alvaro Machado Francisco Xavier Ji 1902 1906 Rodrigues Alves 1905 1908 Walfredo Leal f 1906 a 1909 Affonso Penna 1908 a 1912 Jo o Machado Otac lio de Albuquerque 1909 a 1910 Nilo Pe anha 1912 a 1915 TRANSI O Castro Pinto Jos Bezerra Cavalcanti 1910 a 1914 Hermes da Fonseca 1915a 1916 Ant nio Pessoa Dem crito de Almeida 1914a 1918 Wenceslau Braz Camilo de Ant nio Pessoa Filho 1916 a 1920 NEIVA Holanda Ant nio Soares de Pinho 1918 1919 Delfim Moreira PESSOA Inacio Evaristo Monteiro 1920 1924 LUCENA Solon de Lucena Walfredo Guedes Pereira 1919 1922 Epit cio Pessoa Trajano Pires da N brega 1924 a 1928 Jo o Suassuna Jo o Maur cio Medeiros 1922 a 1926 Arthur Bernardes 1928 a 1930 Jo o Pessoa Jos D Avila Lins 1928 a 1930 Washington Luis Mas com a confirma o da Proclama o os jornais circulantes pareciam ter esquecido a horda de mendigos Toda a tinta e reda o era gasta com o novo regime Na noite do dia 15 chegou um telegrama ao jornal Gazeta da Parahyba que confirmava ter o ex rcito e a armada proclamado a Rep blica Os interessados no ocorrido dirigiram se at a r
182. ifica o comunica es postais e telegr ficas edif cios p blicos hospitais escolas patronatos esta es experimentais e de remonta drenagem de rios campos de avia o etc MELLO 2002 164 A maioria dessas obras foi implementad nas regi es mais castigadas pela estiagem e utilizou a m o de obra dos pequenos produtores na condi o d assalariados O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 61 curimata s permitindo intercambio comercial dessas regi es com a capital e o sert o do Estado Mensagem 1921 48 49 As estradas de rodagem assim como as outras diversas obras custeadas pelo governo federal como parte do Projeto de Combate s sui FIGURA 13 Imagem do Atracadouro do Sanhau Secas da IFOCS viabilizaram emprego e tamb m conhecido como Porto do Capim em 1920 FONTE RODRIGUEZ 1972 renda aos trabalhadores agr colas vitimados pela seca ampliaram as condi es de assist ncia e de com rcio nas cidades atingidas e especialmente facilitaram o interc mbio e a comercializa o da produ o agr cola e industrial dos estados nordestinos Essa destina o or ament ria anual liberada pelo governo federal especialmente durante a administra o do parahybano Epit cio Pessoa 1919 1922 para a efetiva o das obras de infra estrutura pelo Nordeste e principalmente pela Parahyba do No
183. imprensa ao processo de demoli o das resid ncias dispostas na rea central portu ria do Rio d janeiro As autoridades locais acreditavam que esses antigos casar es cerceavam o acesso ao porto comprometiam a seguran a sanit ria e bloqueavam o livre fluxo que era indispens vel para a circula o num cidade moderna NOVAIS 1998 23 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 16 cercou de um d cor arquitet nico Art Nouveau em m rmore cristal combinado com os elegantes lampi es da moderna ilumina o el trica e as luzes das vitrines das lojas de artigo finos importados A revista Brazil Magazine publicada simultaneamente nas l nguas portuguesa e francesa aclamava tal interven o Repentinamente por um esfor o verdadeiramente maravilhoso Rio metamorphoseou se Desde a famosa transforma o de Paris conclu da por Haussmann sob o reino de Napole o Ill nada se tinha visto ainda de semelhante Jamais uma grande cidade foi t o completamente modificada em t o curto espa o de tempo A espl ndida avenida Beira Mar estende como uma enorme serpente os seus cinco kilometros de caes podendo se classifical a como umas das maiores maravilhas do mundo A Avenida Central que tem perto de dois kilometros de extens o equivalente dos Campos Elyseos mas n o sendo t o sombreada como a mesma teem entretanto um aspecto de maior belleza e d
184. ireito exclusivo exporta o e importa o dos produtos no Brasil A Companhia de Pernambuco contribuiu para o aumento da produ o e para a exporta o do algod o do tabaco e de couro curtido A exporta o do algod o de Pernambuco passou de 37 000 arrobas em 1788 a 235 000 em 1802 Por volta de 1800 o algoda representava de 18 a 20 das exporta es Outros produtos importantes s o o arroz o ndigo a borracha e cera de Carna ba Os lucros das Companhias permaneceram sobretudo em Portugal e n o com os colonos d Brasil BOXER MAURO SOUZA apud TEIXEIRA 2002 289 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 28 O segundo boom da produ o algodoeira aconteceu em virtude da Guerra Civil Americana tamb m conhecida como Guerra da Secess o 1860 1865 Todavia como se observar mai adiante ver QUADRO 01 a retomada da produ o norte americana provocou um decr scimo mas n o a estagna o da produ o nordestina que conquistara seu espa o no mercado externo as exporta es parahybanas ca ram menos celeremente do que as do resto da regi o porque a alta qualidade de seu algod o de fibras longas tinha maior demanda LEWIN 1993 58 ao mesmo tempo em que se ampliava a ind stria t xtil e de produ o de leo do caro o do algod o no centro sul do Brasil QUADRO 01 QUADRO DEMONSTRATIVO DA QUANTIDADE EM ARROBAS DA PROV N
185. it ria 2000 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 199 MUMFORD Lewis cidade na Hist ria suas origens transforma es perspectivas S o Paulo Martins Fontes 1998 NOVAIS Fernando A coordenador geral Historia da vida privada no Brasil v 2 Imp rio a Corte a Modernidade Nacional S o Paulo Companhia das Letras 1997 Historia da vida privada no Brasil v 3 Republica da Belle Epoque a Era do Radio Sao Paulo Companhia das Letras 1998 OLIVEIRA Giovana de A elite pol tica e as transforma es no espa o urbano Natal 1889 1913 Natal 1997 Disserta o de Mestrado em Ci ncias Sociais Universidade Federal do Rio Grande do Norte PRADO JR Caio Hist ria econ mica do Brasil S o Paulo Brasiliense 1971 Forma o do Brasil contempor neo S o Paulo Brasiliense 1981 PINHEIRO Elo sa Petti Europa Fran a e Bahia difus o e adapta o de modelos urbanos Paris Rio e Salvador Salvador EDUFBA 2002 PINTO Irineu Ferreira Datas e notas para a Hist ria da Para ba Volume 2 Jo o Pessoa universit ria 1977 REIS FILHO Nestor Goulart Quadro da arquitetura no Brasil 4 ed S o Paulo Perspectiva 1978 REVISTA DO INSTITUTO HIST RICO E GEOGR PHICO PARAHYBANO Parahyba do Norte Imprensa Official 1907 REVISTA DO INSTITUTO HIST RICO E GEOGR PHICO PARAHYBANO Parah
186. l da cidade Ainda nesse ano foram conclu das as obras do edif cio da Usina de Luz El trica localizado no mesmo terreno da Esta o Cruz do Peixe em Tambi e foram iniciados os servi os de montagem do maquin rio RODRIGUEZ 1994 101 103 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 113 a luz do progresso da quimica condenados tamb m estavam sistemas de ilumina o base de azeite estearina cera sebo gas seu uso implicava em preju zos para a sa de p blica pois dependia d combust o de subst ncias que viciavam o ar O g s carb nico desprendido com intensidade incomodava e prejudicava os olhos al m do que a intensidade da luz agredia a vis o Em seu lugar pedia se introdu o da luz el trica Essa al m de sinalizar civiliza o e progresso acabaria com os inconvenientes do g s carb nico garantiria uma claridade suave vis o e n o oferecia o perigo de explos o SA 1999 45 Enfim em mar o de 1912 a ilumina o eletricidade chegou cidade da Parahyba ao som de uma salva de tiros e da banda de m sica da pol cia lvaro Machado diante do quadro distribuidor ligou a chave geral correndo um fr mito de entusiasmo entre todos os presentes quando a sala e a cidade se iluminaram No mesmo ano a ilumina o el trica do pr dio da Imprensa Oficial marcou a chegada desse tipo de energia a um edif cio p
187. lan amento dos t tulos Como ratifica GALLIZA 1993 123 a opera o do cr dito interno foi autorizada o Estado confiou a Jo o Pessoa Cavalcanti a promo o e o lan amento de t tulos na cidade do Rio de Janeiro Todavia acompanhando o andamento desse processo nas mensagens presidenciais p de se observar que a opera o de empr stimo fracassava progressivamente e estando as bases contratadas e as obras iniciadas o Estado teve de ir custeando o servi o aos poucos com os recursos do pr prio Tesouro o que lhe acarretou algumas dificuldades de ordem financeira Mesmo diante de tais aperturas a obra foi levada adiante e pode se afirmar que a economia algodoeira mais uma vez foi a maior respons vel pela realiza o desse importante melhoramento na capital ainda que indiretamente pois era confiada renda obtida com sua produ o e exporta o o pagamento das d vidas contra das com a compra do material e com a m o de obra ambos necess rios execu o do empreendimento O algod o era e prometia ser por longa data a principal fonte de riqueza p blica e particular da Parahyba do Norte e por isso investia se e divulgava se maci amente o desenvolvimento e o melhoramento de sua cultura no relat rio presidencial da Parahyba do Norte de 1922 ou O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 132 melhor da administra o de Camillo de Hollanda
188. lip ia Frederika S 1999 28 ver PLANTA 02 p 91 Comparando se a PLANTA 01 de 1858 de autoria de Alfredo de Barros e Vasconcellos com a PLANTA 02 de 1889 elaborada por Wylnna Vidal percebe se que nesse intervalo de cerca de trinta anos foram poucas e pontuais as interven es FIGURAS 26 27 Antigo Beco do Carmo atual Travessa Conselheiro Henriques 1877 trecho da Rua da impostas sobre espa o urbano da cidade Areia na esquina com o antigo Beco do Tanque no ano de da Parahyba Nos primeiros anos do novo LORE rer ohn regime politico a capital ainda nao contava com varios dos icones que representavam a modernidade ou seja ainda nao dispondo de um sistema de abastecimento de agua potavel de uma rede de esgotos para escoamento de mat rias fecais aguas servidas sem um programa de limpeza publica sem a de um sistema aperfei oado de ilumina o sem constru o de carris de ferro Entretanto em 1876 a cidade j dispunha de liga o com a rede nacional do Tel grafo pelo Recife Em 1889 teve o Teatro Santa Rosa inaugurado e o Jardim P blico j se achava aberto diariamente para o usufruto da elite local sendo inclusive considerado um embellesamento necessario cuja ausencia entre n s dava logar a justo reparo por quanto mesmo cidades secundarias j o t m adoptado JORNAL DA PARAHYBA 16 de mar o de 1889 A prop sito de suas con
189. m Alguns autores ap iam se unicamente sobre o componente econ mico como elemento propulsor e determinante da moderniza o outros autores no entanto optam pela defesa de uma vertente historiogr fica onde a moderniza o segue um processo de intera o com as esferas social pol tica econ mica religiosa etc Este o pensamento de BLOCH quando afirma que numa sociedade qualquer que seja tudo se liga e se comanda mutuamente a estrutura pol tica e social a economia as cren as as manifesta es mais elementares e mais sutis da mentalidade BLOCH apud SA 1999 18 7 As ditas elites intelectuais em geral e n o coincidentemente integravam o poder pol tico e econ mico da regi o A forma o intelectual num pa s como o Brasil na referida poca exigia um grande disp ndio monet rio e apenas as classes mais abastadas dispunham de capitais para enviarem seus filhos aos centros difusores de cultura conhecimentos Quando estes voltavam ao estado natal com seus t tulos em punho logo ocupavam seus cargo junto aos partidos e imprensa locais O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 19 poder carecia Essa elite letrada uma vez que acumulava prest gio intelectual econ mico pol tico p de colaborar na imposi o de novos conhecimentos e comportamentos na cidade fazendo circular medidas voltadas ao ajustamento da popula o s novas regras de vida
190. m se desenvolvendo na capital o governo ainda conseguiu manter em dia o pagamento do seu funcionalismo p blico coisa que n o ocorrera na crise de 1915 tamb m como decorr ncia de uma grande seca A administra o de Camilo de Holanda 1916 1920 distinguiu se das anteriores especialmente pela realiza o de in meras obras p blicas localizadas sobretudo na cidade da Parahyba Pode se afirmar que em seu governo trabalhou se em quase todo o per metro da cidade Cruz das Armas Tambi Varadouro que parecia haver despertado de marasmo secular O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 121 Houve de certo modo uma revolu o administrativa econ mica social que contribuiu para remodela o da cidade apesar da crise financeira enfrentada a partir do seu terceiro ano administrativo Mas exatamente por causa desse novo ritmo de governo e dos gastos com tantos novos empreendimentos sua administra o foi cognominada o governo do racha express o que injustamente traduzia a m qualidade das obras e o desperd cio do dinheiro do Tesouro TRIGUEIRO 1982 53 54 Ao que tudo indica as obras de seu governo n o eram de m qualidade Questionava se todavia a grande soma de recursos gastos nessas obras pois nada se tinha feito equivalente at ent o na cidade da Parahyba que consumisse tamanha soma do dinheiro p blico Nos discursos
191. mado de 20 000 habitantes recenseados na virada do s culo Em 1910 essa popula o era de cerca de 44 000 habitantes BOLETIM INFORMATIVO PARAHYBA DO NORTE 1921 ALMANACH 1922 335 Essa diferen a de 10 000 pessoas no intervalo de uma d cada 1910 1920 tornava se gritante quando se imaginava esse adicional em uma cidade cujo sistema de abastecimento d gua foi constru do parcialmente atendendo ineficaz e insuficientemente uma pequena parcela de sua popula o Para piorar a situa o a Parahyba do Norte adentrou a d cada de 1920 sem um sistema adequado de tratamento dos esgotos Essa era uma preocupa o frequente dos governos parahybanos mas que despenderia um or amento ainda incompat vel com as receitas estaduais como se observa nas palavras de Solon de Lucena em 1921 Posto que seja essa uma obra a complementa o do servi o de abastecimento d gua que se imp e aos poderes p blicos visto que a ella est o ligados o asseio a hygiende a sa de e a pr pria vida de nossa urbs aguardo entretanto o resultado das negocia es para o levantamento de um imprestimo interno que tento na pra a do Rio de Janeiro a fim de poder attender a essa urgente reforma bem como emprehender com seguran a a construc o do exgotto a esta capital Reputo uma das maiores sen o a maior de nossas necessidades exgotto a esta capital Sem elle parecem burlados todos os esfor os no sentido de mantermos aqui um est
192. mo assim nos trinta anos subsequentes Proclama o da Rep blica a cidade da Parahyba foi palco de in meras transforma es e a sociedade esteve em movimento Ocorreu decerto um crescimento populacional e econ mico quantitativo e qualitativo que gerou implica es sobre o tra ado FIGURA 23 Foz do rio Paraiba s tio da cidade e Fortaleza de Santa Catarina urbano de algumas cidades do estado da Parahyba segundo cartografia colonial FONTE MELO 2003 71 do Norte inclusive sobre sua capital objeto de estudo desse trabalho Esse crescimento ocorrera principalmente em fun o da produ o algodoeira que assumia o posto de principal produto de exporta o do Estado como analisado no CAP TULO LEWIN 1993 70 ratifica a afirma o acima quando acrescenta que houve maior crescimento econ mico na Para ba durante os 41 anos da Rep blica Velha do que nos tr s s culos anteriores A expans o sem precedentes verificada no setor exportador p de ser medida pelo volume crescente de algod o embarcado para o exterior e para portos nacionais pelo maior investimento de capital em infra estrutura e pela propor o mais alta de terras plantadas com algod o que se alastrou por todo territ rio parahybano ver maiores detalhes no QUADRO 03 p 39 Em alguns momentos ele o processo de urbaniza o apresentou um certo dinamismo particularmente quando o com rcio do algod o gerou um excedente maior que
193. modelada 1915 1924 119 CONSIDERA ES FINAIS 151 BIBLIOGRAFIA 157 AP NDICE 162 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Introdu o A sociedade e as cidades brasileiras em geral testemunharam transforma es em escala e ritmo acelerados especialmente a partir das tr s ltimas d cadas do s culo XIX comparada aos seus tr s s culos anteriores Foi no ltimo quartel do s culo XIX que ocorreram no Brasil a Aboli o da Escravatura 1888 a Proclama o da Rep blica 1889 o aumento da densidade populacional dos seus principais centros urbanos principalmente em virtude das migra es estrangeiras e nacionais ocorridas para suprir a demanda de m o de obra nas ind strias do centro sul a amplia o da produ o algodoeira no Nordeste em fun o do afastamento dos Estados Unidos do posto de maior produtor mundial por ocorr ncia da Guerra da Secess o 1860 1865 e a difus o dos ideais higienistas republicanos progressistas positivistas e liberais que contribu ram na forma o de uma nova mentalidade na elite urbana Diante de tantos acontecimentos e realidades distintas a sociedade precisou adaptar se para suprir diversos outros tipos de necessidade que iam desde a infra estrutura urbana b sica at aos padr es de consumo diferentes dos praticados anteriormente As principais cidades brasileiras tamb m tiveram que se adequar aos n
194. mum na maioria das cidades brasileiras que passaram por um processo de moderniza o e embelezamento semelhante ao ocorrido na Cidade da Parahyba e em muitos casos numa escala muito mais assustadora como o acontecido na cidade do Rio de Janeiro Salvador e Recife Nesse momento da hist ria brasileira as diferen as sociais foram drasticamente ampliadas e tornou se corriqueira a conviv ncia muitas vezes indesejada pela classe dominante em um mesmo espa o urbano de pobres e ricos do feio e do bonito do sujo e do limpo do chic e do cafona do moderno e do atrasado SORIANO 2001 145 Enfim as cidades brasileiras nesse O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 199 per odo converteram se em cen rios de diversidades contradi es a cidade da Parahyb nao coube o carater de excecao A economia algodoeira em conjun o com outros fatores citados no decorrer do trabalho de certo modo permitiu e financiou essa nova realidade no momento em que dinamizou o da cidade atraiu investimentos externos ampliou os valores arrecadados com impostos sobre a exporta o das fibras do leo do caro o do algod o A produ o do algod o na Parahyba do Norte tamb m promoveu o enriquecimento particular de in meros produtores e comerciantes o que justifica a incr vel expans o de sua cultura pelas diversas zonas do territ rio parahybano como
195. n o dava dividendos e os seus acionistas reunidos em Assembl ia Geral resolveram liquid la O governo do Estado em setembro de 1906 dez anos ap s sua funda o e durante o governo de Walfredo Leal no nobre intuito de conservar t o til empreza e sendo accionista da mesma de 30 contos de reis encampo a por 70 contos O governo no intuito de facilitar os meios de transporte em nossa capital pondo em communica o os bairros de Tambi e Trincheiras ergueu a empreza de bonds dotando a de melhoramentos indispens veis Dentre os beneficiamentos aplicados podem ser citados a 58 Para RODRIGUEZ 1994 181 o citado percurso provis rio que o bonde realizava era o seguinte na primeira linha do Com rcio bondinho partia da Pra a Alvaro Machado passando pela Pedro atual 15 de Novembro subia a Visconde de Inha ma onde fazia a curva direita seguindo pela rua do Com rcio atual Maciel Pinheiro Desta subia em curva esquerda pela Estrada do Carro atual Bar o do Triunfo passando em curva direita pela frente do antigo Quartel do 27 Batalh o de Linha no largo Coronel Bento da Gama atual Pra a Pedro Am rico e da curvando novamente esquerda subia a Rua do Fogo atual avenida Guedes Pereira e em seguida a ngreme Ladeira do Ros rio chegando em frente Igreja de mesmo nome e findando portanto a linha do Com rcio a segunda linha das Trincheiras partia da frente da Igreja do Ros rio bifur
196. ncias para a economia do Estado Camillo de Hollanda afirmava em seu relat rio de governo de 1920 que A primeira victima do grande mal o pr prio Thesouro do Estado que se v de uma maneira geral sacrificado nas suas fontes de receita Vivendo quasi exclusivamente do algod o com a falta de chuva v se o Thesouro prejudicado nos recursos necess rios para a manuten o do apparelho administrativo do Estado grifo nosso Foi t o forte a crise que a safra do sert o onde floresce o chamado algod o do Serid reduziu se a uma insignific ncia de fardos n o or ada na sexta parte da do anno anterior j de si mal fadada por ter ficado longe da not vel safra de 1917 Aos escassos recursos do Estado juntaram se o aux lio directo de 440 000 000 prestado pelo honrado Dr Delphim Moreira ent o no exerc cio do cargo de presidente da Rep blica e a verba de 396 400 000 a que por for a de lei estava o governo federal obrigado a entrar para o Servi o de Defesa do Algod o Mensagem 1920 21 22 Diante dessas preocupa es e instabilidades no ano de 1917 foi criado o Servi o de Defesa do Algod o lei estadual n 464 um programa de aux lio financeiro estadual e posteriormente federal para investimentos e aplica o de tecnologias na cultura algodoeira Esse servi o foi reorganizado em 1921 pelo decreto n 1117 Nos anos de 1917 e 1918 foi criado e ampliado respectivamente o Servi o de Combate Lagar
197. ndial que provocou um aumento assustador no pre o do material necess rio execu o do citado empreendimento Um outro fator citado era a desatualiza o do sistema projetado por Saturnino de Brito em 1913 dada a expans o que a cidade vai tendo em diversos pontos notadamente para o sul zonas n o comprehendidas no plano Saturnino Mensagem 1920 12 A verdade que nesses dois ltimos anos com a crise financeira seria imposs vel a concretiza o do sistema de esgotos ainda que as condi es do mercado externo tivessem se tornado mais favor veis aquisi o do material necess rio Das obras que se encontravam em andamento no ano anterior de 1919 foram conclu das as do grupo escolar Ant nio Pessoa e do Izabel Maria das Neves este ltimo edificado por doa o testament ria de Al pio Machado Com o agravamento da situa o financeira em 1920 foram suspensos os servi os da estrada para Tamba de substitui o do cal amento da rua Bar o do Triumpho de continua o e in cio do cal amento da rua Beaurepaire Rohan e 13 de Maio respectivamente de prolongamento da avenida General Os rio de reconstru o da pra a lvaro Machado antigo Largo da Gameleira foram ainda suspensos os processos de desapropria o de v rios pr dios e terrenos localizados na avenida Jo o Machado Mensagem 1920 13 16 ver PLANTA 04 p 125 Apesar da crise clim tica econ mica e da suspens o das obras que vinha
198. njamin Constant Jaguaribe Concordia Jaguaribe Dom Adauto Amaro Coutinho Antiga Rua do Portinho Rua do Quartel Tambi Varadouro Artur Aquiles Antiga Travessa do Diniz Varadouro Joaquim Nabuco Antiga Rua da Aurora Tambi Bar o da Passagem Antiga Rua da Areia Varadouro Bar o do Triunfo Antiga Estrada do Carro Rua do Fogo Varadouro Dos Cariris Antiga Rua Bela Vista Varadouro Belo Horizonte Tiradentes Antiga Rua do Bombardeio Varadouro Borges da Fonseca Antiga Travessa 13 de Maio das Neves Cruz Cordeiro Antiga Rua da Cadeia Nova Varadouro Cardoso Vieira Antiga Rua Montenegro Rua dos Port es Travessa do Mata Negro Varadouro da Catedral das Neves 5 de Agosto Antigo Beco do Pena do Moutinho do Castro da Vira o Varadouro Conselheiro Henriques Antigo Beco do Carmo das Neves Desembargador Trindade Antiga Rua da Gameleira Varadouro Augusto dos Anjos Antigo Beco do Deserto das Neves 18 de Novembro Roger Frutuoso Barbosa Antiga Rua do Cisco Diogo Velho Antiga Alagoa de Detraz das Neves Duarte da Silveira Antiga Rua do Hospital das Neves Duque de Caxias Antiga Rua Direita das Neves O Ouro Branco abre caminhos O algod o a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924
199. no ora beneficiavam ora desmantelavam o esquema de suas arrecada es prejudicando sensivelmente suas receitas P de se observar ainda que a economia algodoeira foi determinante no tra ado de boa parcela dessas linhas ferrovi rias ainda que por algumas vezes em detrimento das arrecada es parahybanas Estas linhas se estabeleceram principalmente nas proximidades das grandes regi es produtoras de algod o do estado agreste e sert o a fim de canalizar a produ o para exporta o pelos portos da regi o Os recursos utilizados no custeio dessas grandes obras de infraestrutura que se espalharam pelo Nordeste foram em sua maioria de origem federal De algum modo esse aux lio da Uni o permitiu que os recursos arrecadados pelos cofres estaduais fossem aplicados em melhorias urbanas estabelecidas sobretudo na capital como se observar nos cap tulos seguintes Souza No alto Sert o o eixo Cajazeiras Antenor vinculava se a Fortaleza no Cear A economia paraibana tornou se seccionada o que permaneceria por bastante tempo A decantada integra o ferrovi ria s se concretizaria em 1958 quando a Rede Ferrovi ria do Nordeste completou a liga o Campina Patos Por essa poca o trem j n o significava muito visto como tinha in cio a febre das rodovias MELLO 2002 160 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Somente a partir da d cada
200. nt nio Eug nio Gomes PARA O ANO DE 1908 p 327 Cerf amp C2 b O escoamento da produ o do estado por seus limites fronteiri os principalmente por Pernambuco ver QUADRO 05 Mesmo quando o algod o tomou o car ter de branco na segunda metade do s culo XIX passando a ter peso maior na balan a econ mica e nas rendas or ament rias da capitania e da prov ncia a produ o continuava a escoar pelas barreiras para os estados vizinhos engrossando lhes a riqueza export vel e dando lhes um coeficiente de produ o surpreendente em detrimento da Parahyba do Norte A situa o geogr fica do territ rio parahybano encravado entre os estados de Pernambuco do Cear e do Rio Grande do Norte ver MAPA 01 oferecia tr s grandes portas por onde passavam livremente sua produ o agr ria e industrial Quando se deu o prolongamento das ferrovias constru das nos referidos estados a situa o da Parahyba do 20 Bor exemplo a empresa Cahn Fr res amp CIA era de franceses radicados no Brasil Nas ultimas d cadas do s culo XIX esta empresa quase monopolizou com rcio externo da Parahyba do Norte Fundada em 1864 estabeleceu filiais em Guarabira e Mamanguape tornou se propriet ria de terras de engenhos de a car dominou o setor banc rio sendo representante de capitais europeus de estabelecimentos de cr dito e de companhias de seguro investiu no sistema de transporte urbano subscre
201. o Norte e na moderniza o de sua capital 3 2 MODERNIDADE EM MEIO SOCIEDADE PARAHYBANA 1915 1924 Assim de 1910 a 1924 a Capital experimentou fase de constante progresso adquirindo o aspecto apraz vel que a caracteriza Nesse per odo tivemos paralelamente ampla transforma o na mentalidade pol tica e extraordin ria movimenta o na vida intelectual Os primeiros vinte anos da Rep blica haviam sido de marasmo n o por culpa da pol tica por m da pobreza do atraso geral da aus ncia de est mulo para quaisquer inova es A partir de 1912 tivemos a mudan a de situa o pol tica com o revezamento dos quadros governativos e o aparecimento de novos valores na vida p blica Al m disso houve o impacto da guerra que nos trouxe alguma prosperidade modificou antigos costumes e abriu novas perspectivas culturais Por fim um paraibano ascendia Rep blica o que nos dava a ilus o de que a Para ba governava o Brasil TRIGUEIRO 1982 57 Na poca em que foi nomeado governador Alvaro Machado exercia as fun es de instrutor de engenharia milita na Escola Militar e na Escola Polit cnica de Salvador Pouco conhecido no estado n o possu a curr culo qu atestasse ter se sobressa do fosse como pol tico ou como militante do movimento republicano SA 1999 117 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 16 Pode se afirmar que a vi
202. o de conserva o era prec rio e ineficiente e continuavam sendo sentidos os efeitos negativos das epidemias e das levas de retirantes que se instalavam em p ssimas condi es pela cidade fugindo das secas A necessidade da popula o parahybana por medidas saneadoras aliada s perspectivas passagem do s culo e aos ideais progressistas e modernistas fez com que progressivamente e de acordo com o capital dispon vel e com o grau de compet ncia do administrador p blico fossem realizadas importantes modifica es no cen rio urbano da cidade da Parahyba Essas primeiras modifica es tiveram in cio no governo de Walfredo Leal 1905 1908 e foram determinantes na remodela o urbana pela qual passou a capital em anos seguintes Dentre as melhorias que alcan aram a cidade da Parahyba a partir de meados da d cada de 1900 at 1915 incluem se a gua encanada a eletricidade e o bonde el trico o cinema o autom vel e a sua primeira institui o banc ria Todas essas novidades sugeriam que a cidade estava saindo do seu estado provinciano e caminhando rumo modernidade No final da primeira d cada do s culo XX o Estado da Parahyba do Norte foi contemplado com o seu primeiro autom vel 1909 de propriedade particular do negociante Francisco Verg ra com resid ncia em Santa Rita e chefe da casa de estivas F H Verg ra amp CIA No ano seguinte a cidade assistiu funda o do seu primeiro cinema o Path 1910 de
203. o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Destarte o ancoradouro de Cabedelo apresentava se como excelente alternativa para solu o das dificuldades portu rias do estado n o fosse o fato de que todas as mercadorias tivessem de ser transportadas por ferrovia entre o porto de Cabedelo e a alf ndega instalada n Varadouro dist ncia que aumentava os custos do frete para os comerciantes da capital Houve um estremecimento do com rcio e dos propriet rios de pr dios da cidade quando em 1882 foram realizados estudos para a constru o do trecho de ferrovia entre a Capital e Cabedelo Havia entre essa popula o o receio de que o governo tencionasse transferir para aquela localidade o centro comercial e administrativo do estado da Parahyba do Norte Por esse motivo os negociantes da cidade insistiam na dragagem do canal rio acima para torn lo pratic vel at a bacia do Sanhau MARIZ 1939 204 ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 121 Atendendo apelos dos comerciantes da capital Epit cio Pessoa enquanto ainda era senador em 1912 lutou para que se concretizasse a desobstru o do rio Sanhau restaurando o acesso direto da capital com o mar na inten o de com isso melhorar a situa o econ mica de seu estado natal LEWIN 1993 83 Conseguiu fazer com que recursos federais fossem alocados para tal obra que se estendeu de 1912 at meados da presid ncia
204. o opportuno acceitar offertas rasoaveis para a realiza o dos mencionados trabalho No entanto ao que parece o custeio de toda obr foi efetivado pelo pr prio governo utilizando se das receitas arrecadas pelo cofre p blico ALMANA ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1910 172 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 103 apresentava maior grau de dificuldade de execu o dentre os servi os hidr ulicos projetados para o abastecimento Nas obras executadas no primeiro semestre de 1910 foram gastos 25 627 290 Em novembro foi repassada aos negociantes de Hamburgo a quantia de 32 650 000 equivalente a primeira presta o dos canos de ferro A segunda presta o no valor de 32 135 920 foi paga em julho de 1911 Ainda em novembro de 1910 foram encomendadas a negociantes londrinos as caldeiras a torre hidr ulica al m de outras m quinas cuja presta o no valor de 19 970 380 foi paga em mar o de 1911 Em julho do mesmo ano j se achavam assentados os tubos FIGURAS 40 e 41 Pinturas em acr lico sobre tela de Rodrigues Lima retratando a sede da esta o de bombas da casa de m quinas ao ponto bondes em Cruz do Peixe d cada de 1910 S rie Parahyba Ontem e Hoje Na segunda figura j podem destinado caixa d gua distribuidora da ser observados os postes da fia o el trica e
205. o pareciam ter aumentado a inquieta o do governo e da elite urbana em dotar a cidade da Parahyba de tamanha benfeitoria Afinal muitas das capitais brasileiras j desfrutavam de t o importante melhoramento urbano Atrav s das mensagens e relat rios presidenciais p de se observar que o abastecimento d gua da capital foi uma preocupa o frequente em v rios governos estaduais em especial nas duas gest es de lvaro Machado 1982 1986 1904 1905 e na gest o de Walfredo Leal 1905 1908 Em muitos dos discursos pronunciados por Walfredo Leal acerca da cidade de sua administra o observou se seu anseio em contemplar a cidade com um adequado abastecimento que viesse contribuir com o conforto e a sa de de sua popula o Apesar de seus discursos entusiasmados n o foi ainda durante o governo de Walfredo Leal que a cidade da Parahyba p de ver realizado seu sistema de abastecimento d gua e demais beneficiamentos supracitados Apenas no governo seguinte o do m dico Jo o Machado 1908 1912 foi inaugurada uma primeira parcela do sistema mas ao que pareceu apresentava alguns problemas de distribui o e n o atendia totalidade da popula o Apenas 53 O Governo do estado no patri tico intuito de dotar a cidade com um bom servi o desta naturesa procurando as guas para seu consumo em mananciaes abundantes e salubres onde seja colhida de primeira qualidade procede aos estudos preliminares achando se apparel
206. o se tornava aos produtores e respons veis pelas transa es comerciais Ainda se aliava falta de vias de acessos prop cias a proximidade de entroncamentos das ferrovias dos estados vizinhos e a pr pria geografia parahybana onde o planalto da Borborema era o maior obst culo para o transporte dos produtos do interior para a regi o litor nea Para vencer essas dificuldades foram v rias as investidas de comerciantes e representantes do Estado da Parahyba do Norte governadores deputados e senadores perante a Uni o Mas o Estado ainda era um pequeno contribuinte quando comparado aos demais pares da federa o e isso lhe causava baixa representatividade junto ao governo central para negociar e lutar por melhores vias de comunica o visando interligar com maior efici ncia as reas produtoras aos portos da capital e de Cabedelo a falta de communica es r pidas torna a vida do sertanejo muit ssima mais cara do que devera ser as vezes absolutamente quase imposs vel E essa mesma car ncia de communica es junta aus ncia completa de negociantes exportadores na capital ao mesmo O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 tempo que a pobreza mis ria do commercio interno da Prahyba que nao quer ou nao pode vender a credito por prazos longos que d motivo a que sertanejo procure outros canaes por onde possa da sahida a seus productos industriaes
207. o tempo Como o Estado da Parahyba do Norte n o tinha d vidas e eram relativamente pequenas suas despesas passadas as crises decorrentes da grande seca de 1919 e da intensa propaga o da lagarta rosada em consenso os representantes estaduais e municipais acataram a decis o e partiu se para a execu o do grande empreendimento O projecto do exgotto desta capital um dos acontecimentos mais promissores e mais indicativos da b a vontade com que nos vai governando o sr Dr Solon de Lucena E assim que tendo estudado profundamente as condi es econ micas do Estado s exc deliberou fazer o servi o de exgotto na capital e esse ser feito vai vir o exgotto e o exgotto ser mais uma etapa deste governo honesto que nos felicita ERA NOVA 15 maio 1922 Em 1922 o pre o do algod o encontrava se relativamente estabilizado no mercado mundial a pra a parahybana j contava com compradores fi is nos pa ses industriais europeus investia se em tecnologia na cultura e no beneficiamento da fibra e do caro o do algod o visto que a produ o no centro sul do pa s se ampliava e come ava a representar concorr ncia ao produto parahybano o estado podia contar com silos estradas e a udes para minorar os efeitos das secas c clicas Esses fatores juntamente com a inexist ncia de d vidas atribuiam uma margem de confian a economia parahybana permitindo que o Estado contra sse o empr stimo e procedesse ao
208. od o do mundo n o somente sob o ponto de vista da capacidade productora da terra sen o tamb m pelo comprimento da fibra que extremando o do de outras regi es o colloca no primeiro plano entre os algod es de fibra longa grifo nosso Mensagem 1922 33 34 QUADRO 07 ARRECADA ES EM CONTOS DE R IS DO ESTADO DA PARAHYBA ENTRE OS ANOS DE 1917 E 1924 ANO ARRECADAGOES ARRECADAGOES O ALGOD O EM PORCENTAGEM DA QUANTIA ARRECADADA COM ESTADUAIS PLUMA E A SEMENTE DO ALGOD O ALGODAO SOBRE AS EXPORTA ES ESTADUAIS 1915 3 343 000 000 1 114 612 000 33 34 1916 4 802 000 000 2 113 942 000 44 02 1917 6 973 000 000 3 450 618 000 49 48 1918 6 562 000 000 3 014 276 535 45 93 1919 5 221 000 000 1 908 000 000 36 54 1920 6 133 000 000 2 390 000 000 38 97 1921 5 521 000 000 2 363 562 312 42 81 1922 7 729 000 000 4 179 000 000 54 06 1923 14 268 000 000 9 823 000 000 68 84 1924 11 679 000 000 6 024 000 000 51 58 Quadro com adapta es da autora da pesquisa n o inclusos os impostos cobrados sobre embarque por mar sa da por terra e os 20 cobrados sobre a exporta o Fonte MARIZ Celso Evolu o Econ mica da Para ba Jo o Pessoa A Uni o 1939 p 53 54 LEWIN Linda Pol tica e Parentela na Para ba um estudo de caso da oligarquia de base familiar Rio de Janeiro Record p 378 No ano de 1914 quando ocorreu a irrup o da guerra que provoc
209. od o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 160 TEIXEIRA Rubenilson De la ville dieu a la ville des hommes la secularisation d urbain dans le Rio Grande do Norte Br sil 2002 Tese de Doutorado em Histori Urbana Ecole d s hautes tudes em Sciences Sociales TRIGUEIRO Oswaldo A Para ba na Primeira Republica Jo o Pessoa A Uni o 1982 VEYNE Paul Como se escribe la historia Foucault revoluciona la historia Versi n espa ola de Joaquina Aguilar Madrid Alianza Editorial 1984 VICENTINO Cl udio Hist ria Geral S o Paulo Scipione 1997 VIDAL Wylnna Carlos Lima Transforma es urbanas moderniza o da capital paraibana desenho da cidade 1910 1940 Jo o Pessoa 2004 Disserta o de Mestrado em Engenharia Urbana Universidade Federal da Para ba SITES CONSULTADOS http chip cchla ufpb br paraiwa 00 barreto html http www artehistoria com historia contextos 2473 htm http Avww crl edu content brazil pari htm http www enciclopedia com br med2000 pedia98a filo76ls ntm http www mundodosfilosofos com br comte htm http Awww paulomarek hpg com br http Awww profesorenlinea cl universalhistoria pensamientohbreevoluc positivismo htm http www todoelderecho com apuntes varios apuntes positivismo htm http www ubm br ubm paginas cultura ref1 9 ensino arte htm O Ouro Branco abre caminhos O algod o a
210. odoeira sobre o espa o f sico da Cidade da Parahyba capital do Estado Mostra o processo de moderniza o urbana ocorrido principalmente nos dez anos subsequentes Primeira Guerra Mundial e tendo como maior financiador os recursos provenientes das arrecada es sobre a economia algodoeira Divide se em dois cap tulos sumariamente descritos abaixo e classificados segundo a intensidade do processo de moderniza o urbana CAP TULO IV As primeiras remodela es urbanas 1850 1914 mostra como se encontrava a cidade da Parahyba da metade do s culo XIX at os primeiros anos da Rep blica quais eram suas principais caracter sticas f sicas topogr ficas populacionais suas principais ruas bairros edif cios etc Al m disso trata das primeiras transforma es urbanas ocorridas na cidade nos vinte e cinco primeiros anos de Rep blica mostrando a chegada dos primeiros cones representativos de progresso e modernidade como por exemplo os trens de ferro os bondes a canaliza o d gua a eletricidade o tratamento est tico paisag stico de pra as e jardins entre outras tantas novidades Finalizando esse cap tulo estabelece se uma r pida compara o com o anterior mostrando a rela o existente entre essas transforma es e a ascens o financeira do Estado da Parahyba do Norte impulsionada pela economia algodoeira CAP TULO V A Cidade da Parahyba remodelada 1915 1924 mostra efetivamente as transforma e
211. oli o parcial ou total de edif cios e ou quadras existentes Mas esses arrazamentos foram em pequena escala se comparados s grandes reformas estabelecidas em cidades como Rio de Janeiro Recife entre outras No relat rio elaborado para o Saneamento de Para ba do Norte Saturnino de Brito deixava clara sua preocupa o em minimizar a destrui o das estruturas urbanas existentes Afirmava ainda que quando necess rias as demoli es deveriam ocorrer preferencialmente em apenas um dos lados das ruas evitando grandes perdas VIDAL 2004 28 A execu o do projeto elaborado por Saturnino de Brito para a Cidade da Parahyba em 1913 teve que ser adiada por cerca de uma d cada dada a falta de recursos do Estado e a crise mundial que se instalava com os pren ncios da Primeira Guerra Contudo ainda durante a administra o de Castro Pinto outras obras foram sendo realizadas na capital em 1914 o Lyceu Parahybano foi reaberto ap s quatro meses fechados para reforma onde foi completamente reparado quase totalmente reconstru do sorrindo nas linhas geom tricas dos seus mosaicos Tamb m foram reformados e dotados de fei o mais esth tica nesse mesmo ano o Pal cio do Governo a Casa de Deten o o pr dio da Recebedoria de Rendas da Imprensa Oficial e da Chefatura de Pol cia iniciaram se as obras do novo coreto do Jardim P blico e o levantamento de um edif cio em Cruz de Almas para instala o de uma e
212. ompreens o no ano de 1906 de uma popula o aproximada de 500 000 habitantes o Estado da Parahyba tinha um quadro eleitoral ainda restrito apresentando um n mero de 20 753 eleitores distribu dos em seus 37 munic pios Na capital existiam 5 se es eleitorais e um total de 1250 eleitores 91 a mais que no ano anterior ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1907 182 42 Aristides Lobo e Manoel Acau estiveram presentes entre os cinquenta e cinco signat rios do Manifest Republicano de 1870 Coelho Lisboa residia e atuava no Rio de Janeiro Maciel Pinheiro e Albino Meira s concentravam no cen rio pernambucano Francisco Alves de Lima Filho atuava na Prov ncia do Par O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 14 GEOGRAFICO PARAHYBANO 1909 52 Existem relatos de que no ano de 1889 os jornai mais deram aten o invas o da cidade pelos retirantes que fugiam da estiagem que iniciara no ano anterior do que ao movimento que se fazia em torno da Rep blica S 1999 53 TABELA 01 PANORAMA GERAL DAS OLIGARQUIAS PARAHYBANAS DOS PRESIDENTES DA UNIAO NO PER ODO CORRESPONDIDO PELA PRIMEIRA REPUBLICA 1889 1930 Anos Oligarquia Governadores Prefeitos Anos Presidentes NEIVA Deodoro da 1889 a 1891 PESSOA Ven ncio Neiva Conselho Mun
213. onais de outras areas tamb m foram imprescindiveis na forma o cultural da elite parahybana na difus o das letras das artes da poesia antropologia da imprensa da pol tica da hist ria contribuiram efetivamente as brilhantes personalidades de Jos Am rico Celso Mariz Perilo de Oliveira Epit cio Pessoa Octac lio de Albuquerque entre tantos outros Em 1915 a cidade da Parahyba j contava com um sistema de abastecimento d gua ainda que prec rio e insuficiente com bondes e ilumina o el tricos tel grafos ferrovias cinemas teatros autom veis e felizmente uma ag ncia banc ria Esses servi os j anunciavam progresso e a modernidade ansiados cada vez mais pela elite e pela administra o do Estado da Parahyba do Norte visto que as camadas menos abastadas tinham pouco acesso a essas benfeitorias No processo de constru o de um cen rio urbano condizente com a modernidade e o progresso almejados foi de suma import ncia a contribui o dos referidos profissionais da rea Mas outras provid ncias tiveram de ser tomadas para a melhoria da paisagem urbana Preliminarmente foi sancionada uma lei municipal regularizando a desapropria o de edifica es que ferissem a est tica da cidade ou que impedissem sua expans o e instala o de novos espa os urbanos p blicos A maioria dessas reas que passou por processo semelhante de desapropria o e demoli o deu lugar abertura e alargamento
214. onstru o de a udes e reaparelhamento de portos O projeto de obras contra as secas deixou um enorme saldo positivo para a economia parahybana pois at o ano de 1919 em dois ter os do estado de Campina para cima todo o transporte de gente e de mercadorias era feito em lombo de burro Quando se comemorou o centen rio da Independ ncia j se percorria de autom vel o Estado inteiro havendo estradas boas e m s para todas as cidades e vilas mesmo as mais remotas TRIGUEIRO 1982 68 De semelhante modo tamb m falava o presidente Solon de Lucena em 1921 que as estradas de rodagem ora existentes em todo o estado dando acsesso s regi es mais long nquas do interior permittem que os fazendeiros e agricultures fa am o transporte dos seus productos por meio de caminh es Precisamos produzir regularmente para conquistar mercados e conquistar mercados para assegurar a prompta venda de nossos productos Para resistir a concorr ncia de outros povos faz se mister melhorarmos as condi es de prepara o e embalagem de nossas mercadorias Mensagem 1921 45 46 Ainda durante a administra o de Camillo de Hollanda 1916 1920 e sob a dire o t cnica do engenheiro vila Lins foi constru do o trecho da estrada de rodagem entre Campina Grande e o munic pio de Soledade MARIZ 1939 67 Em 1921 festejava se o prolongamento dessa mesma estrada central que tinha por meta alcan ar o munic pio de Caja
215. ores seja de que natureza for ao contr rio credora at de uma d vida activa na import ncia de 454 628 459 proveniente de impostos n o pagos pelos contribuintes Mensagem 1917 56 57 Entre os anos de 1918 e 1919 outra vez a regi o Nordeste foi atingida por uma grande seca e suas consequ ncias foram experimentadas pela economia parahybana cujas arrecada es reduziram se quebrando um ritmo crescente que desempenhava desde 1916 como pode ser observado tamb m no QUADRO 07 Al m da seca a produ o estadual foi comprometida com o aumento da propaga o da praga da lagarta rosada de modo que ainda durante a administra o de Camillo de Hollanda lan ou se uma campanha de combate a essa praga que insistia em destruir os algodoais parahybanos Na administra o seguinte j se comemorava o xito dessa iniciativa quando Solon de Lucena afirmava Folgo em poder dizer vos que essa praga dos nossos algodoaes vae em franco decl nio Della se n o descuidaram os meus antecessores chegando o servi o a ter plena efficiencia na administra o Camillo de Hollanda Mensagem 1921 42 O ritmo crescente de arrecada es estaduais s seria ent o retomado a partir de 1922 quando foram minorados os efeitos da seca e se conteve a lagarta rosada Desde ent o as receitas aumentaram as administra es diminu ram o discurso a respeito da crise financeira que se enfrentava na Parahyba do Norte Segundo Celso MARIZ 19
216. orte e de mar o a abril para esp cies herb ceas J a colheita dava se principalmente entr junho e setembro podendo estender se at novembro ALMANCH DO ESTADO DA PARAHYBA PARA 1922 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 estado Isso acontecia na medida em que os grandes uno nur propriet rios cediam a terra ao pequeno lavrador para 11 o cultivo Este sem maiores condi es de investimento e conhecimento mantinha sua forma de cultura rudimentar As terras eram entregues aos pequenos agricultores geralmente cercadas na condi o de que a colheita lhes fosse vendida a pre o abaixo do mercado Em alguns casos uma quantia de aproximadamente 20 000 r is era adiantada ao lavrador para o custeio inicial do plantio sendo o pagamento exigido atrav s de uma saca de algod o que custava em m dia 50 000 r is o que equivalia a mais que o dobro do FIGURA 07 Encarte da firma parahybana Kr ncke amp CIA localizada na capital do Estado e sendo neste pioneira na aquisi o e utiliza o da prensa hidr ulica agamento uma por o preestabelecida do produto FONTE ALMANACH DO ESTADO DA pag 1922 valor inicial outras palavras fazendeiro fazia um adiantamento em dinheiro ao agricultor e recebia como independentemente da safra obtida Na maioria dos casos devido as imprevisi
217. os Unidos da Am rica IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estat stica ICF International Cotton Federation IFOCS Inspetoria Federal de Obras contra as Secas IHGP Instituto Hist rico e Geogr fico Paraibano PPGAU Programa de P s Gradua o em Arquitetura e Urbanismo UFPB Universidade Federal da Para ba UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Lista de Figuras FIGURA 01 Vista da Avenida Central no Rio de Janeiro em 1907 18 FIGURA 02 Vista da Avenida Paulista em S o Paulo em 1907 18 FIGURA 03 Vista da ponte sobre o rio Capibaribe na cidade do Recife em 1907 18 FIGURA 04 Antiga prensa de algod o 34 FIGURA 05 do distrito de Queimadas fundada em 1865 34 FIGURA 06 Camponesas colhendo safra de algod o 34 FIGURA 07 Encarte da firma parahybana Kr ncke amp CIA localizada na capital do 36 Estado e sendo neste pioneira na aquisi o e utiliza o da prensa hidr ulica FIGURA 08 Prensa Excelsior na usina de Soares de Oliveira e CIA 37 FIGURA 09 Descaro adores Lumus da usina de Mulungu 37 FIGURA 10 Fardos de fibra prensada aguardando lugar nos armaz ns da capital 37 respectivamente FIGURA 11 Homens carregando barca as com fardos de algod o no atracadouro 37 do Sanhau com destino ao porto de Cabedelo FIGURA 12 Poss vel comprador an
218. os blocos carnavalescos Serra Boia Tenentes do Diabo Bloco dos Trinta Bloco dos Trinta e Um Cavadores da Epoca Bloco dos Baetas entre outros blocos menores promovendo seus desfiles bals masqu s e soirr es blanches pelas principais ruas e resid ncias da capital parahybana Acerca do bal masqu do Bloco dos Trinta do ano de 1918 era publicada a seguinte nota dada a sua tradi o e o grande selecto elemento chic de nossa sociedade de suppor que a premeditada soir e de m scaras constituir uma das mais brilhantes notas ante as loucuras da folia irresist vel Jornal UNI O 9 fev 1918 Nesses dias festivos de carnaval tamb m aconteciam v rias apresenta es das bandas da For a Policial e do Batalh o de Ca adores nas principais pra a O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 avenidas da cidade como Venancio nas proximidades do Club Astr a onde como de costume festejava com manifesta es p blicas deus folia abrindo os seus sal es aos seus associados Jornal A UNI O 10 fev 1918 Aconteciam tamb m v rias atividades desportivas e culturais pela cidade como por exemplo as competi es de remo nas guas do rio Sanhau as patina es no rink da pra a Ven ncio Neiva onde hoje se localiza o Pavilh o do Ch as exibi es cinematogr ficas e
219. os foram suspensos e a Parahyba teve de marchar sem ajuda t o preciosa Desde ent o o Estado da Parahyba do Norte teve de caminhar com as pr prias pernas contando com o aux lio federal apenas em per odos de calamidade por ocorr ncia das estiagens c clicas que assolavam a regi o Muitos autores parahybanos exultam os benef cios trazidos regi o pelo IFOCS e certamente foram in meros os empreendimentos espalhados pelo Nordeste e em escala jamais vista at ent o No entanto segundo MELLO 2002 164 as obras contra as secas n o alcan aram sua principal finalidade que seria prover certa sustentabilidade regi o em per odos de grande seca permitindo que o sertanejo coexistisse com a estiagem atrav s da implanta o de estradas de rodagem a udes eletricidade etc Ao contr rio ainda nos dias atuais a cada per odo de estio as lideran as se levantam pleiteando mais verbas para servi os de emerg ncia Quando se tornou novamente senador de 1924 a 1930 Epit cio Pessoa conseguiu algumas dota es federais ainda que de propor es relativamente modestas para a dragagem do ancoradouro de Cabedelo e para a constru o de uma estrada de rodagem ligando o capital H relatos de que em 1930 as docas de Cabedelo ainda estavam em constru o e os comerciantes da capital ainda defendiam veementemente a constru o de um porto no Varadouro e o monop lio sobre a alf ndega parahybana mesmo depois de Cab
220. osa ver FIGURAS 57 e 58 T WN ELF 4 ai 1 ET E Pe OF ma a o E r 0 Ty ji i i o 8 e TE E vi 4 ify Er Em fi Ind e FIGURA 57 Area de ocupa o espont nea indicada na FIGURA 58 Area tratada indicada na Planta da Cidade Planta da Cidade da Parahyba 1858 da Parahyba 1923 Nesses novos ou antigos espa os rec m tratados da capital prevaleceram as interven es corretivas s destrutivas de um modo geral Como dito as interven es de maior dimens o corresponderam s demoli es das igrejas do Ros rio da M e dos Homens e ao trecho final da Maciel Pinheiro Em momento posterior outros trechos urbanos foram arrazados para passagem do progresso como foi o caso da Igreja das Merc s que deu lugar pra a 1817 Esse car ter menos destruidor foi uma peculiaridade da capital parahybana defendido pelo Plano de Saturnino de Brito 1923 mas que tamb m podia ser uma exig ncia do governo O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 143 para conten o de despesas p blicas O fato que as interven es urbanas empreendida na capital foram mais corretivas e embelezadoras investiu se na cria o de cen rios urbano modernizados emblem ticos na destrui
221. otado principalmente quando se trata de cidades menores como a Cidade da Parahyba ainda pouco explorada por pesquisadores das quest es urbanas Esse fato atesta novamente a import ncia da pesquisa para a sistematiza o de dados relativos capital Para o desenvolvimento dessa tarefa foram coletadas informa es em diversas fontes bibliogr ficas e documentais a fim de produzir um documento consistente e original Buscando atingir os objetivos almejados o trabalho de pesquisa foi subdividido em duas partes espec ficas a primeira parte AS CONDI ES DE PARTIDA 1850 1924 constituiu se de conte dos introdut rios compreens o do processo de moderniza o da capital do Estado da Parahyba do Norte e principalmente do papel que exerceu a economia algodoeira neste processo A segunda parte A CIDADE DA PARAHYBA REMODELADA 1850 1924 apresentou dois recortes temporais distintos o primeiro de 1850 a 1914 mostrou o perfil da cidade suas principais caracter sticas e o in cio de um processo maior que se anunciava No segundo recorte temporal de 1915 a 1924 a cidade da Parahyba passou por um processo de remodela o urbana ainda n o observado que aconteceu concomitantemente alta cota o do algod o no mercado internacional em fun o dos efeitos da Primeira Guerra Mundial O recorte escolhido para pesquisa 1850 1924 marca um per odo de v rias transforma es nas principais cidades brasileiras sob diversos aspectos
222. ou a imediata retra o das importa es a ind stria t xtil nacional absorveu grande parte da produ o nordestina Antes que se colhessem as fibras no sudeste do pa s a regi o Nordeste manteve a posi o de maior supridor de fibras para aquela regi o refor ando um antigo v nculo de depend ncia entre os setores de produ o e industrializa o O per odo que marcou o sobressalto da produ o do algod o no centro sul coincidiu com a grande procura do mercado externo e nesse momento os efeitos da dr stica diminui o da exporta o para o mercado interno n o foram t o percept veis no quadro das arrecada es parahybanas O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Em 19177 segundo ano do exerc cio da administra o de Camillo de Hollanda 1916 1920 Estado adotou uma pol tica tribut ria mais forte e suas arrecada es quase dobraram em rela o ao ano anterior atingindo uma cifra aproximada de 6 973 000 000 ver QUADRO 07 No mesmo ano dispondo de um saldo l quido no valor de 800 000 000 Camillo de Holland colocava que A Parahyba n o deve e sobtrahindo se do saldo existente na Agencia da Banco do Brazil a quantia de 223 700 000 das ap lices em quest o ainda lhe fica o saldo de 576 300 000 que com a addi o dos da caixa de Montepio e da de Dep sito sobe somma de 849 598 491 A Parahyba pode affirmar que n o tem cred
223. ovos modelos urbanos europeus e ou norte americanos para atrair investimentos e capitais estrangeiros e para divulgar a id ia de que o Brasil convertera se em uma na o que caminhava a par do progresso e da modernidade Nesse intuito investiu se maci amente na cria o de cen rios urbanos que fizessem jus nova fase pela qual o pa s passava Todas as transforma es ocorridas no Brasil foram no entanto resultado de uma realidade internacional mais abrangente A partir da segunda metade do s culo XIX em pa ses mais desenvolvidos da Europa e nos Estados Unidos ocorreram in meras transforma es desencadeadas pelo advento da Segunda Revolu o Industrial Revolu o Cient fico Tecnol gica Uma imensa variedade de novos equipamentos produtos e processos industriais e de trabalho tornaram se parte do cotidiano num ritmo assustadoramente acelerado O mercado capitalista encontrou nesse momento a consolida o de sua unidade global na medida em que essa prodigiosa escalada da produ o implicava uma corrida voraz pela disputa das mat rias primas dispon veis em todas as partes do mundo como tamb m exigia a abertura de um amplo universo de novos mercados de consumo para absorver seus excedentes maci os NOVAIS 1998 12 Novais afirma ainda que s pot ncias n o bastav incorporar novos mercados e novas reas s suas possess es territoriais era necess rio O Ouro Branco abre caminhos O algod o
224. que hoje est se construindo o Pal cio dos Correios e Telegraphos foi escolha do illustre chefe do districto telegraphico Dr Affonso de Albuquerque Maranh o Incubido pelo governo da Uni o de procurar um local que se prestasse a tal fim fel o s s com absoluta intui o topographica da nossa capital apresentando lhe longo relat rio acompanhado da respectiva planta e varias photographias locaes no qual suggeria as bases para a negocia es preliminares de desappropria o dos pr dios existentes na rea do terreno comprehendido entre a ru da Uni o e a que lhe corre para hela ao poente com frente para a pra a Pedro Am rico desappropria o essa qu 5 5 estimara em cento e vinte contos de r is ERA NOVA 26 mar o 1922 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 187 obras d arte as alludidas estradas construc o de estradas de ferro de penetra o ligando a Parahyba ao Cear obras estas espalhadas pelo interior do estado da Parahyba do Norte Mensagem 1922 25 46 Os edif cios de car ter assistencial acima citados entre outros ainda n o colocados como o Instituto de Assist ncia e Prote o Inf ncia o Orfanato Dom Ulrico o Asilo de Mendic ncia e o Hospital Santa Isabel ver PLANTA 08 p 145 149 que abrigavam FIGURA 56 Pintura acrilico sobre tela doentes mendigos loucos todos aq
225. r cola alavancador da economia local no entanto interessava pesquisadora conhecer Qual a rela o de influ ncia de um aspecto sobre o outro Se ocorreu alguma transfer ncia direta de riquezas da economia algodoeira para a economia da cidade De que forma essa acumula o de riquezas p de ser percebida no espa o edificado da capital parahybana Como se procederam todas as transforma es ocorridas Quais foram essas transforma es Como foram financiadas Que aspectos est ticos foram privilegiados Todas essas quest es motivaram a realiza o e o desenvolvimento desta pesquisa cujos objetivos foram reconstruir esse momento espec fico da historia urbana da Cidade da Parahyba entre os anos de 1850 e 1924 per odo em que sua economia teve ascens o com a produ o do algod o o qual se tornou conhecido como ouro branco dada a import ncia que sua cultura assumiu na Parahyba do Norte e em outros estados do Nordeste compreender a O termo qualitativo ouro branco passou a ser utilizado em todo Brasil medida que o algod o assumia papel de destaque em sua economia Uma das mat rias publicadas no ALMANACH DO ESTADO DA PARAHYBA 1922 172 173 tinha por t tulo A terra do ouro branco que indica a import ncia de sua produ o para a Parahyba d Norte Nesse per odo o estado destacava se no cen rio nacional como um de seus principais produtores ou melhor o principal segundo William Coelho de Souza
226. r o Le baiser supr me e demais parfums vindos diretamente das perfumarias mais cotadas de Paris SA 1999 208 Atrav s do trecho acima escrito pode se observar a influ ncia que a cultura europ ia exerceu sobre os paraibanos e brasileiros de um modo geral A presen a de estrangeiros na cidade da Parahyba trazidos especialmente pelo progresso da economia algodoeira foi imprescind vel na transforma o cultural de sua sociedade Ao assumir grande parte do com rcio de exporta o e importa o e das empresas de cr dito do Estado tais forasteiros arrastavam consigo uma relativa parte dos lucros Por m sua maior contribui o certamente centrou se na dissemina o dos correntes padr es de modernidade cultural ao manterem contato direto e permanente com os centros irradiadores desses novos costumes e conceitos Esses padr es externos exerciam influ ncia no cotidiano da popula o atrav s do vestu rio do vocabul rio da instru o do apre o s artes em geral inclusive a arquitetura do tratamento do espa o urbano coletivo etc Um dos costumes tornado frequente nas primeiras d cadas do s culo XX foram os passeios di rios que a elite passou a realizar pelas principais ruas avenidas e pra as da cidade com seus novissimos modelitos e acess rios geralmente importados pelo com rcio local 35 Cite se Associa o Comercial Club Benjamin Constant Sociedade dos Artistas Mechanicos e Liberaes Club Astr
227. r odo de grande seca comprometendo drasticamente a produtividade do seu algod o O que havia em estoque entretanto foi exportado obtendo altas cota es no mercado internacional devido enorme car ncia de mat ria prima ocasionada pela guerra No ano seguinte diante O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 91 dos extraordin rios valores obtidos na comercializa o da fibra sua cultura ampliou se por todo o estado Todavia conservaram se as t cnicas rudimentares tradicionais de plantio e colheita o que conferia instabilidade produ o nordestina vez por outra atingida por pragas e secas Isso acarretou a amplia o da produ o e do beneficiamento do algod o no centro sul do pa s o que mais tarde fim da d cada de 1920 levaria a uma grande defasagem da produ o do estado da Parahyba do Norte Enquanto o mercado internacional carecia de fibras e de outros g neros produzidos no estado este p de exportar e obter excelentes cota es engordando sua receita como observado em momento anterior Mesmo diante da grande propaga o da lagarta rosada entre 1915 e 1919 e da terr vel seca enfrentada em 1919 a Parahyba do Norte conseguiu manter ndices elevados de exporta o de fardos de fibra de algod o garantindo certa margem de estabilidade em suas arrecada es De um modo geral p de se observar um relevante incremento da economia algodoeira
228. r da esta o em Cruz do Peixe Nesse per odo os banhos de mar e sol j eram bastante apreciados pela popula o como um todo que aproveitava os finais de semana e as f rias para passeios e veraneios respectivamente Em 1909 durante a administra o de Jo o Machado 1908 1912 a ferrovia passou por uma s rie de restaura es o maquin rio foi reparado as chamin s aperfei oadas os carros foram pintados e as cortinas trocadas No ano seguinte foram entregues a Alberto San Juan Tiago Vieira Monteiro e J lio Bandeira de Melo representantes da Empresa Tra o Luz e For a mediante invent rio os im veis m veis e semoventes da antiga Ferro Carril e da via f rrea Tamba para in cio dos estudos e instala es dos bondes el tricos RODRIGUEZ 1994 190 Estes passaram oficialmente a funcionar em fevereiro de 1914 e como de costume ao som da banda de m sica da For a Policial O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 m Como conclus o deste t pico ressalta se que no ano de 1913 o servi o de bondes entre as esta es finais de Tambi Trincheiras e Varadouro era realizado diariamente no hor rio das 6 da manh s 11 da noite partindo um bonde de cada um dos citados pontos de meia em mei hora Quatro anos depois em 1917 o trajeto entre os mesmos bairros era realizado partind de cada esta o um bonde em intervalos de 15 minutos
229. ra isso v rias desapropria es e demoli es Dentre os servi os que constitu ram o saneamento na capital iniciado em 1922 sumariamente podem ser citados servi os topogr ficos de loca o da rede coletora e do emiss rio do esgoto moldagem das pe as de cimento para as obras complementares dos esgotos constru o dos coletores constru o do emiss rio dos esgotos da cidade para o ponto de descarga no Tambi Grande constru o do t nel de esgotamento sanit rio e pluvial dos terrenos que vertem para a Lagoa situada no planalto superior da capital para onde a cidade mais se desenvolvia em novas ruas e avenidas abertura de novas vias urbanas necess rias ao saneamento Entretanto o projeto elaborado por Saturnino de Brito para a cidade da Parahyba priorizava outros aspectos al m dos t cnicos Foram abertos novos e amplos eixos vi rios Alargadas ampliadas e alinhadas outras ruas existentes Foram abertas e urbanisticamente tratadas algumas pra as e parques no tecido urbano como continua o do processo de embelezamento e moderniza o da capital At 1924 os exemplos mais dr sticos dessa cirurgia urbana que acontecia na cidade da Parahyba foram a demoli o da Igreja do Ros rio dos Pretos e de uma s rie de edifica es localizadas em seu entorno para a constru o da Pra a Vidal de Negreiros 1924 1925 e a demoli o da Igreja da M e dos Homens em Tambi para a constru o da Pra a Ant nio Pessoa
230. ram se sobretudo na Cidade da Parahyba e em Campina Grande Os demais munic pios do estado alguns inclusive diretamente ligados produ o algodoeira permaneceram em geral como entrepostos administrativos e comerciais para as reas rurais circunvizinhas e contemplaram pouqu ssimos servi os urbanos destacando se alguns casos de refinamento arquitet nico no mbito das edifica es particulares Na Cidade da Parahyba as resid ncias pertencentes elite local e aos grandes propriet rios do interior seguiam os padr es e estilos j adotados nas principais cidades brasileiras que por sua vez seguiam os europeus e norte americanos Esse ecletismo estil stico era observado na arquitetura no mobili rio na decora o dos ambientes e no conforto e salubridade das edifica es rec m constru das ou reformadas Todavia essas altera es ainda eram sutis na cidade da Parahyba at 1914 se intensificando quando o algod o teve surpreendente valoriza o passados os primeiros transtornos da guerra Somente com a amplia o das cifras estaduais p de se perceber o in cio de um processo que se anunciava com o bonde a eletricidade o abastecimento d gua o tratamento dos espa os p blicos enfim era o princ pio da remodela o que a cidade vivenciaria no p s guerra objeto dos pr ximos cap tulos De modo semelhante ao que ocorreu em outras cidades brasileiras os melhoramentos que contemplaram a cidade da Parahyb
231. rante Barroso Guedes Pereira Caturit 17 Consertos na rua Bar o do Triumpho entre outras O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 142 O engavetamento a desconsidera o total do primeiro projeto elaborado por Saturnino de Brito 1913 para a capital fez com que quando se retomasse a id ia do seu saneamento e abastecimento d gua um outro projeto tivesse que ser elaborado sem que o primeiro pudesse ser utilizado como base dada a sua total desatualiza o Comparando as plantas elaboradas por Alfredo de Barros e Vasconcellos 1858 e Otto Kuhn 1923 atrav s da sobreposi o ver PLANTA 09 p 150 percebe se nitidamente a amplia o urbana ocorrida na cidade da Parahyba Surgiram novos bairros Jaguaribe Roger Montepio Cord o Encarnado e Cruz das Armas Na maioria das reas de expans o adotou se o tra ado em quadr cula como modelo como foi o caso do bairro de Jaguaribe aberto na d cada de 1910 loteamento cujas ruas foram abertas paralelas e perpendicularmente avenida Jo o Machado considerado o primeiro bulevar da cidade Tamb m para o tratamento das reas de ocupa o espont nea o esquema de ruas paralelas e perpendiculares entre si preponderou como foi o caso da rea circunscrita pelas ruas Guedes Pereira antiga rua do Fogo General Os rio antiga rua da Medalha da Rep blica e Beaurepaire Rohan antiga rua Form
232. rede de distribui o d gua al m da abertura e tratamento de pra as parques e jardins convertendo esses espa os em locais apropriados circula o contempla o e tamb m para ameniza o clim tica e visual fornecendo Cidade da Parahyba seu atestado de progresso e modernidade Como dito anteriormente para a concretiza o do projeto de remodelamento urbano da Cidade da Parahyba ruas edif cios particulares e inclusive igrejas antigas tiveram de ser demolidos dando lugar novas art rias alinhadas e a espa os p blicos por onde circulavam autom veis e pedestres espa os esses agora dotados de equipamentos que qualificavam a cidade como modernizada segundo os moldes do urbanismo europeu j aplicado em outras cidades mais desenvolvidas do Brasil Esse projeto ao tempo em que saneou e valorizou o n cleo urbano afastou dele a popula o de mais baixa renda e todos aqueles elementos humanos que representavam algum mal sociedade como por exemplo os loucos vadios doentes e mendigos os quais for adamente tiveram que se deslocar para a periferia da cidade Desse modo alguns autores parahybanos atestam que na Cidade da Parahyba aconteceu um processo de moderniza o sem desenvolvimento na medida em que n o contemplou todas as camadas de sua popula o mas sim restringiu se aos interesses de uma classe pol tica e econ mica dominante a burguesia local Essa caracter stica conv m mencionar foi co
233. renciado por quadros tabelas mapas plantas pinturas e fotografias que comp em a disserta o cuja estrutura foi dividida em duas partes espec ficas resumidamente descritas adiante ESTRUTURA DO TRABALHO Antes de apresentar sumariamente o conte do dos cap tulos importante ressaltar que sendo o foco da pesquisa o espa o urbano da Cidade da Parahyba entre os anos de 1850 e 1924 e sua correla o com a economia algodoeira no Estado da Parahyba do Norte procedeu se elabora o de uma estrutura para o trabalho seguindo uma l gica cronol gica e tem tica O texto organizou se em duas partes espec ficas AS CONDI ES DE PARTIDA 1850 1924 e IND CIOS DE MODERNIZA O URBANA NA CIDADE DA PARAHYBA 1850 1924 Em ambas as partes o leitor perceber a nfase concedida ao per odo de 1915 1924 no qual as transforma es apresentaram ritmo e intensidade diferenciados ou seja bem mais acelerados e em maior escala Cada parte subdivide se em cap tulos cujo conte do ser resumidamente descrito a seguir O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 23 PARTE AS CONDI ES DE PARTIDA 1850 1924 Disserta sobre os principais condicionantes com destaque para a economia algodoeira qu conjuntamente contribu ram para a moderniza o do espa o urbano da Cidade da Parahyba Apresenta tr s cap tulos introdut rios necess rios compreens o das
234. restes a ser iniciadas e essas grandes obras seriam suficientes para imortalizar o nome de Solon de Lucena Por motivos anteriormente citados o primeiro ano de sua administra o n o teve grandes realiza es No entanto a partir do segundo exerc cio de seu governo as esperan as por dias melhores se renovavam ao menos o que indica o trecho abaixo extra do de artigo publicado na revista ERA NOVA em janeiro de 1922 na medida em que come aram a ser realizadas algumas obras sobre o espa o urbano da capital do Estado Vem melhor inspirado anno promissor de 1922 D nos recursos para exeguir o cubi ado e inadi vel problema sanit rio urbano Protege e apressa o servi o do nosso porto interno O Sanhau est sendo revolvido e aprofundado gra as possante draga Parahyba para reflectir em breve o nosso progresso agr cola industrial para espelhar os nossos problemas sociaes para realizar a nossa civilisa o E assim aconteceu que no ano de 1922 o presidente Solon de Lucena assinou contrato para realiza o dos servi os de gua e esgoto da capital do Estado ambos os projetos confiados compet ncia t cnica e profissional de Saturnino de Brito Solon de Lucena afirmava em seu relat rio de governo que desde o governo Castro Pinto que a Parahyba do Norte clamava tal servi o certamente at antes mesmo dessa administra o j se ansiava esse empreendimento Acrescenta que Ant nio Pessoa almejo
235. rnambuco 11 692 Via Alagoa do Monteiro Pernambuco 8 259 Via Alagoa Grande Pernambuco 5 675 Via Princesa Pernambuco 5 026 Via Capital pelo trem Pernambuco 700 Via Umbuzeiro Pernambuco 146 Via Guarabira Pernambuco 45 Via Pitimb Pernambuco 37 Pelo porto de Mamanguape Pernambuco 919 Sub total 93 009 Via Souza Pernambuco 22 511 Via Pombal Pernambuco 13 449 Via Patos Pernambuco 6 Via Pianc Pernambuco 868 Via Sao Jos do Rio do Pernambuco 572 Via Catol do Rocha Pernambuco 570 Via Cruz do Espirito Santo Pernambuco 354 Via Brejo do Cruz Pernambuco 354 Via Bananeiras Pernambuco 136 Via Araruna Pernambuco 968 Sub total 39 059 Total 132 172 Fonte Mensagem de Castro Pinto Assembl ia Legislativa A Uni o 04 set 1914 Os fatores acima citados trouxeram preju zos aos cofres do Estado da Parahyba do Norte pois comprometeram a soma de impostos arrecadados sobre o com rcio de importa o Al m disso o desvio da produ o local pelas barreiras a sua comercializa o nos estados vizinhos reduziam o movimento portu rio do estado a expans o de suas rendas do seu com rcio e por conseguinte de um desenvolvimento urbano mais amplo de sua capital Apesar das intensas investidas da Associa o Comercial da Parahyba e de grupos pol ticos da capital contra essa depend ncia e a favor de uma maior prosperidade econ mica do estado os produtores e comerciantes de algod o do interior
236. ropeus E este no actual momento de nossa vida por cerca de 2500 lavradores desvalidos esta medida concorreu principalmente para animar os trabalhadores das caatingas e leva los a fundar uma safra que pelas propor es dos terrenos plantados promette exceder todas alcan adas em annos anteriores Mensagem 1923 27 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 48 principal problema do mercado algodoeiro dos Estados do Nordeste Mensagem 1922 33 Solon de Lucena afirmava ainda que era falta desses cuidados especiais na produ o beneficiamento e comercializa o do algod o parahybano que elevava os preju zos de 20 50 entre o pre o do algod o limpo seleccionado e o do sujo colhido geralmente ao l o Afirmava ainda que a cultura algodoeira na Parahyba do Norte ainda estava muito aqu m de suas possibilidades produtoras e que se precisava desenvolver m todos e t cnicas adequadas de plantio e colheita haja vista outros estados do pa s com produ o recente e condi es clim ticas desfavor veis j estarem ocupando espa o privilegiado entre os maiores produtores do pa s Nesse momento o presidente se referia aos estados de S o Paulo Minas Gerais e Pernambuco que vinham intensificando sua produ o e come avam a representar concorr ncia ao produto parahybano ver QUADRO 08 p 49 Infelizmente n
237. rte proporcionou a aloca o dos recursos estaduais em outras obras inclusive nas empreendidas na moderniza o da capital Ao lado desses melhoramentos que aproximavam o litoral do sert o e consequentemente aproximavam as regi es produtoras das consumidoras e das portas para o escoamento da produ o apareceram novos personagens at ent o estranhos popula o sertaneja como engenheiros t cnicos motoristas m dicos trabalhadores especializados equipamentos e instrumentos como m quinas autom veis caminh es locomotivas e servi os como o cinema os restaurantes as bibliotecas o tel grafo e a eletricidade Todas essas novidades deram um novo ritmo s cidades por elas alcan adas e proporcionaram a forma o de outras cidades em entroncamentos de rodovias e nas proximidades de a udes e barragens como foi o caso de Boqueir o Coremas Souza Sum Condado e Malta Al m disso contribu ram para a constru o do desejo por progresso modernidade e urbaniza o ainda limitados aos maiores e mais populosos centros Ainda segundo GALLIZA 1993 116 117 os transportes rodovi rios passaram a competir com a Companhia Great Western ao ponto desta ter de baixar suas tarifas Acrescenta ainda que o caminh o apresentava in meras vantagens sobre os trens porque al m de serem mais c modos e mais baratos estavam livres de muitos tributos que pesavam sobre o transporte ferrovi rio como impostos federais e estaduais t
238. ruas ou melhor sessenta e duas contando outras tr s que sem denomina o espec fica ocupavam um lugar conhecido por Jardim localizado no Varadouro Destas trinta e quatro localizavam se na Cidade Baixa e vinte e oito na Cidade Alta Desse total de sessenta e duas apenas em onze caminhava se sobre cal amento Preenchendo essas ruas de forma ora concentrada ora esparsa distribuiam se 2 096 dois mil e noventa e seis pr dios Dentre estes apenas noventa e quatro eram sobrados Contrastantemente havia 876 oitocentas e setenta e seis casas de palha REVISTA DO IHGP 1910 90 S 1999 29 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Na parte alta da cidade localizava se seu centro administrativo com dez edificios de carater publico Palacio do Governo Liceu Tesouraria da Fazenda Paco Municipal Casa do Mercado dois Palacetes Instru o Prim ria Reparti o dos Correios Pr prio Provincial da Cruz do Peixe e Casa da P lvora Al m das resid ncias os pr dios particulares eram dois o Hospital da Santa Casa de Miseric rdia e o Teatro Santa Cruz Existia ainda o Cemit rio da Cruz do Peixe pertencente Santa Casa de Miseric rdia REVISTA DO IHGP 1910 90 91 S 1999 29 30 Os edif cios p blicos localizados na Cidade Baixa eram Tesouro Provincial Quartel de Linha Enfermaria Militar Quartel de Policia Cadeia Nova Trapiche Armaz
239. rvi o de Higiene P blica e o tra ado da larga e arborizada avenida que merecidamente lhe perpetua o nome Esta avenida substituiu um trecho da cidade onde eram vielas e matas de nenhum asseio Al m dessas obras algumas ruas do centro receberam pavimenta o e os jardins receberam gua canalizada para sua manuten o MARIZ 1939 127 57 Foram conclu dos os importantes trabalho sic de cal amento e largos passeios feitos nessa rua presentement a mais espa osa e bella da cidade Acha se a mesma arborisada com oitys do sul enviados do Rio pelo senado lvaro Machado ALMANACH ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYB PARA O ANO DE 1908 255 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 109 governo seguinte de Castro Pinto 1912 1915 precisamente no ano de 1913 recorre s aos trabalhos do escrit rio do engenheiro Saturnino de Brito para realiza o de um projeto par complementa o do abastecimento d gua e de um outro para a rede de esgotos da capital parahybana Este escrit rio j vinha desempenhando projetos dessa natureza com sucesso em boa parte do territ rio nacional Todavia na cidade da Parahyba certamente por quest es de natureza or ament ria essa obra s viria a ser iniciada em meados da d cada de 1920 na administra o de Solon de Lucena No ltimo ano do mandato de Castro Pinto 1915 uma grande se
240. s em cidades modernas e embelezadas Nelas as elites dirigentes que se alternavam no poder procuraram ao longo das primeiras d cadas do s culo aparelhar as cidades segundo os modelos europeus e cariocas era imprescind vel que se livrassem as capitais das prec rias condi es higi nicas a que estavam submetidas pois estas espantavam as possibilidades de incremento nas atividades industriais NOVAIS 1998 165 Como exemplo das interven es higienistas e embelezadoras efetuadas em cidade nordestinas podem ser citados o programa de demoli es do bairro do Recife o mais antigo O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 1 da capital pernambucana associado Plano de Saneamento 1909 1910 realizado pelo engenheiro Saturnino de Brito a amplia o do tra ado urbano da cidade de Fortaleza 1875 idealizada pelo engenheiro da Prov ncia do Cear e da C mara Municipal de Fortaleza Adolfo Herbster que projetou a abertura de tr s bulevares moda parisiense e a cria o da Cidade Nova 1901 em Natal numa rea de expans o planejada pelo agrimensor Ant nio Polidrelli MOURA FILHA 2000 141 As reformas urbanas promovidas nas principais cidades brasileiras tinham como meta garantir a transforma o social e cultural da cidade e obter cen rios urbanos decentes e atraentes aos fluxos do capitalismo internacional MOURA FILH
241. s inclusive a Parahyba publicando seus discursos preservacionistas contra as in meras modifica es impostas pelo progresso Mas essas reivindica es n o intimidaram as v rias demoli es e reformas realizadas pelas administra es p blicas que deram continuidade aos seus projetos de remodela o urbana Um outro aspecto atestava o processo de moderniza o e de seculariza o na cidade da Parahyba a mudan a na nomenclatura de suas ruas avenidas e demais logradouros p blicos Essa altera o certamente aconteceu durante a administra o do Dr Camillo de Hollanda e simbolizou tamb m um rompimento com o passado colonial e suas caracter sticas Por exemplo as antigas ruas conhecidas como do Mel o do Portinho e da Areia passaram a se chamar Beaurepaire Rohan Amaro Coutinho e Bar o da Passagem respectivamente ver ANEXO A A maioria das citadas ruas avenidas e pra as da cidade recebeu o nome de datas importantes ou de personalidades que contribu ram de algum modo com o desenvolvimento do Estado ou de outras regi es do pa s Em certos casos como aconteceu rua da Areia a alcunha de tempos remotos prevaleceu permanecendo assim conhecida at os dias atuais Al m desses indicativos de progresso material cultural arquitet nico urban stico pol tico e econ mico que ocorreram na cidade da Parahyba em escala relativa s cidades de porte semelhante existiram outros elementos representativos que tamb m merecem
242. s oriental da rea de expans o projetada Saturnino de Brito sugeriu uma extensa e larga avenida que seria respons vel pela liga o entre os citados bairros de Tambi e Jaguaribe equivalente ao papel desempenhado atualmente pela avenida Maximiano de Figueiredo aberta no final da d cada de 1910 na administra o de Jo o Machado VIDAL 2004 58 Aliado ao tratamento da antiga Lagoa dos atual parque Solon de Lucena na parte oriental do projeto percebe se a aten o concebida ao cais do Varadouro na extremidade ocidental da cidade nas proximidades do rio Sanhau O projeto de Saturnino de Brito tamb m previa a urbaniza o dessa rea propondo uma extensa faixa de aterramento do mangue e o tratamento paisag stico do local com reas verdes abertas de contempla o e possivelmente O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 106 para a realizagao de eventos cidade ja que esse era no referido periodo um dos principai acessos a capital parahybana atrav s do pequeno atracadouro do Sanhaua Uma outra caracteristica marcante no plano elaborado pelo renomado engenheiro para cidade da Parahyba em 1913 foi a conserva o de quase totalidade do tra ado urbano original ver PLANTA 03 excetuando se a abertura alinhamento ou alargamento de alguns eixos vi rios projetados para o melhor escoamento do tr nsito que implicariam na dem
243. s sobre o passeio p blico estando sujeito o seu descumprimento aplica o de severas multas e encargos Leis e decretos semelhantes foram sendo aplicados sobre a cidade para que s O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 123 promovesse seu melhoramento est tico higi nico proporcionando embelezamento e aformoseamento da atmosfera urbana Obrigando cidadao a reformar e adaptar suas edifica es amparando se em instrumentos legais o poder publico colocava pr tica os padr es est ticos em voga e remodelava o n cleo central da cidade A arquitetura dos bairros tornados elegantes da cidade da Parahyba sofreu influ ncia das chamadas manifesta es ecl ticas que caracterizaram a produ o de fins do s culo XIX e in cio do XX Essa 7 2 FIGURA 54 Vista da Praga Comendador Felizardo Leite arquitetura excedeu em diversifica es Jardim P blico em 1921 Em segundo plano edif cio da Escola Normal constru do no governo de Camillo de Hollanda FONTE REVISTA ERA NOVA 15 jun 1921 e agregou todas as influ ncias historicistas disposi o A esse respeito LEMOS 2003 110 afirma FIGURA 55 Vista da Pra a Aristides Lobo em 1921 Imediatamente direita observa se o grupo escolar Tomas que se Neocl ssico tornou se o estilo Mindello constru do no governo de Castro Pinto FONTE REVISTA ERA N
244. s acontecidas na cidade da Parahyba nesse momento de efervesc ncia econ mica e cultural Aborda essa remodela o urbana nas administra es estaduais de Camillo de Hollanda 1916 1920 e Solon de Lucena 1920 1924 quando o algod o atingiu altas cota es no mercado internacional Importa destacar que o projeto elaborado pelo engenheiro Saturnino de Brito para o Sistema de Saneamento e a amplia o do Sistema de Abastecimento d gua da capital foram iniciados na administra o de Solon de Lucena s custas do pr prio tesouro estadual diante da frustra o de uma tentativa de empr stimo interno no Rio de Janeiro ent o capital federal Essas remodela es ocorridas na capital transformaram substancialmente seu espa o urbano quando trataram reas degradadas e insalubres que impediam a expans o urbana embelezaram as pra as existentes abriram clareiras urbanas para a instala o de novas pra as e espa os de conv vio p blico e de O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 29 contempla o abriram alargaram alinharam cal aram ruas para a passagem do autom veis dos bondes urbanos e das tubula es de gua e esgoto Para a realiza o dessas v rias reformula es urbanas providenciou se uma planta atualizada da Cidade da Parahyba em 1923 considerada outra grande contribui o para a capital no momento em que registrava graficamente o tra ado
245. s caminhos e estradas Para a regulamenta o das interven es urbanas p blicas e particulares atuais e futuras de ent o tornou se imprescind vel a organiza o de uma legisla o urban stica que desse suporte s necessidades impostas pelo progresso Essa legisla o foi organizada durante a administra o municipal de Guedes Pereira 1920 1924 por uma equipe de t cnicos liderada pelo engenheiro Otho Kuhn tamb m respons vel pela elabora o da planta da cidade de 1928 Diferentemente do defendido por CLEMENTINO 1999 para o caso da cidade de Natal no Rio Grande do Norte n o existem registros de que as obras empreendidas na Cidade da Parahyba foram custeadas por empr stimos em pra as internas e externas Contrariamente nas mensagens e relat rios de presidentes do Estado a inexist ncia de d vidas dessa natureza era um motivo de orgulho para os seus governantes e sua popula o Os d bitos que por algumas vezes contra ram eram decorrentes das secas e de suas tristes consequ ncias situa o financeira do Estado Esses no entanto eram cobertos nas administra es subsequentes com as arrecada es do pr prio tesouro ou ainda com aux lios federais em per odos de verificada calamidade Como dito as obras realizadas na capital entre 1915 e 1924 foram em sua maioria custeadas pelo pr prio Estado excetuando se algumas de car ter institucional que contaram com o aux lio do governo federal como foi o caso do
246. s de leo de mamona At o ano de 1854 nenhum melhoramento havia sido realizado pelo contr rio dos cinquenta lampi es anteriormente mencionados apenas onze mantinham se em funcionamento Nesse ano foram instalados cem lampi es abastecidos com azeite de carrapato visto que o leo de mamona tornara se bastante oneroso Apenas em 1885 ap s in meras tentativas anteriores foram instalados na capital duzentos lampi es a querosene atrav s do negociante Jos Pereira Bahia Quase uma d cada mais tarde foram acrescidos outros lampi es no Largo de S o Francisco no Jardim P blico e no Largo do Quartel atual pra a Pedro Am rico Tamb m por essa poca em 1895 aconteceu a primeira tentativa de implanta o do servi o de ilumina o el trica da capital O ent o presidente lvaro Machado contratou para o referido fim a empresa que estava concluindo esse servi o na cidade de Macei Adriano Loureiro amp CIA Todavia os servi os desta empresa jamais foram O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 112 executados na capital Assim os lampi es a querosene permaneceram como fonte de ilumina o p blica e particular e adentraram o s culo XX quando em 1902 foram acrescidos outros vinte lampi es pela cidade Ao todo eram somados 246 lampi es a querosene distribu dos em 65 ruas 6 p tios 11 becos e duas travessas RODRIGUEZ 1994 93 100
247. s de solo e de clima do agreste e sert o parahybanos alcan ando patamares relevantes de produ o apesar da precariedade das t cnicas adotadas no plantio e na forma de colheita A qualidade das fibras produzidas no Estado foi atestada por comercializadores e por representantes dos O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 192 maiores centros t xteis da Europa No entanto as dificuldades enfrentadas pela falta incentivos pela inexist ncia de condi es adequadas de vias de comunica o escoamento fizeram com que por um longo per odo a produ o parahybana fosse canalizada para estados vizinhos engordando suas receitas em detrimento da Parahyba do Norte Quando houve uma pequena melhora no sistema de fiscaliza o com a cobran a de impostos nas barreiras e principalmente com a grande procura e valoriza o do algod o no per odo do p s guerra aconteceu um aumento surpreendente das cifras arrecadadas pelo tesouro do Estado e consequentemente investiu se maci amente e como nunca na melhoria do espa o urbano de sua capital Quando Epit cio Pessoa assumiu a presid ncia da Rep blica em 1919 a Parahyba foi ainda mais beneficiada com a destina o de verbas atrav s da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas IFOCS as quais foram empregadas em in meras obras de infra estrutura pelo interior dos estados do nordeste e especialmente pela Par
248. s propriedades Pois sendo de ciclo vegetativo curto n o seria vantajoso manter o cativo todo o ano uma vez que proporcionava trabalho ao negro somente de maio a dezembro Como a m o de obra escrava ficaria desocupada por alguns meses tornar se ia onerosa Al m desses fatores um outro ocorria com muita frequ ncia em reas rurais a fuga de cativos e dada a pequena densidade populacional e a vasta possibilidade de esconderijos sua captura tornava se bastante dif cil Desse modo os fazendeiros diante do elevado pre o do escravo perceberam que seria menos dispendioso utilizar moradores ou pagar baixos sal rios a homens livres Sem maiores delongas sensato afirmar que a m o de obra escrava foi utilizada nas lavouras algodoeiras entretanto n o foi nelas elemento imprescind vel O processo de cultura do algod o tornou se sim conhecido pela implementa o de uma nova modalidade de trabalho a parceria ocorrida entre grandes e pequenos propriet rios Estes ltimos eram tamb m conhecidos como foreiros e parceiros que manejavam o algod o geralmente em associa o com a cultura de subsist ncia A pequena lavoura predominou como forma de utiliza o da terra para cultivo do algod o e de certo modo contribuiu para a manuten o de processos rotineiros na cultura algodoeira no 13 No nordeste como um todo o plantio do algod o acontecia entre os meses de janeiro e fevereiro em caso d esp cies de longo p
249. s s mbolos de progresso O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 82 Esse mesmo pensamento tamb m pode ser aplicado intensifica o na utiliza o de bondes trens autom veis e outros meios de transporte da poca que encurtavam dist ncias f sicas no transporte de pessoas e de g neros importados e exportados pela Parahyba do Norte Por exemplo no ano de 1913 o servi o de bondes entre as esta es finais de FIGURA 22 Charge retratando Como se espera nesta Tambi Trincheiras e Varadouro era OLHE NS NERO dez 1923 realizado diariamente no hor rio das 6 da manh s 11 da noite partindo um bonde de cada um dos citados pontos de meia em meia hora Quatro anos depois em 1917 o trajeto entre os mesmos bairros era realizado partindo de cada esta o um bonde em intervalos de 15 minutos Em 1921 esses intervalos j eram de 10 minutos entre cada partida Essa redu o no tempo de sa da dos bondes de cada esta o fazia crer que houve uma modifica o significativa no ritmo do cotidiano e na necessidade da popula o por transportes coletivos o que significa um leg timo indicativo de uma realidade de progresso e de costumes distintos dos de outrora Mesmo com essa dinamiza o do trafego de bondes pela cidade n o faltaram cr ticas bem humoradas nos peri dicos locais acerca das condi es ainda prec rias desse servi o como mos
250. scola prim ria Em relat rio no Almanaque do Estado o presidente Castro Pinto declarava ser lisonjeira a situa o financeira do Estado da Parahyba do Norte principalmente quando se estabeleceu um conv nio com os estados vizinhos regulando a cobran a de impostos sobre a sa da e a entrada de mercadorias o que contribuiu com o aumento das receitas p blicas Entre outubro de 1913 e junho de 1914 foram gastos 177 233 844 r is em obras p blicas na cidade da Parahyba um aumento consider vel quando comparado aos 22 725 000 r is previstos para serem gastos em todo o ano de 1909 durante a administra o de Jo o Machado ALMANACH DO ESTADO DA PARAHYBA PARA 1914 35 ALMANAK ADMINISTRATIVO MERCANTIL E INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1909 294 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 101 PLANTA 03 Planta da Cidade da Parahyba PROJETO DE ALGUNS MELHORAMENTOS Francisco Saturnino R de Brito sobre uma planta apresentada pela Diretoria de Obras do Estado 1913 Detalhes em AMARELO Sitio da Lagoa em VERDE bairro de Jaguaribe VERMELHO avenida de liga o entre os bairros de Tambi Jaguaribe em AZUL o Cais do Varadouro O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 108 4 2 Os BONDES No ano de 1894 foram dados os primeiros passos para a organiza o da
251. so crescimento e progresso tecnol gico da ind stria t xtil inglesa que exigiu do mercado internacional um aumento significativo na demanda de mat ria prima GALLIZA 1993 26 confirma esse fato quando coloca que a expans o da cultura do algod o no agreste parahybano coincidiu com a grande procura do algod o brasileiro por parte dos mercados ingleses no ltimo quartel do s culo XVIII e primeira d cada do s culo XIX O clima seco do agreste e sert o parahybanos contribuiu para desenvolv la e tornar a regi o um centro produtor algodoeiro As terras nordestinas conheceram tr s per odos ureos de produ o do algod o estando os dois primeiros vinculados ao afastamento dos Estados Unidos do posto de maior fornecedor da mat ria prima para o mercado europeu principalmente o ingl s O primeiro per odo de grande produ o nacional aconteceu durante a Guerra de Independ ncia Americana 1776 1783 Findada a guerra as exporta es brasileiras decairam progressivamente Nessa primeira fase de ascens o do algod o em terras nordestinas segunda metade do s culo XVIII destaca se o caso do Maranh o que abandona o car ter de uma regi o pobre e inexpressiva para assumir durante alguns dec nios a qualifica o de uma das mais ricas e destacadas capitanias brasileiras MOREIRA 1990 12 PRADO JR 1981 149 10 As duas Companhias de com rcio criadas por Pombal dentre as quais a de Pernambuco e Parahyba em 1759 tinham o d
252. spunham se alguns s tios e ch caras a disposi o de algumas de suas ruas e edifica es n o seguia norma ou legisla o pr determinada ficando a crit rio de fiscais municipais ainda pouco experientes em termos de urbaniza o O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 91 A maioria dessas caracter sticas permaneceu imut vel at a primeira metade do s culo XX pois os recursos eram escassos algod o principal produto do Estado e fonte maior de suas rendas ainda n o gerava dividendos suficientes e as administra es locais ainda que ansiassem por melhoras pouco podiam realizar sobre a urbe al m das pequenas reformas reparos e conserva es nos Pr prios do Estado e nos espa os p blicos Todavia como se observar adiante essa realidade come ou a transformar se a partir da administra o de Walfredo Leal 1905 1908 e principalmente da de Jo o Machado 1908 1912 em diante Esse processo de remodela o urbana coincide temporalmente com o aumento das arrecada es estaduais por conta da amplia o da produ o do algod o e da obten o de melhores pre os nos mercados nacional e internacional Desde ent o a cidade da Parahyba come ou a adquirir uma nova fei o e a agregar ao seu cotidiano importantes s mbolos do progresso e da modernidade Comparando se s cidades mais desenvolvidas do Brasil pode se afirm
253. stas materiais e simb licas 1880 1925 In A Para ba no Imp rio e na Rep blica estudos de hist ria social e cultural Jo o Pessoa Id ia 2003 BARRETO Maria Cristina Rocha Imagens da Cidade a id ia do progresso nas fotografias da cidade da Parahyba 1870 1930 Jo o Pessoa 1996 Disserta o Mestrado em Ci ncias Sociais Centro de Ci ncias Humanas Letras e Artes Universidade Federal da Para ba BEN VOLO Leonardo Hist ria da Cidade 3 ed S o Paulo Perspectiva 2001 BERMAN Marshall Tudo que s lido desmancha no ar a aventura da modernidade 9 ed S o Paulo Companhia das Letras 1986 BOLETIM INFORMATIVO PARAHYBA DO NORTE Parahyba do Norte Imprensa Official 1921 BRAZIL MAGAZINE Revista de propaganda do desenvolvimento social pol tico industrial e agr cola do Brazil S o Paulo 1907 v 2 CARLOS Ana Fani Alessandri do espa o urbano S o Paulo Contexto 1994 CHOAY Fran oise O urbanismo 5 ed S o Paulo Perspectiva 2002 CLEMENTINO Maria do Livramento O maquinista de algod o e o capital comercial Natal Universit ria 1987 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 197 Complexidade de uma urbaniza o perif rica S o 1999 Tese de Doutorado Instituto de Economia Universidade Estadual de Campinas DUARTE Emeide et al Manual t cnico para elabora o de
254. ta Rosada na Parahyba sob a dire o de Di genes Caldas Em 1921 o ingl s Arno Pearse representante da ICF novamente percorreu grande parte da zona algodoeira parahybana Tamb m anteviu excelentes resultados de sua cultura caso fosse realizada racional e cuidadosamente No ano 1923 foi constru do o Patronato Vidal de Negreiros uma escola de trabalho agr cola em Bananeiras foram constru dos os primeiros silos do Estado e fundados tr s Campos de Demonstra o de Algod o cada um na Esse servi o rendeu excelentes resultados na Parahyba quando da fant stica percentagem a que attingiram os estragos da Gelechia lagarta rosada 90 em 1915 1916 e 1917 baixaram de 1917 at hoje a 20 e 15 sobre o total da produc o algodoeira do Estado merecendo esse resultado a classifica o de not vel no relat rio em que o sr Dr William Wilson de Souza presta informa es ao governo federal da marcha dos servi os de defesa do algod o em quase todo o Brasil Mensagem 1922 37 38 26 Em 1923 Estado da Parahyba contava com sete usinas de beneficiamento de algod o em funcionamento e possu a disseminadas por todo o estado 560 bolandeiras Mensagem 1923 29 30 27 Ainda a esse respeito Solon de Lucena acrescenta que Assim fundou meu governo tr s campos de cultur algodoeira nas tr s principais zonas em que comumente dividimos Estado Mata Sertao destinados a c
255. te disso fica f cil compreender o porqu das palavras do presidente do estado Jo o Suassuna 1924 1928 em entrevista imprensa do Rio de Janeiro em 192 quando afirmava que era o algod o a principal riqueza da Para ba Basta dizer lhe que O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 excepcional valoriza o desse produto receita do estado estimado o ano passado em 6 000 000 00 r is ascendeu a quase 15 000 000 00 r is A ocupa o de qualquer governo de minha terra h de ser a cultura da preciosa malv cea MAIA 1978 110 As administra es estaduais diante da boa produ o do estado ofereciam favores e isen es fiscais para atrair investimentos agr colas e industriais ao estado da Parahyba do Norte Nesse sentido em 1918 Julio von Sh sten fundou uma prensa hidr ulica em Cabedelo em 1920 Heronides de Holanda incorporou a Companhia Parahybana de Prensagem e Beneficiamento instalando uma prensa moderna na cidade de Campina Grande em 1922 Brand o Cavalcanti fundou uma usina no munic pio de Santa Luzia e Trajano Medeiros fundou uma outra em Sap esta ltima com beneficiamento prensagem e f brica de leo de caro o de algod o Na capital do estado desde 1905 j funcionava a primeira prensa hidr ulica parahybana com ind stria conexa de fabrica o de leo de propriedade dos j citados Kr ncke de origem alem
256. te entre Conservadores e Liberais cujas ra zes foram fincadas por uma pol tica imperialista de longa data Tanto na capital quanto no interior do estado n o houve antes da proclama o a funda o de partidos clubes ou jornais espec ficos que divulgassem os ideais republicanos MELLO 2002 147 Pelo contr rio na Parahyba permaneceram constantes as rivalidades entre o Partido Liberal o Conservador que se digladiavam atrav s de seus jornais representativos Tamb m n o houve ind cios de participa o popular nessa rivalidade entre partidos ou ainda em favor das perspectivas e dos ideais republicanos Havia uma atua o hegem nica da elite intelectual pol tica e ou econ mica no gerenciamento da imprensa do poder e do espa o citadino A liberdade do voto era privil gio de alguns e atrelava se renda o que impedia a participa o de camadas menos abastadas insignificante participa o pol tica da popula o somava se a indole naturalmente d cil e pac fica do povo paraibano como relata a Gazeta da Parahyba No mesmo artigo relata se que as exalta es de nimo moment neas na maioria das vezes resultavam quase sempre em in rcia estabilidade aquieta o S 1999 94 A realidade que a maioria dos parahybanos que se demonstraram republicanos residia fora da Prov ncia Manoel Tavares Cavalcanti em confer ncia realizada no dia 15 de novembro 1905 no IHGP afirma que
257. teatrais acompanhadas geralmente por orquestra e piano que executavam pe as durante o filme e nos seus intervalos os turfs promovidos pelo Hippodromo tamb m conhecido por Park Gama Lobo localizado no bairro de Jaguaribe nas proximidades do atual CEFET Em comemora o seu primeiro anivers rio o jornal A UNIAO de 1918 afirmava que seriam promovidas al m das tradicionais corridas profissionais de cavalos atividades como p reos de amadores corridas de jumentos a p em sacos de tr s pernas al m de sports para senhoras senhoritas e de uma partida de foot ball entre os teams do Palmeiras Sport Club e o Sport Club Cabo Branco ver FIGURAS 18 19 20 e 21 Essas in meras atividades e formas de comportamento incorporadas ao cotidiano da popula o da cidade da Parahyba foram resultado de influ ncias externas diversas trazidas sobretudo pela imprensa e pelos viajantes O custo de v rias dessas modernidades contudo era relativamente alto Por esse motivo apenas as classes econ micas privilegiadas as usufrufam plenamente Os governos estadual e municipal tamb m trabalhavam no sentido de embelezar a capital dotando a de equipamentos que acolhessem as mais variadas atividades culturais difundidas como espelhos de progresso e modernidade A economia algodoeira envolvendo os processos de produ o beneficiamento e comercializa o foi imprescind vel para o custeio dessas aspira
258. teresse de estados lim trofes sobre o principal produto local reconhecidamente de excelente qualidade O impacto urbano causado pelas redes ferrovi rias p de ser percebido em in meras cidades nordestinas inclusive a Cidade da Parahyba cuja primeira linha data da d cada de 1880 Como se v foi principalmente a partir do governo estadual de Jo o Machado 1908 1912 que as realiza es materiais sobre a cidade da Parahyba aumentaram progressivamente concomitantemente ao aumento das arrecada es do Estado em fun o da valoriza o e do reconhecimento da qualidade do algod o parahybano nos mercados nacional e internacional Para Celso MARIZ 1939 193 194 somente em 1910 exerc cio de vacas gordas que estado teve receita superior a dois mil contos 2 790 000 000 Exatamente por isso somente da administra o de Jo o Machado 1908 1912 e a rigor de Camilo de Holanda 1916 1920 em diante come ou se a ver muito servi o de uma s vez em cada per odo O QUADRO 09 50 retrata bem a progress o vertical das arrecada es do estado influenciadas sobretudo pela economia algodoeira que como dito correspondia a mais da metade do total dessa receita At a administra o de Walfredo Leal 1905 1908 pouco se p de observar de diferente sobre o espa o urbano da capital exceto pelos trilhos dos bondinhos puxados por burros que circulavam entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta No referido per odo a economia
259. tervalos de tempo citados no QUADRO 08 de onde provinha a maior parte da produ o do sudeste do pa s A amplia o da produ o brasileira foi generalizada de maneira que entre os anos de 1920 e 1929 a exporta o pelo porto de Santos j era bastante pr xima da exportada pelo porto da Parahyba Um outro aspecto que deve ser ressaltado que uma grande parcela da produ o parahybana O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 49 pelos portos vizinhos principalmente de Pernambuco que tinha produ o algodoeira de pequena signific ncia Mesmo diante de tantos contratempos em 1923 passados 34 anos de governo republicano a receita p blica arrecadada no estado da Parahyba do Norte ascendeu de 512 468 829 a 7 709 504 039 como se pode observar no QUADRO 09 um aumento bastante significativo apesar da natural defasagem sofrida pela moeda nacional Com base nos dados do quadro acima pode se afirmar que os efeitos da guerra trouxeram condi es econ micas bastante favor veis ao estado da Parahyba do Norte e a outros que tamb m produziam o algod o dentre outros produtos que o mercado externo carecia nesse momento de escassez Apesar das secas e da pouca tecnologia aplicada na lavoura as arrecada es atingiram cifras ainda n o vistas at 1914 ou seja anteriores deflagra o da guerra QUADRO 09 E
260. tra a FIGURA 22 Enfim os quantitativos acima apontados juntamente com todos os indicativos de agita o cultural tamb m expostos indicavam que a sociedade parahybana passava por uma intensa reformula o de valores desde o in cio do s culo e mais intensamente a partir da d cada de 1910 Esses valores distintos dos de outrora acompanhados da prosperidade econ mica fizeram com que o espa o f sico da cidade fosse remodelado seguindo preceitos de higiene e est tica As edifica es particulares da classe mais abastada passaram a ostentar al m de maior conforto higiene e refinados mobili rios em sua parte interna uma composi o arquitet nica com elementos e t cnicas decorativas em seu exterior Do mesmo modo os edif cios p blicos foram higienizados e adornados para mostrar essa nova fase de progresso e modernidade que a sociedade vivenciava O espa o p blico igualmente sofreu radicais transforma es quando suas ruas e avenidas foram pavimentadas suas pra as e parques dotados de mobili rio e arboriza o quando os postes de ilumina o e os trilhos do bonde el trico passaram por esses ambientes dando lhes uma atmosfera refinada quando os t neis de canaliza o da gua e esgotos trouxeram os seus in meros benef cios s resid ncias s institui es e aos pr prios estaduais O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Ao tempo em que essas
261. tria e profiss o etc maio parcela da receita do estado destinava se ao pagamento do funcionalismo p blico instru o p blica s obras realizadas na capital dentre outras destina es Em 1901 a ferrovia j havia chegado a Alagoa Grande e Itabaiana sendo esta ltima ligada atrav s do ramal de Pilar No mesmo ano a companhia Great Western interligou Timba ba em Pernambuco ao munic pio de Itabaiana refor ando a depend ncia econ mica com aquele estado no momento em que o sul do Agreste Paraibano foi ligado diretamente pra a do Recife Dois anos mais tarde em 1904 foi a vez da parte norte do Agreste ligando se ao Rio Grande do Norte atrav s da conex o estabelecida entre Guarabira e Nova Cruz A situa o dos portos da Parahyba permanecia bastante prec ria e n o atra a empresas respons veis grandes movimentos mar timos contribuindo para que conex es f rreas daquele tipo fossem estabelecidas sempre em detrimento das finan as do estado Em janeiro de 1902 a estrada de ferro Conde d Eu foi resgatada pela Uni o e arrendada companhia Great Western Essa companhia que tamb m era organizada com capitais ingleses contrariou antigos interesses de grupos pol ticos e comerciantes da capital no tocante execu o da Estrada de Ferro Central da Parahyba quando come ou a expandir seus trilhos sobre as reas fronteiri as gerando protestos que algumas vezes culminaram com atos de viol ncia Os pol
262. trou nas terras litor neas condi es ideais para uma produ o de qualidade devido s chuvas frequentes Apesar da relativa dist ncia entre as zonas de produ o do algod o e a Cidade da Parahyba observou se que esta apresentou significativo desenvolvimento no momento em que o algod o figurou como o principal g nero produzido no Estado e atingiu excelentes cota es nos mercados nacional e internacional No processo de moderniza o a cidade da Parahyba contou ainda com o empenho de alguns de seus administradores e da elite urbana que cobrava daqueles uma melhor qualidade de vida sob os aspectos da salubridade da circula o e da est tica Lenilde S 1999 210 211 utilizando se das palavras de Rog rio Ponte em Fortaleza Belle poche ressalta que as elites intelectuais desempenharam um papel fundamental na constru o de uma nova ordem urbana que se consubstanciou sobretudo no desenvolvimento de estrat gias embelezadoras saneadoras e higienistas PONTE afirma ainda que essa elite apoiada na racionalidade cient fica europ ia possu a os mesmos anseios civilizat rios das classes dominantes e em colabora o estreita com o Estado conferia a compet ncia t cnica da qual o O estudo acerca da moderniza o encontra se frequentemente acompanhado por pol micas Existem in meros modelos explicativos e te ricos com diferentes posi es metodol gicas quanto aos elementos que a definem ou conceitua
263. turnino de Brito para a capital da Parahyba do Norte v rias edifica es foram demolidas dando lugar s novas art rias e aos novos equipamentos urbanos condizentes com o estilo de vida a cada dia mais assimilado pela elite local Nem as edifica es religiosas foram poupadas nesse processo de remodela o a que a capital foi submetida por exemplo a Igreja do Ros rio dos Pretos localizada na ent o rua Duque de Caxias foi completamente destru da juntamente com todo o quarteir o em que estava inserida para a implanta o da pra a Vidal de Negreiros que se tornou conhecida popularmente pela alcunha de Ponto de Cem R is ver PLANTA 07 p 142 a antiga capela da Mae dos Homens ver FIGURA 54 localizada no bairro de Tambi tamb m foi demolida juntamente com alguns casebres em torno dela localizados para o alargamento da rua Monsenhor Walfredo Leal antiga rua do Tambi e para a constru o da pra a Ant nio Pessoa ver PLANTA 07 Como se p de observar al m das edifica es sagradas in meros pr dios particulares tamb m tiveram de ser demolidos total ou parcialmente para o alinhamento o cal amento e a constru o de passeios p blicos nas antigas ou novas ruas e avenidas para a abertura de pra as e jardins Enfim a cidade moldava se ao gosto moderno renegando seu passado seu aspecto colonial suas ruas estreitas tortuosas e sem asseio A ordem agora era baseada no trip progressista sanear embelezar circular
264. u realiza lo que Camillo de Hollanda n o o conseguira em virtude da 1 Guerra Mundial e que s em 1922 foi poss vel lan ar um empr stimo interno na capital da Rep blica e em outras pra as do Brasil no valor de 8 000 000 000 destinados effectua o daquelles servi os Para o pr prio Solon de Lucena a situa o econ mica do Estado era favor vel podendo se cobrir o empr stimo em pouco tempo na medida em que n o tinha d vidas nem compromissos de grande import ncia Mensagem 1922 43 sabido que a Parahyba talvez o nico Estado da Federa o que n o tem d vidas e que apesar das seccas vem realizando com seguran a e aos poucos tudo o que se enquadra nas possibilidades de um povo pobre trabalhador e honesto Mensagem 1922 51 Sendo um empreendimento deveras oneroso que demandaria a vinda de materiais m quinas e equipamentos do exterior especialmente da Europa o tesouro estadual ainda n o tinh condi es suficientes para custe lo integralmente e em curto prazo com suas pr pria O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 131 arrecada es Dentro dessa realidade o governo parahybano seu presidente juntamente com os demais representantes do poder p blico local resolveu optar pela solu o de um empr stimo interno para solucionar esse problema que causava indigna o popula o h muit
265. ucena em seus discursos e relat rios administrativos sempre citava a prosperidade financeira percebida no Estado nos tr s anos que se seguiram ao p s guerra que coincidiram com o per odo administrativo de Camillo de Hollanda Com isso justificava as in meras obras executadas pelo seu antecessor e a ainda t mida operosidade do seu governo Afirmava tamb m que a causa determinante das aperturas que temos soffrido neste particular conhecida e prende se quase exclusivamente ao depreciamento do nosso principal producto de exporta o o algod o grifo nosso Mensagem 1921 52 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 128 redu o dos valores das cota es ocasionado pelo fim da Primeira Guerra Mundial pelo restabelecimento da normalidade das rela es comerciais internacionais semelhantemente ao que aconteceu ap s a Guerra da Secess o Americana 1860 1865 o movimento de exporta o do estado retomou um ritmo menos acelerado comparado ao qu vinha acontecendo Esse per odo de normalidade das receitas estaduais por sua vez coincidiu com a administra o de Solon de Lucena Somado seca iniciada em 1919 e s d vidas contra das estabeleceu se uma crise no Tesouro Estadual e o governo sem outro recurso para enfrental a alem da escrupulosa prud ncia adotou uma redu o imediata nos gastos p blicos de toda n
266. ueles que Rodrigues Lima retratando a antiga da Mae dos Homens Tambia representassem algum mal ou dano a sociedade demolida d cada de 1920 para delineamento da rua Walfredo Leal e constru o da pra a Ant nio Pessoa S rie Parahyba Ontem e Hoje foram localizados fora do conv vio social ou seja locados em reas mais afastadas do n cleo urbano onde pudessem permanecer longe das vistas dos cidad o s os o que representava uma medida de salubridade para a cidade e a sociedade evitando que aqueles circulassem pelas suas ruas e pra as remodeladas higienizadas e modernizadas SORIANO 2001 75 76 No ano de 1923 tiveram continuidade as obras do saneamento que como dito iam sendo custeadas pelo Tesouro Estadual dentro de suas possibilidades e atrav s das receitas arrecadadas com os mais diversos impostos especialmente os cobrados sobre a comercializa o do algod o na pra a da capital Tamb m se mantinham em constru o a Academia de Com rcio um pavilh o para recreio na Escola Normal a garagem do Pal cio al m de v rios outros consertos e remodelamentos dos im veis de propriedade do Estado em sua maioria carentes de constante vigil ncia e cuidado como por exemplo reparos no teto do arquivo do Liceu 127 000 troca de janelas dobradi as e instala o de aparelhos sanit rios no grupo escolar Izabel Maria das Neves e no Thomaz Mindello 248 820 alargamento das
267. uintes col gios Santa J lia S o Jos Instituto Maciel Pinheiro Nossa Senhora das Neves e o Col gio Diocesano ALMANAK 1907 250 Ainda assim a frequ ncia nas escolas continuou sendo privil gio de alguns poucos Durante o governo do m dico Jo o Machado 1908 1912 muitos espa os da cidade da Parahyba foram transformados e adaptados aos c digos est ticos modernos deixando para tr s v rias de suas fei es coloniais As administra es estadual e municipal empenharam se em remodelar o espa o urbano p blico dotando o de coretos fontes estatu rias bancos arboriza o entre outros equipamentos que promoviam a cultura e o lazer da elite Como exemplo pode se citar o embelezamento do Jardim P blico que em 1913 recebeu nova arboriza o novo mobili rio bancos e postes importado da Europa e um novo coreto para apresenta es culturais e pol ticas SORIANO 2001 50 As edifica es p blicas particulares tamb m agregaram novos elementos e conceitos para a cria o de um cen rio moderno Ataviados com elementos como platibandas bala stres cornijas pilastras e gradis rebuscados os edif cios limitavam as ruas avenidas e pra as contribuindo na composi o das perspectivas do cen rio urbano At 1914 a capital do estado p de ver realizadas importantes obras sobre seu tra ado urbano Como exemplo da agita o que a sociedade vivenciava nesse in cio de s culo pode se citar a amplia o
268. ultivo das variedades herb ceo quebradinho e moc respectivamente Al m da funda o desses Campos como incentivo ao trabalho fecundo das popula es pobres do interior fiz distribuir de gra a sementes de algoda O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 41 zona pr pria conforme fibra mais cultivada Tamb m nesse ano o inspetor Di genes Caldas iniciou a funda o de Caixas Rurais sendo a primeira tipo Raiffaisen a de Bananeiras Como dito anteriormente a partir da administra o de Camillo de Hollanda 1916 1920 foi concedida pela imprensa e pelas administra es estaduais uma aten o cultura algodoeira jamais observada at ent o O cuidado atribu do ao principal produto agr cola e industrial do Estado foi redobrado em virtude da possibilidade de enriquecimento p blico e particular que se deslumbrava diante da escassez mundial de mat ria prima para a ind stria t xtil Apesar da intensa seca de 1919 e da propaga o da lagarta rosada pelos algodoais do territ rio parahybano a exporta o de algod o atingiu 12 351 839 quilos em 1918 8 227 276 quilos no ano seguinte e chegou a 15 541 398 quilos em 1921 As safras desses anos imediatamente posteriores instaura o da guerra mundial atingiram altas cota es no mercado internacional e entusiasmaram o produtor e a administra o p blica local que obtinha maior lucro com a s
269. um invent rio dos fot grafos atrav s do retrato 1850 1950 Jo o Pessoa 1997 MACHADO Maximiano Lopes Hist ria da Prov ncia da Para ba Jo o Pessoa Universit ria 1977 MAIA Delmiro Esbo o da ecologia agr cola do Nordeste Jo o Pessoa A UNI O 1978 MAIA Benedito Prefeitos de Jo o Pessoa Perfis Jo o Pessoa A Uni o 1985 MAIA Doralice S tiro Entre a cidade alta e a cidade baixa a Rua da Areia na cidade de Jo o Pessoa Dispon vel em http Avww igeo uer br VICBG 2004 Eixo1 1 20334 htm 2004 Acessado em 25 05 2005 MARIZ Celso Evolu o econ mica da Para ba Jo o Pessoa A Uni o 1939 MEDEIROS Coriolano de O Tambi da minha inf ncia Jo o Pessoa A Uni o 1994 MELO Ant nio S Tavares de Para ba desenvolvimento econ mico e a quest o ambiental Jo o Pessoa Grafset 2003 MELLO Jos Oct vio de Arruda Os coretos no cotidiano de uma cidade lazer e classes sociais na capital da Para ba Jo o Pessoa Funda o Cultural do Estado da Para ba 1990 Jo o Pessoa perante a Hist ria textos b sicos e estudos cr ticos Jo o Pessoa A Uni o 1978 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 158 Hist ria da Paraiba lutas e resist ncias 7 ed Jo o Pessoa A Uni o 2002 MENSAGEM APRESENTADA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DA PARAHYBA NA ABERTURA DA 12 SESSAO ORDINARIA DA 8 LEGISLATURA A 12 DE
270. urbano da poca e gerava a in dita possibilidade de se trabalhar tecnicamente na sua amplia o futura Ap s a apresenta o do conte do dessas partes com seus respectivos cap tulos ilustrados atrav s de figuras quadros tabelas plantas e mapas t m se algumas considera es finais e por fim as demais partes integrantes de um trabalho de disserta o refer ncias bibliogr ficas e anexos O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 26 21 O Branco abre caminhos O algod o moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 Capitulo economia algodoeira Parahyba do Norte 1850 1924 Antes mesmo de come ar o s culo XIX ja se ia aqui introduzido algod o embora sem vulto nem perspectiva de grande cultura Pernambuco produzia desde meiados do s culo anterior mas s de 1780 em diante se increment ra ali o plantio A Inglaterra cr ara tarifas fortes sobre o tecido indiano protegendo a ind stria de Manchester cujos agentes se lan aram ent o procura da malv cea na Am rica Datam mais ou menos da os primeiros hectares de cultura na Para ba MARIZ 1939 21 1 1 Fatos E ETAPAS DA EVOLU O DA ECONOMIA ALGODOEIRA A partir da segunda metade do s culo XVIII a produ o do algod o em terras brasileiras especialmente no Nordeste foi redefinida Isso aconteceu em virtude do inten
271. valas no rio Jaguaribe e no rio dos Macacos Em fevereiro o engenheiro alem o Victor Kromenacker veio auxiliar Miguel Raposo na abertura de outros tr s po os Jo o Machado havia incumbido Kromenacker de procurar no Recife o material necess rio para a constru o dos po os que iriam fornecer gua para a cidade A constru o dos po os na bacia do rio Jaguaribe no entanto estava apresentando dificuldades em virtude da grande quantidade de gua nos len is subterr neos Segundo os estudos do engenheiro Miguel Raposo a profundidade m nima do po o deveria ser de 14 metros e para vencer os v rios fluxos d gua at se chegar profundidade desejada tinha se que se dispor de um motor a vapor Ap s algumas dificuldades Kromenacker conseguiu o material indicado para as obras que foram iniciadas em seguida Essa etapa de constru o dos po os segundo o engenheiro era a que 54 Miguel Raposo tinha forma o em Direito e foi o Diretor das Obras P blicas do estado na administra o de Jo o Machado 1908 1912 55 Com o esgotamento do prazo dos editais de concorr ncia para o Servi o de Abastecimento da capital publicados ainda no governo de Walfredo sem que nenhuma resposta em condi es vantajosas fosse apresentada e n o querendo o Governo retardar por mais tempo trabalho de natureza t o urgente resolveo iniciar o servi o de abastecimento d gua cercando se por m das garantias precisas para no primeiro moment
272. veis secas e pragas 0 pequeno agricultor saia no prejuizo e era controlado pelo latifundi rio detentor da terra do capital para financiamento da GALLIZA 1993 61 63 Para que algod o pudesse ser comercializado nos mercados nacional e internacional era necess rio que passasse por processos pr vios de descaro amento e enfardamento tamb m conhecido como beneficiamento E para se obter um melhor desempenho dessa atividade foram surgindo no final do s culo diversos maquinismos que gradativamente se aprimoraram Pelo elevado valor dessas m quinas estas foram em geral propriedade dos grandes fazendeiros que delas se utilizavam como uma forma a mais de obten o de lucro 14 Durante a Primeira Confer ncia Algodoeira realizada no Brasil no ano de 1916 Rodrigues de Carvalho denunciou as arbitrariedades praticadas pelos grandes propriet rios entre as quais pode se citar o h bito de soltar o gado no ro ado do pequeno lavrador servindo sua lavoura de repasto a cobran a de pesados foros o empr stimo de dinheiro a juros exorbitantes a venda de animais doentes a pre os abusivos a explora o na compra do produto obrigando o pequeno produtor a vender sua colheita por valor baix ssimo ap s pes la em balan as geralmente mal aferidas etc CARVALHO apud GALLIZA 1993 63 15 At o per odo compreendido pela Guerra Civil Americana 1860 65 eram utilizados no nordeste os primitivos eng
273. vendo a es da Companhia Ferro Carril Parahybana Somente em 1902 com a morte de Aron Cahn essa empresa foi suplantada por Kr ncke amp CIA Esta ltima veio patentear a participa o do capital alem o na economia parahybana A atua o inicial desta empresa se processou atrav s de companhias de navega o e de seguros e bancos atuou posteriormente na rea de equipamentos e ind strias na exporta o de fibras e sementes de algod o couros secos e salgados fez interven es no setor algodoeiro visando a industrializa o da semente e a moderniza o no enfardamento destinado exporta o implantou a primeir prensa hidr ulica do estado com ind stria conexa de fabrica o de leo da semente do algod o No entanto quando teve in cio a 1 Guerra Mundial a empresa cerrou suas portas e seus s cios migraram para a Europa E s em 1920 tiveram a firma reativada e se reintegraram aos empreendimentos algodoeiros GALLIZA 1993 87 89 O Ouro Branco abre caminhos O algod o e a moderniza o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 40 Norte agravou ainda mais GALLIZA 1993 106 ALMANAK ADMINISTRATIVO INDUSTRIAL E MERCANTIL DO ESTADO DA PARAHYBA PARA O ANNO DE 1910 205 QUADRO 05 SAIDA DO ALGODAO PARAHYBANO POR BARREIRAS ANO 1913 PROCEDENCIA DESTINO NUMERO DE SACAS Via Campina Grande Pernambuco 60 511 Via Itabaiana Pe
274. vimento e assim promoveram uma ocupa o diferenciada do territ rio parahybano O clima e a qualidade do solo dessas terras foram determinantes nesse processo Diana GALLIZA 1993 26 afirma que o algod o foi respons vel pela integra o econ mica do Agreste Paraibano Entretanto ainda segundo a autora as opini es divergem quando o assunto refere se ao lugar de in cio dessa cultura Por exemplo para Lyra Tavares ela come ou nos brejos da Borborema expandindo se depois pelas caatingas j Joffily assegura nos que ela principiou nos terrenos da caatinga Essa ltima tese fortalecida por Gilberto Os rio pois ele ressalta que a ocupa o do Agreste se desenvolveu custa do algod o enquanto que o povoamento nos Brejos paraibanos correspondeu evolu o da agricultura de subsist ncia FIGURAS 04 05 e 06 Antiga Prensa de algod o Bolandeira do distrito de Queimadas fundada em 1865 e camponesas colhendo safra de algod o respectivamente FONTE MARIZ 1939 Al m das variadas demandas do mercado externo outros fatores explicam a expans o do algod o no Agreste e Sert o parahybanos entre tantas outras localidades nordestinas principalmente a partir da segunda metade do s culo XVIII como O algod o representou uma nova fonte de renda para o propriet rio at ent o restrito pecu ria e as lavouras de subsist ncia Ele podia ser explorado tanto pelos grandes propri
275. yba do Norte Imprensa Official 1909 REVISTA DO INSTITUTO HIST RICO E GEOGR PHICO PARAHYBANO Parahyba do Norte Imprensa Official 1910 REVISTA DO INSTITUTO HIST RICO E GEOGR PHICO PARAHYBANO Parahyba do Norte Imprensa Official 1912 REVISTA DO INSTITUTO HIST RICO E GEOGR PHICO PARAHYBANO Parahyba do Norte Imprensa Official 1928 RODRIGUEZ Walfredo 2 s culos de cidade passeio retrospectivo 1870 1930 Jo o Pessoa Interplan 1972 Roteiro sentimental de uma cidade Jo o Pessoa A Uni o 1994 S Lenilde Duarte de Parahyba uma cidade entre miasmas e micr bios O servi o de higiene p blica 1895 1918 Ribeir o Preto 1999 Tese de Doutorado em Enfermagem Escola de Enfermagem de Ribeir o Preto USP SARMENTO Christiane Finizola Sob o signo da modernidade arquitetura official na Parahyba 1910 1924 Jo o Pessoa 2000 Trabalho Final de Gradua o em Arquitetura Centro de Tecnologia Universidade Federal da Para ba SINGER Paul Desenvolvimento econ mico e evolu o urbana 2 ed S o Paulo Nacional 1977 SORIANO Ana Gabriela Wanderley Cen rios Modernizados Os espa os p blicos da Parahyba 1916 1924 Jo o Pessoa 2001 Trabalho Final de Gradua o em Arquitetura Centro de Tecnologia Universidade Federal da Para ba TAKEYA Denise Monteiro Um outro Nordeste o algod o na economia do Rio Grande do Norte 1880 1915 Fortaleza BNB ETENE 1985 O Ouro Branco abre caminhos O alg
276. za o do espa o urbano da cidade da Parahyba 1850 1924 As atividades de exporta o importa o do cr dito comercial tornaram se monop lios de estrangeiros isso ocorrendo em fungao da falta de capitais de estabelecimento banc rios para financiar a produ o algodoeira Alien genas controlavam a maior part das exporta es de algod o de a car e de peles e supriam os mercados varejistas d Capital e do interior de v rios g neros de primeira necessidade GALLIZA 1993 87 Ver QUADRO 04 QUADRO 04 FIRMAS EXPORTADORAS E IMPORTADORAS DA CAPITAL E ARTIGOS COMERCIALIZADOS 1909 Firmas Exportadoras Produtos Exportados Firmas Importadoras Produtos Importados Cahn Fr res amp 2 A car algod o couros Amstein amp Fazendas Paiva Valente 8 C A car algod o couros Paiva Valente 8 Estivas Kr ncke amp C G neros do Estado Francisco Vergara amp C Estivas Castro Irm os amp C G neros do Estado Benevenuto Carlos amp C Estivas J Clemente Levy Couros algod o etc Pedro da Costa Serafim amp C Estivas lona amp C Couros etc Castro Irm o 8 C Fazendas A Cerf amp C G neros do Estado Brito Lyra amp C Fazendas Oliveira Theorga Miudezas Ara jo Bezerra amp C Adolfo Eug nio Soares Miudezas Fonte ALMANAK ADMNISTRATIVO MERCANTIL Lemos amp C Estivas INDUSTRIAL DO ESTADO DA PARAHYBA A
277. zeiras no extremo ocidental do alto sert o parahybano ver MAPA 02 p 56 Em sua mensagem presidencial para o ano de 1921 Solon de Lucena afirmava que essa importante liga o rodovi ria estava na imin ncia de ser conclu da estando boa parte j aberta ao tr fego de autom veis e caminh es Dessa linha tronco partiam diversos outros ramais em geral de estradas carro veis para munic pios como Cabaceiras Alagoa do Monteiro e Santa Luzia Al m dessas estradas e de acordo com o pr prio Solon outras se encontravam em constru o nas caatingas e 33 Em 1915 tamb m sob a influ ncia de Epit cio Pessoa ent o senador da Rep blica a Parahyba do Norte obteve um cr dito extraordin rio de 800 000 000 para servi os como constru o de estradas de ferro e rodagem de a udes etc Esse aux lio federal tinha car ter assistencial por ocasi o de mais um grande per odo de estio que assolou o estado nesse ano prejudicando a safra do algod o e deixando sem trabalho grande parte dos agricultores do estado Nos anos subsequentes 1917 e 1918 os cr ditos foram no valor de 240 e 400 contos respectivamente Quando Epit cio Pessoa assumiu a presid ncia da Rep blica entre os anos de 1918 e 1922 toda a regi o Nordeste foi beneficiada especialmente a Parahyba O projeto de combate s secas foi intensificado e in meras obras foram empreendidas envolvendo rodovias ferrovias a udes pontes quart is abastecimento d gua eletr

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