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- Domínio Público

1. Por m mesmo que o diagn stico seja informado ao candidato apresentando crit rios objetivos pode esconder crit rios subjetivos motivadores da n o contrata o Trata se de discrimina o oculta que n o revela a real inten o do avaliador Exemplificativamente pode ocorrer quando h a publica o de um an ncio de vaga de emprego sem discrimina o de sexo mas a inten o por mera conveni ncia a contrata o de um homem Alice Monteiro de Barros afirma que al m de an ncios ou pol ticas administrativas discriminat rios pode ocorrer discrimina o proveniente da press o dos empregados da empresa hip tese rara que retrata uma avers o dos trabalhadores s caracter sticas pessoais de algu m geralmente referem se falta de educa o adequada e forma o profissional o que limita as oportunidades O emprego almejado n o obtido mas outro que implique atribui es mais rudes de baixa remunera o que outros se recusaram a aceitar Se as tratativas pr contratuais contrariarem estes deveres que a boa f objetiva imp e poder dar ensejo a danos tanto ao empregador quanto ao empregado Neste sentido Luciano Augusto de Toledo Coelho ressalta que estes 6 COELHO Luciano Augusto de Toledo Responsabilidade civil pr contratual em direito do trabalho S o Paulo LTr 2008 p 42 MARQUES 2002 p 44 40 BARROS 2006 p 1083 158 podem ocorrer tanto por condutas realiza
2. MINIST RIO DA SA DE Dicas em sa de aleitamento materno Dispon vel em lt http ovsms saude gov br html pt dicas 29aleitamento html gt Acesso em 1 de maio de 2010 1 PINTO 2009 p 233 42 MANDALOZZO 1996 p 97 98 3 Ibid p 99 404 PINTO op cit p 230 136 H de se ressaltar que a Recomenda o n 165 da OIT preconiza a divis o igualit ria entre as responsabilidades familiares dentre as quais podem ser inclu das as creches Logo apesar de configurar uma conquista de lutas femininas a exig ncia beneficia a todos os empregados independente do sexo com filhos A exig ncia do artigo 397 de que as institui es SESI SESC e LBA criem escolas maternais e jardins de inf ncia vista por Ant nio lvares da Silva como de alta finalidade social embora n o seja de consuma o compuls ria em face da suas disponibilidades financeiras Embora haja dificuldade de se travar a discuss o no mbito do Judici rio o autor n o exclui a possibilidade de sindicatos intentarem tal provid ncia Fundamenta o racioc nio na concretiza o das prescri es sociais previstas pelo legislador O artigo 399 disp e que o Ministro do Trabalho Ind stria e Com rcio conferir diploma de benemer ncia a empregadores que atuarem em prol da concess o de creches Demonstra se neste artigo um incentivo s empresas empregadoras em contribuir para a promo o do trabalho da mulher com filho Alice Monteiro de Ba
3. a impossibilidade de dispensa pautada neste motivo A incorpora o de motiva o m nima para as rupturas de contrato de trabalho tratada por Maur cio Godinho Delgado como importante elemento do princ pio da continuidade N o crit rio contudo que prevalece no Direito do Trabalho brasileiro c Discrimina o e dispensa sem justa causa O contrato de trabalho por prazo indeterminado pode ser finalizado com ou sem justa causa pelo empregador A primeira forma est prevista no artigo 482 da CLT que detalha as hip teses que constituem motivo para a dispensa justa que s o consideradas como motivos justos para demiss o e devem ser explicitadas na ruptura contratual 8 FRANCO FILHO 2009 p 182 DELGADO 2009 p 1021 1022 186 O empregador pode terminar o contrato de trabalho sem justa causa faz parte do seu poder de dire o esta faculdade O motivo existe embora n o precise ser explicitado como a redu o de custos a insatisfa o t cnica a reestrutura o dentre outros Contudo n o poss vel que qualquer motivo em virtude das limita es do poder diretivo A motiva o deve respeitar os par metros estabelecidos pela ordem jur dica Logo o que o sistema jur dico atualmente veda n o a aus ncia de motivo mas a motiva o ilegal mesmo que realizada de forma oculta ou indireta A preocupa o demonstrada pelos limites ao poder diretivo e pelos princ pios de direito em geral
4. es impedem a iniciativa da ruptura contratual A restri o deste poder se d na medida em que o sistema jur dico exige a observ ncia de preceitos e institutos legais Maur cio Godinho Delgado coloca como restri es extin o contratual contratos a termo estabilidade e garantias de emprego prote es jur dicas nos casos de interrup o e suspens o contratuais e a exig ncia de motiva o jur dica minimamente razo vel a Contrato de experi ncia e a prote o do emprego da gestante Os contratos a termo se revelam numa op o ao empregador contratar por um per odo determinado em virtude de fatores especificados por lei Possuem um prazo desde o seu nascimento que indica quando ocorrer a sua extin o constituindo se como exce es ao princ pio da continuidade das rela es de emprego motivo pelo qual o Direito do Trabalho restringe este tipo pacto N o h dispensa no contrato a termo uma vez que o prazo preestabelecido desde o seu in cio Contudo o desrespeito ao prazo estipulado implica num ato faltoso inexecu o contratual O contrato a termo se finaliza portanto com o advento do prazo estabelecido A sua relev ncia no que tange ao t rmino do trabalho da mulher est em especial num tipo desta modalidade contratual o contrato de experi ncia Este contrato segundo Alice Monteiro de Barros permite um tempo de avalia o subjetiva entre as partes em que o empregador verifica as a
5. norma de ordem p blica decorrente do princ pio da continuidade da rela o empregat cia Silvana Souza Netto Mandalozzo orienta que este per odo til a empresa que mant m o v nculo com a empregada e a esta que mant m seus meios de subsist ncia O artigo 10 Il b do ADCT garante empregada gestante e m e per odo estabilit rio no emprego vedando a sua dispensa arbitr ria ou sem justa causa desde a confirma o da gravidez at cinco meses ap s o parto Esta norma reage a uma conduta de empregadores de abdicar do trabalho da mulher durante o per odo porque n o correspondente ao modelo de produ o comprometido com a gera o m xima de bens e servi os empregada em per odo pr ou p s parto concedida a licen a maternidade medida que visa a propiciar a recupera o da m e e os cuidados espec ficos prole rec m nascida sem preju zo de sal rio e de v nculo empregat cio Da mesma forma a licen a concedida empregada que se torna m e adotiva a fim de que sejam dispensados os cuidados iniciais e se forme o v nculo com filho adotivo S lvia Cristina Yannoulas destaca que a garantia constitucional da licen a gestante reconheceu a ideia da maternidade como uma fun o e um direito social uma medida de prote o maternidade que objetiva n o s a prote o da m e empregada no seu contrato de trabalho mas que tamb m objetiva assegurar o 308 FRANCO FILHO Geor
6. o numa distin o entre os elementos em an lise No direito seu car ter positivo ou negativo depender de seus objetivos ou consequ ncias Ser positivo quando n o for contr rio ao ordenamento jur dico quando for justific vel a diferencia o proposta Ser negativa quando esta delimita o n o for respeitada Contudo este verbo comumente tomado pela sua conota o negativa em virtude da sua constante utiliza o para demonstrar uma situa o desfavor vel a Passim SOARES 1998 p 46 47 3 GOSDAL Thereza Cristina Discrimina o da Mulher no Emprego Curitiba Genesis 2003 p 51 42 uma pessoa ou a um grupo de pessoas Sua utiliza o em sentido pejorativo se tornou comum atribuindo lhe express o de favoritismo poss vel a constata o de caracter sticas comuns e diferentes entre quaisquer indiv duos por meio das quais se pode separ los Para tanto faz se necess rio verificar quais atributos exigem um tratamento diferenciado e quais n o Tamb m pautar se na dignidade da pessoa humana necess rio para n o dar causa a desigualdades As diferen as s o inerentes a condi o humana e por isto devem participar da formula o e da interpreta o do ordenamento jur dico S o caracter sticas capazes de particularizar uma situa o entretanto constituem fatores que n o devem permitir a opress o ou a desvaloriza o do ser humano Se o fizerem a situa o ser negativa de de
7. o do preceito legal para abranger a hip tese As seguintes garantias s o conferidas empregada que m e direito ao sal rio integral da mulher e a outros direitos e vantagens adquiridos durante o per odo artigo 393 faculdade de romper compromissos do contrato de trabalho que resultar em preju zo gesta o artigo 394 direito de amamentar a crian a at que ela complete seis meses de idade durante a jornada de trabalho em intervalos especiais de meia hora cada um art 396 Alice Monteiro de Barros assinala que imprescind vel a exibi o de atestado m dico que declare o preju zo gestante ou ao feto para a ruptura do contrato de trabalho fundamentada no artigo 394 Esclarece tamb m ser indevido o pagamento 395 SILVA 2009 p 45 38 GARCIA Gustavo Filipe Barbosa Repercuss es da Lei n 12 010 09 no sal rio maternidade em caso de ado o In REVISTA DE DIREITO TRABALHISTA Ano 16 n 03 Bras lia Grupo CTA mar o de 2010 p 6 39 BARROS 2008 p 82 135 de aviso pr vio ou indeniza o pela empregada em virtude da situa o mas tamb m n o lhe ser devida nenhuma vantagem atinente ao seu estado gestacional A amamenta o faz parte dos cuidados dispensados ao filho rec m nascido e uma das preocupa es da licen a maternidade O aleitamento materno produzido naturalmente pelo organismo da mulher e consiste no nico alimento da crian a nos seis primeiros meses de vida Por este
8. o entendimento de Thereza Cristina Gosdal tendo em vista que o excesso de peso prejudicial a ambos os sexos devendo ser analisada a situa o concreta e individual Est v o Mallet afirma que a maior fragilidade f sica n o significa menor capacidade de resist ncia ao trabalho cont nuo Da mesma forma questiona a pretensa maior fragilidade f sica da mulher apontando caso de mulheres cuja for a muscular muito superior masculina 2 A Lei 9 799 99 acrescentou tamb m os artigos 390 B 390 C e 390 E na CLT os artigos 390 A e 390 D foram vetados O primeiro aborda quest o atinente forma o profissional prevendo que as vagas para curso de forma o de m o de obra dever o ser oferecidas a trabalhadores de ambos os sexos O artigo 390 C estabelece a obrigatoriedade de programas especiais de incentivos e aperfei oamento profissional da m o de obra para empresas com mais de 100 empregados A pessoa jur dica poder se associar a entidade de forma o profissional ou outras institui es para executar projetos de incentivo ao trabalho da mulher conforme prev o artigo 390 E 37 CABRAL Valesca da Silva Trabalho da mulher direitos e discrimina es In NASCIMENTO Grasiele Augusta Ferreira Direito das minorias prote o e discrimina o no trabalho Campinas Editora Al nea 2004 p 51 378 MANDALOZZO 1996 p 22 379 FURTADO 2009 p 137 380 BARROS 1995 p 480 381 GOSDAL 2008 p 152
9. Foi a partir do S culo XIX que houve a inser o da m o de obra europeia no Brasil Antes da independ ncia segundo Celso Furtado a iniciativa governamental para instalar col nias de imigrantes europeus deu in cio embora n o tenha contribu do para alterar os termos do problema da inadequada oferta de m o de obra intensifica o do tr fico interno para o sul As col nias foram criadas pela cren a da superioridade da ra a europeia diferente do colonizador Houve elevados gastos com transporte manuten o obras p blicas artificiais al m da falta de estrutura para as col nias se desenvolverem ocasionando sua regress o ao sistema de subsist ncia As colonas europeias diferenciavam se das demais trabalhadoras da poca pelo sistema de trabalho a que se submetiam o colonato Constitu a se contrato entre o fazendeiro e a fam lia colona cabendo ao primeiro ceder p s de caf a segunda de forma proporcional ao n mero de integrantes da fam lia Em contrapartida cabia fam lia a presta o de servi os ao propriet rio das terras em troca de sal rio moradia gratuita e de espa o destinado ao plantio de subsist ncia Observa se que neste sistema laboral a fam lia era o n cleo do contrato considerando que importava aos seus contratantes o trabalho de todos os integrantes O colono n o era trazido for a nem viria sozinho mas incentivado a mudar se com a fam lia para suprir a falta da m o de obra aqui
10. discrimina o Al m de ser arbitr ria inaceit vel e injustific vel a discrimina o sup e a falta de igualdade aplicada de forma ileg tima E se a justi a se relaciona com a igualdade e esta repele a discrimina o negativa o ato desta decorrente constitui um ato negat rio da justi a Para lvaro Ricardo de Souza Cruz a discrimina o il cita se caracteriza por conduta humana a o ou omiss o violadora de direitos com base em crit rios infundados geralmente originada por um preconceito O preconceito pode ser uma das causas da discrimina o negativa embora sejam denomina es que n o se confundem O preconceito pode ser definido como a formula o precipitada de um determinado conceito como uma ideia pr concebida e sem qualquer verifica o D origem a verdades incontest veis ou de 3 GOMES Joaquim B Barbosa A o afirmativa amp princ pio constitucional da igualdade o Direito como instrumento de transforma o social A experi ncia dos EUA Rio de Janeiro Renovar 2001 p 18 1 Ibid p 8 101 MALLET Est v o Direito do trabalho igualdade e n o discrimina o In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8 REGIAO Suplemento Especial Comemorativa V 41 n 81 Bel m Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regi o jul dez de 2008 p 234 44 dif cil constesta o perante quem os det m tendo em vista a for a que adquire com a sua propaga o no meio social Nor
11. lt http Awww cfemea org br pdf DossiePPRGMT pdf gt Acesso em 26 de julho de 2009 VIANA 2000 p 322 54 Diante destas discrimina es do trabalho da mulher tanto no ambiente e na execu o laboral quanto na normatiza o existente sobre ele que se passa a tratar primeiro da precariza o havida nos empregos femininos e posteriormente sobre a evolu o normativa a respeito do tema 2 4 PRECARIZA O DO TRABALHO DA MULHER A precariza o laboral consiste na desvaloriza o da rela o de trabalho podendo ser observada tanto pelo seu alvo subjetivo os indiv duos que atinge quanto objetivo pela atividade que indica Pode ser definida por motivos e crit rios sociais culturais e at individuais como no caso de um preconceito Revela uma diminui o de um tipo de trabalhador ou de trabalho seja pela influ ncia s cio cultural seja pelas necessidades econ micas definidas pela atividade empresarial Por estes motivos gera inseguran a e n o atributo almejado na rela o de trabalho Maria Regina Gomes Redinha aponta a dificuldade existente em definir qual situa o mais prec ria ou fragilizada se aquela com prazo determinado ou a com prazo indeterminado mas vulner vel s condi es econ micas Esta incerteza exerce sobre a rela o de emprego a sensa o de instabilidade independentemente da dura o do v nculo de trabalho O trabalho prec rio pode atingir tamb m todos os ti
12. nem para o indiv duo amparado por estas tutelas nem para aquele que n o possui as caracter sticas diferenciadoras O cerne desta disserta o consiste em verificar se as especiais tutelas do trabalho da mulher atingem eficazmente os objetivos do ordenamento jur dico na atividade empresarial no Brasil A escolha desta problem tica para estudo se revela necess ria medida que se percebe n o obstante o ascendente n mero de mulheres empregadas que o trabalho da mulher ainda sofre discrimina o Sua atua o em prol da atividade empresarial pela rela o de emprego pode se verificar limitada em determinadas situa es O presente estudo se restringir ao trabalho da mulher executado por for a de rela es de emprego com empresas que atuam na realidade brasileira N o se tratar do trabalho da mulher decorrente de outras rela es de trabalho tais como o trabalho estatut rio e o trabalho dom stico Tamb m o estudo de normas abranger apenas as de natureza trabalhista para verificar como refletem na atividade empresarial Primeiramente ser analisada a evolu o hist rica do trabalho da mulher no Brasil Este estudo partir do descobrimento do Brasil pelos portugueses at a ascens o do neoliberalismo no pa s que tipos de trabalhos eram por ela executados e como eram valorados pela sociedade Tamb m dentro deste mbito de investiga o ser estudado como o feminismo se originou desenvolveu e influenciou a s
13. o entre empresa e empregado a dignidade da pessoa humana deve ser observada De acordo Thereza Cristina Gosdal a competitividade da empresa e sua manuten o se revelam essencial para o sistema econ mico Logo a estrutura interna da atividade empresarial deve se adequar e dar nfase produtividade na qualidade do produto na criatividade no saber multifacetado e na capacidade plural dos trabalhadores Contudo ressalta que as necessidades da empresa n o devem configurar a ren ncia nos direitos fundamentais do empregado e a sua dignidade O poder do empregador na rela o de trabalho deve ser limitado pelos direitos fundamentais do trabalhador e pela sua dignidade A dignidade da pessoa humana no que tange s rela es de trabalho deve ser fundamento para fazer cessar fatos ou condutas que n o permitam a sua realiza o como escravid o precariza o discrimina o negativa ass dio revista ntima e quaisquer outras que imprimam uma realidade degradante ao trabalhador 22 PINHO 2005 p 136 137 2 SARLET 2001 p 92 254 GOSDAL 2007 p 115 29 Ibid p 117 118 92 As situa es enfrentadas historicamente pelas mulheres retratam um trabalho nem sempre digno como a desvaloriza o de suas atividades refletida no sal rio a feminiza o de trabalhos de menor valor a reprimenda do labor fora da seara dom stica dentre outros Estas ocorr ncias ensejaram e ainda ensejam a cria o de normas as
14. o injustific vel sendo que a diferen a de sexo n o revela uma caracter stica que necessite ou n o deste intervalo de forma desigual ao homem Thereza Cristina Gosdal entende pela revoga o t cita do artigo tendo em vista o artigo 5 e 7 XXX Alice Monteiro de Barros em opini o anterior Lei 10 244 2001 este artigo deveria ser revogado expressamente em conjunto com o artigo 376 da CLT tendo em vista o obst culo legal ao acesso igualit rio de mulheres ao mercado de trabalho Francisco Jos Monteiro J nior aponta pela recep o da norma pelo texto constitucional uma vez que a prorroga o de jornada prejudicial ao trabalhador Por este motivo justifica a aplica o do dispositivo a homens e mulheres com base no princ pio da norma mais ben fica e da prote o ao trabalhador 384 SANTELLI 2007 p 160 35 GOSDAL 2003 p 152 DELGADO Maur cio Godinho Curso de direito do trabalho 8 ed S o Paulo LTr 2009 p 863 864 387 GOSDAL op cit p 152 38 BARROS 1995 p 479 MONTEIRO J NIOR Francisco Jos Trabalho da mulher o art 384 da CLT e a lei Maria da Penha e seus aspectos trabalhistas In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 166 128 Luiz Eduardo Gunther e Cristina Maria Navarro Zornig compartilham deste ju zo A finalidade da norma consiste em conscientizar o empregador sobre a neces
15. o ou menor valora o da cultura feminina imp e ao princ pio da dignidade da pessoa humana um olhar feminino na cria o interpreta o e aplica o de normas Atingir a igualdade de g nero portanto vislumbra se essencial no processo de efetiva o da dignidade da pessoa humana da mulher no seu trabalho 3 1 2 Princ pio da igualdade Todos os seres humanos s o iguais foi esta a bandeira que orientou a sociedade na redu o de suas mazelas Seu s mbolo se desenhou e se desenha de acordo com o per odo e com a sociedade em que era hasteada representando seus ideais A igualdade consiste em na cl ssica vis o aristot lica tratar iguais como iguais e desiguais como desiguais na medida de sua desigualdade Surgiu como princ pio nuclear da tr ade dos ideais da Revolu o Francesa com o intuito de abolir as desigualdades estamentais existentes poca de forma jamais vista at ent o A constata o da desigualdade portanto verifica se como ponto de partida na busca da igualdade Mas n o apenas isso como tamb m vislumbrar a possibilidade de igualdade nas rela es humanas que a sustenta pautada na exist ncia de elementos pr prios do homem que permitem o seu alcance 28 CALIL 2007 p 88 259 COMPARATO 2007 p 136 94 Contudo delinear esta igualdade consiste numa tarefa complexa dependente de outros fatores Pode se remet la ao aspecto da sua natureza humana e da sua condi o de
16. 83 84 42 DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTAT STICA E ESTUDOS SOCIOECON MICOS DIEESE ORAGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO OIT Negocia o coletiva de trabalho e equidade de g nero e ra a no Brasil Bras lia OIT 2009 p 5 6 Dispon vel em lt http www dieese org br projetos OIT NegociacaoColetivaTrabalho relatorioFinal pdf gt Acesso em 8 de maio de 2010 33 Ibid p 28 145 Quanto maternidade e paternidade t m se as seguintes cl usulas licen a maternidade licen a paternidade estabilidade pai garantias lactante licen a amamenta o intervalos para amamenta o jornada de trabalho da lactante creche acompanhamento de filhos aux lio natalidade dependentes com defici ncia garantias na ado o licen a m e adotante licen a ao pai adotante estabilidade adotantes creche para filhos adotivos aux lio ado o As responsabilidades familiares originam cl usulas como o acompanhamento de c njuges familiares o aux lio educa o a assist ncia sa de e o aux lio dependentes As condi es de trabalho resultam na negocia o sobre os temas de jornada de trabalho direito de trabalhar sentada revista de pessoal controle para uso do banheiro ass dio sexual ass dio moral fornecimento de absorventes fornecimento de sapatos e meias Em menor n mero est o as cl usulas referentes ao exerc cio do trabalho e de equidade de g nero As primeiras abrangem cl usulas sob
17. A divis o sexual do trabalho oriunda desta rela o transforma se de acordo com a sociedade em que faz parte na capitalista mant m de forma predominante o trabalho dom stico s mulheres independentemente de estarem inseridas no espa o produtivo b A dupla jornada da empregada Thereza Cristina Gosdal trata acerca da dupla jornada de trabalho feminina consistente nos trabalhos desenvolvidos no curso do contrato de emprego e s atividades dom sticas O cuidado com os filhos se revela sob sua responsabilidade e controle podendo ser realizado diretamente ap s o per odo do trabalho remunerado ou indiretamente delegando as atividades a outra pessoa A dupla jornada de trabalho segundo Anita Maria Meinberg Perecin Torres existir caso a mulher trabalhe dentro ou fora de casa A estimativa que uma m e de dois filhos que esteja empregada trabalhe 101 horas por semana sem considerar a disponibilidade para o atendimento do choro das crian as e de necessidades imprevis veis Ao mesmo tempo em que houve a ocupa o do espa o produtivo por mulheres bem visto pelo homem em virtude do retorno financeiro n o h uma contrapartida masculina na ocupa o do espa o dom stico Poucos companheiros auxiliam a diminuir a sobrecarga de trabalho feminino oriunda do trabalho remunerado e daquele que se acumula dentro de casa A vincula o da mulher s tarefas dom sticas e ao cuidado de familiares apontada por Thereza Cri
18. Curso de direito constitucional Belo Horizonte F rum 2007 p 62 84 SILVA Jos Afonso da Curso de direito constitucional positivo 21 ed rev atual S o Paulo Malheiros 2002 p 222 101 Leda de Oliveira Pinho ensina que ele caracteriza a cl ssica rela o desigual em rela o mulher negando o desenvolvimento da personalidade e a realiza o da dignidade da pessoa humana Significou a concep o de valores e normas desfavor veis mulher e instrumentalizou a opress o e a retirada do poder feminino Pontua tamb m que a desigualdade nas rela es de poder seja econ mico pol tico ou social obsta o acesso da mulher igualdade j na concep o da norma sendo que o seu alcance depende da atua o feminina na pressuposi o da desta no momento que a antecede N o poss vel a igualdade na norma se para tanto basear se em rela es de poder desiguais Para atingir o ide rio da igualdade preciso partir do contexto dom stico pois nele que a desigualdade tem origem e se espalha s rela es jur dicas Ap s todos os movimentos femininos e feministas realizados no Brasil a igualdade formal resta demonstrada na Constitui o brasileira tamb m no que tange as diferen as de g nero Al m do supracitado dispositivo constitucional podem ser relacionados o art 7 inciso XXX que prev a isonomia salarial entre homens e mulheres os arts 183 1 e 189 par grafo nico que permi
19. KROST Oscar Coment rios sobre a licen a maternidade e as inova es da Lei n 11 770 08 In Justi a do Trabalho ano 25 n 299 Porto Alegre HS Editora novembro de 2008 p 19 28 SILVA Ant nio lvares da Trabalho da Mulher e do menor In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa coord Trabalho da Mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 21 73 SILVA Jos Afonso da Curso de direito constitucional positivo 21 ed rev atual S o Paulo Malheiros 2002 SILVA Maria Aparecida Moraes De colona a b ia fria In In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 554 578 SIM N Sandra Lia A prote o constitucional da intimidade e da vida privada do empregado S o Paulo LTr 2000 240 O Minist rio P blico do trabalho e a prote o do trabalho da mulher In ARAUJO Adriane Reis de FONTENELE MOURAO T nia orgs Trabalho de Mulher mitos riscos e transforma es S o Paulo LTr 2007 p 38 39 SOARES Vera As a es afirmativas para mulheres na pol tica e no mundo do trabalho no Brasil In BENTO Maria Aparecida Silva A o afirmativa e diversidade no trabalho desafios e possibilidades S o Paulo Casa do Psic logo 2000 Muitas faces do feminismo no Brasil In BORBA ngela FARIA Nalu GODINHO Tatau org Mulher e pol tica G nero e feminismo no Partido do
20. M rcio T lio RENAULT Luiz Ot vio Linhares coords Discrimina o S o Paulo LTr 2000 p 321 328 241 WEHLING Arno WEHLING Maria Jos C M Forma o do Brasil Colonial 4 ed rev e ampl Rio de Janeiro Nova Fronteira 2005 YANNOULAS S lvia Cristina Dossi pol ticas p blicas e rela es de g nero no mercado de trabalho Bras lia CFEMEA FIG CIDA 2002 p 55 Dispon vel em lt http www cfemea org br pdf DossiePPRGMT pdf gt Acesso em 26 de julho de 2009 242 Deposite se na Secretaria do Mestrado Professor a Orientador a Curitiba Recebido em Secretaria
21. Mulher com dispositivos acerca de licen a maternidade e igualdade da mulher casada O estatuto por m n o foi aprovado Se a vida p blica n o propiciava mulher exercer seus direitos pol ticos como cidad tamb m n o era ambiente para o desempenho de atividades relativas a uma profiss o configurando se como afronta moral da poca O feminismo no Brasil influenciou de forma lenta o Direito principalmente o Direito do Trabalho Come ou a surtir efeitos no final do s culo XIX ap s o advento da Segunda Revolu o Industrial Margareth Rago aponta que as feministas do final do s culo XIX e do come o XX defendiam os benef cios do trabalho feminino evidenciando que a atividade profissional e a participa o pol tica das mulheres acarretariam inclusive melhores condi es do seu papel de m e Este discurso considerava principalmente as dificuldades de mulheres de alta condi o social Mesmo aquelas que venciam o desafio de terem um diploma profissional sofriam dificuldades quanto inser o no mercado de trabalho como por exemplo a rejei o de bacharel em Direito na 52 PINTO 2008 p 14 15 53 TELES Maria Am lia de Almeida Breve hist ria do feminismo no Brasil 2 reimpress o S o Paulo Brasiliense 2008 p 46 54 CALIL 2000 p 19 31 Ordem dos Advogados do Brasil a recusa de candidata Academia Brasileira de Letras em prol da ascens o do seu desconhecido marido O discurso femin
22. O TST sumulou entendimento de que a estabilidade provis ria n o direito da empregada gestante admitida mediante contrato de experi ncia uma vez que n o se trata de dispensa arbitr ria ou sem justa causa S mula 244 inciso III Configura se como forma de ressaltar o pactuado pelas partes considerando que desde o in cio do contrato j se tinha ci ncia do per odo para o desenvolvimento das obriga es de empregador e empregada Contudo cabe relembrar que a motiva o para n o formalizar contrato por tempo indeterminado pode ocultar conte do discriminat rio Georgenor de Sousa Franco Filho pontua ainda que caso haja o rompimento do contrato por prazo determinado antes do termo previsto caracteriza se uma arbitrariedade patronal Isso implica na ado o da regra do artigo 10 Il b do ADCT A interrup o e a suspens o do contrato de trabalho tamb m se revelam importantes para a an lise da dispensa do trabalho da mulher pelo mesmo motivo que a estabilidade acima tratada ou seja a quest o da gesta o e a maternidade no curso do contrato de trabalho Ambas s o causas tempor rias de cessa o do trabalho pelo empregado embora s a segunda importe paralisa o dos pagamentos de sal rio pelo empregador e da contagem de tempo de servi o Independentemente da discuss o doutrin ria acerca dos efeitos da licen a maternidade se suspensivos ou interruptivos ressalta se que deles prov m uma mesma consequ ncia que
23. Paulo LTr 2009 p 128 144 230 GARCIA Gustavo Filipe Barbosa Prorroga o da licen a maternidade Lei n 11 770 2008 In JUSTI A DO TRABALHO n 300 S o Paulo HS Editora dez 2008 p 39 45 Repercuss es da Lei n 12 010 09 no sal rio maternidade em caso de ado o In REVISTA DE DIREITO TRABALHISTA Ano 16 n 03 Bras lia Grupo CTA mar o de 2010 GIDDENS Anthony Sociologia Tradu o de Sandra Reina Netz Consultoria supervis o e revis o t cnica desta edi o de Virg nia Aita 4 ed Porto Alegre Artmed 2005 p p 101 127 203 253 304 340 GIULIANI Paola Cappellin Os movimentos de trabalhadoras e a sociedade brasileira In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 640 668 GOMES Dinaura Godinho Pimentel Direito do trabalho e dignidade da pessoa humana no contexto da globaliza o econ mica problemas e perspectivas S o Paulo LTr 2005 p 133 GOMES Joaquim B Barbosa A o afirmativa amp princ pio constitucional da igualdade o Direito como instrumento de transforma o social A experi ncia dos EUA Rio de Janeiro Renovar 2001 GOSDAL Thereza Cristina Discrimina o da Mulher no Emprego Curitiba Genesis 2008 Dignidade do trabalhador um conceito constru do sob o paradigma do trabalho decente e da honra S o Paulo LTr 2007 GUNTHER Luiz Eduardo ZORNI
24. S rgio Cruz A tutela inibit ria da vida privada S o Paulo Revista dos Tribunais 2000 p 132 441 POZZOLO op cit p 78 80 2 MARINONI op cit p 51 148 Constitui o Federal que estabelece que a lei n o excluir da aprecia o do Poder Judici rio les o ou amea a a direito Este dispositivo um reflexo do artigo 1 da pr pria Constitui o Federal de 1988 ou seja permitir que o Estado aprecie al m da les o a amea a a direito caracter stica do Estado Social e Democr tico de Direito que tem como fundamento na dignidade da pessoa humana A partir do momento em que o Estado se constitui sob esta forma e fundamento os direitos por ele determinados devem ser tutelados antes ou ap s uma les o Neste sentido de acordo com Paulo Ricardo Pozzolo a tutela inibit ria se revela inerente ao Estado Social e Democr tico de Direito Os direitos de qualquer natureza devem ser garantidos ao homem com meios preventivos n o devendo o ser humano ter que suportar a les o para invocar a tutela jurisdicional Ap s o advento da Constitui o Federal de 1988 o artigo 461 do C digo de Processo Civil consiste na fonte normativo processual da tutela inibit ria individual este dispositivo que viabiliza a obten o desta tutela com a propositura de a o nica sem ser necess rio pensar em uma a o cautelar ou execut ria Entretanto o citado autor n o vislumbra nem no artigo 461 do CPC nem no
25. alf loa frutos mela o hortali as queijos leite marisco alho pomada polvilhos h stias obreias mexas agulhas alfinetes fatos velhos e usados A maternidade se caracterizava ora como uma ben o ora como um fardo A Igreja estimulava a procria o mas o trabalho raro e a escassez de alimentos n o se harmonizavam com as pr ticas religiosas A grande maioria das mulheres livres da col nia se via assustada diante da chegada dos filhos porque estavam sob um sistema de trabalho excessivo e sem ajuda institucional Assinala ainda que a dupla jornada de trabalho e aus ncia do marido obrigava as a distribuir a prole entre parentes e amigas para a cria o A quest o da maternidade trazia tona tamb m outra realidade sobre a prec ria presen a de m dicos na col nia portuguesa Esta situa o deu ensejo profissionaliza o de curandeiras e benzedeiras Esta situa o retratada por Gilberto Freyre que trata este of cio como a arte de sangrar Durante o Brasil colonial e imperial foi exercido por escravos africanos os homens como barbeiros e dentistas as mulheres como parteiras Dentre estas ltimas apelidadas de comadres tamb m havia brancas e caboclas que al m do parto curavam doen as ginecol gicas por meio de bruxedos rezas e benzeduras A reprodu o feminina se caracterizava como uma inc gnita para a medicina Por este motivo as pr prias mulheres teriam que cuidar d
26. aumentava tamb m a comercializa o destes bens No final da d cada de 1940 e in cio da de 1950 a luta contra a carestia mobilizou mulheres de diferentes classes sociais e ideologias abrangendo tanto aquelas influenciadas pelo Partido Comunista associadas Federa o de Mulheres do Brasil quanto s de elite participantes da Associa o das Senhoras de Santa Tereza O Movimento contra a Carestia se mant m at a d cada de 1970 principalmente nos bairros pobres Nele se integram outras lutas melhorias em postos de sa de escolas creches e servi os p blicos com apoio de Comunidades Eclesiais de base da Igreja Cat lica PINTO 2008 p 37 6 TELES 2008 p 47 48 8 CALIL 2000 p 45 PINTO op cit p 44 34 Contudo as mulheres brasileiras continuavam se organizando contra as discrimina es existentes no que tange aos direitos da mulher casada e a extens o dos direitos trabalhistas s mulheres do campo sindicaliza o e dire o sindical Maria Am lia de Almeida Teles aponta tamb m a luta por sal rios iguais e pela efetiva aplica o de leis sociais e trabalhistas a favor da mulher Neste per odo o mundo se recuperava das Guerras Mundiais Foram eventos que influenciaram no tratamento do trabalho feminino tendo em vista que a procura pelo trabalho feminino aumentava durante a ofensiva b lica em virtude da convoca o de homens pelas For as Armadas O p s guerra por m faria dim
27. da dignidade da pessoa humana e da igualdade H que se salientar que a norma n o depende de concre o apenas pelo Estado mas tamb m e principalmente dos seus atores indiv duos sociedade empresas institui es No contexto econ mico atual ressalta se a import ncia das empresas e das rela es de trabalho Hodiernamente s o elas que movimentam a economia d o vida ao liberalismo e globaliza o possibilitando o uso de qualquer outra nova forma de organiza o do capital Mas s o elas tamb m que evidenciam e s vezes fomentam as desigualdades sociais Embora Milton Friedman assinale que o liberal do s culo XX avalia o bem estar e a igualdade como pr requisitos ou como alternativas para a liberdade tamb m visualiza que o poder para fazer coisas certas tamb m poder para fazer coisas erradas os que controlam o poder hoje podem n o ser os mesmos de amanh e ainda mais importante o que um indiv duo considera bom pode ser considerado mau por outro 8 9 O empregador n o delibera condicionalmente por abusar da sua condi o econ mica favor vel para explorar a m o de obra Dentro de um contexto individualista ele observa qu o vantajoso uma situa o pode ser e a utiliza com o aux lio que a for a do capital possui Neste sentido Pontes de Miranda salienta que as desigualdades contempor neas t m como base mormente a situa o econ mico social Contudo os outros fatores continuam em l
28. devem delinear os contornos da ruptura contratual A dispensa discriminat ria segundo Cristina Paranhos Olmos consiste numa modalidade de extin o do contrato de trabalho unilateral e decorrente da vontade do empregador que se pauta em ato discriminat rio Para ela embora a sua proibi o n o seja tratada na doutrina de forma espec fica a dispensa discriminat ria se caracteriza como uma das causas de restri o do poder diretivo O ius variandi n o pode ser justificativa para a pr tica de ilicitudes como a discrimina o havendo limita es ao na pr pria lei O poder diretivo do empregador deve ser limitado por princ pios direitos e deveres como os princ pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade e o direito n o discrimina o indispens veis na aprecia o de discrimina o negativa da mulher no trabalho A finalidade econ mica n o pode se sobrepor a direitos fundamentais nem a fundamentos da Rep blica afetando o indiv duo e a sociedade A ruptura discriminat ria n o ofende somente ao empregado mas a toda sociedade modalidade de desligamento que gera a anulabilidade do ato e a possibilidade de repara o de preju zos sofridos em virtude do car ter injusto da dispensa Esta dispensa se configura como ato il cito e por isso maculado por nulidade fundada nos artigos 186 e 187 do C digo Civil bem como no artigo 9 da CLT que prev a nulidade de pleno direito de atos praticados com o
29. es desprezando a falsa prote o legal A Constitui o brasileira trata especificamente sobre o trabalho feminino no artigo 7 incisos XVIII XX XXX e no Ato das Disposi es Constitucionais Transit rias artigo 10 inciso Il al nea b Caracterizam se pela tratativa da gesta o e da maternidade prote o do trabalho da mulher e isonomia salarial de exerc cio de fun es e crit rio de admiss o A gesta o consiste numa caracter stica feminina atribu vel mulher A licen a dela decorrente tratada pelo art 7 XVIII da Constitui o Federal e pelo artigo 10 Il b do Ato das Disposi es Constitucionais Transit rias Garantem na sem preju zo do emprego e do sal rio com a dura o de 120 dias bem como veda 3 CANTELLI 2007 p 159 37 BARROS 2008 p 79 109 a dispensa arbitr ria ou sem justa causa empregada gestante desde a confirma o da gravidez at cinco meses ap s o parto Georgenor de Sousa Franco Filho toma como pressuposto que sem a mulher n o existe a maternidade sem a maternidade n o existe a vida sem a vida n o existe a ra a humana Afirma que o direito vida o primeiro de todos os direitos humanos que faz com que tudo gire em torno de sua conserva o e da preserva o da esp cie humana Desta forma ressalta que o dom da maternidade o nico tra o distintivo entre os sexos no mundo do trabalho e determinante para assegurar a prote o vida
30. livre desenvolvimento da personalidade c liberta o da ang stia da exist ncia da pessoa mediante mecanismos de socialidade dentre os quais se incluem a possibilidade de trabalho emprego e qualifica o profissional d garantia e defesa da autonomia individual e por fim e igualdade perante a lei e atrav s da lei A dignidade da pessoa humana conceituada por Ingo Wolfgang Sarlet como a qualidade intr nseca e distintiva t pica dos seres humanos que os tornam merecedores de respeito e considera o estatal e da sociedade resultado de um complexo de direitos e deveres fundamentais que visa impedir qualquer ato degradante ou desumano contra a pessoa e garantir condi es existenciais m nimas de vida Tamb m objetiva propiciar e promover a participa o ativa e co respons vel nos destinos da exist ncia do pr prio indiv duo e na vida em sociedade Segundo o autor a dignidade se manifesta por meio de uma d plice dimens o a da autonomia da pessoa humana e a da necessidade de prote o pelo Estado e pela sociedade A primeira se expressa por meio da autodetermina o da pessoa humana a segunda quando a autodetermina o est fragilizada ou ausente Thereza Cristina Gosdal por sua vez aponta como aspectos definidores da dignidade a condi o relativa humanidade a universaliza o em face da sua afirma o e da mundializa o das rela es econ micas sociais e culturais o respeito pelo
31. nero Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 2005 p 151 152 2 SARLET Ingo Wolfgang Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constitui o Federal de 1988 Porto Alegre Livraria do Advogado 2001 p 41 28 NUNES Rizzatto O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana 1 ed 3 tiragem S o Paulo Saraiva 2007 p 46 88 dignidade novos problemas podem surgir O homem que dignamente protegido n o se exclui da possibilidade de violar a dignidade de outrem O princ pio da dignidade da pessoa humana almeja a prote o e a promo o do homem por meio dos valores que permitem a sua atua o em toda sua complexidade isto na seara dos direitos humanos fundamentais de personalidade e patrimoniais Parte do pressuposto que a condi o humana sua possuidora nata Mais que isso situa a como merecedora de dignidade quaisquer que sejam as esferas de atua o Os direitos que lhe s o assegurados devem ser exercidos de forma digna Para Leda de Oliveira Pinho a dignidade da pessoa humana topo do nosso sistema jur dico constitui um valor fonte caracterizando o objetivo fim de qualquer discuss o em torno de pondera o ou conflito de valores Mas ao mesmo tempo este princ pio se encontra na base da pir mide A autora afirma que as normas constitucionais recebem o c digo gen tico da dignidade da pessoa humana fazendo com que todas elas carreguem as caracter sticas fundament
32. o art 1 8 1 c n o realiza o de atividade remunerada ou manuten o da crian a em creche durante o per odo de prorroga o art 4 Os dois primeiros requisitos revelam o instituto como uma faculdade primeiramente atribu da ao empregador e ap s empregada Nota se entretanto que n o h um direito empregada m e para prorroga o da licen a maternidade uma vez que a lei n o imp e forma alguma de obrigatoriedade da medida Segundo Alessandro da Silva e Oscar Krost o direito subjetivo se caracteriza pelo poder de acionamento do Estado para que assegure o cumprimento do dever objetivo que alcan ado por meio da coer o Assim a Lei n o criou um direito 49 BRASIL Projeto de lei n 281 de 10 de agosto de 2005 Cria o Programa Empresa Cidad destinado prorroga o da licen a maternidade mediante concess o de incentivo fiscal Dispon vel em lt www senado gov br gt Consultado em 5 de agosto de 2009 141 prorroga o da licen a m e empregada j que n o medida obrigat ria mas criou um direito empresa uma vez que caso haja a ades o ao programa lhe garantido que o valor pago empregada durante o per odo de prorroga o ser debatido do imposto de renda devido Al m disso a aus ncia de pedido pela m e empregada fere o princ pio da irrenunciabilidade das normas trabalhistas bem como o da prote o integral crian a e ao adolescente O prim
33. o feita por Anthony Giddens entre sexo e g nero Enquanto o primeiro se refere s diferen as anat micas e fisiol gicas presentes nos indiv duos e dado pela natureza o segundo diz respeito s diferen as psicol gicas sociais e culturais entre homens e mulheres sendo produzido culturalmente Ser homem e ser mulher n o tanto uma caracter stica oriunda do nascimento do indiv duo mas mais uma produ o social por m ltiplas inst ncias sociais discursos doutrinas imagens s mbolos escola fam lia igreja m dia entre outros Estes elementos s o articulados com os naturais de forma a ocorrer uma naturaliza o do social com o objetivo n o apenas de tornar estes indiv duos diferentes mas desiguais No desempenho destes pap is como historicamente se demonstrou o g nero masculino se sobrep s ao feminino enfatizando suas caracter sticas e acentuando as diferen as entre os sexos As diferen as e a predomin ncia dos ideais masculinos originaram um mundo com suas caracter sticas em que as 110 GOSDAL 2008 p 94 111 MELLO Celso Ant nio Bandeira de Conte do jur dico do princ pio da igualdade 3 ed 16 tiragem S o Paulo Malheiros 2008 p 17 2 Ibid p 21 22 13 GIDDENS Anthony Sociologia Tradu o de Sandra Reina Netz Consultoria supervis o e revis o t cnica desta edi o de Virg nia Aita 4 ed Porto Alegre Artmed 2005 p 102 103 47 caracter sticas f
34. o trabalho noturno a remo o de peso os trabalhos em subterr neos os lugares perigosos ou insalubres Foi a primeira legisla o que regulou a prote o maternidade proibindo o trabalho durante as quatro semanas anteriores e quatro posteriores ao parto bem como assegurando o direito a amamentar Este Decreto refletiu o disposto na Conven o n 4 da Organiza o Internacional do Trabalho OIT que tratava sobre o trabalho noturno da mulher 8 CALIL 2000 p 31 13 BARROS 1995 p 96 97 187 PINTO 2002 p 35 70 Por m o normativo brasileiro ampliou o alvo de prote o n o apenas mulheres que trabalhavam na ind stria mas tamb m no com rcio Em 1934 pela primeira vez uma Constitui o brasileira reconheceu a diferen a relativa ao trabalho da mulher O seu art 121 1 tratava dentre suas al neas da proibi o de diferen a salarial por motivo de sexo e no 3 dava prefer ncia a mulheres habilitadas para execu o de servi os de amparo maternidade e inf ncia os referentes ao lar e ao trabalho feminino tanto no que tange ao seu desenvolvimento quanto fiscaliza o e orienta o A igualdade no mbito desta Constitui o foi disposta no art 113 1 o qual determinava a igualdade perante a lei sem privil gios distin es por motivo de nascimento sexo ra a profiss es pr prias ou dos pais classe social riqueza cren as religiosas ou ideias pol ticas Ressalt
35. p 97 41 a es afirmativas as cotas m nimas de mulheres nas dire es dos sindicatos partidos pol ticos e cargos legislativos Hodiernamente segundo Thereza Cristina Gosdal o feminismo encontra duas vertentes em discuss o isto o da igualdade e o da diferen a Elas buscam considera o destes fatores como forma de superar a discrimina o das mulheres e alterar seu papel social historicamente secund rio em rela o ao homem Observa se portanto que os movimentos feministas e de mulheres que existiram no Brasil tratam do modelo patriarcal predominante de forma secund ria N o significa dizer que a import ncia da discuss o da desigualdade entre g neros n o foi diminu da mas ofuscada pelos acontecimentos que marcaram o s culo XX no pa s Estes movimentos foram conduzidos de forma mais pol tica e mais afeta realidade da sociedade brasileira um formato de feminismo brasileira que tamb m fez parte de movimentos de mulheres n o feministas Demonstravam o anseio feminino em participar da vida p blica em uma sociedade com limita es pol ticas jur dicas e sociais Nota se que esta liga o com a pol tica consagrou a conquista de direitos relacionados mulher principalmente no que se refere ao seu trabalho Refletem portanto uma luta contra a desigualdade de g nero que d origem discrimina o 2 3 A DISCRIMINA O DE G NERO Discriminar em seu sentido neutro consiste numa separa
36. posicionando esta no mbito de atua o da igualdade A igualdade de g nero diante do que foi assinalado consiste numa forma de se retratar a similitude entre os indiv duos de diferentes sexos em virtude da condi o humana O sexo n o crit rio justific vel de diferencia o jur dica quando se analisa puramente a natureza humana A igualdade remete ao atendimento do princ pio da dignidade da pessoa humana funcionando como um dos vetores poss veis para a concretiza o deste A aus ncia de igualdade afronta a dignidade uma vez que imprime a condi o de inferioridade e desprest gio aquele que a sofre 260 ATCHABAHIAN 2006 p 15 2 NOVAIS 2005 p 28 95 Sustenta L a Elisa Silingowschi Calil que a vida condigna deve ser garantida pessoa humana esta como fim derradeiro do direito Para tanto a igualdade deve ser aplicada e limitada ou n o de acordo com os ditames do princ pio da dignidade da pessoa humana Ingo Wolfgang Sarlet relaciona a igualdade ao conceito de dignidade da pessoa humana ao afirmar que a concep o deste princ pio necessariamente possui a no o fundamental da igualdade de todos os homens em liberdade e dignidade A dignidade da pessoa humana como princ pio norteador tamb m direciona a igualdade a atender a sua proposta Para Rizzatto Nunes a isonomia funciona como gerador de equil brio real com vistas a concretizar o direito dignidade Tamb m a igualdade de g n
37. ria ficava enfraquecida e passam a cercear estes encontros O debate deveria girar apenas em torno da discrimina o no trabalho Esta tend ncia a enfatizar a quest o prolet ria dentro do movimento feminista pode ter originado consequ ncias positivas Afinal grandes conquistas foram obtidas quanto aos direitos da mulher trabalhadora embora esta prote o por vezes tenha causado ainda maiores discrimina es J as consequ ncias negativas podem ser oriundas da repress o s discuss es acerca da igualdade de g neros e de quest es pr prias da mulher como sexualidade 73 PINTO 2008 p 45 74 Ibid p 49 51 75 SOARES 1998 p 36 TELES 2003 p 76 37 Enquanto as mulheres que estavam no pa s promoviam reuni es com um car ter mais intimista aquelas que foram exiladas buscavam a constru o de espa os p blicos de discuss o nos quais se possibiltassem uma pol tica de expans o e interc mbio Estas mulheres defendiam ao mesmo tempo a autonomia e o marxismo que reduzia a mulher s formas de domina o presentes no modo de produ o capitalista O ano de 1975 ganha o t tulo pela Organiza o das Na es Unidas de Ano Internacional da Mulher Na mesma oportunidade instituiu se data comemorativa intitulada como Dia Internacional da Mulher Maria Am lia de Almeida Teles afirma que a iniciativa da ONU foi positiva para as mulheres brasileiras excelente instrumento legal pa
38. rio da 198 4 2 2 A falta de isonomia salarial Outro modo de discrimina o da mulher no trabalho se d no campo remunerat rio em que se verifica que a mulher percebe menor contrapresta o salarial pelo servi o realizado em compara o ao homem Em uma pesquisa da Revista Veja constatou se que ser o necess rios 87 anos para que as mulheres tenham os mesmos sal rios dos homens caso n o se acelerem a implementa o de pol ticas de g nero O ordenamento jur dico p trio de forma expressa protege a mulher contra a discrimina o salarial artigo 7 XXX da Constitui o brasileira de 1988 e artigos 5 e 373 A Ill da CLT al m do Brasil ser signat rio da Conven o n 100 da OIT Entretanto este igual valor nem sempre tido como igual quando se t m em mente as diferen as de g nero Segundo Georgenor de Sousa Franco Filho a determina o constitucional acerca da isonomia salarial constatou que alguns crit rios como sexo idade cor ou estado civil eram comumente utilizados como forma de discrimina o no mercado de trabalho A percep o da desigualdade salarial entre homens e mulheres pode ser observada tanto de forma geral em estat sticas que revelam que a maior parte da popula o feminina possui empregos que remuneram menos que o emprego masculino ou de situa es espec ficas em que se observam as desigualdades dentro de uma empresa Uma pesquisa de mbito mundial mensurou indicadores para
39. 17 2 1 HIST RICO DO TRABALHO DA MULHER NO BRASIL f 17 2 2 FEMINISMO E MOVIMENTOS DE MULHERES NO BRASIL aaa 27 2 3 A DISCRIMINA O DE CSN e1 E RN NNE 41 2 4 PRECARIZA O DO TRABALHO DA MULHER aaa 54 2 5 EVOLU O NORMATIVA cursa C e Sue ne eca ao panda pn Pu ae ARRA E 65 2 6 A ES AFIRMATIVAS CONCEITUA O E APLICA ES NO TRABALHO DA MR oT ceara ga aa DRA RD a a R O a DR o O o Ra o AR 76 3 PRINCIPIOS E LEGISLA O RELATIVOS A TUTELA DO TRABALHO DA MULHER NO BRASIL ieuan a la e LU SD 86 3 1 PRINC PIOS RELATIVOS TUTELA JUR DICA DO TRABALHO FEMININO APLIC VEIS NO BRASIL 86 3 1 1 Princ pio da dignidade da pessoa humana K K a a aaa L 86 3 1 2 Principio da Igualdade aussi a 93 3 1 2 1 Igualdade formal e igualdade material j j C COCO L 98 3 1 2 2 O direito diferen a e a n o discrimina o ee 103 3 2 NORMATIZA O DO TRABALHO DA MULHER NO BRASIL 107 3 2 1 Normas constitucionais ja 107 3 2 2 Normas da Organiza o Internacional do Trabalho k 116 3 2 3 Normas infraconstituci nalS sis es LEAL LR DL ER 121 3 2 4 Negocia es coletivas de trabalho h C O O 142 3 2 5 Tutela inibit ria EE 146 4 REFLEXOS DA ESPECIAL TUTELA JUR DICA DO TRABALHO DA MULHER NO AMBITO DA RELA O DE EMPREGO Hm 153 4 1 O TRABALHO DA MULHER NA EMPRESA E AS FASES DO CONTRATO DE EMPREGO cn a L 153 4 1 1 A contrata o do trabalho da mulher ihjkK Kkakk a 153 4 1 2 A dura o do contrato de trabalho R kC C O O 161 a
40. 2007 p 11 8 REVISTA GALILEU Mulher n o est no topo do mercado de trabalho porque n o quer diz psic loga Rep rter Mariana Lucena Data de publica o 08 de mar o de 2010 Dispon vel em lt http revistagalileu globo com Revista Common 0 EMI125623 17770 00 210 A discrimina o por motivo de sexo considera elementos contr rios rela o de emprego para fundamentar a ascens o profissional podendo ser iniciativa tanto da empresa quanto da pr pria mulher pela naturaliza o das desigualdades Geralmente n o s o expl citos podendo configurar a discrimina o indireta com uma apar ncia de normalidade ou oculta que dissimula o real motivo 4 3 A ESPECIAL TUTELA DO TRABALHO DA MULHER COMO CAUSA DE PROTE O DE PROMO O E DE DISCRIMINA O NA RELA O DE EMPREGO Uma especial tutela jur dica acerca do trabalho da mulher se justifica na medida em que existem desigualdades que impedem um tratamento igualit rio A discrimina o negativa contr ria ao trabalho da mulher hist rica ou hodiernamente determinou e ainda determina a necessidade destas tutelas Vislumbram se normas em duas vertentes as de car ter protetivo e as de car ter promocional De cada uma delas pode se verificar o objetivo da norma que respectivamente o amparo imprescind vel ou a indu o a comportamentos desej veis As tutelas especiais acerca do labor feminino t m hoje o cond o de proteger a mulher em aspectos indisp
41. 382 MALLET 2009 p 157 131 S o dispositivos que afirmam a import ncia da forma o profissional para a inclus o Os dois primeiros apesar de inseridos no cap tulo que trata do trabalho da mulher se destinam a ambos os sexos O ltimo de forma espec fica vislumbra a necessidade a es afirmativas do trabalho da mulher A precariza o do trabalho dentre outros fatores reflexo da educa o entre os indiv duos que s o separados por g nero Este perfil demonstrado na pesquisa Retratos da desigualdade da Secretaria Especial de Pol ticas para as Mulheres Instituto de Pesquisa Econ mica Aplicada IPEA e Fundo de Desenvolvimento das Na es Unidas para a Mulher Ela revela que as mulheres possuem melhores indicadores educacionais que os homens o que n o significa necessariamente melhores condi es de trabalho A Se o da CLT que trata da prote o maternidade possui v rias altera es legislativas anteriores e posteriores Constitui o Federal O casamento e a gravidez s o circunst ncias que restringem o mercado de trabalho mulher historicamente e atualmente e por este motivo importante ter normas concernentes ao assunto O artigo 391 da CLT n o considera estas situa es como justo motivo para a rescis o do contrato de trabalho num enunciado que origin rio da Consolida o Veda ainda regulamentos que fa am restri es ao direito da mulher ao seu emprego por estes moti
42. Ano 74 S o Paulo LTr jan 2010 p 65 66 16 REDINHA 1995 p 55 59 168 Ibid p 65 64 comportamento Contudo sua inexist ncia poderia significar a sua aus ncia da vida p blica configurando se enorme retrocesso Saliente se que Claudia Mazzei Nogueira assevera que a baixa remunera o e a jornada de trabalho parcial funcionam como um desest mulo ao trabalho feminino uma vez que n o compensa a exaust o da dupla jornada Por fim afirma que a luta pela igualdade na divis o sexual do trabalho depende do combate da opress o masculina e a supera o da rela o capital trabalho A flexibiliza o se divide de acordo com o vi s pol tico de seu observador ou seja liberal ou social Tanto o Estado liberal como o Estado de bem estar social possuem vantagens e desvantagens que ocasionaram desequil brio social quando levados ao extremo A tarefa de harmoniz los entretanto n o singela O enfoque no capital passa a colocar quest es econ micas como decisivas Logo a atividade produtiva tende a optar por recursos que n o se desviem da sua finalidade o que no contexto da rela o de trabalho tende a dificultar ou impossibilitar a inser o ou manuten o de empregos que n o atendam ao modelo produtivo ideal Esta op o se identifica em alguns casos de exclus o do trabalho da mulher que pode apresentar desvios produtivos como o caso das responsabilidades familiares Por fim observa se que a pr
43. C digo Eleitoral reconheceu o direito ao voto e elegibilidade mulher A conquista do direito ao voto e de ser eleita contudo n o foi o nico motivo do movimento feminista 48 AUGUSTA 1989 p 29 30 PINTO 2008 p 13 5 COELHO Mariana A evolu o do feminismo subs dios para a sua hist ria 2 ed Curitiba Imprensa Oficial do Paran 2002 p 14 51 PINTO op cit p 21 23 26 30 Ainda que os direitos pol ticos tenham impulsionado o desenvolvimento do feminismo no Brasil o movimento surtiu efeito em diversas searas A discuss o acerca da desigualdade existente permitiu a divulga o de novas ideias e a organiza o de reivindica es Tomou corpo principalmente com a participa o da elite brasileira e de mulheres cultas C li Regina Jardim Pinto assinala que havia o feminismo difuso em que mulheres intelectuais expressavam uma pluralidade de ideias como educa o feminina opress o masculina sexualidade e div rcio J as defensoras do feminismo anarquista pregavam a libera o da mulher de uma forma radical articulando teses principalmente sobre o trabalho da mulher Fora os direitos pol ticos o trabalho era outro fator de discuss o entre as feministas Depois da conquista do voto de acordo com Maria Am lia de Almeida Teles as feministas passaram a se concentrar no trabalho da mulher na prote o maternidade e s crian as Foi neste per odo que Bertha Lutz elaborou o Estatuto da
44. CLT que continua em pleno vigor Tem direito assim a mulher a 15 minutos de intervalo entre o t rmino da sua jornada contratual e o in cio do trabalho em sobrejornada 3 Recurso de revista conhecido e provido RO 00515 2009 140 03 00 7 Recorrentes Bagley do Brasil Alimentos Ltda Veronica Gomes Soares Pinheiro Recorridos os mesmo e Danone Lida Relator Luiz Ot vio Linhares Renault Belo Horizonte 7 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www tri3 jus br gt Acesso em 22 de maio de 2010 634 RIO GRANDE DO SUL Tribunal Regional do Trabalho 4 Regi o RECURSO ORDIN RIO DA RECLAMANTE INTERVALOS QUE ANTECEDEM A JORNADA EXTRAORDINARIA ART 384 DA CLT Esta Turma em sua composi o majorit ria considera que a infra o ao intervalo previsto no art 384 da CLT se reveste de cunho meramente administrativo n o cabendo a condena o em horas extras Provimento negado RO 0031700 46 2008 5 04 0561 Partes Margarida Rama e Associa o Sulina de Cr dito e Assist ncia Rural ASCAR Redator Cleusa Regina Halfen Porto Alegre 9 de junho de 2009 Dispon vel em lt www trt4 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 6 amp 5 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o ESTABILIDADE PROVIS RIA GESTANTE A garantia de emprego gestante decorre do seu estado grav dico unicamente e independente do conhecimento do empregador visto que a finalidade da norma inserta no art 10 inciso Il al nea b do Ato das Dis
45. Castro Relator Desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimp o Curitiba 3 de mar o de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 18940 2007 003 09 00 0 ACO 10659 2009 Recorrentes Gloria Edite Pinto Ribeiro e Rafaela Fabiani Sachi Relatora Adayde Santos Cecone Julgado em 23 de maio de 2007 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 98904 2005 019 09 00 5 ACO 24504 2007 Recorrente Minist rio P blico do Trabalho Recorrida Labor Trabalho Tempor rio Ltda Relator Tobias de Macedo Filho Curitiba 4 de setembro de 2007 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RT 05398 2007 892 09 00 0 Reclamante Gisele Oliveira Souza Reclamada Mobitel S A Ju za Mariele Moya Munhoz S o Jos dos Pinhais 16 de fevereiro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RTOrd 31254 2007 004 09 00 0 Reclamante Rosangela Maria Rudiniki lanino da Silva Reclamado HSBC Bank Brasil S A Banco Multiplo Ju za Vanessa Karam de Chueiri Sanches Publicado em 11 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 21 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o
46. Julgado neste sentido fundamenta se na tutela maternidade e ao nascituro previstos na Constitui o brasileira de 1988 Contudo Alice Monteiro de Barros argumenta que o desconhecimento da gesta o pela pr pria empregada na poca da dispensa n o lhe garante a estabilidade provis ria salvo norma coletiva mais favor vel O artigo 10 b Il do ADCT exige como termo inicial para a aquisi o do direito a confirma o da 54 BARROS 2008 p 374 5 Ibid p 375 51 MANDALOZZO 1996 p 72 52 SILVA 2009 p 47 53 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 02341 2009 019 09 00 1 ACO 38329 2009 Recorrente Mobitel S A Recorrida Sarah Rosa da Silva Garcia Relatora Desembargadora Ana Carolina Zaina Curitiba 27 de outubro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 188 gravidez Logo se ela desconhecia o fato a resili o se torna perfeita e acabada n o se podendo responsabilizar o empregador A S mula 244 Il do TST entende poss vel a reintegra o desde que ocorra durante o per odo de estabilidade Caso contr rio apenas os sal rios e demais direitos correspondentes ao per odo de estabilidade far o parte da garantia Percebe se que as v rias interpreta es acerca do termo confirma o conferem condi o de inseguran a s rela es de trabalho O caput do artigo 10 do ADCT previa a promulga o da lei complementar acerca do arti
47. No entanto este n o o entendimento dominante A posi o jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho no sentido de n o reconhecer a estabilidade neste caso inclusive em conformidade com a S mula 244 Ill hip tese que ser tratada adiante b Dispensa e estabilidade gestante Uma das mais fortes limita es ao poder diretivo do empregador no que tange a dispensa est na estabilidade e nas garantias de emprego figuras que inviabilizam a ruptura contratual sem justa causa A primeira segundo Maur cio Godinho Delgado tem car ter permanente e depende de circunst ncia de car ter geral e tipificada visando a assegurar a manuten o indefinida no tempo do v nculo empregat cio J a segunda tem car ter transit ria sendo deferida ao empregado em virtude de circunst ncia contratual ou pessoal obreira de car ter especial assegurando o contrato de emprego por determinado per odo o caso da garantia conferida gestante no emprego tamb m chamada de estabilidade provis ria exemplo que se revela importante no que tange ao trabalho da mulher A estabilidade provis ria da gestante prevista no artigo 10 b Il do ADCT veda a dispensa arbitr ria ou sem justa causa da empregada gr vida desde a confirma o da gravidez at cinco meses ap s o parto quanto a esta garantia que se vislumbra discuss es doutrin rias e jurisprudencial acerca do trabalho da mulher Primeiramente verifica se posi es diverge
48. acrescida de juros legais O fato de a lei arrolar os crit rios discriminat rios sexo origem ra a cor estado civil situa o familiar ou idade ressalvadas neste caso as hip teses de prote o ao menor n o retira a inten o inicial da lei que foi proibir a discrimina o referente ao sexo L a Elisa Silingowschi Calil confirma o posicionamento do citado autor quando afirma que a citada lei foi uma rea o s condutas de empregadores ap s a determina o constitucional da estabilidade gestante que era considerada uma amea a ao direito do empregador em demitir suas empregadas O diploma combateu as pr ticas tornando as crime tanto na exig ncia de atestados de gravidez ou esteriliza o como no incentivo a esta ou ao controle de natalidade Emmanuel Te filo Furtado ressalta que o alcance do artigo 2 da Lei 9 029 95 imp e a proibi o de todas e quaisquer pr ticas discriminat ria e limitativas em virtude do sexo Os crimes elencados pela Lei contudo tiveram a pena aumentada em virtude da Lei 9 263 96 que considerou mais danosas as previs es de indu o ou instigamento dolosos pr tica de esteriliza o cir rgica e a exig ncia de atestado de esteriliza o para qualquer fim N o se trata de revoga o da Lei anterior mas de alargamento da san o prevista A Lei 10 778 2003 estabelece em sua generalidade a notifica o compuls ria do caso de viol ncia contra a mulher que for atendida
49. apurar dentre outros quesitos a diferen a entre o sal rio de homens e mulheres Em alguns a diferen a maior em outros menor contudo em todos os pa ses pesquisados a mulher ganha sal rios menores que os homens O Brasil ocupa na pesquisa que usa dados de 2006 a 81 posi o entre os 108 pa ses analisados Apesar de serem Justi a do Estado do Paran 07 de dezembro de 2007 Dispon vel em lt www tri9 jus br gt Acesso em 10 de fevereiro de 2010 51 REVISTA VEJA Sal rios entre homens e mulheres s ser o iguais em 87 anos Dispon vel em lt http veja abril com br noticia brasil salarios nomens mulheres soa serao iguais 87 anos 409797 shtml gt Acesso em em 19 de dezembro de 2008 52 FRANCO FILHO 2009 p 196 199 mais longevas terem maior taxa de alfabetiza o e maior taxa bruta de frequ ncia a escola a renda feminina foi apurada como de em m dia 56 do masculino O baixo grau de educa o feminina por muito tempo serviu como justificativa a baixos sal rios Sua inser o no ambiente de trabalho foi alavancada com o aumento do n vel educacional contudo a valora o do trabalho n o reflete necessariamente na sua remunera o Uma pesquisa aponta a diferen a de rendimentos na popula o ocupada no Brasil em reais dividido por sexo Quanto maior o n vel de escolaridade maior a diferen a salarial verificada Grupos de anos de estudo Total
50. como no caso da manuten o de empregada em per odo de estabilidade e ou melhoria das rela es de emprego para a pr pria empregada que sofre discrimina o em casos de feminiza o do emprego Percebe se portanto duas formas de atua o da norma a que atende os objetivos do ordenamento e a que n o os atinge A sua efic cia para ser aferida depende da situa o em an lise e tamb m das caracter sticas que a influenciam A especial tutela jur dica do trabalho da mulher atinge satisfatoriamente o objetivo legal no mbito da atividade empresarial brasileira principalmente quando est o em an lise crit rios objetivos e s o aplic veis na realidade pela empresa ou pelo Poder Judici rio Entretanto n o atingem quando a naturaliza o da desigualdade a discrimina o indireta e a oculta impedem que a igualdade material seja alcan ada com respaldo na dignidade da pessoa humana O ordenamento jur dico se demonstrou eficaz para reconhecer a capacidade da mulher jur dica e intelectual A realidade capaz de demonstrar situa es que desconsideram o sexo como crit rio em que as mulheres podem ter capacidade superior equivalente ou inferior a dos homens e vice versa Cabe salientar que n o se tratam de conclus es absolutas A realidade em que esta pesquisa foi posta plural diversificada e principalmente est em um momento de transforma o de seus conceitos Por este motivo tamb m que se ressalta a
51. como o fortalecimento do v nculo com a crian a S o objetivos que n o seriam alcan ados com o exerc cio de outra atividade ou com a manuten o do beb em creches Tem se portanto que as normas previstas infraconstitucionalmente apresentam car ter ora protetivo ora promocional Revelam uma preocupa o com 420 SILVA KROST 2008 p 23 25 41 RODRIGUES 1997 p 68 422 SILVA 2009 p 41 142 a sa de e com a maternidade nela inclu da o seu aspecto f sico e tamb m social Resultam de conquistas femininas que demonstraram a realidade f tica que a desigualava dos homens Deve se ressaltar que os princ pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade este mormente no que tange ao seu aspecto substancial devem orientar toda a interpreta o e produ o legislativa sob pena de restarem configuradas novas desigualdades 3 2 4 Negocia es coletivas de trabalho Por fim cabe ressaltar a import ncia dos acordos e conven es coletivas no trabalho da mulher uma vez que tamb m estabelecem comandos que regem o contrato de trabalho Anita Maria Meinberg Perecin Torres assinala que as reivindica es femininas pouco fizeram parte das negocia es coletivas na d cada de 1980 mesmo com o crescimento de mulheres na participa o sindical Em 1996 Diana Isis Penna da Costa registrava a falta de sintonia dos sindicatos com as reivindica es femininas no que tange ao mercado de trabalho Na oportunidade res
52. como orientador tanto da constru o normativa quanto da sua aplica o de forma a direcion las aos anseios de sua poca e sociedade A partir da contextualiza o temporal e espacial do que a igualdade que a norma e a sua compreens o devem ser observadas Junto com os valores da vida da liberdade e da dignidade da pessoa humana a igualdade consiste numa das categorias universais e consensuais quanto 271 MALLET 2008 p 233 234 2 FURTADO Emmanuel Te filo Preconceito no trabalho e a discrimina o por idade S o Paulo LTr 2004 p 136 273 COMPARATO 2007 p 289 274 ATCHABAHIAN 2006 p 78 79 98 a sua fundamentalidade Este o posicionamento de Ingo Wolfgang Sarlet que ressalta que esta ampla aceitabilidade n o significa identidade de valores em todos os lugares sendo dependente da realidade social e cultural existente Por fim cabe salientar que hodiernamente que o fato de ser fundamental n o significa lhe conferir car ter absoluto A relativiza o necess ria para garantir sua aplica o a todos bem como respeitar as diferen as verificadas nos indiv duos e nas rela es travada entre eles Neste contexto cabe tratar sobre a distin o jur dica entre igualdade formal e igualdade material 3 1 2 1 Igualdade formal e igualdade material A igualdade ainda hoje necessita de discuss es sobre formas para concretiza o Sua realiza o n o sempre naturalmente feita pelo homem
53. cultural particularities that stimulate a productive model based on male characters This past influenced female and feminist fight that between other conquests has originate protection labor laws however these aren t always enough or inclusive The Brazilian Constitution of 1988 currently applicable has change the paradigm and the equality received material approach Since then some legal devices that excluded woman of the labor market had been revoked and the law character received a promotional character that impose inclusion and promotion in all the phases of the contract However it is observed still the discriminatory practical in some situations The special guardianship of the feminine work imposes the necessity to verify which is its consequences in the company employer in Brazil if they are positive or negative if they are enough and efficient or not Key words work of woman negative discrimination principle of equality protective legislation promotional legislation LISTA DE TABELAS TABELA 1 RENDIMENTO HORA DA POPULA O OCUPADA EM REAIS POR SEXO 189 LISTA DE SIGLAS CF Constitui o Federal Brasileira CLT Consolida o das Leis do Trabalho OIT Organiza o Internacional do Trabalho STF Supremo Tribunal Federal TRT Tribunal Regional do Trabalho TST Tribunal Superior do Trabalho SUM RIO LINTRODU O ca RR RE 12 2 A EVOLU O DO TRABALHO DA MULHER NO BRASIL
54. de diferen a de remunera o em raz o de sexo e diferente da anterior n o tratou de quest es referentes maternidade O Decreto Lei 2548 de 1940 estabelecia a possibilidade de redu o de sal rios em troca de instru o que completasse ou aperfei oasse o tiroc nio profissional Contudo o art 2 previa a possibilidade de diminuir ainda 10 do sal rio devido ao trabalho feminino em rela o ao masculino uma vez que n o havia veda o constitucional neste sentido Ainda sob a gide desta Constitui o que foi aprovada a Consolida o das Leis do Trabalho em 1943 A CLT n o inovou quanto produ o legislativa referente ao trabalho da mulher mas apenas compilou a legisla o j existente sobre o tema e estendida como regra geral A proibi o referente distin o de sexo para defini o dos sal rios art 5 e do sal rio m nimo foi mantida art 76 revogando o citado Decreto Lei 2548 de 1940 Tamb m era proibida a distin o para possuir carteira profissional art 13 obrigat ria nas rela es de trabalho O Cap tulo Ill da CLT tratou da prote o do trabalho da mulher consolidando o entendimento protecionista que vigorava at ent o A primeira se o intitulada inicialmente de Da dura o e condi es de trabalho determina a aplica o do disposto ao trabalhador homem desde que n o v de encontro com os preceitos especiais estabelecidos art 372 A jornada de trabalho de
55. de forma despercebida Por isso ressalta se que a elimina o da discrimina o estrutural depende destas pol ticas que objetivam a promo o de um comportamento diferente da inser o destes indiv duos em atividades ou realidades reprimidas Considera que apenas com a aplica o cotidiana dos princ pios da diversidade e do pluralismo poss vel transformar o comportamento e a mentalidade da sociedade tendo em vista a forte carga tradicional costumeira e hist rica que suporta Assim as a es afirmativas vislumbram a possibilidade de tornar material a igualdade de lev la concretude Definem um crit rio diferenciador que justificado no alcance do princ pio da igualdade visam a promover inser o de indiv duos e grupos em determinadas situa es O tratamento discriminat rio pode ter portanto car ter leg timo conforme ensina Joaquim B Barbosa Gomes Ocorre quando inevit vel seja em raz o das exig ncias provenientes de determinadas atividades ou das caracter sticas pessoais dos envolvidos Ou seja s o a es legitimadas pelo Direito que se utilizam de diferen as para definir a aplica o de um tratamento Estas medidas representam uma forma de discrimina o positiva relevantes para justificar o comportamento diferenciador a fim de promover o indiv duo ou o grupo que as possui Est v o Mallet assinala a desigualdade existente s pode ser removida com uma desigualdade compensat ria O tratam
56. de que a empresa n o adotasse mais esta postura sob pena de ferir o princ pio da igualdade da dignidade da pessoa humana o direito intimidade e liberdade Uma decis o proferida em uma Vara do Trabalho de Londrina a A o Civil P blica foi postulada com vi s inibit rio para evitar que a estabilidade provis ria concedida s gestantes fosse limitado Al m de constituir uma conduta il cita poderia causar dano empregada gestante Com isso determinou se que o sindicato dos empregados se abstivesse de firmar instrumentos coletivos que exigissem a comunica o da gravidez durante o contrato de emprego ou ap s a sua extin o A exig ncia de atestados ou declara es de gravidez vedada pelo ordenamento jur dico em virtude da prote o do trabalho da mulher e a fim de impedir tratamento desigual em compara o aos empregados homens Trata se de quest o de igualdade de oportunidades e de medidas de prote o e promo o do trabalho da mulher A proibi o ampara os seus direitos de personalidade como a vida privada ou integridade f sica que tamb m devem ser fundamentos da tutela inibit ria 589 SIM N 2007 p 43 44 0 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o ACPU 6953 2007 Senten a Partes Minist rio P blico do Trabalho em face do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind strias Metal rgicas Mec nicas e de Material El trico de Londrina e Regi o Juiz Maur cio Mazur Londrina Di
57. deve resultar numa medida que n o seja excessivamente gravosa Por fim para alcan ar a validade e legitimidade 1 DUBUGRAS Maria Regina Vasconcelos O direito fundamental n o discrimina o In Revista da Escola da Magistratura Tribunal Regional do Trabalho 2 Regi o n 2 S o Paulo setembro de 2007 p 168 10 Ibid p 168 107 NOVAIS 2005 p 29 108 GRUZ 2005 p 15 109 GOMES 2001 p 21 46 de um tratamento diferenciado deve primar se pela sua adequa o ou idoneidade Celso Ant nio Bandeira de Mello afirma que a discrimina o de forma ampla compat vel com o ordenamento se houver um v nculo de correla o l gica entre a peculiaridade diferencial residente no objeto e a desigualdade de tratamento em fun o dela Entretanto n o pode haver incompatibilidades com os interesses prestigiados pela Constitui o O respeito ao princ pio da isonomia segundo o citado autor depende da an lise do crit rio discriminat rio se h correla o entre o discr men e a disparidade estabelecida e por fim se h correla o l gica e concreta com o sistema constitucional A ofensa a qualquer destes aspectos desqualifica a discrimina o A diferen a de g nero uma das primeiras caracter sticas que identifica o ser humano Define se tanto por peculiaridades f sicas quanto ps quicas sendo tamb m a origem da delimita o dos pap is de cada um na sociedade Cabe ressaltar a distin
58. deve ser uma busca constante nas rela es humanas e uma preocupa o onipresente em todo o ordenamento Este princ pio contudo n o pode ser cerceador das diferen as humanas injustificadamente considerando que estas tamb m fazem parte da sua abrang ncia Jos Afonso da Silva ressalta que o dispositivo constitucional al m de conferir tratamento igualit rio a situa es iguais e desigual a situa es desiguais vedou a discrimina o com a enumera o exemplificativa de algumas situa es odiosas O princ pio da igualdade n o deve fechar os olhos s diferen as humanas nem deixar de promover a igualdade entre os homens Sua preocupa o reside em evitar tratamentos desiguais que originem a opress o de determinados indiv duos e certas caracter sticas O tratamento diferenciado s poder ocorrer se objetive amenizar as diferen as O texto constitucional brasileiro se caracteriza como marco normativo no que se refere dentre outras coisas igualdade entre os sexos Reza o art 5 inciso da Constitui o de 1988 homens e mulheres s o iguais em direitos e obriga es nos termos desta Constitui o O patriarcado como foi visto no cap tulo anterior foi o modelo familiar e econ mico adotado no pa s Decorre do prevalecimento das caracter sticas masculinas tanto no ambiente familiar e dom stico quanto na vida p blica 282 ATCHABAHIAN Serge 2006 p 74 83 BITTENCOURT Marcus Vinicius Corr a
59. direitos das mulheres A igualdade entre os sexos estava nos debates da Assembl ia Constituinte o que influenciaria tamb m os direitos sobre o trabalho da mulher Para tanto a mobiliza o de feministas e a cria o de conselhos para tratar de quest es atinentes mulher se revelam um importante instrumento de reivindica o de direitos 35 SILVA 2008 p 570 38 Passim GIULANI 2008 p 646 648 8 Passim ibid p 653 654 38 PINTO 2003 p 73 74 3 TELES 2003 p 143 40 Neste contexto destacou se a cria o do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher Perante a Assembl ia Constituinte o CNDM apresentou a Carta das Mulheres que centralizou propostas que ultrapassavam os interesses individuais femininos e demandas em rela o aos direitos da mulher quanto ao seu trabalho sa de direitos de propriedade sociedade conjugal entre outros Segundo C li Regina Jardim Pinto caracterizou se como o mais completo e abrangente documento produzido at ent o que retratava os anseios do feminismo brasileiro Contudo para Paola Cappellin Giulani a Constitui o brasileira de 1988 n o conseguiu evitar a exist ncia de uma dist ncia entre demandas de cidadania e seu texto final Isto leva a dois processos a quantifica o das situa es de discrimina o por meio de estudos e dados estat sticos com o intuito de legitimar normas universais de igualdade e a elabora o de regras medidas e princ pio
60. do campo passa mais longe dos sindicatos e mais pr ximo a grupos religiosos e de resist ncia expuls o do campo Tratavam desde o seu papel em ambiente dom stico e preserva o ao seu v nculo com o trabalho rural at cidadania e movimentos de ocupa o de terras O per odo em an lise demonstra que embora muitas vezes se revelem diferentes os problemas entre trabalhadoras rurais e urbanas coincidem no que tange discrimina o negativa do seu trabalho O preconceito social a diferen a de sal rios a precariedade do ambiente de trabalho e dos servi os p blicos essenciais prejudicam ambas classes Os sindicatos neste per odo dividem se entre contribuir para a elabora o da nova Constitui o e debater a nova estrutura o da sociedade pela moderniza o tecnol gica reestrutura o dos processos produtivos pol tica salarial revis o da legisla o trabalhista agroind stria e reforma agr ria As mulheres neste contexto s o conscientes do papel de militante e das responsabilidades assumidas por m nem sempre possuem apoio manifesto Durante a assembl ia constituinte que resultou na atual Constitui o de 1988 n o havia feministas entre as mulheres constituintes Entretanto isso n o significou falta de influ ncia do movimento no texto constitucional pois as mulheres eleitas para a constituinte se autodenominaram bancada feminina apresentando as propostas feministas em trinta emendas sobre os
61. e ampl S o Paulo RCS Editora 2006 AUGUSTA N sia Floresta Brasileira Direitos das Mulheres e Injusti a dos Homens 4 ed atual com introdu o notas e posf cio de Const ncia Lima Duarte S o Paulo Cortez 1989 BACILA Carlos Roberto Estigmas um estudo sobre os preconceitos 2 ed ampl Rio de Janeiro Lumen J ris 2008 BARACAT Eduardo Mill o A boa f no direito individual do trabalho S o Paulo LTr 2008 BARROS Alice Monteiro de A mulher e o direito do trabalho S o Paulo LTr 1995 225 Discrimina o no emprego por motivo de sexo In VIANA M rcio T lio RENAULT Luiz Ot vio Linhares coords Discrimina o S o Paulo LTr 2000 p 36 76 Curso de Direito do Trabalho 2 ed S o Paulo LTr 2006 Cidadania rela es de g nero e rela es de trabalho In Revista do Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o n 77 Belo Horizonte Jan Jun 2008 p 67 88 BASSANEZI Carla Mulheres dos anos dourados In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 607 639 BIBLIOTECA VIRTUAL EM SA DE MINIST RIO DA SA DE Dicas em sa de aleitamento materno Dispon vel em lt http bvsms saude gov br html pt dicas 29aleitamento html gt Acesso em 1 de maio de 2010 BITTENCOURT Marcus Vinicius Corr a Curso de direito constitucional Belo Horizonte F rum 2007 BOBBIO Norb
62. e a maternidade N o o caso visualizado no citado artigo 373 A cuja aus ncia acarretava mesmo depois do atual texto constitucional em condutas contr rias ao trabalho 45 BRITO FILHO 2002 p 55 56 46 CRUZ 2005 p 166 167 47 NOGUEIRA Claudia Mazzei A feminiza o no mundo do trabalho Campinas Autores Associados 2004 p 88 8 BARROS 2006 p 1079 160 feminino Ele impede que condutas discriminat rias fa am parte de crit rios objetivos na hora da contrata o mas n o dos subjetivos ou ocultos Christiani Marques aponta como fatores subjetivos as raz es est ticas ou ps quicas cor ra a vida pregressa situa o familiar maior ou menor simpatia pessoal ou ainda intui o Assinala ser comum encobrir um motivo discriminat rio que resulte na n o contrata o por meio da alega o de um motivo irreal para evitar que se configure a discrimina o Ressalta se que a quest o da gesta o e a maternidade ainda podem configurar caracter sticas indesej veis da empregada mulher uma vez que resultam em maior grau de absente smo e no aumento de custos Observa se que estas caracter sticas n o est o expl citas no acesso ao emprego mas podem revelar um car ter discriminat rio oculto A prefer ncia pelo trabalho do candidato homem quando comparado ao trabalho mulher se o enfoque for dado s responsabilidades familiares O modelo de produ o capitalista almeja empregados com alta p
63. es travadas nos grupos formados por mulheres eram mais pol ticas do que estruturais pautadas na igualdade entre homens e mulheres Por m estas discuss es repercutiram nas rela es sociais por e com elas assumidas A sua politiza o sua inser o na vida p blica e na cidadania foram fatores que contribu ram para a defini o de necessidades sociais da poca anistia direitos trabalhistas cria o de creches entre outros No campo o trabalho feminino tamb m continuava a enfrentar dificuldades Nos encontros feministas organizados nesta d cada o manifesto de trabalhadoras rurais fundava se principalmente sobre participa o sindical guarda dos filhos rela es pessoais sa de da mulher previd ncia social infra estrutura no local de trabalho e reforma agr ria Maria Aparecida Moraes da Silva relata sobre a presen a destas trabalhadoras em greves citando caso observado na cidade de Guariba S o Paulo 2 SOARES 1998 p 41 83 GIULANI 2008 p 644 645 84 TELES 2003 p 140 141 39 Entre 1984 e 1985 l se concentrava grande n mero de b ias frias Embora tenham sido constatados o registro de v rias mulheres liderando movimentos paredistas muitas n o aderiam ao movimento com base na proibi o dos maridos ou o medo de que os mesmo perdessem o emprego em raz o de seus atos Apesar disso conquistaram vantagens e direitos a sua classe como o registro em carteira A organiza o das mulheres
64. esta viol ncia pode ser percebida quando existe discrimina o no acesso na consecu o ou no t rmino da rela o de emprego Constitui exemplo deste elemento a ilicitude dentro do contexto laboral como a prostitui o e o ass dio sexual O segundo elemento se configura pela apropria o do trabalho alheio com base na desvaloriza o da a o juridicamente esperada A opress o e o abuso s o razo veis ao opressor que determina acordos ou conven es leoninas e utilitaristas que s o aceitos pelo oprimido A pr pria v tima se esquiva da a o do Estado em virtude da prefer ncia pelo trabalho qualquer que seja em detrimento da falta dele Neste caso a precariza o do trabalho se d por meio da submiss o a trabalhos informais que n o garantem seguran a ao indiv duo no seu trabalho A discrimina o laboral pode se configurar como mola propulsora mais uma vez da precariza o Mas n o s ela uma vez que a situa o individual pode influenciar na decis o sobre a sujei o a este tipo de trabalho Especificamente no que tange ao trabalho feminino o trabalho tempor rio ou a flexibiliza o da jornada de trabalho se caracterizam como alternativas para a mulher alcan ar objetivos pessoais como por exemplo o complemento da renda familiar e possibilitar os cuidados com a prole A viol ncia em forma de desvaloriza o do trabalho vem da pr pria v tima sendo corroborada pelo detentor da for a econ mica
65. estar e a igualdade no s culo XX consideram estes pilares como pr requisitos ou alternativas para a liberdade O Brasil nem sempre acompanhava fielmente a cronologia dos movimentos econ micos e pol ticos que ocorriam no exterior A elite que promoveu a proclama o da Rep blica se inspirou no pensamento liberal predominante no influente pensamento europeu Baseava se na ideia de Estado m nimo justificando a aus ncia de interven o estatal nas rela es de trabalho na absoluta liberdade do homem Foi neste contexto que se deu a implementa o do parque industrial nacional Celso Furtado aponta os motivos que propiciaram a ascens o da atividade industrial como aumento na demanda por bens de capital em virtude do aumento da produ o para o mercado interno e eleva o dos pre os de importa o desses bens devido deprecia o cambial Esta liberdade n o era destinada a todos da mesma forma alguns possu am mais outros menos A liberdade feminina restringia se ao ambiente dom stico onde deveriam ser realizadas suas atividades Contudo n o se repele mas se dificulta o acesso ao trabalho em outros ambientes para as mulheres Quando fora do ambiente dom stico a m o de obra feminina era empregada em maior escala no in cio da industrializa o do pa s em ramos que exigiam menor mecaniza o por exemplo na ind stria t xtil conforme aponta Margareth Rago Al m disso nem sempre elas sairiam do ambiente d
66. existente poca De acordo com Maria Aparecida Moraes Silva as mulheres colonas conjugavam o trabalho da casa da ro a de subsist ncia e do cafezal Contudo seu trabalho como m e filha ou esposa n o era valorado individualmente tendo em vista que o contrato era firmado com o homem Ele era simultaneamente chefe da fam lia e do trabalho Com a aboli o da escravatura em 1888 e a proclama o da Rep blica em 1889 uma nova realidade passou a se delinear O trabalho livre passaria a ser regra pautando se por conceitos econ mico liberais BARROS 1995 p 196 2 FURTADO 2007 p 175 181 184 31 CALIL L a Elisa Silingowschi Hist ria do Direito do Trabalho da mulher aspectos hist ricos sociol gicos do in cio da Rep blica ao final deste s culo S o Paulo LTr 2000 p 34 35 32 SILVA Maria Aparecida Moraes De colona a b ia fria In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 557 25 Na concep o de Milton Friedman o liberalismo era o movimento intelectual que privilegiava a liberdade como objetivo ltimo e o indiv duo como a entidade principal da sociedade diminuindo o papel do Estado em assuntos econ micos e considerando o mercado livre no exterior como forma de uni o das na es do mundo No final do s culo XIX o liberalismo passou a considerar a liberdade como forma de promover o bem
67. homens e mulheres era a mesma arts 58 e 373 contudo o dispositivo que tratava sobre horas extras n o seguiu a mesma sorte O art 374 limitava as execu o de no m ximo duas horas para mulheres mediante conven o ou acordo coletivo al m de exigir autoriza o m dica art 375 Em 1967 o Decreto Lei 229 alterou alguns dispositivos sobre o trabalho feminino dentre eles a regulamenta o de horas extras da empregada mulher O dispositivo foi alterado para comportar a jornada extraordin ria do trabalho da mulher sem acr scimo salarial apenas com a compensa o de horas Cabe salientar que entre o texto da CLT e esta altera o foram promulgadas outras duas Constitui es no Brasil em 1946 e 1967 A primeira repetiu o texto constitucional de 1937 no que tange a igualdade art 141 1 Quanto ao trabalho da mulher proibiu a distin o salarial em virtude de sexo art 157 Il vedou o trabalho insalubre s mulheres art 157 IX conferiu 72 direito ao descanso da gestante antes e depois do parto sem preju zo do emprego ou sal rio art 157 X previd ncia em favor da maternidade art 157 XVI A segunda reconhecia a igualdade perante a lei como as demais e restabeleceu os crit rios proibitivos de diferencia o art 150 1 Foi conferido ao trabalho feminino as mesmas prote es que na Constitui o anterior apenas inovando com a proibi o de crit rios de admiss o diferentes por moti
68. import ncia de reafirmar conceitos de igualdade e dignidade da pessoa humana para os trabalhadores 224 REFER NCIAS ABRAMO La s Desigualdades e discrimina o de g nero e ra a no mercado de trabalho brasileiro e suas implica es para a formula o de uma pol tica de emprego p 11 Dispon vel em lt http Ayvww cinterfor org uy public spanish region ampro cinterfor temas gender doc cinter emprego pdf gt Acesso em 15 de agosto de 2009 ALESSI Marcelo Discrimina o no direito do trabalho aspectos legais e jurisprudenciais In COUTINHO Aldacy Rachid DALLEGRAVE NETO Jos Affonso GUNTHER Luiz Eduardo coords Transforma es do direito do trabalho estudos em homenagem ao Professor Doutor Jo o R gis Fassbender Teixeira Curitiba Juru 2000 p 147 156 ALVES Bruno Franco GUIMAR ES Marina Oliveira A inser o da mulher no mercado de trabalho brasileiro direitos desigualdades e perspectivas In UNISUAM Revista Augustus vol 14 n 28 Rio de Janeiro Agosto de 2009 Dispon vel em http Awww unisuam edu br augustus pdf rev augustus ed 2028 art04 pdf Acesso em 6 de maio de 2010 ARA JO Eneida Melo Correia de As rela es de trabalho uma perspectiva democr tica S o Paulo LTr 2008 p 279 297 ARENHART S rgio Cruz A tutela inibit ria da vida privada S o Paulo Revista dos Tribunais 2000 ATCHABAHIAN Serge Princ pio da igualdade e a es afirmativas 2 ed rev
69. intuito de desvirtuar impedir ou fraudar os preceitos nele dispostos 582 OLMOS 2008 p 111 121 MARQUES 2008 p 62 584 OLMOS op cit p 113 187 A discrimina o negativa como ofensa aos princ pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade n o deve imperar dentro das rela es de emprego sob pena de atentar contra todo o ordenamento A ordem econ mica deve prezar conforme determina o artigo 170 da Constitui o brasileira de 1988 pela valoriza o do trabalho humano impedindo que comportamento da empresa como empregadora paute se por fundamentos que excluam os princ pios assinalados Contudo o desconhecimento do motivo na dispensa sem justa causa pode encobrir um motivo discriminat rio e n o estar expl cito facilita sua oculta o Nesta ordem de ideias Christiani Marques argumenta que a dispensa do empregado pode se revelar motivada por fatores discriminat rios mesmo que aparentemente desvinculada de uma causa Esta situa o pode ensejar pedido de ressarcimento pelos preju zos sofridos Daniele Lucy Lopes de Sehli pontua que uma dispensa imotivada a princ pio refere se a um direito potestativo do empregador contudo configura se como abuso de direito quando ofende os valores constitucionais Verificar que motivos de sexo fundamentaram a dispensa de forma direta indireta ou oculta torna a discriminat ria Ressalta se que os limites do poder do empregador no exerc cio da
70. legislativas constatou se a falta de implementa o institucional do Estado onde elas existiam enfraquecendo as A normatiza o necess ria para conter a precariza o em geral e em espec fico Como fato de origem da norma deve funcionar com a previs o de condutas ou atos antidiscriminat rios efetivos sob pena de a realidade f tica diferir da jur dica Sob esta tica portanto o que se analisa a precariedade do trabalho propriamente dito e n o do v nculo jur dico existente Sobre este aspecto a rela o de trabalho prec ria representada pela presen a da inseguran a incerteza e efemeridade N o considera sua constata o como um conceito jur dico mas como uma consequ ncia de origem diversa por m n o a afasta da an lise do Direito tanto porque pode estar presente nas modalidades contratuais que observa como por permitir a identifica o da aus ncia de estrutura o social e humana A desigualdade de g nero tamb m integra tamb m a quest o do trabalho prec rio O trabalho feminino historicamente visto como secund rio ou seja uma ocupa o tempor ria at a solteira contrair matrim nio ou um complemento aos 139 FELICIANO 2010 p 75 14 PEREIRA Rodrigo da Cunha A desigualdade dos g neros o decl nio do patriarcalismo e as discrimina es positivas Dispon vel em lt hittp Awww gontijo familia adv br 2008 artigos pdf Rodrigo da Cunha DesigualGenero pdf gt Acesso em 1
71. m pudessem acompanhar o filho em consultas m dicas Seria determina o amparada no Estatuto da Crian a e do Adolescente que trata da prote o do menor 2 Quanto ao inciso Il Silvana Souza Netto Mandalozzo ressalta a import ncia da medida uma vez que existem fun es de dif cil realiza o para uma mulher gr vida como aquelas que exigem esfor o f sico acentuado Embora o texto constitucional restrinja o conceito de maternidade ao seu aspecto f sico uma vez que fala em gesta o a legisla o a doutrina e a jurisprud ncia v m estendendo seu mbito de abrang ncia A Lei 10 421 2002 acrescentou no texto celetista o artigo 392 A que garante o direito licen a maternidade empregada adotante ou que obtiver guarda judicial para fins de ado o de crian a Abranger a ado o na maternidade com a integra o legal definitiva da crian a carente a uma nova fam lia consiste na meta a ser alcan ada conforme ensina Jos Augusto Rodrigues Pinto Enfatiza que a maternidade adotiva tem fundamento social uma vez que nenhuma de suas caracter sticas f sicas recupera o p s parto e aleitamento materno e contempla a necessidade de criar la os afetivos entre adotante e adotado 31 GOSDAL 2008 p 209 392 MANDALOZZO CORTEZ 2010 p 108 393 Id 1996 p 95 394 PINTO 2009 p 229 230 134 Ant nio lvares da Silva sustenta que o legislador agiu corretamente quando estabeleceu a quantidade de dias d
72. motivo se ressalta se a import ncia da norma que prev intervalos para amamenta o Jos Augusto Rodrigues Pinto assinala que os descansos relacionados no artigo 396 n o se referem a algum repouso mas de cumprimento de um dever fundamental da maternidade que a amamenta o da prole pois o leite materno desempenha importante papel para o desenvolvimento org nico da crian a Silvana Souza Netto Mandalozzo esclarece que os per odos s o computados como tempo de servi o Caso n o sejam concedidos empregada m e caber a aplica o de penalidade administrativa Assinala tamb m que a amamenta o pode necessitar de um per odo maior com justificativa pautada na sa de do beb Desde que haja atestado m dico a empregada m e pode ser afastada para atender a esta necessidade ficando ao encargo do empregador ressarcir os dias em quest o A CLT prev tamb m hip tese de repouso remunerado de duas semanas em caso de aborto n o criminoso assegurando lhe o retorno fun o anteriormente exercida artigo 395 O aborto espont neo e o terap utico s o abrangidos pela norma e segundo Jos Augusto Rodrigues Pinto esta visa recupera o f sica e ps quica da interrup o da gesta o que frustra a maternidade Como reflexo das atribui es maternas os artigos 397 a 400 tratam da exig ncia de creches 38 MANDALOZZO CORTES 2010 p 99 39 BARROS 1995 p 437 4 BIBLIOTECA VIRTUAL EM SA DE
73. mulher Percebe se consequentemente que tanto as normas produzidas at o advento da CLT quanto ela pr pria traziam em seu bojo uma vertente protecionista pautada em caracter sticas biol gicas e culturais A sua constitui o f sica e a estrutura familiar patriarcal eram argumentos comumente utilizados para proibi es do seu trabalho camuflados sob o car ter tuitivo da norma L a Calil afirma que este car ter protetivo visava manuten o da sa de da moral e da capacidade produtiva da mulher A prote o sa de decorria da cren a sobre a inferioridade f sica feminina sem par metros exatos para sua defini o Por isso a constante exig ncia de atestados m dicos e a proibi o do emprego de for a f sica acima do estabelecido Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes divide os argumentos de ordem moral em duas esp cies os referentes moralidade sexual e os destinados manuten o da estrutura familiar Para ela consistia numa forma de manter a hierarquia entre homens e mulheres medida que se atribu a mulher a responsabilidade integral pelas obriga es familiares a estrutura familiar da poca restava preservada O car ter paternalista pode ter escondido preconceitos e discrimina es sob o manto do protecionismo A prote o excessiva e por vezes desarrazoada do labor feminino originou desigualdades no acesso e perman ncia no mercado de trabalho Segundo Thereza Cristina Gosdal os dispositivos ce
74. mulher produzindo seus efeitos no mercado de trabalho precariza o dificuldade de acesso na sociedade e na fam lia preconceito e discrimina o A concep o liberal do modelo produtivo tomou como base as caracter sticas masculinas tal como a for a a grande disposi o de tempo para a produ o o conhecimento elevado Contudo foram todas estas dificuldades que deram origem a movimentos e lutas em prol da sua valoriza o 2 2 FEMINISMO E MOVIMENTOS DE MULHERES NO BRASIL O feminismo no mundo possui v rias vertentes mas se caracteriza principalmente pela valoriza o da mulher e das caracter sticas femininas Surge CALIL 2000 p 28 36 SILVA 2008 p 561 4 BASSANEZI Carla Mulheres dos anos dourados In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla coord Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 624 28 como uma proposta contr ria s discrimina es e desigualdade existentes na sociedade que fazem prevalecer as caracter sticas masculinas como o poder e o valor medido pela for a f sica e pela domina o O voc bulo feminismo foi introduzido por Charles Fourier no s culo XIX delineando a pr tica pol tica e social doutrina e sobretudo lutas pela igualdade de direitos pol ticos civis e econ micos entre homens e mulheres Entretanto o seu in cio n o possui data precisa e se deu antes da sua conceitua o Vera Soares conceitua
75. mulheres exer am suas diferen as sem restri es injustificadas A igualdade pode ser detectada por meio da compara o entre indiv duos livres em exercer seu g nero uma vez que sem esta liberdade n o poder o ser considerados iguais A igualdade remete tamb m ao ideal de justi a almejado pela interdepend ncia de seus conceitos Pode haver confus o entre estes dois valores pois ambos revelam a rela o entre os indiv duos e tamb m entre si Portanto um consiste na medida para auferir o outro A distin o entre eles reside no tipo de ideal que representam sendo a justi a o valor fim que persegue o ideal do justo enquanto a igualdade valor meio um instrumento para obten o da justi a A rela o entre igualdade e justi a tamb m demonstrada de acordo com Est v o Mallet independentemente de que tipo ou grau de igualdade A inexist ncia de igualdade de alguma forma grau ou quantidade demonstra a aus ncia de 26 ATCHABAHIAN 2006 p 13 2 PINHO 2005 p 87 28 MIRANDA 1979 p 410 2 Ibid p 411 270 PINHO op cit p 85 86 97 justi a Juntos s o crit rios para repelir a discrimina o que configura a nega o da justi a Por isso que se a justi a se relaciona com a igualdade e a igualdade repele a discrimina o a discrimina o tamb m a nega o da justi a Pelo mesmo motivo que a liberdade a liga o entre igualdade e justi a se demonstr
76. ncia para contrata o No segundo caso destacam se algumas regras que acabam por cercear a participa o da mulher no mercado de trabalho Por partir da estrutura legal atinge a massa de mulheres e considerada uma medida t pica comum visto que se insere no ordenamento jur dico o caso da previs o do descanso de quinze minutos antes de iniciar o per odo de trabalho extraordin rio que aumenta a sua jornada laboral Igualmente o chamamento ao emprego que n o divulga os crit rios para sele o mas que tem o intuito velado de apenas contratar indiv duos do sexo masculino Segundo Jess Souza ao analisar a situa o da desigualdade no Brasil os setores desfavorecidos internalizaram um sistema de valores em abstrato mas que os penaliza em concreto apontando para uma naturaliza o da desigualdade 2 No que tange situa o da mulher comumente observa se que ela assume diretamente determinadas caracter sticas como inerentes do seu g nero sendo estas definidas pelo contexto social Esta interioriza o de uma desigualdade criada a partir de crit rios biol gicos e sociais influenciou e continua influenciando o trabalho da mulher tanto na forma de atua o da mulher no trabalho n o dom stico quanto na constru o normativa acerca do tema 12 BARROS Alice Monteiro Discrimina o no emprego por motivo de sexo In VIANA M rcio T lio RENAULT Luiz Ot vio Linhares coord Discrimina o S o Paulo L
77. ncia quanto aplica o da norma h decis o Tribunal Superior do Trabalho que reconhece a sua recep o pela Constitui o brasileira de 1988 julgado que reconhece o pagamento de horas extras dela decorrente que n o reconhece o adicional de jornada extraordin ria mas apenas a multa do artigo 401 que reconhece a aplica o ao homem que n o reconhece a aplica o a nenhum dos sexos 8 32 BOBBIO 2007 p 57 3 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o PROTE O DO TRABALHO MULHER INTERVALO PREVISTO ARTIGO 384 DA CONSOLIDA O DO TRABALHO 1 Muito embora a Constitui o da Rep blica de 1988 assegure a homens e mulheres igualdade de direitos e obriga es perante a lei como consagrado em seu artigo 5 inciso da n o resulta a proibi o de que as peculiaridades biol gicas e sociais que os caracterizam sejam contempladas na lei Uma vez evidenciado que a submiss o de homens e mulheres a determinadas condi es desfavor veis de trabalho repercute de forma mais gravosa sobre uns do que sobre outros n o apenas se justifica mas se imp e o tratamento diferenciado como forma de combater a discrimina o Tal o entendimento que se extrai do artigo 5 da Conven o 111 da Organiza o Internacional do Trabalho sobre Discrimina o no Emprego e Ocupa o ratificada pelo Brasil em 1965 2 N o h incompatibilidade entre a atual ordem constitucional e o preceito insculpido no artigo 384 da
78. o do Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regi o decidiu sobre caso de discrimina o do trabalho da mulher em virtude das caracter sticas em an lise A 583 BARROS 1995 p 62 63 584 S O PAULO Tribunal Regional do Trabalho 2 Regi o DISCRIMINA O CONTRA A MULHER GR VIDA DANO MORAL INDENIZA O DEVIDA Confirmando a prova dos autos a ado o pela reclamada da pr tica discriminat ria de dispensar empregadas gr vidas ou quando egressas da licen a maternidade de se reconhecer o direito da autora indeniza o por dano moral Inaceit vel a discrimina o em manifesto atentado dignidade das trabalhadoras e que inclusive j alvo de investiga o pelo Minist rio P blico do Trabalho raz o pela qual merece prest gio a bem lan ada decis ode origem Arts 1 III e IV 3 IV 5 I e XIII art 170 caput e III da Lex Fundamentalis e 373 A da CLT RO 00592 2008 086 02 00 0 Recorrentes Andreia Gisele Dalalio e Acument Brasil 195 empresa praticava com regularidade a dispensa de empregadas gr vidas ou egressas de licen a maternidade sendo inclusive alvo de Inqu rito Civil P blico promovido pelo Minist rio P blico do Trabalho pela pr tica desta conduta Houve a an lise de prova testemunhal com a oitiva de testemunha da reclamante que alegou ter sido dispensada do emprego em virtude de igual motivo bem como de testemunha da reclamada que admitiu v rios casos de empregadas m es que n o volt
79. o que pode acarretar desigualdades A concep o formal da igualdade realizada por meio de normas e necess ria para sua garantia na sociedade Pontes de Miranda explica que o estabelecimento do princ pio da igualdade perante a lei evita novas causas de desigualdades sem contudo impedir que as causas anteriores perdurem Celso Ant nio Bandeira de Mello ressalta que a lei deve ser instrumento de regula o da vida social de forma equitativa sem dar origem a privil gios e distin es Para o jurista situa es equivalentes tamb m devem ser projetadas no ordenamento para se amparar na legitimidade A igualdade formal pode n o se demonstrar suficiente quando se analisam necessidades e especificidades de minorias menos favorecidas Esta igualdade confere a todos homens e mulheres ricos e pobres jovens e anci os as mesmas oportunidades sem considerar diferen as que impedem determinados indiv duos ou grupos de se expressar Por este motivo n o deve a igualdade ser absoluta Conforme ensina Pontes de Miranda Porque os homens n o s o aritmeticamente iguais e al m disso a 275 SARLET 2009 p 76 27 MIRANDA 1979 p 487 MELLO 2008 p 10 99 igualdade coisa a realizar se e n o realizada o conceito de igualdade sempre relativo 8 A igualdade formal abriu espa o material quando se verificou que uma igualdade absoluta nos termos estritos da lei pode dar margem a desigual
80. o se dissipam na sociedade Aldacy Rachid Coutinho atenta para o fato das pol ticas p blicas de gera o de renda e melhoria das condi es de trabalho n o considerarem as desigualdades de g nero sendo que suas finalidades t m pouca efetividade e alcance no 2 ROMITA 2009 p 121 122 28 CRUZ 2005 p 164 223 Ibid p 166 23 SOARES 2000 p 44 231 KAUFMANN 2007 p 228 84 atendimento Os projetos que visam gera o de renda por m s o de baixa auto sustenta o descont nuas e segregacionistas Em geral s o criadas comiss es de ampla abrang ncia e ainda assim sem planos concretos de atua o 2 Mas a possibilidade de utiliza o destas medidas n o se restringe atividade estatal De modo geral nota se que a empresa concentra uma das maiores for as no contexto mundial e dissipa influ ncias na organiza o do Estado na pessoa humana na economia na tecnologia e na utiliza o e destina o dos recursos naturais agu ar a observa o e a sensibiliza o do ente empres rio para o desenvolvimento de pol ticas que objetvem a redu o das acentuadas desigualdades sociais a iniciar pelas de g nero As a es afirmativas em mbito empresarial s o abordadas por Joaquim B Barbosa Gomes Relatando o modelo norte americano as medidas s o impostas como um pr requisito s empresas prestadoras de servi o p blico federal ou que tenham contrato de fornecimento ou obra financiada com
81. para atender a demandas familiares S o situa es em que as diferen as se tornam desigualdades na medida em que as caracter sticas desfavorecem aqueles indiv duos que as possuem Estas caracter sticas que tornam os indiv duos desiguais t m o cond o de desfavorecer 17 PHILIPPI Jeanine Nicolazzi Igualdade e diferen a breves anota es acerca do estatuto tico do Direito moderno In DORA Denise Dourado org Feminino masculino igualdade e diferen a na justi a Porto Alegre Sulina 1997 p 37 38 118 NOVAIS 2005 p 45 119 OLIVEIRA Lourival Jos de As transforma es ocorridas no ambiente de trabalho e seus efeitos In REVISTA TRABALHISTA Direito e processo Ano 7 n 27 jan mar 2002 Bras lia ANAMATRA Rio de Janeiro Forense set 2008 p 71 72 120 NOVAIS op cit p 84 49 aquele que n o possui as caracter sticas do padr o ideal Tais desigualdades s o il citas e ensejam a ocorr ncia de discrimina o nas rela es humanas Houve um alto grau de emancipa o da mulher na sociedade atual maior n mero de medidas de inclus o e de promo o igualdade Tamb m aumentou o comprometimento e atua o do homem no ambiente familiar Entretanto insistem algumas desigualdades de tratamento entre os g neros seja na fam lia ou no trabalho O trabalho feminino passou a ser uma realidade frequente fora do ambiente dom stico diferente da situa o que preponderava at meados do s c
82. precariza o do trabalho baseada em crit rios de g nero passa pela valoriza o destas caracter sticas aos homens A feminiza o do trabalho possui ainda outro vi s que a prote o contra a concorr ncia masculina Empregos feminizados s o atividades que pressup em caracter sticas femininas como a disposi o para cuidar de pessoas habilidade manual familiaridade com o ambiente dom stico a honradez e o aspecto f sico 148 CALIL 2007 p 109 147 REDINHA 1995 p 51 52 54 148 CANTELLI 2007 p 112 14 CALIL op cit p 65 59 Por m em contrapartida s o as caracter sticas que dificultam a equival ncia salarial bem como a promo o e aprecia o do seu trabalho Nota se a partir desta averigua o que s o profiss es geralmente ligadas a cultura do trabalho dom stico ou servil resqu cios da sociedade patriarcal Alice Monteiro de Barros utiliza a teoria sociossexual que considera os fatores externos a rela o de trabalho para explicar a manuten o desta segrega o S o eles a atribui o dos afazeres dom sticos e o cuidado com a prole mulher e do sustento econ mico aos homens Para Claudia Mazzei Nogueira a divis o sexual do trabalho favorece o sexo masculino cuja opress o fortalece a precariza o da for a de trabalho feminina uma forma de vincular a situa o desfavor vel do trabalho feminino heran a cultural deixada pela sociedade patriarcal R
83. prote o integral da crian a garantindo lhe o aleitamento materno durante os seis primeiros meses de vida e n o apenas quatro como permitido pela licen a maternidade e criando v nculos com sua fam lia argumento utilizado por Patr cia Saboya Gomes autora do projeto de lei que deu origem Lei 11 770 2008 Na apresenta o do projeto de lei depreende se a justificativa A amamenta o n o se presta apenas a prover nutri o ao lactente Permite o contato f sico com a m e a identifica o rec proca entre m e e filho bem como o despertar de respostas a est mulos sensoriais e emocionais compartilhadas num continumm bio psicol gico que se configura como unidade afetiva incompar vel O princ pio vale inclusive para m es trabalhadoras que n o conseguem por qualquer raz o amamentar seus filhos Mesmo n o lhes podendo alimentar com leite humano podem garantir lhes com igual plenitude todos os demais est mulos essenciais ao estabelecimento do v nculo afetivo desde que estejam dispon veis para cuidarem dos filhos Para fazer jus prorroga o da licen a maternidade a Lei 11 770 2008 determina alguns requisitos a ades o de empresa ao Programa Empresa Cidad art 1 caput ou op o da Administra o P blica direta indireta e fundacional em instituir programa com os mesmos fins art 2 b requerimento da empregada de pessoa jur dica at o final do primeiro m s ap s o parto ou ado
84. quando a discrimina o salarial direta homens e mulheres exercendo fun es id nticas e com remunera es diversas sua constata o f cil Do mesmo modo ocorre quando alguma parcela remunerat ria paga somente a homens sem nenhum fundamento espec fico A dificuldade se apresenta na discrimina o indireta como ocorre com o pagamento de alguma parcela remunerat ria a uma determinada fun o exclusivamente ocupada por homens ou quando as fun es s o id nticas mas possuem denomina es diferentes segundo o g nero 603 ressalta a falta de Julgado do Tribunal Regional do Trabalho da 9 Regi o provas como bice para caracterizar a discrimina o salarial em raz o de sexo No caso em tela a empregada era trabalhadora do ramo da constru o civil contratada a mais tempo do que os paradigmas mas possu am cargos com nomenclaturas diferentes e n o se comprovou a identidade no exerc cio das fun es O entendimento do TST exposto pela S mula n 6 item Ill pontua que a nomenclatura diferenciada dos cargos n o impede o reconhecimento da equipara o tendo em vista que sua caracteriza o depende do exerc cio de id nticas fun es desempenhando as mesmas tarefas Outro julgado em que igualmente se levanta a discuss o acerca das diferen as salariais baseadas em discrimina o de g nero tamb m n o logrou xito a empregada A testemunha arrolada pela autora declarou que havia coment rios
85. que a diferen a de sexos seja fator prejudicial ao seu trabalho Decorrente do direito n o discrimina o o dispositivo constitucional veda uma situa o que n o se demonstra rara ainda hoje no trabalho da mulher qual seja o desequil brio nos sal rios pagos a homens e mulheres Embora Thereza Cristina Gosdal pontue que a desigualdade de remunera o tenha atuado como mola propulsora da inclus o da mulher no mercado de trabalho esta diferen a considerada injustific vel para atingir a igualdade de g nero no trabalho O sal rio devido pelo trabalho desenvolvido e se o trabalho desenvolvido por pessoas de diferentes sexos for igual e realizado da mesma forma a sua contrapresta o dever tamb m ser igual A mesma autora ressalta a import ncia desta determina o para a mulher A igualdade de remunera o neste aspecto vincula se identidade da mulher e ao rompimento com os estere tipos de uma sociedade masculinizada L a Elisa Silingowschi Calil considera as diferen as salariais com base no sexo assim como qualquer outra forma de preconceito como uma das formas mais 322 DELGADO Maur cio Godinho Prote es contra discrimina o na rela o de emprego In VIANA M rcio T lio RENAULT Luiz Ot vio Linhares coords Discrimina o S o Paulo LTr 2000 p 102 323 FRANCO FILHO 2009 p 196 197 324 GOSDAL 2008 p 199 335 Ibid p 191 114 cru is de discrimina o
86. recursos do Governo Federal Confere ao empregador a responsabilidade de agir afirmativamente em prol da inclus o de desfavorecidos 73 Entretanto quanto s a es afirmativas volunt rias o mencionado sistema confronta dois pontos de vista O primeiro permite com que magistrados federais ordenem a aplica o de a es afirmativas para solucionarem injusti a manifesta e o segundo veda a obrigatoriedade de empregadores privados institu frem tratamento preferencial em nome da ra a cor sexo religi o ou origem nacional se sua atividade n o sofrer interfer ncia estatal H entre empresa e empregado estreita liga o pois o fator humano interno participa da realiza o do mister da empresa e tem seu v nculo por este regulado Observa se que a atividade empresarial organiza a coopera o social com o intuito de atender as necessidades humanas Sua base complexa e configura uma comunidade de trabalho pelo que a aproxima da ci ncia do Direito do Trabalho A empresa que se compromete a atua o favor vel dissolu o de desigualdades acaba por cumprir os ditames sociais do texto constitucional Os tratamentos diferenciados devem ser questionados quando ensejaram desigualdade n o quando trabalharem em prol da igualdade 22 COUTINHO 2005 p 20 28 GOMES 2001 p 154 234 Ibid p 202 35 BARROS 2006 p 348 85 Como as a es afirmativas s o instituto recente do direito brasileiro parca a su
87. rev atual e ampl Porto Alegre Livraria do Advogado 2009 p 99 284 NUNES 2007 p 45 2 MIRANDA Pontes de Democracia liberdade igualdade os tr s caminhos 2 ed S o Paulo Saraiva 1979 p 477 96 compara o o segundo sim impondo saber em rela o a quem se mais ou menos igual 288 Os dois valores possuem o homem como destinat rio e s o fundamentais democracia A similitude entre eles se desfaz com a percep o de que a igualdade se manifesta em rela o a algu m e com rela o a algo N o indica um estado do indiv duo nem se verifica individualmente como ocorre com a liberdade Para Pontes de Miranda a igualdade reconhece a liberdade e a democracia entre os homens A primeira torna os indiv duos iguais propagando sua finalidade entre todos a segunda visa a assegurar a participa o na forma o do Estado Suas pondera es acerca da rela o entre igualdade e liberdade apontam para algumas conclus es Uma delas a democracia pode existir mesmo sem grandes igualdades ou at uma igualdade m nima Outra a liberdade pode existir sem igualdade salvo no que se refere liberdade f sica e de pensamento Por fim que a igualdade pode existir sozinha ou com liberdade e sem democracia ou com democracia e sem liberdade A liga o entre igualdade e liberdade ainda mais estreita quando se observa a diferen a de g nero Isso se deve ao fato de que a liberdade permite que homens e
88. rmino contratual mas a CLT usa o termo rescis o para tratar todas as formas de desligamento 533 INSTITUTO ETHOS 2007 p 17 534 DIEESE OIT 2009 p 61 535 COUTINHO 2005 p 30 178 A ruptura contratual pode ser considerada inevit vel na rela o de emprego tendo em vista o dinamismo das rela es econ micas e sociais e as r pidas mudan as no mundo do trabalho Por sua inevitabilidade que h de se habituar a elas com o menor mal poss vel ao empregador ao empregado e sua fam lia e economia do pa s Os diferentes p los da rela o podem estabelecer o t rmino contratual pois nem empregado nem empregador a princ pio s o obrigados a se manter vinculados a um contrato Este direito pode ser exercido contudo dentro do que prescreve o sistema jur dico Maur cio Godinho Delgado assinala que o obreiro tem envolvimento pessoal com contrato de trabalho e o empregador impessoal Disso se depreende a raz o de impossibilitar a sujei o a uma rela o personal ssima de presta o de trabalho indefinida no tempo pois seria uma agress o liberdade individual Para o empregador contudo esta imposi o n o resulta necess ria agress o liberdade individual da pessoa f sica pelo que permite manter uma rela o de emprego contra sua vontade Ainda assim a an lise da extin o do contrato de trabalho deve ser vista por ambos pontos de vistas uma vez que podem revelar conte dos relevantes
89. s transcorrido apenas parte do per odo relativo garantia provis ria a reintegra o e seus corol rios s o autorizados em nome do princ pio da boa f Verifica se por este posicionamento a necessidade de regular n o s o poder diretivo da empresa empregadora mas tamb m do empregado O emprego deve ser uma rela o de confian a que n o deve convalescer ao abuso de direito seja ele do empregador ou do empregado Outra quest o que suscita diverg ncia consiste na estabilidade durante os contratos por prazo determinado De acordo com entendimento de Silvana Souza Netto Mandalozzo a gesta o durante contratos por prazo determinado n o caracteriza a estabilidade gestante RR BRASIL Tribunal Superior do Trabalho RECURSO DE REVISTA GESTANTE ESTABILIDADE PROVISORIA O desconhecimento do estado grav dico pela pr pria empregada n o obsta o direito estabilidade a que alude o art 10 Il b do ADCT Ademais a recusa da oferta de retorno ao emprego n o importa em renuncia estabilidade dada a natureza e finalidade dessa garantia Recurso de revista conhecido e provido RR 636 2006 052 01 00 9 Recorrente Irene Evangelista Ribeiro Alcantara da Silva Recorrido Maricota Importadora e Exportadora Ltda Relatora Ministra Dora Maria da Costa Bras lia 9 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www tst jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 8 BARROS 2008 p 379 380 59 MANDALOZZO 1996 p 91 185
90. segundo se caracteriza por ser ao mesmo empregador e com conte do diverso mas com resultados equivalentes O trabalho de igual valor permite que as diferen as de g nero sejam atenuadas Sim se considerarmos que por exemplo a quantidade da produ o da mulher gestante ou m e for menor que a do homem em virtude dessa condi o peculiar e este fato n o resultar em desigualdade A resposta ser negativa por m se o racioc nio utilizado se basear pelo crit rio meramente econ mico se a mera produtividade e capital configuram o diferencial para o estabelecimento do mercado do trabalho diminuir o as chances de trabalho de igual valor 33 pIOVESAN Fl via Os direitos humanos da mulher na ordem internacional In PIOVESAN Fl via Temas de direitos humanos S o Paulo Max Limonad 2008 p 206 338 GOSDAL 2008 p 137 337 RAMALHO 2003 p 262 118 Thereza Cristina Gosdal afirma que a igualdade de remunera o pode significar mesma retribui o decorrente de um mesmo trabalho realizado por unidade de obra pe a ou tarefa estabelecida com base em uma mesma unidade de medida ou pode demonstrar mesma retribui o estabelecida por unidade de tempo relativamente a um mesmo posto de trabalho o que mais comum Consiste em pol tica salarial que pode ser produzir a discrimina o de g nero da a ofensa igualdade de remunera o A Conven o n 103 reviu a Conven o n 3 e trata sobre a prote o
91. sociedade ind gena que consistia em seguir os ensinamentos naturais de cada ciclo vital A diferencia o dos ensinamentos come ava a partir da segunda classe de idade que se ocorria at os sete anos de idade quando come avam a auxiliar nas tarefas cotidianas Mas era na terceira classe de idade dos sete aos quinze anos que os deveres de mulher come avam a ser ensinados para as meninas como fiar algod o tecer redes cuidar das ro as fabricar farinha e vinhos preparar a alimenta o di ria Enquanto isso aos rapazes era transmitido o dever de busca de alimentos e captura de animais Gilberto Freyre assinala que na poca da descoberta havia uma situa o de relativo parasitismo do homem e sobrecarga da mulher Eram as m o criadoras da cunh que reuniam os principais trabalhos regulares de arte de ind stria de agricultura Com este tipo de preparo o labor feminino de ind genas foi bastante requisitado pelos colonizadores portugueses A modalidade de explora o da for a laboral utilizado era a escravagista Este modelo pautava se na busca pela ampla margem de lucro e na concord ncia da Igreja Cat lica em escravizar indiv duos n o eram crist os O homem ind gena contribuiu para o devastamento e conquista dos sert es Tamb m foi relevante sua atua o her ica militar na obra de sertanismo e de defesa da col nia contra espanh is tribos inimigas de portugueses e cors rios Entretanto igual desempenho
92. sticas e rurais apontada por Elisabeth M nica Hasse Becker Neiverth e Silvana Souza Netto Mandalozzo embora reconhe am a Lei 11 770 08 como um primeiro passo no reconhecimento desse direito s demais 505 BARROS 1995 p 472 5 DELGADO 2009 p 992 507 SILVA Alessandro da KROST Oscar Coment rios sobre a licen a maternidade e as inova es da Lei n 11 770 08 In Justi a do Trabalho ano 25 n 299 Porto Alegre HS Editora novembro de 2008 p 22 508 SILVA 2009 p 42 50 NEIVERTH Elisabeth M nica Hasse Becker MANDALOZZO Silvana Souza Netto A licen a maternidade e sua amplia o facultativa In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 169 Trata se de lei de car ter promocional indutiva de conduta que visa ao direcionamento dos indiv duos a determinados caminhos Consiste em t cnica de encorajamento que objetiva o alcance de determinado resultado a partir de medidas de incentivo Neste caso ao conceder o incentivo fiscal o direito incentiva determinados empregadores participantes do Programa Empresa Cidad a atuarem em benef cio da amamenta o de crian as filhas de suas empregadas Norberto Bobbio assinala que normas promocionais almejam o est mulo de comportamentos socialmente desej veis e ressalta que levar a realiza o destes at mesmo aos recalcitrantes s o interessantes ao ordenamento promocional Para ele a utiliza o de t cnicas de encorajamento deve prever mecanis
93. trabalhador livremente consente em prestar servi os e a se submeter s ordens de outrem que possui o poder de comando O poder diretivo consiste a faculdade de ordenar capital e trabalho para dire o e administra o do empreendimento A partir deste poder que se definem os fins econ micos determinam a estrutura jur dica fixam cargos e fun es ordenam a estrutura o do processo de trabalho entre outros O poder de comando regulamentar fiscalizat rio e disciplinar fazem parte do poder empregat cio S o poderes necess rios ao desenvolvimento da rela o de emprego e atribu dos ao empregador que orientam as atividades do empregado Entretanto se no seu exerc cio o empregador ou seus prepostos incorrerem durante ou em raz o do trabalho em atos discriminat rios caber ao empregador a responsabilidade sobre o seu ressarcimento ou compensa o A subordina o do empregado n o permite que o empregador pratique ato discriminat rio baseado no seu poder diretivo Vera L cia Carlos posiciona o poder diretivo do empregador como direito fun o que faz com que a empresa tenha como norte n o apenas a finalidade lucrativa mas tamb m a social Desta forma se assegura exist ncia digna e igualdade de condi es abstendo se da pr tica discriminat ria em quaisquer das fases do contrato de trabalho N o se autoriza portanto pr tica ofensiva a direitos fundamentais e de personalidade em nome do poder de com
94. uma vez que de acordo com Elisabeth M nica Hasse Becker Neiverth e Silvana Souza Netto Mandalozzo quando o trabalho repetitivo e sem participa o criativa sup e se que o afastamento n o ser prejudicial Preju zo maior contudo haver naqueles casos em que a subjetividade da empregada essencial Assim a ades o ao programa e o requerimento da empregada podem estar suscet veis a n o serem adotados em virtude de aspectos econ micos ou incertezas do mercado de trabalho E desta forma acabam por cercear os interesses do menor Isso relativiza o princ pio da prote o integral crian a previsto no artigo 227 da Constitui o Federal Para a crian a conseguir esta prote o necess rio que seu nascimento seja de m e que esteja empregada em empresa de grande porte participante do citado programa e que opte pelo usufruto da prorroga o 512 PRESID NCIA DA REP BLICA Mensagem N 679 de 9 de setembro de 2008 Dispon vel em lt http www planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2008 Msg VEP 679 08 htm gt Acessado em 15 de julho de 2009 513 Cf GARCIA Gustavo Filipe Barbosa Prorroga o da licen a maternidade Lei n 11 770 2008 In JUSTI A DO TRABALHO n 300 S o Paulo HS Editora dez 2008 p 41 NEIVERTH MANDALOZZO 2009 p 186 514 SILVA KROST 2008 p 24 171 Nota se que a aplica o da prorroga o da licen a maternidade corre o risco de cair em desuso e n o gerar os e
95. utiliza o favor vel e condizente com os ditames constitucionais que pregam a promo o do trabalho da mulher Por m n o s o altos os ndices de incid ncia na iniciativa privada Igualmente os objetivos do ordenamento jur dico s o atingidos quando mesmo diante da discrimina o os atores envolvidos com a preven o e repara o do il cito partes advogados procuradores e magistrados possuem o ferramental para que a almejada igualdade substancial seja alcan ada Para tanto existem garantias como as tutelas inibit ria e ressarcit ria decorrentes do livre acesso ao Poder Judici rio normas como a Lei 9 029 1995 que co bem pr ticas discriminat rias 220 Neste contexto que se vislumbra que a especial tutela jur dica do trabalho da mulher favor vel ao desenvolvimento social e ao ambiente empresarial o que portanto n o justificando a discrimina o negativa Contudo diante da pesquisa elaborada observa se a persist ncia da discrimina o negativa quanto ao trabalho da mulher em algumas situa es profiss es atividades empresariais principalmente de forma indireta ou oculta Quanto s condi es biol gicas da mulher duas merecem destaque por continuarem sendo objeto de prote o no ordenamento jur dico a maior fragilidade na constitui o corp rea na maioria das mulheres e a possibilidade de gesta o A restri o de peso para o trabalho desenvolvido por mulheres n o justifica
96. vedam na quando pautadas no sexo dentre outros fatores A observ ncia das conven es aprovadas pela OIT se vislumbra determinante para a efetiva concretiza o do princ pio da igualdade Por meio delas poss vel a exig ncia de que o compromisso internacionalmente formado seja por meio de conven es ou de observ ncia a recomenda es 3 2 3 Normas infraconstitucionais A Constitui o brasileira de 1988 revela um marco jur dico no que tange ao trabalho da mulher igualdade de g nero e promo o do trabalho feminino Seus dispositivos determinaram a interpreta o e a perman ncia de algumas normas infraconstitucionais e a revoga o de tantas outras A revoga o de normas se deu pela incompatibildade com o texto constitucional vigente As normas de car ter protetivo que geravam consequ ncias discriminat rias foram retiradas do ordenamento pela lei ou pela interpreta o constitucional Alice Monteiro de Barros assinala que a revoga o de leis com uma fun o protetora contribui para a integra o da mulher no mercado de trabalho uma vez que dela resultam a segrega o profissional A legisla o no passado combatia a explora o de que eram v timas as mulheres contudo sua manuten o pode dar causa a discrimina o 35 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO BRASIL Normas Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region ampro brasilia rules organiza hntm gt Acesso em 20 de m
97. vontade n o verdadeira O empregado est obrigado ao pedido de demiss o para fazer cessar a discrimina o no emprego Equipara a hip tese rescis o indireta com fundamento nas hip teses previstas no artigo 483 da CLT Toda forma de discrimina o negativa deve ser tolhida ainda mais na rela o de emprego da qual o empregado retira seu sustento e de sua fam lia Os motivos existentes ainda que n o precisem ser delineados n o devem discriminar as pessoas por crit rios n o afetos atividade a ser desempenhada a n o ser que compat vel com o ordenamento e apresentando v nculo de correla o l gica entre a caracter stica especial e a diferen a de tratamento Cabe assinalar tamb m que a dispensa do trabalho da mulher pode ser considerada como op o mais vantajosa ao empregador quando confrontado com o trabalho do homem Mais uma vez os riscos inerentes condi o feminina como eventual gesta o ou relativos s responsabilidades familiares podem conduzir a esta prefer ncia Isso reflete nas estat sticas que medem o desemprego assim como tamb m o trabalho precarizado que desponta em inseguran a La s Abramo aponta para dados que demonstram que a taxa de desemprego das mulheres superior dos homens no ano de 1992 constatou se que o ndice no primeiro per odo era de 7 8 54 BARROS 2006 p 1084 575 OLMOS 2008 p 114 e ss 191 para mulheres e 5 2 para homens em 2001 as taxas se el
98. 008 prevista empregada de empresa participante do Programa Empresa Cidad Com a ades o empresarial ao programa que se permite que a empregada prorrogue ou n o o per odo de licen a maternidade por mais sessenta dias Alessandro da Silva e Oscar Krost criticam o uso do termo cidad para caracterizar pessoa jur dica uma vez que o conceito de cidadania tem natureza pol tica e atribu do aos indiv duos que est o vinculados a determinado Estado E questionam o motivo de atribuir esta caracter stica a ente n o humano que explorado da atividade humana A utiliza o do termo pode traduzir um entendimento mais popular do que pr jur dico pois a palavra cidad o objetiva remeter a quest es de responsabilidade social Facilita a transmiss o de uma ideia alusiva a projetos sociais com uma atua o al m da lucratividade situada no campo social No caso do referido programa uma alternativa para se demonstrar o zelo quanto prote o da crian a A facultatividade segundo Ant nio lvares da Silva pode gerar problemas de isonomia quando empregadas de Empresas Cidad s compararem seu benef cio ao de empregadas de empresas que n o aderiram ao programa Se n o h nus para a empresa n o haver preju zo logo o autor entende que o legislador deveria ter simplesmente aumentado o per odo de licen a A necessidade de uma legisla o que abranja todas as mulheres empregadas incluindo dom
99. 009 p 494 176 Contudo na hip tese do empregador aderir ao Programa Empresa Cidad a mesma vantagem n o se repete com a mesma intensidade Neste caso o empregador paga o sal rio da empregada que optou pela prorroga o da licen a maternidade e s depois declara o valor Receita Federal f A es afirmativas e trabalho da mulher As a es afirmativas e conven es coletivas existentes no mbito da empresa que versam sobre a igualdade para grupos minorit rios s o crescentes mas em ndice ainda baixo A situa o do trabalho da mulher se enquadra nesta realidade Jos Claudio Monteiro de Brito Filho ao tratar sobre pol tica de cotas ressalta que n o se consideram as perdas de produtividade ou qualidade ao implant las uma vez que se submetem ao atendimento de uma necessidade maior que a inser o de grupos marginalizados Retrata uma l gica aparentemente contr ria da l gica de mercado necessidade de m xima produtividade mas resultante da necessidade de equil brio entre os grupos existentes na sociedade No que tange ao trabalho da mulher estas a es afirmativas n o precisam necessariamente ser oriundas do sistema de cotas O ndice de a es afirmativas aplicadas na atividade empresarial pode ser demonstrada pela seguinte pesquisa em 2003 7 das empresas entrevistadas possu am algum tipo de a es afirmativas para inclus o de grupos discriminados 3 mantinham programas de capacita o prof
100. 1 de abril de 2010 p 1 2 REDINHA 1995 p 72 78 57 ganhos auferidos pelo marido Desta situa o decorrem a instabilidade e da informalidade dos trabalhos executados por mulheres Arion Say o Romita assinala que o trabalho feminino ainda possui car ter secund rio em detrimento de uma posi o equivalente do homem relacionando o evolu o dos m todos produtivos do capitalismo Antes das Revolu es Industriais a confec o de um bem demandava tempo e m o de obra sendo feito geralmente de forma artesanal Hoje por m esta realidade n o mais uma regra tendo em vista que a automatiza o e as oscila es econ micas s o caracter sticas do mundo atual que aliadas ao modelo neoliberal diminuem as possibilidades de ter e de manter um emprego Tamb m criam se novas formas de emprego diretamente ou indiretamente ligadas finalidade econ mica valorizadas ou n o Podem viabilizar um alto um condizente um m nimo ou nenhum rendimento Comum a todas as possibilidades est entretanto a incerteza de sua manuten o A consequ ncia dessa transforma o produtiva consiste atividades prec rias exercidas geralmente por mulheres com m remunera o S o exemplos destas atividades o trabalho terceirizado a jornada reduzida trabalho partilhado free lance teletrabalho entre outras Esta desigualdade enseja tanto a divis o sexual do trabalho de forma horizontal quanto vertical S o situa
101. 2005 p 30 7 COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos 5 ed rev e atual S o Paulo Saraiva 2007 p 291 3 BOBBIO Norberto Elogio da serenidade e outros escritos morais Trad Marco Aur lio Nogueira S o Paulo Editora UNESP 2002 p 112 118 43 discrimina o ileg tima uma vez que se baseia em crit rios juridicamente infundados para proceder diferencia o Logo as desigualdades ensejam discrimina o negativa Al m do n o atendimento a preceitos normativos o que a torna ileg tima deve ser reprimida pela consequ ncia que gera como a viol ncia s caracter sticas ou aos valores individuais ou de grupos minorit rios a deprecia o de indiv duos em face da propriedade destas caracter sticas Para Joaquim B Barbosa Gomes o ato discriminat rio aponta ou inventa diferen as valoriza ou as torna absolutas a fim de legitimar uma agress o ou privil gio mediante uma atividade intelectual Ressalta que a discrimina o possui um car ter competitivo indissoci vel do relacionamento entre os indiv duos que revela a tentativa de beneficiar alguns em detrimento de outros Quanto mais intensa a discrimina o e mais poderosos os mecanismos inerciais que impedem o seu combate mais ampla se mostra a clivagem entre discriminador e discriminado A este entendimento pode ser acrescentado o de Est v o Mallet que ressalta o ideal de justi a presente na intoler ncia
102. 3 o entendimento era pelo retorno da mulher da mulher salvo se suas condi es de sa de n o permitissem Depois de adotado o comando internacional que se consolidou no Brasil o posicionamento que entende o artigo 392 como indiferente ao nascimento com vida da crian a Por isso n o tomado como condi o para usufruir da licen a 385 FURTADO Emmanuel Te filo Direito prote o e intimidade da mulher In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 135 388 PINTO 2009 p 233 387 SILVA 2009 p 40 41 388 PINTO op cit p 230 389 BARROS 1995 p 431 3 PINTO op cit p 230 231 133 O par grafo 4 do citado artigo traz garantias que acompanham a empregada gestante sem preju zo de sal rios e outros direitos como a transfer ncia de fun o quando as condi es de sa de exigirem assegurando a retomada da antiga fun o com o t rmino da licen a maternidade inciso e dispensa do hor rio do trabalho para a realiza o de no m nimo seis licen as m dicas e demais exames complementares inciso ll Quanto ao inciso Thereza Cristina Gosdal considera a medida um avan o em termos de direito sa de tendo em vista que retratam a import ncia dos exames pr natais Silvana Souza Netto Mandalozzo e Lucia Cortez da Costa argumentam que se fosse destinada m e e ao pai uma sistem tica similar a fim de que tamb
103. 51 BARROS loc cit 152 NOGUEIRA Claudia Mazzei A divis o sexual do trabalho um estudo das trabalhadoras do telemarketing In SOUSA Ant nia de Abreu Org et al Trabalho capital mundial e forma o dos trabalhadores Fortaleza Senac Cear 2008 p 223 224 153 Ibid p 233 60 autora Mas n o s este fundamento que determina esta restri o f tica podendo sofrer outras influ ncias como falta de qualifica o descontinuidade das carreiras profissionais principalmente em virtude da maternidade e do modo de trabalho que prioriza o di logo emana o de ordens A quest o reprodutiva atrelada realiza o de tarefas dom sticas desvenda a segrega o entre homens e mulheres no contexto do mercado de trabalho A partir da gesta o e da maternidade que se delineiam outras caracter sticas tomadas como tipicamente femininas e que orientam a distribui o do trabalho entre os indiv duos Esta vincula o ao trabalho reprodutivo e dom stico impede o alcance de cargos que exijam o comprometimento total do indiv duo Este comprometimento tido como parcial por indiv duos que n o possam oferecer empresa a disponibilidade integral do seu tempo Paula Oliveira Cantelli pontua esta exig ncia como prejudicial s mulheres principalmente aquelas casadas considerando a necessidade de dividir sua disponibilidade com os afazeres dom sticos Esta situa o pode acarretar sua exclus o do n cleo cen
104. 6 57 2 Ibid p 63 64 81 GIULANI 2008 p 643 38 As rela es de trabalho passavam por altera es estruturais por influ ncia dos movimentos sociais como um todo estando eles representados por grupos institui es movimentos ou sindicatos Contudo h que se salientar que estas mudan as influenciaram outras rela es sociais Vera Soares afirma o crescimento do mercado de trabalho feminino nesta poca que resultou num aumento de sua sindicaliza o e na emerg ncia do movimento de mulheres Este por sua vez influenciou na forma das mulheres se relacionarem com os sindicatos criando comiss es e departamentos pr prios bem como na percep o da sua condi o de trabalhadoras A melhoria das condi es de vida vira o n cleo de discuss o de setores que atuavam de forma separada na primeira metade dos anos 80 Com a conflu ncia de propostas os diferentes grupos de mulheres entre feministas trabalhadoras e sindicalistas passam a repensar a divis o sexual do trabalho A partir disso queixas e relatos sobre a discrimina o e a segrega o sexual geram den ncias e demandam novos direitos questionando os espa os coletivos de sua atua o como o local de trabalho o sindicato e a pr pria fam lia Desta forma os grupos de mulheres criam um novo estilo de reflex o e debate frente ao sindicato tradicional al m de come ar a ocupar as estruturas tradicionalmente masculinas Assim observa se que as discuss
105. 9323 gt Acesso em 10 de maio de 2010 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito Constitucional e Teoria da Constitui o 4 ed Coimbra Almedina 2000 CANTELLI Paula Oliveira O trabalho feminino no div Domina o e discrimina o S o Paulo LTr 2007 CARLOS Vera L cia Discrimina o nas rela es de trabalho S o Paulo M todo 2004 COELHO Luciano Augusto de Toledo Responsabilidade civil pr contratual em direito do trabalho S o Paulo LTr 2008 p 42 COELHO Mariana A evolu o do feminismo subs dios para a sua hist ria 2 ed Curitiba Imprensa Oficial do Paran 2002 221 COMPARATO F bio Konder A afirma o hist rica dos direitos humanos 5 ed rev e atual S o Paulo Saraiva 2007 CONFORTIN Helena Discurso e g nero a mulher em foco In GHILARDI LUCENA Maria In s org Representa es do Feminino Campinas Atomo 2008 p 107 124 CONFORTO Ecl ia Mulher e negocia o coletiva uma investiga o da presen a feminina nas conven es coletivas de trabalho no munic pio de Porto Alegre no ano de 2005 Tese de doutorado Porto Alegre 2009 p 70 Dispon vel em lt http Awww dominiopublico gov br download texto cp115286 pdf gt Acesso em 10 de maio de 2010 CORDEIRO Wolney de Machado A tutela inibit ria como elemento concretizador das medidas antidiscriminat rias no mbito da rela o de trabalho In REVISTA TRABALHISTA Direito e processo Ano 7 n 28 S
106. A MULHER NO BRASIL As normas relativas ao trabalho da mulher no Brasil possuem um vi s protetivo mas sobretudo promocional Esta foi a vis o conferida pela Constitui o brasileira de 1988 por meio dos contornos da dignidade da pessoa humana e da igualdade Diante disso ser o tratadas as normas constitucionais supralegais e infraconstitucionais vigentes a respeito do tema 3 2 1 Normas constitucionais A Constitui o brasileira de 1988 denota uma preocupa o com a mudan a Como visto no primeiro cap tulo era uma poca de v rias mudan as decorrentes de reivindica es sociais inclusive daquelas sustentadas por mulheres Os princ pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade como j analisado foram previstos no texto constitucional de forma expl cita e impl cita influenciando v rios dispositivos ali encartados A mudan a paradigm tica se fundou em estudos que revelaram a segrega o ocupacional de mulheres que refor ada pela segrega o racial que a escolaridade n o a nica dificuldade de acesso da mulher a determinadas carreiras ou fun es os obst culos que a maternidade e o ass dio sexual podem representar ao contrato de trabalho 305 GOSDAL 2008 p 149 150 108 O Direito do Trabalho como um todo foi prestigiado Entretanto ressalta se que o trabalho feminino foi regulado sob um novo enfoque o promocional As proibi es e prote es infundadas e injustific veis su
107. A distribui o da renda desigual por meio do trabalho condi o que rebaixa o grupo discriminado no caso as mulheres a uma segunda categoria e perpetua os ciclos de pobreza e explora o A desigualdade verificada pela falta de isonomia salarial reflete a desvaloriza o do trabalho feminino que pode ser visualizada hist rica e atualmente Paga se menos porque o trabalho gera custos mais altos decorrentes da maternidade ou responsabilidades familiares ou porque seu acesso se deu a trabalhos prec rios ou feminizados ou pela idade estado civil dentre outros V rias podem ser as justificativas embora raramente sejam expl citas por m se o forem dever o ser repreendidas pela sua inconstitucionalidade Alice Monteiro de Barros aponta teorias acerca da desigualdade salarial A teoria neocl ssica relaciona a disparidade concentra o de mulheres em determinadas ocupa es e sua escassa participa o em outras A teoria do capital humano por sua vez aponta a maternidade e cria o dos filhos como causa da desigualdade tendo em vista que as mulheres investiriam menos para a forma o profissional bem como escolheriam ocupa es que n o obstassem o trabalho dom stico familiar A consequ ncia disso seria a afirma o de uma menor produ o feminina em compara o masculina Outros crit rios como a antiguidade e assiduidade s o ponder veis para justificar uma diferen a salarial Por m eles podem desfav
108. ALINKIN Ana L cia O que pensam as mulheres no topo da carreira In ARAUJO Adriane Reis de FONTENELE MOURAO T nia coords Trabalho de mulher mitos riscos e transforma es S o Paulo LTr 2007 p 144 157 FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Contratos de trabalho por prazo determinado e garantia de emprego da gestante In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 177 184 Identifica o dos direitos fundamentais da mulher trabalhadora no ordenamento jur dico brasileiro In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 185 201 FREYRE Gilberto Casa grande amp senzala forma o da fam lia brasileira sob o regime da economia patriarcal S o Paulo Global 2006 FRIEDMAN Milton Capitalismo e Liberdade Trad Luciana Carli S o Paulo Artenova 1977 FRITZ Karina Nunes Boa f objetiva na fase pr contratual Curitiba Juru 2008 p 27 Dispon vel em lt http books google com br gt Consultado em 19 de maio de 2010 FURTADO Celso Forma o Econ mica do Brasil S o Paulo Companhia das Letras 2007 FURTADO Emmanuel Te filo Preconceito no trabalho e a discrimina o por idade S o Paulo LTr 2004 Direito prote o e intimidade da mulher In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o
109. At 4 5a8 9a11 12anos anos anos anos e mais Total 4 50 2 30 3 00 4 30 12 80 Homens 4 80 2 40 3 40 5 00 16 20 Mulheres 4 00 1 90 2 40 3 40 9 80 Tabela 1 Rendimento hora da popula o ocupada em reais por sexo com adapta o A baixa remunera o relacionada precariza o do emprego de acordo com Claudia Mazzei Nogueira Conclui por isso que se os valores salariais pagos as mulheres menor maior a precariza o no mundo do trabalho feminino o que salienta as desigualdades de g nero Al m disso Sandra Lia Sim n assinala a exist ncia de uma pir mide da exclus o salarial em que a participa o da mulher no mercado de trabalho diminui na medida em que s o maiores os sal rios e a import ncia do posto de trabalho Bila Sorj argumenta que a renda auferida que n o modifica economicamente a vida familiar encoraja a mulher a abandonar o emprego e se dedicar vida 53 PROGRAMA DAS NA ES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO BRASIL Mulher recebe menos em todos os pa ses ndice mostra que no Brasil mulheres recebem pouco mais da metade do sal rio dos homens apesar de terem maior escolariza o Dispon vel em http www pnud org br pobreza desigualdade reportagens index php id01 3133 amp lay pde acesso em 19 de maio de 2010 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA Tabela 3 17 Rendimento hora da popula o ocupada em reais por sexo e grupos de anos de estudo segundo as
110. BARROS 1995 p 420 74 O Decreto lei n 229 1967 trouxe altera es na reda o original substituindo a palavra empregador por empresa condicionando a instala o de vesti rios a atividades que exijam a troca de roupa e outros e permitindo que creches distritais mediante conv nios suprissem a exig ncia de local apropriado para vigil ncia e assist ncia dos filhos no per odo de amamenta o Vale citar o ensinamento de L a Elisa Silingowschi Calil para quem esta prote o deveria ser estendida como foi ao homem uma vez que retrata o tratamento condigno como um fim colimado pela lei Trata se de um dever relativo observ ncia da dignidade humana dentro das rela es de trabalho O emprego de for a muscular constava da reda o original da CLT mantendo se at hoje o limite de 20 quilos para o trabalho cont nuo ou 25 para o ocasional art 390 A remo o de material feita por impuls o ou por aparelhos n o enseja a aplica o do artigo A prote o maternidade por sua vez foi determinada pela CLT desde logo sem admitir regulamentos de qualquer natureza que restringisse o trabalho da mulher por motivo de casamento ou gravidez art 391 Proibia se o trabalho da mulher gr vida durante as seis semanas anteriores e as seis posteriores ao parto art 392 Em 1967 pelo Decreto Lei 229 este per odo foi alterado para quatro e oito semanas respectivamente Este ato normativo garantiu empregada a possibil
111. Barros como desnecess rio por constar do artigo 67 A autora sustenta que a nica diferencia o de g nero a ser mantida deve ser aquela referente gesta o e maternidade O modelo de divis o de tarefas patriarcal ainda existente em grande parte da sociedade o que torna de acordo com Silvana Souza Netto Mandalozzo e Lucia 7 GUNTHER Luiz Eduardo ZORNIG Cristina Maria Navarro O trabalho da mulher e os artigos 376 383 e 384 da CLT In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7 REGIAO Ano XXIV N 24 Cear Justi a do Trabalho do Cear janeiro a dezembro 01 p 109 115 71 BRASIL Tribunal Superior do Trabalho Mulher intervalo de 15 minutos antes de labor em sobrejornada constitucionalidade do art 384 da CLT em face do art 5 da CF II RR 1540 2005 046 12 00 5 Relator Ministro Ives Gandra Martins Filho Data de Julgamento 17 11 2008 Tribunal Pleno Data de Publica o 13 02 2009 Dispon vel em lt www tst jus br gt Acesso em 10 de maio de 2010 372 MANDALOZZO Silvana Souza Netto COSTA Lucia Cortes da Considera es de algumas des igualdades entre empregados de sexo opostos In REVISTA LTR LEGISLA O DO TRABALHO ano 74 S o Paulo LTr janeiro 2010 p 108 3 3 BARROS 2006 p 1079 1080 129 Cortes da Costa justa a escala diferenciada para homens e mulheres Contudo ressaltam que a eventual diminui o da dupla jornada de trabalho e a melhor divis o das responsabilid
112. CENTRO UNIVERSIT RIO CURITIBA PROGRAMA DE P S GRADUA O stricto sensu MESTRADO EM DIREITO LARISSA RENATA KLOSS A ESPECIAL TUTELA JUR DICA DO TRABALHO DA MULHER E SEUS REFLEXOS NA EMPRESA EMPREGADORA BRASILEIRA CURITIBA 2010 LARISSA RENATA KLOSS A ESPECIAL TUTELA JUR DICA DO TRABALHO DA MULHER E SEUS REFLEXOS NA EMPRESA EMPREGADORA BRASILEIRA Disserta o apresentada ao Curso de Mestrado em Direito Empresarial e Cidadania do Centro Universit rio Curitiba como requisito parcial para a obten o do T tulo de Mestre em Direito Orientador Professor Doutor Eduardo Mill o Baracat CURITIBA 2010 Presidente Professor Doutor Eduardo Mill o Baracat Orientador Professor Doutor Luiz Eduardo Gunther Membro Interno Professora Doutora Silvana Souza Netto Mandalozzo Membro Externo Curitiba 05 de julho de 2010 Dedico este trabalho minha m e mulher trabalhadora que inspira a minha caminhada profissional ao meu pai e ao meu irm o S o as pessoas que t m lugar cativo e eterno em meu cora o AGRADECIMENTOS Agrade o a Deus pela for a sempre presente em minha vida Ao Professor Doutor Eduardo Mill o Baracat pelas orienta es e ensinamentos transmitidos demonstro meu grato reconhecimento Agrade o a meu namorado Edson Soares de Oliveira e a todos os meus amigos pelo amor carinho e compreens o nos momentos de aus ncia Por fim rendo minha gratid o aos meus colegas de trabalho pelo
113. Cristina Gosdal expressa o entendimento de que a alega o de despedimento discriminat rio pode permitir s empregadas gestantes que tiveram o contrato de experi ncia finalizado o requerimento de reintegra o com o pagamento dos direitos do per odo do afastamento ou pagamento em dobro do per odo Salienta que n o se trata de discuss o do direito estabilidade mas de ruptura contratual baseada na Lei 9 029 1995 No que tange ao trabalho da mulher as caracter sticas de g nero podem estar ocultas na decis o de n o continuar o v nculo de emprego por meio de um contrato por prazo indeterminado o caso por exemplo das responsabilidades familiares que podem ser consideradas pelo empregador como um empecilho para as atividades na empresa e com isso ao final da experi ncia impedir a convers o em contrato de trabalho por prazo indeterminado Em julgado acerca do tema depreende se que o contrato de experi ncia n o se configura como simples contrata o por tempo determinado mas como contrato sujeito ao implemento de condi o resolutiva que requer motivo plaus vel para sua extin o sob pena de ser considerado contrato por tempo indeterminado Na hip tese discutiu se a estabilidade gestante que visa prote o da mulher gr vida 543 BARROS 2006 p 461 544 DELGADO 2009 p 510 545 GOSDAL 2008 p 256 181 contra a dispensa arbitr ria e imotivada que n o excetua os contratos por prazo determinado
114. ESE Estimativa dos desempregados por sexo Regi es metropolitanas e Distrito Federal 1998 2010 Dispon vel em http turandot dieese org br icv TabelaPed tabela 4 Acesso em 20 de maio de 2010 DUBUGRAS Maria Regina Vasconcelos O direito fundamental n o discrimina o In REVISTA DA ESCOLA DA MAGISTRATURA Tribunal Regional do Trabalho 2 Regi o n 2 S o Paulo setembro de 2007 p 165 178 FELICIANO Guilherme Guimar es Viol ncia sexual contra a crian a e o adolescente no marco da precariza o das rela es de trabalho In Revista da Associa o dos Magistrados da Justi a do Trabalho da 15 Regi o AMATRA XV n 3 S o Paulo LTr 2010 p 72 107 FERREIRA FILHO Manoel Gon alves Aspectos jur dicos das a es afirmativas In TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO Revista do Tribunal Superior do Trabalho vol 21 ano 69 n 2 Rio de Janeiro Imprensa Nacional jul a dez 2008 p 72 79 229 FERRERA Maurizio HEMERIJCK Anton RHODES Marthin O futuro da Europa social remodelando o trabalho e o bem estar social na nova economia In GIDDENS Anthony org O debate global sobre a terceira via Trad Roger Maioli dos Santos S o Paulo Editora UNESP 2007 p 167 192 FIGUEIREDO Luciano Mulheres nas Minas Gerais In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 141 188 FONTENELE MOUR O T nia G
115. Feminino masculino igualdade e diferen a na justi a Porto Alegre Sulina 1997 p 31 42 PINHO Leda de Oliveira Princ pio da igualdade investiga o na perspectiva de g nero Porto Alegre Sergio Antonio Fabris 2005 PINTO Celi Regina Jardim Uma hist ria do feminismo no Brasil S o Paulo Editora Funda o Perseu Abramo 20083 PINTO Jos Augusto Rodrigues Prote o maternidade In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 217 235 PIOVESAN Fl via Os direitos humanos da mulher na ordem internacional In PIOVESAN Fl via Temas de direitos humanos S o Paulo Max Limonad 2003 PIOVESAN Luciana SATO Priscila Kei Implementa o do direito igualdade In PIOVESAN Fl via Temas de direitos humanos S o Paulo Max Limonad 2003 POZZOLO Paulo Ricardo A o inibit ria no Processo do Trabalho S o Paulo LTr 2001 p 38 PRADO J NIOR Caio Forma o do Brasil contempor neo S o Paulo Brasiliense 2008 PRESID NCIA DA REP BLICA Mensagem N 679 de 9 de setembro de 2008 Dispon vel em lt http Avww planalto gov br ccivil 03 Ato2007 2010 2008 Msg VEP 679 08 htm gt Acessado em 15 de julho de 2009 PROGRAMA DAS NA ES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO BRASIL Mulher recebe menos em todos os pa ses Indice mostra que no Brasil mulheres recebem pouco mais da metade do sal rio dos homens apesar de
116. G Cristina Maria Navarro O trabalho da mulher e os artigos 376 383 e 384 da CLT In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7 REGIAO Ano XXIV N 24 Cear Justi a do Trabalho do Cear janeiro a dezembro 01 p 103 117 HEILBORN Maria Luiza Corpo sexualidade e g nero In DORA Denise Dourado org Feminino masculino igualdade e diferen a na justi a Porto Alegre Sulina 1997 47 58 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTAT STICA Tabela 3 17 Rendimento hora da popula o ocupada em reais por sexo e grupos de anos de estudo segundo as Grandes Regi es Unidades da Federa o e Regi es Metropolitanas 20083 Dispon vel em lt ftp ftp ibge gov br Indicadores Sociais Sintese de Indicadores Sociais 2004 Tabe las Resultados gt Acesso em 24 de maio de 2010 231 INSTITUTO ETHOS O Compromisso das Empresas com a Valoriza o da Mulher S o Paulo Instituto Ethos 2004 p 17 Dispon vel em lt http www1 ethos org br EthosWeb Default aspx gt Acesso em 18 de maio de 2010 Perfil social racial e de g nero das 500 maiores empresas do Brasil e suas a es pesquisa 2007 S o Paulo Instituto Ethos 2007 p 20 Dispon vel em lt http www ethos org br Uniethos Documents PesquisaDiversidade2007 pdf gt Acesso em 18 de maio de 2010 KAUFMANN Roberta Fragoso Menezes A es afirmativas brasileira necessidade ou mito uma an lise hist rico jur dico comparativa do negro nos Est
117. Grandes Regi es Unidades da Federa o e Regi es Metropolitanas 2003 Dispon vel em lt ftp ftp bge gov br Indicadores Sociais Sintese de Indicadores Sociais 2004 Tabelas Resultados gt Acesso em 24 de maio de 2010 595 NOGUEIRA 2004 p 73 5 SIM N Sandra Lia O Minist rio P blico do trabalho e a prote o do trabalho da mulher In ARAUJO Adriane Reis de FONTENELE MOURAO T nia orgs Trabalho de Mulher mitos riscos e transforma es S o Paulo LTr 2007 p 38 39 200 familiar uma situa o que limita a redistribui o igualit ria de tarefas dom sticas Esta situa o se d em virtude do car ter que a renda feminina pode receber na seara dom stica o de complementaridade Ocorre que o trabalho encarado como um complemento a renda familiar sem considerar a possibilidade de inexist ncia de uma outra base Al m disso a ocupa o de posi es diferentes de homens e mulheres ambiente laboral seja pela divis o sexual do trabalho seja pela sua precariza o A situa o decorre da baixa valora o dos trabalhos femininos considerando tanto a estrutura patriarcal que influenciou o modelo de produ o pautado em caracter sticas masculinas quanto manuten o de tarefas dom sticas e a maior responsabilidade pelos encargos familiares M rcio T lio Viana quando trata do aumento de desigualdade ocasionado pelo modelo econ mico de produ o assinala que a compara o entre o sal ri
118. HER NO MBITO DA RELA O DE EMPREGO 4 1 O TRABALHO DA MULHER NA EMPRESA E AS FASES DO CONTRATO DE EMPREGO O trabalho da mulher pode ser analisado de diferentes maneiras dependendo da fase da rela o empregat cia sendo cada uma delas determinante para se verificar a efic cia das tutelas jur dicas existentes sobre o seu trabalho e as hip teses de discrimina o A contrata o a dura o e o t rmino do contrato de trabalho demonstram que as caracter sticas da mulher influenciam no tipo de emprego que ocupam no desenvolvimento de suas atividades no que isso representa economia e a sociedade 4 1 1 A contrata o do trabalho da mulher Existem tratativas que antecedem a formaliza o do contrato que ponderam a vontade das partes e definem as cl usulas da rela o a ser formada Karina Nunes Fritz posiciona o momento pr contratual como per odo de prepara o do neg cio jur dico em que se discute eventual celebra o contratual entre as partes e quando se forma um ju zo de conveni ncia e oportunidade A fase pr contratual do emprego consiste para a empresa o recrutamento e a sele o Para o indiv duo na candidatura ao emprego O recrutamento se d por meio de an ncios editais publica es ou outros meios que torne a convoca o de conhecimento dos interessados exteriorizando o objetivo de contratar da empresa A sele o ocorre com a realiza o de pr ticas de avalia o do candidato compree
119. N o obstante o projeto de lei DA 9 REGI O Ano 34 n 63 Curitiba Tribunal Regional do Trabalho da 9 Regi o jul dez 2009 p 186 510 BOBBIO 2007 p 15 16 5t NEIVERTH MANDALOZZO 2009 p 186 170 trouxesse em seu bojo a previs o para estas empresas o par grafo nico do artigo 5 foi vetado pelo Presidente da Rep blica sob o seguinte argumento Cria se s rio complicador para segregar a parcela relativa ao imposto de renda para dele subtrair o sal rio pago no per odo de amplia o da licen a 2 Assim empresas de pequeno porte foram exclu das desta possibilidade de desconto Alguns autores entendem que a previs o do citado artigo restringe a ades o ao programa apenas s pessoas jur dicas tributadas com base no lucro real Outros assinalam que ainda que a prorroga o da licen a maternidade possa ser concedida por empregadores n o abrangidos pelo incentivo fiscal previsto em lei sua materializa o mais remota O fato da concess o apenas ser devida empregada se for requerida para a empresa pode constituir conduta arriscada m e em tempos de competitividade no emprego A op o pela prorroga o pode ser interpretada pelo empregador como desinteresse no servi o falta de ambi o profissional ou apenas permitir que a empregada seja preterida em determinadas situa es Cabe ressaltar que o posto de trabalho ocupado pela empregada m e poder influenciar na sua escolha
120. O TRABALHO DA 9 REGIAO Ano 34 n 63 Curitiba Tribunal Regional do Trabalho da 9 Regi o jul dez 2009 p 175 188 NOGUEIRA Claudia Mazzei A feminiza o no mundo do trabalho Campinas Autores Associados 2004 divis o sexual do trabalho um estudo das trabalhadoras do telemarketing In SOUSA Ant nia de Abreu Org et al Trabalho capital mundial e forma o dos trabalhadores Fortaleza Senac Cear 2008 p 223 242 NOVAIS Denise Pasello Valente Discrimina o da mulher e o direito do trabalho da prote o promo o da igualdade S o Paulo LTr 2005 NUNES Rizzatto O princ pio constitucional da dignidade da pessoa humana 1 ed 3 tiragem S o Paulo Saraiva 2007 OLIVA Jos Roberto Dantas O princ pio da prote o integral e o trabalho da crian a e do adolescente no Brasil S o Paulo LTr 2006 OLIVEIRA Lourival Jos de As transforma es ocorridas no ambiente de trabalho e seus efeitos In REVISTA TRABALHISTA Direito e processo Ano 7 n 27 jan mar 2002 Bras lia ANAMATRA Rio de Janeiro Forense set 2008 p 67 84 234 OLMOS Cristina Paranhos Discrimina o na rela o de emprego e prote o contra a dispensa discriminat ria S o Paulo LTr 2008 p 108 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO BRASIL Conven o 156 Recomenda o 165 sobre a igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares Dis
121. O poder de dire o na vig ncia do contrato de trabalho feminino o 162 b A dupla jornada da empregada fC C Oaaa 164 C Medidas protetivas quanto mulher gestante kkk 166 d Outras tutelas previstas na CLT j F C C Oaaa 171 e Contrato por tempo determinado n 175 f A es afirmativas e trabalho da mulher i h j C O aaaa 176 4 1 3 Prote o da mulher no t rmino da rela o de emprego aa 177 a Contrato de experi ncia e a prote o do emprego da gestante o 179 b Dispensa e estabilidade gestante kkka 181 c Discrimina o e dispensa sem justa causa es 185 4 2 DISCRIMINA O DA MULHER NO AMBIENTE DE TRABALHO o 192 4 2 1 A gesta o e a maternidade C O O Oa a 192 4 2 2 A falta de isonomia salarial C e C O 198 Ao Afora Tisia ama E arrasto as Va a ANO VA A O ARO nO O 203 4 2 4 Ascens o profissional 207 4 3 A ESPECIAL TUTELA DO TRABALHO DA MULHER COMO CAUSA DE PROTE O DE PROMO O E DE DISCRIMINA O NA RELA O DE EMPREGO 210 1 INTRODU O Como dizia Carlos Drummond de Andrade Ningu m igual a ningu m Todo ser humano um estranho mpar A poesia uma das mais populares express es da arte demonstra a riqueza de caracter sticas que podem formar o ser humano tornando o nico As diferen as entre os seres humanos podem se apresentar de diversas formas f sicas pol ticas sociais raciais et rias de g nero entre outras Entretanto a compreens o e ou aceita o destes fa
122. ORE Jos Redu o de jornada gera emprego In Revista do Tribunal Superior do Trabalho vol 75 n 2 abr jun de 2009 p 85 112 16 FERRERA Maurizio HEMERIJCK Anton RHODES Marthin O futuro da Europa social remodelando o trabalho e o bem estar social na nova economia In GIDDENS Anthony org O debate global sobre a terceira via Trad Roger Maioli dos Santos S o Paulo Editora UNESP 2007 p 168 63 de trabalho leia se seguridade social b sica desenvolvimento da carreira e independ ncia econ mica elementar tais empregos podem significar igualdade entre os sexos e a seguran a ativa das fam lias trabalhadoras Contudo reconhece se o aumento da demanda por m o de obra de baixa qualifica o Este conceito de flexiguridade ou flexiseguran a segundo Rodrigo Garcia Schwarz quer demonstrar que a flexibilidade nas rela es de trabalho s possa ser realizada com o aval da seguran a do trabalhador N o se trata de uma simples conten o de custos e despedimento de trabalhadores ide rio do patronato neoliberal mas de concess es reais aos trabalhadores e de investimentos em benef cios sociais tempor rios e em planos e programas de capacita o e treinamento que aumentem a empregabilidade A flexibiliza o para Maria Regina Gomes Redinha n o representa um objetivo econ mico uma estrat gia de poder ou um fen meno aprior stico mas um conjunto de pr ticas proteiforme e desprovido de conex o a
123. Por fim o terceiro elemento que torna a viol ncia no ambiente do trabalho diferente das demais formas de viol ncia existentes se caracteriza pela aus ncia 137 FELICIANO Guilherme Guimar es Viol ncia sexual contra a crian a e o adolescente no marco da precariza o das rela es de trabalho In Revista da Associa o dos Magistrados da Justi a do Trabalho da 15 Regi o AMATRA XV n 3 S o Paulo LTr 2010 p 72 74 138 Ibid p 74 75 56 estatal Esta uma facilitadora na propaga o da viol ncia enfatizando o desvalor subjetivo da a o de atitude jur dica a n o precariza o Combina indulg ncia leni ncia coniv ncia com impunidade considerando que n o h atua o do poder p blico e a permanece a situa o de viol ncia Quando peca a fiscaliza o dentro do ambiente de trabalho bem como quando n o se fornecem instrumentos necess rios preven o e ao combate de condutas discriminat rias negativas configura se a aus ncia estatal Ao se tratar do trabalho da mulher n o houve falta legislativa na atua o do Estado Contudo a efetividade das medidas nem sempre se mostrou suficiente como no caso da falta de isonomia salarial A Confer ncia Mundial de Mulheres realizada em 1998 na China verificou a dificuldade deste grupo em galgar cargos de dire o de possuir sal rios iguais aos dos homens e a depend ncia econ mica existente Ao mesmo tempo em que reivindicaram mudan as
124. RA FILHO Manoel Gon alves Aspectos jur dicos das a es afirmativas In TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO Revista do Tribunal Superior do Trabalho vol 21 ano 69 n 2 Rio de Janeiro Imprensa Nacional jul a dez 2008 p 72 20 GOMES 2001 p 40 20 BACILA Carlos Roberto Estigmas um estudo sobre os preconceitos 2 ed ampl Rio de Janeiro Lumen J ris 2008 p 219 78 Vale dizer tamb m que conforme ensinamentos de Serge Atchabahian apesar de serem discriminat rias as a es afirmativas se justificam pelo escopo de perseguir a igualdade corrigindo uma desigualdade anterior O autor destaca que tanto o Estado quanto a sociedade s o atores indispens veis para o alcance da igualdade evitando discrimina es ou dando maior efic cia ao princ pio da igualdade Assim para que todos os membros da sociedade fossem colocados em condi es de igualdade que se justifica favorecer uns em detrimento de outros Roberta Fragoso Menezes Kaufmann pontua as ideias de justi a compensat ria e de justi a distributiva como principais fundamentos das a es afirmativas A primeira se motiva em fatos pret ritos oferecendo a repara o a indiv duos que n o sofreram diretamente o dano pleiteada contra quem n o ocasionou efetivamente o dano o que a autora n o considera leg timo J pelo segundo fundamento entende que medida que diz respeito promo o de oportunidades para indiv duos que n o i
125. RTSum 10822 2007 029 09 00 6 Reclamante Priscila Ferreira Ribeiro e Reclamada Rede Audac Cobran as Brasil Ltda Ju za Adayde dos Santos Cecone Julgado em 06 de julho de 2007 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PERNAMBUCO Tribunal Regional do Trabalho 6 Regi o EMBARGOS DE DECLARA O OMISS O GRAVIDEZ EXAME DEMISSIONAL O exame demissional n o incorpora o de gravidez que n o se considera enfermidade mas estado biol gico Sendo tal exame repudiado para a admiss o como discriminat rio n o ser obrigat rio para a demiss o salvo se a empregada alegar ao m dico examinante suspeitar de gravidez causa de sua dispensa ED 2367 01 Relator Paulo Maur cio Ribeiro Pires Belo Horizonte 19 de abril de 2001 Dispon vel em lt www trt3 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PEDUZZI Maria Cristina Irigoyen A mulher e o trabalho no mundo contempor neo In REVISTA DO ADVOGADO Ano XXIX N 104 Julho de 2009 S o Paulo AASP 2009 p 64 70 236 PEREIRA Rodrigo da Cunha A desigualdade dos g neros o decl nio do patriarcalismo e as discrimina es positivas Dispon vel em lt http Avww gontijo familia adv br 2008 artigos pdf Rodrigo da Cunha DesigualGenero pdf gt Acesso em 11 de abril de 2010 p 1 2 PHILIPPI Jeanine Nicolazzi Igualdade e diferen a breves anota es acerca do estatuto tico do Direito moderno In DORA Denise Dourado org
126. SO Marco Aur lio Marsiglia A discrimina o de g nero e a prote o mulher In Revista do Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o n 77 Belo Horizonte Jan Jun 2008 p 24 17 BARROS 1995 p 30 66 Em seu artigo 179 trata da inviolabilidade de direitos civis e pol ticos dos cidad os e dentre os seus incisos estava o conceito de igualdade poca Determinava o inciso XIII A Lei ser igual para todos quer proteja quer castigue o recompensar em propor o dos merecimentos de cada um Contudo a invisibilidade da mulher na vida p blica aqui abrangida tanto pelo crit rio pol tico e democr tico como pelo social n o a inseria no mbito de interpreta o deste artigo Ela n o era considerada destinat ria da lei ficando margem de qualquer legisla o Esta Constitui o n o tratava de problemas de ordem social n o s para mulheres mas tamb m para homens Este aspecto ressaltado por Vera L cia Carlos Por m al m do fato da Constitui o Pol tica do Imp rio do Brasil ignorar a presen a de mulheres salienta se seu sil ncio acerca do voto feminino e sobre as altas taxas de analfabetismo que recai sobre elas Ressalte se que apesar da aus ncia normativa acerca de direitos das mulheres foi durante o s culo XIX que iniciaram as revolu es e os pensamentos femininos e feministas No Brasil com o aumento dos pensamentos emancipat rios da mulher aumenta a discuss o sobre
127. Tr 2000 p 41 13 BARROS Alice Monteiro Curso de Direito do Trabalho 2 ed S o Paulo LTr 2006 p 1086 131 VIANA M rcio T lio Os dois modos de discriminar e o futuro do direito do trabalho In VIANA M rcio T lio RENAULT Luiz Ot vio Linhares coords Discrimina o S o Paulo LTr 2000 p 321 132 SOUZA Jess Moderniza o perif rica e naturaliza o da desigualdade o caso brasileiro In SCALON Celi org Imagens da desigualdade Belo Horizonte Editora UFMG Rio de Janeiro IUPERJ UCAM 2004 p 85 53 Quando as mulheres conquistaram empregos na vida p blica estes n o estavam livres de serem associados s atividades que eram exercidas dentro do ambiente dom stico Tamb m frequentemente eram buscados quando n o iam de encontro aos afazeres dom sticos que continuavam sob sua responsabilidade Logo seus empregos n o eram iguais aos empregos masculinos nem valorados da mesma forma Torna se comum a precariza o do trabalho da mulher De acordo com S lvia Cristina Yannoulas o aumento da participa o das mulheres nos mercados de trabalho est mais vinculado expans o das atividades femininas do que ao acesso s atividades masculinas as discrimina es vertical e horizontal dos mercados de trabalho se reproduzem a brecha salarial n o foi reduzida maior quanto maior o n vel de instru o a taxa de desemprego feminina continua sendo superior dos homens e au
128. a o O autor exemplifica que a pergunta do empregador acerca de eventual gravidez de mulher pertinente se a vaga corresponder a auxiliar de radiologia ou mineiro fun es que podem prejudicar a gravidez Observa se uma desvantagem hist rica quanto ao acesso da mulher ao trabalho cuja resist ncia vem sendo aos poucos enfraquecida O modelo patriarcal j n o t o forte embora ainda reflita nas escolhas da empresa e por vezes da pr pria empregada Nesta fase tamb m a promo o do trabalho da mulher se vislumbra importante merecendo esfor os da atividade empresarial Jos Claudio Monteiro de Brito Filho cita o Termo de Compromisso n 743 01 da Procuradoria Regional do 471 COELHO 2008 p 52 42 MARQUES 2002 p 39 43 BARACAT Eduardo Mill o A boa f no direito individual do trabalho S o Paulo LTr 2008 p 225 474 Ibid p 227 159 Trabalho da 9 Regi o em que empresa se compromete a contratar mulheres para que seu quadro funcional possua em dois anos no m nimo 30 de empregados do sexo feminino al m de prefer ncia nas promo es at o mesmo percentual Obrigou se a empresa tamb m a publicar an ncios de oferta de vagas para ambos os sexos ainda que a fun o fosse tradicionalmente exercida por homens Trata se de medidas de combate discrimina o em prol da inser o Algumas caracter sticas femininas j s o vistas de maneira positiva no momento da contrata o de uma em
129. a indireta ou oculta afronta aos princ pios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da igualdade As consequ ncias culturais e naturais advindas da diferen a de g nero n o s o razo veis pelo sistema jur dico para configurar motivo v lido de ruptura do contrato de trabalho salvo situa es que exijam esta diferencia o 570 ALESSI 2000 p 155 51 BRITO FILHO 2002 p 64 65 52 MENEZES LOPES CALVET SIVOLELLA 2009 p 42 573 OLMOS 2008 p 113 190 No que tange ao trabalho da mulher Alice Monteiro de Barros exemplifica a quest o da discrimina o no final do contrato retratando a dispensa de empregados sob a alega o de conten o de gastos mas que atinge apenas os do sexo feminino e em idade de reprodu o Trata se de situa o de discrimina o oculta uma vez que n o se utiliza o crit rio de g nero para justificar a ruptura contratual Pode ocorrer ainda segundo a Cristina Paranhos Olmos a constata o de que discrimina o negativa tenha motivado o pedido de demiss o pelo empregado As condi es do meio ambiente de trabalho ou condutas do empregador tornam se intoler veis fazendo com que o empregado n o as suporte e solicite a ruptura do contrato Assim n o se exclui a possibilidade de que o pedido de demiss o tamb m decorra de ato discriminat rio no ambiente profissional A resili o do contrato neste caso possui v cio de consentimento uma vez que sua manifesta o de
130. a abril com br noticia brasil salarios nomens mulheres soa serao iguais 87 anos 409797 shtml gt Acesso em em 19 de dezembro de 2008 RIO GRANDE DO SUL Tribunal Regional do Trabalho 4 Regi o INDENIZA O POR DANOS MORAIS Para fins de deferimento de indeniza o decorrente de alegado dano moral mister que haja provas irrefut veis de ato atentat rio moral do postulante em raz o da ocorr ncia de il cito por parte do empregador fatos que n o restaram demonstrados Provimento negado RO 0087500 82 2008 5 04 0812 Reclamante Helena Martins de Sales Teixeira Reclamada Hsbc Bank Brasil S A Banco M ltiplo Redator Ana Luiza Heineck Kruse Porto Alegre 10 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www trt4 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 RIO GRANDE DO SUL Tribunal Regional do Trabalho 4 Regi o RECURSO ORDIN RIO DA RECLAMANTE INTERVALOS QUE ANTECEDEM A JORNADA EXTRAORDIN RIA ART 384 DA CLT Esta Turma em sua composi o majorit ria considera que a infra o ao intervalo previsto no art 384 da CLT se reveste de cunho meramente administrativo n o cabendo a condena o em horas extras Provimento negado RO 0031700 46 2008 5 04 0561 Partes Margarida Rama e Associa o Sulina de Cr dito e Assist ncia Rural ASCAR Redator 238 Cleusa Regina Halfen Porto Alegre 9 de junho de 2009 Dispon vel em lt www trt4 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 ROCHA Patr cia Mulher
131. a em per odo de estabilidade provis ria desde a confirma o da gravidez at cinco meses ap s o parto artigo 10 Il b do ADCT o que interfere no poder diretivo do empregador uma vez que ele n o poder exercer a dispensa uma de suas prerrogativas em contratos sem estabilidade Os efeitos que a gesta o produz na fase contratual do trabalho da mulher podem extrapolar a seara jur dica Anita Maria Meinberg Perecin Torres cita caso em que as exig ncias da gesta o e eventuais complica es sa de podem significar em restri es ao trabalho e receio de perd lo A autora utiliza como exemplo o caso de uma mulher gr vida que trabalhava em esteira de produ o Muitas vezes os artif cios ou medicamentos utilizados na pr tica m dica e recomendados a ela n o correspondiam s exig ncias do seu trabalho uma vez que n o poderia interromp lo para se alimentar mais vezes nem ingerir o rem dio para evitar n useas que lhe davam sono O usual aumento na necessidade de urinar decorrente da press o que a cabe a do beb faz contra a bexiga da gestante foi informado ao encarregado que alterou a fun o da empregada mesmo contrariado Contrariadas tamb m ficaram as colegas em ter que dividir o trabalho da gestante Al m da frustra o que a situa o gera a autora salienta a culpa existente diante de outros trabalhadores e da chefia por n o produzir como antes da gesta o As consequ ncias das modifica es fisiol gic
132. a forte no que tange s caracter sticas de diferentes sexos tamb m diante do crit rio de justi a que discrimina es e desigualdades n o devem prosperar Por isso importante levantar quais as justificativas necess rias e razo veis para legitimar as diferen as de sexo verificando se s o indispens veis e impedir a discrimina o Mesmo diante de toda a complexidade que a igualdade pode exprimir trata se de primado referente natureza do indiv duo o fato de ser humano Disso decorre a constru o jur dica do princ pio que abrange tanto a confec o da norma quanto a sua interpreta o e aplica o Sua eleva o ao car ter principiol gico revela a defini o de uma fonte de orienta o social e jur dica Os princ pios ad quam se ao espa o e ao tempo em que est o inseridos demonstrando uma determinada realidade pol tica A efetividade de suas consequ ncias exp e a sua exist ncia sendo apenas a partir dos seus efeitos que os princ pios tem raz o de ser F bio Konder Comparato assinala o princ pio da igualdade como aquele essencial a todos os seres humanos na sua comum dignidade de pessoas e que constitui o fundamento ltimo dos direitos do homem Assinala Serge Atchabahian que este princ pio n o afirma a igualdade entre os homens em sua ess ncia D se na lei e perante lei tratando iguais de forma igual e os desiguais desigualmente A igualdade erigida como princ pio portanto funciona
133. a import ncia da discuss o acerca da discrimina o e a busca da repara o aos ofendidos Considera que a exposi o do 8 GOSDAL 2008 p 155 0 SEHLI 2000 p 106 1 GOSDAL op cit p 255 2 Ibid p 254 216 ofensor deve ser realizada uma vez que a discrimina o que merece ser discriminada Alerta ainda que mesmo que seja postulada de forma individual a nulidade da dispensa discriminat ria reintegra o no emprego e indeniza o reparadora devem ser incentivadas com o objetivo de coibir e evitar a reitera o da pr tica Alguns dispositivos esbarram na produ o probat ria quando os casos s o levados ao Poder Judici rio O ato discriminat rio em geral n o direto tendo em vista a repulsa que alguns podem representar Quando ciente deste car ter discriminat rio pode ocorrer a discrimina o oculta tamb m quando pode ocorrer quando h uma apar ncia de igualdade que na realidade se demonstra restrita Para Vera L cia Carlos a ado o literal do artigo 818 da CLT que prev que a prova das alega es incumbe parte que as fizer n o se demonstra justa na maioria dos casos tendo em vista o desequil brio existente entre os litigantes Ressalta tamb m a import ncia da prova indici ria podendo o juiz valoriz la mais do que em situa es normais com o intuito de n o negar o comando constitucional que garante o acesso justi a Ao tratar da segrega o ex
134. a ocorr ncia de il cito por parte do empregador fatos que n o restaram demonstrados Provimento negado RO 0087500 82 2008 5 04 0812 Reclamante Helena Martins de Sales Teixeira Reclamada Hsbc Bank Brasil S A Banco M ltiplo Redator Ana Luiza Heineck Kruse Porto Alegre 10 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www tri4 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 587 OLMOS 2008 588 S GUIN 1999 p 122 197 c njuges a fim de evitar discrimina o ainda a mulher quem de forma geral suporta os nus desta situa o A constante amea a ao trabalho da mulher pode utilizar tamb m atutela inibit ria pode agir como meio apto concretiza o do direito n o discrimina o decorrente do direito igualdade e preven o contra o il cito ou dano seja decorrente da maternidade de um preconceito ou de qualquer forma injustificada de diferenciar Contudo n o postulada com frequ ncia no Poder Judici rio Ainda Sandra Lia Sim n cita caso de estrat gia de administra o empresarial que resultou em discrimina o do trabalho da mulher Uma das chefes de uma empresa multinacional exigia escalonamento para a gravidez de forma a evitar que as empregadas vinculadas ao seu setor engravidassem na mesma poca Esta situa o se configuraria como um preju zo inadmiss vel empresa No caso houve investiga o do Minist rio P blico do Trabalho e foi firmado termo de ajustamento de conduta a fim
135. a que outras caracter sticas humanas sejam observadas e aproveitadas al m daquela dominante 2 O autor coloca as seguintes condi es para que as a es afirmativas n o sejam inconstitucionais 1 identifica o de grupo desfavorecido regra de objetividade 2 pondera o da vantagem de acordo com a desigualdade a ser 2 GOMES 2006 p 36 37 7 BOBBIO Norberto Da estrutura fun o novos estudos de teoria do direito Trad Daniela Beccaccia Versiani Barueri Manole 2007 p 15 16 2 FERREIRA FILHO 2008 p 75 81 corrigida sem torn la excessiva regra da medida 3 normas adequadas corre o do desigualamento regra de adequa o 4 a finalidade de corre o regra de finalidade e 5 o car ter provis rio das regras regra de temporariedade Ressalta se que as diferen as devem ser substantivas conectadas finalidade da diferencia o e relevantes a ponto de motivar um tratamento diferenciado Al m disso o motivo e o conte do da distin o devem ser proporcionais para n o produzir consequ ncias gravosas Por fim a medida deve ser adequada ao fim almejado configurando tratamento desigual v lido e leg timo 2 Salienta se tamb m a necessidade da medida que se verifica pelo sujeito que visa a atingir pela causa que combate pelo objetivo que almeja e pelo per odo que se estabelece S o crit rios que legitimam as a es afirmativas de forma a impedir que elas se torne
136. a se o car ter social democr tico deste texto constitucional cujo modelo foi a Constitui o da Rep blica de Weimar A Constitui o brasileira compreendeu v rios dispositivos que vinham paulatinamente sendo determinados na legisla o ordin ria Contudo Alice Monteiro de Barros sustenta que o rol de direitos trabalhistas previstos nesta constitui o refletiam um gesto paternalista do governo do pa s e n o das necessidades e reivindica es sociais Thereza Cristina Gosdal discorda deste posicionamento Para ela os movimentos sociais comunistas anarquistas e feministas buscavam a regulamenta o das rela es de trabalho associada a percep o elitista acerca da necessidade de direitos m nimos e influenciaram na normatiza o de direitos trabalhistas O aux lio maternidade para as empregadas do com rcio foi institu do tamb m neste ano 2 O Decreto 24 272 criou o Instituto de Aposentadoria e Pens es dos Comerci rios que previu o direito s mulheres pertentes a esta categoria Em 1937 foi promulgada nova Constitui o durante o golpe de Estado getulista Ao tratar da igualdade desta vez a Carta Magna se limitava a estabelecer que todos eram iguais perante a lei sem fazer alus o a quaisquer crit rios art 122 188 BARROS 1995 p 107 108 189 CALIL 2000 p 34 19 BARROS op cit p 410 191 GOSDAL 2008 p 145 192 CANTELLI 2007 p 158 71 Tamb m omitiu se quanto proibi o
137. a serem enfrentados para uma eficiente promo o do trabalho da mulher A influ ncia pol tica que sua estrutura recebeu foi do intervencionismo estatal que se implantou no mundo ocidental industrializado com o prop sito de eliminar os efeitos do individualismo exacerbado O sindicalismo pol tico para a autora impede que os sindicatos atentem para a defesa dos direitos trabalhistas da mulher e utilize o poder da negocia o coletiva em prol da sua inser o no ambiente produtivo Enfatiza para isso a necessidade de um movimento livre e aut nomo que come ava a surgir na poca com a influ ncia da Constitui o brasileira de 88 47 A d cada de 90 n o se demonstrou como um per odo ben fico s negocia es coletivas Assim os acordos e conven es coletivas eram firmados com o intuito de evitar perda de direitos o que acarretou em sucessivos preju zos ao trabalhador no que tange as conquistas da d cada anterior Contudo cabe salientar que este per odo revelou a supera o de velhas teses e a formula o de novas a saber mulheres deixam de fazer parte do ex rcito industrial de reserva a segrega o ocupacional de mulheres refor ada por crit rios raciais demostrada provam se a dificuldade de acesso e a persist ncia de disparidades salariais denunciam se a taxa de esterializa o incentivada por empregadores e os casos de ass dio sexual no trabalho Outro aspecto a ser abordado o papel da mulher sin
138. a solicitar exame de gravidez que se revela uma garantia s partes envolvidas O t rmino do contrato j foi definido pelo aviso pr vio e o exame permite que o empregador reveja o despedimento e com isso tutele se o nascituro Esta posi o contudo n o un nime tendo em vista que este exame n o integra o exame demissional uma vez que gravidez estado biol gico e n o enfermidade Acentua tamb m que este exame tido como discriminat rio e repudiado no momento da admiss o e por isso tamb m n o obrigat rio para demiss o A exce o da obrigatoriedade se opera quando a empregada alegar a suspeita de gravidez ao m dico examinante 8 Estabelece tamb m a Lei em seu artigo 4 faculdade para o empregado dispensado por discrimina o em optar pela readmiss o com ressarcimento integral de todo o per odo de afastamento ou a percep o em dobro da remunera o do per odo de afastamento Em ambas hip teses se incluem a corre o monet ria e o acr scimo de juros legais Daniele Lucy Lopes de Sehli assinala que as san es descritas no artigo afetam a pr pria rela o de trabalho e por isso o interessado direto no apenamento em que incide o empregador o empregado uma vez que sua a op o entre a reintegra o ou ressarcimento Contudo a doutrina questiona o uso do termo readmiss o no dispositivo Marcelo Alessi explica que a readmiss o significa um novo contrato de trabalho enqua
139. a sua inser o na vida p blica como cidad e como participante da economia Com a Proclama o da Rep blica formou se nova Constituinte Mariana Coelho afirma a exist ncia de discuss es acerca de direitos da mulher v rias vezes mormente acerca do voto A emenda que defendia o voto feminino n o foi aprovada ou negada e segundo a autora possibilitava o reconhecimento deste direito Contudo mais uma vez pode ser uma representa o da sua transpar ncia relegando a a sua indiferente posi o no mago da sociedade Para C li Regina Jardins Pinto a n o exclus o das mulheres na quest o do voto n o foi citada no texto constitucional pelo fato das mulheres n o existirem como sujeito de direitos na cabe a dos constituintes Estas considera es acerca do direito ao voto s o importantes indiretamente na an lise da normatiza o do trabalho da mulher no Brasil pois se n o havia o seu 173 CARLOS 2004 p 78 174 CALIL 2007 p 21 175 COELHO 2002 p 147 148 17 PINTO 2008 p 16 67 reconhecimento como cidad n o poderia ocorrer o inverso no que se refere sua profiss o A Constitui o de 1891 como a precedente n o tratava sobre quaisquer direitos espec ficos da mulher Sobre a igualdade dispunha que era destinada a todos sem privil gios de nascimento nobreza ou ordens honor ficas A quest o da diferen a de sexo e de g nero n o abordada em quaisquer de seus dispositivos Thereza C
140. a utiliza o dentro do ambiente empresarial embora esteja em grau de ascens o Com o intuito de verificar como as normas existentes no Brasil hoje atuam na promo o do trabalho da mulher faz se necess ria a investiga o acerca da quest o da dignidade humana sobretudo do trabalhador de igualdade e diferen a no que tange ao labor feminino S o estes primados que devem fundamentar a legisla o e a atua o estatal ou privada 86 3 PRINC PIOS E LEGISLA O RELATIVOS TUTELA DO TRABALHO DA MULHER NO BRASIL 3 1 PRINC PIOS RELATIVOS TUTELA JUR DICA DO TRABALHO FEMININO APLIC VEIS NO BRASIL A an lise dos princ pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade constitui pressuposto essencial para a tratativa da especial tutela jur dica do trabalho da mulher Por interm dio do desenvolvimento destes princ pios principalmente o da igualdade que se vislumbrou a constru o de normas jur dicas diferenciadas a estes indiv duos bem como se fundamenta a promo o de suas caracter sticas nas rela es humanas A tratativa dos princ pios ser pautada tanto na doutrina quanto nas normas aplic veis na realidade brasileira 3 1 1 Princ pio da dignidade da pessoa humana A dignidade da pessoa humana consagra em si valores humanos importantes para sua realiza o como ser humano N o basta ser igual livre e solid rio exercer a sua personalidade humana ou possuir patrim nio h que se poder ser tudo is
141. abordando temas tratados tamb m pelas Conven es Segundo Arnaldo S ssekind a conven o ratificada constitui fonte formal de direito que gera direitos subjetivos individuais J a conven o n o ratificada ou recomenda o se configuram como fonte material de direito servindo de inspira o e modelo para a atividade legislativa nacional atos administrativos instrumentos de negocia o coletiva e laudos de arbitragem volunt ria ou compuls ria dos conflitos coletivos de interesse As conven es que abordam a quest o do g nero no trabalho partem de uma necessidade de especifica o do sujeito de direito em face da insufici ncia do tratamento gen rico do indiv duo Quando se observa que a obten o a valora o manuten o e o t rmino do trabalho t m diferentes destinos em virtude do sexo do indiv duo que o desempenha o tratamento gen rico dado pela igualdade formal n o deve perdurar 33 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO BRASIL Normas Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region ampro brasilia rules organiza hntm gt Acesso em 20 de mar o de 2010 334 S SSEKIND Arnaldo Direito internacional do trabalho 3 ed atual e com novos textos S o Paulo LTr 2000 p 181 117 Fl via Piovesan ressalta que as peculiaridades e particularidades s o essenciais para esta especifica o com o intuito de responder s viola es de direitos de forma espec fica e diferencia
142. ade porque este o seu fim maior porque deseja proporcionar inclus o igualdade e aceita o Visam emancipa o de indiv duos e grupos minorit rios a partir de medidas estatais ou particulares que podem intervir na sociedade para modificar uma realidade que o sistema constitucional deseja reprimir por meio de incentivo de comportamentos desejados Norberto Bobbio assinala que um ordenamento promocional almeja o est mulo de comportamentos socialmente desej veis que s o relevantes e t m como finalidade a sua realiza o at mesmo aos recalcitrantes Para ele a utiliza o de t cnicas de encorajamento deve prever mecanismos que influenciem o comportamento desejado facilitando o ou atribuindo lhe consequ ncias vantajosas Para tanto as consequ ncias da conduta a ser evitada devem ser dificultadas Analisado sob a tica das a es afirmativas este crit rio exige o estabelecimento de um diferencial que as justifiquem se a justificativa racional para motivar o tratamento diferenciado e por fim se h correla o entre ela e os ditames constitucionais em concreto Se h guarida constitucional entre a causa e o tratamento diferenciado leg tima a a o afirmativa Manoel Gon alves Ferreira Filho pontua que a discrimina o deve ser uma op o n o para enfatizar as diferen as j existentes e acentuadas por um tratamento discriminat rio em sentido negativo mas para que estes grupos possam se desenvolver e par
143. ades familiares entre os c njuges deve importar na supress o do citado artigo Os artigos 388 a 390 trazem disposi es relativas aos m todos e locais de trabalho que tratam da sa de e do meio ambiente do trabalho da mulher Os dispositivos quanto medicina e seguran a no trabalho devem ser direcionadas a ambos os sexos por m h diferen as de g nero implicam em discuss o acerca de um tratamento diferenciado o caso do artigo 389 1 que estabelece que os estabelecimentos com mais de trinta mulheres com mais de dezesseis anos dever o ter local apropriado para abrigar os filhos sob sua vigil ncia e assist ncia no per odo de amamenta o O par grafo segundo do mesmo artigo estabelece que esta exig ncia pode ser suprida por meio de creches distritais Esta norma se imp e diante da realidade desigual Alice Monteiro de Barros assinala que o casamento e a maternidade ainda s o causas de abandono do mercado de trabalho por mulheres m es o que aponta para a urg ncia de uma infraestrutura social com creches e ber rios que permita sua inser o e manuten o no emprego Tamb m o artigo 390 da CLT prev tratamento diferenciado entre homens e mulheres limitando a for a muscular a ser utilizada pela mulher a 20 quilos para trabalho cont nuo e a 25 quilos para trabalho ocasional A diferencia o de peso se pauta na complei o f sica da mulher considerada como portadora de uma for a menor quando em com
144. ado n o perten a aos empregadores o segundo est expresso nos artigos 389 1 e 400 da CLT Denise Pasello Valente Novais afirma por m que os artigos citados tendem a minorar os efeitos da falta de harmonia na divis o das responsabilidades familiares A previs o contida no primeiro dos citados artigos deu origem a Portaria n 3 296 1986 do Minist rio do Trabalho e Emprego que permite que substituir a exig ncia legal pelo sistema de Reembolso Creche Maria Marta S guin assinala que esta Portaria visou ser uma solu o eficiente para a situa o uma vez que nem sempre as m es se utilizavam do recurso que era oneroso ao empregador Contudo lvaro Ricardo de Souza Cruz afirma apoiando se em dados do Minist rio do Trabalho que o crescimento de creches revela uma mudan a na postura do empresariado que reconhece que empregadas que s o m es t m necessidades espec ficas As discrimina es acerca de oportunidades atua o e ascens o profissional refletem na falta de isonomia salarial entre os g neros Percebe se que a valora o do trabalho feminino menor que a do masculino n o obstante a veda o expressa em lei Caracter sticas atribu das natural ou socialmente s mulheres como a gesta o e a manuten o dos pap is atribu dos a cada g nero acentuam a possibilidade de discrimina o salarial L a Elisa Silingowschi Calil afirma que o valor do trabalho da mulher historicamente menor do que a
145. ados Unidos da Am rica e no Brasil Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 167 236 LOPES Cristiane Maria Sbalqueiro Reforma trabalhista e previdenci ria e direitos da mulher In REVISTA JURIDICA N 17 Tem tica n 1 Curitiba 2004 p 76 Dispon vel em lt http www unicuritiba edu br webmkt pesquisa pesquisa arquivos publicacoes juridica 3artigo3cristiane pdf gt Acesso 20 de janeiro de 2010 Direito do trabalho da mulher da prote o promo o Scielo S o Paulo p 412 417 Dispon vel em lt http www scielo br pdf cpa n26 30398 pdf gt Acesso em 9 dez 2008 LOURO Guacira Lopes Mulheres na sala de aula In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto p 443 481 MALLET Est v o Direito do trabalho igualdade e n o discrimina o In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8 REGIAO Suplemento Especial Comemorativa V 41 n 81 Bel m Tribunal Regional do Trabalho da 8 Regi o jul dez de 2008 p 233 258 MALLET Est v o O princ pio constitucional da igualdade e o trabalho da mulher In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa coord Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 145 160 MANDALOZZO Silvana Souza Netto A maternidade no direito do trabalho Curitiba Juru 1996 COSTA Lucia Cortes da Considera es de algumas des igualdades en
146. afirmar a discrimina o positiva do trabalho da mulher 2 6 A ES AFIRMATIVAS CONCEITUA O E APLICA ES NO TRABALHO DA MULHER As a es afirmativas despertam amor e dio tanto na sociedade quanto em ambiente jur dico Elas s o consequ ncia de uma realidade desigual Foi em virtude desta constata o e com amparo na promo o da igualdade que estas medidas passaram a ser discutidas e implementadas A concep o deste instrumento se deu com o intuito de instituir medidas de tratamento diferenciado a categorias espec ficas possuidoras de caracter sticas pouco ou n o aceitas de forma a emancipar indiv duos desfavorecidos Estabelecem se por pol ticas que visam transforma o de uma realidade de modo com que determinadas diferen as sejam aceitas pela sociedade e com concess o de igualdade de oportunidades aos grupos desfavorecidos 203 CANTELLI 2007 p 158 204 GOSDAL 2008 p 145 77 Decorrem da constata o de uma realidade desigual Uma vez averiguada discutida e comprovada buscou se a repara o al m de formas de inser o de caracter sticas individuais ou de grupos minorit rios renegados e ou exclu dos nesta realidade Destaca se entendimento de Manoel Gon alves Ferreira Filho Com efeito trata se no fundo de concretizar um paradoxo desigualar para criar igualdade E o paradoxo do ngulo jur dico se torna um problema porque a desiguala o tem de ser feita dentro do respeito ao p
147. ais desta norma tronco E desta forma disseminam se por todo o ordenamento jur dico Thereza Cristina Gosdal assume a dignidade como um direito sob tr s enfoques como direito subjetivo como necessidade e como princ pio A sua fun o limitadora atua tanto nas rela es intersubjetivas quanto nas p blicas e coletivas Contudo ressalta que n o se trata de uma fun o nica mas visa alicer ar os direitos fundamentais e instrumentalizar o indiv duo nas suas esferas de atua o Neste contexto a dignidade vislumbra a transforma o da sociedade como os direitos humanos em geral informa o sistema jur dico e orienta o legislador e o int rprete do direito como princ pio fundante al m de ser garantia ou dever comportando pretens es jur dicas como direito expresso no Direito Positivo O princ pio da dignidade da pessoa humana revela um valor que deve orientar seus direitos e deveres que tratam de direitos relativos humanidade de forma a proteger o homem do Estado e de quaisquer outras rela es que tenham o cond o de oprimi lo 2 NUNES 2007 p 49 50 20 PINHO 2005 p 83 84 2 Ibid p 153 242 GOSDAL Thereza Cristina Dignidade do trabalhador um conceito constru do sob o paradigma do trabalho decente e da honra S o Paulo LTr 2007 p 49 89 Este princ pio segundo Jos Joaquim Gomes Canotilho sugere a integra o de cinco valores a integridade f sica e espiritual do homem b
148. almente implemente pol ticas aptas a estimul lo Segundo Paula Oliveira Cantelli o mercado de trabalho da mulher pode ser incentivado por medidas que estimulem e facilitem sua inser o e seu aperfei oamento profissional que sejam voltadas a mudan as culturais que possibilitem a concilia o entre a vida familiar profissional e familiar e que por fim sejam garantidoras da dignidade humana no trabalho A previs o constitucional depende da edi o de leis para se concretizar Entretanto no per odo da sua promulga o at hoje houve parca produ o legislativa nesse sentido L a Elisa Silingowschi Calil afirma que as modifica es ocorridas mais co bem distor es e punem a discrimina o contra o trabalho da mulher e menos incentivam a sua contrata o e perman ncia no emprego Assim pouco representam para a efetiva o da igualdade material contudo revelam se como um avan o quando se tem em mente as infundadas restri es a que o trabalho feminino era submetido at um passado recente 37 FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Identifica o dos direitos fundamentais da mulher trabalhadora no ordenamento jur dico brasileiro In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 198 199 318 CALIL 2007 p 52 58 319 ALVES Bruno Franco GUIMAR ES Marina Oliveira A inser o da mulher no mercado de trabalho brasileiro direitos desigualda
149. amb m se demonstraram limitadoras do trabalho feminino e discriminat rias em algumas situa es A prote o implicava em tratamentos diferenciados que aumentavam custos ou minoravam a produtividade Com o efeito reverso restringia o acesso de mulheres a determinados tipos de empregos ou jornadas de trabalho entre outras Constatadas novas formas discriminat rias decorrentes da legisla o e tamb m de novas realidades sociais um novo mandamento era necess rio ou seja O que promoveria pol ticas de incentivo ao trabalho da mulher No Brasil a Constitui o Federal de 1988 foi determinante para sedimentar este entendimento dispondo sobre a igualdade entre homens e mulheres artigo 5 e sobre a prote o do mercado de trabalho da mulher artigo 7 XX Com este novo valor o ordenamento jur dico p trio teve a revoga o de v rios dispositivos legais acerca do tema Tamb m foram introduzidas novas tutelas jur dicas com o intuito de promover o trabalho feminino Tanto as medidas protetivas quanto as promocionais s o formas de tutelar de forma diferenciada o trabalho feminino refletindo nas escolhas empresariais Com o intuito de que os objetivos do ordenamento jur dico sejam atendidos necess rio verificar se estes reflexos s o positivos ou negativos Para tanto exige se uma cont nua avalia o das tutelas jur dicas que reconhecem diferen as a fim de n o se admitir a instala o de qualquer desigualdade
150. amparo profissional e pessoal prestados em especial Rosana de Lurdes Mendes que me incentivou do come o ao fim do curso de Mestrado RESUMO O trabalho da mulher possui um hist rico diferenciado do realizado pelo homem considerando particularidades f sicas e culturais que impulsionaram a forma o de um modelo produtivo baseado em caracter sticas masculinas Este passado influenciou lutas femininas e feministas que dentre outras conquistas originaram normas de prote o do trabalho contudo nem sempre estas se demonstravam suficientes ou inclusivas Com a Constitui o brasileira de 1988 atualmente em vigor o paradigma foi alterado e a igualdade de g nero recebeu enfoque material A partir dela revogaram se v rios dispositivos legais que exclufam a mulher do mercado de trabalho bem como passou se a vertente promocional do seu labor com medidas de inclus o e promo o em todas as fases do contrato Entretanto observa se ainda a pr tica discriminat ria em algumas situa es A especial tutela do trabalho feminino imp e a necessidade de verificar quais s o seus reflexos na empresa empregadora no Brasil se s o positivos ou negativos se s o suficientes e eficazes ou n o Palavras chave trabalho da mulher discrimina o negativa princ pio da igualdade legisla o protetiva legisla o promocional ABSTRACT Work of women has a different historic than men s labor because of their physical and
151. an lise da realidade das partes no mercado de trabalho A ruptura do contrato se realiza pelo empregador em virtude do poder diretivo Por meio dele pode dispensar o empregado que n o realiza as atividades de acordo com as necessidades da empresa que cometeu ato que abala a confian a do contrato ou cujo trabalho n o mais necess rio Como foi analisado anteriormente este poder se direciona hoje n o mais como direito potestativo mas como direito fun o Esta vis o afirma que a empresa deve se pautar pela finalidade social de forma a assegurar a todos uma exist ncia digna em igualdade de condi es abstendo se de condutas discriminat rias Desta forma verifica se que a empresa n o deve mais se ater s e exclusivamente finalidade lucrativa A ruptura unilateral do contrato realizada pelo empregador no exerc cio do seu poder potestativo afetando mais a esfera do empregado uma vez que o 538 OLMOS Cristina Paranhos Discrimina o na rela o de emprego e prote o contra a dispensa discriminat ria S o Paulo LTr 2008 p 108 537 DELGADO 2009 p 1021 179 contrato de trabalho sua fonte de subsist ncia O empregador tem a faculdade fazer cessar a qualquer momento e por qualquer motivo o v nculo estabelecido N o um direito contudo que pode ser exercido de forma absoluta Para o empregador verifica se que seu poder diretivo encontra limites tamb m nesta fase considerando que algumas situa
152. ando uma vez que a subordina o se d quanto aos aspectos profissionais do empregado A ger ncia destes direitos pelo poder diretivo poss vel quando n o ofender a ordem jur dica como ocorre por exemplo na imposi o do uso de determinada vestimenta ben fica sa de dos empregados 485 SIM N 2000 p 108 88 Ibid p 107 487 MARQUES 2002 p 45 488 CARLOS 2004 p 36 168 O cuidado que se imp e pelo dever de respeito imagem do trabalhador n o permite obrigar o empregado ao uso de roupas ofensivas ou humilhantes como por exemplo a determina o do uso de minissaias ou blusas decotadas a gar onetes ou vendedoras O exemplo pertinente a este trabalho uma vez que demonstra a vincula o da imagem feminina a uma vis o sexista que n o deve permear as rela es de emprego A discrimina o ocorre quando se desrespeita a dignidade da pessoa humana a igualdade e o direito n o discrimina o assim como na fase pr e na p s contratual Alice Monteiro de Barros observa que a sua ocorr ncia pode acontecer no curso do contrato de trabalho e cita como exemplo delegar tarefas inferiores que n o requeiram qualifica o ao empregado bem como restringir oportunidades de promo o Marcelo Alessi pontua como os casos preponderantes de discrimina o no desenvolvimento do contrato de trabalho a distin o de oportunidades e limita o da atua o de ascens o profissional e disparidade sa
153. apresentar uma vantagem para superar as desigualdades de g nero A valoriza o da paternidade pode ser iniciativa faltante para se aproximar da igualdade material harmonizando se inclusive com o princ pio da prote o integral a crian a Por m como o v nculo do pai e seu filho possui uma rela o f sica menor a maturidade da sociedade se faz requisito para um aumento da licen a paternidade O desenvolvimento da import ncia da paternidade deve ser crescente a fim de impedir que o benef cio se transforme em possibilidade de incrementar a renda necessidade t o comum numa sociedade com desigualdades de classe Tamb m a consci ncia social neste sentido h de estar desenvolvida para evitar a preval ncia de resqu cios da sociedade patriarcal Quanto diferen a salarial entre homens e mulheres em decorr ncia de discrimina o se for verificada que ocorre de forma direta pode ensejar a equipara o do sal rio ou a repara o do dano Contudo a dificuldade maior se vislumbra num contexto mais amplo em que a quest o da exist ncia de trabalhos femininos e masculinos observada bem como na dura o da jornada de trabalho As caracter sticas que denotam um emprego precarizado a falta de valoriza o ou fragilidade do v nculo formado sendo conceito que atinge qualquer 222 trabalhador Entretanto quando se relaciona ao conceito o g nero do trabalhador o caminho para um trabalho prec rio feminino geralmente s
154. ar o de 2010 6 BARROS 1995 p 227 122 A Lei 7 855 1989 revogou v rios dispositivos da CLT considerados inconstitucionais ap s a promulga o da Constitui o brasileira de 1988 a saber artigos 374 375 378 379 380 387 e 446 Eles restringiam trabalhos noturnos proibiam trabalhos em subterr neos minera es em sub solo pedreiras e obras e nas atividades perigosas e insalubres e permitiam que pais e maridos solicitar a rescis o do contrato de trabalho da mulher O artigo 376 da CLT que restringia a realiza o de horas extras por mulheres n o foi revogado de imediato sendo apenas em 2001 que a Lei 10 244 disp s sobre sua revoga o de forma expressa Por m j havia ocorrido sua revoga o t cita De acordo com os atuais ditames constitucionais ainda existe o car ter protetivo do trabalho da mulher desde que se observe os fatores relativos n o discrimina o Mas tamb m e principalmente possui o car ter promocional com o intuito de promover a efetiva participa o feminina no mercado de trabalho As transforma es tecnol gicas econ micas e sociais s o apontadas por L a Elisa Silingowschi Calil como fatores importantes minimiza o da prote o ao trabalho da mulher que se mant m no que em situa es de real import ncia H um car ter promocional no direito do trabalho da mulher que visa igualdade de g neros e prote o quando as diferen as a exigirem 8 Por estes moti
155. aram ao trabalho ap s a licen a maternidade por iniciativa do empregador O julgado assinala que as empregadas gestantes ou m es s o demitidas porque tem reduzida sua capacidade de trabalho ou faltam mais onerando o empregador ou porque outra pessoa assume suas fun es quando a antiga empregada entra em licen a e assim perde a import ncia Qualquer da raz o caracteriza pr tica discriminat ria em face da mulher que n o se pode admitir sob qualquer pretexto A postura da empresa nega s mulheres o direito fundamental de engravidar sendo incompat vel os ditames constitucionais da dignidade da pessoa das trabalhadoras da valoriza o do trabalho humano e da fun o social da propriedade Pontua ainda a degrada o do ambiente de trabalho que instaurou o imp rio do medo em virtude da puni o da gravidez com a dispensa do emprego Este momento demanda compaix o e prote o mulher e ao nascituro motivo pelo qual se presumiu o impacto moral e psicol gico sofrido pelas empregadas reconhecendo o direito da autora indeniza o por dano moral decorrente de demiss o discriminat ria A discrimina o ainda se percebe pela considera o da gravidez como fator incapacitante para o desenvolvimento das atividades regulares seja na compara o com as colegas n o gr vidas ou com os companheiros do sexo oposto pr tica que n o se respalda no poder diretivo do empregador e afronta os fundamentos e garantias constitucio
156. arcado pela sexualidade consentida ou prostitu da Durante o mesmo per odo mas fora do contexto escravocrata a caracter stica predominante de suas atividades foi a dom stica As mulheres que trabalhavam fora de casa sofriam preconceito motivado pela sua presen a na vida social O modelo ideal era o papel de guardi do lar e da fam lia s mulheres e o espa o p blico destinado aos homens Apenas fam lias abastadas enquadravam se neste padr o restando s fam lias pobres e escravas trabalhar pelo seu sustento e enfrentar o preconceito Alice Monteiro de Barros revela que em 1872 foi apurado pelo Censo Demogr fico do IBGE que indicou um percentual de 45 5 da for a de trabalho da mulher Em 1900 o percentual n o se modifica significativamente Entretanto este censo permitiu mostrar o labor feminino e suas nuances 52 6 em empregos 3 Passim DEL PRIORE Mary Magia e medicina na Col nia o corpo feminino In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 78 79 88 96 2 PRADO J NIOR 2007 p 293 Passim FIGUEIREDO 2008 p 149 159 8 CALIL L a Silingowschi Calil Direito do Trabalho da mulher A quest o da igualdade jur dica ante a desigualdade f tica S o Paulo LTr 2007 p 22 24 dom sticos 24 6 na agricultura 14 2 nas artes e of cios 4 2 nas ind strias e 4 4 no com rcio e em outras atividades
157. art 381 algumas disposi es sobre o os per odos de descanso artigos 382 e 385 caput e par grafo nico entre outros Al m disso prev a regra geral acerca da aplica o de leis especiais Quando n o houver previs o espec fica sobre o trabalho da mulher ser o aplicadas as disposi es gerais O enfoque deste estudo por m ser direcionado s diferen as ainda existentes e se elas s o ou n o justific veis O artigo 372 que determina a aplica o da disciplina geral do trabalho ao trabalho da mulher salvo as disposi es especiais existentes Excepciona no seu par grafo nico a aplica o do artigo no que tange ao trabalho desenvolvido em oficinas familiares Ant nio lvares da Silva pontua o trabalho desenvolvido nas condi es do par grafo n o configura a rela o de emprego entre seus membros Contudo chama a aten o para a imperatividade das normas gerais de higiene sa de e seguran a em qualquer lugar onde haja trabalho humano O artigo 373 A foi inclu do pela Lei n 9 799 1999 que inseriu regras sobre o acesso da mulher ao mercado de trabalho na CLT O citado dispositivo alude proibi o de condutas discriminat rias no acesso da mulher no emprego que utilizem como o sexo a idade a cor ou a situa o familiar da pessoa como crit rios para chamamento ao de emprego publica o de an ncio para recusar emprego promo o ou motivar a dispensa para determinar valor remunerat rio
158. artigo 847 do CDC a essencialidade da tutela inibit ria Estes dispositivos apenas instituem t cnicas processuais adequadas sem fundamentar a tutela inibit ria ou as tutelas das obriga es de fazer ou n o fazer Eles estabeleceram segundo a orienta o constitucional estipulada no inciso XXXV artigo 5 os instrumentos necess rios para efetivar o direito tutela Ressalta se do citado dispositivo legal o zelo acerca da efetividade do direito a ser tutelado N o s a preven o do antijur dico do il cito e do dano cabe em sua leitura mas tamb m a possibilidade para que se tomem medidas em prol da efetividade da medida Consiste numa forma de assegurar preventivamente o resultado pr tico que a prote o seja presente Ap s este normativo o C digo Civil de 2002 tamb m disciplinou a tutela inibit ria em seus livros Ao tratar dos direitos de personalidade disp e no seu artigo 12 a possibilidade de exigir a cess o da amea a a tais direitos Por sua vez o artigo 443 POZZOLO 2001 p 90 444 MARINONI 2006 p 87 S Ibid p 115 149 20 do mesmo diploma legal prev que a parte poder requerer a proibi o de determinados atos que exteriorizem seus direitos Como medida preventiva a tutela inibit ria est voltada para o futuro uma vez que descortina a possibilidade de evitar a ocorr ncia do il cito ou do dano que pode ser praticado continuado ou repetido Constitui instrumento que independe da oco
159. as normas de prote o ao trabalho da mulher previstas na CLT devem prevalecer apenas aquelas concernentes sua capacidade f sica e prote o da maternidade pois as demais n o se harmonizam com a Constitui o da Rep blica de 1988 RO 00682 2009 023 03 00 4 Recorrentes Sabrina Laia Braga e Banco Panamericano S A e outro Relator Sebasti o Geraldo de Oliveira Belo Horizonte 233 26 de maio de 2010 Dispon vel em lt www trt3 jus br gt Acesso em 22 de maio de 2010 MINIST RIO P BLICO DO TRABALHO Promover a igualdade de oportunidades no trabalho Dispon vel em lt http www pgt mpt gov br atuacao discriminacao gt Acesso em 14 de fevereiro de 2009 MIRANDA Pontes de Democracia liberdade igualdade os tr s caminhos 2 ed S o Paulo Saraiva 1979 p 407 552 MONTEIRO J NIOR Francisco Jos Trabalho da mulher o art 384 da CLT e a lei Maria da Penha e seus aspectos trabalhistas In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 161 176 MUZART Zahid Lupinacci A cidade das mulheres Mariana Coelho uma feminista brasileira In COELHO Mariana A evolu o do feminismo subs dios para a sua hist ria 2 ed Curitiba Imprensa Oficial do Paran 2002 p 11 18 NEIVERTH Elisabeth M nica Hasse Becker MANDALOZZO Silvana Souza Netto A licen a maternidade e sua amplia o facultativa In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL D
160. as que podem ocorrer no corpo da mulher durante os ciclos menstruais e na gravidez constituem barreiras para o ritmo de trabalho estafante que imposto a todos S o elementos que revelam a dificuldade na aceita o do corpo feminino no ambiente de trabalho como corpo produtivo este delineado de acordo com o padr o masculino de produ o e com as exig ncias de m xima produtividade e lucratividade que podem ser obstadas pela necessidade de interrup es O meio ambiente de trabalho local em que a mulher inserida o que n o significa necessariamente que reproduza adapta es necess rias Admitem se as modifica es fisiol gicas e as dificuldades dela decorrentes Existe uma condescend ncia quanto aceita o da gravidez que n o elimina 501 INSTITUTO ETHOS O Compromisso das Empresas com a Valoriza o da Mulher S o Paulo Instituto Ethos 2004 p 17 Dispon vel em lt http Avww1 ethos org br EthosWeb Default aspx gt Acesso em 18 de maio de 2010 502 TORRES 2007 p 93 94 167 por m o mal estar gerado por ela N o h como regulamentar em lei a frustra o deixada pela situa o Outra decis o apreciou caso de dano moral contra empregada gestante durante o v nculo empregat cio O ato lesivo consistiu em proibi o de a gestante comparecer a consultas de pr natal que somente eram poss veis em hor rios de expediente De acordo com o ac rd o trata se de constrangimento gr
161. at ria prima for suscet vel de altera es r pidas for a maior em estabelecimentos banc rios A Lei 5 673 1971 por sua vez estabeleceu as seguintes exce es servi os de processamento de dados ind strias exportadoras de manufaturados de couro Esta altera o se deu sob a gide de uma nova ordem constitucional promulgada pela Emenda Constitucional n 1 de 1969 A quest o da igualdade foi tratada como no texto anterior com a nfase da proibi o de crit rios espec ficos dentre eles o sexo O trabalho da mulher foi tratado como no texto anterior 73 L a Elisa Silingowschi Calil assinala que o per odo ap s o golpe militar de 1964 que resultou na Constitui o de 1967 e EC n 1 de 1969 fez com que as normas trabalhistas ganhassem um vi s econ mico subordinadas s metas do governo A luta por direitos sociais era praticamente imposs vel n o obstante o mercado de trabalho feminino prosseguisse em sua marcha cont nua Mais tarde a Lei 7 189 1984 alterou o sentido do art 379 e ao inv s de proibir o trabalho noturno era permitido salvo se realizado em empresas ou atividades industriais Contudo se a mulher ocupasse posto de dire o ou de qualifica o t cnica com acentuada responsabilidade ou se o trabalho tratasse de servi os de higiene e bem estar a exce o n o era aplic vel Prosseguia a exig ncia de exame m dico que atestasse sua aptid o al m da necessidade de comunicar autoridad
162. atuacao discriminacao gt Acesso em 14 de fevereiro de 2009 204 Anita Maria Meinberg Perecin Torres afirma que trabalhos que exijam postura esfor o e ritmo acelerado podem dar ensejo a doen as do trabalho Cita o trabalho realizado em p parada e fazendo grande esfor o muscular que pode causar varizes nas pernas incha o nos membros inferiores dores nas articula es Da mesma forma trabalhos que demandem esfor o f sico e que se revelem em tarefas pesadas e mon tonas podem ser causa de c imbra cansa o h rnia de disco abortamento espont neo parto prematuro ou beb abaixo do peso ao nascer 8 A norma objetiva a prote o da mulher na desvantagem quanto ao suporte de peso e baixa resist ncia muscular O motivo da prote o portanto de ordem biol gica e pretende resguardar esta peculiaridade do corpo feminino Foi influenciada pela Conven o n 127 da OIT ratificada pelo Brasil que prop s limite de peso sem quantific lo para o transporte manual de cargas A constata o de que o corpo f sico feminino suporta menor peso que o do homem geral Contudo h fatores que podem levar esta limita o a origem de desigualdades na rela o laboral Thereza Cristina Gosdal aponta que o excesso de peso prejudicial tanto mulher quanto ao homem ressalvado as limita es que eventual estado grav dico da mulher Ela assinala que a limita o deveria se relacionar com as caracter sticas individuais de ca
163. ave ilegal e abusivo atent rio dignidade da trabalhadora e contr rio s garantias constitucionais da maternidade Cabe citar uma das mensagens eletr nicas enviadas empregada transcrita no ac rd o J lhe avisei que o fato de voc estar gr vida n o pode interferir no seu trabalho Consultas e exames devem ser feitos fora do hor rio de expediente Voc deve estar na empresa s 9 00 horas ou ent o ter que compensar as horas que voc estiver fora Observa se pela mensagem como a maternidade encarada pelo empregador como uma interfer ncia na atividade produtiva No curso da licen a maternidade discute se acerca dos efeitos do afastamento sobre o contrato de trabalho se interrompem no ou suspendem no Alice Monteiro de Barros sustenta que o afastamento melhor caracterizado como suspens o do contrato em virtude da cessa o tempor ria das obriga es de prestar trabalho pela empregada e de pagar sal rio pelo empregador Difere por isso da hip tese de interrup o em que apenas a presta o de servi os fica paralisada Contudo para Maur cio Godinho Delgado a hip tese de interrup o tendo em vista a manuten o da contagem do tempo de servi o para todos os fins o 53 TORRES 2007 p 94 504 S O PAULO Tribunal Regional do Trabalho 2 Regi o Ementa dano moral restri es ida ao m dico Quem sabe da necessidade do atendimento m dico o profissional da sa de q
164. aves existentes quanto ao seu acesso vida p blica negavam o acesso da mulher em v rios aspectos da sociedade o que ocasionou a demora no reconhecimento de direitos destinados s necessidades da mulher tanto no ambiente p blico quanto no privado N o havia um lugar para a mulher no Direito Sua hist ria revela a sua aus ncia devido subordina o ao pai ou ao marido culminando na sua incapacidade jur dica A divis o social sexual e inclusive a racial do trabalho influenciavam a sua posi o e hierarquia dentro do ambiente laboral Esta situa o n o era exclusiva da realidade brasileira o processo de industrializa o europeu caracterizou se pela explora o de trabalhos denominados meias for as dentre os quais se encontrava o da mulher Relatam se as caracter sticas do labor feminino da poca que sofre principalmente na ind stria francesa da seda pelo mau cheiro de suas vestes debilitado quadro de sa de sujei o a uma jornada de 13 horas de trabalho insalubridade baixa remunera o Desta situa o decorre a edi o das primeiras normas protetivas ao seu trabalho At o ano de 1930 h um parco registro de produ o legislativa acerca do labor feminino Na primeira Constitui o brasileira de 1824 a palavra mulher n o aparece O voc bulo feminino sim mas para designar a sucess o real o artigo 117 determinava a prefer ncia do sexo masculino ao feminino 171 TREVI
165. b m n o podem ser objeto de dinheiro Afirma que a indeniza o s poder ser devida se o empregador tiver cessado sua atividade quando pessoa jur dica ou tiver morrido ou mudado do local quando pessoa f sica 54 BARROS 2008 p 55 Ibid p 378 6 SILVA 2009 p 47 48 184 Ainda quanto reintegra o discute se quanto possibilidade ou n o de ren ncia a este instituto Julgado do Tribunal Superior do Trabalho reformou decis o de inst ncia inferior que afastava o direito da empregada Em seus fundamentos a decis o argumentava que a norma constitucional constitui o direito ao emprego e n o o direito a ganhar sal rio sem trabalhar Assim o desprezo da reintegra o pela gestante exclui o recebimento indeniza o A Corte Superior determina o pagamento da indeniza o relativa estabilidade da gestante argumentando que a recusa reintegra o n o afasta a indeniza o uma vez que o que a norma constitucional busca a prote o m e e ao nascituro Alice Monteiro de Barros salienta ainda que se a empregada deixa transcorrer injustificadamente o per odo da estabilidade para s ent o ajuizar a o n o ser o asseguradas as vantagens pecuni rias correspondentes Tal conduta demonstra um interesse maior pela indeniza o do que pelo emprego o que se considera exerc cio abusivo do direito de a o pelo seu desvio de finalidade Pondera por m que se a demanda for postulada ap
166. berto Bobbio afirma o preconceito como uma ideia err nea embora a rec proca n o seja verdadeira tomada fortemente como verdadeira mas que n o se submete a algum controle racional Caracteriza se como uma opini o ou conjunto de opini es s vezes uma doutrina completa que acolhida de forma acr tica e passiva pela tradi o costume ou autoridade de quem se aceita ordens sem discuss o seja por in rcia respeito ou temor A aceita o tem uma for a resistente a qualquer refuta o racional Utilizando este conceito para as rela es sociais cita se o posicionamento de Thereza Cristina Gosdal Para ela o preconceito consiste numa ideia preconcebida acerca de algo ou algu m por um indiv duo ou grupo visando justificativa da sua explora o econ mica domina o pol tica ou oculta o de antagonismos de classe uma atitude que leva discrimina o que inflige em certas pessoas um tratamento diferenciado e imerecido geralmente fundada no desconhecimento Para Regina Maria Vasconcelos Dubugras o preconceito consiste num julgamento pr vio que considera caracter sticas intr nsecas ou extr nsecas comportamentos ou circunst ncias de forma generalizada banal ou m tica de forma a condenar censurar ou rejeitar todas estas ideias sem um fundamento cient fico Ela diferencia o preconceito da discrimina o afirmando que o primeiro faz parte da individualidade de quem o possui enquanto a segunda a sua
167. ca pret rita Aquela pressup e ato continuado que ainda n o cessou Note se que quando a preven o se refere continuidade ou repeti o do il cito do antijur dico ou do dano a prova tem maiores chances de demonstra o A exist ncia anterior do evento fato concreto que auxilia a demonstrar a nova amea a e configurar a necessidade de tutela A dificuldade maior reside na amea a de ato antijur dico ou danoso que n o aconteceu ou que possui apenas ind cios A discrimina o velada e a indireta comumente observada no que tange ao trabalho da mulher faz parte desta categoria O conte do do direito igualdade faz com que sua prote o deva ser uma constante n o s como orienta o ao pr prio ordenamento jur dico como tamb m as condutas individuais Este direito existe antes da realiza o de qualquer fato porque est presente no ordenamento e direcionado a todos Por este motivo o car ter preventivo da tutela inibit ria pode funcionar como importante instrumento ao combate a pr ticas discriminat rias contra a mulher O ambiente de trabalho pode trazer a tona situa es que se revelem discriminat rias podendo ser iminente palco para a pr tica de condutas il citas ARENHART 2000 p 136 450 POZZOLO 2001 p 97 451 Ibid p 98 151 antijur dicas ou danosas Isso faz com a tutela inibit ria encontre prof cuo campo de atua o Adriano Kessler Thibes Oro compartilha deste ente
168. cap tulo O tema da presente disserta o se harmoniza com a linha de pesquisa Atividade empresarial e Constitui o inclus o e sustentabilidade do Mestrado em Direito Empresarial e Cidadania cursado no Centro Universit rio Curitiba UNICURITIBA O elo entre eles se observa ao verificar como as especiais tutelas jur dicas acerca do trabalho da mulher recepcionadas pela Constitui o de 1988 ou criadas ap s ela atuam pela inclus o e sustentabilidade do trabalho da mulher Estas medidas refletem na atividade empresarial brasileira e em decorr ncia disso s o determinantes ao processo inclusivo ou ao prosseguimento excludente 2 A EVOLU O DO TRABALHO DA MULHER NO BRASIL 2 1 HIST RICO DO TRABALHO DA MULHER NO BRASIL O labor feminino no Brasil n o encontrou valoriza o desde o seu in cio As condutas discriminat rias do trabalho da mulher podem ser constatadas tanto na sociedade encontrada pelos portugueses como na trazida para o Brasil A chegada dos europeus no pa s n o significou a coloniza o desde logo Celso Furtado afirma que Portugal e Espanha sofreram press o pol tica das demais na es europeias para iniciar a ocupa o econ mica do territ rio brasileiro sob pena de perder as terras americanas Dado o impulso concorrencial necess rio a ocupa o brasileira aproveitou da m o de obra dispon vel ao trabalho existente em terras brasileiras a sociedade ind gena Assim desde logo hierar
169. car a exist ncia da discrimina o do feminino pelo masculino De uma forma geral para vencer esta falta de uniformidade entre os g neros passa tanto pela vis o que integra a mulher ao sistema j existente quanto pela afirma o de um ponto de vista feminino para criar uma nova ordem Julga interessante a proposta do feminismo da diferen a quanto cria o de uma simbologia uma cultura feminina Embora esta teoria n o defina como a constru o desta identidade pode ser feita acredita que quando houver compreens o da mulher acerca de suas pr prias caracter sticas que poder o ser redefinidos os pap is que comumente s o impostos a homens e mulheres O respeito s diferen as depende de um esfor o cont nuo uma vez que as maiorias rejeitam as minorias que n o s o reconhecidos dentro de determinado grupo Desta forma pode se conceber que a inexist ncia de desigualdades est vinculada a uma lembran a constante da exist ncia das diferen as que imponha um tratamento de observ ncia da diferen a n o opressora n o inferiorizante Fl via Piovesan ressalta que o direito igualdade pressup e o direito diferen a Parte do entendimento de que todos s o iguais mas diferentes e de que todos s o diferentes mas iguais O direito diferen a se configura como um desdobramento do direito igualdade na medida em que se percebe que aquele integra ou deve integrar o conceito desta Vislumbra se este direi
170. cessidade de resguardar o f sico ap s a gesta o Sob a perspectiva da crian a imprime a necessidade de oferecer prole os cuidados necess rios aos primeiros tempos de vida Da mesma forma salienta se o car ter fundamental deste direito que transcende m e e ao filho para proteg los em conjunto e chegar ao pr prio pai quando tamb m empregado A maternidade consiste em caracter stica da mulher com filhos sem depender do fato de ser natural ou por ado o Por este motivo coerente que a licen a seja concedida tamb m s mulheres empregadas que adotarem crian as Embora j exista determina o legal para tanto tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda Constitui o 464 de 2006 que vislumbra a altera o dos incisos XVIII e XIX do art 7 a fim de conceder licen a aos pais adotivos L a Elisa Silingowschi Calil descarta a hip tese de preciosismo do 310 YANNOULAS 2002 p 55 1 BARROS 1995 p 39 312 MANDALOZZO 1996 p 54 55 313 Ibid p 35 314 PINTO Jos Augusto Rodrigues Prote o maternidade In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 225 111 legislativo em abordar em texto constitucional direito j assegurado por lei a fim de evitar que se fale em inconstitucionalidade da referida lei t Cabe ressaltar que a licen a maternidade tem como destinat rio tamb m a prote o inte
171. chamamento ao emprego inciso a norma denota uma preocupa o com a utiliza o de crit rios infundados para o acesso ao emprego O estado civil e a presen a de filhos constituem fatores que influenciam na inser o laboral de forma negativa O risco do absente smo e de menor concentra o na carreira da mulher em raz o das responsabilidades familiares maior do que nos homens Ant nio lvares da Silva entende que a publica o de an ncio de emprego com os crit rios elencados no aludido artigo s s o poss veis se o emprego exigir atividade ou atos que tenham correla o direta com elas Exempli fica com a possibilidade de concurso p blico da Pol cia que deseja ampliar o n mero de mulheres em seu quadro funcional Entretanto de acordo com o entendimento exposto podem se verificar situa es que exijam um tratamento diferenciado N o o caso portanto de tomar a regra em absoluto mas verificar se est em conson ncia com a razoabilidade nas rela es A regra geral deve ser analisada sob a tica dos princ pios constitucionais e desta forma pode abarcar situa es diferenciadas 351 SILVA 2009 p 33 32 Ibid p 34 33 GOSDAL 2003 p 168 354 SILVA op cit p 35 125 O inciso VI que trata sobre revistas ntimas tamb m desperta discuss es doutrin rias Para contextualizar o tema cabe a explica o de Jos Affonso Dallegrave Neto que pontua a exist ncia de tr s esp cies de revis
172. cumbiram com a nova ordem Para Paula Oliveira Cantelli a promulga o da Constitui o brasileira de 1988 significou a primeira mudan a significativa a respeito do trabalho da mulher ao coibir pr ticas discriminat rias ou restritivas no mercado de trabalho A come ar pelo j citado artigo 5 inciso que conferiu a igualdade entre homens e mulheres em direito e obriga es Este artigo almejou reconhecer a import ncia do papel feminino tanto na esfera dom stica como profissional Embora o tenha feito juridicamente a realidade n o se demonstra facilmente receptiva Apesar da generalidade deste dispositivo que deve ser aplicado a todas as rela es de g nero sua aplica o no Direito do Trabalho que permitiu verificar a inconstitucionalidade de v rios dispositivos infraconstitucionais Foram revogados os artigos da CLT relativos ao trabalho noturno perigoso ou insalubre e a restri o ao trabalho extraordin rio da mulher dentre outros Lei 7 855 89 Alice Monteiro de Barros afirma que estas revoga es visaram amplia o do mercado de trabalho da mulher e harmonizar a legisla o p tria com a vida cotidiana e a realidade social Estes preceitos grande parte das vezes restringiam o trabalho da mulher ao inv s de proteg lo sem seguir o ritmo das modifica es ocorridas em virtude da evolu o tecnol gica nas condi es de trabalho Ademais algumas vezes o trabalho feminino j era desenvolvido em tais condi
173. da No que concerne mulher sua condi o social deve servir de fundamento para um tratamento especial em respeito diferen a e diversidade Foram firmadas v rias conven es recomenda es e resolu es desde o in cio das atividades da OIT referentes ou que influenciam no trabalho da mulher No mbito desta pesquisa ser o tratadas de algumas Segundo informa Thereza Cristina Gosdal um ter o da for a de trabalho mundial representada pelas mulheres Contudo numa m dia tamb m mundial verifica se que percebem remunera o 30 menor que os homens Diante desta realidade a OIT aprovou a Conven o 100 em 1951 sobre a igualdade de remunera o para trabalhos de igual valor Ela foi ratificada pelo Brasil no mesmo ano por meio do Decreto n 41 721 Disp e de forma expl cita acerca da quest o de g nero determinando a igualdade de remunera o entre homens e mulheres para trabalhos de igual valor consagrando o seu incentivo e aplica o por medidas dos Estados Membros bem como seus meios de aplica o Pauta se portanto no direito n o discrimina o uma vez que verifica a exist ncia de uma desigualdade e visa coibir que a diferen a que a origina seja fundamento de diferen a para trabalhos de igual valor Maria do Ros rio Palma Ramalho apresenta a diferen a entre trabalho igual e trabalho de valor igual O primeiro aquele prestado ao mesmo empregador com conte do igual ou semelhante enquanto o
174. da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 202 216 228 DEL PRIORE Mary Magia e medicina na Col nia o corpo feminino In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 78 114 Mulheres no Brasil colonial A mulher no imagin rio social M e e mulher honra e desordem Religiosidade e sexualidade 2 ed S o Paulo Contexto 2008 VEN NCIO Renato O livro de ouro da hist ria do Brasil Rio de Janeiro Ediouro 2001 p 76 88 DELGADO Maur cio Godinho Curso de direito do trabalho 8 ed S o Paulo LTr 2009 p 492 514 863 864 976 992 1016 1022 Dura o do trabalho o debate sobre a redu o para 40 horas semanais In REVISTA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO vol 75 n 2 abr jun de 2009 p 25 34 PASTORE Jos Redu o de jornada gera emprego In REVISTA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO vol 75 n 2 abr jun de 2009 p 85 112 DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTAT STICA E ESTUDOS SOCIOECON MICOS DIEESE ORAGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO OIT Negocia o coletiva de trabalho e equidade de g nero e ra a no Brasil Bras lia OIT 2009 p 5 6 Dispon vel em lt http www dieese org br projetos O T NegociacaoColetivaTrabalho relatorioFinal p df gt Acesso em 8 de maio de 2010 DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTAT STICA E ESTUDOS SOCIOECON MICOS DIE
175. da empregada no trabalho ou a natureza do afastamento mas se a situa o diferenciada entre homens e mulheres dentro da legisla o justific vel Neste contexto Francisco Jos Monteiro J nior afirma que a viol ncia acomete mulheres de forma desproporcional e que por este motivo esta Lei instrumento de concretiza o da igualdade material entre os g neros inspirado nas disposi es constitucionais em princ pios ticos e compensat rios Andr Cremonesi relata que a finalidade da norma a prote o da mulher trabalhadora em situa o de viol ncia dom stica e familiar O afastamento tempor rio do lar com a manuten o do v nculo trabalhista medida que se imp e para proteg la e reintegr la ao lar de forma harm nica 8 A prorroga o da licen a maternidade prevista na Lei 11 770 2008 O diploma normativo institui o Programa Empresa Cidad que prev que empregadas 6 BARROS 2008 p 81 7 MONTEIRO J NIOR 2009 p 169 8 CREMONESI Andr Viol ncia dom stica e familiar contra a mulher obriga es do empregador e efeitos sobre o contrato de trabalho Lei 11 340 2006 In TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DE SAO PAULO Syntesis Direito do trabalho material e processual n 45 S o Paulo 2007 p 142 140 vinculadas a empresas que aderirem ao programa podem solicitar a prorroga o da licen a maternidade por sessenta dias Visa precipuamente ao atendimento do princ pio da
176. da prole e cuidava da alimenta o a negra trouxe de sua cultura as tarefas ligadas alimenta o e desempenhava atividades dom sticas inclusive de amamenta o as europeias vinham para o pa s apenas para casar se com os senhores de engenho ou para trabalhar com a fam lia em col nias europeias J a maior for a f sica masculina era bem vinda na produ o agr cola ou industrial considerando o esfor o que este tipo de produ o exigia Al m disso a prole n o dependente fisicamente do homem o que diminuiu a relev ncia do aspecto reprodutivo na defini o do seu tipo de trabalho predominante Logo tornava o trabalho masculino mais comum no espa o p blico Mas tamb m a quest o cultural influente nesta defini o A partir do momento que os padr es se repetem consolida se uma determinada situa o o caso exemplificado pela continuidade do trabalho dom stico exclusiva ou majoritariamente para mulheres que trabalham em ambientes n o dom sticos dando origem dupla jornada de trabalho Lourival Jos de Oliveira ressalta que n o obstante a estrutura familiar tenha se alterado em virtude tamb m da inclus o da mulher no mercado de trabalho o trabalho reprodutivo e dom stico ainda considerado como feminino As responsabilidades familiares s o acometidas quase exclusivamente s mulheres Esta situa o prejudicial ao trabalho feminino considerando exig ncias para se ausentar do trabalho
177. da trabalhador numa an lise de sua constitui o f sica massa muscular e o tempo despendido na tarefa A prepara o ergon mica tamb m fator ponderado pela autora para averiguar sua aptid o ao desempenho da tarefa Desta forma a observa o do quanto suporta o corpo da mulher e tamb m do homem estaria protegendo a generalidade das mulheres que possuem vigor muscular diminu do quando em compara o ao homens e tamb m a particularidade de alguns homens mais franzinos em compara o a outros trabalhadores do mesmo sexo Observa se que a norma algumas vezes n o respeitada como ocorreu com algumas normas protetivas antes de serem revogadas Denise Pasello Valente Novais assinala ser not rio que muitas mulheres trabalham com pesos sobretudo no campo Outro exemplo que pode ser constatado o emprego de enfermeira amp 8 TORRES 2007 p 117 GOSDAL 2008 p 152 10 NOVAIS 2005 p 62 205 Poderia restar configurada tamb m uma prote o desnecess ria a mulheres que possuem grande for a muscular Neste sentido Estev o Mallet salienta a exist ncia de mulheres competidoras ol mpicas que suportaram pesos de 182 e 140 quilos evidenciando a necessidade de an lise do caso concreto Christiani Marques afirma que a conduta discriminat ria em casos de aferi o de capacidade laborativa poder causar preju zo tanto ao empregador quanto ao empregado Quando se impede a mensura o o pri
178. dadas pela realidade pela doutrina e jurisprud ncia mas utilizados como instrumento de inclus o de considera o das diferen as que envolvem homens concretos e de prioriza o da solidariedade e do interesse coletivo Apesar da dificuldade expressa na fixa o sem ntica do sentido de dignidade ressalta se que isso n o pode significar sua viola o que vis vel quando ocorre A dignidade se caracteriza como a primeira garantia das pessoas e tamb m o ltimo amparo dos direitos fundamentais Ingo Wolfgang Sarlet assinala que a aus ncia de respeito pela vida e integridade f sica e moral do ser humano a falta de garantia de condi es m nimas para uma exist ncia digna a limita o do poder o n o reconhecimento da liberdade da autonomia da igualdade em direitos e dignidade e dos direitos fundamentais importa na inexist ncia da dignidade da pessoa humana E esta por sua vez poder n o passar de objeto de arb trio e injusti as Desponta como princ pio de direito que prima pela prote o de valores intr nsecos indissoci veis inalien veis e irrenunci veis da pessoa Com sua positiva o a dignidade da pessoa humana deixa de ser apenas conduta tica para ser exig vel devendo ser protegida e reclamada na reg ncia de outros direitos Leda de Oliveira Pinho afirma a irrenunciabilidade da dignidade ao relatar acerca do entretenimento consistente em lan ar indiv duo an o como um proj til human
179. dades Nestes termos elas se verificam quando a igualdade influencia na valora o do indiv duo como inferior Assim a igualdade material visa abrang ncia da diversidade e verifica o concreta da realidade em que aplicada Quando analisada esta dimens o de acordo com Maria Cristina Irigoyen Peduzzi o Estado deve promover igualdade de oportunidades por meio de pol ticas p blicas e leis que atentem s necessidades e especificidades dos grupos menos favorecidos quer em decorr ncia do preconceito ou do pr prio processo hist rico e cultural 2 A igualdade substancial ou material exige a aten o variedade das situa es individuais a fim de evitar que a igualdade formal impe a ou dificulte a prote o e a defesa dos interesses individuais de grupos menos favorecidos E tamb m ratifica a apontada necessidade de pol ticas p blicas por interm dio das a es afirmativas O conte do deste princ pio pol tico ideol gico que visa a evitar que a lei seja fonte de privil gios ou persegui es O texto normativo deve ser instrumento regulador da vida social que necessita tratar equitativamente todos os cidad os A Constitui o Federal brasileira de 1988 prev o princ pio da igualdade em seu artigo 5 caput que disp e sobre os direitos fundamentais do homem Todos s o iguais perante a lei sem distin o de qualquer natureza garantindo se aos brasileiros e estrangeiros residen
180. das al m do promocional tamb m orienta sua aplica o Seu objetivo pautado na maior igualdade entre os g neros reparador de uma desigualdade pr existente visa inser o da mulher no mercado de trabalho e principalmente do estabelecimento de igualdade de condi es Especificam se os diversos aspectos que as a es afirmativas podem abordar acerca do trabalho feminino como o acesso ao trabalho e forma o profissional mudan as culturais mecanismos conciliadores da vida profissional familiar e social coibi o de pr ticas de ass dio entre outros 2 SOARES Vera As a es afirmativas para mulheres na pol tica e no mundo do trabalho no Brasil In BENTO Maria Aparecida Silva A o afirmativa e diversidade no trabalho desafios e possibilidades S o Paulo Casa do Psic logo 2000 p 39 MALLET 2009 p 157 228 CANTELLI 2007 p 176 83 Citase o exemplo sobre o Programa de Promo o da Igualdade e Oportunidade para Todos do Minist rio P blico do Trabalho que inclui a quest o da desigualdade de g nero Apurada a desigualdade de tratamento em institui es financeiras desigualdade salarial baixa ocupa o de cargos de chefia o N cleo de Combate Discrimina o ajuiza a o civil p blica contra empresas que praticam a discrimina o lvaro Ricardo Souza Cruz pontua a inexist ncia no Brasil de um n cleo de normas antidiscriminat rias e afirmativas em favor das minorias No
181. das como an ncios e solicita o de exames quanto pela n o realiza o do contrato A discrimina o negativa nesta fase ocorrer portanto por atos que desvalorizem o candidato ao emprego ou impe am injustificadamente a sua inser o n o resultando na contrata o em virtude de caracter sticas infundadas N o se vislumbra a subordina o entre as partes na fase pr contratual que um dos elementos da rela o de emprego As perguntas formuladas pelo empregador ao pretenso empregado que n o tenham rela o com a finalidade da atividade profissional insinuam certa coa o econ mica caracterizando forte ind cio para a discrimina o na futura rela o de emprego A contextualiza o entre a exig ncia e a necessidade real portanto mostra se essencial para apurar se a conduta foi razo vel Eduardo Mill o Baracat ressalta que a responsabilidade pr contratual dentre outras situa es decorre de deveres de prote o Consiste em dever das partes em n o causar danos diretos ou indiretos durante as tratativas preliminares do contrato por meio da inobserv ncia da conduta de boa f A boa f objetiva permite verificar se a pergunta realizada pelo empregador durante a sele o caracteriza ato discriminat rio e se eventual recusa do candidato em respond la leg tima Pode se verificar a exist ncia do dano por meio do nexo de causalidade entre a pergunta formulada respondida ou n o e a n o contrat
182. de 2009 Consultado em lt www trt jus br gt Acesso em 21 de maio de 2010 161 neste lit gio consiste a prova tendo em vista que a discrimina o se encontra na maior parte das vezes nos crit rios subjetivos utilizados H dois entendimentos sobre a forma da repara o Para Cl udio de Menezes Glaucia Lopes Otavio Calvet Roberta Sivolella quando se busca repara o da discrimina o na fase de pr contratual a justi a ideal consiste em dar v tima o que lhe foi recusado isto o emprego Trata se da defesa do direito integra o decorrente da perda do trabalho por ato discriminat rio Assinalam ainda que este direito deve ficar a crit rio da v tima uma vez que a integra o for ada leva ao contato di rio com quem discrimina o que pode levar a uma s rie de transtornos Caso n o haja a op o em exercer este direito cabe a indeniza o por perdas e danos abrangidos os danos emergentes e lucros cessantes Entendimento contr rio o de Thereza Cristina Gosdal para quem o trabalhador discriminado na admiss o pode postular perdas e danos em face da n o contrata o mas n o a readmiss o ou indeniza o dobrada previstas na Lei 9 029 1995 pois como n o chegou a ser admitido n o se formou o contrato de trabalho o que impede a postula o Em julgado sobre o tema do Tribunal Regional do Trabalho da 5 regi o depreende se da ementa Diante disso percebe se que a exist ncia de nor
183. de dar causa discrimina o negativa que deve ser combatida Embora n o tenha sido ratificada pelo Brasil recorda se o car ter orientador das Recomenda es devem funcionar como norte tanto em mbito p blico por meio da legisla o quanto privado como nas negocia es coletivas Arnaldo S ssekind considera que a pr tica da OIT em adotar recomenda es em conjunto com conven es como o caso da Conven o n 156 e da Recomenda o n 165 permite a universaliza o de princ pios social trabalhistas de relevo porque propicia uma maior mbito de atua o e aprova o pelos pa ses de acordo com as particularidades jur dicas socioecon micas nacionais ou regionais de cada um Assim nota se que o direito n o discrimina o tamb m fundamenta esta dupla de conven o e recomenda o Al m desse o direito diferen a reconhecido nas conven es como ocorre quando se determina a ado o de pol ticas nacionais com o intuito de promover a igualdade de oportunidades e de tratamento em mat ria de emprego e profiss o em virtude da constata o de diferen a f tica artigo 2 e 5 n 1 da Conven o n 111 Trata se de assegurar a igualdade atrav s da diferen a Estas conven es se fortaleceram com a Declara o Relativa aos Princ pios e Direitos Fundamentais do Trabalho aprovada pela OIT em 1998 De acordo com este instrumento ressalta se o compromisso que os Membros da Organiza o po
184. des e perspectivas In Revista Augustus Rio de Janeiro Vol 14 N 28 Agosto de 2009 Semestral Dispon vel em http Avww unisuam edu br augustus pdf rev augustus ed 2028 art04 pdf Acesso em 6 de maio de 2010 CANTELLI 2007 p 176 321 CALIL op cit p 54 118 A Constitui o permite de acordo com Maur cio Godinho Delgado a diferencia o que proteja ou amplie efetivamente o mercado de trabalho da mulher sendo inv lida qualquer norma ou medida resulte em desest mulo 2 Estes mecanismos de incentivo s o comandos que devem determinar a corre o das desigualdades existentes quanto ao trabalho feminino de forma favor vel a quem inclui a quem inclu do e sociedade De uma forma direta a utiliza o da diferen a juridicamente relevante para a prote o do trabalho da mulher de forma indireta para a prote o da diversidade no meio social O ltimo dispositivo constitucional brasileiro que trata especificamente acerca do trabalho feminino o inciso XXX do artigo 72 que pro be a diferen a de sal rios de exerc cio de fun es e de crit rio de admiss o por motivo de sexo e outros Georgenor de Sousa Franco Filho esclarece que este artigo pretende proibir os principais motivos constatados na realidade para discriminar negativamente as pessoas no mercado de trabalho O seu enunciado regra que pro be a discrimina o e assim refor a o princ pio da igualdade Para a mulher significa impedir
185. devida sob pena de se inverter o escopo legal O Direito do Trabalho que sempre exige proximidade com a realidade da vida tamb m preocupado com a grandeza biol gica e social da reprodu o humana tutela a concep o em si Assim imperioso o deferimento dos sal rios desde a despedida at o t rmino final da garantia constitucionalmente estabelecida art 10 Il b ADCT da CF 88 independentemente do tempo transcorrido at o ajuizamento da a o RO 07199 2008 016 09 00 9 Recorrentes WMS Supermercados do Brasil Ltda e Fabiane da Silva Pereira de Assis Relator Rosemarie Diedrichs Pimp o Curitiba 27 de outubro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 22 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 02341 2009 019 09 00 1 ACO 38329 2009 Recorrente Mobitel S A Recorrida Sarah Rosa da Silva Garcia Relatora Desembargadora Ana Carolina Zaina Curitiba 27 de outubro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 13963 2008 002 09 00 2 Recorrente Juliane Jarno Blanc e recorrida Construtora Triunfo S A Relatora 235 Adayde dos Santos Cecone Curitiba 15 de setembro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 14404 2006 008 09 00 6 ACO 09211 2009 Recorrentes Puras do Brasil S A e Denise Nunes de
186. dicalista Paola Cappellin Giullani ressalta que as mulheres que eram eleitas na d cada de 90 desempenhavam tarefas cotidianas e mais feminizadas O quadro lentamente vai se alterando para atribuir s mulheres o poder pol tico mas as nicas que t m oportunidade de representar a categoria s o aquelas que possuem cargo de presidente Ainda assim sua voz mais ouvida quando falam em nome das trabalhadoras Ainda para Ecl ia Conforto observa se que a melhora do quadro econ mico e a queda nas taxas de desemprego em 2005 e 2006 ancorou novo per odo para as negocia es coletivas em prol dos trabalhadores reflexo de um conjunto de fatores 428 COSTA 1996 p 96 Ibid p 98 428 CONFORTO 2009 p 74 75 49 GIULLANI 2008 p 660 O Ibid p 662 144 ben ficos a eles Destaca se neste sentido a queda da infla o a redu o das taxas de desemprego e amplia o do emprego com carteira assinada e crescimento m dio anual do Pa s em torno de 4 Com isso houve a queda da propor o de reajustes salariais abaixo da infla o e a inser o de outros temas relacionados s condi es de trabalho nas tratativas das negocia es coletivas Este contexto f tico facilita a inclus o portanto da tem tica referente discrimina o de g nero Para tanto devem ser seguidos os preceitos estabelecidos tanto na seara internacional pelas conven es e recomenda es da OIT bem como aqueles dispostos no ord
187. dispensa podem ser espec ficos em lei como as hip teses de estabilidade de interrup o e da suspens o do contrato de trabalho por exemplo Mas tamb m deve se amparar nos princ pios constitucionais que impedem a discrimina o negativa pautada em diferen as de g nero A legisla o trabalhista possui dispositivos que pro bem a dispensa discriminat ria conforme se depreende das Leis n 9 029 95 e 9 799 99 Al m dos crit rios gerais que elencam s o normas que disp e diretamente acerca do trabalho da mulher A primeira veda que dentre outros crit rios utilize se o g nero como condicionante manuten o do emprego Tipificou como crime a exig ncia de atestado ou exame de esteriliza o ou gravidez a ado o de medidas de instiga o a esteriliza o a promo o de controle de natalidade exclu da a exce o legal MARQUES 2008 p 63 6 SEHLI Daniele Lucy Lopes de A ruptura do contrato de trabalho e as pr ticas discriminat rias O limite entre o direito potestativo de dispensar e o abuso de direito sob o enfoque da Lei 9 029 95 In COUTINHO Aldacy Rachid DALLEGRAVE NETO Jos Affonso GUNTHER Luiz Eduardo coords Transforma es do direito do trabalho estudos em homenagem ao Professor Doutor Jo o R gis Fassbender Teixeira Curitiba Juru 2000 p 97 188 Quanto exig ncia de exame de gravidez Thereza Cristina Gosdal sustenta que o t rmino do contrato situa o em que se possibilit
188. do homem motivado pela produ o menor ou de 518 BARROS 2000 p 53 519 NOVAIS 2005 p 84 52 S GUIN Maria Marta Trabalhadora por direito In S GUIN Elida O direito da mulher Rio de Janeiro Lumen Juris 1999 p 123 521 CRUZ 2005 p 168 178 bens de baixo valor baixa qualifica o pela n o sindicaliza o A autora aponta para percentuais que revelam que anualmente a situa o vem se modificando de forma positiva entretanto atualmente demonstra que a remunera o mais baixa n o se deve apenas ao fato de sua jornada de trabalho ser menor mas pelo valor que lhe atribu do 2 Os cursos de especializa o oferecidos por empresas miram aqueles profissionais que continuar o na empresa conhecendo todo o processo e tomando decis es S o cursos integrados majoritariamente por profissionais homens As atividades das mulheres est o mais afetas produ o direta e na execu o de tarefas repetitivas Isso se reflete na remunera o prest gio social e estabilidade das fun es entre os g neros Muitas mulheres se submetem a baixos sal rios pela necessidade de trabalhar de sustentar a si mesma e sua fam lia Outras n o v em anormalidades no tratamento diferenciado pois submersas cultura com padr es masculinos n o sentem a desigualdade conforme a naturaliza o da desigualdade Outros fatores desfavor veis que podem ocorrer durante o v nculo de emprego e que prejudicam o trabal
189. dos encargos familiares da mulher As responsabilidades familiares assim como a gesta o s o peculiaridades que interferem na rotina da empresa A diferen a entre ambas est no car ter natural da primeira e no social da segunda que pode e de acordo com a Recomenda o n 165 da OIT deve ser dividido entre homens e mulheres Em seu item 11 recomenda 11 As autoridades e rg os competentes em todo pa s devem tomar medidas adequadas para b promover a educa o suficiente para estimular a distribui o dos encargos de fam lia entre homens e mulheres e dar condi es a trabalhadores com encargos de fam lia de cumprir suas obriga es de emprego e de fam lia A mesma recomenda o ainda trata de medidas gerais para a melhora das condi es de trabalho e qualidade de vida incluindo medidas que visem a reduzir progressivamente a jornada de trabalho e as horas extraordin rias bem como a flexibilidade na organiza o dos hor rios de trabalho dos per odos de repouso e f rias Tamb m disp e sobre os trabalhos em tempo parcial e tempor rios Contudo para Claudia Mazzei Nogueira a jornada de trabalho a tempo parcial junto com a baixa remunera o desestimula o mercado de trabalho da mulher Al m disso a precariza o do trabalho no espa o produtivo n o compensa a exaust o da dupla jornada de trabalho Para tanto a realiza o de uma metamorfose na divis o sexual do trabalho dom stic
190. dos por outras formas de controle social A fun o de um ordenamento jur dico n o somente controlar os comportamentos dos indiv duos mas ser meio de direcionamento para certos objetivos preestabelecidos Por estes motivos fazem se necess rias a prote o e a promo o do trabalho da mulher adequando necessidade e caracter stica temporal e espacial existentes ou almejadas Neste sentido as normas espec ficas quanto ao trabalho da mulher denotam um objetivo que consiste na observ ncia de caracter sticas que diferenciam mulheres e homens como forma de proteger quando necess rio e promover em virtude de uma desigualdade cl ssica As tutelas tuitivas do labor feminino s o indispens veis quando se fala da gesta o por exemplo uma vez que caracter stica exclusivamente feminina diferen a que justifica portanto a prote o durante o contrato de trabalho a fim de que se observe o direito social maternidade e que se guardem os direitos reprodutivos da mulher Apesar do escopo protetivo que ensejam as tutelas tuitivas n o se olvida da possibilidade de se transformarem em desigualdades na realidade f tica Foi o que 213 ocorreu com os dispositivos que foram revogados pela CLT ap s a Constitui o brasileira de 1988 Esta natureza da norma ainda discutida quanto ao artigo 384 da CLT inclu do como tutela protetiva e ainda vigente no texto da Consolida o Dividem se as opini es na jurisprud
191. dutivo pode ser dificultada e revelar uma conduta discriminat ria A empresa que contrata quer o profissional presente no desenvolvimento produtivo o que importa na desconsidera o de uma candidata que est na imin ncia de se ausentar em virtude da licen a maternidade Durante o emprego pela mesma raz o sua ascens o profissional pode ser obstada o desenvolvimento do seu trabalho pode ser 221 desvalorizado em raz o das limita es que uma gesta o pode impor O t rmino da rela o de emprego vedado em raz o da estabilidade contudo n o impede que ocorra de forma subsequente licen a O reflexo do trabalho de empregada que exerce o seu direito maternidade na empresa n o se d apenas no per odo em que a depend ncia f sica da crian a aos cuidados da m e com a gesta o e a amamenta o f sica ou artificial maior mas tamb m no decorrer das responsabilidades familiares que podem interferir na defini o do seu sal rio na escolha profissional na promo o na carreira dentre outros fatores A promo o na carreira atribu da s mulheres al m de avaliar o preparo profissional pode revelar a observa o de suas escolhas pessoais como a abdica o da maternidade ou tamb m de caracter sticas mais pr ximas do padr o produtivo como uma maior austeridade no comando A doutrina aponta para a prefer ncia masculina em dois curr culos iguais a uma promo o o que imp e a necessidade da mulher
192. e o aspecto reprodutivo e o nus das responsabilidades familiares pertencem 198 mulher fato pelo qual se depreende que a disponibilidade da m o de obra feminina nunca ser t o ampla quanto masculina Tanto a gesta o quanto as responsabilidades oriundas da maternidade podem representar uma preocupa o financeira empresa empregadora Vislumbra sua m o de obra ausentando se por raz es alheias ao fator produtivo como no caso de uma licen a maternidade que pode ocasionar a substitui o da empregada a aus ncia em virtude de responsabilidades familiares pode acarretar no pagamento de horas extras a outros empregados entre outros exemplos O absente smo da mulher conforme assinala Arion Say o Romita uma das causas ensejadoras da prefer ncia pelos homens pelos empregadores por influenciar em custos no trabalho e na produtividade mais frequente nas mulheres do que nos homens derivando quase sempre da necessidade de cuidar dos filhos A maior rotatividade da mulher no emprego tamb m tem origem na quest o da maternidade De acordo com Alice Monteiro de Barros a rotatividade feminina no emprego atribu da ao seu afastamento do mercado de trabalho durante os primeiros anos de vida dos filhos enquanto a masculina se deve a procura de um emprego melhor O maior absente smo e rotatividade da mulher no emprego originam desigualdades sociais no que tange ao trabalho Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes afirma
193. e as necessidades econ micas favorecem a inclus o da mulher no mercado de trabalho como o crescimento de fam lias monoparentais que obriga a mulher a abandonar o trabalho exclusivamente dom stico e os custos operacionais do n cleo familiar que precisam ser divididos entre os parceiros Contudo esta inser o ainda necessita de algumas prote es desde que imprescind veis Jos Claudio Monteiro de Brito Filho ressalta que na rela o de emprego a reprimenda a condutas nocivas se d no campo penal a exemplo da Lei n 9 029 1995 e n o no campo trabalhista As pol ticas antidiscriminat rias deram origem supracitada Lei numa resposta normativa s exig ncias de exames de gravidez ou restri o de contrata es de mulheres casadas que ocorriam na pr tica admissional Embora a Lei pro ba pr ticas discriminat rias de forma ampla ela tipificou algumas condutas como a exig ncia de documentos ou procedimentos relativos esteriliza o ou a estado de gravidez da empregada a indu o ou instigamento esteriliza o gen tica ou medidas de promo o de controle de natalidade Estas pr ticas criminosas responsabilizam o empregador seja pessoa f sica seja o representante legal ou o dirigente da Administra o P blica direta ou indireta J o artigo 373 A da CLT teve como escopo a garantia do igual acesso de mulheres s vagas de emprego proibindo pr ticas que dificultassem a consecu o do emprego pela ca
194. e competente a circunst ncia excepcional que ensejou o trabalho noturno feminino Segundo Denise Pasello Valente Novais a veda o do trabalho noturno pautava se em motivos biol gicos e sociais visando proteger a sua sa de e a sua moral Esta proibi o favorecia a presen a da mulher em casa em hor rios compat veis com a cria o e educa o dos filhos No que tange ao trabalho noturno Alice Monteiro de Barros aponta a exist ncia de contradi o quanto ao car ter protetivo pautado na sa de da mulher Se o objetivo era resguardar a fragilidade da constitui o f sica feminina o trabalho noturno deveria ser proibido tamb m em atividades exercidas em oficinas familiares Em sua reda o original a CLT proibia o trabalho da mulher tamb m em subterr neos minera es em sub solo pedreiras e obras e em atividades perigosas e insalubres art 387 O empregador possu a deveres quanto manuten o do ambiente de trabalho de forma prop cia ao desempenho do trabalho feminino que consistia em por exemplo dispor cadeiras e bancos para evitar o grande esgotamento f sico e vesti rio com arm rios privativos art 389 Tamb m previa a instala o de creches em estabelecimentos com mais de trinta mulheres empregadas com mais de 16 anos caso n o houvesse creches que atendessem a prote o maternidade de forma conveniente 193 GOSDAL 2008 p 146 CALIL 2007 p 42 42 19 NOVAIS 2005 p 78 1
195. e compreende uma diferen a da mulher em rela o ao homem n o se falando neste caso em quebra da isonomia o que se depreende por exemplo de ac rd o do Tribunal Regional da 9 Regi o em que se afirma ser esta uma das poucas situa es em que o trabalho da mulher n o admitido Ademais pontua se que o princ pio da isonomia consiste em tratar o desigual de forma desigual sendo isso o que fez a legisla o ao atentar para as peculiaridades inerentes mulher como o caso da fragilidade quanto ao peso Em outro julgado ao tratar das diferen as existentes entre homens e mulheres entende se que as discrep ncias de ordem de complei o e for a f sica s o enumeradas por normas que tratam da sa de e da seguran a dos trabalhadores como o caso do artigo 390 da CLT Contudo ressalta que a mulher exclu da de empregos que exigem trabalho bra al de forma predominante por 816 BARROS 1995 p 480 481 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 98904 2005 019 09 00 5 ACO 24504 2007 Recorrente Minist rio P blico do Trabalho Recorrida Labor Trabalho Tempor rio Ltda Relator Tobias de Macedo Filho Curitiba 4 de setembro de 2007 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 8 BAHIA Tribunal Regional do Trabalho 5 Regi o RT 0074500 30 2008 5 05 0022 Reclamante Maria Goreti Castro Cardoso Banco do Brasil S A Reclamado Banco do Brasil S A J
196. e demonstra mais estreito Esta precariza o do trabalho feminino pode ocorrer por diversas formas A valora o cultural pautada no patriarcado pode impor tanto a caracteriza o de algumas profiss es como femininas como a professora quanto a submiss o da mulher ao homem at nestas atividades como o diretor de escola Tamb m o trabalho prec rio pode ser visualizado em empregos com jornadas de trabalho reduzidas que comumente s o vagas preenchidas por mulheres Esta diferen a se d principalmente em virtude da divis o das responsabilidades familiares que exigem um menor tempo no trabalho Por fim outra possibilidade de precariza o observada pela fragilidade do v nculo contratual Se necess ria a demonstra o de vantagens profissionais para que a mulher seja promovida pelos mesmos motivos pode se verificar a sua perman ncia no emprego quando a disputa se d entre homem e mulher O risco de uma gravidez por exemplo s ocorre com a manuten o da empregada mulher bem como o absente smo entre mulheres ainda se revela maior em virtude das responsabilidades familiares Assim por mais que o ordenamento jur dico vede situa es que atentem contra os princ pios da dignidade da pessoa humana e da igualdade bem como enfatize a necessidade de promo o do trabalho da mulher ainda existem mecanismos sociais que para atender as necessidades diretas da empresa mant m uma igualdade formal entre os g neros A
197. e licen a de acordo com a idade do adotado Ele vincula a licen a ao grau de cuidados que a crian a demanda Contudo conforme ensina Gustavo Filipe Barbosa Garcia importa salientar que o crit rio de idade prejudica o carente grupo das crian as mais velhas que encontram mais dificuldades para serem adotadas Este posicionamento inverte a incid ncia mais adequada do princ pio da igualdade material Cabe salientar que a Lei n 12 010 2009 que disp e sobre a ado o e seus reflexos no campo civil e trabalhista revogou os 88 1 a 3 do supracitado artigo atendendo ao escopo legal de aperfei oamento da sistem tica prevista para garantia do direito conviv ncia familiar a todas as crian as e adolescentes Sobre a Lei 10 421 02 Alice Monteiro de Barros critica o posicionamento t mido adotado pelo legislador em conceder m e a licen a maternidade e n o licen a paternidade ao pai Houve maior inspira o nas rela es dom sticas do que no respeito da reparti o dos pap is familiares como j ocorre em alguns pa ses Ressalta se que existem v rias novas realidades familiares na sociedade que exigem novos disciplinamentos o caso tratado por Silvana Souza Neito Mandalozzo e Lucia Cortes da Costa acerca da fam lia monoparental em que uma pessoa independente do seu sexo opta por ter um filho sozinha Ao se posicionarem favoravelmente concess o da licen a maternidade ao pai solteiro adotante sugerem a modifica
198. e mulheres o caso da promo o apenas de homens para fun es de chefia ou destina o de determinados cargos apenas para mulheres Aparentemente s o escolhas decorrentes da autonomia do empregador contudo o desequil brio estat stico entre o n mero de homens e mulheres enquadrados nestas situa es pode revelar que a escolha pautada sem justificativas v lidas nas diferen as de g nero Uma conduta pode tamb m n o revelar sua inten o discriminat ria Trata se da discrimina o oculta que segundo Alice Monteiro de Barros possui a inten o 125 GOMES 2001 p 23 12 CARLOS Vera L cia Discrimina o nas rela es de trabalho S o Paulo M todo 2004 p 31 127 GOMES op cit p 24 128 GOSDAL 2008 p 91 52 de discriminar embora ela n o seja revelada O verdadeiro motivo n o revelado disfar ando a discrimina o M rcio T lio Viana demonstra duas formas de discrimina o ferindo as regras e com as pr prias regras Enquanto na primeira se fere uma regra igualit ria a segunda consiste por si s uma forma de discrimina o Analisando estas formas sob a tica do trabalho da mulher tem se a primeira como aquela que a pol tica empresarial ou o empregador trata o labor feminino de forma desigual ao masculino Como exemplo cita se a quest o da diferen a salarial que pode revelar crit rio pautado exclusivamente na prefer ncia de indiv duo do sexo masculino como exig
199. e separar o movimento feminista de sua dupla face que eram o reconhecimento da mulher e as quest es pol ticas e desigualdade social A realidade da poca apresenta a necessidade transformar as rela es de g nero em ambiente p blico e privado com todas as consequ ncias que este reconhecimento causaria para a condi o feminina Mas os fatores relativos s necessidades sociais como fome mis ria e desigualdade n o fogem qualquer luta espec fica A situa o social e pol tica do pa s como se observa esteve sempre atrelada as lutas feministas que demonstravam quest es integrantes do reconhecimento da sua cidadania Tinham suas reivindica es mas estas eram muitas vezes desconsideradas ou reprimidas Foi durante este per odo que se criaram os primeiros grupos inspirados nos movimentos feministas do hemisf rio norte Eles eram organizados de maneira informal unindo mulheres por amizade afinidades intelectuais e pol ticas Mas havia 7 GIULIANI Paola Cappellin Os movimentos de trabalhadoras e a sociedade brasileira In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 642 643 71 TELES 2008 p 63 65 72 PINTO 2008 p 48 36 um sentimento de culpa entre elas por estarem tratando de problemas femininos posi o na sociedade corpo prazer enquanto o pa s necessitava de a es pol ticas C li Regina Jardi
200. e si mesmas e de outras sendo assumido este of cio por elas Al m das parteiras eram tamb m benzedeiras e curandeiras sendo o seu conhecimento resultado da pr tica e de ensinamentos FIGUEIREDO 2008 p 144 2 DEL PRIORE 2008 p 90 2 Ibid p 74 4 FREYRE 2006 p 446 23 passados de forma heredit ria baseados em rezas e na utiliza o de ervas medicinais Por vezes o of cio era considerado feiti aria O com rcio desempenha papel importante para a vida social na col nia embora n o possu sse grande considera o desabonando de certa forma os indiv duos que o praticavam Muitas pessoas se escondiam atr s de testas de ferro que manejavam seus interesses e atividades comerciais Muitas mulheres se ocuparam no com rcio No per odo de minera o muitas desempenharam atividades comerciais como quitandeiras cujo com rcio reunia pessoas para consumir g neros e divers o contrabandear pedras de ouros e diamantes acertar encontros sexuais vendeiras controlando pequenas vendas em franca expans o num rica negras de tabuleiro que se dedicavam ao com rcio ambulante e meretrizes tanto de mulheres que eventualmente se entregavam prostitui o quanto de outras que disso faziam sua profiss o A realidade colonial acerca do trabalho da mulher escrava pode ser observada at o Imp rio brasileiro caracterizando o como predominantemente rural desvalorizado e dom stico Mas foi sobretudo m
201. ecariza o da rela o de trabalho pode se dar quanto ao seu sujeito e quanto ao seu objeto Apesar de n o ter um alvo espec fico direciona sua mira queles grupos desfavorecidos seja por aspectos naturais culturais ou econ micos Aponta tamb m para trabalhos desvalorizados com consequ ncias negativas aqueles que os executam O trabalho da mulher se configura como prec rio quando a discrimina o negativa influencia na escolha da atividade empresarial Podem derivar de aspectos hist ricos ou culturais entretanto o trabalho prec rio na atividade produtiva se verifica fortemente ligado com sua vincula o s atividades familiares e dom sticas A divis o sexual do trabalho de forma horizontal define quais s o os trabalhos femininos cunhados como prec rios A submiss o a estes empregos pode se dar por diferentes motivos a conforma o com as caracter sticas socialmente definidas como femininas e por tornar o acesso atividade n o dom stica poss vel 169 CANTELLI 2007 p 115 170 NOGUEIRA 2008 p 238 240 65 S o resultantes das desigualdades que culminam em discrimina o desvalorizando estas atividades Por este motivo foi necess ria a normatiza o do trabalho da mulher Do seu in cio at hoje passou por preceitos tuitivos e promocionais O pr ximo item analisar sua primeira fase anterior Constitui o Federal de 1988 que possu a car ter protetivo 2 5 EVOLU O NORMATIVA Os entr
202. eende os deveres de colabora o e coopera o Para ele o empregador n o pode exigir do empregado atividades que superem suas for as nem aqueles defesos em lei contr rios aos bons costumes ou alheios ao contrato MALLET 2009 p 157 12 Cf MARQUES 2003 13 BARROS 1995 p 129 14 Ibid p 129 15 BARACAT 2008 p 254 206 A discrimina o do trabalho de mulheres no que tange ao esfor o f sico pode influenciar ainda em outros aspectos como o caso do valor do trabalho Quanto melhor o desempenho no empenho da for a melhor atividade empresarial empregadora tendo em vista os objetivos de alta produtividade Alice Monteiro de Barros argumenta que uma organiza o de trabalho eficiente e as modernas tecnologias favorecem diminuem as desvantagens musculares do corpo feminino Exemplifica a utiliza o de carrinhos de m os e pequenos ve culos pelo correio belga que substituiu a exig ncia for a exclusivamente masculina e eliminou o desgaste f sico entre os trabalhadores 6 Logo para a efetiva o deste posicionamento seria necess ria a mensura o individual de cada trabalhador Contudo enquanto isso n o se observa configura se indispens vel a prote o legal sob pena de ocorrer abusos por parte do empregador e submiss es por parte do empregado situa es decorrentes da necessidade econ mica A jurisprud ncia entende pela aplica o do artigo 390 da CLT tendo em vista qu
203. eiro princ pio vigora no Direito do Trabalho brasileiro a fim de que as conquistas sociais n o sejam suprimidas em face do poderio econ mico Am rico Pl Rodrigues assinala que a ren ncia vedada considerando que de ordem p blica que o trabalho humano seja devidamente protegido e remunerado que a necessidade n o sucumba cobi a que os entraves econ micos n o diminuam a liberdade Ressalta tamb m que o preju zo da ren ncia tamb m reflete nos companheiros de trabalho e nos familiares do trabalhador A possibilidade de renunciar prorroga o vai de encontro aos interesses da crian a que deveria ser o principal beneficiado com a prorroga o do afastamento da sua m e do ambiente de trabalho Neste caso o aleitamento materno sobrepujado pela instabilidade do v nculo de emprego enfatizando a for a que a atividade empresarial exerce sobre seus empregados e sobre o Estado Por fim o terceiro requisito visa a evitar que o per odo de prorroga o da licen a seja utilizado para fins diversos do preconizado Ant nio lvares da Silva aponta que a restri o tem o intuito de evitar que a prorroga o se transforme em meio de aumentar renda e de que se n o se concretize o conv vio direto da m e com a crian a A op o deve ser feita pela m e conscientemente da sua finalidade ou seja a continua o da amamenta o at o sexto m s de vida da crian a conforme recomenda es dos rg os de sa de bem
204. eis e em estados ps quicos regressivos consistindo em separa es e discrimina es por motivos de cren a de estirpe de ra a de situa o pol tica de profiss o GOSDAL 2008 p 96 97 63 FRIEDMAN 1984 p 12 631 MIRANDA 1979 p 442 212 Quando realizadas de forma ordin ria e regular s o tutelas que vislumbram a inser o a manuten o e a ruptura regular do trabalho da mulher na empresa Desta forma que funcionam protegendo a mulher quanto a poss veis desigualdades as normas protetivas que se relacionam maternidade como por exemplo a veda o de trabalho durante o estado puerperal e for a f sica restri o para manuseio de pesos Enquanto isso as normas promocionais funcionam como formas de inser o manuten o e desenvolvimento do trabalho da mulher na empresa como o caso da proibi o da exig ncia de atestados m dicos de gravidez ou de esterilidade uma forma de aceita o de diferen as e adequa o s necessidades produtivas da empresa funcionalizando a atua o da empresa A inten o da funcionaliza o n o se limitar num objetivo nico mas servir como meio de atingir v rios fins Segundo Norberto Bobbio a teoria funcional do direito expressa uma concep o meramente instrumental do direito Esta abordagem vislumbra a atua o do direito como instrumento til para atingir os mais variados fins permitindo a consecu o de daqueles que n o seriam alcan a
205. elou uma preocupa o do legislador que tanto pode ter amparo na quest o da sa de da mulher quanto no cuidado da crian a Por m essas normas causavam um desconforto unidade produtiva em rela o ao trabalho feminino As palavras de L a Elisa Silingowschi Calil afirmam a import ncia das Conven es da OIT para promover a igualdade nas conven es de trabalho e por meio delas extirpar as desigualdades socioecon micas existentes poca desde o seu in cio As Conven es n 3 e 4 s o de 1919 e foram as pioneiras no que tange ao trabalho da mulher A ratifica o delas pelo Brasil tamb m ocorreu em 1934 embora s tenham sido promulgadas no ano seguinte por meio do Decreto n 423 A primeira se refere aos per odos de aus ncia da mulher no trabalho antes e depois do parto a segunda quanto proibi o do trabalho noturno da mulher Para Alice Monteiro de Barros a Conven o n 3 reconheceu a participa o das mulheres na for a de trabalho Para L a Elisa Silingowschi Calil a prote o 180 COELHO 2002 p 154 155 181 CALIL 2007 p 28 182 Id 2000 p 31 183 Id 2007 p 31 184 BARROS 1995 p 40 69 maternidade revela a preocupa o com a crian a e a garantia de perpetua o da esp cie e tamb m a continuidade da m o de obra 13 J no que concerne a Conven o n 4 Alice Monteiro de Barros ressalta que a proibi o se fundava para muitos em raz es fisiol gicas mo
206. em servi os de 2 BARROS 1995 p 483 FURTADO 2009 p 138 CALIL 2007 p 55 45 FURTADO op cit p 140 141 139 sa de p blicos ou privados Em seu artigo 1 8 2 II entende como viol ncia contra a mulher o ass dio sexual no lugar de trabalho Alice Monteiro de Barros pontua que a Lei tem o objetivo de combater o ass dio que al m de violar a intimidade do trabalhador em geral considerado uma forma de viol ncia contra a mulher A Lei 11 340 aprovada em 2006 cria mecanismos para coibir a viol ncia dom stica e familiar contra a mulher chamada como Lei Maria da Penha em homenagem mulher v tima de viol ncia dom stica e l der de movimento de defesa de direitos das mulheres Apesar de ser lei que atue mais na esfera penal tamb m h disposi es com conte do trabalhista O seu artigo 3 assegura v rios direitos fundamentais s mulheres dentre eles os direito vida ao trabalho dignidade e ao respeito e conviv ncia familiar e comunit ria Destacam se estes direitos em virtude do seu balizamento ao comando estipulado no artigo 9 que prev a assist ncia mulher em situa o de viol ncia dom stica e familiar dentre eles a manuten o do v nculo trabalhista quando for necess rio o seu afastamento do local de trabalho por at seis meses artigo 9 82 II N o se pretende discutir no mbito deste estudo a compet ncia para determinar a aus ncia
207. emininas n o se enquadravam e ainda podem n o se enquadrar direta ou integralmente As feministas de domin ncia argumentam que tanto na defesa da igualdade quanto das suas diferen as o masculino o padr o de medida Desta forma a igualdade n o um problema de diferen a um problema de relacionamento de hierarquia e de domina o Uma situa o nem sempre favor vel mulher foi gerada por uma sociedade marcadamente masculina com dificuldade de aceita o ou ensejando a restri o de caracter sticas femininas Este tratamento pode ser observado em rela es familiares e profissionais no ambiente dom stico e n o dom stico no campo social ou pol tico Dentre as diferen as f sicas que caracterizam homens e mulheres as possibilidades de gesta o e de amamenta o se destacam pela negativa da natureza e da medicina em fornecer esta op o ao homem A maternidade f sica comp e caracter stica exclusivamente feminina atribu vel mulher com filhos Desta situa o decorrem tamb m as caracter sticas que cada g nero assumiu historicamente diante da fam lia S o fatores sociais que foram naturalizados em virtude da sua for a estrutural A percep o do corpo se associa a concep o de pessoa produzido por um grupo social ou determinada cultura Este entendimento se complementa com o ponto de vista de Jeanine Nicolazzi Philippi A ideia de diferen a permite a constata o de que opos
208. empenhadas no interior do domic lio como servi os pessoais de educa o alimenta o e sa de Al m da quest o da segrega o horizontal h a vertical sobre a desvantagem feminina em termos de sal rios ascens o funcional e condi es de trabalho 121 BARROS 1995 p 36 122 NOVAIS 2005 p 47 48 50 Estas diferen as podem dar ensejo a discrimina es por g nero no ambiente de trabalho quest o ainda n o superada na sociedade atual N o bastou a inser o da mulher no mercado de trabalho forte argumento contr rio s pol ticas tuitivas e promocionais do trabalho da mulher Faz se necess rio ainda superar a quest o de desigualdade nas oportunidades que marca o mercado de trabalho com caracter sticas predominantemente masculinas A discrimina o do seu trabalho ainda ocorre sob diversos fundamentos encargos trabalhistas majorados trabalho vislumbrado apenas como complemento da renda familiar maternidade e responsabilidades familiares despreparo profissional faixa et ria beleza est tica entre outros Como j adiantado anteriormente a discrimina o pode ocorrer de v rias formas A discrimina o intencional a forma mais trivial de discrimina o A pessoa v tima da discrimina o tratada de maneira menos favor vel nica e exclusivamente em raz o de sua ra a cor sexo origem ou qualquer outro fator que a diferencie da maioria dominante Sua mera proibi o n o traz resultad
209. enamento jur dico p trio Esta conson ncia de ideias permite no que se refere s negocia es coletivas primar pela promo o do trabalho da mulher Neste sentido a negocia o coletiva se revela instrumento fundamental para concretiza o da igualdade de oportunidades Ela possibilita ampliar o rol de direitos e benef cios previstos em lei e na sua cobertura e criar novos direitos s partes envolvidas Pode tamb m contribuir para o fortalecimento da legisla o trabalhista e de pol ticas p blicas uma vez que pode ampliar seus impactos e garantir o princ pio da igualdade A ascendente inser o da mulher no mundo do trabalho reflete positivamente em pesquisas formuladas pelo DIEESE Em pesquisa formulada no ano de 2009 os dados apontam para uma tamb m crescente presen a das quest es de trabalho feminino e de igualdade de g nero no processo de negocia o coletiva O citado estudo separa as cl usulas coletivas nas seguintes garantias gesta o maternidade e paternidade responsabilidades familiares condi es de trabalho exerc cio do trabalho sa de e equidade de g nero As cl usulas relativas ao trabalho da mulher no grupo que tange s garantias de gesta o versam sobre estabilidade gestante fun o compat vel gestante hor rio de trabalho da gestante exame pr natal atestado m dico de gravidez primeiros socorros para parto informa es sobre riscos gestante 431 CONFORTO 2009 p
210. ens veis relativos sua condi o biom rfica e promo o da igualdade com mecanismos de inclus o e manuten o da empregada no emprego com igualdade e dignidade Desta forma visam a garantir a igualdade no mercado de trabalho considerando o hist rico de desigualdades do labor feminino e o seu reflexo na realidade contempor nea As caracter sticas femininas que podem dar ensejo discrimina o no trabalho e que por isso merecem uma tutela diferenciada foram conferidas s mulheres de forma natural ou social Thereza Cristina Gosdal pontua que a discrimina o que afeta as mulheres no trabalho tem caracter sticas espec ficas como o fato de ser ressaltada por outras discrimina es como a ra a defici ncia condi o familiar Para evit la faz se necess rio romper com pap is e ester tipos MULHER NAO ESTA NO TOPO DO MERCADO DE TRABALHO PORQUE NAO QUER DIZ PSICOLOG html gt Acesso em 28 de maio de 2010 211 destinados s mulheres que fundamentam uma pretensa inten o protetora e diferenciada No que tange ao trabalho da mulher na empresa este rompimento dificultado pela exist ncia de fatores culturais sedimentados que podem desigualar a mulher em rela o ao homem e uma estrutura econ mica que muitas vezes se revela excludente Assim seja protegendo seja promovendo as normas referentes ao trabalho da mulher t m por escopo permitir o direito ao trabalho com respeito aos princ pios
211. ento favorecido vislumbra o reequil brio da situa o de fato chegando se almejada igualdade substancial A neutralidade estatal caracter stica da sociedade liberal capitalista pode se demonstrar prejudicial a determinadas camadas sociais inclusive por determina es legais Por este motivo para Joaquim B Barbosa Gomes quando o Estado e a lei n o s o suficientes para reverter um quadro social de desigualdade a neutralidade deve ser renunciada Vislumbra se assim a possibilidade de a es afirmativas Estas medidas remetem possibilidade de oferecer condi es de igualdade aqueles que s o considerados desiguais aqueles que n o correspondem a um 213 GOMES 2006 p 44 47 214 Ibid p 21 215 MALLET Est v o O princ pio constitucional da igualdade e o trabalho da mulher In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa coord Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 158 80 padr o dominante por n o serem homens por n o serem brancos por n o serem jovens por outras tantas caracter sticas que podem ensejar uma desigualdade Para tanto devem se fundamentar na constata o de uma realidade anterior desigual discriminat ria e que se deseja modificar Para seus defensores as a es afirmativas abandonam o status quo e representam formas de tratamento diferenciado a categorias que possuem caracter sticas pouco ou n o aceitas N o ofendem o princ pio da iguald
212. epcion la quando a caracter stica impe a a inclus o do indiv duo ou revele uma condi o desabonadora e injustific vel Importa colacionar o posicionamento de Pontes de Miranda para quem N o se h de fazer igual o que diferente O que importa desbastar desigualdades artificiais saber se at onde s o iguais pesquisar se a extens o o valor e o uso das diferen as eliminar se o erro de serem tratados desigualmente o homem e a mulher onde e quando s o iguais A igualdade das mulheres n o deve significar a desigualdade para os homens Ademais a inclus o formal e material da mulher n o implica obrigatoriamente na exclus o do homem A igualdade deve possuir um espa o para atender aqueles que n o se incluem no padr o estabelecido no caso o masculino e nos direitos relativos alteridade A igualdade material entre g neros ou quaisquer outras formas de estratificar a sociedade pode ser considerada como um desafio pois depende da supera o de conceitos ou valores aceitos socialmente O seu reconhecimento formal n o implica necessariamente num reflexo dos anseios sociais como um todo Pode ser apenas a imposi o de um grupo uma necessidade detectada ou uma forma de proteger ou restringir situa es Importa portanto que a igualdade se revele no cotidiano do trabalho de mulheres e homens entre ambos e entre eles Trata se de uma quebra de paradigmas muitas vezes enraizados na sociedade c
213. ero permite verificar se a dignidade da pessoa humana observada Sem esta igualdade relacionada primeiramente ao fator biol gico e depois veda o de inferioriza o dos seres humanos ou quaisquer diferencia es por crit rios infundados n o pode se concretizar a dignidade da pessoa humana que imp e a observ ncia de uma vida condigna A liberdade tamb m permeia as defini es de igualdade A possibilidade de a igualdade influenciar na liberdade funciona na mesma medida em que a exist ncia da liberdade pode auxiliar na verifica o da igualdade f tica Segundo Pontes de Miranda Quem n o livre tamb m n o igual aos que s o livres No conceito de liberdade A livre portanto desigual de quem n o livre Tanto a igualdade quanto a liberdade significam uma condi o do indiv duo Observa se a primeira no coletivo e a segunda individualmente H embutido em ambas o desejo de ser igualmente livres e livremente iguais considerando aqui as diferen as que caracterizam cada ser humano Serge Atchabahian afirma a exist ncia de estrita sinon mia entre os valores igualdade e liberdade sendo a exist ncia de um indissoci vel do outro Posiciona a principal diferen a entre ambos nas suas medidas Enquanto o primeiro n o exige 22 CALIL 2007 p 86 87 3 SARLET Ingo Wolfgang A efic cia dos direitos fundamentais uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional 10 ed
214. erto Da estrutura fun o novos estudos de teoria do direito Trad Daniela Beccaccia Versiani Barueri Manole 2007 Elogio da serenidade e outros escritos morais Trad Marco Aur lio Nogueira S o Paulo Editora UNESP 2002 p 103 136 BAHIA Tribunal Regional do Trabalho 5 Regi o RO 00139 2008 018 05 00 0 Reclamante Gerusa Souza Evangelista Reclamado Conseil Gest o de Transportes e Servi os Ltda Relatora Desembargadora Lourdes Linhares Salvador 18 de mar o de 2009 Consultado em lt www trt5 jus br gt Acesso em 21 de maio de 2010 BAHIA Tribunal Regional do Trabalho 5 Regi o RT 0074500 30 2008 5 05 0022 Reclamante Maria Goreti Castro Cardoso Banco do Brasil S A Reclamado Banco do Brasil S A Ju za Ana Cec lia Magalh es Amoedo Salvador 16 de mar o de 2009 Dispon vel em lt www trt5 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 BRASIL Projeto de lei n 281 de 10 de agosto de 2005 Cria o Programa Empresa Cidad destinado prorroga o da licen a maternidade mediante concess o de incentivo fiscal Dispon vel em lt www senado gov br gt Consultado em 5 de agosto de 2009 BRASIL Tribunal Suberior do Trabalho RECURSO DE REVISTA GESTANTE ESTABILIDADE PROVISORIA O desconhecimento do estado grav dico pela pr pria 226 empregada n o obsta o direito estabilidade a que alude o art 10 Il b do ADCT Ademais a recusa da oferta de retorno ao emprego n o importa em re
215. es que limitam a atua o da mulher no mundo do trabalho n o dom stico tanto por resqu cios de uma sociedade patriarcal quanto por preconceitos dominantes Acerca da primeira forma de divis o L a Elisa Silingowschi Calil esclarece o fen meno da feminiza o do trabalho Seu in cio se d com a industrializa o do trabalho de mulheres e de homens em contraposi o aos ditames capitalistas Ele refor a a absor o da m o de obra feminina por determinados ramos de trabalho S o profiss es que se formam e se mant m com a participa o de mulheres delineando atividades tipicamente femininas A autora revela que grande parte do contingente feminino encontra se em atividades relacionadas presta o de 142 CALIL 2007 p 64 143 ROMITA Arion Say o O combate discrimna o da mulher no mundo do trabalho luz das fontes internacionais com reflexos no ordenamento interno In FRANCO FILHO Georgenor de Souza coord Trabalho da mulher Homenagem a Alice Moneiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 118 Ibid p 119 145 CALIL op cit p 62 58 servi os na rea de alojamento alimenta o cuidados domiciliares entre outros e nos ramos sociais sa de educa o servi os comunit rios Segundo Maria Regina Gomes Redinha a presta o de servi o retoma preferencialmente as actividades secund rias adjacentes ou complementares da fun o nuclear da empresa e se configura como u
216. es sob todas as luzes A emancipa o feminina e os ltimos dias do patriarcado Belo Horizonte Editora Leitura 2009 ROMITA Arion Say o O combate discrimna o da mulher no mundo do trabalho luz das fontes internacionais com reflexos no ordenamento interno In FRANCO FILHO Georgenor de Souza coord Trabalho da mulher Homenagem a Alice Moneiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 116 127 S O PAULO Tribunal Regional do Trabalho 2 Regi o DISCRIMINA O CONTRA A MULHER GRAVIDA DANO MORAL INDENIZA AO DEVIDA Confirmando a prova dos autos a ado o pela reclamada da pr tica discriminat ria de dispensar empregadas gr vidas ou quando egressas da licen a maternidade de se reconhecer o direito da autora indeniza o por dano moral Inaceit vel a discrimina o em manifesto atentado dignidade das trabalhadoras e que inclusive j alvo de investiga o pelo Minist rio P blico do Trabalho raz o pela qual merece prest gio a bem lan ada decis ode origem Arts 1 III e IV 3 IV 5 I e XIII art 170 caput e III da Lex Fundamentalis e 373 A da CLT RO 00592 2008 086 02 00 0 Recorrentes Andreia Gisele Dalalio e Acument Brasil Sistemas de Fixa o S A Relator Ricardo Artur Costa e Trigueiros S o Paulo 17 de novembro de 2009 Dispon vel em lt www tri2 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 S O PAULO Tribunal Regional do Trabalho 2 Regi o Dano moral restri es ida a
217. essalta que o fato de o trabalho dom stico normalmente constituir responsabilidade da mulher inseridas ou n o no contexto produtivo demonstra que rela es sociais de g nero s o desiguais hierarquizadas e contradit rias seja pela explora o oriunda da rela o entre capital e trabalho seja pelo modelo patriarcal e opressor Assim o trabalho feminino prejudicado pela discrimina o e atingido pelos empregos prec rios com maior intensidade do que o masculino em virtude da cont nua exig ncia do trabalho dom stico gratuito Esta atribui o um diferencial do trabalho feminino que nem sempre se harmoniza com algumas exig ncias do mercado de trabalho Quanto ao preconceito existente Alice Monteiro de Barros vislumbra alguns estere tipos que atribuem caracter sticas negativas mulher como a resist ncia a supervisionar o trabalho alheio menor aptid o para ci ncias exatas menor disposi o para viagem menor disposi o para enfrentar situa es f sicas de perigo e for a Ao lado da segrega o horizontal do trabalho feminino corre a divis o sexual do trabalho vertical que impede ou dificulta o exerc cio de cargos diretivos e de chefia Um dos motivos apontados a primeira caracter stica apontada pela citada 150 BARROS Alice Monteiro de Cidadania rela es de g nero e rela es de trabalho In Revista do Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o n 77 Belo Horizonte Jan Jun 2008 p 76 77 1
218. evam para 11 7 e 7 4 respectivamente A fase de termina o do contrato de trabalho pode significar mais um risco para a atua o feminina no mercado de trabalho considerando os entraves que podem existir quanto sua nova inser o Como o desemprego revela a sa da de trabalhadores do seu ambiente de trabalho al m de demonstrar a dificuldade de reinser o integrado s estat sticas est o tamb m as desigualdades de g nero Isso pode ser observado nos ndices de desemprego do Pa s que se apresentam maiores para as mulheres do que para os homens Em pesquisa realizada pelo DIEESE poss vel constatar esta realidade em seis capitais brasileiras Ela realizada desde 1998 o que permite averiguar que o aumento ou diminui o de desemprego geralmente n o vence as barreiras impostas pelo g nero Os dados extra dos em fevereiro de 2010 apresentam a seguinte diferen a no ndice de desemprego entre homens e mulheres respectivamente em Belo Horizonte o desemprego atinge 105 000 e 139 000 no Distrito Federal 81 000 e 116 000 em Porto Alegre 84 000 e 110 000 no Recife 155 000 e 187 000 em Salvador 148 000 e 203 000 em S o Paulo 586 000 e 704 000 Anita Maria Meinberg Perecin Torres atribui a maior rotatividade da m o de obra feminina a pr pria condi o do mercado de trabalho e a condi es sociais e econ micas que se agregam s trabalhadoras O fato de o desemprego feminino ser maior que o masculino es
219. exist ncia ao fato de que cada um merecedor de dignidade de prote o de suas liberdades e tamb m ao ideal de justi a O fundamento tico da igualdade colocado por Serge Atchabahian na essencialidade do valor que destinado a todos Mesmo com a exist ncia de diferen as toda pessoa teria direito igualdade em virtude da sua qualidade de ser humano Esta igualdade essencial representa o elemento nuclear dos direitos humanos universalmente postos O homem igual a outro n o pelas suas caracter sticas f sicas ou ps quicas mas pela condi o de humanidade que o assemelha a outros humanos e o difere dos demais animais As caracter sticas comuns que definem os seres humanos n o impedem o encontro entre elas de diferen as Estas independentemente da sua natureza por serem tamb m comuns a todos n o podem definir tratamentos desiguais Denise Pasello Valente Novais afirma que a diferen a uma imposi o da natureza que exp e as caracter sticas f sicas e psicol gicas habilidades e aptid es de cada um Ressalta ainda a import ncia de n o confundi la com desigualdade A desigualdade imp e entre os seres humanos a divis o de superioridade e inferioridade a partir de caracter sticas que os diferenciam Venc la gera um estado de igualdade atingindo um grau de equil brio entre estes fatores Diante disso pode se dizer que o sentido oposto de igualdade significa desigualdade e n o diferen a
220. exist ncia de normas no ordenamento jur dico reflete positivamente na empresa quando a discrimina o direta e por isso pass vel de preven o ou repara o Contudo quando indireta ou oculta pode n o se revelar suficiente tendo em vista a caracteriza o da discrimina o seja pela naturaliza o da desigualdade seja por dificuldade na produ o probat ria A realiza o da prova no sistema jur dico atual incumbe a quem alega Por este motivo depender do tipo de discrimina o ocorrida se direta indireta ou oculta Nas duas ltimas por m os meios probat rios s o mais escassos considerando que a discrimina o n o se efetiva de forma aparente S o situa es que exigem de que as analisa um apurado senso de avalia o de ind cios que s o as provas que podem ser realizadas 223 Al m disso o estudo abordou que a discrimina o negativa evidenciada na realidade e em estat sticas nem sempre objeto de discuss o no Poder Judici rio Esta situa o pode ser verificada na an lise jurisprudencial de falta de isonomia salarial entre os sexos O instituto da equipara o salarial solicitado como forma de igualar a renda entre empregados homens e mulheres contudo uma poss vel discrimina o mais dif cil de ser aventada Neste contexto a especial tutela jur dica do trabalho da mulher n o representa benef cio empresa quando o risco representa algum preju zo para a atividade empresarial
221. exterioriza o Tanto o preconceito quanto a desigualdade s o situa es de rep dio s diferen as diversidade de caracter sticas existente na condi o humana S o formas de utiliz las para preju zo de outros indiv duos ou de minorias menos favorecidas de pessoas que n o possuem caracter sticas que correspondem aquelas consideradas fortes ou vantajosas na realidade O preconceito o etnocentrismo e a estigmatiza o podem resultar em condutas discriminat rias O primeiro definido como julgamento de algu m por generaliza o banaliza o ou mistifica o resultando condena o censura ou 102 CRUZ lvaro Ricardo de Souza O direito diferen a As a es afirmativas como mecanismo de inclus o social de mulheres negros homossexuais e pessoas portadoras de defici ncia 2 ed Belo Horizonte Del Rey 2005 p 29 103 BOBBIO 2002 p 103 104 GOSDAL 2008 p 92 45 rejei o O segundo consiste na concep o ego sta de mundo em que os interesses pr prios do indiv duo ou do grupo s o centralizados sem ponderar as diferen as existentes e de forma a gravar inseguran a medo e hostilidade nas rela es O terceiro na personifica o de caracter sticas que geram um r tulo 8 A discrimina o n o originada apenas por preconceitos Igualmente pode ter como causa desigualdades praticadas de forma intencional ou n o bem como pode ter origem na cultura de um povo na lei De outra
222. faces do feminismo no Brasil In BORBA Angela FARIA Nalu GODINHO Tatau org Mulher e pol tica G nero e feminismo no Partido dos Trabalhadores S o Paulo Editora Funda o Perseu Abramo 1998 p 33 34 PINTO Celi Regina Jardim Uma hist ria do feminismo no Brasil S o Paulo Editora Funda o Perseu Abramo 2008 p 14 4 TELLES Norma Escritoras escritas e escrituras In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla ood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 405 7 AUGUSTA N sia Floresta Brasileira Direitos das Mulheres e Injusti a dos Homens 4 ed atual com introdu o notas e posf cio de Const ncia Lima Duarte S o Paulo Cortez 1989 p 21 22 29 At hoje s se tem tratado superficialmente da diferen a dos dois sexos Todavia os homens arrastados pelo costume preju zo e interesse sempre tiveram muita certeza em decidir a seu favor porque a posse os colocava em estado de exercer a viol ncia em lugar da justi a e os homens de nosso tempo guiados por este exemplo tomaram a mesma liberdade sem mais algum exame em vez de para julgar cordatamente se seu sexo recebeu da Natureza alguma preemin ncia sobre o nosso se terem despido inteiramente da parcialidade e interesse e n o se apoiarem sobre os assim dizem em lugar da raz o principalmente sendo autores e ao mesmo tempo parte interessada O movimento sufragista foi o enfoque inicial d
223. feitos legais desejados se o incentivo n o se demonstrar mais vantajoso que a situa o ordin ria Medidas de incentivo no campo econ mico precisam oferecer um diferencial em rela o situa o que se deseja modificar Para Alessandro da Silva e Oscar Krost como micro e pequenas empresas n o poder o deduzir a remunera o do imposto a pagar ficar prejudicada a ades o ao programa Isso se deve principalmente ao fato do ambiente empresarial ser segmento sens vel concorr ncia Portanto a concess o do benef cio depende do impulso da atividade empresarial empregadora e ap s da empregada Para tanto os fatores econ micos h o de ser superados a fim de obter a concretiza o da norma d Outras tutelas previstas na CLT Al m das situa es que abrangem a maternidade outros cuidados devem ser lembrados no curso do contrato de trabalho Observa se que a mesma disciplina do artigo 373 A da CLT j analisada durante a admiss o incide tamb m sobre esta fase do contrato de trabalho vedando condutas discriminat rias no mbito da vig ncia do contrato Influenciam a recusa de promo o motivado em sexo ou estado de gravidez remunerar e oferecer oportunidades de profissionaliza o de acordo com o sexo vincular a manuten o do emprego apresenta o de atestado ou exame comprobat rio de esterilidade ou gravidez realizar revistas ntimas A recusa de promo o o n o oferecimento de oportunidades de profis
224. forma o profissional e oportunidades de ascens o profissional impedir acesso ou adotar crit rios subjetivos para deferimento de inscri o ou aprova o em concursos em empresas privadas Veda tamb m a exig ncia de atestado ou exame para 349 MALLET 2009 p 150 30 SILVA 2009 p 32 124 comprova o de esterilidade ou gravidez na admiss o ou perman ncia no emprego e a realiza o de revistas ntimas nas empregadas ou funcion rias Ant nio lvares da Silva ressalta que a restri o contida no caput do referido artigo que ressalva as disposi es legais destinadas a corrigir as distor es que afetam o acesso ao mercado de trabalho e as especificidades contidas nos acordos trabalhistas quanto ao trabalho da mulher evita a ocorr ncia de atos discriminat rios na pr tica Em harmonia com o que disp e o par grafo nico do citado artigo estabelecimento de pol ticas de igualdade e corre o das distor es existentes entende que a exist ncia ou cria o de disposi es legais visam prote o da mulher e por este motivo n o justificam a aplica o das ressalvas Quanto segunda parte do caput o autor afirma a m reda o do artigo que deveria ter estabelecido negocia o coletiva ao inv s de acordo coletivo Tamb m assinala que n o apenas as especificidades podem ser negociadas mas tamb m o todo que poder o ser diferentes caso exista um fator diferenciador 2 Quanto ao
225. forma ocorre a discrimina o positiva em que as diferen as s o relevantes para justificar o comportamento diferenciador a fim de promover o indiv duo que as possui S o formas legitimadas pelo Direito para discriminar Denise Pasello Valente Novais afirma que estabelecer diferen as necess rio para a pr pria garantia de igualdade ressaltando a proibi o de discrimina o a partir de crit rios infundados Da mesma forma lvaro Ricardo de Souza Cruz assinala que este tipo de discrimina o indispens vel para que a no o de igualdade atenda s exig ncias do princ pio da dignidade humana e da produ o discursiva com argumentos racionais de convencimento do direito Em algumas situa es o tratamento discriminat rio leg timo Ocorre quando a discrimina o inevit vel seja em raz o das exig ncias provenientes de determinadas atividades ou das caracter sticas pessoais dos envolvidos Consiste em forma de discriminar sem ofender o princ pio da igualdade sem desrespeitar as normas e finalidades previstas na Constitui o Este o entendimento de Thereza Cristina Gosdal para quem existem crit rios que definem o que tratamento desigual v lido e leg timo Al m das diferen as serem importantes e conectadas com a pr pria finalidade devem justificar por si s s a desigualdade de tratamento A proporcionalidade entre o motivo e o conte do da distin o bem como deste com a finalidade geral
226. forma mais gravosa sobre uns do que sobre outros n o apenas se justifica mas se imp e o tratamento diferenciado como forma de combater a discrimina o Tal o entendimento que se extrai do artigo 5 da Conven o 111 da Organiza o Internacional do Trabalho sobre Discrimina o no Emprego e Ocupa o ratificada pelo Brasil em 1965 2 N o h incompatibilidade entre a atual ordem constitucional e o preceito insculpido no artigo 384 da CLT que continua em pleno vigor Tem direito assim a mulher a 15 minutos de intervalo entre o t rmino da sua jornada contratual e o in cio do trabalho em sobrejornada 3 Recurso de revista conhecido e provido RO 00515 2009 140 03 00 7 Recorrentes Bagley do Brasil Alimentos Ltda Veronica Gomes Soares Pinheiro Recorridos os mesmo e Danone Ltda Relator Luiz Ot vio Linhares Renault Belo Horizonte 7 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www trt3 jus br gt Acesso em 22 de maio de 2010 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o ART 384 DA CLT INTERVALO A Constitui o Federal de 1988 ao estabelecer que homens e mulheres s o iguais em direitos e obriga es art 5 inciso e ao proibir a diferen a de sal rios de exerc cio de fun es e de crit rio de admiss o por motivo de sexo idade cor ou estado civil art 7 inciso XXX n o recepcionou o disposto no art 384 da CLT que estabelecia uma garantia discriminat ria quanto ao trabalho feminino D
227. genor de Sousa Contratos de trabalho por prazo determinado e garantia de emprego da gestante In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 177 9 MANDALOZZO Silvana Souza Netto A maternidade no direito do trabalho Curitiba Juru 1996 p 41 42 110 cuidado sua prole no per odo inicial de vida familiar com cuidados f sicos e psicol gicos Alice Monteiro de Barros trata da fun o social da maternidade em prol da sa de da mulher e da renova o das gera es As medidas destinadas a proteger as mulheres em decorr ncia de gravidez ou de parto vinculadas a um contrato de trabalho n o constituem discrimina o seu fundamento reside na salvaguarda da sa de da mulher e das futuras gera es A maternidade natural possui uma faceta f sica que o per odo de gesta o e do aleitamento propiciadas pela possibilidade do aparelho reprodutor feminino Entretanto n o foge fun o social da maternidade a m e adotante que adquire o v nculo com a prole a partir do momento do seu ingresso ao lar adotivo Silvana Souza Netto Mandalozzo ao tratar de licen a maternidade em uma poca em que ela n o era conferida m e adotante ressalta a import ncia deste per odo para os filhos e sua integra o com a m e A Constitui o trata do direito social maternidade em seu artigo 6 A maternidade sob a tica da mulher remete ne
228. go 7 da Constitui o brasileira de 1988 acerca da prote o contra a despedida arbitr ria ou sem justa causa Por m a aus ncia de regulamenta o deste artigo deixa aberta a interpreta es tamb m a quest o da despedida da gestante Quanto reintegra o decorrente da estabilidade da gestante Alice Monteiro de Barros salienta que o objetivo da Constitui o proteger o emprego contra a resili o unilateral do contrato pelo empregador de forma a evitar que caracter sticas reprodutivas femininas sejam causa de discrimina o e embaracem o exerc cio de seu direito ao trabalho Se poca de proferir a decis o n o for poss vel reintegrar a empregada ser o devidos os sal rios e demais direitos ao per odo compreendido entre a data da despedida e o final da estabilidade Para evitar esta situa o a autora sugere que seja inserida no artigo 659 da CLT uma antecipa o de tutela para casos de garantia de emprego que p e em risco direitos relevantes para as partes Para Ant nio lvares da Silva por m quando a S mula fala que cabe indeniza o quando for vencido o per odo da estabilidade deve ser vista com parcim nia e corrigida pelo legislador Isso porque a garantia de emprego n o deve resultar na sua transforma o em dinheiro mas na garantia de emprego Pontua o autor a t tulo de compara o que se o STF afirma a impossibilidade de direitos indispon veis serem objetos de negocia o coletiva tam
229. gral do menor consubstanciada no artigo 227 da Constitui o Federal que deve ser realizada com prioridade absoluta pela fam lia sociedade e Estado O artigo vincula a atua o destes agentes s necessidades do menor de forma a assegurar seu direito vida a um desenvolvimento saud vel a salvo da neglig ncia discrimina o explora o viol ncia crueldade e opress o Jos Roberto Dantas Oliva enfatiza o grau de prote o exigido Al m de ser exig ncia constitucional assegurada pelo Estatuto da Crian a e do Adolescente e por outras normas nacionais e internacionais N o toa que integral pois visa a real ar a especial prote o devendo ser total completa cabal e envolvendo a fam lia a sociedade e o Estado como agentes de sua efetiva o O reconhecimento da licen a maternidade como direito da empregada que m e se relaciona diretamente com o princ pio da prote o integral da crian a Neste per odo o infante amparado por sua genitora representante da fam lia pela empresa empregadora representante da sociedade e pela previd ncia social representante do Estado O benef cio previdenci rio consiste numa medida de prote o ao trabalho feminino decorrente da necessidade de evitar a discrimina o que pode ocorrer nestas situa es Ao assumir o encargo salarial da empregada durante o per odo visou se eliminar situa es discriminat rias decorrentes do per odo Esta medida incumb
230. gumenta que o artigo foi tacitamente revogado pela Constitui o considerando injustificado o repouso de uma a duas horas 30 SILVA 2009 p 36 381 Ibid p 37 3 BARROS 1995 p 115 383 Ibid p 116 127 independentemente da extens o da jornada de trabalho No mesmo sentido o entendimento de Thereza Cristina Gosdal com fulcro nos artigos 5 e 7 XXX da Constitui o Federal Maur cio Godinho Delgado pontua que se trata de regra discriminat ria e redutora do trabalho da mulher com efeitos grotescos e insensatos Afirma que o intervalo de uma hora consiste em exigir que a mulher que trabalha em meio expediente ou expediente corrido seis horas gaste 45 minutos adicionais de seu precioso tempo pessoal em torno das circunst ncias envolventes rela o de emprego 8 O artigo 384 da CLT estabelece intervalo obrigat rio de quinze minutos para mulheres entre a jornada normal e a extraordin ria O fato do artigo n o ter sido revogado deu origem a diverg ncias quanto a sua interpreta o ainda atuais na doutrina e jurisprud ncia A diferen a de tratamento enseja discuss o no sentido de verificar se o comando deve ser suprimido a fim de torn lo igual ao trabalho masculino se deve ser mantido considerando o car ter biossocial que diferencia o trabalho da mulher ou estendido ao homem com o intuito de trat lo com isonomia ao direito da mulher Parte da doutrina considera uma distin
231. han a com o respeito alteridade O princ pio da isonomia mencionado por Ingo Wolfgang Sarlet como diretamente vinculado na dignidade da pessoa humana sendo pressuposto essencial para o seu respeito a sua garantia a todos Isso embasa a proibi o de tratamentos discriminat rios arbitr rios ou de qualquer ofensa ao princ pio da igualdade Partindo da defini o negativa de dignidade da pessoa humana no que tange ao trabalho da mulher n o digno que as condi es de trabalho entre homens e 2 PINHO 2005 p 157 158 27 SARLET 2001 p 89 93 mulheres sejam desiguais bem como haja diferen a de sal rio para trabalhos iguais Tampouco digno que sejam desfavorecidas pelo fato de poderem engravidar ou de engravidarem 8 Logo verifica se que a dignidade da pessoa humana conceito aberto e portanto apto a se concretizar com as especificidades da mulher No que tange ao labor desta em face de todas as desigualdades enfrentadas e ainda existentes este princ pio se imp e com a finalidade de promover um trabalho digno e de respeitar a pessoa humana de acordo com suas caracter sticas gerais e espec ficas Igualmente se a dignidade da pessoa humana exige que o trabalho desenvolvido pela pessoa humana seja digno vedando a humilha o e a degrada o da mesma forma deve ser para a mulher A particularidade do labor feminino por qualidades biol gicas por resqu cios da cultura patriarcal e pela desvaloriza
232. ho da mulher s o a descontinuidade no emprego e alta taxa de absente smo Quanto ao primeiro Thereza Cristina Gosdal afirma que as responsabilidades familiares afetam a falta de continuidade do labor feminino que n o oferecem possibilidades de carreira e oportunidades em que haja maior investimento em forma o ou qualifica o principalmente quando n o se trata de profiss es femininas A inexist ncia de institui es para aux lio a inf ncia podem dificultar a manuten o do v nculo de emprego A falta de infra estrutura social com creches e pr escolas inviabiliza a inser o da mulher com filhos ou impossibilita seu retorno a curto prazo no mercado de trabalho Desta forma eleva se tamb m o n vel de absente smo em virtude dos encargos familiares e dom sticos ainda pertencerem mulher 2 As responsabilidades referentes fam lia de acordo com Thereza Cristina Gosdal s o assumidas com maior intensidade por mulheres Exemplifica com o adoecimento do filho cuja demanda por acompanhamento m dico constitui falta n o 522 CALIL 2007 p 67 2 TORRES 2007 p 113 54 GOSDAL 2008 p 179 5235 BARROS 1995 p 469 174 prevista entre as aus ncias permitidas pela CLT artigo 473 Logo a assiduidade disponibilidade flexibilidade como base de crit rios para a concess o de promo es tende a beneficiar trabalhadores do sexo masculino quando as profiss es n o s o tipicamente femininas em virtude
233. i es podem ser superadas diante da considera o de interesses por um princ pio m nimo de igualdade Contudo as diferen as inerentes aos indiv duos equivocadamente levam naturaliza o de desigualdades sociais Denise Pasello Valente Novais ao classificar o trabalho pelo crit rio g nero sustenta que h uma dicotomia entre o trabalho produtivo e o reprodutivo O primeiro se caracteriza pelas atividades de produ o social e dire o da sociedade e s o exercidas precipuamente por homens no espa o p blico J o segundo tamb m 114 CONFORTIN Helena Discurso e g nero a mulher em foco In GHILARDI LUCENA Maria In s org Representa es do Feminino Campinas Atomo 2008 p 111 112 15 CRENSHAW Kimberle A constru o jur dica da igualdade e da diferen a In DORA Denise Dourado org Feminino masculino igualdade e diferen a na justi a Porto Alegre Sulina 1997 p 20 21 8 HEILBORN Maria Luiza Corpo sexualidade e g nero In DORA Denise Dourado org Feminino masculino igualdade e diferen a na justi a Porto Alegre Sulina 1997 p 50 48 chamado de trabalho dom stico se relaciona com o mundo privado em que h a produ o de valores de uso para o consumo familiar a reprodu o da esp cie e cuidado com familiares Percebe se assim que a quest o reprodutiva e a for a f sica foram determinantes para a atribui o do trabalho dom stico mulher A ndia era quem tratava
234. ia S rgio Cruz Arenhart ressalta que a prote o adequada ao direito material busca a sua inviolabilidade No que tange a tutela do direito vida privada a a o deve ser meio id neo para dar tudo aquilo e exatamente aquilo que o indiv duo que tem um direito ou que possa ser reconhecido como titular de um possa obter O direito do trabalho diante da incid ncia de condutas discriminat rias pode perceber na tutela inibit ria um mecanismo que evite a sua ocorr ncia continuidade ou repeti o Wolney de Machado Cordeiro aponta a dificuldade de estabelecer os aspectos pr ticos da tutela inibit ria pela legisla o processual Numa constru o 452 ORO 2009 p 56 43 ARENHART 2000 p 43 152 doutrin ria dentro da seara trabalhista o jurista aponta a Lei 9 029 95 como marco normativo que possibilita a preven o contra pr ticas discriminat rias De acordo com seu entendimento sem a tutela preventiva a pr tica de uma das condutas tipificadas na citada Lei e a possibilidade de rompimento imotivado pelo empregador podem constituir um verdadeiro paradoxo Justifica seu pensamento no fato de que o trabalhador vitimado pela pr tica discriminat ria poderia ser reintegrado e em seguida dispensado imotivadamente Por fim sustenta que o car ter inibit rio deve ter seus efeitos continuados mesmo ap s a reintegra o O retorno do trabalhador ao seu posto de trabalho n o exaure o comando jurisdicional pois este con
235. ia por parte destas organiza es Tamb m o constante esquema repressivo e o comportamento TELES 2008 p 51 CANTELLI Paula Oliveira O trabalho feminino no div Domina o e discrimina o S o Paulo LTr 2007 p 94 96 35 dogm tico das institui es impediam nas de observar a amplia o das atividades femininas As mudan as sociais e a aquisi o de novos h bitos e costumes como o exerc cio pela mulher da chefia da fam lia competi o no mercado de trabalho e redu o do ndice de fertilidade eram pouco percebidas pelas organiza es influenciadas por ideais conservadores e distanciadas da fam lia e das formas de relacionamento entre as pessoas Mesmo neste ambiente desfavor vel acentuam se novos comportamentos femininos na sociedade Os movimentos e grupos liderados por mulheres de ideais e objetivos diversos al m da vontade e da necessidade de atuar no espa o p blico s o propulsores desta nova realidade C li Regina Jardim Pinto ressalta que o movimento feminista brasileiro nasceu na d cada de 70 em meio ditadura com a participa o de movimentos de mulheres das classes m dias e oper rias Embora a igualdade entre os sexos n o fosse o tema central defendido estes movimentos de mulheres tamb m podem ser considerados feministas uma vez que partiam da pr pria condi o de mulher para intervir no mundo p blico Tamb m assinala a autora acerca da impossibilidade d
236. ial motivada de forma expl cita em diferen as de g nero Entretanto este n mero aumenta quando se analisam julgados sobre equipara o salarial com autoras mulheres e paradigmas homens Situa o descrita em decis o da 4 Vara de Curitiba que relata o pedido de equipara o salarial de empregada com trabalhador do sexo masculino demonstra que ela tinha mais responsabilidades que o paradigma por m com sal rio inferior Embora a decis o n o tenha analisado a discrimina o de g nero a situa o demonstra ind cios desta A empresa foi responsabilizada a equiparar os sal rios e por consequ ncia deu reclamante o que tinha deixado de ganhar A tutela inibit ria pode ser utilizada em seu vi s individual ou coletivo para postular a isonomia salarial entre homens e mulheres Entretanto a primeira dificimente caracterizada posto que exige a amea a do il cito ou dano sua repeti o ou continua o durante o contrato de trabalho Se postulada posteriormente ao t rmino do v nculo a tutela seria ressarcit ria Por seu vi s coletivo a atua o do Minist rio P blico do Trabalho se verifica importante A institui o possui coordenadorias para tratar de diferentes temas no ambiente de trabalho como ocorre com o COORDIGUALDADE Esta Coordenadoria atua nacionalmente atuando principalmente no combate a discrimina o de trabalhadores inclus o de deficientes e reabilitados em ambientes de trabalho e na
237. iares com as atividades profissionais uma vez que os anseios profissionais e reprodutivos configuram uma realidade incontest vel Apesar da constru o te rica da n o discrimina o realizada pela legisla o e pela doutrina pode se depreender da jurisprud ncia uma realidade social em que se produzem condutas discriminat rias de forma negativa ao trabalho da mulher Grande parte toma por base as caracter sticas referentes gesta o ou maternidade nesta integradas as responsabilidades familiares em virtude da prole Em decis o colegiada o Tribunal Regional da 3 Regi o reconheceu situa o de discrimina o na admiss o de empregada Houveram tratativas que tomavam como certa a admiss o da empregada contudo com a informa o do seu estado grav dico n o se concretizou a contrata o A troca de mensagens eletr nicas entre a gestante e representante da empresa empregadora possibilitou o reconhecimento da conduta discriminat ria de nega o de emprego por motivo de gesta o A conduta da reclamada violou o direito cidadania dignidade da pessoa humana ao valor social do trabalho igualdade n o discrimina o prote o ao emprego dentre outros dispositivos constitucionais bem como o art 373 A ll da CLT e Lei n 9 029 95 Reconheceu se o dano moral pela pr tica de discrimina o contra mulher gr vida pela empresa que por isso descumpriu os deveres de agir com probidade e boa f Ac rd
238. ibi o da desigualdade o segundo o faz pela promo o de diferen as que justificam um tratamento espec fico O direito n o discrimina o veda diferen a com justificativa ileg tima O direito diferen a reconhece a exist ncia de diferen as entre os indiv duos e estabelece quando elas se vislumbram leg timas ou seja quando n o inferioriza ou desqualifica o indiv duo quando o promove e o inclui na sociedade A dignidade da pessoa humana deve orientar a concep o e aplica o dos direitos igualdade diferen a e n o discrimina o Enquanto isso a concretiza o destes direitos permitem a efetiva o do princ pio dignidade da pessoa humana No que tange perspectiva feminina Leda de Oliveira Pinho ressalta que a percep o da mulher como ser diferente mas semelhante ao homem deve pautar os direitos humanos devido unidade existente pautada na dignidade da pessoa humana 33 GOSDAL 2008 p 100 304 PINHO 2005 p 143 107 Logo a concretiza o da igualdade de g nero passa pela proibi o da discrimina o infundada e pela percep o das diferen as decorrentes do sexo Desta forma ser concretizada igualmente a dignidade da pessoa mulher reconhecendo as particularidades naturais e sociais que lhe foram conferidas pelo seu sexo e assim incluindo a na sociedade bem como pela proibi o de que tais diferen as sejam motivo de inferioridade 3 2 NORMATIZA O DO TRABALHO D
239. ice de cargos de alto escal o ocupados por mulheres Segundo Maria Elena Valenzuela a pessoa ou o grupo social tratado com base em determinada categoria social ou a partir de estere tipos que configuram a discrimina o indireta Esta forma discriminat ria mais comum e persiste mesmo com os mecanismos de igualdade Uma pesquisa demonstra a ocupa o de altos cargos de acordo com o sexo do trabalhador em que se observa que quanto mais alto for o cargo mais alta tamb m ser a disparidade As empresas pesquisadas possu am 11 5 de mulheres no n vel hier rquico executivo 24 6 no n vel de ger ncia 37 no n vel de supervis o e 35 no n vel funcional H apontamentos tamb m que indicam que as mulheres se submetem a carreiras e vidas de menores fortunas por op o sendo o que justifica o maior grau de escolaridade e a continuidade em profiss es a tempo parcial ou de menor valor Sandra Pinker sustenta que a pr pria biologia da mulher as impulsiona para atividades diferentes como a amamenta o que libera horm nios e neurotransmissores que induzem um estado de euforia na mulher Com isso o g nero n o tem o cond o de tornar um trabalhador mais ou menos valioso mas apenas constata que s o diferentes Existe mais de uma maneira de ser bem sucedido n o necessariamente ligado ao modelo masculino de sucesso 624 YANNOULAS 2002 p 16 65 CALIL 2007 p 70 626 VALENZUELA 1999 p 163 164 ETHOS
240. ida Previd ncia Social enquadrada por L a Elisa Silingowschi Calil como uma forma de prote o do mercado de trabalho da mulher conforme previsto constitucionalmente no inciso XX do artigo 7 O citado dispositivo constitucional fundamenta a viabilidade de se estabelecer a es afirmativas quanto ao labor feminino Conforme ensina Georgenor de Sousa Franco Filho atribu do ao Estado a cria o de mecanismos de prote o mulher trabalhadora Ressalta que a concretiza o desse direito depende da produ o de 315 CALIL 2007 p 61 316 OLIVA Jos Roberto Dantas O princ pio da prote o integral e o trabalho da crian a e do adolescente no Brasil S o Paulo LTr 2006 p 101 102 112 normas e que a escolha da a o afirmativa deve ter rela o l gica com a desigualdade a ser combatida Este dispositivo em sua generalidade objetiva igual acesso ao trabalho entre homens e mulheres e afastar quaisquer tipos discriminat rios A cria o de mecanismos espec ficos se caracteriza como formas de incentivo a contrata o da mulher por empresas Outro exemplo citado pela autora a aprova o da Lei 9 799 1999 que insere dispositivos no texto celetista Bruno Franco Alves e Marina Oliveira Guimar es assinalam que por este artigo legislador reconhece a posi o hipossuficiente da mulher no mercado de trabalho Por este motivo que se determina a prote o do mercado de trabalho pelo Estado e princip
241. idade de mudar de fun o Tanto na sua reda o original como ap s a sua altera o garantia se o direito a sal rios integrais O art 393 significou grande obst culo inser o do trabalho da mulher pois determinava que al m da concess o do benef cio previdenci rio de aux lio maternidade o empregador pagar lhe ia o sal rio integral Segundo Alice Monteiro de Barros o dispositivo al m de colidir com a Conven o n 3 da OIT que atribu a a previd ncia o nus financeiro acarretava discrimina o das mulheres no mercado de trabalho pelo custo elevado que representava Estas normas conforme pontua L a Elisa Silingowschi Calil tem como destinat rio da prote o tamb m a crian a fruto da gesta o Afinal o per odo atribu do como licen a maternidade possibilita a amamenta o e o desenvolvimento saud vel da prole e propaga o da esp cie Apesar de configurarem um fardo ao 197 CALIL 2007 p 38 198 BARROS 1995 p 416 75 empregador n o eram descabidas Problema maior era a aus ncia de direitos sociais aos homens 9 Esta exig ncia foi revogada com a Lei 6 136 de 1974 quando este encargo passou a ser suportado pelos cofres p blicos O art 446 da CLT presumia que o trabalho da mulher fosse autorizado Contudo o marido ou o pai poderia pleitear a rescis o contratual caso o trabalho fosse considerado uma amea a aos v nculos familiares ou perigo manifesto s condi es peculiares da
242. idade e a complei o f sica e de preconceitos como o valor do sal rio e a dificuldade de ascens o profissional 4 2 1 A gesta o e a maternidade Dentre todas as diferen as no ambiente de trabalho que natural ou culturalmente delimitavam a rela o entre homens e mulheres a gesta o e a maternidade se demonstram as mais resistentes de se ultrapassar A gesta o condi o exclusiva de mulheres devido s caracter sticas do aparelho reprodutor feminino e isso as diferencia dos homens de forma nica Esta fase implica em mudan as f sicas que v o desde altera es corporais para acomodar o feto quanto a cuidados espec ficos de sa de A maternidade por sua vez vislumbra se na mulher com filhos naturais ou adotivos sem distin o conforme ditame constitucional Esta condi o tem a sua fun o biol gica como o caso da amamenta o e emocional que consiste na cria o de v nculos afetivos e amparo da prole Os cuidados com a prole se iniciam no parto ou na ado o e se estendem para o resto da vida com maior intensidade no in cio do que em seu final As responsabilidades familiares prosseguem mesmo ap s o in cio da vida da crian a ou do seu v nculo filial com os pais e tamb m podem ensejar discrimina o da mulher em seu ambiente de trabalho Estas caracter sticas contudo s o uma das causas de discrimina o no ambiente de trabalho Cristiane Maria Sbalqueiro Lopes salienta que normalment
243. il cito e do dano A amea a de acordo com S rgio Cruz Arenhart constitui ponto nevr lgico da a o e baliza a exist ncia ou n o do interesse de agir Quando constatada a preven o se vislumbra como melhor m todo para assegurar o direito escopo da tutela inibit ria Apontam se outras finalidades da tutela inibit ria a saber impedimento continua o e obstaculiza o repeti o do antijur dico do il cito e do dano A primeira se vincula ao car ter cont nuo das presta es contratuais enquanto o segundo na repeti o de conduta que j ocorreu anteriormente O fato de j existir um fato anterior contr rio ao direito n o colide com o car ter preventivo desta medida A preexist ncia de um il cito n o compromete a natureza da tutela inibit ria que t o preventiva quanto aquela que visa impedir um ato sem nenhum il cito anterior Percebe se portanto que a preven o contra amea a de il cito de conduta antijur dica ou danosa pode ser ou n o precedida de fato anterior N o porque j houve o dano que o direito lesionado foi retirado da esfera de seu titular Muito pelo contr rio pois em cada nova amea a se renova a possibilidade de preven o O Direito brasileiro n o conceitua a tutela inibit ria em diplomas legais mas a doutrina a reconhece com fundamento principalmente no artigo 5 inciso XXXV da 38 MARINONI 2006 p 72 78 439 POZZOLO 2001 p 76 0 ARENHART
244. iminuir a segrega o estrutural de g nero 2 A igualdade de fato por m n o depende apenas de uma constru o jur dica mas da mudan a da pr pria sociedade A norma pode e deve colaborar neste processo por isso o comando constitucional que prev os incentivos espec ficos 329 GOSDAL 2008 p 161 33 BARROS 1995 p 224 226 331 GOSDAL op cit p 166 332 Ibid p 151 116 para a prote o do mercado de trabalho da mulher Contudo a altera o da mentalidade social se revela essencial da pr pria da mulher e de seu empregador As normas constitucionais foram uma resposta as desigualdades de g nero constatadas em uma poca pret rita Sua elabora o n o foi influenciada somente pela demanda social mas tamb m internacional A condi o prec ria do trabalho feminino n o exclusividade da realidade p tria e tem na Organiza o Mundial do Trabalho constante preocupa o 3 2 2 Normas da Organiza o Internacional do Trabalho Foi em meados do s culo XX que surgiram os primeiros normativos da Organiza o Internacional do Trabalho OIT a respeito da igualdade de g nero por meio de conven es e recomenda es Embora n o se almeje adentrar na sua conceitua o e alcance cabe esclarecer que as primeiras s o tratados internacionais sujeitas ratifica o enquanto as segundas s o instrumentos opcionais que orientam a pol tica e a a o nacional de pa ses vinculados a OIT
245. inistas Ao contr rio das sufragistas havia em seu discurso uma identifica o da explora o da mulher como decorrente da opress o masculina As feministas liberais julgavam as feministas anarquistas como radicais imputando lhes um feminismo revolucion rio e destruidor de lares Estas por sua vez criticavam as primeiras pela conserva o das estruturas existentes tendo em vista a limita o da luta pela esfera p blica burguesa O anarquismo foi importante para constatar e contrariar o car ter desigual das rela es humanas n o apenas entre homens e mulheres mas tamb m em outros grupos minorit rios Com isso ao ser absorvido por mulheres este movimento exp e a desigualdade nas estruturas de g nero C li Regina Jardim Pinto destaca a atua o de Maria Lacerda de Moura no anarquismo brasileiro At ia e contr ria ao nacionalismo ela apontava o capitalismo como origem das causas sociais femininas Por isso desdenhava a luta por direitos pol ticos e salientava a existente opress o masculina sobre a mulher o homem aparecia como opressor identificado no capitalista no patr o que explorava as TELES 2008 p 44 RAGO Margareth Anarquismo e feminismo no Brasil A aud cia de sonhar Mem ria e subjetividade em Luce Fabbri 2 ed rev e aum Rio de Janeiro Achiam 2007 p 42 PINTO 2008 p 34 RAGO op cit p 40 41 33 mulheres Era uma postura que lutava por grandes transforma e
246. inuir esta procura a fim de absorver a m o de obra masculina que retornava A consequ ncia era o retorno s atividades dom sticas Assim os eventos pol ticos e culturais nos Estados Unidos e Europa decorrentes mormente do per odo de guerra motivam o desenvolvimento do movimento feminista que se tornou um movimento contra a ditadura militar no Brasil Logo pela natureza do regime de governo quaisquer movimentos sociais que se criaram ou sobreviveram a ele tendem mais a questionamentos pol ticos que de reestrutura o social Segundo Paola Cappellin Giulani o principal problema enfrentado pelas organiza es sindicais existentes nos anos 60 era o arrocho salarial inclusive as cr ticas quanto a condi es de trabalho e jornada laboral eram discutidas sob este vi s A preocupa o com a economia das rela es de trabalho minimiza as discuss es acerca das condi es de vida e reprodu o social da fam lia que quando discutidas eram medidas pelo sal rio Assim a maior parte das mulheres tinha sua cidadania vista de forma indireta As for as pol ticas da poca n o elegeram a causa feminina como uma das lutas primordiais ao desenvolvimento e liberta o do povo Com a piora da situa o em face da decreta o do Ato Institucional n 5 que tornava imposs vel concretizar qualquer forma de protesto dentro da legalidade as mulheres foram incorporadas s organiza es de esquerda Houve contudo relut nc
247. iscrimina o negativa da mulher pela menor remunera o pode ser decorrente de diversos fatores destacando dentre eles os biol gicos culturais e econ micos Implicam numa desvaloriza o do trabalho feminino de forma a diminu lo ou desfavorec lo Determinadas caracter sticas que diferenciam homens e mulheres podem e devem ser observadas tanto pelo ordenamento jur dico quanto pela sociedade Outras devem ser combatidas como a desigualdade salarial uma vez que n o s o justific veis O sal rio deve consistir numa contrapresta o pelo trabalho n o um reflexo do g nero do empregado o que faz com que o ordenamento jur dico repudie a diferencia o salarial 4 2 3 A for a f sica A constitui o do corpo feminino em geral tem menor vigor f sico do que a do homem sendo uma caracter stica natural Por este motivo empregos que exigem esfor o f sico para empenho de for a muscular se inclinam para a popula o masculina A legisla o brasileira prev uma limita o para a utiliza o da for a muscular que depende do sexo do empregado Para o trabalho masculino o peso m ximo que um empregado pode remover individualmente de 60 quilos enquanto para a mulher a legisla o determina o m ximo de 20 quilos em caso de trabalho cont nuo ou 25 quilos para o ocasional 67 MINIST RIO P BLICO DO TRABALHO Promover a igualdade de oportunidades no trabalho Dispon vel em lt http www pgt mpt gov br
248. issional para mulheres 3 estabeleciam metas para reduzir as desigualdades salariais incluindo as existentes entre homens e mulheres Na repeti o da pesquisa em 2005 os ndices foram respectivamente 11 4 e 3 em 2007 22 23 e 16 Al m disso a ltima vers o da pesquisa questionou acerca do estabelecimento de metas para ampliar a participa o de mulheres em cargo de dire o obtendo um percentual afirmativo de 20 das empresas 2 Este ltimo por m representa uma grande diferen a quando confrontado com o ndice de 62 5 BRITO FILHO 2002 p 67 531 Ibid p 68 532 INSTITUTO ETHOS Perfil social racial e de g nero das 500 maiores empresas do Brasil e suas a es pesquisa 2007 S o Paulo Instituto Ethos 2007 p 20 Dispon vel em lt http www ethos org br _Uniethos Documents PesquisaDiversidade2007 pdf gt Acesso em 18 de maio de 2010 177 das empresas que afirmam desenvolver pol tica visando a promo o de igualdade de oportunidades para homens e mulheres entre os funcion rios Os ndices embora baseados em grandes empresas demonstram um constante crescimento de a es promocionais do trabalho da mulher As estat sticas do DIEESE acerca de conven es coletivas tamb m est o em linha ascendente No per odo compreendido entre 2001 e 2006 em m dia h seis cl usulas sobre quest es relativas ao g nero para cada contrato coletivo de trabalho o que demonstra uma evolu o
249. ista por m n o era sempre direcionado a todas as mulheres A mesma autora ressalta que as oper rias e demais trabalhadoras eram consideradas pelas feministas como incapazes de produzir alguma forma de manifesta o cultural Os homens da elite a encaravam como seres inferiores s mulheres normais e inclinadas aos v cios e tenta es do mundo A educa o prec ria abrangia ambos os sexos no Brasil dificultando a moderniza o do pa s sendo a maioria da popula o analfabeta tanto na rea rural quanto em cidades e povoados Neste contexto N sia Floresta Brasileira Augusta precursora do feminismo tamb m foi pioneira na defesa da educa o s mulheres denunciando a submiss o ao homem e reivindicando a emancipa o delas atrav s da educa o Afora o problema educacional generalizado para a mulher havia o preconceito originado na atribui o dos afazeres dom sticos A educa o passa a ser um objetivo das feministas brasileiras Este era o instrumento em que se vislumbrava a supera o da submiss o feminina a independ ncia e a participa o na vida p blica o alcance da igualdade Naquela poca a educa o feminina n o era igual masculina sendo o conte do dom stico o mais procurado por pais para oferecer s suas filhas O questionamento pol tico e cient fico era dado aos homens por participarem da vida p blica Fora da vida p blica estavam as mulheres logo tornara se comum o racioc
250. istente no mercado de trabalho Thereza Cristina Gosdal pontua que no que tange s rela es entre empregador e empregada a segrega o mais sofisticada que a diretamente evidenciada no seio das rela es de emprego A aplica o das leis que co bem a desigualdade na organiza o estrutural do trabalho n o alcan ada sendo que o conhecimento dessa situa o n o municia o direito com formas eficazes de combate discrimina o Por m salienta a autora que embora n o se reduzam as desigualdades reais ao menos se obsta o mascaramento da realidade Desta forma percebe se que as normas especiais quanto ao trabalho da mulher s o uma necessidade no seio da empresa embora elas pr prias possam originar ou respaldar situa es materiais de discrimina o negativa 643 OLMOS 2008 p 119 644 Ibid p 123 645 CARLOS 2004 p 62 6 Ibid p 63 7 GOSDAL 2003 p 165 217 5 CONCLUS O A invisibilidade uma caracter stica de boa parte da hist ria do trabalho das mulheres no Brasil embora ele tenha sido constante na pr pria casa fora de casa como esposa m e escrava comerciante dentro ou fora dos padr es e das regras vigentes Al m deste distintivo outros podem ser notados como por exemplo a inferioridade na valora o do trabalho e a sexualidade que muitas vezes lhe era imposta Diante da oculta historicidade o mundo produtivo passou a se pautar por caracter sticas masculinas tendo em vis
251. larial A atribui o de tarefas inferiores a mulheres foi agravada por muito tempo em virtude do baixo grau de instru o a que eram submetidas Hoje os indicadores de escolaridade feminina ultrapassam a masculina Contudo a mesma pesquisa ressalta dois aspectos adversos O primeiro revela que a educa o ainda se pauta nos pap is socialmente atribu dos a homens e mulheres impactando nas escolhas profissionais e dando origem segmenta o de mercado o segundo que a vantagem educacional n o vincula a mulher a uma maior ocupa o no mercado de trabalho em postos mais qualificados e em maiores sal rios Isso significa que existe uma concep o arraigada dos pap is de g nero que muitas vezes pautam as escolhas profissionais das pr prias mulheres e tamb m o desenvolvimento das suas atividades na empresa Tanto a quest o da forma o e da escolha profissional quanto a quest o da distin o de oportunidades e ascens o profissional passa pela discuss o da atribui o dos pap is aos indiv duos de acordo com o g nero Rela es sociais de g nero s o desiguais hierarquizadas e contradit rias seja pela explora o da rela o capital trabalho seja pela domina o masculina BARACAT 2008 p 251 0 BARROS 2006 p 1084 1 ALESSI 2000 p 150 492 SECRETARIA ESPECIAL DE POL TICAS PARA AS MULHERES et al 2008 p 5 164 sobre a feminina retratando a rela o entre produ o e reprodu o
252. las no Renascimento restando lhes o confinamento entre as paredes dom sticas e os trabalhos domiciliares Muitas das portuguesas que vieram ao Brasil eram de origem humilde viviam de suas costuras com rcio horta e lavouras faziam p o fiavam sedas lavavam e tingiam panos se prostitu fam Algumas eram propriet rias de escravos ou casadas com funcion rios da coroa portuguesa Observa se por m mesmo com a realiza o de of cios n o ligados exclusivamente s atividades do seu lar demonstram se ligados indiretamente ao ambiente dom stico que trata basicamente de alimentar e vestir A constitui o f sica da mulher tem grande influ ncia na defini o destes pap is restando aos homens trabalhos que exigem for a 13 DEL PRIORE Mary Mulheres no Brasil colonial A mulher no imagin rio social M e e mulher honra e desordem Religiosidade e sexualidade 2 ed S o Paulo Contexto 2003 p 18 14 DEL PRIORE Mary VEN NCIO Renato O livro de ouro da hist ria do Brasil Rio de Janeiro Ediouro 2001 p 88 BARROS Alice Monteiro de A mulher e o direito do trabalho S o Paulo LTr 1995 p 29 16 DEL PRIORE op cit p 14 21 No ambiente familiar este papel tamb m era visualizado pela submiss o da mulher ao marido Na casa grande o senhor de engenho era centro da fam lia e devia irradiar autoridade respeito e a o Todos deveriam curvar se perante o seu comando A esposa vivia para gerar fi
253. letistas eram proibi es e n o protegiam efetivamente as mulheres de condi es desfavor veis de trabalho Contudo estavam de acordo com o que pregava a OIT 19 CALIL 2007 p 38 20 Ibid p 36 37 201 LOPES Cristiane Maria Sbalqueiro Direito do trabalho da mulher da prote o promo o Scielo S o Paulo Dispon vel em lt http Awww scielo br pdf cpa n26 30398 pdf gt Acesso em 9 dez 2008 p 412 417 202 GOSDAL 2008 p 144 76 Compartilha desta opini o Paula Oliveira Cantelli para quem esta postura legislativa imp s restri es que se revelaram prejudiciais e injustific veis Gerava discrimina o contra o trabalho da mulher considerando que algumas prote es eram onerosas o que por consequ ncia privilegiava o trabalho do homem Ainda cabe salientar que as medidas protetivas tinham a finalidade de proteger os postos de trabalho masculinos Este o posicionamento de Thereza Cristina Gosdal para quem a aus ncia de limites para trabalhos agr colas e dom sticos configura a discrimina o A poca de prote o do trabalho da mulher se revelou causa de v rias discrimina es contra sua inser o e manuten o no emprego A continuidade do modelo produtivo masculino pode ser vislumbrada nestas normas protetivas uma vez que a diferen a entre os sexos acarretava desfavorecimento do indiv duo feminino Por este motivo o foco volta se a medidas inclusivas que auxiliaram a
254. lhos e desenvolver atividade dom stica como a costura a do aria e bordados bem como pr ticas de devo o piedosa A aus ncia do marido transferia as responsabilidades laborais esposa que as assumia com igual vigor A utiliza o de escravas criou no mundo senhoril uma divis o racial do sexo na qual a esposa branca era a dona de casa e m e dos filhos a escrava ndia negra ou mulata era o territ rio do prazer Logo percebe se que igualmente s mulheres brancas restavam trabalhos dom sticos A viuvez era motivo para originar um patriarcado de saias tendo em vista que fazia com que a mulher se comportasse de acordo com o novo papel sem se alterarem as rela es fundamentais Este padr o de conduta revela a import ncia do trabalho masculino em detrimento do feminino Perante a aus ncia do senhor de engenho n o havia um novo modelo para a condu o do trabalho mas a incorpora o do masculino Este modelo em terras brasileiras ir se consolidar posteriormente O per odo minera o refletiu a situa o dos engenhos Nas Gerais al m do trabalho dom stico Luciano Figueiredo assinala que elas dividiam com os homens a panifica o tecelagem e alfaiataria cabendo alguma exclusividade no que tange aos of cios de costureiras doceiras fiandeiras e rendeiras Nas minas propriamente ditas seu trabalho se restringia ao carregamento de pedras que seriam lavadas Nesta poca v rias foram as mulheres que se vi
255. liar Al m da busca pela m o de obra barata as elites brasileiras discutiam a figura do novo trabalhador brasileiro o cidad o da p tria disciplinado e produtivo Este modelo era considerado amea a honra da mulher trabalhadora uma vez que o ambiente laboral era tido como prom scuo e a mulher como de ndole passiva e indefesa Logo seu trabalho fora do lar caracterizaria a falta de cuidado com a fam lia e poderia tornar desinteressante o casamento e a maternidade A preocupa o com a forma o do novo trabalhador bem como o desenvolvimento do pa s fizeram surgir nova profiss o para as mulheres a de professora Muitos argumentavam que a natureza feminina era ideal para o desempenho da profiss o sendo o magist rio considerado como uma extens o da maternidade Outros afirmavam ser insensato o desempenho desta atividade por elas considerando pelo seu despreparo e c rebro pouco desenvolvido A demonstra o destas dificuldades desdobrava se em outras que afetavam o trabalho da mulher como a desvaloriza o do seu trabalho que significava tamb m a minora o do seu sal rio Tal fen meno ocorria tanto no trabalho rural quanto no trabalho urbano podendo ser piorado de acordo com outros fatores como a ra a e o estado civil 37 CALIL 2000 p 27 29 38 RAGO 2008 p 582 583 585 3 LOURO Guacira Lopes Mulheres na sala de aula In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulhere
256. liares Thereza Cristina Gosdal aponta este como o fator determinante para produzir altera es nas rela es de g nero Ressalta que n o significa abandonar as diferen as existentes quanto gesta o ao nascituro e amamenta o mas quanto a outros aspectos igualmente importantes como a op o no exerc cio da licen a pelo pai ou pela m e exceto no primeiro m s ap s o parto para fins de recupera o a estabilidade provis ria ao futuro pai dentre outros A ltima se o do cap tulo que trata das tutelas especiais acerca do trabalho da mulher na CLT estabelece penalidades administrativas para os violadores das normas previstas Ant nio lvares da Silva acentua a necessidade de aplica o das san es administrativas para n o incentivar o descumprimento das normas estabelecidas Afinal trata se de dispositivos de ordem p blica sem efeitos patrimoniais concretos que exigem uma atua o mais efetiva do Poder Judici rio Tramita na C mara dos Deputados ainda em fase inicial o Projeto de Lei n 6393 2009 que acrescenta 3 ao art 401 da CLT a fim de estabelecer multa para combater a diferen a de remunera o verificada entre homens e mulheres no Brasil Trata se de Projeto do Deputado Mar al Filho que justifica a proposi o no fato de as penalidades aplic veis compensarem a infra o ao inv s da observ ncia legal A proposta o pagamento de multa em favor da empregada no valor corresponde
257. limitam a coopera o volunt ria Contudo esse posicionamento pode contrariar princ pios da ordem jur dica como da dignidade da pessoa humana e da igualdade al m do direito n o discrimina o Dinaura Godinho Delgado aponta que o trabalhador n o pode ser colocado apenas a servi o de interesses econ micos empresariais que se preocupam exclusivamente com o aumento de lucro e redu o de custos sob pena do princ pio da dignidade da pessoa humana ser ferido Eneida Melo Correia de Ara jo assinala que al m dos interesses privados a atividade empresarial deve participar dos encargos e projetos que visem manuten o de um sistema m nimo de tutela social 48 FRIEDMAN 1984 p 103 104 461 Ibid p 104 42 GOMES Dinaura Godinho Pimentel Direito do trabalho e dignidade da pessoa humana no contexto da globaliza o econ mica problemas e perspectivas S o Paulo LTr 2005 p 133 ARA JO Eneida Melo Correia de As rela es de trabalho uma perspectiva democr tica S o Paulo LTr 2003 p 287 156 Apesar da liberdade econ mica ser a regra que pauta o sistema capitalista e por consequ ncia a atividade empresarial que participa deste sistema a observ ncia de preceitos de prote o e valoriza o da pessoa humana se imp e Por este motivo faz se necess ria a preocupa o com eventuais crit rios discriminat rios que possam permear o processo seletivo lvaro Ricardo Souza Cruz relaciona qu
258. m Pinto cita al m disso o depoimento de uma estudante fundadora de um destes grupos Eu militava no Diret rio mas o que me dava realmente identidade era o feminismo o que era ali s super malvisto na poca Era como se eu tivesse abandonado a luta de classes para adotar a luta de sexo Eu n o tinha feito isso mas dentro do Diret rio sentia me discriminada como se tivesse passado a ser algu m em luta por uma revolu o ntima pessoal Observa se que eram grupos formados por pessoas com ideais comuns como as donas de casa as estudantes as prolet rias O que ocorreu foi a inser o do ide rio feminista dentro destes grupos O feminismo entretanto era mal visto n o apenas pelo movimento de direita mas tamb m pelo de esquerda Embora tenha caracter sticas dos movimentos europeus e norte americanos dos anos 60 o feminismo brasileiro dos anos 70 priorizou as peculiaridades locais geradas pela primeira fase do governo militar N o houve por este motivo um movimento de libera o radicalizado como o daquelas sociedades Por estar atrelado s lutas pol ticas da poca o movimento feminista n o tinha a visibilidade pretendida A mulher como indiv duo integrante da sociedade j era percept vel por m n o da mesma forma que o homem Os dirigentes pol ticos ao perceberem que as feministas passam a levar a estes grupos assuntos como sexualidade aborto viol ncia sexual e dom stica entendiam que a luta prolet
259. m negativas Denise Pasello Valente Novais trata da possibilidade das a es afirmativas acarretarem discrimina o inversa As situa es de discrimina o geradas pelas a es afirmativas aos indiv duos que s o preteridos por ela podem gerar sentimentos de rejei o e injusti a dif ceis de serem superados No que concerne s rela es de g nero a discrimina o inversa ocorre perante os homens A cautela na escolha dos crit rios que fundamentam as a es afirmativas segundo Roberta Fragoso Menezes Kaufmann essencial para evitar a ofensa ao princ pio da igualdade e tamb m da proporcionalidade Crit rios injustific veis podem ensejar a declara o de inconstitucionalidade da medida al m de serem socialmente ileg timos Ao mesmo tempo que produzem segmentos protegidos Aldacy Rachid Coutinho aponta a resist ncia gerada pela interven o em favor de grupos O fator discriminador eleito perpetua um elemento distintivo mantendo o impacto social e estabelecendo uma invers o O cuidado acerca da legitimidade destas medidas necess rio em virtude da diferen a entre tratamentos que ser o dispensados Indiv duos teoricamente iguais 219 FERREIRA FILHO 2003 p 75 76 220 GOSDAL 2008 p 94 NOVAIS 2005 p 41 222 KAUFMANN 2007 p 226 223 COUTINHO 2005 p 31 82 ser o tratados de forma distinta com base em fatos da realidade que o tornam diferente diante das iniciativas econ
260. m processo produtivo descentrado Contudo pode representar a fragmenta o do processo produtivo em detrimento de custos laborais bem como a domina o entre empresas A presta o de servi os significou a retirada da mulher do mercado formal de emprego Ela foi absorvida pelo setor terci rio com o intuito de dar suporte s empresas 8 Al m disso h a quest o da terceiriza o de servi os Sobre este quesito L a Elisa Silingowschi Calil aponta que originalmente a terceiriza o representa a reestrutura o do modelo produtivo pelo abandono da verticaliza o e delega o de atividades que n o s o especialidade da empresa mas sua pr tica de forma il cita que a torna uma pr tica prec ria E finaliza devido a conting ncias sociais e hist ricas mulheres tendem a aceitar mais facilmente esta posi o de submiss o A constitui o de empregos em reas sociais se deve tamb m a caracter sticas femininas que s o atribu das mulher por meio de uma constru o s cio cultural e s o determinantes para a feminiza o do trabalho A reprodu o como caracter stica natural diferenciadora interfere se considerarmos as caracter sticas dela decorrentes tais como o cuidado com a prole a preocupa o com a alimenta o entre outras Embora sejam comumente tipicamente femininas em virtude da forma o s cio cultural estas qualidades podem tamb m ser encontradas em homens A busca pela n o
261. ma que veda utilizar crit rios de sexo na admiss o no emprego contribui para evitar situa es discriminat rias Contudo a utiliza o de crit rios subjetivos pelo empregador pode ocultar a inten o de discriminar sendo a coer o jur dica insuficiente nestes casos 4 1 2 A dura o do contrato de trabalho Quando se efetiva a contrata o da mulher vence se uma etapa importante para o seu acesso ao emprego pois demonstra que ela est inserida no corpo produtivo da empresa Significa que foram ultrapassados eventuais desigualdades 481 NOGUEIRA 2004 p 86 87 482 MENEZES Cl udio Armando Couce de LOPES Glaucia Gomes Vergara CALVET Otavio Amaral SIVOLELLA Roberta Ferme As garantias dos direitos sociais e laborais e as dimens es de sua efetividade direito ao trabalho e a n o discrimina o Medidas judiciais e pretens es cab veis In Justi a do Trabalho ano 26 n 305 Porto Alegre HS Editora maio de 2009 p 38 39 Ibid p 42 484 GOSDAL 2003 p 167 162 que poderiam influenciar negativamente na sua contrata o Por m isso n o implica a impossibilidade de que ocorram desigualdades durante o v nculo empregat cio a O poder de dire o na vig ncia do contrato de trabalho feminino Na vig ncia do contrato de trabalho o empregado est subordinado ao empregador Por meio desta caracter stica que se define a subordina o jur dica como elemento do contrato de trabalho que ocorre quando o
262. maternidade Ela estipula tempo m nimo de dura o para a licen a medidas para assegurar a sa de durante e ap s o parto que deve haver retribui o durante o per odo a garantia da amamenta o inclusive com interrup es do trabalho seguran a no emprego dentre outras provid ncias Tamb m a Recomenda o n 95 da OIT abordou o tema maternidade sugerindo algumas medidas como a prorroga o da licen a maternidade descanso na hip tese de aborto proibi o de trabalho extraordin rio noturno e prejudicial sa de de mulheres gr vidas dentre outros S o medidas que visam resguardar este per odo da vida da mulher trabalhadora Alice Monteiro de Barros pontua que apesar de contar com um n mero reduzido de ratifica es as conven es exerceram influencia nas normas internas de v rios pa ses membros A jurista assinala ainda que A influ ncia das Conven es 3 e 103 da OIT nos pa ses em geral fez se sentir principalmente no campo de aplica o da norma na obrigatoriedade dura o e distribui o da licen a na sua prorroga o quando a sa de o exigir na impossibilidade de despedida durante esse per odo no intervalo para aleitamento na transfer ncia do nus relativo ao sal rio maternidade para um sistema de seguro social Mais tarde em 1958 a OIT aprovou a Conven o n 111 acerca da proibi o da discrimina o nas rela es de emprego e profiss o sendo ratificada pelo Brasil dez an
263. meiro deixar conhecer o quanto poderia ser importante para a produtividade da empresa o segundo de ter acesso a oportunidade de emprego mais coerente com a sua aptid o Esta restri o imposta ao trabalho da mulher segundo Alice Monteiro de Barros deveria ser abolida para que as condi es pessoais da empregada fossem apreciadas ao tempo consumido na atividade s condi es de servi o Contudo ressalta a autora de que a exig ncia de servi os superiores s for as do empregado configura como uma das hip teses de rescis o indireta entendimento que vislumbra uma igualdade substancial entre indiv duos com diferente complei o f sica A diferen a pode restar comprovada entre pessoas do mesmo sexo e de sexos diferentes e vincularia a presta o de atividades no mbito da atividade empresarial Para tanto faz se necess ria a estrita observ ncia dos limites impostos pelo corpo de cada um a serem medidos antes do exerc cio da atividade laboral e pelo princ pio da boa f A avalia o dos efeitos dos riscos reprodutivos potenciais ou riscos ocupacionais de natureza f sica qu mica ou biol gica vista por Alice Monteiro de Barros como condi o para se implementar pol tica administrativa capaz de elimin los ou reduzi los Assim n o restariam afetadas as oportunidades de emprego Eduardo Mill o Baracat ressalta que uma das fun es da boa f objetiva durante a consecu o do contrato de emprego compr
264. menta a presen a das mulheres nas ocupa es mais prec rias ii No que se refere normatiza o a constru o jur dica pautou se por um longo per odo na prote o do trabalho da mulher Protegia desprotegendo uma vez que restringia as possibilidades para o desempenho laboral feminino de forma a colaborar com a estrutura patriarcal existente Embora muitas normas tenham auxiliado na inser o da mulher foi um per odo causador de in meras condutas discriminat rias Destaca se a exist ncia da discrimina o estrutural como integrante do pr prio sistema social que divide os indiv duos Dentre os argumentos desta divis o encontram se os da Igreja que chegou a sustentar que alguns nasceram para servir outros mais delicados o da sele o natural e os do Direito liberdade e igualdade os quais recompensariam economicamente aqueles que se esfor am Contudo s o argumentos que n o questionam o modelo j existente criando desigualdades para compensar outras desigualdades Logo o trabalho da mulher pode ser alvo de discrimina o direta indireta ou oculta de preconceitos que lhe d o causa de normas incompat veis com a igualdade ou que auxiliam a ocult la Raz es hist ricas culturais econ micas e sociais podem ensejar esta desigualdade 133 YANNOULAS S lvia Cristina Dossi pol ticas p blicas e rela es de g nero no mercado de trabalho Bras lia CFEMEA FIG CIDA 2002 p 28 Dispon vel em
265. micas ou da falta delas que as desigualdades se demonstram fortalecidas e as a es afirmativas mais prementes O trabalho como valor fundamental garantido ao ser humano n o deve ser eivado por desigualdades e tratamentos desabonadores Vera Soares assinala que as a es afirmativas no mundo do trabalho em rela o desigualdade de g nero revelam programas e iniciativas que objetivem ao aumento de oportunidades para mulheres no interior das organiza es Pontua tamb m que as a es dentro das empresas tendem a se replicar repeti o do padr o a menos que exista press o de fora Para ela n o s o fonte de discrimina o mas uma forma de remover os seus efeitos Hist rica e atualmente o tratamento do trabalho feminino origina desigualdades em virtude de caracter sticas f sicas ou ps quicas que o diferencia do trabalho do homem A lei fundamental para vedar o tratamento discriminat rio il cito mas n o suficiente para proteger a mulher no desempenho de suas atividades laborais contra cultura desfavor vel preconceitos e discrimina es Est v o Mallet afirma que a dist ncia entre o dever ser norma legal e o ser o mundo dos fatos ressalta a presen a de situa es desfavor veis s mulheres inclusive no ambiente de trabalho ou seja n o s nesta situa o N o basta que a lei proscreva a discrimina o preciso elimin la da realidade O car ter compensat rio dessas medi
266. mos que influenciem comportamento desejado faciltando o ou atribuindo lhe consequ ncias vantajosas Para tanto as consequ ncias da conduta a ser evitada devem ser dificultadas Elisabeth M nica Hasse Becker Neiverth e Silvana Souza Netto Mandalozzo pontuam que a falta de obrigatoriedade pode resultar no desinteresse de muitas empresas A norma encoraja ado o de medidas pela dedu o dos valores pagos empregada em licen a maternidade no imposto de renda devido Entretanto n o h um desencorajamento do status quo a frui o apenas da licen a maternidade de 120 dias sem prorroga o Assim a op o por n o participar do programa n o causa malef cios empresa e a falta do t tulo de empresa cidad pode n o se revelar t o significativa do ponto de vista concorrencial S o fatores que podem atrapalhar a efetividade da norma O artigo 5 da supracitada lei disciplina os benef cios fiscais que a ades o ao Programa Empresa Cidad possibilita a empresa optante O artigo se destina pessoa jur dica tributada com base no lucro real O total integral da remunera o da empregada em gozo da prorroga o da licen a maternidade dever ser pago pelo empregador que poder deduzir a quantia do imposto de renda devido A dedu o de imposto de renda n o alcan a as empresas optantes pelo SIMPLES Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribui es das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
267. mpresa a ucareira e com a rentabilidade do neg cio assegurada chega a m o de obra africana base de um sistema de produ o mais eficiente e mais densamente capitalizado Da mesma forma que os ndios os negros africanos foram capturados em sua terra de origem e for ados ao trabalho A importa o de africanos se deve a necessidades e interesses existentes em terras brasileiras como a falta de mulheres brancas e com o surgimento das minas de t cnicos para o trabalho com o metal Uma vez mais se observa o conte do sexual no desenvolvimento das atividades da mulher Ele refletia em todos os aspectos do desenvolvimento do trabalho feminino tanto na execu o de tarefas que eram as dom sticas quanto no atendimento aos anseios sexuais do seu propriet rio O regime escravocrata pode favorecer ao acontecimento do trabalho sexual propriamente dito As rela es sexuais entre escravos e seus senhores podem ser tomados como consequ ncia da escravid o uma vez que ambos tendem a demonstrar poder ou superioridade de um em detrimento de outro Freyre assinala que a quest o sexual n o responsabilidade do negro ou do ndio mas do sistema social e econ mico vigente N o h escravid o sem deprava o sexual da ess ncia do regime Este tamb m o entendimento de Caio Prado J nior que observa que o trabalho sexual al m de ser um subproduto da escravid o exclui os valores e a cultura dos escravizados da infl
268. muneradas definidas pelo modelo patriarcal de trabalho feminino Al m disso a pr pria vincula o da mulher s tarefas dom sticas e ao cuidado dos filhos de doentes e de idosos acaba influenciando a escolha por empregos prec rios a tempo parcial ou tempor rio Alice Monteiro de Barros aponta que as segrega es sexuais do trabalho podem ser observadas vertical ou horizontalmente A primeira demonstra que os cargos de chefia e de dire o s o conferidos aos homens a segunda que alguns empregos ou ocupa es s o considerados trabalhos de mulher A igualdade de oportunidades no acesso ao emprego conforme esclarece Thereza Cristina Gosdal n o significa que o candidato ao emprego tenha direito sobre independentemente de suas qualifica es profissional e pessoal O que se exige do empregador s o crit rios objetivo de recrutamento a fim de impedir a utiliza o de crit rios discriminat rios As segrega es sexuais interferem tanto na admiss o quanto no exerc cio do trabalho da mulher A partir do momento que o ordenamento jur dico reconhece a exist ncia de uma desigualdade como o caso do g nero o sistema jur dico n o pode admitir que a realidade continue a oferecer tais divis es Al m destes dispositivos constitucionais Thereza Cristina Gosdal cita tamb m o inciso XXXII do artigo 7 que veda a distin o entre trabalho manual t cnico e intelectual e entre seus profissionais como forma de d
269. n a que justific vel o segundo evitando a exclus o decorrente da desigualdade 29 MALLET 2008 p 245 3 DUBUGRAS 2007 p 166 31 Ibid p 177 32 PIOVESAN PIOVESAN SATO 2003 p 201 106 Na Constitui o brasileira de 1988 o direito n o discrimina o aparece como objetivo fundamental da Rep blica nos incisos Ill e IV do artigo 3 redu o das desigualdades sociais e regionais e promo o do bem de todos sem preconceitos de origem ra a sexo cor idade e quaisquer outras formas de discrimina o J o reconhecimento do direito s diferen as se d no texto constitucional em dispositivos esparsos como o j citado inciso XX do artigo 7 que trata da promo o do trabalho da mulher mediante incentivos espec ficos Thereza Cristina Gosdal afirma que o Direito do Trabalho teve origem com o desenvolvimento da tem tica da igualdade e da n o discrimina o Ele se desvenda como elemento compensador das desigualdades reais existentes entre empregados e empregadores nas rela es de trabalho Tanto o direito n o discrimina o quanto o direito diferen a s o contr rios a discrimina o injustificada e visam ao alcance da igualdade substancial Logo ambos vislumbram coibir qualquer forma de desigualdade mas manter as diferen as incluindo aquelas inclu das na perspectiva de g nero S o um refor o ao princ pio da igualdade Contudo enquanto o primeiro cumpre seu objetivo pela pro
270. n o reconhecimento pelas mulheres da discrimina o sofrida A nega o destes fatores se d em virtude 159 COUTINHO Aldacy Rachid Rela es de g nero no mercado de trabalho Uma abordagem da discrimina o positiva e inversa In REVISTA DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA v 34 Curitiba UFPR 2000 p 32 33 Dispon vel em lt http ojs c3sl ufpr br ojs2 index php direito article view 1826 1522 gt Consultado em 1 de agosto de 2009 16 NOGUEIRA 2008 p 224 62 da atribui o do problema classe ou condi o econ mica do grupo discriminado e n o a uma desigualdade decorrente do g nero Por mais que a mulher execute uma atividade produtiva ainda comum vincul la a atividade reprodutiva N o h a valoriza o econ mica deste trabalho que realizado de forma gratuita e considerado intr nseco natureza feminina Enquanto isso seu outro trabalho tamb m n o valorizado pelo car ter complementar que recebe H que se considerar tamb m aspectos que colaboram inser o feminina no mercado de trabalho mas que nem por isso deixam de se caracterizar como prec rios como o caso da flexibiliza o da jornada Constitui um facilitador a inser o da mulher e que pode continuar com o servi o dom stico pr prio Contudo geralmente a posiciona profissionalmente em atividades pouco valorizadas e mal remuneradas Claudia Mazzei Nogueira analisa a precari
271. n o se ocorreu na agricultura da cana que exigia esfor o est vel e cont nuo Assim apesar do homem ind gena tamb m ser escravizado pelos portugueses para prestar servi os nos latif ndios formados no Brasil a escrava ind gena era pe a indispens vel para a produ o dos colonizadores portugueses Al m de realizar o trabalho na lavoura colaborando para o desenvolvimento da empresa agr cola realizou tamb m o dom stico como trabalhadora ou por vezes como esposa ou concubina do colonizador Para Gilberto Freyre Inserindo 4 Yves d Evreux apud RAMINELLI Ronald Eva Tupinamb In DEL PRIORI Mary org BASSANEZI Carla coord de textos Hist ria das mulheres no Brasil 8 ed S o Paulo Contexto 2006 p 21 22 FREYRE 2006 p 187 ROCHA Patr cia Mulheres sob todas as luzes A emancipa o feminina e os ltimos dias do patriarcado Belo Horizonte Editora Leitura 2009 p 130 FREYRE op cit p 163 se na vida dos colonizadores como esposas leg timas concubinas m es de fam lia amas de leite cozinheiras puderam as mulheres exprimir se em atividades agrad veis ao seu sexo e sua tend ncia para a estabilidade A popula o encontrada em terras brasileiras entretanto n o foi suficiente ao desenvolvimento produtivo A m o de obra nativa foi utilizada na instala o da col nia momento do processo de acumula o que demonstra um esfor o relativamente maior Com a expans o da e
272. na empresa de que outros empregados recebiam comiss es embora houvesse divulga o oficial em contrapartida a testemunha indicada pela empresa informou que o recebimento de comiss es dependia do atingimento de metas n o sendo estas diferenciadas entre as carteiras e especificamente que n o existe discrimina o salarial entre homens e mulheres Diante da parca produ o probat ria pela autora prevaleceu o entendimento da empresa empregadora 02 GOSDAL 2008 p 197 e3 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 13963 2008 002 09 00 2 Recorrente Juliane Jarno Blanc e recorrida Construtora Triunfo S A Relatora Adayde dos Santos Cecone Curitiba 15 de setembro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RTSum 10822 2007 029 09 00 6 Reclamante Priscila Ferreira Ribeiro e Reclamada Rede Audac Cobran as Brasil Ltda Ju za Adayde dos Santos Cecone Julgado em 06 de julho de 2007 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 202 A efetividade da isonomia salarial sem distin o de sexo n o possui colabora o por uma parte da jurisprud ncia Isso ocorre em virtude da imposi o do nus da prova de identidade fun o parte demandante mas os meios de provar em contr rio pertencem a parte demanda Em geral n o vasto o n mero de decis es acerca de discrimina o salar
273. nais Contudo nem sempre a discrimina o realizada de forma direta e possui elementos concretos a serem apreciados mas sim de forma dissimulada Nestes casos a produ o probat ria pode se demonstrar de dif cil realiza o ou insuficiente para a configura o da discrimina o Sistemas de Fixa o S A Relator Ricardo Artur Costa e Trigueiros S o Paulo 17 de novembro de 2009 Dispon vel em lt www trt2 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 196 o caso de pedido em que se alega que a reclamada efetuou altera es na carteira de trabalho da empregada em per odo de experi ncia com o intuito de n o arcar com o per odo de estabilidade em fun o da gravidez A aus ncia de provas n o permitiu o reconhecimento da dispensa discriminat ria na decis o Em outro julgado a configura o da ofensa moral n o se deu pela aus ncia de provas irrefut veis do ato atentat rio moral A alega o foi de exig ncia de utiliza o de sapatos de salto alto e roupas adequadas banc ria gr vida em momento portanto que necessitava moldar o vestu rio de acordo com as condi es f sicas A testemunha contudo n o presenciou o fato apenas relatando os boatos ouvidos na empresa A dificuldade de prova elevada quando se tratam de atos discriminat rios Em geral a discrimina o n o realizada de forma patente mas velada Por este motivo a necessidade de fazer prova robusta sobre ela impede a co
274. nas quando reconhecida pelo direito uma vez que inerente ao homem Contudo destaca que a ordem jur dica desempenha um papel essencial de prote o e promo o da dignidade A Constitui o brasileira de 1988 reconheceu este valor tamb m como uma resposta a acontecimentos pret ritos decorrentes do regime pol tico da ditadura militar Com a derrocada do regime houve a promulga o de uma nova ordem constitucional que al m de colocar a pessoa humana como centro do ordenamento jur dico nacional j no pref cio da Constitui o estabelece como um dos fundamentos da Rep blica a dignidade da pessoa humana artigo 1 inciso Ill da CF 88 Rizzatto Nunes aponta a dignidade como um valor supremo constitu do pela ordem jur dica de forma a estimular o desenvolvimento social e proibir a realiza o de atrocidades por meio de uma poss vel a o humana O autor afirma a import ncia de n o fazer da dignidade um conceito relativo vari vel segundo a d vida sobre o que bom ou o que mal ou de acordo com o momento hist rico Ressalta igualmente que dignidade inata inerente ess ncia da pessoa e que ganha um acr scimo quando verificada no contexto social Ao tempo em que nasce com integridade f sica e ps quica mas em determinado momento sem pensamento tem que ser respeitado E mesmo com o crescimento da qualidade da 2 PINHO Leda de Oliveira Princ pio da igualdade investiga o na perspectiva de g
275. ncia quanto pela realidade social fundamenta se na igualdade de admiss o por motivo de sexo idade cor ou estado civil art 7 inciso XXX n o recepcionou o disposto no art 384 da CLT que estabelecia uma garantia discriminat ria quanto ao trabalho feminino Das normas de prote o ao trabalho da mulher previstas na CLT devem prevalecer apenas aquelas concernentes sua capacidade f sica e prote o da maternidade pois as demais n o se harmonizam com a Constitui o da Rep blica de 1988 RO 00682 2009 023 03 00 4 Recorrentes Sabrina Laia Braga e Banco Panamericano S A e outro Relator Sebasti o Geraldo de Oliveira Belo Horizonte 26 de maio de 2010 Dispon vel em lt www triS jus br gt Acesso em 22 de maio de 2010 37 SILVA KROST 2008 p 24 638 NEIVERTH MANDALOZZO 2009 p 186 215 Thereza Cristina Gosdal afirma que embora as normas internacionais constitucionais e infraconstitucionais apontem para a evolu o dos direitos da mulher considerados os aspectos sociopol ticos que a influenciaram elas n o impedem a ocorr ncia da discrimina o contra a mulher no emprego A repara o do ato discriminat rio durante o v nculo empregat cio por interm dio do Poder Judici rio de dif cil postula o Verifica se que existem v rios fatores que impedem a busca pela repara o como a vergonha decorrente da discrimina o a naturaliza o da desigualdade o receio de desemprego durante
276. ncretiza o do direito da empregada Cristina Paranhos Olmos ressalta a import ncia que a prova indici ria recebe na aprecia o de casos de discrimina o na admiss o ao emprego sendo nus da trabalhadora demonstr la Ao r u caber a demonstra o de que a n o contrata o da mulher casada n o se deu por motivo discriminat rio Tanto a gesta o quanto a maternidade implicam no gasto de tempo com cuidados com a prole A tend ncia moderna de acordo com Maria Marta S guin aponta para a revis o do papel do homem na fam lia em harmonia com Conven es Internacionais sobre o tema As responsabilidades familiares devem ser divididas entre os c njuges com o intuito de n o haver discrimina o no emprego Embora tanto a Conven o n 156 quanto a Recomenda o n 165 da OIT estabele am que as responsabilidades familiares devem ser divididas entre os 585 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 18940 2007 003 09 00 0 ACO 10659 2009 Recorrentes Gloria Edite Pinto Ribeiro e Rafaela Fabiani Sachi Relatora Adayde Santos Cecone Julgado em 23 de maio de 2007 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 58 RIO GRANDE DO SUL Tribunal Regional do Trabalho 4 Regi o INDENIZA O POR DANOS MORAIS Para fins de deferimento de indeniza o decorrente de alegado dano moral mister que haja provas irrefut veis de ato atentat rio moral do postulante em raz o d
277. ndendo an lise curricular avalia es de conhecimento entrevistas din micas entre outras A candidatura se dar entre estas duas fases demonstrando o interesse do indiv duo H a demonstra o das caracter sticas aptid es e habilidades dos 45 FRITZ Karina Nunes Boa f objetiva na fase pr contratual Curitiba Juru 2008 p 27 Dispon vel em lt hittp books google com br gt Consultado em 6 de maio de 2010 154 candidatos naturais ou adquiridas que ser o avaliadas se condizentes ou n o com o processo produtivo desenvolvido pela atividade empresarial O per odo pr contratual no campo das rela es de trabalho consiste no momento em que a atividade empresarial busca pessoas com as caracter sticas necess rias para integr la Representa por este motivo um momento decisivo para a inser o ou n o da pessoa no trabalho N o significa que o empregador esteja obrigado a contratar quem se candidata a um emprego Contudo s o estabelecidos limites a esta faculdade Karina Nunes Fritz pondera a incid ncia do princ pio da liberdade contratual que permite celebrar ou n o o contrato e at mesmo desistir da celebra o diante de um motivo leg timo ou de indeniza o contra os preju zos da outra parte Mas salienta tamb m que o princ pio da boa f objetiva imp e aos envolvidos o dever de agir corretamente com lealdade e honestidade considerando os interesses pr prios e da contraparte A
278. ndidata A autora tamb m ressalta por m que a Lei n 9 799 99 que incluiu o artigo na Consolida o pecou em repetir a proibi o de atestado ou declara o de gravidez na CLT que apenas prev pena pecuni ria de dois a vinte valores de refer ncia regionais para a infra o enquanto que a Lei 9 029 95 a tratava como crime A autora opina pela aplica o da Lei mais nova por ser a lei mais ben fica ao r u 4864 CRUZ 2005 p 166 167 485 BRITO FILHO 2002 p 64 4 CALIL 2000 p 60 467 Id 2007 p 56 57 157 O custo que a gravidez de uma empregada acarreta que fundamentava a exig ncia do teste ou a pergunta sobre o casamento Contudo al m de promoverem condutas lesivas aos direitos da personalidade da mulher suas consequ ncias geravam desigualdades uma vez que apenas mulheres sofreriam este tipo de constrangimento A procura por candidato que possua o perfil da empresa pode indicar alguma discrimina o Para que se possa averiguar a situa o o diagn stico feito pela empresa deve ser de conhecimento do candidato seja para constar eventual discrimina o seja para verificar a rela o plaus vel entre a rejei o e o perfil do cargo A an lise pr admissional deve ser objetivo e sem considerar fatores pessoais Este posicionamento pontuado por Christiani Marques que observa que a ado o de crit rios objetivos expl citos e transparentes reduz a possibilidade de discrimina o
279. ndimento uma vez que o direito material do trabalho devido sua amplitude pode revelar um sem n mero de il citos pass veis de serem praticados Por isso a tutela inibit ria serve de instrumento satisfa o do direito material do trabalho Quando se trata de discrimina o a tutela inibit ria se fundamenta na prote o ao direito fundamental igualdade A conduta discriminat ria pode tomar como base qualquer direito estabelecido no ordenamento sejam direitos patrimoniais ou extrapatrimoniais Por m independentemente da esfera deste direito atingir a igualdade Na imin ncia de uma conduta discriminat ria no ambiente de trabalho seja ela de cunho patrimonial ou n o a tutela inibit ria se revela como instrumento apto a efetivar estes direitos prevenindo contra o il cito o antijur dico e o dano bem como afastando a possibilidade de que a conduta se repita ou continue Cita se t tulo de exemplo a discrimina o de sal rios baseada no sexo do trabalhador O crit rio n o se configura razo vel por si s para revelar a valora o do trabalho pelo que deve ser reprimido pelo direito Nesta seara a tutela inibit ria pode ser utilizada em seu vi s individual ou coletivo Entretanto a primeira dificilmente postulada considerando que exige a amea a do il cito ou dano sua repeti o ou continua o durante o contrato de trabalho Se requerida ap s ao t rmino do v nculo a tutela seria ressarcit r
280. neutras mas com alto potencial discriminat rios Tais pr ticas devem ser combatidas e n o apenas coibidas A discrimina o indireta segundo Vera L cia Carlos se verifica nos efeitos constatados pela aplica o de um tratamento formalmente igual H a princ pio uma regra neutra aplic vel a todos contudo a inten o discriminat ria mascarada Observa se que o combate a este tipo discriminat rio n o tem f cil transposi o de barreiras que se caracterizam por uma apar ncia de igualdade Seus efeitos podem ser sentidos mas nem sempre visualizados ou confirmados Ressalta se a perversidade deste ato que causado muitas vezes por pr ticas comuns no cotidiano e por isso consideradas leg timas por grande parte das pessoas e chanceladas pelos juristas Contudo uma situa o conden vel por perpetuar situa es de desigualdade O fato de a discrimina o indireta possuir uma apar ncia de legalidade ressaltado por Thereza Cristina Gosdal A situa o desigual se instala apesar do ato ser teoricamente v lido No mesmo sentido a afirma o de Alice Monteiro de Barros para quem este tipo de discrimina o revela um conte do formalmente igual cujos efeitos atingem grupos distintos de maneiras desiguais Este tipo de discrimina o pode ser comumente observado em rela es de trabalho considerando que uma conduta poderia ser considerada normal se n o causasse desigualdade entre homens
281. nio de que sua educa o deveria prepar la para a vida dom stica Contra este posicionamento manifestava se Mariana Coelho acentuando que saber ser apenas dona de casa al m de n o tornar a mulher independente condenava a mulher a ser escrava Contudo adepta do feminismo bem comportado assinalava que a profiss o feminina n o inibiria a mulher de ser boa dona de casa 5 RAGO 2008 p 590 58 Ibid p 591 593 5 LOURO 2008 p 443 444 8 Ibid p 443 5 COELHO 2002 p 47 32 A Federa o Brasileira para o Progresso Feminino FBPF foi criada por Bertha Lutz em 1922 e tinha como objetivos dentre outros tratar sobre o voto feminino promover a educa o e elevar o n vel de instru o feminina Neste ambiente de lutas em prol da emancipa o da mulher encontra se o anarquismo com alguns pontos de contato e outros de tens o com o feminismo Margareth Rago pontua que ambas ideologias nascem no s culo XIX a partir de uma preocupa o com o indiv duo e com sua autonomia apesar das diferen as e dos v rios pontos de tens o nesta rela o C li Regina Jardim Pinto por m afirma o paradoxo entre esta ideologia e a feminista presente nas manifesta es de oper rias e intelectuais de esquerda conscientes da desigualdade de g nero presentes nas rela es de trabalho A autora aponta que as anarquistas n o se consideravam adeptas do feminismo mas foram delas as manifesta es mais radicalmente fem
282. nte a cinco vezes a diferen a verificada em todo o per odo da contrata o A Lei 9 029 95 pro be pr ticas discriminat rias para efeitos admissionais ou de perman ncia da rela o jur dica de trabalho Tipifica como crime do empregador a exig ncia de teste exame per cia laudo atestado declara o ou qualquer 48 MANDALOZZO CORTEZ 2010 p 100 0 GOSDAL 2008 p 220 9 SILVA 2009 p 49 41 C MARA DOS DEPUTADOS Projeto de lei e outras proposi es PL 6393 2009 Dispon vel em lt http www camara gov br sileg Prop Detalhe asp id 459323 gt Acesso em 10 de maio de 2010 138 procedimento relativo esteriliza o ou estado de gravidez a indu o ou instigamento esteriliza o gen tica e a promo o ao controle de natalidade Conforme Alice Monteiro de Barros as condutas previstas ferem o princ pio da n o discrimina o N o contratar mulher pela sua gravidez constitui tratamento diferenciado do empregador ou seja tratamento diferenciado na admiss o por motivo de sexo S o condutas que tamb m violam o direito intimidade assegurado no artigo 5 X Constitui o brasileira de 1988 2 A lei possibilita ainda se restar caracterizada a dispensa discriminat ria que o empregado opte pela readmiss o com ressarcimento integral de todo o per odo de afastamento ou pela percep o em dobro da remunera o do per odo de afastamento ambas com a devida corre o monet ria e
283. ntegram o patamar de igualdade contudo ressalta a possibilidade deste tipo de programa afirmativo dar causa discrimina o reversa Assim as a es afirmativas se estabelecem por pol ticas p blicas ou privadas que visam transforma o de uma realidade de modo com que determinadas diferen as sejam aceitas pela sociedade e com concess o de igualdade de oportunidades aos grupos desfavorecidos Por isso devem ser tomadas tanto pelo Estado quanto pela sociedade motores da din mica realidade social de acordo com a realidade constatada Carlos Roberto Bacila faz considera es acerca da dificuldade de aceita o de diferen as que por consequ ncia cria barreiras para a transposi o das desigualdades Para ele preciso aceitar as caracter sticas positivas e negativas com naturalidade que exige contudo um esfor o para superar a imposi o cultural 2 208 ATCHABAHIAN Serge Princ pio da igualdade e a es afirmativas 2 ed rev e ampl S o Paulo RCS Editora 2006 p 161 168 209 Ibid p 159 160 210 KAUFMANN Roberta Fragoso Menezes A es afirmativas brasileira necessidade ou mito uma an lise hist rico jur dico comparativa do negro nos Estados Unidos da Am rica e no Brasil Porto Alegre Livraria do Advogado 2007 p 228 21 Ibid p 225 226 212 BACILA 2008 p 224 79 As pr ticas discriminat rias ou preconceituosas podem ser repetidas e repassadas culturalmente at mesmo
284. ntes quanto confirma o da gravidez Para Alice Monteiro de Barros quando h a dispensa injusta de empregada gestante antes do in cio da licen a maternidade o empregador dever pagar o 548 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RO 14404 2006 008 09 00 6 ACO 0921 1 2009 Recorrentes Puras do Brasil S A e Denise Nunes de Castro Relator Desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimp o Curitiba 3 de mar o de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 57 BRASIL Tribunal Superior do Trabalho RECURSO DE REVISTA ESTABILIDADE DA GESTANTE CONTRATO DE EXPERIENCIA DECISAO QUE SE MOSTRA EM CONTRARIEDADE COM A JURISPRUD NCIA UNIFORME DO TST Conforme a S mula n 244 item IIl do TST a empregada gestante n o tem direito estabilidade provis ria na hip tese de admiss o mediante contrato de experi ncia visto que a extin o da rela o de emprego em face do t rmino do prazo n o constitui dispensa arbitr ria ou sem justa causa Recurso de revista conhecido e provido Recorrente Risotol ndia Ind stria e Com rcio de Alimentos Ltda e Recorrida Cristiane Camargo Rodrigues Relator Flavio Portinho Sirangelo Juiz Convocado Bras lia 14 de abril de 2010 Dispon vel em lt www tst jus br gt Acesso em 4 de junho de 2010 548 DELGADO 2009 p 1018 182 per odo correspondente licen a mesmo que desconhe a o estado de gesta o da empregada Assinala que a gra
285. nto que a reintegra o entende nula a dispensa e reverte o contrato de trabalho ao seu status quo Jos Claudio Monteiro de Brito Filho critica a reda o do artigo O autor n o entende que o objetivo legal seja a admitir novamente o trabalhador mas sim reintegr lo sem a possibilidade do rompimento do v nculo e com a determina o de pagamento da contrapresta o e seus consect rios 57 GOSDAL 2007 p 84 58 PERNAMBUCO Tribunal Regional do Trabalho 6 Regi o EMBARGOS DE DECLARA O OMISS O GRAVIDEZ EXAME DEMISSIONAL O exame demissional n o incorpora o de gravidez que n o se considera enfermidade mas estado biol gico Sendo tal exame repudiado para a admiss o como discriminat rio n o ser obrigat rio para a demiss o salvo se a empregada alegar ao m dico examinante suspeitar de gravidez causa de sua dispensa ED 2367 01 Relator Paulo Maur cio Ribeiro Pires Belo Horizonte 19 de abril de 2001 Dispon vel em lt www tri3 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 569 SEHLI 2000 p 105 189 Mas como a reda o legal optou pelo voc bulo readmiss o que possui conte do pr prio reconhece a aplica o do comando legal Assim o empregado ter novo contrato de trabalho tendo direito aos valores pecuni rios devidos durante o per odo denominado como afastamento mas sem aquele relativo contagem do tempo de servi o A prote o do emprego vislumbrada neste a
286. nuncia estabilidade dada a natureza e finalidade dessa garantia Recurso de revista conhecido e provido RR 636 2006 052 01 00 9 Recorrente Irene Evangelista Ribeiro Alcantara da Silva Recorrido Maricota Importadora e Exportadora Ltda Relatora Ministra Dora Maria da Costa Bras lia 9 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www tst jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 BRASIL Tribunal Superior do Trabalho Mulher intervalo de 15 minutos antes de labor em sobrejornada constitucionalidade do art 384 da CLT em face do art 5 da CF IIN RR 1540 2005 046 12 00 5 Relator Ministro Ives Gandra Martins Filho Data de Julgamento 17 11 2008 Tribunal Pleno Data de Publica o 13 02 2009 Dispon vel em lt www tst jus br gt Acesso em 10 de maio de 2010 CABRAL Valesca da Silva Trabalho da mulher direitos e discrimina es In NASCIMENTO Grasiele Augusta Ferreira Direito das minorias prote o e discrimina o no trabalho Campinas Editora Al nea 2004 p 51 CALIL L a Elisa Silingowschi Hist ria do Direito do Trabalho da mulher aspectos hist ricos sociol gicos do in cio da Rep blica ao final deste s culo S o Paulo LTr 2000 Direito do Trabalho da mulher A quest o da igualdade jur dica ante a desigualdade f tica S o Paulo LTr 2007 C MARA DOS DEPUTADOS Projeto de lei e outras proposi es PL 6393 2009 Dispon vel em lt http Iwww camara gov br sileg Prop Detalhe asp id 45
287. o Os padr es androc ntricos s o vistos por Denise Pasello Valente Novais como tendentes institucionaliza o em v rias reas como o Direito e em v rias frentes como pol ticas governamentais pr ticas profissionais na cultura popular e no cotidiano Logo o desenvolvimento do trabalho da mulher deve passar pela supera o do androcentrismo uma vez que caracter sticas masculinas ainda s o valorizadas no trabalhador nem sempre de forma expl cita seja em virtude do menor ndice de absente smo seja por preconceitos Esta supera o n o est fora de cogita o pois j mais comum a afirma o de que a mulher conquistou definitivamente seu espa o e ocupa profiss es masculinas como jogadores e ju zes de futebol soldados executivos e operadores de plataformas mar timas de petr leo entre outras Entretanto s o casos que obt m proje o justamente por sua raridade A divis o do trabalho de acordo com g nero influencia portanto tanto na ocupa o valora o jornada e remunera o da mulher Est atrelada aos padr es patriarcais de sociedade que embora estejam sendo superados ainda mant m os pap is definidos para cada g nero 498 SOUZA 2004 p 85 49 VALENZUELA 1999 p 152 153 50 NOVAIS 2005 p 45 166 c Medidas protetivas quanto mulher gestante O papel feminino est atrelado tamb m a aspectos reprodutivos A gravidez durante o v nculo de emprego implic
288. o indispens vel Quanto s revistas ntimas entende se que s o prejudiciais tanto para homens quanto para mulheres Cabe salientar apenas que quanto mais prec rio o emprego maiores s o as possibilidades de se realizar as citadas inspe es O contrato de trabalho exige a realiza o de exames peri dicos conforme comando celetista Segundo Christiani Marques esta exig ncia se d pelos riscos inerentes atividade produtiva do empregador que deve verificar se h nexo entre a 58 GOSDAL 2003 p 177 57 NOGUEIRA 2008 p 238 175 capacidade do empregado e a atividade que ele exerce Desta forma poss vel verificar suas condi es de sa de para o desempenho das atividades profissionais Ela ressalta tamb m que algumas a es preventivas quanto sa de s o poss veis mas n o tem car ter ocupacional Fora das exig ncias legais s podem ser requisitados tamb m nesta fase exames ocupacionais que avaliem a capacidade laborativa e n o a intimidade do trabalhador Por esta situa o ressalta se a veda o insculpida na Lei 9 029 1995 e no artigo 373 A da CLT que recai sobre atestados de gravidez e de esterilidade N o s o exames que se justificam a menos que a natureza da atividade desenvolvida na empresa a justifique e Contrato por tempo determinado O contrato de trabalho por prazo indeterminado a regra no direito laboral que prima pelo princ pio da continuidade nas rela e
289. o a curta dist ncia e sobre um colch o Mesmo que o indiv duo aceitasse tal 27 GOSDAL 2007 p 85 86 248 SARLET 2001 p 52 249 GOSDAL op cit p 73 20 NUNES 2007 p 52 21 SARLET op cit p 59 91 condi o restaria configurada a ofensa dignidade da pessoa humana uma vez que ele n o tem o cond o de afastar sua pr pria condi o humana A dignidade bem fora do com rcio e aspecto da humanidade e n o somente do indiv duo O fato de uma pessoa permitir um tratamento fora da sua dignidade n o importa necessariamente na sua aceita o Isso se percebe principalmente com a relev ncia econ mica que as rela es possuem n o sendo poss vel afirmar que o tratamento aceito uma vez que pode ser resultado da sujei o depend ncia econ mica o caso por exemplo do trabalho escravo Os direitos sociais econ micos e sociais tamb m se enquadram como exig ncia e concretiza o da dignidade da pessoa humana Como resultam de reivindica es de classes trabalhadoras em face de uma pret rita ou de uma presente realidade f tica opressora e degradante observa se que se caracterizam como garantia de uma exist ncia digna no que tange a estes direitos fundamentais a liberdade e igualdade A Constitui o brasileira de 1988 posiciona a dignidade humana al m de fundamento da Rep blica como um dos princ pios gerais da atividade econ mica previsto no artigo 170 caput Logo na rela
290. o em tese abertas e s o oferecidas a todos entretanto as caracter sticas que decidem o ocupante desta fun o s o caracter sticas dificultadas a determinados grupos como o caso das mulheres Dx A prefer ncia na ascens o profissional segundo S lvia Cristina Yannoulas do homem Ela pontua que as mulheres devem apresentar sempre um requisito a 62 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RT 05398 2007 892 09 00 0 Reclamante Gisele Oliveira Souza Reclamada Mobitel S A Ju za Mariele Moya Munhoz S o Jos dos Pinhais 16 de fevereiro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 3 BARROS 1995 p 235 209 mais que seus colegas homens para que ocupem o mesmo posto de trabalho Salienta tamb m a combina o dos efeitos da divis o sexual do trabalho vertical e horizontal verificam se em setores de atividade com maior presen a feminina no corpo produtivo mas com cargos hierarquicamente mais altos ocupados por homens como ocorre em setores de sa de e de escolas o que ocorre por exemplo com a situa o conhecida como teto de vidro L a Elisa Silingowschi Calil a define como uma barreira sutil e transparente mas forte o suficiente para impedir o alcance de cargos hierarquicamente mais altos pelas mulheres Teoricamente dentro de uma empresa n o h impedimentos para a promo o da trabalhadora Entretanto as estat sticas demonstram um baixo nd
291. o v nculo dentre outros Daniele Lucy Lopes de Sehli assinala que a Lei n 9 029 95 n o d plena e total garantia ao empregado que aciona o Judici rio por ter sido alvo de discrimina o Primeiramente salienta que o nus probat rio compete exclusivamente ao empregado que se considera discriminado dificuldade que inviabiliza a concretiza o da n o discrimina o Em segundo lugar pontua que o empregado discriminado no curso do contrato de trabalho receia quanto ao risco de perder o emprego Contudo mesmo ap s a ruptura contratual a repara o do ato discriminat rio n o comum Thereza Cristina Gosdal afirma a exist ncia de reclamat rias trabalhistas em que pr ticas discriminat rias s o discutidas sem contudo serem qualificadas como tais Esta situa o deixa o ju zo de m os amarradas quanto ao reconhecimento da discrimina o e de suas consequ ncias O direito n o discrimina o decorrente do princ pio da igualdade reconhecido pelo ordenamento jur dico mas sua aplica o n o recorrente Alguns motivos podem ser aventados tais como a naturaliza o da desigualdade a vergonha o desconhecimento legal entre outros O que se verifica na doutrina uma conclama o discuss o do tema discriminat rio P este motivo ressalta se a import ncia de conscientiza o e participa o da sociedade civil para efetivar o princ pio constitucional da igualdade Cristina Paranhos Olmos salienta
292. o Paulo LTr 2008 p 2008 p 91 98 COSTA Diana Isis Penna da As conven es coletivas e o trabalho da mulher In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8 REGIAO v 29 n 56 Bel m Jan jun 1996 p 96 COUTINHO Aldacy Rachid Rela es de g nero no mercado de trabalho Uma abordagem da discrimina o positiva e inversa In REVISTA DA FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA v 34 Curitiba UFPR 2000 p 32 33 Dispon vel em lt http ojs c3sl ufpr br ojs2 index php direito article view 1826 1522 gt Consultado em 1 de agosto de 2009 CREMONESI Andr Viol ncia dom stica e familiar contra a mulher obriga es do empregador e efeitos sobre o contrato de trabalho Lei 11 340 2006 In TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DE SAO PAULO Syntesis Direito do trabalho material e processual n 45 S o Paulo 2007 p 142 CRENSHAW Kimberle A constru o jur dica da igualdade e da diferen a In DORA Denise Dourado org Feminino masculino igualdade e diferen a na justi a Porto Alegre Sulina 1997 p 17 26 CRUZ lvaro Ricardo de Souza O direito diferen a As a es afirmativas como mecanismo de inclus o social de mulheres negros homossexuais e pessoas portadoras de defici ncia 2 ed Belo Horizonte Del Rey 2005 DALLEGRAVE NETO Jos Affonso O procedimento patronal de revista ntima Possibilidade e restri es In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho
293. o corpo da mulher sofre na gesta o bem como a depend ncia do infante durante o per odo Antes da Constitui o brasileira de 1988 a licen a paternidade n o era uma garantia ao empregado que pai Para Jos Augusto Rodrigues Pinto sua garantia demonstra a import ncia que a presen a e o apoio do pai posterior e imediatamente ao parto O sistema de prote o com fundamento social envolve n o s as rela es entre m e e filho mas produzem efeitos a toda estrutura familiar A licen a maternidade n o pode ser afastada dos direitos da empregada gestante ou m e Para Ant nio lvarez da Silva consiste num direito potestativo da empregada que n o est sujeito a aceita o do empregador O autor ressalta por m que pode ser mantido um di logo sobre a data do afastamento Esta licen a deve ser concedida tamb m quando houver parto prematuro luz do que prev o par grafo 2 do artigo 392 A patologia segundo Jos Augusto Rodrigues Pinto exige maior cuidado tanto no que se refere m e quanto ao filho com a vida inevitavelmente fragilizada A doutrina entende que a licen a maternidade n o depende do nascimento com vida da crian a Alice Monteiro de Barros assinala que o fato gerador da licen a tamb m a gesta o que ocasiona transtornos f sicos e ps quicos na mulher Pontua tamb m que este posicionamento se harmoniza com as Conven es n 3 e 103 da OIT Antes da ratifica o da Conven o 10
294. o da mulher e do homem poss vel quando ambos exercem a mesma fun o Ressalta a raridade da coincid ncia uma vez que a fun o exercida por mulheres corresponde a tarefas desempenhadas no lar e s o consideradas de menor valor Para Alice Monteiro de Barros o trabalho de igual valor avaliado por meio da ado o de crit rios que favorecem as caracter sticas masculinas como por exemplo a for a f sica A n o valoriza o da habilidade manual e da perseveran a enfrentadas por mulheres em tarefas complexas e mon tonas deixa de avaliar tarefas que muitas vezes causam mais fadiga do que os trabalhos que dependem de for a f sica e s o muito valorizados mulher tamb m est o representadas dentre os maiores ndices de trabalho a tempo parcial Vislumbra se diante desta constata o que o capital necessita tamb m do trabalho da mulher na esfera reprodutiva Seria imposs vel a realiza o do ciclo produtivo sem o trabalho realizado pela mulher na esfera dom stica A desigualdade de g nero no que tange aos sal rios pode ser observada como discrimina o direta ou indireta O reconhecimento do ato discriminat rio em 5 SORJ 2004 p 111 598 CALIL 2007 p 102 104 59 VIANA 2000 p x325 BARROS 2000 p 43 01 NOGUEIRA 2004 p 76 201 ju zo depende do tipo de discrimina o uma vez que cada uma delas possui um grau de dificuldade para a produ o probat ria Observa se que
295. o feminismo como uma a o pol tica de mulheres englobando teoria pr tica e tica e define as mulheres como agentes de transforma o tanto da sua condi o social como tamb m do mundo Compreende a realiza o de a es coletivas individuais e existenciais em v rias esferas de atua o O seu in cio no Brasil foi marcado por personalidades que dele participaram de forma individual ou organizando grupos N sia Floresta Brasileira Augusta foi uma delas A frente de seu tempo trabalhava como professora era republicana e abolicionista Em 1832 publicou o livro Direitos das mulheres e injusti a dos homens obra em que reivindicava igualdade e educa o para as mulheres enfrentando os preconceitos da sociedade patriarcal brasileira Na dedicat ria deste livro que baseado na obra Vindication of the Rights of Woman de Mary Wollstonecraft N sia Floresta Brasileira Augusta recomenda a mulheres e acad micos a reflex o acerca da desigualdade de sexos reinante poca Mas na defesa de sua causa que defende uma readequa o da mulher a fim de que participe da vida p blica baseada na busca pela igualdade dela a seguinte pondera o 13 MUZART Zahid Lupinacci A cidade das mulheres Mariana Coelho uma feminista brasileira In COELHO Mariana A evolu o do feminismo subs dios para a sua hist ria 2 ed Curitiba Imprensa Oficial do Paran 2002 p 14 4 SOARES Vera Muitas
296. o feminismo mundial reivindicando a possibilidade de votar e de ser votada e de assim legitimamente participar da vida p blica Configurou se como uma das vertentes de defesa do movimento que objetivava a inser o da mulher tamb m na administra o da coisa p blica al ando a igualdade entre os g neros O feminismo brasileiro n o foi diferente A primeira fase do movimento se caracterizou pela busca por direitos pol ticos Por m era uma luta que n o decorria da exclus o da mulher pelo poder do homem mas que se fundava na concess o de cidadania para complementar o bom andamento da sociedade Mariana Coelho feminista brasileira do in cio do s culo XX afirma ser incompreens vel a recusa de governos concederem o direito ao voto e elegibilidade a mulher O argumento de que a mulher se afastaria da sua fun o materna caso entrasse para a pol tica para a autora era super vel pois eram pap is que poderiam ser harmonizados embora ressaltasse que a maternidade deveria se sobrepor a vida p blica caso ela tivesse que escolher por uma delas A representante da fase sufragista foi Bertha Lutz filha de uma elite intelectual e econ mica como era comum entre as feministas que exercia o cargo de bi loga no Museu Nacional possu a contatos pol ticos e fazia parte de um feminismo bem comportado que agia no limite da press o intraclasse e sem alterar as bases da organiza o das rela es patriarcais Em 1932 o
297. o m dico Quem sabe da necessidade do atendimento m dico o profissional da sa de que marca as consultas conforme a sua disponibilidade de tempo e com a possibilidade de sua agenda n o havendo qualquer obriga o em seguir os hor rios de trabalho dos pacientes De outra forma ficaria inviabilizado servi o m dico que sempre deve ser considerado como fato de for a maior Neste sentido a conduta da Reclamada e de seus prepostos proibindo marca o de consultas e exames em hor rio de trabalho imp e gestante empregada um grave constrangimento ilegal e abusivo atenta contra a dignidade da trabalhadora da mulher e da futura m e contraria as garantias legais de prote o da maternidade e tornava a ida ao trabalho um instrumento de sofrimento o que n o se pode tolerar Temos ent o que a empregada sofreu um evidente dano que deve ser reparado com o pagamento de uma indeniza o que servir tamb m como puni o a fim de educar aqueles que dirigem o neg cio RO 00838200800702002 RECORRENTE Robotton amp Associados Consultores Imobil RECORRIDO Jaqueline Brito Ferreira Barros Relator Juiz Jomar Luz de Vassimon Freitas S o Paulo 18 de agosto de 2009 Dispon vel em lt www trt2 jus br gt Acesso em 19 de maio de 2010 SARLET Ingo Wolfgang Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constitui o Federal de 1988 Porto Alegre Livraria do Advogado 2001 239 efic cia dos direitos fundamentais uma te
298. o mesmo tempo em que tem liberdade de contratar o poder de dire o encontra limites No momento pr contratual o empregador deve avaliar somente a capacidade profissional do candidato contudo quando ocorre diferente extrapola se o poder diretivo para obter dados sem rela o com a atividade laboral a ser exercida ocorrendo a discrimina o Esta fase da rela o empregat cia revela uma situa o de vulnerabilidade do empregado que disp e da sua for a de trabalho e necessita do emprego para sustento pr prio e familiar em rela o ao empregador detentor dos meios de produ o Este normalmente imp e as condi es estabelecidas no contrato assemelhado se a um contrato de ades o No mesmo sentido alguns fatores podem manter o trabalhador margem da sociedade produtiva como a apar ncia f sica op o sexual estado civil ra a etc S o estes crit rios que podem levar a pr ticas discriminat rias no momento de contrata o 6 FRITZ 2008 p 27 47 MARQUES Christiani O contrato de trabalho e a discrimina o est tica S o Paulo LTr 2002 p 36 8 SIM N Sandra Lia A prote o constitucional da intimidade e da vida privada do empregado S o Paulo LTr 2000 p 129 9 ALESSI Marcelo Discrimina o no direito do trabalho aspectos legais e jurisprudenciais In COUTINHO Aldacy Rachid DALLEGRAVE NETO Jos Affonso GUNTHER Luiz Eduardo coords Transforma es do direito do
299. o que a for a do capital possui A atividade empresarial se movimenta de acordo com a vantagem que cada recurso pode representar s suas finalidades Diante de um recurso que n o apresenta vantagens ou apresenta menores vantagens a atividade empresarial tende descart lo ou evit lo visando produ o m xima No que concerne s diferen as humanas a intensidade do desafio aumenta A diversidade uma caracter stica da humanidade nem sempre compat vel com o modelo de atividade empres ria vigente cuja tend ncia aponta para a exclus o daqueles que fogem a determinado padr o A mulher por muito tempo desviou se das caracter sticas dominantes no trabalho n o dom stico Na poca seus afazeres deveriam se limitar aos trabalhos executados em mbito familiar referentes aos cuidados da prole e afazeres do lar Aquelas que ultrapassavam esta barreira por m esbarravam em outras como preconceito e discrimina o social bem como a precariza o do emprego As regras tuitivas do trabalho da mulher formaram se a partir das necessidades existentes para sua execu o a saber as caracter sticas decorrentes do g nero englobadas as peculiaridades f sicas como a reprodu o e a complei o corporal de for a reduzida e as sociais como a baixa valora o do seu trabalho Essas normas auxiliaram a evitar desequil brios no processo de in cio desenvolvimento e extin o contratual do seu trabalho Contudo estas normas t
300. ociedade e os meios de produ o As raz es discriminat rias visualizadas na sociedade a valora o do seu trabalho e a evolu o legislativa acerca do tema tamb m ser estudado neste primeiro cap tulo uma vez que fundamentam as tutelas jur dicas existentes atualmente Dentre os dispositivos relativos ao trabalho da mulher da Consolida o das Leis do Trabalho ser o tratados neste cap tulo aqueles que foram revogados pela Constitui o brasileira de 1988 em virtude do objetivo de demonstrar a evolu o do labor feminino Os dispositivos de sua reda o original e que ainda se encontram em vigor ser o citados apenas para contextualiza o evolutiva do labor feminino e tratados de forma espec fica no cap tulo posterior No primeiro cap tulo a quest o das a es afirmativas ser tratada apenas de forma hist rica analisando sua l gica conceitual e final stica a fim de demonstrar aquelas utilizadas na evolu o do trabalho da mulher no Brasil Os princ pios da dignidade humana e da igualdade ser o analisados no segundo cap tulo como fundamento das tutelas jur dicas existentes sobre o labor feminino Tamb m ser o verificados neste cap tulo os dispositivos constitucionais e infraconstitucionais relativos ao tema bem como os mecanismos extralegais existentes com o intuito de vislumbrar no terceiro cap tulo quais os reflexos destas especiais tutelas do trabalho da mulher na empresa Cabe pontuar que os princ pi
301. om stico para realizar os trabalhos pois muitas ind strias as contratavam para efetuar os trabalhos em casa 33 FRIEDMAN Milton Capitalismo e Liberdade Trad Luciana Carli S o Paulo Artenova 1977 p 14 34 CALIL 2000 p 22 23 35 FURTADO 2007 p 279 3 RAGO Margareth Trabalho feminino e sexualidade In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 580 581 26 O final do s culo XIX e o in cio do XX n o aplicava algum tipo de prote o estatal ao labor feminino considerando a vig ncia das ideias liberais a todas as rela es de trabalho e o preconceito existente quanto ao trabalho n o dom stico da mulher Al m disso a inser o do trabalho da mulher fora do lar diminui na medida em que surgem as garantias m nimas ao seu labor O trabalho n o dom stico representava sociedade da poca um ambiente masculino Logo n o era um trabalho ao qual se enquadrava mulher que deveria se concentrar no desempenho dos afazeres dom sticos e na cria o dos filhos A sa da deste ambiente era considerada afronta aos valores morais da poca Quando adentrava ao trabalho no espa o p blico a mulher era pessoalmente atingida por preconceitos e discrimina es sendo considerada prom scua Levava o fruto desta desigualdade social tamb m sua fam lia sendo o marido considerado incapaz de prover o sustento fami
302. orecer as mulheres no emprego uma vez que sua atividade paralisada com mais frequ ncia do que a dos homens A interrup o do trabalho para assumir responsabilidade com filhos parentes idosos e incapazes cessa o c mputo do tempo de trabalho J as faltas ao trabalho para tratar de assuntos familiares tamb m mais comum entre as mulheres por m n o se enquadram dentre as aus ncias legais Fato que o sal rio contrapresta o ao servi o executado em virtude de um contrato de trabalho meio de prover a subsist ncia do ser humano Se n o houver motivo plaus vel para sua diferencia o e o sexo do empregado por si s n o o a diferencia o de sal rios n o deve ocorrer O respeito aos princ pios da igualdade e sobretudo da dignidade da pessoa humana no que tange a trabalhadora mulher depende da observ ncia deste 328 CALIL 2007 p 111 37 BARROS 1995 p 149 150 328 GOSDAL 2003 p 197 115 dispositivo que compreende a veda o tamb m de outras pr ticas discriminat rias no exerc cio de fun es e no crit rio de admiss o A proibi o de desigualdades no que tange ao exerc cio das fun es e admiss o revela uma preocupa o com a feminiza o dos empregos De acordo com Thereza Cristina Gosdal a inser o da mulher no mercado de trabalho traz embutida uma segrega o estrutural pois as pr prias mulheres procuram profiss es feminizadas socialmente desvalorizadas e mau re
303. oria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional 10 ed rev atual e ampl Porto Alegre Livraria do Advogado 2009 SCHWARZ Rodrigo Garcia A pol tica europ ia de emprego e a id ia de flexiseguran a um camnho para a moderniza o do direito do trabalho In Revista LTr Legisla o do Trabalho Publica o Mensal de Legisla o Doutrina e Jurisprud ncia Ano 74 S o Paulo LTr jan 2010 p 65 66 SECRETARIA ESPECIAL DE POL TICAS PARA AS MULHERES INSTITUTO DE PESQUISA ECON MICA APLICADA FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DAS NA ES UNIDAS PARA A MULHER Retrato das desigualdades de g nero e ra a an lise preliminar dos dados 3 ed Bras lia setembro de 2008 p 4 Dispon vel em lt http www ipea gov br sites 000 2 destaque Pesquisa Retrato das Desigualdades pdf gt Acesso em 15 de agosto de 2009 S GUIN Maria Marta Trabalhadora por direito In S GUIN Elida O direito da mulher Rio de Janeiro Lumen Juris 1999 p 123 SEHLI Daniele Lucy Lopes de A ruptura do contrato de trabalho e as pr ticas discriminat rias O limite entre o direito potestativo de dispensar e o abuso de direito sob o enfoque da Lei 9 029 95 In COUTINHO Aldacy Rachid DALLEGRAVE NETO Jos Affonso GUNTHER Luiz Eduardo coords Transforma es do direito do trabalho estudos em homenagem ao Professor Doutor Jo o R gis Fassbender Teixeira Curitiba Juru 2000 p 97 108 SILVA Alessandro da
304. os satisfat rios uma vez que n o leva em conta o aspecto cultural psicol gico nem os efeitos presentes da discrimina o pret rita Tamb m chamada como discrimina o direta este tipo discriminat rio tem como requisito a premedita o em violar a integridade f sica e moral do outro Para o autor apesar da sua tipifica o como crime no Brasil Lei 7 716 89 e 9 459 97 este tipo de discrimina o dificilmente reparado penalmente As condutas que diretamente discriminam de forma negativa o trabalho da mulher n o s o facilmente constatadas tendo em vista a reprimenda legal e principalmente social que a discrimina o recebe Na sociedade contempor nea tornou se inadequado revelar prefer ncias sem uma justificativa plaus vel Contudo quando o ato discriminat rio n o direto pode originar a discrimina o n o intencional ou indireta utilizada de forma mais constante que a primeira Por meio dela o conte do discriminat rio do ato n o aparece de forma clara na sua concretiza o Nisto reside tamb m o problema referente constata o e a possibilidade de repara o deste ato pois como a discrimina o ocorre de forma dissimulada sua constata o e sua prova s o dificultadas 123 GOMES 2001 p 20 124 CRUZ 2005 p 30 51 Joaquim B Barbosa Gomes situa a discrimina o indireta na desigualdade originada de pr ticas administrativas empresariais ou de pol ticas p blicas aparentemente
305. os a serem estudados n o ser o esgotados no estudo em tela que buscar a an lise do seu conceito atual bem como sua liga o ao tema proposto Da mesma forma ser o tratados alguns mecanismos existentes e que podem auxiliar na promo o do trabalho da mulher como o caso da tutela inibit ria e das conven es coletivas Assinala se que somente ser o abordardados seus conceitos e finalidades junto com sua utilidade promo o do trabalho da mulher Por fim a investiga o a ser delineada no terceiro cap tulo verificar quais os reflexos da especial tutela do trabalho feminino na atividade empresarial no Brasil Quando negativos n o atingem de forma eficaz os objetivos do ordenamento jur dico e geram a discrimina o negativa do trabalho feminino impedindo seu acesso pleno desenvolvimento e continuidade Se positivos as medidas se demonstram eficazes e contribuem favoravelmente no combate discrimina o Dentro deste cap tulo o momento da contrata o do trabalho da mulher o desenvolvimento da sua rela o de emprego e a sua ruptura ser o analisados no mbito da atividade empresarial desenvolvida no Brasil Tamb m diante das tutelas espec ficas existentes na contemporaniedade ser o analisadas as caracter sticas e situa es em que persistem a discrimina o da mulher nesta realidade O car ter inclusivo e ou excludente da especial normatiza o do trabalho da mulher finalizar o racioc nio proposto neste
306. os mais tarde Vigente at os dias atuais este normativo prev que o direito a n o ser discriminado nas rela es de emprego Pro be se toda distin o exclus o ou prefer ncia fundada na ra a cor sexo religi o opini o pol tica ascend ncia nacional ou origem social que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de 338 GOSDAL 2008 p 192 339 BARROS 1995 p 48 49 119 oportunidades ou de tratamento em mat ria de emprego ou profiss o bem como qualquer outra distin o exclus o ou prefer ncia que tenha por efeito destruir ou alterar a igualdade de oportunidades ou tratamento em mat ria de emprego ou profiss o que poder ser especificada pelo Membro Interessado depois de consultadas as organiza es representativas de empregadores e trabalhadores quando estas existam e outros organismos adequados Trata se conforme ensina Thereza Cristina Gosdal de pol tica social que visa suprimir todas as formas de discrimina o aplic vel a toda pessoa e todo empregador alcan ando desde o acesso at sua perman ncia no emprego Alice Monteiro de Barros assinala que o fato do conceito de emprego ou profiss o ser tratado de forma abrangente pela Conven o incluindo o acesso aos meios de forma o profissional ao emprego s diferentes profiss es e s condi es de trabalho torna mais amplo o rol de situa es que ela influencia Afetam a igualdade n o s por meio de comportamento
307. os possam ser amparados antes que alguma les o ocorra Luiz Guilherme Marinoni pensa a tutela inibit ria como corol rio do princ pio geral de preven o que diz respeito a todos os direitos e pode se tornar necess ria quando a reintegra o ou a repara o do direito for insuficiente Ressalta ainda que a inviabilidade da medida resulta na expropria o de direitos n o patrimoniais 435 GIULLANI 2008 p 665 438 MARINONI Luiz Guilherme Tutela inibit ria individual e coletiva 4 ed rev atual e ampl S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 p 36 437 POZZOLO Paulo Ricardo A o inibit ria no Processo do Trabalho S o Paulo LTr 2001 p 38 147 dando ao direito um exclusivamente car ter ressarcit rio e assim contr rio dignidade do homem e sua inser o em uma sociedade mais justa A tutela inibit ria decorre do car ter preventivo assumido pelos ordenamentos jur dicos fundados na dignidade da pessoa humana Busca evitar que condutas antijur dicas il citos e danos ocorram e lesionem direitos conferindo a estes a necess ria efetividade uma representa o do Estado Democr tico de Direito que tem por finalidade assegurar a observ ncia da ordem jur dica Paulo Ricardo Pozzolo pontua de forma gen rica que a manuten o da intangibilidade e a observ ncia do ordenamento jur dico constituem finalidades da tutela inibit ria De forma mais espec fica a preven o do antijur dico do
308. para o com o homem A for a corporal entre homens e mulheres tratada como diferen a de g nero de uma maneira geral Os doutrinadores se dividem entre aqueles que vislumbra a isonomia na norma e os que consideram na como propagadora de desigualdades Alguns doutrinadores como Valesca da Silva Cabral opinam estar correta a restri o f sica para levantar pesos excessivos tendo em vista ser uma condi o 374 MANDALOZZO COSTA 2010 P 102 35 TORRES Anita Maria Meinberg Perecin A sa de da mulher e o meio ambiente do trabalho S o Paulo LTr 2007 p 113 376 BARROS 1995 p 469 130 z inerente mulher A constitui o f sica da mulher considerada tamb m por Silvana Souza Netto Mandalozzo como uma forma de diferencia o relativa ao corpo No mesmo sentido entende Emmanuel Te filo Furtado para quem a constitui o corp rea da mulher lhe deixa em desvantagem justificando as diferencia es do citado artigo Alice Monteiro de Barros ensina que aos vinte anos a for a muscular da mulher corresponde em m dia a 65 da for a masculina aos 55 anos o ndice diminui para 54 Contudo tamb m ressalta que o n mero de abortamentos espont neos e de partos prematuros maior quando o levantamento de peso cont nuo Ainda assim sustenta a autora que a restri o do citado artigo deveria ser abolida a fim de que fossem observadas as particularidades de cada mulher No mesmo sentido
309. parente Para a autora por m n o configura uma resposta a crises econ micas ou para o problema do emprego podendo se revelar como uma pr tica autof gica A autora ainda salienta que o trabalho a tempo parcial pode ter suas caracter sticas e fun es origin rias desvirtuadas na medida em que insinuado por meio do trabalho suplementar Esta situa o cai na dissimula o do contrato de trabalho por tempo integral e retira s tutelas jur dicas que lhe s o inerentes amp Paula Oliveira Cantelli ressalta um aspecto pr tico e negativo da flexibiliza o ao tratar da quest o do teletrabalho O trabalho executado em casa e em favor de uma atividade empresarial estabelece uma confus o entre os dois ambientes Embora seja uma situa o que atinge tamb m ao homem esta confus o n o o afeta severamente considerando a menor carga de trabalho dom stico que enfrenta Os aspectos positivos e negativos da flexibiliza o podem se intercalar Ao tempo em que permite mulher o atendimento ao trabalho dom stico ao qual n o consegue se desvincular n o contribui para a mudan a deste par metro de 16 FERRERA HEMERIJCK RHODES 2007 p 176 177 168 SCHWARZ Rodrigo Garcia A pol tica europ ia de emprego e a id ia de flexiseguran a um camnho para a moderniza o do direito do trabalho In Revista LTr Legisla o do Trabalho Publica o Mensal de Legisla o Doutrina e Jurisprud ncia
310. parente paradoxo retrata o consenso quanto garantia de direitos fundamentais Foi introduzido com a no o de igualdade de forma geral e abstrata e refletindo o temor que a era Hitler cuja caracter stica foi o exterm nio de diferen as provocou Assinala que o direito n o discrimina o parte dos direitos fundamentais igualdade e dignidade da pessoa humana Al m de proibir a discrimina o tamb m requer a atua o estatal de forma a reparar as condutas discriminat rias Sua efetividade por m n o depende apenas a repara o do dano causado mas tamb m da mudan a de sentimento pensamento e atitude A insufici ncia da atua o exclusiva do direito n o discrimina o requer que conjuntamente a ele atue o direito diferen a ambos pautados na igualdade e na dignidade da pessoa humana Por este motivo Flavia Piovesan ressalta a necessidade de combinar medidas que pro bam a discrimina o com pol ticas compensat rias que acelerem a igualdade enquanto processo A autora ressalta que a proibi o da discrimina o excludente n o resulta automaticamente em inclus o A promo o da igualdade tanto depende desta proibi o quanto de medidas afirmativas includentes Logo a garantia da igualdade substancial n o depende apenas de assegurar o direito diferen a ou somente o direito n o discrimina o mas se vincula a necessidade de ambos O primeiro realiza a igualdade com a inclus o da difere
311. pel na altera o destes pap is e na concretiza o da igualdade material 3 2 5 Tutela inibit ria A tutela inibit ria um mecanismo que visa a inibir o acontecimento de determinadas condutas contr rias ordem jur dica e ou geradoras de dano Tem portanto car ter preventivo Consiste num instituto de direito processual cuja cria o se deve necessidade de proteger direitos antes que sejam violados Difere da tutela ressarcit ria porque se antecipa ao problema Sobre esta diferencia o Luiz Guilherme Marinoni aponta que a tutela reparat ria revela quem deve suportar o custo do dano independentemente da exist ncia ou n o de culpa no que tange ao dano ressarc vel A inibit ria por sua vez desvenda um car ter preventivo diante da pr tica da continua o ou da repeti o do il cito A tutela inibit ria n o necessita apurar a ocorr ncia de ato il cito ou de dano tendo em vista que objetiva impedir a ocorr ncia destes e poss vel quando h amea a de consolida o Observa se que esta medida direciona para evitar o perigo da pr tica da continua o ou repeti o de qualquer perigo dano seja antijur dico il cito ou de outra natureza O reconhecimento de um bem ou valor feito pelo ordenamento jur dico e a partir deste momento o seu destinat rio j seu titular Logo se este direito j existe deve ser protegido desde logo Por isso a necessidade da tutela inibit ria para que direit
312. pon vel em lt http www oitbrasil org br info downloadfile php fileld 375 gt Acesso em 9 de dezembro de 2009 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO BRASIL Declara o da oit sobre os princ pios e direitos Fundamentais no trabalho Dispon vel em lt http Awww ilo org public portugue region ampro brasilia info download declarac port pdf gt Acesso em 20 de mar o de 2010 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO BRASIL Normas Dispon vel em lt http Ayvww ilo org public portugue region ampro brasilia rules organiza htm gt Acesso em 20 de mar o de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o ACPU 6953 2007 Senten a Partes Minist rio P blico do Trabalho em face do Sindicato dos Trabalhadores nas Ind strias Metal rgicas Mec nicas e de Material El trico de Londrina e Regi o Juiz Maur cio Mazur Londrina Di rio da Justi a do Estado do Paran 07 de dezembro de 2007 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 10 de fevereiro de 2010 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o ESTABILIDADE PROVIS RIA GESTANTE A garantia de emprego gestante decorre do seu estado grav dico unicamente e independente do conhecimento do empregador visto que a finalidade da norma inserta no art 10 inciso Il al nea b do Ato das Disposi es Transit rias da CF 88 volta se prote o ao nascituro ao resguardar o estado grav dico de sorte que a indeniza o sempre
313. pos de emprego A mesma autora assinala que a precariza o atinge o n cleo duro do emprego valorando o de forma negativa e manifestando a inseguran a na sua manuten o uma situa o que pode contaminar quaisquer tipos de rela o de trabalho t picas ou at picas permanentes ou transit rias 3 Logo isso significa que todos s o submetidos ao risco de ter um trabalho precarizado como alternativa final Entretanto este tipo de contrato de trabalho tende a atingir aqueles que n o atendem aos requisitos do mercado como por falta de caracter sticas dominantes ou por possu rem necessidades espec ficas 13 REDINHA Maria Regina Gomes A rela o laboral fragmentada estudo sobre o trabalho tempor rio Coimbra Coimbra 1995 p 72 138 Ibid p 72 55 Sobre o que origina a precariza o Guilherme Guimar es Feliciano pontua a viol ncia praticada nas rela es de trabalho Entende que a viol ncia como qualquer conduta antijur dica que submete algu m ao sofrimento f sico ps quico ou moral No paralelo tra ado com a rela o de trabalho esta assume elementos que a diferenciam daquelas praticadas em outras rela es Primeiro ela se fundamenta em rela es de poder entre empregadores e empregados distanciando os entre si Quanto menos for a socioecon mica os empregados tiverem maiores s o as possibilidades de a rela o de trabalho se concretizar precariamente 3 No que tange ao trabalho feminino
314. posi es Transit rias da CF 88 volta se prote o ao nascituro ao resguardar o estado grav dico de sorte que a indeniza o sempre devida sob pena de se inverter o escopo legal O Direito do Trabalho que sempre exige proximidade com a realidade da vida tamb m preocupado com a grandeza biol gica e social da reprodu o humana tutela a concep o em si Assim imperioso o deferimento dos sal rios desde a despedida at o t rmino final da garantia constitucionalmente estabelecida art 10 Il b ADCT da CF 88 independentemente do tempo transcorrido at o ajuizamento da a o RO 07199 2008 016 09 00 9 Recorrentes WMS Supermercados do Brasil Ltda e Fabiane da Silva Pereira de Assis Relator Rosemarie Diedrichs Pimp o Curitiba 27 de outubro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 22 de maio de 2010 6 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o ART 384 DA CLT INTERVALO A Constitui o Federal de 1988 ao estabelecer que homens e mulheres s o iguais em direitos e obriga es art 5 inciso e ao proibir a diferen a de sal rios de exerc cio de fun es e de crit rio 214 Uma das poucas normas existentes de promo o do trabalho da mulher mediante incentivos espec ficos como prev o texto constitucional a Lei 10 770 2008 Isso porque visa indu o de comportamentos favor veis ao trabalho da mulher incentivando o aleitamento materno com uma vantagem para si aba
315. pr tica da continua o ou da repeti o do antijur dico do il cito ou do dano S o pressupostos n o cumulativos bastando a verifica o de qualquer deles para o prosseguimento da tutela inibit ria N o necess rio verificar se situa o similar j tenha ocorrido anteriormente para que a tutela inibit ria possa ser invocada A simples exist ncia do perigo ou da amea a da pr tica do il cito do antijur dico pode dar ensejo medida 446 MARINONI 2006 p 46 47 4 Ibid p 48 8 POZZOLO 2001 p 94 150 Entretanto adverte se para a seriedade do risco ou amea a devendo ser seguramente caracterizados e demonstrados mediante fatos objetivos O simples temor subjetivo de viola o n o suficiente para a concess o da tutela A continua o do il cito do antijur dico ou do dano por sua vez se verifica quando estas situa es perduram no tempo isto s o eventos que est o acontecendo O fato de terem ocorrido anteriormente n o retira o car ter inibit rio pois sua continuidade deve ser evitada Quando a continua o de uma conduta socialmente indesejada cessa por meio da tutela inibit ria evita se a ocorr ncia de maiores danos ou mesmo o agravamento dos preju zos Por m o autor aponta a diferen a entre esta situa o e a da repeti o do ato que se deseja evitar Esta consiste na reprodu o de perigo ou amea a de ato antijur dico il cito ou danoso j cometido em po
316. pregada mulher como o apurado senso organizacional e a rejei o pelo perfil workaholic Outras qualidades consideradas para a inser o do labor feminino como a polival ncia e a multiatividade decorrem das suas atividades no espa o reprodutivo tornando nas apropriadas s novas formas de explora o pelo capital produtivo O acesso ao trabalho facilitado pelo ordenamento jur dico por meio dos preceitos constitucionais que versam sobre a dignidade da pessoa humana e da igualdade Por si s j teriam o cond o de vedar qualquer conduta discriminat ria no mercado de trabalho A inser o do artigo 373 A da CLT de ineg vel avan o em prol do trabalho da mulher uma vez que vedam condutas discriminat rias na fase pr contratual como o caso da recusa de emprego em virtude do sexo e da exig ncia de exames que constatem gravidez ou esterilidade Ele impede que estas condutas fa am parte de crit rios utilizados na hora da contrata o Cabe salientar que o excesso de prote o do labor feminino como ocorria antes da Constitui o brasileira de 1988 era prejudicial ao trabalho da mulher que tinha o seu acesso negado em virtude da proibi o existente em lei Alice Monteiro de Barros opina que os regimes especiais quanto ao trabalho da mulher n o se justificam mais hoje sob pena de se restringir suas possibilidades de contrata o A autora argumenta que a prote o deve se reduzir ao essencial que a gravidez
317. prote o da intimidade de trabalhadores Ressalta se que tem por objetivos definir estrat gias coordenadas e integradas de pol tica de atua o institucional em conson ncia com o princ pio da unidade respeitada a independ ncia funcional no combate exclus o social e discrimina o no trabalho fomentando a troca de experi ncias e discuss es sobre o tema bem como a atua o gil onde necess ria se fa a a presen a do Minist rio P blico do 05 LOPES 2004 p 77 e6 PARAN Tribunal Regional do Trabalho 9 Regi o RTOrd 31254 2007 004 09 00 0 Reclamante Rosangela Maria Rudiniki lanino da Silva Reclamado HSBC Bank Brasil S A Banco Multiplo Ju za Vanessa Karam de Chueiri Sanches Publicado em 11 de dezembro de 2009 Dispon vel em lt www trt9 jus br gt Acesso em 21 de maio de 2010 203 Trabalho integrando seus membros no plano nacional de forma uniforme e coordenada Diante das atribui es do Minist rio P blico e especificamente das fun es desta Coordenadoria o direito n o discrimina o no ambiente de trabalho pode ser efetivado por meio da tutela inibit ria Demonstrado que a empresa emprega a pol tica de discrimina o salarial em virtude do g nero a tutela inibit ria pode ser utilizada para que a situa o n o se repita em novas contrata es bem como para que n o permita a continuidade do desequil brio salarial pautado neste crit rio nas rela es vigentes A d
318. ptid es t cnicas e o comportamento do empregado e este as condi es de trabalho Ressalta a autora que o comportamento do empregado ser pass vel de avalia o quanto assiduidade dilig ncia car ter e entrosamento Maur cio Godinho Delgado salienta que a dimens o subjetiva da avalia o da experi ncia pode abranger determinados aspectos pessoais das figuras do 538 MARQUES 2002 p 61 59 DELGADO 2009 p 1016 54 Ibid p 1017 51 MARQUES op cit p 61 2 BARROS 2006 p 457 180 empregado e do empregador desde que relacionados com o objeto do contrato N o autoriza por m procedimentos discriminat rios ou ofensivos por parte do empregador como o caso do sexo aspecto pessoal cuja considera o valorativa vedada pelo Direito Este contrato por prazo determinado pode se transformar por prazo indeterminado se ultrapassado o per odo de experi ncia e sem a recusa do empregador ou do empregado A inocorr ncia de contrato por prazo indeterminado depende da rejei o de uma das partes A recusa pelo empregador n o se caracteriza como dispensa propriamente dita quando o contrato termina no per odo aprazado A decis o de n o tornar o contrato por prazo indeterminado n o deve se pautar em motivos que revelem uma conduta discriminat ria Por m como a decis o se pauta na avalia o subjetiva do empregador n o precisando ser revelada aumenta o risco de crit rios discriminat rios Thereza
319. quando o dado comparado aos estudos anteriores essa m dia era de quatro cl usulas entre 1993 e 1995 e de cinco entre os anos de 1996 e 2000 54 Por fim num paralelo com a realidade norte americana Aldacy Rachid Coutinho aponta que a aplica o de a es afirmativas de g nero por mais de quarenta anos n o foi suficiente para terminar com a segrega o no mercado de trabalho persistindo inclusive a desigualdade salarial As a es afirmativas no que concerne ao trabalho da mulher apresentam baixa efetividade pr tica no mbito privado de atua o Os esfor os estatais para promover a igualdade entre g neros por sua vez s o t o vis veis no ordenamento jur dico quanto dif ceis de provar O trabalho da mulher empregada se revela cada vez mais inserido seja em nome da segrega o ocupacional que necessita do trabalho de valor mais baixo para se manter seja em virtude da preocupa o com o direito diferen a e n o discrimina o decorrentes da igualdade Contudo considerando que ainda podem ser prejudicadas pela discrimina o e atingidas pelos empregos prec rios em virtude da cont nua exig ncia do trabalho dom stico cabe verificar como estes elementos al m de outros podem influenciar na dispensa do trabalho da mulher 4 1 3 Prote o da mulher no t rmino da rela o de emprego A contrata o ser sempre finita seja ela com ou sem prazo determinado Diferentes formas podem ser aplicadas no t
320. que a inexist ncia de lei que possibilite a divis o do per odo da licen a maternidade revela falta de seriedade com a quest o da paternidade respons vel Uma melhor distribui o do nus do afastamento prolongado do trabalho entre os membros da fam lia consiste numa provid ncia de aux lio ao combate da discrimina o da mulher no ambiente laboral sobretudo no que tange ascens o profissional O per odo de licen a maternidade se enquadra neste panorama de aumento de custos porque envolve o afastamento do ambiente de trabalho Pode implicar na contrata o de novo empregado para substitu la no pagamento de horas extras a 59 LOPES Cristiane Maria Sbalqueiro Reforma trabalhista e previdenci ria e direitos da mulher In REVISTA JUR DICA N 17 Tem tica n 1 Curitiba 2004 p 76 Dispon vel em lt http Avww unicuritiba edu br webmkt pesquisa pesquisa arquivos publicacoes juridica 3artigoScristia ne pdf gt Acesso 20 de janeiro de 2010 ROMITA 2009 p 120 581 BARROS 1995 p 230 582 LOPES op cit p 88 194 outros empregados dentre outras situa es que podem aumentar as despesas financeiras Alice Monteiro de Barros ressalta que os custos relativos maternidade e ao cuidado com os filhos s o fatores que causam tratamento desigual mulher empregada dando prefer ncia ao trabalho masculino Entretanto assevera que compete coletividade contribuir para a concilia o entre os encargos famil
321. que empregos prec rios s o encontrados em postos em que a explora o acentuada Por meio de pol ticas de flexibiliza o do trabalho a estrutura o produtiva apresenta o risco de precariza o para todos trabalhadores mas especialmente para a mulher Indiv duos exclu dos da sociedade ou que possuem caracter sticas que s o alvo de discrimina o t m a tend ncia de ocupar postos prec rios de trabalho No contexto hist rico o modelo patriarcal n o influenciava apenas a fam lia mas tamb m os m todos utilizados na produ o Por este motivo mulheres faziam parte do corpo produtivo prec rio restando a elas os trabalhos desenvolvidos junto ao lar ou de cunho sexual tomado aqui como reflexo de domina o e opress o Mesmo com a sua inser o na vida p blica as responsabilidades familiares s o majoritariamente atribu das mulher Logo podem ensejar consequ ncias negativas sua inser o ou sua manuten o na rela o laboral embora dependam ainda de outros fatores como o n vel de escolaridade e a ra a Por isso a precariza o do trabalho pode ser visualizada com facilidade nas quest es de g nero Como est o em constante foco discriminat rio em virtude da aus ncia de caracter sticas dominantes androcentrismo maior ser a inseguran a gerada no trabalho A conforma o com esta divis o de pap is entre homens e mulheres evidencia o apontamento Mar a Elena Valenzuela que afirma o
322. que o trabalho noturno sempre ir prejudicar o trabalhador de qualquer sexo no que tange s necessidades de repouso e descanso Entretanto argumenta que quanto ao sexo feminino h o agravamento da situa o uma vez que se choca com sua fun o dom stica Argumenta que o lar perde qualidade de vida e que a conviv ncia entre os familiares se torna rarefeita e se limita a poucos momentos Alice Monteiro de Barros tem posicionamento contr rio a este O trabalho noturno dos homens tamb m provoca o desencontro entre os familiares Al m disso este argumento n o se sustentaria entre solteiras vi vas ou divorciadas sem filhos e que vivam s s Valores culturais definem as raz es de ordem moral em favor da prote o especial e que se modificam quando se altera a forma de se situar a mulher na fam lia Tamb m concep es sociol gicas definem a moral como normas ticas vigentes em um determinado per odo Logo s o pontos de vista que se fundamentam em ideias e conveni ncias das classes dominantes constitu das por homens e que n o devem prosperar a fim de que as responsabilidades sejam exigidas de ambos os sexos O artigo 383 da CLT trata do intervalo intrajornada para a trabalhadora mulher que n o deve ser inferior a uma hora ou superior a duas O dispositivo n o remete possibilidade conferida ao homem pelo art 71 1 da CLT de intervalo de 15 minutos para trabalhos de 4 a 6 horas Paula Oliveira Cantelli ar
323. que tange ao trabalho feminino ele afirma que a sua integra o se d quase que exclusivamente por esfor o pr prio n o havendo esfor o priorit rio em prol deste grupo O que caracterizam com mais facilidade a es afirmativas neste contexto a cria o de creches que permite que a mulher procure o mercado de trabalho A necessidade por creches remete s lutas de movimentos feministas e de mulheres verificadas nas analisadas d cadas de 60 e 70 Sua efetiva o deve ser uma constante para propiciar a inser o feminina no mercado de trabalho Aponta se como regra idealizada no per odo tuitivo do trabalho da mulher imbu da deste car ter de medida afirmativa exemplificativamente o pagamento dos sal rios referentes ao per odo p s parto pelo Estado Assinala se o sindicato como espa o onde se desenvolvem a es afirmativas de g nero com a determina o de cotas m nimas de participa o de mulheres que propiciam sua atua o Embora este espa o n o seja predominantemente feminino em virtude das responsabilidades do lar sua aprova o se deu ap s a organiza o e influ ncia das mulheres nas pol ticas e pr ticas sindicais em meados de 1983 2 Observa se que o programa de cotas possui cr ticas Roberta Fragoso Menezes Kaufmann embora tratando sobre o crit rio racial ressalta que a aplica o deste sistema por atingir diretamente o direito de outro possibilita causar discrimina o reversa cujos efeitos n
324. quizou se a sociedade em forma o O meio de coloniza o realizado pelos europeus foi o de explora o tanto dos recursos existentes e cultivados quanto da m o de obra De acordo com Gilberto Freyre Portugal aplicou um novo tipo de coloniza o para a poca a col nia de planta o com base agr cola e com a perman ncia do colono na terra Al m disso o historiador afirma que a novidade se deu pela t cnica econ mica e pela pol tica social utilizadas Quanto primeira deve se transforma o da riqueza vegetal por meio do capital e do esfor o do particular Quanto segunda o aproveitamento da popula o nativa feminina tanto como instrumento de trabalho quanto para constitui o familiar A agricultura era considerada um trabalho tipicamente feminino na sociedade ind gena encontrada no descobrimento O mesmo autor tamb m atenta para a divis o sexual de trabalho existente em que o trabalho do campo e o de casa eram considerados femininos aos homens cabia a fabrica o de arcos e flechas instrumentos de m sica adornos para o corpo e constru o de ocas e canoas FURTADO Celso Forma o Econ mica do Brasil S o Paulo Companhia das Letras 2007 p 27 FREYRE Gilberto Casa grande amp senzala forma o da fam lia brasileira sob o regime da economia patriarcal S o Paulo Global 2006 p 79 3 Ibid p 183 185 Ronald Raminelli cita as classes da idade delineadas por Yves d Evreux na
325. ra fazer algo p blico fora dos pequenos c rculos das a es clandestinas A repercuss o em terras brasileiras se concretizou na organiza o de um evento patrocinado pelo Centro de Informa o da ONU com o t tulo de O papel e o comportamento da mulher na realidade brasileira A import ncia deste evento se deve ao car ter p blico que o movimento obt m Se antes era quase um encontro entre amigas agora se buscava a institucionaliza o de um centro que se preocupasse com a quest o da mulher A busca pela Anistia alcan ada em 1979 foi pauta do feminismo brasileiro caracterizando o teor pol tico do movimento feminista C li Regina Jardim Pinto traz depoimentos que assinalam a liga o entre o feminismo e a Anistia Enfatiza que o primeiro deveria se relacionar com a realidade social em que se inseria e n o exclusivamente ao ideal do hemisf rio norte No caso brasileiro teria como dever estar ligado s discuss es sobre pol tica car ncia de alimenta o moradia educa o e sa de Os anos de 1979 a 1985 foram per odo de mobiliza o de diferentes setores da sociedade exigindo a redemocratiza o do pa s por meio inclusive de organiza es de representa o de classe As organiza es sindicais passam por um questionamento interno e externo que influenciam algumas dimens es alusivas a condi es de vida PINTO 2008 p 55 78 TELES 2008 p 85 79 PINTO op cit p 5
326. rabalho das mulheres C mara Federal Previa a participa o feminina apenas no trabalho de oficinas f bricas ou outros estabelecimentos mediante contrato dura o n o superior a seis horas di rias com intervalo para descanso repouso semanal obrigat rio de 36 horas cont nuas dispositivos acerca de gestantes e parturientes propriedade salarial exclusiva da mulher separa o de ambos os 177 GOSDAL 2008 p 141 178 CALIL 2000 p 23 179 Id 2007 p 28 68 sexos nos ambientes de trabalho a fim de impossibilitar a promiscuidade entre outros O projeto por m tamb m n o foi aprovado A primeira norma brasileira acerca do trabalho da mulher foi regionalizada Promulgada pelo Estado de S o Paulo a Lei n 1596 de 1917 proibiu que a mulher gr vida trabalhasse em estabelecimentos industriais durante o m s anterior e o posterior ao nascimento do filho Prote o semelhante s foi alcan ada em mbito federal cinco anos depois com o Decreto 16 300 de 1923 facultando mulher trinta dias de descanso antes e depois do parto Este decreto trouxe ainda os primeiros dispositivos acerca de amamenta o cria o de creches e de caixas para amparo de m es carentes L a Elisa Silingowschi Calil n o possui dados concretos sobre a efic cia e aplica o destas leis contudo tomando por base a situa o atual deduz que n o foram observadas pela maioria das ind strias 8 Desde logo a gesta o se rev
327. rais e familiares Contudo para outros significava a redu o das perspectivas de emprego e suas oportunidades de igualdade salarial Crescem as manifesta es para atingir a igualdade inclusive no ambiente de trabalho C li Regina Jardim Pinto colaciona manifesta o distribu da em meados de 1920 pela Uni o das Costureiras Chapeleiras e Classes Anexas do Rio de Janeiro ressaltando a impossibilidade de chegar igualdade sem reconhecer a desigualdade Cita se a t tulo de ilustra o V s que sois os precursores de uma era onde possa reinar a igualdade para todos escutai tudo que fazeis em prol do progresso militando no seio das nossas associa es de classe n o basta Falta ainda alguma coisa absolutamente necess ria e que concorrer mais eficazmente para o fim desejado por todos os sofredores E a Emancipa o da Mulher Homens Conscientes Se refletirdes um momento vereis qu o dolorida a situa o da mulher nas f bricas nas oficinas constantemente amesquinhada por seres repelentes e vis Trabalhadores A voz ativa pela emancipa o feminina no Brasil teve duas grandes importantes conquistas a saber a publica o do Decreto n 21 417 A em 1932 e o reconhecimento de direitos trabalhistas espec ficos das mulheres na Constitui o brasileira de 1934 O primeiro deles regulou as condi es do trabalho das mulheres em estabelecimentos industriais e comerciais Proibiu a distin o salarial
328. ram sozinhas no lar em virtude da busca do ouro pelos maridos e companheiros Mary Del Priore assinala as atividades da mulher al m das dom sticas as religiosas de produ o de objetos di rios e at mesmo as fitoter picas Salienta ainda que a maior parte delas se dedicava ao com rcio local ou regional fabricando doces vendidos por suas escravas nas ruas e negociando gado e escravos 1 DEL PRIORE 2001 p 63 18 WEHLING Arno WEHLING Maria Jos C M Forma o do Brasil Colonial 4 ed rev e ampl Rio de Janeiro Nova Fronteira 2005 p 280 19 FIGUEIREDO Luciano Mulheres nas Minas Gerais In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 142 143 2 DEL PRIORE 2008 p 16 22 Percebe se que o tipo de trabalho solicitado s mulheres da poca ndias negras ou brancas escravas ou n o era essencialmente ligado s atividades do lar A for a f sica pode ter ensejado v rias das restri es vislumbradas ao trabalho da mulher mas foi a cultural que as fez perdurar no tempo Neste aspecto ainda Luciano Figueiredo que observa a influ ncia das sociedades africanas e portuguesa para a defini o do labor feminino no Brasil Nas primeiras cabiam s mulheres as tarefas de alimenta o e distribui o de g neros de primeira necessidade na segunda reservava se a estas o com rcio de doces bolos
329. re qualifica o e treinamento as segundas garantias contra discrimina o Por fim as cl usulas que tratam da sa de da mulher s o acerca da preven o de c ncer ginecol gico AIDS licen a aborto estabilidade aborto retorno de licen a maternidade Percebe se que h uma concentra o de normas no que tange gesta o maternidade e paternidade Denotam uma preocupa o com as rela es familiares decorrentes da prole rec m nascida tendo em vista que historicamente as preocupa es dela decorrentes foram atribu das mulher Podem ser consideradas tamb m um reflexo do que recomenda a OIT Ant nio Alvarez da Silva argumenta que a restri o de negocia es coletivas por motivo de gravidez pode prejudicar a mulher se levada ao extremo uma vez que podem ser suprimidas cl usulas ben ficas mulher como a tratativa de aspectos especiais da gravidez e do parto da volta ao trabalho e de reescolariza o Paola Cappellin Giullani enfatiza que os direitos sociais s o uma reivindica o constante de mulheres As trabalhadoras inserem modifica es complexas nos direitos sociais atingindo arraigadas dimens es culturais na divis o sexual do SILVA 2009 p 39 146 trabalho S o iniciativas pautadas no desejo de ver superadas as desigualdades definidas pelo modelo patriarcal de fam lia e pelo modelo masculino de produ o Neste sentido as negocia es coletivas podem cumprir relevante pa
330. res n o constituem uma minoria em sentido quantitativo mas sim quanto ao acesso a mecanismos de poder e de decis o A dificuldade de ascens o identifica desigualdades estruturais decorrentes do modelo patriarcal quanto manuten o de tarefas dom sticas e a maior responsabilidade pelos encargos familiares bem como do ideal de produ o masculino Alice Monteiro de Barros afirma que as principais raz es que impedem a ocupa o de altos cargos por mulheres se verificam em virtude da dificuldade de submeter homens s suas ordens da falta de qualifica o e da descontinuidade no emprego decorrente de gravidez ou de cuidados com a prole FONTENELE MOUR O T nia GALINKIN Ana L cia O que pensam as mulheres no topo da carreira In ARA JO Adriane Reis de FONTENELE MOUR O T nia coords Trabalho de mulher mitos riscos e transforma es S o Paulo LTr 2007 p 145 620 GOSDAL 2008 p 96 97 BARROS 1995 p 226 208 O modelo patriarcal impunha o trabalho dom stico e reprodutivo s mulheres negando lhe por muito tempo a educa o A falta do fator educacional dificultou n o apenas o seu acesso mas tamb m a divis o do trabalho produtivo Atualmente os ndices de escolaridade feminina t m superado os de masculina sem significar contudo a ascens o profissional a postos mais altos de chefia A gesta o a maternidade e as responsabilidades familiares ainda formam obst culos ascens o p
331. rificar que o panorama de desigualdades de g nero foi diminuindo e est hoje em menores propor es do que h vinte anos 218 Tamb m nota se que a participa o da mulher no ambiente de trabalho tornou se vis vel aos poucos tendo em vista uma realidade econ mica dependente de trabalhadores para produzir e para adquirir Al m disso caracter sticas femininas passam a ser prestigiadas principalmente em algumas profiss es espec ficas que passam a inserir a m o de obra da mulher O pice da igualdade de g neros no que tange ao trabalho da mulher a Constitui o brasileira de 1988 que alterou a vis o do indiv duo feminino na seara jur dica decorrente de anseios sociais marcados principalmente pelas lutas de mulheres Foi a partir do Texto Constitucional que restri es quanto capacidade da mulher foram suprimidas e que se revogaram dispositivos do campo do direito civil penal e trabalhista No que concerne ao trabalho da mulher passou se da vertente protetiva promocional Isso significa dizer que a prote o da forma que era concebida restringindo o mercado de trabalho de acordo com interesses que nem sempre a favoreciam ou eram necess rios cedeu lugar promo o As tutelas tuitivas podem acarretar discrimina es como ocorreu por exemplo com o trabalho noturno Um dos fundamentos sustentados poca de vig ncia da norma se pautava na qualidade de m e e de esposa da mulher contudo o que se viu foi
332. rimina o A diferen a tamb m caracter stica que iguala o ser humano pois todos sem exce o s o diferentes entre si Trata se de qualidade inerente condi o humana seja ela f sica ps quica ou cultural As diferen as s o comuns a todos os indiv duos e esta raz o justifica o direito de ser diferente e exercer as diferen as Pontes de Miranda aponta desde diferen as f sicas at psicol gicas asseverando que uma igualiza o completa seria enunciar contra a realidade expungindo se diferencia es surtos espec ficos Mas da mesma forma as diferen as n o s o suficientes para que se negue a igualdade dos homens aquele comum irredut vel A toler ncia e a diferen a informam o novo conceito de liberdade que decorre da primeira e est presente na segunda Desta forma enfatiza se a individualidade de cada um garantindo o direito da pessoa pensar agir e comportar se 2 MIRANDA 1979 p 448 21 SILVA Ant nio lvares da Trabalho da Mulher e do menor In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa coord Trabalho da Mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 31 MIRANDA op cit p 455 104 diferentemente das demais Desta forma ntegra se mant m a dignidade que lhe pr pria e que inclui o direito sua pr pria identidade Thereza Cristina Gosdal analisa a igualdade e a diferen a sob a luz de teorias feministas Elas partem destes conceitos para justifi
333. rinc pio da igualdade formal a isonomia a igualdade perante a lei Tratar o tema como um paradoxo importante para a compreens o de que igualdades e diferen as integram as caracter sticas humanas que s o imprescind veis para a an lise da igualdade O primado da igualdade depende de similitudes mas tamb m de diferen as que n o impedem o desenvolvimento daquele Uma das justificativas das a es afirmativas a compensa o hist rica Determinados grupos ou indiv duos possuem historicamente caracter sticas que s o pouco apreciadas em determinadas situa es Embora seja um tratamento proibido hoje culturalmente ainda podem emitir reflexos Joaquim B Barbosa Gomes conceitua as a es afirmativas n o apenas sob este fundamento mas tamb m pela sua atualidade O jurista entende como a es afirmativas o conjunto de pol ticas p blicas e privadas de car ter compuls rio facultativa ou volunt rio que visam ao combate de discrimina es presente ou a corre o dos efeitos de discrimina es pret ritas que objetivam concretizar a igualdade a bens fundamentais como o caso da educa o e do emprego Carlos Roberto Bacila tamb m se utiliza de ambos argumentos dando nfase na realidade a ser aplicada Para ele pessoas estigmatizadas recebem compensa o hist rica por meio das a es afirmativas que auxiliam na inclus o destes indiv duos em setores em que se constata sua aus ncia 205 FERREI
334. ristina Gosdal chama a aten o para o fato de o texto constitucional sobre a igualdade n o ter rela o alguma com g nero mas sim com a condi o sociofamiliar Isso n o impedia a mulher de trabalhar principalmente se pertencente a uma classe mais pobre A Proclama o da Rep blica e por consequ ncia a Constitui o Republicana seguiam o ide rio liberal Por meio deste modelo de atua o o Estado deveria ser m nimo e sem influenciar no equil brio das for as de mercado Logo indesej vel a atua o de quaisquer normas protetivas ao trabalho O ano de 1915 marcado pela tramita o perante o Congresso Nacional do primeiro C digo do Trabalho Era um diploma geral mas que dispensava mulher prote es espec ficas O texto previa o trabalho independente de autoriza o marital trabalho noturno restringia a jornada para oito horas di rias e licen a maternidade embora n o com esta denomina o L a Elisa Silingowschi Calil salienta que os parlamentares da poca discutiram o projeto por trinta anos sem chegar a um consenso e a aprova o Apontavam como fundamentos contr rios normatiza o do trabalho da mulher a aus ncia de autoriza o para trabalhar faltaria com a honra do marido o baixo valor do labor feminino tornava o anti social bem como o per odo pr e p s gesta o tornaria a gravidez rendosa e c moda Em 1917 o Deputado Maur cio de Lacerda apresentou projeto de lei acerca do t
335. rodutividade e que originem lucro e faltas ao trabalho e os custos delas decorrentes n o se vislumbram condizentes com o objetivo produtivo O Tribunal Regional do Trabalho da 5 Regi o em decis o sobre o tema relata situa o em que foram feitos os testes para a admiss o de empregada para o cargo de motorista e ap s foi cnamada para ingressar no quadro funcional da empresa de transportes Contudo ap s os exames admissionais e preenchimento de formul rios a Reclamante recebeu do representante da Reclamada a informa o de que n o seria contratada por ser mulher A prova testemunhal afirmou ter ouvido a conversa em que foi dito candidata que ser motorista n o era servi o de mulher N o obstante a intensifica o ocorrida na inser o da mulher no mercado de trabalho o espa o ocupado por ela maior em empregos prec rios o que se visualiza por exemplo na op o por trabalhos com jornada reduzida ou flex vel que permitem mulher manter o trabalho dom stico n o remunerado A repara o contra conduta discriminat ria pode ser demandada no Poder Judici rio tanto de forma patrimonial ou extrapatrimonial A dificuldade visualizada 479 MARQUES 2002 p 38 48 BAHIA Tribunal Regional do Trabalho 5 Regi o RO 00139 2008 018 05 00 0 Reclamante Gerusa Souza Evangelista Reclamado Conseil Gest o de Transportes e Servi os Ltda Relatora Desembargadora Lourdes Linhares Salvador 18 de mar o
336. rofissional da mulher tendo em vista que produzem altos ndices de rotatividade e absente smo que atingem mais mulheres do que homens Decis o do Tribunal Regional do Trabalho da 92 Regi o reconheceu ser devida indeniza o em virtude de danos morais decorrente do ato do empregador impedir empregada a se candidatar a uma vaga de supervisora em virtude da gravidez Houve confiss o ficta do empregado Estes valores em geral determinam a inser o e ocupa o do emprego pela mulher se valorizado ou n o se representa posi o hierarquicamente superior ou inferior A segrega o sexual do trabalho demonstra esta situa o considerando a influ ncia de caracter sticas naturais ou atribu das s mulheres na escolha empresarial Alice Monteiro de Barros conclui que tanto na segrega o vertical que impede a ascens o profissional de mulheres na carreira quanto na horizontal que a posiciona em ocupa es correlatas atividade dom stica e de menor valor a divis o sexual de trabalhadores resultado da combina o de fatores sociais religiosos psicol gicos econ micos e pol ticos Embora a intensidade dependa do n vel de desenvolvimento do pa s s o fatores que demonstram um tra o comum Contudo na segrega o vertical que se evidencia discrimina es indiretas existindo uma aparente situa o de igualdade mas sem se caracterizar o efetivo alcance da igualdade material Ocorre quando as oportunidades est
337. rr ncia do dano ou da urg ncia da medida embora estes sejam fatores que possam ser agregados em sua fundamenta o Al m disso o fato de j ter ocorrido anteriormente n o impede sua configura o Luiz Guilherme Marinoni afirma que o dano n o pode estar entre os pressupostos da inibit ria justamente em virtude do seu car ter preventivo e voltado para o futuro O il cito n o implica necessariamente em um dano por m a probabilidade do primeiro implica com frequ ncia na probabilidade do segundo Para a tutela inibit ria por m este ser relevante apenas para evidenciar a necessidade da tutela Para o autor tamb m irrelevante a apura o do dolo ou da culpa pois a medida n o visa puni o de quem pode praticar o il cito Objetiva impedir que algu m na imin ncia da pratica de um il cito ainda que sem culpa fa a o O ordenamento jur dico quando assegura um direito objetiva a prote o de determinado valor ou concep o ao seu titular e determina sua observ ncia Logo a titularidade do direito fundamenta por si s o car ter preventivo da tutela inibit ria independentemente de eventual dano ou culpabilidade do agente Demonstrado o risco do il cito da conduta antijur dica e de eventual dano a tutela inibit ria se demonstra como meio h bil para prevenir que o direito se mantenha inc lume Paulo Ricardo Pozzolo enumera como pressupostos da tutela inibit ria os seguintes perigos ou amea as da
338. rros esclarece que n o se trata de um dever mas de uma distin o de ordem moral Contudo o artigo onera o empregador e encarece a m o de obra feminina e consequentemente acentua a discrimina o negativa do trabalho da mulher A mesma jurista assinala que as inova es legislativas que tratam atualmente da prote o maternidade foram t midas Considera juridicamente relevantes situa es como estender ao pai a licen a maternidade em caso de falecimento a m e e a possibilidade de estender ao pai o intervalo para fins de aleitamento artificial Sobre esta ltima hip tese Silvana Souza Netto Mandalozzo e Lucia Cortes da Costa apontam que mesmo a amamenta o sendo a forma de alimenta o mais recomendada muitas vezes ela n o poss vel seja por quest es naturais pessoais ou mesmo geogr ficas considerando o aumento no tamanho das cidades pode dificultar o deslocamento da m e Por isso o aleitamento artificial se revela uma op o vi vel para pais e m es alimentarem seus filhos OS SILVA 2009 p 46 6 BARROS 1995 p 468 407 Id 2008 p 82 137 Uma legisla o que estendesse aos homens o intervalo para proceder ao aleitamento artificial seria vista inicialmente com preconceito Por m consistiria numa forma justa de beneficiar pais que adotam crian as por exemplo S o pondera es que refletem a preocupa o da Conven o n 156 da OIT acerca das responsabilidades fami
339. rtigo conferindo empregada a possibilidade de retornar ao trabalho ou a percep o de indeniza o quanto conduta discriminat ria Evidenciam se os comandos constitucionais do direito ao trabalho e n o discrimina o de forma a coibir determinadas condutas Entretanto a reintegra o for ada ao trabalho pode se revelar num problema a gestante caso o ambiente se torne hostil Segundo Claudio Armando Couce de Menezes et al o contato direto e di rio com quem discrimina pode levar transtornos ao discriminado Assim cabe ao Juiz a convers o de of cio da reintegra o em indeniza o Quanto Lei n 9 799 99 cabe novamente o destaque ao inclu do artigo 373 A da CLT Sua import ncia se revela na medida em que se observa a possibilidade de aplica o em todas as fases do contrato de emprego Quanto fase terminativa pro be motivar a dispensa do trabalho em raz o de sexo salvo quando a natureza da atividade seja not ria e publicamente incompat vel inciso Il e exigir atestado ou exame de qualquer natureza para comprova o de esterilidade ou gravidez a fim de pautar a perman ncia no emprego inciso IV De acordo com Cristina Paranhos Olmos a dispensa discriminat ria deve ser reprimida pelo Estado que pode para tanto determinar a nulidade da dispensa e a reintegra o do empregado indeniza o pecuni ria e retrata o pelo empregador A dispensa fundamentada em raz o do sexo de forma diret
340. s Trabalhadores S o Paulo Editora Funda o Perseu Abramo 1998 SORJ 2004 p 33 70 SOUZA Jess Moderniza o perif rica e naturaliza o da desigualdade o caso brasileiro In SCALON Celi org Imagens da desigualdade Belo Horizonte Editora UFMG Rio de Janeiro IUPERJ UCAM 2004 p 75 113 SUSSEKIND Arnaldo Direito internacional do trabalho 3 ed atual e com novos textos S o Paulo LTr 2000 TELES Maria Am lia de Almeida Breve hist ria do feminismo no Brasil 2 reimpress o S o Paulo Brasiliense 2003 TELLES Norma Escritoras escritas e escrituras In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 401 442 TORRES Anita Maria Meinberg Perecin A sa de da mulher e o meio ambiente do trabalho S o Paulo LTr 2007 TREVISO Marco Aur lio Marsiglia A discrimina o de g nero e a prote o mulher In Revista do Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o n 77 Belo Horizonte Jan Jun 2008 p 21 30 VALENZUELA Mar a Elena Igualdade de Oportunidades e Discrimina o de Ra a e G nero no Mercado de Trabalho no Brasil In Abertura e ajuste do mercado de trabalho no Brasil pol ticas para conciliar os desafios de emprego e competitividade S o Paulo OlT Minist rio do Trabalho 1999 p 169 174 VIANA M rcio T lio Os dois modos de discriminar e o futuro do direito do trabalho In VIANA
341. s a fim de proporcionar equil brio s rela es de g nero S o realizados estudos pautados nos meios acad micos e nos de comunica o bem como se superam velhas teses e se tra am novas No que tange s rela es de trabalho observa se a supera o da mulher como integrante do ex rcito de reserva a majora o da segrega o ocupacional pela discrimina o racial dificuldade de acesso a carreiras espec ficas a falta de isonomia salarial divulgam se estat sticas sobre o ass dio moral no ambiente de trabalho Ap s este marco paradigm tico que a Constitui o de 1988 os movimentos de mulheres feministas ou n o continuaram mas de uma forma mais espec fica O novo mil nio tem o movimento feminista sob outros enfoques um que se refere dissocia o entre o pensamento e o movimento feminista e outro ao aparecimento de organiza es n o governamentais voltadas s quest es femininas E no que se refere a estas ltimas a autora ressalta a exist ncia de uma segmenta o de lutas como da mulher rural da negra da portadora de HIV de parlamentares de prostitutas etc Vera Soares por sua vez considera que o feminismo dos anos 90 no Brasil pauta se ainda na esfera pol tica Nesta d cada come am a participar mais ativamente de f runs pol ticos internacionais e introduzem novas tem ticas como as PINTO 2008 p 75 9 GIULANI 2008 p 658 660 2 PINTO 2003 p 91 Ibid
342. s de emprego Entretanto a regra possui sua exce o que o contrato por prazo determinado Grande parte das condutas discriminat rias que podem ser observadas nos contratos por prazo indeterminado pode ocorrer tamb m quando o prazo for determinado Por m algumas particularidades de contratos por prazo determinado podem aumentar ou diminuir o risco de sua incid ncia Dentre eles destaca se o contrato de servi os cuja natureza ou transitoriedade justifique a predetermina o do prazo do contrato Segundo Maur cio Godinho Delgado esta modalidade visa a atender a substitui o de empregado permanente em gozo de f rias ou licen a previdenci ria e acr scimo extraordin rio e provis rio dos servi os empresariais Consiste numa possibilidade do empregador substituir a empregada no gozo da licen a maternidade durante o per odo de afastamento atuando em prol da diminui o dos custos e consequentemente da discrimina o negativa do trabalho da mulher Contrata se outro empregado para substitu la apenas durante o per odo Esta pr tica pode representar uma vantagem ao empregador uma vez que n o haver um gasto duplo com a m e e o empregado contrato por prazo determinado O seu gasto ser o mesmo pois o empregador ir continuar gastando com um empregado para exercer determinada fun o Enquanto isso o sal rio da empregada licenciada pago pela Previd ncia Social 58 MARQUES 2002 p 44 45 59 DELGADO 2
343. s e repelia luta por direitos civis Durante a Segunda Rep blica o feminismo acaba cedendo lugar s lutas sociais da poca Quando defendidas por mulheres estas lutas acabam tendo o enfoque diverso do g nero sem a finalidade de perseguir a igualdade entre homens e mulheres O per odo foi marcado por acontecimentos hist ricos nacionais e internacionais O golpe de Estado de Get lio Vargas confundia a luta da mulher com a luta de toda a popula o isto resist ncia ditadura e defesa da democracia J no plano internacional a luta era contra o nazismo e o fascismo Observa se que at a conquista do voto feminino destacavam se algumas personalidades feministas e algumas organiza es destas comprometidas com a inser o da mulher na vida pol tica Depois do alcance deste objetivo o feminismo continuou presente mas perdendo for a As mulheres continuavam em movimento mas agora seu vi s era mais pol tico do que questionador das estruturas sociais de g nero A poca era mais de lutas pol ticas que sociais que enfatizaram a participa o feminina na vida c vica tornando mais forte a figura feminina fora do ambiente dom stico Contudo o ideal feminista de igualdade acabou se desorganizando No Brasil o crescimento urbano e a industrializa o marcaram a d cada de 50 Aumentaram as vagas de bancos escolares e postos de trabalho tendo em vista que a variedade da ind stria brasileira que por consequ ncia
344. s negativos mas tamb m por prefer ncias A Conven o n 156 e a Recomenda o n 165 da OIT estabelecem que as responsabilidades familiares devem ser divididas entre os c njuges a fim de evitar discrimina o Disp e o art 3 primeira parte da Conven o n 156 da OIT a finalidade da conven o que instaurar a igualdade efetiva de oportunidades e tratamento para os trabalhadores de ambos os sexos Para tanto estabelece que seus membros dever o incluir dentre os objetivos de pol tica nacional a inclus o dos indiv duos que possuem responsabilidades familiares A Recomenda o por sua vez com o mesmo objetivo ressaltam a necessidade de se propiciar a pessoas com encargos de fam lia que est o empregadas ou queiram empregar se de exercer o direito de faz lo sem estar sujeitas a discrimina o e na medida do poss vel sem conflito entre seu emprego e seus encargos de fam lia 3 GOSDAL 2008 p 101 341 BARROS 1995 p 155 2 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO BRASIL Conven o 156 Recomenda o 165 sobre a igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares Dispon vel em lt http Avww oitbrasil org br info downloadfile php fileld 375 gt Acesso em 9 de dezembro de 2009 120 Logo h um reconhecimento de que as responsabilidades familiares podem funcionar como um obst culo ao mercado de trabalho e sobretudo
345. s no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto p 450 27 As tarefas menos especializadas e pior remuneradas cabiam s trabalhadoras de f bricas somadas ao enfrentamento de um ambiente de trabalho hostil pouca ilumina o e ventila o sujeira e ass dio sexual As colonas por sua vez laboravam em dupla jornada O trabalho de mulheres brasileiras e solteiras acabava se reduzindo a servi os dom sticos na fazenda cafeeira O labor feminino voltou a aumentar na d cada de 1950 principalmente no setor de servi os de consumo coletivo escrit rios com rcio e em servi os p blicos Contudo os preconceitos em torno dele foram mantidos e a ideia de incompatibilidade entre casamento e vida profissional era constante A divis o do trabalho no Brasil se deu historicamente de acordo com as caracter sticas biol gicas ou socialmente atribu das a homens e mulheres Estas enfrentaram maiores dificuldades para ter a visibilidade do seu trabalho reconhecida A pr pria hist ria escrita e relata com maior precis o o trabalho masculino suas conquistas sem muito detalhar a participa o feminina Por m percebe se que o labor feminino foi constante na hist ria brasileira Em ambiente dom stico ou n o rural ou urbano n o era valorizado em virtude do menor vigor f sico da sua liga o biol gica com prole e sobretudo da sexualidade A prostitui o se configura como o hist rico lament vel do trabalho da
346. saltava que a integra o da mulher no mundo do trabalho n o se caracteriza como ideal exig vel apenas do sindicato mas de toda a sociedade Por m por meio dele que se pode oferecer a mulher todos os efeitos ben ficos desta integra o bem como reverter as estat sticas contr rias a ela Os fatores determinantes para as formula es de conven es coletivas n o s o apenas os crit rios geogr ficos que tendem a abarcar caracter sticas regionalizadas de empregados e empregadores Al m desses nas ltimas duas d cadas se verificou a influ ncia que a conjuntura econ mica exercia sobre as conven es coletivas cuja identifica o da estrutura ou do comportamento depende desta do perfil das partes do mercado de produtos de tecnologia da conjuntura pol tica e da interven o ou n o de governos 43 TORRES 2007 p 112 424 COSTA Diana Isis Penna da As conven es coletivas e o trabalho da mulher In REVISTA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8 REGIAO v 29 n 56 Bel m Jan jun 1996 p 96 425 CONFORTO Ecl ia Mulher e negocia o coletiva uma investiga o da presen a feminina nas conven es coletivas de trabalho no munic pio de Porto Alegre no ano de 2005 Tese de doutorado Porto Alegre 2009 p 70 Dispon vel em lt http Awww dominiopublico gov br download texto cp115286 pdf gt Acesso em 10 de maio de 2010 148 Nos anos noventa a forma de organiza o um dos obst culos
347. securat rias da dignidade da pessoa humana feminina com o intuito de evitar a degrada o do trabalhador em virtude do g nero Contudo conforme assinala Leda de Oliveira Pinho a legisla o feita em sua grande maioria por homens A constru o jur dica por meio da perspectiva masculina se d de acordo com os valores masculinos com todos os seus consect rios e privil gios inclusive no que tange ao modelo de produ o Faltam mulher maiores resultados e influ ncias quanto ao poder pol tico e econ mico que implica na sua aus ncia na constru o da norma Por consequ ncia esta aus ncia sustenta a sua falta de poder Quando o Direito n o considera os valores sob a tica feminina corre o risco de produzir um sistema jur dico contr rio dignidade da pessoa humana da mulher bem como de seus direitos personalidade Em rela o ao Direito do Trabalho como foi demonstrado no primeiro cap tulo a mulher travou lutas e fez reivindica es para a regulamenta o do seu trabalho Isso reflete na legisla o constitucional e infraconstitucional que ser estudada adiante Contudo isso n o significa a inexist ncia hodierna de discrimina o ou de tratamentos indignos A busca pela dignidade uma constante que depende de outros fatores e direitos Sua observ ncia por meio da concep o de g nero n o resultar necessariamente em interpreta o de igualdade absoluta ao do outro H que se observar a semel
348. ser humano e o instrumento para concre o dos direitos fundamentais Embora n o afaste o car ter inerente condi o humana a autora acredita que a dignidade um conceito constru do pela sociedade atual que preza pela sua aplicabilidade a todos Desta forma julga que o conceito pode abranger as necessidades e as rela es concretas dos indiv duos V se que seu conte do conclama sobretudo por valores ticos e morais que ressaltam a condi o de humanidade O seu aspecto jur dico pretende a 243 CANOTILHO Jos Joaquim Gomes Direito Constitucional e Teoria da Constitui o 4 ed Coimbra Almedina 2000 p 248 249 244 SARLET 2001 p 60 29 Ibid p 49 26 GOSDAL 2007 p 97 90 prote o e a promo o do ser humano tanto no seu aspecto individual como social Entretanto n o pac fica a conceitua o deste princ pio Esta dificuldade inicia pela sua denomina o Ingo Wolfgang Sarlet pontua a impossibilidade de se confundir dignidade humana com dignidade da pessoa humana a primeira se vincula a uma ideia de humanidade e a segunda a da pessoa humana individualmente considerada que justifica a escolha do atual texto constitucional brasileiro pela segunda op o Existe uma necessidade em manter o conceito de dignidade aberto a fim de mold lo ao contexto temporal e espacial em an lise Thereza Cristina Gosdal assinala o como categoria axiol gica aberta porque dependente de defini es
349. sidade do descanso antes de prorrogar a jornada de trabalho em prol da inocorr ncia de acidentes de trabalho e do maior desempenho e produtividade Trata se de medida de sa de e que deve ser aplicada indistintamente Fundamentam este posicionamento numa interpreta o sistem tica e anal gica do citado artigo em confronto com os artigos 59 61 e 71 81 da CLT O Superior Tribunal do Trabalho tem se manifestado pela recep o do comando pela Constitui o com aplicabilidade ao trabalho da mulher Em julgado proferido pelo Tribunal Pleno da Corte Superior argumenta se que a igualdade jur dica e intelectual n o nega a diferencia o fisiol gica e psicol gica dos sexos revelando se o citado artigo em norma atenta medicina e seguran a no trabalho Relaciona este tempo diferenciado para descanso tamb m ao desgaste f sico ocasionado pela maternidade e pela dupla jornada de trabalho Silvana Souza Netto Mandalozzo e Lucia Cortes da Costa ressaltam que o entendimento n o tem car ter vinculante e que a retirada deste dispositivo do ordenamento jur dico daria melhor solu o ao conflito de posicionamentos A CLT prev escalas de repouso dominical diferentes para homens e mulheres que trabalham aos domingos Enquanto o par grafo nico do artigo 67 prev o descanso dominical para homens numa escala mensal o artigo 386 estabelece que a escala da mulher ser quinzenal Este descanso considerado por Alice Monteiro de
350. sigualdade Para F bio Konder Comparato as diferen as manifestam a rica complexidade do ser humano Indiv duos ou grupos diferentes sempre foram vistos com suspeita ou tratados com desprezo o que evidencia que na raiz de toda desigualdade encontramos uma diferen a biol gica cultural ou meramente patrimonial A desigualdade ocorre quando determinados indiv duos ou grupos adotam um crit rio de superioridade inferioridade para se posicionar uns em rela o aos outros o que implica na nega o da igualdade fundamental de valor tico entre os seres humanos e por consequ ncia nega a dignidade de uns em rela o a outros Norberto Bobbio diferencia as desigualdades de cunho natural e social Ele exemplifica a primeira com a diferen a de sexo e a segunda com a exist ncia da linguagem Trata se de uma distin o relativa que reside nas reivindica es a que d o causa Aqueles que resistem a adotar crit rios de maior igualdade tendem a acreditar que as desigualdades s o naturais aqueles que lutam pela isonomia como o caso do movimento feminista convencem se do seu car ter social ou hist rico O lado negativo da diferen a entre indiv duos se revela na sua utiliza o para fins diversos da promo o da igualdade a aus ncia de igualdade que origina a Cf GOSDAL p 91 NOVAIS Denise Pasello Valente Discrimina o da mulher e o direito do trabalho da prote o promo o da igualdade S o Paulo LTr
351. sionaliza o e ascens o e a disparidade salarial v o de encontro ao princ pio da igualdade Ademais a perman ncia da mulher n o pode estar condicionada apresenta o de atestado de gravidez ou esterilidade nem permitido ao empregador proceder revistas ntimas sob pena de ferir a intimidade da empregada As situa es discriminat rias quanto a oportunidades de profissionaliza o e ascens o em geral pautam se pela atribui o dos pap is de cada g nero Jos Claudio Monteiro de Brito Filho exemplifica esta situa o quando uma trabalhadora preterida na ascens o a cargo de chefia apenas porque seu empregador entende que mulheres n o t m capacidade de lideran a 515 NEIVERTH MANDALOZZO 2009 p 186 6 SILVA KROST 2008 p 24 517 BRITO FILHO 2002 p 46 172 Nota se que os motivos discriminat rios que se fundamentam no sexo do empregado em geral baseiam se na quest o da gesta o da maternidade e das responsabilidades familiares Decorrem da vis o patriarcal que influenciou a concep o do modelo produtivo e mant m os pap is de cada g nero no mbito familiar Alice Monteiro de Barros afirma que a discrimina o baseada na condi o civil ou familiar da mulher constitui obst culo manuten o do seu emprego principalmente em pa ses em que o empregador deve arcar com o sal rio maternidade e prestar servi os de assist ncia inf ncia Embora no Brasil o primeiro encargo cit
352. so de forma digna respeitando a condi o humana a quem se atribui estes direitos Seu conceito exprime valores ticos morais de respeito ao ser humano que fortalece suas caracter sticas e suas necessidades Trata da exist ncia digna do homem como a finalidade ltima a ser buscada Esta preocupa o com a prote o da dignidade do ser humano se fortaleceu ap s a Segunda Guerra Mundial palco de atrocidades contra a dignidade e v rios direitos dos seres humanos Foi poca em que o rep dio s diferen as resultou no exterm nio de milhares de pessoas mormente em virtude da ra a Tal fato chamou a aten o do mundo e dos juristas para o valor da pessoa humana e para a sua vulnerabilidade ante um tratamento impessoal dos sujeitos de direitos desta forma que este princ pio se torna o centro unificador do sistema 87 constitucional e valor matriz dos demais valores alterando a vis o positivo formal para jur dico personalista Por este motivo todos os demais valores e direitos devem segui lo Nota se que a dignidade decorre da constata o das desigualdades da falta de liberdade da inobserv ncia de direitos fundamentais ou da deturpa o de seus conte dos O reconhecimento deste valor pelo ordenamento jur dico deriva da necessidade de proteger a pessoa humana ou seja proteg lo do Estado da sociedade e de si mesmo Cabe ressaltar o entendimento de Ingo Wolfgang Sarlet para quem a dignidade n o existe ape
353. ssuem em promover e tornar realidade as conven es que tratem acerca de princ pios relativos a direitos fundamentais mesmo que n o as tenham ratificado Dentre estes direitos encontra se o compromisso com a elimina o da discrimina o em mat ria de emprego e ocupa o Em 2001 a OIT designou oito conven es como fundamentais integrantes da supracitada declara o S o conven es que devem ser ratificadas e aplicadas por 43 SUSSEKIND 2000 p 197 344 ORGANIZA O INTERNACIONAL DO TRABALHO BRASIL Declara o da oit sobre os princ pios e direitos Fundamentais no trabalho Dispon vel em lt http www ilo org public portugue region ampro brasilia info download declarac port pdf gt Acesso em 20 de mar o de 2010 121 todos os Estados Membros da OIT Dentre elas est o as citadas Conven es n 100 e1117 Desta forma observa se que a discuss o travada acerca do labor feminino n o se restringe seara nacional mas sim de toda a comunidade internacional Mesmo que alguns pa ses registrem uma menor atua o em desfavor do trabalho da mulher e outros uma maior hist rica e hodiernamente mant m se a necessidade de garantir as diferen as constatadas na condi o feminina As conven es e recomenda es da OIT sobre o trabalho da mulher denotam a preocupa o principalmente quanto maternidade e a diferen as salariais entre os sexos Al m disso as conven es que combatem a discrimina o
354. sta o e a maternidade o sal rio a capacidade f sica e o teto de vidro As normas jur dicas existem protegendo e promovendo o labor feminino inclusive no que tange a estas caracter sticas como se depreende tanto de preceitos constitucionais como infraconstitucionais Elas representam sim avan o importante para a participa o da mulher no mercado de trabalho A partir delas que conquistas como a licen a maternidade a proibi o de testes e atestados de gravidez ou de esterilidade a veda o de discrimina o salarial entre outras s o poss veis e respeitadas dentro da atividade produtiva Existe um conhecimento geral adquirido tanto por lutas femininas e feministas quanto por normas jur dicas que as particularidades devem ser respeitadas e que a igualdade entre homens e mulheres desej vel A sufici ncia da norma se d quando existe uma mudan a de atitude decorrente do dispositivo jur dico como na mudan a de publica es que chamam ao emprego trabalhador sem distin o de sexo no respeito do direito maternidade durante e na ruptura do contrato de trabalho na considera o exclusiva do desempenho profissional para al ar a promo o Esta atitude pode ser vista com as a es afirmativas e os instrumentos coletivos que podem funcionar como mecanismos de promo o do trabalho da mulher Quanto as primeiras as cr ticas apontam para uma inefic cia ou para uma manuten o das desigualdades A sua
355. stina Gosdal como fator que condiciona a busca feminina por empregos prec rios a tempo parcial ou tempor rio O desenvolvimento de atividades em empregos nestas condi es favorece a discrimina o salarial e influencia a divis o sexual de tarefas tanto em ambiente produtivo quanto no dom stico A atribui o de responsabilidades familiares e dom sticas hist rica e produz efeitos ainda na contemporaneidade Embora exista um movimento jur dico em NOGUEIRA 2008 p 233 GOSDAL 2008 p 161 45 TORRES 2007 p 98 4 CALIL 2007 p 81 49 GOSDAL op cit p 161 165 minorar estas diferen as venc las na realidade familiar e empresarial ainda configura um desafio Neste aspecto salienta se que a internaliza o de valores desfavor veis em grupos minorit rios podem naturalizar a desigualdade penalizando os indiv duos em concreto Isso dificulta muitas vezes a penaliza o da discrimina o considerando que o pr prio discriminado n o reconhece a ofensa Quanto menos elementos do modelo ideal de produ o maior a inseguran a do trabalhador em seu ambiente de trabalho Por consequ ncia ele estar mais pr ximo de um emprego prec rio o que pode ocorrer em algumas situa es no que tange ao trabalho feminino Mar a Elena Valenzuela registra que as diferen as de g nero se encontram nas ocupa es de baixo perfil do mundo do trabalho com menor valoriza o social e remunera
356. ta que eram os homens quem participavam da vida p blica e do trabalho em ambiente n o dom stico Assim a forma o do padr o de produ o tendeu a desconsiderar as responsabilidades dom sticas e familiares a reprodu o humana as peculiaridades biol gicas de cada um dos sexos dentre outros fatores que cerceavam a participa o feminina no mercado de trabalho De modo geral a inser o se revela como um processo de introduzir algo que est fora em algum corpo existente um grupo ou um ambiente com caracter sticas pr prias Logo a primeira dificuldade enfrentada pela mulher ser inserida em um corpo produtivo que n o foi desenhado para abranger as mesmas caracter sticas que ela possui Percebe se que do mesmo modo que a seara econ mica os padr es androc ntricos orientaram tamb m a produ o legislativa acerca do trabalho da mulher Muitas normas vigoraram com um intuito protetivo que mais tarde revelaram se cerceadoras do direito ao trabalho A visibilidade da mulher dependeu sobretudo de lutas femininas e feministas Cada uma delas e todas suas vertentes alcan aram v rios dos objetivos almejados em conquistas como a licen a maternidade a creche restri es de peso entre outras Dependeu tamb m da mobiliza o internacional para dirimir a desigualdade de g nero existente Tendo em vista a incorpora o de caracter sticas femininas no mercado de trabalho e das prote es existentes o estudo permitiu ve
357. tas ntimas sobre a pessoa do empregado ntimas sobre os bens do empregado e n o ntimas A primeira aquela em que h exposi o do corpo do empregado sendo sempre abusivas il citas e indeniz veis A segunda consiste na realiza o de revista em bolsas carteiras arm rio e outros espa os privativos somente sendo leg timas se precedidas de outros meios que sinalizam para uma suspeita razo vel sobre o empregado Por fim a terceira n o guarda contato f sico e s o procedidas dist ncia sendo l citas e leg timas quando os fins a justifiquem A revista ntima de acordo com Emmanuel Te filo Furtado n o pode invadir a esfera ntima do revistado extrapolar os limites do razo vel e do adequado mesmo que sob o argumento de defesa do patrim nio empresarial Constitui ofensa aos direitos fundamentais do indiv duo e dignidade da pessoa humana se o poder diretivo do empregador for considerado absoluto e provoque o abuso de direito ou constrangimento ilegal A discuss o recai sobre a literalidade do comando legal que pro be revistas ntimas a empregadas e funcion rias Para Jos Affonso Dallegrave Neto a proibi o deve ser extensiva aos empregados e servidores p blicos celetistas do sexo masculino uma vez que o conte do da norma trata de prote o sobre a intimidade do empregado a qual igualmente existe ao trabalhador homem No mesmo sentido entende Alice Monteiro de Barros para quem medidas positi
358. taticamente quase sem interrup o n o pode ser identificado como acaso Os ndices refletem uma cultura que ainda identifica caracter sticas como femininas e situa es que demonstram preconceito e discrimina o influenciando inclusive na ruptura do contrato de emprego Tal fato deve ser condicionado assim como as escolhas empresariais feitas nas fases admissional e contratual a elementos indispens veis ao desenvolvimento das atividades profissionais 56 ABRAMO La s Desigualdades e discrimina o de g nero e ra a no mercado de trabalho brasileiro e suas implica es para a formula o de uma pol tica de emprego p 11 Dispon vel em lt http Avww cinterfor org uy public spanish region ampro cinterfor temas gender doc cinter emprego pdf gt Acesso em 15 de agosto de 2009 5 7 DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTAT STICA E ESTUDOS SOCIOECON MICOS DIEESE Estimativa dos desempregados por sexo Regi es metropolitanas e Distrito Federal 1998 2010 Dispon vel em http fturandot dieese org br icv TabelaPed tabela 4 Acesso em 20 de maio de 2010 58 TORRES 2007 p 113 192 4 2 DISCRIMINA O DA MULHER NO AMBIENTE DE TRABALHO Observa se que ainda persistem n o obstante a exist ncia de princ pios e normas discrimina es negativas s mulheres em todas as fases da rela o de emprego Em geral s o decorrentes de caracter sticas marcadamente definidas como femininas como a gesta o a matern
359. tem que o dom nio propriet rio seja conferido a ambos os sexos independentemente de estado civil art 226 8 5 que igualou os direitos e deveres de homens e mulheres na const ncia do matrim nio dentre outros A expressa equidade entre homens e mulheres alterou a legisla o brasileira e sua interpreta o suprimindo diferencia es que seguiam pura e exclusivamente este crit rio No que concerne ao Direito do Trabalho a Lei 7 855 de 1989 revogou diversos artigos celetistas que diferenciavam homens e mulheres no ambiente de trabalho Contudo subsistem situa es algumas diferenciadoras e outras discriminat rias no que tange ao trabalho da mulher que motivam a tratamentos distintos A gesta o e a maternidade s o exemplificam as primeiras e justificam normas que diferenciam mulheres dos homens os incisos XVIII e XIX do artigo 7 da Constitui o fixam per odos diferenciados para usufruir de licen a para cuidados com a prole As situa es discriminat rias que persistem no mercado de trabalho da 2 PINHO 2005 p 90 6 Passim ibid p 99 101 102 mulher por sua vez podem ser combatidas com a previs o do inciso XX do mesmo artigo que prev a prote o do mercado de trabalho da mulher Para que a diferen a por motivo de sexo d origem a um tratamento diferenciado ela precisa ser substancial relevante indispens vel no caso concreto A regra h de ser a igualdade de tratamento s cabendo exc
360. terem maior escolariza o Dispon vel em http Awww pnud org br pobreza desigualdade reportagens index php idO1 3133 amp lay pde gt Acesso em 19 de maio de 2010 237 RAGO Margareth Anarquismo e feminismo no Brasil A aud cia de sonhar Mem ria e subjetividade em Luce Fabbri 2 ed rev e aum Rio de Janeiro Achiam 2007 RAGO Margareth Trabalho feminino e sexualidade In DEL PRIORE Mary org BASSANEZI Carla cood Hist ria das mulheres no Brasil 9 ed 1 reimpress o S o Paulo Contexto 2008 p 578 606 RAMALHO Maria do Ros rio Palma Estudos de Direito do Trabalho vol 1 Coimbra Almedina 2003 p 215 277 RAMINELLI Ronald Eva Tupinamb In DEL PRIORI Mary org BASSANEZI Carla coord de textos Hist ria das mulheres no Brasil 8 ed S o Paulo Contexto 2006 p 11 44 REDINHA Maria Regina Gomes A rela o laboral fragmentada estudo sobre o trabalho tempor rio Coimbra Coimbra 1995 p 32 134 REVISTA GALILEU Mulher n o est no topo do mercado de trabalho porque n o quer diz psic loga Rep rter Mariana Lucena Data de publica o 08 de mar o de 2010 Dispon vel em lt http revistagalileu globo com Revista Common 0 EMI125623 17770 00 MULHER NAO ESTA NO TOPO DO MERCADO DE TRABALHO PORQUE N AO QUER DIZ PSICOLOG html gt Acesso em 28 de maio de 2010 REVISTA VEJA Sal rios entre homens e mulheres s ser o iguais em 87 anos Dispon vel em lt http vej
361. tes no Pa s a inviolabilidade do direito a vida a liberdade a igualdade a seguran a a propriedade Senger Atchabahian destaca que a inser o deste princ pio no texto constitucional brasileiro n o deve ter interpreta o restritiva Al m de compreender seu significado o int rprete deve ampliar suas interpreta es para atender 8 MIRANDA Pontes de Democracia Liberdade Igualdade Os Tr s Caminhos 2 ed S o Paulo Saraiva 1979 p 446 279 PEDUZZI Maria Cristina Irigoyen A mulher e o trabalho no mundo contempor neo In REVISTA DO ADVOGADO Ano XXIX N 104 Julho de 2009 S o Paulo AASP 2009 p 65 280 GOMES 2001 p 4 5 281 MELLO 2008 p 10 100 demandas sociais e realizar a igualdade material No mesmo sentido o apontamento de Marcus Vinicius Corr a Bittencourt que tamb m ressalta o direcionamento do princ pio ao legislador N o podem ser criadas leis que estabele am privil gios e discrimina es deliberadas A eleva o da igualdade a princ pio revela seu car ter norteador das rela es sociais da interpreta o das normas Reconhece que cada ser humano tem uma condi o essencial que o iguala aos demais e que qualquer disposi o em contr rio deve ser interpretada sob a gide deste princ pio J a sua disposi o em texto constitucional estabelece al m disso que toda norma editada deve obedecer aos crit rios de igualdade A preocupa o com a igualdade
362. timento de valores em imposto de renda e para a crian a na forma o das futuras gera es Contudo h argumentos que ressaltam a segrega o que a norma gera entre m es e seus filhos dividindo as que puderam amamentar e ser amamentadas respectivamente at o sexto m s conforme recomenda es de rg os de promo o da sa de e aquelas que n o tiveram a oportunidade em virtude da negativa de empresa ou do Estado Portanto dissonantes do princ pio da prote o integral do menor Este o entendimento de Alessandro da Silva e de Oscar Krost para quem o ordenamento criou duas categorias de trabalhadoras aquela cuja prole ter o acompanhamento materno durante o primeiro semestre de vida e em segundo n vel empregadas que apenas poder o oferecer a prote o legal durante o primeiro quadrimestre de vida do beb Elisabeth M nica Hasse Becker Neiverth e Silvana Souza Netto Mandalozzo entendem ser esta lei um primeiro passo para uma amplia o da licen a maternidade a todas mulheres empregadas Assim ao passo que a norma reconhece diferen as tamb m as cria Tanto a prote o e quanto a promo o h o de se realizar frente atividade empresarial empregadora tendo em vista que pela rela o empregat cia que se d a inser o o desenvolvimento e o t rmino do contrato de trabalho Contudo a dificuldade que se verifica das especiais tutelas tanto nas discuss es travadas pela doutrina e pela jurisprud
363. tinuar ativo na preven o da ilicitude mesmo que o dano n o se concretize Por este motivo o empregador passaria a ser tutelado de maneira espec fica em rela o a novas condutas antijur dicas e poderia ser exigido sobre a motiva o de qualquer ato futuro que implicasse no t rmino do contrato A preven o contra a discrimina o do labor feminino por meio da tutela inibit ria pode proporcionar a efetividade aos direitos tutelados Ao verificar a amea a de conduta il cita antijur dica e ou danosa que afronte ao princ pio da igualdade a tutela inibit ria se revela instrumento h bil prote o da igualdade e da dignidade da mulher A an lise de mecanismos jur dicos existentes protetivos ou promocionais repressivos ou preventivos denota que a especial tutela jur dica do trabalho da mulher se mant m diante de um passado e um presente de desigualdades No que concerne rela o de emprego de mulheres em empresas h que se verificar como esta especial tutela aplicada nos momentos do contrato de trabalho de modo a verificar a prote o a promo o e a discrimina o do trabalho feminino 454 CORDEIRO Wolney de Machado A tutela inibit ria como elemento concretizador das medidas antidiscriminat rias no mbito da rela o de trabalho In REVISTA TRABALHISTA Direito e processo Ano 7 n 28 S o Paulo LTr 2008 p 2008 p 91 98 158 4 REFLEXOS DA ESPECIAL TUTELA JUR DICA DO TRABALHO DA MUL
364. to como irm o univitelino do direito igualdade reconstru dos para consertar uma sociedade injusta e alcan ar direitos ainda n o realizados O direito igualdade portanto n o conflita com o direito diferen a em certa medida se realiza por meio deste A diferen a como direito compreende a es 293 PINHO 2005 p 141 294 Passim GOSDAL 2003 p 51 58 2935 Ibid p 59 2 CRUZ 2005 p 25 27 PIOVESAN Fl via PIOVESAN Luciana SATO Priscila Kei Implementa o do direito igualdade In PIOVESAN Fl via Temas de direitos humanos S o Paulo Max Limonad 2008 p 208 298 CRUZ op cit p 13 105 voltadas promo o da diversidade humana ressaltando a caracter stica da pluralidade o fundamento das j vistas a es afirmativas A relativiza o da igualdade fundamental neste processo De acordo com Estev o Mallet se esta fosse absoluta causaria mais desigualdade do que igualdade Distin es n o s o proibidas e a lei ordinariamente as cria As diferen as tratadas com falta de razoabilidade que s o vedadas pelo ordenamento neste contexto que se pode falar de direito n o discrimina o Versa sobre a impossibilidade de discriminar negativamente o indiv duo de enfatizar caracter sticas prejudiciais a este Os valores antidiscriminat rios resultam dos crit rios definidos pela igualdade e pela diferen a Segundo Regina Maria Vasconcelos Dubugras este a
365. tores n o ocorrem de forma pac fica na sociedade A primeira das diferen as que se constata no ser humano o sexo ser homem e mulher A defini o desta diferen a se d primeiramente pela constitui o f sica do indiv duo cujo aparelho reprodutor define seu sexo Depois pela defini o social dos pap is atribu dos a cada um dos g neros Historicamente esta diferen a consiste em caracter sticas capazes de gerar dificuldades e desigualdades para a mulher A luta feminina pela igualdade se destacou tanto no campo pessoal quanto no social e a partir deste cresceu sua inser o profissional V rias conquistas influenciaram e foram influenciadas pela legisla o como a permiss o para se disputar competi es ol mpicas o direito ao voto o Estatuto da Mulher Casada a conquista de cargos p blicos dentre outras Mas no trabalho da mulher que se concentrar esta pesquisa tendo em vista o paradoxo por ela vivido Mesmo diante de aspectos positivos como sua inclus o no mercado de trabalho sua alta qualifica o e a exist ncia de tutelas jur dicas especiais ainda poss vel constatar atos discriminat rios contr rios s suas atividades laborais A l gica da produ o empresarial se revela desafiadora ao equil brio de diferen as Constru da sobre a tica liberal embora tenha recebido outras influ ncias em seu percurso observa qu o vantajosa uma situa o pode ser e a utiliza com o aux li
366. trabalho estudos em homenagem ao Professor Doutor Jo o R gis Fassbender Teixeira Curitiba Juru 2000 p 149 155 A defini o das caracter sticas a serem utilizadas durante a sele o feita pela empresa que visualiza o que necess rio ou adequado a sua atividade de acordo com os conceitos culturais da sociedade do tempo ou da pr pria empresa Desta forma que se caracterizam os crit rios que determinam o que produtivo o que determinada atividade exige se uma caracter stica ou n o favor vel para determinada atividade se ela aumenta ou n o os custos de produ o entre outros crit rios E nesta decis o que podem estar impressos preconceitos ou a n o aceita o de diferen as que podem gerar desigualdades A contrata o pode revelar de acordo com o ponto de vista de Milton Friedman a prefer ncia do mercado consumidor ou de outros empregados quando adotam pol ticas de emprego que relevam fatores irrelevantes para a produtividade t cnica e f sica N o utilizar tal t cnica poderia acarretar em preju zo atividade empresarial Segundo ele o governo deve intervir para impedir danos diretos oriundos da utiliza o da for a f sica ou da imposi o de determinado contrato contra a sua vontade O dano negativo que ocorre quando dois indiv duos n o est o em condi es de firmar um contrato mutuamente conveniente n o d respaldo interven o estatal uma vez que reduzem a liberdade e
367. tral de produ o da atividade empresarial 5 Portanto verifica se que n o s o apenas as caracter sticas f sicas reprodu o que d o origem segrega o vertical mas tamb m aquelas oriundas da cultura e da sociedade Neste sentido pondera se a exist ncia de uma naturaliza o da subordina o da mulher ao homem e que as rela es sociais capitalistas a tornam leg tima Alice Monteiro de Barros sintetiza a quest o da divis o sexual do trabalho afirmando que as mulheres s o estimuladas desde a inf ncia a interiorizar a tarefas tradicionalmente femininas Trata se de uma quest o social que causam preju zo econ mico s mulheres No mesmo sentido o entendimento de Aldacy Rachid Coutinho que destaca a falta de referenciais pret ritos que sirvam como modelo conduta feminina nem condutas discriminat rias aparentes contra as mulheres Para ela a capacidade 154 BARROS 2008 p 76 155 Ibid p 77 158 CANTELLI 2007 p 114 157 NOGUEIRA 2008 p 234 235 158 BARROS op cit p 77 61 transformadora depende da mulher rejeitar a auto reprodu o da segrega o especialmente no ambiente familiar Esta precariedade nas rela es laborais n o representada apenas pela inseguran a e instabilidade dela decorrentes mas tamb m pela atividade a ser desempenhada Para tanto delineia se de acordo com o contexto socioecon mico em que observada Claudia Mazzei Nogueira afirma tamb m
368. tre empregados de sexo opostos In REVISTA LTR LEGISLA O DO TRABALHO ano 74 S o Paulo LTr janeiro 2010 p 103 232 MARINONI Luiz Guilherme Tutela inibit ria individual e coletiva 4 ed rev atual e ampl S o Paulo Revista dos Tribunais 2006 MARQUES Christiani O contrato de trabalho e a discrimina o est tica S o Paulo LTr 2002 p 27 70 MELLO Celso Ant nio Bandeira de Conte do jur dico do princ pio da igualdade 3 ed 16 tiragem S o Paulo Malheiros 2008 MENEZES Cl udio Armando Couce de LOPES Glaucia Gomes Vergara CALVET Otavio Amaral SIVOLELLA Roberta Ferme As garantias dos direitos sociais e laborais e as dimens es de sua efetividade direito ao trabalho e a n o discrimina o Medidas judiciais e pretens es cab veis In Justi a do Trabalho ano 26 n 305 Porto Alegre HS Editora maio de 2009 p 38 39 MINAS GERAIS Tribunal Regional do Trabalho 3 Regi o PROTE O DO TRABALHO MULHER INTERVALO PREVISTO ARTIGO 384 DA CONSOLIDA O DO TRABALHO 1 Muito embora a Constitui o da Rep blica de 1988 assegure a homens e mulheres igualdade de direitos e obriga es perante a lei como consagrado em seu artigo 5 inciso l da n o resulta a proibi o de que as peculiaridades biol gicas e sociais que os caracterizam sejam contempladas na lei Uma vez evidenciado que a submiss o de homens e mulheres a determinadas condi es desfavor veis de trabalho repercute de
369. u ncia na forma o social FREYRE 2006 p 216 FURTADO 2007 p 77 FREYRE op cit p 389 bid p 399 12 PRADO J NIOR Caio Forma o do Brasil contempor neo S o Paulo Brasiliense 2008 p 271 20 Entretanto o trabalho da escrava africana n o se reduziu explora o sexual Ele ocorria de forma concomitante ao trabalho na agricultura nos engenhos e na casa grande Cabe observar que o trabalho escravo feminino n o era valorizado pelos seus propriet rios Mary Del Priore assinala inclusive que a propor o de mulheres trazidas nesta condi o para terras brasileiras para homens era menor uma vez que era um trabalho considerado menos produtivo e a vida til da mulher era menor Mesmo quando fugidas as escravas negras abrigadas em comunidades quilombolas n o fugiram da domesticidade de suas atividades As atividades a elas atribu das consistiam a manuten o material das comunidades com atividades voltadas ao fornecimento e preparo de alimentos cuidado de ro as e animais bem como a confec o de roupas e utens lios dom sticos 4 Pelo car ter biol gico ou cultural estes pap is desempenhados pelas escravas revelam que o que caracterizava o labor feminino era o ambiente dom stico tanto no Brasil quanto na Europa Alice Monteiro de Barros destaca que a mulher europeia perde v rias atividades que lhes pertenciam como o trabalho com a seda materiais preciosos cervejas e ve
370. u za Ana Cec lia Magalh es Amoedo Salvador 16 de mar o de 2009 Dispon vel em lt www trt5 jus br gt Acesso em 20 de maio de 2010 207 meio de um processo de sele o natural dos empregadores como o caso do corte de cana de a car estiva e constru o civil A prote o sa de do trabalhador uma necessidade gen rica devida a todos os empregados pela ordem jur dica e pela atividade empresarial empregadora Contudo ao se observar as especificidades do sujeito prote o e da sociedade em que ele est inserido que se vislumbra a necessidade de especiais tutelas 4 2 4 Ascens o profissional A baixa valora o do trabalho da mulher pode manifestar conte do discriminat rio n o apenas no sal rio mas no desempenho de suas atividades Trata se de desigualdade de sexo nas oportunidades de trabalho que podem revelar preconceito discrimina o de forma a impedir a ascens o profissional de empregadas T nia Fontenele Mour o e Ana L cia Galinkin argumentam que este fen meno da dificuldade de promo o pode ser explicado pelos valores que as formas tradicionais de organiza es priorizam a l gica os modos lineares de pensamento a a o e a preocupa o com resultados comportamentos essencialmente masculinos a ideologia social dominante que valoriza a efic cia e o individualismo meritocr tico sustentados pelo mito da neutralidade Thereza Cristina Gosdal assinala que as mulhe
371. ue marca as consultas conforme a sua disponibilidade de tempo e com a possibilidade de sua agenda n o havendo qualquer obriga o em seguir os hor rios de trabalho dos pacientes De outra forma ficaria inviabilzado servi o m dico que sempre deve ser considerado como fato de for a maior Neste sentido a conduta da Reclamada e de seus prepostos proibindo marca o de consultas e exames em hor rio de trabalho imp e gestante empregada um grave constrangimento ilegal e abusivo atenta contra a dignidade da trabalhadora da mulher e da futura m e contraria as garantias legais de prote o da maternidade e tornava a ida ao trabalho um instrumento de sofrimento o que n o se pode tolerar Temos ent o que a empregada sofreu um evidente dano que deve ser reparado com o pagamento de uma indeniza o que servir tamb m como puni o a fim de educar aqueles que dirigem o neg cio RO 00838200800702002 RECORRENTE Robotton amp Associados Consultores Imobil RECORRIDO Jaqueline Brito Ferreira Barros Relator Juiz Jomar Luz de Vassimon Freitas S o Paulo 18 de agosto de 2009 Dispon vel em lt www tri2 jus br gt Acesso em 19 de maio de 2010 168 direito s parcelas que n o sejam sal rio condi o a obriga o empresarial de proceder aos dep sitos de FGTS entre outros Trata se de posi o majorit ria na doutrina A possibilidade de prorroga o da licen a maternidade conferida pelo ordenamento jur dico na Lei 11 770 2
372. ujo alcance depende da mobiliza o social Pontes de Miranda ensina acerca da necessidade de um duplo trabalho para atingir a igualdade O primeiro negativo consiste em destruir valores que imprimem 2 MIRANDA 1979 p 433 28 PINHO 2005 p 96 29 RAMALHO Maria do Ros rio Palma Estudos de Direito do Trabalho vol 1 Coimbra Almedina 2008 p 215 277 108 a desigualdade o segundo positivo embute novos valores no contexto social pr ximos da realidade Os crit rios de diferencia o devem se pautar pela razoabilidade Conforme ensina Ant nio lvares da Silva o motivo deve ser justific vel e de acordo com a necessidade concreta da situa o pr pria aos padr es civilizat rios de cada poca A diferen a de sexo nica e exclusivamente n o seria aceit vel para desigualar homens e mulheres Assim verifica se que a realidade jur dica brasileira traz a igualdade no bojo da Constitui o Formalmente assegurada deu se o passo essencial sua materializa o A mulher apresenta caracter sticas constatadas na realidade da sua constitui o f sica e ps quica e da sociedade em que est inserida que justificam o uso de crit rios diferenciadores Isso implica em assegurar a igualdade pr pria e do outro Mas dentro do padr o de igualdade necess rio tamb m garantir a diversidade Por este motivo passa se ao estudo do direito diferen a 3 1 2 2 O direito diferen a e a n o disc
373. ulo XX Venceram se barreiras que impediam o acesso da mulher ao mercado de trabalho mas persistem caracter sticas s cio culturais que a torna pass vel de discrimina o sob diversos pretextos maternidade aus ncias em virtude de responsabilidades familiares baixa qualifica o for a f sica dentre outros As diferen as de g nero ainda t m a possibilidade de aumentar ou reduzir as chances de sucesso do indiv duo no ambiente de trabalho Muitas vezes s o inclusive valorados de forma diversa Alice Monteiro de Barros assinala que o fundamento da diferencia o do trabalho realizado por homens e mulheres em regra s o os motivos fisiol gicos e de eugenia os biol gicos e as raz es espirituais morais e familiares Os primeiros e os segundos s o ligados s caracter sticas f sicas da mulher como a fun o reprodutora de aleitamento materno e a for a f sica Os ltimos vinculam se a conceitos subjetivos que buscam o resguardo da mulher no lar Estes tra os diferenciadores comumente definem algumas fun es como femininas e outras como masculinas acarretando segmenta o de mercado Ela sustentada pela interioriza o de diferen as de g nero fazendo com que o pr prio indiv duo n o visualize a desigualdade que a encare como algo natural Denise Pasello Valente Novais apresenta dados que refletem esta segmenta o O trabalho da mulher se relaciona na maior parte das vezes com atividades antes des
374. uma prote o exclusiva mulher mas sa de de todos os trabalhadores Desta forma estariam protegidos empregados de ambos os sexos fracos ou fortes em sua constitui o f sica bem como com as condi es de sa de necess rias para o desenvolvimento de atividades laborais A norma estaria mais pr xima de crit rios de igualdade substancial e de dignidade do trabalhador Contudo n o se vislumbra a possibilidade de equacionar as diferen as de sexo em rela o ao peso sem uma regulamenta o espec fica sobre o tema que necessitaria da previs o acerca da mensura o da capacidade f sica do empregado Sem ela ainda poderia ser constatada a utiliza o da for a por mulheres acima da sua capacidade corp rea uma vez que mesmo com a norma a jurisprud ncia aponta para a exist ncia destes abusos A caracter stica feminina em que mais se atenta para a ocorr ncia de discrimina o a maternidade incluindo todas as suas implica es como a fase anterior a ela gesta o e a subsequente cuidado da prole tanto no est gio inicial quanto no avan ado A maternidade caracter stica biol gica e cultural pelo que merece a prote o e a promo o da norma Contudo a limita o que esta condi o pode impor empregada pode interferir em quaisquer momentos do contrato de trabalho n o parecendo portanto uma condi o atrativa atividade empresarial A inser o de uma empregada sabidamente gr vida no contexto pro
375. uma restri o a inclus o do seu trabalho no mercado de trabalho N o se tratava de uma necessidade de prote o mas de uma op o cultural O car ter promocional da norma impende verificar a igualdade material na realidade do labor feminino de modo a n o permitir que a prote o seja excludente e que a promo o da inclus o desenvolvimento e ruptura do contrato de trabalho n o seja eivada de discrimina o As tutelas promocionais se aproximam mais de uma vertente integrativa tendo em vista que tendem a considerar as caracter sticas que diferenciam homens e mulheres Exemplifica se com a proibi o de exig ncia de exames que verificou que o conte do deste ato poderia ser prejudicial a mulher em virtude da sua possibilidade de engravidar A mudan a paradigm tica n o terminou est em curso Hoje clara a crescente participa o da mulher no emprego anunciada pelos meios de comunica o Al m disso sua participa o na economia enfatiza seu atributo de consumidora como mulher profissional solteira casada m e dentre quaisquer outras caracter sticas que o mundo atual possa permitir 219 Contudo mesmo a gama de predicados que o mundo atual possa oferecer mulher algumas particularidades do seu trabalho ainda n o s o f cil ou totalmente inseridas no conceito de igualdade substancial bem como pode apresentar algumas limita es o que se depreende de alguns pontos analisados neste trabalho como a ge
376. vas como a pretendida nesta norma devem ser consequ ncia de condi es singulares que exigem tratamento diverso Caso contr rio geram desigualdades sociais A jurista argumenta que a raz o jur dica a mesma para ambos ou seja a dignidade da pessoa humana por isso a prote o deve ser a mesma O artigo 377 prev que as medidas de prote o ao trabalho da mulher s o de ordem p blica e que n o se permite redu o de sal rio em qualquer hip tese Por este motivo a lei prev que n o se justifica em hip tese alguma a sal rios menores 35 DALLEGRAVE NETO Jos Affonso O procedimento patronal de revista ntima Possibilidade e restri es In FRANCO FILHO Georgenor de Sousa Trabalho da mulher Homenagem a Alice Monteiro de Barros S o Paulo LTr 2009 p 209 210 6 FURTADO 2009 p 142 143 37 DALLEGRAVE NETO op cit p 208 358 BARROS 1995 p 485 39 Ibid p 81 126 Ant nio lvares da Silva assinala que atualmente a redu o de jornada pr tica comum nas rela es trabalhistas a fim de se assegurar a durabilidade do emprego em tempos de crise econ mica Por este motivo considera um excesso protecionista do legislador que acaba por resultar em discrimina o negativa O trabalho noturno feminino tratado da mesma forma que o trabalho masculino Contudo Ant nio lvares da Silva sustenta que este um dos setores em que o trabalho feminino merece tratamento especial Reconhece
377. videz consiste num risco empresarial assumido pelo empregador ao celebrar o contrato de emprego com uma mulher Por este motivo a responsabilidade do empregador prescinde de culpa autorizando a repara o em caso de dispensa injusta de encerramento total ou parcial das atividades empresariais e rescis es indiretas Neste sentido tamb m a S mula 244 do Tribunal Superior do Trabalho que entende que o desconhecimento do estado grav dico pelo empregador n o afasta o direito ao pagamento da indeniza o decorrente da estabilidade Silvana Souza Netto Mandalozzo por m pontua que a empregada pode se beneficiar ilicitamente da sua gesta o caso n o esteja obrigada a cientificar o empregador agindo de m f Sustenta que a falta de comunica o da empregada sobre a sua gravidez retira o direito estabilidade Permitir o contr rio inviabilizaria a dispensa de qualquer empregada uma vez que pelo menos em tese toda mulher tem a possibilidade de se tornar m e Ant nio lvares da Silva entende que a falta de conhecimento do empregador pode ser causa de m f bastando que a empregada omitisse a gravidez e pleiteasse o sal rio por todo o per odo Ademais ressalta a impossibilidade de o empregador adivinhar uma gravidez assim como n o invi vel uma revista ntima para constat la H ainda entendimento que a confirma o da gravidez pela empregada pode ocorrer tamb m ap s o rompimento contratual
378. vo de sexo entre outros art 158 III Sob a gide desta Constitui o houve a restri o de acesso s formas de participa o por meio de governos militares reprimindo sindicatos e dirigentes suprimindo sal rios profissionais e esvaziando a Justi a do Trabalho As quest es relativas s condi es de vida e de reprodu o social da fam lia tiveram aspecto secund rio neste contexto A CLT vedava tamb m o trabalho noturno para a mulher excluindo aquelas trabalhassem exclusivamente com pessoas da fam lia e estivessem sob a dire o do esposo pai m e tutor ou filho art 372 empregadas em empresa de telefonia r dio telefonia ou radiotelegrafia enfermeiras empregadas em casas de divers es hot is restaurantes bares e cong neres que n o participassem de trabalho cont nuo e ocupassem cargos de dire o art 379 O art 379 foi bastante alterado no decorrer dos anos aumentando o n mero de exce es O Decreto Lei 229 1967 al m das disposi es anteriores considerava exce o regra o trabalho em estabelecimentos de ensino O Decreto Lei 744 de 1969 substituiu o trabalho em enfermagem por servi o de sa de e bem estar estabeleceu a exce o para al m das ocupantes de postos de dire o para aquelas empregadas que ocupassem cargos t cnicos de ger ncia assessoramento ou de confian a quando o objeto do trabalho tratar da industrializa o de produtos perec veis em per odo de safra ou a m
379. vos Saliente se a observa o de Jos Augusto Rodrigues Pinto sobre a exist ncia de dois fatos casamento ou gravidez produtores de um mesmo efeito ruptura do contrato vedando a discrimina o da mulher casada com ou sem filhos e da mulher m e casada ou n o Interpreta o contr ria iria de encontro prote o da maternidade A licen a decorrente da gesta o ser de 120 dias sem preju zo do emprego e do sal rio conforme prev o artigo 392 da CLT Tamb m estabelece as condi es para usufruir da licen a e para eventual aumento do per odo de repouso Lembra se que difere a licen a maternidade da licen a paternidade em n mero de dias sendo esta de cinco dias artigo 10 1 do ADCT Mesmo se 383 SECRETARIA ESPECIAL DE POL TICAS PARA AS MULHERES INSTITUTO DE PESQUISA ECON MICA APLICADA FUNDO DE DESENVOLVIMENTO DAS NA ES UNIDAS PARA A MULHER Retrato das desigualdades de g nero e ra a an lise preliminar dos dados 3 ed Bras lia setembro de 2008 p 4 Dispon vel em lt http www ipea gov br sites 000 2 destaque Pesquisa Retrato das Desigualdades pdf gt Acesso em 15 de agosto de 2009 PINTO 2009 p 228 132 aprovado o aumento desta para quinze dias conforme objetiva o Projeto de Lei 666 07 ela continuar diferenciada da que conferida mulher Emmanuel Te filo Furtado ressalta estar presente a isonomia nesta distin o considerando as todas as transforma es que
380. vos o texto celetista foi mantido em algumas disposi es alterado em outras e recebeu acr scimo de artigos A exposi o acerca dos dispositivos celetistas ser realizada obedecendo a sua ordem de aparecimento no texto celetista atual Manteve se o seu artigo 5 que prev a isonomia salarial uma vez que conforme j apresentado neste estudo esta uma desigualdade que permanece na realidade social Inclusive a preocupa o ressaltada quando a CLT trata do sal rio m nimo artigo 76 Est v o Mallet chama a aten o para a import ncia que a igualdade de remunera o representa ao legislador ao ponto de deixar de lado outros aspectos do contrato de trabalho como o tratamento dispensado a cada empregado Al m 347 GOSDAL 151 348 CALIL 2007 p 52 128 disso a veda o unicamente do crit rio sexo no texto legal resulta do peso hist rico da discrimina o negativa sofrida por trabalhadoras O cap tulo celetista que trata do trabalho da mulher em espec fico possui seis se es que tratam da dura o condi es do trabalho e da discrimina o contra a mulher do trabalho noturno dos per odos de descanso dos m todos e locais de trabalho da prote o maternidade e das penalidades aplic veis Verifica se que embora insertos no cap tulo pr prio alguns artigos repetem o previsto para o labor masculino o caso da jornada de trabalho art 373 do adicional devido pelo trabalho noturno
381. za o do trabalho feminino e assinala que h uma aceita o da flexibiliza o da jornada de trabalho por mulheres em virtude do trabalho dom stico realizado pela empregada N o se trata do debate acerca da redu o da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais atualmente em voga mas de uma jornada diminuta em atividades pouco valorizadas Sustentando posi o favor vel flexibiliza o em discuss es travadas em territ rio europeu Maurizio Ferrera Anton Hemerijck e Marthin Rodes afirmam que os Estados que alcan aram um conjunto de pol ticas prop cias ao emprego e favor veis ao bem estar social o fizeram a partir de um novo sistema de composi o Dentre eles destaca se a flexiguridade do mercado de trabalho Este elemento se relaciona feminiza o do mercado de trabalho e o trabalho de meio per odo Argumentam que se for conferida normalidade a este tipo 161 VALENZUELA Mar a Elena Igualdade de Oportunidades e Discrimina o de Ra a e G nero no Mercado de Trabalho no Brasil In Abertura e ajuste do mercado de trabalho no Brasil pol ticas para conciliar os desafios de emprego e competitividade S o Paulo OlT Minist rio do Trabalho 1999 p 169 174 162 NOGUEIRA 2008 p 224 163 Cf DELGADO Maur cio Godinho Dura o do trabalho o debate sobre a redu o para 40 horas semanais In Revista do Tribunal Superior do Trabalho vol 75 n 2 abr jun de 2009 p 25 34 PAST

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