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Tese_ Eduardo Oliveira - RI UFBA

1. 49 1 4 O FIM DAS METANARRATIVAS E O HORIZONTE DA LINGUAGEM 52 2 FILOSOFIA DA LINGUAGEM E TEORIAS DA COMUNICA O PERSPECTIVAS A DG a SSE 60 2 1 A COMUNICA O COMO TRANSMISS O NFASE NO CONTROLE DA INFORMA O ini do fe ca aeei een ae a E A aa ian 61 2 2 JURGEN HABERMAS E A TEORIA DA A O COMUNICATIVA 74 2 2 1 Austin a teoria dos atos da fala e a pragm tica universal de J rgen atoa na CEE E EE E EE E E AA 80 2 2 2 O Mundo da vida Lebenswelt e o processo de racionaliza o sist mico a priori social e a complexifica o da modernidade 88 2 3 LUHMANN E A IMPROBABILIDADE DA COMUNICA O 94 3 COMUNICA O E SISTEMA AUTOPOI TICO EM LUHMANN E A CR TICA DE HABERMAS eia 104 3 1 A RAZ O CENTRADA NO SUJEITO OU RACIONALIDADE SIST MICA A CR TICA DE HABERMAS TEORIA DE SISTEMAS DE LUHMANN 105 3 2 AS CONSEQU NCIAS DA SEPARA O DOS SISTEMAS SOCIAL E PS QUICO NA ABORDAGEM DE LUHMANN es 109 3 3 O CONSTRUTIVISMO RADICAL DE NIKLAS LUHMANN E A TEORIA DE CISTEMAS an a ie a A Da 114 3 4 EPISTEMOLOGIA E AUTOPOIESE EM MATURANA E VARELLA 120 3 5 O FECHAMENTO OPERACIONAL E O ACOPLAMENTO ESTRUTURAL 123 3 6 A AUTOPOIESE SOCIAL EM LUHMANN E A RESPOSTA A HABERMAS 124 3 7 MAX WEBER O MUNDO DA VIDA EM HABERMAS E O SISTEMA EM 4 ESCOLA INSTITUI O ORGANIZA O E SISTEMA EDUCACIONAL
2. 140 4 1 INSTITUI O OU ORGANIZA O PROBLEMAS DECORRENTES DA CONCEP O DA ESCOLA COMO INSTITUI O 141 4 1 1 Grupo organiza o e institui o a abordagem de Lapassade 145 4 1 2 Castoriadis e a rede simb lica erre 150 4 1 3 Institui o e psican lise niacina dra oo cia ao 154 4 2 O SISTEMA EDUCACIONAL E A EDUCA O BRASILEIRA 161 4 2 1 Sobre o conceito de sistema errar 163 4 2 2 O debate sobre sistema educacional no Brasil 170 5 A CRISE DO CAPITALISMO E A EMERG NCIA DO NEOLIBERALISMO INFLUENCIAS PRESENTES NO CONTEXTO DA REFORMA EDUCACIONAL DOS ANOS 90 arenas 176 5 1 A CRISE DO CAPITALISMO E FLEXIBILIZA O EET di a 181 5 2 O NEOLIBEALISMO E A CRISE DO ESTADO NA O 190 5 3 A REDEMOCRATIZA O NO BRASIL DOS ANOS 80 199 6 A REFORMA EDUCACIONAL BRASILEIRA A DESCENTRALIZA O COMO EIXO E A ESCOLA COMO FOCO 203 6 1 A QUEST O FEDERATIVA E O MUNIC PIO eee 204 6 1 1 Autonomia e Compet ncia dos Munic pios s ss 208 6 2 A DESCENTRALIZA O E A REFORMA EDUCACIONAL 211 6 3 OS ACORDOS INTERNACIONAIS E A REFORMA EDUCACIONAL 217 6 3 1 A confer ncia mundial de educa o para todos em Jomtien 1990 e o Plano
3. gays l sbicas negros Uma pol tica de identidade mas que proporciona a prolifera o de diferen as O movimento feminista proporciona um dos descentramentos conceituais do sujeito moderno O impacto do feminismo que emerge no conjunto dos movimentos sociais questiona deferentes aspectos entre eles o conceito de humanidade que congrega homens e mulheres como identidades iguais e o substituem pela diferen a de sexos Outro aspecto n o menos importante a indistin o do pol tico como pertencente somente ao p blico e o privado ao pessoal O pessoal pol tico na medida em que a fam lia a sexualidade e a cria o dos filhos n o s o tabus Justamente nesse campo que s o formadas as diferen as de identidades sexuais de g nero HALL 2001 As ci ncias sociais e humanas e seus intelectuais n o poderiam deixar de ser impactados pela crise do sujeito moderno A fragmenta o do saber denunciada por pensadores comprometidos com correntes de pensamento que se constitu ram tendo como base o sujeito do cogito e ou transcendental proporcionou o resgate de elementos antes desconsiderados das an lises nas ci ncias humanas 52 A crise da raz o moderna foi reapropriada pelo conjunto das ci ncias sociais e humanas tendo consequ ncias nas an lises e no posicionamento de diferentes pensadores Se Adorno e Horkheimer 1985 n o apontaram a sa da deixam impl cito que n
4. Il Autonomia da escola cada escola deveria construir seu projeto pol tico pedag gico mas sem isolamento e com unidade e capacidade de comunica o Escola n o significa por sua vez um pr dio um nico espa o ou local significa um projeto uma id ia que pode associar v rias unidades escolares ou pr dios superando o temido problema da atomiza o do sistema de educa o Escola e governo elaborariam conjuntamente as pol ticas educacionais p 66 258 IV Avalia o permanente do desempenho ponto fundamental do sistema nico inclu do como parte essencial do projeto de escola e com sentido emancipat rio N o pode ser um ato formal e executado por t cnicos externos escola apenas Deve envolver a comunidade interna alunos e professores a comunidade externa pais comunidade e o poder p blico Assim o princ pio da avalia o remete ao primeiro princ pio o da gest o democr tica p 66 O autor conclui afirmando que com a sua proposta de autonomia as escolas deixariam de ser subordinadas aos rg os centrais Ele abona a proposta de Abramo 1991 que sugere transformar escolas em cooperativas de professores Como completa Gon alves 1994 p 23 onde os mesmos seriam remunerados tanto alunos tanto cruzeiros ali s bastante semelhante Reforma Chilena e prop e a volta comunidade e a feitura de pequenos projetos pedag gicos pelas pr prias escolas que contradi o c
5. nega a diversidade de interesses e dos atores que est o presentes porque n o uma a o da qual todos participam e na qual compartilham uma mesma concep o de homem de sociedade de educa o e de institui o educativa Trata se de um conjunto de ferramentas diretrizes formul rios fichas par metros crit rios etc proposto em n vel nacional Como medidas e ferramentas institu das legalmente devem ser incorporadas pelas institui es educativas nos projetos pedag gicos a serem muitas vezes financiados autorizados reconhecidos e credenciados p 271 O projeto pol tico pedag gico nessa concep o de produto fechado se confunde com o Plano de Desenvolvimento da Escola PDE Escola que uma ferramenta de gest o estrat gica do FUNDESCOLA O que diferencia o PDE do PPP na legisla o brasileira a n o explicita o da sistematiza o em formul rios padr o como o projeto do BM O PDE tem estrat gias de gest o escolar com pretens o de serem inovadoras de forma a colaborar com os munic pios na formula o de propostas que objetivem o fortalecimento da escola a compreens o de suas fun es organiza o pr ticas de gest o e de relacionamento com a comunidade De acordo com Fonseca 2003 por ser t o inovador como destacam os burocratas do BM o PDE burocratiza a escola impedindo a sua autonomia plena Embora em sua concep o inicial o FUNDESCOLA enfatizasse a possibilidade de aume
6. 126 e Varela focada na biologia Ao responder a essa quest o indica que necess rio considerar a temporalidade dos sistemas sociais vinculados a uma dura o a um fim A a o portanto um acontecimento que se encontra associado temporalidade Somente como acontecimento se constitui como um elemento ltimo e indivis vel do sistema Por conseguinte sendo composto por unidades temporalizadas ltimas a es tem problemas de auto reprodu o porque pode simplesmente deixar de existir Socialmente a solu o tem sido encontrada por meio dos rituais da religi o dos mitos para garantir precariamente o creatio cont nua Depende do outro portanto para que possa ser retomado ou reconstru do restituindo suas possibilidades de conex o Esse um problema para a teoria de sistemas autopoi ticos pois A unidade como garantia de aplicabilidade de reprodu o e capacidade de conex o somente pode ser uma unidade que tenha sido constitu da a sua vez auto referencialmente p 110 Mostrando a necessidade de uma explica o pr pria para a teoria social Luhmann introduz a auto refer ncia basal contrapondo a reflex o Faz refer ncia a auto tematiza o de um sistema introduzindo a identidade do sistema no sistema Para isso resgata Withehead que expressa ser um indiv duo real somente quando adquire sentido para si pois para esse autor a auto refer ncia de acontecimentos ele
7. A LDB 9394 96 estabelece no art 12 que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino ter o a incumb ncia de administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros 252 Il assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas aula estabelecidas III velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente IV prover meios para a recupera o dos alunos de menor rendimento V articular se com as fam lias e a comunidade criando processos de integra o da sociedade com a escola VI informar os pais e respons veis sobre a frequ ncia e o rendimento dos alunosbem como sobre a execu o de sua proposta pedag gica No art 15 do mesmo ordenamento h o chamamento dos sistemas educacionais para a os progressivos graus de autonomia da unidade escolar os sistemas de ensino assegurar o s unidades escolares p blicas de educa o b sica que os integram progressivos graus de autonomia pedag gica e administrativa e de gest o financeira observadas as normas gerais de direito financeiro p blico Ao mesmo tempo desde 1995 antes portanto da LDB foi criado o programa conhecido como Dinheiro direto na escola para a transfer ncia de recursos diretamente s escolas Vieira 2001 Para que a escola receba o dinheiro de FNDE necess ria a estrutura o da escola como unidade executora caixa escolar conselho de escola ou associa o de pais e m
8. Como destaca corretamente Barros 1997 as a es nas escolas se assemelhavam a uma a o entre amigos tamanha a desorganiza o Nas pr escolas a situa o n o era diferente constitu am em um local para a guardar as crian as enquanto os pais trabalhavam Al m disso os profissionais encarregados para o cuidado com as crian as n o tinham em sua maioria forma o para atuar junto s crian as Eram em sua maioria auxiliares de servi os gerais ASG s deslocadas de suas tarefas para o atendimento as crian as O espa o f sico era apertado sem equipamentos de lazer e aprendizagem adequados e n o havia uma proposta pedag gica para as pr escolas N o era muito diferente a situa o dos munic pios que faziam parte da Grande Vit ria nome dado ao conjunto dos munic pios que integram a regi o metropolitana de Vit ria Vila Velha Serra Cariacica Viana Guarapari e Fund o Por m esses 278 munic pios ficaram a sombra do que se desenrolou no sistema educacional da capital O ponto de partida foi a realiza o de um estudo diagn stico por profissionais nomeados pela secretaria que formou um grupo de profissionais afinados com as demandas sociais e educacionais do partido mas que em sua maioria eram simpatizantes do PT Valorizou tamb m os profissionais da pr pria rede municipal para a forma o do grupo O quadro de precariedades acima mencionado fez parte do diagn stico realizado
9. Um sistema n o apenas a soma ou a justaposi o entre as partes mas resulta da intera o ou articula o entre elas p 33 H portanto algo comum que d unidade coes o e coer ncia ao conjunto e mesmo individualizados h a interdepend ncia b O sistema est subsumido sempre em um conjunto mais amplo que ele no caso do sistema educacional A realidade social constitui ent o um supra sistema do sistema educacional O sistema educacional constitui se como supra sistema para o conjunto das escolas Dessa forma a escola 174 tamb m um sistema com menos ou mais complexidade Ela subsistema do sistema de ensino Abreu 1999 conclui que um sistema educacional ou sistema de ensino comp e se de A Um objeto ou objetivo ou fim ou inten o qual seja de proporcionar a educa o ou ensino B Uma materialidade constitu da por institui es de ensino p blicas e ou particulares independentemente dos n veis e modalidades de educa o e ensino e por rg os educacionais administrativos normativos e de apoio t cnico C Um conjunto de normas educacionais normas de organiza o e funcionamento que integram e articulam entre si as partes do sistema p 34 35 N o h portanto sistema quando se aborda somente estabelecimento de ensino ou rg os de educa o isolados Tamb m n o um sistema educacional uma rede de escolas Somente se constitui quando os elementos acima exposto
10. a combater as ideologias modernas nas suas formas mais sofisticadas constituindo pr prio grupo de intelectuais independentes sintonizados com o novo grupo social de cuja concep o de mundo eram portadores b educar as massas populares elevando as intelectualmente capacidade de se autogovernar Tarefas gigantescas que n o podiam se coadunar com um marxismo dogmatizado e envolto em incrusta es positivistas e natural sticas ou entregues a vis es messi nicas e catastr ficas de revolu o SEMERARO 2000 p 176 No sentido destacado acima a educa o das massas um princ pio fundamental organiza o partid ria de esquerda na medida em que imposs vel uma educa o neutra O que Gramsci indica nas palavras de Semeraro 2000 a necessidade da supera o da ideologia burguesa e a constru o de uma educa o para a liberta o das massas Como a Paulo Freire 1988 indica a educa o ato intrinsecamente pol tico assim como a pol tica ato educativo Todo partido pol tico ent o educador Isso significa ser imposs vel de um lado uma educa o neutra que se 272 diga a servi o da humanidade dos seres humanos em geral de outro uma pr tica pol tica esvaziada de significa o educativa p 16 O Partido dos Trabalhadores PT surge nos anos 1980 das lutas sociais e se autodenomina um partido de massas O PT diferencia se da estrutura partid ria brasileira porque apresenta u
11. necess rio tecer alguns coment rios 6 3 2 O Banco Mundial e a Educa o Brasileira O Banco Mundial BM e o Fundo Monet rio Internacional FMI foram criados ap s a confer ncia de Bretton Woods 1944 patrocinada pelos Estados Unidos da Am rica EUA quando estava para ser oficializado um novo regime econ mico internacional nesse encontro que o d lar passa a ser a moeda referencial do c mbio internacional O FMI tinha como finalidade emprestar capitais a curto prazo para socorrer pa ses com dificuldades tempor rias em sua balan a de pagamentos O BM exercia o papel de financiar os recursos a longo prazo para diversos pa ses que deles necessitavam ALMEIDA 1999 O grupo do Banco Mundial relaciona em seu web site O BANCO 2005 cinco institui es sob uma nica presid ncia O Banco Internacional para a Reconstru o e o Desenvolvimento BIRD que atua no desenvolvimento de pa ses m dios a Associa o Internacional de Desenvolvimento AID que tem suas a es voltadas aos pa ses mais pobres A Corpora o Financeira Internacional IFC que financia o setor privado A Ag ncia Multilateral de Garantias de Investimentos AMGI que estimula investimentos estrangeiros em pa ses em desenvolvimento propondo garantias ao risco n o comercial O Centro Internacional para Arbitragem de 225 Disputas sobre Investimento CIADI que realiza media o de conflitos entre investidores estrangeiros em diversos
12. qualidade e efici ncia dos servi os educacionais de forma integrada com o contexto estadual O BANCO 2006 O FUNDESCOLA como projeto desenvolvido durante o governo FHC 1995 2002 e presente durante a gest o Lula 2003 2006 pretendeu constituir modelos de gest o A que fossem compartilhados com as demais escolas Apostava se no xito do projeto nas escolas tendo em vista um maior aporte tanto no processo de organiza o t cnica da escola com nfase no planejamento como a aposta em uma maior participa o comunit ria na escola Algumas considera es fazem se necess rias em rela o ao projeto FUNDESCOLA O elemento fundamental a ser considerado a descentralizar o da unidade escolar A autonomia que a escola adquire Para o banco a qualidade de gest o da unidade elemento que interfere no trabalho pedag gico e a figura do diretor central O repasse de recursos ocorre diretamente para a escola por meio de unidades executoras Outros projetos ligados ao repasse de recursos que est o vinculados ao FUNDESCOLA s o PAPE Projeto de Adequa o dos Pr dios Escolares PME Programa de Melhorias da Escola e o PDE Plano de Desenvolvimento da Escola CRUZ 2003 A escola antes submetida Secretaria de Educa o passa a ser executora de a es que abrangem desde a escolha da merenda compra dos alimentos at o processo de licita o e contrata o de m o de obra Os procedimentos de f
13. Foram muitos os desafios enfrentados pela gest o petista Mas a inova o ocorreu no sentido de resgatar o direito educa o expresso na Carta Constitucional de 1988 e buscar a normalidade atender as demandas por uma educa o realmente p blica democr tica de qualidade Nada de novo no contexto te rico da educa o nacional Por m uma revolu o na pr xis efetivada em um contexto de precariedade Para enfrentar o problema a PMV definiu um programa m nimo a ser trabalhado O Planejamento Pol tico Pedag gico do Munic pio passou a contemplar oportunidades para as crian as de baixa renda crian as trabalhadoras e atendimento s comunidades carentes O projeto buscava de acordo com depoimento colhido por Barros 1997 p 334 melhorar as condi es da escola do ensino valorizar o trabalho do professor desenvolver estrat gias para diminuir a repet ncia e a evas o dispor de insumos pedag gicos e redes que oferecessem maior tempo de oportunidades de aprendizagem mudar pr ticas de avalia o de modo que respeitassem as diferen as no ritmo de aprendizagem democratizar a gest o escolar e criar oportunidades educacionais para toda a popula o visando aproveitar todos os recursos educacionais do munic pio e ampliar seus benef cios para todos Foram quatro os eixos program ticos que a gest o do Partido dos Trabalhadores estabeleceram para a educa o do munic pio a Universaliza
14. a mais importante pode ser entendida por dois pontos b sicos 110 a Em um primeiro momento reporta se em geral ao fato de dissolver de modo empirista o fundamento intersubjetivo dos processos de compreens o tendo como aux lio um conceito minimalista de linguagem que desconsidera as estruturas de intersubjetividade criadas ling isticamente b A rela o entre o indiv duo a sociedade e a vida coletiva A individua o e a constitui o social ilustradas sob os aspectos da reprodu o cultural da integra o social e da socializa o por meio da a o conjunta de componentes do mundo da vida entrosados internamente tornam se prov veis com a ajuda de hip teses suplementares tiradas da malha das rela es externas Habermas em sua cr tica estabelece um elemento essencial no que diz respeito comunica o e a linguagem Para ele por um lado o fluxo das actas entre as reparti es ministeriais e por outro a consci ncia de um Robinson dentro de uma c psula como que numa m nada fornecem as representa es directoras para desconex o conceptual do sistema social e ps quico onde um deve basear se apenas na comunica o e o outro apenas na consci ncia p 344 Desta forma Habermas destaca que os sistemas que funcionam base da consci ncia e da comunica o n o poderiam constituir mundos circundantes uns para os outros embora a teoria dos sistemas d respostas estruturalmente semelh
15. diferente n o o padr o para os outros 5 000 perfeitamente compreensivo nesse contexto que alguns educadores tenham assumido o discurso da Reforma e concordado em tratar a escola desde cima com projetos e verbas que a beneficiasse diretamente conforme as orienta es do Banco Mundial Ocorre que essa reforma calcada no gerencialismo e no profissionalismo das esferas do Estado preocupa se muito mais com os resultados com o enxugamento de um quadro de funcion rios e com suas contas Reduzir o 294 Estado a solu o para o patrimonialismo Dito de outra forma privatizar o Estado pelo neoliberalismo a solu o para a privatiza o do Estado do Patrimonialismo A pol tica de resultados parece ineficaz quando se toca em rela es t o antigas quanto perversas do sistema pol tico brasileiro Tornar p blico o aparelho estatal um projeto bastante promissor para a mudan a Uma reforma pol tica aliada a tribunais de contas profissionais tamb m Todavia no mago da quest o est a rela o da escola com o sistema educacional Relativo aos mecanismos da Gest o Democr tica e da autonomia poderia ser colocado que a luta pela institui o de leis em um per odo de governo mais receptivo participa o pol tica direta da sociedade seria a garantia de sua perman ncia e obrigatoriedade em outra legislatura N o assim que ocorre no munic pio em que o prefeito tem controle sobre a
16. do conhecimento necess rio que a as leis e teorias sejam potencialmente refut veis abertas refuta o Popper ao negar tanto a indu o quanto o empirismo baseia se no m todo hipot tico dedutivo partindo n o do ac mulo de experi ncias mas da descoberta de novos problemas procura uma solu o por meio de tentativas e conjecturas e as tentativas de refuta o por meio das t cnicas existentes Sendo a hip tese testada 71 e comprovada por testes rigorosos ser corroborada temporariamente Dessa forma a hip tese corroborada necessita ter condi es de falseabilidade ou falibilidade Quanto mais false vel for uma conjectura mais cient fica verificando a falsidade de nossas suposi es que de fato estamos em contato com a realidade POPPER 1975 a p 331 O processo de falseabilidade n o ocorre no v cuo mas em um contexto de expectativas Toda hip tese v lida se n o se recusar a submeter se ao teste emp rico e intersubjetivo a objetividade para Popper n o existe Nesse ponto Popper invoca a comunidade cient fica elemento que encontra afinidade no pensamento de Habermas A cr tica fundamental para Popper sem ela n o existe ci ncia mas religi o A objetividade dos enunciados cient ficos est relacionada diretamente com a possibilidade de serem testados intersubjetivamente Popper est presente em Habermas parcialmente em sua teoria consensual da verdade ainda que
17. es internacionais como o Banco Mundial que destacam a necessidade de descentraliza o e autonomia da escola que s o incorporados e se transformam em elemento chave da pol tica educacional do governo FHC A democratiza o da sociedade brasileira e a emerg ncia do munic pio como ente federativo assim como a municipaliza o da educa o infantil e do ensino fundamental levado a cabo com o FUNDEF exp em um novo desenho da educa o brasileira em que os munic pios passam a gerir seu pr prio sistema educacional Em um contexto com a educa o sendo gerida pelo munic pio sem a consolida o de um sistema educacional composto por educadores de carreira mut vel a cada gest o estabelece a contradi o com os projetos das escolas por que o prefeito eleito n o tem compromissos com a continuidade ficando a escola vinculada l gica de um executivo eleito a cada novo pleito A comunica o problematizada tendo em vista a polissemia que o termo evoca As abordagens cl ssicas da comunica o s o destacadas por m o foco recai sobre o debate Habermas x Luhmann que tratam de formas distintas ao problema da comunica o Em uma rela o democr tica entre escola e sistema educacional h possibilidades de que as expectativas constru das possibilitem dar sentido s provoca es do sistema Proporcionaria a atualiza o das estruturas sobre as quais a escola se mant m Nessas bases poss vel uma rela o dial gica consi
18. es que caracterizam as senten as quanto ao contexto externo que s o as condi es ambientais Figura 3 Diagrama modificado de Thomas A Sebeok Contexto mn E FONTE CANAL DESTINA O y formula decodifica A e Contexto 777 Fonte Raba a e Barbosa 1995 73 Dos elementos presentes no diagrama a fonte constitu da por uma cadeia de signos que inclui objetos inorg nicos e subst ncias org nicas entre essas ltimas os seres humanos A mensagem flui da fonte para a destina o passando por v rias esta es modificando se e ajustando se ao canal escolhido Por sua vez o canal o meio ou passagem pela qual a fonte e a destina o estabelecem e sustentam seu interc mbio comunicativo Tal como a fonte diferentes canais s o poss veis de serem utilizados no diagrama de Sebeok dividindo se basicamente em mat ria e energia esta ltima incluindo os elementos f sicos e qu micos A codifica o nesse diagrama ocorre na interconex o entre os sistemas de mensagem interna e externa e devido entropia medida de desordem ou imprevisibilidade da informa o nunca pode ser id ntica mensagem lan ada pela fonte O ambiente da mensagem que influencia na interpreta o o contexto no qual todo processo ocorre Considerando a comunica o humana as mensagens cognitivas mente fluem paralelamente s recorda es previamente processadas e experi
19. o um paradoxo pois o desejo tende a se extinguir na morte Outra sa da seria a Leie o campo do objeto proibido suprimindo o objeto do gozo haveria a prote o contra a morte contornando pelo campo ilimitado da linguagem o efeito da castra o opera o da falta simb lica que possibilita a estrutura o de um la o social vi vel Tal quest o colocada por Freud e atualizada por Lacan Um retorno ao elemento central na sociedade tradicional e rearticulada na modernidade o valor da regra que implicaria atualmente na apropria o da interroga o sobre o desejo e n o a sua promessa ou fomento Mas outro ponto em rela o ao sujeito da psican lise que cabe aqui resgatar em breves linhas a quest o da opacidade do sujeito Para Lacan o sujeito do desejo n o reconhecido por outra consci ncia pela transpar ncia ao outro pelo dom nio de um saber ou partilha de um conhecimento racional Para Lacan o sujeito opaco ao outro e todo reconhecimento passa por essa opacidade Tendo em vista a perspectiva estruturalista de Lacan a incompletude o que nos marca O sujeito sempre um vazio que tem um lugar marcado pela estrutura A opacidade que problematiza o inter humano vinda da psican lise coaduna em certo sentido com a vis o de Adorno em sua cr tica teoria da comunica o Mas essa problem tica antiga em especial nos trabalhos de Hegel SAFATLE 2006 49 1 3 2 Crise e desce
20. o com vistas desconcentrar gastos e diminuir despesas 314 Como a experi ncia de Vit ria demonstra a influ ncia do sistema educacional sobre a escola n o necessariamente um evento que leva domestica o das rela es pedag gicas como mostra o projeto de governo anterior reforma educacional 1989 1992 A rela o escola x sistema educacional na experi ncia de Vit ria indicou alguns caminhos para se pensar a necessidade de esferas intermedi rias e estabelecer desafios escola para al m de seu fechamento Considerar a escola como institui o dial gica e autopoi tica implica que o sistema educacional tome a autonomia da unidade como ponto de partida e estabele a uma rela o dial gica e de respeito para com a escola Essa rela o implica desafios n o mais aqueles do prefeito mas de uma comunidade que insiste em aprofundar a democratiza o da sociedade e de suas institui es Buscar uma a rela o dial gica implica em entender que os conflitos s o inerentes pr tica pol tica Quando se possibilita uma rela o dial gica que estimula a participa o da escola na esfera do sistema com a organiza o de conselhos municipais deliberativos encontros anuais de conselhos ou encontros de escolas para a troca de experi ncias de seus projetos as possibilidades para que exista uma maior democratiza o no mbito da escola s o maiores Com uma rela o de comunica o entre
21. o centralizante e de centraliza o descentralizada De fato por um lado as estrat gias neoliberais contra a crise da educa o se configuram como uma clara resposta descentralizadora diante dos supostos perigos do planejamento estatal e dos efeitos improdutivos das burocracias governamentais e sindicais p 26 Em linhas gerais o processo de reforma educacional ocorrida no Brasil nos anos 90 do s culo passado n o contemplou o amplo e aberto discurso com a sociedade civil e entidades de classe e outorgou se um projeto pontuando interesses os governamentais os compromissos por ele assumidos com institutos multilaterais Mas importante entender que apesar do fechamento governamental os diferentes 260 f runs representativos abriram espa o para a discuss o cr tica conquistando espa os e reagindo a outorga Mas no contexto de reforma do Estado brasileiro entendo que certos elementos das propostas de autonomia foram incorporados reforma educacional dos anos 90 A proposta de Mello 1992 e a de Gadotti 1992 apesar de evidenciarem caracter sticas diferentes principalmente em rela o forma de abordar a quest o apresentam alguns elementos que n o est o presentes na reforma educacional do governo FHC diferen a nos pontos de partida e eg idade nos pontos de chegada projeto pedag gico como aquele que ao organizar as particularidades defici ncias e anseios da escola efetiva o estatuto de auto
22. o da flexibiliza o do financiamento fosse aceita em especial pelos m dios e pequenos munic pios a Os 18 da Uni o que na poca deveria gastar 50 para a erradica o do analfabetismo n o o fez por um lado devido conting ncia da infla o no per odo cria o de projetos como os CIAC s da era Collor Al m disso na era 333 FHC houve contingenciamento vinculado s necessidades monet rias do plano real Mesmo no governo Lula ainda h um passivo a ser utilizado na educa o b sica b Em estados do Sudeste havia uma concentra o de escolas de ensino fundamental nessa esfera enquanto alguns munic pios n o tinham nenhum aluno ou investiam em outros n veis de ensino No Esp rito Santo cl ssico gastos p blicos d a confian a nos tribunais de contas faz de conta conforme Nicholas Davies desmedida pois s o rg os criados por via pol tica e n o t cnica e os tribunais de contas e as secretarias via de regras apuram os valores e tomam conta da contabilidade e n o realizam fiscaliza o direta no que foi realizado al m procedibilidade de produzirem erros f os dados balan os e empenhos que deveriam ser publicados e estarem dispon veis para qualquer cidad o verificar geralmente n o est o sendo necess rio esfor o consider vel para encontr los DAVIES 1998 2000 PERONI 2003 239 o caso de diversos munic pios que n o possu am escola
23. o do ensino b Condi es materiais e de trabalho 219 c Valoriza o do trabalhador da educa o d Democratiza o da gest o escolar Como j expresso anteriormente para o desenvolvimento de tantos projetos era necess rio priorizar a educa o Os esfor os nesse sentido foram iniciados e j em 1990 a lei org nica municipal foi modificada pela C mara Municipal contemplando 35 como gasto m nimo para a educa o no munic pio Em 1990 com a parceria da Secretaria Estadual de Educa o foi realizado um levantamento para a compreens o da oferta educacional no munic pio Os resultados mostraram que 63 70 da popula o de O a 6 anos e 18 67 da popula o de 7 a 16 anos estava fora da escola nesse contexto que se definiu para a constru o de novas unidades Essas novas unidades deveriam ter espa os que regatassem a dignidade das comunidades devendo contar com espa os al m da sala de aula como biblioteca audit rio quadra de esportes rampas para deficientes Enfim deveria obedecer aos crit rios do bom acabamento ventila o adequada ilumina o e ser capaz de amplia es no futuro As escolas inauguradas na gest o do Partido dos Trabalhadores representaram um marco no conjunto das escolas do munic pio Eram melhores em sua estrutura f sica do que as escolas anteriores inclusive sem compara o com qualquer unidade escolar de ensino fundamental no munic pio p blica estadual ou privada
24. posteriormente de Equipe de Fortalecimento dos Conselhos de Escola Em 1996 a equipe de fortalecimento dos conselhos de escola desenvolveu diversas atividades e durante o IV Congresso dos Conselhos de Escola e de Pr Escola foi escolhida a nova comiss o incentivadora para trabalhar em conjunto com a equipe da SEME Secretaria Municipal de Educa o com a mesma composi o por segmento definida no Ill Congresso Essa comiss o representava no rg o central todos os conselhos de escola e pr escola de forma leg tima Ou seja essa configura o assumiu o papel que seria do Conselho Municipal de Educa o A participa o de representantes de diferentes segmentos nos trabalhos do grupo de Gest o Participativa vislumbrava uma maior transpar ncia por parte do sistema educacional No in cio do novo governo municipal Luiz Paulo Vellozo Lucas institucionalizou se como N cleo de Apoio aos rg os Colegiados NAOC Entretanto com a reforma educacional e o FUNDEF em 1997 o grupo foi desfeito e reestruturado com outra configura o era a voz do sistema na escola tinha por objetivo fazer o controle da gest o democr tica Durante oito anos do governo do prefeito foi estabelecida a normalidade ao processo de gest o das escolas o sistema sempre superior pois n s somos a voz leg tima da popula o A escola n o possui poder e nem mesmo os diretores 290 podem ser eleitos pois se o executivo
25. suficiente para mudan as A cultura pol tica do Estado nos pa ses da Am rica 297 Latina de car ter privatista patrimonialista seria um empecilho reforma da educa o e conquista de espa os de cidadania e de democracia Em rela o ao projeto pol tico pedag gico tende se a idealizar as suas possibilidades Por m que escola temos Os professores s o conscientes de seus limites e de sua dupla fun o de educadores e funcion rios p blicos Em sua pesquisa Mendon a 2000 p 407 constata que Diretores professores e funcion rios com a preval ncia dos primeiros ainda monopolizam os foros de participa o A escola p blica ainda vista pelos usu rios como propriedade do governo ou do pessoal que nela trabalha O professor comporta se como dono de seu cargo e dos alunos de suas classes O diretor funciona como guardi o dessa concep o evitando interfer ncia de servidores e pais As legisla es t m funcionado como mecanismos reguladores dessa preval ncia j que imp e crit rios de proporcionalidade na participa o aos segmentos organizados na comunidade escolar Isso n o impede no entanto que permane am existindo comportamentos e atitudes de domina o dos docentes sobre os demais membros sob os argumentos que em geral se baseiam em quest es ligadas compet ncia pedag gica As considera es de Mendon a 2001 diluem o idealismo da escola e a trazem para a concreticidade das rela
26. A autonomia um poder derivado n o origin rio da soberania concedido pela Constitui o e nos termos da mesma A autonomia municipal pressup e nos termos da Constitui o que o munic pio tem a capacidade de auto organizar se eleger seus mandat rios legislando sobre os assuntos que lhe cometem resguardados os limites e discrimina es impostas pela Carta de 1988 O munic pio possui tendo em vista os artigos 29 e 30 da Constitui o 209 a capacidade de auto organiza o que a capacidade de editar sua pr pria lei org nica votada aprovada e promulgada pela C mara municipal b capacidade de autogoverno ou seja de ter governo pr prio representado por autoridades pr prias decorrente da eletividade dos seus mandat rios pol ticos Prefeitos Vice prefeitos e Vereadores c capacidade de autolegisla o ou seja de legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar legisla o federal e a estadual no mbito da legisla o concorrente d capacidade de auto administra o consistente seja em organizar e prestar os servi os p blicos de interesse local seja em instituir e arrecadar os tributos de sua compet ncia bem como em aplicar suas rendas AGUIAR 1995 p 45 A auto organiza o torna se realidade no conjunto da Constitui o de 1988 antes dela a compet ncia do munic pio era administrativa As leis org nicas municipais se assemelham a uma Constitui o municipa
27. A avalia o t cnica dos projetos sociais das ag ncias multilaterais de desenvolvimento que se pautavam nesse paradigma tem interesse em conhecer o receptor suas prefer ncias e predisposi es para depois corrigir a emiss o realizada controlar os objetivos propostos Ser que esse modelo de comunica o funcional ainda persiste nas ag ncias que como o Banco Mundial realizam projetos em educa o no Brasil Ser que persiste no conjunto da pol tica educacional brasileira em especial nas novas rela es constitu das na reforma dos anos 90 Outra abordagem da comunica o que gostaria de destacar pela sua atualidade a de Sebeok apud RABA A BARBOSA 1995 A comunica o coloca se em um contexto mais amplo pois toda ordem ou organiza o mantida por ela e retarda os efeitos desorganizadores da segunda Lei da Termodin mica Pode ser vista como a transmiss o de qualquer influ ncia de uma parte do sistema vivente para outra produzindo mudan as S o mensagens que est o sendo transmitidas p 50 A comunica o transmiss o de mensagens semiose mat ria semi tica em sentido abrangente indispens vel a todas as formas de vida terrestre e as distingue das n o viventes O processo de interc mbio de mensagens est ligado a estruturas da exist ncia em bact rias fungos plantas unidades celulares e mol culas de DNA importante destacar no trabalho de Sebeok a distin o entre a c
28. Hegel com vistas a super los O que prop e n o ci ncia social mas filosofia a qual carrega consigo os problemas caracter sticos da heran a da filosofia do sujeito que provocaram d vida acerca da raz o centrada no sujeito como princ pio da modernidade desde a morte de Hegel Na rela o conhecimento x mundo a consci ncia de si mesmo constitu a o problema de refer ncia que na rela o sistema x ambiente est subordinado conserva o e ao alargamento do conte do do sistema Dessa forma a auto referencialidade do sistema foi decalcada da do sujeito A teoria dos sistemas tem de manter afastadas do si mesmo e da auto referencialidade todas as conota es de uma identidade produzida por esfor o sint tico da autoconsci ncia Um aspecto importante na cr tica a Luhmann que n o h nenhum centro onde o sistema se torne presente para si mesmo e saiba de si mesmo na forma de autoconsci ncia O conceito de refletividade dissociado do da consci ncia Como Habermas faz a cr tica da Luhmann no livro O discurso filos fico da modernidade em seu ltimo cap tulo A meu ver a teoria de Luhmann ocupa um lugar de destaque como contraponto na teoria de Habermas O resumo da cr tica de Habermas Luhmann destacada nesta parte trabalho decorre do texto descrito acima 106 Luhmann necessita de um equivalente para o substrato da consci ncia introduz uma concep o peculiar de sentido se
29. O marco das mudan as foi a constitui o do Sistema Municipal de Educa o de Vit ria Lei municipal 4747 de 27 de julho de 1998 que trouxe em seu interior um conjunto amplo de mudan as com a elabora o do planejamento estrat gico operacional intitulado projeto sucesso escolar Entre essas transforma es est o processo de escolha de diretores para as unidades escolares se antes era elei o transforma se em sele o de diretores N o sem resist ncias as mudan as foram implantadas nas unidades escolares Justamente a partir desse contexto de viv ncias como educador que teve passagem pelo sistema educacional surgiram as indaga es que levaram a iniciar esse trabalho Questionava de que forma se apresentam as rela es tico valorativas no interior da institui o escolar e os significados expressos pelos sujeitos que dela participam em suas pr ticas discursivas tendo em vista as media es estabelecidas com o rg o central Ou seja as mudan as levadas pelo sistema educacional escola se justificam como elemento de transforma o tendo em vista as mudan as colocadas pelo grupo dirigente ou est o vinculadas a aspira es de tica liberdade produ o de diferen as pela escola Esses conjuntos de preocupa es foram extremamente importantes para que levasse adiante um projeto de trabalho que buscasse iluminar um pouco mais esta problem tica cuja discuss o na literatura e
30. da hist ria derivadas de uma concep o teleol gica desde a separa o do Homem x Natureza estava o homem destinado a um progresso espec fico em sua racionalidade que chegaria ao auge com o esclarecimento e o seu paradoxo A cr tica da id ia de progresso prisioneira pois ela rejeita a liberta o positividade e reproduz negativamente a Hist ria a que est subordinada A interpreta o teleol gica uma proje o burguesa podendo ser usada de forma positiva ou negativa dependendo da narrativa o que est presente na DE uma hist ria da humanidade que se encaminha para um determinado objetivo arrebatada por for as internas sem possibilidade de oposi o ditada pela competi o e pela expans o capitalista Aspira universalidade ao dom nio de um tipo de racionalidade a da moderna sociedade capitalista burguesa A DE entende a forma moderna de compreens o do relacionamento Homem x Natureza como um prolongamento evolutivo e cont nuo desde que o homem deixou as rvores dos primeiros homin deos at a modernidade e o esclarecimento Essa rela o entre o Homem x Natureza assumida como continuidade traz consequ ncias para o conjunto dos pensadores modernos conforme destaque do excurso ll a raz o para ele o agente qu mico que absorve a pr pria subst ncia das coisas e volatiliza na pura autonomia da pr pria raz o Para escapar ao medo supersticioso da natureza ela p s a nu todas as figura
31. estabeleceu a analogia do sistema org nico cunhando posteriormente a abordagem sociol gica organicista o sistema apresenta se como um conjunto de elementos interdependentes isto ligados entre si por rela es tais que se uma for modificada as outras tamb m ser o e consequentemente todo o conjunto se transforma A defini o lembra a de Condillac uma ordem em que as diferentes partes se sustentam mutuamente BOUDON BOURRICAUD 2001 p 504 Diferentes influ ncias como a cibern tica de Norbert Wiener 1950 e a Teoria Geral de Sistemas TGS de Ludwig von Bertalanffy 1973 estabeleceram determinados formas de pensar sistemas mais precisamente a concep o das teorias organizacionais Para a cibern tica a entropia constituiu uma amea a como tend ncia que tem a natureza de destrui o e a desordem A cibern tica cabe ent o o controle ou a regula o dos mecanismos Trata da informa o e mais precisamente dos inputs e outputs assim como a retroa o como elementos do sistema ou caixa fonte negra O comportamento adaptativo de um sistema s varia es do meio caracter stica da auto regula o viabilizado pelo feedback de forma a garantir a homeostase A TGS tem origem na biologia na cibern tica nas teorias da comunica o na termodin mica e nas teorias da organiza o Bertalanffy desde os anos 20 trabalha com as c lulas e realiza infer ncias sobre a
32. o dissolvendo o mundo da vida em uma sociabilidade vazia de subst ncia normativa As organiza es cobram autonomia por meio do autodeslinde neutralizador frente as estruturas simb licas do mundo da vida tornando se peculiarmente indiferenciadas tendo em vista a cultura a personalidade e a sociedade Habermas 2001 destaca em seu texto Teoria da a o comunicativa ll que Luhmann descreve com precis o como a cultura coisificada em torno do sistema serve de instrumento para a sua manuten o Os sistemas organiza o especialzam se em co organizar as consequ ncias da a o e os efeitos neutralizadores que seguem seus fins constituindo se ideologicamente contextos de interpreta o e valoriza o os quais levam a chancela de sua conting ncia e relatividade p 437 8 Os sistemas organiza o com a sua autonomiza o estabeleceriam uma cultura pr pria e diversa segundo a cita o anterior Habermas prop e assim um argumento com maior radicalidade as organiza es 135 independentizaram se do mundo da vida neutralizando os contextos da a o regulada eticamente O mundo da vida est estruturado comunicativamente e o mundo do sistema formalmente O mecanismo de entendimento ling stico essencial para a integra o social fica suspenso no mbito das a es sistemicamente organizadas e submetido s formas de controle O direito formal positivo um par metro que indica
33. sua mera formula o discursiva vazia de qualquer refer ncia de justi a e igualdade 1995 p 230 Dentro dessa l gica do contrato a igualdade passa pela meritocracia em que os indiv duos iguais com atributos diferenciados mais ou menos aptos jogam livremente no mercado Tal esquema caracter stica na nova sociedade dualizada na qual integrados e exclu dos n o constituem uma anomia a ser superada 193 dentro de uma perspectiva de futuro mas constituem normalidade dentro de um sistema calcado na competitividade Nesse sentido a cidadania como elemento que possibilita a igualdade social despojada desse conte do na medida em que n o propicia a busca pelo m rito pela conquista individual mas leva acomoda o Os direitos sociais enquanto conquistas hist ricas perderiam o sentido dentro da l gica meritocr tica tanto pelo lado da acomoda o quanto pelo custo que implica para as empresas inibindo maior lucratividade e competitividade O neoliberalismo caracteriza se ent o como uma doutrina um movimento e um programa pol tico Como doutrina define se como uma rela o de afinidade oposi o com as correntes pol ticas em vigor importante destacar que no quadro de flexibiliza o do capitalismo o neoliberalismo defende como doutrina fundamentalista as virtudes do capitalismo pr kenesiano que tem como virtude a rejei o dos compromissos sociais conquistadas histor
34. tica dotada inclusive de implica es pol ticas O princ pio da raz o afirma portanto que uma coisa s pode existir necessariamente se al m de n o ser contradit ria houver uma causa que a fa a existir Esse sujeito materializado na modernidade produto e produtor do iluminismo do esclarecimento O argumento come a com os indiv duos pelo contrato e pelo consentimento ou pela coer o Uma nova natureza passa a existir no liberalismo A tica utilit ria a economia e a pol tica pressup em indiv duos separados A pr pria complexidade do desenvolvimento do capitalismo na modernidade o Estado Na o e a democracia moderna proporcionaram o fortalecimento do sujeito social com a consolida o de seu conceito O capitalismo a burocracia o com rcio a administra o e a educa o moderna se estruturam sobre esse sujeito individual De forma geral os pensadores ficaram ref ns do conceito de sujeito individual racional 45 e aut nomo de Adam Smith a Marx Dois grandes movimentos s o descritos por Hall 2001 como consolidadores dessa posi o do sujeito na modernidade O primeiro deles foi a emerg ncia da teoria da evolu o de Darwin pois a Natureza era a base da raz o e a mente liga se incondicionalmente ao desenvolvimento f sico do c rebro humano O segundo foi o surgimento das ci ncias sociais mas atuando dentro da contradi o e complexidade do desenvolvimento social j que se po
35. 1966 p 37 As estruturas sociais concretas as categorias estruturais est o sempre em combina o mas poss veis de abstra o anal tica fundamental considerar que para Parsons a interdepend ncia das partes ou vari veis a propriedade mais geral e fundamental de um sistema E interdepend ncia pressup e ordem em contraposi o ao aleat rio e variabilidade Ou seja interdepend ncia pressup e ordem que significa coexist ncia pac fica em tempo de paz e o primeiro imperativo funcional do sistema social BUCKLEY 1976 A cibern tica e as teorias de comunica o encontram se presentes na rede complexa de comunica o que se instaura entre os subsistemas inspirando se na teoria econ mica de Leontief Parsons reduz a troca entre os sistemas a um quadro de input output H sempre uma troca dupla Cada sistema recebe dos outros elementos fatores de produ o inputs que s o essenciais ao seu funcionamento oferece lhes em troca produtos outputs da sua atividade SCHWARTZENBERG 1979 p 124 Para Edgar Morin 2001 a teoria de sistemas revelou o conceito como gen rico e 168 n o em sua genericidade No s culo XIX tudo aquilo que era mat ria tornou sistema e tudo que social sempre foi concebido dessa forma Questiona o seu lugar epistemol gico no universo conceitual p 257 A teoria de sistemas carece ent o como paradigma de um alicerce conceitual na medi
36. 1994 p 29 explica brevemente o significado do neoliberalismo para o momento hist rico o neoliberalismo o projeto de encolhimento do espa o p blico e do alargamento do espa o privado donde seu car ter essencialmente antidemocr tico caindo como uma luva na sociedade brasileira A democratiza o da sociedade brasileira sofreu profunda transforma o em diferentes setores nos anos 80 e 90 do s culo XX Segundo Sorj 2000 a sociedade brasileira singular e necess rio considerar a grande capacidade de resist ncias hist ricas de enorme plasticidade e sem a preocupa o excessiva em prote o aos particularismos que a posicionou de modo privilegiado frente s tend ncias internacionais Por outro lado pode se acomodar e ser manipulada no sentido da acomoda o passividade e absor o acr tica de modismos e das novas formas de domina o p 129 Sem d vida a redemocratiza o no Brasil e os debates pela institucionaliza o do projeto de educa o ainda em vigor trariam subjacentes um forte apelo s tend ncias internacionais em especial ao projeto de Reforma do Estado e ao discurso neoliberal tendo as solu es e empr stimos do Banco Mundial para a educa o como fortes p los de atra o das elites pol ticas locais A educa o assume um papel privilegiado no conjunto da crise do capitalismo principalmente nos anos 80 90 No Brasil as pol ticas educacionais acompanhar
37. 3 os denomina como Conselhos Apesar de n o haver lei obrigando a cria o dos Conselhos Municipais de Educa o muitos munic pios criaram seus conselhos quando estabeleceram seu pr prio sistema educacional Ocorre que essa n o uma obrigatoriedade no m ximo uma recomenda o Em linhas gerais apesar do conjunto de legisla o ter como princ pio a gest o democr tica da educa o esse princ pio deveras t mido A LDB da reforma dos anos 1990 n o incorporou a Gest o Democr tica e as duas dimens es que a constituem mas deixou em aberto a sua possibilidade A primeira dimens o da Gest o Democr tica est ligada ao acesso perman ncia e ao sucesso do aluno na institui o escolar A cidadania passa pela inclus o do aluno na educa o Nada mais justo tico e louv vel Por m quem define os pressupostos de que essa educa o apropriada nas institui es escolares Como se deu o conjunto da elabora o da legisla o dos curr culos da estrutura da educa o ou o que deve ser avaliado A segunda dimens o da Gest o Democr tica est ligada constru o de um espa o democr tico no interior da escola e do sistema educacional como um todo Essa dimens o entende que a educa o como processo ampliado educa o pr prio educador quando este compartilha o processo decis rio na institui o escolar Inclui todos os envolvidos nos processos de tomadas de decis es execu o e av
38. CRUZ Sebasti o C Velasco Institui es internacionais e reforma neoliberal In Esteves P L org Institui es internacionais seguran a com rcio e integra o Belo Horizonte PUC Minas 2003 p 353 375 CURY Carlos Roberto Jamil Lei de Diretrizes e bases da Educa o Rio de Janeiro DP amp A 2001 Legisla o educacional brasileira Rio de Janeiro DP amp A 2000 319 DAMASCENO A et al A educa o pol tica como ato pol tico partid rio S o Paulo Cortez 1988 DARIO RODRIGUES M JAVIER TORRES N Autopoiesis la unidad de una diferencia Luhmann y Maturana Sociologia Porto Alegre Ano 5 n 9 p 106 140 jan jun 2008 DAVIES Flora Comunica o n o verbal S o Paulo Summus 1979 DAVIES Nicolas CONFUNDEF as confus es criadas pelas autoridades a respeito do fundef e da valoriza o do magist rio Contexto amp Educa o Iju ano 15 n 57 p 101 119 jan mar 2000 Tribunal de contas faz de contas ou faz de conta na avalia o dos gastos governamentais em educa o Contexto amp Educa o Iju ano 13 n 52 p 122 132 out dez 1998 DELEUZE Gilles Que s un dispositivo In Michel Foucault fil sofo Barcelona Gedisa 1990 p 155 161 DELEUZE G GUATTARI F O que a filosofia S o Paulo ed 34 1997 DESCENTRALIZA O THINES Georges LEMPEREUR Agn s Dicion rio geral das ci ncias sociais Lisboa Ed 70 1984 DICION RIO ELETR NICO HOUAI
39. HOUAIS 2001 Do grego vnroxs uevov est ligado tradi o filos fica e aparece em Plat o Arist teles o define como um dos modos 39 de subst ncia sujeito aquilo que pode dizer qualquer coisa Mas que por sua vez n o pode ser dito de nada Sujeito pode ser entendido como mat ria que comp e algo forma de algo e tamb m uni o da mat ria com a forma Al m da metaf sica aristot lica o sentido geral do termo sujeito indica o objeto real ao qual s o inerentes ou ao qual se referem as determina es predic veis Come ou no s culo Il d C o uso gramatical do termo e os medievais adotam a determina o de Arist teles e denominam de subjectum ou suppositum uma vez que a ela correspondem as qualidades ou outras determina es ABBAGNANO 1998 O sujeito uma inven o moderna e o que ele representa est ligado aos valores da modernidade e de determinadas qualidades que surgiram somente no contexto de transforma o da sociedade burguesa Dumont 1993 descreve tr s princ pios organizadores para diferenciar a sociedade tradicional da moderna O primeiro constitu do pela hierarquia igualdade O segundo pela tradi o autonomia O terceiro pelo holismo individualismo Nas sociedades hier rquicas e igualit rias a natureza matriz das desigualdades Ao nascerem desiguais os sujeitos dar o continuidade ao que j est posto sem aspira es a diferen as em um contexto hierarquizado uma conce
40. Os micropoderes institu dos em nossa sociedade produzem paralisia naturaliza o despolitiza o morte Funcionam como captura do desejo do devir tentando domin lo com a racionalidade Mas a SEME em muitas ocasi es foi dan arina O que a autora destaca que apesar dos problemas muitos profissionais que viveram aquele momento destacam uma maior dignidade em suas atividades em sua pr tica Parcerias e encontros se tornaram poss veis e muito da estrutura educacional proposta foi viabilizada As escolas tiveram sem d vida uma condi o melhor de desenvolverem os seus projetos incorporando a gest o democr tica como parte do cotidiano das escolas do munic pio de Vit ria ES 289 7 1 5 O fim a gest o da Frente Vit ria continuidade com ruptura Com a mudan a de prefeito e posteriormente do secret rio de educa o no in cio de 1995 e para fazer frente organiza o dos encontros por segmento al m da organiza o do Ill congresso de conselhos de escola e pr escola houve a reestrutura o da comiss o Durante o Ill congresso de Conselhos de Escola do Munic pio de Vit ria resultou a cria o de uma Comiss o Incentivadora composta por membros da ASSOPAES do segmento de pais da rede municipal do F rum em defesa da qualidade do ensino p blico municipal segmento de alunos professores e servidores Essa comiss o passou ent o a participar e atuar em conjunto com a OGP denominada
41. TICO E A ESCOLA MUNICIPAL RR E 291 7 3 O PROJETO POL TICO PEDAG GICO DA INSTITUI O ESCOLAR E A MEDIA O DA DIVERSIDADE c sn ineeeeeseseseeeereneeerarererereran o 295 7 4 A MEDIA O ENTRE A ESCOLA E SISTEMA EDUCACIONAL NO MUNICIPIO srein kana a E a E AE aaa 305 CONSIDERA ES FINAIS rr teeeeeerererenererrereereneo 306 REFERENCIAS a o ai 316 INTRODU O Ao iniciar a caminhada de produ o dessa tese algumas preocupa es foram fundamentais para tra ar essa jornada Pretendo brevemente destacar o teor dessas indaga es e inten es para que o caminho que escolhi seja comunicado de forma adequada e as op es te rico metodol gicas contextualizadas O elemento fundamental que proporcionou o in cio desse trabalho foi a escola p blica em ltima an lise a escola como institui o As indaga es iniciais foram relativas rela o que a escola estabelece com as inst ncias superiores e hier rquicas a autonomia da escola e seu projeto pol tico pedag gico frente pol tica educacional aos projetos municipais e aos planos estaduais Em suma a rela o entre o projeto proposta estilo e aspira es dos envolvidos com o cotidiano escolar e as decis es pol ticas do executivo que em muitos casos desarticula a organiza o da escola Essas indaga es n o se constitu ram por abstra o produto de percep es e experi ncias do autor deste trabalho em especial d
42. circundante n o por interm dio de um centro mas por meio de liga es com a periferia Para Luhmann o sistema de auto refer ncia nunca a totalidade de um sistema fechado e nunca o pr prio fato da refer ncia Como a transi o do sujeito para o sistema de Luhmann o si mesmo da auto refer ncia se torna obsoleto a teoria dos sistemas n o disp e de nenhuma figura do pensamento que corresponda ao ato lesado e reprimido da reifica o pois no conceito de auto refer ncia caracter stico da filosofia do sujeito a reifica o da subjetividade como possibilidade de erro est contida estruturalmente HABERMAS 1990 Outra cr tica que Habermas destaca em rela o sociedade Se sociedades desdiferenciadas funcionalmente n o dispuserem de identidades tamb m n o podem constituir uma identidade racional pois para Luhmann o princ pio da 109 diferencia o torna ao mesmo tempo a quest o da racionalidade mais urgente e insol vel O que faz falta um subsistema social para a percep o das interdepend ncias do meio circundante afirma Habermas Luhmann nega solu es simples para as tentativas de resolu es da teoria do sujeito como a tica Estado de Hegel ou a esperan a marxista da revolu o Se indiv duos s o inseridos e submetidos como partes no sujeito de n vel superior da sociedade como um todo h um jogo de for as nulo no qual os crescentes espa os de liberdade e manobra dos indiv d
43. como pensar e assimilar novos conhecimentos supondo que uma determinada informa o seja correta p 43 Esse ltimo caso relativo aos resultados pretendidos com a comunica o Mesmo com as dificuldades ultrapassadas pelos dois pontos anteriormente destacados resta a ltima a de conseguir incorporar a comunica o ao n vel do comportamento do outro e al m de conseguir fazer o outro adotar os conte dos visados como premissa de a o Tanto a intersubjetividade como o consenso do m dium ling stico s o problem ticos tendo em vista essas improbabilidades A informa o n o clara cristalina ou universal ela irrita o As improbabilidades destacadas acima atuam como fatores de dissuas o e os sujeitos abster se o de se comunicar quando n o t m garantias de que os objetivos sejam atingidos e a mensagem seja compreendida Em decorr ncia n o se constituiriam os sistemas sociais A transforma o de improbabilidades em probabilidades evidenciaria o processo de regula o e forma o dos sistemas sociais Como um processo seletivo determina qual sistema social vi vel O rec proco refor o das formas de improbabilidade n o possibilita a convers o em probabilidade e n o existem meios que facilitem o avan o constante do entendimento entre os homens O sistema de comunica o de massa atua como se todos esses problemas estivessem resolvidos mas h tamb m o cres
44. de educa o que o governo do PSDB propunha 291 7 2 EDUCA O E DESCONTINUIDADE O COMPORTAMENTO NEUR TICO DO EXECUTIVO E A ESCOLA MUNICIPAL Antes de tratar da educa o no munic pio cabe resgatar um problema causado pela concorr ncia dos sistemas educacionais Mesmo que a LDB e a EC 14 96 tenham disciplinado a estrutura da educa o brasileira existe pelo menos formalmente um sistema educacional por munic pio Considerando que h mais de 5 000 munic pios no Brasil esse n mero corresponde ao n mero de sistemas educacionais que existem atualmente Os sistemas municipais necessitam de uma comunica o formal com o sistema estadual Em muitos estados da federa o os munic pios mais ricos t m as escolas de seu sistema melhor aparelhadas que as escolas estaduais Os professores t m melhores sal rios as condi es de trabalho s o melhores e existe um quadro t cnico administrativo com razo vel qualifica o para trabalhar com as escolas Todavia n o essa a realidade da maioria dos munic pios brasileiros Como destaca relat rio do Projeto Nordeste as escolas municipais tendem a ser menores que as escolas estaduais e a ter menos recursos financeiros e pedag gicos Geralmente t m apenas um professor e nenhum diretor e funcionam em locais provis rios s vezes em resid ncias de professores As escolas municipais geralmente empregam professores com n veis mais baixos de qualifica o profissional
45. e com a conex o estrutural desestabiliza a informa o como coisa pronta e finalizada Se bem que seu principal e mais conhecido cr tico seja Habermas que rejeita 103 radicalmente a perspectiva te rica de Luhmann outros autores fazem a cr tica e se apropriam de alguns conceitos como o caso de Siegfried Shimidt conforme an lise de Silvia Sampaio 2003 Quais seriam as consequ ncias para o estudo da escola e da educa o de forma geral as considera es destacadas sobre comunica o poss vel entender a comunica o como elemento cristalino que transita nos canais adequados e recebido e entendido Pode se considerar a comunica o como m dium que se estabelece intersubjetivamente por meio de um consenso universal Podemos aceitar a diferen a existente entre cogni o dos agentes e o processo de comunica o como m dium social A rela o entre os agentes da comunica o seria improv vel tendo como resultado a produ o de diferen as dada a complexidade existente necess rio tratar com mais detalhes a cr tica de Habermas a Luhmam e a resposta deste para estabelecer um horizonte mais amplo quanto possibilidade de reflex o das quest es acima enunciadas 104 3 COMUNICA O E SISTEMA AUTOPOI TICO EM LUHMANN E A CRITICA DE HABERMAS Pensar a escola e a comunica o que a instaura e a institui requer o resgate das diferentes discuss es sobre os debates atuais no co
46. efici ncia nos processos educacionais p 81 pertinente a an lise que o referido autor faz da descentraliza o na Am rica Latina No bojo da descentraliza o e da desconcentra o est o processo de crise do modelo de Estado Na o que provocaria insatisfa es quanto ao modelo de desenvolvimento social e de pol ticas educacionais em vigor face ao enfrentamento das crescentes exig ncias do processo educativo Entre as diversas insatisfa es estaria em primeiro lugar a de car ter pol tico pois hoje o modelo de democratiza o calcado na centralidade n o consegue dar conta de compensar a exclus o e as desigualdades ou seja n o estaria levando a termo o compromisso hist rico assumido junto s massas desde os anos 20 30 da democratiza o do acesso e da perman ncia na escola A extens o da cobertura 215 teria sido limitada tanto pelo lado da insuficiente oferta educacional quanto pelas desigualdades que teriam aumentado no interior das sociedades As estat sticas escolares refletem essa situa o na qual o fracasso escolar que se exprime na repet ncia o absente smo e a sobre idade se concentram principalmente nos setores rurais e urbano marginais p 78 A segunda grande fonte de insatisfa o estaria na crise do financiamento da educa o pois se a educa o um processo que exige maior aloca o de recursos e ocupa um lugar cada vez mais privilegiado nas estrat gias de desenvolv
47. es e supera o Paulo Freire 2002 refaz a perspectiva do di logo e o estrutura de outra forma A palavra se encontra no di logo fen meno humano Por m a palavra verdadeira transforma o mundo mas a palavra inaut ntica com que n o se pode transformar a realidade esgota a dimens o da a o Assim que esgotada a palavra de sua dimens o de a o sacrificada automaticamente a reflex o tamb m se transforma em palavrearia verbalismo blablabl Por tudo isso alienada e alienante E uma palavra oca da qual n o se pode esperar den ncia do mundo pois que n o h den ncia verdadeira sem compromisso de transforma o nem este sem a o p 78 A exist ncia humana para Freire 2002 n o pode silenciar perante as injusti as mas nutrir se de palavras verdadeiras que por seu turno o pronunciam e evocam for as para a transforma o do mundo N o no sil ncio que os homens se fazem mas na palavra no trabalho e na a o reflex o p 78 O di logo ent o o encontro dos homens que vai al m da rela o eu tu Mediatizados pelo mundo buscam pronunci lo e transform lo Portanto para Freire 2002 Esta a raz o por que n o poss vel o di logo entre os que querem a pron ncia do mundo e os que n o a querem entre os que negam aos demais o direito de dizer a palavra e os que assim se acham negados desse direito E preciso primeiro que os que assim se encontram negados no direito
48. es que longe de serem consensuais mostram opacidades As rela es profissionais na escola s o um assunto parte Quando o educador se torna o dono da escola a l gica implicada nessa situa o a do patrimonialismo expressa pelo clientelismo Por m esse profissional mal pago enfrenta jornadas exaustivas de trabalho fica na linha de frente do processo educacional e dele tudo exigido compreende se a necessidade de buscar a sua auto estima como profissional O educador tamb m cada vez mais desqualificado em uma sociedade que confunde instru o com doc ncia E ainda a educa o formal confunde se com a socializa o e o docente transforma se em um animador perdendo grande parte de seu papel social Aumenta se a incerteza sobre as reais necessidades da escola e da educa o Dufour 2005 p 148 entende que esse um processo complexo As institui es escolares compreendida a a universidade se encontram numa miss o de acolhimento de popula es incertas na qual a rela o com o saber se tornou uma preocupa o muito 298 acess ria ou espor dica No que concerne educa o trata se sobretudo de guardar os futuros desempregados pelo maior tempo poss vel e ao menor custo Um tipo novo de institui o pl stica cujo segredo a p s modernidade possui a meio caminho entre alojamento de jovens e a cultura hospital dia e asilo social assimil vel a esp cies de parques de dive
49. es sociais unicamente p de existir com o surgimento dos movimentos populares no s culo XIX p 19 O mesmo autor coloca ainda que n o tem havido pol tica social deslocada das contesta es populares e que o Estado assume historicamente algumas reivindica es consagrando aquilo que aceit vel para o grupo dirigente no momento a pol tica social uma maneira de expressar rela es sociais cujas ra zes se localizam na produ o p 22 Historicamente no capitalismo concorrencial apesar de a base te rica de suas pol ticas se encontrarem no liberalismo e termos entre os seus princ pios a n o interven o do Estado o desenrolar da Revolu o Industrial inglesa gerou uma s rie de problemas para a plena acumula o como a elimina o dos resqu cios do mercantilismo que acabou por alterar a pr pria estrutura do liberalismo ingl s O governo central passou a intervir nas quest es sociais principalmente por meio da legisla o como suporte para o desenvolvimento econ mico Com o desenvolvimento das for as produtivas do capitalismo no s culo XIX na Europa Ocidental na Am rica do Norte a partir de 1870 o capitalismo concorrencial ideologicamente estruturado no liberalismo passa por transforma es cedendo lugar ao capitalismo monopolista face s crises peri dicas do momento concorrencial O que importa observar e destacar com a m xima nfase que a constitui o da organiza
50. its democratical management but in a horizontality relation having as a challenge the opacity of agents that compose the educational institution and not having as the starting point the understanding the consensus and the clean communication power When it is possible a dialogical relation that estimulates the school participation in the sphere of the system with the organization of deliberative municipal councils councils annual meeting or school meetings to exchange experiences of its projects the possibilities to exist the democratization at school become higher Key words Educational System Pedagogical politic projetc Dialogical communication Educational politics municipal projects Educational institution autopoiesis RESUMEN Tlene como foco de an lisis te rica de la comunicaci n entre sistema educacional municipal y la escuela tiene en vista la mediaci n dial gica que se establece entre la escuela y el sistema educacional y la descontinuidad de propuestas del poder ejecutivo municipal Analiza la relaci n entre el proyecto pedag gico democratizaci n y municipalizaci n de la educaci n y el universo de la escuela visando la reforma educacional y las transformaciones macro estructurales de la sociedad brasile a vinculada al sistema capitalista productor de mercanc as Analiza la reforma educacional de los a os 90 del siglo XX y la submisi n al ideario establecido por instituciones internacionales como el
51. m dium de comunica o que n o apropriada para superar o egocentrismo das perspectivas individuais do sistema por meio de uma perspectiva de n vel superior comum e de car ter supra e intersist mico A separa o entre a dimens o social e a factual destaca o autor supracitado deve excluir precisamente aquilo que se inclinado a aceitar como telos da linguagem fundamentar a minha compreens o de uma coisa com refer ncia possibilidade de um consenso que n s visamos conjuntamente sobre esta coisa conforme a teoria da a o comunicativa Para Luhmann a linguagem n o oferece terreno s lido sobre o qual o Altere o Ego possam encontrar num consenso sobre algo pois o meu consenso consenso apenas em rela o ao teu consenso mas o meu consenso n o o teu consenso e n o existem tamb m quaisquer argumentos factuais ou raz es racionais que possam em ltima an lise assegurar esta coincid ncia 1984 apud HABERMAS 1990 p 347 E o erro cardinal do humanismo foi considerar essa possibilidade Para Luhmann se existe a separa o entre os dois sistemas necess ria a integra o que ocorre por exemplo pelo conceito de interpenetra o significa que dois sistemas que constituem mundo circundante um para o outro restringem espontaneamente os graus de liberdade de tal rela o externa para se tornarem mutuamente dependentes um do outro Existe a interpenetra o social ou inter humana
52. na rela o dial gica a dimens o cr tica conforme destacado na cita o acima Na dicotomia ing nuo x cr tico a ingenuidade mais do que ignor ncia um agarrar se aos espa os feitos constitu dos Uma acomoda o que nega a temporalidade e impertin ncia dos processos Dessa forma a ingenuidade entre os homens uma nega o da vida de si mesmo e da exist ncia O pensar dial gico cr tico na medida em que um dispositivo que percebe realidade como processo nunca completo sempre em transforma o E essa 25 rela o opera no espa o da vida das contradi es evidenciando as e buscando formas de supera o Justamente na rela o educador educando se instaura como situa o gnosiol gica em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognosc vel que os mediatiza p 83 Essa media o compartilhada cr tica pois reconhece as igualdades e se funda na supera o de uma dada situa o importante destacar que para Freire 1995 o di logo se d entre iguais e diferentes por m nunca entre antag nicos No antagonismo o que existe no m ximo um pacto Entre esses h o conflito de natureza contr ria ao conflito existente entre iguais e diferentes 26 1 CONTING NCIA E CRISE DA MODERNIDADE Ao tratar a quest o educacional em especial a escola e a organiza o da educa o faz se necess rio um resgate da perspectiva te rica que tenha compromiss
53. nessa abordagem estariam vinculadas busca da legitimidade do Estado sendo este uma composi o de for as historicamente condicionadas e sua a o teria rela o direta com as transforma es do processo produtivo e com as crises do capitalismo Em rela o s crises do capitalismo importante destacar a abordagem de Kurz 1999 A reelabora o da teoria da crise marxista indica um caminho diferente de an lise em que o colapso do socialismo real est vinculado diretamente crise de todo sistema capitalista tendo em vista que o modelo socialista inclusive sovi tico de liberta o revolucion ria continuou sendo os modos de produ o baseados no valor sem supera o O capitalismo foi mantido em suas categorias fundamentais e o que se 190 remodelou foi o seu controle por meio da estrutura pol tico administrativa no formato de Estado nacional N o ocorreu uma ruptura com o capitalismo ao contr rio uma nova forma de controle em dire o a ele As revolu es sob a bandeira do socialismo realizadas em pa ses perif ricos em rela o ao centro capitalista foram na realidade revolu es burguesas Partindo do exposto acima Kurz 1999 estabelece uma nova teoria da crise para al m da teoria marxista Para o marxismo a crise se coloca como interrup es passageiras no conjunto da acumula o capitalista de cunho conjuntural ou com rupturas que levariam a um novo modelo de acumula o capitalista
54. nico de car ter natural moral e jur dico a raz o de estado e o amor paix o a verdade cient fica obtida metodicamente o dinheiro e o direito tomas dire es distintas especializando se em diversas improbabilidades de comunica o eficaz Servem se de vias de comunica o diferentes por exemplo a raz o de Estado serve se do ex rcito e da hierarquia administrativa o amor paix o de sal o das cartas public veis e da novela e d o lugar diferencia o de sistemas funcionais e tipo distinto que acabam por possibilitar a ren ncia a uma organiza o constitucional da sociedade e com isso a transi o para a sociedade moderna p 49 Nesse contexto surge a ordem pois a comunica o improv vel torna se poss vel e se normaliza nos sistemas sociais produzindo transforma es que colocam novas exig ncias cultura de modo que h uma perda de elementos antigos como o culto ao passado s o substitu dos por outros tal como o culto ao novo H o aumento da agilidade com que se provocam as mudan as institucionalizando se progressivamente a arbitrariedade Em rela o ao conceito de comunica o de massa para Luhmann 2001 esta parece ser uma quest o demasiado limitada na medida que se fixa a aten o nos estudos dos efeitos que os meios de comunica o t m sobre o indiv duo Essa 97 perspectiva limitada pois parte do princ pio que o comportamento individual deformado pela
55. o dial gica do sistema municipal na gest o democr tica da escola p blica oportuno observar que em 1992 apesar de todo o empenho para que um contingente representativo redigisse coletivamente a legisla o tal expectativa n o ocorreu havendo limites na participa o direta da grande maioria dos segmentos escolares mas n o impedindo que se efetivasse o ordenamento Resta perguntar 285 por que n o ocorreram as manifesta es desejadas preciso deixar claro que apesar de todo empenho do sistema n o havia uma cultura de participa o consolidada nas escolas Sendo o sistema educacional quem trata da democracia a desconfian a se instala nos educadores A postura do munic pio foi uma atitude em que se alinhava as propostas do partido e do grupo da Frente Vit ria Tal movimento possibilitou a abertura de espa os democr ticos que antes n o existiam A C mara Municipal aprovou a lei 3776 92 que regulamentou a implanta o dos conselhos de escola e de pr escola na rede municipal e ainda em 1992 diversos outros ordenamentos concorreram para efetivar a Gest o Democr tica tal como a Portaria 005 92 que regulamentou os conselhos de escola e os decretos 8765 8779 e 8816 92 que regulamentaram as elei es de diretores nas unidades escolares da rede municipal de Vit ria Devido necessidade de assessoramento s unidades de amplia o da Gest o Democr tica como forma de aprofundar a autonomia das esco
56. o educacional que prop e uma mudan a para as quest es qualitativas da educa o objetivando assegurar os direitos conquistados O Parecer 30 2000 do Conselho Nacional de Educa o cujo relator foi Jamil Cury destaca que a cria o dos sistemas municipais e dos rg os municipais de educa o imprescind vel tendo em vista o determinado no art 89 da LDB ou seja um prazo de tr s anos para que creches e pr escolas existentes ou que fossem criadas devessem ser integradas no respectivo sistema de ensino O munic pio segundo a resolu o teria a op o de integrar se ao sistema estadual ou de compor com o Estado um sistema nico de educa o b sica No seu sistema o munic pio deveria criar seu pr prio rg o normativo conforme est explicitado nos artigos 11 e 12 da LBD 9394 96 assim como cumprir a legisla o que correspondente N o se trata de redes mas de um sistema O princ pio da Gest o Democr tica do ensino p blico descrito nos artigos 3 14 e 15 268 No artigo 14 delega maiores detalhamentos aos sistemas Por m o inciso Il diz que um dos componentes desta gest o a participa o das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes Mas n o faz refer ncia ao Conselho Municipal ou Estadual de Educa o Por m na lei 9 424 96 a que institui o FUNDEF ao se referir composi o dos Conselhos Sociais e Fiscais de Financiamento art 4 8 Il c e o
57. o escolar uma introdu o cr tica S o Paulo Cortez autores associados 1986 Gest o democr tica da escola p blica 2 ed S o Paulo tica 1998 Elei o de diretores a escola p blica experimenta a democracia Campinas Papirus 1996 PARSONS Talcot Sociedades perspectivas evolutivas e comparativas S o Paulo Pioneira 1969 Org Uma vis o geral In Sociologia americana perspectivas problemas e m todos S o Paulo Cutrix 1970 p 366 383 PARTIDO DOS TRABALHADORES Diretrizes pol ticas para a educa o In DAMASCENO A et al A educa o pol tica como ato pol tico partid rio S o Paulo Cortez 1988 p 109 125 PEREIRA LC B SPINK P Orgs Reforma do estado e administra o p blica gerencial 4 ed Rio de Janeiro Editora FGV 2001 PERONI Vera Pol tica Educacional e o papel do Estado no Brasil dos anos 90 S o Paulo Xam 2008 PETITAT Andr Produ o da escola produ o da sociedade an lise s cio hist rica de alguns momentos decisivos da evolu o escolar no ocidente Porto Alegre Artes M dicas 1994 POLISTCHUK Ilana TRINTA Aluizio Ramos Teorias da Comunica o O pensamento e a pr tica da comunica o social Rio de Janeiro Campus 2002 POPPER Karl A l gica da pesquisa cient fica 2 ed S o Paulo Cultrix 1975b Conhecimento objetivo uma abordagem evolucion ria S o Paulo Itatiaia Edusp 1975a POULANTZAS Nicos O Esta
58. of cios e outros documentos Tais foram por mim compilados quando trabalhei na rede municipal e fazem parte de um pequeno acervo pessoal 217 e amplia o em mais 08 oito unidades Foi uma verdadeira revolu o para a cidade ilha Na poca a educa o municipal n o s no munic pio de Vit ria padecia de um quadro de abandono aus ncia de quadros profissionais em especial na secretaria de educa o Eram elevados os n meros de reprova o evas o e repet ncia Os sal rios pagos aos educadores eram piores ou no m ximo semelhantes aos da rede estadual Dessa forma n o era atrativo para os profissionais o emprego municipal na capital Diferentemente era o emprego estadual que contava com um sistema com quadro de profissionais de carreira O clientelismo a indica o por parte dos vereadores era moeda corrente na capital do estado do Esp rito Santo anterior ao governo do PT e de longa dura o hist rica na sociedade brasileira O trabalho nas escolas era prec rio e havia falta de tudo aus ncia de vagas para dar conta da demanda por educa o formal aus ncia de recursos materiais para o trabalho pedag gico desvio de merenda escolar d ficit de professores grande n mero de professores contratados altas taxas de evas o e repet ncia baixos sal rios autoritarismo no inteiro das escolas descaso com a comunidade o que mostrava a aus ncia da presen a de um planejamento municipal para a educa o
59. produ o Aos amigos e alunos das escolas e do sistema municipal de ensino de Vit ria ES Ao grupo de Filosofia de educa o Norte e Nordeste Aos amigos da ANPAE Esp rito Santo Aos amigos e alunos da UVV e todos os rostos com os quais compartilhei para concluir esse trabalho O frente a frente rela o ltima e irredut vel que nenhum conceito pode abranger sem que o pensador que pensa tal conceito se encontre de imediato em face de um novo interlocutor torna poss vel o pluralismo da sociedade Emmanuel Levinas Sabemos hoje que n o existe saber verdadeiro sen o aquele que p e em quest o a sua pr pria validade Cornelius Castoriadis nada do que alcan amos definitivo acabado tudo abertura para o aberto Dante Augusto Galeffi RESUMO Tem como foco de an lise te rica da comunica o entre sistema educacional municipal e a escola tendo em vista a media o dial gica que se estabelece entre a escola e o sistema educacional e a descontinuidade de propostas do executivo municipal Analisa a rela o entre o projeto pedag gico democratiza o e municipaliza o da educa o e o universo da escola tendo em vista a reforma educacional e as transforma es macro estruturais da sociedade brasileira vinculada ao sistema capitalista produtor de mercadorias Analisa a reforma educacional dos anos 90 do s culo XX e a submiss o ao ide rio estabelecido por institui
60. realiza um exaustivo trabalho de pesquisa com os munic pios e as capitais dos estados da federa o sobre o princ pio da gest o democr tica da escola p blica para concluir que o principal fator que leva aus ncia de continuidade entre outros absurdos o patrimonialismo O Estado patrimonialista em seu gigantismo seu centralismo e em sua fun o empreendedora de produtor da riqueza da na o tudo abarca curta do enfraquecimento da sociedade e do fortalecimento dos estamentos que o dominam O patrimonialismo constitui a terra seca e inf rtil de um Estado que inibe a germina o das sementes da participa o na qual se efunda a democracia p 43 Nesse Estado patrimonial a regra o comportamento autocr tico e autorit rio o prefeito legitimado pelo voto que dita sociedade a sua vontade pessoal como se fosse estatal Ele o dono do governo e o secret rio de educa o seu homem de confian a o qual dever escolher aqueles que tamb m s o dignos de n o questionar o seu mando para compor a estrutura do sistema educacional Principalmente nos munic pios n o h provimento dos cargos do sistema por meio de concurso Nessas condi es n o h a moderniza o das estruturas do Estado como proposta por Max Weber N o permitido para estabelecer um continuum na educa o constituir nem mesmo uma burocracia profissional em especial no munic pio Se em alguns munic pios o quadro
61. retorno n o mec nico Da ser um termo privativo das rela es dial gicas entre seres humanos GOMES 1997 p 14 63 Comunica o deriva do latim Etimologicamente communica io nis a o de comunicar de partilhar de dividir HOUAISS 2002 Implica participa o em intera o consistindo em troca de mensagens emiss o ou recebimento de informa es novas RABA A BARBOSA 1995 Pela vis o de Pasquali apud GOMES 1997 comunica o o elemento que se estabelece entre seres humanos Tal conceito se apresenta em uma polissemia de sentidos todos eles mediados por seres humanos Comunica o um conceito t o abrangente que envolve diferentes reas do conhecimento Entre elas pode associar se ao processo natural universal de inter rela o e influ ncia rec proca entre as partes de uma organiza o e desta com seu ambiente Outras vezes pode querer indicar aspectos institucionais dedicados produ o e circula o de mensagens em uma sociedade e em v rios n veis de especificidade em diferentes locais tais como empresas governo comunidade ou ainda ligada veicula o e produ o de informa es Ou seja Temos uma s rie de concep es poss veis para a palavra comunica o um processo natural universal que alcan a sua m xima complexidade no ser humano que vive em sociedade um conjunto de pr ticas composto por organiza es sociais que faciltam a circula o das mensagens ou
62. social muito mais do que aparenta Todavia a dimens o da organiza o escola estaria vinculada ao sistema educacional Dessa forma o sistema educacional comunica n o com professores alunos e pais mas com a organiza o escolar j que ela possibilita pela sua estrutura formal e burocr tica produtos resultados mensur veis respostas simples Cabe resgatar o sentido do sistema educacional 4 2 SISTEMA EDUCACIONAL E A EDUCA O BRASILEIRA Quando em estudo discute se o sistema educacional em a o como pr xis efetivada ou como hermen utica jur dico pol tica interpretando os ordenamentos que tratam dos sistemas e sua pertin ncia na organiza o da educa o nacional No desenrolar da reforma educacional durante os anos do Governo Cardoso 1995 2002 foram constitu dos diferentes sistemas municipais na federa o com grande diversidade de propostas projetos e pr ticas O que n o est claro a concep o de sistema pensada e vivida como pr xis efetivada tendo em vista a estrutura de um macro sistema nacional Considerando o tratamento da quest o sob o ponto de vista operacional quais concep es te ricas t m subsidiado as pr ticas de avalia o controle e comunica o do sistema educacional Al m disso outra quest o que se coloca partir de que perspectiva poss vel entender o sistema educacional brasileiro como sistema 162 No parecer 30 2000 o
63. tendo em vista a descontinuidade de propostas do executivo municipal e a singularidade da unidade escolar Uma das primeiras dificuldades foi o resgate te rico do que um sistema em especial o sistema educacional Essa dificuldade deu se em decorr ncia da polissemia com que o termo tratado n o s na rea educacional como tamb m em outras diferentes reas das ci ncias humanas como a filosofia a sociologia e a hist ria Diferentes pensadores t m uma no o pr pria de sistema que se refere geralmente a quest es distintas Por isso a necessidade de investigar essa heterogeneidade e principalmente a forma como o sistema abordado assim como a educa o atualizada no contexto do capitalismo complexo Dessa maneira a investiga o levou me teoria dos sistemas autopoi ticos de Niklas Luhmann ou como ele mesmo denomina Funcionalismo Estrutural A teoria do senhor Luhmann primeira vista extremamente formal aproxima se em muitos aspectos do trabalho de Giles Deleuze que tamb m uma teoria da comunica o pois para seu criador nos sistemas sociais a comunica o elemento chave A formalidade e o car ter funcional da teoria sist mica de Luhmann al m de trazer consigo a comunica o destaca a autopoiese a qual leva indetermina o e singularidade dos sistemas No texto estabelecida a diferen a do conceito de autopoiese de Luhmann da a
64. 156 mil habitantes e o restante 86 4 aos demais munic pios ANDRADE 20083 Durante a Constitui o de 1988 a descentraliza o foi um dos princ pios que nortearam a elabora o da Carta expressa importante no resgate do papel dos munic pios Contudo ao passar para os munic pios a parcela do bolo tribut rio nacional tamb m os servi os passam para a al ada municipal a execu o da presta o dos servi os de sa de e parte das tarefas da educa o com prioridade para a educa o pr escolar e para o ensino fundamental Concomitantemente discuss o do alcance da municipaliza o e do incremento de receita dos munic pios que se modernizaram e passaram a arrecadar impostos que antes n o eram 211 cobrados est colocada a quest o da descentraliza o real adas as quest es gerenciais e financeiras Notadamente na quest o educacional outros elementos antes n o contemplados passaram a fazer parte dessa discuss o devido ao clima que se vivia no Brasil proporcionado pela constru o da via democr tica Nos anos do Governo de Fernando Henrique Cardoso 1995 2000 quando o Estado se organizou com grupos que lhe permitiram uma coaliz o est vel do ponto de vista institucional o Estado tentou descentrar os servi os e a presta o destes para o cidad o Muitas empresas foram privatizadas como parte de um projeto mais amplo A privatiza o tamb m ocorreu especialmente na educa o super
65. 173 Afirma ainda que mais apropriado do que falar em sistema seria usar o termo sistematiza o uma vez que as depend ncias internas de um sistema educacional estar o sempre em constante muta o tanto em seu interior quanto nas rela es com o exterior Ao criticar o termo sistema Rom o 2000 entende que o termo sistema um termo que hipostasia a realidade n o expressando din mica Talvez seja interpretado desta forma porque a reforma educacional brasileira assim expressa em sua interpreta o Abreu 1999 destaca que tanto a dimens o de Saviani 1996 quanto a an lise de Rom o 1997 apesar de constitu rem uma discuss o te rica importante sobre sistema educacional no Brasil a an lise dos pensadores parcial Focam no sistema de ensino como rela o entre institui es escolares e rg os educacionais sendo secund rias s abordagens sobre financiamento e infra estrutura necess rias exist ncia do sistema O debate se desenvolve no campo l gico formal e conceitual que pouco tem a contribuir para o entendimento da realidade A autora citada apresenta ent o a sua s ntese incluindo especialmente a an lise de Rom o 1997 do que entende por sistema educacional a A id ia central da no o de sistema a exist ncia de partes que se relacionam formando um todo por m sem perder a individualidade ou a especificidade implicando em uma unidade na diversidade
66. 18 Tendo em vista essa dial tica forma x conte do seu grande paradoxo consiste na expans o da forma e na recusa do conte do de seus elementos internos de racionalidade um conflito entre indiv duo e coletivo Aceita se a parte formal e individualista mas n o a parte restritiva da racionaliza o da organiza o comunit ria e coletiva Justamente as benesses da industrializa o da urbaniza o da informatiza o do aumento da produtividade e dos aparelhos de lazer s o aceitos e atualizados A obsolesc ncia ocorre ent o no ponto de vista cultural art stico liter rio e filos fico A moderniza o aceita mas a racionalidade n o Ainda segundo Stein 2001 a modernidade caracteriza se pela unidade pela possibilidade de exist ncia de um sistema que explique e seja eficaz em todos os dom nios do saber humano A perda da unidade traz consigo a perda do apelo a poss veis solu es metaf sicas O esvaziamento da ci ncia como id ia de verdade tamb m se esgotou com o div rcio entre ci ncia e filosofia A crise que se instala uma crise entre dois mundos do pensamento estamos no meio dessa crise tentando por um lado nos agarrar ao conhecido e tatear no desconhecido Todavia ser uma crise por mudan a ou crise no sentido de autocr tica Para Bauman 1999 a p s modernidade o momento hist rico em que a modernidade atinge a idade adulta olhando se a partir de fora analisando os pro
67. 1980 Disserta o Mestrado em Educa o Universidade de S o Paulo 1980 ARRETCHE Marta Federalismo e rela es intergovernamentais no Brasil o programa de reformas sociais Dados revista de Ci ncias Sociais Rio de Janeiro v 45 n 3 p 431 b458 2002 AZEVEDO J M L Implica es da nova l gica de a o do estado para a educa o municipal Educa o e Sociedade Campinas v 23 n 80 p 49 71 set 2002 BADIOU Alain Para uma nova teoria do sujeito Rio de Janeiro Relume Dumara 1994 317 BAKHTIN Mikhail Marxismo e a filosofia da linguagem problemas fundamentais do m todo sociol gico na ci ncia da linguagem S o Paulo HUCITEC 1997 BANCO MUNDIAL Educa o municipal no Brasil recursos incentivos e resultados volume l relat rio de pesquisa n 24413 BR 2003a Educa o municipal no Brasil recursos incentivos e resultados volume II relat rio de pesquisa n 24413 BR 2003b BARROS Maria Elisabeth Barros de A transforma o do cotidiano vias de transforma o do educador a experi ncia da administra o de Vit ria ES 1989 1992 BAUDRILLARD sombra das maiorias silenciosas S o Paulo Brasiliense 1993 BAUMANN Zygmunt Vidas desperdi adas S o Paulo Zahar 2005 Modernidade e ambival ncia Rio de Janeiro Zahar 1999 BERTALANFFY Ludwig Von Teoria geral dos sistemas Petr polis vozes 1973 BOAVENTURA Edivaldo A educa o brasileira e o direito
68. 1987 a transforma o da escola em inst ncia burocr tica pelo poder estabelecendo hierarquias e simplificando o que constru do na dimens o da institui o escolar Em se tratando da rela o com a comunica o do sistema educacional deve ser entendida como m dia simbolicamente generalizado o poder Tamb m a comunica o sem linguagem do dinheiro outro media simbolicamente generalizado tem o efeito de despolitizar as rela es escolares Os conselhos escolares ou tornam se unidades executoras ou t m sua import ncia diminu da no conjunto da institui o escolar A escola aos olhos do sistema despolitizada mais uma unidade incumbida de cumprir suas fun es de acordo com a legisla o E nem autonomia real as unidades escolares possuem j que a lei n o garante um regimento para cada escola O regimento comum s escolas Al m disso nos munic pios com conselhos educacionais os mesmos s o de car ter consultivo e n o deliberativo A institui o por esse modelo desprovida da capacidade de articula o e comunica o no mbito do sistema A voz da escola remete necessariamente ao seu coletivo nesse caso o conselho escolar 305 A esfera p blica se expressa no debate na tomada coletiva de decis es que afetam os cidad os na livre circula o de id ias na livre discuss o dos assuntos que dizem respeito a uma coletividade Quando se definem significados a priori aos
69. 778 573 59 1 4 692 467 409 11471040 434 17 0 103 Sul 2 358 716 573 1 759 925 42 7 4118641 2 208 177 54 2 1 869 479 458 4077656 62 44 10 r BRASIL 18 098 544 593 12 486 528 40 7 30 535 072 15 863 140 48 7 16 728 785 513 32 591 925 34 5 124 67 Fonte Arretche 2002 No Brasil a situa o n o foi de todo diferente conforme pode ser observada na tabela acima At 2000 em todas as regi es sem exce o a taxa de crescimento da esfera estadual negativa Enquanto que a taxa de crescimento das matr culas na esfera municipal cresce 34 5 a taxa de crescimento da esfera estadual foi de 12 4 sinalizando a expans o da rede municipal Conforme lembra Azevedo 2002 os munic pios brasileiros t m caracter sticas peculiares pois h uma rela o perversa entre o tamanho do munic pio e pobreza A malha de munic pios composta de 74 7 de munic pios com uma popula o de at 20 mil habitantes Nesse contexto existe elevado grau de depend ncia de transfer ncias para suas receitas chegando a atingir quase 90 naqueles que possuem at 20 mil habitantes Trata se de um quadro pol tico administrativo que tem reflexos diretos na condi o de oferta da educa o infantil do ensino fundamental e da educa o de jovens e adultos p 62 A aus ncia de fontes de renda que assegurem investimentos tanto para a amplia o da estrutura como para amplia o da educ
70. Belo Horizonte Nova Alvorada 1997 BOAVENTURA Edivaldo Org Pol ticas municipais de Educa o Salvador EDUFBA 1996 BOBBIO Norberto Qual socialismo discuss o de uma alternativa Rio de Janeiro Paz e Terra 1983 etal Dicion rio de pol tica 7 ed Bras lia UNB 1995 BORDENAVE J D CARVALHO H M Comunica o e planejamento 2 ed Rio de Janeiro Paz e terra 1979 BOUDON R BOURRICAUD F Dicion rio cr tico de sociologia 2 ed S o Paulo Atica 2001 BRASIL Minist rio da Educa o Programa de educa o para todos 1993 Dispon velem lt http portal mec gov br ai index php option content amp task view amp id 1 21 amp ltemid 234 gt Acesso em 14 nov 2005 BRASIL Minist rio do Planejamento Or amento e Gest o Balan o da Reforma do Estado no Brasil A nova gest o P blica Bras lia 6 a 8 de agosto de 2002 Bras lia MP SEGES 2002 BRASIL Minist rio da Educa o e do Desporto Projeto de Educa o B sica para o Nordeste A unifica o dos sistemas escolares estaduais e municipais Bras lia 1998 318 BRASIL Minist rio da Educa o e do Desporto Conselho Nacional de Educa o Parecer 30 2000 Bras lia 2000 relator Carlos Roberto Jamil Cury BUCKLEY Walter A sociologia e a moderna teoria dos sistemas S o Paulo Cutrix 1976 CANCLINI Nestor Garcia A globaliza o imaginada S o Paulo Iluminuras 2003 CANDEIAS Ant nio Pol ticas educativas contem
71. Ele reconhece a autonomia dos participantes e a sua capacidade reflexiva de agentes dotados da capacidade de transforma o necess rio contrapor uma terceira possibilidade te rica quanto comunica o 2 3LUHMANN E A IMPROBABILIDADE DA COMUNICA O Partindo do pressuposto de que a comunica o improv vel apesar de sua pr tica cotidiana Luhmann 2001 afirma que a sua improbabilidade se tornou impercept vel Pela sua problematiza o questiona sua possibilidade Tr s improbabilidades s o destacadas pelo autor a Improv vel algu m compreender o outro devido ao isolamento e individualiza o da consci ncia o sentido s pode ser entendido pelo contexto este facultado pela mem ria Dessa forma a comunica o est relacionada com a compreens o e o solipsismo pr prio dos sistemas devido ao isolamento fechamento sistema ps quico e individualiza o das consci ncias b improv vel que a comunica o chegue a mais pessoas do que aquelas de uma dada rela o espacial e temporalmente situados Em rela o aos meios de transmiss o a aten o improv vel devido aos diferentes interesses e situa es dos indiv duos 95 c improv vel que o resultado desejado seja obtido tendo em vista a premissa de que o receptor adote o conte do da informa o para a mudan a de comportamento incorporando novas distin es Aceita o e mudan a de comportamento relacionam se nesse contexto
72. Essa teoria em conjunto com a id ia de socialismo estatal ficou presa perspectiva de trabalho abstrato e s formas sociais do sistema produtor de mercadorias Diferentemente para Kurz 1999 a retirada da subst ncia do capital levada a termo pela 32 Revolu o Industrial da microeletr nica e das telecomunica es representa uma barreira interna absoluta ao processo de acumula o Isso ocorre porque pela primeira vez na hist ria do capitalismo a for a de trabalho torna se dispens vel em volume maior e mais r pido que a amplia o dos mercados pelo barateamento dos produtos Os mecanismos de compensa o das crises vigentes tornam se ent o obsoletos na medida em que n o s o apenas resultados da conjuntura mas da estrutura do fato do capital fugir da acumula o real para o capital financeiro A crise descrita da forma acima torna obsoleta a barreira hist rica do modo de produ o baseado no valor torna ultrapassado portanto o sistema produtor de mercadorias o trabalho abstrato e a ontologia marxista do trabalho O decl nio dos estados nacionais est ligado mudan a sem precedentes na estrutura do capitalismo como assinala Kurz 1999 na teoria da crise acima exposta 5 2 O NEOLIBEALISMO E A CRISE DO ESTADO NA O O ponto principal da cr tica neoliberal crise do fordismo Estado de bem estar social reside no papel que o Estado assume frente aos novos desafios do capital e na recomposi o dos super
73. Nas orienta es do BM o investimento deve ser no ensino fundamental A cobran a ao final dos resultados seria mais eficiente ao descentralizar a educa o e ampliar a autonomia da escola permite que a institui o escolar tenha maior capacidade de auto organiza o objetivando a aplica o de insumos diretamente nas escolas A l gica nas escolas seria a de proporcionar a autonomia incentivar a diferen a e cobrar a regularidade Essa l gica est presente nas orienta es do Banco Mundial n o somente como teoria inferida pelo Banco mas tamb m fruto de experi ncias de reformas educacionais nos pa ses centrais e est presente no conjunto da literatura educacional A descentraliza o focada na escola est presente em projetos do BM durante o governo FHC em especial o Fundo de Fortalecimento da Escola FUNDESCOLA que dividido em 229 A FUNDESCOLA Fundo e Fortalecimento das Escolas 1988 2001 II 1999 2005 e Ill 2002 2006 Objetivos melhoria do desempenho educacional e redu o das desigualdades B Programa de Educa o da Bahia 2000 2003 Objetivos melhoria da qualidade da escola expans o do acesso educa o e amplia o da autonomia da escola C Programa de Educa o B sica de Minas Gerais 2002 2004 Objetivos melhorias dos resultados educacionais no Estado de Minas Gerais D Projeto de Educa o B sica do Cear 2000 2006 Objetivos incentivo
74. Os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as de seu sistema de ensino ter o a incumb ncia de l Elaborar sua proposta pedag gica VII informar os pais e respons veis sobre a frequ ncia e o rendimento dos alunos bem como sobre a execu o de sua proposta pedag gica Art 13 Os docentes incubir se o de l Participar da elabora o da proposta pedag gica do estabelecimento de ensino VI Colaborar com a atividade de articula o da escola com as fam lias e a comunidade Art 15 Os sistemas de ensino assegurar o s unidades escolares p blicas de educa o b sica que os integram progressivos graus de autonomia pedag gica administrativa e financeira observadas as normas gerais de direito financeiro p blico 263 A LDB destaca como proposta pedag gica o que os educadores brasileiros entendem como Projeto Pol tico Pedag gico PPP esvaziando seu conte do pol tico e burocratizando a como uma pe a de gest o da escola A autonomia destacada tamb m como componente da unidade escolar H um direcionamento escola por m com os controles do sistema O Plano Nacional de Educa o Brasil 2001 amplia esse escopo quando afirma a necessidade de uma proposta que tenha como meta a autonomia ressaltando a import ncia da participa o dos profissionais da educa o e da comunidade escolar em conselhos escolares ou equivalentes para estimular a autonomia das unidades esc
75. Quanto sua operatividade os media v o mais al m pois se apresentam como mecanismos de regula o de processos sociais que dispensam a linguagem em respostas que a linguagem n o consegue resolver tendo como par metro uma sociedade cada vez mais complexificada Em segundo lugar a comunica o perde a conota o de transmiss o e seu car ter teleol gico presente nos escritos de Parsons em que era anterior forma o dos sistemas e ainda exterior a seu funcionamento obrigando a uma adapta o Na teoria de Luhmann elimina se essa contradi o pois destaca a auto refer ncia do processo comunicacional em que a comunica o est virada para ela pr pria visa a sua autopreserva o a regulariza o dos fluxos sistema meio possibilitando sua exist ncia A linguagem n o portanto o nico recurso para resolver os problemas de compreens o pois existem os media funcionais criados pelos sistemas Por ltimo a comunica o auto referencial isto autopoi tica Sendo a comunica o um dispositivo de auto regula o dos sistemas por seu interm dio cada subsistema social observa se a si pr prio e os outros subsistemas mesmo aqueles mais distantes de seu ambiente A din mica do processo de comunica o voltada para seu interior e as v rias opera es de sele o s o o horizonte ltimo da comunica o H o fechamento operacional do sistema para Luhmann todo sistema fechado o q
76. SIF percebe se que a comunica o trata de um conte do cristalino claro e transparente para todos os participantes Mesmo assim tem se que considerar a avalia o da informa o pelos participantes desde que se sigam as pretens es de validade Mesmo assim o conte do cristalino perpassa a todos O pressuposto de que id ntico a todos os ouvintes Na rela o de di logo e se um dos participantes negar se a uma a o cooperativa t pica das rela es de poder Habermas 2002 resolve essa quest o com as perlocu es em que os atos da fala ligados a desaven as ofensas e maldi es n o se firmam pelo pr prio ato ilocucion rio mas pelo efeito perlocucion rio que se pretende alcan ar com ele O dissenso ou o acordo dado pelo car ter intersubjetivo de dois interlocutores Eles distinguem concord ncia ou discord ncia 94 com base a uma compreens o comum do que foi dito Por outro lado foca se no ato da fala privilegiando a capacidade de cogni o Pouca import ncia se d a outros tipos de linguagens n o verbais A emo o n o contemplada porque n o racional A intersubjetividade a dimens o da linguagem mediada Sup e se n o s sua exist ncia como tamb m que o campo da linguagem poss vel O trabalho de Habermas possibilita a constitui o de um mundo a partir da intersubjetividade do m dium da linguagem O outro ent o a dimens o de minha exist ncia no mundo
77. a co gest o no encaminhamento de um projeto educativo de acordo com os limites e as possibilidades de cada unidade escolar levando em conta sua capacidade de organiza o interna e mobiliza o externa Contudo a Administra o Central n o tem se estruturado adequadamente para corresponder s necessidades geradas por esse movimento nas escolas e para avan ar como incentivador organizadora desse processo Considerando se que o redimensionamento de qualquer a o envolve desinstalar velhos h bitos e costumes romper rotinas estabelecidas e optar por novos estilos e estrat gias ser necess rio grande esfor o de todos os envolvidos na a o educativa em dire o gest o da educa o cada vez mais democr tica p 2 3 O referido documento afirma ainda que a descentraliza o das decis es e a autonomia da escola n o podem ser confundidas com a mera transfer ncia de responsabilidade da Administra o Central para as escolas assim como n o significa liberdade absoluta de decis es e a es Um aspecto fundamental da proposta de trabalho desse documento traduz se no seguinte aspecto esse movimento na busca do fortalecimento e da capacidade de iniciativa das inst ncias educacionais n o pode ser unilateral Desta forma mister iniciar um processo de reestrutura o e reorganiza o do sistema que propicie a reformula o de sua din mica de funcionamento tornando mais transparentes as normatiza es
78. a fun o e a estrutura da comunica o na sociedade Acrescentou estrutura j conhecida altera es conforme ilustrado na figura 1 A abordagem de Lasswell com sua problem tica condensou um conjunto de pressupostos e pr ticas que de alguma forma apareceram no entre guerras Entre elas as pr ticas da pesquisa de opini o e do crescimento e populariza o dos meios de comunica o como o r dio o tel grafo o telefone e o cinema que engendraram a ind stria da propaganda Figura 1 Etapas da an lise do processo comunicacional de acordo com a teoria de comunica o de massa de Lasswell Fonte Raba a e Barbosa 1995 p 155 66 As duas guerras mundiais e a depress o de 1929 proporcionaram uma grande experi ncia para Lasswell Os meios de difus o se apresentavam como instrumentos neutros necess rios gest o das opini es pois a propaganda e a democracia s o sin nimas e constituem o nico meio de conseguir a ades o das massas Consagra m dia uma onipot ncia instrumental para a circula o eficaz de s mbolos e cunha o modelo da agulha hipod rmica com impacto sobre os indiv duos atomizados MATTELART 1999 O cunho pol tico e publicit rio em suas preocupa es era claro era fundamental entender como circulavam as mensagens funcionalmente do emissor ao receptor assim como os efeitos da recep o com vistas manipula o O programa de pesquisas desenvolvid
79. adas na exclus o na discrimina o que inviabilizam a constru o hist rico social dos sujeitos d H um v nculo muito estreito entre autonomia e projeto pol tico pedag gico A autonomia possui o sentido s ciopol tico e est voltada para o delineamento da identidade institucional A identidade representa a subst ncia de uma nova organiza o do trabalho pedag gico A autonomia anula a depend ncia e assegura a defini o de crit rios para a vida escolar e acad mica Autonomia e Gest o Democr tica fazem parte da especificidade do processo pedag gico e A legitimidade de um projeto pol tico pedag gico est estreitamente ligada ao grau e ao tipo de participa o de todos os envolvidos com o processo educativo o que requer continuidade de a es f Configura unicidade e coer ncia ao processo educativo deixa claro que a preocupa o com o trabalho pedag gico enfatiza n o s a especificidade metodol gica e t cnica mas volta se tamb m para as quest es mais amplas ou seja a das rela es da institui o educativa com o contexto social O PPP busca ent o uma dimens o tica para a educa o que passa necessariamente pela luta permanente pela democratiza o por avan os na cidadania Diferente a concep o de projeto do Banco Mundial destacado no trabalho de Silva 2003 Nela o sistema recupera sua dimens o seletiva tornando eficiente a sua interven o pela exig ncia de resultados n
80. as produzem sistematicamente BORDENAVE CARVALHO 1979 p 40 Ao tentar descrever as poss veis acep es do termo muitas s o as abordagens descritas no quadro abaixo Quadro 1 Diferentes Defini es de Comunica o Comunica o a resposta Toda comunica o Faculdade de tornar discriminativa de um procede por meio de comum aos outros n o organismo a um est mulo signos com os quais um somente as coisas externas Se o est mulo ignorado organismo afeta ola ele homem mas pelo organismo n o h comportamento do outro tamb m ele pr prio e suas comunica o S STEVENS uma rela o que se a es mais ntimas da estabelece com a consci ncia E BARAGLI transmiss o do est mulo e a evoca o da resposta COLIN CHERRY 64 Atividade sensorial e Comunica o o processo Comunica o significa nervosa que inclui a coleta de da parti o da experi ncia estar em rela o com informa es de diferentes para que se torne representa a a o de p r partes do ambiente e de patrim nio comum Ela em comum de partilhar as diferentes partes do corpo a modifica disposi o mental nossas id ias os nossos armazenagem e o das suas partes sentimentos as nossas restabelecimento da associadas A sociedade atitudes Nesse sentido informa o a disposi o o n o s continua a existir identifica se
81. c mara na maioria dos pleitos Como exemplo na Constitui o do estado do Esp rito Santo de 1989 estava prevista a Gest o Democr tica e tamb m a elei o direta para o cargo de diretor da unidade Por m em 2003 houve a revoga o do artigo 177 o qual expressava o desejo em um momento hist rico de uma comunidade e dos seus representantes de eleger diretamente os diretores nas escolas estaduais bom destacar que em 2003 a esfera estadual j havia desconcentrado grande parte de suas unidades de ensino fundamental Outro exemplo bastante significativo e que se tornou jurisprud ncia contr ria elei o de diretores foi o pedido da A o Direta de Inconstitucionalidade encaminhada pelo ent o governador do Rio Grande do Sul Alceu de Deus Collares ao Supremo Tribunal Federal em 1991 Ainda hoje um documento que ilustra aos titulares da pasta da educa o imbu dos de m f que a fun o de diretor de escola de confian a do sistema que n o existe cargo eletivo dentro do servi o p blico Um trecho de sua peti o inicial do governador indica suas inten es N o havia como subtrair ao chefe do Poder Executivo a escolha dos titulares das dire es das escolas p blicas estatais E este ato privativo prova de que ele n o pode n o deve abrir m o na medida em que essencial boa implementa o de qualquer pol tica educacional pela qual note se haver de responder perante quem o elegeu N
82. clientelas em regi es mais pobres A autora prop e tamb m a flexibilidade das rela es de trabalho tanto no que concerne ao sal rio quanto ao contrato com vistas a quebrar o corporativismo e diferenciar o pagamento por diferentes resultados Esse projeto de autonomia proposto por Mello 1992 deve necessariamente partir da c pula do sistema e se poss vel tornar se programa de governo grifo meu A proposta de autonomia da referida autora coincide com as pol ticas propostas pelo Banco Mundial e como aponta Coraggio 1996 Para enquadrar a realidade educativa em seu modelo econ mico e poder aplicar lhe seus teoremas gerais o Banco Mundial estabeleceu uma correla o mais do que uma analogia entre sistema educativo e sistema de mercado entre escola e empresa entre pais e consumidores de servi os entre rela es pedag gicas e rela es de insumo produto entre aprendizagem e produto esquecendo aspectos essenciais pr prios da realidade educativa p 102 Essa proposta operacional de autonomia que se baseia na mudan a institucional da escola al m de ser proposta do Banco Mundial da CEPAL e da UNESCO as quais se alinhaAm numa vis o que incorpora educa o os conceitos de competitividade descentraliza o e desempenho eliminando com isso a burocracia o clientelismo e o centralismo estatal Ou seja colocada na educa o a tarefa de transformar a realidade e como na d cada de 60 serviu se da Psicologia S
83. como elemento chave para a educa o Nota se que ao mesmo tempo em que a descentraliza o uma medida importante e bem vinda o governo federal deve ser o indutor da cria o de oportunidades junto aos estados para que os munic pios tivessem homogeneidades e n o apresentassem diferen as Quando se estabelecem padr es nacionais para escola a experi ncia do FUNDESCOLA resgatada como uma dos projetos em que o BM atua e pode ser modelo para a implanta o da autonomia nas escolas clara a cren a de que haver homogeneidade quando os processos de implanta o de pol ticas seguirem determinada racionalidade O Banco Mundial apesar de tratar da necessidade da autonomia e da descentraliza o aposta em uma homogeneidade nos pontos de chegada Para tanto sugere a sistematiza o de avalia es exemplos e indu o de pol tica Para al m do caminho para o munic pio a reforma teve como objetivo a unidade A descentraliza o ou desconcentra o que municipalizou as escolas foi uma das marcas da reforma educacional V rios mecanismos foram criados para que a unidade escolar fosse o foco da reforma em especial pela LDB 9394 96 que lhe proporcionou o princ pio da autonomia Faz se necess rio resgatar de que forma a escola se torna o foco da reforma ao lado da municipaliza o para entender o processo de media o entre essa esfera subnacional e a institui o escolar 250 6 4 3 A escola como foco autonom
84. como elemento essencial deste processo de conhecimento Para tanto utiliza o conceito de distin o com a l gica das formas de George Spencer Brown Para esse autor uma distin o uma forma de dois lados e a unidade da distin o nada mais do que a pr pria distin o isto n o h uma s ntese poss vel 125 Luhmann 1997c ao contrapor se a Habermas destaca que a rela o sujeito x objeto necessariamente n o pode tomar como dada Principalmente tendo em vista todo esfor o cient fico e de reflex o efetuado durante o s culo A unidade da a o deve compreender se como rela o pois a a o se aproxima muito ao conceito de conhecimento precedendo o O caminho que escolhe n o passa necessariamente pela tradi o filos fica mas pela teoria geral dos sistemas e o conceito de elemento nela presente Porque Segundo o estado atual da ci ncia esse conceito deve liberar se de toda implica o pr ximo de simples irresol vel ou ontologicamente ltimo ou seja que deve desprender se de tudo que tolera a sem ntica tradicional de tomo ou de indiv duo p 104 tradu o nossa Tendo em vista a teoria de sistemas por pressuposto o conceito de elemento pode decompor se de diferentes formas n o somente dentro da dicotomia cognitiva e de compet ncia t cnica Visto dessa forma necess rio revisar uma multiplicidade de conceitos e a redu o
85. consciente e organizada que deve romper com o isolamento dos segmentos da institui o educativa e com a burocracia possibilitando a capacidade de problematizar e compreender as quest es colocadas referentes sua pr tica pedag gica O PPP est edificado em uma viv ncia democr tica cujos caminhos escolhidos para a escola n o ser o mais responsabilidades somente do diretor ou da equipe pedag gica da escola e sim da coletividade 301 O projeto cuja pretens o o da mudan a cultural da institui o educativa deve propor valores novos no lugar dos antigos constru o da autonomia coletivismo das a es participa o dos agentes publiciza o do trabalho pedag gico Gest o Democr tica inovar o institu do e investir na qualidade para todos Nas palavras de Veiga 2003 o PPP funda se na concep o de inova o emancipat ria por um lado o projeto um meio que permite potencializar o trabalho colaborativo e o compromisso com objetivos comuns por outro sua concretiza o exige rupturas com a atual organiza o do trabalho e o funcionamento das institui es educativas p 279 O PPP assume assim a din mica da mudan a Por m a mudan a social coletivamente importante para evitar que a escola seja subsumida em um vazio de sentido Algumas caracter sticas fundamentais ao PPP s o descritas por Veiga 2008 p 276 e reproduzidas abaixo com o seu nexo explicativo a um movimento de
86. cont nua mobiliza o social com novas demandas e expectativas Ao mesmo tempo a deslegitima o do regime militar face abertura combinada com os efeitos da crise econ mica levou parte das elites a romper com o autoritarismo esvaziando o MOIS S 1995 O conjunto dessas mudan as articulado s transforma es ocorridas com o restabelecimento da democracia aponta para a emerg ncia de uma nova cultura pol tica levando forma o de uma opini o p blica mais atenta aos processos pol ticos e ao reconhecimento da import ncia das institui es democr ticas per se al m da ades o normativa democracia face alternativa autorit ria Mas como destaca Mois s 1995 p 110 em ambiente de heran a pol tica t o arraigada como faz refer ncia literatura mencionada e principalmente em um quadro caracterizado pela manuten o de desigualdades econ micas e sociais t o profundas como as que sobrevivem no Brasil seria ing nuo supor que a abrang ncia e o sentido dessas mudan as pudessem homogeneizar a vis o de conjunto da sociedade Por essa raz o seria mais apropriado do que falar da emerg ncia de uma cultura pol tica nacional no per odo p s autorit rio faz mais sentido referir se a tend ncias distintas s vezes at contradit rias convergindo na forma o de diferentes subculturas pol ticas tanto nas regi es do pa s como no 201 mbito da diversidade caracterizada por aspira
87. da Federa o e o enfrentamento das desigualdades s o agravadas pela competi o entre os diferentes estados para a atra o de empresas e servi os que possibilitem maior desenvolvimento local Quando os pares s o profundamente desiguais n o h de fato a democracia As diferen as se perpetuam h s culos entre os cidad os e os estados no conjunto da busca de um projeto unificado de Na o As profundas desigualdades entre as diferentes esferas no Brasil indicam uma situa o extremamente assim trica que afeta n o s aos cidad os mas democracia Seria poss vel esse projeto em um federalismo pautado na coaliz o e nos arranjos provis rios que se interp e de tempos em tempos Talvez com a amplia o da densidade democr tica 6 1 1 Autonomia e Compet ncia dos Munic pios Joaquim Castro Aguiar 1995 ao analisar a compet ncia e autonomia dos munic pios resgata o sentido correto do termo soberania Para ele n o correto afirmar que a Uni o soberana nem que os Estados membros o Distrito Federal ou os munic pios det m autonomia Soberana segundo o artigo 18 da Constitui o Federal a Rep blica Federativa a Na o que inclui a Uni o os Estados membros o Distrito Federal e os munic pios A Uni o pessoa jur dica de direito p blico que tem compet ncias e limita es ela aut noma mas n o soberana caracter stica do Estado total da Na o manifesta pelos rg os da Uni o
88. da burocracia 3 ed Rio de Janeiro Zahar 1976 p 15 28 WEBER Silke Democratiza o e descentraliza o pol ticas e pr ticas RBAE Bras lia v 9 n 2 pp 9 25 jul dez 1993 WEFFORT Por que democracia S o Paulo Brasiliense 1986 WIENER Norbert Cibern tica e sociedade O uso humano dos seres humanos S o Paulo Cultrix 1978
89. da educa o para responder aos desafios da transforma o das atividades de produ o equidade e democratiza o por meio de instrumentos de Gest o contemplando RREO DS 1 Abertura do sistema terminando com sua auto refer ncia para responder s demandas da sociedade 2 O estabelecimento de novas alian as abertura do sistema de participa o e tomada de decis es a novos atores e novos aliados 8 Um vasto processo de descentraliza o pondo fim Confer ncia Mundial de Educa o Para Todos Tail ndia 1990 Projeto Principal de Educa o da Am rica Latina e Caribe 220 ao centralismo hist rico 4 A passagem da nfase na quantidade para a qualidade Situar a educa o como ponto fundamental para as estrat gias de desenvolvimento O investimento nacional em educa o seria este mecanismo 24 Reuni o da CEPAL nfase na educa o como desenvolvimento do capital Santiago 1992 humano educa o como nica pol tica p blica capaz de responder s necessidades de desenvolvimento expressa no crescimento econ mico e na integra o social PROMEDLAC V Santiago 1993 Criar identificar e esbo ar a es para melhoria da Projeto Principal de Educa o da qualidade da aprendizagem Am rica Latina e Caribe Enfase na cria o de sistemas nacionais de avalia o a n vel macro e na Escola e seus processos a n vel micro Fonte Casassu
90. da modernidade p s modernidade feita por Ranciere 2005 o resgate da pol tica como partilha do sens vel Uma partilha do sens vel fixa portanto ao mesmo tempo um comum partilhado e partes exclusivas Essa parti o das partes e dos lugares se fundam numa partilha de espa os de tempos e tipos de atividade que determinam propriamente a maneira como um comum se presta participa o e como uns e outros tomam parte nessa partilha E um recorte dos tempos e espa os do vis vel e do invis vel da palavra e do ru do 57 que define ao mesmo tempo o lugar e o que est em jogo na pol tica como forma de experi ncia p 15 16 A est tica como regime de fazer em determinada comunidade difere da estetiza o da pol tica indicado nos escritos de Benjamim Assim a pol tica ocupa se do que se v e do que se pode dizer sobre o que visto uma pr tica est tica um modo de fazer na distribui o das formas de fazer de ser e de visibilidade dentro de uma comunidade Ao destacar a rela o entre Hist ria e Fic o Ranci re 2005 critica a no o de narrativa j que o real precisa ser transformado em fic o para ser pensado Dessa forma a no o de narrativa seja pequena ou grande conforme destacada por Lyotard e outros autores nos aprisiona nas oposi es do real Isso n o significa que tudo fic o mas constatar que a fic o na era est tica definiu modelos
91. decenal de educa o para todos neee 221 6 3 2 O Banco Mundial e a Educa o Brasileira i 224 6 4 A MUNICIPALIZA O DA EDUCA O E O FOCO NA ESCOLA 231 6 4 1 O munic pio e a educa o na Constitui o de 1988 234 6 4 2 A Descentraliza o pelo financiamento da educa o a emenda constitucional n 14 96 e a lei 4 424 96 237 6 4 3 A escola como foco autonomia e projeto pol tico pedag gico 250 6 4 3 1 Centralidade e autonomia propostas 253 6 4 3 2 O projeto pol tico pedag gico como organizador da escola 261 7 A NECESS RIA MEDIA O DIAL GICA ENTRE A ESCOLA E O SISTEMA EDUCACIONAL UMA RELA O ENTRE INSTITUI ES 267 7 1 A DEMOCRATIZA O DA GEST O ESCOLAR NO MUNIC PIO DE VIT RIA ES NO PER ODO DE 1989 1992 eee 270 711 O PT e a Frente Vit ria 1989 1992 275 7 1 2 A prioridade para a educa o no munic pio de Vit ria ES 276 7 1 3 A democratiza o da gest o escolar em Vit ria ES 283 7 1 4 A media o dial gica do sistema municipal na gest o democr tica da escola PuUDICAs assa ari rd Doses 284 7 1 5 O fim a gest o da Frente Vit ria continuidade com ruptura 289 7 2 EDUCA O E DESCONTINUIDADE O COMPORTAMENTO NEUR
92. discuss o sobre sistema educacional tendo em vista a reforma educacional dos anos 90 4 2 2 O debate sobre o sistema educacional no Brasil No debate recente da quest o nos anos 70 a 90 no Brasil apesar das diferentes tem ticas que abordam o sistema educacional brasileiro dois autores se destacam Dermeval Saviani e Jos Eust quio Rom o Ambos estabelecem uma rela o singular ao termo sistema elaborando suas pr prias concep es que se afirmam em perspectivas as quais correspondem mais ao contexto organizacional do que s perspectivas filos ficas ou sociol gicas n o est se considerando aqui a separa o entre teoria pr tica mas a aus ncia de densidade te rica nos pontos de vista dos autores em rela o ao termo sistema pois partem de perspectivas te ricas muito bem definidas Saviani 1998 ao analisar o tratamento dado pela Constitui o e pela LDB ao problema dos sistemas municipais estabelece a rela o entre sistema de ensino e plano de educa o e afirma que sistema necessita de unidade de v rios elementos intencionalmente reunidos de modo a formar um conjunto coerente e operante p 2 Desenvolve seu argumento explicando O termo sistema em rela o educa o empregado com acep es diversas o que lhe confere um car ter de certo modo equ voco No entanto partindo da educa o como fen meno fundamental poss vel superar essa apar ncia e captar seu verdadeiro
93. dos sindicatos e das camadas populares O esgotamento do modelo de Estado nos anos 80 quando o financiamento e a estrutura estatal articulavam se com o capital externo e o capital privado nacional incorpora a crise do capitalismo em n vel global Essa crise desde os anos 70 vem reestruturando e transformando a estrutura produtiva e assume uma dimens o global em 1978 80 ao atingir os pa ses capitalistas perif ricos Como coloca Fiori 1993 Novamente uma crise mundial aparece associada s condi es que levaram ao esgotamento interno de mais uma etapa econ mica social e pol tica do Brasil Com ela se encerrou o potencial do modelo desenvolvimentista de industrializa o para o pa s e uma vez mais a converg ncia de fatores externos e internos abriu as portas a um amplo movimento social e pol tico que vinha propondo novamente em nome da moderniza o da sociedade brasileira uma mudan a profunda da institucionalidade econ mica e pol tica do pa s p 142 A crise mundial tem um significado bastante profundo diante das promessas n o cumpridas pelo Estado nacional com a diferen a que no Brasil a centraliza o estatal esteve orientada para o mercado Todos os fatores anteriormente colocados como o modelo de flexibiliza o e varia es al m do forte apelo doutrin rio neoliberal que aponta para o mercado como nica sa da poss vel encaixam se perfeitamente com o vazio deixado pelo modelo nacionalista A estr
94. e apoiar se em quatro grandes princ pios destacados abaixo Gest o democr tica as elei es para representantes deveriam ser m nimas para evitar criar um corpo burocr tico de representantes Al m disso a fun o de secret rio de Educa o seria substitu da pela de superintendente das escolas que ficariam encarregados tamb m de tarefas como planejamento e capacita o dos trabalhadores Haveria tamb m regras democr ticas para elabora o de or amento e execu o do mesmo por parte das escolas Esse sistema sup e objetivos e metas educacionais claramente estabelecidas entre escolas e governo visando democratiza o do acesso e da gest o e constru o de uma nova qualidade de ensino sem que tenha que passar por incont veis inst ncias de poder intermedi rio p 64 Il Comunica o direta com as escolas sendo a escola o l cus central da educa o necessariamente deveria construir e elaborar cultura geral e popular n o apenas reproduzir e executar planos elaborados sendo fun o do rg o central zelar pela autonomia da escola A comunica o direta entre a administra o e as escolas t m seu corol rio na comunica o entre as escolas e a popula o Para poder participar a popula o precisa estar bem informada A escola burocr tica tem medo da participa o dos pais em consequ ncia n o utiliza os pr prios alunos para estabelecer um di logo permanente com os pais p 65
95. ele constitui um a priori social relativo respectiva forma de comunica o voltada ao entendimento e se o conhecimento que temos dele segue as vias de um trabalho racional processual e fal vel ent o seria vi vel representar o saber pr reflexivo da a o as compet ncias gerais em termos de ci ncias emp ricas desde que estas fossem capazes de um enfoque universalista E assim estaria aberta a possibilidade de se construir a ponte entre pragm tica formal e pragm tica emp rica SIEBENEICHLER 1989 p 121 90 O Jogo de linguagem do mundo vital de Habermas situado historicamente n o garante certeza sobre seus limites uma universalidade transcendente que permite o estabelecimento da rela o com o termo Paradigma de Thomas Kuhn Tal como o paradigma o mundo da vida amea ado por crises revolu es e patologias de linguagem As situa es de anomalia e de conjuntura hist rica atuam como desestabilizadores do mundo da vida como fonte estabelecendo distor es perda de certezas experi ncia realizada a posteriori naturalmente Do ponto de vista do observador a sociedade capitalista formada n o s pelo mundo vital e a coordena o dos processos de comunica o voltados somente para o entendimento mas tamb m por sistemas funcionais como o econ mico e o administrativo Al m disso os mecanismos de reprodu o material como o mercado descartam a possibilidade de uma autonomi
96. em sistemas mais simples Il As observa es das repercuss es t cnicas da difus o e nos meios de comunica o de massa provocaram desde a inven o da imprensa transforma es importantes no sistema social Tanto na pol tica como na vida social e nas rela es ntimas a imprensa trouxe possibilidades e frustra es recomendando regras e recomendando ater se a elas somente em fun o do livre arb trio p 55 A imprensa ent o modifica os repert rios funcionais assim como amplia as possibilidades mas pode dificultar a sele o poss vel fazer conjecturas a respeito de que os meios de comunica o criam um tipo de cultura que tem como pressuposto a base de transmiss o nesses meios Mas por acaso significa isso que a moral corrompe o poder como pensava Arnold Gehlen em rela o aos Estados Unidos N o igualmente evidente o contr rio isto que ao poder f cil corromper a moral alterando os pressupostos subjacentes nas transmiss es dos meios de comunica o p 55 A esse respeito Luhmann afirma que em rela o pol tica os meios de comunica o atuam na estrutura temporal devido ao fato de informar e de como informar as a es pol ticas estabelecendo um jogo de espelhos atualizado A seletividade das aquisi es humanas proporciona condi es para que torne prov vel o improv vel pois em cada novo n vel de comunica o superior ao anterior necess rio voltar a equi
97. emprega um conceito de raz o que lhe permite deduzir a conex o interna entre auto reflex o e validade da verdade por meio da emancipa o dos poderes da natureza exterior e interior Mas a teoria de sistemas permite que os atos do conhecimento at mesmo os seus pr prios se integrem num esfor o sist mico de supera o da complexidade e desse modo priva o conhecimento de todo o momento de incondicionalidade A teoria de sistemas entendida como an lise funcional e gra as ao problema referencial escolhido com esse m todo sabe se inserida sem sutura nas condi es funcionais de auto afirma o sist mica sem a inten o e a for a de algum modo transcender essas conex es o que indica que Luhmann ent o segue Nietzsche e n o a filosofia do sujeito Em quarto a transi o para o paradigma sist mico tem por consequ ncia uma intensa revis o conceitual da tradi o ocidental que se fixa no ser na tradi o e na verdade O quadro de refer ncia n o ontol gico torna se claro devido pesquisa da pr pria teoria de sistema ser entendida como um subsistema que corresponde a um meio circundante pr prio Dessa forma tanto as premissas ontol gicas quanto as epistemol gicas s o privadas de um valor pice como nas palavras de Habermas todas as premissas que na metaf sica na teoria do conhecimento ou na an lise da linguagem postularam o car ter inultrapass vel de uma ordem c smica das rela es suje
98. es na estrutura ou melhor se desintegra no meio Sendo assim essas perturba es que s o operacionalmente ortogonais aos dom nios de rela es de atividades neuronais nas quais o sistema nervoso opera podem desencadear mudan as estruturais nos neur nios que resultam em mudan as estruturais de segunda ordem no sistema nervoso que resultam em mudan as em seu dom nio de estados que por sua vez resultam para o observador em mudan as no comportamento p 143 Considerando o destaque acima o acoplamento estrutural comunica o que n o transfer ncia de conte do perturba es mas coordena o de comportamentos mudan as estruturais O aparecimento da linguagem introduz uma dupla dimens o evolutiva ao ser humano DARIO RODRIGUES JAVIER TORRES 2003 a Emerge da experi ncia da mente e da consci ncia humana como express o do centro mais ntimo do ser humano b Ao situar o indiv duo no plano da coordena o das intera es recorrentes junto aos outros despoja o indiv duo de toda certeza absoluta do pessoal e convida a se situar em uma perspectiva mais ampla a da cria o de um mundo junto com outros 3 6 A AUTOPOIESE SOCIAL EM LUHMANN E A RESPOSTA CR TICA DE HABERMAS Necess rio destacar que Luhmann ao abandonar a tradicional dicotomia sujeito x objeto tem como pressuposto o fato de que o sujeito ao conhecer seu objeto o determina e n o capaz de observar a si mesmo
99. escola e sistema educacional h possibilidades de que as expectativas constru das possibilitem dar sentido s provoca es e aos ru dos do sistema Proporcionaria a atualiza o das estruturas sobre as quais a escola se mant m Nessas bases poss vel uma rela o dial gica considerando a escola n o numa perspectiva hier rquica seu projeto sua gest o democr tica mas numa rela o de horizontalidade tendo como desafio a opacidade dos agentes que comp e a institui o escolar e n o tendo como ponto de partida o entendimento o consenso e a cristalina comunica o poder importante acrescentar uma dimens o muitas vezes perdida quando se trata do debate educacional que a democratiza o do pr prio sistema educacional A voz 315 concedida institui o escolar e a possibilidade de exprimir se como manifesta o de uma coletividade possibilitam o tr nsito de expectativas compartilhadas importante reafirmar portanto que o sistema educacional necessita ser um local democratizado para que permita a sua abertura desafios escola a democratiza o a dialogia e expresse a diversidade de seus agentes 316 REFER NCIAS ABBAGNANO N Dicion rio de Filosofia 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1998 ABIB Jorge Jos As secretarias estaduais de educa o e a administra o dos sistemas de ensino Bras lia MEC 1980 ABREU Mariza Organiza o da educa o nacional
100. gostaria que fosse Mesmo as vis es que querem ver na sociedade somente o simb lico participam do mesmo conjunto de proje o Dessa forma Al m da atividade consciente de institucionaliza o as institui es encontram sua fonte no imagin rio social Esse imagin rio deve se entrecruzar com o simb lico do contr rio a sociedade n o teria podido reunir se e com o econ mico funcional do contr rio n o poderia sobreviver Existe uma fun o do imagin rio mas o efeito imagin rio ultrapassa essa fun o A institui o portanto uma rede simb lica socialmente sancionada onde se combinam em propor es e em rela es vari veis um componente funcional e um componente imagin rio p 159 153 Sendo a institui o uma rede simb lica a aliena o componente que proporciona a sua autonomiza o de forma relativa frente sociedade pois encarna a materialidade da vida social ao mesmo tempo em que a sociedade n o reconhece as institui es como produto do imagin rio Assim a aliena o aquele momento em que o institu do domina o instituinte Sendo o trabalho de Castoriadis complexo e longo n o se pretende aqui esgotar o mundo de significa es que trata sua an lise mas evidenciar algumas figuras importantes em seu pensamento em especial a rela o entre o institu do e o instituinte A sociedade instituinte ou imagin rio social est na e pela posi o cria o d
101. inclu da nesse documento a reforma administrativa dos sistemas de ensino estaduais Al m disso o decreto lei n 200 71 determinava a necessidade da 234 moderniza o dos organismos respons veis pela administra o da educa o no Brasil ABIB 1980 Nesse contexto de mudan a institucional e de lutas pela democracia nos anos 80 not ria a contribui o da Emenda Calmon alus o ao senador capixaba Jo o Calmon que restabeleceu a vincula o constitucional de impostos para a educa o em dezembro de 1983 luta hist rica dos educadores brasileiros Pela lei 7 348 de 1985 que regulamentou a Emenda Calmon a Uni o aplicaria 13 e os estados e munic pios n o menos que 25 da receita e transfer ncias Com a promulga o da Constitui o de 1988 a parcela da Uni o sobe para 18 A grande concentra o da rede de educa o b sica por parte da esfera estadual deveria ser negociada com os munic pios para adequa o da lei 6 4 1 O munic pio e a educa o na Constitui o de 1988 De todas as Constitui es do Brasil a de 1988 apresenta o mais longo cap tulo sobre educa o com dez artigos espec ficos com conquistas significativas entre elas o princ pio da gest o democr tica da escola p blica Art 206 IV Os avan os na Carta foram reivindica es dos movimentos sociais entre eles do F rum Nacional da Educa o na Constituinte em Defesa do Ensino P blico e Gratuito que conseguiu co
102. interesse de uma base de recrutamento a mais ampla poss vel em termos de qualifica o profissional b A tend ncia plutocratiza o no interesse de uma forma o profissional a mais prolongada poss vel c A predomin ncia de um esp rito de impessoalidade formalista sine ira et studio sem dio ou paix es e portanto sem afei o ou entusiasmo As normas dominantes s o conceitos de dever estrito sem aten o para as considera es pessoais Todos est o sujeitos a tratamento formalmente igual isto todos na mesma situa o de fato Este o esp rito dentro do qual o funcion rio ideal conduz seu cargo A complexifica o da sociedade ocidental e os processos de diferencia o que passam a ocorrer indicam para Weber a expans o dessa burocracia a autonomiza o das estruturas de racionaliza o e a tecnifica o da exist ncia tendo em vista as sociedades tradicionais Partindo da abordagem de Weber sobre o car ter cada vez mais racional das burocracias que se automatizavam em rela o tica profissional e das pr ticas racionais Habermas 2001b situa sua cr tica estabelecendo v nculos n o mais com a teoria da a o mas com a teoria da a o comunicativa Ele destaca que metaforicamente Weber estabelece uma rela o entre a burocracia e a m quina morta Seria o sistema que se imp e sobre os mbitos das a es formalmente organizadas e com maior n vel de diferencia
103. interpretado de formas de vida em que todas as condutas di rias se desenvolvem Ele armazena o trabalho interpretativo de muitas gera es precedentes 2001 p 253 Os conceitos de Durkheim representa o coletiva e Mead intera o social s o importantes para Habermas pois permitem diferenciar o mundo da vida e a integra o dos sistemas sociais A solidariedade dos grupos que se integram por meio de valores e a estrutura de socializa o dos indiv duos possibilitam orienta o para um entendimento m tuo onde o mundo da vida o contexto para a situa o de a o e para os agentes comunicativos que se entendem acerca de algo do mundo De acordo com a teoria do agir comunicativo o pano de fundo do mundo da vida descrito como um processo circular no qual o ator ao mesmo tempo em que produto de tradi es dos grupos da estrutura social e hist rica a que pertence vive e constitui sua socializa o Tamb m o conjunto de situa es em que o iniciador em a es que realiza N o s o contexto para os processos de entendimento m tuo mas tamb m fornece os recursos para tal Sendo comum alimenta as obviedades culturais e de exegese consentidos HABERMAS 1989 89 A concreticidade do mundo da vida um contexto de sentido quase transcendental uma reserva de onde os participantes da a o comunicativa resgatam id ias pensamentos e estruturas simb licas n o
104. legais e os pap is e fun es dos agentes que atuam na escola e na administra o central p 4 O que se propunha como trabalho em equipe de Organiza o da Gest o Participativa era ampliar o processo democr tico para que o mesmo se efetivasse no contexto da escola p blica atuando em duas frentes tanto na orienta o dos Conselhos objetivando a organiza o popular dos mesmos como tamb m em n vel do rg o central buscando agilizar as rotinas e romper as barreiras que fragmentavam as a es em departamentos estanques Tal proposta n o era um fim em si mesmo pois o pressuposto n o declarado era a possibilidade das escolas e do conselho enquanto organiza o popular terem 287 condi es de articular um projeto pol tico pedag gico evitando a mera obedi ncia ao projeto imposto a cada nova administra o Se bem que o ideal seria a constru o do movimento popular a partir da escola e a organicidade e a articula o interna da unidade e a transpar ncia do rg o central j seriam um grande avan o nesse processo Conv m agora listar os objetivos gerais da Equipe de Organiza o da Gest o Participativa concretizar os princ pios legais pertinentes democratiza o do ensino Il fortalecer a autonomia de iniciativas dos conselhos de escola e de Pr escola Ill formar e informar os conselheiros tanto no que diz respeito aos aspectos pol tico filos ficos do colegiado quanto ao embasamento
105. legal para a sua atua o IV promover a reflex o cont nua sobre o papel e a atua o da administra o central e das unidades de ensino na perspectiva de uma gest o de participa o V caracterizar o n vel de participa o dos agentes envolvidos direta ou indiretamente no processo educacional VI elaborar estrat gias para que o n vel de participa o aumente na gest o das unidades de ensino e da administra o central VII elaborar estrat gias para que o n vel de participa o aumente na gest o das unidades de ensino e da admira o central VIII repassar informa es pertinentes legisla o de ensino tanto para os que atuam na administra o central quanto para os diretores e conselheiros x Justamente o trabalho da OGP como local de apoio Gest o Democr tica acompanhando os mais variados casos e orientando as formas e procedimentos para encaminhamento dos problemas gerou uma s rie de resist ncias pois as media es com a escola passaram a existir atrav s da legisla o enquanto instrumentaliza o objetiva na tomada de decis es Tais resist ncias fizeram com que em v rios momentos diferentes equipes de profissionais fossem substitu dos visto que muitos deles comprometidos com a tica eram subsumidos pelas rela es de poder existentes na pol tica municipal em defesa do que est frente do executivo municipal O grupo importunava tanto ao sistema como queles que na esco
106. local global e local local Ou seja o conjunto de conhecimentos de diferentes autores no campo da sociologia seria uma narrativa obtida por aproxima es parciais Chesneaux 1992 a esse respeito coloca que a modernidade mundo n o generaliz vel lanni 2001 entende que o processo de globaliza o ou de reprodu o ampliada do capital apesar de ser contradit rio e paradoxal acelera processos de proletariza o e pauperiza o como ocorreu com a Am rica Latina e em maior escala com o continente africano na d cada de 80 90 como destaca Castells 1996 lanni 2001 coloca o problema do que a forma o de uma hegemonia global Tal hegemonia na constru o de um governo global seria para ele imposs vel no atual contexto 181 hist rico de in cio de mil nio Se a aliena o material e espiritual provocada pela reprodu o ampliada do capital coopta grandes contingentes populacionais simultaneamente essas popula es apropriam se de padr es valores ideais signos s mbolos formas de pensar e imaginar com os quais se armam para defender lutar e emancipar se p 144 Dadas as observa es necess rio apropriar mesmo com brevidade o processo de mudan as em que se insere o conjunto da reforma educacional brasileira nos anos 90 5 1 A CRISE DO CAPITALISMO E FLEXIBILIZA O Em rela o crise do capitalismo dos anos 70 80 do s culo XX importante destacar historicamente o
107. luta em prol da democratiza o da escola que n o esconde as dificuldades e os pessimismos da realidade educacional mas n o se deixa levar por esta procurando enfrentar o futuro com esperan a em busca de novas possibilidades e novos compromissos E um movimento constante para orientar a reflex o e a o da escola b Est voltado para a inclus o a fim de atender a diversidade de alunos sejam quais forem sua proced ncia social necessidades e expectativas educacionais CARBONELL 2002 projeta se em uma utopia cheia de incertezas ao comprometer se com os desafios do tratamento das desigualdades educacionais e do xito e fracasso escolar c Por ser coletivo e integrador o projeto quando elaborado executado e avaliado requer o desenvolvimento de um clima de confian a que favore a o di logo a coopera o a negocia o e o direito das pessoas de intervirem na tomada de decis es que afetam a vida da institui o educativa e de comprometerem se com a a o O projeto n o apenas perpassado por sentimentos emo es e valores Um processo de constru o coletiva fundada no princ pio da Gest o Democr tica re ne diferentes vozes dando margem para a constru o da hegemonia da vontade comum A Gest o Democr tica nada tem a ver com a proposta burocr tica fragmentada e excludente ao contr rio a constru o coletiva do projeto pol tico pedag gico inovador procura ultrapassar as pr ticas 302 sociais alicer
108. n veis que s o eles pr prios estabelecidos criados pela sociedade e por tal sociedade p 416 154 Se para Kant o entendimento o poder de liga o segundo regras o entendimento institu do pois n o h regra fora da institui o porque criada e estabelecida pela institui o Dessa forma para Castoriadis 1991 a sociedade sempre auto institui o do social hist rico que n o se sabe como tal pois a aliena o oculta a temporalidade essencial que n o assume o car ter inocente de simples representa o mas ela encarnada fortemente e pesadamente materializada na institui o concreta da sociedade incorporada na divis o conflitual levada e mediatizada por toda a sua organiza o interminavelmente reproduzida no e pelo funcionamento social o ser assim dos objetos das atividades dos indiv duos sociais p 417 A abordagem de Castoriadis sobre a institui o designa tamb m as institui es secund rias n o no sentido de segundo lugar mas derivada em que o imagin rio social se conforma 4 1 3 Institui o e psican lise O estudo de uma psican lise institucional possibilita uma importante contribui o para a an lise da institui o N o consenso nem mesmo para os te ricos da psican lise um nico conceito de institui o E como ponto de partida fica claro que a institui o o conjunto de v nculos que separa a nossa exist ncia do mundo natur
109. na constitui o e na LDB 2 ed Iju Editora Uniju 1999 ADORNO W T HORKEIMER M Dial tica do esclarecimento fragmentos filos ficos Rio de Janeiro Jorge Zahar 1985 ANAST SIA F tima Federa o e rela es intergovernamentais In AVELAR L CINTRA A O Sistema pol tico brasileiro uma introdu o S o Paulo UNESP Konrad Adenauer 2004 Cap 2 p 185 208 ANDERSON Perry at al O p s neoliberalismo as pol ticas sociais do estado democr tico S o Paulo Paz e Terra 1995 ANDRADE L A G O munic pio na pol tica brasileira revistando Coronelismo enxada e voto In AVELAR L CINTRA A O Sistema pol tico brasileiro uma introdu o S o Paulo UNESP Konrad Adenauer 2004 Cap 3 p 205 218 APEL K O El desafio de la cr tica total de la raz n Entropias 2 poca Valencia Documentos de trabalho n 45 Centro de Semi tica y teor a del espet culo Universidat de Val ncia amp Associaci n Vasca de Semi tica 1994 ARAG O L cia Maria de Carvalho Raz o comunicativa e teoria social cr tica em J rgen Habermas Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1992 ARDOINO Jacques LOURAU Ren As pedagogias institucionais S o Carlos RiMa 2008 ARELARO Lizete Regina Gomes O ensino fundamental no Brasil Avan os perplexidades e tend ncias Educa o e Sociedade Campinas v 26 n 92 p 1039 1066 out 2005 descentraliza o na lei 5 692 71 coer ncia ou contradi o
110. negoci veis Os conv nios estabelecidos entre a esfera estadual e os outros munic pios obedecem l gica pol tica dos arranjos locais e das simpatias pol ticas O remanejamento do pessoal administrativo do sistema a cada legislatura afeta de forma sistem tica a possibilidade de se realizar um planejamento de longo prazo Sem considerar que o calend rio eleitoral n o coincide as elei es para governador com as elei es para prefeito um processo de eterno recome o Isso ocorre em todos os n veis do sistema pol tico brasileiro Esse tipo de comportamento transportado para a psican lise seria a representa o de um comportamento neur tico A neurose tem como caracter stica n o reconhecer a repeti o de velhos comportamentos que no passado s redundaram em frustra o Quando confrontada com as evid ncias do retorno aos velhos h bitos busca novas solu es A cada nova composi o do executivo parte se de um jogo de soma zero em que os ganhadores n o s o seus eleitores ou a comunidade que referendou seu plano de governo mas o grupo pol tico de pertencimento do mandat rio N o seria democr tico propor a mudan a como componente da democracia representativa fundamentada pelo Estado de Direito N o Isso n o democracia 293 O clientelismo da pol tica nacional estaria subsumido no patrimonialismo presente com viva for a no conjunto da sociedade brasileira Erasto Mendon a 2000
111. no fundamento da id ia de um inacabamento fundamental dos grupos e de maneira mais geral do homem p 261 A tens o entre organiza o e institui o o elemento fundamental no trabalho de Lapassade uma vez que a organiza o n o disporia dos fins mas dos meios para atingir pois teria um car ter contingente e concreto 4 1 2 Castoriadis e a rede simb lica Cornelius Castoriadis ao estabelecer o car ter b fido social e individual do imagin rio estabelece novas perspectivas para o quadro de an lise da institui o estabelecendo outra dimens o simb lica na an lise da institui o Segundo Castoriadis 1982 a supera o da aliena o pressup e a elimina o do dom nio de toda classe particular e vai al m a aliena o apresenta se como a aliena o da sociedade em rela o autonomiza o de suas institui es Dessa forma est presente mesmo em sociedades sem classes surge como uma modalidade da rela o com a institui o e por seu interm dio da rela o com a hist ria p 139 Seu trabalho de elucidar e compreender o que institui o para al m dos conceitos econ micos e funcionais Ao contestar a vis o funcionalista n o o faz pela import ncia do papel das institui es para a sociedade em que preenche fun es vitais mas pelo vazio para quais necessidades reais as institui es se destinam O ponto de partida para a an lise de como se constitu
112. o comunica o e linguagem entendida pelos dois autores citados seguem caminhos diferentes cujas aporias destacadas por Habermas em sua cr tica s o rebatidas por Luhmann A concep o metabiol gica descrita por Habermas em sua cr tica prov m da apropria o de conceitos de Maturana e Varela por parte de Luhmann A autopoiese de Maturana por m diferencia se do sistema autopoi tico de Luhmann Pretendo ainda esclarecer no texto as diferen as entre os conceitos partindo das defini es 105 de Maturana para compreend las em Luhmann 3 1 RAZ O CENTRADA NO SUJEITO OU RACIONALIDADE SIST MICA A CR TICA DE HABERMAS TEORIA DE SISTEMAS DE LUHMANN N o nova a cr tica de Habermas a Luhmann mesmo assim destaca elementos importantes para as rela es que se estabelecem no conjunto da filosofia da educa o na mudan a de s culo com novos paradigmas respaldados nas mudan as ocorridas na ci ncia durante os ltimos anos do s culo XX Vejo a teoria de Luhmann como uma continua o engenhosa de uma tradi o que marcou fortemente a auto compreens o dos tempos modernos europeus e que por seu turno reflexo do modelo seletivo do racionalismo ocidental HABERMAS 1990 p 349 De acordo com Habermas 1990 Luhmann n o organiza seu trabalho tendo como ponto de partida o percurso da sociologia de Comte a Parsons e sim investe nos problemas fundamentais da filosofia da consci ncia desde Kant at
113. o presente no pensamento iluminista Essa raz o necessita de um sujeito de uma entidade que a corporifique Tamb m essa uma inven o moderna 1 3 O SUJEITO NA MODERNIDADE De acordo com Deleuze 1997 mais interessante que criticar um conceito descobrir os novos campos que o tornam in til ou inadequado Para ele o conceito ao mesmo tempo absoluto e relativo relativo aos seus pr prios componentes aos outros conceitos ao plano a partir do qual se delimita aos problemas que se sup e deva resolver mas absoluto pela condensa o que opera pelo lugar que ocupa no plano pelas condi es que imp e ao problema E absoluto como todo mas relativo enquanto fragment rio E infinito por seu sobrev o ou sua velocidade mas finito por seu movimento que tra a o contorno dos componentes p 33 34 o caso do conceito de sujeito moderno que por meio de sua problematiza o no conjunto da ilustra o proporcionou a enuncia o de um conceito espec fico de sujeito que satisfazia a determinadas exig ncias uma determinada condensa o de possibilidades O que necess rio indagar por que o conceito de sujeito se transforma no decorrer do s culo XX Mas cabe tamb m perguntar sobre a exist ncia do sujeito pr moderno Etimologicamente subjectus significa subordina o posto abaixo dependente colocado posto diante data do s culo XIII o termo vassalo s dito e de 1392 o termo pessoa indeterminada
114. o considerando a produ o cultural e simb lica desenvolvida nas ricas rela es no interior da institui o Resta ressaltar que um projeto pol tico pedag gico ao tratar da diversidade n o busca um consenso mas a confronta o de interesses porque a escola tem sua dimens o p blica necess rio ir adiante Beltr n Llavador e Martin Alonso 2000 p 119 explicam que N o se trata de encontrar o consenso geral pois isto praticamente imposs vel mas de chegar a pontos em comum entre distintos agentes e a partir deles fundamentar o trabalho na escola conforme as distintas responsabilidades dos agentes participantes trazer a luz o conflito e dialogar sobre sua supera o permite por um lado evitar a tenta o de colocar a culpa uns nos outros e consequentemente abortar a discuss o de quest es mais substantivas para a educa o como a justi a a liberdade e a divis o dos bens culturais que tem lugar nas aulas Assim o projeto como 303 instrumento sempre inacabado constituir se ia a partir desse di logo sobre o conflito comprometido com um tipo de educa o e um modelo de sociedade que aspira a coletividade tradu o nossa Assim mais do que um projeto pedag gico ele fundamentalmente pol tico porque a escola est mundo da polis As comunica es os di logos as trocas que se produzem na escola entre os educadores rompem com a l gica da f brica pretendida pelo sistema O q
115. o da competitividade internacional das ind strias locais A proposta do BM est representada na LDB na legisla o do FUNDEF na municipaliza o do ensino fundamental no Brasil prefeituriza o nos documentos que organizaram a expans o do ensino superior privado na aus ncia de pol ticas de fortalecimento da educa o de jovens e adultos na aus ncia de financiamento espec fico para a educa o infantil e tamb m na paradoxal situa o de abandono que o ensino m dio padece no conjunto da reforma Durante o governo FHC houve uma conflu ncia de interesses lutando por reformas mais amplas na educa o afinadas com o consenso internacional sobre o que deveria ser a educa o em um pa s sintonizado com as transforma es do capitalismo flex vel Dentro desse contexto poss vel entender a participa o e a influ ncia do BM na reforma educacional dos anos 90 6 4 A MUNICIPALIZA O DA EDUCA O E O FOCO NA ESCOLA O discurso sobre a municipaliza o e a descentraliza o da educa o tem longa dura o na hist ria brasileira perpassando v rios contextos desde o in cio da monarquia com o Ato Adicional de 1834 Emenda Constitucional 14 de 1996 Em momentos de reforma pol tico institucional instaurase o discurso da descentraliza o nos anos 70 com a lei 5692 71 em um per odo de restri es democr ticas e nos anos 90 com a lei 9394 96 quando se estabelece a ret rica do esta
116. o h como voltar 1 4 O FIM DAS METANARRATIVAS E O HORIZONTE DA LINGUAGEM O texto original de Lyotard datado de 1979 interessante como muitas das quest es levantadas por esse autor t m intensa atualidade especialmente a rela o da ci ncia com o discurso de sua legitima o Ele afirma que estamos na p s modernidade A an lise da ci ncia da tecnologia e do conhecimento em sociedades avan adas aponta para o fim das metanarrativas As quest es levantadas por Lyotard colocam em contraponto a vis o de Ranciere 2005 em especial a necessidade levantada pelo autor de se pensar a ci ncia como fic o A sociedade como unicidade seja na vis o de Durkheim Parsons ou Marx n o mais aceit vel na medida em que expressa uma metanarrativa que fornece os fundamentos teleol gicos para a quest o social o papel da ci ncia e conhecimento A ci ncia moderna na medida em que as regras de sua fundamenta o narrativas est o fora de sua pr pria esfera de compet ncia O advento da ci ncia moderna ocorre justamente no momento em que se funda o Estado Na o burgu s A legitima o encontra suas bases modeladas sobre o paradigma de um nico sujeito conhecedor isto do remetente destinat rio de enunciados denotativos com valor de verdade p 55 Duas metanarrativas emergem nesse contexto de que o conhecimento era produzido para um sujeito emancipador e a id ia de que o conhecimento produzido pa
117. o modelo para a elabora o de pol ticas em 67 pa ses pobres devido necessidade da r pida incorpora o de mudan as na sociedade e difus o de novas cren as BORDENAVE 1998 Este modelo n o discute o contexto em que se insere a comunica o ou os elementos que possam de alguma forma intervir no processo A preocupa o com os efeitos e os resultados da comunica o o elemento mais importante principalmente se puder quantific lo como uma avalia o dos resultados Outros autores t m papel fundamental nas teorias de comunica o entre eles necess rio destacar Paul F Lazarsfeld Robert Merton Kurt Levin e Carl Hovland sendo atribu da a eles a paternidade da Mass Communication Research Os dois primeiros acrescentaram uma quarta fun o s listadas por Lasswell a divers o al m de tornarem o sistema mais complexo com a possibilidade de disfun es fun es latentes e manifestas Ser dada relev ncia neste estudo somente contribui o de Paul F Lazarsfeld devido pol mica que estabeleceu com a escola de Frankfurt Lazarsfeld estabelece uma linha te rica intitulada de pesquisa administrativa polemizando com a pesquisa cr tica esta tamb m denominada teoria cr tica da escola de Frankfurt na qual polemizou com Max Horkheimer Segundo ele n o havia superioridade na pesquisa filos fica desenvolvido pela teoria cr tica Questionou radicalmente a afirma o de que os meios de co
118. pa ses do mundo Do ponto de vista hist rico o Banco Mundial como ag ncia p s guerra est associado expans o do capitalismo conhecido comumente como desenvolvimento Para a viabiliza o dos lucros do capitalismo para a expans o das grandes corpora es e para influenciar o mercado na fonte das mat rias primas necess rias era necess rio influenciar diretamente os pa ses A assessoria t cnica e a emin ncia de lucros para as elites locais dos diferentes pa ses sempre foram boas pol ticas Nota se a a presen a dos think tanks tratados anteriormente Considerando seus objetivos iniciais a educa o n o era o foco privilegiado do BM Tal ocorre justamente no momento em que irrompe a crise do capitalismo que se inicia nos anos 70 e nos choques de petr leo dos anos de 1973 e 1979 A reestrutura o produtiva nesse momento de crise do capitalismo avan ado o crescente processo de globaliza o e a necessidade de expans o do novo desenvolvimento desencadeiam outras necessidades A reestrutura o produtiva foi improdutiva para a Am rica Latina AL em especial na d cada de 1980 pois entre 1983 e 1984 houve uma queda de aproximadamente 40 bilh es de d lares relacionados com empr stimos banc rios e fuga de capitais da regi o ALMEIDA 2001 A regi o enfrentou nos anos 80 a d cada perdida com um aumento significativo da pobreza da exclus o e fundamentalmente da de
119. para julgar o que verdadeiro e justo Mas a crise do saber cient fico n o nova e os seus sinais se multiplicam desde os fins do s culo XIX ela procede da eros o interna do princ pio de legitima o do saber Esta eros o opera no jogo especulativo e ela que ao afrouxar a trama enciclop dica na qual cada ci ncia devia encontrar seu lugar deixa as emanciparem p 71 Ou seja para Lyotard 1990 a modernidade engendrou em si mesma os mecanismos da crise que se desenrola com maior nfase no p s guerra nas na es de capitalismo avan ado que com o advento da terceira revolu o industrial inform tica intensifica se A crise est diretamente vinculada aos mais diferentes campos do pensamento como a filosofia a literatura a pol tica a arte a arquitetura a economia a hist ria a sociologia ou seja s ci ncias do homem que segundo Santos 1987 correspondem a todo legado da produ o humana incluindo nesse conjunto as ci ncias naturais e f sico matem ticas A leitura da crise da modernidade por diferentes autores como Richard Rorty 1994 Gianni Vattimo 1987 e Jean Baudrillard 1993 mostra aspectos comuns a todos eles como a cr tica do universalismo das grandes narrativas sobre a hist ria e as totalidades assumidas como os conceitos de progresso desenvolvimento e 28 moderniza o abandono dos grandes projetos de emancipa o social ren ncia emancipa o social
120. pedag gico necess rio que o docente trabalhe com a dimens o coletiva e que o projeto n o seja somente uma lista de tarefas que o professor tem que cumprir dessa escola que se trata o projeto pol tico pedag gico Uma escola que est vinculada a um sistema educacional pautado no modelo de divis o social do trabalho em que a sele o uma expectativa um valor a ser buscado em qualquer atividade educativa Concomitantemente a escola situa se como integradora das atividades para proporcionar a solu o dos problemas 299 compartilhados Se o sistema trabalha com a separa o entre teoria e pr tica a escola trata de junt las O projeto pol tico pedag gico se insere na medida em que se presencia uma maior diversidade do pensamento Quando se tem a crise da raz o e o descentramento do sujeito moderno tem se a quebra nos regimes r gidos de pensamento Como destacado no cap tulo primeiro o sujeito colocado em quest o e a teleologia tamb m Essa fragmenta o do saber ir influenciar inclusive as formas de sociabilidade e compreens o do existencial Uma vez que a escola trabalha com o conhecimento e com pessoas est permeada por uma diversidade que sempre existiu mas que historicamente n o era poss vel se expressar nessa institui o educacional que o projeto pol tico pedag gico faz se necess rio primordialmente para estabelecer certa organicidade e trazer possibilidades outras q
121. por meio de sua pol tica externa Justamente nos anos 90 quando o Brasil internamente come a a vida democr tica institucional o momento em que novas agendas internacionais s o postas e discutidas Ao final de cada encontro encerra se com uma declara o final E o Brasil foi signat rio de v rios encontros que ir o definir o perfil das pol ticas durante a reforma em especial a descentraliza o e a autonomia da escola A quest o da descentraliza o da educa o e da autonomia da escola s o pol ticas que apesar de realizadas no Brasil t m eco nas reformas efetuadas no conjunto do sistema internacional e na Am rica Latina AL ocorrem com certa homogeneidade Segundo Casassus 2001 entre os diferentes encontros internacionais realizados com os pa ses da AL nos anos 90 cinco deles s o marcantes no que diz respeito orienta o espec fica para a reforma educacional na regi o a fim de constituir um consenso Abaixo est o destacados quatro deles e suas orienta es gerais Quadro 7 Encontros internacionais e discuss o realizada nos anos 90 por pa ses da AL REUNI O PROP SITOS Gerar contexto pol tico favor vel orienta o para educa o b sica Proporcionar maior aten o aos processos de aprendizagem e satisfa o das necessidades fundamentais do aprendizado Reorienta o de cr ditos internacionais da infra estrutura para a educa o nfase em uma nova etapa
122. previstas Nem livremente escolhido nem imposto sociedade considerada nem simples instrumento neutro e m dium transparente nem opacidade impenetr vel e adversidade irredut vel nem senhor da sociedade nem escravo flex vel da funcionalidade nem meio de participa o direta e completa em uma ordem racional o simbolismo determina aspectos da vida da sociedade e n o somente o que era suposto determinar estando ao mesmo tempo cheio de interst cios e de graus de liberdade p 152 Alerta Castoriadis sobre o problema que caracteriza para cada sociedade a natureza simb lica das institui es Como a linguagem se n o podemos sair dela nossa mobilidade n o tem limites inclusive o questionamento de nossa rela o com ela As quest es relativas ao dom nio do simb lico remetem a uma pergunta poss vel dominar o simb lico Ao que responde Castoriadis salvo na medida em que remete em ltima inst ncia a algo que n o simb lico p 153 Essa rela o ultrapassa o racional autonomizando n o fazendo parte portanto do simb lico 152 Na progress o discursiva de Castoriadis sobre a sua leitura a respeito da institui o o imagin rio componente de todo simb lico e nesta rela o o imagin rio deve utilizar o simb lico n o somente para exprimir se como tamb m para existir e realizar a passagem do virtual para qualquer outra coisa a mais H uma influ ncia decisiva do imagin rio
123. problem ticas para suprir as exig ncias das situa es apresentadas Abarca portanto as seguintes dimens es o universo da cultura pois o grande conjunto de conhecimentos historicamente acumulados que os participantes de um grupo ou sociedade resgatam para efetuar as suas interpreta es conforme anteriormente descrito a sociedade pois estabelece vincula o identit ria ao grupo de pertencimento regulando e situando como leg timas certas pretens es comunicativas al m da vincula o solid ria a personalidade pois afirma sua identidade como indiv duo capaz de agir e de emitir proferimentos em processos comunicativos Diferentemente da facticidade heidegeriana do ser no mundo o mundo da vida de Habermas abstrai a concreticidade e estabelece o estar num contexto SIEBENEICHLER 1989 Para o observador n o h sa da ou situa es novas para o agente que tem como fonte a reserva do saber cultural com que est familiarizado O mundo da vida a priori quase transcendental n o poss vel o controle sobre ele Est impl cito e conforma seus processos de entendimento O mundo da vida pode ser entendido ent o como a priori armaz m de que temos que lan ar m o a cada nova situa o de a o mas com outra perspectiva n o anal tico conforme Kant mas social A an lise entre pragm tica formal e pragm tica emp rica se ap ia na an lise do mundo vital pois se
124. processo de transforma o nos pa ses centrais O financiamento p blico do Welfare propiciou um crescimento gigantesco das for as produtivas e um consider vel avan o tecnol gico atuando tanto na reprodu o da for a do trabalho como na do capital promovendo a internacionaliza o produtiva e de capitais desterritorializando o investimento e renda Ao mesmo tempo rompe o c rculo perfeito kenesiano assentado no Estado Na o que n o mais recomp e os fundos p blicos levando a uma crise fiscal a qual indisfarsavelmente atinge os pa ses com acentuada internacionaliza o Nasceu exatamente dos pa ses em que essa performance de suas pr prias multinacionais mais acabada os Estados Unidos e a Inglaterra a rea o conservadora contra o Estado Provid ncia pondo o acento nos gastos estatais para a produ o de bens e servi os sociais p blicos para fazer voltar tona o impulso de investimento e consumo privados OLIVEIRA 1988 p 13 Conjuntamente com a crise do Welfare emerge dentro do processo de internacionaliza o do capitalismo no p s guerra uma crescente financeiriza o da riqueza produzida e a partir do final dos anos 60 aparecem limites para a hegemonia industrial norte americana com a emerg ncia do Jap o e Alemanha no cen rio internacional al m da crise do petr leo fabricado pela Organiza o dos 182 Pa ses Exportadores de Petr leo OPEP em 1973 Ocasionou se a
125. produto do metabolismo celular tal como o tecido o produto de um tear porque essa membrana n o apenas limita a extens o da rede de transforma es que produz seus componentes como tamb m participa dela Se n o houvesse essa arquitetura espacial o metabolismo celular se desintegraria em uma sopa molecular que se espalharia por toda a parte e n o constituiria uma unidade separada como a c lula p 53 Tanto a din mica de transforma es internas quanto a fronteira que possibilita a identidade s o importantes e simult neas Essa forma de organiza o caracter stica do ser vivo a autopoiese no universo de estruturas singulares A 123 autonomia do ser vivo explicada pela autopoiese Tendo em vista o aparecimento das unidades autopoi ticas na superf cie terrestre elas t m uma fenomenologia pr pria que difere da fenomenologia f sica pois dependem de sua organiza o da forma como se realizam seus processos internos e n o somente do car ter f sico de seus componentes que obedecem s leis f sicas a sequ ncia de processos que ocorre na incorpora o autopoi tica da c lula que possibilita a intera o com as mol culas e n o a composi o f sica da mol cula per si MATURANA VARELA 2001 A hist ria evolutiva dos seres humanos e a complexidade do sistema nervoso explicam se por essa fenomenologia do vivo Ocorrem por meio de um cont nuo fechamento operacional e acoplamento est
126. quando ambos os sistemas se possibilitam bilateralmente por meio da inser o da sua complexidade pr pria e pr constitu da no outro Para Habermas com a ajuda desta id ia que t m de ser explicadas as rela es ntimas ou as expectativas morais e esse o ponto chave Todo esse conjunto de problemas ocorre devido ao fato de o sistema social e o ps quico n o estarem desde o in cio coordenados entre si o que leva a dificuldades em tratar da socializa o e individualiza o Devido distin o entre o sistema social e o ps quico segundo Habermas 1990 113 Luhmann como que disseca a vida da esp cie humana e dos seus exemplares para os distribuir por dois sistemas exteriores um em rela o ao outro embora a conex o interna de ambos os aspectos seja constitutiva para as formas de vida estruturadas pela linguagem p 348 O conjunto da obra de Luhmann torna se para Habermas metateoria na medida em que uma compreens o poss vel do mundo Destaca que pertence ao contexto da tradi o racionalista ocidental cientificista e objetivista Na medida em que a teoria dos sistemas penetra no mundo da vida introduz neste uma perspectiva metabiol gica por meio da qual ela pr pria aprende a entender se como um sistema inserido num meio circundante com outros sistemas num meio circundante como se o processo do mundo somente se processasse mediante diferen as sistema meio ambiente Desse jeito a
127. que conectam a apresenta o dos fatos e as formas de inteligibilidade n o deixa clara a fronteira entre raz o dos fatos e raz o da fic o Os historiadores e analistas da realidade social retomam esse modo de conex o Assim Escrever a hist ria e escrever hist rias pertencem a um mesmo regime de verdade Isso n o tem nada a ver com nenhuma tese de realidade ou irrealidade das coisas Em compensa o claro que o modelo de fabrica o de hist rias est ligado a uma determinada id ia da hist ria como destino comum com uma id ia daqueles que fazem hist ria e que essa interpenetra o entre raz o dos fatos e raz o das hist rias pr pria de uma poca que qualquer um considerado como cooperando com a tarefa de fazer a hist ria p 58 59 A cita o acima n o indica por parte do autor uma declara o de que a Hist ria produzida com as hist rias que contamos mas que n s como agentes hist ricos compartilhamos uma raz o das hist rias que est o a transitar pelo existir H uma rela o entre literalidade e historicidade em que os enunciados pol ticos e ou liter rios produzem mudan as no contexto social real definindo modelos de palavra ou de a o Regimes de intensidade sens vel Regimes que vinculam o agente hist rico como falante social produtor e reprodutor de cultura O que chamamos de pol tica segundo ele n o nada mais do que pol cia poi
128. raz o centrada no sujeito substitu da pela racionalidade sist mica Sendo assim a cr tica da raz o realizada como cr tica da metaf sica e do poder escapa lhe o objeto Substitui os elementos de fundo da metaf sica pelos da metabiologia Mas a quest o que se coloca para Habermas que se a teoria de Luhmann t o mecanicista solipsista objetivista e vinculada em demasia s outras ci ncias que n o as da tradi o da humanidade ser ent o um exerc cio in culo de an lise e entendimento do contexto social total Habermas 1990 p 349 responde essa quest o em uma cita o que apesar de longa esclarecedora Sistemas de descri o provenientes das ci ncias da natureza est o demasiado afastados das experi ncias do quotidiano para que possam ser apresentados de modo a diferenciar autodescri es estranhas e a inclu las na larga frente do mundo da vida Isso altera se com a linguagem da teoria geral dos sistemas que se desenvolveu a partir da cibern tica e da aplica o dos seus modelos em diferentes ci ncias biol gicas As concep es de modelos feitas a partir da an lise das opera es inteligentes e talhadas medida da vida org nica aproximam se significativamente mais da forma social cultural da vida do que as da mec nica cl ssica Como demonstram os surpreendentes resultados luhmannianos de tradu o esta linguagem pode ser manipulada e alargada com tanta flexibilidade que tamb m p
129. rica do sujeito O Estruturalismo como movimento intelectual contribuiu em grande parte Um primeiro descentramento importante do sujeito moderno aconteceu nas mudan as do pensamento marxista no estruturalismo Althusser 1918 1990 ao interpretar Marx afirmou que o n cleo de seu sistema te rico n o est colocado sobre uma concep o abstrata de homem mas das rela es sociais N o h uma ess ncia universal de homem mas atributos de cada indiv duo singular O Anti humanismo de Althusser desloca o ator individual do centro da interpreta o marxista e o coloca como agente do sistema LECHTE 2003 50 Freud 1856 1939 com a descoberta do inconsciente destr i o conceito de sujeito do Cogito que tem unidade e identidade fixas A impossibilidade do controle consciente da subjetividade que se forma durante toda a vida dep e contra uma identidade dada e estabelecida A identidade n o plenitude mas falta que preenchida pelo espelho do olhar do outro A psican lise de Freud e Lacan ir desconstruir a no o de sujeito fixo tornando o invi vel HALL 2001 Ao destacar que a linguagem n o era um sistema individual mas social Ferdinand Saussure 1857 1913 alertou que falar n o somente expressar os nossos pensamentos mas principalmente ativar um conjunto extremamente amplo de significados inclusos em nossa linguagem e em nossos sistemas culturais As consequ ncias do pensamento de Saussure
130. se sacrificar Ela apresenta exig ncias e obriga a todos a se moverem pelo orgulho do trabalho a realizar verdadeira miss o de voca o salvadora 3 Se nem todas as institui es podem ter um sistema simb lico t o fechado sobre si mesmo e t o impositivo para os seus membros todas inconsciente ou conscientemente procuram edific lo E isso principalmente na medida em que se sentem menos seguras de si mesmas e na medida em que desejam se reinstituir reencontrar um fundamento s lido e assim desenvolver um controle novo e mais efetivo sobre os seus membros Fonte Enriquez 1991 p 78 Os mitos t m o lugar de fiador na vida ps quica e social desde que esta n o invada a vida cotidiana com o seu cortejo de ritos de saga de her is pois mesmo que pare a oferecer um novo elemento para coes o est prestes ao desabamento Os homens podem cuidar de seus problemas e animar a institui o p 78 Quadro 6 Sistemas Imagin rios 1 A institui o procura capturar os indiv duos na armadilha dos seus pr prios desejos de afirma o narc sica e de identifica o nas suas fantasias de onipot ncia ou na sua necessidade de amor declarando se capaz de responder aos seus desejos naquilo que apresentam de mais excessivo ou de mais arcaico afirma o narc sica que se manifesta sob os rostos do l der do tirano do organizador e do sedutor identifica o maci a que tem como objetivo a comunh o e a f
131. sentido Com efeito a educa o aparece como uma realidade irredut vel nas sociedades humanas Quando o homem sente a necessidade de intervir nesse fen meno e erigi lo em sistema ent o ele explicita sua concep o de educa o enunciando os valores que orientam e as finalidades que preconiza sobre cuja base se definem os crit rios de ordena o dos elementos que integram o processo educativo p 2 171 A coloca o acima de Saviani 1998 capturada em um dos seus escritos mais atuais indica a concep o de sistema educacional como uma estrutura organizadora e catalisadora da educa o intervindo de forma propositiva para tal Mas o autor citado teve uma vis o diferente de sistema educacional Em texto que analisa a estrutura da educa o brasileira no caso a Lei 4 024 61 Saviani se pergunta se existe um sistema educacional no Brasil Afirma que o sistema nasce da tomada de consci ncia da problematiza o de uma situa o comum destacando que um sistema educacional corresponde a uma unidade de v rios elementos que intencionalmente reunidos levam a formar um conjunto coerente e operante Coloca como elementos necess rios no o de sistema a Intencionalidade b Conjunto unidade na diversidade c Coer ncia interna e formal Ainda era necess rio para construir uma proposta de sistema educacional preencher tr s condi es que seriam 1 Consci ncia dos problemas da educa o naciona
132. singular pois transformou sociedades tradicionais rurais em 30 sociedades civis industriais modernas engendradas em um projeto de moderniza o em constante expans o inova o e acumula o constituindo a sociedade global contempor nea Simultaneamente a expans o do capitalismo e o conjunto de valores da modernidade europ ia tiveram impactos sem precedentes nas sociedades colonizadas em todas as partes do globo Essa expans o enquanto incluiu tamb m promoveu a exclus o pela concentra o de riquezas e informa o a destrui o ambiental o empobrecimento o colonialismo e o imperialismo dirigido contra as sociedades n o ocidentais Um projeto civilizat rio destinado a conduzir toda a vida humana no planeta Segundo Mushakoji 1999 o projeto de modernidade complexo e apesar de tudo a ocidentaliza o proporcionou mudan as nunca vistas na hist ria humana f cil criticar o ocidente por seu colonialismo por sua destrui o dos sistemas ecol gicos e por todos os males advindos do modernismo desde o darwinismo social ao neoliberalismo E f cil apontar os defeitos das teorias ing nuas de moderniza o linear dos anos 60 bem como os problemas dos diferentes paradigmas de desenvolvimento ou das teorias de desenvolvimento econ mico social e pol tico Mas espantoso o desenvolvimento hist rico havido durante os cinco s culos do processo de moderniza o vivido como ocidentaliza o do
133. sistema social baseado na diferencia o entre sistema e ambiente fundamenta se em processos comunicativos sendo o indiv duo ambiente do sistema social Evita se a redu o de considerar os fen menos sociais uma rela o causal e direta com um psicologismo simplificador n o h uma rigidez no sistema mas conjunto de expectativas Assim o sistema de comunica o social n o pode operar sem indiv duos que interagem n o se liga ao indiv duo na sua totalidade somente s suas mensagens isto a a es e sua simbologia O sentido da comunica o ser diferente para o emissor ps quico e para o receptor social ou vice versa Os dois tipos de sistemas est o estruturalmente acoplados enquanto cada um executa sua pr pria opera o de forma autopoi tica O pensamento Luhmaniano de sistemas implica ter como ponto de partida um modelo de sistemas fechados com margem de indetermina o cada sistema fechado diante do contexto exterior est isolado dele e realiza internamente duas 119 opera es b sicas para sua manuten o o fechamento operacional e o acoplamento estrutural Al m deles necessita contudo ser contrabalan ada pela conting ncia que corre na provisoriedade da observa o Ocorrem dois processos b sicos no interior dos sistemas que s o a auto organiza o respons vel pela constru o de estruturas e que respondem pela dire o interna no sentido da auto reprodu o do pr pr
134. sobre o simb lico pois o simbolismo permite estabelecer um v nculo entre os dois termos de maneira que um represente o outro O simb lico comporta quase sempre um componente real racional o que representa o real ou o que indispens vel para o agir Mas esse componente tecido inextricavelmente com o componente imagin rio efetivo p 155 Um problema essencial colocado para a pol tica e a teoria da hist ria por que que no imagin rio que uma sociedade deve procurar o complemento necess rio para sua ordem p 156 No n cleo desse imagin rio encontra se algo irredut vel ao funcional que como um sentido que n o ditado pelos fatores reais porquanto antes ele que confere esses fatores reais tal import ncia e tal lugar no universo que constitui para si mesma a sociedade p 156 O imagin rio cont m e ultrapassa os motivos funcionais as vezes contradizendo os ora ligados a elementos reais ora a elementos tot micos tabus entre outros produzindo redu es s nteses sucessivas totalidades parciais constituindo os elementos estruturais de uma sociedade figuras que encontram seu limite no elemento simb lico que o constitui de forma irredut vel Reduzir a institui o s significa es funcionais uma interpreta o parcialmente correta destaca Castoriadis na realidade uma proje o sobre o conjunto da sociedade capitalista ocidental como
135. social O mesmo autor indica mudan as provocadas pelo princ pio da Gest o Democr tica da escola e da necessidade de um conjunto de medidas pol ticas que objetivem a participa o e a democratiza o das decis es o que pressup e a autonomia dos movimentos sociais e de suas organiza es face administra o p blica e possibilidade de fazer alian as e parcerias a abertura de canais de participa o pela administra o para que a tomada de decis es n o se efetue em bases tecnocr ticas dos laudos t cnicos que muitas vezes n o correspondem realidade a transpar ncia administrativa democratizando as informa es popula o dos ordenamentos que regem a administra o p blica Ao mesmo tempo a implanta o dos conselhos de escola necessita constituir uma estrat gia expl cita da administra o Prop e uma escola p blica nica ou seja uma escola p blica universal mas multicultural que garanta um padr o nico de igualdade e ao mesmo tempo 257 respeite a diversidade local onde o popular se insere no p blico unindo o nacional e o regional ultrapassando a escola nacional e estatal para chegar escola popular 1992 p 55 O projeto de escola aut noma proposto em linhas gerais estabelece alguns princ pios expressos no seu famoso Dec logo da Escola Cidad e na proposta de um sistema nico e descentralizado Quanto administra o desse sistema nico prop
136. social e dos conflitos inerentes a ela pretens o de inteligibilidade da exist ncia Ao satisfazer o pressuposto de tornar se compreens vel ao outro por meio da linguagem pretens o de inteligibilidade outras pretens es s o colocadas a partir do entendimento S o elas A Pretens o de verdade o indiv duo relaciona se com a realidade externa possibilitando opor o mundo p blico do ser Sein ao mundo privado da opini o e apar ncia Schein B Pretens o de corre o o indiv duo relaciona se com a linguagem e com o mundo social permitindo a oposi o entre regularidades emp ricas observ veis o ser Sein e as normas vigentes a serem obedecidas o deve ser Sollen C Pretens o de veracidade ou sinceridade o indiv duo se relaciona com sua natureza interna suscitando a oposi o entre a ess ncia individualizada do sujeito Wessen e a maneira como ele se mostra aos outros Erscheinung COSTA 2002 Mas um problema fundamental colocado como avaliar se uma pretens o de validade leg tima uma ordem justificada ou uma asser o verdadeira Para Habermas a linguagem n o funciona somente como agir comunicativo como intera o mas tamb m como discurso Na intera o comunicativa n o h questionamento da legitimidade das pretens es de validade uma vez que a inteligibilidade pressuposta e imanente e perpassa a estrutura cultural mesmo entre senhores e escravos superiore
137. sujeito moderno Psicol Reflex Crit Porto Alegre v 12 n 3 1999 FONSECA Jo o Pedro Municipaliza o do ensino entre medos e esperan as s v speras do terceiro mil nio RBPAE Bras lia v 13 n 2 p 151 184 jul dez 1997 FONSECA Mar lia Projeto pol tico pedag gico e o plano de desenvolvimento da escola duas concep es antag nicas de gest o escolar Cad CEDES Campinas v 23 n 61 p 302 318 dez 2008 FOUCAULT M Michel Foucault explica seu ltimo livro entrevista com J J Brouchier Magazine Litt raire n 28 abril maio de 1969 05 23 25 In MOTTA M Barros org Michel Foucault arqueologia das ci ncias e Hist ria do pensamento Rio de Janeiro Forense Universit ria 2000 colet nea de textos de M Foucault FREIRE Paulo O Partido como educador educando In DAMASCENO A etal A educa o pol tica como ato pol tico partid rio S o Paulo Cortez 1988 p 16 18 Pedagogia do Oprimido 34 ed S o Paulo Paz e Terra 2002 Extens o ou comunica o S o Paulo Paz e Terra 1977 FREIRE Paulo GADOTTI Moacir GUIMAR ES S rgio Pedagogia di logo e conflito 4 ed S o Paulo Cortez 1995 FREITAG B ROUANET S P Habermas S o Paulo tica 1993 Cole o Grandes Cientistas Sociais n 15 FRIGOTO Gaud ncio CIAVATTA Maria Educa o b sica no Brasil na D cada de 1990 subordina o ativa e consentida l gica de mercado Educa o amp Sociedade Ca
138. tente manter distante a epistemologia positivista que n o corresponde a um objeto ou rela o concreta contudo uma afirma o considerada v lida em um processo de argumenta o discursiva A verdade n o tem que ver com conte dos e sim com procedimentos aqueles que permitem estabelecer um consenso fundado A verdade num certo sentido confunde se com as condi es formais para alcan la conforme Freitag e Rouanet 19983 p 21 Em que medida a obra de Habermas desvincula se da tradi o metaf sica Como destaca Arag o 1992 a obra de Habermas corresponde a um sistema na perspectiva kantiana em que a id ia de raz o o centro e determina a priori o conte do e a posi o rec proca das partes devidamente ordenadas e logicamente estruturadas Elabora sua teoria de forma que a racionalidade comunicativa e seus elementos estabelecem uma cadeia dedutiva Habermas conserva se ligado tradi o metaf sica principalmente pelas media es que estabelece com seu a priori a raz o esta constitui o fundamento que determina a condi o social humana sua exist ncia e evolu o A respeito da rela o entre ci ncia e filosofia a obra de Habermas exp e uma ambiguidade ele se serve tanto de diferentes contribui es oriundas das 78 pr prias ci ncias sociais para dar um suporte cient fico ao seu referencial filos fico como quer fornecer a essas ci ncias um quadro categorial a ser verifica
139. the submission of the set of ideas established by international institutions such as the World Bank which emphasizes the necessity of school decentralization and autonomy that are integrated and transform in a key element of the educational politics of FHC government The brazilian society democratization and the emergency of the county as a federative organism as well as give power to the county to promote elementary and high school achieved as the FUNDEF show the new image of brazilian education in which the counties turn to manage its own educational system As the education being managed by the county without the consolidation of an educational system formed by educators changed in each management establishes the contradiction with the school projetcs because the elected mayor isn t engaged with continuity turning the school vulnerable to new mayors in each election The communication is seen as the polysemy that the term evokes The classic theories of communication are emphasized however the focus is about the debate Habermas X Luhmann that deal different forms of communication In a democratical relation between school and educational system there are possibilities of expectations built create possible ways in giving meaning to the provocations of system It would provide the update of the structures that are the basis of school Therefore it is possible a dialogical relation considering the school not in a hierarchical view its project
140. tida como um mito inconsistente fim do mito da utopia a cr tica entendida como desconstru o relativismo e fragmenta o cultural heterogeneidade e pluralidade cultural e nega o do fundacionismo e do essencialismo Para Jamerson 1999 a p s modernidade est ligada ao desenvolvimento do capitalismo tardio avan ado para Habermas 1990 a modernidade um projeto inacabado e estar amos vivendo um momento de crise desse projeto sendo necess rio aprender com esses desacertos importante destacar que a modernidade como processo que foi constitu do entre os s culos XVI e XVII possibilitou a supera o com o mundo feudal mediante a seculariza o a individualiza o a fragmenta o das estruturas sociais baseadas na tradi o e na separa o entre o p blico e o privado O projeto de modernidade tributo do iluminismo complexo e contradit rio e segundo Santos 1995 assenta se em dois pilares fundamentais O pilar da regula o e o pilar da emancipa o S o pilares eles pr prios complexos cada um constitu do por tr s princ pios O pilar da regula o constitu do pelo princ pio do Estado cuja articula o se deve principalmente a Hobbes pelo princ pio do mercado dominante sobretudo na obra de Locke e pelo princ pio da comunidade cuja formula o domina toda a filosofia pol tica de Rousseau Por sua vez o pilar da emancipa o constitu do por tr s l gic
141. uma esp cie de media o entre mundo da vida e mundo do sistema Habermas 2001b substitui ent o a a o racional com rela o a fins de Weber pelo pertencimento organiza o formal a um mbito de a o regulada judicialmente ou seja um sistema auto regulado Em consequ ncia o direito moderno se limita a sancionar e a garantir como uma forma de domina o legal o direito positivo A esse respeito Habermas escreve O direito j n o se refere s estruturas de comunica o que j est o a mas gera formas de com rcio e trato cadeias de mando governadas por meio de controle em que os plexos de a o orientada ao entendimento enraizados na tradi o caem convertidos em meio entorno de um sistema Segundo esse crit rio os limites entre sistema e mundo da vida decorrem dito um tanto toscamente entre os subsistemas economia e burocracia estatal por um lado e as esferas da vida privada fam lia rela es de vizinhan a associa es livres e de opini o p blica dos sujeitos tanto como pessoas privadas como cidad os por outro p 439 Desta maneira a a o comunicativa perde no espa o interno das organiza es sua base de validez pois seus membros atuam comunicativamente com reservas N o est o obrigados a alcan ar consenso por meios de comunicativos O mundo da organiza o sistema encontra se aut nomo em rela o s leis mas n o est socialmente integrado enc
142. vigentes N o de interesse do autor desse trabalho a filia o cega a uma ou outra corrente de pensamento como a nica verdade capaz de iluminar a situa o em an lise Tal atitude seria anti dial gica O que se prop e o resgate de recortes devidamente discutidos para que se possa tentar estabelecer uma an lise da escola a partir de outras leituras Conv m analisar a escola como institui o e suas consequ ncias no contexto da educa o nacional 140 4 ESCOLA INSTITUI O ORGANIZA O E SISTEMA EDUCACIONAL N voa 1992 ao apresentar a obra por ele organizada destaca que n o novidade para ningu m que a abordagem das escolas como organiza es olhada com grande desconfian a e suspei o no terreno educativo p 9 Acrescenta ainda as categorias de an lise centradas no universo econ mico e empresarial encontra leg timas resist ncias por parte dos educadores e cientistas da educa o em rela o especificidade radical do trabalho educativo Tal horizonte cr tico segundo o mesmo autor n o invalida as potencialidades de novas abordagens principalmente aquelas que t m como campo de investiga o a administra o educacional como a obra de Lic nio Lima 2001 Partindo da sociologia da a o prop e a an lise da escola como organiza o estabelecendo uma meso abordagem da escola com a articula o da macro estrutura do Estado e da micro estrutura dos a
143. voca o para encarnar o bem comum favorecer a manifesta o das puls es sob a condi o de que sejam metaforizadas e metabolizadas em desejos socialmente aceit veis e valorizados o desdobramento de fantasias e de proje es imagin rias na medida em que trabalhem a favor do projeto mais ou menos ilus rio da institui o tendo a emerg ncia de s mbolos por fun o unificar a institui o e garantir o trabalho desta sobre o consciente e o inconsciente dos seus membros p 74 As institui es n o t m somente uma face mas um outro lado n o podem impedir a emerg ncia da viol ncia fundadora a qual ocorreu quando se originaram e contra o que passaram a existir N o s o somente lugares pacificados que funcionam sobre a gide das normas interiorizadas e consensuadas para levarem a diante a obra comum Estabelecem se por interdi es e portanto n o podem evitar o desejo da transgress o que pode sempre romper a barreira instaurada pela necessidade de consenso ENRIQUEZ 1991 p 75 Em decorr ncia dessa situa o a viol ncia passa a ser substancializada para a vida institucional na medida em que procede da legalidade que exige que os homens renunciem satisfa o das suas puls es e na medida em que fazendo isso capaz de reacender os combates entre os iguais e favorecer o desejo de transgress o das interdi es p 75 Assim que no grupo novos mecanismos passam a
144. 0 e nos anos 70 e ao conjunto de alternativas tomadas nos pa ses de capitalismo avan ado no bojo dessa conjuntura O que interessante notar que no interior dessa flexibilidade todo um conjunto de valores passa por profundas transforma es muitas em curso desde os anos 60 e que t m como apoio em n vel pol tico e macroecon mico as pol ticas de ajuste dentro do novo liberalismo O capitalismo como processo de reprodu o da vida social por meio da produ o de mercadorias estabelece matrizes e essas s o apropriadas globalmente em n vel macroestrutural e em rela o ao n vel micro localizadas e distintas O capitalismo assume uma geografia hist rica pr pria mas ainda assim totalizante Precisamente porque o capitalismo expansionista e imperialista a vida cultural num n mero cada vez maior de reas vai ficando ao alcance do nexo do dinheiro e da l gica da circula o do capital p 308 Mattoso 1995 denomina esse novo padr o tecnol gico e produtivo de Terceira Revolu o Industrial com implica es para a reprodu o da for a de trabalho em que m ltiplas inseguran as geram uma desordem do trabalho e aponta que dentro desse contexto o capitalismo continuaria sendo aquele sistema voltado em forma ampliada ao lucro concorr ncia e eleva o de produtividade independentemente de consequ ncias que possam ter sobre a ordem econ mica internacional a desigual
145. 2 Tamb m disposi o ordena o estabelecimento instru o m todo sistema enquanto que o verbo instituere tem os significados de estabelecer instituir dispor regular ordenar De acordo com Netto 1986 o termo institui o tem v rias acep es e na rea de ci ncias sociais registra se imprecis o decorrente de sua multiplicidade de usos Segundo o autor h inclusive uma recomenda o para n o utiliz lo como categoria 142 de an lise dos fen menos sociais Entre os diferentes usos dois se destacam Institui o para alguns soci logos refere se essencialmente como estrutura e como tal se aplica a organiza es ou grupos dotados de certas normas e valores pr prios dos grupos ou organiza es ou das sociedades onde se inserem Para outros institui o refere se mais a normas de comportamento mas n o a todas as normas As normas institucionalizadas t m um car ter mais duradouro e s o consagradas pela sociedade em fun o dos valores sociais arraigados os quais somente transforma es sociais profundas podem levar sua mudan a Em seu l xico Lapassade 1989 destaca que o termo assume junto com organiza es um duplo sentido a Um sistema de normas que estruturam um grupo social e regulam a vida e o seu funcionamento b Fazer ingressar na cultura instituir N o de se estranhar que institui o tenha no decorrer da trajet ria hist rica da sociologia v r
146. 4 p 177 faz duas ressalvas Primeiro o Brasil um dos nicos estados federais a incluir os munic pios como membros permanentes at mesmo com autonomia legislativa e tribut ria definidas pela constitui o artigos 29 e 30 Segundo em decorr ncia dessa peculiaridade o Brasil uma federa o em constante amplia o j que no pr prio artigo 18 par grafos 3 e 4 permite a cria o de estados e munic pios dependendo apenas da aprova o da popula o interessada atrav s de plebiscito e da confirma o das assembl ias legislativas para os munic pios ou do Congresso Nacional para novos estados Ap s a Constitui o foram criados mais de mil novos munic pios Muitos deles em condi es t cnicas e econ micas prec rias para atender aos direitos m nimos de cidadania de seus habitantes O poder local o munic pio a partir da Constitui o de 1988 passou a ser importante para o conjunto da federa o devido amplia o dos servi os A descentraliza o no governo Fernando Henrique Cardoso incumbiu cada vez mais ao munic pio da execu o de presta o de servi os antes de mbito estadual ou mesmo federal 206 como o caso do SUS e do ensino fundamental Outros servi os foram criados tais quais as guardas municipais e uma assist ncia social profissionalizada Como contrapartida as receitas dos munic pios tiveram aumento significativo ap s a Constitui o Por m como explica Andrad
147. A O DIAL GICA Tese aprovada como requisito parcial para a obten o do grau de Doutor em Educa o Universidade Federal da Bahia pela seguinte banca examinadora Fernanda Maria Brito Gon alves Almeida Doutorado em Educa o Universidade Federal da Bahia UFBA Universidade Federal da Bahia Joseania Miranda Freitas Doutorado em Educa o Universidade Federal da Bahia UFBA Universidade Federal da Bahia Kleverton Bacelar Santana Doutorado em Filosofia Universidade de S o Paulo USP Universidade Federal da Bahia Maria Regina de Moura Rocha Doutorado em Educa o Universidad Autonoma de Barcelona UAB ES Faculdade de Artes Ci ncias e Tecnologias FACET BA Miguel Angel Garc a Bordas Orientador P s doutorado em Filosofia Universidad Autonoma de Barcelona UAB ES Doutor em Filosofia Universidad Complutense de Madrid UCM ES Universidade Federal da Bahia Salvador 31 de outubro de 2006 A Adelina e Agostinho Jonilce e T lio Marco Agrade o ao professor Miguel Angel Bordas que me fez ver para al m de meus limites indicando me novos mundos Ao professor Dante que em in meros momentos conscientizou me da necessidade da abertura para al m dos regimes fechados de pensamento de ousar A todos da Faced UFBA que me acolheram possibilitando in meras trocas e desafios A Ane Carine e Viviane Cacian colegas de discuss es sobre a escola Ao CNPQ que possibilitou um tempo e espa o poss vel para a
148. A constru o e reforma das escolas por m foi decidida em conjunto com a comunidade no or amento participativo em reuni es nos bairros Para as classes populares paulatinamente passou a ser motivo de orgulho ter seus filhos matriculados no sistema municipal Aqueles que vivenciaram esse per odo trabalhando na rede municipal e estadual lembram se da depreda o que sofriam as escolas Por m as escolas do munic pio amplas bonitas e p blicas n o tiveram esse problema A procura pelas escolas p blicas municipais por parte da classe m dia foi um fen meno que deve ser resgatado Assim como o afluxo de estudantes de outros munic pios vizinhos situa o que teve que ser controlada a rela o com a comunidade a valoriza o dos educadores da rede e a prioridade da gest o 280 municipal para a educa o foram elementos possibilitaram a revers o da situa o municipal em apenas uma gest o Nesse contexto outro problema presente era o n mero reduzido de vagas em expans o e o crescimento da demanda Para evitar o clientelismo e cercear as rela es privadas de reserva de vagas a prefeitura passou a publicar nos dois jornais da cidade o numero de vagas e a rela o de escolas para que n o houvesse privil gios Entre as medidas para conseguir organiza adequadamente o fluxo foram estabelecidos quatro princ pios b sicos BARROS 1997 p 340 a orientar os alunos provenientes de outras zonas escolares a volt
149. A contribui o de pensadores como Weber Popper Parsons Marx e Piaget em seu projeto fundamental sendo fiel 75 tradi o cr tica busca a supera o Interessa em particular explorar brevemente os principais conceitos de sua obra que remete a rela o entre a comunica o e o mundo O eixo do pensamento de Habermas a retomada do projeto de modernidade esclarecimento dividido em duas tarefas que se complementam A primeira desenvolve as tr s esferas distintas de potenciais racionais e cognitivos ci ncias objetivantes bases universalistas do direito e da moral e a arte aut noma A segunda utiliza esses potenciais cognitivos beneficiando a forma o racional da vida humana em uma sociedade emancipada SIEBENEICHLER 1994 Seu trabalho ao mesmo tempo uma cr tica modernidade e p s modernidade faz um resgate do esclarecimento da modernidade tendo como suporte uma teoria da racionalidade que abandona o pluralismo da raz o pura e tem como suporte a raz o comunicativa historicamente fundada em uma pr xis social mediada intersubjetivamente Seu trabalho tem como ponto de apoio a emancipa o do ser humano por meio do esclarecimento e a forma o racional das identidades das coletividades e do sujeito humano portanto um projeto de continuidade da tradi o filos fica europ ia Apesar do conjunto de sua obra ser considerada como integrante da escola de Frankfurt tal aspecto de dif c
150. Aires Kapelusz 1997 MARTINS A M A descentraliza o como eixo nas reformas do ensino uma discuss o da literatura Educa o e Sociedade Campinas ano 22 n 77 dez 2001 MATTELART Armand e Michele Hist ria das teorias da comunica o S o Paulo Loyola 1999 MATTOSO Jorge A desordem do trabalho S o Paulo Scritta P gina Aberta 1995 MATURANA H Emo es e linguagem na educa o e na pol tica Belo Horizonte Ed UFMG 1998 Ontologia da realidade Belo Horizonte Ed UFMG 2001 MATURANA H R VARELA F J A rvore do conhecimento as bases biol gicas da compreens o humana 2 ed S o Paulo Palas Athena 2001 MAYR Ernst O desenvolvimento do pensamento biol gico Bras lia UNB 1998 MELLO Guiomar Namo de Cidadania e competitividade desafios educacionais do terceiro mil nio S o Paulo Cortez 1992 MENDON A E F A regra e o jogo democracia e patrimonialismo na educa o brasileira Campinas LaPPlan FE Unicamp 2000 Estado patrimonial e gest o democr tica do ensino p blico no Brasil In Educa o e sociedade ano XXII n 75 agosto 2001 p 84 108 MEURER Ane Carine O pedagogo articulador da reconstru o do projeto pol tico pedag gico da escola possibilidades e limites IJU UNIJUI 1998 MOIS S Jos lvaro Os brasileiros e a democracia bases s cio pol ticas da legitimidade democr tica S o Paulo tica 1995 MONLEVADE J Educa o p blica no B
151. Banco Mundial que destacan la necesidad de descentralizaci n y autonom a de la escuela que son incorporados y se transforman en elemento clave de la pol tica educacional del gobierno FHC La democratizaci n de la sociedad brasile a y la emergencia del municipio como ente federativo bien como la municipalizaci n de la educaci n infantil y de la ense anza fundamental llevada a cabo con el FUNDEF exponen una nueva inm gen de la educaci n brasile a en la cual los municipios pasan a administrar su propio sistema educacional En un contexto con la educaci n siendo administrada por el municipio sin la consolidaci n de un sistema educacional compuesto por educadores de carrera mutable a cada administraci n establece la contradici n con los proyectos de las escuelas por que el alcalde elegido no tiene compromisos con la continuidad quedando la escuela vinculada a la l gica de un ejecutivo elegido a cada nuevo pleito La comunicaci n es problematizada teniendo en vista la polisemia que el t rmino evoca Los abordajes cl sicos de la comunicaci n son destacados sin embargo el foco recae sobre el debate Habermas x Luhmann que tratan de formas distintas al problema de la comunicaci n En una relaci n democr tica entre escuela y sistema educacional hay posibilidades de que las expectativas construidas posibiliten dar sentido a las provocaciones del sistema Proporcionar a la actualizaci n de las estructuras sobre las cuales la escuela s
152. G NCIA DO NEOLIBERALISMO INFLUENCIAS PRESENTES NO CONTEXTO DA REFORMA EDUCACIONAL DOS ANOS 90 A educa o brasileira passou por transforma es significativas nos anos 90 com a reforma educacional A reforma origina se em um contexto de transforma es no conjunto da sociedade internacional em especial na reestrutura o do capitalismo na crise do Estado Na o na globaliza o e na emerg ncia do neoliberalismo como op o nica O retorno democracia no Brasil ocorre em paralelo com as transforma es acima citadas Um projeto de educa o com vistas a uma sociedade radicalmente democr tica se faz presente na Constitui o de 1988 Passados 25 anos do regime militar a luta pela democracia no Brasil tem for a significativa para pensar este projeto Em 1989 h o fim do mundo sovi tico Poucos anos se passaram para que se fizesse sentir internamente o peso da conjuntura internacional a qual se colocava na perspectiva de outro tipo de gerenciamento do Estado presente na reforma educacional dos anos 1990 A escola p blica e os sistemas de ensino no conjunto amplo da reforma foram reapropriados e reinterpretados segundo a postura pol tica e a ideologia do grupo hegem nico Diferentes organiza es lhes ofereceram resist ncia por meio do debate que se instaurou junto sociedade civil A estrutura da educa o brasileira transformou se em compara o com o modelo institu do pelo regime militar A carta
153. N 1997a p 52 118 Ao estabelecer como fundamental o fechamento para singularizar se configura um sistema autopoi tico A esse respeito por que poi tica e n o pr xis O autor afirma que o conceito de produ o ou de poi sis em contraste ao de pr xis pressup e diferencia o pois transfere a id ia da auto produ o das estruturas para os elementos do sistema Dessa forma sempre h sempre produ o de singularidade nos sistemas e subsistemas sociais Adequa se como f cil de ver diferencia o entre sistema e ambiente O sistema disp e de causas internas e externas para a produ o de seu produto e pode dispor das causas internas de tal modo que sejam dadas suficientes possibilidades de combina o de causas externas e internas colocado explicitamente contra um poss vel conceito de autopr xis N o se trata de atividades de auto satisfa o como fumar nadar conversar toa raisonner n o se pode dizer isto em alem o O conceito de autopoiesis conduz ent o for osamente ao dif cil e frequentemente mal entendido conceito do fechamento operacional do sistema Relacionado produ o ele n o significa naturalmente isolamento causal autarquia solipsismo cognitivo como os advers rios frequentemente supuseram Ele muito mais uma consequ ncia compuls ria do fato trivial conceitualmente tautol gico que nenhum sistema pode operar fora de seus limites LUHMANN 1997b p 78 79 O
154. Professores alunos N vel do estabelecimento escola o liceu a faculdade o estabelecimento N vel do Estado define as normas gerais da universidade Visivelmente presente nos Fundada na assimetria saber n o saber Ele considerado como tal e n o se percebe que j existe nesse grupo coisa institu da N o v que a institui o algumas vezes chamado de institui o N vel da organiza o estrutura administrativa N o cabe a elas modificar de motu propriu as suas estruturas As reformas s primeiros e segundos n veis os professores n o podem lecionar sem certifica o Na medida que outorgam diplomas os professores s o visivelmente os representantes do Estado 147 determina radicalmente a rela o entre professor x aluno a rela o de forma o em seu elemento vivido podem advir do poder do Estado Descri o s institucional em um n vel diretamente observ vel o n vel do poder da organiza o dos controles Fonte Lapassade 1989 A abordagem de Lapassade 1989 passa por Durkheim Kurt Lewin pelos funcionalistas e por Marx proporcionando uma cr tica ao Estado capitalista e buscando ao mesmo tempo analisar com vistas mudan a a dimens o institucional Dessa forma o conceito de aliena o impl cito na an lise de Lapassade faz a distin o entre aqueles que produzem grupos os que dirigem os m
155. S 1969 145 A import ncia de Parsons para a sociologia americana e ocidental refere se ao fato de que teve como interlocutores em seu pensamento Durkheim Weber Pareto Malinowski e Spencer os quais no contexto americano n o tinham penetra o nos meios acad micos Desenvolveu o funcionalismo e seu trabalho a express o mais acabada principalmente porque utilizou amplamente as no es de fun o e estrutura Ao longo de sua obra a abordagem estrutural funcional tornou se sist mica Sua influ ncia nos diferentes pesquisadores foi enorme assim como nas teorias administrativas importante ressaltar que a defini o de institui o e o problema relativo a sua conceitua o al m das ambig idades consensos e desacordos dos diferentes pensadores faz emergir duas ordens de dificuldades te ricas a antropomorfiza o da institui o ou do grupo e o poder de coer o associado aliena o dos indiv duos Como colocado por Durkheim e reproduzido n o sem cr ticas pelos seus seguidores essa percep o da institui o como algo que foge ao controle dos indiv duos ou tem sobre eles tamanha for a e limitada capacidade de mobiliza o de for as contra o institu do Concomitantemente determinadas compreens es sobre fen menos e processos sociais t m na institui o caracter sticas de uma entidade que se apresenta com vida e prop sitos definidos Fica claro que ao tratar das institui es importante r
156. S O A NFASE NO CONTROLE DA INFORMA O No estudo da rela o que existe no conjunto do sistema educacional emerge a comunica o como problema na medida em que atrav s da comunica o se estabelece a vincula o entre uma escola a rede o sistema e a pol tica educacional Pela comunica o estabelecem se os par metros de configura o de determinado programa plano ou projeto e faz se a avalia o se os objetivos foram efetivados No fluxo de comunica o estabelecido entre a escola e rg o central atrav s de solicita es normatiza es determina es transfer ncias atos administrativos puni es nomea es e avalia es entre outros efetiva se na escola a presen a do Estado e do governo Ent o comunica o por excel ncia um mecanismo de subordina o e controle revestindo se das formas anunciadas acima e outras mais A rela o hier rquica entre superiores e subordinados se efetua na e pela comunica o assim como a fiscaliza o inspe o N o nova por m a busca por maior condi o de controle e subordina o administrativa para a realiza o das fun es designadas n o s pela escola mas por qualquer organiza o Em um conjunto de estruturas burocr ticas controle assume v rios sentidos desde o controle dos gastos previstos em um or amento at a aplica o de testes para avaliar o n vel de apropria o de determinado curr culo o trabalho dos professores e o pro
157. SCO MEC 1998 p 8 HARVEY David Condi o p s moderna S o Paulo Loyola 1998 HERKENHOFF M B L O papel do l der comunit rio Vit ria Secretaria de Produ o e Difus o Cultural UFES 1995 HORTA Jos Silv rio Baia Planejamento educacional In MENDES Durmeval Trigueiro Coord Filosofia da educa o brasileira 5 ed Rio de Janeiro Civiliza o 1994 IANNI Oct vio A sociedade global 9 ed S o Paulo Civiliza o Brasileira 2001 INSTITUI O In HOUAIS A VILLAR M S Dicion rio eletr nico da l ngua portuguesa S o Paulo Objetiva 2001 1 CD ROM INSTITUI O In Enciclop dia Mirador Internacional S o Paulo Brit nica 1989 p 6138 6141 INSTITUI ES In BOUDON R BOURRICAUD F Dicion rio cr tico de Sociologia S o Paulo tica 2001 p 300 307 JAMESON Fredric P s modernismo a l gica cultural do capitalismo tardio 2 ed S o Paulo tica 1997 K ES Ren et al A institui o e as institui es estudos psicanal ticos S o Paulo Casa do psic logo 1991 KANT I Cr tica de la raz n practica Buenos Aires Editorial la p gina s a 2003 KETTFL Donald A revolu o global reforma da administra o do setor p blico In PEREIRA LC B SPINK P Orgs Reforma do estado e administra o p blica gerencial 4 ed Rio de Janeiro Editora FGV 2001 p 75 121 KURZ Robert O colapso da moderniza o da derrocada do socialismo da caserna
158. SS DA L NGUA PORTUGUESA S o Paulo Objetiva 2001 1 CD ROM Vers o 1 0 DUFOUR Dany Robert A arte de reduzir as cabe as sobre a nova servid o na sociedade ultraliberal Rio de Janeiro Companhia de Freud 2005 DUMONT Louis Homo Hierarchicus o sistema de cren as e suas implica es S o Paulo EDUSP 1997 O individualismo S o Paulo Rocco 1998 DURKHEIM E As regras do m todo sociol gico S o Paulo Martin Claret 2002 ENRIQUEZ Eug ne O trabalho da morte nas institui es In K ES Ren Org A institui o e as institui es estudos psicanal ticos S o Paulo Casa do Psic logo 1991 p 73 101 ESP RITO SANTO ESTADO Secretaria de Educa o do Estado do Esp rito Santo SEDU SEE GEIA Sinopse estat stica da educa o b sica no Esp rito Santo 1997 1998 1999 e 2000 Vit ria 2002 ESTEVES Jo o Pissarra Apresenta o In LUHMANN Niklas improbabilidade da comunica o 3 ed Lisboa Vega 2001 p 5 36 ETZIONE A Organiza es modernas 3 ed S o Paulo Pioneira 1973 320 FERREIRA NETTO Lino Institui o administra o In Dicion rio de Ci ncias Sociais Rio de janeiro Funda o Get lio Vargas 1986 p 612 618 FIORI Jos Luiz Ajuste transi o e governabilidade o enigma brasileiro In TAVARES Maria da Concei o Org Des ajuste global e moderniza o conservadora Rio de Janeiro Paz e Terra 1993 p 125 193 FLEIG Mario Metapsicologia do
159. UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE EDUCA O p PROGRAMA DE POS GRADUA AO EM EDUCA O EDUARDO AUGUSTO MOSCON OLIVEIRA A INSTITUI O ESCOLAR E A COMUNICA O CONSTITU DA NO SISTEMA EDUCACIONAL UMA MEDIA O DIAL GICA SALVADOR 2006 EDUARDO AUGUSTO MOSCON OLIVEIRA A INSTITUI O ESCOLAR E A COMUNICA O CONSTITU DA NO SISTEMA EDUCACIONAL UMA MEDIA O DIAL GICA Tese apresentada ao Programa de P s Gradua o em Educa o Faculdade de Educa o Universidade Federal da Bahia como requisito parcial para a obten o do grau de Doutor em Educa o Orientador Prof Dr Miguel Angel Bordas SALVADOR 2006 Cataloga o na publica o elaborada pela Biblioteca Central UVV ES 048i Oliveira Eduardo Augusto Moscon 1964 A institui o escolar e a comunica o constitu da no sistema educacional uma media o dial gica Eduardo Augusto Moscon Oliveira 2006 330 f il Orientador Miguel Angel Garc a Bordas Tese Doutorado Universidade Federal da Bahia Faculdade de Educa o 2006 Inclui bibliografias 1 Educa o e Estado 2 Pol tica e Educa o 3 Sistemas de escolas municipais 4 Escolas municipais 5 Autopoiese l Bordas Miguel Angel Garc a Il Universidade Federal da Bahia Faculdade de Educa o III T tulo CDD 379 EDUARDO AUGUSTO MOSCON OLIVEIRA A INSTITUI O ESCOLAR E A COMUNICA O CONSTITU DA NO SISTEMA EDUCACIONAL UMA MEDI
160. USAID que dessa forma deixaram de atuar de forma permanente ao lan ar as bases da organiza o do nosso sistema de educa o A assessoria t cnica e financeira junto a rg os autoridades e institui es educacionais expressava um conjunto valorativo tecnicista e pragm tico sob o qual se formou parte consider vel dos educadores brasileiros respons veis pela reforma educacional dos anos 90 Viv amos a guerra fria dentro de uma ditadura militar Com o tecnicismo houve o deslocamento do eixo pol tico para o t cnico administrativo em uma ideologia onde o planejamento assume papel central e neutro Com efeito o planejamento educacional constitui uma extens o da id ia de planifica o do dom nio econ mico sobre o campo do ensino considerada uma tarefa de t cnicos normalmente colocada fora do campo de influ ncia espec fica dos educadores e constitui um dos mecanismos b sicos de amplia o da educa o enquanto direito social da cidadania e consequentemente um dos mecanismos de garantir a legitima o da forma de Estado intervencionista HORTA 1994 p 239 Entre os acordos firmados com a Uni o e os estados estava o Manual T cnico para o Acordo de Financiamento 512 L081 e no item referente aos objetivos gerais do Programa de Expans o e Melhoria do Ensino Premen havia uma linha de assessoria t cnica visando a elabora o dos planos estaduais de educa o Estava
161. Vanilda Paiva Educa o e Sociedade S o Paulo n 35 p 9 59 abr 1990 Problemas estruturais do Estado capitalista Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1984 OLIVEIRA Cleiton de et al Municipaliza o do ensino no Brasil algumas leituras Belo Horizonte Aut ntica 1999 OLIVEIRA Dalila A Duarte Marisa R T Orgs Pol tica e trabalho na escola administra o dos sistemas p blicos de educa o b sica Belo Horizonte Aut ntica 1999 OLIVEIRA Eduardo A Moscon Descentraliza o e autonomia na gest o democr tica da escola p blica 1997 161p Disserta o Mestrado em Educa o Programa de P s gradua o em Educa o Universidade Federal do Esp rito Santo Vit ria 1997 OLIVEIRA Francisco de O surgimento do antivalor capital for a de trabalho e fundo p blico Novos Estudos CEBRAP S o Paulo n 22 p 8 28 out 1988 OLIVEIRA Manfredo Ara jo de tica e economia S o Paulo tica 1995 326 OLIVEIRA Romualdo Portela Org Pol tica educacional impasses e alternativas 2 ed S o Paulo Cortez 1998 OPPO Anna Paridos Pol ticos In BOBBIO N MATTEUCCI N PASQUINO G Dicion rio de pol tica 7 ed Bras lia UNB 1995 p 898 905 ORTIZ Renato Anota es sobre a mundializa o e a quest o nacional In FERREIRA Leila da Costa Org A sociologia no horizonte do s culo XXI S o Paulo Boitempo Editorial 2002 p 36 45 PARO Vitor Henrique Administra
162. a p 33 A t tulo de esclarecimento acrescenta ainda que As ordens de uma institui o pretendem vig ncias para toda pessoa qual se aplicam determinadas caracter sticas nascimento domic lio utiliza o de determinados servi os sendo indiferente se pessoalmente se associou como no caso da uni o ou n o e menos ainda se participou ou n o na elabora o dos estatutos S o portanto ordens impostas no sentido espec fico da palavra A institui o pode ser especialmente uma associa o territorial p 33 Weber ao definir sistematicamente os conceitos sociol gicos fundamentais estabelece o v nculo de uma institui o com o Estado o qual n o depende fundamentalmente de fins espec ficos ou de um acordo entre seus membros Ao definir o conceito de institui o remete ao car ter as a es que norteiam a constitui o de crit rios de normas e de valores novos ou tradicionais mas que ultrapassam uma empresa uma associa o ou a Uni o Parsons por seu lado entende a institui o como qualquer conduta p blica ou privada um complexo de integrados de papel interiorizado ou alternativamente diz Parsons relacionamento de status que signific ncia estrutural estrat gica no sistema social PARSONS apud SCHENEIDER 1981 p 613 Mostra se principalmente interessado em valores Afirma que o n cleo de uma sociedade como um sistema a ordem normativa padronizada PARSON
163. a es no ambiente tudo ocorre dentro do sistema diferente da teoria da complexidade de Prigogine a ordem n o vem do ru do porque n o est claro que o sistema transforma ru dos em informa o O sistema 120 seleciona acontecimentos e reduz a complexidade externa para aumentar sua pr pria complexidade a audi o e a vista por exemplo d o conta de somente parte do ambiente externo mas desenvolvem internamente estruturas complexas Contudo a complexidade desenvolvida acaba virando quase uma deforma o da autopoiese pois aumenta a depend ncia ao mundo externo MARCONDES FILHO 2004 Ent o as irrita es remetem s estruturas e s s o aceitas se tiverem rela o com as expectativas do sistema a partir destas que se configura uma perturba o e faz se com que a autopoiese reaja identificando a ou recusando a A informa o um acontecimento que atualiza as estruturas Acontecimento nico irrepet vel incerto e surpreendente A surpresa ocorre exatamente porque h expectativas e porque atua dentro de um territ rio deliberado para a informa o atuar Diante das caracter sticas e da apropria o de conceitos da obra de Maturana e Varella conv m resgatar o pensamento desses pensadores 3 4 EPISTEMOLOGIA E AUTOPOIESE EM MATURANA E VARELA Humberto Maturana e Francisco Varela 2001 desenvolveram o que conhecido como biologia do conhecer estabelecendo a n o separa o entre os
164. a o Em especial o reconhecimento de que a educa o brasileira mesmo a oferecida em estabelecimentos privados de qualidade duvidosa quando comparada aos 248 par metros internacionais de desenvolvimento estabelecidos pelo CEPAL UNICEF e BM Mas mesmo que os objetivos sejam comuns os m todos diferem como j foi anteriormente descrito Entre os elementos analisados pelo Banco Mundial em seus relat rios cabe reproduzir alguns deles para ficar clara a expectativa que se tinha da municipaliza o induzida na reforma educacional brasileira a A aloca o das despesas municipais com a educa o e os consequentes resultados apontam para os benef cios da descentraliza o no gerenciamento municipal de recursos ao inv s de buscar recursos adicionais para a educa o a nfase pol tica deveria estar em aumentar a qualidade do ensino buscando melhorar a efici ncia do setor educacional O sucesso demonstrado do FUNDEF sobre o aumento no n mero de matr culas sugere que um mecanismo similar pode ser aplicado a outros n veis de ensino onde a matr cula permanece baixa principalmente na educa o infantil e no ensino m dio Instituir uma pol tica de padr es operacionais m nimos para as secretarias municipais e para as escolas Estabelecer testes de avalia o de estudantes no n vel estadual tanto para escolas estaduais quanto para as municipais Programas federais dev
165. a o princ pio organizador das institui es pr prias do Estado capitalista e de seus aparelhos justi a ex rcito 188 administra o pol cia etc de seu centralismo de sua burocracia de suas institui es representativas sufr gio universal parlamento etc de seu sistema jur dico consiste na especificidade das rela es de produ o capitalista e na divis o social do trabalho a que induzem separa o radical do trabalhador direto de seus meios e objeto do trabalho na rela o de posse no pr prio processo de trabalho p 56 Assim o Estado sob o capitalismo tem caracter sticas particulares que devido separa o relativa entre o pol tico e o econ mico se traduz na especificidade do Estado como aparelho com apar ncia de especializado an nimo impessoal apoiado em leis e regras axiom ticas pelas quais a sua legitimidade remete ao povo na o Baseando se na divis o social do trabalho o Estado reflete a divis o entre trabalho manual como afastado do trabalho intelectual e no Estado capitalista que a rela o org nica entre trabalho intelectual e a domina o pol tica entre o saber e o poder se efetua de maneira mais acabada que implica exatamente a eleva o do dom nio de um saber e de um discurso em que as massas s o exclu das p 62 63 A individualiza o segundo Poulantzas parte da materialidade institucional do Estado pois parcializa e atomiza o corpo social fr
166. a o em munic pios que dependem de transfer ncias externas um problema que n o foi selecionado com o FUNDEF A esse respeito Arelaro 2005 alerta que imposs vel discutir a quest o da qualidade 245 da educa o fundamental sem resgatar a distribui o dos munic pios no Brasil Segundo a autora estudos da organiza o pol tica e social em v rias na es indicam que se uma esfera da federa o no caso o munic pio depende de transfer ncias como sua fonte principal de recursos FPM n o teria condi o de ter autonomia No caso da educa o municipal no Brasil a descentraliza o na alterou significativamente a qualidade da educa o oferecida e um pa s heterog neo com o Brasil mas continuou a distribuir a pobreza Arelaro 2005 conclui que O Fundef Chamado de fundo revolucion rio em termos de justi a social uma proposta quase socialista como gostava de falar o ministro da Educa o da poca conseguiu ser um fundo peculiar pois para al m do marketing competente sobre suas vantagens o governo federal gastou no per odo de 1998 a 2002 os menores percentuais da d cada no ensino fundamental O valor estabelecido em 1997 como gasto aluno anual foi de R 300 00 atingindo o valor de R 418 00 para as quatro primeiras s ries em 2002 ultimo ano do segundo Governo FHC 1999 2002 valor este defasado em cerca de 100 se obedecidos os crit rios estabelecidos para o seu c lculo nos
167. a pensar partindo de dentro dela mesma A situa o de crise da modernidade de seu projeto ou do seu esgotamento liga se dessa forma concordando com Lyotard 1989 ao processo dial tico de uma crise engendrada a partir de dentro Mas n o ser esta uma crise do esclarecimento tematizada por Adorno nos anos 40 em fins da segunda guerra mundial necess rio resgatar o conceito de esclarecimento Aufkl rung na cr tica de Adorno e Horkheimer Tamb m preciso buscar colocar em situa o o que ocorreu com o sujeito moderno o que o leva crise Essa introdu o importante na medida em que comunica o e sistema s o conceitos reelaborados no conjunto da crise que se instala ap s os anos 60 1 2 A RAZ O AUTODESTRUTIVA E O ESCLARECIMENTO Quando se faz uma an lise mesmo que breve sobre o texto A Dial tica do Esclarecimento de Max Horkheimer e Theodor W Adorno em tempos de crise de fundamentos n o se pode deixar de pensar em sua atualidade como perspectiva de cr tica radical em um mundo cada vez mais contingente Novos caminhos te ricos foram trilhados na reconstru o da Europa no p s guerra e no p s 68 33 tendo o trabalho de Adorno e Horkheimer uma abertura para a cr tica da modernidade e para al m dela A import ncia da Dial tica do Esclarecimento para o pensamento do s culo XX foi marcante em especial pela cr tica radical raz o e ao sujeito moderno A s
168. a a perda do significado moral da vida cotidiana e a diminui o da liberdade A racionaliza o da cultura ocidental inclui a ci ncia o direito a literatura a pol tica a administra o a economia a arte e a m sica Habermas utiliza a categoria racionaliza o como um processo de diferencia o em que h a emerg ncia de tr s esferas de valores aut nomos constituindo elementos cognitivos morais e expressivos analisados como cultura personalidade e sociedade tipologia vinculada teoria da a o de Parsons da qual Habermas se servir para estabelecer os contornos de sua teoria da a o comunicativa GUIDDENS 2001 Com Weber Habermas reconhece que a burocratiza o um fen meno fundamental para entender as sociedades modernas porque a a o permanece regulada formalmente reduzindo o espa o da a o comunicativa Essa tend ncia de acordo com Prestes 1996 p 86 provoca uma crescente autonomiza o das organiza es sist micas frente ao mundo vivido Habermas faz a tentativa te rica de recompor a mediatiza o entre sistema e mundo da vida de forma a superar o entendimento de que o sistema impera absoluto sobre o mundo da vida Em sua cr tica a Parsons Habermas salienta a import ncia dos conceitos de a o social e constitui o dos sistemas sociais afirmando que a conceitua o necessita de reparos principalmente o conceito de a o Tamb m n o concorda com Par
169. a as receitas que indicam o mercado como a nica sa da poss vel para a crise econ mica prescindindo da tica tal como uma equa o matem tica un voca excluindo as rela es hist ricas de poder os interesses de classe e todo o conjunto estrutural das sociedades s quais as receitas se aplicam A descentraliza o do Estado e de suas ag ncias nesse caso desobriga o enquadra se dentro do contexto neoliberal como a nica solu o poss vel para adequar o Estado em todos os seus n veis aos padr es m nimos compat veis com a nova organiza o do capitalismo flex vel e globalizado Inferindo necessariamente para a fragmenta o das pol ticas p blicas em que as parcerias aparecem como nica alternativa poss vel para superar o clientelismo a burocracia e a inefici ncia estatal al m de desonerar o er rio do financiamento de tais pol ticas desnecess rias pois cada indiv duo deveria comprar estes produtos servi os no mercado Essa l gica do contrato portadora de uma cultura ideol gica pr pria de releitura e reconvers o qualitativa das no es de democracia e de direito como coloca Pablo Gentili O neoliberalismo para triunfar e em muitos casos o est fazendo deve quebrar a l gica do senso comum mediante a qual se l em estes princ pios Deve em suma criar um novo marco simb lico cultural que exclua ou redefina tais princ pios reduzindo os
170. a concep o de institui es prop e a pedagogia institucional ou seja uma pedagogia cuja estrutura poss vel de ser alterada e em que as institui es s o meios O quadro 3 ilustra essa rela o 149 Quadro 3 Institui es pedag gicas internas e externas Internas Externas Dimens o estrutural e regulada das trocas Estruturas pedag gicas exteriores classe O pedag gicas com seus limites por exemplo a grupo escolar de que faz parte a classe a hora de entrada e sa da da classe um Academia os inspetores o Diretor da escola elemento externo classe regulado pelo Os programas as institui es os regulamentos conjunto do grupo escolar s o igualmente institui es externas Conjunto de t cnicas institucionais que se pode Os programas essas institui es e esses utilizar nas classes trabalho em equipes o regulamentos s o objeto de decis o de c pula Conselho etc da burocracia pedag gica Em seguida s o difundidos pela via hier rquica at a base do sistema at os professores e alunos Fonte Lapassade 1989 p 198 Ao definir burocracia educacional tendo como base o sistema educacional franc s Lapassade elenca cinco caracter sticas a As decis es fundamentais s o tomadas no sistema hier rquico de decis es passando do minist rio ao professor que tem certa margem de decis o mas n o participa do sistema de autoridade nos diferent
171. a constru o hist rica moderna que portanto tem a ver com as condi es econ micas pol ticas sociais e culturais da poca de sua cria o Os fil sofos iluministas buscaram desenvolver uma ci ncia objetiva dessacralizando e desmistificando o conhecimento pois pelo dom nio cient fico da natureza possibilitaria a liberdade da escassez e da fome assim como a libera o das irracionalidades dos mitos da escravid o da ignor ncia A id ia de progresso um tributo caro ao pensamento iluminista e modernidade como um todo assim como a f na intelig ncia humana e na raz o universal Como destaca Harvey 1992 o projeto de modernidade equivale a um gigantesco esfor o dos pensadores iluministas para desenvolver uma moralidade e leis universais uma arte aut noma e uma ci ncia objetiva nos termos de sua pr pria l gica interna O projeto iluminista ocidental assentado na racionalidade do dom nio cient fico sobre o mundo acenava com v rias promessas seguran a em uma sociedade est vel democr tica e igualit ria com o fim dos estados teocr ticos e das persegui es por parte dos governantes o dom nio cient fico afastaria a imprevisibilidade dos infort nios seja na produ o de alimentos cura de doen as f sicas e mentais ou nos obst culos naturais e geogr ficos a serem transpostos Essa racionalidade tem por base a submiss o do mundo natural e social ao poder da raz o humana O que aconteceu
172. a de entradas e sa das input output a o retroa o formado por intera es com seu meio e que responde adaptando se melhor ou pior a ele As respostas do sistema dependem de rapidez e exatid o na coleta e tratamento da informa o MATTELART 1999 p 63 O par grafo acima expressa a import ncia que a comunica o e a informa o como elementos te ricos t m sobre a ci ncia pol tica e sobre os mecanismos de controle social mesmo que contingente A ado o de programas multilaterais das diferentes ag ncias para o terceiro mundo est vinculada ao modelo funcional que se utiliza das teorias da comunica o para impingir modelos de desenvolvimento O paradigma de planejamento do desenvolvimento segundo Bordenave concentrou a responsabilidade das decis es nas m os dos 71 tecnocratas do governo deixando muito pouco espa o para uma ampla discuss o p blica acerca das alternativas A participa o do povo ficou restrita aos est gios finais da execu o dos projetos e conseq entemente os pap is destinados comunica o no paradigma do plano eram os de informar e persuadir a popula o no sentido de apoiar os projetos e de acatar as instru es para a sua execu o 1998 p 232 poss vel perceber ent o a rela o que os modelos de comunica o estabeleceram na vis o funcionalista e de larga dissemina o t m seus interesses afirmados na doutrina o e aliena o do receptor
173. a do mundo vital Tendo em vista o processo de evolu o social quanto mais avan ado se torna o processo de expans o da racionalidade menor o controle do mundo da vida devido a ruptura da estabilidade do consenso das cren as e c digos pr estabelecidos GUIDDENS 2001 O sistema resulta portanto do processo de diferencia o das estruturas de compreens o do mundo em oposi o ao mundo da vida causando a perda da pr compreens o da pr tica comunicativa transformando o em subsistema Tendo car ter estrat gico o sistema regula a si mesmo atrav s de a es vinculadas e afins No trabalho de estabelecer a vincula o do car ter sist mico da sociedade com as estruturas do mundo da vida em uma perspectiva dial tica Habermas tem como horizonte Max Weber e Talcot Parsons Do primeiro destaca a racionalidade do mundo e a forma o de vis es de mundo diferenciadas devido cr tica ao conceito de racionaliza o que estabelece Do segundo discute a rela o entre a teoria da a o por um lado e a constitui o dos sistemas sociais por outro HABERMAS 2001b z A preocupa o de Habermas demonstrar que os mecanismos que levam 91 patologia social da coloniza o interna do mundo da vida s o intr nsecos modernidade levando destrui o da tradi o e amea ando a reprodu o da sociedade como um todo Weber ao tratar da a o racional proposital no contexto da modernidade enfoc
174. a do sistema estadual O BM avalia como positiva a multiplica o dos sistemas municipais de educa o no conjunto de cada munic pio Por m ser que todos os munic pios t m condi o de organizar um sistema que possa oferecer reais condi es de atendimentos as escolas conforme preconizado pela legisla o educacional Quanto quest o colocada acima o Banco at que reconhece que n o h homogeneidades mas indica que o problema n o de cunho financeiro mas de buscar dar maiores incentivos proporcionar exemplos positivos e experi ncias de sucesso Nosso estudo de incentivos e resultados mostrou que as mudan as nos incentivos mais que os pr prios aumentos de recursos s o a for a motriz por tr s dos resultados Os munic pios tendem a ter um desempenho melhor que os estados em alguns par metros de controle e confiabilidade mas h uma varia o extremamente alta no desempenho municipal o que indica que os incentivos voltados para matr culas e melhorias gerais na qualidade do ensino necessitam de uma maior adequa o BANCO MUNDIAL 2003a p 15 Entre os elementos de an lise pol tica do Banco os mesmos podem ser confundidos com os relat rios do minist rio da educa o do governo FHC que aprofundou e redirecionou a reforma educacional Mesmo o governo Lula n o escapa de algumas das recomenda es estabelecidas pelo BM Isso ocorre porque h uma proximidade nos objetivos dos governos ap s a redemocratiz
175. a e pressup e vivencia democr tica por mais de uma gest o de quatro anos Justamente a democratiza o das entidades a luta contra os privil gios no conjunto da gest o p blica foi fundamental para a mudan a em diferentes reas Na educa o a gest o democr tica das escolas possibilitou a elei o direta dos diretores a constitui o dos conselhos escolares e a discuss o e implementa o do projeto pedag gico nas escolas p blicas 7 1 2 A prioridade para a educa o no munic pio de Vit ria ES Na poca em que o PT assumiu o governo municipal 1989 a rede municipal era composta de 9 pr escolas e 20 estabelecimentos de ensino fundamental Parte da rede de ensino fundamental e de pr escolas pertencia inst ncia estadual e somente a partir de 1997 com a implanta o do FUNDEF no Esp rito Santo que ocorreu a municipaliza o de todas as escolas de educa o infantil e ensino fundamental Em 1992 no per odo de apenas quatro anos ao final do Governo Petista foram constru dos 19 novos estabelecimentos de ensino Foram mais 8 unidades de pr escola e 11 escolas de ensino fundamental Al m disso foram realizadas reformas 13 Para o resgate da Pol tica Municipal de Educa o do PT em Vit ria utilizo a excelente pesquisa de Beth Barros e alguns documentos da pr pria PVM mimeografados como minutas de projetos e suas justificativas para implanta o assim como diversos hist ricos
176. a esfera estadual ES 1998 2000 N vel Ano Educa o infantil Ensino Fundamental Matr culas Escolas Matr culas Escolas 1998 3 745 17 56 572 1 230 243 1999 340 01 2 141 31 Absor o de 2000 matr culas pelos 0 688 07 munic pios Fonte ESP RITO SANTO 2002 Conforme o quadro acima como o Esp rito Santo come ou o FUNDEF em 1997 j em 1998 tem resultados significativos no processo de desconcentra o Como um estado pequeno em muitos munic pios somente havia a rede estadual que atuava em regime de colabora o fazendo funcionar a educa o b sica Houve v rios encontros com os prefeitos de forma a faz los entender que a legisla o nacional obrigava o munic pio a assumir as escolas de educa o infantil e ensino fundamental caso contr rio perderia receita Como resultado j no primeiro ano 1998 a esfera estadual municipalizou 1 247 escolas tanto de educa o infantil como de ensino fundamental Alguns munic pios n o tinham escola alguma ou rg os municipais de educa o e tiveram que cri los para realizar a devida media o entre o poder p blico e suas institui es Um feito que os dirigentes estaduais comemoraram foi o de zerar o n mero de escolas de educa o infantil sob a sua responsabilidade Com efeito os munic pios pequenos tiveram sob seu encargo um conjunto de obriga es entre elas a perspectiva d
177. a sua condi o de reprodu o pois h o problema da dimens o temporal envolvido Significa segundo Luhmann que se Habermas quiser maximizar o xito de sentido na dimens o social sob a m xima do entendimento comunicativo desprezando as restri es de temporalidade o dom nio da validez universal ser inalcan vel a n o ser que se renuncie a qualquer tipo de relev ncia coerente buscar um equil brio entre a dimens o temporal hist rica e o contexto social o que significa renunciar s raz es nicas corretas para a escolha de determinadas a es A teoria dos sistemas autopoi ticos somente tem como pretens o universal o pr prio conceito de autopoiesis em que a a o deve poder reproduzir a a o com base na auto refer ncia basal e na temporalidade dos acontecimentos Deve manter se atenta possibilidade de conex o de a es de consenso e de dissenso A implica o universal da comunica o significativa nesse caso somente que qualquer que seja seu sentido este aponta sempre para a conveni ncia com os demais e n o que isso deveria implicar expectativa ou estabelecimento de uma compreens o LUHMANN 1997 p 129 Uma teoria dos sistemas referenciais deveria formular se como a obten o a manuten o e a renova o do consenso ou dissenso afirma Luhmann Um reparo teoria da racionalidade orientada para a compreens o que deveria incorporar formas de estabelecimento do dissenso
178. a verdade como concretizar qualquer plano de educa o 295 sem uma certa uniformidade de pensamento nas dire es das unidades escolares a cerca de seus fundamentos e finalidades Absolutamente imposs vel Admita a elei o cada dire o haver de traduzir n o o pensamento do plano educacional do governo e implement lo repita se que este em pleito popular foi eleito mas sim das diversas e s o centenas comunidades escolares Apud MENDON A 2000 p 392 Uma leitura mais atenta da cita o acima evidencia justamente esse efeito neur tico de um eterno recome o Mostra tamb m que os funcion rios p blicos e as escolas que eles trabalham n o s o dignos da confian a do mandat rio de ocasi o De que tem medo Da heterogeneidade e da diferen a que a escola possa produzir Como o sistema municipal pode estabelecer uma rela o com a unidade escolar que regida por leis nacionais estaduais e municipais as quais direcionam a educa o que estabelece a Gest o Democr tica na unidade e a elabora o de um projeto pedag gico singular quando o executivo tem pretens es de mudan a de homogeneidade em projeto pr prio a cada pleito A linguagem que se inscreve a de coa o que neutraliza a capacidade de autonomia da escola sua voz como institui o aut noma N o a rela o de poder O poder j est colocado pelo fato de a escola existir em uma comunidade e de todo
179. aca o papel da raz o Qual a necessidade que existe aqui da raz o Enorme tanto para a amplia o de nosso conhecimento como para a organiza o de nosso assentimento Pois ela deve realizar ambos em conhecimento e opini o necess ria e auxilia todas as outras faculdades intelectuais e certamente cont m duas delas a saber sagacidade e ila o O portador da raz o o sujeito central no processo de escolhas do mundo em que vive Al m do pensamento de Descartes e Locke a busca por um conceito adequado do fundamento ltimo como sujeito da ci ncia na modernidade est colocada no princ pio da raz o suficiente de Leibniz pelo sujeito transcendental de Kant o eu puro de Fiche e o saber absoluto que congrega certeza e verdade em Hegel assim como no para si de Sartre FLEIG 1999 Leibniz em sua metaf sica avan a na no o de sujeito Ao elaborar a sua concep o din mica em que explica os seres vivos como for as vivas como mat ria em atividade ele chega id ia de m nada que s o unidades de for a Difere do modelo de Descartes fundamentado em uma concep o geom trica e mec nica dos corpos A sua grande contribui o a no o de princ pios do conhecimento como destaca Chau 1996 p 8 Essa s ntese entre racionalismo cartesiano e o finalismo aristot lico apresenta se como n cleo uma s rie de princ pios de conhecimento dos quais se poderiam deduzir uma concep o de mundo e uma
180. acional sobre a educa o e sua rela o com desenvolvimento e bases do novo liberalismo Se a Confer ncia Mundial de Educa o para Todos teve a orienta o predominante do Cepal as reformas dos anos 90 no Brasil tiveram a influ ncia do Banco Mundial As orienta es do Cepal inclu am a educa o b sica como prioridade da d cada A educa o prim ria era privilegiada e necess ria Em rela o ao BM sua posi o de defesa explicita a vincula o entre educa o e produtividade numa vis o claramente economicista sem a preocupa o dos documentos cepalinos de vincular esses objetivos com o desenvolvimento da cidadania PERONI 2008 p 97 O importante destacar a rela o do BM quanto descentraliza o do sistema educacional e autonomia da escola Os documentos do banco em especial os CAS Country Assistance Strategy citados por Peroni 2003 indicam que na avalia o realizada pelo Banco em 1997 destaca se a Que h uma prec ria organiza o dos sistemas municipais e estaduais b Que h gerenciamento e clima ineficiente para o aprendizado na escola c H insufici ncia de escolaridade de qualidade nas comunidades d O pessoal do setor educacional n o tem prepara o e motiva o adequadas O BM firmou acordos com o Brasil por dez anos muitos desses acordos incluem e n o incluem empr stimos O Banco prop e a es por seus servi os t cnicos em vez de inv
181. acionando o Essa caracter stica remonta o pr prio processo de individualiza o que ocorreu e se cristalizou no processo de produ o capitalista sendo muito mais do que uma cria o da ideologia pol tico jur dica pois Ela induz um quadro material referencial das matrizes espaciais e temporais que s o os pressupostos da divis o social capitalista do trabalho que a base do Taylorismo Um espa o esquadrinhado segmentalizado e celular onde cada parcela indiv duo tem o seu lugar onde cada localiza o corresponde a uma parcela indiv duo mas que deve apresentar se como homog neo e uniforme p 72 Outro ponto de reflex o sobre o Estado capitalista a separa o entre o p blico e o privado Na medida em que institucionalizada dentro dessa forma o espec fica de Estado essa separa o ainda de acordo com Poulantzas abre perspectivas ilimitadas de poder p 81 em que um dos limites o das lutas populares e as rela es de for a entre classes pois a democracia assim como os direitos do homem e do cidad o n o s o uma conquista do indiv duo face ao Estado e sim uma conquista das classes oprimidas p 82 189 Nas forma es capitalistas o Estado representaria o interesse da burguesia sob a hegemonia de uma de suas fra es atualmente o capital monopolista p 146 Estaria condicionado pelas rela es entre as classes em que as fra es de classe desiguais fariam parte d
182. ade e ao seu regime de pensamento que apresenta novas quest es luz da an lise da raz o e do sujeito como componentes Um paradoxo se explicita a raz o est situada no universo de emancipa o e a emancipa o da raz o condiciona a domina o Mesmo se tendo a raz o como fundamento ltimo como destacado por Apel 1994 ainda assim deve ser problematizada Entendo que o seu papel como esfor o de interpreta o do contexto social entendendo como uma possibilidade de an lise e n o como fundamento de uma verdade uma liberta o A p s modernidade remete incerteza e imprevisibilidade como produto da crise ou elas mesmas levaram crise Se para Lyotard a ci ncia trata de metanarrativas Ranci re destaca a necessidade de se ir para al m delas de forma a resgatar as raz es presentes no processo de estetiza o produ o pela palavra do regime de verdade que est a se construir pela an lise A complexidade incerteza e imprevisibilidade n o podem ser descoladas da vida social da an lise cr tica O discurso de modernidade na sociologia se situa na an lise da passagem de uma sociedade tradicional para uma sociedade moderna Nesse discurso o sujeito pr moderno vinculado por la os mec nicos a cultura tradicional e religi o torna se idealizado como um retorno ao mundo da vida O sujeito moderno nasce como 307 sujeito da crise crise que se perpetua como condi o n o resolvida
183. ais produzem as mesmas mol culas que est o integradas As redes e intera es moleculares se produzem a Si mesmas e especificam seus pr prios limites que s o os seres vivos Dessa forma os seres vivos s o definidos como aqueles cujas caracter sticas fundamentais s o produzir se a si mesmos Sendo assim a organiza o autopoi tica como caracter stica dos seres vivos aquela que constitui seus pr prios limites constitui se distinta do ambiente que a circunda por meio de sua pr pria din mica ao mesmo tempo tornando se insepar vel dele Esse tipo de organiza o ou auto produ o dinamicamente realizada tem componentes que a Participam recursivamente atrav s de suas intera es da realiza o da rede de produ es e desintegra es dos componentes que produzem b Realizando suas fronteiras constituem essa rede de produ es e desintegra es de componentes como uma unidade no espa o que eles especificam e no qual existem MATURANA 2001 p 143 Um sistema autopoi tico para n o se desintegrar e existir em meio a uma rede necessita de fechar se mas de forma din mica Sem fechamento desintegraria Ent o todos os fen menos s o subordinados a sua autopoiese e todos os seus estados s o estados na autopoiese p 143 Tal como coloca Maturana e Varela 2001 os limites entre a c lula e o ambiente s o complexos no entanto essa fronteira membranosa n o um
184. ais qualitativas fossem introduzidas A prioridade pol tica do ajuste fiscal comprimiu as outras dimens es da reforma O caso brasileiro e latino americano foi tipicamente dessa natureza p 227 266 Pelo exposto acima parece que fica subentendido que a educa o brasileira de forma geral confundiu o PPP com o PDE Por m a homogeneidade n o a regra para a educa o que tem a diversidade como resultado Educadores e intelectuais org nicos no Brasil dos anos 1990 tentam ir al m da reforma conservadora da educa o brasileira pelo questionamento dos dispositivos que foram legalizados forjando uma cr tica que sem d vida est expressa em parte quando se analisa o Plano Nacional de Educa o Muitas secretarias de educa o tentaram resgatar o projeto pedag gico como aquele que envolve a coletividade em sua elabora o em sua dimens o pol tica seu car ter de produ o de singularidades Conforme Meurer 1988 p 19 a a o educativa e pedag gica caracteriza se por extrapolar o comportamento natural e espont neo Ela contr i se e orienta se com intencionalidade manifesta organizada e conduzida inseparavelmente do projeto pol tico pedag gico Essa intencionalidade das a es da escola esse projeto que aspira a autonomia n o outorgada e a diferen a que nos constitui como humanos tendo como referencial o conjunto amplo de cria o de sistemas educacionais no Brasil traz uma problem ti
185. al Cadernos de Pesquisa S o Paulo n 74 p 5 10 ago 1990 LOCKE J Ensaio Acerca Do Entendimento Humano S o Paulo Nova Cultural 1997 col Os pensadores LOUREN O FILHO M B Organiza o e administra o escolar S o Paulo Melhoramentos 1963 LUCE M B M Sistema municipal de ensino Porto Alegre FAMURS UFRGS Cadernos dos semin rios a nova organiza o da educa o e o munic pio 1990 LUHMANN Niklas Novos desenvolvimentos na teoria de sistemas In NEVES C E B SAMIOS E M B Orgs Niklas Luhmann a nova teoria de sistemas Porto Alegre Ed UFRGS 1997a p 49 59 O conceito de sociedade In NEVES C E B SAMIOS E M B Orgs Niklas Luhmann a nova teoria de sistemas Porto Alegre Ed UFRGS 1997b p 75 91 Organizacion y decis n Autopoieisis y entendimiento comunicativo Barcelona Anthropos 1997c Poder 2 ed Bras lia Edund 1992 Teoria de la sociedad y pedagogia Barcelona Paidos 1996 Amor como paix o para a decodifica o da intimidade Lisboa Difel 1991 324 improbabilidade da comunica o 3 ed Lisboa Vega 2001 LYOTARD J F O p s moderno 3 ed Rio de Janeiro Jos Olimpio 1990 MARCONDES FILHO Ciro O escavador de sil ncios de construir e de desconstruir sentidos na comunica o S o Paulo Loyola 2004 MART NEZ Deolidia VALLES ris KOHEN Jorge Salud y trabajo docente Tramas Del Malestar en la Escuela Buenos
186. al Separa e op e a natureza e a cultura A seguir est o destacadas duas posturas sobre a institui o muito mais contextuais do que contrastantes que se engendram e completam Eug ne Enriquez 1991 destaca pontualmente a diferen a entre organiza o e institui o Organiza o tem por objetivo a produ o datada delimitada e cifrada de bens ou servi os se ocupam da produ o Estabelece de forma contingente o seu nascimento ou desaparecimento e ocorre sem consequ ncias importantes para a din mica social A institui o se destaca porque inicia uma modalidade espec fica de rela o social pautada na exist ncia e vinculada trama simb lica e imagin ria nas quais se 155 inscrevem as rela es humanas elas facultam a entrada do homem num universo de valores e s o criadoras de normas particulares e de sistemas de refer ncia mito ou ideologia que servem como lei organizadora tanto da vida f sica quanto da vida mental e social dos indiv duos que nela participam Sendo assim toda institui o tem voca o para encarnar o bem comum ENRIQUEZ 1991 p 74 A fam lia a Igreja o Estado e os grupos educativos e terap uticos s o considerados institui es para Enriquez uma vez que em todos esses locais aceitam o outro como sujeito pensante aut nomo e que mant m rela es afetivas e v nculos intelectuais pois a alteridade colocada como problema A institui o tendo
187. alia o Ela inclui um processo de participa o que n o se esgota na elei o direta dos dirigentes escolares conforme o modelo liberal democr tico ou na formula o de um projeto pedag gico como exig ncia legal e estatu da As a es pontuais como Amigos da Escola mesmo que sejam bem vindas em um contexto de car ncia tampouco s o Gest o Democr tica 269 A Gest o Democr tica implica na elabora o coletiva de um global constru do coletivamente que discute resgata e rev posicionamentos Pressup e a transforma o da escola e a autonomia da institui o A Gest o Democr tica da educa o vai portanto para al m da escola e toca propriamente a sociedade e o Estado Pressup e Conselhos de Educa o com independ ncia das esferas de governo nacional e subnacional Relativo aos limites da Gest o Democr tica da escola p blica a autonomia e o projeto pedag gico tal como est o na legisla o educacional n o significam subsumir a letra da lei como regra At porque a flexibiliza o da LDB n o menciona os limites m ximos e sim os pontos de partida no que tange a organiza o democr tica da educa o Com a reforma e a emerg ncia de sistemas educacionais em diferentes munic pios destaca se a quest o da rela o que a institui o escola estabelece com o sistema educacional em especial com os rg os de educa o de um munic pio que se expressam em seu sec
188. aliza o pode ser entendida tamb m como desconcentra o ou mesmo municipaliza o Lembrando que o munic pio ap s a Constitui o de 1988 assumiu o status de ente federativo A escola aparece como foco no conjunto da reforma Diferentes fatores levaram a escola a tornar se foco da reforma educacional entre eles a consolida o de um pensamento internacional relacionado s propostas internacionais a que o Brasil foi o signat rio Internamente os movimentos sociais vinculados educa o buscavam persistentemente uma pesrpectiva mais democr tica de educa o e esta passava pela escola e pela gest o democr tica 6 1 A QUEST O FEDERATIVA E O MUNIC PIO No contexto da reforma educacional dos anos 90 ao se tratar da escola emerge o tema referente ao pacto federativo brasileiro diante de um pa s t o heterog neo e com disparidades regionais peculiares A quest o federativa e de distribui o do poder no Brasil antiga Desde o Imp rio est colocada como administrar de forma adequada um territ rio imenso com grandes diferen as culturais econ micas pol ticas e educacionais Durante muito tempo o Poder local fundado pelos coron is da guarda nacional foi uma forma que as elites encontraram para manter a hegemonia O federalismo olig rquico instalado com a Rep blica proporcionou por muito tempo um elemento canalizador das elites estaduais em que o poder central n o tinha for a pol tica de controle Na R
189. am as agendas das institui es multilaterais Sendo assumidas pelos grupos governamentais de forma muito espec fica em especial pela cr tica das diferentes organiza es sociais vinculadas educa o 203 6 A REFORMA EDUCACIONAL BRASILEIRA A DESCENTRALIZA O COMO EIXO E A ESCOLA COMO FOCO A reforma educacional no Brasil estruturou se tendo como par metro o conjunto das reformas ocorridas especialmente na Europa A esse respeito Llavador e Alonso 2000 destacam que a globaliza o sob o capitalismo avan ado atribui escola e forma o um papel extremamente importante dela a responsabilidade pela fun o de proporcionar aos indiv duos as compet ncias para a forma o cont nua e capacidade aut noma de aprendizagem a fim de que sejam competitivos e adapt veis ao mercado de trabalho Os autores acima citados indicam que os valores do mercado e da globaliza o s o determinantes Partem do ponto de vista que o Estado ao garantir o acesso de todos educa o responsabiliza os indiv duos pelo aproveitamento m ximo de tal oportunidade para posteriomente competirem conforme os m ritos e esfor os realizados O sistema escolar teria a propriedade de promover uma capitaliza o simb lica das pessoas Dessa maneira exalta se o papel da educa o no contexto do Estado m nimo omitindo o fato de que nem todos partem da mesma condi o silenciando sua fun o seletiva vinculada origem social dos
190. ando recursos financeiros assist ncia t cnica para a expans o manuten o de equipamentos da rede escolar material did tico e forma o de professores para os munic pios que assumissem em sua rede as escolas de 1 a 4 s ries A obriga o dos munic pios de aplicarem no m nimo 20 de sua receita tribut ria e 20 das transfer ncias do Fundo de Participa o dos Munic pios FPM em escolas de 1 grau art 59 da lei 5692 71 fez com que aqueles que n o tinham rede pr pria e ou n o tinham condi es de ampliar a sua passassem a integrar na sua administra o escolas estaduais por meio de conv nios Esses conv nios com dura o em geral de um ano se firmaram com os munic pios e representaram uma forma de descentraliza o da administra o da rede estadual rural mesmo que financeiramente mantidos pelo Estado 233 Mas necess rio lembrar em que contexto se insere a reforma educacional dos anos sessenta que finalizou com a lei 5692 71 Os acordos do Minist rio da Educa o com The United States Agency for International Development MEC USAID firmados entre 1964 a 1968 alguns com vig ncia at 1971 foram inspira es fundantes para a elabora o da pol tica educacional brasileira no per odo como salienta Romanelli 1978 p 225 N o pois temer rio asseverar que os documentos que definiram a pol tica educacional brasileira tivessem seu arcabou o e suas vigas mestras nos acordos MEC
191. antes a perguntas id nticas como o fazia na poca da filosofia do sujeito A teoria da sociedade encontra se hoje diante de perspectivas diferentes dos trabalhos da filosofia anal tica da linguagem do estruturalismo e do pragmatismo entre outros E de acordo com a tradi o os estudos sobre a linguagem s o bastante espec ficos para figurarem no sistema ps quico de forma solipsista Os sistemas s devem ter influ ncia reciprocamente de modo contingente Ao seu movimento falta toda e qualquer regula o interna Por isso Luhmann tem de come ar por reduzir a linguagem e o agir comunicacional a formatos t o pequenos que n o lhe permitem ver o entrosamento interno entre reprodu o cultural integra o social e socializa o 111 A linguagem permanece secund ria face consci ncia A vida solit ria da alma inclusive do pensamento discursivo n o tem desde o in cio a forma de uma linguagem A estrutura o ling stica articula por meio de censuras apenas o curso espont neo da consci ncia e confere lhe a capacidade de forma o de epis dios Al m disso enfatiza Habermas 1990 a linguagem n o constitutiva em rela o a processos de compreens o m tua ela tamb m opera no esp rito antes de toda comunica o Dessa forma as teses enfatizadas dentro da teoria de sistemas deveriam estar fundamentadas em contextos especiais da filosofia da linguagem n o podem ser resolvidas com refer ncias fenomenol gi
192. ap tulo 2 ao se analisar dentro do recorte proposto algumas teorias da comunica o que fundam o discurso administrativo percebe se uma perspectiva extremamente pobre em rela o ao processo focando basicamente em seus efeitos nos resultados obtidos Tem se como pressuposto que a comunica o ocorre por fluxo cristalino do emissor ao receptor No conjunto das abordagens est presente o modelo aristot lico Os trabalhos de Habermas e Luhmann problematizam a comunica o a partir das discuss es da crise da modernidade Habermas ao destacar a a o comunicativa e o discurso como elementos necess rios ao processo de comunica o parte da premissa de que a comunica o ocorre de forma consensual Para ele a obten o do consenso discursivo que se estabelece como crit rio de verdade e n o a correspond ncia com fatos capaz de respaldar apenas as asser es Sendo uma das teses extremamente discut veis o consenso para Habermas necessita ser pensado dentro da Situa o Ideal de Fala SIF em que h a inexist ncia da coer o em uma situa o dial gica Nessa situa o o melhor argumento garante ao discurso o seu legitimador das pretens es de validade A SIF uma id ia reguladora um processo de enfraquecimento cont nuo de restri es O trabalho de Habermas que se funda no agir comunicativo constituindo se em uma tica do discurso pr tico possibilita pensar o outro como necess rio a minha exist n
193. ar e a observarem aos outros A comunica o o m dium que mant m a sociedade Esse um corte radical em termos de uma teoria de sistemas Mas a sociedade n o pode observar tudo pois existem pontos cegos que s o espa os de sombra para al m do alcance da observa o S o paradoxais na medida em que a observa o n o pode se observar travando a possibilidade de estabelecer 116 distin es Entra em campo a inalcan abilidade do mundo em que Luhmann recorre frase de Derrida o rastro do rastro o rastro do apagamento do rastro na qual Derrida refere se ao esquecimento do ser o ser foi esquecido seu rastro foi apagado esquecido foitamb m o pr prio esquecimento ou esquecida foi tamb m a diferen a entre o ser e o ente o rastro do rastro MARCONDES 2004 p 440 O conceito de sistema social em Luhmann se distingue assim do conceito ontol gico de sistema o qual se resumia na interdepend ncia das partes no conjunto de uma totalidade onde o sistema referia se apenas s suas rela es internas sem levar em considera o o meio circundante Luhmann em sua primeira fase considerava os sistemas sociais como uma conex o de sentido de a es sociais que se referem uma s outras e se deixam delimitar de um meio de a es n o pertinentes NEVES SAMIOS 1997 Ao reformular a teoria de sistemas Luhmann incluiu novos conceitos chaves entre eles autopoiesis acoplam
194. ara a complexidade e para os limites de uma teoria de sistemas uma vez que a teoria sist mica reduz e subjuga a complexidade desconsiderando elementos mais amplos em sua an lise empobrecendo a A ado o da teoria de sistemas n o supera a atomiza o pois trabalha por redu es Nega que a teoria dos sistemas que separa sistemas abertos de sistemas fechados TGS tenha algo a oferecer pois ele o sistema n o totalidade mas conceito raiz da complexidade O paradigma sist mico expressa a id ia de quanto mais complexa a organiza o maior a desordem denominada liberdade e abre para a possibilidade de a o autoconsciente e autocontroladora respons vel e comunit ria Dessa forma face indetermina o e complexidade destacada por Morin conduz id ia de que n o podemos ter controle sobre os eventos futuros pois n o est o subsumidos a uma l gica mec nica linear colocando a tica como necessidade humana face incerteza Quando falamos de sistema estamos tratando de complexidades e n o de um 170 conjunto prov vel de respostas como na perspectiva de Parsons Cabe perguntar se a no o de sistema como input output ainda est presente na perspectiva conceitual dos educadores brasileiros no o de sistema de Morin acrescento a dos sistemas fechados e autopoi ticos de Maturana e Varela e de Luhmann importante questionar quais as mudan as significativas tem se em rela o
195. arem para sua zona de origem b absorver gradativamente os alunos residentes na sua pr pria zona escolar c dar prioridade de matr cula aos alunos residentes no munic pio d remanejar alunos maiores de 16 anos para o curso noturno Apesar das medidas tomadas na estrutura f sica um dos problemas que foram enfrentados pela rede municipal foi a lenta diminui o dos ndices de reprova o e evas o escolar A reprova o no ensino regular que era de 24 30 em 1988 passou para 19 60 em 1990 A evas o em 1988 de 10 17 passou para 9 90 em 1990 O problema tinha que ser enfrentado no campo pedag gico E o foi pela Secretaria de Educa o chamando a aten o dos educadores para a naturaliza o do problema De acordo com a secret ria de educa o do per odo os ndices estavam denunciando a incapacidade de escola incluir os alunos das diferentes camadas sociais e culturais Os professores foram chamados a modificarem sua postura e seus procedimentos no sentido de que a escola existia em fun o dos alunos e n o dos educadores E que os procedimentos utilizados em sua avalia o n o contemplavam a educa o Medidas de recupera o foram tomadas mas n o deram o resultado esperado uma vez que a quest o era estrutural Os educadores afirmavam a necessidade de discuss es coletivas nas escolas que teve a aprova o da secretaria Foram realizadas v rias reuni es e v rios projetos foram gestados Muitos deles apr
196. as resist ncias e contra propostas das institui es representativas dos educadores 6 4 3 1 Centralidade e autonomia propostas A centralidade foco na escola estabelecida pelas propostas governamentais tem historicidade e abrang ncia internacional Segundo N voa 1992 o movimento das escolas eficazes desde os anos 60 tem conquistado espa os na pesquisa educacional em mbito internacional orientando seu objeto para as organiza es escolares e a sua excel ncia Tal movimento de pesquisa n o passa sem ser reconhecido no Brasil como o caso de Mello 1992 Tamb m desde os anos 90 com a Confer ncia Mundial de Educa o para Todos ocorrida em Jomtien Tail ndia a necessidade de reformar a educa o se insere no discurso governamental Apesar do interesse governamental os movimentos populares desde a Constitui o de 1988 insistam em uma discuss o ampla aberta democr tica e propositiva para a educa o nacional segundo Vieira 2001 V rias propostas de autonomia da escola foram desenvolvidas e discutidas ao fim dos anos 80 e in cio dos anos 90 no Brasil e q influenciaram a elabora o da pol tica educacional brasileira programas e projetos em especial da gest o do governo Cardoso Dentre a variada gama de propostas para a autonomia da escola entendo que duas sobressaem devido s suas caracter sticas a primeira est ligada vis o mais 254 operacional e administrativa da
197. as de racionalidade a racionalidade est tico expressiva da arte e da literatura a racionalidade moral pr tica da tica e do direito e a racionalidade cognitivo instrumental da ci ncia e da t cnica p 77 A reforma protestante possibilitou a ruptura de uma organicidade teol gica da igreja que pela f cimentava o mundo europeu medieval controlava as institui es educacionais e o monop lio do latim l ngua universal na poca al m de terras e estados A reforma possibilitou a ruptura entre o secular e o divino na medida em que se ap ia na l ngua nacional e o ensino sem o aporte da igreja passa a ter apoio estatal A seculariza o no bojo do projeto de modernidade redirecionou o significado da 29 unidade pol tica para o Rei que sem a legitima o do direito divino identifica se com a na o passando a ocupar o lugar da f Posteriormente com a Revolu o Francesa a identidade nacional ligada pessoa do rei passa a fixar se com os ideais de liberdade igualdade e fraternidade Os conflitos do s culo XIX vieram cristalizar essa perspectiva Conforme Oliveira 1990 p 48 49 a na o e o nacionalismo enquanto comunidade pol tica imagin ria forneceram uma unidade englobante para os indiv duos libertos da ordem social tradicional religiosa e aristocr tica A na o pode ser entendida como uma forma moderna de organizar e disciplinar os indiv duos de dar coes o ao todo social Foi e um
198. as operacionais da descentraliza o a partir da estrutura do Estado pontuando que a descentraliza o estabelece uma profunda modifica o na distribui o do poder divergindo portanto de desconcentra o ou seja mudan as que levam em conta uma dispers o f sico territorial das ag ncias governamentais que at ent o estavam localizadas centralmente p 6 Nem por isso a desconcentra o deixa de caracterizar um instrumento importante dentro da gest o da pol tica p blica Como colocado pela referida autora devido centralidade hist rica do Estado brasileiro associada ao papel eminentemente concentrador de renda e injusto socialmente al m do mau desempenho das obriga es estatais a descentraliza o apresenta se como uma das principais sa das para resolver a crise do Estado e muitas vezes apresenta se como alternativa nica como solu o m gica demiurgo s desigualdades entretanto sem supervaloriz la cabe afirmar que a descentraliza o nada mais do que um instrumento de a o governamental dentre outros p 6 Nessa an lise instrumental a descentraliza o do Estado expressa se em tr s poss veis vertentes a Entre o governo central e as suas ag ncias e empresas autarquias e outras que dariam agilidade s a es governamentais b Estabelece se do governo central para n veis subnacionais enquadrando dentro dessa vertente a estadualiza o e a municipaliza o Esse t
199. as pretens es de validade Apesar da SIF o discurso n o se interp e nas pretens es de inteligibilidade e nas de veracidade Nas primeiras se encontram pressupostas onde h discurso e nas segundas n o se deixam resgatar em uma situa o de livre di logo pois os participantes podem n o ser sinceros para os outros e para si mesmos s deixando se resgatar no curso das a es do falante na contradi o entre o dizer e o fazer como no caso da incoer ncia e contradi o de seu comportamento em sua exist ncia f tica A respeito da SIF Siebeneichler 1989 destaca que muito se tem discutido sobre essa defini o principalmente pela sua proximidade com outro conceito de Raws chamado de original position Devido a n o ser um fen meno emp rico ou constructo a SIF apresenta se como uma dimens o ut pica n o realizada concretamente mas um horizonte a ser perseguido Para Habermas a situa o ideal de fala pode ser tomada como crit rio de argumenta o discursiva visto que sugere uma simetria na realiza o de atos de fala e sup e a inexist ncia de coer o Somente o melhor discurso o mais convincente aceito Essa situa o idealizada livre emancipada e justa em princ pio condi o que deve ocupar o pensamento dos seres humanos em uma circunst ncia n o coercitiva para que se estabele a o consenso Siebeneichler 1989 conclui por conseguinte ele n o operacionaliz vel n o tem a
200. ativa ou seja numa sociedade da qual a dura o e a participa o dos indiv duos nos processos de educa o formal aparecem como condi o fundamental e determinante de seu destino social o reconhecimento da educa o como meio de diferencia o social vertical nas dimens es de status de compet ncia deveria contribuir decisivamente para a justifica o da desigualdade social p 42 grifo nosso No mbito da constru o de pol ticas sociais no Brasil e principalmente de pol ticas educacionais vemos uma nfase atual democratiza o qualidade participa o e a administra o participativa como valores constitutivos desses ordenamentos valores que se nutriram do ide rio de lutas por conquistas sociais 187 Como alerta para o excesso de otimismo quanto ao processo de democratiza o da sociedade brasileira Evaldo Vieira 1992 afirma que a sociedade democr tica apesar de ser o mais perfeito e seguro sustent culo do Estado de direito fruto de lutas hist ricas aquela na qual ocorre real participa o de todos os indiv duos nos mecanismos de controle das decis es havendo portanto real participa o deles nos rendimentos da produ o Participar dos rendimentos da produ o envolve n o s mecanismo de distribui o de renda mas sobretudo n veis crescentes de coletiviza o das decis es principalmente nas diversas formas de produ o p 13 Ainda conclui que o ideal de participa
201. atos de um grupo n o se permitindo o di logo mas somente o mon logo estabelece se o sil ncio O sil ncio significa a morte da vida democr tica O consenso que p e fim aos conflitos tamb m leva ao sil ncio Sendo assim n o desej vel nem poss vel solucionar todos os conflitos resolver a diversidade As institui es democr ticas t m a finalidade de possibilitar a abertura de espa os pr prios para a manifesta o desses conflitos Com efeito lembra Beltr n Llavador 2000 que nessas institui es o conflito de interesses se manifesta e regulado de forma que a tens o entre consensos e dissensos tenha como resultado a es institucionais E a comunica o fundamental De fato repetimos a comunica o n o s permite que se expresse o conflito mas o gera pois confrontam valores princ pios desempenhos S que sem essa confronta o haveria um sil ncio de cemit rio A comunica o como express o do conflito faz pol tica como via de gera o de conflito faz democracia pluralista Ao expressar o conflito se faz pol tica pois permite tratar coletivamente os assuntos da coletividade e precisamente por que esses assuntos n o afetam somente a um mas a muitos e necess rio este confronto coletivo Dito de outro modo o tratamento do conflito por uma pol tica democr tica nos constitui como sujeitos nos permite manter nossas diferen as frente ao resto nos constitui um di
202. aus ncia seja na inexist ncia da tradi o na produ o em s rie para o consumo cada vez mais massificado e na promessa de uma sociedade que resolva os impasses da distribui o A aus ncia do la o relacional das sociedades tradicionais considerando os diferentes contextos substitu da pelo objeto O amor o controle impessoal e an nimo e a instrumentaliza o do semelhante tornam se os novos la os sociais Essas caracter sticas do sujeito moderno em especial das sociedades ocidentais ou aquelas submetidas a forte controle cultural ocidental perfazem se como um contexto de paran ia n o somente em sociedades capitalistas mas no conjunto da modernidade o que inclui o mundo socialista A crescente instrumentaliza o pela burocratiza o e outros dispositivos torna se sintoma moderno e tem em sua base o pressuposto de que o sujeito algu m incapaz de responder por si mesmo e subsumido como objeto a ser dedicado ao gozo do outro Inversamente proporcional o uso da for a leg tima em rela o viol ncia quanto maior a diminui o da for a leg tima maior a probabilidade da viol ncia conforme destaca Arendt 2001 Contudo a autora alerta que A for a leg tima como instrumento pol tico tem seus limites pois A viol ncia sendo instrumental por natureza racional medida que eficaz em alcan ar o fim que deve justific la E posto que quando agimos nunca sabemos com certeza quais ser
203. autonomia da escola p blica a re humaniza o da escola Campinas Papirus 1996 SILVA M A Do projeto pol tico do Banco Mundial ao projeto pol tico pedag gico da escola p blica brasileira Cad Cedes Campinas v 23 n 61 p 283 301 dez 2003 SMOUTS Marie Claude Org A coopera o internacional da coexist ncia a governan a mundial Bras lia UNB 2004 SORJ Bernardo A nova sociedade brasileira Rio de Janeiro Zahar 2000 SOUZA Donaldo Bello FARIA Lia Ciomar Macedo de O processo de constru o da educa o municipal p s LDB 9 394 96 pol ticas de financiamento e gest o In Desafios da educa o municipal Rio de Janeiro DP amp A 2008 SOUZA Paulo Renato A revolu o gerenciada educa o no Brasil 1995 2002 S o Paulo Prentice Hall 2005 STOCKINGER Gottfried Para uma teoria sociol gica da comunica o Salvador UFBA Facom 2001 Dispon vel em lt http kaneda iguw tuwien ac at stockinger gt Acesso em 20 mar 2002 UNESCO Declara o de Nova Delhi sobre educa o para todos Dispon vel em lt http www unesco org br publicacoes copy of pdf decnovadelhi gt Acesso em 14 nov 2005 UNICEF CENPEC A educa o como prioridade de investimento A experi ncia de Vit ria ES 1989 1992 S o Paulo Cenpec 1993 VADELL Javier O papel dos Think tanks na constru o da hegemonia neoliberal In Esteves P L org Institui es internacionais Seguran a com rcio
204. autonomia de Mello 1992 e a segunda tem como ponto de partida a democratiza o da educa o e assenta se sobre a educa o popular conforme Gadotti 1992 Mello 1992 ao abordar a quest o da descentraliza o e autonomia da escola resgata as pesquisas em educa o que apontam para uma maior efici ncia quanto aos resultados da escola Essas pesquisas mostram que os processos internos da escola s o determinantes para o sucesso das pol ticas educativas A autora ao contextualizar a autonomia da escola evidencia que a for a que remete ao local ou seja unidade escolar est ligada ao processo maior de reestrutura o produtiva que valoriza e fortalece as unidades que executam as atividades fim das grandes organiza es como expresso abaixo Tornou se portanto imperativo a partir da incorpora o de novas tecnologias de gerenciamento reestruturar as grandes m quinas burocr ticas redirecionando para suas atividades fim mais recursos capacidade de iniciativa e inova o bem como responsabilidade de prestar contas pela qualidade dos servi os que prestam Esse redirecionamento tem se revelado poss vel e necess rio pela incorpora o de tecnologias micro organizacionais de informa o que permitem adotar controles centralizados menos numerosos e mais flex veis combinado com um forte componente de avalia o do produto ou dos resultados p 138 Afirma que para a melhoria da qualidade de ensino a de
205. balho e com participa o ativa no nos destinos da sociedade Inclui ainda as dimens es de afetividade e de arte Outras inova es emergem no texto tendo como destaque a rela o entre educa o e o munic pio est o presentes no artigo 211 ABREU 1999 p 40 1 a organiza o os sistemas municipais de ensino ao lado dos sistemas da Uni o Estados e do Distrito Federal caput 2 a organiza o dos sistemas de ensino em regime de colabora o caput 3 a atua o priorit ria dos munic pios no ensino pr escolar e fundamental 82 No texto constitucional n o houve a defini o clara de compet ncias da Uni o dos estados e dos munic pios como destaca o 82 do artigo 211 As posi es na discuss o durante a constituinte variavam de uma defini o sim trica em que a Uni o ficaria com o 3 grau os estados com o ensino m dio e os munic pios com o ensino fundamental e outra que optava pela manuten o para os estados da responsabilidade com a educa o b sica como um todo Segundo Abreu 1999 essa indefini o expressa na Constitui o promulgada mostrava a impossibilidade de se definir claramente responsabilidades e estabelecer padroniza es devido extrema diversidade entre as regi es brasileiras pois as diferen as s o extremas tanto em rela o capacidade de arrecada o e de investimento dos diferentes entes federados quanto ao processo de municipaliza o vivenciado durante o regi
206. bordagem Maturana e Varela pois o primeiro utiliza o termo no contexto da vida social Uma advert ncia apesar de utilizar recortes conceituais de Luhmann n o objetivo do autor deste trabalho a filia o a tal corrente te rica O pensamento de Luhmann muitas vezes mal compreendido em especial por aqueles que n o conhecem a obra ou sabem de sua exist ncia a partir dos escritos de Habermas Ressalto que os conceitos do funcionalismo estrutural n o s o de f cil apropria o e que devido dificuldade em localizar a bibliografia do autor utilizei os textos em espanhol e as poucas obras publicadas no Brasil As irrita es em todos os significados que esta palavra evoca produzidas por Luhmann mesmo em seu formalismo est o presentes no conjunto desse trabalho Por ser um pensador pol mico as cr ticas tamb m foram objeto de an lise a fim de proporcionar uma melhor compreens o do mesmo Tornou se necess rio resgatar a teoria da comunica o para possibilitar uma adequada an lise das quest es levantadas al m de fazer a devida rela o com o contexto da escola importante destacar que a teoria de Habermas da a o comunicativa e a teoria da comunica o de Luhmann se colocavam como op es anal ticas Nesse caso busquei resgatar os dois pontos de vista da quest o A discuss o sobre comunica o linguagem e sistema acontece no contexto da crise da modernidade e do sujeito modern
207. bui o de Popper em Habermas A esse respeito Giddens 2000 p 250 afirma que H mais do que um reflexo das id ias de Popper em tudo isso uma marca talvez do que Habermas aprendeu com a argumenta o A raz o para Habermas e Popper torna se principalmente fen meno de cr tica met dica identificando nossos erros prop e Habermas podemos corrigir as tentativas fracassadas A teoria da verdade consensual uma das teses mais question veis da constru o te rica de Habermas mas tal consenso parece ser ele pr prio possibilitado apenas pela perman ncia e objetividade dos fatos COSTA 2002 p 56 A seguinte quest o emerge da sugest o que as pretens es de validade s o fundamentadas pelo discurso de que forma no discurso poss vel decidir sobre a autenticidade das pretens es de validade levantadas Um consenso a que se chega em um discurso est correto ou verdadeiro a partir de quais garantias Por ser uma necessidade estrutural do agir comunicativo sempre suposta no discurso est o que ele chama de situa o ideal da fala SIF que uma situa o dial gica onde inexiste coer o caracterizando se pela possibilidade sim trica de todos os participantes do discurso escolherem e exercerem atos de fala comunicativos constatativos regulativos e representativos Vale nesse caso a 87 coa o sem coer o do melhor argumento garantindo ao discurso o seu papel legitimador d
208. ca impl cita consigo Considerando se a expans o dos sistemas educacionais e a necessidade de aspirar escolas como institui es aut nomas tendo em vista o aumento da diversidade via projeto pol tico pedag gico faz se necess rio abordar a estrutura dessa rela o ou melhor dessa comunica o 267 7 A NECESS RIA MEDIA O DIAL GICA ENTRE A ESCOLA E O SISTEMA EDUCACIONAL UMA RELA O ENTRE INSTITUI ES Cury 2001 ao abordar sobre a flexibilidade na LDB aponta que ela possibilita tanto a desconstru o de entraves burocr ticos e cartoriais que engessam a administra o dos sistemas e estabelecimentos escolares como a cultura da produ o aut noma de projetos pedag gicos que a marca distinta da autonomia dos estabelecimentos escolares e de seus respectivos conselhos E tamb m que na cultura de uma rela o de di logo com a institui o escolar com os administradores do sistema e com os rg os normativos que a gest o democr tica poder se efetivar de forma clara O mesmo autor destaca que existem avan os na democratiza o do Brasil por m sem rupturas o novo a partir do velho Concordo com o autor que mesmo com os limites do conservadorismo da reforma educacional dos anos 90 e suas influ ncias importante considerar que h uma mudan a para melhor nas formas da legisla o educacional considerando a educa o como Direito H mesmo uma presen a maior da legisla
209. cacional portuguesa aponta para a redescoberta das estrat gias neo tayloristas de moderniza o que levariam em dire o pacifica o ao consenso e por conseguinte ganhos de produtividade e qualidade por meio do princ pio da integra o que indica as possibilidades da participa o nas estruturas organizacionais como forma de mudan a do clima da organiza o A defesa da gest o participativa passa a ser transferida para a pa educa o Nesse estilo de gest o a participa o inscrita no conjunto das teorias conservadoras em que significa integra o e colabora o e n o necessariamente tomada de decis es n o implica poder O projeto pedag gico a autonomia e a comunidade educativa estariam assim consubstanciando uma nova forma de gest o A autonomia das escolas para Lima 2001 p 124 251 poder representar apenas uma nova e melhor forma de articula o funcional entre o n vel central e os n veis local e institucional da educa o escola abrindo se m o de poss veis desarticula es relativas sobre as quais se edificam espa os de autonomia de afirma o leg tima de orienta es de objetivos e de projectos da comunidade educativa Dito de outro modo continuar o sendo convocados mas como instrumentos essenciais de uma pol tica de racionaliza o e moderniza o como met foras capazes de dissimular os conflitos de acentua
210. cas ou com defini es O conceito de sentido destacado da fenomenologia atribui express o ling stica um estatuto subalterno A resposta de Luhmann a essa quest o tem sido esgotar o contributo dos s mbolos ling sticos no que se refere ao articular abstrair e generalizar de processos da consci ncia e de conex es sem nticas pr lingu sticas A comunica o executada com meios especificamente ling sticos n o pode ser explicada por condi es de possibilidade dos mesmos meios Justamente nesse ponto as cr ticas de Habermas 1990 s o mais contundentes pois na teoria de Luhmann n o h a intersubjetividade aparente e n o se forma o consenso da maneira como na teoria da a o comunicativa de Habermas Para Luhmann os sistemas permanecem separados n o se fundem n o se entendem melhor do que anteriormente eles concentram se naquilo que podem observar no outro enquanto sistema num meio circundante na qualidade de input e output aprendem em cada momento de modo auto referencial com a sua perspectiva pr pria de observa o Podem tentar influenciar aquilo que observam por meio da sua a o pr pria e podem aprender de novo com o feedback possibilitando a constitui o da ordem emergente o sistema social Os sistemas sociais transformam o sentido na forma de comunica o e utilizam se para isso a linguagem Habermas aponta que nessa abordagem a l ngua t o subalternizada como 112
211. cente papel n o s como agente ativo de produ o mas tamb m como regulador da ordem econ mica e social em que as pol ticas sociais s o ordenamentos do Estado na regulamenta o do trabalho Para ele a pol tica social pode ser definida de forma hipot tica como conjunto daquelas rela es e estrat gias politicamente organizadas que produzem continuamente essa transforma o do propriet rio da for a de trabalho em trabalhador assalariado p 24 A quest o educacional segundo Offe 1994 estaria no cerne do controle da socializa o do trabalhador durante o processo hist rico de transforma o para o modo de produ o capitalista O novo tipo de forma o deveria romper com a antiga ordem motivando a proletariza o pela universalidade e obrigatoriedade escolar para atingir toda a sociedade mesmo aqueles margem do mercado Isso somente poderia dar se por meio de regulamenta o pol tica do Estado A desapropria o da for a de trabalho acarretaria tr s problemas estruturais a serem respondidos pelas pol ticas sociais primeiro o da integra o do contingente 186 populacional que deve entrar no sistema produtivo o segundo o da regulamenta o das condi es de vida e subsist ncia dos indiv duos que tempor ria ou permanentemente t m o acesso ao mercado de trabalho impedido o terceiro o da regulamenta o da oferta e da demanda do mercado de trabalho Ainda de acordo com O
212. cia Tendo a intersubjetividade como m dium reconhece a autonomia dos participantes do discurso e a capacidade de transforma o dos agentes sociais A compreens o comum do que foi dito proporciona uma perspectiva comunicativa 309 bastante pertinente Por m o que seria se consider ssemos a possibilidade da utiliza o no mundo da escola da perspectiva de Habermas Se bem que a discuss o e a necessidade de consensos eticamente estabelecidos entre os agentes escolares seja fundamental as rela es de status e de poder e interesse dos participantes est o sempre presentes N o ficam em suspenso em uma SIF O conflito proporciona a democratiza o dos espa os a exist ncia do di logo Luhmann por outro ao mesmo tempo em que se serve da ampla tradi o funcional de qual herdeiro estabelece uma terceira posi o em rela o comunica o ela que constitui a pr pria sociedade Por m com sua abordagem sobre a comunica o considera a consci ncia como um sistema pr prio Ao fazer isso desloca da mensagem o centro do processo para os agentes Problematiza de forma interessante a comunica o ao tratar das tr s improbabilidades improv vel compreender o outro devido ao isolamento e individua o da consci ncia improv vel que a comunica o chegue a mais pessoas do que aquelas de uma dada rela o especial e temporalmente situados improv vel que o resultado desejado seja obtido t
213. cient fico e da autoridade decis ria p 84 A legitima o da ci ncia na p s modernidade forma se pelo poder e a rela o entre ci ncia e t cnica sofre uma invers o em que o crit rio do desempenho passa a ser invocado para a justifica o e decis o no apoio pesquisa A era p s moderna ent o aquela em que o poder e o conhecimento entram em contato um com o outro de forma nunca antes vista Essa perspectiva demasiada determinista se pensada em termos de uma teoria de sistemas em entradas e sa das que obedecem a uma trajet ria est vel como a teoria de sistemas de Luhmann a qual se remete modernidade segundo Lyotard 55 1979 Nos pr prios termos do sistema enquanto performatividade o controle pelo conhecimento reduz a performance pois a incerteza aumenta e n o diminui como o conhecimento O paradigma p s moderno enfatiza a imprevisibilidade a incerteza a cat strofe o caos e acima de tudo a paralogia e a dissens o a ci ncia p s moderna torna a teoria de sua pr pria evolu o descont nua catastr fica n o retific vel e paradoxal Muda o sentido da palavra saber e diz como essa mudan a pode se fazer Produz n o o conhecido mas o desconhecido E sugere um modelo de legitima o que n o o de modo algum o da melhor performance mas o da diferen a compreendida como paralogia p 108 A teoria til ent o a que gera id ias Diante da inexist ncia do m todo c
214. cificidade N o se pode reduzir um o sistema social ao sistema ps quico ou o inverso Os pensamentos de um sistema ps quico n o s o comunica es e sim eventos pr prios da reprodu o autopoi tica do ps quico que por sua vez 8 Luhmann trata dessa quest o em texto espec fico n o sendo destacada como deveria devido aos limites desse trabalho 130 estimulam o sistema de comunica es A comunica o limita se a estimular irritar pensamentos no sistema ps quico Isto possibilita entender que uma mesma comunica o estimule pensamentos diferentes em distintos interlocutores conforme destacam D rio Rodrigues e Javier Torres 2003 Os sistemas sociais portanto encontram se determinados estruturalmente Nesse sentido as comunica es encadeiam outras e os pensamentos somente podem desencadear comunica es poss veis consideradas na estrutura do sistema social Na an lise de Esteves 2001 Luhmann pretende estabelecer outra perspectiva da comunica o para al m das refer ncias antropol gicas e antropologizantes acentuando a rela o entre comunica o e sistema social porque se constitui para o sistema fator de individualidade enquanto que para outros sistemas h a prem ncia de sistemas estritos de informa o N o s o os indiv duos que s o considerados enquanto sujeitos de comunica o mas os sistemas sociais grifo nosso A comunica o vista como um processo intrinsecamente sel
215. cimento da complexidade e dos problemas decorrentes e n o problematizados O conceito de meios aquele que transforma invi vel em vi vel e abarca os tr s problemas destacados Coube escrita historicamente tornar poss vel transcender os limites da comunica o dos sujeitos A escrita e os meios de difus o transmitem 96 as informa es ampliam a mem ria dos acontecimentos J os meios de comunica o simbolicamente generalizados correspondem a um terceiro tipo de meio Parsons refere se a esses meios como o poder a influ ncia e os compromissos morais a esses Luhmann acrescenta a verdade no mbito da ci ncia e o amor no das rela es ntimas Os meios atravessam os principais setores civilizadores do sistema social e suas subestruturas prim rias na atual sociedade porque o aumento das possibilidades de comunica o levou forma o de sistemas e diferencia o dos mesmos A escrita de cunho universal possibilitou programar a informa o para um n mero desconhecido de sujeitos ausentes no momento em que o xito decorrente da presen a pessoal tornou se insuficiente o momento do surgimento dos meios de comunica o simbolicamente generalizados abstrato Na Gr cia cl ssica surgem novas palavras de codifica o d se o advento da imprensa e entre outros as diferen as entre os meios de comunica o se acentuam at ao ponto em que chegam a quebrar as premissas de um fundamento
216. ciologia Sua reprodu o com acr scimos e modifica es percorreu longo caminho entre as diferentes abordagens te ricas do s culo XX Ao caracterizar o processo de comunica o ponto a ponto enfoca o emissor como 70 elemento fundamental privilegiado enquanto que o receptor o elemento secund rio e subalterno em que o fluxo de informa o se move de forma linear As diferen as de compreens o s o entendidas como erro Um desdobramento importante das teorias da comunica o e informa o acima descritas a apropria o dos seus pressupostos pela abordagem sist mica Inaugurada por Ludwig Von Bertalanffy em 1933 a teoria de sistemas estabeleceu na ci ncia pol tica um campo prof cuo para a ideologia do desenvolvimentismo e principalmente para os problemas da comunica o de massa A teoria da informa o sist mica teve como principais autores David Easton e Karl W Deutsch que conviveram em um contexto de guerra fria era um estudo de estrat gias pol ticas em n vel mundial em que as preocupa es funcionais com o equil brio de poder com a seguran a coletiva e a expans o das reas de influ ncia do capitalismo americano estavam na ordem do dia Os trabalhos desses autores entre muitos outros estabeleceram as bases da ci ncia pol tica funcional com grande repercuss o em todo mundo ocidental MATTELART 1999 Pelo esquema desenvolvido por Easton A pol tica concebida como sistem
217. com o processamento e a avalia o pela transmiss o pela processo social b sico que ocorre no processo de comunica o como intera o um esfor o tomada de decis es a tamb m se pode para a converg ncia de circula o de informa o perfeitamente dizer que ela perspectivas a para os centros de a o e transmiss o de reciprocidade de pontos de especialmente o preparo de comunica o J DEWEY vista e implica dessa ordens que enviam forma certo grau de a o mensagens para o ambiente conjugada e coopera o W SCHRAMM E MENESES Fonte RABA A BARBOSA 1995 As diferentes defini es de comunica o no quadro acima evidenciam as m ltiplas abordagens e um mundo de significa es poss veis N o tenho interesse em realizar aqui um resgate de toda hist ria das teorias de comunica o mas enfocar as abordagens que possam contribuir para a an lise da comunica o entre inst ncias de poder Em alguns casos a comunica o sin nima de poder na medida em que proporciona respostas s expectativas sejam est mulos org nicos ou solicita o de um parecer em uma reparti o N o nova a rela o entre poder e comunica o Arist teles na Arte da ret rica a descreve com tr s elementos o falante o discurso e o ouvinte Na Gr cia em seus are pagos a atividade ret rica era essencial para convencer o interlocutor em uma socie
218. como linha orientadora aplic vel a diferentes situa es entre elas quest es de temporalidade e raz es morais que regem o estabelecimento de certas condi es de auto estima e estima ao pr ximo 132 Os problemas pol ticos consequentes da escolha de Habermas que n o tem resposta adequada s o bastante relevantes A dif cil compreens o dos conflitos revolucion rios e o princ pio da maioria s o alguns N o podem ser tratadas adequadamente tamb m as tend ncias emergentes de n o aceita o das decis es da maioria Habermas deveria deixar aberta a possibilidade de um dissenso est vel quando n o em conflito Estas rela es s o tratadas como formas de a es imperfeitas como comportamento estrat gico na teoria da a o comunicativa Outra implica o destacada por Luhmann uma teoria da a o comunicativa baseada em um conceito de comunica o geral e n o esclarecido recorrendo ao acervo da tradi o e n o correta conceitua o que torna sua teoria pouco transparente A pergunta que se faz aqui se n o seria melhor suprimir por completo os tipos e modos de a es comunica es e em seu lugar colocar a quest o da diferen a que tem a finalidade de intermediar a obten o da informa o e a determina o do sentido da a o Essas quest es entre outras levantadas sobre a teoria da a o comunicativa n o s o triviais mas questionam aspectos que fundam a pretens o de validade e uni
219. comunidade seria beneficiada porque em uma administra o estadual os centros decis rios estariam distantes O munic pio na Constitui o de 1988 al ado a categoria de ente federativo Apesar dele sempre estar presente nos debates constitucionais na hist ria do Brasil a primeira vez que aparece com tamanha defini o O pacto federativo reescrito com a inclus o do munic pio conforme descrito anteriormente Tal medida ao longo da reforma educacional ter impacto no conjunto dos processos de descentraliza o em especial na municipaliza o das escolas de ensino fundamental a encargo da esfera estadual Por m efetivamente a municipaliza o ou desconcentra o somente ir ocorrer com a com a LDB 9394 96 e com a Emenda Constitucional n 14 que regulamenta o FUNDEF 237 6 4 2 Descentraliza o pelo financiamento da educa o a emenda constitucional n 14 96 e a lei 4 424 96 A reforma educacional que ocorreu nos anos 1990 teve no conjunto de ordenamentos legais p s LDB uma din mica particular no que diz respeito distribui o das compet ncias dos diferentes n veis de ensino Produziu algo diferente do que havia at ent o sido utilizado na educa o p blica brasileira flexibilizou o or amento da educa o fundamental n vel priorit rio tendo em vista o n mero de alunos matriculados pelo financiamento da educa o que se buscam os resultados tendo como ponto de partida que o prob
220. constitucional de 1988 foi sem d vida o marco para redemocratiza o institucional A sociedade brasileira buscou resgatar a cidadania que passa necessariamente pelas institui es sociais fundamentais entre elas a educa o Se por um lado a conquista da democracia desencadeia esperan as de uma sociedade mais justa humana e cidad por outro as mudan as estruturais no processo de acumula o do capitalismo recrudescem com o consenso de Washington e os valores neoliberais 177 O processo de acumula o do capital em seu modelo atual pressup e a integra o total por meio das tecnologias da informa o do computador e em especial da Internet contradit rio pois enquanto parte da sociedade brasileira inclu da globalmente por meio dessas tecnologias evidencia se um grande contingente que n o tem acesso alimenta o sa de educa o e ao trabalho A exclus o torna se expl cita quando somente alguns t m acesso aos bens socialmente produzidos Nesse contexto a educa o passa a ser utilizada como ideologia para supera o das desigualdades todavia como investimento fundamentalmente pessoal e familiar O Estado nacional como grande articulador dos processos sociais instituto fundamental para a inclus o social e a cidadania contudo no conjunto do novo capitalismo tem suas fun es reduzidas ao abrir espa o para a liberaliza o assumindo a posi o de Estado gerente confor
221. cos de mercado desconcentra o no governo central novas atribui es aos rg os da administra o central outras iniciativas de reestrutura o ou de racionaliza o IDIMOODS O autor em destaque reconhece que se tornaram indefinidas as fun es irredut veis do Estado com uma pauta de mudan as como a acima descrita A press o dos 195 reformadores diga se dos think tanks foi a de se impor uma redu o a qualquer custo Fazendo um paralelo com o Brasil o problema central que os pa ses de capitalismo avan ado passaram efetivamente por mudan as estruturais pautadas no kenesianismo e constru ram sistemas p blicos sob o capitalismo mas com caracter sticas distributivas calcadas na social democracia Apesar de o Estado nacional sedimentar se no mundo ocidental como estrutura reguladora e estimuladora do capital a democracia e a igualdade social n o foi efetivamente uma experi ncia por que passaram muitos pa ses perif ricos inclusive o Brasil Nos pa ses de capitalismo avan ado houve uma fase em que o Estado na perspectiva de Offe possibilitou uma maior democratiza o da coisa p blica Tamb m segundo Oliveira 1988 a esfera p blica ao mapear as reas conflitivas de reprodu o social passa a projetar as regras das rela es privadas nas quais os interesses hist ricos das pessoas prevalecem sobre a pura l gica do capital Bauman 2005 destaca em um texto intitulado Vidas De
222. crise da economia mundial 5 ed Rio de janeiro Paz e terra 1999 LALANDE Andr Vocabul rio t cnico e cr tico da filosofia 2 ed S o Paulo Martins Fontes 1996 LAPASSADE Georges Grupos organiza es e institui es 3 ed Rio de janeiro Francisco Alves 1989 LECHTE J Cinquenta pensadores contempor neos essenciais do estruturalismo p s modernidade 3 ed Rio de Janeiro Difel 2003 LEVINAS Emmanuel Totalidade e infinito Lisboa Edi es 70 2000 323 Entre n s ensaios sobre a alteridade Petr polis Vozes 1997 LIB NEO Jos Carlos Democratiza o da escola p blica S o Paulo Loyola 1986 LIMA Lic nio C A escola como organiza o educativa S o Paulo Cortez 2001 Organiza o escolar e democracia radical Paulo freire e a governa o democr tica da escola p blica S o Paulo Cortez 2000 Modelos organizacionais da escola perspectivas anal ticas teorias administrativas e o estudo da a o In MACHADO L M FERREIRA N S Orgs Pol tica e gest o da educa o dois olhares Rio de Janeiro DP amp A 2002 p 33 58 LLAVADOR F B ALONSO A S M Dise ar la coherencia escolar Madri Morata 2000 LLAVADOR F B Hacer p blica la escuela Santiago LOM ediciones 2000 Traves as de las organizaciones educativas y otros desordenes Valencia Editorial Germ nia 2005 LOBO Tereza Descentraliza o conceitos princ pios pr tica governament
223. da em que tende a cair no reducionismo Descarta o holismo como princ pio do sistema e o coloca na categoria de paradigma que deve ser utilizado como uma no o de apoio para designar todo o conjunto de rela es entre constituintes formando um todo p 278 Essa no o torna se revolucion ria e promove um corte com a id ia de objetos que eram constitu dos de forma e de subst ncia isol veis em espa o neutro e pass veis de decomposi o em elementos prim rios Ao problematizar a radicalidade dessa ruptura e o que ela pode trazer de novo distingue sistema de ontologia cl ssica do objeto pois este ltimo na ci ncia cl ssica correspondia a uma constru o simplificada unidimensional e mutiladora da complexidade da organiza o f sica e psicocultural Op e se id ia de uma teoria geral como a TGS a id ia de um paradigma sist mico O sistema deve ser considerado como UNITAS MULTIPLEX em que os termos antag nicos est o associados pois o todo efetivamente uma macrounidade mas as partes n o est o fundidas ou confundidas nele tem dupla identidade identidade pr pria que permanece portanto n o redut vel ao todo identidade comum a da sua cidadania sist mica MORIN 2001 p 260 Ao considerar a diversidade como elemento que organiza a unidade estabelece uma rela o entre todo partes Esta rela o supera a tautologia e o problema do double blind evidencia o car ter complexo do sis
224. dade em que os espa os p blicos eram espa os de discurso discuss o convencimento Esse o paradigma cl ssico de comunica o Esse modelo tamb m permeou as obras de C cero e Quintiliano chamado de modelo tricot mico BORDENAVE 1998 Do p s guerra em fins da d cada 40 do s culo passado emergem dois modelos te ricos os quais partindo da ret rica iriam fundar paradigmas que teriam permeabilidade nas ci ncias sociais Para o contexto te rico da poca contribuiu o behaviorismo de Watson as teorias de Pavlov a psicologia de massa de Le Bom e 65 a psicosociologia de Herbert Mead O primeiro modelo deriva da Escola de Chicago e da corrente conceitual da Mass Communication Research a teoria de comunica o de massa e propaganda desenvolvida pelo cientista pol tico Harold Lasswell O segundo modelo origina a teoria matem tica da informa o desenvolvida pelos engenheiros americanos Claude Elwood Shannon e Warren Weaver Ambos trabalhos datam aproximadamente da mesma poca 1948 e 1949 respectivamente MAETTELART 1999 RABA A BARBOSA 1995 Harold D Lasswell tendo como ponto de partida o paradigma cl ssico da comunica o j bastante difundido e derivado de Arist teles uma pessoa que fala quem pronuncia um discurso o que e se dirige a algu m a quem e do conjunto das id ias do funcionalismo americano formulou em 1948 um modelo te rico no qual pretendeu determinar
225. dade executora com graus progressivos de autonomia n o representaria a privatiza o da escola p blica A autonomia e a flexibiliza o das escolas garantidas por projetos pedag gicos aprovados pelo sistema educacional n o formariam um controle que ultrapassaria a dimens o das quest es burocr ticas suprimindo a capacidade de media o simb lica e cultural dos agentes da escola Conforme Martins 2001 a flexibiliza o estaria sendo importada das novas teorias de capital humano As grandes corpora es industriais passaram a conceder autonomia a cada unidade de uma multinacional para enfrentar os desafios do processo de desterritorializa o devido ao ajuste e varia o dos mercados consumidores em uma poca de globaliza o paradoxo como destaca Martins 2001 que a autonomia da escola e a elabora o de projetos estejam acontecendo simultaneamente a um quadro de descentraliza o com escassos recursos financeiros em uma esp cie de compensa o polar em que a autonomia delegada escola para elaborar seu pr prio projeto pedag gico v se diante da impossibilidade de sua viabiliza o pela aus ncia de condi es p 35 Em vista disso a autonomia e a flexibiliza o outorgadas escola estariam ent o subsumidas dentro de um contexto marcado pelo abandono uma vez que a for a de um novo conjunto normativo jur dico da reforma educacional n o teria for a
226. dade ou sobre o mundo do trabalho O car ter virtuoso de desenvolvimento do p s guerra imposto l gica capitalista atrav s de mecanismos institucionais e pol ticos que mostraria a sua verdadeira face tempor ria e revers vel sobretudo quando estes mecanismos s o questionados ou rompidos p 156 157 Frigotto 1995b destaca que esse modo organiza o do capitalismo dissemina se por meio das grandes ag ncias internacionais e faz se ponto principal nas agendas dos intelectuais org nicos homens de neg cios por exemplo globaliza o integra o flexibilidade competitividade qualidade total participa o entre tantos outros que imprimem novas formas de sociabilidade capitalista tanto para estabelecer um novo padr o de acumula o quanto para definir as formas 184 concretas de integra o dentro da nova reorganiza o da economia mundial p 144 Os consensos em particular aqueles que remetem ao processo de fragmenta o do controle social dos aparelhos p blicos apontam para a retirada do Estado como institui o possibilitadora da democracia social e para a ocupa o dos espa os p blicos pela l gica privada do mercado preciso chamar aten o para a necessidade de se resgatar o conceito de Estado pois h grande veicula o entre pol tica social e Estado Segundo Vieira 1992 a pol tica social compreendida como estrat gia governamental de interven o nas rela
227. de sentido Esse ato se expressa em tr s outros atos que s o o ato fon tico em que h a emiss o de uma sequ ncia de ru dos ou fonemas o ato f tico que corresponde sequ ncia de palavras com vocabul rio senten a e gram tica e o ato r tico ou seja dizer alguma coisa sobre algo com sentido e refer ncia Apesar de cada um dos atos acima pressupor o anterior n o pressup e o que se segue n o necessariamente est o sempre integrados mas pode se realizar um ou outro isoladamente 81 Il Ato ilocucion rio realizado ao dizer algo Um proferimento performativo expresso no momento da fala um informe amea a promessa Ill Ato perlocucion rio que correspondente ao efeito do ato realizado ao dizer algo ou seja a causa do ato ilocucion rio no ouvinte seja um esclarecimento medo ou f COSTA 2002 O rico pensamento de Austin aqui somente citado teve import ncia fundamental para a o desenvolvimento da teoria habermasiana uma vez que desloca o eixo da filosofia da linguagem para o contexto de intera o social Posteriormente J R Searle estabeleceu modifica es teoria dos atos da fala de Austin desvinculando por completo a teoria dos performativos substituindo o ato r tico pelo ato proposicional que exprime um conte do proposicional sem pretender que seja verdadeiro A pretens o da verdade passa ao dom nio das for as ilocucion rias Habermas buscando estabelecer uma rela o entre a l
228. de unidades escolares adequadas s necessidades das comunidades e concursos de remo o com base em editais e crit rios p blicos de classifica o Essa perspectiva pol tica em seu conjunto buscava estabelecer a primazia da seriedade no tratamento da res publica e a constru o dos espa os por rotinas transparentes objetivando anular as pr ticas clientelistas Al m disso o norte pol tico apontava para a constru o de qualidade social e pol tica do ensino municipal em sua totalidade OLIVEIRA 1997 No conjunto dessa proposta a nfase na autonomia da unidade escolar na participa o e na discuss o aberta dos problemas e necessidades das escolas proporcionou uma media o dial gica entre escola e sistema Durante esse processo de aprendizagem democr tica estabeleceu se uma tica caracter stica do projeto emancipat rio da poca Por m n o sem tens es internas em especial resist ncias na rela o escola x rg o central ou sistema Essa proposta representava tanto as diretrizes nacional do Partido dos Trabalhadores como as aspira es dos educadores no contexto hist rico nacional p s 88 poca em que se efetivaram tais mudan as Tal orienta o por parte do executivo municipal possibilitou a efetiva o concreta de muitas das medidas tomadas Era evidente ent o que as a es que compunham o projeto pol tico pedag gico da Secretaria Municipal de Educa o de Vit ria SEME objetivavam instit
229. de de forma geral tenha conhecimento dos mecanismos de financiamento da educa o no Brasil est o a pelos financiamento se materializam as prioridades enunciadas b Na educa o p blica o dinheiro do contribuinte que est sendo gasto e muitas vezes mal aplicado perdido e desviado c seu acompanhamento necess rio pois possibilitar maior transpar ncia dos 238 z A quest o do financiamento da educa o antiga O sistema de verbas constitucionalmente vinculadas educa o no Brasil data de 1934 e em todas as Constitui es promulgadas 1946 e 1948 vem repetindo esse padr o Por m nas Constitui es outorgadas o dispositivo de vincula o n o foi utilizado e a lei outorgada em 1969 estabelece vincula o mas com os munic pios CURY 2000 Com a constitui o de 1988 ocorreu uma reforma tribut ria como destaca Monlevade 1997 houve um refor o na arrecada o de impostos em geral e disponibiliza o para os estados e munic pios pelo aumento percentual nos mecanismos como o FPE Fundo de Participa o dos Estados FPM Fundo de Participa o dos Munic pios e ICMS Imposto sobre Circula o de Mercadorias A Uni o que tinha obriga o de gastar 13 com educa o teve sua fatia aumentada para 18 Em rela o aos estados e munic pios conservaram se os 25 como m nimo Apesar de a destina o ser id ntica para os estados e para os munic pios v rios problemas existiam para que a solu
230. de forma abstrata A quest o deve ser tratada de outra forma A pergunta como sistemas mutuamente opacos podem gerar um sistema social com suficiente transpar ncia x n o transpar ncia Durante o iluminismo o ideal de Homem universal era o de uma pessoa boa sensata agrad vel e til Mas era para os demais n o para si mesmo j que sua individualidade j n o mais do indiv duo mostra para os observadores sens veis mais um coletivismo que um individualismo p 124 Diante do argumento acima a aten o volta se para o sistema ps quico que segue um mecanismo de informa o completamente distinto regido pela diferencia o nervosa entre consciente e inconsciente Sendo um sistema ps quico um sistema fechado autopoi tico somente pode observar se a si mesmo como consci ncia Dessa forma somente os observadores externos atentam para as diferen as entre os processos conscientes e inconscientes dos demais afirma Luhmann A observa o social tendo como refer ncia o sistema ps quico leva quest o da incomunicabilidade visto que aumenta a dist ncia entre ator e observador Portanto a comunica o n o consiste na passagem de determinado conte do de um emissor a um receptor e sim na cria o de sentido que delimita um sistema social Tendo como contrapartida a autopoiese o acoplamento estrutural consiste em uma adapta o permanente entre sistemas diferentes que mant m sua espe
231. de organismos mas pertence aos modelos funcionais de controle da comunica o surgidos no p s guerra Esses modelos mesmo o ltimo destacado consideram fortemente a quest o do fluxo das informa es Conv m resgatar o trabalho de Habermas e a filosofia da linguagem para ampliar o contexto da discuss o A filosofia da a o comunicativa de Habermas vai para al m de uma perspectiva que trata a comunica o como um reservat rio de sinais e dep sito de informa es 2 2 J RGEN HABERMAS E A TEORIA DA A O COMUNICATIVA O trabalho te rico desenvolvido por Habermas influenciou profundamente o cen rio acad mico em fins do s culo XX Seu projeto urdido entre as cr ticas de seus contempor neos perfaz uma s ntese interdisciplinar rica sobre a reflex o da reflex o filos fica ou seja sobre seus caminhos Como um pensador sistem tico produziu uma obra vasta interdisciplinar complexa e pol mica Desenvolve a Teoria da A o Comunicativa TAC com pretens o de constitui o de uma filosofia que resgate a sua universalidade inserida portanto na modernidade entretanto com elementos novos e pol micos O que interessa na abordagem que se segue reestruturar alguns elementos que fundam a obra de Habermas em especial os conceitos b sicos da TAC e a rela o que estabelece com o pensamento de Austin al m da virada ling stica na segunda fase de sua obra e sua constru o te rica
232. de ser explicada a partir de sua cr tica ao funcionalismo estrutural de Talcot Parsons Assume um Estrutural Funcionalismo para contrapor se Pode se chamar sua teoria de um Construtivismo Radical tendo em vista que todo conhecimento uma constru o do mundo no mundo De forma equivalente a sociologia s pode descrever a sociedade de dentro da sociedade Ela considera tanto a tarefa da investiga o emp rica quanto o questionamento das causas que est o atr s dos fen menos como diversas dire es de sentido ideologias ou mesmo controv rsias elementares da disciplina jamais como os dois lados da constitui o de sua forma Por isso o soci logo alem o prega a unidade de um contexto poss vel quando se toma a diferen a como opera o de um observador para descrever e observar MARCONDES 2004 p 438 115 Dessa forma quando a sociologia cr tica realiza a pergunta o que se esconde por tr s de determinada situa o n o se trata de verdades ou categorias mas de diferencia es S o as diferencia es que fazem um observador Esse observador n o uma consci ncia pensante que se afirma como sujeito Distin es s o produzidas por observa es De acordo com a Teoria de Luhmann a sociologia ao descrever a sociedade a partir de dentro da sociedade n o opera mais com a distin o sujeito x objeto em que a sociologia sujeito e a sociedade o objeto Como consequ ncia a socio
233. derando a escola n o numa perspectiva hier rquica seu projeto sua gest o democr tica mas numa rela o de horizontalidade tendo como desafio a opacidade dos agentes que comp em a institui o escolar e n o tendo como ponto de partida o entendimento o consenso e a cristalina comunica o poder Quando se possibilita uma rela o dial gica que se estimula a participa o da escola na esfera do sistema com a organiza o de conselhos municipais deliberativos encontros anuais de conselhos ou encontros de escolas para a troca de experi ncias de seus projetos as possibilidades para que exista uma maior democratiza o no mbito da escola s o maiores Palavras chave Sistema educacional Projeto pol tico pedag gico Comunica o dial gica Pol tica educacional municipaliza o Institui o escolar autopoiese ABSTRACT This work has as an objective the theoretical analysis of communication between educational municipal system and school considering the dialogical mediation that is established between school and educational system and the descontinuity of proposals of municipal executive It analises the relation between the pedagogical democratical municipal Project of school and the environment of school bearing in mind the education reform and the macro structural changes of brazilian society linked to the capitalist system goods producer It analises the education reform of the 90 s of 20th century and
234. des n o homogeneidades Apesar da estrutura escolar ter um c digo espec fico a produ o da diferen a entre institui es regra Tratar a escola como produtora de diferen as n o pensar somente em vias da organiza o de um projeto pol tico pedag gico espec fico Requer pensar tamb m um outro tipo de sistema um outro pensamento sobre o sistema educacional que tenha a dialogia como cimento das rela es entre institui es Por ltimo para melhor esclarecimento conv m destacar o que se entende nesse trabalho sobre dialogia De acordo com o dicion rio Houaiss 2001 di logo em uma primeira acep o fala em que h a intera o entre dois ou mais indiv duos Este um termo poliss mico H outras acep es na filosofia da comunica o e da linguagem Essas acep es tratam justamente do car ter dessa intera o Ao defender a necessidade de di logo no conjunto do sistema educacional como um ato pol tico e educacional refiro me concep o de Paulo Freire 2002 Antes necess rio entender o que Bakhtin 1997 tem a dizer sobre o di logo Para o autor citado o problema do di logo tem sido durante muito tempo centro das aten es nas preocupa es da ling stica Um dos problemas destacados por Bakhtin 1997 o div rcio que se tem feito da formas de transmiss o de um discurso de um indiv duo do contexto narrativo a que pertence O contexto social fundamental na or
235. destrui o tornam se uma atividade maquinal depois que devido formaliza o da raz o todos os objetivos perderam como uma miragem o car ter da necessidade e objetividade p 100 O elemento importante que a dial tica do esclarecimento traz precisamente destacado por Habermas 2002 consiste justamente na utiliza o das mesmas fundamenta es cr ticas para estabelecer a dial tica negativa o desespero de Adorno prov m precisamente de quando se pensa com suficiente radicalidade esse processo b sico da vida consciente em suas pr prias categorias isto nas categorias que Cf o texto Obra de tal modo que la m xima de tu voluntad pueda valer siempre al mismo tiempo como principio de una legislaci n universal 36 nos oferece a filosofia da consci ncia acabamos ficando em m os da mesma raz o instrumental p 505 Nesse ponto Habermas herdeiro da tradi o cr tica da escola de Frankfurt busca justifica es para a imers o na filosofia da linguagem Contudo especificamente em quais pontos a dial tica do esclarecimento prisioneira de sua pr pria cr tica Ao n o operar com conceitos hist ricos espec ficos e se apoiar na premissa de Max Weber com o desencanto do mundo baseia se na hist ria universal da sociedade burguesa ocidental O projeto da Dial tica do Esclarecimento DE parte de um regime espec fico de narrativa que entende as divis es
236. do p 16 N o s o os dados descritos por Habermas nos diferentes campos da ci ncia social que determinam a validade da teoria ou sua refuta o Eles se adaptam ao seu sistema filos fico de forma a corroborar com sua teoria Mais importante que analisar o contexto tal como se apresenta salvar seu modelo anal tico em que a filosofia atua como base te rica da empiria al m de determinar sua base emp rica ARAG O 1992 Habermas tem como elemento chave do pensamento a obra de Kant e se utiliza da fundamenta o emp rica direcionada para a elabora o de sua teoria al m disso tem como ponto de partida e chegada a metaf sica que busca superar Tudo isso n o ofusca o esfor o e a densidade de seu projeto que incorpora diferentes perspectivas te ricas elaborando uma obra singular Seu trabalho pode ser dividido em duas fases principais Na primeira com a publica o de conhecimento e interesse buscou desenvolver uma nova teoria cr tica tendo como base a constitui o do conhecimento por meio de interesse na tentativa de fundamentar a teoria da cr tica na epistemologia A segunda fase tem a obra Teoria da a o comunicativa como a s ntese de seu projeto em que assume a virada ling stica em seu pensamento Hoje Habermas afirma que sua incurs o pela epistemologia representou algo como uma digress o no esfor o de fundamentar a teoria cr tica a rota mais direta pela inser o na linguagem em gera
237. do o poder e o socialismo Rio de Janeiro Graal 1985 PREFEITURA MUNICIPAL DE VIT RIA Secretaria Municipal de Educa o Organiza o e Estrutura do Conselho Municipal de Educa o Hist rico Vit ria 1991 327 RABA A Carlos Alberto BARBOSA Gustavo Dicion rio de comunica o S o Paulo Atica 1995 RANCIERE Jacques A partilha do sens vel est tica e pol tica S o Paulo Ed 34 2005 O mestre ignorante cinco li es sobre emancipa o intelectual Belo Horizonte Aut ntica 2002 Pol ticas da escrita S o Paulo Ed 34 1995 RODRIGUES N Por uma nova escola o transit rio e o permanente na educa o 6 ed S o Paulo Aut ntica Autores associados 1987 ROMANELLI Ota za de Oliveira Hist ria da educa o brasileira 1930 1973 Petr polis Vozes 1978 ROM O J E Dial tica da diferen a O projeto da escola cidad frente ao projeto pedag gico neoliberal S o Paulo IPF Cortez 2000 ROSAR M F F KRAWCZYR N R Diferen as da homogeneidade elementos para o estudo da pol tica educacional em alguns pa ses da Am rica Latina Educa o amp Sociedade Campinas ano XXII n 75 p 33 47 ago 2001 ROUANET S P O mal estar da modernidade S o Paulo Cia das Letras 2000 RUIZ P G Os m dios simb licos de comunicaci n o de intercambio El legado parsoniano em Luhmann Revista Anthropos Barcelona n 173 174 p 100 113 Jul out 1997 SANTOS Boaventura de Sou
238. do m nimo Momentos distintos em que a descentraliza o vem acompanhada de 232 um conjunto de pressupostos que fundamentam determinado projeto pol tico de sociedade Concordo com Fonseca 1997 p 152 quando afirma que as maiores diverg ncias n o se encontram na defesa ou na cr tica da id ia de municipaliza o em si mas no modo como s vezes se d sua implementa o Apesar do per odo de exce o democr tica a lei 5692 71 previu e estimulou a desconcentra o no sentido atribu do por Lobo 1990 dos encargos e servi os da educa o de 1 grau prevendo a cria o dos conselhos em munic pios que tivessem condi es Essa descentraliza o dos encargos e servi os foi organizada dentro de forte controle por parte do poder central uma vez que os estados por meio de legisla o complementar estabeleciam as responsabilidades aos munic pios tanto por interm dio de conv nios contratos e repasses como por orienta es normativas dos Conselhos Estaduais A aprova o dos planos e projetos municipais deveria estar coerente com o plano estadual de educa o Em s ntese uma descentraliza o sem poder A cria o do Projeto de Coordena o e Assist ncia T cnica ao Ensino Municipal Promunic pio elaborado em conjunto com o Il Plano Setorial da Educa o e Cultura do MEC em 1975 propunha ampliar e reestruturar os rg os municipais de educa o das prefeituras viabiliz
239. ducacional brasileira pouco trabalhada a rela o entre escola e sistema educacional Ao iniciar o levantamento te rico e metodol gico para fundamenta o da discuss o iniciada deparei me com muitas lacunas que ampliaram o conjunto das minhas investiga es Como uma pesquisa que se prop e aberta o caminho da investiga o deslocou se de uma constata o para uma percep o mais sutil sobre a escola e os elementos te ricos fundamentais a sua compreens o no contexto pol tico social e hist rico N o mais um problema que se vincula ao contexto emp rico mas uma problem tica que aspira ao resgate e discuss o te rica Um conjunto de quest es emergem ajcomo poss vel a exist ncia da comunica o no sistema educacional se os projetos interesses e particularismos s o diferentes de escola para escola b de que forma a democratiza o da escola permite uma maior continuidade de um projeto pol tico pedag gico c de que maneira no interior da escola h a reestrutura o para acomodar a reforma educacional a apropria o e reconstru o do conjunto normativo do sistema e ainda expressar singularidade como institui o d com a reforma dos anos 1990 e a municipaliza o quais as implica es para a produ o de um projeto realmente democr tico tendo em vista a sua continuidade mesmo em um ambiente de mudan a e descontinuidade administrativa Tendo em vista o conjunto de ques
240. e 2005 houve amplia o dos servi os necess rios consolida o do Estado democr tico entre eles o Minist rio P blico e a Defensoria P blica que passaram a fiscalizar e cobrar o cumprimento dos dispositivos legais Houve tamb m a cria o de movimentos e organiza es que focam na cobran a e na fiscaliza o dos direitos do cidad o A Lei de Responsabilidade Fiscal LRF criticada por muitos tem sido respeitada devido ao temor das puni es e s press es da popula o A Constitui o de 1988 estabelece dois movimentos no que diz respeito ao federalismo Por um lado na distribui o das compet ncias ela beneficia a Uni o que tem o poder de centraliza o em especial no que concerne legisla o e concorr ncia com as outras esferas por outro lado do ponto de vista tribut rio a vantagem para os estados e munic pios que t m melhores graus de desenvolvimento Essa din mica est presente em um federalismo que tem um presidencialismo forte com apoio de um legislativo composto por C mara e Senado bicameral pluripartid rio em sua composi o com partidos vinculados base local e aos interesses regionais Juntam se a isso um judici rio independente e a reprodu o nos estados e munic pios da separa o dos poderes e da autonomia relativa frente Uni o ANDRADE 2005 Esse modelo constitui um Federalismo de Coaliz o j que para governar os presidentes governadores e pre
241. e integra o Belo Horizonte PUC Minas 2008 p 376 401 VALLESPIN Fernando La outra posmodernidad La teoria de sistemas de N Luhmann In VALLESPIN Fernando Ed Hist ria de la teoria pol tica 6 la reestructuraci n contempor nea del pensamiento pol tico Madrid Alianza Editorial 2004 Cap 7 p 296 321 329 VASCONCELOS Maria J E Pensamento sist mico O novo paradigma da ci ncia Campinas Papirus 2002 VATTIMO Gianni O fim da modernidade niilismo e hermen utica na cultura p s moderna Lisboa Editorial Presen a 1987 VEIGA P A Inova es e projeto pol tico pedag gico uma rela o regulat ria ou emancipat ria Cad Cedes Campinas v 23 n 61 p 267 281 dez 2008 VIEIRA Evaldo Democracia e pol tica social S o Paulo Cortez 1992 VIEIRA Liszt Cidadania e globaliza o 2 ed Rio de Janeiro Record 1998 VIEIRA Sofia Lerche Escola fun o social gest o e pol tica educacional In Gest o da educa o impasses perspectivas e compromissos Ferreira N S C Aguiar M A S Orgs 2 ed S o Paulo Cortez 2001 p 129 145 Pol tica educacional em tempos de transi o 1985 1995 Bras lia Plano 2000 WEBER Max Economia e sociedade fundamentos da sociologia compreensiva 3 ed Bras lia Editora Universidade de Bras lia 2000 v 1 Os fundamentos da organiza o burocr tica uma constru o do tipo ideal In CAMPOS Edmundo Org Sociologia
242. e pagam sal rios mais baixos do que recebem os professores de escolas estaduais BRASIL 1998 p 16 Esse um grande problema e um obst culo para que a educa o seja oferecida com certa homogeneidade de condi es em todo o Brasil Em compara o ao SUS Sistema nico de Sa de n o h um sistema nico de educa o no Brasil O FUNDEF pode ter at melhorado a situa o mas com resultados que ainda n o se mostraram satisfat rios Outro problema decorrente dessa mir ade de sistemas educacionais a multiplica o da estrutura para o atendimento das escolas O relat rio destacado 292 acima indica ainda existirem diferen as entre os funcion rios dos sistemas estaduais e municipais tanto na forma o quanto na remunera o Os munic pios oferecem sal rios menores Esse funcion rio municipal geralmente pessoa de confian a do prefeito com pouca ou nenhuma profissionaliza o na rea O problema est na origem dessa forma de atua o pol tica o clientelismo O clientelismo no sistema educacional cria diversos problemas principalmente a falta de continuidade administrativa As propostas para a educa o n o se voltam para ela como um fim que o benef cio da comunidade mas como meio As obras p blicas s o empreendimentos para amealhar ativos necess rios ao empreendedorismo pol tico desse eterno candidato Dessa forma os planos municipais existem em virtude dos ativos pol ticos
243. e significa es imagin rias Ela presentifica as significa es imagin rias como institu das Dessa forma a institui o da sociedade pela sociedade instituinte tem como suporte o extrato natural dado encontrando se numa rela o de recep o altera o com o que j havia sido institu do Ent o a posi o de figuras com senso ou de sentido figurado pela imagina o radical ap ia se no ser assim do sujeito como ser vivo e encontra se sempre at um ponto de origem insond vel numa rela o de recep o altera o com o que j havia sido representado por e para a psique p 414 A sociedade instituinte e institu da aparecem indiz veis no imagin rio social uma auto institui o do social hist rico pois A sociedade institu da n o se op e sociedade instituinte como um produto morto a uma atividade que o originou Ela representa a fixidez estabilidade relativa e transit ria das formas figuras institu das em e pelas quais somente o imagin rio radical pode ser e se fazer ser como social hist rico a hist ria a g nese ontol gica n o como produ o de diferentes inst ncias da ess ncia da sociedade mas como cria o em e por cada sociedade de um outro tipo forma figura aspecto sentido eidos do ser sociedade que ao mesmo tempo cria o de tipos novos de entidades sociais hist ricas como objetos indiv duos id ias institui es etc em todos os n veis e em
244. e aumentarem o n mero de servidores absorvendo funcion rios da rede estadual Na pr tica os sal rios dos servidores desses munic pios eram inferiores aos do estado assim como o plano de carreira Essa disparidade de sal rios e de status e contribuiu negativamente no clima do conjunto das escolas Os munic pios tamb m n o tinham garantia de que os valores do FUNDEF aluno ano seriam fixos ap s o per odo de vig ncia da lei Muitos optaram por efetivar um sal rio b sico e proceder a pr tica dos abonos sempre vari veis Nesse caso houve o receio de que as receitas pr prias n o teriam condi es de incorporar o aumento de sal rio dos servidores 244 Tabela 1 Comparativo de matr culas da Educa o Fundamental por regi o e esfera de governo 1997 2000 Regi o 1997 2000 Taxas de Crescimento Estadual Municipal Estadual Municipal Municipal Estadual Total N de Participa o N de Participa o Totalde N de Participa o N de Participa o Total de Alunos Alunos Alunos Alunos Alunos Alunos a a c b b c c atb a a c b b c c at Norte 1 789 065 63 1 1 045 998 3690 2 835 063 1 412 606 4 1 1 722 308 549 3 134 914 64 7 210 1106 Nordeste 4233478 427 568516 573 9911994 3080681 345 7 564 948 655 11545629 332 40 165 Centro Oeste 1 546 716 694 680 443 30 6 2227 159 1 483 103 628 879 583 37 2 2 362686 29 3 41 61 Sudeste 8 170 569 TIA 3 271 646 286 11 442 215 6
245. e conseguiria realizar um trabalho de pacifica o das institui es escolares pela repress o Respeito legisla o estrutura da educa o brasileira a base sob a qual se organiza a escola N o desse tipo de autoridade que se fala da autoridade burocr tica A submiss o autoridade inversamente proporcional conquista da autonomia A educa o apesar da crise instalada da raz o ainda tem como fundamento a busca permanente da autonomia Por outro lado a completa debilidade do sistema educacional nos munic pios n o bem vinda preciso uma estrutura bem organizada em apoio s escolas para que elas tenham condi es de oferecer o padr o m nimo de qualidade de que trata a legisla o educacional brasileira Assim a comunidade d sentido e coer ncia ao projeto pedag gico fundado em um arranjo coletivo e plural expressando legitimidade desde o ch o da escola A escola tende repeti o das tarefas que s o colocadas aos educadores pela estrutura do pr prio sistema que exige resultados expressos em avalia es objetivas O projeto tende a projetar a escola para al m de sua dimens o estrutural deixando de ser a escola do passado para se tornar a escola de um presente sempre mut vel em que a diversidade constituinte dessa mudan a Veiga 2003 faz a distin o entre inova o regulat ria e o projeto pol tico pedag gico emancipador Para a autora o PPP uma a o
246. e fundamental para a sua reflex o O sujeito que emerge o sujeito transcendente que existe somente em rela o ao objeto A filosofia e as ci ncias sociais ir o focar nessa rela o transcendental como uma rela o de verdade Por m a crise do sujeito aponta ent o para a den ncia de transforma o desse sujeito transcendental em objeto em meio e n o fim como ocorre na p s modernidade A educa o moderna que herdamos se constitui nessa rela o em especial na rela o de autonomia como consolidada por Kant Mas esse sujeito n o unidimensional necess rio considerar o sujeito do desejo pois a opacidade do outro expressa a produ o de singularidade Considerar a dimens o simb lica na cr tica desse sujeito implica a manuten o de um espa o interno de uma subjetividade que encerra em si a dimens o da indetermina o Para Deleuze 1990 esse corte deve ser mais radical o pr prio conceito de sujeito indica a universalidade resta super lo O sujeito problem tico em uma filosofia da linguagem comunica o A filosofia da linguagem passou a interpretar a linguagem como forma de representa o de pensamentos possibilitando o acesso p blico s express es gramaticais sem necessidade de referir se a subjetividade somente A universalidade da linguagem est fora do sujeito nas trocas que s o efetuadas na intersubjetividade Por m ainda persiste a rela o sujeito objeto qu
247. e mantiene En esas bases es posible una relaci n dial gica considerando la escuela no en una perspectiva hier rquica su proyecto su administraci n democr tica sino en una relaci n de horizontalidad teniendo como desaf o la opacidad de los agentes que componen la instituci n escolar y no teniendo como punto de partida el entendimiento el consenso y la cristalina comunicaci n poder Cuando se posibilita una relaci n dial gica donde se estimula la participaci n de la escuela en la esfera del sistema con la organizaci n de consejos municipales deliberativos encuentros anuales de consejos o encuentros de escuelas para el interc mbio de experiencias de sus proyectos las posibilidades para que exista una maior democratizaci n en el mbito de la escuela son mayores Palavras clave Sistema educacional Proyecto pol tico pedag gico Comunicaci n dial gica Pol tica educacional municipalizaci n Instituci n escolar autopoiese SUM RIO INTRODU O senna pI SG Uia Di ado 13 1 CONTING NCIA E CRISE DA MODERNIDADE 26 1 1 CRISE OU APROFUNDAMENTO DA MODERNIDADE P S MODERNIDADE NEOMODERNIDADE OU CONTINUIDADE 27 1 2 A RAZAO AUTODESTRUTIVA E O ESCLARECIMENTO 32 1 3 O SUJEITO NA MODERNIDADE nn n 38 1 3 1 O sujeito da psiCaNAIS assar ieuo ra aaa nada dada 46 1 3 2 Crise e descentramento do sujeito moderno
248. e se funda na rela o linguagem mundo Habermas inclui a perspectiva pragm tica a linguagem considerando a comunidade ling stica o mundo e a linguagem Situa na linguagem a universalidade por meio das estruturas de compreens o que s o compartilhadas tanto por meio do agir comunicativo como do discurso em que est em jogo a pretens o de verdade Diversamente o pensamento de Luhmann destaca a estrutura como invariante estabelece na rela o sistema x entorno um substituto para a rela o sujeito x objeto no acoplamento estrutural e n o nas trocas que est o as estruturas de entendimento ou desentendimento Sendo assim h uma problematiza o no conjunto da crise do sujeito e da raz o que est presente no pensamento que se 308 desenvolve a partir da segunda metade do s culo XX sendo necess ria a sua explicita o para a coloca o das quest es deste trabalho b Ao destacar a comunica o que se estabelece entre a escola e o sistema educacional faz se necess rio destacar que grandes partes das teorias da comunica o se fundam na matriz tricot mica aristot lica que destaca o falante discurso e ouvinte Para o conjunto das teorias da administra o moderna e mesmo da educa o a comunica o se expressa como forma de controle Especialmente em rela o escola n o se problematiza a rela o que estabelecida Comunica o um fato Por m no decorrer desse trabalho principalmente no c
249. e um espa o tempo que constitui para si Passa a ser distinta de outras institui es fechando se em uma cultura que lhe pr pria Os profissionais da educa o considerando todos que trabalham na escola ser o 262 aqueles que far o o controle dessa identidade do espa o escolar Os alunos em processo de socializa o secund ria estabelecem tens es ao conhecimento socialmente tratado na escola Nesse local as expectativas os projetos as propostas as tens es os desejos e as resist ncias est o presentes formando uma estrutura complexa onde coabitam diversas perspectivas pol ticas sociais e hist rias de vida que se cruzam Essas considera es s o para lembrar que a escola n o um territ rio homog neo O projeto j existe em qualquer escola Ele atualizado a cada dia na institui o o projeto formal do Estado brasileiro que atualizamos Por m no Brasil a dimens o da gest o desse projeto singular que ultrapassa o projeto pol tico de Estado passa a ser um elemento que ocupa espa o no discurso pedag gico brasileiro junto s lutas pela democratiza o da sociedade e da educa o nos anos 1980 Esse projeto na reforma educacional brasileira n o completamente estabelecido Devido ao contexto da reforma o projeto pol tico pedag gico norteador da escola fragmentado na legisla o devido ao car ter centralizador em que a LDB 9394 96 foi elaborada O que destaca a LDB Art 12
250. ectiva emp rica de um mundo externo a constituir o sujeito O conhecimento ocorre por meio do acoplamento estrutural que pressup e que todo conhecimento uma opera o autopoi tica operando no interior de um sistema determinado mediante a reelabora o de estruturas pr prias H circularidade no conhecimento Todo conhecer uma a o efetiva ou seja uma efetividade operacional no dom nio do vivo MATURANA VARELA 2001 p 35 A explica o cient fica nesse caso n o se constitui nem se fundamenta em uma realidade independente que possa ser controlada como destaca Maturana 2001 mas na constru o de um mundo de a es verificadas com o nosso viver O que explicamos sempre uma experi ncia A partir dessa epistemologia Maturana e Varela desenvolveram uma explica o sist mica de cogni o e uma fenomenologia descritiva A teoria autopoi tica foi aplicada em campos diversos como cria o de softwares intelig ncia artificial sociologia psicoterapia e educa o Maturana se pergunta por que deve considerar a cogni o um assunto de preocupa o para um bi logo A resposta indica que a cogni o um fen meno biol gico e s pode ser entendida como tal Al m disso qualquer an lise epistemol gica no dom nio de conhecimento requer esta compreens o 122 A id ia de autopoiese serve para descrever um fen meno radicalmente circular as mol culas org nicas formam redes de rea es as qu
251. ecutora real da pol tica Mais econ mico e mais eficaz simples assim A quest o que no conjunto da precariza o que se encontra a educa o essas a es s o bem vindas pela comunidade escolar Em seu conjunto essas a es despolitizam a educa o e o processo pedag gico vinculados dimens o da gest o Dependendo das ferramentas de gest o adequadas teremos resultados esperados A quest o a quem interessam os resultados e como por qu por quem se tornaram priorit rios Processos de mudan a na educa o por projetos pontuais n o s o permanentes O importante a elabora o de pol ticas que consolidem as propostas Nesse sentido a influ ncia do BM foi grande na educa o brasileira pois se confundiu com projetos e pleitos anteriores reforma dando lhe novo direcionamento N o se trata de uma inger ncia externa direta educa o brasileira Dentro do complexo conjunto de 231 propostas de reforma da educa o foi assumida e dilu da entre os planejadores do governo que viam na reforma do Estado uma Revolu o Gerencial como colocado por Bresser Pereira 2001 p 23 A reforma provavelmente significar reduzir o Estado limitar suas fun es como produtor de bens e servi os e em menor extens o como regulador mas implicar tamb m ampliar suas fun es no financiamento de atividades que envolvam externalidades ou direitos humanos b sicos e na promo
252. edobrar seus esfor os para cumprir o objetivo de garantir s crian as aos jovens e aos adultos at o ano 2000 a educa o que atendesse s necessidades elementares da vida contempor nea UNESCO 2004 Sendo o Brasil signat rio de um documento em acordo internacional tal trata se de uma pol tica de Estado e n o mais de governo A reforma educacional brasileira dos anos 90 em que pese as diferen as entre Collor Itamar e FHC tem no documento um importante fundamento invocado em diversos momentos de acordo com os interesses da ocasi o 224 Al m dos encontros j mencionados o compromisso pela educa o b sica tamb m fora lembrado pela comunidade internacional na Confer ncia do Meio Ambiente e Desenvolvimento 1992 na Confer ncia Mundial de Direitos Humanos 1993 na Confer ncia Mundial sobre Necessidades Especiais da Educa o Acesso e Qualidade 1994 na C pula Mundial sobre Desenvolvimento Social 1995 na Quarta Confer ncia Mundial da Mulher 1995 no Encontro Intermedi rio do F rum Consultivo Internacional de Educa o para Todos 1996 na Confer ncia Internacional de Educa o de Adultos 1997 na Confer ncia Internacional sobre o Trabalho Infantil 1997 e na C pula Mundial de Educa o 2000 importante destacar que o as ag ncias internacionais promotoras da Confer ncia Mundial de Educa o para Todos foram UNESCO UNICEF PNUD e o Banco Mundial Em rela o ltima ag ncia
253. egunda grande guerra os acontecimentos que a seguem no mbito da pol tica de poder dos pa ses centrais ir o colocar em cheque a preens o de emancipa o do sujeito moderno Habermas 2001a em sua an lise destaca que Adorno e Horkheimer interpretam Marx tendo em vista a perspectiva de Weber pois sob o signo de uma raz o instrumental autonomizada a racionalidade de domina o da natureza funde se com a irracionalidade da domina o de uma classe sobre as outras em que as for as produtivas operam rela es de produ o alienadas A obra por outro lado dissipa a ambival ncia que havia tratado Max Weber sobre o processo de racionaliza o e inverte a perspectiva positiva e emancipat ria da racionaliza o em Marx O esclarecimento aparece como meio de repress o social A reflex o da modernidade e a separa o do Homem x Natureza justificam um sujeito separado l cido e emancipado A natureza evocada pelos fil sofos modernos como a raz o mesma da civiliza o seja na pol tica para a justificativa do contratualismo seja no mbito privado ou como destacado por Kant no dom nio da raz o sobre os instintos e sentimentos O sujeito pode tudo tendo como norteador os limites de sua raz o emancipada livre e suprema Por m h o paradoxo destacado por Horkheimer e Adorno 1985 que ir solapar definitivamente essa pretens o de supremacia da modernidade burguesa ocidental se o irracional o dom nio de u
254. eio de institui es coletivas promove o controle sobre o indiv duo Essa individualiza o ocorre por um maior controle externo sobre o sujeito individual por institui es cada 51 vez mais organizadas e eficientes Paradoxalmente em uma sociedade cada vez mais organizada se produz o isolamento a individualiza o do sujeito Ele emerge n o como consci ncia e sim como produto do conjunto das estruturas historicamente postas HALL 2001 Os novos movimentos sociais que emergiram na d cada de sessenta no Brasil emerge com maior vigor ao fim do per odo ditatorial n o se vinculam diretamente vida partid ria apesar das predile es de seus dirigentes Militam sobre aspectos pontuais da sociedade ligados aos direitos civis dos animais defesa do ambiente aos movimentos culturais entre muitos outros S o c ticos em rela o burocracia e s rela es de poder marcadas por compromissos partid rios Fazem a pol tica total ou seja a abordam em todas as dimens es poss veis da vida O que importante destacar que o trabalho realizado dentro dos diferentes movimentos sociais mesmo se n o transformam radicalmente a sociedade podem proporcionar uma melhor qualidade de vida uma maior participa o da sociedade civil no seio do Estado Esses novos movimentos sociais apelam identidade do grupo que o 1 pacifistas ambientalistas 3o 4 3O 4 3O 4 sustenta Os sem terras
255. eios organiza o e os que dirigem os fins institui o Em sua an lise resgata o vi s pol tico dos grupos institui es e organiza es por exemplo quando afirma V se por isso que o problema dos grupos conferindo a essa palavra a sua significa o mais ampla evoca sempre e necessariamente o problema das institui es A democracia dos grupos n o significa praticamente nada desde que n o se integre a uma democracia institucional p 62 A burocracia segundo Lapassade coloca a quest o das organiza es a organiza o chama a aten o como foco te rico e pr tico assim que seu funcionamento n o est adequado aos fins propostos Essa aproxima o funcional encobriu o verdadeiro problema que pol tico a burocracia a organiza o do poder Ao definir a burocracia Lapassade estabelece linhas gerais para se pensar a 148 burocracia Em um primeiro momento verifica que h uma ambiguidade pois o termo assume dupla fun o ora considerado como um sistema de liga es ora definido em termos de poder Enfoca em um segundo momento que mesmo sendo o problema burocr tico um problema organizacional n o se deve confundir numa mesma defini o burocracia e organiza o Em terceiro lugar destaca que as pesquisas de sua poca esbo avam uma burocratiza o do mundo uma nova forma de controle social regida por nossa concep o de Hist ria Destaca que se para Hegel or
256. eleito legitimamente pela popula o ele em nome da popula o que tem o direito de assumir a dire o de todas as escolas Simultaneamente s escolas foram dadas responsabilidades financeiras Inclusive brigas ocorreram no grupo do prefeito para que as obras da educa o fossem realizadas pelas pr prias escolas Essa nova l gica passou a fortalecer o controle burocr tico A pol tica foi silenciada S o projetos pedag gicos como reza a lei Houve uma tentativa de calar as escolas Houve como na pol tica educacional em vigor a ret rica mas vazia de conte do Continuou se com o discurso democr tico mas n o com a pr tica Beltr n Llavador 2000 lembra que o movimento de desinstitucionaliza o funciona utilizando r gidos esquemas burocr ticos em vez de favorecer a pol tica Isso faz com que as inova es muitas vezes necess rias fiquem apagadas Quando o sistema n o considera a diversidade e a comunica o com as escolas como possibilidade para engendrar mudan as estas tendem a desaparecer pela aus ncia de reconhecimento da exist ncia da escola como institui o autopoi tica por n o valorizar a singularidade dos processos pol tico pedag gicos A reforma educacional dos anos 1990 ocorreu na rede municipal de Vit ria justamente no governo do prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas PSDB Face nova conjuntura a rede assumiu nova configura o afinada com a nova pol tica nacional
257. elo nascimento mas pela igualdade de todos perante ela DUMONT 1993 A transforma o dos conceitos de desigualdade e autoridade consequ ncia dos princ pios modernos em um indiv duo livre pass vel de direitos iguais em uma sociedade fraterna proporcionando o deslocamento da pessoa assujeitada nos contextos r gidos para o de indiv duos singularizados Ao destacar o processo de descontextualiza o da identidade na modernidade Santos 1997 aborda o processo tensivo que se desenvolve no conjunto fragment rio e contradit rio que a modernidade provocado pelo colapso da cosmovis o teocr tica medieval A primeira ocorre entre a subjetividade individual e a subjetividade coletiva e a segunda ocorre entre a subjetividade contextual e subjetividade universal Na primeira a id ia de mundo produzido pela a o dos seres humanos requer uma nova concep o de communitas onde a a o ocorre Na segunda Descartes o representante pois cria uma filosofia sem contexto p 137 Na sociedade pr moderna a subjetiva o se fazia pela personifica o pela determina o de lugares parcialmente fixos de assujeitamento A pessoa medieval substitu da gradativamente pelos indiv duos os quais s o independentes da 42 tradi o Esse processo que n o fixo e determin stico mas repleto de falhas e rupturas trar tona a problem tica relativa ao modo de diferencia o e singulariza o dos indiv duo
258. em para Habermas NATUREZA EXTERNA SOCIEDADE Pretens o de Pretens o de verdade corre o normativa LINGUAGEM pretens o de inteligibilidade Pretens o de sinceridade NATUREZA INTERNA Fonte Costa 2002 p 53 Os proferimentos em seu conte do descrevem o que entendido como mundo para Habermas ou seja o conjunto das entidades totalidade onde as afirma es verdadeiras s o poss veis Nesse mundo em que a linguagem o m dium da raz o h necessariamente um mundo subjetivo totalidade das experi ncias subjetivas do ego e social totalidade das rela es interpessoais legitimamente reguladas apesar de n o gozarem do mesmo estatuto ontol gico do mundo objetivo pois n o correspondem a uma totalidade de entidades ARAG O 1992 Para entender a linguagem enquanto m dium n o fica expl cito no trabalho de Habermas e de seus int rpretes a rela o que produz a estrutura social N o a linguagem que estrutura a sociedade mas a produ o da exist ncia social que possibilita a exist ncia do mundo de rela es e de linguagem Dito de outra forma se analisado estritamente a partir do ponto de vista da linguagem dentro da filosofia da consci ncia na vis o de Habermas h uma aparente invers o da realidade o mundo criado pelas media es da linguagem emerge primeiro e o contexto social posteriormente A linguagem est colocada no 85 contexto din mico e dial tico da realidade
259. encesse de que a adequa o traria in meros benef cios sociedade em especial aos estados e munic pios mais pobres uma vez que tal aparato legislativo foi realizado sem consulta aos estados e munic pios ou os educadores e suas organiza es civis Conforme Marta Arretche 2002 a estrat gia do Minist rio da Educa o e da presid ncia foi o de mobilizar uma coaliz o de apoio no congresso Principalmente para que as perdas fiscais dos estados do Nordeste fosse compensadas com a inclus o do aux lio federal por meio do Projeto Alvorada ao ensino m dio por um per odo de cinco anos A EC 14 96 penalizava diretamente os estados da regi o Nordeste considerando que nesses estados a matr cula j era predominantemente municipal com algum atendimento ao ensino infantil A estrat gia do Governo FHC em colocar o FUNDEF como projeto de Estado e n o de governo pol mica principalmente pelo fato de que nas pol ticas de educa o o governo federal n o o principal financiador A for a do governo fez se alterando 242 por meio de uma reforma tribut ria provis ria com dura o de 10 anos os interesses que afetava todo conjunto dos governos subnacionais fazendo com que o governo central mesmo sem colocar dinheiro novo na educa o assumisse posi o 1 de centro em meio a um ajuste descentralizador O FUNDEF em conjunto com a LDB foi um instrumento fundamental para que ocorresse de fato a desc
260. endo em vista a premissa de que o receptor adote o conte do da informa o para a mudan a de comportamento incorporando novas distin es Dentre as tr s condi es citadas a ltima a mais problem tica tendo em vista a incorpora o e mudan a do comportamento do outro A comunica o nada transmite apenas irrita Os meios s o facilitadores da comunica o Diferente de Habermas entende que os meios simbolicamente estruturados como o dinheiro o poder a influ ncia e os compromissos morais auxiliam de forma a transformar o improv vel em prov vel A separa o dos sistemas sociais e ps quicos possibilita um conjunto de considera es n o tematizadas na perspectiva de Habermas Se os sistemas de consci ncia s o fechados e autopoi ticos eles s o opacos uns aos outros S o as expectativas e a dimens o de sentido que orientam os agentes Sendo somente universal a estrutura a exist ncia sempre um espanto no sentido filos fico produz se diferen a por meio de distin es sempre em atualiza o 310 No campo da educa o essas quest es s o importantes pois tratam de novas perceptivas e olhares sobre o contexto social sobre a comunica o e a linguagem Se est em evid ncia a perspectiva te rica dos bi logos Maturana e Varela importante salientar que o trabalho de Luhmann liga se tradi o das ci ncias sociais fazendo uma releitura com diferentes im
261. enfoque sist mico aplicado a educa o 166 situa es concretas A palavra significativa sup e o n vel simb lico ou cultural de representa o ou refer ncia PARSONS 1966 p 16 A a o humana por ser pass vel de padroniza o e os mecanismos que a controlam cultural na medida em que os atos s o formados por sistemas simb licos que incluem c digos que atuam em padr es e s o centralizados na linguagem O sistema social por sua vez constitu do pela intera o de indiv duos humanos cada membro ator que tem objetivos id ias atitudes etc e objeto de orienta o tanto para si como para outros atores Portanto o sistema de intera o um aspecto anal tico que pode ser abstra do dos seus processos totais de a o de seus participantes PARSONS 1966 p 20 Esses indiv duos s o ao mesmo tempo organismos comportamentais personalidades e participantes de sistemas culturais ou Seja se estruturam em diferentes subsistemas ambientes funcionalmente especializados integrados ao sistema social O sistema social um sistema aberto que se relaciona com os diferentes subsistemas mas implica basicamente duas condi es fundamentais a estrutura e a fun o S o em n mero de quatro os pr requisitos funcionais fun es que todo sistema comporta para a satisfa o de suas necessidades funcionais 1 Adapta o estabelecimento de rela es entre o sis
262. ente a capacidade de falar sobre a pr pria linguagem Podemos comunicar sobre comunica es com a ajuda da linguagem que caracter stica incontest vel da comunica o ling stica tendo como refer ncia os autores Frey 1965 Garfinkel e Sacks 1970 e Habermas 1972b Luhmann entende que necess rio questionar as vantagens ou fun es dessa reflexibilidade porque pressup e sempre uma situa o de dupla conting ncia Por meio do processo de comunica o vulgar as op es de um indiv duo s o transmitidas a outro e quando entendidas podem ser aceitas ou rejeitadas A situa o de dupla conting ncia mostra que vantajosa E como enfatiza Luhmann s por isso que os interlocutores devem ser capazes de comunicar sobre comunica es quando se tornar necess rio Sendo essa uma afirma o banal Luhmann questiona as vantagens de tal condi o de reflexibilidade A comunica o em Luhmann ent o sempre um risco E o consenso um problema pois significaria a estagna o da pr pria comunica o Diferentes cr ticas est o associadas concep o de comunica o de Luhmann Isso n o implica em considerar a riqueza de seu pensamento que afasta a no o de sujeito operando com a perspectiva de um autor de uma mensagem e de uma compreens o por outro receptor Ao separar o sistema social e ps quico estabelece um corte radical com a no o de sistema autopoi tico
263. ento da linguagem an lise da linguagem A segunda mais ampla diz respeito a qualquer abordagem cr tica dos problemas filos ficos metodologicamente orientados para a investiga o da linguagem chamada de cr tica a linguagem Subdivide se em filosofia da linguagem ideal l gica simb lica e ordin ria estrutura funcional cotidiano Paralelamente filosofia da linguagem desenvolveram se as teorias da comunica o principalmente a partir dos anos 40 do s culo passado No conjunto dessas abordagens a comunica o vista como transmiss o Por esse ponto de vista O processo comunicacional tratado como transporte e a rela o complexa entre os agentes desconsiderada Por outro lado as teorias atuais sobre a comunica o t m dado nfase complexidade dos atores e da sociedade que surge ao fim do s culo XX Niklas Luhmann trabalha a teoria da comunica o em seus escritos e diverge em parte do caminho filos fico de Habermas VALLESPIN 2004 A filosofia da linguagem e as teorias da comunica o t m diverg ncias e pontos de contato produto de in meras discuss es paradoxos e ambig idades Conv m distingu las adequadamente tendo como elemento central a reflex o de dois pensadores extremamente pol micos e contestadores mas que trazem uma rica contribui o an lise da educa o em especial os processos de organiza o e autonomia da escola 61 2 1A COMUNICA O COMO TRANSMIS
264. ento estrutural e irrita o Introduziu uma nova concep o de sistema social tendo por refer ncia a mudan a de paradigma na teoria geral dos sistemas produzida por dois bi logos e neuro fisi logos chilenos Humberto R Maturana e Francisco Varela A mudan a significou a substitui o da teoria dos sistemas abertos caracterizada pela diferen a entre sistema e ambiente pela teoria dos sistemas autopoi ticos Tendo por refer ncia o conceito de autopoiesis define o sistema social como um sistema autopoi tico fechado e auto referenciado A abordagem da realidade social por uma teoria que compreende os fen menos como sistemas em seus ambientes segundo Luhmann tem a vantagem de conectar se com uma teoria geral de sistemas e sua terminologia cujos significados e analogias aparecem em v rios n veis conforme figura 5 117 FIGURA 5 A teoria de sistemas de Luhmann e os seus diferentes n veis SISTEMAS E EA e M QUINAS ORG NICOS SISTEMAS SISTEMAS SOCIAIS PS QUICOS Bica a INTERA ES ORGANIZA ES SOCIEDADES O social composto de comunica es e n o de pessoas Essa formula o de sociedade composta de comunica es tema decisivo em Luhmann Os seres humanos sistemas auto referentes t m na consci ncia e tamb m na linguagem seu pr prio modo de opera o autopoi tico Os Seres humanos s o meio da sociedade mas n o componentes da mesma NEVES SAMIOS 1997 Sua teoria c
265. eparar as diferentes dimens es c O todo maior que a soma das partes e portanto os elementos da realidade concreta abstrata produzem sinergia e operam de forma a que o produto seja algo maior que a soma das individualidades Essas premissas devidamente entendidas caracterizam a abordagem sist mica Tanto a TGS como a cibern tica proporcionaram pistas heur sticas sociologia e s teorias organizacionais e al m disso muitos conceitos popularizaram se A perspectiva funcional de Parsons agrega fortemente elementos dessas teorias Talcot Parsons influenciou profundamente n o s na sociologia mas a teoria administrativa e a educa o Ao estabelecer uma teoria geral sociol gica proporcionou uma ruptura com o modelo emp rico da sociologia americana inspirando se em soci logos europeus buscando elaborar um quadro te rico conceitual anal tico No centro desse empreendimento te rico situa se o conceito de sistema eixo principal da an lise cient fica SCHWARTZENBERG 1979 p 118 Para Parsons o ponto principal do sistema social o conceito de a o social entendido como estruturas e processos atrav s dos quais os seres humanos formam inten es significativas e com maior ou menor xito as executam em 1 Edivaldo Boaventura 1997 p 199 esclarece que para explicitar os elementos materiais e culturais como valores e lastro de conhecimento que comp e o sistema muito contribuiu o
266. eren as significativas nas posi es de Habermas e Luhmann O sistema constituinte da pr pria exist ncia para Luhmann E mais do que isso o sistema social produ o social humana pelas comunica es Mesmo que se lhe imponham estruturas traz consigo a possibilidade de indetermina o Ao fundamentar o argumento da separa o entre mundo da vida e mundo do sistema Habermas 2001 destaca a observa o metaf rica de Karl Marx entre Reino da Necessidade e Reino da Liberdade em que a revolu o socialista faria a liberta o da necessidade Marx para Habermas sucumbe tenta o hegeliana da totalidade e constitui a uni o de mundo da vida e mundo do sistema como um todo falso porque o desmonte do capitalismo privado n o significou a ruptura da aula de ferro do trabalho fabril Qualquer que seja sua estrutura de classes tende a oferecer um alto grau de diferencia o funcional O Estado social de nosso tempo oferece compensa es para o mundo do trabalho de forma a neutralizar o movimento os processos de decis o pol tica O Direito exerce o controle que impede a integra o social por meio de processos de entendimento comunicativo por meio do consenso na vis o de Habermas Algumas quest es n o resolvidas aparecem na perspectiva da Teoria da A o Comunicativa de Habermas Este passa a n o considerar o conte do da psican lise por remeter se rela o sujeito obje
267. eriam ser feitos de forma a induzir mudan as no comportamento dos munic pios ao fornecer incentivos financeiros e assist ncia t cnica O governo federal e os governos estaduais deveriam tomar a frente na cria o de oportunidades para que o sucesso dos munic pios com melhor desempenho seja transmitido queles que n o est o t o bem Programas federais que trabalhem em paralelo com programas subnacionais redes de munic pios que criem din micas na ado o de inova es de sucesso testes de avalia o e outras avalia es que permitam aos pais saber o que est o recebendo dos recursos p blicos tudo isto s o inova es de pol ticas que permitir o ao 249 Brasil ir para o pr ximo est gio na qualidade e efici ncia na provis o de servi os BANCO MUNDIAL 2003a p 15 16 e 17 Para o BM a descentraliza o per si j um gerador de bons resultados positiva O importante na din mica subnacional desconcentrar pois em outro momento da reforma quando os munic pios estiverem preparados haver um salto qualitativo na educa o Nota se que o Banco aposta em solu es referenciado em outras experi ncias internacionais ou e por confian a em teorias que lhe indicam um conjunto de passos necess rios para se alcan ar um objetivo bem claro Tal fato destacado nos textos de Rosar e Krawczyk 2001 Cruz 2003 Tommasi 1996 Frigotto 1994 entre outros clara a nfase na gest o
268. es Cada um pressup e a institucionaliza o do direito positivo e a separa o da fam lia cuja nfase uma das principais realiza es de Weber Como esferas diferenciadas da integra o dos sistemas a economia e o sistema pol tico continuam fundamentados no mundo da vida do qual extraem respaldo normativo e comprometimento com valores Ao mesmo tempo elas pressup em o desenvolvimento especializado dos processos da forma o de consenso via a o comunicativa Isso por sua vez envolve n o apenas a diferencia o institucional mas tamb m o desenvolvimento de estruturas de personalidade capazes de participar da forma o da vontade discursiva p s convencional p 262 N o se pretende defender Weber e Parsons da cr tica de Habermas mas evidenciar os contornos de sua teoria esta disp e de dispositivos decalcados de diferentes sistemas de pensamento e posturas te ricas compondo por um lado uma riqueza e por outro a cria o de um mosaico em que o fundamental a comprova o de suas hip teses A esse respeito tem se que considerar que a postura de Habermas pluralista conforme sua pr pria afirma o Voltando distin o entre o mundo da vida e o mundo do sistema o processo de coloniza o do mundo da vida por mecanismos de integra o sist mica est presente gerando patologias sociais na sociedade capitalista complexificada em suas estruturas pol ticas e econ micas que perpassam os proce
269. es perspectivas e interesses de grupos e classes sociais importante destacar que a democracia como processo avan a na sociedade brasileira como um todo todavia a democracia necessita ser entendida n o somente como uma categoria pol tica institucional como um m todo para a formula o e tomada de decis es em n vel do Estado mas como uma forma de vida que abarque a totalidade social promovendo a igualdade indo ao encontro das rela es cotidianas e abrangendo o conjunto das institui es sociais horizontalizando o poder Bobbio 1983 destaca que a democracia subversiva no sentido mais radical da palavra porque onde chega subverte a concep o tradicional de poder t o tradicional que chega a ser considerada natural segundo a qual o poder pol tico ou econ mico paterno ou sacerdotal desce do alto para baixo p 64 A democracia subverte portanto a ordem natural das hierarquias tradicionalmente fundadas Nesse sentido traz consigo a cidadania Mesmo em um ambiente de profundas transforma es ainda permanecem caracter sticas herdadas pela hist rica aus ncia da democracia no Brasil Essas caracter sticas aparecem muitas vezes como estruturas regimes de exist ncia que s o reproduzidos e que emergem dentro dos variados contextos dos diversos movimentos sociais mesmo naqueles que lutam pela democratiza o e pela igualdade Aus ncia de tica e moralidade para com a coi
270. es graus da hierarquia a transmiss o e execu o a atividade burocr tica nada transforma ela controla a transforma o p 199 b A n vel central exerce o poder constituindo um sistema de liga es a n vel intermedi rio c De maneira fixa e impessoal referindo se a Weber s o definidos os estatutos os pap is as obriga es e as san es al m das condi es de ingresso na profiss o pedag gica d A hierarquiza o decrescente apaga a pessoa e estabelece um sistema de supervis o de inspe o e controle e A burocracia constitui fonte de julgamento e san o em que se expressa ao n vel do vivido e pertence por este fato ao campo da an lise psicol gica Entre os n veis da burocracia pedag gica preciso distinguir ainda o n vel exterior escola como as burocracias de Estado e as liga es burocr ticas e o interior que t m como exemplo o diretor Ao distinguir burocracia de administra o Lapassade defende a burocracia por ser 150 mais adequada linguagem sociol gica pois a partir os estudos de Max Weber expressa racionaliza o e despersonaliza o O trabalho de Lapassade defende a proposta de duas formas de a o a s cioan lise institucional e a pedagogia institucional orientada menos pela pedagogia e mais pela pol tica na medida em que considera os homens adultos que podem gerir a sociedade na autonomia e ao mesmo tempo pauta se
271. es por educa o revelando as implica es destas demandas no contexto de uma sociedade de classes Esse um processo dial tico onde o partido atrav s de sua a o um educador e tamb m educado atrav s da rela o que mant m com os movimentos sociais Atrav s de sua auto reflex o o partido deve acelerar o processo de desenvolvimento da consci ncia de classe e aprender com as experi ncias dos movimentos sociais como tornar a educa o efetivamente um exerc cio de liberdade O espa o propiciado pela Constituinte um bom momento para avan armos nessa perspectiva Estamos propondo que a discuss o em torno da educa o se desenvolva sob tr s pontos de vista o da democratiza o do acesso o da democratiza o da gest o e da qualidade do ensino p 111 Especificamente em rela o democratiza o da gest o da educa o o documento anteriormente citado destaca que a destina o de recursos para a educa o deve ampliar o volume e ter a sua correta aplica o Para isso as prioridades e a fiscaliza o dever o ficar a cargo da popula o em organiza es deliberativas Tamb m necess rio o planejamento conjunto do estado e dos munic pios O documento sugere ainda 214 1 reformula o dos rg os centrais e intermedi rios do sistema para que se tornem instrumentos de apoio de capta o das necessidades e anseio das escolas 2 autonomia das escolas na elabora o e ger ncia do plano e
272. esgatar as abordagens que foram al m da sociologia tradicional para entender a dificuldade com que essas quest es s o tratadas Alguns autores em particular s o fundamentais Georges Lapassade Peter Berger e Thomas Luckmann al m de Cornelius Castoriadis 4 1 1 Grupo organiza o e institui o a abordagem de Lapassade A an lise institucional desenvolvida por Lapassade 1989 pressup e uma rela o de interdepend ncia entre os conceitos de grupos organiza o e institui o Para ele todo o sistema institucional existe no momento presente entre n s na disposi o material dos lugares nos instrumentos de trabalho nos hor rios e 146 programas e nos regimes de poder O Estado enquanto poder est presente e encoberto nos diferentes locais e situa es da vida cotidiana Nesse n vel poss vel situar a fam lia como a institui o da afetividade Segundo ele tendo como par metro Freud o grupo familiar constitui o cimento firme da ordem social continuando na escola a interioriza o da repress o A hip tese pr via de Lapassade 1989 para analisar um grupo seja ele pedag gico ou experimental que o sentido do que se passa aqui e agora nesse grupo liga se ao conjunto do contexto institucional da sociedade Os n veis do sistema social descritos est o colocados no quadro abaixo Quadro 2 N veis do sistema social GRUPO ORGANIZA O INSTITUI O N vel de ba
273. esguardado em meu proferimento por direitos e normas sociais c Pretens o de veracidade ou sinceridade em atos de fala representativos ou expressivos expressar se sinceramente de modo a fazer com que o ouvinte acredite e confie nele posso estar expondo um sentimento profundo mas tamb m sendo insincero Todas essas pretens es est o presentes em qualquer esp cie de ato de fala sendo que a diferen a entre uma e outra esp cie a pretens o que est sendo tematizada enfatizada ou posta em relevo Nesse caso a pretens o a de verdade no ato de fala constatativo corre o no regulativo e de veracidade no representativo conforme descrito acima H um fundo ontol gico para distinguir as pretens es de validade expostas pois para Habermas 2001a elas derivam da linguagem que um m dium a partir do qual os falantes se limitam contra tr s mundos o mundo objetivo como conjunto de todas as entidades sobre o qual s o poss veis enunciados verdadeiros o mundo social como conjunto de todas as rela es interpessoais legitimamente 84 reguladas o mundo subjetivo como totalidade das viv ncias do falante as que ele tem acesso privilegiado Costa 2002 completa incluindo o mundo da linguagem uma vez que uma regi o singular um meio que pode ser capaz de objetualizar se a si mesmo A figura abaixo bem ilustrativa a esse respeito Figura 4 A perspectiva ontol gica da linguag
274. estimentos diretos A descentraliza o uma das recomenda es assim como a primazia no ensino b sico a avalia o das institui es educativas e a forma o em servi o De acordo com Coraggio 1996 p 107 para o BM 228 no caso do processo de ensino aprendizagem a escola vista como uma empresa que monta e organiza insumos educacionais e produz recursos humanos com um certo n vel de aprendizado Pretende se que o fa a como qualquer empresa submetida concorr ncia ao menor custo poss vel Para definir pol ticas o modelo sugere realizar um estudo emp rico dois insumos escolares e de seus custos relacionando suas varia es s do n vel de aprendizagem alcan ado Nessa l gica o que se torna importante no conjunto das pol ticas educacionais a presta o de contas a aferi o dos resultados e encontrar respons veis concretos pela operacionaliza o da pol tica O resultado das pol ticas pode ser verificado por meio de pesquisas e de indicadores definidos para esses fins esses mecanismos s o necess rios fundamental a devida presta o de contas dos governos nacional e subnacionais Tamb m a escola deve prestar contas do que faz sociedade Por m quando a discuss o sobre a educa o torna se uma contenda em que o que importante e fundamental a presta o de contas h uma despolitiza o da educa o e a cidadania subsumida pela discuss o das contas
275. estres de forma que se constitua em uma empresa para celebrar a sua autonomia financeira No processo de reforma educacional v rios programas foram ampliados e criados pelo governo federal que estabelece um canal direto com a escola Programa Nacional Biblioteca da Escola Programa Nacional de Alimenta o Escolar Programa Nacional de Inform tica na Educa o PROINFO Programa Nacional de Transporte Escolar Programa Nacional do Livro Did tico Programa Nacional Sa de do Escolar Apoio ao Deficiente Visual TV Escola Al m desses projetos que se focam na escola preciso acrescentar aqueles que direta ou indiretamente atuam na escola furto de acordos com o BM como o Pr Qualidade FUNDESCOLA Educa o B sica para o Nordeste e Municipaliza o do Estado do Paran 253 Observando a legisla o e os diversos programas nacionais sob o controle do governo federal al m do FUNDEF que retira dos munic pios o controle sobre parte do or amento da receita de impostos para o ensino fundamental evidencia se a centraliza o da esfera federal sobre o controle de aspectos essenciais da pol tica educacional brasileira desconsiderando a estrutura subnacional sem a devida contrapartida de assumir parte de seu financiamento assumindo parcela significativa do poder decis rio das esferas estaduais e municipais Qual o ide rio constituiu elemento fundamental da reforma educacional apesar d
276. etivo pois um processo de sele es que se desenvolve a tr s n veis produ o de um conte do informativo difus o e aceita o desse mesmo conte do ainda um processo seletivo porque a pr pria comunica o desencadeia novas sequ ncias seletivas desponta nos sistemas novas s ries de sele es com base nas quais se opera a redu o da complexidade com que se confrontam as condi es de estabilidade ESTEVES 2001 Outro aspecto importante a ser enfatizado na abordagem de Luhmann em rela o teoria da a o comunicativa em especial ao consenso e validade universal A teoria da comunica o de Habermas tenta demonstrar que existem formas espec ficas de a es por meio das quais os interlocutores aderem comunica o orientada compreens o aceitando as raz es suficientemente convincentes para justificar a pr pria elei o das a es Mas as raz es devem ter validez geral 131 intr nseca ainda para aqueles que n o participam da comunica o A esse respeito Luhmann 1997 p 128 tradu o nossa coloca pode ser ainda que n o sirva adequadamente quando se quer conhecer como esta infla o do particular sobre o universal ocorre de tal forma que todos os indiv duos de boa vontade precisamente recorrendo a sua boa e compreensiva vontade se sentem for ados a consentir Justamente a validez alcan ada por raz es universais deveria se contradizer tendo em vist
277. evolu o de 1930 funda se um Estado Nacional que reduziu o poder subnacional dos Estados n o sem resist ncias como a de S o Paulo em 1932 COSTA 2004 205 A ascens o de Vargas em 1937 no Estado Novo significou o rompimento com o modelo de federa o que privilegiava o governo subnacional e n o o governo central Em 1964 na ditadura militar mesmo com a domina o do executivo federal sobre o conjunto da na o houve a preserva o da capacidade de autonomia dos governos estaduais os quais foram importantes para o resgate do federalismo quando o regime militar entrou em crise nos anos 80 Segundo Costa 2004 importante lembrar que a redemocratiza o ocorreu inicialmente atrav s das elei es estaduais e foram os governadores eleitos em 1982 e 1986 que tiveram influ ncia no governo Sarney 1985 1989 presidente identificado com a ditadura Devido press o dos governos estaduais durante o per odo do fim da ditadura instala se uma crise fiscal e por isso pol tica ainda n o superada Tanto os estados quanto os munic pios atuaram visando levar adiante a bandeira da descentraliza o face a um governo central fraco na Constitui o de 1988 que se levantam as vozes e elaboram as bases do que seria o novo federalismo brasileiro A Carta Constitucional em seu artigo 18 estabelece que o Brasil uma Rep blica Federativa composta por 26 estados pelo Distrito Federal e 5 500 munic pios Costa 200
278. fazer um programa de investiga o para a comunica o de massa N o se pode partir da hip tese que o aumento das possibilidades de xito da comunica o ocorre em igual medida em todas as esferas funcionais pois a sociedade moderna ocidental teve como suporte escassos meios de comunica o simbolicamente generalizados mas de grande efic cia em especial a verdade cient fica fundamentada metodologicamente o dinheiro e o poder pol tico exercidos em conformidade com o direito Nesse sentido reveste se de particular import ncia o fato de que n o se pode criar um meio de comunica o simbolicamente generalizado aplic vel a todas as atividades humanas destinadas a modificar os seres humanos desde a educa o at o tratamento terap utico e a reabilita o apesar da estreita 98 rela o que h entre o mbito funcional e a comunica o Nesses casos a intera o entre os presentes continua a ser a nica possibilidade de convencer os indiv duos da necessidade de mudarem para o que n o existe stricto sensu Nenhuma t cnica cientificamente avalizada em verdade nem o dinheiro nem o direito nem o poder nem o amor s o meios dotados de suficientes garantias de xito Como exemplo o desequil brio do progresso que se desenvolve de forma improv vel em alguns setores desde sistemas complexos que s o dependentes de vontades livres e em outros o progresso paralisa se ao aumentar a exig ncia de rendimentos mesmo
279. feitos necessitam realizar alian as partid rias amplas Isso proporciona diversos problemas Costa 2005 p 179 destaca o cerne da quest o O principal problema que ele dificulta a atua o dos partidos em n vel nacional como for as articuladoras de projetos pol ticos que ultrapassem os limites dos respectivos governos Isso porque dificimente um mesmo partido consegue simultaneamente ganhar as elei es para a Presid ncia da Rep blica fazer uma maioria consistente no Congresso e conquistar governos estaduais 207 importantes Desse modo bastante complicado implementar projetos de reforma amplos A estrutura federativa do Brasil com suas caracter sticas pautada por uma complicada combina o pol tica na qual est o presentes presidentes e governadores fortes legislativos fracos e congresso inst vel e fragmentado O apoio aos projetos governamentais implica confronta o de interesses Em uma situa o dessas o pagamento de propinas por apoio pol tico acaba por torna se pr tica principalmente quando se tem um pa s em que os valores fundamentais das escolhas humanas passam pela posse de bens dinheiro e prest gio Em vista do exposto acima o federalismo brasileiro tem o munic pio como membro federativo com autonomia e os legislativos estaduais s o unicamerais e n o bicamerais como seria adequado Dessa forma n o h nos estados uma c mara que organize e processe a representa o dos intere
280. fen menos da cogni o da vida humana A epistemologia desenvolvida por Maturana e Varela ap ia se entre outras coisas na perspectiva de que as explica es cient ficas n o explicam necessariamente um mundo independente e sim a experi ncia do observador Ao mesmo tempo para estabelecer essa epistemologia Maturana e Varela o fazem em pesquisas emp ricas da neurofisiologia rea da biologia O projeto te rico de Maturana engloba a n o separa o entre o vivo e o viver ou seja n o h separa o entre o social o humano e as ra zes biol gicas Sem d vida um trabalho bastante interessante principalmente quando apresenta a linguagem 121 como o dom nio do vivo Conforme destaca As reflex es epistemol gicas surgem com uma pergunta como que conhecemos Essa pergunta pode ser proposta sem que nos comprometamos verdadeiramente a aceitar que o fen meno do conhecer um fen meno biol gico Assim podemos dizer que interessante saber como conhecemos e fugir da pergunta dizendo que os fil sofos a resolver o ou podemos dizer que bvio que temos a capacidade de conhecer de modo que na verdade n o temos que fazer a pergunta No entanto somos conhecedores ou observadores no observar e ao ser o que somos o somos na linguagem MATURANA 1998 p 37 O conhecimento n o se d nem por representa o ou por um sujeito racionalmente solipsista como no racionalismo menos ainda pela persp
281. ferencial de identidade p 89 grifo nosso tradu o nossa Quando a escola n o tem voz n o h a media o da unidade com a diversidade n o h uma Gest o Democr tica O que importa a l gica da f brica e a anula o da vida cultural da escola A legisla o brasileira ao destacar a Gest o Democr tica no imagin rio dos educadores brasileiros deixa impl cito um sistema educacional tamb m democr tico Na medida em que n o h uma real autonomia da escola para que escape do c rculo pol tico perverso modifica se a cada gest o de cada munic pio Isso naqueles que t m um sistema organizado para os demais resta o abandono 306 CONSIDERA ES FINAIS Tendo em vista as quest es colocadas nos diferentes cap tulos deste trabalho conv m resgatar sinteticamente o conjunto dos argumentos necess rios s ntese final Irei enumer los de forma a proporcionar maior organicidade e coer ncia A A an lise da p s modernidade como uma cr tica da modernidade proporciona uma reflex o sobre as perspectivas que se apresentam ao se considerar as teorias sobre a comunica o como componentes necess rios discuss o da institui o escolar e sua rela o com o sistema educacional A partir de pressupostos te ricos que problematizam o sujeito e as formas de percep o at pouco tempo aceitas como verdades importante destacar que a p s modernidade como uma cr tica radical modernid
282. ffe dessa forma que o sistema procura evitar a amea a sua estabilidade necess ria acumula o do capital O Estado segundo Offe 1984 move se em dois p los de tens o entre a fun o acumuladora do capital e a legitimidade junto s massas Conforme Barreto 1994 p 7 Estas media es correspondem a uma necessidade estrutural do sistema porque 1 o Estado possui mecanismos formais que impedem que qualquer de seus agentes interfira diretamente nas unidades privadas de produ o 2 os agentes do Estado dependem dos recursos provenientes da acumula o privada dos quais se supre o Estado via arrecada o tribut ria 3 o Estado tem mandato para criar e manter as condi es de acumula o nas unidades privadas o que tamb m implica controle para evitar que elas se extingam Al m disso os agentes do Estado t m sua fun o legitimada enquanto escolhidos por crit rios p blicos para servirem a uma entidade que escamoteia sua natureza de classe apresentando se como representante dos interesses de todos Refletindo sobre as pol ticas educacionais Offe 1990 afirma que a pol tica educacional aquela que produz apar ncia de igualdade de oportunidades entre todas as pol ticas setoriais do Estado capitalista mostrando uma aparente neutralidade em rela o s classes deslocando do movimento da economia regulada pelo lucro o status social e a real oportunidade de vida dos indiv duos Numa sociedade educ
283. foram significativas conforme Lechte 2008 p 174 Para muitos como o antrop logo Claude L vi Strauss ou o soci logo Pierre Bourdieu ou o psicanalista Jacques Lacan assim como para Roland Barthes na cr tica liter ria e na semi tica os insigths saussurianos inicialmente pavimentaram o caminho para uma abordagem mais rigorosa e sistem tica das ci ncias humanas uma abordagem que verdadeiramente tentava levar a s rio a primazia do dom nio s cio cultural para os seres humanos A sociedade ou cultura em um determinado estado de desenvolvimento n o discretas a es humanas no passado ou no presente tornou se o foco do estudo Derrida ao focar seu trabalho na diferen a afirma que a identidade nunca fixada pelo falante pois portadora de outros significados Se nossas afirma es s o baseadas em proposi es premissas e significados poliss micos de que n o temos consci ncia a identidade inst vel Ela irritada pela diferen a que n o a deixa fechar se sobre si mesma HALL 2001 Foucault ao estudar o poder e a sua rela o com a genealogia do homem moderno representa outro descentramento do sujeito O poder disciplinar que emerge da modernidade e de suas institui es pris es manic mios oficinas quart is escolas entre outras estabelece forte controle e vigil ncia de popula es inteiras do indiv duo e de seu corpo Esse poder disciplinar que se situa no s
284. funcionar e caracterizam outro 156 tipo de viol ncia proje o ao exterior por parte dos indiv duos puls es e objetos do exterior ataques contra os v nculos prolifera o de mentiras de afirma es ditatoriais ou indiscut veis Mas importante ressaltar que Enriquez 1991 ao destacar a viol ncia das institui es coloca antagonicamente duas possibilidades extremas para as institui es mas que caminham juntas Destaca que a institui o como atua na regula o social global tamb m se ergue como institui o divina na medida em que se apresenta como redentora e salvadora para aqueles que a frequentam Estabelece em sua an lise tr s sistemas ou conjuntos que s o os sistemas culturais simb licos e imagin rios Toda institui o se erige como institui o divina enquanto se apresenta como a nica que promete a salva o e a reden o aqueles que afrequentam As institui es elementos da regula o social global e imagem do divino se apresentam como conjuntos culturais simb licos e imagin rios quadros 4 5 e 6 Quadro 4 Sistemas Culturais 1 Eles oferecem uma cultura ou seja um sistema de valores e de normas um sistema de pensamento e de a o que deve modelar o comportamento dos seus agentes junto aos indiv duos que lhes s o confiados ou que lhes pediram alguma coisa 2 Eles elaboram uma certa maneira de viver na institui o uma arma o estrutural que se cristal
285. ganiza o raz o para Marx ao contr rio desraz o Em rela o ao conceito de institui o Lapassade discute a sua pertin ncia fazendo um resgate da acep o colocada por Fauconet e Mauss que no esp rito de Durkheim ampliam a acep o do termo em contraposi o a Gurvitch que se esfor a por eliminar esse conceito Ao fazer um resgate hist rico do percurso do termo conclui que modificou profundamente pois se no s culo XIX entendia se institui o como sistema jur dico o direito e a lei para o marxismo as institui es e as ideologias s o superestruturas de uma sociedade em que as infra estruturas correspondem s for as produtivas e s rela es de produ o Durkheim no come o do s culo XX define a sociologia como a ci ncia das institui es atualmente ingressamos com o estruturalismo numa nova fase que conduz a uma profunda reorganiza o do conceito em liga o com as pr ticas institucionais que se desenvolvem nos dom nios da psiquiatria pedagogia e psicossociologia p 197 Ao tratar das institui es escolares Lapassade defende que a pesquisa pedag gica deveria colocar claramente o problema das institui es e de sua experi ncia vivida em seu conjunto distinguindo entre institui es internas classe e institui es externas Afirma que na pedagogia tradicional essas institui es na classe imp em se como um sistema sem discuss o como um regime Em oposi o a ess
286. ganiza o da linguagem pois A l ngua existe n o por si mesma mas somente em conjun o com a estrutura individual de uma enuncia o concreta E apenas atrav s da enuncia o que a l ngua toma contato com a comunica o imbui se do seu pode vital e torna se uma realidade As condi es da comunica o verbal suas forma e seus m todos de diferencia o s o determinados pelas condi es sociais e econ micas da poca p154 Na an lise da linguagem para Bakhtin 1997 esta n o existe fora de um contexto 22 de di logo em que n o exista uma express o semi tica e orienta o social Logo tudo que expresso se remete a signos e tudo que ideol gico expresso em signos Os signos se concretizam socialmente como palavra e adquire sua significa o no contexto social dos interlocutores Ent o a palavra produz sentido e est concentrada as for as sociais que acompanham todas as cria es ideol gicas A palavra ent o digere se a um interlocutor ou interlocutores pois ela variar se tratar de uma pessoa do mesmo grupo social ou n o se esta for inferior ou superior na hierarquia social se estiver ligada ao locutor por la os sociais mais ou menos estreitos p 112 O uma rela o de sentido produzida tendo em vista o contexto que se manifesta socialmente o di logo pois Aquele que apreende a enuncia o de outrem n o um ser mudo privado da palavra mas ao contr rio um ser che
287. ge o isolamento de um jogo de linguagem o denotativo e a exclus o de todos os outros O crit rio de aceitabilidade de um enunciado o valor de verdade Nesse caso somente as afirma es descritivas s o cient ficas 2 Este saber encontra se isolado dos outros jogos de linguagem cuja combina o forma o v nculo social A afirma es de cunho cient fico s o muito diferentes daquelas que constituem o la o social 3 No seio do jogo de pesquisa a compet ncia requerida versa unicamente sobre a posi o do enunciador A compet ncia passa a ser exigida por parte do emissor da mensagem e n o mais por parte do receptor 4 Um enunciado de ci ncia n o extrai nenhuma validade do que relatado Dessa maneira o saber acumulado em enunciados aceitos anteriormente pode sempre ser recusado Os argumentos e a provas validam a afirma o cient fica 5 O jogo da ci ncia implica ent o uma temporalidade diacr nica isto uma mem ria e um projeto N o necess ria uma narrativa para a legitima o da ci ncia pois as regras est o imanentes em seu jogo No contexto tra ado acima n o h muitas novidades a n o ser o fato de que a 54 ci ncia em sociedades avan adas est atrelada cada vez mais tecnologia a custos cada vez maiores e distribui o de recursos do Estado Para ter acesso aos recursos em pesquisas cada vez mais complexas e caras Lyotard 1990 destaca o princ p
288. i a influ ncia das institui es internacionais na educa o brasileira que se consolidou ap s a composi o do governo Cardoso A Am rica Latina tamb m ir compartilhar do conjunto de orienta es educacionais importante destacar de antem o que a situa o brasileira no campo educacional historicamente n o acompanhou o desenvolvimento econ mico ocorrido na d cada de 70 e j no in cio dos anos 90 os ndices educacionais n o eram satisfat rios do ponto de vista da reprodu o de uma for a de trabalho para o capitalismo dos novos tempos Como destaca Peroni 2003 com a mudan a dos anos 80 para os anos 90 o Brasil tem suas agendas da educa o marcadas por compromissos e ide rios vinculados crise do Estado globaliza o e ao neoliberalismo Essas agendas confundem se com aquelas j colocadas nos termos da democratiza o da descentraliza o e da autonomia da escola desde o in cio dos anos 80 um movimento internacional que relaciona a hegemonia neoliberal educa o A elabora o de consensos sobre a educa o oferecidos por diferentes ag ncias e embalados em f rmulas de sucesso torna se um fen meno internacional presente fortemente na Am rica Latina no per odo da reforma educacional Os primeiros anos da d cada de 90 foram marcados pelo ide rio da Cepal e a partir de 1995 no per odo FHC pelo Banco Mundial Apesar da reforma educacional ter sido colocada na arena pol tica n
289. i a institui o o simb lico indissoluvelmente ligado ao mundo s cio hist rico e mais para al m dele 151 As institui es mesmo que n o sejam reduzidas ao simb lico s o imposs veis fora de um simb lico de segundo grau e em rede simb lica Uma organiza o dada da economia um sistema de direito um poder institu do uma religi o existem socialmente como sistemas simb licos sancionados Eles consistem em ligar a s mbolos significantes significados representa es ordens injun es ou incita es para fazer ou n o fazer consequ ncias significa es no sentido amplo do termo e ao faz lo valer como tais ou seja ao tornar esta liga o mais ou menos for osa para a sociedade ou o grupo considerado p 142 O n vel simb lico o simbolismo n o pode e n o deve ser nem neutro nem totalmente adequado pois n o pode tomar seus signos em qualquer lugar ou quaisquer signos Esse simbolismo institucional n o determina o conte do da vida social Em realidade s o momentos de uma estrutura que n o r gida ou jamais id ntica de uma sociedade para outra Isso porque a sociedade constitui o simbolismo mas n o em um contexto de liberdade total se fixa no natural e no hist rico e participa do racional O simbolismo portanto Faz com que surjam encadeamentos de significantes rela es entre significantes e significados conex es e consequ ncias que n o eram nem visadas nem
290. ia e a nfase no accountability nos moldes do mercado como presta o de contas e de responsabilidades despolitizando desimbolizando as rela es escolares jogando para a escola tarefas de uma esfera intermedi ria como preconiza o Banco Mundial conforme destacado no cap tulo 6 tamb m uma temeridade A l gica da autonomia focada na cobran a de resultados com vistas efic cia do processo recoloca a quest o educativa sob outros moldes inviabilizando o di logo A abertura das decis es do mbito do sistema educacional do munic pio aos componentes da institui o escolar n o significa a obten o de um consenso Muito menos o conjunto de decis es colocadas pelo direito educacional ou estatuto da crian a representam o dom nio de regras impostas do direito como controle e torne ausente a sociabilidade Ao contr rio a democracia necessita de regras claras para maior penetra o em diferentes extratos da sociedade brasileira Padecemos de aus ncia da burocracia no sentido weberiano A tecnifica o estrutura de dom nio por m racional Viver sob a gide da aus ncia ou troca de regras a cada mandato no m nimo deplor vel Isso n o se constitui de forma alguma uma forma de acomoda o Neste trabalho o sistema educacional bem vindo como suporte s escolas Tanto para a consolida o da produ o de um projeto pr prio como para assumir as fun es que s o jogadas para institui
291. ia e projeto pol tico pedag gico Ao se fazer a an lise do conjunto da reforma educacional a escola aparece enquanto institui o privilegiada Por m a discuss o sobre a escola no conjunto da produ o em educa o no Brasil n o nova Os trabalhos de Saviani 1983 Lib neo 1986 entre outros educadores destacam o importante papel org nico da escola como institui o que tem muito a colaborar para a cidadania e a democracia Segundo Vieira 2001 desde 1985 se esbo a a trajet ria do governo brasileiro em dire o unidade escolar que entra para a agenda governamental expressa nos relat rios produzidos pelo Minist rio da Educa o e Cultura MEC a partir de 1995 na primeira gest o do governo de Fernando Henrique Cardoso Entendo que essa centralidade presente na reforma educacional se estabelece dentro da discuss o sobre a autonomia da escola e a descentraliza o da educa o Tem na municipaliza o uma possibilidade de atuar diretamente sobre a unidade Toma impulso no processo de abertura dos anos 80 principalmente pela possibilidade de uma gest o democr tica da escola p blica e a pertin ncia de seu acompanhamento e controle pela popula o Na reforma tem a seu favor a constitui o de um pensamento te rico que coloca f na organiza o escolar Os trabalhos de Lic nio Lima 2001 chamam a aten o para esse fato assim como Ant nio N voa 1992 Lima 2001 ao analisar a reforma edu
292. ic pios e escolas aquelas que detinham mais de 1000 alunos A inclus o das diferentes esferas chegando at a escola expressou em certo sentido um chamado escola e a preocupa o com a descentraliza o e autonomia agendas colocadas durante a democratiza o A esse respeito o documento que se escreve no Brasil enfatiza a descentraliza o da educa o e destaca que a centraliza o da gest o dos sistemas de ensino tem drenado os recursos para o financiamento das macroestruturas fazendo com que pouco seja destinado escola O documento destaca ainda que as reformas educacionais de d cada anteriores n o levaram em conta a diversidade cultural e econ mica a dimens o federalista do pa s nem as iniciativas locais e regionais de solu o de problemas A experi ncia centralizadora tem distanciado a escola da comunidade uma vez que os mecanismos de controle se situam em uma inst ncia distante incapaz de oper la com consequ ncia BRASIL 1993 p 27 O Plano Nacional de Educa o para Todos reconhece ainda a descontinuidade das pol ticas educacionais e as interfer ncias clientel sticas que ocorrem no mbito da centraliza o das decis es por uma burocracia que acaba prejudicando a 223 escola Um dos aspectos interessantes o foco que se tem na escola por parte do documento A descentraliza o at o mbito da escola o fortalecimento e autonomia da unidade escolar s o destacados n
293. ica o de Habermas como destacada abaixo A Atos de fala comunicativos explicitam o sentido dos proferimentos em regras sem nticas e sint ticas para que a comunica o ocorra Ex dizer falar perguntar B Atos da fala constatativos explicitam o sentido dos enunciados como enunciados nas frases erguem pretens o de verdade aproximam se aos atos constatativos de Austin Ex afirmar descrever relatar explicar C Atos da fala regulativos explicitam o sentido pr tico da frase a rela o entre falante e ouvinte segundo regras da intera o Inclui uma pretens o de legitimidade retid o justi a nas normas subjacentes aproximam se aos atos performativos de Austin Ex ordenar pedir proibir prometer avisar D Atos de fala representativos expliciam a maneira como o falante se apresenta diante do ouvinte seja com suas inten es atitudes e express es Ex lamentar ocultar dissimular pensar amar desejar Duas observa es s o necess rias ao esquema acima descrito A primeira delas que para Habermas 2001 os atos da fala comunicativos constituem uma classe que pode ser entendida como uma subclasse dos atos da fala regulativos que como as perguntas respostas e r plicas servem para organizar a fala Estabelece uma rela o reflexiva com o processo de comunica o A segunda observa o refere se aos atos de fala representativos que na tradu o do texto de Habermas 2001 para o e
294. icamente com o capitalismo contempor neo Cruz 2003 p 356 resume o seu significado O neoliberalismo n o conservador muito menos progressista ele pura e simplesmente reacion rio O neoliberalismo tem seus defensores em especial com a cria o por Friedrich von Hayek da sociedade Mont Pelerin que em 1947 reuniu 400 intelectuais de diferentes universidades London School of Economics and Political Science Escola de Chicago Escola de Viena de Economia Escola de Freiburg O objetivo de Hayek e seu grupo era o de converter n o a popula o de forma geral mas as melhores mentes para a formula o de um programa para ent o ganhar o apoio geral Um trabalho de longo prazo como destaca Gros 2003 Como movimento internacional abriu espa o no conjunto da academia com o patroc nio do empresariado Hayek participou ativamente at a sua morte em 1992 da forma o do movimento liberal internacional o qual se expressou na cria o dos chamados think tanks os centros de estudo institui es e funda es que se dedicaram formula o de pol ticas econ micas de orienta o liberal GROS 2008 194 Cruz 2003 destaca que o movimento neoliberal teve sucesso pelo empenho para se tornar vitorioso concordemos ou n o com suas premissas em um per odo que o capitalismo central estava em crise Acrescenta que v rios de seus pr ceres foram aquinhoados com o pr mio Nobel ampliando sua influ ncia N
295. idas que verdades Portanto Tendo em conta esse tipo de formula o t o pr ximas da experi ncia tanto da lei moral do imperativo categ rico como o discurso em busca de consenso aparecem como cheques em branco Pode ser que tenham fundos sempre e quando n o se vejam envolvidas somas muito grandes Mas que ganhar amos com ele se ao mesmo tempo exclu ssemos do mundo todo ego smo mediocridade virtude soberba e maldade desmedida tudo do mundo dos homens verdadeiramente viventes LUHMANN 1997 p 121 tradu o nossa Ao finalizar sua cr tica teoria da a o comunicativa pergunta se a n o comunica o ou a n o comunica o sobre si mesma n o seriam melhores como condi es iniciais do que os a prioris sociais ou os princ pios do discurso Aponta ent o para a distin o entre o social e o ps quico 1 Estudos sobre o s culo XVIII de sua literatura vida comum e da corte realizadas por Luhmann em diferentes escritos mostram o tal situa o Entre eles ver Amor como paix o para codifica o da intimidade 129 De acordo com Luhmann 1997c a produ o dos sistemas comunicativos somente poss vel por meio da comunica o que assegura sua capacidade de conex o por uma cont nua redu o da a o N o se espera que um sistema social traga justi a ao homem No melhor dos casos teria uma refer ncia geral de um homem como artif cio da comunica o N o se pode eliminar as injusti as
296. ie uma domina o ontol gica Seria necess ria pois se instala no simb lico Somente quando ela passa a existir poss vel a domina o s cio pol tica que se caracteriza pela conting ncia Existem ent o duas domina es bem diferentes a uma origin ria n o se poderia subtrair se enquanto que outra a segunda se pode sob certas condi es desfazer se p 194 O problema que essas duas domina es apesar de diferentes est o ligadas e s o confundidas Assim quando se valoriza a depend ncia ontol gica do ser humano obt m se uma 59 metaf sica pouca atenta a outra domina o s ciopol tica Ela nunca inteiramente explicita ou solucion vel pela dimens o s ciopol tica o acesso do indiv duo s fun es simb licas e portanto jamais algo pode deter a busca de sentido p 195 E quando se tenta trabalhar a domina o s ciopol tica como a domina o total nega se toda especificidade da cultura Muitas vezes os dois tipos de domina o se confundem ou est o em conflito Nenhuma revolu o conseguiu dar conta de subsumir essa busca de sentido cl ssico o caso da Revolu o Cambojana do regime de Pol Pot 1975 1979 Quando se tenta assim faz lo chega se viol ncia nua O que ocorre na sociedade que se instala em nossos dias o neoliberalismo novidade ele funciona n o pela via da viol ncia mas pela via da desinstitucionaliza o Promove e
297. ient fico o cientista em princ pio um contador de hist rias do pequeno relato cabendo simplesmente verific las Tamb m n o poss vel ou mesmo prudente seguir a orienta o de Habermas sobre o problema da legitima o com a busca de um consenso universal pois tornou se ultrapassado e suspeito A nica legitimidade aceit vel para as ci ncias e para Lyotard 1990 aquela que poder levar a produzir novos enunciados J para a vida social em seu conjunto diferente Nela n o h simplicidade no emaranhado de enunciados heteromorfos como na ci ncia N o h portanto nenhuma raz o para determinar metaprescri es comuns a todos os jogos de linguagem ou que possa abarcar toda a coletividade uma cren a e como tal deve ser abandonada Relaciona se tanto com o decl nio dos relatos de legitima o tradicionais e modernos emancipa o da humanidade como com a cren a na ideologia totalizante do sistema e o cinismo de seu crit rio pelo desempenho Apesar de tudo importante atualizar a id ia de justi a E o ser com a o reconhecimento da heterogeneidade dos jogos de linguagem e com a ren ncia ao terror b se existe consenso sobre as regras que definem cada jogo estes devem ser locais e obtidos por participantes atuais sujeitando se entretanto a eventual anula o 56 Ao considerar a flexibilidade os jogos de linguagem na imprevisibilidade no acesso p blico inf
298. iferences organiza es civis dos educadores seja com os munic pios ou estados No governo FHC a reforma veio de cima e as mudan as foram efetivadas no parlamento nico f rum leg timo para essa discuss o Se o governo tem maioria ou consegue mobilizar maioria no congresso faz parte do jogo democr tico liberal 240 A PEC 233 tinha entre diversas particularidades a cren a de que n o era necess rio colocar dinheiro novo na educa o mas redistribu lo Isso claro na mudan a do artigo 60 da constitui o pois retira a responsabilidade da Uni o do poder p blico em comprometer se como ensino b sico A responsabilidade passa a ser dos estados Distrito Federal e munic pios A PEC 233 foi transformada em lei em setembro de 1996 tornando se a EC 14 96 alterou os artigos constitucionais 208 211 e 60 da ADCT e foi regulamentada pela lei 9 424 de dezembro de 1996 a lei do Fundo de Manuten o e Desenvolvimento do ensino Fundamental e Valoriza o do Magist rio conhecida como FUNDEF Paralelamente discuss o da PC233 havia a LDB 9394 96 que foi aprovada em 20 de dezembro do mesmo ano sob a mesma din mica de aus ncia de di logo necess rio com os movimentos organizados PERONI 2003 A EC 14 96 restringe a obriga o estatal ao ensino fundamental de sete aos quatorze anos Al m disso estabeleceu responsabilidades com maior precis o para os estados com ensino m dio e os munic pio
299. ificativo de agentes sociais buscando alcan ar a legitimidade por meio de compromissos mesmo que os interesses sejam diversos no conjunto das negocia es Para a consolida o do consentimento ativo a premissa b sica a considera o que todos os homens s o fil sofos e para tal devem aderir a uma determinada concep o de mundo de forma aut noma e consciente GRUPPI 1978 Da decorre o problema da produ o da legitimidade da estrutura social H uma determina o mec nica em processos sociais de produ o da legitimidade Esta 179 ltima associada produ o de expectativas que no contexto de uma sociedade conectada possibilita a circula o e a ades o de estruturas simb licas Nesse sentido importante destacar a forma o social das expectativas e sua atua o no conjunto da sociedade como destaca Luhmann 1985 O problema da forma o social das expectativas baseia se na necessidade de esperar expectativas contingentes de outros um mecanismo da institucionaliza o de estruturas simb licas por meio das expectativas Os que participam da situa o sup em e esperam reciprocamente essa suposi o o que terceiros deles esperariam Essa expectabilidade das expectativas de terceiros tornam se problem ticas quando terceiros s o simbolizados atrav s de porta vozes representativos que possam determinar formular ou at modificar tais expectativas Com isso aq
300. il sustenta o e bastante pol mico Mesmo que a obra seja constitu da de cr tica escola de Frankfurt pelo fato de desenvolver uma teoria social cr tica com preens es pr ticas h uma dist ncia tanto cronol gica quanto de forma o te rica que o separa Habermas vive a sua juventude em um mundo bastante diferente importante salientar que Habermas foi assistente de pesquisa de Adorno de 1956 a 1959 Essa proximidade incentivou o a interpretar a teoria da reifica o de Marx e de G Luk cks como teoria da racionaliza o e tamb m na cr tica dial tica que desenvolve Distancia se da escola de Frankfurt a partir dos seguintes pontos IA escola de Frankfurt trabalha com o conceito de raz o nica estreita e com um conceito de verdade herdado de Hegel o qual 2A tese de p s doutoramento de Habermas que tinha como tema a mudan a estrutural da esfera p blica foi recusada por Adorno como tutor que se negou a trabalhar com esse tema 76 n o se coaduna com o falibilismo da pesquisa cient fica Il Adorno cujo pensamento constitui a forma mais consequente da escola de Frankfurt perde o nexo com as ci ncias pois o seu trabalho n o pode mais se apoiar em qualquer forma de an lise emp rica ou discursiva de quest es e de estados sociais III A escola de Frankfurt subestima as tradi es democr ticas do Estado de direito e n o leva a s rio as mudan as de estrutura da esfera p blica no in
301. imento em uma poca de crise e de ajustes os Estados limitam os investimentos A terceira caracter stica que geraria insatisfa es seria a inefici ncia na capacidade de gest o do sistema burocr tico que foi necess rio expans o do sistema e se tornaria um peso pelo tamanho e volume de pessoas empregadas pela concentra o de poder altamente hierarquizada al m da multiplicidade das estruturas A combina o das insatisfa es face crise do Estado al m de um forte processo de internacionaliza o que enfrenta a Am rica Latina leva ao estabelecimento de grandes consensos quanto necessidade da descentraliza o educacional que parte dos Estados nacionais mas h v rios casos que exemplificam a situa o na qual as pol ticas de descentraliza o nem sempre aumentam a efici ncia administrativa nem a efic cia nem a participa o local e que pelo contr rio at agora h poucas provas evidentes de que as pol ticas de descentraliza o possam funcionar Na base da maior parte dos resultados o l gico seria concluir que necess rio orientar os esfor os para melhorar a oferta educacional por outros meios p 89 Se buscando tratar a descentraliza o como um processo que contempla a racionalidade t cnica a perspectiva instrumental n o aponta para evid ncias de que a descentraliza o instrumento apropriado para a consecu o dos objetivos ao n vel das pol ticas naci
302. imento factual a partir de princ pios n o importa se s o interpretados como axiomas arbitrariamente escolhidos id ias inatas ou abstra es supremas p 81 A raz o formal funciona da mesma forma seja para as maravilhosas descobertas em laborat rios farmac uticos para a cura de doen as fatais ou para os bombardeios de armas bacteriol gicas que matam milhares de pessoas Diferentemente dos fil sofos que o precederam Kant focou a autonomia em uma psicologia metaf sica que vai al m de Rousseau e David Hume O pressuposto dessa autonomia que somos agentes racionais cuja liberdade transcendental nos tira do dom nio das causas naturais Pertence portanto a todos os indiv duos e a partir dela a exemplo de uma b ssola pode se dizer o que consistente ou n o com o dever Nossas habilidades morais tornam se conhecidas de cada um de n s devido ao fato da raz o da nossa consci ncia de uma obriga o categ rica que podemos respeitar em contraposi o ao atrativo do desejo SCHNEEWIND 2001 p 560 Justamente o completo dom nio da natureza pela raz o precisamente a natureza interna os sentimentos as inclina es e os desejos que possibilitam a Lei Moral Independentemente da qualidade dio amor exalta o ou gozo a natureza interna 35 deveria ser subjugada pela raz o para dar lugar lei moral Age de tal maneira que a m xima a que obedece a tua vontade possa valer sempre e em
303. imprensa pelo cinema e r dio ou por quem o recebe em casa Mas transforma es importantes passam despercebidas dessa an lise j que a sociedade um sistema diferenciado n o apenas por uma gama de fatos separados mas tamb m se configuram subsistemas dentro destes outros parciais a atividade social adquire import ncia devido coordena o desses subsistemas como a pol tica as fam lias a economia o direito o sistema sanit rio e a educa o por exemplo Dessa forma para se ter uma vis o panor mica das mudan as que se produzem na sociedade atual a partir da influ ncia das possibilidades da comunica o necess rio ter em conta uma perspectiva mais ampla V rios aspectos devem estar presentes nessa converg ncia para uma an lise dessa natureza o problema da improbabilidade e o conceito de sociedade como sistema diferenciado pois o sistema representa a transforma o de improbabilidade em probabilidade p 51 necess rio considerar tamb m as repercuss es diretas sobre as atitudes e motiva es individuais quest es da exist ncia que em n vel te rico fazem parte do ambiente da sociedade Al m disso os meios de comunica o de massas organizadas como educa o das massas nas escolas podem estender se a outros subsistemas porque desempenham papel importante pois limitam seletivamente a constela o de atitudes e disposi es Luhmann aponta tr s perspectivas poss veis para se
304. inda o coloca como grande primeiro motor O sujeito moderno nasceu ent o de uma crise Sempre buscando uma solu o para o impasse para sua condi o de liberdade Ao fundar o sujeito epist mico Descartes postula duas subst ncias distintas a mat ria subst ncia espacial e a mente subst ncia pensante A explica o para todas as coisas deveria ocorrer pela redu o aos elementos essenciais ltimos Colocado no centro da mente o sujeito individual constitu do por sua capacidade para raciocinar e pensar coisa pensante passa a ocupar o lugar de fundamento epistemol gico tico e ontol gico 43 Conforme destaca Fleig 1999 Heidegger mostra que esse modo de fundamenta o pr prio da modernidade e se centra na subjetividade como fundamento ltimo como sujeito pleno reflexivo auto centrado unificado e aut nomo Esse sujeito epist mico realiza subjetivamente o que n o era necessariamente esperado dele funda se no exerc cio da raz o onde as certezas objetivas devem ser alcan adas e n o mais na tradi o e autoridade Eticamente descarta os padr es tradicionais e as regras de a o passam a se originar no conjunto de escolhas sejam individuais contratuais ou por interm dio da discuss o com a comunidade de sujeitos iguais A realidade e seu estatuto ontol gico constitui se por meio de representa es do sujeito Na modernidade o capitalismo ocidental passa a ter como fundamento
305. indiv duos Por essa persperctiva nem o mercado distribui equitativamente as oportunidades nem o Estado pode limitar se a oferecer o acesso igualit rio de todos educa o LLAVADOR ALONSO 2000 p 15 tradu o nossa Sem d vida a educa o proporciona mudan a social Por m a crescente exalta o da educa o em si como mecanismo de ascens o social uma das caracter sticas que ocultam a justiticativa para a exclus o se n o for considerado o conjunto de outros fatores que est o localizados na sociedade e n o na educa o No Brasil dos anos 80 a transi o democr tica da ditadura para a democracia foi uma composi o que buscou estabelecer continuidades No per odo da Nova Rep blica diferentes for as sociais sejam sindicais classistas ou populares que passaram legalidade compuseram o espa o de luta pela democracia de forma plural conforme 204 destaca Florestan Fernandes 1986 Por isso no governo Fernando Henrique Cardoso 1995 2002 quando a reforma educacional brasileira ocorreu em sua maior parte n o fosse a luta dos grupos que emergiram nesse per odo a educa o brasileira teria outra face A reforma educacional situa se entre o quadro de transforma es globais e a luta pela hegemonia do governo e dos movimentos sociais organizados Dois aspectos foram chaves no contexto da reforma a descentraliza o e o reconhecimento da autonomia da escola A descentr
306. inguagem e o seu uso comunicativo para estabelecer sua pragm tica universal utiliza se da distin o de Austin entre os atos ilocucion rios o falante realiza alguma coisa ao proferir algo e os atos perlocucion rios o falante causa um efeito no ouvinte Nessa rela o estabelecida a diferen a entre a es comunicativas constitutivas do sentido do que dito e a es teleol gicas constitutivas da inten o do agente ARAG O 1992 A instrumentaliza o caracter stica das a es teleol gicas que t m prop sitos estrat gicos expressos pela inten o do agente ou seja em um ato perlocucion rio proferido exprimindo como metas a serem perseguidas fins a serem perseguidos Nas a es comunicativas por meio do ato de fala ilocucion rio o agente se faz entender pelo ouvinte Nessa rela o o pressuposto a inteligibilidade dos envolvidos no processo Para melhor entendimento da teoria habermasiana e explicita o de sua pragm tica universal necess rio resgatar pontualmente sua abordagem A Pragm tica universal objetiva elucidar as condi es que precisam ser satisfeitas em qualquer a o comunicativa na linguagem natural Projeto de import ncia para 82 Habermas pois exp e pela reflex o das condi es permanentes as estruturas normativas da sociedade em geral A partir da revis o dos atos da fala Habermas ir estabelecer outra classifica o Costa 2002 interpreta a classif
307. io da performatividade ou seja m xima produ o para m nima entrada Crit rio este a ser cada vez mais utilizado no jogo de linguagem da ci ncia no conjunto de uma sociedade dependente da tecnologia normas da organiza o do trabalho que prevalecem nas empresas penetram nos laborat rios de estudos aplicados hierarquia decis o do trabalho forma o de equipes estimativa de rendimentos individuais e coletivos elabora o de programas vend veis procura de clientes etc p 82 A legitima o antes vinculada tradi o sabedoria e justi a iluminista e idealista abandonada considerando o poder Os jogos de linguagem na ci ncia s o cada vez mais fechados o jogo denotativo ocorre no verdadeiro falso o prescritivo no justo injusto e o jogo t cnico no eficiente ineficiente A for a e o poder relacionam se com esse ltimo Tamb m ele acaba por aumentar a capacidade da prova e a capacidade de ter raz o O horizonte desse procedimento o seguinte sendo a realidade que fornece as provas para a argumenta o cient fica e os resultados para as prescri es e as promessas de ordem jur dica tica e pol tica pode vir a ser senhor de ambas tornando se senhor da realidade o que as t cnicas permitem Refor ando as refor a se a realidade consequentemente as chances de ser justo e de ter raz o E reciprocamente refor a se tanto as t cnicas de que se pode dispor do saber
308. io de lutas democr ticas de que uma inst ncia representativa do interesse social modele regule os efeitos sociais da pauperiza o e da exclus o resultantes dos mecanismos de marcado em contextos de subdesenvolvimento e depend ncia onde as condi es para que produzam o previsto bem estar est o seguir o estando reconhecidamente ausentes p 54 tradu o nossa A via democratizante teria que estabelecer as estrat gias para ocupar os espa os propondo parcerias e ampliando alian as de gest o comunit ria enquanto via gerencial pretende meramente privatizar imprimir a l gica da racionalidade t cnica ou mesmo trabalhar objetivando uma produtividade maior e tendo como par metro a ideologia neoliberal e os valores do mercado No que se refere discrimina o entre os tipos de descentraliza o a redemocratiza o brasileira ocorre em um momento que as for as pol ticas clamam pela descentraliza o pela valoriza o do munic pio e pela via democratizante 217 aliados a interesses de grupos locais Por outro lado ap s a Constitui o de 1988 principalmente no per odo em que se realiza a reforma educacional dos anos 90 e no governo FHC a nfase sobre a descentraliza o passa para via gerencial 6 3 OS ACORDOS INTERNACIONAIS E A REFORMA EDUCACIONAL Um dos elementos importantes no processo hist rico que proporcionou em certa medida as bases para um pensamento sobre a educa o no Brasil fo
309. io de palavras interiores Toda sua actividade mental o que se pode chamar de fundo perceptivo mediatizado para ele pelo discurso interior e por a que se opera a jun o com o discurso apreendido do exterior A palavra vai a palavra p 147 z A palavra para Bakhtin 1997 fundamental pois nessa rela o dial gica proporciona o territ rio comum do locutor e do intelocutor em que o meio social e a situa o imediata determinam a sua estrutura A dialogia para Baktin 1997 vai para al m do conceito de di logo comumente aceito pois refere se a diferentes formas de intera o das vozes presentes nos enunciados que tem imbrica o com o conjunto da sociedade e as rela es ideol gicas presentes O di logo hist rico social portanto vinculado a sociedades reais e as rela es de domina o presentes nesses contextos A rela o dial gica conforme Baktin 1997 n o se traduz necessariamente em uma rela o horizontal apesar de ser constitu da nos enunciados e pressupor igualdade de entendimento e portando de consci ncias Na rela o senhor escravo sendo o di logo constitu do no conjunto das enuncia es situa socialmente senhor em uma posi o hierarquicamente superior em rela o ao escravo Tal rela o existe no contexto hist rico situado socialmente conformando o 23 conjunto da mentalidade de determinada poca Constitui ideologia rela es de domina o tens
310. io sistema e a autopoiese que ir determinar o estado seguinte do sistema Na auto organiza o s o levadas em conta tanto a mem ria do processo quanto sua expectativa As estruturas a constru das dentro dessa perspectiva s o categorias menos r gidas do que as do estruturalismo cl ssico pois s o antes de tudo produtos internos e n o vindos de fora Condensam tra os b sicos e os generalizam para outras circunst ncias como ocorre por exemplo quando fazemos o reconhecimento de rostos que vimos em outras ocasi es A autopoiese justifica que nada vem do ambiente externo que o sistema se autoproduz a si mesmo Esse conceito importado de Humberto Maturana O aclopamento estrutural marca as rela es de um sistema fechado com o mundo circundante N o r gido como em m quinas onde ocorre de forma trivial e previs vel mas flex vel e sujeito a imprevisibilidades Trata se de um equipamento voltado produ o de irrita es no interior do sistema O mundo n o interfere nos sistemas fechados mas ele existe O sistema seleciona criteriosamente uma parte muito pequena e estreita do ambiente e esse corte que viabiliza o acoplamento A exist ncia de um mundo externo provoca irrita es no sistema irrita es essas que ser o transformadas em informa es e tornar se o estruturas Somente de forma muito restrita as irrita es provocam efeitos no sistema No entanto n o h irrit
311. ior quando cessaram os investimentos nesse n vel de ensino e ao mesmo tempo regulando fortemente o setor para o ingresso do setor privado 6 2 A DESCENTRALIZA O E A REFORMA EDUCACIONAL A descentraliza o um processo que implica uma centraliza o ou centralismo o que equivale dizer que se falamos em descentraliza o referimo nos necessariamente a posturas frente ao Estado Portanto seja qual for a dimens o a descentraliza o implica ato eminentemente pol tico facetado por diversos posicionamentos Sendo avaliado o fen meno pol tico da descentraliza o uma gama bastante extensa de dimens es se interp e na argumenta o A descentraliza o pode significar segundo Thines 1984 transfer ncia de compet ncias do poder central para autoridades subordinadas e pode ser qualificada de diferentes maneiras inclusive pela forma administrativa e pol tica Administrativa transfer ncia pelo poder central de poderes de administra o Burjol 1969 ret m oito condi es constitutivas da descentraliza o administrativa autonomia de uma comunidade humana real dotada de vida pr pria e possuindo interesses particulares de car ter local reconhecimento pelo Estado da exist ncia aut noma destes interesses atribui es da personalidade moral autonomia financeira real administra o por rg os independentes do poder central exerc cio de certo controle pelo poder central livre coopera o com outras co
312. ios significados Desde Herbert Spencer o qual tem como ponto de partida a investiga o da organiza o social e institui o a Durkheim que estabelece a sociologia como sendo a ci ncia das institui es muitas acep es e usos do conceito s o dados Em que medida as organiza es e as institui es podem como categorias de an lise do social estabelecer diferen as significativas Quais as discrep ncias e pontos de contato Os primeiros que procuraram dar palavra institui o um sentido preciso foram soci logos da escola durkheimiana que se empenharam em delimit la e elaborar no es Pensam a institui o como um conjunto de formas de fazer sentir e pensar cristalizadas socialmente coercitivas e distintivas de um grupo social dado sendo poss vel distinguir as pr ticas conforme a natureza da for a da coes o social ligada a cada fam lia de regras Para aqueles que se pautam no pensamento de Durkheim a institui o sin nimo de toda regula o social pois se tudo o que social institucional e se tudo o que social coercitivo ent o a institui o uma coer o 143 socialmente eficaz BOUDON BOURRICAUD 2001 As teorias sociol gicas de Durkheim se fundamentam em uma ci ncia positiva dos costumes que deveria ser a sociologia No pref cio da segunda edi o das Regras ao definir fato social e ao distingu lo da consci ncia individual e psicol gica afirma q
313. ipo de descentraliza o tem sido frequentemente apresentada como sin nimo de descentraliza o pol tica 214 c Refere se transfer ncia de poder de fun es do setor p blico para a esfera privada seja por parcerias ou meramente por privatiza o de empresas e servi os Essa ltima vertente a n vel institucional seria dividida em dois grupos o primeiro estaria articulado privatiza o ou transfer ncia de empresas estatais para o setor privado e o segundo grupo refere se articula o entre Estado e sociedade em projetos ligados rea social Seria o caso da participa o de associa es de moradores sindicatos e clubes de servi o na decis o implementa o e acompanhamento dos programas governamentais em educa o sa de habita o assist ncia social e saneamento p 7 Remetendo a descentraliza o ao campo educacional Juan Casassus 1995 aponta que os processo de desconcentra o e de descentraliza o na Am rica Latina n o se constituem em fins que se esgotam em si mesmos mas que podem ser vistos como processos instrumentais contextualizados e percebidos como respostas para resolver os problemas educacionais Nas pol ticas de descentraliza o se espera que por meio destes processos instrumentais se consiga no pol tico uma maior participa o e democracia no econ mico mais recursos no t cnico pedag gico uma melhor qualidade e no administrativo uma maior
314. is Fonte Enriquez 1991 p 79 O objetivo da longa descri o mostrar de que forma se estabelece para Enriquez o imagin rio da institui o A ambiguidade destaca se no poder fragilidade insepar vel na contradi o que se instala no espa o ps quico dos indiv duos sufoca e abra a mata e faz viver Quando o imagin rio perde a for a desmascarando a institui o a transforma em uma simples organiza o de trabalho com c digos e regras onde as paix es se acalmam e o imagin rio deixa de reinar Como sistemas culturais simb licos e imagin rios as institui es s o conjuntos englobantes e imprimem a marca sobre o corpo o pensamento e a psique em seus membros favorecem a constru o de indiv duos para a sua devo o obcecando os com um ideal mas n o atingem o dom nio total enclausurante engendrando se em rotinas conformismo degradando se irresistivelmente para a morte na recusa da variedade e na aceita o de uma alteridade radical visando fazer surgir algo vivo de fato corre o risco de estar sob a gide do triunfo da morte p 80 Ren Ka s 1991 aponta que os estudos sobre a institui o t m levado a duas ilus es recorrentes na hist ria a primeira que a institui o feita por cada um de n s pessoalmente como a Provid ncia a segunda que ela propriedade de um senhor an nimo mudo e todo poderoso como Moloc Recusemos uma e outra p 23 A instit
315. iste antes mesmo de que ele se instale O homem dial gico tem f nos homens antes de encontrar se frente a frente com eles Esta contudo n o uma ing nua f O homem dial gico que cr tico sabe tamb m que podem eles em situa o concreta alienados ter esse poder prejudicado Essa possibilidade por m em lugar de matar no homem dial gico a sua f nos homens aparece a ele pelo contr rio com um desafio ao qual tem de responder Est convencido de que este poder de fazer e transformar mesmo que negado em situa es concretas tende a renascer Pode renascer Pode constituir se N o gratuitamente mas na e pela luta por sua liberta o Sem essa f nos homens o di logo uma farsa Transformar se na melhor das hip teses em manipula o adocicadamente paternalista p 81 Para Freire 2002 a rela o dial gica sim uma rela o horizontal em que a confian a m tua n o uma necessidade de afirma o de uma parte para a reafirma o da domina o Justamente na concep o banc ria de educa o n o h uma confian a m tua O outro objeto Inexiste o di logo como encontro de seres humanos necess rio tamb m a esperan a como parte do processo dial gico Se nada esperam do seu quefazer j n o pode haver di logo O seu encontro vazio e est ril burocr tico e fastidioso p 81 Al m da necessidade de buscar a transforma o importante tamb m
316. ito objeto ou das rela es entre proposi es e fatos s o postos de lado sem discuss o 1990 p 339 108 Em decorr ncia o movimento de pensamento passa da metaf sica para metabiologia Se na Metaf sica parte do para n s dos fen menos f sicos e perscrute por detr s deles no pensamento Metabiol gico parte do para si da vida org nica e perscrute o que est por tr s dela fen menos fundantes descritos de modo cibern tico Portanto a auto conserva o do sistema que se incrementa a si mesmo subtrai no que diz respeito ao ser ao pensamento ou impress o a raz o determinante Para Habermas 1981 a raz o funcionalista se expressa no autodementi ir nico de uma raz o que se limita a reduzir a complexidade atrofiada em virtude de seu quadro de refer ncia metabiol gico N o suplanta mas ilude a limita o logoc ntrica da metaf sica da filosofia transcendental e da sem ntica Com o conceito de sentido concedido funcionalmente dissolvida a concess o interna entre significado e validade Por ltimo como o conceito de sujeito atribu do a toda auto refer ncia poss vel um si mesmo constitu do no saber ser a si O sistema ocupa no autopoi tico o lugar de si mesmo Decai toda a possibilidade de uma sinopse centralizadora do todo saber se si mesmo em que a estrutura da auto refer ncia at m se apenas ao singular assegurando a coes o do sistema simultaneamente aberto ao meio
317. ivil O que n o significa de forma alguma que essas influ ncias n o foram significativas ou mais que deixaram de existir Foi justamente com o discurso de estar fazendo as mudan as necess rias que o discurso dos organismos internacionais confundiu se com o discurso local desqualificando o e pondo em seu lugar pol ticas que despolitizam o pol tico Caso t pico a mudan a do preceito constitucional em que a educa o primeiramente dever do Estado e na LDB a fam lia assume essa prioridade A posi o do governo brasileiro e sua rela o com o contexto internacional n o um fato isolado O internacionalismo liberal desde a segunda guerra mundial modificou as rela es estabelecidas no sistema internacional Segundo Smouts 2004 a coopera o internacional confundiu se com os regimes e as institui es internacionais ficaram subsumidas a um conjunto de regras pap is e rela es que orientam a conduta e definem pr ticas sociais dos participantes no plano internacional O consenso entre os Estados no plano internacional mais importante que as san es e a for a Para o capitalismo global mais importante que os Estados 219 sejam capazes de identificar seus objetivos e negociar seus poss veis ganhos mesmo que assim tricos O Brasil como membro da Organiza o das Na es Unidas participa de acordos encontros e reuni es internacionais em que reafirma sua op o enquanto Estado aut nomo
318. ivo s o portanto diretivas de organiza o no sentido mais lato e n o conceitos imediatamente operativos BOBBIO 1995 p 329 N o existem formas puras a n o ser em teoria Nesse sentido a descentraliza o assume caracter sticas eminentemente valorativas conjuntamente com a centraliza o Depende do contexto em que ocorrem No caso da reforma educacional do Brasil processo amplo n o se liga tanto busca da democracia e proximidade do cidad o do servi o no munic pio quanto ao processo de gest o e de flexibiliza o que faz parte do ide rio do neoliberalismo A aporia entre descentraliza o caracterizada como liberdade e democracia em contraste com a centraliza o como forma autorit ria e autocr tica remete s lutas hist ricas do liberalismo contra o absolutismo A centraliza o incorpora o male a descentraliza o as for as do bem aporia caracter stica das doutrinas religiosas 213 A descentraliza o identifica se com v rias ideologias e se presta a diversos des gnios como uma diretiva em momentos hist ricos diferentes Diante dessas coloca es compreende se porque a descentraliza o apresenta se com forma conceitual bastante complexa e remete necessariamente constitui o e estrutura do Estado Mais ainda permite sair da vis o instrumental e estabelecer v nculos com o contexto mais amplo em que o Estado est inserido Lobo 1990 aponta para diversas caracter stic
319. iza o de seu projeto pol tico 312 pedag gico a possibilidade de escolher os pr prios fins mesmo que estejam presentes no conjunto da pol tica nacional Por m destacar se ia pela produ o de diferen as que somente aquela escola naquele tempo espa o produziria Tendo a escola vincula o org nica com a sociedade e a estrutura social global em uma rede de significados a autonomia relativa dos espa os ocupados pelos sujeitos n o exce o e sim regra em toda institui o escolar d Pensar a escola como uma institui o dial gica requer entender que apesar de toda estrutura sobre a qual a escola se mant m est sempre a produzir diferen as pelo sentido atribu do simultaneidade das a es dos diferentes agentes que a comp e A produ o de releituras de atualiza o nas expectativas leva produ o e incorpora o da a o dos outros pela interpenetra o de identidades Nessa perspectiva as comunica es geradas pelos agentes preservam as identidades n o colocadas em jogo de cada um dos participantes A escola por ser composta de pessoas sempre indeterminada tanto no campo de sua produ o com os alunos como em sua gest o Longe de se esperar regularidades apresenta se como institui o simb lica que imprimem marca no corpo no pensamento e na psique de seus agentes Entretanto considerar a incerteza das rela es que se estabelecem na escola n o quer dizer a priori um ju zo de
320. iza numa determinada cultura ou seja em atribui es de postos em expectativas de fun o em comportamentos mais ou menos estereotipados em h bitos de pensamento e de a o em rituais minuciosamente observados devendo facilitar a edifica o de uma obra coletiva 3 Eles desenvolvem um processo de forma o e de socializa o dos diferentes atores a fim de que cada um dentre eles possa se definir com rela o ao ideal proposto Fonte Enriquez 1991 p 77 Os elementos culturais acima decalcados desempenham fecundidade na vida institucional s o indispens veis ao seu estabelecimento e perman ncia porque atuam como garantia de identidade pelo que aspira todo conjunto social 157 Quadro 5 Sistemas Simb licos 1 Uma institui o n o pode viver sem elaborar um ou mais mitos unificadores sem instituir ritos de inicia o de passagem e de realiza o Sem se atribuir her is tutelares tomados muitas vezes entre os fundadores reais ou entre os fundadores imagin rios da institui o sem contar e ou inventar uma hist ria que permanecer na mem ria coletiva mitos ritos her is sagas cuja fun o sedimentar a a o dos membros da institui o servir lhes de sistema de legitima o e dar assim sentido s suas pr ticas e s suas vidas 2 A institui o pode ent o se oferecer como objeto ideal a ser interiorizado que d vida ao qual todos devem manifestar a sua lealdade e at mesmo
321. jeto da escola entre outros Enfim para que haja a possibilidade de controle em suas mais diferentes formas necess ria a comunica o Essa id ia de comunica o associada a uma perspectiva pouco problematizada no campo educativo em rela o institui o educativa No conjunto das rela es de poder est muito presente a id ia de comunica o como transmiss o A ideologia desenvolvimentista e expansionista do p s guerra traz consigo uma ideologia em que a comunica o elemento chave Os programas de desenvolvimento das ag ncias internacionais t m como fundamento a comunica o como elemento chave para a coopera o no conjunto da expans o do capitalismo 62 Em rela o educa o Louren o Filho em 1963 alertava para a necessidade da comunica o no sistema educacional tanto para informa o como para o controle administrativo adequado tendo em vista os fins perseguidos Em suma a comunica o tem como objeto pr prio influenciar as pessoas no sentido da coes o estrutural e funcional de cada servi o De modo geral deve visar a harmonia e equil brio entre o aspecto objetivo da organiza o isto a sua estrutura formal e o aspecto subjetivo isto o comportamento prov vel das pessoas encarregadas dos diferentes n veis de servi os p 75 Todas as escolas assim como todos os organismos de Estado e as reparti es burocr ticas est o em constante comunica
322. jetos imposs veis de sua juventude chegando a um acordo com a pr pria impossibilidade Dessa forma a p s modernidade uma condi o da pr pria modernidade Nesse caso a nega o sin nimo de amadurecimento Para Guidens 1991 estamos em uma fase de radicaliza o da modernidade pois viemos em um per odo t o diferente das perspectivas centrais do iluminismo que parece justificar se em transi es de longo alcance Considerando a experi ncia da ang stia radical o fundamentalismo emerge na sociedade atual como um exemplo 32 do irracionalismo ou seja usar a liberdade para fugir dela Est em jogo precisamente a liberdade em uma cultura que n o proporciona mais respostas adequadas e por que n o limitadas A id ia de p s modernidade para Rouanet 2000 parece que evoca um viver fora de n s mesmos Aceitar provisoriamente a id ia de que vivemos em um per odo p s moderno consenso para um grande n mero de pensadores Prop e ainda um novo iluminismo no contexto daquilo que o p s moderno o tudo e o seu oposto Essa indefini o traz consigo as possibilidades de se negarem os limites as categorias e as redu es auto impostas Ela o cl max do sonho imperial de modernidade A p s modernidade como um processo de cr tica radical ao regime de pensamento da modernidade em especial tica e ci ncia apresenta novas quest es Pensar uma modernidade que se critic
323. l A reforma educacional brasileira ao tratar da quest o da organiza o escolar estabelece v nculos com o funcionamento e com as pr ticas burocr ticas da escola Abarca somente aquilo que fact vel de avalia o A escola como institui o de exist ncia est para al m da organiza o burocr tica e pontual Em que medida poss vel definir o campo educacional ou a unidade escolar como institui o Em que medida a organiza o e a institui o podem enquanto categorias de an lise estabelecer diferen as significativas Torna se necess rio resgatar inclusive o significado que deve ser atribu do ao sistema educacional particularmente ap s a reforma dos anos 1990 para se pensar a escola na dimens o de projeto 4 1 INSTITUI O OU ORGANIZA O PROBLEMAS DECORRENTES DA CONCEP O DA ESCOLA COMO INSTITUI O Apesar de muito se falar e defender a educa o como institui o e sua liga o com o p blico face organiza o e vincula o com o privado o conceito de institui o dentro da sociologia mostra se por demais amb guo fundamental a reflex o sobre as tens es te ricas entre as diferentes concep es e sobre a institui o e por conseguinte a organiza o em uma breve interlocu o entre a sociologia e a psican lise tendo a dimens o educacional como horizonte Etimologicamente lat Institu io nis cria o forma o HOUAISS 200
324. l 2 Conhecimento da realidade educacional do pa s 3 Formula o de uma teoria educacional com uma vis o global capaz de proporcionar uma pr xis intencional comum SAVIANI 1996 O autor conclui ap s analisar os itens acima destacados que n o foi consolidado um sistema educacional no Brasil com a LDB4 024 61 visto que n o foram preenchidas as condi es para que houvesse um sistema educacional porque as condi es acima destacadas n o poderiam ser preenchidas Em especial a constru o de uma pr xis intencional comum porque a sociedade brasileira uma sociedade de classes O sistema educacional somente sendo poss vel em uma 172 sociedade sem classes estaria ligado desta maneira a um programa de transforma o da sociedade A an lise de Saviani 1996 ser criticada por Rom o que ir destacar que negar a exist ncia de sistemas educacionais em sociedades hierarquizadas desconhecer as tens es que existem entre oprimidos e opressores e o movimento dial tico da hist ria que n o se restringe aos conflitos de classe Abreu 1999 escreve que para Eust quio Rom o os sistemas educacionais nasceram da necessidade de tornar a educa o intencional Portanto a inten o comum nem um fato pr vio institucionaliza o dos sistemas nem se configura como uma identidade de objetivos que pressuponha a inexist ncia de antagonismos Pelo contr rio esta inten o comum resulta das a es conc
325. l e na comunica o em particular GUIDENS 2001 p 247 poss vel afirmar que Habermas vinculado inicialmente filosofia do sujeito em sua primeira fase assume a filosofia da linguagem em um segundo momento Ao fazer a cr tica da filosofia da consci ncia Habermas destaca a primazia do sujeito e da subjetividade tendo como elemento fundamental a autoconsci ncia epist mica a consci ncia primeiramente autoconsci ncia O sujeito caracterizado mais pelo conhecimento que tem de si pr prio do que pelo conhecimento da realidade estabelecendo assim a representa o dos objetos 79 Esse autoconhecimento tem como perspectiva a cr tica da filosofia da linguagem s acess vel intuitivamente ent o a corrente de viv ncias do espa o de representa o torna se subjetividade Para a filosofia da linguagem a filosofia da consci ncia renuncia ao acesso direto aos fen menos da consci ncia e substitui o autoconhecimento intuitivo a reflex o ou a introspec o por procedimentos que n o apelam para a intui o ARAG O 1992 p 27 A filosofia da linguagem passou a interpretar a linguagem como forma de express o de representa o de pensamentos possibilitando o acesso p blico s express es gramaticais sem a necessidade de se referir a algo meramente subjetivo Por meio da filosofia da linguagem poss vel estabelecer uma objetiva o da realidade subjetiva Ou seja por meio de uma me
326. l n o fosse a men o do termo lei A lei org nica municipal diferente do conjunto das leis pois n o sancion vel ou vet vel pelo prefeito um processo de organiza o distinto das leis ordin rias No conjunto das outras esferas a lei org nica deve respeito ao princ pio da Constitui o do Brasil do Estado membro a que faz parte e a preceitos constitucionais estabelecidos Como ao munic pio pelo art 30 compete legislar sobre assuntos de interesse local como a organiza o administrativa nem a Constitui o Federal ou a do Estado a que faz parte tem poder sobre ela desde que n o contrarie os princ pios constitucionais Esse um dos preceitos b sicos da autonomia Nesse caso n o h compet ncia entre as esferas mas complementaridade Em rela o ao expresso na Carta de 1988 o munic pio deve respeito conforme sintetiza Aguiar 1995 p 50 a legisla o federal sobre mat rias de compet ncia exclusiva ou privativa da Uni o arts 21 e 22 b legisla o federal sobre normas gerais no mbito da legisla o concorrente art 24 c a princ pios e preceitos estabelecidos da Constitui o Federal e a ele aplic veis art 29 d legisla o estadual sobre mat rias de compet ncia exclusiva ou privativa do Estado art 25 e legisla o estadual sobre normas regionais no mbito da legisla o concorrente 2 do art 24 210 f a princ pios estabelecidos na C
327. l ticos e os funcion rios p blicos s o merecedores de grau limitado de confian a como estrat gia serve se da descentraliza o e do incentivo a criatividade e inova o e utiliza o contrato de gest o como um instrumento de controle dos gestores p blicos grifo nosso Ao verificar os limites do projeto pol tico pedag gico na legisla o educacional brasileira conservadora percebe se que o projeto pedag gico muito mais uma ferramenta de gest o com vistas a ser o contrato de gest o necess rio para o controle dos educadores Talvez o PPE seja uma vers o melhor organizada do que o PPP expressa na legisla o da reforma pois as escolas e dos diretores recebem um manual de como preench lo A descentraliza o da reforma educacional tem a escola como centro mas a autonomia outorgada Como tal espera se pelo controle por meio de avalia es externas conterem a diversidade e fazer com que ela produza resultados claros emp ricos e vis veis em estat sticas oficiais Como destacado anteriormente os recursos para a escola municipalizada e aut noma n o aumentaram como deveriam impossibilitando avan os mesmo nessa proposta operacional Isso reconhecido pelo governo FHC no documento Semin rio Balan o da Reforma do Estado 2002 Nele h o reconhecimento que os recursos da para a reforma foram drenados pelo Ajuste Fiscal O forte interesse no ajuste fiscal inibiu que as mudan as institucionais m
328. la abusavam do poder que lhe era concedido por prerrogativas democr ticas no mbito da 288 legisla o o caso do abuso de diretores que estabeleciam o patrimonialismo em seu cotidiano A posi o desse grupo de media o se tornou inc moda mas n o interferiu na realiza o de v rios congressos dos conselhos de escola e de pr escola em diferentes ocasi es A cidade de Vit ria se configurava como uma das nicas no Brasil a ter um rg o municipal de educa o dessa natureza na poca Por m o trabalho da Frente Vit ria 1989 1992 na educa o do munic pio n o foi um trabalho sem de conflitos tens es ou discuss es Como bem relata Beth Barros 1997 as tens es estruturais que foram colocadas sobre as pessoas evolvidas na educa o do munic pio muitas vezes acabaram por mascarar mediante um discurso autodenominado progressista as rela es de domina o normatiza o que se estabelece p 457 Tais rela es de domina o estavam ligadas a uma pr tica de tutela Tal perspectiva liga se a uma moralidade que impede a produ o de sujeitos singulares como destaca Barros 1997 p 459 Destacamos ainda que as propostas de democratiza o que tenham como pressupostos a educa o como possibilidade de cria o coletiva podem vir a ser na pr tica um esmagamento dos profissionais da rede sob o peso do coletivismo E necess rio estar atento para essas possibilidades
329. la como institui o e ou organiza o o conceito de institui o poliss mico difuso e muitas vezes impreciso Dessa forma tratar a escola como organiza o possibilita uma vincula o concreta com o estabelecimento no conjunto da estrutura burocr tica do poder do Estado A escola como organiza o teria dessa forma um car ter contingencial situada em uma posi o intermedi ria vinculando a dimens o do grupo e a dimens o da institui o em seu conjunto As tens es ocorreriam pois na organiza o estariam presentes tanto os grupos como a institui o A escola como organiza o torna se local de transforma o poss vel dentro dos limites impostos pela sua condi o Por outro lado na administra o formal a escola como organiza o despida de vincula o com a trama simb lica e imagin ria submete se a burocracia educacional aos moldes da empresa capitalista nos moldes do Banco Mundial conforme discutido no sexto cap tulo Sendo a institui o estruturadora de vida ps quica e social a escola como institui o dial gica e autopoi tica se destacaria pela alteridade e constitui o de espa os sociais ps quicos singulares em redes de significa o existencial promovendo ao mesmo tempo pela tens o entre institu do e instituinte a recep o altera o do institu do em um refazer constante A organiza o estaria subsumida na institui o Isso devido ao fato da escola ter na organ
330. las foi estruturada a equipe de Organiza o da Gest o Participativa OGP em 1993 a qual apesar das dificuldades atuou como mediadora principalmente no apoio aos conselhos de escola e aos processos eletivos nas escolas municipais A equipe mobilizava se para resolver os problemas relativos legisla o aos conselhos Era a inst ncia que mediava os conflitos que antes n o se mostravam no mbito da secretaria O Projeto de Organiza o da Gest o Participativa datado de 31 de maio de 1993 exp e os motivos que levaram amplia o e efetiva o de uma equipe de acompanhamento mais pontual aos conselhos de escola Esse documento aventa Algumas unidades escolares procuram encontrar alternativas para solucionar seus problemas e encaminhar um projeto pedag gico germinado na pr pria escola envolvendo toda a comunidade escolar mas essas a es fazem parte de iniciativas isoladas A administra o central vem percebendo esse movimento ao mesmo tempo em que constata um alto grau de depend ncia de outras unidades O excesso de depend ncia das escolas para com a administra o central traz preju zos porquanto diminui a capacidade de inovar criar ou recriar um projeto escolar ao mesmo tempo em que a escola perde agilidade na resolu o de problemas 286 A implanta o dos conselhos de escola veio propiciar condi es de fortalecimento da escola enquanto institui o educativa na medida em que favorece
331. lema da educa o brasileira de gest o m gest o premissa vinculada ao novo padr o de gerenciamento que vem com a reforma do Estado no Brasil Tal mudan a toca no pacto federativo brasileiro estabelecendo uma igualdade n o de percentuais mas de valores para todos os alunos de ensino fundamental de um determinado estado da federa o H um rearranjo subnacional em que os munic pios de determinado estado passam a ter um valor por aluno a ser utilizado e seu sistema ou rede com vincula o espec fica para o ensino fundamental e obrigat rio Se tal munic pio n o tiver alunos matriculados ele poder perder os recursos que ele pr prio arrecadou para a esfera estadual Em se tratando da escola com a autonomia prevista para a unidade escolar os sistemas educacionais estaduais e ou municipais e a LDB 9394 96 aproveitaram para que realizassem parte dos servi os do rg o central assumindo responsabilidades a ela inerentes como institui o educativa como obras compra de merenda materiais de consumo entre outros Apesar de o financiamento ser elemento importante para a educa o de forma geral em especial a educa o p blica e ser fundamental a apropria o por parte dos educadores e sociedade 2 colocou se uma expectativa desmedida em rela o ao A xito de tal pol tica e seu devido reflexo na qualidade da educa o 2 Entre os motivos para que os educadores e a socieda
332. letividades locais 212 eventualmente representa o no seio dos rg os centrais do Estado Pol tica transfer ncia pelo poder central de poderes de ordem pol tica podendo ir at o exerc cio da fun o de governo implicando em qualquer caso o direito de a coletividade aut noma adotar formas jur dicas gerais e incondicionadas normas legislativas e participar na defini o do seu pr prio estatuto poder de auto organiza o A descentraliza o pol tica s se distingue ent o do federalismo pelo fato de este implicar sempre o direito da coletividade aut noma a participar na forma o da vontade federal da o seu poder constituinte e pelo fato da tutela mesmo por causa de oportunidade ser compat vel com a descentraliza o pol tica enquanto que n o o com o federalismo p 247 Quando se comenta a quest o da descentraliza o e se tenta pontuar as formas em que se estabelece necess rio atentar para o sentido que aponta o termo O prefixo latino Des pode qualificar tanto a a o contr ria como uma nega o ou separa o do termo primitivo a que associado CUNHA 1986 necess rio perceber o significado do termo associado ou seja da centraliza o Na ci ncia pol tica tanto a centraliza o como a descentraliza o n o se estabelecem enquanto institui es pol ticas nicas mas f rmulas contendo princ pios e tend ncias modos de ser de um aparelho pol tico ou administrat
333. librar as solu es institucionais devido s novas t cnicas 99 Ill A interroga o que se faz necess ria saber se o sistema organizado dos meios de comunica o de massas influi nas atitudes e disposi es pessoais s quais a sociedade se pode dirigir como recursos para motivar seletivamente um comportamento solid rio o que evidentemente tem por repercuss es indiretas nas possibilidades da pol tica da ci ncia da constitui o da fam lia da religi o entre outros Luhmann 2001 aponta que os sistemas funcionais reagem diretamente aos meios de comunica o sem que as motiva es os forcem a isso Ao mesmo tempo poss vel que os meios de comunica o de massa sejam efetivos na forma o de mentalidades coletivas e que estabele am condi es as quais todo sistema social ter que ter em conta mas n o significa uma atitude massiva uniforme no conjunto da popula o mas a inclus o de certas premissas que est o no mago do sistema de informa o Talvez a mais importante dessas premissas seja a de que necess rio que algo seja novo ou excepcional para que mere a ser comunicado p 58 De forma alguma exclui a repeti o mon tona mas estabelece uma rela o de continuidade x descontinuidade provocando inseguran a e fomentando temores exig ncias e expectativas por parte da popula o Para al m das quest es anteriores a rela o entre improbidade e forma o de sistemas uma das c
334. lidade Encontramo nos por conseguinte perante uma concep o muito peculiar de comunica o entendida basicamente como dispositivo cibern tico destinado a normalizar as rela es sistema meio PISSARA 2001 p 23 Estabelece portanto um corte radical com a concep o de comunica o formal positiva pois refuta inclusive a id ia de pan comuncia o proposta pela psicossociologia sist mica A comunica o como recurso linguagem convencional n o uma garantia segura da performatividade normal dos sistemas Nesse caso importante o aparecimento dos media simbolicamente generalizados dinheiro poder influ ncia verdade amor possibilidade e outras operando como uma esp cie de substitutos da linguagem ou ela mesma de forma a garantir a atua o dos sistemas e tamb m definir novos padr es de entendimento humano compat vel ao contexto complexo das sociedades atuais Como corol rio das observa es destacadas por Luhmann 2001 as an lises de Esteves 2001 Ruiz 1997 e outros que est o presentes em seus diversos trabalhos podem se destacar tr s aspectos Em primeiro lugar os media simbolicamente generalizados n o s o entendidos em paralelo com a linguagem como defendia Parsons Tornam se verdadeiras alternativas a ela substituindo o papel que tem a linguagem nos sistemas convencionais Em rela o l gica interna podem at manter um paralelismo com a 101 linguagem
335. locar no texto constitucional muitas de suas reivindica es VIEIRA 2000 O f rum congregou inicialmente 15 entidades por m devido diversidade de interesses houve rupturas quanto destina o das verbas p blicas uma vez que os movimentos vinculados Igreja apoiavam as escolas comunit rias PERONI 2003 A educa o al ada na Constitui o categoria de Direito Social v lido para crian as adolescentes jovens e adultos Passou a ser direito p blico subjetivo uma prerrogativa do indiv duo fundamental para a cidadania conforme o art 6 Tamb m a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino fundamental Para Cury 2000 p 29 a gratuidade uma novidade 235 O Cap tulo da Educa o no art 206 inciso IV estabelece a gratuidade do ensino p blico em estabelecimentos oficiais Jamais uma constitui o havia posto a gratuidade em n vel nacional ap s o ensino fundamental Isso ficava reservado a autonomia dos estados e munic pios Um dado importante que a Constitui o de 1988 em seu artigo 205 incorporou como princ pio que a educa o toda educa o visa o pleno desenvolvimento da pessoa seu preparo para o exerc cio da cidadania e sua qualifica o para o trabalho A pessoa de que trata o princ pio o conceito de pessoa de Cury 2000 onde destaca que a pessoa vai para al m do sujeito jur dico pois inclui o indiv duo singular a sua inser o no social nas rela es de tra
336. logia abandonar a posi o de l cus de reflex o estando interessada em instruir ou criticar a sociedade como algo situado fora dela A sociedade sendo objeto da sociologia um objeto que se descreve a si mesmo Ao realizar as distin es a sociedade descreve aquilo que permanece sem marca o e aquilo que descreve Esse processo chama se autodescri o a sociedade diferencia se do que n o sociedade estabelecendo as marcas entre o que sociedade e o que n o no caso ambiente Dessa forma como Marcondes 2004 p 439 indica A proposi o de Luhmann paralela figura cl ssica do sujeito Na autodescri o o sistema separa se dos outros ao distinguir autorefer ncia da heterorrefer ncia Luhmann diz que isto j ocorria no caso da consci ncia a consci ncia conforme Husserl opera ao mesmo tempo referindo se ao fen meno e referindo se a si mesma Na autodescri o da sociedade trata se contudo de desligar essa concep o da id ia de s a consci ncia poder realizar isso e generalizar A comunica o se realiza na medida em que distingue informa o a heterorrefer ncia do ato de comunicar auto refer ncia e condensa ambos no ato de entender Por conseguinte a observa o ao se atualizar tem por resultado os sistemas sociais Os sistemas sociais s o para Luhmann sistemas auto referentes cuja opera o b sica de comunica o os obriga a observar se a si mesmos pelo ato de comunic
337. ltimo o sujeito epist mico e confunde se com a raz o que se realiza na hist ria Raz o que guia de si mesma em uma sociedade do progresso e da ci ncia em uma sociedade da plenitude e da distribui o O sujeito cartesiano em Kant atenuado pois o sujeito que pensa s conhece a si mesmo como objeto emp rico como fen meno e n o como sujeito como eu ltimo como coisa em si pois ele desconhecido transcendental Esse sujeito transcendental que s pode ser conhecido por seu passado condi o necess ria para o ato da consci ncia pois torna poss vel toda experi ncia quando se constitui como condi o l gica a priori da experi ncia Esta a condi o do sujeito Se existem objetos porque h o sujeito Al m da experi ncia a coisa em si desconhecida n o redut vel ao sujeito O idealismo alem o ao eliminar a coisa em si fazendo do sujeito um princ pio criador constitui no sujeito a origem absoluta do objeto que passa a ter identidade total MORATO RIU 1996 John Locke ao criticar o inatismo de Descartes reafirma o que est presente em Santo Agostinho e Santo Anselmo concebe a alma humana como uma tabula rasa um papel em branco no qual nada ainda est escrito Ao analisar o conhecimento suas origens e forma o em seu trabalho Ensaio acerca do entendimento humano Locke 1997 p 297 refor a ainda mais a autonomia do sujeito humano e da raz o moderna como a parte em que dest
338. lucros por parte do mesmo O neoliberalismo se insere dentro dessa perspectiva enquanto projeto como uma forma transformada de 191 Estado Esvaziando o conte do pol tico leia se democr tico de sua interven o junto sociedade e restabelecendo a l gica do Estado m nimo onde variada gama de servi os e pol ticas p blicas estatais constru dos sobre a l gica da cidadania e portanto da igualdade seriam descentralizados e resignificados como produtos e mercadorias oferecidos a consumidores agora n o mais como iguais O Estado que sempre propiciou a acumula o e o desenvolvimento do capitalismo global tornou se o grande vil o da crise do capitalismo Conforme Oliveira 1988 justamente porque nos pa ses de capitalismo avan ado o Estado uma condensa o de for as e o espa o de confronto entre uma mir ade de arenas extremamente esquadrinhado e mediado pelo fundo p blico os ataques se dirigem ao Estado pois n o se trata como o discurso da direita pretende difundir de reduzir o Estado em todas as arenas mas apenas naquelas onde a institucionaliza o da alteridade se op e a uma progress o do tipo mal infinito do capital p 25 Principalmente ap s o fim da Uni o Sovi tica a crise atinge um mpeto sem precedentes e as solu es pol ticas parecem poss veis somente pela via do mercado Nesse sentido as transforma es que ocorrem na produ o orientadas pa
339. m necess rio entender a import ncia do partido pol tico para a organiza o da educa o em especial os partidos progressistas como o caso do partido dos trabalhadores N o interesse resgatar toda a liga o hist rica entre o PT e a educa o mas apresentar esta rela o e deter me no governo da Frente Vit ria que teve como Prefeito Vitor Buaiz do PT 1989 1992 na cidade de Vit ria ES conhecida a concep o de Max Weber que um partido pol tico uma associa o que visa um fim deliberado que a conquista do poder pol tico dentro duma comunidade Por m a organiza o partid ria um fen meno novo na Hist ria em especial se considerarmos que somente no s culo XIX que se configuram os partidos pol ticos A quest o partid ria est ligada em especial a uma maior participa o da sociedade civil em uma constru o social dial tica com avan os e recuos mas que se intensificam em momentos de grandes transforma es econ micas e sociais que abalam as rela es de poder consolidadas Como explica Anna Oppo 1995 p 889 em tal situa o que emergem grupos mais ou menos amplos e mais ou menos organizados que se prop e agir em prol de uma amplia o da gest o do poder pol tico a setores da sociedade que dela ficavam exclu dos ou que prop e uma estrutura o pol tica e social diferente da pr pria sociedade Naturalmente o tipo de mobiliza o e os extratos sociais envolvido
340. ma aproximadamente exata de um ponto a outro 69 S o as seguintes as etapas do processo de comunica o na teoria de Shannon e Weaver a fonte informa o produz uma mensagem palavra ao telefone o codificador ou emissor transforma a mensagem em sinais afim de torn la transmiss vel o telefone transforma a voz em pulsos el tricos o canal o meio utilizado para transportar os sinais cabo telef nico o decodificador ou receptor reconstr i a mensagem a partir dos sinais e a destina o pode ser a pessoa ou a coisa qual a mensagem transmitida conforme a figura abaixo Figura 2 Representa o gr fica do modelo de Shannon e Weaver DESTINO ru do mensagem original aparelho aparelho emissor receptor mensagem recuperada codificador decodificador EMISSOR RECEPTOR Fonte Raba a e Barbosa 1995 p 153 A preocupa o com a comunica o mec nica na medida em que seu interesse enfocado nas caracter sticas morfol gicas da mensagem assim como na nitidez da informa o MATTELART 1999 O processo comunicacional reduzido quest o do transporte Como podem as diferen as de compreens o localizar se no interior desse modelo Por introduzir a abordagem t cnica e neutra de seu modelo de informa o e privilegiar a forma foi disseminado como modelo de comunica o informa o em diferentes contextos te ricos biologia lingu stica psicologia e so
341. ma educacional por parte da elite local estava vinculada a metas em comum na regi o a um pensamento em comum e rela o desses elementos com as mudan as na configura o do capitalismo 6 3 1 A confer ncia mundial de educa o para todos em Jomtien 1990 e o Plano decenal de educa o para todos O primeiro acordo que definiu em certa medida a pol tica educacional no per odo foi a Confer ncia Mundial de Educa o para Todos que aconteceu em mar o de 1990 em Jomtien na Tail ndia envolvendo 155 pa ses Esta confer ncia foi realizada pelo Banco Mundial pela UNESCO pelo Fundo das Na es Unidas para a Inf ncia UNICEF e pelo Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento PNUD resultando na aprova o da Declara o Mundial de Educa o para Todos Esta declara o sustenta se na Declara o Universal de Direitos Humanos e na Conven o sobre os Direitos da Crian a Ela inaugurou um grande projeto de educa o em n vel mundial para a d cada que se iniciava BRASIL 2006 Frigotto e Ciavatta 2003 destacam que os objetivos da declara o foram a elimina o do analfabetismo o aumento da efic cia do ensino o melhoramento do atendimento escolar a recomenda o da reforma do financiamento e da administra o da educa o come ando pela redefini o da fun o do governo e pela busca de novas fontes de recursos o estreitamento de la os da educa o profissional com o setor produtivo e entre
342. ma novidade a vincula o com os movimentos civis organizados A Hist ria do PT est articulada ao processo de redemocratiza o da sociedade brasileira e traz de suas origens a luta pelos direitos pol ticos e sociais que foram suprimidos ou n o conquistados pela sociedade brasileira por conta uma elite que sempre teve sob seu controle ou influ ncia o poder pol tico O sindicalismo que constitui as greves de 1978 79 e 80 e diferente da gera o que o precedeu em especial em sua vincula o ao Estado O PT como partido de massa surge ent o por fora do sistema parlamentar como instrumento de Estado e pretende ao contr rio sua radical transforma o O partido desde o in cio de sua funda o e mesmo antes discutia a educa o brasileira seus problemas propostas e em especial o projeto de uma educa o democr tica e comprometida com a transforma o Em documento das primeiras reuni es realizadas em 1980 j enfatiza a democratiza o da escola como proposta DAMASCENO 1988 Paulo Freire escreve que o PT deve diferenciar se em sua pr tica como partido que nasce dos movimentos sociais dos partidos de elite O partido deve assumir o papel de educador e tamb m o de educando das classes populares A sua tarefa formadora como partido de massas e n o de quadros se d na interioridade das lutas populares na intimidade dos movimentos sociais de onde ele veio dos quais n o pode afastar se e com os quai
343. me militar O regime de colabora o foi o caminho utilizado 236 para evitar as ambig idades resgatado da lei 5692 71 em que os estados e munic pios deveriam delimitar as responsabilidades perante os espa os concorrentes A indefini o descrita tamb m por Saviani 1998 que destaca a inadequa o do termo sistema na Constitui o pois d margens a diferentes significados Ao n o deixar claras as atribui es das diferentes esferas n o clarifica adequadamente a necessidade de se constituir um sistema municipal de educa o As escolas integrariam os sistemas estaduais de ensino Por m de acordo com Vieira 2000 a Constitui o foi municipalista Ela parcimoniosa no que diz respeito distribui o de compet ncias dispondo apenas sobre aspectos da responsabilidade da Uni o e atribui es priorit rias dos munic pios e silenciando sobre a responsabilidade estadual p 69 Parece que ao silenciar o papel dos estados buscou definir com maior precis o o local onde ocorre efetivamente a educa o que a escola que est localizada em um munic pio Muitas outras observa es podem ser consideradas destacando se o fato de que ao pulverizar redes de escolas para os munic pios o governo central teria o poder p blico atuando mais pr ximo onde ocorre a educa o o centro administrativo teria maior rapidez para a comunica o com as unidades da rede e tamb m a participa o da
344. me o projeto de reforma do Estado executado no governo Fernando Henrique Cardoso Devido s transforma es do projeto de reforma do Estado no Brasil os munic pios brasileiros que antes de 1988 n o tinham status de ente federativo passaram a assumir pela nova carta outras responsabilidades Com um novo conjunto de ordenamentos ou seja a Constitui o a Lei de Diretrizes e Bases da Educa o a Lei n 9394 96 e a emenda constitucional n 14 que institui o FUNDEF a educa o p blica da maioria dos brasileiros passa esfera municipal N o s o pequenas as consequ ncias deste processo de descentraliza o da educa o brasileira no momento em que cen rios liberalizantes imp em uma nova leitura do papel do Estado tendo como par metro n o mais a democracia mas a economia Um exemplo disso s o os operadores conceituais utilizados como a publiciza o que consiste segundo Pereira 1997 na transfer ncia para o setor p blico n o estatal dos servi os sociais e cient ficos prestados pelo Estado pela transforma o de organiza es estatais em organiza es de direito privado p blica e n o estatal No conjunto dessas mudan as estruturais e conjunturais da educa o brasileira nos quase dez anos de institui o da LDB muitas experi ncias foram acumuladas na 178 educa o principalmente na educa o b sica N o s a educa o brasileira passa por reformas mas o ocaso do Estado de bem esta
345. mentadas assim como as mensagens futuras as expectativas O contexto apresenta se como elemento fundamental para a determina o significa o da destina o da mensagem A mensagem cont m sinal definido como a por o de mensagem pretendida pela fonte e ru do que interfere no percurso de transmiss o A redund ncia tem papel importante pois potencializa o sinal Quanto ao processo de alimenta o nesse diagrama move se tanto no sentido da fonte para a destina o como no inverso Feedforward consiste em uma previs o lan ada na corrente e checada pela fonte possibilitando ajustar seu desempenho em fun o dos acontecimentos mut veis A destina o de forma cont nua tende ou n o a confirmar as expectativas da fonte por meio do feedback retroalimenta o possibilitando ajustamentos no sistema com base nos resultados obtidos SEBEOK apud RABA A BARBOSA 1995 74 O modelo de Sebeok perceptivelmente apresenta alguns elementos que configuram uma mudan a na perspectiva da comunica o mais ampla do que o modelo de Shannon e Weaver Al m disso insere elementos da teoria de sistemas de Bertalanffy e os avan os da neurofisiologia que ocorreram ap s os anos 70 assim como os avan os nos meios de informa o eletr nica e midi tica Representa um modelo de informa o bastante amplo por considerar a perspectiva da semi tica e da biologia que inclui a comunica o n o verbal dos diferentes tipos
346. mentares uma precondi o de sua conex o Os elementos s o considerados como unidades de identidade e diferen a Por conseguinte de acordo com Luhmann 1997c p 111 um acontecimento nico deve incorporar ambas as coisas a identidade consigo mesmo e a diferen a a respeito de si mesmo somente desse modo se estabelece o Nexus Uma a o como a de tocar a campainha de uma porta n o se mostra somente pelo som mas adquire sentido pois a porta pode abrir se O ato de tocar a campainha n o importaria unidade diferen vel mas ao abri la torna se uma outra a o distinta A unidade e diferen a atuariam como no exemplo de forma a constituir a a o Nesse ponto Luhmann resgata Weber e Parsons e a discuss o meio x fim 127 destacando que Weber sup s que a a o pode primeira vista entender se e explicar se utilizando categorias de fins e meios tendo a concord ncia de Parsons Ao introduzir a rela o descrita no contexto do sistema autopoi tico destaca que a diferen a se articula como diferen a de fim e meio e ocorre simultaneamente como unidade da a o Um observador ou um ator como auto observador pode utilizar se em maior ou menor grau de consci ncia portanto um caso de re entry no sentido da l gica de Spencer Brown que introduz novamente uma diferencia o em um campo que deve diferenciar se atrav s dela Ou seja um acontecimento a o converte se em autodescri o articulada e simplificada
347. mo bem destaca Azevedo 2002 o Fundef municipalizou e fez criar redes de escolas onde n o existiam O que exposto acima pode ser corroborado na an lise do Banco Mundial em seu relat rio sobre a municipaliza o da educa o no Brasil 2003 divulgado em dois volumes O relat rio aponta para os ganhos que foram proporcionados pelo fundo como indutor a municipaliza o destacando que fez com que se elevassem as matr culas do ensino fundamental al m da abertura de novas salas de aula Para o banco importante a municipaliza o por diferentes motivos Em rela o expans o ocorrida no per odo de 1996 a 2001 destaca que 247 Para o Brasil como um todo o sistemas municipais que respondiam por 34 da matr cula em estabelecimentos p blicos de ensino fundamental em 1996 passaram a responder por 54 da matr cula em 2001 e a matr cula nos estabelecimentos p blicos de pr escola agora predominantemente municipal BANCO MUNDIAL 2003a p 07 A an lise do Banco indica que quando os centros decis rios est o mais pr ximos da escola h um melhor acompanhamento do que em sistemas estaduais distantes da unidade e com maior burocracia e pessoal administrativo que n o proporciona o adequado suporte do ponto de vista t cnico Com os sistemas municipais h uma maior conec o entre a escola e o rg o central com maior n mero de visitas Al m disso a burocracia que se estabelece bem menor do que
348. mpinas ano XXIV n 82 p 93 130 abr 2008 Os del rios da raz o crise do capital e metamorfose conceitual no campo educacional In GENTILLI Pablo Org Pedagogia da exclus o cr tica aos neoliberais em educa o Petr polis Vozes 1995a p 77 108 Educa o e a crise do capitalismo real S o Paulo Cortez 1995b GADOTTI Moacir Pedagogia da pr xis S o Paulo Cortez Inst Paulo Freire 1995 Escola cidad S o Paulo Cortez 1992 321 GENTILLI Pablo Adeus escola p blica a desordem neoliberal a viol ncia do mercado e o destino da educa o das maiorias In Pedagogia da exclus o cr tica aos neoliberais em educa o GENTILLI Pablo Org Petr polis Vozes 1995 p 228 252 _ Educa o e a crise do capitalismo real S o Paulo Cortez 1995b Neoliberalismo e educa o manual do usu rio In GENTILLI Pablo SILVA Tomaz Tadeu da Org Escola S A quem ganha e quem perde no mercado educacional do neoliberalismo Bras lia CNTE 1996 p 9 49 GIDDENS A As conseqii ncias da modernidade S o Paulo UNESP 1991 GOMES Pedro Gilberto T picos de teoria da comunica o S o Leopoldo UNISINOS 1997 GON ALVES Maria D diva de Sales Autonomia da escola e neoliberalismo Estado e escola p blica 1994 Tese Doutorado em Educa o Pontif cia Universidade Cat lica de S o Paulo GRACINDO Regina Vinhaes Os sistemas municipais de ensino e a nova LDB limi
349. mundo p 194 Apesar do exposto o capitalismo Industrial e a explora o e o dom nio do mundo natural levou nos ao caminho do colapso ambiental Com a cria o de m quinas de guerra altamente sofisticadas pela primeira vez na hist ria h potencial para destruir toda a vida no planeta de uma s vez Por outro lado a efetiva o desse projeto possibilitou a cria o de uma ci ncia aut noma com elevada capacidade de controle das doen as amplia o da urbaniza o possibilidades de incremento na capacidade da produ o de alimentos e em v rias outras reas Esse tipo de pensamento convincente do ponto de vista da explora o econ mica dos recursos passou ao largo do movimento de emancipa o A esse respeito Stein 2001 destaca que o conceito de modernidade apresentava se como uma embalagem e n o tanto como conte do Ou seja a modernidade estabelecia o fasc nio pelo aspecto exterior o qual cria uma apar ncia de raz o a ci ncia e a t cnica e n o pelo conte do a verdadeira raz o s o afirmados desde 31 o Iluminismo s o os conte dos de racionalidade em n vel do conv vio da humanidade de racionalidade na economia de racionalidade na organiza o pol tica de racionalidade como manifesta o democr tica de racionalidade como respeito aos direitos humanos etc Esse conte do da modernidade n o se transmitiu junto com a modernidade do ponto de vista puramente formal e exterior p
350. munica o n o possu am um poder hipn tico e alienador conforme lhe atribufam POLISTCHUK TRINTA 2002 Partia da premissa que todo ser humano tem como caracter stica a capacidade para a realiza o de escolhas e n o somente pertencia a uma massa que reagia A esse respeito realizou v rias pesquisas emp ricas e evidenciou a import ncia do grupo prim rio o que lhes permite apreender o fluxo de comunica o como processo em duas etapas no qual o papel dos l deres de opini o se revela decisivo E a teoria do two step flow No primeiro degrau est o as pessoas relativamente bem informadas porque diretamente expostas m dia no segundo h aquelas que frequentam menos a m dia e dependem dos outros para obter informa o MATTELART 1999 p 48 68 O conceito de duplo est gio do fluxo comunicacional postulava como descrito na cita o acima que as id ias se irradiam dos meios de comunica o para os formadores de opini o e destes para os setores menos ativos do p blico Os meios de comunica o apresentam ainda na teoria de Lazarsfeld uma narcotizing dysfunction em que o excesso de informa es leva ao alheamento Outros estudos o levaram a afirmar que entre o p blico h uma postura seletiva em rela o informa o principalmente entre os leitores e ouvintes de r dio Os efeitos proporcionados pela m dia n o podem ent o ser caracterizados como mudan a mas como refor o j que i
351. n o pode ser vista como simplifica o mas como rela o entre complexos necess rio conforme Luhmann colocar a quest o da unidade do elemento porque somente com unidade de aplica o dentro do sistema o elemento se auto constr i pelo sistema no qual atua como elemento Como implica o os sistemas somente podem se constituir por diferencia o estabelecendo distin o do ambiente em que est inserido meio Os elementos s o formados pelos sistemas e se constituem as unidades ltimas e insol veis Portanto sempre h um ambiente interior como pr condi o de exist ncia p 104 Em rela o ao conte do s cio biol gico do trabalho de Luhmann importante destacar que para ele o trabalho de Maturana e Varela representa uma teoriza o dentro do conjunto das teorias cl ssicas da consci ncia Mesmo assim afirma que carece de aportes de a partir da sociologia Faz uma releitura partindo da tradi o sociol gica europ ia Tendo como base a teoria da a o questiona a sua aplicabilidade e os limites da autopoiesis da forma como colocada por Maturana Todas as tradu es das cita es s o de responsabilidade do autor desta tese Entendo que sua obra se insere em um estrutural funcionalismo pois no conjunto de sua obra se estabelece di logo com diferentes reas do conhecimento seguindo portanto a tradi o do pensamento social moderno
352. nal tico Isto porque as institui es toleram e aceitam relativamente n veis heterog neos e polil gicos que constituem sua base metaf rica tornando poss vel a constitui o de espa os ps quicos singulares A abordagem da psican lise sobre a institui o aponta para o aprofundamento dos esquemas conceituais sobre o significado da institui o e os motivos de sua recusa enquanto ferramenta anal tica Por esse motivo faz se necess rio definir ent o se poss vel entender a escola como institui o sem hipostasiar uma rela o ideal e ao mesmo tempo n o cair no relativismo o qual n o tem destino algum a n o ser rodar em c rculos sem um destino aparente Como destacado o conceito de institui o poliss mico difuso e muitas vezes impreciso Dessa forma tratar a escola como organiza o possibilita uma vincula o concreta com o estabelecimento no conjunto da estrutura burocr tica do poder do Estado A escola como organiza o teria dessa forma um car ter contingencial situada em uma posi o intermedi ria vinculando a dimens o do grupo e a dimens o da institui o em seu conjunto As tens es ocorreriam pois na organiza o estariam presentes tanto os grupos como a institui o A escola como organiza o torna se local de transforma o poss vel dentro dos limites impostos pela sua condi o Por outro lado na administra o formal a escola como organiza o despida de
353. nfantil torna se mais clara V rias mudan as ocorreram entre elas a responsabilidade pela educa o infantil e ensino fundamental a op o por constituir sistemas educacionais nos munic pios al m dos conselhos municipais de educa o a emerg ncia do FUNDEF e o rateio do escasso dinheiro da educa o na unidade federativa proporcionando a descentraliza o das escolas de ensino fundamental que passaram em sua maioria para a esfera municipal os avan os no direito a educa o e uma maior responsabilidade para com as crian as e jovens a partir do estatuto da crian a e do adolescente a cria o dos conselhos tutelares a necessidade de administrar uma educa o infantil com verbas diminutas entre outros Todas essas mudan as na sociedade e na pol tica tanto no mbito nacional como no internacional passam pelas transforma es do capitalismo em seu conjunto do neoliberalismo e do conjunto de op es pol ticas institu das por organismos internacionais e apropriadas pelas elites locais Fez se necess rio o resgate da experi ncia de Vit ria 1989 1992 para discutir a necessidade de media o entre a escola x sistema Nesse conjunto de 21 articula es o sistema educacional municipal torna se outra inst ncia de poder local e de refor o da pol tica educacional As escolas como institui es singulares organizam se de forma particular face ao c digo estabelecido e o local onde se produz subjetivida
354. ng Gomes o prefeito Luis Paulo Veloso Lucas PSDB que governou o munic pio em duas gest es consecutivas ap s Hartung resignificou toda gest o educacional do munic pio Tendo a reforma educacional como justificativa assumiu o pacote de mudan as do Governo Federal buscando alinhamento incondicional s propostas O executivo retomou seu espa o tradicional no conjunto do sistema apesar das resist ncias 283 7 1 3 A democratiza o da gest o escolar em Vit ria ES Um dos eixos da pol tica educacional municipal foi a gest o democr tica Por m o projeto de gest o n o estava fora do que havia se discutido no Partido dos Trabalhadores e est presente em v rios documentos como o das Diretrizes Pol ticas para a Educa o destacado anteriormente Nessas diretrizes a gest o democr tica elemento chave Por m necess rio considerar tamb m que a situa o das escolas de Vit ria antes da gest o do PT era contaminada pelo clientelismo e segundo os dirigentes da poca o corporativismo dos educadores de acordo com um documento intitulado Educa o e desenvolvimento municipal de autoria do CENPEC UNICEF 1992 O depoimento daqueles que estavam frente do sistema educacional municipal indicava que era invi vel a reestrutura o da educa o municipal sem que a escola fosse realmente p blica Para tal tarefa e no conjunto das discuss es com os diferentes segmentos da escola tornou
355. no o de sistema em rela o com meio ambiente Nos anos 50 estrutura se a teoria que tem como pretens o elaborar um conjunto coerente de conceitos gerais que poderiam ser utilizados tanto nos processos f sicos ou mec nicos quanto nos processos biol gicos e sociais O conceito de sistema constitui a no o central dessa teoria de preens es interdisciplinares Um conjunto de conceitos organizado no mbito da teoria muitos deles criados e ou adaptados a TGS Entre eles o isomorfismo caracter sticas id nticas aproximadas entre diferentes sistemas sistemas abertos e fechados subsistemas inputs e outputs regula o e manuten o estabilidade A esse respeito ver Vasconcelos 2002 Martelat 1999 Boudon amp Bourricaud 2001 e Schwartzenberg 1979 165 equil brio homeostasia entropia integra o diferencia o interdepend ncia din mica entre outros SCHWARTZENBERG 1979 A pretens o de universalidade da TGS era de estabelecer condi es para a ruptura do quadro te rico de ent o mecanicista l gico causal e linear Entre as proposi es que fundamentam a TGS est a compreens o de que a Sendo a realidade complexa e integrada n o poss vel separar os fen menos das coisas e de seu ambiente visto que eles s o interligados b Sendo a realidade sist mica somente pode ser compreendida por uma abordagem n o disciplinar devido aos limites disciplinares que produzem reducionismos ao s
356. nomia flexibiliza o no or amento e administra o sendo as escolas incentivadas para buscar formas de capta o de recursos para al m do financiamento p blico flexibilidade quanto s rela es de trabalho Dessa forma a discuss o sobre a centralidade da escola na pol tica educacional brasileira que contempla uma variada s rie de fatores n o deve deixar de lado nem a influ ncia da discuss o internacional nem a pertin ncia do discurso dos organismos multilaterais assim como a discuss o da comunidade acad mica brasileira ou as propostas de educadores que colocaram em evid ncia Por outro lado mostra que a escola n o vista como produtora de singularidades e sim esperado que respondam s expectativas por meio de avalia es padronizadas e realizem delas o que se espera de uma escola abstratamente inferida e n o como institui o permeada por conflitos resist ncias diferen as a partir de dentro 261 6 4 3 2 O projeto pol tico pedag gico como organizador da escola A dimens o de um projeto permeando a educa o antiga Mesmo sem a consci ncia clara dos elementos que regulamentam a educa o e a escola eles est o presentes no conjunto das pol ticas educativas e das expectativas que se tem sobre a escola A escola a educa o controlada pelo estado tem seu projeto calcado na modernidade Ela filha do esclarecimento e herdeira da tradi o racionalista N o se p
357. ns sobre os outros o esclarecimento se torna cada vez mais negativamente id ntico ao seu contr rio Como pode ser poss vel a emancipa o social se a estrat gia para alcan la e suas justificativas levam a situa es de domina o impens veis Como destacam Horkheimer e Adorno 1985 p 19 ao iniciar a explica o sobre o conceito de esclarecimento Iluminismo ou Aufkl rung 34 No sentido mais amplo do progresso do pensamento o esclarecimento tem perseguido sempre o objetivo de livrar os homens do medo e de investi los na posi o de senhores Mas a terra totalmente esclarecida era o desencantamento do mundo Sua meta era dissolver os mitos e substituir a imagina o pelo saber O ponto central da cr tica na dial tica o formalismo da raz o tal como escrito por Kant em especial na indiferen a da raz o diante de qualquer objeto determinado ou seja a submiss o da subst ncia forma Se o objeto identificado em subst ncia com a natureza exterior e principalmente interior for algo a dominar o sujeito prende se aos imperativos de sua segunda natureza a domina o A raz o formalista mostra se como princ pio de domina o o contr rio da emancipa o O lado obscuro dessa raz o que aspira a emancipa o est precisamente no esfor o que ela mesma executa para se libertar O pensamento no sentido do esclarecimento a produ o de uma ordem cient fica unit ria e a deriva o do conhec
358. nt o um imperativo da transgress o dos interditos que amplia a toler ncia em todos os campos O exclusivo e nico imperativo que as mercadorias circulem Por essa desinstitucionaliza o h a dessimboliza o dos indiv duos que indica um processo que visa desembara ar a troca concreta que a excede ao mesmo tempo que a institui seu fundamento p 200 Por esse mecanismo tudo que remete esfera transcendente dos princ pios e ideais e que n o pode ser transformado em mercadoria ou servi o desacreditado O objetivo seria o de erradicar nas trocas o componente cultural que sempre particular A perspectiva de Dufour 2005 agrega a linguagem Ao resgatar Lacan em seu trabalho mostra a necessidade de se realizar an lises que considerem o componente a psican lise e n o somente as ci ncias sociais Em linhas gerais a reflex o realizada neste cap tulo vislumbra ampliar as possibilidades anal ticas para entender a escola como institui o e a comunica o como um processo complexo que incorpore parte das discuss es realizadas nesse cap tulo 60 2 FILOSOFIA DA LINGUAGEM E TEORIAS DA COMUNICA O PERSPECTIVAS A filosofia da linguagem marcou o momento de virada em termos de uma outra perspectiva de an lise social que fosse al m de um ou outro regime de verdade A filosofia da linguagem possui duas acep es a primeira estrita investiga a natureza e o funcionam
359. nterpretam o meio social imediato pois o p blico n o se comporta de maneira passiva ou completamente desprovida de criticidade POLISTCHUK TRINTA 2002 N o portanto dif cil de entender a influ ncia de Lazarsfeld nos meios publicit rios de pesquisa e de marketing privados A sua postura em rela o pesquisa administrativa e aos trabalhos vinculados rea econ mica e pol tica e seu afastamento da rea social no p s guerra associa se vis o de que a sociedade americana de sua poca era um sistema democr tico O segundo modelo aqui chamado de modelo de informa o foi desenvolvido por Shannon e Weaver Sob o t tulo de Mathematical Theory of Communication Shannon publicou em fins dos anos 40 uma monografia baseada em suas experi ncias para qual teve a colabora o e os acr scimos de Warrem Weaver que realizou pesquisas durante a Segunda Guerra mundial sobre as grandes m quinas de calcular O trabalho com c digos secretos criptografia durante a guerra levou o a formular as hip teses que fundamentam seu texto importante considerar que o modelo de informa o desenvolvido n o tinha pretens o de ser paradigma para a rea de ci ncias sociais e sim possibilitar economia e efici ncia no sistema de comunica o Mesmo assim utilizou a biologia do sistema nervoso como um fundamento em sua pesquisa A preocupa o b sica era fazer com que uma mensagem fosse reproduzida de for
360. ntexto das ci ncias humanas em particular a filosofia e a sociologia importante colocar em evid ncia a pol mica Habermas x Luhmann tendo como eixo a quest o da comunica o e linguagem destacando o pensamento de Luhmann a teoria de sistemas e a comunica o A discuss o entre esses dois autores possibilita um outro ngulo de an lise sobre a rela o comunica o e linguagem na rela o descrita por Habermas como sistema fechado autopoi tico x intersubjetividade gerada pela linguagem A disputa te rica entre os dois soci logos alem es expressa dois projetos te ricos em evid ncia dois regimes de pensamento um projeto se estabelece tendo como um dos pressupostos fundamentais a psican lise sistema psicol gico e aposta portanto na opacidade na diferen a e na disputa O outro se funda no consenso intersubjetivo proporcionado pela linguagem como consenso e validade universal No conjunto amplo das teorias de comunica o a perspectiva de Luhmann e a teoria de sistemas prop em uma abordagem singular na qual a comunica o o elemento chave A rela o entre improbabilidade da comunica o e a forma o de sistemas autopoi ticos s o elementos centrais na teoria de Luhmann Habermas por sua vez estabelece um contraponto cr tico a Luhmann devido sua recusa em aceitar a teoria da a o comunicativa e o consenso tal como se apresenta na teoria da a o comunicativa As abordagens em rela
361. nto de ego adotando uma posi o de sim ou n o em rela o a esse conte do e consequentemente de concord ncia ou discord ncia em rela o pretens o de validade embutida no conte do do proferimento do ego ARAGAO 1992 p 28 Considerando se a linguagem como forma de comunica o humana ela visa o entendimento Esta sua fun o imanente Prop e uma abordagem te rico comunicativa que tenha em conta o uso que se faz da linguagem na rela o estabelecida entre falantes e ouvintes tendo Austin como base Faz se necess rio resgatar Austin para melhor entendimento do pensamento habermasiano 2 2 1 Austin e a teoria dos atos da fala e a pragm tica universal de J rgen Habermas Austin 1911 1960 desenvolve seu trabalho te rico com a teoria dos atos da fala Tem como base de seu trabalho a teoria dos performativos posteriormente a substitui pela teoria dos atos de fala ou teoria das for as ilocucion rias A fun o da linguagem comunicar segundo a teoria dos atos performativos tem como elemento inicial os proferimentos utterances que s o atos de emiss o de frases realizados por indiv duos no cotidiano A teoria da fala aplicada por J R Searle tem a linguagem como meio de intera o social Searle parte do princ pio de que sempre que somos bem sucedidos ao dizer alguma coisa realizamos tr s atos Ato locucion rio de dizer alguma coisa ou proferir uma senten a
362. nto do poder de decis o para as escolas na pr tica a pr pria sistem tica de co financiamento internacional imp e instrumentos de controle sobre os projetos como manuais para acompanhamento e planejamento de a es al m de normas para utiliza o e presta o de contas do dinheiro repassado escola e tamb m para o uso dos materiais e do espa o escolar Se de um lado esses instrumentos ajudam a organizar o trabalho rotineiro da escola de outro dificultam ou at mesmo impedem as decis es aut nomas sobre outras quest es mais pedag gicas como a forma o docente e a melhoria das condi es de trabalho em sala de aula p 309 Esse modelo de projeto est ligado indissoluvelmente vertente gerencial de organiza o do Estado brasileiro Essa vertente em cujos fins est o combate corrup o orientada para o cidad o confunde se com o neoliberalismo e torna se sua express o Quando se trata do projeto pedag gico que ampara a autonomia da escola e essa autonomia em fun o de resultados avaliados por ranking nacional estamos falando de um modelo gerencial que se incorpora na reforma educacional 265 A reforma educacional brasileira descentralizadora com foco na escola parte desse princ pio Conforme Bresser Pereira 1996 p 28 algumas caracter sticas b sicas definem a administra o p blica gerencial orientada para o cidad o e para a obten o de resultados pressup e que os po
363. ntramento do sujeito moderno O sujeito cartesiano a materializa o da raz o moderna Por m questionado e transformado em sujeito transcendental por Kant tem sido problematizado na filosofia em especial na segunda metade do s culo XX Deleuze 1990 indica que o conceito de sujeito cumpriu suas fun es h muito tempo Em primeiro lugar desempenhou a fun o de universaliza o e o fez em um contexto de atos no ticos e ling sticos e n o por ess ncias objetivas Em segundo lugar o sujeito cumpre a fun o de individualiza o A pessoa n o pode mais ser entendida como coisa ou alma mas sim como uma pessoa viva que fala e com quem se fala Ent o o eu universal e o eu individual tem liga o A singulariza o que vem se impondo no campo do conhecimento problem tica em rela o ao sujeito n o somente como oposi o ao universal mas como elemento que pode ser prolongado proximidade do outro O agenciamento ou dispositivo que indica uma emiss o e distribui o de singularidades constitui um campo transcendental sem sujeito O que est colocado n o contrapor verdadeiro e falso mas o singular e o regular o not vel e o comum A complexidade das quest es que s o colocadas requer novos conceitos para dar conta dos novos desafios te ricos Diferentes descentramentos do sujeito s o colocados por Hall 2001 de forma sint tica mas que possibilitam a compreens o do centro da crise te
364. o O resgate da discuss o modernidade p s modernidade necess rio para perceber que a passagem para uma filosofia da linguagem comunica o liga se crise do sujeito moderno e emerge com a for a que instaurada por uma outra filosofia que estabelece no horizonte da linguagem O esfor o de Habermas em constituir uma teoria da a o comunicativa bastante interessante O trabalho que realiza tem fundo humanista e tem a pretens o de se constituir como a continuidade da tradi o cr tica da Escola de Frankfurt Seus esfor os s o de tamanha intensidade que o soci logo fil sofo consegue n o s apresentar uma nova teoria mas perpetuar a tradi o evitando o rompimento com seu passado moderno O trabalho de Habermas escolhe o caminho da tradi o da filosofia da linguagem para explicar a comunica o A teoria de Luhmann ao contr rio aporta se no processo de comunica o e de sentido O primeiro resgata e continua a tradi o filos fica ocidental O segundo a critica e busca a supera o Da rivalidade te rica poss vel refletir sobre a crise da sociologia e tamb m do sujeito moderno Diante dos autores necess rio posicionar se e essa n o uma situa o confort vel pois ambos em suas an lises trazem situa es e posi es que s o particulares e levam a verdadeiros paradoxos Necess rio portanto resgatar os conflitos e a perman ncia dos autores para seguir adiante Embo
365. o Plano decenal s o reconhecidos como necess rios pois a centraliza o burocr tica em tr s inst ncias governamentais vem historicamente impedindo a escola de criar uma identidade e ter o compromisso p blico com o desempenho Dessa forma o documento destaca que a institui o escolar caracterizou se pela falta de autonomia did tica e financeira e pela aus ncia de participa o da comunidade Esses fatores constituem obst culo para a constru o e a excuss o de um projeto pedag gico elaborado a partir das necessidades b sicas da aprendizagem de seus alunos p 2 O documento que apresenta poca um diagn stico da educa o do Brasil expressa a voz da escola como coloca Vieira 2000 Nos governos posteriores a escola assume uma centralidade no discurso e tamb m na pr tica da reforma educacional Tal fato ocorre quando as agendas nacionais e as agendas internacionais passam a tratar do mesmo objeto todavia com nfases diferenciadas Em 04 de maio de 1993 publicado o Plano Decenal de Educa o para Todos afirmando o compromisso do MEC com a erradica o do analfabetismo e com a universaliza o da Educa o B sica no Brasil Tamb m em 1993 realizou se a Confer ncia de Nova Delhi na ndia Al m de seguir as estrat gias de Jomtien foi definido que os nove pa ses mais populosos do mundo Bangladesh Brasil China Egito ndia Indon sia M xico Nig ria e Paquist o deveriam r
366. o antes unificado pelo discurso e poder pol tico do Estado Nacional VIEIRA 1998 Tal din mica deve ser entendida como processo hist rico e n o natural pois segundo Vieira 1998 outras formas de organiza o podem surgir em substitui o ao Estado nacional Um dos elementos que corroboram para a necessidade de supera o dos Estados nacionais que face dimens o dos problemas ecol gicos pol ticos e econ micos s o necess rias institui es de alcance mundial e com legitimidade para executar a tomada de decis es democr ticas Por outro lado os conflitos que ocorrem na escala global expressam a busca do reconhecimento de identidades e defini o de territ rios Essa tens o entre decl nio do Estado Na o e a busca pela identidade do Estado Na o em um mundo que carece de cidadania indica n o s a fragmenta o da concep o atual de Estado mas tamb m o conjunto amplo de pessoas e grupos que nunca tiveram visibilidade no panorama pol tico e que emergem em busca de seu reconhecimento Ainda assim mesmo que o fim do Estado Na o n o esteja vista entre os sintomas de seu decl nio podem se pontuar segundo Vieira 1998 p 107 os seguintes elementos Com o crescimento da interconex o global o n mero e a efici ncia de instrumentos pol ticos disposi o dos governos tendem a declinar sensivelmente O resultado a redu o dos instrumentos pol ticos que permitiam ao Estado o contr
367. o as consequ ncias eventuais do que estamos fazendo a viol ncia s pode permanecer racional se almeja objetivos de curto prazo A pr tica da viol ncia como toda a o muda o mundo mas a mudan a mais prov vel para um mundo mais violento ARENDT 2001 p 57 58 A instrumentaliza o cont nua da sociedade n o uma op o pelo mundo do sistema op o esta nitidamente moderna mas est colocada no processo de codifica o que a modernidade confere subjetividade Se uma sociedade n o pode 48 ser descrita sem que se definam os valores priorizados a cultura ocidental ao priorizar o indiv duo como valor social sobrevive a todo o custo passa a ser a preocupa o prevalente A objetifica o ocorre pois imposs vel para o outro a satisfa o de um gozo de tal caracter stica O que prevalece s o os objetos que gra as revolu o cient fica microinform tica e biologia prometem uma interven o no pr prio ser humano A rapidez e fluidez da modernidade ocorrem devido aos avan os da pr pria raz o cada vez mais necess ria a satisfa o para o preenchimento dos desejos Isso o que destaca Fleig 1999 p 12 ao citar Melman A busca de um objeto que supostamente venha a realizar a promessa de um gozo sem falhas caracteriza o n cleo do sintoma social da cultura moderna Uma solu o para esse impasse pela psican lise seria a realiza o do gozo buscado Mas essa solu
368. o autopoi tica do ps quico que por sua vez estimulam o sistema de comunica es A comunica o limita se a estimular irritar pensamentos no sistema ps quico Isto possibilita entender que uma mesma comunica o estimule pensamentos diferentes em distintos interlocutores c Da cr tica entre Luhmann e Habermas infere se na coloca o dos autores fragilidades nos modelos te ricos colocados importante lembrar que ambos partem das mesmas matrizes como Weber e Parsons Por m s o 311 incomensur veis na medida em que traz a possibilidade de tornarem se teoria para a sociedade Pela leitura do texto dos dois autores Luhmann foi o que mais acrescentou de contribui es de outros pensadores no decorrer de seu trabalho Mesmo Habermas em seus ltimos escritos de 2002 parece estar revendo os conceitos que s o alvos de cr ticas Entendo que importante manter um contraponto cr tico com as teorias sobre a sociedade de forma a invoc la como comunidade argumentativa em uma reflex o heur stica sobre quest es problematizadas no contexto da exist ncia concreta Por m nem Habermas considerou a Escola institui o na sua filosofia da a o comunicativa e mesmo Luhmann menciona a escola como institui o autopoi tica Tamb m a exposi o sobre o mundo da vida n o remete ao simbolismo que a institui o representa como destacado no quarto cap tulo por outros autores Na an lise da esco
369. o bloco do poder De forma que existiria uma autonomia relativa com a finalidade de preservar o interesse geral da burguesia pois a hegemonia estaria somente com uma de suas fra es As contradi es de classe assim fariam parte como constituintes organizadoras e teriam efeito no funcionamento da pr pria institui o A an lise do autor mant m sua atualidade em rela o emerg ncia da globaliza o expans o do capitalismo financeiro e s economias que se tornam ref ns de seu poder de investimento Na abordagem em destaque o Estado n o compreendido como coisa instrumento passivo e manipulado por uma fra o de classe sem nenhuma autonomia ou sujeito com autonomia absoluta e como inst ncia racionalizante da sociedade civil mas o Estado capitalista seria como uma rela o mais exatamente como a condensa o material de uma rela o de for as entre classes e fra es de classe tal como ele expressa de maneira sempre espec fica no seio do Estado p 147 Como rela o de for as o Estado pressup e que uma fra o de classes ou uma coaliz o est sobreposta s demais dentro do jogo de interesses estabelecido no seio da sociedade buscando compatibilizar as press es antag nicas A resposta as press es estaria ent o limitada n o oblitera o do processo de acumula o e s condi es hist rico sociais da posi o dos diversos atores no jogo de for as As pol ticas sociais
370. o com a discuss o de sua atualidade Pergunto ent o quais os fundamentos que est o presentes nas discuss es de nosso tempo Se por fundamento entende se conjunto de regras base s lida que legitima ou autoriza algo HOUAIS 2001 a resposta a meu ver que estamos vivendo um momento de transi o paradigm tica e paradoxal Por um lado vivemos em um ambiente de liberdade de pensamento de incertezas riscos e possibilidades convivendo ao mesmo tempo com a reconstru o de velhas catedrais modernas A globaliza o ou mundializa o do capitalismo o neoliberalismo a absolutiza o das rela es de mercado e a exacerba o dos fundamentalismos t m proporcionado aos seres vivos do planeta um estado de constante alerta sofrimento degrada o e exclus o Essa rela o paradoxal pois h um vazio valorativo Cada vez mais a percep o de uma aus ncia de universalidade de fundamenta es de escolhas entre pares de opostos tradicionais socialismo liberalismo bom mau certo errado complexifica se quanto mais distante da modernidade estamos Como destaca Fernando Savater 2004 p 169 vivemos em um tempo em que a conting ncia a escolha mais adequada pois ela celebra tanto o temor do bem que nos dado como a sombra do que nos falta Nem o bem nem a beleza s o propostas imut veis eternas que nos aguardam no exterior da caverna dessa f
371. o com as inst ncias superiores O que diferencia a escola de outras inst ncias precisamente a sua singularidade enquanto estrutura que tem determinado grau de autonomia no conjunto das outras institui es al m de se organizar em virtude de um projeto espec fico e trabalhar como institui es de exist ncia A quest o ent o se coloca pensar a escola e a comunica o que se instaura e a institui requer o resgate do que significa a comunica o estabelece um conjunto anal tico poss vel para an lise dessa rela o Quando se aborda a comunica o emerge outro conceito que muitos autores t m como pressuposto a informa o Etimologicamente do latim inform i nis a o de formar de fazer fabrica o esbo o desenho plano id ia concep o forma o forma Em seu sentido lato a informa o aparece com sin nimo de dado informe HOUAISS 2002 De acordo com Pasquali apud GOMES 1997 comunica o se distingue de informa o porque informa o o envio de mensagens sem a possibilidade de retorno n o mec nico em que o protagonista o emissor apassivando o receptor Comunica o ao contr rio aquela que produz e sup e uma intera o biun voca Ela s poss vel entre sujeitos de deposit rios do com saber e capacitados transmiss o e recep o Tem a ver e implica di logo Desse modo um interc mbio de mensagens com possibilidade de
372. o formal passiva ou imagin ria somente subordina as pessoas como o bem estar que s traz obedi ncia reduzindo o cidad o a consumidor necess rio colocar aqui a discuss o de Poulantzas 1985 sobre a materialidade do Estado quando afirma que ele baliza um campo de lutas Entre elas as das rela es de produ o organiza o de mercados e rela es de propriedade instituindo o dom nio pol tico e instaurando a classe politicamente dominante marcando e codificando as formas poss veis de divis o do trabalho pois onde existe divis o de classes h portanto luta e poder de classe existe o Estado o poder pol tico institucionalizado p 45 Apesar da posi o estruturalista do autor em destaque tal resgate se faz necess rio face emerg ncia de um discurso que aponta o consenso e as rela es eu tu como elementos fundantes para a mudan a social Para Poulantzas 1985 a materialidade institucional do Estado n o deve ser reduzida ao dom nio pol tico somente mas deve ser prioritariamente buscada na rela o desse com as rela es de produ o e o processo de divis o do trabalho Quanto especificidade do Estado como inst ncia privilegiada da qual a burguesia como classe historicamente se apropriou para a domina o pol tica Poulantzas cita que a ossatura material primeira est na separa o relativa do Estado e das rela es de produ o sob o capitalismo no qual O fundamento dessa separ
373. o monop lica obedeceu urg ncia de viabilizar um objetivo prim rio o acr scimo dos lucros capitalistas 185 atrav s do controle dos mercados Assim para efetivar se com chance de xito ela demanda mecanismos de interven o extra econ micos Da a refuncionaliza o e o redimensionamento da inst ncia por excel ncia do poder extra econ mico o Estado NETTO 1992 16 20 O Estado que sempre esteve presente como constitutivo do pr prio capitalismo na fase monopolista assume uma forma transformada participando ativamente do processo produtivo articulando fun es pol ticas com econ micas tornando se organizador da economia e regulador das crises Como inst ncia de poder pol tico e econ mico passa a desempenhar uma multiplicidade de novas fun es transferindo recursos sociais e p blicos aos monop lios obrigado n o s a assegurar continuamente a reprodu o e a manuten o da for a de trabalho ocupada e excedente mas compelido a regular a sua pertin ncia a n veis determinados de consumo e sua disponibilidade para a ocupa o sazonal e o faz mediante os sistemas de previd ncia e seguran a social principalmente bem como a instrumentalizar mecanismos gerais que garantam a sua mobiliza o e aloca o em fun o das necessidades e projetos do monop lio p 23 Offe 1984 busca analisar as sociedades contempor neas de Capitalismo avan ado na qual o Estado assume cres
374. o per odo FHC 1995 2002 a coaliz o do federalismo brasileiro estava consolidada em um arranjo que beneficiou o centro e os interesses dos grupos que compunham o Estado a alian a do PSDB e PFL partidos que representavam o velho capitalismo brasileiro 218 e o novo capitalismo financeiro Haddad 1998 apud PERONI 20083 p 98 lembra que a rela o entre as institui es multilaterais e os atores locais n o corresponde a um alinhamento incondicional mas Acreditamos ao contr rio que os atores respons veis pelas pol ticas nacionais t m papel relevante no processo de negocia o e direcionamento dessas pol ticas Fica claro evidentemente que quanto mais pr ximos s o das pol ticas gerais que conformam o atual contexto de desenvolvimento do capitalismo internacional mais facilmente os acordos ser o firmados e os portf lios cumpridos Sob o ponto de vista da soberania de um Estado aut nomo como o Brasil a atua o de for as externas para a elabora o de pol ticas educacionais somente poss vel por anu ncia do grupo pol tico as elites locais do momento hist rico em quest o Isso significa que as influ ncias devem ser pensadas como tal e n o como imposi es de for a Dito de outra forma mesmo hegemonicamente colocadas as propostas de reforma do Banco Mundial precisam ser materializadas em pol ticas educacionais e ou planos que foram objeto de pleitos em grande parte da sociedade c
375. o por Lasswell proporcionou a expans o da teoria da comunica o e de reas espec ficas de estudo com a publica o de seu trabalho em 1948 Ao fazer a separa o entre comunicador control analisys no conte do contents analysis ao meio media analysis na rea o do p blico audience analysis e na abrang ncia da impress o ocorrida na recep o effect analysis estabeleceu um modelo para a teoria funcionalista da m dia Efetivamente foram privilegiadas a an lise do conte do e a an lise dos efeitos que se correlacionam POLISTCHUK TRINTA 2002 Dessa forma as tr s principais fun es dos processos de comunica o na sociedade na teoria de Lasswell s o a vigil ncia do meio desvelando o que poderia afetar o sistema de valores em uma comunidade e as suas partes a consigna o de rela es entre componentes de uma sociedade para produzir uma resposta ao meio e a transmiss o da heran a social MATTELART 1999 Sendo um programa de pesquisa realizado no entre guerras tinha como caracter stica uma confian a muito grande no comunicador e no conte do em que a recep o era mensurada quantitativamente Sem d vida prestou grande servi o essa teoria nos Estados Unidos e em pa ses de sua influ ncia e marcou significativamente o conjunto das teorias de comunica o durante o s culo XX de cunho persuasivo manipulat rio tal a nfase no efeito desejado Programas de desenvolvimento multilaterais utilizaram
376. o que tange ao programa pol tico o neoliberalismo est presente no conjunto das reformas econ micas e pol ticas dos anos 80 do s culo passado caracterizado pelo receitu rio em especial amplamente conhecido e discutido por diferentes autores Em especial caracteriza se pela generaliza o da l gica mercantil no interior de cada sociedade em sua face externa o neoliberalismo aspira a constitui o em escala planet ria de um espa o econ mico homog neo onde bens e capitais n o pessoas circulem livres de qualquer embara o indiferentes a considera es de car ter social pol tico ou cultural p 358 O foco na base material esconde uma caracter stica importante do neoliberalismo em especial na sociedade brasileira e latino americana as pol ticas monetaristas inspiradas em Milton Friedman para enfrentar o problema da infla o s o sugeridas como programas amplos de reforma social como no caso do Chile Inicialmente s o implementadas a curto prazo contudo progressivamente apresentam se como um conjunto mais amplo de fundamentos filos ficos GROS 2003 Entre os princ pios fundamentais da reforma do Estado basilar do receitu rio neoliberal dos anos 80 estavam segundo Kettl 2001 p 78 limita o das dimens es do setor p blico privatiza o comercializa o ou corporativiza o de rg os p blicos descentraliza o para governos subnacionais uso de mecanismos t pi
377. ocial na d cada de 90 busca se nas teorias organizacionais relacionadas s inova es administrativas ocorridas no setor privado a orienta o para fazer com que a educa o no pa s entre no s culo XXI WEBER 1998 p 23 Tal como expresso por Mello 1992 os par metros estabelecidos para descentralizar as inst ncias centrais e autonomizar a escola enquanto proposta 256 n o entram na especificidade da unidade escolar mas transferem responsabilidades t cnicas principalmente pela aferi o de resultados e quanto ao compromisso de qualidade Ao mesmo tempo dadas as caracter sticas da descentraliza o centralizada a responsabilidade colocada na atividade fim que onde ocorre o processo pactuada por um projeto de escola A base da proposta de autonomia da autora s o as reformas educacionais ocorridas na Europa objetivando transferir o poder de decis o para a escola que tem como fundamento a capacidade de elabora o e realiza o de um projeto educativo pr prio em benef cio dos alunos e com a participa o de todos os intervenientes no processo educativo p 120 J Moacir Gadotti 1992 ao abordar as reformas educacionais europ ias recentes aponta para a descentraliza o e a autonomia da escola concluindo que esse parece ser o caminho irrevers vel da atualidade p 43 Mas ressalta que n o se podem fazer mudan as no sistema de ensino sem um projeto
378. ode fornecer descri es novas n o apenas objetivantes mas tamb m objetivistas para fen menos o mundo da vida H que tomar em considera o que as teorias 114 inovadoras sobre a sociedade sempre estiveram inseridas conjuntamente com os seus paradigmas na pr pria sociedade e que nunca pertenceram exclusivamente ao sistema cient fico grifo nosso Diante do colocado acima resta destacar a fala de Felipe Serpa de que n o s o os paradigmas da biologia e da f sica que passam a ser considerados para as ci ncias sociais antes o contr rio A palavra de Serpa corroborada por Boaventura de Souza Santos 1987 p 67 quando estabelece que todo conhecimento cient fico natural cient fico social Para enfatizar explica que os conceitos de teleomorfismo autopoiesis auto organiza o potencialidade organizada originalidade individualidade historicidade atribuem a natureza um comportamento humano Em que consiste a teoria de sistemas de Luhmann que parece t o amea adora a Habermas Por que esse esfor o em uma cr tica na tentativa de desqualific la tendo em vista que a a o de Habermas tem os mesmos fundamentos origin rios da a o de Luhmann quer dizer emergem da mesma tradi o sociol gica que passa por Weber e Parsons necess rio destacar o pensamento de Luhmann e a sua resposta a Habermas 3 3 O CONSTRUTIVISMO RADICAL DE LUHMANN E A TEORIA DE SISTEMAS A Teoria de Luhmann po
379. ode separar a escola da modernidade e por conseguinte de sua crise Os sistemas escolares estatais surgem segundo Andr Petitat 1994 em fun o de tr s grandes movimentos na modernidade O primeiro deles foi o movimento secular de emerg ncia do Estado Na o s c XVIII XIX Na o e cidad os se foram na escola A piedade religiosa o humanismo devoto e o amor ao rei cedem lugar diante do princ pio da p tria que inspira uma reorganiza o completa dos programas escolares leitura escrita hist ria geografia economia direito todas as disciplinas encontram sua subst ncia na pr pria realidade nacional p 143 Em segundo lugar a moral separada de sua defini o estritamente religiosa O Estado secularizado investe em quest es de cunho social e pol tico acabando por organizar uma moral pr pria sem contudo abrir m o da tica crist que incorporada na legisla o e fazendo se independente de qualquer credo Al m disso importante a necessidade da consolida o de valores liberais Por ltimo com a revolu o Industrial o ensino estatal acaba tornando se consenso mesmo entre os conservadores e os liberais cl ssicos que defendem a total liberaliza o da economia defendem a necessidade do ensino estatal N o se poder deixar de considerar que quando a escola constru da como institui o recria nela os elementos de uma identidade que a diferencia de outras institui es Ela se apropria d
380. olares Chama contudo o sistema para auxiliar nessa tarefa 11 3 2 Gest o 24 Desenvolver padr o de gest o que tenha como elementos a destina o de recursos para as atividades fim a descentraliza o a autonomia da escola a equidade o foco na aprendizagem dos alunos e a participa o da comunidade 27 Apoiar tecnicamente as escolas na elabora o e execu o de sua proposta pedag gica 28 Assegurar a autonomia administrativa e pedag gica das escolas e ampliar sua autonomia financeira atrav s do repasse de recursos diretamente s escolas para pequenas despesas de manuten o e cumprimento de sua proposta pedag gica importante destacar que na legisla o a escola assume pap is cada vez mais complexos gest o escolar Deve responsabilizar se n o apenas pelo funcionamento da escola mas tamb m pela realiza o dos princ pios fundamentais de igualdade de oportunidades educativas e de qualidade do ensino No conjunto das discuss es dos anos 90 emerge uma vis o t mida sobre as potencialidades da escola Veiga 20083 indica que a forma como a inova o chega s escolas regulat ria ou t cnica Esse o caso do projeto pedag gico que perpetua o institu do em que se destaca uma concep o de projeto preocupado com a dimens o t cnica como um conjunto de atividades que v o gerar um produto um documento abandonando o processo de discuss o coletiva Esse tipo de projeto 264
381. ole de atividades realizadas dentro e fora do seu territ rio 2 As op es que se oferecem aos Estados podem reduzir se ainda mais devido tens o de for as e intera es transnacionais que restringem a influ ncia exercida pelos governos sobre a atividade de seus cidad os Por exemplo o impacto do fluxo de capital privado atrav s das fronteiras pode amea ar pol ticas governamentais antiinflacion rias e cambiais 197 3 No contexto de uma ordem global altamente interconectada muitas atividades e responsabilidades tradicionais dos Estados defesa administra o da economia comunica es sistemas administrativos e legais n o podem ser assumidas e realizadas sem o concurso da colabora o intencional A medida que as demandas apresentadas ao poder p blico cresceram nos anos de p s guerra o Estado viu se cada vez mais confrontado com problemas pol ticos que n o podem ser resolvidos sem a coopera o de outros atores estatais e n o estatais 4 Em consegu ncia os Estados tiveram que aumentar o grau de integra o pol tica com outros Estados por exemplo a CEE o Comecon ou a OEA e adotar ou ampliar negocia es arranjos e mecanismos intencionais para compensar os efeitos desestabilizadores provocados pelas decis es das institui es multilaterais por exemplo FMI GATT e outras ag ncias internacionais 5 O resultado de todo esse processo foi um grande crescimento das institui es organiza es e regimes
382. omo fazer uma escola p blica universal com pequenos projetos Por sua vez Silva 1996 ap s analisar diversas propostas de autonomia e tamb m a de Gadotti 1992 aponta para a insufici ncia das mesmas pois se afirmam sobre mudan as na estrutura o do sistema e da unidade escolar como fatores determinantes para levar autonomia da escola que n o gera per si a autonomia o que cria e mant m uma institui o aut noma o sujeito que a institui e garante sua exist ncia Sem o sujeito uma estrutura n o tem vida e pode quando muito ser algo a facilitar ou dificultar a a o dos seres humanos concretos que a utilizam p 69 O autor aponta para a desumaniza o da institui o paralelamente entifica o da escola onde a interven o humana anulada junto com a sua historicidade As condi es institucionais pelas propostas de autonomia da escola engendrariam um processo de participa o em que todos os envolvidos na escola estariam em rena estado de prontid o mas Ao contr rio a experi ncia demonstra que a participa o fruto de um processo de gradativa libera o de esquemas individualistas paternalistas burocr ticos e n o ocorre espontaneamente em uma sociedade como a nossa cuja tradi o mais de antiparticipa o do que de envolvimento efetivo e aut ntico das pessoas p 71 259 Os projetos educativos calcados no sujeito coletivo deixam de ser mer
383. omunica o humana e o conjunto de seres viventes mensagens verbais e mensagens n o verbais que est o profundamente interligadas 12 A linguagem que incorpora as mensagens verbais estudada pela ling stica As mensagens n o verbais n o possuem um campo unificado de estudo porque o que t m em comum que n o s o ling sticas Todavia as mensagens n o verbais podem ser discriminadas uma das outras por crit rios semi ticos como por exemplo na rela o m dico x paciente descrita por Hip crates em que o repert rio de signos do m dico identifica por contato ou visualmente os sinais de determinada doen a A multimensagem gesto convencional tem diferentes significa es em depend ncia do contexto espa o e tempo determinados podendo ter sentidos diversos em contextos distintos A busca por sistematizar o processo de comunica o estabelece modifica es no esquema tradicional da caixa fonte que constitui em modelo formal utilizado para facilitar a compreens o de uma constru o hipot tica em que dado um input entrada pode se parcialmente entender o que ocorre para dar conta do output sa da O modelo a adapta o das adapta es do modelo cl ssico estabelecido por Shannon e Weaver caracterizado pela sua din mica adapta o e auto regula o O modelo busca enquadrar se tanto ao contexto interno as circunst ncias inerentes ao pr prio sistema como as pressuposi es e implica
384. onais de educa o essa reflex o remete ao contexto mais amplo Em um momento de crise dos Estados nacionais a crise do capitalismo real e a emerg ncia de um novo modelo flex vel aliadas ao componente ideol gico do 216 neoliberalismo geraram uma conjuntura que propicia a ado o e o emprego dos mecanismos de mercado pol tica p blica ou seja reduzindo a ao n vel do vi s economicista Por esse caminho o bloco hist rico se interp e como contingente necess rio reflex o a descentraliza o enquanto inv lucro ideol gico aparece como portadora de um valor apropriado desde o neoliberalismo o qual postula o Estado m nimo e portanto descentralizado at a democracia que vincula a diversidade id ia de autonomia dos atores sociais De acordo com Jos Luis Coraggio 1992 em uma escala que varia do FMI ao basismo anarquista h consenso de que necess rio descentralizar o Estado Ent o caracterizam se duas grandes correntes descentralizadoras a proposta neoliberal e a democratizante Diante desse grande consenso o que est em jogo n o tanto a exist ncia ou a magnitude do estado com suas fun es seus poderes em rela o sociedade Est em jogo sobretudo a redu o das pol ticas sociais que equivalem diretamente a uma redu o do sal rio social que vem a somar se a do sal rio monet rio ou mais profundamente a reduzir a capacidade penosamente ganha por me
385. oncede uma import ncia decisiva ao ser humano mas n o como nas concep es cl ssicas em que o homem um simples componente da sociedade A esse respeito esclarece Stockinger 2001 p 51 A teoria sist mica construtivista desde os anos 60 em co evolu o com a discuss o neo marxista absorve esta percep o dial tica por m ritos que couberam a Horkheimer Marcuse Adorno e outros da escola de Frankfurt e na sequ ncia principalmente a Habermas Luhmann v a distin o entre ps quico e social n o como ontol gica mas como corte epistemol gico a n vel operacional e funcional Ele deriva esta vis o pol mica do paradigma sist mico geral que trabalha com a distin o sistema ambiente A rela o entre sistema ambiente diversa da rela o emp rico transcendental proposta por Kant Todos os sistemas cognitivos operam como sistemas reais no mundo real mas suas opera es cognitivas observa es e percep es fundamentam se justamente no desacoplamento dessa realidade pois N s conhecemos o mundo externo apenas porque o acesso a ele bloqueado O conhecimento n o um tipo de imagem do ambiente no sistema mas forma o de constru es pr prias de complexidade pr pria que n o pode ser estruturada e menos ainda determinada mas apenas irritada pelo ambiente N s conhecemos a realidade por que somos exclu dos dela como do para so Ser aberto fundamenta se em ser fechado LUHMAN
386. oncentra o das escolas de educa o infantil e ensino fundamental e a cria o de redes municipais de educa o Sem matr culas o dinheiro seria transferido daquele munic pio para outro com maior n mero de alunos Haveria a exposi o clara no contexto subnacional de quais munic pios realmente investiam e quais maquiavam verba Alardeado como avan o na educa o brasileira foi um instrumento bastante eficaz para desconcentrar as escolas dos estados passando para os munic pios Os estados aproveitaram o momento para transferir para os munic pios as escolas de educa o infantil e muito de sua rede de ensino fundamental mesmo que a legisla o destacasse a prioridade desse tipo de ensino tamb m para o sistema estadual O mesmo ocorreu com a Uni o que procurou transferir suas matr culas e institui es para os munic pios O estado do Esp rito Santo um caso a parte nesse contexto Foi um dos primeiros estados a implantar o FUNDEF em 1997 um ano antes da data prevista para implanta o As mudan as nesse estado foram bastante significativas em rela o educa o infantil e tamb m ao n mero consider vel de unidades que transferidas aos munic pios Se em d cadas anteriores com o promunic pio n o havia conseguido descentralizar suas escolas essa foi uma oportunidade que os dirigentes estaduais tiveram para realizar tal transfer ncia Quadro 8 Total de escolas matr culas que sa ram d
387. oncep es centrais na teoria de sistemas que n o se limita especificidade da comunica o mas uma tem tica capital da teoria social na perspectiva Luhmaniana Jo o Pissarra Esteves 2001 destaca que Luhmann pretende estabelecer uma outra perspectiva da comunica o acentuando a rela o entre comunica o e sistema social No trabalho do pensador destaca que os sistemas sociais e n o os indiv duos s o considerados na comunica o S o os sistemas que se comunicam O ser humano meio ambiente fundamental para que ocorra a comunica o N o h comunica o entre consci ncias A comunica o tem como finalidade atuar com efic cia simb lica generalizante de forma a tornar poss vel a regulariza o da vida social sob a forma de uma 100 organiza o sist mica e concomitantemente constituir condi es de estabilidade favor veis organiza o social e ao seu alargamento Um processo eminentemente seletivo intrinsecamente seletivo a comunica o j que a pr pria comunica o um processo de sele es que se desenvolve a tr s n veis produ o de um conte do informativo difus o e aceita o desse mesmo conte do seletivo pois a pr pria comunica o desencadeia novas sequ ncias seletivas despontam nos sistemas novas s ries de sele es com base nas quais se operam a redu o da complexidade com que se confrontam as condi es de estabi
388. onstitui o do Estado sobre a organiza o pol tica do munic pio art 29 A partir do expresso acima aos munic pios delegada uma grande responsabilidade com destaque para as pol ticas sociais Uma outra caracter stica a descentraliza o da efetiva o desses servi os concorrentes entre a Uni o os estados e os munic pios conforme disposto no artigo 24 da Constitui o IX educa o cultura ensino e desporto XII previd ncia social prote o e defesa da sa de XIV prote o e integra o social das pessoas portadoras de defici ncia XV prote o inf ncia e juventude No conjunto das pol ticas sociais do Estado brasileiro independente do local elas ocorrem nos munic pios Por m n o h igualdade entre as regi es e os munic pios brasileiros Tanto nos aspectos relativos distribui o de renda quanto ao avan o de uma maior participa o popular Em rela o distribui o dos recursos ap s a Constitui o de 1988 houve uma desconcentra o da distribui o dos recursos tribut rios Nos munic pios mais populosos a receita tribut ria direta tende a ter maior expressividade por contar com uma base econ mica maior O Fundo de Participa o dos Munic pios FPM beneficia particularmente as pequenas localidades em especial a aquelas que t m pouca receita pr pria Dos repasses do FPM 10 s o destinados s capitais 3 6 aquelas localidades do interior com mais de
389. ontra se descolado da a o identit ria dos sujeitos Luhmann apud CORSI SPOSITO BARALDI 1996 tem como pressuposto que a complexidade da sociedade constituiu sistemas aut nomos e auto regulados Com a diferen a de que eles n o s o separados do mundo da vida da sociabilidade Sendo a sociedade composta por comunica es que expressam expectativas o Direito tem como fun o manter est veis as expectativas O Direito refere se dimens o temporal da comunica o e n o tanto dimens o social Por meio dele n o se garante a integra o dos indiv duos e tampouco o controle social de seus 136 comportamentos O Direito moderno renunciou fundamenta o com base em pressupostos externos pois n o h Direito natural mas positivo sem nenhuma norma imut vel paradoxal n o pode dar se a si mesmo nenhum fundamento que n o seja o do paradoxo com base em que Direito o sistema jur dico estabelece quem est ou n o legal O Direito segundo Luhmann naturalmente sustenta que a dita distin o se realiza com a raz o da mesma forma que os moralistas sustentam que distinguir entre o bem e o mal um bem A estrutura paradoxal do Direito assim como a de qualquer sistema que o permite permanecer sens vel realidade dessa forma permitindo o desenvolvimento de sua fun o na sociedade Se fosse poss vel dar fundamentos definitivos ao Direito se perderia o sentido mesmo da normatividade H dif
390. orma geral s o complexos envolvem um volume consider vel de recursos e tamb m uma 230 complexidade no processo de presta o de contas que deveriam seguir o modelo t cnico desenvolvido pelo Banco Mundial A gest o escolar necessita das contas em uma dimens o nova que o gerenciamento de recursos or amentos mat rias contrata es de servi os fiscaliza o das a es realizadas e presta o de contas do que realizou dentro da legalidade da tica p blica e da organiza o cont bil A l gica da responsabilidade das a es do accountability presente nas escolas a partir da l gica do empoderamento L gico pelo vi s liberal A carga de responsabilidades que tem o diretor escolar e tamb m os envolvidos como o conselho de escola caixa escolar e funcion rios da escola n o isenta dos outros as a es regulares da escola como controle da matr cula administra o de pessoal integra o com a comunidade e acompanhamento das a es regulares da escola Nesse intrincado conjunto de responsabilidades e de trabalho na maioria das vezes volunt rio por parte do conselho e ou unidade executora o papel educativo da escola secundarizado tendo em vista a burocracia conforme destaca Cruz 20083 Esse modelo que tem o Banco Mundial como seu principal mentor coloca a escola como centro das a es por meio de uma descentraliza o Vai al m dos governos subnacionais e tem na escola a unidade ex
391. orma o Lyotard aposta na diferen a enquanto elemento chave da p s modernidade que est por vir e que est intrinsecamente relacionada com o desconhecido Mas ao considerar a paralogia necess rio pensar a partir dela A arte como express o est tica necessita ter a sua inteligibilidade resgatada Ranci re 2005 traz tona o debate em rela o est tica A est tica n o corresponderia a uma teoria ou remeteria a seus efeitos sobre a sensibilidade vincula se a um regime espec fico de identifica o e pensamento sobre as artes seria um modo de articula o entre maneiras de fazer e modos de visibilidade dessas maneiras de fazer e modos de pensabilidade de suas rela es implicando uma determinada id ia da efetividade do pensamento p 13 Justamente a articula o da est tica com a vida social n o pode ser pensada dentro do conjunto de uma modernidade pol tica ou econ mica pois a an lise do per odo realizada de modo diacr nico tende a destacar homogeneidades sem distinguir as diferen as marcantes colocando tudo em um grande turbilh o em conex es for adas que agrupam C zanne Mallarm Malevitch ou Duchamp A modernidade quando analisada de forma ampla sem destacar as diferen as os casos particulares acaba por tornar se uma an lise limitada que coloca a arte e a est tica como regimes fixos de pensamento Uma contribui o interessante que supera o debate bom ruim
392. os instrumento burocr tico para tornar se o fio condutor das atividades da escola pois a autonomia n o parte da implanta o de um programa com muitos detalhes mas cabe a cada unidade escolar elaborar o seu projeto e aprov lo junto ao rg o central importante perceber o modelo te rico que sustenta a autonomia aponta para a pedagogia centrada na escola autogestion ria que apresenta muitas vantagens como as estabelecidas por Hallak 1992 p 6 apud UNESCO MEC 1993 a grande flexibilidade na utiliza o dos recursos financeiros b participa o crescente dos diferentes setores na tomada de decis es c elimina o do controle burocr tico centralizado d capacita o crescente para a inova o a criatividade e a experimenta o e possibilidade de realizar economias f capacidade para alocar os recursos para atingir os objetivos da escola g autonomia crescente na tomada de decis es Como coloca Candeias 1995 p 169 uma aproxima o que acredita ser mais f cil trabalhar para a mudan a tendo como suporte realidade institucional que cada escola representa em detrimento da abstra o ideol gica e massificante que caracteriza a no o de sistema de ensino Al m disso como afirma Gentili 1996 Uma din mica aparentemente paradoxal caracteriza as estrat gias de reforma educacional promovida pelos governos neoliberais as l gicas articuladas de descentraliza
393. os setores p blico e privado na oferta de educa o a avalia o da aprendizagem e a descentraliza o da administra o das pol ticas sociais Nos objetivos acima expressos verifica se um conte do que est alinhado com o momento de crise do capitalismo e reforma do Estado no panorama internacional No Brasil h a elei o do presidente Fernando Collor de Mello ap s o per odo de 222 exce o Esse o momento de alinhamento de concep es externa interna de car ter conservador A renova o do congresso constituinte sinaliza outro momento na pol tica brasileira Por m com o impeachment de Collor assume Itamar Franco em 1992 e em 1993 o ministro da educa o Murilo Avellar Hingel ap s participar da Confer ncia de Educa o para Todos ocorrida na China empenhou se em estabelecer no Brasil um Plano de Educa o em que teria ampla participa o na sua elabora o Segundo Vieira 2000 a elabora o do documento realizada de forma descentralizadora e o MEC aparece como coordenador do processo A responsabilidade de partilhar a condu o do plano foi dividida com o CONSED com a UNDIME e tamb m o CNTE Para sua elabora o considerou se a necessidade de respeitar o regime federativo e estabelecer diretrizes gerais que seriam flexibilizadas para possibilitar sua continuidade com as altera es necess rias A pretens o era de que o plano fosse a debate nacional passando pelos estados mun
394. ovados e colocados em pr tica pelo rg o central Entre eles Projeto Bloco nico Reorganiza o da Proposta Curricular Revitaliza o do Ensino Noturno Projeto 281 Laborat rio de Ensino e Aprendizagem LEA Projeto Educa o Especial Projeto Alimenta o Escolar e Organiza o da Matr cula Muitos desses projetos assumidos pela rede municipal tiveram longa dura o e ultrapassaram a gest o petista Outros projetos como o Servi o de Coordena o de rea j em vigor pela lei municipal n 3347 86 foram revitalizados Em rela o ao projeto Bloco nico este foi institu do pelo decreto municipal n 8449 91 e dentre suas finalidades assegura ao aluno proveniente da pr escola municipal a continuidade de estudos assegura ao aluno ingressante na 1 s rie o tempo necess rio para a alfabetiza o e garante s escolas a flexibilidade necess ria para a organiza o do curr culo PMV 1991 p 3 Ao lado dos projetos desenvolvidos pela secretaria houve a valoriza o do profissional da rede municipal O Estatuto do magist rio do munic pio de Vit ria datava de 1982 mas sem o empenho dos prefeitos com a sua reformula o e atualiza o A gest o do PT atualizou o estatuto e instituiu o plano de cargos e sal rios Nele o magist rio passou a receber pela sua maior habilita o independente do cargo Tamb m passou a vigorar a progress o a cada dois anos gratifica es quin
395. p o de homem vinculada a uma sociedade tradicional N o h lugar em tal sociedade para aquele que nega a sua natureza A desigualdade como princ pio organizador da cultura resulta em la o social altamente vi vel pelo ordenamento de todas as entidades de forma hier rquica determinando a estabiliza o de cada pessoa num dado lugar social Aliado ao primeiro o segundo princ pio organizador da cultura est calcado na oposi o entre a tradi o e a autonomia de forma que o poder a verdade e a autoridade coincidam sempre com a tradi o A normatividade constitu da como estrutura em que prevalece a tradi o A repeti o pelo respeito aos antepassados e a miss o hist rica do grupo social s o viabilizadas pela forma com que a cultura institu da seja pela oralidade ou pelos textos nos quais a figura do professor ou instrutor n o mais importante que a mem ria perpetuada na fam lia Com efeito a z estabilidade social uma das conseq ncias pois o tempo transita como a 40 recupera o das atividades ancestrais e dos ideais partilhados coletivamente H um partilhar dos ideais de forma altamente eficiente e homog nea de for a vinculante O holismo segundo Dumont 1993 o princ pio organizador em que os valores pertencem ao todo e s o sempre encontrados nele A vida s faz sentido se preservar o valor m ximo do grupo a que pertence e representante seja um povo tribo cl o
396. para 35 A implanta o do or amento participativo A revitaliza o do Centro de Vit ria In cio do projeto de reurbaniza o do bairro perif rico de S o Pedro e constru o da Usina de Lixo Implanta o das Leis de Incentivo Cultura Ci ncia e Tecnologia e aos Esportes O modelo de administra o do PT em Vit ria tornou se uma experi ncia muito especial no contexto das outras administra es petistas como S o Paulo com Luiza Erundina Ol vio Dutra em Porto Alegre e Maria Luiza Fontenelle em Fortaleza Essas experi ncias puderam consolidar junto ao partido formas peculiares de governo em que se buscou refor ar a participa o e autonomia dos movimentos populares 216 De acordo com Herkenhoff 1995 a administra o municipal enfatizou a discuss o do or amento com as comunidades assim como a aproxima o e o di logo junto as entidades mais combativas para acabar com o clientelismo nos movimentos populares Ocorre que os movimentos populares assim como as escolas respondiam a um processo hist rico de tutela clientelismo e despreparo pol tico democr tico para assumir o seu papel propositivo Uma situa o paradoxal em que os gestores p blicos propunham a democratiza o e abertura s demandas do movimento popular Por m exce o de alguns poucos movimentos populares n o havia viv ncia democr tica e autonomia em seu bojo A vida democr tica em sua pr xis inclui uma educa o para a democraci
397. pios e que interferem seguramente no ensino fundamental Essa flexibiliza o do or amento da educa o para o ensino fundamental vinculada figura do aluno fez com que munic pios que tinham em suas leis org nicas um percentual maior que o limite m nimo de 25 fosse revertido Esse o caso das capitais Vit ria ES e S o Paulo SP que tinham 35 e n o 25 vinculados educa o pela suas leis org nicas e que depois do FUNDEF voltaram aos limites m nimos Outros expedientes passaram a ser utilizados pelos munic pios como o aumento do n mero de alunos em sala de aula de forma a otimizar a rela o aluno x professor Levando a problemas quanto ao aproveitamento do aluno em especial nas primeiras s ries do ensino fundamental A educa o infantil e o ensino m dio que teriam 10 dos 25 da vincula o constitucional foram para segundo plano O ensino m dio nas reformas educacionais historicamente tem sido o ltimo n vel a ser reorganizado pela sua problem tica no Brasil Em 2006 v rias quest es s o colocadas sobre as mudan as que realmente foram implementadas nesse n vel com a Reforma dos anos 1990 A descentraliza o induzida pelo FUNDEF realizada pelo governo federal e por inspira o das organiza es internacionais foi urdida sem o devido amadurecimento pol tico com intuito de assegurar as metas assumidas nos compromissos internacionais Baseado na l gica economicista instrumental co
398. plica es para a an lise da educa o e da escola como sistemas autopoi ticos temporais Proporciona dois elementos importantes para o escopo deste trabalho O primeiro deles diz respeito escola e identidade que se constr i pelo fechamento operacional Autopoiese nesse sentido fundamental para a exist ncia de uma identidade Possibilita avan os no sentido de uma radicaliza o da autonomia da escola Ela uma institui o que produz identidade e subjetividade em se contexto sem perder de vista sua rela o com o ambiente N o se dispensa tamb m a produ o de uma leitura cr tica da educa o e da sociedade de forma geral E poss vel pensar a singularidade da institui o nessa perspectiva A segunda quest o diz respeito opacidade e s rela es de poder s disputas s concord ncias e aos afetos no contexto da institui o escolar poss vel pensar a escola mesmo que imersa em um sistema educacional como produtora de diferen as tendo em vista as opacidades Tendo em vista o exposto a comunica o para Luhmann n o consiste na passagem de um conte do de um receptor a um emissor O acoplamento estrutural consiste em uma adapta o permanente entre sistemas diferentes que mant m sua especificidade N o se pode reduzir um sistema social ao sistema ps quico ou o inverso Os pensamentos de um sistema ps quico n o s o comunica es e sim eventos pr prios da reprodu
399. plica o concreta direta Por isso mesmo a teoria da verdade consensual que desemboca na situa o de fala ideal trouxe a Habermas muitas contesta es N o o demoveu entretanto do projeto encetado p 107 Realmente Habermas 2002 em um texto um pouco mais atual A inclus o do outro resgata a SIF ampliando lhe o sentido N o mais como pressupostos argumentativos gerais e sim como id ia reguladora Entende que ela deve ser concebida muito mais como um processo metacr tico do enfraquecimento cont nuo de restri es p 343 88 Em um mundo que dispensou a teoria da correspond ncia estabelecer condi es para validade importante porque inevitavelmente est o envolvidos pressupostos A SIF na perspectiva de Habermas ilumina as diferen as entre a aceita o racional de uma reivindica o de valida o de um determinado contexto e a validade de um enunciado que tivesse que se comprovar em todos os contextos poss veis p 344 Longe de garantir um universalismo abstrato caminha no sentido de uma fundamenta o a partir do mundo da vida 2 2 2 O Mundo da vida lebenswelt e o processo de racionaliza o sist mico a priori social e a complexifica o da modernidade O mundo da vida para Habermas tem sentido quase transcedental sendo o contexto da comunica o ling stica o universo da atividade social em sua quotidianidade Guidens descreve como um conjunto pr
400. plica que n o h conformismo social que n o comporte toda uma gama de matizes individuais o que n o impede que o campo das varia es permitidas seja limitado p 26 principalmente nos campos religiosos ou morais onde uma pequena varia o levaria ao crime Durkheim cunhou para o funcionalismo a no o de que os sistemas normativos s o as regras do jogo social e que dependem em grande medida da no o de socializa o da interioriza o da regra Um problema da concep o derivada da postura assumida por Durkheim o 144 problema da autonomiza o se as institui es s o criadas pela sociedade elas terminam por domin la da mesma maneira que o homem torna se o produto de seu produto Para Marx o problema em destaque chama se aliena o Conforme Max Weber a institui o uma associa o cuja ordem estatu da se imp e com relativa efic cia a toda a o com determinada caracter stica que tenha lugar dentro de um certo mbito de abrang ncias Weber 2000 diferencia empresa que corresponde a uma a o cont nua que persegue determinados fins de uni o uma associa o baseada em um acordo e cuja ordem estatu da s pretende vig ncia para os membros que se associarem institui o Para esse autor uma institui o sobretudo o pr prio Estado junto com todas suas associa es heteroc falas e desde que suas ordens estejam racionalmente estatu das igrej
401. por neas cr ticas e alternativas Educa o e Realidade n 20 p 155 189 jan jun 1995 CASASSUS Juan Tarefas da educa o Campinas Autores Associados 1995 A reforma educacional da Am rica Latina no contexto da globaliza o Cadernos de Pesquisa Rio de janeiro n 114 p 7 28 nov 2001 CASTELLS Manuel Fim de mil nio 3 ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2002 CASTORIADIS Corn lius A institui o imagin ria da sociedade 3 ed S o Paulo Paz e terra 1991 CHAU Marilena Ra zes teol gicas do populismo no Brasil tecnocracia dos dominantes messianismo dos dominados In DAGNINO Evelina Org Anos 90 pol tica e sociedade no Brasil S o Paulo Brasiliense 1994 p 19 30 CHESNEAUX Jean Modernidade mundo 2 ed S o Paulo Vozes 1996 CORAGGIO Jos Luiz Propostas do banco mundial para a educa o sentido oculto ou problemas de concep o In Tommasi et al Org O banco mundial e as pol ticas educacionais S o Paulo Cortez 1996 CORSI G ESPOSITO E BARALDI C Gloss rio sobre la teor a social de Niklas Luhmann M xico D F Universidad Iberoamericana 1996 COSTA Valeriano Federalismo In AVELAR L CINTRA A O Sistema pol tico brasileiro uma introdu o S o Paulo UNESP Konrad Adenauer 2004 cap 1 p 173 184 CRUZ R E Banco Mundial e pol tica educacional coopera o ou expans o dos interesses do capital educacional Educar Curitiba n 22 p 52 75 2003
402. primordial de dizer a palavra reconquistem esse direito proibindo que esse assalto desumanizante continue Por isso o di logo uma exig ncia existencial E se ele o encontro dos que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endere ados ao mundo a ser transformado e humanizado n o pode reduzir se a um ato de depositar id ias a serem consumidas pelos permutantes Porque encontro de homens que pronunciam o mundo n o deve ser doa o do pronunciar de uns a outros E um ato de cria o A conquista impl cita no di logo a do mundo pelos sujeitos dial gicos n o a de um pelo outro Conquista do mundo para a liberta o dos homens p 79 A perspectiva existencial de di logo estabelecida por Freire 2002 indica a necessidade de um profundo amor ao mundo e aos seres humanos uma perspectiva que n o se remete somente s palavras mas s suas consequ ncias 24 Justamente o encontro de seres solid rios uma rela o dial gica O compromisso dessa rela o com a liberta o e n o com a domina o mesmo porque o di logo incompat vel com a domina o A rela o dial gica ent o um compromisso amoroso para al m da arrog ncia ignor ncia superadora para al m de si mesmo uma viv ncia criativa entre os homens Compromete se ent o com a supera o de um mundo de desigualdades e de aliena o A f nos homens um dado a priori do di logo Por isso ex
403. pura de Habermas ou do sistema em Luhmann Heuristicamente apesar da dist ncia de suas conclus es estas apresentam ricas possibilidades para a an lise da escola e do sistema educacional Os autores citados destacam concep es que s o derivadas do pensamento de Max Weber Para Weber 1973 p 25 a burocracia o mais crucial fen meno do moderno Estado ocidental a administra o burocr tica sempre observada em igualdade de condi es e de uma perspectiva formal e t cnica o tipo racional Ela atualmente indispens vel para o atendimento das necessidades da administra o das massas No setor administrativo a op o est entre a burocracia e o diletantismo A burocracia que se sustenta no saber t cnico refere se ao processo de decomplexifica o social moderna Ligada domina o legal proposta por Weber seria leg tima e despersonalizada buscando o atendimento a demandas sempre maiores de extensos setores sociais A domina o leg tima implicaria na defini o de conte dos que s o considerados v lidos pelos participantes estes se orientariam pelas expectativas de uma ordem leg tima O que fundamental a aceita o concord ncia com os grupos que det m o poder orientados por normas socialmente aceitas Para Weber 1973 p 28 a domina o burocr tica seja no socialismo ou no capitalismo teria as seguintes consequ ncias 134 a A tend ncia ao nivelamento no
404. qualquer momento como princ pio de uma legisla o universal KANT 2003 p 28 A respeito da teoria moral de Kant Horkheimer e Adorno 1985 p 84 85 destacam a tentativa do esclarecimento para substituir a religi o enfraquecida por outro motivo intelectual Como aut nticos burgueses os fil sofos pactuam na pr tica com as pot ncias que sua teoria condena As teorias s o duras e coerentes as doutrinas morais propagand sticas e sentimentais mesmo quando parecem rigoristas ou ent o s o golpes de for a consecutivos consci ncia da impossibilidade de derivar a moral como o recurso kantiano s for as ticas como um fato O burgu s que deixasse escapar um lucro pelo motivo Kantiano do respeito mera forma da lei n o seria esclarecido mas supersticioso um tolo Ao abordarem Kant os autores supracitados destacam que Nietzsche ao criticar a moralidade burguesa enfatiza os elementos que lhe s o caros em especial as consequ ncias da racionaliza o da vida social e dos valores que se formam em uma sociedade moderna justamente no momento de consolida o do capitalismo europeu A cr tica de Nietzsche mostra a dial tica de um pensamento que se sustenta na recusa sistem tica a um modelo de raz o que passa a constituir os alicerces da sociedade burguesa moderna dissipando tudo que n o seja sistematizado racionalizado iluminado pela raz o senhora e dominadora At mesmo a injusti a o dio e a
405. que constitu ram a base do sistema de governo Govemance global Isso n o significa a emerg ncia de um governo mundial integrado H uma diferen a entre uma sociedade internacional que cont m a possibilidade de coopera o pol tica e de ordem e um Estado supranacional que det m o monop lio dos poderes coercitivo e legislativo O conjunto de transforma es que apontam para a crise do capitalismo reduz a soberania proporcionando novos significados ao Estado Na o na modernidade indicando um quadro mais amplo que deve ser considerado O Projeto Nacional n o mais uma prerrogativa somente de na es soberanas est atrelado s institui es e corpora es multilaterais transnacionais conforme descrito acima Por m necess rio ter em conta que o Estado Na o apesar das crises mant m uma estrutura que contempla grupos e elites os quais diante das op es definem escolhas A esse respeito Renato Ortiz 2002 responde a uma pergunta bastante pertinente sobre o destino do Estado Na o no mundo globalizado Para ele mesmo que a economia esteja cada vez mais globalizada n o h uma simetria entre o que ocorre com o Estado O Estado Na o continua sendo a unidade elementar da pol tica Governo sindicato partido movimentos sociais s o a sua express o Se refletirmos sobre o passado veremos ainda que uma das caracter sticas do Estado e posteriormente do Estado Na o o monop lio do aparelho b
406. que permite observa o cont nua levando consci ncia A respeito da apropria o da autopoiesis de sua teoria Maturana apud D RIO RODRIGUES JAVIER TORRES 2003 discorda da nfase sociol gica de Luhmann O que me pergunto se a no o de social como esta surge em mbito cotidiano e se aplica adequadamente a esse sistema Isto pergunto me se Luhmann distingue sistema como um sistema que gera os fen menos sociais e experi ncias que na vida cotidiana relatamos ao falar de social Eu penso que n o O social n o pertence a sociologia pertence a vida cotidiana e a sociologia s tem sentido como tentativa explicativa da vida cotidiana se n o s literatura p 126 127 tradu o nossa Vista a cr tica de Maturana o trabalho desenvolvido por Luhmann n o sociobiologia com conceitos importados diretamente da biologia mas uma reconstru o conceitual da no o de sistemas abertos para sistemas fechados autopoi ticos no contexto da sociologia As consequ ncias das formula es de Luhmann em rela o aos sistemas sociais permitem amplas possibilidades de reflex o no conjunto do que estamos habituados a denominar sistema Ao resgatar o car ter de racionalidade da autopoiesis introduzindo a diferen a fim x meio Luhmann amplia a capacidade anal tica de conex o da a o tendo em vista o sistema social possibilitando maior articula o com a a o e ao mesmo tempo maio
407. quenais e assiduidade a cada dez anos Foi realizado um concurso p blico em 1991 que possibilitou a eleva o do quadro de funcion rios da secretaria de 1 710 para 2 414 incluindo profissionais de outras reas como psic logos assistentes sociais fonoaudi logos entre outros para colocar em pr tica os projetos da rede Esse concurso p blico foi realizado por institui o externa prefeitura com provas escritas e de t tulos Tal pr tica era incomum a uma rede marcada pelo clientelismo e indica o pessoal O concurso p blico possibilitou poca formar um excelente quadro de profissionais devido atra o que representou trabalhar na rede municipal Os sal rios passaram a ser reajustados mensalmente conforme a varia o do ndice de Pre os ao Consumidor IPC da Grande Vit ria desde que a receita comportasse a despesa Caso n o pudesse ser repassado o res duo ficava acumulado Tal pol tica agressiva de recomposi o salarial foi realizada com acordos coletivos tendo o sindicato como mediador dos educadores Ap s 1988 em fun o das modifica es 282 propostas o munic pio de Vit ria capital do estado tinha condi es financeiras para realizar tal pol tica pois recebia a maior parcela das contribui es de impostos do estado Al m disso a educa o era prioridade do executivo municipal Na gest o do PT valia a pena ser professor da rede municipal N o havia compara o com os sal rios pago
408. r europeu a queda do muro e o neoliberalismo impuseram mudan as na educa o da maioria dos pa ses ocidentais relativas grande crise do capitalismo do s culo XX nos anos 70 80 No Brasil a reforma iniciada nos anos 80 tem seu auge nos anos 90 Dois conjuntos de considera es devem ser colocados antes da discuss o sobre o resgate hist rico do contexto da reforma educacional brasileira O primeiro deles quanto complexidade do processo pol tico e econ mico que ocorreu no Brasil e o conjunto das influ ncias externas que recebeu em especial do neoliberalismo Em um pa s que se democratizava n o poss vel considerar a imposi o de um regime de uma ideologia sem a devida contraposi o dos movimentos sociais Caso as id ias do Pr ncipe Maquiavel sejam impostas mesmo em uma sociedade baseada no contrato temos uma ditadura Gramsci 1982 que nos alerta para o fato de que Hegemonia difere de Domina o S o dois os modos de um grupo social manter a sua supremacia a domina o envolve a for a armada a coer o f sica e a hegemonia implicam na domina o pelo consenso na dire o intelectual e moral Os grupos que t m o predom nio do poder econ mico e em decorr ncia parcelas do poder pol tico utilizam se de processos complexos de legitimidade e persuas o de diferentes meios Tal abordagem de hegemonia deve considerar o consentimento ativo de um n mero sign
409. r igualdade o consenso e a harmonia como resultados ou artefatos e n o como processos de constru o colectivas sic Dessa forma o discurso da autonomia presente na pol tica educacional brasileira parcialmente incorporado em sua vertente operacional organizacional em que os educadores pais funcion rios alunos e comunidade dever o realizar projetos para cumprir metas estabelecidas a priori por institui es que sabem o que melhor para a educa o Na reforma educacional brasileira considera essas observa es iniciais a escola se constituir como centro do processo Por m imputar necessariamente ao BM o foco na escola seria imputar lhe uma interfer ncia que n o realizou na mentalidade dos educadores brasileiros O que ocorre que comunidade escolar e autonomia representam express es que desde o manifesto dos pioneiros da escola nova na primeira metade do s culo j faziam parte do pensamento pedag gico brasileiro e com a abertura democr tica dos anos 1980 foram intensificadas O problema reside na complexidade de superposi es reinterpreta es e na polissemia que esses conceitos expressam para as variadas matizes te ricas No caso da reforma educacional brasileira a vertente assumida foi a da vertente operacional no corpo da Lei de Diretrizes e Bases da Educa o Nacional LDB lei 9394 de 20 de dezembro de 1996 e no conjunto da legisla o que lhe d suporte e lhe reinterpreta
410. r observa o e controle Nessa perspectiva n o h uma teleologia mas Para George Spencer Brown uma distin o uma forma de dois lados e a unidade da distin o nada mais do que a pr pria distin o conforme destacado anteriormente 128 expectativas Luhmann 1997c pergunta se como poderia pensar a unidade da a o identidade e diferen a quando se tem como tarefa n o s produzir outra a o mas tamb m incorporar a a o do outro Nesse ponto estabelece um di logo cr tico com Habermas respeitando os seus esfor os mas considerando os insuficientes pois Nada pode ordenar se t o somente por meio do fluxo de um discurso justificat rio H milhares de boas raz es para n o se casar e milhares de motivos ainda para casar se com uma pessoa determinada Se n o se estabelece uma escolha de relev ncia muito forte a comunica o pode de fato n o conduzir a nada p 119 No entanto essa cr tica tem como pressuposto que a comunica o parte de um processo auto referencial e como tal n o exclui contradi es mas as inclui Por conseguinte uma a o que consegue sua unidade a partir das condi es de uma poss vel comunica o ser pouco sincera Pois as an lises do s culo XVIII mostram a incomunicabilidade da sinceridade e seu encobrimento A moralidade e sua comunica o na sociedade apresenta se tamb m como uma simula o uma mimese que n o traz mais d v
411. r um lado o indiv duo soberano com vontades desejos e necessidades permanece fixo no conjunto da legisla o e economia o dualismo do pensamento cartesiano estimulou a disciplinaridade separando psicologia sociologia e antropologia entre si e das demais ci ncias A sociologia passou a criticar o individualismo racional localizando o sujeito nos grupos e normas coletivas Tanto a participa o do sujeito nos contextos mais amplos quanto a sua atua o no cotidiano passaram a constituir conhecimento sobre a forma como entendemos esse sujeito j individual e aut nomo Essa internaliza o do exterior do sujeito e essa externaliza o do interior atrav s do mundo social constituem a descri o sociol gica prim ria do sujeito moderno e est o compreendidas nas teorias da socializa o p 31 Esse modelo sociol gico rec proco e est vel entre exterior e interior produto da sociologia da primeira metade do s culo XX mas tem ra zes profundas em especial na teoria pol tica e na educa o Todavia a constru o de um sujeito moderno autoconsciente e autodeterminado enfrenta problemas e progressivamente se expande pela esfera privada para a interioriza o como lugar do fortalecimento subjetivo Ainda assim o sujeito n o consegue dar conta da precariedade e da problem tica que se apresenta com maior vigor no movimento liter rio do romantismo e no modernismo A literatura moderna
412. ra a comunica o esteja presente no sistema educacional a escola uma institui o Ou uma organiza o E o que a caracteriza dessa forma A partir de quais fundamentos posso sustentar que a escola uma institui o e ou organiza o E mais ainda o que implica a tomada de uma das duas posi es Nesse aspecto a pol tica e a administra o educacional s o amb guas Ora a escola aparece como organiza o ora como institui o A esse respeito n o h uma 20 concord ncia N o pretendo o consenso mas sim justificar uma op o Destacar a caracter stica b sica da unidade escolar n o uma tarefa f cil O que parece trivial proporciona uma rica possibilidade de pensamento imperativo dialogar com os autores da psicologia social e da sociologia para afirmar que a escola uma institui o no conjunto de outras institui es Ap s o resgate das posi es te ricas necess rias importante analisar o sistema educacional brasileiro tendo em vista o ensino b sico Tanto a reforma educacional quanto as conquistas democr ticas da sociedade brasileira levaram certamente a uma maior complexidade na organiza o da educa o b sica do Brasil A reforma constitucional de 1988 proporcionou aos munic pios um novo status com vantagens e obriga es n o vistas antes na hist ria brasileira Com a reforma educacional a defini o da atua o dos munic pios no conjunto da educa o fundamental e i
413. ra o lucro passam para a esfera p blica principalmente nos pa ses perif ricos em que sem a participa o dos trabalhadores transformam se em receitas ultraliberais com cunho universal Anderson 1995 coloca que na vis o dos neoliberais o rem dio para a crise seria manter um Estado forte sim em sua capacidade de romper o poder dos sindicatos e no controle do dinheiro mas parco em todos os gastos sociais e nas interven es econ micas A estabilidade monet ria deveria ser a meta suprema de qualquer governo Para isso seria necess ria uma disciplina or ament ria com a conten o dos gastos para com o bem estar e a restaura o da taxa natural de desemprego ou seja a cria o de um ex rcito de reserva de trabalho para quebrar os sindicatos p 11 Al m disso seria necess rio reduzir os impostos sobre as altas rendas para que uma saud vel desigualdade pudesse dinamizar as sociedades estagflacion rias O 192 mesmo autor ainda afirma que se o neoliberalismo fracassou por n o revitalizar o capitalismo ele atingiu outros objetivos como a cria o de sociedades mais desiguais e seu triunfo maior consistiu na dissemina o ideol gica do ide rio ultraliberal disseminando a simples id ia de que n o h alternativas para os seus princ pios e que todos seja confessando ou negando t m de adaptar se s suas regras p 23 Esse conte do ideol gico o terreno f rtil par
414. ra si mesmo caracter stica do idealismo alem o A id ia de progresso tem a seu nascedouro Entretanto no desenrolar da modernidade novas quest es aparecem 53 Com a ci ncia moderna duas novas componentes aparecem na problem tica da legitima o De in cio para responder a quest o como provar a prova ou mais geralmente quem decide sobre o que verdadeiro desvia se da busca metaf sica de uma prova primeira ou de uma autoridade transcendente reconhece se que as condi es do verdadeiro isto as regras de jogo da ci ncia s o imanentes a esse jogo que elas n o podem ser estabelecidas de outro modo a n o ser no seio de um debate j ele mesmo cient fico e que n o existe outra prova de que as regras sejam boas sen o pelo fato delas formarem um consenso dos experts p 54 Lyotard 1990 afirma que no p s guerra com o avan o da t cnica e das tecnologias n o se pode confiar em uma metanarrativa especulativa e ou emancipat ria a nfase recai sobre os jogos de linguagem de Wittgenstein Isso significa que nenhum conceito ou teoria pode capturar adequadamente a linguagem em sua totalidade pois tal tentativa forma seu pr prio jogo particular de linguagem As metanarrativas como jogos de linguagem pertencem ent o a uma multiplicidade de jogos e n o ao principal a ess ncia fundadora da verdade As regras para o jogo de linguagem de ci ncia seriam p 46 48 1 O saber cient fico exi
415. racionalismo e no obscurantismo situados no romantismo tardio p 7 Esse sujeito desejante para Freud a interroga o sobre o que lhe falta Do ponto de vista do sujeito da psican lise a modernidade retira do predom nio religioso o gozo de uma vida eterna e o transfere para o decurso da vida mesma mas o faz com consequ ncias A declara o dos direitos do homem e do cidad o publicada em 1793 faz em seu artigo primeiro refer ncia ao gozo dos direitos naturais e imprescind veis Complementando no artigo 23 expressa claramente que a garantia social consiste na a o de todos para assegurar a cada um o gozo e a conserva o de seus direitos Esse sujeito moderno consolidado no indiv duo sofre a perda da cultura tradicional e por conseguinte da garantia da sans o simb lica as quais o legitimavam na ocupa o de posi es espec ficas e lhe garantiam o gozo Com a fragmenta o e o esfacelamento do conjunto de san es simb licas a complexifica o social coloca lado a lado coexist ncias antes impens veis levando elasticidade do 47 simb lico Esse lugar do gozo de cada um torna se indefinido O sujeito pode se colar a imagens veiculadas pelos ideais de gozo suposto e sem falhas na forma de consumo do objeto circulante ou se eternizar na indefini o de gozo p 9 A modernidade ao prometer um gozo sem falhas refor a esse comportamento por meio de estruturas ou da sua
416. rasil Contos e descontos Ceil ndia Id ia editora 1997 MORAT J C RIU A M Diccionario de filosof a Barcelona Editorial Herder S A 1996 1 CD ROM 325 MORIN Edgar Ci ncia com consci ncia 5 ed Rio de Janeiro Bertrand Brasil 2001 M NCH Richard A teoria parsoniana hoje A busca de uma nova s ntese In Gidens Antony TURNER Jonathan Teoria social hoje S o Paulo UNESP 1999 p 174 228 MUSHAKOJI K Em busca de uma nova alian a anti hegem nica In HELLER Agnes et al A crise dos paradigmas em ci ncias sociais e os desafios para o s culo XXI Rio de Janeiro Contraponto 1999 NETTO Jos Paulo Capitalismo monopolista e servi o social S o Paulo Cortez 1992 NEVES C E B A educa o na perspectiva te rica de Niklas Luhmann In ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIA O NACIONAL DE PESQUISA E P S GRADUA O EM CI NCIAS SOCIAIS 27 2003 Anais Caxambu ANPOCS 2008 1 CD ROM NEVES C E B SAMIOS E M B Orgs Niklas Luhmann a nova teoria de sistemas Porto Alegre Ed UFRGS 1997 N VOA Ant nio Org As organiza es escolares em an lise Lisboa Dom Quixote 1992 Para uma an lise das institui es escolares In N voa Ant nio et al As organiza es escolares em an lise Lisboa Dom Quixote 1992 OFFE Claus Sistema educacional sistema ocupacional e pol tica da educa o contribui o determina o das fun es sociais do sistema educacional Trad
417. re o a fus o de todos os elementos da cultura num cadinho gigantesco Talvez isso n o fosse um pre o t o alto como acreditam aqueles defensores da cultura se a venda em liquida o da cultura n o contribu sse para a convers o das conquistas econ micas em seu contr rio p 15 grifo nosso A dial tica do esclarecimento fala de trai o O iluminismo figura como luz que ao ser lan ada sobre as trevas transforma esse territ rio em novos campos da raz o A escurid o o desconhecido o mundo natural n o se manifestam como uma outra possibilidade como complexidade ou mesmo tradi o digna de respeito mas como algo a ser dominado a ess ncia do esclarecimento a alternativa que torna inevit vel a domina o Os homens sempre tiveram que escolher entre submeter se a natureza ou submeter se natureza do eu p 43 A apropria o pela raz o ocidental capitalista euroc ntrica branca e masculina do 38 mundo desencantado n o poupou seus grandes herdeiros Marx incluso de pertencerem a um regime de verdade que sendo racional n o pode ser subsumido como religi o mas como interpreta o te rica do mundo como esfor o te rico precisamente na an lise mesmo que contradit ria desse grande e nico conjunto de interpreta o te rica do mundo que o trabalho de Horkheimer e Adorno 1985 deve ser situado e o grande m rito precisamente resgatar a no o da unicidade da raz
418. relator entende que um sistema implica um conjunto articulado que considera a unidade e a multiplicidade tendo em vista as finalidades compartilhadas Implica articula o com um conjunto de ordenamentos nesse caso a legisla o educacional Apesar do parecer fechar em uma id ia de sistema relativo ao pressuposto jur dico faz se necess rio contextualizar o seu entendimento em um projeto de reforma que busca a unidade Nesse sentido a concep o filos fica de sistema aliada perspectiva pedag gica acaba por ser subsumida pela ideologia administrativa em sua pr tica a id ia de sistema presente na reforma educacional vis vel na pol tica de avalia es tem cunho sist mico e funcionalista com implica es de longo alcance Por m na sua concep o moderna o conceito de sistema em sua forma trivial est presente h muito tempo no conjunto da Teoria Geral da Administra o Esse conceito bastante did tico nas palavras de Edivaldo Boaventura No enfoque din mico o sistema de educa o recebe de entrada fluxos que submetidos ao processo de ensino d o margem s sa das Por conseguinte s o tr s etapas Entrada gt processo ensino aprendizagem gt sa das 1997 p 200 A teoria sociol gica aplicada administra o escolar que aparece nos trabalhos dos educadores das d cadas de 60 e 70 do s culo XX tem como refer ncia o funcionalismo Norte Americano Como exemplo il
419. res na forma o do cidad o e a fun o social da escola pe a secund ria na tarefa educativa E ainda mais E percept vel a tend ncia para converter a escola aos olhos do poder p blico em inst ncia de a o burocr tica do Estado A educa o escolar considerada somente enquanto inst ncia de hierarquia do sistema operacional de ensino recebe dele a aten o que tal n vel hier rquico merece no universo de suas tarefas de planejamento governamental Aos olhos dos educadores ela assumida por uns como uma esp cie de laborat rio e 304 pesquisas por outros como ocupa o profissional e por outros ainda como propriedade privada grifo nosso A longa cita o acima um destaque de uma poca em que se esbo avam no Brasil os novos cen rios da democratiza o nos anos 1980 N o havia mais de 5000 sistemas educacionais no Brasil Apesar das mudan as operadas pela reforma educacional as caracter sticas desenhadas por Rodrigues ainda est o presentes e de sobremaneira agravadas pela aus ncia de pessoas com os conhecimentos necess rios para entender a complexidade da escola Como Arelaro 2005 e Azevedo 2002 lembram nesse cen rio de distribui o irregular da riqueza no Brasil as desigualdades s o tamanhas que a escola e a educa o em muitos munic pios s o t o prec rias que n o t m condi es de exercer minimamente o prescrito na legisla o O fator essencial relacionado por Rodrigues
420. ret rio e no prefeito representantes eleitos dentro das regras v lidas e leg timas do Estado de Direito Essa uma quest o que deve ser colocada considerando a o sistema educacional municipal e a necessidade constante de mudan a a cada novo prefeito b a comunica o complexa que se instala em uma escola que organiza o e ao mesmo tempo institui o c uma escola que pela sua autopoiese estabelece identidade e autonomia como institui o simb lica d uma rela o de trabalho tecnocr tica de assujeitamento que se instala entre a burocracia do sistema e os profissionais da escola e a necessidade de se insistir em uma rela o dial gica entre o sistema e a escola A partir das discuss es anteriores urge analisar as quest es colocadas acima Faz se necess rio um breve relato da implanta o da Gest o Democr tica no munic pio de Vit ria ES no per odo de 1989 1992 Tal experi ncia ocorreu antes da Reforma Educacional da segunda metade dos anos 1990 Esse relato n o tem 270 como objetivo uma an lise exaustiva do caso em profundidade pois transcenderia o escopo deste trabalho 7 1 A DEMOCRATIZA O DA GEST O ESCOLAR NO MUNIC PIO DE VIT RIA ES NO PER ODO DE 1989 1992 Ao tratar da educa o no munic pio de Vit ria capital do estado do Esp rito Santo necess rio destacar o trabalho realizado pelo Partido dos Trabalhadores em sua primeira gest o no munic pio Tamb
421. retas dos homens vivendo em sociedade e se plasma em normas de organiza o e funcionamento de um sistema educacional Ou dito de outra forma n o h primeiro uma inten o e depois um conjunto de normas mas uma inten o revelada expressa nas normas e na pr xis educacional p 32 Por conseguinte a vis o de Rom o 1997 apud ABREU 1999 em rela o organiza o de um sistema educacional nacional indica que ele n o produto nem de consenso nem de identidades de objetivos mas de embate entre for as antag nicas dominadores e dominados em permanente tens o dial tica que constantemente est o se atualizando seja pelo pacto ou pela coer o Em sentido dial tico se deve pensar portanto o conceito de sistema educacional e n o em uma perspectiva est tica Assim para Rom o 2000 a educa o constitu da pelo projeto social de sociedade no qual ela se contextualiza apresentando influxos adequa es movimento Portanto o conceito est tico como o que sugere o voc bulo sistema inadequado apreens o do fen meno que ocorre na realidade hist rica das trajet rias pedag gicas sendo mais apropriado substitu lo por outro que d conta da mutabilidade do dinamismo da historicidade das pr ticas e dos olhares educativos A falta desse termo e at que um ling ista crie um continuaremos usando a palavra sistema ressalvada por m com todas estas observa es p 69
422. rs o escolar est se instalando sob nossos olhos Paradoxalmente o of cio docente desvalorizado em uma sociedade que tem a educa o como a solu o de todos os males A autoridade do educador v se cada vez mais dilu da em uma sociedade que localiza a educa o como uma grande panac ia Muitas das incertezas e press es s quais o educador submetido em sua estressante rotina desencadeiam as doen as ocupacionais que afetam sua capacidade de trabalho O estudo desenvolvido por Martinez Valles e Kohen 1997 destaca a import ncia do conhecimento sobre a sa de do educador Em rela o ao trabalho na institui o escolar os docentes t m um sofrimento ps quico sua pr tica atravessada por contradi es a de portadores de um ideal coletivo de produ o de saberes e democratiza o escolar enquanto devem funcionar como reprodutores de exclus o social Isso gera impacto no cotidiano pelos efeitos decorrentes dessas situa es como a fragmenta o dos la os grupais conflitos com a autoridade e empobrecimento nas rela es com a comunidade Os docentes n o t m apoio institucional para os conflitos com os alunos os pais a comunidade o diretor e mesmo com os outros docentes Esse educador tem muito contra ele E not rio que busque seguran a nos espa os que tem ou que est o em vias de serem suprimidos Ele um agente fundamental na escola Trabalhar contra o docente trabalhar contra o projeto pol tico
423. rutura o e recept culo do indiferenciado O terceiro campo se configura no espa o ps quico da vida institucional Para que se efetivem as fun es n o ps quicas da institui o necess rio mobilizar processos ps quicos e forma es ps quicas originais s o produzidas e mantidas pela vida institucional s o correspondentes dupla necessidade da institui o e dos sujeitos ambos partes integrantes e benefici rios Mas afirma Ka s 1991 A institui o liga une e gerencia forma es e processos heterog neos quer sejam sociais pol ticos culturais econ micos ps quicos L gicas diferentes nela funcionam em espa os que comunicam e interferem E por isso que na l gica social da institui o podem se insinuar e predominar quest es e solu es ligadas ao n vel l gico e ps quicos E esta ainda o lugar de uma dupla rela o do sujeito com a institui o e de um conjunto de sujeitos ligados pela e na institui o p 30 As sinergias dos processos heterog neos que se estabelecem na institui o produzem a ilus o da coincid ncia mantendo a rela o isom rfica entre o seu grupo e os indiv duos que com o rompimento do consenso por meio do recalque e do negativo revela os pactos inconscientes e as l gicas distintas que se dissimulam nas forma es comuns necess rias ao sujeito singular 160 Restabelecer a capacidade metaf rica da institui o um dos objetos poss veis do trabalho psica
424. rutural em uma recorr ncia entre organismo e ambiente efetivada pela capacidade de plasticidade do vivo a organiza o autopoi tica 3 5 FECHAMENTO OPERACIONAL E ACOPLAMENTO ESTRUTURAL Diante dessa demanda autopoi tica cont nua que possibilitou o humano a um processo complexo de desenvolvimento da rede neural diferentes fatores segundo Maturana 2002 foram e s o fundamentais para a exist ncia desse continuum N o se pretende aqui fazer a descri o de todos eles somente de dois fechamento ou clausura operacional e acoplamento estrutural O fechamento operacional remete rede neural fechada o sistema nervoso que opera apenas gerando rela es de atividade neuronais as quais remetem sua pr pria estrutura e n o pelas circunst ncias ambientais que podem mudar o estado Como uma unidade autopoi tica tem estrutura que pode mudar e uma organiza o que remete a uma identidade espec fica a invariante uma unidade pl stica e as intera es sob as quais essa invari ncia pode ser mantida s o perturba es p 142 Essas perturba es ou irrita es geradas pelo ambiente podem resultar em incorpora es de estruturas e ao mesmo tempo no contexto de uma din mica autopoi tica e de intera es recursivas provocam mudan as de estado que podem provocar outras mudan as e assim sucessivamente 124 O acoplamento estrutural depende do fechamento operacional sem ele n o h transforma
425. rvindo se da descri o fenomenol gica de Hussel em que o significado de uma express o simb lica remete para a inten o subjacente Inten o mais primitivo que significado Define sentido de uma maneira pr ling stica como contexto de remiss o de possibilidade atualiz vel relativo intencionalidade da viv ncia e da a o No lugar de sujeitos capazes de autoconsci ncia aparecem sistemas que transformam ou utilizam sentidos Para Habermas 1990 devido substitui o de conceitos para a constru o da teoria de sistemas Luhmann conserva algumas figuras de pensamento da filosofia da consci ncia na forma de analogias estruturais decorrentes do percurso do pensamento desde Kant at Marx passando por Hegel Destaca cinco consequ ncias desse percurso Na primeira a rela o sistema mundo circundante sem d vida pensada de acordo com o modelo de um mundo constitu do pela consci ncia transcendental Demarcando de seu meio ele o constituiu como um horizonte de sentido para ele universal No lugar de um mundo fundamental de modo transcendental aparecem os muitos meios circundantes sistemicamente relativos Luhmann estabelece muitas rela es sistema mundo circundante no seu dom nio de objetos Nessa medida para ele a diferen a entre transcendental e emp rico perde o significado Em segundo lugar a decis o anterior da teoria de sistemas ultrapassa como fez Hegel em seu tempo os limites do ideali
426. s a comunidade reduzida soma de suas partes negando o lit gio da parcela dos 58 sem parcela Como destacado no texto inicial os dois elementos fundamentais para se pensar a crise da modernidade s o a crise da raz o e do sujeito A pol tica a tica e as quest es as quais sustentam a perspectiva liberal e individual da revolu o burguesa est o entrela adas em um conjunto de perspectivas que n o apontam sa das claras para o pensamento Para Apel 1994 o elemento central da crise n o est de forma alguma na raz o em si mesma pois seria uma contradi o um petitio principii Tendo em vista uma fundamenta o ltima podem ser considerados fundamentados aqueles princ pios que n o podem ser questionados sem levarem autocontradi o e l gica em especial os princ pios da raz o e do logos A crise seria ent o ainda conforme Apel 1994 n o uma crise da raz o mas da filosofia da consci ncia cujo esquecimento do logos consistiu em uma n o reflex o sobre os pressupostos ling sticos comunicativos Sem d vida a linguagem uma chave que ir proporcionar an lises mais acuradas sobre a crise Dufour 2005 traz uma excelente colabora o quando resgata Lacan que afirma o sujeito servo da linguagem e mais ainda servo de um discurso Pela servid o simb lica constitui se a domina o radical do homem pela linguagem Em sua aus ncia a humanidade perde se na barb r
427. s 2001 interessante observar no quadro que a orienta o para a descentraliza o com nfase na gest o avalia o e autonomia da escola s o itens discutidos por secret rios de educa o de diferentes pa ses da AL A reforma educacional que ocorrer na regi o tem desta feita n o somente a orienta o pol tica interna de cada Estado mas orienta es comuns Nesse contexto onde autoridades ministeriais e seus assessores estabelecem diretrizes que s o homog neas em seus princ pios sancionadas pelas elites locais que det m o poder pol tico poss vel falar de uma interfer ncia na pol tica educacional Ainda nesse contexto as orienta es acima elencam tr s grandes eixos que ser o norteadores das pol ticas na regi o em que o Brasil estar inclu do destacados no quadro acima e presentes na an lise de Casassus 2001 1 Situar a educa o e o conhecimento no centro das estrat gias de desenvolvimento como uma esp cie de catalisador de objetivos econ micos e sociais 2 A mudan a da educa o uma mudan a de gest o em que a descentraliza o e a flexibiliza o do sistema ocupa espa o privilegiado 221 3 Elabora o de sistemas nacionais de avalia o programas compensat rios de discrimina o positiva reforma curricular a n vel macro e foco na escola e sua gest o proporcionando autonomia Sem d vida importante considerar que a defesa de certos elementos da refor
428. s O rompimento com a tradi o o surgimento da massa de indiv duos an nimos desenraizados opera dentro do recalcamento da tradi o fundante conforme a an lise de Mario Fleig 1999 p 6 a partir da formula o freudiana sobre o narcisismo Freud 1914 1976 a constitui o do sujeito determinada pelos ideais dos pais que se apresentam como um imperativo Em termos culturais os ideais da modernidade se expressam no imperativo sobre o sujeito seja livre Esse um absoluto impasse pois realiz lo reconhecer se n o livre e ser livre n o segui lo o que resulta em negar a pr pria liberdade Resta para o sujeito apenas a sa da pelo recalcamento da tradi o que o funda buscando o caminho de auto funda o subjetiva grifo meu As sa das para a subjetividade e as estrat gias modernas da subjetiva o est o na raiz da problem tica de crise do sujeito na segunda metade do s culo XX estendendo se aos diferentes campos do conhecimento preciso considerar tamb m que o sujeito moderno o elemento que emerge do contexto pol tico social e econ mico contexto esse que converge para a emerg ncia da burguesia ela mesma desenraizada Com Ren Descartes 1596 1650 h a mais abrangente estrat gia de subjetiva o Mas tal fato ocorreu contextualizado em uma d vida em um questionamento em um ceticismo metaf sico que desloca Deus do centro o homem passa a ocup lo mas a
429. s al m da organiza o pol tica de cada pa s determinam em grande parte as caracter sticas distintivas dos grupos pol ticos que assim se formam 271 As transforma es sociais decorrentes da expans o do capitalismo configuraram tamb m o fortalecimento do movimento oper rio que em sua lutas por melhores condi es de trabalho e levaram ao aparecimento do partido como organiza o de massa Os partidos passam a assumir uma car ter org nico e completamente novo como a um programa pol tico sistem tico b aceita o e colabora o de grande n mero de pessoas c um corpo de funcion rios pagos dedicados s atividades pol ticas do partido O que estava em jogo era a transforma o da sociedade e para tal a educa o e a organiza o da classe trabalhadora com vistas abertura de espa os nos n cleos de poder A consolida o dos partidos pol ticos est ligada ent o consolida o das estruturas democr ticas que historicamente se desenvolvem nos embates com as elites tradicionais Os partidos ligados aos trabalhadores t m sem d vida papel importante na ocupa o desse espa o pol tico Semeraro 2000 ao analisar a trajet ria de Gramsci indica que o fil sofo italiano amadureceu a id ia de que o socialismo n o poderia ser conquistado com pr ticas pontuais imediatistas e explosivas Necessitava de um aprendizado que deveria ser realizado coletivamente Entre as grandes tarefas do marxismo estava
430. s com a educa o infantil e ambos deveriam prioritariamente atuar no ensino fundamental em regime de colabora o a Uni o teria participa o suplementar Conforme a figura em destaque do relat rio n 24413 BR do Banco Mundial 2003 o FUNDEF utiliza nos munic pios 15 dos impostos e taxas de transfer ncias de alguns impostos para cumprir as mudan as propostas pela emenda constitucional 14 96 Em termos de operacionais os recursos s o depositados na conta do FUNDEF da entidade federativa sem intermedi rios dependendo da fonte de particular de receita que pode variar de 10 a 30 dias Sessenta por cento dos 15 devem ser gastos com pagamento de professores e de outros profissionais diretamente envolvidos nos servi os de educa o Os quarenta por cento restantes devem ser utilizados para o provimento das necessidades do ensino fundamental desde que contemple o que estabelecido na Lei em rela o ao MDE 241 Figura 6 Explica o dos recursos municipais m nimos para educa o 10 para a pr escola ou para o Ensino Fundamental 15 para o FUNDEF 15 para o Ensino Fundamental Impostos e Taxas de Tranfer n cia 10 para pr escola ou Ensino Fundamental Fonte Banco Mundial 2003b p 9 O FUNDEF foi aprovado como lei em 1996 com implementa o prevista para 1998 e dura o com vig ncia de 10 anos terminando em 2006 Tal lacuna foi oportuna para que o Ministro de Educa o conv
431. s ou conv nio com a esfera estadual e mesmo assim provavam que gastavam 25 em MDE manuten o e desenvolvimento do ensino c Nos estados do Nordeste acontecia o contr rio devido municipaliza o ter ocorrido com mais nfase nos anos 80 os munic pios detinham redes de escola mas n o tinham arrecada o para suprir as necessidades das mesmas d Em especial os sal rios dos professores eram prec rios nos munic pios n o capitais de estado Essa modalidade de desconcentra o e desqualifica o era antiga conhecida dos professores Qualquer solu o teria que contempl los de algum modo e Desde a poca do Ministro Murilo Hingel se discutia a necessidade de um piso nacional para o pagamento do piso para professores Em 1995 com a posse do ministro Paulo Renato este buscou a solu o pela cria o de Fundos Estaduais para equilibrar as destina es de verbas entre as esferas estaduais e municipais Essa discuss o foi realizada em di logo com o MEC CINSED UNDIME e CNTE havendo concord ncia dessas entidades O n mero de matr culas deveria ser o elemento que garantiria a proporcionalidade MONLEVADE 1997 f Por m no Governo FHC h uma mudan a de rumos com a reforma educacional desconsiderando a participa o das diferentes entidades na discuss o democr tica de uma solu o constru da desde a base Encaminha ent o a Proposta de Emenda Constitucional PEC 233 sem di logo seja com as d
432. s deve aprender sempre 1988 p 18 A op o pela educa o como elemento importante na luta para democratiza o est portanto na raiz do partido em seu nascimento Como partido de massas e alinhado a uma proposta de socialismo com democracia o PT defende bandeiras para a educa o nacional que mesmo sendo bandeiras hist ricas dos educadores 273 brasileiros no contexto da redemocratiza o do Brasil nos anos 1980 seria nos governos municipais do PT que elas encontrariam a necess ria vontade pol tica para a institucionaliza o As bandeiras de democratiza o da educa o foram levadas a cabo no Congresso Nacional por representantes do PT e que eram tamb m bandeiras de todos os partidos progressistas mas com grau maior de discuss o sistem tica no conjunto do PT e de seus simpatizantes entre eles educadores professores universit rios alunos e l deres comunit rios ou seja entidades da sociedade civil organizada Em um documento intituladas Diretrizes Pol tica para a Educa o de 1986 texto preparat rio para semin rios realizados em S o Paulo esclarece o pensamento que estaria presente na plataforma de governo do PT para S o Paulo e refer ncia para outras unidades da federa o O documento coloca diversas premissas para discuss o e destaca com propriedade a rela o do PT com a educa o a atua o do partido no terreno da educa o deve buscar politizar as demandas popular
433. s e entidades objetivas sem exce o como disfarces de um material ca tico amaldi oando sua influ ncia sobre 37 a humanidade como escravid o at que o sujeito se convertesse em conformidade com sua id ia na nica autoridade irrestrita e vazia Toda a for a da natureza reduziu se a uma simples e indiferenciada resist ncia ao poder abstrato do sujeito A civiliza o sempre corre o risco de transformar se em barb rie ela n o diretamente a primeira natureza mas funda se tal como a raz o na errada separa o dela Como introduzem em seu trabalho a teoria Freudiana da cultura Horkheimer e Adorno 1985 entendem esse processo como dial tico Mas por mais coerente que possa estar permanece prisioneira da modernidade do iluminismo Como consequ ncia ao suprimir o otimismo presente no ideal de progresso conservando a constru o hist rica negativa resulta em pessimismo Apesar de tudo reabiltam o esclarecimento a raz o moderna pela defesa do pensamento reflexivo no pref cio da DE ao afirmarem a quest o que o esclarecimento tem que tomar consci ncia de si mesmo se os homens n o devem ser completamente tra dos N o da conserva o do passado mas de resgatar a esperan a passada que se trata Se a cultura respeit vel constituiu at o s culo dezenove um privil gio cujo pre o era o aumento do sofrimento dos incultos no s culo vinte o espa o higi nico da f brica teve por p
434. s e inferiores hier rquicos a inelegibilidade a chave para que essas rela es existam O discurso Diskurs corresponde a uma situa o de di logo em que poss vel virtualizar as coer es pr ticas das a es comunicativas sendo poss vel a problematiza o e avalia o dos fundamentos de forma a obter um acordo entre os usu rios da linguagem No discurso os falantes competentes re nem se para discutir e decidir a fundamenta o das pretens es de validade levantadas na inten o do s falante s 86 Dessa forma no discurso est em jogo a pretens o de corre o em que est o em jogo atos de fala regulativos baseado em normas socialmente aceitas se instaura para Habermas um discurso pr tico moral Neste ltimo os participantes isentos t m livre express o sem coer o nem press es pr ticas para discutir e avaliar as justifica es de pretens o de validade estabelecidas na circunst ncia do proferimento no discurso que est em jogo a pretens o de verdade e n o na a o comunicativa COSTA 2002 Um discurso teor tico um livre di logo para verificar se a pretens o de verdade de determinado discurso realmente fundada Para Habermas a obten o do consenso discursivo constitui se como crit rio de verdade e n o a correspond ncia com os fatos capaz de respaldar apenas asser es Sua teoria sobre a verdade n o correspondencial mas consensual poss vel aqui a contri
435. s estiverem presentes z Para finalizar importante reproduzir aqui a sua s ntese sobre o que significa sistema educacional sistema de ensino corresponde a um conjunto de institui es de ensino p blicas ou privadas de diferentes n veis e modalidades de educa o e de ensino e de rg os educacionais administrativos normativos e de apoio t cnico elementos distintos entre si com unidade e coer ncia o que n o exclui contradi es e ambig idades a partir de um conjunto de normas comuns colaboradas pelo rg o competente visando ao desenvolvimento do processo educativo ABREU 1999 p 35 No conceito que a autora desenha est expresso o sentido que sistema educacional assume com a reforma dos anos 90 Inclui em seu conceito elementos de controle tendo em vista os fins pretendidos Por m em que medida essa 175 configura o de sistema educacional elaborada historicamente no conjunto da educa o brasileira Qual a posi o da escola no conjunto da reforma Conv m resgatar a historicidade da reforma educacional brasileira e seus condicionantes tendo em vista que a perspectiva de sistema educacional refere se n o mais a um sistema estadual distante Todo munic pio desde que tenha escolas comp e um sistema educacional A reforma altera de forma significativa a distribui o de poder decis rio no contexto da educa o brasileira 176 5 A CRISE DO CAPITALISMO E EMER
436. s os arranjos legais e pedag gicos que a mant m O poder nesse caso seria leg timo Tamb m o o do prefeito e o do grupo pol tico eleito Contudo legitimo para com a escola p blica reinventar a educa o a cada mandato de prefeito Impor um projeto escola que j tem seus projetos e tem sua comunidade escolar constitu da s vezes sim e muitas vezes n o Conv m resgatar o projeto pol tico pedag gico e a escola 7 3 O PROJETO POL TICO PEDAG GICO DA INSTITUI O ESCOLAR E A MEDIA O DA DIVERSIDADE Na elabora o de um projeto pol tico pedag gico para a escola um conjunto extenso de elementos podem ser destacados Tratarei aqui de alguns deles 296 especialmente do projeto pol tico pedag gico na institui o escolar como mediador da diversidade cultural pol tica e ideol gica dos seus agentes em torno de uma proposta coletiva Em que medida realmente importante um projeto pol tico pedag gico Qual a import ncia de um projeto pedag gico se a educa o durante grande parte do s culo XX n o necessitou de um projeto para cada escola N o seria contradit rio se cada escola fizesse um pequeno projeto deslocado particular e estabelecesse uma fuga ao controle central Essa fuga ao controle central n o traria preju zos uma vez que a educa o nacional enquanto pol tica articulada e constru da em comum tem como objetivo a inclus o e a cidadania A transforma o da escola em uni
437. s pelo munic pio aos seus educadores Nenhuma institui o de ensino municipal estadual privada ou federal do estado do Esp rito Santo tinha sal rio melhor Tamb m poca o melhor sal rio pago a um professor de ensino fundamental e no Brasil era o da prefeitura de Vit ria Muitos professores da Universidade Federal trabalhavam na rede E ganhavam bem melhor por sua atua o na rede municipal Uma pol tica educacional com um projeto socialmente constru do e arrojado al m de sal rios dignos aos profissionais proporcionou ent o a atra o dos educadores mais capacitados aos quadros da rede municipal Instituiu se tamb m a licen a remunerada para realizar cursos de mestrado e ou doutorado proporcionando um diferencial importante para a estrutura do ensino p blico municipal Esse conjunto de situa es possibilitou a realiza o em um nico per odo de governo de mudan as na educa o da capital importante lembrar que na gest o do prefeito que sucedeu ao prefeito Vitor Buaiz do PT Paulo Hartung houve continuidade de parte do projeto pois estava em andamento uma participa o ativa da comunidade nas escolas Apesar da afinidade que pudesse existir entre o novo prefeito e o projeto em curso a participa o das comunidades e entidades civis organizadas foi importante para que a conquista efetivada na educa o n o fosse sucateada logo nos primeiros anos do novo governo Por m o sucessor de Paulo Hartu
438. sa p blica a privatiza o de espa os coletivos os preconceitos de cor g nero e idade ainda permanecem e estavam presentes no contexto de transi o para a democracia nos anos 80 Ao lado dessas caracter sticas hist ricas que alimentam esse autoritarismo social surge um segundo condicionante o neoliberalismo com grandes implica es enquanto ideologia pois ocupa espa os de poder e refor a esse autoritarismo na medida em que fragmenta o espa o p blico e amplia o espa o privado indiferenciando os Mais do que isso diante dessa aus ncia hist rica de democracia em todos os n veis por parte do Estado brasileiro orientado principalmente para a acumula o o saber pr tico oriundo do pensamento neoliberal prop e se a abrir o horizonte da realiza o do ser humano Isso significa 202 j implicitamente a afirma o de um programa de a o o caminho para a felicidade e a liberdade e consequentemente a libera o do caos e da destrui o da exist ncia humana consiste na obriga o da implanta o do mercado em todas as dimens es da vida humana OLIVEIRA 1995 p 64 Essas estrat gias apresentavam se como universais independentes dos contextos hist ricos uma vez que o capitalismo universal e igual em todas as partes do mundo encontraram espa o no contexto de uma sociedade livre do autoritarismo institucional mas sem experi ncia de vida democr tica como coletividade Chau
439. scentraliza o dos sistemas e o concomitante fortalecimento das escolas diminuindo os ordenamentos e a burocracia possibilitariam abrir espa o para que as diferentes identidades escolares possam efetivar um projeto pol tico pedag gico e descentralizar se institucionalmente promovendo a qualidade da educa o Ao mesmo tempo devido complexidade de tal processo tornam se necess rias algumas condi es indispens veis maior autonomia da escola a exist ncia de um sistema externo de avalia o de resultados aferidos pela aprendizagem dos alunos de conte dos b sicos e comuns como estrat gia para evitar a fragmenta o mecanismos de responsabilidade e presta o de contas pelos resultados alcan ados a es de compensa o das desigualdades que impe am poss veis efeitos regressivos da descentraliza o p 138 Se o acesso ao ensino fundamental est satisfatoriamente resolvido fundamental centrar esfor os na quest o da qualidade para que seja exitoso o oferecimento de 255 um patamar b sico escolar com qualidade A fim de se chegar a esse patamar prop e que se estimulem modelos flex veis e diferenciados de gest o escolar ou seja pontos de partida diferenciados mas com requisitos b sicos no ponto de chegada e nesse caso a avalia o por testes de conte do Ao mesmo tempo mecanismos de compensa o financeira e t cnica entrariam como intervenientes para que a autonomia n o prejudique
440. scolar e dos recursos financeiros e materiais que as sustentam 3 altera o na estrutura de carreira elei o de diretor da escola com atribui es de executor de decis es do Conselho de Escola elei o do delegado de ensino concurso para preenchimento de vagas etc 4 efetiva o do Conselho de Escola como inst ncia m xima real de decis es da escola na programa o planejamento escolar e ger ncia de recursos 5 participa o da comunidade na organiza o interna da escola elabora o do regimento interno 6 composi o mais democr tica e representativa da popula o e dos professores e alunos das escolas p blicas de 1 e 2 graus no Conselho Estadual de Educa o 7 elei o direta dos reitores e diretores das universidades p blicas estaduais pelos professores funcion rios e estudantes A democratiza o proposta pelo PT nesse documento o que se discute no conjunto da pol tica educacional t m eco no conjunto das pol ticas educacionais defendidas pelos educadores brasileiros As propostas elaboradas pelo PT s o produto de pessoas que trabalham na educa o em especial profissionais progressistas e s rios comprometidos com a transforma o da sociedade brasileira e com ampla produ o bibliogr fica O PT ao delinear a educa o como prioridade coloca a possibilidade da educa o n o somente como ret rica ou elemento pontual mas acredita que instrumento de
441. scolas como organiza o exigindo resultados Por m no contexto da reforma educacional intensifica se no panorama internacional a no o de que importante flexibilizar descentralizar minimizar Conv m fazer um resgate do termo sistema 4 2 1 Sobre o conceito de sistema V rias e diversificadas acep es t m o termo sistema Filosoficamente conjunto de elementos materiais ou n o que dependem reciprocamente uns dos outros de maneira a formar um todo organizado e especialmente conjunto de id ias cient ficas ou filos ficas logicamente solid rias mas enquanto s o consideradas na sua coer ncia mais do que na sua verdade LALANDE 1996 p 1034 1035 O uso filos fico do termo vincula se l gica dedutiva inicialmente mas em Kant assume o car ter de unidade de princ pio em que m ltiplos conhecimentos re nem se em uma nica id ia uma unidade sistem tica do conhecimento em cujas id ias da raz o pura buscam aproximar se Em Hegel a ci ncia do absoluto sistema na medida em que se desenvolve em si mantendo a unidade e totalidade ABBAGNANO 1998 O sistema como organismo dedutivo baseado em um nico princ pio tem na filosofia longa perman ncia apesar de outros usos em sistemas l gicos e matem ticos Todavia entre os iluministas franceses o termo tem uma acep o pejorativa e expressa idealismo 164 Na sociologia desde que Spencer em Princ pios de Sociologia
442. scren a dos padr es institu dos por um Estado autorit rio que beneficiou sempre as minorias Mesmo a democracia nascente vista com desconfian a em um per odo anterior ao fim da guerra fria A fragilza o da AL teve a presen a do BM e suas ag ncias foram ampliadas devido ao contexto de crise De acordo com Fonseca 2003 a pobreza era uma amea a aos pa ses centrais e a seus investimentos Por outro lado a necessidade da expans o constante de um capitalismo vinculado a uma reestrutura o produtiva necessita de recursos em educa o tanto como capital humano como para o crescimento econ mico est vel e sustent vel o que quer dizer estabilidade na regi o e garantia de retomo de investimento a m dio e longo prazo 226 Segundo Torres 2003 o discurso do Banco Mundial para educa o passa a incorporar ent o A Prioridade para a educa o fundamental s ries iniciais do ensino b sico escolar e o direcionamento eficaz de recursos para esse n vel B C D Descentraliza o da educa o Melhoria qualitativa da educa o e maior efici ncia da mesma Prioridade na reforma dos aspectos financeiros e administrativos E Institui es escolares aut nomas com responsabilidade por resultados F Amplia o da participa o da comunidade externa na escola G Participa o do setor privado e de Organiza es N o Governamentais ONG s como agentes ativos nas decis es A pau
443. se da vida cotidiana Constitu do por um conjunto de pessoas em rela o umas com as outras e que se uniram por diversas raz es a vida familiar uma atividade cultural ou profissional pol tica esportiva amizade ou religi o Unidade base oficina escrit rio classe Presen a da institui o hor rios ritmos normas de trabalho sistemas de controle estatutos pap is cuja fun o manter a ordem e organizar o aprendizado e a produ o An lise do campo do grupo pertence an lise do campo social sem eu conjunto N vel da f brica em sua totalidade da universidade do estabelecimento administrativo Coletividade institu da com vistas a objetivos definidos tas como a produ o ou a distribui o de bens a forma o de homens Grupo dos grupos que se rege ele pr prio por novas normas que faz a media o entre a base a sociedade civil e o Estado Um segundo n vel de institui o n vel dos aparelhos de liga es da transmiss o de ordens n vel da organiza o burocr tica Apresentam forma jur dica Ex propriedade privada dos meios de produ o N vel do Estado que faz a lei que confere s institui es for a da lei Na sociedade o eu institu do est do lado do Estado no topo do sistema Sistema de regras que determina a vida dos grupos sociais oficiais Exemplo Pr tica pedag gica N vel da classe pr tica do ensino
444. se necess rio definir uma pol tica em que a participa o de todos os envolvidos fosse permanente Dessa forma com transpar ncia e participa o da comunidade escolar foi poss vel publicizar a escola municipal inclusive atingindo o rg o central ou seja os dirigentes Duas a es foram ent o definidas a ruptura da rela o de clientelismo entre os diretores e os dirigentes pol ticos e a ruptura do autoritarimo no seio da institui o escolar A primeira solu o apontava para a elei o direta para diretores e a segunda para a cria o de conselhos de escola democraticamente escolhidos e que tivesse car ter deliberativo e n o somente consultivo Articuladas as escolas e seus Conselhos estaria o Conselho Municipal de Educa o o que garantiria a participa o e representa o tanto na elabora o como na execu o da pol tica educacional do munic pio Esta estrutura teria ent o que partir da vontade pol tica dos dirigentes municipais Este foi o caso do PT no munic pio de Vit ria Em documento os dirigentes municipais deixam claro a sua relev ncia 284 A vontade pol tica do Governo Municipal se traduz n o s em investimento maci os visando amplia o da oferta de mais vagas e a melhoria da qualidade do ensino mas tamb m possibilitando a verdadeira democratiza o do ensino apontando para uma escola competente e comprometida com as mudan as sociais econ micas e culturais exigidas pela
445. smo subjetivo As premissas emp ricas requerem uma linha n tida de separa o ante os acontecimentos internos ao sistema e aqueles que ocorrem no meio circundante do sistema Por isso todos os sistemas foram meios circundantes uns para os outros e refor am reciprocamente a complexidade do meio circundante que eles tendem a superar a cada momento Eles n o podem se associar entre si como sujeitos em agregados constituindo sistemas em n vel superior nem sequer est o partida inseridos como momentos numa totalidade Dessa forma a teoria de sistemas n o d o passo do idealismo subjetivo para o objetivo Em terceiro o paralelo em rela o a Marx o qual substitui a autoconsci ncia pela 107 pr xis conferindo ao processo de forma o do esp rito uma orienta o naturalista O que segundo Marx tinha o valor de reprodu o material da sociedade v lido para os sistemas auto referenciais em geral A auto referencialidade das opera es dos sistemas transformadores de sentido tem em primeira linha o sentido pr tico da auto cria o e n o o sentido te rico da auto atualiza o Compartilha com a teoria marxista a reflex o em rela o ao pr prio contexto de sua g nese e de sua atualiza o Os produtos da teoria dos sistemas refletem se na qualidade de parte integrante e fun o dos processos sociais para os quais ela ao mesmo tempo dirigida como objeto As diferen as s o n tidas porque o marxismo
446. smonte do Estado de Bem Estar Social Welfare State Por m essa virada conservadora foi produto de um longo processo de trabalho em universidades centros de pesquisa formula o de pol ticas participa o em organismos internacionais entre outros Mesmo sendo considerada a forma o da elite dirigente dos pa ses centrais desconsiderar a din mica e a complexidade dos processos sociais de produ o da realidade partir de uma abordagem no m nimo ing nua em rela o mudan a ao neoliberalismo e s mudan as na estrutura do Estado Na o moderno O segundo e ltimo conjunto de observa es deve ser feito em rela o ao que chamamos de globaliza o O fil sofo e antrop logo mexicano Nestor Canclini 2003 se questiona sobre a indefini o te rica da globaliza o da a diversidade de abordagens Parte do pressuposto de que a fragmenta o um dos tra os fundamentais dos processos globalizadores Para ele a globaliza o n o se constitui em um paradigma de an lise cient fica ou econ mica j que n o possui um objeto de an lise claramente formulado Tamb m n o um paradigma pol tico ou cultural pois os modos de desenvolvimento s o constitu dos de diversas formas Para Canclini 2003 p 43 a globaliza o mais do que uma ordem social ou um processo nico o resultado de m ltiplos movimentos em parte contradit rios com resultados abertos que implicam diversas conex es
447. sociedade brasileira neste final de s culo PMV 1991 p 5 importante salientar que nesse quadro de mudan as que aconteceram no munic pio de Vit ria n o foi f cil a organiza o das propostas tendo em vista uma postura de democracia participativa N o houve uma resposta imediata e clara dos movimentos populares que se organizavam em torno da educa o Dessa forma o Sistema Municipal trouxe para si a tarefa de organiza o e elabora o de todo o processo Pode se dizer que a abertura a participa o foi muito mais uma vontade pol tica dos gestores do que anseio de todos A postura de autoritarismo e a desconfian a das propostas apresentadas est o ligadas tamb m a uma situa o j recorrente da secretaria Havia uma desconfian a A pr tica administrativa e pedag gica da SEME Vit ria segundo v rios depoimentos de funcion rios que j trabalhavam na Prefeitura quando a administra o petista assumiu o governo era marcada at ent o por uma pr tica autorit ria hierarquizada e privatizante A gest o 89 92 pretendia superar pol ticas clientel sticas e corporativistas com s lidas ra zes numa cultura autorit ria BARROS 1997 p 373 4 Era necess rio construir toda uma pr tica de colabora o participa o e envolvimento com a escola Tal situa o era inexistente A media o e uma cultura de di logo a partir do rg o central e com as escolas foi fundamental 7 1 4 A media
448. sons em particular na nfase demasiada consensual de sua teoria Habermas considera que as condi es para a integra o funcional da sociedade relacionam se com o modo pelo qual o ambiente controlado parcialmente pela comunica o dos seres humanos a integra o de uma sociedade em constante renova o ocorre mediante a institucionaliza o e a interioriza o das orienta es sobre valores 92 Caso n o ocorra a harmoniza o desses elementos com as exig ncias funcionais da reprodu o dos sistemas a comunica o fica sistematicamente distorcida Se para Parsons a linguagem o dinheiro e o poder s o meios de integra o social para Habermas a linguagem necessita ser exclu da pois est presente em todas as atividades sociais Outro elemento destacado em sua cr tica a subsun o do mundo da vida ao mundo sist mico por Parsons pois entende a modernidade como diferencia o cultural Guidens 2001 estabelece uma cr tica da cr tica de Habermas que na composi o de seu mosaico te rico utiliza e descarta as diferentes perspectivas Contudo podemos fazer bom uso da abordagem parsoniana do poder e do dinheiro como os meios da extens o e coordena o racional proposital Um alto grau de racionaliza o produzida pelo movimento evolucion rio rumo modernidade constitui a base necess ria para que se diferenciem o dinheiro na economia e o poder no sistema pol tico como meios norteador
449. spanhol podem ser entendidos como atos da fala expressivos Nestes o falante refere se quilo que pertence ao seu mundo subjetivo que tem acesso privilegiado Por outro lado essas manifesta es podem ser criticadas como desprovidas de veracidade como enganos ou auto enganos Liga se ao saber pr tico e est tico interessante que atos que t m vincula o institucional ficam de fora pois para 83 ele as institui es s o contingentes e portanto n o expressam condi es universais de comunica o Os ritos religiosos militares e mesmo pedag gicos encontram se fora De qualquer forma o exame dos quatro atos da fala proporciona o fio condutor para descoberta das condi es universais da a o comunicativa pretens es de validade tematizadas em cada esp cie de ato Em rela o aos atos da fala comunicativos a pretens o de validade a de inteligibilidade para que o entendimento seja poss vel e dessa forma condi o fundamental para o xito da comunica o em geral Pressuposto para as demais pretens es de validade universal a Pretens o de verdade em atos de fala constatativos o falante deve pretender a verdade para o que dito dizer algo que seja verdadeiro ou falso b Pretens o de corre o em atos de fala regulativos o falante deve pretender corre o para as normas ou valores que justificam uma rela o interpessoal performativa no contexto dado minha preens o a de estar r
450. sperdi adas que o Estado Na o tem arrogado o direito de distinguir entre ordem e caos lei e anarquia pertencimento e exclus o produto til e refugo por toda a modernidade Desempenha um papel de legitimidade natural que lhe coube historicamente Cita ainda que Na atualidade por m os Estados Na es atuais podem n o mais governar o esbo o do plano nem exercer o direito de propriedade Utere et abutere usar e abusar dos s tios de constru o da ordem mas ainda afirmam a sua prerrogativa esssencial de soberania b sica o direito de excluir p 45 Diferentes processos de interdepend ncia mundial acabam influindo na capacidade decis ria do Estado Na o e acabam por limitar a sua capacidade de promover a cidadania transformando o em censor da exclus o e do refugo conforme a abordagem de Bauman 2005 Entre os processos que influem na capacidade do Estado Na o pode se destacar a O fortalecimento de institui es multilaterais que t m poder de influenciar e cooptar hegem nica e n o coercitivamente no cen rio internacional com 196 propostas programas e mesmo restri es em diferentes reas como o caso do Banco Mundial BM do Fundo Monet rio Internacional FMI e o Acordo Geral sobre Tarifas e Com rcio GATT b Diferentes conflitos armados emergem expressando disputas religiosas tnicas ou territoriais que devido ao enfraquecimento do Estado emergem fragmentando o espa o pol tic
451. sses municipais a exemplo do que ocorre no Congresso Nacional onde os estados se fazem representar no Senado Federal ANAST SIA 2003 p 190 No federalismo dos EUA 49 dos 50 estados s o bicamerais mesmo que com diferentes formas de organiza o Os deputados estaduais n o representam a rigor o interesse de todos os munic pios Esse cen rio afeta o que Anast sia e Melo 2002 entendem por densidade democr tica Esse conceito envolve duas dimens es uma refere se ao m todo de forma o do rg o decis rio e a sua composi o A outra refere se aos instrumentos e procedimentos que proporcionam os meios pelos quais a representa o exercida Uma maior densidade democr tica da representa o indica uma ordem pol tica que se aproxima mais da realiza o dos princ pios centrais da democracia que s o a soberania popular e a igualdade pol tica Por m apesar do conjunto de mudan as que a democratiza o tem proporcionado a sociedade brasileira o interesse pol tico dos grupos que comp em o poder municipal n o deixa de ser interesse de grupos e n o do conjunto de toda popula o mesmo que as regras do jogo sejam efetivadas A soberania popular est presente 208 no horizonte de expectativas da sociedade civil mas ainda n o materializada plenamente no conjunto da sociedade brasileira em especial no munic pio No conjunto da federa o brasileira as assimetrias entre os diferentes estados
452. ssim uma conjuntura que gestou uma nova crise constitu da a partir do final dos anos 60 in cio dos anos 70 e caracterizada por estagfla o instabilidade financeira e queda da produtividade que acirrou a concorr ncia internacional e a propaga o de fortes movimentos de reestrutura o industrial e ajustes macroecon micos MATTOSO 1995 p 56 Harvey 1993 analisando as transforma es no padr o produtivo afirma que o processo de internacionaliza o industrial abalou a hegemonia dos EUA e o modelo produtivo fordista a partir dos anos 70 o que aliado crise obrigou a estrutura produtiva capitalista racionaliza o reestrutura o e intensifica o do controle do trabalho caso pudessem superar ou cooptar o poder sindical p 137 Essa moderniza o conservadora aliada mudan a tecnol gica automa o dispers o geogr fica e a fus es gestou o processo de acumula o flex vel em rela o rigidez do fordismo que se ap ia na flexibilidade dos processos de trabalho dos mercados de trabalho dos produtos e padr es de consumo p 140 Esse processo de acumula o flex vel convive com as formas de fordismo mas come a a estabelecer um novo padr o produtivo e ao mesmo tempo abarca os mais diversos aspectos da sociedade indo ao encontro da onda neoconservadora a qual aponta para o mercado como nica alternativa poss vel para a sa da da grande crise do capi
453. ssos de reprodu o 93 simb lica PRESTES 1996 Para Habermas os redutos de a o comunicativa em v rios subsistemas podem ser libertados por uma racionalidade fundamentada em pretens es de validade Na vida cotidiana em momentos de racionaliza o e tematiza o dos processos de crise e opress o produzidos por uma raz o instrumental a raz o comunicativa recuperada pode descolonizar o mundo vivido No pr prio processo de racionaliza o ou seja no mundo do sistema que dialeticamente estabelece em rela o ao mundo da vida poss vel resgatar a sua positividade e super lo Observando a constru o de Habermas no conjunto da filosofia da linguagem tanto as teorias dos atos da fala quanto a pragm tica universal evidenciam a dimens o interativa ou performativa da linguagem N o se constituem somente em asser es capazes de serem verdadeiras ou falsas de dizer algo acerca da realidade f sica e social mas tamb m por meio de normas de intera o ling stica para transform la A linguagem liga se a problemas ontol gicos e do conhecimento centrais na filos fica demandando muito mais do que uma an lise estritamente pragm tica e constituindo uma tica do discurso pr tico fundada no agir comunicativo Em rela o aos modelos de comunica o como fica a comunica o para Habermas Baseando se nos modelos b sicos de comunica o descritos como transporte de sinais em Habermas quando se analisa a
454. t es levantadas e rearticuladas a dire o inicial proposta sofre algumas altera es que v o sendo incorporadas Em vez de um trabalho de cunho emp rico consolidou se a necessidade de buscar na teoria as respostas s indaga es que emergiam Ent o os seguintes objetivos foram esbo ados Entender o processo de mudan a transforma es que se estruturaram com a modernidade e a sua crise discutindo a crise da raz o do sujeito e o contexto de emerg ncia do paradigma da linguagem comunica o Il Problematizar ao filosofia da linguagem e as teorias da comunica o tendo como horizonte tensivo a teoria da a o comunicativa de Habermas e a teoria dos sistemas autopoi ticos de Luhmann HI Discutir a escola como institui o no conjunto do sistema educacional tendo em vista a polissemia do termos institui o e sistema IV Descrever e as transforma es macro estruturais da sociedade brasileira vinculada ao sistema capitalista produtor de mercadorias e sua rela o com reforma educacional dos anos 90 do s culo XX e a submiss o ao ide rio estabelecido por institui es internacionais como o Banco Mundial V Analisar a rela o entre o projeto pedag gico democratiza o e municipaliza o da educa o e o universo da escola tendo em vista a reforma educacional dos anos 1990 VI Discutir a media o dial gica que se estabelece entre a escola e o sistema educacional
455. ta do Banco Mundial confunde se com a da reforma educacional do Brasil em que pese a nfase do lado econ mico dos resultados finais sobre o processo educacional Para o banco a educa o torna se elemento necess rio ao desenvolvimento e promo o da estabilidade enfatizando os processos de descentraliza o e autonomia da institui o escolar como fundamentais para o xito e promo o da equidade No Brasil a composi o do governo local e o conjunto dos atores que atuam no governo fizeram a diferen a na ado o de parte significativa das agendas do BM No contexto da reforma educacional dos anos 90 no per odo de governo de FHC 1995 2002 o Ministro da Educa o foi o Prof Dr Paulo Renato de Souza que antes de assumir a pasta havia sido reitor da Universidade de Campinas Em seu hist rico est a passagem pela ger ncia de opera es do Banco Interamericano de Desenvolvimento BID com passagem pela ONU conforme descrito em livro que faz a avalia o de seu per odo no Minist rio da Educa o SOUZA 2003 Como ator privilegiado no cen rio da reforma da educa o brasileira o ministro mesmo sofrendo in meras press es de setores progressistas diferentes movimentos organizados da sociedade civil estabeleceu uma agenda de mudan as que tiveram como base a agenda do BM Em que pese seus argumentos as 227 posi es ideol gicas e pol ticas do ministro e de seu grupo expressavam um consenso intern
456. tal neste fim de s culo Fazendo uma an lise sobre as caracter sticas da modernidade fordista e a p s modernidade flex vel Harvey coloca que A modernidade fordista est longe de ser homog nea H muito nela que se vincula com uma fixidez e uma perman ncia relativas capital fixo na produ o em massa mercados est veis padronizados e homog neos uma configura o fixa de influ ncia e poder pol tico econ micos uma autoridade e metateorias facilmente identific veis um s lido alicerce na materialidade e na racionalidade t cnico cient fica Mas tudo gira em torno de um projeto social e econ mico de Vir a Ser de desenvolvimento e transforma o das rela es sociais de arte urica e de originalidade de renova o e vanguardismo A flexibilidade p s modernista por seu turno dominada pela fic o pela fantasia pelo imaterial particularmente do dinheiro pelo capital fict cio pelas imagens pela efemeridade pelo acaso e pela flexibilidade em t cnicas de produ o mercados de trabalho e nichos de consumo no entanto ela tamb m personifica fortes compromissos com o Ser e com o lugar uma inclina o para a pol tica carism tica preocupa es com a ontologia e institui es est veis favorecidas pelo neoconservadorismo p 303 183 Nessa perspectiva sugerida por Harvey todo esse movimento produtivo o qual visa a reestrutura o do capitalismo remete ao processo de crise do fim dos anos 6
457. tem exemplos de escritores que com seus trabalhos colocaram em quest o o sujeito Kafka Baudelaire George Simmel Alfred Schultz George Orwell e outros tendo como tem tica a opress o o isolamento e a impessoalidade do sujeito que vive nas grandes cidades al m da aliena o e mecanismos de manipula o ideol gica O sujeito vive o espet culo das grandes cidades e 46 oprimido pelo vazio e aus ncia 1 3 1 O sujeito da psican lise O romantismo exprime o desespero diante das promessas da ci ncia e para ele o sujeito n o se funda na epistemologia e na representa o mas sim na auto funda o subjetiva que expressa uma natureza inteira e profunda Na tradi o do romantismo se prop e uma dist ncia desse outro sujeito nesse contexto nasce a psican lise que tem por objeto n o o sujeito epist mico e racional mas o sujeito do desejo como denominado por Lacan FLEIG 1999 O sujeito moderno e racional fundamenta se no processo de tomada de consci ncia de si mesmo na reflexividade autocentrada tema da dial tica Hegeliana onde o eu e o n s se combinam para alcan ar a s ntese universal de uma cultura funda se na adi o na raz o Diversamente o sujeito da psican lise o sujeito desejante estrutura se a partir do que lhe falta Como n o reconhece o que lhe falta o desejo aponta sempre para a falta do saber e seu abandono Contudo a recusa desse saber mesmo que insuficiente recai no ir
458. tema de a o e o meio exterior para extrair dos sistemas exteriores os recursos necess rios de acordo com as necessidades end genas e oferecer em troca seus pr prios produtos 2 Persegui o dos objetivos goal attainment consiste em fixar os fins do sistema e mobilizar energia e recursos para ating los 3 Integra o proporciona estabilidade ao sistema mantendo a coordena o coer ncia ou solidariedade entre as partes Altera es bruscas e perturba es s o protegidas por essa fun o 4 Lat ncia reservat rio de motiva o para difundir a energia necess ria Tem a fun o de manuten o dos modelos pattern 167 maintenance consistindo em assegurar a fidelidade dos atores s normas e valores do sistema SCHWARTZENBERG 1979 A estrutura comp e se de quatro categorias que s o os valores as normas a coletividade e os pap is Os valores adquirem prioridade no funcionamento de manuten o de padr es de um sistema social As normas s o fundamentalmente integrativas regulam a grande variedade de processos que contribuem para a execu o de pr ticas padronizadas de valor O funcionamento fundamental da coletividade refere se realiza o efetiva de objetivos em nome do sistema social Quando os indiv duos realizam fun es societariamente importantes fazem no como membros da coletividade Finalmente a fun o do papel no sistema social adaptativa PARSONS
459. tema e destaca diferentes possibilidades conceituais as quais contradizem as concep es de sistema como equil brio e ordem visto que a As partes s o ao mesmo tempo menos e mais do que as partes b As partes s o eventualmente mais do que o todo Esse texto de Morin uma atualiza o sint tica da confer ncia inaugural proferida em 1977 no congresso da AFCET em Versalhes 169 c O todo menos do que o todo d O todo insuficiente incerto e conflituoso MORIN 2001 A perspectiva de Morin destaca o importante papel da organiza o e da intera o no sistema A organiza o expressa o car ter constitutivo das intera es regulando regendo e regenerando o sistema A intera o expressa as rela es a es e retroa es que no conjunto atuam no sistema Tamb m agrega a organiza o o car ter contradit rio O paradigma da ci ncia cl ssica via a explica o na redu o ordem n o se trata de substituir a ordem pela organiza o mas de associ las A organiza o cria ordem criando seu pr prio determinismo sist mico mas tamb m desordem por um lado o determinismo sist mico pode ser flex vel comportar suas zonas de aleatoriedade de jogo de liberdades por outro o trabalho organizador como j dissemos produz ordem aumento da entropia MORIN 2001 p 267 Ao destacar o car ter contradit rio e ao mesmo tempo ordenador do paradigma sist mico aponta p
460. terior da democracia burguesa SIEBENEICHLER 1994 p 27 Habermas manteve a cr tica ao capitalismo e a raz o instrumental dominante preocupada em apenas conhecer o meio para atingir um determinado fim sem se ocupar com as consequ ncias pr ticas do modo de agir Ele acredita que o projeto emancipador da modernidade n o foi ainda plenamente realizado ao contr rio da concep o negativa de Adorno e Horkheimer Busca desenvolver um projeto inovador No contexto de sua forma o te rica Habermas foi um leitor tardio de Marx somente ap s a leitura de Heidegger Sartre e Talcot Parsons que passou a se interessar no pensamento marxista e na sua cr tica Esse aspecto importante porque apesar de seu impulso iluminista e ecl tico o pensamento ortodoxo de Marx abandonado devido ao seu fundamento em Hegel cujo embasamento de ci ncia para Habermas foi superado e pela proximidade te rica com a perspectiva de ci ncia de Popper adota o falibilismo ou falseabilidade mas critica a teoria poperiana Na teoria de Habermas poss vel entender a influ ncia do racionalismo cr tico de Popper Para este ltimo quando uma hip tese passar por testes ela ser aceita como uma solu o provis ria para determinado problema sendo corroborada como uma verdade provis ria A corrobora o diz respeito avalia o passada n o ao futuro pois novos testes podem refutar essa teoria Dessa forma para o progresso
461. termos da lei n 9 424 nem no governo Lula nos tr s primeiros anos de sua gest o 2003 2005 cumpriu o estabelecido daquela legisla o Com esses expedientes o Governo FHC conseguiu um fato in dito convencer prefeitos especialmente dos munic pios pequenos e m dios e os de munic pios pobres a municipalizarem o ensino fundamental sendo que alguns deles como foi visto municipalizaram at 80 do atendimento do ensino fundamental mesmo n o tendo garantias de que teriam recursos financeiros suficientes e condi es pedag gico educacionais de oferecer a todos uma escola p blica de qualidade p 1051 1052 Isso n o quer dizer que o FUNDEF n o tenha sua import ncia como a de ter criado uma subvincula o de recursos destinados a um n vel obrigat rio de ensino e ter promovido a redistribui o dos recursos nas esferas estaduais beneficiando sem d vida munic pios muito pobres e estabelecendo uma visibilidade maior aos gastos com educa o Por m em rela o qualidade deixa a desejar pois est centrado na l gica gerencial e financeira Por esse vi s gerencial e financeiro descentralizou o ensino fundamental e o governo federal deixou de investir o suficiente para proporcionar solu es de problemas Entre eles as quest es necess rias ao ensino e aprendizagem Colocou de forma secund ria a educa o infantil e a educa o 246 de jovens e adultos que s o n veis de responsabilidades dos munic
462. tes e possibilidades GRACINDO Regina Vinhaes KENSKI Vani Moreira Gest o de sistemas educacionais a produ o de pesquisas no Brasil In WITMANN L C GRACINDO Regina Vinhaes Coord O estado da arte em pol tica e gest o da educa o no Brasil Bras lia ANPAE Autores Associados 2001 GRAMSCI Antonio Os intelectuais e a organiza o da cultura 4 ed S o Paulo civiliza o 1982 GROS Denise Barbosa Institutos liberais e neoliberalismo no Brasil da Nova Rep blica Porto Alegre Funda o de economia e estat stica Siegfried Emanuel Heuser 2008 Teses FEE n 6 GRUPPI Luciano O conceito de hegemonia em Gramsci Rio de Janeiro Graal 1978 HABERMAS J Discurso filos fico da modernidade Lisboa Dom Quixote 1990 Teor a de la acci n comunicativa Racionalidad de la acci n y racionalizaci n social 3 ed Madrid Taurus 2001a Teoria de la acci n comunicativa Il Critica de la raz n funcionalista 3 ed Madrid Taurus 2001b Teor a de la acci n comunicativa Complementos y est dios pr vios Madrid Ediciones c tedra 2001 A inclus o do outro estudos de teoria pol tica S o Paulo Loyola 2002 322 HALLAK Jacques Gestionar las escuelas com m s eficiencia y equidad CARTA INFORMATIVA DEL IIPE V x n 2 abril junio de 1992 p 6 In Gest o da escola fundamental subs dios para an lise e sugest es de aperfei oamento S o Paulo Paris Bras lia Cortez UNE
463. to Assim fazendo coloca nas intera es 137 intersubjetivas na a o comunicativa toda a for a das rela es de sociabilidade Diferente de Luhmann que considera a dupla conting ncia em que o alter e o ego observam se reciprocamente problematizando a coordena o das sele es tornando as imprevis veis e contingentes Habermas fia se no consenso ling stico como norteador das decis es desconsiderando a indetermina o presente nas pessoas O poder a hierarquia de pap is o status e mesmo o direito aut nomo ficam exclu dos de sua vis o te rica como coloniza o do mundo da vida O extremismo de Habermas o conduz para muito al m do pensamento de Weber Creio que Luhmann ao destacar a an lise social e enfocar nas a es socialmente temporalizadas encontra se mais pr ximo do autor citado A dicotomia mundo da vida e mundo do sistema parece a meu ver uma pe a complicada de se sustentar no que tange separa o entre essas esferas de modo a idealizar a primeira Revela se dif cil tratar da escola em rela o a um sistema tendo em vista o estabelecimento de pap is e os jogos de interesses de m ltiplos atores do sistema social do sistema internacional e do mercado tratando os como patologias do mundo da vida de natureza estrat gica e instrumental O consenso deve ser problematizado visando a rela o que se estabelece entre os agentes no conjun
464. to da sociedade necess rio lembrar que as consci ncias dos agentes sociais assim como as vidas dos componentes da escola produzem diferen as Sem deixar de considerar a necessidade de se pensar o consenso como necess rio em muitas das situa es da vida social este pode ocorrer ou n o 3 8 CONTRIBUI ES DA AN LISE PARA A EDUCA O No campo da educa o essas quest es s o importantes pois tratam de novas perspectivas e olhares sobre o contexto social sobre a comunica o e linguagem Se em evid ncia est a perspectiva te rica dos bi logos Maturana e Varela importante salientar que o trabalho de Luhmann liga se tradi o das ci ncias sociais fazendo uma releitura com diferentes implica es para a an lise da 138 educa o e da escola como estrutura autopoi tica e portanto temporal Proporciona dois elementos importantes para o escopo desse trabalho O primeiro deles diz respeito escola e identidade que se constr i pelo fechamento operacional Autopoiese nesse sentido fundamental para a exist ncia de uma identidade Possibilita avan os no sentido de uma radicaliza o da autonomia da escola Ela uma institui o que se autoproduz sem perder de vista sua rela o com o ambiente N o se dispensa tamb m a produ o de uma leitura cr tica da educa o e da sociedade de forma geral poss vel pensar a singularidade da institui o nessa perspectiva O seg
465. todologia a transforma o regulada em percep o de dados poss vel ter acesso realidade intersubjetiva objetivando a pela an lise das representa es e pensamentos na medida em que permanece fora do conte do dos pensamentos enquanto instrumento de comunica o Mas Habermas entende que a mudan a da filosofia da consci ncia para uma filosofia lingu stica n o suficiente pois reduz a um semanticismo limitando se an lise das formas das frases e limitando ent o as possibilidades da raz o no contexto da linguagem com o mundo os falantes e o ouvinte ou seja a sua pragm tica A ling stica assim pertence filosofia da consci ncia a rela o que se estabelece entre sujeito objeto linguagem mundo J a pragm tica tem como suporte a rela o entre tr s termos comunidade ling stica mundo e linguagem Do ponto de vista pragm tico a linguagem assume relev ncia enquanto elemento mediador das rela es que os falantes estabelecem entre si quando se referem a algo no mundo Quando eles assim o fazem assumem os pap is dialogais de ego e alter em que ego se utiliza de um ato de fala para expressar um estado de coisas referentes ao mundo o qual busca anu ncia de alter isto se utiliza de um ato de fala que traz para em si implicitamente a pretens o de ser verdadeiro e poder ser reconhecido como tal por alter Alter por sua vez vai reagir oferta do conte do do 80 proferime
466. tores em sua pr tica social na escola Ainda segundo Lima a organiza o escolar abarca o conjunto de pessoas em rela o dispondo sempre de margens de autonomia relativa por parte dos atores escolares produzindo infidelidades normativas de ac es de resist ncia mais ou menos clandestinas p 94 Por outro lado muitas cr ticas t m sido feitas sobre a substitui o da defini o de intui o de ensino pela de organiza o social principalmente nos debates relativos a reforma educacional e ao ensino superior SILVA JUNIOR SGUISSARDI 1999 pois a universidade como organiza o social teria inspira o nas Organiza es N o Governamentais ONG destituindo o Estado de seu controle e privatizando A organiza o e a administra o da escola aparecem como instrumentos despolitizados e desideologizados a servi o da racionaliza o e efic cia ou seja objetivos empresariais vinculados l gica de mercado Dentro dessa perspectiva t m sido confrontadas a institui o e a organiza o Tendo como ponto de partida a observa o que a escola centrada como organiza o n o tem tradi o nos estudos sobre educa o no Brasil ficando 141 restrita rea da administra o algumas quest es de cunho te rico s o levantadas neste trabalho N o pretens o resgatar as teorias organizacionais as quais muito influenciaram a reforma e os projetos do Banco Mundia
467. transforma o social em conjunto com outras pol ticas p blicas As propostas 215 educacionais do PT t m nas elei es de 1989 a oportunidade de serem colocadas em pr tica 7 1 1 O PT e a Frente Vit ria 1989 1992 Em 1989 o Partido dos Trabalhadores assumiu a Prefeitura Municipal de Vit ria em uma coaliz o intitulada Frente Vit ria composta pelos partidos PT PC do B PPS PSB PV PHe PSDB A Frente Vit ria na figura do prefeito Vitor Buaiz mostrou uma gest o em um momento muito particular da hist ria Brasileira Para o munic pio a frente proporcionou um conjunto de mudan as que tornou a cidade refer ncia em especial no campo educacional O momento hist rico em que o PT assume a prefeitura de Vit ria era justamente ap s a promulga o da constitui o de 1988 As lutas pela democracia e a esperan a em uma na o mais justa e igualit ria pareciam fazer sentido Era um momento de grande otimismo em especial por aqueles que lutavam contra o clientelismo e a manipula o pol tica de poucos sobre muitos mesmo com a derrota de do PT em 1990 e as disputas internas para levar adiante projetos no seio das secretarias da prefeitura Foi no governo de Vitor Buaiz 1989 1992 que in meros projetos e realiza es come aram Entre eles a valoriza o dos servidores p blicos municipais e o aumento dos gastos em educa o e sa de Na educa o o percentual m nimo obrigat rio passou de 25
468. u fam lia O valor primordial o valor do grupo e n o o valor da pessoa A vida individual somente faz sentido se contribuir para preservar o valor do grupo reeditar o que foi realizado pelos antigos Nesse contexto tradicional a figura do velho tem um car ter especial principalmente por representar a sabedoria a tradi o e ser portador do conhecimento vivo da experi ncia pr xima aos antepassados Morrer e sacrificar se pelo grupo pelos ideais um elemento altamente portador de sentido O banimento a morte pois n o h como partilhar os ideais coletivamente postos Com a modernidade e principalmente com o iluminismo as mudan as provocadas na sociedade tradicional transformam a forma de vida das pessoas e novos valores s o atribu dos em especial queles advindos com a revolu o francesa Igualdade Liberdade e Fraternidade As transforma es ocorridas no ocidente com a modernidade possibilitaram uma nova conjuga o de for as e de conceitos que s o incorporados em tempos distintos e diferenciados n o homogeneamente Se a igualdade n o efetivada como um ideal ela est posta para retirar o car ter das diferen as naturais e contraditoriamente a pr pria igualdade se funda em uma perspectiva naturalizada na medida em que a Declara o dos Direitos Universais do Homem e do Cidad o afirma que os seres humanos nascem naturalmente livres e iguais O objetivo era precisamente retirar o
469. ucionalizar a participa o como pr tica efetiva no cotidiano da pr xis pedag gica tanto no rg o central como nas unidades escolares e por ltimo a participa o e o controle do sistema municipal da educa o pela sociedade civil organizada movimentos populares e entidades afins Havia assim um conjunto de valores que compunham o cerne da proposta pol tica expresso nas a es e pr ticas discursivas dos sujeitos que viviam o contexto de ent o Com amplo horizonte a ser perseguido pela SEME o projeto de gest o participativa configurou se como uma a o a ser implementada que Ppriorizava a descentraliza o das decis es e a autonomia das escolas orientadas para o fortalecimento e amplia o das iniciativas e projetos aut nomos Possibilitou se com sua elabora o e implementa o a efetiva o da pr tica participativa tornando se tamb m um instrumento de aprendizagem democr tica Era a express o de um sonho que se realizava pois como coloca Paro 1986 p 167 a luta pela democratiza o da escola situa se assim no bojo da pr pria luta pela democratiza o da sociedadel A estrutura democr tica institu da desde 1992 foi modificada verticalmente com tr s gest es consecutivas do PSDB no munic pio de Vit ria governos Paulo Hartung 1993 1996 e Luiz Paulo Velozo Lucas 1997 2000 e 2001 2004 tendo como justificativa o novo cen rio de reformas da Lei de Diretrizes e Bases 9394 96
470. ue impliquem atuar sobre o simb lico e n o somente sobre o burocr tico O projeto pol tico pedag gico importante como destaca Beltr n Llavador e Martin Alonso 2000 p 72 para estabelecer uma coer ncia escolar O problema que se apresenta ent o n o reduzir a pluralidade o que seria bem duvidoso em uma sociedade que j plural e tamb m fomenta a pluralidade Mas sim partindo dessa pluralidade fazer com que sejam acordados procedimentos que articulem o trabalho dos professores as a fim de que sua tarefa seja minimamente coerente e portanto tamb m o resultado tradu o nossa Concordo em sua totalidade com a afirma o acima O que se deseja fundamentalmente com o projeto pol tico pedag gico a coer ncia ou seja organicidade em um trabalho que longe de ser consensual e universal produto de uma coaliz o provis ria e inst vel Est em permanente atualiza o A sociedade que estamos vivendo uma sociedade em transforma o Uma mudan a importante o avan o da democratiza o na sociedade brasileira A escola p blica n o escola do governo escola da comunidade que a mant m O 300 projeto pol tico pedag gico necess rio pois com a descentraliza o e a mir ade de sistemas educacionais a autoridade administrativa do sistema muda Em um contexto como o descrito acima onde a diversidade tende a expandir se a for a de um sistema que se diz leg timo pelas urnas soment
471. ue n o significa fecnamento absoluto pois preserva certo grau de abertura para garantir a produ o regular de informa o em uma certa permeabilidade do sistema em rela o ao meio exterior A auto referencialidade din mica funciona por meio dessa abertura e destacando o car ter sist mico da comunica o consiste um conjunto de opera es seletivas que permitem chegar comunica o todas elas orientadas em suas diferentes fases pela l gica imperativos e necessidades do sistema social Tendo em vista a auto refer ncia do sistema e o dispositivo de comunica o as fontes de sentido n o controlam o processo de produ o de sentido devido s distin es produzidas e s sele es feitas A auto referencialidade ou autopoiese uma tautologia porque n o reproduz mas trabalha sistematicamente com diversidade consistindo em um processo seletivo de m ltiplos n veis A diversidade pertence a uma l gica unit ria que a dos sistemas 102 sociais originada pela pr pria din mica comunicacional entre os participantes o conte do as sele es e a diversidade que a din mica cria O funcionamento dos sistemas sociais n o dispensa a diversidade Se os problemas colocados s o iguais as respostas s o diversas devido diversidade dos sistemas bem como s rela es que se estabelecem entre eles Em rela o fala Luhmann 2001 destaca que possu mos a capacidade de falar e principalm
472. ue o grupo constitu do de maneira diferente do indiv duo e as coisas que o afetam s o de outra natureza A obriga o social para ele implica em maneiras de agir e de pensar com uma natureza exterior aos indiv duos com mudan as no decorrer da hist ria Destaca Durkheim que Para que haja fato social pelo menos necess rio que v rios indiv duos tenham combinado a sua a o e que desta combina o tenha resultado algum produto novo E como esta s ntese tem lugar fora de cada um de n s visto que nela entra uma pluralidade de consci ncias ela tem necessariamente por efeito fixar instituir fora de n s certos modos de agir e certos ju zos que n o dependem de cada vontade particular tomada isoladamente Tal como se faz notar uma palavra que desde que se lhe amplie um pouco a acep o vulgar exprime bastante bem esta maneira de ser muito especial a palavra institui o Pode se com efeito sem desnaturar o sentido desta express o chamar institui o a todas as cren as e todos os modos de comportamento institu dos pela coletividade a sociologia pode ser ent o definida como a ci ncia das institui es da sua g nese e do seu funcionamento DURKHEIM 2002 p 26 Apesar da rigidez que estabelece na rela o entre institui o e indiv duo a recep o das cren as em pr ticas sociais n o se d passivamente incutida em maior ou menor grau de acordo com o cunho pessoal de cada um adaptando a Ex
473. ue se produz no espa o autopoi tico da gest o escolar s o diferen as A escola com um projeto que estabele a a media o da diversidade e da indetermina o que s o produzidas internamente com apoio da comunidade externa amea a ao projeto do sistema o qual em se tratando da pol tica descentralizada e prec ria da educa o nos munic pios o projeto do prefeito 7 4 A MEDIA O ENTRE A ESCOLA E SISTEMA EDUCACIONAL NO MUNIC PIO Sendo a escola uma institui o complexa ela expressa um conjunto muito amplo de possibilidades O sistema educacional tem sua vis o extremamente limitada por suas expectativas sejam elas do prefeito do Banco Mundial ou dos t cnicos Em z decorr ncia destas expectativas contingente e pontual seleciona somente um pequeno n mero de elementos para trabalhar simplificando a complexidade da institui o Tal fato foi destacado por Neildson Rodrigues 1987 ele alertava que a escola p blica existente deveria mudar pois havia uma invers o transforma se o necess rio em contingente e o contingente em necess rio ou dito de outro modo eleva o provis rio e o conjuntural como as t cnicas de administra o burocr tica de ensino a categoria de inst ncias essenciais a receber toda a aten o das lideran as educacionais e at mesmo dos cr ticos da educa o Essa invers o reduz o essencial e o permanente do ato educativo como os conte dos mediado
474. ugacidade mais assombrada que a sombra onde transcorre o enredo que encarnamos significativo que a conting ncia expresse a caracter stica de nossos tempos Conceitualmente seu significado abarca o que eventual e circunstancial poderia ou n o ter acontecido ou ter ocorrido de forma diferente Portanto necess rio trazer tona mesmo que brevemente a discuss o que trata da crise da modernidade e mais al m dela buscando algumas respostas dadas as conting ncias que se imp em Situando assim algumas quest es necess rias para a discuss o que se desenrola e que ser o resgatadas tendo em vista os 27 caminhos investigativos tratados neste trabalho 1 1 CRISE OU APROFUNDAMENTO DA MODERNIDADE P S MODERNIDADE NEOMODERNIDADE OU CONTINUIDADE Jean Fran ois Lyotard publica La Condition Postmoderne 1979 no qual apresenta o problema da legitima o do conhecimento na cultura contempor nea e faz uma digress o prospectiva do que est por vir A essa crise Lyotard 1990 denomina p s modernidade e destaca que tem como caracter stica fundamental a descren a nos metarrelatos como dispositivos legitimador da verdade o que corresponde crise da forma do pensar moderno e n o apenas de alguns conceitos A quest o levantada pelo autor ap s os metarrelatos onde encontrar a legitimidade uma vez que a tecnologia dos operadores do capitalismo p s industrial n o pertinente
475. ui o o conjunto das formas e das estruturas sociais institu das pela lei e pelo costume e preexistindo e se impondo a n s regula as nossas rela es e se inscreve na perman ncia Ao analisar as diferentes finalidades e a es por que s o das distintas institui es se ordenam nas tr s grandes fun es reconhecidas por G Dum zi na base das institui es indo europ ias fun es 159 jur dico religiosas as fun es defensivas e de ataque e as fun es produtoras p 25 Em rela o legisla o ela realiza fun es m ltiplas que mobilizam investimentos e representa es Contribuindo para a regulamenta o endops quica garantindo as bases da identifica o do sujeito no conjunto social e estabelecendo um fundo da vida ps quica o qual pode conter partes que comp e escapam pr pria realidade ps quica Ka s define tr s espa os poss veis de an lise No primeiro sobre a constitui o das identifica es imagin rias e simb licas aborda a rela o do quadro com a lei e sobre transfer ncias de fun es No segundo parte da hip tese que a vida ps quica sup e a institui o compondo parte de nossa psique Essa pressuposi o enunciada por Freud em Totem e Tabu de 1912 Mas a institui o a psique o espa o extrajetado dentro e fora ao mesmo tempo anexo e dep sito O sujeito o sujeito da institui o que estabelece dupla fun o ps quica est
476. uilo que era apenas uma realidade simb lica torna se palp vel em atos de comunica o que assumem a pretens o de gerar um efeito vinculativo com o das institui es p 62 complexo o mecanismo de produ o e reprodu o do pensamento de um grupo por meio de mecanismos de uma elite org nica que se prop e a tal a o conscientemente Da mesma forma a institucionaliza o de tal pensamento n o ocorre de forma completamente consciente muito menos autonomamente de acordo com o destaque na cita o acima Por m do ponto de vista da divulga o e da coloca o racional de uma forma de ver o mundo Gros 2003 destaca a a o pol tica desenvolvida pelos Institutos Liberais em todo o mundo pelos institutos conhecidos como think tanks Eles produzem conhecimento e formulam propostas de pol ticas p blicas na Inglaterra e nos Estados Unidos desde os anos 40 com equipe de t cnicos de alto n vel vinculada a universidades de prest gio Al m disso divulgam pesquisas por meio de livros peri dicos debates e assessoria a partidos pol ticos uma a o pol tica Fazem uma guerra de posi o em contraposi o guerra de manobra quando se enfrentam diretamente com a amplia o da base ideol gica de seus atores pol ticos 180 Ainda de acordo com Gros 2003 esses think tanks conseguiram a vit ria de Reagan e definiram as suas pol ticas sociais assim como participaram na Inglaterra do de
477. undo elemento diz respeito opacidade s rela es de poder s disputas s concord ncias e aos afetos e desafetos no contexto da institui o escolar poss vel pensar a escola mesmo que imersa em um sistema educacional como produtora de diferen as tendo em vista as opacidades A partir da perspectiva de que os interlocutores comunicam sobre comunica es ela sempre um risco O consenso nessa perspectiva significa estagna o em uma din mica fluida tensiva dial gica e diversa N o aceitar a diversidade diferen as de pensamento e a a o a criatividade e a capacidade da escola organizar e executar seu projeto pol tico pedag gico por parte dos gestores educacionais do munic pio negar sua a subjetividade presente nessa institui o A burocracia justamente estagna o E a comunica o em uma abordagem tradicional que anula a diversidade ou desconsidera as opacidades simples determina es por parte de um rg o central ou de um grupo de pessoas iluminadas As discuss es sobre a modernidade comunica o e a discuss o Habermas x Luhmann foram realizadas com interesse em iluminar a discuss o sobre a escola no contexto da comunica o que se estabelece no conjunto do sistema educacional Essa escola se depara tanto com projetos e planos municipais e estaduais como 139 com uma pol tica nacional de educa o mediada por estruturas sociais e hist ricas
478. uos livres n o podem ser acolhidos adequadamente Tamb m a auto reflex o de um macro sujeito em sociedade diferenciado exige um conhecimento orientado para a totalidade da sociedade n o no centro da sociedade na qualidade de um saber da sociedade inteira sobre si mesma destaca Habermas 1990 Como Luhmann n o disp e da concep o da intersubjetividade gerada por meio da linguagem s pode imaginar tal engrenagem de acordo com o modelo de inclus o das partes contidas no todo Ele considera humanismo o modelo que mostra o homem dentro e n o fora da ordem social da a busca de sua supera o Dessa forma para n o incorrer no erro de Parsons que imita o modelo cl ssico e as falhas em rela o filosofia do sujeito passa a considerar o homem como parte do meio circundante da sociedade em vez da pr pria sociedade Portanto para Habermas 1981 p 344 Os construtos de uma esfera p blica que pudesse preencher esta fun o como obvio j n o t m lugar a partir do momento que o agir comunicacional e o mundo da vida partilhado intersubjetivamente deslizem entre tipos de sistemas que como os sistemas ps quico e social formam uns para os outros meios circundantes e mant m rela es rec procas de car ter mais exterior 3 2 AS CONSEQU NCIAS DA SEPARA O DOS SISTEMAS SOCIAL E PS QUICO NA ABORDAGEM DE LUHMANN A cr tica de Habermas a Luhmann no que diz respeito separa o entre sistema social e ps quico
479. urante o momento de transi o da gest o do Partido dos Trabalhadores 1989 1992 para o PSDB Importante salientar que a democratiza o da educa o no munic pio de Vit ria ES decorreu se pela legitimidade de ampla parcela da popula o que levou ao governo municipal a Frente Vit ria um bloco pluripartid rio mas com direcionamento do Partido dos Trabalhadores PT que governou o munic pio de 1989 a 1992 Foi uma decis o pol tica pois com apoio de alguns setores da rede no sentido de abrir esse n cleo fechado que a escola tornando o por um lado mais perme vel aos interesses e necessidades de seus usu rios e por outro dotado de maior poder autonomia e capacidade para cumprir a sua finalidade social UNICEF CENPEC 1998 p 56 Por ser projeto governamental e ocupar se da pr tica o governo da Frente Vit ria fez um esfor o no sentido de resgatar a democracia e a participa o como valor tico e moral portanto dentro de uma proposta pol tico pedag gica do governo municipal legitimamente eleito pela popula o que deve ser vista a concretiza o da gest o democr tica das escolas municipais evidenciada concretamente pela cria o e constitui o dos Conselhos de Escola e de Pr escola pela elei o direta dos dirigentes escolares A estrutura do projeto governamental contemplou diversos aspectos entre eles a realiza o de concursos p blicos planos de cargos e sal rios constru o
480. urocr tico e da viol ncia De certa forma na sua constitui o o que est em jogo a forma o de um n cleo centralizador cuja validade se estenda a um dom nio territorial limitado E isso a meu ver que torna poss vel falarmos ainda hoje em geopol tica Cada unidade territorial na medida de suas for as consegue ou n o imp las em um mundo globalizado p 45 198 Em rela o globaliza o e imposi o de ideologias em seu sentido gramsciano dos pa ses centrais aos pa ses perif ricos tal n o ocorre de forma mecanicista ou autom tica entretanto est vinculada complexidade cultural e s formas de poder estabelecidas e ao contexto hist rico local Bernardo Sorj 2000 alerta para a tr plice armadilha dos estudos sobre a globaliza o em especial sobre as sociedades nacionais S o elas a A de usar o conceito de globaliza o como uma chave explicativa universal de fen menos sociais que em sua maioria s tem significado se associados a um contexto social determinado b A de produzir conceitos que se referem estrutura social de uma sociedade global que embora eventualmente possa ver a luz do dia atualmente n o existe e que criam a ilus o de um mundo sem fronteiras em que os estados nacionais e suas estruturas n o passam de fantasia do passado c A do colonialismo intelectual impl cito em certa importa o de conceitos e debates que tem um sentido espec fico nos pa ses desenvol
481. us o amorosa com o outro e de transformar as suas fantasias em realidade ilus o propriamente mort fera j que a fun o da fantasia permanecer como aquilo que n o deve ser realizado e fornecer a base e os elementos criativos necess rios reflex o e vontade transformadora 2 Imagin rias igualmente na medida em que a institui o vai tranquiliz los quanto a sua capacidade para proteg los contra a possibilidade de abalamento da sua identidade dos seus temores de desmoronamento da ang stia de fragmenta o despertada e alimentada por qualquer vida comunit ria proporcionando lhes as coura as s lidas do estatuto da fun o construtivas da identidade social e da identidade maci a da institui o 158 3 Prometendo lhes tentar responder ao seu apelo ang stias desejos fantasias pedidos ela tende a substituir o seu pr prio imagin rio pelo deles De um lado a institui o divina todo poderosa nica refer ncia que nega o tempo e a morte m e que envolve e devora e igualmente m e ben vola e m e nutriz genitor castrador e simultaneamente pai simb lico de outro lado a institui o sempre amea ada por perseguidores externos e internos desejosos de a impedir de realizar da melhor forma a miss o de que est investida tomada por medos espec ficos medo do retomo ao caos medo do indom vel desconhecido externo e interno medo das puls es destruidoras e das puls es amorosas incontrol ve
482. ustrativo destacar as li es de Louren o Filho 1963 sobre o papel do sistema o comportamento administrativo com vistas a tal resultado atende a princ pios do planejamento dire o comunica o e controle Quando a todos esses pontos se d a necess ria aten o as organiza es assumem a fei o de um sistema Isto estrutural e funcionalmente suas partes se coordenam de tal modo que o trabalho de umas sobre as demais influi sem quebra da harmonia geral Um sistema algo que apresenta um destino comum quaisquer que sejam os elementos da composi o p 81 Louren o Filho 1963 destaca ainda que na educa o como um servi o complexo a defini o de sistema se aplica tanto a conjunto maiores como menores desde que seus elementos e condi es se unifiquem para a consecu o de objetivos comuns Assim tanto uma escola como uma rede de estabelecimentos de uma 163 determinada localidade ou pa s representar um sistema de ensino seja local regional ou nacional Ainda para o autor em destaque a express o sistema p blico refere se a certo regime legalmente estabelecido mediante a o pol tico administrativa que aos servi os escolares comunique unidade formal de prop sitos e certa unifica o de procedimentos por influ ncia de um contexto social que a esses mesmos servi os inspire e modele p 82 clara a configura o de um sistema educacional que trata as e
483. utura s cio econ mico pol tica brasileira necessita ter como par metro comparativo e hist rico a esfera p blica por m esta se constituiu incompleta truncada em nosso meio e como afirma Oliveira n o se d por decreto Ela depende em estreita conson ncia com os movimentos de complexifica o e 200 diversifica o societ rios da presen a e da constitui o de fortes sujeitos coletivos 1991 p 86 Se por um lado as tend ncias hist ricas da cultura pol tica brasileira ainda est o presentes no contexto social por outro a institucionaliza o da democracia tem tido avan os V rios s o os fatores apontados que contribu ram para a democratiza o da esfera pol tica Entre eles o reconhecimento de diversos setores sociais das virtudes do estatuto democr tico devido ao regime militar e aus ncia de liberdade Como expressa Weffort 1986 p 118 Os equ vocos herdados da tradi o conservadora e que condenam a democracia a uma fun o meramente instrumental t m de ser simplesmente jogados na lata de lixo da hist ria A democracia foi e por certo continua sendo um instrumento no mesmo sentido em que um direito um instrumento para aquele que reivindica a sua aplica o O que como se sabe n o elimina o car ter do direito Antes pelo contr rio o reafirma Aliado a essa necessidade est o processo de moderniza o e diversifica o econ mica do pa s que provocou a intensa e
484. v nculo posto na sociedade tradicional e al lo condi o de ser social o que n o ocorre de imediato Giddens 1991 destaca que v rios elementos foram importantes para sedimentar a rela o com a modernidade entre eles a a separa o entre tempo e espa o proporcionando um zoneamento preciso onde o tempo tomaria uma dimens o separada dos contextos culturais exemplificando poca de plantio e colheita 41 festas das divindades santos fases da lua para tornar se essencialmente mec nico b O desenvolvimento de mecanismos de desencaixe deslocou as atividades sociais dos contextos localizados socialmente para universos diferenciados no tempo e no espa o c a produ o reflexiva de conhecimento possibilitou a supera o da tradi o como conhecimento organizador do mundo Essas caracter sticas tomadas em seu conjunto e aliadas ao processo hist rico o qual possibilitou o Iluminismo o advento da sociedade burguesa e a consolida o do capitalismo modificaram significativamente as sociedades tradicionais A liberdade outra inven o moderna um dos grandes avan os pois possibilitou novas formas de exist ncia Tanto no contexto cultural como no individual a liberdade proporciona o rompimento com a concep o de destino de determina o e possibilita a ruptura com a tradi o Cada um poderia dirigir sua exist ncia e reinventar se limitado por uma lei que j n o distingue ou separa p
485. valores As p ssimas condi es de uma escola o descaso do poder p blico proporciona a reprodu o da mediocridade Distante de oferecer a produ o de um sistema simb lico cultural e imagin rio que proporcione um espa o ps quico necess rio para a cria o e alteridade essa situa o leva degrada o e aus ncia de sentido de seus agentes e ao conformismo necess rio desnudar o idealismo que se coloca sobre a escola Um projeto pedag gico a express o do prefeito que a cada quatro anos se institui para utilizar a educa o como plataforma eleitoral necessita ser colocado em quest o pelo crit rio tico pol tico de suas propostas Mas uma escola governada pelos professores que entendem seus donos e tamb m um governo de pais ou do 313 diretor que desconsidera a dimens o colegiada tamb m sufoca outras vozes presentes na institui o O patrimonialismo o clientelismo a ascens o ao poder por um grupo pol tico que sempre recome a do zero ou o descaso da educa o no munic pio pela aus ncia de um regime de colabora o que funcione a despeito das diverg ncias entre os mandat rios indica que existe muito a avan ar no mbito pol tico para que se produza um tratamento adequado educa o brasileira Com o n mero cada vez maior de munic pios a descentraliza o acaba mitigando os problemas de financiamento e suporte t cnico escola Por outro lado o enrijecimento da tecnocrac
486. versalidade de Habermas Ambos os autores em destaque nesse trabalho trazem grandes contribui es Considerando as dificuldades te ricas mudan as de trajet ria para a constru o de sua teoria de sistemas a concep o de Luhmann tem na comunica o papel fundante na constitui o da sociedade o que n o difere de Habermas Mesmo que o terceiro observador n o estabele a necessariamente o consenso e a comunidade intersubjetiva desejada por Habermas possa ou n o ocorrer em Luhmann importante considerar o trabalho desenvolvido e a perspectiva da teoria de sistemas autopoi ticos e os elementos novos destacados em especial a aproxima o social da reflex o cient fica e o di logo com diferentes campos do saber Ainda que separa o entre os sistemas sociais e ps quicos n o proponha quest es em rela o perspectiva moral e normativa da sociedade ao modo da tradi o filos fica representada por Habermas o fato de estabelecer o contraponto cr tico universalidade desse pensamento e colocar nos seres humanos de carne e osso 133 as decis es na mir ade de sistemas e subsistemas da sociedade destaca uma perman ncia do v nculo com a modernidade N o basta aderir s concep es te ricas mas compreend las de forma cr tica 3 7 MAX WEBER O MUNDO DA VIDA EM HABERMAS E O SISTEMA EM LUHMANN Quando destaco o sistema educacional e o termo sistema n o me refiro perspectiva
487. vidos p 124 Nesse quadro em que h uma crise mundial sem precedentes o conjunto das transforma es amplas afeta sobremaneira os pa ses perif ricos Justamente influ ncia ou tend ncia seriam os termos adequados para explicitar o que se promove em rela o s pol ticas educacionais no Brasil Na sociedade brasileira durante o s culo XX o Estado mediou a acumula o privada em detrimento das necessidades humanas da grande maioria dos cidad os Como coloca lanni 1991 o Estado brasileiro nos anos 30 do s culo XX apoiava se na proemin ncia do poder executivo Pode se relacionar os momentos de 1930 com o fim do s culo XX quando nos pa ses de capitalismo avan ado h o retorno da l gica do mercado em detrimento das pol ticas de bem estar No Brasil segundo Wefford 1986 nunca se viveu a democracia real observa se um mesmo tipo de ideologia de retorno ao mercado e a redefini o do papel do Estado em um mundo globalizado 199 5 3 A REDEMOCRATIZA O NO BRASIL DOS ANOS 80 O fim da ditadura militar instaurada em 1964 e o restabelecimento da democracia formal no Brasil se instituiu por meio de uma transi o na qual a crise econ mica do in cio dos anos 80 colaborou para corroer a legitimidade do regime militar A transi o democr tica longe de provocar uma ruptura pol tica estabelece se pela negocia o formal e tem como fator decisivo para a consolida o democr tica a mobiliza o
488. vincula o com a trama simb lica e imagin ria submete se burocracia educacional aos moldes da empresa capitalista Como exemplos a Qualidade Total que foi institu da como modismo nos anos 90 a nfase no L der nesse caso o diretor como preconizado pelo Banco Mundial Projeto Nordeste como fundamento para o sucesso a vis o de que a escola organiza insumos educacionais e produz recursos humanos a um custo que deve ser o menor poss vel a culpabiliza o dos integrantes da institui o pelo seu fracasso n o a situar hist rica e conjunturalmente programas para arrecadar fundos e prestar servi os com fins de complementa o do or amento do Estado etc Muitos outros exemplos poderiam ser listados quando se considera a escola como organiza o 161 Sendo a institui o estruturadora de vida ps quica e social a escola como institui o se destacaria pela alteridade e constitui o de espa os sociais ps quicos singulares em redes de significa o existencial promovendo ao mesmo tempo pela tens o entre institu do e instituinte a recep o altera o do institu do em um refazer constante A organiza o estaria subsumida na institui o Tendo a escola vincula o org nica com a sociedade e a estrutura social global em uma rede de significados a autonomia relativa dos espa os ocupados pelos sujeitos n o exce o e sim regra em toda institui o escolar A escola como institui o
489. za Um discurso sobre as ci ncias Porto afrontamento 1987 SAVATER Fernando A import ncia da escolha S o Paulo Editora Planeta do Brasil 2004 SAVIANI Dermeval Sistemas de ensino e planos de educa o o mbito dos munic pios IV F rum Estadual de Conselheiros Municipais de Educa o do rio Grande do Sul porto Alegre 17 de setembro de 1998 mimeo Escola e democracia S o Paulo Cortez Autores associados 1983 Pol tica e educa o no Brasil S o Paulo Cortez 1988 Educa o brasileira estrutura e sistema 7 ed Campinas Autores Associados 1996 A nova lei da educa o Trajet ria limites e perspectivas 2 ed Campinas Autores Associados 1997 SCHENEIDER Luois Institui o sociologia In Dicion rio de ci ncias sociais Rio de janeiro Funda o Get lio Vargas 1986 p 613 614 328 SCHWARTZEMBERG Roger Gerard Sociologia pol tica elementos de ci ncia pol tica S o Paulo Difel 1979 SEMERARO Giovanni Gramsci e Thompson diante da obra de Marx In A obra te rica de Marx atualidade problemas e interpreta es S o Paulo Xam 2000 SIEBANEICHER Flavio Beno J rgen Habermas raz o comunicativa e emancipa o 3 ed Rio de Janeiro Tempo Brasileiro 1989 SILVA Jr Jo o dos Reis SGUISSARDI Valdemar Novas faces da educa o superior no Brasil reforma do estado e mudan a na produ o Contraponto Corecon 1999 p 193 217 SILVA Jair Milit o da A

Tese_ Eduardo Oliveira - RI UFBA

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