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FILOSOFalando_02

1. dolos a ocupar os lugares da infind vel pesquisa pela verdade as supersti es tecnol gicas e positivistas por exemplo Podemos saber qual o trabalho filos fico que tem agora entre m os Estou a preparar um trabalho de s ntese cr tica sobre o meu percurso na filosofia Estou a tentar compreender as articula es eventualmente sistem ticas entre aquilo que posso considerar como as minhas pr prias contribui es para diversos temas Uma obra para balan o e perspectivas Ainda sem t tulo OU AO VIVO MAS EM DIFERIDO Na Culturgest Altera es clim ticas a crise que n o sabemos pensar por Viriato Soromenho Marques http www culturgest pt actual 06 soromenhomarques htm DE ENTRE OS LIVROS QUE PUBLICOU MERECEM DESTAQUE Europa o risco do futuro Lisboa Dom Quixote 1985 Direitos humanos e revolu o Lisboa Colibri 1991 Europa labirinto ou casa comum Lisboa Publica es Europa Am rica 1993 Regressar Terra Consci ncia ecol gica e pol tica de ambiente Lisboa Fim de S culo 1994 Hist ria e pol tica no pensamento de Kant Lisboa Publica es Europa Am rica 1995 A Era da Cidadania De Maquiavel a Jefferson Lisboa Publica es Europa Am rica 1996 Ambiente e futuro O caso portugu s Matosinhos C M de Matosinhos 1996 O futuro fr gil Os desafios da crise global do ambiente Lisboa Publica es Europa Am rica 1998 Raz o e Progresso na Filosofia d
2. SE EU TIVESSE A PRESUN O DE PROPOR AOS AMANTES UM VADEMECUM UM PEQUENO TRATADO DA VIDA AMOROSA EU SUGERIR LHES IA INICIAREM COM O SER AMADO UMA RELA O SEMELHANTE AQUELA QUE N S ESTABELECEMOS COM A OBRA DE ARTE A SABEDORIA COMPREENDER QUE EU N O SOU SEN O UMA MEDIA O QUE A VIDA UNIVERSAL SE CUMPRE ATRAV S DE MIM O MELHOR E TUDO O QUE EU POSSO FAZER SERVI LA EM MIM MESMO POR MIM MESMO EU N O SOU QUASE NADA HIM FILOSOFalando 31 NAS Joana Sousa licenciada em Filosofia pela Universidade Cat lica Portuguesa e p s graduada em Consultoria de Empresas e em Gest o e Desenvolvimento Estrat gico de Recursos Humanos Tem 33 anos e banc ria de profiss o Al m disso tem v rias iniciativas ou projectos na rea da Filosofia Aplicada ver ainda trabalho espec fico sobre os seus projectos Mas no in cio deste ano defendeu no ISLA Instituto Superior de L nguas e Administra o em Lisboa uma tese de mestrado em Gest o de Recursos Humanos em que defende que a Filosofia tem um lugar nas empresas Fomos ouvi la por mail HI FILOSOFalando 32 FILOSOFIA EMPRESAS EM TESE DE MESTRADO Qual o tema da tua tese de mestrado A minha tese visa cruzar a gest o dos recursos humanos entendidos aqui como as pessoas que se encontram nas empresas e organiza es com a filosofia aplicada O t tulo da tese traduz isso mesmo Da Filosofia Aplicada s necessidad
3. o e influ ncia da Filosofia nos centros nevr lgicos de decis o pol tica econ mica e cultura Um estudante no final do secundario pensa seguir Filosofia um outro esta ja a cursar Filosofia no ensino superior Os lugares no ensino estao ja ocupados Que futuros profissionais na Filosofia o esperam Que pode vir a fazer como profissional de Filosofia A Filosofia 6 hoje um saber indispensavel se a sociedade quiser sobreviver ao desafio da complexidade Os fil sofos podem e devem ser teis como construtores de pontes entre saberes disciplinas e actividades profissionais Mesmo no ensino os fil sofos deveriam ser indispens veis numa ptica de metodologia cr tica e axiol gica nos mais diversos campos do saber Assistimos a novas formas da presen a da Filosofia na sociedade Os caf s filos ficos o aconselhamento filos fico as universidades populares a Filosofia para crian as ou com crian as e por outro lado o mundo digital com os blogues as p ginas de fil sofos as redes PARA MAIS INFORMA O CONSULTAR Www viriatosoromenho marques com sociais Como que v todo este fervilhar Vai alterar o estatuto da rela o da Filosofia com a sociedade Sem d vida A Filosofia est hoje atrav s dos novos meios de di logo e comunica o atrav s das novas esferas e espa os p blicos a transmitir a mensagem de sempre a verdade sempre aquilo que est depois do preconceito E hoje o que n o faltam
4. es gerais e abstractas mas sobretudo de forma muito concreta isto imaginando as vidas concretas de pessoas concretas nesse mundo de 2025 j pr ximo No seu ponto de vista temos de perceber o futuro do trabalho porque precisamos de nos preparar e precisamos de preparar outras pessoas p 16 E essa necessidade tanto mais imperiosa quanto o que estamos a testemunhar agora um rompimento t o significativo com o passado como o que aconteceu no final do s culo XVIII e in cio do s culo XIX quando partes do mundo come aram o longo processo de industrializa o p 19 Trata se de um daqueles livros que nos obrigam a pensar no mundo real em que vivemos e a repensar algumas das ideias adquiridas sobre ele HIM FILOSOFalando 29 ALVES JANA Afinal a nossa escola est a preparar os seus alunos para ontem ou para 2025 E os nossos respons veis pol ticos est o a gerir a crise de modo a regressar a um tempo que j n o volta ou a preparar as nossas estruturas sociais para o que a vem e a dar lhe a forma de desejada E que forma E as nossas empresas est o a resistir crise ou mudan a E eu que papel fa o no meio disto tudo Ou seja trata se de uma leitura urgente para todos quantos se preparam para estar vivos em 2025 e para quantos pais ou professores gestores ou pol ticos t m responsabilidades na configura o do mundo que j nos bate porta atrav s das transforma o que
5. t nhamos que promover a forma o de consultores filos ficos Muitos eram os desafios E neste processo era tamb m evidente que a presen a na comunica o social poderia ser um m bil decisivo Depois da primeira entrevista para a SIC as reportagens n o mais pararam TSF Vis o Antena 1 Expresso etc O mesmo pens vamos sobre a presen a na internet blogue site mailing list redes sociais etc Assim nos 4 anos em que estive nos rg os sociais da associa o tentei mobilizar as pessoas para um projeto que funcionava acima de tudo com base no voluntariado dos seus associados mas as pessoas tamb m percebiam que os benef cios podiam ser v rios e para todos E realmente foi isso que aconteceu Algumas das pessoas que dedicaram o seu tempo associa o HI FILOSOFalando 43 obtiveram mais tarde o reconhecimento social e com isso conseguiram lan ar se no mercado com v rios projetos profissionais na rea da filosofia aplicada Em 2008 o n mero de associados j ultrapassava os 100 e t nhamos conseguido organizar 4 congressos nacionais o primeiro na Universidade Nova de Lisboa onde estiveram presentes Jos Barrientos e Gabriel Arnaiz Universidad de Sevilla Rayda Guzman Universidad de Barcelona Oscar Brenifier Institute de Pratiques Philosophiques e varios os portugueses O segundo congresso foi na Universidade da Beira Interior dedicado filosofia para crian as tendo contado entre outros com a pr
6. VAI AO TAPETE Joana Sousa banc ria e defendeu recentemente uma tese de mestrado sobre o papel da Filosofia nas empresas nomeadamente na Gest o de Recursos Humanos Ver entrevista atr s Mas h anos que trabalha tamb m como formadora na rea da criatividade e da filosofia para crian as com um projecto denominado filocriatiVIDAde filosofia e criatividade projecto esse que j a levou aos A ores Madeira Portalegre Lourinh Braga Aveiro Sintra e mais recentemente Escola Portuguesa de Mo ambique em Maputo E o mais que se ver Por mail fomos saber um pouco mais Em que consistem esses projectos O projecto filocriatiVIDAde actua em duas linhas por um lado a forma o de professores educadores pais e profissionais que queiram aprender algo sobre a filosofia para crian as e tamb m sobre ferramentas da criatividade por outro lado o trabalho com as crian as e jovens atrav s de ateliers oficinas de filosofia e criatividade A par destas ac es que t m na sua maioria um car cter pontual tenho dois projectos de continuidade PhiloTKD e Sala da Ana O primeiro diz respeito realiza o de ateliers junto dos alunos de Taekwondo em parceria com os Mestres Alexandre Lopes e Sara Prisal teve in cio em 2008 na Escola Taekwondo do Casal Novo e encontra se em actividade desde 2011 no Gin sio RodaFits O segundo projecto desenvolvido com e na Sala da Ana Dominguez educadora de inf nc
7. a Esta aprendizagem nada tem a ver embora alguns a confundam com a aprendizagem pelo trabalho ou em altern ncia A emula o e o refor o positivo eram uma constante Era comum ouvir os familiares mais velhos falar com orgulho dos mais novos pela sua autonomia e mestria no desempenho dessas tarefas 2 Na catequese aprendi que o trabalho era o resultado da puni o Tivesse Eva resistido serpente e Ad o sido mais firme perante a sedu o desta e ainda hoje viver amos no para so Sem trabalho Tudo estaria ao nosso alcance sem qualquer esfor o O mal n o existiria Tamb m aqui come aram algumas dificuldades com o tema Frequentava a casa de um padre um pedagogo extraordin rio mas que me atormentava com o facto de participar nas atividades familiares da agricultura em certas pocas do ano ao Domingo HIM FILOSOFalando 19 M rio PISSARRA O Domingo era dia santo de guarda ponto final Eu bem tentava contra argumentar pois a minha situa o era ambivalente aceitar os ensinamentos do senhor padre que muito prezava e admirava e obedecer aos meus pais Um belo dia objetei mas os padres trabalham ao Domingo Explicou me ent o que o trabalho era sin nimo de trabalho bra al e servil O trabalho intelectual e o servi o comunidade bombeiros sa de policiamento etc n o eram neste sentido considerado trabalho Mais tarde ao recordar esta conversa ocorria me sempre uma distin o entre trabalhar e seguir um
8. a construir isto estamos a caminhar passo a passo para um mundo em que apenas alguns poucos e cada vez menos t m lugar mesa da produ o e do consumo Entretanto muito do discurso que afirma falar em nome dos desprotegidos dos explorados dos que sofrem traz a marca gen tica de um pensamento metaf sico em que o real o ideal sem contacto com a realidade f sica biol gica econ mica e social que depois acaba por desmentir o ideal Para este pensamento tudo o que f sico o biol gico iludido ou elidido por ser muito perigoso econ mico ou social da ordem do n o real do n o ser que ent o dito como ideologia hipocrisia gan ncia e outros termos que traduzem uma gram tica espec fica do n o ser Se a realidade desmente o ideal tanto pior para a realidade E nesta sociedade globalizada a pr pria natureza na sua fisicalidade sist mica n o verdadeira e substancial apenas utilizada instrumental O que verdadeiramente diz se sobre a forma de PIB mercado e transa es financeiras e assim sucessivamente Nem sequer as pessoas concretas e singulares t m uma realidade substancial Quando muito entram nos ndices de capita o Enquanto este pensamento metaf sico continua dominante a esp cie humana parece caminhar para a sua extin o por ter destru do as condi es da sua continuidade no planeta A serem verdade as previs es
9. co coordena o Lisboa Esfera do Caos 2010 T picos de Filosofia e Ci ncia Pol tica Federalismo Das ra zes Americanas aos dilemas europeus Lisboa Esfera do Caos 2011 O Federalista de Hamilton Madison e Jay tradu o introdu o e notas com a colabora o de Joao C S Duarte Lisboa 2 edi o Funda o Calouste Gulbenkian 2011 HIM FILOSOFalando O9 E IMPORTANTE PARA O MEU PA S TER EXEMPLOS DE SITUA ES ONDE SE PRESERVA A DIGNIDADE HUMANA NUMA SITUA O QUE N O HUMANA EU PENSO QUE IMPORTANTE TALVEZ SEJA SUFICIENTE PARA QUE EU 05 MEUS AMIGOS 05 MEUS COLEGAS CONSIDEREMOS QUE N O VIVEMOS EM V O DA METAFISICA AO PENSAMENTO FISICAMENTE COMPROMETIDO A metaf sica cl ssica por natureza uma ontologia e um modo e portanto uma pr tica de pensar Plat o ensinou nos que a realidade metaf sica e que o mundo f sico no fundo uma falsa realidade uma ilus o Portanto em consequ ncia todo o pensar verdadeiro se at m ao mundo verdadeiro o metaf sico e esquece o falso mundo f sico ou natural A metaf sica cl ssica remete nos portanto para uma outra ordem do real o real ideal Tudo o que n o pertence a esta ordem superior da ordem do n o real e por isso pode e deve ser esquecido eliminado porque em ltima an lise n o existe realmente Como o escultor que retira ao bloco de pedra o que nele est a mais para que d
10. das me parece eticamente e esteticamente tamb m aceit vel E a filosofia n o tem nada a dizer N o se lhe ouve uma palavra Tirando algumas excep es claro N o ter a Filosofia perdido o comboio da informa o cient fica que lhe permita falar com pertin ncia sobre o mundo real A Filosofia acantonou se na metodologia na quest o da linguagem e do m todo Vejam se Popper e Kuhn Descurou as dimens es ticas e pol ticas daquilo a que o qu mico Paul Crutzen chama a Era do Antropoc nico Teve receio de cair no moralismo E deixou aos cientistas naturais o discurso sobre os grandes temas filos ficos A tradi o metaf sica da Filosofia n o nos levou ao desinteresse pela nossa realidade f sica das condi es reais da nossa exist ncia e mesmo a deixarmos os cuidados com o mundo a outros que disso se ocupavam os pol ticos Pelo contr rio N o nos soubemos manter fi is ambi o te rica da metaf sica Desistimos de pensar o ser em totalidade Tudo se tornou demasiado dif cil e complicado O que ocorre que muitos fil sofos contempor neos n o percebem que a metaf sica hoje passa pelo estudo das condi es de possibilidade de um mundo em HIM FILOSOFalando O7 mudan a acelerada por causas antropog nicas Hoje dever amos pensar na verdadeira antropof sica que se dissemina pelo corpo do mundo inteiro Nos seus limites e possibilidades No seu significado em suma um esp
11. dela sobre o Trabalho O Trabalho um valor em vias de extin o Fim de S culo Ed Margens 1999 Passei lhe os olhos descuidadamente Talvez poca a tem tica n o fosse demasiado presente na vida quotidiana para a considerar com estando na agenda das minhas preocupa es Hoje retomei lhe a leitura preocupado com a ess ncia e a caracteriza o da crise actual H ali uma reflex o fundamental como em diversos outros textos de outros autores que anteciparam os problemas e a que n o se deve ter dado a devida aten o Sobretudo n o ter o dado aten o os pol ticos os partidos os gabinetes de estudo e prospectiva OS governos os que estudam concebem formatam prop em e decidem das pol ticas p blicas A quest o simples Vivemos as nossas sociedades a nossa civiliza o o nosso modo de vida sobre um paradoxo fundamental 1 As ltimas d cadas o ltimo s culo deram ao trabalho a sua organiza o a sua articula o com o conhecimento a t cnica a tecnologia uma produtividade nunca vista no passado No ltimo s culo os ndices de produtividade cresceram vertiginosamente 2 O progresso e os acr scimos cont nuos na produtividade tiveram t m um efeito generalizado a generalizada e sistem tica redu o rarefac o do trabalho quer dizer do emprego Quanto mais produtivo menos trabalho sob a forma de trabalho assalariado de emprego quer dizer mais desemprego H
12. e queira lev lo ao que pode ser porque pode vir a ser diferente Porque em ltima an lise a realidade nunca apenas antes sobretudo acontece est sendo em si mesma processo isto vem do que j n o e est em tens o para as m ltiplas possibilidades do que pode vir a ser Se olharmos para os Himalaias e o seu monte Everest com as suas neves eternas temos a imagem nitida da eternidade Mas na verdade sao forma es recentes embora recentes numa escala de tempo geol gico Os Himalaias est o ainda a acontecer pois est o ainda em forma o Eles s o o enrugamento resultante do choque da ndia com o continente asi tico um acontecimento geol gico que ainda est a produzir os seus efeitos Mas ao mesmo tempo em que os Himalaias est o em forma o portanto a crescer j est o em eros o portanto a diminuir Eles n o s o eles est o a acontecer Contudo a realidade f sica pode caracterizar se por ser fechada nas suas possibilidades O que existe cont m um conjunto fechado de possibilidades que se realizar o de acordo com as leis do acontecer Chamemos lhes possibilidades f sicas e acontecer f sico no sentido lato do termo f sico Contudo o ser humano embora ele pr prio produto da natureza introduz no sistema global uma novidade decisiva a imagina o de um futuro alternativo E este futuro alternativo ao futuro f sico pois n o est nele contido e por ela assegurado
13. fico de cria o art stica organizacional etc trabalhar sempre tornar o mundo do homem mais habit vel para o homem O trabalho um instrumento para materializar o espirito e para o esp rito dominar a mat ria Neste sentido o trabalho express o da ess ncia do Homem Com efeito pela obra produto do trabalho que o homem se exprime se manifesta se exterioriza e se realiza e assim se afasta da sua solid o interior e se torna til aos outros Este olhar positivo sobre o trabalho sublinha como constituinte deste a sua dimens o social O homem j n o se compreende a si mesmo sem refer ncia ao trabalho Em s ntese a O trabalho formador da consci ncia b o trabalho condi o de autorrealiza o c O trabalho condi o de sobreviv ncia de humaniza o de autoestima de integra o social e de utilidade social Contudo o trabalho pode alienar o homem em vez de lhe permitir a sua realiza o a sua autonomia e a sua liberdade Marx vai abandonar a no o de trabalho enquanto atividade espiritual isto objetiva o do esp rito Esta invers o pode condensar se na afirma o s o as condi es materiais que determinam a consci ncia O trabalho assalariado e a concentra o do capital constituem as determina es materiais da sociedade capitalista Por outro lado Marx herdou de Hegel um conceito de trabalho cujo modelo profundamente artesanal e t cnico Na linguagem de H
14. fundamentais e o olho para o filos fico que algu m com prepara o em filosofia naturalmente possui perfeitamente evidente que quando algum il sofo participa nos nossos di logos sim h alguns que insistem em faz lo a qualidade das sess es bastante superior sobretudo ao n vel da exig ncia de clareza conceptual e rigor l gico da generosidade e naturalidade com que se entregam ao debate de ideias do reconhecimento das implica es que uma posi o pode ter etc Tudo isto que referi s o contributos intelectuais e humanos de um valor inestim vel para um di logo filos fico e algo que algu m com uma boa prepara o filos fica necessariamente possui e facilmente contagia os outros participantes E uma pena que mais fil sofos n o tenham esta vontade e generosidade para ajudar outras pessoas como eles a entrar e caminhar no fascinante mundo das ideias que tivemos a sorte de conhecer Mas pensando bem talvez aqueles fil sofos que acham que a filosofia se esgota nos programas nos manuais nas aulas de 90 minutos nas avalia es e no cheque do Minist rio ao fim do m s aqueles il sofos que n o t m qualquer interesse em ouvir o que tem a dizer o homem comum acerca destes problemas de todos n s e escolhem apenas a companhia dos Grandes Fil sofos talvez esses fil sofos estejam a mais na filosofia e de todas as maneiras n o ia querer t
15. n o s o conservadas quando captadas e levadas para fora do momento e do contexto onde nasceram da mesma forma que o som anal gico de um instrumento tamb m n o conservado quando desconstru do pelo c digo bin rio de um computador e gravado num CD H muitas vari veis que escapam transcri o escrita de um di logo filos fico em directo o contexto da sess o totalmente diferente falar de Liberdade com reclusos numa pris o com alunos numa escola secund ria ou com burgueses numa sala de um Museu o ambiente da sala a disposi o e a inten o de quem ouve e de quem fala a ambiguidade dos gestos os gestos que ajudam a tirar a ambiguidade os receios os anseios e as hesita es que se tornam bvias nas express es nos gestos e no corpo de quem dialoga connosco Infelizmente n o tenho mais nenhum argumento a favor do que digo que n o estas impress es e as diferentes sensa es que hoje em dia produzem em mim a leitura de um livro e a participa o num di logo filos fico Como ouvir um concerto ac stico ao vivo ou ouvir um CD num di logo as vibra es s o simplesmente diferentes Cada vez mais vejo a filosofia como uma arte de conversar a Arte do Di logo tenho a certeza que S crates tamb m a via assim e tudo o resto que acontece fora desse di logo entre duas ou mais pessoas reais vivas em frente umas as outras s o suced neos menores desta Arte do Di logo Mas isto s
16. nos ensina a pensar fisicamente As ci ncias sem d vida pois s o elas que nos d o os processos da realidade f sica Mas n o apenas a ci ncia pois com elas estar amos rendidos ao que se passa a saber o que se passa e o que se vai passar Mas n o a saber o que queremos que se passe Porque as ci ncias por defini o limitam se a descrever explicar e prever processos N o nos ensinam a querer Muito menos nos dizem o que deve acontecer em alternativa ao que acontece Mas aquilo que queremos queremos que aconte a ou seja que aconte a no mundo neste mundo onde habitamos como homens e mulheres onde constru mos a cidade dos homens e mulheres concretos A cidade f sica dos homens f sicos embora com sonhos metaf sicos Precisamos por isso de uma nova metaf sica e uma nova l gica A que portas devemos bater HIM FILOSOFalando 15 ALVESJANA FILOSOFalando FORMA O CULTURA COACHING FORMA O MOTIVA O E LIDERAN A FALAR EM P BLICO CONDU O DE REUNI ES RELA ES INTERPESSOAIS GEST O DO TEMPO GEST O DO STRESS GEST O DE PROJECTOS GEST O ASSOCIATIVA ARTE DA VIDA FELIZ COACHING COACHING PESSOAL COACHING EXECUTIVO TLM 967 204 089 alvesjana unip gmail com TRABALHO PARADOXOS Ha una anos cruzamo nos com Fran oise Meda Foi em Abrantes nas conversas e debates que aconteceram no mbito do Festival do Imagin rio Na altura comprei um texto
17. o Encontro de Filosofia para Crian as e Criatividade Sentir Pensamentos Pensar Sentidos em Aveiro sentimos que h falta de espa o e de tempo para que os profissionais de filosofia conversem entre si avaliem os seus trabalhos e os dos outros e perspectivem trabalhos interdisciplinares com outros profissionais Projectos futuros ou linhas futuras de desenvolvimento As minhas prioridades s o os dois projectos de continuidade que j referi PhiloTKD e Sala da Ana pelo facto de me permitirem testar abordagens apurar aspectos positivos e negativos S o a minha principal fonte para a investiga o e aprendizagem Que conselhos a quem de quisesse dedicar a projectos nessas reas Investigar e dialogar com quem j est na rea isso fundamental E n o ter medo de arriscar Criar parcerias e sinergias Foi assim que comecei e por isso que o meu projecto ainda est de p m Para espreitar a Joana Sousa sobre Filosofia para crian as http www youtube com watch v FQ6quUai0OWE amp feature relmfu PROJECTOS CAF FILOS FICO UM PROJECTO NA REA DO PORTO Tom s Magalh es Carneiro um conhecido dinamizador de caf s filos ficos sobretudo na zona do Porto Licenciado em Filosofia pela Uiniversidade do Porto e com 34 anos dedica se tamb m Filosofia com Crian as e forma o de professores mas da sua experi ncia nos seus Caf s Filos ficos que o vamos ouvir numa entrevista realizada po
18. o tamb m o resultado do vazio da aus ncia do pensamento cr tico da sociedade contempor nea sobre si pr pria AS CRISES CONTEMPOR NEAS S O TAMB M O RESULTADO DO VAZIO DA AUS NCIA DO PENSAMENTO CR TICO DA SOCIEDADE CONTEMPOR NEA SOBRE SI PR PRIA Por exemplo nos cursos universitarios de Filosofia estuda se Etica e Filosofia Politica por exemplo Entretanto j normal ouvirmos dizer que a esp cie humana corre riscos de sobreviv ncia e sabido e experienciado na pele que o mundo em geral e a Europa em particular sofrem problemas s rios decisivos de car cter pol tico O que se estuda nas universidades n o tem nada a ver com o que se vive no mundo Deveria ter E no que Filosofia diz respeito at tem O estudo da hist ria da Filosofia fundamental para aceder ao software do pensamento cr tico O que os fil sofos podem ajudar a desenvolver uma metodologia para o estudo do que poderemos designar como as formas e categorias transcendentais da nossa contemporaneidade tais como a historicidade a Natureza a t cnica as esferas do pol tico etc claro que Viriato Soromenho Marques n o pode ser acusado desta aus ncia filos fica Interessa nos perceber porqu Por exemplo porque participou no movimento associativo por exemplo atrav s da Quercus de que foi dirigente e a ficou contaminado com as radia es da realidade Ou ter sido por alguma outra raz o decisiva A
19. onde est esse interesse Onde e como se realizam Como disse os Caf s Filos ficos que dinamizo realizam se sobretudo na cidade do Porto onde vivo Mas como n o sou um regionalista filos fico tenho todo o prazer em fazer filosofia com quem me convida e para onde me convidar Ainda recentemente dinamizei um Caf Filos fico sobre democracia e mundos poss veis em Moscovo com a ajuda de uma tradutora e foi uma experi ncia muito enriquecedora sobretudo devido situa o pol tica actual na R ssia Tamb m j tive a oportunidade de dialogar sobre a Liberdade com alguns reclusos do Estabelecimento Priosional de Pa os de Ferreira o que como devem imaginar foi uma experi ncia inesquec vel Al m disso apesar de o contexto destas pr ticas filos ficas ser n o escolar tenho sido convidado por diversos amigos professores de Filosofia para dinamizar di logos e Caf s Filos ficos em escolas e col gios Muito mais do que eu que n o sou nem nunca fui professor de filosofia do ensino secund rio estes professores sentem a necessidade de mostrar este lado mais livre descomprometido e l dico da filosofia aos seus alunos Mas para responder pergunta desde o encerramento em Maio de 2012 do Clube Liter rio do Porto que foi o ber o do Caf Filos fico e a nossa casa durante tr s anos que n o temos um s tio fixo para estes nossos encontros filos ficos Felizmente algumas instit
20. permite m classificar objetivamente a mesma atividade como trabalho e como hobby 3 O estudo da Hist ria permitiu me descobrir com os Gregos que afinal o castigo ou a puni o do trabalho n o era para todos O verdadeiro cidad o grego desprezava o trabalho O trabalho feito pelos escravos e pelas classes mais baixas garantia um ideal de vida ao cidad o de viver do cio participando na vida pol tica da p lis discutindo no espa o p blico por excel ncia a gora O verdadeiro trabalho o trabalho constante o trabalho castigo era o do escravo E tamb m o de S sifo A ambos se associa a priva o da liberdade A primeira liberdade espacial e pol tica interven o nos debates sobre a vida na cidade Mais tarde vim a descobrir que muitos povos estudados pelos antrop logos n o possu am uma palavra correspondente a trabalho Muito nos separa das sociedades que exaltam o cio e o desfrutar presenteiro da vida com um ritmo lento e com tempo para tudo desde que as necessidades b sicas estejam garantidas Pelo contr rio a nossa sociedade desde a aurora da modernidade exalta o trabalho Sendo o trabalho uma for a produtiva a ociosidade s passa a ser valorizada em fun o do trabalho apenas como condi o para produzir mais como interrup o do trabalho para recuperar for as para voltar ao trabalho Neste sentido a no o de progresso um dos pilares da modernidade escravizou o trabalho Ironia
21. que o sal rio permite O desejo que motiva o consume insaci vel porque desejo este af de consumir que nos torna cada vez mais escravos do trabalho A mercantiliza o n o se ficou obviamente pelo trabalho Quase tudo foi reduzido a mercadoria J nem sequer nos chocam express es como o jogador x foi comprado vendido pedem oferecem por ele y 7 As altera es s vis es do trabalho ao longo dos ltimos tr s s culos n o se podem desligar das altera es sociais pol ticas e econ micas Al m disso est o profundamente fecundadas pelos progressos da ci ncia e da t cnica S o disso exemplo as chamadas revolu es industriais e tecnol gicas Ficou me sempre gravada na mem ria a leitura de not cias das primeiras lutas dos trabalhadores contra as m quinas destru ram nas porque diminu am os postos de trabalhos Parece ir nico o homem trabalhou arduamente ao longos destes s culos para diminuir o trabalho N o foram apenas o esfor o e o cansa o que diminu ram quanto mais se automatizaram as fun es mais postos de trabalho desapareceram Basta olhar nossa volta e ver as consequ ncias da informatiza o dos servi os Trabalhar para diminuir o trabalho um bom exemplo dos discursos antag nicos que pululam nas nossas sociedades sobre o trabalho A proclama o do direito ao trabalho n o passa de uma quimera Quem pode garantir esse direito O trabalho n o se cria geralmente po
22. sobretudo a continua o do que est acontecendo Mas importa igualmente pensar se esta linha de acontecer conduz ao mundo que n s queremos Por isso indispens vel pensar que mundo queremos N o apenas em termos de alguns valores t o abstractos e gerais que todos neles estamos de acordo porque ningu m est a dizer nada mas em termos concretos de factos do mundo de processos efectivos e de rela es entre pessoas e pessoas e coisas em concreto Ent o feito o exerc cio de prospectiva e o exerc cio de imagina o criadora de um futuro desejado imp e se saber se h alguma coisa que precise de ser feito para que o mundo venha a ser como queremos que seja ou se basta deix lo acontecer E o que todos sabemos que alguns preferem que apenas continue a acontecer ou que apenas gostariam que esse mesmo acontecer fosse activado enquanto outros preferem que o acontecer seja corrigido para um mundo alternativo E a f sica mais uma vez a f sica diz nos que uma invers o dos processos exige uma ac o sobre esses processos Entretanto o pr prio consumismo instalado que caminha contra si mesmo e o apolitismo generalizado que torna as potenciais v timas deste processo desinteressadas do mesmo processo portanto entregando o queles que nele investem os seus interesses e configuram o mundo e as sociedades de modo a que esses seus interesses sejam defendidos Plat o ensinou nos a pensar metafisicamente Quem
23. AE ASSOCIA O PORTUGUESA DE ACONSELHAMENTO TICO E FILOS FICO DE 2004 A 2008 O 1 MANDATO A APAEF nasceu a 4 de Dezembro de 2004 na Universidade Nova de Lisboa Ali reuniram se um conjunto de interessados que viriam a constituir os rg os sociais da Associa o As principais preocupa es eram os problemas filos ficos das pessoas e a forma profissional No entanto tamb m existiam outras quest es conexas como a inten o de compreender o paradigma que vigorava no sistema educativo portugu s ensino secund rio e superior para verificar se haveria abertura do governo para a introdu o de um cap tulo sobre Filosofia Aplicada onde se inseria a consultoria filos fica a filosofia para crian as as ticas etc Para conseguir encontrar no espa o social portugu s um lugar que dignificasse o nosso projeto era necess rio percorrer um determinado caminho N o poder amos facilitar pois a desvaloriza o da filosofia na sociedade portuguesa era significativa e n o ajudava o nosso trabalho No entanto essa vari vel dava nos uma motiva o imensa Assim o caminho que tra mos era aquele que outras associa es profissionais culturais e cient ficas percorreram outrora e que mais tarde vieram a constituir se em ordens profissionais T nhamos que ter um n mero de s cios significativo t nhamos que organizar congressos nacionais mas com dimens o internacional t nhamos que promover publica es e
24. Ele n o vem da f sica no seu funcionamento intr nseco mas de uma ordem outra que podemos e devemos chamar de metaf sica porque n o est contida e assegurada na ordem f sica Resulta da criatividade humana A metaf sica cria uma outra ordem de ser e desse modo cria um espa o aberto entre o real e o poss vel J a metaf sica cl ssica o fazia Mas fazia o com o esquecimento a nega o do mundo f sico excluindo o da ordem da realidade e da verdade Esta metaf sica negava a f sica Podemos pensar numa nova metaf sica que o seja de verdade mas que assuma o mundo f sico e social como realidade que n o pode ser negada nem esquecida antes pelo contr rio assumida como material do mundo a haver Deste modo o mundo a construir em alternativa ao mundo actual n o poderia ser por esquecimento deste mas por transforma o deste e da sua realidade numa realidade outra e mais elevada Trata se ent o n o de lutar contra o mundo mas de elevar o mundo actual para um mundo potencial resultante da imagina o criadora e sobretudo atrav s da ac o tamb m criadora do homem Mas preciso diz lo o processo corre sempre riscos de perder o mundo em favor da imagina o HIM FILOSOFalando 14 de perder a realidade em favor do desejo portanto de um desejo que nega a realidade Ent o ter de tratar se de uma metaf sica comprometida com a realidade mundana e vigilante sobre a evolu o do processo de ac o so
25. FLOSOFalando revista portuguesa de filosofia aplicada PENSAR O TRABALHO JuLHO 2012 REVISTA GRATUITA O trabalho um elemento decisivo da identidade pessoal Mas como emprego um bem cada vez mais escasso 02 FiLOSOFalando revista portuguesa de filosofia aplicada FICHA TECNICA Director e Editor Alves Jana jalvesjana gmail com Publicidade 968 404 380 Designer Clara Jana clarajana design gmail com Redac o R 5 de Outubro 423 2200 371 ABRANTES Periodicidade Trimestral Registo na E R C 126186 APRESENTA O De novo sa mos rua ao encontro da vida Ou de novo paramos na vida escuta da Filosofia Talvez ambas as perspectivas estejam certas Desta vez focamos a aten o no trabalho Sem d vida um dos te mas mais importantes da nossa actualidade Porque falta porque n o se apresenta sob a forma de emprego porque est a mudar mais depressa do que somos capazes de acompanhar N o que remos esgotar o tema apenas traz lo superf cie na sociedade viva que deve pensar se e discutir se a vida Continuamos a procurar os s tios onde a Filosofia mexe com a vida N o para isso que aqui estamos Temos de agradecer a todos quantos nos dirigiram palavras de apre o e incentivo S o sinal de que este projecto faz sentido ou seja de que h uma falta na sociedade portuguesa e que necess rio dar lhe resposta Esta talvez e outras claro Continuamos a
26. IM FILOSOFalando 17 NELSON CARVALHO Este paradoxo replica se num outro no plano das politicas publicas 1 Os governos e os decisores politicos confrontados pela desvaloriza o e escassez crescente do trabalho s o levados defini o e implementa o de pol ticas para a produtividade a competitividade o crescimento e o emprego e estas pol ticas t m marcado por todo o lado as governa es das ltimas d cadas 2 As pol ticas p blicas para a produtividade competitividade crescimento emprego revelam se elas pr prias pol ticas destruidoras de emprego Quer dizer as pol ticas p blicas para o trabalho e o emprego s o destruidoras do trabalho e do emprego Importa ler estes paradoxos sobre os quais funcionamos e trabalhamos em dois planos 1 O plano global da evolu o e transforma o das sociedades humanas da crise global que vivemos da sua caracteriza o e das aberturas para a sua supera o 2 O plano do concreto da vida singular das comunidades das organiza es das empresas das pessoas que t m e n o t m empregos que t m ou que s o privadas do trabalho Parece claro que vivemos uma sociedade onde a hiper valoriza o do trabalho provoca a desvaloriza o e a escassez do trabalho do emprego Parece claro que se torna necess rio questionar os fundamentos dessa sociedade trabalho valor dinheiro Parece claro que necess rio desmistificar a ideia de que o trabalho a
27. a o e ateliers com as crian as e jovens Os professores solicitavam forma o acreditada e acabei por conseguir a acredita o junto do Centro de Forma o Cont nua de Professores em conjunto com a Celeste Machado Neste momento devido falta de verbas dos Centros de Forma o as forma es acreditadas n o t m avan ado Agrada me sobretudo os contactos que tenho de pais e m es que me dizem Joana quero que os meus filhos tenham a oportunidade de experimentar estas actividades Podes vir aqui e este aqui j se chamou Portalegre Funchal Lourinh Como foi a recep o por exemplo em Mo ambique A forma o na rea da filosofia para crian as era algo que os professores da Escola Portuguesa de Mo ambique que j desenvolviam trabalho nesta rea desejavam muito O trabalho que desenvolvemos foi muito positivo pois para al m da forma o em sala tive oportunidade de trabalhar com algumas turmas Os formandos tiveram a possibilidade de assistir a essas sess es e de as avaliar Que tipo de reac es tem havido da parte dos outros profissionais de filosofia As reac es s o diversas de tal forma que s vezes o formando c ptico mesmo aquele que tem forma o em filosofia Mas na sua maioria h interesse genu no em aprender e em trocar experi ncias nesta rea E isso muito importante essa troca Foi por esse motivo que em Fevereiro de 2010 eu e a Celeste Machado organiz mos
28. a efemeridade com a passagem do tempo com a temporalidade do mundo Julgo ter uma inclina o intuitiva para o que me parece constituir um perigo um risco uma situa o limite Foi por isso que desde muito jovem me interessei pelos temas ambientais e estrat gicos que se prendem umbilicalmente intr nseca vulnerabilidade da nossa civiliza o tecnocient fica E depois como consegue manter uma actividade intelectualmente sustent vel em todas estas frentes E como consegue revelar uma reflex o consolidada em v rias frentes de informa o desde as ci ncias da natureza hist ria pol tica O segredo simples trabalho muito trabalho Todos os dias Sobretudo uma grande paix o e entrega s coisas que estudo e que pretendo compreender melhor Um exemplo para perceber o que se passa com a Zona Euro desde final de 2010 que dedico pelo menos duas horas di rias leitura da imprensa econ mica nacional e internacional No fundo o que pretende fazer com todas essas linhas de interven o A minha aposta b sica a recusa do fatalismo Acredito que a vida melhor do que a morte Que a aurora prefer vel ao crep sculo quando estamos a falar na vida das pessoas e do mundo Quando estudei a guerra fria e publiquei em 1985 o nico ensaio portugu s sobre a crise dos euromisseis o que pretendia era contribuir para evitar uma guerra nuclear em geral e em particular um conflito localizado na E
29. a voca o Uns trabalhavam outros respondiam a um chamamento voca o um apelo divino Esta distin o analisada magistralmente por Max Weber explorando a indefini o das suas fronteiras com o exemplo do cientista e do pol tico mant m se atualmente Sirva nos de exemplo o desporto Voca o Trabalho Profiss o A minha primeira experi ncia de trabalho foi aos 12 anos N o foi nenhuma ilegalidade ou crime pois n o havia legisla o para o efeito Fui trabalhar para a constru o civil como servente Era verdadeiramente um trabalhador pois tinha um sal rio oito escudos e um hor rio a cumprir Ao terceiro dia a mulher do patr o mandou me ir apanhar ervas para os coelhos Coisa que havia j feito n vezes na distribui o dos afazeres familiares Recusei pois achava uma ofensa ir apanhar ervas n o era digno de um verdadeiro ajudante da constru o civil Como n o podia aceitar tal afronta despedi me e exigi que fossem feitas as contas Afinal apanhar erva para os coelhos era ou n o um trabalho D vidas e incertezas que ainda hoje me acompanham em rela o a muitas atividades Educa o por exemplo Feita por um profissional trabalho E se forem os pais Contratamos um fot grafo profissional mas admiramos as fotografias de um amador O trabalho s existe se existir uma qualquer forma de pagamento Ter alguma rela o com a qualidade do produto obra O voluntariado trabalho Que crit rio s
30. a ele v o levar Algu m fica de fora m Lynda Gratton A Mudan a o futuro do trabalho ja chegou Texto Editores Lisboa 2012 438 pp DESTA VEZ A MUDANCA NAO E O RESULTADO DE UMA NICAFOR A MAS ANTES A COMBINA O SUBTIL DE CINCO FOR AS AS NECESSIDADES DE UMA ECONOMIA COM POUCO CARBONO AVAN OS R PIDOS NA TECNOLOGIA GLOBALIZA O CRESCENTE ALTERA ES PROFUNDAS NA LONGEVIDADE E NA DEMOGRAFIA E IMPORTANTES MUDAN AS SOCIAIS QUE JUNTAS TRANSFORMARAO FUNDAMENTALMENTE UMA GRANDE PARTE DO QUE TOMAMOS COMO CERTO EM RELA O AO TRABALHO N O S O APENAS AS NOSSAS CONDI ES DE TRABALHO E H BITOS NO DIA A DIA QUE MUDAR O T O DRASTICAMENTE O QUE TAMB M MUDAR A NOSSA CONSCI NCIA DO TRABALHO DO MESMO MODO QUE A ERA INDUSTRIAL MUDOU A CONSCI NCIA DO TRABALHO DOS NOSSOS ANTEPASSADOS A REVOLU O INDUSTRIAL TROUXE UM MERCADO DE MASSAS PARA AS MERCADORIAS E COM ELE UMA REPROGRAMA O DO C REBRO HUMANO PARA UM DESEJO CRESCENTE DE CONSUMIR E PARA A ACUMULA O DE RIQUEZA E BENS A QUEST O QUE ENFRENTAMOS AGORA SABER COMO A CONSCI NCIA DE TRABALHO DOS TRABALHADORES ATUAIS E FUTUROS SER TRANSFORMADA NA ERA DA TECNOLOGIA E GLOBALIZA O EM QUE ESTAMOS A ENTRAR O INEVIT VEL QUE PARA AS PESSOAS MAIS JOVENS O TRABALHO MUDAR TALVEZ AT SE TORNAR IRRECONHEC VEL E AQUELES DE N S QUE J FAZEM PARTE DA POPULA O ATIVA TRABALHARAO DE FORMAS QUE DIFICILMENTE PODEM IMAGINAR
31. aga de indiv duos hiperativos que s vivem para o trabalho Para estes viciados do trabalho todos os outros valores e dimens es da vida individual e social s o esquecidos ou remetidos para um tempo que nunca existir 5 O catolicismo s recentemente teve um olhar mais positivo sobre o trabalho inserindo o na teologia da cria o e na valoriza o do mundo terrestre Pelo trabalho o homem colabora com Deus na cria o Este olhar positivo sobre o trabalho n o o mantendo exclusivamente ligado ao castigo heran a do pecado original muito deve a Chenu e ao Vaticano Il A teologia protestante revalorizou logo desde muito cedo o trabalho A conhecida tese mais repetida que compreendida e analisada de Max Weber que liga o capitalismo tica protestante sobretudo de inspira o calvinista s se compreende luz da teologia dos sacramentos Olhar para os pa ses capitalistas e mais avan ados prefiro dizer ricos do norte da Europa mais Canad e USA e os pa ses do sul mediterr nicos e Am rica latina mais atrasados prefiro dizer pobres e verificar que os mais desenvolvidos ricos s o protestantes e os menos desenvolvidos pobres s o cat licos uma mera constata o factual e de coincid ncia geogr fica Mas uma coincid ncia ou correla o estat stica n o o mesmo que uma rela o de causalidade E o famoso soci logo estabelece uma rela o de causalidade Todavia ele n o considera a tica pro
32. annah Arendt o trabalhador o homo faber Mas a sociedade capitalista tamb m ela um momento hist rico transit rio Cada momento hist rico determinado pelas condi es sociais e estas para Marx mais n o s o do que rela es de produgao Acontece por m que entre o trabalho assalariado e o lucro do capital ha um antagonismo inconcili vel Todavia este antagonismo esconde uma intera o o capital sup e pois o trabalho assalariado o trabalho assalariado sup e o capital Eles s o a condi o um do outro criam se mutuamente Existe assim entre capital e trabalho assalariado um conflito irredut vel aprofundado e radicalizado pela sua depend ncia m tua Esta vis o da rela o trabalho capital vai ter consequ ncias pol ticas duradoiras e marcantes em todo o s culo XX bvio que tal como na dial tica do senhor e do escravo a liberta o s ser poss vel se se romper esta depend ncia m tua Numa sociedade diferente da capitalista N o se pense que o capitalismo foi um problema s para Marx e os marxistas O capitalismo constitui um problema para muita gente e gente muito diferente entre si para crentes religiosos em geral o capitalismo desvaloriza o essencial da nossa exist ncia os deveres morais em nome da efic cia econ mica para o pensamento pol tico revolucion rio ele uma forma de aprisionar em condi es econ micas controladas por um grupo os capitalistas detentores do c
33. apital a generalidade da popula o e assim de manipular os seus interesses leg timos e at a sua pr pria consci ncia para o poder do Estado como a atual crise da d vida soberana mostra ele uma for a de poder quase incontrol vel regido por leis pr prias e sem considera o por quaisquer interesse que n o os seus E para todos n s claro o capitalismo representa o risco risco que o capital dos outros atrapalhe as nossas op es risco que o nosso capital seja delapidado N o ironia que esta cita o seja extra da de um livro de filosofia sobre futebol Numa sociedade capitalista a racionalidade econ mica invadiu praticamente tudo e imp e as suas leis e regras do futebol ao sexo do trabalho ao lazer da educa o ao turismo da sa de aos meios de comunica o social etc O que ficou por mercantilizar O trabalho assalariado introduzido pela industrializa o n o visa a satisfa o das necessidades mas a produ o de coisas depende de uma organiza o regulada a partir de fora sem qualquer sentido para o trabalhador O trabalho HIM FILOSOFalando 23 n o vale por si mesmo mas s pelo sal rio que se recebe em troca Esta mercantiliza o alienante e desumana O trabalhador deixa de pertencer a si pr prio perde a sua liberdade a sua autonomia e vontade pr pria pois v se for ado a vender a for a do seu trabalho para subsistir O canto da sereia n o habita o trabalho mas o consume
34. as e projectos nesta rea como sejam o desenvolvimento e a realiza o de Caf s Filos ficos Clubes de tica Filosofia para Crian as Assessoria e Consultoria tica e Filos fica tica Empresarial Deontologia Profissional Coaching Filos fico etc c Promover troca de experi ncias com outras institui es e fomentar contactos preferenciais com universidades empresas e outros organismos p blicos ou privados e com associa es HIM FILOSOFalando 44 ASSOCIA O PORTUGUESA DE TICA E FILOSOFIA PR TICA cong neres nacionais e internacionais d Promover junto das entidades pol ticas competentes projectos de promo o da tica pr tica e da Filosofia pr tica e Promover actividades tais como cursos est gios semin rios col quios congressos confer ncias encontros e exposi es f Promover e patrocinar a edi o de publica es conforme aos objectivos da Associa o e que contribuam para um melhor esclarecimento p blico sobre a import ncia da tica e da Filosofia Pr tica g Dialogar com as empresas de modo a desenvolver e aperfei oar modelos de neg cio baseados na deontologia profissional Estes objectivos t m vindo a ser conseguidos com a realiza o de diversos eventos Destacamos os seguintes que regularmente a Associa o desenvolve Filocaf Ciclo de Palestras Congresso Nacional da APEFP Curso de Forma o de Consultores e Assessores Filos ficos Curso em Supervisor em t
35. balhar muito Trabalho sete dias por semana Acordo as oito e deito me as tr s Dormir pouco comer depressa trabalhar muito Pois sim Mas e se eu n o puder E se n o for essa a minha filosofia de vida Qual o lugar que me cabe ou me resta E Mary Warnock fil sofa moral inglesa prega aos doentes de Alzheimer que eles t m o dever de morrer Se sofrem de dem ncia voc s delapidam os recursos dos servi os de sa de e os das vossas fam lias De facto prev se que os n meros dos doentes de Alzheimer dupliquem em breve Mas Que mundo se perspectiva ent o Um mundo em que apenas alguns os que podem os que conseguem est o dentro E os outros ficam de fora s o exclu dos do pr prio sistema Quantos dentro Quantos fora Talvez hoje tenhamos 80 dentro e 20 fora Mas esta evolu o n o vai parar e talvez venhamos a ter 20 dentro e 80 fora exclu dos da produ o avan ada e da competitividade sustentada condenados a viverem um dia a dia sem qualquer perspectiva de futuro digno desse nome Talvez por solidariedade hoje estes 20 de exclu dos estejam ainda a ser apoiados pela provid ncia estatal e pela generosidade social Mas quando este n mero crescer para l dos limites da solidariedade sustentada como vai ser Nesse momento a solidariedade deixa de ser um dever do sistema e dos que est o dentro porque s dever o que poss vel o que est ao alcance de uma ac o c
36. bertos a colabora o Tanto dos mais velhos como dos mais novos N s sabemos que a vida dura para quem mole que temos muito que fazer que h tantas urg ncias Mas justifica es todos temos para tudo o que est mal Para terminar justo agradecer todos quantos contribu ram de di versos modos para esta edi o Obrigado pois E at logo Alves Jana A CRISE AMBIENTAL E A ESSENCIA DA ONTOLOGIA NA CONTEMPO RANEIDADE VIRIATO SOROMENHO MARQUES E UM FILOSOFO DAS MIL INTERVEN ES Escreve em jornais e revistas pertence a comiss es oficiais orientou mais de mil confer ncias e cursos breves em Portugal e em vinte e tr s outros pa ses dirigiu programas de reflex o Lecciona Filosofia na Universidade de Lisboa E publicou cerca de tr s centenas de estudos abordando temas filos ficos pol tico estrat gicos e ambientais entre eles cerca de vinte livros de tem ticas bem diversas mas sempre directamente relevantes para os problemas na ordem do dia A sua intensa actividade apenas nos permitiu ouvi lo por mail HIM FILOSOFalando 04 Antes de mais o que o faz mover Viriato Soromenho Marques Um grande gosto pela vida Uma imensa curiosidade por perceber a linguagem das coisas que gosta de ocultar se como sabemos desde os pr socraticos Sobretudo penso que me interesso quase que por instinto por tudo aquilo que tem rela o com
37. bre o mundo na medida em que no mundo e com o mundo que se pode criar o mundo desejado desejado mas n o garantido Porque de boas inten es est o inferno cheio diz o povo e di lo tamb m a hist ria dos povos e das grandes revolu es ou dos pequenos projectos Temos ent o n o uma l gica abstracta que opera ao n vel das ideias e se as coisas correm mal no mundo pior para o mundo mas uma ac o comprometida no mundo e vigilante do sentido de uma ausculta o atenta ao pr prio acontecer do mundo Trata se de um pensamento que n o se at m apenas as ideias e aos valores mas tamb m n o se at m apenas aos factos e ao funcionamento do mundo mas de um pensamento que se mant m atento tanto aos factos e processos do mundo como s ideias e aos valores e tamb m ao modo como as ideias e os valores ganham forma no mundo e ao inverso como os factos e o funcionamento do mundo configuram no mundo sim no mundo uma certa ordem de ideias e de valores Podemos e devemos perguntar que tipo de sociedade e de mundo estamos a construir de facto E esse exerc cio de prospectiva deve ter em conta necessariamente as for as que est o a agir no mundo Por exemplo a globaliza o a demografia a tecnologia as altera es clim ticas a evolu o dos recursos naturais petr leo min rios e metais madeira se nada de novo for feito e as coisas continuarem no sentido em que v o isto se o acontecer for
38. capaz de enfrentar a realidade imp e se um pensamento que des a ao real na sua fisicalidade repita se ao mundo f sico biol gico econ mico e social Um pensamento que reconhe a esta realidade como realidade substancial Que reconhe a a realidade da natureza na sua materialidade e na sua din mica efectiva como a raiz substancial de tudo o mais incluindo as pessoas as organiza es e as sociedades na sua realidade material e cultural efectivas Imp e se um pensamento que des a do hiperur neo terra que efectivamente habitamos e nos constitui N o para nos rendermos a essa realidade mas para dela partirmos e para dela construirmos o que desejamos e sonhamos Partir da natureza e das pessoas das organiza es e das sociedades dos processos na sua materialidade efectiva em vez de partir das ideias Embora com compromisso de nos interrogarmos que tipo de mundo queremos e portanto o que devemos fazer para o tornarmos naquilo que queremos Porque o pensamento n o pode demitir se ou seja n o podemos demitir nos HIM FILOSOFalando 13 de pensar Mas h pensar e pensar E sobretudo o modo de pensar que decisivo na gram tica do pensar que o pr prio pensamento e com ele a vida se decide N o se trata de abandonar a realidade natural e social ao seu intr nseco funcionamento mec nico seja da mec nica cl ssica ou da mec nica qu ntica do determinismo cl ssico ou do indeterminismo de uma realidad
39. cios e mesmo de ordenados aumento das horas de trabalho etc Como que a Filosofia convive com isto A filosofia lida fundamentalmente com quest es de sentido e nesse mbito que poder ser uma mais valia para todos o conv vio com as pr ticas filos ficas dentro e fora das empresas e organiza es A filosofia permite nos o acesso a ferramentas do pensar que nos permitem procurar alternativas questionar o que se est a passar Joana Sousa Cr dito da foto M rio Pires tomar decis es S o muitas vezes ferramentas simples ao alcance de qualquer um de n s pelo facto de qualquer um de n s ter capacidade para pensar e reflectir No fundo o trabalho da filosofia dentro das empresas complementar performativo de contra corrente o qu isso tudo Complementar performativo contra corrente E integrador Mas uma integra o que permite a vis o do todo A mais valia da consultoria filos fica passa pelo facto de se desenrolar de forma a que as pessoas nas empresas e organiza es ganhem autonomia no processo de pensamento A filosofia aplicada revela aqui como noutras reas em que desenvolvida um car cter eminentemente preventivo e proactivo n o recorro ao fil sofo apenas e somente quando registo um problema mas sobretudo para explorar quest es relacionadas com poss veis situa es com as quais possa ser confrontado no mbito da minha actividad
40. ctividade divertida Cada vez mais acho que era assim que os antigos gregos a viam e assim que cada vez mais a vejo Que tipos de ades o tem recolhido e que problemas tem levantado essa pr tica filos fica Quando em 2008 iniciei estes encontros filos ficos regulares estava espera de receber fil sofos ou seja participantes da rea da filosofia estudantes universit rios professores de filosofia fil sofos amadores conhecedores dos autores mais fundamentais etc interessados em discutir problemas filos ficos Por m nada disso aconteceu Apenas uma percentagem muito pequena das pessoas que frequentam o Caf Filos fico estudaram filosofia para al m do ensino secund rio e os fil sofos que por curiosidade ou outro motivo qualquer decidem ir experimentar um Caf Filos fico normalmente n o regressam Julgo que isso acontece por acharem que o que se passa num Caf Filos fico n o Filosofia ou por sentirem em falta o ar sagrado que os nomes sonantes dos grandes fil sofos do passado normalmente trazem a uma conversa de filosofia ou ent o simplesmente n o gostaram do sabor do caf que lhes foi servido Agora um pouco mais a s rio realmente uma pena esse desinteresse dos fil sofos por este tipo de actividades filos ficas amadoras A pouca prepara o filos fica da maioria dos participantes s tem a ganhar com o rigor conceptual o conhecimento de algumas ideias
41. das ironias a modernidade que aboliu a escravatura mas manteve as col nias que conquistou liberdades e in meros benef cios para o Homem mas permitiu noutro sentido uma nova forma de escravatura e quantitativamente mais numerosa Mais tarde com o estudo da filosofia compreendi a justifica o desta forma de pensar dos Gregos bem explicada no seguinte texto Sob muitos aspetos a vis o aristocr tica do HIM FILOSOFalando 20 mundo que a Antiguidade Grega nos legou dominou largamente a Europa feudal at Revolu o Francesa Imposs vel por conseguinte compreender o nascimento das morais meritocr ticas sejam crist s ou republicanas sem ter uma consci ncia suficientemente clara dos princ pios fundamentais da tica aristocr tica com a qual pretendiam romper Tr s de entre eles sobressaem de maneira particularmente profunda e coerente O primeiro reside naquilo que designei como o cosmol gico tico ou seja a ideia de que o bem e o mal o justo e o injusto encontram uma defini o e crit rios objetivos numa certa representa o da harmonia c smica se a ordem natural das coisas inigualit ria e hierarquizada a cidade justa dever tamb m ela refletir a hierarquia natural que existe universalmente O segundo tem a ver com o facto de nesta perspetiva a virtude se definir n o como um ideal a realizar um dever ser que suporia que se exercesse viol ncia contra uma natureza renitente mas
42. de refer ncia como evitar trazer cola o o muito que hoje conhecemos sobre o desenvolvimento humano e por fim como contemplar o encaixe da dupla matriz anterior numa problem tica tica de fundo ignorando o que ao longo dos tempos muitos e diversos fil sofos nos disseram sobre a sabedoria de recorrer filosofia para melhor decidirmos o que fazer e como fazer Ideias for a Dir se ent o que em extens o a tica n o pode nunca ser algo de perif rico actividade humana j que todo o estar do indiv duo no mundo implica ganhar a sabedoria que esta rela o contempla Em profundidade porque imperioso que se entenda que sendo todo o humano uma constru o o ponto mais fulcral onde radicam todos os valores que a cada um servem de esteio depender sempre da profundidade de um Eu individual que sempre resultado da interac o de tr s vari veis essenciais A Educa o que se recebe a Forma o que se adquire e a Cultura que se intui ou seja dos modos de ser que ao Ser pertencem Claro que aqui vale a pena desde j dizer que sendo a concep o implementa o e organiza o de empresas um exerc cio que a limite decorre dos comportamentos humanos inclu mos nessa actividade dita humana todo o complexo emaranhado de problem ticas em que se inscreve o chamado comportamento organizacional Uma consequ ncia do que se disse se pode desde j retirar Se o ser humano est condenado a ser um animal
43. de rela o todo o comportamento organizacional decorre desse desiderato Em extens o uma outra consequ ncia decorre da anterior Se a rela o humana fruto de interac es privilegiadas entre cada um e um outro que est a seu lado ent o o exerc cio de nos tornarmos extens veis que mais interfere na organiza o de toda a nossa actividade mesma quando esta se orienta para a constru o de estruturas organizacionais Assim sendo uma terceira consequ ncia poss vel extrair Se a organiza o da extensibilidade anterior o modo de ser dominante do estar do Homem no Mundo ent o retire se que por via disso qualquer indiv duo ao viver obrigado a organizar permanentemente aquilo a que chamamos Extensibilidade de si imp e que mesmo o acto de conceber implementar ou organizar organiza es vive condicionado determina o anterior Nas nossas obras definimos esta extensibilidade do seguinte modo HIM FILOSOFalando 27 A Extensibilidade de Si concebida por n s como exerc cio pr tico que a mente exige ao c rebro quando o nosso Eu se estende interactivamente no sentido de se ligar ao Mundo seja atrav s do N s ou seja atrav s da transforma o dos objectos em objectos objectivados Barbosa L Desenvolvimento Humano e Profissionalidade Lisboa u i amp d e Editora Ancora 2010 p g 55 Nota Objectos objectivados s o os objectos f sicos ps quicos ou transcendentais lo
44. dida A flexibilidade profissional o tempo parcial e HIM FILOSOFalando 25 at a ocupa o p s reforma s o caracter sticas que sempre acompanharam o trabalho que as mulheres t m desejado para si N o atribuo grandes potencialidades ao discurso com que diariamente sou bombardeado e que podia resumir assim os nossos jovens para encontrar trabalho n o devem pensar em ser bons profissionais mas sim em ser empreendedores necess rio inventar novos servi os criar empresas novas maneiras de trabalhar as profiss es para a vida inteira desapareceram ningu m poder ter a pretens o de come ar a trabalhar e vir a reformar se na mesma empresa o trabalho do futuro mais vers til mais m vel exige muito mais flexibilidade e capacidade de adapta o Puros tru smos que n o alteram a realidade Para terminar estas notas gostaria de fazer duas observa es embora acredite que as sociedades n o voltar o a ser de pleno emprego tenho d vidas da possibilidade de uma redistribui o equitativa do trabalho e sobretudo dos seus rendimentos Tamb m n o consigo visualizar as propostas que assentam na desvincula o da subsist ncia do indiv duo do trabalho A exist ncia de um rendimento m dio de cidadania para todos os maiores de 18 anos independente da posi o que o indiv duo ocupa no sistema produtivo ainda n o se tornou para mim nem clara nos contornos nem a sua exequibilidade poss vel Num certo sentid
45. dimentos que se queiram levar pr tica esquecendo os dois enquadramentos anteriores no m nimo atitude redutora Bom ser ent o que ao procurar se estabelecer a dimens o do cen rio de fundo de um qualquer paradigma tico se pense tanto na extens o da dimens o natural que o delimita como na profundidade que a mesma contempla HIM FILOSOFalando 26 Lu s MarquEs BARBOSA Fun o do que acima deixamos expresso os textos que procuramos construir e que suportam normalmente os nossos semin rios orientam se para a problem tica da tica aplicada s empresas Repare se que dizemos tica aplicada s empresas e n o tica empresarial como em muitos s tios ouvimos dizer A raz o simples que sendo a tica um patamar de valores fundadores de toda a rela o do ser humano com o universo que o rodeia n o faz sentido que o fraccionemos para que ao jeito de cada um o delimitemos a prazer Ao inv s o que dizemos que o exerc cio deve ser executado no sentido inverso procurando que toda actividade humana seja ela empresarial ou outra se veja enquadrada nesse plano universal de fundo Assim sendo o exerc cio tem de contemplar o apelo a saberes diversos Claro que apelar ao conhecimento que temos hoje do chamado comportamento organizacional essencial Mas se na sequ ncia do que se disse o que importa enquadrar as m ltiplas formas segundo as quais homens e organiza es se comportam num padr o tico
46. e aprender filosofia ou para se aprender a pensar atrav s do exemplo deixado pelos grandes pensadores antes de n s interpretados e apresentados pelo professor palestrante ou conferencista diante de n s Num Caf Filos fico n s somos os grandes pensadores e s o que os outros grandes pensadores ao nosso lado t m para nos dizer tem import ncia e aceite como contribui o v lida Isto n o quer dizer que seja rejeitada qualquer contribui o da hist ria da filosofia sempre que esta nos ajude no nosso prop sito de compreender o problema que nos ocupa O que n o permitido que essa contribui o se substitua reflex o genu na e pessoal que cada um deve fazer HIM FILOSOFalando 38 por si mesmo Quero deixar bem claro este ponto um Caf Filos fico n o repudia a filosofia que feita e foi feita em contextos profissionais e acad micos mas concentra se sobretudo na tarefa de pensar e fazer pensar no momento e sobre os problemas que v o surgindo Dito isto muito natural que os resultados brutos que saem de um Caf Filos fico uma vez que o contexto n o profissional mas amador n o entusiasmem aqueles que procuram na filosofia grandes ideias respostas s suas d vidas mais fundamentais ou argumentos implac veis para determinada posi o O interesse do Caf Filos fico n o est a est noutro s tio Mas n o h nada como participar para descobrir por si
47. e profissional A filosofia aplicada n o se constitui na sua ess ncia como um elemento reactivo mas disp e de possibilidades de trabalho nesse contexto Para acompanhar a Joana Sousa no Twitter pensarcriarser joanarssousa e ainda http joanarssousa blogspot com http joanarssousa cursos blogspot com http olharapalavra com Sobre Filosofia nas Empresas http www youtube com watch v T40XgweJT3Y HIM FILOSOFalando Para a filosofia ter um papel activo no mundo empresarial 0 que preciso Basta a forma o tradicional em filosofia necess ria uma forma o complementar Qual Na minha perspectiva ao fil sofo faz sentido a forma o complementar na rea da consultoria de empresas ou dos recursos humanos Ou ter desenvolvido trabalho de campo nessa rea A filosofia necess ria a dos fil sofos cl ssicos ou h fil sofos espec ficos que devam ser tidos em conta H uma filosofia da gest o ou da gest o dos recursos humanos que deva ou mere a ser referida A filosofia necess ria a do fil sofo aplicado que consegue encontrar pontos de apoio na filosofia para lidar com a realidade E vice versa encontrar pontos de apoio na realidade para lidar com a filosofia fundamental que se pratique uma filosofia de questionamento profundo de an lise de rigor Ao n vel dos recursos humanos gostar amos que o futuro nos proporcionasse a investiga o da consultoria fi
48. e Kant Lisboa Edi es Colibri 1998 Ecologia e Ideologia em co autoria Livros e Leituras 1999 A Revolu o Federal Filosofia Pol tica e Debate Constitucional na Funda o dos E U A Lisboa Edi es Colibri 2002 O Federalista de Hamilton Madison e Jay tradu o introdu o e notas com a colabora o de Jo o C S Duarte Lisboa Edi es Colibri 2003 O Desafio da gua no S culo XXI Entre o Conflito e a Coopera o coordena o cient fica Lisboa Editorial Not cias 2003 HIM FILOSOFalando O8 Reflex es sobre a Arte de Vencer de Frederico Il da Pr ssia Estudo Introdut rio Lisboa Edi es S labo 2005 Estrat gia Nacional para o Desenvolvimento Sustent vel Um projecto para Portugal em co autoria Lisboa Pandora 2005 Metamorfoses Entre o Colapso e o Desenvolvimento Sustent vel Mem Martins Publica es Europa Am rica 2005 Cidadania e Constru o Europeia coordena o Lisboa Museu da Presid ncia da Republica Ideias e Rumos 2005 Estado amp Cidadania O que Impede boas Pol ticas P blicas coordena o Lisboa Esfera do Caos 2007 O Regresso da Am rica Que Futuro Depois do Imp rio O Ambiente na Encruzilhada Por um Futuro Sustent vel coordena o Esfera do Caos 2010 Environment at the Crossroads Aiming for a Sustainable Future coordination Manchester Carcanet 2010 Pol ticas P blicas do Mar Para um Novo Conceito Estrat gico Nacional
49. e em si mesma ca tica Abandonar a realidade do mundo a si mesma e ao seu natural funcionamento seria destin la lei da entropia social e oferec la aqueles que aproveitariam esse abandono para nela e dela instituirem uma ordem que lhes fosse favor vel E n o o que j est a acontecer Porque tanto a natureza f sica como a natureza social s o sempre campos de for as efectivas que agem com efeitos reais para os elementos do sistema e para o pr prio sistema Abandonar op sistema a si mesmo abandon lo aqueles que n o o abandona antes se apropriam dele e sobre ele exercem as for as que lhes interessa verem activas a fim de conseguirem os resultados pretendidos N o se trata portanto de abandonar a realidade substancial do que mas elev la ao que pode ser ao que queremos que seja Porque a realidade nunca apenas Ela sempre e pode ser Mas as possibilidades n o s o abstractas e ideais elas est o de algum modo sempre contidas dentro daquilo que E s podem ser atingidas actuando por dentro daquilo que por dentro do sistema H portanto que assumir a realidade f sica do que tanto ao n vel da natureza como da sociedade mas partir dessa f sica para a metaf sica do que pode ser isto do que esta realidade pode tornar se N o se trata portanto de abandonar a metaf sica rendendo nos f sica mas de apostar numa metaf sica que aceite o mundo f sico tal como ele porque
50. e o que a empresa ou organiza o espera das pessoas Por ltimo o fil sofo pode fazer um trabalho com as pessoas no mbito empresarial e com as empresas e organiza es no sentido de trabalhar aspectos ligados a reas t o diversas como o departamento de recursos humanos forma o consultoria administra o e marketing Isso um desejo uma possibilidade ou est j a acontecer um desejo e uma possibilidade 9 por isso est a acontecer Os gestores come am a integrar uma vis o filos fica nas suas pr ticas Um dos modos de entender uma empresa do chamado sector lucrativo diz apenas que uma empresa visa o lucro A Filosofia tamb m visa o lucro Como se comporta face a esta necessidade de lucro A filosofia diz se nasceu do cio O lucro por sua vez esta sempre associado ao negocio Ser o coisas incompat veis a filosofia e o neg cio N o O profissional da filosofia poder lucrar com a sua actividade filos fica e contribuir para que a empresa onde trabalha se apresente com resultados lucrativos desde que a tica n o seja menosprezada face ao lucro em si mesmo Uma das caracter sticas do mundo ocidental neste momento a crise econ mica e a necessidade de ganhar competitividade Face a isso est a verificar se uma reconvers o empresarial que alguns caracterizam como apenas custa dos trabalhadores despedimentos diminui o de benef
51. ecialista sobre a Europa A Europa tem futuro A pergunta n o se desejamos que tenha Mas se naquilo que existe nas for as em presen a ainda h futuro para a Europa ou se j entrou num ciclo de entropia irrevog vel Julgo que j n o podermos evitar um choque Os problemas s o claramente superiores aos recursos colocados no terreno como resposta A Europa poderia salvar se Tem meios materiais e humanos mais do que suficientes para tal Mas o que a Europa n o tem pensamento e um caminho estrat gico J pass mos o Rubic o O choque vai ocorrer dentro de meses ou mesmo semanas N o sabemos se esse choque vai conduzir a uma mudan a de rumo positiva ou se pelo contr rio vai acelerar a autodestrui o do projecto de unidade europeia Em qualquer dos casos estamos a viver uma poca tr gica por excel ncia A Filosofia obrigat ria para todos no ensino secund rio durante dois anos e foi o para muitos obrigat ria durante tr s anos Podemos dizer que a sociedade portuguesa sofre de literacia filos fica ou ao contr rio que os portugueses em virtude desse banho escolar s o relativamente cultos filosoficamente Tem havido oscila es Mas diria que comparativamente a cultura filos fica em Portugal desenvolveu se com a democracia E o resultado est vista na produ o cient fica e na literatura dispon vel Mas podemos e devemos melhorar naquilo que se poder designar como a capacidade de penetra
52. ele fique a escultura que tanto mais perfeita quanto mais foi retirado o que no bloco de pedra estava em excesso A Inquisi o eliminou judeus e bruxas o nazismo eliminou judeus homossexuais e ciganos o comunismo eliminou contra revolucion rios burgueses o fundamentalismo isl mico elimina os infi is Em cada um destes casos entre muitos outros trata se de servir um ideal retirando da III FILOSOFalando 11 sociedade verdadeira aqueles que verdadeiramente j dela estavam exclu dos por serem da ordem do n o ser Tal como as escolas eliminam os alunos que n o est o altura ou n o se enquadram nas suas exig ncias Esta uma gram tica do ser e naturalmente do pensar e do agir correspondentes O mundo actual globalizado tem tamb m o seu real ideal A tecnologia a criatividade a competitividade o empreendedorismo a inova o a rentabilidade s o os par metros de uma nova realidade E quem n o est dentro fica fora naturalmente Ouvimo lo todos os dias tanto nas palavras de ordem do que deve ser como nas estat sticas do desemprego e das fal ncias de empresas por exemplo Na sociedade competitiva em que vivemos n o h lugar para aqueles que n o s o capazes de ganhar os desafios da competitividade globalizada O jovem guru portugu s do empreendedorismo Miguel Gon alves n o tem papas na l ngua A nica forma que eu conhe o para ganhar a vida tra
53. electualizou se h muito trabalho mas para muito poucos a competitividade atingiu um n vel tal que uma parte significativa de pessoas j n o re ne condi es para entrar em competi o pequenas empresas de c rebros flex veis m veis desterritorializadas e em rede a alguns poucos n o falta trabalho e t m rendimentos significativos uma sociedade onde existe uma verdadeira ca a aos c rebros e s o estes pequenos n cleos que garantem o sucesso na competitividade O trabalho ganha valor por ser um bem raro precioso mas prec rio Se esta an lise for correta e a tend ncia for de facto esta como parece ser 0 caso como viver o e de que viver o os outros Como viver sem ter no trabalho a fonte de rendimento Se a maioria n o tiver trabalho e poder aquisitivo a quem se vender o que se produz A racionalidade da vida a busca de uma vida razo vel prudente e sustent vel obrigar a repensar as bases e por conseguinte tamb m o trabalho em que assenta o modo de vida dos ltimos s culos 8 No s culo XIX o trabalhador vendia a for a do seu trabalho Essa for a era contabilizada em tempo Hoje o trabalhador vem de compet ncias e estas n o se contabilizam de modo privilegiado pela dura o temporal mas pela efic cia t cnica da resolu o de problemas Ou melhor capacidades continuamente melhoradas O novo trabalhador tem de ser algu m sempre dispon vel para aprender e inovar que se atualiza cons
54. eremos mais adiante 2 Uma desmistifica o do trabalho o qual gra as tecnologia j n o teria que ser a principal ocupa o da vida N o nos podemos esquecer que continuamos a proclamar o trabalho um direito s n o consideramos este direito sagrado porque vivemos numa sociedade que se diz laica a maior atividade de facto ou desejada de qualquer cidad o sem trabalho ningu m pode aspirar a ser nada a base da autorrealiza o do reconhecimento social e do autorrespeito Para muitos dos nossos contempor neos a perda do trabalho a maior trag dia existencial pessoal e familiar 3 O livre desenvolvimento da personalidade pelo HIM FILOSOFalando 21 aproveitamento do tempo libertado do trabalho e as m ltiplas dimens es da emancipa o pessoal assentaria numa autonomia e liberdade pessoais e n o como veio a acontecer recuperados sob a forma das ind strias e com rcios do lazer Outros passaram a ter trabalho ao organizar e explorar o tempo de lazer Como sempre a racionalidade da vida e a racionalidade econ mica n o coincidiram Urge inverter a situa o a economia tem de estar ao servi o da vida e n o o contr rio A racionalidade econ mica pela sua pr pria natureza jamais ser emancipadora e libertadora Sem esta invers o dificilmente conseguiremos repensar e pensar de modo novo o trabalho e o seu lugar na vida S assim humanizaremos o trabalho e combateremos os workaholics essa pr
55. es filos ficas das pessoas nas empresas e organiza es E O justifica o do papel do consultor filos fico Em que consistiu a tua investiga o o teu trabalho O objectivo do estudo visava investigar e defender a ideia de que as pessoas no seio das empresas organiza es apresentam necessidades filos ficas Atrav s deste trabalho procurei justificar a figura do consultor filos fico junto daquelas Mais concretamente o meu trabalho consistiu em elencar quatro necessidades filos ficas das pessoas e estud las no seio das empresas e organiza es justificando assim a exist ncia de um consultor filos fico junto destas Que necessidades s o essas Necessidade de inquisi o questionamento Necessidade de di logo vs escuta activa Necessidade de perspectivas diferentes sobre a mesmidade Necessidade de compreens o das convic es Que pode trazer a Filosofia de novo nesse campo Ou seja qual o papel do fil sofo numa empresa ou organiza o O fil sofo poder agir no sentido de criar sentido entre aquilo que as pessoas s o e fazem nas empresas e organiza es Para isso fundamental saber quem a empresa ou organiza o e para onde caminha O consultor filos fico parte para a empresa ou organiza o com o objectivo de compreender quem s o as pessoas que se encontram por l e de procurar saber se h sintonia entre aquilo que as pessoas esperam da empresa ou organiza o
56. esen a de Oscar Brenifier novamente e Felix Garc a Moriy n Universidad Autonoma de Madrid O terceiro congresso foi na Faculdade de Economia e Gest o da UCP Porto e foi dedicado tica aplicada tendo comparecido Lou Marinoff City College of New York entre outros Neste congresso recebemos pela primeira vez algumas comunica es livres de associados O quarto congresso realizou se em Faro onde estiveram do estranjeiro Jos Ol mpio Universidade Estadual do Maranh o Lara Ferraz Universidade Cat lica de Petr polis Ap s estes congressos a APAEF publicou as atas que enviou para v rias bibliotecas municipais escolares e universit rias A hist ria da APAEF entre 2004 e 2008 foi repleta de momentos interessantes desde a audi ncia no Minist rio da Educa o parceria com a Delta nos congressos passando pelo apoio da Funda o para a Ci ncia e a Tecnologia a colabora o com a Universidade de Sevilha e com a Universidade de Barcelona etc Hoje a consultoria filos fica j uma realidade em Portugal Existem v rios projetos profissionais Algumas universidades j referem nos seus sites a sa da profissional da Consultoria Filos fica e manifestam um elevado interesse em desenvolver atividades e investiga o na rea por exemplo a Universidade do Minho foi a primeira a incluir em 2008 no seu Programa de Doutoramento a linha de Aconselhamento Filos fico m Jorge Humberto Dias texto adaptad
57. esse processo Um di logo filos fico neste cen rio n o acad mico sempre um encontro de pessoas muito rico n o apenas no aspecto cognitivo mas tamb m social cultural e pessoal Estamos cada vez menos acostumados a comunicar com os outros cara a cara para falar de algo que n o trabalho pol tica as ltimas do desporto ou as mais recentes mundanidades Um Caf Filos fico permite esse encontro de pessoas interessadas em conversar sobre algo mais fundamental que aquilo que usual conversar Ao contr rio de quase todos os outros eventos culturais um Caf Filos fico feito pelas pessoas que l v o participar N o h uma apresenta o uma exposi o de ideias uma ronda de leituras organizadas ou improvisadas no momento muito comum um Caf Filos fico come ar com a pergunta De que que querem falar hoje seguido da escolha por vota o do tema para o di logo O tempo O amor A liberdade Nada etc neste sentido de que o Caf Filos fico vive exclusivamente do contributo dos participantes de cada sess o que estes di logos se afastam da chamada filosofia acad mica ou escolar onde o combust vel para pensar vem de fora da sess o seja de um autor de uma obra das notas que o professor preparou etc Ao contr rio do que acontece numa aula numa palestra ou numa confer ncia n o se vai a um Caf Filos fico para s
58. final os efeitos t m causas ou factores Para mim a crise ambiental a ess ncia da ontologia na contemporaneidade N o podemos pensar a Natureza fora da hist ria como na Gr cia O tempo j n o um acidente Ele faz parte da ess ncia do ser E n s com o prometeismo tecnol gico estamos a acelerar essa esp cie de reconstru o do tecido ontol gico do mundo Uma das suas linhas de interven o tem a ver com as causas ambientais No entanto essa uma rea problem tica onde da maior import ncia tanto para diagnosticar os problemas como para procurar linhas de solu o uma boa forma o cient fica Por m a cultura filos fica tradicional pouco aberta e mesmo por vezes hostil ao conhecimento cient fico Continua a ser um problema o div rcio entre a Filosofia e as outras ci ncias Claro que sim Segundo uma j antiga interpreta o de Habermas na obra de 1968 Conhecimento e Interesse talvez tenha sido com Hegel que pela ltima vez os fil sofos ousaram olhar a Natureza como se esta n o fosse uma total alteridade A partir da gerou se esta divis o das duas culturas a separa o entre as ci ncias da Natureza e as do esp rito entre as ci ncias explicativas e as compreensivas Na comunica o social h j muitas vozes sobretudo vindas da Economia mas tamb m da Psicologia da Psican lise do Direito da Literatura da Ci ncia Pol tica O que pode trazer de novo a vo
59. go fen menos que por vontade pr pria e inten o pessoal expressa 0 homem resolve tornar como seus Valendo a pena referir que a aquisi o desta extensibilidade imp e a transforma o de capacidades de desempenho orientadas para a realiza o de tarefas em compet ncias de ac o orientadas para des gnios n o s profissionais ligados necess ria aquisi o de bens materiais mas tamb m filantr picos altru stas e cooperativos interessante dizer tamb m que sendo ela que provoca a uni o dos sentimentos e das emo es com que o Homem engendra a sua rela o c smica com o Mundo quer quando se orienta para contextos mais abstractos quer quando em causa est privilegiar outros mais concretos ela que o obriga a timbrar com valores n o s a vontade em agir como a intencionalidade de realizar objectivos e ainda as buscas pelos sentidos das ac es Rejeitar que a dimens o anterior seja profundamente tica Como poss vel Uma afirma o nos parece clara a dimens o humana anterior complexa e uma infer ncia nos ocorre desde j qualquer entendimento do que seja este humano a evoluir no interior das organiza es tem de ser eticamente pensado e com cautela Na inversa uma outra conclus o retiramos as organiza es onde este ser humano evolui tamb m s o complexas e na mesma linha de racioc nio poss vel dizer se que concebe las e implement las tem de ser empreendimento tico cri
60. gora constru do pensado para servir de detonador de rela es a estabelecer no interior de grupos particulares de pessoas eventualmente interessadas em reflectir nas quest es propostas Pensado com crit rio foi organizado com o objectivo de despoletar primeiras interroga es face a uma problem tica que pensamos complexa O seu desenvolvimento depender contudo do interesse com que leitores e eventuais participantes alimentarem as necess rias discuss es E O TRABALHO ESTA A MUDAR E NADA SERA COMO DANTES Lynda Gratton 6 professora na London Business School e consultora de empresas na Europa Estados Unidos e Asia O Financial Times classificou a como a guru de gestao com maior probabilidade de ter um impacto no futuro Eno ano passado publicou esta obra onde prospectiva o que ser o trabalho em 2025 portanto dentro de apenas 13 anos Para isso olhou o mundo procurando nele as principais for as que est o a dominar o movimento que lhe d e dar forma E detectou cinco a tecnologia a globaliza o a demografia 05 recursos naturais e os reflexos sociais A partir da pensou dois cen rios Um resultante da ac o determinista destas for as ou seja do que resultar se apenas deixarmos as coisas acontecerem como se preparam para acontecer Outro se actuarmos de forma inteligente para inflectirmos a marcha das coisas no sentido do que pretendemos que aconte a E f lo n o atrav s de elocubra
61. hido o progresso seu custo social e humano E a organiza o explica que se trata de convidar os jovens a se debru arem sobre o conceito de progresso discutindo suas implica es e seus desdobramentos no contexto amplo da exist ncia humana Qual o custo social do progresso O que significa crescer Numa fase pr ol mpica que decorre desde Maio deste ano t m lugar nos pa ses participantes debates e a es pedag gicas em torno dos temas acima delimitados em atividades curriculares e extracurriculares HI FILOSOFalando 45 protagonizadas pelos estudantes e seus docentes em articula o com a comunidade Estas a es incluem tamb m outros tipos de atividades e iniciativas que se considerem convenientes teatro poesia desenho v deos exposi es m sica canto etc conectando os temas centrais de cada evento com outras problem ticas filos ficas e com outras disciplinas Quanto s Olimp ada propriamente dita consistem no encontro de tr s dias de professores e alunos para apresentarem e debaterem os trabalhos produzidos nas atividades pr ol mpicas al m de produzirem material sobre a tem tica do encontro Al m disso haver um conjunto de palestras oficinas e atividades art sticas e culturais Em s ntese o encontro ter a seguinte estrutura b sica a Oficinas de debates em grupos de no m ximo 20 jovens b Produ o de ensaios escritos indi
62. i logo filos fico m dicos enfermeiros administrativos etc Tem sido uma experi ncia muito interessante sobretudo pelos obst culos comunica o e ao di logo que a estrita hierarquia que naturalmente existe nestes contextos nos coloca Num futuro imediato procurara aprofundar um pouco esta vertente do Di logo Filos fico na Empresa Que conselhos a quem se A IMAGEM DAS EMPRESAS quisesse dedicar a projectos nessa rea E DOS PRODUTOS AMADURECE Deve ser capaz de ver filosofia em qualquer situa o ENVELHECE E PARA QUE NAO MORRA Deve querer escutar e dialogar DEVE SER FEITA A SUA MAN UTEN CAO com os outros e n o discursar e ensinar Deve ter coragem para fazer o que sente estar correcto e n o o que os outros est o espera que fa a Deve perseverar perseverar perseverar e desistir se vir que altura de o fazer Tom s Magalh es Carneiro Porto 2012 TLM 968 404 380 clarajana designa gmail com IMHNHINIHIFILOSOFalando 41 AO LONGO DOS ANOS APERCEBI ME DE COMO E VALIOSO PARA TODOS INCLUINDO OS QUE NAO A ENCARAM COMO UMA VOCA O ESTUDAR UM POUCO DE FILOSOFIA QUANTO MAIS N O SEJA POR DUAS RAZ ES MUITO SIMPLES PORQUE SEM ELA NAO PODEMOS COMPREENDER O MUNDO EM QUE VIVEMOS AS GRANDES OBRAS DA TRADI O PODEM MUITO SIMPLESMENTE AJUDAR NOS A VIVER MELHOR E DE FORMA MAIS LIVRE LUC FERRY APRENDER A VIVER TEMAS E DEBATES 2009 AP
63. ia e visa introduzir a filosofia para crian as e a criatividade no dia a dia das crian as a partir dos 3 anos HIM FILOSOFalando 35 Onde e como se realizam O projecto itinerante e est aberto ao convite de entidades centros de forma o ou institui es que pretendam oferecer estas actividades no seu espa o Como se pode ter acesso a essas iniciativas concretas divulga o Basta acompanhar o meu blog a p gina do facebook do projecto filocriatiVIDAde e seguir me no twitter Links Blog http joanarssousa blogs sapo pt FB https www facebook com pages Filosofia e Criatividade 126992160704818 Twitter pensarcriarser Qual e o que visa a tua presen a na Internet E que resultados tens obtido A internet nomeadamente as redes sociais possibilita a divulga o do meu trabalho de uma forma gratuita Para al m disso procuro divulgar not cias e artigos sobre estas reas bem como o trabalho de outras pessoas que est o a desenvolver projectos na filosofia para crian as As redes sociais t m sido um meio de estabelecimento de parcerias com escolas e entidades relacionadas com a forma o H tamb m muitas pessoas que me contactam a solicitar alguns conselhos a n vel de bibliografia e de formas de actua o Que tipos de ades o tem recolhido e que problemas tem levantado Desde 2008 que o projecto n o p ra e surgem convites de v rios pontos do pa s para a realiza o de ac es de form
64. ica Organizacional Cursos de Filosofia para Crian as Workshop de Clubes Gabinetes de tica Workshop de Filosofia com Humor Workshop de Filosofia com Amor Curso de tica para PME Oficinas de Filosofia e Pensamento Cr tico etc A APEFP tem assim contribu do de forma indel vel para a promo o da tica e da filosofia na sociedade portuguesa e a sua din mica tem ultrapassado fronteiras sendo j uma refer ncia no movimento internacional da promo o da filosofia pr tica Neste projecto associativo podem ser s cios da Associa o todas as pessoas singulares nacionais ou estrangeiras que possam contribuir para a prossecu o dos objectivos da Associa o bem como pessoas colectivas quer sejam empresas ou outras institui es Eug nio Oliveira OLIMPIADAS LATINO AMERICANAS DE FILOSOFIA DEBATEM O CUSTO SOCIAL DO PROGRESSO yaw DO MO GRANDE DO SIA 29 09 2012 PORTO ALEGRE RS A HI Olimp ada Latino Americana de Filosofia realiza se de 4 a 6 de outubro na Universidade Cat lica de Petr polis perto do Rio de Janeiro O projecto uma iniciativa que parte do Brasil e Uruguai mas que pretende reunir participantes de outros pa ses da Am rica do Sul Alinhado com o esp rito ol mpico que tem a paz a amizade e o bom relacionamento entre os povos como objectivo central esta outra iniciativa ol mpica prop e se o mesmo fim mas atrav s do exerc cio filos fico O tema escol
65. l gicos por um lado e por outro pelos ideais emancipat rios da Escola de Frankfurt divulgados por uma leitura apressada de Herbert Marcuse pelos ventos do Maio de 1968 e pela liberta o sexual inspirada em S Freud e W Reich Outra forma mais folcl rica destes ideais vivida pelo movimento hippy Como todas as utopias tinha tanto de generosidade quanto de ingenuidade n o lhe faltando uma dose de quanto baste de voluntarismo Uma racionalidade para o novo estilo de vida que resultaria da desconstru o das diferentes formas repressivas de opress o sexual moral religiosa econ mica pol tica etc e pela dedica o ao lazer que a redu o do trabalho ao m nimo iria permitir A racionalidade econ mica com as suas mil e uma ast cias mais uma vez recuperou parte destes contestat rios e integrou os no sistema Esta nova filosofia de vida pura utopia certo n o garantiu a sua viabilidade pois tal projeto necessitaria 1 Uma distribui o solid ria do trabalho ultrapassando um dos pilares do pensamento moderno o individualismo O trabalho foi a forma mais comum de o indiv duo buscar a sua realiza o pessoal atrav s do sucesso profissional Ainda hoje apesar das m ltiplas crises a hip tese de redistribuir o trabalho por todos dado o desemprego estrutural em que vivemos uma hip tese descartada partida O individualismo e a perda de rendimentos de alguns n o s o as nicas resist ncias como v
66. los fica face ao coaching ou ao mentoring Ao n vel da minha investiga o o objectivo seria o de estabelecer uma an lise comparativa procurando as suas diferen as mas tamb m elementos de interesse m tuo assumindo uma perspectiva transdisciplinar J h fil sofos a aplicarem a sua forma o filos fica na gest o dos recursos humanos N o tenho conhecimento de nenhum caso concreto mas sei que h gestores com forma o noutras reas que se encontram a desenvolver trabalho em recursos humanos e que procuram integrar a filosofia nas suas pr ticas de gest o E isso j acontece em Portugal semelhan a de outros pa ses H revistas da rea de recursos humanos que j denunciam algumas pr ticas de integra o da filosofia na gest o das pessoas O teu mestrado vai reflectir se na tua carreira profissional S o tempo o dir bem como o facto de conseguir dar continuidade investiga o realizada durante o mestrado Este constitui se como um fim e um princ pio em si mesmo a n vel pessoal e acad mico 0 CONSULTOR FILOS FICO PARTE PARA A EMPRESA OU ORGANIZA O COM O OBJECTIVO DE COMPREENDER QUEM S O AS PESSOAS QUE SE ENCONTRAM POR L E DE PROCURAR SABER SE H SINTONIA ENTRE AQUILO QUE AS PESSOAS ESPERAM DA EMPRESA OU ORGANIZA O E O QUE A EMPRESA OU ORGANIZA O d Ji Te a JOANA SOUSA PROJECTOS FILOSOFIA E CRIATIVIDADE UM PROJECTO QUE TAMB M
67. o APEF A APEFP Associa o Portuguesa de tica e Filosofia Pr tica nasceu em Outubro de 2008 e surgiu como um projecto sustentado e alicer ado no conhecimento dos membros da Direc o na rea do associativismo e da filosofia pr tica um projecto pensado em promover em Portugal tal como acontece noutros pa ses europeus a filosofia pr tica e a tica organizacional A Direc o da APEFP pretende que este projecto seja uma mais valia a n vel nacional e nesse sentido tem desenvolvido um conjunto de ac es que divulgam a Associa o e os seus prop sitos de tornar a sociedade mais conhecedora da utilidade da tica e da Filosofia pr tica quer para a forma o c vica do ser humano quer para a sua forma o cultural A Direc o da APEFP tem como objectivo inicial fazer crescer o n mero de s cios para assim se constituir como uma Associa o forte e que possa ter uma voz activa na sociedade civil em diversas dimens es por isso O projecto de todos aqueles que com a sua vontade e disponibilidade possam participar nele A APEFP uma associa o de cariz cultural e cient fico sem fins lucrativos e tem como fim a divulga o promo o desenvolvimento forma o investiga o e estudo na rea da tica e da Filosofia Pr tica a Fomentar a investiga o na rea da tica e Filosofia Pr tica b Desenvolver projectos nas pr ticas ticas e Filos ficas e a troca constante de ideias experi nci
68. o os principais factores da sua desestrutura o disfuncionamento e crise ent o preciso pensar em novos fundamentos para as sociedades humanas Entretanto h as pessoas a sua vida concreta as comunidades e as suas organiza es as empresas confrontadas todos e em cada dias com o facto da concorr ncia da competi o da exig ncia da competitividade E as organiza es e as empresas sabem uma coisas para sobreviver e garantir trabalho e emprego t m que ser produtivas e competitivas quer dizer t m que destruir emprego e os trabalhadores assalariados que t m a sorte de ter emprego e trabalho sabem que t m que trabalhar mais e melhor e com isso destruir as hip teses de outros terem acesso ao trabalho e ao emprego Marx dizia que o capital concorre e compete em todo o lado e em todos os dom nios pelo lucro E dizia aos HIM FILOSOFalando 18 trabalhadores Uni vos Hoje o capital continua a sua competi o generalizada Mas hoje os trabalhadores concorrem e competem de modo global e generalizado pelo trabalho e pelo emprego E o trabalho vai para onde mais produtivo mais barato melhor custa da rarefac o do trabalho para os outros e noutras latitudes H duas coisas a fazer Uma participar activa empenhada e lucidamente na cr tica global da nossa sociedade na sua caracteriza o na adivinha o prospectiva dos fios condutores para as portas e passagens das formas sociais do no
69. o fui duplamente um felizardo sempre tive trabalho e quase consegui seguir Conf cio quando afirma escolhe um trabalho que ames e n o ter s que trabalhar um nico dia em tua vida O MUNDO COMO ORGANIZA O E AS ORGANIZA ES NO MUNDO O ESTAR DO HOMEM NO MUNDO E O ESFOR O TICO COMO EXERC CIO DERRADEIRO Introcu o O Mundo quer queiramos quer n o a primeira organiza o que constrange o ser humano As outras v m depois A afirma o perempt ria e n o carece de demonstra o Por m pese embora a for a da verdade anterior facto que muitos humanos nascem vivem e morrem sem que da mesma se apercebam Se a verdade anterior universal a ltima afirma o pela evid ncia da sua constata o pode bem dizer se constituir se quase um axioma A problem tica quer queiramos quer n o profundamente tica Por isso achamos que um dos problemas que a cultura actual contempla o facto de muitos pensarem que as organiza es as empresas s o organiza es s o as estruturas mais importantes onde o ser humano se movimenta Erro grave j que por via desta perspectiva simplista esquece se que todo o humano antes de privar nos contextos das organiza es esteve sujeito viv ncia no interior da fam lia e que antecedendo esta o Mundo em sentido lato foi e continua a ser a organiza o mais constrangedora do estar na vida Assim sendo procurar enquadramentos ticos dos diversos proce
70. om que o esfor o tente em primeira inst ncia trazer desse enquadramento aquele que o mesmo merece Quest o simples na sua enuncia o mas complexa na sua compreens o O texto aponta para que fa amos a reflex o pensando a tica como finalidade ltima para que deve tender todo o comportamento humano ou seja pensar em algo que se entende como coisa de fim de um percurso j empreendido Pressupondo se ent o que do mesmo se tenha segura convic o e respostas bem precisas para as primeiras perguntas Ser assim Ser que ao pensarmos nesta finalidade que a todos constrange temos dela seguro entendimento Fa amos a experi ncia e coloquemos a n s as primeiras quest es Falando de tica ser que temos resposta f cil para a pergunta o que tica E mesmo se conseguirmos responder de forma mais ou menos encartada ser que somos capazes de perceber como a resposta pergunta anterior adv m do facto de serem os imensos problemas quotidianos que est o na base da necessidade de enquadrar as nossas ac es em c digos de valores que pensamos superiores Quais s o esses problemas centrais Ser por fim que muitos de n s tem claro entendimento que as organiza es se montam para ajudar a humanidade a dar as necess rias respostas s quest es anteriores E em extens o faz se com facilidade a liga o entre as problem ticas anteriores e a raz o de ser daquilo a que chamamos fun o social das empresas O texto a
71. om efeitos Nessa altura pelo contr rio n o ser dever do sistema abandon los descartar se deles Hoje ainda pode parecer absurdo ou talvez apenas excessivo um discurso destes mas apenas porque muitos dos exclu dos ainda podem ser e s o sustentados porque o sistema ainda se alimenta do seu consumo No entanto come am j a ser formuladas respostas neste sentido E por exemplo se o sistema de sa de n o puder ser contido no crescimento das suas despesas isto quando j n o houver dinheiro dispon vel para pagar a factura do seu funcionamento qual a resposta poss vel Pod amos explorar algumas destas possibilidades Por exemplo perguntar o que fazer de um excessivo ex rcito de desempregados que j n o favorece o poder de selec o do empregador antes se configura socialmente como um peso insuport vel e improdutivo Ou o que fazer de tantos idosos n o HIM FILOSOFalando 12 produtivos que n o podem ser sustentados por t o poucos trabalhadores no activo e assim por diante Mas podemos deixar aqui essa tarefa imagina o de cada um desde que aceite o exerc cio de pensar a partir da l gica dos processos deste mundo material como as suas leis de funcionamento em vez de pensar a partir de um mundo de ideias e altos valores t o altos que perdem todo o contacto com a realidade do mundo dos factos Os factos apesar de tudo existem A verdade dos factos que pelo menos parece que estamos
72. omar caf com eles muito menos um Caf Filos fico Que tipos de reac es tem havido da parte dos outros profissionais da filosofia Como me entusiamei um pouco a responder pergunta anterior acho que acabei por responder tamb m a esta N o me querendo repetir procurarei dizer agora o essencial Da grande generalidade dos profissionais de filosofia estudantes universit rios professores do ensino secund rio e universit rio que conhecem o Caf Filos fico atrav s das divulga es em jornais revistas listas de discuss o na internet facebook etc as reac es variam entre a indiferen a e a desconfian a Da parte daqueles profissionais poucos que insistem em frequentar o Caf Filos fico alguns interessam se pelos m todos HIM FILOSOFalando 40 e exerc cios mai uticos que utilizo para dinamizar um di logo filos fico e procuram levar esses mesmos m todos e exerc cios para as suas aulas de filosofia Alguns destes os poucos que restam interessam se de uma forma genu na em dialogar com outras pessoas e ouvir e compreender o que pensam sobre os mesmos problemas que os preocupam Para alguns de n s o Caf Filos fico j um v cio Na verdade h algo de vivo e en rgico numa ideia filos fica a despontar nossa frente que de forma alguma apanhado pela transcri o dessa mesma ideia em papel As ideias ao contr rio do que normalmente se pensa e eu tamb m j pensei assim
73. or conseguinte para o cat lico o trabalho uma puni o o protestante assume o trabalho como um dever O dever como obriga o interiorizada n o precisa do outro que me vigia e obriga a trabalhar O rigorismo e puritanismo s ajudaram e acentuaram esta vertente Para concluir este aspeto a pela m o do cristianismo a tica aristocr tica d lugar a uma tica igualit ria e pela m o do protestantismo a uma tica meritocr tica b a dignidade de um homem n o depende dos seus dons naturais das suas aptid es ou da posi o que a nascen a lhe reserva mas da liberdade e vontade da pessoa c O trabalho deixa de ser uma puni o uma atividade servil e desprez vel para se tornar um instrumento de humaniza o e realiza o do homem d esta vis o escancara as portas ao capitalismo e laiciza o e 0 fundamento de tudo j n o a Natureza Cosmos mas Deus mas isso ir permitir que HIM FILOSOFalando 22 num futuro pr ximo se proclame o Homem como fundamento Essa obra come a com a laiciza o da tica em Kant fil sofo protestante que alicer a a tica na raz o 6 Dois pensadores fundamentais sobre o trabalho s o Hegel e Marx Pra Hegel o trabalho mais do que a simples produ o de riqueza fundamentalmente uma atividade atrav s da qual o homem projeta sua volta um ambiente humano e ultrapassa os dados naturais da sua vida Seja qual for o trabalho manual t cnico cient
74. ou eu a entusiasmar me outra vez Em que medida que por essa via se pode perspectivar um futuro profissional Um futuro profissional nesta rea uma inc gnita Depende sempre da capacidade e vontade do fil sofo pr tico em entender as necessidades do mercado e claro est em descobrir qual o nicho de mercado em que se quer inserir Filosofia com Crian as Filosofia em Empresas Consultoria Filos fica etc Mas parece me que neste ponto o estado da profiss o de fil sofo pr tico ou fil sofo free lancer como j ouvi chamar n o se diferencia muito de quase todas as outras profiss es liberais em Portugal actualmente De qualquer forma n o vejo o trabalho que desenvolvo em filosofia como uma profiss o apesar de viver desse trabalho Vejo o como uma forma de vida e n o sou capaz de perspectivar um futuro a fazer outra coisa qualquer Projectos futuros ou linhas futuras desenvolvimento No seguimento do que acabei de dizer continuar a tentar interessar as pessoas em ter di logos filos ficos comigo nos Caf s Filos ficos e noutros s tios e contextos Ultimamente tenho me interessado na utilidade que estas t cnicas de modera o socr tica que tenho vindo a procurar dominar podem ser teis em contextos de empresas Estou neste momento a dar uma forma o em Di logo e Pensamento Cr tico numa Cl nica de Sa de no Porto a Cl nica Ormasa onde todas as semanas sentamos para um d
75. pelo contr rio como um prolongamento harmonioso das disposi es naturais O terceiro uma consequ ncia direta do segundo se a virtude n o um combate contra a natureza mas pelo contr rio uma realiza o das disposi es naturais ent o evidente que o trabalho entendido como uma atividade que domestica a natureza em n s trabalho sobre si ou fora de n s transforma o do mundo n o poderia ser moralmente valorizado Eis a raz o pela qual o aristocrata ou seja em primeiro lugar aquele que bem nascido e bem dotado fornecido generosamente de talentos diversos pela natureza se vai definir em primeiro lugar e sobretudo como algu m que n o trabalha Assim se compreende que uns tenham de trabalhar outros n o que uns nas am livres e outros escravos que tudo esteja no seu lugar que cada um ocupe um lugar na hierarquia social etc Naturalmente A ordem do cosmos assim o determina Para as Gregos a ambi o pessoal foi sempre malvista A hybris a desmesura que a habita tal como a moderna conce o de trabalho como condi o de realiza o pessoal faz com que se perca a no o do seu lugar natural Esta amea a ordem c smica atraiu sempre o castigo divino Nem a arte poderia desafiar a ordem e por isso concebida como imita o mimesis 4 A minha gera o viveu no que toca ao trabalho uma grande utopia a sociedade cultura do lazer Esta utopia era alimentada pelos progressos tecno
76. predomina a manufatura s o precisos muitos oper rios sem grande especializa o muita m o de obra sem grande forma o uma organiza o muito hier rquica e que tem muito poucos no topo muitos ganham muito pouco e os sal rios v o subindo medida que vamos subindo na escala hier rquica esta estrutura corresponde ao per odo das grandes unidades fabris e das manufaturas A estrutura social em ovo corresponde ao desenvolvimento do sector terci rio e dos servi os agora a grande maioria das pessoas distribui se pelo corpo do ovo e isso corresponde ao grande desenvolvimento da classe m dia nas extremidades do ovo ficam de um lado os mais desfavorecidos e na outra os gestores os quadros superiores as profiss es liberais etc temos duas minorias nas extremidades e uma enorme maioria na classe m dia cujo crescimento correspondeu tamb m ao crescimento do Estado social e ao crescimento da escolariza o A especializa o e a cria o de novas profiss es t m um terreno prop cio nesta fase de desenvolvimento da sociedade As tecnologias da comunica o e a mecaniza o do trabalho intelectual aceleraram a passagem para uma estrutura de pir mide invertida em que na base o n mero de desempregados de trabalhadores prec rios ou HIM FILOSOFalando 24 espera de entrarem no mercado de trabalho n o para de crescer chegou a hora de manufatura dar lugar cerebrofatura isto o trabalho desmaterializou se e int
77. que alguns anunciam apenas previs vel o aumento da conflitualidade e o aceleramento do processo de exclus o de cada vez mais pessoas ou melhor de cada vez mais ex cidad os porque entretanto j n o se pode falar de verdadeira cidadania Imaginemos s como ser dentro de quantos anos um mundo sem petr leo com os n veis do mar bem mais elevados e com a paisagem clim tica profundamente alterada com todos os efeitos na produ o agr cola ao mesmo tempo que o n mero de habitantes do planeta aumenta drasticamente enquanto decai tamb m drasticamente nalguns lugares por exemplo na Europa N o para a que caminha o mundo n o metaf sico mas f sico que nos preparamos para deixar como heran a aos nossos filhos e netos Imaginemos como ser quando para cada pensionista houver apenas dois trabalhadores no activo e n o dez como chegou a ser Imaginemos como ser a vida na Europa quando os mu ulmanos forem a maioria da popula o pois isso mesmo que a demografia j hoje prev para um prazo que n o ser muito distante N o por acaso que a primavera rabe do Norte de frica foi saudada como uma vit ria da democracia mas depressa os factos vieram resfriar tanto entusiasmo inicial Mais uma vez foi o pensamento metaf sico independente da fisicalidade da vida que foi desmentido pela malvada da realidade festa sucedeu o sil ncio como habito acontecer com o pensamento que n o se sente
78. r decreto Proclama se o fim do pleno emprego e convidam se as pessoas a criar o seu pr prio trabalho Fala se em novos nichos de emprego e esconde se que cada vez v o aumentando mais os que j n o conseguem viver do seu trabalho Convidam nos constantemente a procurar o que sabem n o existir Em ru do de fundo os cr ticos ing nuos continuam a gabar os velhos tempos os seus naturalmente em que os homens eram verdadeiras formiguinhas trabalhadoras e criticam o presente em que uns tantos n o querem trabalhar e se comportam autenticamente como as cigarras A mundializa o globaliza o foi uma cartada forte e desestruturante no mundo do trabalho Tamb m aqui as ilus es se perderam o desemprego estrutural n o para de crescer os postos de trabalho perdidos por causa das crises jamais s o recuperados Como iremos viver numa situa o destas minha convic o que estamos a chegar a uma situa o que inadi vel por uma quest o de sobreviv ncia repensar a economia a pol tica e o trabalho Por imposi o de sobreviv ncia Por necessidade vital Os soci logos ajudam nos a compreender a nossa situa o recorrendo a tr s imagens para ilustrar a evolu o do trabalho e das nossas sociedades ocidentais estrutura em pir mide a estrutura em ovo e a estrutura em pir mide invertida Uma sociedade cuja organiza o se visualiza atrav s da imagem duma pir mide corresponde primeira fase da industrializa o
79. r mail Em que consistem os seus projectos ligados filosofia em contexto n o escolar Al m dos meus projectos de Filosofia com Crian as Fil sofos a Brincar e Jovens Fil sofos que se podem considerar em contexto escolar costumo moderar Caf s Filos ficos sobretudo na cidade do Porto mas n o s Como esta uma rea da Filosofia Aplicada ainda mais desconhecida em Portugal que a Filosofia com Crian as resolvi nesta entrevista falar apenas dessa vertente do meu trabalho Um Caf Filos fico um encontro de pessoas com interesse na Filosofia e que se juntam periodicamente para dialogar sobre problemas que consideram fundamentais da forma mais rigorosa e racional que forem capazes tal como S crates nos ensinou a fazer h 2500 anos atr s O que um Caf Filos fico tem de diferente de outros encontros como tert lias HIM FILOSOFalando 37 conversas de caf s debates pol ticos encontros po ticos etc que aqui procura se que haja algo mais que um confronto de ideias ou a mera express o de sentimentos ou opini es de cada um Num Caf Filos fico procuramos aprofundar em conjunto um determinado assunto obviamente expressando nos e escutando nos mas n o com o intuito de agradar os ouvintes convencer os outros ou ganhar uma discuss o Queremos sobretudo procurar compreender o problema que temos pela frente e compreender nos a n s mesmos e aos outros n
80. ssalariado e foi sempre o fundamento as sociedades humanas e sempre foi o seu fundamento natural De facto as sociedades fundadas na organiza o social do trabalho assalariado s o um facto recente dos ltimos 200 anos O pensamento de inspira o crist o o humanismo contempor neo o marxismo todos legitimam e trabalho como fundamento da sociedade e da vida humana Todos proclamam o trabalho como a via de realiza o e socializa o do humano a ess ncia do homem e das rela es sociais Naturalizado o trabalho como fundamento n o podem responder situa o paradoxal enunciada e devem ser sujeitos a um exame e uma cr tica fundamental cr tica que ali s vem vendo feita o trabalho n o o fundamento natural nem a ess ncia do homem e das sociedades antes uma forma hist rica da organiza o social A partir dessa cr tica preciso prescrutar as linhas de for a das mudan as que se anunciam e organizar a vontade a tica a pol tica para a constru o de novos caminhos e formas sociais que superem o paradoxo fundamental que enunci mos No fundo a partir dessa cr tica necess rio responder quest o podemos e como podemos construir uma sociedade n o fundada no trabalho assalariado no emprego na cria o de valor na sua apropria o privatiza o social sob a forma de dinheiro Se o trabalho o valor o dinheiro se revelam j n o como fundamentos de uma organiza o social mas com
81. sso futuro hist rico pr ximo e nos combates ticos e pol ticos por esse futuro Mas como queria Plat o preciso descer de novo caverna e partilhar as penas as agruras e as dificuldades dos homens Ajudar as comunidades as suas organiza es as empresas cada um no seu esfor o pelo trabalho e pela cria o de emprego pela produtividade pela capacidade concorrencial pela capacita o para guardar e gerar empregos pela competitividade que sabemos geram o que geram mas constituem no imediato e na urg ncia da vida o anseio e a sustenta o de todos e da cada um e as condi es da sua liberdade e da sua dignidade m ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE O TRABALHO 1 Nasci e cresci numa fam lia numerosa e no meio rural Neste contexto as crian as participavam nas atividades di rias fazer recados tomar conta dos mais novos afazeres dom sticos etc Como todas as crian as dos meios rurais e de fam lias numerosas dei de comer aos animais tomei conta de irm os mais novos fui lenha semeei ceifei apanhei fruta plantei reguei etc Nunca ouvi considerar esta participa o um trabalho Diria mesmo era uma aprendizagem essencial e um instrumento de inser o na vida ativa e social Uma aprendizagem responsabilizante mas sempre iniciada por ver fazer tendo por conseguinte na imita o explicada e corrigida o seu grande alicerce Uma verdadeira aprendizagem com o corpo todo e n o apenas com a cabe
82. tantemente As compet ncias potencialidades bem como a sua atualiza o a inova o e a criatividade reveladas em contextos diferentes s o sempre mais dif ceis de avaliar que a for a do trabalho Este problema era exclusivo do dom nio art stico mas hoje uma realidade de peso em muitos sectores da economia Como definir o sal rio deste trabalho intelectual mediatizado pelas TICs O trabalhador deixou de manipular a mat ria para interpretar dados formais fornecidos por aparelhos manipular s mbolos e decidir em conformidade A polival ncia e a forma o de banda larga assim como a flexibilidade adaptativa a novos contextos sao agora a regra O facto de as tarefas serem mecanicamente assistidas n o lhes rouba nem a sua dimens o predominantemente abstrata nem intelectual Esta apenas uma linha de reflex o que privilegia a dimens o intelectual e t cnica na abordagem do trabalho Michel Maffesoli segue numa dire o bem diversa Segundo este soci logo as transforma es das ltimas d cadas tornam evidente uma realidade incontorn vel o trabalho j n o um valor essencial A sua reflex o anterior s recentes crises Para ele embora o desemprego seja normalmente sentido como um mal um n mero crescente de jovens n o deseja um emprego est vel Conforma se e at aprecia um vaiv m trabalho desemprego Estes jovens recusam a ideologia produtivista t pica do homo economicus O ideal destes jovens s
83. terioso Tr s perguntas podem desde j ser efectuadas O que se entende pelo humano a que acima nos referimos O que se entende por organiza o enquanto espa o onde o mesmo evolui Qual o cen rio tico onde se entende que o primeiro e a segunda devam evoluir Ora segundo o Dicion rio Enciclop dico organiza o um acto ou efeito de organizar e constitui a maneira como as partes que comp em um ser vivo se acham dispostas para organizar certas fun es Mas para Schein Psicologia das Organiza es p12 Organiza o a coordena o planeada das actividades de uma s rie de pessoas para a consecu o de algum prop sito ou objectivo comum expl cito atrav s da divis o do trabalho e fun es e atrav s de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade Se a problem tica relacional aqui sem d vida muito complexa a tica n o o menos at porque a organiza o da tal extensibilidade aparece como factor condicionante e aprior stico Algum cuidado nos parece necess rio se quisermos avan ar na reflex o Porqu Porque levantando se o v u da HIM FILOSOFalando 28 necessidade de analisar as quest es da rela o rapidamente se escorrega para o mais f cil que cingir as quest es a estudar s tem ticas mais comuns da comunica o Faz lo n o est propriamente errado Por m se a preocupa o destapar o que de tico se esconde por de tr s das quest es suscitadas b
84. testante como causa nica Muitos antes dele haviam chamado a aten o para a rela o do capitalismo nascente com a usura sublinhando a condena o da Igreja e aprova o da religi o judaica Mas que tem tudo isto a ver com o trabalho e a teologia dos sacramentos A Igreja Cat lica defende que ap s o batismo uma vez apagado o pecado original a salva o depende das obras que o homem pratica Como pecador se se arrepender pela confiss o e pela pr tica das boas obas pode salvar se Os protestantes negaram alguns sacramentos entre eles o da confiss o Quem nos salva s a f sola fides Como sei se estou salvo se esta n o depende das minhas a es A quest o agrava se ainda com a aceita o calvinista da predestina o Se estou pre destinado condena o nada do que eu fa a pode alterar o resultado Seja o que for que a predestina o me reserve eu s posso tentar ser crist o e viver atormentado pela incerteza Ou ser que tenho um sinal que me pode apaziguar N o a f porque nunca sei se tenho a suficiente aqui que entra o trabalho e a rela o da tica do trabalho com o capitalismo O sinal o xito econ mico O xito econ mico consegue se atrav s do trabalho O resultado do trabalho n o para ser gasto fru do mas Investido Logo quanto mais trabalho produzo mais posso investir e quanto mais xitos tenho nos meus investimentos mais sinais tenho de ser aben oado por Deus P
85. tica da filosofia pr tica foi num Workshop com o Oscar Brenifier que 0 melhor e mais rigoroso fil sofo pr tico que conhe o e talvez aquele que mais se aproxima da imagem de S crates que gosto de ter Antes desse Workshop j tinha tido forma o em Filosofia com Crian as e dava h uns anos um Curso de Pensamento Cr tico para jovens mas tanto metodologia Lipman da FcC como aos exercicios de Pensamento Cr tico de an lise e avalia o de argumentos faltava lhes Filosofia Foi com o Brenifier que percebi que todo o potencial do M todo Socr tico s actualizado com uma atenta e persistente interven o do fil sofo n o ao n vel do conte do do di logo mas da sua estrutura isto das regras que t m de ser observadas para HIM FILOSOFalando 39 que o di logo n o saia do mbito filos fico Al m disto o seu m todo foca sobretudo o sujeito que pensa responsabilizando o e for ando o a apresentar se e a conhecer se a si mesmo durante o di logo o sujeito e n o o problema filos fico o essencial da filosofia para Brenifier daqui que ela parte de um problema que s o se for um problema para algu m e aqui que ela regressa na forma de uma cr tica que nos faz ver al m de n s de uma refuta o que nos purifica do erro de um novo ponto de vista que nos faz compreender melhor o mundo e a n s mesmos Com o Brenifier tamb m aprendi que a filosofia pode ser uma a
86. ubstituir Prometeu por Dioniso O rigor a perfei o a virtude d o lugar a um ambiente hedonista a uma animalidade serena e uma selvajaria latente Cultiva o culto de uma pessoa plural habitada por for as contradit rias e desejos antag nicos Os novos tribalismos d o guarida a estes ideais As feministas navegam noutras guas Tal como em rela o tica em rela o ao trabalho a mulher tem uma experi ncia acumulada que lhes permite pensar quer uma quer outra realidade de uma nova perspetiva No caso da tica elaborada sempre por homens e por conseguinte machista poder ser pensada como tica do cuidado e n o do dever das consequ ncias etc A mulher sempre cuidou dos filhos dos doentes do marido O afeto que o cuidado implica lan a novas luzes sobre o agir humano O trabalho a tempo inteiro est a ficar antiquado ou imposs vel Este segundo Vict ria Camps decorre do modelo masculino de trabalhador como nico sustento da fam lia Conseguiu se a jornada de oito horas quando metade dos cidad os n o tinha um trabalho remunerado Alterada essa circunst ncia o tempo laboral completo por parte de todos e de todas t o incompat vel com o pleno emprego como as obriga es familiares Futuramente o trabalho poderia ser pensado tendo por modelo m ltiplas atividades da mulher um modelo mais de acordo com o tempo reprodutivo e mais afastado desse tempo produtivo que os homens moldaram sua me
87. ui es da cidade do Porto souberam da nossa orfandade e t m nos convidade e cedido os seus espa os de forma gratuita para nos reunirmos e dialogarmos Gra as a essa generosidade tripeira temo nos encontrado em espa os e salas t o bonitas e antigas como a Sala da M sica do Pal cio dos Carrancas no Museu Soares dos Reis o Orfe o do Porto a Casa do Infante e o espa o Yoga Sobre o Porto do Lu s Baptista um amigo do Caf Filos fico desde a primeira hora um edif cio muito antigo e bonito que tem uma vista para a Torre dos Cl rigos e o Jardim da Cordoaria mesmo no cora o da gora portuense Como se pode ter acesso a estas iniciativas concretas Recentemente criei com o Tiago Sousa m sico profissisonal e fil sofo amador n o necessariamente por esta ordem o Clube Filos fico do Porto Este clube n o mais que um s tio na internet e um endere o de email e serve para anunciar e publicar os relatos dos nossos eventos filos ficos Caf s Filos ficos Ciclos de Leituras Filos ficas etc Atrav s do nosso blog http clubefilosoficodoporto wordpress com poder ler sobre os v rios eventos que vamos realizando e enviando o seu contacto para o nosso e mail clubefilosoficodoporto gmail com passa a receber a nossa newsletter Onde ou como foi o encontro e a aprendizagem com este m todo de trabalho filos fico A primeira vez que tive contacto com esta vertente Socr
88. uropa Na minha interven o ambiental quero ajudar a evitar uma cat strofe ecol gica global Ao estudar a est pida arquitectura da Uni o Econ mica e Monet ria o que pretendo ajudar a evitar o brutal recuo na vida de 500 milh es de europeus e os impactos negativos que o colapso da Zona Euro teria no resto do mundo HIM FILOSOFalando 05 E no entanto essa n o a tradi o filos fica de um professor universit rio de filosofia A verdade que n o muito comum encontrarmos fil sofos quer na comunica o social quer a gerir processos de reflex o fora da Academia muito menos a participar em movimentos c vicos Porqu esta aus ncia da filosofia do espa o p blico e dos movimentos de cidadania em Portugal Eu quero crer que estou a seguir o melhor da tradi o cl ssica Revejo me com a humildade e na propor o reduzida que a minha no esfor o cosmopolita de Leibniz ou Kant A capacidade de meter as m os na massa dos maiores pensadores actores pol ticos norte americanos como Hamilton e Madison Eles s o a minha fonte de inspira o Como Nietzsche nos ensinou os fil sofos devem pensar enquanto caminham isto no conv vio com as coisas O que ocorre que muitos fil sofos contempor neos se sentem muitas vezes esmagados por um mundo cuja complexidade lhes parece impenetr vel e sobretudo um mundo que j n o conta com eles para se pensar a si pr prio As crises contempor neas s
89. viduais e em grupo c Apresenta o de trabalhos art stico filos ficos m Para mais informa o http www olimpiadadefilosofia org
90. z da Filosofia Em que pode ser importante Temos obrigatoriamente de ajudar a reconstruir uma no o operat ria de totalidade um horizonte de plenitude de sentido com o aux lio das outras disciplinas e saberes como bvio O nosso papel como fil sofos o de chamar a aten o para o facto de que nenhuma ci ncia particular pode substituir se ao esfor o de constru o de uma vis o do mundo E isso uma tarefa ecum nica das academias Sem essa vers o operat ria da totalidade n o sobreviveremos A VERDADE SEMPRE AQUILO QUE EST DEPOIS DO PRECONCEITO HIM FILOSOFalando O6 nem epist mica nem empiricamente Se isto um homem Poder amos glosar Primo Levi a prop sito da nova condi o dos homens e mulheres desta nossa sociedade amea ada H cada vez mais para cada vez menos e cada vez menos para cada vez mais E sinceramente n o h no horizonte promessa de que venha a ser diferente Afinal que sociedade estamos a construir Ningu m tem o desenho global da sociedade que a vem Ela fruto de m ltiplas emerg ncias O que me parece seguro que o modelo de leitura baseado no progresso material est absolutamente comprometido O crescimento tem p s de barro E o caminho que estamos a seguir se n o o alteramos profunda e atempadamente vai conduzir a uma cat strofe ontol gica ou a uma metamorfose antropol gica no sentido do transhumanismo Nenhuma das sa

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