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“Estado – SociaL” De Cabo Verde

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1. assalto a esperan a dos cabo verdianos mas a ver foi a decis o mais sensata que se podia tomar dentro do contexto da poca Por um lado era necess rio um tempo para adaptar nova realidade e concentrar todos os esfor os numa causa comum Por outro havia muita inexperi ncia pol tica governativa mesmo daqueles que assumem as r deas pois que muitos eram ainda jovens e por outro lado nunca tinham essa vivencia de estar frente dos destinos de uma Na o Tamb m acreditamos que neste per odo n o havia uma sociedade formada capaz de constituir grupos pol ticos Essa maturidade viria com o tempo com ali s veio a acontecer Ainda a exist ncia de v rias for as pol ticas implica mais gastos da coisa p blica Entre 1975 e 1985 Cabo Verde n o podia dar ao luxo de desviar a sua aten o daquilo que era realmente priorit rio e mais importante Constru o do Estado Social de Cabo Verde 90 8 Anexos Anexo 1 LEI SOBRE A ORGANIZA O POLITICA DO ESTADO L O P E A Assembleia Nacional de Cabo Verde reunida a 5 de Julho de 1975 na cidade da Praia Tendo em aten o os termos da Proclama o do Estado Soberano de Cabo Verde Considerando que se torna necess rio instituir rg os do poder do Estado e uma org nica jur dico pol tica indispens veis governa o e administra o do pa s at que seja adoptada a Constitui o da Rep blica No uso dos poderes constituintes que lhe
2. Neste cap tulo vai se caracterizar a situa o da sa de em Cabo Verde no ano da independ ncia ponderar obre as dificuldades identificar as causas principais da mortalidade e analisar as medidas tomadas no sentido de reverter essa situa o e para isso a ajuda internacional vai ter fundamental pois como se conclui no trabalho sem ela nada do que se fez teria acontecido 14 2 Caracterizacao Geral de Cabo Verde 2 1 Situa o Geogr fica O arquip lago de Cabo Verde situa se a 450 500 Km do extremo ocidental do continente africano distancia que separa a Ponta do Roque na ilha da Boa Vista do cabo que lhe deu o nome De origem vulc nica formado por dez ilhas e oito ilh us e localiza se entre as latitudes de 17 12 N Ponta do Sol ilha de Santo Ant o e 14 48 N Ponta de Nh Martinho na ilha Brava e as longitudes de 22 40 ilh u de Baluarte na Boa Vista e 25 22 W Ponta Magrade ilha de Santo Ant o As ilhas encontram se naturalmente divididas em dois grupos designados segundo o regime dos ventos norte ou Barlavento formado por Santo Ant o S o Vicente Santa Luzia S o Nicolau Sal e Boa Vista e o sul ou Sotavento pelas ilhas do Maio Santiago Fogo e Brava 2 2 Geografia do Arquip lago Cabo Verde caracteriza se no geral por um relevo extremamente montanhoso com cotas frequentemente ultrapassando os 1000 metros de altitude que se contrap em a vales profundamente escavados e igualmente ina
3. Voz Di Povo 8 de Maio de 1982 pag 4 Voz Di Povo de 8 de Maio de 1982 58 um papel fundamental no alagamento da educa o a todas as ilhas pois que um dos principais constrangimentos a massifica o do ensino b sico elementar era a falta de professores com forma o para transmitir os conhecimentos aos alunos Essas duas escolas vieram colmatar um vazio que h muito se fazia sentir a n vel nacional Com car cter n o permanente vinha funcionando Escolas para forma o de enfermeiros auxiliares em cursos de dois anos e meio nos principais centros urbanos do pa s Essa iniciativa tem permitido satisfazer as necessidades imediatas embora n o chegasse para dar resposta total as solicita es resultantes do alargamento dos servi os assistenciais A escola de cabotagem institu da em 1971 tamb m constitui outra iniciativa a n vel de forma o t cnica em Cabo Verde Realizava cursos de oficiais de cabotagem e de sub oficiais de m quinas al m de cursos de actualiza o profissional destinados aos mar timos A nica unidade de forma o extra escolar era o CENFA Centro de Forma o e aperfei oamento Administrativo cuja actividade visava a forma o profissional na rea de administra o p blica Fora criado em 1977 inicialmente para formar quadros administrativos para as categorias de compreendidas entre 1 oficial e chefe de departamento ou equivalente Todavia logo outras ac es de forma o
4. Jorge Barbosa em que participaram um total de cem professores de Posto oriundos de diversos pontos do pa s Com a dura o de aproximadamente um m s essa iniciativa permitia que os participantes adquirissem alguns conhecimentos ligados ao ensino bem como a supera o de in meras falhas Fazendo uso das palavras do Ministro da Educa o que durante a sua alocu o no acto de abertura do referido semin rio Os problemas da Educa o s o os problemas do subdesenvolvimento por isso que a taxa de professores formados pelo Magist rio Prim rio baixa mas por isso que n s temos o regime de desdobramento porque ele pr prio do regime de pa ses subdesenvolvidos que tem um programa social que querem uc os 69 realizar e que exige que se ponha escolas ao alcance das crian as sem discrimina o Nessa luta de capacitar os quadros que trabalham no ensino secund rio foi realizado um semin rio para os monitores de Educa o F sica de modo torn los cada vez mais capazes e aptos no desempenho das suas fun es Assim teve lugar o primeiro curso Educa o F sica em que participaram vinte e dois alunos que iriam refor ar a lecciona o desta disciplina a n vel das escolas secund rias Em entrevista concedida ao Jornal Voz di Povo a 3 de Setembro de 1982 o Respons vel da pasta da Educa o fez uma an lise acerca de v rios aspectos ligados ao sector reafirmando a falta de professores como um dos ob
5. a m nutri o as doen as gastrointestinais as doen as mentais e as infec es de vias respirat rias todas favorecidas pela pobreza falta de higiene e falta de educa o A isso preciso acrescentar se as doen as da m e as gesta es numerosas e muito pr ximas com todos A 94 os seus efeitos sobre o feto aumentando a patologia da inf ncia Outro aspecto que fez men o o Ministro o c rculo vicioso entre Sa de e economia que preciso combater Essa interliga o que nas palavras do novo membro do governo sa de de um povo dependendo da sua economia e economia de pa s dependendo da sa de do povo precisa ser resolvida em Cabo Verde torna se um dos desafios no novo elenco ministerial 4 Dr Irineu Gomes foi nomeado Ministro de Sa de e Assuntos Sociais Voz Di Povo 10 a 17 de Janeiro de 1980 Nesta data o Minist rio estava sob a tutela do Primeiro Ministro conforme informa es colhidas junto ao Doutor Irineu Gomes 78 6 7 Infra estruturas de sa de uma necessidade sempre Tr s meses ap s a tomada de posse do novo ministro num p riplo pelas ilhas para se inteirar da situa o sanit ria do pa s s o identificadas situa es de muita car ncia a todos os n veis e urgia a elabora o de um plano de ac o para minimizar as lacunas encontradas A opini o de que cinco anos passados sobre a Independ ncia apesar de algum trabalho feito dos ganhos conseguidos os desafi
6. assim este sector estaria em condi es de desenvolver uma estrutura de comercializa o e competir com os outros sectores da economia nacional Por outro lado a forma o de cooperativas e a fixa o de pre os m nimos contribuiriam para assegurar as garantias aos camponeses que no tempo da safra s o explorados na compra dos seus produtos Assim o Minist rio de Desenvolvimento Rural e Pescas MDRP vai ter um papel preponderante neste sector procurando atrav s de v rios caminhos melhorar e dignificar as condi es de vida dos camponeses 4 B O Lei n 9 11 82 de 5 de Maio de 1982 A Lei de Bases Gerais da Reforma Agr ria 33 Inserido no plano de Reestrutura o socioecon mico de Cabo Verde ap s a independ ncia uma das prioridades do Governo foi reformar o sistema agr rio vigente desde h muito tempo nas ilhas As terras estavam nas m os de um pequeno n mero de pessoas que n o tendo como se ocupar delas directamente arrendava pequenas parcelas aos camponeses que se convertiam em rendeiros e que eram v timas de abusos e arbitrariedades por parte dos propriet rios N o havia leis institu das Cada um fazia a sua pr pria lei e impunha a aos rendeiros e sub rendeiros Entre os v rios objectivos do Governo era de fazer uma distribui o mais justa e realista das terras de modo a beneficiar os camponeses e liquidar todas as formas de explora o 35 a E sa do homem pelo homem A reforma agr ria era um
7. ilha de Santo Ant o vai continuar a deparar se com esses problemas Nessa visita o Dr Corsino Tolentino fez se acompanhar de uma vasta delega o entre eles se destacam o Director Regional da Educa o o Inspector Escolar da Regi o de Barlavento a Directora do Ensino Extra Escolar e a Respons vel do Programa Alimentar Mundial em Cabo Verde a Sr Ivete Neto Segundo a sub inspectora o Ensino Elementar no concelho do Porto Novo estava dividido em tr s zonas Vila Sul e Ribeira das Patas Neste per odo havia 42 estabelecimentos de ensino sendo 31 edif cios do Estado sete casas alugadas e quatro cedidas por particulares e outros servi os estatais Havia 2438 alunos de todas as classes e sexos perfazendo 83 turmas que s o assistidas por 71 professores dos quais a maioria trabalhava em regime normal Desses tr s possuem o curso de Magist rio Prim rio be a 58 dois s o contratados cinco monitores e 61 s o professores de posto Ainda foi levantado o problema de falta de salas situa o que obrigava os professores a trabalharem em regime de transdobramento Outra quest o j muito antiga era de transportes escolares para professores e alunos Respondendo a essa preocupa o o Ministro dizia Quanto a transporte pelo menos para essa d cada imposs vel resolver 38 Voz Di Povo 16 de Junho de 1985 51 essa quest o O or amento da Estado n o d para solucionar a curto prazo o problema e baie
8. An lise das informa es contidas na imprensa da poca mais precisamente dois jornais Voz Di Povo e Terra Nova b Entrevistas com cidad os que estiveram presentes em Cabo Verde nesse per odo e que participaram como t cnicos em reas de sa de educa o e agricultura na constru o do Estado Social do pa s 13 1 5 Apresentacao do trabalho Os objectivos pretendidos influenciaram na estrutura o do trabalho e na sua apresenta o Nesta base pode se dizer que o trabalho est estruturado em duas partes A primeira faz uma an lise embora breve da constru o pol tica baseando se nas leis que existiam primeiro a Lei da Organiza o Politica da Estado LOPE e depois a Constitui o de 1980 A segunda parte consiste na apresenta o do tema de modo mais directo Nestes cap tulos faz se a caracteriza o dos aspectos sociais Subdivide se em tr s reas distintas a saber e A Reestrutura o do Sistema Agr rio aqui se pretende contextualizar a cria o da Lei da Reforma Agr ria e os seus efeitos nas diferentes ilhas e A Politica Educativa O governo tinha a educa o como um dos pilares fundamentais da constru o social e sustent vel do pa s Onde h analfabetismo n o h desenvolvimento Neste cap tulo vamos fazer uma identifica o dos principais entraves nessa rea e conhecer como o Partido vai procurar gradualmente vencer as barreiras e A Politica de Sa de
9. O decreto n 7 75 um dos primeiros a ser publicados ap s a independ ncia veio a enquadrar se numa luta que visava suprimir para sempre as injusti as na distribui o da terra A agressividade das condi es naturais teria criado em Cabo Verde um ambiente prop cio para o desenvolvimento de grandes propriedades sendo o poder est vel nas m os dos grandes propriet rios Geralmente acontecia como por exemplo em Santiago o pequeno campon s hipotecar muitas vezes suas terras nos anos de secas para alimentar suas fam lias e nunca mais conseguir reaver o seu bem As hipotecas a falta de chuva a inexist ncia de condi es t cnico cient ficas para uma irriga o mais desenvolvida fez com muitas vezes eles perdessem as suas terras a favor do homem de neg cios da aldeia que rapidamente se transformava no propriet rio da regi o Depois de efectivada a independ ncia do pa s o Governo continua na senda de transforma o da estrutura agr ria nacional Entre os v rios passos que foram dados neste sentido destacava se a reuni o entre o Primeiro Ministro e o Ministro do Desenvolvimento Rural o Engenheiro Jo o Pereira Silva onde foram analisadas v rios problemas ligados a quest o tais como a escassez de terras em rela o ao n mero de habitantes que dela vivem a necessidade de introduzir t cnicas de comercializa o que estimulem o aumento da produ o agr cola e o cr dito agr cola como est mulo coopera o d
10. RDA e Arg lia No mbito de solucionar a quest o de falta de escolas existentes no pa s viu se a necessidade de criar mais cinco escolas preparat rias em diversas ilhas devidamente equipadas com materiais necess rios ao bom funcionamento das mesmas de modo a responder as demandas da popula o que tendia crescer cada vez mais 5 8 A luta contra o analfabetismo continua No dia 8 de Setembro comemora se o Dia Internacional da Alfabetiza o Cabo Verde continuava e ainda hoje continua empenhado nessa batalha no pa s Desde a independ ncia que o Governo n o deu tr guas ao combate a esse mal social que acaba por ter repercuss es em todas as reas 71 Entrevista do Ministro de Educa o ao Jornal Voz Di Povo em 23 de Outubro de 1976 que nesta poca as bolsas de estudo eram directamente geridas pelo Primeiro Ministro s mais tarde que passam a ser administradas pelo Minist rio de Educa o 62 Logo ap s o 25 de Abril no per odo de transi o para a independ ncia come ou o trabalho de educa o dos adultos feito pelos militantes do partido da Organiza o das mulheres e dos jovens com a independ ncia que a alfabetiza o de adultos passa a ser um processo organizado sob orienta o do Minist rio de Educa o e cultura a partir mais concretamente de 1976 Com este objectivo formou se o conselho de educa o extra curricular como departamento do Minist rio O Governo continua empenhad
11. Secret rio do Conselho Nacional esteve presente no encontro e participou em nome da Comiss o politica do Partido No in cio da sua interven o disse Ap s alguns anos de reflex o e estudos para o mais aprofundado conhecimento da estrutura agr ria o regime de propriedade e as suas rela es sociais tecidas entre os homens no processo de produ o j podemos dispor de um ante projecto de lei das Bases da Reforma Agr ria O programa do Partido e do Governo mais n o fez que traduzir de forma sistematizada os anseios dos camponeses de ver prevalecer no campo um sistema de rela es econ mica e social mais justa e capaz de favorecer o desenvolvimento da agricultura Jornal VP 5 de Agosto de 1981 39 Pretendia com essa reforma acabar com as grandes propriedades agr colas privadas e o sistema de arrendamento limitar a extens o da propriedade privada rural e dar suficiente terra a todos os camponeses Foram adoptadas atrav s dessa reforma v rias medidas no processo de reestrutura o agr ria como a proibi o do subarrendamento a celebra o de novos contratos de parceria e possibilidade de convers o em arrendamento a nacionaliza o das grandes propriedades e da gua e a procura de novas fontes do seu abastecimento a pol tica de defesa dos solos entre outras medidas A adop o dessas leis requeria coragem e firmeza por parte do Governo pois que segundo o Primeiro Ministro As reformas sociais tem sem
12. estudo grande parte das informa es eram elaborados pelo Estado e pelo Governo Por outro lado encontrar documenta o nos Minist rios e nas Direc es Gerais n o tarefa f cil tendo em conta que muita coisa se perdeu e o que existe n o est dispon vel pelo facto de n o estar organizado Tamb m foi poss vel entrevistar e conversar com entidades que viveram a poca e que participaram activamente no processo de constru o do Novo Estado De entre eles destacam se t cnicos de sa de com m dicos professores quer do ensino prim rio quer do secund rio advogados antigos ministros funcion rios p blicos entre outros Vivendo numa ilha que n o a da capital onde est o Arquivo Hist rico Nacional e os arquivos dos Minist rios a Biblioteca Nacional n o foi f cil adquirir a documenta o necess ria a elabora o do trabalho Essas raz es justificam as limita es a analise das B O 5 de Maio de 1982 22 Suplemento Lein29 11 82 11 informa es da imprensa Oficial e sempre que poss vel submetendo as informa es cr tica de determinadas pontos de vista 1 1 A quest o inicial A quest o inicial que se pretende encontrar resposta ao longo deste trabalho pode ser traduzida atrav s da preocupa o levantada pelo ent o Presidente da Republica Aristides Pereira Soube o Governo do PAIGC corresponder s esperan as nele depositadas pelo Povo Segue ou n o o seu trabalho a via
13. o activa nessa poca Anexo 4 Segundo os censos efectuados em 1960 e 1970 a popula o de Cabo Verde aumentou 37 6 o que demonstra um incremento anual constante de 3 2 sem falar nos piste TR movimentos migratorios Em Cabo Verde na d cada de sessenta a pir mide et ria se alarga a partir dos quinze anos o que demonstra que houve uma sens vel baixa de natalidade na d cada de sessenta at 1977 O n mero de mulheres de O aos 15 anos foi estimado em 776 200 De dez a BA TRANG 177 quinze os contornos da pir mide de Cabo Verde se assemelhe a um funil E De acordo com o Boletim Nacional de Estat stica de ent o a distribui o da popula o por ilhas apresentava algumas oscila es Por exemplo em Santiago em 1960 a popula o era de 84 344 habitantes em 1970 129 508 em 1974 139 107 e no ano seguinte 141 866 Concluiu se que se numa d cada a popula o aumentou 40 000 habitantes nos cinco anos que se seguiram esse aumento n o atingiu mais de 12 000 pessoas Outro exemplo a ilha Brava que na d cada de sessenta apresentava uma popula o de 8 539 habitantes em 1970 registou uma descida para 7858 6 3 A Mortalidade Uma quest o de Sa de P blica Analisando a evolu o das taxas de mortalidade infantil nascidos entre 1962 e 1975 percebe se que essa taxa era muito elevada Em 1962 atingiu 106 1000 e no ano da independ ncia ainda n o se tinha verificado muitas melhorias pois que continuava
14. s O n mero de alunos inscritos aumentou e isso visto como sinal positivo No segundo ano de funcionamento da Escola de Forma o de Professores um constrangimento que se afigurava de maior gravidade segundo a Directora da Escola era de cariz s cio psicol gica pois que nas palavras dela o Curso n o disp e de grande n mero de alunos nos ramos t cnicos e isso se deve em parte a uma certa mentalidade do estudante cabo verdiano de que se obt m um curso de n vel num pa s desenvolvido Em conformidade com a Constitui o da Republica aprovada em 1980 no seu artigo 15 dizia 1 A educa o visa a forma o integral do homem Ela dever manter se estritamente ligada ao trabalho produtivo proporcionar a aquisi o de qualifica es conhecimentos e valores que permitam ao cidad o inserir se na comunidade e contribuir para o seu incessante progresso 2 O Estado considera a liquida o do analfabetismo tarefa fundamental 5 4 R dio Educativa um meio de forma o para o desenvolvimento 1980 ano marcante na hist ria do pa s por raz es da mais variada ordem e em diversos 2 ae lt 7 i Pea 61 sectores A n vel da educa o mais concretamente foi da cria o da R dio Educativa 2 Voz Di Povo 2 de Novembro de 1979 pag 4 R dio Educativa Tornada Poss vel 53 Ajudada a montar equipada e com t cnicos nacionais preparados pela UNESCO a r dio educativa que uma modalidad
15. uma sociedade onde reinasse a justi a e a fraternidade de modo a eliminar as anomalias sociais E assim que se deu muita import ncia ao Sector Social O I Encontro Nacional dos Servi os Sociais realizado na Praia em Agosto de 1976 teve como prop sito fazer um balan o cr tico do primeiro ano de actividades Este encontro que contou com a honrosa presen a de Primeiro Ministro o Comandante Pedro Pires e ainda representantes da Rep blica da Guin Bissau O Encontro que decorreu numa das salas do Liceu Domingos Ramos na Praia foi marcado pela interven o do Ministro da Sa de e dos Assuntos Sociais de Cabo Verde 3 Dr Manuel Faustino que considerou o papel e a import ncia do sector como factor capaz de interpretar determinados aspectos resultantes da pr pria evolu o do pr prio desenvolvimento j iniciado e como departamento com uma nova estrutura capaz de apresentar determinado tipo de solu es determinados tipo de projectos de resolu o de Ze 84 problemas ligados ao desenvolvimento social e econ mico dos s povos 83 Construamos o Pa s com homens e mulheres saud veis esse era o desafio do Minist rio da Sa de da Campanha de Vacina o atrav s anti tuberculose Voz DI Povo 18 de Junho de 1976 84 Jornal Voz Di POVO 7 de Agosto de 1976 pag Centrais Temos de fazer avan ar tudo o que positivo e combater tudo o que negativo Pedro Pires no Encontro Nacional do Servi o S
16. De acordo com as palavras do Ministro os contactos com o professor Paulo Freire para al m do dom nio da alfabetiza o nos t m ajudado grandemente a perspectivar melhor aquilo que normalmente designado de educa o formal o din mico papel da escola junto das da comunidade a influ ncia desta sobre aquela etc isto quer dizer que para n s falar de alfabetiza o tamb m falar e ter em devida conta a import ncia da frente preventiva pelo esfor o de escolariza o feita pelo Governo abrangendo uma importante percentagem da popula o total que se situa como se sabe entre os 23 a 24 Outros encontros seriam realizados nos anos subsequentes abordando esse problema social cuja solu o era uma prioridade Destaca se em finais de 1979 um semin rio de forma o de coordenadores regionais de alfabetizadores que teve lugar em S o Vicente entre os dias 3 e 4 de Outubro e como j vinha sendo h bito nos anos anteriores sob orienta o do cientista Freire Financiado pela UNESCO Organismo das Na es Unidas para a Ci ncia e Cultura esse semin rio contou com as presen as de uma representante desse organismo Dr Ruth Lazarus um representante da Educa o na Republica irm da Guin Bissau e ainda o Director de Produ o da BBC da Universidade Aberta de Londres Este semin rio que veio na sequ ncia de um outro realizado em Maio do m s ano na Praia teve como principal objectivo a prepara o de quadros de
17. N mero dois Tomo III 1 pag 12 Por ltimo tamb m sendo uma poca em que n o ha pesquisa aliciante dar uma contribui o 1 3 Os Objectivos do Trabalho Ao realizar este trabalho tivemos como principais objectivos o seguinte Objectivo Geral e Caracterizar as pol ticas sociais da governa o do PAIGC CV em Cabo Verde entre 1975 1980 Objectivos Espec ficos e Conhecer como teve in cio a constru o da sociedade cabo verdiana nos primeiros anos de Independ ncia e Avaliar as vit rias os ganhos conseguidos em Cabo Verde e Colmatar uma lacuna que existe no material de trabalho dos professores do 12 Ano na disciplina de Hist ria 1 4 A metodologia de pesquisa Apesar de todos os constrangimentos e das limita es esta disserta o pretende ser um contributo v lido para a Hist ria do Pa s Ficou muito por fazer mesmo sobre os assuntos tratados h outras perspectivas de abordagem e outras fontes as quais n o foi poss vel ter acesso Mas como afirma Pierre Salmon na sua obra Hist ria e Critica nas paginas 53 e 54 O trabalho hist rico vai dar descoberta da verdade hist rica verdade parcial fr gil e relativa O autor deixa claro a ideia do relativismo na ci ncia hist rica todavia tamb m ela objectiva tendo em conta em conta que a sua constru o assenta se na analise e interpreta o de documentos A metodologia de pesquisa baseou se em dois aspectos fundamentais a
18. Nacional Cinco anos de realiza es n dois Tomo IV P A I G C Estatutos Aprovado pelo III Congresso do PAIGC Novembro de 1977 P A LG C Programa do Partido Comiss o de Organiza o Forma o Pol tica e Ideol gica PEREIRA Aristides Relat rio do CSL ao II Congresso do PAIGC PEREIRA Aristides Uma Luta um Partido dois Pa ses Noticias Editorial Lisboa 2002 REP BLICA DE CABO VERDE 5 anos de Independ ncia 1975 1980 Comiss o do V anivers rio da Independ ncia Nacional Praia 1980 103 SANTA RITA VIEIRA Henrique Lubrano Hist ria da Medicina em Cabo Verde Instituto cabo verdiano do Livro e do Disco Praia 1987 SECRETARIA DE ESTADO DA COOPERA O E PLANEAMENTO Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento 1982 85 Aprovado pela Lei n 20 11 83 de 12 de Janeiro Vol I SILVA Jo o Pereira A Reforma das Estruturas Agr rias de Cabo Verde Introdu o Ao Ante projecto da Lei de Bases TOLENTINO Andr Corsino Universidade e Transforma o Social nos pequenos Estados em Desenvolvimento o Caso de Cabo Verde Funda o Calouste Gulbenkian 2007 V RIOS Cabral no Cruzamento de pocas Comunica es e discursos produzidos no II Simp sio Internacional Am lcar Cabral Alfa Comunica es Praia Setembro de 2005 IMPRENSA Jornal VOZ DI POVO de 1976 a 1985 Jornal TERRA NOVA de 1975 a 1980 ENTREVISTAS Realizadas aos seguintes individuos que t
19. apresentando valores elevado de 108 9 1000 anexos 78 voz Di Povo 15 de Outubro de 1977 pag Centrais A nossa op o para uma medicina Preventiva Minist rio de Sa de Estrat gia Nacional de Sa de Praia 1976 pag 27 Idem pag 30 in Boletim do Servi o Nacional de Estat stica 1970 1976 67 Fazendo uma an lise comparativa desses dados com os de pa ses no mesmo est gio de desenvolvimento de Cabo conclui se que esse indicador em Cabo Verde alertava para uma situa o de Sa de P blica bastante preocupante anexo 6 Em 1973 pa ses como M xico e Venezuela apresentavam uma taxa de mortalidade infantil de 51 9 e 54 2 por mil respectivamente Esses dados provam que realmente os desafios que o PAIGC tinha pela frente n o eram f ceis Principais causas da mortalidade em Cabo Verde nesse per odo eram as doen as diarreicas enterites que explicavam cerca de 11 7 do total dos bitos Seguiam as pneumonias 7 2 bronquites 2 2 tuberculose e meningite ambos com um total de 1 8 entre outras infec es anexo Uma outra preocupa o de sa de p blica em Cabo Verde era o Paludismo Essa doen a epid mica teve uma grande incid ncia em Cabo Verde com surtos significativos nos meados do s culo XX Com a Miss o para a Erradica o do Paludismo que iniciou em 1954 a epidemia foi muito bem controlada No entanto na d cada de 60 a epidemia recrudesceu e em 1961 registaram se novos 2 453 cas
20. conceder a todos os camponeses ou pelo menos a maioria a possibilidade de terem um n vel rendimento semelhante ao rendimento m dio trabalhadores das cidades Isso n o era uma tarefa f cil Os regimes indirectos deviam ser eliminados sem expulsar os parceiros e os rendeiros Todavia o MDRP n o propunha medidas do tipo fiscal que desencorajassem a explora o indirecta e estimulassem o regresso a conta pr pria porque isso significaria o desalojamento de uma grande parte dos camponeses que iriam se transformar em prolet rio agr cola ou ent o engrossariam o n mero de desempregados dos centros urbanos Assim a orienta o do Governo era no sentido da cria o de uma lei que apontasse as vias para a liquida o dos sistemas de arrendamento parceria e de todas as formas de 41 ee s 47 explora o indirecta dos sistemas de guardas e outras formas de renda de trabalho garantindo aos camponeses o direito de uso e frui o sem qualquer contrapartida pecuni ria O Executivo pretendia uma lei que permitisse por etapas ou seja suficientemente flex vel que garantisse a defesa dos interesses leg timos de todos os grupos sociais ligados terra que pudesse reunir o consenso nacional que fosse aplic vel dentro dos condicionalismos do pa s ou seja de um clima bastante aleat ria e de uma depend ncia acentuada do exterior Contudo por si s a lei n o iria resolver os m ltiplos que a popula o rural enfre
21. da iniciativa do Governo que soube cativar a coopera o com a UNESCO para a aquisi o de equipamentos bem como do melhoramento das infra estruturas j existentes Dezanove t cnicos de v rios sectores e de diversos dom nios da actividade nacional receberam forma o espec fica para a produ o da R dio Educativa T cnicos do Departamento da Alfabetiza o e do Gabinete de Estudos da MEC da Direc o Geral da Agricultura do MDR do Instituto Nacional das Cooperativas professores do Ensino Prim rio animadores assistentes sociais especialistas da Sa de e da Protec o Materno Infantil e educadores de inf ncia frequentaram forma es conferidas por t cnicos da UNESCO dois brasileiros e um portugu s nos dom nios da produ o e recep o radiof nica 54 5 5 O Ensino Pr Escolar Novo Governo empossado a 15 de Fevereiro de 1981 no Sal o 5 de Julho do Pal cio do Presid ncia da Rep blica A nova equipa governamental sofreu pequenas modifica es sendo a mais significativa a entrada do Dr Jos Eduardo Figueiredo Ara jo novo titular da pasta de Educa o e Cultura Volvidos os primeiros cinco anos da independ ncia momento de se fazer um balan o de todo o trabalho feito das vit rias conseguidas das batalhas que foram travadas e do muito que havia ainda por fazer neste sector fundamental para ao desenvolvimento do pa s At ent o a educa o do sector infantil n o estava enquadrad
22. de em Cabo Verde 89 7 Idem Sa de em Cabo Verde cinco anos depois em 5 de Dezembro de 1980 pag Centrais 74 problema de forma o da Agentes Sanit rios esperando para breve a edi o de um manual para os mesmos Em 1977 o n mero de m dicos de cl nica geral existentes a n vel nacional exceptuando os hospitais de m dio porte e o centro de psiquiatria era de apenas seis quando a necessidade era de 24 N o existiam cirurgi es A partir desse ano come am a forma o de t cnicos nessa rea Em 1977 o n mero era de dezasseis para cl nica geral e 6 para cirurgia Em 1980 seguem mais dois para forma o em cl nica geral e um em cirurgia Em rela o aos enfermeiros e t cnicos at 1977 exceptuando os hospitais de m dio porte e o centro de psiquiatria comunit ria o n mero existente de enfermeiros gerais era de apenas seis e agentes de sa de de base sete T cnicos como enfermeiras parteiras anestesistas dentistas de laborat rio de radiologia enfermeiro de ORL oftalmologia de farm cia n o existiam A partir de 1977 d se inicio a forma o em larga escala de t cnicos nas mais diferentes reas anexo 11 No segundo trimestre de 1978 o Ministro de Sa de e Assuntos Sociais no balan o da actividade do seu minist rio desde a independ ncia at a presente data diz fazer um acto de justi a reconhecer que se fizeram grandes avan os no dom nio da assist ncia sem por m desc
23. dos aspectos mais importantes para a revolu o social do pa s Am lcar Cabral j dizia na Arma da Teoria que Quem n o trabalha n o tem direito a nada na nossa terra Devemos combater todos os que ficam de bra os cruzados Na nossa terra hoje como amanh todos devem trabalhar Ningu m pense que pode dormir sombra daquilo que trabalhou ontem e Havia uma grande expectativa contudo era necess rio um estudo s rio e profundo devido s caracter sticas peculiares das ilhas que exigia um estudo s rio e profundo das suas contradi es Na reuni o da Comiss o Nacional de Cabo Verde do PAIGC que teve lugar na Praia de 2 a 10 de Mar o de 1975 ainda antes da proclama o da Independ ncia a reforma agr ria foi considerada como um processo de modifica o da estrutura agr ria visando o aumento da produtividade do trabalho agr cola e a liquida o do monop lio dos latifundi rios Foi reconhecida ainda nesse encontro a necessidade de se definir uma linha orientadora e algumas medidas imediatas como por exemplo e Cria o de um fundo do Estado para a compra de terras e prioridade ao Estado na compra das terras que viessem a ser vendidas e Agravamento do imposto de transmiss o venda heran a e doa o e Nacionaliza o das terras de traidores absentistas e terras abandonadas 35 3 Idem Cap I art 2 38 Voz Di Povo 5 de Junho de 1 978 pag 3 34 e Revis o da contribui o perdia r stica
24. e uma ambul ncia Nos hospitais com 50 camas haveria um cl nico geral um cirurgi o cinco enfermeiros um t cnico anestesista um t cnico de O R L oftalmologista um respons vel da lavandaria um despenseiro contabilista um funcion rio administrativo um dactilografo e ainda mais os outros t cnicos que existiam nas unidades de menor capacidade de resposta Como o nome j diz havia 50 camas completas 25 para medicina 15 para cirurgia e 10 para maternidade equipamento para medicina cirurgia e maternidade Raios X laborat rios cozinha lavandaria Secretaria ambul ncia medicamentos e materiais de trabalho Os hospitais com 200 camas ou hospital de m dio porte havia dois a n vel nacional nos dois maiores centros urbanos do pa s Praia e Mindelo Nessas unidades as condi es j seriam de qualidade Para al m dos servi os de cl nica geral havia tamb m muitas especialidades como pediatria ginecologia cardiologia odontologia oftalmologia entre outras Teriam um director do hospital um gestor um electrot cnico de para raio X quarenta serventes dezoito enfermeiros gerais tr s enfermeiras parteiras tr s t cnicos de laborat rios O material dispon vel seria utilizado para os diferentes servi os duas e 86 ambul ncias e um cami o amp Idem pag 59 60 61 72 Outra preocupa o do Governo foi tamb m em rela o aos portadores de defici ncia mental e que necessitavam de um acom
25. ech ye 59 por outro lado h outros casos priorit rios No entanto h hip tese de subs dios A Respons vel do Programa Alimentar Mundial esteve presente para analisar e avaliar a implementa o do programa de cantinas nas escolas naquela ilha Sendo em Santo Ant o as distancias muito acentuadas e tendo em considera o o n vel econ mico da maioria dos pais era frequente que fossem para escola desprovidas se uma alimenta o adequada o que contribu a para o fraco rendimento escolar e subsequentemente o abandono 5 3 A Escola de Forma o de Professores do Ensino Secund rio EFPES Sendo uma grande aposta e preocupa o do Governo a capacita o dos professores foi inaugurado na Praia solenemente no dia 22 de Novembro de 1979 os cursos universit rios para a forma o de professores do ensino secund rio com o grau de bacharelato Os cursos da Escola de Forma o de Professores ainda na sua fase embrion ria por m pioneira no pa s seriam ministrados por professores catedr ticos portugueses e compreendiam as disciplinas de Matem tica Historia F sico Qu micas e Ci ncias Naturais ramos cujas necessidades de professores mais se faz sentir A cria o deste centro enquadrava se na pol tica educativa do Governo de fazer uma reforma de ensino adequada a nova realidade nacional que para tal era necess rio formar quadros condi o sine qua non para o desenvolvimento do pa s A realiza o d
26. em Comiss o Organiza o dos Sindicatos de Cabo Verde C O S C V Esta comiss o que criou as caixas sindicais e que assumiu a sua gest o Mais tarde em finais de 1978 viria a se transformar na 1 Central sindical de Cabo Verde que existiu at 1991 21 2 Estrutura o do Estado Cabo Verde existe como pa s soberano desde 5 de Julho de 1975 data em que ascendeu independ ncia e se assumiu como um Estado de democracia nacional revolucion ria conduzido por um nico partido que se apresentava e agia como a for a pol tica dirigente tanto do Estado como da sociedade em geral Apenas em 1992 e na sequ ncia das novas ideias que acabaram por assolar o mundo por efeito da abertura dos pa ses do Leste da Europa ao mundo ocidental Cabo Verde viria a abrir se ao pluripartidarismo e a ter as primeiras elei es num quadro de concorr ncia pol tica no seguimento das quais o pa s acabou dotado de uma Constitui o instituidora de um regime de democracia pluralista estruturante de um vasto cat logo de direitos liberdades e garantias dos cidad os pelo menos formalmente concebendo a pessoa humana como um valor em si absoluto e por isso mesmo sobreposto ao pr prio Estado ao mesmo tempo que foi iniciada a cria o de um sistema de governo onde se manifesta o equil brio poss vel de poderes entre os diversos rg os de soberania a par de um poder local com titulares eleitos pelas comunidades e perante as mesmas respons
27. em S o Vicente enfatizou em entrevista concedida a n s e aponta essa limita o como uma medida pouco adequada para o desenvolvimento do sector da Sa de no Pa s A Constitui o da Republica de 1980 no seu artigo 15 1 dizia A sa de p blica tem por objectivo promover o bem estar f sico e mental das popula es e a sua equilibrada inser o no meio s cio ecol gico em que vivem Ela deve orientar se para a preven o e visar a socializa o progressiva da medicina e dos sectores m dico medicamentosa Como se pode ver a Constitui o s veio oficializar a Pol tica de Sa de aplicada em Cabo Verde desde os primeiros dias da Independ ncia Cumpria se assim os primeiros cinco anos de governa o em Cabo Verde enquanto Estado soberano e o balan o sem d vida muito positivo neste sector embora houvesse muito por fazer 6 8 Os novos desafios para a Sa de 1980 85 Entre 1981 1985 novos desafios se levantavam para o executivo cabo verdiano O Minist rio continuava a lutar contra velhos males como por exemplo o Paludismo que apesar um combate sem tr gua n o deixa de fustigar o povo das ilhas particularmente de Santiago De todo o modo entre 1878 e 1980 n mero de casos decresceu quatro vezes gra as a campanha de erradica o decretada pelo Governo e levada a cabo pela Brigada especializada que foi criada em 1978 e desde est o vinha agindo numa luta sem tr guas Com j se disse anteriormente o combate a es
28. era a opini o Dr Irineu Gomes Uma rea sens vel do sistema de sa de cabo verdiano foi sempre a evacua o de doentes para o exterior principalmente para Portugal Segundo os dados do Minist rio grande parte das evacua es s o do forro traumatol gico Por isso a preocupa o de se criar um centro de ortopedia A cria o deste centro bem como um melhor equipamento do servi o de radiologia e tamb m da cria o do servi o de electro cardiologia e estomatologia na Praia e em S o Vicente um servi o central de ginecologia e obstetr cia es o 6 viria a resolver em parte a evacua o do grande n mero de mulheres A distribui o e conserva o de medicamentos foram outro dos pontos de realce pelo ministro A maioria dos produtos farmac uticos consumidos em Cabo Verde importada At 1979 essa importa o era feita pelas farm cias privadas e estatais Todavia a irregularidade nos transportes a inexist ncia de uma planifica o da importa o desses produtos uma procura cada vez maior de produtos farmac uticos ap s a independ ncia e outros constrangimentos de ordem externa contribu am para uma ruptura frequente no abastecimento do mercado interno amp Idem 22 de Maio de 1980 pag 3 28 Situa o car ncias e Plano de Ac o da sa de e Assuntos Sociais Voz Di Povo 22 de Maio de 1980 80 Para resolver o problema de abastecimento do mercado interno foi recomendado na Assembleia Nacional da Sa d
29. foram confiados pelo Povo determina Artigo 1 A Soberania do Povo de Cabo Verde exercida NO interesse das massas populares as quais est o estreitamente ligadas ao Partido Africano da Independ ncia da Guin e Cabo Verde P A LG C que a for a pol tica dirigente na nossa Sociedade Art 2 1 eleita uma Comiss o que ser presidida pelo Presidente da Assembleia Nacional e constitu da por mais 6 deputados a qual confiada a miss o de elaborar e submeter Assembleia no prazo de 90 dias um projecto de Constitui o da Rep blica de Cabo Verde 2 A Comiss o referida no n mero precedente mandatada por esta Assembleia para integrar com Comiss o cong nere a eleger pela Assembleia Nacional Popular da Rep blica da Guin Bissau o Conselho da Unidade da Guin Bissau e Cabo Verde o qual como proposto na Declara o do Conselho Superior da Luta do P A I G C de 25 de Junho de 1975 elaborar um projecto de Constitui o da Associa o dos dois Estados a ser submetido s respectivas Assembleias Soberanas Art 3 At que iniciem as suas fun es os rg os que vierem a ser institu dos pela Constitui o da Rep blica a ser aprovada nos termos da presente Lei o poder do Estado Soberano de Cabo Verde exercido por esta Assembleia que passa a denominar se Assembleia Nacional Popular Art 4 No exerc cio do poder soberano do povo a Assembleia Nacional Popular votar Leis e Resolu es Ar
30. logo ap s a independ ncia foram criadas duas companhias mar timas estatais a ARCAVERDE e a NAGUICAVE esta em parceria com a Guin e favorecida a cria o de outras quer pela outorga de licen as quer pela disponibiliza o do Terra Nova Abril de 197 6 pag 2 Aspectos S cio Econ micos Cap III A nossa Potencialidade Econ mica pag 2 30 Voz Di Povo 9 de Abril 1977 1 pag Efectiva o Progressiva da Unidade Guin Cabo Verde 29 cr dito banc rio Assim surgiu a empresa privada Estrela Negra com navios de longo curso e os Transportes Mar timos Costeiros e Internacionais ultrapassaram as nossas guas territoriais para se dedicarem tamb m navega o delongo curso Outro sector fundamental era o agro pecu rio que constitu a a espinha dorsal da nossa economia nos prim rdios da nossa independ ncia A agricultura constitu a uma das maiores preocupa es do Estado Para increment lo de uma certa maneira n o havia problemas de m o de obra visto que o ndice de deslocamento dos camponeses para os centros urbanos era pouco significativo Por m o grande problema a enfrentar era as secas que havia muitos anos flagelavam os ape los 31 a campos constituindo o pior factor adverso do sector Por isso prover de meios que permitissem aos camponeses ressentir o menos poss vel desse flagelo constitu a uma das tarefas imediatas do governo A protec o terra e aos homens
31. o poss vel nascer e crescer e viver entre as sedentas rochas castanhas ou cinzentas de Cabo Verde todos os dias olhar o c u para lhe rezar a b n o de uma gota d gua todos os fins de cada per odo chamado de as guas dizer resignado diante da presen a da seca no pr ximo ano ela h de cair Deus acabar por se lembrar dos seus filhos e depois pensar igual e sentir igual e ver o mundo igual a quem vem de um ber o verde de ribeiros cantando nos caminhos diz um cronista nacional 2 E pois consensual a exist ncia de um homem cabo verdiano de uma na o cabo verdiana devedora de todos os tipos humanos que povoaram as ilhas Mas particularmente devedora das priva es que mais que qualquer outro elemento acabaram possibilitando a forma o de uma sociedade miscigenada se n o nos haveres pelo menos na cor da pele na l ngua na m sica na tradi o oral na religi o na sabedoria popular no estilo de vida nos costumes e regras de conviv ncia Cabo Verde acabou funcionando como uma esp cie de laborat rio isolado pelo mar em ilhas afastadas umas das outras sobretudo pelas imensas dificuldades de comunica o 1 Carreira A Migra es nas Ilhas de Cabo Verde pag 25 24 entre si mas onde foi na verdade emergindo uma sociedade hibrida e sincr tica por sinal reconhecida por todos os estudiosos como sendo de interesse intelectual e hist rico invulgar porque com uma cultura e identidade mpa
32. quadros t cnicos troca de documenta o t cnica e interc mbio de delega es 7 Idem 3 de Setembro de 1982 pag 5 A crise no Ensino um sinal do Desenvolvimento do Pais 61 As perspectivas quanto a bolsas de estudo e forma o de quadros foram desde o inicio excelentes em parte gra as ao prest gio conquistado pelo PAIGC durante a luta pela independ ncia Inicialmente os quadros foram se formar no exterior contudo o Governo cedo come ou a tomar as iniciativas necess rias para cria o de escolas para esse fim O Minist rio da Educa o e Cultura apostava principalmente na continua o dos estudos iniciados em Cabo Verde no liceal e no t cnico para frequ ncia de cursos m dios e superiores ou especializa o de quadros ligados a educa o As bolsas referentes aos outros departamentos do Estado s o orientadas directamente pelos respectivos departamentos atrav s da Direc o Nacional da Coopera o dependente do Gabinete do Primeiro Ministro No ano lectivo 1975 76 seguiram um total de 191 bolseiros directamente da Direc o Nacional de Coopera o dependente do Gabinete do Primeiro Ministro distribu dos pelos diferentes pa ses como Portugal URSS Rom nia Fran a Cuba Ghana entre outros Em 1976 77 foram atribu dos mais bolsas de estudo de acordo com os recursos e as necessidades Outros pa ses parceiros de Cabo Verde desde a primeira hora na rea de forma o s o Angola Brasil
33. que est estabelecida Isto porque estar amos a criar uma categoria de privilegiados na sociedade que queremos transformar num 64 sentido diferente Para o Governo a idade de entrada nos jardins era bastante preocupante Admitem se crian as com quatro anos contudo isso criava outro problema que o desfasamento entre o fim do per odo em que devem passar do jardim para o ingresso na escola Para resolver esta quest o o Ministro apresentou duas solu es poss veis a primeira era de aumentar para cinco a idade de frequ ncia para o jardim o que significava que todas as crian as sairiam em igualdade de circunst ncia A segunda seria baixar a idade geral de entrada no ensino b sico isto em vez de sete anos as crian as come arem com seis Essa segunda hip tese viria por m a criar um outro problema no futuro que foi o de se terminar o ensino obrigat rio muito cedo e como a maiorias n o tinha a possibilidade de IV Encontro Nacional de Educadores de Inf ncia que teve lugar na Paria em Agosto de 1985 que contou coma presen a de 48 participantes oriundos de diversos organismos e institui es intervenientes na Educa o Infantil em Cabo Verde 56 continuar os estudos acabavam por ficar ociosos por n o poderem ter acesso ao mercado de trabalho por falta de idade 5 6 A Forma o T cnica e Profissional O sistema de educa o herdado em 1975 n o se adequava a realidade no pa s Condicionava a mentalida
34. reas Este per odo da hist ria de Cabo Verde n o se encontra ainda muito trabalhado H muito por fazer As informa es que existem est o muito dispersas e n o s o de f cil acesso Assim ao inv s de escolher um tema para problematizar uma tese a op o foi de pesquisar e seleccionar informa es quer atrav s da imprensa da poca quer atrav s de entrevistas e conversas com autoridades e cidad os que participaram activamente na edifica o do Pa s de modo a caracterizar esse per odo Palavras Chave Agricultura Cabo Verde Constru o Desafios Independ ncia Social Reformas Sa de Educa o Leis PAIGC PAICV Governo Estado Abstract The Independence is the most important mark in the History of Cape Verde It is the turning point that puts an ending to a long period of colonization and brings a new beginning to a new cycle for the people of these islands The first ten years of Independence 1975 1985 were crucial for the building of the new born nation It was laid the foundations which until today are the basis for all the political social economical and cultural life of the country The PAIGC political party that for years fought for the decolonization of the territory set government and accepted the challenge of building the Capeverdean Republic This was not an easy task having into consideration all the limitations and constraints that existed such as the irregularity of the rain bei
35. ria Unidade e Luta rg o da CNCV Conselho Nacional de Cabo Verde no seu n mero de Julho de 1977 faz uma aprecia o bastaste objectiva dos problemas agr rios de Cabo Verde no cap VI ponto 5 dizia REFORMA AGRARIA EM CABO VERDE PARA ACABAR COM AS GRANDES PROPRIEDADES AGR COLAS PRIVADAS E O SISTEMA DE ARRENDAMENTO Em Santo Ant o o problema das grandes propriedades nem o de arrendamento n o se punham Por m a modifica o exigiria um conhecimento da realidade agr ria de Cabo Verde bem como dos casos espec ficos de certas ilhas Ali s nesse mesmo ano o presidente Aristides Pereira ter recomendado as autoridades locais numa das suas visitas ilha de Santiago que a nossa politica n o pode basear se na simples aplica o absoluta de medidas administrativas h em cada caso que apresente caracter sticas especiais analisar o assunto individualmente e dar lhe solu o v lida que evite problemas que da 42 podem decorrer O Conselho de Ministros legislou sobre a Reforma Agr ria criando um novo diploma que dava nova redac o ao Decreto Lei n 7 75 de 23 de Agosto mais conhecido como lei sobre o arrendamento rural Este novo decreto que confirmava as linhas gerais da reforma agr ria que vinha sendo posta em pratica no pa s desde a independ ncia dizia que obrigat ria a explora o da propriedade rural por conta pr pria ou em regime de arrendamento Mais ainda o Minist rio do Desenv
36. social estabelecia como objectivo a promo o cont nua do bem estar do povo a liquida o da 16 Voz Di Povo 22 de Agosto de 1981 40 explora o do homem pelo homem e a elimina o de todas as formas de sujei o humana a interesses degradantes em proveito de indiv duos de grupos ou de classes Assim na elabora o do ante projecto da lei o Minist rio do Desenvolvimento Rural procurou ter em conta alguns aspectos fundamentais como e O anacronismo do sistema de explora o da terra que n o contribu a para o aumentar a produ o porque n o estimulava o campon s a fixar se na terra e A terra ar vel era ex gua tendo em conta a press o demogr fica no campo e A estrutura agr ria m ltipla justapondo se e entrela ando se v rias formas de explora o e O facto maior do estrangulamento da produ o n o residia na grande propriedade explorada por conta pr pria mas sim na explora o indirecta e Outros factores decorrentes da conjuntura politica e econ mica que presidiu a ascens o do pa s a independ ncia Essa nova estrutura o de explora o da terra era um processo que devia avan ar por etapas com saltos qualitativos em momentos determinados Inseria se no conjunto das actividades econ micas do pa s no sentido preconizado pelo programa do Governo de garantir uma harmonia entre as actividades econ micas das cidades e do campo Um dos prop sitos dessa reestrutura o de
37. tarefa n o foi f cil tendo em conta todas as limita es e os constrangimentos que existiam como a grande irregularidade das chuvas sendo a agricultura a principal actividade econ mica ela absorvia mais de metade da popula o a precariedade de infra estruturas capazes de responder s demandas e s necessidades b sicas das popula es principalmente no meio rural em termos socioecon micos as car ncias eram muitas Em todas essas reas verifica se um trabalho rduo e s rio O Governo vai agir em todas as frentes numa ac o bem integrada e coordenada estabelecendo as prioridades do Estado e das popula es de modo a proporcionar a satisfa o das necessidades b sicas Com esse esp rito de Miss o e uma forte determina o pol tica Cabo Verde come a a dar os primeiros passos em direc o ao desenvolvimento O Governo nunca esteve s nessa caminhada Desde sempre p de contar com a parceria e o apoio de v rios pa ses amigos e ainda de organiza es e institui es internacionais destacando se entre elas a Organiza o das Na es Unidas Nesta disserta o o que se pretende fazer uma abordagem da Constru o do Estado Social do pa s real ando algumas vit rias conseguidas neste per odo O objectivo de caracterizar as ac es e as politicas sociais mais importantes do Governo em sectores como a Educa o a Sa de e o Reordenamento Agr rio Foram feitas reformas muito significativas nessas
38. toda a popula o nessa luta anexo 8 22 Em 27 de Novembro de 1976 o Ministro de Sa de nas p ginas Centrais da Imprensa ele faz uma an lise da situa o da C lera no pa s e afirma que A situa o est quase normalizada 69 Sem a consci ncia de que a Sa de se liga directamente a todos os aspectos da vida de cada comunidade n o poss vel evitar que um grande n mero de crian as nas a para morrer durante o primeiro ano de vida E assim que o Minist rio de Sa de vai empenhar se em realizar campanhas de vacina o para prevenir as principais causas da mortalidade infantil no pa s nessa ptica que vai o Governo lan ar a primeira campanha de vacina o contra a tuberculose doen a que durante muito tempo foi considerada uma maldi o divina e uma cat strofe a n vel de Sa de P blica Essa campanha que teve lugar um Junho de 1976 n o obstante as suas grandes limita es deve ser vista como mais um passo em direc o ao que foi definido pelo Estado como uma aposta na preven o Esta experiencia piloto pretendia dar cobertura a todas as 25 955 crian as que frequentavam o ensino prim rio e uma ampla cobertura dos bairros suburbanos da capital Em S o Vicente a tarefa foi semelhante nas escolas ao mesmo tempo que nas i E E E E 83 maternidades centrais as vacina es pelo BCG foram intensificadas Para al m da sa de que um direito da sociedade outra preocupa o do Estado era criar
39. vales f rteis denominadas ribeiras encontra se vegeta o mais abundante e sobretudo diversas culturas As culturas fundamentais s o o milho e o feij o A produ o desse cereal foi nos primeiros anos da independ ncia de cerca de 30 000 toneladas enquanto que o consumo ja era da ordem de 69 000 toneladas Nas terras irrigadas cultiva se a batata doce mandioca banana entre outras No entanto conv m desde j avan ar que num pa s que pretensamente tinha a agricultura como sua actividade principal a produ o agr cola fornecia apenas 3 dos g neros de primeira necessidade consumidos sendo todo o restante proveniente da importa o Os produtos aliment cios totalizam cerca de 55 do total das importa es do Pa s 2 3 A Administra o Interna e pol tica do Territ rio Embora o Estatuto Pol tico e Administrativo de Cabo Verde durante a administra o x oe 33 9 portuguesa preceituasse que a Provincia gozava de autonomia administrativa a administra o no per odo que antecedeu a independ ncia constitu a uma m quina que conseguia uma subordina o t cnica dos servi os provinciais s direc es gerais 8 Rep blica de Cabo Verde 5 anos de Independ ncia 1975 1980 Comiss o do V anivers rio da Independ ncia Nacional pag 1 Estatuto Pol tico Administrativo da Provincia de Cabo Verde de 1972 Art 2 16 hom logas do Minist rio do Ultramar sem ferir a compet ncia do Go
40. veis enfim uma Administra o P blica pretensamente concebida como instrumento de desenvolvimento e garantia de defesa do novo regime proposto por essa segunda e nova Constitui o Mas importa desde j deixar expresso que a Constitui o de 1992 pela pr pria filosofia pol tica que enforma ficou nos ant podas da Constitui o p s independ ncia e que por sinal s seria aprovada pela Assembleia Nacional Popular em 1980 que na altura do seu nascimento o Estado de Cabo Verde foi idealizado e estruturado como um Estado ideologicamente comprometido com a defesa dos interesses das massas trabalhadoras e a constru o da paz progresso e felicidade para todos os cabo verdianos raz o por que a primeira Constitui o caracterizava Cabo Verde como a Uma rep blica soberana democr tica unit ria anti colonialista e anti imperialista 17 Constitui o de 1980 capitulo I art 1 22 b Um Estado de democracia nacional revolucion ria fundada na unidade nacional e na efectiva participa o popular no desempenho e direc o das actividades p blicas e orientada para a constru o de uma sociedade liberta da explora o do homem pelo homem c Que tinha o PAIGC como a for a pol tica dirigente da sociedade e do Estado a quem cabia a tarefa de estabelecer as bases gerais do programa pol tico econ mico social cultural de defesa e seguran a a realizar pelo Estado e ainda definir as etapas da Re
41. 6 331 71338 66 1168 Centro de Sa de 1 20 000 Habitantes Hospital de 50 camas 1 50 000 hab Hospital de 200 camas Nota N N de unidades necess rias NC N de unidades a construir Fonte Idem pag 55 98 Anexo 10 Bolsas de Estudo atribuidas no sector de sa de a estudantes caboverdianos por pa ses estrangeiros e Organiza es Internacionais N de bolseiros Anos i 1976 1977 Anos 1975 1976 Medicina Medicina Aux Enfermage Parteira Analista Psicologia Fonte ldem pag 37 Anexo 11 Enfermeiros e T cnicos para os servi os gerais para as forma es sanit rias exceptuando Hospitais de 200 camas e o Centro de Psiquiatria Em 1977 s rios 1977 1978 1979 Enfermeiros Ge 29 222 173 4 2 ent Parteiss 24 2 T cnico Aneste z 7 6 T cnico Dentis _ 24 22 B E T cnico dela 24 2 0 T cnico de Rad Z 7 6 E Enfermeiro ORL 5 7 6 E z T cnico der _ 24 2 Agentes de Sau _ Base mm Too 38 30 06 6 Fonte Idem pag 63 1980 10 No PO PRP PS Existentes Neces A formar em 1981 4 Total em 5 anos 193 24 7 24 24 7 7 24 99 Guiao das Entrevistas I Question rio sobre a Lei da Reforma Agraria 1 A lei da Reforma Agr ria era necess ria em Cabo Verde 2 Que an lise faz da lei que foi aprovada em Maio de 1982 na ANP 3 Como explica toda a po
42. 7 de Abril de 1979 foi uma ocasi o para alertar o mundo para os cuidados da sa de Primaria pois que as crian as nascidas entre 1979 e 2000 representam mais de 1 3 da popula o mundial no final do s culo XX 77 Educa o nutricional a partir de alimentos locais Promo o da realiza o oral enquanto medida de evitara morte devido a diarreia Sistema de evacua o de dejectos Vacina o contra as doen as que mais afectam as crian as Atendendo que a sa de da crian a n o se passa apenas pelos cuidados com a parte f sica mas tamb m com a sa de ps quica para comemorar o Dia Internacional da Sa de em Cabo Verde neste ano foi realizada uma confer ncia na capital subordinada ao tema A sa de mental da Crian a proferida pelo Dr Irineu Gomes psiquiatra no Hospital Central da Praia Em 1980 esse t cnico de sa de Dr Irineu Gomes foi nomeado Minist rio de Sa de e Assuntos Sociais por decis o com For a de Lei do Presidente da Rep blica datada de 2 de Janeiro do ano em curso O novo titular da pasta da Sa de desempenhava fun es de Director do Gabinete de Estudos Planeamento e Coopera o do MSAS No acto do empossamento que decorreu no dia 12 de Janeiro numa cerimonia solene que decorreu no sal o da presid ncia na presen a do Presidente da Republica Sr Aristides Pereira ao tomar da palavra o empossado falou sobre dos problemas espec ficos da sa de e das causas da morbilidade em Cabo Verde
43. Cantinas Escolares ienes 50 5 3 A Escola de Forma o de Professores do Ensino Secund rio EFPES 52 5 4 Radio Educativa um meio de forma o para o desenvolvimento 53 5 5 O Ensino Pr Escolar ss sisvsccsstccssticsisoscastceciser vesasceufesaticogssocaceapensa tase anceegusagadedececaieeoatdeane 55 5 6 A Forma o T cnica e Profissional ee eeeeseeeeeeeseeeseeeaeeceecsaecsaeceaeseaeeeseeeeeeeeeeeeeeeeas 57 5 7 A Capacita o de Quadros siiciessdsieegssecsuseandeuersuvtessbesscacsetiveuaee rea ceuneten dususeaadagestiseacesniaects 59 5 8 A luta contra o analfabetismo CONtINUA ee eee eeeeeeeeseeeeeecececaeceaeceaeeeaeeeseeeeeeeeeeeeeeeeas 62 A Pol tica de Situa o de Sa de em Cabo Verde ei ceeceesceeceeeeeeeeeeeseeeeeeseessaessaessaeenaeees 65 6 1 An lise do Sistema de Saude sisisi iniaiaiai eisite a ee 65 6 2 O Crescimento DeMmografico eee eescesecessceseeeseeeeeeseceseaeeeaeecaaecsaessaeeeaeeeaeeeeeseeneeeeeeeas 67 6 3 A Mortalidade Uma quest o de Sa de P blica 67 6 4 A Pol tica de Sa de do Governo ociicccccccccccccccsccsceeeeeccceseessesueesecceeesessusueeeeesseueuauenseueees 69 6 5 A Forma o e Qualifica o de Quadros eee eeeesseeseesceeseecseeceseceaeceaeeeeeeeeeeeeeeeneeeneeeas 73 6 6 Protec o Materno Infantil e Planeamento Familiar 76 6 7 Infra estruturas de sa de uma necessidade sem
44. Sociais pretende se organizar em Julho do ano em curso 1982 um encontro com os t cnicos no sentido de melhorar a qualidades de vida dos grupos sociais minorit rios como velhos inv lidos e doentes cr nicos A Direc o Geral dos Assuntos Sociais vai apresentar ao Minist rio o projecto do Centro Juvenil do Mindelo institui o que vai fundir o Lar Nho Djunga e Aldeia Juvenil Ainda no quadro das perspectivas para o bi nio 1982 83 ficou aprovado o projecto da Educa o Sexual em colabora o com o Minsit rio de Educa o e Cultura que deveria ser lan ado at o final do primeiro ano do bi nio Um dos objectivos principais desse projecto de contribuir para a forma o integral e harmoniosa da crian a e do A 3 i 103 adolescente ajudando o a desenvolver atitudes sexuais sadias A situa o sanit ria do mais importante centro urbano do pa s consequentemente de um dos maiores centros hospitalares do pa s atrav s de uma entrevista concedida pelo Dr Henrique Vera Cruz Director do Hospital Agostinho Neto pode registar que as melhorias est o vis veis a vista desarmada No inicio do ano havia pessoas a dormirem na rua do 103 4 situa o S cio sanit ria Educa o para a Sa de e sa de escolar Voz Di Povo 3 de Julho de 1982 85 hospital para conseguir uma consulta mas no ultimo trimestre do mesmo ano 1982 esta situa o j foi resolvida N o h mais fila de pessoas esperando nas consulta
45. Universidade do Porto Faculda Letras U o oes Ss an oN O C E A cC o ra Ss t uz e x N a o E s t a a o Ss o ce a a I Abril 2010 Universidade do Porto Faculdade de Letras ASPECTOS DA CONSTRUCAO DO ESTADO SOCIAL DE CABO VERDE An lise da Imprensa entre 1975 e 1985 Disserta o de Mestrado apresentada Faculdade de Letras da Universidade do Porto Centro de Estudos Africanos sob orienta o do Doutor Maciel Santos Mar lia Em lia Lima Barros Mindelo Abril de 2010 DEDICATORIA Ao meu filho Eduardo com todo o meu amor A mem ria do meu pai e minha m e Agradecimentos Ao Doutor Maciel Santos pela orienta o pela amizade e pelo apoio que sempre me dedicou Faculdade de Letras da Universidade do Porto pela oportunidade que me deu fazer essa forma o R dio Nacional de Cabo Verde Est dio do Mindelo e aos Irm os Capuchinhos pelo apoio na aquisi o de grande parte da documenta o necess rio realiza o deste trabalho Aos meus amigos Amiro Faria e Germano Almeida que me disponibilizaram informa es e bibliografia importante que constitu ram uma mais valia Ao Doutor Irineu Gomes ao Comandante Ol vio Pires ao Dr Ros rio Dr Valdemiro Martins Dr Antero Coelho e ao Sr Samuel Lima pelas conversas muito proveitosas e pelas informa es minha fam lia minha m e e meu filho pela for
46. a o 6 A Pol tica de Situa o de Sa de em Cabo Verde 6 1 An lise do Sistema de Sa de Desde da independ ncia que a Sa de foi sempre uma das principais preocupa es do Estado e do Governo Como se afirma avalia se o grau de desenvolvimento de um pa s Reflex o feita pelo Ministro aquando do Encontro de Alfabetiza o com as Empresas as Organiza es de Massas e Sociais que teve lugar a 6 de Mar o Jornal Voz Di Povo 13 de Mar o 1985 76 Segundo o Sr Manuel Santos coordenador do Projecto em S o Vicente mais de 1 3 da popula o adulta da ilha era analfabeta em 1980 isso prova que havia ainda muito por fazer e que essa luta n o era de f cil resolu o tendo em conta que desde 1976 que se vinha empenhando afincadamente nessa luta e o quadro n o era muito animador 65 em grande parte pelo quadro de sa de que apresenta Neste sector a situa o herdada n o era muito favor vel principalmente a n vel de quadros de infra estruturas bem como de uma pol tica capaz de dar respostas a popula o principalmente no meio rural Ao analisar a situa o sanit ria do pa s torna se evidente que os principais problemas da sa de p blica eram e A falta de agua e A situa o nutricional e As doen as infecto contagiosas e parasit rias e As defici ncias de infra estrutura de servi os de sa de A falta de gua afectava directa e indirectamente quer na reduzida produ o de alimentos bem como por su
47. a no sistema de ensino Verificava se um devassamento porque n o havia um trabalho cont nuo e sistem tico entre o Jardim de inf ncia e a escola prim ria e era essencial uma melhor orienta o das crian as que careciam de aproveitamento para transitarem para a escola Esta realidade constitu a um dos factores respons veis pelos fracos ndices de aproveitamento dos alunos nos primeiros anos de escolaridade Assim se explica o I Encontro Nacional das Educadoras Infantis realizado em 1981 entre os dias 9 e 10 de Abril em S o Vicente Esse encontro veio na sequ ncia das conclus es do Encontro de Quadros de Educa o Infantil que tivera lugar na capital em Dezembro do ano transacto De acordo com os relat rios apresentados pelas participantes um dos principais problemas era na falta de interliga o jardim escola Ainda os relat rios recomendavam intensificar o trabalho junto dos pais no sentido de os fazer responsabilizar tamb m pela educa o integral dos seus filhos Em 1985 foi realizado o VI Encontro Nacional de Educadores de Inf ncia que decorreu durante quatro dias na capital Participaram 48 participantes oriundos de diversos organismos e institui es intervenientes na Educa o Infantil do pa s Entre os participantes destacaram se a presen a de alguns psic logos e psico pedagogos que muito constitu ram uma mais valia ao encontro 2 Voz Di Povo 23 de Fevereiro de 1981 Novo Governo de Cabo Verde Vo
48. a que sempre me deram pela compreens o e por terem sempre acreditado em mim Ao amigo Jorge Brito pelo apoio final na formata o do trabalho e inser o de dados e cria o da capa todos meu muito obrigado de nada serve a Independ ncia a liberdade se n o acompanhada de condi es que propiciem aos cidad os a possibilidade real de dela tirarem proveito E essas condi es que s o tanto de natureza pol tica jur dica como econ mica social e cultural pressup em a continua o da luta As democracias constroem se todos os dias e todos os dias devem ser aperfei oadas Aristides Maria Pereira Primeiro Presidente Rep blica de Cabo Verde 1975 90 A nossa vit ria tem sido a nossa vontade de fazer as coisas superando os meios materiais de que dispomos Jo o Pereira Silva 1982 Ministro do Desenvolvimento Rural RESUMO A Independ ncia o marco mais importante na Hist ria de Cabo Verde E um ponto de viragem que p e fim a um longo per odo de coloniza o e d in cio a um novo ciclo para o povo das ilhas Os dez primeiros anos de Independ ncia 1975 1985 foram fundamentais na edifica o do Estado V o ser lan adas as bases que ainda hoje s o os pilares para toda a vida pol tica social econ mica e cultural do territ rio O PAIGC partido que durante anos lutou pela descoloniza o formou Governo e aceitou o desafio de construir o Estado de Cabo Verde Essa
49. acto do discurso do Ministro da Educa o Dr Jos Ara jo em entrevista concedida ao Jornal Voz DI Povo a 13 de Setembro de 1982 63 Neste nivel a realidade encontrado no periodo da independ ncia era de que mais de 4 a 73 E E metade dos cabo verdianos n o sabiam ler nem escrever Assim se explica esse enorme esfor o de uma luta tenaz para mudar esse quadro social herdado Muitas batalhas j tinham sido ganhas em 1982 A democratiza o e universaliza o do ensino do ensino Foi institu do a obrigatoriedade do ensino a n vel b sico O Estado n o poupou sacrif cios para garantir a cada crian a cabo verdiana o seu direito escola Assim que sete anos volvidos sobre a independ ncia podia se afirmar que sem excep o salvo devido a neglig ncia dos encarregados de educa o todas as crian as frequentam a escola Deste modo avan ou se com firmeza para o projecto de educa o dos adultos Esse investimento que vinha sendo feito h alguns anos em quase todos os concelhos com sucessos vari veis apresentava v rias limita es humanas e materiais mesmo assim n o podia apresentar resultados mais significativos O n mero de c rculos de cultura vinha a aumentar no pa s desde 1979 Nesse ano em an lise existiam j um total de 148 frequentados por 2147 alfabetizados Destes mil conseguiram fazer com xito o exame de 4 classe obtendo assim o diploma que lhes gar as dh 74 permitia um melhor enquadra
50. adores Cabo Verdianos Central Sindical INDICE 1 2 Introdu merena E cis caavee asda an casa a Sbeeecb Las Gus S ago E 9 Caracteriza o Geral de Cabo Verde 0 eee ee eeceessecsseceseceeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeaeeeaeeeaaecaaessaeeeaeenaeees 15 2 1 Situa o CeO STAN CA sokaren as EUR a e dou ada dead EEEE REEE EE E REEERE 15 2 2 Geografia do Arquip lago occ ee eeeescesscecseceeceaeceseeeeeeeeeeeeeeeaeseaeeeaeeeaaecaeesaeesaeeeaeees 15 2 3 A Administra o Interna e politica do Territ rio res 16 2 3 1 Os rg os de SoDErabia susasasgsta eeaassiaceaitoniaias cecilia miaaniicaatannseceosnieae 18 Estrutura o do Estado a c tiseicsledieese seni anager i a a Vauettecy dente 22 As Pol ticas Sociais do Estado ecececseesseeseescecssecsaeceaeceaeeeeeeeeseeeeseaeseaeeeaeeeaaesaessaeesaeenaeees 26 4 1 A situa o Econ mica do Pa s no per odo da Independ ncia 26 4 2 A Unidade Guin Cabo Verde erre cera aereaeerarerarananaaa 30 4 3 A Reestrutura o do Sistema Agr rio 0 eeceeeeeseeseeeseeescecsaeceaeceaeceaeeeaeeeeeeeeeeeeeeeeeeeas 33 A pol tica educativa iosccccceisscssseeste cagissn desdedssnedebsssdedes cadeansesn degeateeaateoassdetsosceeesivasn togeeaseeatteasends 43 5 1 Principais constrangimentos no per odo p s independ ncia cee eeeeeeeeeeeeeeeeereeees 43 5 1 1 Levantamento dos principais problemas ren 47 5 2 Programa Nacional das
51. ais de 60 da popula o cabo verdiana Por m era uma agricultura de subsist ncia facto que ainda hoje persiste dependendo totalmente das chuvas Cabo Verde ascende independ ncia num per odo em que as estiagens j vinham acontecendo h alguns anos e at aos in cios da d cada de oitenta a situa o manteve se praticamente igual Combater a seca constitu a um dos principais desafios para o Governo Todos os anos era necess rio executar programas de emerg ncia para acudir os camponeses que viam todos os seus esfor os indo por gua baixo A estrutura agr ria de Cabo Verde era um factor de instabilidade para vida de uma importante parte da popula o Os 39 dos camponeses com um m ximo de 51 em Santiago e um m nimo de 19 em S o Nicolau e Brava n o possu am terra pr pria 34 tendo de cultivas terras em regime de arrendamento ou de parceria Apesar das medidas tomadas pelo Governo todos os anos para debelar as crises elas insistiam em continuar e portanto era necess rio repensar e reformar todo o sistema agr rio em Cabo Verde de modo a resolver definitivamente esse problema A moderniza o agro pecu ria cabo verdiana implica o aproveitamento inteligente da terra o uso abundante de fertilizantes a introdu o de ra as de animais e equipamentos t cnicos Para al m disso uma outra forma de prestigiar e estimular a agricultura seria mediante a cria o de um sistema de cr dito rural pois s
52. ara isso foi necess rio fazer grandes investimentos n o s em termos financeiros e materiais mas tamb m na mentalidade do Homem desta Terra faze lo crer que ele era capaz que a Independ ncia n o era uma utopia de alguns mas uma hip tese real 89 Era humano acreditar em 1975 que Cabo Verde n o tinha condi es de caminhar por si Que devido a falta de recursos naturais no subsolo a falta de chuva a insularidade do territ rio a pequenez do territ rio entre outros factores seria loucura pensar que um pa s t o reduzido e insignificante poderia almejar ter direito ao ter um lugar de destaque de ser respeitado na cena internacional Mas nesse percurso o Governo nunca esteve sozinho p de contar sempre com parceiros que desde a primeira hora se disponibilizaram em ajudar entre eles destacam se a Organiza o das Na es Unidas e tantos pa ses que desde antes da Independ ncia j vinham ajudando o povo Embora a analise tenha incidido principalmente em aspectos sociais como Agricultura Educa o e Sa de por m h v rios outros departamentos que devido a escassez de tempo e de documentos tiveram que ser preteridos como Justi a Rela es Exteriores Transportes e Comunica o entre outros Uma critica sempre feita aos Governantes desse per odo consiste na quest o da implementa o do mono partidarismo pol tico Segundo alguns autores que consultamos cc a a implementa o desse sistema constituiu um
53. as consequ ncias e uma delas era e perderem as suas terras Havia uma tend ncia para se associar a quest o das reformas agr rias ao comunismo pois que sabiam que pa ses como Cuba e URSS j tinham vivido essa experiencia e acreditavam que o prop sito da lei era a expropria o e nacionaliza o das terras pelo Estado Como se disse anteriormente isso tudo era fruto de um certo desconhecimento que se tinha em rela o ao conte do do documento 38 Em entrevista no dia 18de Mar o em Santo Ant o 3 silva Jo o Pereira Ante Projecto da Lei de Bases pelo Minist rio do Desenvolvimento Rural pag 3 Mestre em Ci ncias sociais e Econ micas e Doutor em sociologia pela Universidade de Viena esteve em Cabo Verde de 1982 a 1986 ao servi o do Governo O estudo foi feito tardiamente 1982 86 tendo em conta que encontrou j uma grande resist ncia e desconfian a da popula o Poder se ia ter evitado muitas situa es desagrad veis 36 Pouco tempo depois da independ ncia o Primeiro Ministro e presidente da CNCV do Partido o Comandante Pedro Pires dizia nesse sentido imp e se nos o estudo serio das potencialidades agr colas e a adop o de uma pol tica racional de gua Devemos preparar as condi es para a reestrutura o da nossa agricultura e a liquida o das rela es injustas no campo e aumentar a produtividade O ano de 1977 foi um ano em o Estado deu uma aten o muito especial quest o da Reforma Agr
54. as implica es na higiene pessoal e colectiva O prec rio estado de nutri o de amplas camadas da popula o mais pobre sobretudo nas reas afectadas pela seca a alimenta o escassa em prote nas e vitaminas provocava um estado de sub ou de m nutri o que impunha tomada de medidas urgentes para debelar essa realidade Casos de manifesta es de avitaminoses e outras car ncias alimentares eram registadas em algumas ilhas e em consequ ncia dessa situa o a popula o fica propensa a v rias doen as As altas taxas de mortalidade infantil e de crian as com menos de cinco anos deviam se em larga escala s doen as infecciosas e parasit rias as doen as respirat rias entre outras De entre elas destacam se as enterites seguidas das pneumonias coqueluche sarampo t tano tuberculose A patologia peri natal que tamb m coincidia para eleva o das taxas de mortalidade materno infantil demonstrava a pouca aten o que tinha sido dado mulher e s crian as nos per odos mais sens veis das suas vidas 77 VOZ DI POVO 24 de Dezembro de 1976 pag 12 Analise da situa o da Sa de em Cabo Verde Problemas priorit rios 66 6 2 O Crescimento Demografico Ao analisar os documentos verifica se dois estrangulamentos nas faixas etarias de 20 a 30 anos e de 45 a 55 perfeitamente explic veis pela grande crise da d cada de quarenta que fez cerca de 30 000 mortos e pela emigra o de uma parte da popula
55. bros do Governo sob proposta do Primeiro Ministro 7 Receber as credenciais dos representantes estrangeiros 8 Nomear e demitir os representantes do Estado no estrangeiro 9 Amnistiar perdoar e comutar as penas 10 Declarar o estado de s tio 11 Conceder as condecora es do Estado 12 Todas as demais fun es que lhe forem atribu das pelas Leis e Resolu es da Assembleia Nacional Popular Art 9 No exerc cio das suas atribui es o Presidente da Rep blica profere Decis es com for a de Lei 2 Art 10 O Presidente da Rep blica respons vel perante a Assembleia Nacional Popular Art 11 O Presidente da Rep blica tem o direito de assistir e de presidir s reuni es do Conselho de Ministros de exigir relat rios dos seus membros e de discutir com eles todas as quest es das suas atribui es e compet ncia Art 12 Ao assumir as suas fun es o Presidente da Republica prestar perante o Presidente da Assembleia Nacional Popular por quem investido o seguinte juramento Juro por minha honra dedicar a minha intelig ncia e as minhas energias ao servi o do povo de Cabo Verde cumprindo os deveres da alta fun o de Presidente da Rep blica com fidelidade total aos objectivos do Partido Africano da Independ ncia da Guin e Cabo Verde Art 13 O Governo constitu do pelo Primeiro Ministro eleito pela Assembleia Nacional Popular por proposta do Chefe de Estado e por Ministros e Sec
56. buir penas de pris o at seis meses Segundo o documento aprovado pelo executivo os tribunais populares tinham legitimidade para julgar casos de crimes contra a sanidade p blica como lan ar lixo e gua suja na via p blica casos de desacato as e perturba o do sossego dos cidad os casos de a ambarcamento e venda de produtos fora de prazo As penas nesses casos podiam variar uma repreens o p blica at uma multa de dez mil escudos ou pris o 14 Lei de Organiza o Pol tica do Estado LOPE artigos n s 13 e 14 19 Os membros dos tribunais de zona eram eleitos pela popula o de cada comunidade de entre os cidad os de ambos os sexos e com idade superior aos 21 anos de reconhecida idoneidade nos aspectos moral social profissional e pol tico desde que soubessem ler e escrever e residissem na comunidade pelo menos meses durante seis meses Dois objectivos finais da cria o desses tribunais eram de por um lado descongestionar as outras inst ncias do poder judicial que n o teriam que se ocupar desses casos logo seriam mais c leres no desempenho das suas fun es e por outro lado garantir a ordem a Sy 15 disciplina no seio das comunidades O PAIGC criou ainda organiza es de Massas no campo e nas cidades Essas organiza es eram tidas como fonte de energia pol tica e auxiliares atrav s dos quais se refor ava a liga o entre o Poder e as massas populares As rela es Partido Organiza es de Massa
57. cess veis a muitas actividades mesmo de car cter agr cola O ponto culminante encontra se na ilha do Fogo Pico com 2829 metros em um vulc o cuja ltima erup o remonta a Abril de 1995 As ilhas mais pr ximas do continente africano Sal Boa Vista e Maio s o as primeiras a terem sido geologicamente formadas raz o por que s o as mais planas e devido forte influ ncia do deserto do Sara apresentam muitas colinas arenosas Amaral Il dio Hist ria Geral de Cabo Verde Vol 22 Edi o Instituto de Investiga o Cientifica Tropical Lisboa 15 O clima quente e seco Tradicionalmente a poca das chuvas est compreendida entre os meses de Julho a Outubro A pluviometria mostra que as precipita es anuais oscilam entre 250 a 350 mm Os solos pouco profundos e de declive acentuados oferecem reduzida capacidade de reten o raz o pela qual as guas das chuvas se perdem no mar depois de fortemente terem contribu do para uma eros o cada vez mais acentuada Os ventos que sopram quase constantemente sobre as ilhas participam tamb m nesse trabalho erosivo dos solos em geral desprovidos de uma cobertura vegetal Os recursos em gua variam de ilha para ilha sendo as mais f rteis as ilhas de Santiago Fogo Santo Ant o S o Nicolau e Brava As restantes s o muito ridas Nas regi es mais secas a vegeta o rarefeita ou ausente encontrando se o sisal como esp cie representativa enquanto que nos
58. ciado por uma Organiza o N o Governamental sueca RADDA BARNEN e sendo mais tarde gerido pelo Minist rio da 2 cus 209 Sa de e Assuntos Sociais 1 Mais de 63 enfermeiros estagi rios a serem espalhados por todo o pa s Cabo Verde passa a dispor de 200 enfermeiros para 300 000 habitantes voz DI Povo 14 de Junho de 1979 pag 5 2 Terra Nova Julho de 1978 pag 4 Acordo de Coopera o entre o MSAS e a Organiza o Sueca RADDA BARNEM 76 Ainda em Sao Vicente a 6 de Janeiro de 1977 o Governo efectua a transfer ncia do dispens rio de puericultura e enfermaria de pediatria para as novas instala es no ex tel grafo para satisfa o da popula o que h muito vinha pedindo Foi mais um passo em frente na melhoria das condi es de presta o de servi os m dicos e de enfermagem As novas instala es reflectiam o interesse do Governo na sa de das crian as O edif cio foi totalmente remodelado e subdividido em duas sec es uma ampla sala de espera com lavabo sala de pesagens e inscri o das crian as para consulta consultoria medico e sala de tratamento ainda outra sec o destinada a enfermaria de pediatria com quatro salas comportando oito ber os cada amplos corredores cozinha lavabos e salas de enfermagem Faziam parte tamb m do edif cio um p tio de recreio destinadas s crian as internadas Reduzir os elevados ndices de mortalidade do pa s era um objectivo do Governo e o Minis
59. come aram a ser empreendidas em diversos sectores particularmente na sa de e a assuntos sociais Foram realizados neste centro cursos de animadores sociais micrologistas e educadores infantis auxiliares de nutri o agentes sanit rios de base auxiliares sociais e agentes de luta anti pal dica No sector de constru o civil realizaram cursos elementares de forma o de desenhadores e top grafos No sector da agricultura a forma o do CENFA esteve circunscrita a forma o de t cnicos agr colas com o apoio internacional Tamb m foram realizadas 68 forma es no sector das pescas do Turismo e Hotelaria 5 7 A Capacita o de Quadros Esta mat ria um constante desafio para o Governo em todos os departamentos do Estado No sector da educa o para al m de cria o de recursos materiais como escolas 9 Voz Di Povo 28 de Janeiro de 1978 pag 4 Centro de Forma o e aperfei oamento Administrativo Idem 22 de Novembro de 1978 pag Centrais Os nossos quadros devem fazer de Cabo Verde o seu centro de Interesse Pedro Pires na abertura do CENFA 59 cantinas tamb m era necess rio n o descurar da valoriza o dos recursos humanos dispon veis e forma o de novos quadros para dar resposta a demanda cada vez maior a n vel nacional nesse contexto teve in cio em S o Vicente um semin rio de Supera o dos professores do Ensino Elementar que decorreu no Escola Preparat ria
60. constru o Nacional e estabelecer as vias da realiza o de uma sociedade justa livre e fraterna consubstanciadas essencialmente nos seguintes par metros C 1 cria o de uma organiza o econ mica e social capaz de responder ao objectivo de promo o cont nua do bem estar do povo com consequente liquida o da explora o do homem pelo homem e a elimina o de todas as formas de sujei o humana a interesses degradantes em proveito de indiv duos de grupos ou classes C 2 lan amento das bases de uma sa de p blica capaz de promover o bem estar f sico e mental das popula es e a sua equilibrada inser o no meio s cio ecol gico 1 em que vivem C 3 implementa o de uma pol tica de educa o que tenha como objectivo por um lado a liquida o do analfabetismo por outro a forma o integral do homem e por isso mesmo estreitamente ligada ao trabalho produtivo de forma a permitir ao cidad o inserir se na comunidade e contribuir para o seu progresso A par disso tudo foi estabelecido como imperativo fundamental do Estado de Cabo Verde criar e promover as condi es favor veis salvaguarda da identidade cultural vista como o suporte da consci ncia e dignidade nacionais e factor estimulante de desenvolvimento harmonioso da sociedade Era nada mais nada menos que a consagra o em termos formalmente constitucionais de uma pol tica que de h muito fazia parte do programa do PAIGC enquanto parti
61. correcta para tirar Cabo Verde da Situa o de dificuldade em que ainda se encontra Aristides Pereira Outubro de 1980 Dando continuidade a ideia contida na quest o acima citada este trabalho pretende tamb m ir al m dos primeiros cinco anos A quest o inicial prolonga se um pouco mais no tempo at 1985 per odo em que se completa o primeiro dec nio de governa o enquanto pais independente Assim interroga es como Quais foram em termos sociais a pol tica do Governo nos primeiros anos de independ ncia Em que consiste as realiza es mais marcantes desta poca 1 2 As motiva es da escolha do tema Como Professora de Historia e tendo ao longo de v rios anos leccionado sobre a Historia de Cabo Verde ap s a transi o para a Independ ncia constatamos que h uma grande escassez de documenta o sobre esse per odo do pa s Sente se alguma dificuldade em aprofundar alguns conte dos Assim se explica em parte essa curiosidade cient fica de conhecer melhor esse per odo e de obter mais informa es Em segundo lugar sempre consideramos este per odo mal tratado por uma grande percentagem da popula o que pelo facto de se ter implementado um regime de mono partidarismo que fica se com a ideia que nada se fez em prol do progresso e da constru o de uma sociedade mais digna e igual para todos os cabo verdianos PAIGC Reconstru o Nacional Cinco Anos de Realiza es Caderno do Deputado
62. das sociais t o fr geis Segundo o Ministro da Educa o Dr Carlos Reis uma grande dificuldade encontrado no avan o da alfabetiza o deve se a inexist ncia de quadros que pudessem dedicar se exclusivamente a essa tarefa e em liga o com sectores afins no quadro de educa o de adultos criar condi es que garantissem a sua continuidade Todos os elementos que integravam as comiss es de alfabetiza o desempenham outras tarefas A experi ncia tinha mostrado que era necess rio ter alguns t cnicos que pudessem dedicar apenas a educa o de adultos Muitos dos alfabetizadores s o estudantes jovens que terminaram os estudos liceus e logo n o tinham a forma o necess ria para desempenhar essa fun o Uma prioridade do Minist rio nessa rea era preparar de modo a que pudesse ter uma experiencia nacional de acordo com a realidade do pa s e s depois tentar aplicar os conhecimentos adquiridos com a visita que o Professor Doutor Paulo Freire pedagogo brasileiro residente em Genebra numa visita de dez dias que fez ao pa s Voz Di Povo 23 de Outubro de 1976 45 Cientista da linguagem internacionalmente reconhecido um dos nomes mais prestigiados da pedagogia do s culo XX pelo seu trabalho no campo de alfabetiza o de adultos entre outras esteve em Cabo Verde a convite do Governo de Cabo Verde para ajudar a encontrar formas de minimizar essa quest o que constitui um entrave ao desenvolvimento
63. de Cabo Verde O I Semin rio Nacional sobre Reforma Agr ria que decorreu de 13 a 16 de Outubro de 1978 em Assomada na ilha de Santiago contou com a participa o do Ministro do Desenvolvimento Rural e v rios elementos do Partido e do Governo representantes dos Minist rios da Justi a da Educa o administra o Interna bem como das Comiss es Concelhias de Reordenamento Agr rio 2 Entre outros assuntos constavam na agenda de trabalhos o que a Reforma Agr ria legisla o balan o do movimento campon s O Semin rio foi aberto pelo Engenheiro Ol vio Pires Vice Presidente da Assembleia Nacional Popular Em conversa com o Comandante Ol vio Pires ele afirma que a lei era muito pertinente e necess ria ao desenvolvimento do Pa s Real ou alguns aspectos importantes como a garantia da posse til aos que trabalhavam directamente a terra Segundo a lei posse til confere ao seu titular o direito de explora o e frui o a t tulo gratuito e perp tuo da unidade de produ o As limita es da lei sobre a posse til eram a aliena o ou onera o e ainda o fraccionamento por qualquer forma dos bens adquiridos em posse til salvo especial autoriza o dos organismos competentes da Reforma agr ria B O de 5 Maio de 1 982 Lei de Bases da Reforma Agr ria Cap HI sec o II art 24 Lei de Bases da Reforma Agr ria Cap IV sec o II art 33 38 Em 1979 Cabo Verde foi uma vez
64. de das pessoas por se destinar a justifica o permanente do sistema pol tico existente que era essencialmente te rico e divorciado da realidade cabo verdiana Reestruturar o sistema educativo era um acto de liberta o e de descoloniza o Contudo esse sistema n o conseguiu destruir a identidade do povo cabo verdiano Isso ficou a dever se em parte a fraca cobertura escolar do pa s e principalmente resist ncia cultural da popula o que se estendia as pr prias escolas Em 1977 foi realizado o Encontro Nacional de Quadros da Educa o cuja import ncia consistiu na defini o da miss o da Educa o em Cabo Verde que era de participar validamente no seu terreno de ac o na luta pela edifica o de uma nova sociedade ainda se proclamou a decis o de capacitar a juventude de forma a torn la sujeito activo de transforma o radical da vida do povo Foram ainda lan adas as bases da reforma do ensino cujos principais princ pios foram consagrados pelo III Congresso do Partido e tiveram acolhimento na constitui o da Republica Com efeito para melhorar o sistema de educa o o Governo apostava no ensino t cnico Nessa perspectiva foi realizado um semin rio no liceu em S o Vicente de 3 a 7 de Maio de 1982 tendo como objectivo reflectir sobre a problem tica da forma o profissional Neste semin rio participaram quarenta e tr s nacionais em representa o dos Minist rios da Educa o e Cultura Desenvolvimen
65. do que lutava pela independ ncia de Cabo Verde e que portanto j vinha sendo paulatinamente materializada no pa s desde 1975 18 Idem art 3 1 Idem artigo 14 2 Idem art 15 23 Fazia parte dessa politica como principio basilar e estruturante da toda a filosofia que orientava o tipo de Estado ora plasmado na Constitui o de 1980 raz o por que houve que ficar expressamente registado na Lei fundamental que na Rep blica de Cabo Verde existe separa o entre o Estado e as institui es religiosas ainda que desde logo o Estado tenha garantido o respeito e a protec o s confiss es religiosas legalmente reconhecidas No entanto importa dizer que esse princ pio absolutamente decorrente de toda a ideologia pol tica que enformava o PAIGC era em grande parte antag nico moldura social sobre a qual se desenhava a realidade da na o cabo verdiana Os diferentes cientistas de sociedade s o un nimes em aceitar a exist ncia de uma na o cabo verdiana h pelo menos trezentos anos e perfeitamente natural que seja assim Com efeito todos est o de acordo de que o modelo de povoamento que acabou sendo adoptado para as ilhas basicamente com escravos vindos das mais diversas proveni ncias da costa d frica e gente pobre das terras portuguesas a pobreza das ilhas as imensas pen rias por que ao longo dos s culos passaram as suas popula es acabou por moldar o homem cabo verdiano de forma indel vel n
66. e realizada em S o Vicente que a responsabilidade da importa o de medicamentos deveria pertencer exclusivamente ao Estado e assim tornava se mais f cil disciplinar e planificar a sa da de divisas que tal opera o implica Nessa conjuntura foi criada e EMPROFAC Empresa P blica de Produ o e Comercializa o de Produtos Farmac uticos criada em 1979 com autonomia financeira de gest o mas sob a tutela do Minist rio da Sa de Toda a importa o de medicamentos passa a ser feita atrav s dessa empresa que vai vender medica o Direc o Geral das Farm cias a entidade do MSAS que faz a distribui o para os postos sanit rios para todas as estruturas sanit rias para as direc es regionais e para os hospitais regionais e perif ricos Apesar de ser uma experiencia nova havia uma grande expectativa depositada no futuro desta empresa esperando o Governo que estivesse apta para corresponder s necessidades Um dos grandes calcanhares de Aquiles continuava sendo a quest o dos quadros Segundo dados fornecidos pelo Ministro existiam em Cabo Verde nesse per odo os seguintes recursos humanos 19 m dicos nacionais de cl nica geral 4 especialistas nacionais incluindo o pr prio Ministro 8 cl nicos gerais estrangeiros 26 especialistas estrangeiros 7 farmac uticos nacionais e 1 estrangeiro 1 engenheira qu mica nacional que trabalha no laborat rio de produ o e controle de medicamentos 1 engenheir
67. e Fevereiro de 1977 1 pagina Conselho de Ministros Aprova C digo dos Tribunais de Zona 20 interesses espec ficos dessa classe Tendo em considera o os superiores interesses da economia nacional a UNTC CS defendia o direito ao trabalho e a melhoria das condi es de vida das camadas trabalhadores mais desfavorecidas nomeadamente de Haein te E 16 assist ncia na doen a invalidez e velhice dos seus aderentes Segundo Dr Antero Coelho um dos pioneiros no movimento sindical para muitos n o havia movimentos sindicais nessa altura porque n o se fazia greve porem de acordo com o entrevistado as principais preocupa es eram de cuidar do futuro dos trabalhadores fazendo descontos salariais para efeito de reforma capacitar e formar quadros segundo informa es colhidas junto do entrevistado muitos jovens e trabalhadores receberam forma o na Alemanha e na Holanda fruto da Ac o da Central Sindical entre outras A Central Sindical que tinha estabeleceu rela es de parcerias com v rias da Europa principalmente nos pa ses do Norte era subsidiada pelo Estado tendo em conta que prestava um servi o que era til sociedade A verba esteve contemplada no or amento do Estado durante toda a 1 Republica 16 Dr Antero Coelho membro fundador do Sindicato em Cabo em entrevista afirmou que a UNTC CS foi fundada em 1978 que em 1975 tinha sido criada o Grupo de Ac o Sindical G A S que viria a se transformar
68. e divulgada e utilizada j em muitos pa ses em todos os continentes chega a Cabo Verde um instrumento mundialmente reconhecido como extremamente eficiente n o s na Educa o Formal mas tamb m na divulga o muito diversificada mais diversos conhecimentos para os adultos ou qualquer camada da popula o e como instrumento de desenvolvimento atrav s da participa o das popula es na transforma o das suas condi es de trabalho de alimenta o sa de educa o entre outras A r dio educativa um projecto que visa chegar de forma menos dispendiosa mas mais eficaz e r pida s camadas da popula o que n o tem acesso aos outros meios de comunica o de massas como os jornais e a televis o E um meio do atrav s do qual se passar uma serie de mensagens teis de todos os departamentos do Estado Os ouvintes desta r dio recebem em casa os programas que lhes s o destinados e est o inseridos num determinado esquema de recep o organizada de modo que possam discutir tirar d vidas avan ar propostas de altera o etc Determinadas comunidades podem mesmo produzir o seu programa localmente enviando depois a grava o para a emissora central a partir de onde a sua experiencia divulgada para todo o pa s anulando dist ncias fazendo avan ar o pa s e contribuindo para o progresso conjunto em ordem ao desenvolvimento global das condi es de vida A iniciativa da R dio Educativa em Cabo Verde resultou
69. e sujei o da pessoa humana No cap tulo VI do programa do PAIGC lan ava os seguintes desafios e Planifica o e desenvolvimento harmonioso da economia e Desenvolvimento e moderniza o da agricultura Transforma o do sistema de cultivo da terra de modo a acabar com a monocultura e a obrigatoriedade da cultura do milho no pa s A nacionaliza o das terras e Vencer as crises agr colas e as fomes e Desenvolver a ind stria e o com rcio em bases modernas Estabelecimento progressivo de empresas industriais e comerciais do Estado e Controlo do com rcio exterior e coordena o do com rcio interior pelo Estado Logo o PAIGC preconizava um desenvolvimento planificado harmonioso e equilibrado visando liquidar as sequelas coloniais e lutar pela independ ncia econ mica o pleno emprego e o bem estar para todos ge Rep blica de Cabo Verde 5 anos de Independ ncia Comiss o do V anivers rio da Independ ncia Nacional Praia 1980 28 Havia no entanto aspectos reais que se deviam ter em conta Por exemplo em Cabo Verde a potencialidade da m o de obra activa em 1976 era de aproximadamente 70 000 a 80 000 pessoas constitu da na maior parte de elementos semi qualificados ou sem qualquer qualifica o Apesar de ser uma das taxas menores no mundo n o consistia prioridade dos governantes aumentar essa taxa a curto prazo tendo ads y Pogi 2 ward 29 em conta que as condi es de absorver essa disponibilidade eram m
70. eira Aristides Relat rio do CSL ao III Congresso do PAIGC Pag 40 Idem pag 93 Entrevista Eng Amiro Faria Presidente da Comiss o Administrativa da Congel no per odo de transi o e Director Da Interbase entre 1975 a 1987 af Republica de Cabo Verde 5 anos de Independ ncia 1975 1980 Comiss o do V anivers rio da Independ ncia Nacional pag 54 27 sendo os restantes 40 cobertos por importa es financiadas por remessas dos 28 emigrantes e ajuda externa Pelo facto do Arquip lago ligado a Portugal facto que para muitos naturais das ilhas constitu a raz o para rejeitarem a independ ncia os or amentos tanto ordin rios como extraordin rios eram modestos e os subs dios vindos de Portugal muito inferiores ao necess rio e n o raras vezes destinados a projectos inadequados Ora para o PAIGC o conceito de desenvolvimento baseava se na necessidade de transformar a realidade de atraso que existia nas ilhas Desde a sua cria o que o Partido definiu de forma clara que um dos seus principais objectivos era n o s de liquidar todas as situa es de desigualdades e injusti as sociais bem como de criar as bases indispens veis constru o duma vida nova para a popula o bem como construir a paz o bem estar e o progresso Assim o Governo de Cabo Verde definia como objectivo para alcan ar a justi a e realizar o progresso para todos liquidar a explora o do homem pelo homem e todas as formas d
71. era constitu do por um Primeiro Ministro e por Ministros e Secret rios de Estado O Primeiro Ministro era eleito pela ANP sob a proposta do Presidente da Republica e os Ministros e Secret rios de Estado eram nomeados pelo Presidente da Republica sob proposta do Primeiro Ministro 5 Os Tribunais s o rg os do Estado encarregados da administra o da Justi a em nome do Povo Esses rg os gozam de total independ ncia no exerc cio das suas fun es Depois da independ ncia foram criados os seguintes Tribunais Judiciais O Conselho Nacional de Justi a Os Tribunais Regionais Os Tribunais Sub Regionais Os Tribunais de Zona Em finais de 1977 o Conselho de Ministros aprova o c digo dos Tribunais populares Tratou se de uma serie de normas definindo a compet ncia desses tribunais e o processo dos julgamentos populares que o Minist rio da Justi a fez editar e distribuir a todos os tribunais j constitu dos Esse c digo insiste no car cter reeducativo das penas a serem dadas aplicadas aos que manifestarem conduta anti social estatuindo que as penas sempre que poss vel fossem substitu das por medidas mais adequadas personalidade do acusado a sua condi o financeira profissional familiar Por exemplo uma pena que podia ser aplicada era de obrigar o indiv duo acusado a frequentar um estabelecimento de ensino com vista a supera o profissional e cultural Contudo os tribunais populares tinham compet ncia para atri
72. ermos de escolas e equipamentos conte dos program ticos de algumas disciplinas como geografia e Historia desintegrados espa o cabo verdiano A actividade desenvolvida pelo Minist rio da Educa o e Cultura durante o primeiro ano da sua exist ncia consistiu no seguinte e Desenvolver o sentido da responsabilidade e da disciplina entre os estudantes e servidores da Educa o em geral e Analisar as estruturas do per odo anterior independ ncia com vista a eliminar os aspectos negativos e valorizar tudo quanto possa conferir ao povo a prepara o adequada realiza o dos elevados fins que o Governo pretendia 43 e Reformular os programas escolares e aperfei oar os conhecimentos dos professores atrav s de est gios e cursos intensivos tendo em vista que o ensino deve estar profundamente ligado ao trabalho produtivo e Aumentar a rede de escolas prim rias e assistir os alunos oriundos das camadas mais desfavorecidas da popula o e Planificar a forma o de quadros de acordo com as prioridades dos sectores ligados ao desenvolvimento do pa s e progressivamente criar escolas para esse fim Estima se a frequ ncia em 1975 76 no ensino prim rio em cerca de 70 mil alunos a funcionar em 650 salas para a lecciona o de 3 turmas em regime de transdobramento pratica que implica a diminui o do n mero normal de horas lectivas com a criar turmas com aproximadamente 35 alunos e a substituir as salas alugadas por ou
73. es estava inscrita numa linha de continuidade das origens do PAIGC O Partido refor ou definitivamente a sua ideologia e a fidelidade a Am lcar Cabral A esse respeito este afirmava que O fundamento principal da unidade reside na diferen a entre as coisas Se estas coisas n o forem diferentes n o preciso fazer unidade n o h problema de unidade pd Assim em consequ ncia da unidade entre os dois pa ses que se pretendia econ mica para al m da politica verifica se um incremento das trocas Assim da importante reuni o que teve lugar entre 6 a 11 de Mar o de 1979 na qual participaram representantes dos Armaz ns do Povo da Guin e a Empresa Publica de Abastecimento de Cabo Verde foram tomadas importantes decis es no capitulo da trocas em que Cabo Verde exportaria ao pais irm o farinha de trigo sal e tamb m cebola atum entre outros produtos enquanto a Guin Bissau forneceria ao pais madeira carv o leo de amendoim entre outros Ainda nessa reuni o ficou assente que o cimento seria objecto de compra comum feita nos mercados de Angola Outras decis es foram tomadas numa reuni o entre os respons veis titulares das pastas do Comercio das duas Republicas de 3 a 5 de Janeiro no quadro das decis es do III Congresso 3 Pereira Aristides Relat rio do CSL ao III Congresso do PAIGC 32 4 3 A Reestrutura o do Sistema Agr rio A agricultura era a principal actividade econ mica em Cabo Verde absorvendo m
74. este curso pode constituir algo de muito importante na consciencializa o da nossa capacita o e potencialidade do pa s e de n s mesmos afirmava o Primeiro Ministro Comandante Pedro Pires no seu discurso de abertura deste acto solene O Ministro da Educa o classificou essa iniciativa de uma vigorosa manifesta o da nossa capacidade de sermos independentes e da nossa certeza no futuro do pais 60 Um ano lectivo passado sobre a abertura da referida escola fazendo um balan o de como decorreu o primeiro ano e constatou algumas insufici ncias nomeadamente a n vel de Idem 20 de Abril 1985 Voz Di Povo 3 de Novembro de 1890 Escola de Forma o de Professores Iniciado novo ano lectivo 52 falta de materiais did cticos e tamb m falta de recursos humanos Com vista a superar essas dificuldades o Minist rio atrav s de entidades ligadas Escola n o hesitou em recorrer a coopera o com pa ses parceiros de Cabo Verde na senda do Desenvolvimento Foi assim que chegaram ao pa s docentes da RDA nos dom nios da F sica Qu mica e Pedagogia para al m dos portugueses que eram em maior n mero e que estavam envolvidos nesse projecto desde a primeira hora Al m disso tamb m a Escola tamb m como a investir em formar um corpo docente com t cnicos nacionais que trabalhavam lado a lado com os professores estrangeiros Uma inova o para o ano lectivo 1980 81 foi a introdu o da disciplina de Portugu
75. ficina de electricidade totalmente constru da com ici 53 os recursos da pr pria escola Em Santo Ant o alunos e professores deslocaram se a zonas de trabalho com pozolana onde os alunos v o ver in loco como se trabalha com essa mat ria prima muito utilizada no pa s No Concelho da Ribeira Grande por iniciativa da Delega o escolar fez se o lan amento do primeiro n do boletim Escola No ano lectivo de 1977 78 atrav s dos meios que lhe s o pr prios jornais de parede palestras col quios filmes slides confer ncias a comunidade educativa pretende e Orientar o ensino de acordo com conjuntura actual do pa s segundo uma vis o clara das possibilidades e dificuldades e Dar ao aluno uma vis o correcta de Cabo Verde e do mundo em interdisciplinaridade com os estudos sociais e Despertar o esp rito criador e sentido de disciplina organiza o e responsabilidade dos alunos atrav s de iniciativas como murais da turma florais concursos de desenhos em interdisciplinaridade entre as v rias disciplinas e Valorizar o trabalho dos alunos atrav s da exposi o os mesmos e Despertar o sentido de solidariedade em rela o as causas justas Dentro deste novo sistema de ensino mencionado anteriormente criado para o ano lectivo 1977 78 tamb m foi analisado a calendariza o do ano escolar Constitu a prioridade ter mais cuidado e planifica o nessa mat ria No ano da independ ncia a
76. fortemente empenhado em alcan lo no pa s O Objectivo da OMS visava assegurar at o fim do s culo em todos os pa ses um n vel de Sa de P blica tal que permitisse realizar uma vida produtiva no plano econ mico e social o que implicava que os governos desenvolvessem sistemas nacionais de sa de formassem quadros m dicos e estendessem na sua totalidade assist ncia s popula es Sa de para todos at o ano 2000 um dos maiores desafios lan ados frica e ao Mundo no campo da sa de at ent o foi o tema de uma palestra que marcou o ponto alto das actividades alusivas ao dia Mundial da Sa de comemorado em Cabo Verde nesse ano VOZ DI POVO 12 de Janeiro de1981 Cardiologia Nova especialidade no Hospital Central da Praia pag 2 100 idem 7 de Abril de 1981 pag 2 83 Esta meta resultou de um encontro que tivera lugar em Ama Ata no Cazaquist o em 1978 na ent o Uni o Sovi tica em que estiveram presentes todos os Ministros de Sa de do Mundo Da resultou um documento que foi subscrito por todos os representantes dos pa ses presentes que delineava as estrat gias dos cuidados prim rios de sa de Desde ent o a maioria dos pa ses africanos responderam espont nea e entusiasticamente Segundo um representante da OMS esse objectivo n o significa de maneira nenhuma que a partir desta data deixar o de existir doen as enfermidades mas significa apenas que os africanos podem e deve
77. ha Em entrevista ao jornal Voz Di Povo o Ministro da Sa de e Assuntos Sociais referia que n o foram registados quaisquer casos nas outras ilhas A epidemia que n o chegou a atingir ndices dram ticos afectou apenas os concelhos de Santiago como Santa Cruz Tarrafal e Praia Segundo as estat sticas o n mero total de casos foi de 219 tendo se registado 17 bitos Apesar da fraca experi ncia do Governo em gerir tais situa es o Minist rio soube responder com efici ncia e efic cia a quer a n vel preventivo com medidas de vacina o educa o sanit ria e saneamento do meio bem como quer atrav s de medidas curativas A Organiza o Mundial da Sa de teve um papel importante nessa luta mas mais do que isso essa Organiza o em parceria com Governo de Cabo Verde elaborou um projecto visando intensificar a luta contra essa patologia 6 4 A Pol tica de Sa de do Governo A Pol tica de Sa de do Governo teve como objectivo formula o de uma Sa de prioritariamente preventiva intimamente ligada promo o social das comunidades e assente numa ampla mobiliza o e participa o das popula es Ao analisar o or amento do Minist rio da Sa de e Assuntos Sociais de 1976 v se claramente que esta era uma rea muito privilegiada a qual se vai dar uma aten o muito especial Num Estado no inicio da caminhada realmente o Governo tudo vai fazer melhorar as condi es de sa de do povo e por isso vai envolver
78. imo apenas uma caixa de primeiros socorros um manual de agente sanit rio de base e ainda alguns medicamentos padronizados Existia apenas nos meios mais rurais onde o n mero de habitantes era muito reduzido era uma esp cie de centro de primeiros socorros ai Estrat gia Nacional de Sa de Minist rio de sa de e Assuntos Sociais 1976 pag 50 71 Os casos mais graves deviam dirigir se aos postos sanit rios onde j havia j melhores condi es e pessoal mais qualificado como dois enfermeiros um respons vel e um adjunto um auxiliar social um agente sanit rio um microscopista uma curiosa e um servente Nesta unidade em termos materiais havia cinco camas completas uma bolsa de arteira um manual t cnico e ainda medicamentos e equipamentos padronizados 9 Os Centros de Sa de seriam unidades que existiriam nas zonas semi perif ricas dos centros urbanos Ofereceriam outras condi es quer em termos de espa o f sico quer a n vel de pessoal existente O pessoal j era muito mais qualificado e diversificado Haveria um m dico que era adjuvado por tr s enfermeiros uma parteira um t cnico de laborat rio Haveria ainda um dentista um puericultor um assistente social um t cnico de farm cia um agente sanit rio um condutor quatro serventes O material e equipamentos dispon veis seriam de vinte camas radioscopias gerador de corrente e ainda equipamento de laborat rio para exames de sangue urinas e fezes
79. inistrativo que estabelecia o contacto entre a comunidade e o delegado da Administra o Interna Durante os quinze primeiros anos da independ ncia havia em Cabo Verde um nico partido o Partido Africano da Independ ncia da Guin e de Cabo Verde PAIGC que apresentava a seguinte estrutura o a Comiss o Nacional de Cabo Verde b Direc es Regionais uma regi o por ilha c Sectores em cada concelho havia um sector d Sec es subdivis es dos sectores e Comit s de Base subdivis es das sec es 2 3 1 Os rg os de Soberania A Assembleia Nacional Popular ANP era o rg o Supremo do Poder do Estado Nessa qualidade a ela competia decidir sobre as quest es fundamentais da pol tica interna e externa do Estado organizar e controlar a aplica o da linha pol tica econ mica social e cultural definida pelo PAIGC O Presidente da Republica Chefe do Estado e o Comandante das For as Armadas era eleito pela A N P de entre os deputados eleitos pelos c rculos eleitorais 12 PAIGC Reconstru o Nacional Cinco Anos de Realiza o Comiss o Nacional para as elei es Caderno do Deputado Numero dois Tomo II da PAIGC Comiss o Nacional de Elei es Breves Apontamentos sobre os rg os do Poder do Estado Numero tr s 18 O Governo rg o executivo e administrativo supremo conduzia a politica da Na o de acordo com as linhas gerais tra adas pela A N P e
80. ionais eram em n mero muito reduzido Segundo ele o esp rito era de grande estoicismo por parte de todos De todo o modo alguns que estavam fazendo a sua forma o voltaram para ajudar e dar cobertura As car ncias eram de toda a ordem as 8 Embora os jornais apontem para 20 m dicos de cl nica geral Voz Di povo 18 de Junho de 1976 o Doutor Irineu Gomes ex Ministro da Sa de afirma que existiam apenas 13 sendo 4 em S o Vicente 4 na Praia e os restantes 5 espalhados pelo arquip lago Havia ilhas em que n o havia nenhum m dico residente como Maio S o Nicolau e Brava 73 condi es de trabalho eram m nimas Havia falta de quase tudo principalmente de pia 88 t cnicos Outro registo importante que demonstra um certo avan o era em rela o aos t cnicos de laborat rio que de 3 passou para 17 e ajudante de farm cia de 2 ascendeu para 10 Esses n meros por si s mostravam a determina o do Governo em melhorar o sistema de ao mir Eq 89 sa de pois que a forma o e capacita o de t cnicos era fundamental nessa luta Logo em 1975 foram atribu das bolsas de estudo a estudantes cabo verdianos financiadas por pa ses amigos e organismos internacionais Entre 75 e 76 foram atribu das cerca de mais de 90 bolsas de estudos s no sector da sa de conforme se pode ver pela tabela seguinte anexo10 No mbito da forma o no exterior Cabo Verde pode sempre contar com a coopera o e ajuda de muitos pa ses com
81. ivro Praia 1983 CARREIRA Ant nio Cabo Verde Aspectos Sociais Secas e Fomes do S culo XX Ulmeiro Lisboa 1984 DUARTE Ab lio Sobre a Situa o nas Ilhas De Cabo Verde Os servi os de Informa o de PAIGC 1974 ECO Umberto Como se faz uma tese em Ci ncias Humanas Editorial Presen a Lisboa 1997 102 FURTADO Cl udio A transforma o das Estruturas Agr rias numa Sociedade em Mudan a Santiago Cabo Verde Instituto Cabo verdiano do Livro e do Disco Praia 1993 GOMES Irineu A Politica de Descentraliza o dos Servi os de Sa de em Cabo Verde 1975 2000 MARTINS Ov dio Independ ncia Instituto Cabo verdiano do Livro Praia Dezembro 1983 MINIST RIO DO ULTRAMAR Lei Org nica do Ultramar Portugu s Agencia Geral do Ultramar Lisboa 1967 MINIST RIO DO ULTRAMAR Estatuto Pol tico administrativo da Prov ncia de Cabo Verde Agencia Geral do Ultramar Lisboa 1972 MONTEIRO C sar Augusto Recomposi o do Espa o Social Cabo Verdiano Gr fica do Mindelo 1978 Monteiro 2001 Lda Dezembro de 2001 OLIVEIRA Jo o Nobre de A Imprensa Cabo Verdiana 1820 1975 Funda o Macau Direc o dos servi os de Educa o e Juventude 1998 P A I G C Caderno do Deputado Comiss o Nacional de elei es e Breves Apontamentos sobre os rg os do Poder do Estado n Tr s e Reconstru o Nacional Cinco de realiza es n Dois Tomo II e Reconstru o
82. l mica que houve em torno desta lei 4 Considera que houve alguma precipita o na sua implementa o 5 Que rela o estabelece entre as leis de Reforma agr ria dos pa ses socialistas com a Lei criada em Cabo Verde 6 Excepto Santo Ant o nas outras ilhas a lei n o provoca muitas reac es Que leitura faz desta situa o 7 Foi feito antes da aplica o da lei algum estudo sociol gico ou antropol gico em a n vel das rela es de produ o II Question rio sobre Politica da Educa o 1 Como estava estruturada a educa o em Cabo Verde no per odo da Independ ncia 2 Quais eram os principais entraves que existiam em termos de conte dos 3 Em termos de infra estruturas as condi es satisfaziam as necessidades 4 Depois da independ ncia com foi equacionado o problema da falta de professores 5 Acredita que Cabo Verde esteve a altura de responder com n vel e compet ncia todos os obst culos que sugiram nesse sector 6 Fazendo uma an lise comparativa entre o n vel de ensino antes e depois da independ ncia que conclus es se pode chegar 100 III Question rio sobre a Politica de Sa de 1 Poderia caracterizar em termos gerais a situa o de Sa de em Cabo Verde no per odo de transi o para a Independ ncia 2 A n vel de recursos humanos qual era a realidade 3 Como v o sendo resolvidas as necessidades mais priori
83. l de Justi a e pelos Tribunais previstos nas Leis Art 18 O Conselho Nacional de Justi a a inst ncia judicial suprema da Rep blica Ele dirige a actividade dos tribunais com base nesta Lei e nas restantes leis da Rep blica e assegura a uniformidade da Jurisprud ncia Art 19 A composi o as atribui es e compet ncia do Conselho Nacional de Justi a ser o fixadas por Lei Art 20 No exerc cio das suas fun es o julgador s obedece Lei e sua consci ncia 2 S pode participar da composi o dos tribunais aquele que tiver provado a sua idoneidade para o exerc cio da fun o de julgador com fidelidade s conquistas revolucion rias do povo de Cabo Verde Art 21 O direito de defesa garantido ao arguido e ao acusado Art 22 A legisla o portuguesa em vigor nesta data mant m transitoriamente a sua vig ncia em tudo o que n o for contr rio soberania nacional presente Lei s restantes Leis da Rep blica e aos princ pios e objectivos do P A I G C Art 23 Esta lei entra imediatamente em vigor e mant m a sua vig ncia at adop o da Constitui o da Rep blica A Assembleia Nacional Popular 93 Anexo 2 Fonte A Reforma das Estruturas Agr rias de Cabo Verde Ante Projecto do Minist rio do Desenvolvimento Rural pag 7 QUADRO I REA CULTIVADA it SEGUNDO OS REGIMES DE EXPLORA O E EM REGADIO E SEQUEIRO IDHA 1 GE ote a
84. m beneficiar de cuidados s cio P ee 102 sanitarios que lhes permitem nascer crescer envelhecer e morrer com dignidade No mbito de trabalhar para a concretiza o essa meta da ONU foi de criar um parceria entre os Minist rios de Sa de e Educa o para se por em pr tica a politica de Educa o para a Sa de e Sa de Escolar Experiencias pilotos foram levadas a cabo pela Delegacia de Sa de da Praia com varias actividades com as crian as em idade escolar como avaliar a estado nutricional despistagem de les es na pele c rie dent ria e implanta o de dentes supervis o de alimentos entre outras O balan o das actividades foi muito satisfat rio para ambos os minist rios e criou uma equipa de trabalho permanente de sa de escolar com um programa de trabalho cem definido por m a ac o limitava se apenas ao concelho da Praia nesta fase inicial Para o bi nio 82 83 a inaugura o do novo hospital central em S o Vicente era uma das realiza es mais relevantes Prevista a sua inaugura o para o primeiro trimestre de 1983 tanto o Minist rio da Sa de como o das Obras P blicas empenharam se em finalizar os trabalhos de modo de que a ilha pudesse ter uma estrutura hospitalar de acordo com as necessidades da popula o e que dignificasse a ilha Entretanto estava agendada antes as obras da nova estrutura para os Raios X cujo aparelho j se encontrava em S o Vicente Segundo o Ministro a manuten o do nov
85. mais assolado pela seca A FAO aprovou o envio de uma ajuda alimentar de urg ncia no valor de 908 mil d lares atrav s do PAM a fim de contribuir para dos agricultores cujas colheitas foram outra vez duramente atingidas pela falta de chuva Ainda nesse mesmo per odo a FAO financiava quatro projectos agr colas a saber de cr dito agr cola conserva o de legumes frescos de apoio ao melhoramento da produ o de milho e ficheiros nacionais para inqu rito agr cola que a Lei contemplava no cap tulo V meios de fomento agr rio e medidas complementares de desenvolvimento entre eles destacam se a cria o e o aperfei oamento de infra estruturas de transporte armazenagem conserva o e distribui o a organiza o e extens o rural do ensino e forma o profissional agr cola e da investiga o cientifica ao servi o do desenvolvimento rural das de a n 2 45 A nossa Reforma Agr ria vai trazer nos a democratiza o das rela es no campo afirmava o Primeiro Ministro Comandante Pedro Pires durante o II Semin rio Nacional da Reforma Agr ria que teve lugar de 21 a 25 de Julho na capital do pa s Durante este semin rio o chefe do Executivo falou a cerca dos objectivos da Reforma Agr ria mostrando que al m da justi a social que ajuda a estabelecer havia tamb m imperativos de produ o e de aumento de produtividade que a pratica de mostrou ser poss vel atrav s de uma reforma agr ria O Eng Ol vio Pires
86. mento profissional Nesta opera o o Governo com o apoio da UNESCO e com a participa o efectiva do t o conhecido do povo cabo verdiano o eminente pedagogo Paulo Freire iria realizar um semin rio que tinha como principal objectivo a elabora o t cnica do Plano de Ac o que iria permitir ganhar o desafio de multiplicar anualmente o n mero de alfabetizados para que no horizonte de 1990 se pudesse erradicar totalmente o analfabetismo do pa s Em 1985 o ent o Ministro da Educa o e Cultura Dr Corsino Tolentino reconhecia a urg ncia em debelar esse mal na sociedade cabo verdiana No Encontro de Alfabetiza o com as Empresas as Organiza es de Massas e Sociais o respons vel m ximo pela Educa o no pa s afirmava que n o vejo como se pode falar seriamente de desenvolvimento sindical e prepara o do cidad o para a defesa dos seus direitos para a e Afirma o feita pelo Ministro da Educa o Dr Jos Ara jo por ocasi o do Dia Internacional da Alfabetiza o em 1982 Idem Voz Di Povo 13 de Setembro de 1982 64 participa o no desenvolvimento nacional se n o se fornece a esse trabalhador os a Fee a a Lo 75 instrumentos de observa o e an lise indispens veis Em todos os textos fundamentais do Partido quer da Constitui o quer do Programa de Governo se retoma a preocupa o fundamental da luta contra o analfabetismo sendo indicado no ltimo Congresso do Partido que essa luta de
87. mporta o comercializa o e produ o de medicamentos Projectos priorit rios para a ilha consistem na perman ncia de um m dico na localidade do Tarrafal onde existe uma estrutura sanit ria com alguma 19 import ncia bem com a transforma o da enfermaria regional na vila de Ribeira Brava onde trabalha o nico m dico no Centro de Sa de da ilha Em S o Vicente o Hospital Baptista de Sousa n o reunia condi es para o desempenho das suas fun es num centro urbano como a cidade de Mindelo Por m encontrava se em fase de acabamento o novo hospital que ir representar um refor o urgente s estruturas sanit rias da ilha Os dois edif cios funcionariam em complementaridade Existia ainda em S o Vicente uma estrutura central de PMI PF Planeamento Materno Infantil Planeamento Familiar que desenvolvia as suas actividades em quase todas as ilhas particularmente nas ilhas de Barlavento Na capital o ministro auscultando os agentes de sa de no terreno reparou que era urgente tomar medidas em rela o ao funcionamento do hospital Agostinho Neto Segundo palavras do chefe da sa de est praticamente deteriorado As obras de repara es tiveram o in cio havia j algum tempo abrangiam os edif cios de maternidade e ginecologia enfermaria de medicina pediatria E em Cabo Verde pela sua pr pria condi o de arquip lago a Sa de tem de ser descentralizada bem como os Assuntos Sociais est
88. na atribui o de 20 bolsas de estudo e do Instituto Cabo verdiano de solidariedade na atribui o de mais 10 estes dois cursos tiveram um car cter muito pr tico conforme se pode constar no curriculum dos alunos O est gio desses enfermeiros teve lugar ao longo de oito meses em dois per odos diferentes Na regi o de Sotavento os alunos da escola frequentavam quatro meses no Hospital da Praia seguindo depois para estruturas diferentes de sa de nas delegacias de outros concelhos do pa s Outra metade fazia o percurso inverso de modo que todos fiquem preparados para enfrentar as dificuldades do sector Perspectivas surgiram logo de criar um novo curso de enfermagem para os tr s anos lectivos seguinte que s deveria terminar em 1980 81 todavia essa nova forma o se no mbito de acompanhar o trabalho dos enfermeiros que foram formados nesse ano de modo a repensar o trabalho desenvolvido 6 6 Protec o Materno Infantil e Planeamento Familiar Uma outra medida tomada pelo Governo logo ap s a independ ncia foi a de criar Centros de protec o materno infantil com o prop sito de dar uma aten o especial as mulheres gr vidas aos rec m nascidos e as crian as nos primeiros anos de vida e ao planeamento familiar Em meados de 1976 foi criado o Centro Materno Infantil da Bela Vista em S o Vicente o primeiro de Cabo Verde A sua cria o foi gra as a iniciativa da Organiza o das Mulheres de Cabo Verde OMCV Foi finan
89. nd not easy to reach Thus instead of choosing a topic to formulate hypothesis about the option was to investigate and select information either through the press of that time or through interviews and conversations with authorities and citizens who participated actively in the building of the Nation so as to characterize this period Siglas ANP Assembleia Nacional Popular BAD Banco africano de Desenvolvimento BIT Bureau Internacional du Travai CENFA Centro de Forma o administrativa CNCV Concelho Nacional de Luta CSL Conselho Superior de Luta DASE Departamento de Ac o Social Escolar DEEE Departamento de Educa o Extra Escolar FAO Organismo das Na es Unidas para Alimenta o e Agricultura JAAC Juventude Africana Am lcar Cabral MAAS Minist rio da Sa de e assuntos Sociais MDRP Minist rio do Desenvolvimento Rural e Pescas MEC Minist rio da Sa de e Cultura OMCV Organiza o das Mulheres de Cabo Verde ONUDI Organiza o das Na es Unidas para Industria OPAD Organiza o dos Pioneiros Abel Djassi PAIGC Partido Africano da Independ ncia da Guin e Cabo Verde PAM Programa Alimentar Mundial PIB Produto Interno Bruto PMI PF Programa Materno Infantil Planeamento e Familiar PNUD Programa das Na es Unidas para o Desenvolvimento UNESCO United Nations Education Science and Culture Organization UNTC CS Uni o Nacional dos Trabalh
90. ng agriculture the main economical activity it absorbed more than half the population the deficient infra structures which were not able to satisfy the demands and basic needs of the people especially in the rural areas so socio economically speaking the needs were many In all areas a hard and serious work was set up The Government started working in all sectors of life in a well integrated and coordinated joint force defining priorities both for the State and for the people seeking solutions for the basic needs of the population With a spirit of mission and a very strong political determination Cape Verde started the first steps towards development But the Government was never alone in this difficult task From the very beginning it could count with the help and the partnership of several friendly nations and also with the help of several international organizations and institutions among which was the United Nations Organization In this dissertation the objective is to make an overview of the Social Situation of the country emphasizing some of the victories of that period The aim is to characterize the most important actions and social policies of the Government in sectors like Education Health and Agrarian Reordering because significant reforms were then made is these areas This period of the Capeverdean history is not investigated yet There is still much to be done The information that exists is very scattered a
91. nos P T a AtP viu Regadio ma Sequeiro qi area cut Santiago 60 169 28 109 693 50 47278 22 156 971 72 7 298 3 215 821 97 223 119 St Ant o 32927 56 620 1 24 049 43 25 569 44 8 256 14 50 240 86 58 496 S Nicolau 10 430 61 37 0 6515 39 6 552 37 539 3 16 443 97 16 982 Fogo 27 438 51 1533 g 25 263 46 26 796 49 0 0 54 234 100 54 234 Brava 2 862 60 532 11 1396 29 1928 40 234 5 4556 95 4790 Fonte Gabinete de Inqu ritos Rurais MDR 78 79 8 Tiago A rea total conta a das Empresas Estatais e da Ribeira Seca As percentagens de CP A Pe A P s o em rela o rea cultivada total menos a rea cultivada pelo Estado e a rea da Ribeira Seca NOTA A ltima coluna corresponde s reas totais inquiridas 94 Anexo 3 O Subsistema Escolar em 1984 85 Ensino Via AIUNOS Alunos Escolas B sico secund rio 41232 1450 436 Complementar 8972 272 LS Secund rio Liceal 4135 135 T cnico 671 46 Forma o C P 60 12 C F P B e C Fonte Fundo de DesenvolvimentoNacional Cabo Verde Dez anos de Desenvolvimento pag 204 Anexo 4 Distribui o et ria segundo censo de 1970 75 70 74 Fem 22 82 Masc 60 64 55 59 50 54 45 49 40 44 35 39 30 34 25 29 20 24 15 19 10 14 5 9 i T T T 1 r t T T 1 20000 10000 O o 10000 20000 Fonte Estrat gia Nacional de Sa de Praia 1976 pag 26 95 Anexo 5 Evol
92. ntava Constituiria t o somente o quadro institucional que vai possibilitar ao Governo levar a cabo um certo n mero de medidas suscept veis de gradualmente traduzir em realidades as sua aspira es Para que os objectivos da Reforma Agr ria fossem atingidos era fundamental garantir as condi es materiais e subjectivas De entre elas destacam se a organiza o eficiente das institui es previstas na lei em particular as Comiss es de Reforma Agr ria o apoio t cnico e cientifico extens o rural o suporte financeiro ao cr dito agr cola o fomento das associa es de camponeses o desenvolvimento das cooperativas etc A implementa o dessas medidas dependia da vontade e de uma ac o conjunta do Estado mais as organiza es de massas Neste contexto de reformula o das estruturas agr rias alguns xitos foram conseguidos como a arboriza o de vastas reas do pa s e dos esfor os de investiga o ligados a tentativa de recupera o do eco sistema Por outro lado a valoriza o dos recursos h dricos nacionais para que aumentasse apesar das secas o volume de agua dispon vel Nesse sentido ainda o Governo estava empenhado em aplicar uma pol tica de modo a criar no consumidor atitudes mais correctas em rela o a esse bem essencial raro e de primeira necessidade Tal pol tica devia passar pela organiza o da gest o da gua de forma a evitar desperd cios que infelizmente ainda continuava a verificar n
93. nvolvimento definiria as linhas mestras de actua o em todos os dom nios nesta fase de luta pela liberta o econ mica dos dois pa ses Apesar de ser o III Congresso do Partido havia alguma inexperi ncia por parte do Partido na organiza o do evento na medida em que se que se realizava em condi es totalmente distintas dos outros anteriores Os congressos anteriores foram realizados durante a luta de liberta o na Guin Bissau sendo o primeiro em Cassac em 1964 e o segundo em Medina de Bo em 1973 32 Voz Di Povo 12 de Mar o de 1976 pag 6 31 Durante os preparativos surgiam alguns problemas de dif cil resolu o tendo em conta a precariedade dos pa ses Era aguardado cerca de 300 delegados do Partido e mais 200 convidados e nas condi es concretas da Guin onde se ia realizar o Congresso n o era f cil alojar tanta gente Havia tamb m problema de seguran a de transporte de espa o para a realiza o o evento que coubesse mais de meio milhar de pessoas que eram previstas estar presentes Contudo depois de muito esfor o e envolvimento o III Congresso realizou se de 15 a 20 de Novembro na capital da Guin Bissau Como atr s se disse esse acontecimento de tamanha envergadura por muitos comparada com a proclama o da independ ncia Segundo o Relat rio Geral do Comit Superior de Luta CSL apresentado por Aristides Pereira ficava claro que est nova fase que se desenhava na vida dos dois pa s
94. o hospital e do seu equipamento iria ser a parte mais dif cil pelo que o Minist rio teria que apostar fortemente na forma o de quadros m dios e superiores para esse trabalho Mas h tamb m outros aspectos de capital import ncia para a vida do sector Estava de retorno um grande n mero de m dicos rec m formados bem como a partida de outros 101 Segundo informa o colhida junto do Doutor Irineu Gomes ex Ministro de Sa de que participou desta Conferencia representando Cabo Verde 102 Sa de para todos no ano dois mil Voz Di Povo 15 de Mar o de 1980 84 para especializa o Tamb m a forma o de novos enfermeiros Todas essas conquistas v o permitir melhorias dos servi os prestados comunidade A inaugura o do Servi o de Urg ncia e do Banco de Sangue do Hospital Central da Praia bem como a entrega de novas instala es de radiologia permitindo a montagem de aparelhos j existentes no pa s v o dar um grande impulso ao servi o prestado aos utentes A cria o de um Servi o Nacional de Farm cia constitui uma prioridade com fun es e responsabilidades bem definidas como e Legisla o e regula o Farmac utica e Controlo de qualidade dos principais produtos importados e fabricados e Cria o de um sistema de cobran a de medicamentos e Evitar a venda ilegal de produtos farmac uticos por pessoas n o autorizadas e Apoiar a produ o local de medicamentos b sicos Em termos de Assuntos
95. o respons vel pelo saneamento do meio 188 enfermeiros nacionais 14 estrangeiros al m de outros t cnicos que constitu am a equipe que trabalha a n vel nacional no sector Com efeito com a m dia de um m dico para onze mil habitantes bem como de um enfermeiro para cada 1 485 habitantes mil quatrocentos e oitenta e cinco mil mostrava se de forma inequ voca a grande car ncia que continuava havendo Apesar disso no ano em curso apenas dois dos quinze m dicos formados em Portugal regressaram ao pa s O Governo mostrava se confiante no regresso dos estudantes cabo verdianos de medicina em pa ses como Arg lia Uni o Sovi tica Cuba Brasil Checoslov quia Jugosl via entre outros para os anos de 1981 82 Com ajuda e o refor o 7 Idem 81 de m dicos cooperantes tr s m dicos nacionais podiam deslocar se para o exterior para especializa o Questionado sobre a quest o considerada quase tabu de cria o de num futuro pr ximo de cl nicas privadas no pa s ele considera que fazer medicina de colectividade prevenir curar e reabilitar o que significa valorizar o Homem engrandecer o Povo e consequentemente a economia do pa s o ministro conclui que a cl nica privada n o se EEE harmoniza com esse imperativo sociol gico Este foi um aspecto que o Dr Ros rio ginecologista e obstetra de renome a n vel nacional um dos mais experientes a exercer ainda no Hospital Baptista de Sousa
96. o Portugal Cuba Brasil Senegal Uni o Sovi tica Arg lia USA Fran a entre outros Anos ap s a independ ncia essas rela es continuavam s lidas e cada vez mais incrementadas O tema principal da primeira reuni o da Comiss o Mista cubano cabo verdiana que decorreu de 12 a 18 de Outubro em Havana foi o incremento da coopera o principalmente nos dom nios de sa de p blica educa o transportes comunica es agricultura justi a seguran a e diplomacia No decorrer dessa reuni o Cuba reafirmou uma vez mais a sua determina o em ajudar Cabo Verde nesses dom nios nomeadamente nos cap tulos da assist ncia t cnica forma o profissional concess o de bolsas de estudo e de est gio fornecimento de documenta o entre outros No que diz respeito a Sa de P blica o governo cubano prontificou se a completar a sua equipa m dica no pa s e em conceder bolsas para especializa o em sa de p blica e administra o hospitalar Numa visita de trabalho do Ministro da Sa de e Assuntos Sociais Ilha de S o Vicente Outubro de 1976 o camarada Manuel Faustino afirmava que Foi organizado um curso de enfermagem que dever ser aberto antes do final do pr ximo ano Foi ainda tratado o 88 Loe 4 a a oye ae Dr Ros rio talvez o mais antigo m dico a exercer medicina em Cabo Verde Desde o per odo colonial que mesmo como militar exercia militar Ao longo dos anos foi sempre uma mais valia para a Sa
97. o na luta de sensibiliza o da popula o de chamar a aten o para essa tarefa essencial que a liquida o urgente do analfabetismo e refor ar a mobiliza o e o empenho de todos aqueles que lutam nessa frente decisiva da reconstru o nacional os alfabetizados os alfabetizadores os respons veis do sector H um forte empenho do Estado em abrir uma nova fase de melhor organiza o e maior dinamismo no combate ao analfabetismo pois que desde 1974 que o Partido vem travando essa luta para fazer desaparecer para sempre de Cabo Verde esse flagelo a op o que nos mobiliza no combate contra o analfabetismo que uma op o fundamental para a nossa liberdade e prosperidade Porque n o carece de demonstra o que no mundo de hoje ningu m verdadeiramente livre se ainda se debate nas trevas do analfabetismo que nenhum povo pode construir o seu progresso arrancar se das garras do subdesenvolvimento se n o conseguir dar aos seus trabalhadores construtores desse progresso aptid o que os torna capazes de manejar a escrita e desta forma elevar e aperfei oar os seus conhecimentos a sua forma o geral went 72 e profissional Essas palavras proferidas pelo Ministro da Educa o aquando da comemora o do Dia Internacional da Alfabetiza o deixa claro que o Partido tinha a no o do qu o importante era reduzir a taxa de analfabetos e v o empenhar se verdadeiramente nessa luta Extr
98. o sanit rio a informa o p blica e o abastecimento de gua e saneamento A fim de realizar a pol tica em mat ria de sa de o Governo de Cabo Verde previa entre outras entre outras ac es o refor o das infra estruturas sanit rias incluindo a forma o de quadros especializados Um dos objectivos para esse bi nio era de reduzir ainda mais a taxa de mortalidade infantil promover a pesquisa e o controlo da natalidade reduzir a 87 incid ncia das diarreias graves e assegurar a imuniza o no devido tempo das crian as de O aos 4 anos com tuberculose sarampo poliomielite tosse convulsa t tano e difteria A informa o p blica e a educa o para a sa de a vacina o a promo o da sa de e do desenvolvimento tamb m fazem parte dos programas de coopera o entre a OMS e Cabo Verde durante esse bi nio 88 7 Conclus es Foi muito gratificante a realiza o deste trabalho Foi um grande aprendizado Quando come amos a sua elabora o pouco ou quase nada sab amos sobre esse per odo da Hist ria do Pa s A hip tese analisada ao longo da tese foi respondida isto foi poss vel confirmar que nos dez primeiros anos na Historia de Cabo Verde enquanto Estado houve progresso ganhos muito importantes a n vel social a partir dos quais se construiu um firme alicerce Z Ao terminar constatamos que esse per odo motivo de orgulho para todos os cabo verdianos independentemente de na poca se
99. o seio da popula o 1 B O Lei de Bases da Reforma agr ria Cap II sec o I art 10 42 5 A politica educativa 5 1 Principais constrangimentos no per odo p s independ ncia A educa o foi sempre uma aposta forte do governo de Cabo Verde ao longo do tempo Desde a independ ncia que o Estado elegeu este sector como alicerce para o desenvolvimento e para consolidar o processo de independ ncia a Constitui o em 1980 refor ou essa filosofia e todo um trabalho que j vinha sendo feito desde 1975 Os desafios eram gigantescos e consistiam principalmente em reduzir ao m nimo o ndice de analfabetismo capacitar e formar novos professores melhorar as condi es de aprendizagem construir novas escolas entre outros Para se compreender os problemas da Educa o em Cabo Verde era necess rio ter em conta o processo hist rico e o da sociedade de que s o parte Antes da independ ncia por raz es bvias o sistema de ensino pautou por algum desprezo da cultura e da realidade terra A instru o concedida ao cabo verdiano visava essencialmente a manuten o do regime existente dando aos alunos a conhecer quase que exclusivamente a Portugal O sistema educativo nessa poca caracterizava se por programas em nada assentes na realidade do territ rio os professores que eram maioritariamente da metr pole n o conheciam a cultura cabo verdiana exist ncia de um n mero muito reduzido de estruturas adequadas em t
100. oblem tica pode ser aperfei oada atrav s de um sistema de informa o sanit ria e com a implementa o de um conjunto de programas de cuidados prim rios como por exemplo a luta contra doen as diarreicas nutri o educa o para a sa de protec o materno infantil Em Genebra nos trabalhos da Organiza o Mundial da Sa de OMS onde o Ministro de Sa de fez um balan o dos actividades do seu minist rio no pa s nos ltimos dez anos da independ ncia Em declara o afirmou que Cabo Verde privilegiava a racionaliza o da gest o dos servi os de sa de a promo o dos recursos humanos para a forma o e a reciclagem de pessoal o recrutamento da assist ncia t cnica necess ria a capacita o para a produ o local da qualidade de medicamentos essenciais e a dinamiza o de um programa de constru o e melhoramento de infra estruturas sanit rias Prosseguindo nas sua interven o disse ainda Cabo Verde disp e actualmente de 104 m dicos 11 farmac uticos e 225 enfermeiros quanto ao n vel geral da popula o ela evoluiu favoravelmente o que se traduz na redu o da taxa de mortalidade infantil O or amento do bi nio 86 87 da OMS para Cabo Verde de um milh o e sessenta e um mil d lares Este montante que superior ao do n o transacto seria gasto em dez projectos que aquela institui o pretende levar a cabo em v rios dom nios dos quais se destacam a forma o de quadros o desenvolviment
101. oblemas relacionados com a vida escolar arranjo conserva o e embelezamento do espa o escolar atrav s da jardinagem arboriza o num esp rito de ajudar e colabora o nas aulas de trabalhos manuais os alunos do ciclo preparat rio das ilhas mais urbanas produziam brinquedos e outros materiais que eram para oferecer a sec o de Pediatria do Hospitais Ainda no intuito de ligar a escola comunidade trabalho um exemplo digno de registo aconteceu na vila do Tarrafal em Santiago onde os alunos da escola preparat ria v o ampliar as suas instala es com a constru o de um alpendre destinado a cantina e sala de estudo Esses mesmos alunos organizados em grupos de trabalho pelos professores e direc o da Escola deslocam se com regularidade ao colonato Titina Sila onde entre outros trabalhos fazem a limpeza das bananeiras e recolhem folhas que depois de secas s o utilizadas como material para a cobertura do referido alpendre Ainda neste mesmo concelho teve lugar uma experiencia interessante de um pai que se deslocou escola para ensinar os alunos a confeccionar p o e bolacha Outro exemplo da ponte escola trabalho aconteceu na Escola Comercial e Industrial do Mindelo onde toda a equipe escolar vai se envolver no projecto de aumentar as suas 52 VOZ DI POVO 24 de Dezembro de 1977 pag 2 Panorama da Educa o em Cabo Verde no ano Lectivo de 1977 1978 47 instala es com a constru o de uma o
102. ocial 70 Partindo da filosofia que sa de deve ser concebida em termos gerais e n o apenas como aus ncia de doen a o Governo pretendia para a concretiza o da sua politica nesta rea um conjunto de medidas a saber e Aproveitamento e reconvers o das estruturas e equipamentos existentes e Cria o de estruturas que de facto respondessem s necessidades das comunidades e Adequa o de quadros realidade do pa s forma o e Cria o de Postos Sanit rios com interven o preventiva e curativas sob responsabilidade de um enfermeiro e Centro de Sa de com fun o de coordena o das outras unidades e de consultas externas sem internamento excepto em alguns casos concretos sob a responsabilidade de um m dico e Hospitais centrais para o m ximo de 200 camas e Centro de Protec o Maternal Infantil e Centro de Psiquiatria Comunit ria Cabe lembrar que no momento da independ ncia a n vel de infra estruturas a realidade era a seguinte postos sanit rios por 1 5000 habitantes 29 Centro de sa de por 1 20 000 habitantes 8 Hospitais com 200 camas 2 pe Nos cinco anos ap s a independ ncia o Governo fez um grande investimento a n vel da sa de a n vel nacional Assim que seis anos volvidos ap s a independ ncia criados v rias infra estruturas Anexo 9 Devendo entender por Unidade Sanit ria da Base uma infra estrutura que funcionava com apenas um enfermeiro que dispunha de um material m n
103. olvimento Rural fixava anualmente uma data limite para o in cio dos trabalhos agr colas ap s o que autorizava as comiss es de reordenamento agr rio dar de arrendamento os terrenos n o cultivados e depositar nos secret rios administrativos a ordem dos propriet rios o dinheiro da renda Ficava desde Voz Di Povo 23 de Julho de 1977 pag 6 O Presidente na Zona da Reforma Agr ria 42 Idem 37 modo expressamente proibida por lei o direito dos propriet rios de usarem e abusarem das terras no pa s onde a quantidade de terra ar vel por habitante muito diminuta Esse decreto lei confirma a proibi o de subarrendamento que define como toda a situa o em que o arrendat rio ou parceiro cultivador entrega a um terceiro para explora o remunerada a dinheiro ou g neros parte ou totalidade do pr dio r stico que possuir em regime de arrendamento ou parceria mesmo que n o houvesse contrato 43 escrito Toda essa legisla o visava dar uma maior estabilidade econ mica ao trabalhador da terra eliminando intermedi rios que visavam obter proveitos sem participar na produ o e sem disporem de um t tulo de propriedade desempenhando simplesmente o papel de cobrador de renda A situa o de subarrendamento muito frequente sobretudo na ilha de Santiago vinha sobrecarregando o campon s cabo verdiano e impedindo pela injusti a not ria que representava a sua correcta participa o na explora o e constru o
104. os ficando ambos em igualdade Mas aquela situa o continuava a exercer influencia em certos esp ritos Como forma de solucionar a quest o de falta de quadros muitos questionavam a hip tese de se criar uma escola de forma o em S o Vicente Do ponto de vista governamental essa ideia era ainda muito prematura que os estudantes que queriam ir estudar na capital tinham direito a bolsa de estudo paga pelo Estado Logo n o ficava muito dispendioso deslocar se Em segundo lugar o curso e a escola t m vida interna que ficaria mais empobrecida se seus quadros se dispersassem N o havia ainda muitos alunos nem muitos professores logo era se obrigado a ter contribui es de professores estrangeiros seja em regime permanente seja em regime de semin rios Os parcos recursos materiais e humanos deviam ser concentrados para se poder elevar o n vel do curso de modo a se ter uma escola com um n vel de qualidade superior Nesse mbito de formar quadros cada vez mais necess rio ao pa s foi realizada a 4 sess o da Comiss o Mista Cabo Verde Cuba que se queria ser um marco na coopera o que desde h muito existia entre os dois pa ses Esse encontro que culminou com assinatura de protocolo de coopera o cient fico tecnol gico abrangendo reas como sa de educa o entre outros O documento assinado fixava modalidades de coopera o como assist ncia t cnica concess o de bolsas de estudos est gios forma o de
105. os que nos anos subsequentes at a independ ncia diminu ram substancialmente Em 1979 a doen a volta a surgir com certa express o Nessa poca foram tomadas as medidas necess rias para o combate do surto como o controlo de entrada principalmente nos portos e aeroportos principalmente de indiv duos chegados de zonas geogr ficas end micas como recolha de sangue para exames e tratamento dos doentes diagnosticados Ainda foram feitas campanhas de desinfec o de em v rias reas do pa s Agente sanit rios especialmente preparados e chefiados pelo Dr Santa Rita Vieira Brigada de Erradica o do Paludismo e apoiados por t cnicos especializados do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa chefiados pelo ilustre cientista portugu s professor Cambournac A C lera tamb m foi outra doen a epid mica que em anos de alguma pluviosidade assolava as ilhas Em Julho de 1974 ocorreram surtos epid micos que foram rapidamente debelados com medidas postas em pr tica como campanhas de educa o sanit ria e 81 A Luta pela Erradica o do Paludismo no Pais Voz DI Povo 18 de Abril de 1979 68 vacina o anticol rica que nessa poca ainda se utilizava Surtos mais limitados ocorreram ainda em 1975 e 1976 nalguns pontos do arquip lago Conv m real ar que esses surtos epid micos atingiam principalmente a ilha de Santiago A epidemia que aconteceu em finais de 1976 no pa s cingiu apenas aquela il
106. os continuavam sendo muito grandes era un nime Segundo o Dr Pedro Ros rio ainda nesse per odo a situa o continuava muito dif cil e os obst culos eram enormes embora houvesse um forte empenho do Governo em minimizar as dificuldades Por exemplo nas ilhas de Santo Ant o S o Nicolau Boa Vista e calculava se que tamb m nas restantes ilhas perif ricas a situa o continuasse a ser a mesma de cinco anos passados ap s a independ ncia ainda o quadro a n vel de pessoal era de um medico para toda a popula o da ilha Santo Ant o a segunda em extens o e terceira em popula o com cerca de 50 000 habitantes dispunha de apenas um m dico residente na vila da Ribeira Grande Os restantes dois concelhos s tinha postos de enfermaria todos com grandes car ncias de equipamentos O nico hospital sito em Ribeira Grande carecia de grandes obras de conserva o e segundo o Ministro era insuficiente para as necessidades era preciso transformar essa unidade num hospital de 50 camas com a maior brevidade poss vel Havia contudo na ilha v rias unidades de base algumas ainda em constru o Para al m de grandes necessidades de recursos humanos para as estruturas existentes tamb m na rea de assuntos sociais registava se aus ncia no plano de planeamento familiar protec o materno infantil Em S o Nicolau verificou a necessidade de instala o de uma unidade de venda da empresa nacional EMPROFAC respons vel pela i
107. os naturais o fazia com que a economia fosse fr gil e muito dependente do exterior situa o diga se de passagem que persiste ainda hoje A agricultura principal actividade produtiva numa terra que n o chovia passava por uma situa o muito complexa que exigia reformas urgentes a n vel de estrutura o das propriedade bem como de uma legisla o capaz de criar um clima social com menos tens es e com mais igualdade e oportunidade s para todos O sector agr cola apresentava as seguintes caracter sticas e Utiliza o de m todos rudimentares e Baixo n vel t cnico e cultural dos camponeses alta percentagem de analfabetismo e Baixa produtividade quer em n meros absolutos quer por unidade cultivada e Estrutura agr ria atrasada 2 Informa o conseguida junto de Amiro Faria 26 e Depend ncia quase total das chuvas e Terrenos cultiv veis muito reduzidos No momento da independ ncia a ind stria em Cabo Verde contribu a com 2 5 na forma o do Produto Interno Bruto sendo apenas 3 a percentagem da popula o activa ocupada no sector secund rio Havia no per odo anterior independ ncia umas unidades fabris como por exemplo a Congel ind stria de pescas e frio industrial em que o Estado tinha possu a 60 das ac es Essa empresa exportava cerca de 400 a 600 toneladas Ano de peixe congelado para Portugal Ap s a independ ncia essa empresa viria a se transformar em Interbase Depois de 1975 essa n
108. os pequenos propriet rios e dos rendeiros Na opini o do Sr Samuel Lima ex seminarista no nico semin rio sobre a Reforma Agr ria realizado em Santo Ant o para se divulgar e dar a conhecer a lei em Agosto de 1981 sob a direc o do criador da lei Dr Carlos Veiga a reforma agr ria era necess ria em algumas ilhas como Santiago e Fogo contudo em rela o a ilha de Santo Ant o n o ge T se teve em conta as especificidades das rela es de produ o De acordo com estudos feitos pelo Minist rio da Desenvolvimento Rural ficava claro que enquanto que em Santiago o regime de explora o por conta pr pria representava apenas 28 em Santo Ant o era de 56 Outra informa o importante que se pode apreender do quadro que em Santiago o regime de arrendamento era de 50 em santo Ant o era 1 Santo Ant o uma ilha onde impera mais o sistema de parceria pois o quadro diz 37 Sr Samuel Lima ex seminarista do nico semin rio que teve lugar em Santo Ant o sobre a Lei da Reforma Agr ria actualmente chefe de secretaria da Escola Dr Jos augusto Pinto 35 2 que onde a percentagem maior Estes dados por si s mostravam que a lei era aplic vel uma ilha n o era valido na outra anexo 2 Nesta ilha a situa o era muito diferente das ilhas de Santiago e Fogo onde por raz es hist ricas essas rela es tinham se processado de forma diferente Considerada uma ilha de povoamento tardio seguiu se um si
109. ova empresa criada em 1979 viria a exportar seus produtos para outros mercados como Fran a It lia Arg lia Espanha e EUA aumentando consideravelmente a tonelagem ano para 2000 di A n vel de telecomunica es existia liga es embora deficit rias entre Praia Mindelo e Sal por feixes hertzianos A n vel de transportes inter ilhas havia algumas preocupa es mas n o eram suficientes para responder as necessidades Ilhas mais perif ricas como Boa Vista ficavam muito isoladas Depois da independ ncia come am a ser instaladas algumas unidades fabris todas de iniciativa estatal n o s porque era pol tica do Estado controlar a economia como tamb m porque dificilmente nessa poca encontrariam investidores privados quer nacionais quer estrangeiros para o fazer Empresas como MORABEZA confec es SOCAL cal ado EMPA Empresa P blica de abastecimento SCAPA sociedade de comercializa o e Apoio Pesca Artesanal ENACOL Empresa Nacional de Combust veis TRANSCOR Empresa de Transportes Ep es 27 Rodovi rios e de Passageiros s o cria es dessa altura Os sectores produtivos agricultura pecu ria pesca industrias e constru es representavam apenas 45 do Produto Interno Bruto PIB enquanto que o sector dos servi os representavam 55 com preponder ncia do comercio e da administra o publica O PIB cobria no per odo da independ ncia apenas 60 da despesa nacional Per
110. panhamento m dico Neste contexto seria constru do o Centro de Psiquiatria Comunit ria com grande autonomia Funcionaria com tr s psiquiatras quatro psic logos quatro assistentes sociais seis enfermeiros psiqui tricos quinze serventes quatro terapeutas ocupacionais um cozinheiro e um ajudante duas lavadeiras um respons vel de rouparia uma secretaria um arquivista um dactil grafo e um condutor O equipamento seria completo e ainda e teria ainda uma viatura pr pria 6 5 A Forma o e Qualifica o de Quadros Outra medida do Governo para melhoria do Sistema de Sa de em Cabo Verde foi a preocupa o com os Recursos Humanos quer a n vel de melhor adequa o dos quadros j existentes realidade do pa s quer na forma o de novos quadros para melhor servir a popula o Em 1975 havia em Cabo Verde 13 m dicos de cl nica geral 5 especialistas 9 120 A ed f RT Sl is enfermeiros 1 assistente social 4 auxiliares de assistentes sociais Essa estat stica deixava claro do qu o grande era o desafio Por m em 1980 o quadro era j bem mais animador tendo verificado conquistas consider veis como por exemplo o n mero de m dicos de cl nica geral passou a 27 de especialistas para 31 enfermeiros de 128 passou para 202 Dr Ros rio especialista em ginecologia exercendo medicina no Hospital da Praia em 1975 afirma que as condi es de trabalho eram muito dif ceis Os m dicos portugueses regressaram e nac
111. para proferir senten as que implicassem pris o at seis meses Essa acumula o fun es dava excesso de poderes quela figura pelo que uma das principais preocupa es do Governo depois da independ ncia foi proceder a uma reforma administrativa repartindo esses poderes por v rias entidades mesmo nos concelhos muito pequenos Na nova reforma levada a cabo a seguir independ ncia o Primeiro Ministro o respons vel pela administra o interna do territ rio fun o que exerce atrav s da Direc o Nacional da Administra o Interna Inicialmente cada concelho era dirigido por um Delegado do Governo nomeado pelo Primeiro Ministro pelo per odo de um ano renov vel delegado esse que era coadjuvado por um conselho deliberativo 10 Lei Org nica do Ultramar Portugu s Base XXXV I 1967 Estatuto Pol tico administrativo op cit art 18 17 Os membros do conselho deliberativo eram nomeados por despacho do Primeiro Ministro por um ano igualmente prorrog vel O n mero variava de acordo com as necessidades locais sendo que esse concelho era formado por cidad os nacionais exercendo uma profiss o ou actividade social e residentes na rea do respectivo concelho A fun o do Conselho Deliberativo era de promover a desenvolvimento econ mico social e cultural do concelho satisfazer as necessidades colectivas e de defesa dos interesses das popula es locais Em cada freguesia havia um agente adm
112. pre 79 6 8 Os novos desafios para a Sa de 1980 85 eres 82 Te Conclus es ioie ieta E a aie EAEE E EEANN AEE eSt e ATTE TRE ETTE 89 8 CANEXOS a a eia Ad a Ed ao pd E AEE Raa aAA 91 9 gt Bibliografia spent a e ae e need N E 100 1 Introdu o Com a efectiva o da Independ ncia era chegada a hora de se p r em pr tica os ideais de Liberdade Justi a Social Igualdade que sempre nortearam o PAIGC Partido que assume o poder e vai ter a pesada mas desafiante miss o de construir um Cabo Verde diferente A todos os n veis pol tico social jur dico econ mico os desafios eram enormes por m o Partido aceitou essa tarefa que vai cumprir com algum m rito Em termos pol ticos a primeira preocupa o foi de elaborar uma Lei fundamental que definisse o poder e regulasse o seu exerc cio que materializasse o prop sito de se proceder com legalidade e de fundar um Estado de Direito Embora tivesse sido prevista a elabora o da Constitui o no prazo de tr s meses ap s a tomada do poder a verdade que essa lei n o poderia ser redigida sobre os joelhos Assim para justificar a Independ ncia publicou se a Lei da Organiza o Pol tica do Estado LOPE que desempenhou interinamente o papel de Carta Magna A LOPE compunha se de vinte e tr s artigos Assentava a sua legitimidade na vontade popular expressa nas elei es de 30 de Junho do mesmo ano em que foi eleito a Assembleia Nacional Popula
113. pre amigos e inimigos A situa o de rotura de nega o da ordem social anterior O governo estava seguro da justeza dos seus objectivos e que deste modo iria realizar os anseios de dezenas de milhares de camponeses sem terras e pequenos propriet rios Ao se falar da necessidade de uma Reforma Agr ria partia se da constata o evidente de que as estruturas existentes n o serviam aos objectivos sociais do Partido e do Governo pelo era preciso analis las para se determinar quais os obst culos que se opunham sua realiza o Todas essas mudan as a n vel do sistema agr cola tendiam a atingir um objectivo maior qual seja aumentar a produ o e garantir que a agricultura cumprisse o seu papel no desenvolvimento do pa s Nessas circunst ncias optou se por uma solu o por etapas atacando de imediato o absentismo na realidade o principal obst culo ao desenvolvimento dessa actividade A agricultura era caracterizada pela concentra o das melhores terras nas m os de um reduzido n mero de propriet rios A maioria dos que viviam do sector agr cola recebiam rendimentos n o investindo o m nimo ou pelo menos muito pouco na agricultura A rea cultivada total a n vel nacional representava apenas 15 das rea do pa s ou seja aproximadamente 1 7 O programa do Governo estabelecia claramente os objectivos dessa reforma O artigo 10 da Constitui o da Republica na parte referente organiza o econ mica e
114. processavam na base do princ pio da independ ncia org nica e autonomia destas e do princ pio da direc o pol tica e controlo do Partido A organiza o da Juventude tinha por objectivo mobilizar e enquadrar os jovens com base nos princ pios do Partido promovendo a sua forma o ideol gica politica e de cultura geral De entre algumas actividades desenvolvidas pela Juventude sublinha se a actividade no campo da informa o e propaganda atrav s dos meios de comunica o social que visavam a forma o de um novo homem Havia duas organiza es da Juventude a JAAC Juventude Africana Am lcar Cabral e a OPAD Organiza o dos Pioneiros Abel Djassi A organiza o das mulheres tinha por miss o mobilizar e enquadrar a massa feminina para a liquida o da injusti a de g nero que ainda se existia na sociedade cabo verdiana A sua tarefa fundamental era de consciencializar as mulheres par assumirem o lugar que lhes cabia na constru o Nacional levando as a participar em todas as esferas de actividade As organiza es sindicais cabia a miss o de defender os interesses dos seus associados profissionaliz los e politiz los isto fazer com que trabalhassem disciplinadamente com um sentido de servi o comunidade A UNTC CS Uni o Nacional dos Trabalhadores Cabo Verdianos Central Sindical a organiza o dos trabalhadores e central sindical nica a qual compete defender os 5 Voz Di Povo 5 d
115. que nela labutam sem d vida a meta priorit ria do Governo E nesse contexto que o problema agr rio ganha uma import ncia fundamental e a Reforma Agr ria passa a ser uma das prioridades 4 2 A Unidade Guin Cabo Verde Desde da cria o do PAIGC que Am lcar Cabral defendeu a ideia de unidade entre a Guin Bissau e Cabo Verde Toda a luta de liberta o foi conduzida nessa perspectiva e ap s a independ ncia os dois pa ses continuaram sendo dirigidos pelo mesmo partido ainda que com governos diferentes Mas nos tempos seguintes independ ncia passos importantes foram sendo dados no sentido da materializa o desse objectivo Por exemplo logo em Janeiro de 1976 viria a Cabo Verde uma delega o de alto n vel do Governo da Republica da Guin Bissau tendo durante esse encontro sido assinado um Comunicado conjunto que seria ali s o primeiro entre as Delega es das duas Republicas irm s Na oportunidade o presidente Aristides Pereira p de afirmar que se tratava de uma sess o hist rica pois era a primeira vez na hist ria dos dois pais que tinha lugar uma Jornal Terra Nova Maio de 1977 pag 5 30 sess o daquele g nero Convencidos de que a Unidade s seria poss vel atrav s do conhecimento rec proco das realidades e do lan amento das bases para realiza es conjuntas conforme os princ pios do Partido Africano da Independ ncia da Guin e de Cabo Verde seriam criadas algumas comiss es mi
116. r sede de todo o Poder do Estado A Assembleia elegia o Presidente da Rep blica art 8 e por proposta deste o Primeiro Ministro art 13 Os Ministros eram nomeados pelo Presidente da Rep blica sob proposta do Governo A lei abrangia os principais rg os de soberania Assembleia Nacional Popular Presidente Governo e Tribunais e estabelecia os poderes fundamentais de cada um deles Quanto aos direitos fundamentais dos cidad os a nica refer ncia era o artigo 21 que dizia respeito ao direito de defesa ao arguido e ao acusado 1 Assembleia Nacional Popular Lei sobre a Organiza o Pol tica do Estado art 22 1 Ver anexo 1 Contudo nao deixou de ser um documento importante para o arranque da nova administra o cujas preocupa es quanto Educa o Sa de e Agricultura onde se elaboraram reformas profundas este trabalho pretende abordar e destacar as realiza es mais importantes A educa o incidia mais no estudo da realidade da metr pole Os comp ndios tanto do lado human stico como do cient fico versavam mat rias nem sempre com interesse para os cabo verdianos Predominavam os detalhes da Hist ria da Geografia da fauna e da flora portuguesas enquanto passavam em branco o estudo da realidade do territ rio o que conduzia a um desinteresse pela aprendizagem pois muito do que se estudava n o 3 era observ vel no espa o envolvente Al m disso as escolas mesmo as do en
117. rabalharam em Cabo Verde durante esse periodo como t cnicos em diversas reas sociais Dr Germano Almeida procurador da Republica e mais tarde advogado em S o Vicente Reside em Cabo Verde desde 1976 Eng Amiro Faria Presidente da Comiss o Administrativa da Congel e Director da Interbase Doutor Irineu Gomes Psiquiatra no Hospital Agostinho Neto na Praia e mais tarde Ministro de Sa de de 1980 a 1991 104 Dr Valdemiro Martins Formado em Geografia professor no Liceu Gil Eanes e Ludgero Lima desde 1972 at inicios dos anos 2000 Presentemente reformado Dr Pedro Rosario Ginecologista em varios Hospitais do pais desde muito antes da Independ ncia Actualmente apesar de reformado continua a exercer no Centro de Satide Reprodutiva em Sao Vicente ex PMI PF Sr Samuel Lima professor de posto em Santo Ant o durante v rios anos antigo funcion rio da EMPA seminarista no nico semin rio que teve lugar em Santo Ant o sobre a Lei Reforma Agr ria que teve lugar em Agosto de 1981 Actualmente chefe da Secretaria da Escola Secund ria Dr Jos augusto Pinto Dr Antero Coelho formado em administra o esteve desde a independ ncia ligado aos movimentos Sindicais membro fundador da primeira Central Sindical de Cabo Verde a UNTC CS tendo sido presidente da mesma durante v rios anos a partir de 1987 105
118. res e que n o a deixam confundir se com nenhuma outra Mas tamb m uma na o fortemente moldada pela influ ncia da igreja cat lica atrav s das diversas ordens religiosas que ao longo dos s culos foram chegando s ilhas particularmente ilha de Santiago onde por largos anos pontificaram ordens como os o l 22 jesu tas e franciscanos entre outros 2 Carreira A Forma o e Extin o de uma sociedade Escravocrata 1460 1878 Instituto de Promo o Cultural Praia 2000 25 3 Politicas Sociais do Estado 4 1 A situa o Econ mica do Pais no per odo da Independ ncia Antes da independ ncia havia algumas infra estruturas no pa s criadas durante o per odo colonial A n vel de abastecimento de energia e gua havia Centrais el ctricas em quase todos os concelhos Quanto aos transportes a reos tinha sido criado nico Aeroporto internacional no Sal e os aer dromos em S o Vicente Santiago S Nicolau e Fogo Nos transportes mar timos o maior investimento fora feito no Cais acost vel de S o Vicente de todo o modo as ilhas de Santo Ant o e Fogo que foi inaugurado pelo Governador Sacramento Monteiro descendente daquela ilha tamb m dispunham de infra estruturas nessa rea O Porto da Praia foi inaugurado no ano da Independ ncia De todo o modo todas essas infra estruturas apresentavam uma estrutura muito deficit ria a situa o econ mica do pa s era muito prec ria tendo em conta que a aus ncia de recurs
119. ret rios de Estado nomeados por este sob proposta do Primeiro Ministro 92 Art 14 O Governo respons vel perante a Assembleia Nacional Popular e entre as sess es desta perante o Chefe de Estado Art 15 1 O Conselho de Ministros interpreta e executa de maneira criadora as linhas de ac o governativa estabelecidas pela Assembleia Nacional Popular com vista realiza o do programa politico econ mico social lt cultural de defesa e de seguran a definido pelo Partido Africano da Independ ncia da Guin e Cabo Verde 2 O Conselho de Ministros dirige coordena e controla a actividade dos diversos departamentos governamentais dos outros servi os centrais e dos rg os da administra o local 3 O Governo reunido em Conselho tem compet ncia executiva plena que exerce por meio de Decretos e Ordens 4 No exerc cio da compet ncia legislativa delegada pela Assembleia Nacional Popular ao abrigo do disposto no artigo 6 o Governo faz Decretos Leis Art 16 O Primeiro Ministro investido nas suas fun es pelo Presidente da Rep blica perante quem presta o seguinte juramento Juro por minha honra dedicar a minha intelig ncia e as minhas energias ao servi o do povo de Cabo Verde cumprindo os deveres da alta fun o de Primeiro Ministro com fidelidade total aos objectivos do Partido Africano da Independ ncia da Guin e Cabo Verde Art 17 A Justi a feita por um Conselho Naciona
120. rm cia do Estado a qual compete assegurar a manuten o do estoque dos medicamentos e outros produtos considerados b sicos de forma a responder as necessidades da maioria da popula o mais car ncia que n o disp e de recursos financeiros A farm cia gasta mensalmente em m dia 320 contos com receitas gratuitas No encontro nacional de Delegados de Sa de que teve lugar na capital de 18 a 23 de Mar o de 1985 foram delineadas as premissas que iriam nortear no tocante aos cuidados prim rios de sa de e a racionaliza o dos recursos O sistema de sa de deve estar em condi es de oferecer demanda do p blico uma resposta activa global e exaustiva aberta e culturalmente aceit vel 104 Neste momento dormir na rua do Hospital da Praia n o verdade afirma o do Dr Vera Cruz em entrevista ao Jornal Voz Di Povo em 18 de Outubro de 1982 86 O programa do governo para o quinqu nio 1981 85 previa a promo o dos cuidados prim rios de sa de a coordena o das actividades de sa de p blica e o funcionamento efectivo das estruturas perif ricas muito embora esta tenha sido a op o do governo quer em termos de actividades e dos programas de sa de desde 1976 N o obstante as vit rias alcan adas a situa o sanit ria do pa s ainda reconhece elevadas taxas de mortalidade por doen as derivadas da contamina o da gua e do meio doen as nutricionais doen as mentais e gravidezes n o espa ados A pr
121. roveitosas com Dr Vladimir Martins e Sr Samuel Lima 4 a a NE 4 Entrevista concedida pelo Doutor Irineu Gomes Dr Pedro Ros rio e Eng Amiro Faria 10 O Sector Agricola com uma estrutura do tipo feudal pertencendo a terra a uma elite principalmente na ilha de Santiago n o estava em condi es de uma produ o capaz do que resultava a necessidade de maiores importa es em g neros aliment cios e uma desmotiva o para o campon s que n o chegava a ver a gratifica o dos seus esfor os Tenha se presente que os propriet rios raras vezes trabalhavam no amanho das suas terras Assim a decis o da reforma agr ria embora mal aceite por alguns cidad os era de facto necess ria e urgente Face ao conhecimento destas situa es este trabalho pretende dar um contributo para a elabora o de uma an lise hist rica de Cabo Verde O respectivo per odo um terreno ainda por explorar existindo pouca informa o sobre o assunto Perante a enorme escassez de fontes principalmente escritas adopt mos como metodologia de trabalho a pesquisa na imprensa da poca que se resumia a dois jornais o Voz Di Povo que um seman rio p blico e era propriedade do Estado enquanto que o Terra Nova mensal privado e pertence aos Irm os Capuchinhos Conv m sublinhar que as fontes escritas consultadas foram principalmente pr governamentais Isto se explica que tendo em conta o regime pol tico do per odo em
122. s Uma m dia de duzentas consultas feitas diariamente no hospital em sete gabinetes m dicos de cl nica geral No dom nio de especialidade s o feitas cento e cinco consultas di rias exceptuando a cirurgia que tem uma consulta semanal de 30 pacientes De acordo com os dados apresentados pelo Director os n meros est o a aumentar diariamente Em Mar o do ano de 1982 registaram se duas mil e quatrocentas e quarenta e quatro consultas enquanto que em Julho do mesmo ano foram realizadas sete mil e seiscentas e seis Esses dados mostram que a popula o cada vez mais procurava os servi os de sa de e um indicador que havia mais consci ncia da rela o entre sa de e qualidade de vida Treze m dicos de cl nica geral tr s pediatras e oito especialistas totalizando vinte e quatro m dicos que exercem no Hospital estando para breve a entrada de mais tr s quadros nacionais afirmou o Dr Vera Cruz Uma quest o premente o funcionamento do sector de radiologia Apesar dos equipamentos se encontrarem j no hospital n o h um espa o adequado onde possam ser instalados Est o obras em curso para a constru o de tr s consult rios de modo a transferir aqueles que ocupam o espa o destinado a radiologia cuja transfer ncia est prevista para o fim do ano de 1983 A constru o de uma pequena central el ctrica de emerg ncia onde ser instalado um posto de transforma o de energia Outro departamento importante a fa
123. s aulas tiveram in cio a 1 de Dezembro e ano escolar s terminou a 10 de Setembro Para 1977 78 previa um ano lectivo de nove meses com inicio a 1 de Outubro e fim a 30 de Junho O ano escolar deveria prolongar se at 10 de Agosto altura em que seriam realizados efectuadas as provas finais de avalia o e os trabalhos estat sticos 53 Conv m aqui real ar uma informa o importante nesta Escola que a Direc o com o patroc nio de algumas casas comerciais da ilha fornecia refei es quentes a todos os alunos Segundo o Dr Vladimir Martins que foi professor nesta escola no ano lectivo 1977 1978 essa pratica funcionou durante algum tempo 48 De acordo com o Ministro algumas altera es deveriam ser feitas nomeadamente quanto ao sistema de avalia o dos conhecimentos dos alunos por m n o se podia fazer altera es de fundo enquanto n o forem criadas as condi es necess rias renova o completa do sistema educativo No I Encontro Nacional de Educa o e Cultura que decorreu em S o Vicente de 29 de Agosto a 3 de Setembro de 1977 que contou com a presen a da Primeiro Ministro Comandante Pedro Pires foi debatido e aprovado o projecto de reforma do ensino em Cabo Verde e o plano para o novo ano escolar De acordo com o pre mbulo do projecto todo o sistema de ensino tem uma baixa qualidade t cnica com programas extensos sem qualquer rela o com a realidade nacional essencialmente te ricos com absol
124. s crian as eram extremamente carenciadas e iam a escola muitas vezes sem uma alimenta o adequada que lhe permitisse aprender e apreender os 2 57 conte dos A partir desta iniciativa o grande desafio do Governo foi alargar esse projecto a v rias sen o todas as escolas do pa s Cabo Verde vai contar com a ajuda dos organismos da ONU nomeadamente o PAM Programa Alimentar Mundial consegu ncia de um Voz Di Povo 24 12 77 pag 2 Programa de Educa o em Cabo Verde no ano lectivo1977 1978 37 Terra Nova Abril de 1978 pag 5 50 Acordo assinado entre essas duas entidades Nesse mbito o projecto vai ser estendido a outras ilhas como a S o Nicolau S o Vicente onde chegaram g neros alimentares equipamentos para as cantinas e ainda um carrinha e S o Ant o Para al m da suplementa o alimentar o Departamento da Ac o Social Escolar prop e tamb m resolver o problema dos Transportes aos alunos que moram a mais de 5 quil metros da escola Os pais deveriam colaborar apenas com 25 do custo sendo 50 uma concess o das entidades respons veis e 25 dos fundos da D G S E Departamento da Ac o Social Escolar Contudo a resolu o desses desafios n o se resolveriam em passo de m gica querendo com isso dizer que ao longo dos anos at ao presente diga se de passagem continuam sendo verdadeiros desafios para o Estado Ainda em 1985 o respons vel m ximo da Educa o no pa s numa visita feita
125. sino prim rio s atendiam a uma minoria de pessoas resultando numa elevada taxa de analfabetismo As secund rias n o ultrapassavam o n mero de quatro tr s em S Vicente e uma na Praia a que s os mais abastados tinham acesso Com a Independ ncia um dos grandes desafios consistia na democratiza o massifica o do ensino tanto para as crian as em idade escolar como para os adultos que quando crian as n o tiveram tal oportunidade No que dizia respeito aos programas foram introduzidas profundas e variadas reformas de modo a voltar os olhos dos educandos para a sua pr pria realidade A Sa de por seu turno tinha umas estruturas muito reduzidas face s necessidades O Hospital de S Vicente por exemplo hoje perante uma popula o pouco mais do que duas vezes que a de 1975 conta hoje com mais do que uma centena de m dicos enquanto x 4 que naquele ano n o passavam de quatro As doen as end micas embora a exist ncia de uma miss o do Minist rio do Ultramar para os seus estudos e combate afectavam frac es importantes da popula o certo que essa miss o teve o m rito de erradicar o paludismo que reapareceria depois da Independ ncia Todavia outras doen as mantiveram se e viriam a ser combatidas pelo Governo da Rep blica de Cabo Verde apoiado pela Organiza o Mundial da Sa de e pela coopera o com pa ses amigos 3 1 a an a 4 Informa es conseguidas atrav s de conversas muito p
126. st culos cruciais ao avan o da Ensino Segundo o ministro o Governo era obrigado todos os anos a recorrer a professores estrangeiros principalmente em Portugal em regime de coopera o Para o Dr Jos Ara jo s havia duas vias para resolver o problema da falta de professores nacionais ou O recurso a cooperantes ou o recurso a t cnicos que trabalham noutros servi os em regime de acumula o Continuando o Ministro afirmava que ambos os sistemas tem as desvantagens Infelizmente vamos continuar a utilizar uns e outros porque a nossa gente n o est muito inclinada para o professorado Por exemplo dos Voz Di Povo 23 de Agosto de 1982 pag 4 Professores do Ensino Prim rio em supera o no Mindelo 60 estudantes que pedem bolsa s o muito raros aqueles que pedem para ramos ligados a A x 70 doc ncia Analisando as causas que explicam essa situa o o Ministro apontava em primeiro lugar ao prestigio que se ganhava noutras profiss es enquanto que na doc ncia isto n o acontecia e porque o ensino tem muito de miss o por outro lado havia o problema financeiro A doc ncia uma carreira muito mal remunerada comparada com outros t cnicos que trabalham em empresas ou mesmo no minist rio da educa o Reconhecendo isso o Ministro afirmava que essa disparidade ia deixar de existir os docentes licenciados passariam a partir dessa altura a ser classificados da mesma forma que os outros t cnicos licenciad
127. stas de trabalho entre as quais a comiss o para a Energia Industria e Hidr ulica para a Agricultura e Pecu ria para os Assuntos dos Neg cios Estrangeiros 1977 seria um ano hist rico na efectiva o do princ pio sagrado do PAIGC da Unidade e Luta atrav s da realiza o do III Congresso do partido Considerado como um dos acontecimentos mais importantes do Parido depois da independ ncia come a a ser planeado e preparado desde 1976 Pretendia se a sua realiza o durante as comemora es do 20 anivers rio da funda o do PAIGC por m como disse o Secret rio Geral do Partido Aristides Pereira J n o estamos naquela situa o em que est vamos durante a luta armada e ramos obrigados a fazer tudo em cima dos joelhos Hoje com as nossas terras independentes na paz 32 devemos preparar nos convenientemente para o Congresso 4 O Congresso tendo em conta o papel importante que desempenhava no seio do Partido iria trazer recomenda es t cnicas quanto as formas que deve revestir a unidade entre os dois pa ses Como rg o m ximo do Partido teria a ultima palavra a dizer sobre as formas que a unidade devia assumir Analisar as vantagens e os inconvenientes como que a unidade enfrentaria as exig ncias quer de com rcio quer de transporte bem com de outros aspectos n o s econ mico mas tamb m politico e social Inicialmente marcado para Julho de 1977 o Congresso da Independ ncia para a Unidade e o Dese
128. stema diferente baseado na lei portuguesa das sesmarias que com o passar do tempo viria a se transformar em pequenas e m dias propriedades exploradas por conta pr pria No pre mbulo da Lei publicada na ANP no ponto 13 fala se sobre a necessidade da urgente transforma o das estruturas arcaicas e injustas ainda prevalentes no sector agr cola Segundo o Sr Samuel um outro aspecto em que o Governo talvez se tenha falhado foi que houve alguma precipita o na sua aplica o Tendo em conta todas os efeitos que ia provocar na vida das popula es era necess rio ter se debru ado mais tempo a estudar sobre as suas implica es No ponto de vista do Dr Germano Almeida em Santo Ant o a quest o do absentismo n o se punha N o havia grandes extens es de terra que para al m de raz es hist ricas tamb m se explicam devido ao relevo montanhoso da ilha Contrapondo ao que se disse anteriormente fez se um estudo que foi solicitado pelo Minist rio do Desenvolvimento Rural para se analisar sobre as rela es de produ o nestas duas ilhas O autor do estudo Gottfried Stockinger austr aco pesquisador e conselheiro do Ministro do Desenvolvimento Rural concluiu que se trata de duas realidades muito diferentes Nas duas ilhas Outra quest o que se deve ter conta segundo o Sr Samuel Lima que falar de Lei de Reforma Agr ria provocava um efeito negativo na mente das pessoas que n o a conhecendo receavam as su
129. stinados a implanta o de estruturas de alfabetiza o nos diferentes concelhos do pai capacitar alfabetizadores coordenadores bem como zelar pelo bom funcionamento dos c rculos de cultura Tanto para Dr Corsino Tolentino 1 Secret rio do Partido da Regi o de S o Vicente que presidiu a abertura do Semin rio como para Paulo Freire que o orientou conhecimento profundo da realidade em que vivem os alfabetizandos uma condi o indispens vel para o futuro trabalho dos coordenadores da alfabetiza o 50 Voz Di Povo Mar o de 1976 O Pedagogo Brasileiro Paulo Freire visita o nosso pais al Idem 23 de Outubro de 1976 46 5 1 1 Levantamento dos principais problemas De acordo com a planifica o prevista par o ano lectivo 1977 78 e dando cumprimento as conclus es do encontro nacional de quadros da Educa o foram realizadas varias actividades para a implementa o em todas as escolas do novo sistema de ensino cujos objectivos fundamentais eram de estabelecer a liga o escola familia escola comunidade e escola trabalho Ligado ao tema Escola Fam lia al m das reuni es regulares promoveram se col quios nas Escolas Praia e do Fogo com representantes dos Assuntos u DT ie A s a 2 059 Sociais e uma significativa participa o dos pais e encarregados de educa o Em todas as escolas havia as comiss es de trabalho produtivo que integravam professores e alunos empenhados na resolu o dos pr
130. t 5 A Assembleia Nacional Popular pode modificar ou anular as medidas adoptadas pelos outros rg os do Estado Ela pode constituir comiss es de inqu rito Art 6 1 A Assembleia Nacional Popular pode para quest es determinadas delegar poderes legislativos ao Conselho de Ministros 2 Os diplomas adoptados pelo Conselho de Ministros no exerc cio desses poderes delegados s o sem preju zo da sua efic cia imediata submetidos ratifica o da Assembleia Nacional Popular na primeira sess o ap s a sua adop o 91 Art 7 Salvo em caso de flagrante delito ou de assentimento da Assembleia Nacional Popular o deputado n o pode ser perseguido por quest o criminal ou disciplinar em Ju zo ou fora dele Em caso algum ele pode ser perseguido detido preso julgado ou condenado por causa de opini es ou de votos emitidos no exerc cio do seu mandato de deputado Art 8 eleito por esta Assembleia um Presidente da Rep blica que o Chefe do Estado e Comandante Supremo das For as Armadas Revolucion rias do Povo F A R P a quem cabem as seguintes fun es 1 Vigiar pela correcta observ ncia da presente Lei e das restantes Leis da Rep blica 2 Representar o Estado de Cabo Verde nas rela es internacionais 3 Concluir acordos e ajustai tratados internacionais directamente ou por interm dio de representantes 4 Convocar a Assembleia Nacional Popular 5 Promulgar as Leis 6 Nomear e demitir os mem
131. t rias 4 Havia alguma pol tica a n vel dos Assuntos Sociais antes de 1975 5 Quais v o ser os principais parceiros de Cabo Verde neste sector 6 Fazendo uma compara o entre o que Cabo Verde era em 1975 e o que se conseguiu em 1985 que conclus es se pode chegar 7 Como eram as condi es de trabalho dos t cnicos de sa de nas diferentes ilhas 101 BIBLIOGRAFIA ANDRADE Elisa As Ilhas de Cabo Verde da Descoberta Independ ncia Nacional 1460 1975 L Harmattan 1996 ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR CONSTITUI O Aprovada na IX Sess o Legislativa da Primeira Legislatura Praia 5 de Setembro de 1980 ASSEMBLEIA NACIONAL POPULAR Lei da Organiza o Politica do Estado Praia LOPE Praia 1975 BRITO SEMEDO Manuel A Constru o da Identidade Nacional Analise da Imprensa entre 1877 1975 Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro Praia 2006 CABO VERDE Islands Photos Michel Renaudeau editions Delroise CABO VERDE Dez Anos de Desenvolvimento Fundo de Desenvolvimento Nacional Editions Delroisse Fotos Christian Bossu Picat CARDOSO Humberto O Partido nico em Cabo Verde Um Assalto Esperan a Imprensa Nacional de Cabo Verde Praia 1993 CARREIRA A Cabo Verde Forma o e Extin o de uma sociedade Escravocrata 1460 1878 Instituto de Promo o Cultural Praia 2000 CARREIRA A Migra es nas Ilhas de Cabo Verde Instituto Cabo verdiano do L
132. t rio e para isso foi feito avultados empreendimentos na constru o de centros de protec o da sa de materno infantil em todas as ilhas do pa s O tema das celebra es do Dia Mundial da Sa de em 1979 em Cabo Verde era Sa de da crian a futuro do Mundo v se que a ideia de Cabral que as crian as s o o futuro de nossa terra continuava viva e que portanto era imperativo investir na sa de e na sua educa o Nos pa ses em desenvolvimento do qual Cabo Verde fazia parte a taxa de mortalidade infantil era 10 a 20 vezes superior a dos pa ses desenvolvidos Um dos objectivos fixados pela OMS a m dio prazo era de no final do s culo XX reduzir substancialmente a mortalidade infantil no mundo O prop sito da ONU era de alcan ar em todos os pa ses uma taxa inferior a 50 mortos por cada 1000 crian as nascidas vivas A m nutri o a precariedade das condi es do meio ambiente e de alojamento a insalubridade e a falta de cuidados de sa de todos esses factores influenciavam no tempo de vida no peso na altura das crian as nascidas nos pa ses do Terceiro Mundo Na promo o dos cuidados de sa de maternal e infantil o acento deve ser posto referia a OMS nos cuidados prim rios da sa de seguida da participa o da colectividade para dar o devido destaque para actividades como e Promo o do aleitamento materno 3 Face ao drama de milh es de crian as que morrem no mundo o Dia Mundial da Sa de
133. ta doen a come a em 1948 e s se deu por irradiada a doen a em 1968 8 Idem 82 Por m em 1973 reapareciam novos casos mas desta vez apenas na ilha de Santiago fazendo algumas dezenas de v timas at os finais dos anos setenta e princ pios de 1980 Nessa miss o o Governo contou como sempre com o apoio do Instituto de Higiene e Medicina Tropical de Lisboa A epidemia atingiu o seu auge em 1978 registando 857 doentes e 13 bitos Novas conquistas foram feitas como por exemplo foi criada em in cios de 1981 uma nova especialidade no Hospital Central da Praia Os que sofriam de problemas card acos podiam ter um acesso mais r pido e econ mico com a inaugura o do sector de cardiologia Um outro projecto de grande relev ncia foi da cria o num futuro pr ximo de um centro de Ortopedia traumatologia em S o Vicente de modo a garantir um melhor atendimento aos doentes nessa rea e reduzir a taxa de evacua es para Portugal Esse projecto enquadrava na coopera o com a Funda o Calouste Gulbenkian Esteve em Cabo Verde uma delega o portuguesa e financiamento de todo equipamento do futuro centro ficava a cargo Funda o portuguesa enquanto que a constru o seria feito pelo Governo de Cabo Verde O Governo delineava grandes desafios para a Sa de em Cabo a m dio e longo prazo como Sa de para todos no ano dois mil Esta era o objectivo da Organiza o Mundial da Sa de e Cabo Verde estava
134. ter sido a favor ou contra por motivos muito compreens veis Independ ncia Fez se realmente a constru o de um Pa s com seriedade com determina o e com muito esp rito de sacrif cio n o s dos governantes mas de cada cabo verdiano Esta realidade foi confirmada nas entrevistas e nas conversas muito proveitosas que tivemos com pessoas que viveram e trabalharam em Cabo Verde como m dicos professores t cnicos de alguns sectores como pescas industrias justi a entre outros E lugar comum dizer que Cabo Verde um exemplo a seguir em Africa Apesar de n o conhecermos a realidade dos outros pa ses logo n o se podemos fazer an lises comparativas pois que n o temos dados cient ficos realmente em Cabo Verde fez se um trabalho digno de muito orgulho de todos os nacionais Isto n o quer de modo algum dizer que n o se cometeram erros Acreditamos que sim hoje a Hist ria prova que se podia ter seguido outros caminhos mais aplanados em algumas mat rias contudo ao fazer um balan o e pesando o que foi positivo e o que foi negativo conclui se que o saldo de bastante positivo Podia se ter sido feito mais Mas se se analisar a conjuntura da poca os factores internos e externos que condicionaram todo esse processo de constru o conclu mos que se fez o que era poss vel Cabo Verde ter eternamente uma divida para todos aqueles que aceitaram erguer esse pa s de faze lo entrar na senda do desenvolvimento P
135. teriais escolares transportes de alunos equipamento e arranque das cantinas Existia no Minist rio o DASE Departamento de Ac o Social Escolar que dispunha de recursos muito limitados para o vasto campo de ac o Por m as escolas em estreita colabora o com as fam lias procuravam resolver os casos de maior gravidade O Governo atrav s do sector da educa o lan ou um apelo s fam lias no sentido de se associarem as cantinas cujo arranque estava para breve em v rias ilhas principalmente nas rurais onde as distancias a percorrer pelos alunos s o maiores Essas cantinas pretendem servir uma refei o quente as crian as Consciente que isoladamente n o podia fazer resolver todos os problemas que lhe eram afectos ao Minist rio tem pedido e conseguido a colabora o de outros departamentos do Estado nomeadamente o Minist rio da Sa de e Assuntos Sociais Minist rio do Desenvolvimento Rural do Instituto Cabo Verdiano da Solidariedade e ainda da Cruz Vermelha Enquadrado nos esfor os do Minist rio atrav s do Departamento da Ac o Social Escolar para a suplementa o alimentar e dinamiza o de cantinas inaugurou se no dia 13 de Abril de 1978 a distribui o da primeira refei o quente numa escola na ilha de Santiago nos arredores da Capital mais precisamente na localidade de Tira Chapeu Esta iniciativa reveste se de uma import ncia extraordin ria para Cabo Verde porque uma grande percentagem da
136. to Rural Sa de e Assuntos Sociais e Transporte e Comunica es a Secretaria de Estado do Planeamento do Instituto Nacional das Cooperativas das Organiza es de Massas entre outros departamentos do Estado Estiveram presentes tamb m internacionais como o PNUD o ONUDI Organiza o das Na es Unidas para o Desenvolvimento Industrial o BIT Bereau Internacional du Travail e FAO e o Servi o Nacional de Aprendizagem Industrial de Ita na Brasil 57 No seu discurso de abertura do semin rio o Ministro da Educa o e Cultura Dr Jos Ara jo salientou que a educa o deve ser funcional e utilit ria associando a teoria a pr tica o trabalho manual ao intelectual e que a educa o como sistema de forma o de homens de produtores tem de assumir plenamente a sua parte de responsabilidade aumentar a valorizar a sua participa o na obra de reconstru o nacional Assim a Educa o deve se desenrolar se no plano da mais correcta observ ncia do princ pio da liga o Escola Vida do estudo ao Trabalho O dif cil problema da forma o de formadores foi analisado durante o semin rio Segundo o Ministro essa tarefa ficaria a cargo do Instituto da Forma o Profissional Extra Escolar organismo que estava sendo instalado nesse per odo O objectivo essencial era o planeamento era a coordena o das ac es de forma o dirigidas aqueles que j se encontravam em actividade nas unidades de produ o e aos aprendi
137. tras constru das para o efeito o Governo atrav s do Minist rio de Educa o vai investir uma boa parte do Or amento Ordin rio do Estados cerca de 20 neste sector O Ministro da Educa o Carlos Reis em entrevista concedida ao Jornal Voz Di Povo em Outubro de 1976 fazia um levantamento dos principais problemas do Ensino no pa s Ele abordava a quest o da precariedade em mat ria de instala es escolares facto cuja solu o constitu a um ponto priorit rio do programa do Governo Segundo o Ministro essa quest o era mais grave e urgente na medida em que o n mero de alunos aumentava em flecha O sistema de ensino contava em 1976 com cerca de 190 alunos no 2 ano do curso complementar ex 7 ano dos liceus e cerca de 29 000 na deans 48 primeira classe Esse dado estat stico prova de forma inequ voca o crescimento da popula o em idade escolar no pa s Esse elevado n mero se deve inclus o de alunos com seis anos que tinham frequentado a pr prim ria ainda que a idade m nima para a matr cula na 1 classe fosse de 7 anos Posteriormente a idade para se inscrever na 1 classe diminui para 6 para aquelas que tenham frequentado a classe anterior de prepara o Outra informa o importante que serve para se compreender melhor a situa o em rela o ao crescimento do n mero de alunos em rela o ao ciclo preparat rio e ao 8 Voz Di Povo 23 de Outubro de 1976 pag 6 44 ensino sec
138. ucao das taxas de mortalidade infantil por 1000 nados vivos De 1962 a 1975 Mortalidade Infantil Mortalidade Infantil Mortalidade Infantil 90 9 110 6 78 9 103 9 Fonte Estrat gia Nacional de Sa de Praia 1976 pag 42 Anexo6 Comparacao das Taxas de natalidade mortalidade crescimento natural e mortalidade infantil com varios outros paises Fonte ldem pag 43 96 Anexo7 Principais causas de mortalidade devidas a infec es no per odo 1971 a 1975 CAUSAS DE MORTE N de Casos N total de 2 bitos Enteritese outras doen as diarreicas 1 619 11 7 Pneumonias NR ENO DN 990 7 2 BIONQUIOS wnsuennnnnnsnnninn RR 22 Tuberculose ss CB 1 8 Meningite Meningoc cica 247 1 8 Desinteria Bacilar e Amb se 167 1 2 E 147 1 1 ELLE 86 0 6 Coqueluche PE E CORRE isaac 62 0 4 0 2 Febre Tif ide Paratif ide e outras salmoneloses Fonte ldem pag 45 97 Anexo 8 Or amento para o Minist rio da Sa de e Assuntos Sociais para 1976 a Inclui 2 000 000 para alimenta o b Auxilio Social Fonte ldem 39 Anexo 9 N de forma es indispens veis para assegurar a cobertura sanit ria do pais de acordo com i normas definidas Existente Em 1976 Unidade Sanit ria de base 1 1000 habitant 0 Posto Sanit rio 1 1 1500 hab 29 1978 N AC 1979 N AC 1980 N A 1981 Total a construir AC em 5 anos 6 324
139. uito limitadas Por isso a prioridade era preparar um potencial de qualidade de contr rio ter se ia de se contentar com empreendimentos modestos que deixariam o pa s na depend ncia estrangeira op o que seria pouco s bia uma vez que a independ ncia pol tica se completa com a independ ncia econ mica Por outro lado um dos grandes desafios do governo ap s a independ ncia diga se de passagem que desafios era o que n o faltava a Cabo Verde nesta fase era de efectivar programas de industrializa o recorrendo como bvio a ajuda estrangeira at se estabelecer um n cleo para o sector industrial auto suficiente capaz de impulsionar os prop sitos da Na o Foi sempre preocupa o do Estado evitar que a economia do pa s estivesse de tal forma na m o de interesses estrangeiros que acabassem por dominar o Poder Pol tico e em que apesar de criar postos de trabalho o povo n o passasse de meros trabalhadores produzindo riquezas para os outros Desde sempre que o Estado vai ter a preocupa o de se criar riqueza quer tentando substituir fornecedores de servi os estrangeiros por fornecedores nacionais quer activando infra estruturas de produ o recebidas da administra o anterior Durante a administra o portuguesa as mercadorias consumidas em Cabo Verde eram transportadas por navios portugueses Com excep o da cabotagem as companhias eram absolutamente interditas a cabo verdianos Consequentemente
140. und rio onde tamb m registava um aumento muito significativo dos alunos a titulo exemplificativo em 1975 o Liceu da Praia trabalhou com 13 turmas do 1 ano do curso geral ex 3 ano e 3 turmas do 3 ano do mesmo curso ex 5 ano No ano lectivo seguinte 1976 o n mero de turmas cresceu As do 1 ano aumentaram para 7 e as do 3 4 ano aumentaram para 6 Uma prioridade em termos de materiais did cticos era obviamente reformar os programas e elaborar comp ndios e manuais Destacam se a cria o de manuais como Hist ria de Cabo Verde para 4 Classe e 1 ano do ciclo preparat rio Meio F sico e Social para a disciplina de Ci ncias da Natureza para 3 classe tendo como objectivo a observa o e explica o do meio f sico e social de Cabo Verde devidamente enquadrado no contexto africano e perspectivado para a unidade Guin _ Cabo Verde Amplia o e melhoramento dos manuais de Geografia nacional Tamb m foi dada uma aten o aos textos utilizados na l ngua portuguesa em todos os n veis de ensino Um dos grandes males deixados pelo regime anterior era a elevada percentagem de analfabetismo cerca de 25 da popula o e outra percentagem grande de cidad os que n o completaram a instru o prim ria O Governo vai dar uma aten o especial ao combate deste mal social Foram criadas comiss es de trabalho funcionando na Praia e no Mindelo para formar grupos de alfabetizadores que iriam trabalhar junto dessas cama
141. urar que h muitos problemas dif ceis ainda por resolver Outra preocupa o do Minist rio era em rela o a fraca qualifica o do pessoal existente mas tamb m a escassez de quadros em muitas reas O Ministro afirma a falta de 90 pessoal tende a agravar se esse facto se explicava devido ao facto de cada vez mais os servi os de sa de serem solicitados a prestar assist ncia a muita gente que antes n o tinha consci ncia dessa necessidade Os quatrocentos agentes sanit rios de base mais os cursos de enfermagem a funcionar na Praia e no Mindelo o aumento cada vez maior de m dicos de cl nica geral e com especialidade n o conseguiam dar resposta a demanda da popula o A quantidade de pessoal existente pelo facto de ser pouca originava uma sobrecarga hor ria que influenciava negativamente na qualidade do servi o prestado As condi es de trabalho n o eram muito prop cias principalmente nos hospitais Centrais sa de e Assuntos Sociais Ano de 1978 Refor o da organiza o Fraca organiza o do Pessoal Voz Di Povo pag 4 15 Com o objectivo de tentar debelar o problema de falta de t cnicos que em meados de 1979 Cabo Verde passava a dispor seis dezenas de novos enfermeiros que terminaram a forma o nas Escolas de Enfermagem Geral quer na Praia quer no Mindelo Desenvolvidos com o apoio da Organiza o Mundial de Sa de pela ced ncia de monitores e de material did ctico da UNICEF
142. uto desprezo pelo trabalho manual No dizer do Primeiro Ministro o pa s independente tem necessidade de um ensino diferente de um ensino nacional democr tico que permita a entrada de muito maior quantidade de gente de camadas sociais diferenciadas mas tamb m de um ensino progressista que esteja virado para o avan o do pa s e para a apreens o de todas as Sa 2 54 aquisi es e validas para a Humanidade De 1975 a 1980 o sistema do ensino sofreu algumas transforma es O novo sistema fixava os seguintes n veis e Pr escolar e Ensino B sico que se subdividia em elementar 1 a 4 classes e Complementar 5 e 6 classes e Ensino Secund rio que se subdividia em liceal cursos Geral e Complementar e T cnico gt P ee 55 e Forma o de Professores quer para o ensino B sico quer para o Secund rio 34 Terra Nova Abril de 1977 pag 5 Discutido e Aprovado o projecto do novo sistema de Ensino em Cabo Verde 3 Rep blica de Cabo Verde 5 Anos de Independ ncia Comiss o do V Anivers rio da Independ ncia Nacional pag 60 49 5 2 Programa Nacional das Cantinas Escolares No concelho da Praia onde foram constru das tr s Escolas Preparat rias no campo social a orienta o do Minist rio da Educa o e Cultura vai no sentido de resolver situa es v rias no dom nio s cio econ mico como distribui o de leite as crian as do ensino prim rio e preparat rio fornecimento de ma
143. ve prosseguir e intensificar Por m a DEEE Direc o da Educa o Extra Escolar deparou sempre com v rios obst culos e dificuldades como a resist ncia e as objec es criadas pelas empresas em dispensar os trabalhadores para participarem nos c rculos de cultura a inexist ncia de manuais a desist ncia de alguns alfabetizandos de alfabetizadores volunt rios e a falta de transporte para dar cobertura necess ria a todas as zonas O sistema de c rculos de cultura funcionava em zonas de resid ncia e nos locais de trabalho Em S o Vicente dez anos depois da independ ncia havia doze c rculos de cultura nas zonas residenciais e quinze nos centros de trabalho Uns funcionavam com orientadores volunt rios e outros com professores pagos pelo Minist rio Nos c rculos organizados pelas empresas estas pagavam os alfabetizadores quando n o s o seus trabalhadores que alfabetizavam e forneciam o material did ctico Segundo os dados do coordenador na ilha em 1980 dos 22 954 adultos de S o Vicente 8 845 eram analfabetos sendo 2 606 homens e 6 239 mulheres A alfabetiza o realizava se em duas fases Segundo as estat sticas entre 1978 e 1985 foram alfabetizados em toda a ilha 1308 indiv duos na primeira fase e 576 na segunda fase A Educa o de Adultos um imperativo politico caracter stico de qualquer organiza o progressista um imperativo tico um imperativo econ mico afirmava o Ministro da Educ
144. vernador que servia oe 10 de intermedi rio entre eles Na Prov ncia o Governador era a autoridade m xima Como estabelecia o n mero 1 do artigo 8 do Estatuto Pol tico Administrativo e a Base XII da Lei Org nica do Ultramar era o mais alto agente e representante do Governo da Na o Portuguesa e autoridade superior a todas as outras que na prov ncia sirvam tanto civis como militares Sob a sua depend ncia havia as reparti es provinciais e era assistido por uma Junta Consultiva Provincial A fun o legislativa cabia a uma Assembleia com vogais eleitos A divis o administrativa antes da independ ncia baseava se no Concelho frente do qual se encontrava se um administrador que representava o Governador As administra es de Concelho reuniam todos os servi os p blicos estabelecidos no respectivo c rculo que n o fossem expressamente isentos Nos concelhos com maior complexidade como o da Praia e o de S o Vicente encontravam se servi os desconcentrados Al m disso havia tamb m C maras Municipais encabe adas por um presidente que nesses dois concelhos referidos fazia com que o administrador fosse uma figura p blica de pouco relevo Nas demais ilhas o administrador acumulava os cargos de Presidente da C mara chefe das obras p blicas comiss rio de pol cia conservador dos Registos civil e predial director dos servi os de economia para al m de juiz de instru o criminal com compet ncia
145. z Di Povo 13 de Abril de 1981 55 O encontro prop s que fossem promovidos novos cursos de forma o de monitores infantis tendo em conta a necessidade de mais quadros capazes de dar resposta ao n mero cada vez maior de crian as que afluiam aos jardins infantis O Departamento de Ac o Social Escolar DASE atrav s de uma equipa de orienta o pedag gica iria elaborar documentos e cadernos para suprir as dificuldades relativamente a inicia o escrita no es de matem tica linguagem musica e educa o f sica Ao encerrar os trabalhos o Ministro da Educa o Dr Corsino Tolentino punha a t nica nos problemas da educa o pr escolar em Cabo Verde e no seu enquadramento no pa s Mais uma vez se debru ou sobre o velho problema da articula o entre a educa o e os outros n veis de ensino Muitos pais at ent o mandavam os seus filhos para os jardins n o s para receberem uma educa o pr escolar mas tamb m para terem acesso ao ensino b sico ainda com idade inferior quela estabelecida pela lei vigente no pa s Essa realidade criava uma situa o de privil gios para uns em detrimento de outros pois nem todas as crian as t m a mesma possibilidade de frequentar os jardins Analisando essa quest o o respons vel da pasta da Educa o dizia que n o vamos continuar a autorizar pontualmente que as crian as dos jardins entrem para o ensino b sico elementar com idade inferior quela
146. zes que devem integrar de imediato essas unidades de servi o Em 1980 o pa s dispunha de algumas institui es voltadas para a forma o profissional sendo quatro no mbito escolar e uma a n vel extra escolar A Escola Industrial e Comercial do Mindelo ECIM mais antiga do pa s Iniciou a sua actividade no ano lectivo 1958 59 ministrando cursos de Administra o e Com rcio Electricidade Mec nica Constru o Civil e Forma o Feminina O seu embri o a Escola T cnica Elementar come ou a funcionar em Outubro de 1956 A frequ ncia de alunos aumentou sempre ao logo dos anos sobretudo depois da independ ncia no ano lectivo 1974 75 a escola contava com 420 alunos inscritos para cinco anos mais tarde no ano de 1981 82 registar 608 alunos Por esta institui o passaram varias centenas de alunos que receberam uma forma o bastante s lida e que deram um excelente contributo ao desenvolvimento do pa s quer no sector industrial quer no do com rcio e administra o A ECIM estava neste per odo numa fase de reestrutura o e amplia o do seu espa o obra financiada pela B lgica e com assist ncia t cnica do Bereau Internacional Du Travail BIT Duas escolas do Magist rio Prim rio uma em S o Vicente e outra na Praia formam professores para o ensino b sico elementar Cursos com dura o de dois anos onde se ingressa com o curso geral dos liceus ou equivalente Esta escola teve ao longo dos anos

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