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Rio de Janeiro 2010 - Biblioteca Nacional

1. dada pela falta de oficiais peritos que padece o pa s e justificada pelo of cio por que as artes de que se trata tem mais de mec nicas do que de liberais AGCRJ C dice 6 1 23 37 CAVALCANTI Nireu O Rio de Janeiro setecentista Rio de Janeiro Jorge Zahar Edi tor 2004 MARTINS Monica de Souza Nunes Op cit Canteiro era aquele que lavrava a pedra de cantaria escultor de pedra Sobre a inclus o na Irmandade de S o Jos AGCRJ c d 46 2 22 Marceneiros e carpinteiros 1812 1831 fl 32 38 A 2 de abril de 1813 a C mara pro be a venda de cal ados pelas ruas uma deman da da Irmandade de S o Crispim e Crispiniano encaminhada por interm dio do juiz e escriv o e demais oficiais de sapateiros A decis o resulta de um conflito entre os oficiais agremiados na Irmandade a C mara e os oficiais que n o pertenciam quela vit ria da irmandade ocorre ap s um conflito que perdura desde pelo menos os anos sessenta do s culo XVIII Mas uma vit ria relativa pois a demanda pela proibi o continua ap s aquela data De qualquer forma importante informar que a irmandade procura proteger a corpora o contra a concorr ncia representada principalmente pelos pardos e pretos cativos ou seus propriet rios n o agremiados irmandade O Aviso R gio de 1813 foi publicado e pelos registros recupera outras decis es favor veis aos oficiais de sapatei ros agremiados na irmandade no s culo XVIII E que j
2. Estamos no in cio do s culo XX e as cr ticas queles conceitos e normas a respeito dos fundamentos da restaura o hist rica e tamb m daquela dita estil stica j se fazem ouvir por toda a Europa o pren ncio do que vir a ser apresentado como restaura o cient fica Esta por sua vez se desenvolve na dire o da perman ncia de todos os fatores que dizem respeito aos tra os hist ricos que venham a fazer parte da vida de um determinado monumen to trazendo a id ia de que se deviam deixar bem claras as poucas e novas interven es que viessem a ser necess rias restaura o do monumento sem preocupa o com atitudes estil sticas Contudo como de praxe entre os homens e a hist ria surgem l pelos meados do s culo pensamentos contradit rios quanto aos conceitos sobre os registros vis veis dos tra os que contam a hist ria dos monumentos E da It lia que parte uma nova vis o sobre a tomada de atitude quanto ao que se deve ao que n o se deve mais e de que modo devemos fazer e pensar 4 priori os trabalhos de restaura o de obras e monumentos Assim o historiador de arte italiano Cesari Brandi 1906 1988 surge para apresentar suas id ias e conceitos que podemos inferir talvez venham a ser a ltima grande vertente do pensamento sobre restaura o de obras nos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 44 meios europeus Brandi deixa claro logo de in cio que o que interessa para el
3. o Adicional ao Tratado de Paz e Amizade de 29 de agosto de 1825 e no ajuste entre o reino de Portugal e o Imp rio brasileiro estava inclu da entre as propriedades reais deixa das no Brasil a Real Biblioteca cujo ressarcimento de preju zos foi compensado pelo pagamento de dois milh es de libras esterlinas feito pelo Brasil Em 1822 o governo imperial determinou que fosse entregue biblioteca um exemplar de todas as obras folhas peri dicas e volantes impressos na Tipografia Nacional Com o tempo a legisla o aperfei oou se e em 1907 o presidente Afonso Augusto Moreira Pena promulgou o decreto da Contribui o Legal at hoje em vigor sob a forma da Lei n 10 994 de 14 de dezembro de 2004 obrigando o envio institui o de um exemplar de toda obra editada no Brasil Carimbo da Real Biblioteca An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 11 Escada de acesso ao 3 andar do pr dio da Biblioteca Nacional Ao fundo o busto de d Jo o VI respons vel pela vinda da Real Biblioteca para o Brasil Esse decreto foi decisivo para o enriquecimento do acervo e para a ratifica o do status de nacional ostentado pela Biblioteca que passou a operar desde ent o como centro nacional de permuta bibliogr fica nos mbitos interno e externo Em 1855 a Biblioteca foi transferida para a Rua do Passeio e instalada no pr dio que hoje com algumas modifica es abriga a Escola de M sica da Univer
4. Segundo Rios o defeito mec nico uma classifica o advinda da natureza manual das ocupa es sobre a qual incidia uma remunera o que era apli cada aos oficiais mec nicos e mercadores Para o autor os oficiais mec nicos constitu am n o s uma categoria profissional mas uma identidade social marcada por aquele estigma social negativo que se contrapunha honra da nobreza e aos privil gios jur dicos associados a este grupo Num longo movimento pela hist ria sua an lise demonstra que os oficiais mec nicos t m acesso em determinados momentos a distin es e privil gios que n o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 174 resultam da descaracteriza o do defeito mec nico Muito pelo contr rio o acesso a eles est relacionado ao car ter atribu do s fun es de representa o exercidas na cidade Nessa dire o Rios recupera a hist ria dos of cios desde o reinado de d Jo o II quando em resposta a uma solicita o da C mara de Lisboa nas cortes gerais de 1481 1482 pela obrigatoriedade do exame dos of cios A Coroa n o o institui mas determina que todos os of cios elaborem regimentos pr prios e que as c maras escolham dois ju zes para fiscalizar o cumprimento dessas re gras Com o tempo o juiz de of cio adquiria prest gio social e dignidade pro fissional revelados na convoca o para pareceres de obras p blicas ocupa o de fun es fixas relacionadas aos of cios e participa o n
5. de import ncia do acervo da Biblioteca Nacional n o podemos deixar de DESCE Epicteg igi tal E A o pa P gina Web pr http www bn br bndigital An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 31 SEX NACIONAL marca do PLANO criado j em 1979 para preservar os Plano Nacional peri dicos nacionais de Microfilmagem de Peri dicos Brasileiros registrar os trabalhos de reprodu o executados por meio das t cnicas de mi crofilmagem que garantem a perman ncia desta parcela de imensur vel im port ncia de nossos registros hist ricos H que se fazer refer ncia a alguns dos grandes programas estabelecidos pela Biblioteca Nacional em parcerias com outras institui es que com o pas sar dos anos engrandecem a biblioteca nos cen rios nacional e internacional que s o 1 O Plano Nacional de Microfilmagem de Peri dicos Brasileiro Plano tem seu desempenho assegurado por sua equipe de t cnicos especializados e pelas diretorias da Biblioteca visando preservar a mem ria hemerogr fica brasilei ra Criado em 11 de dezembro de 1978 em parceria com a Funda o Casa de Rui Barbosa FCRB foi desde ent o coordenado pela Dra Esther Caldas Bertoletti que permaneceu na fun o at 1992 quando o Plano passou a ser subordinado Coordenadoria de Microrreprodu o Durante a longa gest o da Dra Esther Bertoletti o Plano se sedimentou na Biblioteca Nacional e se expandiu para outras institui es
6. o Al m disso s o os princ pios de solidariedade e de cidada nia que tamb m devem ser discutidos assim como a concep o geral de uma co responsabilidade dos indiv duos como cidad os frente dos perigos que os amea am Diante de um quadro de propor es limitadas de recursos dispon veis para quest es culturais hoje em nossa sociedade torna se inexor vel nossa compreens o em prevenir antes de intervir limitando tanto quanto poss vel qualquer a o f sica invasiva O objetivo principal deve ser sempre alterar o m nimo poss vel as obras que chegaram s nossas m os e com toda responsa bilidade deix las preservadas e protegidas para os brasileiros que vir o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 Anexos 83 ANEXO 1 Instituto Nacional de Meteorologia INMET Gr fico das Normais Climatol gicas 2 0 21 0 20 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez O Rio de Janeiro 1961 a 1990 Temp M dia graus celcius O Rio de Janeiro 1931 a 1960 Temp M dia graus celcius Meses Instituto Nacional de Meteorologia INMET Gr fico das Normais Climatol gicas 20 0 79 0 A 4 E Ez 4 x e Ma To 75 0 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez O Rio de Janeiro 1961 a 1990 Umidade O Rio de Janeiro 1931 a 1960 Umidade Neste gr fico de temperatura m dia do per odo de 1931 at 1960 a temperatura m dia do Rio de
7. o de um lugar pr ximo ao cais e a apenas quatro ou cinco bra as daquele que foi arrendado a Oliveira amp C acalmou os pe quenos lavradores que suspenderam os protestos Afora a licen a anual que j pagavam C mara n o precisariam desembolsar qualquer outra quantia s teriam mesmo que enviar novos requerimentos C mara para continuarem com seu neg cio na pra a De acordo com o edital publicado no Jornal do Commercio de 26 de novembro de 1885 os mercadores ou seus representan tes legais deviam num prazo de 15 dias a contar deste aviso comparecer na Secretaria Municipal com suas solicita es para terem seus nomes g neros de neg cio e localidades a que pertenciam inscritos num livro especial Em segui da receberiam uma guia que seria apresentada ao visto do fiscal respectivo e assim poderiam exercer livremente sua ind stria Mas n o seria permitido a pessoa alguma de neg cio seja qual fosse o g nero estacionar sem a devida licen a nos lugares concedidos aos pequenos lavradores e nos demais pontos nas proximidades do mercado Quanto s novas barraquinhas de ferro voltaram a ser armadas na Pra a das Marinhas em 24 de outubro e s aqueles que quisessem mesmo ocup las teriam que pagar os 400 r is di rios Os empres rios do cons rcio por sua vez tiveram que esperar at o ano de 1886 e as longas discuss es na C mara para terem os direitos que julgavam perdidos com as mudan as no c
8. reas de ci ncias humanas exa tas ou biol gicas O artista e o artes o criam dominam as t cnicas e podem conhecer bem os materiais mas n o possuem a forma o nem disp em de conceitos fundamentais para a interven o em bens culturais O presente c digo visa estabelecer normas e princ pios que orientem o conservador restaurador na boa pr tica de sua profiss o C digo de tica do conservador restaurador 1 Rela o com os bens culturais Toda a atua o do conservador restaurador deve ser orientada pelo absolu to respeito ao valor e significado est tico e hist rico bem como integri dade f sica dos bens culturais que lhe estejam afetos O conservador restaurador deve contratar e empreender apenas os traba lhos que possa realizar com seguran a dentro dos limites de seus conheci mentos e dos equipamentos de que disp e a fim de n o causar danos aos bens culturais ao meio ambiente ou aos seres humanos Sempre que for necess rio ou adequado o conservador restaurador deve consultar especialistas de qualquer uma das atividades que lhe complemen tem a atua o envolvendo os em ampla troca de informa es Em qualquer situa o de emerg ncia onde um bem cultural esteja em pe rigo iminente o conservador restaurador deve dar toda a assist ncia poss vel independentemente de sua rea de especializa o O conservador restaurador deve levar em considera o todos os aspectos relativos co
9. 1608 gathering bricklayers carpenters woodworkers and stone masons and the analysis of their means of insertion into colonial society Assistant force of the Portuguese State and organic expression of local life the brotherhoods reveal citi zenship models which do not derive from selective circles of social entitlement and engage ment on Imperial politics as well as evince exclusions made by blood purity criteria Key words Social History Colonial Brazil Rio de Janeiro Craft brotherhoods Citizenship X Trabalho realizado com recursos do Programa de Apoio Pesquisa da Funda o Biblioteca Nacional poucos trabalhos hist ricos sobre a cidadania no per odo colonial e praticamente quase nada sobre os oficiais mec nicos Este texto pretende justamente refletir sobre a natureza e condi es da cida dania desses grupos no Rio de Janeiro do s culo XVIII Com esta finalidade levarei em conta a produ o historiogr fica que d nfase no o de imp rio e efetua uma reflex o sobre o espa o portugu s transatl ntico os trabalhos pio neiros sobre a cidadania e sobre os of cios na Am rica portuguesa principal mente aqueles produzidos pela historiografia desde fins dos anos 80 at hoje e para efeito de compara o as investiga es sobre as no es de cidadania naturalidade e vizinhan a no Imp rio espanhol Essa classifica o da historiografia implica interse es e serve apenas para arrumar
10. 1890 1906 e 1920 dos n meros s trajet rias de vida Revista Po pula o e Sociedade Porto Edi es Aforamentos 2007 n 14 15 parte I MIYASAKA Cristiane Regina Viver nos sub rbios a experi ncia dos trabalhadores de Inha ma Rio de Janeiro 1890 1910 Disserta o de mestrado em Hist ria Uni camp 2008 MOTT Luiz Subs dios hist ria do pequeno com rcio no Brasil Revista de Hist ria vol 53 n 105 pp 81 106 MOTTA M rcia M Menendes Pelas bandas d al m fronteira fechada e arrendat rios escravistas em uma regi o policultora 1808 1888 Disserta o de mestrada apresentada ao Programa de P s gradua o em Hist ria da UFF 1989 NEVES L cia Maria B P MOREL Marco amp FERREIRA T nia Maria B da C orgs Hist ria e imprensa representa es culturais e pr ticas de poder Rio de Janeiro DP amp A Faperj 2006 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 147 PANTOJA Selma A dimens o atl ntica das quitandeiras In FURTADO J nia org Di logos oce nicos Minas Gerais e as novas abordagens para uma hist ria do Imp rio Ultramarino Portugu s Belo Horizonte Editora da UFMG 2001 PEREIRA Leonardo Affonso de Miranda O carnaval das letras literatura e folia no Rio de Janeiro do s culo XIX 2 ed rev Campinas Editora da Unicamp 2004 PERROT Michele Workers on strike 1871 1890 Nova Haven Londres Yale University 1987 PIZARRO E ARA JO Jos
11. 1Tm 6 10 est documentada na figura do avarento que sob muitos de seus nomes ava ro cainho canguinho canhengue esganado fominha forreta ganancioso harpag o manicurto m o de finado m o de vaca m o fechada m o seca mesquinho migalheiro miser vel morrinha muquirana p o duro pica fumo som tico s rdido sorrelfa sovina unha de fome usur rio usureiro zuraco e representa es iconogr ficas acabou consagrado por Moli re em seu O avarento um retrato de Harpag o personifica o t o popular que seu nome virou sin nimo dicionarizado do pecador A inveja o pecado inconfess vel se mostra e se esconde nos tratados sobre os v cios e as virtudes cl ssicos dos s culos XVII ao XVIII como a pri meira edi o rar ssima da Conspira o universal de Pedro Correia 1615 e nas Emblematas livros de emblemas que objetivavam mostrar sob a forma de ricas ilustra es o caminho da retid o destacando os v cios as virtudes e seus efeitos de Ianis Boissard 1593 Raphael Custodis 1622 Jean Baudouin 1659 e Otto van Veen 1701 A ira emo o pecadora que destr i est na raiva excessiva que arde no ntimo ou explode levando impaci ncia viol ncia ao dio descontrola do valores destacados em obras como Histoire de barbarie de Pierre Dan 1649 com imagens de 22 t cnicas de tortura que ainda chocam 350 anos depois de sua publica o na edi o em vida de Meim Kamp
12. 2007 Devotos da cor Identidade tnica religiosidade e escravid o no Rio de Janeiro s culo XVIII Rio de Janeiro Civiliza o Brasileira 2000 SODR Nelson Werneck Hist ria da imprensa no Brasil 4 ed Rio de Janeiro Mauad 1999 SOUZA Juliana Teixeira A autoridade municipal na corte imperial enfrentamentos e ne gocia es na regula o do com rcio de g neros 1840 1889 Tese de doutorado apresen ta ao Departamento de Hist ria da Unicamp Campinas 2007 THOMPSON E P A forma o da classe oper ria inglesa Rio de Janeiro Paz e Terra 1987 1988 3v Algumas considera es sobre classe e falsa consci ncia In A peculiaridade dos ingleses e outros artigos Campinas Editora da Unicamp 2001 ZERON Carlos Alberto Pombeiros e tangosmaos intermedi rios do tr fico de escra vos na frica Actes du Colloque Passeurs Culturels Mediadores Culturais Lagos Por tugal 9 a 11 de outubro de 1997 Lisboa Funda o Callouste Gulbenkian 1998 Notas 1 CE GOMES Fl vio dos Santos Hist ria protesto e cultura pol tica no Brasil es cravista In SOUZA Jos Prata de org Escravid o of cios e liberdade Rio de Janeiro Aperj 1998 p 66 LINHARES Herm nio Contribui o hist ria das lutas oper rias no Brasil 2ed S o Paulo Alfa mega 1977 p 3 MATTOS Marcelo Badar Greves e repress o policial aos sindicatos no processo de forma o da classe trabalh
13. S R O espa o como elemento de preserva o dos acervos como suporte em papel Rio de Janeiro Academia Brasileira de Letras 1998 43p CARVALHO Gilberto Villar de Biografia da Biblioteca Nacional 1807 1990 Rio de Janeiro Irradia o Cultural 1994 CHOAY F A Alegoria do Patrim nio 3 ed S o Paulo Esta o Liberdade Unesp 2006 288 p CLAPP A F Curatorial care of works of art on paper Nova York Lyons amp Burford 1987 191p CUNHA G D M Conservation of library materials Nova York Screwcrow Press 1971 FONSECA M C L O patrim nio em processo trajet ria da pol tica federal de preserva o no Brasil Rio de Janeiro Editora UFRJ Minc IPHAN 2005 294p GOMES A de C A guardi da Mem ria Acervo Revista do Arquivo Nacional Rio de Janeiro v 9 n 12 p 17 30 jan dez 1996 GON ALVES J R S A ret rica da perda os discursos do patrim nio cultural no Brasil Rio de Janeiro Ed da UFRJ IPHAN 2002 147p O Patrim nio como categoria de pensamento In ABREU R CHAGAS M Orgs Mem ria e patrim nio ensaios contempor neos Rio de Janeiro DP amp A 2003 p 21 30 HERKENHOFE P Biblioteca Nacional a hist ria de uma cole o 2 ed Rio de Janeiro Salamandra 1997 263p An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 95 HORCADES Carlos M 4 evolu o da escrita hist ria ilustrada 2 ed Rio de Janeiro Editora Senac Rio 2007 152p INST
14. cios do ferro e fogo e a Irmandade de S o Jorge Para se tornar um oficial e ou mestre e manter a posi o fazia se neces s rio cumprir uma s rie de regras ingressar na irmandade obter licen a para exercer o of cio e efetuar pagamentos entradas anuais taxas de exame Apesar das diferen as relativas cong nere lisboeta o primeiro compromis so vedava o acesso de Judeu Mouro negro ou mulato ou de outra infecta na o atualizando os crit rios de limpeza de sangue No entanto durante o processo de aprova o alguns de seus cap tulos foram alvo de pol mica pela administra o central e local No final por interm dio do Conselho Ultra marino o rei exigiu a revoga o de alguns estatutos propostos pelos irm os de S o Jorge para garantir sua confirma o Segundo o parecer do conselheiro Alexandre de Mello e Souza e Menezes n o caberia irmandade ter juris di o para tirar inquiri o e infamar fam lias 2 retirando t o somente da letra da lei o preconceito racial O fato que o pr prio compromisso admite a exist ncia de irm os propriet rios de escravos e de irm os forros e cativos que se integram irmandade pelo dom nio do of cio Por seu status diferen ciado estes ltimos seriam irm os de menor condi o o que n o lhes eximia nem de pagamento nem de exame Em outras palavras pagavam um valor menor de entrada e recebiam menos privil gios A regra social da egiiidade determinava
15. como Mercado da Praia do Peixe era uma esp cie de feira permanente que crescia ao acaso sem um alinhamento definido Com o cont nuo ajuntamen to de novas bancas o vice rei Luiz de Vasconcellos ordenou em 1789 que as barracas de peixe fossem reconstru das com regularidade e simetria Mas a algazarra dos vendedores a lama e toda sorte de detritos que se amontoavam por ali n o deixavam de desagradar boa parte da popula o Alguns diziam que o vozerio era tal que perturbava as sess es no Senado da C mara que ficava logo ao lado Mesmo com os protestos e as determina es para que os vendedores fossem removidos para outro local um novo mercado s come ou a ser constru do na d cada de 1830 Com projeto do arquiteto franc s Grandjean de Montigny as obras do edif cio da Pra a do Mercado tamb m chamada de Mercado da Candel ria iniciaram se em 1834 mas s foram conclu das em 1841 O acesso pra a era feito por quatro port es monumentais um em cada face conduzindo a ruas transversais que se cruzavam no centro junto a um chafariz de pedra lavrada Outras ruas cal adas acompanhavam as quatro faces abrindo se para elas tanto as lojas externas como as do pavilh o central O mercado ocupava todo um quarteir o e dividia se em tr s reas o centro destinado para venda de hortali as legumes aves e ovos o lado do mar para peixe fresco seco e salgado e o lado da rua voltado para a Rua do Mercado e
16. das rotas das carava nas e das conquistas territoriais o papel e os segredos de sua manufatura s o introduzidos no ocidente Os mouros n o tardam em levar para a Espanha todo o seu aprendizado Com o desenrolar dos fatos este conhecimento se espalha e se propaga principalmente por toda a It lia onde a primeira marca d gua europ ia foi usada em Fabriano em 1282 Os europeus ao inv s de usarem os tradicionais moldes de bambu dos orientais fabricavam seus pr prios moldes a partir da utiliza o de fios met licos tran ados formando uma malha fina que era presa a uma moldura de madeira Por volta do ano de 1495 o papel j estava sen do fabricado com grande envergadura na Fran a Alemanha Flandres regi o norte da B lgica Pol nia e Inglaterra A hist ria registra que a ado o do papel como alternativa ao pergaminho n o parece ter causado nenhum efeito significativo sobre o n mero de livros produzidos a m o Entretanto uma nova era estava despontando na hist ria com a inven o dos tipos m veis e a impress o moderna por Johannes Gu temberg 1390 1468 E assim no s culo XV por volta de 1450 esta magn fica inven o foi tanto causa quanto efeito para a grande disponibilidade ao uso do papel Mesmo sendo encarado por muitos com desagrado o cresci mento da produ o de livros desencadeado pelo prelo exigiu que se utilizasse muito papel para impress o Inicialmente o papel tinha excelente qualidade como u
17. de Souza Azeredo Mem rias hist ricas do Rio de Janeiro Rio de Janeiro Imprensa Nacional 1945 v 3 POPINIGIS Fabiane Prolet rios de casaca trabalhadores do com rcio carioca Campinas Editora da Unicamp 2007 RAMOS Ana Fl via Cernic Pol tica e humor nos ltimos anos da Monarquia a s rie Ba las de Estalo 1883 1884 Disserta o de mestrado apresentada ao Departamento de Hist ria da Unicamp 2005 REIS Jo o J A greve negra de 1857 na Bahia Revista USP 18 1993 De olho no canto Trabalho de rua na Bahia na v spera da aboli o Afro sia Salvador CEAO UFBA n mero 24 2000 RIBEYROLLES Charles Brasil Pitoresco Vol 1 Belo Horizonte Itatiaia S o Paulo Edusp 1980 RODRIGUES Jaime De costa a costa escravos marinheiros e intermedi rios do tr fico negreiro de Angola do Rio de Janeiro 1780 1860 S o Paulo Companhia das Letras 2005 SALIBA Elias Thom A dimens o c mica da vida privada na Rep blica In SEVCEN KO Nicolau Hist ria da vida privada no Brasil S o Paulo Companhia das Letras 1998 vol 3 SAMSON Adele Toussant Uma parisiense no Brasil 1849 1862 Rio de Janeiro Capi vara 2003 SANTOS Ana Maria dos Vida econ mica de Itabora no s culo XIX Disserta o de mes trado em Hist ria UFF 1974 SANTOS Joaquim Justino Moura dos Santos De freguesias rurais a sub rbio Inha ma e Iraj no munic pio do Rio de Janeiro Tese de Douto
18. ditos MINISTERIO DA CULTURA Funda o BIBLIOTECA NACIONAL 8 Funda o Biblioteca Nacional Design Gustavo Luiz e Wilian P gina Web http www pnll gov br An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 34 P gina Web http www consorcio bn br snbp do Livro e da Leitura desenvolve a pol tica nacional do livro como tamb m promove no Brasil e no exterior a literatura brasileira Devemos entender e encarar todos estes programas e planos como um grande e formid vel planejamento constru do ao longo dos anos sob os c nones da preserva o de bens culturais Essas realiza es denotam claramente suas inten es direcionadas para uma pol tica de salvaguarda que j se fazia presente desde os anos 1980 como mola mestra de uma atua o institucional em implanta o na Biblioteca Nacional Por fim a Biblioteca Nacional uma das dez maiores do mundo est no s culo XXI consciente de sua miss o educativa em rela o sociedade brasi leira e traz a lume seu maior potencial simb lico seu hist rico e raro acervo disponibilizado ao p blico e aos pesquisadores de todo o Brasil e do mundo atrav s dos mais avan ados ve culos de informa o A forma o das cole es Entre as cole es incorporadas ao acervo da Funda o Biblioteca Nacional devem ser mencionadas pelo seu valor hist rico e raridade as seguintes e Cole o Barbosa Machado Doada pelo ilustre bibli filo formada de 4 300
19. duos e esfera p blica E aqui vamos uma vez mais direcionar nossas aten es para este campo da preserva o dos bens culturais neste caso para o acervo bibliogr fico e docu mental da Biblioteca Nacional e o edif cio que o abriga situa o da preserva o vista e descrita correntemente como uma for ma abrangente de atua o que tr s sob si as reas t cnicas da conserva o e a da restaura o Nas ltimas d cadas os profissionais que desempenham atividades nesta rea adotam um consenso sobre um conjunto de conceitos fundamentais de preserva o para melhor dispor dos recursos disponibiliza dos em programas de preserva o bem desenvolvidos Contudo para abordarmos esta nem t o antiga rea de preserva o de bens culturais vamos retroceder no tempo at o come o do pensamento sobre o conceito de patrim nio Tal conceito estando ligado aos registros dos teste munhos materiais do passado surge no final do s culo XVIII toma forma e se desenvolve a partir do s culo XIX atingindo seu ponto alto no ltimo quartel do s culo XX Integra se a este conceito a preocupa o com a preserva o do patrim nio que nos remete Europa do s culo XVIII na busca da recupera o do An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 42 patrim nio arquitet nico principalmente na Fran a no decorrer do per odo p s revolu o francesa Neste momento o Estado assume em nome do inte resse p blico contra tod
20. e as normas para cess o de obras para exposi es nacionais An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 52 Aspirador de p manual para higienizar os livros Mesa de higieniza o no Centro de Conserva o da Biblioteca Nacional 2009 Limpeza de documento com p de borracha e internacionais Tudo isso com o objetivo de retardar ao m ximo a degrada o dos documentos A conserva o reparadora e a restaura o j apresentam caracter sticas in tervencionistas na estrutura dos suportes dos livros e documentos Cada uma com um n vel de aprofundamento espec fico Na parte 3 sobre seguran a o assunto sobre as condi es ambientais consi deradas ideais para a preserva o de acervos bibliogr ficos e documentais volta a ser abordado mais especificadamente Neste contexto vale ressaltar uma etapa de absoluta import ncia que a hi gieniza o dos acervos O termo higieniza o incorporado ao jarg o t cnico da mat ria conserva o preventiva descreve a a o de elimina o de sujidades generalizadas que se encontram sobre as obras como poeira part culas s li das elementos esp rios estrutura f sica do papel a elimina o de grampos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 53 e clipes oxidados objetivando entre outros fatores a perman ncia est tica e estrutural da mesma Esta etapa configura um raio x do acervo na medida em que cada livro cada documento as estantes e mapotecas
21. estivessem envolvidos em disputas tnicas e raciais com os pombeiros muitos dos quais certamente descendentes de africanos aproveitando assim o con flito de outubro de 1885 para resolver quest es antigas Certamente esta uma possibilidade j que desde a d cada de 1870 a competi o por espa o no mercado de trabalho urbano e tamb m pela sobreviv ncia na cidade acir rava rivalidades entre africanos e imigrantes europeus Em maio de 1872 por exemplo cinquenta pretos ganhadores que costumavam carregar carne seca em canoas at a Pra a das Marinhas brigaram com 12 trabalhadores brancos ocupados naquele mesmo servi o Poucos dias antes os pretos haviam exigi do um aumento de vinte r is aos donos da carne seca Como n o quisessem se sujeitar a essa exig ncia os patr es resolveram chamar trabalhadores brancos Inconformados com a nova situa o os ganhadores voltaram s 12 horas do dia 2 de maio armados de cacetes e um deles com uma foice assaltaram os novos trabalhadores travando se luta renhida s debelada ap s a atua o de um capit o e de pra as da guarda urbana Ao noticiar a contenda o Di rio do Rio de Janeiro destacara que os pretos carregadores teriam feito uma pare de 2 moda da Costa da Mina o que acabou provocando a pris o de sete escravos e um negro liberto 22 Seja como for constatamos que sem d vida a greve de outubro de 1885 foi armada por pequenos lavra
22. fabrica o de papel na Alemanha moinho de rio na cidade de N rnberg A inven o de nto de E 1440 5 de Johan Gutemberg gerou o desenvolvi mento do papel inven o da m quina de fazer papel do franc s Louis Robert desenvolvimento inven o da quimica da para celuicso A hist ria do papel inventado na China no in cio do s culo II s chegou Europa no s culo IX An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 48 poss vel escrever em ambos os lados do pergaminho fazer ranhuras e corre es e ainda costurar v rios deles juntos formando um c dice O pergaminho provou seu valor e no decorrer de s culos nos mosteiros todos os manuscritos foram cuidadosamente copiados para este nobre supor te Conta a hist ria que no in cio do s culo XII quando o papel foi introdu zido na Europa foi considerado por muitos como um material de qualidade bastante inferior E a reflex o na poca sobre esta novidade baseava se em dois aspectos da maior relev ncia a durabilidade e a perman ncia deste novo suporte para a escrita O papel desde os mais nobres aos mais simples tem uma import ncia muito grande na vida humana Produto de grande versatilidade iniciou o seu processo hist rico h cerca de dois mil anos Como a maioria das grandes inven es teve um princ pio muito simples Era fabricado a partir de uma suspens o l quida de fibras que se espalhava sobre uma tela para escoar a gua e
23. haviam servido de modelo para outros of cios na cidade AGCRJ 50 1 11 Sapateiros Autos 1771 1772 50 1 12 Sapateiros documentos sobre of cios de ju zes e escriv es de sapateiros 1813 1827 39 AGCR C dice 46 2 22 fl 3 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 182 40 Idem ibidem fls 36 9 41 Os dois termos mulato e pardo aparecem na representa o do juiz de of cio Irmandade Nos demais documentos usam se somente mulatos Idem ibidem fl 15 42 H indica es sobre um Compromisso da Irmandade de 1758 No entanto encon tram se refer ncias a um anterior a esta data em fun o de um processo movido pela irmandade contra um marceneiro n o oficial n o examinado que tinha loja com quatro aprendizes no qual h consultas realizadas sobre o compromisso na d cada de 40 do s culo XVIII AGCRJ 40 3 91 Autos de execu o Carpinteiros e marceneiros 1759 Ver tamb m peti o do juiz e irm os da irmandade do Rio de Janeiro 1744 solicitando a ado o do compromisso da irmandade de S o Jos de Lisboa de 1709 AHU Rio de Janeiro manuscritos avulsos CD 4 43 N o sabemos a data exata da decis o No documento de 1820 registra se que Este meio foi adotado e observado constantemente h tantos anos passou a costume com privil gio de prescri o AGCRJ C dice 46 2 12 fl 17 MARTINS Monica de Souza Nunes Op cit pp 63 71 90 44 Compromisso da Irmandade do Glorioso S o Jorge
24. ncia um exemplo do ama durecimento entre n s da consci ncia profissional e institucional acerca da preserva o dos bens hist ricos Fruto de anos de trabalho e pesquisas agora sistematizados e aprofundados em sua disserta o de mestrado no Programa de P s Gradua o em Hist ria Pol tica e Bens Culturais do Centro de Pes quisa e Documenta o de Hist ria Contempor nea do Brasil CPDOC da Funda o Get lio Vargas o Guia identifica os riscos a que est o sujeitos o acervo o pr dio e o seu corpo de funcion rios e sistematiza o amplo conjun to de orienta es atitudes e procedimentos preventivos e defensivos que devem ser adotados pela institui o funcion rios e at mesmo usu rios Em seu sentido mais profundo trata se nas palavras do autor de investir no ser humano como agente transformador da realidade e de si pr prio A o civilizat ria que no Brasil como registra Spinelli tem outros precursores al m dos citados acima como Alberto Childe autor tamb m na d cada de 20 do primeiro projeto de lei visando defesa do patrim nio art stico e arqueol gico Este volume dos Anais publica ainda dois estudos hist ricos favorecidos por bolsas concedidas pelo Plano Nacional de Apoio Pesquisa PNAP da Biblioteca Nacional ambos tendo o Rio de Janeiro como cen rio Mercado em greve protestos e organiza o dos trabalhadores do pequeno com rcio no Rio de Janeiro Outubro 1885 de Juli
25. o I rei de Portugal Confeccionado por Fernando Menezes Amaro do Laborat rio de Restaura o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 55 revers o de danos f sicos ou qu micos que tenham ocorrido nos livros ou do cumentos ao longo do tempo Na Biblioteca Nacional a restaura o adotada para os acervos raros que apresentem um elevado grau de deteriora o e nos casos em que somente o uso de t cnicas relacionadas com a conserva o repa radora n o suficiente para restituir a condi o estrutural do documento As t cnicas de restaura o s o aplicadas em cada livro ou documento de forma individual o que implica custo elevado e tempo longo de trabalho como tamb m a forma o de equipe de t cnicos especializados e treinados para o exerc cio de atividades precisas Assim s o adotados crit rios ticos est ticos e hist ricos previamente esta belecidos que ser o os guias de todas os procedimentos t cnicos especializados em restaura o de obras raras Como parte integrante do extenso panorama de procedimentos t cnicos de restaura o de livros e documentos ressaltamos alguns itens de grande relev ncia que devem ser considerados e Os registros da obra a ser restaurada por meio de diagn sticos e fotografias de antes durante e depois da execu o dos tratamentos realizados e A garantia do princ pio de reversibilidade sobre todos os materiais que forem utilizados nos tratamentos t cnicos e
26. presen a de instigadores republicanos entre os manifestantes conferiu ao mo vimento uma dimens o mais ampla de verdadeira hostilidade monarquia Cinco anos mais tarde entre aqueles que apoiavam os pequenos lavradores em greve estava o jornalista Jos do Patroc nio um dos l deres republicanos que em 1880 havia insuflado as massas em favor da revoga o da medida Portanto n o faltavam motivos para que d Pedro II ficasse receoso naqueles dias de outubro de 1885 Na Gazeta da Tarde de 7 de outubro de 1885 Pa troc nio ao falar das desvantagens das novas barracas aproveitava para criticar o regime imperial An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 118 As barraquinhas v m desse tr fico de privil gios que tanto tem honrado o se gundo imp rio e que tamb m providencialmente a larga brecha por onde h de entrar a onda popular para lavar o pa s da mancha de um governo que n o se respeita Diante de tamanha grita na imprensa e nas ruas em 12 de outubro o imperador ordenou por interm dio do bar o de Mamor que os vereadores designassem um local no litoral em que os referidos comerciantes possam expor venda os seus produtos sem os vexames a que se sujeitou a concess o irrefletidamente feita para o assentamento das barracas a qual infelizmente se firma em contrato bilateral que cumpre respeitar em quanto por muito acordo das partes contratuais n o for ele rescindido Parece que a determina
27. reas suburbanas do munic pio neutro Entretanto muitos conduziam os g neros de suas ro as em embarca es pr prias Bem diferente das freguesias rurais de Niter i em Iraj e Inha ma o transporte de mercadorias encontrava se mais pulverizado Desfrutando de grande facilidade mar tima os agricultores do Rec ncavo da Guanabara con tavam com pequenos portos espalhados desde a Praia Pequena mais tarde chamada de Praia de Benfica at a desemborcadura da Pavuna destacando se o famoso porto de Maria Angu e o Porto do Velho em Iraj Nos requerimentos enviados C mara Municipal os lavradores dessas fre guesias rurais citaram para cada regi o cerca de quinze barcos diferentes sain do todos os dias para o mercado da corte N o poss vel saber exatamente de que pontos do litoral de Inha ma e Iraj partiam uma vez que n o fornece ram essas informa es Ainda assim examinando esses registros em conjunto constatei outras situa es que se repetiam ali Por exemplo havia muitos casos em que o lavrador conduzia em barco pr prio tanto os g neros de sua ro a como os de seus vizinhos Era assim com Jos Marques dono do bote 996 e morador no Engenho da Pedra em Inha ma Diariamente ele partia para a Pra a das Marinhas levando os produtos de sua lavoura e ainda as verduras e frutas que Joaquim da Rocha e Silva Joaquim Antonio do Couto e Jo o Alves Romarinz cultivavam em seus s tios arrendados no Engenho da Pedra
28. rios nem tudo resolvem No entan to apontam para a transforma o do conceito no per odo investigado uma expans o que permite passar do fidalgo atributo heredit rio ao natural incluindo os que tinham capacidade de se armar cavaleiros ou dispor de seus bens para servir p tria que em geral designava o lugar de origem dentro dos dom nios portugueses Nas peti es de oficiais mec nicos dirigidas C mara em que o t tulo de vassalo evocado aqueles buscam minorar o defeito mec nico pelas rela es estabelecidas com o rei Assim a partir dos casos mencionados pode se dizer que os indiv duos de condi o social mec nica inserem se na comunidade pol tica do Rio de Janeiro do Antigo Regime atrav s da participa o em irmandades ou corpora es de of cios de um cargo juiz ou escriv o destas institui es que lhes daria acesso ao jogo com a C mara e ou os privil gios concedidos pelo rei O carpinteiro cidad o brasileiro ou o bom cidad o pedreiro s fariam sua apari o mais tarde no ano de 18317 quando ent o o termo vinha a ad quirir novos significados passando grosso modo de uma compreens o hier r quica a um entendimento igualit rio do conceito de cidadania Ainda assim a gra a concedida por Sua Alteza real n o havia desaparecido do horizonte de expectativas No Rio de Janeiro entre fins do s culo XVIII e in cios do XIX as no es de bem comum e limpeza de sangue
29. ser fornecida sob a forma de relat rio ao propriet rio ou respons vel legal pelo bem cultural aos curadores de museus e institui es Entretanto no caso de pessoas sem o devido conhecimento t cnico n o aconselh vel o fornecimento da listagem de materiais qu micos e detalhamento de sua utiliza o a fim de evitar poss veis danos causados pelo uso inadequado Toda esta documenta o compor um dossi propriedade intelectual do conservador que passar a ser parte integrante do bem cultural em quest o Rela o com o propriet rio ou respons vel legal O restaurador tem a liberdade de contratar seus servi os com particula res institui es rg os governamentais etc contanto que este contrato ou acordo n o contrarie os princ pios aqui definidos e tendo a liberdade de escolha do crit rio t cnico e filos fico de restauro que julgar mais adequa do obra O estabelecimento da remunera o por um trabalho a ser realizado deve ser justo tendo em vista o respeito ao propriet rio ou respons vel legal e profiss o Para estabelecer um pre o correto considerar tempo e m o de obra necess rios custo do material a ser empregado An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 91 despesas fixas custos de an lises cient ficas e pesquisas hist ricas custo de seguro se houver grau de dificuldade do tratamento a ser executado riscos pessoais e insalubridade problemas advindos
30. um sinistro e uma a o humana inadequada que se tornou uma amea a ao pr prio homem O risco humano para o desastre considerado pior do que o natural pois um tido por inevit vel ao passo que o outro o humano considerado discricion rio ou seja livre de restri es legais Desta maneira a seguran a vista como um bem comum deve ser ampla mente divulgada e garantida por meio de um conjunto de conven es sociais Adotamos o entendimento sobre seguran a como o conjunto de elementos que formam um plano definido para impedir danos e combater os agentes prejudiciais nossa institui o abrangendo a prote o do edif cio dos bens dos acervos e dos usu rios Assim delimitamos como objetivo prec puo a integridade f sica de todo o acervo e dos usu rios da Funda o Biblioteca Nacional Nestes tempos atuais pontilhados por cat strofes ambientais guerras van dalismos e dios tnicos que resultam em destrui es de grandes e irrecons tru veis acervos mundo afora nos voltamos para reflex es do estado da arte em rela o s grandes cole es de livros e documentos que est o armazenadas em bibliotecas sob a cust dia do Estado Nesta hist ria da destrui o de livro se observa que a destrui o volunt ria cau sou o desaparecimento de 60 dos volumes Os restantes 40 devem ser atri bu dos a fatores heterog neos entre os quais se destacam os desastres naturais inc ndios furac es inunda es te
31. 57 pequenos produtores que enviaram uma pe ti o ao ministro do imp rio figuravam Jo o Pereira Lima Guimar es Luis Carr Ribeiro Manoel C rrea Torres Jos Teixeira da Silva e Maria Margarida Bazin Desmarest e tamb m seu filho Carlos Francisco Desmarest todos como j vimos donos de embarca es em S o Gon alo Al m disso examinando os c dices sobre a lavoura do munic pio constatei que o neto da Madama Margarida Paulo Jos Leroux estava auto rizado desde junho de 1875 a tratar dos neg cios de sua av podendo fazer toda e qualquer transa o inclusive compras vendas hipotecas ou qualquer aliena o de bens m veis ou im veis Seguindo de perto essas determina es Paulo Jos aparecia em dezembro de 1885 como procurador de quase todos os roceiros que conduziam produtos nas embarca es de Margarida Desmarest Dispondo dos documentos legais de 70 lavradores podia inscre v los na C mara Municipal do Rio como fornecedores que vendiam os produtos de sua lavoura no mercado p blico da corte E foi exatamente o que fez naquele m s de dezembro Tamb m vamos encontr lo defendendo os interesses de sua fam lia de maneira mais incisiva Em 10 de outubro de 1885 Leroux esteve frente do movimento grevista das Marinhas presidindo uma reuni o com mais de 200 lavradores numa casa da Rua Ourives Mas deixemos essa quest o para mais adiante Por ora vale ressaltar ainda que no conjun
32. A aten o com a compatibilidade dos novos materiais a serem utilizados na obra durante os tratamentos e A execu o de testes pr vios de solubilidade das tintas de impress o e de escrita das obras antes da execu o de tratamentos t cnicos em meios aquosos e O uso de t cnicas de reenfibragem para partes faltantes dos suportes origi nais em livros e documentos atrav s do equipamento m quina reenfibra dora de papeis e O uso de encaderna o flex vel em pergaminho para as obras raras restau radas com o uso da m quina reenfibradora de pap is Esta uma pol tica de encaderna o adotada e desenvolvida para estes casos pelos especialis tas do Laborat rio de Restaura o da Biblioteca Nacional e A utiliza o de modelos de acondicionamentos espec ficos para os livros e documentos restaurados confeccionados com materiais especiais e que propiciem prote o duradoura PARTE 3 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 56 A seguran a A palavra seguran a tem origem no latim securitas securitatis e significa sem preocupa es A etimologia sugere o sentido ocupar se de si mesmo Em sua defini o mais comum essa palavra refere se a um mal a ser evitado e por isso seguran a a aus ncia de riscos a previsibilidade a certeza quan to ao futuro Desse modo o termo denota uma rela o entre o segurado e o risco que pode ser natural ou humano Uma cat strofe f sica por exemplo
33. Bibl Nac Rio de Janeiro 127 139 Os naturalistas Luiz e Elizabeth Agassiz chegados ao Rio em 1865 tam b m foram seduzidos pelo exotismo e distin o das quitandeiras minas que sempre traziam a cabe a coberta com um alto turbante de musselina e um longo xale de cores brilhantes ora cruzados sobre os seios ora negligentemen te atirados ao ombro Depois de encontr las nas proximidades da Pra a do Mercado Elizabeth registraria que esses negros atl ticos de rosto distinto e tipo mais nobre que o dos negros dos Estados Unidos s o os minas origin rios da prov ncia da Mina na frica Ociden tal uma ra a possante e as mulheres em particular t m formas muito belas e porte quase nobre Sinto grande prazer em contempl las na rua ou no mercado onde se v em em grande n mero pois as empregam mais como vendedoras de frutas e legumes que como criadas 1 certo que essas imagens e estere tipos eram em parte reflexo ou releitu ras do olhar senhorial que tinha os minas como superiores e ao mesmo tem po como potenciais vetores das temidas revoltas escravas Al m disso tam b m indicavam a exist ncia de uma rede de autores que produziam suas obras partindo de filtros inten es e formatos variados em torno de uma mesma realidade social cujos sujeitos lhes ofereciam desafios e op es de registro Contudo examinando outros documentos das primeiras d cadas do s culo XIX como registros
34. Brasil 1849 1862 Rio de Janeiro Capivara 2003 pp 76 78 Em 1859 Charles Ribeyrolles um outro franc s tamb m dizia Gostais da frica Ide pela manh ao mercado pr ximo do porto L est ela sentada acocorada ondulosa e tagarela com o seu turbante de casimira ou vestida de trapos arrastando as rendas ou os andrajos uma curiosa e estranha galeria onde a gra a e o grotesco se misturam Povo de C debaixo de sua tenda RIBEYROLLES Charles Brasil Pitoresco Vol 1 Belo Horizonte Itatiaia S o Paulo EDUSP 1980 p 203 104 AGASSIZ Luiz e Elizabeth Cary Viagem ao Brasil 1865 1866 Belo Horizonte Ed Itatiaia 1975 p 68 105 Recorrendo aos estere tipos criados por viajantes Mary Karasch apresenta uma s n tese da imagem que os senhores criaram em torno dos pretos minas orgulhosos indo m veis e corajosos que falavam rabe e eram mu ulmanos alfabetizados inteligentes e en rgicos que trabalhavam duro para comprar sua liberdade Contudo mesmo com tantas qualidades positivas os propriet rios temiam nos como escravos principalmen te ap s a Revolta dos Mal s de 1835 em Salvador Como muitos migraram da capital baiana para o Rio de Janeiro os propriet rios cariocas temiam o potencial dos minas em Salvador mais conhecidos como nag s para revoltas assassinatos de seus senhores e suic dios KARASCH Mary A vida dos escravos no Rio de Janeiro 1808 1850 Rio de Janeiro Companh
35. Crafts and Skilled Trades in Eighteenth Century Rio de Janeiro 66 MAGALH ES Joaquim Romero A forte presen a dos mesteres in MATTOSO Jos dir Hist ria de Portugal Lisboa Estampa 1994 v 3 pp 311 314 67 LANGHANS Franz Paul Op cit 68 Apud Idem ibidem 69 MARTINS Monica de Souza Nunes Op cit p 202 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 184 70 GON ALVES Lopes Op cit p 187 MAGALH ES Joaquim Romero A forte presen a dos mesteres in Op cit p 313 71 AHU Rio de Janeiro manuscritos avulsos CD 4 Para defini o de gra a e sua centralidade nas concep es jur dico pol ticas HESPANHA Ant nio Manuel Porque que foi portuguesa a expans o portuguesa ou O revisionismo nos tr picos p 7 72 BICALHO Maria Fernanda Op cit 73 AGCR J c dice 50 1 12 c dice 40 3 93 O cidad o como o propriet rio do of cio de escriv o da C mara e o seu substituto aparecem nos anos de 1770 1804 e 1813 Outro documento datado provavelmente de 1827 far refer ncia aos cidad os do Imp rio com significado dissonante ao meu ver assinalando mudan as j efetuadas 74 BLUTEAU Raphael Op cit 75 MORAES E SILVA Antonio de Dicion rio da L ngua Portuguesa Lisboa Tipografia Lacerdina 1813 Contia uma certa por o de generosidade dada pelo rei a um ilustre que se sacrificava pelo rei em vida ou fazenda 76 Idem Ibidem BERBEL M rcia R P
36. Dom Ob e a quitandeira da Pra a das Marinhas Embora isso tenha sido perfeitamente poss vel descobrir a ve racidade desse fato talvez n o seja o mais importante aqui De todo modo cabe ressaltar que a representa o desse encontro que se valia do tom ga lhofeiro caracter stico do peri dico demonstra que as negras quitandeiras quem sabe alguma preta mina n o s estavam presentes na pra a e no pr prio movimento de outubro de 1885 como sua atua o pol tica provavelmente estava longe de ser epis dica Nos dias que se seguiram publica o daque las ilustra es s muito raramente O Meguetrefe voltou ao tema da greve em pequenas notas ou em registros mais amplos sobre o conturbado m s de outubro gt Mas ainda poss vel atestar a participa o dessas vendedoras ana lisando outras fontes Na Revista Ilustrada daquele m s de outubro uma sequ ncia de peque nos quadros sob o t tulo de Greve dos legumes Fig 5 criticava com seu costumeiro olhar zombeteiro a carestia dos alimentos que assolava a cidade como consequ ncia do movimento grevista Os legumes estavam um despro p sito Fregueses reclamavam que uma omelete valia vinte mil r is E brincos de rabanetes e chap us com legumes j estavam virando j ias e presentes disputados Para castigar os vereadores que lograram um logradouro p blico sugeriam um castigo exemplar fech los num quarto com meia d zia de furiosas qui
37. Janeiro e doutoranda em Hist ria Social na Universidade de S o Paulo Resumo Em outubro de 1885 um grupo formado por mais de cem pequenos lavradores e quitan deiras paralisou suas atividades na Pra a das Marinhas margem da doca do movimen tado Mercado da Candel ria principal centro de compra e venda de g neros aliment cios do Rio de Janeiro Oitocentista Protestando contra a coloca o de novas barracas para venda de frutas e hortali as esses trabalhadores se recusaram a continuar com seu co m rcio e ainda impediram que barcos e carro as que vinham das freguesias suburbanas e de locais mais distantes descarregassem no cais O artigo examina esses conflitos que se prolongaram por mais de uma semana dimensionando e esmiu ando a participa o de grevistas entre os quais negras quitandeiras e mercadores portugueses pol ticos fregue ses Governo Imperial e imprensa Palavras chave Hist ria social Rio de Janeiro Com rcio Movimento grevista S c XIX Abstract In October 1885 a group of more than a hundred small farmers and market women halted their activities at Pra a das Marinhas along the dock of the crowded Candelaria Market the main site for buying and selling food genders in the 19th century Rio de Janeiro Protesting against new greengrocery stands being installed these workers refused to keep on performing their business and prevented boats and carts from distant places and the environs to unload at t
38. Janeiro 127 134 roceiro Manoel Jos Gomes em sociedade com o espanhol Bento Martins Cabe mencionar ainda que nove portugueses informaram sua idade a m dia ficava entre 30 40 anos e oito falaram de seu estado civil a maior parte era de casados Para finalizar a an lise dos registros de inscri o dos pequenos lavradores vale citar outras duas regi es que se destacaram nem tanto por quest es quan titativas mas principalmente por incrementarem algumas discuss es levanta das at aqui Tamb m na regi o suburbana do Rio a Ilha do Governador bem no meio da Ba a da Guanabara foi apontada como local de resid ncia e lavoura por 18 agricultores Como nas outras reas examinadas a produ o canavieira foi sendo substitu da por novos cultivos destacando se a produ o de hortali as que abastecia a capital carioca Em princ pios da d cada de 1870 havia pelo menos 116 lavradores registrados na freguesia dos quais 59 eram escravos e 57 livres Mas bem diferente dos agricultores das freguesias de S o Gon alo e da zona suburbana do Rio os da Ilha do Governador n o forneceram nas inscri es remetidas C mara Municipal maiores detalhes sobre suas terras e cultivos Dessa forma n o foi poss vel realizar um exame t o acurado como o que foi feito para as outras reas De qualquer maneira para efeitos comparativos importa assinalar que muito semelhante ao que ocorria em Inha ma os lavradores
39. Nacional no velho pr dio do Beco do Carmo aquele pr ximo ao Pa o Imperial Devemos ressaltar os esfor os quase sobre humanos e a criatividade que foram dispensados sem d vida nesta empreitada de tamanha envergadura pelo diretor da Biblioteca e sua equipe Em fevereiro de 1924 por m Manuel C cero Peregrino da Silva deixa a dire o e assume a Reitoria da ent o Univer sidade do Rio de Janeiro URJ Para substitui lo designado o historiador e jornalista M rio Behring Deste modo a Biblioteca Nacional com todas as suas mudan as trilhou seu caminho empenhando se com sucesso para manter o lugar de prest gio que sempre lhe coube na hist ria enquanto institui o cultural determinada em preservar a hist ria bibliogr fica brasileira Constatamos atrav s dos fatos narrados at aqui a imponderabilidade do tempo que nos imp e mudan as Biblioteca Nacional em 1925 Foto Augusto Malta 30 de atitudes e posturas E o que deve acontecer com algumas das leis ou normas que regem condutas em nossa sociedade sempre em franco desenvol vimento Por exemplo a lei do dep sito legal um dos mais poderosos instru mentos de capta o para a manuten o da bibliografia brasileira decreto de 1907 revisto em 2004 que deve aprimorar se neste mundo contempor neo que n o identifica mais a informa o apenas como sin nimo de livro mas que a encontra dispersa nos mais diversos tipos de suporte na Internet e em tantos o
40. Nessa poca os imigrantes lusitanos j se destacavam nessas freguesias De acordo com o Censo de 1872 a popula o geral da cidade do Rio de Janeiro alcan ava o total de 274 972 indiv duos dos quais 226 033 eram livres e 48 939 cativos Dentre os livres 73 310 ou cerca de 1 3 da popula o eram estrangeiros E os portugueses constitu am uma esmagadora maioria nesse grupo totalizando 55 933 pessoas o que correspondia a 76 29 da col nia estrangeira e 24 74 do total da popula o livre na cidade Como ressalta Len Menezes desde o t rmino do com rcio negreiro e principalmente a partir dos anos 1870 o processo imigrat rio estabeleceria dial tica profunda com o da Aboli o tanto no campo quanto na cidade Assim as ltimas d cadas do Oitocentos foram marcadas por consider vel aumento populacional decorrente sobretudo dos processos internos de deslocamento e da imigra o europeia orientada no sentido da substitui o do trabalho escravo na lavoura e nos of cios urbanos Embora os portugueses tenham se concentrando nas freguesias urbanas da cidade como Santana Sacramento e Santa Rita j nessa poca observa se um movimento para as reas de fronteira agr cola ou pesca situadas nas zonas rurais do munic pio neutro Em 1890 por exem plo cerca de 19 dos 17 448 moradores de Inha ma eram estrangeiros En tre eles contava se 2 745 imigrantes de Portugal o que representava 83 da col nia estra
41. Rep blica In SEVCENKO Nicolau Hist ria da vida privada no Brasil S o Paulo Companhia das Letras 1998 vol 3 p 298 Cf LUSTOSA Isabel Insultos impressos a guerra dos jorna listas na Independ ncia 1821 1823 S o Paulo Companhia das Letras 2000 31 RAMOS Ana Fl via Cernic Pol tica e humor nos ltimos anos da Monarquia a s rie Balas de Estalo 1883 1884 Disserta o de mestrado apresentada ao Departa mento de Hist ria da Unicamp 2005 p 8 32 RAMOS op cit p 8 9 cf PEREIRA Leonardo Affonso de Miranda O carnaval das letras literatura e folia no Rio de Janeiro do s culo XIX 2 ed rev Campinas Editora da Unicamp 2004 p 14 33 Atente se por exemplo para a charge publicada pela Revista Ilustrada em 10 de ou tubro de 1885 representando um grupo de negras quitandeiras que tamb m vendiam seus produtos na Pra a atacando os vereadores tido como os respons veis pelas novas barracas e o desvantajoso contrato firmado entre os empres rios e a C mara Municipal An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 151 34 SALIBA op cit p 297 35 Conforme vem demonstrando estudos recentes a imprensa tanto constitui mem rias de um tempo ao apresentar vis es distintas de um mesmo fato serve como fundamento para pensar e repensar a Hist ria quanto desponta como agente hist rico que interv m nos processos e epis dios e n o apenas como um simples ingrediente do acontec
42. Tamb m era muito comum que dois ou mais roceiros tivessem embarca es em sociedade O portugu s Manoel Jos Gomes e o espanhol Bento Martins que alugavam uma situa o na Fazenda de dona Ana Quint o em Inha ma eram donos do bote 1082 onde carregavam os produtos de suas terras e tamb m os dos lavradores portugueses Antonio Lamas e Vicente Al ves da Fonseca ambos moradores na mesma freguesia Como abordarei em detalhes mais adiante boa parte dos pequenos agricultores de Iraj e Inha ma e especialmente desta ltima rea era de imigrantes de Portugal Demons trando uma forte solidariedade eles se uniam para apresentar suas solicita es C mara e vender frutas legumes e verduras na pra a e tamb m se torna vam s cios no transporte mar timo embarcando seus g neros e os de outros companheiros Ao comparar os dados sobre Iraj e Inha ma com aqueles relativos s freguesias rurais de Niter i constatamos que de forma muito similar as duas reas com a crise nas exporta es do a car especializaram se no An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 131 fornecimento de mantimentos de primeira necessidade para os mercados do Rio de Janeiro Al m disso seus antigos engenhos foram pouco a pouco partilhados e alugados a pequenos agricultores Mas algumas diferen as ficam evidentes num olhar mais atento Se nas zonas suburbanas do munic pio neu tro as terras passaram por um crescente pr
43. a sua popula o N o podemos deixar de registrar outro aspecto de suma import ncia den tro do campo da seguran a que a biosseguran a O conceito de biosse guran a estabelecido em 2003 pela Comiss o T cnica de Biosseguran a da Fiocruz CT Bio Fiocruz diz que Biosseguran a um conjunto de saberes direcionado para a a o preven o mi nimiza o ou elimina o dos riscos inerentes s atividades de pesquisa produ o ensino desenvolvimento tecnol gico e presta o de servi os os quais po dem comprometer a sa de do homem o ambiente e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos A preocupa o e o desenvolvimento deste campo espec fico de pesquisa relacionado biosseguran a para profissionais que atuam junto a acervos de bibliotecas e para os conservadores restauradores de bens culturais v m sendo aos poucos difundidos e assimilado A rea de pesquisa est intrinsecamente ligada ao ambiente higiene e seguran a do trabalho Diz respeito ainda An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 61 dentro de uma avalia o de agentes de deteriora o queles relacionados aos riscos qu micos biol gicos e f sicos Como riscos qu micos podem ser citados o contato com subst ncias qu micas e t xicas como solventes em geral tinturas anilinas e tantos outros produtos utilizados em trabalhos de conserva o e restaura o como tamb m em atividades de limpeza de ambientes laboratoria
44. apoio no pr dio da Biblioteca A Coordenadoria de Preserva o da Biblioteca Nacional e sua equipe t c nica devem funcionar como mediadores entre estes tr s segmentos da insti tui o no comprometimento com o planejamento em si com a forma o de equipes de trabalho e com o estabelecimento de supervis es rumo ao sucesso de um programa desta envergadura Aparelho desumidificador frente e fundo Termohigr metro An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 81 CONCLUS O Chego a este ponto em perfeita concord ncia com o pensamento expressa do pela professora Lucia Lippi Oliveira guias n o tem mesmo conclus o s o obras abertas E sob o meu ponto de vista esta a grande diferen a de con cep o para este tipo de trabalho em compara o com um manual t cnico Assim neste sum rio de id ias busquei sintetizar nossa participa o en quanto atores com objetivos fundamentais e espec ficos em exerc cio profis sional no campo da preserva o de bens culturais neste caso nos acervos bibliogr ficos e documentais da Biblioteca Nacional Contudo precisamos nos aprofundar com mais intensidade na elabora o de programas voltados para este campo da preserva o como tamb m para o papel a ser exercido pela ci ncia neste processo Por outro lado a preocupa o com a seguran a e com a gest o de riscos nas institui es vem h algum tempo a reboque compondo a grande ques t o da preserva
45. atmosfera modi ficada Dispon vel em lt http www aber org br gt Acesso em 06 out 2006 SCHWARCZ L M A longa viagem da biblioteca dos reis do terremoto de Lisboa a inde pend ncia do Brasil S o Paulo Companhia das Letras 2002 554 p SILVA S C A Algumas reflex es sobre preserva o de acervos e bibliotecas Rio de Janeiro Academia Brasileira de Letras 1998 36 p VIOLLET LE DUC E E Restaura o S o Paulo Ateli 2000 70 p Manuais T cnicos ABREU Ana L cia de Acondicionamento e guarda de acervos fotogr ficos Rio de Janeiro Funda o Biblioteca Nacional 2000 187 p BECK I et al Manual de preserva o de documentos 2 ed ampl Rio de Janeiro Arqui vo Nacional 1991 75 p BURKE R B ADELOVE S Manual de seguran a b sica de museus Rio de Janeiro Funda o Escola Nacional de Seguros Funda o Pr Mem ria 1988 180 p An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 96 CASTRO A L C Manual de desastres humanos II parte de Natureza biol gica 1 volume 2004 http www defesacivil gov br Acesso em 06 Out 2007 Fran a Minist rio da Cultura e Meio Ambiente Dire o dos Museus Preven o e segu ran a nos museus Rio de Janeiro Associa o de Membros do ICOM Comit T cni co Consultivo de Seguran a 1978 216 p MCILWAINE John IFLA Disaster preparedness and planning a brief manual Paris IFLA 2006 84 p PROTE O e revitaliza o do pat
46. aumento e di versidade dos suportes originais dos documentos De acordo com M rio Chagas o termo documento merece aten o espe cial Ainda que o seu uso corriqueiro esteja associado ideia de fonte textual ele tem sentido forte de informa o e como nos diz Paul Otlet aplica se a livros revistas jornais desenhos filmes discos selos medalhas pinturas fotografias esculturas monumentos edif cios esp cieis de animais vegetais e minerais A origem latina do termo doccere indica que o documento aquilo que ensina alguma coisa a algu m An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 14 Os conhecimentos adquiridos atrav s dos tempos pelo homem a respeito da hist ria e dos conceitos proporcionaram diretrizes de posicionamento em rela o aos bens culturais gerando import ncia capital coletar colecionar expor estudar possuir e ver revertem se em procedimentos que nos levam manuten o ou n o das condi es materiais de um determinado objeto na mesma medida em que produzem significados de valor para esses bens Se gundo Le Goff mem ria coletiva e sua forma cient fica a hist ria aplicam se dois tipos de materiais os documentos e os monumentos O crescimento acelerado de informa es impressas nos mais diversos su portes impulsionam o progresso de estudos e pesquisas que propiciam o aper fei oamento e a execu o dos ditames da preserva o entendida como um conjunto de diretrizes
47. bem pr ximas umas das outras Nas bordas da Ba a da Gua nabara o Engenho da Pedra ocupava junto com o Engenho de Nossa Senho ra da Ajuda praticamente todo o litoral de Iraj e Inha ma nas primeiras d cadas do s culo XVIII Dali seguindo pelo rio Escorrim o que cortava suas terras chegava se a Manguinhos Ao sul estendendo se at as proximidades da Praia Pequena hoje no bairro de Benfica ficava o Engenho Novo Ainda tinha a estrada da Penha atual avenida Suburbana que tamb m atravessava seu terreno Como ressalta Joaquim Justino dos Santos o Engenho da Pedra era o mais favorecido dentre os engenhos da freguesia pelas diferentes formas de comunica o da poca com a cidade Na vizinha Iraj tamb m notamos poucos arrendat rios aglutinados numa mesma propriedade Entre os endere os mais citados estavam a Penha 4 a estrada de Br s de Pina 3 a estrada do Portela 3 e a fazenda do Sr Cordovil An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 130 3 E assim como em Inha ma em geral essas propriedades antigas produ toras de cana de a car tamb m ficavam uma ao lado da outra O engenho do Provedor Francisco Cordovil de Siqueira por exemplo limitava se com os rios Iraj e Br s de Pina englobando as terras onde agora est o localizados os bairros de Cordovil Parada de Lucas e Vista Alegre Conforme vimos apenas alguns roceiros de Inha ma inscritos em 1885 eram propriet rios de terras nessas
48. brasileira daquele s culo e Cole o Benedito Otoni Pertenceu ao colecionador e bibli filo Jos Car los Rodrigues sendo adquirida em venda p blica pelo Dr J lio Benedito Otoni que a doou integralmente Biblioteca Nacional em 1911 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 36 D Pedro II 1883 Foto de Joaquim Insley Pacheco Cole o Thereza Christina Maria A imperatriz Thereza Christina Maria 1883 Foto de Joaquim Insley Pacheco Cole o Thereza Christina Maria An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 37 Christina Maria O imperador Pedro II a imperatriz e comitiva durante viagem ao Egito em 1871 Foto de J Pascal S bah Cole o Thereza Arquivo da Casa de Contos Com cerca de 50 mil documentos e muitos c dices a cole o oriunda da antiga Casa dos Contos de Ouro Preto e se completa com duas outras da mesma proced ncia Uma se encontra no Arquivo Nacional no Rio de Janeiro e outra no Arquivo P blico Mineiro em Belo Horizonte Trata se de precioso material para o estudo da hist ria da minera o contrabando de ouro e diamantes bandeiras e Conjura o Mineira dos s culos XVIII e XIX Cole o Alexandre Rodrigues Ferreira Documenta o fartamente ilus trada com desenhos aquarelados de Joaquim Jos Codina e Jos Joaquim Freire produzida pelo naturalista Alexandre de Rodrigues Ferreira relativa viagem que empreendeu por ordem de D Maria I pel
49. cativos africanos no Rio de Janeiro 1850 1872 Novos Estudos Cebrap n 21 julho 1988 pp 30 56 111 Essa pr tica n o era nenhuma novidade tanto para os comerciantes como para a municipalidade Num of cio encaminhado C mara Municipal em 1869 o fiscal do Mercado falava do abuso de muitos indiv duos que apesar de receberam licen as da municipalidade para comerciarem ou quitandarem junto ao lugar onde os roceiros es tacionavam na Pra a das Marinhas prevaleciam se da faculdade de por mais de uma transfer ncia na licen a passarem a segundo possuidor a mesma e isto mediante umas luvas que me consta serem de cerca de 200 mil r is AGCR J C dice 46 1 5 Lavoura do munic pio mercadores de pequena lavoura 1833 1872 p 53 112 BN O Meguetrefe 10 de outubro de 1885 p 8 113 Para uma detalhada biografia sobre D Ob ver SILVA Eduardo Dom Ob II D frica o Pr ncipe do Povo Vida tempo e pensamento de um homem livre de cor S o Paulo Companhia das Letras 2001 114 SILVA op cit p 124 115 No dia 20 de outubro por exemplo uma sequ ncia de ilustra es apresentava os esc ndalos que agitaram a corte naquele m s Al m da quest o das barraquinhas mos trada logo no primeiro quadro tamb m se comentou a guerra aos capoeiras as encrencas envolvendo vereadores no Matadouro p blico e a visita do engenheiro Aar o Reis s obras que estavam sendo executadas em Quixad no Cear O Me
50. de Preserva o e Pesquisa da Fotografia Hist rica e de seu Centro de Preserva o e Conserva o Fotogr fica Trabalhando junto com aqueles colegas e a partir de suas propostas de atua o constru mos este trabalho que hoje se encontra amadureci do e at mesmo poder amos dizer institucionalizado na Biblioteca Nacional 4 O Proler Programa Nacional de Incentivo Leitura instalado na Casa da Leitura em Laranjeiras no Rio de Janeiro tem a tarefa de coordenar em todo o pa s projetos e a es direcionados promo o da leitura O Sistema Nacional de Bibliotecas P blicas por meio de sua ativa Coorde nadoria se une a todas as bibliotecas p blicas dos estados brasileiros e estas por sua vez coordenam as bibliotecas municipais de suas cidades proporcio nando lhes orienta es e assist ncias t cnicas interc mbio de publica es e cursos t cnicos in loco pertinentes s reas de biblioteconomia preserva o e microfilmagem de acervos Desde os anos 1990 com a grande transforma o da institui o em funda o de direito p blico vinculada ao Minist rio da Cultura a hoje Funda o Biblioteca Nacional acrescenta ao seu corpo de atribui es aquelas direciona das s reas primordiais do livro e da leitura Atrav s da Coordenadoria Geral Programa Nacional de Incentivo Leitura Casa de Leitura Comit s Proler crot Cursos Leitura em A o i Not cias Folha Proler Fale Conosco H Cr
51. de novembro de 1885 O aviso foi expedido pela Secre taria Municipal no dia 23 de novembro sob a assinatura de J A de Magalh es Castro Sobrinho 53 O Paiz 9 de outubro de 1885 p 1 54 O aviso foi expedido pela Secretaria Municipal no dia 23 de novembro sob a assi natura de J A de Magalh es Castro Sobrinho e publicado Jornal do Commercio em 26 de novembro de 1885 55 AGCRJ C dice 46 1 5 Lavoura do munic pio mercadores da pequena lavoura 1833 1872 p 48 51 56 AGCRJ C dice 46 1 9 Lavoura do municipio pedidos de varios lavradores sobre a venda de produtos de sua terra 21 a 31 de dezembro de 1885 p 58 57 Capital da prov ncia do Rio de Janeiro desde 1835 a cidade de Niter i tinha seis freguesias S o Jo o Baptista S o Louren o S o Sebasti o de Itaipu S o Gon alo Nossa Senhora da Concei o da Vargem Jurujuba e Nossa Senhora da Concei o de Cordei ros Itaipu S o Gon alo e Cordeiros ficavam nas reas rurais e at fins do s culo XVIII estavam entre as principais produtoras de a car da capitania J as freguesias de S o Jo o e S o Louren o tornaram se ao longo do s culo XIX o centro urbano da cidade de Niter i Cf MOTTA MOTTA M rcia M Menendes Pelas bandas d al m fronteira fechada e arrendat rios escravistas em uma regi o policultora 1808 1888 Disserta o de mestrado apresentada ao Programa de P s gradua o em Hist ria da UFF 1989 e Alma nak Laemmer
52. de papeis para fins gerais como a produ o de jornais etc outros adotam os m todos ditos tra dicionais e mais pontuais produzindo papeis de alta qualidade direcionados a finalidades art sticas O mercado hoje apresenta grande variedade de papeis com comprovada qualidade e durabilidade Atualmente devido evolu o tecnol gica no processo industrial poss vel obter se papeis t o bons como os utilizados no passado Por fim estamos na era do papel dito permanente aquele que reserva qua lidades arquiv sticas de preserva o S o papeis alcalinos fabricados a partir do uso de fibras de tima qualidade e muito bem tratadas quimicamente No An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 51 mundo de modo geral e nos Estados Unidos em particular j h uma gran de quantidade de livros impressos neste tipo de papel No Brasil j encontramos papeis e cart es alcalinos para diversos usos por m ainda ter que acontecer grande conscientiza o dos livreiros e das editoras ao uso pleno deste novo tipo de papel com vistas a sua perman ncia e preserva o para o futuro Novo padr o de identifica o dos pap is com maior qualidade ISO 97 06 de preserva o A conserva o preventiva e a reparadora A arte da preserva o t o antiga quanto a pr pria civiliza o humana De certo modo podemos dizer que prov m do instinto de autopreserva o presente em todos os seres vivos Atualmente os profi
53. do pa s Pode mos afirmar que este foi sem d vidas o grande programa desenvolvido em uma institui o p blica direcionado exclusivamente preserva o dos peri dicos brasileiros 2 O Plano Nacional de Recupera o de Obras Raras Planor foi criado atra v s da Portaria n 19 de outubro de 1983 da Secretaria da Cultura do ent o Minist rio da Educa o e Cultura MEC durante a gest o da Dra Celia Ri beiro Zaher como diretora da Biblioteca Nacional ficando sua coordena o a cargo da Dra Esther Caldas Bertoletti Mais tarde em mar o de 1985 in cio do Governo do presidente Jos Sarney 1985 1990 a Secretaria de Cultu ra foi desmembrada do MEC e criado o Minist rio da Cultura A partir de 2004 com a nova estrutura organizacional da Funda o Biblioteca Nacional An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 32 Eventos Cadastro Boletim Documentos ABINIA Cat logo Coletivo Fale Conosco Cr ditos P gina Web http www bn br planor o Planor passa a ter ger ncia pr pria ficando subordinado Coordenadoria de Acervos Especiais unidade do Centro de Refer ncia e Difus o Este programa tem seus objetivos centrados na identifica o de obras raras existentes nas bibliotecas de outras institui es culturais p blicas ou privadas na difus o de orienta o quanto organiza o destes acervos na divulga o destes atrav s de cat logos espec ficos e na presta o de assist ncia t
54. do tratamento de objeto de excepcional valor despesas com embalagem e ou transporte pre o de mercado para trabalhos semelhantes periodicidade do servi o permanente ou espor dico situa o financeira do propriet rio n o justifica a eleva o do pre o em rela o ao trabalho executado O conservador restaurador n o deve supervalorizar nem desvalorizar seus servi os A peculiaridade de cada caso impede o estabelecimento de tabelas de padroniza o de tarifas a serem cobradas Altera es no custo de um servi o contratado bem como modifica es no tratamento previsto s podem ser feitas com o conhecimento e aquiesc n cia do propriet rio ou respons vel legal O conservador restaurador deve ter em mente que o propriet rio ou res pons vel legal livre para selecionar sem influ ncias ou press es o servi o do restaurador ou restauradores de sua confian a e com a mesma liberdade trocar de um para outro Entretanto uma vez o servi o contratado verbal mente ou por escrito nenhuma das partes pode eticamente romper este contrato a n o ser de comum acordo Tendo em vista que raramente o propriet rio tem suficiente conhecimento para julgar o que se faz necess rio para a conserva o da obra que possui o conservador restaurador deve com sinceridade e honestidade expor o tra tamento que considera adequado ao caso Pela mesma raz o deve se negar a realizar a es que sejam requisitadas mas que possam por em
55. dos Armaz m de livros com indica o das escotilhas de ventila o no andar de baixo o sal o de leitura 1909 Armaz m de livros nos 4 e 5 andares no andar de baixo o Centro de Processos T cnicos 2009 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 64 armaz ns existentes dos lados esquerdo e direito do edif cio desencadeando uma grande movimenta o de ar em seu interior com o objetivo de propiciar conforto aos usu rios A ventila o ou renova o de ar no interior de um edif cio ajuda na sua conserva o pois evita o aumento de umidade e em consequ ncia torna o ar mais sadio para a popula o que o frequenta Por m com as janelas aber tas a Biblioteca corria riscos dada a entrada de grande quantidade de poeira urbana carregada de mon xido de carbono maresia devido proximidade do mar e diversidade de insetos que certamente existiam no entorno do edif cio Tudo isso sem mencionar o excesso de polui o sonora oriunda da movimenta o de ve culos e de outros ru dos comuns na vida da cidade O tempo passou e com ele a cidade se transformou A partir de 1920 o morro do Castelo come a a ser demolido pelo m todo chamado hidr ulico considerado mais r pido com a utiliza o de fortes e possantes jatos d gua Como contam os historiadores esse m todo foi utilizado a despeito da grande busca aos lend rios tesouros deixados pelos jesu tas escondidos nas galerias e por es da ig
56. doze irm os eleitos anualmente no domingo anterior ao dia do Santo 23 de Abril Como na maioria das irmandades os cargos de juiz e de escriv o dos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 170 of cios eram de grande import ncia Mas quero p r em evid ncia o juiz dos of cios e o momento da elei o comparando situa es ocorridas nas irmanda des de S o Jorge e S o Jos Ao analisar os compromissos de S o Jorge 1757 1791 e documentos anexos fica evidente a centralidade do juiz de of cio o respons vel pelo cul to do santo fun o indissoci vel dos neg cios rduos para os quais ele de via convocar a mesa O juiz com o aux lio do escriv o controlava o ingresso e a manuten o dos membros da institui o e ainda intermediava as rela es entre a irmandade e a c mara adquirindo privil gios que o distinguiam numa sociedade hier rquica e escravista Nessa irmandade de of cios cabia lhe atestar pureza de sangue ou aus ncia de m cula dos pretendentes corpora o e ava liar periodicamente os of cios em exerc cio Nas irmandades de pretos cabia lhe inclusive julgar e punir no lugar dos senhores tornando se intermedi rio entre as autoridades e a massa escrava elei o era um momento chave na vida das irmandades Na de S o Jor ge era momento de escolha do juiz dos of cios e dos demais membros da mesa de emerg ncia dos conflitos internos e externos quando a autonomia dos of cio
57. e estrat gias baseadas em estudos de ordem adminis trativa pol tica e operacional que contribuem direta e indiretamente para a perman ncia da integridade de livros e documentos e do edif cio que os abriga e que ir o formular a grande pol tica de salvaguarda de uma institui o Com a quest o da preserva o colocamos a da seguran a entendida como o conjunto de elementos que formam um plano definido para impedir danos e combater os agentes prejudiciais institui o Compreende a prote o dos bens dos acervos e dos usu rios tendo em vista prolongar e proteger a vida til do monumental acervo da biblioteca Ser o apresentados atrav s do Guia de Preserva o amp Seguran a caminhos e rotas de esclarecimentos sobre estas quest es em pauta nesta era repleta de inquieta es S o determinantes para o xito desta empreitada os anos de experi ncia acumulada durante esta minha trajet ria na Biblioteca Nacional como con servador restaurador de bens culturais executando e desenvolvendo ativida des t cnicas e gerenciais como a chefia da Coordenadoria de Preserva o que exer o desde o ano de 1998 O Guia ser apresentado em tr s partes com um corpo de procedimentos e estudos que ir o possibilitar melhores escolhas e solu es para os problemas dessa natureza O esfor o maior feito na esperan a de que futuras gera es possam abra ar estas ideias e fazerem destes caminhos seus pontos de partida para
58. em seguida a folha da obtida era removida da tela e levada a secar A mat ria prima utilizada para a fabrica o do papel a celulose e sua intera o com a gua cria resist ncia e flexibilidade que s o caracter sticas pontuais deste suporte da escrita Os chineses foram os primeiros a fabricar o papel no ano 105 d C Sua produ o dava se a partir da macera o de fibras vegetais at que elas ficassem reduzidas a uma massa de fibras misturada a gua e em seguida despejada sobre uma moldura feita de bambu com uma malha feita de tecido poroso Ao drenar a gua ficava sobre a superf cie dessa malha uma camada de fibras entre la adas que resultava na folha de papel Desde o in cio os chineses perceberam a necessidade do uso de um elemento como carga com a finalidade de reduzir a tend ncia ao espalhamento das fibras Assim introduziram o amido de arroz e ou a cola de l quen na massa de fibras Depois de feitas as folhas de papel eram alisadas e polidas com pedras lisas para obten o de um acabamento regular SAMARCANDA 2 A rota do papel os rabes o introduziram no Ocidente An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 49 A arte da fabrica o do papel passou da China para a Cor ia e o Jap o e depois para o mundo rabe onde pela primeira vez foram utilizados trapos de algod o como mat ria prima para as fibras Contudo o tempo aciona a roda da hist ria e atrav s dos deslocamentos dos povos
59. es frente vinha a fazendeira Maria Margarida Desmarest carregando a produ o de mais de 72 pequenos agricultores Em seguida estavam Deolindo Jos de Sena com 26 Jos Pinto da Rocha com 22 Jos Teixeira da Silva e Antonio Pereira da Rosa com 18 e Manuel Corr a Torres com 12 Tamb m se destacavam Antonio Rodrigues Costa 7 e Joaquim Lima Guimar es e Luis Carr Ribeiro 7 Outros levavam somente os g neros de sua pr pria ro a ou estavam a servi o de algum negociante Pesquisando invent rios dessa regi o rural de Niter i M rcia Motta cons tatou que os donos de portos eram tamb m grandes propriet rios de terras sobretudo nas primeiras d cadas do s culo XIX Nesse quadro os pequenos produtores que eram tamb m arrendat rios daquelas fazendas e n o tinham como comercializar livremente seus g neros acabavam submetidos aos nego ciantes donos de portos Dessa forma criava se uma forma indireta de domi na o sobre as pequenas unidades produtivas ligadas policultura Mesmo sem ter como quantificar a participa o dos grandes fazendeiros na comer cializa o e no financiamento da produ o Motta indica como a partir dos anos 1860 os sem terra foram se tornando cada vez mais endividados com os propriet rios Nas licen as encaminhadas municipalidade do Rio verifiquei que dos 14 propriet rios de embarca es indicados pelos roceiros apenas quatro eram donos de portos e ou de proprieda
60. esse patrim nio comum findam por refor ar a coes o nacional Deste modo a preserva o dos bens culturais por vezes onerosa complexa e num certo sentido at contr ria a alguns interesses p blicos ou privados torna se justific vel pelo alcance pedag gico que traz em si como tamb m alicer a o servi o direcionado instru o dos cidad os Havia naquele momento como h hoje no meio da sociedade uma enor me gama de interesses em jogo vindos de pessoas de todos os tipos e classes que se manifestavam contra as denominadas normas de tombamento atrav s das quais o SPHAN exercia uma de suas atribui es no sentido da prote o do que restava da arte colonial arquitet nica j em franca amea a pelo sur gimento de uma nova concep o de urbaniza o em detrimento de neg cios escusos sob o manto de justificativas e entraves ao pleno estabelecimento desta referida modernidade urbana Ao longo do tempo os acontecimentos e as a es que se desenvolvem deveriam ser na dire o do estabelecimento de institui es que apresentassem razo vel solidez no sentido da gera o de suportes e apoios s atividades de continuidade e de sustenta o ao rec m criado SPHAN O momento era de concentrar todas as aten es na constru o de uma tra di o brasileira em compatibilidade com os modernistas e os funcion rios do novo rg o que naquele momento detinham a autoridade para atuarem en quanto porta vozes e proteto
61. foi instalada no andar superior do Hospital da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo na ent o Rua Direita nos arredores do Pa o Imperial mediante autoriza o r gia Juntamente com os livros ficaram as cole es especiais Tamb m foi instalado o Gabinete dos instrumentos de physica e mathematica e em decorr ncia da necessidade de melhores instala es e organiza o do material foi o espa o f sico ampliado passando a ocupar tamb m o andar t rreo Havendo ordenado por decreto de 27 de Junho do presente ano que nas casas do hospital da Ordem Terceira do Carmo situado minha Real Cappela An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 20 Laterais do pr dio na Rua do Carmo onde a Real Biblioteca foi inicialmente instalada Rio de Janeiro 1914 Fot grafo desconhecido se colocassem a minha Real Biblioteca e Gabinete dos instrumentos de physica e matemathica vindos ultimamente de Lisboa e constando me pelas ltimas averigua es a que mandei proceder que o dito edif cio n o tem toda a luz ne cessaria nem offerece os commodos indispens veis em hum estabelecimento desta natureza e que no lugar que havia servido de catacumba aos Religiosos do Carmo se podia fazer huma mais pr pria e decente accomoda o para a dita livraria Hei por bem revogando o mencionado Real Decreto de 27 de Junho determinar que nas ditas catacumbas se erijam e accomode a minha Real Bibliotheca e instrumentos de physica e ma
62. homens portando rev lveres punhais foices e cacetes tamb m barravam os carregamentos que desciam de Inha ma e Iraj Quinze pra as de pol cia foram at ali para conter atos mais violentos O conflito foi inevi t vel e resultou no ferimento de soldados e grevistas e ainda na pris o de 17 homens Enquanto nas freguesias suburbanas muitos optavam por essas a es mais diretas e mesmo violentas no cora o da corte mais de duzentos lavradores preferiram reunir se numa casa da Rua Ourives para discutir a quest o das barraquinhas Depois de muito falat rio decidiram aguardar delibera o da C mara Municipal para tomar uma resolu o definitiva Contudo garanti ram que se n o pudessem voltar para seu lugar na Pra a das Marinhas ocu pariam o centro e as ruas ao redor da Pra a da Harmonia Mas tal medida n o foi necess ria Talvez porque n o quisesse sofrer mais um desgaste como aquele de cinco anos antes durante a Revolta do Vint m D Pedro II resolveu intervir nos conflitos armados na pra a Em fins de dezembro de 1879 e in cio de 1880 a revolta que tomou as ruas do Rio reuniu uma multid o cerca de 4 mil pessoas chegaram a se concentrar no Largo do Pa o em protesto contra o aumento do pre o dos bondes Embora a lei que definiu esse novo valor tenha sido proposta pelo ministro da Fazenda e em consequ ncia as escaramu as esti vessem dirigidas ao gabinete ministerial e n o propriamente ao imperador a
63. jornais o redator ressaltou em 10 de outubro como O Paiz vinha falando com muita gra a da revolta dos rabanetes e das cenouras E de fato no dia anterior o peri dico fundado em 1884 tamb m havia enveredado pelo humor mas preferindo a prosa os tomates de rubros que eram tornaram se roxos e promovem greves as sustadoras ileg Querendo acompanhar as agress es pr prias de toda situa o nascente a Ilustr ssima atirou se ao verde com unhas e dentes e declarou a seus mun cipes que por algum tempo ficava interrompido o regime vegetal asc tico demais e neste momento o que conv m alimenta o s lida e substancial Entretanto n o v a C mara que de envolta com o agri o foram se tamb m os farin ceos 2 Entretanto conforme sentenciava o redator da Gazeta o mau que j o Di rio de Not cias falou na greve das hortali as com a mesma gra a e de mais a mais em verso O que muito mais engra ado Ainda assim os jornalistas An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 110 da Gazeta de Not cias pareciam conjugar das inten es humor sticas de seus companheiros de imprensa j que naquela mesma edi o tamb m usaram destes recursos para elaborar seus textos Em artigo intitulado A crise dos legumes os leitores eram informados que Ainda ontem era um deserto a linha das barracas na Pra a das Marinhas nem uma folha de alface para um can rio nem um legum
64. mesmo para evitar ainda mais barulho o ministro do Imp rio Ambr sio Leit o da Cunha bar o de Mamor ordenou que a C mara sus pendesse o contrato e a arma o das barracas at que o impasse com os grevis tas fosse resolvido Chegou se a acreditar que finalmente a Pra a das Marinhas voltaria ao seu antigo estado de coisas e as couves ao seu antigo pre o Mas os nimos estavam longe de amainar Na tarde de 8 de outubro um grupo de lavradores da Penha n o deixava que um s animal carregado ou qualquer carro a com legumes e verduras passasse pela ponte de Cascadura em dire o corte Muitos tropeiros tive ram de voltar com suas cargas recebendo daqueles homens algumas quantias para acudir as suas necessidades enquanto persistisse a greve Durante a ma drugada treze barraquinhas foram inutilizadas na Pra a das Marinhas Na An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 117 manh de 9 de outubro pequenos agricultores de Iraj Inha ma e Jacarepa gu dividiram se em dois grupos um postado em diversos pontos da estrada impedia a passagem de cargueiros e carro as que se dirigiam para a esta o de trem da regi o o outro ali nas proximidades armado de cacetes proibia que os carregadores recebessem os carretos de cestos e hortali as Nenhum volume foi despachado na esta o que diariamente remetia mais de 500 caixas de verduras para a pra a Nos largos do Pedregulho Benfica e Praia Pequena cerca de cem
65. ml ia uma ahli E Brinem de vabenetes Onin que as pr Pas medii alex Soil v is n iplanin Cilea ritas haji par tal moce fas da Ris dr fanera vma entes a Mim h Roje es lima nar pedia darte jam ds tm chapeus com legumes por am deipeugpanta te por me fogra s Camara Monicipel enbemdem Kever lagrat ss adatti ne Maladonro Ore eres de Ouimdeicas uu dal de fatos Me saraa Cenas da Greve dos legumes por ngelo Agostini Revista Ilustrada Rio de Janeiro Ano 10 v 410 17 out 1885 p 8 O gue ser se prencape ay SN gt Home ese greve esse greve to Umt t b o Vassuc precisu f y escrev w impirado olesse cosa qui s chame Ballugenho qui Ta ba na OB vai acabar Ya fenkho alguns artigos promplos f yi A quitandeira grevista recorre ajuda de Dom Ob II D frica o Pr ncipe do Povo O Mequetrefe 388 10 out 1885 p 8 116 acompanhando de perto a movimenta o dos grevistas pelas ruas da cidade S que certamente a principal fonte de informa o para boa parte da popu la o carioca era mesmo a imprensa Como destacara o cronista semanal da Gazeta de Not cias jornais e revistas diariamente vinham recheados de grandes not cias a la minute Decerto que boa parte dos moradores n o podia ler diretamente essas no t cias j que muitos eram analfabetos Mas nem por isso deixavam de tomar parte da repercuss o da greve nos peri dicos da corte A t
66. na rea atingida pelo desastre quanto na rea escolhida para a execu o das opera es de secagem com o objetivo de reduzir a umidade relativa a n veis seguros fazendo leituras regulares com os aparelhos termohigr metros e registros destes n veis Para melhores resultados a temperatura deve ser inferior a 21 C e a umida de inferior a 50 de modo que n o ocorra o desenvolvimento de fungos muito prudente que exista nas se es de guarda de acervos um it de materiais dispon veis ao uso em casos de emerg ncias em que deve constar um rolo de pl stico transparente An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 80 caixas de pl stico para transporte de volumes e m scaras especiais contra poeiras e rolo de fita crepe e tesoura e estiletes e luvas de borracha culos de prote o e pacote de papel mata borr o e lanternas e pilhas e cestas grandes de pl stico para lixo e circuladores de ar extens es el tricas de 5 10 e 15 metros e aventais e guarda p s dispon veis aparelhos desumidificadores panos de algod o para usos diversos Enfim para que um planejamento de preven o de desastres tenha seu xi to garantido em uma biblioteca deve em primeiro lugar contar com o aval es trat gico e operacional do corpo diretor e administrativo da institui o com a cumplicidade e parceria dos funcion rios e finalmente com a coopera o de todas as pessoas que exer am fun es de
67. ncia francesa no projeto No centro da fachada principal salienta se o p rtico com seis colunas cor ntias que sustentam o front o ornamentado por um grupo em bronze do qual emergem alegorias da imprensa bibliografia paleografia cartografia iconografia e numism tica Do lado direito da portada uma est tua de bronze representa a intelig ncia e outra esquerda simboliza o estudo An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 12 O refinamento da constru o fica ainda mais evidente no seu interior O sa gu o principal revela um conjunto de preciosidades A luxuosa escadaria de hon ra com piso de m rmore forrado por tapete vermelho domina as aten es No acesso ao terceiro andar um busto em m rmore datado de 1814 homenageia D Jo o VI Os gradis de prote o dessa e das demais escadas internas s o trabalhados em bronze com tratamento de p tina preta Os corrim os em lat o dourado polido Do sagu o ainda tem se uma vis o generosa de todo o exuberante interior do edif cio Destacam se os delicados ornatos em estuque os balc es as cari tides em gesso postadas na c pula central as janelas com vidros gravados a clarab ia com vitral colorido Outras tr s clarab ias semelhantes localizam se sobre os imensos armaz ns de obras gerais e de peri dicos exatamente dos lados esquerdo e direito do pr dio e tamb m sobre a se o de obras raras arte est presente em outros ambientes da edifica o com
68. no Rio de Janeiro 1757 45 SILVEIRA Renato da Escravid o e inven o da liberdade S o Paulo Brasiliense 1988 p 168 9 46 Compromisso da Irmandade do Glorioso S o Jorge no Rio de Janeiro 1757 Caps 8e3 47 HESPANHA Ant nio Manuel e XAVIER ngela Barreto A representa o da so ciedade e do poder Op cit p 123 48 RIOS Wilson de Oliveira Op cit p 142 4 49 HESPANHA Ant nio Manuel e XAVIER ngela Barreto A representa o da so ciedade e do poder op cit 50 Ver nota 22 em que explico o procedimento para adquirir a carta de exame o que envolvia as irmandades e a c mara E o cap tulo Das obriga es pertencentes aos Of cios da Bandeira do Patriarcha S Joseph VIII de Lisboa 1709 que seriam aplicados no Rio de Janeiro a partir de 1744 AHU Rio de Janeiro manuscritos avulsos CD 4 Compro missos de S o Jorge 1757 1791 51 AHU Rio de Janeiro manuscritos avulsos CD 4 52 Para uma defini o precisa do paradigma corporativo de sociedade e poder em Por tugal HESPANHA Ant nio Manuel e XAVIER ngela Barreto A representa o da sociedade e do poder Op cit para as defini es dos conceitos de jurisdi o e gra a e discuss o sobre sua centralidade no interior do paradigma corporativo atualizado pela segunda escol stica consultei HESPANHA Ant nio Manuel Porque que foi portugue sa a expans o portuguesa ou O revisionismo nos tr picos p
69. novas e ousadas investidas em prol da perman ncia do maior bem comum que nos foi dado e que desejamos legar aos que vir o nosso patrim nio cultural An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 15 PARTE 1 A Biblioteca Nacional A Biblioteca Nacional do Brasil originou se da pr pria hist ria da Real Biblioteca portuguesa Nos prim rdios do s culo XVIII no reinado de D Jo o V j existia em Portugal uma das mais bem formadas bibliotecas de toda a Europa Uma grande monta de seu precioso acervo origina se da antiga Livraria de D Jos I organizada sob os ausp cios do abade de Santo Adri o de Sever Diogo Barbosa Machado em substitui o Real Biblioteca que por sua vez teve sua origem nas cole es de D Jo o I e seu filho D Duarte 1391 1438 que tiveram como destino sua total destrui o no dia 1 de novembro de 1755 Este dia historicamente considerado fatal para a hist ria de Portugal descrito como um dia que amanheceu claro com ar sereno e o mar calmo na cidade de Lisboa mas que abruptamente torna a cidade v tima de um terremoto que literalmente a destr i O inc ndio que se seguiu a essa trag dia destruiu inclusive a Real Biblioteca Segundo Schwarcz cerca de metade das casas foi arruinada al m de pr dios p blicos igrejas conventos resid ncias de estrangeiros pal cios de muitos reis e o pr prio Pal cio Real No decorrer dos anos ainda em Portugal D Jos I com o aux lio do m
70. o arquiteto italiano Camilo Boito 1836 1914 vem contestar a teoria de Le Duc neste campo espec fico da restaura o afir mando que todos os materiais acrescentados a um edif cio durante os traba lhos de restaura o devem ser claramente percebidos e nunca confundidos com o original Esta quest o se tornaria precursora na discuss o a respeito das diferen as sobre os conceitos de restaurar e conservar Desta forma as ideias efervecentes na poca a respeito destes conceitos se difundem e colocam em campos diferentes a Inglaterra com John Ruskin que defendia a no o de autenticidade enquanto respeito pelas marcas do tempo no monumento aconselhando manuten es peri dicas mas admitin do a possibilidade da morte do mesmo e a Fran a com as ideias de Le Duc que afirmava que na restaura o deve prevalecer o respeito absoluto sobre o passado da obra permitindo assim inferirmos sobre o modo atrav s do qual vemos a conserva o Contudo no final do s culo XIX surge uma nova vers o sobre os fatos segundo a qual cada elemento arquitet nico de um monumento poderia ser reconstru do na medida em que fossem apresentados documentos que com provassem a autenticidade do mesmo Esta nova postura passou a ser reco nhecida como restaura o hist rica ficando estabelecido que todas as a es de reconstru o deveriam estar baseadas em documenta o existente visando dar ao monumento o aspecto que de fato ele deveria ter tido
71. o debate al m de ter em vista a an lise de alguns documentos por meio dos quais se reconstr i a experi ncia dos artes os Dar se destaque tamb m s id ias de bom governo e ou bom regime recorrente na do cumenta o das irmandades Senado da C mara e outros agentes da Coroa portuguesa Nos documentos aqui analisados esta no o parece remeter a um sentido de justi a comum cuja formula o aponta para a centralidade da no o de equidade Segundo Giovanni Levi nas na es cat licas do Mediterr neo ou seja naquelas em que n o se efetuara uma n tida separa o e hierarquiza o do Estado em rela o Igreja Cat lica havia n o s uma fragilidade da ordem estatal mas tamb m um sentido de justi a comum de origem teol gico que dava ampla margem de interpreta o aos ju zes e infor mava outras pr ticas sociais e culturais Essas caracter sticas identificadas na Europa mediterr nea podem ser aplicadas interpreta o daqueles agentes e institui es da Am rica portuguesa Irei me dedicar s irmandades de of cio como formas de socializa o que t m como refer ncia a Igreja Cat lica e a monarquia e em que o dom nio de um of cio constitu a um crit rio de ingresso fossem os irm os livres libertos ou escravos Como a pesquisa est em andamento analisarei particularmente duas irmandades S o Jorge e S o Jos identificando seus integrantes e suas formas de inser o na com
72. os produtos para a corte Na Pra a das Marinhas os g neros de sua lavoura eram vendidos por seus empregados Joaquim da Costa Correa Jos Maria Alves e Bernardo Mendes Dali de suas terras e porto logo chama do de Porto da Madama numa refer ncia alcunha que a fazendeira ganha ra diariamente partiam para o mercado do Rio faluas e barcos carregados de frutas e legumes de mais de 70 roceiros de S o Gon alo e Cordeiros Essas movimenta es indicam que Margarida Desmarest tinha l suas posses Como ressalta M rcia Motta a constru o de um porto envolvia a An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 124 utiliza o de capital bem superior capacidade financeira de um pequeno produtor Era necess rio instalar pranchas de madeira que pudessem ser atra cadas ao mar ter uma estrutura de armazenamento da produ o e ainda bar cos para a condu o das mercadorias Dessa forma n o surpreende que du rante o s culo XIX os portos daquelas reas rurais de Niter i estivessem nas m os daqueles que podiam arcar com as despesas de instala o antes mesmo do in cio da comercializa o Al m disso tais indiv duos deviam ter uma certa ascend ncia na capital carioca com condi es de exigir da parte do governo melhorias no desembarque do outro lado da ba a E foi justamente isso que a propriet ria do Novo Porto de S o Gon alo reivindicou no dia 1 de agosto de 1878 Em of cio enviado C mara Muni cipal do
73. para a higiene daquele local na dita Pra a AGCRJ C dice 58 3 39 op cit folha 8 21 Idem folha 33 22 Gazeta de Not cias 9 de outubro de 1885 p 1 23 MAGALH ES JUNIOR Raimundo A vida turbulenta de Jos do Patroc nio Rio de Janeiro Sabi 1969 p 121 Cf SODR Nelson W Hist ria da imprensa no Brasil 4 ed Rio de Janeiro Mauad 1999 pp 234 239 24 Justo protesto Gazeta da Tarde 8 de outubro de 1885 p 1 25 Di rio de Not cias 6 de outubro de 1885 A greve das hortali as p 1 No dia se guinte novos versinhos foram publicados por Violino pseud nimo de um dos redatores do jornal N o vem mais barco da ro a Parece verso e tro a A greve continuou Na barraca inaugurada Muito peru amuou Quanta canoa encalhada N o s o p ra gra a os barqueiros Nem na pachorra s o santos N o lhes querem dar os cantos N o d o eles os canteiro s Era isso o que se esperava N o h hinada de novo Pois eles fava o povo Oh Cam ra que te conservas Nas encolhas v que estado H um mercado p ras ervas Sem ervas para o mercado 26 O Paiz 9 de outubro de 1885 p 1 27 Gazeta de Not cias 10 de outubro de 1885 p 1 28 A crise dos legumes Gazeta de Not cias 10 de outubro de 1885 p 1 29 Cr nica da semana Gazeta de Not cias 11 de outubro de 1885 p 1 30 SALIBA Elias Thom A dimens o c mica da vida privada na
74. pe Ez Los e An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 17 s diversas viagens de navio que se sucederam quele inusitado feito dito her ico que acabou por transformar definitivamente uma long ngua col nia em capital de uma corte europ ia selando para sempre o destino de nossa cidade Desta referida cole o que chegou inc lume ao seu destino faziam parte objetos de grande valor como os chamados livros de horas renascentistas os incun bulos exemplos deslumbrantes das primeiras produ es tiradas nos prelos da Europa preciosidades vindas de Veneza as b blias de Mog ncia ber o da imprensa a preciosa e rara cole o do bibli filo Diogo Barbosa Ma chado Como tamb m outros tantos exemplares considerados nicos e di versos textos que traduziam grandes conhecimentos oriundos de todas as prov ncias do saber como registrou Ramiz Galv o 1846 1938 no primeiro n mero dos Anais da Biblioteca Nacional peri dico criado em 1876 Ramiz Galv o ressaltou ainda que veio um Portugal impresso at aquele momento Vieram as artes gr ficas de Diirer e Piranesi com seus conhecimen tos em fixar s mbolos por meio da calcografia a Hist ria Natural de Buffon e a grande Enciclop dia de Diderot e D Alembert no cerne deste cen rio fant stico e liter rio com uma determina o e capricho incontestes que Benjamin Franklin Ramiz Galv o enquanto ANN ES BIBLIOTHECA NACIONAL RIO DE JANEIRO runLICADOS
75. produto da pequena lavoura Se levarmos em conta que muitos pagavam cerca de 15 mil r is anuais pelo arrendamento de pequenas ro as poss vel ter uma ideia de qu o elevada era a taxa cobrada Por isso mesmo a movimenta o dos grevistas n o cessava Durante a madrugada do dia 7 as estacas de algumas barraquinhas foram arrancadas e a pol cia chegou a receber avisos de que homens armados de cacetes prometiam espancar os condutores de carro as que se animassem a trazer hortali as para o mercado Apesar das advert ncias nada aconteceu naquela noite Logo pela manh alguns vereadores se dirigiram pra a para tentar falar com os pequenos lavradores Mas n o conseguiram firmar nenhum acordo No dia seguinte com a pra a ainda deserta mais de cem quitandeiros e mercadores das freguesias suburbanas decidiram marchar at a Rua do Ouvidor e recorrer s folhas impressas Em frente reda o da Gazeta de Not cias o comendador Jo o Gomes Carneiro discursando em nome dos grevistas disse que os pequenos lavradores n o tinham como suportar o pesado nus agora imposto pelo privil gio concedido pois os g neros aliment cios de primeira necessidade n o d o margem a ganho suficiente para o pagamento exigido pelo aluguel das desnecess rias barracas Em breves palavras um dos redatores da Gazeta arvorou se representante dos jornais e revistas afirmando que imprensa faz seu indeclin vel dever em estar ao l
76. que concorre no mercado local contra os interesses dos ju zes e de alguns oficiais de lato eiro Os argumentos apresentados pela acusa o focalizam as regras do of cio o r u n o nem oficial do ramo nem examinado e trabalha com licen a de ferreiro adquirida fora da cidade contra as posturas do Senado mas vem a calhar a um testamenteiro liberto Segundo Jo o Gomes de Campos um dos procuradores do r u os autores do processo caluniosos e movidos de um puro dio emula o e vingan a querem confundir a administra o com a Reg ncia No seu argumento que sublinha as raz es do conflito Francisco regeria a loja pois representava juridicamente o propriet rio falecido e se a administrava seria apenas em termos de a vigiar e zelar garantindo que os escravos n o andassem vadios trabalhassem com cuidado para que as obras fossem conclu das No entanto n o consistia a reg ncia no trabalho e nas obras que ficavam sob o encargo de um mestre examinado e assalariado Por interm dio das testemunhas de acusa o todos latoeiros e do pr prio r u que no registro do escriv o da C mara se contradiz Francisco quem no fim das contas administra a loja Ele o faz pelo governo dos escravos que ali trabalhavam e sustenta a loja at vend la a um dos ex administradores ou seu testa de ferro em 1783 j que n o gozava de permiss o p blica A historiografia tem apontado para a adapta o
77. que estavam sujeitos S Com o desenrolar do movimento grevista ficou claro que a situa o n o era bem assim Os registros analisados at aqui permitem afirmar que os protestos de outubro de 1885 foram levados adiante por pequenos lavradores que eram tamb m vendedores dos produtos cultivados em suas terras e muitas vezes condutores das embarca es e por quitandeiras entre as quais algumas que trabalhavam para os pr prios roceiros No meio deles certamente estavam tamb m outros vendedores ambulantes e tamb m alguns pombeiros Como constatei na documenta o municipal e na imprensa os pequenos lavradores e as quitandeiras muitas vezes disputavam espa o com os chama dos pombeiros mercadores avulsos que ofereciam principalmente peixe fres co pelas ruas e mercados da cidade e atuavam como prepostos de pequenos comerciantes e lavradores No in cio do s culo XIX eram sobretudo os cativos das na es mina cabinda e congo que se ocupavam do neg cio de pombear Mas a partir da d cada de 1850 libertos africanos e crioulos brasileiros brancos portugueses e at mesmo chineses tamb m passaram a se dedicar a este ramo do pequeno com rcio E desde pelo menos os anos 1860 j se observam conflitos entre eles e alguns dos roceiros instalados no cais das Marinhas Num abaixo assinado enviado C mara em novembro de 1869 lavrado res de Inha ma e Iraj todos cidad os brasileiros e portugueses recla
78. realizado pelos assistentes e estagi rios devendo responsabilizar se igualmente pelo resultado deste trabalho An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 93 O conservador restaurador contribuir compartilhando suas experi ncias e conhecimentos com os colegas de profiss o O criador de novos m todos de tratamento ou novos materiais prestar esclarecimentos sobre a compo si o e as propriedades de todos os materiais e t cnicas empregadas salva guardados os direitos de patentes de propriedade do criador Os registros relativos conserva o e restaura o pelos quais o conservador restaurador respons vel s o a sua propriedade intelectual e O conservador restaurador n o deve dar refer ncias ou recomenda o de uma pessoa candidata a um posto de profissional a n o ser que esteja abso lutamente seguro do treinamento experi ncia e habilidade que a qualifi quem para tal e Se no decorrer de um tratamento o restaurador se defrontar com proble mas que lhe suscitem d vidas ou incertezas este deve sem hesita o e apoiado pelos preceitos da tica profissional recorrer a outro colega que o auxilie na solu o do problema e considerado anti tico dar comiss o a outro conservador ou qualquer outra pessoa pelo encaminhamento ou recomenda o de um cliente A divis o de remunera o s aceit vel quando existe a divis o de tarefas e Nenhum membro de qualquer uma das associa es profissionais da rea
79. ria UFF 1974 97 A quest o das barraquinhas Di rio de Not cias 11 de outubro de 1885 p 1 98 A quest o das barraquinhas Cf Di rio de Not cias 11 de outubro de 1885 p 1 AGCRJ C dice 46 1 7 op cit p 197 99 O Meguetrefe 10 de outubro de 1885 p 4 100 O Mequetrefe 10 de outubro de 1885 p 4 101 As imagens aparecem em ERMAKOFE George O negro na fotografia brasileira do s culo XIX Rio de Janeiro George Ermakoff Casa Editorial p 142 e 143 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 155 102 Sobre as negras minas quitandeiras ver artigos de Carlos Eug nio L Soares e Fl vio Gomes SOARES Carlos E L bano Com rcio na o e g nero as negras minas quitan deiras no Rio de Janeiro 1835 1900 In FRAGOSO J MATTOS H M amp SILVA E C orgs Escritos sobre hist ria e educa o Rio de Janeiro Mauad FAPERJ 2001 pp 401 415 A na o da mercancia Condi o feminina e as africanas da Costa da Mina 1835 1900 In FARIAS J B GOMES Fl vio S amp SOARES C E No labirinto das na es africanos e identidades no Rio de Janeiro Rio de Janeiro Arquivo Nacional 2005 pp 193 247 GOMES Fl vio amp SOARES Carlos E L Dizem as quitandeiras ocupa es e identidades tnicas numa cidade escravista Rio de Janeiro s culo XIX Acervo Rio de Janeiro v 15 n 2 julho dezembro 2002 pp 3 16 103 SAMSON Adele Toussant Uma parisiense no
80. risco des figurar ou comprometer a integridade e autenticidade da obra O conservador restaurador deve informar o propriet rio ou respons vel legal sobre os meios adequados para a sua manuten o futura incluindo quest es referentes ao transporte manuseio armazenagem e exposi o Uma vez solicitado a executar um trabalho o conservador restaurador deve estabelecer um prazo aproximado para t rmino e devolu o da obra e fazer o poss vel para respeit lo Mesmo considerando que o conservador restaurador empregue o m ximo de seus conhecimentos e de sua habilidade para conseguir os melhores re sultados no tratamento de uma obra n o seria excessivo o fornecimento de garantia pelo servi o realizado Isto entretanto n o impede que o mesmo se prontifique a corrigir altera es n o previstas ou prematuras que possam ocorrer desde que estejam observadas as recomenda es de conserva o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 92 mencionadas no item n 25 deste documento sem que para isto cobre remunera o extra O conservador restaurador obrigado a manter confidencialidade profis sional Sempre que queira fazer refer ncia a um bem cultural deve obter o consentimento do propriet rio ou legal respons vel salvo para fins did ti cos ou cient ficos 4 Rela o com o p blico O conservador restaurador deve usar as oportunidades que se apresenta rem para esclarecer o p blico sobre as pr ticas de pre
81. sequ ncia de ilustra es do Mequetrefe deixa entrever a participa o dessas vendedoras estava longe de ser apenas espor dica No quadro em que se retrata a luta pac fica armada pelos grevistas vemos um homem discursando sobre montes de laranjas enquanto outros mercadores e quitandeiras em p ou sentados sobre cestos frutas e legumes est o atentos ouvindo Se nos quadros seguintes n o encontramos mulheres caminhando at a Rua do Ouvidor para pedir apoio aos jornais da corte isso n o quer dizer necessariamente que elas n o participassem da organiza o dos protestos ou mesmo influ ssem nas resolu es tomadas Uma outra char ge publicada no jornal ilustrado naquele mesmo 10 de outubro de 1885 fornece mais pistas para essa hip tese Ocupando uma p gina inteira da publica o e intitulada O que ser pr n cipe apresenta o encontro de uma quitandeira reproduzida com seu tabulei ro de frutas e um negro elegante trajando fraque cartola e luvas trazendo m o bengala e guarda chuva e ainda ostentando sobre o nariz um pince nez Trava se ent o o seguinte di logo Aben a Home esse greve esse grevel Um t b o Vossuc percisa faz o escrev a imperad desse cosa q si chama ballaquinha que t l na Pla a Oh vai acabar J tenho alguns artigos prontos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 141 A figura elegante que se disp e a ajudar a quitandeira er
82. tendiam a criar sociedades para transpor tar e vender suas mercadorias na corte E conforme vimos alguns tamb m mantinham comiss rios no mercado da corte Do outro lado da Ba a a vila de Maric na comarca de Itabora era mais uma a aparecer na lista de moradia dos roceiros Com a expans o da produ o canavieira na prov ncia fluminense especialmente em Campos as grandes fazendas de Maric se voltaram para o cultivo de caf Mandioca milho fei j o legumes e frutas ocupavam lugar secund rio abastecendo os mercados de Niter i e da capital carioca Ainda assim em 1852 13 engenhos continuavam em funcionamento Como na Ilha do Governador os dados sobre os lavra dores que trabalhavam ou tinham representantes no cais das Marinhas s o escassos Ressalto ent o que dos cinco inscritos em 1885 tr s eram vizi nhos e propriet rios de pequenas situa es Entre eles estava Manoel Antonio Dias Galv o com dois encarregados que conduziam cargas de cria o at o mercado da capital Para comprovar que era mesmo dono de uma pequena fazenda Galv o anexou a seu requerimento uma extensa carta de adjudica o passada em seu favor em agosto de 1880 At os anos de 1870 ele morava no termo do Alecrim ali mesmo em Ma ric Por essa poca outro lavrador da regi o Joaquim Pereira da Costa lhe devia um conto e 800 mil r is al m dos pr mios estipulados por uma letra de terra aceita em 25 de fevereiro de 187
83. ter mais fixo o benef cio do abrigo e al m disso deixava lhes reservado o cais formado pelo espa o de 30 palmos a estreita rua entre a rampa da Doca e os chalets da Pra a das Marinhas S que agora n o podiam aceitar que este pequeno e acanhado lugar fosse transformado em possess o de empres rios felizes que pouco ou quase nada arriscam mas em compensa o contam auferir grandes enormes proventos com a explora o das barracas No mesmo dia nas se es de publica es a pedidos de diversos jornais como o Jornal do Commercio Di rio de Not cias O Paiz e a Gazeta de Noti cias os concession rios apresentavam suas reclama es destacando que era evidente o interesse coletivo resultante do contrato das barraquinhas Por um lado o p blico poderia consumir os produtos sem que durante longas horas ficassem expostos ao sol ou chuva e os comerciantes por sua vez An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 107 mediante uma m dica contribui o teriam abrigo do tempo lugar certo e uma comodidade que n o oferecia a promiscuidade de ent o Acontece que poucos achavam aquela contribui o t o modesta assim Ora como as barraquinhas mediam um metro de largura por tr s de comprimento e cada vendedor a dividiria com outros cinco no final acabariam desembolsando 400 r is di rios ou doze mil r is mensais por um espa o insuficiente para conter o mais insignificante
84. tr s legislaturas subsequentes Em 1837 foi nomeado senador pela Reg ncia ministro do Imp rio e em seguida com a ren ncia de Feij regente uno Em 1841 recebeu o t tulo de visconde de Olinda e em 1854 o de marqu s de Olinda j tendo sido antes conde corado com a gr cruz da Ordem de Cristo e com o oficialato da Ordem do Cruzeiro Foi tamb m s cio fundador do Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro Sua trajet ria pol tica foi evidentemente relevante e marcada por tend ncias conservadoras Apoiou o governo de Pedro I filiou se aos caramurus ap s a Abdica o depois foi um dos l deres do regresso e por fim aderiu ao Partido Conservador Agrade o estas informa es bio gr ficas a Marcelo Basille 6 BICALHO Maria Fernanda Op cit p 145 7 MATTOS Hebe Maria Op cit p 17 8 HERZOG Tamar Op cit 9 N NEZ Francisco Op cit 10 BICALHO Maria Fernanda Op cit p 145 11 GON ALVES Lopes As corpora es e as bandeiras de of cios Revista do Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro Rio de Janeiro Departamento de Imprensa Nacional 1952 v 206 p 171 91 BOSCHI Caio C sar Os leigos e o poder irmandades leigas e po l tica colonizadora em Minas Gerais S o Paulo tica 1986 p 36 70 BASCHET J rome A Civiliza o Feudal Rio de Janeiro Globo 2006 12 BOSCHI Caio C sar op cit pp 51 e 53 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 179 13 LE GOFFE Jacques Par
85. 28 Encontrei v rios documentos em que as lojas dos of cios s o referidas como casas ou seja em que os termos s o sin nimos AGCR J C dice 44 1 24 Latoeiros e funileiros Of cios e ju zes de of cios de latoeiros e funileiros 1807 1822 fl 8 9 11 Eventualmen te encontra se a especifica o casa com oficina de latoeiro ou casa onde exercita suas fun es Nestes documentos eram casas de latoeiros em que o estabelecimento com portava resid ncia e oficina No entanto o uso do termo casa deveria ser gen rico haja vista que a dupla finalidade destes estabelecimentos era comum nas sociedades de Antigo Regime ELIAS Norbert A sociedade de corte Rio de Janeiro Zahar 2001 inclusive no Rio de Janeiro at in cios do s culo XIX Para uma reflex o sobre economia na poca Moderna vale uma consulta ao trabalho de Barlolom Clavero Antidora antropologia catolica da economia moderna Milan Giuffr Editore 1991 que aponta a inexist ncia da mesma como um dom nio aut nomo No lugar de economia oiconomia Segundo este historiador do Direito a sociedade europ ia do in cio da poca Moderna estava marcada por rela es antidorais ou seja uma forma de comunica o de intercurso social que n o mais existe e que adviria sobretudo da teologia cultura cat lica tribut ria da no o de gra a A partir da an lise de uma antropologia religiosa principalmente te logos dos s culos XVI e XVII defi
86. 6 Como haviam se passado mais de tr s anos e Costa nem saldava a d vida nem aparecia para uma concilia o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 135 Manoel Galv o decidiu cobrar a quantia em ju zo O resultado foi a penhora de todos os seus bens e a transfer ncia de posse para Galv o A descri o do patrim nio de Joaquim da Costa feita pelos oficiais de justi a permite visua lizar um pouco da vida dos pequenos produtores da vila de Maric na d cada de 1870 Bem no alto da Serra do Cambory a situa o contava com uma casa de vivenda grande e velha coberta de telhas e caiada com dois quartos e mais de pend ncias Logo ao lado uma outra constru o abrigava a cozinha Subindo o terreiro onde ficava o trem de farinha havia mais uma casa tamb m com dois quartos Grudada a esta ficava a senzala Eram quatro os escravos que vi viam ali o preto Marcolino a crioula Eva a preta de na o Thomazia j bem idosa e o crioulo Bernardo que estava aleijado Ainda havia mais tr s edifica es na propriedade numa das quais residia Fernando Cardoso de Carvalho Ao redor contavam se cafezais que chegavam a quase 2 mil p s laranjais bananeiras seis jabuticabeiras grandes sete limoeiros e 12 enxertos novos que davam fruto A lista de bens ainda inclu a m veis mesas cadeiras bancos tamboretes ba s arm rios instrumentos de trabalho pil es engenho de mandioca terno de fazer farinha fornalha roda de c
87. 6 7 53 AHU Rio de Janeiro manuscritos avulsos CD 4 54 LE GOFE Jacques Op cit p 151 67 55 Apud RIOS Wilson de Oliveira Op cit p 26 7 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 183 56 Idem Ibidem p 78 57 FAZENDA Vieira Op cit LANGHANS Franz Paul casa dos vinte e quatro Lisboa Imprensa Nacional de Lisboa 1948 BERNSTEIN Harry O juiz do povo de Lisboa e a Independ ncia do Brasil 1750 1822 Ensaio sobre o populismo luso brasilei ro in KEITH Henry H e EDWARDS S E org Conflito e continuidade na sociedade brasileira ensaios Rio de Janeiro Civiliza o brasileira 1970 pp 226 65 GON AL VES Lopes Op Cit BOXER Charles H O imp rio mar timo portugu s 1415 1825 S o Paulo Companhia das Letras 2002 BICALHO Maria Fernanda Op cit RIOS Wilson de Oliveira Op cit 58 A data indicada para a cria o da Casa dos Vinte e Quatro varia entre os estudiosos Tomei como refer ncia os trabalhos de Franz Paul Langhans e Wilson Rios que a datam pela carta r gia de 1 de abril de 1422 No entanto h quem mencione 1383 a partir da cr nica de Fern o Lopes GON ALVES Lopes Op cit p 178 59 RIOS Wilson de Oliveira Op cit p 81 60 GON ALVES Lopes Op cit p 179 61 RIOS Wilson de Oliveira Op cit pp 78 81 62 FAZENDA Vieira Op cit BERNSTEIN Harry Op cit 63 LANGHANS Franz Paul Op cit RIOS Wilson de Oliveira Op cit p 25 64 BOXER Charles H Por
88. ANAIS da BIBLIOTECA NACIONAL Vol 127 2007 ANAIS BIP TA NACIONAL Vol 127 2007 Rio de Janeiro 2010 REP BLICA FEDERATIVA DO BRASIL Presidente da Rep blica Lurz In cio Lura DA SILVA Ministro da Cultura Juca FERREIRA FUNDA O BIBLIOTECA NACIONAL Presidente Muniz Sodr de Ara jo Cabral Diretora Executiva C lia Portella Ger ncia do Gabinete Cilon Silvestre de Barros Diretoria do Centro de Processamento T cnico Liana Gomes Amadeo Diretoria do Centro de Refer ncia e Difus o M nica Rizzo Coordena o Geral de Planejamento e Administra o T nia Mara Barreto Pacheco Coordena o Geral de Pesquisa e Editora o Oscar Manoel da Costa Gon alves Coordena o Geral do Sistema Nacional de Bibliotecas P blicas Ilce Gon alves Cavalcanti ANAIS DA BIBLIOTECA NACIONAL V 127 2010 Editor Marcus Venicio Toledo Ribeiro Conselho Editorial Carla Rossana C Ramos Eliane Perez Irineu E Jones Corr a e Marcus Venicio T Ribeiro Revis o Lara Sp ndola e Rosanne Pousada Capa e Projeto Gr fico Glenda Rubinstein Diagrama o Conceito Comunica o Integrada Fotografia Cl udio de Carvalho Xavier e Leonardo da Costa minist rio EB EIS da Cultura UM PA S DE TODOS GOVERNO FEDERAL SUM RIO APRESENTA O poRNR NR RARA E RE 5 GUIA DE PRESERVA O amp SEGURAN A souisnieginaso nl ghdiis bornGaha alo albs adegas ads ndiza dan 7 Jayme Spinelli Junior MERCA
89. Bandeira membros do Congresso Nacissal alisa cuforidades cutres convidados o Dire ter do estabelecimento Dr Pansel Cicero Peregrino de ilsa e reepectizoa foncciesarios fol pelo amp r Presidente de Republica inaugurado o edificio do que se lezres a presente acta Tona RAT DEP e E N OA A pater q An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 27 Armaz m de obras gerais 2004 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 28 Mudan a de pr dio em 1909 1 132 viagens transportaram cerca de 400 mil livros Fot grafo desconhecido 3 EM s S i IT a Eae a e Os pr dios da Biblioteca Nacional e do Minado de Belas Artes em 1925 tr s anos depois da derrubada do Morro do Castelo que come ava atr s dos dois pr dios Foto Augusto Malta An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 29 locais definidos previamente no novo pr dio sem causar grandes transtornos para as pessoas e tudo com os recursos tecnol gicos existentes e dispon veis nos prim rdios do s culo XX Depois dessa bem sucedida transfer ncia e contando com a presen a do presidente da Rep blica Nilo Pe anha 1919 1922 e demais ministros aconteceu a inaugura o do novo edif cio da Biblioteca Nacional do Brasil no dia 29 de outubro de 1910 s 3 horas da tarde na rec m inaugurada Avenida Central Como registra a hist ria exatamente 100 anos depois dia e m s da instala o da Bibliotheca
90. Casa dos Vinte e Quatro na cidade Mas provavelmente como em Portugal havia of cios na cidade que n o queriam se subordinar i cc ib al 70 quele tribunal 7 N o temos acesso integra da resposta dos of cios de pedreiros carpintei cc A a ros marceneiros Contudo pode se dizer que eles duvidaram se o rei lhes concederia a gra a de eleger na mesa os ju zes de of cios e prometeram n o contestar a ordem de Sua Majestade Considera es finais A an lise dos registros da C mara da cidade do Rio de Janeiro e de alguns documentos avulsos sobre as irmandades de S o Jorge S o Jos e S o Cris pim e Crispiniano entre fins do s culo XVIII e in cio do s culo XIX permite concluir que aos oficiais mec nicos estava vedado o exerc cio da cidadania excetuando se os per odos indicados na Bahia em que os representantes dos mesteres atuavam na C mara sujeitos a restri es e no Rio de Janeiro A afirma o considera que o estatuto de cidad o se refere a um conjunto de prerrogativas vinculadas aos cargos da administra o local principalmente da C mara O cidad o o homem bom que se distingue dos demais por uma posi o superior garantida pela hereditariedade ou alcan ada por me canismos de enobrecimento Assim a defini o de cidad o embora n o se confunda com a de nobreza se aproxima dela 2 O cidad o tem entre outros pr requisitos a id ia de pureza de sang
91. DO EM GREVE PROTESTOS E ORGANIZA O DOS TRABALHADORES DO PEQUENO COM RCIO NO RIO DE JANEIRO OUTUBRO 1885 eseessesessssseesesseresssereesseseesssseessssens 99 Juliana Barreto Farias IRm os POR Or cio E CIDADANIA S IRMANDADES DE S O JORGE E S O Jos NO RIO DE JANEIRO DO S CULO XVIII 159 Beatriz Cat o Cruz Santos PRECIOSIDADES DO ACERVO O Pecavo Mora NA BIBLIOTECA NACIONAL cccccieeseeererrearaaaaos 185 Ana Virginia Pinheiro An Bibl Nac Biblioteca Nacional Brasil Anais da Biblioteca Nacional Vol 1 1876 Rio de Janeiro A Biblioteca 1876 v il 17 5 x 26 cm Continua o de Anais da Biblioteca Nacional de Rio de Janeiro Vols 1 50 publicados com o t tulo Annaes da Bibliotheca Nacional do Rio de Janeiro ISSN 0100 1922 1 Biblioteca Nacional Brasil Peri dicos 2 Brasil Hist ria Fontes I T tulo CDD 027 581 22 ed APRESENTA O Embora a preserva o do patrim nio hist rico e cultural tenha se torna do pol tica p blica no Brasil apenas em 1937 com a cria o pelo Minis t rio da Educa o e Sa de ent o sob a dire o de Gustavo Capanema do Servi o do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional SPHAN as mani festa es de consci ncia preservacionista no pa s antecedem essa data como n o poderia deixar de ser Dois exemplos pioneiros merecem ser lembrados A decis o de D Pedro II apenas ensaia
92. E por que o movimento mobilizou tanta gente desde pequenos mercadores e vereadores at consumi dores jornalistas e o pr prio imperador D Pedro II An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 102 Examinando not cias cr nicas e ilustra es publicadas em revistas e jornais da corte nicas fontes a registrar em detalhes o movimento grevista e hoje preservadas nos acervos de peri dicos e de obras raras da Biblioteca Nacional e tamb m os debates travados pelos vereadores os abaixo assinados e as licen as enviados C mara Municipal estes ltimos organizados em c dices no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro poss vel tanto acompanhar a greve a la minute para usar os termos de um cronista da Gazeta de Not cias como revelar personagens atitudes e identidades muitas vezes sepultados pelo cotidiano do trabalho e da cidade mas que muito dizem sobre a din mica da forma o e dos conflitos de classes Como lembra Michele Perrot uma greve uma rela o din mica que n o s apresenta os homens e mulheres nela en volvidos como tamb m a classe dos empregadores o Estado e a opini o p blica tal qual aparecem no espelho posto sua frente pelos trabalhadores No tabuleiro do mercado Desde pelo menos meados do s culo XVII negras de tabuleiro e vendedo res de peixe reuniam se num pequeno e ruidoso mercado nas proximidades da Alf ndega entre a Rua do Mercado e a Pra a das Marinhas Mais conhecido
93. EC concebida com todas as caracter sticas de uma biblioteca p blica E no d cimo primeiro andar est o Escrit rio de Direitos Autorais EDA Ciosa do grande valor de seu acervo a biblioteca vem empenhando cada vez mais recursos para a preserva o conserva o restaura o reprodu o e para o maior acesso poss vel s suas obras Duas grandes coordenadorias a de Preserva o e a de Microrreprodu o t m a responsabilidade de elaborar e supervisionar a programa o e a execu o de procedimentos t cnicos de microfilmagem digitaliza o preserva o conserva o restaura o e enca derna o de seu acervo bibliogr fico e documental Ainda dentro do campo de suas responsabilidades a Biblioteca Nacional atua no panorama editorial brasileiro na condi o de Ag ncia Brasileira do ISBN International Stan dard Book Number coordena e incentiva a aplica o do sistema interna cional de numera o de livros e atribui c digos s editoras e s publica es nacionais para efeito de divulga o e comercializa o Divulga seu acervo por meio de exposi es peri dicas edita publica es avulsas peri dicas e integradas em cole es como os Anais da Biblioteca Nacional e o Boletim Bibliogr fico A partir do progresso cient fico e tecnol gico desencadeado no s culo XIX a r pida expans o dos limites de diversas reas do conhecimento e de suas in meras rela es vem contribuindo incessantemente para o
94. Hist ria Contempor nea do Brasil FGV para a obten o do grau de Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais em mar o de 2009 INTRODU O Todo homem por natureza deseja saber Arist teles no edif cio da Biblioteca Nacional situado na Avenida Rio Branco em frente Pra a Floriano Peixoto conhecida como Cinel ndia em pleno centro do Rio de Janeiro que podemos descobrir o que de mais significativo foi pro duzido na literatura mundial Projetado inicialmente para abrigar 400 mil volumes hoje acumulam se no pr dio cerca de 9 milh es de pe as entre livros manuscritos peri dicos gravuras cartas cartogr ficas partituras muitas raras outras in ditas mas todas necess rias para se recompor a trajet ria hist rica e cultural do Brasil nesses mais de 500 anos de hist ria Para chegar a este ponto de import ncia no cen rio cultural brasileiro a Biblioteca Nacional percorreu um longo caminho O ponto de partida foi a chegada ao Brasil de D Jo o VI e sua corte no ano de 1808 como con sequ ncia da invas o de Portugal pelas tropas francesas sob o comando de Dedico este Guia a Jayme Antonio Pasin Spinelli e Margarida Maria Rodrigues Spinelli meus pais in memoriam e aos meus irm os e sobrinhos parceiros de vida e conhecimentos Agradecimentos Ao presidente da Funda o Biblioteca Nacional professor Muniz Sodr de Ara jo Cabral por seu empenho para a realiza o de meus estudos de mest
95. ITUTO DO PATRIM NIO HIST RICO E ARTISTICO NACIONAL BRA SIL Cartas patrimoniais 3 ed Rio de Janeiro IPHAN 2004 408p KATZENSTEIN U E A origem do livro da idade da pedra ao advento da impress o tipografia no Ocidente S o Paulo Hucitec 1986 455p LE GOFF J Documento monumento In ENCICLOP DIA Einaudi Lisboa Impr Nacional Casa da Moeda 1982 v 1 p 95 106 LEMOS C A C O que patrim nio hist rico S o Paulo Editora Brasiliense 1987 115p MARTINS W A palavra escrita hist ria do livro da imprensa e da biblioteca 3 ed S o Paulo tica 2002 519 p MORAES R B de O bibli filo aprendiz 4 ed Bras lia Briquet de Lemos Livros Rio de Janeiro Casa da Palavra 2005 207 p OLIVEIRA L L Cultura e patrim nio um guia Rio de Janeiro Ed FGV 2008 192 p PEDERSOLI JR Jos Luis Oficina sobre gerenciamento de riscos ao patrim nio cultural realizada no Museu Jos Hip lito da Costa Porto Alegre RS Setembro de 2009 Patrocinada pelo ICCROM The International Center for the Study of the Preser vation and Restoration of Cultural Property Roma It lia Dispon vel em http wwwabracor com br novosite POLLAK M Mem ria esquecimento sil ncio Estudos Hist ricos Rio de Janeiro vol 2 n 3 1989 p 3 15 SCH EFER S Desinfesta o com m todos alternativos at xicos e manejo integrado de pra gas MIP em museus arquivos e acervos e armazenamento de objetos e
96. Janeiro menor que o per odo de 1961 at 1990 A umidade relativa tamb m apresenta se menor ao longo do ano confirmando que a necessidade de refigera o era menor no primeiro per odo de 1931 at 1961 Meses An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 84 Latitude 22 83 Rio de Janeiro Transteridor 340 00 Carta Solar fonte software SOLAR Universidade Federal de Santa Catarina Fachada em azul insola o de ver o de 06 00 at 12 00 Inverno praticamente sem insola o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 Latitude 22 83 Rio de Janeiro Transferidor 240 00 CARIE P 1 e p t e fes 4 SERR lt s Pa e E SALE e NR t f Araia s GS e e E s A Pego e Pe aa a 1 t Ed E Sat e PP AANS Sp Sr H e a a o LUSA SAN gp Dies ESET mo mi ad ma Es NA Dart Sli Fachada em laranja insola o de ver o de 06 00 at 12 00 Inverno de 6 00 at 14 00 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 86 Latitude 22 83 Rio de Janeiro Transferidor 160 00 E 2 Jun im A flon 16 Abr Da 21 Mar VT Fachada em vermelho insola o de ver o de 12 00 at 18 00 Inverno de 06 00 at 18 00 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 87 ANEXO 2 C DIGO DE TICA DO CONSERVADOR RESTAURADOR Introdu o Conservar e restaurar obras do patrim nio hist rico art stico e cultural uma profiss o que requ
97. Parece interessante a hip tese em que se reconhece a perspectiva do mestre de Avis depois d Jo o I em dar cunho pol tico ao velho costume de em certas ocasi es os homens dos mesteres serem chamados a tomar parte nas delibera es A partir da interpreta o da carta r gia que lhe deu origem pode se dizer que a decis o constitu a um benef cio pelo engajamento dos mesteres no movimento que levara ao poder a dinastia de Avis Como em todas as concess es de privil gios os que beneficiavam a Casa dos Vinte e Quatro tamb m envolveram rela es de gratid o lealdade e obedi ncia gt Os eleitos para a Casa dos Vinte e Quatro seriam os homens bons dos mesteres seus representantes com capacidade de interven o no munic pio An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 175 que adquiriram diversos privil gios entre os s culos XV e XVII sempre sujei tos revoga o Ainda hoje muito se ignora a respeito do funcionamento dessa institui o que em Portugal perdurou at 1834 Como se n o bastassem as d vidas sobre seu surgimento e finalidades incerto que fossem os ju zes dos of cios os eleitos da casa e aqueles a escolher os procuradores dos mesteres e o juiz do povo De acordo com a legisla o a presid ncia da casa seria institu da no s culo XV denominando se juiz ou juiz dos Vinte e Quatro No s culo XVII o termo juiz do povo se impunha na documenta o Para integrar a casa era ne
98. Piedade Cupertino e Encantado as fazen das se tornaram ainda mais valorizadas Mais tarde muitos propriet rios to maram a iniciativa de desmembr las parcialmente em loteamentos arruados para moradias Pouco a pouco s margens das esta es ferrovi rias e da es trada de Santa Cruz foram se formando os primeiros bairros residenciais de Inha ma ocupados sobretudo por trabalhadores da cidade do Rio Mas esse processo ficou restrito regi o oeste da freguesia Em outros cantos os antigos engenhos continuavam desmembrados em pequenas fazendas e s tios E nem mesmo a inaugura o da Estrada do Norte depois Leopoldina em 1886 alterou a vida rural dessas reas Em Iraj ainda predominavam as reas agr colas que abasteciam a capital carioca Velhas fazendas como a do Vig rio Geral a do Provedor e a de Naza r permaneciam em atividade Sem contar os novos estabelecimentos ligados agricultura possivelmente origin rios das partilhas realizadas em parte dos antigos engenhos e ou da atribui o de outros nomes aos j existentes como as fazendas de Boa Esperan a do Thibau e do Frutuoso Podemos perceber um pouco desse cen rio observando os locais de mora dia dos lavradores inscritos na C mara em 1885 Do conjunto de 97 registros de Iraj e Inha ma 47 48 5 cont m algum tipo de informa o sobre as ro as tais como endere o nome do propriet rio e valores do aluguel O res tante apenas inclu a atestados de i
99. Rio de Janeiro e as estampas em Paris na Oficina Litogr fica de Senefelder Completando este acervo foram remetidas de Portugal pranchas de cobre gravadas e obras impressas na extinta Oficina do Arco do Cego em Lisboa dirigida entre 1799 e 1801 por Frei Veloso material este que Sua Alteza Real houve por bem aceitar para sua Real Bibliotheca Ent o nos anos 1820 21 D Jo o VI nomeia frei Greg rio e o padre Jo aquim D maso com o t tulo de prefeitos como primeiros encarregados do arranjamento e manuten o da Real Biblioteca Trabalhando tamb m como ajudante da biblioteca e acumulando outras fun es estava Lu s Joaquim dos Santos Marrocos que j desempenhava cargo semelhante em Portugal Por m com a demora da oficializa o daquela nomea o o honroso t tulo de prefeito frei Greg rio declina do cargo e volta para Portugal enquanto o padre D maso j em 1822 recusando se a aderir Independ ncia do Brasil retorna Europa onde alguns anos depois vem a falecer vitimado por uma peste que assolava Lisboa Este retorno trouxe um grande preju zo para a biblioteca na medida em que v rios manuscritos cerca de seis mil c dices que lhe estavam con fiados na poca se foram com Frei Greg rio e outros tantos cinco mil com o padre D maso Contudo e apesar de tudo a Real Biblioteca continuou no Rio de Janeiro De in cio essa rica cole o pelo seu valor intr nseco e merecedora de cuidados especiais
100. Rio de Janeiro Dona Margarida reclamava do pequeno lugar que o antigo fiscal da Candel ria o Sr Paulo Felizardo Cabral e Silva lhe marcara na Pra a das Marinhas Vinha ent o respeitosamente rogar a V V E Exas os vereadores se sirv o mandar que o actual fiscal d ao supra citado logar mais extens o ou demarque outro de modo a poderem ser convenientemente depositados os productos Na resposta formulada uns vinte dias depois o novo fiscal o Sr Antonio Roiz de S concordava com a fazendeira atestando que de fato o espa o que lhe fora destinado era por demais acanhado para a grande quantidade de g neros que diariamente exporta para este mercado Assim para atend la sugeria que se fizesse uma nova marca o de lugar diminuindo se aquelles que trazem ao mercado menos mercadorias para sa tisfazer se a supplicante que de toda justi a Acontece que os outros donos de portos em S o Gon alo ao saberem que Margarida Desmarest pretendia alargar seu lugar invadindo desse modo di reitos alheios encaminharam um abaixo assinado C mara naquele mesmo m s de agosto exigindo que tal pretens o n o fosse atendida tendo em vista a injusti a relativa que acarretaria Os vereadores concordaram com estes propriet rios No dia 10 de setembro o fiscal Antonio de S anotou no verso do pr prio abaixo assinado que a C mara havia indeferido o pedido de Dona Margarida e desse modo satisfeito o q
101. a 16 de dezembro de 1885 p 60 67 AGCRJ C dice 46 1 12 Lavoura do munic pio pedidos de v rios lavradores para venderem os produtos de sua terra 1 a 16 de dezembro de 1885 p 257 68 Hoje existe no atual munic pio de S o Gon alo um bairro chamado Porto da Mada ma Outros bairros da regi o tamb m conservam os nomes das antigas fazendas e locali dades oitocentistas como Engenho Pequeno Boass Mutu Rocha Pacheco 69 No Almanak Laemmert de 1883 anunciava se que o Porto da Madama recebia qui tandas todos os dias e transporta va para a corte Almanak Laemmert 1883 p 447 70 MOTTA Op cit p 51 52 71 AGCRJ C dice 46 1 6 Lavoura do munic pio projetos medidas de defesa merca dos da pequena lavoura etc pp 16 16v 19 19 v 72 MOTTA op cit pp 52 53 73 Idem 74 Cf BN Almanak Laemmert 1885 p 1004 75 Idem p 1005 76 N o tenho como afirmar tomando como base as informa es do Almanak Laemmert se Antonio Rodrigues Costa era propriet rio ou somente um arrendat rio do porto 77 As barracas do cais da doca Jornal do Commercio 6 de outubro de 1885 p 2 78 AGCRJ C dice 46 1 9 Lavoura do munic pio pedidos de v rios lavradores sobre a venda de produtos de sua terra 21 a 31 de dezembro de 1885 p 275 79 A quest o das barraquinhas Di rio de Not cias 11 de outubro de 1885 p 1 80 SANTOS Joaquim Justino Moura dos Santos De freguesia
102. a Amtel miari CP Segundo Conin Lina EmA inunda es secas terremotos maremotos ataques de agentes biol gicos e polui o atmosf rica Desastres produzidos e ou acidentais s o aqueles que resultam de falhas humanas tais como atos de terrorismo inc ndios inunda es acidentais explos es acidentes com produtos qu micos falta de manuten o do pr dio roubos vandalismos e viol ncia urbana Segundo Pedersoli 2008 com a finalidade de gerenciar e controlar os aci dentes e ou desastres importante que executemos com todo rigor a tarefa de avalia o de riscos e isto implica conhecimento dos agentes de deteriora o como tamb m identifica o quando poss vel dos tr s tipos de riscos cab veis para cada agente que inadvertidamente venha a atingir o acervo os riscos raros os espor dicos e os cont nuos Apresentamos neste contexto um panorama com a descri o de alguns dos mais consagrados agentes de deteriora o suas formas seus efeitos e como afetam sobremaneira os acervos bibliogr ficos e documentais S o os seguintes Livro com infesta o de agente biol gico fungo Fungos vistos atrav s de microsc pio ptico An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 59 e as for as f sicas desencadeadas a partir do armazenamento errado dos livros nas estantes dos documentos nos arcazes e mapotecas que causam efeitos de deforma o rompimentos arranh es e ou perfura es e os
103. a a decis o do Governo Im perial de adquirir um pr dio novo na Rua da Lapa hoje Rua do Passeio em frente ao buc lico e agrad vel Passeio P blico Hoje em dia este pr dio com algumas modifica es abriga a Escola de M sica da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ Nesses tempos n o se pode negar a biblioteca j era uma realidade pelos menos em termos de acervo Contudo ainda no Convento do Carmo em abril de 1853 frei Camillo de Monserrat assume a dire o da Biblioteca e imprime uma verdadeira por m ingl ria cruzada para executar com dig nidade uma gest o entrela ada de in meros problemas internos de admi nistra o e principalmente a falta de verbas para aquisi o de livros que durou cerca de 17 anos Em 1855 frei Camillo recebe as chaves do novo pr dio da biblioteca aquele da rua da Lapa um casar o de constru o s lida com vastas acomoda es uma bela arquitetura e ainda facilmente adapt vel s novas finalidades Com o falecimento de frei Camillo em 1870 Benjamin Franklin Ramiz Galv o ent o nomeado diretor da Biblioteca fun o que exerceria por 12 anos at 1882 Em 1876 depois de ser denominada de Real Imperial e P blica a institui o passou a se chamar definitivamente Biblioteca Nacional Novos ventos administrativos sopraram o or amento foi multiplicado o que possibilitou a realiza o de uma reforma geral t o sonhada por frei Camillo Ramiz Gal v o promoveu o p
104. a em Hist ria pela Universidade Federal Fluminense e professora do Departamento de Hist ria da Universidade Federal do Rio de Janeiro Resumo Este estudo reflete sobre a natureza e as condi es da cidadania no Rio de Janeiro no s culo XVIII a partir da identifica o dos integrantes de duas irmandades de of cio a Irmandade do Glorioso M rtir S o Jorge cerca de 1740 formada de serralheiros fer reiros cuteleiros espingardeiros e outras profiss es afins e a Irmandade do Bem Aven turado Patriarca de S o Jos 1608 composta de pedreiros carpinteiros marceneiros e canteiros e da an lise de suas formas de inser o na sociedade colonial For as au xiliares do Estado portugu s e express o org nica da vida local as irmandades revelam modalidades de cidadania que n o decorrem dos espa os elitistas de nobilita o social e participa o na pol tica imperial como tamb m evidenciam exclus es por crit rios de pureza de sangue Palavras chave Hist ria social Brasil col nia Rio de Janeiro Irmandades de of cio Cidadania Abstract This article studies the nature and conditions of citizenship in the 18th century Rio de Janeiro through the identification of members of two craft brotherhoods the Brother hood of the Glorious Martyr Saint George circa 1740 comprising locksmiths black smiths cutlers gunsmiths and related professions and the Brotherhood of the Blessed Patriarch Saint Joseph
105. a import ncia registrar que neste planejamento est o inclu dos todos os procedimentos estabelecidos para a forma o e treinamento da equi pe da brigada volunt ria de inc ndio da Biblioteca Dever ser elaborada e divulgada por toda a institui o uma listagem com os nomes telefones ou ramais de todos os chefes das se es de guarda de acer vos dos diretores e tamb m os nomes dos membros da equipe da brigada de inc ndio a localiza o de suas se es de trabalho no edif cio seus telefones ou ramais e seus celulares Deste modo caber ao chefe da Divis o de Manuten o e Administra o e ao Coordenador de Preserva o a responsabilidade da coordena o e aplica bilidade deste planejamento de preven o fundamental registrar que em caso de desastre ser este contingente supracitado e mais o corpo de funcio n rios e t cnicos ativos os agentes da manuten o e administra o e a equipe de guardas que faz a vigil ncia os convocados imediatamente a prestarem socorro Jamais devemos esquecer o n mero 193 que o de emerg ncia do Corpo de Bombeiros da cidade do Rio de Janeiro A preven o s o todas as medidas que ser o tomadas para evitar ou mi nimizar os riscos de um desastre fora e dentro do edif cio e no acervo da biblioteca An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 77 No edif cio de crucial import ncia um exame sistem tico no que diz respeito a vistoria constante nos telhados ve
106. a ningu m menos que Dom Ob II D frica o famoso Pr ncipe do Povo das ruas do Rio de Janeiro Este filho de africano forro batizado como C ndido da Fonseca Galv o era um baiano da cidade de Len is que participou como oficial do Ex rcito brasileiro na Guerra do Paraguai e depois veio viver entre a gente da Pequena frica na capital carioca Transitando por espa os diversos era um l der popular reverenciado e sustentado pela comunidade negra da corte Considerado meio amalucado pela elite era o primeiro a chegar s audi n cias p blicas que o imperador D Pedro II concedia aos s bados na Quinta da Boa Vista e tinha voz ativa na imprensa da poca Como poss vel observar em diferentes registros seu reinado estava circunscrito a uma parcela da popula o africana crioula e miscigenada composta tipicamente por escra vos libertos e homens livres Entre esse grupo destacavam se as quitandei ras do Largo da S e os negros minas que convencidos de sua hierarquia prestavam lhe homenagens reais beijando lhe a m o que ele trazia sempre enluvada Al m dessas rever ncias os s ditos do Pr ncipe do Povo tam b m lhe ofertavam tributos com os quais ele se mantinha e aproveitava para divulgar suas ideias na imprensa seja com mat ria paga ou mais raramente com folheto avulso N o temos como atestar se os desenhistas e redatores do Meguetrefe real mente presenciaram um encontro entre
107. a os comerciantes Segundo os empres rios como o lugar vi via em cont nuo lama al quer no tempo seco quer no tempo chuvoso as barracas trariam benef cios tanto para a pequena agricultura e para a popu la o desta Capital a primeira da Am rica do Sul como tamb m para a sua salubridade a par do embelezamento de um dos pontos mais fregiientados n o s pelos seus habitantes como por todos que aportam s plagas da Cida de de S o Sebasti o do Rio de Janeiro Mas para desfrutar de tal privil gio era necess rio desembolsar uma di ria de 400 r is S foi dif cil encontrar algu m disposto a pagar essas quantias An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 106 No dia da inaugura o enquanto os convidados dos empres rios almo a vam e brindavam no Hotel Novo Mundo uma greve j havia sido organizada na pra a Nenhum barraqueiro apareceu para oferecer legumes aves frutas e outros g neros de consumo di rio No cais da doca das Marinhas escravos libertos e homens livres foram impedidos de descarregar produtos de canoas de ganho saveiros e faluas vindos de Guaratiba Pedra Sepetiba e outros locais do Rec ncavo Dois negociantes de verduras depois de maduras reflex es resolveram ocupar duas das t o faladas barraquinhas Mas n o contavam com a determina o de seus colegas de ro a firmes no prop sito de impedir que elas fossem usadas Houve um certo rebuli o e
108. a para o pr dio da avenida Central An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 24 senhas para os usu rios que aguardavam sentados por seus livros para consul tas Foram introduzidas as primeiras m quinas de escrever para serem usadas nas correspond ncias oficiais tornando se a biblioteca uma das precursoras entre os locais p blicos a adotarem esta inova o Foram executados trabalhos voltados para a melhoria da ilumina o el trica da biblioteca notadamente nas salas de leitura Foram inauguradas uma oficina de tipografia e uma de encaderna o propiciando um avan o extraordin rio quanto impress o dos anais da biblioteca e de seus relat rios administrativos Manuel C cero comportava se como um homem frente do seu tempo pautando seu desempenho por uma concep o moderna de gest o visando transformar a Biblioteca em um local de excel ncia para leitura e pesquisa Com a sua capacidade inovadora e administrativa implementou a es que dentro de uma vis o atual poderiam ser encaradas como sendo de conserva o preventiva Aproveitando a ocasi o em que a Inspe o das Obras P blicas estendia at as proximidades da Bibliotheca um ramal do encanamento pelo qual a gua corre sem interrup o solicitei fosse permitido tirar uma deriva o para o interior do edif cio o que foi concedido Constam de um tubo de ferro gal vanizado que se liga a tr s registros de bronze de alta press o um em cada um dos andare
109. a que a abund ncia policial que se ostentava contra pac ficos lavradores e produtores do Rec ncavo que v m feira s podia ser ind cio da prote o que d o prest gio daquele s cio que sabe o nome aos bois que d leis na casa de policia onde verdadeiro triunfo Dois dias antes um leitor que assinava como Um que n o quer as barracas j havia feito den ncia semelhante no Di rio de Not cias Como fez quest o de registrar o monop lio imposto ali na pra a tinha como s cio um vereador Diante de tantas acusa es o vereador Dr Em lio da Fonseca se apressou em esclarecer nas Publica es a pedidos da Gazeta de Not cias e do Jornal do Commercio que fizera os maiores esfor os para discutir os inconvenientes do contrato o que n o pude conseguir por me haverem negado a palavra Mas agora como ele j havia sido firmado pelo governo cumpria respeit lo e evitar novas demandas sempre desastradas para a municipalidade Ningu m parecia querer dar nome aos bois Contudo folheando os pa p is da C mara encontramos Augusto Nunes de Souza vereador que tinha o mesmo sobrenome de um dos empres rios do cons rcio Arthur Deodecio Nunes de Souza Seriam os parentes referidos pelos Infelizes quitandeiros bem prov vel que houvesse mesmo algum parentesco entre eles Num dos of cios enviados municipalidade ainda no in cio de 1885 as acusa es foram ain
110. a sorte de atos de vandalismo que vinham ocorrendo a prote o legal de determinados bens aos quais foi atribu da a capacidade de representarem a na o Assim o entendimento de patrim nio como um conjunto de bens fundamentais e com caracter sticas peculiares recebe aten es diferenciadas pela primeira vez na Fran a relacionadas aos bens arqui tet nicos nacionais em fun o das tradi es vinculadas a esses bens visando cria o do ideal de uma riqueza moral uma hist ria dita comum mas que expressa as riquezas da na o Estas recentes e novas formas de atitudes contagiaram quase todos os pa ses europeus que partem para a busca de seus pr prios reconhecimentos transformando e usando a restaura o arquitet nica como ve culo desse re encontro de suas identidades e valores Portanto podemos dizer que a no o de patrim nio transforma se em um instrumento que vem servir s classes de poder com o intuito de construir um ideal amplo e concreto de identidade nacional com muitas rela es simb licas Segundo Maria Cec lia Londres Fonseca 2005 isto vem refor ar a no o de cidadania na medida em que s o identificados no espa o p blico bens que n o s o de exclusiva posse privada mas propriedades de todos os cida d os a serem utilizados em nome do interesse p blico Nesse caso o Estado atua como guardi o e gestor desses bens Todos os bens patrimoniais caracte rizados desde o in cio por sua heter
111. a um novo conceito de idade m dia tempo trabalho e cultura no Ocidente Lisboa Estampa 1980 pp 155 6 14 BOXER Charles H O imp rio mar timo portugu s 1415 1825 S o Paulo Compa nhia das Letras 2002 15 MARTINS Monica de Souza Nunes op cit Entre a cruz e o capital as corpora es de of cios no Rio de Janeiro ap s a chegada da fam lia real 1808 1824 Rio de Janeiro Garamond 2008 16 Em texto anterior forne o dados detalhados sobre a Igreja de Nossa Senhora do Par to onde a irmandade surgiu Aquela se situava como hoje na rua da Assembl ia centro do Rio de Janeiro SANTOS Beatriz Cat o Cruz The Feast of Corpus Christi Artisan Crafts and Skilled Trades in Eighteenth Century Rio de Janeiro The Americas a quar terly review ofinter American Cultural History v 65 pp 193 216 2008 17 Compromisso da Irmandade do Glorioso S o Jorge no Rio de Janeiro 1757 in AHU Compromissos Cod 1949 CD 25 18 Mil seiscentos e oito a data da ermida H indica es sobre a constru o da igreja que abrigaria a irmandade S o Jos em 1681 FAZENDA Vieira As bandeiras dos of cios S o Jos Revista do Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro tomo 86 v 140 1919 pp 131 5 GERSON Brasil Hist ria das ruas do Rio 5 ed Rio de Janeiro Lacer da 2000 Quanto localiza o vale observar que a Rua da Miseric rdia atualmente a Rua da Assembl ia Portanto no passado
112. ade cita o cap tulo 28 do compromisso da institui o em que ficara estabele cido que todo o irm o em que se achar ra a de Mulato Mouro ou Judeu e todas as vezes que em qualquer tempo com clareza de saber ser lan ado da An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 169 Irmandade fora sem remiss o alguma e o mesmo se entender com suas Mu lheres tendo qualquer das sobreditas faltas A regra fora confirmada por uma provis o do Desembargo do Pa o de 20 de dezembro de 1730 que pres supunha o reconhecimento do ingresso na irmandade para realizar o exame e abrir uma loja e segundo consta era praticado no reino do Brasil Contudo o juiz de of cio em exerc cio no ano de 1820 justifica que a irmandade ditada pelas circunst ncias do Pa s ou seja pelas condi es de trabalho locais pas sa a admitir mulatos Estes teriam que pagar a entrada de 19 200 r is para o Santo para ficar remido de servir os Cargos da Irmandade e gozar dos of cios Divinos conciliando por este meio a inabilidade da pessoa reprovada pelo Compromisso e a sufici ncia do indiv duo para exercer o of cio Com a decis o em princ pios do s culo XIX adotava se a solu o de um meio benef cio atribuindo aos mulatos os benef cios e deveres de seu of cio exceto o acesso aos cargos da irmandade Nem sempre quem tem of cio tem benef cio como j evocava o ad gio portugu s ou ao menos o benef cio integ
113. ado dos que sofrem em seus direitos e que nenhum m vel pode ter fora do interesse geral sempre superior e sagrado contra o monop lio ou privil gio capcioso s favor vel a alguns com manifesto e injusto preju zo de muitos Seguindo pela Rua do Ouvidor pararam porta da Gazeta da Tarde e ali foram recebidos por seu diretor o abolicionista Jos do Patroc nio Como tantos de seus colegas de imprensa este fervoroso jornalista tamb m apoiava a mobiliza o dos pequenos lavradores N o hesitou portanto em levantar a voz contra o esbulho que tornava aqueles homens v timas da C mara Municipal Assim como os pequenos lavradores tinham a enxada e o ancinho como arado de trabalho n s os homens da imprensa tamb m filhos do povo t nhamos a An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 108 pena que para n s representa o papel daqueles instrumentos com qual afastamos a ciscalhada que tende a abafar os direitos do povo E n o faltavam jornal e jornalista para apoiarem os grevistas Ainda que apresentassem perfis por vezes distintos uns tendendo para uma postura mais conservadora caso do Jornal do Commercio outros mais liberais como a Ga zeta de Not cias quase todos os peri dicos da corte deixavam claro seu apoio ao movimento Decerto que cada um tinha l a sua maneira de noticiar e comentar No Di rio de Not cias n o faltavam cr ticas e gracejos como os versinhos de Violino publicados logo nas pri
114. ado estava ocupado por homens e mu lheres da Costa da Mina H hist rias como a do forro Luiz Laville que arrendava a banca 41 uma pequena quitanda de verduras iniciada por sua mulher a preta mina Felicidade Maria da Concei o Vendendo peixe na bar raca 77 a preta forra mina Rosa Maria Rocha dava continuidade ao neg cio de seu marido e companheiro de na o Antonio Francisco Ramos falecido em 1852 J a liberta mina Em lia Soares do Patroc nio ao lado de seu ma rido o tamb m mina Joaquim Manuel Pereira era locat ria de tr s barracas para venda de aves e verduras e ainda possu a outros tr s tabuleiros com os quais suas escravas mercadejavam ali na pra a e pelas ruas da cidade Em 1885 n o encontramos tantos africanos assim no Rio de Janeiro e as quitandas h muito j estavam ocupadas por seus descendentes e tamb m por trabalhadores brancos especialmente os imigrantes portugueses Assim quando a categoria mencionada nos grandes jornais que noticiavam a movi menta o de outubro n o localizamos refer ncias expl citas s especificidades tnicas de tempos passados Al m disso podemos supor que as quitandeiras que teriam participado da greve eram consignat rias dos pequenos lavradores 111 ou ent o e isso sugerido pelo pr prio Mequetrefe que se encaminhavam at ali para comprarem os g neros que ven um costume comum na pra a deriam pelas ruas da cidade No entanto como a pr pria
115. adora carioca 1850 1910 In MATTOS M B org Trabalhadores em greve pol cia em guarda Greves e repress o policial na forma o da classe trabalhadora carioca Rio de Janeiro Bom Texto Faperj 2004 p 33 POPINIGIS Fabiane Prolet rios de casaca trabalhadores do com rcio carioca Campinas Editora da Unicamp 2007 Para Salvador ver REIS Jo o J A greve negra de 1857 na Bahia Revista USP 18 1993 pp 8 21 2 MATTOS Op cit p 33 3 Cf FORTES Alexandre O direito a lei e a ordem Greves e mobiliza es gerais na Porto Alegre da primeira Rep blica In LARA Silvia H amp MENDON A Joseli An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 149 Maria Nunes Mendon a Direitos e justi a no Brasil Ensaios de hist ria social Campinas Editora da Unicamp 2006 p 344 4 PERROT Michele Workers on strike 1871 1890 Nova Haven Londres Yale Univer sity 1987 pp 4 5 Cf MATTOS Marcelo Badar Experi ncias comuns escravizados e livres na forma o da classe trabalhadora carioca Tese apresentada para concurso de professor titular de Hist ria do Brasil da UFF 2005 5 CORACY Vivaldo Mem rias da cidade do Rio de Janeiro 3 ed Belo Horizonte S o Paulo Itatiaia Edusp 1988 p 60 Em 1638 a C mara do Rio estabeleceu que os pesca dores venderiam suas mercadorias no trecho que compreendia a Praia de Nossa Senhora do Carmo at a porta do Governador ou seja entre a atual Pra a XV e a Rua da Al
116. air das pr ticas sociais uma defini o mais geral e precisa que leve em conta as categorias de cidad o nativo e vizinho e ao mesmo tempo reconhecer outros agentes e institui es em jogo Para refletir sobre a cidadania colocarei o foco nas irmandades de of cio e suas rela es com os of cios mec nicos e a C mara por interm dio do juiz de of cio e da Casa dos Vinte e Quatro Neste ponto vale recordar brevemente que a hist ria das irmandades na Am rica portuguesa remonta Idade M dia come ando no reino e se mis turando com a hist ria das corpora es de of cio necess rio recuperar o assunto em busca de uma abordagem que relacione of cios e irmandades De maneira geral os autores que tratam do tema reconhecem que as irmandades An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 164 surgiram nos s culos X e XI associadas ao desenvolvimento das cidades e das atividades artesanais e comerciais Em Portugal as primeiras associa es seriam as de of cios resultantes de profissionais domiciliados e estabelecidos numa mesma rua tendo suas finalidades car ter mutualista Nessa perspecti va as irmandades leigas em Portugal tiveram a perme las e a preced las os hospitais e os of cios dos quais foram a face religiosa 2 N o toa em todo o continente europeu a Igreja teria passado de uma posi o de hostilidade em rela o s corpora es para um posterior controle inclusive pela submiss o delas ao
117. al elabora o primeiro projeto de lei de de fesa do patrim nio art stico em especial o dos bens arqueol gicos Revista do Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional n 22 1987 p 34 Contudo foi somente nos anos 1930 marcadamente em 1936 durante o primeiro governo do presidente Get lio Vargas 1930 1945 que seu ministro da Educa o e Sa de P blica Gustavo Capanema solicitou ao escritor M rio de Andrade 1893 1945 l der do movimento modernista que provocou a renova o liter ria e art stica no Brasil um anteprojeto para a cria o de um rg o de prote o ao patrim nio hist rico e art stico nacional que resul taria na cria o do Servi o de Prote o ao Patrim nio Hist rico e Art stico Nacional o SPHAN No projeto para criar o Servi o do Patrim nio Art stico Nacional M rio de Andrade defendeu o exame da diversidade art stica existente no pa s Sua proposta seguiu a mesma linha de trabalho defendida e posta em pr tica por ele no Departamento de Cultura de S o Paulo Um bom exemplo do que M rio entendia por obra de arte patrimonial ou seja a que pertencia ao patrim nio art stico nacional s o as oito categorias por ele listadas a arte arqueol gica a amer ndia a popular a hist rica a arte erudita nacional e An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 45 estrangeira as artes aplicadas nacionais e estrangeiras No anteprojeto original mencionou tamb m as categorias de bem c
118. am nio da dra damnat dO Novo Qificio da re S Bithinn Ber w Bi GR Ata de lan amento da Era Na oa e Mo a be pedra fundamental do atual pr dio da Biblioteca milnovecentos cinco pristmlta SE xt o Dr BASEDONDA DA L FALUBA Nacional 15 ago 1905 Dr Srantisco N fanha i krai questica Dutga ios ereta T cuduidodes aus so A elege orthem s ctrimcgenia do Lancemstnto a o Niniva da io acio enatis m perto Nau fico Macion V ni tiptralerqundo opreiteto orqunisado peto SrAtytral Irain N areali AA gaar incumbido da comolrue o e ara registrar o acenfteiminto mandou o r R yistro da jusli t teias Jyltriores laumr o presente arla te E E uma qui st Molina a cogstroada ca Sbe ao DE Nigupuscriplos da otica EB ac t contra que gunanserde cor os jorgato da dia ep coments un tim cobrt da mtdalka comqu tmoraiva da farta str enctrrado a onibade va isa fundamental TA F PIS o usungu Binciornsaa KEY ACIONAS Sy Ata de inaugura o do atual pr dio da Biblioteca Nacional Ornamento foi gravado a gua forte por Modesto Brocos e representa a Administra o que ekes tinto e nove de Outubro de mi novecentos e dez ectendo se descerra uma cortina e faz s preento s feis que o roeras Foderal mazde esstrlr pera a aparecer o novo edif cio Assinada pelos convidados foi recolhida Se o de Manuscritos Te amp Si de falho E Paia CN D ERARA Otis de Forros
119. ana Barreto Farias doutoranda em Hist ria pela USP e Irm os por of cio e cidadania as irmandades de S o Jorge e S o Jos no Rio de Janeiro no s culo XVIII de Beatriz Ca t o Cruz Santos professora do Departamento de Hist ria e Economia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro O estudo de Juliana Farias valeu se em parte de pesquisa feita na Divis o de Peri dicos onde foram consultadas as cole es da Gazeta de Not cias Jornal do Commercio Gazeta da Tarde e O Mequetrefe Beatriz Cat o por sua vez consultou documentos originais da Divis o de Manuscritos e c pias ali existentes de documentos do Arquivo Hist rico Ultramarino de Portugal Em Preciosidades do Acervo Ana V rg nia Pinheiro chefe da Divis o de Obras Raras com o instigante O pecado mora na Biblioteca Na cional resume o conte do das pequenas exposi es sobre os sete pecados capitais organizadas por ela e sua equipe em 2007 e 2008 Consultando o acervo de obras raras constatou que cada um desses pecados est represen tado em in meros t tulos ali guardados A avareza n o novidade est em O avarento de Moli re dentre outras obras A inveja grassa em Conspira o universal obra de um certo Pedro Correia publicada no long nquo ano de 1615 A ira pode ser encontrada numa Histoire de barb rie de Pierre Dan tamb m do s culo XVII com imagens de 22 t cnicas de tortura que segun do Ana Virg nia ainda chocam 350
120. anos depois e queira Deus chocar o sempre E assim por diante Por fim registramos que a partir deste n mero os Anais da Biblioteca Nacional a mais tradicional publica o da Casa passa a circular com re sumos em portugu s e ingl s dos estudos aqui publicados E lembramos que todos os seus volumes desde o primeiro publicado em 1876 podem ser consultados na p gina da Funda o Biblioteca Nacional www bn br buscando se Biblioteca Digital e Pesquisa Marcus Venicio Toledo Ribeiro Editor An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 Guia de Preserva o amp Seguran a da Biblioteca Nacional Jayme Spinelli Conservador e restaurador Mestre em Bens Culturais e Projetos Sociais pelo CPDOC FGYV e p s graduado em Arqueologia pelo Museu Nacional UFR Coordenador de Preserva o na Funda o Biblioteca Nacional Resumo Este Guia de preserva o amp seguran a da Biblioteca Nacional para salvaguarda do seu acervo e do seu edif cio tem por objetivo apresentar orienta es caminhos e rotas para procedimentos e atitudes relativas s quest es desta natureza importantes e vitais nesta era de tantas incertezas Como base toma se o saber adquirido no campo da preserva o de bens culturais e no campo da pol tica de seguran a adotada para acervos bibliogr ficos e documentais para usu rios e para os edif cios que os abriga O car ter interdisciplinar que concerne a estes campos do conhecimento sinali
121. antes Neste grupo destacavam se as freguesias rurais de S o Gon alo 125 e Cordeiros 53 Logo em seguida vinham as reas suburbanas do munic pio neutro do Rio de Janeiro com 50 residentes em Iraj 47 em Inha ma e 15 na Ilha do Governador O Engenho Novo contava com apenas dois homens J Maric e Itamby na comarca de Itabora juntos contabilizavam oito rocei ros E o munic pio de Mag somente dois TABELA 1 Locais de moradia e lavoura dos vendedores inscritos na C mara Municipal 1885 Locais Vendedores S o Gon alo Niter i 125 40 Cordeiros Niter i 53 17 Iraj 50 16 Inha ma 47 15 Ilha do Governador 18 5 8 S o Louren o Niter i 7 2 2 Maric 5 1 6 S o Jo o Batista Niter i 2 0 64 Itamby Itabora 2 0 64 Engenho Novo 2 0 64 Mag 1 0 32 312 100 Fontes AGCR J C dices Lavoura do munic pio 46 1 7 46 1 9 46 1 10 46 1 11 46 1 12 e 46 1 13 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 121 Quase todos esses lugares eram reas antigas de produ o de a car que para escapar da crise voltaram se para a policultura j em finais do s culo XVIII Tanto nas freguesias suburbanas do Rio como nas reas rurais de Ni ter i regi es que mais concentravam os produtores representados no cais das Marinhas as propriedades foram se especializando no fornecimento de mantimentos de primeira necessidade para os mercados da capital cario
122. as capitanias do Gr o Par Rio Negro Mato Grosso e Cuiab entre 1783 e 1792 Desenhos aquarelados Cole o Alexandre Rodrigues Ferreira 1756 1815 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 38 A rostatique par Nadar ascension du 2 Juilliet 1886 Chateau de Versailles Altitude 800 m Foto de Paul Nadar An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 39 N mero inicial da Gazeta do Rio de Janeiro primeiro jornal impresso no Brasil 10 dez 1808 N mero extra da ltima Hora 1951 91 no dia da morte do presidente Get lio Vargas o jornal defendia o governo contra os violentos ataques da grande imprensa An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 40 e Biblioteca Abra o de Carvalho Em 1953 a Se o de M sica e Arquivo Sonoro da BN recebeu a biblioteca musical de Abra o de Carvalho com posta de 17 mil pe as algumas raras dos s culos XVII e XVIII e Cole o Lima Barreto O arquivo do escritor Afonso Henriques de Lima Barreto 1881 1922 autor de Triste fim de Policarpo Quaresma e Recorda es do escriv o Isaias Caminha entre outras re ne cerca de 1 050 docu mentos correspond ncias originais de romances contos cr nicas pe as de teatro anota es e recortes de jornais Ressaltemos tamb m a import ncia das grandes cole es de peri dicos e publica es seriadas que v m registrando desde a inven o da imprensa no Brasil todas as ocorr ncias hist rica
123. as cerim nias p bli cas Contudo estes n o significaram acesso honra de nobreza Para Rios o momento de maior inflex o ocorreria na dinastia de Avis quando o soberano garantiu aos mesteres o privil gio de participarem da C mara na delibera o dos assuntos da cidade o que daria origem Casa dos Vinte Quatro passagem que transcrevi dos vereadores do Rio de Janeiro contra a auto nomia da irmandade na elei o do juiz sugere uma reinscri o do autor do requerimento o representante dos of cios de carpinteiro e marceneiro na ordem estamental Na Rep blica cabiam aos of cios os pap is associados pelo uso e costume ao bem comum Por interm dio das autoridades coloniais tem se acesso voz dos of cios que queriam poder eleger seus pr prios ju zes e um dos argumentos a ine xist ncia da chamada Casa dos Vinte e Quatro na cidade do Rio de Janeiro A Casa dos Vinte e Quatro tem sido descrita como uma forma de re presenta o dos of cios baseada no sistema de corpora es Os l deres dos comerciantes e artes os elegiam anualmente entre os membros de sua cor pora o 12 ou 24 representantes Entre estes eram escolhidos quatro que se tornariam os procuradores dos mesteres com direito a participar das ses s es de verean a A institui o criada em Lisboa no reinado d Jo o I em 142258 Posteriormente em outras cidades do reino como Santar m Gui mar es Coimbra vora e no Porto
124. as duas irmandades ocupavam a mesma rua 19 Compromisso da Irmandade do Glorioso S o Jorge no Rio de Janeiro 1757 AHU Compromissos Cod 1949 CD 25 20 Compromisso acrescentamentos dos cap tulos da Irmandade do Glorioso M rtir S o Jorge no Rio de Janeiro 1791 in AHU Compromissos Cod 1952 CD 25 Ta noeiro era aquele que fazia ou consertava ton is pipas ou barris picheleiro o que fazia vasos de estanho e de lata de flandres e o seleiro selas para animais 21 Para informa es sobre a Irmandade de Lisboa SANTOS Georgina Silva dos Of cio e sangue vempo trabalho e cultura no ocidente Lisboa Colibri 2005 e sobre a do Rio de Janeiro SANTOS Beatriz Cat o Cruz The Feast of Corpus Christi Artisan Crafts and Skilled Trades in Eighteenth Century Rio de Janeiro 22 O termo licen a usado no corpo do texto de forma gen rica como permiss o No entanto na documenta o encontram se carta de exame e licen a A carta o documen to concedido pelo juiz e escriv o do of cio para o mestre exercer a sua profiss o na cidade Ela dada quele que pagou as taxas entrada na irmandade taxa de exame foi exami nado pelo juiz ou por um avaliador escolhido realizou juramento sobre os Evangelhos e obteve confirma o da sua carta de exame no Senado da C mara Esta confirma o tamb m denominada licen a Como o a licen a provis ria expedida pelo Senado da C mara sem o processo anterior precon
125. atingido por gua os primeiros procedimentos devem ser os mes mos acima citados ou seja efetuar a chamada de pedido de socorro imediato para as chefias das equipes j mencionadas Iniciar os trabalhos de secagem do acervo sob a orienta o de especialistas em preserva o e seguir atentamente as orienta es apresentadas a seguir e selecionar um local seguro e distante da rea do desastre para levar os livros e os documentos atingidos nunca tentar abrir um livro molhado ou mido abruptamente pois h o risco de uma ruptura total ou parcial do mesmo aumentando o dano utilizar pap is mata borr o ou absorventes para iniciar o processo de seca gem das capas do livro e introduzir peda os de papel mata borr o entre as capas pression los leve mente retirar estes j molhados e repetir a opera o com pap is secos O objetivo eliminar a gua o m ximo poss vel e tentar com todo o cuidado a introdu o de papel mata borr o no meio do livro prosseguir nesta coloca o de mata borr o entre pequenos lotes de folhas at atingir as capas anterior e posterior e nunca expor os livros ao sol para secar pois al m dos danos causados pela a o dos raios ultravioletas a r pida secagem gera deforma es no papel e os mapas e documentos planos devem ser estendidos sobre uma mesa e sobre grandes folhas de papel mata borr o e estes devem ser trocados com regularidade utilizar aparelhos desumidificadores tanto
126. atos criminosos como roubo que causam o desaparecimento dos do cumentos e as a es de v ndalos que desencadeiam mutila es e desfigu ra es dos mesmos o fogo que deixa como consequ ncia a queima total ou parcial do acervo gerando grande dep sito de fuligem e a deforma o estrutural nos docu mentos que o comp em a gua que produz danos como deforma es manchas corros es dis solu es desintegra es e enfraquecimentos nos suportes originais dos documentos as pragas insetos roedores p ssaros cuja a o resulta em perfura es perdas de partes dos objetos defeca o dep sitos esp rios manchas gene ralizadas e o enfraquecimento das partes que comp em os livros os poluentes p l quidos e gases que desencadeiam deposi es irrevers veis de poeiras desintegra es corros es manchas e descolora es a luz devido emiss o dos raios ultravioletas que causa o esmaecimento a descolora o os enfraquecimentos os amarelecimentos e tamb m os es curecimentos dos documentos a temperatura incorreta que propicia a es de deteriora o mais acelera da por rea es qu micas o enfraquecimento e possivelmente fraturas dos materiais e a umidade relativa incorreta que possibilita o surgimento de fungos de deforma es de manchas e o enfraquecimento geral dos livros a dissocia o ou seja a guarda de um livro ou documento em local errado que n o correspo
127. bantes e panos da Costa Contudo enquanto a primeira uma negra livre s pessoas livres podiam alugar bancas ali no interior est vestida com trajes mais apru mados e ainda dispunha de diversos colares as demais certamente escravas usavam saias e panos mais simples e mantinham os p s descal os Essas imagens s o bem pr ximas das descri es das africanas minas que pareciam dominar o mercado de vendas ambulantes no Rio de Janeiro feitas por viajantes estrangeiros e tamb m constantes de an ncios de fugas de cati vas publicados nos jornais da capital de documentos municipais e de outras ilustra es oitocentistas 2 Veja se por exemplo os registros da francesa Ad le Toussant Samson em sua passagem pela cidade na d cada de 1850 Na frente do pal cio Pa o encontra se o Mercado que realmente um dos lo cais mais pitorescos da cidade Ali grandes negras Minas com a cabe a ornada de uma pe a de musselina formando turbante o rosto todo cheio de incis es usando uma blusa e uma saia por toda vestimenta est o acocoradas em esteiras junto de suas frutas e de seus legumes ao lado delas est o seus negrinhos inteiramente nus Aquelas cujos filhos ainda mamam carregam nos atados s costas por um grande peda o de pano raiado de todas as cores com o qual fazem dar duas ou tr s voltas em torno do corpo depois de ter previamente posto o filho contra suas costas os p s e os bra os afastados An
128. busca de unidade fazem parte das experi ncias vividas pelas coletividades ope r rias 12 5 BIBLIOGRAFIA AGASSIZ Luiz e Elizabeth Cary Viagem ao Brasil 1865 1866 Belo Horizonte Ed Itatiaia 1975 ALENCASTRO Luiz Felipe de Prolet rios e escravos imigrantes portugueses e cativos africanos no Rio de Janeiro 1850 1872 Novos Estudos Cebrap n 21 s o Paulo julho 1988 pp 30 56 AZEVEDO Arthur O bilontra In Teatro de Arthur Azevedo Rio de Janeiro INA CEN 1983 tomo I AZEVEDO Francisca Nogueira de Malandros desconsolados O di rio da primeira greve geral no Rio de Janeiro Relume Dumar 2005 BATALHA Cl udio H M SILVA Fernando Teixeira da amp FORTES Alexandre Cul turas de classe identidade e diversidade na forma o do operariado Campinas Editora da Unicamp 2004 BRAUDEL Fernand Civiliza o material economia e capitalismo s culos XV XVIII O jogo das trocas S o Paulo Martins Fontes 1996 CARVALHO Jos Murilo de D Pedro II S o Paulo Companhia das Letras 2007 CORACY Vivaldo Mem rias da cidade do Rio de Janeiro 3 ed Belo Horizonte S o Paulo Itatiaia Edusp 1988 CRUZ Maria Vellasco Virando o jogo Estivadores e Carregadores no Rio de Janeiro da Primeira Rep blica Tese de Doutorado USP 1998 Tradi es negras na forma o de um sindicato Sociedade de Resist ncia dos Trabalhadores em Trapiche e Caf RJ 1905 1930 Afro sia Salvado
129. c ndio Segundo a norma regulamentadora NR 23 do Corpo de Bombeiros de prote o contra inc ndios fica estabelecido que todas as empresas p blicas ou privadas devem possuir prote o contra inc ndio sa das suficientes para evacua o de pessoal em servi o em caso de inc ndio equipamentos sufi cientes para combater o fogo no seu in cio e pessoas treinadas para usar estes equipamentos A Funda o Biblioteca Nacional mediante a sua Coordenadoria da Briga da de Inc ndio e em parceria com a Divis o de Manuten o Administrativa al m do apoio da Associa o de Servidores da Biblioteca Nacional ASBN vem desempenhando a es sistem ticas destinadas preven o de inc ndios em seu edif cio O grande temor do homem urbano em sua vida de trabalho di rio em edi f cios da cidade se ver atingido pela a o de um inc ndio o que pode ocorrer de forma acidental ou intencional O fogo desde os prim rdios do mundo foi o elemento essencial no surgimento das civiliza es e o primeiro na vida do homem a dar lhe boa alimenta o e a promover o sentido de seguran a coletiva Serviu para salvar e para consagrar as divindades como tamb m para destruir O fogo reduz o esp rito de uma obra e no caso de queima de livros a racionalidade intemporal deixa de ser racionalidade para se converter em cinzas No rastro da hist ria escrita atrav s dos tempos h registros da destrui o de muitas bibliotecas arquivos museu
130. ca Pouco a pouco seus velhos engenhos foram partilhados e alugados a agricul tores sem terra 58 Para os grandes fazendeiros era uma forma lucrativa de garantir uma renda anual sem qualquer gasto de capital ou necessidade de reposi o da m o de obra escrava Com isso ainda criavam um vantajoso v nculo de subordina o monet ria com os lavradores Mas essa rela o n o significava uma total depend ncia dos arrendat rios que podiam decidir o que produzir em suas situa es Instalados em terras alheias os pequenos lavradores cultivavam hortas e ro as de mandioca caf laranjas lim o quase sempre atendendo demanda do mercado do Rio de Janeiro Em S o Gon alo e Cordeiros contavam com o trabalho de poucos escravos e experimentavam novos t cnicas de cultivo S que levavam uma vida simples Suas casas tinham poucas mob lias uma mesa algumas cadeiras s vezes camas e arm rios Ao lado das moradas constru am casas de farinhas galinheiros currais e at mesmo pequenas senzalas E se at meados do s culo XIX os arrendamentos de terra representavam apenas uma renda a mais para os grandes propriet rios com o fim do tr fico transatl ntico de escravos e a Lei de Terras em 1850 tornaram se uma exi g ncia de sobreviv ncia Mesmo assim o processo n o foi autom tico Como acontecia em outras regi es a primeira solu o para aqueles que resistiam ao parcelamento era o aumento da explora o da for a de
131. cess rio ser alfabetizado examinado embandeirado e possuir tenda ou loja pr pria Segundo Rios ao longo do tempo as exig ncias tornaram se mais seletivas pressupondo a lealdade em troca dos benef cios da nobreza e con traditoriamente o defeito mec nico como cl usula de barreira Desde o in cio do s culo XX a historiografia debate sobre a sua exist ncia na Am rica portuguesa fazendo refer ncia sobretudo experi ncia dos of cios na Bahia entre 1641 e 1713 Durante este per odo os oficiais mec nicos tiveram representa o direta na C mara de Salvador em quest es relativas ao bem p blico ou seja em assuntos da cidade e da vida dos of cios Ela era exercida pelo juiz do povo e por procuradores dos mesteres que tinham voz e voto mas que eram cerceados pelos homens bons os cidad os do lugar No Rio de Janeiro h not cias de que os oficiais mec nicos eram ouvidos pelo Senado em 1624 1661 e 1736 por meio dos procuradores dos mesteres mas diferen a de Salvador inexistia o juiz do Povo Tiveram participa o inter mitente com representa o corporativa que ainda merece investiga o Acredito que possamos nos deslocar daquela quest o se existia ou n o quando se considera que a Casa dos Vinte e Quatro operava como um mo delo de representa o pol tica que fazia efeito em determinados contextos regionais e que amea ava o equil brio dos poderes do Antigo Regime como era o caso do Ri
132. cnica manuten o de interc mbio com cat logos internacionais da Abinia Asocia cion de Bibliotecas Nacionales de Iberoam rica de obras editadas dos s culos XV ao XVIII e por fim reuni o na biblioteca das informa es sobre os acer vos raros existentes no pa s 3 O Profoto Projeto de Preserva o e Conserva o do Acervo Fotogr fi co da Biblioteca Nacional trata da preserva o de um dos mais preciosos e maiores acervos de fotografias do Brasil existente em uma institui o p blica formado por cerca de 25 mil imagens fotogr ficas do s culo XIX e mais de 350 lbuns que documentam fatos hist ricos cient ficos pol ticos econ micos e sociais durante o reinado de D Pedro II e suas viagens pelo Oriente M dio Europa e Am rica do Norte O Profoto nome pelo qual ficou conhecido o projeto iniciou a concretiza o de suas atividades em 1989 ap s a obten o do patroc nio da Funda o Banco do Brasil gra as qual toda a pesquisa e desenvolvimento de m todos t cnicas procedimentos e normas p de ser concretizada As atividades se iniciaram pelo An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 33 tratamento das fotografias da Cole o D Thereza Christina Maria constru da pelo Imperador D Pedro II e doada em sua grande parte a biblioteca ap s a proclama o da Rep blica N o podemos deixar de ressaltar o trabalho iniciado pelo N cleo de Fotografia da FUNARTE atrav s do seu Programa Nacional
133. como procurei assinalar ao longo do texto tamb m permaneciam como crit rios sociais relevantes se bem que o primeiro por vezes adquire uma conota o muito alargada para atender ao bom governo dos cidad os do lugar Notas 1 A seguir listo os trabalhos conforme os grupos indicados 1 HESPANHA Ant nio Manuel Porque que foi portuguesa a expans o portuguesa Ou O revisionis mo nos tr picos in http www hespanha net papers 2005 PDF FRAGOSO Jo o GOUV A Maria de F tima e BICALHO Maria Fernanda Bases da materialidade e da governabilidade no Imp rio uma leitura do Brasil Colonial Pen lope 23 2000 2 BICALHO Maria Fernanda O que significava ser cidad o nos tempos coloniais in ABREU Martha SOHIET Rachel org Ensino de Hist ria Rio de Janeiro Casa da Palavra 2003 MATTOS Hebe Maria Escravid o e cidadania no Brasil mon rquico Rio de Janeiro Zahar 2000 RIOS Wilson de Oliveira A lei e o estilo A inser o dos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 178 of cios mec nicos na sociedade colonial 1690 1790 Niter i Doutorado em Hist ria 2000 MARTINS Monica de Souza Nunes Entre a cruz e o capital mestres aprendizes e corpora es de of cios no Rio de Janeiro 1808 1824 Rio de Janeiro IFCS UFRJ 2007 MENESES Jos Newton Coelho Mesteres do reino mec nicos do al m mar A organiza o do trabalho mec nico em Lisboa e nas Minas Gerais portuguesas dos set
134. conhecer os princ pios de funcionamento de todos os equipamentos de prote o contra inc ndio E da N Gil Kempers capit o do Corpo de Bombeiros da cidade do Rio de Bottom dos Janeiro treinamento das brigadas de brigadistas inc ndio 2007 volunt rios da Biblioteca Nacional An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 76 estar sempre atento e atender imediatamente a qualquer chamado de emerg ncia e agir de maneira r pida e en rgica em situa es de emerg ncia inspecionar os setores ao t rmino do expediente verificando se todos os equipamentos foram desligados e participar de treinamentos peri dicos da brigada e fiscalizar a inspe o de manuten o dos equipamentos de prote o contra inc ndio O planejamento para preven o de desastres Nunca podemos esquecer que um desastre pode acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar em uma institui o Um plano de preven o de desastres tem que ser encarado como um contra ataque ao desastre estatisticamente anunciado que a maior frequ ncia de desastres que ocorrem em bibliotecas relacionada a fogo e gua Ent o o planejamento de combate aos sinis tros dever ser explicado de forma clara direta e expl cita e dever ser do conhecimento de todos os funcion rios Por conseguinte tr s s o as etapas consideradas mais importantes para salvaguarda da biblioteca a preven o a capacidade de resposta e a recupera o de sum
135. da mais diretas De acordo com o documento na imoral ssima quest o das barraquinhas estava envolvido o vereador pai de um dos hoje conheci dos que fazem parte da comandita J o funcion rio de pol cia talvez fosse de fato como indicou um leitor de O Paiz o delegado Carij figura t o presente nos jornais naqueles dias seja nos versinhos de Violino publicados no Di rio de Not cias seja no retrato homenagem da capa d O Meguetrefe Poder amos citar muitos outros exemplos de queixas e esclarecimentos dos empres rios de pol ticos e policiais de protestos de leitores e lavrado res j que reclames como estes se multiplicaram pelas p ginas das folhas impressas De qualquer maneira a leitura em conjunto desses registros permite observar que provavelmente muitos desses leitores sobretudo aqueles identificados como quitandeiros e pequenos lavradores estiveram An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 JpnBnpe opd enugyqIoxo ewn opurdixo 2319991 op 27u07 W oonqnd ornopeigo um opueuoysuem seoeIreq sojar eum WO P PId E IPOUPAENE OTA opdejnoadso e ouror qndol eysruonrjoqe feuiol C99T mo QT G8 2 2472nbajy O opunsag venhas wef Ed lsr Va pregando wp primas micros amplo ar a mis rmp ipn yamintjemn maaf o bms qe mjo trema meire r po sb a 1 ear Dt 1 masio se mea ESY po rmencios manispaa vm uv y meire q ey n o Ro Sud Greve olos legumes sb o Dates t Conin que me di 0 que Vinte
136. da por d Jo o VI de replantar a Floresta da Tijuca ent o devastada pelas nossas primeiras lavouras de caf e por isso amea ada de perder seus mananciais de gua e a quase campanha de Gilberto Freyre no Di rio de Pernambuco nos anos 20 do s culo passado pela cria o de uma Inspetoria de Monumentos Hist ricos pela preserva o de pr dios coloniais e imperiais e dos tra ados e nomes das ruas de Recife e tamb m pela institui o de um Dia do Passado Ir nico ele chegou a sugerir que o Brasil concorresse na primeira exposi o internacional de que viesse a participar ao pr mio de devastador das pr prias tradi es Propor realizar e at mesmo criar rg os normalizadores e fiscalizadores como o SPHAN n o resolve de uma hora para outra quest es em geral amplas e complexas Mas s o passos indispens veis que inspiram e originam a es preservacionistas nos diversos n veis da vida social e profissional Al m de seus efeitos pr ticos pois identificam os segmentos do patrim nio nacio nal mais sens veis e amea ados de destrui o e criam em consequ ncia as necess rias a es de prote o e conserva o tais iniciativas s o pedag gicas e ajudam a formar a necess ria consci ncia nacional A prepara o pelo coordenador de Preserva o Jayme Spinelli J nior do Guia de preserva o amp seguran a da Biblioteca Nacional o primeiro rea lizado pela institui o em 200 anos de exist
137. dar a cada um conforme o seu status O ingresso dos tanoeiros foi uma das raz es para a elabora o de um novo compromisso Neste pon to vale destacar as justificativas apresentadas pelos irm os de S o Jorge para aceit los as mudan as operadas no regulamento e a reciprocidade impl cita entre os primeiros e os novos que passam a estar sujeitos a todos os encargos dela Irmandade e gozar o de todos os privil gios e gra as e isen es Como se evidencia na leitura do conjunto documental os irm os de S o Jorge incorporavam os tanoeiros e viriam a aceitar outros of cios por estarem em falta de irm os por sua pobreza e pela despesa com a Capela de S o Jorge em constru o Note se que a necessidade de irm os e suas contribui es manuten o e aumento da Irmandade sublinhada por diversos agentes a despeito do reconhecimento da presen a de escravos na agremia o Ao compromisso original em 1791 se acrescentam nove cap tulos e s o criados An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 166 dez espec ficos dos tanoeiros para a economia particular do seu of cio em utilidade do seu of cio em utilidade do P blico e do mesmo Of cio de co mum acordo com os Suplicantes para o seu particular Governo 7 Nes ta passagem encaminhada para aprova o opera se com uma concep o de economia como administra o governo da casa seja esta a corpora o ou a loja A economia n o const
138. das irmandades sociedade escravista e a julgar pelos dados analisados por Carlos Alberto Medeiros Lima sobre os of cios artesanais do Rio de Janeiro entre fins do XVII e in cio do XIX os trabalhadores cativos concentravam se em fun es complementares e nichos da produ o artesanal de qualquer forma centrais interpreta o da economia pol tica dos privil gios A partir de dados sobre os mestres exa minados nas suas corpora es de of cios entre 1793 e 1816 e de invent rios post mortem entre 1789 e 1817 o autor indica por exemplo entre ferreiros caldeireiros e tanoeiros a presen a de cativos em ordem decrescente Em princ pio todos nesse per odo of cios de S o Jorge Para se ter uma dimens o comparativa importante recorrer an lise de Wilson Rios sobre os oficiais mec nicos de Salvador e Vila Rica A par tir de uma amostragem sobre os pedidos de exames entre 1749 1802 ele conclui que existiam varia es regionais na demanda dos of cios e que a presen a de escravos e forros nos of cios artesanais de Salvador minori t ria exceto nos of cios n o artesanais como entre os of cios que lidavam com sangue ou imund cie considerados como atividades menos nobres No entanto assinala que qualquer compara o arriscada dadas as dife ren as nos registros ora por naturalidade ora por status e no caso de Vila Rica de ainda maior complexidade pois n o h evid ncias de confrarias e
139. de inscri o municipalidade do Rio de Janeiro a Fazenda do Engenho Pequeno como seus locais de moradia e lavoura Pelo aluguel de s tio e larguezas na propriedade pagavam cerca de 50 mil r is anuais cada um Na freguesia de Cordeiros os lavradores arrendat rios indicaram 13 pro priedades nas quais tamb m se observa pouca concentra o de locat rios An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 123 Entretanto duas fazendas se destacam a Fazenda do Coelho com 13 regis tros e a Fazenda de Ipihyba de Nossa Senhora da Boa Esperan a com oito Como em S o Gon alo aqui tamb m se verifica um acelerado processo de parcelamento das terras Na Fazenda do Coelho de Rufino Jos de Almeida s tios e terrenos estavam alugados por valores que variavam entre 15 e 100 mil r is De outra parte os quatro donos de terras na regi o que encaminharam pedidos C mara viviam nos lugares do Pacheco e do Anaya Os irm os Jo o Soares do Rego e Luiz Soares do Rego eram s cios de propriedades no Anaya que compraram a Antonio Fernandes Pinheiro Pr ximas Fazenda de Ipihyba e s terras de dona Felicidade da Gl ria m e dos dois lavradores as fazendas n o tinham um n mero certo de bra as mas comportavam casas e benfeitorias Jo o fornecia produtos de sua lavoura para serem vendidos no mercado das Marinhas por seu neto V tor Correa Machado J seu irm o Luis vendia ele mesmo na corte os g neros que cultivava em sua data de
140. de pris o na Casa de Deten o an ncios de escravos fugidos publicados na imprensa e of cios municipais confirmamos que os mi nas de fato se destacavam entre os quitandeiros africanos que perambulavam pelas ruas ou estacionavam em alguns pontos fixos da cidade No Di rio de Not cias de 16 de julho de 1836 um senhor anunciava Fugiu no dia 29 de junho passado uma preta de na o mina ladina bem falante com sinais seguintes alta magra proporcionada bonita bem feita e com bons dentes levou camisa de algod o americano vestido de riscadinho escuro um len o no pesco o e outro amarrado na cabe a maneira costumeira das pretas da Bahia e um pano de riscado da costa com que se costuma embrulhar ela anda pela cidade porque foi encontrada na Rua do Ouvidor e no largo do Capim em companhia de uma outra preta mina que vende galinhas no largo do Capim e tem casa no Valongo onde mora De outra parte os africanos dessa na o tamb m se destacavam entre os arrendat rios das bancas na Pra a do Mercado muitos dos quais portugueses e brasileiros brancos Numa pesquisa preliminar feita nos 17 c dices sobre o Mercado da Candel ria guardados no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Ja neiro e nas listas de mercadores da pra a publicadas anualmente no Almanak An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 140 Laemmert entre o per odo de 1844 e 1889 verifiquei que durante mais de vinte anos todo um corredor do merc
141. de ra a foi coet neo e correlato discuss o dos direitos civis e pol ticos inerentes cidadania dos novos Estados liberais nas Am ricas A partir de uma abordagem comparativa entre o Brasil e os Estados Unidos da Am rica pro cura demonstrar o quanto a quest o da manuten o da escravid o na emer g ncia da ordem liberal se torna complexa no Brasil que tem na passagem do s culo XVIII para o XX a terceira maior popula o de escravos da Am rica e a maior popula o da afrodescendentes livres Nesse contexto a autora sinaliza An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 163 com acuidade a emerg ncia da categoria pardo condi o lingu stica neces s ria para expressar o crescimento cont nuo de uma popula o livre de ascen d ncia africana sobre a qual n o reca a o estigma da escravid o mas sem que se perdesse a mem ria dela e das restri es civis que implicava No trabalho de Tamar Herzog encontra se uma tentativa de sistematizar a quest o das mudan as da cidadania na Espanha e na Am rica espanhola Em termos gerais ela identifica o surgimento de um regime de cidadania comum no mundo hisp nico no in cio da poca moderna A partir da descri o da categoria nativo natural primeiro de Castela e depois de Espanha e da re la o entre naturalidade e cidadania local vecindad sinaliza para as mudan as dessas no es com nfase na passagem para a condi o de Estado efetuada no s cul
142. de tarefa ent o estava na elabora o de mecanismos legais que de veriam ser reconhecidos como eficazes e leg timos e que se transformariam em garantias de prote o aos denominados bens culturais j amea ados por degrada es de todos os n veis e a es perpetradas por interesses escusos e duvidosos contra todas as medidas de prote o Mas somente em 13 de janeiro de 1937 que o governo promulga a Lei n 378 que estabelece uma nova organiza o para o Minist rio da Educa o e Sa de P blica e tamb m oficializa o SPHAN A partir de ent o o enten dimento sobre o que representa o patrim nio hist rico e art stico nacional se oficializa e passa a ser definido como o conjunto de bens culturais m veis e im veis existentes sendo sua preserva o de interesse p blico por estarem re lacionados a acontecimentos de relev ncia para a hist ria ou por serem consi derados de grande valor arqueol gico etnogr fico bibliogr fico documental ou art stico Partindo do pressuposto da identifica o dos limites do Estado a partir dos bens culturais que representavam a na o no tempo e no espa o a concep o do patrim nio contribui para objetivar dar visibilidade e tornar real o que deve ser entendido como na o simbolizada tamb m por obras criadas ex pressamente com esta finalidade como as bandeiras os hinos os calend rios An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 46 as alegorias que visando proteger
143. des Como vimos Jos Pinto da Rocha tinha oito partes no Porto das Pedras que tamb m era ocupado por Jos Antonio da Rocha Mas vivia em terreno arrendado Joaquim Lima Guima r es tinha um s tio e alugava o Porto do Velho Esta rea de embarque fica va na Fazenda do Porto do Velho de propriedade de Ign cio Fraz o Varela que tamb m arrendava terrenos a quatro lavradores inscritos em 1885 J Antonio Rodrigues Costa possu a tr s s tios e como anunciado no Almanak Laemmert trabalhava com cargas a frete no Porto das Neves S Margarida Desmarest era ao mesmo tempo propriet ria de fazenda e do Novo Porto de S o Gon alo E ainda tinha o lavrador Jos L cio de Menezes como locat rio de casa e terreno em suas terras pagando 144 mil r is anuais Certamente o novo cen rio que se descortinava na d cada 1880 com um acelerado processo de parcelamento das grandes fazendas tamb m afetava as reas de embarque de mercadorias quase todas alugadas a lavradores proprie t rios de embarca es Mas se nem todos os grandes propriet rios permane ciam frente da comercializa o da produ o agr cola das freguesias de S o Gon alo e Cordeiros pelo menos os donos de barcos e faluas que faziam o transporte dos g neros continuavam diretamente envolvidos no que se passava An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 127 no mercado da corte Em 6 de outubro de 1885 o primeiro dia da greve da Pra a das Marinhas entre os
144. desenvol vimento da imprensa e a prolifera o das revistas ilustradas especialmente no in cio da Rep blica Ademais o processo de moderniza o dos peri dicos transformados em grandes empresas comerciais interessadas cada vez mais em atingir a aceita o do p blico leitor e se tornar porta vozes de uma mo dernidade na produ o da not cia levou valoriza o de textos informati vos sobre o cotidiano da popula o os acontecimentos ditos banais como o carnaval das ruas as ocorr ncias policiais os resultados do jogo do bicho An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 111 Essas not cias mundanas eram quase sempre apresentadas em breves comen t rios recheados de pequenos gracejos e ironias recursos muito populares naquele momento Fosse na cr nica numa pe a de teatro ou em outro g nero qualquer o certo mesmo que esses artif cios pareciam agradar ao grande p blico diversificado e vido por uma compreens o r pida e mais simples das transforma es vividas sua volta Mas esse apelo ao humor n o significava claro um olhar menos cr tico e distante dos debates pol ticos Como poss vel observar nas entrelinhas dos versinhos de Violino ou nas imagens estampadas nos peri dicos ilustrados durante a greve da Pra a das Marinhas n o faltavam cr ticas a policiais e ve readores que teriam interesses no contrato das barraquinhas e mesmo C mara Municipal e ao gove
145. dias do movimento grevista Como dito na legenda a os pequenos lavradores traziam diariamente os produtos do seu aturado trabalho abastecendo a popula o com os legumes indispens veis Observando atentamente as imagens identificamos os antigos chap us de sol que seriam substitu dos pelas pol micas barraquinhas cestos com legumes e frutas e uma pequena multid o que inclu a fregueses senhoras bem vestidas acompanhadas de seus maridos de fraque e cartola empregadas dom sticas etc pequenos lavradores quase sempre caracterizados com ca vanhaques chap us e p s descal os e ainda negras quitandeiras acocoradas junto de seus cestos e tabuleiros ostentando turbantes e vestindo saias renda das Mas esse burburinho logo foi interrompido pela especula o que veio atravancar a pra a com umas rel s barracas transformando um logradouro p blico em fonte de receita e exigindo uma exorbit ncia pelo aluguel Ao inv s de fazerem uma greve revolucion ria uma conflagra o de pepinos e ab boras os pequenos mercadores resolveram adotar medidas pac ficas al m de deixar em paz as celeb rrimas barracas de leguminosa mem ria fo ram pacificamente pedir garantias para o seu pequeno com rcio ao Jornal do Commercio Gazeta de Not cias Gazeta da Tarde Fechando a cobertura da greve o Mequetrefe lembrava galhofeiramente nos ltimos quadros da sequencia ilustrada a
146. direito can nico e s normas do bem comum Se no reino as cor pora es de of cio precedem as irmandades propriamente ditas na sociedade colonial elas aparecem entrela adas s irmandades Desde a interpreta o de Charles H Boxer de 1969 que identificou o desenvolvimento das irmandades particularmente na poca da expans o mar tima e seu papel na constitui o da unidade do Imp rio portugu s a historio grafia muito produziu sobre o assunto Sem deixar de reconhecer esta biblio grafia proposi es lan adas por Caio Boschi e recuperadas posteriormente podem auxiliar na defini o das suas fun es na sociedade colonial e suas rela es com a Igreja e a monarquia portuguesa As irmandades em suma cons titu am for as auxiliares do Estado portugu s e simultaneamente express o org nica e local Apesar de separar Estado Igreja Caio Boschi apreendeu com acuidade o papel contradit rio das irmandades que se organizavam a partir das estruturas administrativas da Monarquia mas que respondiam aos inte resses de diversos grupos sociais no caso dos oficiais mec nicos inscritos nas localidades As Irmandades de S o Jorge e de S o Jos no Rio de Janeiro A Irmandade do Glorioso M rtir S o Jorge surge por volta de 1740 e sua capela situava se na Igreja de Nossa Senhora do Parto um templo aberto aos africanos desde a sua funda o Como in meras dessas associa es na sociedade colonial seu pr
147. do situa es s tios ou datas de terras Mas h casos como o da Fazenda Coluband que arrendava parcelas a nove lavradores inscritos Logo em seguida aparecem as fazenda de Ita na e do Porto Novo esta ltima de propriedade de Jo o Manoel da Silva com sete arrendat rios cada uma Muitas fazendas eram antigas produtoras de cana de a car que pouco a pouco foram partilhadas e alugadas aos sem terra da regi o At a d cada de 1840 a Fazenda do Engenho Pequeno pertencia ao coronel Luiz de Frias Vasconcelos em sociedade com quatro irm os No invent rio do coronel fa lecido em 1843 est o relacionados 68 arrendat rios que deviam uma renda que oscilava entre dois e dez mil r is anuais Neste grupo estava Ana Eleut ria que ali mantinha uma pequena casa de pau a pique dois escravos com mais de 40 anos e planta es incluindo tr s mil p s de caf 100 p s de laranja China uma por o de limeiras e 20 p s de laranjas seletas Nos anos 1880 a fazenda j estava nas m os de outros propriet rios Em outubro de 1883 o pequeno lavrador Antonio Alves Bello inscrito como vendedor na Pra a das Marinhas comprou a quinta parte das terras do en genho que pertencia a dona Ana Rita de Magalh es como heran a de sua filha menor Francisca dos Prazeres Costa Dois anos depois os roceiros Jo o Miguel Let rio Francisco Soares Neves Manoel Alves Pacheco e Delfino Fer reira Peixoto indicavam em seus pedidos
148. dores das reas rurais do Rio de Janeiro e de Ni ter i e tamb m por quitandeiras entre as quais muitas que trabalhavam para aqueles mercadores Para al m da experi ncia em comum na labuta cotidiana no grande mercado da Corte boa parte estava unida por la os de amizade vizinhan a familiares ou tnicos Nem sempre os interesses desses trabalhado res do pequeno com rcio estavam t o alinhados Ainda assim reinventando An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 144 velhas tradi es culturais e pol ticas e refor ando identidades iam definindo os contornos da classe de pequenos comerciantes ocupados no grande merca do de g neros aliment cios da capital do Imp rio Como nos ltimos anos vem mostrando a historiografia sobre os movi mentos oper rios a diversidade a divis o e os conflitos internos s o caracte r sticas sempre presentes na forma o da classe trabalhadora Unidade e cis o coabitam a classe e a an lise desses dois aspectos deve sempre ser contextu alizada e submetida l gica da mudan a hist rica Conforme enfatizam os organizadores do livro Culturas de classe devemos dar conta da diversidade das atitudes sociais de acordo com sua variabilidade no tempo sem deixar de abordar tamb m os mecanismos inte g rativos que d o forma e conte do a valores culturais compartilhados Afinal tanto elementos sociais e culturais desagregadores quanto estrat gias de resolu o ou atenua o dos conflitos em
149. dos Visita v rias An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 25 bibliotecas descobrindo o que havia de mais moderno e funcional quanto aos materiais equipamentos e conhecimentos j desenvolvidos no mundo moderno ainda inexistentes no Brasil A id ia que era acalentada na poca n o era somente a possibilidade da constru o de um pr dio novo pois mudar simplesmente n o era bem a so lu o desejada O que estava em jogo era a constru o de um grande s mbolo para abrigar o que era considerado o monumento do saber da capital da Re p blica a Biblioteca Nacional E assim foi feito O pr dio da Biblioteca Na cional teve sua pedra fundamental lan ada em 1905 j na majestosa Avenida Central hoje Avenida Rio Branco Quando de sua inaugura o o edif cio al m de monumental e de projetar se como uma verdadeira obra de arte arquitet nica era provido de instala es e acomoda es totalmente de acordo com as mais modernas exig ncias t cnicas da poca desde as suas grandes estruturas at as min cias como podemos ler na Justifica o do Projeto com c pia na se o de Manuscritos da BN assinalada pelo projetista construtor e engenheiro general Francisco Marcelino de Souza Aguiar Podemos constatar que a preocupa o com a conserva o do acervo e com a seguran a do edif cio j se fazia sentir neste ano de 1910 ano da inaugu ra o oficial da Biblioteca Nacional Foram adotadas estruturas de a o na c
150. e a obra em si mesma quer dizer n o somente seu aspecto material mas tamb m o seu conte do E define a restaura o constitui o momento me todol gico do reconhecimento da obra de arte na sua consist ncia f sica e na sua d plice polaridade est tica e hist rica com vistas a sua transmiss o para o futuro Em outras palavras Brandi est afirmando que a restaura o quando for realizada deve ter o compromisso do restabelecimento da unidade potencial da obra de arte na medida em que isso seja vi vel sem a execu o de um falso art stico ou de um falso hist rico e sem a elimina o de nenhum tra o da trajet ria da obra de arte no tempo Com o passar dos anos Brandi funda em Roma em 1939 o Instituto Central de Restaura o e o dirige por mais de 20 anos Desde ent o suas teorias v m se propagando para al m das fronteiras da It lia Estas s o portanto de forma sucinta as mais importantes correntes de pensamento sobre restaura o de obras desenvolvidas na Europa nos s culos passados Voltamos agora ao Brasil para falarmos um pouco sobre como estas ques t es a respeito da forma o conceitual do que passou a ser denominado patri m nio hist rico e art stico nacional foram iniciadas desenvolvidas e efetiva das de forma legal Pelos idos dos anos 1920 surgem as primeiras manifesta es que recla mavam por prote o para os bens culturais E exatamente em 1920 que Albert Childe do Museu Nacion
151. e tratamento de ar destinado a controlar simultaneamente a temperatura An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 65 a umidade a pureza e a distribui o de ar em um meio ambiente Criado por Willys Carrier o aparelho retirava a umidade atrav s do resfriamento do ar Foi primeiramente usado com sucesso em uma ind stria de pap is que con tabilizava problemas durante o ver o com os pap is absorvendo a umidade do ar dilatando se e causando borr es e desalinhos nas imagens impressas Ap s a Segunda Guerra Mundial 1939 1945 foi usado principalmente em aplica es industriais a partir dos anos 1950 iniciou se o desenvolvimento do sistema visando ao conforto humano Somente nos anos 60 e 80 do s culo passado esses aparelhos chegaram efe tivamente biblioteca sendo instalados em v rias reas do pr dio visando naquele momento ao conforto dos seus funcion rios e usu rios Desde ent o as janelas e escotilhas nunca mais se abriram Esta nova realidade trouxe sem d vidas benef cios e tamb m problemas e o acervo como um todo passou a sofrer em suas reas de guarda com o liga desliga desses aparelhos de ar condicionado at os dias de hoje Contudo um estudo iniciado pela Coordenadoria de Preserva o CoP em conjunto com um especialista em climatologia que est acontecendo na Se o de Iconografia coletam os n veis atuais de temperatura e umidade relativa por meio do equipamento datalogger e ta
152. eas do pr dio Est o situados em locais de f cil acesso e com visibilidade para todos Est o situados em locais determinados pelo Corpo de Bombeiros H placas com sinal ticas explicativas sobre os diferentes tipos de extintores Os extintores s o frequentemente vistoriados e recarregados H detectores de fuma a dentro das reas de guarda de acervos dos sal es de leitura e nas outras reas do pr dio O pr dio disp e de alarmes de inc ndio em pleno funcionamento Onde eles est o situados As mangueiras de gua dos equipamentos contra fogo est o em bom esta do de conserva o Existem sinal ticas fluorescentes colocadas em locais estrat gicos que orien tem a sa da de funcion rios em caso de corte total de energia no pr dio An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 78 e H lumin rias especiais em locais espec ficos que se acender o em caso de corte de energia el trica no interior do edif cio Onde est o situadas e Existem caixas especiais com tampas de vidro para guarda de c pias de chaves de portas localizadas na parte externa de reas consideradas estrat gicas e de seguran a no edif cio e Existem aparelhos el tricos em uso dentro das reas de guarda de acervos como por exemplo cafeteiras e Existe local determinado para almo o e lanches dos funcion rios como por exemplo refeit rio e permitido fumar dentro do edif cio da Biblioteca absolutamente importante que os resu
153. ecentos in PAIVA Eduardo Fran a Brasil Portugal sociedades culturas e formas de governar no mundo portugu s s culos XVI XVIII S o Paulo Annablume 2006 SAN TOS Beatriz Cat o Cruz FERREIRA Bernardo Vecino Ciudadano in Sebasti n Javier Fern ndez org Diccionario pol tico y social del mundo iberoamericano La era das revoluciones 1750 1850 tomo I Madrid Centro de Estudios Pol ticos y Constituciona les CEPC 2009 p 211 222 SANTOS Beatriz Cat o Cruz FERREIRA Bernardo Cidad o vizinho Ler Hist ria Lisboa v 55 p 35 48 2008 3 HERZOG Tamar Defining Nations Immigrants and Citizens in Early Modern Spain and Spanish Yale Yale University 2003 N NEZ Francisco El concepto de vecino ciudadano em Peru Re vista iberoamericana de Filosofia Pol tica e Humanidades 17 235 253 2007 2 LEVI Giovanni Reciprocidad mediterr nea Tiempos Modernos Revista Electr nica de Historia Moderna v 3 n 7 2002 http www tiemposmodernos org viewissue php id 7 Consultado em 4 jun 2007 3 HESPANHA Ant nio Manuel BICALHO Maria Fernanda Op cit 4 Di rio da Assembl ia Geral Constituinte e Legislativa V 2 n 9 p 106 grifos meus 5 Pedro Ara jo Lima 1793 1870 era membro da aristocracia rural pernambucana Formou se em Direito na Universidade de Coimbra tendo logo exercido a magistratura Foi eleito deputado para as Cortes de Lisboa para a Constituinte de 1823 e para as
154. ecialista evitando o uso de materiais e procedimentos nocivos obra original An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 90 2 Pesquisa e Documenta o Antes de iniciar qualquer a o ou interven o em uma obra o conserva dor restaurador deve colher todas as informa es capazes de gerar e salva guardar o conhecimento a seu respeito al m de levar a cabo um acurado exame de sua composi o e estado de conserva o recorrendo para isto se necess rio a institui es e t cnicos de outras reas nacionais ou inter nacionais Os resultados desse exame devem ser extensamente anotados e documentados fotograficamente por meio de gr ficos mapas tabelas e an lises estat sticas Baseado nestes dados o restaurador elaborar um relat rio sobre a pe a e estabelecer o procedimento a ser seguido o qual dever ser apresentado ao propriet rio ou guardi o legal do bem Durante o tratamento devem ser anotadas todas as interven es de conser va o restaura o como produtos qu micos com a propor o ou percen tagem de cada componente da mistura e t cnicas empregadas seus efeitos e resultados bem como quaisquer informa es consideradas relevantes A documenta o fotogr fica dever acompanhar os passos mais expres sivos do tratamento e registrar o efeito final da obra ap s o t rmino do trabalho Esta documenta o poder ser apresentada em congressos ou publicada em peri dicos t cnicos Dever ainda
155. ecupera o de algumas deteriora es que podem ocorrer nos livros e documentos no decorrer de sua vida til na maioria das vezes fruto de manuseios acondicionamentos e armazenamentos considera dos inadequados Dentre estas deteriora es as mais comuns s o os rasgos de partes dos documentos as perdas de suporte e de partes das encaderna es como a lombada e as capas dos livros Assim reparos emergenciais s o executados tais como remendos de folhas enxertos obtura es consolida es de capas reestrutura o de lombadas dos livros visando a recupera o da encaderna o O objetivo o retorno desse livro o mais breve poss vel ao conv vio com o usu rio E deste modo estamos sempre nos empenhando para mantermos o acervo vivo mesmo quando n o nos damos conta que atividades por vezes simples por m repletas de subjeti vas inten es explicitam nossas posturas na dire o da preserva o A restaura o Considerada como um conjunto de a es t cnicas de car ter intervencio nista nos suportes das obras a restaura o se prop e a executar o trabalho de An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 54 M quina reenfibradora de pap is Laborat rio de Restaura o da Biblioteca Nacional 2006 Encaderna es flex veis confeccionadas em pergaminho para obras raras confeccionadas no Laborat rio de Restaura o Caixa para guardar documento em pergaminho com selo pendente de d Jo
156. egava se a examin lo alegando a necessidade de uma taxa de entrada para a irmandade e o fato de ter o suplicante acidente de cor No entanto ele j pertencia irmandade Cinco anos depois Francisco lvares Negreiro natural de Mariana onde foi examinado e aprovado como oficial de carpinteiro solicita que sua carta seja registrada na cidade do Rio para que possa exercer o seu of cio em obras p blicas Por ser pobre solicita ainda que seja eximido dos custos A quest o resolvida rapidamente entre janeiro e fevereiro de 1820 O juiz de of cio de carpinteiro certifica que Francisco um bom e h bil oficial conformando se em todo o merecimento que se deve a este Vassalo que deve ser atendido bem que a qualidade seja pardo Mais uma vez a C mara tribunal de primeira inst ncia que registra casos ligeiros e conflitos duradouros Neste caso o candidato atendido a despeito de sua condi o de pardo pois pelo registro do juiz de of cio sua habilidade duplamente reconhecida por um documento do regedor de justi a e por informa es colhidas junto ao arqui teto da rainha Manoel da Costa O quarto caso ocorrido cerca de 1820 pode ter rela o com o segundo Mas provavelmente aponta para a recorr ncia de pedidos de exame por mu latos e pardos ao juiz de of cio de marceneiro Este solicita Irmandade de S o Jos que se posicione sobre o assunto A resposta do secret rio da irmand
157. egistrando se sua sa da para n o ser esquecida pelos agremiados O que est em jogo n o apenas um ideal de hierarquia que preside o funcionamento destas institui es do Antigo Regime mas uma concep o corporativa de so ciedade na qual o poder tem por finalidade primeira ou nica a realiza o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 171 da justi a Tamb m est em jogo o papel do juiz e da mesa na condu o do autogoverno da irmandade A elei o do juiz era um tema espinhoso que cabia n o apenas aos irm os da mesa mas que mobilizava a C mara e outros rg os A afirma o poss vel tendo em vista situa es desencadeadas pela Irmandade de S o Jorge em 1757 pela de S o Jos em 1744 no Rio de Janeiro e uma ocorr ncia seme lhante na Bahia entre 1701 e 1706 Outro fator que permite tal afirma o diz respeito esperada partilha e articula o de poderes entre o juiz de of cio e a C mara na regulamenta o da economia dos of cios Simplificadamente cabia ao juiz de of cio garantir a pr tica dos of cios examinados e a indica o dos transgressores e C mara o seu julgamento e puni o No compromisso de 1757 os irm os de S o Jorge propunham que a elei o do juiz e escriv o fosse realizada pelos pr prios irm os e confirmada pela C mara Al m disso queriam que o juiz e escriv o fossem sempre um repre sentante dos ferreiros e outro dos serralheiros Depois de muita discus
158. er sticas de acidez que o enfraquecem Como parte do m todo de fabrica o do papel era usado um procedi mento denominado encolagem ou seja a etapa na qual a folha de papel era submetida a uma solu o de gelatina com a finalidade de conferir lhe um padr o de printabilidade um acabamento macio e regular que n o lhe permi tisse absorver as tintas de escrever e de impress o Assim desde o s culo XIV a carga utilizada nesta etapa era a gelatina ou um tipo de cola de cartilagem Contudo no desenrolar da fabrica o do papel este procedimento de en colagem sofre uma mudan a de produto surgindo o breu em substitui o quela subst ncia gelatinosa feita com cartilagem de animais Simultanea mente adicionado ao breu o elemento al men um tipo de sal cido como recurso para sua solubiliza o na gua Para muitos fabricantes de papel este composto al men resina breu tornou se o rem dio para todos os males como por exemplo a inibi o da forma o e do crescimento de fungos e bact rias e a maior resist ncia ao papel quanto penetra o de tintas Entre tanto deixa o papel pouco resistente e aumenta sua acidez al m do fato de que este composto em combina o com graus elevados de calor e umidade formar o cido clor drico um dos cidos mais prejudiciais celulose Mas o progresso diversificou a produ o na ind stria papeleira e na atua lidade enquanto alguns fabricantes se dedicam produ o
159. er de quem a ela se dedica extensa cultura treinamen to e aptid es especiais Aos cuidados destes profissionais s o entregues bens culturais que consti tuem heran a material e cultural da sociedade Por bens culturais entendemos aqueles objetos a que a sociedade atribui particular valor art stico hist rico documental est tico cient fico espiritual ou religioso A sociedade atribui ao conservador restaurador o cuidado destes bens o que exige grande senso de responsabilidade moral al m da responsabilidade em rela o ao propriet rio ou respons vel legal a seus colegas e a seus supervisores sua profiss o ao p blico e posteridade Entendemos preserva o de modo abrangente compreendendo todas as a es que visam retardar a deteriora o e possibilitar o pleno uso dos bens culturais Conserva o restaura o seria o conjunto de pr ticas espec ficas destinadas a estabilizar o bem cultural sob a forma f sica em que se encontra ou no m ximo recuperando os elementos que o tornem compreens vel e utiliz vel caso tenha deixado de s lo Por conserva o preventiva designamos o conjunto de a es n o interventivas que visam prevenir e ou retardar os danos sofridos minimizando o processo de degrada o dos bens culturais O papel fundamental do conservador restaurador a preserva o dos bens culturais para benef cio da atual gera o e das gera es futuras Para tal este profissional realiza diagn stic
160. er interrompido por m n o podemos deixar de observar que h sinais claros de que nossa mem ria coletiva est sendo gradualmente destru da Os pap is nos quais os nossos escritos s o impressos est o se deteriorando em ritmo acelerado e as institui es como as bibliotecas e os arquivos encarregados da preserva o do conhecimento humano travam uma incessante batalha para evitar que isso aconte a O livro como testemunho port til e definitivo de informa o e conheci mento surgiu sob a forma de placas de argila na Mesopot mia h cerca de 3000 anos a C Pr ximo desta mesma poca rolos de papiro come aram a ser usados no Egito O papiro planta que cresce nas margens do rio Nilo forne cia um material leve e flex vel e cada folha era obtida a partir de tiras finas do miolo da haste dessa planta dispostas em camadas cruzadas e comprimidas Contudo as limita es do papiro quanto sua resist ncia foi se tornando gradualmente mais evidente abrindo espa o para busca e especula o de um suporte que tivesse caracter sticas mais fortes e duradouras Surge ent o o pergaminho Este era feito de peles de bezerros carneiros e cabras e conferiam caracter sticas de resist ncia e durabilidade incompar veis s do papiro Era 3500 TS Desde quatro mil anos o papiro egipeio servis como suporte da escrita 200 at surgir o pergamnno 610 0 c A rota do papel ape se do 1350 Estabeioce se a
161. es Mendon a Direitos e justi a no Brasil Ensaios de hist ria social Campinas Editora da Unicamp 2006 FRIDMAN Sergio A amp GORBERG Samuel Mercados no Rio de Janeiro 1834 1962 Rio de Janeiro S Gorberg 2003 GERSON Brasil Hist ria das ruas do Rio de Janeiro 5 ed Rio de Janeiro Lacerda amp Editores 2000 GOMES Fl vio amp SOARES Carlos E L Dizem as quitandeiras ocupa es e identidades tnicas numa cidade escravista Rio de Janeiro s culo XIX Acervo Rio de Janeiro v 15 n 2 julho dezembro 2002 pp 3 16 GOMES Fl vio Hist ria protesto e cultura pol tica no Brasil escravista In SOUZA Jos Prata de org Escravid o of cios e liberdade Rio de Janeiro Aperj 1998 GINZBURG Carlo Ra zes de um paradigma indici rio In Mitos emblemas e sinais S o Paulo Companhia das Letras 1990 HOBSBAWN Eric amp RANGER Terence 4 inven o das tradi es 4 ed S o Paulo Paz e Terra 2006 KARASCH Mary A vida dos escravos no Rio de Janeiro 1808 1850 S o Paulo Com panhia das Letras 2003 LAW Robin Etnias de africanos na di spora novas considera es sobre os significados do termo mina Tempo UFF vol 10 n 20 Niter i jan jun 2006 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 146 LINHARES Herm nio Contribui o hist ria das lutas oper rias no Brasil 2 ed S o Paulo Alga mega 1977 LINHARES Jos O oper rio brasi
162. esinho para a bela da carne cozida em fam lia Mais adiante prevendo a carestia dos g neros aliment cios em decorr ncia da paralisa o das vendas na pra a lembravam que Em verdade n o sabemos se algu m sonhou com sete vacas magras e sete vacas gordas mas o que incontest vel que a popula o do Rio n o fez provis o das hortali as para o tempo da pen ria e n s entramos francamente na poca da magreza Para citar um ltimo e ilustrativo exemplo vejamos a cr nica dominical da Gazeta publicada em 11 de outubro Ao relembrar os fatos que haviam marcado os ltimos dias na cidade do Rio o cronista semanal que n o as sinava o texto tamb m se utilizava de uma linguagem galhofeira para criticar a pr pria zombaria da imprensa Assim dizia que a revolta do rabanete e a rebeli o do nabo a insist ncia do tomate em n o aparecer e do repolho em ocultar se foram decantadas em prosa e verso Estirados e s rios artigos de fundo s agora provocados depois de armadas as barraquinhas fizeram pendant com as jovialidades do que procuram expor fatos e emitir alegremente e jocosamente Abaixo o monop lio foi o grito da literatura humor stica em artigos humor s ticos e ligeiros Decerto que essa veia humor stica n o era nenhuma novidade Remetia a uma tradi o que vinha do jornalismo sat rico da Reg ncia e dos folhetins c micos do Segundo Reinado mas que ganhou maior for a com o
163. est muito bem representado no acervo da Divi s o de Obras Raras da Funda o Biblioteca Nacional brasileira A soberba tem muitos nomes altivez arrog ncia baz fia fatuidade fil ucia futilidade gaba o jact ncia orgulho prepot ncia ufania vaidade vangl ria e est expressa nas muitas brigas impressas que simultaneamen te prejudicaram e promoveram a evolu o da ci ncia e em m ltiplas edi es in cuas que concediam ao autor o prazer de ler seu nome em letras tipo gr ficas A hist ria do livro conta sobre publica es que sa ram em resposta a outras desmentindo respondendo provocando comprovando Um exem plo de manifesta o deste pecado Queda que as mulheres t m para os tolos obra an nima atribu da a Victor Henaux e traduzida por Machado de Assis 1861 que apresenta a mulher como pessoa f til com gosto por adula o An Bibl Nac Rio de Janeiro 126 188 Mulher alguma resistiu nunca a um tolo Para fazer se notar o tolo diz lhe dez vezes ao ouvido Como bela porquanto o instinto lhe revela que pela adu la o que se alcan am as mulheres Entregam lhe assim os seus ouvidos que o caminho do seu cora o Para conquistar esses entes frageis e ligeiros preciso atordoal os pelo rumor dos vossos louvores pelo fasto do vosso vestu rio pela publicidade das vossas homenagens A avareza a raiz de todos os males segundo S o Paulo
164. estendiam a todos os Membros da sociedade e da que veio o direito de vizinhan a isto por m acabou e por tanto deve ser extensa esta denomina o a todos os indiv duos O discurso deve ser interpretado no contexto de um pa s que adquiria h pouco a independ ncia pol tica e do Parlamento que se constitu a num dos espa os de inven o do cidad o e simultaneamente do brasileiro Conside rando as opini es e dire es pol ticas impressas por Ara jo Lima interessa sublinhar que a id ia de cidad o dos tempos idos leia se da sociedade colo nial implicava desigualdade confundia se com o morador ou vizinho da ci dade e n o inclu a o conjunto dos habitantes da cidade e seu termo Ademais faz lembrar que alguns cidad os como fora o caso dos cidad os de Lisboa vora e Porto foram agraciados com privil gios pelos reis de Portugal por suas demonstra es de lealdade e fidelidade Em 1642 os cidad os do Rio de Janeiro receberiam de d Jo o IV os mesmos privil gios honras e liberdades conferidas por d Jo o II cidade do Porto que como observou Fernanda Bicalho distinguiam a nobreza do povo mi do A mudan a de significados do termo cidad o no Brasil entre os s culos XVII e XIX tem sido objeto de an lises pontuais Hebe Mattos no livro Es cravid o e cidadania no Brasil mon rquico desenvolve uma perspectiva abran gente sobre o tema da cidadania no Brasil oitocentista e indica como o con ceito
165. esterlinas feito pelo Brasil Assim a perman ncia da Real Biblioteca no Brasil n o teve o car ter de um presente como poder amos supor Ela passou a denominar se Biblioteca Imperial e P blica da Corte J em 1811 o acervo havia se tornado acess vel ao p blico embora para isso ainda fosse necess ria uma permiss o especial concedida pelo Pr ncipe e somente em 1814 a consulta Biblioteca foi lite ralmente liberada ao p blico em geral E neste panorama de acontecimentos que se tornariam fatos hist ricos e que selariam para sempre nossa trajet ria enquanto sociedade que o Brasil torna se independente de Portugal Alcan a sua soberania tornando se o pr ncipe regente Imperador da nova na o O governo imperial ent o determinou a obrigatoriedade do envio Biblio teca de todo o material produzido pela Tipografia Nacional fato precursor do que hoje conhecemos como Lei do Dep sito Legal legisla o que cul minou no Decreto n 1 825 de 20 de dezembro de 1907 Esta foi revogada pela Lei n 10 994 de 14 de dezembro de 2004 que determinava s editoras An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 22 o envio para a Biblioteca Nacional de um exemplar de cada livro publicado no Brasil Isso levou por conseguinte a biblioteca a desempenhar o papel de guardi da mem ria gr fica brasileira O crescimento do acervo da biblioteca engrandecido tamb m por com pras e doa es foi incessante e serviu de esteio par
166. evar mandioca prensa de dois furos machado foices cangalhas e outros objetos como t buas portas e janelas Tudo somado valia 2 413 600 Entre os 312 lavradores inscritos em dezembro de 1885 somente Manoel Antonio Galv o apresentou um documento t o detalhado sobre as terras que cultivava desde meados dos anos 1870 N o sabemos se depois de quase dez anos a fazenda mantinha essa mesma disposi o De qualquer maneira a des cri o pr xima daquela feita por M rcia Motta para as freguesias rurais de Niter i a partir dos invent rios de pequenos agricultores Eram quase sem pre propriedades pequenas ou medianas com planta es diversificadas com utiliza o de t cnicas para incrementar a produ o e um n mero pequeno de escravos Como vimos na an lise conjunta dos registros das principais regi es mencionados pelos roceiros vendedores em meados da d cada de 1880 com a escravid o em crise a maior parte dos lavradores que vendia seus produtos na corte alugava diminutos peda os de terras contando somente com seu pr prio trabalho e s vezes com parentes vizinhos e outros companheiros Mas quem desse grupo havia de fato participado do movimento grevista de 1885 Como destaquei logo no in cio as folhas de inscri o foram envia das C mara ap s o fim da greve em dezembro de 1885 Portanto n o poss vel afirmar que foram exatamente esses trabalhadores que organizaram a movimenta o daqueles dias de ou
167. f de Adolf Hitler 1942 na obra de um dos maiores humanistas e mission rios da hist ria do cristianismo Bartolomeu de las Casas 1598 que narra a saga de Fernando Soto explorador espanhol que aportou na Am rica e se comprazia amputan do m os e extraindo narizes orelhas e globos oculares dos ind genas ou na biografia do prepotente Roque Brasiliano ou Roque Brasileiro pirata holan d s seiscentista que viveu no Brasil at partir para a Jamaica onde manteve promissora vida criminosa escrita por Alexandre Exquemelin 1688 A impureza ou lux ria mant m seu efeito transgressor na Biblioteca para o bem e para o mal como uma for a latente aguardando o olhar curioso ou descuidado que perder no momento seguinte a inoc ncia Inicialmente em imagens diminutas escondidas sob disfarces iconogr ficos a representa o da lux ria alcan ou grandes propor es a plena cor ou com imagens do natural fotografias impressas produzidas na mesma poca a que muitos se An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 ESA ES entes Ne descendant mid 5 VIER A S Bern A boca do Inferno na obra Desengano dos peccadores 1765 de Alexandre Perier um dos mais curiosos livros devocionais publicados por mission rios do Brasil Borba de Moraes Foi censurada em 1771 por conter doutrinas erroneas e affectos indecentes Cole o Real Biblioteca O avarento e os ratos ilustra Fables p
168. f n dega Cf FRIDMAN Sergio A amp GORBERG Samuel Mercados no Rio de Janeiro 1834 1962 Rio de Janeiro S Gorberg 2003 p 2 6 Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro doravante AGCR Of cio da Secretaria de Estado de Neg cios para o Senado da C mara de 21 04 1823 7 Cf FRIDMAN amp GORBERG Op cit p 12 CORACY op cit 8 Almanak Laemmert 1844 p 239 Cf Regulamento da Pra a do Mercado apresentado em sess o da C mara Municipal de 17 de novembro de 1843 e publicado em edital no dia 20 de agosto de 1844 transcrito em FRIDMAN amp GORBERG op cit pp 14 23 9 EWBANK Thomas A vida no Brasil ou di rio de uma visita ao pa s do cacau e das palmeiras Rio de Janeiro Conquista 1973 p 84 10 AGCRJ C dice 61 2 17 Mercado da Candel ria 1870 1879 p 28 11 AGCRJ 61 2 11 Mercado da Candel ria 1869 p 10 12 Almanak Laemmert 1875 pp 839 840 13 AGCRJ C dice 61 2 17 Mercado da Candel ria 1870 1879 p 28 14 AGCRJ C dice 46 1 6 Lavoura do munic pio Projetos medidas de defesa mer cados da pequena lavoura etc p 5 7 15 SOUZA Juliana Teixeira A autoridade municipal na corte imperial enfrentamentos e negocia es na regula o do com rcio de g neros 1840 1889 Tese de doutorado apresenta ao Departamento de Hist ria da Unicamp Campinas 2007 pp 190 193 16 A reconstru o dos acontecimentos apresentada a seguir est em diversos jornais e revistas publ
169. he docks This paper examines those conflicts which lasted for more than a week by considering and detailing the engagement of strikers market black women and Portuguese merchants among them politicians customers the Imperial Government and the press Key words Social History Rio de Janeiro Commerce Strike movement Nineteenth century Trabalho realizado com recursos do Plano Nacional de Apoio Pesquisa da Funda o Biblioteca Nacional m outubro de 1885 um dos principais centros de compra e venda de g neros aliment cios da corte teve suas atividades paralisadas por quase uma semana Desde o dia 5 daquele m s quando foram inauguradas novas barracas para venda de legumes e hortali as na Pra a das Marinhas margem da doca do grande e movimentado Mercado da Candel ria uma gre ve havia sido organizada pelos trabalhadores que ali estacionavam seus cestos e tabuleiros Pequenos lavradores e negras quitandeiras n o aceitavam pagar a di ria de 400 r is cobrada pelos empres rios do cons rcio Oliveira amp C que arrendara o terreno C mara e constru ra as barraquinhas Em protesto recusaram se a vender seus produtos e ainda impediram que barcos e carro as que vinham das freguesias suburbanas e de locais mais distantes descarregas sem no cais Rapidamente os conflitos tomaram as ruas e ganharam as folhas impressas da capital do imp rio At fins da d cada de 1880 movimentos grevistas como este n o eram as forma
170. heiro pela dedica o na execu o da editora o deste Guia por fim agrade o a todos os meus colegas de todos os segmentos da Biblio teca Nacional que de formas distintas contribuiram para a confec o deste trabalho An Bibl Nac Rio de Janeiro 126 10 Napole o Bonaparte Junto com a comitiva desembarcaram cerca de 60 mil pe as compostas por livros manuscritos estampas mapas moedas e meda lhas que formavam a Real Biblioteca Por decreto de 27 de julho de 1810 a Biblioteca Real foi acomodada inicialmente nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Convento do Carmo na Rua Direita hoje Rua Primeiro de Mar o nas proximidades do Pa o Imperial Um novo decreto de 29 de outubro de 1810 determi nava que nas catacumbas do Convento do Carmo se erija e acomode minha Real Bibliotheca e os instrumentos do gabinete de ph sica e mathe m tica fazendo se custa da Real Fazenda toda despesa conducente ao arranjamento e manuten o do referido estabelecimento Inicialmente a consulta era facilitada apenas a estudiosos mediante consen timento r gio Somente em 1814 o acervo foi franqueado ao p blico em geral e desde ent o paulatinamente vem incorporando grandes e importantes cole es de livros por doa es ou aquisi es Contudo em 1821 a fam lia real retornou a Portugal deixando aqui a biblioteca agora propriedade do Imp rio do Brasil Ap s entendimentos diplom ticos que culminaram na Conven
171. i nistro Sebasti o Jos de Carvalho e Melo o marqu s de Pombal deu in cio reconstru o e reorganiza o do que havia restado do inc ndio para uma nova cole o que nesse momento fica sediada no Pal cio Real da Ajuda Todos os esfor os foram feitos para o enriquecimento da nova cole o como as aquisi es de cole es preciosas como a do cardeal da Cunha com posta de 1 234 obras a cole o de livros do Col gio de Todos os Santos situ ado na Ilha de S o Miguel nos A ores confiscada ap s a extin o da Compa nhia de Jesus e grande parte da cole o da Biblioteca do Infantado destinada educa o dos pr ncipes que inclu a tamb m os manuscritos da Coroa O grande destaque nestas aquisi es foi a da cole o do abade e bibli filo Diogo Barbosa Machado que contava com 4 301 obras subdivididas em 5 764 volumes que compreendiam diversos campos do conhecimento cole es especiais de retratos lbuns de gravuras de temas religiosos mapas e folhetos de origens diversas Todos os volumes de sua propriedade traziam o ex libris do seu propriet rio pe a de requintado acabamento art stico gravada a buril pelo conhecido artista E Harrewyn e um n mero correspondente rela o bibliogr fica preparada naquela oportunidade Em 1807 v tima dos acontecimentos decorrentes da pol tica expansio nista imposta a toda a Europa pelo ex rcito franc s de Napole o Bonaparte Portugal invadido por tropas fra
172. ia das Letras 2000 p 64 Cf SOARES Carlos Eug nio L bano 4 capoeira escrava e outras tradi es rebeldes Campinas Editora da Unicamp 2001 106 SERLA Eneida Maria Mercadante Modos de ser em modos de ver ci ncia e est tica de africanos por viajantes europeus Rio de Janeiro ca 1808 1850 Tese de doutorado apresentada ao Departamento de Hist ria da Unicamp Campinas 2006 p 289 107 Ver artigos de Carlos Eug nio L bano Soares e Fl vio dos Santos Gomes citados na nota 47 Cf FARIAS Juliana Barreto Ardis da liberdade trabalho urbano alforrias e identidades In SOARES Mariza de Carvalho Rotas atl nticas da di spora africana da Baia do Benin ao Rio de Janeiro Niter i Eduff 2007 pp 225 56 108 Como tamb m j pude perceber num breve exame dessa documenta o os afri canos minas faziam quest o de indicar sua na o nos pedidos de arrendamentos e em outros of cios encaminhados C mara Municipal mesmo que n o existisse qualquer obriga o neste sentido Disposi o bem diferente dos muitos portugueses e brasileiros tamb m instalados por ali que s eventualmente pareciam mencionar seus locais de origem na documenta o enviada municipalidade An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 156 109 Cf AGCRJ C dices 61 1 7 61 1 9 61 1 11 61 1 12 Mercado da Candel ria 110 Cf FARIAS op cit C ALENCASTRO Luiz Felipe de Prolet rios e escravos imigrantes portugueses e
173. icados no per odo guardados no acervo de peri dicos e peri dicos raros da Biblioteca Nacional como O Di rio de Not cias O Paiz Jornal do Commercio Gazeta de Not cias O Mequetrefe Revista Ilustrada entre outros 17 AGCRJ C dice 58 3 39 Barracas na pra a das Marinhas e margem do caes da doca da pra a do Mercado em substitui o aos chapeos de so colocados na mesma rea folha 4 18 O cons rcio Oliveira amp C deveria para construir as barracas e explorar o local pagar uma joia de 20 000 000 loca o de 5 000 000 anualmente al m de outras obriga es como asseio do terreno consertos arboriza o gastos superiores a 50 000 000 no 1 bi nio e no resto do prazo em cerca de 18 000 000 anual AGCRJ C dice 58 3 39 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 150 Barracas na pra a das Marinhas e margem do caes da doca da pra a do Mercado em E lt 2 2 substitui o aos chapeos de sol colocados na mesma rea folha 2 19 Jornal do Commercio A barraca do cais da doca 6 de outubro de 1885 p 2 20 Jornal do Commercio Gazeta de Not cias O Paiz Di rio de Not cias As barracas da Pra a das Marinhas e a greve 6 de outubro de 1885 Uma opini o bem pr xima dos vereadores que aprovaram o contrato em sess o de 30 de outubro de 1884 por reconhe cerem que as vantagens que resultar o desse melhoramento n o s para a fiscaliza o como
174. ide gr ficos Podemos inferir que tendo sido a ambienta o da cidade em n veis menores naquela poca a perspectiva da exist ncia de um grau de conforto ambiental poca n o deve ser de todo descartada An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 67 Planta dos andares do pr dio sede da Biblioteca Nacional LEGENDA 1 ANDAR N VEL RUA M XICO 1 Coord Microrreprodu o COMIC 2 Centro de Conserva o COP 3 Lab de Restaura o COP 4 Inform tica 5 Elevadores de acesso ao Pr dio 6 Escada ce acesso ao 2 ancar 7 Porta de Ent Saida p Rua Mexico 8 Divis o ce Administra o DMA 9 Galeria Eliseu Visconti 10 Audit rio Machado de Assis 11 Porta Ent Saida da galeria audit rio p o jardim 12 Porta Ent Saida da COMIC p o Jardim 13 Banheiros Estudo de insola o LEGENDA EB fachada NE EB chada SE I achada no a o e S S O W chada so T e a 5 a g Fachadas em vermelho e laranja absorvem mais radia o proporcionando aquecimento aos ambientes Deve se evitar exporiguardar acervo perto des elas laranja vermeino Carta Solar fonte software SOLAR Universidade edera ce Santa Catarina Fachada em azul insola o de verko de 05 00 at 12 00 Inverno praticamente sem insola o desta forma provoca uma ilumina o m dia pela manh proxime as janelas e curante a terce Wumina o por reflex o Fachada em laranja insola o de
175. imeiro compromisso viria apenas em 1757 para evitar entre os irm os certas desordens 17 A Irmandade do Bem Aventurado Patriarcha de S o Jos de 1608 mas darei prioridade a sua hist ria no s culo XVIII quando ainda se localizava de frente para a cadeia entre as ruas S o Jos e Miseric rdia Segundo o compromisso de S o Jorge de 1757 eram obrigados a ser irm os nesta Irmandade todos os Mestres que tiverem loja aberta dos of cios anexos a mesma Irmandade ou seja os de Serralheiro Ferreiro Cuteleiro Es pingardeiro Latoeiro Funileiro Caldeireiro Ferrador Espadeiro Dourador e Barbeiro e todos os mais of cios que na corte costumam pagar para a confraria An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 165 deste Glorioso Santo Em 1791 novo compromisso elaborado e a julgar pelo documento aprovado sua institui o tem por finalidade o bom regime da Referida Irmandade Por interm dio da an lise dos dois estatutos e demais documentos anexos ao processo de aprova o sabe se que foram inclu dos os picheleiros seleiros e tanoeiros Como na irmandade lisboeta eram of cios do ferro e ou do fogo mas diferen a daquela estava aberta a mulheres cati vos e forros e em 1791 incorpora outros tipos de of cios A composi o social dos membros da irmandade de S o Jorge merece an lise pormenorizada Como fica insinuado no cap tulo citado havia um nexo compuls rio entre o exerc cio dos of
176. imen to no dizer de Robert Darnton e Daniel Roche NEVES L cia Maria B P MOREL Marco amp FERREIRA T nia Maria B da C orgs Hist ria e imprensa representa es culturais e pr ticas de poder Rio de Janeiro DP amp A Faperj 2006 p 10 36 Jornal do Commercio 9 de outubro de 1885 p 4 nota saiu com a seguinte assina tura Infelizes quitandeiros 37 As barraquinhas e o cais da Doca Jornal do Commercio 9 de outubro de 1885 p 4 38 Idem 39 Monop lio escandaloso Di rio de Not cias 7 de outubro de 1885 p 3 40 Ilma C mara Municipal Gazeta de Not cias 10 de outubro de 1885 p 2 41 AGCRJ C dice 58 3 39 op cit folha 8 42 Idem folha 80 43 Cf O Paiz 10 de outubro de 1885 p 3 Di rio de Not cias A greve das hortali as 6 de outubro de 1885 p 1 L pelo meio de seu poema Violino dizia que Afinal toda a hortali alMarchou para o xilindr Entre um aipo e uma nabi al s ordens do carij Em O Mequetrefe o retrato de Carij ainda vinha acompanhado das seguintes loas Dr Pedro Augusto de Moura Carij Honramos hoje a primeira p gina do Mequetrefe com o re trato deste ilustre cidad o in til repetir aqui quais os servi os prestados pol cia desta corte pelo Dr Carij S S tornou se um benem rito da popula o fluminense O atual governo reconhecendo o qu o dif cil fora substituir o 3 delegado de pol cia pediu lhe que se co
177. iragem de uma folha n o dava a dimens o real de sua divulga o uma vez que um mesmo exem plar passava de m os em m os Al m disso era muito comum que not cias folhetins fofocas e an ncios fossem lidos em volta alta em ruas esquinas e rodas de curiosos Na Rua do Ouvidor a pequena grande art ria da vida na cional onde estava a grande imprensa jornais como o Di rio de Not cias a Gazeta de Not cias O Paiz a Gazeta da Tarde e o Jornal do Commercio tinham suas sedes ali muitos se valiam das edi es do dia largadas nos caf s j ama reladas e amassadas de tanto manuseio As conversas entreouvidas nas portas das reda es tamb m espalhavam as informa es sa das dali dos peri dicos Uma leitura mais atenta tamb m deixa claro que praticamente todos da imprensa apoiavam uma postura legalista uma revolta pac fica excluindo qualquer atitude mais violenta Ainda assim para al m de simplesmente no ticiarem as disputas e discuss es travadas naqueles dias de outubro jornais e revistas ilustradas ampliaram sua dimens o e atua o pol tica influenciando a opini o p blica e mesmo determinando o desenrolar do movimento grevista Durante quase uma semana diferentes vozes ou colet neas de relatos como diria Robert Darnton se confrontaram e muitas vezes se aproxima ram nas p ginas da imprensa carioca naquele momento um dos principais f runs de debates pol ticos E por isso
178. iros com mais de 40 anos e do servi o da ro a Na mesma freguesia Luiz Martins da Costa Guimar es era propriet rio da metade da fazenda do Mu tu de parte da casa de vivenda de criados provavelmente escravos e senza las Tamb m moradora da regi o a lavradora Dona Leopoldina Bernarda de Assis possu a casas benfeitorias de lavoura terras m veis e escravos s n o sabemos quantos Para as reas suburbanas do munic pio neutro ningu m mencionou que tinha cativos labutando em suas planta es Entre todas as licen as compiladas somente um lavrador Rufino Jos de Almeida cita seu escravo como encarregado de vender produtos na Pra a das Marinhas Outros 33 agricultores mencionaram 43 empregados e comiss rios que tamb m trabalhavam para eles no mercado e no transporte de mercado rias mas n o indicaram seu status legal Nesse grupo 22 encarregados eram de S o Gon alo a maior parte executando tarefas para os donos de embar ca es sobretudo como carregadores e remadores seis eram de Cordeiros seis de S o Louren o e quatro da Ilha do Governador Outros locais como Iraj Maric e Itabora aparecem com apenas um cada Nenhum comiss rio foi registrado em Inha ma Embora n o apontem se esses trabalhadores eram de fato escravos libertos ou homens livres bem prov vel que existissem cativos e forros nesse con junto Em suas an lises sobre as duas regi es Motta e Santos lembram que mesmo const
179. is Os riscos biol gicos est o relacionados aos microorganismos como as bac t rias os fungos os parasitas e os insetos em geral que podem ser encontrados em meio aos acervos documentais Os riscos f sicos neste caso dizem respeito ao campo ergon mico que trata da otimiza o das condi es de trabalho humano por meio de m todos da tecnologia e do desenho industrial Recomenda es para preven o de riscos em reas de trabalhos t cnicos Neste ponto apresentamos algumas recomenda es direcionadas pre ven o de riscos de acidentes nas reas t cnicas de conserva o e restaura o ter conhecimento do grau de toxidade dos produtos qu micos antes de us los manter todos os produtos qu micos devidamente rotulados e ter aten o quanto aos prazos de validade e nunca despejar pelo ralo da pia ou da rea de trabalho os produtos qu mi cos com validades vencidas ou considerados ultrapassados nunca armazenar produtos qu micos com alimentos ou bebidas a maneira ideal de armazenamento destes produtos em arm rios com sistema de exaust o direcionado ao exterior da rea de trabalho a forma correta para o uso de produtos qu micos sempre por meio de uma capela de exaust o nunca manter solventes qu micos em frascos de boca larga ou b queres sem tampa durante algum trabalho espec fico J existem no mercado fras cos com tampas especiais para esta finalidade proteger sempre a pe
180. is polos da quest o a irmandade e a c mara Os irm os marceneiros e carpinteiros requerem a gra a de prontamente eleger na mesa os ju zes dos of cios por n o haver na dita cidade a mesa dos vinte e quatro como h nesta Corte sendo somente nesta elei o aprovada 1 pelo Senado gt An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 172 A peti o da irmandade inclui a ado o do compromisso dos of cios da Bandeira de S o Jos de Lisboa de 1709 pelos pedreiros carpinteiros e marceneiros da cidade do Rio e ainda a manuten o do Senado como Juiz privativo dos of cios Quero sublinhar a possibilidade de negocia o que neste momento se coloca pois nesses quesitos h uma coincid ncia de prop sitos entre os oficiais da irmandade e as autoridades envolvidas na quest o No requerimento dos irm os repete se uma dire o para o bom governo aumento e venera o de sua Igreja e irmandade Pouco depois registrava o ouvidor geral a irmandade de Lisboa uma das que se elege com tal disposi o n o s se aumenta continuamente mas promete eter na dura o A desta cidade deve militar a mesma jurisdisposi o sic tomando as pr ticas jur dico pol ticas do reino como modelo para o a sociedade colonial De acordo com os procedimentos atualizados pelo Conselho Ultramarino foram ouvidos os oficiais dos mesteres e os da C mara No despacho da c ma ra os ltimos s o contr rios au
181. itu a um dom nio aut nomo da vida humana E a julgar pelo regulamento da corpora o dos tanoeiros o pertencimento irmandade implica benef cio particular dos oficiais de tanoaria e do p blico No compromisso dos tanoeiros agremiados na Irmandade de S o Jorge a partir de fins do s culo XVIII havia um refor o da estrutura corporativa da sociedade e da exclus o social A primeira quest o percept vel no v nculo compuls rio entre os tanoeiros da cidade e a irmandade e nas diversas regras atinentes ao seu of cio que incluem os procedimentos para exame manuten o de lojas elei o de ju zes de of cio e a participa o em cerim nias religio sas coisas para n s d spares Ao longo do compromisso repete se a express o para se evitar o preju zo da Irmandade e do P blico ou seja para o benefi cio comum No cap tulo referente ao ingresso em que se especificam os pro cedimentos para adquirir a carta de exame fica indicado que n o se admitem homem pardo ou preto sendo cativo refor ando a exclus o por crit rios de limpeza de sangue e por status social que reaparecia no compromisso geral de 1791 No entanto temos informa es sobre a presen a daqueles homens na Irmandade de S o Jorge com importantes fun es nas lojas do Rio de Janeiro de 1792 Havia 101 oficiais examinados com lojas abertas na cidade com escravos forros na condi o de ju zes entre os barbeiros e sangradores a maioria e
182. ituindo uma pequena minoria nessa poca alguns roceiros ainda mantinham pelo menos um escravo labutando em suas terras Seriam ent o esses consignat rios escravos dos pequenos lavradores Com as informa es apresentadas at aqui n o tenho como confirmar essa hip tese Entretanto poss vel afirmar que seis desses empregados eram filhos dos pr prios lavrado res Manoel Domingues Peres dono de um terreno com tr s casas edificadas Rua do Galv o na freguesia de S o Louren o de Niter i indicou seus dois filhos Manoel Domingues Peres Junior e Antonio Domingues Peres como vendedores dos produtos de sua ro a no cais das Marinhas J Manuel Joa quim Ferreira que tamb m estacionava seus g neros no mercado era filho de Jo o Pereira Ferreira nico lavrador da zona rural carioca que registrou um consignat rio De outra parte esses registros permitem verificar como os escravos em Iraj e Inha ma estavam sendo suplantados por trabalhadores livres especial mente portugueses conforme havia assinalado Joaquim Justino dos Santos Tomando como bases os dados apresentados por Eul lia Lobo para os anos de 1870 e 1871 sabemos que dos 1 200 lavradores registrados na freguesia de Inha ma 735 eram livres 677 homens e 58 mulheres e 465 escravos 407 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 133 homens e 58 mulheres Por sua vez em Iraj todos os 565 lavradores eram livres 490 do sexo masculino e 75 do feminino
183. izado pelas irmandades 23 Compromisso da Irmandade do Glorioso S o Jorge no Rio de Janeiro 1757 24 De acordo com o compromisso 1757 todos os irm os deveriam pagar de entrada 1926 reis de anual 640 reis mas juiz escriv o tesoureiro e procurador contribu am tamb m com uma esmola que decresce conforme a import ncia do cargo 2000 1600 e 1280 reis para os dois ltimos importante destacar que os de sangue impuro que An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 180 trabalharem no of cio com loja aberta dever o pagar o mesmo anual de todos os irm os e o oficial jornaleiro que pode ser livre ou cativo dever pagar um valor menor a todos os demais de 480 reis No primeiro caso quanto no segundo mais expressivo teriam acesso somente sepultura Cap tulos 4 5 6 7 10 Idem ibidem Para a no o de eq ida de LEVI Giovanni Op cit 25 Compromisso acrescentamentos dos cap tulos da Irmandade do Glorioso M rtir S o Jorge no Rio de Janeiro 1791 26 Em 1755 os irm os j solicitavam recursos Real Fazenda para a reforma da igreja que segundo os mesmos encontrava se em estado de decad ncia Requerimento do Juiz e Irm os da Irmandade de S o Jorge do Rio de Janeiro em que pedem uma ajuda de custo para as obras da sua Igreja C 1755 BN CA 18755 MS 544G rolo 77 27 Compromisso acrescentamentos dos cap tulos da Irmandade do Glorioso M rtir S o Jorge no Rio de Janeiro 1791
184. l de 1876 dois pavilh es haviam sido parcialmente destru dos por um inc ndio Contr rios sua reconstru o diversos negociantes e propriet rios estabelecidos na Pra a das Marinhas en viaram uma representa o ao governo imperial alegando que a falta de higie ne e a transforma o de algumas barracas em corti os estavam condenando os chalets e concorrendo para a prolifera o da febre amarela Nove dias depois mais de 70 negociantes entre os quais 18 quitandeiras enviaram um outro abaixo assinado C mara Municipal S que este grupo exigia a reconstru o dos pavilh es que facilitavam bastante o dep sito a guarda e a venda dos g neros de primeira necessidade Alegavam que desde o inc ndio for ados a vender sem abrigo vinham sofrendo preju zos que acabavam revertidos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 105 para o p blico em parte pela altera o inevit vel dos pre os e falta de facili dades na compra de g neros Em poucos meses as s plicas foram atendidas e os pavilh es reerguidos Peti es e of cios como esses eram bem comuns naquela poca Os co merciantes da pra a assim como outros trabalhadores da corte n o hesi tavam em expressar seus protestos contra as a es da pol cia ou as decis es da municipalidade que consideravam prejudicais a seus interesses Mesmo que o exerc cio da cidadania fosse prec rio durante o Segundo Reinado a popula o n
185. le com luvas os olhos com culos especiais e usar m scaras adequadas durante o manuseio de solventes qu micos e n o fazer refei es no local de trabalho e n o armazenar guloseimas dentro de gavetas ou arm rios manter toda a aten o durante o uso de equipamentos cortantes como guilhotinas tesour es etc estar sempre atento e preparado para casos de emerg ncia e ter conhecimento de como utilizar o equipamento extintor port til contra fogo e de prefer ncia n o trabalhar sozinho nas reas t cnicas de conserva o restaura o ou encaderna o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 62 e manter um kit de materiais sempre atualizados para os primeiros socorros na rea de trabalho O gerenciamento de riscos capta o dos recursos financeiros que devem ser destinados gest o dos trabalhos a serem executados no mbito da conserva o preventiva em edi f cios que abrigam uma biblioteca e seu acervo na maioria das vezes um grande problema enfrentado por aqueles que t m esta imensa responsabili dade embora seja reconhecidamente encarado como um assunto de grande import ncia e esteja sempre nos discursos dos presidentes e diretores das ins titui es por todo o pa s A gest o de um plano de conserva o preventiva para uma biblioteca de pequeno ou m dio porte n o uma tarefa simples e neste caso para a Biblio teca Nacional com seu monumental edif cio e seu acervo de cerca de n
186. leiro no s culo XIX Revista Brasiliense S o Paulo n 49 1963 LOBO E L org O Rio de Janeiro oper rio Rio de Janeiro Acess 1992 LOBO Eul lia Maria Lahmeyer Hist ria do Rio de Janeiro Do capital comercial ao capi tal financeiro Rio de Janeiro Ibmec 1978 LOPES Nei Novo dicion rio banto do Brasil Rio de Janeiro Pallas 2003 LUCCOCK John Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil 1808 1818 SP Martins 1942 LUSTOSA Isabel Insultos impressos a guerra dos jornalistas na Independ ncia 1821 1823 S o Paulo Companhia das Letras 2000 MAGALH ES JUNIOR Raimundo 4 vida turbulenta de Jos do Patroc nio Rio de Janeiro Sabi 1969 MATTOS Marcelo Badar Experi ncias comuns escravizados e livres na forma o da classe trabalhadora carioca Tese apresentada para concurso de professor titular de His t ria do Brasil da UFF 2005 MATTOS M B org Trabalhadores em greve pol cia em guarda Greves e repress o policial na forma o da classe trabalhadora carioca Rio de Janeiro Bom Texto Fa perj 2004 MATTOS Ilmar Rohloff de O tempo saquarema a forma o do Estado imperial 5 ed S o Paulo Hucitec 2004 MENCARELLI Fernando Antonio Cena aberta A absolvi o de um bilontra e o teatro de revista de Arthur Azevedo Campinas SP Editora da Unicamp 1999 MENEZES Len Medeiros de A presen a portuguesa no Rio de Janeiro segundo os censos de 1872
187. lications and Documents in Library and Archives ANSI NISO Z39 48 1992 25 KATHPALIA 1973 26 B EZ 2006 p 27 27 Nestas situa es comunicar se com a Pol cia Civil RJ 21 3399 3041 3399 5000 Contatar tamb m rg os internacionais como a Interpol http www interpol int public workofart defaultfr asp 28 Modernamente as bibliotecas j est o adotando a etiqueta com c digo de barras aderida aos livros o que lhes confere maior seguran a 29 Francelina Helena Alvarenga Lima e Silva Bi loga pela Universidade Santa rsula especialista em Vigil ncia Sanit ria de Servi os e Produtos pela Escola Nacional de Sa de P blica ENSP e mestre em Ci ncia da Informa o pelo IBICT MCT Escola de Comunica o ECO UFR J In Seguran a e Sa de dos Profissionais em Conserva o Mast Coloquia vol 9 p 204 30 O Corpo de Bombeiros da cidade do Rio de Janeiro mant m um servi o de coleta para esses produtos 31 Antonio Carlo Oliveira Muse logo climatologista Msc em Arquitetura UFRJ 32 Condi es ambientais aceit veis umidade relativa at 65 e temperatura at 25 C 33 Cultura patrim nio um Guia Rio de Janeiro Ed FGV 2008 192 p An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 Mercado em greve Protestos e organiza o dos trabalhadores do pequeno com rcio no Rio de Janeiro Outubro 1885 Juliana Barreto Farias Mestre em Hist ria Comparada pela Universidade Federal do Rio de
188. lioteca o que vai acontecer com a participa o do grupo de brigadistas volunt rios treinados e preparados para esta tarefa como elemento antip nico fator de grande res ponsabilidade em caso real Assim institu mos o que chamamos de brigada de inc ndio diurna que atende s necessidades de emerg ncia durante o hor rio comercial de fun cionamento da institui o inclusive com instru es de procedimentos para salvaguarda de obras que porventura venham a ser molhadas no decorrer de alguma a o de extin o real de fogo A brigada profissional de emerg ncia noturna formada pelo corpo de guardas que t m treinamentos espec ficos de combate a sinistros e comp em o quadro de guardas vigilantes que atuam fora do hor rio de expediente fun cional em fins de semana feriados e em todos os dias em que n o h movi menta o de funcion rios ativos no pr dio da biblioteca A seguir apresentamos algumas atribui es consideradas importantes e adotadas pela equipe da brigada de inc ndio e exercer preven o combater princ pios de inc ndio e efetuar salvamentos conhecer e avaliar os riscos de inc ndio existentes promover e participar das inspe es peri dicas no edif cio conhecer todas as vias de escape do pr dio conhecer os locais onde est o situados os equipamentos de prote o contra inc ndio extintores hidrantes detectores alarmes etc conhecer todas as reas internas do edif cio
189. ltados das investiga es e das vis torias executadas fora e dentro do edif cio da institui o sejam sempre divul gados para todos os chefes das reas de guarda de acervos para os agentes da manuten o e administra o para a equipe da brigada de inc ndio para o chefe da equipe de guardas que faz a vigil ncia para a equipe de conservadores e restauradores e para todos os bibliotec rios e t cnicos que por trabalharem com acervos est o por for a da profiss o envolvidos com a preserva o e a seguran a da Biblioteca configurando assim uma forma de informa o pre ventiva e participativa Como foi dito antes os grandes vil es que nos roubam o sossego e pro vocam grandes estragos dentro de uma biblioteca s o o fogo e a gua Na me dida em que todas as precau es forem adotadas e registradas inclusive com fotografias configurando um modo informativo e tornando as p blicas para a popula o da Biblioteca passaremos a contar com um elemento de grande estrat gia preventiva Outra etapa de grande import ncia nossa capacidade de resposta a um desastre Se a popula o da Biblioteca j mencionada anteriormente estiver devidamente informada e consciente dos resultados das referidas investiga es e vistorias realizadas no edif cio poderemos considerar que j contamos com um tipo de prepara o psicol gica e tamb m estrat gica deste grupo para uma convoca o imediata atua o de salvamentos de liv
190. m produto da com bina o de trapos de linho da aus ncia de subst ncias qu micas do m nimo de processamento mec nico e da abund ncia de gua limpa produzindo as sim milhares de livros que ainda hoje se encontram em excelente estado de preserva o Eles s o conhecidos nas bibliotecas como os livros raros impres sos em papel de trapo Assim sendo na medida em que aumentou a demanda na impress o de livros a qualidade do papel come ou a decair em decorr ncia principalmente da falta de mat rias primas consideradas puras dos avan os da tecnologia e do crescente uso de subst ncias qu micas para acelerar o seu processo de fabrica o A deteriora o da qualidade do papel deu se de forma lenta por m em meados do s culo XIX mais precisamente a partir de 1850 acelerou se Com o inicio do uso de fibras vegetais consideradas impuras surge a fibra de celu lose da madeira Este fato trouxe novo alento aos produtores por m a curto prazo descobriu se que as fibras de polpa de madeira s o curtas e ret m grande quantidade de uma subst ncia resinosa chamada lignina Estas fibras quando An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 50 Papel quimicamente degradado o TE 4 livro deteriora se ao mais simples manuseio n o s o quimicamente purificadas ou seja quando n o se executa a comple ta remo o desta subst ncia com o passar do tempo tornam se um agente agressor conferindo ao papel caract
191. mavam das licen as que a municipalidade tinha concedido aos pombeiros e especulado res a maior parte vadios e sem domic lio que vantagem nenhuma oferecem ao pa s Ao ocuparem os grandes chap us de sol colocados ali na pra a eles An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 143 acabavam usurpando lhes espa o e consumidores E mesmo empres rios e alguns vereadores tamb m reclamavam desses vendedores ambulantes Em 1881 o comendador Antonio Jos da Silva arrendat rio das bancas da Pra a do Mercado e dos chap us de sol nas Marinhas pedia que a C mara proibisse as mundas t buas para venda de peixe que ali existem dos pombeiros que nada pagam de aluguel nem de direitos Ilma C mara e ainda promovem abusos e imund cies Quatro anos depois os empres rios do cons rcio Oliveira amp C exigiam depois de terminada a greve que os vereadores ado tassem medidas que garantissem os direitos dos pequenos lavradores ao re ferido lugar que lhes foi concedido de modo a distingui los perfeitamente dos chamados pombeiros que promiscuamente procuram localizarem se no logradouro para aqueles destinado 2 Assim parece que os pombeiros n o s disputavam espa o com os peque nos lavradores como angariavam antipatias com os concession rios da pra a talvez porque gozassem de liberdade para ali fazer o seu neg cio Quem sabe tamb m os roceiros em sua maioria portugueses e brasileiros brancos
192. mb m identificam o n vel de incid ncia de luz artificial existentes na se o Nossa meta chegarmos ao controle dos n veis mais est veis para as reas de acervo dentro de suas reali dades atuais assegurando assim a estabilidade necess ria sem oscila es que efetivamente propiciar o a longevidade dos livros e documentos O objetivo primordial desta pesquisa adquirirmos os padr es aceit veis de ambienta o para que n o ocorram flutua es nem per odos prolongados Equipamento Datalogger Fonte http www unityinst com br 2511 JPG An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 66 de condi es midas pois s o estes que favorecem as atividades de insetos fungos e bact rias findando por expor o acervo ao dano biol gico Al m dis so deve evitar que ocorram danos causados por poluentes gasosos e part culas nocivas encontradas no meio urbano da cidade Vale registrar que hoje na Biblioteca Nacional as reas de guarda de acervos s o compartilhadas com os bibliotec rios e os usu rios e isto implica uma preocupa o maior que a configura o das condi es ambientais para o acervo e a gera o de um conforto ambiental para os que l trabalham e pesquisam Outro aspecto desta pesquisa o estudo da insola o que atinge o pr dio da Biblioteca em todas as suas faces Assim sendo passaremos a ter elementos com os quais poderemos nos orientar no futuro para um poss vel rearranjo de estanteria
193. meiras p ginas Entre as contristadoras Esta not cia atroz Fizeram greve as cenouras Est o em greve os quingomb s Est hoje com seu azeite A bela alface adorada E quem vinagre lhe deite Ter pronta uma salada Voam pedras e cacetes Junto a Pra a do Mercado Os purp reos rabanetes Fogem d um para outro lado A grave e sizuda ab bora Que dos legumes o orgulho Recursos mil pondo em obra Quer aplacar o barulho Maxixes feitos n um bolo Dan am todos bolina Grita a batata Haja rolo Repreende a ab bora Menina O abacaxi perde um olho Perde uma lima o umbigo Machuca um p o repolho S tou passado grita um figo An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 109 O mam o machuca os dedos V se uma manga perdida Os lim es ficam azedos Geme um jil Minha vida Afinal toda a hortali a Manchou para o xilindr Entre um aipo e uma nabi a s ordens do Carij A couve toda escamada N o se meteu nas encolhas E prometeu que a cambada Mandaria p r nas folhas Finalmente houve o diabo Em toda a cidade se ouve Quem ontem sustentava o nabo Foi a maior greve qu houve Os gracejos se espalharam por outras folhas da corte e os protestos rapidamente passaram a ser chamados de greve das hortali as conflagra o de pepinos e ab boras crise dos legumes Na se o Entrelinhas da Gazeta de Not cias em que se comentavam os textos de outros
194. mes do esp lio de Francisco de Melo Franco compostos por obras de teologia direito ci ncias artes e hist ria Em 1838 a biblioteca recebeu cerca de cinco mil volumes dos herdeiros de Jos Bonif cio de Andrade e Silva Em 1853 s o adquiridos em o Vista do centro do Rio de Janeiro desenhada l pis e aguada por William John Burchel a seta indica a rea das catacumbas do Convento do Carmo onde a Real Biblioteca foi inicialmente instalada Reproduzida do livro O mais belo panorama do Rio de Janeiro 1825 de Gilberto Ferrez publicado pelo Instituto Hist rico e Geogr fico Brasileiro em 1966 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 19 leil o 2 785 livros e 1 291 documentos manuscritos do bibli filo italiano Pe dro De Angelis uma rica cole o composta por obras sobre viagens hist ria em geral fatos e estudos sobre o rio da Prata e o Uruguai livros de filosofia mapas planos e plantas de diversos territ rios e rios da Am rica Meridional e grande quantidade de peri dicos A hist ria registra tamb m que uma das mais importantes aquisi es para a Real Biblioteca feita no Brasil foi a obra de frei Jos Mariano da Concei o Ve loso conhecido como Frei Veloso grande bot nico professor e desenhista Dada como perdida por longos anos e depois reencontrada na pr pria biblioteca foi ent o mandada imprimir incluindo os onze volumes da Flora Fluminense Seu texto foi impresso na Tipografia Nacional do
195. ncesas sob o comando do general Jean An An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 16 doche Junot Este fato acarretou a tomada de decis o para a partida da corte portuguesa para sua maior col nia o Brasil A rainha D Maria I a Louca o pr ncipe regente D Jo o os demais mem bros da fam lia real e a maior parte da Corte se viram na conting ncia de fugir do cerco dos franceses para a col nia Em 1808 a capital do Imp rio Portu gu s foi transferida de Lisboa para o Rio de Janeiro trazendo nesta primeira travessia tudo que lhe foi poss vel encaixotar para a longa viagem oce nica em dire o aos tr picos Com todo o material tipogr fico trazido nas embarca es n o tardou a come ar a funcionar no Brasil a Impress o R gia sendo oficialmente criada em 13 de maio daquele ano Com o passar dos anos e em um momento que se pode dizer decisivo para a hist ria da forma o da Biblioteca Nacional foi trazida para o Brasil uma grande cole o de cerca de 60 mil pe as Entre elas encontravam se livros manuscritos mapas gravuras moedas e meda lhas Tudo veio acondicionado em v rios caixotes que por fim resistiram ss i A PIDACUS BARBOZA MACHA ABBAS ADRIANI DE spy ij Ii edito qe Ex libris da Cole o Barbosa Machado 4301 obras incluindo livros retratos lbuns de gravuras mapas e f manuscritos sobre os 4 mais diversos assuntos M m m Rec ea ea Harriwyn Jaren et Freit
196. ncia do r u Francisco do Vale Viana a de propriedade do juiz de latoeiro Jos Ant nio Pereira da Cruz que tamb m acusado de produzir e vender obras de outros of cios na qual encontravam se tachos e chocolateiras e a loja de Jos Barbosa da Fonseca fabricante de chap us de sol acusado de fabricar e vender palmat rias Idem ibidem 34 As testemunhas de acusa o s o todos latoeiros moradores da rua dos latoeiros sendo dois ex oficiais da loja As testemunhas de defesa compreendem v rios of cios com status e naturalidades diversas Estas demoram a dar o seu testemunho Pelo registro prec rio sabe se que as testemunhas de defesa n o testemunharam t o logo se dispuse ram e o r u teve que solicitar dila es para assegur las V rios elementos incluso outros casos corroboram para a id ia de concorr ncia representada pelos oficiais forros no caso Francisco Viana 35 LIMA Carlos Alberto Pequenos patriarcas pequena produ o e com rcio mi do domic lio e alian a na cidade do Rio de Janeiro 1786 1844 Rio de Janeiro Universi dade Federal do Rio de Janeiro Doutorado em Hist ria 1997 p 38 40 MARTINS M nica de Souza Nunes Op cit pp 68 70 36 RIOS Wilson de Oliveira Op cit p 121 2 No Rio de Janeiro de 1820 h um regis tro sobre o exame de um escravo barbeiro que aponta para uma classifica o semelhante indicada por Wilson Rios com rela o aos barbeiros na Bahia A permiss o para o exame
197. nda sua classifica o gerando consequentemente sua perda e a das informa es sobre ele dentro de um acervo A partir da identifica o e da visualiza o dos agentes de deteriora o po tencialmente capazes de afetar um acervo estaremos aptos a iniciar um traba lho investigativo sobre os tipos de riscos que os envolvem Tomemos como exemplo de agente de deteriora o a gua um dos mais conhecidos e temidos para o acervo e vamos relacionar os tipos de riscos por ele provocados Uma grande inunda o desencadeada por uma intensa tem pestade tropical ter seus efeitos classificados como um risco raro na medida em que grandes tempestades n o acontecem o tempo todo Para esses casos precisaremos da contribui o de uma equipe de especialistas treinados que saibam como atuar prontamente para que os acervos como um todo n o sejam danificados Por outro lado os danos causados por goteiras decorrente de problemas na rede hidr ulica nos telhados ou em consequ ncia da entrada de chuva de An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 60 vento atrav s de vidros quebrados nas janelas podem ser classificados como risco espor dico pois podem ser resolvidos por uma equipe de agentes dos chamados servi os gerais da institui o na medida em que isto n o venha a configurar uma grande amea a ao acervo Por fim as infiltra es ou umidades ascendentes por capilaridade que po dem ocorrer nas paredes dos pr dios da
198. ne antidora como um presente em remunera o a algum benef cio E concebe a economia cujo primeiro mbito a fam lia circunscrita esfera de administra o familiar Para Clavero fam lia pode incluir grupos amplos como comunidades religiosas Quanto ao significado que assinalei no corpo do texto para eco nomia tamb m vale consultar o verbete economic BLUTEAU Raphael Vocabulario portuguez e latino 1711 CD ROM Rio de Janeiro UERJ 2000 Economica ou Economia Deriva se do grego Oicos Casa amp do verbo Nemei Reger Governar etc E econ mica a que ensina o governo amp regimento particular da casa fam lia mulher criados amp administra o da Fazenda 29 Ver compromisso dos tanoeiros e de S o Jorge caps 3 e 10 Compromisso acres centamentos dos cap tulos da Irmandade do Glorioso M rtir S o Jorge no Rio de Ja neiro 1791 30 BN Manuscritos 7 4 4 Artes mec nicas Rela o geral de todos os juizes dos di ferentes of cios mec nicos existentes nesta Cidade ate o principio do presente ano de 1792 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 181 31 AGCR J C d 45 4 46 latoeiros Autos do juiz e escriv o deste of cio contra Fran cisco do Vale Viana 1783 32 Segundo Francisco do Vale Viana a loja era das maiores do dado of cio e se comp e de v rios oficiais de pichileiro e funileiro Idem ibidem fl 10 33 Os autos mencionam tr s lojas aquela sob a reg
199. ngeira que vivia na freguesia Ao solicitarem suas licen as na C mara em 1885 os lavradores portugue ses das zonas rurais do munic pio do Rio fizeram quest o de indicar sua na cionalidade e em alguns casos tamb m sua idade e seu estado civil Bem diferente de outras reas onde os pequenos agricultores n o mencionaram sua proced ncia Dessa forma dos 97 roceiros de Inha ma e Iraj matriculados naquele ano 46 eram portugueses Destes 30 moravam na primeira fregue sta onde foram citados 14 endere os diferentes Oito lavradores indicaram o Campo dos Cardosos e a Estrada da Penha Outros locais como a Estrada do Bonsucesso a Serra do Marreco e Manguinhos foram apontados por so mente um ou dois De Iraj vinham outros 16 lusitanos que tamb m eram vizinhos em lugares como o terceiro e o quinto quarteir es Quem sabe por essa proximidade e sobretudo pelos fortes la os de soli dariedade e identidade muitos optassem por se inscrever em dupla H pelo menos 12 situa es desse tipo Os portugueses Miguel Antonio e Albino Mi guel informaram em seu requerimento que eram moradores e lavradores no Campo dos Cardosos e possu am a ter a parte do bote 1054 onde carregavam produtos at o mercado das Marinhas Seus vizinhos Antonio Lamas e Francis co Rodrigues tamb m procedentes de Portugal trabalhavam juntos na pra a e transportavam os g neros da ro a na embarca o de outro conterr neo o An Bibl Nac Rio de
200. nha da Fonseca Fernan des da Cunha Rio de Janeiro 1976 9 A Biblioteca Real teve seu prefeito honroso t tulo reservado a quem merecesse con duzir o destino de seus livros Com o regimento da Biblioteca ap s a Independ ncia seu zelador passou a ter o t tulo de bibliotec rio Era necess rio institucionalizar aquela profiss o de cuidar de livros e de seus leitores Ao longo do s culo XIX desenvolvem se zelos crit rios conhecimento bibliol gico m todos de organiza o de acervo e problemas Tudo culminaria em 1915 com a inaugura o de um curso espec fico de biblioteconomia o primeiro no Brasil que ela a grande biblioteca oferta ao pa s Alguns anos depois entre as alunas houve uma chamada Cec lia Meireles HERKE NHOFE 1997 p 7 10 Anais da Biblioteca Nacional 1889 p 223 11 Jn Anais da Biblioteca Nacional 1981 pp 123 44 v 11 12 Sucessora da Imprensa R gia de D Jo o VI e antecessora da atual Imprensa Nacio nal foi subordinada durante todo o per odo imperial e parte da Rep blica ao Minist rio da Fazenda No come o do Segundo Reinado por volta de 1840 estava instalada na Rua da Miseric rdia nas lojas da antiga C mara dos Deputados Fonte http www receita fazenda gov br 13 Anais da Biblioteca Nacional vol XXVII 1905 p 416 14 Anais da Biblioteca Nacional vol XXVII 1905 p 419 15 CARVALHO 1994 p 91 2 16 O relato detalhado de todo este trabalho de transfer ncia do acerv
201. nho o pecado torna os ho mens c mplices uns dos outros e certamente n o h espa o de mais ntima cumplicidade entre gera es do passado e do presente que a biblioteca Mas o que pecado Ensina o Catecismo da Igreja Cat lica que os pecados considerados mais graves s o denominados capitais porque d o origem ou levam a outros peca dos que maculam a alma Evr gio do Ponto te logo e monge grego do s culo IV arrolou oito crimes e paix es em ordem crescente de gravidade definida pelo grau de egocentris mo humano gula lux ria avareza melancolia ira ac dia pregui a espiritu al vaidade e orgulho S o Greg rio Magno papa entre 590 e 604 dedicando se ao estudo do pecado deu in cio Doutrina do Pecado Capital e estabeleceu uma lista com sete deles Como entendeu que vaidade e orgulho assim como ac dia e melan colia eram a mesma coisa ele incluiu a inveja O papa classificou os pecados em ordem decrescente de gravidade definida pelo grau de ofensa ao amor orgulho inveja ira melancolia avareza gula e lux ria No s culo XVII a Igreja substituiu a melancolia pela pregui a V rias listas com diversas ordena es atribu das por te logos surgiram ao longo do tempo A lista definitiva e consagrada no Catecismo cat lico estabeleceu como pecados na sequ ncia de S o Jo o Cassiano e S o Greg rio Magno soberba avareza inveja ira lux ria gula e pregui a Cada um desses pecados
202. no Rio de Janeiro nos anos de 1930 uma colet nea de folhetos de capas esverdeadas e com fotografias impressas de mulheres nuas que expunham languidamente os seios A gula a busca do prazer e o alcance do v cio pela comida e pela bebida a voracidade do est mago que transforma o pecador segundo o Desengano dos peccadores de Alexandre Perier 1724 1765 em fregueses do Diabo pecado E como ignorar a incr vel Arte de cozinha de Domingos Rodrigues 1794 mestre da cozinha de Sua Majestade que al m de ensinar os maravi lhosos quitutes portugueses do s culo XVIII demonstra como preparar me sas em todo o tempo do ano para hospedar Pr ncipes e Embaixadores H tamb m o precioso Medicina theologica de Francisco de Melo Franco 1794 primeiro livro em portugu s sobre medicina psicossom tica e uma das mais antigas obras sobre o assunto censurada e suprimida pelo governo portugu s por disseminar doutrinas perigosas Entre outras abordagens relativas ao co mer e ao beber o autor afirma que a bebedice he huma grande enfermidade que nunca se cura com remedios moraes e difficilmente com os fysicos e discute o tratamento do alcoolismo A pregui a tamb m conhecida como o dem nio do meio dia a nega o do esfor o o comodismo o enfraquecimento da vontade e aparece evi denciada em Urup s de Monteiro Lobato 1918 uma colet nea que inclui um conto de mesmo nome publicado
203. nserva o preventiva antes de intervir em quaisquer bens cul turais e sua iniciativa dever restringir se apenas ao tratamento necess rio O conservador restaurador em colabora o com outros profissionais rela cionados com a salvaguarda dos bens culturais deve levar em considera o a utiliza o econ mica e social dos bens culturais enquanto salvaguarda desses mesmos bens An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 89 Em qualquer trabalho executado em um bem cultural o conservador restaurador deve envidar esfor os para atingir o m ximo de qualidade de servi o recomendando e executando aquilo que julgar ser o melhor no interesse do bem cultural independente de sua opini o sobre o valor ou qualidade do mesmo e sempre de acordo com o princ pio do respeito e da m nima interven o poss vel e obriga o do conservador restaurador realizar interven es que permi tam no futuro outras op es e ou futuros tratamentos n o devendo a forma de utiliza o e os materiais aplicados interferir sempre que poss vel com futuros diagn sticos tratamentos ou an lises Os materiais aplicados devem ser compat veis com aqueles que constituem os bens culturais e de vem ser evitados produtos e materiais que ponham em risco a integridade da obra O conservador restaurador nunca deve remover materiais originais ou acrescidos dos bens culturais a n o ser que seja estritamente indispens vel para a sua preserva o ou q
204. nservasse nesse cargo apesar da diverg ncia pol tica Basta este fato para o elogio do digno brasileiro que recomendamos s considera es dos nossos leitores O Meque trefe 10 de novembro de 1885 p 1 44 Cr nica da semana Gazeta de Not cias 11 de outubro de 1885 p 1 45 DARNTON Robert O beijo de Lamourette m dia cultura e revolu o S o Paulo Companhia das Letras 1990 p 16 18 46 Para uma an lise da cobertura do movimento grevista pela imprensa ver FARIAS Juliana Barreto Jornalismo e pol tica a imprensa na greve de pequenos lavradores e quitandeiras das Pra a das Marinhas Rio de Janeiro d cada de 1880 In Anais do VI Congresso Nacional de Hist ria da M dia Niter i Maio 2008 47 A crise dos legumes Gazeta de Not cias 11 de outubro de 1885 p 1 48 Nessa poca presidia o Conselho de Ministros o visconde de Sinimbu e era minis tro da Fazenda o futuro visconde de Ouro Preto Esse gabinete sucedera ao de Caxias e representava a volta dos liberais ao poder depois de anos de dom nio conservador CARVALHO Jos Murilo de D Pedro II S o Paulo Companhia das Letras 2007 p 175 Cf MATTOS Ilmar Rohloff de O tempo saquarema a forma o do Estado imperial 5 ed S o Paulo Hucitec 2004 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 152 49 CARVALHO op cit pp 174 177 50 Idem 51 AGCR J C dice 58 3 39 op cit folha 96 52 Jornal do Commercio 26
205. nspetores de quarteir o confirmando que An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 129 eram de fato lavradores e moradores naquela freguesia Certamente porque quase todos eram apenas arrendat rios das fazendas Na Tabela 4 vemos que somente seis roceiros de Inha ma eram donos de terras Na Estrada da Pe nha Jo o do Rego Medeiros possu a uma situa o na fazenda de dona Ca rolina Josepha Pinto J Antonio Carvalho Ribeiro tinha duas propriedades uma delas arrendada na estrada da Tapera Como n o anexaram escrituras ou documentos mais detalhados n o temos como dimensionar o tamanho das propriedades ou mesmo obter informa es sobre benfeitorias e g neros cultivados TABELA 4 Propriet rios e arrendat rios nas freguesias de Iraj e Inha ma 1885 Freguesias Propriet rios Arrendat rios Totais Iraj 0 0 26 100 26 Inha ma 6 21 5 22 78 5 28 6 48 54 Fontes AGCR J C dices Lavoura do munic pio 46 1 7 46 1 9 46 1 10 46 1 11 46 1 12 e 46 1 13 Entre os arrendat rios de Inha ma verificamos que o Engenho da Pedra foi citado por seis lavradores O Campo dos Cardosos por quatro e a Estra da da Penha e Manguinhos por tr s cada um Outros locais como Pilares o Campo de Bonsucesso a Serra do Marreco e o Porto de Inha ma foram mencionados por apenas um ou dois locat rios Embora aqui tamb m se ob serve poucos roceiros concentrados numa mesma propriedade as fazendas indicadas ficavam
206. nte ao dom nio ho land s no Brasil com pe as da maior raridade impressas no s culo XVII EA a Cole o Jos Antonio Marques Do Capa da edi o de 1572 de Os Lus ada ada entre 1889 e 1890 pelo colecio nador formada por 3 920 obras em 6 309 volumes e alguns manuscritos relativos ao Brasil Col nia Incluem se na cole o 323 volumes de edi es camonianos entre as quais a edi o de Os Lus adas de 1572 chamada dos piscos e considerada rar ssima e Cole o Dona Thereza Cristina Maria Foi doada em 1891 pelo impera dor D Pedro II com o desejo expresso de que fosse identificada pelo nome da imperatriz composta de 48 236 volumes encadernados in meras brochuras e fo lhetos avulsos fasc culos de v rias revistas liter rias e cient ficas estampas fotografias partituras musicais e mais de mil mapas geogr ficos impressos e manuscritos Trata se da maior cole o recebida pela biblioteca em todos os tempos Neste universo a parte relativa s fotografias e aos lbuns fotogr ficos foi classificada pela Unesco na categoria de mem ria do mundo por ser o maior conjunto de documentos fotogr ficos do s culo XIX existentes em uma institui o p blica S o retratos paisagens e fotografias de toda esp cie que documentam fatos hist ricos cient ficos pol ticos econ micos e sociais Est o representados todos os nomes de proje o nacional e inter nacional na fotografia
207. o sobre a greve que aqueles que optaram por a es mais diretas e at mesmo violentas vinham dessas regi es De outra parte os roceiros das freguesias rurais de Niter i entre os quais a maior parte dos pequenos propriet rios de terras e ou embarca es registrados na C mara adotaram uma postura mais An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 137 cc a pac fica preferindo encaminhar abaixo assinados ou negociar acordos com vereadores e empres rios XX Um outro grupo de trabalhadores que praticamente n o aparecia na do cumenta o enviada C mara Municipal tamb m se destacou no notici rio sobre o movimento grevista Entre os inscritos em dezembro de 1885 encon tramos apenas sete mulheres registradas todas pequenas lavradoras das reas rurais de Niter i Quase sempre viuvas que davam continuidade aos neg cios de seus falecidos maridos e tinham consignat rios vendendo seus g neros no cais das Marinhas Contudo um olhar mais atento para revistas e jornais ilustrados fotografias e tamb m alguns documentos municipais evidencia a presen a de mulheres negras vendedoras de quitandas que tamb m atuaram na greve armada no mercado No dia 10 de outubro de 1885 o jornal O Mequetrefe publicou uma se qu ncia de quadros ilustrados semelhante a uma hist ria em quadrinhos retratando os conflitos da Pra a das Marinhas ver pg 137 No primeiro quadro vemos como era a pra a h poucos
208. o tratamentos de conserva o e restaura o dos bens culturais a respectiva documenta o de todos os procedimentos al m do estabelecimento de atividades referentes conserva o preventiva ainda da compet ncia do conservador restaurador Desenvolver programas de inspe o e a es de conserva o e restauro e Emitir pareceres t cnicos e dar assist ncia t cnica para a conserva o e restauro dos bens culturais O texto acima foi elaborado a partir dos C digos do International Council of Museums ICOM do American Institute of Conservation AIC do European Federation of Conservator Restorers Organizations ECCO e de DUVIVIER Edna May de A C digo de tica um enfoque preliminar in Boletim da Associa o Brasileira de Conservadores Restauradores de Bens Culturais ABRACOR Ano VIII N 1 Julho 1988 Rio de Janeiro RJ Brasil Dispon vel na ABRACOR por solicita o atrav s do Ce abracorQabracor com br An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 88 Realizar pesquisas sobre a conserva o e restauro materiais e m todos Desenvolver programas educacionais de treinamento e lecionar conserva o e restauro Disseminar informa o obtida atrav s do diagn stico tratamento ou pesquisa Promover conhecimento e maior entendimento sobre conserva o e restauro O conservador restaurador n o artista nem artes o um profissional de n vel superior que pode ser oriundo das
209. o Largo do Pa o para cereais legumes farinha e cebolas De acordo com An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 103 Ly No detalhe do Mappa archictetural da cidade do Rio de Janeiro 1874 por Jo o Rocha Fragoso v em se direita da Pra a D Pedro II atual Pra a Quinze de Novembro a Pra a do Mercado tamb m chamada de Mercado da Candel ria e a Pra a das Marinhas cen rio da greve de pequenos lavradores e quitandeiros contra a tentativa das autoridades e de um grupo de empres rios de ordenar e lucrar com o com rcio que ali ocorria h d cadas An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 104 o regulamento aprovado pela C mara Municipal em 1844 as cento e doze bancas e casas do pr dio da pra a podiam ser alugadas a cada semestre por pessoas livres e capazes 8 Na Pra a das Marinhas em frente doca cont gua ao mercado desembarcavam os g neros da ro a e o pescado que escravos e outros trabalhadores traziam em canoas de ganho saveiros faluas e barcos vindos das zonas suburbanas do Rio de Janeiro e das reas rurais de Niter i Os gritos dos negros que transportavam cestos de peixes beira mar faziam o norte americano Thomas Ewbank lembrar de disputas muito semelhantes travadas no rio N ger Lagos na regi o da atual Nig ria Bem pr ximo lavradores seus consignat rios negociantes e quitandeiras vendiam revendiam e compravam g neros de primeira necessidade como fruta
210. o Rio de Janeiro sob a rubrica La voura do munic pio localizei seis c dices com licen as manuscritas enviadas por lavradores C mara Municipal todas no m s de dezembro de 1885 Antes dessa data os registros eram bem esparsos A explica o simples At ent o a C mara s exigia dos comerciantes o pagamento de uma licen a anu al pelo aluguel da vaga em uma barraca ou num chap u de sol na Pra a das Marinhas Entretanto com a greve de outubro de 1885 os vereadores mais uma vez se viram diante da necessidade de ordenar e controlar os trabalhado res ali instalados Assim depois de encerrado o movimento grevista decidiram em sess o do dia 19 de novembro convidar os pequenos lavradores para que no prazo de 15 dias se inscrevessem por si ou seus representantes legalmente habilitados na Secretaria Municipal Junto a seus requerimentos deveriam ser anexados atestado da autoridade policial sobre identidade da pessoa declara o da ca pitania do porto sobre a embarca o destinada ao transporte do g nero e prova de propriedade ou de arrendamento do solo cultivado Se tivessem comiss rios ou consignat rios era necess rio incluir ainda uma procura o licen a do estabelecimento para dep sito dos g neros e certid o de licen a municipal para o neg cio Boa parte dos negociantes inscritos no final de 1885 j estava no cais das Marinhas desde pelo menos a d cada de 1870 Sendo assim essas licen a
211. o XIX Para Herzog a moderna cidadania nacional na Espanha e na Am rica espanhola adv m da cidadania local eram os cidad os dos lugares que por um processo de extens o e empr stimo deixaria marcas at o s culo XX O trabalho cobre regi es diversas tem sido bastante referido pela histo riografia portuguesa e j serviu a discuss es assemelhadas para o Peru entre fins do Vice Reinado e as primeiras d cadas da Rep blica A partir destas refer ncias pode se dizer que cidadania na sociedade colo nial da Am rica portuguesa significa prioritariamente a rela o entre o indi v duo e a comunidade local E como decorr ncia o pertencimento ou n o ao reino portugu s Neste sentido vale observar que em Portugal justamente entre meados do s culo XVIII e meados do s culo XIX que se assiste a uma valoriza o do conceito de cidad o simult neamente a uma deprecia o pol tica do conceito de vizinho confinado por fim esfera da vida local e depois vida privada Na Am rica portuguesa n o h evid ncias suficientes para indicar esse contraste Tenho por objetivo contribuir para uma defini o de cidadania que transcende o exerc cio de cargos na administra o sem deixar de reconhecer o Senado da C mara como a via principal para o acesso ao es tatuto de cidad o inclusive como espa o de nobilita o hierarquiza o dos colonos e participa o no governo pol tico do Imp rio A inten o extr
212. o comendador Ros rio ao saber do ocorrido ali se apresentou com uma escolta policial montada a cavalo e a p Mais tarde chegou o Dr Carij 3 delegado acompanhado de seu escriv o e do capit o Vieira todos permaneceram na pra a at adiantadas horas do dia Mas nada se deu S o mesmo o Sr Inoc ncio Correia da Silva subdelegado da freguesia de Itamby em S o Jo o de Itabora que indigna do falou s massas cobras e lagartos das barraquinhas Tanto discursou que o comendador Ros rio fez lhe ver a inconveni ncia Nem isso amainou sua l ngua que s estancou mesmo quando ele foi afinal levado para a 5 esta o Reconhecida sua inoc ncia logo foi posto em liberdade Mas a confus o j estava armada nas ruas e nas folhas impressas da corte Na edi o do Jornal do Commercio daquele 6 de outubro era poss vel ler a pe ti o que mais de cinquenta mercadores enviaram ao Minist rio do Imp rio apelando ao imperador d Pedro II No documento que trazia a assinatura O Povo alegavam que desde tempos imemoriais a Pra a das Marinhas era destinada ao gozo do p blico constituindo um logradouro onde se tinha lugar e se realizava a feira do mercado Lembravam que j n o lhes parecera regular o contrato de 1869 que tamb m privara o povo de um espa o p blico Contudo naquela poca acabaram relevando o ato da C mara j que os chalets traziam popula o e ao pequeno com rcio de car
213. o de Janeiro do s culo XVIII A Casa dos Vinte e Quatro mesmo no reino a julgar pela sua longa dura o e variadas normas que a regulavam n o tornaria poss vel uma a o e uma interven o dos of cios na municipalidade na defesa dos seus interesses como sonham os historiadores Ali s no trabalho de Langhans ainda hoje o estudo mais sistem tico sobre a organiza o dos mesteres em Portugal se reconhece que a busca de uma or g nica e das atividades das representa es populares era uma quest o de sua pesquisa A id ia era evidenciar o car ter institucional da antiga organiza o dos mesteres no duplo aspecto jur dico e pol tico a partir de variadas fontes da hist ria normativa das comunidades formando com colet neas anterio 17 O Novo Regimento para res uma hist ria das corpora es em Portuga Governo da Casa dos vinte e quatro fundado nos Alvar s e resolu es dos august ssimos Monarquas deste reino de Portugal amp ou seja um conjunto de An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 176 leis sistem ticas para a organiza o dos mesteres surgiria na passagem do s cu lo XVIII para o XIX fruto de um projeto que n o deve ter sa do do papel Na cidade do Rio o modelo acionado como argumento at onde sei pela Irmandade de S o Jos em 1744 para alcan ar a gra a de escolher os seus ju zes e pela Irmandade de S o Crispim em 1817 porque esperava se o estabelecimento da
214. o deixava de criar expectativas sobre seus direitos e sempre encontrava caminhos para reivindic los Quando se considerava ou se fa zia crer cumpridora de seus deveres a disposi o para luta se tornava ain da maior Como destaca Juliana Teixeira Souza na medida em que davam conta de suas obriga es esses trabalhadores urbanos desejavam que seus direitos fossem reconhecidos e resguardados pelos governantes Em muitos casos recorriam diretamente ao imperador a quem caberia zelar pela paz pela defesa e pelo proveito de todos os seus s ditos Em outros podiam mesmo lan ar m o de protestos mais organizados e combativos como acon teceu nos primeiros dias de outubro de 1885 A greve Tudo havia de fato come ado no dia 5 de outubro daquele ano com a inaugura o das novas barracas para venda de hortali as e legumes constru das na Pra a das Marinhas margem da doca do grande e movimentado Mercado da Candel ria em substitui o aos chap us de sol montados ali ao lado dos chalets erguidos no local em 18691 De acordo com os empres rios Bernardo de Oliveira Melo Vital Vaz do Esp rito Santo e Arthur Deod cio Nunes de Souza do cons rcio Oliveira amp C respons vel pelo arrendamento do terreno as 53 bancas com arma o de ferro e cobertura de lona imper me vel n o s abrigariam os pequenos lavradores e consumidores do sol e da chuva como promoveriam um grande melhoramento para a salubridade local e at par
215. o est minucio samente descrito no Relat rio do Diretor Anais da Biblioteca Nacional v 32 1910 p 765 17 ANDRADE Joaquim Mar al de Acondicionamento e guarda de acervos fotogr ficos Rio de Janeiro Funda o Biblioteca Nacional 2000 p 9 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 98 18 CHOAY 2006 p 156 19 Devemos fazer refer ncia aos te ricos contempor neos da restaura o como Paul Philippot e Salvador Vi as Mu oz 20 BRANDI 2004 p 30 21 OLIVEIRA 2008 p 118 9 22 Segundo Ant nio Houaiss c dice vem do latim codex grupo de folhas de pergaminho manuscritas unidas numa esp cie de livro por cadar os e ou cosedura e encaderna o 23 Segundo o livro Papel emo o e hist ria lan ado pela Associa o Brasileira T cnica de Celulose e Papel ABTCP S o Paulo 2001 marca d gua ou filigrana eram marcas de fabrica o e datas em que o papel era produzido e eram vistas atrav s de transpar ncia Seus desenhos eram relacionados a armas bras es familiares e s mbolos com o intuito de impedir imita es Eram bordados com fios de cobre sobre a malha de fios met licos tran ados 24 Este o novo padr o desenvolvido e baseado na American National Standard for Information Sciences Permanence of Paper for Printed Library Materials ANSI Z 39 48 1984 which was resived in 1992 The technical requirements match those of the American National Standard for Permanence of Paper for Pub
216. o no terceiro andar decorado com pain is de Rodolfo Amoedo 1857 1941 e Modesto Brocos 1852 1936 e no quarto andar onde se destacam dois pain is de Henrique Bernardelli 1857 1936 e ainda outros pain is assinados por Eliseu Visconti 1866 1944 Apesar da beleza arquitet nica e de sua grande hist ria em seu monu mental rico e nico acervo que a Biblioteca Nacional estabelece seu prest gio Este patrim nio generoso n o apenas em quantidade como nos revelam suas lotadas estantes de metal dos armaz ns de obras gerais e de peri dicos mas sobretudo em qualidade como por exemplo nas cole es de livros que comp em a se o de Obras Raras Ali encontramos a valiosa primeira edi o de Os Lus adas 1572 de Lu s de Cam es como tamb m a rara B blia de Mog ncia primeira obra impressa a conter informa es como data 1462 lugar de impress o e os nomes dos impressores os alem es Johann Fust e Peter Schoffer ex s cios de Gutemberg A se o de Manuscritos possuidora de uma preciosa cole o de docu mentos em sua grande maioria reportando aos epis dios da hist ria brasilei ra por m tamb m destacando rel quias estrangeiras como um volume em pergaminho do s culo XI com textos em grego sobre os quatro evangelhos A se o de Cartografia possui pe as de expressivo valor art stico e hist rico como por exemplo o mapa de Cl udio Ptolomeu 1486 que abrange o mun do conhecido no s culo XV Eur
217. obras em 5 764 volumes Al m de livros possui estampas e mapas Barbosa Machado reuniu preciosa cole o de folhetos raros relacionados com a historia de Portugal e do Brasil Parte de sua biblioteca encontra se tamb m na Biblioteca da Ajuda em Portugal e Cole o Conde da Barca ou Cole o Araujense Foi adquirida em leil o em 1819 dois anos ap s a morte de seu propriet rio Antonio de Ara jo de Azevedo o conde da Barca constitu da de 2 365 obras em 6 329 volumes em sua maior parte dos s culos XVII e XVIII Pertence a essa cole o o conjunto de estampas Le Grand Th tre de l Univers reunido em 125 grandes volumes An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 35 e Cole o De Angelis Foi adquirida em 1853 por Pedro de Angelis pol tico e bibli filo napolitano naturaliza do argentino Possui 1 717 obras em 2 747 volumes e 1 295 m ritos 7 747 volui SELAN aatos LVSIADAS de grande import ncia para a hist ria r EE NA da prov ncia jesu tica do Paraguai e das IN mo s quest es de limites na regi o do Prata E a COM PRIVILEGIO e Cole o Salvador de Mendon a Foi DE REAL doada por Salvador de Mendon a c nsul do Brasil em Nova York em NS Inpreffis emLisbos comlion ads Jantia Inquifi o es do Ordina 1884 Com 122 obras em 215 volu N rio em caja de Antonio G aluez Imprefjor mes sete manuscritos e numerosas estampas Destaca se no conjunto o material refere
218. ocesso de valoriza o sobretudo pela proximidade com o centro consumidor e o desenvolvimento do trans porte ferrovi rio o mesmo n o se verificou em S o Gon alo e Cordeiros Para acompanhar um pouco desse processo basta cotejar os valores dos alugu is cobrados em cada regi o Mesmo n o dispondo de informa es pre cisas sobre o tamanho dos terrenos arrendados sabemos que se tratava nos dois casos de ro as pequenas descritas como s tios peda os situa es ou datas Assim poss vel verificar por exemplo que em dezembro de 1885 o lavrador Manoel Alves Pacheco pagava 50 mil r is por um ano de arrendamento de s tio e larguezas nas terras da Fazenda do Engenho Peque no em S o Gon alo No mesmo per odo o portugu s Jo o Albino Machado desembolsava 52 mil r is por quatro meses de aluguel de um s tio na Penha em Inha ma Certamente os valores cobrados dependiam do tamanho e da localiza o das terras Ainda assim observamos que enquanto nas reas rurais de Niter i as taxas giravam em torno de 20 a 80 mil r is anuais na zona su burbana do Rio os roceiros pagavam por volta de 15 mil r is mensais Por outro lado nas duas regi es a escravid o encontrava se em franca deca d ncia Em princ pios do s culo XIX tanto os pequenos propriet rios como os chamados sem terra das freguesias de S o Gon alo e Cordeiros utili zavam o trabalho escravo nas suas unidades prod
219. ogeneidade funcionam como documen tos como provas materiais das vers es oficiais de uma hist ria nacional que constr i o mito de origem de uma na o e uma vers o da ocupa o do terri t rio visando o reconhecimento do poder atual Neste contexto na Fran a surge a figura do arquiteto Eug ne Emmanuel Viollet le Duc 1814 1879 frente de uma inspetoria de monumentos que selecionava os edif cios que a partir de seu estado de degrada o deveriam ser submetidos aos procedimentos de restaura o A filosofia nacionalista de Le Duc levou o ao encontro da arquitetura g tica por consider la a mais pr xima do verdadeiro estilo franc s deixando clara sua op o pelo estilo arquitet nico medieval Ent o suas restaura es em edif cios com pletamente degradados seguiam uma tend ncia de recupera o das formas primitivas mesmo que ao final da interven o o monumento apresentasse uma cara que ele nunca tivesse tido Este tipo de restaura o foi qualificado de estil stico ou interpretativo como o pr prio a nominava Com o passar do tempo este procedimento de restaura o foi tachado de falso hist rico Quase um s culo depois a contribui o de Viollet le Duc em geral se re duz a uma defini o c lebre de seu Dictionnaire Restaurar um edif cio An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 43 restitu lo a um estado completo que pode nunca ter existido num dado momento 8 Ao final do s culo XIX
220. onde os mesmos est o localizados s o submetidos a a es de limpeza a seco Assim esta etapa t cnica de higieniza o pode ser executada com o aux lio de um aspirador de p para a limpeza da obra como um todo principalmente o corte superior ou cabe a do livro local onde sempre se deposita toda a po eira em suspens o que existe dentro de uma rea de acervo Utiliza se tamb m a mesa de higieniza o e um pincel de pelos macios para a execu o do processo de varredura de todas as folhas e capas de um livro E ainda o p de borracha resultante da a o de ralar uma borracha pl s tica branca em um ralador de a o inox Esta a o ser efetivamente mais usada em documentos planos tais como gravuras impressas partituras mu sicais impressos etc Colocando se um punhado deste p de borracha sobre o documento e com movimentos leves e circulares partindo do centro para as bordas executa se a limpeza com o aux lio de uma boneca esp cie de chuma o feito com algod o e gaze Esta opera o poder ser repetida tan tas vezes quantas forem necess rias para a limpeza plena do documento importante ressaltar que todo o p de borracha deve ser muito bem retirado do documento com o uso de um pincel de pelos macios Todas estas a es devem ser executadas com a maior aten o e cuidado para n o causarem danos s obras A conserva o reparadora apresenta se como um elenco de procedimen tos t cnicos direcionados r
221. onhecido e entendido por todas as pessoas que tra balham pesquisam ou visitam a biblioteca O objetivo principal deve ser o fornecimento e o esclarecimento dos meios para reconhecermos prevenirmos e respondermos com precis o efetiva a todas as emerg ncias ou seja as si tua es cr ticas os acontecimentos perigosos ou fortuitos e os acidentes que porventura ocorram Deste modo a identifica o dos riscos que podem acontecer em uma bi blioteca deve ser tratada com grande aten o gerando possibilidades de reco nhecimento dos problemas das consequ ncias e da extens o dos danos que podem vir a atingir um determinado acervo Contudo para entendermos melhor os riscos fundamental conhecer mos a classifica o dos acidentes e ou desastres Desastres naturais s o aque les causados por fen menos naturais como tempestades tropicais raios Broca Catorama herbarium Chevr in Gorh Fig 10 Adulto Fig 11 Adulto em repouso vist dorsal Fig 12 Adulto em repouso de perfil Fig 6 Adulto Fig 7 Adulto em repouso vista dorsal Fig 13 Larva Fig Adulto em repouso de perfil Fig 9 Larva Segundo Faria 1919 Segundo Faria 1919 Sa 10 Broca Dorcatoma bibliophagum Magalh es Os insetos est o entre os principais destruidores de documentos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 58 Cupim ataque madeira e ao papel Oper ria Fie I Tra
222. onstru o para suportar o peso de toneladas de livros e estantes de metal com a inten o de proteger o acervo contra uma poss vel infesta o de insetos e contra sinistros O elegante pr dio foi constru do em estilo ecl tico no qual se mesclam elementos neocl ssicos e de art nouveau Suas instala es foram configuradas dentro de todas as exig ncias t cnicas da poca pisos de vidro nos seis andares que comp em os dois armaz ns de livros situados do lado esquerdo para os peri dicos e publica es seriadas e do lado direito para as cole es de obras gerais e com arma es e estantes de a o com capacidade para 400 mil volumes Amplos sal es de leitura e pes quisa e tubos pneum ticos conhecidos como monta carga para transporte de livros dos armaz ns para a sala de leitura Em setembro de 1909 iniciada a transfer ncia de todo o grande acervo da biblioteca da Rua do Passeio para o novo edif cio da Avenida Central tra balho que s foi conclu do em fevereiro do ano seguinte Dentre outros detalhes descrito que foram necess rios cerca de 1 132 viagens em um tipo de carro que foi adaptado para se transformar poten cialmente em um tipo de caminh o para o translado de um acervo de cerca de 400 mil livros entre os dois pr dios sabido que a mudan a foi t o bem planejada e executada que cada caixote de pe as era colocado diretamente nos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 do RR anc
223. ontra to ressarcidos Entre pequenos lavradores quitandeiras e pombeiros Uma r pida folheada pelas p ginas da imprensa n o revela muitos detalhes sobre os grevistas de 1885 nem tampouco sobre demais os trabalhadores da Pra a das Marinhas Ainda que vez ou outra seus nomes sejam mencionados An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 119 em geral eles s o referidos genericamente como pequenos lavradores mer cadores vendedores de hortali as e legumes roceiros ou quitandeiros Num primeiro olhar esses designativos parecem meros sin nimos que se repetem e alternam em notas editorais e coment rios de leitores sem um crit rio muito bem definido No jornal O Paiz de 9 de outubro de 1885 por exemplo s o chamados de vendedores de frutas e hortali as numa esp cie de editorial pu blicado na primeira p gina ao passo que no Notici rio da mesma edi o s o identificados como mercadores e lavradores Decerto que em muitos casos se trata mesmo de termos com significados id nticos como por exemplo as express es lavradores e roceiros Contudo um exame mais atento de ou tros registros impressos sobretudo quando comparados aos textos da impren sa e s imagens produzidas no per odo desvenda algumas nuances e diferen as entre essas categorias Vejamos de in cio o caso dos pequenos lavradores Consultando a documenta o sobre com rcio de g neros aliment cios guardada no Arquivo Geral da Cidade d
224. opa frica e sia e descreve o oceano ndico como um mar fechado seguindo a teoria ptolomaica de que ao sul do continente africano os oceanos n o estabeleciam qualquer liga o E tamb m o planisf rio de Sebastian M nster de 1552 a que pertence a obra Cosmographia universalis A se o de Iconografia guarda hoje cole es de gravuras da mais alta im port ncia como a de Albrecht Diirer 1471 1528 os desenhos italianos com pe as em sangu nea que v o do s culo XV ao XVIII as gravuras de An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 13 Jacques Callot 1592 1635 a grande cole o de Giovani Baptista Piranesi 1720 1778 Los Desastres de la Guerra de Don Francisco Goya 1746 1828 os estudos de Eliseu Visconti 1866 1944 e as aquarelas de Modesto Brocos 1852 1936 apenas para citar alguns autores tamb m consi derada uma esp cie de sala museu onde est concentrada a grande maio ria dos mobili rios originais existentes na biblioteca desde a poca de sua inaugura o Apesar das propor es de seu edif cio a Biblioteca Nacional viu se na con ting ncia de transferir parte de seu acervo para al m de seus pr prios limites O pr dio do Pal cio da Cultura na Rua da Imprensa no Centro da cidade abriga no terceiro andar a se o de M sica e Arquivo Sonoro uma das mais conhecidas cole es de discos partituras e obras sobre m sica no pa s No quarto andar encontra se a Biblioteca Euclides da Cunha B
225. or do 10 Regimento de Inha ma os inspetores do 3 e do 9 quarteir es da freguesia e ainda seu juiz de paz AGCRJ C dice 46 1 5 Lavoura do munic pio mercadores de pequena lavoura 1833 1872 p 48 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 157 119 AGCRJ C dice 61 2 25 Mercado da Candel ria 1881 1885 p 28 120 ACGRJ C dice 58 3 39 op cit folha 124 121 No Brasil do s culo XIX as primeiras formas de paralisa o do trabalho ficaram conhecidas como paredes 122 Jornal do Commercio 3 de maio de 1872 p 3 Di rio do Rio de Janeiro 3 de maio de 1872 Cf CRUZ Maria Cec lia Velasco Virando o jogo estivadores e carregadores no Rio de Janeiro da Primeira Rep blica Tese Doutorado USP S o Paulo 1998 p 268 FARIAS Juliana Barreto Descobrindo mapas dos minas alforrias trabalho urbano e identidades In FARIAS J B GOMES Fl vio dos S amp SOARES Carlos Eug nio No labirinto das na es africanos e identidades no Rio de Janeiro s culo XIX Rio de Janeiro Arquivo Nacional 2005 p 128 123 BATALHA Cl udio H M SILVA Fernando Teixeira da amp FORTES Alexandre orgs Culturas de classe identidade e diversidade na forma o do operariado Campinas Editora da Unicamp 2004 pp 12 15 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 Irm os por of cio e cidadania As irmandades de S o Jorge e S o Jos no Rio de Janeiro do s culo XVII Beatriz Cat o Cruz Santos Doutor
226. originalmente como carta ao jornal O Estado de S Paulo 1914 Na carta e no livro Monteiro Lobato celebrizou o caboclo que comparou ao sombrio urup de pau podre parasita que pro lifera nas rvores ocas matando as Surgia ent o o grande pregui oso Jeca Tatu o caboclo capiau barba rala p bichado camisa aberta pitando um cigarro de c coras vendo o mundo passar um matuto ing nuo de chap u de palha e com voca o para a pregui a cidad o exemplar da Botoc ndia como Lobato denominou ir nico o Brasil de ent o Estimulado pelo movi mento sanitarista Monteiro Lobato tomou conhecimento das condi es de vida e sa de do interior do Brasil e mudou sua concep o do caboclo Numa das reedi es dessa obra redimiu se no pref cio intitulado Explica o des necess ria pedindo perd o ao personagem que havia criado tudo pecado todo mundo sabe Para saber mais sob a gide da pesquisa dedicada e que se h de fazer de alguma forma de prazer vale ser leitor na Biblioteca Nacional An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 Esta obra foi composta em Adobe Garamond e impressa em papel Off set 90 g m na Editora Progressiva Minist rio ISSN 0100 1982 da Cultura
227. os dos propriet rios de barcos na regi o Tamb m havia tr s roceiros de Cordeiros um outro de Itabora que era consignat rio um da Ilha do Governador e um de Iraj Es ses dados v m mais uma vez confirmar que os pequenos propriet rios de em barca es que monopolizavam o transporte de mercadorias das reas rurais de Niter i para a corte estavam diretamente envolvidos na greve da pra a Por outro lado tamb m encontrei nos registros da imprensa uma lista com os nomes de 17 pequenos lavradores detidos nos largos do Pedregulho Benfica e Praia Pequena freguesias de Iraj e Inh uma no dia 11 de outubro de 1885 Levados para a Casa de Deten o n o ficariam nem cinco dias ali Embora o Arquivo do Estado do Rio de Janeiro guarde diversos volumes com as fichas de entrada de presos na Deten o justamente o per odo de outubro de 1885 n o consta da documenta o conservada Assim n o foi poss vel identificar em detalhes esse grupo de grevistas Por m cotejando a rela o de presos publicada no Di rio de Noticias com as licen as enviadas muni cipalidade em dezembro daquele ano localizei um nico lavrador o portu gu s Jos Maria Soares morador em Pilares em Inha ma e tamb m dono em sociedade com o conterr neo Jos Manoel Ribeiro da ter a parte de um bote Mesmo sem ter maiores informa es sobre outros lavradores grevistas dessas reas suburbanas do Rio consegui perceber a partir do notici ri
228. ove milh es de pe as traduz se como uma tarefa herc lea Bem sabemos que um planejamento de preven o e combate a sinistros ou seja um plano de emerg ncias bem estruturado conhecido e aceito por todos que trabalham e pesquisam na institui o pode ser um poderoso fator de press o e sensibiliza o para os dirigentes no sentido da capta o de recur sos para o seu financiamento Contudo de vital import ncia todo o apoio estrat gico e financeiro dis pensado pelo primeiro escal o da institui o ao chamado plano de emerg n cias que entre seus objetivos distingue a prote o da vida humana como fator de import ncia m xima A seguran a do pr dio do acervo e dos usu rios J adotamos como premissa b sica nesta nossa trajet ria discursiva que a conserva o preventiva tem como objetivo priorit rio assegurar que uma bi blioteca formada por seu edif cio e seu acervo permane a dispon vel s futu ras gera es Assim sempre ser melhor prevenir ou reduzir a priori os danos que possam ocorrer Neste sentido h aqueles que afirmam que a preven o melhor que a cura Guardadas as devidas propor es neste caso espec fico n o podemos deixar de reconhecer que o edif cio que abriga uma biblioteca se constitui na primeira linha de defesa contra os inimigos Contudo a compreens o sobre a grande import ncia e o cuidado que de vemos ter com o edif cio que abriga uma biblioteca n o novidade O arq
229. para um meio de alcan ar a salva o Para efeito da reflex o nas sociedades do An tigo Regime importante registrar que no medievo as atividades realizadas pelos mesteres passariam a ser legitimadas desde que associadas ao til e ao necess rio cidade O leque das profiss es l citas foi ampliado mantendo se uma hierarquia entre elas e atrelando as ao bem comum Naquele processo a Igreja Cat lica e as autoridades locais reconhecem a exist ncia das corpora es submetendo o governo econ mico dos of cios administra o da cidade Consequentemente as corpora es ou os of cios submetidos a regras de monop lio transformavam se em instrumentos p blicos e oficiais de fiscaliza o da forma o da m o de obra da qualidade e do pre o dos produtos do cumprimento das regras ou exig ncias para o exerc cio da profiss o Na express o feliz de Henri Pirenne elas tornaram se fiscais de si mesmas e do bem comum 3 O pre o do reconhecimento p blico foi a perda de controle da gest o do mercado mas elas conservam a sua autonomia interna e ainda fornecem um enquadramento social aos artes os Para que possamos melhor interpretar o conflito entre a Irmandade de S o Jos e a C mara na cidade do Rio de Janeiro considerando a recorr ncia da querela entre os oficiais mec nicos e a C mara sobre a autonomia dos pri meiros na elei o dos ju zes vale recorrer hist ria dos of cios em Portugal
230. para mandar imprimir suas opini es E os leitores n o queriam simplesmente esbo ar suas queixas ou aprecia es sobre determinados assuntos inten o era tamb m ser ouvido pelos representantes do poder constitu do e compartilhar sua forma de enca rar quest es pol ticas sociais e cotidianas com outras pessoas Durante a greve na pra a a se o despontou como um dos lugares mais apropriados para esse tipo de comunica o com um p blico mais amplo Em 9 de outubro por exemplo leitores que se identificavam simplesmente como Infelizes quitandeiros recorreram ao imperador d Pedro II para denun ciar dois escriv es um filho e um genro de vereadores que tinham interesses An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 112 no contrato das barraquinhas No a pedidos do Jornal do Commercio ques tionavam como poderiam obter justi a os infelizes que t m de pagar aos protegidos contratantes todo o lucro de sua pequena ind stria Al m disso como ficaria o povo desta cidade privado de um logradouro p blico que dado de presente a quem vai dele utilizar para enriquecer se esbulhando do local de seu comercio aos desgra ados que h o de sujeitar se a esse hedion do monop lio Na mesma p gina O Povo tamb m fazia seu protesto apontando os interesses de um genro de vereador e de um funcion rio da pol cia no escandaloso contrato que tanto tem irritado a opini o p blica 37 Revelava aind
231. pode emitir parecer ou falar em nome destas a n o ser quando para isto designado por vota o efetuada em reuni o da diretoria e ou inst ncias apropriadas de cada associa o e Caso surjam situa es n o mencionadas neste documento o conserva dor restaurador dever consultar se com as associa es representativas da categoria An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 94 BIBLIOGRAFIA BAEZ F Hist ria universal da destrui o de livros das t buas num ricas a Guerra do Iraque Rio de Janeiro Ediouro 2006 438p BOITO C Os restauradores 2 ed S o Paulo Ateli Editorial 2003 63p BOMENY H Tr s decretos e um minist rio a prop sito da educa o no Estado Novo In Pandolfi Dulce org Repensando o Estado Novo Rio de Janeiro Ed FGV 1999 p 137 166 BRANDI C Teoria da restaura o S o Paulo Ateli Ateli 2004 261p BURGI S Organiza o e preserva o de acervos fotogr ficos Rio de Janeiro Instituto Moreira Salles 2001 Dispon vel em lt http www ims com br gt Acesso em 06 out 2007 CADERNO T cnico Administra o de emerg ncia In Projeto de Conserva o Preventi va em Bibliotecas e Arquivos Rio de Janeiro Arquivo Nacional 1997 Dispon vel em www cpba net Acesso em 06 out 2007 CALLOL M V CARB M T V Uma mirada hacia la conservaci n preventiva del patrim nio cultural Universidade Polit cnica de Valencia Editorial UPV 248p CARVALHO C
232. queles que tamb m haviam sido diretamente afetados pelas rel s barracas Numa mesa de jantar um se nhor carrancudo come um beef sem salada o que nitidamente lhe parecia An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 138 insuport vel Logo ao lado duas negras quitandeiras uma delas equilibran do um tabuleiro cabe a e com um beb amarrado s costas entabulam a seguinte conversa Eh Eh gentel t vendo m ma Agola di qui nosso sic vai vive A presen a dessas vendedoras com os sinais diacr ticos caracter sticos das mulheres africanas como o uso de turbante pano da Costa e tabuleiro n o apenas um mero detalhe uma vez que al m de evidenciar a diversidade tnica e de g nero presente ali tamb m revela um outro olhar sobre aquele espa o social Se os grandes jornais da corte praticamente n o faziam refer ncias a es sas mulheres quando da movimenta o grevista e os registros do Mequetrefe pareciam exce es regra outros documentos iconogr ficos demonstram que quitandeiras e pequenos lavradores j marcavam as rela es de trabalho na Pra a das Marinhas desde pelo menos meados do s culo XIX Por volta de 1875 o fot grafo Marc Ferrez registrou vendedoras negras no interior do mercado nos seus arredores e no cais das Marinhas Tanto a mercadora da Pra a do Mercado como as outras quitandeiras fotografadas apresentam os sinais j evidenciados nos quadros d O Mequetrefe tur
233. quetrefe 20 de outubro de 1885 p 4 116 ACGRJ C dice 58 3 39 op cit folha 50 117 Derivada do termo quimbundo mpumbu a express o pombeiro designava no s culo XVI negros e mesti os escravos ou libertos e tamb m portugueses emiss rios de comerciantes europeus que se estabeleciam nos mercados litor neos da costa centro oci dental africana trazendo cativos e mercadorias de reas do interior de Angola Benguela ou Congo Mais tarde indicaria ainda os atravessadores e vendedores ambulantes de pei xe que atuavam em diferentes pontos da regi o Mas a palavra n o ficou restrita sua rea de origem generalizando se na frica portuguesa e ganhando o Brasil onde o com rcio se desenvolvia em condi es similares Ao atravessar o Atl ntico contudo iria adquirir ainda novos contornos De comerciantes do mato do contexto angolano transformar se iam no Rio de Janeiro do s culo XIX em mercadores avulsos Cf ZERON Carlos Alberto Pombeiros e tangosmaos intermedi rios do tr fico de escravos na frica Actes du Colloque Passeurs Culturels Mediadores Culturais Lagos Portugal 9 a 11 de outubro de 1997 Lisboa Funda o Callouste Gulbenkian 1998 RODRIGUES Jaime De costa a costa escravos marinheiros e intermedi rios do tr fico negreiro de Angola do Rio de Janeiro 1780 1860 S o Paulo Companhia das Letras 2005 pp 98 107 118 Entre os que assinaram os protestos encontramos o inspet
234. r CEAO UFBA 24 2000 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 145 CUNHA Ant nio Geraldo Dicion rio etimol gico da l ngua portuguesa 3 ed Rio de Janeiro Lexikon Editora Digital 2007 DARNTON Robert O beijo de Lamoureite m dia cultura e revolu o S o Paulo Com panhia das Letras 1990 EWBANK Thomas 4 vida no Brasil ou di rio de uma visita ao pa s do cacau e das pal meiras Rio de Janeiro Conquista 1973 FARIAS Juliana Barreto Jornalismo e pol tica a imprensa na greve de pequenos la vradores e quitandeiras das Pra a das Marinhas Rio de Janeiro d cada de 1880 In Anais do VI Congresso Nacional de Hist ria da M dia Niter i Maio 2008 FARIAS Juliana B Ardis da liberdade trabalho urbano alforrias e identidades In SOARES Mariza de Carvalho org Rotas atl nticas da di spora africana da Ba a do Benin ao Rio de Janeiro Niter i Eduff 2007 FARIAS Juliana B ARA JO C E GOMES Edos S amp SOARES C E L Cidades negras africanos crioulos e espa o urbano no Brasil escravista S o Paulo Alameda 2006 FARIAS Juliana B GOMES Fl vio e SOARES Carlos E L bano No labirinto das na es africanos e identidades no Rio de Janeiro s culo XIX Rio de Janeiro Arquivo Nacional 2005 FORTES Alexandre O direito a lei e a ordem Greves e mobiliza es gerais na Porto Alegre da primeira Rep blica In LARA Silvia H amp MENDON A Joseli Maria Nun
235. ra de escravos um total de seis em oito 75 cujos senhores eram identificados o nico funileiro identificado sustenta a loja aberta com o au x lio de um oficial mulato que tem Entre os oito marceneiros citados dois 25 eram mulatos forros 3 interessante fazer refer ncia ao caso de Francisco do Vale Viana testa menteiro de Jos Soares de Magalh es que administrava uma loja de latoeiro na rua dos Latoeiros atual Gon alves Dias no Rio de Janeiro Ap s o fale cimento do ltimo Francisco acusado pelo juiz escriv o do of cio e por outros cinco latoeiros de administrar a loja que era das maiores no ramo por cerca de um ano Nesta havia oficiais livres e escravos examinados e ap s a morte do propriet rio um administrador branco nomeado pelo Senado da C mara Fabricava estribos ferros de engomar campainhas de mesa cocos de cobre candeeiros do reino panelas de cobre e outras miudezas Em outras lojas do mesmo of cio no Rio faziam se tachos chocolateiras e palmat rias O caso vem a n s por interm dio dos autos em que se destacam a dura o a quantidade de registros e as motiva es do processo Este transcorre entre pelo menos 1783 e 1789 sendo transferido aos herdeiros do r u a mulher e An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 167 os filhos e suspenso por falta de procuradores dos r us que sustentassem o lit gio O processo revela a amea a representada por este liberto
236. rado a dra C lia Portela diretora executiva da Funda o Biblio teca Nacional que sempre prestigiou e incentivou todos os nossos trabalhos de preserva o desenvolvidos e exe cutados junto ao acervo da Biblioteca Nacional diretora do Centro de Processos T cnicos sra Liana Gomes Amadeo pela amizade e incentivos incessantes indispens veis para a realiza o do trabalho a professora dra Let cia Borges Nedel minha orientadora por sua generosidade paci ncia confian a valiosas cr ticas e su gest es a este trabalho professora dra Maria Luisa Soares minha co orientadora pelo seu profissionalismo e dedica o a todas as minhas quest es relativas ao campo da preserva o de bens culturais a todos os meus professores do curso de mestrado que com seus conhecimentos e dedica o delinearam o caminho para a cons tru o desse trabalho a todos os meus colegas do Centro de Conserva o e Encaderna o CCE do Laborat rio de Restaura o LR Coordenadoria de Preserva o que se envolveram e enriqueceram este trabalho com suas dicas e sugest es t cnicas de grande relev ncia ao Ant nio Carlos Oliveira musc logo climatologista MsC em Arquitetura UFRJ pelo grande trabalho ora em desenvolvimento a respeito da capta o controle e monitoramento da ambienta o no pr dio da Biblioteca Nacional ao estagi rio do Centro de Conserva o e Encaderna o CCE estudante de museologia da Unirio Guilherme Pimenta Pin
237. rado em Hist ria Social USP 1996 SEIDLER Carl Dez anos no Brasil Belo Horizonte S o Paulo Itatiaia Edusp 1984 SERLA Eneida Maria Mercadante Modos de ser em modos de ver ci ncia e est tica de africanos por viajantes europeus Rio de Janeiro ca 1808 1850 Tese de doutorado apresentada ao Departamento de Hist ria da Unicamp Campinas 2006 SILVA Eduardo Dom Ob II D frica o Pr ncipe do Povo Vida tempo e pensamento de um homem livre de cor S o Paulo Companhia das Letras 2001 SOARES Carlos Eug nio L bano A na o da mercancia condi o feminina e as afri canas da Costa da Mina 1835 1900 In FARIAS J B GOMES Fl vio S amp An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 148 SOARES C E No labirinto das na es africanos e identidades no Rio de Janeiro Rio de Janeiro Arquivo Nacional 2005 pp 193 247 Com rcio na o e g nero as negras minas quitandeiras no Rio de Janeiro 1835 1900 In FRAGOSO J MATTOS H M amp SILVA F C orgs Escritos sobre hist ria e educa o Rio de Janeiro Mauad Faperj 2001 pp 401 415 Zungu rumor de muitas vozes Rio de Janeiro Pr mio Arquivo Estadual 1998 SOARES Luiz Carlos Os escravos de ganho no Rio de Janeiro do s culo XIX Revista Brasileira de Hist ria n 16 1988 pp 107 142 SOARES Mariza de Carvalho Rotas atl nticas da di spora africana da Ba a do Benin ao Rio de Janeiro Niter i Eduff
238. ral A marca da exclus o por crit rios de pureza de sangue fica expressa em v rias passagens do mesmo discurso Por exemplo ele preconiza queles que aspiram a servir os Cargos da Irmandade para figurarem ombreando com os de superior qualidade digna de repulsa sua ousadia busquem alistar se na irmandade que lhes pr pria Em termos mais gerais o juiz formula que a decis o vem contribuindo para conservar o equil brio t o necess rio entre as diferentes hierarquias que comp em a ordem social sem ele se reduziria desordem e quebraria a Cadeia que prende esta grande M quina A despeito do car ter disperso das informa es sobre a Irmandade de S o Jos tomadas a partir dos casos localizados na documenta o da C mara evidencia se a recorr ncia do crit rio da cor no mundo dos of cios A singu laridade do ltimo caso narrado est na clareza cristalina com que o juiz de of cio elabora um parecer subscrito pelo conjunto da irmandade em que sugere a conserva o da ordem do Antigo Regime atrav s do emprego das no es de hierarquia e honra Neste ponto interessante demarcar que o juiz de of cio clama C mara por um castigo aos mulatos que ousam afrontar a sua honra de juiz e empregado p blico O juiz dos Of cios e a Casa dos Vinte e Quatro A irmandade de S o Jorge era uma institui o hier rquica dirigida por uma mesa composta por um juiz um escriv o um tesoureiro um procurador e
239. reja e do grande col gio existente no morro que j vinham sofren do fortes pilhagens desde a extin o da Companhia de Jesus e expuls o dos jesu tas do Brasil em 1759 por ordem expressa do marqu s de Pombal Os destro os do morro serviram como aterro margem da Ba a da Gua nabara na rea em frente ao pr dio que atualmente abriga o Museu Hist ri co Nacional onde viria acontecer a grande Exposi o Internacional de 1922 em comemora o ao centen rio da Independ ncia do Brasil Em conjunto com todas as argumenta es pol ticas da poca contra o morro havia aqueles que defendiam tamb m uma mentalidade sanitarista afirmando que o morro fora havia muito tempo classificado como um grande obst culo a ser vencido na busca do saneamento e do embelezamento da cidade do Rio de Janeiro A partir das grandes transforma es que se sucederam surge nos fundos da biblioteca a Rua M xico e com ela um novo bairro chamado Castelo com modernas ruas e in meros edif cios de grande import ncia para a vida pol tica social e administrativa da cidade Durante longos anos a Biblioteca viveu com suas janelas abertas para pro porcionar a ventila o de seus espa os internos Conta a hist ria que por muitos anos o homem tentou livrar se do calor utilizando gelo ventiladores e tantos outros m todos por m sem sucesso O ano de 1902 marcado como o da inven o do ar condicionado que definido tecnicamente como o proces so d
240. res da valora o cultural do pa s No transcurso dos fatos o SPHAN se fortalece como institui o brasileira sobretudo quan to resist ncia do interesse nacional s manobras interesseiras do governo Segundo Fonseca 2005 o imenso panorama da trajet ria hist rica sobre as a es de preserva o do patrim nio desenvolvidas no pa s pode ser melhor entendido atrav s de um quadro cronol gico com nfase em tr s momentos considerados marcantes no desenvolvimento e na evolu o dessa pol tica o primeiro dito her ico que se inicia nos anos 1930 com o anteprojeto da cria o do SPHAN e vai at 1967 com o t rmino da gest o de Rodrigo Melo Franco de Andrade o segundo chamado intermedi rio que se estende de 1967 a 1979 per odo em que o SPHAN luta por adaptar se s novas deman das pol ticas nacionais e internacionais interagindo com institui es federais que j atuavam no campo da preserva o e o terceiro momento dito mo derno que se refere ao per odo da gest o de Alo sio Magalh es 1979 1982 Uma breve hist ria do papel A inven o da escrita talvez tenha sido a conquista de maior significado da humanidade E o livro seu melhor ve culo a servi o da mem ria enquanto elemento vital para a constru o do conhecimento Mesmo nos dias atuais ainda dif cil imaginar em que momento esse constante ac mulo de saberes An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 47 nesta forma de livro venha a s
241. rifica o do pleno funcionamento dos p ra raios observar se existem telhas quebradas manter sempre limpas e desobstru das todas as calhas e drenos conferir se h vidros quebrados nas clarab ias verificar se a pintura das paredes se apresentam descascadas indicando a presen a de infiltra es e umidades checar se todas as janelas est o fechando perfeitamente e com seguran a e se existe alguma com vidros quebrados registrar se h presen a de fungos nas paredes identificar a presen a de baratas ou roedores no edif cio executar uma investiga o detalhada na rede el trica quanto ao seu bom uso se h sobrecargas se as condi es f sicas da fia o est o satisfat rias e se h o uso de benjamim nas tomadas el tricas verificar se as tubula es de gua est o em bom estado ou enferrujadas conferir se as portas de escape do edif cio est o em bom funcionamento observar se existem objetos mobili rios etc armazenados em locais que possam causar obstru es de locomo o no edif cio verificar se no entorno do pr dio as rvores est o bem tratadas e podadas e se o jardim est limpo e bem cuidado averiguar se o sistema de ilumina o ao redor do edif cio eficiente Quanto preven o de riscos de inc ndio existentes dentro do pr dio importante manter constantes vistorias e responder s seguintes perguntas Os extintores port teis de inc ndio s o em n mero suficiente para todas as r
242. rim nio cultural no Brasil uma trajet ria Bras lia Funda o Pr Mem ria 1980 196 p SPINELLI J NIOR J Conserva o de acervos bibliogr ficos e documentais Rio de Ja neiro FBN 1997 90 p Dispon vel em www bn br preservacao Acesso em 06 out 2007 90 p P ginas na Web http www bn br preservacao http www abracor com br novosite http www cecor eba ufmg br http www ifla org http www clir org http www iccrom org http www cac accr ca http www getty edu conservation http www casaruibarbosa com br http www escudoazul arquivonacional gov br http www bn br http www dimic bn br An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 97 NOTAS 1 O 29 de outubro de 1810 considerado a data oficial para a funda o da Biblioteca Nacional 2 Anais da Biblioteca Nacional v 101 p 123 44 1981 3 1982 p 95 4 2002 p 29 5 Trata se de um livro impresso nos primeiros tempos da imprensa com tipos m veis n o escrito m o A sua origem vem da expres o latina in cuna no ber o referindo se assim ao ber o da tipografia obras impressas entre 1455 data aproximada da publica o da Biblia de Gutenberg at 1500 Fonte http pt wikipedia org 6 Trigo 2004 p 12 idem 7 Anais da Biblioteca Nacional v XI 1883 84 8 Rio de Janeiro Biblioteca Nacional Officina Tipogr fica Calcogr fica e Liter ria do Arco do Cego Lisboa Estampas Not cia Hist rica por Lygia Cu
243. rimeiro concurso p blico para o cargo de bibliotec rio destacando se o grande historiador Capistrano de Abreu Em sua gest o ocor reram feitos memor veis como o in cio da publica o dos Anais da Biblioteca Nacional do famoso Cat logo da Exposi o de Hist ria do Brasil do Cat logo da Exposi o Camoniana por ocasi o do tricenten rio do grande poeta lusi tano entre outros Com o passar do tempo a Biblioteca manteve sua for a de guardi da hist ria somando ao seu grande acervo a maior e talvez a mais completa cole o de documentos originais existentes sobre a rep blica e a escravid o Ao findar o m s de julho de 1900 Manuel C cero Peregrino da Silva foi nomeado para o cargo de diretor da Biblioteca Nacional Exerceu com breves intervalos sua gest o por longos 24 anos O acervo da biblioteca crescia em progress o geom trica e o novo diretor j sentia o quanto o pr dio da Rua do Passeio n o mais suportava o montante do acervo Teve in cio uma s rie de moderniza es no andamento adminis trativo dos neg cios da biblioteca quando foi institu da a distribui o de An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 23 Oficina tipogr fica no primeiro andar da Biblioteca Nacional foi inaugurada em 1903 ainda na rua do Passeio e depois transferida para o novo pr dio da avenida Central Oficina de encaderna o tamb m inaugurada em 1903 no pr dio da Biblioteca Nacional na rua do Passeio e transferid
244. rio de terras e um porto na Fazenda do Porto do Gradim de propriedade de dona Maria Gertrudez Maria da Concei o Flores pelos quais pagava um conto e 800 mil r is em 1884 Dono de uma falua registrada na Capitania contava com 4 encarregados que vendiam os produtos de sua lavoura na cidade do Rio e ainda levava os de outros 26 lavradores TABELA 3 Propriet rios de embarca es em S o Gon alo e n mero de lavradores que levavam produtos em cada uma delas 1885 Embarca o Propriet rios Lavradores Falua de Maria Margarida Desmarest 72 42 5 Falua de Deolindo Jos de Sena 26 15 5 Barco de Jos Pinto da Rocha 22 13 Falua de Jos Teixeira da Silva e Antonio Pe 18 11 reira da Rosa Falua de Manoel Corr a Torres 12 7 2 Falua de Antonio Rodrigues Costa 7 4 2 Barco de Joaquim Pereira Lima Guimar es e 5 3 Luis Carr Ribeiro Lancha de Manoel de Macedo Abreu 2 1 2 Catraia de Jo o Domingues da Silva 1 0 6 Falua de Antonio Rodrigues Bastos 1 0 6 Falua de Jo o Silveira Gomes amp Cia 1 0 6 Lancha de Jo o Domingos da Silva 1 0 6 168 100 Fontes AGCRJ C dices Lavoura do munic pio 46 1 7 46 1 9 46 1 10 46 1 11 46 1 12 e 46 1 13 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 126 Como observamos na Tabela 3 o transporte dos g neros dos 168 lavra dores de S o Gon alo e de Cordeiros registrados na C mara em 1885 estava basicamente nas m os de cinco propriet rios de embarca
245. rno imperial acusados de n o defender os direitos do povo 3 Assim poder amos dizer parafraseando Elias Thom Saliba que formas t picas de representa o do c mico como jogos de contrastes deslo camentos de significados liga o entre o formal e o informal tr nsito entre o prescrito e o vivido invers o da dimens o espa o temporal mostraram se como recursos bem apropriados para retratar o movimento grevista de outu bro de 1885 Entretanto essa foi apenas uma das formas de representa o acionadas por 35 os jornais publicavam cr ticas jornalistas e leitores Como verdadeiras arenas inflamadas aos empres rios do cons rcio Oliveira amp C C mara Municipal e a seus vereadores ao mesmo tempo em que abriam espa o para os pr prios empres rios e pol ticos esbo arem suas queixas e justificativas Sem contar ainda a popula o da cidade do Rio e os pequenos lavradores que diariamen te apareciam nas p ginas de publica es a pedidos Presente em quase todos os di rios essa se o era constantemente utilizada pelos leitores para publicar qualquer tipo de assunto ou coment rio de seu interesse desde agradecimen tos pedidos de desculpas e textos po ticos at desforras e cobran as de pro vid ncias s autoridades municipais e imperiais Atuando como um espa o mais democr tico abrigava tanto o ponto de vista do empres rio como o do quitandeiro desde que se dispusesse de alguns r is
246. ro 127 128 s culo XVIII Sem abandonar totalmente a produ o a ucareira j nessa po ca os engenhos da regi o diversificaram seus cultivos como uma forma de su perar a crise que atingiu as exporta es do a car e suprir a crescente demanda de alimentos na capital E os grandes propriet rios dessas regi es j promoviam nesse per odo o arrendamento de suas terras a pequenos lavradores medida que crescia o fornecimento de mantimentos e outros produtos aos mercados da corte novas fazendas iam sendo retalhadas e os escravos substitu dos por trabalhadores li vres Nas primeiras d cadas do s culo XIX o Engenho de Dentro o Engenho da Pedra e o do Cap o do Bispo por exemplo estavam divididos em parcelas alugadas a pequenos agricultores Assim como em Niter i esse recurso surgia como op o para boa parte dos senhores de engenho que num contexto de crise conseguiam manter suas propriedades e rendas sem ter que realizar maiores investimentos de capital E por estarem muito pr ximos dos portos da capital carioca e de seu crescente mercado consumidor tornavam se donos de terras cada vez mais valorizadas na zona rural Pelas mesmas raz es os arrendat rios locais tamb m desfrutavam de posi o privilegiada sobretudo quando comparados a seus concorrentes nas reas rurais mais distantes do centro urbano Em 1858 com a instala o da ferrovia D Pedro II cruzando terras em Cascadura Engenho de Dentro
247. ros e documentos em car ter de emerg ncia E assim poderemos eliminar ou minimizar um s rio elemento que se faz presente em todos n s nestas horas o p nico A partir da surgem as quest es b sicas O que vamos fazer em primeiro lugar Com que equipamentos Como vamos nos proteger Que tipos de materiais vamos usar para isto Em primeiro lugar o chefe ou respons vel pela rea onde acontecer o de sastre dever fazer uma chamada de pedido de socorro imediato ao chefe da equipe dos agentes de manuten o e administra o ao chefe da equipe da brigada de inc ndio ao chefe da equipe de conservadores e restauradores e ao chefe da equipe de guardas cujos nomes e telefones constam da lista que foi An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 79 preparada e divulgada anteriormente na institui o e dever estar afixada em local de f cil acesso em todas as reas da institui o Caso o desastre seja um princ pio de inc ndio vale lembrar que no caso da Biblioteca h um ou dois funcion rios em todas as reas de acervos e de mais que fazem parte da equipe da brigada volunt ria de inc ndio e que s o pessoas treinadas e preparadas para utilizarem o extintor port til contra fogo em casos de emerg ncias at a chegada do corpo de bombeiros Este tipo de atitude preventiva com o apoio dos funcion rios deve ser um exemplo a ser seguido Caso o desastre seja uma inunda o ou qualquer outro motivo que leve o acervo a ser
248. roverbes de Berlot Chapuit Paris 1858 destinado educa o das crian as Cole o D Thereza Christina Maria LA EMBIDIA CAUSA INF NITOS MALES Ta foy quien fomenta el feifna Que tlefirnye vos Mortales Quien Vida y Honras abifma Madre univerfal de males Y enemiga de mi mifma Porque del bien ageno 3 Hago ponzo a y vivo del venena A inveja segundo o Theatro moral de la vida humana de Otto van Veen 1701 famoso livro de emblemas apresentada na forma de uma mulher repugnante envolta em trapos com os seios fl cidos e a cabe a aureolada por v boras silvantes ao seu lado um c o o guia na noite de sua morte no caso da inveja a quotidiana morte em vida Gravura de Th odore de Bry para Narratio regionum indicarum per hispanos de Bartolomeu de las Casas 1598 a ira do conquistador espanhol Fernando Soto 1496 1542 representada pela imagem do aventureiro criminoso cuja crueldade com os ind genas beirava o indescrit vel Cole o Real Biblioteca 193 referem dizendo no meu tempo n o era assim Um exemplo desses tempos sem inoc ncia a s rie de folhetos Bibliotheca de Cuspidos estimulantes con tos com gravuras do natural publicada anonimamente nos idos de 1910 com t tulos como Consolo de vi va Laurinha e Bibi e O caixeiro bonito com fotos impressas em tima resolu o Outro exemplo a Cole o Verde da Impren sa Moderna publicada
249. rremotos maremotos ciclones tempestades tropicais etc acidentes inc ndios etc os agentes biol gicos como a tra a a broca e outros insetos mudan as culturais extin o de uma l ngua modifica o de uma moda liter ria e os pr prios materiais com os quais se fabricou o livro a presen a de cidos no papel de s culo XIX est destruindo milh es de obras dif cil conviver com estas quest es mas o certo que neste momento quando voc l estas linhas pelo menos um livro est desaparecendo para sempre Assim sendo a seguran a toma propor es totais em uma biblioteca abrangendo completamente o pr dio que a abriga a rea f sica ao seu redor o acervo as diversas formas de acesso os funcion rios os usu rios e os adminis tradores Ela tamb m determina a es precisas e pontuais que ir o possibilitar An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 57 Livro cortado com estilete por usu rio no sal o de leitura da Se o de Obras Gerais desempenhos t cnicos e adequados perman ncia de uma trajet ria tranquila e sadia para todos na biblioteca A avalia o de riscos H um consenso entre os profissionais que trabalham em bibliotecas de que na maioria dos casos os chamados riscos de acidentes e desastres po dem ser minimizados reduzidos ou totalmente eliminados se a institui o tiver um programa de emerg ncias amplo devendo ao mesmo tempo ser espec fico e sistem tico c
250. s apresentam se como as melhores fontes para conhecer os trabalhadores do pequeno com rcio de g neros aliment cios ocupados naquela rea do grande Mercado da Candel ria Os pedidos por escrito inclu am informa es sobre os locais de resid ncia e lavoura o tipo de transporte utilizado para condu zir os produtos nomes de encarregados e em alguns poucos casos informa es como nacionalidade estado civil e idade do comerciante Seguindo as An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 120 recomenda es da C mara os lavradores ainda apresentavam atestados de inspetores de quarteir o procura es e documentos comprovando seu of cio e o lugar de resid ncia como escrituras de compra e venda de propriedade ou recibos de arrendamento de terrenos Embora os vendedores quase sempre en caminhassem solicita es individuais havia aqueles que optavam por faz las em conjunto Como os portugueses Victorino Gon alves Cabral e Jos Lucas de Almeida arrendat rios de um s tio na Estrada de Br s de Pina na freguesia de Iraj que no dia 21 de dezembro de 1885 pediram C mara para serem registrados como lavradores da pra a Nos seis volumes de manuscritos identifiquei requerimentos de 315 lavra dores dos quais apenas tr s n o indicavam o endere o de suas ro as Na Tabe la 1 podemos acompanhar seus locais de resid ncia e lavoura Os moradores do munic pio de Niter i constitu am uma maioria totalizando 187 comer ci
251. s exceptuado o 3 installados no interior de arm rios de ma deira um esguincho de bronze e mangueiras que podem alcan ar qualquer ponto do edif cio Servem ao 3 andar e a coberta o registro e as mangueiras do 2 A Bibliotheca est assim dotada de um modesto servi o de extin o de inc ndio preparada para acudir no primeiro momento com uma provi d ncia salvadora ou pelo menos para reduzir as propor es do desastre Outro grande feito seu foi a instala o de uma central de telefones com dez linhas para facilitar a comunica o entre os diferentes pontos do estabele cimento e entre este e a casa do dep sito Contudo todas as benfeitorias im plementadas por C cero n o arrefecem o desejo de mudan a crescente a cada momento pelo gigantismo do acervo abrigado neste j acanhado pr dio Neste momento a cidade do Rio de Janeiro assistia gigantesca refor ma imposta pelo prefeito Pereira Passos enquanto por outro lado Oswaldo Cruz debelava a febre amarela em toda a cidade O desejo do diretor claro projetar a Biblioteca nesta modernidade urbana e social que se estabelecia na cidade Nestas condi es lancei as vistas para a Avenida Central onde havia dispon vel um grande terreno bem situado e que poderia ser cedido pelo Mi nist rio da Ind stria independente de indemniza o Ent o em 1907 Manuel C cero ausenta se do pa s por oito meses ini ciando uma longa viagem pela Europa e pelos Estados Uni
252. s igrejas castelos e monumentos pela a o de inc ndios Por toda a gama de motivos e apenas para citarmos um a destrui o pelo fogo da biblioteca e do arquivo nacionais do Iraque durante esta guerra midi tica em curso nos dias atuais causando a destrui o de ma nuscritos raros da P rsia antiga e muito mais Em nosso caso ante esta terr vel amea a adotamos atitudes mais pragm ticas de preven o e partimos para a convoca o de volunt rios nas se es de guarda de acervos e em outros segmentos da casa com o intuito de formar o que convencionamos chamar brigada de inc ndio volunt ria da biblioteca Todos os setores apresentaram seus candidatos e a partir da formalizamos uma grande programa o de treinamentos para manuseio de extintores port teis contra fogo e t cnicas de primeiros socorros A Biblioteca Nacional con tratou os servi os do especialista e perito de inc ndio e explos o Gil Kempers capit o do Corpo de Bombeiros da cidade do Rio de Janeiro para assumir a responsabilidade pelos treinamentos como tamb m para proferir palestras sobre o assunto e dar toda assist ncia necess ria implanta o das rotinas da brigada no edif cio da biblioteca No momento estamos nos preparando para executarmos um grande exerc cio de preven o de inc ndios que o da evacua o total de todo o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 75 contingente de funcion rios que trabalha no pr dio da Bib
253. s o a documenta o relativa ao requerimento e confirma o do regulamento indica que a C mara com o apoio do Conselho Ultramarino do procurador da Fazenda e do procurador da Coroa teria conseguido a altera o destas re gras Nos termos do documento de aprova o subscrito pelos conselheiros a elei o de ju zes dos of cios mec nicos toca aos oficiais da C mara E se n o deve a Confraria intrometer A mensagem clara e repetida no texto reduz a autoridade da irmandade na cidade do Rio tornando se condi o para a confirma o do compromisso Mas deixa evidente uma tens o entre a irman dade e a C mara pois esta nega a autonomia da primeira nesta mat ria N o temos not cias sobre como os ju zes fariam uso de sua posi o todavia vale mencionar que no compromisso posterior de 1791 reafirma se a proposta dos irm os situa o que emerge na Irmandade de S o Jos em 1744 ainda mais eloquente A raz o similar a faculdade de eleger os ju zes de of cio na mesa mas ainda que por registros indiretos temos a possibilidade de auscultar o discurso das partes reconhecendo que o argumento do bom governo e ou bom regime onipresente Ou seja ele evocado pelos irm os de S o Jos pelos vereadores pelo ouvidor geral do Rio de Janeiro e pelos membros do Conselho Ultramarino ao longo do processo Ainda que os argumentos de cada um dos agentes sejam interessantes darei prioridade aos do
254. s ovos legumes e cereais sem o menor abrigo apenas algumas peque nas barracas volantes ou algum chap u de sol Segundo o fiscal nomeado para a Comiss o de Licen as alvar s mercados p blicos e Pra a do Mercado da C mara Municipal J Pereira Rego cada toldo ou chap u de sol montado na Pra a das Marinhas deveria pagar uma licen a anual de 100 000 Entre tanto ao fazer uma vistoria no local em 23 de fevereiro de 1865 constatou que muitos vendiam sem qualquer autoriza o Pela rela o da Secret ria mu nicipal somente 35 toldos estariam licenciados Contudo naquela visita ele anotou 49 armados os quais e talvez ainda mais j ali existem desde o ano passado 1 Talvez por isso numa tentativa de reordenar aquele espa o quando a pra a foi arrendada ao comendador Antonio Jos da Silva em 1869 tr s chalets abertos foram constru dos nas marinhas divididos em barracas com com r cio destinado alimenta o desta capital Para ocup las era necess rio solicitar uma licen a e pagar uma taxa anual C mara Ainda assim lavrado res ou roceiros que quisessem continuar como antigamente a venda de seus produtos podiam se instalar no espa o livre reservado para eles nos arredo res do chalet erguido perto do Trapiche Maxwell sem nus algum de loca o ou qualquer outro Mas essa nova reorganiza o pareceu desagradar alguns trabalhadores ali instalados Em 23 de abri
255. s bibliotecas poder o ser classificadas como risco cont nuo na medida em que sua extin o total na maioria das vezes est condicionada a interven es arquitet nicas e a es or ament rias que grosso modo exigem algum tempo para serem executadas podendo con figurar como potenciais amea as ao acervo A identifica o dos agentes de deteriora o e a classifica o dos riscos de vem ser a es desenvolvidas com aten o e precis o como tamb m descritas em relat rios e registradas por meio de fotografias Esses agentes podem e devem ser examinados quanto a duas grandes categorias que os relacionam Os riscos externos ou seja aqueles que est o relacionados aos fen menos na turais como as condi es meteorol gicas a polui o atmosf rica a situa o geogr fica e social da rea urbana e do entorno onde est localizado o edif cio da biblioteca e os riscos internos ou seja os que s o origin rios de falhas nas condi es estruturais e arquitet nicas do edif cio instala es el tricas e de g s materiais inflam veis canaliza es de gua instala es sanit rias labora t rios cozinhas vigil ncia sobre os visitantes usu rios e funcion rios como tamb m sobre todos os objetos que entram e saem do edif cio Todos esses itens isolados e ou em conjunto traduzem em maior ou em menor grau a vulnerabilidade a que est o sujeitos os acervos das bibliotecas o edif cio que os abriga como tamb m
256. s do desenvolvimento social cultural econ mico e pol tico da sociedade brasileira Capa e p gina da B blia de Mog ncia nome como ficou conhecida a B blia impressa em 1462 por dois s cios de Gutenberg Em dois volumes seu valor inestim vel Livro de Horas do s culo XIV feito especialmente pelo artista italiano Spinello Spinelli para o rei de Portugal d Fernando I An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 41 Tamb m merecem lembran a as hist ricas cole es de incun bulos que comp em a grande cole o de livros raros que v m formar o importante acer vo mem ria da Biblioteca Nacional E por fim citamos a preciosa cole o dos chamados Livros de horas renascentistas livros para ora es que com p em o acervo de manuscritos raros Vieram tamb m com a Fam lia Real e faziam parte da Biblioteca do Infantado assim chamada porque seus livros serviam para a leitura dos pr ncipes filhos dos reis PARTE 2 A preserva o Referencial Hist rico preserva o a conserva o e a restaura o de bens culturais o tema do conhecimento que mais atrai a aten o dos te ricos da cultura em quest es sobre o patrim nio hist rico cultural e art stico em nossa sociedade O campo da preserva o constantemente alvo de um engrandecimento no sentido de que seus objetivos s o os mais ampliados e discutidos em re la o ao patrim nio cultural ao interesse dos indiv
257. s e a alian a entre a irmandade e a c mara posta em quest o No compromisso de S o Jorge 1757 evidencia se a preocupa o dos ir m os em garantir a ordem da elei o e evitar as perturba es O assunto t o repetido que pode se supor a desordem j se fazia presente Nesse sentido o trabalho do juiz tamb m o de lidar com o irm o perturbador fazendo um corpo com o escriv o tesoureiro procurador e os doze irm os da mesa ou seja contribuindo para a unidade da corpora o Nas elei es o juiz era o nico com poder de intervir no voto de um mes rio Segundo o compro misso o votar era livre conforme a consci ncia mas quando lhe pare a que alguns votam com equivoca o ou menos raz o poder propor lhe o que lhe parecer que justo para os trazer ao que for O seu poder est em mover o irm o equivocado fazendo uso de persuas o O regulamento sobrep e os crit rios da justi a raz o e utilidade encar nados no juiz representante da corpora o s teimas e caprichos imperti nentes dos indiv duos que n o se disp em a mudar de posi o A leitura do cap tulo que regulamenta as obriga es dos irm os da mesa aponta para uma minuciosa tentativa do discurso em controlar o coro de vozes no interior da irmandade O irm o perturbador deveria se subordinar para se reintegrar corpora o Caso n o o fizesse ap s algumas advert ncias seria expulso r
258. s e mobili rios de armazenamento de cole es raras e preciosas na dire o de locais mais adequados como tamb m devemos adotar a instala o de filtros contra raios ultravioletas nas grandes janelas de vidro das reas de acervo com maior insola o no pr dio da biblioteca Vale a pena observar a sequ ncia de tr s gr ficos denominados carta so lar oriundos do software Solar da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC nos quais s o apresentadas as faixas de insola o durante o ver o e o inverno Elas revelam um teor de ilumina o m dia no pr dio da Biblioteca durante a manh pr xima s janelas e durante a tarde uma ilumina o por reflex o nunca perdendo de vista nosso objetivo de assegurar melhorias e maior conforto nos locais onde tamb m trabalhem t cnicos e bibliotec rios Segue se um conjunto de plantas arquitet nicas dos cinco andares do edif cio com o estudo sobre as reas de insola o e as localiza es de todos os segmen tos que comp em a biblioteca Hoje podemos a partir da coleta de dados no Instituto Nacional de Mete orologia Inmet apresentar um panorama gr fico de normas climatol gicas referente aos per odos de 1931 60 e de 1961 90 sobre temperatura m dia e umidade relativa na cidade do Rio de Janeiro como amostragem para a ne cessidade de refrigera o demonstrando que no per odo de 1931 at 1961 a temperatura e a umidade da cidade eram menores que no per odo de 1961 at 1990 v
259. s entre 2007 e 2008 pela Divis o de Obras Raras da Biblioteca Nacional o texto trata das diversas representa es icono gr ficas e textuais dos sete pecados capitais soberba avareza inveja ira lux ria gula e pregui a encontradas no acervo da institui o seja em obras cl ssicas dos s culos XV ao XX seja em t tulos nacionais populares como a cole o Bibliotheca de Cuspidos ou cl ssicos como Urup s de Monteiro Lobato Palavras chave Obras raras Exposi o Igreja Cat lica Pecados capitais Abstract As a result of a series of short exhibitions presented between 2007 and 2008 by the Rare Collection Division from the National Library of Brazil the present text covers several iconographic and textual representations of the capital sins pride avarice envy wrath lust gluttony and sloth found in the institution s collections either on classic works from the 15 to the 20 centuries such as Urup s from Monteiro Lobato or on popular national titles such as those included in Bibliotheca de Cuspidos Key words Rare collection Exhibition Catholic Church Capital sins ntre 2007 e 2008 a Divis o de Obras Raras da Funda o Biblioteca Na cional mostrou a representa o crist dos pecados capitais por meio de uma s rie de pequenas exposi es de itens de seu acervo sobre o tema Antes de tudo um ato pessoal o pecado sempre foi objeto do interesse e do cometimento humano Segundo Santo Agosti
260. s mais usuais de luta dos trabalhadores cariocas Decerto que parali sa es do trabalho j ocorriam na corte desde pelo menos meados do s culo XIX envolvendo at mesmo escravos Em 1857 os cativos que trabalhavam na F brica da Ponta D Areia um dos maiores estabelecimentos da cidade de propriedade do visconde de Mau se recusaram a prosseguir com suas ativi dades No ano seguinte foi a vez dos tip grafos pararem nas tr s folhas di rias da corte naquela que j foi considerada a primeira greve do Rio de Janeiro talvez do Brasil Podemos citar ainda a luta dos caixeiros contra a abertura do com rcio aos domingos em 1866 e a greve dos cocheiros da Botanical Garden Rail Road em 1873 que exigiam a readmiss o de companheiros demitidos Contudo como destaca o historiador Marcelo Badar foi s a partir do final do s culo XIX que as greves se generalizaram no Rio assumindo contornos de principal instrumento de classe Na greve da Pra a das Marinhas um grupo de mais de cem quitandeiros e pequenos agricultores das zonas suburbanas do munic pio do Rio das fregue sias rurais de Niter i e de reas mais afastadas da capital carioca tanto mediu for as com empres rios e vereadores quanto conseguiu redefinir as formas de press o aceit veis na defesa de seus interesses Mas quem eram exatamente es ses trabalhadores Que interesses os uniam ou mesmo dividiam alguns deles Como os protestos foram organizados naqueles dias
261. s rurais a sub rbio Inha ma e Iraj no munic pio do Rio de Janeiro Tese de Doutorado em Hist ria Social USP 1996 p 155 157 81 De acordo com Joaquim Justino Santos a nova fun o da freguesia de Inha ma como rea residencial para as classes trabalhadoras empregadas na cidade ent o incor porada vida de Inha ma encontrava se em seu est gio mais preliminar Tanto o ritmo como a propor o em que o fato ocorreu na regi o entre os anos de 1870 e 1890 se deram em um grau bastante reduzido em rela o ao acelerado processo de ocupa o urbana e ao enorme crescimento da popula o trabalhadora que se verificou nas tr s d cadas seguintes SANTOS op cit p 237 82 AGCRJ C dice 46 1 9 Lavoura do munic pio pedidos de v rios lavradores sobre a venda de produtos de sua terra 21 a 31 de dezembro de 1885 83 SANTOS Op cit p 95 84 SANTOS Op cit p 102 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 154 85 GERSON Brasil Hist ria das ruas do Rio de Janeiro 5 ed Rio de Janeiro Lacerda amp Editores 2000 pp 366 367 86 AGCRJ C dice 46 1 9 op cit pp 224 25 243 46 253 54 87 Cf AGCRJ C dice 46 1 7 op cit pp 73 75 C dice 46 1 9 op cit pp 229 231 88 MOTTA Op cit pp 94 165 167 89 SANTOS Op cit p 194 90 A autora baseia se nos Relat rios dos Minist rios dos Neg cios do Imp rio apresentados 24 e 3 sess o da 14 Legislatura pelo Minis
262. serva o e as raz es e meios da restaura o O conservador restaurador quando solicitado deve prestar esclarecimen tos e dar conselhos queles que forem v timas de pr ticas negligentes ilegais ou anti ticas salvaguardando a honorabilidade da profiss o Fazer expertise ou autentica o remunerada n o considerada atividade apropriada ou tica para um conservador restaurador embora seu trabalho de exame e restaura o de uma obra o tornem habilitado a contribuir para o conhecimento de sua hist ria e autenticidade Propaganda feita atrav s de jornais revistas etc n o conden vel des de que n o envolva compara o de habilidades ou pre os com outros profissionais 5 Rela o com colegas e com a profiss o O conservador restaurador deve manter um esp rito de respeito aos colegas e profiss o O conservador restaurador deve dentro dos limites do seu conhecimento compet ncia tempo e meios t cnicos participar da forma o de estagi rios e assistentes Os direitos e objetivos do instrutor e do aprendiz devem ser claramente estabelecidos por ambos que firmar o um acordo formal do qual constar o itens como remunera o dura o do treinamento e re as de abrang ncia do mesmo Do certificado a ser emitido devem constar nome da institui o e do respons vel pelo curso ou est gio conte do do aprendizado e carga hor ria O conservador restaurador respons vel pela supervis o do trabalho
263. sidade Federal do Rio de Janeiro O acervo continuou a crescer em progress o geom trica e as negocia es para a constru o de uma nova sede ficaram na ordem do dia Neste momento a cidade do Rio de Janeiro assistia gigantesca reforma imposta pelo prefeito Francisco Pereira Passos 1902 1906 Com esta reforma o novo pr dio para abrigar a Biblioteca Nacional teve sua pedra fundamental lan ada em 1905 j na imponente Avenida Cen tral hoje Avenida Rio Branco A preocupa o com a conserva o do acervo e com a seguran a j se fazia presente na edifica o do novo edif cio Na constru o foram adotadas estru turas de a o para suportar o peso de milhares de livros bem como estantes de metal nos chamados armaz ns de livros com a inten o de proteger o acervo contra uma poss vel infesta o de insetos e de algum sinistro O elegante pr dio foi constru do em estilo ecl tico no qual se notam ele mentos entremeados entre o neocl ssico e o art nouveau O projeto que foi assinado pelo engenheiro militar Francisco Marcelino de Souza Aguiar apre senta suas instala es configuradas dentro de todas as exig ncias t cnicas da poca como pisos de vidro nos andares dos armaz ns arma es e estantes de metal amplos sal es e tubos pneum ticos para transporte dos livros dos armaz ns para os sal es de leitura e pesquisa O pr dio apresenta se ainda como uma cole o de requintes arquitet ni cos que denunciam a influ
264. som nINEO O DO mpriornecano DM MENJAMIN FRANKLIN MAMIZ GALV O eo me x 9 A o Litterarum sem tbrorsm P negotium conciudimus ominis te esse vitas gt q PniLomptiox Car XVI ras VOLUME Ie io ai Folha de rosto dos Annaes da Biblioteca Nacional pitada Sa volume 1 1876 a mais antiga publica o da institui o RIO DE JANEIRO Typ Leusinger de Pihos 1978 An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 18 dirigente da Biblioteca Nacional 1870 1882 torna se o primeiro a se em penhar por transformar a biblioteca em um centro de pesquisa e produ o de pensamento Em sua gest o publicado o Cat logo da Exposi o de Hist ria do Brasil uma obra pioneira e insuper vel a mais vasta completa e exaustiva biblio grafia da hist ria e geografia do Brasil at aquele ano al m de produzida em tempo recorde para a comemora o do anivers rio de D Pedro II Ramiz Galv o foi tamb m respons vel entre outras benfeitorias pela instala o da luz el trica no pr dio da biblioteca at ent o situado na Rua da Lapa atual Rua do Passeio No decorrer do tempo aquisi es s o feitas como a cole o do arquiteto Jos da Costa e Silva uma rica cole o de desenhos estampas e numerosos originais de grandes artistas italianos a valiosa cole o do conde da Barca em 1819 envolta em grande mist rio junto com os herdeiros e o governo portugu s Em 1824 foram comprados mais de 1 590 volu
265. ssionais desta rea t cnica em quest o compartilham um consenso a respeito do significado dos termos preserva o e salvaguarda conserva o preventiva e reparadora e restaura o Assim sendo a preserva o e a salvaguarda de acervos s o apresentadas como uma grande capa protetora sob a qual se alocam todas as a es t cni co cient ficas destinadas a esta finalidade trazendo em si um sentido amplo e abrangedor Estende se desde as a es executadas para a manuten o das condi es f sicas perman ncia e durabilidade dos acervos e dos edif cios que os abrigam at as decis es de escolha do melhor meio para uma poss vel reformata o de documentos microfilmagem ou digitaliza o quando houver necessidade da transfer ncia de informa es Deste modo devemos ter toda aten o para o conhecimento sobre o uso dos novos instrumentos que proporcionam os avan os do saber humano em rela o preserva o e salvaguarda do patrim nio cultural A conserva o preventiva engloba as seguintes situa es controle e ma nuten o das condi es ambientais de umidade relativa de temperatura da emiss o de luz e da limpeza da rea destinada guarda de acervos contra poss veis ataques de agentes biol gicos formas de armazenagem cuidados quanto aos materiais adotados para os acondicionamentos aten o quanto ao manuseio higieniza o do acervo an lise e gerenciamento dos riscos capazes de afetar o acervo
266. sso Estudo de insola o LEGENDA BB fachada NE BM achada se I achada no E fachada SO An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 70 Planta dos andares do pr dio sede da Biblioteca Nacional 4 ANDAR LEGENDAS Armaz m de Per dicos Armaz m de Obras Gerais Elevadores 1 2 3 4 Barheiros 5 Gabinete da Presid ncia 6 Escadas de acesso Estudo de insola o LEGENDA EB fachada NE BB fachada SE BB fachada no fachada SO An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 71 Planta dos andares do pr dio sede da Biblioteca Nacional 52 ANDAR y y LEGENDA 6 C 9 1 Armaz m Peri dicos f 2 Armazem Obras Raras VS 3 Escadas de acesso p o telhado q E A 4 Refeit rio 5 Setor de Eventos q 8 2 b amp Finvadores 7 Cozinha e banheiro do refeit rio s e q 2 e t a 5 e l S ao KA qu 4 O 4 i siis N po i Estudo de insola o LEGENDA fachada NE pare E iachaoca SE Ar na a i m achada NO fi ag O O d E fachada SO ANS Ya q RN j a7 O var E o n o An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 72 EE Pa A An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 73 Sagu o principal 2 andar acesso ao terceiro andar Vis o interior dos 3 4 e 5 andares da Escada de acesso entre andares Biblioteca Nacional An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 74 A Brigada de In
267. t 1883 p 418 58 A express o sem terra usada por M rcia Motta para qualificar os lavradores des possu dos nas reas rurais de Niter i que arrendavam parcelas em grandes propriedades MOTTA Op cit 59 MOTTA Op cit p 68 60 Idem p 133 135 61 Estes casos s o analisados em MOTTA Op cit pp 74 75 62 AGCRJ C dice 46 1 7 Lavoura do munic pio pedidos de v rios lavradores sobre a venda de produtos de sua terra 1885 p 164 63 AGCRJ C dice 46 1 7 op cit pp 50 52 69 71 73 75 80 e 81 Os quatro lavradores tamb m transportavam seus produtos na falua de propriedade de Antonio Rodrigues Costa no Porto das Neves 64 AGCRJ C dice 46 1 12 Lavoura do munic pio pedidos de v rios lavradores para venderem os produtos de sua terra 1 a 16 de dezembro de 1885 pp 79 82 126 129 65 De acordo com M rcia Motta nas freguesias de S o Gon alo Cordeiros e Itaipu 200 hectares de terra eram suficientes para caracterizar uma propriedade como fazenda Como o territ rio tinha extens o pequena e estava bem pr ximo da corte e da capital An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 153 da prov ncia possuir essa extens o de terreno constitu a se numa riqueza relativamente maior do que a mesma dimens o em regi es interioranas MOTTA Op cit pp 133 134 66 AGCRJ C dice 46 1 12 Lavoura do munic pio pedidos de v rios lavradores para venderem os produtos de sua terra 1
268. tandeiras Se depois de dez minutos n o endoidecessem seria An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 142 porque tomaram o expediente de atirar se pela janela Como se pode notar nos dois quadros que retratam a revolta das negras vendedoras Fig 6 a ca racteriza o dessas mulheres tamb m seguia as imagens vistas anteriormente turbantes e panos da costa atados cintura Recorrendo s atas das sess es da C mara Municipal de 1884 quando os vereadores j discutiam os termos do contrato das barraquinhas localizamos mais ind cios sobre a presen a dessas mulheres na Pra a das Marinhas De acordo com um dos vereadores presente sess o de 4 de dezembro a grita levantada por alguns jornais n o se guiava pelas queixas dos lavradores sim plesmente porque eram raros os que estacionavam na pra a A maior parte s desembarcava seus g neros ali para que as quitandeiras os vendessem Os verdadeiros instigadores da greve de 1885 eram alguns especuladores bem conhecidos que exigiam de grande n mero de quitandeiras que estacio nam seus tabuleiros ou cestas junto s portas externas da Pra a do Mercado a capita o mensal de trinta a quarenta mil r is Segundo um dos vereadores seria essa verdadeira raz o da celeuma levantada contra os concession rios que n o vinha dos lavradores ou das quitandeiras que paravam na pra a j que a contribui o que deviam pagar era muito inferior aos nus
269. terras Pelas bandas de S o Gon alo o n mero de roceiros propriet rios era mais expressivo Nas licen as remetidas C mara Municipal os 29 donos de terra da regi o citaram 17 locais diferentes entre os quais o Boass com quatro re gistros o Mutu com tr s e o Rocha tamb m com tr s Eram quase sempre situa es diminutas que n o chegavam a 50 hectares Prud ncio Jos de Al meida possu a terras pr prias no Mutu com apenas 170 bra as ou cerca de 6 8 hectares de testada compradas por 3 contos de r is em 1883 6 No lugar das Sete Pontes Manoel do Couto Pita tinha casa de vivenda e benfeitorias de planta es numa data de terras com somente 60 bra as uns 2 4 hectares de frente e 300 bra as 12 hectares de fundos Decerto que foram poucos os que indicaram dimens es exatas mas o uso de express es como pequena data de terras sitio ou situa o com casa velha permite entrever que se tratava mesmo de pequenas propriedades Mas tamb m encontramos nesse grupo uns poucos fazendeiros que inves tiam em escravos e transportes para a condu o dos g neros at o outro lado da Ba a Quem se destacava era a propriet ria Maria Gabriela Margarida Bazin Desmarest Desde 1845 vivia numa fazenda de frente para o mar no Novo Porto da Ponta de S o Gon alo com casas de vivenda diversas planta es arvoredos e mais benfeitorias Tamb m possu a seis embarca es que usava para transportar
270. thematica fazendo se custa da Real Fazenda toda a despeza conducente ao arranjamento e manuten o do referido estabelecimento O conde de Aguiar do Conselho de Estado Presidente do Real Er rio o tenha assim entendido e fa a executar por este Decreto somente sem embargo de quaisquer leis regimentos ou disposi es em contr rio Pal cio do Rio de Janeiro em 29 de Outubro de 1810 Com a rubrica do Pr ncipe Regente Nosso Senhor A bibliotec ria e muse loga Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha ex diretora do ent o Departamento de Refer ncia Especializada da Biblioteca Nacional com uma atua o continuada de mais de 40 anos assinalou O retorno a Lisboa no ano de 1821 do Rei de Portugal Brasil e Algarves o Se nhor D Jo o VI e da Fam lia Real e o fato de que logo no ano seguinte o Brasil An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 21 Fachada do antigo edif cio da Biblioteca Nacional na rua do Passeio 1902 Fotografia de Ant nio Lu s Ferreira Interior do pr dio da rua do Passeio 1858 Fot grafo desconhecido se separa de Portugal foram raz es para os entendimentos diplom ticos que se completaram pelo tratado e Conven o Adicional de 25 de Agosto de 1825 No ajuste entre o Reino de Portugal e o Imp rio Brasileiro estava inclu da entre as propriedades reais deixadas no Brasil a Real Biblioteca cujo ressarcimento de preju zos foi compensado pelo pagamento de dois milh es de libras
271. to de requerimentos analisados tamb m identifiquei propriet rios em outras freguesias de Niter i Em S o Louren o mais pr ximo do centro urbano do munic pio cinco lavradores fizeram seus registros Entre eles dois propriet rios de terras Manoel Domin gues Peres que possu a um terreno com tr s casas edificadas Rua do Galv o no antigo terreno do Maruy e Antonio de Souza Costa com quatro datas de terras na Quebra do Fonseca Neste terreno ainda arrendava parcelas a outros tr s roceiros J o lavrador Antonio Jos Miranda tinha uma falua que sa a do Porto de S o Louren o com produtos daqueles dois pequenos produtores e ainda outros tantos de sua pr pria ro a Em outro canto da rea central da cidade na freguesia de S o Jo o Batista um nico dono de terras se registrou o sr Candido Antunes dos Santos que ocupava um pequeno peda o 150 bra as ou cerca de 6 hectares da Fazenda Santa Rosa pelo qual pagou 5 contos de r is em 1883 Atravessando a ba a duas regi es se destacavam como locais de moradia e lavoura dos roceiros registrados em 1885 Iraj e Inha ma No grupo de agri cultores que vendiam g neros no cais das Marinhas 50 viviam na primeira freguesia e outros 47 na segunda Assim como acontecia com as reas rurais de Niter i essas regi es suburbanas nos arredores da cidade do Rio tamb m abasteciam o mercado consumidor carioca de g neros agr colas desde fins do An Bibl Nac Rio de Janei
272. tonomia dos mesteres na escolha dos ju zes e o afirmam com virul ncia riqueza dos argumentos das acusa es empre gadas pelos vereadores grande se comparada resposta dos mesteres mas esta passa pelo filtro dos conselhos ser voz vencida e ainda que por ironia o documento sofreu a a o do tempo O documento da C mara argumenta que desde a funda o desta cidade se pratica por estilo inalter vel os oficiais votarem nos ju zes e estes serem confirmados pelo Senado Mais frente indica e enumera as fun es dos ju zes e escriv es dos of cios cuidados das irmandades das festividades de seus oragos e no Senado para as avalia es das obras da cidade o procedimento de invent rios e mais atos judiciais ordenados para a boa administra o da jus ti a da irmandade O eixo do argumento estava na id ia de jurisdi o auto governo especializa o mas tamb m na articula o entre juizes de of cio e Senado amea ada pelos oficiais Nesse sentido diferencia os poderes do juiz de fora dos ju zes dos of cios opondo a pr tica o costume a forma ordi n ria excessiva liberdade ao despotismo dos of cios Esta apenas uma das ocasi es em que os vereadores identificam a sua jurisdi o da Rep blica Vejamos nos seus pr prios termos ser cousa estranha e prejudicial utilidade p blica que os tais oficiais exercessem a Liberdade de fazer esta Casta de J
273. trabalho cativa A longo prazo essa estrat gia implicava na perda da rentabilidade dos plant is principalmente em S o Gon alo e em Itaipu onde o percentual de escravos produtivos jamais excedeu 50 do total Em 1885 entre os roceiros de S o Gon alo e Cordeiros que forneciam e vendiam seus g neros na Pra a das Marinhas encontramos um grande n mero de sem terra Dos 125 lavradores de S o Gon alo registrados 103 apresentaram informa es mais detalhadas sobre suas ro as anexando a seus requerimentos escrituras declara es ou recibos de aluguel J em Cordeiros foram 43 Pela Tabela 2 observamos que na primeira freguesia 74 71 85 eram arrendat rios e 29 28 5 propriet rios Na segunda regi o eram so mente 4 propriet rios 9 5 ao lado de 38 90 5 locat rios An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 122 TABELA 2 Arrendat rios e propriet rios nas freguesias rurais de Niter i 1885 Freguesias Arrendat rios Propriet rios Totais S o Gon alo 74 71 85 29 28 15 103 Cordeiros 38 90 5 4 9 5 42 112 33 145 Fontes AGCRJ C dices Lavoura do munic pio 46 1 7 46 1 9 46 1 10 46 1 11 46 1 12 e 46 1 13 Em S o Gon alo 30 propriedades foram mencionadas pelos lavradores que locavam peda os de terras N o havia grandes concentra es de arrenda t rios numa mesma fazenda Em geral as propriedades bem pr ximas umas das outras aparecem com um ou dois roceiros alugan
274. tria e patriotas em Pernambuco 1817 1822 na o identidade e vocabul rio pol tico In JANCS Istv n org Brasil forma o do Estado e da Na o S o Paulo Iju Fapesp Hucitec Uniju 2003 77 A seguir transcrevo o documento do qual extra a primeira cita o diz Jos Maria da Fruidade Mestre carpinteiro examinado morador na Freguesia de Santa Rita desta Cida de que constando lhe que esta Mesma C mara tem criar naquela Freguesia um avaliador do dito Of cio e achando se o Suplicante nas circunst ncias por ser Cidad o Brasileiro e Mestre examinado por isso Para Vossas Senhorias sejam servidos deferir ao Suplicante de cuja Gra a AGCRJ C dice 46 2 22 No segundo o pedreiro Thom Matheus descreve sua experi ncia de mestre em diversas obras p blicas realizadas na cidade ao longo de 22 anos e assegura ter jurado a Constitui o Ent o solicita a manuten o de sua posi o de mestre nas obras doravante administradas pelo Senado alegando sua per cia e sua condi o de bom cidad o e amigo da p tria AGCR J 46 4 4 classes de of cios An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 O pecado mora na Biblioteca Nacional Ana Virginia Pinheiro Bibliotec ria Chefe da Divis o de Obras Raras da Funda o Biblioteca Nacional e professora da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Unirio Resumo Resultado de uma s rie de pequenas exposi es realizada
275. tro e Secretario de Estado dos Neg cios do Imp rio Rio de Janeiro Imp Nacional 1870 1871 In LOBO Eul lia Maria Lahmeyer Hist ria do Rio de Janeiro Do capital comercial ao capital financeiro Rio de Janeiro Ibmec 1978 pp 415 e 423 91 Arquivo Hist rico do Itamarati Diretoria Geral de Estat stica Censo de 1872 pp 58 e seguintes 92 MENEZES Len Medeiros de A presen a portuguesa no Rio de Janeiro segundo os censos de 1872 1890 1906 e 1920 dos n meros s trajet rias de vida Revista Popu la o e Sociedade Porto Edi es Aforamentos 2007 n 14 15 parte I Sobre a imigra o portuguesa no Rio ver RIBEIRO Gladys Sabina RIBEIRO Gladys Cabras e p s de chumbo os rolos do tempo O antilusitanismo no Rio de Janeiro da Rep blica Velha Niter i Disserta o de Mestrado Departamento de Hist ria UFF 1987 93 MIYASAKA Cristiane Regina Viver nos sub rbios a experi ncia dos trabalhadores de Inha ma Rio de Janeiro 1890 1910 Disserta o de mestrado em Hist ria Unicamp 2008 p 52 94 Cf AGCRJ C dice 46 1 7 Op cit p 195 C dice 46 1 11 op cit pp 202 04 95 LOBO Op cit pp 255 e 431 96 Idem p 265 Em Campos existiam na mesma poca 431 engenhos Havia 58 na corte regi es suburbanas 38 em Itabora 32 em Iguass e 25 em Niter i Cf SAN TOS Ana Maria dos Vida econ mica de Itabora no s culo XIX Disserta o de mestrado em Hist
276. tubro N o obstante conforme tamb m assinalei anteriormente muitos j haviam participado de outros protestos na Pra a das Marinhas Al m disso confrontando os registros enviados mu An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 136 nicipalidade com as not cias sobre a greve publicadas na imprensa consegui identificar pelo menos 28 indiv duos que teriam participado do movimento J vimos que v rios donos de embarca es de S o Gon alo assinaram a peti o remetida ao Minist rio do Imp rio em 6 de outubro primeiro dia do movimento grevista Nesse grupo estava a propriet ria Margarida Bazin Desmarest que tamb m foi representada por seu filho Carlos Francisco Des marest e seu neto Paulo Jos Leroux Este ltimo teve uma atua o ainda mais direta comandando uma reuni o com cerca de duzentos lavradores numa casa na Rua do Ourives As informa es sobre essa assembleia s o sucintas De acordo com o Di rio de Not cias de 7 de outubro Leroux mostrava se bem articulado falando contra as bar raquinhas e anunciando que j havia combinado com a empresa da Pra a da Harmonia para que as vendas fossem transferidas para o local caso o impasse com a C mara e os empres rios n o fosse resolvido Ainda esmiu ando a peti o encaminhada ao governo verifiquei que entre os 57 lavradores que organizaram este abaixo assinado estavam 20 que residiam na freguesia de S o Gon alo Destes pelo menos seis eram consignat ri
277. tuguese Society in the tropics Madison and Milwaukee Uni versity of Wisconsin Press 1965 FLEXOR Maria Helena Ochi Oficiais mec nicos na cidade de Salvador Salvador 1974 SCHWARTZ Stuart Ceremonies of public au thority in a colonial capital The king s processions and the hierarquies of power in the seventeenth century Salvador in Anais de Hist ria de Al m mar 5 2004 p 7 26 Vale consultar a explica o apresentada por Rios para a extin o do cargo de juiz do povo em Salvador que d nfase ao papel ativo dos ju zes no mercado de abastecimento local ao longo da exist ncia do cargo Os mesteres e em particular o juiz do povo atuava sobre as formas dos contratos a qualidade os pre os a distribui o e os tributos sobre os g neros Estava atento ao povo mi do o que gerou situa es de conflito e acomoda o com os vereadores Na sua an lise a extin o do cargo est associada aos motins de 1711 como se explica comumente na historiografia mas leva em considera o as rela es de senvolvidas desde 1641 entre a Coroa c mara e os mesteres E tamb m a mem ria dos vereadores reconstru da em 1756 dos eventos de 1711 em que se associa o juiz do povo aos motins Ainda assim reconhece que na c mara os vereadores ficaram divididos com rela o decis o de extinguir o cargo de juiz do povo RIOS Wilson de Oliveira Op cit p 128 39 65 SANTOS Beatriz Cat o Cruz The Feast of Corpus Christi Artisan
278. ue e a inexist ncia de qualquer defei to mec nico Por esta raz o quando o termo cidad o aparece nos c dices consultados sobre a vida dos oficiais mec nicos serve para nomear o proprie t rio do of cio de escriv o da C mara ou o seu substituto em caso de impe dimento Nesse ponto o que a pesquisa acrescenta sobre o tema cidadania A partir da leitura dos documentos relativos aos marceneiros carpinteiros e pedreiros verifica se a incid ncia do termo vassalo a conviver com o termo cidad o Ele parece ser uma refer ncia a mais de fundo hier rquico que fundamenta aquela sociedade de Antigo Regime No s culo XVIII vassalo era sin nimo de s dito Antigamente nos diz Bluteau era t tulo e muito hono r fico Segundo Moraes e Silva eram os Vassalos del Rei que dele recebiam terras e contias A qualidade de vassalo que come ou a dar se somente aos Grandes a filhos netos e bisnetos de fidalgos de linhagem se difundiu aos An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 177 n o fidalgos No s culo XIX ainda que esta denomina o como classe privi legiada parece extinta e convir hoje a todos os naturais dos Reinos e Dom nios de Portugal todavia em raz o do servi o a cavalo e do que podem fazer quem os mant m temos alguns restos do direito de vassalagem atribu dos aos que possuem grossas quantias dispostos a servir a p tria As defini es apresentadas nos dicion
279. ue eles interfiram em seu valor hist rico ou est tico Neste caso ser retirada uma amostra que embora m nima possi bilite a identifica o do problema Para tal ser solicitado o consentimento do propriet rio ou respons vel legal O material removido deve ser se pos s vel conservado como parte da documenta o do bem cultural e Na compensa o de acidentes ou perdas o restaurador n o deve etica mente encobrir ou modificar o que existe do original de modo a n o alterar suas caracter sticas e condi es f sicas ap s o evento e responsabilidade do conservador restaurador manter se atualizado fren te ao progresso as pesquisas e inova es desenvolvidas em seu campo de trabalho bem como buscar constantemente o aprimoramento de seu dis cernimento bom senso habilidades e per cia Sendo respons vel pela prote o guarda e preserva o do objeto que lhe foi confiado o conservador restaurador n o deve contratar ou admitir em sua equipe pessoas insuficientemente treinadas a n o ser que possa estar permanentemente presente na constante supervis o dos trabalhos e Nos casos em que a utiliza o ou exposi o de um bem cultural seja pre judicial sua preserva o o conservador restaurador deve alertar o pro priet rio ou seu respons vel legal dos riscos a que este est submetido Havendo necessidade de reproduzir uma obra removida de seu local de origem esta reprodu o dever ser feita por um esp
280. ue requerem os suplicantes Assinavam aquela peti o Manoel Corr a Torres Jos Teixeira da Silva Francisco Manoel Pires e Antonio Roiz Sobrinho O primeiro era proprie t rio de uma falua que partia do Porto da Ponte de S o Gon alo todos os dias carregando os g neros de pelo menos 12 lavradores inscritos na C mara Municipal Jos Teixeira tamb m possu a em sociedade com Antonio Perei ra da Rosa uma falua matriculada na Capitania do Porto sob n mero 290 que sa a diariamente do Porto da Bandeira levando para o cais das Marinhas as mercadorias de 18 roceiros das freguesias de Cordeiros e S o Gon alo Seus tr s empregados Manuel Joaquim de Oliveira Carib Jos Maria de Almeida e Joaquim Luiz de Faria tamb m vendiam produtos no mercado da An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 125 capital N o localizei maiores informa es sobre Francisco Manoel e Antonio Sobrinho Contudo perscrutando as licen as remetidas municipalidade em dezembro de 1885 identifiquei outros donos de embarca es e tamb m de portos em S o Gon alo Desde 1882 Jos Pinto da Rocha era dono de oito partes do Porto das Pedras Al m de fornecer e vender produtos da pequena lavoura no mercado das Marinhas por meio de seus empregados Jo o Antonio da Silva e Adriano Portella da Silva tamb m transportava em seu barco as mercadorias de mais 22 lavradores Outro que conduzia g neros para a corte era Deolindo Jos de Sena arrendat
281. ui teto romano Vitruvius no s culo I a C j declarava que o local adequado para uma biblioteca em uma casa deve ter uma ventila o saud vel e n o deve ter excesso de umidade O edif cio que abriga a Biblioteca Nacional foi concebido e constru do com a finalidade de abrigar livros e documentos e isto fez a diferen a Erguido de An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 63 frente para a grande avenida da cidade voltado para o sol poente o edif cio com seus grandes espa os internos e seu alt ssimo p direito decorrente de seu singular desenho arquitet nico atravessa o grande terreno e quase que encosta no que foi um dia o morro do Castelo Naquele momento a cidade e o local da Biblioteca apresentavam uma condi o meteorol gica peculiar A proximidade do mar a presen a do morro e a aus ncia de sistema de refrigera o no Brasil da poca foram fatores cru ciais que supostamente devem ter impulsionado os construtores do edif cio a idealizarem um O sistema de ventila o para seu interior similar ao princ pio de ventila o existente em uma chamin E assim foram executadas no alto das paredes dos armaz ns de livros pr ximo ao teto v rias passagens redondas semelhantes a escotilhas que serviam como ve culos para a sa da do ar quente Este por ser mais leve era expulso do ambiente pelo ar frio que entrava pelas janelas abertas dos grandes sal es de leitura e pesquisa da poca situados abaixo
282. uiz a seu arb trio independentes da forma judi cial que se pratica nesta ma sic terra Com t o longo uso costume sem nenhuma Utilidade do bem comum mais do que a vaidade do Autor deste requerimento fazendo capricho de que as elei es de que se trata tenham diversidade da forma ordin ria s afim de haver a Liberdade pretendida contra a Jurisdi o deste Sena do com desp tico procedimento destes of cios Que n o se suprima o artigo An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 173 cujo costume estabelecido em utilidade da boa administra o da Justi a e regime desta Republica Vale observar que os vereadores fazem uso da id ia de bem comum no o frequente no mundo dos of cios desde a Idade M dia particularmente entre os s culos XI e XIII quando se identifica um processo de conceitualiza o de um mundo novo associado a mudan as de ordem econ mica e social Neste per odo como analisou Le Goff h uma tomada de consci ncia por parte dos mesteres e a no o de bem comum torna se a pedra de toque da utilidade e legitimidade de todas as profiss es Para levar a efeito a an lise o historiador articula tr s pontos uma modifica o da estrutura social evidente na diversifica o ocorrida sobretudo nos meios urbanos a evolu o da con fiss o que aponta para a subjetiva o da religi o uma mudan a de atitude perante o trabalho que simplificadamente passa da no o de penit ncia
283. ultural tang vel e n o tang vel que serviriam de fonte para as mudan as na pol tica de patrim nio introduzi das mais tarde por Alo sio Magalh es A solicita o feita pelo ministro Gustavo Capanema a M rio de Andrade decorre das constantes den ncias feitas por intelectuais a respeito dos in me ros roubos dilapida es e vandalismos que se sucediam como consequ ncia do total abandono em que se encontravam as mais importantes cidades hist ricas principalmente Ouro Preto MG repercutindo com grande alarde na imprensa e na sociedade da poca Podemos inferir que um dos grandes eitmotiv para estas movimenta es no sentido da cria o de leis e de prote o do Estado sobre o que se conven cionou denominar de bens culturais foi notadamente a aus ncia de preserva o e de seguran a assunto central deste Guia Aceita entre os intelectuais mesmo entre aqueles que n o se inclu am no movimento modernista a cria o do SPHAN com todo o apoio dispensado pelo governo mascarava sob seu contexto uma grande quest o que era a total aus ncia de percep o demonstrada pela sociedade brasileira da poca para a real necessidade da cria o de um rg o que administrasse o patrim nio hist rico e art stico do pa s Como tamb m n o configurava uma demanda absolutamente necess ria que merecesse apoio de outros segmentos da socie dade como por exemplo acontecia com a sa de p blica e com a educa o A gran
284. unidade pol tica do Rio de Janeiro do s culo XVIII A cidadania no Antigo Regime um conceito complexo diverso da com preens o atual identificado id ia de naturalidade e que se confunde com a no o de vizinhan a Hoje ao fazermos uso do conceito temos em mente um conjunto de direitos e deveres que inclui a participa o pol tica Naquele per odo que grosso modo se estende at a Revolu o Francesa cidadania sig nificava uma naturalidade comum No mundo portugu s era atribu da por An Bibl Nac Rio de Janeiro 126 162 nascimento concess o r gia ou direito consuetudin rio Cidadania tamb m se confundia com a no o de vizinhan a no sentido de estar radicado morar e exercer cargos principalmente nas c maras municipais Esses significados foram apreendidos por Ara jo Lima na Constituinte de 1823 ao comentar que a palavra Cidad o n o induz igualdade de direitos Na l ngua Portuguesa donde derivamos a nossa bem como na Espanhola a palavra Cidad o tem uma signi fica o muito particular ela designava o morador ou o vizinho da Cidade Sabe se que pelo Direito Feudal as povoa es segundo que eram Cidades Vilas ou lugares tinham assim diferentes direitos gozavam certos privil gios liberdades e isen es Isto era muito importante naquele tempo e a palavra Cidad o designava como j disse o morador ou o vizinho da Cidade o qual por isso gozava diferen tes direitos que n o se
285. utivas o que lhes garantia uma razo vel autonomia frente aos grandes fazendeiros Os cativos embora j velhos auxiliavam em tarefas importantes como o cuidado com cultivos a organiza o e a limpeza da horta ou a alimenta o de porcos e galinhas Contudo com o fim do tr fico negreiro a compra de escravos passou a exigir uma consider vel soma de dinheiro Aos poucos a renova o da escravaria foi se tornando imposs vel N o obstante s v speras da Aboli o alguns ainda mantinham um ou dois cativos num esfor o de preservarem a autonomia anteriormente usufru da Em Iraj e Inha ma o cen rio era um pouco diferente Como acontecia em Niter i at mesmo os arrendat rios mais pobres tinham um ou dois es cravos Contudo j nas primeiras d cadas do s culo XIX eles foram sendo substitu dos por trabalhadores livres que logo passaram a predominar ali De acordo com Joaquim Justino dos Santos paulatinamente os locat rios foram se tornando n o escravistas Ao mesmo tempo crescia a participa o de pes soas livres e libertas nos servi os de transportes no pequeno com rcio e nas atividades mais especializadas nas fazendas An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 132 De maneira geral h poucas refer ncias presen a de escravos nos registros de 1885 O agricultor Manoel Antonio da Silva era dono de uma fazenda no Boass em S o Gon alo e tinha cinco cativos todos de na o africana sol te
286. utros meios eletr nicos Como disse Paulo Herkenhoff ex diretor do Museu Nacional de Belas Ar tes do Rio de Janeiro o controle da informa o e sua acessibilidade est o na raiz do destino de qualquer acervo Por isso entendemos que n o suficiente formarmos acervos sem termos reais condi es de conserv los catalog los e disponibiliz los neste contexto que o Centro de Processos T cnicos CPT trata efetiva mente de todo o processamento t cnico do acervo da biblioteca da biblioteca digital da ag ncia brasileira do ISBN do EDA Escrit rio de Direitos Auto rais da Coordenadoria de Microrreprodu o como tamb m compartilha e d apoio aos trabalhos t cnico cient ficos desenvolvidos junto Coordenado ria de Preserva o Esta formada pelos modernos e bem equipados Centro de Conserva o e Encaderna o e o Laborat rio de Restaura o que ao final de 2005 passaram por completa reforma estrutural e por benef cios tecnol gicos propostos e executados durante a bem sucedida gest o da Dra C lia Ribeiro Zaher enquanto diretora do CPT Assim sob a responsabilidade e o eficaz desempenho das equipes de especialistas das reas de conserva o e restaura o e atrav s do desenvolvimento de projetos espec ficos poss vel assegurar os procedimentos t cnicos necess rios preserva o do acervo me m ria da biblioteca Quanto aos peri dicos e s publica es seriadas que s o parte de gran
287. ver o de 06 00 at 12 00 Inverno de 6 00 at 14 00 Dumina o direta pela mannh e ilumina o pos r do durante a tarde Fachada em vermelho insola o de var o de 1200 at 18 00 Inverno de 05 00 at 18 00 bos Ilumina o nos periodos de funcionamento da BN Fachada em preto insola o de ver o de 12 00 at 18 00 Inverno de 13 00 st 17 00 Wumina o por reflex o durante a manh e ilumina o direta durante a tarde An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 Planta dos andares do pr dio sede da Biblioteca Nacional 2 ANDAR N VEL AVENIDA RIO BRANCO LEGENDA Se o de Peri dicos e Refer ncias Se o de Iconografia Se o de Obras Gerais Livraria Ent Saida p Av Rio Branco Escadas do acosso ao 3 andar 1 2 3 a 5 Sagu o Principal 6 7 8 Banheiros 9 Elevadores Estudo de insola o LEGENDA EB fachada NE BM achada sE BB achada no fachada SO An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 69 Planta dos andares do pr dio sede da Biblioteca Nacional 3 ANDAR LEGENDAS 1 Se o de Manuscritos ii 2 Varanda para a Av Rio Branco E el SR 3 Se o de Obras Raras amp 7 D f Elevadores 8 O o 6 4 6 Banheiros 6 Escadas de acesso ao Armazem da Se o de Peri dicos 7 Escadas de acesso ao Armazem de livro da Divis o de Obras Gerais 8 Centro de Processamentos T cnicos CPT 9 Escadas de ace
288. xclusivas de of cios An Bibl Nac Rio de Janeiro 127 168 Na Irmandade de S o Jos que reunia pedreiros carpinteiros marceneiros e canteiros como em outras da cidade do Rio de Janeiro a presen a de escravos e forros foi raz o de conflitos e exigiu mudan as Entre 1807 1831 h v rias peti es C mara em que a quest o est colocada Seguem se quatro casos No primeiro a Irmandade de S o Jos encaminha uma representa o ao pr ncipe regente solicitando que se pro bam as vendas de obras de marcenaria pelas ruas da cidade acusando os oficiais propriet rios de escravos de efetu arem uma concorr ncia desleal prejudicial aos lucros da irmandade e ao seu cr dito ou seja qualidade atribu da as suas obras de marcenaria A peti o sugere que seja encaminhada a solu o aplicada em benef cio dos sapateiros em 2 de abril de 1813 Gostaria de sublinhar que os suplicantes consideram se merecedores da mesma aten o por parte de Sua Alteza Real como Clemente Pai dos seus Fi is Vassalos Em 1815 Jos Joaquim dos Santos oficial de marceneiro recorre C mara para proceder ao seu exame do of cio Ora cabia irmandade espe cificamente ao juiz de of cio e ao escriv o cuidar dos exames para ingresso e perten a ao of cio e C mara confirm lo mediante a carta de exame ou bilhete Segundo o marceneiro o juiz de of cio Jo o Luis de Melo n
289. za para o aprimoramento educacional da popula o como um todo e para nossa mem ria cultural E visa mudan a do papel do homem como cr tico da natureza como agente transfor mador da realidade e de si pr prio Palavras chave Biblioteca Nacional Acervo Restaura o Preserva o Conserva o Segu ran a Preven o de riscos e acidentes Abstract This Guide of Preservation amp Security of the National Library of Brazil to safeguard the holdings and the building aims to present guidelines pathways and routes to procedures and attitudes towards questions of such nature which are important and vital in an era full of uncertainties As a base we consider the knowledge acquired in the field of cultural property preserva tion and in the field of security policy adopted for bibliographical and documental hold ings researchers and the buildings that stores them The interdisciplinary character concerning these fields of knowledge signals to the edu cational improvement of the population as a whole and to our cultural memory It aims at a changing in the role of man as a critic of nature as a transforming agent of reality and of himself Key words National Library Collections Restoration Preservation Conservation Security Risk and accident Prevention Este trabalho foi preparado como conclus o de curso do Programa de P s Gradua o em Hist ria Pol tica e Bens Culturais do Centro de Pesquisa e Documenta o de

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